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Nos e Os Antigos Usos Da Literatura Clas PDF
Nos e Os Antigos Usos Da Literatura Clas PDF
Rede:
www.revistasobreontes.site
Rede: https://www.atrivmufms.com/
Ficha Catalográfica
Ressaltamos que a presente obra também conta com textos oriundos das
comunicações da Mesa de Ensino de História Antiga, o que proporciona ao
leitor conhecer algumas ações de projetos desenvolvidos no contexto do
PIBID; dos Estágios Supervisionados; de Projetos de Extensão e
Pedagógicos; bem como reflexões teóricas para Antiguidade. Em linhas
gerais, as produções revelam inquietações e são propositivas no que diz
respeito a defesa de novas práticas para o ensino da História Antiga nos
diversos níveis do ensino brasileiro. Desta feita, as análises comungam de
um objetivo comum, a saber: reconhecer as contribuições do Mundo Antigo
para a compreensão de conceitos e produções culturais presentes nas
experiências sociopolíticas atuais.
Fonte: http://www.toscanacostaetrusca.it/en/from-shipwreck-to-a-new-life-
the-story-of-baratti-silver-amphora/
13
Fonte:https://commons.wikimedia.org/wiki/File:MAP_-
_Amphora_Baratti_8_Athene.jpg
Fonte:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sarc%C3%B3fago_de_J%C3%BAnio_Basso#/
media/Ficheiro:Tesoro_di_san_pietro,_sarcofago_di_giunio_basso.JPG
Fonte:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sarc%C3%B3fago_de_J%C3%BAnio_Basso#/
media/Ficheiro:1058_-_Roma,_Museo_d._civilt%C3%A0_Romana_-
_Calco_sarcofago_Giunio_Basso_-_Foto_Giovanni_Dall'Orto,_12-Apr-
2008.jpg
Considerações Finais
Uma das tarefas mais importantes no Ensino de História é a crítica às
cronologias, à ideia do tempo linear e evolutivo. Um dos períodos que mais
possibilita esse exercício é a transição da Idade Antiga para a Idade Média.
O breve debate historiográfico que realizamos nesse artigo mostrou que a
“forma” Antiguidade Tardia foi criada para mostrar que a transição entre
dois períodos distintos não é tão repentina como a História eventual nos
revela. Ademais, ela ajuda a demonstrar que no meio do medieval ainda
vivia algo do antigo, ou seja, que a tradição clássica ainda estava viva nos
anos do cristianismo. Tal concepção é tão rica e profícua que, a nosso ver,
precisa ser levada para a sala de aula, para os livros didáticos, a fim de 15
fazer os alunos refletirem sobre o fato de as transições não serem
estanques.
Referências
Ana Lucia Santos Coelho é doutoranda em História Antiga na Universidade
Federal de Ouro Preto [UFOP]. Atualmente, trabalha como professora de
Metodologia Científica e de Estágio Supervisionado em História na
Universidade Estadual de Feira de Santana [UEFS]. E-mail:
ana.scoelho@hotmail.com
Ygor Klain Belchior é doutor em História Antiga pela Universidade de São
Paulo [USP]. Atualmente, é professor de História Antiga, História Medieval e
História da Arte da Universidade do Estado de Minas Gerais [UEMG –
Campanha]. Email: ygorklain@gmail.com
Sin embargo, no son pocos los autores clásicos que, ya entonces, pusieron
de manifiesto la contradicción de restringir la actuación de un género al que
también se asocia la posibilidad de desarrollo intelectual, al margen de esa
esfera de actuación demarcada. La mujer, defendían, es capaz de alcanzar
el conocimiento y la verdad a través de la curiosidad por el saber, del
mismo modo que el filósofo aglutina conocimientos hasta “dar a luz”
elevadas conclusiones que acercan a la verdad que había alcanzado su
psyche. Nos encontramos ante opiniones muy minoritarias, y los casos
conocidos sobre mujeres que alcanzaron fama en este sentido son escasos.
Probablemente ello se encuentre estrechamente relacionado con la
posibilidad que tenían de alimentar ese ansia de saber, no solo a través de
una educación al margen de la familia, sino accediendo a enseñanzas
filosóficas que solo alcanzarían mujeres pertenecientes a las clases altas y
asociadas a familias donde no reprobaran tales inclinaciones para una
mujer. Al margen de dicha esfera del pensamiento, pocas opciones se les
permitía más para demostrar sus capacidades o entendían que no existían
en otras esferas [política, guerra, etc.].
Platón incluye el concepto de “lo social”, entendido como parte esencial del
desarrollo cultural y político, al señalar que no existe diferenciación esencial
que limite un genos con respecto al otro. No obstante, existen ciertas
contradicciones en sus ideas referidas a lo femenino, pues en la Republica
matiza esta definición tan contradictoria entre sus pares. Para ello indica
que, por su diferencia/oposición surgida de su propia naturaleza, deben
asignárseles ocupaciones diferenciadas. Finalmente, en el Timeo, añade que
el genos anthrópinon no presentaba una diferenciación sexual originaria, ni
siquiera una diferenciación entre especies animales, sino que esta surgiría a
través de una reencarnación degenerativa de aquellos seres originarios y
perfectos, y a pesar de lo dicho, masculinos. El “castigo” de la feminidad se
originaría cuando, tras cumplir el ciclo vital, aquellos que se hubieran
comportado dignamente volverían a reencarnarse en hombres, mientras
que, según el grado de sus faltas, pasarían a hacerlo en mujeres o en toda
suerte de animales que pueblan el mundo. Esta teoría será muy similar a la
defendida por Aristóteles y Hesíodo. Este último sostenía la existencia
primigenia del ánthropos que cohabitaba con los dioses en perfecta
harmonía, hasta que el episodio protagonizado por Prometeo y Zeus hace
recaer sus consecuencias en aquellos a través de la creación del genos
femenino [aunque otra versión sitúa aquí la aparición de Pandora] como
castigo. La propia Pandora será convertida en arquetipo de los “males”
asociados a lo femenino, los cuales afectaron a los hombres desde su
mismo origen, acabando con ese momento idílico vivido hasta entonces 19
para siempre.
Referências
Prof. Dr. Arturo Sánchez Sanz - Departamento de Historia Antigua de la
Facultad de Geografía e Historia. Universidad Complutense de Madrid.
Apesar de não ser recente, essa metodologia ainda ocorre de forma tímida
nas escolas de ensino fundamental e médio das cidades brasileiras e, indo
além, ela não aparece ou pouco aparece em nível de Ensino Superior, tanto
na formação de professores quanto na inserção curricular dos conteúdos
ligados ao Patrimônio Cultural. Neste sentido, os processos ou
procedimentos que envolvem a Educação Patrimonial no caso do ambiente
escolar, independente da área disciplinar e apesar de possuírem como meta
desenvolver as capacidades intelectuais para aquisição e uso de habilidades,
na prática cotidiana e no processo educacional, relacionadas a conhecer,
preservar e gerir o patrimônio cultural, não são postos em prática.
Sobre o que foi apontado acima e dialogando com Helenice Rocha [2014, p.
33], consideramos que o movimento em direção a produtos culturais que
remetem ao passado parece indicar que os professores tentam conectar a
história escolar à avalanche de informações e formas contemporâneas de
comunicação social. Essa iniciativa propicia tanto uma divulgação dos temas
históricos de modo geral, como contribui para a construção de uma cultura
histórica nas gerações atuais e futuras.
Referências
Airan dos Santos Borges de Oliveira é graduada, mestre e doutora em
História pela UFRJ e especialista em Estudos Clássicos pela UNB. Professora
de História Antiga no Centro de Ensino Superior do Seridó da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte [CERES-UFRN] e membro titular do
Programa de Pós-Graduação em História dos Sertões da mesma instituição.
Atualmente, é coordenadora adjunta do Programa Institucional de Bolsas de
Iniciação à Docência e Vice coordenadora da Licenciatura em História,
ambos vinculados ao Departamento de História da UFRN – CERES.
Carlos Eduardo da Costa Campos é graduado, mestre e doutor em História
pela UERJ. Professor de História Antiga, Medieval e Pré-História da
Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal de Mato
Grosso do Sul. Coordenador do Grupo de Pesquisa ATRIVM e membro do
Museu de Arqueologia da UFMS.
Esta, cuja patente estava sob os auspícios divinos, fora quebrada com o
auxílio dos dispositivos tecnológicos e, democraticamente, disseminada.
Pouco a pouco, temos conseguido eliminar o diálogo e a retórica da
contemporaneidade com a pílula da crença de que estamos ganhando
tempo com a possibilidade de enviar mensagens ou memes ao invés de
conversar, mostrarmo-nos ao público e interagir no espaço da sala de aula.
Tais expedientes arcaicos tinham alguma utilidade quando ainda não havia
dispositivos capazes de falar por nós. Agora, na medida em que nossos
representantes digitais nos resguardam da dura tarefa da comunicação
discursiva que se faz por meio de um logos, conquistamos mais tempo para
distrair nossa mente com o nada que rápido e dispersamente estamos
construindo em nós, para nós.
-Será que não sabeis que hoje, ao entardecer, haverá uma corrida com
tochas, dedicada à deusa? Elas serão levadas por cavaleiros...
-Por cavaleiros? Disse eu. Isso é novidade! Disputarão a cavalo, com as
tochas nas mãos, passando-as uns aos outros? É isso que dizes?
-Isso mesmo, disse Polemarco. Além disso, farão uma vigília a que valerá a
pena assistir. Sairemos após o jantar e assistiremos à vigília. Lá
encontraremos muitos jovens e ficaremos dialogando. Vamos! Ficai
conosco e desisti de ir embora!
E Glauco disse:
-Ao que vejo, temos de ficar.
-Mas, se assim pensas, disse eu, assim temos de fazer. [328 a 1- b 5]
Que fadiga o filósofo descalço prevê pela frente! Terá de ficar sentado em
local pouco iluminado, ouvindo os comentários dos rapazes sobre o
desempenho dos cavaleiros. Quando não, será interpelado acerca de sua
opinião sobre a acurácia ou debilidade dos homens que disputam! E pensar
que ali ao seu lado estarão aqueles com quem Sócrates mais gosta de
compartilhar momentos! No entanto, daí não se segue que ele goste de
compartilhar todos os momentos. E este, certamente, não é um deles.
Sócrates deseja voltar para sua casa porque não quer passar a noite toda
sentado comentando o desfile, tal qual os narradores que adentram a
madrugada comentando entre si as apresentações de escolas de samba.
Ora, aquilo que Polemarco chama de diálogo, na verdade, não passa do que
chamamos de comentário. Como poderão dialogar com outros jovens, já
que estarão entretidos com o que se passará diante de seus olhos? Para
que Polemarco dialogue com outros rapazes, é preciso prestar atenção a
eles e isso significa entregar-se ao momento dialógico. Além disso, o
diálogo enquanto método essencial para o conhecimento de si busca trazer
à tona o que somos e não aquilo que está fora de nós, como o desfile. Daí,
então, a impossibilidade do diálogo sobre as muitas coisas que integram o
sensível. Em outras palavras, como nos ensina o Fedro: o diálogo dá à luz a
logoi e estes são discursos gerados não a partir daquilo que vemos,
ouvimos, tocamos, degustamos ou cheiramos, mas têm como origem nossa
razão. Logo, mesmo que se refiram às nossas experiências sensíveis, eles
não decorrem delas, mas são concebidos pela razão e, assim, têm como
origem o próprio indivíduo que dialoga. O diálogo marca a responsabilidade
que o agente tem em relação ao seu discurso, assumindo-se como pai-
originário do filho que nasce com o parto dialógico. E o comentário ou
opinião? De onde vem? Ao que se refere? O que ensina de si mesmo aquele
que o profere?
-Então, se fossem capazes de conversar entre si, não achas que eles
pensariam que, ao dar nome ao que estavam vendo, estariam nomeando
coisas realmente existentes? [515 b-6-8]
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εἰ οὖν διαλέγεσθαι οἷοί τ᾽ εἶεν πρὸς ἀλλήλους, οὐταῦτα ἡγῇ ἂν τὰ ὄντα αὐτοὺς
νομίζειν ἅπερὁρῷεν;
E mais à frente:
-Se, naquele tempo entre eles havia honras, louvores e também prêmios
concedidos a quem observasse com um olhar mais aguçado os objetos que
desfilassem diante deles e se lembrasse melhor do que costumava vir
antes, depois ou simultaneamente e, a partir disso, tivesse mais capacidade
para adivinhar o que estivesse por vir, na tua opinião, não achas que ele
cobiçaria essas recompensas e invejaria os que, entre eles, fossem
honrados e tivessem poder? [516 c 8- d 4]
Sócrates nos explica o porquê a escrita precisa ser tomada com cautela. O
âmbito da leitura não é o mesmo do diálogo. Se, por um lado, o diálogo
confere a possibilidade do questionamento constante e reformulação de
respostas, por outro lado, a escrita sempre se repete. E, precisamente, por
isso, ela é perigosa, e deve ser manejada com cuidado. Com efeito, o fato
de que algo esteja escrito não implica na verdade do que se lê. A escrita
também precisa ser interrogada, mas, diferentemente, do diálogo que pode
se reformular, ela responderá sempre do mesmo modo e, precisamente por
isso, não pode ser lida como se fosse autônoma, como se tivesse brotado
no papel ou nas plataformas digitais tais quais Twitter, Facebook ou
WhatsApp, por vontade própria. A escrita, assim como o discurso do
diálogo, tem um pai, no entanto, este encontra-se ausente dos grammata.
Desse modo, como podemos nos fiar aos escritos cuja fonte é
desconhecida? Ou mesmo, como acreditar em textos escritos cuja origem é
notória? Simplesmente, não podemos acreditar. A crença ou, de modo mais
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elaborado, o alcance do conhecimento pela leitura é impossível porque
identifica o ato de conhecer ao preenchimento de vasilhas mentais com um
conteúdo exterior ao próprio indivíduo. Desse modo, Sócrates, em certo
sentido, chama-nos a atenção para o problema que a leitura passiva
implica: ela não gera logoi e, portanto, não passa de uma coisa. Por isso, é
preciso agir durante a leitura e isso implica interrogar aquilo que estamos
lendo a fim de fazer vir à tona questões acerca de nós mesmos. Em outros
termos, é preciso que um campo da não compreensão total e da dúvida
sempre esteja presente no ato de ler para que a leitura esteja em
movimento, desvinculando-se da noção de “memorização”, noção esta que,
aliás, Fedro pensa ser uma virtude. Desse modo, à escrita também cabe a
possibilidade de revisão de ideias e posições e, assim, escrever pode ser um
ato que fomenta o diálogo para aquele que escreve.
Por fim, termino com a breve menção à tragédia pela qual tenho apreço
imenso, tragédia essa que, no final das contas, despertou em mim o gosto
pelo gênero trágico.
Percebe-se que esta BNCC tem uma preocupação exacerbada com o estudo
da História do Brasil, das Américas e da África [Coelho; Belchior, 2017, p.
65]. Todavia, na questão africana, vê-se a centralidade na temática da
escravidão. Nos demais períodos da História africana além da Antiguidade,
dos vinte sete Conhecimentos Específicos a serem trabalhados, metade,
treze, são referentes à escravidão.
Com a versão final da BNCC a História Antiga volta a ser inserida no Ensino
Fundamental, não sem críticas por parte dos estudiosos e dos grupos.
Apresentar toda a Idade Antiga e toda a Idade Média no 6º ANO/EF é algo
que chamou a atenção negativamente de antiquistas e medievalistas,
entretanto este não será o foco de nossa análise; bons trabalhos dão conta
desta discussão.
A única questão é a restrição que foi dada ao tema “político”. Claro que uma
parte imprescindível da compreensão em História são os aspectos políticos,
porém afastar perspectivas econômicas e culturais pode dar uma visão
parcial destas sociedades. Não seria importante falar de religião na África
antes do advento do islamismo? Isto não ajudaria a combater estereótipos
e preconceitos acerca das religiões de matriz africana existentes hoje no
Brasil? A BNCC peca exatamente por restringir mais um conhecimento onde
a África aparece de forma protagonista, desta vez centrando as análises na
questão política.
Este é o único ponto que diz “Oriente Antigo” e não “Oriente Médio”, sendo
que o segundo denota o estudo, sobretudo, da Mesopotâmia, e quem sabe
Fenícios, Hebreus e Persas – outros povos que foram renegados na versão
final. De forma vaga, o termo “Oriente Antigo” dá a noção de se estudar
sociedades do Extremo Oriente. Como se imaginar uma educação que não
estude a China, nos dias de hoje? Que não compreenda a construção da
sociedade chinesa e todas as especificidades de organização sociopolítica e
econômica deste povo?
Deste modo, vemos com preocupação esta nova versão da BNCC para
História Antiga como um todo, mas principalmente no que tange a estas
especificidades da Antiguidade. Claro que os livros continuarão tendo
liberdade de inserirem em seus temas estudos afro-asiáticos antigos,
entretanto julgamos ser um retrocesso, em um momento no qual o Brasil
necessita de tolerância e respeito, renegarmos a História Antiga Africana e
Extremo-Oriental a planos tão secundários como vistos na versão final.
Referências
Leandro Mendonça Barbosa é Doutor em História Antiga pela Universidade
de Lisboa. Atualmente é Presidente do Grupo de Trabalho em História
Antiga da ANPUH-MS e Professor da UNIDERP e SEMED-MS.
Carmen Teresa Gabriel e Ana Maria Monteiro [2014, p. 23] definem a pós-
modernidade como um momento caracterizado pela multiplicidade, a
instabilidade, além da velocidade das notícias e da sua provisoriedade. Em
certa medida, Gabriel e Monteiro nos permite afirmar que uma das marcas
fundamentais da pós-modernidade é a efemeridade de informações e
valores, sobretudo, pela brevidade como estes se produzem e,
consequentemente, se esvaem. Do mesmo modo, afirmamos que a
globalização reforça esse processo de promoção e difusão de dados
informativos que, na sua maioria, tendem a favorecer o consumo e a
banalidade.
O fato das HQs de Miller terem sido adaptadas para o cinema reforçam a
maneira como estas obras foram consumidas pelo o público em geral. Tal
informação destaca a importância de um aparato teórico-metodológico para
lidar com as representações nas HQs de Miller. Portanto, cabe aos
professores demonstrarem que o conhecimento oriundo dessas mídias e
suportes não pode ser apreendido de forma natural e imediata, havendo a
necessidade de leituras e análises críticas acerca dos discursos presentes
nos quadrinhos. Para tanto, é fundamental que consideremos o lugar social
de Miller, enquanto autor, para problematizarmos as suas possíveis
motivações ao elaborar “Os 300 de Esparta”.
Nesta imagem, temos alguns elementos que podem ser discutidos em sala
de aula. O primeiro deles diz respeito à maneira como os espartanos estão
marchando de forma ordenada. De fato, Plutarco [Vida de Licurgo, 22.2-3]
afirmou que os espartanos marchavam em ordem ao som do aulós. A
distinção é que Plutarco comenta sobre a marcha dos guerreiros espartanos
diante dos inimigos e não no trajeto para o campo de batalha. Reparem que
no rodapé da imagem acima [seta azul], temos um guerreiro marchando à
frente tocando o aulós enquanto os demais se deslocam.
56
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Documentação literária
PLUTARCH. Lives. Vol.1. Trans.: Bernadotte Perrin. London: W. Heinemann
Ltd.,1917.
THUCYDIDES. History of the Peloponnesian War. Vol. 1. Trans.: C. F. Smith.
Cambridge, Massachusetts: Harvard University Press, 1956.
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Entrevistas
MILLER, F. The Frank Miller Tapes: Unfiltered Conversations with Frank &
Friends. 300 – Informações especiais, Disco 2. Direção Z. Snyder.
Califórnia: Warner Bros. Entertainment Inc., 2007/2012.
POR UM MUNDO ANTIGO DE CONTATOS: UMA PROPOSTA DE USO DO
FILME ALEXANDRIA EM SALA DE AULA
Thiago de Almeida Lourenço Cardoso Pires
Pretendo aqui expor uma prática semestral que executo em minhas salas de
aula. Não pretendo dar uma resposta definitiva para os problemas expostos
acima, apenas demonstrar uma estratégia que elaborei para suavizar esses
percalços. Não acredito que uma das respostas seja cortar leituras,
amenizar discussões ou pular eventuais problemas, mas meu intento
sincero é tornar esse aprendizado menos traumático, instigar a curiosidade
e enfatizar as características particularidades de estudar a antiguidade para
que, futuramente, o aluno possa desenvolver certa autonomia para explorar
temas não tratados em sala de aula.
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“A história global [...] não significa contar a história de tudo no mundo todo.
Podemos partir do entendimento de que “global” não é o objeto de estudo,
qualquer que seja, mas uma ênfase nas conexões, na escala e, acima de
tudo, na integração. Não é difícil imaginar uma história de mercados
mundiais ou bolsas de valores numa economia global; uma história de
disseminação de tecnologias como o telégrafo, o cabo marítimo ou a
internet, conectando diferentes regiões do mundo; uma história de
migrações e diásporas de populações sobre o globo; [...].” [Malerba, 2019,
p. 462]
O passo seguinte fica por conta dos próprios alunos. Separados em grupos,
os alunos devem escolher um dos eixos abaixo:
a] Os egípcios e a conquista por Alexandre.
b] Os gregos e Alexandria.
c] Os judeus e a sua história com o Egito antigo.
d] Os romanos e a sua presença no Egito antigo.
e] O cristianismo primitivo no Egito antigo.
Em síntese, não posso dar uma conclusão. Essa prática docente não se
conclui aqui, a cada semestre a mudo, aprimoro e dou outros tons. O que
apresentei aqui é o coração dela. Cada turma se comporta e reage de modo
muito diferente a ela. Em geral, tenho obtido sucesso, mas cabe a cada
professor adaptá-la ao seu próprio contexto. A História global e o filme
Alexandria, até o momento, me forneceram excelentes subsídios para
pensar o mundo antigo com seus diferentes contatos, culturas e espaços.
Mas não só o mundo antigo. Os alunos quase sempre criam um diálogo
intenso com o Brasil: a mistura de religiosidades e o extremismo religioso
atuais e a misoginia em discursos conservadores. Nunca começo esse
estímulo, são eles que fazem essas associações. É muito instigante para a
minha prática docente perceber que os alunos concluem que a Antiguidade
ainda é atual para pensarmos e repensarmos a nossa sociedade hoje, não
porque eu tenha dito isso, mas porque eles mesmo chegaram a essa
conclusão.
Referências
Thiago de Almeida Lourenço Cardoso Pires é Doutor em História pela
UNIRIO. Atua como professor de História antiga no Centro Universitário
Celso Lisboa, professor do Estado do Rio de Janeiro e mediador a distância
do consórcio CEDERJ.
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A dissolução do currículo humanístico pela Lei nº5692/1971 e o
lugar da Antiguidade
Apontamentos críticos decorrentes da visão homogeneizadora, humanística
e enciclopédica dos programas escolares de histórica emergiram no final
dos anos 1950. A desaprovação do ensino de história estabelecido durante
a Era Vargas centrava-se na erudição excessiva dos programas e sua
desvinculação dos interesses econômicos da época, que visavam o
crescimento industrial e tecnológico do país [Bittencourt, 2010, p.82]. Não
se questionava no âmbito da história escolar a ideia de “formação da nação”
ou o valor do político na concepção de cidadão ideal, mas sim a distância do
ensino da vida cotidiana dos alunos e da percepção da realidade social para
o entendimento do progresso econômico.
Considerações Finais
Pelo percurso apresentado, tentou-se demonstrar que a tradição
humanística, enciclopédica e ufanista para do ensino de história, dissolveu-
se na elaboração dos currículos em prol da inserção dos Estudos Sociais nos
anos de 1970. Como opção modernizadora e adequada para o aprendizado
de Humanidades, os Estudos Sociais integrariam História, Geografia e
Sociologia em propostas de currículos concêntricos supressores do
enciclopedismo. No entanto, a perda de especificidade do conhecimento das
disciplinas de Ciências Humanas promoveu a diluição, quando não, a
supressão das ferramentas intelectuais das mesmas, em prol de uma visão
histórica evolucionista e teleológica.
Referências
Alessandro Mortaio Gregori é bacharel e licenciado em História pela
Universidade de São Paulo, mestre em Arqueologia pelo Museu de
Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo e doutorando do
Programa de Pós-graduação em Educação da Faculdade de Educação da
Universidade de São Paulo, sob orientação da Profa. Dra. Katia Maria Abud.
Podemos então discorrer sobre alguns aspectos desse período como forma
de demonstrar o que foi a Idade antiga. Esta fase da história humana
compreende o desenvolvimento de mecanismos de longa duração na área
do conhecimento que subsistem até hoje como norteadores da práxis
moderna. Vemos o conhecimento antigo nas construções que se utilizam da
matemática geométrica. A ideia de sistemas de irrigação para a agricultura
surgiu ainda na antiguidade egípcia. O desenvolvimento das artes
astronômicas pelas quais desenvolvemos estudos e pesquisas sobre os
lugares mais longínquos de nosso universo. O desenvolvimento da ideia de
democracia e cidadania na polis grega, bem como as concepções de
liberdade que balizaram tanto esta cultura quanto a romana. A cidade
organizada com leis e determinações para a conduta social, saindo do
antigo código de Hamurabi às leis das doze tábuas. Isto para não mencionar
a literatura de narrativa mitológica, a literatura poética, a filosofia, entre
outras. Constata-se aqui um período rico do desenvolvimento humano
evidenciado pelos seus feitos e a duração dos mesmos:
“[…] ler quadrinhos é ler sua linguagem, tanto em seu aspecto verbal
quanto visual (ou não verbal)”, ressaltando, ainda, que dominar essa
linguagem, “[…] mesmo que em seus conceitos mais básicos, é condição
para a plena compreensão da história e para a aplicação dos quadrinhos em
sala de aula e em pesquisas científicas sobre o assunto.” [ AMOS apud
Santos; Vergueiro, 2012, p.85].
Fonte: https://revistagalileu.globo.com/
Referências
Allef Gustavo Silva dos Santos é graduando em História pela Universidade
Estadual do Maranhão-UEMA e atua como pesquisador do grupo de Pesquisa
e Documentação em História do Maranhão”.
allefgustavosantos@gmail.com.
Em relação a este “milagre grego”, como bem coloca Funari [2003], esta é
uma verdadeira falácia, já que cai no erro gravíssimo de negar que as
culturas clássicas foram igualmente influenciadas por outras culturas, como
os egípcios e a mesopotâmia. Na realidade estes discursos de
superioridade, sempre foram utilizados politicamente para justificar ora o
imperialismo e neocolonialismo, assim como regimes nazifascistas
[Schwarcz, 1993; Funari, 2003].
Referências
Me. Avelino Gambim Júnior é professor substituto no Curso de História
Universidade Federal do Amapá [UNIFAP]. Arqueólogo colaborador no
Centro de Estudos e Pesquisas Arqueológicas da Universidade Federal do
Amapá [CEPAP / UNIFAP].
Referências
Benigna Ingred Aurelia Bezerril é graduada em História Licenciatura pela
UFRN.
Krishna Luchetti é graduada em História Licenciatura pela UFRN. Mestranda
em História pelo PPGH/UFRN.
Se uma tradução carrega consigo traços tão deformantes e se, por mais
esmerada que seja, jamais se igualará ao texto original, por que, então,
traduzir ou ler livros traduzidos? Pode parecer simplista a resposta de
Walter Benjamin, no entanto carrega consigo uma realidade sem a qual a
tradução não teria em sua essência uma razão de ser: “Uma tradução é
feita para os leitores que não entendem o original.” [1971, pp. 261-262]. E,
no caso das línguas clássicas, acreditamos que não se trate apenas de não
entender o original, mas também de estarmos abertos a outras propostas
de tradução que podem até mesmo enriquecer nosso conhecimento da
língua. De fato, uma tradução deve estar “animada pelo desejo de abrir o
Estrangeiro enquanto Estrangeiro ao seu próprio espaço de língua.”
[Berman, 2013, p. 97].
Considerações parciais
A modo de conclusão pelo que foi exposto e discutido acima, é digna uma
menção à interdisciplinaridade. Todo o projeto não teria sido levado a cabo
se não houvesse uma iniciativa por parte de um grupo de pesquisa
interdisciplinar. A especialização é necessária para colher frutos fecundos na
pesquisa, mas também pode ser uma das grandes responsáveis pela
departamentalização do conhecimento, tomada em sentido pejorativo, na
qual programas, departamentos e instituições de ensino se fecham como
em guetos ou feudos, o que posteriormente trará barreiras e outras
consequências negativas na própria especialização. Tal problema ocorre em
diversas áreas do conhecimento, com diferentes níveis de gravidade. Este
problema se verifica até mesmo dentro de estudiosos das línguas clássicas,
por exemplo, os quais às vezes sabem muito de uma língua, como o latim,
e não sabem praticamente nada de grego, ou o contrário. Infelizmente é
um fenômeno que parece ocorrer com certa frequência em nossas
instituições.
Referências 97
Me. Carlos Eduardo Schmitt é doutorando do Programa de Pós-graduação
em Letras Clássicas da Universidade de São Paulo e membro do grupo de
pesquisa ATRIVM-UFRJ
Ainda sobre a divisão, o livro possui oito [8] módulos e catorze [14]
capítulos. Partindo desse esclarecimento buscamos focar nossa atenção e
análise mais profunda exclusivamente sobre os capítulos dez e onze que em
tem como tema “A Grécia clássica” e “A trajetória grega: do clássico ao
helenismo”.
É percebido que, o livro analisado apresenta textos com uma escrita com
boa compreensão ao ser consultado, além de não ser um material que se
esgote em resumos. Há informações necessárias que relatam sobre as duas
mais conhecidas cidades gregas da liga de Delos, Esparta e Atenas, e suas
características sociais e localizações geográficas. O texto nos fornece as
seguintes palavras: “A cidade de Esparta, localizada na região do sul do
Peloponeso, às margens do Rio Eurotas também era chamada de
Lacedemônia”. [Vicentino, 2009, p.168]. Esta afirmação, retirada do livro
didático, fatalmente nos leva a recordar a História da Guerra do Peloponeso
uma narrativa desse período clássico contada pelo historiador antigo, o
ateniense Tucídides. Quando se passa ao capítulo onze o autor dedica um
espaço para retratar o que foi as Guerras Médicas e a História da Guerra do
Peloponeso, mas nesse espaço o autor não detalha realmente como se deu
esses eventos entre gregos e bárbaros. Porém, sua apresentação deste
evento não passa despercebido pelos estudantes e professores.
100
Muitas fontes históricas antigas passaram por um método de análise e a
escola básica muitas vezes não tem muito acesso a essa característica que
é riquíssima dentro das tradições historiográficas. Para melhor adequação
ao ensino das salas de aula do ensino fundamental os autores dos livros
didáticos e os professores completam as interpretações das fontes em
imagens. Como é o caso da imagem. Na página 173 há a imagem “Vemos
ao lado um ostrakon do século V a. C., fragmento de concha ou de cerâmica
untado com cera em que os cidadãos escreviam o nome daqueles que
deviam ser banidos da cidade”. [Vicentino, 2009, p. 173].
Esta, acima, foto retirada do livro didático dar aos alunos a oportunidade do
contado com a fonte, mesmo que não seja o contato direto. É uma tentativa
de levar para dentro das escolas as preciosidades que nos aproximam do
passado e revela como a escrita era algo presente nas sociedades gregas.
Há uma outra imagem na página 171 que se refere aos costumes das
mulheres da sociedade ateniense, como suas atividades domésticas
ocorriam.
101
E o ensino de história antiga não fica de fora dessa perspectiva. Com isso, é
correto dizer que “[...]desde seus princípios, o estudo do passado esteve
sempre envolvido na compressão do mundo presente, a partir do que havia
ocorrido anteriormente”. [Funari; Silva, 2008, p. 89].
Referências
Carolina Lima Costa é graduada em Ciências Humanas pela UFMA, e pós-
graduanda em Filosofia e Cultura pela UFMA; membro do projeto de
pesquisa “Hístor: cultura e epistemologia” na UFMA coordenado pela
professora Alina Silva Sousa de Miranda. E-MAIL: klc12lc@gmail.com
ABUD, Katia Maria. A história nossa de cada dia: saber escolar e saber 103
acadêmico na sala de aula. In: MONTEIRO, Ana Maria; GASPARELLO,
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FAPERJ, 2007, v. 01, p.107 – 117.
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História: Entrevista com a professora doutora Kátia Maria Abud. Revista
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história antiga: algumas reflexões. In: XXVIII Simpósio Nacional de
História. Lugares dos historiadores: velhos e novos desafios. Florianópolis-
SC. 2015.
VICENTINO, Cláudio. Projeto Radix: história. 6º ano. São Paulo: Scipione,
2009. – São Paulo: 1. História [Ensino Fundamental] I. Título. II. Série.
PIBID EM PRÁTICA: METODOLOGIA PARA TRABALHAR A CULTURA
DO EGITO ANTIGO NO ENSINO FUNDAMENTAL
Cibeli Grochoski e Milliann Carla Strona
Por muito tempo o Ensino de História foi uma atividade mecânica focada
apenas em repassar o conteúdo. No Ensino de História tradicional não havia
uma reflexão crítica sobre a História e a sua função social. Entretanto, as
formas de ensinar e aprender História foram modificadas gradualmente à
medida que surgiram pesquisas preocupadas com a didática da História.
Uma grande referência nesse campo de pesquisa é o alemão Jörn Rüsen
que refletiu e fomentou críticas ao processo de aprendizagem dos alunos
em relação a consciência histórica a partir da experiência do tempo. O
pesquisador problematizava a História Ciência e sua relação prática na
função didática.
106
Considerando o conhecimento Histórico como uma construção mental, que
envolve a temporalidade e que precisa ser didática realizou-se uma
atividade orientada para vida prática. Assim, está atuação ocorreu na Escola
Estadual Nossa Senhora das Graças situada na cidade de Irati –PR em
2017. Os alunos que participaram desta experiência tinham entre 10 e 11
anos, a maioria gostou da atividade por ser lúdica e porque eles puderem
confeccionar os materiais.
A equipe do pibid levou os alunos até o bosque da escola, pois sair da sala
de aula também é um estímulo ao aprendizado, pois esse lugar é fresco,
possui árvores e palmeiras, desenhos nos muros, existem também nesse
espaço cinco mesas que foram utilizadas pelos grupos, nas quais eles
tiveram tempo para confeccionar as vestimentas e decorar o espaço. Os
pibidianos também confeccionaram coroas, braceletes, acessórios em geral,
calçados e roupas para assim auxiliar os alunos. A professora regente e a
equipe do PIBID também levaram objetos pessoais, como: maquiagem,
acessórios, e também ajudaram os alunos a se caracterizar. Após isso foi
realizado um desfile e cada aluno explicou a roupa que estava usando,
assim como quem ele representava e qual a função que desempenhava na
sociedade do Egito. O grupo vencedor ganhava como prêmio pirulitos e
outras guloseimas.
Considerações finais
Os integrantes do PIBID sempre procuraram inovar em suas intervenções,
além do programa contribuir de uma forma muito significativa para a
formação docente dos pibidianos. O PIBID: “constitui-se em um programa
que alia a tríade Ensino, Pesquisa e Extensão, proporcionando um contato
de maior intensidade dos bolsistas, futuros professores, com seu campo de
trabalho, uma vez que o projeto envolve o planejamento da ação didática,
centrado na observação, na pesquisa, na experimentação e na intervenção.
Os participantes desse programa conseguem diferenciarem-se dos demais
licenciados na medida em que desenvolvem habilidades e competências no
campo de trabalho, obtendo experiências ímpares da prática, muito antes
de entrarem nesse mercado.” [Schneider; Ferreira, 2004, p.32-33].
Para Neto e Silva: “[...] Novas formas de ensinar devem sim, ser pensadas
e valorizadas. Em um mundo cada vez mais tecnológico e globalizado, a
tradicional e antiga maneira de ensinar “escreve no quadro e explica”
certamente não pode ser a única maneira de ensino considerada pelos
docentes. Arriscar inserir novas técnicas e propostas pedagógicas para
reforço do aprendizado dos discentes é uma boa maneira de tentar
desenvolver a educação. A educação deve ser sempre discutida e
reinventada [...]” [Neto; Silva, 2019, p.260].
Referências
Cibeli Grochoski é graduada em História pela Universidade Estadual do
Centro-Oeste [UNICENTRO]. Bolsista [CAPES] e mestranda no programa de
pós-graduação em História e Regiões da UNICENTRO.
Milliann Carla Strona é graduada em História pela Universidade Estadual do
Centro-Oeste [UNICENTRO]. Bolsista [CAPES] e Mestranda no programa de
pós-graduação em História das Sociedades Ibéricas e Americanas da
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul [PUCRS] na linha de
pesquisa de Sociedade, Desenvolvimento Econômico e Migrações.
Introdução
Este texto tem o propósito de refletir acerca das representações da História
Antiga, em particular a respeito da periodização do Império Romano e a 111
questão do “fim” do período clássico, em livros didáticos de modo geral, a
partir de pesquisas brasileiras revisionistas sobre o tema.
Para tanto, possui como eixo dois problemas. Primeiro, considera-se como
são representados aspectos gerais concernentes à História Antiga no Brasil
em livros didáticos, em particular a respeito da Antiguidade Romana, e, em
segundo, no tocante ao uso do livro didático e ao papel do professor na
construção do conhecimento histórico em sala de aula.
Por fim, o terceiro material a ser analisado será ‘História geral e do Brasil’,
redigido em 2005 pelos autores Gislane Campos Azevedo Seriacopi e
Reinaldo Seriacopi, aprovado em 2009 pelo PNLEM e utilizado de 2009 a
2011 nos três anos do Ensino Médio. Percebe-se, de imediato, o atraso
entre a produção e a utilização do material didático, o que compromete o
seu caráter atualizado com a academia. Trata-se, em suma, de uma obra
simples, sem qualquer aprofundamento em questões tão relevantes quanto
as apontadas nas introduções dos outros dois livros didáticos.
Considerações finais
Esta reflexão buscou trazer à luz alguns aspectos relacionados ao ensino de
História Antiga Clássica e suas representações em livros didáticos de Ensino
Médio. Para tanto, tendo em foco o período clássico romano, com ênfase às
questões relativas à periodização do Império omano e à sua “decadência”,
este artigo fez uso de uma breve discussão historiográfica com alguns
autores e elementos mais pertinentes ao tema. Quanto à importância da
História Antiga na sala de aula, ressaltou-se o papel da História com o seu
potencial transformador e identitário, vital na construção da cidadania. No
que tange à relação entre o livro didático e a mediação do ensino, destacou-
se a função crucial do professor em criar a ponte entre a Antiguidade e o
presente dos alunos por meio do ensino dinâmico mediado. Apesar disso,
observou-se um desalinho entre muitos materiais didáticos e a abertura a
uma prática docente mediadora. Tal fato fica mais evidente nas
representações da Antiguidade Romana nos livros didáticos. Nesse último
tópico, mostrou-se a falta de conexão muitas vezes existente entre o
conteúdo abordado e a realidade do aluno. Outra conclusão foi o desacordo
entre a historiografia clássica atual e as abordagens recorrentes nos
manuais didáticos, sobretudo com desatualizações. Contudo, é razoável
ponderar sobre o esforço de alguns autores em renovar a maneira como a
História Antiga é ensinada e representada nas escolas brasileiras.
Referências
Daniel Roberto Duarte Granetto é graduando em História pelo Centro
Universitário do Sagrado Coração [Unisagrado/Bauru] e integra o grupo de
pesquisa “Gênero, sexualidade e sociedades”.
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VICENTINO, C.; VICENTINO, J. B. Olhares da História: Brasil e mundo. 1.
ed. São Paulo: Scipione, 2016.
A RIQUEZA DO CONTINENTE AFRICANO: UMA EXPERIÊNCIA EM
SALA DE AULA
Isabele Fogaça de Almeida
O meu caso foi o segundo, pois eu não tinha conhecimento sobre o assunto
que me coube para lecionar no estágio com o sexto ano do Ensino
Fundamental 2, Núbia e Reino de Kush. Esse é um desafio mais comum do
que se pensa na vida de professores de história. Um desafio e ao mesmo
tempo uma oportunidade de mostrar para mim mesma que sou capaz, e
que o conhecimento que não se restringe a uma sala de aula, também pode
ser de grande valia e proveitoso. Concordando com Guimarães e
Vasconcelos, “O ser professor é construído na história de vida, no terreno
da experiência pessoal e coletiva em determinados espaços e tempos
históricos” [Vasconcelos, 2003]
Sem fórmula, com alguns acertos, muitos erros, a prática se molda a cada
situação, e mais do que isso, ensina a cada situação. Edifica-se a cada dia.
Mesmo já tendo três anos de experiência no PIBID, considero essa como
uma das práticas de mais valia para minha formação profissional, cada
passo deste relatório foi de grande aprendizado. Faço aqui das palavras de
Chaunu [1976], as minhas: “Isso nos faz reconhecer que a docência não é
uma profissão que se exerça algumas horas por semana:
A arte africana possui intima ligação com a religião, nos rituais africanos a
música e a dança têm papel fundamental, juntamente com as Mascaras,
que juntos formam a base de tais praticas religiosas. Conforme destaca
Ferreira [2004]:
As máscaras foram usadas por muito tempo para rituais, atualmente ainda
são produzidas com fins comerciais, o maior uso é para decoração. Para os
africanos, as máscaras simbolizavam a vida, e quando expostas em museus
a sacralidade desses objetos não nos é visível, apenas observamos
enquanto escultura, mas a essência da sua estética possui significados que
não são perceptíveis na observação leiga:
É perceptível a beleza da arte Africana e as máscaras são apenas uma parte 121
dela, além de obras de arte possuem uma função social. A formação social
do continente africano foi fortemente influenciada pelos moldes europeus
ocasionando conflitos na formação de identidade dos povos bem como na
preservação e valorização do legado por eles deixado. O resgate dessa
cultura e da história original é fundamental seja por meio de documentos,
museus, oralidade, a própria cultura por meio de cultos, cerimônias e
religiões e principalmente na escola.
Intervenções
As intervenções foram realizadas no Colégio Estadual Nossa Senhora das
Graças, situado no município de Ponta Grossa, em um período de doze
horas/aula - sendo seis para a primeira unidade sobre a formação da Núbia
e do Reino de Kush, e seis para a segunda unidade sobre as máscaras
africanas.
Para que os alunos identificassem a Núbia [ao redor do Nilo, mas no espaço
ao sul do Egito e norte do Sudão], o reino de Kush que se desenvolveu
nesse espaço, e suas principais cidades Kerma, Napata e Méroe, cada aluno
ganhou uma cópia dessa imagem, para que encontrassem e destacassem
com a caneta esses espaços.
Em seguida foi entregue uma pirâmide para cada aluno, para que fosse
preenchida em conjunto com a turma e entendessem a posição e
importância de cada classe na sociedade kushita. Após foi finalizado com a
discussão de como o Reino de Kush acabou; uma das principais atividades
da economia era o comércio, seguido pela agricultura, na qual também
utilizavam o Rio Nilo, a pecuária, feita principalmente com o gado, e a
mineração, em que o território continha muito ouro, entre outros minerais
preciosos. Mas gradativamente, assim como acontece com outras
civilizações, como o Egito por exemplo, Kush vai perdendo poder, e é
dominado por outro reino, que estava mais ao sul, o Reino de Axum, no
séc. IV d.C.
Considerações finais
As intervenções feitas durante o estágio proporcionaram a compreensão do
quão rico é o continente africano, bem como da sua validade para conhecer
e estudar a sociedade, a cultura; sobrepondo às barreiras preconceituosas
que muitas vezes impomos sobre ele, por pura falta de conhecimento que
acaba levando ao desrespeito.
Referências
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na UEPG.
AMARAL, R. K. A. Introdução a discussão da arte nos rituais africanos.
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FERREIRA, L. G. As máscaras africanas e suas múltiplas faces. Anais
Eletrônicos II Encontro Estadual de História ANPUH-BA: “Historiador ‘a que
será que se destina? ’: Dilemas e perspectivas na construção o do
conhecimento histórico.” – Feira de Santana: Universidade Estadual de Feira
de Santana, 2004 125
FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática
educativa. 43. ed., São Paulo: Paz e Terra, 2011.
LUZ. Marco Aurélio. Estética Negra e Artes Plásticas. In: Cultura Negra e
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<https://www.youtube.com/watch?v=-PwX8PU-QZU>. Acesso em: 10 de
agosto de 2016.
SODRÉ, J. Arte Africana. - Uma brevíssima abordagem. Correio da Bahia.
06 de janeiro de 2001.
VASCONCELOS, G. A. N. [Org.]. Como me fiz professora. Rio de Janeiro:
DP&A, 2003. Disponível em:
http://rbep.inep.gov.br/index.php/RBEP/article/viewFile/1619/1344. Acesso
20 de fevereiro de 2020.
UM PASSEIO PELA ANTIGUIDADE CLÁSSICA: RECONSTRUINDO O
PASSADO COM O ASSASSIN’S CREED ODYSSEY DISCOVERY TOUR
Isaias Luis dos Santos Junior
Discovery Tour
Desde o lançamento do primeiro Assassin’s Creed em 2007, e utilizando o
slogan “History is our playground” [Ariese; Boom; Mol; Politopoulos, 2019]
a franquia de jogos se utiliza de seu enredo sobre a disputa entre
‘assassinos’ e ‘templários’ através dos séculos, para visitar várias
temporalidades [Cruzadas, renascença italiana, Revolução Francesa, entre
outros]. Em 2018, a franquia experimentou algo inédito em sua formula,
trazendo ao jogo Assassin’s Creed Origins – ambientado no Egito
Ptolomaico, o primeiro a abordar a antiguidade – um novo modo intitulado
Discovery Tour, focado em fornecer a experiência de um “museu virtual”
pelo Egito “recriado” pelo jogo [Bondioli; Lima, 2019].
Tendo em vista que todo Tour, no jogo, se trata de uma seleção de dados
históricos, ele pode nos oferecer informações também sobre que visão da
antiguidade grega os desenvolvedores estiveram preocupados em
transmitir. E com isso, também vem outro ponto que devemos manter em
mente com relação ao mercado dos jogos: A concentração de maior parte
da indústria ocidental esta localizada na América do Norte e na Europa, e
conseguintemente, empregando sua bagagem cultural nos jogos produzidos
[Ceciliano, 2019, p. 381].
Visitando o Pnyx
Como exemplo, utilizaremos o tour Democracia em Atenas. A nossa guia se
trata de Aspásia, personagem histórico real, que em sua introdução, nos diz
que estamos no Pynx, local onde os cidadãos se reunião para a assembleia.
Em seguida somos guiados a primeira estação, onde a narração estabelece
que essa assembleia chama-se Eclésia e se reunia 40 vezes por ano. Ela
também traz alguns dados sobre a democracia ateniense, que serão
resgatados futuramente, tais como o direito a voto e fala para todos os
cidadãos homens acima de 20 anos – e só homens são mostrados como
participantes durante a cena- e a capacidade de serem eleitos magistrados
após os 30 anos. Também estabelece que havia cerca de 30 mil cidadãos
em Atenas no período clássico, sendo que era necessários 6000 mil
cidadãos para realizar votações. O Pnyx, cujo significado seria
“aglomerados”, era assim chamado devido ao estado que se encontravam
os cidadãos durante as reuniões. Porém, ao analisarmos a cena, notamos
que há poucas pessoas escutando um cidadão discursar – Posteriormente é
mostrado que este mesmo cidadão é Péricles – em contraste com o que a
narração estabeleceu. Provavelmente uma limitação técnica do próprio jogo.
Ao oferecer informações opcionais o jogo oferece definições acerca dos dois 129
estilos majoritários de governos presentes na Grécia clássica, a tirania e a
oligarquia. Contudo ele não define a Democracia ateniense, e ao falar de
suas origens – desde o sistema oligárquico, passando pela tirania de
Pisístrato – acentua que surgiu da necessidade de se evitar que a cidade
fosse governada tanto por uma oligarquia ou por um novo tirano.
Considerações finais
Com base no conteúdo que foi aqui analisado, podemos afirmar que o
discurso construído na narração busca ecos de sua mensagem na
reconstrução visual exercida pelo jogo. Ambas abordam a democracia
ateniense de uma maneira introdutória, mas trazem certa complexidade de
ideias e valores encontrados em seu subtexto.
Visando seu uso na sala de aula como ferramenta de ensino de história
antiga, o modo Discovery Tour pode ser usado como ponto inicial para
discussões sobre a antiguidade. Por ser um recurso visual e dinâmico, as
possibilidades de uso são variadas, indo desde o uso das cenas narradas em
vídeo como elemento de introdução ao tema à analise em conjunto por
132
parte de professor e aluno das informações opcionais trazidas de cada
estação, ou, em casos específicos, o próprio ato de colocar os alunos para
jogarem e interagirem com o tour a sua própria maneira.
Referências
Isaias Luis dos Santos Junior – Graduando de licenciatura em História na
Universidade Federal da Paraíba. O presente trabalho foi realizado sobre
orientação da professora Priscilla Gontijo Leite, doutora em mundo antigo
pela Universidade Federal de Minas Gerais e professora da Universidade
Federal da Paraíba.
ARIESE, Csilla E.; BOOM, Krijn H. J.; MOL, Angus A. A.; POLITOPOULOS,
Aris. History Is Our Playground ” : Action andAuthenticity in Assassin ’ s
Creed: Odyssey. Advances in Archaeological Practice 7[3], 2019.
BONDIOLI, Nelson de Paiva; LIMA, Rodrigo Araújo de. Descobrindo e
ecobrindo o Passado nas Salas de Aula com Assassin’s Creed Origins
Discovery Tour. Revista Arqueologia Pública, v. 13, n. 1, 2019.
CECILIANO, Vinícius de Oliveira. Desafios para o uso de Videogames como
ferramenta de Educação em História. Aprendendo História: Mídias. União da
Vitória: Edições Especiais Sobre Ontens, 2019.
RELATO DE EXPERIÊNCIIA: 0,50 CENTAVOS DE GRÉCIA ANTIGA, A
APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA E OS USOS DO PASSADO
Jacquelyne Taís Farias Queiroz
“[...] duas outras condições devem ser satisfeitas [...]: o aluno deve
manifestar uma [...] disposição para relacionar, não arbitrária, mas
substancialmente, o material novo com a sua estrutura cognitiva e também
o material a ser aprendido de ver potencialmente significativo para aquele
aluno em particular”.
Referências
136
Doutoranda Jacquelyne Taís Farias Queiroz é professora de História Antiga
[UNEB/Campus XVIII].
Bibliografia
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NIKITIUK, S. [org.]. Repensando o Ensino de História. São Paulo: Cortez,
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RONCA, A. C. A teoria da aprendizagem significativa de David Ausubel. In:
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SAID, Edward. Orientalismo: o Oriente como invenção do Ocidente. São
Paulo: Companhia das Letras, 2013.
NÓS E OS ANTIGOS: USOS DA LITERATURA CLÁSSICA EM MANUAIS
DE ENSINO DE HISTÓRIA OITOCENTISTAS
José Petrúcio de Farias Júnior e Gizeli da Conceição Lima
“O melhor ponto de partida parece ser aquele que, na vida corrente, surge
como consciência histórica ou pensamento histórico [no âmbito do qual o
que chamamos ‘história’ constitui-se como ciência]. Esse ponto de partida
instaura-se na carência humana de orientação do agir e do sofrer os efeitos
das ações no tempo. A partir dessa carência é possível constituir a ciência
da história, ou seja, torná-la inteligível como resposta a uma questão, como
solução de um problema, como satisfação [intelectual] de uma carência [de
orientação]”. [ üsen, 2001, p. 29-30 apud Hecko, 2013, p.141]
Assim sendo, podemos dizer que o apelo ao passado, em grande parte dos
casos, teria sido uma tentativa de legitimar iniciativas políticas daqueles
que ocupavam os espaços de poder. Ao passo que essas narrativas
concebiam a Europa como referência político-cultural, controlavam as
demais sociedades pelo simples fato de categorizá-las e atribuir a elas um
‘caminho civilizacional’ a ser percorrido, a despeito de suas trajetórias
individuais e demandas particulares.
Referências
Gizeli da Conceição Lima possui graduação em História pela Universidade
Federal do Piauí – CSHNB [2017]. Participou do Programa Institucional
Brasileiro de Iniciação à Docência – PIBID [2014-2016] e do Laboratório de
História Antiga e Medieval – LABHAM/UFPI [2016-2017]. Atualmente é
mestranda do Programa de Pós-Gradução em História do Brasil pela
Universidade Federal do Piauí – PPGHB, sendo bolsista pela CAPES.
Desenvolvendo estudos na linha de pesquisa História, Cidade, Memória e
Trabalho. E-mail para contato: gizelilima@hotmail.com
José Petrúcio de Farias Júnior é licenciado e Bacharel em História pela
Universidade Estadual Paulista [UNESP/Franca – 2003] e em Letras. Possui
Graduação em Pedagogia pela Universidade Federal de São João Del Rei
[UFSJ – 2012] Especialista em Educação Empreendedora [UFSJ] e
Planejamento, Implementação e Gestão da Educação a Distância [UFF].
Mestre em História na linha de Pesquisa História e Cultura Política pela
144
UNESP/Franca [2012], com estágio de pesquisa na Abert Ludwigs
Universitat Freiburg [2007], Doutor em História pela UNESP/Franca com
período sanduíche na Freie Universitat – Berlim [2011-2012]. Pós Doutor
em Educação pela Universidade Federal de Uberlândia [UFU- 2018], sob a
supervisão da profa. Dra Selva Guimarães; Atua como coordenador do
Doutorado Interinstitucional em Educação – [DINTER UFU-UFPI]; lidera os
grupos de pesquisa: Laboratório de história Antiga e Medieval
[LABHAM/UFPI] e História e Culturas Religiosas [HCR/UFPI]. É membro dos
seguintes grupos de pesquisa: Grupos de Estudos e Pesquisas em Ensino de
História e Geografia [UFU], História, Antropologia e Ensino de História em
Fronteiras [UNIFAP], Jesus Histórico e suas recepções [UFRJ], Grupo de
Estudos em residualidade Antigo- Medieval [GERAM/UVACE]. É Coordenador
do projeto de extensão, no âmbito do PIBEX intitulado Educação Patrimonial
e Ensino de História. É professor efetivo pela Universidade Federal do Piauí,
no campus SHNB em Picos [2016], onde atua como professor das
disciplinas de História Antiga e Medieval; além disso, integra o Programa de
Pós-Graduação em História do Brasil [UFPI] e orienta pesquisas acadêmicas
nos seguintes temas: 01. Recepção dos clássicos na literatura brasileira;
02. Formas históricas do Ensino de História Antiga e Medieval na Educação
Básica; 03. Saberes e práticas docentes na educação básica e no ensino
superior; 04. História das religiões monoteístas; 05. A cultura clássica no
Brasil; 06. História pública e representações contemporâneas da
Antiguidade. E-mail: petruciojr@terra.com.br
Considerações iniciais
146
O presente texto tem por objetivo refletir sobre o impacto da produção
historiográfica na escrita do livro didático e consequentemente no ensino de
História na Educação Básica. No que diz respeito à estrutura, esse texto se
divide em quatro partes centrais. Na primeira, são realizados alguns
apontamentos sobre a mudança no modo de se produzir o conhecimento
histórico, ocorrida na primeira metade do século XX. A que a sucede trata
sobre alguns aspectos da história do Egito Antigo como exemplificação da
renovação epistemológica processada na história. Na terceira, é
apresentado um exemplo do impacto desta renovação na produção do livro
didático de história. E na quarta, é proposta uma atividade para refletir em
sala de aula sobre a relação entre história, historiografia e conhecimento
histórico a partir do livro didático.
Esse traço era tão forte que os historiadores não podiam usar nas suas
pesquisas outras fontes que não fossem aquelas tipificadas como oficiais –
geralmente estas fontes se limitavam aos documentos com autenticação
oficial. A razão disso encontra-se no fato de que na época a História era
fortemente influenciada pelo Positivismo, ao ponto de os historiadores
pretenderem produzir um conhecimento histórico que fosse científico,
universal e principalmente isento de intencionalidades particulares
[Peterson; Lovato, 2013]. Esses historiadores ficaram conhecidos como
historiadores positivistas.
É claro que o intento dos historiadores positivistas do século XIX não era
compatível com a realidade, uma vez que é impossível, como foi
reconhecido mais tarde, produzir uma narrativa histórica isenta de
intencionalidade e finalidade. Como se vê, o século XIX legou para a
posteridade um modelo de história assumidamente compromissado com o
aspecto político e que se caracterizaria como uma história factual,
narrativista, e, por conseguinte distante da vida dos homens, ditos,
comuns.
Nisso fica explícita a concepção de história dos Annales; concepção esta que
diz que a história é a ciência que se dedica ao estudo dos homens no tempo
[Le Goff, 1995]. Esse novo entendimento sobre a história sinaliza a abertura
dessa ciência a uma multiplicidade de objetos, fontes e interesses, até
então desconsiderados pelos pesquisadores da área [Peterson; Lovato,
2013]. Com isso, a história deixa de ser singular e se torna plural, estando,
desse modo, comprometida não apenas com os grandes nomes, feitos e
fatos, mas também e, sobretudo, com a pluralidade da existência dos
homens no passado.
Em adição, cabe destacar que outra contribuição dada pelos Annales diz
respeito ao diálogo que a história passou a estabelecer com outras ciências
que igualmente estudam o homem, a exemplo da Geografia, Arqueologia,
Antropologia, Sociologia e Psicologia [Le Goff, 1995]. Tal diálogo se tornou
possível porque, conforme Le Goff [1995], a história para os Annales só
consegue alcançar seu objetivo de contemplar as múltiplas dimensões da
experiência dos homens no tempo a partir do diálogo com outras ciências.
Esse ponto é confirmado por Marc Bloch [2001], para quem o conhecimento
histórico só pode ser produzido a partir da colaboração das outras áreas do
conhecimento que estudam o homem. [Bloch, 2001]
Sem dúvida, o diálogo com outras ciências proporcionado pelos Annales foi
muito importante, porque representou o esforço dos historiadores em: “[...]
148
saltar os muros, derrubar as divisões que separavam a história das ciências
vizinhas [...]”. [Le Goff, 1995, p. 30] Le Goff [1995] ainda observa que, ao
contrário dos positivistas, os historiadores dos Annales defendem que a
principal finalidade da história é a de ajudar a compreender o presente a
partir do estudo do passado; e para isso ocorrer, o envolvimento do
pesquisador com seu objeto não é só possível como também é necessário,
haja vista que o primeiro lança sobre o segundo as suas inquietações do
presente.
Além disso, o comércio egípcio foi muito beneficiado pelo rio Nilo.
Comprovando isso, Cardoso [1986] diz que no Egito Antigo o comércio
externo foi possibilitado por esse rio, o qual facilitou o deslocamento e as 149
transações comerciais entre os egípcios e povos da região, como por
exemplo, os fenícios, com quem os egípcios comumente estabeleciam tratos
comerciais. Além disso, o artesanato egípcio deveu muito ao rio Nilo, haja
vista que parte dos produtos artesanais produzidos eram feitos a partir de
materiais retirados deste rio.
“As casas eram construídas em locais elevados para não serem atingidas
pelas inundações do Nilo. Os mais pobres moravam em casas pequenas
feitas de barro, junco e madeira, praticamente sem mobília. As famílias
ricas moravam em casas construídas com tijolos de barro, colunas de pedra
e telhado de madeira, com vários cômodos e ricamente mobiliadas. Nas
áreas urbanas, as casas eram próximas umas das outras, e as mais ricas
tinham geralmente mais de um andar. No campo, os nobres mandavam
construir residências amplas com jardins, pátios e várias dependências. As
roupas dos egípcios eram leves, a maioria feita de linho. Grande parte da
população não utilizava peças tingidas, apenas decoradas com pregas.
Somente os mais ricos usavam tecidos tingidos e se enfeitavam com joias.
Os homens usavam um tipo de saia e as mulheres, vestidos longos. As
crianças frequentemente ficavam nuas e tinham a cabeça raspada para
facilitar a higiene. A natação, a caça e a luta eram esportes populares no
Egito Antigo. Os jogos de tabuleiro também eram muito apreciados, e as
crianças brincavam com bolas de couro, carrinhos, peões e bonecos”.
[Braick; Mota, 2016, p. 61]
152
4. Depois de informar isso, o/a professor/a definirá uma data para
apresentação e discussão das pesquisas dos alunos. O/a professor/a
poderá aproveitar essa atividade para mostrar para a turma que o
conhecimento histórico é produto de uma apropriação interpretativa
do passado, cujo enfoque varia a depender da intencionalidade de
quem o produz.
Considerações finais
Ainda que se reconheça que nas universidades, a cada ano que passa,
novas pesquisas são desenvolvidas reiterando ou redefinindo fatos
históricos já conhecidos e que as escolas da Educação Básica não
acompanham essas mudanças no modo como o passado humano é pensado
nas universidades, pode-se concluir, à base das informações apresentadas
neste texto, que as mudanças no modo como o conhecimento histórico é
produzido podem interferir na produção do livro didático de História e
consequentemente no ensino desta disciplina.
Referências
Raimundo Nonato Santos de Sousa – É acadêmico do oitavo período do
curso de História na Universidade Estadual do Maranhão - UEMA, campus
Caxias. Atualmente, atua como pesquisador-bolsista PIBIC/UEMA e
pesquisador-colaborador UNIVERSAL/FAPEMA.
Ruan David Santos Almeida – É acadêmico do curso de Licenciatura em
História pela Universidade Estadual do Maranhão [UEMA], campus Caxias.
Atua como pesquisador-bolsista PIBEX-UEMA.
Considerações Iniciais
Sabe-se que no mundo existem grandes quantidades de riquezas, quando 153
se atribui essa ideia no cenário educacional, percebemos uma diversidade
de maneiras de gerir o ensino-aprendizado. Não obstante, fica claro que um
maior conhecimento das mais variadas formas de se ensinar tornaria o
aprendizado algo mais amplo e consequentemente mais eficaz. Todavia,
mesmo com essa constatação ainda se ver a falta de conhecimento com
relação aos ensinamentos providos por civilizações de grande importância
no mundo, dentre elas ressaltamos as sociedades orientais.
É uma pena que a China não entre nos currículos. É uma história que coloca
em evidencia as potencialidades do gênio inventivo e filosófico de um povo,
assim como as profundas contradições vivenciadas pela sociedade. Um povo
que consegue colocar a nu a opressão estrangeira e a dominação interna e
parte para uma reorganização completa da sociedade, merece ser
conhecido e estudado. [Bezerra, 1984, p.2]
Com uma base montada percebemos que a China vai se estruturar, mesmo
com reformas no modelo de educação as raízes ideológicas permanecem
fortes, pois devido a sua eficácia as posturas em relação a formação do
sujeito tem na essência a modelagem confucionista articulada.
Apontamentos finais
No presente ensaio foi procurado fazer reflexões a respeito da estrutura
educacional desenvolvida pelo povo oriental, tendo em vista que os próprios
presenciam uma entidade escolar de grande êxito, idealizou-se como foco
principal as delimitações instauradas pelos chineses, que provocaram uma
extrema modificação em seu país. Foi disseminado o caráter extremamente
eficaz de uma população com relação aos moldes de ensino, buscando
compreender que os habitantes locais foram se modificando devido à
atuação dos ideais filosóficos de Confúcio.
Com isso ficou evidente que o Oriente é um lugar de extremo exemplo para
se espelhar o povo brasileiro, haja vista que o cenário educacional do país
passa por grandes dificuldades em termos de ensinar e aprender, devido a
isso pode tomar como base a reestruturação promovida na China para
conseguir promulgar ações transformadoras no seio escolar. porém
salvaguardando as características culturais de cada um podemos
desenvolver novas possiblidades, conjugando a ideia de que cada lugar tem
sua história, ideais e propósitos cabe ao cidadão requeri mudanças tendo
em vista que as bases somente se alteram em decorrência da luta popular
conjunta.
Referências
Ruan David Santos Almeida é acadêmico do curso de Licenciatura em
História pela Universidade Estadual do Maranhão [UEMA], campus Caxias.
Atua como pesquisador-bolsista PIBEX-UEMA. E-mail:
ruandavid569@gmail.com.
160
BEZERRA, Holien Gonçalves. A revolução chinesa. São Paulo: atual editora,
1984. [Livro]
CONFÚCIO. Os Analectos. São Paulo: Pensamento, 1997. [Livro]
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática
educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996. [Livro]
______. Lei Nº 11.645, de 10 de março de 2008. [Lei que torna obrigatório
o ensino de história e cultura dos povos africanos e indígenas]
LIU, Y. Higher Education, Meritocracy and Inequality in China. Springer,
2016. [Artigo]
SAID, Edward W. Orientalismo: o oriente como invenção do ocidente. São
Paulo: Companhia das Letras, 2007. [Livro]
ZHANG, Y. National College Entrance Exam in China: Perspectives on
Education Quality and Equity. Beijing: Springer, 2016. [Artigo]
161