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Luiz Pereira Marialice Foracchi Educacao e Sociedade PDF
Luiz Pereira Marialice Foracchi Educacao e Sociedade PDF
e
MARIALICE M. FORÀCCHI
EDUCAÇÃO
E
SOCIEDADE
[Leituras de sociologia da educação)
13? edição
Bibliografia.
87-1875 cnn-37n.19__
Índices para catálego sistemático:
1. Sociologia educacional 370.19
capa de:
F rancisco G a va Solera
Direitos reservados
1987
Impresso no Brasil
SUMARIO
PARTE I
1. Introdução ............................................................................................ . . . 3
2. Sociologia da educação como "sociologia especial” .(Florestan
Fernandes) ................................................................................................... 6
3. Tendências no desenvolvimento da sociologia da educação (Antonio
Cândido) ....................- ................................................................................ 7
4. Áreas da sociologia da educação (Wilbur B. Brookover) .............. 19
5. Funções das ciências sociais no mundo moderno (Florestan
Fernandes) ............................................................................................ 22
PARTE II
1. Introdução .................................. 31
2. A educação como processo socializador: função homogeneizadora e
função diferenciadora (Émile D urkheim) ............................................ 34
3. Condicionamento sociocultural da personalidade (Ralph L inton) 49
4. Formas do processo educacional (José Querino R ibeiro) ................ 70
5. A educação como processo de controle social: função conservadora
e função inovadora (Wilbur B. Brookover) .................................... 80
6. A educação como técnica social (Karl Mannheim) ............................ 88
7. Funções das gerações novas (Karl Mannheim) ................................. 91
PARTE III
PARTE V
PARTE VI
Educação e desenvolvimento
INTRODUÇÃO
I
A EDUCAÇÃO CO M O O B JE T O DE ESTUDO SOCIOLÓGICO 5
SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO
COMO “SOCIOLOGIA ESPECIAL" (*)
Florestan F ernandes
TENDÊNCIAS NO DESENVOLVIMENTO
DA SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO (*)
Antonio C ândido
Conseqüências do exposto
Notemos que a sociologia da educação pouco existe como
teoria e quase nada como pesquisa. No campo teórico avultam
relativamente poucos esforços, como os de W aller e F ischer,
(6) Fernando de A zevedo, Sociologia educacional, Cia. Ed. N acional, São
P aulo, 1940; Joseph S. R oucek. e outros, Sociological Foundations o f E ducation,
T hom as Crowell Co., Nova York, 1942; Francis J. B rown , Educational Sociology,
P rentice Hall, Nova York, 1947.
(7) Aloys F ischer , “ Pädagogische Soziologie” e “ Soziologische P ädagogik” ,
in H andwörterbuch d er Soziologie, herausgegeben von Alfred Vierkandt, F erdinand
Encke Verlag, S tu ttg art, 1931; Elsbeth L inpinsel , “E rziehungslehre, E rziehungs
praxis und Soziologie” , K ölner VierteIjabrshefte fü r Soziologie, vol. X II, 1934;
“ Pädagogische Soziologie” , Sozialforschung in unserer Z eit, W estdeutscher Verlag,
Köln e O pladen, 1915; W illard W aller , T h e Sociology of Teaching, Jo h n W iley
and Sons, Nova York, 1932.
(8) W. B. B rookover, “ Sociology of E ducation: a D efinition” , Am erican
Sociological R eview , vol. 14, n.° 3, junho de 1949, p. 415.
A EDUCAÇÃO COM O O B JE T O DE ESTUDO SOCIOLÓGICO. 11
A análise da escola
Trata-se, pois, de elaborar os instrumentos para análise da
vida escolar, considerada não como todo o processo educacio
nal, mas como o seu eixo nas sociedades modernas. A presente
comunicação (*) sugere que ela seja efetivamente considerada
como ponto de reparo no estudo e na pesquisa de sociologia
da educação.
Já vimos que o problema das suas relações com o meio
imediato foi considerado, de um ângulo assaz utilitário, pelos
estudos do tipo school-and-community; que a sua função
na sociedade foi estudada pelas correntes sociológicas da
sociologia educacional. Aqui, todavia, quero insistir sobre o
aspecto menos estudado pelo sociólogo, que é a sua estrutura
interna (*9).
Como grupo diferenciado, a escola possui vida própria,
cujas leis escapam em parte à superordenação prevista pela
sociedade. Ela é uma “unidade social”, determinando tipos
específicos de comportamento, definindo posições e papéis,
propiciando formas de associação. As suas relações com as
instituições sociais, e a circunstância de receber estatuto, nor
mas e valores da sociedade, não nos deve tornar incapazes
de analisar o que nela se desenvolve como resultado da sua
dinâmica própria. Os elementos que integram a vida escolar
são em parte transpostos de fora; em parte redefinidos na
passagem, para ajustar-se às condições grupais; em parte desen
(*) O presente tex to é um a comunicação do A utor ao I Congresso Brasileiro
de Sociologia (N . dos Orgs.).
(9) V. uma tentativa de guia sociológico para ô estudo da estrutura da
escola em Antonio Cândido, A estrutura da escola, Caderno n. 5, Faculdade de
Filosofia, Ciências e L etras da Universidade de São P aulo, 1953. (T rab alh o repro
duzido nesta coletânea: N. dos Orgs.)
A EDUCAÇÃO C O M O O B JE T O DE ESTUDO SOCIOLÓGICO 13
(10) É m ile D urkheim , E ducation et sociologie, 2-a ed., Félix Alcan, Paris,
1926, p. 49.
14 EDUCAÇÃO E SOCIEDADE
Sugestões finais
INTRODUÇÃO
Antonio C ândido
II
I. Formas de agrupamento
1. Grupos de idade
2. Grupos de sexo
112 EDUCAÇAO E SOCIEDADE
3. Grupos associativos
4. Status
5. Grupos do ensino
I. Formas de agrupamento: 1
1. Grupos de idade
2. Grupos de sexo
Assim como a idade, o sexo adquire um aspecto nitida
mente social na medida em que dá lugar a tipos de agrupa
mento e organização entre os homens. Também os conceitos
relativos a ele variam segundo a cultura e o estádio cultural.
Sob este ponto de vista deve-se assinalar que o nosso tempo
(3) Cf. R ené H ubert, T raitè de pêdagogie générale, 2.a ed., Presses Uni-
versitaires de France, Paris, 1949, p p. 169 e ss.; R ené F aU, op. cit., pp. 18-28;
N ielsen , op. cit., pp. 43-78.
114 EDUCAÇÃO E SOCIEDADE
3. Grupos associativos
Os grupos de idade e de sexo fundam-se em fatores biológi
cos. Estes de que falaremos agora fundam-se na própria ativi
dade dos educandos e dependem quase sempre da sua adesão
consciente. Mais do que os outros, eles são fruto das condi
ções específicas da vida escolar e deixam ver com maior clareza
o mecanismo das formas infantis e juvenis de sociabilidade.
No seu estudo — descurado pelos educadores — encontra o
sociólogo um interesse excepcional, pois eles exprimem as várias
maneiras pelas quais pode manifestar-se esta sociabilidade.
Notemos de início que as associações de educandos depen
dem em boa parte da idade. Assim é que as etapas iniciais
da idade escolar se caracterizam por acentuada instabilidade
social — os agrupamentos esboçando-se e desfazendo-se ao sabor
das circunstâncias, sem envolver as mais das vezes adesão pro
funda dos seus membros. A partir de certo momento, todavia,
o imaturo tende a se associar, encontrando no grupo um ponto
de referência para a sua atividade.
Estas considerações contribuem para esclarecer a divisão
que se deve estabelecer entre associações infantis e juvenis de
caráter mais ou menos vago, e as que se organizam realmente
com uma estrutura definida. Na vida escolar encontramos uma
gama extensa de ambas, desde os agrupamentos fluidos de
brinquedo até as sociedades secretas e os grêmios literários,
dotados de hierarquia, finalidade durável, divisão de funções.
Poderíamos classificar as associações escolares em 3 tipos
principais: a) recreativas, b) intelectuais, c) cooperativas.
a) Os grupos de brinquedo, as tertúlias, são tipos difusos
de associação recreativa; os teams esportivos são tipos
organizados. A Psicologia tem dedicado aos grupos
lúdicos uma atenção que ainda não encontrou na So
ciologia o devido eco. Os estudos de formação e
desenvolvimento da sociabilidade aí estão para prová-lo.
Com efeito, toda a teoria e prática da ‘‘escola ativa” nas
suas várias modalidades implica o conhecimento e o reco
nhecimento da importância dos grupos infantis, sobretudo os
116 EDUCAÇAO E SOCIEDADE
4. “Status”
5. Grupos de ensino
As aulas constituem a finalidade principal da escola. São
talvez a espinha 'dorsal da sua organização e o ponto de en
contro mais característico entre a sociabilidade do imaturo e
a ordenação racional do Legislador. Professores e alunos, em
salas de aula, ou de estudo, constituem o agrupamento por
excelência em que se vêem refletir todos os demais.
Com efeito, as relações determinadas pelo sexo, a idade,
os status, os vários interesses, influem e são poderosamente
influenciados pelas que se tecem nos grupos de ensino, onde
nascem e se desenvolvem quase todas as que têm lugar entre
professor e aluno. Por isso, disse com razão um tratadista
moderno que na relação professor-aluno “se especifica o sen
tido da atividade pedagógica” (45).
Não é, pois, sem motivo que educadores e psicólogos, na
teoria e na prática, têm sido levados a considerar o grupo
de ensino como o agrupamento por excelência a ser estudado
na vida escolar. Levados por uma simplificação compreensível
dum ponto de vista unicamente didático, tendem a ver nele
um todo complexo e autônomo ou diretamente sujeito às in
fluências exteriores, de família ou classe, cujos problemas po
dem ser resolvidos no seu âmbito restrito.
Sociologicamente, o seu interesse provém da circunstância
de que as relações nele formadas e desenvolvidas representam
não apenas conseqüência da atividade nele processada, como o
entrecruzamento das atividades de todos os demais segmentos
de que se compõe a escola, e cuja dinâmica vem refletir-se nele.
Isto posto, o grupo de ensino constitui campo tanto mais
importante de estudo e observação, quanto a sua delimitação
espacial e temporal, bem como as suas normas racionais de
conduta, são facilmente reconhecíveis para o educador e o
pesquisador. Beneficiando-se do interesse crescente pela análise
dos grupos restritos — cuja raiz deve ser buscada em
Sim m el — a sala de aula vem sendo alvo de toda sorte de
investigações, baseadas em grande parte nas modernas técnicas
sociométricas (s).
(4) V. Alfred P etzelt, G rundzüge Systematischer P ädagogik, W . Kolham m er
Verlag, S tu ttg art, 1947, p. 41.
(5) Cf. p. ex. as pesquisas de J. R ichardson e as de J. P. H iggin B otham ,
in C. M. F lem ing (org.). Studies in the Social Psychology o f Adolescence, Routledge
& Kegan P au l, Londres, 1951. P ara o andam ento dos trabalhos m odernos sobre
grupos reduzidos cf, a revista Sociometrics, e George C. H omans, T h e Human
Group, R outledge & Kegan P aul, Londres, 1951.
J 20 EDUCAÇAO E SOCIEDADE
I. Liderança
Este agrupamento vivo e diferenciado em subgrupos que
é a escola, mantém-se estruturado e em funcionamento graças
ao sistema de controle que organiza o comportamento de seus
membros de acordo com os padrões estabelecidos. Estes são
os racionalmente preestabelecidos e os devidos à própria dinâ
mica interna.
Um dos mecanismos principais do sistema de controle na
escola é a liderança, que M acI ver chamaria de “técnica pes
soal’’ (°). Este e outros autores consideram sob esta designação
apenas as formas de preeminência pessoal baseada no pres
tígio, na irradiação insubstituível da personalidade. Entendo
que esta, mais a que se baseia na delegação coletiva, na
faculdade socialmente reconhecida de mandar (autoridade),
constituem os dois aspectos integradores do conceito de lide
rança. A distinção entre prestígio (pessoal) e autoridade (ins
titucional) remonta a Sim m e l (67).
No estudo em mira, devemos distinguir dois tipos de
liderança:
a) exercida pelo educador;
b) exercida pelo educando.
3. Sanções
a) administrativas;
b) pedagógicas;
c) grupais.
4. Símbolos
III. Conclusão:
Anísio T eixeira
Conclusão
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