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Visita Domiciliar Uma Tecnica de Revela+º+úo Da Realidade
Visita Domiciliar Uma Tecnica de Revela+º+úo Da Realidade
1. INTRODUÇÃO
Afastar o mito de que se constitui uma atividade meramente empírica, bem como
oferecer subsídios para que o seu desenvolvimento ocorra sobre bases éticas, humanas e
profissionais, é nosso propósito. Nesse sentido, com base na experiência da autora como
assistente social e professora extensionista, apresentaremos nesse trabalho reflexões,
relatos, recomendações e ilustrações voltadas a potencializar a execução da técnica da
visita
2. DESENVOLVIMENTO
Em se tratando de uma visita domiciliar a relação estabelecida entre quem visita e
quem é visitado tem significativa importância.
Quando visitar?
Em vista disso, sempre que necessário, privilegie a companhia de profissionais para
fazer a visita. Evidentemente a presença destes outros profissionais deve ser anunciada
antecipadamente e justificada: mais que uma “companhia”, ela deve representar a
observação de algum aspecto que seu acompanhante convidado domine mais que você..
E, por fim, lembre-se que não é recomendável que o número de visitadores seja
superior ao das pessoas visitadas. Em visita domiciliar não se leva toda a equipe até a
casa da pessoa, mas apenas aquele ou aqueles dois ou três (no máximo) profissionais
implicados no diagnóstico ou atendimento.Uma olhadela, dias antes, no prontuário da
família que será visitada, poderá ajudar na decisão de quantos profissionais podem
participar do atendimento. Muitas vezes, em casebres que mal cabem os próprios
familiares, uma visita de mais de um profissional é inviável e causa constrangimentos
aos moradores.
A caminho da finalização da visita, surgem algumas questões. Uma delas é que nem
sempre se sabe ao certo se foi capaz de captar a realidade do outro e compor um
diagnóstico efetivamente amplo e imparcial.
O fato da realidade do outro se revelar para você ou não depende, antes de tudo, de
planejamento, manejo técnico e predisposição. Capturar a realidade dentro de seu
quadro social e cultural específico exige do profissional o interesse e organização para
ver os elementos difíceis, intrigantes e conflitantes da realidade, por mais estranhos que
eles possam parecer a nossa razão.
A questão que se coloca é: até que ponto estamos aptos a ver tais elementos?
Acredito que é preciso coragem e coerência para romper com uma visão parcial e
falsificadora da realidade. Se assim o fizermos a visita domiciliar se revelará num
recurso essencial à abordagem de diferentes profissionais, sobretudo aqueles ligados às
áreas da saúde, educação e assistência social.
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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