Tendo em conta a importância da higienização nas nossas vidas e não só, no presente trabalho
estaremos a apresentar uma perspectiva mostrando o quanto a higiene faz jus no processo escolar ao
longo da formação da criança que encontra-se no ensino pré-escolar, ensino primário, primeiro ciclo e
aos demais estudantes. Todavia, ao longo do trabalho estaremos a debater questões como: Higiene pré-
escolar e escolar e a importância da higiene no ambiente escolar.
Não obstante, podemos compreender que a Higiene é uma palavra que veio da Grécia. Vem
de hygeinos, que significa, em grego, “o que é são”, “o que é sadio”. Antes, em sua origem, era um
adjectivo usado para qualificar a saúde. As pessoas deviam ter uma “saúde higiénica”. Depois, a
palavra virou um substantivo, um conjunto de hábitos que se deve ter para conseguir o bem-estar e a
saúde. A palavra higiene pode ser também entendida como a limpeza corporal, o asseio. Pode
denominar, ainda, uma parte da medicina que busca preservar a saúde, estabelecendo normas e
condições para prevenir as doenças.
O termo pedagogia, do grego antigo paidagogós, era inicialmente composto por paidos
(criança) e gogia (conduzir ou acompanhar). Outrora, o conceito fazia portanto referência ao
escravo que levava os meninos a escola. Actualmente a pedagogia é a arte de ensinar e é
considerada como sendo o conjunto de saberes que compete a educação enquanto
fenómeno tipicamente social e especificamente humano.
A Higiene passou a ser vista dentro de uma perspectiva pedagógica como um conjunto de
princípios que buscavam formar o cidadão e garantir sua saúde.
Higiene e educação se distinguem entre si pela escolha dos agentes que procuram governar e
também pelos objectivos. Na Higiene predominam os factores materiais: o clima, os germes
patogénicos, a alimentação, os tóxicos; na Educação, prevalecem os agentes morais e sociais: a
influência da família, da escola, da sociedade. A Higiene visa especialmente proteger e melhorar o
físico do indivíduo; a Educação encarrega-se precipuamente de preservá-lo dos maus hábitos, das
contaminações morais, e procura estimular a capacidade motora (educação física), a inteligência
(educação intelectual), a formação da individualidade moral (educação moral).
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A qualidade da educação esta profundamente ligada à disponibilidade de água potável, por
conta da importância da higiene. As doenças consomem energia das crianças e, consequentemente,
diminuem fortemente sua capacidade de aprendizagem. A falta de instalações sanitárias adequadas nas
escolas é um obstáculo a mais para crianças que buscam escapar da pobreza. Por causa de doenças que
podem até levar à morte, as comunidades pobres diminuem a perspectiva de construírem um futuro
melhor para seus filhos. Daí a importância de não somente os prédios escolares serem higiénicos e
servidos por água potável, como também de a proposta pedagógica incluir a educação ambiental e
sanitária dos estudantes, com extensão às suas famílias e residências (IVAN & JOÃO, 2008).
A comunidade escolar não deve apenas contribuir para que os alunos adquiram
conhecimentos relacionados com a saúde. Uma coisa seria ensinar higiene e saúde. Outra coisa é agir
no sentido de que todos os que estão no ambiente escolar adquiram, reforcem ou melhorem hábitos,
atitudes e conhecimentos relacionados com higiene e saúde. A comunidade escolar deve discutir a
relação entre higiene, saúde e condição de vida.
A escola que possui condições sanitárias adequadas torna-se um modelo para os alunos. E não
só param eles. Professores, funcionários e toda a comunidade são influenciados pelo exemplo da
escola. Contudo, para que sejam obtidos bons resultados é preciso mudar hábitos, dando prioridades à
combinação de educação, à higiene e ao saneamento. Para isso, a disponibilidade e a manutenção dos
equipamentos escolares são essenciais. Um bom programa de saneamento e higiene escolar deve
incluir o uso e a manutenção adequada das instalações, assim como a melhoria das instalações
sanitárias. Isso implica a incorporação dos funcionários na definição de metas a serem atingidas, na
elaboração de atividades a serem executadas, na implementação e na manutenção do programa.
Especial cuidado se deve ter com a correta destinação do lixo produzido na escola. A ideal é a colecta
selectiva, diária no caso dos “orgânicos” (IVAN & JOÃO, 2008).
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HIGIENE PRÉ-ESCOLR E ESCOLAR
Se quisermos formar certos hábitos nas crianças, precisamos criar situações que os
promovam. Por exemplo, oferecer cuidados de higiene pessoal que garantam limpeza e conforto, como
banhos refrescantes, rotinas colectivas de uso adequado do banheiro, rotinas de higiene bucal
realizadas com humor, utilizando histórias com personagens que sirvam como modelo para imitação
ou expressam resistências com as quais a criança se identifica e que pode superar. Além disso, uma
meta básica nessas situações é reduzir o tempo de espera para ser atendido e promover a autonomia.
É bem possível que a criança que desde cedo aprende na escola a importância da higiene e a
põe em prática, tornar-se-á uma agente de saúde de sua família. Provavelmente irá reproduzir as
informações e hábitos adquiridos na escola para a família, cuidando do irmão mais novo, da casa.
Muitas vezes as informações que repassam, são muito mais aceitas pelos familiares do que se a família
recebesse a visita de um agente de saúde, que repassasse orientações sobre higiene e saúde.
Partindo dessa realidade, uma vez que a criança respeita e cuida de sua saúde, de seus
familiares e até de outras crianças, ela está se preparando para mais tarde enfrentar os problemas da
vida, sendo mais humana e menos egoísta.
Todas as áreas da Instituição Educacional deverão ser limpas, ventiladas, desinfectadas, ter
uma boa iluminação, organizadas de tal modo que o espaço seja suficiente para o desenvolvimento das
atividades, e suas carteiras (mesas) propícias para cada faixa etária, possibilitando às crianças usufruir
sem esforço, objectivando o bom desenvolvimento das fases de crescimento da mesma. Dessa forma
desenvolve-se a autonomia da criança, que deve ser defendida em todas as propostas pedagógicas das
instituições escolares comprometidas com a educação e com o bem-estar de suas crianças.
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Não podemos esquecer, enquanto instituição educacional, que o prédio deverá ter um
saneamento básico seguro e apropriado. A água deve ser tratada e os dejectos devem ter um destino
seguro, evitando as possibilidades de doenças transmitidas através da via fecal-oral (os agentes das
doenças eliminados nas fezes acabam sendo ingeridos por meio da água, alimentos, etc.).
O lixo deve ser removido da escola para evitar mau cheiro, a presença de moscas, de baratas e
ratos. A instituição deve fazer um trabalho com seus alunos, para que, se no município não tiver um
trabalho de colecta de lixo, a própria escola poderá desenvolver um projecto para separação do lixo,
reciclando o que é possível e o que é perecível, construir um aterro sanitário, evitando que o lixo
acumulado seja mais um foco de doenças na escola.
No que diz respeito à higiene e saúde, as crianças devem ser continuamente observadas para
acompanhamento e detecção precoce de sinais e sintomas a serem comunicados à família e
encaminhados aos serviços de saúde. O conhecimento, pelos educadores, de medidas de primeiros
socorros é fundamental. A prescrição de medicamentos só pode ser feita sob responsabilidade médica.
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A IMPORTÂNCIA DA HIGIENE NO AMBIENTE ESCOLAR
O ambiente escolar é um espaço onde circula uma grande quantidade de pessoas diariamente.
Não importa se estamos falando de uma creche, escola infantil, de ensino fundamental ou médio,
universidade, escola de idiomas ou de outros cursos. A limpeza e higienização desses locais são
fundamentais para o bom andamento das atividades, para garantir a saúde e a própria aprendizagem
dos que ali estão (METELSKI , 2013).
Com relação aos espaços, há uma grande variedade e complexidade. São salas de aula,
cantinas e cozinhas, quadras de esportes, piscinas, vestiários, centros de informática, áreas de
convivência, banheiros e laboratórios, dentre tantos outros. Neles, há uma intensa manipulação de
alimentos e de materiais diversos (argila, tintas, papeis, produtos químicos etc). Os banheiros e
vestiários são utilizados praticamente o tempo todo, assim como corrimãos, carteiras, torneiras,
maçanetas e bebedouros.
Tudo é muito intenso nesses espaços, logo, a possibilidade de contaminação também é alta.
Dependendo do nível em que isso aconteça, uma sala inteira pode ter que ser dispensada das atividades
escolares, incluindo o corpo docente. Um ambiente sujo e sem cuidado também afecta o rendimento –
tanto de quem estuda quanto de quem ensina – e ainda propicia maiores índices de vandalismo. Ou
seja, é preciso atenção máxima na limpeza e higienização das escolas para actuar preventivamente
frente a todos esses problemas.
Os banheiros e vestiários figuram entre os locais mais críticos no âmbito da limpeza escolar.
Além da alta circulação, é comum encontrar papel higiénico dentro dos vasos sanitários ou fora dos
cestos (e até mesmo colado nas paredes e tectos), água por todos os lados, equipamentos quebrados,
falta de descarga, paredes e portas rabiscadas e por aí vai (METELSKI , 2013).
Engana-se quem pensa que esse cenário caótico é exclusivo de escolas com crianças menores
ou com adolescentes. Até as universidades sofrem com isso. Sim, é preciso que exista uma forte
campanha de conscientização sobre a limpeza e conservação desses locais, mas também é fundamental
agir pelo exemplo. Portanto, há que se contar com uma alta periodicidade de actuação da equipe de
limpeza, com o uso de técnicas e produtos específicos para que essa higienização dure, seja eficiente e
ajude a combater as contaminações.
Agora vamos para o coração de uma escola: as salas de aula. Nelas também encontramos
paredes, mesas e cadeiras rabiscadas, que acabam dando trabalho extra aos profissionais de limpeza.
As lousas, sejam as que utilizam giz ou os quadros brancos, demandam técnicas e produtos adequados
para garantir a eficiência da limpeza e assegurar a durabilidade dos materiais.
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Tudo isso sem contar papéis pelo chão, ventiladores ou aparelhos de ar condicionado,
persianas e as janelas – geralmente as escolas possuem muitos vidros, janelas e espelhos, e podem se
beneficiar de uma higienização eficiente realizada por profissionais especializados.
Por se tratar de uma instituição que possui muitas particularidades, é conveniente que o gestor
facilite e realize um levantamento e estudo dos espaços, equipamentos e necessidades, para ter uma
ideia clara e precisa das demandas. Com isso, fica mais fácil dar o primeiro passo na busca por uma
prestadora de serviços que atenda a esses pontos.
Escola limpa não se trata apenas da boa aparência do local, mas tem muito a ver com a saúde
das pessoas. A higienização constante evita acúmulo de poeiras, sendo assim, ajuda a prevenir
inúmeras doenças do contacto com ácaros acumulados em tecidos, tapetes e janelas.
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CONCLUSÃO
Portanto, a falta de instalações sanitárias adequadas nas escolas é um obstáculo a mais para
crianças que buscam escapar da pobreza. Por causa de doenças que podem até levar à morte, as
comunidades pobres diminuem a perspectiva de construírem futuro melhor para seus filhos, mesmo
matriculando-os em escolas.
Uma das finalidades da higiene escolar é proporcionar aos alunos o meio adequado em que
seu crescimento físico possa se realizar nas melhores condições possíveis. Portanto, quando se cogita
de instalar uma escola primária, a primeira questão que nos deve preocupar é a adaptação do meio em
que vai viver a criança às necessidades do seu desenvolvimento. Precisamos proporcionar-lhe bom
arejamento, seja relativo ao local onde se constrói o prédio, seja relativo ao interior da escola. Uma boa
iluminação é indispensável à criança. Além disso, deve a escola possuir água pura e abundante e ser
mobiliada com material apropriado. (LEX,1953, p.105).
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BIBLIOGRAFIA
IVAN, Dutra Faria e JOÃO, António Cabral Monlevade. Higiene, Segurança e Educação.
Modulo 12, Brasília: Universidade de Brasília, 2008.
METELSKI, Michele. A Higiene e a pedagogia: aproximações de um campo no
curso de pedagogia da faculdade de filosofia, ciências e letras de união da
vitória (1977-1981), UEPG, 2013