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Acao Indenizacao Contra Seguradora PDF
Acao Indenizacao Contra Seguradora PDF
Do Seguro Contratado
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E tanto assim é que, recentemente, insistiu o
Curador da Autora junto à Requerida (.........) o fornecimento de tais
“especificações”, vigentes à época da contratação, mas não logrou êxito,
porquanto, simplesmente inexistem.
Do Sinistro
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Ipso fato, o Curador nomeado entrou em contato
com a Seguradora (Requerida), visando o pagamento da indenização, por
invalidez total e permanente da Segurada (doc. 08).
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Art. 101. Na ação de responsabilidade civil do fornecedor de produtos e serviços, sem prejuízo do
disposto nos Capítulos I e II deste título, serão observadas as seguintes normas:
I - a ação pode ser proposta no domicílio do autor;
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De outra banda, a Autora, conforme já dito,
encontra-se em estado de coma profundo no Hospital ....., de onde não pode
ser removida e recebe as visitas dos seus familiares, amigos e parentes.
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De qualquer modo, levando em conta que ambos
são casados, considerando que um foi nomeado beneficiário da outra e
tendo em vista que eventual indenização por invalidez o Segundo Autor
será o destinatário dos recursos, este é, também, parte legítima para figurar
no pólo ativo para recebimento da indenização por invalidez da Autora
(Segurada).
Da Legitimidade Passiva
ESTATUTO DO IDOSO
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Ademais, devido ao estado de invalidez total e
permanente da Autora (Segurada) e para sua manutenção permanente na
UTI, o Hospital exige que a família disponibilize acompanhantes para ela
durante 24 (vinte e quatro) horas e todos os dias da semana,
ininterruptamente.
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Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e
aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de
recursos;
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Conforme prova os documentos dos Autores,
ambos contam com mais de 60 anos e, portanto, fazem jus aos benefícios
do Estatuto do Idoso, instituído pela Lei nº 10.741 de 01/10/2003 (doc. 12).
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acontecimento, certa e seguramente ocorrerá; poderá ou não ocorrer, ou
seja, é aleatório. Não ocorrendo, no prazo estipulado, o segurador gozará
das receitas derivadas dos prêmios recebidos. De outra sorte, verificado o
sinistro, surge a obrigação de cobri-lo.
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Orlando Gomes, "Contratos", Editora Forense, 11ª ed., 1986.
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Art. 758. O contrato de seguro prova-se com a exibição da apólice ou do bilhete do seguro, e, na falta
deles, por documento comprobatório do pagamento do respectivo prêmio.
Art. 759. A emissão da apólice deverá ser precedida de proposta escrita com a declaração dos elementos
essenciais do interesse a ser garantido e do risco.
Art. 760. A apólice ou o bilhete de seguro serão nominativos, à ordem ou ao portador, e mencionarão os
riscos assumidos, o início e o fim de sua validade, o limite da garantia e o prêmio devido, e, quando for o
caso, o nome do segurado e o do beneficiário.
Art. 763. Não terá direito a indenização o segurado que estiver em mora no pagamento do prêmio, se
ocorrer o sinistro antes de sua purgação.
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Art. 765. O segurado e o segurador são obrigados a guardar na conclusão e na execução do contrato, a
mais estrita boa-fé e veracidade, tanto a respeito do objeto como das circunstâncias e declarações a ele
concernentes.
Art. 766. Se o segurado, por si ou por seu representante, fizer declarações inexatas ou omitir
circunstâncias que possam influir na aceitação da proposta ou na taxa do prêmio, perderá o direito à
garantia, além de ficar obrigado ao prêmio vencido.
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Dessa forma, não há como excluir a
responsabilidade da Seguradora no pagamento da indenização.
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Ementa: Seguro e vida. Acidentes pessoais. Indenização. Embargos à
execução. Acidente vascular cerebral hemorrágico decorrente de crise
hipertensiva. Segurado não tinha conhecimento do mal que o vitimou ao
tempo da alteração contratual. Indenizibilidade. Recurso Improvido.
Apelantes: CIA. União de Seguros Gerais e Itatiaia Seguros S/A;
Apelada: Edely Therezinha Domingues Lopes
Apelação com Revisão nº 598.220-8; 12ª Câmara de Direito Privado;
Segundo Tribunal de Alçada Civil do Estado de São Paulo.
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Apelada: Cia. De Seguros do Estado de São Paulo
Apelação Cível nº 740.486-0/7
Segundo Tribunal de Alçada Civil do Estado de São Paulo
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PODER JUDICIÁRIO - SÃO PAULO
SEGUNDO TRIBUNAL DE ALÇADA CIVIL
APELAÇÃO COM REVISÃO N.o 850.780 - 0/7
APELANTE: JOAQUIM DE JESUS
APELADO: COSESP Companhia de Seguros do Estado de São
SEGURO DE VIDA E ACIDENTES PESSOAIS INDENIZAÇÃO -
HIPERTENSÃO ARTERIAL QUE QUANDO CONTROLADA NÃO
LEVA NECESSARIAMENTE AOS PROBLEMAS DE QUE FOI
VÍTIMA O SEGURADO (ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL E
INSUFICIÊNCIA RENAL) OMISSÃO QUANDO DO
PREENCHIMENTO DA RENOVAÇÃO DO SEGURO - AUSÊNCIA
DE MÁ-FÉ - INCAPACIDADE TOTAL E PERMANENTE
COMPROVADA - INDENIZAÇÃO DEVIDA. Apelação provida.
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Orlando Gomes (obra citada).
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E por tais razões, a jurisprudência de nossos
Tribunais se posiciona no sentido de não aceitar cláusulas, em contrato de
adesão, que tragam benefícios apenas à parte elaboradora de dito contrato.
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De outro lado, o representante da seguradora
também nem fez questão de alertá-la sobre tais detalhes, mesmo porque, a
hipótese de desistência era real.
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atropelamento foi voluntário. Pior, se um motorista culposamente
atropelasse o apelante, pelos termos do contrato, também não
haveria a cobertura securitária. É que até mesmo a conduta
culposa é voluntária, já que a vontade, ainda que inconsciente
quanto ao resultado, está na base da conduta.
Prossegue o V. Acórdão:
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segurado” (TJRJ – AC 6618/2000 – (14082000) – 10ª C. Cív. – Rel. Des.
Fabrício Bandeira Filho – J. 04.07.2000).
Portanto, a apelada deve pagar o valor segurado, já que o apelado, em
decorrência do derrame, ficou totalmente cego, evento que conta com 100%
de cobertura do seguro. Note-se que o valor pleiteado na inicial não foi
impugnado.
Quanto aos danos morais, como não se trata de hipótese de dano moral puro,
tenho que o apelante deveria ter demonstrado na exordial quais seriam os
dissabores morais que sofreu, sob pena de não ser possível de se cogitar da
real ocorrência do dano, razão pela qual não acolho tal pretensão recursal.
Posto isso, dou parcial provimento ao recurso para reformar a sentença e
condenar a apelada a pagar ao apelante o valor segurado (R$ 100.000,00),
que deverá ser corrigido pelo IGPM a partir do sinistro, incidindo juros
moratórios de 6% ao ano também a partir da perda da visão (quando era
devido o pagamento – mora ex re - TJRJ – AC 6961/2000 –10ª C. Cív. –
Rel. Des. Sylvio Capanema – J. 18.07.2000), passando a ser de 12% ao ano
com o advento do novo Código Civil (artigo 406 c.c. artigo 161, § 1º, do
CTN).
Outrossim, considerando que o apelante decaiu de parte mínima de sua
pretensão, condeno a apelada a arcar com as custas do processo e a pagar
honorários ao patrono do apelante que, nos termos do § 3º do artigo 20 do
Código de Processo Civil, fixo em 15% (quinze por cento) sobre o valor
total da condenação. (g.n.)
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Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
Apelação Cível nº 2004.0007.0970-4
Apelante: José Sérgio Mota Silva
Apelado: Itaú Seguros S/A
Relator: Desembargador José Maria de Melo
Ementa: Apelação Cível. Direito do Consumidor. Contrato de Seguro.
Acidente Vascular Cerebral (AVC). Cláusula Contratual Limitadora de
Direitos. Ausência de Destaque Dentre as Demais.
I - De acordo com a sistemática do CDC (Lei Federal n° 8.078/90), as
cláusulas contratuais mormente em se tratando de contrato de adesão que
importem em restrição de direitos do consumidor deverão ser grafadas com
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destaque, sob pena de serem consideradas não escritas. Inteligência do
disposto no artigo 46, do referido diploma legal. II - O acidente vascular
cerebral (AVC), quando causa da morte ou invalidez permanente do
segurado, deve ser considerado, a priori, como evento ensejador do
pagamento da indenização decorrente de contrato de seguro de vida. III -
Sentença desconstituída. Recurso de apelação conhecido e provido. Decisão
unânime.
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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
34ª CÂMARA DE DIREITO PRIVADO
APELAÇÃO COM REVISÃO N° 855.620-00/6
Comarca: SÃO PAULO - 31ª- V. CÍVEL
Apelante: OLINDA DE OLIVEIRA COSTA
Apelada: CIA DE SEGUROS DO ESTADO DE SÃO PAULO COSESP
VOTO N° 7982
O Contrato de seguro é uma relação de consumo na qual se presume
a boa-fé do segurado. Por essa razão incumbe à seguradora o ônus da
prova da alegada má-fé do segurado ao contratar o seguro. Eventual
dúvida deve ser resolvida em favor do segurado, nos termos do art.
47, da lei 8.078/90.
Inexistindo prova de que o segurado, ao contratar o seguro tivesse
conhecimento da doença de que padecia nem de sua gravidade, não
se configura a omissão intencional capaz de ocasionar a perda do
direito à indenização.
Não exigindo a realização de exames médicos prévios dos
proponentes, a seguradora assume o risco, não podendo, sob a
alegação de má-fé do segurado, eximir-se do pagamento da
indenização. Recurso provido.
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E a recusa da Requerida, quanto ao pagamento da
indenização, alicerça-se nesta tese, isto é, o sinistro decorreu de doença,
não de acidente, na acepção securitária.
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Pedro Alvim, “O Contrato de Seguro”, Ed. Forense, 2a Ed.
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Assim, se há previsão de cobertura para a hipótese
de invalidez permanente, não há como impor-se agora outro qualquer
requisito ou restrição, notadamente, no atual estado de coma da Segurada,
cuja invalidez foi assegurada por laudos e encontra-se jazida num leito
hospitalar, depois de 12 anos pagando pelo seguro.
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acidente vascular em julho de 2000, eventual dúvida a respeito de sua
causa eficiente somente pode pender a favor da segurada.
Explica-se: claro que o acidente vascular é causado por fatores internos,
mas não pode deixar de ser entendido como acontecimento súbito e
instantâneo, o que permite a conclusão da r. sentença no sentido de que
a indenização deve ser a correspondente à invalidez por acidente e não
por doença.
Claro que não é caso de litigância de má-fé, pois a seguradora utilizou-se os
expedientes da lei para a sua defesa. Depois, evidente que em contra-razões
de apelação não é o lugar para pedido de indenização por danos.
Do exposto, nega-se provimento ao recurso para manter-se a r. sentença por
seus fundamentos. Eros Piceli Relator (g.n.)
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Carlos Maximiliano, “Hermenêutica e Aplicação do Direito", Forense - 18ª edição – 1998
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Contudo, a Segurada encontra-se em “estado
vegetativo” do qual dificilmente se recuperará, segundo os médicos que a
atendem. Na verdade, seu falecimento, de acordo com a medicina, é
questão de tempo, podendo perdurar por mais anos, como poderá ocorrer a
qualquer momento, se bem que, segundo os mesmos médicos, não se pode
descartar a hipótese da Autora, depois de 18 meses em coma, “se levantar e
sair caminhando pelo hospital”.
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Art. 773. O segurador que, ao tempo do contrato, sabe estar passado o risco de que o segurado se
pretende cobrir, e, não obstante, expede a apólice, pagará em dobro o prêmio estipulado.
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Da Desproporcionalidade das Obrigações em
Desfavor da Segurada
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Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente
os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
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Art. 421. A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do contrato.
Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua
execução, os princípios de probidade e boa-fé.
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Art. 423. Quando houver no contrato de adesão cláusulas ambíguas ou contraditórias, dever-se-á adotar
a interpretação mais favorável ao aderente.
Art. 424. Nos contratos de adesão, são nulas as cláusulas que estipulem a renúncia antecipada do aderente
a direito resultante da natureza do negócio.
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O princípio da equivalência material busca
realizar e preservar o equilíbrio real de direitos e deveres no contrato, antes,
durante e após sua execução, para harmonização dos interesses.
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contrato ou na eventual mudança do equilíbrio em virtude de circunstâncias
supervenientes que levem a onerosidade excessiva para uma das partes.
Da Ineficácia do Seguro
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Voltando a tese da Seguradora de que o evento
verificado é decorrente de doença, e não de acidente, por isso não tem
obrigação de indenizar, o mesmo ocorrerá no caso de falecimento da
Segurada, pois entenderá que também não foi por acidente.
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Os sentimentos de revolta, frustrações, angústias e
dissabores suportados pelos Autores e família são indescritíveis.
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Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e
causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
16 Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos
especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por
sua natureza, risco para os direitos de outrem.
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Art. 6º São direitos básicos do consumidor:
VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos;
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experimentado e a invalidez da segurada e na recusa da Seguradora em
pagar a indenização.
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VI - DO PEDIDO
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Dá-se à causa o valor de R$ 600.000,00
(seiscentos mil reais).
Termos em que
Pedem e Esperam Deferimento.
São Paulo, 16 de agosto de 2010.
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