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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) FEDERAL DA

VARA FEDERAL DA UNIDADE AVANÇADA DE VIDEIRA DA SUBSEÇÃO


JUDICIARIA DE CAÇADOR - SESSÃO JUDICIARIA DE SC.

“.... RESPONSABILIDADE DO ESTADO. REPARAÇÃO


POR DANO MORAL. 1. O indeferimento de
benefício previdenciário imotivado acarreta
injusta privação de verba alimentar, colocando
em risco a subsistência do segurado, sobretudo
em casos de pessoas de baixa renda, como é o
caso dos autos”. (AgRg no AREsp 193.163/SE, Rel.
Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO,
PRIMEIRA TURMA, julgado em 24/04/2014, DJe
08/05/2014)
(Sem grifos no original).

VANI LUCIA PAVIANI, brasileira, viúva, Aposentada, inscrita no CPF sob o nº


348.201.670-49 e Documento de Identidade nº 4.784.563, residente e domiciliada na
Rua: Vergilio Castoldi, nº 100 – H L 09 – Bairro: Campo Experimental – Videira –
SC – CEP:89.564.494, vem, por sua advogada signatária (instrumento de mandato
anexo), com fundamento no art. 319 do NCPC, Lei 8213/91 e demais legislações
aplicáveis a espécie, perante a distinta presença de Vossa Excelência, propor a
presente

AÇÃO PARA CONCESSÃO BENEFÍCIO DE PENSÃO POR


MORTE

contra o INSS – Instituto Nacional do Seguro Social (Autarquia Federal), com


agência estabelecida na Rua: Campos Novos, nº 211, em Caçador – SC – CEP: 89.500-
000, COM A QUAL PRETENDE OBTER A CONCESSÃO DO BENEFÍCIO
PREVIDÊNCIÁRIO DE PENSÃO POR MORTE, pelos fatos e fundamentos que
vão adiante articulados:

1.0) PRELIMINARMENTE – DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA


GRATUITA

Preliminarmente, a parte Autora, pessoa hipossuficiente, com fulcro no Artigo


5°, inc. LXXIV, da Constituição Federal, combinado com o Artigos 98 e ss, todos do
Código de Processo Civil Brasileiro, Lei nº 1.060/50, e jurisprudências aplicáveis a
espécie, requer, respeitosamente à Vossa Excelência, se digne a conceder-lhe os
benefícios da JUSTIÇA GRATUITA, isentando-se do pagamento das custas e
despesas processuais.
2.0) DOS FATOS

A parte Autora requereu na data 20.12.2019, junto à Autarquia Previdenciária,


a concessão do benefício de PENSÃO POR MORTE, em razão do falecimento de
seu esposo Sr. ARTIDOR FERREIRA DE ANDRADES, ocorrido em 08.12.2019
conforme certidão de óbito anexa (pág. 13).
A parte Autora, consoante documentação em anexo, convivia em união estável
com o Sr. ARTIDOR FERREIRA DE ANDRADES, como se casados fossem, em união
pública e duradoura.
Em decorrência de tal convivência, ambos se comprometeram a mutua
assistência e cuidado.
Vale ressaltar, que o Sr. ARTIDOR FERREIRA DE ANDRADES, falecido, era
segurado da Previdência Social, o qual recebia APOSENTADORIA POR INVALIDEZ
– N.B. 536.950.575-2, com DIB: 28.07.2009.
Após análise dos documentos apresentados no processo administrativo, a
Autarquia Ré, indeferiu o pedido:
Dados do processo administrativo:
1. Número do benefício (NB): 183.437.388-0

2. Data do óbito: 08/12/2019

3. Data do requerimento (DER): 20/12/2019

4. Razão do indeferimento: Falta de qualidade de dependente

Ocorre que, a parte Autora apresentou provas robustas da união estável para
com o “de cujus”.
Cumpre destacar que a Autora anteriormente a união estável já era casada com
o falecido, porém separou-se, sendo que posteriormente voltaram a conviver como
casados.
Diante disso, não resta a parte Autora alternativa, senão, recorrer ao Poder
Judiciário, a fim de pleitear o a concessão do benefício de PENSÃO POR
MORTE.

3.0) DA COMPROVAÇÃO DA UNIÃO ESTÁVEL


A parte Autora apresentou Declaração de União Estável, devidamente
assinada e registrada no Cartório de Registro Civil da comarca de Videira - SC,
juntamente com 2 testemunhas na data de 22.11.2019, onde consta que a mesma
convivia em união estável desde 0utubro de 2014.

Ainda, na CERTIDÃO DE ÓBITO, consta a parte Autora mantinha convívio


marital.

Ademais, para comprovação da união estável, a parte Autora aponta toda a


documentação anexada ao processo administrativo da parte autora e ora apresentada
perante a justiça, cuja sinopse de conteúdo apresenta-se no quadro abaixo, em ordem
cronológica:
DOCUMENTOS: PÁGINA DO P.A DATA

CERTIDÃO DE ÓBITO EM NOME DO Pág.2 08/12/2019


SR. ALDO ARAI DE OLIVEIRA;

INSTRUMENTO PARTICULAR DE Págs. 27-28 22/11/2019


FORMALIZAÇÃO E
REGULAMENTAÇÃO DE UNIÃO
ESTÁVEL EM NOME DA PARTE
AUTORA E SEU ESPOSO, FALECIDO,
SR. ARTIDOR FERREIRA DE
ANDRADES.

TERMO DE RESCISÃO DE CONTRATO Págs.33-34 26/12/2019


DE TRABALHO ASSINADO PELA
AUTORA

Portanto, existem provas suficientes de que a parte Autora conviveu com o Sr.
ARTIDOR FERREIRA DE ANDRADES, o qual era segurado da Previdência Social
junto a Autarquia, fazendo jus ao recebimento do benefício de PENSÃO POR
MORTE.

4.0) DO DIREITO
4.1) DAS DISPOSIÇÕES LEGAIS RELATIVAS AO BENEFÍCIO
PRETENDIDO PELA PARTE AUTORA

A pensão por morte trata de um benefício da Previdência Social devido aos


dependentes dos assegurados em função de seu falecimento.

Depreende-se, portanto, que a função do referido benefício é garantir aos


dependentes do de cujus uma forma de suprir a subsistência digna antes executada
com a renda mensal deste.

A partir da Lei 13.135, de 17 de Junho de 2015, algumas mudanças ocorreram


nas regras para a concessão da pensão por morte. Entre elas, o tempo de duração do
benefício para cônjuges e companheiros, de acordo com o tempo de contribuição do
segurado e a idade desses dependentes.

Podem receber esse benefício os filhos e equiparados até 21 anos ou maiores


inválidos, os cônjuges e companheiros. Na ausência desses, podem ser dependentes
irmãos menores ou inválidos e os pais. Se tiver mais de um dependente, o valor da
pensão é dividido igualmente entre eles.
Para cônjuge ou companheiro a pensão é vitalícia, desde que o casamento ou
união estável tenha 2 anos ou mais e o dependente 44 anos ou mais de idade.
Se o óbito ocorrer sem que o segurado tenha realizado 18 contribuições
mensais à Previdência ou se o casamento ou união estável se iniciou em menos de dois
anos antes do falecimento do segurado, a duração da pensão é de quatro meses a partir
da data do falecimento.
Conforme disciplina os artigos 74 e seguintes da Lei nº 8.213/91, alterada em
17 de junho de 2015 pela Lei 13.135/2015, para que o dependente faça jus ao benefício
é necessário o preenchimento de três requisitos, sendo eles:
a) O falecimento do segurado;
b) Qualidade de segurado;
c) Qualidade do dependente.
O primeiro requisito a ser preenchido está no fato gerador do benefício de
pensão por morte, sendo, pois, o falecimento do segurado, comprovada através da
apresentação da Certidão de Óbito, sendo indispensável para a implantação do
benefício o registro dos dados do documento.
O segundo requisito aduz que, é necessário que a pessoa falecida seja segurada
da Previdência, sendo que conforme aduz o art. 26 da Lei 8.213/91, em caso de pensão
por morte, a sua concessão INDEPENDE DE CARÊNCIA.
Veja-se:
Art. 26. Independe de carência a concessão das
seguintes prestações:
I - pensão por morte, auxílio-reclusão, salário família
e auxílio-acidente;
No presente caso, o falecido esposo era APOSENTADO POR INVALIDEZ.
Sabe-se que, enquanto o segurado estiver recebendo algum benefício da
Previdência Social, ele não perde a condição de segurado. Tecnicamente, diz-se que
ele "mantém a qualidade de segurado".
Assim determina o art. 15, da Lei nº8.213/91, qual dispõe sobre os Planos de
Benefícios da Previdência Social e dá outras providências:
Art. 15. Mantém a qualidade de segurado,
independentemente de contribuições: I - sem limite
de prazo, quem está em gozo de benefício;
Já para o preenchimento do terceiro requisito, qual retrata a qualidade do
dependente são elencados no artigo 16 da Lei n° 8.213/1991 e possuem vinculação
indireta com o RGPS:
Art. 16. São beneficiários do Regime Geral de
Previdência Social, na condição de dependentes do
segurado:
I- O cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho
emancipado, de qualquer condição, menor de 21
(vinte e um) anos ou inválido;
4º. A dependência econômica das pessoas indicadas
no inciso I é presumida e a das demais deve ser
comprovada.
Portanto, sendo o dependente cônjuge ou companheiro, a dependência é
presumida, sendo necessário o tempo mínimo de casamento ou união estável de 2
(dois) anos, onde o benefício será pago de maneira variável segundo a idade e
características do beneficiário.
Neste sentido, leciona Frederico Amado (Direito Previdenciário, 2015, p. 461)
“o cônjuge, companheiro ou companheira não terá direito ao benefício da pensão
por morte se o casamento ou o início da união estável tiver ocorrido há menos de
dois anos da data do óbito do instituidor do benefício [...]”
Conforme determina o art. 74 da Lei 13.135/2015 acerca da data início para o
pagamento de benefício ao cônjuge/companheiro:
Art. 74. A pensão por morte será devida ao conjunto
dos dependentes do segurado que falecer,
aposentado ou não, a contar da data:
I- Do óbito quando, quando requerida até
noventa dias depois deste;
[...]
A união estável foi regulamentada no Decreto n° 3.048/1999, artigo 22, onde
determina a necessidade de apresentação de, no mínimo, 3 (três) provas materiais da
existência da relação de companheirismo. A exigência de 3 (três) documentos pelo
regulamento não é acolhida pela jurisprudência majoritária, no sentido de
que:

A União estável previdenciária pode ser


demonstrada por qualquer meio de prova, pois um
decreto, não constituindo lei no sentido estrito (...),
não pode atribuir direitos ou impor obrigações” (Voto
do Relator JUIZ FEDERAL JOSÉ ANTONIO SAVARIS
(TNU, PEDILEF 200538007607393, JUIZ FEDERAL
JOSÉ ANTONIO SAVARIS, TNU, DJ 01/03/2010.) (sem grifo
no original)

Assim, a união estável pode ser comprovada pela apresentação de prova


material, corroborada por prova testemunhal produzida em
Justificação Administrativa, forte no disposto no artigo 142 do Decreto n° 3.048/1999.
Art. 142. A justificação administrativa constitui
recurso utilizado para suprir a falta ou insuficiência
de documento ou produzir prova de fato ou
circunstância de interesse dos beneficiários, perante
a previdência social.
In casu, o Sr. ARTIDOR FERREIRA DE ANDRADES faleceu no dia
08.12.2019.
O de cujus deixou como única dependente sua companheira, ora, parte Autora
da presente ação.
A respeito do terceiro requisito, como pode ser observado na documentação
juntada, a parte Autora conviveu maritalmente com o Sr. ARTIDOR FERREIRA DE
ANDRADES.
A parte Autora nasceu no dia no dia 13.09.1951, sendo que, contava com 71
anos de idade quando do falecimento de seu companheiro.
Segundo Wladimir Novaes Martinez:
A pensão por morte é prestação dos dependentes
necessitados de meios de subsistência, substituidora
dos seus salários, de pagamento continuado,
reeditável e acumulável com aposentadoria. Sua
razão de ser é ficar sem condições de existência quem
dependia do segurado. Não deriva de contribuições
aportadas, mas dessa situação de fato, admitida
presuntivamente pela lei. (Curso de Direito
Previdenciário. Martinez, Wladimir Novaes – 5ª
edição – São Paulo: LTr, 2013, p.896)
É norte jurisprudencial:
PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO POR MORTE.
CONCESSÃO. REQUISITOS. ÓBITO. QUALIDADE DE
SEGURADO. BOIA-FRIA. QUALIDADE DE
DEPENDENTE. ESPOSA. ART. 16, §4º, DA LEI
8.213/91. TERMO INICIAL. PRESCRIÇÃO.
CONSECTÁRIOS LEGAIS.
IMPLANTAÇÃO DO BENEFÍCIO. 1. A concessão do
benefício de pensão por morte depende da
ocorrência do evento morte, da demonstração da
qualidade de segurado do de cujus e da condição de
dependente de quem objetiva a pensão. 2. A
dependência econômica da parte autora, nos termos
do art. 16, § 4º, da Lei nº 8.213/91, é presumida. A
qualidade de segurado especial pode ser comprovada
por início de prova material corroborada pela prova
testemunhal. 3. O termo inicial do benefício de
pensão por morte deve ser fixado de acordo com as
leis vigentes por ocasião do óbito. Antes da Lei
9.528/97, de 10/12/1997, o benefício era devido a
contar do falecimento, independente da data do
requerimento. A partir do advento dessa lei, a pensão
por morte passou a ser devida: a) a contar do óbito,
quando requerida até trinta dias depois deste; b) do
requerimento, quando requerida após o prazo
mencionado. [...] (Apelação Cível nº 0020162-
86.2013.4.04.9999/PR, Rel.: LUIZ ANTONIO BONAT,
julgado em: 19/04/2016)

PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO POR MORTE.


QUALIDADE DE DEPENDENTE. UNIÃO ESTÁVEL
COMPROVADA. BENEFÍCIO DEVIDO. JUROS E
CORREÇÃO MONETÁRIA. TUTELA ESPECÍFICA. 1. Para a
obtenção do benefício de pensão por morte, deve a parte
interessada preencher os requisitos estabelecidos na
legislação previdenciária vigente à data do óbito, consoante
iterativa jurisprudência dos Tribunais Superiores e desta
Corte. 2. É presumida a dependência econômica do
companheiro que vivia em união estável com a de
cujus. 3. A união estável pode ser demonstrada por
testemunhos idôneos e coerentes, informando a
existência da relação more uxório. A Lei nº 8.213/91
apenas exige início de prova material para a
comprovação de tempo de serviço. 4. Comprovadas a
união estável e, por conseguinte, a dependência
econômica da autora em relação ao de cujus, além
dos demais requisitos, deve ser mantida a sentença
para determinar ao INSS que conceda a pensão por
morte à requerente. 5. As prestações em atraso serão
corrigidas pelos índices oficiais, desde o vencimento de cada
parcela, ressalvada a prescrição quinquenal, e, segundo
sinalizam as mais recentes decisões do STF, a partir de
30/06/2009, deve-se aplicar o critério de atualização
estabelecido no art. 1º-F da Lei 9.494/97, na redação da Lei
11.960/2009. 6. Este entendimento não obsta a que o juízo de
execução observe, quando da liquidação e atualização das
condenações impostas ao INSS, o que vier a ser decidido pelo
STF em regime de repercussão geral (RE 870.947), bem como
eventual regramento de transição que sobrevenha em sede de
modulação de efeitos. 7. Os juros de mora são devidos a contar
da citação, à razão de 1% ao mês (Súmula nº 204 do STJ e
Súmula 75 desta Corte) e, desde 01/07/2009 (Lei nº
11.960/2009), passam a ser calculados com base na taxa de
juros aplicáveis à caderneta de poupança (RESP 1.270.439),
sem capitalização. 8. Determina-se o cumprimento imediato
do acórdão naquilo que se refere à obrigação de implementar
o benefício, por se tratar de decisão de eficácia mandamental
que deverá ser efetivada mediante as atividades de
cumprimento da sentença stricto sensu previstas no art. 497
do novo CPC, sem a necessidade de um processo executivo
autônomo (sine intervallo). (Apelação Cível nº 0017087-
68.2015.4.04.9999/SC, Rel. Des. Federal VÂNIA HACK DE
ALMEIDA, julgado em: 13/04/2016) (Sem grifo no original)
Ainda:
PREVIDENCIÁRIO. CONCESSÃO DE PENSÃO POR
MORTE DE COMPANHEIRO. REQUISITOS
PREENCHIDOS. 1. A concessão do benefício de
pensão por morte depende da ocorrência do evento
morte, da demonstração da qualidade de segurado do
de cujus e da condição de dependente de quem
objetiva a pensão. 2. Preenchidos os requisitos legais,
faz jus a parte autora à pensão por morte do
companheiro. (Apelação/Reexame nº
001987810.2015.4.04.9999/RS, Rel. Des. Federal PAULO
AFONSO BRUM VAZ, julgado em: 13/04/2016). (Sem grifo no
original)
Preenchidos todos os requisitos necessários para a concessão do benefício de
pensão por morte, possui a parte Autora o direito de receber o benefício a ser pago a
ela da data do falecimento do Sr. ARTIDOR FERREIRA DE ANDRADES, devendo a
Autarquia Ré conceder a pensão por morte a parte Autora, pois, é medida que
se impõe no caso dos autos.

5.0) DO DANO MORAL

Conforme se colhe da documentação em anexo a parte Autora, faz jus a


concessão do benefício de PENSÃO POR MORTE desde o óbito da “de cujos”, eis que
comprovadamente a parte Autora convivia em união estável com o falecido. Já o INSS
indeferiu o benefício por falta de provas de dependente do segurado instituidor no
momento do óbito.
Ocorre Excelência, que o benefício em comento, se trata de verba de caráter
alimentar e a parte Autora em razão de ser dependente do falecido, está passando por
inúmeros transtornos, inclusive no que se refere ao seu próprio sustento.
A Constituição Federal de 1988 traz como fundamentos da República
Federativa do Brasil e consequentemente, do Estado Democrático de Direito, a
dignidade da pessoa humana.
É o que dispõe o art. 1º, III da Constituição Federal:
“A República Federativa do Brasil, formada pela
união indissolúvel dos Estados e Municípios e do
Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático
de Direito e tem como fundamentos:
(...)
III – a dignidade da pessoa humana.”
A seguridade social é definida na Constituição Federal, no artigo 194, caput,
como um “conjunto integrado de ações de iniciativa dos poderes públicos
e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à
previdência e à assistência social”.
É, portanto, um sistema de proteção social que abrange os três programas
sociais de maior relevância: a previdência social, a assistência social e a saúde.
O direito a indenização por Danos Morais também encontra amparo no artigo
5º, inciso V, da CF que assim esclarece:
É assegurado o direito de resposta proporcional ao
agravo, além de indenização por dano material,
moral ou à imagem.
Também garante a Carta Magna em seu art. 5, X: “são invioláveis a
intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o
direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua
violação.”
Entende Fredie Didier Junior que o inciso XXXV do art. 5° da Lei Maior,
retrata o direito fundamental à inafastabilidade da apreciação pelo Poder Judiciário.
Referido professor ensina que:

“Prescreve o inciso XXXV do art. 5° da Constituição


Federal do Brasil: “a lei não excluirá da apreciação do
Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito”. Trata, o
dispositivo, da consagração, em sede constitucional,
do direito fundamental de ação, de acesso ao Poder
Judiciário, sem peias, condicionamentos ou
quejandos, conquista histórica que surgiu a partir do
momento em que, estando proibida a autotutela
privada, assumiu o Estado o monopólio da
jurisdição. Ao criar um direito, estabelece-se o dever
– que é do Estado: prestar a jurisdição. Ação e
jurisdição são institutos que nasceram um para o
outro.”1

Já o Código Civil em seus arts. 186 e 927, ao tratar sobre o Dano Moral dispõe
que:
“Art.186 Aquele que, por ação ou omissão voluntária,
negligência ou imprudência, violar direito e causar
dano a outrem, ainda que exclusivamente moral,
comete ato ilícito.”
“art.927 - Aquele que por ato ilícito (art.186 e 187),
causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.”

1DIDIER JR., Fredie. "Curso de Direito Processual Civil. Vol. 1. Teoria Geral do Processo e
Processo de Conhecimento." 12ª ed. Salvador: Editora JUS PODIVM, 2010, p. 105.
A Magna Carta em seu artigo 37, parágrafo 6º, esclarece que o Estado responde
pelos danos causados a outrem, por ação ou omissão praticada por seus agentes, nessa
qualidade:

“art.37 [...]
Parágrafo 6º - “As pessoas jurídicas de direito público
e as de direito privado prestadoras dos serviços
públicos responderão pelos danos que seus agentes,
nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurando
o direito de regresso contra o responsável nos casos
de dolo ou culpa”.
De acordo com o Ministro do Superior Tribunal de Justiça, Herman Benjamin.
Ministro Relator do Recurso Especial n. 1.288.224 – RS, julgado em 03.05.2011, a
jurisprudência do STJ é pacífica no sentido de que, caracterizada a responsabilidade
subjetiva do Estado, mediante conjunção concomitante dos elementos dano,
negligência administrativa e nexo de causalidade entre o evento danoso e o
comportamento ilícito do Poder Público, é inafastável o direito à indenização ou
reparação civil dos prejuízos suportados.
Por derradeiro, a Declaração Universal dos Direitos Humanos enfatiza que:
Artigo VIII – Todo homem tem direito a receber dos
tribunais nacionais competentes, remédio efetivo
para os atos que violem os direitos fundamentais que
lhe sejam reconhecidos pela Constituição ou por lei.
Não é outro o entendimento do Colendo Superior Tribunal de Justiça e do
Egrégio Tribunal Regional Federal da Quarta Região:
“PROCESSUAL CIVIL E PREVIDENCIÁRIO. ERRO NO
INDEFERIMENTO DA CONCESSÃO DE BENEFÍCIO
PREVIDENCIÁRIO. RESPONSABILIDADE DO ESTADO.
INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL. VALOR
INDENIZATÓRIO RAZOÁVEL. REVISÃO. SÚMULA 7/STJ.
1. Em relação à indenização por dano moral causado por
erro do servidor do INSS na análise dos pressupostos para a
concessão de benefício previdenciário, o Tribunal de origem
reduziu "o quantum indenizatório para o valor
correspondente a 100 salários-mínimos"
(fl. 420, e-STJ).
2. A revisão do valor arbitrado a título de danos morais
implica, como regra, revolvimento de matéria
fáticoprobatória, o que é vedado em Recurso Especial (Súmula
7/STJ). Excepciona-se apenas a hipótese de valor irrisório ou
exorbitante, o que não se configura neste caso.
3. Agravo Regimental não provido. (AgRg no AREsp
345.911/SP, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA
TURMA, julgado em 10/09/2013, DJe 25/09/2013)
(Grifei)

“PROCESSUAL CIVIL E PREVIDENCIÁRIO. AGRAVO


REGIMENTAL EM AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL.
ERRO NO INDEFERIMENTO DA CONCESSÃO DE
BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO. NEXO CAUSAL E
RESULTADO LESIVO RECONHECIDOS PELA INSTÂNCIA
ORDINÁRIA. REVALORAÇÃO DO CONJUNTO FÁTICO-
PROBATÓRIO DOS AUTOS. RESPONSABILIDADE DO
ESTADO. REPARAÇÃO POR DANO MORAL.
1. O indeferimento de benefício previdenciário
imotivado acarreta injusta privação de verba
alimentar, colocando em risco a subsistência do
segurado, sobretudo em casos de pessoas de baixa
renda, como é o caso dos autos.
2. A compensação por danos morais foi feita, pelo juízo
sentenciante, com esteio em extensa e minuciosa análise dos
elementos probatórios da dor e das dificuldades pessoais que
afligiu o agravado, que mesmo comprovando a gravidade da
moléstia que o acometia, teve seu benefício negado, sendo
obrigado, por mais de quatro anos, a sacrificar sua saúde e
bem estar trabalhando no mercado informal como vendedor
ambulante, a despeito do câncer de laringe em estado
avançado que apresentava.
3. Constatado o nexo de causalidade entre o ato da
Autarquia e o resultado lesivo suportado pelo segurado, é
devida a reparação dos danos morais. 4. Agravo Regimental
do INSS desprovido.
(AgRg no AREsp 193.163/SE, Rel. Ministro NAPOLEÃO
NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA TURMA, julgado em
24/04/2014, DJe 08/05/2014)” (Grifei)

“PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. INCIDÊNCIA


DA SÚMULA 7/STJ AFASTADA. DANOS MORAIS.
CARACTERIZADO. CUMULAÇÃO COM BENEFÍCIO
PREVIDENCIÁRIO. POSSIBILIDADE.
1. Na hipótese, ficou explicitada a conduta voluntária e
comissiva da Administração que ensejou a ilegalidade
consubstanciada no licenciamento do militar no momento em
que fazia jus à reforma. Restou consignado, também, o dano
sofrido pelo recorrente em razão do irregular licenciamento:
"Não há dúvidas de que tal erro administrativo foi fonte de
diversos dissabores ao demandante, que restou privado dos
meios de subsistência a que teria direito por norma
expressamente prevista no Estatuto Militar. Tal ato, por certo,
gerou um severo dano psíquico à pessoa prejudicada, que
acabou sendo diretamente afetada em sua condição social e
pessoal" (fl. 866, e-STJ).
2. Verifica-se, assim, o ato ilícito, bem como o nexo de
causalidade e o dano, o que caracteriza o dano moral diante da
responsabilidade civil objetiva da Administração Pública.
3. Cumpre esclarecer que benefício previdenciário é
diverso e independente de indenização por danos materiais ou
morais, visto que ambos têm origens distintas. O primeiro é
assegurado pela Previdência; e a segunda, pelo direito comum.
Caracterizada a responsabilidade administrativa do Estado,
com fundamento no art. 37, § 6º, da Constituição Federal,
surge o dever de indenizar a parte lesada de acordo com as
normas do direito privado. Agravo regimental provido. (AgRg
no REsp 1541846/RS, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS,
SEGUNDA TURMA, julgado em 22/09/2015, DJe
20/10/2015) (Grifamos)

“INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. ENCERRAMENTO


INDEVIDO DO BENEFÍCIO DE AUXÍLIO-DOENÇA.
PERMANÊNCIA DA INCAPACIDADE. PERDA DE
EMPREGO. FIXAÇÃO DO VALOR.
A demissão do autor foi ocasionada pelo equívoco cometido
pela Autarquia, pois, como demonstrou o laudo pericial, ele
não estava capacitado para o trabalho. A precipitação da
autarquia em encerrar o benefício gerou grandes transtornos
ao réu, que ficou por quatro meses sem saber de onde proviria
sua fonte de sustento. Saliente-se que uma situação deste tipo
para uma pessoa que já sofre de depressão geralmente acaba
por gerar um abalo emocional muito maior do que em uma
pessoa sadia. (AC 2006.71.13.002669-0/RS, REL. DES.
FEDERAL EDGARD ANTONIO LIPPMANN JÚNIOR,
4ªT./TRF4, MAIORIA, JULG.

Nesse compasso, negar o direito ao benefício de PENSÃO POR MORTE,


é contrariar o basilar princípio da dignidade da pessoa, fazendo jus, pois a indenização
por danos morais.

6.0) FIXAÇÃO DO QUANTUM DO DANO MORAL


Para efeitos de fixação do dano moral a ser aplicado no caso vertente,
importante enfatizar que o dano moral se perfectibiliza na dor sofrida pelo agredido,
nos males suportados pelo ato lesivo, na amplitude do ato lesivo, sua duração no
espaço e tempo, enfim o lapso de duração e seus reflexos na vida do lesionado.
Importante trazer a lição do renomado Doutrinador Carlos Alberto Bittar, em
sua célebre obra, verbis:
“Tem-se por assente, nesse plano, que ações ou
omissões lesivas rompem o equilíbrio existente no
mundo fático, onerando, física, moral ou
pecuniariamente, os lesados, que diante da
respectiva injustiça, ficam ipso facto, investidos em
poderes para defesa dos interesses violados, em
níveis diversos e a luz das circunstâncias do caso
concreto. É que ao Direito compete preservar a
integridade moral e patrimonial das pessoas,
mantendo o equilíbrio no meio social e na esfera
individual de cada um dos membros da coletividade,
em sua busca incessante pela felicidade pessoa.”
(BITTAR, Carlos Alberto. Reparação Civil por Danos
Morais. São Paulo, RT, 1988.)

7.0) DAS PROVAS QUE A PARTE AUTORA PRETENDE


PRODUZIR - DA COMPROVAÇÃO DA UNIÃO

Disciplina o artigo 212 do Código Civil:


Art. 212. Salvo o negócio a que se impõe forma
especial, o fato jurídico pode ser provado mediante:
I - confissão;
II - documento;
III - testemunha;
IV IV - presunção;
V V - perícia.
Ainda sobre a produção de provas, temos o artigo 369 d0 NCPC que assim
dispõe:
Art. 369. As partes têm o direito de empregar todos
os meios legais, bem como os moralmente legítimos,
ainda que não especificados neste Código, para
provar a verdade dos fatos em que se funda o pedido
ou a defesa e influir eficazmente na convicção do juiz.
Diante do exposto a parte Autora pugna pela produção de todas as provas em
Direito admitidas.

8.0) DA CUMULAÇÃO DOS PEDIDOS


Sobre a cumulação de pedidos, dispõe o artigo 327 do Digesto Processual de
2015:
“Art. 327. É lícita a cumulação, em um único
processo, contra o mesmo réu, de vários pedidos,
ainda que entre eles não haja conexão. § 1º São
requisitos de admissibilidade da cumulação que:
I - os pedidos sejam compatíveis entre si; II - seja
competente para conhecer deles o mesmo juízo;
III - seja adequado para todos os pedidos o tipo de
procedimento.
§ 2º Quando, para cada pedido, corresponder tipo
diverso de procedimento, será admitida a cumulação
se o autor empregar o procedimento comum, sem
prejuízo do emprego das técnicas processuais
diferenciadas previstas nos procedimentos especiais
a que se sujeitam um ou mais pedidos cumulados,
que não forem incompatíveis com as disposições
sobre o procedimento comum.
§ 3º O inciso I do § 1º não se aplica às cumulações de
pedidos de que trata o art. 326. A lógica da previsão
legal do inciso II do § 1º do referido artigo é impedir
a burla ao princípio do juiz natural,
constitucionalmente assegurado no inciso LIII do
artigo 5º da Carta Magna, de modo a que algum
pedido acabe sendo analisado por juízo que, a rigor,
não seria competente para tanto.
De outro lado, o artigo 54 do CPC prevê:
Art. 54. A competência relativa poderá modificar-se
pela conexão ou pela continência, observado o
disposto nesta Seção.
Comprovado o dano praticado pela Autarquia-ré, a indenização por dano
moral cumulada com o benefício previdenciário é possível nos exatos termos da
Súmula 37 do Superior Tribunal de Justiça:
SÚMULA 37 - SÃO CUMULAVEIS AS INDENIZAÇÕES
POR DANO MATERIAL E DANO MORAL ORIUNDOS
DO MESMO FATO.

9.0) DO VALOR DA CAUSA


Para efeitos de aplicação do valor da causa a presente demanda, o
entendimento do E. TRF da 4ª Região é pacifico, consoante se extrai das seguintes e
r. decisões:

‘AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 5027738-


69.2013.404.0000/RS RELATOR:CELSO KIPPER
AGRAVANTE:VALERIO ABRAMCHUK ADVOGADO:LUIZ
GUSTAVO FERREIRA RAMOS AGRAVADO:INSTITUTO
NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS EMENTA:
AGRAVO. PREVIDENCIÁRIO. PEDIDO DE CONCESSÃO DE
BENEFÍCIO CUMULADO COM INDENIZAÇÃO POR
DANOS MORAIS. VALOR DA CAUSA. COMPETÊNCIA.
1. Nos termos do art. 259, II, do CPC, havendo cumulação
de pedidos, o valor da causa será a quantia correspondente à
soma dos valores de todos eles (concessão de benefício
previdenciário e indenização por dano moral, no caso dos
autos).
2. No entanto, sendo excessivo o valor atribuído à
indenização por danos morais, nada obsta seja, ainda que de
ofício, adequado à situação dos autos, tendo a Terceira Seção
desta Corte manifestado entendimento no sentido de que a
condenação por dano moral deve ter como limite o total
das parcelas vencidas, acrescidas de doze vincendas,
relativas ao benefício pretendido.
3. Caso em que o valor da causa, somado o
montante relativo ao principal com idêntico valor a
título de indenização por danos morais, supera o
limite de sessenta salários mínimos, evidenciando a
competência da Vara Federal para o processamento
do feito.
ACÓRDÃO
Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima
indicadas, decide a Egrégia 6a. Turma do Tribunal Regional
Federal da 4ª Região, por unanimidade, dar provimento ao
agravo de instrumento, nos termos do relatório, votos e notas
taquigráficas que ficam fazendo parte integrante do presente
julgado. Porto Alegre, 12 de março de 2014. Des. Federal
CELSO KIPPER Relator”

“CONFLITO DE COMPETÊNCIA. PREVIDENCIÁRIO.


PROCESSUAL CIVIL. DEFINIÇÃO DO VALOR DA CAUSA.
JUIZADO ESPECIAL FEDERAL. COMPETÊNCIA.
IMPROCEDÊNCIA DE PARCELA DOS PEDIDOS.
ANTECIPAÇÃO DO MÉRITO. Decisão preliminar que
determina a exclusão do cálculo do valor da causa um dos
pedidos por considerá-lo sem aparo legal implica antecipação
do mérito da ação e não está dentro do legítimo controle do
juiz sobre a competência da ação. (TRF4, CONFLITO DE
COMPETÊNCIA (SEÇÃO) Nº 5008825-05.2014.404.0000,
3ª SEÇÃO, Des. Federal ROGERIO FAVRETO, POR
UNANIMIDADE, JUNTADO AOS AUTOS EM 09/05/2014)”

O Código de Processo Civil/2015, trouxe novo entendimento e fixou a


possibilidade de pedir exatamente o dano moral que se pretende, bem como sua
fixação no valor a ser consignado na causa, assim relacionado:
DO VALOR DA CAUSA
Art. 291. A toda causa será atribuído valor certo,
ainda que não tenha conteúdo econômico
imediatamente aferível.
Art. 292. O valor da causa constará da petição inicial ou da
reconvenção e será:
I - na ação de cobrança de dívida, a soma
monetariamente corrigida do principal, dos juros de mora
vencidos e de outras penalidades, se houver, até a data de
propositura da ação;
II - na ação que tiver por objeto a existência, a validade, o
cumprimento, a modificação, a resolução, a resilição ou a
rescisão de ato jurídico, o valor do ato ou o de sua parte
controvertida;
III - na ação de alimentos, a soma de 12 (doze) prestações
mensais pedidas pelo autor;
IV - na ação de divisão, de demarcação e de reivindicação,
o valor de avaliação da área ou do bem objeto do pedido;
V - na ação indenizatória, inclusive a fundada em
dano moral, o valor pretendido;
VI - na ação em que há cumulação de pedidos, a quantia
correspondente à soma dos valores de todos eles; VII - na ação
em que os pedidos são alternativos, o de maior valor;
VIII - na ação em que houver pedido subsidiário, o valor do
pedido principal.
Portanto inconteste, o direito da parte autora em buscar o valor que entende
ser devido, fixando-o na causa de pedir, porquanto integrante do seu silogismo
jurídico.

10) DOS PEDIDOS


Diante do exposto, requer a parte autora se digne Vossa Excelência a:
a) receber a presente ação no termos em que ela foi proposta;
b) deferir à parte Autora os benefícios da GRATUIDADE
JUDICIÁRIA com fulcro no Artigo 5°, inc. LXXIV, da
Constituição Federal, combinado com o Artigos 98 e ss, todos do
Código de Processo Civil Brasileiro, Lei nº 1.060/50, e
jurisprudências aplicáveis a espécie, eis que a
parte se encontra em situação econômica que não lhe permite
arcar com as despesas do processo, sem prejuízo do sustento
próprio e da família;
c) determinar a citação do INSS – Instituto Nacional do
Seguro Social (Autarquia Federal), com agência estabelecida
na Rua: Campos Novos, nº 211, em Caçador – SC – CEP: 89.500-
000, para, querendo, apresentar defesa e acompanhar a presente
ação previdenciária, sob pena de confissão quanto a matéria de
fato;
d) deferir a possibilidade de a parte Autora vir a produzir as provas
elencadas no art. 212 do Código Civil c/c com o artigo 369 d0
NCPC, notadamente a prova DOCUMENTAL E
TESTEMUNHAL, destinada a confirmar a prova documental
carreada aos autos, que demonstram a união estável entre a parte
Autora e o Sr. ARTIDOR FERREIRA DE ANDRADES.
e) julgar PROCEDENTE O PEDIDO, para condenar o
Instituto Nacional do Seguro Social – INSS:
I- Ao pagamento do benefício de PENSÃO POR MORTE a
parte Autora, de FORMA VITALÍCIA, em conformidade
com a Lei 8213/91, bem como no pagamento das parcelas
vencidas, desde a data do falecimento do Companheiro da
parte Autora (20.12.2019) e/ou em data a ser fixada pelo
Juízo, cujo ao valor deverá ser acrescido de atualização
monetária e juros legais até a data do devido pagamento;

II- Ao pagamento por DANOS MORAIS praticados contra a


parte Autora consubstanciados pelo indeferimento do
benefício previdenciário de forma vitalícia, que tem direito
em face do longo tempo em que, mesmo doente, ficou privado
(a) do benefício previdenciário, nos termos da CF/88 c/c os
artigos 186 e 927, do Código Substantivo Pátrio, no valor de
R$ 59.178,68 (cinquenta e nove mil e cento e setenta e oito
reais e sessenta e oito centavos) (inc. V do art. 292 do CPC/15),
cujo montante em cumulação com o dano material do
benefício a ser concedido (súmula 37 do STJ), deverão ser
atualizados monetariamente até a data do efetivo pagamento.
f) determinar ao INSS para que implante/estabeleça
administrativamente o benefício devido à Autora e proceda aos
necessários registros de concessão e manutenção do benefício
que a decisão lhe assegurar;
g) condenar, ainda, o INSS a pagar juros moratórios calculados
sobre o valor corrigido das prestações vencidas e contados a
partir da citação, à taxa de 1% (um por cento) ao mês, conforme
precedentes do Egrégio Superior Tribunal de Justiça (Resp.
n.227.369 – Alagoas – Min. Jorge Scartezzini – DJU – I, de
10.11.1999 p.226);
h) condenar o INSS a pagar os honorários de sucumbência nos
termos do artigo 85, § 3º e seus incisos do NCPC, naquilo que
couber, bem como eventuais honorários do perito judicial e dos
eventuais assistentes técnicos das partes, bem como as demais
despesas processuais;
i) determinar que seja o INSS intimado para juntar aos
autos cópia integral do PROCESSO ADMINISTRATIVO;
j) determinar que todas as intimações e notificações sejam feitas
em nome de sua procuradora, IVANIR ALVES DIAS
PARIZOTTO – OAB/SC 23.705, com escritório profissional
na Rua: XV de Novembro, nº 472, Sala 05, 2º Andar, Centro, em
Videira – SC – CEP: 89.560-000, onde as recebe, sob pena de
nulidade.
A parte Autora deixa de informar o seu e-mail por não possuir um, bem como
deixa de apresentar o e-mail da Autarquia Ré, eis que juridicamente desconhecido.
Por fim a parte Autora pugna pela análise dos artigos de todas as leis aplicáveis
a espécie, em especial a Carta Magna, Lei 8213/91.
Dá-se a causa o valor de R$ 118.357,36 (cento e dezoito mil e trezentos e
cinquenta e sete reais e trinta e seis centavos).

Termos em que pede deferimento e pugna pela procedência da ação.

Videira/SC, 15 de setembro de 2022.

Ivanir Alves Dias Parizotto


OAB/SC 23.705
ROL DE TESTEMUNHAS:

01 – ALINE ROSALINA DA SILVA GRUTZMACHER


CPF – 385.253.809-20
RG – 5.127.250
ENDEREÇO: RUA: SEVERINO JOSE PASQUAL, 922
VIDEIRA - SC
CEP: 89.560.000

02 – MARINETE FACHIN
CPF – 812.707.049-15
PROFISSÃO: AUXILIAR DE SERVIÇOS GERAIS
ENDEREÇO: VERGILIO COSTOLDI, 110
CIDADE: VIDEIRA
CEP: 89.560.000

02 – BERNARDETE BRESOLIN
CPF – 693.587.029-15
RG – 862.970
PROFISSÃO: APOSENTADO
ENDEREÇO: VERGILIO COSTOLDI, 91
VIDEIRA - SC
CEP: 89.560.000

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