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AULA 02 – PARTE I
ARTE COLONIALISTA
DO QUINHENTISMO E AO ROMANTISMO
A
Olá, galera! Na parte I, da aula 02, vamos falar sobre o período que vai do
Quinhentismo ao Barroco! É a arte que corresponde ao período colonial do
Brasil!! Espero que gostem!
SUMÁRIO
QUINHENTISMO....................................................................................02
LITERATURA INFORMATIVA....................................................................03
LITERATURA JESUÍTICA.........................................................................07
BARROCO.............................................................................................11
ARCADISMO.........................................................................................30
HORA DE PRATICAR...............................................................................41
LISTA DE QUESTÕES QUE FORAM COMENTADAS NESTA AULA....................64
GABARITO............................................................................................82
O MEU ATÉ BREVE.................................................................................82
“Ah o amor... que nasce não sei onde, vem não sei como, e dói não sei porquê”.
Luís de Camões
QUINHENTISMO
LITERATURA INFORMATIVA
oitavas de Páscoa: semana que vai desde o domingo de Páscoa até o domingo seguinte.
horas de véspera: final da tarde.
chã: plana.
cousa: coisa.
vergonhas: órgãos sexais.
çarradinhas: alguns historiadores consideram "saradinhas", isto é, sem doenças, e outros
consideram "cerradinhas", isto é, densas.
tinta: tingida.
alcatifa: tapete, que cobre ou se estende.
Entre-Douro-e-Minho: antiga província de Portugal.
A carta escrita por Pero Vaz de Caminha, que é hoje a mais famosa do
período, não foi publicada logo que chegou às mãos do rei de Portugal. Por
conter grande valor e detalhar a riqueza do Brasil, o monarca escondeu o
documento que só veia a público em 1817, quase três séculos depois!!!
LITERATURA JESUÍTICA
A Santa Inês
Porque vossa vinda
De Jesus querida,
Vossa santa vida Já ninguém pereça;
Vinde mui depressa
Fugirá depressa,
Pois vossa cabeça já vos fez Rainha.
Também padeirinha
¹folga: se alegra
²lume: luz
Eckhout
A feição deles é serem pardos, maneira d’avermelhados, de bons rostos e
bons narizes, bem feitos.
Andam nus, sem nenhuma cobertura, nem estimam nenhuma cousa
cobrir, nem mostrar suas vergonhas. E estão acerca disso com tanta inocência
como têm em mostrar o rosto.
(CAMINHA, P. V. A carta. www.dominiopublico.gov.br.)
BARROCO
Contexto Histórico
razão, e o desejo de exprimir esses estados de alma vai se realizar por meio
de antíteses, paradoxos e interrogações. Essa oscilação que leva o homem do
céu ao inferno, que mostra sua dimensão carnal e espiritual, é uma das
principais características da literatura barroca. Os escritores barrocos abusam
do jogo de palavras (cultismo) e do jogo de ideias ou conceitos (conceptismo).
Cultismo e conceptismo
Arte Barroca
Basílica de Nossa Senhora do Carmo em Recife (PE), uma das glórias do barroco brasileiro.
Afresco da Igreja de São Francisco de Assis, em Ouro Preto (MG), por Manuel da Costa
Athayde
Aleijadinho
Barroco no Brasil
público leitor para as obras literárias, o que só viria a ocorrer no século XIX.
Por esse motivo, fala-se apenas em autores brasileiros com características
barrocas, influenciados por fontes estrangeiras (portuguesa e espanhola), mas
que não chegaram a constituir um movimento propriamente dito. Nesse
contexto, merecem destaque a poesia de Gregório de Matos Guerra e a prosa
do padre Antônio Vieira representada pelos seus sermões.
Autores
O poeta religioso
O poeta satírico
Triste Bahia
Triste Bahia!
ó quão dessemelhante
Estás e estou do nosso antigo estado!
Pobre te vejo a ti, tu a mi abundante.
O poeta lírico
À mesma d. Ângela
Os sermões
Ecce exiit qui seminat, seminare. Diz Cristo que "saiu o pregador
evangélico a semear" a palavra divina. Bem parece este texto dos livros de
Deus ão só faz menção do semear, mas também faz caso do sair: Exiit, porque
no dia da messe hão-nos de medir a semeadura e hão-nos de contar os
passos. (...) Entre os semeadores do Evangelho há uns que saem a semear, há
outros que semeiam sem sair. Os que saem a semear são os que vão pregar à
Índia, à China, ao Japão; os que semeiam sem sair, são os que se contentam
com pregar na Pátria. Todos terão sua razão, mas tudo tem sua conta. Aos que
têm a seara em casa, pagar-lhes-ão a semeadura; aos que vão buscar a seara
Também conhecido como "O Sermão dos Peixes", pois nele o padre usa a
imagem dos peixes como símbolo para fazer uma crítica aos vícios dos colonos
portugueses que se aproveitavam da condição dos índios para escravizá-los e
sujeitá-los ao seu poder. Leia um trecho do sermão:
Vós, diz Cristo, Senhor nosso, falando com os pregadores, sois o sal da
terra: e chama-lhes sal da terra, porque quer que façam na terra o que faz o
sal. O efeito do sal é impedir a corrupção; mas quando a terra se vê tão
corrupta como está a nossa, havendo tantos nela que têm ofício de sal, qual
será, ou qual pode ser a causa desta corrupção? (...) Enfim, que havemos de
pregar hoje aos peixes? Nunca pior auditório. Ao menos têm os peixes duas
boas qualidades de ouvintes: ouvem e não falam. Uma só cousa pudera
desconsolar o Pregador, que é serem gente os peixes que se não há-de
converter. Mas esta dor é tão ordinária, que já pelo costume quase se não
sente (...) Suposto isto, para que procedamos com clareza, dividirei, peixes, o
vosso sermão em dois pontos: no primeiro louvar-vos-ei as vossas atitudes, no
segundo repreender-vos-ei os vossos vícios. (...)
DAMASCENO, D.(Org.). Melhores poemas: Gregório de Matos. São Paulo: Globo, 2006.
ARCADISMO
O nome faz referência à Arcádia, região do sul da Grécia que, por sua
vez, foi nomeada em referência ao semideus Arcas (filho de Zeus e Calisto).
Arcádia é também a morada dos deuses. Viram como a mitologia grega
perpassa o movimento?
Lemas árcades
O Arcadismo no Brasil
Vamos ver o que o grande crítico literário Alfredo Bosi disse em seu livro
História Concisa da Literatura Brasileira (São Paulo: editora Cultrix, 2006)
sobre os dois momentos do Arcadismo no Brasil:
Arcádia Ultramarina
Principais características
Principais Autores
Sonetos X
Vila Rica
Canto VI
Lira I
Lira XIX
Um pouco meditemos
Na regular beleza,
Que em tudo quanto vive, nos descobre
A sábia natureza.
Lira XV
(...)
01.
TEXTO I
TEXTO II
02. (UEL) O estilo barroco chega ao Brasil pelas mãos dos colonizadores,
sobretudo portugueses. Desenvolve-se no século XVIII, 100 anos após o
surgimento do Barroco na Europa, – recebe influências tanto portuguesas
quanto francesas, italianas e espanholas. Em Minas Gerais, a expressão
estética tanto deverá corresponder às solicitações dos elementos transpostos,
como dos elementos locais espontâneos. Isso vai se verificar tanto em relação
aos fatores estruturais, como no que diz respeito às ideias, aos conhecimentos
e valores.
(Adaptado: MACHADO, L. R. Barroco Mineiro. São Paulo: Perspectiva, 1983. p. 167-169.)
(ANCHIETA, José de. O auto de São Lourenço [tradução e adaptação de Walmir Ayala]
Rio de Janeiro: Ediouro[s.d.]p. 110)
BARDI, P. M. Em torno da escultura no Brasil. São Paulo: Banco Sudameris Brasil, 1989.
(Foto: Reprodução/Enem)
AS COUSAS DO MUNDO
16. (FATEC) Fica claro, no poema acima, que a principal crítica do autor à
sociedade de sua época é feita por meio da
19. (PUC-SP)
no julgamento moral do eu-poético, uma vez que teria permitido toda essa
situação.
GABARITO: A
01.
TEXTO I
trocaram por carapuças ou por qualquer coisa que lhes davam. […] Andavam
todos tão bem-dispostos, tão bem feitos e galantes com suas tinturas que
muito agradavam.
CASTRO, S. A carta de Pero Vaz de Caminha. Porto Alegre: L&PM, 1996 (fragmento).
TEXTO II
02. (UEL) O estilo barroco chega ao Brasil pelas mãos dos colonizadores,
sobretudo portugueses. Desenvolve-se no século XVIII, 100 anos após o
surgimento do Barroco na Europa, – recebe influências tanto portuguesas
quanto francesas, italianas e espanholas. Em Minas Gerais, a expressão
estética tanto deverá corresponder às solicitações dos elementos transpostos,
como dos elementos locais espontâneos. Isso vai se verificar tanto em relação
aos fatores estruturais, como no que diz respeito às ideias, aos conhecimentos
e valores.
(Adaptado: MACHADO, L. R. Barroco Mineiro. São Paulo: Perspectiva, 1983. p. 167-169.)
(ANCHIETA, José de. O auto de São Lourenço [tradução e adaptação de Walmir Ayala]
Rio de Janeiro: Ediouro[s.d.]p. 110)
BARDI, P. M. Em torno da escultura no Brasil. São Paulo: Banco Sudameris Brasil, 1989.
(Foto: Reprodução/Enem)
AS COUSAS DO MUNDO
16. (FATEC) Fica claro, no poema acima, que a principal crítica do autor à
sociedade de sua época é feita por meio da
a) denúncia da proteção que o mundo de então dava àqueles que agiam
de modo condenável, embora sob a capa das leis da Igreja.
b) enumeração de certos tipos que, por seus comportamentos, revelam
um roteiro que identifica e recomenda a ascensão social.
c) elaboração de uma lista de atitudes que deviam ser evitadas, por não
condizerem com as práticas morais encontradas na alta sociedade.
d) comparação de valores e comportamentos da faixa mais humilde
daquela sociedade com os da faixa mais nobre e aristocrática.
e) caracterização de comportamentos que, embora sejam moralmente
condenáveis, são dissimulados em seus opostos.
19. (PUC-SP)
1. C 11. C
2. B 12. B
3. A 13. E
4. C 14. E
5. D 15. C
6. B 16. E
7. A 17. C
8. E 18. B
9. C 19. A
10. C 20. C
Caros alunos, chegamos ao final mais uma aula! Espero que tenham
gostado! No caso de qualquer dúvida, já sabem, entrem em contato comigo!
Contatos:
Fórum de dúvidas.
E-mail: professorarafaelafreitas@gmail.com