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48 SÃO LUÍS: UMA LEITURA DA CIDADE

Outros Destinos de Esgotamento Sanitário


4.2 Esgotamento Sanitário
49.65%
A Companhia de Água e Esgoto do Maranhão – CAEMA é a responsável pelo sistema de esgotamento
sanitário em São Luís. Em 1995, foram atendidos 83.436 edificações, sendo que destas, 94% eram de
categoria domiciliar, os outros 6% eram de categoria comercial, industrial e correspondentes aos poderes
públicos (Mapa “Formas de Esgotamento Sanitário em Domicilios Particulares Permanentes”).
De acordo com o Censo Demográfico do IBGE (2000), dos 171.612 domicílios particulares permanentes Rede Geral
com banheiro ou sanitário do município de São Luís, apenas 49.65% contam com esgotamento sanitário por
rede geral ou pluvial. Dos domicílios pesquisados, 13.31% são servidos por fossa séptica, 28.03% são Fossa Séptica
servidos por fossa rudimentar, 5.67% apresentam vala como forma de esgotamento, 2.29% são servidos por 28.03% Fossa Rudimentar
rio, lago ou mar e 1.02% tem outro escoadouro como forma de esgotamento sanitário (Tabela 4.8).
Vala
Rio, lago ou mar
Tabela 4.8. Formas de Esgotamento Sanitário em São Luís. FONTE: IBGE, Censo Demográfico 2000.
13.31% Outro escoadouro
Domicílios particulares permanentes

Tinham banheiro ou sanitário


5.67%
2.29%
Não
1.02%
Tipo de esgotamento sanitário tinham
Banheiro
Total
Rede Nem Figura 4.9 - Formas de Esgotamento Sanitário em São Luís. FONTE: IBGE, Censo Demográfico 2000.
Total geral Sanitá-
de Fossa Fossa Rio, lago Outro rio
Vala
esgoto Séptica Rudimentar ou mar escoa-
ou douro De acordo com o Gerenciamento Costeiro do Maranhão (GERCO, 1998), no período de 1990 a 1995, os
pluvial
investimentos em infra-estrutura de esgotos no município de São Luís não foram suficientes para suprir a
Microrregião demanda, uma vez que houve um crescimento de apenas 3.87% de usuários atendidos. Deste percentual,
1.97% foram de ligações de esgotamento para a categoria domiciliar, enquanto que a na categoria comercial,
Aglomeração Urbana de São Luís houve um crescimento de 2.854 para 4.325 ligações, totalizando uma expansão de mais de 50% do sistema
no mesmo período. Assim, o município de São Luís, contava em 1995 com 691Km de rede coletora, cuja
capacidade de esgotamento correspondia a 21,2 milhões de m³ anuais, registrando um modesto aumento de
246862 207290 92376 33042 64489 10746 4349 2288 39572
7,24% no período de 1990 a 1995 (Tabela 4.9).

Município de São Luís

202231 171612 83518 22524 50282 9675 3880 1733 30619 Sistema de Esgotamento Sanitário

anos
A maioria desses domicílios, com sistema de esgotamento sanitário por rede geral ou pluvial, estão
Discriminação
localizados na área central de São Luís e nos conjuntos habitacionais mais recentes. Na orla marítima apenas 1990 1995 2005
o loteamento do Calhau é atendido. Os bairros que apresentaram os piores índices de esgotamento sanitário
foram Cidade Olímpica, Santa Clara, Coroadinho, Jaracaty, Vila Itamar, Jardim São Cristóvão II, Tirirical, Extensão da Rede Coletora (m) 497.000 691.000 772.677
Conjunto São Raimundo, Pindorama, parte da Cohama e Olho D’água, os bairros localizados às margens do
Rio Anil e a área do Itaqui Bacanga. Esses bairros apresentaram um alto índice de domicílios com esgotamento Volume Esgotado (1.000 m3) 19.800 21.235 -
sanitário do tipo fossa rudimentar, jogado em rio, lago ou mar e esgotamento do tipo vala. Ponta D’areia,
parte do Calhau, Olho D’água, Turu, Bequimão, Forquilha, São Cristóvão e Anil, apresentaram fossa séptica Tabela 4.9. Capacidade de atendimento do Sistema de esgotamento sanitário em São Luís. 1900-2005. FONTES:
como forma de esgotamento sanitário predominante (Fig. 4.9). GERCO - Gerenciamento Costeiro do Maranhão, 1998; CAEMA - Companhia de Água e Esgoto do Maranhão, 2005.
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A ilha de São Luís, na atualidade, enfrenta diversos


p r o bl e m a s d e d r e n a ge m p l u vi a l . E s t e s p r o b l e m a s e s tã o
relacionados a fatores como a sua formação física e geográfica,
especialmente em relação a sua grande oscilação de maré; a
ocupação desordenada em terrenos baixos, facilmente alagáveis;
a precariedade no sistema de manutenção, limpeza e pavimentação
das vias em alguns bairros, as modificações do terreno natural,
para a criação dos aterros e a inexistência ou precariedade de
uma rede coletora em alguns trechos da ilha.
O núcleo urbano de São Luís enfrenta os maiores problemas
relacionados à drenagem, devido a sua extensão. Na maior parte da
área urbana, a deficiência do sistema, está associada à sua
precariedade na operacionalização, relacionados a manutenção de
vias e limpeza de bocas de lobo.
Mas os maiores problemas, encontram-se nas bacias
hidrográficas do Anil e Bacanga. Na primeira, a inexistência de um
sistema de drenagem nos assentamentos situados à montante do rio,
aliada à precariedade na pavimentação das vias, provoca problemas
de inundação e erosão, agravados em alguns trechos onde o destino
das águas se faz por condutor a céu aberto (Fig. 4.10).
Os alagamentos ocorridos ao longo dos rios estão relacionados
às obras de aterro hidráulico, entupimento de bocas de lobo e variação
da maré. Na margem esquerda dessa Bacia, a situação é ainda mais
agravante devido ao grande adensamento populacional com
características de ocupação desordenada (Camboa e Liberdade).
A Bacia do Bacanga, também apresenta problemas de erosão,
principalmente no bairro do Anjo da Guarda, relativos à falta de
pavimentação e a inexistência de sistema de drenagem. No entanto,
os problemas mais graves estão relacionados aos movimentos de terra,
verificados nas proximidades do Rio da Bicas, dificultando a drenagem
natural e provocando conseqüentemente erosões.
E s t a s i t u a ç ã o to r n a - s e a i n d a m a i s a g ra va n te n o s
assentamentos situados em cotas baixas sujeitos à variação da
maré. Na margem direita do rio Bacanga, onde a característica de
assentamento é mais antiga, os problemas encontrados se
relacionam à precariedade na operacionalização do sistema,
relativos à limpeza e manutenção. A inexistência de uma rede
coletora de esgotos nesta área, torna crítica o sistema de drenagem
ocasionando a formação de lagos e bolsões, representando riscos
de contaminação e proliferação de doenças para a população
residente nessas áreas (Mapa “Tipos de Esgotamento Sanitário
em Domicilios Particulares Permanentes”). Figura 4.10 - Cabeceiras do rio Anil, Vila Palmeira. FONTE: ZEE (2003).
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4.3 Coleta de Lixo No município de São Luís, de acordo com dados do Censo Demográfico do IBGE (2000), em 73,15%
dos domicílios particulares permanentes a coleta de lixo é realizada por serviço de limpeza ou por caçamba
de serviço de limpeza. O lixo não coletado representa 26,85% dos domicílios particulares permanentes. Esse
O gerenciamento da limpeza pública em São Luís enfrentou duas fases da década de 70 até os dias de
percentual subdivide-se em 1,24% dos domicílios com lixo enterrado, 10.90% dos domicílios com lixo queimado,
hoje. De 1975 a 2002, a Companhia de Limpeza e Serviços Urbanos – Coliseu era a única responsável pelos
11,25% dos domicílios com lixo jogado em terreno baldio ou logradouro, 2,54% dos domicílios com lixo
serviços referentes à limpeza pública no município. Após vinte e sete anos de administração, devido à eminente
jogado em rio, lago ou mar e 0,89% dos domicílios classificados como outros destinos de lixo
crise pela qual passava a Coliseu, atestada pela incapacidade instalada para suprir a demanda da geração de
(Tabela 4.10 e Fig. 4.12).
resíduos em São Luís, as condições da cidade encontravam-se precárias. Para sanar essa situação emergencial,
tornou-se necessária a adoção de uma série de medidas cuja finalidade era organizar e implantar um novo
Tabela 4.10 – Destino do lixo em São Luís. FONTE: IBGE, Censo Demográfico 2000.
modelo de gestão a fim de reverter à situação evidenciada anteriormente.
Esse novo modelo de gestão adotado pela atual administração de São Luís compreende a terceirização Domicílios particulares permanentes
de parte dos serviços de limpeza urbana permanecendo, porém, sob a gestão pública. As empresas contratadas
(LIMPEL e LIMP FORT) dividem com a Coliseu a operacionalização da atual limpeza urbana do município.
Destino do lixo em São Luís
Para planejar e coordenar as atividades operacionais, assim como fiscalizar o novo modelo de gerenciamento
dos resíduos foi criado o Núcleo Gestor de Limpeza Urbana, vinculado à SEMSUR (Secretaria Municipal de
Coletado
Serviços Urbanos), que em 2003, após reforma administrativa, tornou-se a atual Superintendência de Limpeza
Jogado
Pública (Mapa “Destino do Lixo em Domicílios Particulares Permanentes”). Total Queimado Enterrado em Jogado
Em (na (na terreno em rio, Outro
Essa melhoria nos serviços de limpeza pública do município de São Luís, proveniente do atual modelo Por caçamba proprie- proprie- baldio ou lago ou Destino
de gestão de resíduos, resultou no título de cidade com melhor serviço de limpeza pública do país de acordo serviço de dade) dade) logra- mar
Total
de serviço douro
com uma pesquisa realizada pelo Instituto Brasmarket e divulgada em setembro de 2003. limpeza de
limpeza
Atualmente, esse serviço conta com cerca de 1.800 empregados, sendo 1700 agentes trabalhando nas
ruas além de encarregados, fiscais, motoristas, operadores, auxiliares de fiscal e funcionários administrativos.
Microrregião
Conta também com a utilização de mais de 175 equipamentos incluindo caminhões compactadores, basculantes,
mini basculantes, pipas, pás, tratores, escavadeiras, contêineres de lixo e roçadeiras mecânicas, além de Aglomeração Urbana de São Luís

caminhões e veículos leves de transportes (Fig. 4.11).


246862 160343 150635 9708 41998 4911 31024 6063 2523

Município de São Luís


Destino do Lixo
202231 147940 139501 8439 22050 2527 22763 5138 1813

Lixo coletado
73 . 15%
Queimado (na
propriedade)
Enterrado (na
propriedade)
Jogado em terreno baldio
ou logradouro
Jogado em rio, lago ou
10 . 9 0 % 11. 2 5% mar
2 . 54 % 0 . 8 9 % Outro Destino
1. 2 4 %

Figura 4.11 – Agente de limpeza da Prefeitura. Figura 4.12 - Destino do lixo em São Luís. Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000.
54 SÃO LUÍS: UMA LEITURA DA CIDADE

Os piores índices de coleta de lixo foram encontrados nos bairros Cidade Olímpica, Santa Clara, Cidade Tabela 4.11 - Quantitativo de resíduos sólidos coletados e transportados por dia em São Luís. FONTE:
Operária, Turu, nos bairros localizados às margens do rio Anil e na área do Itaqui-Bacanga. Nesses locais há Superintendência de Limpeza Pública, 2005.
predominância de lixo jogado em terreno baldio ou em rio, lago ou mar ou de lixo queimado.
De acordo com dados da Superintendência de Limpeza Pública, são coletados e transportados diariamente
para o Aterro Municipal da Ribeira 1.400 toneladas de resíduos sólidos (Tabela 4.11) e varridos diariamente Quantitativo de resíduos sólidos coletados e transportados por dia
cerca de 2.300 km de sarjetas.
Para um melhor gerenciamento dos resíduos sólidos, a cidade foi dividida em quatro grandes Domiciliares e comerciais 600 toneladas/dia
áreas. A área de abrangência dos trabalhos de varrição e de coleta de resíduos na área urbana de São
Luís pode ser observado no Mapa “Lixo Coletado em Domicílios Particulares Permanentes”. Provenientes da limpeza de logradouros públicos 160 toneladas/dia
Uma das preocupações da Prefeitura é a questão da educação ambiental e da ação comunitária.
A primeira é realizada junto às escolas (Figs. 4.13 e 4.14), como uma forma de inserir no cotidiano das Entulhos depositados em pontos clandestinos 580 toneladas/dia
crianças, novos cidadãos do município, a importância e o respeito às questões ambientais. Para isso,
têm sido realizadas reuniões com a equipe pedagógica das escolas, oficinas de reciclagens, projeção de Serviços de Saúde (não infectante) 10 toneladas/dia
fitas de vídeo sobre o assunto, apresentações de teatro e palestras sócio-educativas.
Feiras e mercados 20 toneladas/dia
A ação comunitária é realizada diretamente com a população de São Luís, visitando comunidades,
estabelecimentos comerciais e associações de bairros, realizando reuniões com lideranças de bairros e
instituições de acordo com solicitações da população e da fiscalização de limpeza.

Figura 4.13 - Educação ambiental realizada nas escolas. FONTE: Superintendência de Limpeza Pública, 2005 Figura 4.14 - Educação ambiental realizada nas escolas. FONTE: Superintendência de Limpeza Pública, 2005
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5 MOBILIDADE URBANA 1 Aplicados sobre a planta dos eixos das vias que compõem o sistema viário de São Luís, a metodologia desenvolvida pela Universidade de
Brasília no projeto Dimensões Morfológicas do Processo de Urbanização (2004) produziu um Mapa Axial que identifica, por cores, as áreas mais ou menos
integradas da malha viária, portanto favorecendo ou dificultando a mobilidade na zona urbana da cidade (Figura 5.1 e Mapa “Hierarquia Viária”).
Os fatores que permitem o estabelecimento da hierarquia viária
As cores próximas ao azul indicam as regiões menos integradas à cidade, relegando trechos significativos da cidade à segregação, como os
na área urbana da cidade (Mapa “Hierarquia Viária”) são a freqüência
vários bairros que compõe o eixo Itaqui-Bacanga, e Coroadinho, seguidos pela Cidade Operária, Santa Clara e São Raimundo. As cores próximas ao
de interseções entre as vias, o controle mínimo e máximo de
vermelho indicam, por sua vez, os trechos do sistema viário da cidade mais integrados, favorecendo a mobilidade urbana. Estes trechos são
velocidade, utilização da via por veículos pesados, existência de
compostos pelos bairros diretamente ligados aos eixos viários das avenidas Getúlio Vargas, Daniel De La Touche e Jerônimo de Albuquerque.
estacionamento e presença maior ou menor de pedestres.
A Lei 3.253 de 29 de dezembro de 1992, que dispõe sobre o
Zoneamento, Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo Urbano de São
Luís, classificou as vias do município da seguinte forma:
· Via Local – É aquela destinada ao acesso direto aos lotes
lindeiros e à movimentação do trânsito local. Encontra-se em toda a
extensão da cidade, principalmente no interior mais homogêneo das
diferentes zonas urbanísticas da cidade.
· Via Primária – Também denominada como via arterial ou
preferencial, é aquela destinada à circulação de veículos entre áreas
distintas da cidade, com acesso às áreas lindeiras devidamente
controladas. Ex: Av. dos Franceses, Av. dos Portugueses, Av. dos
Holandeses, Av. Jerônimo de Albuquerque, Av. Daniel de La Touche,
Estrada de Ribamar.
· Via Secundária – É aquela que possibilita a circulação de
veículos entre as vias primárias e o acesso às vias coletoras. Ex: Av.
Getúlio Vargas, Av. João Pessoa, Av. Castelo Branco, Av. Kennedy, Av.
Camboa, Av. Mário Andreazza.
Ainda existem as vias coletoras, que têm a função de coletar o
tráfego das vias locais e encaminhá-los às vias primárias (ou arteriais).
No município de São Luís as vias coletoras subdividem-se em:
· Vias Coletoras Principais – Ex: Av. Magalhães de Almeida,
Rua das Cajazeiras, Rua do Passeio, Rua do Egito, Av. Grande Oriente,
Av. Leste/Oeste, Rua dos Bicudos, Rua Pernambuco.
· Vias Coletoras Auxiliares – Ex: Rua do Sol, Rua de Santana,
Rua Manacás, Rua da Paz, Avenida Gomes de Castro.
As vias primárias são as que possuem o maior fluxo de veículos,
tanto particulares quanto coletivos. Elas constituem-se nos principais
eixos de distribuição e mobilidade entre os bairros da cidade. Os bairros
mais periféricos e extremos de São Luís, como Cidade Operária, Santa
Clara, Coroadinho, Vila Embratel, onde há predominância de vias locais Menos integrado (segregado)
e coletoras, não apresentam tanta integração e mobilidade quanto os
bairros mais centrais do município, que são servidos pelas vias primárias.
Mais integrado
Figura 5. 1 – Mapa Axial de Indicadores de Mobilidade de São Luís. FONTE: DIMPU/UnB IN Inventário
1
Nacional de Bens Imóveis: Sítios Urbanos Tombados/IPHAN (Sistema INBI-SU/Mapeamentos em
Érica Garreto Ramos, Arquiteta e Urbanista
SIG: São Luís/MA 2001/2002).
58 SÃO LUÍS: UMA LEITURA DA CIDADE

Conforme descrito sobre as características de fluxo, mobilidade


e tipologia das vias, as que possuem índices mais altos de acidentes
de trânsito em São Luís são as vias primárias. Dentre outros fatores,
esses acidentes acontecem pelo fato dessas vias proporcionarem uma
maior velocidade e mobilidade aos condutores. Outro fator indicado
como premissa a eventuais acidentes foi o aumento do número de
veículos particulares na cidade nos últimos anos (Tabelas 5.1 e 5.2).
Com esse aumento, os congestionamentos tornaram-se mais
freqüentes e as vias ficaram mais suscetíveis a situações de choques
e colisões com pedestres e outros veículos.
Em São Luís pode-se observar (Mapa “Pontos Críticos de Acidentes
de Trânsito”) que as vias com maior índice de acidentes, segundo o
Departamento Nacional de Trânsito no Maranhão (Detran/MA), são as
avenidas Daniel de La Touche, Holandeses, Jerônimo de Albuquerque,
Franceses, Africanos, Guajajaras, João Pessoa e Getúlio Vargas.
A avenida Jerônimo de Albuquerque, uma das vias mais
extensas da cidade e com mais alto índice de acidentes de trânsito
dentre as já citadas, possui diversos pontos críticos em seu trajeto.
Por ser uma via de grande mobilidade aos motoristas, que recebe
os ônibus que passam pelos terminais de integração do São
Figura 5.2 - Terminais da Integração.
Cristóvão, da Cohab e da Cohama/Vinhais, e possuir uma grande
quantidade de equipamentos urbanos em suas margens, podem
ser observadas diversas áreas de congestionamentos ao longo de
sua extensão nos horários de pico.

Tabela 5.1 – Quantidade de veículos por ano de fabricação.


FONTE: Detran/MA, 2006.
Ano de Fabricação Quantidade
2005 17.916
2004 14.501
2003 11.908
2002 10.939
2001 10.395
2000 9.132
1999 6.136
1998 6.588
1997 6.317
1996 5.233
1995 4.458

Ta be l a 5 . 2 – Q u a n ti d a de e e s pé ci e de ve í cu l o s . F O N TE :
Detran/MA, 2006.
Espécie Quantidade Porcentagem
Passageiro 140.724 82,37
Carga 23.131 13,54
Misto 6.651 3,89
Tração 172 0,10
Especial 164 0,10
Coleção 6 0,00
Corrida 2 0,00
Total: 170.850 100.00 Figura 5.3 - Tráfego da Avenida dos Holandeses.
60 SÃO LUÍS: UMA LEITURA DA CIDADE

5.1 Infra-estrutura Urbana, Equipamentos Sociais e Serviços Urbanos

Conforme o Plano Diretor da Cidade (1992) Infra-Estrutura


Urbana é o conjunto de sistemas e instalações físicas (administrados
pelo poder público ou por ele contratado e supervisionado), colocados
à disposição da comunidade com vistas a assegurar as melhores
condições de vida em termos de abastecimento de água e esgotamento
sanitário, drenagem pluvial, energia e iluminação pública,
comunicações e sistema viário, previstos aqui a manutenção dos
equipamentos necessários para a execução de suas finalidades e
estabelecimentos de critérios técnicos para sua interferência na
ordenação do espaço (Mapa “Equipamentos Urbanos”).
O mesmo instrumento legal define equipamentos sociais e
serviços urbanos como o conjunto de elementos programados e
construídos com a finalidade de atender à população nos setores de
saúde, habitação de interesse social, educação e cultura, lazer e
atividades comunitárias, cuja distribuição no território e localização
prendem-se às Disposições Gerais sobre o Parcelamento do Solo,
presentes em sua Lei Complementar referente ao Zoneamento,
Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo Urbano.
Na cidade existem equipamentos sociais públicos e privados
com características e funções próprias (Fig. 4.4). Eles destacam-se
por organizar e qualificar o espaço urbano e podem, por sua
característica ou importância, constituir-se numa referência para o
conjunto de moradores de um determinado bairro, ou de toda uma
região da cidade. Um caso a ser exemplificado no município de São
Luís é a Praça Deodoro, que representa para a população um dos
mais importantes pontos de convergência e distribuição para as outras
áreas da cidade, envolvendo tanto funções urbanas residenciais quanto
de serviços, institucionais e, principalmente, comerciais.
Figura 4.4 - Praça Maria Aragão.
O Sistema Integrado de Transporte, que tem como objetivo
priorizar o transporte coletivo municipal, por ser o meio mais eficiente
e seguro para atender à movimentação de grande contingente de de equipamentos urbanos e infra-estrutura encontra-se nas áreas dentre outros. Configura um bairro bem servido, pois agrupa em seus
pessoas, tem sido um importante instrumento de mobilidade, centrais e próximas à região das praias, de urbanização pós década limites diferentes opções de usos e instalações que proporcionam boa
distribuição e acesso da comunidade aos diversos pontos de São Luís. de 80 e que hoje configuram trechos considerados nobres pelo mercado qualidade de vida às pessoas que residem, trabalham ou transitam
Implantados em bairros estratégicos em relação às vias de maior imobiliário. Esse fator reforça a idéia de desigualdade da distribuição nesta área, além dos bairros adjacentes a ele.
fluxo e em relação aos outros bairros adjacentes a eles, os Terminais desses equipamentos na cidade, polarizada entre as áreas com Bairros relativamente novos e que já se constituem como área
de Integração da Praia Grande, Distrito Industrial, São Cristóvão, Cohab presença da população de maior poder aquisitivo e áreas com presença nobre da cidade por, dentre outros fatores, estarem próximo às praias,
e da Cohama/Vinhais promovem a facilidade de locomoção às mais da população de baixa renda. o São Francisco, Renascença e Calhau apresentam-se bem servidos
diversas áreas da cidade pela interligação das linhas de ônibus. Por ser o bairro que deu início à formação de São Luís, o Centro de equipamentos urbanos e infra-estrutura. Com a proliferação e
A qualidade e o acesso à Infra-Estrutura e aos Equipamentos Histórico possui grande variedade e quantidade de equipamentos consolidação de conjuntos habitacionais horizontais e de edifícios
Urbanos são indicadores do nível de vida dos bairros e condição de urbanos e possui uma boa infra-estrutura. Foram agregados às igrejas, multifamiliares, a implantação de estruturas que pudessem suprir
inclusão/exclusão social dos seus habitantes. Um outro indicador praças, escolas e hospitais instalados no período imperial outros às necessidades da população que nessas áreas se instalavam
dessas condições é a localização do bairro em relação às áreas equipamentos ainda hoje utilizados pela população, como hotéis, tornou-se imprescindível, propiciando assim melhor acesso aos
melhores servidas da cidade. No caso de São Luís, a maior concentração supermercados, tribunais, postos dos correios, terminais de ônibus serviços que se concentravam na parte central da cidade.

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