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ELETRO
Eletrocardiograma de um jeito fácil
ECG
NORMAL 1
Facilitando Eletro
Eletrocardiograma de um jeito fácil
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Telegram: t.me/facilitandoeletro ou ECG Facilitando Eletro
por Matheus de Freitas
Este material é componente do curso de eletrocardiograma Facilitando Eletro. Conheça mais em nossas redes sociais
acima.
1) CALIBRAÇÃO
2) ONDAS E INTERVALOS
3) DERIVAÇÕES
4) FREQUÊNCIA CARDÍACA
5) PARÂMETROS DE NORMALIDADE
6) EIXO ELÉTRICO
7) DEFINIÇÃO DE RITMO SINUSAL
1) CALIBRAÇÃO
O traçado eletrocardiográfico no papel se assemelha a um mapa
geográfico, de modo que possui uma calibração, tal qual o mapa
possui uma escala. Conhecer a escala/calibração é fundamental para
ter noção sobre a dimensão daquele registro em relação a algum
parâmetro – por exemplo: no mapa geográfico, cada centímetro no
papel pode representar quilômetros entre duas cidades. Portanto,
conforme for a calibração, o mesmo registro inscrito no papel pode
representar valores maiores ou menores sobre o mesmo parâmetro.
No ECG é a mesma coisa - os parâmetros analisados são tempo e
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voltagem, analisados no eixo x e y, respectivamente.
Os parâmetros que podem ser alterados para que haja uma
calibração diferente para tempo e voltagem são: velocidade de saída
do papel do eletrocardiógrafo – aparelho que registra o
eletrocardiograma (que vai modificar o parâmetro tempo) e “ganho”
(aumento ou diminuição da voltagem).
Na calibração padrão, a velocidade de saída do papel é de 25mm/s
e a voltagem é N (10mm equivale a 1mV). Dessa forma, cada
milímetro no eixo x corresponderá a 0,04s (40ms) e, no eixo y,
0,1mV. De igual forma, um quadrado de 5mm x 5mm terá uma
equivalência de 0,2s x 0,5mV. Isso é fundamental para medirmos as
ondas, segmentos e intervalos, de modo a comparar com um padrão
de referência de normalidade.
Observe na figura a seguir que existe um desenho semelhante a um
“chapéu” que representa a calibração. Num ECG com calibração
padrão, ele deve estar inscrito em 10mm de amplitude e ter duração
de 5mm (0,2s).
Vale lembrar que a calibração vem impressa no papel e sempre
deve ser conferida antes de se analisar o eletrocardiograma.
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despolarização ventricular como um todo, mas podemos estudar a
ativação de cada parte ventricular de forma isolada, uma vez que o
septo se despolariza primeiro, depois as paredes livres e por último as
partes basais. Essa despolarização ocorre em momentos distintos,
logo, gerando vetores e ondas distintas.
Para as derivações (vamos estudar mais detalhadamente adiante)
que possuem seu eletrodo explorador à esquerda do coração, haverá
o seguinte registro: onda q – representando a despolarização septal,
uma onda negativa e de pequena amplitude (vetor 1). Onda R –
representa a despolarização das paredes livres ventriculares; uma
onda positiva e de grande amplitude (o vetor resultante aponta para o
VE – ventrículo esquerdo, uma vez que ele possui maior massa, logo,
maior atividade elétrica (vetor 2). Onda s – uma onda de pequena
amplitude e negativa, representa a ativação das partes basais e seu
vetor resultante aponta para cima (vetor 3).
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f) Onda U – existe grande divergência na literatura, sendo que
alguns autores afirmam ser despolarização das células M
mesocárdicas e outros, músculos papilares. É normal ter a presença
da onda U, embora incomum.
g) Intervalo QT – intervalo que mede o tempo entre a
despolarização e repolarização ventricular (início do QRS ao final da
onda T). Esse intervalo pode ser afetado por várias condições clínicas,
como uso de algumas drogas, hipotermia, distúrbios eletrolíticos ou
mesmo síndromes congênitas e isso pode se relacionar com a gênese
de arritmias graves.
Esse intervalo é variável conforme o valor da frequência cardíaca
e mesmo com valores diferentes, pode ser normal. Assim, para se
comparar o valor encontrado com um padrão de normalidade,
primeiro é necessário corrigi-lo para a frequência cardíaca encontrada
(Intervalo QTc – QT corrigido) e depois comparar com a referência de
normalidade.
Para frequências entre 60 e 90bpm, recomenda-se o uso da
Fórmula de Bazzet. Para outras frequências, pode-se utilizar outras
fórmulas, como a de Hodges ou Framingham. (QT – tempo entre o
início do QRS até o final da onda T; RR – tempo entre as ondas R de
dois complexos QRS seguidos).
Bazzet: Hodges:
3) DERIVAÇÕES
Entender derivações é algo muito simples e fácil! Observe a seguinte
foto:
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Para observar com clareza qualquer face do carro acima, é necessário
a visualização de dois ou três ângulos diferentes. Conforme o ângulo,
alguma parte do carro não será vista! Com o coração é a mesma coisa.
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V1 a V6 formam o plano precordial ou frontal
4) FREQUÊNCIA CARDÍACA
a) Em caso de ritmo regular (QRS possuem intervalos equidistantes
entre si), basta seguir o esquema abaixo:
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5) PARÂMETROS DE NORMALIDADE (Todos os parâmetros de normalidade
estudados tem como base um ECG que foi realizado utilizando a calibração padrão (N e
v=25mm/s). Caso o ECG não tenha sido feito em calibração padrão, os mesmos parâmetros irão
representar uma grandeza maior ou menor no papel. Isso deve ser levado em consideração. Outra
possibilidade é repetir o ECG, sendo que agora, utilisando a calibração padrão).
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fato.
A parte positiva deve ser menor que 0,15mV (1,5mm) e a parte
negativa menor que 0,04s x 0,1mV (1x1mm ou 1mm²).
Você entenderá ECG normal muito bem quando praticar. Isso ficará
ainda mais sólido e medular quando você aprender o que é
patológico. Vamos adiante no nosso estudo.
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“Há homens que lutam um dia e são bons, há outros que lutam um ano e são
melhores, há os que lutam muitos anos e são muito bons. Mas há os que lutam
toda a vida e estes são imprescindíveis.” (Bertolt Brecht)
ANOTAÇÕES:
Este resumo é vinculado ao curso ECG Fundamental – Facilitando Eletro (contatos na pág
2).
Idealizado por Matheus de Freitas, interno do 6ºano do curso de medicina da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
Supervisão e referência: Dr Nestor Rodrigues – ECG Ciência e Aplicação Clínica, 2016.
Referência recomendada:
NETO O. N. R. ECG - Ciência e aplicação clínica. 1. ed. São Paulo:
Sarvier, 2016
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