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Ei!! Você adquiriu minha apostila de Farmacologia! Antes de você começar a se deliciar com esse monte de
conteúdo, gostaria de falar algumas coisinhas.

• Este material foi inteiramente produzido com base nas minhas anotações e aulas da disciplina
Terapêutica Medicamentosa e com o livro Farmacologia aplicada a Medicina Veterinária.
• Minha sugestão para uma melhor utilização dessa apostila, é que você a imprima e encaderne-a,
para que ela se torne um material de estudos completo que você possa levar sempre com você.
• Essa apostila é um material DE APOIO, nunca utilize apostila de terceiros como base única e
principal para seu estudos, ela nunca irá substituir uma aula da sua faculdade, ou um livro de
referência.
• Meu direct está sempre aberto para que você possa comentar qualquer coisa sobre a apostila, desde
um errinho que você possa ter percebido, uma observação que você gostaria de fazer, ou até mesmo
para tirar alguma dúvida sobre algo que você não entendeu muito bem. Estarei lá a postos para
responder! :)

Agora eu gostaria de pedir um favor.... Depois de dar uma olhadinha ou finalizar a apostila, você poderia
mandar seu feedback para mim? Posta no seus stories me marcando, ou me manda uma mensagem no
direct falando o que você achou. Esse retorno é muito importante para que eu possa saber se estou indo no
caminho certo, ou se preciso mudar algo.
Para finalizar, gostaria de agradecer a confiança no meu trabalho, e principalmente por ter adquirido a
apostila. Eu espero do fundo do meu coração, que ela te auxilie bastante nos estudos.

Beijos, Emilly (@studiesmvet)

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Introdução a farmacologia.............................................................................................. 04
Farmacocinética.............................................................................................................. 08
Farmacodinâmica........................................................................................................... 17

Formas farmac., vias de adm. e prescrição de medicamento................................... 26


Terapêut. do Sist. Nerv; Junção neuromuscular; Adrenérgicas e Colinérgicas............ 38
Farmacologia do Sist. Nerv. Perif. – drogas adrenérgicas.............................................. 51
Farmacologia do Sist. Nerv. Perif. – drogas colinérgicas................................................ 65
Terapêutica do Sistema Nervoso Central........................................................................73
Controle da dor – AINES E AIES....................................................................................... 81
Antimicrobianos.............................................................................................................. 96
Exercícios e gabarito....................................................................................................... 105

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Histórico da farmacologia
• 3.000 a.C já existia relatos da terapêutica, sendo representadas por ‘’poções mágicas’’ e/ou remédios à base
de ervas.
• As ciência biomédicas (patologia, fisiologia, bioquímica) trouxeram embasamento para a farmacologia crescer.
• A farmacologia começou no empirismo, mas foram sintetizadas (desenvolvidas) em grande escala pelas
indústrias farmacêuticas no comércio.
• Nos anos 2000, duas ciências começaram a trabalhar junto com a farmacologia: a biofarmacêutica e a biologia
molecular.

Farmacologia
É a ciência que estuda as interações entre os compostos químicos como organismos vivos ou sistemas biológicos,
resultando em um efeito maléfico (tóxico) ou benéfico (medicamento).

Na farmacologia estuda-se: origem, propriedades, absorção, distribuição, mecanismos de ação (MA),


biotransformação, eliminação e reação adversa (RAM).

Por que estudar farmacologia?

• Para compreender o mecanismo pelo qual uma substância química administrada afeta o funcionamento de
um organismo.
• Para ter sucesso terapêutico ao tratar uma doença.
• Para escolher o fármaco mais adequado para certas características fisiopatológicas.
• Para garantir que o fármaco atinja a concentração adequada.

Conceitos básicos
• Farmacologia: estudo da fonte (farmacognosia), ação e destino (farmacodinâmica) da droga no organismo.
• Farmacoterapia: técnica que usa medicamentos na prevenção e tratamento de doenças.
• Droga: qualquer substância química que em quantidade suficiente desempenha função terapêutica ou
maléfica.
• Fármaco: substância química que é o princípio ativo do medicamento.
• Medicamento: produto que pode conter um ou mais princípios ativos já na forma que deve ser usada pelo
paciente.

Ou seja, o princípio ativo após ser trabalhado


no laboratório passa a ser um medicamento

Observação: Todo medicamento é um fármaco (tem princípio ativo), mas nem todo fármaco é um medicamento. Ou
seja, nem todo princípio ativo ‘’vira’’ medicamento.

• Remédio: toda substância ou procedimento que promova cura ou alivio imediato. O remédio não
necessariamente vai ser uma substância química. Ex: massagem, tratamento de choque, chás. Qualquer coisa
que promova alívio da dor.
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• Fórmula médico-veterinária: conjunto de bases e instruções para o tutor usar aquela medicação.
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Efeitos adversos e benéficos
Os fármacos podem ter efeitos benéficos ou adversos.

A toxicidade geralmente é causada pela utilização da dosagem errada do medicamento.

Propriedades da droga ideal


• Efetividade -> cumprir o que precisa
• Segurança -> resultado positivo
• Seletividade -> agir num sítio específico
• Reversibilidade -> antídoto (tem que ter algo para reverter a ação do medicamento)
• Fácil administração -> aplicação
• Mínimas interações -> com alimentos e fármacos (ex: mesmo que o paciente não esteja em jejum, ou esteja
fazendo uso de outro medicamento, essa droga não irá interagir com a comida ou com esse outro fármaco)

Janela terapêutica
As drogas ideiais precisam atingir a chamada ‘’janela terapêutica’’. Essa janela é a faixa de segurança para trabalhar
com um fármaco, dentro da menor concentração e a concentração potencialmente tóxica.

Ex: Medicamento que 10mg é sua menor concentração geradora de efeito e sua DL (dose letal) ou concentração
potencialmente tóxica é 100mg. Se administrarmos 5mg vai gerar uma subterapia, e se administrarmos mais de
100mg, vai causar uma toxicidade. Ele precisa ser administrado dentro dessa janela terapêutica.
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Concentração no sítio alvo Efeitos
Excessiva Tóxicos
Máxima permitida Potencialmente tóxicos
Ótima Terapêutico
Limiar Parcialmente eficazes
Insuficientes Ausente

Outros conceitos básicos


• Meia vida: é o tempo necessário para que metade de uma substância da concentração inicial seja removido
do organismo por um processo químico ou físico. Ex: um medicamento com 10mg de concentração é
administrado, depois de 2 horas tem 5mg no organismo. Então 2 horas é o tempo de meia vida desse
medicamento.
• Especificidade: capacidade do fármaco de reconhecer apenas um receptor.
• Afinidade: tendência do fármaco de se ligar ao receptor.
• Eficácia: capacidade de um fármaco após ligado causar um efeito benéfico.

Observações: 1. Quanto mais receptores, um fármaco se ligar, mais efeito colateral ele vai gerar.
2. Uma droga pode ter afinidade com um receptor, mas ainda assim não ter eficácia.

• Fórmula farmacêutica: é o conjunto de substâncias que compõe a forma pela qual os medicamentos são
apresentados. Possui o principio ativo (agente quimico), o corretivo (sabor, corantes, açucares) e o veículo (dá
volume e a forma). Ou seja, ela já sai do laboratório prontinha.
• Forma farmacêutica: é a maneira física pela qual o medicamento se apresenta. Ex: comprimido, xarope etc.

Ações dos medicamentos


Os medicamentos tem 4 tipos de ações diferentes:

• Preventiva ou profilática: quando evita o aparecimento de doenças ou reduz a gravidade da mesma


• Diagnóstica: para realização de exames; ex: raio-x com contraste.
• Terapêutica: quando é usada no tratamento da doença
• Paliativa: quando diminui sinais e sintomas da doença mas não promove a cura

Medicamento: genérico x referência x similar

Medicamento de referência ou de marca


É um medicamento que teve sua eficácia, segurança e qualidade comprovadas cientificamente através da obtenção
do registro. Quando um medicamento de refência é produzido, a indústria que o desenvolveu providencia uma
‘’protenção patentária’’ para ele.

A proteção patentária impede que por um determinado tempo, outras indústrias copiem o medicamento inovador. O
período de proteção pode variar de acordo com o país.

• Produto de marca
• Nome comercial
• Registrado no órgão federal e comercializado com um nome de uma marca (registrada)
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Medicamento genérico
É aquele que contém o mesmo princípio ativo, na mesma dose e forma farmacêutica, é adminstrado pela mesma via,
tem a mesma indicação terapêutica e é apresenta a mesma segurança que um medicamento de referência no país.
Ele é comercializado sem o nome comercial registrado, e só é produzido após a expiração (ou renúncia) do periodo da
patente (proteção patentária) do medicamento referência.

Sua eficácia, segurança e equivalência é comprovada por testes de bioequivalência. Ele é geralmente mais barato, por
não ter tido os custos de ‘’descobrimento’’ do principio ativo como foi feito com o de referência.

• Não tem nome comercial


• O nome geralmente é o do principio ativo
• Embalagem identificada com a letra G

Similar equivalente
Cópia do medicamento de referência. Alguns itens, porém, podem ser diferentes, como dose ou indicação de
administração, tamanho e forma do produto, prazo de validade, embalagem, rotulagem, excipientes e veículos,
devendo sempre ser identificado por nome comercial ou marca.

Exemplo: um medicamento de referência vendido somente sob a forma de comprimido, pode possuir um similar na
forma líquida.

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Considerações importantes
• Até mesmo a mais promissora das terapias farmacológicas irá fracassar em estudos clínicos se o fármaco for
incapaz de alcançar o seu órgão alvo numa concentração suficiente para exercer um efeito terapêutico.
• Características orgânicas de resistência do corpo animal, como a proteção do organismo contra invasores e
substâncias tóxicas e estranhas acabam limitando a atuação dos fármacos.
• Reconhecer os numerosos fatores que afetam a capacidade de atuação de um fármaco em um determinado
paciente, e o seu efeito (ação do organismo sobre ele) ao passar do tempo é de extrema importância.

Introdução
Um fármaco ideal tem a capacidade de atravessar as barreiras fisiológicas que existem no corpo para limitar o acesso
das substâncias estranhas. A absorção dos fármacos pode ocorrer através de vários mecanismos desenvolvidos para
explorar ou romper essas barreiras.

Uma vez absorvidos, o fármaco utiliza sistemas de distribuição dentro do organismo, como os vasos sanguíneos e os
vasos linfáticos para alcançar seu órgão alvo numa concentração apropriada. Essa capacidade do fármaco de ter acesso
a seu alvo também é limitada por diversos processos que ocorrem no paciente.

Depois o fármaco passa pelo processo de metabolização, em que o organismo inativa o fármaco através de
degradação enzimática (principalmente no fígado). E por fim, a excreção, onde o fármaco é eliminado do corpo
(principalmente pelos rins e pelo fígado, bem como pelas fezes).

Definição
A farmacocinética é o estudo do movimento de uma substância química, em particular, um fármaco em um
organismo vivo. Estuda o caminho percorrido pelo fármaco no organismo animal.

Esse estudo tem uma divisão chamada ADME, conhecida como pilares da farmacocinética. São eles:

• Absorção
• Distribuição
• Biotransformação (metabolismo)
• Excreção

Processos farmacocinéticos
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Legenda (explicação) da imagem:
Depois da liberação e absorção do farmaco, ele entra no organismo como um fármaco livre para ir para corrente
sanguínea, daí ele pode ir para seu local de ação terapêutica e voltar para sua metabolização e ser excretado. Ele pode
ir para os reservatórios teciduais e ficar armazenado lá e ir sendo liberado aos poucos. Ele pode ir para um local de
ação inesperado causando reações adversas (os famosos efeitos colaterais). Ele pode ser logo excretado, sem passar
pelo metabolismo, e ele também pode (se ele tiver uma grande afinidade com proteína) se ligar a alguma (geralmente
a albumina) e ficar preso por lá, ficando um menor valor de fármaco livre para fazer sua ação. Essa ‘’prisão’’ é
temporária e reversível, os ‘’fármacos se soltam’’ depois, e podem seguir seu caminho. Apenas a fração do fármaco
que consegue ligar-se a receptores específicos terá um efeito farmacológico. Observe que o metabolismo de um
fármaco pode resultar em metabólitos tanto ativos quanto inativos; os metabólitos ativos também podem exercer um
efeito farmacológico sobre os receptores-alvo ou, algumas vezes, em outros receptores.

Absorção
Absorção é a transferência de um fármaco do seu local de administração para a corrente sanguínea. A velocidade e a
eficiência da absorção dependem do ambiente onde o fármaco é absorvido, das suas características químicas e da
via de administração (o que influencia sua biodisponibilidade). Com exceção dos fármacos administrados pela via IV
(não sofrem absorção) os demais podem resultar em absorção parcial e menor biodisponibilidade.

Após administrado – fase biofarmacêutica – liberação do princípio ativo – atravessar membranas – absorção.

Membrana plasmática
A membrana plasmática apresenta uma bicamada lipídica formada por fosfolipídios, que são moléculas anfipáticas,
ou seja, possuem uma parte hidrofílica (apresenta afinidade com a água), denominada “cabeça”, ligada a duas
“caudas” hidrofóbicas (apresentam aversão à água). As proteínas também são moléculas anfipáticas, assim, sua parte
hidrofílica fica em contato com a região aquosa. Algumas apresentam, inclusive, um canal hidrofílico para a passagem
de substâncias hidrofílicas.

Ela apresenta fluidez, ou seja, algumas proteínas (moléculas individuais) inseridas na bicamada lipídica podem
deslocar-se lateralmente por ela.

Mecanismo de transporte celular


Para que um fármaco possa afetar alvos intracelulares ou atravessar uma célula, ele deve ser capaz de atravessar pelo
menos uma e, em geral, várias membranas biológicas.

P.s: no caso da difusão facilitada, mesmo sendo um transporte ativo, não tem gasto de energia, só usa energia quando
é contra o gradiente de concentração (ou seja, sai do menos concentrado para o mais concentrado).
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Como ocorre cada transporte?

No transporte paracelular: sai do meio mais concentrado para o menos concentrado atravessando o espaço entre as
células

Na difusão simples: ele passa pela membrana facilmente, isso ocorre com fármaco com farmácos lipossolúveis.
Lembrando que quanto mais lipossolúvel for o fármaco, mais facilmente ele entra na membrana.

Na difusão facilitada (s/ gasto de energia): uma proteína (transportadora de membrana) engloba o fármaco e o leva
para dentro da membrana. Sem gasto de energia, porque é a favor do gradiente. A difusão facilitada ativa ocorre
contra o gradiente de concentração, portanto tem gasto de energia.

Difusão por poros: ocorre com fármaco hidrossolúveis, porém com baixo peso molecular, ou seja, eles conseguem
passar facilmente pelos poros da membrana.

Permeabilidade da membrana

Moléculas lipossolúveis que adentram a barreira, são moléculas não ionizadas (apolares). Se o fármaco passa a ter sua
forma ionizada (polar), ele não ultrapassa mais a barreira e fica ‘’preso’’ dentro do espaço.

Exemplificando: Quando um fármaco (ácido) entra no pH do estômago (ácido), ele perde seu equílibrio (50% ionizado,
e 50% não ionizado) e fica mais ‘’não ionizado’’ (mais apolar), e assim consegue passar pela barreira da membrana,
mas ao chegar no plasma que tem um pH totalmente diferente (7,4 – meio básico) ele muda de novo e fica ionizado
(polar) e então não consegue voltar, ele fica preso na corrente sanguínea, e uma parte dele vai para os tecidos alvos
(absorção).

Para lembrar: NÃO IONIZADA = APOLAR = LIPOSSOLÚVEL (ATRAVESSAM FACILMENTE AS MEMBRANAS).

O que ocorre com cada fármaco em cada meio?

Substância ácida em meio ácido = fica APOLAR

Substância ácida em meio básico = fica POLAR

Substância básica em meio ácido = fica POLAR

Substância básica em meio básico = fica APOLAR


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E substâncias apolares atravessam a membrana facilmente, polares não.


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Observação: Bases fortes são absorvidas em pH básico (intestino) e ácido fortes são absorvíveis em Ph ácido
(estômago).

Biodisponibilidade
Definição: percentual de aproveitamento, pelo organismo, de uma substância (fármaco).

O efeito de primeira passagem reduz a biodisponibilidade do fármaco. Basicamente, ele passa por vários lugares, até
chegar na circulação sistêmica e ir para o seu alvo, esse caminho faz com que ele diminua sua disponibilidade. E é
muito importante sabermos quantos % da dose total do medicamento vai chegar no seu sítio de ação, para indicarmos
a dosagem certa do medicamento, dada no tempo certo para que ele atinja sua janela terapêutica.

Quando o fármaco atinge seu ‘’pico’’ ele desce novamente (fim do efeito). Por isso, continua o tratamento dando o
medicamento outras vezes, para que ele atinja novamente seu pico, até ficar dentro da faixa terapêutica.

Legenda:

Imagem A) Dosagem terapêutica: a partir do 3º dia, o medicamento estava na sua faixa terapêutica.

Imagem B) Dosagem terapêutica com dose de ataque: uma única dose, na primeira vez já atingiu sua faixa terapêutica
(ex: tratamento que se iniciam com dois comprimidos no primeiro dia e depois continuam com apenas um por dia,
esses dois comprimidos são a dose de ataque, eles já atingem a faixa terapêutica, o resto é para manter ele lá).

Imagem C) Dosagem tóxica: a quantidade de doses dadas, ultrapassou sua faixa terapêutica e já atingiu sua faixa
tóxica (no caso do gráfico, na 3º dose do medicamento, ele já deveria ter parado).
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Imagem D) Dosagem subterapêutica: a quantidade de fármacos dados não foi suficiente para atingir sua faixa
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terapêutica (fazer efeito).


Fatores que influenciam na absorção

Distribuição:
Distribuição de fármacos é o processo pelo qual um fármaco reversivelmente abandona o leito vascular e entra no
interstício (líquido extracelular) e, então, nas células dos tecidos. Para fármacos administrados por via IV, onde não
existe absorção, a fase inicial (isto é, imediatamente após a administração até a rápida queda na concentração)
representa a fase de distribuição, na qual o fármaco rapidamente sai da circulação e entra nos tecidos. A passagem do
fármaco do plasma ao interstício depende do débito cardíaco e do fluxo sanguíneo regional, da permeabilidade capilar,
do volume do tecido, do grau de ligação do fármaco às proteínas plasmáticas e tissulares e da lipossolubilidade relativa
do fármaco.

Distribuição e perfusão sanguíneo


A taxa de fluxo de sangue para os capilares dos tecidos varia amplamente. Por exemplo, o fluxo de sangue para os
órgãos ricos em vasos (cérebro, fígado e rins) é maior do que para os músculos esqueléticos. O tecido adiposo, a pele
e as vísceras têm fluxo sanguíneo ainda menor.

• Quanto mais sangue, maior concentração de fármaco vai ser distribuído.

Ligação a proteínas
A ligação reversível às proteínas plasmáticas fixa os fármacos de forma não difusível e retarda sua transferência para
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fora do compartimento vascular. A albumina é a principal proteína ligadora e pode atuar como uma reserva de fármaco
(à medida que a concentração do fármaco livre diminui, devido à eliminação, o fármaco ligado se dissocia da proteína).
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Isso mantém a concentração de fármaco livre como uma fração constante do fármaco total no plasma.
• Fármaco ligado a proteína não atravessa barreira plasmática, ou seja, se um fármaco tem alta afinidade com
uma proteína, ele vai ter menor distribuição e menor metabolismo, porém terá maior tempo de ação, já que
a proteína acaba atuando com uma reserva do fármaco.

Como assim?

As proteínas prendem uma parte dos fármacos, ficando apenas a outra parte livre no organismo. Quando esses
fármacos livres vão sendo eliminados, após fazerem seu efeito, as proteínas vão liberando esses fármacos que estavam
‘’presos’’. Ou seja, fármacos que tem afinidade com essas proteínas, acabam tendo uma efeito mais prolongado no
organismo, já que vão sendo liberados aos poucos no próprio.

ATENÇÃO: SOMENTE O FÁRMACO LIVRE PROMOVE A AÇÃO FARMACOLÓGICA.

Fármacos classe I e II e suas ligações:

• Fármacos de Classe I: (tem muita afinidade com ptn) a dose é menor que o número de locais de ligações
disponíveis, portanto a maioria das moléculas de fármacos fica ligado (preso) a albumina, e a concentração de
fármaco livre é baixa. (ex: 5 albuminas, e 7 fármacos, as proteínas se ligam ao fármaco, sobrando só 2 fármacos
livres).
• Fármacos de Classe II: (não tem afinidade com ptn) a dose é maior de que o número de ligação, portanto a
maioria das moléculas da albumina tem fármaco ligado, e a concentração de fármaco livre já é mais alta (ex
bem informal: 5 albuminas e 12 fármacos, eles se ligam e sobra 7 livres).

Quando se administra os dois fármacos juntos (classe I e II) a albumina vai pegar os fármacos da Classe II e assim vai
ter mais fármaco de classe I livre, ou seja, o deslocamento do fármaco da classe I ocorre quando um fármaco de Classe
II é administrado simultaneamente.

Distribuição x Falência hepática

Legenda: Pacientes com falência hepática tem uma baixa produção da albumina, com isso, a porção de fármaco livre
no corpo é maior, já que não tem muita albumina para se ligar eles.

Essa baixa de albumina plasmática também acarreta em baixa pressão osmótica e aumento do fluido tecidual, com
isso aumentando o volume de distribuição (Vd) de fármacos hidrossolúveis.

Armazenamento de drogas
O armazenamento de drogas, podem ser feitas de duas maneiras:

• Armazenamento através associação com elementos teciduais: é feito nos tecidos (ósseo e adiposo).
• Formação depósitos: Se os medicamentos forem armazenados nesse depósito, as concentrações iniciais dele
no corpo será reduzida, já que maior parte sera armazenada e o efeito do mesmo consequentemente
seráprolongado, já que ele ficara sendo liberado aos poucos no corpo.
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Metabolismo
Biotransformação
• Mecanismo enzimático complexo que tem função de INATIVAR compostos endógenos ativos (hormônios,
enzimas) e ELIMINAR substâncias estranhasa ao organismo (xenobióticos).
• Ocorre no fígado, pulmões, rins, adrenais. E sua meta prinicipal é transformar fármacos lipossolúveis em
hidrossolúveis para serem eliminados, por que quanto mais hidrossoluveis forem o fármaco, mais fácil de ser
eliminado.

CYP 450: enzima que facilita a transformação do farmaco de hidrossoluvel para lipossoluvel.

• A minoria dos fármacos (somente os que já são hidrossolúveis) já vai direto para excreção, sem passar pelo
processo de metabolização.
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• Um fármaco pode passar pela fase 1 e ficar ativado ou permanecer igual (inalterado) precisando ir para fase
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II, ou ele pode já ficar inativado na fase 1, assim não precisando passar pela fase II (mas essa segunda
alternativa acontece raramente).
Reações FASE I

• Catabólicas (quebra)
• Produzem grupos reativos (OH, COOH, NH2) – Pontes de conjugação.

Reações FASE II

• Anabólicas (síntese).
• Ligação Acd. Glicurônico – maioria das vezes
• Resultam em compostos inativados.

Ou seja, quando um fármaco passa pela fase I, eles produzem grupos reativos, e as vezes ele já pode ficar pronto para
ser excretado, mas na maioria das vezes, ele passa pela fase II mesmo, para que ele resulte em compostos inativados
que possam ser excretados.

Lembrando que: o fármaco que ficou livre age no seu sítio de ação enquanto que outra parte está sendo metabolizado.
Ou seja todos os processos citados acima, ocorrem simultaneamente.

Reações oxidativas
• Biotransformação de fármacos.
• As principais são as microssomais, ou seja, ocorrem no REL.
• Participação das enzimas do grupo citocromo P450, que são fundamentais na metabolização de produtos
endógenos e xenobióticos; ferro; NAD (dinucleotídeo nicotinamida adenina); flavoproteína; e oxigênio.

Meia vida plásmatica


• Tempo necessário para que a quantidade original da dose seja reduzida a metade.
• Possui relacação com o metabolismo do fármaco, por que quanto mais rápido for o metabolismo, menos o
tempo de meia vida.

Eliminação
A saída do fármaco do organismo ocorre por numerosas vias, sendo a eliminação na urina por meio dos rins a mais
importante. Pacientes com disfunção renal podem ser incapazes de excretar os fármacos, ficando sujeitos ao risco de
acumulá-los e apresentar efeitos adversos.

A eliminação de fármacos pelos rins na urina envolve os processos de filtração glomerular, secreção tubular ativa e
reabsorção tubular passiva. Esse tipo de eliminação ocorre com fármacos de metabolização lenta (fármaco lipofílicos,
porque eles fazem voltas e mais voltas no corpo).

Nos casos de fármacos com uma metabolização rápida, a excreção pode ocorrer através do trato biliar, fezes, ou ar,
saliva, suor e até o leite.

Em resumo, fármacos que são hidrossolúveis (se tornaram depois da metabolização) saem na urina, e os que
permaneceram lipossoluveis são reabsorvidos e volta para o fígado para serem metabolizados de novo.
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Influência do pH
• Maioria dos fármacos são base ou ácidos fracos (capacidade de ionizar – ficar polar – mais hidrossolúvel-
hidrofílica) portanto, o fármaco ionizado é mais facilmente eliminado, e um fármaco na sua forma molecular,
mais dificilmente eliminado por ser lipossolúvel (lipofílico), sendo que os rins são hidrossolúveis.
• Lembrando: Ionizada fica mais hidrofílica; molecular fica mais lipofílica

Considerando que carnívoros, possuem uma urina mais ácida (5 a 7) e os herbívoros possuem uma urina mais alcalina
(7 a 8). Usando a tabelinha vista lá em cima, precisamos dar um medicamento mais ácido para os herbívoros, para que
o medicamento consiga se tornar polar (ficar ionizado) e facilmente excretado, e para os carnívoros, precisa ser um
medicamento mais básico, para que em contato com o urina ácida, ele fique ionizado.

Excreção biliar
• Farmácos lipofilicos que não foram metabolizados em hidrofílicos são eliminados juntos com sais biliares na
luz intestinal

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O termo farmacodinâmica engloba 3 pilares de um fármaco:
1. Local de ação

2. Mecanismo de ação

3. Efeitos terapêuticos e tóxicos

Estuda os mecanismos pelos quais um medicamento atua sobre as funções bioquímicas ou fisiológicos de um
organismo vivo. É um estudo quantitativo, onde a resposta do efeito depende da dose.

• Farmacodinâmica + farmacocinética = caminho completo percorrido pelo medicamento.

Pontos importantes
• Entendimento sobre os efeitos farmacológicos e adversos causados pelos medicamentos.
• Fornecem informações sobre a forma mais adequada de tratar as intoxicações pelos mesmos agentes.
• Um medicamento não cria uma função no organismo, apenas modifica uma preexistente.

Ex.: Um medicamento vai coordenar a pressão arterial, coordenar produção de insulina, coordenar mecanismos anti-
inflamatórios. Eles não criam um mecanismo.

• Humanidade utilizou esse conceito para descobrir ou sintetizar substâncias que pudessem curar os
desequilíbrios causados pelas patologias.

Classificação dos fármacos


Podem ser classificados de acordo com seu mecanismo de ação, podendo ser estruturalmente inespecífico ou
específico.

Estruturalmente inespecífico

• Efeito farmacológico independe da estrutura química/receptor.


• Provoca alterações físico—químicas (solubilidade, tensão superficial etc.)
• Promove mudanças na função e no metabolismo celular.

Estruturalmente específicos
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• Efeito farmacológico depende de sua estrutura química


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• Ligam-se a receptores formando complexo


• Promove alteração na função celular
• Pequenas mudanças na estrutura química podem acarretar alteração farmacológica.
• Ação farmacológica depende de uma contração menor que os estruturalmente inespecíficos.

Conceitos importantes
Sítio de ação: local onde o fármaco atua.

Eficácia: quantificação do efeito benéfico de um fármaco na espécie. Após ocupação do receptor, a droga é capaz de
iniciar uma resposta (molecular, celular, tecidual, sistêmico).

Afinidade: tendência com que as moléculas da droga são atraídas para seus receptores (quanto maior a afinidade pelo
receptor, maior é a potência do fármaco).

Receptores: macromoléculas complexas, dotadas de sítio de ação do ligantes (fármaco) para interagir com drogas
específicas, bem como de um sítio efetor para iniciar resposta farmacológica.

A droga ligado ao receptor se transforma em uma macromolécula proteica que garante um efeito farmacológico
através de interações químicas (pontes de hidrogênio/hidrofóbicas...).

Observação: O tipo de ligação é que determina se o efeito da fármaco será rápido ou prolongado.

receptores
Histórico:

Foi criado para sinalizar o local/componente onde ocorre a interação com a substância química.

1950: determinou que o receptor era um constituinte celular.

1913: descrita a especificidade (mudança na estrutura química alterava efeito farmacológico).

1920: intensidade do efeito farmacológico está diretamente relacionada com a quantidade de receptores ocupada.

Definição:

Os receptores são macromoléculas as quais os ligantes (fármaco) endógenos (produzidos pelo próprio corpo, ex:
hormônios) ou exógenos se ligam a fim de produzir um efeito biológico.

Possui um relação dose/efeito, ou seja, a dose interfere no efeito.

Relação fármaco-receptor
A ligação especifica do fármaco a um receptor ocorre devido à estrutura e às propriedades quimicas de ambos.

Como funciona? - Usando como exemplo um anti hipertensivo, após se ligar com seu receptor, ele vai causar
relaxamento dos vasos sanguíneos (vasodilatação) e assim a queda da pressão arterial.

A ligação droga – receptor pode ocorrer de duas formas:

• Não covalente: fraca e reversível e mais dinâmica; ocorre com a maioria dos fármacos.

O fármaco se liga ao receptor, começa a fazer seu efeito, e depois que ele é excretado, o receptor continua lá ativo.

Ex: Captopril inibindo ECA (enzima conversora da angiotensina) e omeprazol inibindo bomba de protons na mucosa
gástrica.
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Eles inibem momentanemanete, mas conforme o fármaco vai sendo eliminado, a produção de ECA e da bomba de
protóns volta a ocorrer normalmente.
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• Covalente: forte e irreversível; ocorre destruição (inativação) dos receptores.


É uma ligação que uma vez formada, não consegue ser revertida. Um exemplo é o chumbinho.

A chance de óbito ou não vai depender da dose (concentração) que foi administrada.

Transdução sinal
• Ligação no alvo terapêutico (receptor).
• Mecanismo pelo qual fármaco produz a resposta terapêutica na célula. Transforma o efeito farmacológico em
uma mudança fisiologica na célula.

As etapas de transdução de sinais se iniciam através da geração de um sinal biológico (como a liberação de
catecolaminas) ou farmacológico (como a adrenalina se liga a receptores especificos para aquela molécula). O receptor
então vai realizar uma transdução do sinal gerado levando a uma resposta fisiológica, terapêutica ou tóxica.

Características da transdução do sinal:


Existem quatro caracteristicas fundamentais na transdução do sinal. São elas:

1. Especificidade: onde a molecula sinalizadora se encaixa no sítio de ligação do receptor complementar e quando isso
ocorre, outros sinais não são capazes de se ligarem. Cada fármaco só se liga ao seu receptor específico por conta da
sua conformação.

Quanto mais especifico, maior efeito farmacologico e menor efeito colateral.

2. Amplificação de sinal: ocorre quando enzimas ativam outras enzimas, e o número de moleculas afetadas aumentam
geometricamente na cascata enzimática.

Ex: a ação da adrenalina sobre os hepatócitos, onde a ativação de seu receptor irá gerar uma série de sinais em cascata
levando a produção e liberação de glicose na corrente sanguínea.

3. Dessensibilização ou adaptação: a ativação de receptores dispara um circuito de retroalimentação que desliga o


receptor ou o remove da superfície celular, assim o mesmo sinal não é capaz de continuar gerando uma resposta.

Um exemplo desse mecanismo é a ligação da adrenalina aos receptores B-adrenergicos que irão promover a
dissociação da protéina G acoplada ao receptor, onde irá ativar proteínas sequestradoras dos receptores b-
adrenergicos, promovendo uma endocitose dos receptores, incapacitando sua ligação com a adrenalina.

4. Integração de sinais: é caracterizada quando dois sinais apresentam efeitos opostos sobre uma característica
metabólica, como por exemplo, a concentração de um segundo mensageiro X ou o potencial na membrana Vm, a
regulação é consequencia da ativação integradas dos dois receptores.

Essa caracteristica é observada na ação da insulina sobre seus receptores. Como a adrenalina aumenta a liberação de
glicose no plasma sanguíneo, a insulina promove uma resposta contrária. Quando ligada aos seus receptores, ela
desencadeira diversas reações, uma delas é a fosforilação dos resíduos serina dos receptores B-adrenergicos e
consequentemente levando a uma internalização e redução de sua ação.
19
Página
Alvos terapêuticos
Quando ligado a receptores se divide em 4 subfamílias:

• Canais iônicos controlados por ligantes


• Receptores acoplados à proteina G
• Receptores ligados a quinases
• Receptores nucleares

1. Canais iônicos com portão: a abertura e o fechamento são mediados em resposta a concentração do ligante
sinalizados ou o potencial de membrana. Existem três tipos de canais iônicos transmembrana, o principal é o regulados
por ligantes, que dependem da ligação de um molécula ao canal para que promova sua abertura (ex: canais de Na+
regulado por ligante).

2. Receptores acoplados à proteina G: ativam a proteína intracelular (G) que liga GTP e regula enzimas que iram gerar
um segundo mensageiro.

3. Receptores ligados a quinases se subdivivem em:

3.1. Receptor Tirosina-cinases: são receptores que se autofosforilam mas depende da ação de um ligante;

3.2 . Receptor guanilil-ciclase: são ativados quando o ligante interage com o dominio extracelular do receptor,
estimulando a formação do segundo mensageiro GMP cíclico.

4. Receptores nucleares: presentes no núcleo celular; a ligação do esteroide permite ao receptor regular a expressão
de genes especificos; só são ativados por drogas altamente lipofilicas. Ex: Tamoxifeno (antagonista de estrógeno).
20
Página
Ação e efeito dos fármacos
• Ação: ligação com o receptor
• Efeito: alteração final da função biológica, consequência da ação.

Os farmácos podem ter diferentes tipos de efeito:

• Estimulação: aumento da atividade celular (ex: adrenalina nas glândulas salivares aumentam a produção de
saliva).
• Depressão: redução da atividade celular (barbitúricos deprime SNC).
• Irritação: efeito lesivo celular (ácidos/irritam a mucosa gástrica)
• Reposição: acrescenta molecula ausente ou deficiente (insulina no diabético).
• Citototóxica: destruição de um grupo celular (antibóticos nas bacterias).

Mas tudo depende da....

Dose
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Quantidade adequada da droga que é encessária para produzir certo grau de resposta em determinado paciente.
Página

A dose é dependente da resposta necessária. Exemplos:


• Aspirina dose analgésica – 0,3 a 0,6g
• Aspirina dose anti inflamatória – 3 a 6g

Tipos de dose:

• Terapêutica
• Profilática
• Tóxica

Afinidade
Afinidade: capacidade de se ligar a um tipo determinado de receptor.

Eficácia: efeito máximo que uma droga pode produzir; é o tamanho da resposta que o fármaco causa quando interage
com um receptor. A eficácia depende do número de complexos farmacorreceptores formados e da atividade intrínseca
do fármaco (sua capacidade de ativar o receptor e causar a resposta celular).

A eficácia máxima de um fármaco (Emáx) considera que todos os receptores estão ocupados pelo fármaco, e não se
obterá aumento na resposta com maior concentração do fármaco. Por isso, a resposta máxima difere entre agonistas
totais e parciais, mesmo que 100% dos receptores sejam ocupados pelos fármacos. De modo similar, mesmo que um
antagonista ocupe 100% dos receptores, não ocorre ativação, e o Emáx é zero. A eficácia é uma característica
clinicamente mais útil do que a potência, pois um fármaco com maior eficácia é mais benéfico terapeuticamente do
que um que seja mais potente.

Agonistas: capaz de gerar efeito máximo. Causam alterações na função celular, produzindo vários tipos de efeitos.

• Agonista total: efeito máximo (produzem resposta máxima por ocupar todos os recptores ou parte deles)
• Agonista parcial: efeito parcial (não desencadeiam resposta máxima quando ocupam todos os receptores).
• Antagonista: nenhum efeito

• Agonista natural: 100% resp. biol.


• Agonista modificado: 50% da resp. biol.

Potência
Potência é uma medida da quantidade de fármaco necessária para produzir um efeito de determinada intensidade. A
concentração de fármaco que produz 50% do efeito máximo (EC50) em geral é usada para determinar a potência.

Na linha vertical (0 a 100) indica a efetividade do fármaco, na linha horizontal embaixo indica a concentração
(quanto mais para direita, maior a concentração).
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No gráfico abaixo, tanto o fármaco X quanto o Y, tem a mesma eficácia, mas o fármaco X, precisou de uma menor
concentração do que o Y para atingirem a mesma eficácia.

Já nesse segundo gráfico mostra que mesmo com a mesma concetração, somente o fármaco X atingiu a eficácia:

Portanto, um fármaco potente é aquele que atinge sua eficácia com uma concentração baixa:

Antagonistas
Se ligam aos receptores e não promovem efeito nenhum; impedem que os agonistas se liguem ao seu receptor.

Existem 3 tipos de antagonistas:

• Antagonista competitivo: se liga no mesmo sítio do agonista no receptor (reversível); diminui a concentração
do farmaco mas não impede a eficácia.
• Antagonista não competitivo: se liga no mesmo sitio do agonista receptor (irreversível); não reduz a potência;
diminui a eficácia do fármaco.
• Antagonista alostérico: se liga em um sítio alostérico e impede que o agonista se ligue no seu receptor
mudando sua conformação, isso diminui seu efeito terapêutico máximo já que o agonista não vai encaixar
diretitinho.
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Curva dose resposta
A curva dose-resposta é a representação gráfica da expressão matemática da relação entre a dose de um princípio
farmacologicamente ativo e o seu efeito. Da análise dessa curva surgem indicadores farmacodinâmicos, tais como
Dose Efetiva 50 (DE 50), Potência Relativa e Efeito Máximo.

A intensidade da resposta dada por um fármaco é proporcional à dose administrada. A curva sigmoide ou em forma
de S é uma expressão comumente observada na maior parte das curvas dose-resposta.
É importante mencionar que, para cada efeito haverá uma curva dose-resposta distinta. Além disso, a configuração
da curva dose-resposta da mesma substância química e a mesma espécie animal pode variar com as mudanças das
condições experimentais, por exemplo, as mudanças na forma de distribuição da dose no tempo (frequência).

Indíce terapêutico
O índice terapêutico é a relação entre a dose letal (DL50) e a dose efetiva (DE50) para produzir um determinado efeito
farmacodinâmico. O novo fármaco será mais seguro quanto maior for o índice terapêutico. O valor ideal do índice
terapêutico é sempre superior à unidade.

• Ele quantifica a segurança relativa de um fármaco.


• Fórmula: IT = DL50 dividido por DE50

• Menor que 5: quer dizer que é mais perigoso a administração, já que sua dose efetiva e sua dose letal estão
proximas.
• Maior que 10: muito distante uma dose da outro, então é mais tranquilo.

Margem de segurança
O IT fornece um único número que quantifica a margem de segurança relativa de um fármaco numa população. Um
alto valor de IT representa uma janela terapêutica grande (ou larga), por exemplo, uma diferença de mil vezes entre
as doses terapêuticas e tóxicas. Enquanto um IT pequeno indica uma janela terapêutica pequena (ou estreita), por
exemplo, uma diferença de duas vezes entre as doses terapêuticas e tóxicas.

A margem de segurança é o limite existente entre a dose terapêutica e a dose tóxica da droga.
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Página
RESUMINDO:

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Página
Introdução (conceitos)
Medicamentos: são produtos farmacêuticos, tecnicamente obtidos ou elaborados, com finalidade profilática, curativa,
paliativa ou para fins de diagnóstico. (Leinº5.991de17/12/1973).

Remédios: são métodos ou cuidados terapêuticos que ajudam a curar ou aliviar desconfortos, mas que não passaram
pelas etapas que um medicamento passa para ser liberado pelo órgão regulatório ANVISA.

Ex: banho morno, massagem, acupuntura, beijinhos, chá etc.

Fármaco: Substância química que é o princípio ativo do medicamento; Eles são incorporados a uma formulação
associados a adjuvantes ou coadjuvantes, veículo ou excipientes transformando-se em medicamentos (droga na forma
que deve ser utilizada pelo paciente)

Formas farmacêuticas
As formas farmacêuticas são desenhadas para atender as necessidades terapêuticas de forma mais eficaz, segura e
cômoda;

• Existem várias formas farmacêuticas para um mesmo fármaco (ex: dipirona líquido e dipirona comprimido).

Funções:

• Facilitar a administração dependendo das condições clínica do paciente.


• Garantir a precisão da dose (metabolização excessiva);
• Proteger a substância durante o trânsito pelo organismo, confere a gastroresistência. E com isso garantindo a
presença no local de ação.
• Facilitar a administração da substância ativa através da ingestão.

Deve respeitar os seguintes atributos:

• Quantidade adequada de fármaco;


• Ser livre de materiais estranhos, somente matérias primas aprovadas pela ANVISA.
• Liberar o fármaco na quantidade e velocidade adequada.
• Formulada de acordo com a via de administração a que se destina (ex: via oral, via parenteral)
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• Bem aceita pelo paciente (ausência de efeitos indesejáveis, sabor agradável e estético).
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• Adequada a estabilidade do fármaco;


• Fornecer ação farmacológica ótima.
Classificação

• Sólidas: cápsulas, comprimidos (orais e vaginais); drágeas;


• Semissólidas (pastosas): cremes, pastas, pomadas, loções, unguentos;
• Líquidas: suspensões, emulsões, soluções, gotas, xaropes, enemas; óleos medicinais;
• Gasosas: inalantes, sprays, aerossóis

Tipos de formas farmacêuticas

Comprimidos
• Formulação sólida com princípio ativo (fármaco) + adjuvante

Adjuvante: todo componente de uma formulação que


serve para dissolver, suspender ou misturar-se
homogeneamente com outros ingredientes para
facilitar sua administração ou tornar possível sua
confecção.

Ex: corantes para dar cor, flavorizantes para saborizar,


doadores de consistência que aumentam a consistência
ou dureza de uma preparação, geralmente pomada etc.

No caso de medicamentos líquidos são os veículos, e no


caso de medicamentos sólidos são excipientes.

Comprimidos são literalmente compressão dos ingredientes, e podem variar em tamanho, forma, peso, dureza,
espessura, características de desintegração e em outros aspectos.

Vantagens:

• Dosagem correta/alto grau de precisão (se o paciente engolir o comprimido todo, a gente sabe exatamente a
dose que ele ingeriu).
• Maior estabilidade
• Forma para fármacos insolúveis em água;
• Possibilidade de introduzir revestimentos
• Controle de liberação de fármacos
• Resistência a choques e abrasões.
• Fácil administração

Desvantagens:

• Absorção menor se comparados a soluções ou líquidos;


• Provocam irritação da mucosa gástrica;
• Favorece formação de complexos com os alimentos.

Tipos de comprimidos:

• Comprimidos não revestido: camada única ou múltiplas camadas.


• Comprimidos revestidos: uma ou mais camadas de outra substância;
• Drágea: comprimido interior recoberto com uma camada de açúcar ou corante.
• Comprimido tamponado: recoberto com uma camada de hidróxido (alumínio ou magnésio) protegendo a
27

mucosa gástrica.
• Comprimido liberação controlada: liberação de forma gradual e contínua em diferente tempos e locais.
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• Comprimido efervescente: não revestido com um ácido, mas sim com um carbonato ou bicarbonato que
interage com a água liberando CO2.
• Comprimido mastigável: formulado por granulação úmida e compressão; grau mínimo de dureza; dissolve na
boca.
• Comprimido sublingual: preparado com excipiente de rápido dissolução (glicose) e absorção pela vascular
sublingual.

Partir ou não partir os comprimidos?

• Somente comprimidos sulcados podem ser partidos.


• 1 sulco – duas partes | 2 sulcos – 4 partes (sulcos são os risquinhos que aparecem no comprimido)
• Comprimidos de liberação controlada ou revestidos sem sulco não deverão ser triturados.

Cápsulas
• Invólucro duro ou mole, de forma e capacidade variáveis, que contém um quantidade de princípio ativo que
normalmente se usa de uma só vez.
• Formato cilíndrico ou ovoide, com duas partes que se encaixam e contém substâncias medicinais sólidas,
pastosas ou liquidas.
• Invólucro feito de gelatina (cápsula dura) ou de gelatina = emolientes como glicerina e sorbitol (cápsula mole
ou elástica).
• Opaco ou transparente e corado ou incolor.

Vantagens:

• Permite administrar substâncias nauseantes ou de sabor ruim (já que o princípio ativo fica dentro e não
sentimos o sabor).
• Libertam rapidamente os medicamentos após ingestão.

Desvantagens:

• Permite abertura da cápsula (pode-se abrir com facilidade).


• Pode aderir no esôfago.

Supositórios
• Formas farmacêuticas destinadas à inserção na via de administração retal.
• Amolecem e dissolvem, exercem efeitos sistêmicos ou localizados.
• Formato adequado para introdução no reto, devendo fundir à temperatura do organismo ou dispersar em
meio aquoso.

Vantagens:

• Permite usar fármacos instáveis ou irritante ao tubo digestivo.


• Permite usar fármacos eméticos (medicamentos destinados a indução do vômito).
• Uteis para pacientes com impossibilidade de deglutição.

Desvantagens:

• Desconforto.
• Exige uma contenção muito boa.

Pomadas
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• Aspecto homogêneo com ação local ou penetração percutânea.


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• Aplicação na pele ou mucosas (nasal, vaginal, ocular, anal).


• Ação emoliente (hidratação) ou protetora.
• Permanecem fixas no local de aplicação (adesividade).
• Pomadas obstruem poros originando a diminuição da transpiração, favorecendo os edemas.
• Contra indicada em lesão aguda, pois sua oclusão reduz o oxigênio da área

Cremes e gel
• Cremes são emulsões semissólidas contendo substância medicamentosa, dissolvida ou suspensa na fase
aquosa ou oleosa; sua desvantagem é que possuem efeito mais lentos e menos intensos que as pomadas.
• Géis são partículas inorgânicas ou grandes moléculas orgânicas, encerradas (protegidas) por um líquido.
• Unguento contém uma base e uma resina, sendo mais resistente. Muito utilizada quando requer maior tempo
de proteção superfície (ex: proteger uma ferida evitando uma miíase.

Suspensões
• Forma liquida com partículas sólidas dispersas (não solúveis); deve-se agitar antes de usar.
• Preparações liquidas contendo um ou vários princípios sólidos sob a forma de finas partículas em meio
dispersante (aqueles líquidos que quando ficam parados muito tempo, acumula algumas coisas embaixo).
• Apresentam-se geralmente prontas para o uso.
• Aumenta ou prolonga a ação de medicamentos;
• Permite administração de altas doses do fármaco;
• Possibilidade de injeções intramusculares para liberação lenta e ação prolongada.
• Apresenta-se: oral, tópica, injetável e oftálmica.

Xarope
• Formas aquosas e límpidas; contém açúcar (como a sacarose) em concentração próxima da saturação,
formando uma solução hipertônica.
• Sua vantagem maior é sua boa conservação por conta sua formulação auto-preservante.
• Elixir: são soluções alcóolicas; medicamentos para uso oral (o álcool serve para dar uma solubilidade ao
princípio ativo). É utilizado em fármacos insolúveis em água.

Formulações gasosas
• Aerossóis: suspensão de partículas liquidas ou solidas de tamanho tão pequeno que flutuam temporariamente
no ar ou em outros gases. Usado em forma de nebulização de substâncias ativas sobre a pele ou mucosas
acessíveis externamente (trato respiratório).
• Spray: são semelhantes aos aerossóis, mas o diâmetro da partícula é maior (0,5 micrômetro), podem ser
considerados ‘’nevoeiros molhantes’’.

Vias de administração
É o local que escolhemos para administração de uma droga para que ela exerça seus efeitos de modo local ou sistêmico
(se for absorvido).

Classificação
• Enteral: via de administração na qual os fármacos passam pelo TGI antes de serem absorvidos – via oral e
retal.
• Parenteral: via de administração na qual os fármacos não passam pelo TGI, não sofrem metabolismo de 1º
passagem - direta e indireta.
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Direta: intramuscular, intravenosa, intradérmica, intracardiaca, subcutânea e sublingual.


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Indireta: respiratória, vaginal, ocular, cutânea.


Importância (vantagens)

• Forma adequada ao estado do paciente


• Várias possibilidades a depender da quantidade de doses.
• Rapidez na apresentação dos efeitos.
• Administrar droga para ser degrada no sistema digestivo.
• Limitar o efeito a uma área (corticoides de uso tópico).

Escolha da via
Depende do(da)...

• Tipo de ação desejada (local ou geral).


• Rapidez da ação desejada (via intramuscular ou intravenosa).
• Natureza do medicamento (voláteis/anestésicos inalatórios).

Atenção a...

• Medicamento resistentes ao sulco gástrico são administrados pela via oral.


• Medicamentos sem resistência ao sulco gástrico são administrados pela via parenteral.
• Medicamentos cáusticos só devem ser administrados por via intravenosa.
• Medicamentos insolúveis não devem ser administrados por via parenteral, apenas intramuscular.
• Medicamentos oleosos não podem ser administrados por via intravenosa.

Tipos de vias
Via oral
Vantagens:

• Economia (preparações orais são mais baratas, e os custos na administração são mais reduzidos).
• Simplicidade (método simples de administração, não sendo invasivo).

Desvantagens:

• Irritando a mucosa gástrica.


• Pode ser inativado pelas secreções.
• Difícil medir a absorção.
• Comprometimento da microbiota ruminal

Todas as drogas administradas pela via oral, passam pelo fenômeno de primeira passagem, que é a metabolização do
fármaco ocorrida primeiramente no fígado, tudo que é absorvido pelo TGI é enviado ao fígado via circulação porta, e
isso reduz sua concentração sérica. Só não os fármacos que já saem do laboratório com características hidrossolúveis
não passam pelo metabolismo de primeira passagem. Essa é uma desvantagem da via oral.

Via retal
• Pouco utilizada em animais;
• Pouco efeito de primeira passagem;
• Tipos: supositório, enema e lavagem.
• Possui absorção irregular.
• Tratamento local ou sistêmico.
• Estimula peristaltismo e defecação.
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• Indicados em casos de convulsões, cirurgias no TGI, desidratação (intensa) e vômitos.


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Via sublingual
• Retenção do fármaco por tempo mais prolongado;
• Absorção de pequenas quantidades;
• Alta vascularização (muitos vasos embaixo da língua) e pouca espessura da mucosa;
• Absorção direta na corrente sanguínea, não sofrendo influência do pH gástrico e nem passando pelo efeito de
primeira passagem.

Via endovenosa/intravenosa IV
• Absorção direta;
• 100% de biodisponibilidade;
• Efeito imediato
• Permite aplicação de grandes volumes;
• Necessita infusão lenta;

Riscos:

• Embolia ( em caso de aplicações de substâncias oleosas e gasosas)


• Velocidade e sobrecarga (muito cuidado com isso).
• Contaminação (agulha e seringa).

MUITO CUIDADO PARA NÃO PEGAR SANGUE ARTERIAL (VERMELHO BEM VIVO)

Via Intramuscular IM
• Agulha inserida diretamente no músculo (profundamente);
• Área com alta irrigação;
• Maior segurança;
• Boa absorção sistêmica;
• Permite aplicação de quantidades maiores (em grandes animais).
• Soluções aquosas possuem absorção rápida, e soluções oleosas possuem absorção lenta.

Cuidados:

• Limpeza do local.
• Substâncias irritantes.
• Localização (nervos e vasos)
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Via subcutânea SC
• A medicação é injetada nos tecidos adiposos (debaixo da pele).
• Possui absorção lenta e contínua para corrente sanguínea.

Inserir a agulha sob a dobra de tecido subcutâneo;


Injetar a solução lentamente;
Retirar a agulha no mesmo ângulo em que foi inserida.

Dica: no caso de subcutânea, se quando fizer a


aplicação, a agulha ficar ‘’presa’’, bem firme, é porque
pegou num músculo. Deve-se retirar a agulha e inserir de
novo. Quando é na pele mesmo, a agulha ela fica mais
‘’solta’’.

Via intradérmica
• Muito restrita;
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• Usada para reações de hipersensibilidade;



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Apenas aplicações de volumes pequenos (de 0,1 a 0,5 mililitros);


• Ex: teste de tuberculinização, testes alérgicos.
Resumo:

Via epidural/via intratecal


• Inserção no canal medular, no espaço subaracnóideo ou raquidiano.
• Essa via exige cuidados praticamente cirúrgicos, já que pega diretamente no canal medular e com isso tem
alcance no SNC.
• É muito mais utilizada para retiradas de líquidos do que para aplicações de substâncias.

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Via respiratória
• Gases e drogas voláteis podem ser inalados e absorvidos através do epitélio pulmonas ou pela membrana
mucosa do trato respiratório.
• Atingem a circulação rapidamente.
• Pode ter aplicação pela mucosa nasal mas é pouco utilizada.
• Geralmente é instilação do medicamento.
• A absorção pela mucosa braquial e alvéolos é utilizada para as anestesias, mas anestesia inalatória é muito
pouco utilizada por conta dos custos.
• Aspiração de medicamentos é difícil para animais.
• Tipos de aplicações por essa via: instilação, nebulização e aplicações na garganta e anestesia inalatória.

Via cutânea (via tópica)


• Efeitos localizados;
• Precisa ser aplicados na pele integra
• Exemplos: pomadas, loções e cremes.
• Usado para tratamento de feridas.
• Adminstração POUR ON: são medicamentos que são aplicados no dorso do animal (para evitar que ele
lamba) e possui efeito sistêmico, mesmo que não entre na corrente sanguinea. Ex: antipulgas e
carrapaticidas, são aplicados apenas no dorso do animal, mas não mata os parasitas só ali, mata em todos os
lugares do corpo
Via ocular ou conjuntival
• Aplicação de gotas ou pomadas;
• Correção de disfunções dos músculos do olho;
• Aplicação de anestérsicos, antibióticos, anti-inflamatórios, anti-gúngicos, e lubrificantes.

Aplicação de medicamentos exige observação, treinamento e competência.

Materiais para aplicação

Agulha

• Varia seu calibre e tamanho de acordo com a espécie, local e volume.


• Sua apresentação vem como: Ex: 30x18, isso significa que ela tem 3,0 cm de comprimento, e 1,8 mm de
diâmetro. As mais comuns são as 30x18 (verde), 40x12 (rosa) e 40x16 (branca).
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Algodão e álcool iodado

• Serve para higienizar


• 2% (1000ml de álcool + 20g iodo)

Equipo

• Endoflébico – utilizado para aplicar grandes volumes direto no vaso.


• Regulador de quantidade e velocidade.

Caixa isopor

• Manter a temperatura de medicamentos e vacinas.

Preparo da injeção

Prescrição médica
A prescrição é uma ordem escrita por um profissional cadastrado no conselho regional de sua profissão (medico,
médico veterinário ou cirurgião dentisa) para um farmacêutico, visando o fornecimento (dispensação) de um ou mais
medicamentos para um devido paciente.

• Deve conter: dosagem, quantidade a ser comprada, instrução de administração, via de administração,
intervalo entre doses e a duração do tratamento.
• Evitar iatrogênia caligráfica.
• Não pode conter adulterações (rasuras, corretivos) – é um documento legal.
• A receita é de responsabilidade do médico veterinário bem como o cálculo da dose, tempo de administração,
intervalo e modo de usar levando em consideração particularidades das espécies.
• O sucesso de um tratamento está ligado a prescrição feita para o animal
• A prescrição de medicamentos é um documento com valor legal pelo qual se responsabilizam, perante o
paciente e sociedade, aqueles que prescrevem, dispensam e administram os medicamentos/terapêuticas.

Abreviaturas
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• As abreviações não são recomendadas em receitas, para não correr o risco de o tutor não entender

Conceitos básicos
• Não pode ser feita em qualquer papel;
• Cabeçalho: dados profissionais, estabelecimento (CRMV, endereço, telefone, especialidade).
• Superscrição: identificação do animal e proprietários.
• Inscrição: uso e logo abaixo o nome da droga com sua concentração e quantidade a ser comprada (SEMPRE
GRIFADA) – pode ser precedido termos que indiquem a via (ex: VO – via oral).
• (Receita magistral) Subscrição: descreve como preparar as drogas.
• Instrução: Informa ao proprietário sobre a maneira de se administrar o medicamento. Aconselha-se sempre
o uso do tempo verbal imperativo nas instruções de uma prescrição;
• Assinatura: carimbo e CRMV.

36
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Receita magistral
É a receita que é enviada para a farmácia de manipulação. Exemplo:

Regulamentação dos medicamentos/sipeagro


• Médicos veterinários que necessitam prescrever ou adquirir produtos de uso veterinário sujeitos a controle
especial, registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), devem seguir os
procedimentos estabelecidos pela Instrução Normativa nº 35, de 11 de setembro de 2017 e da Instrução
Normativa nº 55, de 04 de dezembro de 2018.
• O primeiro passo é solicitar o cadastro de médico veterinário no Sistema Integrado de Produtos e
Estabelecimentos Agropecuários (SIPEAGRO). Uma vez deferida a solicitação de cadastro, o médico veterinário
estará apto a emitir as receitas.
• O SIPEAGRO É um programa criado pelo MAPA com o objetivo de UNIFICAR registros e cadastros de
estabelecimentos e Produtos Agropecuários.
• Habilita os médicos veterinários a emitir documentos para a aquisição de produtos sujeitos a controle especial
e emite o certificado de Estabelecimentos e Produtos registrados ou cadastrados pelo MAPA.

37
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Revisão: Sistema nervoso
Do ponto de vista funcional é um aparelho único completo que regula as funções do organismo (seja ele humano ou
animal). Ele juntamente com o sistema endócrino controla todas as funções do corpo.

No sistema endócrino existem glândulas que secretam moléculas; essas secreções quando ligadas a determinados
pontos do nosso corpo conseguem coordenar nossas funções.

Revisão anatômica

O Sistema Nervoso no organismo humano é dividido em Sistema Nervoso Central (SNC), e Sistema Nervoso Periférico
(SNP).

O SNC compreende o cérebro, o cerebelo, o bulbo, e, a medula espinhal. O Sistema Nervoso Periférico consiste em
todos os neurônios aferentes (sensoriais-sensitivos), e eferentes (motores).

Enquanto muitas funções do sistema nervoso dependem da vontade (voluntários), muitas outras ocorrem sem que
tenhamos a consciência (involuntários) dessa integração com o meio ambiente.

• Consciente: motores ou sensitivos, estando relacionados com receptores sensitivos e com músculos estriados
esqueléticos.
• Inconsciente: inervação inconsciente de glândulas, músculo cardíaco e músculo liso.
38
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Revisão funcional

• SNC: pensamento e emoções; formação e armazenamento de memória; integração sensitiva (aferente) e


motora (eferente).
• SNP: sensitiva (aferente) – entrada // motora (eferente) – saída; interneurônios (faz a ligação entre os
neurônios sensitivo e motor).

• Em vermelho: funções submetidas a comando consciente (motores ou sensitivos) ligadas ao musculo estriado
esquelético.
• Em azul: funções submetidas a comando inconsciente (motores ou sensitivos) ligados a glândulas, cardíaco e
musculo liso.

Resumindo
Didaticamente, podemos dividir o SN de duas formas:

Do ponto de vista anatômico, podemos dividir o sistema nervoso em duas grandes partes:

• Sistema nervoso central (SNC)


• Sistema nervoso periférico (SNP.).

O sistema nervoso central reúne as estruturas situadas dentro do crânio (encéfalo) e da coluna vertebral (medula
espinhal).

Enquanto o sistema nervoso periférico reúne as estruturas distribuídas pelo organismo (nervos, plexos e gânglios
periféricos).
39

Já do ponto de vista funcional, o sistema nervoso deve ser dividido em:


Página
• Sistema nervoso somático (SNS)
• Sistema nervoso autônomo (SNA)

O sistema nervoso somático está relacionado com funções submetidas a comando conscientes (sejam motores ou
sensitivos estando relacionados com receptores sensitivos e com músculos estriados esqueléticos).

Já o sistema nervoso autônomo está relacionado com a inervação inconsciente de glândulas, músculo cardíaco e
músculo liso.

Portanto, o sistema nervoso periférico, bem com os componentes do sistema nervoso somático e autônomo,
apresenta as fibras nervosas ou nervos, como importantes componentes.

Funcionalmente, podemos classificar os nervos da seguinte maneira:

• Nervos aferentes (sensoriais): responsáveis pela transmissão da informação da periferia para o SNC.
• Nervos eferentes somativos (motores): transportam informações do SNS para os músculos esqueléticos (para
periferia) de maneira voluntária e direta.
• Nervos eferente autonômicos (motores): compreendem coletivamente ao sistema nervoso autônomo (SNA).
São conhecidos como agentes executores pois, através deles, o SNC exerce o controle da maior parte dos
sistemas corporais de maneira interrompida.

Neurônios sensitivos (aferentes) recebem sinal externos e enviam para dentro (para o SNC) que encaminham a
informação em forma de resposta através dos neurônios motores (eferentes).

Resuminho: O nervo aferente recebe o sinal da periferia (seja um sinal interno ou externo) encaminha para o sistema
nervoso central, que manda um impulso em forma de resposta. Essa resposta do SNC é enviada através do nervo
eferente somático ou eferente autônomo (podendo ser uma resposta consciente (locomotora – musculo esquelético)
ou uma resposta inconsciente (dos órgãos; eu não controlo).

Lembrando que existem dois tipos de funções motoras, a somatomotora ( motricidade do corpo – a gente controla –
nervos eferentes somativos) e a visceromotora (motricidade dos órgãos internos – a gente não controla – nervos
eferentes autônomos).

Sistema nervoso autônomo


• O SNA não é independente do restante do sistema nervoso, ao contrário, o SNA é interligado e controlado
pelo SNC por estruturas como o hipotálamo (que coordena vários centros endócrinos e viscerais para garantir
a homeostasia) e o sistema límbico (relacionado com estímulos emocionais) e com a formação reticular
(conjunto de fibras que ligam estes centros viscerais encefálicos aos centros viscerais medulares).
• O sistema nervoso autônomo é, portanto, a parte do sistema nervoso que está relacionada ao controle da vida
vegetativa, ou seja, que controla funções como a respiração, circulação do sangue, controle de temperatura e
digestão.
• Boa parte dos fármacos estudados atuam nessas funções.
• A função do Sistema Nervoso Autônomo, é a regulação do sistema CARDIOVASCULAR, DIGESTÃO,
RESPIRAÇÃO, TEMPERATURA CORPORAL, METABOLISMO, SECREÇÃO DE GLÂNDULAS EXÓCRINAS, e, portanto,
manter constante o ambiente interno (HOMEOSTASE).

Sistema nervoso somático


• Somático vem de soma = parede corporal.
• É constituído por estruturas que controlam ações voluntárias, como a contração de um músculo estriado
esquelético, ou modalidades sensitivas elementares e facilmente interpretadas (conduzidas por nervos
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aferentes somáticos, levando estímulos relacionados com tato, pressão, dor, temperatura etc.).

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Os fármacos com ação neste componente do sistema nervoso são praticamente representados pelos
relaxantes musculares, cujo uso pode ser útil tanto para clínica médica (patologias que com contração
muscular patológica) como na área cirúrgica (visto que o próprio tônus basal muscular possa ser impróprio
para a realização de certos procedimentos.

Boa parte dos fármacos que atuam no sistema nervoso também funciona em nível central (partindo-se do pressuposto
que os sistemas nervosos autônomo e somático apresentam importantes componentes dentro do SNC, alguns
fármacos podem atuar em nível central para obter resultados farmacológicos periféricos).

QUE TAL MAIS UMA REVISÃO....


Classificação anatômica do SN.

• Sistema nervoso central: encéfalo e medula espinhal.


• Sistema nervoso periférico: nervos (cranianos e espinhais), gânglios nervosos e terminações nervosas livres.

Classificação funcional:

• Sistema nervoso somático: o qual inerva as estruturas por meio do controle consciente. Ou seja, a gente
controla Ex: locomoção.
• Sistema nervoso autônomo (vegetativo ou visceral): funciona involuntariamente e permanece além do
controle consciente do organismo. Inerva os órgãos interno, vasos sanguíneos glândulas. A gente não controla.
Ex: frequência cardíaca e respiratória, fluxo sanguíneo etc.

Sistema parassimpático e simpático


O sistema nervoso autônomo apresenta dois componentes: a divisão simpática e a divisão parassimpática. Ambas as
partes coordenam os aspectos fisiológicos que ocorrem continuamente no dia a dia do animal, adaptando-o as mais
adversas situações que ocorrem no meio.

A homeostase e maioria das atividades normais reflete um equilíbrio dinâmico entre essas subdivisões autonômicas.

Em caso de repouso ou digestão a atividade parassimpática predomina. E em caso de luta ou fuga, fluxo sanguíneo
para os tecidos, a atividade simpática predomina.

Resumo em tópicos
• Pode ser chamado de sistema de vida vegetativa/visceral.
• Coordena a inervação das estruturas viscerais.
• Manutenção da homeostase, pressão arterial, FR, peristaltismo.
• Seus nervos aferentes conduzem impulsos vindo dos receptores viscerais – VISCERORECEPTORES. Mandam a
informação para o SNC.
• Seus nervos eferentes trazem impulso (em forma de resposta) vindo do SNC para o musculo liso, coração,
glândulas.
• SNA simpático = reação de luta e fuga
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• SNA parassimpático: reação repouso e digestão.


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Neurônios pré e pós ganglionares
Definição breve: Existem gânglios que estão próximos ou afastados dos neurônios; eles são um ponto de encontro.
Ou seja, o ponto de encontro de neurônios é chamado de gânglio.

O neurônio que se encontra antes do gânglio é chamado de pré-ganglionar, e o que se encontra depois é o pós
ganglionar.
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Quando um sinal nervoso ou impulso alcança o fim de seu axônio, ele viajou como um potencial de ação ou pulso de
eletricidade. Esse sinal elétrico não pode ultrapassar o espaço que se forma entre os neurônios durante sua
comunicação um com o outro, portanto o sinal elétrico dentro dos gânglios, é convertido em um sinal químico. Ou
seja, gera substâncias químicas, especialmente neurotransmissores que vão conduzir o estímulo.

Diferenças anatômicas
Do ponto de vista anatômico, as duas divisões do sistema nervoso autônomo (simpático e parassimpático) podem ser
diferenciadas observando-se a localização dos seus neurônios pré-ganglionares, o tamanho de cada uma de suas fibras
e a localização dos neurônios pós-ganglionares.

• Posição dos neurônios pré-ganglionares:

No sistema nervoso simpático, os neurônios pré-ganglionares localizam-se no corno lateral da medula torácica e
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lombar alta (entre T1 e L2). Diz-se, pois, que o sistema nervoso simpático é toracolombar.
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No sistema nervoso parassimpático, eles se localizam no tronco encefálico (dentro do crânio, em núcleos eferentes
viscerais gerais dos nervos cranianos: oculomotor, facial, glossofaríngeo e vago) e na medula sacral (S2, S3 e S4). Diz-
se, pois, que o sistema nervoso parassimpático é crânio-sacral.

• Posição dos neurônios pós-ganglionares:

No sistema nervoso simpático, os neurônios pós-ganglionares, ou seja, os gânglios, localizam-se longe das vísceras-
alvo e próximo da coluna vertebral, formando os gânglios paravertebrais e pré-vertebrais.

No sistema nervoso parassimpático, os neurônios pós-ganglionares localizam-se próximo ou dentro das vísceras alvo.

• Tamanho das fibras pré e pós-ganglionares:

Em consequência da posição dos gânglios, o tamanho das fibras pré e pós-ganglionares dos dois sistemas são
diferentes: a pré-ganglionar do SN simpático é curta e a pós é longa; a pré-ganglionar do SN parassimpático é longa e
a pós é curta.

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Diferenças bioquimica/farmacológica
As diferenças bioquímicas são as mais importantes do ponto de vista farmacológico, pois dizem respeito à ação das
drogas em nível do SNA: as drogas que imitam a ação do sistema nervoso simpático são denominadas
simpatomiméticas, ao passo em que as drogas que imitam ações do parassimpático são chamadas de
parassimpatomiméticas.

As fibras nervosas simpáticas e parassimpáticas são classificados de acordo com o tipo de neurotransmissor liberado
na fenda sináptica:

• Fibras adrenérgicas: secretam o neurotransmissor noradrenalina (sua captação é feita por receptores alfa e
beta).
• Fibras colinérgicas: secretam o neurotransmissor acetilcolina (sua captação se dá por receptores muscarínicos
e nicotínicos).

Sistema nervoso simpático – drogas simpatomiméticas:


• Neurotransmissores predominantemente representados pela noradrenalina (com afinidade significativa pelos
receptores α1, α2 e β1).
• Fibras pré-ganglionares: colinérgicas
• Fibras pós ganglionares: adrenérgicas

Exceções:

Fibras (neurônios) pós-ganglionares que inervam vasos sanguíneos de musculos esqueleticos e glândulas sudoriparas
secretam acetilcolina (são colinérgicas).

E fibras (neurônios) pré ganglionares (colinérgicos) inervam diretamente a medula supra renal, mesmo que sua
glândula secrete adrenalina (principalmente) e noradrenalina na corrente sanguínea. Por secretar adrenalina, suas
fibras que a inervam deveriam ser pós ganglionares (adrenergicas) mas não são.

• Nas fibras pós sinápticas apresentam receptores nicotinicos (classificados como colinérgicos, que receptam a
Ach de fibras pré-colinérgicos).
• Na superficie dos órgãos efetores apresentam receptores noradrenárgicos (que receptam noradrenalina
secretas pelas fibras pós ganglionares do simpático).

Sistema nervoso parassimpático – drogas parassimpatomiméticas.


• Neurotransmissor predominante: acetilcolina (tanto na transmissão ganglionar quanto na estimulação do
órgão efetor).
• As fibras pré-ganglionares e pós ganglionares: ambas colinérgicas.
• Os receptores do parassimpático são do tipo colinérgicos: receptores nicotínicos (presentes nos gânglios) e
receptores muscarínicos (presentes predominantemente na musculatura lisa de órgãos efetores); são do tipo
M1, M2, M3, M4, M5.

Receptores
Podem ser de três tipos:

1. Receptor nicotínico: receptor para fibras colinérgicas estimulado pela nicotina, que capta ACh. Está presente nos
receptores das fibras pós-ganglionares tanto do SN simpático quanto do parassimpático. Quanto aos órgãos alvo,
estão presentes apenas no músculo estriado esquelético (sistema nervoso somático).

2. Receptor muscarínico: receptor para fibras colinérgicas estimulado pela muscarina, que também capta ACh. Nos
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órgãos alvo, estão presentes: glândula sudorípara (simpático), músculo liso e glândulas (parassimpático).
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RECEPTORES MUSCARINICOS E NICOTINICOS SÃO DO TIPO COLINÉRGICOS.

3. Receptor adrenérgico: receptor para fibras adrenérgicas (que secretam noradrenalina), podendo ser de dois
tipos: receptores alfa (1 e 2) e beta (1 e 2).

Inativação ou retirada dos neurotransmissores:

Acetilcolina:

• inativada pela acetilcolinesterase

Noradrenalina:

• na fenda sináptica: recaptada pela membrana pré-sináptica.


• na circulação sanguínea: inativada pela catecol-O-metiltransferase com participação da MAO (monoamina-
oxidase).
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Exemplificando tudo que foi dito:

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Diferença fisiológica
De um modo geral, agora do ponto de vista fisiológico, o sistema simpático tem ação antagônica a do parassimpático
em um determinado órgão: classicamente, diz-se que o SNA simpático é responsável por preparar o corpo para a luta
ou para fuga; ao passo em que o SNA parassimpático faz o contrário, preparando o corpo para o repouso. Esta
afirmação, entretanto, não é válida em todos os casos. Assim, por exemplo, nas glândulas salivares, os dois sistemas
aumentam a secreção, embora a secreção produzida por ação parassimpática seja mais fluida e muito mais abundante.
De fato, a inervação autônoma é mista para a maioria dos órgãos, ou seja: recebem tanto um componente simpático
como um parassimpático que, no geral, realizam funções antagonistas. Entretanto, alguns órgãos têm inervação
puramente simpática.

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Modo de ação
De um modo geral, os fármacos relacionados ao sistema nervoso autônomo apresentam quatro sítios de ação:
receptores nervosos, canais iônicos, enzimas e moléculas transportadoras.

Tais fármacos, sejam eles com ação simpática ou com ação parassimpática, recebem denominações específicas, para
as quais é importante determinar suas definições e sinônimos.

Fármacos parassimpatomiméticos (agonistas parassimpáticos = agonistas muscarínicos = colinomiméticos): são


drogas que apresentam atividade de estimular (agonista) uma determinada atividade intrínseca parassimpática.

Os fármacos colinomiméticos podem atuar de três maneiras principais:

• Agonistas muscarínicos: mimetizam a ação do receptor muscarínico;


• Estimuladores ganglionares: mimetizam os receptores nicotínicos ganglionares;
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• Inibidores colinesterase: previnem a degradação da ACh pela AChE, mimetizando a ação parassimpática.
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Fármaco parassimpatolítico (antagonista ou bloqueador parassimpático = bloqueador muscarínico = colinolítico):
são drogas cuja função é bloquear e/ou inibir respostas do sistema nervoso autônomo parassimpático.

Os fármacos colinolíticos podem atuar de três maneiras principais:

• Antagonistas muscarínicos: bloqueiam a ação do receptor muscarínico;


• Bloqueadores ganglionares: bloqueiam os receptores nicotínicos ganglionares;
• Bloqueadores neuromusculares: bloqueiam ACh.

Fármacos simpatomiméticos (agonistas simpáticos): são fármacos que produzem efeitos, através da estimulação dos
nervos simpáticos.

Fármaco simpatolítico (antagonista ou bloqueador simpático): são fármacos cuja função consiste em inibir ou
bloquear a ação do sistema nervoso simpático. Sua maioria é representada por fármacos anti-hipertensivos.

Lembre-se: Um fármaco que realize a ação de bloqueio


do neurotransmissor adrenérgico possibilita a ação
colinérgica e vice versa, fármaco que bloqueio o
receptor colinérgico possibilita a ação adrenérgica.

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Numa situação de estresse, a ação do sistema nervoso simpático é exacerbada, principalmente na presença das
catecolaminas.

Catecolaminas: grupamentos químicos com a presença do grupo amina em sua formação. As catecolaminas
endógenas (produzidas pelo próprio organismo) principais são as: adrenalinas (ou epinefrina) e noradrenalinas (ou
norepinefrina).

A noradrenalina (NA) induz a excitação física e mental, e ao bom humor. A produção é centrada na área do cérebro
chamada de ‘’lócus cerúleos’’, e atua nos centros de prazer do cérebro. Sua falta está associada a transtornos
depressivos.

A adrenalina é secretada em quantidades abundantes pela glândulas suprarrenais, e prepara o organismo para
grandes esforços físicos, estimula o coração, eleva a tensão arterial, relaxa certos músculos (ex: músculos abdominais)
e contrai outros (ex: músculos dos membros).

• Cerca de 80% de adrenalina, e 20% de noradrenalina é secretada na corrente sanguínea para fazer essa
exacerbação do sist. nerv. simpático.

Legenda: Em situação de stress/medo o hipotálamo é sinalizado fazendo com que ele libere um neurohormônio (CRH,
que atua na hipófise anterior, que por sua vez libera o ACTH, e ele vai estimular a adrenal a produzir alguns hormônios,
dentre eles o cortisol, os andrógenos e claro, a adrenalina e a noradrenalina.

O cortisol por sua vez, vai atuar na locus cerúleos e faz com que seja produzido mais noradrenalina, que vai servir
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como substrato para formação de adrenalina.


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Farmalogia adrenérgica
• Envolve o estudo dos agentes que atuam sobre vias mediadas pelas catecolaminas endógenas (norepinefrina
(NE) e epinefrina).

Histórico

Legenda: Em 1913, Dale e Barger perceberam que a adrenalina tinha dois efeitos diferentes (vasoconstrição ou
vasodilatação) eles notaram que ele provavelmente tinha dois receptores diferentes. Quando a adrenalina se liga a
determinado receptor ela tem a ação de vasoconstricção, e quando ela se liga a outro receptor ela promove a
vasodilatação.

O receptor do tipo alfa é muito mais responsívela adrenalina do que a isoprenalina. O do tipo beta é ao contrário.

Catecolaminas
O grupo das catecolaminas é um grupo quimico com a presença de um grupo amina. Pequenas modificações nessa
estrutura, já muda a conformação toda dessa catocolamina formando outros tipos de fármacos e o tipo de ligação que
ele vai fazer.

• A isoprenalina (mostrada ali em cima) é uma mudança de conformação da noradrenalina que é uma
catecolamina.
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Formação da noradrenalina e liberação na fenda sináptica

Legenda: Fenilanina (aminoácido) é oxidada pela enzima fenilamina hidroxilase, uma vez hidroxilada ela vai dar origem
a tirosina que vai ser carreada para dentro do neuronio pre sinaptico e lá ela sofre hidroxilição pela tirosina hidroxilase
e se transforma em dopa, que por sua vez é descarboxilada pela dopa descarboxilase dando origem a dopamina, que
sofre um hidroxilação formando a noradrenalina.

Essa nova noradrenalina é carreada por transportadores para dentro de vesículas sinápticas que ficam dentro do
neurônio pré sinaptico.

Uma vez que o potencial de sinalização (potencial elétrico) chega no neurônio pré sináptico, essas vesículas vêem até
a membrana e eclodem lá, liberando essa noradrenalina na fenda sináptica. Uma vez livre na fenda sináptica, essa
noradrenalina vai se ligar nos seus receptores específicos, gerando um potencial de ação, mandando isso como
resposta até o seu órgão efetor.

A noradrenalina que ‘’sobra’’ na fenda sináptica precisa ser retirada para que não fique hipersinalizando novos
receptores.

Na região neural, vai ocorrer a ação da enzima monoaminooxidase (MAO), ela faz a degradação dessa noradrenalina,
quebrando-a em aldeído de noradrenalina. Esse aldeído volta para o neurônio pré sinaptico e fica la guardado na
vesícula em forma de noradrenalina.

Na região do órgão efetor (região extra-neuronal) quem faz a degradação da noradrenalina é a enzima catecol o-
metiltransferase (COMT), ela age no fígado.

Receptores adrenérgicos
• São os receptores ligados ao sistema nervoso periférico simpático.
• As catecolaminas endogenas se ligam a esses adrenoreceptores.
• São adrenorrecptores aqueles que se ligam a proteína G (tanto os pré, como os pós sinápticos).

Principais catecolaminas endógenas:

• Noradrenalina: afinidade por receptores alfa1, alfa2 e beta1 (tendo mais afinidades por receptores alfa).
• Adrenalina: afinidade por alfa1, beta1, e alfa 2 (tendo uma maior afinidade por receptores beta).
• Dopamina: afinidade por receptores dopaminérgicos e ainda receptores alfa e beta (maior afinidade por
receptores beta do que alfa).
• Dobutamina: uma amina utilizada em casos de choque, atuando sobre receptores beta1, realizando uma
taquicardia.
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O uso clínico de catecolaminas endógenas é bastante RESTRITO, não é possível administrá-los por VO ( já que serão
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metabolizados no TGI e no fígado pelas enzimas MAO e COMT), e os efeitos de injeção TM, cutânea ou endovenosa
são de durações curtas pela baixa meia-vida.
• Ou seja, a adrenalina e a noradrenalina têm um efeito bom e rápido no organismo, porém muito curto.

Importante: Existe modulação da NA por meio dos receptores adrenérgicos.

• Altas concentrações de NA estimulam receptor α2, que realiza um controle negativo sobre a produção de NA;
• Baixas concentrações de NA tem maior afinidade por β2, que estimula positivamente a produção de
NA.

Legenda (explicação): Na imagem vemos região pós-sináptica (área azul embaixo) e um neurônio pré-sináptico (área
verde grande).

Na região pós sináptica tem a presença de receptores do tipo alfa1, beta1 e beta2, na região do neurônio pré sináptica
existem receptores do tipo alfa2 e beta2.

Uma vez que o neurônio pré-sináptico é sinalizado ocorre a quebra de ATP, liberação de sódio, e liberação da
noradrenalina através da fenda pré-sináptica. Essa noradrenalina se liga aos seus receptores pré ou pós sinápticos.

A questão da imagem é mostrar que: ambos os receptores são capazes de fazer a própria modulação da quantidade
de noradrenalina liberada, ou seja, a partir da quantidade de noradrenalina livre na fenda, eles conseguem fazer um
feedback tanto negativo quanto positivo.

Como assim? Se tem muita noradrenalina livre na fenda (uma parte já se ligou ao seus receptores, mas ainda assim
ficou bastante livre) isso é sinalizado ao receptor alfa2, que vai mandar um estímulo negativo para a região do
adenilato ciclase, inibindo a quebra de ATP, e consequentemente fazendo com que os canais de sódio e cálcio não se
abram, e assim não se libere mais noradrenalina. Ou seja, o próprio receptor pode ter essa função antagônica de inibir
a noradrenalina, quando já se tem muita.

No caso contrário, se tem baixa concentração de noradrenalina na fenda, receptores beta 2 são sinalizadas, e estes
mandam um estímulo positivo, fazendo com que ocorra a quebra do ATP, abertura dos canais de sódio e cálcio, e
consequentemente permitindo a liberação de mais noradrenalina na fenda sináptica.

Tipos de receptores

Existem receptores em várias regiões do organismo, então por isso que às vezes um único fármaco tem capacidade de
atuar no pulmão, coração, fígado, TGI etc. Isso se dá justamente pela capacidade desse fármaco de se ligar a diversos
receptores.

Quanto mais receptores o fármaco se ligar, mais efeitos adversos ele vai ter no organismo, por ter mais estruturas
sinalizadas. E quanto mais específico ele for, ele vai se ligar a menos receptores e com isso menos efeitos colaterais
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ele vai causar.


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• Receptores do tipo alfa

Existem dois tipos: alfa1 e alfa 2

O receptor do tipo alfa1 está em maior quantidade no organismo (exemplos na imagem). Em todas essas estruturas,
esse receptor é responsável por contrair a musculatura dessas estruturas, EXCETO no TGI, lá ele promove relaxamento.

O receptor do tipo alfa 2 é pré sináptico e é responsável pelo controle da quantidade de noradrenalina liberada na
fenda (tecido adiposo, SNC)

• Receptores tipo beta:

Existem três tipos: beta1, beta2 e beta3.

Receptores do tipo beta1 são mais específicos, estão presentes somente no coração, aumentando sua força de
contração, e consequentemente seu débito cardíaco.

Os receptores do tipo beta2 estão presentes em várias estruturas (exemplos na imagem) como receptor do alfa1, mas
diferente do alfa1 que promove contração, os receptores do tipo beta2 promove relaxamento das estruturas.

Ex: fármaco que atua em beta2, promove relaxamento do útero, se pegarmos um fármaco com boa ação em beta 2 e
administrar numa femea grávida, o útero vai relaxar, tendo possibilidade de aborto nesse animal, por isso é muito
importante saber como essa droga age no organismo, onde ela vai se ligar e que tipo de ação ela vai trazer.

Receptores do tipo beta3 estão ligados a questão da lipólise (quebra de gordura).

Ex: medicamentos para emagrecer, são perigosos, porque eles não sinalizam apenas receptores beta3 para quebra de
gordura, eles podem sinalizar receptores beta1 também, podendo causar infarto por exemplo.

Ações dos receptores adrenérgicos

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Efeito farmacológico

Ação das catecolaminas em cada estrutura.

No coração

• Aumento da pressão do débito cardíaco, da FC, e do pulso consequentemente.


• Cronotropismo e inotropismo positivo
• Vasoconstrição nos vasos de resistência pré capilar da pele, musocsa e rim.
• Aumento do fluco sanguíneo para músculos esqueléticos (para aumentar a força do músculo).

Músculo liso

• TGI: relaxamento com redução do tônus intestinal.


• Bexiga: relaxamento do detrusor e contração do esfíncter.

Pulmão

• Broncodiatação
• Ação direta nos brônquios e mastócitos

Olhos

• Mídriase (dilatação pupilar)


• Redução da pressão IO (intraocular)

Na região do sistema nervoso central

• Aumento da atenção
• Insônia
• Euforia, anorexia.

Musculo esquelético

• Aumento da força motora, graças ao aumento de fluxo sanguíneo para os músculos.

Glândulas exócrinas

• Salivares: redução da produção de saliva


• Sudorípara: aumento da produção de suor

Fármacos simpatomiméticos
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Os fármacos adrenérgicos podem ser classificados de acordo com a estrutura química da molécula, ou pelo
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mecanismo de ação dessa molecula dentro do organismo.


DE ACORDO COM A ESTRUTRA

• Catecolaminas: fármacos com o grupamento amina na sua estrutura.

São elas: adrenalina, noradrenalina, dopamina e isoprenalina.

• Não-catecolaminas: fármacos sem o grupamento amina na sua estrutura.

São elas: efedrina, anfetamina, fenilefrina, metoxamina.

DE ACORDO COM O MECANISMO DE AÇÃO

Mecanismo de ação: forma que esse fármaco vai se ligar no receptor promovendo mudança funcional dentro do
organismo.

• Ação indireta

O fármaco atua no sistema nervoso simpatico, mas não atua no receptor diretamente, ele promove sua ação de uma
forma indireta.

• Ação direta

Atua rdiretamente no recptor

• Ação mista:

Pode se ligar ou não ao receptor.

Hoje em dia está se estudando um nova forma de classificação do fármaco: seletivo ou não seletivo.

• Seletivo: específico de um determinado receptor.


• Não seletivo: não se liga em um só recptor, atua em vários ao mesmo tempo.

Tipos de fármacos

Do grupo das catecolaminas:

1. ADRENALINA (principal)

• Potente vasoconstrictor (grande capacidade de reduzir formação de edema, que é causado por vasodilatação)
• Causa dilatação e contração vascular
• Causa broncodilatação
• Estimulante cardíaco (adrenalina se liga a receptores do tipo beta1)
• Uso terapêutico com efeito imediado mas não duradouro.
• Pode causar reações alérgicas em grávidas
• Usado na parada cardíaca

Efeito adversos:

• Hipertensão
• Vasoconstricção
• Taquicardia
• Disritmia ventricular

Classe e agentes farmacológicos


1. Os fármacos podem inibir o armazenamentos das catecolaminas, interferindo no armazenamento da noradrenalina,
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na região da sinapse. Essa são as drogas com ação indireta, não interferindo nos receptores, apenas no
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armazenamento.
2. Agonista dos receptores: droga que atua diretamente nos receptores, mimetizando a ação das catecolaminas
endógenas.

3. Antagonista dos receptores: agem de forma direta se ligando nos receptores, uma vez ligado aos receptores
bloqueia os mesmos, fazendo com que ele não se ligue a catecolamina, antagonizando sua ação.

Exemplos desses fármacos

1. Reserpina

• Age de forma indireta, inibindo irreversivelmente o transportador vesicular de monoamina (TVMA); esse
transportador tem a capacidade de transportar essa vesícula de noradrenalina até a membrana para que ela
seja eliminada na fenda sináptica. A reserpina se liga nesse transportador, impedindo que esse transportador
traga essas vesículas, fazendo elas perderem a capacidade de concentrar e armazenar norepinefrina
(dopamina).
• Antigamente era usada no tratamento da hipertensão, mas causava depressão grave.

2. Fenilefrina, oximetazolina (veterinária)

• São agonistas alfa1 adrenérgicos, ou seja, são mais específicas.


• Contração do musculo liso vascular
• Usado como descongestionante nasal – venda livre.
• Uso humano
• Cães e gatos – 1 gota (narina) a cada 12 horas/ 7 dias

3. Clonidina

• É um agonista alfa 2 adrenérgicos


• Diminui a liberação de NE (noradrenalina) por ser um alfa2 adrenergico agonistas.
• Reduz a pressão arteial por meio da sua ação nos centros vasomotores do tronco encefálico.
• Usado para o tratamento da hipertensão e quadros de taquicardia
• Efeitos adversos: hipotensão postural, bradicardia, boca seca e sedação.
• Ausência de depressão respiratória, prurido, vômito e dependencia são outras vantagens que apresentam em
realção aos opióides.

4. Dobutamina

• Agonista beta1 adrenérgico indicado no tratamento de insufiência cardíaca aguda e choque.


• Causa inotropismo cardíaco, leva a um aumento da contratilidade e do débito cardíaco.
• Usado para casos de choque cardiogênico
• Apresenta baixa ação nos receptores adrenérgicos, ocasionando alteração da FC, taquicardia e arritimia de
maneira discreta.
• Pode ocasionar também alteração da pressão arterial e vômitos.
• Os efeitos podem ser diminuidos alterando a velocidade de infusão.
• Usar com cautela em animais hipovolêmicas, doenças miocardicas e distúrbios da condução.

5. Grupo de agonista beta2 adrenérgicos

• Bem valiosos para o tratamento da asma, pois promove broncodilatação.


• São fármacos não tão seletivos, portanto podem agir também em beta1.
• Asdministração por aerossóis inalados chegando rapidamente na rigião do pulmão.
• Seu mecanismo de ação consiste em estimulo dos receptores beta2, reduzindo a liberação de leucotrienos e
histamina pelos mastócitos.
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• Exemplos de fármacos dessas classe: salbutamol, fenoterol, terbutalina, e salmeterol (ação longa).
• Efeitos insejáveis: tremores (musc. esquel.); taquicardia (por também se ligar a recptores beta1); tolerância e
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hiperglicemia.
Relação estrutura e atividade catecolaminas

Todas as catecolaminas, todas as drogas (sintéticas ou não) são produzidas a partir de dois agrupamentos básicos:
noradrenalina e adrenalina, a partir das modificações nessas estruturas, tem a produção dessas drogas sintéticas ou
não.

Essa modificação de agrupamento, vai fazer com que essa droga seja mais seletiva a um receptor do que para outro.

Na imagem é possível ver, que mudando a conformação da adrenalina, tem a isoprenalina, e dessa isoprenalina,
origina-se o salbutamol ou propranolol, todas essas são drogas adrenérgicas, mas cada um age de um forma, mesmo
que originado ‘’da mesma molécula’’.

Exemplo de ações dos medicamento vistos na foto: O salbutamol é um agonista do tipo beta. Já o propranolol é um
antagonista do tipo beta (mais seletivo para beta1) ou seja, ele bloqueia principalmente a ações do receptores do tipo
beta 1 (diminui a FC, a contração do coração e consequentemente diminuindo a PA);

Metaraminol: agonista alfa seletivo (principalmente para alfa1) responsável pela contração do vaso sanguíneo,
consequentemente aumentando a PA.

Agonistas indiretos
1. Anfetaminas

• Estimulantes centrais e periféricos que exercem uma liberação de catecolaminas pré-armazenas (liberação
das vesículas cheias de noradrenalina que ficam no neurônio pré sináptico).

Exemplo: O arrebite é um fármaco que deixa a pessoa no estado de vigília (acordado), mas chega um momento que
ele vai exercer um efeito rebote, que acontece quando essa noradrenalina acaba, justamente por ter sido tão liberada.

2. Efedrina (marax, revenil)

• Ação em receptores tipo alfa (taquicardia e vasoconstricção e/ou do tipo beta (vasodilatação).
• Libera noradrenalina na fenda sináptica.
• Utilizada para acelerar metabolismo e lise de gordura (remédios para emagrecer) – podendo causar
dependência. Ou seja, o organismo fica dependente daquele fármaco para manter a taxa ideal de liberação
de noradrenalina.
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Página
Seletividade x efeito colateral

Receptores do tipo alfa são mais respondíveis a noradrenalina do que a adrenalina. E os do tipo beta são mais
respondíveis a isoprenalina.

Indicação

Seletividade do fármaco

Legenda: + = efeito positivo | 0 = nenhum efeito

Exemplo: Fenilefrina é um droga com efeito em recptor do tipo alfa1, e não tem efeito em mais nenhum outro
receptor, isso faz dela um agonista alfa1 seletivo. Um agonista alfa1 seletivo causa vasoconstricção, aumentando a
resistência vascular periférica e conquentemente a pressão arterial.

• Indicação: hipotensão e choque


• Descongestionante nasal
• Exemplos: nafazolinae efedrina
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A clonidina por sua vez, só possui efeito em receptores alfa2, o que a torna um agonista alfa2 seletivo. Receptores
alfa2, diminuem a liberação de noradrenalina, diminuindo a pressão arterial.
Página

• Indicações: hipertensão.
Indicações de agonistas

Agonista beta1 seletivo

• Estimula o coração, aumentando sua força de disparo, sua FC e sua força de contração.
• Indicado para disfunções cardíacas – Insuficiência cardíaca congestiva. Ex: dobutamina.

Agonista beta 2 seletivo .

• Presente na maior parte dos tecidos: vaos sanguíneos, musculos esqueléticos.


• Responsável pela vasodilatação causando diminuição da resistencia vascular periferica e da pressão arterial,
gerando uma taquicardia reflexa compensatória.
• Nos bronquíolos causa broncodilatação.
• No útero, promove relaxamento.

Fármacos simpatolíticos

• Medicamentos que bloqueiam a ação do sistema nervoso simpático.


• Comumente empregados como anti-hipertensivos.
• Agem como antagonista do sistema nervoso simpático, ou seja, atua bloqueando receptores:

Bloqueio de receptores do tipo alfa causa diminuição da vasoconstricção; bloqueio de receptores do tipo beta causa
a diminuição da estimulação do coração.

P.s: bloqueio de receptores do tipo beta também promove contração da musculatura lisa, brônquica, favorecendo
então um broncoespasmo.

Isso acontece por que se ‘’eu’’ bloqueio um receptor do tipo beta de forma não seletiva, ‘’eu’’ bloqueio beta 1 e beta
2 também, ou seja bloqueio efeitos no coração mas também efeitos no pulmão.

Classificação

Fármacos simpatoliticos/antagonistas podem ser classificados pela sua ação: direta ou indireta:

Ação direta: bloqueia receptores do tipo alfa e beta, podendo ser bloqueios reversíveis ou não. Pode ser seletivo ou
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não seletivo ou não.


Página
Ação e exemplo de fármacos antagonistas

Alfa não seletivo: bloqueia tanto alfa1 quanto alfa2. Ex: fenoxibenzamina, fentolamina (feocromotina – tumor adrenal
– noradrenalina).

Alfa1 seletivo: bloqueia apenas receptores alfa1.


Ex: prosozina, doxasozina (antihipertensivo/hiperplasia prostática benigna)

Alfa2 seletivo: bloqueia apenas receptores alfa2. Ex: iomnina e idazoxanos. Muito usado para pacientes com disfunção
eretil.

Antagonistas alfabloqueadores
Doxazosina (Carduran, euprostatin)

• Ação inibindo receptores alfa


• Relaxamento do tônus do músculo liso vascular (vasodilatação).
• Diminui a resistência vascular periférica consequentemente reduzindo a pressão sanguínea.
• Indicação: hipertensão e hiperplasia próstata benigna, já que reduz a tensão prostática com ação em
receptores adrenérgicos na próstata.
• Efeitos: hipotensão postural (queda de pressão relacionada a postura), desmaio, sonolência, cansaço,
palpitações e cefaleia.

Classes e agentes farmacológicos


Prazosina

• Antagonista alfa1 adrenérgicos


• É um fármaco indicado para o controle da hipertensão arterial sistêmica (HAS0, doença do trato urinário
inferior dos felinos (DTUIF)e hiperplasia prostática benigna (HPB).
• Atua de maneira seletiva – causa diminuição da RVP e dilatação dos vasos venosos / diminui o retorno venoso
ao coração.
• Após a administração oral, as concentrações plasmáticas alcançam pico em 3-4h com meia de vida de 12h.
• Excreção ocorre pela bile e fezes (metabolização hepática)
• Outros exemplos de antagonista alfa1 adrenérgicos: doxazosina, tansulosina.

Loimbina
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Página

Antagonista alfa2 adrenérgicos:


• Resulta em liberação aumentada de norepinefrina e insulina.
• Atua no SNC
• Aumenta a PA, e a FC.
• Utilizada para tratamento de disfunções sexuais masculinas (em humanos).
• Na veterinária é usado como antagonista da xilasina que deprime SNC (liberando muito noradrenalina).
• Não é disponível em mercados, mas facilmente encontradas em farmácia de manipulação em forma de
cloridrato (hidrossolúvel).

Inibidores do tipo beta

Antagonistas beta não seletivos: propranolol, alprenalol, nadolol, pinolol, timolol.

Beta1 seletivos: acebutol, atenolol, metoprolol.

Beta2 seletivos: butoxamina.

Antagonistas beta adrenérgicos

• Bloqueiam as ações cronotrópicas e inotrópicas positivas.


• Resulta em diminuição da FC, e da contratilidade do miocárdio.
• São capazes de reduzir a pressão.
• Podem ser seletivos ou não.

Uso terapêutico:

• Hipertensão/angina
• Profilaxia da enxaqueca
• Sintomas de pânico em palestrantes
• Glaucoma (timolol)

Efeitos adversos:

• Insuficiência cardíaca congestiva


• Extremidades frias
• Broncoespasmo
• Pesadelos e insônia
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Exemplo: Atenolol
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• Age inibindo receptores tipo beta.


• Age diretamente no coração
• Diminui o ritmo cardíaco, a contração e pressão.
• Indicado para hipertensão sistêmica e arritmia.

Propranolol

• Betabloqueador não seletivo


• Anti-hipertensivo
• Usado em caso de infarto no miocárdio

Carvedilol

• Melhor fármaco para insuficiência cardíaca


• Efeitos colaterais pois não é seletivo; bloqueia receptores tanto do tipo alfa, quando do tipo beta.

Antagonista de ação indireta

Diminuem a ação do simpático, mas não agem diretamente nos receptores, agem principalmente nos mecanismo de
síntese e armazenamento de noradrenalina. Eles diminuem o nível de noradrenalina na fenda sináptica.

Exemplos:

• Alfa-metiltirosina: tratamento de feocromocitoma, e inibi a hidroxilação da tirosina (ou seja, impede a


formação de noradrenalina).
• Carbidopa: derivado hidrazina DOPA, inibe a dopamina (também não permitindo a formação de
noradrenalina), ou seja, ela inibe a nora. Usado no tratamento de Parkinson.

Outros exemplos de antagonista de ação indireta:

• Reserpina: inibe o transporte para o interior da vesículas sináptica, diminuindo a concentração de NORA nos
tecidos.
• Guanetidina: impede a liberação na terminação nervosa e inibe a fusão da vesícula na membrana, não
liberando NORA e consequentemente inibindo a ação do simpático.

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Drogas colinérgicas são drogas que atuam na efetividade da estimulação do sistema nervoso autônomo
parassimpático.

Fármacos
Acetilcolina (ACh) – Neurotransmissor e transmissor

São encontrados nos neurônios:

• Pré ganglionares (SNA)


• Pós ganglionares (SNA parassimpático) – o pós ganglionar do simpático é respondível a noradrenalina.
• Pré e pós sináptico (SNC)
• Pós juncionais da junção neuromuscular (relaxante muscular)

‘’Ciclo’’ da acetilcolina
• Liberação da acetil do neurônio até chegar no órgão receptor

A acetilcolina é produzida pelo nosso corpo, através da glicose e após reações de oxidação, hidroxidação e mudanças
conformacionais. Ela fica acumulada em vesículas, que ao serem estimuladas pelo neurônio, eclodem, liberando essa
ACh.

A acetil que fica livre (não é utilizada) retorna para o neurônio, para que não fique hiper estimulando mais receptores.
Esse retorno acontece graças a enzima acetilcolinesterase, que quebra o ACh em colina e acetato, a colina retorna
para o neurônio para formar mais ACh e o acetato é excretado.

Receptores
A ACh pode se ligar a dois tipos de receptores:

• Nicotínicos: encontrados nos gânglios (tanto o pré quanto o pós)


• Muscarínicos: encontrados nos órgãos efetores (maioria dos órgãos)

Divisão simpática e parassimpática


No neurônio pré ganglionar, tanto na divisão simpática como na parassimpática, o receptor é nicotínico respondível a
acetilcolina.

Nos pós ganglionar, na divisão simpática, o receptor é adrenérgico alfa ou beta respondível a noradrenalina, já no
parassimpático, o receptor é muscarínico respondível a acetilcolina.

Conceitos farmacológicos
Fármacos parassimpatomiméticos

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Também chamados de agonistas parassimpáticos, agonista muscarínico ou agonista colinomiméticos.


• São substâncias que apresentam atividade de estimular (agonista) atividade parassimpática.
Página
Podem ser:

1. Agonista muscarínico: mimetizam (estimulam) ação do receptor muscarínico.


2. Estimulador ganglionar: mimetizam receptores nicotínicos ganglionares
3. Inibidores de colinesterase: inibem a ação da acetilcolinesterase (anticolinesterásicos)

Fármacos parassimpatolíticos
• Também chamados de antagonista parassimpático, bloqueador muscarínicos ou colinético
• São substâncias que apresentam atividade de bloquear/inibir atividade parassimpática

Podem ser:

1. Antagonista muscarínicos: inibem a ação do receptor muscarínico.


2. Bloqueador ganglionar: inibem receptores nicotínicos ganglionares
3. Bloqueador neuromuscular: inibem a ação da ACh

Até aqui já percebemos que o termo agonista se refere a algo que mimetiza, intensifica ou copia a ação de
algo. E o termo antagonista refere-se ao inverso, algo que bloqueia a ação de algo. Então se temos um
fármaco que é agonista muscarínico pode-se dizer que ele copia ou estimula, a ação de receptores
muscarínicos.

Drogas colinérgicas
Os fármacos parassimpatomiméticos ou colinomiméticos são drogas que produzem respostas de órgãos terminais
semelhantes as produzidas pelos estímulo do nervo parassimpático.

Elas possuem ação direta e indireta.

• Ação direta: agonistas de receptores

Ex: Ésteres da colina (Betanecol, carbacol, metacolina)

Alcaloides (pilocarpina, muscarina, oxotremorina, nicolina)

• Ação indireta: inibidores da colinesterase (agem inibindo a enzima)

Ex: Carbamatos (neostigmina, fisostigmina)

Organofosfato (Isoflurofato, ecotiofato)

Mecanismo de ação
O mecanismo de ação é ligado ao tipo de receptor sinalizado

• Receptores nicotínicos

Possuem ação ionotrópica, ou seja, respondem a ação do ACh, através da abertura de canais iônicos, onde sai potássio
(K+) e entra sódio (Na+) no neurônio, causando uma despolarização, levando a excitação neuronal e contração do
músculo esquelético.

Estão presentes no gânglio autônomo e na junção neuromuscular.

• Receptores muscarínicos

Possuem ação metabotrópicas; precisam de ATP (energia) para promover efeito. São geralmente acoplados a um tipo
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de transportador (proteína G).


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Exemplos de receptores e sua ação:
Receptores da região do estômago (são receptores muscarínicos do tipo 1 e do tipo 3): Uma vez que a ACh se liga a
esse receptor, ela estimula a proteína G a fazer a liberação de alguns transportadores, promovendo a entrada de cálcio
na região, causando excitação e secreção de HCl (no caso do estômago).

Receptores no coração (muscarínicos tipo 2): Atuam diminuindo a quebra de ATP, e consequentemente a entrada de
cálcio, causando hiperpolarização, inibição neural e cardíaca.

Ou seja, cada ação vai depender do tipo de receptor.

Tipos de receptores muscarínicos


• M1: neural – presentes no SNC, córtex e hipocampo
• M2: cardíaco – presentes no SNC e próstata dos cães
• M3: glandular – presentes nas glândulas exócrinas, músculo liso, endotélio vascular e traqueia de equinos
• M4: presentes no pulmão e no SNC
• M5: presentes no SNC

Exemplos das drogas


As drogas colinérgicas podem ser alcaloides naturais ou sintéticos. Exemplos:

• Muscarina: é um alcaloide amônio quaternário, extraído do cogumelo Amanita Muscarina; possui absorção
limitada. Tem ação apenas em receptores muscarínico, e é usada para caracterizar um receptor, por ser tão
específica.
• Pilocarpina: é uma amina terciária extraída do arbusto lilocarpus. Tem ação principalmente em receptores
muscarínicos, e pouco em nicotínicos. Ela aumenta secreção da glândula salivar e sudorípara, possui efeito
discreto no coração e no TGI, provoca contração do musculo liso e da íris, e serve como antídoto contra
intoxicação por atropina.
• Arecolina: amina terciária das nozes de Betel, possui ação muscarínica e nicotínica.
• Oxotremorina: droga sintética para estudos de receptores muscarínicos. Ação apenas em receptores
muscarínicos do tipo M1.
• MCN-A-343: droga sintética usada para estudos (e ação) em receptores muscarínicos M1.

Drogas da classe ésteres da colina:

• Acetilcolina: neurotransmissor endógeno das sinapses e junções neuro efetoras no SNC e SNP. Não possui
aplicações terapêuticas, pois sua ação é rápida e a sua degradação também (graças a acetilcolinesterase) por
isso se usa na terapêutica, apenas derivados sintéticos.
• Carbacol: resistente a hidrólise da AChE (acetilcolinesterase) e possui ação tanto em receptores muscarínicos
como nicotínicos.
• Metacolina: ação mais prolongada, pois mesmo passando pela hidrólise (quebra) pela AChE, a mesma ocorre
de forma lenta. Maior ação muscarínica, e ação nicotínica discreta.
• Betanacol: resistente a hidrólise da AchE; possui ação muscarínica e age no TGI, aumentando motilidade
vesical.

Efeitos farmacológicos das drogas colinérgicas


NO TGI
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• Aumento da contração muscular/relaxamento dos esfíncteres


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• Aumento de tônus e motilidade


• Aumento de secreção
• Contração da vesícula biliar
• Altas doses causam espasmos e tenesmo
• Efeitos colaterais: náuseas, vômitos, eructação, cólica e defecação excessiva.

NO TRATO URINÁRIO

• Contração da vesícula urinária e ureteres


• Aumento da peristalse uretral
• Contração do músculo detrusor da bexiga (aumento de micção)

NO PULMÃO

• Broncoconstricção
• Aumento da secreção das glândulas traqueobrônquicas

NA PUPILA

• Constricção pupilar
• Redução da pressão intraocular (PIO)
• Miose

NAS GLÂNDULAS

• Estimulo de secreção nas glândulas: sudoríparas, salivares, lacrimais, brônquicas e as do TGI.

NO CORAÇÃO

• Vasodilatação
• Redução da frequência cardíaca (cronotropismo negativo)
• Redução da taxa de condução SA e AV (dromotropismo negativo)
• Redução da força de contração (ionotropismo negativo)

Indicações terapêuticas
As drogas colinérgicas diretas têm utilização terapêutica limitada na veterinária.

• Pilocarpina: colírio para pacientes com glaucoma, porque causa redução da PIO porque aumenta drenagem
do humor aquoso e promove miose. Efeitos indesejáveis: náusea, vômito, corrimento nasal, diarreia, tontura,
incontinência urinaria e acidez estomacal.
• Betacanecol: usado para tratar retenção urinária, resultando de anestesia ou neuropatia, e atonia do trato
gastrointestinal.
• Carbacol: usado a 0,01¢ para provocar miose para cirurgia; também reduz a PIO, por isso pode ser usado no
tratamento de glaucoma em paceintes não responsiveis a pilocarpina.
• Metacolina: usada em modelo de estudo na asma (hiper reatividade bronquica); aumenta atividade TGI e
atenua retenção urinária pós cirurgia.
• Arecolina: já foi muito utilizada em cães e gatos para controle da verminose, mas foi substituida por drogas
mais eficientes.

ATENÇÃO:

A bexiga, quando sofre ação do SN simpatico não contra balanceada pelo SN parassimpátivo, apresenta contração do
musculo esfincteriano, o que explica a retenção urinária. Ao se administrar uma droga com ação
parassimpatomimética, esta estimula a contração do musculo detrusor da bexiga por meio da interação com
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receptores M, facilitando a micção.


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Na necessidade de administrar drogas colinérgicas para trato urinário em pacientes asmáticos devemos realizar um
acompanhamento adequado, uma vez que os mesmos receptores muscarinicos que realizam contração do detrusor
na bexiga também estão presentes na musculatura lisa dos bronquios, podendo causar broncoconstricção.

Efeitos colaterais e contra indicações:


• Exarcebação SNA parassimpático pode causar: sudorese, cólicas abdominais, eructações, dificuldade de
acomodação visual e aumento da secreção salivar e lacrimal.

Contra indicado para pacientes:

• Com obstrução intestinal ou urinária;


• Pacientes com asma brônquica (aumento atividade – bronconstricção e muco).
• Com insuficiência coronariana – hipotensão e bradicardia.
• Com úlceras gástrica – aumento secreção Hcl
• Gestantes – aumento da motilidade útero

Em caso de efeitos colaterias graves:

• Atropina (0,5 a 1,0 mg/Kg) SC ou IV.


• Epinefrina (0,3 a 1,0MG/Kg) SC para controlar broncoespasmo e alteração cardiovascular.

Drogas anticolinesterásicas
São drogas colinérgicas de ação indireta, elas inibem as colinesterases e provocam acúmulo de Ach junto a receptores
colinérgicos.

As colinesterases podem ser:

• Colinesterases verdadeiras: presente no SNC; fibras pré ganglionares do SNA simpático e parassimpático,
fibras motoras simpáticas (sudoríparas) e na membrana de eritrócitos, maior afinidade Ach (própria).
• Pseudocolinesterases: encontrada no plasma; maior afinidade por hidrólise dos analogos de colina (fígado) e
tecido glial.

As drogas anticolinesterásicas atuam impedindo os dois tipos.

Classes:

• Carbamatos: são inibidores reversíveis e tem curta duração.


• Organofosforado: inibidores irreversíveis (ligação estavel com a enzima) e possuem londa duração.

Organofosforados
• São amplamente utilizados em agropecuária como inseticidadas, herbicidas e reguladores do crescimento das
plantas, na guerra quimica e como agentes terapêuticos.
• Exemplos: Paration (inseticida) e malation (inseticida mosca).
• São liquidos lipossoluveis, voláteis e rapidamente absorvidos (pele, mucosas, TD e TR).
• Pode ficar depositado no tecido adiposo, causada efeito posteriormente.

Os inseticidas organofosforado são geralmente bem absorvidos por todas as vias: pele, mucosas,pulmões e via
gastrointestinal.

A distribuição nos tecidos depende da lipossolubilidade da droga:


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• Lipossolubilidade alta: o tóxico atinge o SNC e o tecido adiposo, surgindo efeitos de acumulação de acetilcolina
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no SNC.
• Liposolubilidade baixa: os musculos são os primeiros a serem afetados por um excesso de acetilcolina,
surgindo os sintomas musculares.

A metabolização é relativamente rápida e sofrem biotransformação no fígado antes de inibir as acetilcolinesterases.

Ligam-se às acetilcolinesterases formando um complexo de grande estabilidade através de uma ligação irreversível,
levam até meses para regenerar.

ATROPINA
• É um inibidor competitivo dos receptores muscarinicos, tanto no sistema nervoso central como no periferico.
• Pouco tem efeito sobre os receptores nicotínicos.
• Reverte principalmente a toxicidade muscarinica: as dificuldades respiratórias causadas pela broncorréia,
broncoespasmo e edema pulmonar.
• O paciente deve receber inicialmente 1 a 2 mg de atropina, duplicando a dose a cada 5 minutos até as
secreções pulmonares secarem e o paciente apresentar uma frequência cardiaca e tensão arterial normais.
• A terapia precoce com OXIMA tem como principal objetivo reverter os efeitos nicotínicos e a
fraqueza/paralisia muscular. As oximas mais utilizadas são a PRALIDOXIMA e obidoxima.
• As benzodiazepinas devem ser usadas precocemente para diminuir a atividade convulsiva.
• Lorazepan ou MIdazolam – IM.

Carbamatos
• Neostigmia: possui amônio quaternário que não atravessa barreira hematoencefálica. Inibe degradação da
acetilcolina e estimula receptores nicotínicos e muscarinicos (músculo esqueteletico).
• Fisostigmia: possui amina terciária que atravessa a barreira hematoencefálica e promove alteração SNC. Inibe
a ação da acetilcolinesterase (colinesterase) impedindo a degradação da acetilcolina e estimula receptores
nicotinicos e muscarinicos (musc. esquel.). A adrenalina consegue controlar seu efeito.

Os carbamatos exercem sua toxicidade por meio da inibição da atividade da acetilcolinesterase (carbamilação) e,
consequentemente, da estimulação excessiva dos receptores nicotínicos e muscarínicos.

Diferença a estabilidade do dímero enzima tóxico, que é inferior para estes compostos, pelo que se consideram
inibidores reversíveis da acetilcolinesterase.

A maior diferença entre ambos os produtos é a duração dos sintomas. Menor e menos pronunciada para os inseticidas
carbamatos, que tende a ter uma evolução benigna e pouco duradoura.

Os sinais do envenenamento: bradicardia, incontinência fecal e urinária, broncoespasmo, sudorese excessiva, miose.
MIMESTISMO DE RECEPTORES MUSCARÍNICOS POR AchE ENDÓGENA.

Chumbinho
• O aldicarb ‘’chumbinho’’ é um dos praguicidas carbamatos mais tóxicos disponíveis comercialmente.
• A intoxicação pode ocorrer por via digestiva, respiratória ou cutânea.
• O aldicarb é altamente tóxico por VO, e qualquer que seja sua apresentação, a absorção no estômago é rápida
e praticamente completa.
• Os sinais clínicos da intoxicação podem se iniciar cinco minutos após a ingestão.
• Sua meia-vida é curta, e em 24 horas, 80 a 90% da dose ingerida é excretada na urina.
• Metabolização hepática e renal e excreção renal e fecal
• Inibição da acetilcolinesterase é dose-dependente, podendo haver sintomatologia severa e morte rápida.
• Efeitos muscarínicos: anorexia, náuseas, vômitos, cólicas abdominais, hipermobilidade gástrica, diarreia,
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bradicardia, bradpneia, broncorréia, edema pulmonar, sibilos, cianose, incontinência urinaria e fecal, miose,
ptialismo intenso, sudorese e lacrimejamento.
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• Efeitos nicotínicos: câimbras, tremores e rigidez muscular, paralisias e paresias dos músculos esqueléticos.
• Efeitos neurológicos (sistema nervoso central) cefaleia, tontura, inquietação, tremores generalizados, ataxia
e perda de reflexo.
• Como a ligação é instável e reversível, os sintomas sofrem flutuação (intermitente).
• Tratamento para esse tipo de intoxicação deve ter grande vigilância pois num período de 2 horas ou mais pode
haver inibição da enzima reaparecendo os sintomas.
• O tratamento é de suporte pois não existe antídoto para o carbamato, utilizando-se atropina em doses
suficiente para controle dos efeitos muscarínicos .

Efeitos farmacológicos
Sistema Nervoso

• Aumento da contração da musculatura esquelética.


• Bloqueio AchE e permanência ACh na fenda sináptica com religação em múltiplos receptores.
• Despolarização excessiva da placa motora
• Sinais clínicos: fasciculações musculares de contrações espasmódicas

TGI

• Aumento das secreções gástricas


• Contração da musculatura lisa
• Relaxamento dos esfíncteres

GLÂNDULAS

• Aumento da resposta secretora nas glândulas brônquicas, lacrimais, sudoríparas, salivares, gástricas e
intestinais.

PULMÃO

• Broncoconstricção
• Aumento da secreção das glândulas traqueobrônquicas
• Dispneia e respiração ruidosa.

CORAÇÃO

• Domínio do tônus parassimpático – bradicardia e vasodilatação.


• Compensatório: momentos taquicardia e vasoconstricção.

CERÉBRO

• Atravessa barreira hematoencefálica (fisostigmina e organofosforado).


• Produzem excitação
• Convulsões, depressão intensa, perda da consciência e insuficiência respiratória.

Indicações terapêuticas
Drogas anticolinesterásicas mais utilizadas na veterinária são os organofosforados, os carbamatos é mais da medicina
humana.

• Antiparasitários: triclorfon (antiparasitário e ectoparasita).


• Galucoma: fisostigmina (colirio constricção pupilar).
• Reversão bloqueio neuromuscular: neostigmia de curta duração – antagonista com droga bloqueadora
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neuromuscular.
• Ìleo paralítico e atonia bexiga – neostigina.
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• Distensão abdominal – neostigmina


DROGAS PARASSIMPATOLITICAS
Substância que bloqueia a ação parassimpática no organismo e, de um modo indireto, mimetizam a ação simpatica
promovendo, como resultado final, efeitos simpáticos.

Principal uso clinico:

• Relaxante da musculatura lisa dos bronquios, trato urinário e digestivo.


• Midriático
• Antídoto em intoxicação por colinomiméticos/organofosforado.

Mecanismo de ação:

• Atuam competitivamente com receptores muscarinicos centrais (atravessam BHE) e receptores muscarinicos
periféricos. Competem por todos receptores muscarinicos M1-M4.

Principal antimuscarinico: ATROPINA


• Rapidamente absorvido pelo TGI e alcançam a circulação quando aplicados na mucosa.
• Meia-vida: 4 horas / metabolismo hepático 50%.

Ação

• No coração: aumenta batimento cardíaco.


• No TGI tem efeito antiespasmódico e reduz secreção.
• Dose minima consegue inibir glândulas sudoriparas.

Indicação

• Parassimpatolitica;
• Antiespasmódico;
• Anti secretor;
• Intoxicação por inseticidas;
• Edema pulmonar;
• Midriático na dilatação da pupila;
• Antídoto pilocarpina, morfina, organofosforado

Efeitos adversos: constipação intestinal, alucinação, tremores, fadigas, fotofobia.

Dose tóxica causa: excitação central (irritação, desorientação, alucinação) evoluindo para depressão, paralisia, IR,
coma e morte.
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Introdução ao Sistema
SNC é responsável por transmitir e processar os sinais recebidos do SNP.

Ele permite a percepção de tudo aquilo que acontece ao redor através das células (neurônios).

Função:
• Controle motor, processamento visual e auditivo, sensações, aprendizado, memória e emoções.
• Estado de vigília, linguagem e consciência (por esse motivo que muitos fármacos que agem bloqueando a ação
desse sistema, leva a um estado de sedação, pois interfere nesse estado de vigília).

Organização celular:

Neurônios (nervos) aferentes são responsáveis por levar as informações que o corpo obtém do meio externo
(periferia) e de seu interior até o sistema nervoso central. Eles recebem o nome de nervos (neurônios) sensoriais.

P.s: São chamados de receptores viscerais se estão nas vísceras.

Já o neurônios (nervos) eferentes, por sua vez, garantem que os impulsos do sistema nervoso central cheguem até os
órgãos efetores. Estes recebem o nome de nervos (neurônios) motores.

Estes neurônios não formam um fio condutor contínuo entre eles, existe um espaço chamado de fenda sináptica onde
ocorre as sinapses, e é nessa parte que ocorre a ação de neurotransmissores que conduzem esse estímulo, que é
inicialmente elétrico (pré-sináptico) mas se transforma em um impulso químico (pós-sináptico), é o neurotransmissor
que conduz esse estimulo. Ele é ‘’jogado’’ na fenda sináptica, vai ligar-se ao seu receptor específico (tanto na região
pré, quanto na pós sináptica) e vai promover a mudança funcional de alguma determinada estrutura.

A síntese desses neurotransmissores ocorre a partir de substâncias precursoras, vinda de alimentos (ex: glicose) ou
formada no próprio organismo através de nutrientes (ex: aminoácidos).

A liberação deles é dependente da abertura de canais de Ca+. Quando ocorre estimulação elétrica do neurônio, ele
permite abertura desses canais, e a partir dessa abertura ocorre hiperpolarização, mudança do potencial de ação e
73

por fim a condução da resposta.


Página
Sinapse:

Legenda: O aminoácido L-tirosina é conduzido para dentro do neurônio, se transformando em tirosina, de tirosina
para dopa, até chegar na dopamina , que é um dos neurotransmissores do SNC.

Dopamina fica armazenada na vesícula sináptica, e quando ocorre impulso elétrico, tem mudança no potencial de
ação da membrana que vai promover a abertura dos canais de Ca+, a vesícula é enviada para a membrana neuronal,
e lá ela libera sua dopamina armazenada que vai se ligar ao seu receptor específico na célula pós sináptica ou na região
do órgão efetor.

Receptores
Existem dois tipos de receptores: ionotrópico e metabotrópico.

• Ionotrópico (acoplados a canais iônicos): respondem a partir da sua ligação com receptores, promovendo
abertura de canais iônicos, e uma vez abrindo esses canais, ele permite a entrada de cálcio, sódio, potássio,
cloreto etc. Vai depender do tipo de receptor que será sinalizado.

Ex: Receptores nicotínicos que respondem a acetilcolina, que estão presentes no SNP (simpático, parassimpático) e
no SNC; receptores gabaérgicos e glutamatérgicos.

Todos são receptores de ação rápida, porque uma vez que o neurotransmissor se liga ao seu receptor específico,
automaticamente os canais se abrem, e os íons conseguem atravessar a membrana através desses canais que foram
abertos. 74
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• Metabotrópicos (acoplados à proteína G): seu potencial de ação para ser atingido necessita de energia (ATP)
e de um 2º mensageiro (proteína G).

Essa proteína G possui três subunidades alfa, beta e gama. E uma vez que o neurotransmissor se liga ao receptor, essa
proteína G é estimulada, e ela libera sua subunidade alfa, que vai se ligar a sitios especificos da célula, e assim vai
promover tanto a abertura de canais iônicos, ou promover a transcrição e formação de novos genes ou de outras
enzimas que sejam importantes para a condução da estimulação (potencial de ação).

Ex: Receptores muscarínicos, adrenérgicos, opióides e gaba tipo b.

Esses receptores possuem ação intermediária, demoram um pouco mais de promover ação, por necessitar de um
segundo mensageiro.

Receptores ligados a tiroquinase: A tiroquinase é uma outra proteína de condução, e eles estão mais relacionados ao
processo de estimulação ou inibição da produção de insulina e fatores de crescimento.

Neurotransmissores
Relacionados ao seu tipo de ação, pode se dizer que existem três tipos de neurotransmissores do SNC.

Excitatório (promove excitação ao SNC) ao interagir com o receptor gera despolarização localizada, aumentando a
permeabilidade ao Na+ e saída do K+. Essa despolarização da membrana se propaga pelo neurônio, resultando na
transmissão do impulso nervoso do neurônio pré sináptico para o neurônio pós-sináptico.

Inibitório (promove inibição ao SNC) Ao interagir com o receptor gera hiperpolarização localizada, através de um
aumento na permeabilidade ao cloro . Isso impede a propagação do impulso nervoso da região pré-sináptica para pós-
sináptica.

Modulatório (tem ação tanto excitatório, quanto inibitória a depender do recptor que vá se ligar): Também chamado
de neuromodulador. Eles são capazes de modular os efeitos dos neurotransmissores ao serem liberados
simultaneamente a eles.

Exemplos:

Do grupo das aminas

Função moduladora – sua função inicial (excit. ou inibit.) depende do receptor: dopamina e histamina.

Função primária excitatória: adrenalina e noradrenalina.


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Função primária inibitória: serotonina


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Do grupo dos aminoácidos

Função moduladora – sua função inicial (excit. ou inibit.) depende do receptor: acetilcolina

Função primária excitatória: aspartato e glutamato

Função primária inibitória: GABA e glicina.

• Acetilcolina e noradrenalina foram os primeiros que tiveram suas funções incialmente ligadas ao SNC. Depois
de alguns anos descobriram que outros também tinham funções fundamentais nesse sistema.

Neurotransmissores do grupo amina


Acetilcolina

• Neurotransmissor com ação tanto no SNC quanto no SNP (simpático e parassimpático).


• No SNC encontra-se ambos os receptores respondíveis a acetilcolina: os muscarínicos e os nicotínicos.
• Os muscarínicos predominantes é M1, que são neurotransmissores ligados a função de controle da atenção e
cognição.
• Os nicotínicos (presentes tanto em células musculares, quanto neuronais) ligados a função de controle da
cognição e dor.

Histamina

• Ações no SNC descritas recentemente


• Encontrados receptores H1 e H3 (histaminérgicos tipos 1 e 3) – H2 ainda não esclarecida.
• H3 é um auto receptor – inibe a síntese de histamina (sinalizado quando tem muito histamina na fenda
sináptica).
• Esses receptores estão ligados ao controle da fome/saciedade, ciclo sono-vigília e memória.

Neurotransmissores do grupo monoamina


Noradrenalina

• Tem ação direta na via adrenérgica central (tanto do SNS quanto do SNC). Principalmente a produzida no locus
cerúleos.
• Responsáveis por reações de luta e fuga.
• Hiperatividade de noradrenalina: irritação, insônia, ansiedade, instabilidade emocional e excitação.
Hipoatividade: apatia.

Dopamina

• Envolvida no controle da atividade motora, recompensa, emoções, cognitivas e endócrina (estimulação de


glândulas excretoras).
• Os receptores de dopamina são os dopaminérgicos tanto no SNC quanto no SNA.
• Estão presentes em outros tecidos que não os neuronais também. Ex: estômago, que lá estão relacionados a
redução da motilidade.
• Inicialmente os dois primeiros receptores dopaminérgicos descritos foram D1 e D2, mas atualmente já temos
5 (D1 – D5).
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Legenda: a foto mostra uma sinapse dopaminérgica, ou seja, responde a dopamina, Uma vez que o neurônio pré
sináptico é estimulado, ele promove a abertura das vesículas, liberando dopamina na fenda sináptica. Essa dopamina
se liga aos seus receptores específicos no neurônio pós sináptico. A dopamina restante, que não se liga, é conduzida
de volta ao neurônio pré-sináptico para dentro das vesículas através de transportadores.

Ex citado na foto: Individuo que usa cocaína. Ela (a cocaína) bloqueia a reabsorção dessa dopamina promovendo
acúmulo de dopamina na fenda sináptica, e por ser um neurotransmissor excitatório, o indivíduo fica em excitação
constante.

Serotonina

• Também chamada de 5-hidroxitriptamina 5-HT


• Sua função está relacionada com controle do movimento e força de extensão dos músculos e ao ciclo do sono
e fome.
• Na terapêutica humana está relacionado ao controle do humor, ansiedade, depressão, obesidade e
enxaqueca.
• Drogas que mimetizam a ação da serotonina: LSD/ectasy.
• Os receptores de serotonina são os 5HT (serotoninérgicos) 1a, 5HT 1B, 5ht 2(G), 5HT 3.

Legenda: a foto mostra uma sinapse serotoninérgica. A serotonina que estava armazenada nas vesículas, é liberada
na fenda sináptica, ela se liga ao receptor excitatório 5-HT2A no neurônio pós sináptico. Quando tem serotonina em
excesso na fenda, ela hiper estimula receptores pré-sinápticos inibitório 5-HT1A, e ele faz o bloqueio da liberação de
moléculas de serotonina, ele faz isso inibindo a Adenil-ciclase, uma vez inibida, não tem quebra de AMPc, diminuindo
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a liberação dessa serotonina na fenda sináptica.


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Neurotransmissores do grupo dos aminoácidos
• Esses neurotransmissores têm uma transmissão sináptica rápida.
• 90% de todas as sinapses que acontecem no SNC estão relacionados aos neurotransmissores aminoácidos.

Glutamato

• Sintetizado a partir da glicose e outros nutrientes.


• Principal neurotransmissor excitatório do cérebro.
• Modula aprendizado e memória

Ácido gama aminobutírico (GABA)

• Principal neurotransmissor inibidor de SNC (tranquilizantes, anticonvulsionantes e barbitúricos são alguns


fármacos que inibem a ação do SNC).
• Estes são fármacos que se ligam (agem) em receptores GABA (a, b, c).

Legenda: Sinapse através do GABA. A glutamina através de mudanças na sua conformação química dá origem ao GABA,
que será liberado na fenda sináptica e pode se ligar em receptores promovendo abertura de canais ou mudança no
potencial de ação.

Glicina

• Receptor que responde a partir da abertura de canais de Cl (cloro).


• Responsável por mediar a transmissão sináptica inibitória entre interneurônios e neurônios motores.
• Age mais diretamente a nível de medula espinhal.
• Também tem um pouco de ação em tronco cerebral, cerebelo e retina.
• Os receptores de glicina são do tipo alfa e beta, sendo 4α e 1β.
• Geralmente os fármacos que atuam em receptores de glicina, tem função de relaxantes muscular e analgésico
periférico, mas esse último é pouco específico.

Classificação dos fármacos


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Seguindo dentro da classe de excitatório, inibitório e modulatório, os fármacos seguem dentro dessa classificação
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também:
Depressores gerais (não seletivos)

• Inibitório.
• Deprimem os tecidos excitáveis em todos os níveis SNC reduzindo a quantidade de neurotransmissores.
• P.s: Existe depressor seletivo, ex. gabaérgicos e histaminérgicos que só atuam em receptores GABA e
histamina respectivamente.
• Dentro desse grupo podemos citar: anestésicos inalatórios, barbitúricos, sedativos-hipnóticos como
etomidato, cetamina e propofol.

Estimulantes gerais (não seletivos)

• Excitatório.
• Estimulam todo o SNC.
• Ex: estricnina e picrotoxina (toxinas fortes e poderosos) / xantina (menos potente)
• Agem bloqueando a inibição ou por excitação neuronal direta.

Agentes moduladores

• Efeitos excitatórios e depressores (a depender do receptor que irá se ligar e a concentração do fármaco).
• São muito utilizados como tranquilizantes e relaxantes musculares de ação central, antidepressivos e
analgésicos antipiréticos.
• Existem algumas drogas de abuso como LSD e derivados canabinoides.

Anticonvulsionantes
Os anticonvulsivantes são medicamentos utilizados em pacientes que apresentam convulsões ou alterações cerebrais,
como agressividade, síndrome cerebral etc.

Os anticonvulsivantes agem evitando os diferentes mecanismos que dão início às crises convulsivas, essa ação pode
ser de quatro tipos.

• Alteração da função da membrana neuronal, que pode conduzir a uma despolarização excessiva (ele evita
isso).
• Diminuição de neurotransmissores inibitórios, tais como o ácido gama aminobutírico (GABA), o
neurotransmissor inibitório mais amplamente distribuído no sistema nervoso central;
• Aumento dos neurotransmissores excitatórios, como o glutamato;
• Alteração da concentração extracelular de potássio e cálcio.

Em Medicina Veterinária são utilizados os medicamentos que são lançados no mercado para uso em Medicina
Humana, e tentativas terapêuticas são feitas em cães e gatos a fim de se descobrirem a farmacocinética e os efeitos
colaterais nestas espécies.

Convulsão e epilepsia

Convulsão é um período clínico anormal onde ocorre descarga elétrica excessiva, repentina e anormal no cérebro. A
epilepsia indica a recorrência dessas crises.

Status epilepticus: é quando o animal apresenta várias crises convulsivas sem retorno à consciência ou quando a
convulsão ultrapassa 30 minutos.

Antes de iniciar a terapia é necessário classificar essa crise através da localização, tempo e causa.

Causas:
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• Malformações (ex: hidrocefalia)



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Doenças metabólicas (ex: encefalopatia hepática, urêmica, hipoglicemia, hipocalcemia)


• Doenças nutricionais como hipovitaminose B1
• Doenças inflamatórias – virais (cinomose, PIF), bacterianas, micótica, protozoário (toxoplasmose).
• Neoplasia – metástase (principalmente as de nível de SNC).
• Trauma

Terapia anticonvulsionante

A terapia anticonvulsivante é indicada quando o padrão das crises convulsivas ou a sua frequência estiverem
interferindo na vida do animal.

Os proprietários devem ser informados sobre a necessidade de manter o tratamento ininterruptamente, a posologia
recomendada e a variação individual quanto aos medicamentos e suas dosagens entre os diferentes pacientes.
Portanto, uma vez iniciada a terapia, não se deve interrompê-la.

É importante também manter os proprietários informados que, neste período de adaptação, os pacientes poderão
apresentar novas crises convulsivas, até o ajuste adequado da dose do medicamento.

Recomenda-se que os proprietários anotem em um calendário as frequências das crises, o número de convulsões por
período e a duração das mesmas, auxiliando assim o profissional a avaliar o sucesso ou não da terapia utilizada.

Geralmente utiliza-se 1 ou 2 fármacos associados. Uma vez que a associação de vários agentes pode dificultar a
identificação do medicamento que está prejudicando o paciente ou qual deles deve ter sua dose ajustada.

Inicia-se o tratamento com fenobarbital ou primidona por ser o medicamento que apresenta melhor nível sérico em
pouco tempo e poucos efeitos colaterais quando usado por período longo.

• É importante diagnóstico para tratar de forma específica e tratar afecções evolutivas.


• O tratamento contínuo (para sempre) é indicado para paciente com epilepsia idiopática ou adquirida.
• Em casos de convulsões causadas por causas extracranianas (hipoglicemia, encefalopatia, renal) não é
recomendada. Melhor tratar elas isoladamente.

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AINES e AIES
Dor
Segundo Associação Internacional para estudos da dor (IASP) a dor é uma ‘’experiência sensorial e emocional
desagradável associada a um dano real ou potencial dos tecidos, ou descrita em termos de tais lesão’’.

• Sinal de alerta, para algo que está acontecendo ou vai acontecer.


• Mecanismo fisiológico para avisar de um possível dano.

Em 20616, surgiu-se um novo conceito – ‘’dor é uma experiência angustiante, associada a uma lesão tecidual atual ou
potencial, com componentes sensoriais, emocionais, cognitivos e sociais’.

Desafio para veterinários: animais não tem a capacidade de comunicação verbal – não conseguem dizer onde dói.

Características da dor
• Intensidade, localização, irradiação, fator de melhora e de piora.

Tudo isso se torna difícil na veterinária, pela falta de comunicação.

Classificação
Aguda:

• início súbito
• fácil localização
• desaparece com a causa (trauma, isquemia, infecção).

Crônica:

• difícil definição
• longa duração
• persiste mesmo sem causa (oncológica e não oncológica – DEGENERATIVA).

Nocicepção
• O processo nociceptivo se inicia quando determinado estímulo nocivo, seja ele químico, término, mecânico,
ou elétrico, é transformado em sinais elétricos pelos receptores periféricos.

A nocicepção consiste dos processos de transdução, transmissão e modulação de sinais neurais gerados em resposta
a um estímulo nocivo externo. De forma simplificada, pode ser considerado como uma cadeia de três-neurônios, com
o neurônio de primeira ordem originado na periferia e projetando-se para a medula espinhal, o neurônio de segunda
ordem ascende pela medula espinhal e o neurônio de terceira ordem projeta-se para o córtex cerebral.

O primeiro processo da nocicepção é a decodificação de sensações mecânica, térmica e química em impulsos elétricos
por terminais nervosos especializados denominados nociceptores. Os nociceptores são terminações nervosas livres
dos neurônios de primeira ordem, cuja função é preservar a homeostasia tecidual, assinalando uma injúria potencial
ou real. Os neurônios de primeira ordem são classificados em três grandes grupos, segundo seu diâmetro, seu grau de
mielinização e sua velocidade de condução: Fibras Aβ, Fibras Aδ e Fibras C. Uma vez instalado o estímulo nociceptivo,
diversas alterações neuroendócrinas acontecem, promovendo um estado de hiper excitabilidade do sistema nervoso
central e periférico.
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Dores agudas
• Conduzida por fibras nervosas do tipo Aδ (diâmetro médio; mielinizadas)
• Semelhante a uma agulhada, não sendo sentida nas porções mais profundas.
• Duração curta e limitada
• Sempre tem uma causa facilmente identificada (alerta que algum tecido está sendo estimulado e é muito
utilizada como diagnóstico).
• Quando não identificada e tratada rapidamente, pode retardar a cicatrização de tecidos, aumentar o tempo
de internação do paciente, causar sofrimento e se transformar em uma dor persistente.
• Pode durar de dias até semanas
• Mais comuns: procedimentos cirúrgicos, traumatismos, queimaduras por calor, dor musculoesquelética, dor
visceral ou pleural, e algumas condições clínicas, sendo algumas vezes, auto limitante.

Dores crônicas (ou lentas)


• Mais comuns: degeneração tecidual, como nas osteoartrites, doenças inflamatórias, neoplasia, dor
musculoesqueléticas, distrofias simpáticas ou lesão neural.
• Conduzido por fibras nervosas do tipo C, com velocidade mais lenta que as fibras do tipo Aδ.
• Usualmente é originado por um estímulo químico, mas também pode ser originada por estímulos físicos e
térmicos.
• Possui dupla inervação – sensação de ‘’dor dupla’’, uma dor inicial transmitida pelas fibras Aδ seguida por uma
dor latejante transmitida pelas fibras do tipo C (difícil localizar exatamente a dor crônica)
• Pode repercutir tanto na saúde física quanto mental nos pacientes, em alguns casos pode levar a perda da
qualidade de vida, por isso, muitas vezes, ela pode ser encarada com uma doença em si e não somente um
sinal clínico (VETERINÁRIA).

Quantificação da dor
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Quantificar a dor é uma tarefa muito importante e difícil. Envolve aspectos fisiológicos e emocionais e difere de animal
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para animal, além de espécie e raça.


Inclui intensidade, duração, frequência, além de ter que diferenciar alguns aspectos de dor de outras perturbações
como medo, aflição e estresse.

Utiliza-se de parâmetros fisiológicos como FC, FR e diâmetro de pupila. Esses parâmetros isoladamente não são sinais
patognomônicos para dor.

Diferentemente do paciente humano adulto, que pode verbalizar a dor, os pacientes veterinários comunicam a sua
percepção de dor predominantemente por alterações fisiológicas e nos padrões de comportamento

Alterações fisiológicas da dor

• Blefaroespasmo
• Bradicardia
• Bruxismo
• Arritmias cardíacas
• Hiperestesia
• Incontinência
• Midríase
• Respiração ofegante
• Ptialismo
• Taquicardia
• Taquipneia

Alterações comportamentais da dor

• Lamber ou morder
• Inapetência
• Falta de auto higienização
• Micção e defecação anormais
• Agressão
• Bocejos
• Esconder-se
• Vocalização
• Lamúria
• Chorar

Escala da dor
A maior dificuldade na veterinária é identificar o que os pacientes sentem.

• É necessário identificar a localização e sensibilidade; tempo e evolução (se a dor que diminuiu ou amenta)
• A incapacidade de os pacientes veterinários verbalizar sobre a dor, é o maior motivo da criação de escalas de
classificação de dor na medicina veterinária.
• Avaliação subjetiva, e vai de acordo com cada avaliador.
• Existem poucas escalas de dor baseadas em comportamento de dor validadas na medicina veterinária.

Tratamento da dor
Os fármacos desempenham um papel fundamental no tratamento da dor, e em geral são utilizados como primeira
escolha.

As classes de fármacos mais utilizadas para o controle da dor são as que possuem potencial analgésico:
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• Anti-inflamatórios não esteroidais (AINES), corticosteroides, analgésicos, antipiréticos, anestésicos locais,


antagonista de receptores NMDA, agonistas dos receptores alfa 2 adrenérgicos, anticonvulsionantes e,
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principalmente, opioides.
Os AINES são muito utilizados na medicina veterinária, pois além de combater a inflamação, proporciona uma
analgesia.

Introdução - AINES
• Os AINES são a classe de fármacos mais difundidas em todo mundo.
• Utilizados no tratamento da dor aguda e crônica (processo inflamatório) e em processos cardiovasculares
(ação antitrombótica).
• Possuem propriedades anti-inflamatórias, analgésica e antipirética;
• Ação decorre da inibição da síntese de prostaglandinas (PG).
• Inibição das enzimas ciclo oxigenases (COX-1) E ciclo oxigenasse 2 (COX-2)
• Anti-inflamatórios seletivos e não seletivos (COX-2).

Histórico
Busca controle da dor e da inflamação

• 1829 – Descobriu-se a Salicina (extraída da casa de um salgueiro/ usada como antitérmico)


• 1875 – Utilizou-se no tratamento da gota e de febre reumática o Salicilato de sódio; obteve-se sucesso, e
produziu-se o ácido acetilsalicílico.
• 1899 – Introduzido na área médica com o nome comercial de Aspirina.
• 1950 – Na tentativa reduzir efeitos colaterais, sintetizou-se a Fenilbutazona (o primeiro anti-inflamatório não
salicilato);
• 1963 – Surgi a Indometacina com intensas ações analgésicas e anti-inflamatórias.
• Novas drogas para reduzir efeitos colaterais (gastrointestinais) e maior eficácia – AINE’s.
• 1971 – Estudando a atividade anti-inflamatória (Sr. John Vane e Cols): demonstrou que sua ação estaria ligada
a capacidade do fármaco de inibir a produção de prostaglandinas E (PGE). Junto com brasileiro propôs a
presença de isoformas PGE – cicloxigenases COX.
• 1990 – COX 1 (fisiológica) e COX 2 (induzida/inflamatória).

COX 1: presente em grande parte de células e tecidos normais auxiliando na integridade da mucosa gastroduodenal,
agregação plaquetária, hemostasia vascular e modulação do fluxo renal.

COX 2: induzida a partir do início da inflamação e mediados dos sinais.

Inflamação
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O processo inflamatório corresponde a uma resposta a uma lesão (ex. infecções, ação de anticorpos ou traumas).
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É mediada por substâncias químicas como citosina, bradicinina, histamina, serotonina, eicosanoides e radicais livres.

Sinais : calor, rubor (eritema/avermelhamento), edema (inchaço), dor e perda de função (limitação funcional).

Pode ser dividida em 3 fases:

• Aguda: caracterizada por uma vasodilatação local e uma permeabilidade capilar aumentada;
• Subaguda: caracterizada pela infiltração de leucócitos e células fagocitárias;
• Crônica: proliferativa onde ocorre a degeneração do tecido e fibrose.

Cascata inflamatória

Quando o processo inflamatório é muito exacerbado, o órgão afetado poderá ter sua função comprometida. Nestes
casos, devem ser utilizadas substâncias que modulem o processo inflamatório; tais substâncias, conhecidas como anti-
inflamatórias, são classificadas em esteroidais e não esteroidais.

Mas antes veja como funciona a cascata de inflamação:

Prostaglandinas

Prostaglandinas são sinais químicos celulares lipídicos similares a hormônios, porém que não entram na corrente
sanguínea, atuando apenas na própria célula e nas células vizinhas.

• Quimicamente, são parte de um grupo chamado eicosanoides, derivados do ácido araquidônico (C 20:4), que
sofre ciclização por ação da enzima cicloxigenases (COX), forma um anel pentano, e recebe várias insaturações.
• As prostaglandinas (assim como os leucotrienos) têm sua síntese desencadeada por estímulos nas membranas
celulares, que podem ser de natureza fisiológica, farmacológica ou patológica. Por ação da fosfolipase A,o
ácido araquidônico, constituinte normal dos fosfolipídios das membranas, é então convertido.

Efeitos fisiológicos
Sangue

• Estimulação da agregação plaquetária (TXA2)

Trato digestório
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Proteção da mucosa gástrica (PGE1)


• Inibição da secreção de HCl
• Aumento da produção de muco protetor

Sistema renal

• Manutenção do fluxo renal


• Regulação do metabolismo de Na+ e K= (PGE1 e PGi2)

Sistema cardiovascular

• Regula fluxo sanguíneo vasodilatador (PGE2, PGE1)


• Vasoconstricção (PGF, TXA)

Efeitos patológicos
Inflamação

• Hiperalgesia por potencialização dos mediadores da dor


• Sensibilização das terminações nociceptivas periféricas
• Hiperemia
• Eritema e aumento do fluxo sanguíneo local
• Vasodilatação local

Febre

• Produção de (PGE2) no hipotálamo

Mecanismos do processo inflamatório

Fases

• Fase vascular

Vasodilatação (rubor, calor e edema)

• Fase celular

Diapese (passagem de células sanguíneas através das paredes dos capilares) dos leucócitos, neutrófilos, basófilos,
eosinófilos, monócitos e linfócitos.

• Fase da reparação

Atuação do tecido de granulação e cicatrização

Dor periférica

A dor periférica é iniciada por bradicinina e histamina e amplificada pela ação das PG, principalmente a PGE2 e a PGI2,
por meio de sua ligação a receptores nociceptivos, verificando-se a diminuição do limiar doloroso e a promoção de
descargas elétricas, mediante variação no potencial de repouso dos nociceptores. Esta ação resulta em estímulos
dolorosos, em função da estimulação de regiões talâmicas. A PGI2 está relacionada com a hiperalgia imediata e de
curta duração, enquanto as PGE2 se relacionam com a hiperalgia longa, e que pode persistir por um período de até 6h.

Processo febril
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O processo febril ocorre quando os leucócitos, que estão fagocitando partículas estranhas, liberam pirogênios
endógenos (citocinas), que, após liberados, ligam-se a receptores endoteliais cerebrais, ou interagem com células da
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micróglia, ativando a formação de ácido araquidônico, via PLA2. Então, a COX2 cerebral produz PGE2, que, por sua vez,
aumenta a temperatura corporal, por desregular o funcionamento hipotalâmico. O desequilíbrio dos mecanismos que
controlam a temperatura corporal faz com que o organismo reaja como se a temperatura externa estivesse baixa,
produzindo vasoconstrição periférica, piloereção e tremores (mecanismos geradores de calor. A temperatura
permanecerá elevada até que não mais exista PGE2, ou até que o patógeno desapareça.

• A modulação desse processo inflamatório é feita por drogas não esteroidais e drogas esteroidais

AINES
Características gerais
Várias são as ações terapêuticas dos AINE’s; estas podem ser de caráter periférico, como no caso das ações anti-
inflamatórias, analgésicas, antitrombóticas e antiendotóxicas, ou podem atuar sobre o sistema nervoso central (SNC),
promovendo ação antipirética e analgésica. Estas ações decorrem, em grande parte, da ação inibitória sobre as
enzimas que degradam o ácido araquidônico: a COX e a LOX. A ação antitrombótica está relacionada com a inibição
da síntese de TX plaquetário, e a ação antiendotóxica relaciona-se com a diminuição quantitativa de eicosanoides,
como prostaciclinas e TX, substâncias estas responsáveis por algumas das alterações cardiovasculares e metabólicas
presentes no choque endotóxico. A produção de eicosanoides, em particular, poderá ser inibida por diferentes
processos, entre os quais se encontra a inibição da liberação de ácido araquidônico, o antagonismo de receptores, a
inibição de eventos de transdução que ocorrem após a ocupação dos receptores ou a inibição da atividade oxigenase
dos ácidos graxos.

• Fármacos de primeira escolha em casos de dores leves a moderadas


• Propriedades analgésicas prolongadas
• Diminuem a temperatura corporal sem causar dependência química
• Mecanismo de ação: a inibição da síntese de PG e TX mediantes inativação das enzimas COX-1 e COX-2
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Cicloxigenases

COX-1

• Encontrada nas plaquetas, células endoteliais, vasculares, estômago e rins.


• Essencialmente constitutiva
• Manutenção de função fisiológica
• Processo homeostático – estômago e renal (cautela)

COX-2

• Expressa primariamente por células envolvidas no processo inflamatório, como macrófagos, monócitos e
sinoviócitos;
• Indutiva – presentes no local da inflamação (IL1, IL2 e TNF)
• Expressa SNC – dor e febre

LOX – Leucotrienos

• Participação nos processos inflamatórios e anafilaxia


• Aumentam a secreção de muco/broncoconstricção.

Mecanismo de ação

Efeitos colaterais
Toxicidade gastrintestinal

• Gastrite
• Vômito
• Úlceras / perfuração da úlcera = peritonite
• Sangramento
• Óbito

Toxicidade renais

• Insuficiência renal aguda


• Hipotensão (PGs mantém o fluxo sanguíneo renal)

Vantagens
• Fácil administração
• Baixo custo
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• Fácil aquisição
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• Ação prolongada
• Não provocam dependência
Indicações
• Dores leves a moderadas (como único agente)
• Dores severas (associados a opioides)
• Analgesia pré e pós operatória
• Redução do edema de natureza inflamatória
• Febre

Classificação
• AINE’s não seletivos: derivados do ácido carboxílico, e ácidos enólicos.
• AINE’s seletivo COX-2 – CELECOXIBE
• AINE’S de ação dual – TEPOXALINA

Derivados do ácido carboxílico

SALICILATOS (Ácido acetilsalicílico – AAS, Aspirina, Doril, Melhoral)

• Comprimidos de 325 ou 500 mg


• Cães: 20mg/kg BID (AI) – 10mg/kg BID (analgésico) – 5mg/kg (antitrombótico) 48h
• Gatos: 10mg/kg a cada 48 horas (AI e analgésico)
• Inibe agregação plaquetária (inibe a síntese TX1s)
• Absorvido TGI
• Biotransformação por glicuroniltransferase (felino com deficiência dessa enzima, vai ocorrer conjugação do
ácido glicurônico podendo causar intoxicação).
• 50-70% ligam-se proteínas plasmáticas
• T ½ cão 8 h, equinos 1 h e felinos 38 a 48h
• Indicações: dores leves a moderadas
• Risco de intoxicação

Sinais da intoxicação:

• Depressão, anorexia, vômitos, hemorragia gástrica, hiperemia, febre, convulsões, coma e morte
• Felinos: sialorreia, icterícia, anemia.

Tratamento da intoxicação:

• Eméticos, carvão ativado e catártico osmótico


• Fluidoterapia e correção do desequilíbrio
• Hipertermia: resfriamento externo
• Anemia: transfusão

ÁCIDO ACÉTICO – Diclofenaco: Cataflan (potássico), Voltaren (sódico)

• AI de ação dual (dupla via)


• Alta potência anti-inflamatória e analgésica
• Principal causador de intoxicações
• Uso em pequenos deve ser abolido (pode causar sangramento gástrico)

Testes em 4 cães saudáveis (1 comprimido BID)

• Dia 2: hiporexia, hematêmese, melena, sensibilidade abdominal, desidratação e palidez de mucosas.


• Dia 7: óbito de 2 cães e os outros 2 eutanásia.
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• Úlcera gástrica no 3 dia


• Na necropsia foi encontrado: hemorragia e ulcerações no estômago, congestão hepática, rins com áreas de
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necrose, enterite hemorrágica, edema e congestão pulmonar


ÁCIDOS PROPIÔNICOS (Carprofeno – Rimadyl, Carproflan)

• Menores efeitos colaterais no TGI


• Seguro até 28 dias
• Aprovado nos EUA para veterinária em cães
• 4,4 mg/kg, 24 horas, cão (uso crônico permitido)
• 4,4 mg/kg em gatos (dose única)
• Injetável e oral

Carprofeno em cães

• Ausência de efeitos adversos após administração oral por 2 meses.


• Não interferiu na hemostasia quando administrado 4 dias ou 1 horas antes do procedimento cirúrgico
• Analgésico satisfatório para analgesia pós operatória em cadelas após OSH
• Seguro para uso no período pré-operatório
• Ausência de efeitos renais mesmo em situações de hipotensão.

Carprofeno em gatos

• Administração por 5 dias não revelou efeitos adversos


• Renais ou gastrointestinais
• Analgesia considerada superior
• Butorfanol após OSH

ÁCIDOS PROPIÔNICOS (Cetoprofeno – Ketofen, Profenid)

• Inibidor de duplas ação / tratamento inferior a 5 dias.


• Maior potência anti-edematosa
• Cão: 2mg/kg SC , IV, PO, 24hs, 4-5dias
• Gato: 2mg/kg SC, PO, 24hs, 4-5dias
• Cavalo: 2mg/kg IV,IM

ÁCIDOS AMINONICOTÍNICOS (Flunixin meglumine, Banamine, Flunamine)

• Aprovada para uso veterinário


• Ação antiendotóxica: ¼ da dose
• Redução das PGs, prostaciclinas e as TXs
• Alterações metabólicas e cardiovasculares
• Dose de 1,1 mg/kg OBS: MÁXIMO 3 DIAS

Derivados dos ácidos enólicos

PIRAZOLONAS (Metamizol - Dipirona, Novalgina)

• Antipiréticas e analgésicas
• Fraca ação AI (anti-inflamatória)
• Potencializa o efeito analgésico do tramadol

OXICANS (Meloxican – Maxican, Meloxivet, Meloxitabs)

• Inibidor de TXs e PGs


• Excelente antipirético e analgésico
• Inibidor preferencial de COX2
• 0,2 a 0,3 mg/kg, seguido de 0,1 mg/kg
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• cães: uso prolongado


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• gatos: máximo 4 dias


• VO, IV, IM ou SC
Meloxican no cão

• Analgesia semelhante à do Carprofeno


• Sem efeitos adversos na função renal mesmo durante hipotensão
• Não interferiu significativamente na hemostasia
• Baixa intensidade de efeitos adversos em uso crônico

Meloxican no gato

• Analgesia satisfatória após OSH (semelhante à do Carprofeno)


• Analgesia considerada superior à da buprenorfina após a OSH.

Inibidores seletivos da COX-2

CELECOXIBE (Celebra)

• 375 vezes mais seletivos para COX-2


• Menos efeitos colaterais

Inibidores da cicloxigenase – fraca ação AI

PARACETAMOL OU ACETAMINOFENO (TYLENOL)

• Baixa potência AI (anti-inflamatória)


• Analgésico e antipirético
• Atua sobre a PG sintetase no cérebro promovendo ação antipirética.
• Gatos são sensíveis (deficiência glicuroniltransferase) pode causar metemoglobinemia (incapacidade de
transportar oxigênio)
• Cães toleram doses de 15 mg/kg VO TID
• Gatos: um único comprimido pode ser tóxico, segundo comprimido em 24 horas é letal e machos são mais
sensíveis que as fêmeas.
• Sinais de intoxicação: hemólise, anemia, icterícia, hemoglobinúria, hematúria, cianose, edema fácil e de patas,
depressão SNC.

Tratamento intoxicação:

• Deve ser feito em até 2 horas;


• Provocar êmese: carvão ou catártico
• Oxigenoterapia
• N-acetilcisteína 140 mg/kg IV a 20% (4 a 7 vezes) de 4-6 horas de intervalo (antioxidante)

Outros AINES

DMSO: Dimesol, Domoso

• Após aplicação tópica é absorvida nos tecidos;


• Ação AI é do D-metil sulfeto pois remove os radicais livres;
• Analgésico: depressão da condução dos impulsos nervosos aferentes;
• Aumenta perfusão tecidual;
• Penetra barreira HE diminuindo produção de PGs no SNC;
• Não usar em animais destinados ao consumo;
• Teratogênico: terço inicial de gestação.
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AIE’s
Introdução
• Anti-inflamatório esteroidal (corticoides, corticosteroides ou glicocorticoides)
• Drogas que agem semelhantemente ao cortisol endógeno (glicocorticoide)
• Hormônio relacionado com o metabolismo da glicose e das proteínas
• Função antagonista das respostas imunológicas e inflamatórias.
• Mesmas funções que os medicamentos anti-inflamatórios não esteroidais, só possuem mecanismos
diferentes) – adicionando a ação imunossupressora.
• Uso: inflamatórios, reumatológicos, alérgicos, hematológicos.

Revisão anatomia/fisiologia
As glândulas adrenais, presentes em todos os animais vertebrados, são responsáveis, em sua porção cortical, pela
produção dos hormônios esteroides, sintetizados a partir do colesterol. Esses hormônios, também chamados de
corticosteroides ou corticoides, podem ser classificados em:

Mineralocorticoides

• Principal representante: aldosterona


• Produzidos pela zona glomerulosa
• interferem na manutenção do equilíbrio hídrico e eletrolítico (aumentando excreção de potássio e reabsorção
de sódio)
• Aumenta volume vascular e pressão

Glicocorticoides

• Principais representantes no reino animal são a hidrocortisona (cortisol) e a corticosterona.


• Produzidos principalmente pela zona fasciculata.
• Hormônio hiperglicemiante
• Afetam o metabolismo de carboidratos e proteínas.

Esteroides sexuais - andrógenos (estradiol e testosterona

• Produzidos principalmente pela zona reticulada.

Eixo-hipotálamo-hipófise-adrenal
Os corticosteroides são sintetizados e liberados quando necessário, não sendo estocados nas células adrenais. O
principal estímulo para a sua secreção é o hormônio adrenocorticotrófico (ACTH), ou corticotropina, produzido por
células basófilas da adenohipófise. A secreção do ACTH é regulada parcialmente pelo hormônio liberador de
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corticotropina (CRH), de origem hipotalâmica, e parcialmente pelas concentrações sanguíneas de glicocorticoides; o


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hormônio antidiurético possivelmente também interfere na sua produção, estimulando-a, via circulação portal. A
secreção de CRH, por sua vez, é controlada pelos níveis de glicocorticoides, por estímulos do sistema nervoso central
e, em menor extensão, pelos níveis de ACTH. Fatores psicológicos, assim como alterações ambientais, podem
estimular a secreção de CRH. De forma diferente, os mineralocorticoides não sofrem influências da secreção do eixo
hipotalâmico hipofisário (CRHACTH), sendo sua liberação dependente da atuação do sistema renina angiotensina.

Pacientes que fizeram uso de corticoides exógenos (ou mesmo ACTH exógeno) durante um longo período, não podem
ser privados destes medicamentos de forma abrupta.

O desmame destes corticoides deve ser feito de maneira gradativa, para uqe o hipotalamo também seja desinibido de
maneira gradativa e volte a secretar CRF.

Uso prolongado de corticóides exógenos pode fazer com que o cortéx da supra-renal deixe de funcionar (atrofia),
podendo causar sinais e sintomas específicos assim que o farmaco é retirado. Pode levar a sindrome de addison
(distúrbio em que as glândulas adrenais não produzem hormônios suficientes).

Principais ações dos glicorticoides


Ações metabólicas

• Hiperglicemiante: diminuição da captação e utilização da glicose periférica (antagonizando a insulina).


• Aumenta catabolismo, diminuição da síntese de proteínas
• Efeitos lipolíticos e redistribuição da gordura

Ações reguladoras

• Hipotálamo e a hipófise anterior: ação de retroalimentação negativa, resultando em diminuição da liberação


dos glicorticoides endógenos.
• Eventos vasculares: vasodilatação-reduzida, diminuição da exsudação de líquidos.

Sobre os eventos celulares:

• Nas áreas de inflamação aguda: diminuição do influxo e da atividade dos leucócitos.


• Nas áreas de inflamação crônica: diminuição da proliferação de vasos sanguíneos, diminuição fibrose.

Sobre os mediadores inflamatórios e imunes:

• Diminuição da produção e ação das citosinas


• Diminuição da produção de eicosanoides.

Ação anti-inflamatória e imunossupressora

Capaz de bloquear as respostas agudas e tardias

• Age nos sinais cardeais da inflamação


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Farmacocinética
• Rápida absorção GI, mucosas e pele
• Liga-se às proteínas plasmáticas
• Biotransformação e inativação hepática
• Maior excreção urinária e menor biliar

Vias de administração
Vai depender de:

• Temperamento do paciente e do proprietário;


• Localização e extensão do processo infamatório;
• Se é um tratamento agudo ou crônico;

Indicações
• Insuficiência de adrenal (hipoadrenocorticismo)
• Doenças auto imunes
• Condições alérgicas
• Trauma e edemas cérebro-espinhais
• Choque: má perfusão de órgãos e tecidos (inibem a toxicidade e atuação de radicais livres)

Contraindicações
• Doenças infecciosas (por ser imunossupressor)
• Hemorragias/perfurações gastrintestinais (interfere na vascularização, secreção gástrica)
• Diabetes mellitus (por serem hiperglicemiantes)

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Pancreatites (aumentam as secreções e lipemia)


• Doenças renais (pois causam aumento dos compostos nitrogenados)
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• Cardiopatias em estados congestivos (causam retenção de liquido)


Considerações
• 1 única dose de um corticoides de ação rápida é desprovida de efeitos colaterais.
• A dose deve ser sempre ajustada
• Terapia prolongada com doses elevadas aumenta manifestação colateral.
• Corticoterapia é sintomática, não leva a cura (com exceção da insuficiência de adrenal).
• Interrupção abrupta pode levar a hipoadrenocorticismo.
• A dose imunossupressora é 10 a 20 vezes maior que a ação fisiológica.

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Origem
Os antibióticos são produzidos por microrganismos visando garantir sua proteção, o seu desenvolvimento e a
perpetuação da espécie; o homem usa com fins terapêuticos esta capacidade que alguns microrganismos têm de
produzir antibióticos.

conceitos
Os antimicrobianos ou anti-infecciosos são substâncias químicas usadas para combater os microrganismos.

• Estes agentes podem ser inespecíficos ou específicos.

Os antimicrobianos inespecíficos atuam nos microrganismos em geral, quer sejam patogênicos, ou não; pertencem a
este grupo os antissépticos e os desinfetantes.

Os antimicrobianos específicos atuam em microrganismos responsáveis pelas doenças infecciosas que acometem os
animais; são os quimioterápicos e os antibióticos.

• Atualmente, o uso do termo quimioterápico foi ampliado, sendo empregado também com outra conotação,
referindo-se a medicamentos que não são usados para o tratamento de processos infecciosos. Por exemplo,
no tratamento das neoplasias, é comum se referir ao uso de quimioterápicos, indicando o emprego de
substâncias químicas que vão atuar no tumor, para diferir do uso de um agente físico, a radioterapia. Por isso,
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nos dias de hoje, há uma tendência de se abandonar o emprego do termo quimioterápico quando se tratar do
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combate a agentes infecciosos.


O termo antibiótico (do grego anti, contra; e bio, vida) foi introduzido por Selman Abraham Waksman, para definir
substâncias químicas produzidas por microrganismos que têm a capacidade de, em pequenas doses, inibir o
crescimento ou destruir microrganismos causadores de doenças. Posteriormente, houve necessidade de ampliar este
conceito, pois tornou-se possível obtê-los por síntese laboratorial parcial ou total.

• Antibióticos

Substâncias químicas (medicamentos) produzidas por microrganismos, ou os seus equivalentes sintéticos, que têm
a capacidade de, em pequenas doses, inibir o crescimento (bacteriostático, fungistático etc.) ou destruir (bactericida,
fungicida etc.) microrganismos causadores de doenças.

• Antibióticos biossintéticos

São aqueles que são obtidos a partir de cultura de microrganismos, à qual acrescentam-se substâncias químicas
capazes de alterar a estrutura molecular do antibiótico que está sendo produzido; como exemplo, tem-se a penicilina
V (fenoximetilpenicilina).

• Antibióticos semissintéticos

São obtidos em laboratório acrescentando-se radicais químicos ao núcleo ativo de um antibiótico isolado de um meio
de cultura, no qual cresce um microrganismo; são exemplos as penicilinas semissintéticas oxacilina, ampicilina,
amoxicilina etc.

• Sintobióticos

Antibióticos obtidos exclusivamente por síntese laboratorial, tanto parcial como total, porém a partir do estudo dos
precursores obtidos de microrganismos; por exemplo, o cloranfenicol que atualmente tornou-se mais barato produzi-
lo exclusivamente por síntese laboratorial. É um termo em desuso nos dias de hoje.

Atualmente, há uma tendência em usar o termo antimicrobiano referindo-se ao uso de substâncias químicas que
atuam sobre microrganismos patogênicos, causando, portanto, doenças infecciosas, independentemente se são
obtidas por síntese laboratorial ou produzidas por seres vivos.

Antimicrobianos na veterinária
• Usados mais amplamente na medicina veterinária do que na humana.

Os antimicrobianos inespecíficos, por exemplo, os desinfetantes, são usados para:

• auxiliar na limpeza e na desinfecção das instalações zootécnicas a fim de garantir a sanidade dos animais
alojados,
• na desinfecção de equipamentos e materiais que entram em contato com produtos de origem animal na
indústria de alimentos e em equipamentos cirúrgicos, entre outros usos.

Os antimicrobianos específicos, além de usados com finalidade terapêutica e profilaticamente, são ainda (na
veterinária) usados na metafilaxia e como aditivo zootécnico melhorador do desempenho (antigamente chamado de
promotor do crescimento).

• O uso terapêutico é aquele no qual o antimicrobiano é administrado ao animal ou rebanho que apresenta
uma doença infecciosa, visando controlar a infecção existente.
• Na profilaxia, o uso do antimicrobiano é somente uma medida preventiva, na qual o médico veterinário quer
garantir a proteção contra uma possível infecção. Exemplo: o animal é submetido a uma cirurgia empregando
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medidas assépticas e se deseja proteger o animal contra agentes infecciosos; O emprego profilático de
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antimicrobianos pode ser feito para um único animal ou para um grupo de animais e é largamente aceito para
a profilaxia cirúrgica em animais.
• O uso metafilático de antimicrobiano é feito quando em um rebanho há alguns animais com determinada
doença infecciosa e o antimicrobiano é empregado visando prevenir a instalação da doença clínica em todos
os animais do grupo. É uma situação em que se usam doses e duração de tratamento idênticas àquelas do uso
terapêutico. O uso metafilático de antimicrobianos é também chamado de tratamento de animais em risco ou
ainda tratamento de animais em contato. Nessa situação o antimicrobiano pode ser administrado ao rebanho
em ração, comida ou água, por facilidade de manejo.
• Como aditivo zootécnico melhorador do desempenho, os antimicrobianos visam diminuir a mortalidade,
melhorar o crescimento e a conversão alimentar. Atualmente, tem se questionado bastante esse uso dos
antimicrobianos, pois seu uso prolongado na ração favorece o desenvolvimento da resistência bacteriana.
Para esse uso geralmente a administração do antimicrobiano é feita na ração, em dose em geral 5 a 10%
daquela que seria usada terapeuticamente, caso fosse permitido seu uso com essa finalidade (os
antimicrobianos de uso terapêutico não devem ser usados como aditivos e vice versa).

Classificação: Ação biológica


Podem ser classificados em bactericida ou bacteriostático.

Quando o antimicrobiano inibe a multiplicação da bactéria, mas não a destrói, é chamado de bacteriostático; com a
suspensão da exposição ao antimicrobiano a bactéria volta a crescer. Já o antimicrobiano bactericida exerce efeito
letal sobre a bactéria, sendo esse efeito irreversível.

Da mesma forma são empregados os termos fungistático, fungicida, virustático e viricida.

Bactericida

• Independe da atuação do sistema imunológico, sendo útil para pacientes imunossuprimidos.


• Exemplos: penicilina; aminoglicosídeos; cefalosporina; quinolonas

Bacteriostático

• Depende da atuação do sistema imunológico, portanto só podem ser usados em pacientes com o sistema
imunocompetente.
• Exemplos: tetraciclinas; sulfonamidas; macrolídeos.

As atividades bacteriostática e bactericida do antimicrobiano dependem de sua concentração no local. Alguns


antimicrobianos inibem o crescimento bacteriano em determinada concentração:

• A concentração inibitória mínima (CIM ou MIC, minimum inhibitory concentration), e necessitam de uma
concentração maior para matar o microrganismo. E a concentração bactericida mínima (CBM ou MBC,
minimum bactericidal concentration).

Quanto maior a distância entre esses valores, diz-se que o antimicrobiano tem atividade bacteriostática; por outro
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lado, quanto mais próximos forem esses valores, diz-se que o antimicrobiano tem atividade bactericida.
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Alguns antimicrobianos são considerados bactericidas, e outros são considerados bacteriostáticos, mas a atividade
sobre a bactéria depende da concentração no local da infecção e do microrganismo envolvido.
Exemplo: A penicilina G, em concentrações terapêuticas, tem atividade bactericida, porém em baixa concentração
tem atividade bacteriostática.

Classificação: Espectro de ação


Antibióticos podem variar com respeito a faixa de microrganismos que eles matam ou inibem:

• Fármacos de curto espectro: atuam somente em uma faixa limitada de agentes.


• Fármacos de largo espectro: atuam em uma faixa de microrganismos ampla.

Em resumo: Até agora vimos que os antimicrobianos específicos podem ser subdivididos em três categorias,
considerando sua atividade sobre bactérias (antibacterianos), sobre fungos (antifúngicos) ou sobre vírus (antivirais).

Os primeiros, por sua vez, podem ser classificados segundo vários critérios como:

• estrutura química, ação biológica (bactericida, bacteriostático),


• espectro de ação bacteriano (largo espectro, curto espectro, atuação sobre bactérias gram-positivas ou gram
negativas)
• mecanismo de ação (terapêutico, profilático etc.).

Agora veremos a classificação quanto a estrutura química e o mecanismo de ação, que são os critérios empregados
para apresentação dos diferentes grupos farmacológicos dos antibacterianos usados em Medicina Veterinária:

Classificação: Estrutura química


Sulfonamidas e drogas relacionadas - aminas de ácido sulfônicos.

• Ex: Sulfametoxazol

Quinolonas: derivadas do ácido Nalidixico

• Ex: Norfloxacino, Ciprofloxacino (ANTRAX 2001 e 2002)

Beta lactâmicos – anel

• Ex: Penicilinas, Cefalosporina

Tetraciclinas - 4 anéis fundidos

• Ex: Doxiciclina

Derivados do nitrobenzeno - apresenta um cloro

• cloranfenicol
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Aminoglicosídeo – grupo amino associado glicosídeo


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• gentamicina e Neomicina
Macrolídeos - um anel de lactona

• Ex: Eritromicina e Azitromicina

Polipeptídicos – proteínas / polímero linear de dois ou mais aminoácidos

• Ex: Polimixina B e Bacitracina

Glicopeptídeos – peptídeos ligado a carboidratos

• Ex: Vancomicina

Classificação: Mecanismo de ação

Os antimicrobianos possuem 4 tipos de mecanismo de ação, agindo em diferentes lugares das bactérias. São esses:

1. Inibição da síntese da parede celular das gram+: Perda de equilíbrio hidroeletrolítico dentro e fora.

2. Inibição da síntese de proteína (tradução do RNAm): Maiorias dos antibióticos com esse mecanismo de ação tem
ação biológica bacteriostática, assim a bactéria sobrevive, porém, não se replica.

3. Inibição da transcrição (RNAm) e replicação (DNA): Inibe síntese de ácidos nucleicos.

4. Injúria na membrana plasmática

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Associação de antimicrobianos
O uso de associações de antimicrobianos no passado já mostrou que pode ocorrer tanto antagonismo como sinergismo
ou efeito aditivo.

• O antagonismo é observado quando o efeito da combinação de antimicrobianos é significativamente inferior


aos efeitos independentes de cada um deles.
• O sinergismo é observado quando o efeito da associação é significativamente maior do que aquele de cada
um isoladamente.
• E uma associação antimicrobiana é aditiva ou indiferente quando os efeitos da combinação de uma associação
de antimicrobianos é igual à soma de suas atividades independentes.

O sinergismo e o antagonismo entre antimicrobianos não é uma característica absoluta. Essas interações são
frequentemente difíceis de serem previstas. O conhecimento do mecanismo de ação dos antimicrobianos pode auxiliar
na presunção do tipo de interação que pode ocorrer quando da associação de antimicrobianos.

SINERGISMO
As associações de antimicrobianos com efeito sinérgico comprovado são:

Inibição sequencial de etapas sucessivas do metabolismo da bactéria.

• Exemplo: Sulfa + Trimetoprima.

Inibição sequencial da síntese da parede celular.

• Exemplo: mecilinam + ampicilina.

1. Facilitação da entrada na célula bacteriana de um antimicrobiano por outro (um permite a entrada do outro)

• Exemplo: antibiótico betalactâmico + aminoglicosídeo.

2. Inibição de enzimas inativadoras.

• Exemplo: ampicilina + ácido clavulânico.

3. Prevenção do surgimento de resistência bacteriana.

• Exemplo: eritromicina + rifampicina.

ANTAGONISMO
As associações de antimicrobianos que mostraram antagonismo são:

1. Competição pelo mesmo sítio de ação

• Exemplo: macrolídeos e cloranfenicol);

2. Inibição de mecanismos de permeabilidade celular

• Exemplo: aminoglicosídeos e cloranfenicol)

3. Indução de betalactamases por antibióticos betalactâmicos

• Exemplo: imipeném e cefoxitina associados aos betalactâmicos mais antigos instáveis à betalactamases
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Período de carência
Os animais de produção que são tratados com antimicrobianos devem receber atenção especial, visando impedir que
os resíduos presentes nos produtos de origem animal venham a atingir a espécie humana, causando danos a sua
saúde. Deve-se, portanto, obedecer ao período de carência.

Período de carência, de retirada, de depleção ou de depuração é o tempo necessário para que o resíduo de
preocupação toxicológica atinja concentrações seguras. Ou, ainda, é o intervalo de tempo entre a suspensão da
medicação do animal até o momento permitido para abate, coleta de ovos ou mel.

Vários fatores contribuem para a determinação do período de carência, dentre eles os constituintes da fórmula
farmacêutica, a dose administrada, a via de administração e a espécie animal.

Antimicrobiano ideal
• Seletivo e bactericida
• Alcançar rapidamente o alvo, com boa distribuição no local de infecção.
• Espectro estreito (para não afetar a flora saprófita)
• Baixo nível tóxico e elevados níveis terapêuticos.
• Poucas reações adversas (seja de toxicidade ou alergia).
• Várias vias de administração (oral, IV, IM)
• Boa absorção
• Não deve induzir resistências
• Boa relação custo/eficácia (bom e barato).

Toxicidade dos antibióticos


Alguns fármacos que causam toxicidade local são: tetraciclina, cloranfenicol e cefalosporina.

Podem causar irritação gástrica, quando administrados por via oral; dor e abscesso quando administrados por via
intramuscular e tromboflebite quando administrados por via intravenosa.

A toxicidade sistêmica é baseada de acordo com o índice de toxicidade (IT) .

• RAROS (alto nível de toxicidade)

• MÉDIO (baixo índice de toxicidade)


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• FREQUENTE (baixíssimo índice de toxicidade)

Na administração de antimicrobianos dependentes de função renal, haverá necessidade de reduzir a dose


(concentração) em pacientes debilitados desta função.

• Animais com IR (insuficiência renal) leve: indicados - AMG; vancomicina e cefalosporina.


• Animais com IR moderada a grave: indicados – fluorquinolonas e cloritromazol

Fármacos para evitar: cefalotina, ácidos Nalidixico e tetraciclinas (exceto doxiciclina).

Na administração de antimicrobianos dependentes de função hepática, haverá necessidade de reduzir a dose


(concentração) em pacientes debilitados desta função.

Fármacos para evitar: tetraciclinas, ácido Naxilíco e estolato de eritromicina.

Toxicidade na gestação
• Trazem risco para feto : aminoglicosídeos (surdez), tetraciclina(ossos e dentes).
• Trazem risco para gestante : tetraciclina (pancreatite, lesão renal)
• SEGURO: penicilina, cefalosporina e eritromicina

Ação dos antimicrobianos


A ação ou não dos antimicrobianos também pode ser influenciada por fatores locais externos e internos. Exemplos:

• Pus e secreções: são repletos de fagócitos, células e proteínas que podem se ligar ao fármaco e criar condições
desfavoráveis a sua ação.
• Hematomas: neles, há a presença de hemoglobinas que podem também se ligar com os fármacos (penicilina,
cefalosporina e tetraciclina).
• Queda do pH no local (acidez): isso reduz a atividade de macrolídeos e aminoglicosídeos.
• Abscesso: compromete penetração do fármaco.
• Presença de material necrosado e corpo estranho.

Resistência bacteriana
A resistência bacteriana pode ser natural ou adquirida. A resistência natural não perturba a terapêutica porque o
médico veterinário já sabe que um determinado microrganismo é naturalmente resistente ao antimicrobiano. Por
outro lado, a resistência adquirida é uma propriedade nova adquirida por determinada cepa de microrganismo,
tornando-o resistente ao antimicrobiano; esta sim traz grandes transtornos na clínica médica.

A resistência bacteriana adquirida pode ser por mutação (ocorre por acaso) ou transferência de genes de resistência.
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A transferência de genes pode ser tanto cromossômica (o gene de resistência é incorporado ao cromossomo da
bactéria receptora), como extra cromossômica (através do plasmídio ou fator de resistência, que representa 1% do
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material genético do cromossomo) e pode ocorrer por: transformação, transdução, conjugação e transposição.
Deve ser ressaltado que, quando ocorre a resistência bacteriana, o antimicrobiano atua como agente seletor, isto é,
age sobre as bactérias sensíveis e observa-se, consequentemente, a proliferação das resistentes.

A resistência adquirida pode ser a um único antimicrobiano, a alguns agentes dentro de uma mesma classe de
antimicrobiano ou até mesmo aos agentes de diferentes classes.

Mecanismo de resistência
Vários mecanismos de resistência aos antimicrobianos foram identificados nas bactérias e classificados em quatro
categorias:

1. Redução da permeabilidade da célula bacteriana ao antimicrobiano: observada em Enterobacter aerogenes e


Klebsiella spp. resistentes a imipeném (antibiótico betalactâmico) devido à redução da formação de porina (proteína
transmembrana que permite a passagem de substâncias para o interior da bactéria).

2. Inativação do antimicrobiano antes ou após sua penetração no microrganismo: observada em Enterobacteriaceae


que promovem a acetilação do cloranfenicol ou a produção de betalactamases que inativam os antibióticos
betalactâmicos; e ainda, bactérias gram negativas e gram positivas que promovem fosforilação, adenilação e
acetilação dos aminoglicosídeos.

3. Modificação do alvo no qual age o antimicrobiano ou aquisição de uma via alternativa: observada em bactérias
gram positivas que protegem o ribossomo da ligação com tetraciclina; em Staphylococcus aureus que alteram as
proteínas de ligação das penicilinas impedindo a ação de oxacilina e meticilina; e de Mycobacterium spp. que
modificam as proteínas ribossômicos levando à perda da atividade da estreptomicina. Tem - se ainda como exemplo
as bactérias gram negativas que podem usar uma via alternativa para contornar o bloqueio da enzima dihidropteroato
sintetase inibida pelas sulfas ou ainda da dihidrofolato redutase inibida pela Trimetoprima.
4. Bomba de efluxo que lança para fora da célula bacteriana o antimicrobiano: observada em Escherichia coli e outras
Enterobacteriaceae, promovendo o efluxo de tetraciclina e cloranfenicol; e em Staphylococcus spp. levando ao efluxo
de macrolídios e estreptograminas

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Exercícios
1. Dentre essas alternativas, qual a definição correta para medicamentos genéricos:

a) É aquele que contém o mesmo fármaco, na mesma dose e forma farmacêutica, é administrado pela mesma via e
com a mesma indicação terapêutica do medicamento de referência no país, apresentando a mesma segurança que o
medicamento de referência no país.

b) São medicamentos obtidos a partir de plantas medicinais, empregando-se exclusivamente derivados de droga
vegetal.

c) São aqueles preparados na própria farmácia, de acordo com normas e doses estabelecidas por farmacopeia ou
formulários e com uma designação uniforme.

d) É aquele que contém um fármaco diferente, porém a mesma dose e forma farmacêutica, é administrado pela
mesma via e com a mesma indicação terapêutica do medicamento de referência no país, apresentando a mesma
segurança que o medicamento de referência no país.

e) Os laboratórios farmacêuticos investem anos em pesquisas para desenvolver medicamentos e, por isso, possuem a
exclusividade sobre a comercialização da fórmula durante um determinado período.

2. (UFF,2013) O termo usado para descrever a porcentagem na qual uma dose do fármaco chega ao seu local de
ação, ou a um líquido biológico, é:

a) Eliminação

b) Redistribuição

c) Biodisponibilidade

d) Distribuição

e) Absorção

3. Sobre a janela terapêutica, assinale a alternativa correta.

a) É o tempo necessário para que metade de uma substância da concentração inicial seja removido do organismo.

b) É a capacidade do fármaco de se ligar a uma receptor

c) O termo janela terapêutica se refere a transferência de um fármaco do seu local de administração para a corrente
sanguínea.

d) Percentual de aproveitamento de uma substância pelo organismo.


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e) Faixa de segurança para trabalhar com um fármaco, dentro da menor concentração, e a concentração
potencialmente tóxica.
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4. A que forma farmacêutica se refere a seguinte definição: ‘’Invólucro duro ou mole, de forma e capacidade
variáveis. Formato cilíndrico ou ovoide, com duas partes que se encaixam e contém substâncias medicinais sólidas,
pastosas ou liquidas’’.

a) Supositório

b) Cápsulas

c) Comprimidos

d) Pomadas

e) Suspensões

5. Assinale a alternativa que diz respectivamente o significado das abreviaturas a seguir: S.I.D, Q.I.D, O.D.

a) 2x ao dia, 4x ao dia, diariamente

b) 4x ao dia, 2x ao dia, 3x ao dia

c) 2x ao dia, 3x ao dia, 4x ao dia

d) 2x ao dia, diariamente, cápsula

e) 2x ao dia, 1x ao dia, a vontade

6. Marque as alternativas abaixo em V para verdadeiro e F para falso.

a) ( ) O sistema nervoso no organismo humano é dividido em sistema nervoso central e sistema nervoso periférico.

b) ( ) O sistema nervoso somático está relacionado com funções submetidas a comando conscientes.

c) ( ) Os nervos aferentes são responsáveis pela transmissão da informação do SNC para a periferia

d) ( ) Drogas que imitam a ação do sistema nervoso simpático são denominadas parassimpatomiméticas

e) ( ) As fibras pré-ganglionares são colinérgicas, e as pós ganglionares são adrenérgicas

f) ( ) As drogas passassimpatomimética agem predominantemente no neurotransmissor acetilcolina

g) ( ) Tanto os receptores muscarínicos como nicotínicos são do tipo colinérgicos

7. Assinale a alternativa correta.

a) Os fármacos colinolíticos (ou parassimpatolítico) são drogas cuja função é estimular uma determinada atividade
uma determinada atividade parassimpática.

b) Os fármacos colinomiméticos (ou parassimpatolítico) são drogas que drogas que apresentam atividade de estimular
(agonista) uma determinada atividade parassimpática.

c) Os fármaco colinolíticos (ou parassimpatolíticos) são drogas cuja função é bloquear e/ou inibir respostas do sistema
nervoso autônomo parassimpático.
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d) Os fármacos simpatomiméticos são fármacos cuja função consiste em inibir ou bloquear a ação do sistema nervoso
simpático.
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e) Os fármacos simpatolíticos são fármacos que produzem efeitos, através da estimulação dos nervos simpáticos.
8. Sobre as catecolaminas endógenas, marque abaixo N se a característica for da Noradrenalina, e A se a
característica for da Adrenalina.

a) ( ) Induz a excitação física e mental, e ao bom humor.

b) ( ) Sua falta está associada a transtornos depressivos.

c) ( ) É secretada em quantidades abundantes pelas glândulas suprarrenais.

d) ( ) Cerda de 80% dessa catecolamina é secretada na corrente sanguínea.

e) ( ) Sua produção é centrada na área do cérebro chamada de ‘’lócus cerúleos’’.

9. Sobre a formação da noradrenalina, complete os espaços vazios da afirmativa abaixo com as palavras corretas.

‘’A fenilamina (aminoácido) é oxidada pela enzima _______________________, uma vez hidroxilada, ela vai dar a
origem a _____________ que vai ser carreada para dentro do ____________________________ e lá, essa tirosina
sofre hidroxilação pela ___________________ se transformando em DOPA, que por sua vez é descarboxilada pela
DOPA descarboxilase dando origem a ________________, que sofre uma nova hidroxilação, formando assim a
____________________.‘’

10. Dentre os receptores alfa e beta, identifique que tipo de receptor corresponde cada característica abaixo
(escreva o nome dentro dos parênteses). Dica: só tem uma característica para cada receptor.

a) ( ) Receptor pré-sináptico, responsável pelo controle da quantidade de noradrenalina liberada na fenda.

b) ( ) Receptor relacionada a quebra de gordura (lipólise).

c) ( ) Receptor que promove relaxamento das estruturas.

d) ( ) Receptor específico presente apenas no coração, aumentando sua força de contração.

e) ( ) Receptor responsável pela contração da musculatura das estruturas. Exceto no TGI, onde lá, ele promove
relaxamento.

11. Qual o fármaco que age de forma indireta no organismo, inibindo irreversivelmente o transportador que tem a
capacidade de transportar a vesícula de noradrenalina até a membrana para que seja liberada na fenda sináptica?

R=

12. Qual o nome da classe de fármacos que bloqueia a ação do sistema nervoso simpático?

R=

13. Complete a sentença, com alfa ou beta.

‘’Bloqueio de receptores do tipo _____, causa diminuição da vasoconstricção. E o bloqueio de receptores do tipo
______ causa a diminuição da estimulação do coração.’’
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14. A acetilcolina pode se ligar a dois tipos de receptores. Quais são eles?
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R=
15. Qual o termo é utilizado para se referir a algo que mimetiza, intensifica ou copia a ação de algo?

R=

16. Por que é necessário cuidado e acompanhamento adequado na administração drogas colinérgicas para trato
urinário em pacientes asmáticos?

R=

17. Qual o nome dado as drogas que bloqueiam a ação parassimpática no organismo e, de um modo indireto,
mimetizam a ação simpatica promovendo, como resultado final, efeitos simpáticos?

R=

18. ‘’Uma vez que o neurônio pré sináptico é estimulado, ele promove a abertura das vesículas, liberando dopamina
na fenda sináptica. Essa dopamina se liga aos seus receptores específicos no neurônio pós sináptico. A dopamina
restante, que não se liga, é conduzida de volta ao neurônio pré-sináptico para dentro das vesículas através de
transportadores.’’

A que processo se refere a descrição acima?

a) sinapse serotoninérgica

b) a uma sinapse comum

c) sinapse através do GABA

d) ligação com receptores ligados a tiroquinase

e) sinapse dopaminérgica

19. Em relação aos AINES, marque a alternativa incorreta.

a) Os AINES são os fármacos de primeira escolha em casos de dores leves a moderadas

b) Possuem propriedades analgésicas prolongadas

c) Suas ações decorrem, em grande parte, da ação inibitória sobre as enzimas que degradam o ácido araquidônico.

d) As ações dos AINES podem ser de caráter periférico (antipirética e analgésicas), ou podem atuar sobre o sistema
nervoso central (anti-inflamatórias, analgésicas, antitrombóticas e antiendotóxicas)

e) Várias são as ações terapêuticas dos AINE’S.

20. Em relação aos AIES, marque a alternativa incorreta.

a) AIE’s significa anti-inflamatório esteroidal (corticoides, corticosteroides ou glicorticoides)


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b) São drogas que agem semelhantemente ao cortisol exógeno.

c) Possui função antagonistas das respostas imunológicas e inflamatórias.


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d) Possui usos inflamatórios, reumatológicos, alérgicos e hematológicos.


e) O glicorticoides é um hormônio relacionado com o metabolismo da glicose e das proteínas.

21. Sobre os antimicrobianos, complete a sentença abaixo:

‘’Os antimicrobianos ___________________ atuam nos microrganismos em geral, sejam eles patogênicos ou não;
pertencem a esse grupo os _________________________ e os _____________________. Os antimicrobianos
______________ atuam em microrganismo responsáveis pelas doenças ___________________ que acometem os
animais; são os quimioterápicos e os _____________________.

22. Explique a diferença entre os sufixos ‘’státicos’’ e ‘’icidas’’.

R=

Iai? Respondeu tudinho? Agora você pode checar o gabarito e conferir quais questões você
acertou. É só apontar a câmera do seu celular para o QR CODE abaixo que você será
redirecionado para o PDF com o gabarito. Se o seu celular não tiver leitor automático, você
pode baixar um na sua loja de aplicativos. Ou você pode me pedir o gabarito pelo direct que
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