Art. 233. A obrigação de dar coisa certa abrange os
acessórios dela embora não mencionados, salvo se o contrário resultar do título ou das circunstâncias do caso. O bem acessório sempre segue o principal, salvo se as partes dispuserem o contrario, ou lei determinar. Os fruto s percebidos (captados) pertencem a o devedor até o momento da tradição, podendo o devedor pedir correção dos valores.
Ex: José compra d e Álvaro em um leilão de gado uma vaca
leiteira, p elo valor de 2.000,00. Decorridos 04 meses José é surpreendi do com o nascimento de bezerro. Neste caso embora tenha comprado a vaca leiteira de Álvaro, o bezerro que nascera é tido como acessório da obrigação, pertencendo a José e não a Álvaro. (Pode-se dizer que é um bônus). Os frutos acompanham o principal e não devem ser devolvidos ao proprietário anterior. Porém, se o bezerro nascesse antes da tradição, permaneceria com Álvaro. Art. 234. Se, no caso do artigo antecedente, a coisa se perder, sem culpa do devedor, antes da tradição, ou pendente a condição suspensiva, fica resolvida a obrigação para ambas as partes; se a perda resultar de culpa do devedor, responderá este pelo equivalente e mais perdas e danos.
SEM CULPA: Ocorrendo a perda total ou perecimento do objeto
antes da entrega, sem culpa, resolve-se a obrigação, segundo a regra de que a coisa perece para o dono. Antes da tradição, o de vedor fica obrigado a devolver ao credor o que já houver recebido pelo negócio.
Ex: Frederico compra de João um cavalo pela quantia X,
ficando contratado que o cavalo deverá ser entregue dia 18 de fevereiro, mas três dias antes da data combinada o cavalo objeto da obrigação é atingi do por um raio enquanto pastava pelo pasto. Neste caso como o objeto da obrigação (cavalo) se perdeu sem a culpa do devedor (João) a obrigação está resolvi da sem ônus para nenhumas das partes. Todavia, caso Frederico já tenha cumprido sua parte n a obrigação, qual seja, pagar quantia certa, esta deverá ser devolvida a ele (Frederico), corrigidos os valores não havendo o que se falar sobre perdas e danos. Art. 235. Deteriorada a coisa, não sendo o devedor culpado, poderá o credor resolver a obrigação, ou aceitar a coisa, abatido de seu preço o valor que perdeu.
Duas possibilidades: ou abate do preço o valor
correspondente à depreciação, se ele aceitar a receber a coisa danificada, ou fica com a coisa e devolve o dinheiro que recebeu por ela.
Ex: Paulo compra de Mévio um cavalo puro sangue
marchador. Antes da tradição o cavalo objeto da obrigação contraia uma rara e incurável moléstia que enfraquece os músculos impedindo desta forma que o cavalo continue a marchar, restando como alternativa a reprodução. Assim Paul o poderá dar como extinta a obrigação, ou seja, não recebe o cavalo e claro não pagando por ele, ou aceitar o cavalo da forma como esta (servindo apenas para reprodução) abatido o valor do prejuízo, ou seja, se um cavalo marcador custar R$ 100.000,00 e u m cavalo reprodutor custar R$ 1.000,00, pagará apenas R$1.000,00. Art. 236. Sendo culpado o devedor, poderá o credor exigir o equivalente, ou aceitar a coisa no estado em que se acha, com direito a reclamar, em um ou em outro caso, indenização das perdas e danos.
COM CULPA: Perdendo-se a coisa com culpa do devedor,
o credor tem o direito de receber o equivalente do objeto perecido em dinheiro, ou ficar com o bem e ainda assim pedir perdas e danos em ambos os casos.
Ex: Pedro compra na loja “Alfaces Mágicas” pertencente
a Joaquim, um pivô de irrigação com bomba, o qual será utilizado na plantação de cebolas de Pedro. Joaquim sabendo que os referidos implementos agrícolas não devem ficar ao relento, os deixa fora do abrigo apropriado mesmo estando visível que choveria durante a noite. No dia seguinte ao chegar à loja “Alfaces Mágicas” Pedro depara -se com os implementos que havia comprado totalmente danificados e inutilizáveis. Como o pivô e a bomba comprados por Pedro eram os últimos da loja, foi obrigado a comprar os implementos em outra loja aguardando 20 dias até a entrega de um equipamento novo perdendo totalmente sua plantação de cebolas. Neste caso Joaquim será obrigado a devolver o valor pago pelo implemento, além das perdas e danos sofridas por Pedro com a não entrega do equipamento. Art. 237. Até a tradição pertence ao devedor a coisa, com os seus melhoramentos e acrescidos, pelos quais poderá exigir aumento no preço; se o credor não anuir, poderá o devedor resolver a obrigação. Parágrafo único. Os frutos percebidos são do devedor, cabendo ao credor os pendentes. Antes da tradição, a coisa pertence ao dono (ao devedor), havendo melhoramentos ou acréscimos o lucro é do devedor, salvo se houver disposição ao contrario pela lei ou convenção das partes. Ou seja, se o devedor melhorar a coisa, poderá pedir reajuste no seu valor. O credor poderá desistir do negocio ou pagar pela melhora.
Aqui continua a regra de que o acessório segue o
principal, assim, os acréscimos ainda não percebi dos (p endentes) pertencem ao credor e quanto a esses não cabe ao devedor pedir aumento de preço, no entanto, se já tiverem sido percebidos antes d a tradição, pertencem ao devedor.
Ex: Abacates colhidos da árvore antes da entrega da
mesma é do dono, os que ficaram presos a árvore é do comprador. Art. 238. Se a obrigação for de restituir coisa certa, e esta, sem culpa do devedor, se perder antes da tradição, sofrerá o credor a perda, e a obrigação se resolverá, ressalvados os seus direitos até o dia da perda.
SEM CULPA: Na obrigação de restituir, o dono da
coisa é o credor, ao contrário da obrigação de dar, em que a coisa pertence ao devedor até o momento da tradição. A perda da coisa, resolve a obrigação, com prejuízo do credor, seu proprietário, salvo de houver culpa do devedor. No entanto, os valores devidos ao credor até o momento da perda, devem ser pagos pelo devedor.
Ex. Contrato de locação, paga-se os aluguéis devidos até
a data de perecimento da coisa Art. 239. Se a coisa se perder por culpa do devedor, responderá este pelo equivalente, mais perdas e danos.
COM CULPA: Aqui o credor não suportará
prejuízo algum. O devedor, além de restituir o equivalente em dinheiro, indenizará o credor pelos danos materiais e imateriais eventualmente suportados.
EX: Acidente de transito;
Art. 240. Se a coisa restituível se deteriorar sem culpa do devedor, recebê-la-á o credor, tal qual se ache, sem direito a indenização; se por culpa do devedor, observar-se-á o disposto no art. 239.
SEM CUL PA: O credor que é o dono da coisa, fi
cará com o prejuízo: receberá a coisa danificada, sem direito a qualquer indenização.
Exemplo: Alguém bate no carro alugado
estacionado (proprietário locador/credor). Art. 241. Se, no caso do art. 238, sobrevier melhoramento ou acréscimo à coisa, sem despesa ou trabalho do devedor, lucrará o credor, desobrigado de indenização.
Se a coisa se valorizar sem despesa ou trabalho do
devedor o lucro é do credor.
Ex. Valorização do imóvel no mercado imobiliário,
logo após a venda. Art. 242. Se para o melhoramento, ou aumento, empregou o devedor trabalho ou dispêndio, o caso se regulará pelas normas deste Código atinentes às benfeitorias realizadas pelo possuidor de boa-fé ou de má-fé. Parágrafo único. Quanto aos frutos percebidos, observar-se-á, do mesmo modo, o disposto neste Código, acerca do possuidor de boa-fé ou de má-fé.
Boa Fé: O devedor de boa -fé que houver contribuído
para o acréscimo tem direito a indenização pelos melhoramentos úteis e necessários e a levantar os voluptuários, bem como exercer direito de retenção.
Má Fé: O devedor de má-fé terá direito apenas às
benfeitorias necessárias e não pode exercer direito de retenção. DAS OBRIGAÇÕES DE DAR COISA INCERTA
Art. 243. A coisa incerta será indicada, ao
menos, pelo gênero e pela quantidade.
EX . 10 sacas de café, 1 saca de milho.
O objeto não pode ser completamente
interminável, sob pena de anulação do contrato. Ex. entrega de um animal (falta espécie. Qual animal?) / vou entregar arroz (falta quantidade). Art. 244. Nas coisas determinadas pelo gênero e pela quantidade, a escolha pertence ao devedor, se o contrário não resultar do título da obrigação; mas não poderá dar a coisa pior, nem será obrigado a prestar a melhor.
Nas obrigações de dar coisa incerta o objeto
permanece indeterminável até o momento da escolha, cabendo ao devedor a escolha da qualidade da coisa.
Entretanto, ao exercer o direito de escolha, o
devedor não poderá dar coisa pior, nem mais valiosa, deve prestar o mediano. A escolha está limitada a uma qualidade média de modo a coibir abusos, tanto daquele que pretende dar o menos como aquele que tenciona exigir o mais. Art. 245. Cientificado da escolha o credor, vigorará o disposto na Seção antecedente.
Realizada a escolha pelo devedor e cientificado o
credor, a coisa deixa de ser incerta, pois o objeto passa a ser determinado, devendo aplicar as regras da coisa certa . Art. 246. Antes da escolha, não poderá o devedor alegar perda ou deterioração da coisa, ainda que por força maior ou caso fortuito.
Nas obrigações d e coisa incerta, antes da
escolha, o devedor não pode, ainda que por caso fortuito ou força maior, alegar perda ou deterioração da coisa. Na obrigação de coisa certa s e a coisa se perder sem culpa do devedor, a prestação será perdoada. DAS OBRIGAÇÕES DE FAZER
Art. 247. Incorre na obrigação de indenizar
perdas e danos o devedor que recusar a prestação a ele só imposta, ou só por ele exeqüível.
Sendo a obrigação personalíssima, se o devedor não
cumpre a prestação a que se obrigou, a obrigação se resolve em perdas e danos. Art. 248. Se a prestação do fato tornar-se impossível sem culpa do devedor, resolver-se-á a obrigação; se por culpa dele, responderá por perdas e danos.
Inexistindo culpa do devedor, resolve-se a
obrigação, retornando-se a condição anterior, sem que o c redor tenha direito a qualquer reparação, além da d evolução do que eventualmente já houver pago.
Se o devedor agir com culpa, devolução do que
houver sido pago, e, também perdas e danos. Art. 249. Se o fato puder ser executado por terceiro, será livre ao credor mandá-lo executar à custa do devedor, havendo recusa ou mora deste, sem prejuízo da indenização cabível. Parágrafo único. Em caso de urgência, pode o credor, independentemente de autorização judicial, executar ou mandar executar o fato, sendo depois ressarcido.
Se a obrigação não for personalíssima, e havendo
recusa pelo devedor, pode o credor optar entre mandar executar a obrigação por terceiro, a custa do devedor, ou simplesmente receber perdas e danos.
Para que o 3 º execute o serviço deverá haver
uma autorização judicial , somente dispensada nos casos em que a prestação for urgente. DAS OBRIGAÇÕES DE NÃO FAZER
Art. 250. Extingue-se a obrigação de não fazer,
desde que, sem culpa do devedor, se lhe torne impossível abster-se do ato, que se obrigou a não praticar.
Se o ato for praticado sem culpa, resolve-se a
obrigação, retornando-se ao status quo ante.
Se houver culpa, o credor fará jus às perdas e
danos. Em ambos os casos, o devedor fica obrigado a devolver o que haja recebido para que o ato não se realize. Art. 251. Praticado pelo devedor o ato, a cuja abstenção se obrigara, o credor pode exigir dele que o desfaça, sob pena de se desfazer à sua custa, ressarcindo o culpado perdas e danos. Parágrafo único. Em caso de urgência, poderá o credor desfazer ou mandar desfazer, independentemente de autorização judicial, sem prejuízo do ressarcimento devido.
Se o credor deixar de prestar a obrigação de não
fazer, pode o credor solicitar que ele o desfaça, e ainda solicitar perdas e danos.
Em caso de urgência, o credor poderá solicitar
que um terceiro, sem autorização judicial, desfaça a obrigação que o de vedor se obrigou a não fazer, podendo soli citar depois perdas e danos. DAS OBRIGAÇÕES ALTERNATIVAS Art. 252. Nas obrigações alternativas, a escolha cabe ao devedor, se outra coisa não se estipulou. § 1o Não pode o devedor obrigar o credor a receber parte em uma prestação e parte em outra. § 2o Quando a obrigação for de prestações periódicas, a faculdade de opção poderá ser exercida em cada período. § 3o No caso de pluralidade de optantes, não havendo acordo unânime entre eles, decidirá o juiz, findo o prazo por este assinado para a deliberação. § 4o Se o título deferir a opção a terceiro, e este não quiser, ou não puder exercê-la, caberá ao juiz a escolha se não houver acordo entre as partes. A escolha sempre é do devedor, salvo disposições contrarias. A prestação não pode ser dividida Ex. 10 sacas de arroz ou 10 sacas de milho. O devedor não pode oferecer 2 sacas de arroz e 8 de milho. Se a prestação for periódica, em cada entrega o devedor pode exercer o seu direito de escolha. Se houver vá rios devedores e estes não conseguirem se decidir no prazo, a escolha será feita pelo juiz. Se a escol ha pertencer a um terceiro e este nã o decidir, a escolha também será feita pelo juiz. Art. 253. Se uma das duas prestações não puder ser objeto de obrigação ou se tornada inexequível, subsistirá o débito quanto à outra.
Subsistirá o débito quanto à outra,
indiferentemente da manifestação do credor, e, independentemente de que a impossibilidade da outra tenha ocorrido com ou sem culpa pelo devedor Art. 254. Se, por culpa do devedor, não se puder cumprir nenhuma das prestações, não competindo ao credor a escolha, ficará aquele obrigado a pagar o valor da que por último se impossibilitou, mais as perdas e danos que o caso determinar.
Se a escolha era do devedor → com culpa do
devedor → Se o devedor fica impossibilitado de prestar todas as obrigações → deverá pagar o valor da ultima prestação que foi perdida + perdas e danos Art. 255. Quando a escolha couber ao credor e uma das prestações tornar-se impossível por culpa do devedor, o credor terá direito de exigir a prestação subsistente ou o valor da outra, com perdas e danos; se, por culpa do devedor, ambas as prestações se tornarem inexequíveis, poderá o credor reclamar o valor de qualquer das duas, além da indenização por perdas e danos.
Se a escolha era do credor → com culpa do
devedor → o credor pode aceitar obrigação remanescente OU pedir o valor da coisa que se perdeu + perdas e danos .
Se não houver mais prestações, o credor pode
reclamar o valor da coisa que quiser ( escolher) + perdas e danos. Art. 256. Se todas as prestações se tornarem impossíveis sem culpa do devedor, extinguir-se- á a obrigação.
Impossibilidade inocente. O devedor está obrigado
a restituir o que houver recebido pelas prestações que se impossibilitaram DAS OBRIGAÇÕES DIVISÍVEIS E INDIVISÍVEIS
Art. 257. Havendo mais de um devedor ou mais
de um credor em obrigação divisível, esta presume-se dividida em tantas obrigações, iguais e distintas, quantos os credores ou devedores.
Obrigação divisível é aquela em que as prestações
podem ser cumpridas parcialmente, cada um dos devedor es só estará obrigado a pagar sua parte da dívida, assim como cada credor só poderá exigir a sua porção do crédito, desde que não sejam solidários. Art. 258. A obrigação é indivisível quando a prestação tem por objeto uma coisa ou um fato não suscetíveis de divisão, por sua natureza, por motivo de ordem econômica, ou dada a razão determinante do negócio jurídico.
Conceito de Obrigação Indivisível
Art. 259. Se, havendo dois ou mais devedores, a prestação não for divisível, cada um será obrigado pela dívida toda. Parágrafo único. O devedor, que paga a dívida, sub-roga-se no direito do credor em relação aos outros coobrigados.
Não pode o co–devedor de prestação indivisível
quitar parcialmente a dívida Art. 260. Se a pluralidade for dos credores, poderá cada um destes exigir a dívida inteira; mas o devedor ou devedores se desobrigarão, pagando: I - a todos conjuntamente;
II - a um, dando este caução de ratificação dos
outros credores.
Embora um só dos co-credores possa exigir a
dívida toda, em regra, não pode o devedor liberar- se da obrigação pagando o total da dívida a um só deles, salvo se autorizado pelos demais credores ou mediante uma garanti a ofereci da p elo credo r que recebe o pagamento d e que os outros não cobrarão a divida posteriormente. Art. 261. Se um só dos credores receber a prestação por inteiro, a cada um dos outros assistirá o direito de exigir dele em dinheiro a parte que lhe caiba no total.
Se o devedor paga par a apenas um credor, os
outros credores podem cobrar suas quotas partes daquele que recebeu a dívida por inteiro Art. 262. Se um dos credores remitir a dívida, a obrigação não ficará extinta para com os outros; mas estes só a poderão exigir, descontada a quota do credor remitente. Parágrafo único. O mesmo critério se observará no caso de transação, novação, compensação ou confusão.
Mesmo se um dos credores perdoar a divida, a obrigação
não será extinta com relação aos demais credores. Se a obrigação for indivisível, o devedor poderá entregar a o objeto por inteiro, mas os credores deverão pagar pela parte remida .
Transação: negocio jurídico bilateral com concessões mútuas
Novação: é criação de outra obrigação
Compensação: equiparar a dívida.
Confusão: ocorre quando as qualidades de credor e devedor se
encontram em uma mesma pessoa. Extingue-se a obrigação por confusão. Art. 263. Perde a qualidade de indivisível a obrigação que se resolver em perdas e danos. § 1o Se, para efeito do disposto neste artigo, houver culpa de todos os devedores, responderão todos por partes iguais. § 2o Se for de um só a culpa, ficarão exonerados os outros, respondendo só esse pelas perdas e danos.
Perecimento por culpa de todos os devedores →
todos dividem o valor do objeto + perdas e danos
Perecimento com culpa de apenas um devedor →
Somente ele irá pagar valor d o objeto + perdas e danos DAS OBRIGAÇÕES SOLIDÁRIAS
Art. 264. Há solidariedade, quando na mesma
obrigação concorre mais de um credor, ou mais de um devedor, cada um com direito, ou obrigado, à dívida toda.
A solidariedade se dá quando há uma obrigação
em que a prestação pode ser exigi da por qualquer um dos c redores, e qual quer devedor é obrigado à dívida toda. Art. 265. A solidariedade não se presume; resulta da lei ou da vontade das partes.
Duas únicas fontes da solidariedade: lei ou
vontade das partes. Art. 266. A obrigação solidária pode ser pura e simples para um dos co-credores ou co- devedores, e condicional, ou a prazo, ou pagável em lugar diferente, para o outro.
O modo de ser da obrigação solidária pode variar d e
um co-devedor ou co-credor para outro. Não há prejuízo para a solidariedade visto que o credor pode cobrar a dívida do devedor cuja prestação contenha número menor de óbices, ou seja, reclamar o débito todo do devedor não atingido pelas clausulas opostas na obrigação. DA SOLIDARIEDADE ATIVA
Art. 267. Cada um dos credores solidários tem
direito a exigir do devedor o cumprimento da prestação por inteiro.
Conceito de solidariedade ativa
Art. 268. Enquanto alguns dos credores solidários não demandarem o devedor comum, a qualquer daqueles poderá este pagar.
Iniciada a ação judicial o devedor somente pode
pagar ao autor da ação. Enquanto não houver a ação judicial o devedor pode pagar a qual quer credor comum. Art. 269. O pagamento feito a um dos credores solidários extingue a dívida até o montante do que foi pago.
Devedor pode pagar parte da dívida a qualquer
um dos credores, a parte paga é descontada da dívida. Entretanto, m esmo que o devedor efetue o paga mento d e parte da dívida, sua quota parte, não se i senta d a solidariedade, podendo o credor cobrar dele a parte faltante. Art. 270. Se um dos credores solidários falecer deixando herdeiros, cada um destes só terá direito a exigir e receber a quota do crédito que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível.
Pode exigir a prestação por inteiro somente se o
credor falecido deixar apenas um herdeiro ou se a obrigação for indivisível. Art. 271. Convertendo-se a prestação em perdas e danos, subsiste, para todos os efeitos, a solidariedade.
Deixa de ser indivisível, mas se mantem solidária.
Art. 272. O credor que tiver remitido a dívida ou recebido o pagamento responderá aos outros pela parte que lhes caiba.
Se um dos co-credores perdoar a dívida ou tiver
recebido pagamento, responderá por isso aos outros co-credores. Art. 273. A um dos credores solidários não pode o devedor opor as exceções pessoais oponíveis aos outros.
O dispositivo vem deixar expressa a
regra de que as defesas que o devedor possa alegar contra um só dos credores solidários não podem prejudicar aos demais. Art. 274. O julgamento contrário a um dos credores solidários não atinge os demais, mas o julgamento favorável aproveita-lhes, sem prejuízo de exceção pessoal que o devedor tenha direito de invocar em relação a qualquer deles.
O credor solidário pode demandar sozinho, o
julgamento proferido em demanda evolvendo a cobrança de obrigação solidária somente atinge os credores que não tenham sido parte caso haja sido favorável ao demandante. DA SOLIDARIEDADE PASSIVA Art. 275. O credor tem direito a exigir e receber de um ou de alguns dos devedores, parcial ou totalmente, a dívida comum; se o pagamento tiver sido parcial, todos os demais devedores continuam obrigados solidariamente pelo resto. Parágrafo único. Não importará renúncia da solidariedade a propositura de ação pelo credor contra um ou alguns dos devedores.
O fato de o credor propor demanda judicial contra um
dos devedores não o impede de acionar os demais. Isso porque, enquanto não for integralmente paga a dívida, mantém-se íntegro o direito do credor em relação a todos e a qualquer dos outros devedores, não se podendo, presumir a renuncia de tais direitos do fato de já ter sido iniciada a ação contra um dos devedores. Art. 276. Se um dos devedores solidários falecer deixando herdeiros, nenhum destes será obrigado a pagar senão a quota que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível; mas todos reunidos serão considerados como um devedor solidário em relação aos demais devedores.
Cada herdeiro do devedor somente será
responsável pelo pagamento dívida proporcionalmente até o limite do quinhão que está herdando. Somente responderão os herdeiros devedores pela prestação por inteiro quando a obrigação for indivisível. Todos os herdeiros formam um único devedor. Art. 277. O pagamento parcial feito por um dos devedores e a remissão por ele obtida não aproveitam aos outros devedores, senão até à concorrência da quantia paga ou relevada.
O pagamento parcial reduz o valor do credito em
aberto, mas a solidariedade permanece para com valor restante da dívida. Art. 278. Qualquer cláusula, condição ou obrigação adicional, estipulada entre um dos devedores solidários e o credor, não poderá agravar a posição dos outros sem consentimento destes.
A alteração gravosa da obrigação só pode ocorrer
com a concordância de todos. Art. 279. Impossibilitando-se a prestação por culpa de um dos devedores solidários, subsiste para todos o encargo de pagar o equivalente; mas pelas perdas e danos só responde o culpado.
Só o culpado responderá pelas perdas e danos,
mas a obrigação d e repor ao credor o equivalente em dinheiro pela prestação que se impossibilitou será de todos. Art. 280. Todos os devedores respondem pelos juros da mora, ainda que a ação tenha sido proposta somente contra um; mas o culpado responde aos outros pela obrigação acrescida.
Se todos são solidários na dívida, devem
responder conjuntamente pelas consequências do inadimplementos, ainda que só um deles seja culpado pelo atraso. Art. 281. O devedor demandado pode opor ao credor as exceções que lhe forem pessoais e as comuns a todos; não lhe aproveitando as exceções pessoais a outro co-devedor.
Assim , um devedor que se tenha obrigado por
erro, só pode rá alegar esse vício de vontade em sua defesa. Os outros devedores, que se obrigam sem qual quer vício, não podem alegar da sua defesa a anulabilidade da obrigação, porque o outro co-obrigado laborou em erro. Art. 282. O credor pode renunciar à solidariedade em favor de um, de alguns ou de todos os devedores. Parágrafo único. Se o credor exonerar da solidariedade um ou mais devedores, subsistirá a dos demais.
Se o credor renunciar ou exonerar da
solidariedade todos os devedores, cada um passará a responder apenas pela sua participação na dívida. Se a exoneração for apenas de um ou de alguns dos co-devedores, permanece a solidariedade quanto aos demais. Art. 283. O devedor que satisfez a dívida por inteiro tem direito a exigir de cada um dos co- devedores a sua quota, dividindo-se igualmente por todos a do insolvente, se o houver, presumindo-se iguais, no débito, as partes de todos os co-devedores.
O devedor solidário que fez um pagamento
parcial ou inteiro tem direito de regresso contra os demais co-obrigados Art. 284. No caso de rateio entre os co- devedores, contribuirão também os exonerados da solidariedade pelo credor, pela parte que na obrigação incumbia ao insolvente.
Os co-devedores têm o direito de repartir, entre
todos, a parte d o insolvente. Nesse caso, o rateio alcança o devedor exonerado pelo credor, pois não tem ele o direito de dispor sobre direito alheio, assim, o exonerado da solidariedade pelo credor contribui rá, proporcional mente, no rateio destinado a cobrir a quota d o i n solvente. Art. 285. Se a dívida solidária interessar exclusivamente a um dos devedores, responderá este por toda ela para com aquele que pagar.
O exemplo clássico é o da fiança: sendo um o
afiançado e vários os fiadores, e estabelecida no contrato a renúncia ao benefício de ordem, poderá o credor acionar indistintamente tanto o afiançado como quaisquer dos fiadores.
Mas o fiador que pagar integralmente o
débito só terá o direito de reembolsar-se do afiançado, que tinha interesse exclusivo na dívida, não podendo acionar os demais co-fiadores.
O mesmo se dá quando é o afiançado quem paga a
dívida. É óbvio que não existirá direito de regresso deste contra os fiadores.