Conceitos de vias de administracao Qual o assunto de hoje? Vamos terminar os conceitos e começar vias de administração. Eu não gosto de prometer as coisas e não cumprir. Obs.: ela fala de um arquivo que ela prometeu e não entregou (a xerox que ela deixou do cap 1 é do livro “Katsung”? que ela prometeu dar em pdf). Então, prestem atenção por que algumas pessoas têm reclamado que os assuntos não são fáceis de achar nos livros... que existem fórmulas matemáticas... o capítulo 1 dá alguns tópicos de farmacocinética e farmacodinâmica que serão estudados mais adiante. A parte de vias de administração vai estar muito resumido dentro do capítulo de farmacocinética. Mas, dá pra ver vias de administração antes de ver farmacocinética. Em farmacocinética teremos muitas fórmulas mas não vou pedir para que vocês decorem estas fórmulas. As vezes precisamos entender a fórmula. Então, vamos continuar a parte de conceitos. A gente terminou de explicar RAM (reação adversa ao medicamento) e efeito colateral. O efeito colateral é explicado pelo mecanismo de ação. Algumas vezes é benéfico e algumas vezes é prejudicial. Por exemplo: fazendo um broncodilatador temos taquicardia. A taquicardia é um efeito colateral que é próprio do mecanismo de ação da substância. Arthur: A minha dúvida é em relação a droga que se não me engano é matéria-prima pra produção de... ai você falou que é o todo... que possui vários princípios ativos... necessariamente ela possui vários princípios ativos? Não tem nenhuma droga que tenha um princípio ativo? Professora: O conceito de droga é que é uma substância natural, mineral ou sintética que possua aplicabilidade na indústria. Servindo de matéria-prima. Podemos ter somente uma substância isolada. É muito difícil.. se for principalmente de composto natural geralmente temos um complexo de substâncias. Arthur: Então, o conceito de droga se igualaria ao de fármaco? Professora: Caso tenhamos apenas um princípio ativo, sim. E isso cai na prova por que precisamos conhecer esses conceitos. Você pode ter uma sintética que já tenha uma substância isolada que tenha uma substância só. Mas, geralmente se for de fontes naturais vocês vão ver que vocês vão ver em fitoterapia que em geral temos o fitocomplexo. Quando temos uma substância isolada ai temos um fitofármaco. Agora vamos ver a parte de farmacologia. Vamos terminar essa parte de conceito.. alguns eu até falei... veículo farmacológico (meio em que a droga está dispersa). Então, por exemplo: se vocês pegarem uma bula vai ter lá o princípio ativo (que é o fármaco – responsável pela ação terapêutica) e os excipientes ou adjuvantes (vão se comportar as vezes como veículo – meio em que a droga vai se encontrar dispersa). Forma farmacêutica: forma como a droga se apresenta (comprimidos, cápsulas, supositórios). São as formas farmacêuticas (pomadas). Tempo de meia vida: tempo necessário para que o fármaco caia pela metade em sua atividade. Temos fármacos de meia vida longos e isso faz com que eles passem muito tempo para cair pela metade. Pode ser de 12h, 24h, 2h, 3h. Raquel: Por favor, repita o conceito de veículo. Professora: Por exemplo, alguns xaropes, do qual o veículo é o açúcar do xarope. A água. É o meio pelo qual o princípio ativo está disperso. Almeida: No caso da insulina. Ela sendo ? Como saber o tempo de meia vida dela. Obs.: não tem como entender. Continuando essa parte conceitual vamos entender o que é medicamento de referência, genérico e similar. Medicamento de referência: é o primeiro medicamento feito, fabricado, inovador. Geralmente é o mais conhecido e mais antigo. A lista de medicamentos de referência é atualizada. Não precisaremos decorar medicamentos de referência. Por exemplo: quando você tem na embalagem... aqui em cima temos o nome comercial/fantasia. Então, os que estão no mercado há muito tempo são os de mais referência mesmo. São os inovadores, são os primeiros, foram submetidos a vários testes de eficácia e segurança. E aprovados pela vigilância nacional de segurança de saúde. Órgão federal competente. Ex.: Tylenol. Muito conhecido da gente. Embaixo do nome fantasia (Tylenol) teremos o nome do princípio ativo. O fármaco é o paracetamol 750mg. E na bula vamos ter determinados insipientes, adjuvantes, corantes, que são para melhorar as características organolépticas do medicamento. Melhora cor, sabor, odor, para que haja uma melhor incorporação dos princípios ativos nos adjuvantes. Melhoram a farmacotécnica e farmacocinética do medicamento e consequentemente a absorção e o mecanismo de ação. Então aqui nós temos um equipamento que é considerado referência, então ele se apresenta dessa forma. Alguma dúvida? Ele é o inovador, o que surgiu no mercado. P: todos que têm essa marca registrada na embalagem é considerado o de referência? R:não. Esse R que aparece ali é de registro. Nem todos têm, aí é uma certa confusão realmente porque as pessoas pensam que só tendo esse R é o de referência, mas, na verdade, o R é de registro. A gente não tem como decorar todos os medicamentos que são de referências. Existem listas publicadas pela vigilância sanitária em que a gente tem esse acesso. A gente pode verificar os medicamentos de referência, os genéricos e os similares. Aqui ninguém precisa estar preocupado em decorar a lista da vigilância sanitária; a gente tem como acessá-las. Mas é óbvio que digo aos meus alunos, que, como médicos, vocês vão atuar em uma determinada área e cada um vai aprender a lidar com nome de medicamentos que são rotineiros no dia a dia de vocês. Então acaba ficando na cabeça os principais medicamentos que vocês vão atuar. Hoje em dia podemos garantir que os medicamentos em circulação têm Segurança comprovada cientificamente. Quando eu estiver fazendo a distinção dos três, vou complementando essa informação. Isso é muito importante mesmo, até porque sempre temos esse questionamento. Eu tenho muitos parentes em minha família que são médicos e muita gente que não acredita em genérico, em similar, a eficácia clínica, às vezes, não teve sucesso com genérico ou similar.. Isso acontece; dentro da minha própria casa já vi isso. Mas aqui eu tenho que ser imparcial, vou mostrar pra você o que realmente temos de conceito técnico em relação a eles três. Então hoje em dia já podemos garantir isso aí, mas antigamente não. O medicamento genérico é similar ao de referência/inovador. Ele pretende ser intercambiável, então pode ser trocado. Geralmente, ele é produzido após a expiração ou renúncia da patente. Que patente é essa? - quando aquele medicamento inovador foi lançado no mercado, existe uma patente em que só ele vai poder produzir aquele medicamento. Essa patente dura 20 anos. Por que será isso, minha gente? - sendo bem direta, é isso: ele precisa garantir o lucro, retorno que ele teve com o investimento e a gente sabe que são milhões, bilhões de dólares envolvidos nesse processo, por isso que 20 anos são garantidos. A não ser que seja uma coisa bem extraordinária que termine essa patente antes do tempo. Então eles têm comprovada eficácia, segurança e qualidade. Quanto aos genéricos, desde 1999, quando foram criados, só são liberados se tiverem sido comprovados questões de eficácia e segurança. Temos esse respaldo dos genérico desde seu lançamento. Vocês acham que no SUS o médico tem que transcrever o remédio genérico ou de referência? - nesse caso, vocês têm que prescrever o nome do medicamento genérico. No privado não, vocês podem escrever os de referência, genérico e simulares; fica a critério de vocês, mas, trabalhando no sistema público, o nome genérico. Como é que a gente pode identificar um medicamento genérico? - Percebe caladamente que ele vai ter o nome genérico, então, por exemplo, amoxicilina, diclofenaco, a gente vai ter o princípio ativo lá em cima.. Paracetamol, nimesulida. A gente não tem nome comercial/fantasia. No genérico a gente vai ter o nome do princípio ativo e a lei que regulamentou o genérico: vai ter o nome medicamento genérico, lei 9787 de 99, ok, minha gente?! Fora isso aí, a gente tem a tarjinha amarela, um G bem grande e, se for medicamento sob prescrição médica ou qualquer uma das tarjas, vai ter isso aí também. O nome do laboratório também. Se for trabalhar no sistema público, vai ter que saber nome de princípio ativo, porque é esse que vem no medicamento genérico. Prestem atenção na caixinha de medicamento similar, o similar também vai ter obrigatoriamente o nome fantasia, mas o que o diferencia do de referência é justamente porque o de referência foi o primeiro, o que lançou no mercado. Então essas marcas ficam muito conhecidas, como, por exemplo, o sorine. O neosoro e outros lançados por aí são similares. Só vai poder produzir o similar após a quebra da patente.
Deixa eu explicar pra vocês.. Até 2003, os similares eram lançados no
mercado sem nenhuma exigência de teste de equivalência, ou seja, não havia nenhuma comprovação científica de que aquele similar que você estava tomando iria funcionar. Estatisticamente, sob teste experimentais, não se existia essa comprovação que, se você tivesse tomando aquele fármaco, a biodisponibilidade iria ser compatível com o de referência. Então, até 2003, quem perguntasse a mim se poderia utilizar medicamento similar, eu diria que de forma alguma! A gente sabe que logicamente as condições de cada paciente, tem pessoas que não vai ter acesso, não terão condições de comprar um medicamento de referência, que é muito mais caro. Mas, se você falar farmacotecnicamente, em questões de segurança do similar, não tinha. Em 2007, foi exigido que realmente eles passassem pelos mesmos testes que o genérico. Então, a partir de 2007, a gente começou a ter os similares passando pelos testes, então já podemos garantir. Para isso, temos uma lista; a vigilância sanitária, a anvisa libera essa lista continuamente. Os medicamentos que são mais solicitados, em que se têm uma pressa maior -digamos assim- de serem comprovados a eficácia e segurança estão passando mais rápido por esses testes de equivalência, aí essa lista está sendo continuamente atualizada. P: então esses medicamentos similares da época de 2003 pra trás tiveram que passar pelo teste ou eles ainda circulam pelo mercado? R: alguns de 2003 pra cá houve a obrigatoriedade deles se adequarem. Existe uma lista de similares que mostra quais são esses similares que já têm essa comprovação. P: então ainda tem medicamentos no mercado que não passaram por esse teste? R: possivelmente ainda sim. E, por isso, nós precisamos ter acesso a essa lista que comprove que tem o similar já em teste, mas a vigilância sanitária já exigiu sim. É essa exigência está sendo cumprida, é porque essas coisas demoram pra que as empresas, indústrias se adequem. Os testes não são baratos. O medicamento similar tem os mesmos princípios ativos, mesmas concentrações, mesma forma farmacêutica (se é cápsula, pomada ou comprimido), via de administração, posologia, indicação terapêutica, preventiva ou diagnóstica do medicamento de referência registrado no órgão federal. Então ele vai ter tudo aquilo semelhante ao de referência. Nós temos essas seguintes características que podem diferir: o tamanho e a forma do produto - às vezes o de referência é um comprimido mais comprido, já o similar, redondo-, essa distinção de forma não tem problema, o prazo de validade distingue do de referência, mas isso também não tem problema, a embalagem, rotulagem, excipientes e veículos também serão diferentes. Os excipientes e veículos dos similares podem diferir do de referência e aí estão as respostas para algumas perguntas; algumas pessoas têm alergias aos tipos de corantes, algum tipo de veículo e, por isso, o médico perde essa credibilidade. O genérico é tal qual, a cópia. Segundo a vigilância sanitária, genérico e similares são cópias; a gente pode ter essa troca entre eles principalmente a partir dessa troca em 2003 e essa adequação em 2007. Teoricamente, tecnicamente você está tomando a mesma coisa. O genérico é a cópia fiel do de referência, já o similar pode mudar algumas coisas, essa é a diferença. Os excipientes são várias substâncias que vão participar do medicamento, da formulação; eles ajudam farmacotecnicamente falando na estruturação química do medicamento, na forma farmacêutica, na incorporação do princípio ativo, eles ajudam e o veículo também, onde o princípio ativo está disperso, que geralmente é água, o próprio xarope. Então os excipientes e veículos estão ali para melhorar a formulação, fazem com que o princípio ativo fica ali dentro incorporado de maneira a melhorar as características de cor, sabor e odor, pois, às vezes, o princípio ativo não tem um cheiro agradável, então eles vão ali para mascarar aquilo ali, principalmente falando em crianças, que têm maior dificuldade de aderir ao tratamento. Então, às vezes, muitas crianças têm alergia a corantes de iogurte, imagine aos de formulação. Pra resumir a história, eles são iguais, a diferença é que a embalagem do genérico é bem característica, o nome do princípio ativo.. Não tem nome fantasia e os similares têm essas pequenas diferenças aí de prazo de validade, do modelo do formato e essa questão do excipiente. Eles podem ter excipientes e veículos iguais aos de referência? - sim! Pode. E, se a gente tiver a garantia que sejam iguais, melhor ainda. Porque essa diferença de nada no excipiente e veículo pode fazer uma diferença. Estou dizendo isso da prática que temos visto clinicamente falando. Tem parente meu que dizia que até pouco tempo não acreditava que já tratamento com crianças com o de referência e similar e ele não teve resultado com o similar (isso antes da obrigatoriedade dos testes). Mas podemos confiar na lista dos medicamentos de 2007 para cá. Em 2003 a RDC obrigou os similares a apresentar esses testes, só que vocês sabem que isso não ocorre do dia para noite; há uma adequação, os medicamentos vão sendo categorizados. E há medicamentos que têm preferência.. Por serem mais caros.. Alguns antibióticos, por exemplo, que já perderam a patente e são caríssimos, têm prioridade. Então tem algumas classes de medicamentos que têm prioridade e os laboratórios vão priorizando. Agora em 2007 que realmente foi obrigado os similares a passarem por esses testes. Na verdade, em 2003 já era obrigado, mas eles ainda foram se adequando e, em 2007, ocorre a obrigatoriedade propriamente dita. P: o genérico é plenamente igual ao de referência? R: teoricamente, plenamente igual. P: o genérico é mais caro que o similar? R: depende Podemos confiar no genérico desde 1999, pois, desde que foram lançados, têm todos os testes de segurança e tudo mais. Porém há genéricos que são mais caros que os de referência, o que não deveria acontecer, pois já quebrou a patente, os custos. Agora realmente hoje em dia nós temos muitos genéricos no mercado. Tudo aqui é na teoria, o que parece maravilhoso essas leis da vigilância sanitária, agora é isso que digo a vocês, tem médicos na minha família, como meu cunhado que mora lá em Brasília, portanto posso falar, já que ele não mora aqui... A farmacoterapia tem que ser individualizada e apenas o profissional médico, através da sua clínica, poderá escolher qual medicamento mais efetivo àquela terapia, seja genérico ou referência. Pelo Ministério da Saúde, ambos tem rigorosamente as mesmas características e efeitos sobre o organismo do paciente, onde passaram por testes de bioequivalência e biodisponibilidade. Ex.:Em uma condição em que paciente relata não haver sucesso com determinado tratamento, pode ter sido não apenas por conta do medicamento, mas a outros múltiplos fatores associados: determinantes fisiológicos ou patológicos do paciente, má administração, dosagem incorreta, interações com outros fármacos ou com alimentos. Não se deve privar o paciente na escolha do medicamento, todos temos acessibilidade a este. Deve-se considerar a eficácia da atuação da Vigilância Sanitária, órgão fiscalizador, na comprovação técnica e cientifica das diferentes classes de fármacos. No Brasil alguns laboratórios estabelecem parcerias com a VS, é o caso da FioCruz, e assim são permitidos a apenas estes realizarem os testes de bioequivalência e biodisponibilidade, ou seja, tais testes são regulamentados. Quanto aos genéricos e similares, eles podem ser considerados cópias. Para o registro de ambos medicamentos há obrigatoriedade de estudos de biodisponibilidade relativa e equivalência farmacêutica. A lei permite um limite na variação entre os medicamentos. Ex.: Não se pode esperar que 100% do medicamento atinja a circulação sanguínea, existe uma variação estatística(80- 120%). Antigamente só existia intercambialidade entre referência e genérico, e não com os similares, devido a falta de testes que comprovassem sua eficácia, segurança e bioequivalência. Hoje a intercambialidade se faz presente entre os três tipos de medicamentos receitados, incluindo o similar, e o farmacêutico é o responsável pela troca farmacêutica (para receitas controladas).Observação: é necessário ter atenção se tal similar já está na lista daqueles aprovados em testes de eficácia, qualidade e segurança. Médico das APS precisam deixar claro na receita o princípio ativo. Já o profissional médico particular geralmente prescreve o medicamento de referência ou o similar. É de grande importância conhecer a necessidade de cada paciente para adotar um tratamento, inclusive suas condições socioeconômicas. Para tanto, se o paciente solicitar ao seu médico a sua preferência pelo genérico(mais barato, geralmente) e tal profissional não aceitar, este precisa prescrever a próprio punho que não aceita receitar a droga. Observação: todo medicamento com tarja vermelha precisa de prescrição médica. Em países desenvolvidos a atuação do farmacêutico é de complementar ao profissional médico, pois ele orienta o paciente quanto às interações farmacológicas e medicamentosas, acompanhando o paciente clinicamente e não apenas na dispensa o medicamento. Então ele acompanha o paciente clinicamente, não simplesmente dispensa o medicamento. Isso deveria ter um maior entusiasmo aqui no Brasil. Alguma dúvida, pessoal? Pra você ver.. Explicar três coisinhas e a gente conseguiu demorar. Espero que tenham tirado as dúvidas. Vamos começar pela parte clínica e administração. Vias de administração, minha gente, é um assunto que, como eu tava falando, tá dentro de farmacocinética. A via de administração é maneira pela qual o medicamento será introduzido com o organismo; é a porta de entrada. Quais são as vias que vocês estão lembrados? - a via mais comum, oral, a endovenosa, transdérmica, sublingual, supositório... Nós vamos estudar dois tipos de vias: parenterais e enterrais. Essas vias estão na dependência de alguns fatores. Então, professora, por que a senhora optou por utilizar a via oral ao invés da intramuscular? Uma via retal no lugar da oral? Isso porque algum desses fatores vão interferir na escolha. Por exemplo: se você quer um conselho efeito local ou sistêmico. Às vezes a gente tem uma contusão.. Não precisa administrar fármaco oralmente, havendo, dessa forma, uma distribuição sistêmica quando, na verdade, necessita-se de uma ação local. Tem que partir dessa necessidade do efeito local ou sistêmico. Às vezes, as propriedades do fármaco e a forma farmacêutica vai interferir, as características do fármaco também vão interferir. A idade do paciente também vai interferir. Em Crianças, por exemplo, temos a tendência de utilizar a via oral, algo mais agradável como o xarope; algo que a anime. A questão da conveniência; às vezes o paciente está acabado, inconsciente, a gente tem que utilizar uma medicação não oral. Todas as vias vão ter as suas vantagens e desvantagens; é preciso avaliar tudo isso aí. P: professora, tem uma história que um remédio tem um pico de ação em determinada hora, aí o paciente não pode escolher a hora que quer.. R: é por causa do tempo de meia vida A gente deve sempre respeitar a questão do horário justamente por causa dos picos de concentração. Aquele antibiótico que é prescrito de 8 em 8 horas você vai e esquece, toma de 12 em 12.. Fica errado, pois nós temos que ter aquela regularidade justamente por questões de farmacocinética e dinâmica; o medicamento vai ter uma curva de concentração, então, se você deixa espaço demais naquele tempo, o efeito dele não vai ser o mesmo. Então realmente tem que ter disciplina, que é um dos pontos da escolha de via de administração. A duração do tratamento é questão da obediência do paciente ao regime terapêutico; o paciente deve procurar obedecer, porque foi isso que eu disse a vocês: Independente de ser medicamento genérico, similar ou de referência, a gente tem muitas queixas de pacientes que não estão tendo êxito no tratamento, mas que, na verdade é culpa do próprio paciente. Questões fisiológicas não podem ser alteradas, mas a questão da alimentação, da obediência dos horários.. Isso aí é papel de cada um mesmo ou de quem está acompanhando aquele indivíduo. Então as vias enterais são as vias pelas quais as substâncias são administradas pela via do trato gastrointestinal. A via parenteral é aquela em que a substância é administrada fora do trato gastrointestinal. E nós vamos ver logo essas. Então, obviamente, vai pegar o trato gastrointestinal da boca até o anus.. E quais são essas vias? - oral, retal, sublingual.. P: a sublingual é enteral ou parenteral? R:é considerada enteral, porque, de todo jeito, ela é colocada na região da boca, mas realmente ela tem uma absorção excepcional, tem uma biodisponibilidade de quase 100% igual à intravenosa. P: é que a sublingual ainda vai absorver e a endovenosa não, já tá no sangue. R: mas a absorção da sublingual é extremamente rápida. A grande vantagem que a sublingual tem é que não vai passar pelo metabolismo de primeira passagem pelo fígado. Então, de maneira Geral, as enterais são simples, o custo é mais baixo, convenientes, indolores A desvantagem das enterais é que ela vai depender da adesão do paciente. A principal, que a gente mais comenta, é a oral, por isso que iremos começar por ela. O principal local de absorção, depois da ingestão do fármaco via oral, é na mucosa do intestino delgado. Vocês já estudaram aí que no intestino delgado nós temos uma área de absorção muito grande devido à presença de microvilosidades, então a maior parte da absorção realmente ocorre no intestino delgado. *PAUSA PARA UM AVISO* Então a maior parte vai ocorrer lá no intestino delgado. É a via mais comum e mais simples, a autoadministração é fácil, conveniente e segura.. Basicamente isso. Agora a desvantagem é que a absorção é limitado em função dos fármacos serem pouco lipossolúveis, certo?! Essa baixa lipossolubilidade faz com que haja uma baixa permeabilidade através das membranas. A gente vai estudar lá na frente, em farmacocinética, que tanto fármacos lipossolúveis demais ou hidrossolúveis demais não serão perfeitos na questão da absorção, mas, quando estivermos estudando farmacocinética, veremos. Os fármacos lipossolúveis têm a vantagem de atravessar a bicamada lipídica com mais facilidade. Vocês lembram que estudaram o modelo da membrana, né?! A bicamada de lipídios, então fármacos que têm uma baixa lipossolubilidade vão atravessar essa camada de lipídios com maior dificuldade. Então a absorção vai ser limitada, por exemplo, por isso aí: fármaco pouco permeável, consequentemente, absorção limitada. Outra desvantagem é que, às vezes, há uma irritação na mucosa do trato gastrointestinal e o paciente vai apresentar vômitos e aí o paciente com vomito vai perder o efeito do medicamento. Outra desvantagem é que a via oral é sujeita ao metabolismo de primeira passagem e esse metabolismo que estou falando é passando pelo fígado, vocês já ouviram falar? Sabe o que acontece? - Quando a gente administra um medicamento, a maior parte da absorção ocorre no intestino, aí nós temos aqui veias mesentéricas e veias que vão Cair no sistema porta e que vão levar esse fármaco para o fígado, então, quando a gente fala no metabolismo de primeira passagem pelo fígado, é porque antes de entrar na circulação sistêmica, ele passa pelo fígado e, quando passa pelo fígado, antes da circulação sistêmica, nós vamos ter uma perda de princípio ativo, por isso que falamos em perda de primeira passagem pelo fígado. A biodisponibilidade de fármacos via oral fica às vezes somente 5% ou até um pouco menos de 100. A biodisponibilidade, que é a quantidade que chega efetivamente à circulação sistêmica, então dependendo da via de administração, a biodisponibilidade vai ser maior ou menor. Essa variação é de acordo com as propriedades do fármaco e ainda tem a questão das enzimas, porque temos enzimas que podem inativar uma fração desse fármaco e isso isso é o conceito de biodisponibilidade errática:você tem uma biodisponibilidade esperada, mas, de repente, você teve algumas enzimas que inativaram parte daquele fármaco. Quando nós ingerimos o medicamento e ele sai e atinge o sistema portal, antes mesmo de chegar lá no fígado, algumas vezes são metabolizados em pequena extensão no próprio intestino delgado ou então no próprio sistema das veias portais, mas, de maneira geral, essa perda de primeira passagem que falamos, ocorre no fígado, é o mais importante e praticamente é o que consideramos. A droga foi administrada, a absorção em grande parte no instrutivo delgado e, quando ela vai passando pelo fígado, antes de ser levada à circulação, a gente chama isso de metabolismo de primeira passagem. Mesmo com tantas desvantagens, a via oral ainda é utilizada porque tem suas vantagens: a acessibilidade, segurança...Essas questões aí também, como irregularidade na absorção e propulsão desse fármaco ao longo do trato gastrointestinal também pode acontecer. E por que acontecem irregularidades tanto de propulsão quanto de absorção? - Pode acontecer devido à alteração por outros fármacos utilizados pela pessoa ou alimentos. Tem fármacos, por exemplo, que mexem com a motilidade do trato gastrointestinal, eles vão diminuir ou acelerar a motilidade, assim como os alimentos; isso seria outra desvantagem, como também a dependência da colaboração do paciente.