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(BRASIL, 2008).
Relato de experiência
Por ser uma professora com deficiência visual, minha prática pedagógica é
pautada em diversas vivências, em diferentes contextos.
Em meu primeiro contato com a turma que irei lecionar durante o ano, é de
esclarecer que sou uma pessoa com deficiência visual e por isso algumas
coisas que são feitas com as professoras que enxergam, não poderão ser
feitas comigo.
Essa última, preso sempre por evitar que aconteça, pois entendo que suas
consequências para a criança ou adolescente: não ser correspondido em sua
demonstração afetiva, poderá causar danos muitas vezes irreparáveis.
Em uma das turmas que leciono turma do segundo ano do primeiro ciclo, algo
interessante aconteceu abordando esse aspecto afetivo:
Fiz então uma roda de conversa com eles, aproveitando a ideia de diversidade:
proposta encontrada no livro didático.
Disse a eles que eu não enxergava do quadro para copiar no caderno e que
precisava mesmo na idade deles, que algum colega me ditasse do quadro para
que eu pudesse copiar.
Disse ainda, que mesmo alguém ditando, eu copiava, mas depois não
conseguia ler o que escrevia e que fazia minhas provas oralmente com a
própria professora ou alguma coordenadora.
Assim, os alunos se envolveram mais nas tarefas dentro e fora da sala de aula.
Passaram a disputar o primeiro lugar na fila para me guiar pelo caminho até a
sala de aula. Hoje são mais cooperativos entre si e comigo também.
Aspectos pedagógicos
Dizer a eles, os alunos, que todos conseguem aprender, deixa uma lacuna
quando: você não possui uma deficiência, não está entre o público
marginalizado pela sociedade e etc.
Assim falo para eles do meu sonho de ser professora, mesmo sendo
cega. A regeição que sofri de colegas e até de professores que não
acreditavam em mim.
Então insisti e hoje sou professora como eu queria ser. Não foi fácil, mas
estava disposta a tentar.
Peço então que os alunos tentem me ajudar para que eu possa ajudá-los.
Trabalhada a confiança, a motivação e minha vontade de ajudar,
associada a necessidade de ajuda, parto para a prática pedagógica.
Ao entregar uma folha de atividade, digo que preciso de ajuda para ler o
que está escrito. Então, aquele que domina um pouquinho mais da
codificação e decodificação do sistema alfabético, se esforça para “me
ajudar”. Os demais começam também perdendo a introversão inicial.
“Nara...
Referências
Observação n° 4,
2010.
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