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QUESTÕES GERAIS DE LITERATURA MUITO BOM

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02. Leia o poema. UNESP 2011


De linho e rosas brancas vais vestido,
sonho virgem que cantas no meu peito!...
És do Luar o claro deus eleito,
das estrelas puríssimas nascido.
Por caminho aromal, enflorescido,
alvo, sereno, límpido, direito,
segues radiante, no esplendor perfeito,
no perfeito esplendor indefinido...
As aves sonorizam-te o caminho...
E as vestes frescas, do mais puro linho
e as rosas brancas dão-te um ar nevado...
No entanto, ó Sonho branco de quermesse!
Nessa alegria em que tu vais, parece
que vais infantilmente amortalhado!
(Cruz e Sousa. Sonho Branco.)
b) Liste, de um lado, dois substantivos e, de outro, quatro adjetivos, dispersos ao longo do poema para criar sua
atmosfera
luminosa e etérea, ao gosto do movimento literário em que se insere. Identifique os versos que, em certo momento,
criam
uma tensão em relação à trajetória pura e vivificante do poema, introduzindo uma nota sombria em sua atmosfera.

7ª QUESTÃO
Valor total da questão: 07 pontos
“Com o subjetivismo romântico, as suas cogitações morais, a sua religiosidade, ou com a interpretação
do ser individual, cultivamos a visão total da nacionalidade, da nossa paisagem física e social, da nossa
sensibilidade, valores e tradições, das lutas sociais e políticas do momento. E assim, ao mesmo tempo
que se fez acentuadamente nacional, pelos temas e pelo estilo, o Romantismo no Brasil,
progressivamente, também se preocupa com o sentido da sua universalidade.”
(CANDIDO, Antonio; CASTELLO, J. Aderaldo. Presença da literatura brasileira: das origens ao Romantismo.
São Paulo: Difel, 1973.)
Explique como se configura o projeto romântico, correlacionando sua resposta com o contexto cultural
e ideológico do Romantismo no Brasil.

Leia o texto abaixo para em seguida responder à questão proposta:


O romantismo no Brasil encontrou no "mito do bom selvagem" uma maneira de enaltecer a cultura nacional. A
produção com temática indígena ficou conhecida como "indianista".
Como contraposição ao português, nosso conquistador e colonizador, ou mesmo ao europeu, e devidamente
distanciado do negro escravo, também "estrangeiro", o índio tornou-se o símbolo do homem brasileiro, de sua
origem e originalidade, de seu caráter independente, puro (de "bom selvagem"), bravo e honrado.
Ressalve-se, porém, que esse índio é compreendido através da óptica idealizadora do romantismo e está longe
de corresponder a uma aproximação da realidade do índio brasileiro. Simboliza, antes, os ideais de heroísmo e
humanidade das camadas cultas de nossa sociedade imperial.
No Romantismo europeu, esse papel foi exercido pela figura do cavaleiro medieval, personagem histórica da
época de origem e formação das nações européias, que desempenhou o papel de herói em várias obras literárias.
Substancialmente, o Indianismo está presente em nossas obras literárias românticas, enquanto idealização e
valorização do índio, e também enquanto registro ou invenção imaginária de seu modo de vida, costumes e
crenças, bem como de sua linguagem. Na época, tiveram impulso os estudos da língua tupi antiga, cujos vocábulos
foram a partir de então aos poucos integrando a linguagem culta do Português escrito no Brasil.
Os exemplos mais evidentes e significativos desse Indianismo podem ser encontrados na poesia de Gonçalves
Dias e na prosa de José de Alencar.
QUESTÃO 1
A partir das discussões realizadas em sala de aula sobre o poema “I – Juca Pirama” de Gonçalves Dias, explique –
através de um pequeno texto - porque o índio retratado nesta obra pode ser considerado o típico cavaleiro
medieval.
O aluno deverá perceber que I Juca Pirama é o típico cavaleiro medieval por possuir características nobres,
dignas, honradas, por ser capaz de abrir mão da própria dignidade e ser humilhado para voltar e cuidar do
pai. Ele diz a verdade, ele é honrado e seu maior ato de heroísmo consiste no fato de aceitar a humilhação na
frente de toda uma tribo por saber que tem que voltar vivo para cuidar do pai. Ao final do poema ainda
prova sua bravura entregando-se à morte para provar que é digno de morrer.
QUESTÃO 2
Apesar de possuir as características de um herói, por que o velho tupi considera seu filho um covarde? Justifique
sua resposta.
Porque na visão do pai ele foi um covarde por ter chorado na presença da morte e isso, para a cultura
indígena representada pelo pai é um ato de covardia e não de heroísmo.

 Questão 3

Os excertos poéticos subsequentes integram a valiosíssima produção artística de uma figura singular que
tanto representou nossas letras no cenário nacional – Goncalves Dias. Cabe a você analisá-los, levando-se
em consideração as características que demarcaram a primeira fase romântica.

Canção do Exílio

Minha terra tem palmeiras,


Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.

Nosso céu tem mais estrelas,


Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.

I-Juca Pirama

IV

Meu canto de morte,


Guerreiros, ouvi:
Sou filho das selvas,
Nas selvas cresci;
Guerreiros, descendo
Da tribo tupi.

Da tribo pujante,
Que agora anda errante
Por fado inconstante,
Guerreiros, nasci;
Sou bravo, sou forte,
Sou filho do Norte;
Meu canto de morte,
Guerreiros, ouvi

 Resposta Questão 3

Ambas as produções refletem uma ideologia que foi o traço característico da estética em questão – o
desejo revolucionário de criar um identidade genuinamente nacionalista, com vistas a exaltar os elementos,
as raízes de uma Terra até então sob os poderes dos colonizadores, levando em conta suas riquezas
naturais, as quais foram tão exploradas. Há que se mencionar também, principalmente no que se refere ao
segundo exemplo, o índio, personagem nativo, que é visto como alguém forte, guerreiro, ora caracterizado
como o herói nacional. Mediante tal concepção, ressalta-se que Gonçalves Dias foi bastante influenciado
pelas ideias de Rousseau, com o mito do Bom Selvagem.

A partir da leitura dos versos, transcritos abaixo, de LITANIA DOS POBRES, explique a relação de sentido que se
estabelece com a flexão dos termos “cegos” e “aflitos”.
As sombras das sombras mortas,
cegos, a tatear nas portas.
Procurando o céu, aflitos
e varando o céu de gritos.

INSTRUÇÃO: A questão de número 10 toma por base um trecho extraído do romance O Guarani, do escritor
romântico José de Alencar (1829-1877) e o poema Pronominais, do poeta modernista Oswald de Andrade
(1890-1954).
Quem conhece a vegetação de nossa terra desde a parasita mimosa até o cedro gigante; quem no reino
animal desce do tigre e do tapir, símbolos da ferocidade e da força, até o lindo beija-flor e o inseto dourado;
quem olha este céu que passa do mais puro anil aos reflexos bronzeados que anunciam as grandes borrascas;
quem viu, sob a verde pelúcia da relva esmaltada de flores que cobre as nossas várzeas, deslizar mil reptis que
levam a morte num átomo de veneno, compreende o que Álvaro sentiu.
(O Guarani.)
Resolução
Questão 9

Resolução
Questão 8

UNESP – julho/2006 5 ANGLO VESTIBULARES
Pronominais
Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
Da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro
(Poesias reunidas.)
Os dois textos veiculam o sentimento nacionalista, embora sob enfoques distintos, característico de dois movimentos
literários no Brasil, mais ou menos distantes. O primeiro, do século XIX; o segundo, do século XX.
Com base nessas informações e nos dados fornecidos pelos textos,
a) identifique os movimentos literários a que pertenceram um e outro autor;
b) explicite o fator que distingue o sentimento nacionalista num e noutro movimento.
a) José de Alencar foi o maior prosador do movimento Romântico e Oswald de Andrade é um dos expoentes
da fase heróica do Modernismo brasileiro, a geração de 1922.
b) Como foi comum no Romantismo, José de Alencar expressa o sentimento nacionalista ao explorar o naturismo
de forma idealizante e hiperbólica, acentuando os efeitos sensoriais da fauna e da flora: “sob a verde
pelúcia da relva esmaltada de flores que cobre as nossas várzeas, deslizar mil reptis que levam a morte num
átomo de veneno”.
Já o poema de Oswald de Andrade valoriza a linguagem e a sabedoria popular como forma de pesquisa e
aproveitamento das raízes culturais brasileiras. O texto apresenta um traço típico do nacionalismo da
primeira geração modernista: a crítica irônica ao saber acadêmico por meio da transgressão gramatical
(“Me dá um cigarro” em vez de “Dê-me um cigarro”).

Camilo Castelo Branco, em Amor de Perdição, demonstra particular cuidado na construção de um personagem cuja fala
reproduzimos abaixo. No trecho escolhido, o personagem tenta dissuadir Simão Botelho de tentar encontrar-se com a amada.
“Sr. Simão, V. Sª não sabe nada do mundo... Paixões... que as leve o diabo, e mais quem com elas engorda. Por causa de uma
mulher, ainda que ela seja filha do rei, não se há de um homem botar a perder. Mulheres há tantas como a praga, e são como as rãs
do charco, que mergulha uma, e aparecem quatro à tona da água. Um homem rico e fidalgo como V. Sª, onde quer topa uma com um
palmo de cara como se quer e um dote de encher o olho. Deixe-a ir com Deus ou com a breca, que ela, se tiver de ser sua, à mão lhe
há de vir dar, tanto faz andar para trás como para diante: é ditado dos antigos.”

11) Qual é o personagem que se dirige dessa maneira a Simão Botelho e em que eles se diferenciam?

12) “Deixe-a ir com Deus ou com a breca”. A quem se refere o personagem? Ir para onde e por quê?

7. a) É o ferreiro João da Cruz pai de Mariana. Eles se diferenciam pela classe social, pela origem
pois Simão Botelho vem de uma família com nome, é letrado, já a outra personagem faz parte do
povo.
b) A Tereza de Albuquerque
Ir para outro convento, pois, as famílias de Simão e Tereza são rivais, os pais de Tereza queriam
que ela se casasse com o primo, fato que não se deu, e por ela ser “namorada” de Simão, ela
prefere o convento ao casamento. Assim mesmo no convento ela mantém contato com Simão
através de cartas e acontece que descobrem sobre as cartas e que ela iria fugir com Simão, assim
decidem mandá-la para outro convento longe de Simão.

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