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Advendo Zacarias
Anabela António
David Eleutério João
Essumaila Ali

Reprodução Sexuada nas Plantas


(Licenciatura em Ensino de Química, com Habilitações em Ensino de Biologia)

Universidade Rovuma
Nampula
2020
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Advendo Zacarias
Anabela António
David Eleutério João
Essumaila Ali

Reprodução Sexuada nas Plantas

Seminário de Carácter Avaliativo Referente


a Cadeira de Botânica Geral a Ser
Apresentado na Faculdade de Ciências
Naturais, Matemática e Estatísticas,
Orientado Pela Docente:
MSc. Gizela Guibunda Jossamo

Universidade Rovuma
Nampula
2020
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Índice
Introdução ........................................................................................................................................ 3

1. Reprodução Sexuada nas Plantas ................................................................................................. 4

Tipos de Gâmetas ............................................................................................................................. 5

1.1. Reprodução das Briófitas .......................................................................................................... 5

1.2. Reprodução das Pteridófitas ..................................................................................................... 6

1.3. Reprodução das Gimnospermas ................................................................................................ 8

1.4. Reprodução Sexuada de Angiospermas .................................................................................... 9

1.4.1. Polinização e Fecundação ...................................................................................................... 9

1.5. Vantagens da reprodução sexuada nas plantas ....................................................................... 11

1.6. Desvantagem da Reprodução Sexuada ................................................................................... 11

2. Conclusão................................................................................................................................... 12

Bibliografia .................................................................................................................................... 13
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Introdução
Uma etapa fundamental para garantir a perpetuação das diferentes espécies de plantas existentes
na Terra é a reprodução.
As plantas possuem duas formas de reprodução: a sexuada e a assexuada. A reprodução sexuada
envolve a recombinação genética e a união de dois gâmetas, o que garante a variabilidade
genética na espécie. Já a reprodução assexuada é quando partes de uma mesma planta originam
outro indivíduo idêntico entre si, formando o que se chama de clone.
A reprodução sexuada efectua-se quando ocorre uma transferência dos grãos de pólen para o
sistema reprodutor das plantas, ocorrendo a polinização. Os agentes responsáveis pelo transporte
dos grãos de pólen são tanto abióticos como bióticos. A reprodução sexuada está relacionada
com a meiose e a fecundação. A reprodução sexuada proporciona uma grande variabilidade de
características na descendência.
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1. Reprodução Sexuada nas Plantas


Reprodução é capacidade de produzir novos indivíduos é uma das características básicas dos
seres vivos.
Os órgãos reprodutores ou as estruturas onde se produzem os gâmetas, nas plantas, são
designados por gametângios, e como tal, existem gametângios femininos e masculinos. Os
gametângios masculinos são designados por estames e os gametângios femininos são designados
por carpelos.
Os estames são constituídos por anteras e filetes e os carpelos são constituídos por o estigma, o
estilete e os ovários.
As anteras são constituídas por tubos polínicos que produzem os gâmetas masculinos – os grãos
de pólen;
Os ovários produzem os gâmetas femininos – os óvulos.
A reprodução sexuada efectua-se quando ocorre uma transferência dos grãos de pólen para o
sistema reprodutor das plantas (mais propriamente no estigma), ocorrendo a polinização. A
polinização pode ser directa ou cruzada.
 A polinização é directa, se se verificar que os grãos de pólen caem sobre o estigma da
própria planta. (isto só é possível em plantas hermafroditas, que possuem os dois
gametângios);
 A polinização é cruzada quando se verifica que os grãos de pólen caem sobre o estigma de
outras plantas.
Os agentes responsáveis pelo transporte dos grãos de pólen são tanto abióticos (factores
ambientais) como bióticos (seres vivos).
A reprodução sexuada envolve a fusão de dois gâmetas (masculino e feminino), processo que
se denomina por fecundação. Os gâmetas são células haplóides que se formam nas gónadas por
meiose.
Quando se dá a fecundação, também ocorre outro fenómeno - a cariogamia – que consiste na
fusão dos núcleos dos dois gâmetas. Depois que estes processos ocorrerem, forma-se o ovo ou
zigoto que, por mitoses sucessivas, vai originar um novo indivíduo.
A reprodução sexuada está relacionada com a meiose e a fecundação. Por meiose, o número
diplóide de cromossomas é reduzido à metade (n – haplóide), e pela fecundação restabelece-se o
número 2n (diplóide) típico da espécie (RAVEN, et. all., 2007).
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Nas plantas, este tipo de reprodução está relacionado com o fenómeno de alternância de
gerações, ou seja, ao longo do seu ciclo de vida, a planta passa por uma fase haplóide,
denominada de gametófito (n), que se alterna com a geração diplóide, conhecida como
esporófita (2n).
A produção de gâmetas está localizada no gametófito, onde o gâmeta masculino se une ao
gâmeta feminino para formar o zigoto, que dará origem ao esporófito. Através da meiose, o
esporófito produz os esporos, que irão originar novos gametófitos, completando o ciclo. Detalhes
na alternância de gerações contribui para definir os principais grupos de plantas (BOSCHILIA,
2006).

Tipos de Gâmetas
Os gâmetas são células haplóides, ou seja, têm apenas um conjunto de cromossomas. Os órgãos
onde são produzidos os gâmetas chamam-se gametângios. Os gâmetas podem ser classificados
de acordo com a morfologia e comportamento:
 Isogamia: gâmetas iguais nas formas e nos comportamentos geralmente flagelados, que são
libertados para o meio, onde ocorre a fecundação;
 Anisogamia: gâmetas morfologicamente diferentes, sendo o feminino maior, em que ambos
são libertados para o meio, existindo fecundação externa;
 Heterogamia: os gâmetas são iguais no comportamento e diferentes na forma;
Oogamia: os gâmetas são diferentes na forma e no comportamento. Caso particular da
anisogamia ocorre quando o gâmeta feminino é tão grande que se torna imóvel, enquanto o
masculino é pequeno e móvel. Neste caso a fecundação é interna, no interior do gametângio
feminino (RAVEN, et. all., 2007).

1.1. Reprodução das Briófitas


Nas briófitas, a geração dominante é a gametófita. Ao germinarem no solo, os esporos produzem
os gametófitos, que geralmente apresentam arquegónios (local de produção dos gametas
femininos) e anterídios (local de produção dos gametas masculinos) na região apical. O gâmeta
feminino é denominado oosfera, já os anterozóides são os gâmetas masculinos flagelados. Os
gâmetas são gerados por mitose e são haplóides, assim como os gametófitos. Após eventos de
chuva ou garoa, pode acontecer a fecundação.
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A gota de água que atinge o ápice do gametófito masculino lança os anterozóides para fora da
planta e, ao caírem sobre o gametófito feminino, nadam até a oosfera, ocorrendo a fecundação e
originando o zigoto. Os esporos são formados por meiose em uma estrutura conhecida como
cápsula. Com a abertura da cápsula ocorre a libertação dos esporos, que germinam ao caírem no
solo, originando o gametófito. Este cresce e amadurece, reiniciando o ciclo de vida dos musgos
(CARVALHO, 2019)

Fig. 1. Ciclo reprodutivo de um musgo fonte: (LOPES, 2004).

1.2. Reprodução das Pteridófitas


A maioria das espécies de pteridófitas, ao atingir a maturidade sexual, desenvolve estruturas
chamada soros, localizados na face inferior de suas folhas. Nos soros ficam abrigados os
esporângios, dentro dos quais há células que sofrem meiose e originam esporos.
Ao cair sobre um local húmido, um esporo se desenvolve em uma plantinha haplóide, achatada e
em forma de coração (cordiforme), denominada prótalo. O prótalo é um gametófito
hermafrodita que apresenta estruturas reprodutivas masculinas, os anterídios, e femininas, os
arquegónios. Nos anterídios formam-se os anterozóides, e em cada arquegónio forma-se uma
oosfera.
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Fig. 2. Estrutura de um Prótalo (AMABIS & MARTHO, 2009, p. 119).

Quando maduros, os anterídios libertam os anterozóides. Com ajuda de água, eles nadam sobre a
superfície humedecida do prótalo até ao arquegónio, onde um deles fecunda a oosfera. O zigoto
se desenvolve no interior do arquegónio, originando uma plantinha diplóide, o esporófito.

Fig. 3. Ciclo reprodutivo de uma pteridófita (Samambaia) (Idem, p. 119).


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1.3. Reprodução das Gimnospermas


Na maioria das gimnospermas, os gâmetas são produzidos no interior de estróbilos ou pinhas. O
estróbilo masculino forma os grãos de pólen e o feminino forma os óvulos.
As sementes das gimnospermas são produzidas quando um gametófito masculino (haplóide)
imaturo, protegido pelo grão de pólen é transportado pelo vento e atinge o gametófito feminino,
um óvulo.
Lentamente, o gametófito masculino inicia seu amadurecimento, formando o tubo polínico e
realizando uma divisão que dá origem a uma célula estéril e uma célula gametogénica. Em
seguida, a célula gametogénica divide-se, produzindo dois gâmetas masculinos.
Especialmente entre os Pinus, 15 meses após o gametófito masculino ter penetrado no óvulo, o
tubo polínico contendo os dois gâmetas, alcança a oosfera e um deles funde-se a ela, promovendo
sua fertilização. Após esse evento, o outro gâmeta masculino é degenerado (BOSCHILIA, 2006).
Com a fecundação, o óvulo amadurece e transforma-se em uma semente ou pinhão.
As sementes da maioria das gimnospermas apresentam além do embrião, substâncias nutritivas e
tegumento.

Figure 4. Ciclo reprodutivo de uma Gimnosperma (Pinheiro) (AMABIS & MARTHO, 2009, p. 136)
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1.4. Reprodução Sexuada de Angiospermas


Nas angiospermas os elementos relacionados com reprodução sexuada encontram-se reunidos nas
flores.
As flores completas são formadas por pedicelo ou pedúnculo e um receptáculo, onde se inserem
os verticilos florais (LOPES, 2004, p. 223).
O gametófito (n) é extremamente reduzido, com a vida transitória e dependente do esporófito. O
gametófito representa uma pequena etapa no processo da reprodução (formação da semente).
O grão de pólen armazena no seu interior um núcleo vegetativo e um núcleo reprodutivo (ambos
haplóides). O óvulo é o megasporângio – apresenta em seu interior a célula-mãe do megásporo
(2N). Esta sofre meiose e origina quatro células: três degeneram e apenas uma torna-se funcional.
A célula funcional cresce e seu núcleo haplóide sofre três mitoses sucessivas, originando oito
núcleos haplóides.
Três delas localizam-se próximo a uma abertura do óvulo denominada micrópila. Uma fica no
centro e é a oosfera (gameta feminino); as outras duas posicionam-se uma de cada lado da
oosfera e recebem o nome de sinérgides. No lado oposto à micrópila do óvulo ficam três outras,
denominadas antípodas. E, na região central do óvulo, ficam as duas restantes, denominadas
núcleos polares. A parte interna do óvulo, que armazena os oito núcleos haplóides, recebe o nome
de saco embrionário, constituindo o gametófito feminino das angiospermas (BOSCHILIA,
2006).

1.4.1. Polinização e Fecundação


Polinização: consiste no transporte do grão de pólen da antera do androceu ao estigma do
gineceu.
A polinização pode ser natural ou artificial. A polinização entre flores diferentes pode ocorrer por
vários agentes polinizadores, tais como:
 Vento: anemofilia;
 Insectos: entomofilia;
 Pássaros: ornitofilia;
 Água: hidrofilia;
 Morcego: quiropterofilia;
 Homem: (antropofilia), que é a polinização artificial (BOSCHILIA, 2006).
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Após a polinização, inicia-se a germinação do grão de pólen: forma-se o tubo polínico, que leva
até o gametófito feminino duas células espermáticas. Uma delas une-se à oosfera, formando o
zigoto, que por várias divisões mitóticas, dá origem ao embrião. A outra une-se a dois núcleos n
do gametófito feminino (núcleos polares), formando um núcleo 3n, que dará origem a um tecido
nutritivo chamado endosperma. Fala-se então, em dupla fecundação, uma característica exclusiva
das angiospermas.
Com o desenvolvimento do embrião, os tecidos do óvulo tornam-se desidratados e impermeáveis,
e a estrutura toda passa a ser denominada semente. Assim, a semente nada mais é que óvulo
desenvolvido após a fecundação.
Ao germinar, a semente dá origem à planta jovem, que por sua vez origina a planta adulta
(LOPES, 2004).

Figure 5 Ciclo reprodutivo de uma Angiosperma (AMABIS & MARTHO, 2009, p. 141)
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1.5. Vantagens da Reprodução Sexuada nas Plantas


A reprodução sexuada proporciona uma grande variabilidade de características na
descendência o que permite as espécies não só mais capacidade de sobrevivência, no caso
de haver mudanças de ambiente mais como também permite evolução das espécies para
novas formas.
De realçar que as espécies sexuadas são mais variáveis, logo um mínimo de tipos genéticos
de uma mesma população podem adaptar-se as diferentes condições flutuantes provendo
uma chances maior para a continuação da população. Em geral, as espécies sexuadas são
melhores adaptadas a ambientes novos e sob influência de mudanças brutas
(CARVALHO, 2019).

1.6. Desvantagem da Reprodução Sexuada


A reproducao sexuada é um processo lento com enorme dispêndio de energia tanto na
formação de esporos como no processo que desencadeiam a fecundação. A outra
desvantagem da reprodução sexuada é que ocorre a diluição das características parentais
entre os descendentes que acarretará uma perda de homogeneidade. Contudo, há chances
de que, nesta diluição, ameaças parasitárias ou no próprio material genético dos
progenitores seja superada (BOSCHILIA, 2006).
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2. Conclusão
Em jeito de desfecho do presente trabalho, percebe-se que apesar das vantagens da reprodução
sexuada, existe algumas desvantagens deste processo de processo de reprodução A desvantagem
da reprodução sexuada, é que ocorrerá "diluição" das características parentais entre os
descendentes que acarretará uma perda de homogeneidade. Percebe-se também que a meiose
permite que o número de cromossomas se mantenha após a fecundação.
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Bibliografia
AMABIS, J. M., & MARTHO, G. R. Biologia dos Organismo: A diversidade dos Seres Vivos.,
São Paulo: Moderna., 2009.
BOSCHILIA, C. Biologia: Teoria e Prática. São Paulo: Rideel. 2006.
CARVALHO, C. P. Infoescola. Obtido em 20 de 03 de 2020, de Infoescola.br:
https://www.infoescola.com/biologia/reproducao-das-plantas/ 14 de 07 de 2019.
LOPES, S. BIO: Volume Único (1 ed.). São Paulo: Saraiva, 2004.
RAVEN, P., et. all. Biologia Vegetal. 7ª Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 830 p S.E.
2007.

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