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OBRIGAÇÕES NO CÓDIGO CIVIL

ART. 233 A 285


DAS OBRIGAÇÕES DE DAR COISA CERTA

 Art. 233. A obrigação de dar coisa certa abrange os


acessórios dela embora não mencionados, salvo se o
contrário resultar do título ou das circunstâncias do
caso.
 O bem acessório sempre segue o principal, salvo se as
partes dispuserem o contrario, ou lei determinar. Os fruto s
percebidos (captados) pertencem a o devedor até o
momento da tradição, podendo o devedor pedir correção dos
valores.

 Ex: José compra d e Álvaro em um leilão de gado uma vaca


leiteira, p elo valor de 2.000,00. Decorridos 04 meses José é
surpreendi do com o nascimento de bezerro. Neste caso
embora tenha comprado a vaca leiteira de Álvaro, o bezerro
que nascera é tido como acessório da obrigação,
pertencendo a José e não a Álvaro. (Pode-se dizer que é
um bônus). Os frutos acompanham o principal e não devem
ser devolvidos ao proprietário anterior. Porém, se o bezerro
nascesse antes da tradição, permaneceria com Álvaro.
 Art. 234. Se, no caso do artigo antecedente, a coisa se
perder, sem culpa do devedor, antes da tradição, ou
pendente a condição suspensiva, fica resolvida a obrigação
para ambas as partes; se a perda resultar de culpa do
devedor, responderá este pelo equivalente e mais perdas e
danos.

 SEM CULPA: Ocorrendo a perda total ou perecimento do objeto


antes da entrega, sem culpa, resolve-se a obrigação, segundo a
regra de que a coisa perece para o dono. Antes da tradição, o
de vedor fica obrigado a devolver ao credor o que já houver
recebido pelo negócio.

 Ex: Frederico compra de João um cavalo pela quantia X,


ficando contratado que o cavalo deverá ser entregue dia 18 de
fevereiro, mas três dias antes da data combinada o cavalo objeto
da obrigação é atingi do por um raio enquanto pastava pelo
pasto. Neste caso como o objeto da obrigação (cavalo) se perdeu
sem a culpa do devedor (João) a obrigação está resolvi da sem
ônus para nenhumas das partes. Todavia, caso Frederico já tenha
cumprido sua parte n a obrigação, qual seja, pagar quantia
certa, esta deverá ser devolvida a ele (Frederico), corrigidos os
valores não havendo o que se falar sobre perdas e danos.
 Art. 235. Deteriorada a coisa, não sendo o devedor
culpado, poderá o credor resolver a obrigação, ou
aceitar a coisa, abatido de seu preço o valor que
perdeu.

 Duas possibilidades: ou abate do preço o valor


correspondente à depreciação, se ele aceitar a receber a
coisa danificada, ou fica com a coisa e devolve o
dinheiro que recebeu por ela.

 Ex: Paulo compra de Mévio um cavalo puro sangue


marchador. Antes da tradição o cavalo objeto da
obrigação contraia uma rara e incurável moléstia que
enfraquece os músculos impedindo desta forma que o
cavalo continue a marchar, restando como alternativa
a reprodução. Assim Paul o poderá dar como extinta a
obrigação, ou seja, não recebe o cavalo e claro não
pagando por ele, ou aceitar o cavalo da forma como
esta (servindo apenas para reprodução) abatido o valor
do prejuízo, ou seja, se um cavalo marcador custar R$
100.000,00 e u m cavalo reprodutor custar R$
1.000,00, pagará apenas R$1.000,00.
 Art. 236. Sendo culpado o devedor, poderá o credor exigir
o equivalente, ou aceitar a coisa no estado em que se
acha, com direito a reclamar, em um ou em outro caso,
indenização das perdas e danos.

 COM CULPA: Perdendo-se a coisa com culpa do devedor,


o credor tem o direito de receber o equivalente do objeto
perecido em dinheiro, ou ficar com o bem e ainda assim pedir
perdas e danos em ambos os casos.

 Ex: Pedro compra na loja “Alfaces Mágicas” pertencente


a Joaquim, um pivô de irrigação com bomba, o qual será
utilizado na plantação de cebolas de Pedro. Joaquim
sabendo que os referidos implementos agrícolas não
devem ficar ao relento, os deixa fora do abrigo
apropriado mesmo estando visível que choveria durante a
noite. No dia seguinte ao chegar à loja “Alfaces Mágicas”
Pedro depara -se com os implementos que havia comprado
totalmente danificados e inutilizáveis. Como o pivô e a
bomba comprados por Pedro eram os últimos da loja, foi
obrigado a comprar os implementos em outra loja
aguardando 20 dias até a entrega de um equipamento
novo perdendo totalmente sua plantação de cebolas. Neste
caso Joaquim será obrigado a devolver o valor pago pelo
implemento, além das perdas e danos sofridas por Pedro
com a não entrega do equipamento.
 Art. 237. Até a tradição pertence ao devedor a coisa,
com os seus melhoramentos e acrescidos, pelos
quais poderá exigir aumento no preço; se o credor
não anuir, poderá o devedor resolver a obrigação.
 Parágrafo único. Os frutos percebidos são do
devedor, cabendo ao credor os pendentes.
 Antes da tradição, a coisa pertence ao dono (ao
devedor), havendo melhoramentos ou acréscimos o
lucro é do devedor, salvo se houver disposição ao
contrario pela lei ou convenção das partes. Ou seja,
se o devedor melhorar a coisa, poderá pedir reajuste
no seu valor. O credor poderá desistir do negocio ou
pagar pela melhora.

 Aqui continua a regra de que o acessório segue o


principal, assim, os acréscimos ainda não percebi dos (p
endentes) pertencem ao credor e quanto a esses não
cabe ao devedor pedir aumento de preço, no entanto,
se já tiverem sido percebidos antes d a tradição,
pertencem ao devedor.

 Ex: Abacates colhidos da árvore antes da entrega da


mesma é do dono, os que ficaram presos a árvore é do
comprador.
 Art. 238. Se a obrigação for de restituir coisa certa, e
esta, sem culpa do devedor, se perder antes da
tradição, sofrerá o credor a perda, e a obrigação se
resolverá, ressalvados os seus direitos até o dia da
perda.

 SEM CULPA: Na obrigação de restituir, o dono da


coisa é o credor, ao contrário da obrigação de dar, em
que a coisa pertence ao devedor até o momento da
tradição. A perda da coisa, resolve a obrigação, com
prejuízo do credor, seu proprietário, salvo de houver
culpa do devedor. No entanto, os valores devidos ao credor
até o momento da perda, devem ser pagos pelo devedor.

 Ex. Contrato de locação, paga-se os aluguéis devidos até


a data de perecimento da coisa
 Art. 239. Se a coisa se perder por culpa do
devedor, responderá este pelo equivalente, mais
perdas e danos.

 COM CULPA: Aqui o credor não suportará


prejuízo algum. O devedor, além de restituir o
equivalente em dinheiro, indenizará o credor pelos
danos materiais e imateriais eventualmente
suportados.

 EX: Acidente de transito;


 Art. 240. Se a coisa restituível se deteriorar sem
culpa do devedor, recebê-la-á o credor, tal qual
se ache, sem direito a indenização; se por culpa
do devedor, observar-se-á o disposto no art. 239.

 SEM CUL PA: O credor que é o dono da coisa, fi


cará com o prejuízo: receberá a coisa danificada,
sem direito a qualquer indenização.

 Exemplo: Alguém bate no carro alugado


estacionado (proprietário locador/credor).
 Art. 241. Se, no caso do art. 238, sobrevier
melhoramento ou acréscimo à coisa, sem
despesa ou trabalho do devedor, lucrará o
credor, desobrigado de indenização.

 Se a coisa se valorizar sem despesa ou trabalho do


devedor o lucro é do credor.

 Ex. Valorização do imóvel no mercado imobiliário,


logo após a venda.
 Art. 242. Se para o melhoramento, ou aumento,
empregou o devedor trabalho ou dispêndio, o caso se
regulará pelas normas deste Código atinentes às
benfeitorias realizadas pelo possuidor de boa-fé ou
de má-fé.
 Parágrafo único. Quanto aos frutos percebidos,
observar-se-á, do mesmo modo, o disposto neste
Código, acerca do possuidor de boa-fé ou de má-fé.

 Boa Fé: O devedor de boa -fé que houver contribuído


para o acréscimo tem direito a indenização pelos
melhoramentos úteis e necessários e a levantar os
voluptuários, bem como exercer direito de retenção.

 Má Fé: O devedor de má-fé terá direito apenas às


benfeitorias necessárias e não pode exercer direito de
retenção.
DAS OBRIGAÇÕES DE DAR COISA
INCERTA

 Art. 243. A coisa incerta será indicada, ao


menos, pelo gênero e pela quantidade.

 EX . 10 sacas de café, 1 saca de milho.

 O objeto não pode ser completamente


interminável, sob pena de anulação do contrato.
Ex. entrega de um animal (falta espécie. Qual
animal?) / vou entregar arroz (falta quantidade).
 Art. 244. Nas coisas determinadas pelo gênero e
pela quantidade, a escolha pertence ao devedor,
se o contrário não resultar do título da
obrigação; mas não poderá dar a coisa pior, nem
será obrigado a prestar a melhor.

 Nas obrigações de dar coisa incerta o objeto


permanece indeterminável até o momento da
escolha, cabendo ao devedor a escolha da
qualidade da coisa.

 Entretanto, ao exercer o direito de escolha, o


devedor não poderá dar coisa pior, nem mais
valiosa, deve prestar o mediano. A escolha está
limitada a uma qualidade média de modo a
coibir abusos, tanto daquele que pretende dar o
menos como aquele que tenciona exigir o mais.
 Art. 245. Cientificado da escolha o credor,
vigorará o disposto na Seção antecedente.

 Realizada a escolha pelo devedor e cientificado o


credor, a coisa deixa de ser incerta, pois o objeto
passa a ser determinado, devendo aplicar as regras
da coisa certa .
 Art. 246. Antes da escolha, não poderá o devedor
alegar perda ou deterioração da coisa, ainda que
por força maior ou caso fortuito.

 Nas obrigações d e coisa incerta, antes da


escolha, o devedor não pode, ainda que por caso
fortuito ou força maior, alegar perda ou deterioração
da coisa. Na obrigação de coisa certa s e a coisa
se perder sem culpa do devedor, a prestação será
perdoada.
DAS OBRIGAÇÕES DE FAZER

 Art. 247. Incorre na obrigação de indenizar


perdas e danos o devedor que recusar a
prestação a ele só imposta, ou só por ele
exeqüível.

 Sendo a obrigação personalíssima, se o devedor não


cumpre a prestação a que se obrigou, a obrigação
se resolve em perdas e danos.
 Art. 248. Se a prestação do fato tornar-se
impossível sem culpa do devedor, resolver-se-á a
obrigação; se por culpa dele, responderá por
perdas e danos.

 Inexistindo culpa do devedor, resolve-se a


obrigação, retornando-se a condição anterior, sem
que o c redor tenha direito a qualquer reparação,
além da d evolução do que eventualmente já
houver pago.

 Se o devedor agir com culpa, devolução do que


houver sido pago, e, também perdas e danos.
 Art. 249. Se o fato puder ser executado por
terceiro, será livre ao credor mandá-lo executar
à custa do devedor, havendo recusa ou mora
deste, sem prejuízo da indenização cabível.
 Parágrafo único. Em caso de urgência, pode o
credor, independentemente de autorização
judicial, executar ou mandar executar o fato,
sendo depois ressarcido.

 Se a obrigação não for personalíssima, e havendo


recusa pelo devedor, pode o credor optar entre
mandar executar a obrigação por terceiro, a custa
do devedor, ou simplesmente receber perdas e
danos.

 Para que o 3 º execute o serviço deverá haver


uma autorização judicial , somente dispensada nos
casos em que a prestação for urgente.
DAS OBRIGAÇÕES DE NÃO FAZER

 Art. 250. Extingue-se a obrigação de não fazer,


desde que, sem culpa do devedor, se lhe torne
impossível abster-se do ato, que se obrigou a não
praticar.

 Se o ato for praticado sem culpa, resolve-se a


obrigação, retornando-se ao status quo ante.

 Se houver culpa, o credor fará jus às perdas e


danos. Em ambos os casos, o devedor fica
obrigado a devolver o que haja recebido para que o
ato não se realize.
 Art. 251. Praticado pelo devedor o ato, a cuja
abstenção se obrigara, o credor pode exigir dele
que o desfaça, sob pena de se desfazer à sua
custa, ressarcindo o culpado perdas e danos.
 Parágrafo único. Em caso de urgência, poderá o
credor desfazer ou mandar desfazer,
independentemente de autorização judicial, sem
prejuízo do ressarcimento devido.

 Se o credor deixar de prestar a obrigação de não


fazer, pode o credor solicitar que ele o desfaça, e
ainda solicitar perdas e danos.

 Em caso de urgência, o credor poderá solicitar


que um terceiro, sem autorização judicial, desfaça
a obrigação que o de vedor se obrigou a não
fazer, podendo soli citar depois perdas e danos.
DAS OBRIGAÇÕES ALTERNATIVAS
 Art. 252. Nas obrigações alternativas, a escolha cabe ao devedor,
se outra coisa não se estipulou.
 § 1o Não pode o devedor obrigar o credor a receber parte em uma
prestação e parte em outra.
 § 2o Quando a obrigação for de prestações periódicas, a faculdade
de opção poderá ser exercida em cada período.
 § 3o No caso de pluralidade de optantes, não havendo acordo
unânime entre eles, decidirá o juiz, findo o prazo por este
assinado para a deliberação.
 § 4o Se o título deferir a opção a terceiro, e este não quiser, ou
não puder exercê-la, caberá ao juiz a escolha se não houver
acordo entre as partes.
 A escolha sempre é do devedor, salvo disposições contrarias.
 A prestação não pode ser dividida
 Ex. 10 sacas de arroz ou 10 sacas de milho. O devedor não pode
oferecer 2 sacas de arroz e 8 de milho.
 Se a prestação for periódica, em cada entrega o devedor pode
exercer o seu direito de escolha.
 Se houver vá rios devedores e estes não conseguirem se decidir
no prazo, a escolha será feita pelo juiz. Se a escol ha pertencer a
um terceiro e este nã o decidir, a escolha também será feita pelo
juiz.
 Art. 253. Se uma das duas prestações não puder
ser objeto de obrigação ou se tornada
inexequível, subsistirá o débito quanto à outra.

 Subsistirá o débito quanto à outra,


indiferentemente da manifestação do credor, e,
independentemente de que a impossibilidade da
outra tenha ocorrido com ou sem culpa pelo
devedor
 Art. 254. Se, por culpa do devedor, não se puder
cumprir nenhuma das prestações, não
competindo ao credor a escolha, ficará aquele
obrigado a pagar o valor da que por último se
impossibilitou, mais as perdas e danos que o
caso determinar.

 Se a escolha era do devedor → com culpa do


devedor → Se o devedor fica impossibilitado de
prestar todas as obrigações → deverá pagar o valor
da ultima prestação que foi perdida + perdas e danos
 Art. 255. Quando a escolha couber ao credor e
uma das prestações tornar-se impossível por
culpa do devedor, o credor terá direito de exigir
a prestação subsistente ou o valor da outra, com
perdas e danos; se, por culpa do devedor, ambas
as prestações se tornarem inexequíveis, poderá
o credor reclamar o valor de qualquer das duas,
além da indenização por perdas e danos.

 Se a escolha era do credor → com culpa do


devedor → o credor pode aceitar obrigação
remanescente OU pedir o valor da coisa que se
perdeu + perdas e danos .

 Se não houver mais prestações, o credor pode


reclamar o valor da coisa que quiser ( escolher) +
perdas e danos.
 Art. 256. Se todas as prestações se tornarem
impossíveis sem culpa do devedor, extinguir-se-
á a obrigação.

 Impossibilidade inocente. O devedor está obrigado


a restituir o que houver recebido pelas prestações
que se impossibilitaram
DAS OBRIGAÇÕES DIVISÍVEIS E
INDIVISÍVEIS

 Art. 257. Havendo mais de um devedor ou mais


de um credor em obrigação divisível, esta
presume-se dividida em tantas obrigações,
iguais e distintas, quantos os credores ou
devedores.

 Obrigação divisível é aquela em que as prestações


podem ser cumpridas parcialmente, cada um dos
devedor es só estará obrigado a pagar sua parte
da dívida, assim como cada credor só poderá exigir a
sua porção do crédito, desde que não sejam solidários.
 Art. 258. A obrigação é indivisível quando a
prestação tem por objeto uma coisa ou um fato
não suscetíveis de divisão, por sua natureza, por
motivo de ordem econômica, ou dada a razão
determinante do negócio jurídico.

 Conceito de Obrigação Indivisível


 Art. 259. Se, havendo dois ou mais devedores, a
prestação não for divisível, cada um será
obrigado pela dívida toda.
 Parágrafo único. O devedor, que paga a dívida,
sub-roga-se no direito do credor em relação aos
outros coobrigados.

 Não pode o co–devedor de prestação indivisível


quitar parcialmente a dívida
 Art. 260. Se a pluralidade for dos credores,
poderá cada um destes exigir a dívida inteira;
mas o devedor ou devedores se desobrigarão,
pagando:
 I - a todos conjuntamente;

 II - a um, dando este caução de ratificação dos


outros credores.

 Embora um só dos co-credores possa exigir a


dívida toda, em regra, não pode o devedor liberar-
se da obrigação pagando o total da dívida a um só
deles, salvo se autorizado pelos demais credores ou
mediante uma garanti a ofereci da p elo credo r que
recebe o pagamento d e que os outros não cobrarão
a divida posteriormente.
 Art. 261. Se um só dos credores receber a
prestação por inteiro, a cada um dos outros
assistirá o direito de exigir dele em dinheiro a
parte que lhe caiba no total.

 Se o devedor paga par a apenas um credor, os


outros credores podem cobrar suas quotas partes
daquele que recebeu a dívida por inteiro
 Art. 262. Se um dos credores remitir a dívida, a
obrigação não ficará extinta para com os outros; mas
estes só a poderão exigir, descontada a quota do credor
remitente.
 Parágrafo único. O mesmo critério se observará no caso
de transação, novação, compensação ou confusão.

 Mesmo se um dos credores perdoar a divida, a obrigação


não será extinta com relação aos demais credores.
 Se a obrigação for indivisível, o devedor poderá entregar a o
objeto por inteiro, mas os credores deverão pagar pela parte
remida .

 Transação: negocio jurídico bilateral com concessões mútuas


 Novação: é criação de outra obrigação

 Compensação: equiparar a dívida.

 Confusão: ocorre quando as qualidades de credor e devedor se


encontram em uma mesma pessoa. Extingue-se a obrigação por
confusão.
 Art. 263. Perde a qualidade de indivisível a
obrigação que se resolver em perdas e danos.
 § 1o Se, para efeito do disposto neste artigo,
houver culpa de todos os devedores, responderão
todos por partes iguais.
 § 2o Se for de um só a culpa, ficarão exonerados
os outros, respondendo só esse pelas perdas e
danos.

 Perecimento por culpa de todos os devedores →


todos dividem o valor do objeto + perdas e danos

 Perecimento com culpa de apenas um devedor →


Somente ele irá pagar valor d o objeto + perdas e
danos
DAS OBRIGAÇÕES SOLIDÁRIAS

 Art. 264. Há solidariedade, quando na mesma


obrigação concorre mais de um credor, ou mais
de um devedor, cada um com direito, ou
obrigado, à dívida toda.

 A solidariedade se dá quando há uma obrigação


em que a prestação pode ser exigi da por qualquer
um dos c redores, e qual quer devedor é obrigado à
dívida toda.
 Art. 265. A solidariedade não se presume;
resulta da lei ou da vontade das partes.

 Duas únicas fontes da solidariedade: lei ou


vontade das partes.
 Art. 266. A obrigação solidária pode ser pura e
simples para um dos co-credores ou co-
devedores, e condicional, ou a prazo, ou pagável
em lugar diferente, para o outro.

 O modo de ser da obrigação solidária pode variar d e


um co-devedor ou co-credor para outro. Não há
prejuízo para a solidariedade visto que o credor
pode cobrar a dívida do devedor cuja prestação
contenha número menor de óbices, ou seja, reclamar
o débito todo do devedor não atingido pelas clausulas
opostas na obrigação.
DA SOLIDARIEDADE ATIVA

 Art. 267. Cada um dos credores solidários tem


direito a exigir do devedor o cumprimento da
prestação por inteiro.

 Conceito de solidariedade ativa


 Art. 268. Enquanto alguns dos credores
solidários não demandarem o devedor comum, a
qualquer daqueles poderá este pagar.

 Iniciada a ação judicial o devedor somente pode


pagar ao autor da ação.
 Enquanto não houver a ação judicial o devedor pode
pagar a qual quer credor comum.
 Art. 269. O pagamento feito a um dos credores
solidários extingue a dívida até o montante do
que foi pago.

 Devedor pode pagar parte da dívida a qualquer


um dos credores, a parte paga é descontada da
dívida. Entretanto, m esmo que o devedor efetue o
paga mento d e parte da dívida, sua quota parte,
não se i senta d a solidariedade, podendo o credor
cobrar dele a parte faltante.
 Art. 270. Se um dos credores solidários falecer
deixando herdeiros, cada um destes só terá
direito a exigir e receber a quota do crédito que
corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo
se a obrigação for indivisível.

 Pode exigir a prestação por inteiro somente se o


credor falecido deixar apenas um herdeiro ou se a
obrigação for indivisível.
 Art. 271. Convertendo-se a prestação em perdas
e danos, subsiste, para todos os efeitos, a
solidariedade.

 Deixa de ser indivisível, mas se mantem solidária.


 Art. 272. O credor que tiver remitido a dívida ou
recebido o pagamento responderá aos outros
pela parte que lhes caiba.

 Se um dos co-credores perdoar a dívida ou tiver


recebido pagamento, responderá por isso aos
outros co-credores.
 Art. 273. A um dos credores solidários não pode
o devedor opor as exceções pessoais oponíveis
aos outros.

 O dispositivo vem deixar expressa a


regra de que as defesas que o devedor possa
alegar contra um só dos credores solidários não
podem prejudicar aos demais.
 Art. 274. O julgamento contrário a um dos
credores solidários não atinge os demais, mas o
julgamento favorável aproveita-lhes, sem
prejuízo de exceção pessoal que o devedor tenha
direito de invocar em relação a qualquer deles.

 O credor solidário pode demandar sozinho, o


julgamento proferido em demanda evolvendo a
cobrança de obrigação solidária somente atinge os
credores que não tenham sido parte caso haja sido
favorável ao demandante.
DA SOLIDARIEDADE PASSIVA
 Art. 275. O credor tem direito a exigir e receber de
um ou de alguns dos devedores, parcial ou
totalmente, a dívida comum; se o pagamento tiver
sido parcial, todos os demais devedores continuam
obrigados solidariamente pelo resto.
 Parágrafo único. Não importará renúncia da
solidariedade a propositura de ação pelo credor
contra um ou alguns dos devedores.

 O fato de o credor propor demanda judicial contra um


dos devedores não o impede de acionar os demais. Isso
porque, enquanto não for integralmente paga a dívida,
mantém-se íntegro o direito do credor em relação a
todos e a qualquer dos outros devedores, não se
podendo, presumir a renuncia de tais direitos do fato
de já ter sido iniciada a ação contra um dos devedores.
 Art. 276. Se um dos devedores solidários falecer
deixando herdeiros, nenhum destes será
obrigado a pagar senão a quota que
corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo
se a obrigação for indivisível; mas todos
reunidos serão considerados como um devedor
solidário em relação aos demais devedores.

 Cada herdeiro do devedor somente será


responsável pelo pagamento dívida
proporcionalmente até o limite do quinhão que
está herdando. Somente responderão os herdeiros
devedores pela prestação por inteiro quando a
obrigação for indivisível. Todos os herdeiros formam
um único devedor.
 Art. 277. O pagamento parcial feito por um dos
devedores e a remissão por ele obtida não
aproveitam aos outros devedores, senão até à
concorrência da quantia paga ou relevada.

 O pagamento parcial reduz o valor do credito em


aberto, mas a solidariedade permanece para com
valor restante da dívida.
 Art. 278. Qualquer cláusula, condição ou
obrigação adicional, estipulada entre um dos
devedores solidários e o credor, não poderá
agravar a posição dos outros sem consentimento
destes.

 A alteração gravosa da obrigação só pode ocorrer


com a concordância de todos.
 Art. 279. Impossibilitando-se a prestação por
culpa de um dos devedores solidários, subsiste
para todos o encargo de pagar o equivalente;
mas pelas perdas e danos só responde o culpado.

 Só o culpado responderá pelas perdas e danos,


mas a obrigação d e repor ao credor o equivalente
em dinheiro pela prestação que se impossibilitou
será de todos.
 Art. 280. Todos os devedores respondem pelos
juros da mora, ainda que a ação tenha sido
proposta somente contra um; mas o culpado
responde aos outros pela obrigação acrescida.

 Se todos são solidários na dívida, devem


responder conjuntamente pelas consequências do
inadimplementos, ainda que só um deles seja
culpado pelo atraso.
 Art. 281. O devedor demandado pode opor ao
credor as exceções que lhe forem pessoais e as
comuns a todos; não lhe aproveitando as
exceções pessoais a outro co-devedor.

 Assim , um devedor que se tenha obrigado por


erro, só pode rá alegar esse vício de vontade em
sua defesa. Os outros devedores, que se
obrigam sem qual quer vício, não podem
alegar da sua defesa a anulabilidade da
obrigação, porque o outro co-obrigado laborou em
erro.
 Art. 282. O credor pode renunciar à
solidariedade em favor de um, de alguns ou de
todos os devedores.
 Parágrafo único. Se o credor exonerar da
solidariedade um ou mais devedores, subsistirá
a dos demais.

 Se o credor renunciar ou exonerar da


solidariedade todos os devedores, cada um
passará a responder apenas pela sua
participação na dívida. Se a exoneração for
apenas de um ou de alguns dos co-devedores,
permanece a solidariedade quanto aos demais.
 Art. 283. O devedor que satisfez a dívida por
inteiro tem direito a exigir de cada um dos co-
devedores a sua quota, dividindo-se igualmente
por todos a do insolvente, se o houver,
presumindo-se iguais, no débito, as partes de
todos os co-devedores.

 O devedor solidário que fez um pagamento


parcial ou inteiro tem direito de regresso contra
os demais co-obrigados
 Art. 284. No caso de rateio entre os co-
devedores, contribuirão também os exonerados
da solidariedade pelo credor, pela parte que na
obrigação incumbia ao insolvente.

 Os co-devedores têm o direito de repartir, entre


todos, a parte d o insolvente. Nesse caso, o rateio
alcança o devedor exonerado pelo credor, pois não
tem ele o direito de dispor sobre direito alheio,
assim, o exonerado da solidariedade pelo credor
contribui rá, proporcional mente, no rateio destinado
a cobrir a quota d o i n solvente.
 Art. 285. Se a dívida solidária interessar
exclusivamente a um dos devedores, responderá
este por toda ela para com aquele que pagar.

 O exemplo clássico é o da fiança: sendo um o


afiançado e vários os fiadores, e estabelecida
no contrato a renúncia ao benefício de ordem,
poderá o credor acionar indistintamente tanto o
afiançado como quaisquer dos fiadores.

 Mas o fiador que pagar integralmente o


débito só terá o direito de reembolsar-se do
afiançado, que tinha interesse exclusivo na dívida,
não podendo acionar os demais co-fiadores.

 O mesmo se dá quando é o afiançado quem paga a


dívida. É óbvio que não existirá direito de regresso
deste contra os fiadores.

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