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Ijuí,
2014
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Ijuí,
2014
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Banca Examinadora:
Orientadora
Parecerista
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 5
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 34
5
INTRODUÇÃO
As razões da escolha deste tema foi a minha identificação pelo mesmo e a necessidade
de aprofundamento como futura educadora, por entender que alfabetização e letramento serão
conhecimentos importantes na minha profissão, seja como docente ou gestora de Escola da
Educação Básica. Busquei a partir de então, compreender melhor este processo de ensino com
a ajuda de artigos, autores, os quais me possibilitaram uma maior compreensão à respeito do
assunto, fortalecida também, pela trajetória de uma pesquisa de campo num espaço
alfabetizador.
No segundo capítulo abordo sobre alguns entendimentos quanto aos objetivos das
novas políticas públicas de alfabetização, em especial a implantação do Ensino Fundamental
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de 9 anos, e as implicações das mesmas no processo de alfabetização nos anos iniciais. Além
disso, discorro sobre o PNAIC- Pacto Nacional da Alfabetização na Idade Certa,
considerando que tem orientado a formação continuada dos professores dos anos iniciais,
primeiro a terceiro ano, discutindo a concepção de alfabetização e letramento, bem como,
propondo práticas inovadoras para esse processo.
A defesa por uma concepção mais abrangente de alfabetização se justificava, pelo fato
de ter o domínio da leitura e da escrita e permitir a inserção do aprendiz no mundo da
informação, o acesso aos conhecimentos históricos e socialmente produzidos e à possibilidade
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Soares (1985, p 21), citada por Krammer (1986, p.17), igualmente apontava um
conceito de alfabetização o qual teria que ser:
Estaria Magda Soares já se referindo ao letramento? Outros autores poderiam ser aqui
citados, mas o que queremos salientar que neste contexto, a alfabetização é entendida como o
processo de inserção da criança ao mundo cultural, ao conhecimento social diante de uma
perspectiva de ensino que possa possibilitar a esta criança, o entendimento, o domínio e o uso
da leitura e escrita no mundo ao qual se insere. E, que nesta nova perspectiva, implica
mudança no que se refere ao ensino da leitura e da escrita.
A criança para se alfabetizar terá que interagir com outras pessoas, ter contato com
muitos textos de diferentes gêneros disponíveis na sociedade e, principalmente, produzir seus
próprios textos. Na medida em que a alfabetização recebe novos entendimentos e novas
dimensões, principalmente quando é compreendida como um conhecimento importante para a
sociedade e, também para a inserção da criança nesta sociedade, vai exigindo uma escola mais
comprometida com este entendimento, o que implica em práticas adequadas e de profissionais
preparados/engajados para dar conta desta aprendizagem.
[...] implica habilidades várias, tais como: capacidade de ler ou escrever para
atingir diferentes objetivos para informar ou informar-se, para interagir com
os outros, para imergir no imaginário, no estético, para ampliar
conhecimentos, para seduzir ou induzir, para divertir-se, para orientar-se,
para apoio á memória, para catarse...: habilidades de interpretar e produzir
diferentes tipos e gêneros de textos, habilidades de orientar-se pelos
protocolos de leitura que marcam o texto ou de lançar mão desses
protocolos, ao escrever: atitudes de inserção efetiva no mundo da escrita,
tendo interesse e informações e conhecimentos, escrevendo ou lendo de
forma diferenciada, segundo as circunstancias, os objetivos, o interlocutor
[...]. (SOARES, 2001, p. 92)
Nos dias de hoje, nos perguntamos muito, qual a educação, aprendizagem que
devemos trabalhar para o desenvolvimento da criança? Como devemos alfabetizar? São
perguntas que o profissional junto com a escola, precisa responder e materializar estas
respostas na construção de um currículo pautado nestes sujeitos, na elaboração de propostas
metodológicas, buscando, questionando, para fluir no processo de ensino-aprendizagem.
Ensinar a ler e escrever não significa fornecer uma técnica, mas um modo
cultural de se comportar. Sabe ler a pessoa que gosta de ler, não a pessoa que
ler corretamente em um exame. Sabe ler a pessoa que linguagem escrita de
modo correto, não o que, quando vai prestar o serviço militar, sabe escrever
diante do oficial: “Sou um cidadão italiano”, como se fazia na Itália para
demonstrar que se estava alfabetizado (Francesco Tonucci, 1985)
esta aprendizagem não lhes dava condições de inserir-se de forma efetiva na sociedade. Surge
o letramento para dar continuidade ao processo que a criança já vinha construindo antes do
ingresso da escola, pois vivia numa sociedade letrada e já interagia com várias linguagens
disponíveis na sociedade e, também por conviver e interagir com pessoas que já lidavam com
estas linguagens e suprir as faltas ou lacunas do processo de alfabetização.
letramento é o estado ou condição de quem não apenas sabe ler e escrever, mas cultiva e
exerce as práticas sociais que usam a escrita.
Embora o debate sobre o letramento esteja avançando, ainda há autores que defendem
que esta preocupação com o letramento é de certo modo exagerada. Assim Demo (2007, p.
29), rebate este posicionamento reforçando o conceito de alfabetização de Paulo Freire e
afirma que este movimento de continuidade e processo que os defensores do letramento
fazem, também ocorre na alfabetização:
Tomamos apenas dois autores para analisar a complexidade deste processo e defender
que, nós professores e professoras, precisamos compreender estes debates e tomar decisões....
Hoje no Brasil se busca muito nas escolas reduzir os índices de reprovações do que os
do analfabetismo e isso mascara a realidade. A sociedade precisa dar mais atenção à formação
de cidadãos que saibam ler e escrever de tal maneira que possam apropriar-se destas práticas
sociais no seu cotidiano. É neste sentido que letramento se torna importante no processo de
aprendizagem, não apenas na leitura e da escrita, mas também nas áreas do conhecimento que
compõem o currículo escolar.
Por outro lado, havia outros educadores também de renome que defenderam e
apoiaram a implantação, considerando EF9, mais que uma determinação legal, mas como a
efetivação de um direito, especialmente aquelas crianças que não tiveram acesso as
instituições educacionais. Junto à defesa, no entanto, também argumentavam da necessidade
de um trabalho de qualidade no interior da escola, propiciando a aprendizagem, havendo
respeito na especificidade da infância em todos seus aspectos, exigindo também dos órgãos da
escola a manutenção da estrutura física, pedagógica e financeira. Afirmavam que esta seria a
oportunidade de ressignificar o currículo e os espaços/tempos pedagógicos, como por
exemplo, trazer uma aproximação entre a Educação infantil e os Anos Iniciais, sugerindo
inclusive que para a reestruturação curricular dos Anos Iniciais considerassem elementos das
Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Infantil, principalmente no que se refere ao
entendimento da criança e suas necessidades, assim como suas possibilidades e metodologias.
Nos documentos referentes ao EF9 elaborado pelo MEC está explicitado que o
ingresso dessas crianças no Ensino Fundamental não pode constituir-se numa medida
meramente administrativa. Precisa-se de muita atenção no decorrer do processo de
desenvolvimento e aprendizagem, possibilitando conhecimento e respeito as suas
características etárias, sociais, psicológicas e cognitivas.
É importante ressaltar que a entrada da criança com seis anos no ensino fundamental
implica numa busca mais avançada na aprendizagem, onde professores junto da escola
necessitam percorrer barreiras, caminhos positivos a serem alcançados na área da
alfabetização, principalmente o fato de que a alfabetização do aluno deverá acontecer nos três
primeiros anos do ensino fundamental. “A avaliação, constituída como um momento
necessário de construção de conhecimentos, assumirá forma processual, gradual, cumulativa
e diagnóstica, sendo redimensionadora da ação pedagógica” (BRASIL, 2008). No entanto,
conversando com professores e observando o processo de alfabetização em algumas escolas,
observa-se um trabalho ainda bastante fragmentado e descontinuado, um descontentamento
quanto ao processo de implantação, principalmente pelo fato de vir “de cima para baixo, sem
a participação dos professores nos debates”. Gestores denunciam a falta de infraestrutura. O
fato é que neste ano de 2014, a maioria das escolas já concluíram um ciclo de formação e
poucos falam dos impactos sobre a aprendizagem das crianças, pois, como escreve Schneider
e Durli, 2009, p. 200):
interesses, a melhoria da aprendizagem das crianças por várias razões, a realidade escolar
ainda está muito distante daquilo que está proposto, entre as causas que poderíamos apontar
foi a forma de sua implantação, principalmente pela falta de sensibilização e mobilização dos
professores. Atualmente o Governo vem fazendo grandes investimentos na formação
continuada dos professores, entre estes destacamos o Pacto Nacional de Alfabetização na
Idade Certa – PNAIC, o qual poderá contribuir para que todas as crianças brasileiras não só
antecipem seu ingresso ao ensino fundamental, mas que este tempo realmente traga resultados
mais positivos.
Cabe ressaltar que muitas crianças chegam á escola tendo pouca informação da escrita,
mas isso não significa que as mesmas não estão familiarizadas aos métodos de ensino-
aprendizagem. O professor em casos assim, necessita investigar e partir para uma busca de
caminhos que possibilitem o ensino desejado da criança identificando o seu aprendizado, a
sua cultura de vida, para que possa a partir de então desconstruir barreiras e construir
caminhos nesta busca de um ensino de qualidade, apresentando avanços por parte das
crianças, e também a garantia da escola que seus direitos de aprendizagens sejam atendidos.
Sabemos que a função da escola se amplia à medida que o direito a educação se alarga.
Ao considerarmos a educação como um direito, é preciso pensar na inclusão como princípio
de organização do currículo, considerando a necessidade vinda dos estudantes onde tenham
acesso aos conhecimentos e avanços nas suas aprendizagens.
No entanto, para que as crianças produzam textos com autonomia, é preciso que as
mesmas compreendam o funcionamento do sistema de escrita e atingir o processo alfabético
da escrita não significa que esteja alfabetizado. Diante desta escrita com autonomia, necessita
que as correspondências som-grafia sejam consolidadas, e este processo envolve questões
demasiadas da natureza ortográfica. A criança para atingir a hipótese alfabética, necessita de
domínio diante das correspondências grafofônicas, identificando quais letras representam
determinado fonema.
Soares (2003) coloca que a sala de aula de alfabetização deve ter o duplo objetivo: um
primeiro consiste em ajudar a criança por meio da reflexão “sobre as características dos
diferentes textos que circulam ao seu redor, sobre seus estilos, usos e finalidades” e um
segundo, implica em ajudá-las a se apropriar do sistema de escrita, para que tenha autonomia
para interagir por meio da escrita.
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Dialogando com algumas crianças da turma, perguntei qual das atividades oferecidas
pela professora elas mais gostavam, onde as mesmas responderam ser o momento do cantinho
da leitura com contação de histórias, atividades em folhinhas xerocadas, joguinhos variados,
momentos lúdicos. Pude observar como as crianças se identificam e se preocupam em querer
aprender, buscando sempre questionar diante da professora o que sabem ou ainda não
conseguiram compreender. A alfabetizadora é bastante tranquila, tendo todo um cuidado
especial no ensinar, e sabendo identificar as crianças que apresentam um processo mais
rápido, assim como os mais lentos.
suas aulas? O que considera ser uma criança alfabetizada? O que faz quando isso não ocorre?
Que sugestões me daria se eu precisasse iniciar este processo de alfabetização?
Seguindo com as respostas dadas pela alfabetizadora, a mesma relatou que cabe ao
professor oferecer a todos os alunos que tiveram ou não o primeiro acesso escolar, que é a
Educação Infantil, as mesmas oportunidades de aprendizagem. Disse ainda que tem como
ponto de partida o contato com a leitura e a escrita para tornar o ambiente alfabetizador, sendo
que a sala de aula deve ser o espaço onde se sintam bem, que tenham materiais concretos para
que toquem e sintam, com ilustrações visíveis expostas pela sala, onde possam identificar e
reconhecer o processo de alfabetização. A criança deve ser constantemente motivada a ler, e
para que ela não perca esse interesse, é preciso variar as estratégias, apresentando a leitura das
letras de diferentes formas para que a mesma aprenda e memorize.
Destacou também, que em sua trajetória na experiência ao trabalhar com uma turma de
1º ano, percebeu que o que facilita bastante a aprendizagem foi partir da ideia de que todas as
letras possuem um som, e fazendo o uso do método fônico, vai apresentando cada letra do
alfabeto, dando um significado oportuno que parte da espontaneidade natural dos alunos,
fazendo uso de cartazes, desenhos no quadro, livros de história, recortes coloridos de livros e
revistas, sala de informática e demais atividades oportunas para cada letra trabalhada.
A mesma colocou também em sua fala, que o maior desafio para nós educadores e
formadores de cidadãos é fazer com que nossos alunos adquiram hábitos sólidos de leitura e
raciocínio. Entretanto, a realidade nos mostra alguns pais com interesse de que seu filho
“aprenda”, porém, na maioria das vezes não promovem um tempo para a dedicação e
acompanhamento dos primeiros anos de escolaridade de seu filho, ressaltando dessa forma,
um maior comprometimento por parte dos pais na educação de seus filhos, quesito no qual o
incentivo e a participação dos pais é fundamental. A família assim como a escola deve criar
um ambiente convidativo, para formar hábitos de estudo na criança. A atenção, o carinho e o
interesse fortalecerá a criança na autoestima e consequentemente o rendimento escolar.
Dentre os principais materiais, faz uso do Manual da Consciência Fonêmica, alfabeto móvel,
jogos didáticos, e muitos outros.
Diante das dificuldades que enfrenta, procura perceber os principais sintomas das
crianças, solicita o comparecimento dos pais, sendo que a partir da conversa, das providências
e acompanhamento dos mesmos, vai analisando os resultados em sala de aula. Dependendo do
caso é solicitado o auxílio do apoio pedagógico da escola e realizado novos
encaminhamentos. Segundo a professora, é importante salientar que nesses casos o
profissional também deve ter um olhar diferenciado, e que é possível perceber que cada
indivíduo aprende de forma diferente e única, não sendo possível generalizar os
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ensinamentos, mas sim, é necessário que se faça a tentativa e que seja criado um método
diferente.
Ao questionar alguma sugestão, deixa bem claro que, como professora deve lançar sob
os alunos um olhar especial de observação e atenção e que sempre deve ter consigo a
sensação de que diante de eventuais dificuldades, há sempre algo a ser feito para ajudar esses
alunos a superarem seus obstáculos e possam vir apresentar qualquer diferença de ritmo ou de
comportamento.
Acredito que a professora alfabetizadora deixou bem claro suas ideias, mostrando um
pouco de sua experiência e o que pensa diante deste processo de alfabetização e letramento,
assim como a mudança do Ensino Fundamental de nove anos.
Entretanto, a mesma destacou que em 2005 foi promulgada a primeira lei específica do
Ensino fundamental de nove anos, a lei 11.114/05, que altera o art. 6º da LDB, tornando
obrigatória a matrícula da criança aos seis anos de idade no Ensino fundamental. Enquanto
esta lei modifica a idade de ingresso neste nível de ensino, a lei 11.274/06 trata da duração do
Ensino Fundamental, ampliando-o para nove anos, com matrícula obrigatória aos seis anos.
Diante das determinações legais a escola passou a reorganizar o Ensino Fundamental, não
apenas o primeiro ano, mas toda a estrutura dos nove anos de ensino: planejamento de vagas,
número de salas de aula, adequação dos espaços físicos, recursos humanos, adequação do
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Mais que cumprir uma determinação legal, o Ensino Fundamental de nove anos, onde
a criança ingressa um ano mais cedo, teve-se a preocupação de garantir a aprendizagem da
criança, respeitando a especificidade da infância nos aspectos físico, social, psicológico,
intelectual e cognitivo. No documento Ensino Fundamental de nove anos: orientações para a
inclusão da criança de seis anos de idade, elaborado pelo MEC, afirma-se que:
Porém, ao meu ver como futura pedagoga, acredito que a maioria das escolas públicas
estão realmente preocupadas com este processo de ensino e ampliação dos nove anos, que
através da pesquisa empírica, ampliou a minha compreensão referente a este processo de
ensino na área da alfabetização e letramento, e que tanto a alfabetizadora, quanto a
coordenadora foram claras e objetivas em suas respostas.
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A partir do que foi relatado até o presente momento, creio que o processo de
alfabetização nos anos iniciais busca um comprometimento maior diante da escola e dos
profissionais alfabetizadores.
Alfabetizar uma criança não é nada fácil, precisa-se de todo um método especial, que
contribua o aprendizado de modo gradativo e sólido, sabendo respeitar o processo do mesma
no seu desenvolvimento, integrar a criança de forma que se sinta à vontade, confiante no que
está sendo proposto e desenvolvido.
Diante das ideias destacadas nos capítulos anteriores, percebo que o caminho de um
ensino gratificante vem através dos recursos didáticos ofertados pela instituição e das
formações continuadas para os profissionais de ensino, pois todo o professor precisa se
especializar, buscar cada vez mais conhecimentos, para que a partir de então seu ensino se
torne prazeroso, e proveitoso.
E foi dessa maneira, através das leituras, da pesquisa feita, que pude compreender este
ensino, me identificando mais e sabendo quais os caminhos propostos para se alfabetizar,
como o professor deve dar início, reconhecer o aprendizado do aluno, e ver mais de perto a
forma de como a escola esta buscando melhorias para o ensino dos nove anos.
Para finalizar, venho ainda salientar que a cartilha não traz o ensino desejado, pois
nesta já se encontra o pronto, desconsidera o mais importante princípio das crianças, que
devemos trabalhar a ludicidade, a construção, deixando que a mesma faça grandes
descobertas, usando seu mundo imaginário e identificando de forma prazerosa o mundo da
leitura e escrita. Constatei ainda, através da observação na turma de alfabetização, que a
professora considera todos estes fatores, fazendo e construindo o melhor com seus alunos
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Tendo que concordar com Soares (1985, p. 21), quando ela destaca a necessidade de
uma teoria que apresente um conceito de alfabetização,
Como argumenta Emília Ferreiro (2011), é a criança que constrói a escrita e que a
escrita, como toda representação, baseia-se em uma construção mental que cria suas próprias
regras, enfatizando a necessidade de conhecimentos para aqueles que pretendem organizar e
sistematizar um trabalho pedagógico que leve em consideração o desenvolvimento cognitivo
do aluno e a língua escrita.
Acredito diante desta ideia, que o profissional por mais conhecimento que possua,
necessite cada vez mais de formações para que possa realizar este processo de alfabetização
de forma cada vez mais prazerosa, gratificante, com metodologias que busquem um ensino e a
construção do saber de forma profunda, pois o alfabetizador, precisa se especializar, tornar a
criança ao mundo da sociedade letrada de uma forma que esta consiga interagir e
compreender o lugar onde está inserido, os caminhos alcançados. Dorneles citando Deleuze:
Perfeito, pois a alfabetização não tem fim, a criança por mais que já domine a leitura e
escrita, sempre estará num processo de buscas, barreiras a serem enfrentadas e alcançadas no
caminho da alfabetização e letramento na sociedade onde está inserida.
Para que o aluno aprenda escrever, precisa primeiro de tudo ser alfabetizado,
entretanto, destaco mais uma vez, que alfabetização e letramento se articulam, pois
necessitamos sim criar o método de alfabetizar letrando, ou letrar alfabetizando, fazendo com
que a criança no momento da leitura, ao começar conhecer, identificar as letras, formando a
palavras, consiga de seu jeito já ir buscando o sentido do método de alfabetização que a
professora está propondo, pois muitas vezes, só o fato de estar vendo as imagens de um livro,
a criança já está criando a sua própria leitura de mundo, sendo alfabetizada, se identificando
em uma cultura letrada em diferentes contextos sociais.
Em síntese afirmo que para alfabetizar letrando, concordando com Durante (2003),
faz-se necessário romper com o modelo de escola: escola não é lugar de fazer cópias e contas,
ler o livro didático e aprender as letras. É necessário que o sujeito aprenda a expor suas
opiniões, ouvir opiniões de outros, a ouvir contos, escrever, mesmo que não seja de modo
convencional, ler mesmo que seja um título de um texto, ler problemas e resolvê-los,
manusear um jornal, ler notícias, comentá-las... Aprender a ler e escrever e junto aprender
coisas novas de um jeito diferente.
Contudo, pensando nas instituições formadoras de profissionais do ensino,
acreditamos que o processo de ensino da alfabetização na busca de alfabetizadores de
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crianças, poderá nos proporcionar uma alfabetização mais desejada, novas perspectivas. A
criança precisa superar o seu desenvolvimento de competências individuais, passando a
compreender e reconhecer que ser alfabetizado é capaz de tornar a leitura e escrita no
cotidiano como um meio de conhecer, interagir na realidade, tornando-se praticamente
defensor deste processo.
Foi a partir das classes dominantes, do século XX a XXI que surgiram escolas
públicas com maior exigência no ser alfabetizado, saber a ler e escrever. Desde o fim do
século XIX se amplia esta busca de aprovação da criança e adolescente a serem alfabetizados,
havendo melhorias no processo de alfabetização.
Porém, a criança aprende mais ainda, adquire o gosto do aprender, quando encontra
adultos que lhe transmitem e lhe mostrem o mundo de uma forma lúdica e desafiadora,
desenvolvendo na mesma várias expectativas de ensino diante de uma leitura e brincadeiras
que possam possibilitar a alfabetização num processo mais degustante, fazendo a criança
imaginar, querer cada vez mais. Feil (2004, p. 44):
É importante que os textos das crianças possam servir de subsidio para novas
descobertas, novas situações de aprendizagens e novas construções. Saber
ler, nesta visão, é ir além da interpretação literal, sabendo relacionar o lido
com experiências vividas, ouvidas, presenciadas e/ou ainda, com outras
leituras. Saber ler é saber recriar o lido em outras atividades, sejam de escrita
(é registro, é memória), de jogo lúdico e cênico, de artes plásticas, de fixão
de letras, sílabas, ortografia, etc..
Entretanto, para dar fim a esta reflexão, acredito que quando nos referimos a “textos”,
podemos até nos questionar a uma palavra, pois através de palavras diferentes, a criança
poderá descrever e criar várias ideias, identificando enunciados e compreendendo do seu jeito
o que está querendo descrever. Porém, a presença de um adulto em sua fase de aprendizado é
essencial, para que possam transmitir à criança um mundo de diferentes formas para seu
processo de alfabetização.
Deixo ainda como sugestão, que todo o profissional de ensino, não pode deixar de se
aperfeiçoar, criar caminhos que possibilitem a riqueza no ensino-aprendizagem. O professor
alfabetizador, precisa acima de tudo ter amor pela profissão, paciência, domínio, pois a
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criança só aprende quando percebe que o profissional está disposto, lhe ensinando
simultaneamente com amor.
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35
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