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Ano I - Número 3
G R AT U I TA
Orgão de divulgação do Conselho Nacional da Umbanda do Brasil - CONUB e do Conselho Federal da Umbanda do Brasil
EDUCAÇÃO
Valores humanos, ética e responsabilidade
ambiental são temas fundamentais para a
formação profissional e de cidadania do nosso
povo. Com vistas à necessidade de incluir
uma reflexão espiritual sobre essas questões,
essa edição do JBU aborda a contribuição da
Umbanda para a construção de uma nova
ordem mundial.
- setembro/outubro 2007 JornalBrasileirodaUmbanda
EDITORIAL
COLUNAdaFTU
Pedagógicos
N essa terceira edição, o JBU focaliza o tema da educação
em geral, o ensino religioso e a espiritualidade como fa-
te atribui aos bens materiais a principal razão de ser e a medi-
da do sucesso para a maioria das pessoas. Nós, umbandistas,
Por uma educação espiritual
tor crucial para a formação dos valores humanos. A Umbanda
tem um aspecto pedagógico de alta relevância que ainda está
acreditamos que essa postura é a principal geradora da misé-
ria, da fome e da morte no planeta pois o individualismo e a A educação permeia historicamente todas as culturas, etnias e classes sociais. Independente da geo-
grafia, do regime de governo, religião, época ou grupo social, a educação é sempre fator de conti-
nuidade e progresso humano. São igualmente importantes, na visão umbandista, a educação alicerçada
por ser explorado e nosso objetivo nesse número é abrir esse competição favorecem a concentração de riquezas e induzem
na tradição oral e na escrita. Educar é transmitir elementos formadores dos universos pessoal e social.
debate. as multidões à pobreza e suas conseqüências.
Portanto, educar é formar e não apenas informar, como vem acontecendo na sociedade contemporânea.
Muitas questões foram levantadas como, por exemplo, se Karl Marx proclamou que a dialética de Hegel estava cor- Cabe-nos perguntar o que ocorreu com a educação nas últimas décadas. Por que se transformou em
nós umbandistas concordamos ou não com a Lei de Diretrizes reta, mas estava de cabeça para baixo. Segundo ele, Hegel direção ao individualismo? O que mudou na educação de maneira que informar tenha se tornado mais
e Bases da Educação Nacional que prevê o ensino religioso havia errado ao sustentar que o processo dialético partia das importante que formar? Como compreender tais mudanças?
facultativo nas escolas públicas. Se, por um lado, acreditamos idéias e após modificações recíprocas por meio do contato Buscaremos aqui contribuir com alguns elementos para que nossos leitores possam refletir sobre
na espiritualidade como valor que nos proporciona evolução, com o mundo material alcançava uma síntese. Para Marx, a esses temas. Faremos uma breve explanação sob a perspectiva espiritualista, mais precisamente a ótica
por outro somos cientes das questões ideológicas e das forças força primária que movimentava a dialética do homem em umbandista onde temos calcada nossa experiência. No universo umbandista tive o prazer imensurável
de ser iniciada no grau de sacerdotisa por Pai Rivas(Mestre Arhapiagha). Tornei-me também, honrosa-
políticas das religiões dominantes que pretendem fazer do en- sociedade seria o poder econômico e nunca se chegaria a uma
mente, aluna da primeira turma da FTU – Faculdade de Teologia Umbandista em 2004. Nessa faculdade
sino religioso o palco de seu proselitismo. síntese. Em função da economia tudo se modificava e sobre se preconiza uma educação alicerçada nos valores espirituais, ao mesmo tempo em que se busca ter uma
Também abordamos a importante questão da educação ela se construía a luta de classes e a própria concepção de atuação séria no meio acadêmico.
ambiental e a contribuição que podemos dar. Apesar de va- Estado. Como solução, o autor de O Capital propõe uma re- A Umbanda tem uma visão reencarnacionista, ou seja, nós nascemos e morremos inúmeras vezes.
lorizarmos a natureza como um manifestação dos Orixás e a volução para subverter a ordem e dar poder ao proletariado. Essas passagens nos acrescentam experiências e conhecimentos; os saberes da humanidade se encon-
considerarmos como templo vivo para a nossas práticas espi- Esperava, assim que com o tempo a alienação e a mais-valia tram em nosso inconsciente espiritual. Em nossas várias vidas já tivemos experiências como ser humano
rituais, muitos acusam os umbandistas de poluir a natureza ao deixassem de existir, todos tivessem acesso aos bens sociais religioso, artista, cientista e filósofo. Temos em nós todos estes “universos” que se encontram em um
único ser humano, em uma síntese do saber.
realizar oferendas e deixar materiais não-biodegradáveis nos e o Estado se tornasse obsoleto. Em última instância, Marx
No pensamento de síntese entendemos o conhecimento como universal, mas essa universalidade se
sítios vibratórios. Esse problema deve ser trazido para dis- tentara recuperar o valor humano perdido. manifesta, paradoxalmente, como diversidade no meio físico. A unidade está no sujeito, na consciência
cussão em nossos terreiros-templos para que nosso comporta- A Umbanda caminha, de certo modo, em consonância com humana, que toma contato com a pluralidade das formas materiais. Esta doutrina tem sido ensinada por
mento seja nada menos que exemplo de consciência ecológica Marx ao ensinar que os bens materiais não deveriam ser mo- Pai Rivas há décadas e concretizada por ele como um dos lemas da FTU: unidade na diversidade. Longe
e harmonia com a natureza. tivo de distinção entre as pessoas. Estaríamos muito melhor de um mero conceito teórico ou utopia, esse lema tem sido um dos pilares sustentadores da faculdade
A participação da Umbanda na política também foi aborda- se soubéssemos dividir nossas riquezas e eliminássemos a que tenho, eu mesma, vivenciado desde seu credenciamento pelo MEC e fundação em São Paulo.
da nesse JBU em função do debate em torno do papel da mí- pobreza do mundo. Mas vamos ainda além do idealizador A educação umbandista tem o homem e os quatro pilares do conhecimento humano como interde-
pendentes e comunica a religião, a arte, a filosofia e a ciência entre si, formando um conhecimento-uno.
dia na divulgação da liberdade religiosa e dos veículos de co- do comunismo. Lutamos também para inverter a escala de Da mesma maneira, integra o ser humano consigo mesmo, com a humanidade produtora de saberes,
municação que podem, e são, ilegalmente usados como meios valores vigentes, mas pensamos na espiritualidade como o com a natureza e com o sagrado - a fonte de toda existência. Não nos esqueçamos que antes de sermos
para incentivar a discriminação contra religiões minoritárias. principal valor da existência. Hoje temos o valor econômi- homens e mulheres somos espíritos que nos manifestamos nessas formas. Assim, afirmamos que a edu-
Enfocamos igualmente o papel das ideologias na questão co determinando o político, esse o social, depois o cultural e, cação não será plena se ela se assentar em apenas um dos pilares do saber ou apenas na realidade física
da discriminação e da intolerância religiosa. Sabemos que por fim o espiritual. Mas nós desejamos que primeiro venha humana, de caráter material e individualista. Na visão da Umbanda, a educação deve ser um produto de
uma ideologia se mantém preponderante por tornar mais fácil o espiritual, então o cultural como respeito à diversidade, o relações que se iniciam no campo espiritual e se manifestam no campo material.
a vida daqueles que se comportam de modo a reforçar os va- social como valor humano, o político como meio para conci- Defender a educação como unidade ou síntese que integraliza a pessoa, requer uma visão de trans-
cendência que ultrapasse as visões parciais dos fenômenos. Mas é possível perguntar: se todo o co-
lores existentes e por dificultar a vida dos que procuram uma liar os interesses divergentes e o econômico como ferramenta nhecimento é expressão do espírito, não basta seguir um de seus ramos para se encontrar sua origem
mudança estrutural. do progresso. transcendente? Eu diria que se alguém se restringe a apenas um dos pilares do conhecimento(filosofia,
Aí reside talvez a principal função da dimensão pedagógica Para conseguir realizar essa tarefa hercúlea, precisamos religião, ciência ou arte), com certeza seu conhecimento não refletirá o todo que é a síntese além desses
da Umbanda e talvez a mais ingrata. Nós, umbandistas, somos contar com esforço, persistência e com a capacidade de reali- quatro pilares. Para deixar mais claro usaremos um exemplo. Todos os que moram nos diversos estados
discriminados e relegados à periferia, quando não totalmente zar essa transformação primeiro em nós mesmos. A educação do Brasil são brasileiros, porem não posso dizer que um único estado ou cidadão representa a totalidade
excluídos da sociedade, justamente porque divulgamos valo- na Umbanda serve justamente a isso. Ela se realiza com o dos brasileiros. Isto seria generalizar, tomar o todo pela parte.
Para complicar ainda mais, a “fonte” do conhecimento se pulverizou em cinco vertentes na socieda-
res quase diametralmente opostos aos vigentes. contato com nossos ancestrais na experiência e na vivência
de: espiritual, cultural, social, político e econômico que absorveram os saberes (religião, filosofia, arte
Ainda que respeitemos o corpo e não neguemos nossa ma- ritual templária. Cabe então a nós todos sermos multiplicado- e ciência), fragmentando ainda mais o pensamento humano e gerando mais setores de aprendizado.
terialidade, procuramos viver de modo que a espiritualidade res e professores de uma nova visão de mundo, cheia de paz Delimitaram-se fronteiras impenetráveis entre eles, descaracterizando o homem como produtor de co-
seja nossa meta e os bens materiais apenas uma parte dos e felicidade a todos. nhecimento de síntese, levando-o a optar pela parte e negligenciar o todo. Geramos então a educação
meios para chegar ao nosso objetivo. Já a ideologia dominan- Roger T. Soares – Araobatan – Editor JBU formal: dura, impositiva, submetida ao valor “socio-econômico” e ela se tornou sinônimo da formação
do homem na sociedade.
O valor social, por sua vez, vem carregado de uma ideologia que pretende universalizar os interesses
de poucos para toda a sociedade. Assim, temos novamente a parte determinando o todo, exatamente
Conheça a Umbanda EDUCANDO PARA UMA ao contrário dos valores espirituais. Lembremos também que esta ideologia está calcada nos valores
em sua profundidade materiais, econômicos que se alimentam das desigualdades e do separatismo.
e aprenda também CULTURA DE PAZ Retomando, temos uma educação que atende aos interesses ideológicos da economia que domina a
política. Pergunto: será que a educação nos moldes atuais tem buscado formar ou formatar o indivíduo?
Nós seres espirituais subvertemos a ordem natural destas vertentes que deveria ter o espiritual no alto,
filosofia, política, como maior valor e não a economia.
sociologia, botânica Devido a esta inversão, a educação contemporânea não tem o espiritual e o cultural como estrutura,
mas como adereços. A cultura requer alteridade, o reconhecimento e respeito por outras formas de ser e
umbandista, outras isto se torna impossível em uma sociedade que busca a cultura de massa, a unificação amorfa, ao mesmo
tempo em que incentiva o egocentrismo e a competição. De nossa parte, enfatizamos os valores espiri-
tradições religiosas tuais como contraparte necessária para reequilibrar o mundo de hoje. Não nos referimos às religiões, os
e muito mais. valores espirituais se encontram em todas elas mas também além delas, nas pessoas que desenvolvem
uma forma ética de ver a vida e os outros. Os valores espirituais podem ser traduzidos em igualdade, fra-
ternidade, liberdade e reconhecimento da alteridade entre todos os homens. Um modo mais espiritual de
ATENÇÃO! existência resultará em transformação de valores, sejam eles culturais, étnicos, geográficos, filosóficos,
artísticos, científicos e também religiosos, resgatando a humanidade como unidade em nível planetário.
A educação é muito mais que a simples transferência de conteúdos de disciplinas ou que os processos
VESTIBULAR – 2008 mecânicos de reprodução do conhecimento. Na educação, o emissor e o receptor devem ser compreen-
didos como horizontes que se fundem para realizar uma percepção renovada da existência. A educação
INÍCIO DAS AULAS está afeta aos estados espirituais, à própria compreensão de si-mesmo. Cabe a cada um o esforço con-
INSCRIÇÕES: 05 de novembro de 2007 a 20 de dezembro de 2007
10 de março de 2008 tínuo de reeducar-se constantemente, buscando valores que possibilitem a evolução constante. Nesse
07 de janeiro de 2008 a 20 de fevereiro de 2008 novo cenário, as disciplinas do conhecimento tradicional deixarão de ser uma forma de aprisionamento
PROVAS: 23 de fevereiro de 2008 e
MAIORES INFORMAÇÕES da mente para se tornarem os apoios necessários do caminho para a realização humana.
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JornalBrasileirodaUmbanda setembro/outubro 2007 -
EDUCAÇÃO
Um meio para o
desenvolvimento do ser O papel da Umbanda
E timologicamente, Educação vem
da raiz educere que podemos in-
terpretar de forma aproximada como
se trata aqui de alguma forma de ina-
tismo, ou aquilo que se costuma cha-
mar “vocação”...
na educação Ambiental
“extrair de dentro”. Não parece es- A Umbanda atua de maneira a res- por Viviane Japiassú Viana adaptadas às situações vividas nas atividades relacionadas
tranho que nos dias atuais o que mais gatar a forma original do que seria a Conselheira do CONUB/RJ aos rituais e oferendas de umbanda.
se tem feito com nossos filhos é jus- Educação. Vejamos: Para que exista De acordo com a UNESCO podem ser utilizadas diversas
A
tamente o contrário quando falamos uma perfeita simbiose entre o mé- preocupação com o direito de todos a um meio am- estratégias dependendo da ocasião e do objetivo. Algumas
em educá-los? ou seja, procuramos dium e o mentor, é fundamental que o biente saudável é expressa na Constituição Federal que delas podem ser adaptadas para aplicação nos terreiros,
“empurrar para dentro” deles uma médium realize um mergulho em suas
determina em seu artigo 225 que “Todos têm direito ao meio como debates, mutirões de idéias, questionários, reflexões e
série de valores morais questionáveis, bases conscienciais e conheça seus
de acordo com os nossos interesses valores e princípios em nível mental,
ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum exploração do ambiente local.
pessoais ou de interesse de nossa so- astral e físico para que no contato do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se O MIR (Movimento Inter Religioso do estado do Rio de
ciedade opressora? É como se nossos com o plano espiritual possa iden- ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e Janeiro) através de Maria das Graças de Oliveira Nascimen-
filhos fossem um grande recipiente tificar o que “é seu” e o que “não é preservá-lo para as presentes e futuras gerações”. to em parceria com Flávia Pinto (Centro Espírita Casa do
vazio que precisa ser preenchido com seu”. Esse contexto, resume de forma Ainda neste artigo, no Parágrafo I, inciso VI, a CF deter- Perdão), Pedro Miranda (UEUB) dentre outros parceiros,
uma infinidade de informações, sem vivencial o que seria um processo de mina que “Incube ao Poder Público promover a educação vem promovendo ações neste sentindo. Em abril, foi reali-
ao menos nos preocuparmos se essas auto educação uma vez que procura ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização zada uma reunião na sede da prefeitura do Rio de Janeiro
informações são conflitantes entre si reconhecer e extrair o que existe den- pública para a preservação do Meio Ambiente”. com a participação do governo do estado, com representan-
ou se são de caráter restrito no tempo tro de si para interpretar e vivenciar Desta forma, a Constituição Federal deixa claro que tes do Instituto Estadual de Florestas - IEF, do responsável
e no espaço. no dia a dia de atividades no Terrei- assim como temos o direito resguardado por lei, temos por um Parque Estadual e de Lara Moutinho, Superintende
Ajustando nosso foco, percebemos ro. As vezes entendemos isso apenas
também deveres para tornar possível a manutenção destes de Educação Ambiental do Estado do Rio de Janeiro
que assim também fomos “educados” como experiência de vida...
e assim estamos reproduzindo esse Dentro de um outro aspecto, ve-
direitos. Nesta reunião foi discutido o direito e a dependência da
modo emprestado de perceber a rea- mos também que a Umbanda foca seu A Lei Federal nº 9.795, de 27 de abril de 1999, institui a utilização dos recursos naturais pelas religiões e grupos que
lidade. Podemos entender um pouco trabalho na questão do “ser” que exis- Política Nacional de Educação Ambiental e determina que cultuam a natureza.
melhor agora o motivo da insatisfa- te e que sofre de alguma forma. Não cada estado deve elaborar sua Política Estadual de Educa- Foi apresentado o Questionário elaborado em plenárias
ção de muitas pessoas, afinal acaba- faz diferença para ela outros valores ção Ambiental. do MIR para que os responsáveis pelos terreiros devolvam
mos nos tornando algo que desconhe- agregados como cultura, raça, credo e De acordo com esta Lei, incumbe “à sociedade como um preenchidos permitindo, através de análise das respostas,
ce ou negligencia algo maior e mais outros. Para que possamos reconhecer todo, manter atenção permanente à formação de valores, conhecimento mais efetivo das necessidades dos terreiros,
profundo, aquilo que está dentro de o real valor do ser que sofre, precisa- atitudes e habilidades que propiciem a atuação individual e assim como dos resíduos gerados por eles.
nós e ficou encoberto pelo que veio mos ver em nós mesmo e identificar coletiva voltada para a prevenção, a identificação e a solu- Com base nos dados obtidos, serão elaboradas e propos-
de fora para dentro. em nós mesmos o que nos gera o so- ção de problemas ambientais.” tas estratégias de abordagem que possam orientar e auxiliar
Existe em nós uma essência espi- frimento e o que pode levar ao outro
A educação ambiental pode ser formal, realizada nas ins- o povo do santo na realização de suas atividades ritualísticas
ritual ancestral que sabe o que preci- ao sofrimento. Isso ninguém nos ajuda
samos para sermos melhores e mais a identificar... simplesmente sabemos
tituições de ensino, ou não-formal, fora da escola utilizando e de oferendas, para que possam atuar de forma a preservar
felizes, esses valores estão baseados pois é algo que já está dentro de nós. diversos métodos direcionados para determinado público e respeitar o meio ambiente e as Leis referentes a ele.
em princípios éticos não restritos ao Por isso num Terreiro de Umbanda o alvo. O preenchimento do questionário, pelos responsáveis pe-
tempo e ao espaço e que têm como que vale não é o número de diplomas De acordo com o art. 13 desta Lei, “entendem-se por edu- los terreiros em todo o Brasil é fundamental. Quem estiver
base o bem, o bom e o justo, seja nos ou a quantidade de informações que cação ambiental não-formal as ações e práticas educativas interessado em participar das ações que vêm sendo reali-
aspectos individuais ou coletivos. se armazena, mas sim a capacidade de voltadas à sensibilização da coletividade sobre as questões zadas no Rio de Janeiro ou mesmo em conhecê-las mais
Essa essência espiritual entende os tirar o melhor de si mesmo para seu ambientais e à sua organização e participação na defesa da profundamente para promovê-las nas regiões onde estão
ciclos do ir e vir ao mundo da matéria crescimento como pessoa e ao mesmo qualidade do meio ambiente.” alocados pode entrar em contato com Maria das Graças do
e sabe definitivamente o que é eterno tempo auxiliar o outro a passar pelo Neste contexto entra a umbanda, que com sua função MIR ou entrar em contato com o CONUB-RJ.
e o que é impermanente, não se ape- mesmo processo de descoberta. E isso social e sua dependência direta dos recursos naturais para Outra iniciativa no sentido da utilização de espaços am-
gando a esse último por entender que não é só na teoria, mas principalmen-
a realização de seus rituais, é também responsável pela di- bientais pelos umbandistas foi a de criação do vale dos Ori-
isso gera o sofrimento. te na prática. Se esse processo é mais
Voltando à questão inicial, perce- lento com uns e mais rápido com ou-
fusão da educação ambiental devendo desempenhar o papel xás, espaço que tem recebido milhares de visitantes entre
bemos que a verdadeira Educação tros, o que importa? Se pela processo de Guardiã da Natureza. umbandistas, simpatizantes e curiosos inclusive de outros
deveria ter seu enfoque voltado então de educere podemos nos reconhecer Como então desempenhar este papel? Através da cons- países. Nesse sítio ecológico, exclusivamente destinado às
para permitir à pessoa exteriorizar como seres eternos? cientização do povo de umbanda e do respeito às leis am- práticas ritualísticas de Umbanda, os adeptos realizam suas
os valores e atributos do espírito que bientais. Para tal, é necessário que sejam promovidas ações oferendas de maneira segura e contam com uma equipe de
todos já possuem internamente e que de educação ambiental que para serem efetivas devem ser trabalhadores que mantêm a natureza local
estão ocultos e/ou adormecidos. Não Sérgio ???? / CONUB-MG
O texto abaixo, produzido com o apoio da FTU – Faculdade de Teologia Umbandista, foi distribuído aos parlamentares e autoridades presentes na
Audiência Pública sobre “Mídia e Diversidade Religiosa” na Comissão de Direitos Humanos e Minorias, na Câmara dos Deputados de Brasília em
21/11/2007. Leia na íntegra o que levamos à capital brasileira.
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Considerada como Sociedade de Utilidade Pública pelo Decreto Lei 1599 de 1965.
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2º Domingo do Mês: Gira Mensal em Louvor aos Orixás, Caboclos e Pretos Velhos com Passe e Atendimento a partir das 16:00 hs
6ª feiras: Gira de Exu – 1ª e 3ª de cada mês: Corrente de Desobsessão, Passe e Atendimento, a partir das 19:30 hs. A Web TV Saravá Umbanda é uma iniciativa do NÚCLEO DE ESTUDOS
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JornalBrasileirodaUmbanda setembro/outubro 2007 -
Este seria o ponto de partida para um amplo debate tendo em vista a diversidade religiosa do Brasil
por Fábio Susteras* judaico) e o Pastor Protestante (sacerdote de confis- Umbandista seria a de ter voz e presença ativa para bre o que queremos falar da Umbanda, quem está
são evangélica), as demais religiões (Umbandismo, que a nossa bela religião fizesse parte da disciplina habilitado e que livro será utilizado. Neste sentido,
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“DOUTRINA UMBANDISTA”
OPINIÃO
Marketing e capitalismo ambiental
A mídia anuncia o fim dos tempos dos e comercializados em unidade de - O custo do cultivo do Eucalipto gerados. Vale ressaltar que estas áreas do a “nova floresta” atingir maturi-
com freqüência há tempos, porém massa 103kg (tonelada). é, em média, R$8.500,00/ha, para um reflorestadas, quase em sua totalida- dade, um tempo estimado de 20 anos
neste início de milênio o principal Teoricamente esta ação impres- período de 10 anos, incluindo os cus- de, são compostas por eucalipto (re- aproximadamente, mas não podemos
vetor deste fim anunciado é o aque- siona, pois vislumbra-se alternativas tos de plantio e manutenção de todo florestamentos homogêneos). desconsiderar a demanda de recursos
cimento global, fato este constatado práticas e passíveis de lucro para os esse período; A recuperação de áreas degrada- técnico-econômicos ao longo deste
em nosso cotidiano (alteração no re- produtores/agricultores. Entretanto, - Ausência de critérios técnicos na das com espécies nativas tangencia o período. Por outro lado, as empresas
gime das precipitações, ilhas de calor, aspectos de ordem prática interpõem seleção de locais para implantação de ideal para a questão dos sumidouros vislumbram retorno imediato, não só
estações indefinidas, etc.). Porém, barreiras a tamanha facilidade “co- sumidouros de carbono, para comer- de carbono, pois além do marketing pela comercialização dos créditos,
esta mesma mídia é veículo de algu- mercializada” pelas empresas “am- cialização de créditos em mercado fu- e do capitalismo ambiental é possível mas também com o rótulo de “am-
mas instituições capitalistas, as quais bientalmente corretas”, como por turo, ou seja, uma área com excelente causar impactos positivos no meio bientalmente corretas” o que amplia
apresentam soluções para tal celeuma exemplo: aptidão agrícola para lavouras pode ambiente, tais como: seu mercado consumidor e a mantém
que assola nosso planeta: a neutrali- - Reflorestamentos homogêneos, ser subutilizada para este fim; - Aumento da biodiversidade, fau- isenta do processo de degradação dos
zação das emissões de gases de efeito isto é, compostos por uma só espécie, Atualmente, as empresas que neu- na e flora local; recursos naturais.
estufa, principalmente o dióxido de não apresentam inúmeros benefícios tralizam seus serviços e produtos não - Minimiza os riscos de erosão em O exposto acima não tem o intuito
carbono (CO2) e o metano (CH4), ambientais, principalmente quando as plantam árvores necessariamente, a áreas declivosas; de repreender as instituições capi-
conforme o Protocolo de Kioto, após espécies utilizadas são exóticas (eu- praxe destas é comprar créditos ex- - Em áreas de mananciais propor- talistas que pretendem “preservar”
a Rússia ratificá-lo em 2004. calipto e pinus) e não nativas; cedentes de outras fontes, através de cionam a manutenção qualitativa e o meio ambiente, mas sim elucidar
Tal neutralização é realizada atra- - A quantidade de carbono “seqües- empresas reflorestadoras ou através quantitativa dos recursos hídricos questões de ordem técnica despreza-
vés do “seqüestro” de carbono (CO2 trada” varia de espécie para espécie; de créditos de carbono colocados (recarga do lençol freático, atua como das pela mídia e propor uma reflexão
atmosférico) pelas espécies arbóreas - O custo de manutenção é, apro- à venda. Desta forma, há empresas barreira física da poluição difusa, à sociedade no tocante a um tema em
(leia silvicultura-eucalipto) que com- ximadamente, US$1.200,00/ano/ha, que desenvolvem sua própria área de etc.) evidência atual.
põem reflorestamentos homogêneos. para espécies nativas em refloresta- reflorestamento para neutralizar sua - Recuperação paisagística (aspec-
Estas florestas, comumente denomi- mentos heterogêneos – aqueles que emissão de carbono e outras empresas tos estéticos-visuais) Rodrigo Batalha
nadas sumidouros de carbono, “ge- implicam em maiores benefícios am- que fazem reflorestamento exclusiva- Estes impactos positivos serão pos- Graduando em Teologia
ram” créditos de carbono, mensura- bientais; mente para comercializar os créditos síveis em médio e longo prazo, quan- Umbandista pela FTU – 1° ano
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EXPEDIENTE CONUB: www. conub.org.br - contato redação:jbu@conub.org.br - contato CONUB:dialogo@conub.org.br
Editor-chefe: Roger T. Soares - Conselho Editorial: Fernando Pinto, Caio Quinderé Omae, Silvio Ramos Garcez, Rodrigo Mariano - Colaboradores: João Luiz,
Marizelis, Cássio Lopes Ribeiro, Lucilia Guimarães, Marcus Sodré, Hilario Bispo, Eugênio Paiva, Sergio Eustaquio Sardinha, Sergio Nestrovski, Michel Pires, Etiene
Sales - Jornalista Responsável: Santa Irene Lopes (reg. prof. 4265 DRT/RS) e Patricia Cintra (MTB - 45739/SP - Projeto Gráfico e Diagramação: Marcos
Strey (reg. prof. 4266 DRT/RS) Ilustrações: maStrey - Entidade Consultora: FTU - Faculdade de Teologia Umbandista - Tiragem. 20.000
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