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UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE

FACULDADE DE ENGENHARIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA

Curso: Engenharia Química

DISCIPLINA: REACTORES E INSTRUMENTAÇÃO

2º Ano
Ano lectivo: 2018
Semestre: Julho a Novembro

Docentes: Prof. Dra Engª Isabel Guiamba


Eng° Ambrósio Chivambo
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CONTEÚDO
CAPÍTULO I: SISTEMAS DE MEDIÇÃO

CAPÍTULO II: CONCEITOS BASICOS DE CONTROLE


AUTOMATICO
BIBLIOGRAFIA

1. SIGHIERI, L. E NISHINARI, A. – Controlo Automático de


Processos Industriais, Sao Paulo, Brasil, 1973;

2. SOISSON, H. – Instrumentação Industrial: Sistemas e


Técnicas de Medição e Controle Operacional, Brasil;

3. JOHNSON, Curtis D. Controlo de Processos: Tecnologia de


Instrumentação. 3ª edicao. Lisboa: Fundaçao Calouste
Gulbenkian. 1990.
CAPÍTULO I – SISTEMAS DE MEDIÇÃO

I.1 INTRODUÇÃO

CONTEÚDO:

I.1.1 Definição de medição. Objectivos da instrumentação e dos


sistemas de controle
I.1.2 Unidades das grandezas principais e derivadas
I.1.3 Métodos de medição
I.1.4 Medições e erros
I.1.5 Exactidão e precisão das medições
I.1.6 Erro absoluto e erro relativo. Desvio
I.1.7 Cálculos
I.1.1 DEFINIÇÃO DE MEDIÇÃO. OBJECTIVOS DA
INSTRUMENTAÇÃO E DOS SISTEMAS DE CONTROLE

MEDIÇÃO - Acto de avaliar a ordem de magnitude de uma dada grandeza física.


Medir uma grandeza é determinar o número de vezes (n) que essa grandeza contém
uma outra da mesma espécie escolhida para unidade:

G (valor da grandeza a medir )


n
unidade

INTRUMENTAÇÃO - é a ciência da adaptação de dispositivos e técnicas de


medição, indicação, ajuste e controle nos equipamentos e processos de fabricação.

A instrumentação e os sistemas de controle visam:

• A optimização da eficiência dos processos de fabricação;


• A obtenção de um produto de melhor qualidade a um custo mais baixo e em menos
tempo.
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O instrumento ou sistema de instrumentação pode ser:

 Mecânico
 Pneumático
 Hidráulico
 Eléctrico
 Electrónico
• Combinação de quaisquer ou mais formas básicas (ex: electromecânico)

Cada instrumento ou sistema de instrumentação possui 3 dispositivos básicos:


 Detector
 Dispositivo de transferência intermédio (transdutor)
 Dispositivo de saída

Dispositivo
Detector Transdutor
de saída

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A instrumentação é indispensável para:

• Incrementar e controlar a qualidade do produto.

• Aumentar a produção e o rendimento.

• Fornecer dados seguros a respeito da matéria-prima, a quantidade


produzida e dados relativos à economia dos processos.

• A execução de funções de inspecção e ensaios com maior rapidez e


fiabilidade.

• Simplificar projectos de pesquisa, desenvolvimento e sistemas de


obtenção de dados complexos.

• Fornecer dados para os sistemas de protecção dos operários, das


fábricas e processos.
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Classificacao dos Instrumentos
Sob o ponto de vista do operador, os instrumentos podem classificar-se
em:

Segundo a sua localização


a) Instrumentos de painel, localizados na sala de controlo;
b) Instrumentos de campo, localizados na área das unidades operativas.

Segundo a sua função


a) Instrumentos de medição da variável;
b) Instrumentos de controle da variável, segundo informacões
fornecidas pelos instrumentos de medição;
c) Instrumentos de alarme, que alertam o operador sobre condições
anormais das variáveis, dentro das margens de segurança que o processo
e a unidade exigem. 9
Segundo as suas características
a) Instrumentos Indicadores, nos quais a valor da variável é indicado por meio de
um ponteiro em uma escala ou por meio eléctrico ou digital;
b) Instrumentos Registradores, nos quais o valor da variável é registrado por meio
de uma pena;
c) Instrumentos Controladores, que mantém o valor da variável dentro de certos
limites pré-estabelecidos.

Naturalmente, os instrumentos podem desempenhar, simultaneamente, uma ou


mais das funções citadas. Podemos, assim, por exemplo encontrar:
 Simples indicador;
 Simples registrador;
 Simples controlador;
 Indicador-registrador;
 Indicador-controlador;
 Registrador-controlador.

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Significado das letras associadas aos Instrumentos
Letra 1ª Letra 2ª Letra 3ª Letra Exemplos:
Variável medida do função do aparelho Função adicional 1ª Temperatura
processo do aparelho 2ª Registrador
3ª Controlador
A - Alarme Alarme
C Condutibilidade Controlador Controlador T R C
D Densidade - -
E - Elemento (primário) - 1ª Vazão
F Vazão (Flow) - - 2ª Indicador
G - Visor (Glass) -
I - Indicador - F I
L Nível (Flow) - -
M Humidade (Moisture) - - 1ª Pressão
P Pressão - - 2ª Segurança
R - Registrador - 3ª Válvula
S Velocidade (Speed) Segurança Segurança
P S V
T Temperatura - -
V Viscosidade - Válvula
W Peso (Weight) Bainha (Well) - 1ª Nível
2ª Visor

L G
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EXEMPLO TÍPICO DE UMA INSTALAÇÃO QUÍMICA E
CONTROLO DE SISTEMA

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I.1.2 UNIDADES DAS GRANDEZAS PRINCIPAIS E DERIVADAS

Unidades Fundamentais do SI
• Metro (m) unidade de ...
• Quilograma (kg) unidade de ...
• Segundo (s) unidade de ...
• Ampére (A) unidade de ...
• Grau Kélvin (K) unidade de ...
• Mole (mole) unidade de ...
• Candela (cd) unidade de ...

Unidades Complementares
• Radiano (rad) unidade de ...
• Esterradiano (sr) unidade de ...

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Unidades Derivadas

• Área (m2)
• Volume, capacidade (m3)
• Velocidade (m/s)
• Aceleração (m/s2)
• Densidade, peso específico (kg/m3)
• Força (kg.m/s2 = N)
• Pressão, tensão, módulo de elasticidade (N/m2 = Pa)
• Energia, trabalho (N.m = J)
• Potência (J/s = W)
• Viscosidade dinâmica (Pa.s)
• Viscosidade cinemática (m2/s)

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I.1.3 MÉTODOS DE MEDIÇÃO
Uma medição pode ser:

Directa
Compara-se a grandeza a medir com uma unidade da mesma espécie. Usam-se
aparelhos indicadores previamente graduados por comparação com a unidade da
mesma espécie.

Ex: Medir o comprimento de uma mesa (fita métrica)


Medir a temperatura de um corpo (termómetro)

Indirecta
Aplica-se uma fórmula que relacione a grandeza a medir com outras grandezas.

Ex: Medir a velocidade (v = d/t)


Medir a área (a = c.x.l)
Medir o caudal (Q = V/t)

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I.1.4 MEDIÇÕES E ERROS
Os erros, quanto à sua origem podem ser:
• Erros Sistemáticos
• Erros Fortuitos ou Acidentais
• Erros por Negligência

ERROS SISTEMÁTICOS
• Afectam sempre a medida e sempre no mesmo sentido (mesmo sinal) em relação
ao valor da grandeza.
• É possível prevê-los e eliminá-los.

Podem ser originados por:


 Introdução do aparelho de medida.
 Método usado.
 Deficiências nas escalas, má calibração dos aparelhos, etc.
 Deficiências individuais (físicas e psicológicas).

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ERROS FORTUITOS OU ACIDENTAIS
• Surgem sempre e devido a causas desconhecidas;
• Variam em valor e sinal em relação ao valor da grandeza;
• São impossíveis de eliminar;
• Atenuam-se através de muito cuidado e aumentando o número de medições
paralelas para efeito de tratamento estatístico.

ERROS POR NEGLIGÊNCIA


• São erros grosseiros que alteram consideravelmente os resultados;
• Os resultados que venham afectados por erros de negligência não devem ser
considerados

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I.1.5 EXACTIDÃO E PRECISÃO DAS MEDIÇÕES
EXACTIDÃO - Proximidade entre os valores medidos e o valor verdadeiro ou
real (VV). É afectada pelos erros sistemáticos.

PRECISÃO - Proximidade entre as várias medições entre si. É afectada pelos


erros acidentais.

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I.1.5 EXACTIDÃO E PRECISÃO DAS MEDIÇÕES
EXACTIDÃO - Proximidade entre os valores medidos e o valor verdadeiro ou
real (VV). É afectada pelos erros sistemáticos.

PRECISÃO - Proximidade entre as várias medições entre si. É afectada pelos


erros acidentais.

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I.1.6 ERRO ABSOLUTO E ERRO RELATIVO. DESVIOS.
ERRO ABSOLUTO (abs) - Módulo da diferença entre o valor medido (x) e o
valor verdadeiro (VV).
abs = ǀx - VVǀ

ERRO RELATIVO (r) - Quociente entre o erro absoluto e o valor


verdadeiro. Exprime-se normalmente em percentagem.  abs
r  .100
VV
Quando não se conhece o valor verdadeiro que se está a calcular, substitui-se pelo
seu valor mais provável (M).

VALOR MAIS PROVÁVEL (M) - Média aritmética dos resultados das



determinações efectuadas.
x i
M 
onde: xi - resultado de uma determinação i n
n – número de determinações
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DESVIOS (d)- Diferença entre o valor medido (xi) e o valor mais provável (M).
di = xi - M

DESVIO MÉDIO (dm) E DESVIO MEDIO QUADRÁTICO ()

dm 
 di  
 di
2

n n 1

• Servem para avaliar a precisão das determinações;


• Quanto menor fôr o valor, mais precisas foram as medições feitas e menos o
resultado é afectado pelos erros acidentais.

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I.1.7 CÁLCULOS
INFLUÊNCIA DOS ERROS NA APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS (R)

Regras:
Se: O erro relativo do resultado R será:
R=a.x.y R = x + y
R = a . (x : y) R = x - y
R = a . (x ± y) R = a ( x x ± y y)
R R
R = a . xn . ym R = n.x + m.y

Onde: R- resultado do cálculo


R – Erro relativo do resultado (em %)
x e y – erros relativos das medições das grandezas x e y
a – factor sem erro

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CÁLCULOS EXACTOS
ALGARISMOS SIGNIFICATIVOS - Todos os algarismos desse número, excepto os
zeros da esquerda e os da direita (estes apenas no caso de representarem algarismos de
origem desconhecida ou surgidos após arredondamento). O último algarismo significativo
é duvidoso.
Ex:
0,0035 4 casas decimais
2 algarismos significativos
7,2500 4 casas decimais
3 ou 5 algarismos significativos

O resultado deve ter um número de algarismos significativos tal que só o último dele
seja duvidoso.

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ADIÇÕES E SUBTRACÇÕES - Considera-se menos precisa a parcela que tenha
menos casas decimais. O resultado deve ser arredondado de forma a conter o mesmo
número de casas decimais que a parcela com menos casas decimais.

Ex: x = 5,27 + 0,08 + 3,7 + 2,12


x = 11,17 este resultado deve ser arredondado para ter 1 c.d.
x = 11,2

MULTIPLICAÇÕES E DIVISÕES - O número menos preciso é o que tem menos


algarismos significativos. O resultado terá o mesmo número de algarismos
significativos que o factor com menor número de algarismos significativos.
0,1290 x 35,45 x 100
Ex: x = 143,3 x 0,0536

x = 59,54% este resultado deve ser arredondado para conter 3 a.s.


x = 59,5

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