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Carmen Lucia Chaim Mattos

MARKETING
Pessoal e Etiqueta

IESDE Brasil S.A.


Curitiba
2010

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© 2010 – IESDE Brasil S.A. É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por escrito
dos autores e do detentor dos direitos autorais.

M435m Mattos, Carmen Lucia Chaim. / Marketing Pessoal e Etiqueta. /


Carmen Lucia Chaim Mattos — Curitiba: IESDE Brasil S.A. , 2010.
76 p.

ISBN: 978-85-387-1388-3

1. Marketing Pessoal. 2. Etiqueta. 3. Ética. 4. Relações Interpessoais I. Título

CDD: 658.409

Capa: IESDE Brasil S.A.


Imagem da capa: IESDE Brasil S.A.

Todos os direitos reservados.

IESDE Brasil S.A.


Al. Dr. Carlos de Carvalho, 1.482. CEP: 80730-200
Batel – Curitiba – PR
0800 708 88 88 – www.iesde.com.br

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Carmen Lucia Chaim Mattos
Mestre em Educação pela Universidade Tuiuti do
Paraná (UTP), Pós-Graduada em Recursos Humanos (UTP),
Especialista em Psicodrama pela Sociedade Paranaense de
Psicodrama, Graduada em Psicologia (UTP).

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Sumário
Etiqueta.......................................................................................................................9
Etiqueta social.............................................................................................................................................. 9
História da etiqueta..................................................................................................................................10
Boas maneiras.............................................................................................................................................10
Etiqueta no trabalho................................................................................................................................13
Qualidade de vida no trabalho.............................................................................................................16

Ética no trabalho....................................................................................................23
Introdução...................................................................................................................................................23
Ética: conceito.............................................................................................................................................23
Ética empresarial e cultura organizacional......................................................................................24
A prática da ética no trabalho...............................................................................................................27

Relações interpessoais e qualidade de vida no trabalho........................37


Relacionamento interpessoal...............................................................................................................37
Qualidade de Vida no Trabalho (QVT)...............................................................................................40
Conduta assertiva.....................................................................................................................................42
Preservando a autoestima.....................................................................................................................43

Comportamento no local de trabalho...........................................................49


Emoções no trabalho...............................................................................................................................49
Construindo relações interpessoais saudáveis...............................................................................57

Marketing pessoal – como se relacionar


bem no ambiente de trabalho..........................................................................63
Como preparar seu currículo................................................................................................................63
Entrevista de seleção...............................................................................................................................65
Apresentação pessoal..............................................................................................................................68
Marketing pessoal.....................................................................................................................................71

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Apresentação
Olá, convido todos a construir uma nova postura pro-
fissional, a partir do conhecimento e aplicação do tema
deste estudo.

Falar de Marketing Pessoal e Etiqueta profissional


hoje é uma questão de necessidade, pois se vive numa so-
ciedade altamente competitiva, que exige não só que você
conheça suas competências profissionais, mas que tenha
uma postura profissional adequada a novos desafios.

Os temas abordados, como etiqueta social, ética no


trabalho, relacionamento interpessoal e qualidade de
vida no trabalho, comportamento adequado no local de
trabalho e posturas para uma entrevista de emprego, irão
orientá-lo nessa direção.

Todos esses conhecimentos, quando olhados à luz da


etiqueta, começam a fazer grandes diferenças, pois apren-
der as regras da boa convivência o colocará num degrau
mais avançado.

O mais importante é que a etiqueta pode ser apren-


dida por todos, e qualquer pessoa pode praticar algumas
maneiras mais corteses e elegantes de se comportar.

Quem cultiva bons modos, tem mais chances de as-


censão pessoal e profissional.

Conto com sua dedicação e capacidade de operar as


mudanças que julgar necessárias para seu sucesso pessoal
e profissional.

Até breve.

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Etiqueta

O bom relacionamento interpessoal, ou seja, eu na relação com os outros, passa


a ser prioritário e, na maioria das vezes, definidor do sucesso pessoal e profissional e
deve estar sempre presente em nosso dia a dia. A prática de boas maneiras nos ajuda
nesse relacionamento, e melhora nossa imagem pessoal. Essas afirmações podem ser
observadas no exemplo de Ribeiro (1993, p. 13): “Na competição do mercado de traba-
lho, entre dois candidatos com igual capacidade técnica, tem maiores chances aquele
com boa apresentação e trato agradável”. O que reforça a prática de boas maneiras, na
vida pessoal e profissional, como vantagem para o sucesso.

Etiqueta social
Etiqueta é o conjunto de regras que norteiam nossos comportamentos. Está divi-
dida em Etiqueta Corporativa e Etiqueta Social, além de outras subdivisões menores,
como etiqueta à mesa e como a recente Netiqueta (etiqueta para internet). Cada povo,
cada cultura, cada época, tem seus próprios códigos de comportamento. A etiqueta
social se faz presente nas relações humanas, quer seja no trabalho, na família, no con-
vívio entre as pessoas, e o princípio fundamental da etiqueta é que esta deve sempre
ser embasada no respeito ao próximo e no bom senso.

Na sociedade atual, estamos sempre correndo ou atrasados. O tempo tornou-se


escasso, por isso, muitas vezes a cordialidade é atropelada pela agressividade, justifi-
cada pela falta de tempo. Esse cenário coloca em evidência a importância do nosso
tema, pois ele ocupa hoje um grande espaço, por tratar de relacionamento interpesso-
al e sucesso profissional. Se a etiqueta é um código de regras, conhecer e fazer uso de
algumas regras é a nossa tarefa no dia a dia para o bem viver.

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História da etiqueta
A etiqueta tem sua origem na França, atingindo seu apogeu na corte de Luís XIV,
no século XVII. O nome “etiqueta” originou-se dessa época, uma vez que eram atribuídas
etiquetas aos nobres, quando estes chegavam ao pátio do palácio, contendo instruções
de como se portar, o lugar a ser ocupado na mesa, tudo de acordo com um protocolo.

O que se percebe é que a preocupação em fixar regras para a conduta, externa,


remonta às cortes da Antiguidade. Data de 2400 a.C. o livro mais antigo sobre compor-
tamento, e hoje se encontra na biblioteca de Paris. Ele foi escrito pelo faraó Ptahhotep,
em folhas de papiro, trazendo recomendações a seu filho sobre como se portar para
melhor governar.

O primeiro tratado de boas maneiras foi escrito em 1530, por Erasmo de Rot-
terdam. Nele, continha cuidados com o corpo, a recomendação de olhar nos olhos
quando se falava com alguém, de comportamentos à mesa, incluindo a distribuição de
utensílios como faca, prato etc.

No Brasil, com a chegada da corte de D. João VI, o livro de etiqueta passa a ser ne-
cessário. Recomendações como não fazer ruído mastigando ou bebendo, e como os jan-
tares deveriam ser servidos, faziam parte do título Nova Arte do Cozinheiro e do Copeiro
em Todos os seus Ramos.

O que se deve observar é que usos e costumes variam, de acordo com o local e
com o tempo, e que deve prevalecer sempre o bom senso.

Boas maneiras
“São, em geral, tidas por sinônimo de boas maneiras: polidez, boa educação, bom-
-tom. São de uso mais popular as expressões ‘modos’ e ‘bons modos’”; também segun-
do Cobra (2009), ter boas maneiras, ou observar as normas, deve ser tarefa de todos.
Boas maneiras são a essência da boa educação. Um bom relacionamento depende do
nosso comportamento social. Discrição é o comportamento pessoal na sociedade e o
cartão de visita de cada um. Agir sempre discretamente, vestir-se, portar-se discreta-
mente é o segredo da verdadeira elegância. Uma pessoa pode andar e sentar-se com
polidez, manter-se limpa, penteada, comer e beber com gestos educados, rir discreta-
mente, ser pontual, agradecer favores, enfim, procurar demonstrar o respeito que tem
por si próprio e pelo outro, independente de sua condição social.

Desde a mais tenra idade, o indivíduo deve receber as primeiras lições de bom
Etiqueta

comportamento. O ideal seria que o acesso a informações sobre boas maneiras fosse
inicialmente também dado nas escolas.
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Hoje, nas universidades, se percebe a preocupação com o comportamento dos
jovens que iniciam sua vida profissional. Foi-se o tempo em que apenas desenvolver o
potencial intelectual e técnico dos alunos era suficiente; hoje, dá-se grande importân-
cia à maneira como se relacionam, sua aparência, entre outros requisitos, visando uma
maior fluidez profissional. Aulas de boas maneiras começam a se inserir nos treinamen-
tos das empresas e nos cursos das universidades.

Em se tratando de um ambiente organizacional, espera-se que todos sejam bem-


-educados, pois a cordialidade, o trato agradável, devem ser desenvolvidos por todos
os funcionários, independente do cargo que ocupam. Lembrando que esses relaciona-
mentos refletem a imagem dessa organização. Quando analisamos uma organização,
sua cultura, natureza dos negócios, produtos, os profissionais que nela atuam, pode-se
traçar um perfil relativo à aparência dos seus funcionários. Se, por exemplo, temos uma
indústria de roupas para surfistas, possivelmente, o ambiente e o vestuário dos funcio-
nários serão mais informais e descontraídos. O fato de atuarem em ambientes descon-
traídos, não significa desrespeito, ao contrário, o respeito à hierarquia deve prevalecer. O
bom senso e as boas maneiras devem caminhar juntos nas relações de trabalho.

A vida profissional deve ser fundamentada no convívio saudável. A colaboração e


a responsabilidade são essenciais para que o resultado possa ser alcançado.

Com a mudança de hábitos que se observa nas famílias, o corre-corre do dia a


dia muitas vezes tem dificultado o fortalecimento de hábitos, como, por exemplo, de
boas maneiras à mesa, visto que é comum as crianças comerem diante da televisão.
Quando anteriormente todos se reuniam à mesa, o que facilita o aprendizado pelo
exemplo. O que se observa diante do grande avanço tecnológico, vivido por nossa so-
ciedade, é que precisamos dar importância a alguns hábitos que foram se perdendo ao
longo do tempo, justificado pela correria dos tempos atuais. Vamos, portanto, observar
alguns gestos que podem resgatar traços de boas maneiras do passado, e agregá-las
ao presente.

Algumas dicas, segundo Ribeiro (1993), sobre o aperto de mão, que é o gesto
mais usual nos relacionamentos interpessoais.

O aperto de mão é um gesto simbólico de saudação para estabelecer uma


comunicação, e causar boa impressão.

A regra de etiqueta diz que a pessoa mais importante é que estende a mão
para cumprimentar.

O aperto de mão deve ter no máximo cinco segundos, mas o tempo que o con-
tato é mantido pode ser um sinal de maior ou menor significação ao gesto.
Etiqueta

O contato físico deve ser agradável.

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O gesto deve ser firme, pois transmite segurança. Apertar em demasia de-
monstra grosseria.

Aquele que transpira nas mãos deve sempre portar um lenço para enxugá-las
antes do cumprimento.

Etiqueta social e profissional


A etiqueta reflete a boa educação, demonstra cuidado e respeito com os que
estão à nossa volta. Embora não se perceba imediatamente, o bem-estar acaba pre-
valecendo no dia a dia. Da mesma forma, o cuidado pessoal pode ser demonstrado
no portar-se bem, começando com vestir-se adequadamente, e também com relação
à postura, por exemplo, deixar as costas confortavelmente retas pode nos deixar mais
elegantes, as mãos podem ficar à frente do corpo apoiadas uma na outra, para as mu-
lheres, e para os homens o mesmo, com as mãos para trás. Quanto às pernas, quando
em pé devemos apenas tomar cuidado para não ficarmos numa posição desconfortá-
vel, para não ficarmos tortos. O ideal é apoiar o peso do corpo nas duas pernas, isso
transmite uma sensação de segurança.

Os olhos devem sempre transmitir simpatia, e olhe sempre nos olhos de quem
está falando com você. Não esqueça que os óculos escuros devem ser usados sob o
Sol, ao ar livre. A simpatia é fundamental nas relações, aproxima as pessoas. “Obriga-
da”, ”desculpe” e “por favor” são expressões que podem transformar sua rotina. O bom
humor, a tolerância e a gentileza podem melhorar muito seu relacionamento com
outras pessoas.

Uma reunião entre áreas de uma empresa é um bom cenário para revelar o nível
de educação das pessoas.

Alguns tópicos sobre etiqueta profissional, relativa às reuniões.

Pontualidade: é um traço que revela respeito pelos integrantes do grupo. Um


atraso deve ser comunicado com antecedência, e um atraso inesperado justi-
ficado à saída da reunião.

Novos integrantes: deve se apresentar ao líder antes de começar a reunião, e


este apresentá-lo ao grupo.

Discussão: o interlocutor deve se preocupar com o modo como conduz os


temas, primando pelo respeito e cortesia pelos demais.

Interrupções: deve se esperar para dar espaço para que sejam expostas opi-
Etiqueta

niões, e jamais se deve interromper quem está falando.

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Conversas paralelas: não contribuem para o debate. Os comentários deverão
ser feitos à viva voz.

Precedência: ao dirigir-se à mesa do café ou água, se a reunião estiver no for-


mato em círculos, não atravesse o espaço dos coordenadores, e sim saia dis-
cretamente junto às cadeiras.

Etiqueta no trabalho
Na moderna sociedade, surge o perfil do empresário menos formal, mais voltado
ao diálogo, tratando seus subordinados como companheiros de trabalho. O seu trato
profissional é pautado na sua visão global, em que a interação cultural com outros países
contribuiu para moldar sua postura, mais tradicional e autoritária. Pode-se observar não
só uma mudança de mentalidade, como um estilo mais discreto de se vestir.

A presença da mulher no mundo do trabalho também gerou algumas mudanças,


que podem ser observadas através de dúvidas que surgiam em relação à maneira de
como tratar a mulher no local de trabalho. Mesmo sabendo que deveres e obrigações
são iguais, para um homem educado haverá momentos, como, por exemplo, ao entrar
no elevador, ele vai deixá-la entrar primeiro, mesmo que exerça função superior à dela.

Se numa relação social o homem sempre se levanta ao cumprimentar outro


homem ou mulher, na profissional não existe esse rigor. As regras de cortesia no tra-
balho devem ser sempre adequadas às circunstâncias, é o bom senso que dirige o
comportamento na prática. Por exemplo, o funcionário que está sentado trabalhando
levanta-se para receber uma visita que quer falar com ele, isso não se estende ao seu
colega do lado, que pode permanecer sentado. Novamente, a boa educação e o bom
senso é que devem dirigir o comportamento na prática.

Outro fator importante é o espírito de colaboração, que é fundamental para o an-


damento do trabalho em grupo, líderes e liderados devem sempre manter uma relação
de respeito mútuo para o sucesso profissional.

Algumas dicas para o uso da etiqueta no trabalho com e-mails


Netiqueta é um termo que se criou para designar um código de comporta-
mentos para relacionamentos na rede.

Use linguagem direta, clara e objetiva, sem formalismos exagerados, o que


Etiqueta

demonstra elegância e eficiência.

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Inicie com “ Caro fulano” e “Bom dia” e conclua com “Atenciosamente” ou “ Um
abraço”.

Revise os e-mails, corrigindo erros de português e digitação. Evite cores e


fontes diferenciadas.

Anexe arquivo somente quando necessário.

Letras maiúsculas são sinônimo de gritaria no universo eletrônico. Somente letras


minúsculas, por sua vez, remetem a excesso de informalidade.

Cigarro
O ponto central é não incomodar as pessoas que o cercam.

Respeitar os avisos de não fumar.

Estão proibidos de fumar enquanto os outros estiverem comendo.

Numa cerimônia religiosa – casamento, batizado, enterro – não se fuma.

Antes de acender um cigarro, pergunte às pessoas se elas se importam com


que você fume.

É deselegante falar com o cigarro entre os lábios, ou usar o prato ou planta


como cinzeiro.

Congratulações
Parabenizar alguém por uma promoção sempre é de bom-tom, demonstra que
você se preocupa com o crescimento pessoal e profissional dos seus colegas.

Se o colega é próximo, cumprimente-o pessoalmente; se não, envie um e-mail.

Dicas gerais
O ideal é não misturar suas pendências pessoais com as profissionais, muitas
vezes se utilizando da infraestrutura da empresa. Se tiver que resolver algo
urgente, procure pedir autorização.

Cada lugar tem seu modo de se vestir, procure estar coerente com o cargo
Etiqueta

que você exerce. Perfume também é uma questão de etiqueta, procure não
exagerar.
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O celular é artigo pessoal, cuidado com os toques que você insere nele. Algu-
mas músicas podem atrapalhar seus colegas de trabalho. O ideal é mantê-lo
no modo silencioso.

Por mais corrido que seja o seu dia a dia, procure não comer no seu posto de
trabalho; além de pouco saudável, o hábito não pega bem.

Procure cumprir seus horários; caso necessite descumpri-los para alguma


eventualidade, negocie com antecedência.

Por trás da etiqueta no trabalho, deve existir a consideração pelo sentimento dos
outros, ou seja, você deve demonstrar que se preocupa com a pessoa com que você está
tratando e consigo mesmo. Quando for preciso, você deve ser firme, porém justo. Por exem-
plo, quando precisar despedir alguém, não se esquecendo de ser solidário com a situação
da pessoa. Pensar no ponto de vista do outro antes de agir pode trazer muitos benefícios.

Segundo David Robinson (1994), existem algumas “Regras de ouro” que deverão
nos orientar no trabalho.
Integridade: agir de maneira honesta e confiável.
Modos: nunca ser egoísta, rude e indisciplinado.
Personalidade: expressar os próprios valores, atitudes e opiniões.
Aparência: apresentar-se sempre da melhor maneira possível.
Consideração: ver-se do ponto de vista da outra pessoa.
Tato: refletir antes de falar.

No ambiente organizacional, lidamos com muitas pessoas e somos avaliados


constantemente. Nesse relacionamento, há necessidade de adotarmos uma atitude
adequada com a pessoa com quem estivermos tratando naquele momento. Se você
se sente à vontade enquanto liderança, na condução de pessoas, a equipe terá mais
confiança e consideração por você. A simpatia e o respeito pessoal ocorrem depois
da consideração pelos interesses dos outros. É importante conhecer as pessoas com
quem você se relaciona e, muitas vezes, uma ocasião social, por exemplo, a festa de
final de ano, desempenha um papel importante para essa aproximação.

Outras práticas têm demonstrado que os gerentes mais bem-sucedidos são aque-
les que conseguem ser corteses e compreensíveis, independente das pressões. Quando
se tratar de relacionamentos com a chefia, alguns princípios devem ser observados.

Por mais informal que possa parecer, lembre-se de que seu chefe possui res-
ponsabilidades dentro da hierarquia da empresa. Não o coloque em situações
embaraçosas, como, por exemplo, pedindo para comentar sobre as pessoas e
os superiores.
Etiqueta

Seja leal, defenda-o de críticas se necessário, procure apoiá-lo nas suas decisões.

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Se você tem queixa em relação a seu chefe, procure falar diretamente com ele.

Você nunca deve passar por cima do seu chefe para tomar uma decisão.

Você deve adotar um estilo de comportamento pessoal favorável à equipe


com quem trabalha. Assegure-se de que seu comportamento seja sempre
gentil e atencioso.

Outro tema que devemos observar é com relação às confidências que surgem
no trabalho. Se você vai dar a alguém informações que gostaria que fossem tratadas
sigilosamente, diga isso antes de repassar a informação, para que o outro possa avaliar
se recebê-la o colocará em situações embaraçosas.

É preciso um equilíbrio entre o que deve ser dito ou não. Pense sempre no que
é relevante e útil às pessoas.

Lembre-se sempre de que, embora os princípios básicos atravessem gerações,


à medida que as atitudes e os hábitos mudam, os bons modos estão sempre
evoluindo. Esteja sempre atento a essas mudanças, para que seu convívio seja
sempre agradável e respeitoso.

Qualidade de vida no trabalho


Para que o ambiente de trabalho contribua para o nosso desenvolvimento profissio-
nal, um tema relevante, que é a Qualidade de Vida no Trabalho (QVT), deve ser abordado.
A QVT refere-se à humanização das condições de trabalho e de convívio. Olhar o indiví-
duo como um todo demonstra uma preocupação com sua vida pessoal e familiar, além
do âmbito do trabalho. Aplicar a QVT significa preocupar-se com os relacionamentos,
respeitar as pessoas, cuidar do ambiente do trabalho, da decoração, visando melhorar
o ambiente de forma integral para os funcionários. Criar um ambiente onde as pessoas
possam se sentir bem com seus líderes, com elas mesmas e com seus colegas.

O tema Qualidade de Vida no Trabalho surgiu em 1972, durante uma conferência


internacional, realizada nos Estados Unidos. Para ajudarmos a preservar esse bom am-
biente no trabalho, faz-se necessário conhecermos fatores que são primordiais para
essa manutenção. Nessa direção, a etiqueta relacionada às boas maneiras pode ajudar
na construção de um ambiente saudável.

Alguns fatores importantes.

Comunicação: fundamental numa organização. Pode ser verbal, não verbal e


Etiqueta

escrita. O corpo também fala através dos gestos, expressões faciais. Falar, por
exemplo, com um colega com dedo em riste é agressivo. Nesse processo de

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comunicação, a delegação de atividades deve considerar as boas maneiras,
como, por exemplo, a solicitação do repasse das atividades deve primar pela
boa educação e respeito pelo outro, pois elas ajudarão no relacionamento
líder e liderado.

Tempo: fator importante e você deve saber aproveitá-lo bem, equilibrando


compromissos pessoais e profissionais. Saber fazer um bom planejamento de
suas metas contribui para o bom desempenho profissional.

Uso de agenda: hoje, muitos profissionais já fazem uso da agenda eletrônica.


O importante é anotar os compromissos para não esquecê-los, ajudando na
otimização do seu tempo, na medida em que pode planejar melhor o seu dia.

Trabalho em equipe: espera-se que o funcionário desenvolva um trabalho


em conjunto com seus colegas, visando um mesmo objetivo, sentindo-se
parte integrante dessa equipe. A colaboração, iniciativa e boa vontade são
comportamentos esperados dos membros da equipe.

Trabalhar com outras pessoas exige flexibilidade, que é a capacidade de nos adap-
tarmos a novas situações e diplomacia, que é a habilidade diante de situações embara-
çosas e ou desagradáveis. Com isso, demonstra-se que existe respeito e interesse pelos
pensamentos e sentimentos dos que o rodeiam.

Quando se trabalha em equipe, compartilha-se responsabilidades e, com isso,


todos se envolvem na solução dos problemas. É fundamental que tenhamos a sensi-
bilidade e habilidade de compreender as pessoas, lembrando que cada pessoa é um
pensamento, e que o uso de boas maneiras no relacionamento humano é uma grande
atitude, que pode contribuir muito para o ambiente de trabalho.

Texto complementar

O uso do celular é uma questão de etiqueta social?


(ANDRADE, 2010)

A resposta é sim. Etiqueta é um comportamento que pode ser adquirido em


qualquer etapa da vida. Para muitos, a etiqueta é sinônimo de sofisticação. Para
outros, significa ostentação de uma fleuma desnecessária. Não obstante, certas
regras de etiqueta se fazem necessárias para o bom convívio em sociedade, não
Etiqueta

funcionando apenas como marcas de status social. É certo que as marcas de boa

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educação dependem do contexto cultural a partir do qual tais marcas são analisa-
das, isto é, dependem da cultura da sociedade à qual nos referimos. Ainda, pode-
mos observar que determinadas características de boa educação no convívio social
variam no tempo e no espaço, numa mesma sociedade.

Vivemos um momento ímpar da história da humanidade: o desenvolvimen-


to tecnológico nos brinda com inúmeras ferramentas, mas essa mesma tecnologia
também nos faz reféns das necessidades que cria. Estatísticas demonstram que cada
vez mais brasileiros possuem essa ferramenta (ou seria uma arma?) e o convívio com
os donos de celulares atesta o seu uso nos momentos mais inapropriados.

Exemplos de uso indevido do celular não faltam. Estamos na igreja e, num mo-
mento de profunda introspecção, sempre toca o celular de alguém que o esqueceu
ligado. Estamos na universidade e, inúmeras vezes ao longo da aula, vários alunos
são chamados a atender seus celulares, os quais, para não serem confundidos entre
si, têm toques inusitados. Estamos no banco e, durante o nosso atendimento, não
apenas o telefone fixo é atendido, mas também o telefone celular do funcionário
que nos presta atendimento. Estamos no avião e, mesmo sendo solicitado que os
telefones celulares sejam mantidos desligados até que o desembarque seja efetua-
do, muitos passageiros vão ligando seus aparelhos enquanto o avião ainda está ta-
xiando. Estamos no ônibus e, durante toda a viagem, como os aparelhos celulares
possuem inúmeros tipos de dispositivos, inclusive potentes rádios, passageiros que
optam por não usar o fone de ouvido nos obrigam a desfrutar de música de qualida-
de duvidosa. Enfim, há muitas situações nas quais os aparelhos celulares passaram
de coadjuvantes a protagonistas.

A tecnologia mudou nossas vidas e o telefone celular, queiramos ou não, faz


parte do nosso dia a dia. Há pessoas cujas vidas profissionais dependem do celular,
já outras tiveram suas vidas salvas pelo aparelho celular. Entretanto, excetuando-se
os casos extremos, desligar o telefone celular proporciona tranquilidade para o seu
dono e para os demais, no caso da igreja, da aula e do avião, para citar alguns; já nos
casos em que a pessoa deseja ouvir música, como no ônibus, que lance mão do fone
de ouvido. Seguir certas regras no uso do celular é sinal de boa educação. E etiqueta
é uma questão de educação.

A falta de etiqueta ao celular é a que mais cresce atualmente, pois ele passou a
fazer parte do dia a dia das pessoas. Cuidar bem da etiqueta ao falar no seu telefone
celular pode ser muito útil para o fortalecimento de relações sociais.
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Dicas de estudo
Para que esse assunto possa ser aprofundado, recomendo a leitura do capítulo I
do livro Boas Maneiras & Sucesso nos Negócios, de Celia Ribeiro, L&PM (1993).

Nesse capítulo, a autora aborda a importância da etiqueta nas relações interpes-


soais e oferece algumas dicas, visando melhorar esse relacionamento.

O DIABO veste Prada. Direção de David Frankel, 2006 (EUA).

Conta a história de Andrea Sachs (Anne Hathaway), uma jovem que conseguiu
um emprego na Runway Magazine, a mais importante revista de moda de Nova York.
Ela passa a trabalhar como assistente de Miranda Priestly (Meryl Streep), principal exe-
cutiva da revista. No convívio com Miranda e seu staff, aprende regras de etiqueta e
como se vestir, entre outros.

Atividades

1. Por que a etiqueta social deve fazer parte do nosso dia a dia?

2. Desenvolva um texto sobre ações do dia a dia que são fundamentais para que
o bom ambiente de trabalho seja preservado. Utilize as dicas da etiqueta no
trabalho.
Etiqueta

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Gabarito

1. Devem fazer parte dessa resposta algumas palavras-chave, como: relaciona-


mento interpessoal, respeito, educação, boa convivência e trato agradável.

2. Cuidados com cumprimentos, uso de e-mail, celular, respeito pelo outro, res-
peito à hierarquia, aparência, tato, integridade, cigarro, congratulações deverão
constar nessa resposta.

Referências
ANDRADE, Otávio Goes de. O uso do celular é uma questão de etiqueta social? Jornal
de Londrina, Paraná, 28 mar. 2010.

ARAÚJO, Maria Aparecida. Etiqueta Empresarial. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2004.

COBRA, Rubem Queiroz. Boas Maneiras e a Filosofia. Publicado em: 2009. Disponível
em: <www.cobra.pages.nom.br/ftm-definicaoBM.html>. Acesso em: 30 abr. 2010.

DAVIS, Keith; NEWSTROM, John W. Comportamento Humano no Trabalho. São Paulo:


Thomson, 1992.

MATARAZZO, Claudia. Etiqueta Sem Frescura. São Paulo: Melhoramentos, 1995.

RIBEIRO, Celia. Boas Maneiras & Sucesso nos Negócios. São Paulo: L&PM, 1993.

ROBINSON, David. Etiqueta no Trabalho. São Paulo: Clio, 1994.


Etiqueta

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Ética no trabalho

Introdução
Na sociedade atual, ter ética é um fator importante na carreira profissional. As
organizações cada vez mais pautam suas ações na ética, demonstrando que a cada dia
cresce a consciência da sociedade acerca de seus direitos e deveres.

Adotar uma conduta ética reflete a imagem que fazemos de nós mesmos e denota
a imagem da organização da qual fazemos parte. Por isso, é muito importante saber os
valores que norteiam a empresa da qual você faz parte, pois, na medida do possível,
esses também serão os seus valores.

Ética: conceito
Em sentido amplo, a ética tem sido entendida como a ciência da conduta humana
perante o ser e seus semelhantes. Envolve a aprovação ou desaprovação da ação dos
homens e a consideração de valor.
Ética – que diz respeito aos costumes. Parte da filosofia prática que tem por objetivo elaborar uma
reflexão sobre os problemas fundamentais da moral [...]. [...] a ética está mais preocupada em detectar
os princípios de uma vida conforme a sabedoria filosófica em elaborar uma reflexão sobre as razões de
se desejar a justiça e a harmonia e sobre os meios de alcançá-las [...] (JAPIASSÚ, 1996, p. 93)

É o conjunto de princípios e disposições voltado para a ação e que tem por obje-
tivo balizar a ação humana.

A ética é o fundamento da sociedade.

Em filosofia, ética significa o que é bom para o indivíduo e para a sociedade. É o


estudo geral do que é bom ou mau, correto ou incorreto, justo ou injusto, adequado ou
inadequado. Cada vez mais é necessário que a ética faça parte do cotidiano das pessoas,
pois as ações que praticamos têm consequências para nós mesmos e para os outros.

De acordo com Matos (2008, p. 2), a sociedade apoia-se em três conceitos, seus
pilares éticos.

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É essencial que ela seja justa – que haja oportunidades para todos.

É necessário que ela seja livre – que a vontade educada torne a liberdade
responsável.

É vital que ela seja solidária – que haja compromisso com o bem pessoal e o
bem comum.

Esses conceitos só serão observados numa sociedade que esteja comprometida


com a dignidade humana.

Para que uma sociedade possa ser justa, livre e solidária, algumas capacidades
deverão ser desenvolvidas.

Liderança integrada: líderes devem ser integrados por verdades comuns.

Organização flexível: as estruturas devem propiciar a criatividade, a partici-


pação, a descentralização.

Visão e ação estratégicas: desenvolvimento da percepção do que está acon-


tecendo e a capacidade de tomada de decisão.

Para que a sociedade possa estar engajada com essas capacidades, é fundamen-
tal que exista investimento na liderança, na estratégia e na cultura corporativa.

Ética empresarial e cultura organizacional


A ética empresarial está associada à sua cultura, pois há grande necessidade de
que os valores sejam internalizados para um maior alinhamento.

Hoje, ser ético é uma questão de sobrevivência para as organizações, pois fatores
como marca, imagem, confiabilidade é que garantem sua continuidade. O discurso e
a prática ética nas organizações começam a dar sinais de uma nova consciência, pois
esses comportamentos éticos passam a ser um diferencial de qualidade e respeitabili-
dade para os seus clientes.

A consciência ética corresponde à capacidade de avaliar, julgar e à disposição de


agir. Vimos que nas organizações há necessidade de investir em três áreas, para que se
possa ter essa competência ética: na liderança, na estratégia e na cultura corporativa.
Os líderes são os agentes transformadores e a estratégia são as ações facilmente iden-
Ética no trabalho

tificadas numa organização. Já a cultura corresponde aos fundamentos e às verdades


comuns, que normalmente são mais difíceis de serem identificadas e é aí, na essência
da cultura, que se encontra a ética. Portanto, é imprescindível que a cultura, a liderança
e a estratégia estejam envolvidas pela ética, o que significa dizer que a conscientização
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da ética deve ser o grande norteador da gestão estratégica. E esse é o desafio da lide-
rança, a criação da cultura ética na organização.

Em se tratando da cultura organizacional, alguns traços dificultam a dissemina-


ção da ética, como, por exemplo, o autoritarismo, que significa concentração de poder
e dominação, o paternalismo com seus privilégios; assistencialismo, o individualismo
com a falta de visão social e egoísmo; o consumismo, na ânsia de possuir cada vez
mais, como um canibalismo social.

Ricardo Luz (2003, p. 15) apresenta alguns conceitos de cultura organizacional,


que merecem nossa atenção.
A cultura de uma organização pode ser entendida como um conjunto de valores, de normas e
princípios, já sedimentados na vida organizacional, conjunto este que interage com a estrutura e
os comportamentos, criando uma maneira peculiar e duradoura de como se procede naquela
organização, baseado em certos fundamentos e almejando a consecução de determinados
resultados finais [...] A cultura é um sistema de crenças (como as coisas funcionam) e valores ( o que é
importante) compartilhados (vivenciado por todos) e que interagem com (penetração nos sistemas
e subsistemas) as pessoas, as estruturas e mecanismos de controle para produzir (efeitos) as normas
de comportamento características daquela organização (como fazemos as coisas por aqui).

A cultura influencia o comportamento de todos os indivíduos na organização. As


formas de relacionamento, os estilos de liderança, o processo de comunicação, como
os funcionários se vestem e se comportam no ambiente de trabalho. Diante disso, uma
cultura comprometida com a ética tem possibilidade de envolver todos os seus funcio-
nários. Diante desses traços, há necessidade de uma revisão dos valores culturais. Valo-
res como cooperação e solidariedade devem ser internalizados, para que a consciência
ética possa ser trabalhada. Nesse sentido, a liderança exerce um papel fundamental
no desenvolvimento das pessoas e equipes para uma direção ética. Quando esse com-
portamento ético não é observado, quando as organizações negligenciam a gestão
de valores, temos grandes prejuízos como resultado. Quando se vive uma cultura não
ética, tudo é permitido, o lucro e a competição passam a ser o grande objetivo e as con-
sequências são de grande impacto. Para que haja mudança de cultura, o caminhar para
uma cultura ética, deve-se ter em vista que esse é um processo que vai consolidando
a médio e longo prazo.

O papel da liderança é fundamental no processo de mudança, mas para que possa


mudar a cultura, ele deve estar convicto do que deseja. Assim, a mudança deve ser pla-
nejada, onde o processo de comunicação e informação deve ser efetivo.

A década de 1990 pode exibir grandes escândalos empresariais, como manipula-


ções de balanços para forjar lucros e justificar retiradas, o sucesso financeiro buscado a
Ética no trabalho

qualquer preço em detrimento dos valores éticos. Portanto, há necessidade de preser-


var e desenvolver a consciência ética nos quadros de pessoal das organizações, isso faz
com que a imagem possa ser preservada; mas, para que isso aconteça, é necessário o re-
forço das ações concretas, não só para o público interno como para o público externo.

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Quando há um clima ético, há comprometimento com uma filosofia básica, nin-
guém transgride as verdades comuns. É uma regra moral do grupo. Essa ética cons-
ciente deve ser construída pela ação e reflexão nas organizações. Quando há cultura
ética, há integração, coesão e produtividade; há confiança, bons negócios e lucrativi-
dade. Mas para que isso ocorra há necessidade de intervenções na cultura organizacio-
nal, com a finalidade de não condicionar comportamentos inadequados, promovendo
mudanças e atitude.

Quando reforçamos o papel do líder para o desenvolvimento de uma equipe


ética, significa:

reconhecer necessidades pessoais;

respeitar a dignidade humana;

reconhecer o desempenho funcional;

propiciar participação nos resultados;

estimular o compromisso social;

favorecer a educação continuada.

Essas práticas irão contribuir para transformar a ambivalência de trabalho numa


cultura ética, pois se exercita a liderança integrada onde todos ensinam e todos
aprendem.

Para que possamos atingir um comportamento ético, algumas atitudes contri-


buem para o desenvolvimento de uma relação harmoniosa.

Zelar pela autoestima: acreditar em seus valores e possibilidades.

Ser tolerante no relacionamento: reconhecer que todos têm virtudes e


deficiências.

Cuidar do equilíbrio emocional: manter a calma, evitar atitudes exaltadas.

Ouvir a comunicação é essencial: sem a capacidade de ouvir, a palavra se


torna um monólogo.

Buscar cooperação: quanto mais nos abrimos à cooperação, mais talentos


incorporam-se aos resultados.

Esses comportamentos precisam ser exercitados, para que tenhamos êxito na


Ética no trabalho

busca de atitudes éticas.

Entre os valores que são criados em todas as culturas, existem aqueles que se re-
ferem aos comportamentos individuais e coletivos dos homens. A ética investiga essas

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condutas e é a partir daí que estabelecemos os códigos públicos ou privados, ou seja,
determinamos o que é um comportamento moral de forma objetiva. Por exemplo, que
ações podem criar bem-estar social? O que podemos realizar para que sejamos mais
felizes? Com essas questões, constatamos que a ética preocupa-se com a melhor con-
duta humana.

A prática da ética no trabalho


A palavra trabalho se origina do latim tripalium, que era um instrumento feito de
três paus aguçados, algumas vezes com pontas de ferro, no qual os agricultores bate-
riam o trigo, as espigas de milho, o linho, para rasgá-los e esfiapá-los. Porém, na maioria
dos dicionários, consta apenas tripalium como sendo um instrumento de tortura.

Por muito tempo, o trabalho foi associado ao padecimento, à dor. Todo trabalho
supõe tendência para um fim e esforço; para alguns, um esforço até físico, e para outros
intelectuais. Trabalho é o esforço e também seu resultado. O homem trabalha quando
põe suas forças corporais e intelectuais, tendo em vista um fim que deve ser alcançado
(ALBORNOZ, 2004).

Muitas concepções procuram dar significado à palavra trabalho, mas sabendo


que o trabalho é parte integrante da vida, e que ocupa grande parcela do nosso tempo,
cabe-nos o entendimento de como essa relação indivíduo e empresa pode se dar de
uma maneira ética.

Vamos entender primeiramente o contexto social do trabalho, que nos é aponta-


do por Drydren e Vos, no seu livro Revolucionando o Aprendizado (1996), que aponta
para 15 tendências que demonstram para onde o mundo caminha, e nele o trabalho
está inserido.

Na era da comunicação instantânea, que nos aponta que não temos condi-
ções de prever quais conhecimentos serão necessários no futuro, cabe a nós a
disposição de querer aprender sempre.

Um mundo sem fronteiras econômicas. O dinheiro circula em todo o mundo


instantaneamente, mudando a natureza das transações comerciais.

Três passos para a economia única. Alterando padrões de vida e reforçando


que a habilidade das pessoas é o mais importante.
Ética no trabalho

A nova sociedade do serviço. Redução dos postos de trabalho na indústria e


aumento no setor de serviços, o que implica habilidades e competência nas
relações interpessoais.

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De grande a pequena. Empresas grandes divididas em dezenas de pequenas,
com mais autonomia.

A nova era do lazer. Lazer, turismo e educação estão em crescimento.

A forma mutável do trabalho. Redução dos empregos estáveis e aumento do


emprego por tempo curto.

Mulheres na liderança. Mulheres ocupam cargos nas gerências a cada dia, tra-
zendo o afeto para as organizações.

A década do cérebro. Cada vez maiores descobertas de como o pensamento


afeta o desempenho.

O nacionalismo cultural. Cresce o amor às raízes culturais, com as pessoas va-


lorizando mais as características dos seus países.

A crescente subclasse. A pobreza cresce a cada dia, e desafia os nossos


governantes.

O envelhecimento da população ativa. Vive-se mais, cresce a geração acima


dos 60 anos, e estima-se que se pode chegar com saúde e energia para o tra-
balho aos 75 anos.

A nova onda “faça você mesmo”. Cada vez mais assumimos o controle de
nossas vidas.

Empreendimento cooperativo. Cooperação, parcerias asseguram a sobrevi-


vência dos negócios.

O triunfo do indivíduo. O cliente é o rei, as empresas existem para servir às


pessoas.

Pode-se observar que algumas dessas previsões já se concretizam, mas, enquanto


trabalhadores, precisamos estar atentos às mudanças, aperfeiçoando-se, e buscando
trabalhar com compromisso, satisfação e qualidade de vida.

Com todas essas observações sobre o cenário, é que aos poucos vai se delinean-
do, como primar pelo comportamento ético no trabalho.

Algumas recomendações são importantes para o dia a dia.

Ser honesto em qualquer situação é fundamental, ser ético muitas vezes signi-
Ética no trabalho

fica perder dinheiro, status e benefícios.

Ser humilde, tolerante e flexível, para isso é preciso trabalhar em equipe, ou-
vindo as pessoas, sem julgamentos precipitados.

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Ser pontual também é importante, demonstra o quanto você é digno de
confiança.

Evitar criticar seus colegas de trabalho pelas costas, e se precisar corrigir


alguém o faça em particular.

Respeitar a privacidade do colega também ajuda nos relacionamentos.

Se você souber que seu colega está passando por dificuldade, ofereça o seu
apoio. Procure agir sempre baseado em seus princípios, isso vai contribuir para
reforçar sua boa imagem e melhorar os relacionamentos.

É necessário ter cuidados éticos ao falar ao telefone:

procure dar toda atenção à pessoa que ligou. Jamais chame o cliente de
“querido, meu bem”. Sua voz deve ser alegre, clara, calorosa e em bom tom,
nem alta, nem baixa demais;

caso atenda a telefonemas dos colegas, você deve anotar os recados;

procure retornar sempre as ligações, isso denota elegância e responsabi-


lidade;

evite ao máximo atender ao telefone durante as reuniões, o celular deve


estar desligado. Não deixe alguém esperando na linha, melhor dizer que
está ocupado e que retornará mais tarde;

ao deixar um recado na secretária eletrônica, seja claro e objetivo, dizendo


seu nome, o assunto e seu número de telefone.

Afaste-se das fofocas, para você poder manter um bom relacionamento sem
precisar prestar atenção a comentários maldosos.

Caso trabalhe com alguém de quem não gosta, aja de maneira profissional,
cumprimentando seu colega e evitando comentários com os demais sobre
seus sentimentos, isso ajuda a minimizar os conflitos.

A prática ética no trabalho exige que estejamos atentos a todo o momento sobre
nossos atos. A busca do equilíbrio de nossa vida pessoal e profissional vai fazer toda a
diferença, quando nosso objetivo está pautado em nossos valores éticos.

O relacionamento com sua chefia deverá primar também por sua conduta ética.
Ética no trabalho

Por mais que ele permita uma relação de proximidade, imponha, sutilmente, é claro,
limites, não esqueça que as relações de trabalho são medidas pela hierarquia.

Se estiver insatisfeito e queira sair do trabalho, comunique sua decisão à chefia


com antecedência. Por mais que você esteja insatisfeito com o trabalho, não vale a pena
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dizê-lo nesse momento. Diga que deseja novos desafios. Se esse assunto não foi trata-
do ao longo de sua jornada, a saída não é um bom momento para essa discussão.
Caso você seja demitido, receba a notícia com dignidade. Procure saber os moti-
vos e reflita para melhorar seu desempenho futuro. Outro ponto importante no rela-
cionamento ético no trabalho trata-se de como devemos aceitar as críticas. A maioria
das pessoas tem muita dificuldade para lidar com a crítica, ela é o oposto do elogio. No
entanto, se as críticas são sempre desagradáveis, mesmo assim, é possível recebê-las
com dignidade. Quando a crítica for justa e cortês, você deve reconhecê-la, pois ela
nunca deve ser direcionada à pessoa, mas sim à performance.
Mesmo que julgue injustificada uma crítica, não replique. Procure escutar cuida-
dosamente antes de reagir. Caso seja criticado na presença de outra pessoa, diga que
gostaria de conversar sobre esse assunto, num outro local.
Para que possamos seguir algumas orientações de cunho ético, voltadas especifi-
camente a cada profissão, temos o apoio do código de ética profissional.

O código de ética do profissional de secretariado foi publicado no Diário Oficial da


União, em 7 de julho de 1989, e visa o direcionamento correto da atuação profissional
e deve ser colocado em prática no dia a dia da sua atuação profissional. A ética profis-
sional é um conjunto de normas de conduta que deverão se transformar em ações, no
exercício de qualquer profissão. Objetivando que cada profissional possa respeitar seu
semelhante no exercício de sua profissão.
Nele, constam os direitos e deveres fundamentais do profissional, aborda sobre o
sigilo, as relações entre colegas da mesma profissão, com entidades da categoria, das
relações com a empresa e dos dispositivos de obediência e aplicação do código.
No que se refere às relações com a empresa, algumas orientações são bem perti-
nentes ao nosso tema.
Art.10. Compete ao Profissional, no pleno exercício de suas atividades: a) identificar-se com a
filosofia empresarial, sendo um agente facilitador e colaborador na implantação de mudanças
administrativas e políticas; b) agir como elemento facilitador das relações interpessoais na sua área
de atuação; [...]
Art.11. É vedado aos Profissionais: a) utilizar-se da proximidade com o superior imediato para obter
favores pessoais ou estabelecer uma rotina de trabalho diferenciada em relação aos demais; b)
prejudicar deliberadamente outros profissionais, no ambiente de trabalho.

Essas orientações corroboram as práticas éticas, que devem ser observadas no dia
a dia na empresa. Portanto, a ética está mais próxima de nós do que imaginávamos. Ela
nos ajuda na reflexão do nosso comportamento, na medida em que temos o compro-
Ética no trabalho

misso com nosso desenvolvimento profissional e melhoria do ambiente de trabalho.


O código de ética ajuda a balizar as relações de valor que existem entre o ideal
moral e os diversos campos da conduta humana. Está elaborado a partir de critérios de
conduta de um indivíduo, perante seu grupo e todo o social.
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A partir dos códigos que são elaborados, espera-se que se crie uma mentalidade
ética, uma forma para a realização do trabalho, mas também uma norma que deve
guiar sua conduta.

A ética “é“ indispensável ao profissional, porque o “fazer” e o ”agir” humano estão


sempre juntos. O fazer é a competência com que cada profissional realiza suas ativida-
des. E o agir refere-se ao conjunto de atitudes que esse profissional deve assumir no
seu dia a dia profissional.

Adotar uma conduta ética é refletir sobre os valores que nos movem, e sobre as
escolhas que fazemos. Todos os dias nos envolvemos com questões éticas, como, por
exemplo, devo dizer sempre a verdade ou há ocasiões em que seria melhor mentir? Essas
e outras situações nos dão a oportunidade de exercer um comportamento ético. A de-
cisão de escolher entre uma atitude correta ou uma atitude que agrade outras pessoas.
Nem sempre é fácil interpretar as questões éticas, e muito menos praticá-las.

Quando realizamos uma escolha, e estamos convictos de que ela é correta, não se
trata de apenas seguirmos uma regra, e sim de um princípio. Portanto, agir de maneira
ética implica pautarmos nossas ações no respeito, na cooperação, principalmente no
comprometimento com um ambiente organizacional de princípios que valorizem a
vida humana.

Nem sempre estamos engajados em organizações que possibilitam a satisfação e


felicidade das pessoas que ali trabalham; nesse sentido, nossa postura será fundamen-
tal e, para isso, temos a oportunidade de refletirmos não só sobre nossa postura ética,
como da organização da qual fizermos parte.

Hoje, as organizações sabem que precisam investir nas pessoas, mas para isso a
equipe de executivos deverá se sensibilizar sobre essa importância, assim como perce-
ber que cada vez mais precisamos de condutas éticas, não apenas na vida pessoal, mas
como parte da nossa conduta profissional.

Texto complementar

Pare, pense e decida!


(MATOS, 2008, p. 13)
Ética no trabalho

Pare, pense e decida!

A Ética está na decisão.

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É a partir daí que tudo acontece.

A vida é decisão. A todo momento optamos por uma entre várias alter-
nativas.

Quase sempre sem nos darmos conta disso.

Qual seria o maior suplício imposto a um homem?

Tirar dele a capacidade de decidir. Ele tenderia a virar pedra.

Decidir, com eficácia, implica parar e refletir, para que as decisões não sejam
impetuosas e passíveis de atentar contra o bem do outro e gerar injustiças.

Toda decisão tem comprometimento ético; nela estão implícitos valores pes-
soais. A própria omissão significa decisão de não agir, tornando-se causa maior de
desacertos, injustiças e fracassos.

O ato de decidir é indicador de maturidade ética. As organizações infantilizam


o homem ao privarem-no da tomada de decisão. Daí a relevância da delegação de
autoridade, não só como instrumento eficaz de gestão, como também de compro-
metimento ético, pela assunção de responsabilidade.

É um grave erro ético transferir responsabilidade sem delegar autoridade


correspondente.

Pela qualidade com que se decide e pela excelência dos resultados da decisão,
criam-se condições para a convivência saudável e para a produtividade.

A excelência decisória atende a três características básicas.

Qualidade: a melhor alternativa, considerando-se a racionalidade do pro-


cesso.

Oportunidade: dadas as circunstâncias, a mais eficaz pelos resultados es-


perados.

Aceitabilidade: a mais motivadora para aqueles que irão se envolver na


execução da matéria decidida.
Ética no trabalho

Compatibilizar essas características é um desafio à sabedoria do gestor e à sua


atitude flexível.

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Em todo o processo, a ética é referência à essencialidade decisória.

Boas decisões agregam solidariedade, expressão da ética em ação.

Dica de estudo
Para complementar seus estudos, o livro Etiqueta na Gestão Empresarial, de Fran-
cisco Gomes de Matos, 2008, capítulo 2; traz-nos indicadores de como desenvolver a
consciência ética nas organizações.

Atividades

1. Ética da convivência: é a permanente aprendizagem do amor cotidiano, no


pequeno abraço, no pequeno “bom dia”, “por favor”, “muito obrigado”, como ex-
pressões sinceras de boa vontade.

Comente essa afirmação, com base em todo o texto.

2. Cultura ética: de nada vale a retórica da ética se o mais humilde funcionário


não se sente comprometido com os valores da organização.

Baseado no texto, desenvolva essa afirmação. Ética no trabalho

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Gabarito

1. A ética se preocupa com a harmonia e boa convivência. Se nos preocuparmos


com as pequenas gentilezas, como um “bom dia”, estaremos zelando para um
bom convívio.

2. Uma questão importante na ética é alinharmos o discurso às ações. Dentro de


uma organização, todos devem estar comprometidos com os valores organiza-
cionais, desde o diretor até o mais simples cargo.

Referências
ALBORNOZ, Suzana. O que É Trabalho. São Paulo: Brasiliense, 2004.

BOM SUCESSO, Edina de Paula. Relações Interpessoais e Qualidade de Vida no Tra-


balho. São Paulo: Qualitymark, 2002.

DRYDEN, Gordon; VOS, Jeannette. Revolucionando o Aprendizado. São Paulo:


Makron, 1996.

JAPIASSU, Hilton, Dicionário Básico de Filosofia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1996.

JOHANN, Silvio Luiz. Gestão da Cultura Corporativa. São Paulo: Saraiva, 2004.

LUZ, Ricardo. Gestão do Clima Organizacional. São Paulo: Qualitymark, 2003.

MATOS, Francisco Gomes de. Ética na Gestão Empresarial. São Paulo: Saraiva, 2008.

SÁ, Antonio Lopes de. Ética Profissional. São Paulo: Atlas, 1996.
Ética no trabalho

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Ética no trabalho

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Relações interpessoais e qualidade
de vida no trabalho
Para a maioria das pessoas, o trabalho é um importante componente da vida, não
apenas no sentido material (salário, benefícios), como também com relação ao desem-
penho das atividades e para o contato social.

Hoje se sabe que o cotidiano do trabalho influi na vida e nas emoções das pesso-
as. Por exemplo, a realização de um projeto de trabalho importante resulta em senti-
mentos positivos, assim como uma discussão com o chefe pode acarretar sentimentos
de preocupação.

Por isso, as organizações precisam, de alguma forma, proporcionar um ambiente


de trabalho agradável, pois perceberam a influência do bom ambiente para a produti-
vidade, e, por consequência, o andamento do trabalho.

Assim, alguns fatores tornaram-se fundamentais para a realização do trabalho:


o ambiente, o relacionamento, saber como as pessoas se sentem com relação às suas
tarefas, enfim, uma visão mais global do trabalhador.

Relacionamento interpessoal
O processo de interação humana encontra-se presente nas organizações, e a
forma como se dão essas interações influencia os resultados de toda a empresa.

Conviver com o outro não é uma tarefa fácil, e conviver com o outro no trabalho
sem entender o comportamento de cada um é praticamente impossível.

Cada um de nós possui algumas noções sobre o comportamento e as reações


de outras pessoas, e até já desenvolveu certa habilidade para lidar com as maneiras
diferentes que cada um possui; porém, essas noções são empíricas e nos basearmos
apenas no que “achamos” nem sempre é um bom caminho.

Se considerarmos essa interação de pessoas num ambiente organizacional,


temos que levar em consideração que as pessoas não funcionam como máquinas e

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que muitas vezes o comportamento é diferente do que se espera. Isso porque, quando
estamos em interação com outras pessoas, o funcionamento de ser de cada um é afe-
tado, alterando o que se poderia chamar de “previsto ou esperado”.

Segundo Moscovici (1994), nas empresas, a interação humana ocorre em dois


níveis concomitantes e interdependentes. O nível da tarefa é o que podemos observar,
que é a execução das atividades individuais e em grupos. Já o socioemocional refere-se
às sensações, aos sentimentos que são gerados pela convivência.

Se esses sentimentos são positivos, o nível da tarefa é facilitado, gerando uma


produtividade satisfatória. Se, ao contrário, o clima emocional não é satisfatório, a
tarefa passa a sofrer os efeitos, que muitas vezes se manifestam com interações de
desagrado, antipatia, aversão etc.

A interação socioemocional pode favorecer o resultado do trabalho e as relações


interpessoais. Se os processos são construtivos, a colaboração e o afeto predominam,
o que possibilita a coesão do grupo. Caso contrário, o grupo passa a ter conflitos in-
ternos. O que se observa é que para trabalhar bem, e em grupo, as pessoas precisam
possuir não apenas competências técnicas para realizar suas funções, mas também
competências emocionais.

Vemos que a realização eu-eu é fundamental na interação com os outros; a


forma como eu me vejo, minhas motivações, ideologia, influem em cada interação
interpessoal.

A harmonia consigo mesmo, a autoaceitação e valorização, o bem-estar físico e


mental, proporcionam um equilíbrio na relação com o outro. Muitas vezes, as dificul-
dades que surgem na relação eu-outro são causadas pelo não equilíbrio da relação
eu-eu. Portanto, é fundamental o equilíbrio eu-eu, para que se possa estar bem com
os outros.
Relações interpessoais e qualidade de vida no trabalho

Numa organização, a presença de um líder habilidoso é muito importante nesse


processo. Ele poderá conduzir sua equipe para o sucesso e, se possui habilidades para
lidar com as emoções e com a qualidade de vida, fará a diferença de forma positiva no
seu grupo de trabalho.

A qualidade de vida no trabalho não decorre apenas de bons salários e planos


de benefícios, mas do tratamento humano que valorize a gentileza, a possibilidade de
expressar os pontos de vista divergentes, do respeito, do relacionamento sincero.

No trabalho, os indivíduos apresentam sua maneira pessoal de lidar com seus


sentimentos e emoções, e essa maneira própria entra em contato com outros indivídu-
os, que também possuem sua maneira própria. Essas emoções entram em contato dia-
riamente, criando uma atmosfera diferente em cada setor, cada departamento, visto

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que cada local tem suas características próprias de conduzir seu trabalho, de discutir
os problemas, e de como seus líderes lidam com as pessoas. O que facilita ou dificulta
essas relações são o autoconhecimento e o conhecimento do outro, que fazem com
que se amplie a compreensão de como as pessoas atuam no trabalho.

Bom Sucesso (2002, p. 29-30) destaca algumas dificuldades mais observadas na


dimensão interpessoal.
a) Falta de objetivos pessoais: trata-se de pessoas que possuem dificuldades em traçar rumos
para o seu futuro. Desanimam diante de obstáculos, e não se mostram criativas para buscar
soluções, sentem-se frustradas e, por isso, mudam continuamente seu rumo. Nos processos de
mudanças, são levadas pelos outros, aguardando sempre as instruções. Muitas vezes, trabalham
em profissão que não gostam, mas não apresentam atitudes para novos redirecionamentos. “Uma
professora de escola de primeiro grau participou de um programa de integração de equipes e se
mostrou indignada com os baixos salários da sua categoria. Tendo participado de outro projeto, 10
anos depois, voltou a queixar-se da mesma situação. Estimulada a refletir sobre isso, percebeu as
consequências paralisadoras da sua postura acomodada e da falta de estabelecimento de objetivos
pessoais. Compreendeu o tempo perdido, esperando que sua profissão fosse valorizada. Constatou
que poderia ter feito “dois cursos superiores” nesse período, passando a atuar como professora (que
é sua vocação ), mas vinculada a uma universidade ou a outra instituição”.

b) Dificuldade em priorizar: muitas pessoas se queixam da “falta de tempo”, para realizar suas
tarefas. O que muitas vezes se percebe é a grande dificuldade em estabelecer prioridades. Muitas
vezes, acumulam-se tarefas, sem avaliar as reais possibilidades de executá-las, ou a dificuldade para
dizer “não”, propõem-se a fazer coisas que não é possível cumprir. Para realização das tarefas, saber
administrar o tempo é fundamental. Para ilustrar esse fato, segue o exemplo: “Convivemos com
uma executiva que representa um modelo desse perfil. Sua vida pessoal demandava um esforço
excessivo: tinha quatro filhos e os levava pessoalmente à escola. Tinha frequentemente dificuldades
em manter uma empregada doméstica, devido ao trabalho adicional. Além do emprego que lhe
absorvia oito horas diárias, praticava tênis, fazia yoga, curso de atualização em língua inglesa. Estava
constantemente atrasada para todos os compromissos. Sempre que lhe sugeriam repensar suas
prioridades e abrir mão de algumas atividades, afirmava que tudo isso era essencial e não havia como
desistir de qualquer uma delas. Sua qualidade de vida era baixa, especialmente pela permanente
tensão resultante dos atrasos. Estimulada a refazer seu plano de vida e traçar prioridades, descobriu
que sua busca de prazer em atividades alternativas tornou-se uma obsessão e, um lugar de lazer,
acabava gerando tensão e estresse. Decidiu tornar essas atividades eventuais, sem o compromisso

Relações interpessoais e qualidade de vida no trabalho


de ‘cursos com dia e hora marcados’, concentrando-se na sua atividade profissional e estabelecendo
novos papéis e responsabilidades para os filhos, que vinham se tornando acomodados e sem
iniciativa”. Vemos aqui claramente, nesse exemplo, o quanto pessoas têm dificuldades para priorizar
o que realmente é importante, acabam com muitas atividades, de que normalmente não conseguem
dar conta.

c) Dificuldade em ouvir: a maioria dos conflitos acontece em virtude da dificuldade que temos
em ouvir e compreender o outro. Temos o hábito de julgar o outro a partir dos nossos valores,
esquecendo-se de respeitar as diferenças individuais. A nossa dificuldade em ouvir o outro aumenta,
principalmente se temos pontos de vista diferentes. Muitos gerentes avaliam sua equipe a partir
dos seus próprios paradigmas, da sua maneira de ver o que é certo e errado, não acenando com a
possibilidade de considerar o pensamento do outro, sem querer ouvir o que as pessoas pensam. É
fundamental que um gestor queira saber o ponto de vista de sua equipe, perguntar antes de julgar,
permitir que sejam dadas sugestões, criar espaços para que diferentes percepções possam vir à
tona, solicitar sempre que possível a participação de todos. A maioria dos exemplos de grandes
corporações aponta para resolução de inúmeros problemas, o saber ouvir, dar espaço para que as
pessoas que contribuem com seu trabalho possam trazer soluções para o dia a dia.

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Saber ouvir
Saber ouvir é considerado uma das maiores habilidades humanas, isso implica
dar àquele que fala sua atenção, somada à capacidade de compreensão.

Muitas razões estão envolvidas no ato de ouvir, são elas:


desejo de obter informação;

curiosidade em receber uma resposta;

interesse em participar da história de outro ser humano;

necessidade de estabelecer novos relacionamentos;

respeito e desejo de valorização da pessoa do outro. (MACKAY, 2002, p. 10)

Para ouvir efetivamente, não basta apenas estar atento, mas perceber também a
voz de quem fala, a escolha das palavras, o tom e ritmo, a linguagem corporal, enfim, é
muito mais do que ficar passivamente deixando o som entrar pelos ouvidos. É uma das
melhores formas de mostrar respeito pelo outro.

Existem algumas maneiras de demonstrar à pessoa que fala que você está efe-
tivamente ouvindo. Fazer perguntas pode demonstrar o quanto você está atento e
encorajar aquele que fala. Alguns sinais como sorriso, olhares de surpresa e admiração,
etc., podem constituir uma forma eficiente de assegurar que você está ouvindo.

Frases como “compreendo...”, “e depois...”, “é interessante...”, são uma maneira de


dizer que você está interessado, querendo que ele prossiga seu discurso.

Outra forma é dar sinais de que está compreendendo e interpretando as emoções


existentes no diálogo. Frases como “você acha que...”, “o que pensa quanto a ...”, demons-
Relações interpessoais e qualidade de vida no trabalho

tram que você está sendo empático e disposto a considerar o ponto de vista do outro.

O que é importante observar é que ouvir não é uma atitude passiva, e que você
pode ser ativo demonstrando seu respeito pelo outro.

Qualidade de Vida no Trabalho (QVT)


A qualidade de vida no trabalho está ligada ao bem-estar das pessoas em situa-
ção de trabalho, visando elevar o nível de satisfação e também o de produtividade, o
que significa maior eficácia e, ao mesmo tempo, atender às necessidades básicas dos
trabalhadores.

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O que se observa é que nem todo problema de produtividade ou insatisfação
dos funcionários pode ser resolvido pelos programas de QVT. Entretanto, sua aplicação
sem dúvida implica melhores desempenhos e redução de custos, na medida em que
reduz o desperdício. Isso porque a organização passa a contar com pessoas mais com-
prometidas, contribuindo para a melhoria dos resultados.

Como existem os aspectos técnicos relacionados ao processo produtivo nos pro-


gramas de QVT, muitas organizações priorizam o investimento técnico, que são melho-
rias em máquinas e equipamentos, esquecendo o investimento em pessoas. Somente
atendendo às necessidades das pessoas e as desenvolvendo é que as organizações
atingirão as suas metas, não apenas investindo em tecnologia, mas cuidando do clima
organizacional.

Quando ocorre esse desequilíbrio de maior investimento em tecnologia em de-


trimento do investimento nas pessoas, ele é acompanhado de um baixo nível de satis-
fação do empregado, afetando diretamente a qualidade dos produtos e serviços pres-
tados. Para que isso não ocorra, é necessário que se conheça quais são as expectativas
e necessidades das pessoas, para que esses fatores não interfiram na qualidade do
produto.

Na opinião de Cleo Carneiro (apud FERNANDES, 1996, p. 38),


Qualidade de vida no trabalho é ouvir as pessoas e utilizar ao máximo sua potencialidade. Ouvir é
procurar saber o que as pessoas sentem, o que as pessoas querem, o que as pessoas pensam [...] e
utilizar ao máximo sua potencialidade é desenvolver as pessoas, e procurar criar condições para que
as pessoas, em se desenvolvendo, consigam desenvolver a empresa.

Muitos trabalhadores se queixam de uma subutilização de seu potencial, de con-


dições inadequadas de trabalho, o que faz que aumente a insatisfação. Essa insatisfa-
ção provoca uma diminuição do seu rendimento, acarretando consequências na saúde

Relações interpessoais e qualidade de vida no trabalho


física e mental do trabalhador e, em decorrência, menor rentabilidade empresarial. En-
tretanto, não se pode esperar qualidade no desempenho das pessoas se essas não têm
qualidade em seu próprio trabalho.

O objetivo da qualidade de vida no trabalho é o de resgatar o ser humano e o am-


biente, que, na maioria das vezes, são negligenciados em favor do avanço tecnológico
e do crescimento econômico. É possível aliar a produtividade com melhores condições
de trabalho, pois a qualidade dos produtos está associada à qualidade de vida dos que
produzem.

Ao longo do tempo, a QVT passou por diferentes concepções, conforme se pode


verificar no quadro a seguir.

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Quadro 1 – Evolução do conceito de QVT

(NADLER; LAWLER, 1983, apud FERNANDES, 1996, p. 43)


Concepções evolutivas de QVT Características ou visão
QVT como uma variável Reação do indivíduo ao trabalho. Era investigado como me-
(1959-1972) lhorar a qualidade de vida no trabalho para o indivíduo.

QVT como uma abordagem O foco era o indivíduo antes do resultado organizacional;
(1969-1974) mas, ao mesmo tempo, tendia a trazer melhorias tanto ao
empregado como à direção.

QVT como um método Um conjunto de abordagens, métodos ou técnicas para


(1972-1975) melhorar o ambiente de trabalho e tornar o trabalho mais
produtivo e mais satisfatório. QVT era visto como sinôni-
mo de grupos autônomos de trabalho, enriquecimento de
cargo ou desenho de novas plantas com integração social
e técnica.

QVT como um movimento Declaração ideológica sobre a natureza do trabalho e as


(1975-1980) relações dos trabalhadores com a organização. Os termos
administração participativa e democracia industrial eram
frequentemente ditos como ideais do movimento de
QVT.

QVT como tudo Como panaceia contra a competição estrangeira, proble-


(1979-1982) mas de qualidade, baixas taxas de produtividade, proble-
mas de queixas e outros problemas organizacionais.

QVT como nada No caso de alguns projetos de QVT fracassarem no futuro,


(futuro) não passará apenas de um “modismo” passageiro.

Conduta assertiva
Relações interpessoais e qualidade de vida no trabalho

O termo assertividade origina-se da palavra asserção, que quer dizer afirmar. É um


comportamento que se aprende, permitindo-se agir de acordo com nossos interesses,
expressar nossos sentimentos de forma honesta e adequada, fazendo valer nossos di-
reitos sem negar o direito dos outros.

Esse comportamento é cada vez mais valorizado no ambiente organizacional,


onde são exigidas decisões objetivas e focadas em resultado; espera-se que os funcio-
nários apresentem comportamento maduro e honesto.

De acordo com Martins (2005, p. 21), algumas atitudes são fundamentais para a
assertividade.
Autoestima: é o que você pensa sobre si mesmo. A qualidade da autoestima depende da acei-
tação, da confiança e do respeito que você tem por si mesmo.

Determinação: é o que faz você não desistir perante os obstáculos, ter foco e clareza sobre
onde quer chegar.

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Empatia: é a capacidade de se colocar no lugar do outro. Somente as pessoas maduras conse-
guem estabelecer a empatia.

Adaptabilidade: é adequar seu estilo de comunicação, seja sua interlocutora uma criança, um
idoso, com nível cultural alto ou baixo.

Autocontrole: usar a racionalidade para gerenciar as emoções, não perdendo o controle das
situações.

Tolerância a frustração: aceitar a diversidade humana, não ouvimos só “sins”, mas também
“nãos”.

Sociabilidade: é se preocupar com o bem-estar do outro e com o seu próprio. É tratar as pesso-
as com naturalidade, sem ideias preconcebidas.

O importante é que a habilidade de ser assertivo pode ser aprendida. Uma das
estratégias que nos ajudam a tornar-nos mais assertivos é observarmos o comporta-
mento de pessoas que admiramos, e que têm facilidade de agir de forma como gosta-
ríamos. Saber que nossos comportamentos são aprendidos e que podem ser modifica-
dos, desde que queiramos, é o grande facilitador.

Origens da conduta assertiva


Se nos primeiros anos de vida a criança recebe mensagens positivas e con-
vive com adultos capazes de respeitar as diferenças, temos aí um bom início para a
assertividade.

Quem não viveu essa realidade pode posteriormente aprender a se comportar


assertivamente, através da reflexão, e estar sempre atento ao seu comportamento e ao
do outro. Isso facilita a percepção e descoberta de atitudes pessoais que facilitam ou
dificultam as relações interpessoais.

Relações interpessoais e qualidade de vida no trabalho


A pessoa assertiva tem consciência de seus deveres e responsabilidades, e é capaz
de reconhecer que os outros também possuem direitos e responsabilidades. Ao assumir
responsabilidades, aprende-se a valorizar e respeitar seus desejos, uma vez que a consci-
ência de seus sentimentos aumenta.

As organizações buscam um ambiente voltado ao diálogo, o que exige uma mu-


dança de postura, mais pautada em aceitar diferentes pontos de vista, na boa convi-
vência e no respeito às diferenças.

Preservando a autoestima
A autoestima caracteriza-se pela aceitação de si, pela confiança, pelo reconheci-
mento do seu potencial e de sentimentos positivos em relação a si mesmo.

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A partir do nascimento, começamos a desenvolver a autoestima, através do re-
conhecimento que recebemos durante os primeiros anos de vida. Elogios e reforço
positivo ajudam nesse desenvolvimento.

As baixas autoestimas manifestam-se pela falta de confiança em si, desvaloriza-


ção das próprias possibilidades, pelo medo do fracasso, sendo observadas por depre-
ciações e reforços negativos ocorridos na infância. Para mantermos o bom nível de
nossa autoestima, temos que nos manter permanentemente atentos às situações no
dia a dia. Caso ocorram comentários de desvalorização, é preciso estar atento e esta-
belecendo limites com o outro, e mostrando a ele sua insatisfação. Quando o compor-
tamento é assertivo, a tendência é mantermos a autoestima elevada, ao contrário de
comportamentos agressivos, que fazem de tudo para subestimar o outro.

Baixar a autoestima é uma das condutas mais complicadoras que se observa nas
relações de trabalho. Embora ocorra com certa frequência, vemos que seus resultados
são o sofrimento, a descrença e a vergonha. Preservar a qualidade de vida no trabalho,
e o bom relacionamento interpessoal, dá-se através da atenção de olhar aquele com
quem se fala, de agradecer, pedir desculpas, cumprimentar, despedir-se. Responder ao
que é solicitado, retornar as ligações, são atitudes de quem valoriza o outro.

(BOM SUCESSO, 2002, p. 145)


8.º estimular o outro à conduta assertiva

7.º dar e receber feedback

6.º reconhecer e valorizar o outro

5.º desenvolver a autoestima

4.º atenção ao comportamento não verbal


Relações interpessoais e qualidade de vida no trabalho

3.º checar oposições

2.º clarear as dúvidas

1.º ouvir

Você sabia?

A hostilidade e as condutas agressivas nas organizações têm sua origem na


raiva, emoção frequente e nem sempre expressa de forma clara no ambiente de
trabalho. A raiva pode manifestar-se de maneira camuflada, sob a forma de queixa,
falta de cortesia, postura competitiva, ironia e inveja.

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Texto complementar

Ouvir: atitude ética


(MATOS, 2008, p. 105)

De modo geral, não somos bons ouvintes. Desde a mais tenra idade, fomos
educados para falar e continuamos sendo treinados para a oratória. E, porque ouvi-
mos pouco, os problemas de comunicação são apontados como um dos mais graves
nas organizações. Como artifício para a falta de diálogo interpessoal – a comunica-
ção autêntica faz-se de pessoa a pessoa – usa-se e abusa-se de meios tecnológicos
– em si, benéficos à agilidade nas informações. Antes, os intermináveis telefonemas,
hoje os e-mails compulsivos – uma verdadeira legião de “e-mailpatas”.

Em relação à comunicação eletrônica, existe um paradoxo: emite-se a mensa-


gem – muitas vezes para passar o “macaquinho” adiante – sem a preocupação com
a resposta. O ato encerra-se na emissão do e-mail.

A falta de feedback é uma tragédia nas comunicações. Mas há um outro fenômeno


grave: e-mails que não são abertos ou o são tardiamente, quando a informação já é ob-
soleta. Um executivo confessou, em reunião, que estava com 120 e-mails fechados (!?),
por falta de tempo. Não ter tempo disponível, sentir-se sempre sobrecarregado, além
de revelar deficiências de planejamento pessoal e organizacional, é fatal para as comu-
nicações e para o relacionamento. É preciso “reaprender” – ou aprender – a ouvir.

Há pessoas extremamente preocupadas em oferecer respostas, sem ouvirem


as perguntas. Quando não há diálogo, não há comprometimento. Estão aí as guerras

Relações interpessoais e qualidade de vida no trabalho


para confirmar, tanto no âmbito doméstico, como empresarial e entre nações.

Todavia, ouvir não é calar-se – a mudez pode até ser ofensiva. Ouvir é mostrar
interesse, acompanhar o raciocínio do outro e manifestar-se no momento oportuno.
Simples, não é? Mas como isso se mostra difícil no relacionamento diário!

Iniciemos, portanto, imediatamente, nossa reaprendizagem como ouvintes


atentos, interativos e inteligentes.

Na arte de ouvir e falar, com propriedade e oportunidade, está o segredo da


convivência harmoniosa e produtiva.

Ouvir é uma atitude ética, ao significar respeito pela opinião do outro.

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Dica de estudo
Para que esse conteúdo possa ser complementado, recomendo a leitura do capí-
tulo 13 do livro Psicologias (2002), em que os autores Ana M. B. Bock, Odair Teixeira e
Maria de Lourdes Trassi, demonstram a importância da vida afetiva, para que sua com-
preensão seja ampliada com relação aos relacionamentos interpessoais.

Atividades

1. De acordo com Fela Moscovici, a interação humana ocorre no nível da tarefa e


do socioemocional. Desenvolva essa afirmativa com base no texto.
Relações interpessoais e qualidade de vida no trabalho

2. Quais são as atitudes fundamentais para uma conduta assertiva, segundo Mar-
tins?

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Gabarito

1. A tarefa refere-se às atividades que são desenvolvidas no dia a dia, de acordo


com cada função. Já o socioemocional refere-se à gama de sentimentos gera-
da pela convivência diária. Segundo o autor, quando há deficiência na relação
socioemocional, há comprometimento da produtividade, pois afeta a interação
no nível da tarefa.

2. Autoestima, determinação, empatia, adaptabilidade, autocontrole, tolerância e


sociabilidade.

Referências
BOCK, Ana M. B.; FURTADO, Odair; TEIXEIRA, Maria de Lourdes Trassi. Psicologias. São
Paulo: Saraiva, 2002.

BOM SUCESSO, Edina de Paula. Relações Interpessoais e Qualidade de Vida no Tra-


balho. São Paulo: Qualitymark, 2002.

DAVIS, Keith; NEWSTROM, John W. Comportamento Humano no Trabalho. São Paulo:


Thomson, 1992. v. 1.

FERNANDES, Eda. Qualidade de Vida no Trabalho. Salvador: Casa da Qualidade,


1996.

Relações interpessoais e qualidade de vida no trabalho


FRANÇA, A. C. L.; RODRIGUES, A. L. Stress e Trabalho. São Paulo: Atlas. 2002.

MACKAY, Ian. Como Ouvir Pessoas. São Paulo: Abril, 2002.

MARTINS, Vera. Seja Assertivo. São Paulo: Campus, 2005.

MATOS, Francisco Gomes de. Ética na Gestão Empresarial. São Paulo: Saraiva, 2008.

MOSCOVICI, Fela. Equipes Dão Certo. Rio de Janeiro: José Olympio, 1994.

VOCÊ S/A. Ed. Abril, set. 2006.

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Comportamento no local de trabalho
O comportamento no local de trabalho tem sido alvo de pesquisas e estudos há
décadas, e a noção de que existem diferenças individuais já nos foi trazida pela psicolo-
gia. Entender o comportamento humano no trabalho passa pela compreensão não só
das diferenças individuais, como também das organizações. As diferenças individuais
nos ensinam que não existe uma fórmula única para lidar com as pessoas, e em cada
organização as pessoas são tratadas diferentemente, de acordo com a cultura de cada
uma. Um fator importante, que deve ser levado em consideração pelos profissionais,
é que o sucesso na carreira tem sido alavancado muito mais pelo comportamento do
que apenas pela competência técnica, portanto, seguir algumas regras da boa educa-
ção ou da cultura organizacional já seria um grande passo para a competência com-
portamental. Agir corretamente no ambiente de trabalho é fundamental, pois é nesse
ambiente que passamos a maior parte do dia.

Emoções no trabalho
Em muitas situações de trabalho, são as emoções como o medo, o desejo, a agres-
sividade, entre tantos outros, que determinam o comportamento da pessoa. Esses sen-
timentos podem influir diretamente na qualidade de vida no trabalho, e consequen-
temente na produtividade. Se negativos, geram insatisfação, e se positivos, ambiente
harmônico para o trabalho.
[...] sentimentos e emoções estarão permeando as relações de trabalho. Administrar de forma efetiva
o medo e a raiva é o primeiro passo para a melhoria da qualidade de vida. Viver com qualidade,
em seu significado pleno, requer mais que superar a hostilidade e a intimidação: requer parceria,
cooperação, polidez, respeito – virtudes derivadas do amor. (BOM SUCESSO, 2002, p. 147)

A interação entre as pessoas no ambiente de trabalho gera naturalmente situa-


ções de conflito. Não existe uma solução perfeita para a solução destes, mas o que é
possível fazer é aumentar o conhecimento e a habilidade de cada trabalhador, de tal
forma que os relacionamentos interpessoais possam ser mais harmoniosos e o traba-
lho mais desafiador.

Vamos conhecer alguns comportamentos e refletir sobre qual deve ser a atitude
de um profissional preocupado com sua conduta ética.

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Namoro no trabalho
Hoje, a maioria das pessoas passa de oito a 10 horas por dia em seu trabalho, e é
lá que muitos profissionais tomam café, almoçam, jantam. Em muitos casos, mesmo as
atividades sociais, festas, happy hours, giram em torno da empresa, demonstrando que
convivemos muito mais com os colegas de trabalho do que com a família. Portanto,
não é difícil que aconteçam relacionamentos mais íntimos, pois existe uma afinidade
emocional e até mesmo intelectual.

Quando isso acontece, surgem muitas dúvidas: pode ou não pode? Conto ou não
conto? Isso vai impactar a minha carreira? Todas essas dúvidas são naturais. As respos-
tas é que vão ser diferentes, de acordo com cada organização.

Em uma pesquisa realizada pelo Instituto H2R, para a Você S/A (2006), com 100
executivos, 79% responderam que não há nenhuma regra sobre o relacionamento
amoroso nas empresas que atuam, e 3% disseram que existe norma sobre isso e que
não é de conhecimento das pessoas.

Atualmente, a maioria das organizações permite o relacionamento amoroso, mas


com algumas restrições. Uma delas é que o casal não deve trabalhar na mesma área e
que não deve manter relação de chefia e subordinado.

A revista Você S/A (2006, p. 28) traz algumas recomendações importantes sobre o
assunto:

Procure saber se existe uma política na empresa com relação ao envolvimento


amoroso entre os colegas de trabalho.

Antes de sair contando detalhes para o amigo, espere para ver se o romance é
sério.

Quando o romance der sinais de maturidade, é hora de contar para o chefe.


Mesmo assim, não é recomendável espalhar para todos.

Se o seu caso envolver relação de subordinação, é aconselhável que você ou seu


Comportamento no local de trabalho

parceiro mude de área, mesmo que a empresa não tenha nenhuma política a
respeito. Isso vai poupar os comentários maldosos de colegas sobre abuso de
poder e evitar possíveis dores de cabeça, como um processo de assédio sexual.

Seja discreto. Por mais que a empresa permita o relacionamento amoroso


entre os funcionários, qualquer postura que chame atenção sobre isso vai
pesar contra seu profissionalismo.

Seja ético, acima de tudo. Não passe ao parceiro informações estratégicas que
só dizem respeito à sua área.

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Nem sempre é possível evitar o envolvimento, mas é importante que a ética esteja
sempre presente.

Assédio sexual
Desde que a mulher ingressou no mercado de trabalho, algumas discriminações
têm sido apontadas por pesquisa e observadas por todos. Elas recebem salários infe-
riores aos de seus colegas homens, muitas vezes perdem oportunidades de conseguir
emprego por terem filhos e, finalmente, são as maiores vítimas do que é denominado
pela legislação como “assédio sexual”. De acordo com o dicionário Aurélio (2005, p. 46),
assediar significa importunar com perguntas, propostas etc.

O Decreto-Lei 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), passa a vigorar


acrescido do artigo 216-A (2001), com a seguinte definição:
Art. 216-A. Constranger alguém com intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual,
prevalecendo-se o agente de sua condição de superior hierárquico ou ascendência inerente ao
exercício de emprego, cargo ou função.

A pena para esse crime é detenção de um a dois anos.

Não é necessário que haja uma diferença hierárquica entre assediado e assedian-
te, embora normalmente ocorra.

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) define assédio sexual como:


atos, insinuações, contatos físicos forçados, convites impertinentes, desde que estas caracterís-
ticas estejam presentes:
ser uma condição para manter o emprego;
influenciar as promoções de carreira;
prejudicar o rendimento profissional, humilhar, insultar ou intimidar.

O assédio sexual pode ser praticado contra homens ou mulheres, independente


de sua orientação sexual. Porém, geralmente as vítimas são as mulheres.
Comportamento no local de trabalho
O assédio sexual é considerado crime porque é uma violência. Na maioria das
vezes, coloca a vítima em situações vexatórias, provoca insegurança profissional pelo
medo de perder o emprego. O que se observa é o abuso de autoridade por um homem
que está em condição hierárquica superior.

De maneira geral, quando uma mulher sofre assédio, alguns fatores sociais e psi-
cológicos começam a emergir. Sob pressão, seu rendimento profissional fica reduzido,
o que pode prejudicá-la no emprego. É comum que essa pressão, traduzida em temo-
res e dúvidas, passe a acompanhá-la em outros ambientes sociais que ela frequenta.

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Como ficam abaladas psicologicamente, o relacionamento com outras pessoas tende
a ficar prejudicado.

Assédio moral
É a exposição dos trabalhadores a situações humilhantes e constrangedoras, re-
petitivas e prolongadas durante a jornada de trabalho e no exercício de suas funções.
O que prevalece são atitudes e condutas negativas dos chefes, em relação aos seus
subordinados.

Portanto, para que seja considerado assédio moral, alguns fatores precisam estar
presentes:

repetição sistemática;

intencionalidade (forçar o outro a abrir mão do emprego);

direcionalidade (uma pessoa do grupo é escolhida como bode expiatório);

temporalidade (durante a jornada por dias e meses);

degradação deliberada das condições de trabalho.

Deve-se estar atento para combater com firmeza essas ações, pois, além de causar
danos à saúde física e mental do excluído, também prejudica o ambiente de trabalho
como um todo (BARRETO, 2010).

Nem sempre é fácil comprovar o assédio moral, pois na maioria das vezes ele
ocorre de forma velada, dissimulada, visando desestabilizar a vítima, através da dimi-
nuição da sua autoestima.
Muitas vezes ele aparece revelado numa brincadeira sobre o jeito de ser da vítima, ou insinuações
humilhantes acerca de situações compreendidas por todos, mas de uma forma tão sutil que a vítima
não consegue se defender.
Outro fato que ocorre é o isolamento da vítima como autoproteção e, posteriormente, passa a ser
vista pelos colegas como antissocial.
Comportamento no local de trabalho

Seguem alguns exemplos de assédio moral, que pode ser encontrado nas organizações:

dar instruções confusas e imprecisas;

bloquear o andamento do trabalho alheio;

ignorar a presença de um funcionário na frente de outros;

pedir trabalhos urgentes, sem necessidade;

fazer crítica em público;

não cumprimentá-lo e não lhe dirigir a palavra;

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fazer circular boatos maldosos e calúnias sobre a pessoa, forçar a demissão;

insinuar que o funcionário tem problemas mentais e familiares;

impor horários injustificados;

revista vexatória;

ameaças, insultos;

transferi-lo de setor para isolá-lo.

Diante de um cenário totalmente desfavorável à execução normal de suas atividades, o empregado


sente-se ansioso, inseguro e, portanto, suas chances de ser acometido por doenças profissionais
aumentam, e mesmo acidentes de trabalho. (MENTOR, 2006)

A crítica
Crítica. Palavra de origem grega, que significa separar, decidir, distinguir. A pala-
vra tem a mesma raiz de crise, que quer dizer evento decisório, crucial, e de critério,
que significa padrão para julgar. Portanto, quando ocorre a crítica, está-se diante de
um evento decisório, que envolve reflexão e decisão. Esse significado original foi se
perdendo ao longo do tempo, e, na maioria das vezes, hoje a palavra é vista como uma
ofensa, e quem a recebe precisa se defender ou se justificar. Além disso, nossa cultura
divide a crítica em duas categorias: construtiva e destrutiva, de acordo com a intenção
de quem crítica. É importante a retomada do seu significado inicial, pois a crítica é um
rumo que se aponta, mas quem a recebe é livre para segui-la ou não. Independente da
intenção de quem criticou, é possível crescer com ela.

No trabalho, a habilidade para lidar com questões delicadas tem sido um enorme
desafio, e o mais importante é que, quando surjam essas questões, se busque sempre
uma maneira respeitosa de conduzir a situação.

O mais comum é que a conduta diante da crítica seja sempre defensiva, buscando
justificativas pelos próprios atos ou de terceiros. Muitas vezes, esse comportamento
defensivo acaba por encobrir a verdade. Muitas pessoas agem assim, alegando que é Comportamento no local de trabalho
apenas para evitar situações embaraçosas, aborrecimentos e mágoas para si ou para
os outros. O que muitos não avaliam é que o custo de esconder a verdade é muito alto.
Práticas que aparentam estar corretas podem estar, na verdade, espalhando descon-
fiança, mentira, mal-entendidos e falsidade.

Quando nomeamos o sentimento que experimentamos ao receber a crítica, por


exemplo, “estou surpreso”, “estou magoado”, “preciso de tempo para refletir”, assumindo
o controle da emoção e do comportamento, lidamos com a crítica de forma natural.

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Por outro lado, para apresentar uma crítica, é preciso cautela e habilidade, criar
um clima positivo, usar uma linguagem adequada e respeitosa.

Você sabia?

A médica do trabalho Margarida Barreto, ao elaborar sua tese de mestrado, Jor-


nada de Humilhações, concluída em 2000, ouviu 2 072 pessoas, das quais 42% decla-
raram ter sofrido repetitivas humilhações no trabalho.

O medo
O medo nas organizações resulta tanto de situações concretas, de condutas ge-
renciais inadequadas, ou conflitos entre colegas, quanto de fatores internos ligados às
dificuldades intrapessoais, decorrentes de características individuais. Apresentam-se
sob vários disfarces, como o pessimismo, a timidez, a mentira, a insegurança, o con-
formismo, a vaidade, a conduta reservada, a postura derrotista, a postura idealista e a
postura reativa (BOM SUCESSO, 2002, p. 93).

Nas organizações, é comum o medo, que faz com que o indivíduo queira se afas-
tar da situação que o provoca, como, por exemplo, não falar o que pensa por medo de
perder o emprego. Trata-se aqui de uma situação concreta. Muitas vezes, o medo ima-
ginário faz com que situações que poderiam resultar em êxito sejam evitadas. Algumas
experiências são vivenciadas nas organizações, como punição, pressão, desgastes, que
acabam gerando de maneira concreta o medo. Esse medo traz como consequência o
temor de enfrentar desafios ou situações que envolvam riscos. Nas organizações em
que os problemas não são tratados com diálogo e transparência, estimula-se o medo,
o boato e a desconfiança.

A agressividade
Comportamento no local de trabalho

A agressividade é caracterizada quando ocorre a hostilidade, a falta de cortesia


entre colegas. Muitas vezes, não apenas o grito e o relacionamento pouco cortês de-
monstram a conduta agressiva, essa inclui, também, a tendência de ouvir apenas um
lado, julgar antes de apurar os fatos, comentários que desqualificam o outro, tem aí,
também, condutas agressivas. Muitos tentam se impor através da imposição do ponto
de vista, desconsiderando a opinião do outro, estabelecendo muitas vezes relações
que provocam medo.

Muitos gestores acreditam que a agressividade, o comportamento imprevisível,


são formas de gerar respeito e de mostrar o status do seu cargo. Nesses casos, é neces-

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sário redirecionar a conduta desses dirigentes, especialmente com relação ao respeito
às pessoas, independente do nível hierárquico que se ocupe.

Disputa por prestígio e poder


É comum observar as disputas por prestígio e poder nas equipes de trabalho. Ge-
ralmente, esse comportamento é motivado pela busca de reconhecimento da chefia
ou dos colegas de equipe. Essa busca pelo reconhecimento, muitas vezes, pode levar
a atitudes nem sempre éticas, como “entregar os colegas”, “mostrar ter obtido infor-
mações em primeiro lugar”, “aliar-se aos amigos do chefe”, “formar panelinhas contra
algum colega”, “visar interesses ocultos”, enfim, atitudes que geram conflitos no am-
biente de trabalho, denotando grande falta de respeito para com os colegas.

Insegurança
Pode ser demonstrada nas atitudes de hesitação e pessimismo, decorrentes do
medo de enfrentar situações novas.

A pessoa insegura torna-se vulnerável, temerosa ao julgamento do outro, tem difi-


culdade para lidar com a crítica. A insegurança pode tornar uma pessoa desconfiada de
tudo e de todos, com tendência a fugir das situações. Ou a comportamentos extremos
de coragem, que parecem contraditórios, mas têm como base a insegurança. A insegu-
rança também pode vir disfarçada de obediência, pois essa é decorrente do medo.

Quando o medo predomina nas relações de trabalho, afeta o comprometimento,


a motivação e a confiança. Não se trata, nessa situação, de eliminar o medo, pois se sabe
que as emoções são inevitáveis e legítimas, mas o que se espera é que as organizações,
através de seus líderes, empreendam esforços para reduzir o medo nas relações, pois,
muitas vezes, o medo atinge proporções nem sempre consideradas pela empresa.

A fofoca no ambiente de trabalho Comportamento no local de trabalho

A fofoca é uma realidade nas organizações e existe ao longo da história do tra-


balho. Estudos feitos em diversos países comprovam que as pessoas dedicam de um
quinto a dois terços de sua conversa diária à fofoca. Outro estudo realizado nos Estados
Unidos revela que um funcionário passa cerca de dois meses por ano envolvido com
fofoca (VOCÊ S/A, jan. 2006).

A fofoca contamina o ambiente de trabalho e pode fazer um estrago na imagem


profissional.

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Algumas dicas de como estabelecer uma relação de confiança com os outros e
evitar que comentários se voltem contra você.

Ouça mais: ouvir mais leva a uma condição de falar menos.

Abra o olho: cuidado com o que fala, a comunicação informal é algo que corre
sem controle. Escolha a pessoa com quem você irá tecer seus comentários,
sempre levando em conta que a história será repassada adiante do jeito dela.

Seja discreto: não gaste seu tempo comentando sobre as fofocas do seu am-
biente de trabalho.

Seja do bem: se algum comentário seu magoar alguém, peça desculpas.

Na realidade, não existe antídoto contra a fofoca, mas se pode aprender a lidar
melhor com a situação, não incentivando as suposições ou os “achismos”, para que eles
não ganhem o status de verdade.

Hostilidade
A hostilidade manifesta-se inicialmente através de sensação de leve irritação, que
impulsiona a ação ou estimula a consecução de determinado objetivo (BOM SUCESSO,
2002, p. 117). Pode manifestar-se, também, através do sentimento de injustiça e des-
respeito, que levam a atitudes como respostas ásperas, aumento no tom de voz etc.

A agressão pode vir disfarçada de mágoa, outras vezes de rebeldia, e em algumas


situações ocorrem relações violentas, em que se perde o controle de atos e palavras.

É comum que essa raiva, que aqui chamamos de hostilidade, ocorra frequente-
mente nas relações de trabalho.
A raiva entre colegas de trabalho pode apresentar-se de diferentes formas, e ge-
ralmente estão vinculadas a fatores como desempenho, competência, cargo, promo-
ções. Muitos podem sentir-se injustiçados, pois julgam seu colega menos competente
Comportamento no local de trabalho

e mesmo assim foi promovido. Muitas vezes, a organização não tem seus critérios de
avaliação transparentes e, mesmo diante de critérios objetivos, existem fatores de na-
tureza pessoal, como autoimagem, autocrítica, que afetam a percepção de uma pessoa
quanto ao desempenho da outra, levando a se sentirem mais ou menos competentes.

A queixa pode aparecer como disfarce da hostilidade. Geralmente, a pessoa


mostra-se indignada, revoltada, com reclamações contínuas, mas sem apresentar solu-
ção para os problemas. Normalmente, a queixa se instala em ambientes onde não há
espaço para o diálogo aberto entre as equipes.

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Construindo relações interpessoais saudáveis
Hoje se buscam relações interpessoais baseadas na ética e na justiça, isso envolve
a presença de lideranças com bons modelos de conduta, capazes de propor desafios,
mas com entusiasmo e cooperação.

O autoconhecimento possibilita a compreensão do próprio comportamento e do


comportamento alheio, permitindo que se façam as reflexões sobre os nossos atos e os
dos outros, com intuito de melhorar os relacionamentos.

Etiqueta corporativa e boas regras de convivência no ambiente de trabalho


ajudam a construir relações interpessoais saudáveis. Sempre devemos escolher as me-
lhores palavras, o gesto mais suave, as posturas de diálogo, tolerância, respeito, para
que se possa conviver num ambiente harmônico.

O romancista Ítalo Calvino (apud Bom Sucesso, 2002, p. 149) sugere alguns com-
portamentos fundamentais para os líderes hoje.

Leveza
Essa característica precisa ser praticada e ensinada, uma vez que a maioria das pes-
soas não tem em seu repertório. Trata-se de reconhecer o uso inadequado do poder,
da agressividade, da competição. Só através do diálogo, da maturidade, persistência e
humor pode-se conviver num clima de polidez e cortesia.

Rapidez
Não significa chegar primeiro, mas ser ágil, entendendo que o tempo preci-
sa ser bem aproveitado. Quanto mais se é rápido no trabalho, mais fácil aprender
antes do concorrente. Quanto mais cedo se trata um conflito, menores são as con-
sequências. Quanto menos se adia o que se tem para fazer, mais sobra tempo para o Comportamento no local de trabalho
aprimoramento.

Exatidão
Entendida como cuidado, precisão, correção, busca de destreza e melhoria con-
tínua. As relações não nascem prontas, precisam ser aperfeiçoadas, melhoradas, redi-
recionadas. Essa perspectiva dá um sentido real à vida nas organizações. A busca pela
melhoria sempre.

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Visibilidade
Clareza na expressão e a manifestação sincera significam mostrar resultados, ta-
lento. Dar visibilidade a si e ao outro, aprender com quem faz bem e mostrar o que se
faz bem.

Multiplicidade
As organizações têm requerido do profissional múltiplas habilitações. Com todas
as mudanças, ajustes na estrutura e enxugamento de quadros, exige-se que este seja
polivalente. Daí a importância da diversificação e ampliação do potencial humano.

Consistência
Esperam-se das lideranças informação, vivência e competência para o atingimen-
to de resultados. Liderança consistente abrange firmeza, estabilidade, profundidade
para manter seus propósitos, perseguir metas apesar dos obstáculos.

Texto complementar

Relacionamento interpessoal:
o poder das relações no ambiente de trabalho
(SILVA, 2008)
Comportamento no local de trabalho

Como está o seu relacionamento com os pares na empresa onde você trabalha?

Acredito que boa parte das pessoas ainda convive com esse tipo de problema
na organização onde atua; seria injusto generalizar e falar que todas as empresas
têm algum tipo de conflito interno, causado pelos indivíduos que interagem dia-
riamente no ambiente de trabalho, mas o fato é que no mundo empresarial eles
existem e podem prejudicar o desempenho da equipe, assim como os resultados
esperados pelas empresas, impactando inclusive o clima organizacional. Às vezes,
os problemas de relacionamento não são visíveis, ficam mascarados e embutidos.

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Intrinsecamente em cada um, onde só podemos percebê-los por meio de ação,
do comportamento e no modo de agir com os outros membros da equipe.

A necessidade de trocar informações sobre o trabalho e de cooperar com a


equipe permite o relacionamento entre os indivíduos, o que acaba sendo imprescin-
dível para a organização, pois, as mesmas, valorizam cada vez mais tal capacidade; o
relacionamento interpessoal é, sem sombra de dúvida, um dos fatores que influen-
ciam o dia a dia e o desempenho de um grupo, cujo resultado depende de parcerias
internas para obter melhores ganhos. No ambiente organizacional, é importante
saber conviver com as pessoas, até mesmo por ser um cenário muito dinâmico e
que obriga uma intensa interação com os outros, inclusive com as mudanças que
ocorrem no entorno, seja de processos, cultura ou até mesmo diante de troca de
lideranças.

A contribuição dos pares e a forma que eles são tratados ajudam o colaborador
a atingir suas metas, e desenvolver suas atribuições de maneira eficaz. Para isso, é
necessário saber lidar com a diversidade existente na empresa, respeitando as dife-
renças e as particularidades de cada um; com isso, é possível conquistar o apoio dos
demais e fazer um bom trabalho, afinal, ninguém trabalha sozinho.

O papel do gerente nesse processo é de extrema importância, pois é de sua


responsabilidade administrar os conflitos existentes entre as pessoas do time e fazer
com que o clima interno seja agradável, permitindo um ambiente sinérgico e que
prevaleça a união e a cooperação entre todos. Essa forma de conduta está relaciona-
da ao estilo de gestão que se aplica e suas ações, e pode influenciar o desempenho
dos liderados; esse gestor terá que dar o exemplo para os demais, saber como falar
com seus colaboradores, pois a maneira com que irá tratá-los poderá refletir no re-
lacionamento entre a gerência X colaborador e, consequentemente, nas metas e
objetivos da empresa.

No entanto, sabemos que tem gente que não consegue lidar com pessoas adversas
e com opiniões diferentes da sua, e deixam se levar por uma impressão negativa sem ao Comportamento no local de trabalho
menos procurar compreendê-las e conhecê-las mais detalhadamente. Outro vilão que
pode prejudicar o relacionamento entre os membros de uma equipe é o mau humor,
que faz com que essas pessoas (mal-humoradas) criem uma espécie de escudo e fiquem
isoladas das demais. Isso impede que seus colegas se aproximem para pedir algum tipo
de ajuda, ou até mesmo para bater um papo.

Essa dificuldade de relacionamento acaba impactando o desempenho de uma


pessoa em relação às tarefas que desenvolve na organização, pois ela irá evitar a sua
exposição e nem sempre poderá contar com alguém para auxiliá-la, e devido a isso

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acaba fazendo, na maioria das vezes, seu trabalho de maneira individualizada. Deixa-
-se, também, de ouvir opiniões diferentes e de compartilhar escolhas e alternativas
com os demais, o que pode causar certo risco, dependendo da decisão tomada. Em
outras palavras, o mau humor certamente causará prejuízos ao trabalho em equipe
e, por tabela, aos resultados em geral.

Dica de estudo
O livro Psicologias, de Ana Mercês Bahia Bock, 2007 na parte II do capítulo 2, “A
multideterminação do humano: uma visão em psicologia”, aborda alguns mitos sobre
o homem e ajuda a refletir, e amplia a visão para o entendimento do relacionamento
interpessoal.

Atividades

1. O desenvolvimento de relações interpessoais, baseadas na ética e na justiça, é


fundamental para as organizações. Com base no texto, desenvolva essa ideia.
Comportamento no local de trabalho

2. Comente sobre a importância do relacionamento interpessoal nas organiza-


ções, com base no texto complementar.

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Gabarito

1. Há necessidade de lideranças que constituam bons modelos, pautados na co-


operação e no respeito, para que relações saudáveis possam ser estabelecidas.
Uma liderança ética, pautada na justiça, ajuda a desenvolver um clima saudá-
vel, o que proporciona mudança na cultura organizacional.

2. A equipe, o clima, os resultados, são afetados pelos conflitos. É imprescindível


saber conviver, lidar com a diversidade, respeitar as diferenças.

Referências
ASSEDIAR. In: FERREIRA, Aurélio B. H. MiniAurélio. Curitiba: Positivo, 2005.

BARRETO, M. Disponível em: </www.appsindicato.org.br/> . Acesso em: 6 jul. 2010.

BOCK, Ana M. B.; FURTADO, Odair; TEIXEIRA, M. L. T. Psicologias. São Paulo: Saraiva,
2002.

BOM SUCESSO, Edina de Paula. Relações Interpessoais e Qualidade de Vida no Tra-


balho. São Paulo: Qualitymark, 2002.

MENTOR, Antonio. Cartilha Assembleia Legislativa – Assédio Moral. Publicado em:


2006. Disponível em: <www.assediomoral.org/IMG/pdf/Cartilha_Assedio_Moral_-_
Antonio_Mentor.pdf>. Acesso em: 7 jul. 2010.

SILVA, Ronaldo Cruz da. Relacionamento Interpessoal: o poder das relações no am-
biente de trabalho. Publicado em: 2008. Disponível em: <www.ogerente.com.br/novo/
colunas_ler.php?canal=16&canallocal=48&canalsub2=155&id=1887>. Acesso em: 7
jul. 2010. Comportamento no local de trabalho

VOCÊ S/A. Ed. Abril, set./jan., 2006.

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Marketing pessoal – como se relacionar
bem no ambiente de trabalho
Atualmente, vive-se um cenário de transformações em períodos cada vez mais
curtos, e a todo o tempo os desafios são colocados na vida pessoal e profissional. O
que se observa é que a forma como lidamos com esses desafios é que vai fazer toda
diferença. A forma como encaramos o desafio, se como obstáculos ao crescimento ou
oportunidade para o progresso, vai fazer toda a diferença na vida pessoal e na carreira,
pois nossas ações serão de acordo com aquilo em que acreditamos.

Além da forma pessoal de como lidar com os desafios, sabe-se que nem todas as
pessoas possuem as mesmas características, porém, muitos possuem grandes compe-
tências e habilidades, mas não conseguem usufruir delas para gerar vantagem para o
sucesso profissional. Conhecer e praticar o marketing pessoal pode mostrar caminhos
para o sucesso.

Como preparar seu currículo


Elaborar um bom currículo é um passo fundamental do marketing pessoal, pois é
através dele que o mercado tem, muitas vezes, o primeiro contato com o profissional.
Antes de receber o convite para uma entrevista de emprego, existe a fase de análise
do currículo, geralmente feita por um profissional da área de recursos humanos, com o
objetivo de verificar se o perfil do candidato está de acordo com a vaga disponível. Se
essa análise for feita apenas com base nos dados que constam no currículo, é impor-
tante saber como redigir um texto objetivo para despertar o interesse, de quem vai ler,
em conhecer o candidato.

Saber elaborar um currículo aumenta a chance no mercado, que se apresenta tão


competitivo.

Dados da revista Você S/A, de novembro de 2000, mostram alguns números que
impressionam. A Microsoft recebe semanalmente 1 100 currículos on-line. Pelo correio,
chegam mais 200. Em seu banco de dados, existem mais de 60 000 currículos (que uma
vez por ano são deletados automaticamente).

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No BankBoston chegam cerca de 200 currículos por dia, desses, apenas 50 vão
para o banco de dados. Pela internet, 1 000, 1 200, e somente 300 são arquivados.

Diante desse cenário, percebe-se a importância de saber redigir um currículo.


Seguem algumas recomendações.

Dados pessoais: nome completo, endereço, telefone, celular, e-mail. Não é ne-
cessário mencionar o número dos documentos pessoais, como RG, CPF etc.

Objetivo: deixar claro sua área de interesse, por exemplo, área administrativa,
comercial etc. É importante decidir em que área quer atuar.

Apresentação: deve ser simples, sem capas, ou preocupação excessiva com a


estética.

Procure usar frases curtas: e evite ultrapassar duas páginas, o limite de três
páginas só é válido se constar muitas experiências interessantes.

Fonte: Times New Roman e Arial facilitam a leitura, com corpo entre 11 e 14.
Use recursos como negrito, itálico e palavras sublinhadas apenas para organi-
zar os dados.

Resumo profissional: uma síntese das competências que você desenvolveu


ao longo de sua carreira. Aqui está o coração do currículo, a parte mais impor-
tante. Há necessidade de ser breve, mas discorrer sobre as habilidades, por
exemplo, sólida experiência na área de vendas, gerência de projetos etc.
Marketing pessoal – como se relacionar bem no ambiente de trabalho

Experiência profissional: mencione as cinco últimas empresas em ordem de-


crescente. É importante descrever o ramo de atividades da empresa, caso não
seja conhecida, e enumerar as responsabilidades que tinha quando ocupou
esse cargo e, se possível, quanto a empresa lucrou com suas ações (ROCHA,
2000).

Formação acadêmica: comece pelo curso mais recente, com ano de início e
término, bastando apenas constar a graduação e pós-graduação.

Cursos complementares: devem constar apenas aqueles que desenvolveram


habilidades interessantes para a empresa onde quer trabalhar.

Idiomas: deve constar a sua fluência, pois ele poderá ser testado a qualquer
momento.

Experiências internacionais: pode ser um item à parte ou distribuído ao


longo do currículo.

Informações adicionais: podem constar os trabalhos voluntários, a prática de


esportes, hobbies.
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Palavras-chaves: use verbos como realizar, organizar, implantar, motivar, criar
e executar. Eles dão a ideia de uma pessoa realizadora.

Salário: o mais correto é acertar pessoalmente, na hora da entrevista.

Foto: não é necessário que conste do currículo.

Atualizações: sempre que houver alguma mudança, ela deve ser men-
cionada.

É importante observar as recomendações na hora da preparação do currículo,


pois elas irão aumentar suas chances no mercado de trabalho.

Entrevista de seleção
A entrevista de seleção é uma técnica de investigação científica em psicologia,
sendo um instrumento fundamental do método clínico. Compreende o desenvolvi-
mento de uma relação entre o entrevistador e o entrevistado. É uma conversa entre
duas ou mais pessoas, sempre com objetivos definidos. Uma entrevista de emprego
é uma oportunidade de demonstrar as próprias qualidades e de convencer de que o
seu perfil está adequado para a posição requisitada. É a oportunidade de checar se os
valores estão de acordo com os valores da organização. Portanto, esse é o momento de
se manter calmo, pois a entrevista é decisiva no processo de contratação. Outro fator

Marketing pessoal – como se relacionar bem no ambiente de trabalho


a ser considerado é que há necessidade de “ser você mesmo”, o que significa que não
funciona chegar com um discurso decorado, é necessário responder as perguntas da
forma mais verdadeira possível, e entender o que o empregador deseja, e assim tentar
combinar suas habilidades e competências às exigidas pela empresa.

Não existe uma fórmula mágica para ser bem-sucedido numa entrevista, mas
dizer a verdade irá ajudar muito.

As empresas esperam que o candidato seja honesto e transparente, revelando o


melhor de si mesmo.

Para que se consiga participar de uma entrevista com espontaneidade e argu-


mentação fundamentada, é importante que alguns passos anteriores sejam seguidos.

Procurar pesquisar sobre a empresa, saber quais são os valores, a missão, o


ramo de atividade, a imagem que ela tem no mercado.

Estudar cuidadosamente o próprio currículo, analisando a trajetória profis-


sional, momentos de sucesso e outros, como demissões, mudanças de em-
presa etc.

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Estar preparado para responder perguntas como: qual será sua contribuição
efetiva para a empresa, como está o planejamento de carreira, expectativas
salariais etc.

Ter a capacidade para avaliar se a empresa em questão é o lugar certo para si;
quais as responsabilidades desse cargo, a quem deve se reportar, qual o estilo
de gerenciamento da empresa etc.

Saber o nome do entrevistador, o local, a data e o horário da entrevista.

Vestir-se adequadamente, procurando conhecer o perfil da empresa: se é mais


ou menos formal.

Administrar o tempo, chegando 10 minutos antes da hora marcada.

Durante a entrevista,

não esquecer que é uma etapa importante de avaliação e se inicia no momen-


to em que se chega ao local;

procurar tratar todos com cortesia e respeito;

manter a calma e a autoconfiança, refletindo bem acerca das respostas;

não falar mal das empresas, chefias, em que se trabalhou para não dar a cono-
tação de dificuldade em separar o pessoal do profissional;
Marketing pessoal – como se relacionar bem no ambiente de trabalho

desligar o celular;

ser objetivo e claro ao falar sobre as próprias qualidades;

evitar respostas monossilábicas, como “sim”, “não”, “é”;

quanto mais informações forem repassadas, mais conhecimento o entrevista-


dor terá para tomar sua decisão;

cuidar com o gestual, cada palavra e gesto faz diferença;

manter a calma, respirar profundamente pode ajudar, responder devagar em


tom normal – nem baixo nem alto demais – e perguntar quando não se enten-
der alguma coisa;

concentrar-se para mostrar o melhor de si.

A entrevista é uma oportunidade para o empregador examinar, por meio de per-


guntas e respostas, as qualificações do candidato para a posição oferecida pela empre-
sa (WHITE, 2008, p. 1).

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Para o candidato, também é o momento para avaliar a empresa e a posição a ser
ocupada. Em muitos casos, a entrevista é determinante para a contratação ou não. Se
o candidato atender às necessidades da empresa, a mesma lhe fará uma proposta. O
candidato, muitas vezes, não aproveita para decidir se a empresa atende às suas necessi-
dades, apenas se interessa em conseguir o emprego.

A empresa busca candidatos com as habilidades, personalidade, experiência e


potencial para preencher os requisitos estabelecidos pela empresa. Portanto, é fun-
damental que a empresa defina, antes da entrevista, quais habilidades, experiências,
personalidade ela quer encontrar para preencher a vaga em aberto.

A entrevista é considerada uma via de mão dupla, que contém impressões e in-
formações. O empregador tomará decisão com base na impressão que o candidato
causar, através da sua linguagem corporal, expressões faciais, tom de voz e sobre a
informação que está sendo transmitida.

Assim como o candidato deve se basear nesses mesmos elementos, impressões e


informações, para tomar a decisão, se seria nessa empresa que gostaria de trabalhar. E
é exatamente por isso que é uma via de mão dupla.

A tecnologia nas entrevistas


Com a tecnologia, a busca por candidatos passa a ser global, em vez de local. A in-
ternet ampliou as possibilidades de busca das empresas, e também para os candidatos

Marketing pessoal – como se relacionar bem no ambiente de trabalho


que descobrem muitas oportunidades de emprego. As empresas disponibilizam suas
vagas em seus sites, e existem outros que divulgam os currículos dos candidatos.

Com o auxílio da tecnologia, muitas entrevistas são realizadas por telefone, vi-
deoconferência, de computador para computador. Como não se está na presença do
entrevistador, algumas recomendações são importantes.

Entrevista por telefone: geralmente, utilizada para evitar o custo de deslo-


camento de um candidato potencial que mora distante do local da entrevista.
Como não há nenhuma indicação visual, os envolvidos devem ficar atentos
ao tom de voz, às palavras monossilábicas, em vez de responder apenas “sim”,
procurar explicar melhor os talentos e habilidades. Transmitir uma atitude po-
sitiva, através de suas palavras, e procurar ter em mãos o próprio currículo para
anotações ou possíveis esclarecimentos. Embora o telefone seja um meio im-
portante de triagem, raramente será escolhido para entrevista final.

Videoconferência: é um sistema de transmissão de sinal por áudio e vídeo,


entre pessoas em locais distantes. As pessoas podem se ver e ouvir. Nesse
caso, deve-se ficar atento, pois a conferência ocorre em tempo real, mas pode

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haver demora de segundos no áudio e há a necessidade de cuidado para não
se falar ao mesmo tempo que o entrevistador.

O vestuário também deve ser discreto, pois estampas e cores vivas podem
ficar distorcidas na transmissão.

De computador para computador: através de um software NetMeeting, esse


tipo de entrevista está se tornando cada vez mais comum. Os participantes
podem agendar um horário, pois poderá acontecer em qualquer lugar, evitan-
do dessa forma despesas de locomoção, principalmente utilizada se o candi-
dato está muito distante.

Apresentação pessoal
O seu objetivo é convencer o entrevistador de que se é a pessoa certa para o
cargo, projetar essa imagem inclui sua apresentação pessoal. Ela inclui a autoapresen-
tação total, que significa interna e externamente, ou seja, o seu lado de fora e o de
dentro. Apenas com o vestuário não é possível construir uma boa imagem, outros atri-
butos devem ser incluídos:

aparência profissional;

boas maneiras e etiqueta;


Marketing pessoal – como se relacionar bem no ambiente de trabalho

comportamento profissional adequado;

comunicação eficaz.

A seguir, detalhamos cada um deles.

Aparência profissional
Inclui a escolha de roupa e asseio. Em muitas ocasiões, é difícil determinar o que
é apropriado.

Para uma empresa mais conservadora, ou para uma mais informal, os estilos serão
diferentes. O ideal seria pesquisar anteriormente para se saber o que seria ideal trajar.

Para aparência mais formal e conservadora, terno e tailleur monocromáticos são


ideais. Para os homens, camisa branca e sapatos e meias pretos.

Acessórios devem ser discretos: brincos pequenos, colares simples e poucos anéis.

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Numa empresa menos conservadora, roupas mais coloridas podem ser apropria-
das. Mesmo em empresas mais informais, o jeans não é adequado para a entrevista.
Tanto homens quanto mulheres podem usar blazer com calças em contraste, e as mu-
lheres a saia.

Não precisam ser caras, mas confortáveis, não devem ser justas ou largas nem
muito longas ou curtas.

Os hábitos de higiene também são importantes para a imagem pessoal. Invista


no cuidado com os cabelos, mantendo-os sempre cortados e limpos, evitando cores
extravagantes. As unhas devem estar sempre limpas e aparadas, e para as mulheres o
esmalte é aceitável apenas como complemento.

Para os homens, o cuidado inclui barba feita e para as mulheres, maquiagem


discreta.

Se faz uso de óculos, mantê-los limpos.

Tomar banho e fazer uso de desodorante também é parte da autoimagem que se


quer passar. Faz-se necessário o cuidado em relação a perfume, de preferência uma co-
lônia no lugar de perfume. Também não se deve esquecer-se da escovação de dente.

Boas maneiras e etiqueta


É importante conhecer que comportamentos se relacionam com boas maneiras e

Marketing pessoal – como se relacionar bem no ambiente de trabalho


etiqueta, para melhorar a imagem profissional.

Algumas delas são:

fazer apresentações e cumprimentos;

ser capaz de iniciar e manter uma conversa;

respeitar os costumes alheios;

ser capaz de expressar agradecimento;

conhecer regras e protocolos relativos a refeições;

estender um comportamento cortês aos outros;

saber como se comportar em situações difíceis.

Para diferentes situações, há recursos para se aprender a desenvolver aspectos


mais favoráveis da imagem profissional.

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Comportamento profissional adequado
O comportamento pessoal contribui para a imagem profissional que se projeta.
Alguns aspectos desse comportamento devem ser observados, como

respeitar a organização e suas regras;

ser um funcionário leal;

conduzir os negócios com ética;

assumir responsabilidades;

respeitar a diversidade das pessoas.

No mundo dos negócios, esses comportamentos servirão para alavancar a carreira.

Comunicação eficaz
A habilidade de comunicação é um fator importante na imagem profissional o
que inclui a comunicação verbal e não verbal, como

Comunicação verbal
Marketing pessoal – como se relacionar bem no ambiente de trabalho

Pronúncia e enunciação corretas ao falar.

Comunicação e escrita apropriadas.

Expressão por escrito de agradecimento.

Escuta eficaz.

Comunicação não verbal


Postura.

Expressões faciais.

Asseio.

Atenção em ouvir.

Comportamento pessoal.

Pontualidade.

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Marketing pessoal
Vive-se um modelo de sociedade que cada vez mais dita padrões elevados de
competitividade, tanto em aspectos de conhecimento, de aparência, de comunicação
etc. Pode não parecer justo, mas se observa que isso acontece cada vez mais. Dessa
forma, pequenas diferenças podem determinar o sucesso ou o fracasso.

Diante desse cenário, as organizações estão preocupadas não só com a experiên-


cia profissional, mas com todo o conjunto: postura, comunicação, apresentação. Um
fator importante é a ética. O capital intelectual, aliado à ética, é fundamental na defi-
nição do perfil daqueles que serão os futuros colaboradores. A prática do marketing
pessoal pode levá-lo ao sucesso, por isso é fundamental conhecer essa ferramenta.

Define-se marketing pessoal como uma estratégia individual para atrair e ampliar
contatos e relacionamentos, tanto pessoais quanto profissionais. Também é uma estra-
tégia para dar visibilidade às habilidades e competências relevantes para a aceitação e
conhecimento dos outros.

Muitas vezes, as competências não aparecem aos olhos dos outros, embora o
indivíduo a possua. Com o modelo de sociedade competitiva, ser reconhecido pode
fazer a diferença na carreira profissional.

Além da função de ressaltar as qualidades de cada um, a prática do marketing pes-


soal contribui para melhorar as relações interpessoais, visto que ela também engloba

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atitudes como atenção, simpatia, assertividade, sinceridade, interesse pelo que o outro
faz. Agindo assim, a pessoa passa a ser lembrada de maneira positiva pelos outros. Ações
de ajuda, apoio e incentivo às demais pessoas que o cercam, atitudes sinceras, visando o
crescimento e progresso do próximo, são fundamentais no marketing pessoal.

Outra característica básica para o bom desenvolvimento do marketing pessoal


é uma boa comunicação verbal e escrita, assim como manter uma rede de contatos
diversificada. Vestir-se adequadamente, cuidando da higiene, também é importante
para a imagem profissional.

Outro fator importante é saber aproveitar as oportunidades ao seu redor, para isso, o
marketing pessoal poderá ser usado a todo momento; não existe o lugar certo, pois todos
os lugares e todos os momentos devem ser vistos como o lugar e o momento certo.

Para isso, você deve estar ciente do que deseja e deve se esforçar ao máximo para
obtê-lo, pois a união da consciência do que se deseja com o esforço, tem um grande
efeito para atingir sua conquista. Quanto mais consciente daquilo que se quer e quanto
mais essa necessidade for verbalizada, mais você e as outras pessoas estarão sintoniza-
dos com as oportunidades.

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O marketing pessoal faz com que você inclua mais pessoas para a realização do
seu projeto, e essa sinergia potencializa suas ações.
Algumas dicas poderão ajudá-los a fazer o seu marketing pessoal.
Faça uma lista dos lugares que você frequenta, por exemplo, igreja, academia
de ginástica, sala de espera do dentista etc.
Outro local é dentro da empresa onde trabalha, como refeitório, elevador,
treinamentos.
Esteja atento ao poder das palavras, pois o que se diz influencia sua carreira.
Entender e acreditar na própria capacidade de realização e superação de
obstáculos.
Estar sempre pronto e capacitado para enfrentar mudanças.
Ter consciência da importância da atitude para concretização dos seus
objetivos.
Manter-se motivado.
Controlar as emoções, porém não anulá-las, elas são muito importantes e
mostram seu comprometimento com aquilo que está sendo tratado.
Seja absolutamente pontual.
Preocupe-se com seu linguajar, seu gestual e com seu tom de voz, evite gírias.
Marketing pessoal – como se relacionar bem no ambiente de trabalho

Trate as pessoas de maneira gentil.


Seja honesto sempre.
Não fale demais nem de menos.
É sempre importante a atenção aos detalhes, eles podem fazer a diferença.

Texto complementar

Quem executará o processo de captação e seleção de pessoas?


(HANASHIRO; TEIXEIRA; ZACCARELLI, 2008, p. 123)

Diversos podem ser os agentes do processo de captação e seleção de pessoas.


Possuindo às vezes setores de RH enxutos, as grandes empresas podem recorrer a
agências de emprego e consultorias especializadas (headhunters), optando por não

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conduzir diretamente o processo. Nesse caso, a função do profissional de gestão de
pessoas pode ser aquela de julgar qual o melhor serviço terceirizado, e servir de ponte
entre uma área da empresa que requisitou a seleção e a empresa terceirizada.

As empresas de headhunters cobram um valor percentual sobre o salário anual


da contratação e oferecem garantia, que varia, em geral, de 6 a 12 meses. Isto é, se o
candidato admitido não se adaptar ao emprego e pedir demissão, ou for demitido, a
consultoria o substituirá sem qualquer custo. São serviços especializados em buscar
no mercado os profissionais de que as empresas precisam.

Se você entrar com a palavra headhunter em um sistema de busca, encontrará


muitos sites e poderá obter mais informações sobre essa atividade de recrutamento
e seleção.

Dependendo da empresa, ou da situação, outro agente do processo de cap-


tação e seleção é, muitas vezes, quem requisitou o funcionário, por exemplo, um
gerente de linha, ou diretor, ou outro profissional indicado pela empresa. Isso acon-
tece com frequência , quando é necessário montar um novo escritório em um lugar
afastado, onde não há como contratar serviços especializados e nem é viável enviar
um profissional especializado para levar a efeito o processo. Imagine uma situação
em que uma empresa tenha interesse em montar um escritório em uma pequena
cidade afastada, no interior de um estado do Nordeste, ou no interior de um país da
América Latina, precisando esse escritório de um motorista, uma recepcionista, um

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vigia e um almoxarife. Esse contingente de empregados é pequeno e as pessoas irão
ocupar cargos de pouca complexidade. O processo de escolha poderá ser desenvol-
vido pelo próprio profissional, que a empresa encaminhará para assumir o escritório
na localidade.

Geralmente, o processo de captação e seleção de pessoas é desenvolvido en-


volvendo profissionais de recursos humanos e supervisores, gerentes e diretores de
linha. De acordo com a situação, o solicitante define com os profissionais de recursos
humanos qual a melhor alternativa.

Dica de estudo
O capítulo 5 – “Seleção de pessoal” – do livro Gestão de Pessoas, de Antonio de
Lima Ribeiro, aborda como o entrevistador se planeja para uma entrevista e o que ele
espera encontrar nos candidatos. A leitura contribuirá para ampliar a visão sobre pro-
cesso seletivo.

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Atividades

1. A entrevista de emprego é uma oportunidade para o empregador examinar as


qualificações do candidato a um cargo na empresa. Discorra sobre essa afirmação.

2. Por que a entrevista é considerada uma via de mão dupla? Baseado no texto,
desenvolva essa questão.

Gabarito
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1. Esse é o momento do candidato mostrar suas habilidades e competências, para


que se verifique se o perfil apresentado está de acordo com o cargo disponível.

2. O candidato é avaliado pela empresa para verificar se está apto para a vaga, e
também obtém informações sobre a empresa para saber se esta corresponde
às suas expectativas. É uma escolha de mão dupla, ambos podem escolher.

Referências
BALLBACK, J.; SLATER. J. Marketing Pessoal. Tradução de: LASSERRE, Eduardo. São
Paulo: Futura, 1999.

CORTEZ, Edmundo V. A Magia do Marketing Pessoal. São Paulo: Alaúde, 2004.

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HANASHIRO, Darcy M. M.; TEIXEIRA, Maria L. M.; ZACCARELLI, Laura M. Gestão do Fator
Humano. São Paulo: Saraiva, 2008.

RIBEIRO, Antonio de Lima. Gestão de Pessoas. São Paulo: Saraiva, 2006.

ROCHA, Márcia. O que fazer para seu currículo valer ouro. Você S/A, São Paulo: Abril,
nov. 2002.

WHITE, A. Técnicas para Entrevistas. Tradução de: LEAL, Martha Malvezzi. São Paulo:
Cengage Learning, 2008. (Série Profissional).

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