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As Dimensões Subjetivas No Processo Saúde-Doença
As Dimensões Subjetivas No Processo Saúde-Doença
Material Teórico
As Dimensões Subjetivas no Processo Saúde-Doença
Revisão Textual:
Profa. Dra. Selma Aparecida Cesarin
As Dimensões Subjetivas no Processo
Saúde-Doença
• Introdução
• A Doença
• A Saúde
• A Dimensão Social do Processo Saúde-Doença
• A Perspectiva Biopsicossocial e os Aspectos Subjetivos
• Humanização, Cuidado e a Dimensão Subjetiva
OBJETIVO DE APRENDIZADO
· A partir das conceituações trabalhadas nas unidades anteriores, re-
tomando um pouco a saúde e a doença, compreender a perspectiva
Biopsicossocial da saúde e doença. Abordar a dimensão social do
processo saúde-doença. Se aproximar da concepção humanizadora,
sob uma perspectiva que leva em conta a dimensão subjetiva do
processo saúde-doença.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.
Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.
Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como o seu “momento do estudo”.
No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também
encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão,
pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato
com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem.
UNIDADE As Dimensões Subjetivas no Processo Saúde-Doença
Introdução
Ao longo das três primeiras unidades, trabalhamos com conceitos que pudessem
dar uma dimensão ampla do que seja a saúde, bem como da área da qual estamos
tratando nessa nossa disciplina. Em todo momento, a busca foi de integrar as
diferentes esferas da vida humana para compreendermos o escopo da saúde, em
suas múltiplas dimensões, e a partir de quais abordagens e metodologias a ciência
trabalha sobre ela.
A Doença
Quando vivenciamos a condição da doença, ou nos deparamos com um ente
querido ou paciente em estado de enfermidade, o que nos alerta à sua situação
não é seu estado clínico, seus exames; ao menos não imediatamente. A vivência
da doença está vinculada diretamente às sensações e sentimentos causados àquela
pessoa, como o mal-estar, a tristeza, a fraqueza física, a impotência diante do limite
do próprio corpo.
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Poderíamos citar exemplos longamente. Para Brêtas e Gamba (2006), é a
expressão de sentimentos e valores que nos permitem a mediação com a doença
do outro, é através disso que a doença se expressa. A mesma doença acomete de
formas muito distintas pessoas diferentes, que lidam com a doença e sentem os
seus sintomas a partir de suas particularidades fisiológicas e subjetivas.
“O conhecimento clínico pretende balizar a aplicação apropriada do
conhecimento e da tecnologia, o que implica que seja formulado nesses
termos. No entanto, do ponto de vista do bem-estar individual e do
desempenho social, a percepção individual sobre a saúde é que conta
(EVANS; STODDART, 1990).” (OLIVEIRA; EGRY, 2000)
A Saúde
Diferentemente da doença, a saúde passa despercebida. É aquela velha história
de que percebemos o quanto estávamos bem quando ficamos tristes, ou adoecemos.
Enquanto estamos bem, a vida corre normalmente e nós não vertemos atenção a
isso, simplesmente vivemos. A atenção à saúde, se não é minuciosa e permanente,
perde de vista os pequenos sinais dados de incômodo do corpo, de que exageramos,
de que estamos indo além de nossos limites, ou ainda de que é hora de dar uma
pausa. Comumente, é na hora da doença em que a saúde vira pauta.
“A saúde é silenciosa. (...) É uma experiência de vida, vivenciada no âmago
do corpo individual. Ouvir o próprio corpo é uma boa estratégia para
assegurar a saúde com qualidade, pois não existe um limite preciso entre
a saúde e a doença, mas uma relação de reciprocidade entre ambas; entre
a normalidade e a patologia, na qual os mesmos fatores que permitem ao
homem viver (alimento, água, ar, clima, habitação, trabalho, tecnologia,
relações familiares e sociais) podem causar doenças. Essa relação é
demarcada pela forma de vida dos seres humanos, pelos determinantes
biológicos, psicológicos e sociais.” (VIANNA, s/d, p.77)
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UNIDADE As Dimensões Subjetivas no Processo Saúde-Doença
A saúde, desse modo, se apresenta como algo que o ser humano consome,
de certa forma administra – sem o controle total dela, obviamente, sendo que a
reversibilidade dos processos não é possível. Ainda que com resultantes de cura,
o corpo vai se transformando ao longo dos processos de saúde de doença, se
tornando sempre diferente daquele que era antes. (BRÊTAS e GAMBA, 2006)
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Não temos exata clareza de como os processos sociais se transformam
em biológicos, ou o inverso, mas esta relação sem dúvida abre caminhos para
investigação. Podemos levar em conta a complexidade da relação entre saúde e
doenças e os processos de contradição social, compreendendo aspectos como a
vulnerabilidade, interação entre os grupos/indivíduos e seus meios histórico, de
ambiência, social, cultural.
“Desse modo, podemos aprofundar a compreensão de que qualquer
evento ou processo social, para representar uma fonte potencial de
risco para a saúde, necessita estar em ressonância com a estrutura
epidemiológica dos coletivos humanos. Não se trata exclusivamente
da ação externa de um elemento ambiental agressivo, nem da reação
internalizada de um hóspede susceptível, mas sim de um sistema
complexo (totalizado, interativo, processual) de efeitos patológicos.
E no arcabouço da proposta de influência dos determinantes sociais
na situação de saúde de indivíduos e populações está a necessidade
do combate às iniquidades em saúde por eles geradas”. (BARBOSA e
COSTA, 2013)
Iniquidade – Aquilo que é iníquo, contrário à equidade. A equidade define aquilo que
Explor
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UNIDADE As Dimensões Subjetivas no Processo Saúde-Doença
A Perspectiva Biopsicossocial
e os Aspectos Subjetivos
A perspectiva Biopsicossocial, ou da Produção Social de saúde, é fruto de uma
reforma sanitária no Brasil. Esta vertente abre diálogo entre o campo da saúde e a
subjetividade, sob a ótica da psicologia histórico-cultural.
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Trocando ideias...Importante!
Na verdade, esta hierarquização antecede a criação do SUS, sendo implantada pelo Con-
selho Consultivo da Administração de Saúde Previdenciária (Conasp) em 1982. O nível
primário de atenção, ou atenção básica, seria a porta de entrada ao sistema, responsável
pela prevenção e os cuidados básicos em saúde; o nível secundário de atenção consiste
na assistência especializada, nos ambulatórios de especialidades; e finalmente, o nível
terciário que responde pelas ações mais complexas na rede hospitalar.
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UNIDADE As Dimensões Subjetivas no Processo Saúde-Doença
Humanização, Cuidado e a
Dimensão Subjetiva
A formação dos profissionais que vão atuar em equipe, sob a perspectiva
Biopsicossocial no processo saúde-doença é fundamental, na medida em que
determina que sob tipo de abordagem estes profissionais vão atuar, se conseguirão
integrar-se a outros profissionais e dividir com eles o trabalho de atendimento e
acompanhamento. Para tanto, a estruturação curricular dos cursos de saúde desde
essa perspectiva é fundamental, bem como uma ideia de formação continuada.
(ALMEIDA e FERRAZ apud PEREIRA, 2011)
Existe hoje um projeto para as políticas públicas desde esta perspectiva, chamada
Política Nacional de Humanização (PNH), conhecida também como HumanizaSUS
(BRASIL, 2004). Trata-se de um planejamento para o alcance de maior qualificação dos
profissionais para a atenção aos processos de saúde-doença. Atua a partir de um projeto
de corresponsabilidade, qualificação dos vínculos interprofissionais, e destes na relação
com os usuários para promover saúde (DIMENSTEIN apud PEGORARO, 2011).
Para saber mais, acesse: https://goo.gl/MAbGP9
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ser cuidado como um ser único, que tem uma história, uma visão de
mundo, uma maneira de entender, sentir, se relacionar e se expressar,
inclusive suas dores. Nessa concepção, a rede de interações e significados
a ela atribuídos é constituinte de identidades e construtora de saberes,
sentidos e olhares sobre a saúde e o adoecer. Também nesta concepção, a
subjetividade torna-se alvo de investimento e transformação do cuidado.”
(PEGORARO et al, 2011)
Straus (2014), estudioso com formação em psicologia positiva, aborda sobre o poder
da situação social. Segundo o autor, “para muitos adolescentes (assim com adultos
jovens), os comportamentos de saúde costumam ser reações a situações sociais, em
vez de situações planejadas racionalmente. Eles bebem porque seus amigos bebem,
não porque tenham tomado uma decisão consciente de que gostam de álcool.”
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UNIDADE As Dimensões Subjetivas no Processo Saúde-Doença
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Sites
Physis: Revista de Saúde Coletiva
BUSS, PM; PELLEGRINI FILHO, A. A saúde e seus determinantes sociais. Physis
[periódico na internet] 2007
Disponível em: https://goo.gl/WeSEuS
Livros
Determinação social da saúde
BARBOSA, IR.; COSTA, IC. Determinação social da saúde. In: Proposição para o
Debate. 1º Simpósio de Políticas e Saúde do Cebes; Niterói: 2009.
La salud-enfermedad como proceso social
LAURELL, AC. La salud-enfermedad como proceso social. Revista Latinoamericana
de Salud. 1982; 2:7-25.
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Referências
AYRES, J.R.C.M. Sujeito, intersubjetividade e práticas em saúde. Ciência e
Saúde Coletiva, v. 6, n. 1, p. 63-72, 2001.
EVANS, R.G.; STODDART G.L. Producing health, consuming health care. In:
Evans R.G., Barer M.L., Marmor, T. R., editors. Why are people healthy and
others not: the determinants of health of populations. p. 41-64. New York:
Walter de Gruyter, 1994.
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