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Grupo 2

Aula 2 farmacologia – 23/02


Conceitos de vias de administracao
Qual o assunto de hoje? Vamos terminar os conceitos e começar vias
de administração. Eu não gosto de prometer as coisas e não cumprir. Obs.:
ela fala de um arquivo que ela prometeu e não entregou (a xerox que ela
deixou do cap 1 é do livro “Katsung”? que ela prometeu dar em pdf). Então,
prestem atenção por que algumas pessoas têm reclamado que os assuntos
não são fáceis de achar nos livros... que existem fórmulas matemáticas... o
capítulo 1 dá alguns tópicos de farmacocinética e farmacodinâmica que serão
estudados mais adiante. A parte de vias de administração vai estar muito
resumido dentro do capítulo de farmacocinética. Mas, dá pra ver vias de
administração antes de ver farmacocinética. Em farmacocinética teremos
muitas fórmulas mas não vou pedir para que vocês decorem estas fórmulas.
As vezes precisamos entender a fórmula. Então, vamos continuar a parte de
conceitos. A gente terminou de explicar RAM (reação adversa ao
medicamento) e efeito colateral. O efeito colateral é explicado pelo
mecanismo de ação. Algumas vezes é benéfico e algumas vezes é
prejudicial. Por exemplo: fazendo um broncodilatador temos taquicardia. A
taquicardia é um efeito colateral que é próprio do mecanismo de ação da
substância.
Arthur: A minha dúvida é em relação a droga que se não me engano é
matéria-prima pra produção de... ai você falou que é o todo... que possui
vários princípios ativos... necessariamente ela possui vários princípios ativos?
Não tem nenhuma droga que tenha um princípio ativo?
Professora: O conceito de droga é que é uma substância natural,
mineral ou sintética que possua aplicabilidade na indústria. Servindo de
matéria-prima. Podemos ter somente uma substância isolada. É muito difícil..
se for principalmente de composto natural geralmente temos um complexo de
substâncias.
Arthur: Então, o conceito de droga se igualaria ao de fármaco?
Professora: Caso tenhamos apenas um princípio ativo, sim. E isso cai
na prova por que precisamos conhecer esses conceitos.
Você pode ter uma sintética que já tenha uma substância isolada que
tenha uma substância só. Mas, geralmente se for de fontes naturais vocês
vão ver que vocês vão ver em fitoterapia que em geral temos o fitocomplexo.
Quando temos uma substância isolada ai temos um fitofármaco. Agora
vamos ver a parte de farmacologia. Vamos terminar essa parte de conceito..
alguns eu até falei... veículo farmacológico (meio em que a droga está
dispersa). Então, por exemplo: se vocês pegarem uma bula vai ter lá o
princípio ativo (que é o fármaco – responsável pela ação terapêutica) e os
excipientes ou adjuvantes (vão se comportar as vezes como veículo – meio
em que a droga vai se encontrar dispersa). Forma farmacêutica: forma como
a droga se apresenta (comprimidos, cápsulas, supositórios). São as formas
farmacêuticas (pomadas). Tempo de meia vida: tempo necessário para que o
fármaco caia pela metade em sua atividade. Temos fármacos de meia vida
longos e isso faz com que eles passem muito tempo para cair pela metade.
Pode ser de 12h, 24h, 2h, 3h.
Raquel: Por favor, repita o conceito de veículo.
Professora: Por exemplo, alguns xaropes, do qual o veículo é o açúcar
do xarope. A água. É o meio pelo qual o princípio ativo está disperso.
Almeida: No caso da insulina. Ela sendo ? Como saber o tempo de
meia vida dela. Obs.: não tem como entender.
Continuando essa parte conceitual vamos entender o que é
medicamento de referência, genérico e similar. Medicamento de referência: é
o primeiro medicamento feito, fabricado, inovador. Geralmente é o mais
conhecido e mais antigo. A lista de medicamentos de referência é atualizada.
Não precisaremos decorar medicamentos de referência. Por exemplo:
quando você tem na embalagem... aqui em cima temos o nome
comercial/fantasia. Então, os que estão no mercado há muito tempo são os
de mais referência mesmo. São os inovadores, são os primeiros, foram
submetidos a vários testes de eficácia e segurança. E aprovados pela
vigilância nacional de segurança de saúde. Órgão federal competente. Ex.:
Tylenol. Muito conhecido da gente. Embaixo do nome fantasia (Tylenol)
teremos o nome do princípio ativo. O fármaco é o paracetamol 750mg. E na
bula vamos ter determinados insipientes, adjuvantes, corantes, que são para
melhorar as características organolépticas do medicamento. Melhora cor,
sabor, odor, para que haja uma melhor incorporação dos princípios ativos nos
adjuvantes. Melhoram a farmacotécnica e farmacocinética do medicamento e
consequentemente a absorção e o mecanismo de ação.
Então aqui nós temos um equipamento que é considerado referência,
então ele se apresenta dessa forma. Alguma dúvida? Ele é o inovador, o que
surgiu no mercado.
P: todos que têm essa marca registrada na embalagem é considerado
o de referência?
R:não. Esse R que aparece ali é de registro. Nem todos têm, aí é uma
certa confusão realmente porque as pessoas pensam que só tendo esse R é
o de referência, mas, na verdade, o R é de registro. A gente não tem como
decorar todos os medicamentos que são de referências. Existem listas
publicadas pela vigilância sanitária em que a gente tem esse acesso. A gente
pode  verificar os medicamentos de referência, os genéricos e os similares.
Aqui ninguém precisa estar preocupado em decorar a lista da vigilância
sanitária; a gente tem como acessá-las. Mas é óbvio que digo aos meus
alunos, que, como médicos, vocês vão atuar em uma determinada área e
cada um vai aprender a lidar com nome de medicamentos que são rotineiros
no dia a dia de vocês. Então acaba ficando na cabeça os principais
medicamentos que vocês vão atuar. 
Hoje em dia podemos garantir que os medicamentos em circulação
têm Segurança comprovada cientificamente. Quando eu estiver fazendo a
distinção dos três, vou complementando essa informação. Isso é muito
importante mesmo, até porque sempre temos esse questionamento. Eu tenho
muitos parentes em minha família que são médicos e muita gente que não
acredita em genérico, em similar, a eficácia clínica, às vezes, não teve
sucesso com genérico ou similar.. Isso acontece; dentro da minha própria
casa já vi isso. Mas aqui eu tenho que ser imparcial, vou mostrar pra você o
que realmente temos de conceito técnico em relação a eles três. Então hoje
em dia já podemos garantir isso aí, mas antigamente não. 
O medicamento genérico é similar ao de referência/inovador. Ele
pretende ser intercambiável, então pode ser trocado. Geralmente, ele é
produzido após a expiração ou renúncia da patente. Que patente é essa? -
quando aquele medicamento inovador foi lançado no mercado, existe uma
patente em que só ele vai poder produzir aquele medicamento. Essa patente
dura 20 anos. Por que será isso, minha gente? - sendo bem direta, é isso: ele
precisa garantir o lucro, retorno que ele teve com o investimento e a gente
sabe que são milhões, bilhões de dólares envolvidos nesse processo, por
isso que 20 anos são garantidos. A não ser que seja uma coisa bem
extraordinária que termine essa patente antes do tempo. 
Então eles têm comprovada eficácia, segurança e qualidade. Quanto
aos genéricos, desde 1999, quando foram criados, só são liberados se
tiverem sido comprovados questões de eficácia e segurança. Temos esse
respaldo dos genérico desde seu lançamento. Vocês acham que no SUS o
médico tem que transcrever o remédio genérico ou de referência? - nesse
caso, vocês têm que prescrever o nome do medicamento genérico. No
privado não, vocês podem escrever os de referência, genérico e simulares;
fica a critério de vocês, mas, trabalhando no sistema público, o nome
genérico. Como é que a gente pode identificar um medicamento genérico? -
Percebe caladamente que ele vai ter o nome genérico, então, por exemplo,
amoxicilina, diclofenaco, a gente vai ter o princípio ativo lá em cima..
Paracetamol, nimesulida. A gente não tem nome comercial/fantasia. No
genérico a gente vai ter o nome do princípio ativo e a lei que regulamentou o
genérico: vai ter o nome medicamento genérico, lei 9787 de 99, ok, minha
gente?! Fora isso aí, a gente tem a tarjinha amarela, um G bem grande e, se
for medicamento sob prescrição médica ou qualquer uma das tarjas, vai ter
isso aí também. O nome do laboratório também. Se for trabalhar no sistema
público, vai ter que saber nome de princípio ativo, porque é esse que vem no
medicamento genérico. Prestem atenção na caixinha de medicamento
similar, o similar também vai ter obrigatoriamente o nome fantasia, mas o que
o diferencia do de referência é justamente porque o de referência foi o
primeiro, o que lançou no mercado. Então essas marcas ficam muito
conhecidas, como, por exemplo, o sorine. O neosoro e outros lançados por aí
são similares. Só vai poder produzir o similar após a quebra da patente. 

Deixa eu explicar pra vocês.. Até 2003, os similares eram lançados no


mercado sem nenhuma exigência de teste de equivalência, ou seja, não
havia nenhuma comprovação científica de que aquele similar que você
estava tomando iria funcionar. Estatisticamente, sob teste experimentais, não
se existia essa comprovação que, se você tivesse tomando aquele fármaco,
a biodisponibilidade iria ser compatível com o de referência. Então, até 2003,
quem perguntasse a mim se poderia utilizar medicamento similar, eu diria
que de forma alguma! A gente sabe que logicamente as condições de cada
paciente, tem pessoas que não vai ter acesso, não terão condições de
comprar um medicamento de referência, que é muito mais caro. Mas, se você
falar farmacotecnicamente, em questões de segurança do similar, não tinha.
Em 2007, foi exigido que realmente eles passassem pelos mesmos testes
que o genérico. Então, a partir de 2007, a gente começou a ter os similares
passando pelos testes, então já podemos garantir.
Para isso, temos uma lista; a vigilância sanitária, a anvisa libera essa
lista continuamente. Os medicamentos que são mais solicitados, em que se
têm uma pressa maior -digamos assim- de serem comprovados a eficácia e
segurança estão passando mais rápido por esses testes de equivalência, aí
essa lista está sendo continuamente atualizada.
P: então esses medicamentos similares da época de 2003 pra trás
tiveram que passar pelo teste ou eles ainda circulam pelo mercado? 
R: alguns de 2003 pra cá houve a obrigatoriedade deles se
adequarem. Existe uma lista de similares que mostra quais são esses
similares que já têm essa comprovação. 
P: então ainda tem medicamentos no mercado que não passaram por
esse teste?
R: possivelmente ainda sim. E, por isso, nós precisamos ter acesso a
essa lista que comprove que tem o similar já em teste, mas a vigilância
sanitária já exigiu sim. É essa exigência está sendo cumprida, é porque
essas coisas demoram pra que as empresas, indústrias se adequem. Os
testes não são baratos.
O medicamento similar tem os mesmos princípios ativos, mesmas
concentrações, mesma forma farmacêutica (se é cápsula, pomada ou
comprimido), via de administração, posologia, indicação terapêutica,
preventiva ou diagnóstica do medicamento de referência registrado no órgão
federal. Então ele vai ter tudo aquilo semelhante ao de referência. Nós temos
essas seguintes características que podem diferir: o tamanho e a forma do
produto - às vezes o de referência é um comprimido mais comprido, já o
similar, redondo-, essa distinção de forma não tem problema, o prazo de
validade distingue do de referência, mas isso também não tem problema, a
embalagem, rotulagem, excipientes e veículos também serão diferentes. Os
excipientes e veículos dos similares podem diferir do de referência e aí estão
as respostas para algumas perguntas; algumas pessoas têm alergias aos
tipos de corantes, algum tipo de veículo e, por isso, o médico perde essa
credibilidade. O genérico é tal qual, a cópia. Segundo a vigilância sanitária,
genérico e similares são cópias; a gente pode ter essa troca entre eles
principalmente a partir dessa troca em 2003 e essa adequação em 2007.
Teoricamente, tecnicamente você está tomando a mesma coisa. O genérico
é a cópia fiel do de referência, já o similar pode mudar algumas coisas, essa
é a diferença. Os excipientes são várias substâncias que vão participar do
medicamento, da formulação; eles ajudam farmacotecnicamente falando na
estruturação química do medicamento, na forma farmacêutica, na
incorporação do princípio ativo, eles ajudam e o veículo também, onde o
princípio ativo está disperso, que geralmente é água, o próprio xarope. Então
os excipientes e veículos estão ali para melhorar a formulação, fazem com
que o princípio ativo fica ali dentro incorporado de maneira a melhorar as
características de cor, sabor e odor, pois, às vezes, o princípio ativo não tem
um cheiro agradável, então eles vão ali para mascarar aquilo ali,
principalmente falando em crianças, que têm maior dificuldade de aderir ao
tratamento. Então, às vezes, muitas crianças têm alergia a corantes de
iogurte, imagine aos de formulação. Pra resumir a história, eles são iguais, a
diferença é que a embalagem do genérico é bem característica, o nome do
princípio ativo.. Não tem nome fantasia e os similares têm essas pequenas
diferenças aí de prazo de validade, do modelo do formato e essa questão do
excipiente. Eles podem ter excipientes e veículos iguais aos de referência? -
sim! Pode. E, se a gente tiver a garantia que sejam iguais, melhor ainda.
Porque essa diferença de nada no excipiente e veículo pode fazer uma
diferença. Estou dizendo isso da prática que temos visto clinicamente
falando. Tem parente meu que dizia que até pouco tempo não acreditava que
já tratamento com crianças com o de referência e similar e ele não teve
resultado com o similar (isso antes da obrigatoriedade dos testes).
Mas podemos confiar na lista dos medicamentos de 2007 para cá. Em
2003 a RDC obrigou os similares a apresentar esses testes, só que vocês
sabem que isso não ocorre do dia para noite; há uma adequação, os
medicamentos vão sendo categorizados. E há medicamentos que têm
preferência.. Por serem mais caros.. Alguns antibióticos, por exemplo, que já
perderam a patente e são caríssimos, têm prioridade. Então tem algumas
classes de medicamentos que têm prioridade e os laboratórios vão
priorizando. Agora em 2007 que realmente foi obrigado os similares a
passarem por esses testes. Na verdade, em 2003 já era obrigado, mas eles
ainda foram se adequando e, em 2007, ocorre a obrigatoriedade
propriamente dita.
P: o genérico é plenamente igual ao de referência? 
R: teoricamente, plenamente igual.
P: o genérico é mais caro que o similar? 
R: depende 
Podemos confiar no genérico desde 1999, pois, desde que foram
lançados, têm todos os testes de segurança e tudo mais. Porém há genéricos
que são mais caros que os de referência, o que não deveria acontecer, pois
já quebrou a patente, os custos. Agora realmente hoje em dia nós temos
muitos genéricos no mercado. 
Tudo aqui é na teoria, o que parece maravilhoso essas leis da
vigilância sanitária, agora é isso que digo a vocês, tem médicos na minha
família, como meu cunhado que mora lá em Brasília, portanto posso falar, já
que ele não mora aqui... 
A farmacoterapia tem que ser individualizada e apenas o profissional
médico, através da sua clínica, poderá escolher qual medicamento mais
efetivo àquela terapia, seja genérico ou referência. Pelo Ministério da Saúde,
ambos tem rigorosamente as mesmas características e efeitos sobre o
organismo do paciente, onde passaram por testes de bioequivalência e
biodisponibilidade. Ex.:Em uma condição em que paciente relata não haver
sucesso com determinado tratamento, pode ter sido não apenas por conta do
medicamento, mas a outros múltiplos fatores associados: determinantes
fisiológicos ou patológicos do paciente, má administração, dosagem
incorreta, interações com outros fármacos ou com alimentos. Não se deve
privar o paciente na escolha do medicamento, todos temos acessibilidade a
este. Deve-se considerar a eficácia da atuação da Vigilância Sanitária, órgão
fiscalizador, na comprovação técnica e cientifica das diferentes classes de
fármacos. No Brasil alguns laboratórios estabelecem parcerias com a VS, é o
caso da FioCruz, e assim são permitidos a apenas estes realizarem os testes
de bioequivalência e biodisponibilidade, ou seja, tais testes são
regulamentados.
Quanto aos genéricos e similares, eles podem ser considerados
cópias. Para o registro de ambos medicamentos há obrigatoriedade de
estudos de biodisponibilidade relativa e equivalência farmacêutica. A lei
permite um limite na variação entre os medicamentos. Ex.: Não se pode
esperar que 100% do medicamento atinja a circulação sanguínea, existe
uma variação estatística(80- 120%).
Antigamente só existia intercambialidade entre referência e genérico, e
não com os similares, devido a falta de testes que comprovassem sua
eficácia, segurança e bioequivalência. Hoje a intercambialidade se faz
presente entre os três tipos de medicamentos receitados, incluindo o similar,
e o farmacêutico é o responsável pela troca farmacêutica (para receitas
controladas).Observação: é necessário ter atenção se tal similar já está na
lista daqueles aprovados em testes de eficácia, qualidade e segurança.
Médico das APS precisam deixar claro na receita o princípio ativo. Já o
profissional médico particular geralmente prescreve o medicamento de
referência ou o similar. É de grande importância conhecer a necessidade de
cada paciente para adotar um tratamento, inclusive suas condições
socioeconômicas. Para tanto, se o paciente solicitar ao seu médico a sua
preferência pelo genérico(mais barato, geralmente) e tal profissional não
aceitar, este precisa prescrever a próprio punho que não aceita receitar a
droga. Observação: todo medicamento com tarja vermelha precisa de
prescrição médica. Em países desenvolvidos a atuação do farmacêutico é de
complementar ao profissional médico, pois ele orienta o paciente quanto às
interações farmacológicas e medicamentosas, acompanhando o paciente
clinicamente e não apenas na dispensa o medicamento.
Então ele acompanha o paciente clinicamente, não simplesmente
dispensa o medicamento. Isso deveria ter um maior entusiasmo aqui no
Brasil. Alguma dúvida, pessoal? Pra você ver.. Explicar três coisinhas e a
gente conseguiu demorar. Espero que tenham tirado as dúvidas. 
Vamos começar pela parte clínica e administração. Vias de
administração, minha gente, é um assunto que, como eu tava falando, tá
dentro de farmacocinética. A via de administração é maneira pela qual o
medicamento será introduzido com o organismo; é a porta de entrada. Quais
são as vias que vocês estão lembrados? - a via mais comum, oral, a
endovenosa, transdérmica, sublingual, supositório... Nós vamos estudar dois
tipos de vias: parenterais e enterrais. Essas vias estão na dependência de
alguns fatores. Então, professora, por que a senhora optou por utilizar a via
oral ao invés da intramuscular? Uma via retal no lugar da oral? Isso porque
algum desses fatores vão interferir na escolha. Por exemplo: se você quer um
conselho efeito local ou sistêmico. Às vezes a gente tem uma contusão.. Não
precisa administrar fármaco oralmente, havendo, dessa forma, uma
distribuição sistêmica quando, na verdade, necessita-se de uma ação local.
Tem que partir dessa necessidade do efeito local ou sistêmico. Às vezes, as
propriedades do fármaco e a forma farmacêutica vai interferir, as
características do fármaco também vão interferir. A idade do paciente
também vai interferir. Em Crianças, por exemplo, temos a tendência de
utilizar a via oral, algo mais agradável como o xarope; algo que a anime. A
questão da conveniência; às vezes o paciente está acabado, inconsciente, a
gente tem que utilizar uma medicação não oral. Todas as vias vão ter as suas
vantagens e desvantagens; é preciso avaliar tudo isso aí.
P: professora, tem uma história que um remédio tem um pico de ação
em determinada hora, aí o paciente não pode escolher a hora que quer.. 
R: é por causa do tempo de meia vida
A gente deve sempre respeitar a questão do horário justamente por
causa dos picos de concentração. Aquele antibiótico que é prescrito de 8 em
8 horas você vai e esquece, toma de 12 em 12.. Fica errado, pois nós temos
que ter aquela regularidade justamente por questões de farmacocinética e
dinâmica; o medicamento vai ter uma curva de concentração, então, se você
deixa espaço demais naquele tempo, o efeito dele não vai ser o mesmo.
Então realmente tem que ter disciplina, que é um dos pontos da escolha de
via de administração. A duração do tratamento é questão da obediência do
paciente ao regime terapêutico; o paciente deve procurar obedecer, porque
foi isso que eu disse a vocês: Independente de ser medicamento genérico,
similar ou de referência, a gente tem muitas queixas de pacientes que não
estão tendo êxito no tratamento, mas que, na verdade é culpa do próprio
paciente. Questões fisiológicas não podem ser alteradas, mas a questão da
alimentação, da obediência dos horários.. Isso aí é papel de cada um mesmo
ou de quem está acompanhando aquele indivíduo. 
Então as vias enterais são as vias pelas quais as substâncias são
administradas pela via do trato gastrointestinal. 
A via parenteral é aquela em que a substância é administrada fora do
trato gastrointestinal. E nós vamos ver logo essas. 
Então, obviamente, vai pegar o trato gastrointestinal da boca até o
anus.. E quais são essas vias? - oral, retal, sublingual..  
P: a sublingual é enteral ou parenteral?
R:é considerada enteral, porque, de todo jeito, ela é colocada na
região da boca, mas realmente ela tem uma absorção excepcional, tem uma
biodisponibilidade de quase 100% igual à intravenosa. 
P: é que a sublingual ainda vai absorver e a endovenosa não, já tá no
sangue. 
R: mas a absorção da sublingual é extremamente rápida. A grande
vantagem que a sublingual tem é que não vai passar pelo metabolismo de
primeira passagem pelo fígado. 
Então, de maneira Geral, as enterais são simples, o custo é mais
baixo, convenientes, indolores 
A desvantagem das enterais é que ela vai depender da adesão do
paciente. 
A principal, que a gente mais comenta, é a oral, por isso que iremos
começar por ela. O principal local de absorção, depois da ingestão do
fármaco via oral, é na mucosa do intestino delgado. Vocês já estudaram aí
que no intestino delgado nós temos uma área de absorção muito grande
devido à presença de microvilosidades, então a maior parte da absorção
realmente ocorre no intestino delgado. 
*PAUSA PARA UM AVISO*
Então a maior parte vai ocorrer lá no intestino delgado. É a via mais
comum e mais simples, a autoadministração é fácil, conveniente e segura..
Basicamente isso. Agora a desvantagem é que a absorção é limitado em
função dos fármacos serem pouco lipossolúveis, certo?! Essa baixa
lipossolubilidade faz com que haja uma baixa permeabilidade através das
membranas. A gente vai estudar lá na frente, em farmacocinética, que tanto
fármacos lipossolúveis demais ou hidrossolúveis demais não serão perfeitos
na questão da absorção, mas, quando estivermos estudando
farmacocinética, veremos. Os fármacos lipossolúveis têm a vantagem de
atravessar a bicamada lipídica com mais facilidade. Vocês lembram que
estudaram o modelo da membrana, né?! A bicamada de lipídios, então
fármacos que têm uma baixa lipossolubilidade vão atravessar essa camada
de lipídios com maior dificuldade. Então a absorção vai ser limitada, por
exemplo, por isso aí: fármaco pouco permeável, consequentemente,
absorção limitada. 
Outra desvantagem é que, às vezes, há uma irritação na mucosa do
trato gastrointestinal e o paciente vai apresentar vômitos e aí o paciente com
vomito vai perder o efeito do medicamento. 
Outra desvantagem é que a via oral é sujeita ao metabolismo de
primeira passagem e esse metabolismo que estou falando é passando pelo
fígado, vocês já ouviram falar? Sabe o que acontece? - Quando a gente
administra um medicamento, a maior parte da absorção ocorre no intestino,
aí nós temos aqui veias mesentéricas e veias que vão Cair no sistema porta
e que vão levar esse fármaco para o fígado, então, quando a gente fala no
metabolismo de primeira passagem pelo fígado, é porque antes de entrar na
circulação sistêmica, ele passa pelo fígado e, quando passa pelo fígado,
antes da circulação sistêmica, nós vamos ter uma perda de princípio ativo,
por isso que falamos em perda de primeira passagem pelo fígado. A
biodisponibilidade de fármacos via oral fica às vezes somente 5% ou até um
pouco menos de 100. A biodisponibilidade, que é a quantidade que chega
efetivamente à circulação sistêmica, então dependendo da via de
administração, a biodisponibilidade vai ser maior ou menor. Essa variação é
de acordo com as propriedades do fármaco e ainda tem a questão das
enzimas, porque temos enzimas que podem inativar uma fração desse
fármaco e isso isso é o conceito de biodisponibilidade errática:você tem uma
biodisponibilidade esperada, mas, de repente, você teve algumas enzimas
que inativaram parte daquele fármaco. Quando nós ingerimos o medicamento
e ele sai e atinge o sistema portal, antes mesmo de chegar lá no fígado,
algumas vezes são metabolizados em pequena extensão no próprio intestino
delgado ou então no próprio sistema das veias portais, mas, de maneira
geral, essa perda de primeira passagem que falamos, ocorre no fígado, é o
mais importante e praticamente é o que consideramos. A droga foi
administrada, a absorção em grande parte no instrutivo delgado e, quando
ela vai passando pelo fígado, antes de ser levada à circulação, a gente
chama isso de metabolismo de primeira passagem. Mesmo com tantas
desvantagens, a via oral ainda é utilizada porque tem suas vantagens: a
acessibilidade, segurança...Essas questões aí também, como irregularidade
na absorção e propulsão desse fármaco ao longo do trato gastrointestinal
também pode acontecer. E por que acontecem irregularidades tanto de
propulsão quanto de absorção? - Pode acontecer devido à alteração por
outros fármacos utilizados pela pessoa ou alimentos. Tem fármacos, por
exemplo, que mexem com a motilidade do trato gastrointestinal, eles vão
diminuir ou acelerar a motilidade, assim como os alimentos; isso seria outra
desvantagem, como também a dependência da colaboração do paciente. 

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