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Proteção

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Incêndios e Explosões
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Legislação e Normas de Proteção contra Incêndio

Responsável pelo Conteúdo:


Prof. Esp. Leandro Monteiro de Araújo

Revisão Textual:
Prof.ª Me. Sandra Regina Fonseca Moreira
Legislação e Normas de
Proteção contra Incêndio

Nesta unidade, trabalharemos os seguintes tópicos:


• Norma Regulamentadora NR23;
• Legislação Estadual.

Fonte: Getty Images


Objetivos
• Apresentar um conteúdo teórico básico referente à legislação e normas de proteção con-
tra incêndio;
• Definir os equipamentos e sistemas necessários a serem considerados nas edificações,
de modo a garantir a sobrevivência das pessoas e preservação do patrimônio em casos
de emergência.

Caro Aluno(a)!

Normalmente, com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para o úl-
timo momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no material
trabalhado ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades solicitadas.

Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo, você
poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos ou alguns
dias e determinar como o seu “momento do estudo”.

No material de cada Unidade, há videoaulas e leituras indicadas, assim como sugestões


de materiais complementares, elementos didáticos que ampliarão sua interpretação e
auxiliarão o pleno entendimento dos temas abordados.

Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de
discussão, pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo, além de
propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de
troca de ideias e aprendizagem.

Bons Estudos!
UNIDADE
Legislação e Normas de Proteção contra Incêndio

Contextualização
A presente unidade (Legislação e Normas de Proteção contra Incêndio), vem apresen-
tar ao aluno(a) a regulamentação definida segundo as Legislações e Normas de proteção
contra incêndio nas edificações.

O que deve ser considerado como medida de proteção contra incêndio em um con-
domínio residencial? O que significa AVCB? Toda edificação deve possuir hidrantes?

Essas e outras questões serão esclarecidas nessa unidade. Conheceremos os motivos


pelos quais se adota uma medida de proteção contra incêndio em uma edificação, en-
quanto que em outra edificação similar, porém, com uma ocupação superior, existem
outras medidas de segurança contra incêndio.

Dessa forma, aproveite o conteúdo dessa unidade e todos os demais recursos dis-
poníveis para o aprofundamento teórico nessa área de conhecimento da segurança
contra incêndio.

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Norma Regulamentadora NR23
As Normas Regulamentadoras (NR) são disposições complementares ao capítulo V
da CLT, consistindo em obrigações, direitos e deveres a serem cumpridos por empre-
gadores e trabalhadores com o objetivo de garantir trabalho seguro e sadio, prevenin-
do a ocorrência de doenças e acidentes de trabalho. A elaboração/revisão das NR é
realizada pelo Ministério do Trabalho, adotando o sistema tripartite paritário por meio
de grupos e comissões compostas por representantes do governo, de empregadores
e de empregados.

Dentre as diversas NRs, existe a NR 23, que trata especificamente da proteção


contra incêndio.

Embora seja a NR mais curta, por força de nossa disciplina de estudo (Proteção
contra Incêndio e Explosões), vamos considerá-la como sendo a NR de maior relevância.

Além da NR23 referenciar a legislação estadual para a aplicação das medidas de


proteção contra incêndio, ela destaca alguns itens importantes a serem observados no
quesito proteção contra incêndio, a saber:
• Saídas de emergência em todas as edificações;
• Sinalização de emergência em todas as saídas e rotas de fuga, através de placas ou
sinais luminosos;
• Saídas de emergência sempre liberadas durante jornada de trabalho;
• Saídas de emergência com dispositivo de travamento de fácil abertura;
• Treinamento a todos os trabalhadores.

Assim como as demais NRs, a NR23 está disponível para download no Ministério do Traba-
lho, em sua nova página referente à segurança do trabalho.
Disponível no endereço: https://goo.gl/YJJkZw.

Legislação Estadual
O que seria Legislação Estadual referente à proteção contra incêndio?

A Legislação Estadual de proteção contra incêndio vem para regulamentar o sistema


de segurança contra incêndios das edificações e áreas de riscos com base no estabeleci-
do na Constituição Federal e demais Leis.

Assim, o Excelentíssimo Senhor ex-Presidente da República, Michel Temer, sancio-


nou no dia 30 de março de 2017 a Lei nº 13.425, que estabelece diretrizes gerais sobre

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Legislação e Normas de Proteção contra Incêndio

medidas de prevenção e combate a incêndio e a desastres em estabelecimentos, edifica-


ções e áreas de reunião de público; alterando as Leis nos 8.078, de 11 de setembro de
1990, e 10.406, de 10 de janeiro de 2002 – Código Civil; dando outras providências.
Art. 1º Esta Lei:

I – estabelece diretrizes gerais e ações complementares sobre preven-


ção e combate a incêndio e a desastres em estabelecimentos, edifica-
ções e áreas de reunião de público, atendendo ao disposto no inciso
XX do art. 21, no inciso I, in fine, do art. 24, no § 5º, in fine, do
art. 144 e no caput do art. 182 da Constituição Federal; [...]

(LEI Nº 13.425, DE 30 DE MARÇO DE 2017)

Agora vamos entender um pouco mais sobre o que diz as legislações estaduais,
tomando como exemplo a legislação estadual de São Paulo.

Por se tratar de uma legislação estadual referente à segurança contra incêndio, o


meio mais fácil de consultar tal legislação e demais leis e normas referentes ao assunto
é por meio do Corpo de Bombeiros.

Em São Paulo, todas as informações estão acessíveis por meio digital, através do site do
corpo de bombeiros: https://goo.gl/uULzv5.

Abaixo um passo a passo para se obter a legislação estadual:


• 1º Passo: entrar no site do corpo de bombeiros do estado de São Paulo através do
link acima.

Figura 1 – Página principal do corpo de bombeiros de São Paulo


• 2º Passo: acessar no menu “SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO” o item Legis-
lação – consulta e clicar.

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Figura 2 – Consulta de legislação
• 3º Passo: selecionar a situação do documento a ser consultado, nesse caso, Legis-
lação em Vigor.

Figura 3 – Seleção de situação da legislação em vigor


• 4º Passo: selecionar a legislação a ser consultada, nesse caso, Decretos em Vigor.

Figura 4 – Seleção de documento (decreto, instruções, leis etc.)

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• 5º Passo: selecionar o documento a ser consultado, nesse caso, procurar pelo mais
atual disponível e clicar no botão Pesquisar.

Figura 5 – Seleção do documento


• 6º Passo: efetuar o download do documento pesquisado. Nesse caso, o Decreto
estadual que institui o regulamento de segurança contra incêndios das edificações e
áreas de risco no estado de São Paulo e dá providências correlatas.

Figura 6 – Pesquisa do documento e disponibilização para download

Para todos os demais estados, deve-se procurar junto ao Corpo de Bombeiros qual é
a legislação estadual pertinente ao assunto de segurança contra incêndio.

Em São Paulo, a legislação atual válida é o decreto nº 56.819 de 10 de março de


2011, porém já foi publicado o decreto nº 63.911 de 10 de dezembro de 2018, que pas-
sará a valer após 120 dias de sua publicação, ou seja, a partir de 10 de abril de 2019,
cujos objetivos estão descritos em seu artigo 2º:

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Artigo 2º – São objetivos deste Regulamento:

I – proteger, prioritariamente, a vida dos ocupantes das edificações e


áreas de risco, em caso de incêndios e emergências;

II – restringir o surgimento e dificultar a propagação de incêndios,


estimulando a utilização de materiais de baixa inflamabilidade e redu-
zindo a potencialidade de danos ao meio ambiente e ao patrimônio;

III – proporcionar, nas edificações e áreas de risco, os meios mínimos


necessários ao controle e extinção de incêndios;

IV – evitar o início e conter a propagação do incêndio, reduzindo da-


nos ao meio ambiente e ao patrimônio;

V – viabilizar as operações de atendimento de emergências;

VI – proporcionar a continuidade dos serviços nas edificações ou áre-


as de risco;

VII – distribuir competências para o fiel cumprimento das medidas de


segurança contra incêndios;

VIII – fomentar o desenvolvimento de uma cultura prevencionista de


segurança contra incêndios. [...] (Decreto nº 63.911/2018)

A confirmação do cumprimento desse decreto se dá através da licença do Corpo de


Bombeiros, que reconhece o cumprimento das medidas de segurança contra incêndio
da edificação através dos seguintes documentos:
• Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros – AVCB;
• Termo de Autorização para Adequação do Corpo de Bombeiros – TAACB;
• Certificado de Licença do Corpo de Bombeiros – CLCB.

Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros – AVCB: é o documento emitido pelo CBPMESP


certificando que, no ato da vistoria técnica, a edificação ou área de risco atende às exigên-
cias quanto às medidas de segurança contra incêndio.
Certificado de Licença do Corpo de Bombeiros – CLCB: é o documento emitido pelo
CBPMESP, após apresentação dos documentos comprobatórios, certificando que a edifica-
ção ou área de risco atende às exigências quanto às medidas de segurança contra incêndio.
Termo de Autorização para Adequação do Corpo de Bombeiros – TAACB: documento
emitido pelo CBPMESP certificando que, após aprovação de cronograma físico para ajus-
tamento das medidas de segurança contra incêndio, a edificação ou área de risco pode
manter as atividades por atender nível mínimo de segurança.

O decreto 63.911/2018 determina as medidas de segurança contra incêndio em edi-


ficações e áreas de risco em função da:
• Ocupação ou uso (residencial, comercial, industrial etc.);
• Altura;
• Carga de incêndio (baixa, média ou alta);

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Legislação e Normas de Proteção contra Incêndio

• Área construída;
• Capacidade de lotação;
• Riscos especiais (GLP, produtos perigosos, fogos de artifício, vaso sob pressão etc.).

Tabela 1 – Tabela de classificação das edificações e áreas de risco quanto à ocupação


Grupo Ocupação/Uso Divisão Descrição Exemplos
Casas térreas ou assobradadas (isoladas e não isoladas) e
A-1 Habitação unifamiliar
condomínios horizontais.
A Residencial A-2 Habitação multifamiliar Edifícios de apartamentos em geral.
Pensionatos, internatos, alojamentos, mosteiros, conventos,
A-3 Habitação coletiva
residências geriátricas. Capacidade máxima de 16 leitos.
Hotéis, motéis, pensões, hospedarias, pousadas, albergues,
B-1 Hotel e assemelhado
Serviço de casas de cômodos, divisão A-3 com mais de 16 leitos.
B
Hospedagem Hotéis e assemelhados com cozinha própria nos apartamentos
B-2 Hotel residencial
(incluem-se apart-hotéis, flats, hotéis residenciais).
Comércio com baixa
C-1 Artigos de metal, louças, artigos hospitalares e outros.
carga de incêndio
Edifícios de lojas de departamentos, magazines, armarinhos,
C Comercial Comércio com média e
C-2 galerias comerciais, supermercados em geral, mercados
alta carga de incêncio
e outros.
C-3 Shopping centers Centro de compras em geral (Shopping centers).
Fonte: Decreto 63.911/2018

Tabela 2 – Tabela de classificação das edificações quanto à altura


Tipo Denominação Altura
I Edificação Térrea Um pavimento
II Edificação Baixa H ≤ 6,00 m
III Edificação de Baixa-Média Altura 6,00 m < H ≤ 12,00 m
IV Edificação de Média Altura 12,00 m < H ≤ 23,00 m
V Edificação Mediamente Alta 23,00 m < H ≤ 30,00 m
VI Edificação Alta Acima de 30,00 m
Fonte: Decreto 63.911/2018

Segundo o decreto estadual 63.911/2018, a altura da edificação pode ser definida


em função de duas finalidades: exigência das medidas de segurança contra incêndio ou
para a finalidade de saída de emergência.

Para a finalidade de definição das medidas de segurança contra incêndio a altura é a


medida, em metros, do piso mais baixo ocupado ao piso do último pavimento.

Já para a finalidade de saída de emergência, a altura é a medida, em metros, entre o


ponto que caracteriza a saída do nível de descarga ao piso do último pavimento, poden-
do ser ascendente ou descendente.

Tabela 3 – Tabela de classificação das edificações e áreas de risco quanto à carga de incêndio
Risco Carga de Incêndio MJ/M2
Baixo até 300 MJ/M2
Médio Entre 300 e 1.200 MJ/M2
Alto Acima de 1.200 MJ/M2
Fonte: Decreto 63.911/2018

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Para determinação da carga de incêndio, deve-se considerar o indicado na NBR
14432 – Exigências de resistência ao fogo de elementos construtivos de edificações –
Procedimento, ou instruções técnicas específicas. Para o caso de São Paulo, temos a
Instrução Técnica 14/2018 – Carga de incêndio nas edificações e áreas de risco, onde
encontramos, no Anexo A da IT 14/2018, a tabela de cargas de incêndio específicas
por ocupação.

Tabela 4 – Exemplo da tabela de carga de incêndio específica em função da ocupação


Ocupação/Uso Descrição Divisão Carga de incêndio (qfi) em MJ/M2
Alojamentos estudantis A-3 300
Apartamentos A-2 300
Residencial
Casas térreas ou sobrados A-1 300
Pensionatos A-3 300
Hotéis B-1 500
Serviços de
Motéis B-1 500
Hospedagem
Apart-hotéis B-2 500
Açougue C-1 40
Animais (“pet shop”) C-2 600
Antiguidades C-2 700
Aparelhos eletrodomésticos C-1 300
Aparelhos eletrônicos C-2 400
Armarinhos C-2 700
Armas C-1 300
Artigos de bijuteria, metal ou vidro C-1 300
Artigos de cera C-2 2100
Artigos de couro, borracha, esportivos C-2 800
Comercial varejista, Automóveis C-1 200
Loja
Ver item 5.2 Bebidas destiladas C-2 500
Brinquedos C-2 500
Calçados C-2 500
Couro, artigos de C-2 700
Drogarias (incluindo depósitos) C-2 1000
Esportes, artigos de C-2 800
Ferragens C-1 300
Floricultura C-1 80
Galeria de quadros C-1 200
Joalheria C-1 300
Livrarias C-2 1000
Fonte: Instrução Técnica 14/2018 – Anexo A

Para o caso de ocupações como depósitos, faz-se necessário conhecer o tipo de ma-
terial a ser armazenado e sua altura de armazenamento.

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Legislação e Normas de Proteção contra Incêndio

Tabela 5 – Exemplo da tabela de carga de incêndio em função da altura de armazenamento (depósitos)


Carga de incêndio (qfi) em MJ/M2
Tipo de material Altura de armazenamento (em metro)
1 2 4 6 8 10
Açúcar 3780 7560 15120 22680 30240 37800
Açúcar, produtos de 360 720 1440 2160 2880 3600
Acumuladores/baterias 360 720 1440 2160 2880 3600
Adubos químicos 90 180 360 540 720 900
Alcatrão 1530 3060 6120 9180 12240 15300
Algodão 585 1170 2340 3510 4680 5850
Alimentação (alimentos industrializados) 1530 3060 6120 9180 12240 15300
Aparelhos eletroeletrônicos 180 360 720 1080 1440 1800
Aparelhos fotográficos 270 540 1080 1620 2160 2700
Bebidas alcoólicas 360 720 1440 2160 2880 3600
Borracha 12870 25740 51480 77220 102960 128700
Artigos de borracha 2250 4500 9000 13500 18000 22500
Brinquedos 360 720 1440 2160 2880 3600
Cabos elétricos 270 540 1080 1620 2160 2700
Cacau, produtos de 2610 5220 10440 15660 20880 26100
Café cru 1305 2610 5220 7830 10440 13050
Caixas de madeira 270 540 1080 1620 2160 2700
Calçado 180 360 720 1080 1440 1800
Fonte: Instrução Técnica 14/2018 – Anexo B

Ainda para as ocupações de depósitos, quando não encontrados na tabela do anexo


B da IT14/2018, ou na NBR 14432, pode-se utilizar os métodos de cálculo determinís-
tico, conforme preconiza a própria NBR 14432.

Nada melhor do que exemplos, não é mesmo? Assim, quais seriam as medidas de
proteção contra incêndio necessárias para os seguintes estabelecimentos?
• Caso 01: Condomínio residencial com área de 1200m2 e altura de 25m;
• Caso 02: Restaurante térreo com área de 900m2, lotação de 150 pessoas.

Caso 01: Condomínio residencial com área de 1200m2 e altura de 25m.


• 1º Passo: determinação da ocupação da edificação.

Tabela 6 – Tabela de classificação das edificações e áreas de risco quanto à ocupação


Grupo Ocupação/Uso Divisão Descrição Exemplos
Casas térreas ou assobradadas (isoladas e não isoladas) e
A-1 Habitação unifamiliar
condomínios horizontais.
A Residencial A-2 Habitação multifamiliar Edifícios de apartamentos em geral.
Pensionatos, internatos, alojamentos, mosteiros, conventos,
A-3 Habitação coletiva
residências geriátricas. Capacidade máxima de 16 leitos.
Fonte: Decreto 63.911/2018 – Tabela 1

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Segundo a tabela 1 do decreto 63.911/2018, considerando a ocupação/uso resi-
dencial e a descrição de habitação multifamiliar, temos a classificação de ocupação/uso
como sendo A-2.
• 2º Passo: determinação da altura da edificação.

Tabela 7 – Tabela de classificação das edificações quanto à altura


Tipo Denominação Altura
I Edificação Térrea Um pavimento
II Edificação Baixa H ≤ 6,00 m
III Edificação de Baixa-Média Altura 6,00 m < H ≤ 12,00 m
IV Edificação de Média Altura 12,00 m < H ≤ 23,00 m
V Edificação Mediamente Alta 23,00 m < H ≤ 30,00 m
VI Edificação Alta Acima de 30,00 m
Fonte: Decreto 63.911/2018 – Tabela 2

Segundo a tabela 2 do decreto 63.911/2018, considerando a altura de 25m, temos


a classificação de altura como sendo V (edificação mediamente alta).
• 3º Passo: determinação do risco da edificação.

Tabela 8 – Tabela de carga de incêndio específica em função da ocupação


Ocupação Descrição Divisão Carga de incêndio (qfi) em MJ/M2
Alojamentos estudantis A-3 300
Apartamentos A-2 300
Residencial
Casas térreas ou sobrados A-1 300
Pensionatos A-3 300
Fonte: Instrução Técnica 14/2018 – Anexo A

Segundo o anexo A da IT 14/2018, considerando a ocupação como sendo A-2,


temos uma carga de incêndio de: 300 MJ/m2, ou seja, Risco Baixo.
• 4º Passo: determinação das medidas de proteção contra incêndio, necessá-
rias na edificação.

Tabela 9 – Edificações do grupo A com área superior a 750 m2 ou altura superior a 12,00
GRUPO DE OCUPAÇÃO E USO GRUPO A – RESIDENCIAL
Divisão A-2, A-3 e Condomínios Residenciais
Classificação quanto à altura (em metros)
Medidas de Segurança contra Incêndio
Térrea H≤6 6 < H ≤ 12 12 < H ≤ 23 23 < H ≤ 30 Acima de 30
Acesso de Viatura na Edificação X X X X X X
Segurança Estrutural contra Incêndio X X X X X X
Compartimentação Vertical – – – X2 X2 X2
Controle de Materiais de Acabamento – – – X X X
Saídas de Emergência X X X X X X1
Brigada de Incêndio X X X X X X
Iluminação de Emergência X X X X X X
Alarme de Incêndio X3 X3 X3 X3 X3 X
Sinalização de Emergência X X X X X X
Extintores X X X X X X
Hidrante e Mangotinhos X X X X X X
Fonte: Decreto 63.911/2018 – Tabela 6A

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Legislação e Normas de Proteção contra Incêndio

Segundo a tabela 6A do decreto 63.911/2018, considerando a ocupação como sen-


do A-2, com altura de 25m, temos as seguintes medidas de proteção contra incêndio
que devem ser consideradas:
• Acesso de viatura na edificação;
• Segurança estrutural contra incêndio;
• Compartimentação vertical;
• Controle de materiais de acabamento;
• Saídas de emergência;
• Brigada de incêndio;
• Iluminação de emergência;
• Alarme de Incêndio;
• Sinalização de emergência;
• Extintores;
• Hidrantes e mangotinhos.

Todas as medidas definidas devem ser projetadas conforme respectivas Normas Bra-
sileiras (NBRs) e/ou Instruções Técnicas do Corpo de Bombeiros de cada estado, que
definem as características específicas de cada sistema.

Para o caso da medida de proteção de alarme de incêndio, deve-se observar a nota 3,


que indica que esse sistema pode ser substituído pelo sistema de interfone, desde que cada
apartamento possua um ramal ligado à central, que deve ficar numa portaria com vigilân-
cia humana 24 horas, e que tenha uma fonte autônoma, com duração mínima de 60min.

Caso 02: Restaurante térreo com área de 900m2, lotação de 150 pessoas.
• 1º Passo: determinação da ocupação da edificação.

Tabela 10 – Tabela de classificação das edificações e áreas de risco quanto à ocupação


Grupo Ocupação/Uso Divisão Descrição Exemplos
Local onde há objeto de Museus, centro de documentos históricos, galerias de arte,
F-1
valor inestimável bibliotecas e assemelhados.
Igrejas , capelas, sinagogas, mesquitas, templos, cemitérios,
F-2 Local religioso e velório
crematórios, necrotérios, salas de funerais e assemelhados.
Arenas em geral, estádios, ginásios, piscinas, rodeios,
Centro esportivo
F-3 autódromos, sambódromos, pista de patinação e assemelhados.
e de exibição
Todos com arquibancadas.
Estação terminal Estações rodoferroviárias e marítimas, portos, metrô, aeroportos,
Local da F-4
de passageiro heliponto, estações de transbordo em geral e assemelhados.
F Reunião de
Teatros em geral, cinemas, óperas, auditórios de estúdios de rádio
Público F-5 Arte cênica e auditório
e televisão, auditórios em geral e assemelhados.
Boates, clubes em geral, salões de baile, restaurantes dançantes,
Clubes sociais
F-6 clubes sociais, bingo, bilhares, tiro ao alvo, boliche
e diversão
e assemelhados.
F-7 Construção provisória Circos e assemelhados.
Restaurantes, lanchonetes, bares, cafés, refeitórios, cantinas
F-8 Local para refeição
e assemelhados.
F-9 Recreação pública Jardim zoológico, parques recreativos e assemelhados.
Fonte: Decreto 63.911/2018 – Tabela 1

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Segundo a tabela 1 do decreto 63.911/2018, considerando a ocupação/uso local de
reunião de público e a descrição de local para refeição, temos a classificação de ocupa-
ção/uso como sendo F-8.
• 2º Passo: determinação da altura da edificação.

Tabela 11 – Tabela de classificação das edificações quanto à altura


Tipo Denominação Altura
I Edificação Térrea Um pavimento
II Edificação Baixa H ≤ 6,00 m
III Edificação de Baixa-Média Altura 6,00 m < H ≤ 12,00 m
IV Edificação de Média Altura 12,00 m <H ≤ 23,00 m
V Edificação Mediamente Alta 23,00 m <H ≤ 30,00 m
VI Edificação Alta Acima de 30,00 m
Fonte: Decreto 63.911/2018 – Tabela 2

Segundo a tabela 2 do decreto 63.911/2018, considerando a altura térrea, temos a


classificação de altura como sendo I (edificação térrea).
• 3º Passo: determinação do risco da edificação.

Tabela 12 – Tabela de carga de incêndio específica em função da ocupação


Bibliotecas F-1 2000
Cinemas, teatros e similares F-5 600
Circos e assemelhados F-7 500
Centros esportivos e de exibição F-3 150
Clubes sociais, boates e similares F-6 600
Locais de reunião Estações e terminais de passageiros F-4 200
de Público Exposições F-10 Adotar Anexo B ou C
Igrejas e templos F-2 200
Lan house, jogos eletrônicos F-6 450
Museus F-1 300
Padarias comerciais F-8 300
Restaurantes F-8 300
Fonte: Instrução Técnica 14/2018 – Anexo A

Segundo o anexo A da IT 14/2018, considerando a ocupação como sendo F-8, te-


mos uma carga de incêndio de: 300 MJ/m2, ou seja, Risco Baixo.
• 4º Passo: determinação das medidas de proteção contra incêndio, necessá-
rias na edificação.

Segundo a tabela 6F.3 do decreto 63.911/2018, considerando a ocupação como


sendo F-8, térrea, temos as seguintes medidas de proteção contra incêndio que devem
ser consideradas:
• Acesso de viatura na edificação;
• Segurança estrutural contra incêndio;
• Controle de materiais de acabamento;
• Saídas de emergência;
• Plano de Emergência;
• Brigada de incêndio;

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UNIDADE
Legislação e Normas de Proteção contra Incêndio

• Iluminação de emergência;
• Alarme de Incêndio;
• Sinalização de emergência;
• Extintores;
• Hidrantes e mangotinhos.

Todas as medidas definidas devem ser projetadas conforme respectivas Normas Bra-
sileiras (NBRs) e/ou Instruções Técnicas do Corpo de Bombeiros de cada estado, que
definem as características específicas de cada sistema.

Para o caso da medida de proteção plano de emergência, deve-se observar a nota 4,


que indica a obrigatoriedade desse sistema apenas para locais com público acima de
1.000 pessoas.

Tabela 13 – Edificações de Divisão F-5, F-6 e F-8 com área superior a 750 m2 ou altura superior a 12,00
GRUPO DE
GRUPO F – LOCAIS DE REUNIÃO DE PÚBLICO
OCUPAÇÃO E USO
Divisão F-5 (auditório...) e F-6 (clube social...) F-8 (restaurante...)
Medidas de Classificação quanto à altura (em metros) Classificação quanto à altura (em metros)
Segurança contra 6 < H 12 < H 23 < H Acima 6 < H 12 < H 23 < H Acima
Térrea H ≤ 6 Térrea H ≤ 6
Incêndio ≤ 12 ≤ 23 ≤ 30 de 30 ≤12 ≤23 ≤ 30 de 30
Acesso de Viatura
X X X X X X X X X X X X
na Edificação
Segurança Estrutural
X X X X X X X X X X X X
contra Incêndio
Compartimentação
X1 X1 X1 X1 X – – – – X1 X X
Horizontal (áreas)
Compartimentação
– – – X2 X2 X – – – X2 X2 X
Vertical
Controle de Materiais
X X X X X X X X X X X X
de Acabamento
Saídas de Emergência X X X X X X X X X X X X⁵
Plano de Emergência X⁴ X⁴ X⁴ X⁴ X⁴ X⁴ X⁴ X⁴ X⁴ X⁴ X⁴ X⁴
Brigada de Incêndio X X X X X X X X X X X X
Iluminação de
X X X X X X X X X X X X
Emergência
Detecção de Incêndio X3 X3 X3 X X X – – – X X X
Alarme de Incêncio X X X X X X X X X X X X
Sinalização de
X X X X X X X X X X X X
Emergência
Extintores X X X X X X X X X X X X
Hidrante e
X X X X X X X X X X X X
Mangotinhos
Chuveiros Automáticos – – – – – X – – – – – X
Controle de Fumaça – – – – – X⁶ – – – – – X⁶
Fonte: Decreto 63.911/2018 – Tabela 6F.3

Explore a legislação estadual do seu estado para atentar-se às suas aplicações quanto aos
tipos de edificações, exclusões de áreas para definição das medidas de proteção contra
incêndio, utilização de subsolo etc.

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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

Leitura
Anexo C da Instrução Técnica 14/2018 (CBPMSP)
https://goo.gl/uULzv5
Anexo D da Instrução Técnica 14/2018 (CBPMSP)
https://goo.gl/uULzv5
Instrução Técnica 08/2018 segurança estrutural contra incêndio (CBPMSP)
https://goo.gl/uULzv5
Artigo sobre a Lei brasileira de prevenção e combate contra incêndio
https://goo.gl/rX2sNS

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UNIDADE
Legislação e Normas de Proteção contra Incêndio

Referências
ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (2001), NBR
14432: 2001: Exigências de resistência ao fogo de elementos construtivos de edifica-
ções – Procedimento.

BRASIL. NR 23 – Proteção Contra Incêndios. Portaria GM n.º 3.214, de 08 de junho


de 1978.

CORPO DE BOMBEIROS DA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO,


Instrução Técnica nº 14/2018 – Carga de incêndio nas edificações e áreas de risco.

SÃO PAULO (Estado). Decreto nº 63.911, de 10 de dezembro de 2018. Institui o


Regulamento de Segurança contra Incêndio das edificações e áreas de riscos no Esta-
do de São Paulo e dá providencias correlatas.

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