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Foundations for Conveyor Safety - Guia de

Segurança sobre as boas praticas mundiais F FOOUUNNDDAATTI IOO NN SS™™ F o r


para o manuseio mais seguro de materiais Conveyor
Conveyor Safety
Safety
a granel. Guia de Segurança sobre as boas
O livro FOUNDATIONS™ Fundamentos de Segurança ao Trabalhar com Transportadores praticas mundiais para o manuseio
tem como base a premissa de que o manuseio de materiais a granel pode ser realizado
de forma mais rentável aprimorando a segurança daqueles que trabalham com mais seguro de materiais a granel
transportadores de correia e próximos a eles. O nosso lema é o conceito Production
Done Safely™ (Produção com segurança).

Com esse objetivo, esta publicação avalia os perigos dos transportadores de correia e
analisa os padrões dos projetos, os requisitos regulatórios e os procedimentos de trabalho,
e oferece recomendações de práticas mais seguras para a concepção, a operação e a

Conveyor Safety
F O U N D A T I O N S™
manutenção dos transportadores de correia.

As informações aqui contidas ajudarão gestores e projetistas a compreenderem a

Conveyor Safety
importância da segurança no trabalho com transportadores e a contabilizar as despesas
incorridas nas melhorias nos sistemas de transportadores de correia. Ele também ajudará
trabalhadores e supervisores a entenderem os sistemas de transportadores de correia, bem
como trabalhar com eles, e próximo a eles, com mais segurança.

FOUNDATIONS™ For
Visite foundationsforconveyorsafety.com
para saber mais e obter outras fontes de informações.

F o r
MARTIN ENGINEERING
Rua Estácio de Sá, 2104 - Jd. Santa Genebra
Campinas - São Paulo - 13080.010
+55 19 37097200
Fax: +55 19 3709-7201
martin@martin-eng.com
www.martin-eng.com.br

Copyright © 2016 Martin Engineering Company


Form. nº. L4049-1-9/16 WZ

Impresso no Brasil. Primeira edição


FOUNDATIONS™
Fundamentos de
Segurança para
se Trabalhar com
Transportadores
de Correia
Guia de Segurança sobre as Boas Praticas Mundiais
para o Manuseio Mais Seguro de Materiais a Granel
FOUNDATIONS™
Fundamentos de
Segurança para
se Trabalhar com
Transportadores
de Correia
Guia de Segurança sobre as Boas Praticas Mundiais
para o Manuseio Mais Seguro de Materiais a Granel
por

R. Todd Swinderman, engenheiro


Andrew D. Marti
Daniel Marshall

Martin Engineering Company


Neponset, Illinois
EUA
| FOUNDATIONS™ Fundamentos de Segurança para se Trabalhar com Transportadores de Correia

experiente. A aplicação das informações e princípios contidos


neste livro deve ser cuidadosamente avaliada a
Este livro foi publicado como um serviço para os setores de manuseio fim de determinar sua adequação a um projeto
de materiais a granel e seus trabalhadores em todo o mundo. Ele não específico.
substitui as orientações ou avaliações de profissionais de engenharia, Para obter ajuda na aplicação das informações e
e seu conteúdo deve ser cuidadosamente analisado por profissionais princípios apresentados aqui a transportadores
para determinar a adequação a projetos específicos. Qualquer usuário transportadores de correia específicos, consulte a
Martin Engineering ou outra equipe de segurança
deve pesquisar e considerar, além das normas citadas e descritas aqui,
seu contexto geral e outras normas, requisitos e recomendações legais
e profissionais relevantes. Não oferecemos nenhuma garantia em
relação ao conteúdo do livro ou à sua aplicação a qualquer situação.
Em casos de reclamações sobre o livro ou seu conteúdo, seu único
recurso será constituído por reembolso ou substituição.
Caso encontre algum erro ou deseje fornecer informações,
esclarecimentos ou outras contribuições para futuras edições, entre em
contato com a Martin Engineering (Equipe de Marketing) por e-mail
br_marketing@martin-eng.com.

FOUNDATIONS™ Fundamentos de Segurança para se


Trabalhar com Transportadores de Correia
ISBN 978-0-9717121-1-3-3
Número de controle da Biblioteca do Congresso dos
EUA: 2016901217
Copyright © 2016 Martin Engineering Company
Número da peça L4049-9/16
Todos os direitos reservados. Esta publicação não pode
ser reproduzida, em nenhuma forma, sem a permissão
da Martin Engineering, empresa sediada em Neponset,
Illinois, e com sede em Campinas. Parte do conteúdo
deste livro foi reproduzida, com permissão, a partir de Martin Engineering Company
outras fontes protegidas por direitos autorais. Rua Estácio de Sá, 2104 - Jd. Santa Genebra
Campinas - São Paulo - 13080.010
Impresso no Brasil. +55 19 37097200
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iv
Guia de Segurança sobre as Boas Práticas Mundiais para o Manuseio Mais Seguro de Materiais a Granel | Índice

Índice . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . v Introdução
Prefácio. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . vi A necessidade de aprimorar a segurança para se
Dedicatória. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . vii trabalhar com transportadores de correia
Notas dos autores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . viii 1 A missão: Production Done Safely™. . . . . . . . . . . . . . . . . 2
Prefácio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . x
Seção 1 Perigos e áreas de risco
Introdução: Os perigos dos transportadores de correia . . . 8
2 Zonas de risco dos transportadores de correia. . . . . . . . . 12
3 Práticas inseguras ao trabalhar com transportadores . . . . 26

Seção 2 Problemas com o transportador e soluções


de problemas dos componentes
4 Botões e sensores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
5 Alarmes de inicialização. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
6 Cabos de parada de emergência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71
7 Batentes, freios contra recuo e travas . . . . . . . . . . . . . . . 95
8 Coberturas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 109
9 Passarelas para passagem sobre e sob o transportador. . 117
10 Proteções. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 129
11 O mito da “proteção devido à localização”. . . . . . . . . . 165
12 Proteções dos roletes de retorno . . . . . . . . . . . . . . . . . . 171
13 Tensores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 181
14 Proteção contra a queda de materiais. . . . . . . . . . . . . . 195
15 Transportadores, correias e incêndios. . . . . . . . . . . . . . 207
16 Iluminação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 245
17 Pó . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 257
18 Acesso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 273
19 Os riscos relacionados a ruídos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 289
20 Sinalização. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 303
21 Segurança dos sistemas elétricos ao trabalhar
com transportadores. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 317

Seção 3 Práticas de trabalho seguras


22 Carona em transportadores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 344
23 Trabalhando com segurança em torno de transportadores. . . 346
24 Transportadores, material fugitivo e limpeza. . . . . . . . . 372
25 Bloqueio do movimento da correia. . . . . . . . . . . . . . . . 390
26 Treinamento em segurança para se trabalhar
com transportadores de correia. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 402

Seção 4 Avaliação de riscos


27 O censo da segurança nos transportes de correias. . . . . 425
28 Avaliação de riscos utilizando a metodologia da CEMA. . 431
29 Análise de causa-raiz. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 445
30 Análise de risco do trabalho. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 457

Seção 5 Construção de transportadores melhores


e mais seguros
31 Projeto e construção de transportadores mais seguros . . . 463
32 Especificações para transportadores mais limpos,
seguros e produtivos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 481

Anexos Seção 6 O retorno


Bibliografia. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 575 33 O cálculo da segurança. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 507
Índice remissivo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 592 34 O retorno da segurança . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 519
Autores e agradecimentos . . . . . . . . . . . . . . . 600 35 Compreensão das conexões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 559

v
FOUNDATIONS™ Fundamentos de Segurança para se Trabalhar com Transportadores de Correia | Prefácio

Prefácio
A relação entre segurança e produtividade

Acreditamos que este tipo de livro seja um trabalho inédito. Ele


representa a síntese das melhores práticas mundiais para concepção,
operação e manutenção mais seguras de transportadores de correia para
materiais a granel.
Nosso trabalho tem como base a premissa de que a extração e o
processamento de materiais a granel podem ser realizados de forma
segura e rentável, buscando e aplicando as melhores práticas mundiais à
segurança e à concepção dos projetos de transportadores.
O primeiro passo para a produtividade real é a segurança. Se uma
máquina, fábrica ou indústria tiver segurança, ela será produtiva;
caso contrario, fabrica, processo ou transportador não poderão ser
verdadeiramente produtivos. E isso significa que a produção não será
financeiramente bem-sucedida. A chave é o conceito Production Done
Safely™ (Produção com segurança).

Edwin H. Peterson Com o aumento dos volumes e da diversidade dos materiais


presidente do conselho e CEO transportados, o porte e a velocidade cada vez maiores dos equipamentos
Martin Engineering e a pressão constante para aprimorar a eficiência, o manuseio dos
materiais a granel pode se tornar perigoso. Entretanto, quando os gestores
discutem aprimoramentos, eles se concentram na produção, pois esse é
seu objetivo, essa é sua responsabilidade. E é pela produção que a empresa
está nos negócios.
Desde o início, a Martin Engineering tem assumido o compromisso de
aumentar a produtividade e a segurança do manuseio dos materiais a
granel. Em 1944, trabalhando na oficina montada em sua própria casa,
Edwin F. Peterson, o fundador da nossa empresa, elaborou a solução
para um dos principais problemas do manuseio de materiais a granel: o
vibrador industrial do tipo esfera. Sua invenção, comercializada com o
nome de VIBROLATOR®, é a base do sucesso da Martin Engineering.
Desde então, a Martin cresceu, com operações e licenciados em várias
partes do mundo, estando sempre presente onde quer que materiais a
granel sejam manuseados. Muitos de nossos produtos e serviços atuais
visam o aprimoramento da limpeza da fábrica, o controle do material
fugitivo para aprimorar o desempenho e a redução dos riscos envolvidos
nas operações.
E, agora, nós dirigimos nossa atenção ao aprimoramento da segurança,
pois sabemos que não há produtividade sem segurança.
Robert J. Nogaj
presidente e COO Sabemos que precisamos ajudar a mudar uma mentalidade, queremos
Martin Engineering estar entre aqueles que definem os padrões mais elevados, e precisamos
fazer parte da mudança de cultura do nosso setor.
Com este livro, a Martin Engineering dá o primeiro passo nesse sentido.

vi
Dedicatória | FOUNDATIONS™ Fundamentos de Segurança para se Trabalhar com Transportadores de Correia

Dedicatória
Para a família Peterson, é uma honra dedicar a primeira edição do
FOUNDATIONS™ Fundamentos de Segurança para se Trabalhar com
Transportadores de Correia, Guia de Segurança sobre as Boas Praticas
Mundiais para o Manuseio Mais Seguro de Materiais a Granel, a:

R. Todd Swinderman, engenheiro: graduado pela University of Illinois em 1971, com


diploma de bacharel em Engenharia Mecânica, Todd é uma das principais forças motivadoras
por trás desta publicação. Internacionalmente reconhecido por suas contribuições inovadoras
no setor de manuseio de materiais a granel, ele também foi fundamental no desenvolvimento
de normas consistentes para o setor através da CEMA (Conveyor Equipment Manufacturers
Association, Associação de Fabricantes de Equipamentos Transportadores). Todd foi presidente
da associação, bem como presidente do comitê da sexta e da sétima edições do livro Belt
Conveyors for Bulk Materials, da CEMA. Como portador de sete licenças de profissional
da engenharia, ao longo de toda a sua carreira, e como ex-presidente e ex-CEO da Martin
Engineering, sua orientação, inspiração e experiência profissional na área da engenharia
influenciou todos os aspectos das operações com transportadores, em todo o mundo. Ele detém
mais de 60 patentes nos Estados Unidos e diversas patentes estrangeiras correspondentes. Após
mais de 30 anos no setor, agora, ele compartilha sua experiência como consultor independente.
Richard P. Stahura: defensor da segurança no setor de manuseio de materiais a granel
ao longo de mais de seis décadas, Dick tem sido, muitas vezes, a única voz a promover a
segurança no trabalho com transportadores. Juntamente com Todd, ele também é uma
força influenciadora do trabalho do livro FOUNDATIONS™ Fundamentos de Segurança
para se Trabalhar com Transportadores de Correia, Guia de Segurança sobre as Boas Práticas
Mundiais para o Manuseio Mais Seguro de Materiais a Granel. Ele defende que as regras
e regulamentos ambientais e de segurança sejam incorporados de forma prioritária aos
projetos de transportadores.
Na verdade, Dick defende que, em vez de esperar que as agências reguladoras
governamentais emitam multas ou forcem a paralisação das operações, as questões
ambientais, de segurança e de saúde tomem, finalmente, o lugar da produção como
prioridade número um de engenheiros de projeto e proprietários de transportadores.
Richard é reconhecido em todo o mundo por sua personalidade encantadora e seu
característico macacão jeans.

Daniel Marshall: Dan obteve seu diploma de bacharel em Engenharia Mecânica junto
à Northern Arizona University. Trabalhando na Martin Engineering há mais de 16
anos, ele é um personagem fundamental no desenvolvimento e na promoção de diversos
produtos para o setor de transportadores de correia. Dan é amplamente reconhecido por
seu trabalho com a supressão de pó e é considerado um dos mais importantes especialistas
dessa área. Escritor extremamente produtivo, publicou dezenas de artigos, abordando
diversos tópicos relacionados ao setor de transportadores de correia; já fez apresentações
em mais de quinze conferências e é muito requisitado por seus conhecimentos e
orientações especializados. Como a Martin promove o envolvimento da comunidade, Dan
se ofereceu como voluntário para ser um dos conselheiros fundadores da equipe Martin de
robótica do ensino médio. Um dos principais autores do livro FOUNDATIONS™ Guia
Prático para um Controle Mais Limpo, Seguro e Produtivo do Pó e Material a Granel, Quarta
Edição, publicado pela Martin, sua dedicação ao setor dos transportadores e à Martin
Engineering é excepcional. Sem dúvidas, Dan é um dos grandes contribuidores da família
Martin Engineering. vii
FOUNDATIONS™ Fundamentos de Segurança para se Trabalhar com Transportadores de Correia | Notas dos autores

Notas dos autores


A Martin Engineering oferece este livro como um serviço às indústrias e
aos trabalhadores do setor de manuseio de materiais a granel de todo o
mundo.

Este material é fornecido apenas para fins de informação geral e não se destina a oferecer referências detalhadas
ou conhecimentos específicos relacionados aos regulamentos, normas e recomendações associados às operações de
manuseio de materiais a granel. Exceto no que diz respeito aos regulamentos, normas e materiais citados diretamente, as
opiniões aqui expressas representam um consenso, entre os autores, sobre os temas abordados.

A aplicação das informações e princípios contidos neste livro deve ser cuidadosamente avaliada por profissionais com
experiência na área, a fim de determinar sua adequação a um transportador ou projeto específico.

Veja a seguir algumas observações que explicam a filosofia e as convenções adotadas neste volume.

Pressupostos do público
Este livro foi escrito para os profissionais que projetam, operam e executam a manutenção de transportadores de correia,
a fim de oferecer orientações sobre o que pode e deve ser feito para proteger aqueles que trabalham nas proximidades
dos transportadores. O público também inclui aquele "gestor de segurança" que não sabe muito sobre transportadores
de correia e aquele "chefe do transportador" que conhece pouco os regulamentos e exigências de segurança. Por fim, este
livro foi escrito para o supervisor ou gestor de fábrica, responsável pelas operações e pela segurança, que tem, porém,
pouco tempo ou poucos recursos para dedicar a ambas. Ele ajudará a equipe de gestão a orientar a mão de obra no
trabalho com transportadores de correia. E também ajudará gestores e engenheiros a justificar despesas que aprimorem a
segurança do transportador, seja no projeto inicial ou com atualizações posteriores.

Normas e datas
A maior parte das normas é publicada com uma data, que faz parte do número da norma e indica o ano em que a
versão foi lançada. Sempre que possível, essas datas são incluídas como um indicador da versão específica da norma em
discussão.

Nas descrições de uma determinada norma, alguns órgãos emissores incluem uma notação das edições ou normas
anteriores que foram substituídas.

O acompanhamento das mudanças nos regulamentos, normas e diretrizes é um processo contínuo. Por exemplo,
durante a elaboração desta publicação, as normas australianas foram atualizadas: de AS 1755-2000 para AS/NZS
4024.3610-2015 e 4024.3611-2015. No dia 31 de maio de 2016, a norma EN 953 foi substituída pela EN ISO
14120. Um mês após nossa impressão, a diretriz Safety Around Belt Conveyors, da Conveyor Manufacturers Association
of South Africa (Associação Sul-africana de Fabricantes de Equipamentos Transportadores) foi atualizada para a versão
2016. Todas essas atualizações exigiram alterações de capítulos que considerávamos prontos. Embora tenhamos
trabalhado para acompanhar essas mudanças — para desespero dos responsáveis pelo layout das páginas — algumas
atualizações podem ter sido perdidas. Independentemente, no futuro, certamente haverá ocasiões em que o texto
aqui apresentado será substituído por mudanças na tecnologia, nos requisitos ou nas práticas recomendadas. Nossa
recomendação é acompanhar as constantes mudanças na área e escolher engenheiros e fornecedores competentes que
façam o mesmo.

Em suma, a versão mais atual das normas e regulamentos aplicáveis deve ser obtida e consultada para verificar seus
respectivos requisitos.

viii
Notas dos autores | FOUNDATIONS™ Fundamentos de Segurança para se Trabalhar com Transportadores de Correia

Normas traduzidas
Em alguns casos, os textos das normas apresentadas aqui podem parecer estranhos ou mal escritos, especialmente
quando elas têm origem em outros idiomas que não o inglês. Em vez de "corrigir" esses trechos traduzidos de acordo
com as preferências dos autores, essas normas traduzidas foram publicadas como as encontramos disponibilizadas.
Como sempre, é recomendável consultar o documento de origem, no idioma original.

Medições
Nesta publicação, as dimensões e outras medidas são apresentadas em unidades dos sistemas imperial e métrico.
A medida será mostrada primeiro na unidade do sistema em que foi originalmente apresentada. Em seguida, uma
conversão para o outro sistema será fornecida; na maioria dos casos, essa conversão aparecerá entre colchetes [ ]. Os
colchetes indicam que a conversão foi feita pela Martin Engineering.

Se a segunda medida for exibida entre parênteses ( ), isso significa que o próprio material de origem incluía a medição
convertida.

Um til duplo (≈), o símbolo matemático para "aproximadamente igual a", será colocado antes da segunda medida; isso
significa que o número em questão é uma conversão da unidade original e foi arredondado (conforme necessário).

Todos os arredondamentos foram calculados com o objetivo de oferecer maior segurança; em alguns casos, eles não
representam as medidas mais aproximadas.

Na maioria dos casos, um ponto foi utilizado como marcador decimal nas unidades do sistema métrico. Esse é o padrão
seguido na América do Norte, local de origem dos autores, o estilo com a qual eles estão mais familiarizados.

Ilustrações
As imagens, gráficos, tabelas e diagramas contidos neste livro foram usados para esclarecer pontos específicos e,
portanto, talvez não estejam tecnicamente corretos nem sejam totalmente precisos.

Nomes e dados
Os nomes e dados fictícios presentes neste livro têm como objetivo a transmissão de conceitos, e qualquer semelhança
com nomes de entidades ou dados reais é mera coincidência e não intencional.

As informações relacionadas aos incidentes apresentados aqui representam a interpretação dos autores das causas e
consequências desses incidentes, sem nenhuma intenção de culpar, difamar ou depreciar.

Uma observação sobre as fontes


Em vez de usar numerosas notas de rodapé nesta publicação, nós tentamos apresentar as fontes no texto do próprio
capítulo. Há uma listagem detalhada dessas fontes na bibliografia, organizada por capítulo.

Advertência
Este livro é fornecido sem nenhuma representação ou garantia quanto à precisão ou integridade de seu conteúdo.
As seções de MELHORES PRÁTICAS deste livro são destinadas a destacar questões de segurança específicas e não
incluem todas as melhores práticas relacionadas a todas as operações e circunstâncias envolvidas no manuseio de
materiais a granel.
SOB NENHUMA CIRCUNSTÂNCIA, A MARTIN ENGINEERING, OS AUTORES OU OUTRAS EMPRESAS OU INDIVÍDUOS ASSOCIADOS A ESTE
PROJETO SERÃO RESPONSABILIZADOS POR DANOS PESSOAIS OU POR QUALQUER DANO INDIRETO, ESPECIAL OU CONSEQUENTE
RESULTANTE DE OU, DE ALGUMA MANEIRA, RELACIONADO A ESTE LIVRO, INCLUINDO, SEM LIMITAÇÕES, QUALQUER DANO
DECORRENTE DA APLICAÇÃO DAS INFORMAÇÕES, PRINCÍPIOS OU OUTROS CONTEÚDOS DESTE LIVRO.

As informações apresentadas neste material estão sujeitas a modificações sem aviso prévio. A Martin Engineering reserva-se o direito de fazer correções, supressões ou
adições ao livro sem aviso prévio nem obrigação de substituir versões previamente impressas.
ix
FOUNDATIONS™ Fundamentos de Segurança para se Trabalhar com Transportadores de Correia | Prefácio

Prefácio
Por R. Todd Swinderman,
engenheiro

Dediquei décadas ao projeto, à instalação e à manutenção


de componentes de transportadores de correias que
controlassem materiais fugitivos, para, assim, melhorar o
ambiente de trabalho, reduzir o número de acidentes e
aumentar a produtividade. Agora, porém, nós chegamos
a um ponto de queda desses resultados. Para alcançar
um novo patamar de aprimoramento em termos
de redução de acidentes com transportadores,
precisamos mudar a maneira como especificamos,
projetamos, adquirimos, operamos e realizamos a
manutenção dos transportadores.

Estima-se que 85% dos problemas relativos à manutenção e à produção dos transportadores de correia
a granel estejam relacionados a materiais fugitivos: pó, derramamentos e materiais de retorno. Acredito
que uma porcentagem similar de problemas de segurança com transportadores seja decorrente desses
mesmos materiais fugitivos. Entretanto, após o transportador ser projetado, construído, instalado e estar
em funcionamento, a solução de problemas com materiais fugitivos torna-se praticamente impossível.

E isso leva à seguinte pergunta: por que projetamos transportadores da mesma maneira há mais de
um século? Muitas vezes, não há nenhum motivo específico, apenas desculpas: "Sempre fizemos as
coisas dessa forma", ou, ainda pior: "Precisamos ser competitivos". Como demonstrado pelas taxas
de mortalidade relativamente constantes associadas aos transportadores nos últimos 30-40 anos,
essas atitudes e técnicas simplesmente não melhoram mais a segurança, apesar dos inúmeros novos
regulamentos, do aumento das penalidades cíveis e da adaptação universal dos slogans de segurança.

O início do setor da segurança


O livro de Herbert W. Heinrich, Industrial Accident Prevention, A Scientific Approach, de 1931, foi
baseado no resumo de milhares de relatórios de acidentes. Heinrich concluiu que as ações perigosas dos
trabalhadores eram a principal causa de acidentes. Infelizmente, essa mentalidade continua a dominar o
entendimento da maioria dos gestores e supervisores. Porém, grande parte dos profissionais da área de
segurança vem percebendo, já há algum tempo, que as causas dos acidentes não são assim tão simplórias.

Na maioria dos casos, escrever no relatório de um acidente que uma ação perigosa foi a causa do
incidente é apenas uma desculpa simplista para justificar uma investigação superficial. Frequentemente,
a ação perigosa não foi o única causa, nem mesmo a mais relevante. Acreditar, em uma retrospectiva
perfeita, que a causa foi uma única ação perigosa é presumir que as ações do trabalhador foram
perfeitamente previsíveis. As causas têm implicações maiores e exigem uma análise mais completa do
acidente, seguida por ações corretivas criteriosas.
x
Prefácio | FOUNDATIONS™ Fundamentos de Segurança para se Trabalhar com Transportadores de Correia

Cheguei à conclusão de que existem cinco causas que levam diretamente a um aumento na liberação de
materiais fugitivos e que resultam em situações que incentivam os trabalhadores a reagirem como reagem. São
elas: a cultura da "produção em primeiro lugar"; as aquisições "pelo menor preço"; os projetos excessivamente
complexos; as inúmeras regras; e o número reduzido de funcionários de manutenção destreinados.

Causa:
a cultura da "produção em primeiro lugar"
Sites e declarações de missão corporativos ostentam uma linguagem que dissimula ou encobre a verdadeira
cultura corporativa. Invariavelmente, ao entrar em uma fábrica, um enorme outdoor anuncia que a empresa
implementa medidas de segurança de "nível internacional". Essa placa apresenta palavras da moda, como
ISO, sustentabilidade, ecológico, aquecimento global, entre outras. Porém, quando você passa pelo outdoor, a
realidade se revela: geralmente, o que era segurança "de nível internacional" rapidamente passa a ser "a pior do
mercado".

Quando o foco é a produção a qualquer custo, não surpreende que os trabalhadores corram riscos para manter
os transportadores funcionando. Slogans de segurança e mensagens ecológicas se tornam um disfarce, que
encobre o que realmente está acontecendo. E a percepção dos trabalhadores também é a mesma: a produção é
mais importante do que a segurança.

Evidentemente, o motivo que leva uma empresa a operar minas e fábricas de processamento é a produção.
Portanto, para combater a hipocrisia, as empresas deveriam admitir que a produção é o foco.
Eu afirmo que a meta deveria ser seguir o conceito de Production Done Safely™ (Produção com segurança).

Causa:
as aquisições "pelo menor preço"
A cultura da má administração começa na sala de reuniões do conselho administrativo, onde as decisões sobre as
despesas de capital são baseadas em estudos de viabilidade que consideram apenas as receitas diretas, de acordo
com os princípios contábeis convencionais. O "valor agregado" dos aprimoramentos nas áreas de segurança e
saúde nunca é considerado durante a fase de viabilidade, nem em nenhuma outra fase do processo de aquisição.

Historicamente, as decisões de aquisição são, quase que universalmente, baseadas no processo de compra "pelo
menor preço". Porém, na tentativa de atender à restrições artificiais de verbas, importantes especificações dos
equipamentos são comprometidas e detalhes do projeto são descartados, sem nunca serem devidamente orçados.
A abordagem dos detalhes passa a fazer parte dos custos operacionais (e, geralmente, parte das despesas de
manutenção) e, assim, eles nunca são devidamente analisados na fase de concepção ou construção.

Os processos relativos à especificação e ao projeto para a redução de riscos não recebem atenção suficiente.
A aquisição pelo menor preço impede que as empresas de engenharia incluam os custos de enviar os engenheiros
a campo, para que eles vejam os resultados de seus projetos e reúnam a experiência necessária para aprimorar
continuamente os projetos e a segurança.

O custo de uma "aquisição barata" pode ser muito alto. Um sistema adquirido pelo menor preço geralmente não
consegue fornecer a capacidade de produção necessária. Em vez disso, o foco deveria ser o custo mais baixo ao
longo da vida útil do projeto. Projetos executados pelo menor preço muitas vezes acabam sendo os mais caros,
pois modificações posteriores, resultantes de problemas detectados durante os períodos de teste e inicialização,
podem apresentar custos consideráveis.

O resultado, na minha opinião, é este: o processo de aquisição "pelo menor preço" mata pessoas.

xi
FOUNDATIONS™ Fundamentos de Segurança para se Trabalhar com Transportadores de Correia | Prefácio

Causa:
Projetos excessivamente complexos
A complexidade não melhora a segurança obrigatoriamente. Projetos simples geralmente são os mais difíceis de
executar. O tempo adicional dedicado a simplificar a operação e a manutenção dos componentes que afetam
diretamente a produção e a limpeza do transportador tem um excelente retorno. Infelizmente, é praticamente
impossível incorporar os mesmos benefícios aos projetos executados pelo menor preço, devido à interseção entre a
percepção do cliente de um "custo muito elevado" e a necessidade do fornecedor de "ganhar a licitação".

Causa:
Inúmeras regras
Em uma visita recente a uma pedreira, observei que o guia de segurança do visitante tinha 14 páginas. Eu fui até lá
apenas para realizar um treinamento, não pretendia operar ou trabalhar com nenhum equipamento.

Nos seminários avançados que ofereço, eu geralmente pergunto: "Alguém poderia se levantar e repetir as regras de
segurança da empresa onde trabalha"? Nenhum participante nunca foi capaz de recitar as regras de sua empresa.
Quais são as chances de o trabalhador lembrar, entre tantas regras, daquelas adequadas a um momento crítico,
como uma pane do transportador? Minha estimativa é que as chances são próximas de zero.

Entretanto, outra empresa teve uma abordagem mais sensata: suas regras básicas de segurança são compostas por 12
regras gerais. As chances de um trabalhador lembrar, praticar e apoiar seus colegas, avaliando suas ações em relação
a uma dúzia de diretrizes gerais de segurança, são muito maiores.

Grupos e associações do setor, organizações que definem normas e governos já publicaram milhares de páginas
sobre regras de segurança. Muitas vezes, as regras de um mesmo país entram em contradição entre si ou não são
aplicáveis ao setor ao qual são impostas. O esforço necessário para que os fornecedores consigam cumprir com o
grande número de regras existentes é imenso; geralmente, esses esforços são invalidados pelas opiniões divergentes
de diversos inspetores. A probabilidade de obedecer à complexidade de todos os regulamentos e receber aprovação
nas inspeções é, na melhor das melhor das hipóteses, problemática.

Causa:
Numero reduzido de mão de obra e funcionários mal treinados
A falta de financiamento adequado para a manutenção é uma tendência do setor de manuseio de materiais a granel.
Milhões são gastos em componentes. Porém, essa despesa não contempla o orçamento da manutenção adicional
necessária para que os componentes sejam mantidos em condições operacionais seguras. Geralmente, o tamanho de
uma equipe de manutenção é baseado no TMEF (Tempo Médio entre Falhas) dos equipamentos mais importantes,
a partir da conclusão ilógica de que os trabalhadores podem realizar a manutenção de todos os componentes
secundários do sistema quando tiverem tempo "disponível".

A maioria dos equipamentos não é projetada para proporcionar uma inspeção fácil ou uma manutenção segura.
Assim, durante as paradas agendadas da produção, que estão cada vez mais breves e menos frequentes devido
a uma ideia equivocada de que o funcionamento "a todo vapor" aumenta a produtividade, a manutenção dos
componentes secundários acaba sendo frequentemente adiada, como consequência dos conflitos do acesso, da falta
de tempo ou das restrições orçamentárias. Isso reduz ainda mais a funcionalidade dos componentes, muitas vezes,
até o ponto em que eles se tornam inúteis e irreparáveis.

Como os transportadores são projetados para serem resistentes, a correia pode ser arrastada sobre pilhas de sujeira
acumulada ou roletes inoperantes, desde que os componentes principais continuem funcionando. Se a manutenção

xii
Prefácio | FOUNDATIONS™ Fundamentos de Segurança para se Trabalhar com Transportadores de Correia

e o acesso adequado aos componentes essenciais para manter um ambiente de trabalho limpo e seguro
fossem facilitados, grande parte do serviço poderia ser executado com segurança durante o funcionamento do
transportador.

Embora a maioria dos trabalhadores de manutenção sejam técnicos qualificados, eles raramente compreendem
o transportador como um sistema. Transportadores são sistemas complexos: uma mudança em um dos
componentes pode ter consequências indesejadas para todo o sistema. Sem uma compreensão básica sobre
como os transportadores são projetados e os componentes selecionados, a manutenção se torna um exercício
de encontrar o "paliativo" mais durável para tratar um sintoma, em vez de resolver a causa do problema.
Em pouco tempo, o acúmulo de más escolhas no tratamento dos sintomas resultará em um sistema que
não funciona da maneira ideal. O tratamento dos sintomas reduz a vida útil dos componentes; geralmente,
o que é sacrificado é a vida útil da correia, o que aumenta a necessidade do uso de peças de reposição e,
consequentemente, o trabalho de manutenção. É fácil encontrar provas desse tipo de abordagem sem sentido:
basta passear pela fábrica e procurar as tags vermelhas nos equipamentos inoperantes. Há grandes chances de
que as tags apresentem datas de meses ou anos atrás. Como resultado, o equipamento fica parado, esperando
pela manutenção que nunca virá.

A segurança compensa
A inclusão da segurança nas análises financeiras, para justificar o tempo adicional dedicado a um projeto, e as
aquisições em função dos custos do ciclo de vida, em oposição às ofertas com o menor preço, terão um retorno
muito maior do que é possível imaginar. Um levantamento da literatura mostra que as empresas que realmente
concentram seus esforços na segurança são mais produtivas e operam instalações mais limpas e mais seguras do
que seus concorrentes. Além disso, suas ações valem mais no mercado.

Conheça os livros
A série de livros FOUNDATIONS™ da Martin Engineering tem como objetivo fornecer à equipes de operação
e manutenção soluções práticas para problemas comuns associados aos sistemas de manuseio de materiais a
granel. As recomendações e métodos descritos no livro FOUNDATIONS™ Guia Prático para um Controle Mais
Limpo, Seguro e Produtivo do Pó e Material a Granel, Quarta Edição tornaram-se a abordagem padrão do setor
para solucionar problemas.

Entretanto, este livro representa uma mudança na direção da nossa antiga tradição e se concentra na
segurança ao trabalhar com transportadores de materiais a granel. O propósito do livro
FOUNDATIONS™ Fundamentos de Segurança para se Trabalhar com Transportadores de
Correia, Guia de Segurança sobre as Boas Praticas Mundiais para o Manuseio Mais Seguro
de Materiais a Granel deve ser usado em conjunto com o FOUNDATIONS™, 4ª Edição.

O resultado
Ao longo de todo este volume, nós defendemos que os transportadores podem e devem
ser mais seguros e que existem razões econômicas válidas para isso. Organizamos este
livro na esperança de que você possa aprender e, então, obter os benefícios do conceito
Production Done Safely™.

R. Todd Swinderman

xiii
xiv
Introdução A NECESSIDADE DE
APRIMORAR A SEGURANÇA
PARA SE TRABALHAR
COM TRANSPORTADORES
DE CORREIA
A missão
Production Done Safely™ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2

1
Capítulo 1 A missão
Production Done Safely™
INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 INTRODUÇÃO
Uma perspectiva positiva da Nesse volume, serão abordadas maneiras
segurança . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 de aprimorar a segurança para se trabalhar
com transportadores de correia. Mas antes,
Segurança, definição . . . . . . . . . . . . . . . 4
é preciso olhar tanto para os transportadores
Cada sistema é quanto para a segurança em linhas gerais, para
perfeitamente projetado . . . . . . . . . . . 6 observar quais são seus propósitos e objetivos,
o que eles têm em comum, e como eles podem
Production Done Safely™ . . . . . . . . . . . . 6 estar mais alinhados.
CONCLUSÕES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
Uma perspectiva positiva da
segurança
A segurança está passando por um momento
decisivo. O foco na coleta e análise de dados
negativos (comunicação de incidentes)
produziu nas ultimas decadas, pouco retorno
do investimento, e pouca redução nas taxas de
acidente. Isso é evidenciado pela permanente
resistência na redução das taxas de mortalidade
no trabalho. A Figura 1.1. mostra uma queda
dramática nas taxas de morte acidental na
indústria de mineração nos Estados Unidos
2
A missão | Capítulo 1

nas primeiras partes do século 20 até meados Além disso, o foco nos dados "negativos",
da década de 1970; depois disso, a taxa de isto é, o número e o tipo de incidentes como
acidentes se estabilizou ou estagnou. Como indicador da probabilidade e da gravidade de
indica a figura, mesmo com quantidades futuros acidentes, é problemático. Há muitos
crescentes de regulamentação e sua fatores nesses dados que embaçam o cenário.
respectiva aplicação, não houve uma redução
estatisticamente significativa na taxa de morte A tendência de responsabilizar a imprudência
acidental nos últimos 40 ou 50 anos. do trabalhador por acidentes e ferimentos está
entre as principais razões pelas quais o foco
A tendência de "estabilização" é evidente em dados negativos é ineficaz. Isso mascara as
não é apenas na indústria da mineração e causas subjacentes e, por isso, inibe a tomada
outras operações de manuseio de materiais a de ações corretivas significativas. Ignorar as
granel; isso também pode ser visto em todas causas e apenas tratar os sintomas alimenta
as principais indústrias. Essa estagnação em a ampliação de regras e regulamentos, que
fatalidades mostra que o aumento contínuo são fáceis de implementar, porém, ineficazes.
na regulamentação não está melhorando É mais fácil fazer uma regra que resolva
a segurança. Essa tendência indica que os um sintoma do que mudar uma cultura
sistemas de segurança estão se tornando para resolver um problema. Outro fator é
mais burocráticos e subjetivos sem uma a percepção de baixa probabilidade de um
correspondente melhoria na segurança. acidente, o que alimenta a crença comum de
Cenários similares podem ser desenhados em que “isso não vai acontecer comigo". Além
outros países. disso, há diferenças significativas na forma
como os países relatam ou não os dados de
Tornou-se óbvio que essa metodologia de acidentes, o que dificulta as comparações
incremento dos requisitos e regulamentos a nível mundial sem o uso de estimativas
chegou ao ponto de rendimentos decrescentes. independentes.
O que tem sido feito para melhorar a
segurança é importante e deve ser mantido, Com os poucos dados negativos usados para
mas não está significativamente melhorando a prever problemas futuros e a deturpação de
segurança dos trabalhadores. dados pela análise incorreta de causas, é pouco

Taxa de mortalidade nos EUA – Figura 1.1


Todas na mineração 1931-2010
Fatalidades por cada 100.000 mineiros

Depois de declinar
30
dramaticamente até
meados da década
25 de 1970, as taxas
de mortalidade na
mineração nos Estados
20
Unidos se estagnaram.
(Dados da agência
15 de Administração de
Segurança e Saúde
em Mineração do
10
Departamento do
Trabalho dos EUA.)
5

0
1931 1941 1951 1961 1971 1981 1991 2001 2011

3
Introdução | A necessidade de aprimorar a segurança para se trabalhar com transportadores de correia

provável que esses métodos de prevenção e a realidade, agora é possível calcular o


possibilitem qualquer redução significativa no Return On Conveyor Safety™ (R.O.C.S.™,
número de acidentes industriais. Retorno do investimento na segurança para
se trabalhar com transportadores). Isso
Existem muitos estudos individuais que permitirá difundir uma cultura de segurança
mostram que o foco na segurança melhora e melhorar as atividades de manutenção para
a produção e a rentabilidade. Mas ainda aprimorar significativamente a segurança dos
precisamos "compreender as conexões" transportadores.
representadas por esses estudos a fim de que
o tema da segurança para se trabalhar com
transportadores passe de simples percepções Segurança, definição
e experiências individuais para o reino do
Segurança, conforme usada neste livro, é o
conhecimento de fatos comprovados que
processo contínuo de mitigação do risco de
possam ser usados para aumentar a ordem de
ferimentos pessoais, e as consequentes perdas
grandeza na escala da segurança.
materiais e econômicas, por meio de uma
O propósito deste livro é fazer essas conexões variedade de estratégias de gestão, engenharia e
para que a utilização de dados negativos sensibilização.
seja substituída pela de dados positivos,
A segurança é um substantivo comum com
transformando em uma atividade mais
vários significados, tais como estar livre
segura o manuseio de materiais a granel por
de danos ou perigo, estar seguro, não ser
transportadores de correia. Dessa maneira,
perigoso ou nocivo, ou mesmo um dispositivo
vidas podem ser salvas e o ambiente, mais
projetado para evitar ferimentos, danos à
bem gerido, melhorando a produtividade e a
propriedade, ou limitação do funcionamento
rentabilidade.
de uma máquina. Seguro é um adjetivo usado
Ao "compreender as conexões" entre os custos para descrever as coisas protegidas ou não
indiretos, antes considerados inquantificáveis, expostas ao perigo ou risco, ou não sujeitas a
serem danificadas ou perdidas.

"Segurança ou Produção em primeiro lugar"?

É comum entrar em uma instalação e ver um slogan por muito tempo. Outras plantas, outros métodos e outras
atrativo, como "Segurança em primeiro lugar" ou "Sem forças econômicas rapidamente vão expulsá-la do mercado.
acidentes", estampado em um cartaz ou banner perto da
entrada. À primeira vista, parecem nobres declarações, Então, se a planta está dedicada à produção, onde entra a
mas muitas vezes a mensagem desaparece rapidamente na segurança?
desordem, ruído e confusão da instalação e das ações da
Existe alguém que se dedique à segurança? A resposta deve
gerência.
ser afirmativa: tanto os engenheiros encarregados pelo
O problema é este: A segurança não é realmente colocada design do equipamento e do processo quanto o mesmo
em primeiro lugar. trabalhador que, no seu trabalho diário de igual ou talvez
maior importância, faz escolhas que afetam a segurança
Qualquer empresa está sempre mais preocupada - e assim pessoal e a dos demais. Essas decisões de segurança terão
deve ser - em ganhar dinheiro mediante a produção de um efeitos significativos sobre os resultados financeiros da
produto ou serviço comercializável. Em outras palavras, operação; consequentemente, os gestores de todos os
a produção economicamente viável é a prioridade; esse níveis na organização deverão estar preocupados com a
objetivo está necessariamente em primeiro lugar. Isso é segurança.
verdade para todas as indústrias e todas as ocupações,
desde entregar jornais até fabricar carros, desde administrar De forma literal, a "segurança" é um termo absoluto. Isso
uma padaria até gerir a maior fábrica de cimentos não é alcançável e os trabalhadores instintivamente sabem
do mundo. Uma planta que não esteja preocupada disso. Se a segurança absoluta é o objetivo final e o gestor
principalmente com a produção, não ficará no negócio ou colegas de trabalho não são perfeitos, as condições
4
A missão | Capítulo 1

Embora o termo segurança seja utilizado em das operações industriais não tomaria nem o
termos absolutos, é preciso reconhecer que mínimo de precauções de segurança; mas desde
é impossível ser "100 por cento seguro, 100 a ascensão da regulamentação de segurança e
por cento do tempo". Ao usar o conceito de saúde ocupacional iniciada na década de 1970,
segurança em termos absolutos, estabelecemos o número de normas de segurança multiplicou
uma meta irreal. Isso transforma a segurança cem vezes, enquanto a taxa de acidentes fatais
em um "recurso" observado apenas para permaneceu relativamente inalterada.
garantir a conformidade com regras e Há muito tempo se estabeleceu que os avisos
regulamentos. e normas administrativas estão entre os meios
Em vez disso, a segurança é um "benefício" menos eficazes de mitigação dos riscos e
derivado da cultura organizacional e do aprimoramento da segurança. Se fosse eficaz
bom projeto, operação e manutenção essa metodologia de "segurança alcançada
de equipamentos e sistemas, incluindo por meio de normas", com regras do tipo
transportadores de correia. não ponha a mão dentro da máquina ou use
Os regulamentos e os legisladores muitas equipamentos de proteção, porque ainda
vezes recebem os créditos da redução nos ocorrem acidentes industriais? Certamente,
incidentes de segurança e saúde. Mas todos ninguém foi instruído a sofrer um acidente.
aqueles que trabalham em conformidade Ao considerar a segurança um benefício,
com a regulamentação sabem que os em vez de um recurso obtido por requisitos
regulamentos são muitas vezes vagos e/ou regulatórios ou por normativas da gerência,
estão desatualizados. A conformidade está começamos a mudar a velha e ultrapassada
sujeita a uma ampla variante de interpretações. crença de que os trabalhadores são a maior
Basear-se exclusivamente no cumprimento causa de acidentes devido a comportamentos
dos regulamentos para aprimorar a segurança de risco. Aplicando as atuais melhores
é uma abordagem reativa e ineficiente. Se práticas, compreendendo a natureza humana
não houvesse regulamentação, certa parcela e mudando as abordagens de design e

estão dadas para o fracasso. Qualquer desvio da segurança transportadores de correia são usados é porque são, muitas
absoluta, independentemente de quão pequeno seja, por vezes, o método com o menor custo por tonelada no
meio de ações imprudentes, incapacidade de fazer cumprir transporte de grandes quantidades de materiais a granel e,
as políticas ou ignorar os perigos pode acabar com a crença em segundo lugar, porque eles também podem ser a forma
de um trabalhador no slogan ou com o compromisso da mais segura.
companhia.
Como serão abordados neste livro, os aprimoramentos
Na realidade, a segurança é uma jornada de na segurança de transportadores, entre outros, poderão
aprimoramento contínuo. Talvez os slogans devam refletir oferecer um grande benefício para o negócio em termos de
a natureza humana e a necessidade de fornecer os bens e produtividade, lucro operacional e valor para os acionistas,
serviços necessários de forma segura, proporcionando a incluindo o aumento do preço da ação. A filosofia de
todos uma meta cada vez mais possível e alcançável que é cada planta deve ser: "Vamos ser produtivos, mas com
"Pense na segurança". segurança".

No caso de transportadores de correia, não há dúvidas Isso é o que permeia nosso lema: Production Done
sobre o que vem em primeiro lugar. O motivo pelo Safely™ (Produção com Segurança).
qual eles existem é a necessidade de manusear grandes
quantidades de material a granel para fins de produção. Mesmo nesse grito de guerra, a produção vem em primeiro
Uma vez que a necessidade é identificada, quantificada, lugar; a segurança foi incluída, mas de forma secundária.
e as opções exploradas, a operação é então definida de Isso reflete a realidade econômica dos negócios – o mundo
forma que seja a mais eficiente e segura possível. Aqui real. Isso faz dele um slogan que gestores e trabalhadores
é onde entram os transportadores. A razão pela qual os podem entender e adotar – todos saberão que representa o
verdadeiro compromisso corporativo!
5
Introdução | A necessidade de aprimorar a segurança para se trabalhar com transportadores de correia

treinamento, podemos proativamente tirar se você quiser obter melhores resultados,


proveito da relação bem estabelecida entre então você deverá mudar a maneira com
segurança, produtividade e rentabilidade. faz as coisas. Se não o fizer, como pode
esperar resultados diferentes dos que você
Cada sistema é
vem obtendo?
perfeitamente projetado...
"Cada sistema é perfeitamente projetado para Production Done Safely™
alcançar os resultados que de fato alcança."
Esta observação é comumente atribuída ao Dr. O trabalho, especialmente o trabalho em
Paul Batalden, M.D. Embora o Dr. Batalden operações industriais de manuseio de materiais
estivesse falando sobre cuidados de saúde, a granel, apresenta riscos. A tarefa dos
sua observação pode igualmente ser aplicada trabalhadores é o de gerir, reduzir e eliminar
aos sistemas transportadores, ou mesmo aos esses riscos. Mesmo uma cultura que prega a
sistemas de segurança. "Segurança em primeiro lugar", que faz votos
de que os trabalhadores são o recurso mais
Os designs convencionais de transportadores importante, sabe que, na hora da verdade, a
de correia foram perfeitamente projetados para planta deve se dedicar à produção.
produzir o que agora produzem – material
fugitivo, componentes de curta vida útil, Mas o desafio de engenheiros, trabalhadores
trabalho de limpeza, ferimentos e acidentes, e seus gerentes é fazer valer o conceito
desalinhamento, resíduos e altos custos de Production Done Safely™ (Produção com
manutenção. Segurança).

A maioria dos sistemas, mesmo os Há evidências claras, porém ainda não


transportadores de correia, é de tal consolidadas, de que as empresas que prezam
complexidade que a lei de consequências não pela segurança têm maior produtividade
intencionais passa a vigorar. A complexidade e rentabilidade do que aquelas que se
não necessariamente aprimora a segurança concentram no menor custo possível de
ou a produtividade. Não é possível antecipar produção em detrimento à segurança. Este
cada interação entre as pessoas e as máquinas. volume promove e demonstra o valor existente
Ao desmantelar uma organização inteira para quando as operações de transportadores de
reestruturá-la, é igualmente possível criar correia no manuseio de materiais a granel
novas disfunções quanto corrigir os problemas são feitas de forma mais limpa, mais segura
antigos. e mais produtiva, fazendo valer o conceito
Production Done Safely™. Além disso, este
No livro Five Hidden Mistakes CEOs Make, livro apresenta métodos e melhores práticas
o consultor em liderança Tom Northup para alcançar esses fins.
acrescenta a seguinte observação:
Production Done Safely™ é o objetivo
Todas as organizações são perfeitamente racional para a permanência de operações
projetadas para alcançar os resultados que que permitam rentabilidade continuada da
agora estão obtendo. Se nós desejamos empresa, para a manutenção dos salários dos
resultados diferentes, é preciso mudar a trabalhadores com benefícios para a toda a
forma como fazemos as coisas. comunidade e para a manutenção da saúde e
Ele prossegue: bem-estar dos trabalhadores.

Agora, sua empresa obtém justamente os O caminho do sucesso é o conceito


resultados que foram projetados, sejam Production Done Safely™ (Produção com
eles bons ou ruins. Se a sua visão do Segurança).
futuro for diferente de sua situação atual,

6
A missão | Capítulo 1

CONCLUSÕES Por tanto, é óbvio que a verdadeira justificativa


Transportadores e segurança para a utilização de transportadores é a
produção; ou seja, a produção é feita de forma
para se trabalhar com
mais rentável e mais eficiente.
transportadores de correia
Então, como é que os trabalhadores e
Então, como o lema ou visão Production
engenheiros de equipamentos fazem com que
Done Safely™ (Produção com Segurança) se
as coisas se tornem mais seguras? Eles o fazem
encaixa em um livro sobre transportadores e
evitando o risco no projeto, dificultando ao
segurança no trabalho com transportadores
máximo que algo arriscado ou perigoso possa
de correia? A resposta é: Como a produção
ser realizado.
está em primeiro lugar, a planta deve estar
comprometida em fazer com que seus A razão pela qual a Martin Engineering
transportadores disponham do maior nível de escreveu este livro é mostrar como os
segurança possível. transportadores de correia podem ser operados,
conservados, construídos e projetados de forma
A razão pela qual os sistemas de
a eliminar ou controlar os riscos. Isso é feito ao
transportadores de correia são construídos e
evidenciar áreas de perigo e atitudes de risco,
operados é entregar a quantidade necessária
oferecendo sugestões de design e justificativa
de material a granel em um determinado
de custo. Isso fará com que a atividade de
processo. Em muitos casos, um transportador
produção seja mais segura para todos aqueles
de correia é usado como alternativa ou para
que trabalham com transportadores de correia
substituir outra forma de transporte.
ou em suas proximidades.
O uso de transportadores normalmente não
aprimora a segurança. Mas o investimento em Para transportadores de correia, a contínua
um transportador de correia provavelmente missão deste livro é o conceito Production
nunca seria justificado se ele não cumprisse a Done Safely™.
promessa de um menor custo por tonelada.

7
Seção 1 PERIGOS E ÁREAS DE RISCO
INTRODUÇÃO:
Os perigos dos transportadores de correia . . . . . . . . . . . . . . . . 8
Capítulo 2
Zonas de risco dos transportadores de correia . . . . . . . . . . . . 12
Capítulo 3
Práticas inseguras ao trabalhar com transportadores . . . . . 26

7
1

Seção 1 INTRODUÇÃO
Os perigos dos transportadores de correia
Um transportador de correia é uma esteira Para prevenir esses incidentes e para garantir a
grande, altamente tensionada e enrolada segurança do trabalhador, os gerentes de planta
em um labirinto de peças e pontos de e agências regulatórias já usaram sinalização,
esmagamento em movimento. Através dessa resoluções e procedimentos de segurança. A
estrutura, a correia se move em velocidade, sinalização indica aos trabalhadores os pontos
transportando grandes volumes de carga a de risco e práticas inseguras. As resoluções
granel de diversas naturezas, como material geralmente indicam áreas a serem evitadas e/
pegajoso, abrasivo, empoeirado ou corrosivo. ou proíbem a realização de tarefas inseguras.
O transportador é exposto a ambientes As práticas de segurança no trabalho mostram
industriais hostis e condições climáticas como os trabalhadores devem realizar suas
aleatórias. Após a instalação, o transportador tarefas. Juntas, essas precauções parecem
normalmente recebe pouca manutenção e ser métodos eficientes de proteção aos
escassa atenção. Todas essas circunstâncias trabalhadores.
se combinam para criar vários perigos que
podem causar ferimentos ou até a morte de
trabalhadores não treinados ou desatentos. Mas no mundo real
Parece razoável pensar que todo mundo A realidade nos diz algo diferente. Os riscos
saiba que os transportadores de correia são apresentados pelos transportadores de correia
perigosos. Particularmente as pessoas que são evidenciados pelas estatísticas de acidentes
trabalham com transportadores devem saber industriais em todo o mundo.
como eles são perigosos. Mas, apesar desse No intervalo de dez anos, entre 2002 e
conhecimento, muitos trabalhadores ainda são 2012, houve 91 fatalidades relacionadas
mutilados e mortos pelos transportadores a a transportadores de correia nos Estados
cada ano.

8
Introdução – Os perigos dos transportadores de correia | Seção 1

Unidos. A Martin estima que 28 dessas padrão sejam alterados. Logo depois do
fatalidades, aproximadamente 30%, foram incidente, há coros de "Nunca mais" ou "Não
relatadas na mineração pela agência Mine no meu turno".
Safety and Health Administration (MSHA,
Administração de Segurança e Saúde em Dependendo da capacidade que a empresa
Mineração); as outras 63 foram registradas tiver de manter essa postura, o nível
em distintas indústrias pela agência Safety de precaução dos trabalhadores poderá
and Health Administration Ocupacional permanecer alto por um tempo considerável.
(OSHA, Administração de Segurança e Saúde
Ocupacional). Além disso, a OSHA relatou Até o próximo acidente
378 ferimentos relacionados a transportadores 1
de correia no mesmo período. Um novo acidente monopoliza a atenção
dos trabalhadores e da gerência. Um novo
No resto do mundo, os tipos e os números conjunto de sinalização e comunicações será
de incidentes são similares. As estatísticas apresentado, e novos procedimentos serão
de algumas regiões são menos precisas e implementados. Toda a empresa volta sua
frequentes, dado que os requisitos locais de atenção para o novo incidente.
comunicação e classificação não estão bem
definidos. Por isso, os incidentes não são Existe uma probabilidade considerável do novo
bem rastreados, o que dificulta a pesquisa. incidente fazer com que todos se esqueçam do
Mas as evidências indicam que há problemas ‘Velho’ incidente. Enquanto o procedimento
significativos em matéria de segurança para para o primeiro acidente pode ser eficaz, um
aqueles que trabalham com transportadores de trabalhador pode esquecê-lo porque ele está
correia em todo o mundo. fora de mente, ou está escondido em pilhas
de papéis sobre o “novo” acidente. Quando a
Esses números mostram que as medidas parede está coberta com sinais de segurança,
de segurança para transportadores, como começa a se parecer com parede depois de um
sinalização, resoluções e práticas de segurança tempo. Isto é, como o que era uma solução
no trabalho, não são suficientes para proteger eficaz, pode se tornar ineficaz após o tempo.
os trabalhadores. Essas informações permitem
supor que esteja acontecendo uma de duas Se até as melhores precauções de segurança
coisas: ou as medidas de segurança prescritas podem falhar com o tempo, imagine com
não são suficientemente enfáticas, ou os que velocidade ficará obsoleta uma solução
funcionários não as respeitam. insuficientemente planejada e implementada.

A maneira como o mundo Causas de acidentes


funciona
Muitos ferimentos resultam de uma escolha
Quando acontece um acidente no local individual com base em vários critérios que
de trabalho, a atmosfera e as atitudes são entram em conflito. Ninguém se dirige ao
compreensivelmente alteradas, pelo menos, trabalho pensando que sofrerá um acidente,
momentaneamente. mas mesmo assim ocorrem ferimentos.
Quando um trabalhador entra em uma área
Em seguida, há uma elevação do nível de insegura ou age de forma arriscada, três
sensibilização quanto à segurança em toda coisas passam pelo seu subconsciente. O
a instalação. Aparecem nova sinalização, trabalhador tem a compreensão de como o
lembretes, cartas e anúncios. Podem surgir mundo funciona, está focado na conclusão
novas precauções e novos equipamentos de uma tarefa e tem a expectativa de que
instalados. Dependendo da gravidade do obterá um resultado seguro com base em
incidente, é possível que os procedimentos

9
Seção 1 | Perigos e áreas de risco

experiências passadas. Subconscientemente, os Observação sobre as fontes de


trabalhadores estão submetidos a um conflito acidentes com transportadores
de prioridades entre produção e
procedimentos de segurança. Os seres A seguinte seção é um resumo das zonas
humanos estão tão predispostos a querer de risco e práticas inseguras mais comuns
agradar ao chefe que, apesar do especificamente associadas a correias
discurso de segurança acima de tudo, a prática transportadoras. Ela faz uso das estatísticas
real é a produção a qualquer custo. de segurança, das normas e regulamentos da
indústria, assim como da vasta experiência do
Essa compreensão sobre "como as coisas pessoal da Martin Engineering que trabalha
funcionam" é o conhecimento que o com transportadores de correia todos os dias
1
trabalhador oferece na situação. Isso inclui os no mundo inteiro.
fundamentos da física (gravidade, velocidade,
outras funções mecânicas) e os riscos que Esses capítulos também abordam as áreas
determinados equipamentos representam para inseguras de um transportador e as práticas
a segurança nas instalações. Esse é o motivo inseguras que os trabalhadores podem chegar a
pelo qual as tarefas de treinamento e segurança adotar nas proximidades de um transportador.
são realizadas. Essas sessões de treinamento Se os trabalhadores tiverem uma melhor
representam uma tentativa de informar o compreensão de como o mundo funciona,
trabalhador sobre as áreas de risco e práticas eles estarão mais conscientizados sobre as
inseguras associadas a uma tarefa. práticas inseguras e as zonas de perigo dos
transportadores. Conhecer os perigos permitirá
que os trabalhadores evitem os riscos dos
transportadores de correia para que possam
então ir para casa em segurança todos os dias.

10
Introdução – Os perigos dos transportadores de correia | Seção 1

11
1

Capítulo 2 Zonas de risco dos


transportadores de correia
INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12 INTRODUÇÃO
As zonas de risco . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13 Causas de ferimentos
Os sistemas de transportadores de correia
CONCLUSÕES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
sempre foram os burros de carga da indústria
de manuseio de materiais a granel desde 1795.
Como burros de carga, eles realizam uma
quantidade incrível de trabalho. Sua principal
função é transportar grandes quantidades de
materiais a granel de um lugar para outro.

Assim como os animais domesticados, os


sistemas de correias transportadoras não
foram concebidos para ferir os trabalhadores.
Mas como são dispositivos poderosos, os
transportadores poderão matar ou mutilar os
trabalhadores se não lhes for dado o devido
respeito.

Um trabalhador deve tratar com respeito tanto


um cavalo quanto um transportador por causa
da possibilidade de liberação de energia em um
trabalhador. Mesmo um transportador curto
e simples movido somente por um motor
de um único cavalo de potência apresenta

12
Zonas de risco dos transportadores de correia | Capítulo 2

perigos para os trabalhadores. Dado que o acionamento com um motor na ordem de


típico transportador de material a granel é uns 375 quilowatts [≈500 Hp] de potência.
movido por um motor de múltiplos cavalos de Enquanto os detalhes de quanta energia está
potência, o perigo a que os trabalhadores estão no sistema variam de transportador para
expostos é significativamente aumentado. transportador, a quantidade de energia seguirá
sendo enorme e possivelmente mortal. Ele tem
Nos próximos dois capítulos, serão força para elevar e transportar toneladas de
abordados alguns dos perigos específicos dos materiais de carga; pode facilmente esmagar
transportadores de correia. Primeiro, será um ser humano.
analisado como um transportador pode ser
perigoso. O capítulo seguinte examinará A maioria dos transportadores é projetada
1
algumas práticas de trabalho inseguras que de forma a permitir que seja iniciada
podem colocar um trabalhador em perigo. remotamente. Muitos transportadores têm
O capítulo posterior apresentará uma série design com sistemas complexos
de práticas seguras que ajudam a manter a de segurança e controle como parte integral
segurança do trabalhador nas proximidades de do processo. A complexidade não garante
transportadores. necessariamente a segurança. O sistema pode
ser ativado a qualquer momento com o simples
pressionar de um botão; esse recurso pode
As zonas de risco pegar um trabalhador desprevenido e causar
O próprio sistema transportador ferimentos graves ou até matar.

Um sistema transportador normalmente é um A carga


equipamento enorme, complexo e potente. O material em um transportador pode ser
(Figura 2.1.) Normalmente, um transportador tão perigoso quanto o sistema da correia
é uma correia de borracha posicionada sobre transportadora. (Figura 2.2.) Em alguns casos,
roletes que gira em torno de cilindros de aço o material pode ser inflamável, radioativo,
gigantescos colocados em cada extremidade, à cancerígeno, explosivo, tóxico ou estar
medida que é acionada por um motor potente. extremamente quente.
Como tal, ela apresenta tantas zonas de perigo
que todo o sistema transportador deve ser
considerado um perigo.

Dado que o transportador movimenta Figura 2.1.


materiais ao longo de distâncias pré-
Um sistema
definidas, em variados terrenos e inclinações, transportador de correia
a quantidade de potência requerida no é um equipamento
sistema varia de acordo com a aplicação. Um enorme, complexo e
transportador simples com movimentação de potente.
100 toneladas métricas por hora [≈110 tph],
em um trajeto de 30 metros [≈100 pés], sobre
um terreno plano, consome 4 quilowatts [≈5
Hp] de potência. Maior tamanho, força e Figura 2.2.
potência demandam que os transportadores Os transportadores de
deixem de ser unidades relativamente correia movem
pequenas, curtas e de baixa potência. Um materiais a granel em
transportador maior com movimentação volumes relativamente
de 1.000 toneladas métricas por hora em grandes e em altas
um trajeto de 1,6 quilometro [≈1.100 tph velocidades.
em ≈1 milha] precisará de um sistema de

13
Seção 1 | Perigos e áreas de risco

Os riscos a que um trabalhador está Todas as normas demandam proteções contra


exposto podem não ser consistentes em queda de materiais a granel, mas, em geral,
toda a instalação. Por exemplo, um dos essa proteção é raramente vista, exceto em
transportadores de uma fábrica de cimento caminhos e passagens bem movimentadas.
pode carregar material seguro, enquanto que
outro, em uma parte diferente do processo, Além dos perigos potenciais dos materiais
pode apresentar elevada concentração de sílica. em si, o trabalhador pode ser engolido pelo
fluxo de material. O trabalhador também
O trabalhador pode se ferir com o impacto de pode ficar preso entre o fluxo de material
um pedaço do material transportado ou com e um objeto fixado. Dentre as fatalidades
o peso de grandes quantidades de material registradas entre 1995 e 2011 pela agência
1
derramadas ou descarregadas pela correia. Mine Safety and Health Administration

Pontos de Interesse: Esmagamento, pressão e cisalhamento


Um dos riscos existentes em transportadores é normalmente • Ponto de esmagamento – qualquer local onde uma
descrito como pontos de esmagamento. O ponto de esmag- pessoa ou parte do corpo de uma pessoa possa ficar
amento é mais bem um nome genérico para uma variedade presa entre duas ou mais peças mecânicas em movi-
de riscos, incluindo também os chamados pontos de pressão mento, ou entre o material a granel e uma peça em
e de cisalhamento. As definições e distinções podem variar; movimento.
em muitos casos, os nomes são intercambiáveis. • Ponto de cisalhamento – momento em que as bordas
Um ponto de esmagamento se produz quando dois obje- de duas peças da máquina se cruzam ou se acercam
tos se unem sempre que exista a possibilidade de que uma uma da outra para cortar materiais relativamente
pessoa possa ficar presa ou ferida ao entrar em contacto macios. Em um típico ponto de cisalhamento, uma
com a área. No seu resumo de dados e estatísticas, a agência peça se move enquanto a outra peça está parada ou em
Michigan Occupational Safety and Health Administration movimento.
(MIOSHA, Administração de Segurança e Saúde Ocupacio- • Ponto de pressão – área de risco em que um elemento
nal de Michigan) define um ponto de esmagamento como do mecanismo do transportador, em movimento
...qualquer ponto em que uma pessoa ou parte do horizontal ou giratório, vai de encontro a outro ele-
corpo de uma pessoa possa ficar presa, ou seja, entre mento que também está em movimento horizontal ou
peças mecânicas em movimento, entre as partes giratório, de tal forma que termine por cortar, esmagar,
móveis e estacionárias de uma máquina ou entre o apertar ou prender qualquer objeto que entre em con-
material e qualquer peça da máquina. tato com um dos dois elementos.
Um ponto de esmagamento pode ser criado pelo mov- Pontos de pressão de entrada
imento de rotação, movimento alternativo, movimento
transversal (ou seja, o movimento em uma linha reta e O tipo de risco mais comum e significativamente perigoso
contínua) ou por ações que envolvam corte (incluindo mov- em um transportador é o "ponto de pressão de entrada".
imento de rotação, alternativo ou transversal) perfuração, Ele ocorre quando o movimento do maquinário segura e/ou
cisalhamento ou flexão. puxa as extremidades de pessoas ou objetos que venham a
Pontos de esmagamento normalmente impactam os dedos entrar em contacto com os componentes.
e mãos, mas também podem afetar qualquer área do corpo Os pontos de pressão estão presentes em materiais que,
O ferimento resultante de um ponto de esmagamento pode como uma correia transportadora, entram, por exemplo,
ser leve, como uma bolha, ou ser muito grave, como uma em uma abertura que se estreita gradualmente e são fortes
amputação ou morte. o suficiente para puxar partes do corpo, como dedos, mãos,
É um desafio averiguar se há diferenças nas definições entre braços e cabelos. Os pontos de pressão de entrada encontra-
pontos de esmagamento, pressão e cisalhamento. Para os dos em transportadores geralmente envolvem uma correia
nossos propósitos, as seguintes definições são apresentadas: em movimento e um componente giratório, tal como um
rolo tensor ou uma roldana.
14
Zonas de risco dos transportadores de correia | Capítulo 2

(MSHA, Administração de Segurança e Figura 2.3.


Saúde em Mineração) dos Estados Unidos, a Os transportadores
Martin estima que cinco por cento delas foram de correia fazem
causadas pela imersão no material. com que muitos
processos industriais
A correia sejam possíveis.
Uma correia transportadora típica se move
a uma velocidade relativamente constante,
geralmente entre 0,5 e 10 metros por segundo
[de ≈100 a 1.968 pés/minuto]. (Figura
2.3.) Um velocista olímpico tem um tempo 1

A publicação Safeguarding Equipment and Protecting definição é perigoso e isso deve ser descontinuado, dado
Employees from Amputations, disponibilizado pela agência que apenas as correias mais leves podem ser levantadas para
Occupational Safety and Health Administration (OSHA, liberar uma pessoa ou objeto preso. Alguém com o membro
Administração de Segurança e Saúde Ocupacional) dos do corpo preso em uma abertura provavelmente não poderá
Estados Unidos, faz a seguinte observação: ser retirado até que o transportador pare.
Os pontos de pressão de entrada, também conhecidos Lugares como roletes de retorno e polias de todos os tipos
como "pontos de esmagamento", ocorrem quando em contato com correias criam pontos de pressão de
duas peças se movem juntas e ao menos uma delas faz entrada, os quais podem prender ou puxar partes do corpo
um movimento circular ou giratório. Os pontos de e, por tanto, esmagar, cortar ou mutilar pessoas. Por isso,
pressão de entrada ocorrem sempre que as peças da eles devem estar protegidos para prevenir qualquer membro
máquina se movem umas entre as outras ou quando de um01.02.SB01.01
trabalhador entre na zona de perigo.
In-Running Se os compo-
Nip Points

uma peça passa por um objeto estacionário. nentes girarem ou tiverem o potencial para girar em ambos
Common nip points on rotating parts
Os riscos referentes a pontos de pressão de entrada são os sentidos, haverá dois pontos de pressão de entrada em
frequentemente causados pela rotação e translado das peças ambos os lados. Por isso, eles devem ser protegidos para
no transportador. Essas peças podem roçar ou estar muito evitar a aproximação de qualquer direção.
próximas. A regulamentação de muitos países considera 01.02.SB01.01 Ponto final: um esmagamento, tenha ele o nome
In-Running Nip Points

uma separação de 50 milímetros [≈2 pol.] ou maisCommon uma nip points onque
rotatingfor...
parts
circunstância atenuante, sempre que tecnicamente não
represente ponto de pressão e, por tanto, não precise de Não importa se são chamados de pontos de esmagamento,
proteção. Essa é muitas vezes a lógica aplicada na parte de pressão ou cisalhamento; todos eles representam riscos. O
vedação da zona de carga, quando as extremidades de aço sistema deve ter um design capaz de eliminá-los, sempre que
do chute estão a 50 milímetros [≈2 pol.] ou mais acima da possível e, onde não for possível, eles deverão ser protegidos
correia e, por conseguinte, não precisa de proteção. Uma de forma eficaz. Além disso, os trabalhadores devem ser
conclusão semelhante In-Running é aplicada na seção da correia em que, treinados para evitar as zonas de perigo criadas por esses
01.02.SB01.01 Nip Points
se a correia puder ser levantada a 50 milímetros [≈2 pol.] ou pontos, além de informar imediatamente aos supervisores
mais, a interação entre a correia e os rolos laterais do rolete
Common nip points on rotating parts
a existência de pontos de pressão desprotegidos ou outras
não serão, tecnicamente, um ponto de pressão. Usar essa condições inseguras.

Pontos de compressão típicos em peças giratórias Pontos de compressão entre elementos e peças em movimento longitudinal

15
Nip points between rotating elements and parts with longitudinal motion
Seção 1 | Perigos e áreas de risco

de reação de 0,18 segundos, quase um Algumas normas estabelecem que, se a correia


quinto de segundo, quando se encontra na for leve e houver pelo menos 50 milímetros
largada totalmente concentrado na corrida. [≈2 pol.] de espaço livre acima da correia, o
Se esse velocista ficar preso em uma correia ponto de esmagamento criado pela correia e o
transportadora que se move a 1,5 metro por rolete não representará perigo e não necessitará
segundo [≈300 pés/minuto], ele será arrastado de proteção.
por 0,27 metro [≈10,6 pol.], o comprimento
de uma régua, antes de sequer perceber o Além do risco de arrastar trabalhadores, as
que está acontecendo. Pesquisas mostram correias transportadoras se comportam como
que quando estamos distraídos, os tempos de moedores gigantes. As correias transportadoras
reação podem aumentar duas ou três vezes. podem chegar a cortar estruturas de aço. O
1
Alguns sites de segurança estabelecem que o corpo humano é bem mais brando que o aço,
tempo de reação de alguém que trabalha com portanto a correia pode decepar membros
transportadores é superior a 1 segundo. Além rapidamente.
disso, a reação humana natural ao segurar Uma correia rasgada também pode representar
uma ferramenta é apertar o punho e tentar risco ao trabalhador. Se a correia em
recuperar a ferramenta, iniciando o processo movimento tiver uma ponta, cabo ou saliência,
de reação uma vez mais. esse objeto estará na mesma velocidade que
No mínimo, um trabalhador, mesmo que a correia. Isso permite que um objeto se
tenha um tempo de reação excelente e movimente pela correia, mas ele fica fora da
seja totalmente consciente sobre o risco área de controle que a correia normalmente
que representa um transportador, pode percorre. Se um trabalhador for atingido, ele
inadvertidamente ficar preso no ponto de poderá se ferir ou até morrer.
pressão entre a correia e o rolete de carga e não Uma correia transportadora que se movimenta
ser capaz de reagir com rapidez suficiente para fora do percurso pretendido é considerada
evitar ser arrastado. uma correia desalinhada. Se a correia estiver
Um trabalhador "normal", que obviamente desalinhada, ela deixará de estar onde deve e
não é um atleta de alto rendimento, exigiria passará a percorrer uma trajetória não esperada
um tempo de reação ainda maior. Para pelo trabalhador. Qualquer componente
simplificar, imagine que o tempo de reação grande que esteja operando onde não deve
seja duas vezes superior, sendo o trabalhador estar representa um risco.
arrastado duas vezes mais longe. À medida que a correia transportadora
O trabalhador poderia ainda atingir vários se move, existe o risco de que a correia
outros componentes, ou ser puxado ainda mais receba carga elétrica do ambiente. Se um
longe e mais forte contra o primeiro deles. trabalhador entrar em contato com essa
carga de eletricidade, a eletricidade estática
acumulada descarregará no trabalhador. Em
Figura 2.4.
circunstâncias normais, esse choque será
O sistema de transmissão inofensivo. Rolar por um tapete pode gerar
é composto por alguns
de 10 a 25 milijoules (mJ), que representa
dos componentes
apenas um ou dois por cento de que seria
giratórios vistos em um
transportador de correia.
um choque letal. Normalmente requer pelo
menos 1 mJ para gerar um choque que alguém
possa sentir, de 10 a 30 mJ para que a pessoa
reclame e 1.350 mJ para matá-la. Acidentes
fatais com eletricidade estática são muito raros,
mas o "susto" causado pelo choque estático

16
Zonas de risco dos transportadores de correia | Capítulo 2

pode fazer com que um trabalhador perca iluminação, outro componente que também se
o equilíbrio, caia ou coloque os demais em encontre girando poderá parecer estar parado.
perigo. Isso pode ser tão perigoso quanto uma Esse efeito estroboscópico pode criar um
linha aberta de tensão. inesperado risco de esmagamento ou pressão.

Energia armazenada Além dos perigos de peças giratórias, qualquer


peça em movimento tem o potencial de criar
Quando uma correia transportadora está em calor de atrito. Se for gerado muito calor, os
movimento, normalmente haverá mais tensão trabalhadores poderão se queimar ao entrar em
no lado de carregamento. Se o transportador contacto com a superfície quente.
estiver simplesmente parado e sem energia,
essa tensão permanecerá na correia na forma Pontos de esmagamento 1
de energia armazenada na correia esticada. Um
sistema sob tensão sempre tentará se aproximar Há muitos itens com os quais a correia
do equilíbrio; ou seja, ele vai tentar liberar essa transportadora entra em contato. Esses itens
energia. são as polias de acionamento, as polias tensoras
e os roletes. Também há muitos itens que se
Se as engrenagens da caixa de engrenagens aproximam da correia. Eles são a estrutura,
desmontarem, ou se a tensão entre a polia e a
correia for insuficiente, a correia poderá liberar Figura 2.5.
toda a tensão com o transportador desligado O ponto de esmagamento
e travado. Essa liberação geralmente ocorre na entre a correia e o rolete
forma de deslizamento da polia. Isso ocorre de carga pode resultar
quando a correia se libera da polia de cabeça em ferimentos causados
para equalizar a tensão. A correia moverá por aprisionamento.
repentinamente. A distância que a correia
moverá será proporcional à quantidade de
tensão armazenada e ao módulo da correia.
Se um trabalhador estiver na correia, ou
suficientemente perto dela, ele poderá ser Figura 2.6.
arrastado durante essa súbita liberação de
Um esticador usa a força
energia, o que pode causar ferimentos ou
da gravidade de um peso
até morte. Dentre as mortes registradas pela suspenso para manter a
MSHA entre 1995 e 2011, a Martin estima tensão da correia
que dois por cento tenham sido causados pela
energia armazenada.
A foto é cortesia da
Componentes giratórios United States Mine
Rescue Association
A maioria das peças em movimento de
(Associação de
um sistema de correia transportadora são Resgate em Minas dos
componentes giratórios. (Figura 2.4.) Essas Estados Unidos).
peças são os roletes, eixos de acionamento,
polias e sensores de velocidade. Itens que Figura 2.7.
giram em alta velocidade apresentam riscos Esse parafuso tensor
de agarramento, bem como pontos de ajusta a tensão da
esmagamento perigosos. Além do perigo correia ao afastar a
inerente a componentes giratórios, a presença polia traseira da polia de
do risco pode nem estar visível. Quando cabeça (motora).
um componente gira em alta velocidade ou
está sob certos efeitos estroboscópicos de

17
Seção 1 | Perigos e áreas de risco

a parede do chute e os defletores. Se algum Outros métodos, como sistemas hidráulicos ou


membro do trabalhador passar em uma correia guinchos, muitas vezes, utilizando cabos para
transportadora, ele se deparará com um desses transmitir tensão, são comuns no subsolo e em
itens. O membro, bem como o trabalhador, transportadores terrestres. Basicamente, cada
ficará preso entre a correia e a obstrução. método atua para "alargar a estrutura", o que
Como nem a correia nem a obstrução é "estica" a correia e mantém a tensão necessária
muito flexível, o membro capturado pode para que o torque do motor se converta em
ser esmagado. Isso é conhecido como tensão da correia.
aprisionamento. (Figura 2.5.)
Um esticador funciona puxando a correia
Além do contato direto entre pessoas e a para baixo com um peso. (Figura 2.6.) Um
1 correia, o mesmo pode ocorrer com uma esticador pode apresentar muitos riscos.
ferramenta. Uma pá pode ser aprisionada O perigo mais óbvio é o fato de existir um
e puxar o trabalhador que está segurando a enorme peso, frequentemente, na faixa de
ferramenta antes que a pessoa possa largar 2.200 a 22.000 kg [≈5.000 a 50.000 lb],
a ferramenta. O mesmo pode ocorrer com suspenso por uma correia transportadora em
roupas folgadas. movimento. Se a correia ou o componente
tensor falhar, o peso cairá de uma altura
As correias de transmissão ligadas aos motores substancial. Isso pode esmagar o trabalhador
dos transportadores também podem apresentar que desafortunadamente estiver embaixo.
pontos de esmagamento perigosos. O peso colocado em um esticador se
Usando os registros da agência MSHA entre desloca para cima na direção do início
os anos de 1995 e 2011, a Martin estima do sistema transportador, percorrendo
ter havido 57 mortes nas minas dos Estados aproximadamente 6 metros [≈20 pés]. Essa
Unidos envolvendo correias transportadoras. grande massa deslocando-se rapidamente
Dentre essas fatalidades, a Martin estima que para cima também pode representar vários
61 por cento resultaram ser de trabalhadores riscos para o trabalhador posicionado nas
que entraram em contato com um desses proximidades. Esses riscos incluem traumas
pontos de esmagamento. bruscos devido a golpes, emaranhamentos
no mecanismo ou esmagamentos, se ocorrer
Sistema do dispositivo tensor uma falha. O peso do tensor ou tensão é um
dos elementos que normalmente é alterado
Os transportadores de correia precisam que
sem o cálculo ou conhecimento adequado
haja tensão na correia para evitar que ela
sobre as consequências ou severidade. Colocar
deslize nas polias de acionamento. Os dois
muito peso (tensão) na correia pode causar
métodos mais comuns de fornecimento de
falhas catastróficas tanto na correia quanto nos
tensão são o esticador e o tensor mecânico.
componentes.
Figura 2.8.
Um tensor mecânico (Figura 2.7.) funciona
A estrutura para esticando a polia traseira na direção oposta
suportar o peso de à polia de cabeça (motora) para apertar a
um transportador
correia. A polia traseira é geralmente fixada
normalmente é uma
por parafusos e os parafusos são colocados de
construção complicada e
robusta.
forma a esticar a polia na direção contrária.
As roscas do parafuso podem estar
desprotegidas ou localizadas em uma posição
perigosa próximas a pontos de pressão. A
maioria dos tensores mecânicos não tem um
recurso indicador de tensão, e a sobrecarga
da correia é uma causa comum de falha

18
Zonas de risco dos transportadores de correia | Capítulo 2

nas emendas. Assim como com o esticador, As passarelas elevadas também podem dar
sempre há riscos de falha mecânica. A lugar a falhas estruturais. Se uma passarela
publicação A User’s Guide to Conveyor Belt ceder, o trabalhador poderá cair de lugar
Safety: transportadorProduction from Danger alto ou até atingir outro trabalhador que
Zones, de 2003, produzida em parceria pelo esteja eventualmente embaixo. Os buracos
Institut de recherche Robert-Sauvé en santé nas passarelas podem causar ferimentos e as
et en sécurité du travail (IRSST, Instituto de superfícies irregulares podem fazer tropeçar.
pesquisa Robert-Sauvé em saúde e segurança
do trabalho) e a Commission des normes, de A construção de passarelas elevadas está sujeita
l’équité, de la santé et de la sécurité du travail a várias normas. Algumas normas estabelecem
(CNESST, Comissão das normas, da igualdade que as superfícies de passagem devem ter
coeficiente de fricção de 0,5 com botas de 1
e da saúde e segurança do trabalho), ambas de
Quebec, registrou que quatro por cento dos solado normal.
acidentes fatais ocorridos nas proximidades Se a estrutura cair em um trabalhador ou se
de transportadores se deram ao ajustar o um trabalhador cair na estrutura, há sérios
dispositivo tensor ou o alinhamento da correia. riscos de que sofra ferimentos e possa até
Acessórios perigosos morrer. Dentre as mortes registradas pela
agência MSHA entre 1995 e 2011, a Martin
Os acessórios de um sistema transportador de estima que dois por cento delas tenham sido
correia podem oferecer seus próprios riscos. causados durante o setup ou operação.

Os ímãs de um transportador produzem um Queda de componentes e


campo magnético forte que poderá interferir materiais
em marca-passos e outros implantes médicos
eletrônicos. Estes ímãs podem também atrair Conforme mencionado anteriormente, os
quaisquer implantes ou próteses metálicos. Os transportadores de correia movem o material
amostradores transversais podem incluir fontes tanto vertical quanto horizontalmente.
de radiação. Acessórios como tensores de ar
podem ter um reservatório na máquina com Figura 2.9.
quantidades de ar comprimido sob pressão.
O acúmulo de
O sistema de ar comprimido da planta em
derramamento pode
si também pode apresentar perigos para os interferir no desempenho
trabalhadores. do sistema transportador
Os acionadores de comportas e divisores são e na vida útil dos
normalmente operados de forma remota e componentes.
considerados protegidos pela localização.

Falhas estruturais
Os transportadores de correia são sistemas
enormes e extremamente pesados. (Figura Figura 2.10.
2.8.) A estrutura para suportar o peso de um
Pó é um material
transportador é uma construção complicada
fugitivo conduzido ou
e robusta. Por se tratar de uma construção, as
arrastado do sistema
peças podem ser subdimensionadas, forçadas
transportador pelas
ou comprometidas pelo ambiente, portanto correntes de ar.
elas podem falhar. Se uma peça crítica falhar e
houver um trabalhador próximo ou abaixo do
transportador, ele poderá ser esmagado.

19
Seção 1 | Perigos e áreas de risco

A mudança de elevação elevará a carga, bem Derramamento nas proximidades do


como os componentes do transportador, transportador
do chão. Qualquer produto, seja ele um
material, uma ferramenta de mão ou um Conforme detalhado acima, os transportadores
componente do transportador, pode cair são máquinas muito poderosas, que utilizam
sobre um trabalhador, edifício ou sobre outro motores de grande porte e aplicam grandes
transportador ou maquinário de processos. quantidades de energia e que, quando param,
armazenam significativa energia potencial
Os componentes das correias transportadoras na correia e na carga. Um dos maiores
também são susceptíveis a sofrer danos devido perigos para um transportador é aquilo que
à movimentação da correia. Uma correia o aproxima do sistema de acionamento do
1
transportadora desalinhada pode cortar a transportador.
alça de suporte que fixa o rolete na viga ou
cantoneira estrutural do transportador. Se esse Muitas das mortes nas proximidades de
suporte for quebrado, o rolete poderá transportadores acontecem quando o
cair e ferir alguém que esteja embaixo. A queda trabalhador está limpando o material da área
de roletes pode perfurar tetos, ferir ou matar. ou os componentes do sistema transportador.
O material que cai de uma correia
Dentre as mortes registradas pela MSHA entre transportadora, chamado derramamento,
1995 e 2011 nos Estados Unidos, a Martin precisa ser removido; caso contrário, os
estima que dois por cento delas tenham sido acúmulos interferem no desempenho do
causados pela queda de material sobre os sistema e na vida útil dos componentes.
trabalhadores. (Figura 2.9.) O processo de limpeza pode
colocar o trabalhador nas proximidades de
uma máquina perigosa. A necessidade de
passar uma pá, vassoura ou mangueira com
água para retirar o acúmulo de material solto
até o sistema de drenos ou ter de retorná-lo
Figura 2.11.
ao transportador coloca o transportador ao
Muitos transportadores alcance das mãos e, muitas vezes, ainda mais
possuem esquinas perto.
fechadas ou espaços
fechados, que podem As ferramentas usadas na limpeza aumentam
dificultar a manutenção. o risco do trabalhador. A pá e a vassoura
são extensões do braço de um trabalhador.
A limpeza em transportadores coloca essas
extensões mais perto dos componentes
giratórios, que podem agarrar e serem puxadas,
colocando o trabalhador que as porta em risco.

Figura 2.12. O mesmo derramamento que o trabalhador


Os transportadores está tentando limpar pode criar riscos de
são frequentemente tropeços. O derramamento também pode
empregados para elevar cobrir um buraco no chão, que pode provocar
materiais; por isso os o tropeço ou queda do trabalhador. Por si
trabalhadores precisam só, esses perigos de tropeços e deslizamentos
muitas vezes trabalhar podem causar ferimentos se o trabalhador cair.
em alturas.
Imagem cedida como O risco de uma queda é amplificado pela
cortesia por proximidade de uma correia transportadora
CDC/Theresa Roebuck. em movimento. Se o trabalhador cair em um

20
Zonas de risco dos transportadores de correia | Capítulo 2

transportador em movimento, poderá sofrer a granel podem ser tóxicos (por exemplo,
ferimentos sérios ou até morrer. Embora as chumbo) ou causar algum tipo de câncer
agências de registro de acidente e companhias respiratório (por exemplo, amianto).
de seguros podem classificar a causa do • Explosividade – O pó de vários materiais
ferimento como queda, a causa principal do pode ser explosivo se estiver disperso,
ferimento segue sendo o transportador. Nos confinado ou exposto à chama. Essa
Estados Unidos, a agência de Administração explosão pode representar enormes perdas
de Segurança e Saúde Ocupacional (OSHA) de capital e de vidas humanas.
dos EUA relata que 15 por cento das mortes
acidentais em toda a indústria se devem a • Tempo de reação reduzido devido ao
escorregões, tropeções e quedas. equipamento de proteção – Como
1
acima constatado, os transportadores
Um derramamento também apresenta podem rapidamente provocar ferimentos
riscos. O acúmulo de derramamento em um
Figura 2.13.
interruptor de parada de emergência pode
impedir o funcionamento do interruptor. Compostos de muitas
O mesmo acúmulo pode fazer com que um peças em movimento
risco protegido pela localização se transforme e funcionando em
em um risco exposto. O derramamento desafiantes condições
industriais, é inevitável
pode reter umidade ou ser corrosivo; se
que os transportadores
esse derramamento for de componentes do
precisem passar por
transformador, a integridade dos componentes manutenção.
poderá ficar danificada sem mostrar sinais
visíveis. Se este componente for o mancal de
carga, uma falha catastrófica poderá ocorrer. Figura 2.14.
O tamanho de
Qualidade de ar e pó
muitos sistemas de
Quando o material cai de um transportador e transportadores faz deles
bate no chão, ele é chamado de derramamento. componentes pesados e
difíceis de manusear.
Quando o material levanta da correia e
se mistura ao ar, ele se chama pó. (Figura
2.10.) O pó do ar pode causar inúmeros
riscos para a saúde, desde o acúmulo de
material nos pulmões até a explosão, passando
pela diminuição do tempo de reação do
trabalhador.

• Pó respirável – Sempre que uma partícula Figura 2.15.


de pó menor que 10 micra for inalada, ela Como são movidos
poderá permanecer nos pulmões. Quanto a motores elétricos,
mais pó for inalado, maior o número muitos transportadores
de partículas de pó que se acumulará apresentam riscos
nos pulmões. O corpo humano pode elétricos aos
não ser capaz de lidar com esse material. trabalhadores.
No melhor dos casos, pode supor uma
redução da capacidade respiratória. O
pior dos casos seria uma doença incurável
que debilitasse o paciente, como a
silicose ou pneumoconiose (pulmão
negro). Ouras fumaças e pó de material

21
Seção 1 | Perigos e áreas de risco

nos trabalhadores. O equipamento de como um espaço confinado. Os perigos de um


proteção individual (EPI) usado para espaço confinado são a mobilidade limitada,
proteger o trabalhador contra a exposição falta de oxigênio, acúmulo de gases residuais e
ao pó respirável diminui o tempo de o risco de explosão.
reação e a visibilidade. Essas frações de
segundo podem fazer a diferença entre A maioria dos países possui regulamentações
um quase acidente e uma fatalidade. similares para controlar o trabalho em espaços
confinados.
Dado que os materiais a granel movimentados
em transportadores são uma das fontes de pó, Mesmo assim, a Martin estima que sete por
todo o transportador representa um perigo cento das fatalidades registradas entre 1995 e
1 potencial. 2011 pela agência MSHA dos Estados Unidos
tenham ocorrido em espaços confinados.
Espaços confinados
Trabalho em alturas
Muitos transportadores são alimentados por
moegas ou chutes fechados. (Figura 2.11.) Além de mover materiais em distâncias
De acordo com a norma 29 CFR 1910.146 da horizontais, muitos transportadores de correia
agência OSHA dos Estados Unidos, qualquer são usados também para mover o material
recinto que: “seja grande o suficiente e assim verticalmente. (Figura 2.12.) Como essa
projetado para que um funcionário possa mudança de elevação pode levantar alguns
entrar e executar um determinado trabalho”; componentes do transportador, a manutenção
“disponha de meios limitados ou restritos de desses componentes cria situações de risco
entrada ou saída”; e “não seja projetado para de ferimentos, já que possibilita a queda de
ocupação contínua do funcionário» é definido alturas consideráveis. Dependendo da altura e
das circunstâncias, uma queda pode até mesmo
Figura 2.16.
resultar em morte.
Ao transportar carga
inflamável em Dentre as mortes registradas pela MSHA entre
uma correia feita de 1995 e 2011 nos Estados Unidos, a Martin
elastômeros inflamáveis, estima que nove por cento delas tenham sido
um transportador em causados por quedas acidentais.
chamas pode ser
um risco grave. Trabalho de manutenção
Os sistemas de transportador de correia
são sistemas enormes e complicados, com
milhares de peças em movimento. (Figura
Figura 2.17. 2.13.) Por definição, uma peça em movimento
eventualmente provocará falhas e precisará ser
O grande volume de
substituída. Alguns dos componentes de um
material transportado
sistema transportador que exigem manutenção
combinado com muitos
componentes em
são os rolos, roletes, emendas de correia,
movimento cria riscos acopladores, motores, revestimento, correias e
relacionados ao ruído raspadores de correia. Normalmente existem
dos transportadores, o muitos outros itens que requerem manutenção,
que pode demandar a dependendo do design do sistema e os
utilização de acessórios aplicados ao transportador.
proteção auditiva.
A vida útil de um componente em movimento
pode ser estendida com uma manutenção

22
Zonas de risco dos transportadores de correia | Capítulo 2

regular, mas a manutenção ou substituição que facilita a passagem da corrente elétrica pelo
colocará um trabalhador nas proximidades de corpo humano. Muitos controles e ferramentas
uma peça muito perigosa do equipamento. funcionam com tensões baixas, mas ainda
assim podem provocar choques mortais.
A publicação A User’s Guide to Conveyor Belt
Safety: Protection from Danger Zones da IRSST/ A corrente mínima que um ser humano pode
CSST relatou que 26 por cento dos acidentes sentir depende do tipo de corrente – corrente
sérios ou fatais envolvendo transportadores alternada (CA) ou corrente contínua (CC) – e
ocorreram durante a manutenção. da frequência. Uma pessoa pode sentir um
mínimo de 1 miliampères (mA) (rms) de CA a
Elevação 60 Hz, enquanto que precisa de pelo menos 5
1
Como muitos transportadores levantam e mA para sentir a CC. Com aproximadamente
transportam grandes quantidades de materiais 10 miliampères, a CA que passa através
a granel de um local para outro, há também a do braço de um trabalhador pode causar
possibilidade de que os trabalhadores precisem contrações musculares potentes; a vítima
levantar e transportar cargas pesadas. (Figura não será capaz de controlar voluntariamente
2.14.) os músculos e não poderá soltar o objeto
eletrificado. Isso é conhecido como o "limiar
Os componentes do transportador precisam de largar" e é um critério para definir o risco
ser carregados até o transportador, ou subir de choque elétrico nas normas de eletricidade.
escadas ou ser inclinados nas torres de
transferências. Ferramentas grandes e/ou Se a corrente não for muito alta, ela pode
pesadas precisam ser carregadas até a correia provocar danos nos tecidos ou causar uma
transportadora. Quantidades de material fibrilação que leve a uma parada cardíaca. Um
devem ser transportadas durante um processo choque elétrico sustentado a 120 V AC, 60
de amostragem. Hz é uma fonte especialmente perigosa de
fibrilação ventricular, pois geralmente excede o
Essas tarefas oferecem o risco potencial "limite de largar", dado que não exerce energia
para muitas lesões de tensão ou elevação inicial suficiente para repelir a pessoa para
de peso. Elas são conhecidas como lesões longe da fonte.
músculoesqueléticas. Essas lesões são
dificilmente diagnosticadas e seu tratamento Por causa da grande quantidade de corrente
demanda longos processos de recuperação. usada em um sistema de transmissão do
O risco de lesão se torna maior quando as transportador, deve-se tomar muito cuidado
tarefas envolvem escadas. Se um trabalhador para evitar ferimentos ou morte dessa tipo de
estiver segurando uma carga, eles não podem eletricidade.
segurar os corrimãos nem se equilibrarem. Se
um trabalhador estiver portando uma carga
com as duas mãos, ele não poderá estabelecer Figura 2.18.
os três pontos de contacto necessários para Muitas instalações
subir e descer de forma segura. operam transportadores
durante a noite, criando
Riscos elétricos risco devido à baixa
As correias transportadoras são normalmente visibilidade.
alimentadas por sistemas de transmissão que
incorporam motores elétricos de 480 a 1.000
volts de corrente alternada (V AC) de tensão.
(Figura 2.15.) Às vezes, os transportadores e
suas áreas mais próximas estão molhados, o

23
Seção 1 | Perigos e áreas de risco

Risco de incêndio Nos Estados Unidos, a agência OSHA define


o ruído como a causa permanente da perda de
O material transportado pela correia audição na norma 29 CFR 1910.95 usando
transportadora pode ser inflamável. (Figura os níveis de decibéis. Um decibel é a medida
2.16.) Isso é especialmente verdadeiro quando da pressão que uma determinada fonte de
o material transportado é carvão, lascas de som é transmitida pelo ar. Em média, os
madeira seca ou farinha. Se o material for danos auditivos ocorrem durante exposição
inflamável, qualquer fagulha de uma fonte prolongada a 90 decibéis (escala A), ou dBA;
de ignição pode incendiar todo o fluxo de esse é o nível de ruído criado pelo tráfego
material. Além de poder representar grandes pesado.
perdas de capital por si só, o fogo também
1
pode atuar como catalisador de uma explosão Um sistema de correia transportadora típico
de pó. Se um componente giratório ficar produz 70 dBA, mas os níveis de ruído
travado, a fricção da correia passando por podem ser maiores, especialmente quando se
ele pode provocar calor. Esse calor pode considera o som do material em movimento
incendiar o fluxo de material ou pó no ar. O que passa pelos chutes e desembarca na correia.
local aquecido de um soldador é perigoso pela Se o transportador produz níveis de ruído
mesma razão. superiores a esse limite, a exposição ao ruído
do transportador resultará em danos auditivos.
Alguns materiais tendem à auto-ignição. Se o
material transportado for um desses materiais, O ruído de transportadores pode ser de baixa
ele tem o potencial para iniciar um incêndio. frequência, criado pela vibração da correia
ou pelo contato da correia com o rolete. Esse
Se um incêndio for iniciado, seja devido ao ruído de baixa frequência pode percorrer
material ou a alguma outra fonte, há grandes grandes distâncias, particularmente quando
possibilidades de que a correia transportadora submerso na água, e representa uma fonte de
fique em chamas, colocando em risco vidas desconforto para as pessoas que trabalham ou
humanas e enormes somas de capital. vivem perto de transportadores.
Ruído Iluminação inadequada
Os sistemas de correias transportadoras A norma 29 CFR 1926.56 da agência OSHA
tendem a ser ruidosos. Entre o motor de dos Estados Unidos estabeleceu os requisitos
acionamento, componentes giratórios, material mínimos de iluminação em foot-candles –
caindo, deslizando pelos componentes e a quantidade de luminosidade produzida
deslocando o ar, se produz uma grande por uma vela a um pé de distância – para
quantidade de ruído. (Figura 2.17.) uma variedade de ambientes de trabalho.
A exposição a elevados níveis de ruído leva a (Figura 2.18.) Como em todas as aplicações
perda permanente da audição. industriais, os transportadores em área interior
devem estar iluminados por 5 foot-candles
ou candelas [≈54 lux]. Os transportadores ao
ar livre devem estar iluminados por 3 foot-
Figura 2.19. candles [≈32 lux]. Por exemplo, a agência de
Alguns transportadores, saúde do Reino Unido, Health and Safety
como esse tipo Executive, recomenda uma média de 50 lux
empilhadeira radial, [≈4,6 foot-candles] e no mínimo de 20 lux
são projetados com [≈1,9 foot-candles] para o trabalho pesado
mobilidade, o que e 100/50 lux [≈9,2/4,6 foot-candles] para
pode provocar riscos a
trabalhos que exijam atenção aos mínimos
trabalhadores desatentos.
detalhes. Qualquer iluminação abaixo dos

24
Zonas de risco dos transportadores de correia | Capítulo 2

níveis especificados é considerada insuficiente Mudanças no clima


e, portanto, um risco para a segurança.
A Martin estima que 50 por cento de todos os
Iluminação deficiente pode ser causada por transportadores de correia que movimentam
dois motivos: material a granel se encontram instalados ao
ar livre. Um transportador ao ar livre está
1. Quantidade insuficiente de iluminação
exposto ao clima prevalecente da área. Esse
instalada;
clima pode oferecer riscos adicionais que
2. Diminuição da iluminação devido à devem ser levados em consideração. Neve,
presença de pó em suspensão ou chuva ou névoa reduzirá a visibilidade. Os
acumulado nas luminárias. trabalhadores expostos a baixas temperaturas
1
podem sofrer hipotermia ou congelamento.
Seja qual for a causa, a diminuição da Altas temperaturas podem causar desidratação
visibilidade nas proximidades de uma correia e tontura. Temperaturas altas e baixas também
transportadora frequentemente reduzirá os podem alterar o comportamento dos fluidos
tempos de reação, aumentando assim os de um sistema transportador. A presença de
riscos. Qualquer coisa que reduza os tempos água, na forma de chuva, pode transformar
de reação pode levar a ferimentos quando normalmente o chão firme em uma superfície
correias transportadoras estão envolvidas. lisa com maior risco de deslizamentos. Em
Uma redução na visibilidade também pode condições climáticas frias, a água forma gelo, o
tornar mais difícil ver os perigos existentes nas que amplifica o risco.
proximidades de uma correia transportadora.
Gelo e neve também podem acumular
Operações noturnas em cima de estruturas e cair sobre os
trabalhadores. O peso adicional da neve e
Devido a requisitos de produção da planta, do gelo também pode aumentar a carga na
o sistema transportador pode precisar operar estrutura. O gelo pode se acumular e inibir
durante a noite. Além dos perigos associados temporariamente o funcionamento dos
aos transportadores de correia, operar o sistema componentes, podendo fazer com que as
à noite apresenta riscos adicionais. estruturas soltem repentinamente, o que pode
provocar ações repentinas e não esperadas.
Mesmo com os melhores sistemas de
iluminação, a escuridão da noite reduzirá Chuva, neve e gelo podem acumular
a visibilidade nas proximidades dos em ambos os lados do ciclo de retorno e
componentes em movimento. A escuridão carregamento do transportador. Depois de
reduzirá a percepção de profundidade e iniciado o ciclo, esses acúmulos podem causar
ocultará obstáculos e riscos. desordens significativas tanto nos pontos de
transferência quanto em suas proximidades.
Se ocorrer um ferimento, o tempo de Em alguns casos, a quantidade de neve ou gelo
resposta das equipes de emergência poderá pode causar o desligamento do transportador
ser maior, dado que eles precisarão se mover para fins d limpeza, o que expõe os
mais lentamente sobre terrenos escuros e trabalhadores a ambos os riscos, o de limpeza
desconhecidos. do transportador e o de estar nas proximidades
de superfícies escorregadias.
É preciso estar muito atento nas proximidades
das correias transportadoras depois do
pôr do sol.

25
Seção 1 | Perigos e áreas de risco

Transportadores portáteis entre outros, ventilação deficiente, pó e gases


explosivos, gases tóxicos (como o monóxido
Muitas operações incorporam, além de carbono e metano) e quedas do teto. Um
de transportadores estacionários, os recente registro de fatalidades da agência
transportadores móveis. (Figura 2.19.) MSHA incluiu tropeços e quedas do teto do
Eles podem ser transportadores tipo trabalhador no transportador. A queda do teto
empilhadeiras radiais, projetadas para girar é a causa da fatalidade, mas o transportador
e formar uma pilha, além de outros sistemas está envolvido.
móveis. Esses transportadores móveis
oferecem os mesmos riscos de segurança que Riscos específicos dos locais
seus respectivos estacionários, mas também
1 Muitos sistemas transportadores de correia
apresentam riscos adicionais devido à sua
estão situados em locais de minas. Além dos
mobilidade. Um transportador móvel tem a
riscos do transportador, o trabalhador deve
capacidade de levar o perigo até o trabalhador,
estar consciente sobre os riscos específicos dos
e não o contrário.
ambientes de minas. O trabalhador pode ser
Um movimento inesperado pode esmagar exposto ao risco da mina pela necessidade de
um trabalhador com toda a força do sistema manutenção do transportador. Esses riscos
transportador. Os pontos de esmagamento que específicos de minas podem incluir o tráfego
foram cobertos algumas vezes podem não ser rodoviário de mercadorias e a circulação
em outros momentos. de outros equipamentos pesados, queda de
rochas, explosão e os riscos que surgem com
Dentre as mortes registradas pela MSHA a grande quantidade de material extraído,
entre 1995 e 2011, a Martin estima que movimentado e armazenado em qualquer
quatro por cento estejam relacionadas com ambiente de mineração. Treinamento
transportadores móveis. específico para prestadores de serviço e
Zonas de risco externas ao visitantes esporádicos são atualmente exigidos
transportador pela maioria das regulamentações.

Embora não façam parte do transportador Expectativas do trabalhador


nem sejam diretamente causados por ele, A expectativa de um resultado seguro apesar
existem condições e fatores externos que do emprego de prática insegura pode ser
podem colocar em perigo o trabalhador de identificada pela frase: "Eu sempre fiz isso
uma correia transportadora. Por exemplo: assim e nunca tinha me machucado". Desse
uma das saídas do transportador pode modo, a prática insegura se transforma em
conduzir diretamente a uma área de tráfego; hábito e nem se volta a pensar nisso.
ou o pó soprado pelo transportador pode
reduzir a visibilidade ou entrar nos olhos e O problema com essa linha de pensamento
vias respiratórias. Embora esses itens possam é o trabalhador começar a confiar mais em
ter suas próprias questões de segurança, a sua si mesmo do que nas estatísticas. O peculiar
interação com uma correia transportadora cria das estatísticas é que o incidente que está
riscos de ferimentos ou morte. sendo estudado acabará por acontecer se o
ato for repetido muitas vezes. Se ocorrer um
Operações subterrâneas ferimento a cada um por cento do tempo em
Muitos transportadores estão no subsolo. que uma prática insegura é levada a cabo,
A manutenção desses transportadores apresenta basta que esse evento ocorra 99 vezes para
os riscos associados aos transportadores, bem que se possa matematicamente esperar um
como os riscos característicos de um ambiente ferimento. Trabalhar em condições perigosas
subterrâneo. Esses riscos podem incluir, ou em uma instalação em que a cultura de
segurança é deficiente, e ainda praticar atitudes

26
Zonas de risco dos transportadores de correia | Capítulo 2

imprudentes, faz com que um acidente seja


CONCLUSÕES
apenas uma questão de tempo.
Conhecimento dos riscos
Incômodo atrativo
Embora o sistema transportador de correia
Como muitos transportadores estão localizados seja a artéria principal de maior parte das
ao ar livre e podem ser vistos de propriedades operações de manuseio de material a granel, o
vizinhas ou vias públicas, eles criam o que se interesse real com o design e a segurança não
pode chamar de um "incômodo atrativo". mudou muito desde a sua criação. Há muitos
acessórios para ajudar na segurança, mas uma
No direito, a doutrina do attractive-nuisance correia transportadora ainda assim é uma
(incômodo atrativo) indica que o dono de máquina perigosa. 1
uma propriedade que cria ou autoriza a
existência de uma condição perigosa e atraente O segredo para se trabalhar com um cavalo
para crianças é responsável por ferimentos e não se machucar é conhecer os riscos.
resultantes, mesmo que os feridos sejam Trabalhar com um transportador e não se
invasores. O exemplo mais comum é o de uma ferir é muito parecido. Essa seção deve ter
piscina, mas a doutrina poderia ser aplicada ajudado o leitor a se conscientizar sobre os
a virtualmente qualquer coisa que esteja na vários riscos físicos associados especificamente
propriedade de algum proprietário de terras. a transportadores.
Ela foi criada para responsabilizar proprietários
de terras pelos danos causados por eventuais
carros abandonados, pilhas de madeira ou de
areia e trampolins.

No caso de transportadores, pessoas alheias aos


funcionários, sejam elas crianças ou adultas,
podem ser atraídas a escalar a estrutura para
observar os arredores ou para andar pelas
passagens. Ao fazer isso, eles podem entrar em
contato com as peças em movimento e outros
perigos de transportadores.

Apesar de a jurisprudência do incômodo


atrativo normalmente não se aplicar a adultos,
é melhor proporcionar barreiras adequadas
para impedir a entrada de qualquer visitante,
em vez de esperar que um visitante não
convidado mova processos caso venham a
sofrer algum ferimento.

Não são apenas os trabalhadores da planta


que estão expostos aos riscos relacionados
aos transportadores. Os transportadores
apresentam riscos secundários para o meio
ambiente, animais e pessoas que vivem ou
passam pelas redondezas do transportador,
principalmente ruído e pó.

27
1

Capítulo 3 Práticas inseguras ao trabalhar


com transportadores
INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26 INTRODUÇÃO
Atitudes dos gestores que colocam Além de todas as zonas de risco físico dos
os funcionários em risco . . . . . . . . . . . 27 transportadores, como discutido na seção
anterior, os trabalhadores também podem ser
Atitudes dos próprios funcionários
feridos por suas próprias ações ou omissões.
que os colocam em risco . . . . . . . . . . . 27
Aqui serão apresentadas as informações
O poder multiplicador das coletadas sobre as práticas de trabalho
práticas de trabalho inseguras . . . . . 36 inseguras mais comuns. Como na seção
anterior, esta lista de práticas é exibida na
CONCLUSÕES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36 ordem determinada por consenso, de acordo
com as opiniões dos funcionários da Martin
Engineering que trabalham regularmente
com correias transportadoras. As práticas
consideradas mais perigosas estão listadas
primeiro.

Ninguém vai para o trabalho pensando em


sofrer uma lesão como resultado de um ato
inseguro. Ao investigar acidentes, o caminho
mais fácil é listar a causa do acidente como um
ato inseguro. Na verdade, a causa do problema
é muito mais complexa do que simplesmente
um funcionário trabalhando sem segurança.

26
Práticas inseguras ao trabalhar com transportadores | Capítulo 3

O entendimento de que a única causa de mesmo, remotamente. Porém, há regras que


um acidente é um ato inseguro é obtido a proíbem tal atividade.
partir de um ponto de vista retrospectivo,
e como sabemos, a retrospectiva é perfeita. Na verdade, muitas vezes é mais seguro realizar
O corolário é que, nesse caso, a antecipação algumas tarefas de rotina durante a operação,
também deve ser perfeita. Portanto, afirmar em vez de realizá-las durante períodos de
que um ato inseguro foi a única e exclusiva parada do equipamento, quando diversas
causa que levou a uma lesão significaria dizer atividades não rotineiras são executadas e há
que o trabalhador sabia antecipadamente que vários riscos temporários associados presentes.
a referida ação resultaria em ferimentos e a A avaliação de riscos é a forma ideal de
concluiu intencionalmente. preencher a lacuna entre os trabalhadores
1
e os gestores quando as regras precisam ser
Geralmente, acidentes são o resultado de uma analisadas.
complexa combinação de probabilidades e
decisões relacionadas a riscos/recompensas,
e não apenas o resultado de um único ato Atitudes dos próprios
inseguro. Alguém poderia dizer, por exemplo, funcionários que os
que, não fosse pelo ato inseguro, a lesão colocam em risco
poderia não ter ocorrido. Seguindo a mesma
lógica, também poderíamos dizer: se o projeto Desrespeito ao sistema do
fosse mais seguro; se a manutenção fosse transportador
adequada; se houvesse menos pressão para Um transportador de correia é uma máquina
produzir; se não houvesse um limite de tempo de alta potência, com milhares de peças
para concluir o trabalho... O acidente não teria móveis. Essas peças móveis podem ferir
ocorrido. Investigações de acidentes adequadas gravemente um trabalhador, em situações
e aprofundadas geralmente chamam a atenção que se desenrolam muito rapidamente.
para a cultura de segurança, a gestão e as Sempre há a tentação de pensar: "Eu sou
normas e objetivos conflitantes da empresa. mais rápido do que o transportador" ou "Eu
Devido à complexidade desses fatores, isso sempre consigo evitar o perigo". Porém, na
pode resultar em tomadas de decisão por parte verdade, os movimentos do transportador são
do trabalhador que parecem lógicas no calor extremamente rápidos.
do momento, se levarmos em consideração
todas as pressões e estímulos externos. O elemento da complacência também
influencia os trabalhadores. Uma prática
Atitudes dos gestores que insegura repetida várias vezes se torna um
colocam os funcionários em risco hábito perigoso. O hábito se torna tão
arraigado, que o trabalhador pode nem mesmo
A "gestão por decreto" é fácil, porém, ineficaz.
perceber que o tem. Os seres humanos tendem
Faz parte da natureza humana resistir à
a se apropriar dos hábitos, sejam eles bons ou
autoridade e, quando as regras atrapalham a
ruins, a ponto de se sentirem ameaçados caso o
conclusão das tarefas, elas podem se tornar
hábito seja questionado.
"regras absurdas", que todos ignoram.
Conforme os projetos e a tecnologia mudam, a Um transportador de correia é potente, rápido
gestão precisa ouvir os funcionários e atualizar e perigoso. E pensamentos como: "Eu sou mais
as regras e práticas de segurança. rápido do que o transportador" ou "Sempre
fiz as coisas assim e nunca aconteceu nada"
Hoje, muitos componentes podem ser
ou, ainda, "Eu nunca seria ferido ao trabalhar
projetados para que sua manutenção seja
com um transportador, pois trabalho com
realizada de maneira segura, durante o
eles há muito tempo", não mudarão essas
funcionamento do transportador, ou, até
características dos transportadores.

27
Seção 1 | Perigos e áreas de risco

Devido ao seu movimento, o transportador quanto um leão. A questão não é "se" um


pode induzir a um estado hipnótico, o que acidente vai ocorrer, mas, "quando". E ele
faz o trabalhador perder a concentração. Ele ocorre quando o trabalhador perde o respeito
parece tão inofensivo quanto um gatinho pela potência e pela constante instabilidade do
ronronando, mas é tão imprevisível e perigoso transportador.
Figura 3.1. Esquecer essas simples verdades sobre os
Trabalhar com transportadores tem contribuído para muitas
transportadores lesões e mortes.
de correia em
funcionamento, ou O trabalho próximo a transportadores
1 próximo a eles, pode em movimento
provocar ferimentos
graves e mortes. As estimativas da Martin, obtidas a partir dos
dados coletados pela MSHA (Mine Safety
and Health Administration, Administração
de Segurança e Saúde em Mineração) e
Figura 3.2.
registados entre 1995 e 2011, mostram que
ocorreram 57 mortes envolvendo correias
O levantamento
transportadoras em minas dos Estados Unidos.
inadequado apresenta
Dessas fatalidades, a Martin estima que 66%
riscos de lesões para
ocorreram enquanto a correia estava em
os trabalhadores
que trabalham com movimento. Os trabalhadores envolvidos
transportadores ou ficaram presos a um componente móvel ou
próximos eles. foram esmagados por uma peça móvel do
equipamento. A grande maioria dessas mortes
foi o resultado da execução de trabalhos de
manutenção ou limpeza em transportadores
totalmente energizados e com capacidade de
deslocamento. (Figura 3.1.)

Essas mortes foram causadas pela combinação


de duas práticas. A primeira é a execução de
manutenção sem que o transportador seja
travado, etiquetado, bloqueado e testado
devidamente. Outra prática insegura é tocar
a correia do transportador em movimento
Figura 3.3.
usando algum tipo de ferramenta. Quando
Tomar "atalhos", esses dois fatores são combinados, os
como passar sob um resultados geralmente são extremos e,
transportador de correia frequentemente, fatais. Até mesmo o trabalho
em funcionamento, pode
em transportadores desligados, porém não
resultar em ferimentos.
travados, pode levar a uma tragédia. O que
essas estatísticas não evidenciam, são fatores
como a cultura da empresa, a pressão do prazo
para a conclusão do trabalho, o treinamento
fornecido ao trabalhador lesionado e assim por
diante. Frequentemente, esses e outros fatores
contribuem para o acidente tanto quanto os
atos inseguros.

28
Práticas inseguras ao trabalhar com transportadores | Capítulo 3

Levantamento inadequado podem cair sobre o trabalhador, causando


ferimentos ou a morte. Há grande
Em uma instalação industrial, há muitos itens probabilidade de que um derramamento
que podem oferecer riscos quando levantados. ou material de retorno faça o trabalhador
No decorrer do processo de manutenção do escorregar, resultando em distensões
transportador, o trabalhador pode precisar musculares ou em lesões mais graves.
levantar e transportar equipamentos. (Figura
3.2.) Práticas inseguras incluem tentar levantar Passar sobre o transportador sem a utilização
um item mais pesado do que o trabalhador é de uma estrutura de passarela projetada e
capaz de suportar e não usar as técnicas aceitas designada para essa finalidade também oferece
para um levantamento adequado. Não seguir riscos. A estrutura do transportador não
1
algum dos dois procedimentos pode resultar foi concebida para suportar o peso de uma
em lesões para o trabalhador; não seguir pessoa; ela destina-se apenas à instalação dos
ambos, só aumenta essa probabilidade. componentes e à sustentação da carga. Há
grande potencial de escorregões e quedas. Na
Além disso, uma perda do equilíbrio ou melhor das hipóteses, o trabalhador poderá
uma queda próximo a um transportador cair no chão; na pior delas, o trabalhador
em movimento, como o resultado do cairá sobre a correia do transportador. Se o
levantamento de um item pesado ou de transportador estiver em funcionamento,
maneira desajeitada, só aumenta o risco o trabalhador será carregado no sentido
potencial. da correia. Isso pode resultar em contato
Atravessar o transportador de maneira com a estrutura do transportador e com os
insegura componentes de rolagem, ou o trabalhador
pode ser lançado para fora do transportador
Correias transportadoras geralmente são na descarga. É muito provável que o
muito extensas e dividem as instalações de deslocamento no transportador, juntamente
produção. (Figura 3.3.) Com frequência, os com o material, resulte em ferimentos.
trabalhadores precisam atravessar a esteira do Figura 3.4.
transportador para chegar até uma área que
O uso de vestuário
necessite de manutenção. Para poupar tempo,
impróprio é uma prática
é possível que o trabalhador tente atravessar o
de segurança inadequada
transportador, passando por cima ou por baixo para qualquer tipo de
da esteira. operação industrial.
Passar sob o transportador oferece vários riscos.
Os roletes de retorno podem ser considerados
protegidos devido à sua localização. Mas o
que poderia ocorrer se houvesse um acúmulo
de derramamento ou material de retorno na
passagem? Se a cabeça do trabalhador entrar
em contato com a correia do transportador
em movimento, o capacete sofrerá abrasão
rapidamente, resultando em ferimentos
muito graves na cabeça. Se a correia prender
seu capacete ou sua cabeça, o trabalhador
será puxado em direção aos componentes de
rolagem. Passar sob o transportador também
oferece risco de queda de objetos sobre o
trabalhador. O material transportado pela
correia ou os componentes do transportador

29
Seção 1 | Perigos e áreas de risco

Quedas de locais altos frequentemente abrasivo sobre a pele. Se a bermuda for


resultam em invalidez permanente ou morte. larga, ela pode ficar presa em um dos
componentes móveis do transportador.
Roupas largas e outros trajes As calças não devem ser fabricadas com
inadequados materiais inflamáveis ou que não tenham
As roupas de um trabalhador podem colocá-lo propriedades de autoextinção.
em perigo. (Figura 3.4.) • Camisas largas: camisas com itens
pendurados podem ficar presas nos
Certos tipos de roupas devem ser evitados ao
componentes do transportador. As
trabalhar próximo a correias transportadoras.
camisas devem ser fabricadas em tecidos
Muitos desses itens de vestuário são eliminados
com propriedades retardadoras de
através do uso de equipamentos de proteção
chamas.
individual (EPIs) adequados, porém, outros
não são cobertos pelos EPIs. • Casacos com capuz: o cordão do capuz,
ou o próprio capuz, pode ficar preso no
• Sandálias abertas: um ambiente equipamento. A peça pode ser inflamável.
industrial oferece muitos perigos para os
• Vestuário pouco visível: o vestuário do
pés do trabalhador. Itens sobre o assoalho
trabalhador pode apresentar cor escura ou
podem perfurar o pé. Itens pesados
se misturar ao ambiente circundante. Isso
podem cair sobre os pés do trabalhador.
resultará na redução da visibilidade dos
Itens quentes podem queimar a pele
operadores dos equipamentos pesados.
exposta. Calçados que não protejam
Se eles não puderem ver o trabalhador,
completamente o trabalhador constituem
isso significa que o trabalhador estará em
um perigo.
perigo.
• Bermudas: embora em algumas
• Óculos escuros ou corretivos: diversos
empresas ou países seja permitido o uso
tipos de objetos lançados podem causar
de bermudas, elas deixam expostas uma
danos à visão do trabalhador caso seu
grande porção das pernas do trabalhador.
olho seja atingido. Óculos de grau
Itens quentes podem causar queimaduras.
e escuros devem ter as propriedades
Componentes móveis podem ter efeito
inquebráveis dos óculos de proteção.
Sem as proteções laterais, esses óculos
Figura 3.5.
não protegem contra o lançamento de
O uso de cabelos detritos, como é o caso dos óculos que
compridos e soltos contam com essas proteções.
próximo às peças móveis
de um transportador Ás vezes, óculos corretivos e escuros
em operação representa podem ter cordões. Esses cordões
risco de lesões. representam um risco caso fiquem presos
nas peças móveis do transportador.
• Chapéus e bonés: chapéus de tecido não
protegem o trabalhador contra quedas
de objetos ou objetos lançados. Alguns
chapéus têm cordões que podem ficar
presos.
• Cordões: crachás de identificação
geralmente ficam presos ao vestuário
do trabalhador ou são pendurados por
cordões em volta do pescoço. Esses
cordões podem ficar presos, como

30
Práticas inseguras ao trabalhar com transportadores | Capítulo 3

qualquer outro item pendente. Se o confinado é qualquer compartimento


cordão não se partir, o trabalhador poderá suficientemente grande e configurado para
ser puxado em direção aos componentes que um funcionário possa entrar e executar
móveis do sistema do transportador. Os os serviços atribuídos a ele; a entrada ou a
cordões devem ser feitos com materiais saída é limitada ou restrita, e o espaço não é
que possam ser rompidos. projetado para ser ocupado continuamente
• Anéis e outras bijuterias: as bijuterias pelos funcionários. Há norma (NR33) muito
podem representar um perigo, muitas específicas aplicáveis ao trabalhador durante
vezes negligenciado, para o trabalhador e sua permanência no espaço confinado. A não
para todo o processo. observância dessa norma pode resultar em
riscos maiores ou na morte do trabalhador. 1
Se um anel ficar preso a uma ferramenta Erros comuns ao trabalhar em espaços
giratória ou a um componente móvel confinados incluem:
do transportador, isso poderá ocasionar
a amputação de todo o dedo ou o • Entrar em um espaço confinado sozinho.
trabalhador poderá ser puxado em • Não verificar os níveis de gases no espaço
direção à máquina. Brincos e colares confinado.
oferecem riscos similares. Na improvável
eventualidade de que um anel fosse • Falha em garantir que outros sistemas no
composto por material ferroso, ele espaço confinado estejam desenergizados.
poderia ser atraído pelos fortes ímãs do
sistema e poderia sofrer aquecimento,
causando queimaduras. Figura 3.6.
Soluções improvisadas e atalhos Pegar carona em um
transportador pode ser
Um trabalhador inteligente e criativo vai perigoso, mesmo em
inventar maneiras de acelerar ou facilitar o locais onde a carona é
trabalho. Alguns desses atalhos ignoram os uma prática aceita.
componentes de segurança e os procedimentos
de trabalho adequados, colocando, assim, o
trabalhador em perigo.

A mais comum dessas soluções improvisadas


envolve o travamento inadequado da correia Figura 3.7.
do transportador. A finalidade de um Obstruções, como
travamento é desenergizar todas as fontes de componentes descartados
energia, sejam elas latentes ou ativas. Existem ou ferramentas
vários tipos de falhas nos procedimentos deixadas próximas ao
de travamento, com variações entre o transportador, podem
desrespeito aos requisitos de travamento, constituir risco de
passando pelo trabalho em transportadores acidentes envolvendo
em movimento, até a interrupção inadequada quedas e escorregões.
do funcionamento do transportador. Um
exemplo de procedimento inadequado seria
puxar o cabo de parada de emergência e supor
que o transportador está desenergizado.

Outro improviso comum consiste em entrar


em um espaço confinado sem seguir os
procedimentos estabelecidos. Um espaço

31
Seção 1 | Perigos e áreas de risco

Cabelos soltos transportador, para que seja carregado para


outras partes das instalações, rapidamente. Essa
Entre as mudanças da moda e a presença de prática é conhecida como "pegar carona no
mais mulheres no local de trabalho, cabelos transportador". (Figura 3.6.)
compridos têm sido cada vez mais comuns
entre os trabalhadores. (Figura 3.5.) Porém, o Esse transporte não conta com os benefícios
uso de cabelos compridos e soltos próximo aos de contenções, nem mesmo de assentos.
componentes do transportador representa um O trabalhador não tem controle sobre a
risco. velocidade e não tem a capacidade de parar o
transportador em caso de perigo.
Se o cabelo ficar preso em uma peça móvel,
ele será puxado em direção ao componente O trabalhador também pode bater em
móvel. Um eixo padrão gira em 3.600 rotações algum item fixo obstruindo o caminho do
por minuto. Se esse eixo tiver 75 milímetros transportador.
[≈3 pol.] de diâmetro, o movimento de sua
superfície será de 14,14 metros por segundo A saída do transportador é outra questão
[≈94,25 pés/s]. Se fios de cabelo de 450 que deve ser considerada. Saltar de um
milímetros [≈18 pol.] de comprimento transportador em movimento pode resultar
ficassem presos, eles seriam inteiramente em ferimentos devido à queda. O conceito
enrolados ao redor do eixo em apenas 0,03 de inércia indica que, quando a pessoa pular
segundos. do transportador, ela aterrissará e continuará
se movendo na direção do movimento do
Na melhor das hipóteses, os fios de cabelo transportador, mantendo aproximadamente a
seriam quebrados, e o trabalhador sofreria mesma velocidade.
apenas um leve incômodo. Ou várias mechas
de cabelo poderiam ficar presas, e partes do Em alguns países, incluindo Alemanha, África
couro cabeludo seriam arrancadas. Na pior do Sul e Reino Unido, algumas instalações
das hipóteses, o cabelo não quebraria, o couro usam "transportadores para transporte
cabeludo não seria arrancado e a cabeça do humano" como um método apropriado para
trabalhador saria puxada em direção ao eixo que os trabalhadores cheguem às suas estações
rotativo. de trabalho. Para garantir a segurança, essas
instalações devem contar com transportadores
Transporte humano no transportador especialmente projetados para essa finalidade
de correia ou, pelo menos, estações de embarque e
desembarque especiais. Além disso, deve ser
Em vez de caminhar, um trabalhador
fornecido treinamento especial para orientar
pode ficar tentado a pegar uma carona no
os trabalhadores quanto ao embarque, trajeto
Figura 3.8. e desembarque seguros. (Consulte o Capítulo
22 Transportadores para transporte
A remoção das proteções,
e a não recolocação das
humano.)
mesmas após a conclusão Em qualquer lugar, mesmo com treinamento
dos procedimentos de
especial, restrições à velocidade da correia e
manutenção, pode
outros recursos de segurança especiais, pegar
constituir um risco
quando o transportador
carona em um transportador é uma prática
é reiniciado. arriscada e perigosa. A carona é uma herança
de uma época em que a preocupação com a
segurança do trabalhador era muito menor.
A carona deve ser proibida.

32
Práticas inseguras ao trabalhar com transportadores | Capítulo 3

Obstruções que está acontecendo. Esses valores se somam


ao 0,54 metro [≈21 pol.] de deslocamento
Tudo o que estiver no trajeto de deslocamento do tempo de reação normal. Essa distância
do trabalhador é uma obstrução. (Figura adicional pode significar a diferença entre
3.7.) Elas podem variar entre acúmulos de ferimentos leves, ferimentos graves ou a morte.
derramamentos, itens sobre as passarelas ou nas
áreas de trabalho, bem como itens suspensos. Além do tempo de reação retardado, muitas
Obstruções podem representar diversos riscos. substâncias, incluindo medicamentos
Elas podem apresentar uma oportunidade para legalmente prescritos, podem prejudicar
escorregões e quedas. Se a obstrução estiver o discernimento, afetar o equilíbrio e, até
no meio da passagem, o trabalhador precisará mesmo, alterar a percepção da realidade.
1
desviar dela. Se o trabalhador decidir passar
mais próximo do transportador, essa decisão o
Figura 3.9.
coloca mais próximo do perigo. Uma mesma
obstrução sempre oferecerá os mesmos riscos. Equipamentos de
Uma obstrução não removida é tão perigosa segurança negligenciados
(como o cabo partido
quanto uma recém-descoberta.
deste cabo de parada
Sonolência de emergência)
constituem um risco.
Um princípio básico do setor é que um
trabalhador médio tem um tempo de reação
de 0,36 segundos. Se esse trabalhador ficar
preso a uma correia do transportador com
Figura 3.10.
deslocamento de 1,5 metro por segundo
[≈300 fpm], ele será carregado por 0,54 metro A ocorrência de
eventos incomuns em
[≈21 pol.] antes mesmo de perceber o que
uma fábrica, ou nas
aconteceu. Como já foi dito anteriormente,
proximidades, pode levar
esse é um risco por si só.
a situações inesperadas
As estimativas da Martin, obtidas a partir de e potencialmente
perigosas envolvendo os
um estudo sobre o assunto, concluem que
sistemas transportadores
a privação de sono moderada, de apenas 22
de correia.
horas, pode retardar o tempo de reação em
9,3%. A privação de sono torna ainda mais
arriscada uma situação que já é perigosa.

Abuso de substâncias
A pesquisa sobre sonolência indica que ficar
acordado por 22 horas pode retardar o tempo
de reação em 9,3%. Esse tempo de reação é FIG. 2.3.17

praticamente idêntico ao de uma pessoa com Figura 3.11.


0,05% de álcool no sangue. O aumento no No "mundo real" das
nível de álcool no sangue para 0,1% retarda operações das fábricas,
o tempo de reação em 16% em comparação os trabalhadores podem
com um trabalhador sóbrio e alerta. Em uma ser apresentados com
correia com deslocamento de 1,5 metro por prioridades conflitantes,
o que resulta em um
segundo [≈300 fpm], isso seria o equivalente
desvio no desempenho
a 0,08 metro [≈3 pol.] de percurso adicional
e leva a incidentes
antes que o cérebro fosse capaz de registrar o relacionados à segurança.

33
Seção 1 | Perigos e áreas de risco

Todos esses fatores podem ser perigosos, Transporte de materiais tóxicos sem
ou mesmo fatais, ao trabalhar com correias os devidos avisos
correias transportadoras.
Sistemas transportadores podem ser utilizados
Áreas de trabalho sem sinalizações/ para transportar materiais a granel perigosos
proteções removidas e não contendo componentes nocivos, como a
reposicionadas sílica. Embora esses produtos químicos sejam
perigosos por si sós, ignorar a extensão do
Quando um trabalhador realiza um reparo em
perigo pode colocar o trabalhador em risco.
um dos componentes do transportador, ele
Se a gestão conhece os riscos do material
pode remover os dispositivos de proteção ou
transportado, mas não toma as medidas
1 alterar alguma parte do sistema. (Figura 3.8.)
adequadas para informar o trabalhador de
Se a área de trabalho não estiver devidamente
maneira clara e concisa ou não mantém os
identificada, as pessoas próximas a ela não
sistemas de controle apropriados, o trabalhador
saberão sobre os perigos potenciais. As pessoas
pode estar exposto a uma ameaça.
nas proximidades podem ficar expostas aos
riscos presentes sem nem mesmo saberem Cabos de emergência partidos
sobre eles. Isso pode ser perigoso, e até e outros sistemas de controle e
mesmo fatal, para o trabalhador que executa a segurança negligenciados
manutenção e para as pessoas próximas.
Os cabos de parada de emergência são o
A remoção de qualquer tipo de dispositivo último recurso do trabalhador caso a correia
de proteção sem autorização também é algo precise ser parada. Se um trabalhador ficar
arriscado. As proteções são projetadas e preso ou se a paralisação da correia puder
instaladas para proteger o trabalhador contra impedir a destruição de um equipamento,
riscos evidentes. Se essa proteção for removida, os cabos de emergência permitirão que um
o trabalhador fica exposto a um risco que já trabalhador próximo à correia interrompa
foi identificado. A alteração dos controles de o funcionamento do transportador. Como
segurança anula sua finalidade. dito anteriormente, não há muito tempo
para reagir, então, o trabalhador precisa
de uma forma de paralisar o transportador
rapidamente. Se o cabo estiver partido, a chave
não estiver funcionando ou o sistema estiver
desativado, isso significa que o trabalhador não
terá o último recurso de proteção disponível
Figura 3.12.
para ele. (Figura 3.9.)
O conhecimento do 1
setor indica que, para Mortes
cada morte, ocorrem
números cada vez 30
maiores de casos de dias Casos de dias de
de trabalho perdidos, trabalho perdidos
lesões, quase acidentes
e comportamentos
300
Incidentes reportáveis
perigosos.

3000
Quase acidentes (estimados)

300.000
Comportamentos de risco (estimados)

34
Práticas inseguras ao trabalhar com transportadores | Capítulo 3

Infelizmente, é uma prática comum desligar ou que precisa ser executada, pode, na verdade, ser
ignorar os dispositivos de controle e segurança, a causa da falha de segurança do trabalhador.
que podem causar paradas inconvenientes do
transportador. Os controles mais comumente O atual ambiente industrial incentiva uma
ignorados são a chave de nível de chute e a mentalidade e um modelo de negócios
chave de desvio. Um sensor de chute obstruído baseados na produção. O tempo destinado
ignorado é, muito provavelmente, o resultado à execução de tarefas básicas de manutenção
de altos níveis frequentes de material no chute. e reparo está cada vez menor, e os próprios
Porém, quando o problema não é apenas a trabalhadores ainda não percebam isso.
moega sobrecarregada, e o chute transborda de Poucas instalações contam com equipes
verdade, há muitos riscos possíveis. Esses riscos de manutenção adequadas: há apenas
1
incluem o deslizamento da correia, resultando pessoal suficiente para executar reparos nos
em incêndios; a ruptura da correia, resultando equipamentos mais importantes, deixando
em paradas prolongadas do equipamento; ou, muitos dos componentes relacionados à
ainda, grandes quantidades de derramamentos. segurança indefinidamente sem manutenção.
Isso ocorre porque a produção é a principal
Eventos incomuns que aumentam os preocupação, e o transportador funciona
riscos mesmo sem manutenção.

Um trabalhador não é capaz de estar preparado O setor e, igualmente, os trabalhadores


para todas as emergências. (Figura 3.10.) estão se adaptando a esse ritmo acelerado,
Eventos imprevisíveis, como um acidente com trabalhando de maneira mais inteligente e
um caminhão de mineração, um incêndio criando formas de trabalhar mais rapidamente.
na fábrica ou uma forte tempestade elétrica, Fornecedores de produtos industriais também
podem levar um trabalhador a buscar abrigo estão oferecendo soluções mecânicas para o
próximo a uma correia do transportador em problema do tempo reduzido.
movimento. Uma emergência mais grave
pode fazer com que o trabalhador esqueça que Além da pressão do prazo sobre as tarefas de
o transportador está em funcionamento e é manutenção, existem também as questões
perigoso. Um evento mais perigoso do que o relacionadas ao trabalho. Se os trabalhadores
transportador não elimina o risco do próprio que normalmente realizariam a manutenção
transportador. forem eliminados, os funcionários restantes
precisarão trabalhar ainda mais rápido; caso
Falta de concentração/desatenção do contrário, algumas tarefas de manutenção
trabalhador deixarão de ser executadas.

Além dos riscos físicos de um transportador Em um ambiente como esse, tomar atalhos
e das práticas inseguras comuns ao trabalhar para concluir o trabalho antes do prazo é
próximo a um deles, um trabalhador pode uma grande tentação. Um trabalhador será
se colocar em perigo devido à falta de analisado, recompensado ou corrigido com
concentração. (Figura 3.11.) base na eficácia da solução e na duração
do trabalho. Para cumprir essas metas, o
Quando o trabalhador está concentrado trabalhador poderá sacrificar a segurança, o
exclusivamente na conclusão de uma tarefa, que, se nada der errado, passará despercebido.
ele pode esquecer dos detalhes específicos
do trabalho. As primeiras que acabam sendo Porém, infelizmente, pegar atalhos
eliminadas são as tarefas redundantes e aquelas esporadicamente leva ao estabelecimento de
relacionadas à segurança. Essas omissões dão hábitos perigosos. E hábitos perigosos levam a
origem a atalhos, e os atalhos podem levar a ferimentos e mortes.
ferimentos ou à morte. A própria concentração
que permite que o trabalhador conclua a tarefa

35
Seção 1 | Perigos e áreas de risco

O poder multiplicador das CONCLUSÕES


práticas de trabalho inseguras A importância das
Algumas vezes, acidentes ocorrem devido a
práticas de trabalho adequadas
uma combinação de várias práticas de trabalho Em um estudo de 2003, a ConocoPhillips
inadequadas. Um dos relatórios sobre mortes Marine encontrou uma correlação entre mortes
(Fatalgram, em inglês) da MSHA relata uma e práticas inseguras. O estudo mostrou que,
morte ocorrida em uma mina, em 1999: um para cada morte, existem cerca de 300.000
trabalhador entrou sozinho em uma área sem comportamentos perigosos. (Figura 3.12.) A
proteção, em um espaço confinado próximo pesquisa também quantificou afastamentos
1 a um transportador em funcionamento, por acidentes, incidentes reportáveis e quase
que não havia sido travado. As roupas do acidentes. Essas são variáveis independentes.
trabalhador ficaram presas na polia traseira do Portanto, isso não significa que o Incidente
transportador. Quatro práticas inseguras e duas de afastamento por acidente número 31 será
áreas desprotegidas formaram a combinação uma morte. Os números indicam que há uma
que resultou em um evento catastrófico. probabilidade estatística de morte para cada 30
Qualquer fator individual poderia ter levado dias de trabalho perdidos.
a ferimentos ou mesmo à morte, mas a
combinação certamente se revelou fatal. Se o Como resultado, do ponto de vista estatístico,
risco foi multiplicado ou se, simplesmente, a forma mais eficaz de reduzir as mortes é
esse trabalhador em particular demonstrou reduzir os comportamentos perigosos.
falta de conhecimento em relação às práticas
de trabalho adequadas ou uma tendência
a ignorar as práticas recomendadas, é algo
discutível. De qualquer maneira, o resultado
foi a morte.

36
Práticas inseguras ao trabalhar com transportadores | Capítulo 3

37
PROBLEMAS COM O
Botões e sensores | Capítulo 4
Seção 2
TRANSPORTADOR E SOLUÇÕES DE
PROBLEMAS DOS COMPONENTES
Capítulo 4
Botões e sensores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
Capítulo 5
Alarmes de inicialização . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
Capítulo 6
Cabos de parada de emergência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71
Capítulo 7
Batentes, freios de retorno e travas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 86
Capítulo 8
Coberturas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 100
Capítulo 9 2
Passarelas para passagem sobre e sob o transportador . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 108
Capítulo 10
Proteções . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 120
Capítulo 11
O mito da “proteção devidoà localização” . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 146
Capítulo 12
Proteções dos roletes de retorno . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 152
Capítulo 13
Tensores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 162
Capítulo 14
Proteção contra a queda de materiais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 176
Capítulo 15
Transportadores, correias e incêndios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 180
Capítulo 16
Iluminação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 226
Capítulo 17
Pó . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 238
Capítulo 18
Acesso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 254
Capítulo 19
Os riscos relacionados a ruídos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 270
Capítulo 20
Sinalização . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 284
Capítulo 21
Segurança dos sistemas elétricos ao trabalhar com transportadores . . . . . . . . . 298
38
2

Capítulo 4 Botões e sensores


INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36 INTRODUÇÃO
Sistemas de parada de emergência . . . 41 A detecção de uma necessidade
Diversas opções de botões, sensores,
Chaves de alinhamento
detectores e alarmes podem ser instaladas
da correia ou de desvio . . . . . . . . . . . . 41
nos transportadores. Esses controles são
Chaves de escorregamento da comumente utilizados em transportadores,
correia (velocidade zero) . . . . . . . . . . . 44 e foram projetados para avisar sobre uma
condição insegura, ou potencialmente
Detectores de nível do silo e insegura, ou servir como um método
de chute obstruído . . . . . . . . . . . . . . . . 47 emergencial para desligar o transportador
Aviso de ventos fortes . . . . . . . . . . . . . 50 em pontos próximos a zonas de perigo. Eles
são dispositivos de proteção encontrados
Sensores de calor e detecção dentro dos circuitos de controle, concebidos
de incêndios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50 para serem acionados pelo material a granel,
pelo movimento do transportador, ou pelo
Outros sensores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54 comando direto de um trabalhador. Muitos
CONCLUSÕES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55 deles oferecem a dupla vantagem de preservar
o equipamento e proteger as pessoas contra
os riscos no transportador. Neste capítulo,
discutimos os benefícios do equipamento, mas
nossa principal preocupação é a redução dos
riscos para os trabalhadores.

A seção 5.7.2.11 Detecção automática de


anomalias da norma europeia DIN EN 620,

39
Botões e sensores | Capítulo 4

Continuous handling equipment and systems conformidade com as normas EN


– Safety and EMC requirements for fixed belt 457:1992, EN 842:1996, EN 61310-
conveyors for bulk materials, especifica: 1:1995, conforme apropriado; ou,
como alternativa e sob circunstâncias
Sempre que necessário, os dispositivos extremas, uma parada poderá ser
de detecção automática de anomalias iniciada automaticamente. Sob
a seguir deverão ser construídos, circunstâncias especiais, transportadores
montados e/ou instalados de modo a de fornecimento interligados podem
minimizar o risco de uma operação ser automaticamente desacelerados
inadvertida: ou parados de maneira controlada e
a) dispositivos de detecção de adequada.
desalinhamento da correia;
O item 5.7.2.2 Dispositivos de segurança da
b) dispositivos de bloqueio do norma EN 620 também registra a importância
transportador, do chute e da moega, de utilizar botões que correspondam às
ou de detecção de sobrecarga; condições da aplicação:
c) dispositivos de detecção de rotação
do eixo [velocidade zero]; Dispositivos de segurança (por exemplo,
dispositivos de acionamento, chaves de 2
d) dispositivos de detecção de baixa posição final, chaves de emergência,,
velocidade da correia [deslizamento reguladores, chaves de travamento,
da correia]; dispositivos de parada de emergência),
e) dispositivos de detecção de calor; devem ser concebidos, selecionados,
f ) dispositivos de detecção de altura e/ posicionados e/ou protegidos para
ou largura. atender às condições do local e às
diversas aplicações do equipamento.
Esta seção indica quais procedimentos devem
ser seguidos caso ocorram problemas: Na norma australiana AS 1755-2000 Conveyors
– Safety requirements, diversos sistemas
Se for detectada uma condição perigosa,
de controle de parada de transportadores
um sinal de advertência claro, sonoro
são identificados como obrigatórios ou
e/ou visual, deverá ser emitido para
recomendados. (Figura 4.1.)
o operador do transportador, em

Figura 4.1.
CONTROLES DE PARADA DE PROTEÇÃO Controles de parada
do transportador,
Obrigatório Problema Sugerido conforme as exigências
Superaquecimento do rolamento X ou recomendações da
norma australiana,
X Deslizamento da correia
agora obsoleta.
X Alinhamento da Correia
X Chute bloqueado
Superaquecimento do freio X
X Liberação do freio
Detecção de incêndios X
X Superaquecimento do acoplamento
hidráulico

40
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

Sistemas de parada de móveis subterrâneas para reduzir acidentes por


emergência esmagamento está sendo aplicado a proteções
para transportadores e a áreas perigosas.
A grande maioria dos transportadores de Entretanto, no manuseio de materiais a granel,
manuseio de materiais a granel têm extensão as chaves de travamento mecânico ainda são,
superior a 2,5 metros [≈8,5 pés] e incorporam seguramente, os dispositivos de parada mais
chaves de emergência acionadas por cabos comuns.
pré-tensionados, ao longo das seções do
transportador, que podem ser acionados pelos MELHORES PRÁTICAS
trabalhadores. (Consulte Capítulo 6 Cabos Sistemas de parada de emergência
de parada de emergência.) Há uma variedade tão grande de combinações
Muitos regulamentos permitam meios de transportadores, configurações de
alternativos de proteção para paradas de transportadores e riscos relacionados
emergência em transportadores particularmente ao manuseio de materiais a granel, que
curtos. Um transportador curto é definido torna-se impossível especificar que todos os
como qualquer transportador cuja extensão transportadores incorporem todos os tipos
integral seja visível da estação de controle. de dispositivos e controles de segurança.
2 Consequentemente, as melhores práticas são:
A norma mais relevante para chaves de parada
de emergência é a NR-12, embora muitas • Todos os transportadores exigem o uso de
normas exijam paradas de emergência, porém sistemas de parada de emergência.
apenas em termos gerais. • Todos os projetos e layouts de
transportadores exigem uma análise de
Na seção 6.1.2., a ASME B20.1-2015 permite: risco para identificar quais dispositivos de
A utilização de controladores de parada aviso de segurança são adequadas.
de emergência portáteis, em vez de
cabos de emergência, botões etc., Chaves de alinhamento
com instalação permanente… para a da correia ou de desvio
equipe de manutenção que faz rondas
em transportadores terrestres. Nos Muitas correias de transportadores perdem o
pontos onde normalmente a equipe fica alinhamento; "desvios" da correia são normais.
situada, os transportadores devem ser Mas quando a correia sofre deslocamentos e
equipados com cabos de emergência, fica muito distante da linha central teórica
ou controladores de parada similares, da estrutura do transportador, esse desvio
instalados de forma permanente. resulta em danos consideráveis e problemas de
segurança.

REGULAMENTOS E NORMAS Desalinhamentos podem causar danos


Sistemas de parada de emergência consideráveis às bordas da correia. Uma
borda de correia danificada pode ficar
Existe tecnologia aprovada para sistemas presa na estrutura do transportador ou nos
complexos, geralmente utilizada no manuseio componentes, ocasionando rompimento no
de pacotes ou em armazéns automatizados, sentido longitudinal da correia. Os elementos
em que as chaves de travamento mecânico estruturais podem rapidamente ser cortados
podem ser substituídas por circuitos ao meio por uma correia do transportador,
redundantes de estado sólido ou circuitos levando a uma falha estrutural. Quedas de
lógicos programáveis. Além disso, o sucesso rolos de retorno já resultaram em graves
dos sensores de proximidade nas máquinas acidentes.

41
Botões e sensores | Capítulo 4

Quando a correia fica muito desalinhada, ela correia, uma borda danificada reduz a eficácia
pode entrar em contato com a estrutura do do dispositivo de segurança.
transportador ou com os compartimentos.
Pode haver atrito entre a correia e o chute de As chaves disponíveis incluem chaves
descarga e a estrutura ao longo da extensão com roletes, limitadores, interruptores de
do transportador. Ambas as condições lâmina, chaves de proximidade ou chaves
podem causar danos à estrutura e levar para fotoelétricas. A operação típica envolve
à geração de calor devido à fricção. A fricção acionamento dos contatos em duas etapas
foi identificada como uma possível fonte de pelo movimento lateral da correia, além dos
ignição em incêndios de correias. Incêndios e limites determinados pelo projeto e pela
falhas estruturais certamente podem resultar operação do transportador. Primeiro, uma
em riscos de segurança e ferimentos. Incêndios série de contatos envia um sinal de aviso de
em correias e falhas estruturais têm potencial desalinhamento da correia quando a correia
para se tornarem eventos graves, levando a apresenta movimentação lateral além de um
desastres para a empresa ou, até mesmo, para limite predefinido, porém com um movimento
toda uma comunidade. menor do que aquele que poderia causar danos
à correia, derramamentos ou danos estruturais.
Na extremidade de carga, a correia pode O sinal de aviso não inicia uma condição de
2
escapar sob as calhas de carga. Após escapar da parada de emergência. Uma segunda série
calha guia, a correia geralmente não retornará de contatos envia um sinal de parada de
para uma posição estável, devido à deformação emergência quando a correia passa dos limites
natural da correia e à pressão das tiras de aceitáveis. Como uma função de controle de
vedação. Se o problema não for corrigido, esse parada de emergência, a redefinição da chave
tipo de desalinhamento pode fazer com que a em si não reinicia o transportador. Os limites
correia se dobre sobre ela mesma. de deslocamento do aviso e da função de
parada de emergência normalmente são ambos
O desalinhamento sob as calhas pode gerar ajustáveis.
derramamentos imediatos e significativos.

Para eliminar os possíveis danos do


desalinhamento, chaves de desvio da correia
são instaladas nas laterais do transportador.
(Figura 4.2.) Sensores de alinhamento da
correia normalmente ficam localizados na
descarga e nas zonas de carga do transportador,
mas podem ser distribuídos ao longo do
equipamento em intervalos, dependendo
da rota do transportador. As chaves de
alinhamento da correia, ou de controle de Figura 4.2.
desvios, são tipicamente instaladas em ambos Posicionada na borda do
os lados da correia nas extremidades de carga transportador, a chave
e descarga dos transportadores, e em outros de desvio desligará o
locais ao longo do transportador, a fim de sistema caso a correia
indicar o desalinhamento da correia além dos apresente movimento
limites aceitáveis. Observe que essas chaves não fora do trajeto desejado.
eliminarão o desvio; elas apenas desligam o
sistema quando o desalinhamento é tão grande
que põe em risco a correia. Como a chave
de desvio da correia é ativada pela borda da

42
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

REGULAMENTOS E NORMAS Os transportadores contínuos devem


Chaves de alinhamento da correia ou possuir dispositivos que interrompam
de desvio seu funcionamento quando forem
atingidos os limites de segurança,
Austrália conforme especificado em projeto,
A recente norma da Austrália que deve contemplar, no mínimo, as
e Nova Zelândia AS/NZS 4024.3611-2015 seguintes condições de: …
Conveyors – Belt conveyors for bulk materials c) desalinhamento anormal da correia
handling oferece instruções para controlar
A norma brasileira NR-12 Segurança no
os desvios da correia nos sistemas, na seção
Trabalho em Máquinas e Equipamentos
2.8.2.6. O trecho observa que os dispositivos
apresenta exigências semelhantes na seção
de alinhamento são necessários para parar
12.92.
qualquer movimento lateral excessivo que
poderia permitir carregamento irregular ou Europa
caso a correia possa entrar em contato com a
estrutura de aço fixa, situações que podem, Em sua discussão sobre a
ambas, causar derramamentos, aquecimento Detecção automática de anomalias, a norma
2 por fricção ou danos à correia e/ou estrutura. europeia DIN EN 620, seção 5.7.2.11, inclui
"dispositivos de detecção de desalinhamento
A norma identifica os seguintes locais para da correia" entre os dispositivos que deverão
instalação de dispositivos de alinhamento: ser instalados.
extremidade dianteira, tensor e polias
traseiras e cabeça da transmissão, bem como África do Sul
nas correias carregadas em um ponto de
A seção 5.2 Estados de
transferência que não esteja próximo a uma
alinhamento da correia, das diretrizes
polia traseira. De acordo com a norma,
Safety Around Belt Conveyors (CMA MS01
os dispositivos devem ser instalados a uma
Rev04/2016) da South African Conveyor
distância de até 5 metros [≈16,5 pés] dos locais
Manufacturers Association (Associação Sul-
onde o desalinhamento afetaria as operações
africana de Fabricantes de Transportadores),
do transportador, como chutes de carga e
indica:
descarga ou estruturas ou componentes críticos
em aço. A norma acrescenta, em seguida, que Caso a borda da correia acione a chave
em casos com risco de movimento da estrutura de alinhamento por um determinado
(como em minas subterrâneas), a distância período, a energia do transportador
entre os dispositivos de alinhamento pode é interrompida e o sistema parado
precisar ser reduzida. imediatamente. Uma adaptação dos
sensores de alinhamento para correias
Além disso, a norma especifica que a redefinição
com cabos de aço realiza medição
do dispositivo de alinhamento deve ser
contínua do deslocamento da borda,
realizada no local onde o dispositivo estiver
denominado "alinhamento da borda".
sido ativado, a menos que outro sistema (como
de televisão em circuito fechado) confirme que O alinhamento da borda das correias
é seguro retomar as operações. por meiode cabos de aço fornece uma
indicação da distribuição da tensão na
Brasil carcaça se suporte dos cabos. Após a
instalação, cada correia de cabo de aço
A norma NR-22 Segurança
apresenta um alinhamento de borda
e Saúde Ocupacional na Mineração, seção
exclusivo de acordo com a revolução da
22.8.3.1., observa:
correia.

43
Botões e sensores | Capítulo 4

Um desvio posterior no deslocamento Em transportadores reversíveis, chaves de


do alinhamento da borda sugeriria um desalinhamento devem ser instaladas em
problema na distribuição da tensão ambos os lados da correia em ambas as polias
do cabo da correia. Entretanto, esses traseiras.
sistemas são relativamente sofisticados
e, geralmente, são instalados somente Em transportadores com centros de polias
em sistemas de transportadores inferiores a 10 metros [≈33 pés], somente
extremamente sensíveis. uma chave em cada lado do transportador é
normalmente exigida.
Estados Unidos
Chaves de desalinhamento devem ser definidas
Nos regulamentos da MSHA para desligar a correia antes que ocorram
(Mine Safety and Health Administration, derramamentos de material, ou antes que a
Administração de Segurança e Saúde em correia entre em contato com a estrutura.
Mineração) e da OSHA (Occupational Safety
and Health Administration, Administração de A equipe de manutenção deve testar as chaves
Segurança e Saúde Ocupacional) dos Estados mensalmente.
Unidos, os requisitos para chaves de parada
são mencionadas apenas em termos gerais. Chaves de escorregamento da 2
As normas do American National Standards
Institute (Instituto Norte-americano de
correia (velocidade zero)
Padrões)/American Society of Mechanical Se a correia escorregar, ou se seu movimento
Engineers (Sociedade Norte-americana de for interrompido, e a polia de acionamento
Engenheiros Mecânicos) ANSI/ASME B20.1, continuar a girar, a temperatura pode
não mencionam chaves de alinhamento da aumentar o suficiente para causar a ignição
correia ou de desvio especificamente. da correia, do revestimento da polia ou de
materiais a granel combustíveis que estiverem
MELHORES PRÁTICAS
nela. A combinação de uma correia sem
Chaves de alinhamento da correia ou
movimento e de uma polia com rotação
de desvio
contínua, também pode indicar uma correia
Chaves de desalinhamento ou de desvio da partida ou emperrada. Se, por algum motivo,
correia, que incorporam acionamento em a tensão na correia estiver abaixo da tensão de
duas etapas, fornecendo um primeiro aviso acionamento necessária uma correia carregada
de desalinhamento da correia e, em seguida, pode escorregar e pode, por exemplo,
a parada de emergência quando a correia derramamentos. O derramamento pode ser
continua desalinhada, devem ser instaladas: considerável, ao ponto de enterrar rapidamente
os funcionários e o equipamento na galeria
• Em ambos os lados da correia, conforme confinada de um transportador.
o deslocamento em direção à polia de
descarga. A maior parte das normas sobre
escorregamento de correias têm como base as
• Em ambos os lados da correia, conforme
necessidades de minas subterrâneas de carvão,
o deslocamento em direção à polia
a fim de evitar incêndios gerados por atrito
traseira.
em situações em que a correia pára, mas a
• Em ambos os lados da correia, conforme polia de acionamento continua a girar, ou
o deslocamento em direção às polias em que a polia pára, mas a correia continua o
intermediárias de acionamento (se deslocamento. Se a correia tiver classificação
usadas). anti-chamas de acordo com a norma DIN EN
ISO 340, isso significa que ela só é capaz de
suportar uma chama ou brasas incandescentes

44
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

por até 15 segundos. Durante esse período, sinal. Quando a correia fica abaixo do ponto
uma correia relativamente lenta operando a de ajuste, um sinal de aviso é normalmente
2,5 metros por segundo [≈500 fpm] se gerado, em oposição a um sinal de parada de
deslocará por 37,5 metros [≈123 pés]. Se o emergência.
incêndio não for detectado, a correia pode ser
queimada e partir, ocasionando um evento Sensores de velocidade do eixo, sensores de
potencialmente catastrófico na forma de um velocidade da polia e sensores de movimento
incêndio ou uma correia fora de controle. da correia podem detectar a direção do
Mesmo que a correia não seja incendiada, a movimento ou a rotação.
resistência de sua carcaça pode sofrer graves Geralmente, sensores de movimento da correia
danos, criando um perigo latente caso o consistem em rodas estreitas, pequenas em
equipamento seja colocado de volta em diâmetro, que são acionadas por mola para
serviço. manter contato com o lado descarregado,
Testes de fricção do tambor, como os das ou "cobertura inferior", da correia, esteja
normas DIN EN 1554 sobre correias para uso ela carregada ou descarregada. Essas rodas
geral, ou BS EN 14973 sobre correias para apresentam um risco de ponto de pressão,
uso subterrâneo, simulam o escorregamento porém, a força de contato é geralmente baixa;
2 de uma correia sobre uma polia emperrada elas são normalmente instaladas no centro da
ou a rotação de uma polia sob uma correia correia, de modo que o risco de ficar preso
do transportador parada. O objetivo do nesse ponto de pressão é mínimo. Cada
teste é medir se a temperatura da superfície situação precisa ser avaliada, mas, em geral, é
permanece abaixo de um valor máximo interessante proteger as chaves de velocidade
requerido após um intervalo de tempo zero e de movimento da correia contra danos e
específico e sob uma tensão específica. Há violação. Essa proteção pode incorporar, com
diferentes testes para correias com cabos de facilidade e ao mesmo tempo, uma proteção
trama e de aço. (Consulte o Capítulo 15 para os funcionários.
Transportadores, correias e incêndios.) A disposição de alguns sensores pode criar
Para determinar com eficácia se a velocidade um risco. Teoricamente, as polias acionadas
do movimento da correia e das polias de devem contar com proteções para evitar
acionamento está correta, é necessário aplicar contato acidental com as projeções das polias
uma combinação de métodos de controle. e eixos giratórios. Na verdade, geralmente são
Existe uma grande variedade de chaves e instaladas proteções fixas, não removíveis, para
sensores que podem executar essas tarefas. proteger o sensor de impulso, mas nenhuma
proteção fixa é instalada para proteger os
Um tipo comum de sensor utilizado para trabalhadores contra as projeções giratórias,
a rotação da polia usa imãs. Esses imãs são que se tornam lâminas giratórias. Já foram
integrados à polia ou fixados na estrutura. relatadas amputações devido a essa disposição.
Conforme a polia gira, os ímãs são detectados
por um sensor, e os impulsos gerados são A Figura 4.3 mostra uma chave de velocidade
proporcionais à velocidade de rotação do zero sem proteção com as projeções soldadas
eixo. Quando o impulso cai abaixo de um no cubo da polia. Essa disposição apresenta um
limite de ponto de ajuste de acionamento, risco de amputação, e também não possibilita
um relé é desenergizado e ativa um alarme. necessariamente que o sensor forneça avisos de
O movimento da correia é frequentemente falhas da conexão do cubo ou do eixo.
monitorado por uma roda que fica em
contato com um lado limpo da correia, o lado
da correia que não fica em contato com o
material a granel, e um dispositivo gerador de

45
Botões e sensores | Capítulo 4

REGULAMENTOS E NORMAS Figura 4.3.


Chaves de escorregamento da correia As projeções soldadas
(velocidade zero) nessa polia do
transportador giram e
Austrália passam pelo sensor de
A norma australiana para velocidade zero para
indicar o movimento
controles de parada para escorregamento da
da polia (e da correia).
correia é apresentada no texto da AS/NZS
Como não há proteções
4024.3611-2015 Conveyors – Belt conveyors
nas projeções, sua
for bulk materials handling. Na seção 2.8.2.2, rotação cria um risco
a norma especifica que controles de parada de segurança.
deverão ser instalados entre a correia e
todas as polias acionadas. O dispositivo de
parada interromperá o transportador se o Um transportador de correia utilizado
escorregamento da correia exceder 10% da em aplicações subterrâneas, ou com
velocidade do projeto do transportador por extensão superior a 15 m [≈50 pés],
um período de tempo determinado, que não e instalado em edifícios ou outras
deverá exceder quatro segundos. estruturas fechadas deve contar 2
com um dispositivo de detecção de
Brasil
escorregamento da correia para parar
A regulamentação brasileira o motor de acionamento em caso de
NR-22 Segurança e Saúde Ocupacional bloqueio ou escorregamento da correia.
na Mineração, inclui, na seção 22.8.3.1,
Europa
"escorregamento anormal da correia em
relação aos tambores" entre as condições que Em sua lista de dispositivos
devem contar com dispositivos instalados para de segurança obrigatórios e recomendados,
interromper as operações do transportador a norma europeia EN 620 especifica que
"quando forem atingidos os limites de as chaves de deslizamento da coreia são
segurança". obrigatórias em minas de carvão subterrâneas
e outros locais perigosos, e recomendáveis em
Canadá
transportadores de superfície.
A norma Occupational Health
Estados Unidos
and Safety Act, de acordo com a publicação
Revised Regulations of Ontario (R.R.O.) 1990, Os regulamentos da MSHA na
Regulation 854 Mines and Mining Plants, seção norma 30 CFR 56/57.4503 indicam:
196, subseção (5), especifica:
Transportadores de correia de superfície
Transportadores em minas subterrâneas dentro de áreas confinadas, onde a
deverão ter, evacuação seria restrita em caso de
a) dispositivos que protejam contra incêndio resultante de escorregamento
escorregamentos excessivos entre a da correia, deverão ser equipados
correia e a polia de acionamento. com um sistema de detecção capaz
de parar automaticamente a polia de
A cláusula CSA Clause M421-11 (R2016) acionamento.
Use of electricity in mines especifica, no item
4.4.3.6, que:

46
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

MELHORES PRÁTICAS Detectores de nível do silo e


Chaves de escorregamento da correia de chute obstruído
(velocidade zero)
Como os transportadores estão cada vez mais
• Instalar sensores de rotação em todas as velozes, o potencial de ocorrências de chutes
polias principais e polias côncavas. obstruídos, que ocasionam importantes
• Não permitir que os geradores de impulso incidentes, aumenta drasticamente. Um
do sensor giratório criem um risco. transportador de alta velocidade típico, isto
• Instalar pelo menos um sensor de é, com deslocamento superior a 5 metros
movimento em cada correia. por segundo [≈1.000 fpm], leva de 10 a 30
segundos para parar. Com transportadores com
• Definir o dispositivo para enviar um capacidades de, e superiores a, 3.000 toneladas
comando de parada de emergência sem por hora [≈2.700 mtph], isso significa que de
atraso, quando a velocidade de rotação 4 a 12 toneladas de materiais a granel devem
ou a velocidade da correia for superior ser acomodados como material de pico no
a ± 10% da velocidade de projeto ou da sistema, para cada transportador na sequência
faixa de velocidade do ponto de ajuste de de desligamento. Devido a limitações de
controle. espaço e custos, poucos silos são projetados
2
• Proteger os dispositivos giratórios e para lidar com esses volumes de material sob
móveis da correia contra danos ou falhas condições de parada de emergência.
decorrentes de materiais a granel fugitivos
e violação. Quando uma moega de saída fica bloqueada,
e o fluxo de materiais a granel continua, o
• Proteger a equipe contra os pontos de transportador age como uma bomba, em que
pressão e cisalhamento criados pela a pressão é limitada apenas pela sobrecarga
instalação dos sensores de rotação e do motor de acionamento principal. Assim,
movimento. os silos continuam a ser preenchidos e
• Testar os sensores de rotação mensalmente transbordam. Potencialmente, isso causa danos
e manter um registro do teste. Reparar ou à moega, correia e qualquer equipamento
substituir imediatamente os dispositivos acessório, e representa uma ameaça de lesões a
avariados. qualquer trabalhador no caminho do material
transbordante.

Geralmente, martelos são usados para bater nas


moegas e chutes bloqueados, em uma tentativa
de criar o fluxo. Toda vez que a parede de uma
moega é deformada pela ação do martelo, o
ângulo efetivo da moega é reduzido na área,
criando um ponto de partida potencial para
um acúmulo rápido de material na moega.
Figura 4.4.
Entupimentos mais frequentes são mais
Um detector de chute prováveis no futuro. Martelar excessivamente
obstruído poderia ter
pode danificar a moega a ponto de separar as
evitado o derramamento
junções soldadas, criando as condições para
que ocorreu quando o
uma falha estrutural potencial.
transportador continuou
em funcionamento. Uma situação típica é mostrada na Figura 4.4.
apesar de um bloqueio
Essa moega de descarga obviamente está cheia
no chute de descarga.
além do limite, as rochas na parte superior
do chute dianteiro indicam o transbordo do

47
Botões e sensores | Capítulo 4

material, e é possível presumir que o chute só em uma sequência de transportadores com


foi suficientemente desobstruído para permitir processos intermediários, ou requisitos de
a retomada da produção. É muito provável que armazenamento de pico.
a plataforma de trabalho esteja sobrecarregada
As tecnologias comuns utilizadas na
muito além da capacidade de carga típica
detecção de nível do chute para sistemas
do projeto de uma plataforma, de 1 a 1,5
de transportadores são as de pá giratória,
toneladas por metro quadrado [≈100 a 150 lb/
pés2].

O colapso dessa plataforma é um risco Proteção contra relâmpagos


potencial para os trabalhadores sobre ou sob
Semelhante à necessidade de proteger os trabalhadores e transportadores
a plataforma. Os grandes fragmentos vistos
contra ventos fortes, é a necessidade de reduzir os riscos associados aos
aqui podem cair devido à vibração normal da
relâmpagos.
máquina, resultando em um risco de queda de
materiais. Transportadores, por serem grandes estruturas metálicas (geralmente
elevadas) expostas à atmosfera externa, são suscetíveis a serem atingidos
Muitas vezes, os chutes precisam ser por raios e requerem proteções contra danos, e para todas as equipes
limpos manualmente para que a operação operacionais e de manutenção. Até mesmo transportadores subterrâneos
seja retomada. Isso geralmente requer podem ser afetados por relâmpagos, pois frequentemente eles são 2
procedimentos para espaços confinados. alimentados com eletricidade, fornecida através de cabos direcionados
Muitos acidentes fatais já ocorreram durante pelo eixo ou da superfície, através de poços perfurados.
a limpeza da parte interna de chutes, durante
Assim, os transportadores representam uma poderosa atração para
a remoção de grandes fragmentos, ou da
raios e deve contar com precauções para proteger os trabalhadores e os
liberação de quantidades consideráveis de
equipamentos contra essas enormes descargas de corrente elétrica.
materiais a granel, que podem cair sobre os
trabalhadores. Embora a edição de 2016 da publicação Safety Around Belt Conveyors,
da South African Conveyor Manufacturers Association (Associação
Na tentativa de evitar esses problemas, muitos Sul-africana de Fabricantes de Transportadores), tenha eliminado estes
chutes contam com um sensor de nível do silo, trechos, a edição de 2013 ofereceu as seguintes recomendações na seção
agindo como um detector de chute obstruído. 4.11 Proteção contra raios:
Quando o chute é preenchido até um nível
Aterramento e medidas indicadas em outras normas de proteção
especificado, o sensor reage, desligando o
aplicáveis precisam ser implementadas e respeitadas. O sistema de
transportador para interromper o fluxo do
proteção da correia do transportador deve ser eletricamente isolado
material para que o chute possa ser esvaziado,
do sistema de controle e de todas as outras redes de controle,
seja pelo movimento normal do fluxo ou por
em conformidade com os requisitos da norma SANS 10313 ou
limpeza manual.
BS 6651. Qualquer equipamento ou dispositivo que precise ser
As medições de nível no manuseio de materiais conectado diretamente ao sistema de controle deve contar com
a granel podem ser divididas em dois tipos: aterramento de acordo com um padrão mínimo aceitável.
medição contínua e medição de ponto. Ambas as normas citadas no trecho das diretrizes da CMA agora foram
A medição de nível contínua é comumente atualizados. A norma SANS 10313 foi complementada pela série IEC
usada para moegas ou silos maiores para 62305 Protection against lightning. A norma BS 6651 foi substituída pela
fornecer uma indicação do nível de material no série BS EN 62305.
armazenamento, para controle do inventário
É uma boa prática monitorar as condições climáticas na área geográfica,
ou do processo. Dispositivos de medição de
para que os sistemas de transportadores possam ser desligados caso os
ponto fornecem um sinal quando o nível de
níveis de perigo de relâmpagos atinjam limites predeterminados.
material na chute de descarga atinge um nível
predefinido. Sensores de medição de ponto Em geral, as ligações do terra e a continuidade devem ser testados
são o tipo de sensor geralmente utilizado para anualmente, e os resultados do teste devem ser registrados. Corrija
chutes de transferência de transportadores, ou qualquer problema de aterramento imediatamente.

48
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

chave de inclinação, radiofrequência, placa REGULAMENTOS E NORMAS


amortecedora, nuclear e de dispositivos com Detectores de nível do silo e
elemento vibratório. A seleção do tipo de de chute obstruído
sensor de nível é afetada por vários fatores,
incluindo as propriedades do material a granel Com poucas exceções, os regulamentos
e as necessidades do processo. existentes não exigem a instalação de
detectores de nível da moega ou do silo como
Como um controle de segurança, esses dispositivos de controle de segurança, sendo
switches são utilizados para a detecção de seu uso opcional com base nas necessidades
uma condição de transbordamento iminente operacionais ou na análise de risco.
do chute, indicando uma provável obstrução.
Como ocorre com os detectores de desvio Austrália
da correia, detectores de nível do silo podem A seção 2.8.2.9 da norma AS/
ter mais de um ponto de ajuste, fornecendo NZS 4024.3611 da Austrália/Nova Zelândia
um aviso e, então, um sinal de parada de exige a integração de detectores de obstrução
emergência. do chute em transportadores de correia que
Dispositivos de medição de nível também manipulam materiais a granel.
2 podem ser usados para indicar a alimentação Europa
na correia ou em uma moega, para evitar
uma condição de "falta de estoque", como Em sua lista de dispositivos
ocorre quando a ausência de material acima automáticos de detecção de anomalias que
de um triturador ou fornalha pode gerar um devem ser instalados, a norma europeia EN
problema com a segurança, poeira ou processo. 620, seção 5.7.2.11, inclui "dispositivos
de detecção de bloqueio/sobrecarga do
Dispositivos de indicação de nível do silo transportador, chute e moega".
são conhecidos por provocarem falsos
acionamentos e desligamentos desnecessários Índia
do transportador. Como resultado, esses
dispositivos são frequentemente ignorados ou A norma indiana IS 11592,
mesmo desconectados. seção 8.14.2.4 Cargas especiais, estabelece:

Parte da dificuldade está em selecionar Inclui cargas que não devem ocorrer
um dispositivo que trabalhe com a grande em nenhum momento da operação
variedade de propriedades dos materiais do equipamento, mas cuja ocorrência
a granel manipulados. É normal que não deve ser excluída. Os principais
um material a granel tenha estado seco e componentes das cargas especiais são:
escoamento livre. No entanto, quando uma a) Obstrução dos chutes: o peso
propriedade, como o teor de umidade ou o da obstrução deve ser calculado
tamanho das partículas, é alterada, o material utilizando uma carga equivalente
deixará de fluir como esperado ou planejado à capacidade do chute em questão,
pelo chute de descarga do transportador. Isso com a devida referência ao
provoca a obstrução do chute ou o bloqueio da ângulo de inclinação. O material
descarga. normalmente dentro do chute pode
ser desconsiderado. O peso a granel
Se o próprio projeto do silo não contar com real deve ser medido para o cálculo.
um local com proteção adequada para o
dispositivo, obstruções dos chutes também
poderão ocorrer.

49
Botões e sensores | Capítulo 4

MELHORES PRÁTICAS suscetíveis a serem soprados e levantados dos


Detectores de nível do silo e roletes por ventos fortes.
de chute obstruído
Um sensor de velocidade de vento é
• Instalar dispositivos de detecção de comumente usado para medir a velocidade
nível em todos os chutes de descarga do vento nesse tipo de transportador.
ativos e/ou moega ativas no sistema, Normalmente, ventos fortes são definidos
com acionamento em duas etapas, com como aqueles com velocidades constantes
o primeiro aviso quando o nível do ou rajadas momentâneas superiores a 72
silo estiver acima de 50% do nível do quilômetros por hora [≈45 mph]. Quando a
projeto e, em seguida, com a parada de velocidade do vento excede o nível admissível
emergência quando o nível for igual a de acordo com o projeto, um sinal de limite
100% do nível do projeto de acordo com atingido é enviado e a máquina é desligada
o funcionamento normal. de forma controlada, evitando uma parada de
• Instalar dispositivos de auxílio ao fluxo emergência.
(por exemplo, canhão de ar ou vibrador) MELHORES PRÁTICAS
para ajudar na evacuação da moega e no Aviso de ventos fortes
movimento do material quando acúmulos 2
ou bloqueios do silo forem esperados. A aplicação de normas especializadas envolve
os detalhes da máquina, e, portanto, é difícil
• Projetar uma capacidade de aumento
fazer declarações sobre melhores práticas
de volume no sistema suficiente para
gerais.
permitir uma parada controlada, sem o
preenchimento do silo acima do nível • Na fase de avaliação de riscos do projeto,
operacional 100%. identificar os perigos que podem estar
• Testar os dispositivos de detecção de nível relacionados a altas velocidades do vento.
mensalmente e registrar os resultados. • Quando for esperado que ventos fortes
Reparar ou substituir imediatamente os possam criar situações perigosas, instalar
dispositivos avariados. indicadores de velocidade do vento, que
enviarão sinais de comando quando a
Aviso de ventos fortes velocidade máxima do vento predefinida
for atingida.
Ventos fortes podem causar instabilidade nas
• Quando dispositivos de velocidade
estruturas do transportador, especialmente
do vento forem utilizados, testar
com transportadores móveis, como
mensalmente e registrar os resultados.
empilhadeiras, retornadores e carregadores
Reparar ou substituir imediatamente os
de navios. Esses transportadores portáteis
dispositivos avariados.
e estruturas relacionadas geralmente se
movimentam sobre trilhos; com o calibre
padrão dos trilhos em uso, é difícil garantir Sensores de calor e detecção de
a estabilidade em condições com ventos incêndios
fortes. Quando essas máquinas falham ou são
empurradas para fora dos trilhos por ventos Incêndios e explosões de correias de
fortes, danos materiais consideráveis podem transportadores têm o potencial de resultar em
ocorrer, com potencial de ferimentos graves ou acidentes fatais, e podem ter consequências
fatais para os trabalhadores e operadores. desastrosas para toda a empresa.

Em casos como os dos transportadores Diversas fontes de ignição podem resultar em


terrestres, ventos fortes podem gerar poeira ou incêndios envolvendo transportadores; elas
derramamentos excessivos. Correias vazias são incluem materiais a granel quentes, combustão

50
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

Sistemas de alerta de proximidade


Sistemas de alerta de proximidade se tornaram comuns e, até de proximidade incluem: eles devem impedir o movimento
mesmo, obrigatórios, para máquinas móveis em aplicações perigoso rapidamente; eles devem ser precisos a curtas
de mineração subterrânea. O sucesso desses sistemas levou distâncias; e eles devem funcionar com vários trabalhadores
ao interesse por usos adicionais, incluindo aplicações de e máquinas, sob condições industriais desafiadoras e em
segurança de transportadores. ambientes com elevados níveis de "ruídos elétricos".
Tecnologias Aplicação como trava do transportador
Não existe nenhuma tecnologia única que seja capaz de Travas em equipamentos potencialmente perigosos são
se adaptar a todas as condições e circunstâncias. Para a projetadas para desligar a máquina caso o acesso seja
segurança das correias de transportadores existem duas necessário ou se um trabalhador violar a barreira de
tecnologias de alerta de proximidade que podem ser segurança. Assim, travas parecem ser uma aplicação útil para
utilizadas como dispositivos de acionamento de parada de os sensores de proximidade.
emergência: a de capacitância e a de radiofrequência. Talvez a primeira aplicação dessa tecnologia aos
2 Sensores de capacitância detectam alterações na capacitância, transportadores seja em minas, onde os trabalhadores já
que é a capacidade de armazenamento de eletricidade, das usam etiquetas de proximidade RFID, o que a MSHA
áreas próximas. O alcance dos sensores de capacitância é (Mine Safety and Health Administration, Administração
afetado pelo ambiente ao redor do transportador, portanto, de Segurança e Saúde em Mineração) denominou
geralmente a pessoa deve estar a até 1 metro [≈40 pol.] "componentes que podem ser vestidos pelos mineradores".
do sensor para gerar um sinal. Dispositivos baseados em O uso mais óbvio seria instalar sensores RFID em sistemas
capacitância podem ser usados como uma trava em um de transportadores
painel de proteção, pois o trabalhador precisaria estar nos pontos de
próximo à proteção para abri-la ou removê-la. pressão, como pontos
A tecnologia de radiofrequência é mais flexível em sua de transferência,
aplicação à segurança dos transportadores. Sistemas de de maneira que a
RFID (Radio frequency identification, Identificação presença de um
por radiofrequência) podem detectar um número de trabalhador violando
identificação exclusivo, legível remotamente, e outros a zona de segurança
dados, usando tecnologia de rádio sem fio. Um sistema desligaria o sistema.
de segurança RFID típico utiliza três componentes: uma O NIOSH
etiqueta ou transponder, um leitor e um controlador. (National Institute
Quando um trabalhador usando uma etiqueta RFID entra of Occupational Um trabalhador utiliza a etiqueta
na área de alcance, o sinal ativa a etiqueta RFID, que envia Safety and Health, RFID em seu cartão de identificação
um sinal de rádio fraco, e, assim, o trabalhador é "detectado" Instituto Nacional de para ter acesso ao transportador.
como estando dentro da área controlada. Segurança e Saúde
Esses dispositivos foram adaptados para aplicações de Ocupacional) sugeriu
mineração de diversas maneiras, incluindo rastreamento de o desenvolvimento de
veículos, rastreamento de pessoal e controle de estoque. sistemas de proteção
em dois níveis, onde
As etiquetas RFID podem ser personalizadas para impedir haveria uma trava em
acesso não autorizado à uma área protegida ou mesmo para um portão de acesso,
rastrear a localização de um trabalhador específico. Uma das bem como um sensor
desvantagens é que o trabalhador precisa usar uma etiqueta de proximidade
RFID. As etiquetas geralmente são incorporadas a uma peça para detectar se o
de equipamento de proteção individual (EPI), como um funcionário está O portão para a passarela do
colete de segurança, que o trabalhador sempre estará usando. dentro do perímetro transportador é controlado por um
Fatores essenciais para o sucesso dos sistemas de detecção da área protegida. sensor de RFID.
51
Botões e sensores | Capítulo 4

espontânea (autoaquecimento) do material dos componentes, como rolamentos, motores


a granel, aquecimento por atrito devido a e caixas de transmissão. Os sensores de calor
escorregamentos da correia do transportador também são usados para detectar incêndios
ou a falhas dos rolamentos e ainda faíscas de na correia do transportador. (Consulte o
lixo metálico nos equipamentos do processo, Capítulo 15 Transportadores, correias
como trituradores. e incêndios.) Um relatório da Comissão
Europeia sobre a detecção de incêndios
Transportadores são usados em processos em transportadores de correia, intitulado
em que etapas intermitentes produzem altas Early Detection And Fighting Of Fires In Belt
temperaturas, como escória de cimento e Conveyors (Edaffic), identifica os seguintes
coque. Os processos são projetados para componentes que devem ser monitorados por
limitar a temperatura do produto para que detectores de pontos de calor:
fique abaixo da classificação da correia,
geralmente incorporando algum tipo de (i) polias traseiras,
resfriador ou banhos com água. Normalmente, (ii) polias de cabeça,
correias para aplicações de altas temperaturas
podem manipular materiais a granel a 200° (iii) polias do contrapeso ou côncavas,
Celsius [≈400°F]. Se houver fragmentos (iv) pontos de transferência
2
incandescentes ou todo o lote estiver acima da (v) pontos de carga e descarga e
temperatura, mesmo uma correia resistente ao
fogo pode ser queimada. (vi) dispositivos hidráulicos e elétricos.

O pó de muitos materiais a granel, como Existem duas categorias de sensores de


açúcar, carvão e grãos podem provocar detecção de calor comumente utilizados
explosões sob determinadas condições. em transportadores: de temperatura fixa
Infelizmente, os próprios sistemas de e de velocidade de elevação. Sistemas de
transportadores podem criar essas condições. temperatura fixa são projetados para operar
Os sistemas de transportadores contam quando o ar ao redor do sensor atinge uma
com os cinco requisitos de explosão pela temperatura definida, normalmente 57°C
presença de fontes de ignição (calor ou faísca), [≈135°F] ou mais. Sistemas de velocidade
combustível (concentração explosiva de pó), de elevação monitoram a taxa de aumento
oxigênio (ar do ambiente), confinamento e da temperatura por unidade de tempo,
dispersão. (Consulte o Capítulo 17 Pó em normalmente um aumento de 5°C a 8°C
transportadores.) [≈10°F a 15°F] por minuto. Em geral, ambos
os tipos de sistemas são utilizados em áreas
"Trabalho a quente", procedimentos de confinadas, onde incêndios com evolução
manutenção como os de corte e soldagem, rápida são esperados e a velocidade da detecção
podem causar incêndios quando os materiais não é considerada relevante.
aquecidos entram em contato com a correia ou
com um material a granel combustível. Muitas Há várias tecnologias aplicadas a sensores de
vezes, a escória quente dessas operações pode calor. Sensores de ponto de calor utilizam
cair em locais de difícil detecção e queimar detecção por infravermelho ou luz ultravioleta.
lentamente por algum tempo antes de produzir Normalmente, sistemas de detecção de pontos
um incandescência visível, chama ou um nível são instalados acima do transportador, com
detectável de calor. a cobertura de detecção dentro de um raio
de visibilidade, e responde a alteações no
Um sistema de detecção de incêndios bem espectro da luz emitida pelo material aquecido
projetado deve abranger todas as fontes de ou incandescente. Sistemas de detecção de
ignição potenciais. Sensores de calor são usados pontos podem ser dos tipos com ou sem fio.
como proteção para detectar possíveis falhas Esses sensores frequentemente são integrados

52
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

a dispositivos para remover os pontos de calor REGULAMENTOS E NORMAS


por rejeição mecânica ou aplicação local de Sensores de calor e detecção de
água. incêndios
Sistemas lineares de detecção de calor com Austrália
base em fibra óptica são instalados ao longo
dos transportadores bem próximos à fontes Quando a operação de um
de calor potenciais, principalmente na polia transportador tiver o potencial de criar um
principal e os rolamentos do rolete. risco de incêndio, o transportador deve ser
O calor afeta a capacidade de transmissão da projetado para minimizar, detectar e, por fim,
fibra óptica e permite a detecção precisa da combater o incêndio, como explicitamente
temperatura e das fontes de calor ao longo do indicado na norma AS/NZS 4024.3610:
transportador. Conveyors – General requirements.

Aspersores são compostos por sistemas de Em relação às informações sobre aplicações de


detecção e de extinção combinados em um mineração, a norma AS/NZS 4024.3610 faz
único dispositivo. Normalmente, o bico do referência às diretrizes Mine Design Guideline
aspersor é fechado por um disco ou válvula, (MDG) 1032 Guideline for the prevention, early
2 que é mantida no lugar por uma liga metálica detection, and suppression of fires in coal mines,
fusível ou por uma ampola sensível ao calor publicadas em 2010 pela divisão de Operações
com capacidade de suportar uma temperatura Seguras em Minas do Department of Industry
específica, normalmente 57°C [≈135°F]. & Investment (Departamento da Indústria e
Como ocorre com os detectores de calor, o Investimentos) de New South Wales.
fogo eleva a temperatura ambiente, fazendo a A norma para o manuseio de materiais
liga derreter ou a ampola quebrar, liberando, a granel em transportadores de correia,
assim, água sobre a correia do transportador. AS/NZS 4024.3611, também fornece
Sistemas de aspersão para transportadores são requisitos de detecção de incêndios, na seção
tipicamente do tipo dilúvio, que inundam 2.8.2.7. Nela, é indicado que sistemas de
a correia do transportador e a carga quando detecção de incêndios devem ser instalados nos
ativados. Entretanto, outros tipos de sistemas acionamentos do transportador de correia e em
de combate a incêndios podem ser usados, outras áreas com risco de incêndio.
como espuma e pó seco. Os dispositivos devem fornecer um alarme
Os sensores de detecção de calor podem como um alerta para o risco de incêndio.
ser integrados ao sistema de controle como Na tabela onde são listados os Controles de
dispositivos de aviso e/ou de parada de parada de proteção para transportadores de
emergência. A detecção de incêndios em correia para manuseio de materiais a granel,
transportadores em movimento pode ser a norma AS/NZS 4024.3611 indica que os
difícil. Após a correia do transportador ou a controles de parada de proteção com detecção
carga entrar em combustão, o transportador de incêndios são obrigatórios em minas
deve ser desligado e o dano deve ser isolado, ou subterrâneas de carvão, oferecendo apenas uma
todo o sistema do transportador, equipamentos recomendação de uso em outras aplicações de
próximos e instalações poderão ser destruídos. transportadores.
Embora os sensores de ponto de calor possam
ser usados para a detecção antecipada de um Europa
incêndio, a experiência demonstra que outros
tipos de sensores, como detectores de fumaça Na seção 5.7.2.11, a norma
e monóxido de carbono, podem fornecer europeia EN 620 5.7.2.11 inclui "dispositivos
melhores resultados. de detecção de calor" entre os dispositivos de
detecção automática de falhas que devem ser
instalados.

53
Botões e sensores | Capítulo 4

Estados Unidos Nos Estados Unidos, o NIOSH (National


Institute of Occupational Safety and
A norma 30 C.F.R., Subparte Health, Instituto Nacional de Segurança e
L Proteção contra incêndios, seções 75.1100 Saúde Ocupacional) também recomendou
a .1103, da MSHA, oferece requisitos o uso dessa tecnologia com proteções
detalhados para tecnologias de detecção de de área para reduzir a chance de um
calor e incêndios e sistemas de combate a trabalhador estar em uma zona de perigo
incêndios. quando no momento da inicialização de
MELHORES PRÁTICAS um transportador.
Sensores de calor e detecção de • Sensores de vibração
incêndios Sensores de vibração são comumente
usados nos rolamentos principais e em
• Instalar sensores de calor com detecção equipamentos vitais, como redutores,
de pontos nos rolamentos principais das para fornecer uma indicação proativa de
polias traseiras, polias de cabeça, polias possíveis falhas. Falhas dos rolamentos
do contrapeso ou côncavas, bem como que provocaram incêndios já foram
nas caixas de transmissão, freios e nos registradas e podem resultar em falhas
dispositivos hidráulicos e elétricos. desastrosas dos eixos, polias e redutores, 2
• Instalar detectores lineares de calor nos com graves consequências para a
rolamentos dos roletes do transportador segurança.
ou próximos a eles. • Sensores de poeira
• Instalar detectores de monóxido de São frequentemente instalados em
carbono nos pontos de carga e nos pontos transferências em que os níveis excessivos
de descarga caso o material a granel seja de pó representam um risco de explosão
combustível. ou à saúde. (Consulte o Capítulo 17 Pó
em transportadores.)
Outros sensores • Sensores de gás
São sensores instalados para detectar gases
Outros sistemas de detecção eletrônica têm tóxicos ou explosivos, como metano,
aplicações na melhoria da segurança do monóxido de carbono e níveis excessivos
transportador ou na redução da recorrência de oxigênio. Uma aplicação comum é na
ou da urgência das atividades de manutenção, mineração subterrânea de carvão; esses
o que, em muitos aspectos, é o mesmo que sensores são usados em outras aplicações
aprimorar a segurança. Estes sensores incluem: em que o acúmulo de gases perigosos
• Sensores de capacitância/proximidade representa um risco para a segurança e a
Sensores de capacitância são usados para saúde.
detectar a presença de um trabalhador
em uma zona de perigo. Eles vêm se
tornando equipamentos padrão utilizados
para reduzir o risco de esmagamento de
funcionários que trabalham próximos a
equipamentos móveis.

54
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

CONCLUSÕES
Além do exposto anteriormente, muitos
transportadores são equipados com dispositivos
para a detecção de lixo metálico e materiais
estranhos, para detectar rompimentos na
correia, para monitorar a integridade das
emendas ou para medir o peso carregado do
transportador. Embora possa parecer que
esses sistemas não têm nenhuma ligação
óbvia com a segurança do trabalhador, todos
eles servem para garantir que o sistema do
transportador continue em funcionamento e
produtivo, reduzindo, assim, a necessidade da
presença dos trabalhadores nas proximidades
do transportador para executar atividades de
manutenção, o que, muitas vezes, coloca os
2
trabalhadores em perigo.

55
Botões e sensores | Capítulo 4

56
2

Capítulo 5 Alarmes de inicialização


INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57 INTRODUÇÃO
O travamento é essencial . . . . . . . . . . 58 Segurança na inicialização
Normalmente, transportadores têm grandes
A necessidade dos sinais de aviso . . 59
extensões de correias e estruturas com diversas
REGULAMENTOS E NORMAS . . . . . . . 61 polias, roletes e outros componentes fixos e
móveis que ficam fora do campo de visão do
Alarmes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65 operador.
MELHORES PRÁTICAS . . . . . . . . . . . . . . 69 Assim, operadores de transportadores devem
CONCLUSÕES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70 seguir procedimentos específicos antes de
iniciar o transportador, para garantir que não
haja nenhum objeto estranho ou pessoas sobre
ele. Entretanto, ainda existem riscos de que
um operador não veja trabalhadores ou objetos
sobre ou próximos ao transportador. Esses
trabalhadores serão colocados em perigo pelo
movimento do transportador.

As consequências podem ser graves caso um


transportador que não tenha sido travado seja
ligado e comece a se movimentar na presença
de funcionários nas proximidades, trabalhando
no transportador ou próximos a ele. Portanto,
muitas jurisdições exigem a emissão de avisos.
Porém, as particularidades desse tipo de

57
Alarmes de inicialização | Capítulo 5

aviso, como o tipo e a duração do som, o uso


de luzes, o intervalo de tempo entre o aviso Trabalhador morre em pedreira
e a inicialização efetiva do transportador,
normalmente não são especificadas.
durante a limpeza de um
transportador parado
As regras de segurança exigem que qualquer
transportador só seja iniciado caso a pessoa Um funcionário de uma cascalheira, de 41 anos, morreu
executando essa tarefa tenha a certeza de que enquanto limpava os materiais da correia de um transportador de
todos estejam afastados. Para garantir isso, as transferência. O trabalhador limpava material das laterais de um
normas exigem um sistema de aviso direto transportador de 30 polegadas [≈762 mm], que estava parado e
sonoro ou visual para acomodar diferentes desligado.
condições de mineração e moagem. Quando o supervisor reiniciou o transportador, o trabalhador
percebeu que o chute de descarga estava obstruído. Embora tenha
O travamento é essencial sido instruído a manter-se afastado, o funcionário instintivamente
subiu na correia para limpar o chute. De onde estava posicionado
Em 2012, a MSHA (Mine Safety and Health - no painel eletrico localizado proximo a uma etação de lavagem
Administration, Administração de Segurança de rochas, o supervisor nao tinha uma boa visão da correia do
e Saúde em Mineração) dos Estados Unidos transportador. O supervisor acionou a chave do freio; não havia 2
emitiu um alerta sobre as melhores práticas nenhum sistema de alarme de inicialização instalado.
de travamento de transportadores de correia.
De acordo com o documento MSHA Hazard Quando o movimento do transportador foi iniciado, o funcionário
Alert – Conveyor Startup Fatalities, três caiu sobre a correia. Ele foi arrastado pela correia durante 30
mineiros em diferentes operações haviam segundos, cobrindo toda a extensão de 225 pés [≈69 m] do
morrido no período de 20 meses, quando transportador, antes de ficar preso em um suporte do motor com
os transportadores de correia nos quais cada cantoneira, o que resultou em lesões fatais.
um deles estava trabalhando foram iniciados Devido ao acidente, os controles do transportador foram
inesperadamente. reposicionados. A reinicialização, agora, é realizada com as correias
O MSHA Hazard Alert afirma que "Em cada no campo de visão do operador. Além disso, todas as correias ao
um desses casos, o motor de acionamento longo do trajeto desse transportador, da cascalheira até a estação
do transportador não estava desenergizado, de lavagem de rochas, são travadas pela mesma chave. A parada
travado e etiquetado. Em um dos acidentes, de uma delas vai parar todas as outras, evitando sobrecarga de
um dos colegas sabia que a vítima não havia material. Isso garantirá que as circunstâncias que levaram a essa
realizado o travamento". fatalidade não sejam repetidas nesse local.

Para aprimorar a segurança no trabalho com Também foram instalados alarmes de segurança de reinicialização
transportadores, o documento MSHA Hazard das correias. Um alarme alto, com duração de 20 segundos, soa
Alert listou os itens a seguir como as melhores antes da inicialização das correias e é seguido por um intervalo de
práticas para evitar mortes relacionadas à 30 segundos antes do início efetivo do movimento da correia.
inicialização de transportadores: A primeira recomendação do relatório Fatality Assessment and
• Desenergize, trave e etiquete o motor de Control Evaluation (FACE) Report, do NIOSH (National Institute
acionamento of Occupational Safety and Health, Instituto Nacional de
Segurança e Saúde Ocupacional), inclui:
• Estabeleça e siga procedimentos de
trabalho seguro … A inicialização também deve incluir um alarme de
• Treine os mineiros em relação à segurança aviso… A adição de alarmes de aviso e dispositivos de
geral e às tarefas atribuídas a eles retardo é uma proteção extra necessária para resguardar os
funcionários que trabalham com correias de transportadores
• Mantenha comunicação com todos os ou máquinas móveis.
mineiros

58
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

• Verifique visualmente os transportadores A necessidade dos sinais de


antes da inicialização aviso
• Tenha um registro numérico de todos os
mineiros em uma equipe de trabalho Atualmente, fornecer um aviso sobre a
inicialização iminente do equipamento é
• Forneça um alarme de pré-inicialização uma prática reconhecida. A maior parte dos
suficientemente alto equipamentos móveis conta com algum tipo
• Soe o alarme antes da inicialização do de alarme sonoro/visual. Podem haver muitas
transportador partes móveis na máquina, e o operador
• Utilize proteção contra quedas quando não será capaz de verificar se todas elas estão
houver risco de quedas liberadas. (Figura 5.1.)

• Forneça e mantenha um meio seguro para Muitos transportadores fazem parte de uma
acessar todos os locais de trabalho sequência de transportadores e de outros
Apesar da ênfase dada e das exigências equipamentos no processo, que são iniciados
relacionadas às atividades de travamento/ por meio automático ou manual, porém,
etiquetagem, é razoável presumir que ainda remotamente. Isso introduz o risco de que
haverá trabalhadores trabalhando com o transportador seja iniciado sem que um
2 aviso seja emitido para os trabalhadores nas
transportadores que estejam desligados, porém
não travados. proximidades imediatas do equipamento.
Os riscos podem estar relacionados ao
movimento do transportador ou à criação
de uma atmosfera em uma área fechada que
exija que os trabalhadores saiam da área ou
vistam equipamentos de proteção contra
poeiras nocivas, lançamento de materiais ou
temperaturas elevadas. Os riscos associados

Figura 5.1.
Os alarmes são
necessários quando
há obstruções, como
o próprio sistema
de transporte, que
impeçam a equipe que
inicia o transportador CAMPO DE VISÃO
de visualizar um PONTO
trabalhador em uma CEGO
zona de perigo.
Funcionário da
manutenção
Chave de START

inicialização

Funcionário da
produção

59
Alarmes de inicialização | Capítulo 5

aos avisos de inicialização estão vinculados toda a extensão do transportador.


ao funcionamento do dispositivo de aviso, Normalmente, esses avisos consistem em
à capacidade de ver ou ouvir o aviso e a um buzinas, sirenes, luzes intermitentes ou
tempo de duração adequado para que uma luzes estroboscópicas. Eles são ativados
pessoa se distancie do transportador ou do por um determinado período, após a
recinto do transportador. solicitação da inicialização, e antes do
início do movimento do transportador.
Avisos de inicialização podem ser sonoros,
visuais ou ambos, dependendo dos níveis de Na verdade, a CEMA reforçou ainda mais as
ruído, luminosidade ou poeira, e também da recomendações de sua publicação ao longo dos
complexidade do percurso do transportador. últimos nove anos. A recomendação "Alguns
transportadores sem proteção devem…", como
A sétima edição do livro Belt Conveyors for apresentada na quinta edição publicada em
Bulk Materials, publicado em 2014 pela 1997, foi reforçada na sexta edição de 2005:
CEMA (Conveyor Equipment Manufacturers "Todos os transportadores sem proteção
Association, Associação de Fabricantes de devem…" [ênfase adicionada - ed.].
Equipamentos Transportadores), observa:
A publicação Best Practices on Conveyor Safety
Todos os transportadores sem proteção da legislação Workplace Safety and Health, 2
devem ser equipados com um sistema Policy and Legislation do governo de Alberta,
sonoro ou visual que forneça avisos fornece a seguinte orientação:
antes da inicialização e ao longo de

Operador de moinho fica preso em moega de descarga de


transportador e morre asfixiado por compressão mecânica
Em sua análise de uma fatalidade ocorrida em maio controle, fazendo com que a vítima fosse puxada para
de 1996, em que um operador de uma fábrica o chute de descarga antes de ter tempo para reagir.
de painéis e gesso ficou preso em uma moega de
alimentação do transportador, o relatório FACE Case A fábrica tinha um programa de segurança em vigor e
Report, da Maryland Division of Labor and Industry a vítima havia recebido treinamento em travamento/
(Departamento de Trabalho e Indústria de Maryland), etiquetagem apenas dois meses antes.
declarou: Isso levou à inclusão do item a seguir como uma das
É desconhecida a razão pela qual a vítima se quatro recomendações do relatório FACE Report:
aproximou do transportador enquanto ele estava Recomendação nº. 4:
em funcionamento, e ninguém testemunhou o Os funcionários devem instalar um alarme de
incidente. No entanto, verificou-se que a vítima inicialização que será acionado por um período
poderia estar tentando ajustar o raspador da de tempo predeterminado antes da inicialização
correia pela parte superior da extremidade de da correia do transportador.
alimentação do transportador, sem bloquear
a fonte de alimentação, quando perdeu o A discussão desta recomendação também inclui:
equilíbrio e caiu sobre a correia do transportador A instalação de um dispositivo de sinalização
em movimento. sonoro, visual ou ambos, forneceria um aviso
É possível que a vítima tenha parado a correia, mas não aos funcionários. Um aviso com um tempo
tenha bloqueado a alimentação, e tenha permanecido de duração predeterminado garantiria que os
sentada ou ajoelhada sobre a correia, usando uma trabalhadores pudessem deixar a área antes de
chave de fenda para ajustar o raspador da correia. iniciar o sistema do transportador. Entretanto,
O transportador pode ter sido iniciado da sala de isso não substitui um procedimento de
travamento/etiquetagem eficaz.

60
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

Para transportadores com inicialização de inicialização de um transportador


com controle automático ou remoto, ou sistema transportador, um sistema
bem como para transportadores em de aviso de pré-inicialização operado
que o trabalhador não seja capaz de automaticamente deverá alertar para o
visualizar toda a extensão dos mesmos, início da operação do transportador e
um dispositivo de aviso visual ou sonoro para a existência de um risco potencial.
deverá anunciar a inicialização do O sistema deverá ser apresentado como
transportador. um aviso sonoro, com um tempo de
Embora a presença dos alarmes de inicialização duração adequado, e soará antes da
seja, de maneira geral, aceita e considerada inicialização do transportador. O aviso
necessária, existem poucas especificações no sonoro poderá ser complementado
que diz respeito à natureza desses indicadores. por um dispositivo de aviso visual.
Não podemos julgar se a ausência de Esses dispositivos devem continuar a
especificações se deve às características diversas indicação até que o transportador seja
dos sistemas de transportadores e ambientes iniciado.
industriais em geral, ou à alguma falha em Caso avisos sonoros, visuais ou ambos,
termos de informações ou interesse por parte sejam fornecidos, eles não deverão
2 dos reguladores. substituir proteções físicas.

O aviso de pré-inicialização permite que Avisos sonoros ou visuais deverão


qualquer pessoa nas proximidades de ser monitorados ou inspecionados
equipamentos móveis saiba que o equipamento periodicamente para garantir
está prestes a ser iniciado. Se o trabalhador não níveis adequados de segurança e de
for o funcionário responsável por acionar a funcionalidade.
inicialização, ele não terá como saber quando A cláusula observa, em seguida, que as
a ação está prestes a começar. Se nenhum aviso orientações sobre sinais e dispositivos de
for fornecido, é possível que haja pessoas em aviso são fornecidas na norma AS 4024.1202,
risco quando a correia iniciar o movimento. enquanto que as orientações sobre sinais
visuais e sonoros são fornecidas na norma AS
4024.1904.
REGULAMENTOS E NORMAS
Os trechos das regulamentações Western
A maioria das jurisdições fornece
Australia’s Mines Safety and Inspection
regulamentos que abrangem a inicialização de
Regulations 1995 a seguir, como estabelecidas
transportadores; esses regulamentos preveem
em 12 de janeiro de 2013, reiteram os
variados graus de especificidade em relação à
requisitos.
natureza dos avisos.
4.6 Segurança no transporte em
Austrália
transportadores de correia
Na Austrália, os avisos sonoros (3) Gestores de minas subterrâneas
são obrigatórios, porém, poucas orientações devem garantir que, na medida do
são fornecidas no que diz respeito à natureza possível, um dispositivo de aviso,
específica desses avisos. que possa ser ouvido em todos os
A norma AS/NZS 4024.3610 da Austrália/ locais ao longo, sempre soe antes da
Nova Zelândia observa, na cláusula 2.10.4, inicialização de qualquer correia do
que: transportador na mina, para avisar
aos funcionários sobre a inicialização
Quando houver riscos que não iminente do transportador.
possam ser controlados no processo

61
Alarmes de inicialização | Capítulo 5

(4) O gestor da mina subterrânea 22.11.4 – As máquinas e sistemas


deve garantir que se houver de comando automático, uma vez
transportadores projetados na mina paralisados, somente podem voltar a
para inicialização automática ou funcionar com prévia sinalização sonora
por controle remoto,seu projeto de advertência.
deverá incluir um alarme, que possa 22.11.5 – As máquinas e equipamentos
ser ouvido em todos os locais ao de grande porte devem possuir sinal
longo do transportador, que soe por sonoro que indique o início de sua
um período de tempo adequado operação e inversão de seu sentido de
antes da inicialização da correia do deslocamento.
transportador.
Canadá
Na seção 5, o documento permite algumas
variações: O código Occupational Health
and Safety Code 2009 da província de Alberta,
(5) A sub-regulamentação (3) não se na Parte 25, subseção 365, especifica:
aplica a transportes mais curtos nas
estações de carga ou nos pontos de 365(1) – O empregador deve garantir a
transferência se sinais de aviso sobre a instalação de um sistema de alarme se: 2
operação de inicialização automática (a) o operador não tiver uma visão clara
ou remota (conforme o caso) forem da máquina, ou de partes dela, do
exibidos de maneira visível em cada painel de controle ou da estação do
entrada e nas proximidades do operador onde estiver posicionado e
sistema do transportador.
(b) as peças móveis da máquina
Um item especificado pelas normas Mines colocarem os trabalhadores em risco.
Safety and Inspection Regulations 1995,
365(2) – O sistema de alarme deve
em 17.1 Penalidades gerais, é a multa
alertar os trabalhadores de forma
por violações dessa regulamentação (e de
eficaz sobre a inicialização iminente da
outras regulamentação apresentadas no
máquina.
documento). Há multas, com valores em
dólares australianos, para diversas categorias O guia OHS Safety Code’s Explanation Guide
de infratores: de AUD$ 5.000, para a primeira 2009 da província de Alberta oferece as
infração de um funcionário, a AUD$ 50.000, seguintes informações:
para a primeira infração de uma empresa.
Parte 25, subseção 365(1)
Brasil Esta subseção aborda a utilização de
A norma brasileira sobre sistemas de alarme na inicialização de
transportadores, a NR-22 Segurança e Saúde máquinas. A inicialização de máquinas
Ocupacional na Mineração, de acordo com a pode causar lesões aos trabalhadores
atualização de 2011, estabelece o seguinte: próximos a elas caso os trabalhadores
não estejam cientes da inicialização, e se
22.8.6 – A partida dos transportadores a máquina não estiver adequadamente
contínuos só será permitida decorridos protegida. Se o operador não for capaz
vinte segundos após sinal audível ou de ver a máquina, ou partes da máquina
outro sistema de comunicação que operada, do painel de controle ou
indique o seu acionamento. da estação do operador, e se as peças
As exigências de alarmes sonoros são móveis da máquina puderem colocar os
igualmente indicadas nas diretrizes da norma trabalhadores em risco, um sistema de
NR-22 para máquinas: alarme deverá ser instalado.

62
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

O sistema de alarme poderá incluir duração mínima de 10 segundos, e a


sirenes, campainhas, buzinas, luzes inicialização do transportador.
intermitentes ou uma combinação desses
alarmes. A combinação de sistemas de Outras províncias canadenses fornecem
alarme visuais (luzes intermitentes) e instruções similares através de suas próprias
sonoros (sirene, campainha ou buzina) agências reguladoras.
oferece a melhor proteção. A regulamentação Regulation respecting
Os sistemas de alarme devem ser occupational health and safety in mines, do
automáticos. Eles devem ser construídos Quebec, seção 3 Transportadores, subseção 373,
e devem estar localizados de forma observa que todos os transportadores devem:
que forneçam ao trabalhador um sinal
sonoro ou visual identificável. Os (6) ser equipados com um dispositivo
dispositivos sonoros devem ter um som luminoso ou sonoro, que sinalize
característico e devem ser mais altos do a inicialização do transportador
que os ruídos do ambiente, incluindo o para os trabalhadores, sempre que
ruído da máquina operada. houver inicialização automática ou
remota, ou quando a visibilidade do
Não é necessário utilizar um sistema de transportador do centro de controle
2 alarme se as peças móveis da máquina do operador for parcial, e houver
que possam colocar os trabalhadores em acesso às peças móveis;
risco estiverem protegidas.
Uma norma semelhante, Ontario
Europa
Occupational Health and Safety Act, R.R.O. A norma europeia EN 620, seção
1990, Regulamentação 851 Estabelecimentos 5.7.2.6 Função de inicialização, indica:
industriais, remove a opção de controle
manual, exigindo avisos automáticos: Se a inicialização do equipamento de
manuseio mecânico puder resultar
33. Partes dos transportadores ou outras em uma condição perigosa, então um
máquinas móveis que não sejam aviso sonoro claro, com duração de 3
visíveis da estação de controle, e segundos, deverá ser soado 10 segundos
sempre que a inicialização colocar antes da inicialização e/ou um sinal de
em risco os trabalhadores, devem ser aviso visual, como uma luz intermitente,
equipadas com dispositivos de aviso deverá ser fornecido, de acordo com as
de inicialização automáticos. normas EN 457:1992, EN 842:1996
e EN 61310-1:1995, conforme
O código The Health, Safety and Reclamation
apropriado.
Code for Mines in British Columbia é ainda
mais específico com suas exigências do item As normas adicionais mencionadas são:
Correias de transportadores 4.4.16:
• EN 457:1992 Safety of machinery.
(5) Em todos os transportadores Auditory danger signals. General
que possam ser iniciados requirements, design and testing.
automaticamente por controle • EN 842:1996 Safety of machinery. Visual
remoto, ou caso o operador tenha danger signals. General requirements, design
visibilidade limitada de todo o and testing.
transportador, um dispositivo de
• EN 61310-1:1995 Safety of machinery.
aviso sonoro de inicialização deverá
Indication, marking and actuation.
ser instalado e deverá haver um
Requirements for visual, auditory and
atraso de, pelo menos, 10 segundos
tactile signal.
entre o final do aviso, que deve ter
A norma EN 620 continua, na seção 5.7.2.6:
63
Alarmes de inicialização | Capítulo 5

Tais sinais devem ser fornecidos, Safety Requirements permite que o aviso
por exemplo, em situações em que o de inicialização seja um sinal, um som ou
equipamento de manuseio mecânico uma luz. A regulamentação não indica uma
esteja fora do campo de visão do duração específica para o sinal de aviso, porém
operador, ou caso seja necessário exige que o sistema incorpore comunicação
alertar pessoas que possam estar nas bidirecional, permitindo uma resposta de
áreas de trabalho ou de trânsito, confirmação antes da inicialização.
sobre a inicialização iminente de
um determinado transportador ou 3.10 Nas partes de uma linha de
mecanismo. transportadores que estejam fora da zona
de visibilidade do operador, posicionado
Caso o transportador tenha sido no painel de controle, um sinal, som
equipado para alimentar outros ou luz de aviso de pré-inicialização
transportadores, a inicialização deve bidirecional deverá ser instalado e deverá
ser coordenada por meio da utilização ser ligado automaticamente antes que
de interligamentos adequados. Esses o acionamento do transportador seja
interligamentos devem garantir a ligado.
inicialização sequencial correta e evitar a
alimentação de transportadores que não O sistema de sinalização bidirecional 2
estejam em funcionamento ou que já não apenas garantirá que as pessoas
estejam operando com carga total. fora do campo de visão do painel de
controle sejam notificadas sobre a
No catálogo do fornecedor [The Complete inicialização iminente do transportador,
Spectrum of Signaling Technology (Edition como também garantirá o envio de um
14)], da Pfannenberg GmbH Electro- sinal de resposta das partes da linha
Technology for Industry, há uma observação que não são visíveis para o operador
sobre a norma EN 54-23 Fire alarm devices no painel de controle, informando que
– Visual alarm devices, que exige as seguintes o transportador está pronto para ser
especificações para dispositivos de sinalização iniciado.
visual:
África do Sul
• É exigida uma intensidade de iluminação
mínima de 0,4 lux (lm/m²) ao longo de Nas diretrizes contidas na
todo o volume coberto, ou seja, todo o publicação Safety Around Belt Conveyors,
espaço em que o sinal de alarme deverá a associação Conveyor Manufacturers
atuar (por exemplo, instalações de Association of SA Limited (Associação Sul-
produção). africana de Fabricantes de Transportadores
Limitada) especifica que não deve haver
• O dispositivo de sinalização visual movimento até que o sinal de aviso seja
deve emitir luz intermitente branca ou acionado, mas não oferece nenhuma
vermelha. orientação sobre a natureza específica dos
• A taxa de intermitência deve ficar entre sinais sonoros ou visuais.
0,5 Hz e 2 Hz.
A lei Mine Health and Safety Act 1996, seção
A Rússia/Comunidade dos 8.9(1), afirma, de acordo com a revisão do ano
Estados Independentes de 2011:
(CEI)
(f ) um ou mais dispositivos devem ser
Na Rússia e nos outros membros da instalados e utilizados para fornecer
Comunidade dos Estados Independentes aviso antecipado suficiente, a todas
(CEI), a norma GOST 12.2.022 Occupational as pessoas e em todos os pontos onde
Safety Standards System. Conveyors. General seja possível acessar as instalações

64
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

da correia do transportador, por um (a) Caso seja possível visualizar toda


período determinado pela avaliação a extensão do transportador do
de risco da mina, respeitando o local onde a chave de inicialização
período mínimo de 10 segundos, está posicionada, o operador do
sobre a movimentação iminente de transportador deverá verificar
qualquer parte das instalações da visualmente para confirmar se todas
correia do transportador; as pessoas estão seguras, antes de
iniciar o transportador.
Estados Unidos
(b) Caso não seja possível visualizar
Nos Estados Unidos, a toda a extensão do transportador
OSHA (Occupational Safety and Health do ponto de localização da chave
Administration, Administração de Segurança de inicialização, um sistema que
e Saúde Ocupacional) exige a emissão de um forneça aviso visual ou sonoro deverá
sinal sonoro antes da inicialização de qualquer estar instalado e em funcionamento
transportador. Na norma 29 CFR 1926.555(a) para alertar sobre a inicialização do
(1), a OSHA observa que "… Sistemas de transportador. Trinta segundos após
transportadores devem estar equipados com o aviso, o transportador deverá ser
2 sinais de aviso sonoros, que devem soar iniciado ou um segundo aviso será
imediatamente antes da inicialização do dado.
transportador".
Nos Estados Unidos não existem regulamentos
Em instalações de manuseio de produtos sobre o tempo de duração do alarme; o
metálicos e não metálicos (acima e abaixo do requisito indica apenas que deve haver um
nível solo), nas regiões dos Estados Unidos aviso de pré-inicialização. Como observou um
regidas pela MSHA, as seções (30 CFR) participante do fórum Conveyor User Forum do
56.14201 e 57.14201 Avisos de inicialização cr4.globalspec.com, "o aviso não precisa ser uma
de transportadores listam as seguintes buzina; se a operação for pequena, alguém
exigências: pode apenas gritar para dar o alerta".
Figura 5.2.
Existem vários estilos Alarmes
disponíveis de alarmes
de inicialização. Alarme manual ou automático
As normas para avisos de inicialização têm
sido interpretadas de maneira uniforme pela
MSHA, assim como por suas organizações
antecessoras nos Estados Unidos, e por
grupos regulatórios semelhantes no sentido
de incluir nos transportadores sistemas
de alarme manuais e automáticos, desde
Figura 5.3. que esses sistemas sejam usados em cada
Não importa qual é o transportador ou série de transportadores em
tipo de alarme usado, o um determinado sistema.
principal critério é que
A MSHA e muitos operadores de minas
ele seja suficientemente
acreditam que um sistema automático de
alto para que seja
ouvido além do ruído aviso e partida é mais eficaz do que um
geral da operação. manual, e deve ser o sistema preferencial.
Primeiro, o sistema de alarme automático soa

65
Alarmes de inicialização | Capítulo 5

a buzina de inicialização, antes de movimentar segurança, antes de ativar o botão separado


efetivamente o transportador. Uma sequência que inicia o sistema do transportador.
automatizada garante que a buzina forneça
o aviso antes que a energia seja transmitida Na norma CFR 30 56.14201(a), a MSHA
para o motor do transportador, eliminando dispensa os sistemas de transportadores
a possibilidade de que um trabalhador que sejam integralmente visíveis do
negligencie a ativação do alarme antes de ponto onde a chave de inicialização está
iniciar o transportador. localizada, dos requisitos de um sistema de
aviso de inicialização direto. Entretanto, a
Um sistema de alarme manual para MSHA recomenda que todos os sistemas
transportadores aciona um alarme sonoro de transportadores possuam um aviso de
por meio de um botão independente e, inicialização sonoro ou visual direto, mesmo
então, usa um botão separado para iniciar quando são visíveis integralmente do local
o transportador. Ele pode ser considerado onde a chave de inicialização está posicionada.
"direto" e em conformidade com a norma, Isso elimina o risco de erro humano, caso
desde que o sistema seja, de fato, capaz de um trabalhador inicie o transportador sem
avisar às pessoas antecipadamente sobre a verificar os outros trabalhadores.
inicialização do transportador. Os operadores
Em algumas operações, a buzina é soada 2
devem ser instruídos a soar o alarme e,
em seguida, confirmar se todos estão em manualmente, e o transportador é iniciado

Práticas anedóticas relativas a avisos de inicialização descritas em


fóruns on-line ∞

Em fóruns on-line, equipes de fábricas de todo "Já vi alguns em que o operador deve manter
o mundo comparam os avisos de inicialização o botão de inicialização pressionado até que o
de suas fábricas. Veja a seguir trechos das movimento comece."
discussões. ∞
∞ "… o alarme é acionado sempre que o sistema do
"… alarme de pré-inicialização sonoro e transportador é colocado em modo automático,
visual com duração de 30 segundos e, em e o botão ligar/desligar é pressionado. Um
seguida, início imediato." alarme geral muito alto, com luz intermitente,
é acionado no painel de controle e, geralmente,
∞ em algum lugar na outra extremidade remota.
"O alarme tem duração de 10 segundos e, Após 5 segundos de alarme, o transportador é
depois, o início é imediato. Em nossas instalações, iniciado. Estou pensando em mudar um pouco o
10 segundos são tempo suficiente para que os sistema. Com a mudança, o alarme seria ativado
funcionários se afastem do equipamento." a primeira vez que o botão fosse pressionado.
Então, o operador precisaria manter o botão
∞ pressionado durante 5 segundos ou precisaria
pressionar o botão novamente em até 8 segundos
"Na maior parte do tempo, temos um aviso de
(dessa maneira, se houvesse um aviso sobre algum
dez segundos antes da inicialização efetiva da
problema, o sistema não seria iniciado)."
correia."
66
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

em seguida, sob o comando do operador. A Tipos de alarmes sonoros


buzina é um processo manual; o operador deve
apertar fisicamente o botão da buzina e, então, As normas da OSHA nos Estados Unidos,
liberá-lo para ativar o botão de inicialização do entre outras normas, exigem um sinal sonoro,
transportador. Geralmente, os dois controles mas poucas orientações ou especificações são
são interligados, para que não possam ser fornecidas na regulamentação. (Figura 5.2.)
pressionados simultaneamente.
Com base em uma revisão da literatura,
É importante prestar atenção especial à as considerações sobre alarmes sonoros de
eficácia geral do sistema de aviso sonoro, para inicialização incluem:
ter a certeza de que o aviso foi acionado em
• Certifique-se de que o som do alarme
todos os transportadores do sistema. Isso não
do transportador seja mais alto do que
significa que uma buzina ou dispositivo similar
o ruído ambiente da fábrica (os ruídos
deva ser instalado em cada transportador, mas
dos equipamentos/processos próximos,
sim, que o aviso deve ser direto e efetivo para
incluindo a presença ocasional de
cada transportador ou série de transportadores
equipamentos pesados na área).
que possam ser desligados ou iniciados de
forma independente no sistema. • Certifique-se de que o alarme seja um
2 som único, para que os trabalhadores
Alarmes para transportadores e visitantes saibam que há algum
com ciclo automático de ligação e equipamento sendo iniciado, e não a
desligamento mesma campainha ou sirene usada para
indicar um intervalo ou o almoço.
Em um esclarecimento publicado chamado
Program Information Bulletin, em março de • O transportador (ou qualquer
2012, a MSHA fez a seguinte observação equipamento da fábrica que utilize um
sobre as regulamentações de inicialização de alarme de pré-inicialização) deve ser
transportadores 30 CFR 56.14201 e 57.14201: iniciado ao final do aviso.
A duração do sinal de aviso deve ser
... aplicável à transportadores operados
determinada de acordo com o tempo que uma
manual ou automaticamente, incluindo
pessoa em perigo - devido ao sistema de um
sistemas automáticos controlados por
transportador ativado - levaria para ficar em
computador, como controladores lógicos
segurança.
programáveis.
Em regiões onde a duração e a intensidade
Na aplicação das normas à transportadores que
do som dos alarmes de inicialização não
sejam automaticamente parados e iniciados
forem especificadas, o ideal seria considerar
como parte de um ciclo regular de produção,
esses alarmes de forma semelhante, ainda que
a equipe da MSHA responsável pela aplicação
distinta, aos sinais utilizados na inicialização de
foi instruída a considerar o período de tempo
outros equipamentos fixos e na circulação de
durante o qual o transportador permanece
equipamentos motorizados na fábrica.
parado. Se a parada for suficientemente longa
para que os trabalhadores acreditem que o Como um responsável de uma fábrica
transportador foi desligado "intencionalmente observou:
e antecipem que um aviso será fornecido"
antes que o transportador seja reiniciado, Todos os nossos alarmes de inicialização
haverá a exigência de fornecimento de avisos são iguais, porém, únicos em relação
adequados. a outros alarmes, como os alarmes [de
perturbação] de processos. Quando
os trabalhadores ouvem esse som, eles
sabem que algum equipamento está

67
Alarmes de inicialização | Capítulo 5

prestes a ser iniciado, o que os fazem ser "suficientemente alto para que seja ouvido".
pensar sua localização na fábrica. O documento também observa: "Soe o alarme
Em relação à duração do alarme, as opiniões antes da inicialização do transportador".
variam consideravelmente. Evidências como O catálogo do fornecedor [The Complete
aquelas observadas em fóruns na Internet Spectrum of Signaling Technology (Edition
registram que a duração dos avisos varia 14)] da Pfannenberg GmbH Electro-
entre 5 e 30 segundos. (Consulte as práticas Technology for Industry sugere:
relativas a avisos de inicialização descritas
• De acordo com a norma EN ISO 7731
em fóruns on-line.)
(substituta da EN 457), uma sirene deve
Talvez a regra mais segura seja orientar a ter um nível de som mínimo de 65 dB
duração do aviso de acordo com o tempo que (A).
uma pessoa ciente da situação levaria para • De acordo com a norma DIN VDE 0833/
reagir e deixar a área de risco. A consideração EN 60849, um alarme de evacuação deve
mais importante é o fornecimento de um ser, pelo menos, 10 dB(A) mais alto do
período de tempo suficiente para que um que o nível de ruído ambiente.
funcionário ocupado ou próximo a um perigo O alarme deve ser posicionado de maneira 2
interrompa seu trabalho, deixe a área de risco, que, em situações normais, as pessoas não
estabeleça comunicação com a sala de controle trabalhem ou se desloquem diretamente de
ou puxe o cabo de parada de emergência para frente para ele.
indicar a presença de uma condição insegura
Pode ser complicado calcular o nível de pressão
para a inicialização.
sonora a uma distância específica de um
Parece óbvio que o alarme deva completar o alarme em espaços fechados onde haja muitas
ciclo sonoro antes do início do movimento fontes de ruído, como geralmente é o caso de
do transportador, porque, caso contrário, operações de manuseio de materiais a granel.
"o alarme não poderia ser considerado um Como a previsão dos níveis de som em
ALARME DE PRÉ-INICIALIZAÇÃO", ambientes de mineração e industriais é
como observou um dos usuários do fórum algo difícil, um engenheiro de som deve
Conveyor User Forum, em cr4.globalspec.com. ser solicitado a determinar o número e a
localização dos alarmes. Atualmente, muitos
Qual é a altura ideal do som do
alarmes sonoros no mercado são programáveis,
alarme?
para permitir ajustes dos níveis de dBA e
Quando perguntado sobre qual seria o oferecer diversos padrões de sinalização.
tamanho ideal das pernas de um homem,
Adição de luzes ao som
atribui-se a Abraham Lincoln a seguinte
resposta: "Elas devem ser suficientemente Embora muitas normas permitam sistemas de
longas para alcançar o chão". Ao considerar aviso sonoros ou visuais, avisos visuais sob a
a altura do volume de um alarme de luz do sol ou em outros locais bem iluminados
inicialização, a mesma abordagem deve ser são ineficazes. Por essa razão, é recomendável
utilizada: o alarme deve ser suficientemente que um sistema de aviso sonoro seja utilizado
alto para que seja ouvido. (Figura 5.3.) em sistemas de transportadores instalados em
ambientes externos ou em outros locais bem
O documento MSHA Hazard Alert on
iluminados. A utilização de luzes intermitentes
Conveyor Startup Fatalities combina a
pode aprimorar o efeito do alarme.
recomendação de que uma fábrica deve
"fornecer um alarme de pré-inicialização" e o Alguns usuários de transportadores e equipes
item adicional que indica que o alarme deve de segurança defendem que um alarme sonoro,

68
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

por si só, não é suficiente. A buzina de alarme próximos a transportadores:


deve ser acompanhada por luzes de aviso ao
• Instale um número suficiente de avisos
longo da unidade que está sendo ativada.
visuais e sonoros para a indicação de
O ciclo de "FUNCIONAMENTO" das luzes
inicialização e desligamento, adequados
deve ser idêntico ao tempo de duração do aviso
ao maquinário e ao ambiente natural, de
sonoro.
modo que pelo menos um dispositivo
Depois que a sirene pára de aviso possa ser visto ou ouvido em
qualquer local próximo ao transportador e
Qualquer equipamento que requeira um aos equipamentos associados.
alarme de aviso de movimento não deve
iniciar o movimento enquanto o alarme estiver • Antes da inicialização, confirme
soando. Também deve haver um atraso para verbalmente com os trabalhadores na área
que a equipe possa buscar a segurança após o se eles estão afastados do transportador.
alarme soar. A duração do alarme pode variar • Certifique-se de que o volume do alarme
de acordo com os diferentes ambientes. de inicialização sonoro seja pelo menos 10
dBA mais alto do que o som ambiente.
O regulamento 30 CFR, seções 56/57.14201,
da MSHA, observa que, se a correia não • Ative os avisos de inicialização por um
2
for iniciada no período de 30 segundos período mínimo de 20 segundos antes de
após o final do alarme, o alarme deverá ser iniciar o transportador. Ajuste a duração
soado novamente antes do início efetivo do do aviso de inicialização para mais de
movimento. 20 segundos para áreas e disposições de
equipamentos que exijam mais de 20
segundos para serem liberados.
MELHORES PRÁTICAS • Inspecione e teste os avisos de
Avisos de inicialização inicialização mensalmente, e registre
os resultados. Repare os avisos de
Muitas vezes, os avisos de inicialização são
inicialização inoperantes ou inativos
ineficazes devido à localização da instalação,
imediatamente e antes de reiniciar o
ao tipo de aviso ou à falhas de inspeção e de
transportador.
manutenção. Em outros casos, é necessário
mais tempo do que o exigido nos regulamentos
para evacuar um espaço confinado antes
da inicialização do transportador. A prática
de depender unicamente da confirmação
visual para garantir que o transportador
esteja liberado é problemática. Mesmo em
transportadores curtos, é difícil confirmar se
há ou não pessoas presentes. A confirmação
visual é altamente dependente da devida
diligência e da visão do operador, que, muitas
vezes, são afetadas por distrações, problemas
com a iluminação e níveis de poeira na galeria
do transportador. Por essa razão, a prática
da verificação visual deve ser descontinuada
como o principal ou único nível de proteção
dos avisos de inicialização. Siga estas etapas
para ajudar a proteger aqueles que trabalham

69
Alarmes de inicialização | Capítulo 5

CONCLUSÕES Figura 5.4.


A segurança é brilhante Alarme de inicialização
(e soa bem) alimentado pela
caixa de conexões
A adição de alarmes de aviso sonoros e/ do transportador.
ou visuais e de atrasos devidamente
sequenciados consistem em uma ferramenta
de segurança adequada e necessária à proteção
dos funcionários que trabalham com, ou
próximos à correias de transportadores
ou máquinas móveis. (Figura 5.4.) Em
ambientes industriais, se o trabalhador
não é o funcionário que aperta o botão de
inicialização, ele provavelmente não saberá
quando a inicialização está prestes a começar.
Os alarmes são essenciais para permitir
que qualquer pessoa nas proximidades dos
equipamentos saiba que ele está prestes a ser 2
iniciado.

70
2

Capítulo 6 Cabos de parada de emergência


Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71 Introdução
Noções básicas de controles de A necessidade dos controles de
parada do transportador . . . . . . . . . . 74 parada de emergência
Como funcionam os cabos de Como definido na norma ISO 13850 Safety
parada de emergência . . . . . . . . . . . . . 75 of Machinery – Emergency Stop – Principles for
Design, a função de qualquer cabo de parada
Sistemas de cabos de parada . . . . . . .76 de emergência é:
A necessidade da realização […] evitar o surgimento de riscos
de testes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77 para às pessoas, ou reduzir os riscos
existentes, danos ao maquinário ou ao
Entretanto, na Austrália . . . . . . . . . . . . 78
trabalho em andamento, e possibilitar
Cabos de parada de emergência […] seu inicialização pela ação de um
e o tempo de reação humano . . . . . . 78 único indivíduo caso a função normal
de parada seja inadequada para esse fim.
E então, para que servem os cabos
de parada de emergência? . . . . . . . . . 80 Se um trabalhador puder acessar um
transportador em funcionamento, ele
Problemas na instalação . . . . . . . . . . . 81 deverá ser equipado com um dispositivo de
desligamento de emergência ao longo de toda
REGULAMENTOS E NORMAS . . . . . . . 82
a extensão do transportador. Se ambos os lados
MELHORES PRÁTICAS . . . . . . . . . . . . . . 91 forem acessíveis, tanto no nível do solo ou por
meio de passarelas, ambos os lados devem ser
CONCLUSÕES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 92 equipados com o mecanismo de desligamento.

71
Cabos de parada de emergência | Capítulo 6

A maior parte dos dispositivos de parada de comunicação, como a localização de um


de emergência para controle industrial, cabo específico em um transportador extenso.
denominação frequentemente abreviada como
"parada de emergência", tem a aparência de Cabos de parada de emergência são acionados
um botão que pode ser pressionado com a em duas situações ou condições básicas.
palma da mão ou "botão do pânico", ativado A primeira situação é quando um trabalhador,
por um simples movimento da mão para parar suas roupas ou suas ferramentas ficam presas
o equipamento ou processo em questão. Em no transportador. Infelizmente, essa situação
ambientes de sala de controle, o dispositivo tem causado um número considerável de
de parada de emergência terá a aparência de acidentes graves e fatais com transportadores.
um botão. Porém, ao longo da extensão do A utilização de um cabo de parada de
transportador de correia, a função de parada de
emergência é realizada por cabos de parada de Figura 6.1.
emergência.
Instalados ao lado
Cabos de parada de emergência são um do transportador, os
cabos de parada de
mecanismo de segurança que permitem que
emergência permitem
um trabalhador em qualquer ponto ao longo
que os trabalhadores 2
das laterais do transportador puxe um cabo
parem a correia a partir
para desligar a alimentação do transportador de qualquer ponto
e parar o movimento da correia. (Figura ao longo da extensão
6.1.) Os cabos são iguais aos cabos para dar do transportador.
o sinal de parada em um ônibus, exceto pelo
fato de que não é preciso esperar que "o
motorista" desligue a alimentação, pois isso
ocorre automaticamente. Puxando o cabo
em qualquer direção e em qualquer ponto ao
longo do transportador, o cabo interrompe Figura 6.2.
o circuito elétrico e desliga o sistema de
Puxar o cabo de parada
acionamento do transportador.
move um braço que
Puxar o cabo interrompe o funcionamento abre uma chave elétrica
normalmente fechada,
da correia do transportador, por meio da
cortando a alimentação
aplicação de força (puxando) para ativar
do transportador.
um braço mecanicamente ligado a chaves
Além disso, a presilha do
elétricas normalmente fechadas. (Figura 6.2.) cabo à esquerda não está
As chaves estão interligadas ao circuito de instalada corretamente.
controle de acionamento do transportador.
Quando força suficiente é aplicada ao cabo de
emergência, a chave é desativada, fazendo com
que o acionamento principal do transportador
seja desenergizado, permitindo, assim, que Uma observação sobre nomenclaturas
a correia do transportador derrape até parar. Para a finalidade deste livro, consideramos estes termos sinônimos:
O braço mecânico geralmente serve também cabo de parada de emergência, parada de emergência, e cabo de
como um sinal visual de que a chave foi segurança). Também consideramos estes termos sinônimos entre si:
acionada; por vezes, os cabos contam com cabo, fio, corda e chave.
mecanismos "indicadores" adicionais.
Os cabos de segurança frequentemente contam Um cabo de emergência é um tipo de chave de parada de
com contatos auxiliares para fazer interface emergência; uma chave de parada de emergência pode ser, mas não
com outras lógicas do sistema ou necessidades é necessariamente um cabo de emergência.

72
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

emergência sob essas circunstâncias pode emergência dessa maneira, como um meio
reduzir a gravidade de uma lesão, mas, conveniente de desligar o transportador ao
geralmente, não impede a condição insegura e fazer inspeções, ajustes ou pequenos reparos, é
a ocorrência de ferimentos em algum grau. uma prática comum, porém lamentável. Esse
não é necessariamente um uso adequado ou
A segunda situação é quando um trabalhador seguro do cabo, mas é uma realidade. Um cabo
nota algum problema com o transportador de emergência nunca deve substituir práticas
e para o equipamento para inspecionar ou adequadas de parada do transportador (não
evitar danos ao transportador ou a seus emergenciais), incluindo procedimentos de
componentes. O uso do cabo de parada de bloqueio/etiquetagem.

Guia de aplicações de paradas de emergência da CEMA


Em 2008, a Conveyor Equipment Manufacturers Association acionado não deve reiniciar o equipamento
(CEMA) publicou o guia Safety Best Practices Recommendation automaticamente. A reinicialização do equipamento deve
E-Stop Application Guide for Unit Handling Conveyors. Embora ser iniciada pelos controles de inicialização do painel de
essa publicação não tenha como foco os cabos de parada de controle associado apenas após o dispositivo de parada
emergência, ela lista algumas regras de aplicação gerais para todas de emergência acionado ser redefinido manualmente, e
as paradas de emergência, como a seguir: deve começar somente após a sequência de inicialização
• Um dispositivo de parada de emergência deve ser normal, incluindo atrasos e avisos. Os equipamentos
disponibilizado em intervalos razoáveis, interligados ao painel associado também será
compatíveis com o tipo e a massa reiniciados (ou não), de acordo com a sequência de
do equipamento, parâmetros operação. Nenhum equipamento será reiniciado
operacionais esperados, possível mau sem avisos e atrasos adequados.
uso e os níveis de treinamento da • Apenas devem ser instalados os
equipe que deverá atuar na área. dispositivos e sistemas de parada de emergência
• Dispositivos de parada de emergência que atendam às normas aceitas pela empresa,
não são configurados para funcionar setor, concepção e governo em relação ao
como dispositivos de bloqueio e nunca desempenho, aparência e projeto elétrico.
devem ser usados para essa finalidade. • Os cabos de parada de emergência
• Os circuitos de parada de emergência devem ser identificáveis e distintos de
devem ter ligação por fiação e não devem qualquer controle:
depender de nenhum dispositivo lógico ou - O atuador de um dispositivo
de estado sólido para funcionar. Sistemas em operado por botão deve ser do tipo acionado
rede aprovados podem ser utilizados, desde que manualmente por pressão ou botão de pânico.
qualquer alteração da programação seja registrada de - Os acionadores dos botões de parada de emergência
maneira indelével. devem ter a cor vermelha.
• Circuitos de parada de emergência, quando ativados, devem - Os cabo de emergência para os dispositivos de
extrair energia elétrica diretamente da fonte de alimentação parada de emergência devem ser fornecidos em cores
ou do dispositivo de comutação da fonte de alimentação. altamente visíveis, que permitam identificação rápida.
• Os circuitos de parada de emergência devem parar os • Dispositivos e sistemas de parada de emergência,
dispositivos pneumáticos ou hidráulicos, interrompendo independentemente do tipo, interromperão efetivamente
a fonte de alimentação, de maneira que os movimentos todos os movimentos na zona parada de emergência
subsequentes devido, por exemplo, à energia cinética não controlada.
ocorram. No momento da elaboração desta publicação, a CEMA está
• Dispositivos elétricos de parada de emergência devem atualizando seu guia E-Stop Application Guide (CEMA
ser concebidos de tal maneira que requeiram redefinição SBP-002). A previsão é que a edição de 2016, que incluirá
manual no ponto do acionamento elétrico antes que uma "Orientações específicas para transportadores para o manuseio de
sequência de reinicialização possa ser iniciada. materiais a granel", estará disponível para download gratuito em
• A redefinição do dispositivo de parada de emergência cemanet.org.
73
Cabos de parada de emergência | Capítulo 6

Noções básicas de dispositivo de controle. O comando de parada


controles de parada do de emergência deve ser mantido até que o
dispositivo de comando seja redefinido.
transportador
A execução da operação de redefinição de
Dispositivos de parada de emergência, uma parada de emergência só deve ser possível
incluindo cabos de parada de emergência, no local onde a parada de emergência tiver
devem ser instalados em cada estação de sido iniciada. A redefinição de uma parada
controle do operador e em outros locais, de emergência não deve provocar o reinício
como ao longo do transportador. Eles devem imediato das máquinas ou equipamentos.
ser posicionados para facilitar o acesso e
É importante que cabos de parada de
possibilitar uma operação sem riscos para o
emergência e outros sistemas de parada de
operador e outras pessoas que possam precisar
emergência sejam reservados para utilização
para operá-los. Medidas contra acionamentos
em situações de emergência; eles não devem
acidentais não devem comprometer a
ser empregado para bloqueios do sistema ou
acessibilidade.
inicializações e paradas de "rotina" do sistema
O dispositivo deve ser capaz de iniciar a
parada das máquinas e equipamentos de forma Figura 6.3.
2
controlada, sem criar novos riscos. Esse botão vermelho tipo
botão do pânico permite
Muitos transportadores menores presentes em fácil identificação e
fábricas terão cabos de parada de emergência operação da chave de
instalados na estação de controle do motor. parada de emergência.
Os botões de parada de emergência têm
cor vermelha com fundo na cor amarela, de
acordo com a NFPA (National Fire Protection
Agency, Agência Nacional Norte-americana
de Proteção contra Incêndios), e podem ser do
tipo botão de pressão ou botão do pânico.
O botão de parada de emergência tem
a mesma função do cabo de parada de
emergência, que é a de desligar a alimentação
do acionamento do transportador; após a
redefinição, um comando secundário para
Os avanços do controle em rede
iniciar o transportador é obrigatório. Conforme os sistemas de controle avançam, a utilização de
componentes de software para monitorar o status dos dispositivos
Botões de parada de emergência, ou qualquer
de segurança, como os cabos de emergência, estão se tornando
componente desse tipo, devem ser seguros
cada vez mais comuns. As tecnologias de rede avançaram e
e fáceis de acessar para os operadores e
passaram a ser tão confiáveis quanto os circuitos de parada
trabalhadores no local.
de emergência com fios e, na verdade, proporcionam uma
Botões, alavancas ou qualquer componente variedade maior de funcionalidades em termos de flexibilidade,
utilizado como acionador de um dispositivo diagnósticos e relatórios de falhas e registros históricos de erros.
de parada de emergência deve ser projetado Essas tecnologias em rede agora são amplamente utilizadas em
e instalado para que possa ser identificado aplicações de transportadores para manuseio de unidades, e
visualmente, de maneira clara, e operado com espera-se que elas sejam aplicadas também a transportadores para
facilidade. (Figura 6.3.) o manuseio de materiais a granel. Para obter mais informações,
consulte a norma IEC 61508, que estipula os requisitos
Qualquer ação sobre um acionador que resulte gerais para dispositivos de segurança elétricos, eletrônicos e
em um comando de parada de emergência programáveis.
deverá também resultar no travamento do

74
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

Figura 6.4. a tensão necessária para ativar o cabo de


O cabo de parada desligamento de emergência, sem ruptura.
de emergência é
Com o sistema do cabo alinhado, o sinal
instalado ao longo
do transportador. de parada de emergência pode ser acionado
Observe que o cabo em qualquer ponto ao longo da extensão do
escapou dos anéis de cabo. Esses pontos podem ter distâncias de
suporte no primeiro até 50 metros [≈165 pés], aproximadamente,
plano, à direita; isso em cada lado da chave, de acordo com as
deve ser corrigido. recomendações do fabricante, especificações da
instalação e regulamentos locais.
do transportador. Também é importante O cabo parada de emergência deve estar
lembrar que a função de parada de emergência facilmente acessível durante operações de
não deve ser usada em substituição a medidas trabalho normais ao longo do transportador,
de proteção e a outras funções críticas de a fim de permitir que o cabo seja puxado em
segurança; em vez disso, ela deve ser destinada qualquer direção para parar a correia.
apenas ao uso como medida auxiliar.
2 Uma força horizontal inferior a 125 newtons
[≈13 Kgf ], aplicada a um ponto intermediário
Como funcionam os cabos de entre dois anéis de suporte e perpendicular ao
parada de emergência cabo, deve ser suficiente para ativar a parada
de emergência. O movimento necessário do
O cabo de parada de emergência é acionado cabo entre a posição de "repouso" e o ponto de
pelo movimento de um cabo instalado ativação normalmente não deve exceder
ao longo da extensão do transportador e 300 milímetros [≈12 pol.].
conectado ao dispositivo de acionamento.
(Figura 6.4.) Esse cabo, normalmente um Existem cabos unidirecionais, que permitem
cabo de fios metálicos revestidos, é direcionado o direcionamento em apenas uma direção,
através de anéis de fixação conectados à e cabos bidirecionais, em que o cabo é
estrutura do transportador. simetricamente esticado e tensionado em duas
direções.
Um movimento de tração em qualquer direção
ativará o cabo de parada de emergência. Uma O cabo conta com uma articulação mecânica
falha do sistema de tensionamento da mola ou ativa entre os contatos da chave e o cabo
uma ruptura do próprio cabo também ativará metálico. Isso significa que, ao puxar ou
o dispositivo para desligar a alimentação romper o cabo (ocasionando perda de
do transportador e acionar a parada de tensão), os contatos de segurança são
emergência. O cabo deve ser capaz de suportar positivamente abertos. Quando o cabo é
uma força de tensão 10 vezes maior do que puxado por uma distância suficiente, ele gira
Figura 6.5.
Os componentes de
um sistema de cabo de
parada de emergência 3 5 7 6 7 4
típico mantêm o
cabo tensionado e 2 8 1
suspenso entre ambas
as extremidades do
sistema, além de
conectarem as chaves
ao longo da extensão 1. Cabo de emergência 3. Gancho de ancoragem 5. Mosquetão 7. Grampos do cabo
do transportador. 2. Mola tensora 4. Elemento de tensionamento 6. Suporte do cabo 8. Laço

75
Cabos de parada de emergência | Capítulo 6

um braço de acionamento dentro da chave, e regionais, que podem impor requisitos


longe o suficiente para quebrar o circuito de adicionais para os circuitos do sistema de
alimentação, abrindo os contatos normalmente parada de emergência.
fechados. A abertura dos contatos geralmente
requer um movimento da ordem de 25 Em casos de uma queda de energia para
milímetros [≈1 pol.] ou de 20 a 25 graus de a alimentação do circuito de parada de
rotação do braço de acionamento. emergência, todos os circuitos do sistema
falharão, desligando o transportador.
Após o acionamento, as chaves são
mecanicamente travadas e só podem voltar às Além das questões relacionadas à fiação e
condições operacionais pressionando o botão ao funcionamento correto da chave elétrica,
de redefinição ou acionando uma alavanca. cabos de parada de emergência têm um fator
A alavanca de redefinição mantém a chave complicador da instalação e da manutenção
travada em uma condição de alarme, até dos cabos.
que ela seja redefinida manualmente por um O cabo é conectado às chaves e pode empregar
operador. Pressionar a alavanca de redefinição molas ou esticadores para manter a tensão
para baixo fará com que ela volte para a adequada ao longo do cabo. (Figura 6.5.)
posição vertical e liberará o travamento. Alguns dispositivos contam com um indicador 2
Para reiniciar o transportador, duas ações de tensão na caixa da chave. O cabo deve ter
precisam ser concluídas. Primeiro, o cabo movimento livre entre os respectivos suportes,
ou botão de parada de emergência no especialmente nas curvas. Os cabos não devem
transportador precisa ser redefinido; em apresentar torções nem correr o risco de
seguida, o botão de inicialização no painel de apresentar torções durante o uso.
controle precisa ser ativado. Após o sistema O cabo deve ser instalado sem excesso de folga,
ser redefinido, as sequências normais de pois a folga extra aumentará a distância da
inicialização devem ocorrer. Isso inclui o "ação de puxar" necessária para ativar a chave e
acionamento das buzinas de aviso antes do desligar o transportador. (Figura 6.6.)
início do movimento da correia.
O comprimento total do cabo de um
O cabo de parada pode ser conectado a um dispositivo bidirecional simples geralmente
sinal ou alarme sonoro ou visual para indicar a não deve exceder 100 metros [≈330 pés], com
ativação do cabo e consequente desligamento 50 metros [≈165 pés] em cada lado da chave.
do transportador. Um "indicador" ou lâmpada A distância entre os anéis de suporte do cabo
também pode ser incluída na parte externa da normalmente é de 2 a 3 metros [≈6 a 10 pés].
chave, para fornecer uma indicação do cabo
acionado. Um dos motivos para centralizar o cabo
entre os pontos de extremidade, isto é, com
Além do cabo, alguns dispositivos de parada de
emergência também apresentam um botão de Figura 6.6.
parada externo adicional. Se o cabo tiver
folga excessiva, os
trabalhadores não
Sistemas de cabos de parada conseguirão puxar o cabo
o suficiente para parar
Como ocorre com todos os sistemas elétricos a correia e salvarem a si
e controles, a instalação correta é necessária mesmos ou a um colega.
para o funcionamento adequado dos cabos
de parada de emergência. Botões e cabos
de parada de emergência devem estar em
conformidade com os códigos elétricos locais

76
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

comprimentos de cabo iguais em ambos Essa porcentagem de 2% de falhas nos sistemas


os lados da chave, é a variação na expansão pode não parecer muito alta, até que a vida
térmica, para que ela não tenha efeitos de um trabalhador dependa de um desses
adversos sobre a extensão do movimento sistemas defeituosos. Se um grupo de 50
necessário para parar o transportador quando paraquedistas saltar de uma aeronave, uma
o cabo for puxado. Uma variação de até 3% taxa de falha de 2% significa que um soldado
no comprimento do cabo normalmente é terá um paraquedas que não abrirá. Isso
permitida. obviamente é uma tragédia para esse soldado,
e pode interferir muito no sucesso da missão
O cabo pode ser instalado de modo que passe de maneira geral. Um dispositivo de parada de
ao redor da parte traseira do transportador, emergência é como um paraquedas; ele precisa
usando uma polia de canto, desde que de funcionar no primeiro acionamento, sempre.
acordo com as instruções de instalação do
fabricante. A solução para o problema das falhas no
desempenho dos dispositivos de parada
As especificações relativas ao número de de emergência consiste na realização de
chaves necessárias, comprimento máximo do manutenção adequada e na implementação
cabo, número e espaçamento dos anéis de de programas de testes dos equipamentos, que
2 suporte e outras características devem estar verificam o funcionamento dos equipamentos
em conformidade com as recomendações do de segurança do transportador. Esses testes
fabricante do dispositivo. devem ser realizados mensalmente.

A MSHA reafirma a necessidade de inspeções e


A necessidade da realização de testes mensais dos dispositivos de segurança no
testes documento Program Policy Letter No. P12-V-
02, publicado em abril de 2012. O documento
Um artigo da revista Rock Products de agosto
confirma que a MSHA considera os
de 1995, intitulado Rock Newscope, por Bob
dispositivos ou cabos de parada de emergência
Drake, relatou que a MSHA (Mine Safety
como equipamentos elétricos, de acordo com
and Health Administration, Administração
a norma 30 CFR, seção 77.502, e, assim, eles
de Segurança e Saúde em Mineração) dos
"devem ser examinados, testados e mantidos
Estados Unidos alertou os operadores de minas
por um funcionário qualificado para garantir
sobre falhas potenciais dos sistemas de parada
condições operacionais seguras".
de emergência ao longo dos transportadores.
Após a realização de testes em mais de 1.100 A publicação observa que, no dia 3 de fevereiro
sistemas, a MSHA registrou uma taxa de falha de 2009:
de 2%. A MSHA atribuiu esses problemas a
diversos fatores: ... Um juiz de direito administrativo
aceitou a interpretação do Ministro
• Derramamentos ao redor do dispositivo, de que um dispositivo de parada de
que impediram a desativação do emergência, composto por um cabo
transportador de parada de emergência e o respectivo
• Cabos partidos ou com folga excessiva braço mecânico de ativação, está
incluído na definição de equipamento
• Rolamentos articulados "paralisados"
elétrico... O juiz também considerou
onde há a inserção da haste da chave na
que os testes devem incluir um teste
caixa
funcional, e não pode ser limitado à
• Falha das chaves elétricas dentro da caixa observação visual.
• Cabeamento incorreto da chave ou dos
O documento acrescenta que a norma
circuitos de controle
30 CFR, seção 77.502-2

77
Cabos de parada de emergência | Capítulo 6

"... exige que as análises e testes sejam O boletim Safety Bulletin afirma que os
realizados pelo menos uma vez por "testes realizados em dispositivos do
mês". transportador acionados por cabos devem
garantir que todos os requisitos" da norma
A publicação Program Policy Letter observa Australiana sejam levados em conta. [A norma
que citada no boletim publicado, AS 1755, foi
... Embora as análises dos cabos substituída pela norma AS/NZS 4024.3610,
de parada de emergência e braços que aborda paradas de emergência acionadas
mecânicos não precisem ser registradas por cabos na seção 2.10.6. – ed.]
durante as análises mensais dos
O Safety Bulletin conclui:
equipamentos elétricos, os dispositivos e
cabos defeituosos devem ser registrados. Os resultados de qualquer serviço,
manutenção e teste dos dispositivos
Consequentemente, nas áreas de trabalho
de parada de emergência acionados
nos Estados Unidos sob jurisdição da
por cabos do transportador devem ser
MSHA, é obrigatória a realização de "teste
registrados, não apenas para verificar
de funcionamento" mensal de todos os
os testes, mas para monitorar qualquer
sistemas de cabos de parada de emergência do
deterioração que possa resultar em um 2
transportador. Devem ser mantidos registros
nível inaceitável de risco.
dos resultados. Embora outros locais de
trabalho, nos Estados Unidos e em outras
regiões do mundo, não adotem as diretrizes da Cabos de parada de emergência
MSHA como um requisito formal, é certo que
e o tempo de reação humano
essa é uma boa prática.
Supondo que os cabos de parada de
emergência do transportador tenham sido
Entretanto, na Austrália adequadamente especificados, posicionados,
Um problema semelhante foi observado instalados, mantidos e estejam operacionais,
pelo Queensland (Australia) Department of isso significa que eles serão suficientes para
Natural Resources and Mines (Departamento proporcionar condições seguras de trabalho
de Recursos Naturais e Minas de Queensland, para os trabalhadores, certo?
Austrália) em seu boletim Safety Bulletin No. Bem, não é bem assim.
40, Testing Of Conveyor Pull Wire Activated
Emergency Stops, publicado em 25 de março de Mesmo com instalação, inspeção e operação
2003. adequadas, um cabo de parada de emergência
em um transportador de correia pode não
O boletim observou: parar a correia suficientemente rápido para
... Diversas inspeções esquematizadas salvar uma vida.
recentes determinaram que os testes O problema advém das velocidades
das paradas de emergência acionadas relativamente elevadas dos transportadores
por cabos não foram suficientes ou não de correia modernos. Muitos transportadores
foram executados corretamente. A maior são projetados para paradas controladas, sob
parte dos testes envolveu simplesmente condições normais, para limitar as forças
puxar o cabo em um sentido e de acordo dinâmicas e para paradas em situações de
com a tração necessária para acionar emergência. O tempo de parada de um
a parada de emergência. Esse teste transportador sob condições de parada
básico não avalia diversos requisitos controladas pode ser de 10 a 60 segundos.
importantes para as paradas de Em uma configuração de parada de
emergência acionadas por cabos.

78
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

emergência, o transportador pode ser parado Será que o trabalhador conseguiria acionar
mais rapidamente, mas ainda leva tempo. o cabo de parada de emergência para
Quando comparado ao tempo de reação interromper o movimento da correia e fazer
humana, especificamente, o tempo de com que a ferramenta caísse?
reação de um trabalhador que fica preso em
um ponto de esmagamento ou envolvido A resposta para todas as três perguntas é um
em outros riscos, a correia pode percorrer sonoro "não".
uma distância considerável antes que o Mesmo com a velocidade relativamente
trabalhador esboce uma reação. O trabalhador modesta de 1,5 metro por segundo [≈300
provavelmente não terá tempo e capacidade fpm] do transportador, a correia e e os outro
suficiente de puxar a corda para ativar a função componentes giratórios do equipamento
de parada e evitar lesões ou a morte. apresentam movimento demasiadamente
Este é um cenário de acidente típico: rápido para que o trabalhador solte a pá a
tempo de escapar sem ficar preso e sofrer
Um trabalhador está usando uma ferramenta ferimentos graves.
manual com cabo longo (uma vassoura ou pá)
para limpar próximo aos rolos de retorno de Uma pesquisa publicada em um artigo do ano
2 um transportador de correia. A correia tem de 2012, Start Reaction Time and Performance
velocidade de deslocamento de 1,5 metro por at the Sprint Events in the Olympic Games,
segundo [≈300 fpm]. indica que o tempo médio de reação de um
velocista Olímpico ao sinal de largada é de
O trabalhador empurra a ponta da ferramenta 0,146 a 0,18 segundos, até que o atleta inicie
contra a correia em movimento, que prende o movimento. Isso é muito rápido. Porém,
e puxa a pá e o trabalhador que a segura em mesmo com a velocidade relativamente
direção ao ponto de pressão entre o rolo e a modesta de 1,5 metro por segundo [≈300 fpm]
correia em movimento. do transportador, a correia em movimento terá
puxado a ferramenta 0,219 a 0,27 metro [≈8,6
Será que o trabalhador conseguirá se a 10,6 pol.] antes que o velocista internacional
salvar? Será que o trabalhador conseguiria altamente alerta e treinado possa reagir para
simplesmente soltar a ferramenta? soltar a ferramenta.
Figura 6.7.
Impacto sobre a distância de deslocamento
Conforme a velocidade
da correia aumenta,
de um trabalhador preso em uma correia
aumenta a distância
que um trabalhador
Velocidade relativa da correia

preso será puxado em


direção ao sistema 3X
do transportador,
também aumentando

2X
significativamente
a possibilidade de
lesões graves.

X
Distância relativa percorrida

79
Cabos de parada de emergência | Capítulo 6

Um trabalhador "comum", que não é um 1,5 metro por segundo [≈300 fpm] selecionada
atleta de nível internacional, precisaria de para o exemplo, a distância que o trabalhador
mais tempo para reagir e, assim, seria puxado preso percorrerá sendo puxado em direção
por uma distância maior pelo equipamento ao risco será multiplicada pelo mesmo fator.
giratório antes de ser capaz de se soltar. (Figura 6.7.)

O problema é o mesmo da condução de De qualquer modo, o trabalhador


veículos. A questão não é apenas quando provavelmente já terá ido longe demais em
o condutor vê um problema, mas o nível direção ao transportador para alcançar e
de rapidez do indivíduo para reconhecer acionar o cabo de parada de emergência.
a situação como um problema e, depois,
quanto tempo ele leva para iniciar uma reação Se o trabalhador estiver desatento ou distraído,
adequada para corrigir o problema. o tempo de reação será mais lento e a distância
percorrida ao ser "puxado" será ainda maior.
O "tempo de percepção" é o tempo que Outros fatores que podem afetar o tempo
o condutor leva a reconhecer o perigo, de de reação médio de um indivíduo incluem
modo que o cérebro perceba que uma reação idade, preparo físico, fadiga, visão limitada,
imediata é necessária. Isso pode levar de ¼ problemas de audição, álcool e medicamentos.
a ½ de segundo. Após o cérebro perceber o 2
"perigo", o "tempo de ação" é o tempo que o Mesmo que o trabalhador preso ou exposto ao
corpo demora para executar a ação corretiva. risco esteja trabalhando com um parceiro, esse
No caso da condução, esse é o tempo que leva parceiro levará o mesmo tempo, se não mais,
para mover o pé do acelerador para o pedal para perceber o que aconteceu e localizar e
do freio. Esse tempo de reação pode variar de puxar o cabo para acionar a função de parada
¼ a ¾ de segundo. O tempo total para que do transportador.
uma pessoa consiga se salvar após um estímulo E mais um problema: a localização do
inesperado é a soma das duas partes: o tempo cabo de parada de emergência na lateral
de percepção e o tempo de reação. O tempo do transportador pode significar que um
total geralmente soma aproximadamente um trabalhador preso não será capaz de alcançar o
segundo. cabo. Embora os cabos de emergência devam
Se continuarmos a presumir a velocidade ser práticos e acessíveis para os trabalhadores
"relativamente lenta" da correia de 1,5 metro em segurança na passagem, a posição poderá
por segundo [≈300 pés por minuto] citada ser complicada, se não inalcançável, caso um
anteriormente, a correia tem deslocamento trabalhador esteja sendo puxado em direção à
de 1,5 metro [≈5 pés] por segundo. Se um correia ou aos componentes.
trabalhador ficar preso, durante um segundo,
que é o tempo que leva para o funcionário E então, para que servem os
comum "perceber" e "reagir" ao que está
acontecendo, a correia o terá puxado por
cabos de parada de emergência?
1,5 metro ou 5 pés. Essa distância é suficiente Se eles normalmente não são instalados de
para puxar a ferramenta do trabalhador, seu modo que um trabalhador preso ou em perigo
braço ou o corpo em direção ao ponto de possa alcançá-los, e o tempo necessário para
esmagamento antes que o trabalhador possa acioná-los não é suficiente para impedir
reagir. ferimentos ocasionados pelo transportador
em movimento, para que servem os cabos de
Se a velocidade da correia for maior, e as
parada de emergência? Veja a seguir algumas
correias de transportadores em muitas
respostas a essa pergunta.
operações funcionam a velocidades duas ou
três vezes maiores do que a velocidade de

80
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

Figura 6.8. É possível que a melhor função do cabos de


Os cabos de parada de emergência seja a preservação do sistema do
emergência não devem transportador. Se um trabalhador fazendo a
terminar antes de uma ronda pela correia em uma inspeção observar
polia, mas sim, passar um grave problema imediato, que ponha
ao redor da extremidade em risco a equipe ou o equipamento, o cabo
do transportador. pode ser puxado para parar o transportador
sem que o trabalhador precise voltar à sala de
controle. Dessa maneira, os danos podem ser
minimizados e os reparos, realizados, sem o
prosseguimento da operação que representa
um risco para o equipamento transportador.

Em algumas situações, os cabos de parada de


Figura 6.9.
emergência tratam mais da preservação do
Ao instalar presilhas equipamento do que da redução de riscos para
no cabo de parada de os trabalhadores.
emergência, o lado
2 plano da presilha
deve ser inserido na Problemas na instalação
extremidade energizada
(conectada) do cabo. CORRETO Problemas com os cabos de parada de
emergência geralmente começam com
instalações defeituosas da chave ou do
respectivo subsistema vital, os cabos.
INCORRETO E INSEGURO Um problema de instalação comum consiste
na supressão dos cabos antes que eles cheguem
Em instalações onde o "sistema de parceria" ou às polias de cabeça e traseira da estrutura do
"regra das duplas" permite ou exige que dois transportador. (Figura 6.8.) Isso reduz o
funcionários trabalhem em estreita colaboração benefício da proteção do cabo de parada de
para que possam ser monitorar e ajudar entre emergência, pois as estatísticas mostram que
si, o segundo trabalhador pode reagir a uma um número considerável de acidentes ocorre
emergência puxando o cabo para desligar o durante a limpeza e a manutenção das polias
transportador e salvar uma vida (ou o braço) de cabeça e traseira. Os cabos devem ser
do "parceiro". instalados ao redor de todas as áreas acessíveis
das polias.
Outro possível benefício dos cabos de
parada de emergência consiste em seu uso Os cabos normalmente são fixados na chave
caso um trabalhador esteja em uma zona usando um laço protegido por presilhas para
de perigo próxima a um transportador no cabos com "parafusos em U". É bastante
momento do acionamento de uma buzina comum observar instalações incorretas das
de aviso anunciando a inicialização iminente presilhas. Cuidados devem ser tomados na
do equipamento. Considerando a duração instalação das presilhas para cabos a fim de
comum de 10 a 30 segundos do alarme, evitar fixação inadequada. A parte em "U"
o sinal fornece tempo suficiente para que da presilha pode esmagar os fios no lado que
um trabalhador alcance e puxe o cabo de suporta a carga, fragilizando o cabo.
emergência, desenergizando o acionamento A instalação das presilhas para cabos é
antes que o transportador seja iniciado e crie adequada quando a "base" (lado plano) da
uma situação perigosa. presilha é inserida na extremidade energizada
(a parte que contém a carga) do cabo e o "U"

81
Cabos de parada de emergência | Capítulo 6

fica apoiado contra a extremidade "inoperante" condições de estabelecimento do sistema.


do cabo. Há uma expressão em inglês que O sistema muitas vezes precisa suportar
diz "Never saddle a dead horse" (Nunca sele ambientes industriais desafiadores, incluindo
um cavalo morto, um jogo com as palavras a presença de vibração, impacto, temperaturas
"sadle" = base e "dead" = inoperante), utilizada extremas, pó, corpos estranhos, umidade,
como um auxílio para memorizar a técnica de materiais corrosivos e fluidos. Em aplicações
instalação adequada. (Figura 6.9.) de exploração de carvão, petroquímicas
e alimentícias, que podem contar com a
Detalhes sobre o número e o posicionamento presença de atmosferas explosivas, um sistema
adequados das presilhas para cabos são para trabalhos perigosos pode ser necessário.
especificados para os Estados Unidos nos
regulamentos 29 CFR 1926.251(c)5 e OSHA Para a maioria das aplicações, a classificação
1926.251(c)5i da OSHA (Occupational Safety IP-66, isto é, "Proteção contra entrada"
and Health Administration, Administração à prova de poeiras e proteção contra
de Segurança e Saúde Ocupacional). Consulte mares agitados ou jatos de água potentes,
também a norma ASME B30.26 Rigging é a adequada. Isso é (aproximadamente)
Hardware 26 – 3.1.3 Assembly Wire Rope Clips. equivalente à classificação 4 ou 4X para
Cabos mal esticados também podem ocasionar compartimentos da NEMA (National
2
problemas. O cabo deve ter movimento livre Electrical Manufacturers Association,
entre os respectivos suportes, especialmente Associação Nacional dos Fabricantes de
nas curvas. Os cabos não devem apresentar Material Elétrico) dos EUA.
torções nem correr o risco de apresentar
torções durante o uso. As características da instalação, incluindo o
comprimento máximo do cabo, número e
Embora a vida útil mecânica de um cabo de espaçamento dos anéis de suporte e polias,
parada de emergência seja normalmente fixado variação no comprimento do cabo devido a
em 100.000 operações por seus fornecedores, mudanças de temperatura e outros critérios,
a norma IS/EC 60947 Low-Voltage Switchgear devem estar em conformidade com as
and Controlgear, Parte 5, especifica que o recomendações dos fabricantes.
mecanismo de travamento de um cabo está
sujeito a um durabilidade operacional de 6.050
operações. Isso enfatiza o fato de que os cabos REGULAMENTOS E NORMAS
de parada de emergência são destinados à Todos os países exigem algum tipo de
utilização apenas em situações de emergência, parada de emergência transportadores para
em oposição ao desligamento comum (não o manuseio de materiais a granel, e o cabo
emergencial) dos sistemas de correias de de parada de emergência é o método mais
transportadores. utilizado. Os requisitos variam muito em
Cabos de parada de emergência tendem a termos de detalhes, como o espaçamento das
ocasionar falsos acionamentos, devido a quedas chaves e a tensão ou folga do cabo.
de material da correia, acúmulo de gelo e
outros problemas. Na Figura 6.10, o cabo foi Figura 6.10.
propositalmente desativado devido a diversos Esse cabo de parada
paradas do transportador acionadas por cabras de emergência foi
selvagens, que mordiam o cabo. A instalação desativado para
mostrada tem outros problemas, incluindo a evitar desligamentos
ausência de um cabo e a fixação incorreta do do transportador
cabo existente. causados por animais
selvagens, que
Ao selecionar um sistema de cabo de mastigavam os cabos.
emergência, é importante considerar as

82
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

Todos os regulamentos exigem que o Todos os regulamentos e normas têm o


comando de parada de emergência tenha cuidado de salientar que os cabos de parada de
prioridade sobre a função de sustentação emergência não substituem as proteções.
ou funcionamento. Assim, os regulamentos
exigem que os cabos de parada de emergência Uma comparação dos requisitos de três
sejam redefinidos manualmente antes jurisdições é mostrada na tabela da
do reinício do transportador. A própria Figura 6.11.
redefinição não deve reiniciar o transportador, Austrália
mas exigir um comando de inicialização
separado. Há exceções nos Estados Unidos A norma australiana AS/NZA
e na Austrália para algumas minas, onde há 4024.3610 Safety of machinery – Conveyors –
autorização para que a redefinição da chave General Requirements, seção 2.10.3, oferece
reinicie o transportador. detalhes sobre os requisitos para diversos tipos
de dispositivos de parada, ao mesmo tempo

Figura 6.11. Comparação dos requisitos para dispositivos de cabos de parada de emergência
Comparação dos
2
requisitos para Estados Unidos Europa Austrália
dispositivos de cabos de Requisito MSHA 30 CFR
parada de emergência EU 620 AS/NZS 4024.3610
OSHA 29 CFR
Força de acionamento Não especificado 125 N [≈13Kgf ] 70 N [≈7Kgf ] em um ângulo
reto a 230 N [≈ 23,4Kgf ] ao
longo do eixo do cabo
Movimento do cabo Não especificado Máximo de Máximo de 300 mm
300 mm [≈12 [≈12 pol.]
pol.] no ponto
intermediário
Espaçamento do Não especificado Não especificado Máximo de 6 m [≈19,5 pés]
suporte
Altura do cabo acima Não especificado 0,6 a 1,7 m 0,9 a 1,5 m
da superfície de [≈23,6 a 67 pol.] [≈35,4 a 59 pol.]
trabalho
Isenção de parada Sim Sim < 10 m Sim
de emergência para [≈32,8 pés] Controle de parada simples
transportadores (se "facilmente acessível")
curtos? para transportadores com
menos de 4 m [≈8 pés] de
comprimento
Redefinição Superfície – Sim Superfície – Sim Sim (exceto em minas em que
manual com ação avisos de pré-inicialização
Subterrâneo – Subterrâneo –
de reinicialização sejam fornecidos)
secundária obrigatória? Nenhuma Nenhuma

Comprovação visual Sim Sim Sim, se houver mais


de acionamento de 1 chave
obrigatória?
Distância mínima Não especificado Não especificado, Sim, a menos de 1 m
entre o cabo e o risco mas ao alcance do [≈39 pol.]
especificada? operador
As conversões do sistema métrico para o imperial ou do sistema imperial para o métrico foram
arredondadas com o objetivo de oferecer maior segurança.

83
Cabos de parada de emergência | Capítulo 6

em que a seção 2.10.6 abrange os requisitos Outros requisitos observam que o material
para os cabos de parada de emergência. usado nos cabos deverá ser suficientemente
resistente e adequado às condições, e que
A seção 2.10.6.1 registra o comentário os operadores não necessitarão de proteção
universal sobre a instalação dos cabos de adicional para manusear os cabos.
emergência, que não deve substituir as
proteções físicas. A nota imediatamente após Os suportes dos cabos devem ter espaçamento
esse trecho indica que a exigência de cabos de máximo de 6 metros [≈19,5 pés] e devem ser
parada de emergência pode ser suplantada pela concebidos de modo que os cabos tenham
presença de controles de parada adequados, movimento livre, sem, contudo, permitir que o
se eles fornecerem um nível semelhante de cabo seja retirado do suporte.
segurança.
Além disso, caso o sistema de parada com
A seção continua com a exigência de que os cabos tenha mais de uma chave, um sinal
cabos de parada de emergência deverão ser visual deverá ser fornecido para indicar qual
instalados nos mesmos locais de instalação chave foi utilizada para parar o transportador.
de proteções removíveis que não sejam
interligadas ao acionamento do transportador, A seção 2.10.6.3 da norma AS/NZA
isto é, cuja remoção não desligue 4024.3610 aborda a localização dos cabos. 2
automaticamente o transportador. Os requisitos especificam que os cabos de
emergência devem ser instalados de modo a
Na seção 2.10.6.1 a norma especifica que os estarem:
cabos de um sistema de parada devem ter
a cor vermelha. Há ainda uma observação 1. Visíveis;
adicional indicando que, em situações em 2. Prontamente acessíveis para um indivíduo
que a cor vermelha do cabo possa dificultar a preso e também para um indivíduo que
visualização devido às condições ambientais, esteja nas proximidades;
por exemplo, etiquetas refletoras deverão 3. Fora de qualquer proteção removível;
ser instaladas em intervalos não superiores a
30 metros [≈100 pés], bem como na parte 4. Fora da linha vertical de qualquer ponto
dianteira, na parte traseira e nos pontos de pressão ou cisalhamento e a 1 metro [≈39
transferência do transportador, para identificar pol.] ou menos dos pontos pressão e
o cabo de emergência. cisalhamento;
5. A uma distância de 900 mm [≈35,5 pol.]
A seção 2.10.6.2 aborda a concepção dos ou mais acima do solo;
sistemas de cabos de parada de emergência.
Ela observa que qualquer ruptura, folga ou 6. Normalmente, a uma distância de 1.500
remoção do cabo deve iniciar o comando de mm [≈59 pol.] ou menos acima do piso
parada do transportador. de acesso; em situações em que seja
necessário que a chave esteja a mais de
A subseção (f ) orienta que o cabo deve ser 1.500 milímetros [≈59 pol.] acima do piso,
acionado (desligando o transportador) caso o o cabo deverá ser posicionado abaixo de
cabo seja puxado em qualquer direção. A força todos os pontos de pressão e cisalhamento.
necessária para acionar o dispositivo do cabo A norma AS/NZA 4024.3610 inclui
não deve exceder 70 newtons [≈7Kgf ] quando desenhos para mostrar os locais preferenciais
a força for aplicada em ângulo reto em relação para os cabos de parada de emergência.
ao direcionamento do cabo. O movimento do Adicionalmente, a norma orienta que um
cabo para acionar a chave não deve exceder procedimento de avaliação de riscos deve ser
300 milímetros [≈12 pol.] aplicado para determinar a localização dos
cabos.

84
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

Canadá (iii) um desvio perpendicular do


cabo de emergência inferior a
De acordo com a publicação de 400 mm [≈15,75 pol.] ocorrer;
2003 do laboratório de segurança canadense,
Occupational Health and Safety Research (c) ser capaz de suportar, sem ruptura,
Institute (IRSST), A User’s Guide to Conveyor uma força de tensão dez vezes maior
Belt Safety: Protection from Danger Zones, do que a necessária para gerar o sinal
a seção 373.5 do regulamento Regulation de parada de emergência; e
Respecting Occupational Health and Safety in (d) integrar um indicador visual para
Mines estabelece: mostrar qual dispositivo foi acionado
Todos os transportadores devem ser quando mais de um dispositivo de
equipados, caso os trabalhadores possam comutação for necessário.
acessar um transportador durante O Canadá é um exemplo de país que
sua operação, com um dispositivo de fornece diretrizes gerais de segurança em
desligamento de emergência ao longo de nível nacional, ao mesmo tempo em que as
toda a extensão do transportador, entre províncias podem adotar regulamentações
a polia de cabeça e a polia de retorno mais severas. Por exemplo, a legislação de
2 (polia traseira). Alberta, Alberta Occupational Health and
Safety (OH&S), de 2009, reflete a legislação
De acordo com a cláusula 4.4.3 Sistemas de nacional. Porém, o governo da província
transportadores, a norma CAN/CSA M421 patrocinou um grupo, o Workplace Health
(R2016) - Use of electricity in mines especifica: & Safety Policy and Legislation, Alberta
Cláusula 4.4.3.1 Employment and Immigration, para elaborar
um guia com contribuições do setor, o guia
Um transportador acionado Best Practices on Conveyor Safety, de 2003, que
eletricamente deve contar com os se tornou, de fato, uma norma de segurança
seguintes dispositivos: para transportadores.
(a) cabos de emergência (consulte
a Cláusula 4.4.3.2) para parar o Na seção 4.4 Emergency stop pull-cords, a
transportador, em local acessível ao publicação observa:
longo do transportador. Os cabos de Se um trabalhador puder acessar um
emergência deverão ser de fácil acesso transportador em funcionamento, ele
para as pessoas nesses locais. deverá ser equipado com um dispositivo
Cláusula 4.4.3.2 de desligamento de emergência ao longo
O cabo de emergência exigido pela de toda a extensão do transportador.
Cláusula 4.4.3.1 deverá: Um dispositivo de desligamento
(a) acionar uma chave com redefinição composto por um cabo com fios
manual para parar o transportador; metálicos revestidos (cabo de
emergência) deverá funcionar como
(b) ser concebido e disposto de um cabo de parada de emergência,
modo que acione o dispositivo de independentemente da direção em que
comutação associado e gere o sinal de o cabo for puxado, ou caso o cabo de
parada de emergência quando parada de emergência seja rompido.
(i) o cabo de emergência for Uma falha da mola também deverá
puxado em qualquer direção; acionar uma parada de emergência.
(ii) uma força de tração Uma força horizontal inferior a
perpendicular inferior a 200 N 125 N [≈13Kgf ], aplicada a um
[≈20,4Kgf ] for aplicada ao ponto intermediário entre dois anéis
cabo de emergência; e
85
Cabos de parada de emergência | Capítulo 6

de suporte e perpendicular ao cabo, em qualquer direção, uma força de


deve ser suficiente para ativar o cabo tração perpendicular inferior a 200
de emergência. O movimento lateral N [≈20,4Kgf ] for aplicada ao cabo
do cabo (entre a posição de repouso e um desvio perpendicular do cabo
e o ponto de acionamento) não deve de emergência inferior a 400 mm
exceder 300 mm [≈12 pol.]. O cabo [≈15,75 pol.] ocorrer;
deve ser capaz de suportar uma força de (b) o cabo de emergência for rompido;
tensão 10 vezes maior do que a tensão ou
necessária para acionar o cabo de parada
de emergência, quando tal força for (c) ocorrer falha de uma única mola.
aplicada perpendicularmente ao cabo. 7.17.3.3
O cabo deve ter movimento livre entre Além disso, o cabo de emergência deve
os respectivos suportes, especialmente ser capaz de suportar, sem ruptura, uma
nas curvas. Os cabos não devem força de tensão 10 vezes maior do que a
apresentar torções nem correr o risco de necessária para gerar o sinal de parada de
apresentar torções durante o uso. Se a emergência.
largura da correia for igual ou inferior 7.17.3.4
a 800 mm [≈31,5 pol.], um único No caso de cabos de emergência longos, 2
cabo central poderá ser usado acima do que requerem a instalação de mais
correia. de um dispositivo de comutação, um
O comprimento máximo do cabo e indicador visual deverá ser integrado,
outras características devem estar de para mostrar qual dispositivo foi
acordo com as recomendações dos acionado.
fabricantes (para os anéis de suporte e Europa
proteções das polias, prevenção contra
paralisações, variação no comprimento A norma europeia EN
devido a mudanças de temperatura etc.). 13850:2006 Safety of machinery – Emergency
stop – Principles for design descreve as ações
A norma CSA Z432-04 (R2014) Safeguarding necessárias para uma parada de emergência (e
of machinery oferece as seguintes orientações na portanto, para o uso dos cabos de emergência):
seção 7.17.3 Cabos de parada de emergência:
• acionamento humano direto intencional
7.17.3.1 (por meio de força) para acionar:
Os cabos de parada de emergência
• abertura mecânica direta (travamento)
deverão estar localizados de modo
sem o uso de molas ou de outro auxílio
que estejam claramente visíveis,
de armazenamento de energia;
sejam facilmente acessíveis e estejam
posicionados de forma que possam ser • redefinição [apenas redefinição manual
utilizados não apenas próximos à estação no local em que a chave foi acionada]; e
de controle normal do acionador, mas • permissão de reinicialização, mas sem
também em outros pontos apropriados. reinicialização automática.
7.17.3.2 A norma europeia EN 620 Continuous
O sistema de cabos de emergência handling equipment and systems – Safety and
deverá ser concebido e disposto de EMC requirements for fixed belt conveyors for
modo que acione o dispositivo de bulk materials requer que uma parada de
comutação associado e gere o sinal de emergência "seja acompanhada de um aviso
parada de emergência quando visual e/ou sonoro claro".
(a) o cabo de emergência for puxado

86
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

Na seção 5.7.2.8 Sistema de parada de A altura do dispositivo de parada de


emergência, a norma EN 620 especifica: emergência deve estar entre 0,6 m e
1,7 m [≈24 e 67 pol.] da superfície sobre
Dispositivos de parada de emergência a qual o operador trabalha.
devem ter funcionamento ativo, contar
com autotravamento e deverão: Em uma seção posterior, 5.7.2.9 Chave de
parada de emergência acionada por cabo, a
a) contar com uma ou mais chaves norma EN 620 especifica:
acionadas por botão de pressão, que
devem ser instaladas de maneira A disposição das chaves de parada de
que pelo menos uma delas possa ser emergência acionadas por cabos deverá
alcançada dentro de um raio de ser tal que os dispositivos de comutação
10 m [≈32,8 pés] a partir de qualquer associados funcionarão se o cabo de
ponto acessível do equipamento; acionamento for puxado em qualquer
e/ou direção ou se o cabo for rompido.
Os cabos de parada de emergência
b) contar com um ou mais cabos de também deverão ser concebidos
emergência dispostos ao longo de de maneira que qualquer falha na
toda a extensão da instalação; ou operação de uma mola faça com que o
2
c) contar com dispositivo de dispositivo de comutação associado seja
desligamento da alimentação acionado (isto é, não ocasione uma falha
do transportador se a distância perigosa).
entre qualquer ponto acessível do O cabo de parada de emergência
equipamento e o dispositivo de deverá ser acionado pela aplicação de
desligamento for de 10 m [≈32,8 uma força horizontal no cabo, inferior
pés] ou menos. a 125 N [≈13Kgf ], em um ponto
Dispositivos de parada de emergência intermediário entre dois anéis de suporte
deverão estar presentes em todas as e perpendicular ao cabo. O movimento
estações de controle, posições de lateral do cabo (entre a posição de
trabalho e em peças acessíveis do repouso e a posição de acionamento)
maquinário, incluindo pontos de deve ser inferior a 300 mm [≈12 pol.].
carga, descarga, passarelas e pontos de O movimento do cabo de acionamento
transferência. e a força para operar o cabo podem ser
Caso um dispositivo de parada afetados pelo projeto dos suportes do
de emergência seja acionado e cabo e pela distância entre os suportes.
o transportador seja parado, o Portanto, deverá ser assegurado que
transportador deverá permanecer em o cabo tenha movimento livre entre
uma condição estacionária até que o os suportes, especialmente no que diz
dispositivo seja redefinido e o dispositivo respeito a mudanças de direção, sem que
de inicialização seja posteriormente seja desengatado dos suportes.
acionado. Caso haja mais de um Apenas cabos livres de dobras e de tipos
dispositivo de parada de emergência pouco suscetíveis a dobras durante o
instalado, métodos para indicar qual serviço deverão ser selecionados para
dispositivo foi acionado deverão ser uso. O comprimento máximo e outros
incorporados. detalhes devem estar de acordo com as
O início da função de parada de recomendações do fornecedor do cabo
emergência não deve criar uma condição de parada de emergência (por exemplo,
perigosa, por exemplo, descargas proteções dos anéis de suporte e das
perigosas do material transportado. polias, prevenção contra paralisações,
variação no comprimento devido a
mudanças de temperatura etc.).
87
Cabos de parada de emergência | Capítulo 6

Requisitos para cabos de segurança para parada de emergência devem estar em


transportadores também são encontrados nas conformidade com a norma JIS C 8201-
seguintes normas da União Europeia: 5-5.

ISO 13849 4.4.4 Em caso de falha do dispositivo


Safety of machinery – Safety-related de parada de emergência (incluindo
parts of control systems – Part 1: General a função de sustentação), a geração
principles for design do comando de parada deverá
ter prioridade sobre a função de
DIN EN ISO 13850 sustentação. A redefinição (por
Safety of machinery – Emergency stop – exemplo, o desligamento) da parada de
Principles for design emergência só deverá ser possível como
DIN EN 60204-1 resultado de uma ação manual no local
Safety of machinery – Electrical onde a parada de emergência tiver sido
equipment of machines – Part 1: General ativada.
requirements
A Seção 4.5 Utilização de cabos ou cordas
DIN 60947-5-1 como atuadores inclui as seguintes instruções:
Control-Circuit Devices and Switching
2
Elements, Electromechanical Control 4.5.1 Caso cabos ou cordas sejam usados
Circuit Devices como atuadores dos dispositivos de
parada de emergência, eles deverão ser
Índia projetados e posicionados para facilitar
A norma Indiana IS 7155 o uso. Para esse efeito, os seguintes itens
(-2,1986) Code of recommended practice deverão ser considerados
for conveyor safety, Parte 2: General safety — o desvio necessário para gerar o
requirements oferece as seguintes instruções no comando de parada de emergência,
item 3.2.12.2 Cabos de emergências: — o desvio máximo possível,
O sistema do transportador deve — a folga mínima entre o cabo ou corda
contar com cabos de emergência com e o objeto mais próximo,
posicionamento fixo e em intervalos — a visibilidade dos cabos ou cordas
adequados ao longo do transportador, para os operadores (por exemplo,
de modo que qualquer transportador pela utilização de sinalizadores) e
específico possa ser parado a partir de
qualquer local, e, caso haja qualquer — a força que deve ser aplicada e sua
operação sequencial, o transportador direção em relação ao cabo ou corda,
em sequência também possa ser parado para acionar o dispositivo de parada
automaticamente. de emergência.
OBSERVAÇÃO: Caso haja a
Japão possibilidade de ocorrência de
A associação Japanese Standards tentativas de acionamento puxando
Association (JSA) oferece a norma JIS B9703 o cabo ao longo do próprio eixo,
(2011) Safety of machinery – Emergency stop – é necessário garantir que puxar o
Principles for design. Essa norma inclui: cabo em qualquer direção vai gerar o
comando de parada de emergência.
4.4.3 O dispositivo de parada de
emergência deverá aplicar o princípio da 4.5.2 Medidas deverão ser implementadas
ação de abertura direta com travamento para evitar os perigos causados pela ruptura ou
mecânico. Dispositivos elétricos de desengate do cabo ou corda (consulte o item
4.4.4).

88
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

África do Sul dimensões especificadas pelo fabricante


do dispositivo em conjunto com as
A lei Mine Health and Safety Act conclusões das análises de risco previstas
29 de 1996, indica, na seção 8.9(1)(c), que o na lei. As unidades serão interligadas
empregador deve garantir que: com um cabo de emergência e os cabos
As máquinas de acionamento da de emergência deverão terminar em uma
instalação da correia do transportador extremidade energizada.
possam ser paradas por qualquer pessoa O operador ativa o dispositivo puxando
em qualquer ponto ao longo da extensão o cabo de emergência até que ocorra
do transportador onde seja possível o acionamento, interrompendo a
acessar a correia. alimentação do transportador e,
Embora não sejam especificamente geralmente, acionando um indicador
identificados, como o alarme de aviso de visual. O dispositivo permanece
inicialização no Regulamento 8.9(1)(f ) e o acionado até que seja redefinido
método para prevenção de movimento de manualmente no local do acionamento.
tensão durante manutenção ou limpeza no A correia não deverá ser reiniciada após
Regulamento 8.9(1)(g), parece óbvio que os a redefinição do cabo de emergência por
2
dispositivos de cabos de segurança estariam motivos de segurança.
incluídos no requisito do Regulamento 8.9(9) O acionamento do cabo de emergência
que exige que "qualquer dispositivo de é uma parada controlada e não deverá
segurança relacionado à instalação da correia ser considerado como um bloqueio da
do transportador" seja submetido a testes fonte de alimentação do transportador,
semanais. a menos que as unidades sejam
A edição de 2016 da Safety Around Belt especificamente projetadas para tal.
Conveyors da Conveyor Manufacturers É importante observar que os cabos de
Association of SA Limited (CMA) oferece as emergência não substituem as proteções.
seguintes recomendações: Os cabos de emergência deverão
5.8 Estações de cabos de emergência de maneira que estejam claramente
visíveis e sejam facilmente acessíveis de
Estações de cabos de emergência todas as áreas que fornecem acesso ao
consistem em dispositivos de parada transportador.
distribuídos com fixações de travamento.
Cabos de emergência são obrigatórios [O termo em inglês "pull key" (chave de
em todos os transportadores. emergência) é, por vezes, utilizado na África
do Sul para denominar o que em outros locais
Caso os transportadores possam ser (e neste volume) é conhecido como "pull-rope
acessados de ambos os lados, os cabos de emergency stop switch" (cabo de parada de
emergência deverão estar posicionados emergência). – ed.]
em ambos os lados do transportador.
Inovadores sistemas foram desenvolvidos Versões anteriores das diretrizes da CMA
para permitir o uso de cabos de continham especificações mais precisas para os
emergência em ambos os lados do sistemas cabo de emergência. A edição de 2013
transportador utilizando apenas um incluía o seguinte:
sistema de controle. A força necessária para acionar o
Os cabos de emergência deverão estar dispositivo do cabo não deve exceder
localizados ao longo do transportador, 70 N [≈7Kgf ] quando aplicada em
em intervalos que não excedam as ponto intermediário entre os suportes,

89
Cabos de parada de emergência | Capítulo 6

com movimento não superior a 300 mm ou proteções. Caso o projeto, a


[≈12 pol.] quando aplicado em ângulo função e o funcionamento de tais
reto em relação ao cabo, e não deverá transportadores claramente não sejam
exceder 270 N [≈627,5Kgf ] quando o perigosos para os funcionários, um
movimento estiver alinhado. dispositivo de parada de emergência
não será necessário.
Os suportes dos cabos de emergência
não deverão exceder 6,0 metros (2) O dispositivo de parada de
[≈19,5 pés] (norma australiana AS1755 emergência deverá atuar diretamente
de 2000) independentemente da sobre o controle do transportador em
distância entre as instalações das chaves. questão e não dependerá da parada
de nenhum outro equipamento.
[Embora a norma AS1755 tenha sido Os dispositivos de parada de
substituída pela AS/NZS 4024.3610, o emergência deverão ser instalados de
requisito de espaçamento de "6,0 metros modo que não possam ser anulados
[≈19,5 pés]" permanece o mesmo - ed.] de outros locais.

Estados Unidos Seção 5.11.3 Dispositivos de segurança


Todos os dispositivos de segurança, 2
Uma norma frequentemente
incluindo o cabeamento dos dispositivos
mencionada sobre paradas de emergência
elétricos de segurança, deverão ser
para transportadores nos Estados Unidos é
dispostos para operar de maneira que
a American Society of Mechanical Engineers
uma falha da alimentação ou uma falha
(ASME) B20.1-2015 Safety Standard for
do próprio dispositivo não resulte em
Conveyors and Related Equipment, que contém
uma condição perigosa.
os seguintes requisitos:
Seção 5.11.4 Paradas de emergência e
Seção 5.11.2 Estação de controle reinicializações
(c) Transportadores controlados remota Os controles do transportador devem ser
e automaticamente e transportadores dispostos de modo que, no caso de uma
cujas estações de controle não parada de emergência, seja necessária a
sejam assistidas por operadores redefinição ou inicialização manual no
ou que estejam fora de contato local onde a parada de emergência foi
visual ou por voz a partir das áreas iniciada para que o transportador e os
de acionamento, áreas de carga, equipamentos associados retomem a
pontos de transferência e outros operação.
locais potencialmente perigosos Antes de reiniciar um transportador
no caminho do transportador, que parado devido a uma emergência,
não sejam protegidos devido à uma inspeção do transportador deverá
localização, posição ou por proteções, ser realizada e a causa da parada,
deverão ser equipados com botões determinada.
de parada de emergência, cabos
Seção 5.12 Operação
de emergência, limitadores ou
dispositivos de parada de emergência (b) Caso a segurança dependa de
similares. dispositivos de parada, inicialização
ou ambos, eles deverão ser mantidos
(1) Todos esses dispositivos de parada de
livres de obstruções para permitir
emergência deverão ser facilmente
pronto acesso.
identificáveis nas imediações desses
locais, a menos que sejam protegidos Os regulamentos da Occupational Safety and
devido à localização, posição Health Administration (OSHA), apresentados

90
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

na norma 29 CFR 1926.555 (a), exigem: emergência não precisam acompanhar


toda a extensão da passagem, apenas a
(1) Meios para parar o motor deverão parte desprotegida do transportador.
estar disponíveis na estação do A disposição fundamental é que as
operador. Sistemas de transportadores pessoas possam utilizar o dispositivo
deverão ser equipados com sinais para DESATIVAR FACILMENTE o
de aviso sonoros, que deverão soar transportador.
imediatamente antes da inicialização
do transportador. O dispositivo de parada de emergência
não precisa estar posicionado de forma
(2) Se a estação do operador estiver que a queda de uma pessoa desative
localizada em um ponto remoto, automaticamente o transportador.
itens semelhantes para parar o motor
deverão ser instalados no local de A MSHA considera as chaves ou dispositivos
instalação do motor. de controle como equipamentos elétricos, de
(3) As chaves de parada de emergência acordo com a norma 30 CFR, seção 77.502,
deverão estar dispostas de modo e, assim, eles devem ser "frequentemente
que o transportador não possa ser examinados, testados e mantidos por um
2 iniciado novamente até que a chave funcionário qualificado, para garantir
de parada de acionada seja redefinida condições operacionais seguras". Essa
para a posição de funcionamento ou inspeção deve ser conduzida mensalmente,
"ligada". como estabelecido pelo documento Program
Policy Letter P12-V-02 da MSHA. Embora
O regulamento 30 CFR 56/57.14109 a MSHA não exija que as inspeções e testes
Unguarded conveyors with adjacent travelways sejam registrados durante a análise mensal dos
da MSHA indica que esses transportadores equipamentos elétricos, um registro sobre as
devem contar com: chaves e braços defeituosos deve ser mantido.

... Dispositivos de parada de emergência


localizados para que uma pessoa que caia MELHORES PRÁTICAS
sobre o transportador possa facilmente
desativar o motor de acionamento • Se um trabalhador puder acessar um
do transportador; ou corrimões transportador em funcionamento, ele
posicionados para impedir que uma deverá ser equipado com um dispositivo
pessoa caia sobre o transportador. de desligamento de emergência ao longo
de toda a extensão do transportador,
Obviamente, a MSHA espera que o dispositivo incluindo ao redor de polias terminais,
esteja localizado ao longo da parte sem tensores e qualquer equipamento auxiliar,
proteções do transportador, adjacente a uma como balanças detectores de metais,
passagem, e que uma pessoa seja capaz de amostradores, e ímãs.
alcançar facilmente o dispositivo de parada de
• Os contatos usados para a parada de
emergência para ativá-lo.
emergência devem ser normalmente
Orientações adicionais da MSHA, fechados e diretamente acionados por
apresentadas no guia de conformidade algum tipo de travamento mecânico.
Guarding Conveyor Belts at Metal & Nonmetal • Se ocorrer ruptura do cabo ou da mola
Mines, de 2010, ofereceram o seguinte: tensora, a chave deverá abrir.
O posicionamento de um cabo de • Uma força horizontal inferior a
parada de emergência é baseado no 125 N [≈13Kgf ], aplicada a um ponto
desempenho. Dispositivos de parada de intermediário entre dois anéis de
suporte e perpendicular ao cabo, deve

91
Cabos de parada de emergência | Capítulo 6

ser suficiente para ativar a chave de (Figura 6.12.) Se os pontos de pressão do


emergência. transportador estiverem localizados a mais
• Os cabos devem ser tensionados por de 1.500 milímetros [≈60 pol.] acima do
molas para reduzir a queda da correia, e o nível de trabalho ou passagem, o cabo de
movimento lateral necessário para acionar emergência deve ser instalado abaixo do
o dispositivo não deve ser superior a 300 pontos de pressão.
milímetros [≈12 pol.]. • O cabo de emergência deve ser
• A distância entre as chaves não deve direcionado de maneira que tenha a folga
exceder 50 metros [≈164 pés] e a distância adequada ao longo de sua extensão. Isso
entre os anéis de suporte, polias ou guias permitirá que um trabalhador segure e
não deve ser superior a 6 metros [≈19,5 puxe o cabo mesmo que haja pontos de
pés] ou devem estar de acordo com as pressão, proteções e outras obstruções
recomendações do fabricante. próximas. Recomenda-se pelo menos
50 milímetros [≈2 pol.] de folga ao redor
• O cabo deve ser direcionado a pelo de todo o cabo.
menos 1 metro [≈39 pol.] dos pontos de
pressão ou de outros perigos acessíveis • O compartimento da chave deve ter
aos trabalhadores a partir de passarelas, classificação IP 66 (NEMA 4 ou 4X)
2
plataformas ou superfícies onde os ou superior, com base nas condições
funcionários normalmente caminham ou ambientais e nos riscos do material a
trabalham. granel.

• O cabos de emergência devem ser • O corpo do dispositivo deve ter a cor


instalados na altura correta. As instruções amarela; a alavanca de acionamento, a
mais detalhadas são fornecidas na norma haste ou o indicador de sinalização deve
AS/NZS 4024.3610:2015, que especifica ter a cor vermelha.
que os cabos devem ser instalados entre • O cabo deve ser composto por fios
900 milímetros [≈35,5 pol.] e 1.500 metálicos com resistência de pelo menos
milímetros [≈60 pol.] acima do piso. 1.250 Newtons [≈127,5Kgf ].

Posicionamento dos cabos


Figura 6.12.
de emergência
As melhores práticas
para cabos de parada
de emergência incluem
a instalação dos cabos a
1.500 mm uma altura adequada.
[≈ 60 pol.]

900 mm
[≈ 36 pol.]
Piso

Passagem Passagem
600 mm 600 mm
[≈ 24 pol.] [≈ 24 pol.]

92
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

• As extremidades do cabo devem contar CONCLUSÕES


com fixação dupla, com grampos A função dos cabos de parada de
adequadamente instalados e compatíveis
emergência
em termos de dimensões e classificação,
de acordo com a aplicação. Embora os cabos de parada de emergência
• O cabo deve ser revestido para evitar sejam obrigatórios e um item importante
lesões devido a protuberâncias. em um programa de segurança no trabalho
com transportadores nas fábricas, é preciso
• O revestimento deve ter uma cor de
observar que eles não são uma solução
segurança distintiva, diferente da cor
milagrosa ou o fim de todos os problemas de
do transportador e das proteções.
segurança. Funcionários que trabalham com
A cor vermelha é a recomendada.
transportadores de correia ou próximos a eles
• Cada dispositivo deve passar por teste não podem depender dos cabos de parada de
de acionamento, com o transportador emergência como um meio de preservação da
em funcionamento, pelo menos vida. Outras táticas devem ser empregadas para
mensalmente. Os cabos, grampos e melhorar a segurança transportador de correia.
guias associados devem ser examinados
mensalmente e mantidos por um Os cabos de emergência têm certas limitações,
2
funcionário qualificado, para garantir que, pela natureza de seu projeto e aplicação,
condições operacionais seguras. não podem ser superadas. Embora ninguém
Os resultados dos testes, sejam eles a defenda a remoção desses sistemas, é um erro
aprovação ou reprovação, devem ser depender deles para salvar a vida, ou mesmo os
documentados. membros, de um trabalhador.

Também é importante lembrar que a função


de parada de emergência não deve ser usada
em substituição a medidas de proteção,
mas apenas como medida auxiliar. Todos os
regulamentos e normas apontam que os cabos
de parada de emergência não substituem as
proteções.

93
Cabos de parada de emergência | Capítulo 6

94
Capítulo 7 Batentes, freios contra recuo e travas
INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 95 INTRODUÇÃO
A importância, e os riscos, Uma correia de transportador é muito
da tensão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 96 semelhante a um grande elástico esticado
entre as polias, e essa tensão pode ser
Armazenamento de energia . . . . . . . 97
substancial. Correias diferentes têm taxas de
Os riscos da energia armazenada . . 98 alongamento diferentes, com especificações
que permitem até 4% de alongamento durante
Mais do que travamento/ o funcionamento. A maior parte das correias
etiquetagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 100 de trama atualmente operam com uma taxa de
alongamento de 1%.
Batentes ou freios? . . . . . . . . . . . . . . . 100
Similar a um elástico esticado, uma correia do
Prevenção da reversão e do
transportador tem potencial de energia que,
descontrole . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 101
se subitamente liberada por uma ruptura da
REGULAMENTOS E NORMAS . . . . . 103 correia ou apenas por uma alteração das forças
que a mantêm na posição correta, também
Outros métodos de parada pode liberar forças violentas. Essas forças
Reversão da correia . . . . . . . . . . . . . 105 podem ferir os trabalhadores, puxando-os
em direção aos componentes estruturais ou
MELHORES PRÁTICAS . . . . . . . . . . . . 106
liberando grandes quantidades de carga. Essas
CONCLUSÕES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 107 forças precisam ser controladas para reduzir os
riscos associados a elas.

95
Batentes, freios contra recuo e travas | Capítulo 7

A importância, e os riscos, As áreas de tensão menor da correia estão


da tensão localizadas no lado do retorno da correia.
(Figura 7.1.)
Mesmo quando o acionamento de um
transportador está devidamente travado Quando a polia acionada está localizada na
e etiquetado, a correia do transportador extremidade traseira do transportador, as áreas
está sujeita a forças significativas aplicadas de menor tensão da correia são encontradas na
como resultado da tensão armazenada na parte superior do sistema, com o menor ponto
correia. A quantidade de tensão é baseada de tensão localizado imediatamente depois do
no comprimento, na largura e na inclinação ponto onde a correia sai da polia. A área de
da correia; no peso da carga material; e na maior tensão da correia ainda é imediatamente
potência de acionamento aplicada à correia. antes do ponto onde a correia sai da polia de
Grande parte da tensão da correia advém do acionamento.
mecanismo de acionamento do transportador, Os mesmos princípios se aplicam a uma
que move a correia, e do sistema tensor, correia na qual o acionamento está localizado
usado para tensionar a correia de modo que o no centro da correia. Novamente, a maior
mecanismo de acionamento possa movê-la sem tensão está localizada imediatamente antes
deslizamento. do ponto onde a correia sai da polia de 2
A maior parte dos transportadores de correia acionamento. Depois do ponto onde a correia
tem o acionamento localizado na extremidade sai da polia de acionamento, a tensão cai
de descarga ou dianteira do transportador. drasticamente. Conforme a correia se desloca
Nesses sistemas, a maior tensão está localizada em direção à polia de acionamento novamente,
no ponto onde a correia fica contra a polia a tensão aumenta, até que ela passe pela polia
de acionamento. Diretamente depois da de acionamento e a tensão seja reduzida.
polia de acionamento, a tensão da correia é A localização do mecanismo tensor e os pontos
consideravelmente menor. Basicamente, isso onde a correia recebe a carga também afetam
corre porque a correia e a carga são puxadas em
. 3.14.01 as áreas onde a correia está sob maior tensão.
direção ao acionamento, enquanto que após o
acionamento, a correia vazia é empurrada. É importante lembrar que "baixa tensão" não
significa "nenhuma tensão". Uma energia
Em um transportador acionado pela armazenada considerável pode estar presente
extremidade dianteira, a tensão da correia é mesmo em áreas de tensão mais baixa da
maior imediatamente antes do ponto onde a correia.
correia sai da polia de acionamento, que, nesse
caso, é a extremidade dianteira.

Figura 7.1.
A espessura da porção
na cor laranja nesse
desenho indica a
quantidade de tensão
proporcional na correia
em vários pontos de um
transportador acionado
por uma polia de cabeça.

96
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

Armazenamento de energia • Peso do contrapeso e a distância potencial


de sua queda.
Transportadores são máquinas de alta inércia
• Peso de um fragmento ou componente
(têm um volume considerável de massa em
quebrado e a distância potencial de queda
rotação e em movimento), com grandes
a partir de uma correia ou para dentro de
quantidades de energia cinética (energia
um chute.
de movimento) quando em movimento, e
podem conter grandes quantidades de energia • Tensionamento das correias.
potencial (energia armazenada) quando
Geralmente, fontes de energia potencial são
parados. Ambos os conceitos são fundamentais
fáceis de identificar. A mais óbvia é o contra
para a compreensão da concepção e do
peso. Entretanto, simplesmente levantar o
funcionamento de um transportador.
peso do tensor não é suficiente para colocar
A energia cinética é a energia do movimento, um sistema de transportador que está
que é definido pela Segunda lei de Newton: emperrado em um estado de energia zero.
F = m × a (força = massa × aceleração). Outra Uma fonte de energia potencial menos óbvia
forma da equação é F = ½ m × v2 (força = ½ é o acúmulo dentro dos chutes, que podem
massa × velocidade ao quadrado). O perigo cair subitamente, danificando o transportador
2 da energia do movimento (energia cinética) receptor ou ferindo um trabalhador que
é mais óbvio do que aquele da energia poderia estar limpando a parte interna do
armazenada em um sistema parado. chute. Menos frequentes, mas oferecendo os
mesmo riscos, são os componentes danificados
Energia potencial é a energia mecânica que um
ou desgastados, como chapas de desgaste e
corpo tem em razão de sua posição e massa.
roletes de retorno, que podem ficar soltos e
[Neste livro, utilizamos os termos peso e
cair.
massa de forma indistinta.] Energia potencial
é definida como F = m × h (força = massa × Uma correia horizontal, carregada ou
altura de queda). Um caso especial de energia descarregada, terá menos potencial de liberação
potencial é a energia elástica, como a energia de energia armazenada, pois há pouca ou
armazenada quando a correia é tensionada ou nenhuma altura de queda disponível para a
quando uma mola é comprimida. A energia carga ou para a correia vazia. Correias vazias
elástica pode ser definida como F = ½ k × x2 inclinadas também têm muito pouco potencial
(força = ½ constante da mola × deformação ao de liberação de energia armazenada, a menos
quadrado). que sejam cortadas ao meio ou em caso de
falha da transmissão. Isso ocorre porque os
A energia armazenada e a energia elástica
comprimentos dos ciclos de carga e de retorno
apresentam riscos diferentes no que diz
são mais ou menos equivalentes, cancelando
respeito aos transportadores de correia. Ambas
a energia potencial entre si, e a resistência
representam formas de energia potencial em
de rolagem dos rolamentos do rolete e da
um sistema de transportador; no entanto, elas
polia geralmente são suficientes para parar o
têm origens diferentes, com probabilidades
movimento da correia na descida.
e níveis de severidade diferentes de causar
ferimentos e danos materiais. Uma correia inclinada carregada é muito
Em transportadores de correia, a energia mais preocupante, devido à liberação da
potencial representa as forças que podem ser energia armazenada. Geralmente, a área de
originadas por uma das seguintes situações maior tensão da correia está na extremidade
(ou todas): mais elevada do transportador ou no
acionamento. Se houver falha da correia ou
• Peso da correia e da carga em um aclive/ da emenda, a falha costuma ocorrer nesse
declive e a distância efetiva de seu ponto. Em uma correia em aclive, esse
deslocamento.

97
Batentes, freios contra recuo e travas | Capítulo 7

ponto seria a extremidade de descarga do Ponto de ruptura


Figura 7.2.
transportador; em uma correia em declive,
seria a extremidade de carga. Quando uma No alto: Quando uma
correia carregada é rompida, a energia correia ou emenda falha,
Havg a correia é rompida
armazenada é aproximadamente igual ao
Wb+Wm na área de maior
peso do material (Wm) na correia mais o peso
tensão, normalmente
da correia (Wb) vezes a distância média de
na extremidade mais
deslocamento vertical (Havg). A correia e a ENERGIA ARMAZENADA ~ Havg × (Wb+Wm) alta do transportador.
carga começam a se mover devido à aceleração
da gravidade, rapidamente superando a Abaixo: Após
resistência do rolamento do rolete, e todo apresentar falha, a
o conjunto da correia, com toda a carga, correia cairá da polia
podem acabar caindo até a parte inferior do de cabeça, deixando
cair a correia e a carga
transportador, arrancando roletes e a estrutura
para a parte inferior
conforme aceleram. (Figura 7.2.) O resultado
do transportador.
é frequentemente catastrófico em termos de
danos materiais e, se houver trabalhadores
presentes, ferimentos graves ou fatais. Figura 7.3. 2
No alto: transportador
Os riscos da energia armazenada em funcionamento
normal.
A energia elástica pode ser armazenada ou
pode ficar presa em um transportador quando
alta tensão surge em uma parte de uma correia,
enquanto outra seção permanece em uma
tensão menor, como quando a correia é parada
ou bloqueada. O contra peso fornece a tensão Centro: Sequência de
mínima necessária para que o motor transfira aprisionamento de uma
o torque necessário para a polia, que, por sua 4 rocha.
4
vez, gira a polia de cabeça. Quando um evento 3 1. Rocha presa na
3 4
para o transportador, seja por um comando polia traseira.
3 2. A polia traseira
de parada de emergência ou uma obstrução,
3 1 para de girar.
ainda há tensão armazenada na correia. 3 3
3 3 1
Devido ao número ilimitado de condições de 3 3 1 2 3. O motor para
3 2 e todas as polias
carga da correia, trajetos da correia e possíveis 3
5 2 param de girar.
pontos de obstrução, é muito difícil prever 5 4. A correia alonga.
para que lado será o movimento da correia 5
5. O contra peso
quando a obstrução for resolvida. Mesmo que é elevado para
o transportador esteja equipado com um freio remover a rocha.
contra recuo, pode haver um desequilíbrio
significativo das tensões na correia. Se 7
7 Abaixo:
não houver nenhum freio contra recuo, o
7 6. A rocha é removida
transportador tenderá a distribuir a tensão
8 e a polia gira.
igualmente ao longo do trajeto, com base ao 8
contra peso. No entanto, se a correia estiver 7. A correia se contrai.
8
totalmente carregada, ou mesmo parcialmente, 6 8. A correia se
9 6
ou se a correia for suficientemente longa, o 9 movimenta
6 através das polias.
contra peso pode não ser capaz de igualar as 9
tensões por todo o sistema. 9. O contra peso é
elevado.

98
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

Uma típica situação de obstrução em que Um transportador emperrado pode ter um


uma rocha emperra a correia na polia traseira deslocamento inesperado, em qualquer
e o motor eventualmente para é mostrada direção. Uma resposta típica de manutenção
na Figura 7.3. Como o motor é capaz de seria levantar o peso do tensor e, em seguida,
fornecer um pico de torque maior do que o remover a rocha da polia traseira, dadas as
necessário para o funcionamento do sistema, circunstâncias mostradas na Figura 7.3.
a correia pode ser tensionada além do normal, Quando a rocha for removida, a correia
armazenando enormes quantidades de energia se contrairá e liberará a energia elástica
elástica. Se a correia tiver uma taxa de tensão armazenada. Nesse exemplo, a polia do
de 1%, de acordo com a tensão do projeto, contrapeso vai se mover para cima, porque
essa situação de sobretensão pode induzir o contra peso foi neutralizado, fazendo com
uma tensão de 1% ou 2%. Algumas correias que a correia se movimente em ambas as
de trama têm uma taxa de tensão elástica de direções, em direção às polias de cabeça e
até 3%. Se o comprimento total da correia no traseira. Na extremidade dianteira, o batente
transportador for de 200 metros [≈660 pés], e o acionamento provavelmente impedirão
a correia pode ter deslocamento de até 3% de que a polia de cabeça gire, e a correia fará com
200 metros, ou 6 metros [≈20 pés], quando que a polia traseira gire, conforme a correia se
o bloqueio for removido. Seis metros é mais contrai.
2
do que suficiente para puxar um trabalhador
A polia traseira não tem restrição à sua rotação
através de qualquer uma das polias ou roletes
e, provavelmente, vai girar no sentido anti-
no sistema e resultar em um acidente fatal.
horário.
Isso acontece várias vezes por ano, em todo o
mundo, e é algo que pode ser evitado. A remoção da obstrução sem antes liberar
a tensão na parte superior da correia fará
com que a parte superior puxe rapidamente
Figura 7.4.
a parte inferior da correia ao redor da polia
Para minimizar os traseira, com grande força. Devido à grande
riscos, a correia deve
massa envolvida, energias de movimento
ser bloqueada nos
consideráveis são criadas. Mesmo com a correia
pontos onde a tensão
travada, isso representa um grande perigo para
é adicionada ou
subtraída do sistema. qualquer trabalhador que tenha removido a
obstrução sem os mecanismos de bloqueio de
tensão aplicados.

Embora os funcionários que executam a


Figura 7.5.
manutenção tenham pensado que o sistema
Um dispositivo contra estava inoperante e não poderia mover a
reversão, também correia, as polias côncavas, roletes e a polia
conhecido como batente
traseira podem girar. A equação da energia
ou freio contra recuo,
elástica indica que essa energia armazenada
geralmente é instalado
na polia da cabeça
será liberada e transformada em energia de
do transportador. movimento muito rapidamente, prendendo
quem estiver trabalhando nas proximidades de
qualquer polia ou rolete girando livremente.

99
Batentes, freios contra recuo e travas | Capítulo 7

Mais do que travamento/ Ele permite a livre rotação da polia de


etiquetagem acionamento para frente, mas impede
automaticamente a rotação da polia
Os procedimentos de travamento/etiquetagem na direção oposta. Isso impede que a
não fornecem segurança suficiente contra correia faça um movimento inverso,
acidentes sem a adição do bloqueio e dos e que o material role e desça por uma
testes. Para minimizar os riscos da energia inclinação quando o motor não tiver
armazenada no sistema, a correia deve ser alimentação ou caso ocorram outras
bloqueada em todas as fontes potenciais de falhas. O acionamento é automático e
adição ou subtração de tensão do sistema inerente a esses dispositivos mecânicos,
antes que uma obstrução seja removida. portanto, controle não é um problema.
(Figura 7.4.) Em caso de dúvida, bloqueie
tudo para prevenir lesões e evitar mais danos Embora os batentes sejam mais comuns em
ao equipamento. (Consulte o Capítulo transportadores inclinados, eles também são
23 Trabalho seguro nas proximidades de empregados em transportadores terrestres
transportadores.) horizontais, para evitar a severa tensão na
inicialização quando a correia carregada
Quando um sistema de correia de apresenta queda excessiva entre os roletes.
transportador é projetado, as tensões em 2
diferentes locais da correia são estudadas Sem um batente, a gravidade pode acelerar
em detalhes. Essas informações devem ser uma correia carregada e gerar descontrole,
disponibilizadas para a equipe de manutenção, que pode matar ou ferir um funcionário,
para que os funcionários possam identificar danificar ou destruir os componentes da
as fontes e os níveis de tensão no sistema sob transmissão, rasgar ou romper as correias ou
diferentes condições operacionais, sempre que causar outros danos consideráveis. Um batente
trabalharem em uma correia parada. é, essencialmente, um dispositivo de segurança
que age para prevenir a reversão, protegendo
contra qualquer das ocorrências acima, bem
Batentes ou freios? como contra a necessidade de limpeza pesada
do possível derramamento de material.
Como consequência desses riscos,
transportadores inclinados exigem um Como os batentes são unidirecionais, os freios
dispositivo antirretorno para evitar movimento são usados em combinação ou substituindo os
inverso das correias. (Figura 7.5.) batentes.
Tal dispositivo é conhecido como batente
O uso de freios é necessário quando o projeto
ou freio contra recuo. Existem divergências
do sistema exige o controle das tensões de
sobre a utilização desses termos. Nos
inicialização e parada ou em transportadores
Estados Unidos, a Conveyor Equipment
inclinados. Os freios são frequentemente
Manufacturers Association (CEMA) usa os
usados em combinação com batentes de
termos batente e freio contra recuo de forma
alta velocidade ou no lugar dos batentes em
indistinta. Outros usam freio contra recuo para
transportadores inclinados.
dispositivos com eixo de baixa velocidade (eixo
da polia) e batente para dispositivos com eixo Os freios são normalmente instalados nos eixos
de alta velocidade (na caixa de transmissão). das polias acionadas (de baixa velocidade).
Os freios utilizados em transportadores são
A sétima edição do guia Belt Conveyor for Bulk
geralmente do tipo mecânico, a disco ou
Materials da CEMA define batente como:
tambor, e podem servir como o dispositivo
Um dispositivo mecânico unidirecional principal contra reversão. Freios utilizados
que permite que o transportador como dispositivos de segurança são projetados
funcione somente na direção desejada. para serem acionados por molas e contam com

100
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

liberação eletromecânica, de modo que uma inclinados são normalmente construídos


falha da alimentação resultará no acionamento com um mecanismo de batente. A função da
de freio. embreagem é permitir a rotação do mecanismo
em apenas uma direção, impedindo qualquer
Os freios também podem servir como um rotação no sentido inverso. Em aplicações de
dispositivo de segurança auxiliar, especialmente batente, uma pista dentro da embreagem é
quando batentes de alta velocidade são usados; fixada em um membro estacionário, de modo
eles protegem contra falhas mecânicas no que a rotação inversa não é possível.
redutor de velocidade e no acoplamento.
Vários freios podem ser usados em um sistema. A sétima edição do guia Belt Conveyors for Bulk
Materials da CEMA afirma:
Uma das vantagens de um freio em
comparação com um batente é que ele pode Um batente montado em eixo (também
ser testado todas as vezes que o transportador é conhecido como freio contra recuo)
iniciado e parado. é um acessório mecânico que permite
que um transportador opere apenas
As principais preocupações com os sistemas com deslocamento para frente. Ele
de freios do transportador são o desgaste das permite a livre rotação da polia de
2
superfícies de atrito e os coeficientes de atrito acionamento para frente, mas impede
variável conforme as condições climáticas ou automaticamente a rotação da polia na
dos materiais fugitivos mudam. direção oposta.

Geralmente montado diretamente no


Prevenção da reversão e do eixo da polia de acionamento e conhecido
descontrole como batente de baixa velocidade, esse
dispositivo permite rotação livre da polia de
Para evitar que uma correia carregada
acionamento com deslocamento para frente,
tenha um movimento de inversão, também
mas automaticamente impede a rotação da
conhecido como reversão, transportadores
polia na direção oposta. Como os batentes

Figura 7.6. Condição de rotação livre


Bloco irregular (came) Anel
Quando o sentido Anel
externo
externo
de rotação do rolo é
invertido, os pinos do
rolamento emperram
as pistas para evitar o
movimento inverso.
Anel interno

Condição do batente

Anel
externo

Anel
interno

Anel interno

101
Batentes, freios contra recuo e travas | Capítulo 7

permitem o deslocamento do transportador diretamente em uma extensão do eixo da


apenas para frente, eles não podem ser usados polia de acionamento, no lado oposto do
em transportadores reversíveis ou em declive acionamento. Esse local oferece o meio de
(regenerativos). Nesses casos, um freio deve ser controle mais ativo da reversão da correia.
usado. Também simplifica a execução do trabalho de
manutenção necessário aos componentes de
Os batentes também podem ser instalados acionamento.
no eixo de alta velocidade no conjunto de
engrenagens de redução em combinação Devido ao design unidirecional, apenas um
com um freio no eixo de baixa velocidade único batente é geralmente usado em um
(polia de acionamento). A vantagem é que transportador; caso contrário, eles poderiam
os requisitos de manutenção de torque são trabalhar uns contra os outros.
muito mais baixos no eixo de alta velocidade.
Frequentemente, é necessário instalar um freio Ambos os modelos são dependentes da
em transportadores mais longos, para controlar lubrificação adequada dos componentes
a parada do transportador sob condições mecânicos. Testes periódicos de um batente
normais. A desvantagem dessa disposição é que são realizados quando o transportador é parado
uma falha no sistema de transmissão e no eixo e o freio é acionado, se a caixa de transmissão
da polia, depois do batente de alta velocidade, for do tipo com movimento bidirecional. 2
não terá proteção. No entanto, quando usado Em alguns casos, as engrenagens não permitem
com um freio, há uma capacidade de parada o movimento inverso. Portanto, para testar
redundante. um batente de baixa velocidade, a caixa de
transmissão deve ser desacoplada do eixo da
Em aplicações de batente, uma pista é sempre polia de acionamento.
fixada em um membro estacionário. A função
da embreagem é permitir que a rotação do A embreagem é fixada na estrutura do
mecanismo conectado à outra pista, apenas em transportador usando um braço de torque.
uma direção, e sempre evitar qualquer rotação (Figura 7.7.) O braço de torque é conectado
na direção inversa. Embora a embreagem à embreagem e à estrutura estacionária do
normalmente seja inerte, ela é referida como transportador por meio de um braço instalado
batente em transportadores, redutores de em um estribo grande. Isso permite que o
velocidade e equipamentos similares, porque braço se mova (ligeiramente) quando a correia
sua função é impedir a rotação inversa. é invertida. Quando o transportador carregado
começa a se mover na direção contrária, a ação
Os tipos mais comuns de batentes incluem contra reversão da embreagem é ativada.
embreagens unidirecionais centrífugas e A embreagem gira ligeiramente contra a força,
de roletes. Os dispositivos anti retorno dos permitindo que o braço de torque receba
tipos centrífugo e de roletes funcionam de parte da carga e a transfira para a estrutura do
forma semelhante, impedindo o movimento transportador. É importante manter o braço
de inversão fazendo um bloqueio nas pistas livre para se mover ligeiramente no estribo,
interna e externa. O bloqueio da unidade
Figura 7.7.
de roletes é feito por vários roletes com
pistas dentadas internas. Em uma unidade Uma embreagem está
fixada em um braço de
centrífuga, o mecanismo de bloqueio consiste
torque com estribo para
em vários "pinos", peças cuneiformes com o
suportar de estribo para
formato de um número oito. (Figura 7.6.) suportar a energia da
Batentes de baixa velocidade, assim correia e evitar reversão.
denominados porque têm velocidade
de deslocamento similar à da polia de
acionamento do transportador, são montados

102
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

de modo que o próprio batente se centralize, Austrália


a fim de evitar esmagamento dos rolamentos.
Consequentemente, o suporte deve ser Na seção 2.5.2 Dispositivo
mantido livre de derramamentos de materiais e contra descontrole, a norma da Austrália/
outros detritos. Nova Zelândia AS/NZS 4024.3610:2015
especifica que dispositivos que impedirão
Como os batentes são dispositivos de automaticamente qualquer descontrole serão
segurança vitais, sua função deve ser testada fornecidos em todos os transportadores em
mensalmente parando o transportador com que os efeitos da gravidade possam causar
carga total e observando qualquer reversão. descontrole do transportador.
O óleo deve ser avaliado em busca de
fragmentos de metal e vida útil restante A norma usa o termo dispositivo de
sempre que o óleo da caixa de transmissão do proteção contra descontrole para descrever
transportador for testado. o equipamento que para um transportador
inclinado e, assim, evita movimento
A operação do batente pode resultar em descontrolado em caso de falha mecânica
armazenamento de energia indesejado, ou elétrica. A norma fornece uma lista de
como ocorre quando a polia traseira é dispositivos comuns contra descontrole.
2 bloqueada devido a rolamentos travados Esses dispositivos incluem, sem limitações,
ou derramamento de material. O perigo é freios, freios contra recuo, roletes propulsores
que a polia (e a correia) repentinamente se excêntricos no retorno do transportador,
"soltarão" do problema que estava restringindo embreagens de lingueta e catraca ou
o movimento, libertando forças repentinas e sobrepostas no eixo do acionamento, redutores
extremas, que criam riscos. Além dos riscos de engrenagem autoblocantes com rosca sem
criados pelo súbito e rápido movimento da fim e pinos ou cunhas no espaço entre as pistas
correia e a probabilidade de descarga violenta interna e externa.
de material em direções imprevisíveis, existe o
risco de que a liberação repentina da energia Afirma ainda que, se a falha do próprio
possa fazer com que o sistema de acionamento dispositivo contra descontrole representar um
ou outros componentes do transportador risco, dois dispositivos automáticos devem ser
apresentem falhas abruptamente, com instalados, cada um dos quais suficiente para
possibilidade de estilhaços e outros perigos. suportar a carga individualmente.
Cada dispositivo contra descontrole deve
Consequentemente, precauções de segurança ser capaz de parar e suportar 150% da carga
devem ser tomadas para liberar essa energia máxima aplicada pelo transportador, incluindo
armazenada antes de qualquer inspeção, condições de sobrecarga. A norma determina
limpeza ou manutenção. (Consulte que os dispositivos sejam inspecionado quanto
o Capítulo 23 Trabalho seguro nas a desgastes e seu funcionamento, com testes
proximidades de transportadores.) periódicos apropriados obrigatórios.

Outro termo estabelece que a norma sobre


REGULAMENTOS E NORMAS o suporte de 150% de carga prevista não se
aplica às forças dinâmicas criadas em situações
Muitos padrões de design de transportadores anormais, como inicializações e paradas
e regulamentos de segurança especificam a interrompidas do transportador, embora
necessidade de um batente em transportadores observe que os batentes do sistema devem ser
inclinados para o manuseio de materiais a adequados a essas forças de acordo com o valor
granel. Nenhum dos padrões especifica um nominal.
método ou frequência para a realização de
testes desses dispositivos, deixando os detalhes A norma sugere que o dispositivo contra
para as recomendações do fabricante. descontrole seja instalado na transmissão

103
Batentes, freios contra recuo e travas | Capítulo 7

do transportador, em um local onde falhas Índia


sejam raras ao longo do ciclo de vida esperado
do transportador. Ela exige, ainda, que se a A norma indiana IS 11592-2000
proteção contra descontrole não for instalada Selection and Design of Belt Conveyors – Code
diretamente no acionamento ou na polia of Practice, seção 8.11 Redução da velocidade,
acionada do transportador, o dispositivo enuncia os requisitos de desempenho em três
contra descontrole deverá fornecer força pontos:
suficiente para compensar a falha de qualquer • 8.11.2.1 Mecanismos de freio contra
componente na transmissão. A norma recuo e/ou freio devem ser instalados em
também observa que dispositivos contra transportadores com tendência a inverter
descontrole não devem ser instalados entre a o sentido do deslocamento quando a
correia, correia de acionamento, acoplamento alimentação é desligada ou em sobre
hidráulico ou dispositivo semelhante e o motor cargas muito pesadas.
de acionamento.
• 8.11.2.2 Qualquer transportador que
Europa requeira maior potência para levantar a
carga do que a potência necessária para
A seção 5.7.1 Medidas de
mover a correia e a carga horizontalmente
proteção contra falhas no fornecimento 2
deve contar com mecanismos de freio
de energia, da norma europeia EN 620
contra recuo ou freio.
Continuous handling equipment and systems
– Safety and EMC requirements for fixed belt 8.11.2.3 Um transportador regenerativo
conveyors for bulk materials, estabelece que inclinado não precisa de freio contra recuo,
mas deve ser equipado com freio automático
Se puder ocorrer movimento capaz de parar o transportador totalmente
descontrolado (especialmente em carregado em um período de tempo razoável
transportadores inclinados), os caso a alimentação seja desligada.

transportadores devem ser equipados
com um meio para parar e evitar África do Sul
movimento adicional, que deve operar A norma Mine Health and Safety
sempre que o fornecimento de energia Act 29, 1996, da África do Sul, de acordo com
falhar, por exemplo, um freio ou outros a revisão de 2013, inclui o seguinte requisito
dispositivo semelhante. na seção 8.9(3):
Além disso, a norma de projeto DIN 22101 Na medida do possível, o empregador
Continuous conveyors – Belt conveyors for loose deve tomar medidas para evitar que
bulk materials – Basis for calculation and pessoas sejam feridas pela queda de
dimensioning, na seção 7.3.2 Estados de parada materiais ou minerais de uma instalação
e contenção, indica: de transportador. Tais medidas devem
A operação de instalações de incluir a instalação e a utilização de um
transportadores de correia geralmente ou mais dispositivos para evitar retorno
requer o fornecimento de equipamento ou avanço quando o transportador for
de frenagem para parar as massas parado.
em movimento e/ou dispositivos de Estados Unidos
contenção para conter instalações
inclinadas sob carga. Um requisito geral é indicado
na norma ASME B20.1-2015 Safety Standard
for Conveyors and Related Equipment, seção
5.5 Batentes e freios, da American Society of
Mechanical Engineers:

104
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

Figura 7.8. Outros métodos de parada


Falha da correia Reversão da correia
ou da emenda em
um transportador Existem outros dispositivos de segurança
inclinado pode levar para parar a correia que são considerados
à descida da correia, acessórios opcionais e que não são abordados
onde fica acumulada nos regulamentos. A sétima edição do guia Belt
na parte inferior do Conveyor for Bulk Materials da CEMA define
transportador. um dispositivo de parada da correia:

... Qualquer acessório que vai limitar ou


Dispositivos contra descontrole, freio parar o movimento inverso e ondulante
ou batente devem ser instalados em da correia do transportador e da carga
todos os transportadores inclinados ou causado por uma ruptura transversal ou
verticais em que o efeito da gravidade falha de uma emenda.
permita a descida descontrolada da carga
Os batentes da correia, muitas vezes chamados
e caso essa carga cause riscos à equipe.
de travas, são utilizados para atenuar lesões e
2 Os regulamentos da norma 29 CFR danos. Quando uma correia inclinada falha,
1926.555 da Occupational Health and Safety a falha normalmente ocorre perto da polia de
Administration (OSHA) fazem referência descarga, onde a tensão máxima, identificada
à norma ANSI.B20-1957, Safety Code for como T1 por engenheiros de transportadores,
Conveyors, Cableways, and Related Equipment é acumulada. (Figura 7.8.) O final da parte
[atualizada como ASME B20.2015 Safety Code carregada da correia com falha acelera na
for Conveyors and Related Equipment] . direção contrária, geralmente causando danos
nas áreas circundantes e pode representar um
Para definir um padrão para as minas de carvão perigo para os funcionários nas proximidades.
dos Estados Unidos, há orientações semelhante A extremidade do lado de retorno da correia
nos regulamentos em 30 CFR 77.1607 (dd), também acelera em direção à parte traseira do
da Mine Safety and Health Administration transportador, causando danos aos rolos de
(MSHA), que observam: retorno e a outros componentes na área.
Batentes ou freios adequados devem ser Um supressor é um dispositivo mecânico que
instalados nas unidade de acionamento interrompe o deslocamento de uma correia em
de transportadores inclinados para evitar movimento ou rompida (partida). O batente
a inversão dos transportadores caso haja da correia ou trava é instalado antes do ponto
riscos para a equipe. de tensão máxima da correia, de modo que as
Para minas para a exploração de metais/não extremidades da correia possam ser capturadas
metais nos Estados Unidos, os regulamentos antes que possam avançar muito em direção ao
na norma 30 CFR 57.14113 56.14113 da sistema e causar ferimentos ou danos.
MSHA especificam:
Existem duas formas comuns de travas.
Batentes ou freios devem ser instalados Uma consiste em um método para parar
nas unidades de acionamento de a rolagem inversa de alguns rolos do
transportadores inclinados para evitar transportador; a outra é uma espécie
a inversão do deslocamento dos de mandíbula que prende uma correia
transportadores, criando risco para as descontrolada para interromper seu
pessoas. movimento inverso.

105
Batentes, freios contra recuo e travas | Capítulo 7

Roletes contra reversão da correia e impedir que eles voltem e desçam


pela inclinação.
Um tipo de rolete contra reversão usa
rolamentos unidirecionais nos roletes. Nesses Travas de correias são instaladas na estrutura
rolamentos, a pista interna gira para frente, da correia, onde ocorrem mais rupturas.
para funcionamento normal, sem adição de Normalmente, isso ocorre apenas na superfície
atrito. Em caso de reversão da correia, quando de carga ou abaixo do acionamento da parte
o rolo começa a girar invertido, a pista interna dianteira, para capturar as superfícies de
se prende no eixo e na parte estreita da pista carga e retorno de forma que as extremidades
externa, que, por sua vez, para o rolete e a permaneçam bem próximas para aplicação de
correia. emendas.

Os roletes contra reversão estão disponíveis Esses sistemas são baseados na gravidade,
com roletes em plástico (polietileno de alta para que eles possam funcionar sem qualquer
densidade/HDPE) ou aço. fonte de alimentação externa (hidráulica,
pneumática ou elétrica), reduzindo a
O arrasto produzido por esses rolos é uma manutenção e causas potenciais de falhas.
preocupação; para controlar essa fricção, a
instalação típica utiliza um padrão alternado 2
de roletes padrão e rolos contra reversão. MELHORES PRÁTICAS
Outra questão é que os roletes contra reversão
Prevenção da reversão da correia
podem ser instalado ao contrário durante uma • Exigir que o projetista do sistema faça
substituição de manutenção, adicionando simulações estáticas e dinâmicas do
tensão e desgastando a cobertura inferior da sistema para identificar as fontes de tensão
correia. e situações comuns em que a energia
armazenada pode representar um risco
Roletes contra reversão geralmente são
para o sistema ou pessoal. Simulações
utilizados em transportadores mais leves, como
comuns envolvem iniciar, parar, aclives
transportadores de pacotes, e, como resultado,
com carga, declives com carga e chutes
não são facilmente aceitas em no setor de
entupidos. Situações que normalmente
transportadores de materiais a granel como um
não são simuladas, mas que deveriam
sistema de segurança autônomo.
ser, incluem ruptura da correia/emenda,
Apanhadores de correia polias emperradas, falhas ativas da polia e
falhas da polia de baixa tensão.
Outro tipo de trava da correia usa o
• Nunca depender do batente ou freio
esmagamento de um mecanismo de mandíbula
para controlar o movimento indesejado
para capturar e reter um transportador
de uma correia ao executar tarefas de
escapando devido a uma falha na correia,
limpeza ou manutenção, pois a correia
como uma emenda desfeita. Esses sistemas
tem potencial para se mover em qualquer
também são conhecidos como prendedores de
direção, dependendo do equilíbrio das
correia ou pegadores de correia.
tensões no ponto da obstrução.
Esse tipo de trava é equipada com contrapesos • Bloquear o movimento potencial da
mecânicos, que fecham a "mandíbula" para correia em cada local onde a tensão possa
reter a correia. Sob condições normais de ser adicionada ativamente (por exemplo,
funcionamento, a tensão da correia mantém acionamentos, freios e tensores) e em cada
o dispositivo aberto; em caso de ruptura da local onde isso possa ocorrer passivamente
correia, a tensão da correia é perdida. Isso (por exemplo, carga da correia,
libera os contrapesos, fechando a mandíbula da inclinações e componentes falhos).
trava para prender os lados superior e inferior

106
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

• Usar grampos para correia concebidos • Os freios devem ser testados


e fabricados com a classificação correta mensalmente, parando o transportador
e instalá-los em conformidade com as com carga total e observando o
recomendações do fabricante. movimento da correia. Os resultados dos
Não usar grampos caseiros. testes devem ser documentados.
• Fornecer âncoras para os grampos da Batentes da correia
correia suficientes para as forças de tensão
da correia previstas no projeto do sistema. • Os batentes da correia devem ser
• Liberar os grampos a partir do local instalados em transportadores inclinados
da menor tensão provável, liberando na área de maior tensão da correia.
gradualmente a tensão em todo o sistema. • Um batente de correia deve ser
• Manter mecanismos e estribos livres de considerado se houver uma seção
materiais fugitivos. inclinada do transportador onde uma
ruptura da correia criaria um grave
Batentes problema de segurança para a equipe
ou em circunstâncias de recuperação
• Batentes devem ser instalados em demorada e difícil reparação.
2 transportadores inclinados.
• Os batentes da correia devem ser
• Batentes devem ser testados mensalmente, testados mensalmente para garantir que
parando o transportador com carga e os mecanismos detecção de tensão e
observando o acionamento do batente. fixação estejam livres para se moverem
• Os níveis de lubrificação do batente amplamente e não há nenhuma situação
devem ser inspecionados mensalmente, de tensão. Os resultados dos testes devem
e a qualidade do lubrificante deve ser ser documentados.
testada a cada seis meses.
• O braço de torque do batente deve ser CONCLUSÕES
mantido livre de detritos e material O controle da reversão
fugitivo dentro de seu suporte ou estribo.
Confirmar se a instalação do braço de Como vimos, há diversas maneiras de
torque do batente não impede o acesso a controlar movimentos indesejados da correia.
acessórios essenciais, como raspadores da Esses mecanismos de parada da correia
correia e detectores de nível do silo. proporcionam uma melhoria na segurança
dos funcionários, bem como um suporte para
• Batentes devem ser testados mensalmente,
a eficiência do sistema do transportador e da
parando o transportador com carga total
fábrica em geral.
e observando o acionamento do batente.
Os resultados dos testes devem ser No entanto, se os trabalhadores precisarem
documentados. estar próximos ao transportador ou a
Freios pontos de esmagamento do transportador, o
movimento da correia deve ser fisicamente
• Os freios devem ser instaladas nos contido, mesmo quando o transportador
transportadores usando batentes de de estiver bloqueado.
alta velocidade como uma medida de
segurança secundária.
• Freios são geralmente exigidos em
transportadores inclinados (regenerativos).

107
Batentes, freios contra recuo e travas | Capítulo 7

108
2

Capítulo 8 Coberturas
INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 109 INTRODUÇÃO
Proteção da correia e controle Neste capítulo, o termo "cobertura" refere-se
da exposição à intempéries . . . . . . 110 aos componentes acessórios usados para
proteger um transportador ao longo de seu
Concepção e características das
percurso entre a extremidade traseira e a
coberturas para transportadores . 112
extremidade de descarga. Normalmente, as
REGULAMENTOS E NORMAS . . . . . . 114 coberturas apresentam o formato de um arco,
composto por um revestimento rígido e preso
MELHORES PRÁTICAS . . . . . . . . . . . 114 por aros, e são usadas fora dos pontos de
transferência dos chutes de carga ou descarga.
CONCLUSÕES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 115
(Figura 8.1.)

Nesta publicação, usaremos o termo


"cobertura" com a acepção indicada no
parágrafo anterior. As menções nesta seção
não devem ser confundidas com a cobertura
da correia, que consiste na camada externa de
elastômeros ao redor da carcaça da correia do
transportador. Da mesma maneira, o termo
"cobertura", como descrito nesta seção, não
deve ser confundido com a "curva" instalada
na parte superior dos chutes projetados com
"curva superior e curva inferior" para conter
o fluxo de material e direcionar a "curva
inferior" para baixo.

109
Coberturas | Capítulo 8

Proteção da correia e controle da As coberturas podem servir para impedir o


exposição à intempéries acesso inadvertido aos pontos de pressão entre
os roletes de carga e a correia. (Figura 8.3.)
As coberturas para transportadores são
instaladas sobre a estrutura da correia para Veja a seguir outros benefícios das coberturas
cobrir toda a extensão da correia. (Figura 8.2.) para transportadores:
Elas são usadas para conter o pó e proteger • Podem reduzir a propagação dos ruídos
contra as intempéries. As coberturas protegem do rolete e da correia.
a correia, os roletes e o material transportado
contra o sol, o vento, a neve, a chuva e • Podem reduzir a contaminação da carga
outras condições ambientais prejudiciais. do material a granel.
Em transportadores inclinados, o transporte • Podem proteger a carga e o transportador
de cargas úmidas e/ou uma correia molhada contra a entrada de animais no
apresenta o risco de deslizamento do material transportador e a consequente
na inclinação, resultando em danos ao contaminação ou perda do produto.
equipamento e ferimentos à equipe.
Figura 8.1.
A 7ª edição da publicação Conveyors for
Coberturas são 2
Bulk Materials, da CEMA (Conveyor
Equipment Manufacturers Association, usadas para proteger
Associação de Fabricantes de Equipamentos o transportador e a
carga em percursos
Transportadores), recomenda que alguma
prolongados entre os
forma de "proteção contra intempéries
pontos de transferência.
deverá ser instalada sempre que a carga o
retorno exigir proteção contra as intempéries"
ou "sempre que a velocidade do vento for
frequentemente alta que resultará em material
fugitivo ou empurra a correia sem carga e
desalinha".
Figura 8.2.
Montadas ou fixadas na estrutura da correia Cobrindo o
do transportador, as coberturas sobre a transportador de
correia não impedem completamente as uma extremidade a
emissões de pó. Nenhuma cobertura, mesmo outra da estrutura da
que recubra a estrutura da correia de uma correia, a cobertura
extremidade a outra, será capaz de controlar a do transportador
circulação do fluxo de ar e o pó em suspensão protege a carga contra
resultante da transferência dos materiais a as intempéries.
granel advindos de um chute de transferência
anterior. As coberturas protegem o material no
transportador para que ele não seja arrastado
Figura 8.3.
pelas correntes de vento (principalmente
no sentido transversal em relação ao As coberturas para
transportador) e varrido para fora da correia. transportadores podem
ser complementadas
As coberturas também ajudam a impedir que o
com telas para proteger
vento levante a correia vazia, separando-a dos
os trabalhadores contra
roletes de carga, o que pode resultar em danos o contato com os
à correia ou fazer com que ela seja dobrada. Se componentes móveis.
a principal preocupação for evitar que o vento
forte levante a correia, arcos ou telas corta-
vento podem ser uma alternativa econômica.
110
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

A diferença entre galeria ou cobertura


Galerias para transportadores consistem em longas passagens sob condições adversas,
fechadas através das quais o transportador de correia realiza o a manutenção de
transporte. Essas estruturas são totalmente fechadas, similares transportadores em áreas
a túneis ou tubos, e são usadas para proteger um transportador externas provavelmente
fechado. será breve ou superficial.
Galerias são estruturas que combinam o suporte estrutural do Embora galerias e
transportador e a proteção contra as intempéries, ao mesmo coberturas sejam, muitas
tempo fornecendo um compartimento que reduz a liberação de vezes, destinadas a Galeria para transportador
materiais fugitivos e facilita a limpeza, ou, pelo menos, a limita funções semelhantes, típica, vista do interior.
a um espaço confinado. Uma galeria normalmente consiste em as galerias geralmente
uma estrutura de aço coberta com revestimento em metal ou são instaladas durante
plástico. Elas também podem ser fabricadas usando tubos de aço a fase de construção do
de grande diâmetro, concreto armado ou uma combinação de sistema do transportador.
diferentes métodos de construção. As galerias cobrem o vão entre As coberturas podem
as torres do sistema do transportador e envolvem o transportador ser instaladas durante
completamente. o processo inicial de
Uma galeria protege a equipe, o maquinário e o material construção ou adicionadas
transportado contra as intempéries. O guia Goodyear Handbook como uma solução
pós-venda. Elas são Galeria para transportador
of Conveyor & Elevator Belting (também conhecido como o Guia típica, vista do exterior.
Vermelho) estabelece que "a menos que o clima seja favorável, muito utilizadas para
transportadores permanentes geralmente requerem uma galeria cobrir transportadores
para proteger a correia contra ventos fortes, além de proteger os mais longos, como
funcionários e o material". transportadores inclinados
ou terrestres, cujas
A largura das galerias geralmente é suficiente para que as equipes características inviabilizam
de manutenção e inspeção possam se deslocar com facilidade por a construção de galerias
pelo menos um dos lados. A melhor prática é fornecer, de um dos devido ao custo ou à
lados, um espaço minimamente adequado para a manutenção topografia. Coberturas não recolocadas após
e, no outro lado, um espaço mais amplo, adequado a um a manutenção podem expor os
deslocamento seguro e aos trabalhos de limpeza e manutenção. Obviamente, as coberturas
são mais baratas do que as trabalhadores a perigos.
As galerias podem ser construídas com pisos sólidos ou grades
removíveis, dependendo da necessidade de confinar dentro da galerias, mas, em geral, elas
galeria materiais fugitivos para limpeza ou de permitir que o oferecem menos proteção contra intempéries. Por outro lado, se
material fugitivo caia no chão. mantidas adequadamente, as coberturas oferecem maior segurança,
se comparadas às galerias, a menos que sejam fornecidas proteções
Galerias com pisos sólidos impedem a queda dos materiais para os pontos de pressão ao longo da extensão de carregamento na
fugitivos e devem ser usadas caso o transportador de correia passe galeria.
sobre áreas protegidas ou vias navegáveis.
Coberturas e galerias para transportadores devem ter incorporadas
Como observado no livro Belt Conveyors for Bulk Materials da a elas sistemas de detecção e proteção contra incêndios. Uma
CEMA: desvantagem das coberturas é que elas geralmente são deixadas
O projetista de uma galeria fechada deve considerar abertas ou são, até mesmo, removidas após a manutenção e a
a possibilidade de que derramamentos ou outros limpeza, não sendo reposicionadas. Embora o hábito de não
materiais sejam acumulados na parte inferior do tubo, recolocar e fixar adequadamente as coberturas seja um problema
involuntariamente criando um grande peso, que deve relacionado ao treinamento e à gestão, ele é muito comum.
ser suportado. A ventilação da galeria também deve ser Coberturas travadas incorretamente podem ser atingidas pelo
considerada no projeto. vento e sofrer danos, tornando difícil ou impossibilitando seu
fechamento. O projeto da cobertura e do sistema de fechamento
Por serem abertas na parte inferior, as coberturas para
pode atenuar a tendência a deixar as coberturas abertas ou a não
transportadores geralmente não apresentam esse problema.
recolocá-las no transportador.
Um dos benefícios da galeria é o aprimoramento das práticas de
A substituição de coberturas danificadas ou não reposicionadas
manutenção. Como observado no Guia Vermelho, "A atenção
deve ser uma prioridade da manutenção, pois elas oferecem
que um trabalhador exposto à chuva e à neve dispensa a um
diversos benefícios: ajudam a controlar materiais fugitivos e
transportador não tem o nível de diligência adequado". Caminhar
servem como proteções parciais para os pontos de pressão do
na neve sobre uma passarela em um transportador inclinado para
realizar trabalhos de manutenção ou inspeção é algo desafiador; transportador.
111
Coberturas | Capítulo 8

Concepção e características das componentes. Os mecanismos de dobradiças


e travamento devem ser concebidos para que
coberturas para transportadores
a cobertura possa ser aberta com facilidade,
Disponibilizadas por diversos fornecedores rapidez e segurança para a inspeção dos
comerciais, as coberturas para transportadores componentes ou visualização do material
normalmente têm formato em arco e são sendo transportado.
instaladas acima da correia do transportador,
A cobertura deve ser projetada para simplificar
sobre a estrutura. (Figura 8.4.)
a manutenção da correia e dos roletes; ela deve
Os formatos mais comuns são a "cobertura facilitar os trabalhos de inspeção, lubrificação,
total", (arco de 180 graus), a "cobertura de reparo ou substituição de roletes individuais ou
três quartos", (arco de 135 graus) e a "meia
cobertura" (arco de 90 graus). (Figura 8.5.) Figura 8.4.
Coberturas para
A cobertura "total" de 180 graus proporciona transportadores
o máximo em segurança para a equipe, no fornecem proteção contra
que diz respeito às peças móveis. Ela também intempéries, ao mesmo
prolonga a vida útil dos componentes cobertos, tempo viabilizando a
como roletes e correia, protegendo-os contra a inspeção dos componentes 2
chuva e o sol. Esse tipo de cobertura é eficiente do transportador.
e ecológico, contendo o pó e reduzindo a
perda de material devido a ventos fortes. Figura 8.5.
Porém, esse benefício se opõe ao fato de que,
Os estilos típicos
com a cobertura total, torna-se mais difícil
de coberturas para
inspecionar e acessar a correia.
transportadores incluem
Os dois designs com arcos menores oferecem total, três quartos e meia
uma cobertura menor, embora facilitem a cobertura, que formam
arcos de 180, 135 e 90
inspeção e a manutenção. Com as coberturas
graus, respectivamente.
parciais, a cobertura pode ser instalada de
TOTAL
forma que a parte aberta fique inclinada, seja
para o lado do transportador onde se encontra
a passarela (para facilitar a inspeção) ou para
proteger melhor a correia contra o vento.

Normalmente, existe uma abertura entre


a parte superior da estrutura da correia e a
borda inferior da cobertura. Essa abertura
pode ser fechada estendendo a cobertura para
além das sapatas de montagem, geralmente TRÊS QUARTOS
com um custo adicional. Alguns fornecedores
oferecem paredes laterais e bandejas de coleta
de derramamentos opcionais, para que o
transportador fique totalmente vedado.
(Figura 8.6.)

Todos os tipos de cobertura podem contar com


articulações, para que a cobertura possa ser
levantada individualmente e oferecer condições
melhores para a realização de inspeções ou para Meia cobertura
que o trabalhador tenha acesso à correia e aos

112
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

de todo um conjunto de roletes. A instalação a passarela, e não deve acumular água na


deve contar com um método para apoiar ou dobradiça ou no mecanismo de travamento,
sustentar a cobertura aberta, para que ela seja pois isso pode favorecer a corrosão.
mantida aberta e em posição segura.
Coberturas adjacentes devem ficar sobrepostas
O sistema da cobertura deve ser fácil ou contar com faixas de ajuste para uní-las e
de usar, fácil de instalar durante a fase formar uma vedação estanque, a fim de evitar
de construção e fácil de abrir/remover e que as coberturas ajam como um coletor ou
fechar/substituir durante os trabalhos de funil que permita que a água da chuva caia
inspeção e manutenção. O ideal é que esses entre elas e sobre a correia.
procedimentos possam ser executados sem o
uso de ferramentas. As coberturas podem ser fabricadas com
materiais lisos ou corrugados, em aço
É possível que as coberturas interfiram galvanizado, pintado ou inoxidável, em
na inspeção e na manutenção dos roletes alumínio, fibra de vidro ou plástico. A escolha
do transportador. Consequentemente, as do material da cobertura deve ser compatível
coberturas devem contar com abertura e com as condições da aplicação, para conter
travamento simplificados ou devem incluir materiais corrosivos na parte interna e suportar
2 portas ou janelas para inspeção. a exposição na parte externa. A construção
deve ser suficientemente resistente para
Na medida do possível, elas devem ser
FIG. 3.12.08 projetadas para operação livre de manutenção,
suportar tanto o vento quanto o peso da neve.

com materiais resistentes à corrosão e A maior parte das instalações de coberturas é


mecanismos de abertura e travamento simples. fornecida com suportes de fixação altamente
A cobertura deve ser resistente à água sob duráveis e resistentes à corrosão, fixados na
diversas condições. Ela deve ser capaz de estrutura da correia do transportador, além de
impedir que a água caia sobre a correia e barras de retenção para manter a tampa aberta
para manutenção.

Figura 8.6.
As coberturas para
transportadores podem
ser usadas com paredes
laterais para conter
o material e proteger
os trabalhadores.

113
Coberturas | Capítulo 8

Há coberturas disponíveis para corresponder • Sejam elas abertas ou fechadas, as


a correias com larguras padrão. Tamanhos coberturas devem ser firmemente fixadas,
personalizados podem ser encomendados para de forma que não tenham sua estrutura
atender a exigências específicas. abalada por ventos fortes.

As coberturas normalmente são fabricadas para • Deve-se tomar cuidado ao abrir as


acomodar espaçamentos de roletes entre três coberturas quando houver ventos fortes,
pés [≈915 mm] e cinco pés [≈1.524 mm] a pois elas podem ser atingidas pelas rajadas
partir do centro, com espaçamento de quatro e ser abertas com violência, o que pode
pés [≈1.250 mm] como padrão. A maior desequilibrar o trabalhador; além disso,
parte dos fabricantes pode fornecer coberturas o vento também pode fechar a cobertura
adaptáveis a curvas horizontais côncavas ou novamente.
convexas. Além disso, as coberturas também • O mecanismo de travamento deverá ser
podem ser modificadas em campo. operável por apenas um trabalhador, de
maneira fácil e segura, e deverá permitir
que a cobertura seja aberta durante o
REGULAMENTOS E NORMAS funcionamento do transportador, sem
Apenas algumas normas ou regulamentos que os trabalhadores sejam expostos a
2
fazem referência à utilização ou a projetos de componentes móveis perigosos.
coberturas para transportadores. • Uma cobertura articulada deve contar
com mecanismos para que permaneça
Muitas regiões podem dispor de normas aberta e firme no lugar, a fim de que não
relativas à força do vento que as estruturas, seja fechada acidentalmente sobre um
incluindo as coberturas para transportadores, trabalhador.
devem suportar.
• A presença de uma cobertura pode
complicar a remoção ou a reinstalação de
MELHORES PRÁTICAS outros componentes próximos, como os
Coberturas para transportadores roletes.
• Podem haver dificuldades e riscos
Não existem normas de segurança ou
envolvidos na remoção ou na reinstalação
especificações para a concepção ou a utilização
da própria cobertura. As seções da
de coberturas para transportadores. Entretanto,
cobertura devem ser projetadas de acordo
alguns pontos relacionados à segurança devem
com o limite de levantamento comum de
ser considerados.
23 quilos [≈50 lb] ou devem ser equipadas
• O projeto e a instalação devem ser com alças ou apoios para possibilitar
compatíveis com as cordas de parada o levantamento por duas pessoas. Isso
de emergência e com as proteções do ocorre, principalmente, em correias
transportador. Além disso, o sistema deve transportadoras com largura superior a
coexistir com os sistemas de combate a 1.000 milímetros [≈39,5 pol.], pois o
incêndios, monitores de velocidade e outros peso da cobertura dificulta o manuseio.
sistemas de segurança e controle. • As bordas da cobertura devem ser
• A cobertura não deve interferir no trabalho rebarbadas e os cantos, arredondados, a fim
de manutenção nem aumentar o risco de de reduzir os riscos para os trabalhadores.
lesões.
• As coberturas devem ser concebidas para
que não acumulem água. Assim, a chuva
e a neve cairão longe da correia e das
superfícies de circulação.

114
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

CONCLUSÕES
Sob a cobertura
Evidentemente, as coberturas para
transportadores oferecem vantagens e
desvantagens: a operação do transportador
e a carga ficam menos expostas às condições
climáticas, porém, a visibilidade fica mais
restrita e o acesso ao transportador, mais
complexo. Essas contrapartidas geralmente
são aceitáveis quando é necessário abordar
preocupações ambientais ou considerar a
segurança daqueles que trabalham com ou
próximo a transportadores.

115
Coberturas | Capítulo 8

116
2

Capítulo 9 Passarelas para passagem sobre e


sob o transportador
Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 117 Introdução
Evitar o impulso minimiza Para chegar ao outro lado
os riscos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 118 Como discutido no Capítulo 2, é
Passarelas em geral . . . . . . . . . . . . . . 120 surpreendente a quantidade de acidentes que
ocorrem aos funcionários passando sobre ou
Concepção e construção de sob um transportador de correia.
passarelas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 120
Esses acidentes ocorrem apesar da advertência
Considerações sobre de segurança frequentemente repetida:
projetos de passarelas . . . . . . . . . . . 121 "não passe por cima, por baixo nem suba
no transportador". Porém, necessidades
Passarelas sob correias . . . . . . . . . . 121 operacionais exigirão que os trabalhadores
Distância entre os pontos passem de um lado do transportador
de passagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 123 para o outro, seja para executar atividades
relacionadas ao transportador ou simplesmente
REGULAMENTOS E NORMAS . . . . 123 para ir de um lado da fábrica para o outro.
Para possibilitar uma passagem segura, são
MELHORES PRÁTICAS . . . . . . . . . . . 127
instaladas passarelas para transportadores.
CONCLUSÕES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 128 (Figura 9.1.)

A 7ª edição do livro Belt Conveyors for Bulk


Materials da CEMA (Conveyor Equipment
Manufacturers Association, Associação de
Fabricantes de Equipamentos Transportadores)
afirma:
117
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

Passarelas para passagem sobre e sob Evitar o impulso minimiza os


transportadores são usadas para permitir riscos
que os funcionários atravessem com
segurança, em locais designados e Apesar de todos os avisos de segurança
aprovados, quando o layout físico não e proibições emitidos pelas fábricas, os
fornece acesso fácil e seguro de um lado trabalhadores têm o impulso tomar atalhos,
do transportador para o outro. passando sobre ou sob as correias dos
A referência continua: transportadores em movimento, em vez
de "dar a volta" e ir até um local com uma
Passarelas superiores e inferiores também passagem segura ou mesmo aguardar até que a
são utilizadas quando é necessário correia seja adequadamente desligada.
controlar o tráfego de pedestres,
por questões de segurança, ou em Em uma seção intitulada "Considerações
transportadores mais extensos, cenário sobre o fator humano", a publicação Safety
em que tomar atalhos inseguros acaba Best Practices Recommendation (CEMA
sendo um impulso. SBP-001) Design and Safe Application
of Conveyor Crossovers for Unit Handling

2 2

A CEMA oferece as melhores práticas para passarelas


Em 2004, a CEMA (Conveyor Equipment Manufacturers gerais e compara as vantagens e desvantagens dos vários
Association, Associação de Fabricantes de Equipamentos tipos de passarelas.
Transportadores) dos Estados Unidos publicou a norma
para projetos Safety Best Practices Recommendation for the O guia também fornece orientações gerais de aplicação.
Design and Safe Application of Conveyor Crossovers for Unit Elas são baseadas na acessibilidade ao público em geral, na
Handling Conveyors (CEMA SBP-001). necessidade de que os pedestres transportem objetos e nas
limitações de espaço sobre o piso ou de ocupação da área.
Essas orientações descrevem uma abordagem padronizada As orientações incluem uma tabela de aplicação geral, com
para as estruturas, que permitem que os funcionários base na frequência de utilização e informações passo a passo
atravessem as correias do transportador. Embora sobre distâncias.
originalmente publicado como um guia destinado
apenas a transportadores para manuseio de unidades, ele A publicação também observa que:
fornece orientações úteis para projetos de passarelas para Condições específicas variam de
transportadores de manuseio de materiais a granel. As aplicação para aplicação, como
informações sobre práticas de segurança para também variam a finalidade e o
concepção e aplicação presentes nível de experiência da equipe que
nesta publicação são aplicáveis a deverá utilizar as passarelas. Essas
todos os tipos de transportadores, condições, finalidades e níveis
incluindo transportadores de de experiência variáveis afetarão
manuseio de materiais a granel. a seleção do tipo e do projeto
A publicação Best Practices da CEMA do equipamento em qualquer
categoriza as passarelas em quatro situação.
tipos diferentes, incluindo passarelas na O guia Safety Best Practices
altura do transportador (Tipos 1 e 2) e Recommendation for Conveyor Crossovers
passarelas acima do transportador (Tipos da CEMA está disponível para
3 e 4). Os projetos com escada horizontal download gratuitamente, em formato
são dos Tipos 1 e 3; os projetos com PDF, no site da CEMA, em
escada inclinada são dos Tipos 2 e 4. A cemanet.org.
publicação fornece orientações de aplicação
118
Passarelas para passagem sobre e sob o transportador | Capítulo 9

Figura 9.1. que a extensão do transportador seja


Passarelas são instaladas atravessada, há grande potencial de
sobre transportadores que as regras de segurança mais básicas
para permitir a passagem sejam violadas. O impulso de atravessar
segura de um lado da transportadores em funcionamento e/ou
correia para o outro. temporariamente parados é muito forte
para os trabalhadores. A experiência
tem mostrado que, sob essas condições,
FIG. 3.13.02 V3 os acidentes são inevitáveis. É preciso
analisar continuamente as exigências
de movimentação e acesso às áreas
operacionais do transportador por
Figura 9.2.
parte dos trabalhadores. A utilização
Um estilo de passa- adequada de passarelas nos locais onde
rela combina uma são "mais necessárias" pode contribuir
ou mais escadas com
muito para promover a segurança no
uma passarela.
local de trabalho quando as condições
2 encorajam o impulso de atravessar os 2
transportadores de maneira insegura.
As normas de segurança para transportadores
do estado de Washington, EUA, publicada
em WAC296-806-42032, especifica que uma
fábrica deve:

... Instalar uma passagem superior ou


inferior ao longo de toda a extensão dos
transportadores de correia terrestres nos
FIG. 3.13.03 V3
locais onde houver maior tráfego de
Figura 9.3.
pedestres.

Uma passarela com Isso elimina, ou, pelo menos, reduz, o impulso
escada geralmente é de atravessar a correia de um transportador
composta por duas porque a próxima passarela é "muito distante".
escadas ligadas por uma
passagem com corrimões. Na seção 8.1.2.4 da publicação Mandatory
Code of Practice for the Safe Use of Conveyor Belt
Installations for the Transportation of Minerals,
Material or Personnel (Revisão 2), a mina
Venetia Mine do grupo De Beers Consolidated
Mines, na África do Sul, inclui uma meta
prática (porém, talvez inatingível): "As
passagens deverão ser suficientes para impedir
que as pessoas peguem atalhos".
Conveyors (Consulte A CEMA oferece as
melhores práticas para passarelas) resume a Pegar atalhos faz parte da natureza humana.
necessidade de passarelas da seguinte maneira: A Instalação de estruturas de passagem bem
projetadas e posicionadas para vencer essa
Em áreas operacionais onde a equipe característica humana é um exemplo de
esteja familiarizada com o equipamento aprimoramento da segurança por padrão.
de transporte e as funções ou rotas de
deslocamento da equipe possam exigir

119
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

Passarelas em geral Concepção e construção de


As passarelas para transportadores abrangem
passarelas
a largura da correia do transportador. Elas A escolha de uma passarela para uma
fornecem um caminho ou passagem acima determinada aplicação dependerá do tipo
da correia e do material transportado. As de utilização, o tamanho da passagem ou
passarelas geralmente incluem escadas ou da plataforma de trabalho necessária e a
degraus para permitir que o trabalhador acesse probabilidade de que seja necessário mover ou
a passagem elevada. Elas podem ser mais reconfigurar a passarela. Além disso, os códigos
simples ou mais complexas e tão elevadas locais e as regras específicas da fábrica podem
quanto o necessário para proporcionar uma orientar o estilo, a localização e a utilização das
passagem segura. passarelas inferiores e superiores.
A norma CEMA SBP-001 definiu dois tipos Passarelas são fornecidas em diversas
gerais de passarelas: configurações e materiais. Elas podem ser
projetadas com acesso superior direto ou com
Passarela com escada horizontal:
configurações de escada e plataforma em H, L,
um dispositivo para atravessar o
U ou Z. (Figura 9.4.)
2 transportador constituído por uma ou 2
mais escadas horizontais com corrimão Passarelas fabricadas em aço soldado são muito
e, eventualmente, uma plataforma que duráveis e têm alta capacidade para suportar
atravesse o caminho do transportador. peso, mas geralmente são difíceis de mover
(Figura 9.2.) após a instalação devido à sua construção
Passarela com escada inclinada: em uma peça. Passarelas modulares em
um dispositivo para travessia, com alumínio podem não ter a mesma capacidade
inclinação inferior a 50 graus, composto para suportar peso das passarelas de aço
por um ou mais conjuntos de degraus, soldado, mas têm a vantagem de serem mais
que podem ser unidos sobre a superfície leves e contarem com um projeto modular.
de transporte e contar com corrimões, Isso significa que os módulos podem ser
ou com corrimões e uma plataforma ou desmontados e reconfigurados para atender a
passagem. (Figura 9.3.) novas necessidades ou para reposicionamento.

Outro tipo, talvez híbrido, é identificado como A 7ª edição do guia de consulta Belt Conveyor
escada inclinada ou escada horizontal para for Bulk Materials da CEMA observa,
navios na norma CEMA SBP-001. Ela consiste especificamente:
em "uma escada equipada com degraus e
Proteções adequadas ou outras barreiras
corrimões, com inclinação de 50 a 70 graus".
físicas ao redor das passarelas para
A passarela com escada inclinada geralmente travessia superior ou inferior devem
é considerada "mais segura" e "mais fácil ser fornecidas de acordo com o código,
de usar" pelos trabalhadores. Mas a escolha
Figura 9.4.
do tipo de escada para uma determinada
instalação pode depender da área de ocupação Essa passarela com uma
disponível, isto é, se haverá espaço para escada simples liga
permitir a instalação de uma escada inclinada, dois transportadores
e, ao mesmo tempo,
em vez de uma escada horizontal.
permite que os
Por vezes, as passarelas também são chamadas trabalhadores desçam
de degraus. entre as duas correias.

120
Passarelas para passagem sobre e sob o transportador | Capítulo 9

a fim de proteger os funcionários dos A plataforma terá instalação elevada acima


componentes móveis do transportador e da correia e contará com suporte adequado.
de derramamentos. Se os degraus ou a plataforma da passarela
estiver suficientemente próxima da correia
Há vários fornecedores de sistemas de em movimento ou da carga, existe o risco
passarelas pré-projetadas com opções para potencial de contato do trabalhador com
adaptação à maioria das aplicações. É o perigo. A superfície da passarela deve ser
imperativo que qualquer sistema selecionado suficientemente alta para que a correia e os
esteja em conformidade com os regulamentos maiores pedaços da carga possam passar sob
locais, incluindo largura da passagem, elevação ela sem interferir com a estrutura ou com
acima da correia, métodos de construção e as pessoas que a utilizam. Se os degraus ou
detalhes do projeto. a plataforma estiver muito próxima dos
componentes móveis, existe o potencial de
contato de um acessório com a peça móvel. A
Considerações sobre
maioria das operações elimina a possibilidade
projetos de passarelas de contato acidental com a correia elevando
Ao projetar uma passarela para o a plataforma de passagem a uma distância
2 transportador, há uma série de aspectos que suficiente da correia. Isso deve eliminar a 2
devem ser considerados. possibilidade de que um trabalhador entre
em contato com um componente móvel
Como a passarela permite que os trabalhadores acidentalmente. (Figura 9.5.)
atravessem a correia do transportador, a seção
que suporta a carga da passarela deve ser Além disso, a passarela deve incluir corrimões
projetada para suportar a carga criada por uma e rodapés bem projetados e estruturalmente
ou mais pessoas. Além da carga estática dos seguros para impedir que as pessoas na
funcionários sobre a estrutura de passarela, passarela ou nas escadas para o nível de
a passarela também deve suportar a carga passagem caiam no chão ou sobre a correia do
dinâmica adicional criada quando as pessoas transportador. As normas locais determinarão
se movem. O projeto também deve acomodar a altura e os materiais de construção desses
qualquer carga ambiental, como neve ou corrimões.
vento, e acúmulos antecipados de materiais
fugitivos. Além disso, o projeto deve incluir
Passarelas sob correias
um generoso fator de segurança, porque há
vidas em risco. Em instalações em que, por alguma razão,
uma passarela suspensa não seja uma opção
FIG. 3.13.06 V3
razoável ou segura, é possível que seja
necessário que os trabalhadores passem sob a
Figura 9.5. correia. A necessidade de passar sob a correia
A passarela deve ser representa um aumento nos riscos para os
instalada a uma trabalhadores. Os perigos de uma travessia
altura suficiente do sem controle abaixo de um transportador em
transportador a fim funcionamento incluem a exposição a pontos
de eliminar o risco de esmagamento.
de um trabalhador
acidentalmente entrar O código Occupational Health and Safety
em contato com a correia Code Explanation Guide de Alberta indicou
ou alguma peça móvel. mais um risco na Parte 25 Ferramentas,
equipamentos e máquinas, Subseção 373(1):

121
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

Trabalhadores passando sob um A fim de evitar contato acidental


transportador podem correr risco com as peças móveis da instalação da
de lesões devido à queda de objetos correia do transportador, proteções
da correia do transportador ou à devem ser utilizadas em conformidade
possibilidade de ficarem presos nas com a norma De Beers Equipment
peças móveis do transportador. Os Safeguarding Standard.
trabalhadores somente devem passar sob
correias de transportadores em locais Além disso, a seção indica que "Todas as
onde estejam protegidos contra a queda passagens designadas para pessoas sob a correia
de materiais e peças móveis. devem ter proteção para a cabeça".

Portanto, nas áreas onde os trabalhadores Nos regulamentos California Code


passarão sob a correia, os componentes devem of Regulations, Título 8, seção 3999
estar protegidos e a passagem deve contar Transportadores, a CalOSHA observa:
com redes, telhados ou outros sistemas para … A menos que haja uma altura livre
evitar exposições perigosas, como a exposição à de 6 pés e 6 polegadas [≈2 m], os
queda de materiais a granel. funcionários não devem ter permissão
2 A 7 ª edição da publicação Belt Conveyors for para passar sob o transportador. 2
Bulk Materials da CEMA indica o "Uso de Transportadores que passam sobre áreas
passarelas sob o transportador onde o ponto ocupadas ou utilizadas por trabalhadores
de esmagamento ou de pressão não seja devem ser protegidas para evitar a queda
considerado protegido devido à localização", do material transportado e ferimentos
ou seja, onde os perigos estiverem localizados aos funcionários.
a uma distância inferior à distância mínima
exigida, uma estrutura adequadamente Em muitas jurisdições, passarelas sob
projetada, cobertura ou telhado para proteger transportadores, também conhecidas como
os trabalhadores deverá ser utilizada. passagens inferiores, são regulamentadas da
mesma maneira que as passarelas superiores.
O Código Administrativo de Utah, em sua Por exemplo, a seção 2.4.2.3 Passarelas para
publicação Occupational Safety and Health corredores e passagens, da norma AS/NZS
Rule R614-5. Materials Handling and Storage 4024.3610:2015 da Austrália e Nova Zelândia,
– R614-5-2 Transportadores C. Passagens, fornece os requisitos para ambas.
plataformas, varandas, observa:
Essa norma especifica que passagens superiores
Em locais onde os trabalhadores devem ou inferiores deverão ser disponibilizadas
atravessar sob um transportador, quando houver a necessidade de acessar
as passarelas inferiores devem estar ambos os lados do transportador, como as
claramente marcadas como a única partes dianteira e traseira, a transmissão, as
passagem. As passagem deve ser coberta transferências e outros pontos necessários.
para impedir o contato com peças Uma passarela superior ou inferior deve ser
móveis ou a queda de materiais do disponibilizada em locais onde o transportador
transportador. atravesse uma passagem, corredor ou via e
onde a parte mais baixa do transportador esteja
Da mesma forma, na publicação Mandatory a uma distância do piso inferior a 2,1 metros
Code of Practice for the Safe Use of Conveyor Belt [≈7 pés]. A norma observa que a passagem
Installations for the Transportation of Minerals, inferior pode ser do tipo com "espaço para
Material or Personnel (Revisão 2), a Venetia rastejar", caso não haja nenhuma alternativa
Mine do grupo De Beers Consolidated Mines prática.
observa, na seção 8.1.2.1:

122
Passarelas para passagem sobre e sob o transportador | Capítulo 9

Além disso, onde houver passagens inferiores, As normas de segurança para transportadores
o transportador deverá estar protegido para do estado de Washington, EUA, publicadas
evitar a queda da carga transportada sobre os em WAC296-806-42032, especificam que a
trabalhadores na passagem. "distância entre as passagens suspensas não
deve exceder 300 metros ou 1.000 pés".
A norma AS/NZS 4024.3611: Belt conveyors
for bulk materials indica, na seção 2.10.2, que Muitos transportadores terrestres são
os roletes acessíveis de passarelas inferiores patrulhados por veículos e, nesse caso,
e superiores contem com proteções contra passarelas inferiores para o tráfego de veículos
contato acidental. podem ser instaladas em intervalos muito
maiores do que a distância especificada pela
A necessidade de proteção dos pontos de CEMA.
pressão e cisalhamento dos roletes acessíveis
de passarelas inferiores, superiores e espaços Regulamentações locais podem exigir
para rastejar é identificada na norma AS/NZS distâncias menores ou permitir distâncias mais
4024.3610, Seção 2.1.2(i). prolongadas. A necessidade de movimentação
conveniente e segura nas instalações pode
exigir sistemas de passagem adicionais. O
2 Distância entre número de passarelas e os intervalos entre elas 2
os pontos de passagem podem ser controlados pelos requisitos para
saídas de emergência; esse pode ser o primeiro
Apenas alguns órgãos abordam a questão da
e mais importante critério para passagens para
distância entre as estruturas dos pontos de
atravessar transportadores.
passagem. A 7 ª edição do Belt Conveyors for
Bulk Materials da CEMA propõe "Instalar
uma área designada de passarela sobre ou sob o REGULAMENTOS E NORMAS
transportador a cada 1.000 pés (305 m)".
Os regulamentos relativos às estruturas de
A norma ASME B20.1-2015 6.1.1(e) passarelas para transportadores são, em sua
especifica: maioria, muito breves, e, geralmente, fazem
referência a regulamentações regionais no
Em transportadores longos de uso
que diz respeito a escadas, andaimes e/ou
terrestre que requeiram passagens
plataformas de trabalho.
superiores ou inferiores para pedestres,
as passagens deverão ser instaladas Austrália
em intervalos compatíveis com o uso,
normalmente, não ultrapassando os A norma AS/NZS 4024.3610 da
300 m (1.000 pés). Austrália e Nova Zelândia, de 2015, aborda o
tema das passarelas na seção 2.4.2.3 Passarelas
Figura 9.6. para corredores e passagens. Ela especifica que
Essa passarela com passagens superiores ou inferiores deverão ser
escada conta com uma disponibilizadas quando houver a necessidade
gaiola de segurança de acessar ambos os lados do transportador,
para impedir quedas como as partes dianteira e traseira, a
dos trabalhadores. transmissão, as transferências e outros pontos
necessários.

Além disso, a norma prevê que uma passarela


superior ou inferior deve ser disponibilizada
em pontos onde o transportador atravesse
qualquer passagem ou corredor e onde a parte

123
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

mais baixa do transportador esteja a uma Um trabalhador passando sobre uma


distância do piso inferior a 2,1 metros [≈7 correia do transportador corre o risco
pés]. Quando não houver nenhuma alternativa de cair sobre a correia ou de ficar preso
prática, a norma permitirá que a passagem nas peças móveis. Para evitar isso,
inferior seja um espaço para rastejar. uma ponte, com pelo menos 1 metro
[≈39,5 pol.] de largura e com corrimões
A norma indica que, a fim de impedir que adequados, deve ser instalada.
um trabalhador caia sobre o transportador, a
passarela deverá ser equipada com corrimões. O código Occupational Health and Safety Code
Onde houver passagens inferiores, o de Alberta, seção 373(2), publicado em 2009,
transportador deverá estar protegido para estabelece que os trabalhadores podem "passar
evitar a queda da carga transportada sobre os sobre a correia do transportador em outros
trabalhadores na passagem. locais que não a ponte se a correia estiver
bloqueada". Por fim, a seção 373(3) especifica:
Além disso, a necessidade de proteção dos
pontos de pressão e cisalhamento dos roletes ... O trabalhador deverá atravessar sob a
acessíveis de passarelas inferiores, superiores correia do transportador em movimento
e espaços para rastejar é identificada na seção em locais designados, onde terá proteção
2 2.1.2(i) da norma AS/NZS 4024.3611. contra as peças móveis do equipamento 2
e contra a queda de materiais da correia.
Brasil
O Guia Explicativo do Código de Alberta
O único requisito para passarelas também observa, na seção 373(1):
na norma brasileira NR-22 - Segurança e Saúde
Ocupacional na Mineração é encontrado na ... As boas práticas incluem a construção
seção NR 22.8 Transportadores contínuos de passarelas suspensas resistentes,
através de correia: com degraus e corrimões em ambas as
laterais. Os degraus e o piso da passagem
NR 22.8.4 – Só será permitida devem ser revestidos em material
a transposição por cima dos antiderrapante.
transportadores contínuos através de
passarelas dotadas de guarda-corpo e Índia
rodapé. (Figura 9.6.)
A norma Indiana IS 7155.2
Canadá (1986) Code of recommended practice for
conveyor safety, Parte 2, seção 3.2.4.5, observa:
A seção 4.4.16 Correias de
transportadores, do código Health, Safety Caso haja passagens disponíveis em
and Reclamation Code for Mines in British ambos os lados do transportador e caso
Columbia, registra o seguinte: seja necessário que os funcionários
trabalhando regularmente na área
(2) Nenhum funcionário deverá tenham acesso conveniente a ambos
atravessar uma correia do transportador os lados do equipamento, passarelas
exceto em uma ponte para pedestres deverão ser disponibilizadas, em
com largura não inferior a 500 mm intervalos adequados e nas extremidades
[≈19,75 pol.] e equipada com corrimões. dianteira e traseira do transportador,
A publicação da província de Alberta, caso não haja nenhuma outra passagem
Occupational Health and Safety Code 2009 disponível. Meios de acesso seguros
Explanation Guide: Parte 25 Ferramentas, devem ser disponibilizados nas
equipamentos e máquinas, observa, na subseção passarelas.
373(1):

124
Passarelas para passagem sobre e sob o transportador | Capítulo 9

A seção 3.3.10 proíbe especificamente que A norma ANSI B20.1-1957 Safety Code for
os trabalhadores "passem sobre ou sob o Conveyors Cableways and Related Equipment
equipamento [transportador], exceto nos apresentava as seguintes regulamentações em
pontos especialmente indicados para essa sua seção 705 Passarelas, corredores, passagens
finalidade". e escadas:

África do Sul Todos os transportadores instalados a


até sete (7) pés [≈2,1 m] do chão ou
Na África do Sul, a diretriz de uma superfície de passagem deverão
Safety Around Belt Conveyors da CMA contar com passarelas ou passagens para
(Conveyor Manufacturers Association of cumprir com os requisitos do código
South Africa Limited, Associação Sul-africana Building Exits Code A9.
de Fabricantes de Transportadores Limitada)
reitera, na seção 6.3 Manutenção e acesso, a É permitida a disponibilização de
preocupação de que a utilização pela equipe da passagens sob transportadores com
fábrica só seja frequente se houver passarelas altura livre de instalação inferior a sete
suficientes instaladas. A diretriz estabelece: (7) pés [≈2,1 m], exceto em corredores
principais e desde que tais passagens
Os funcionários precisam atravessar o contem com sinais que indiquem a 2
transportador em vários pontos e com altura livre reduzida.
frequência. Todas as passarelas, corredores e
… Caso não seja possível instalar passagens deverão ser indicadas por
passagens seguras abaixo da correia, sinais adequados e posicionamento
passarelas suspensas com corrimões visível.
deverão ser disponibilizadas.
A posição dessas passagens suspensas No entanto, uma versão mais recente dessa
dependerá das condições da instalação norma, a ASME B20.1-2015, contém apenas
do transportador de correia; porém, a uma referência às passarelas. Na seção 5.10
utilização só será frequente se houver Altura livre essa nova norma ASME indica:
uma quantidade suficiente de passarelas Será permitida a disponibilização de
instaladas. passagens sob transportadores com
A passarela suspensa deverá ser acessada altura livre inferior a 2 m [6 pés 8 pol.]
por meio de escadas equipadas com em relação ao chão para outros usos
corrimões e rodapés, bem como um além de saídas de emergência se um
corrimão intermediário ou na altura do aviso adequado indicar a altura livre
joelho. Evite escadas verticais. reduzida.

Estados Unidos Os requisitos da OSHA (Occupational Safety


and Health Administration, Administração de
A publicação CEMA SBP-001 Segurança e Saúde Ocupacional) e da MSHA
indica que as passarelas para transportadores (Mine Safety and Health Administration,
devem satisfazer às seguintes normas: Administração de Segurança e Saúde em
• ANSI Standard A1264.1 – Safety Mineração) dos Estados Unidos oferecem
Requirements for Workplace Floor and Wall apenas uma orientações limitadas.
Openings, Stairs and Railing Systems As regulamentações da MSHA são
• 29 CFR da OSHA, Parte 1910.24 Escadas particularmente vagas. No item 30 CFR
inclinadas industriais fixas 56.11013 Passarelas para transportadores,
• 29 CFR da OSHA, Parte 1910.27 a única declaração fornecida é: "Passarelas
Escadas horizontais fixas deverão ser disponibilizadas sempre que

125
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

houver a necessidade de atravessar um Sob o Título 8, seção 7030 Transportadores,


transportador". Ela é seguida, no item 30 (d), dos regulamentos California Code of
CFR 56.11014 Travessia de transportadores em Regulations, a OSHA do estado da Califórnia
movimento, por um comentário igualmente (CalOSHA) registra o seguinte:
genérico: "Transportadores em movimento
devem ser atravessados apenas em pontos (11-2) (11-13) (11-14) Passarelas
designados para a passagem". deverão ser fornecidas e utilizadas
caso seja necessário passar sobre
No item 30 CFR 56/57.11002 (que abrange transportadores com correntes, correias,
minas de superfície para a exploração de caçambas, parafusos ou rolos expostos.
metais/não metais) e no item 30 CFR 77.205, Tais passagens deverão ser pontes ou
há um requisito adicional da MSHA que exige passarelas devidamente equipadas com
que as passarelas (bem como outras passagens) corrimões e rodapés padrão e deverão
devem estar em bom estado: contar com escadas horizontais fixas,
rampas ou escadas inclinadas como
Passarelas, passagens suspensas, rampas
métodos seguros de acesso.
elevadas e escadas devem ter estrutura
suficientemente resistente, contar com Esse item foi interpretado como indicando que
2 corrimões, e devem ser mantidas em a CalOSHA não permite o uso de passarelas
boas condições. Se necessário, rodapés para travessia na altura do transportador,
deverão ser fornecidos. identificadas pela CEMA como os Tipos 1 e 2.

Em nível estadual, os regulamentos são um No código West Virginia Code, seção 22A-2-
pouco mais detalhados. Como um exemplo, 53c. Rampas; basculadores; limpeza de fábricas;
o estado de Washington requer a instalação outras superfícies (7) Transportadores e passarelas,
de passagens suspensas para pedestres nos há a seguinte especificação:
transportadores. O regulamento no item WAC
296-806-42022 exige que a fábrica deverá: Sempre que necessário, passarelas para
cruzar os transportadores deverão ser
• Disponibilizar uma passagem suspensa instaladas. Todas as passarelas devem
para pedestres nas seguintes situações: contar com uma estrutura resistente,
– Se a linha operacional do com corrimões, e devem ser mantidas
transportador cruzar a até três pés em boas condições. Transportadores
[≈915 mm] do nível do solo. em movimento devem ser atravessados
apenas em pontos designados para a
– Se os trabalhadores precisarem
passagem.
passar sobre a linha e a canaleta no
nível, ou abaixo do nível, do solo. O regulamento do estado de West Virginia
• Disponibilizar uma passagem suspensa conclui: "Caso seja necessário passar sob
para pedestres caso os trabalhadores não a correia, medidas adequadas deverão ser
possam passar sob o transportador com tomadas para impedir o contato com qualquer
segurança. peça móvel".

• As laterais da plataforma de passagem Como essas normas são vagas, vale ressaltar
deverão contar com corrimões padrão nas que é vital pesquisar e cumprir com os
seguintes situações: regulamentos locais.
– Se a passagem suspensa tiver altura
superior a quatro pés [≈1,25 m].
– Se o transportador alimentar
máquinas perigosas, como serras,
trituradores, repicadores ou tanques
de galvanização.
126
Passarelas para passagem sobre e sob o transportador | Capítulo 9

MELHORES PRÁTICAS tropeções e quedas. Os riscos de escorregões,


tropeções e quedas podem ser atenuados
A 7 ª edição do Belt Conveyors for Bulk pelo posicionamento adequado da passarela
Materials da CEMA indica que as melhores superior/inferior.
práticas para passarelas sobre transportadores
• Proteção das áreas onde as passarelas
de correia incluem: "Utilização dos Tipos de
superiores/inferiores são usadas como
passarelas 3 ou 4 indicados pela CEMA de
passagens durante mau tempo. As passarelas
acordo com a norma CEMA SBP-001 ou com
devem contar com proteção contra a queda
a versão mais recente".
de materiais, gelo, neve e acúmulo de água.
Outras boas práticas incluem: • Construção de degraus e plataformas com
materiais antiderrapantes e que evitem
• Instalação de passarelas designadas para
acúmulos, como grades, placas perfuradas ou
travessia sobre ou sob o transportador a
grades em fibra de vidro com partículas para
distâncias não superiores a 1.000 pés [≈305
adicionar aderência.
m] ao longo da extensão do equipamento.
• Construção de passarelas superiores/
• Utilização de passarelas inferiores quando
inferiores de acordo com os regulamentos
a exposição a um ponto de pressão ou
locais para escadas e plataformas de 2
de esmagamento não seja considerado
trabalho, o que pode incluir as dimensões
protegido devido à localização. Os autores
do corrimão, requisitos para corrimões
ressaltam que o conceito de proteção devido
intermediários e rodapés e requisitos de
à localização é problemático. Todos os
carga mínima.
pontos de pressão devem ser protegidos;
todos os roletes de retorno devem ser • Fornecimento de iluminação adequada.
protegidos para impedir quedas. (Consulte • Instalação de avisos onde a altura livre for
o Capítulo 11 O mito da "proteção inferior a 2 metros [≈6 pés 8 pol.].
devido à localização")
• Pintura das passarelas superiores e inferiores
• Instalação das estruturas de passagem para que sejam claramente identificáveis
onde o trabalhador não possa acessar como passagens seguras.
uma passagem diretamente. Uma grade
deverá ser instalada, de modo a exigir que
o trabalhador faça uma curva para acessar
ou sair da passarela superior/inferior. Isso
aprimora a segurança, impedindo o acesso
acidental ou inadvertido ou a ocorrência
de quedas da estrutura de passagem sobre
a correia em movimento ou sobre áreas
de trânsito próximas. De acordo com esse
princípio, novas construções devem levar
em consideração os padrões de tráfego da
fábrica para determinar a localização das
estruturas de passagem e cruzamento.
• A instalação das estruturas de passagem
não deve ser executada em locais onde
derramamentos ou acúmulos de materiais
fugitivos são esperados ou comuns.
Derramamentos acumulados nos degraus
ou nas plataformas de passarelas superiores/
inferiores podem resultar em escorregões,

127
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

CONCLUSÕES Figura 9.7.


Passarelas para
Como observado na publicação Safety Best
transportadores devem
Practices Recommendation da CEMA:
estar em conformidade
A utilização adequada de passarelas com as normas para
a construção de
nos locais onde são "mais necessárias"
escadas e passagens.
pode contribuir muito para promover a
segurança no local de trabalho quando
as condições encorajam o impulso de
atravessar os transportadores de maneira
insegura.

É necessário garantir que as estruturas dos


pontos de passagem estejam em conformidade
ou superem os regulamentos locais para
construção, largura da passagem, elevação
em relação à correia e outras características.
2 (Figura 9.7.)

A publicação Conveyor Crossovers Best Practices


SBP001-2014 registra que:

Condições específicas variam de


aplicação para aplicação, como
também variam a finalidade e o nível
de experiência da equipe que deverá
utilizar as passarelas. Essas condições,
finalidades e níveis de experiência
variáveis afetarão a seleção do tipo e do
projeto do equipamento em qualquer
situação. … As preocupações com a
viabilidade, conveniência e segurança
são a principal preocupação na avaliação
de qualquer projeto proposto.

A disponibilização de mais estruturas do que


o número mínimo exigido de estruturas de
passagem ajudará a eliminar a negligência e os
riscos aceitos de maneira inconsciente, o que
pode levar a lesões graves.

Ainda é importante ressaltar que os


proprietários devem especificar, e os projetistas
devem incluir, estruturas de passagem
adequadas. Também é importante que a
gestão da fábrica enfatize a importância de
que as passarelas superiores e inferiores sejam
usadas em todas as passagens sobre ou sob os
transportadores.

128
2

Capítulo 10 Proteções
INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 129 INTRODUÇÃO
O que é uma proteção . . . . . . . . . . . . 130 Em transportadores, bem como em outras
máquinas, proteções formam uma barreira
Os critérios para proteções . . . . . . . . 132 para proporcionar uma proteção ativa,
mantendo os trabalhadores distantes dos
Normas de desempenho . . . . . . . . . . 137
perigos das partes móveis.
Instalação das proteções . . . . . . . . . . 144
Neste capítulo, vamos considerar o que
REGULAMENTOS E NORMAS . . . . . . 145 alguns têm chamado de "proteções rígidas",
os painéis de proteção (geralmente planos)
Mantendo a distância . . . . . . . . . . . . 149 instalados próximos aos pontos de pressão
Uma abordagem simplificada para de um transportador para evitar o contato
proteções para transportadores . . 155 do trabalhador com esses perigos. (Figura
10.1.) A discussão neste capítulo aborda as
Uma nova era para as proteções . . 160 proteções de barreira para transportadores
de correia; outras formas de proteção, como
MELHORES PRÁTICAS . . . . . . . . . . . . . 162 gaiolas para roletes, proteções para os pontos
CONCLUSÕES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 163 de pressão dos rolos de retorno, passarelas
para transportadores e redes contra a queda
de materiais fugitivos, serão consideradas em
outras seções deste livro.

129
Proteções | Capítulo 10

O objetivo das proteções O que é uma proteção


O documento The Performance Criteria Uma proteção é uma barreira física que
for Safeguarding, publicado pelo American impede ou reduz o acesso a um ponto de
National Standards Institute (ANSI) como risco ou perigo. As proteções são projetadas
a norma B11.19, define proteções como para isolar o perigo do trabalhador (ou o
"proteção para os funcionários contra perigos, trabalhador do perigo) pela distância ou por
através do uso de proteções, dispositivos inacessibilidade. Como definido no manual
protetores, dispositivos de alerta, métodos de Guide to application of the Machinery Directive
proteções ou procedimentos de segurança no 2006/42/EC Annex I, item 1.1.1 (f ), do
trabalho". Reino Unido, uma proteção é "uma parte
da máquina especificamente utilizada para
Em 1946, o National Safety Council (NSC)
garantir a proteção por meio de uma barreira
dos Estados Unidos publicou a primeira edição
física".
do manual Accident Prevention Manual for
Industrial Operations. Essa edição compilou Proteções fixas
um resumo dos conceitos e tecnologias,
anteriores e vigentes na época, em relação à Proteções fixas devem fazer parte da máquina
segurança industrial e prevenção de acidentes. permanentemente. Elas não dependem de 2
peças móveis para funcionar. Seu uso é muitas
De acordo com o boletim informativo da vezes preferível ao uso de outros tipos de
Nelson & Associates, Machine Guarding 1946- proteção, devido à sua relativa simplicidade.
1970, após constatar que 25% de todas as
ocorrências de invalidez permanente resultam Proteções fixas também são conhecidas como
de acidentes com máquinas, o manual Accident proteções de barreira, porque elas formam
Prevention Manual for Industrial Operations do uma barreira para manter os trabalhadores
NSC acrescenta: longe de um perigo criado pelo equipamento.
A proteção fixa, por seu projeto e construção
... É preciso confiar na proteção ativa (e também por sua presença), impede o acesso
dos riscos nos pontos de operação, e não à parte perigosa que protege. Essas proteções
na obediência constante de um operador não dependem e não estão associadas às peças
de máquinas às regras de segurança. móveis da máquina nas quais estão instaladas.
Todos os esforços devem ser feitos para Elas são confiáveis e requerem pouca
tornar uma proteção tão ativa em sua manutenção.
ação, que a falha humana não poderá
causar um acidente. Se corretamente instaladas, as proteções fixas
sempre protegem os trabalhadores das peças
Assim, todas as partes móveis de máquinas
perigosas das máquinas. Elas oferecem a
devem contar com proteções adequadamente
vantagem de poderem ser construídas, muitas
construídas, devidamente instaladas, em
vezes, na própria fábrica onde o equipamento
funcionamento e bem conservadas para
proporcionar o grau necessário de proteção.
Figura 10.1.
Proteções fixas adequadamente projetadas, As proteções de barreira
instaladas e conservadas oferecem as vantagens devem ser instaladas
adicionais de baixo custo, design compacto e para manter os
alta confiabilidade. No entanto, as proteções trabalhadores longe
não substituem o bloqueio do sistema, dos muitos pontos
especialmente na limpeza de obstruções e na de pressão de um
transportador de correia.
execução da manutenção.

130
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

é utilizado, para aplicações específicas, a fim de facilmente violadas ou anuladas. Se um


fornecer proteção máxima, com um mínimo componente do mecanismo de travamento
de manutenção. falhar, a máquina não deve ser capaz de ser
iniciada. Proteções de trava requerem um
As limitações das proteções fixas incluem o sistema confiável e regular de testes e inspeções
potencial de interferir na visibilidade. Além e, assim, elas podem precisar de muita
disso, os ajuste e reparos na máquina podem manutenção.
exigir a remoção das proteções, o que exigirá
outros meios adicionais de proteção para a Proteção devido à localização
equipe de manutenção.
Proteções que são o resultado da
Proteções de trava impossibilidade de acesso físico a um
determinado perigo em condições normais
As proteções de trava são projetadas de modo de operação são conhecidas como "proteções
que a máquina na qual elas estão instaladas devido à localização". As máquinas podem
não funcione a menos que a proteção de trava estar protegidas devido à localização se a
esteja em uma posição fechada. Geralmente, distância até peças móveis perigosas for maior
essas proteções são removíveis, por meio de do que a distância de segurança prescrita, que
2
dobradiças ou trilhos. Abrir a proteção durante varia de acordo com a jurisdição. Isso ocorre
o movimento da máquina fará com que a mais comumente com componentes perigosos
máquina seja desligada. que estão suspensos, fora do alcance.
Quando uma proteção de trava é removida Se, devido às exigências do trabalho, forem
ou aberta, o mecanismo de acionamento e/ usados escadas, andaimes etc., para acessar
ou alimentação é desligado e desativado locais perigosos, proteções temporárias
automaticamente, as peças móveis da ou procedimentos de boqueio devem ser
máquina param e a máquina não pode ser utilizados.
iniciada até que a proteção seja colocada de
volta no lugar. Como exemplo, portas de Quando a elevação estiver sujeita a mudanças,
acesso que permitem a entrada da equipe de devido ao acúmulo de material armazenado
manutenção podem ser interligadas à fonte de ou fugitivo, por exemplo, uma instalação
alimentação do equipamento para desligá-lo anteriormente considerada segura por
automaticamente se houver uma tentativa estar "protegida devido à localização" pode
de entrada não autorizada. Mesmo quando passar a representar um perigo. (Figura
a função de parada é iniciada, pode demorar 10.2.) (Consulte o Capítulo 11 O mito da
algum tempo até que o transportador pare. "proteção devido à localização")

Proteções de trava devem ser construídas Proteção de área


e posicionadas para que não possam ser
Equipamentos que ocupam grandes áreas e
Figura 10.2. têm várias peças móveis podem contar com a
O acúmulo de material aplicação de proteções de área. Uma proteção
fugitivo pode expor os de área é uma barreira que impede a entrada
trabalhadores a riscos em de um trabalhador em uma área que contém
uma área anteriormente peças móveis da máquina, evitando, assim, o
identificada como contato com essas peças.
"protegida devido
à localização". As proteções de área fazem sentido se um
local específico apresentar vários riscos.
Consequentemente, é mais inteligente e
econômico fornecer uma proteção que
impeça o contato com todos os perigos, em

131
Proteções | Capítulo 10

vez de instalar proteções de ponto de contato Há controvérsias sobre o uso indiscriminado


individuais para cada perigo individual. de proteções de área em vez de proteções de
Proteções de área eficazes requerem práticas e ponto de contato. Os críticos argumentam
condições adicionais além da barreira física, que proteções dos pontos ainda são necessárias
como sinalização, travas ou codificação por dentro das áreas protegidas.
cores.
Proteções de área podem ser mais eficazes
Como exemplo, uma proteção de área pode ser onde os perigos são latentes, em vez de ativos.
usada para proteger mineiros contra os vários Por exemplo, um corrimão ou rede de tela
riscos da polia de cabeça de um transportador. que impeça que uma pessoa passe sob um
(Figura 10.3.) Nesse caso, os diversos riscos transportador pode ser mais eficaz e mais fácil
incluem a polia de cabeça e o eixo, a ranhura e de manter do que cestos coletores individuais
a chaveta, o ponto de pressão em movimento para roletes de retorno ou redes para capturar
entre a polia e a correia, além da correia em V materiais a granel que possam cair. O uso de
e o acionamento do motor do sistema. proteções de área em conjunto com travas
para acesso controlado e travas com sensor de
A proteção do sistema de acionamento do proximidade é a opção ideal.
transportador e da polia de cabeça é uma
aplicação aceitável para utilizar proteções 2
de área por várias razões. O acesso é pouco Os critérios para proteções
frequente, e o motor tem vários pontos de
perigo. O operador da mina pode implementar Em 1946, o National Safety Council (NSC)
práticas e controles adicionais, incluindo dos Estados Unidos publicou a primeira edição
sinalizações e procedimentos de travamento/ do manual Accident Prevention Manual for
etiquetagem. Industrial Operations. Conforme observado no
boletim informativo da Nelson & Associates,
Uma desvantagem da proteção de área é que Machine Guarding 1946-1970, o manual do
a utilização de proteções individuais de ponto NSC apresentou as metas para as proteções
de contato adequadas pode permitir que como:
uma correia (ou sistema) receba manutenção
enquanto outro sistema (ou correia) continua 1. Fornecer proteção ativa.
a funcionar. Uma proteções de área exigiria 2. Impedir qualquer acesso à zona de
desligar toda a área, ou seja, ambas as correias. perigo durante a operação.

Outra desvantagem das proteções de área é que 3. Não causar nenhum desconforto ou
todos os sistemas com peças móveis perigosas inconveniência ao operador.
precisarão ser bloqueados e etiquetados 4. Não interferir na operação.
individualmente antes de que seja possível
acessar a área protegida.
Figura 10.3
Proteções da área geralmente exigem controles Uma proteção de área
e práticas administrativas adicionais. Locais pode ser instalada
com proteções de área tipicamente exigirão o para manter os
estabelecimento de procedimentos adequados, trabalhadores longe de
e a equipe deverá receber treinamento sobre os vários riscos.
procedimentos. A fixação de sinalização com
avisos sobre a proteção da área e a exigência de
práticas de trabalho e procedimentos especiais Imagem gentilmente
de entrada reduzem ainda mais o risco de cedida pela United
lesões. States Mine Rescue
Association.

132
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

5. Operar automaticamente ou com 9. Suportar uso prolongado, com


esforço mínimo. manutenção mínima.
6. Ser projetado especificamente para o 10. Resistir a desgaste e impacto normais.
trabalho e a máquina. 11. Ser durável, resistente ao fogo e à
7. Ser preferencialmente um recurso corrosão e facilmente reparado.
integrado. 12. Não constituir ele mesmo um risco
8. Possibilitar a lubrificação, inspeção, (sem farpas, bordas afiadas [ou]
ajuste e reparo da máquina. ásperas ou outras causas de lesão).

Considerações e recomendações sobre proteções da MSHA

Nos Estados Unidos, a MSHA listou considerações • O projeto da proteção é adequado à aplicação e aos
relativas as proteções em seu livreto publicado no ano de riscos específicos?
2004, MSHA’s Guide to Equipment Guarding. A publicação • As aberturas no material da proteção impedem o
está disponível em formato PDF para download gratuito contato com o perigo pela distância entre a proteção e o
em msha.gov. perigo?
Considerações e recomendações sobre • A proteção interfere na operação, inspeção, lubrificação
proteções da MSHA ou manutenção normal do equipamento?

Esta seção foi elaborada como uma breve • A proteção foi concebida e construída de modo
discussão sobre a utilização e a que possam ser feitos ajustes nos componentes
concepção de proteções eficazes, protegidos, sem perda da proteção ou modificação
e não é um requisito para a da proteção?
conformidade. • O design, os materiais e a construção da
proteção evitam que ela mesma represente
• O projeto, a construção, a seleção um risco (isto é, ela está livre de rebarbas,
dos materiais e a instalação da bordas afiadas, pontos de esmagamento
proteção impedem o contato com etc.)?
todos os riscos das peças móveis da
máquina? • A proteção tem tamanho, forma,
peso e equilíbrio que permitam a
• A proteção oferece proteção por si só manipulação manual segura quando ela é
e não depende de alerta visual ou tátil removida ou reposicionada? Por outro lado, se a
sobre o perigo, controles ou procedimentos proteção for muito grande para manipulação manual,
administrativos, como avisos, sinais, luzes, ela é acessível para manuseio seguro com ferramentas ou
treinamento, supervisão ou equipamento de proteção equipamentos mecânicos?
individual?
• A proteção foi construída de modo que não possa ser
• Os materiais da proteção, métodos de fixação e a contornada, evitada ou eliminada?
construção são adequados para resistir ao desgaste,
corrosão, choque e vibração das operações normais? • Os componentes protegidos podem ser inspecionadas
sem que a proteção seja removida?
• Se as correias de acionamento dentro de uma proteção
falharem, o movimento de "chicote" das correias • A proteção foi construída e posicionada para que não
quebradas será contido? prejudique a limpeza?

• A proteção é reconhecível como uma proteção? • A proteção é mantida em boas condições de


funcionamento?
• A proteção está instalado de maneira segura?
• Você já considerou o uso de novas tecnologias, se for o
caso?
133
Proteções | Capítulo 10

13. Proteger contra qualquer Deve ser fornecido um ou mais métodos


eventualidade, não apenas em relação de proteção para as máquinas, a fim
às operações normais. de proteger contra riscos o operador
14. Estar em conformidade com as e outros funcionários na área, como
disposições dos códigos do American aqueles criados pelo ponto de operação,
Standards Association (atualmente, pontos de pressão móveis, peças
ANSI). giratórias, lançamento de lascas e faíscas.

Desde então, algumas listas de critérios para De forma similar, os requisitos da MSHA
uma proteção eficaz têm sido muito resumidas, publicados na norma 30 CFR 56/57,14107(a),
como a lista na seção 8.1.2 do documento estabelecem:
Best Practice: Conveyor Belt Systems, publicado Peças móveis de máquinas devem contar
em 2001 pelo South Africa’s Safety in Mines com proteções para proteger as pessoas
Research Advisory Committee (SIMRAC). do contato com engrenagens, rodas
Por sua vez, o relatório do SIMRAC citou a dentadas, correntes, acionamento, polias
Canada’s Mine and Aggregates Safety and de cabeça, traseira e do contrapeso,
Health Association (MASHA), indicando: volantes, acoplamentos, eixos, pás do
Para proteger máquinas móveis de forma ventilador, e peças móveis semelhantes 2
eficaz, a MASHA recomenda proteções que possam causar ferimentos.
que: Em sua seção 2.10.2, a norma da australiana/
• Impeçam o acesso às zonas de perigo neozeolandesa, AS/NZS 4024.3611 Safety of
• Sejam suficientemente leves para o Machinery – Conveyors – Belt Conveyors for bulk
manuseio materials handling, fornece uma lista detalhada
dos pontos de pressão e cisalhamento que
• Sejam pintadas com cores fortes, para precisam ser protegidos. Esses pontos de
indicar rapidamente as ausência das perigo incluem o acionamento, as polias
proteções. traseira, de cabeça e do contrapeso, bem
No outro extremo está a lista de 17 como roletes de retorno e de carga em zonas
considerações oferecida na publicação da Mine de transição, curvas convexas e abaixo das
Safety and Health Administration (MSHA), moegas de alimentação e calhas guia de aço.
o Guide to Equipment Guarding. Embora O regulamento também menciona roletes
aplicáveis a proteções em todas as máquinas, acessíveis a partir de passarelas, passagens sob o
esse guia dedicou a maior parte de seus transportador e passagens do tipo com "espaço
comentários (e ilustrações) a proteções para para rastejar", além de roletes em posições em
transportadores de correia. Como a publicação que a correia possa estar elevada a menos de 60
observa, o objetivo da lista é apresentar "uma milímetros [≈2,36 pol.].
discussão sobre a utilização e a concepção de
proteções eficazes, e não é um requisito para a Na seção 2.10.3, a norma australiana reitera
conformidade". (Consulte Considerações e que os roletes de carga e retorno precisam
recomendações sobre proteções da MSHA.) de proteções quando houver um ponto de
cisalhamento criado pelo rolete e por outros
O que deve ser protegido componentes ou quando houver força
suficiente sobre o rolete para representar um
Nos Estados Unidos, a norma Machinery and
perigo.
Machine Guarding da Occupational Health
and Safety Administration (OSHA), 29 CFR A norma também aponta a necessidade de se
1910,212(a)(1), exige que os empregadores proteger outros componentes que representem
garantam que os perigos das máquinas contem um risco e lista especificamente raspadores de
com proteções. O texto indica: correias e roletes de alinhamento da correia.

134
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

Devido às diferenças de concepção, construção Os desafios específicos das proteções


e aplicação de transportadores, é difícil para para transportadores
qualquer regulamentação ser mais específica do
que a norma australiana. As proteções para transportadores de correia
são usadas​sob diversas circunstâncias e para
enfrentar desafios únicos. (Figura 10.4.)

A maior parte das proteções para máquinas


Proteções para acionamentos e correias está preocupada com a prevenção do contato
com o maquinário alimentado eletricamente.
Assim, o sistema de alimentação e a polia
Como outras máquinas menor suas variações dos requisitos de acionamento do transportador requerem
motorizadas, os para proteções de sistemas de proteções. Porém, em termos numéricos,
transportadores precisam acionamento do transportador de esses componentes alimentados estão
proteger seus sistemas correia. presentes em número bem menor do que
de acionamento. Alguns os componentes de um transportador de
transportadores de correia correia com movimento giratório livre, por
usam uma correia em exemplo, roletes e polias não alimentadas.
V; outros usam um eixo Os componentes que giram livremente,
para girar as polias de movidos pela correia, podem criar pontos de
acionamento, que, por sua esmagamento. Esses componentes giratórios
vez, puxam a correia que devem, pelo menos, passar por uma análise
transporta a carga através de risco para avaliar a necessidade de serem
do sistema. Ambos os protegidos.
sistemas de acionamento
Os usuários devem estar cientes de que os
contêm componentes
transportadores de correia reversíveis têm
giratórios que
pontos de pressão que devem ter proteções em
representam um risco para
ambos os sentidos de deslocamento.
trabalhadores incautos e,
assim devem contar com Proteções fixas eficazes devem ser completas
proteções. em sua proteção; os trabalhadores não
devem ser capazes de contornar a proteção
Além disso, nos
de nenhuma forma. Além disso, as proteções
Estados Unidos, as
precisam ser fáceis de instalar e reinstalar,
regulamentações da
permitindo inspeção e manutenção
MSHA na norma 30
simples dos equipamentos. Elas devem ser
CFR 56/57.14108
relativamente fáceis de remover quando as
exigem que as "correias
condições forem adequadas, por exemplo,
de transportadores aéreos
quando o transportador estiver bloqueado,
sejam protegidas caso
e reinstalar. Isso garantirá que as proteções
o rompimento de uma
sejam devolvidas à sua posição correta quando
correia possa criar um
o procedimento de serviço for concluído e
movimento de chicote e
As regulamentações da MSHA requerem antes que a operação do transportador seja
representar um risco para
que as correias de transportadores aéreos retornada.
os trabalhadores".
sejam protegidas caso o rompimento de
Outras jurisdições uma correia possa criar um movimento
indicam com um nível de de "chicote" e representar um risco para os
detalhamento maior ou trabalhadores.

135
Proteções | Capítulo 10

Viabilização das inspeções Figura 10.4.


As proteções para
A inspeção continua a ser um requisito
transportadores de
essencial para uma operação bem-sucedida da
correia são necessárias
planta. Na verdade, a necessidade de inspeção para controlar os
é a principal razão pela qual muitas proteções, riscos sob diversas
se não a maioria, são construídas com telas, circunstâncias
malhas, ou seções em metal expandido. O uso especificamente
desses materiais permite que a equipe da planta relacionadas aos
verifique com segurança os componentes na transportadores.
parte interna das proteções.
Imagem gentilmente
Há diversas razões para construir grande parte cedida pela United States
das proteções com materiais de tela, entre elas: Mine Rescue Association.

A. Os trabalhadores podem ver através


Proteções e procedimentos de
delas, para avaliar problemas sem
manutenção
remover a proteções.
B. Elas são leves, porém resistentes. É importante que as proteções não interfiram 2
no funcionamento normal do transportador.
C. Elas evitam o acúmulo de material
Além disso, as proteções não devem interferir
dentro da proteção, permitindo que ele
indevidamente na inspeção, lubrificação
caia. Ao mesmo tempo, elas evitam que
e manutenção do sistema. Se a proteção
a maior parte do material seja lançado
prejudicar uma operação individual ou todo o
para fora do compartimento.
processo, é provável, ou, talvez, inevitável, que
D. A proteção pode ser limpa por dentro e ela seja removida.
por fora, sem a necessidade de remoção
(por exemplo, usando um jato de Deve-se tomar cuidado ao instalar as
água). proteções, para garantir que novos riscos não
sejam introduzidos e, ao mesmo tempo, que a
E. Não é preciso criar aberturas
eficiência da planta não sofra. Por essa razão, é
especiais (ou adicionais) para ampliar
essencial consultar os gerentes e operadores do
a instalação das guarnições de
equipamentos ou do processo antes de projetar
lubrificação.
e instalar novas proteções.
Se possível, a visibilidade do trabalhador
Medidas adicionais também podem ser
do processo de produção não deve ser
tomadas, como a montagem de pontos de
obstruída pelas proteções ou dispositivos da
lubrificação remotos, para que o transportador
máquina. A visibilidade desimpedida pode
possa ser lubrificado sem a remoção das
ajudar os operadores a identificar falhas,
proteções e para que os tensores manuais
desalinhamentos e outros riscos potenciais.
possam ser operados pelo lado de fora das
É importante selecionar materiais adequados proteções.
para as proteções, a fim de garantir que eles
Além disso, as proteções devem ser projetadas,
proporcionem visibilidade suficiente.
na medida do possível, de modo que a limpeza
de rotina e dos derramamentos possa ser
executada sem que seja necessário acessar a
zona de perigo e sem afetar a proteção.

136
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

Figura 10.5. especificasse o tipo de proteção que deveria


A proteção não será
ser usado, a norma seria uma norma de
capaz de aprimorar "especificação".
a segurança do
Como resultado, o primeiro critério de
transportador, a menos
adequação de uma proteção é: Ela evita
que seja instalada
(e recolocada após
o contato com os riscos da máquina em
a manutenção) movimento? Isso significa que uma proteção
adequadamente no deve ser concebida, construída e instalada
transportador. para que não possa ser contornada, ignorada
ou eliminada. Se a proteção não protege
Imagem gentilmente os trabalhadores contra o perigo, não há
cedida pela United States A reinstalação é essencial necessidade de considerar a cor certa ou a
Mine Rescue Association.
instalação adequada no equipamento.
José Sanchez escreveu, no artigo "Conveyors – A questão é resumida no documento Guide to
Guarding Against Inadequacy", na publicação Equipment Guarding da MSHA: "O projeto,
MineSafe do Departamento de Recursos de a construção, a seleção dos materiais e a
Segurança do órgão Government of Western instalação da proteção impedem o contato
2 Australia Department of Mines and Petroleum com todos os riscos das peças móveis da
da Austrália, o seguinte: máquina"?
Incidentes em que funcionários As normas de desempenho estão abertas
foram feridos por peças móveis de à interpretação dos inspetores. Portanto,
transportadores foram geralmente os fornecedores não podem garantir a
causados pela ausência de proteções, e conformidade com as normas de desempenho
não devido ao tipo de proteção. das proteções, para o desespero do comprador
(Figura 10.5.) da máquina. As normas de especificação
A melhor proteção não é capaz de manter são usadas​de forma rotineira na concepção
nenhum trabalhador seguro se for deixado de transportadores, e uma mudança no
abandonado no chão, longe do perigo. Ela sentido de formular normas mais prescritivas
não pode proteger os trabalhadores se não for para o projeto, fabricação e instalação de
devidamente instalada e mantida. transportadores pode ser uma mudança bem-
vinda para os operadores sujeitos às opiniões
individuais de inspetores.
Normas de desempenho
Uma proteção deve ser independente
Na maioria dos casos, as normas de proteção
Uma proteção deve ser totalmente funcional
para transportadores enfatizam que as
por si só. Ela não pode exigir a presença de
orientações são destinadas a alcançar a meta
equipamentos ou funcionários adicionais
de segurança para os trabalhadores, em vez de
para fornecer uma proteção eficaz. Ela deve
especificar qualquer detalhe de construção ou
manter os trabalhadores em segurança sem
instalação.
a necessidade de sinais ou mecanismos de
Não especificando os tipos de proteções que sinalização adicionais e sem a necessidade de
devem ser utilizados, essas normas apresentam treinamento adicional para o reconhecimento
uma norma de "desempenho". Isso significa de riscos ou procedimentos de trabalho
que o empregador é livre para usar qualquer seguros. Ela deve fornecer proteção sem a
proteção que alcance o objetivo. Nesse caso, necessidade de uma fonte de alimentação ou
o objetivo é proteger os trabalhadores contra sistemas de controle externos. Com sistemas
os riscos identificados. Se a agência reguladora de trava que necessitem de conexão elétrica,

137
Proteções | Capítulo 10

a proteção deve fornecer um nível básico de Figura 10.6.


proteção, mesmo que a alimentação externa
As proteções não devem
seja interrompida.
ser pintadas com cor
Reconhecível como uma proteção igual à do equipamento
que está sendo protegido.
Para que os trabalhadores percebam o risco
de um perigo específico, uma proteção deve
ser reconhecível como tal. Isso ajuda os Imagem gentilmente
trabalhadores a compreender as áreas de risco cedida pela United States
de uma máquina e enfatiza a importância de Mine Rescue Association.
reposicionar uma proteção removida.
Figura 10.7.
A maneira mais simples de tornar uma
proteção reconhecível é adotar um esquema Independentemente
de cores que se destaque, consistente por toda da cor escolhida, a
a instalação. Quando a proteção é pintada cor de uma proteção
da mesma cor que o restante da máquina, é deve diferenciá-la dos
difícil observar sua presença e sua importância. equipamentos e indicar
2
(Figura 10.6.) Ela se torna apenas uma tampa que ela é uma proteção.
de acesso ou outro componente da máquina.

A ideia por trás da codificação por cores é


conscientizar o funcionário sobre condições
potencialmente perigosas. Portanto, as de máquinas precisam contar com código de
proteções devem ser pintadas com uma cor cores.
utilizada apenas para elas. As cores mais
comuns para sistemas de proteção são a A OSHA especifica, na norma 29 CFR
cor "amarela de segurança" ou "laranja de 1910,144(a)(3), que a cor amarela é a
segurança". Há opções de tintas industriais preferencial para indicar riscos físicos.
ou de uso corrente disponíveis. Se todos os A regulamentação observa que "A cor amarela
equipamentos da fábrica forem pintados na deve ser a cor básica para designar uma
cor amarela, a proteção pode ser pintada advertência e para indicar riscos físicos, como:
na cor laranja ou em outra cor distinta. colisão, tropeço, queda e "aprisionamento".
Independentemente da cor escolhida, é A cor vermelha foi reservada para indicar
importante que a cor faça com que a proteção perigo, bem como para uso em equipamentos
se destaque. (Figura 10.7.) de proteção contra incêndio e controles de
parada de emergência. A cor para proteções
Diversas normas exigem que cores específicas não foi especificada, e a cor laranja não foi
sejam utilizadas para pintar os perigos em si, mencionada. Embora a norma 29 CFR
em oposição às proteções dos perigos. 1910,144 (a)(3) recomende a cor amarela, ela
não especifica qual local e extensão da máquina
Nos Estados Unidos, os requisitos da OSHA,
ou perigo físico precisam ser marcados.
de acordo com a norma 29 CFR 1910.144,
fornecem exigências de codificação por cores Deve-se observar que esse regulamento
específicas para itens como recipientes de aborda o risco em si, em vez da proteção.
segurança ou outros recipientes portáteis de Se a proteção de uma máquina não
líquidos inflamáveis, e para dispositivos como apresentasse um risco físico de tropeções,
botões de parada de emergência, chaves e quedas, colisões ou aprisionamento, entre
barras; com exceção dos itens anteriores, a outros, não haveria necessidade de aplicação de
norma não especifica quais máquinas ou partes codificação por cores.

138
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

É preciso enfatizar que a codificação por Zones, produzida em conjunto pelos órgãos
cores do perigo de nenhuma maneira elimina Institut de recherche Robert-Sauvé en santé et
a necessidade de proteção adequada do en sécurité du travail (IRSST) e Commission
equipamento. Os perigos físicos criados pela de la santé et de la sécurité du travail (CSST),
operação de máquinas devem ser abordados observa:
por meio da conformidade com a Subparte
O da norma 29 CFR 1910, Machinery and A fim de reduzir tanto quanto possível
Machine Guarding. o número de vezes que uma proteção
precisa ser aberta, sua construção deve
Como uma observação final sobre cores de permitir que os componentes protegidos
proteções, o artigo The Do’s and Don’ts of Fixed possam ser visualizados facilmente.
and Moveable Machine Guards, Part 1, de John Portanto, sugere-se que a tela da
Peabody, indica que a norma ANSI B11.19- proteção seja pintada com uma cor
2010 Performance Criteria for Safeguarding escura (preto fosco, cinza carvão), com
especifica que "Se tela ou metal expandido a moldura em uma cor clara. Pintar os
[for usado em uma proteção], a cor do material componentes perigosos da máquina em
da barreira deve ser mais escura do que a da cores claras e contrastes chama a atenção
área protegida, para aprimorar a visibilidade". para a zona de perigo quando a proteção
2
(Figura 10.08.) é aberta ou removida.

A publicação canadense A User’s Guide to Em resumo, o importante é que a proteção


Conveyor Belt Safety: Protection from Danger deve chamar a atenção para o perigo e para
seu próprio status como uma proteção; a cor é
Figura 10.8. uma maneira de fazer isso.

Algumas normas Em uma conferência recente, Training


recomendam que a tela Resources Applied to Mining (TRAM),
da proteção seja pintada apresentada pelo MSHA nos Estados Unidos,
com uma cor mais um operador de fábrica observou que, ao
escura para melhorar a longo dos anos, diferentes inspetores exigiram
visibilidade do perigo
que a fábrica pintasse suas proteções com
dentro da proteção.
cores diferentes, em um total de 13 vezes!
Esse tipo de exagero por parte dos reguladores
e orientação questionável por parte dos
Imagem gentilmente inspetores são parte da razão para padronizar
cedida pela United States
as cores de proteções permitidas no setor
Mine Rescue Association.
e proibir o uso dessas cores na máquina
principal. Como ocorreu com a cor vermelha,
que hoje é geralmente reservada para proteção
contra incêndios e avisos de segurança,
também é preciso definir a cor que deve ser
Figura 10.9. aplicada às proteções.
Uma proteção com A proteção não deve representar um
bordas afiadas e risco
projeções representa,
ela mesma, um risco. A proteção deve ser concebida e construída
de maneira que sua presença e manuseio não
crie um risco de lesão. Isso significa que ela
Imagem gentilmente não deve ter bordas afiadas nem saliências
cedida pela United States pontiagudas. A proteção deve contar com
Mine Rescue Association.

139
Proteções | Capítulo 10

bordas emolduradas ou protegidas, para Considerações sobre o peso


que nenhuma superfície possa ferir os
trabalhadores. (Figura 10.9.) Embora não existam prescrições para o peso
máximo de uma proteção, boas práticas de
E, obviamente, as proteções nunca devem ergonomia devem prevalecer na concepção
ser posicionadas ou presas a peças móveis de de cada proteção. A norma australiana AS
forma que criem qualquer tipo de ponto de 1755 Conveyors – Safety requirements, agora
esmagamento. substituída, ofereceu um lembrete, na cláusula
3.1, que sugeria atenção especial em relação ao
Outra consideração é a capacidade de
peso de proteções que exigissem levantamento
manuseio da proteção. Deve ser possível
para serem posicionadas pelos funcionários.
remover, manobrar e armazenar a proteção
e, em seguida, manobrá-la e reinstalá-la, sem Diversas fontes oferecem calculadoras para
risco para os trabalhadores encarregados dessa determinar o limite de peso adequado
tarefa. para elevações manuais. As opções
incluem planilhas, fórmulas e calculadoras
É importante considerar a ergonomia na automatizadas. O National Institute for
concepção das proteções. Essa preocupação Occupational Safety and Health (NIOSH)
aprimora o manuseio e evita lesões. Em oferece uma equação de levantamento para 2
sua apresentação de treinamento do ano de calcular o limite de peso recomendado (LPR).
2010, Guarding Conveyor Belts at Metal
A Michigan Occupational Safety and Health
& Nonmetal Mines, a MSHA observou
Administration fornece uma explicação
que cerca de 45% das lesões relacionadas
sucinta:
a proteções ocorre quando um mineiro
manuseia indevidamente uma proteção e ela Essencialmente, a equação de
cai sobre ele mesmo ou sobre outra pessoa. levantamento do NIOSH começa em
Muitas dessas lesões poderiam ser evitadas se as 51 libras (23 kg) e as condições
proteções fossem mais fáceis de pegar, segurar e envolvidas com o levantamento
transportar. reduzirão o LPR. Os fatores... incluem a
localização horizontal da carga,
As proteções devem ter tamanho e formato
que permitam manuseio fácil, de preferência Figura 10.10.
por um único trabalhador. (Figura 10.10.) As proteções devem ser
O tamanho, o peso, e o formato da carga projetadas para que
não devem interferir na visão. Uma análise possam ser levantadas
de risco deve levar em conta o aumento do e removidas por um
risco de escorregões ou quedas ao manipular único trabalhador.
manualmente uma proteção complexa.

Para facilitar o manuseio das proteções,


elas devem ter tamanho e peso razoáveis ou
integrar meios para aprimorar o manuseio,
como mecanismos de deslizamento, rolamento
ou elevação mecânica. A ergonomia também
devem ser considerada, para evitar a
necessidade de um posicionamento desajeitado
do corpo ao remover ou substituir a proteção.

140
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

a localização vertical da carga, a distância requisitos de indicação adicionais para as


de deslocamento vertical envolvida proteções. Algumas normas exigem que as
no levantamento, e a frequência do proteções sejam marcadas de acordo com as
levantamento. Embora a equação de normas da European Conformity (CE).
levantamento do NIOSH comece em Além disso, a indicação de alguma forma
51 libras, esse não é considerado o peso de código de localização pode ser útil, para
máximo que um funcionário pode auxiliar na reinstalação rápida e adequada da
levantar. Sob condições ideais, como proteção.
baixa frequência de elevações, bom
engate e boa postura, um peso maior Certamente, é uma boa prática incluir
pode ser levantado com segurança. sinalização avisando que a proteção não deve
ser removida sem que o transportador seja
Algumas normas para proteções exigem que isolado primeiro. É possível que seja necessário
o peso de cada proteção seja gravado em usar sinais de alerta em cada painel removível,
cada painel, recurso fornecido por alguns indicando a necessidade de procedimentos de
fabricantes de proteções. Isso permite Bloqueio/Etiquetagem antes da remoção da
que a equipe da fábrica avalie os riscos da proteção.
manipulação manual da proteção antes de sua
2 remoção e, assim, determine a necessidade de Alças e outros mecanismos de
utilizar material auxiliar complementar para o elevação auxiliares
manuseio adequado. Na seção 2.13.4.8, a norma da Austrália e
Mais importante do que simplesmente o peso, Nova Zelândia, AS/NZS 4024.3610 Conveyors
é a posição da proteção em relação à posição – General requirements, exige a presença de
do trabalhador que a removerá ou substituirá. alças na proteção. Ela observa que alças de
Algumas jurisdições oferecem orientação sobre levantamento oferecem um método seguro
o peso máximo ou força permitida para abrir para a abertura de portas e a remoção de
a proteção, com base na posição do objeto e proteções. (Figura 10.11.)
nos movimentos esperados de um trabalhador
Alças para aprimorar a capacidade de
comum.
manobrar uma proteção podem ser fornecidas
Indicações nas proteções nos painéis da proteção pelos fornecedores
ou adicionadas por instaladores. As alças são
Algumas normas, além da indicação do peso disponibilizadas como dispositivos externos
para garantir um manuseio seguro, impõem aplicados à proteção, como alças embutidas,
que são dobradas para fora a partir da
Figura 10.11.
superfície ou da moldura do painel de proteção
Alças podem ser (Figura 10.12.), ou como áreas onde o
adicionadas às proteções material na estrutura foi removido para formar
para fornecer um método um apoio.
seguro para a remoção.
Em alças criadas com uma abertura ou seção
dobrável, é importante que o espaço aberto
criado para o apoio não resulte em uma
exposição ao perigo. Ao instalar as alças, é
preciso tomar cuidado para não adicionar um
risco sob a forma de uma extensão complexa
ou potencialmente perigosa da proteção.

Se uma proteção for muito pesada ou grande


para ser manuseada de maneira segura por
uma pessoa, é necessário fornecer meios para

141
Proteções | Capítulo 10

a utilização de auxílio mecânico. Adaptações Materiais da construção


podem ser fornecidas na proteção, para
facilitar o uso de um elevador, carrinho auxiliar Nos Estados Unidos, os requisitos da MSHA
ou outra ajuda ao remover ou reinstalar a nas normas 30 CFR 56/57.14107 e .14112
proteção. Proteções de grandes dimensões esclarecem que a norma é voltada para o
devem ter indicação sobre a necessidade desempenho e não especifica quais materiais
de auxílio mecânico ou de mais de um podem ou não ser usados. Conforme resumido
trabalhador para remoção. no guia Guide to Equipment Guarding, "os
requisitos da MSHA são baseados no nível
Resistência da proteção de proteção fornecido, e não na escolha dos
materiais para a construção da proteção".
A maioria dos requisitos de resistência faz
Em vez disso, as especificações e a seleção
referência à norma de desempenho, o que
dos materiais para a construção da proteção
significa que a proteção será considerada
devem ser baseadas na análise das condições de
suficientemente resistente de acordo com sua
aplicação.
capacidade de manter a distância de segurança
adequada, manter os trabalhadores longe Figura 10.12.
dos perigos e manter a resistência em caso de Alças dobráveis
quedas ou caso sejam escaladas. integradas ao projeto da 2
proteção aprimoram o
Em sua discussão sobre a resistência da manuseio do painel.
proteção, na cláusula 2.13.4.4, a norma
da Austrália e da Nova Zelândia AS/NZS
4024.3610 Conveyors – General requirements
especifica que as proteções devem ser
projetadas para suportar as cargas previstas,
sem sofrer redução nas distâncias de segurança
prescritas (distância até o perigo), que são
detalhadas na cláusula seguinte, 2.13.4.5.

A cláusula 2.13.4.4 especifica que, para


suportar o estresse de um trabalhador
recostado sobre ela, a proteção deve resistir a Figura 10.13.
uma força de 450 Newtons [≈101 lbf ] aplicada
em um ângulo direito à superfície, sobre uma Para suportar o estresse
de um trabalhador
área quadrada de 50 x 50 milímetros [≈2 x 2
pisando ou se apoiando
pol.], em qualquer ponto da proteção.
sobre elas, as proteções
Para suportar o estresse de ser escalada ou devem ser capazes
o peso de uma pessoa reclinada sobre ela, de resistir a forças
horizontais e verticais
a proteção deve suportar uma força de 900
simultâneas.
Newtons [≈203 lbf ] aplicada verticalmente,
combinada a uma força horizontal simultânea
de 220 Newtons [≈50 lbf ]. (Figura 10.13.)

Além disso, a cláusula observa que a proteção


deve suportar a carga de qualquer acúmulo de
derramamento de carga.

A norma ISO 14210 especifica métodos de


testes da proteção e inclui um requisito para a
retenção em caso de lançamento de objetos.

142
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

Para a Austrália, a norma AS/NZS 4024.3610 metálicas e chapas perfuradas, como as


lista uma restrição a materiais metálicos utilizadas em deques.
para a construção em minas subterrâneas de Redes de tela são mais flexíveis do
carvão. Na cláusula 3.2.3, a norma especifica que outros materiais e podem exigir
que nenhum metal leve deve ser utilizado na que os membros da estrutura tenham
construção das superfícies externas de nenhum espaçamento menor ou contem com
equipamento transportador. O regulamento suporte mais firme, para evitar que
define metais leves como alumínio, magnésio, a tela seja dobrada em direção a um
titânio ou ligas contendo porcentagens desses perigo, caso um funcionário caia sobre a
metais maiores do que aquelas especificadas. proteção, por exemplo.
Para a MSHA dos Estados Unidos, todos Telas metálicas usadas... podem ser
os materiais são aceitáveis se cumprirem recicladas [e usadas como proteção]
o objetivo de desempenho da norma para caso permaneçam em boas condições
proteções, isto é, se suportarem a vibração, e não representem um risco, como ter
impacto e desgaste aos quais serão submetidos fios quebrados ou salientes, que podem
durante operações normais, ao mesmo tempo causar lacerações ou perfurações.
impedindo de forma eficaz o contato do
2 trabalhador com as peças móveis perigosas da A borracha é resistente, flexível e pode
máquina. ser aplicada em proteções. Proteções
de borracha, como todas as proteções,
Um artigo disponível no site ehstoday.com, devem ter construção resistente e devem
The Do’s and Don’ts of Fixed and Moveable ser fixadas com segurança. Proteções de
Machine Guards, Part 1", de John Peabody, borracha não podem ser aceitáveis em
ofereceu estas orientações: áreas de alto desgaste, de calor elevado,
Os materiais utilizados na fabricação de próximas a determinadas substâncias
proteção fixas [devem ter] resistência e químicas ou onde possam ser facilmente
durabilidade adequadas. ... Materiais inflamadas.
que possam quebrar, dobrar ou Há sistemas de proteção em plástico
deformar não são aceitáveis. Do mesmo durável​disponíveis. O uso de plásticos
modo, materiais que sofram deterioração pode não ser aceitável em áreas de
na presença de lascas em suspensão no alta temperatura ou próximas a
ar [fragmentos ou partículas], radiação determinadas substâncias químicas. ...
ultravioleta, temperaturas extremas, Telas plásticas, do tipo utilizado em
óleos, líquidos de arrefecimento, construções, não são resistentes, sofrem
solventes, produtos de limpeza ou outros deformações e são cortadas facilmente.
contaminantes/agentes ambientais Não são resistentes ou duráveis e não
podem comprometer a proteção são aceitáveis como proteções, mesmo se
esperada das proteções fixas. esticadas sobre uma estrutura rígida.
As anotações do palestrante, incluídas em Madeira é aceitável se for resistente,
uma apresentação em PowerPoint da MSHA, segura e receber manutenção. Ela pode
Guarding Conveyor Belts at Metal & Nonmetal não ser adequada sob condições onde
Mines, de 2010, oferecem as seguintes haja umidade, sob altas temperaturas
informações: ou onde haja outras fontes de ignição
Exemplos de metais que podem ser presentes.
usados são chapas metálicas, malhas em Os materiais das proteções não
metal expandido e grades metálicas para precisam ser novos; mas se tiverem sido
pisos. usados​anteriormente, eles não devem
Outros exemplos de metais que podem representar, um risco, eles mesmos.
ser utilizados são redes de tela, malhas
143
Proteções | Capítulo 10

Instalação das proteções Figura 10.14.

Um requisito essencial para uma proteção Uma proteção deve


é que ela possa ser instalada, removida e ser instalada de modo
reinstalada após a manutenção de forma que um trabalhador
caindo contra ela não a
eficiente e sem prejudicar sua função. As
desloque de sua posição.
proteções, e o mecanismo no qual elas estão
instaladas, devem possibilitar remoção
e reinstalação eficientes. Isso reduzirá a
possibilidade de que, após removida, a
proteção seja deixada fora de seu lugar, seja de
maneira acidental ou proposital. Figura 10.15.
Uma maneira de alcançar esse objetivo é Diversos fixadores
prender a proteção na posição correta, para podem ser usados​para
que ela não possa ser facilmente deslocada ou manter a proteção
contornada acidentalmente, movendo-a ou na posição correta,
empurrando-a de sua posição pretendida. incluindo parafusos
Uma proteção deve ser instalada de forma com mecanismo de 2
segura, para que a força de uma pessoa caindo travamento integrado.
contra ela não a desloque, possibilitando
que um funcionário entre na zona de perigo.
(Figura 10.14.) previamente definida tona-se difícil.
Por exemplo, as proteções podem ter
Em seu documento de consulta sobre
dobradiças na parte superior, pendendo
conformidade, Guarding Conveyor Belts at
na posição adequada.
Metal & Nonmetal Mines, publicado no ano de
2010, a MSHA explica que: A norma não requer que as proteções
sejam fixas, tenham fixações em todos os
A norma 56/57.14112 requer que as lados ou só possam ser removidas com
proteções permaneçam firmes no lugar o auxílio de ferramentas. Ela exige que
quando o equipamento estiver em uma proteção seja uma barreira eficaz
funcionamento. Para que a instalação para proteger os mineiros contra contato
de uma proteção seja considerada acidental ou proposital com as peças
firme, não deve ser possível movê-la móveis do equipamento.
e deslocá-la facilmente. As proteções
podem ser consideradas firmemente Contudo, deve ser possível remover as
instaladas se estiverem fixadas ou se seu proteções sem danos, de modo que, quando
tamanho, massa ou peso não possibilitar devolvidas à sua posição original, elas
que elas sejam movidas e afastadas com continuem a impedir que o trabalhador entre
muita facilidade. em contato com o perigo de maneira eficaz.
A fixação de uma proteção evita que Fixação
ela escorregue ou saia da posição em
que deve ficar e impede que a proteção As proteções podem ser fixadas na estrutura do
seja facilmente contornada, movida, transportador com diversos tipos de fixadores.
empurrada ou eliminada. A fixação (Figura 10.15.)
também impedirá que uma proteção seja
A OSHA, a MSHA e a norma Occupational
acidentalmente removida.
Health and Safety Act especificam métodos
Algumas proteções são tão grandes e diferentes para fixar a proteção na estrutura do
pesadas, que o deslocamento da posição

144
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

transportador. Uma das principais diferenças Aparentemente, painéis para telhados e


é o uso ou não de ferramentas para remover a outros painéis horizontais vão necessitar
proteção. de fixações com molas ou outros meios
Os fixadores devem suportar a vibração, o para impedi-los de permanecer no lugar
impacto e o desgaste aos quais são submetidos quando as fixações forem removidas.
durante operações normais. As diversas Fixadores e a necessidade do uso de
normas dos Estados Unidos não exigem que as ferramentas
proteções tenham fixações em todos os lados,
sejam fixas ou só possam ser removidas com o A questão do método de fixação e remoção das
auxílio de ferramentas. proteções é um tópico de divergência entre as
normas de várias jurisdições. Alguns órgãos
Algumas proteções são tão pesadas e grandes,
exigem o uso de ferramentas para a remoção
ou são projetadas e instaladas de tal forma,
da proteção; outros, especialmente a MSHA
que podem permanecer na posição sem a
dos Estados Unidos, não fazem essa exigência.
necessidade de fixadores. Por exemplo, uma
proteção pode contar com dobradiças na parte O requisito de "ferramenta para remoção", que
superior ou na lateral, pender ou ficar apoiada geralmente impede o uso de porcas borboleta,
na posição correta, para que possa ser aberta e fechamento por pino e luva, travas, ferrolhos,
2
permitir a manutenção do equipamento após ímãs e fechamento por furos e ganchos, foi
os devidos procedimentos de desligamento e concebido para impedir a remoção ou o ajuste
bloqueio. não autorizado das proteções fixas.
De acordo com a MSHA, uma proteção O motivo citado para exigir uma ferramenta
articulada, pendente ou deslizante não para a remoção da proteção é enfatizar que um
requer o uso de fixadores adicionais se for dispositivo é uma proteção, desempenhando
devidamente conservada, permanecer no local uma função de segurança do trabalhador, e
que deve proteger e ficar fechada. Da mesma não apenas uma "cobertura", com a missão de
forma, as proteções podem ser suspensas simplesmente preservar o processo e isolar a
a partir de trilhos, ou descansar sobre eles, sujeira ou as condições ambientais.
para que possam ser abertas por meio de um
Nas normas que exigem ferramentas,
mecanismo deslizante para a manutenção do
há diferenças em relação à natureza
equipamento.
das ferramentas e dos fixadores, com a
Na Europa, a seção 1.4.2.1 da diretiva especificação de que a ferramenta não esteja
Machinery Directive 2006/42/EC exige que normalmente à disposição dos operadores para
as proteções não possam permanecer em sua uso durante o cumprimento de suas funções
posição original sem suas respectivas fixações. convencionais. A exigência de ferramentas
Provavelmente, a intenção é evitar que uma especiais cria problemas até mesmo com os
proteção seja devolvida à posição original sem parafusos de fenda. Parafusos de fenda não
os fixadores. Nesse caso, ela poderia facilmente estariam em conformidade, porque podem ser
ser deslocada de sua posição, e acabaria não removidos usando ferramentas improvisadas,
oferecendo a proteção adequada. No entanto, como uma régua de aço, moeda ou mesmo
a exigência pode criar confusão para os uma unha, que seriam facilmente acessíveis
fornecedores de proteções e também para os para um operador.
operadores de fábricas. Essas exigências foram
REGULAMENTOS E NORMAS
alvo de críticas de pelo menos um fabricante
de proteções. Jeremy Procter, escrevendo no Utilização de ferramentas
guia da Procter Machine Guarding, Guide Várias jurisdições têm regulamentos diferentes
to the New Machinery Directive 2006/42/EC, para fixadores para proteções e requisitos para
observou: o uso de ferramentas.

145
Proteções | Capítulo 10

Austrália seguintes métodos de redução de riscos:

A norma australiana geral para (f ) garantir que qualquer proteção


proteções de máquinas, AS/NZS 4024.1601- disponível na fábrica e para as
2014 Safety of machinery Part 1601 Design of operações compreenda...
controls, interlocks and guarding, especifica, (iii) uma barreira física instalada
na cláusula 5.4.3, que as peças removíveis das com segurança por meio de
proteções devem ser removíveis apenas com o fixadores ou outros dispositivos
uso de uma ferramenta. Em seguida, a norma adequados, suficiente para
faz referência à cláusula 3.9, que explica que as garantir que a proteção não possa
ferramentas incluem chaves e chaves de fenda, ser alterada ou removida sem o
mas não moedas, lixas de unha ou outras auxílio de uma ferramenta ou
ferramentas improvisadas. chave.
A necessidade de utilizar uma ferramenta é Canadá
reiterada na norma para transportadores, a AS/
NZS 4024.3610. Nela, a cláusula 2.13.3.3(c) A publicação canadense A User’s
observa que, se o acesso à zona de perigo Guide to Conveyor Belt Safety:
só ocorrer durante paradas planejadas do Protection from Danger Zones, do ano de 2003, 2
equipamento, uma proteção removível que produzida em conjunto pelos órgãos Institut
não esteja interligada aos controles pode ser de recherche Robert-Sauvé en santé et en
utilizada. Além disso, ela observa que essa sécurité du travail (IRSST) e Commission des
proteção só deve ser alterada ou removida com normes, de l’équité, de la santé et de la sécurité
o uso de uma ferramenta, e, em seguida, faz du travail (CNESST), ambos sediados em
referência à cláusula 2.13.3.6. Quebec, observa:

Na cláusula 2.13.3.6, a norma AS/NZS Uma proteção fixa é uma proteção


4024.3610 faz afirmação semelhante, que só pode ser removida usando
observando que proteções removíveis que não uma ferramenta ou que está
sejam interligadas aos controles do sistema só permanentemente posicionada no lugar,
devem ser removidas usando as ferramentas por exemplo, por meio de soldagem
disponíveis para a equipe capacitada. (Regulation Respecting Occupational
Health and Safety, seção 174).
Uma afirmação correspondente é fornecida
na cláusula 1.5.32 da norma AS/NZS Europa
4024.3610, que descreve uma proteção
A diretiva Machinery Directive
facilmente removível como aquela que exige
2006/42/EC foi elaborada para
o uso de ferramentas disponíveis apenas para
harmonizar as normas e estabelecer uma
funcionários capacitados.
base regulatória para os requisitos de saúde e
Nessas normas, uma pessoa capacitada segurança no trabalho com máquinas por toda
é definida como alguém que, através de a União Europeia. A seção 1.4.2.1 da referida
experiência, educação e formação, tem as diretiva inclui os requisitos para o uso de
habilidades e conhecimentos necessários para ferramentas e parafusos cativos nas proteções,
executar corretamente o trabalho identificado. afirmando:

As regulamentações Mines Safety and Inspection Proteções fixas devem ser fixadas
Regulations 1995, do estado de Western por sistemas que possam ser abertos
Australia, observa, no item 6.2(2), que a ou removidos apenas com o uso de
fábrica deve "ser conservada e operada de ferramentas.
maneira segura", levando em consideração os

146
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

Os respectivos sistemas de fixação devem Estados Unidos


permanecer presos às proteções ou à
máquina quando as proteções forem Em sua publicação de 2007,
removidas. Safeguarding Equipment and Protecting
Employees from Amputations, a OSHA observa
Em um artigo de 2009, "Machine guard
que "Proteções normalmente são projetadas
fastening and the new Directive", John Snyder,
com parafusos, porcas e fixadores com travas
gerente de produtos de um fornecedor de
e, geralmente, uma ferramenta é necessária
componente, observou:
para soltá-las e removê-las". Por outro lado,
Os modelos disponíveis incluem a norma ASME B20.1-2015 Safety Standard
conjuntos cativos com fixação manual for Conveyors and Related Equipment não faz
conveniente, porém, reforçam a referência à proteções com travas ou ao uso de
segurança exigindo o uso de uma ferramentas para a remoção da proteção.
ferramenta para o desengate. ... Para
abordar os requisitos de acesso somente Os regulamentos da OSHA na norma 29
pelo uso de ferramentas da nova diretiva, CFR 1910.217(c)(2)(i)(d) especificam que
os estilos de cabeças podem incluir as proteções de pontos de operação "devem
Philips, Torx, resistentes à violação ou utilizar fixadores que não sejam facilmente
2 removíveis pelo operador, para minimizar
estilos de chaves padrão do setor.
a possibilidade de utilização indevida ou
E continua:
remoção de peças essenciais".
Uma limitação do uso de parafusos
cativos é que a facilidade de acesso pode Fixadores que precisem de ferramentas para
ser variável, muitas vezes determinada remoção não são exigidos pela MSHA.
pelo torque de aperto do parafuso As anotações do palestrante, fornecidas
aplicado pelo usuário. Além disso, juntamente com a apresentação em
quando vários fixadores são utilizados PowerPoint da MSHA, 2010, Guarding
ou quando a proteção é acessada Conveyor Belts at Metal & Nonmetal Mines,
regularmente, o tempo necessário para indicam:
apertar parafusos convencionais pode Não é necessário o uso de travas nem
tornar essas disposições um pouco ferramentas para que os fixadores
demoradas. Caso a velocidade e a estejam em conformidade. Entretanto,
facilidade de uso sejam as principais a utilização de uma trava ou a
prioridades, outros projetos podem necessidade de utilização de uma
proporcionar mais comodidade, com ferramenta para remover uma proteção
custo inferior de instalação. Eles incluem reduzem o risco de ferimentos.
parafusos de avanço rápido e sistemas de
fixação de acesso rápido do tipo quarto Fixadores aceitáveis incluem grampos
de volta. aparafusados, conexões de pino e luva e vários
Jeremy Procter, em uma publicação de 2013, tipos de contrapinos.
"On Your Guard", no site Health & Safety
Matters, hsmsearch.com, escreveu:
A necessidade de utilizar
Em relação ao uso de uma ferramenta, parafusos cativos
fixadores com ranhuras retas são
inadequados, pois podem ser removidos Algumas normas internacionais têm requisitos
usando ferramentas improvisadas, como adicionais para fixadores para proteções.
moedas e réguas. Fixadores que exigem As normas europeias, incluindo a EN 620,
o uso de chaves inglesas, chaves de fenda parágrafo 5.1.1.1, a EN 953, parágrafo 5.4.3,
Phillips ou chaves hexagonais (Allen) são e a Machinery Directive 2006/42/EC, seção
geralmente aceitáveis.
147
Proteções | Capítulo 10

1.4.2.1, exigem que os métodos de fixação Figura 10.16.


permaneçam acoplados às proteções ou à Fixadores para proteções
máquina quando as proteções são removidas. que usam braçadeiras
De acordo com o artigo Review: New Version para cabos para
of BS EN 953, Machine Guarding, de Jeremy aumentar a segurança
precisam de ferramenta
Procter, a norma BS EN 953 especifica o
para remoção.
seguinte:
7.2 Fixações de retenção
Quando previsto (por exemplo,
devido à manutenção) que a
proteção fixa será removida, os
meios de fixação deverão permanecer
acoplados à proteção ou à máquina.
Essa exigência também foi incluída na norma [Braçadeiras plásticas] são resistentes e
que substituiu a EN 953, a norma BS EN ISO duráveis, fáceis de instalar, convenientes
14120 (seção 5.19). para reparos e não representam um
perigo. Elas normalmente exigem o 2
Essa abordagem simplifica a reinstalação e
uso de uma ferramenta para removê-
elimina a possibilidade de perda dos fixadores,
las, reduzindo o risco de remoção
interferindo, assim, na segurança da instalação
acidental de uma proteção de seu
ou reinstalação de uma proteção.
local de instalação ou serviço. Como
A publicação dos órgão IRSST/CNESST, A ocorre com outras proteções, materiais
User’s Guide to Conveyor Belt Safety: Production para proteções e fixadores, braçadeiras
from Danger Zones, observa: "Os fixadores plásticas devem ser mantidas em boas
devem ficar permanentemente presos às condições de funcionamento.
proteções (parafusos cativos)". E fornece uma
explicação adicional: "Essa precaução evita É preciso observar que, ao longo do tempo,
a perda dos fixadores e a necessidade de sua as braçadeiras podem tornar-se frágeis e
substituição". quebradiças.
Braçadeiras de cabos como fixadores No Canadá, é aceitável utilizar braçadeiras
plásticas para fixar uma proteção, pois ela exige
Nos Estados Unidos, a MSHA aceita
uma ferramenta para remoção, por exemplo,
braçadeiras de cabos como fixações adequadas
um alicate. (Figura 10.16.)
para uma proteção, desde que elas recebam
manutenção, isto é, desde que sejam Na Austrália, uma braçadeira plástica não é
substituídas quando houver desgaste ou danos. compatível com os requisitos para fixadores,
Esses fixadores plásticos, também conhecidos pois pode ser removida com uma faca ou,
como fitas Hellerman, enforca-gatos ou simplesmente, quebrada inserindo uma haste
algemas plásticas, são comumente usados para e girando, isto é, pode ser removida por itens
agrupamento e organização de fios. Os autores comuns disponíveis para um operador.
não recomendam o uso de braçadeiras plásticas
como fixadores, pois elas são sujeitas a abusos e As braçadeiras de cabo são fornecidas em
degradação. diversas opções de tamanhos e especificações.
Muitas delas podem não ter resistência
No documento Guarding Conveyor Belts at adequada, resistência ao ambiente ou
Metal & Nonmetal Mines, a apresentação em resistência para utilização como um fixador
PowerPoint, elaborada em 2010 e fornecida para proteção. Portanto, os autores não
como um recurso de auxílio à conformidade, a recomendam seu uso.
MSHA explica:

148
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

Mantendo a distância "Around, Under, Through e Over", ao redor,


sob, através ou sobre as proteções. (Figura
Um projeto eficaz significa que os 10.17.)
trabalhadores não podem anular ou, de outra
forma, contornar a proteção fornecida pela Acesso ao contornar sobre uma
proteção fixa, alcançando a zona de perigo proteção
com alguma parte do corpo. Se um dispositivo
Algumas normas fornecem distâncias de
puder ser contornado, em algum momento ele
segurança para diversas alturas de painéis em
será; portanto, isso significa que o dispositivo
relação à posição do perigo em situações em
não é eficaz como proteção.
que seja possível "contornar sobre a proteção".
Proteções fixas eficazes devem ser completas Em algumas normas, as tabelas variam de
em sua proteção: os trabalhadores não devem acordo com situações de baixo e de alto risco.
ser capazes de contornar as proteções fixas ao (Figura 10.18.)
redor, sob, através ou sobre elas para alcançar
Várias normas utilizam as dimensões a seguir
as peças móveis perigosas da máquina. Esse
para barreiras, incluindo a norma AS/NZS
princípio é conhecido como AUTO, partindo
4024.1801, Tabela 1, da Austrália/Nova
do acrônimo formado pelas primeiras letras
2 Zelândia; CSA Z432 (R2014), Tabela C-2,
dos termos em inglês. Assim, não deve ser
do Canadá; e EN ISO 13857, Tabela 2, da
possível alcançar o perigo contornando
Europa:

Figura 10.17.
• Barreiras verticais com menos de 1.000
A.U.T.O. mm [≈40 pol.] de altura não são eficazes,
O acrônimo AUTO Proteções de barreira fixas devem ser independentemente da distância do
fornece uma dica projetadas para impedir o acesso às perigo.
sobre as funções de uma áreas de risco, impossibilitando que • Barreiras com menos de 1.400 mm [≈55
proteção: ela impede o
sejam contornadas pol.] não devem ser usadas sem medidas
acesso "Around, Under,
de segurança adicionais.
Through, ou Over" A round (Ao redor)
(Ao redor, Sob, Através Em alguns casos, distâncias até o perigo podem
ou Sobre) a proteção. ser permitidas, se a barreira for mais alta;
U nder (Sob)
consulte a norma regional pertinente.
T hrough (Através) Acesso ao contornar sob uma
ou proteção
O ver (Sobre) Onde existem perigos de peças móveis
próximas ao nível do solo, a necessidade
de proteger e restringir o acesso da equipe
Figura 10.18.
vai superar a necessidade de limpar
Uma proteção derramamentos. Consequentemente, há
adequada impedirá limitações para a abertura entre o piso e a parte
que os trabalhadores inferior de um proteção. A possibilidade de
acessem os perigos de uma pessoa deitar no chão, contornar uma
um transportador. proteção por baixo para pegar uma ferramenta
ou outro item que tenha caído e entrar em
contato com um ponto de esmagamento
Imagem gentilmente fornece um exemplo de um bom motivo para
cedida pela United States restringir o acesso a essa área.
Mine Rescue Association.

149
Proteções | Capítulo 10

Acesso através da proteção Definição do padrão de tamanho


Impedir o acesso a um perigo através de uma das aberturas
proteção representa um desafio, pois muitos Desde 1940, pesquisadores buscam especificar
tipos de barreiras são fabricados com telas uma distância mínima segura entre um perigo
em metal expandido ou material similar. e a abertura da proteção, como base na média
Para garantir que as aberturas não sejam de tamanho das mãos e braços do trabalhador
suficientemente grandes para permitir o acesso comum. Essa pesquisa é atribuída às empresas
ao perigo, várias normas foram criadas. Liberty Mutual Company e/ou National
As normas indicam as distâncias, alturas e Association of Mutual Casualty Companies
folgas permitidas (ou necessárias), a fim de (NAMCC). As dimensões resultantes foram,
excluir a possibilidade de que o trabalhador eventualmente, incorporadas à revisão de
tenha acesso à zona de perigo. Elas são 1971 da norma de segurança ANSI B11.1
utilizadas para determinar as distâncias de para prensas mecânicas. A OSHA utilizou o
instalação com base nos tamanhos máximos documento do ANSI como base para a sua
das aberturas nas proteções. A conformidade própria norma para prensas mecânicas, a 29
garante que qualquer parte do corpo que possa CFR 1910.217, também publicada em 1971.
passar através da tela não seja capaz de alcançar Assim, as dimensões da Tabela O-10 dos 2
as perigosas peças móveis na parte interna. regulamentos da OSHA e a régua de segurança
relacionada (conhecida como "gotcha stick",
O tamanho das aberturas na proteção deve ser
em inglês) têm como base a publicação de
verificado, para garantir que as extremidades
1949 da NAMCC, Safe Openings for Some
do trabalhador não entrem em contato
Point of Operation Guards. (Figura 10.19.)
com o perigo. A maior parte das jurisdições
internacionais oferece uma norma que Embora originalmente especificada para
identifica o tamanho dos orifícios necessários prensas mecânicas, a Tabela O-10 da norma
a uma determinada distância de um perigo. 29 CFR 1910.217 foi aplicada a outras
Basicamente, quanto maior a abertura, mais situações envolvendo proteções, talvez devido
distante a proteção precisa ficar do perigo. à falta de outras especificações com medições
detalhadas.

Figura 10.19.
Tabela O-10: Aberturas máximas permitidas para proteções
Aberturas máximas
Distância entre a abertura e o Largura máxima da abertura
permitidas para
risco do ponto de operação mm mm [pol]. proteções, conforme
[pol]. apresentadas na
0–13 [0–0,5] Nenhuma abertura permitida Tabela O-10 da
13-38 [0,5-1,5] 6,3 [0,25] regulamentação OSHA
29 CFR 1910.217.
39-64 [1,5-2,5] 9,7 [0,38]
64-89 [2,5-3,5] 13 [0,5]
89-140 [3,5-5,5] 16 [0,63]
140-165 [5,5-6,5] 19 [0,75]
165-191 [6,5-7,5] 22 [0,88]
191-318 [7,5-12,5] 32 [1,25]
318-394 [12,5-15,5] 38 [1,5]
394-445 [15,5-17,5] 48 [1,88]
445-800 [17,5-31,5] 54 [2,13]
Superior a 800 [31,5] 152 [6]

150
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

Em um relatório de 1995, "A Review of versus distância. Embora a Tabela O-10 da


Machine-Guarding Recommendations", OSHA tenha 10 "níveis" de tamanhos de
Donald Vaillancourt e Stover Snook, do centro aberturas, o relatório de Vaillancourt e Snook
de pesquisas Liberty Mutual Research Center mostra apenas seis. Embora não tenham sido
for Safety and Health, compararam dados de adotadas oficialmente pela OSHA, as medições
mais seis pesquisas antropométricas recentes de Vaillancourt e Snook foram adotadas por
para determinar se as dimensões da Tabela diversas normas para proteções de máquinas.
O-10 necessitavam de atualização.
Infelizmente, as necessidades de manuseio dos
O relatório, publicado em Applied Ergonomics,
materiais a granel tornam impraticáveis alguns
forneceu uma tabela revisada de medições
dos requisitos para o tamanho da abertura e a
recomendadas para aberturas de proteções
distância. As aberturas menores nas proteções
Figura 10.20.
para máquinas podem, quando aplicadas
ao manuseio de materiais a granel, reduzir a
A régua "gotcha stick" segurança por meio do acúmulo de material
fornece um método para fugitivo e, assim, restringir a capacidade de
verificar o tamanho da inspecionar ou limpar.
tela em uma proteção A obstrução da visão das telas com material,
2 em relação à distância então, cria uma motivação para remover a
exigida do risco.
proteção e a oportunidade para, proposital
ou acidentalmente, não substituir a proteção,
expondo o perigo. Proteções para sistemas de
manuseio de materiais a granel podem garantir
a segurança com menos níveis de distâncias
necessárias.

Figura 10.21.

Réguas de segurança
são projetadas usando
as dimensões típicas
da anatomia humana, 132
[5,0]
proporcionando
uma medição de Tamanho da abertura da barreira -
conformidade com menor dimensão
mm (pol.)
as dimensões, como
49 Abertura
especificado na
[1,25]
Tabela O-10. 32
[1,25]
11 [0,375]
0 [0,250]
64
[2,5] 166 44,5 91,5
13 89 [6,5] [36,0]
[0,5] [3,5] [17,5]

Perigo Distância do perigo, mm [pol.]


ABERTURA COM FENDA

151
Proteções | Capítulo 10

A régua "gotcha stick" A utilização de painéis de


A distância exigida dos perigos mostrada na proteção pré-projetados
Tabela O-10 da OSHA dos Estados Unidos é Vários fornecedores oferecem sistemas de
refletida nas "réguas de segurança" utilizadas proteção pré-projetados. Normalmente, essas
para verificar instalações de proteções. proteções consistem em painéis metálicos que
(Figura 10.20.) Às vezes denominada de foram perfurados, queimados ou, de outra
"gotcha stick", em inglês, essas réguas são forma, fabricados para criar uma proteção
usadas durante os processos de concepção, com uma tela aberta que fornece uma barreira
instalação e inspeção das proteções de barreira protetora e, ainda assim, possibilita a realização
para verificar a conformidade com a norma de inspeções. (Figura 10.23.) Os painéis
OSHA 29 CFR 1910.217, Tabela O-10. podem contar com molduras ou com fixações
(Atualmente existem versões atualizadas dessas autônomas para serem acoplados à estrutura
réguas especializadas que coincidem com do transportador ou próximos a ela.
a pesquisa de Vaillancourt e Snook, citada
anteriormente.) Alças podem ser fornecidas, como partes
dobráveis integradas à estrutura ou como
As réguas são baseadas nas medições de partes opções adaptáveis. Os painéis normalmente
do corpo humano, representando o dedo, a 2
apresentam orifícios de montagem
mão e o braço. (Figura 10.21.) A inserção previamente perfurados, e a maioria dos
dessa régua através das aberturas de uma fornecedores oferece uma ou mais variações de
proteção fornece uma indicação simples de fixadores.
conformidade ou não conformidade com as
medidas expressas na Tabela O-10. As réguas Esses painéis de proteção pré-projetados
são usadas​pela equipe de segurança da fábrica, normalmente estão disponíveis como
equipes de instalação de proteções e também retângulos de vários tamanhos, com dimensões
inspetores de segurança, para verificar a que vão de 24 x 24 polegadas a 36 x 50
instalação adequada. Se, quando empurrada polegadas [≈610 x 610 mm a ≈915 x 1.270
através da abertura na proteção, a régua tocar o
perigo, a proteção não está em conformidade. Figura 10.22.
Diversos fabricantes de proteções e A régua "gotcha stick"
estabelecimentos de suprimentos de segurança geralmente é projetada
oferecem versões dessa régua. para ser dobrável, a
Elas normalmente são concebidas para serem fim de facilitar seu
dobradas a fim de melhorar a portabilidade transporte e uso.
e a facilidade de uso, e estão disponíveis em
alumínio ou plástico. (Figura 10.22.)
Figura 10.23.
Como mencionado anteriormente, há
limitações à aplicação da Tabela O-10, e, Painéis de proteção
portanto, à utilização do "gotcha stick", na pré-projetados em
determinação de proteções adequadas para diversos tamanhos
transportadores de correia para o manuseio de podem ser instalados e
materiais a granel. adaptados à situação.

152
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

mm]. Na maioria dos casos, as proteções tela em um ou dois tamanhos diferentes,


podem ser personalizadas durante a instalação dependendo do fabricante. As dimensões da
para corresponder a variações no projeto do tela são selecionadas pelo fabricante devido a
maquinário ou nas aberturas, de acordo com padronizações e/ou à facilidade da fabricação,
dimensões ou configurações específicas. e, normalmente, estão de acordo com a Tabela
O-10 e/ou com outras normas para proteções
Os painéis de proteção fabricados são em instalações regulares.
disponibilizados com as aberturas da

Testes de resistência das proteções


Há pouca informação disponível para auxiliar na concepção quadrados padrão de 1 metro [≈39 pol.] e de testes físicos
de proteções que estejam em conformidade com as em painéis quadrados de 36 polegadas [≈914 mm].
normas. Esta seção tentará fornecer orientações de projeto
e fabricação para a concepção e a construção das proteções Para determinar a deformação sob carga, os vários materiais
para uso em transportadores de correia para o manuseio de para proteções foram moldados utilizando o software de
materiais a granel. MEF. O modelo poderia prever as deformações sob carga de
um painel quadrado padrão de 1 metro [≈39 pol.].
Para avaliar o esquema de proteção proposto, e as proteções (Figura 1.)
resultantes, um programa de testes foi desenvolvido e
amostras de proteções foram fabricadas e sujeitas a um O MEF indicou que se a estrutura de um painel de
Modelo de elementos finitos (MEF) computadorizado e a proteção estiver fixada (com fixadores de montagem) com
testes físicos. espaçamento de aproximadamente 250 milímetros [≈9,8
pol.], o material da estrutura terá pouca influência sobre
Método dos elementos finitos as deformações, e o painel simulará uma chapa plana.
Quando a fixação está presente apenas nos quatro cantos da
A modelagem de proteções específicas pode ser muito proteção, a deformação da estrutura tem alguma influência,
complexa e pouco prática, pois praticamente todas as mas ela não será significativa se a área da seção transversal
proteções têm formato personalizado e a disponibilidade da estrutura for suficiente para atuar como uma instalação
local de materiais para telas varia. Como resultado, foi fixa.
determinada a realização de análises de desempenho do
material usando o Método dos elementos finitos em painéis Testes físicos
Para confirmar a validade dos modelos MEF, foram
realizados testes físicos nas amostras de painéis de proteção
utilizando as cargas especificadas nas normas europeias e
australianas.

No procedimento de teste,
amostras de proteções
quadradas de 36 polegadas
[≈914 mm] foram
montadas em uma estrutura
de cantoneira de 2 x 2 x
1/4 polegadas [≈50 x 50
x 6 mm], com fixadores
Figura 2. espaçados em intervalos
Método de teste para carga de aproximadamente 8
Figura 1. concentrada em painel de metal polegadas [≈203 mm].
Modelo MEF mostrando a deformação prevista sob carga. expandido plano. Usando um mandril

153
Proteções | Capítulo 10

Isso significa que os painéis de proteção de um apropriada para, então, ser adequadamente
determinado fabricante devem ser instalados a reforçado. Calços ou outros suportes
uma distância do perigo que esteja de acordo complementares podem ser necessários, para
com as especificações do fabricante. Em geral, empurrar o painel de proteção até a distância
isso não é um problema, mas requer cuidado adequada do perigo.
por parte da equipe de instalação para garantir
que o painel seja instalado a uma distância

suspensos por uma talha de corrente, cargas concentradas A deformação permanente foi registrada como a diferença
foram aplicadas em uma área de 2 x 2 polegadas [≈50 x entre a leitura antes da carga de teste ser aplicada e a
50 mm]. O mandril aplicava 16 libras força [≈71 N], e deformação final após a remoção da carga de 300 libras
pesos de concreto com cerca de 48 libras força [≈200 N] força [≈1.334 N]. Essas cargas refletem razoavelmente as
cada foram utilizados para aumentar a carga. A carga foi cargas indicadas nas normas, que variam de 450 a 1.500 N
composta por 1 a 5 pesos, proporcionando uma força [≈101 a 337 lbf ].
cumulativa de até 300 libras força [≈1.334 N]. (Figura 2.)
Houve alguma deformação permanente medida em todos
As medições foram feitas utilizando um paquímetro, antes os painéis de proteção, com a rede de tela apresentando
da aplicação da carga e sob a carga. (Figura 3.) a maior deformação permanente. Isso foi o resultado da
dificuldade de aplicar a carga em mais de um fio, devido ao
Como esperado, quando a carga foi distribuída no painel padrão da rede de tela. Quando uma carga distribuída foi
sobre a área de contato (0,79 pé2) [≈0,07 m2) dos pesos de aplicada à rede de tela, o comportamento de deformação
teste, a deformação foi menor do que aquela produzida pela temporária foi semelhante à dos outros painéis de proteção.
carga pontual. (Figura 4.)

Como mostrado na ilustração a seguir, os resultados dos


testes físicos indicam que as deformações máximas variam
de acordo com o tipo de material utilizado na construção da Deformação máxima, carga concentrada
proteção. (Figura 5.) A deformação máxima foi menor na [1.334 N em 50 x 50 mm (300 lbf -2 x 2 pol.)]

tela de arame soldado e maior na rede de tela.


Deformação mm

Deformação (pol.)
FEM CLF WW FP WO
FEM (Flattened Expanded Metal): Metal expandido plano com 0,078 pol. - Painel com 36 pol.2 - Estrutura com 1/8 x 1 pol. -
Instalação fixada com 4 parafusos
CLF (Chain Link Fabric): Rede de tela calibre 9 com 2 pol. - Painel com 36 pol.2 - Estrutura tubular com 2 pol. - Braçadeiras
plásticas e ripas/grampos
WW (Welded Wire): Tela soldada com 2 x 2 x 0,13 pol. - Painel com 36 pol.2 - Estrutura com 1/8 x 1 pol. - Instalação fixada
com 4 parafusos
FP (Laser Perforated Cutouts): Orifícios perfurados a laser calibre 11 - Painel com 36 pol.2 - Instalação pendente sobre pinos/
parafusos cativos
WO (Woven Wire): Tela de arame com 1/2 x 1/2 x 0,08 pol. - Painel com 36 pol.2 - Estrutura em U com 1 pol. - Instalação
fixada com 4 parafusos

Figura 3. Figura 4.
Figura 5.
Método de medição em Método de teste para carga
Deformação máxima de vários materiais para proteções sob carga
painel de metal expandido pontual em painel de metal
concentrada.
plano antes da carga. expandido plano.

154
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

Uma abordagem simplificada distâncias. As normas que lidam com


essas aplicações devem indicar como
para proteções para alcançar a segurança adequada.
transportadores
O mesmo aviso aparece em várias outras
Há pouca informação disponível para auxiliar normas, particularmente a AS/NZS
na concepção de proteções que estejam em 4024.1801-2006 Safety distances to prevent
conformidade com as normas. Esta seção danger zones being reached by the upper limbs,
tentará fornecer orientações de projeto e da Austrália, e a JIS B 9711 Safety of machinery
fabricação para a concepção e a construção – Minimum gaps to avoid crushing of parts of
das proteções para uso em transportadores de the human body, do Japão.
correia para o manuseio de materiais a granel.
Algumas normas, como as regulamentações
As principais preocupações na aplicação das da MSHA dos Estados Unidos, normas 30
proteções nos transportadores de correia são: CFR 56/57.14107 a 56/57.14112, fornecem
primeiro, fornecer uma barreira física contra requisitos gerais para as proteções, mas poucas
contato acidental e, segundo, viabilizar ao dimensões ou valores específicos. Como
máximo a execução de tarefas de inspeção e observado anteriormente neste capítulo, os
2 observação dos componentes do transportador regulamentos da MSHA afirmam apenas que
e da carga sem remover as proteções. a proteção deve ser construída e conservada
Como observado anteriormente neste capítulo, de modo que não represente um risco, seja
a distância entre as proteções e os riscos de mantida firme e no lugar correto durante
acordo com a Tabela O-10 da da OSHA e a o funcionamento da máquina e resista ao
régua "gotcha stick" não são adequadas para impacto, vibração e desgaste aos quais estará
adaptação em transportadores para o manuseio sujeita durante operações normais.
de materiais a granel. As dimensões da Tabela A norma europeia EN 620 estabelece, na seção
O-10 foram desenvolvidas com base em um 5.1.1.1, que, caso seja possível pisar sobre as
cenário hipotético de proteção de um operador proteções:
de até 14 anos, em pé, em frente a uma prensa
mecânica, que inserindo e removendo estoque Elas devem ser capazes de suportar
com as mãos frequentemente durante seu uma força de 1.500 N [≈337 lbf ],
turno de trabalho. uniformemente distribuída por uma
área de 0,2 x 0,2 m [≈ 7,9 x 7,9 pol.],
As aberturas indicadas para as telas de proteção com deformação permanente inferior a
usando a "gotcha stick" são geralmente 1% em relação a qualquer dimensão de
muito pequenas. Essas aberturas podem referência e sem nenhum contato com
ser preenchidas com material fugitivo, qualquer peça móvel.
dificultando a inspeção dos componentes do
transportador. O uso de diferentes distâncias A norma da Austrália/Nova Zelândia AS/NZS
de instalação para cada abertura de tela ou tipo 4024.3610 inclui uma série de orientações
de risco aumenta a probabilidade de erros no específicas para a construção de proteções.
projeto das proteções para transportadores. Na cláusula 2.13.4.3, ela observa que a
espessura mínima para as chapas de aço das
Mesmo tendo a norma ISO 13853:1998 proteções deve ser de 1,5 milímetro [≈0,06
especificado as distâncias necessárias usando pol.]. As proteções com telas de 50 x 50
as medições da régua "gotcha stick", há o milímetros [≈2 x 2 pol.] devem ser fabricadas
seguinte aviso na declaração do Escopo: com fios com diâmetro não inferior a 1,5
Para determinadas aplicações, há milímetro [≈0,06 pol.] ou 3 milímetros
razões válidas para haver desvios nessas [≈0,12 pol.].

155
Proteções | Capítulo 10

Na cláusula 2.13.4.4 Resistência das proteções, área de 50 x 50 milímetros [≈2 x 2 pol.], em


a norma requer que as distâncias de segurança qualquer ponto da proteção. Para proteções
sejam mantidas quando uma força de 450 sobre as quais uma pessoa possa se apoiar ou
Newtons [≈101 lbf ] for aplicada sobre uma subir, a proteção deve resistir a uma massa

Fórmulas correspondentes aos resultados dos testes

A abordagem dos materiais recomendados para a estrutura chapa plana, utilizando as proporções modificadas k1, como
é presumir que as proteções penderão livremente e que a mostrado, é proposta para obter uma aproximação razoável
estrutura funcionará como moldura fixa. A estrutura sobre para fins de projeto. (Figura 2.)
a qual o painel de proteção é fixado deve ter capacidade
suficiente para limitar a deformação em qualquer direção A modificação do fator k1 tem o efeito de ajuste do desvio
de acordo com a exigência de deformação inferior a 1%. de Y. Para aplicações críticas, é recomendável construir um
painel de teste para testá-lo sob carga, a fim de estabelecer
Comparando os resultados da análise MEF e os testes um k1 apropriado. Em todos os casos, a diferença de
físicos, é possível concluir que é adequado aplicar as deformação entre a fórmula e os testes físicos não foi
equações de deformação de chapas fixas planas aos significativa, se comparada às distâncias de instalação em
materiais de proteção sugeridos. (Figura 1.) relação ao perigo sugeridas, como mostrado na tabela.

Como mostrado no MEF e nos testes físicos, a


deformação da estrutura plana de 1 x 0,13 polegada a
[≈25 x 3 mm] e das estruturas com canaleta em U calibre
18 (≈0,05 pol.) [≈1,2 mm] e espessura de 1 polegada
[≈25 mm] foi mínima sob as cargas aplicadas. Esse b
resultado também apoia a suposição de que as fórmulas
para chapas planas oferecem uma aproximação razoável
para a deformação. Estrutura
fixa P
t Tela
A equação destina-se a chapas retangulares, com carga
concentrada no centro, onde espera-se que a deformação
ym
para ser igual ou menor do que a espessura da chapa.
Distância
Os dados dos testes físicos e os resultados do MEF segura
Perigo
indicam uma relação linear aproximada entre carga e ym = k1 × P × b no centro
2

deformação, que foi quase paralela, ainda que desviada E × t3


(maior deformação), às previsões da fórmula, mesmo com ym = deformação (m), k1 = proporção,
P = carga concentrada (N), a = comprimento da chapa (m)
deformações muito maiores do que a espessura de tela. b = largura da chapa (m), E = módulo de Young (N/m2), t = espessura da chapa (m)

Modificar a espessura "t" do material da tela não obteve Fórmula de deformação da chapa plana retangular
resultados tão bons na curva de teste quanto modificar a com borda fixada
proporção k1. Os dados do teste comparados à fórmula
Figura 1.
mostram concordância com uma linha de tendência
linear se o fator k1 for
modificado. Modificar o Proporção a/b
fator k1 é, basicamente, 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0 ≥ 3,0
a intercessão Y. Painel fixo em aço maciço k1 0,061 0,071 0,076 0,078 0,079 0,079 0,079
Portanto, a fórmula
Painel pendente em aço 0,127 0,138 0,162 0,170 0,177 0,180 0,185
de deformação da maciço k 1

De http://www.roymech.co.uk/Useful_Tables/Mechanics/Plates.html
Figura 2.
156
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

de 900 Newtons [≈203 lbf ] e a uma carga ser calculado e, invariavelmente, leva a
horizontal simultânea de 220 Newtons divergências de opinião entre os operadores e
[≈49,5 lbf ], e ainda manter as distâncias de inspetores governamentais.
segurança necessárias.
Para simplificar a fabricação e estar de acordo
Além disso, a cláusula 2.13.4.5 estabelece com a intenção de proteger o trabalho com
que, para aberturas de telas quadradas até, transportadores para o manuseio de materiais
e incluindo, 10 milímetros [≈0.4 pol.], a a granel, a melhor prática seria aplicar uma
proteção deve ter pelo menos 25 milímetros padronização ao setor de transportadores,
[≈1 pol.]; telas com aberturas até 30 x 65 limitando os tipos e tamanhos de telas e
milímetros [≈1,18 x 2,5 pol.] devem ser distâncias padrão em relação aos perigos.
posicionadas a 200 milímetros [≈7,87 pol.] de Em vez de usar nas máquinas as dimensões
distância do perigo. especificadas na Tabela O-10, o ideal seria
adotar uma norma revista para proteções
Essa norma acomodará a necessidade de evitar para transportadores, estabelecida para
o contato ocasional e acidental com os riscos atender às necessidades e circunstâncias dos
do transportador devido à necessidade de transportadores de correia.
inspecionar os componentes do equipamento
2 e a carga. A intenção aqui é fornecer uma abordagem
de projeto simplificada para a resistência dos
Uma proposta de padronização painéis de proteção, algo razoável, dado o
A combinação de tipos de perigos, tamanho objetivo de tentar evitar o contato acidental
e localização do equipamento e os possíveis com um perigo sob as cargas indicadas nas
projetos de proteções para proteger contra normas. (Figura 10.24.)
qualquer perigo é algo que não pode

Figura 10.24. Seleção de telas


Tela de proteção padrão
e distância de instalação Dimensões nominais da tela Distância de Aplicações típicas
sugeridas para aplicações de proteção instalação em
de transportadores relação ao perigo
típicos. Tela de arame 50 mm [≈2 pol.] Acoplamentos, acionamentos da correia
Fio de 12,7 x 12,7 x 2 mm e da corrente, área de proteção inferior a
[≈1/2 x 1/2 x 0,08 pol.] 0,5 m2 [≈5,38 pés2]
Metal expandido plano 50 mm [≈2 pol.] Acoplamentos, acionamentos da correia
Calibre 13 e da corrente, área de proteção inferior a
12,7 x 12,7 x 2 mm 0,5 m2 [≈5,38 pés2]
[≈1/₂ x 1/₂ x 1/25 pol.]
Tela de arame soldada 200 mm [≈8 pol.] Proteção de áreas em geral, proteções
2 x 2 x 0,12 ou 0,16 pol. de barreira em roletes e polias, área de
Fio de [≈50 x 50 x 3 ou 4 mm] proteção inferior a 0,5 m2 [≈5,38 pés2]
Proteção em chapa metálica 200 mm [≈8 pol.] Painéis de proteção pendentes
cortada a laser concebidos para remoção frequente,
Calibre 11 área de proteção inferior a 0,5 m2 [≈5,38
pés2]
Rede de tela 500 mm [≈20 pol.] Proteções contra a queda de materiais
Tela calibre 9 até 200 mm [≈8 pol. em qualquer
tamanho normal 2 x 2 pol. dimensão] menos a dimensão nominal
[fio de 4 mm, tamanho normal do material a granel.
50 x 50 mm] Use fio calibre 6 para fragmentos
maiores.

157
Proteções | Capítulo 10

Essa proposta padronizaria as proteções Painéis de proteção pendentes são utilizados


construídas em cinco configurações diferentes: onde as proteções devem ser removidas
tela de arame com dois tamanhos de aberturas, ou abertas frequentemente. Um painel de
tela de arame soldado com tela em tamanho proteção fixo é concebido para ser instalado
maior, redes de tela e chapa metálica cortada em uma estrutura fixa e utiliza múltiplos
a laser. Cada um desses materiais de telas pontos de fixação para resistir às forças às quais
seria instalado a uma distância padronizada é submetido. Os painéis de proteção fixos são
específica do perigo, para proporcionar uma utilizadas onde o acesso é raramente necessário
proteção eficaz e simplificar a construção e a ou para reduzir a possibilidade de remoção não
conformidade. autorizada.

Para isso, essas distâncias de montagem Painéis de proteção pendentes podem ser
padronizadas em relação aos pontos de pressão fabricados com chapas metálicas cortadas a
do transportador podem exigir o uso de laser ou telas instaladas em molduras.
calços ou a construção da estrutura. Porém, a
iniciativa valeria a pena, através da melhoria A estrutura do painel pendente deve
das práticas relativas às proteções, bem como ser suficientemente sólida para resistir à
através da padronização dos materiais usados e deformação por flexão e manter o formato
pretendido. Uma proteção articulada deve ser 2
simplificação das inspeções e da aplicação dos
regulamentos. Essa abordagem também seria concebida como um painel pendente.
aplicável à construção estrutural modular para Uma construção típica consiste em uma
padronização da instalação das proteções. cantoneira ou moldura plana, com a tela
soldada à estrutura em intervalos frequentes,
Como observado no quadro Testes de por exemplo, a cada 50 milímetros [≈2 pol.].
resistência das proteções, as proteções
construídas com os materiais especificados Painéis de proteção pendentes requerem
serão suficientemente fortes para suportar algum tipo de retenção para os pinos ou
a força aplicada por um trabalhador que cativos, como pinos de engate, cadeados ou
acidentalmente vá de encontro ou caia sobre fixadores rosqueados. As aberturas para fixar
a proteção. Nenhuma medição com a régua o painel pendente ou moldura na estrutura
"gotcha stick" ou programa padronizado para frequentemente têm grandes dimensões, para
proteções pode impedir que uma proteção facilitar a remoção e a recolocação e, portanto,
seja deliberadamente contornada. Quando muitas vezes são posicionados nos cantos do
instalada à distância especificada do perigo, as painel.
aberturas da proteção manterão o trabalhador Uma moldura do painel de proteção fixo
a uma distância razoável dos riscos comuns a utilizando a mesma tela de um painel
correias de transportadores para o manuseio de pendente pode ter uma constituição mais
materiais a granel. leve, pois a resistência à flexão é obtida pela
fixação semipermanente da proteção na
estrutura do equipamento. O material da
Projetos de estruturas para
tela é normalmente soldado na moldura,
painéis de proteção de acordo que é perfurada em intervalos regulares
com a "nova norma" para receber fixadores rosqueados. A fixação
Os painéis de proteção podem ter projeto semipermanente em uma subestrutura ajuda a
pendente ou fixo. Um painel de proteção direcionar as forças alinhadas à tela, reduzindo
pendente autônomo consiste em uma a tendência de flexão da moldura.
construção de tela e estrutura ou de chapa (Figura 10.25.)
metálica, com montagem pendente usando Um dos materiais típicos para estruturas
pinos ou parafusos cativos. é a canaleta em U, que recobre as bordas

158
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

afiadas das chapas em metal expandido a acúmulo de derramamentos. Quando a


ou aço. Canaletas em U pré-formadas são rede de tela é usada para proteção contra
disponibilizadas em centros de serviço de aço, derramamentos, as cargas potenciais devem ser
que vendem itens em metal expandido e telas consideradas na seleção do tamanho da tela,
de arame. (Figura 10.26.) bem como as forças aplicadas ao método de
fixação e à estrutura.
As cargas aplicadas à tela de acordo com as
normas são muito baixas para a maioria das O uso das redes de tela é recomendado para
seções transversais das estruturas. Fórmulas redes contra a queda de materiais e para
padrão de deformação de vigas e de momentos cercas para proteções de área. A rede de tela
de inércia para formatos estruturais comuns é diferente na medida em que o método de
podem ser usadas para projetar estruturas. fixação na estrutura de tubos envolve esticar
a tela e usar ripas e arames para fixação. Isso
Sobre a utilização de redes de tela em resulta em grandes variações na tensão da
proteções tela. O instituto Chain Link Manufacturers
Estruturas de painéis de proteção utilizando Institute não oferece nenhuma orientação
redes de tela são normalmente construídas sobre o uso de redes de tela para proteções
com tubos, pois há grande variedade de além de sua abordagem padrão: limitar a carga
2
fixações disponíveis para as telas. As redes de aplicada, de modo que a resistência à ruptura
tela também podem ser facilmente adaptadas a de um único fio não seja excedida. Para o
outras estruturas. fio calibre 9, a força de ruptura necessária
para a rede de tela é especificada como 1.290
A carga descrita nas normas diz respeito ao libras força [≈5.740 N], conforme o manual
contato acidental de um trabalhador, e não Chain Link Fence Manufacturers Institute
Figura 10.25.
Materiais recomendados para proteções com estruturas pendentes em
Materiais recomendados transportadores de correia
para proteções com
estruturas pendentes Maior dimensão da Material para estrutura pendente típica,
em transportadores de
proteção especificações mínimas
correia.
Chapa de aço de 38 mm x 5 mm [≈11/2 x 3/16 pol.],
≤ 1 m [≈3 pés] chapa metálica calibre 10 [≈3 mm] ou
cantoneira de 38 x 38 x 3 mm [≈11/2 x 11/2 x 1/8 pol.].
Chapa de aço de 50 mm x 6 mm [≈2 x 1/4 pol.],
≥ 1 m [≈3 pés] chapa metálica de 5 mm [≈3/16 pol.],
cantoneira de 50 x 50 x 6 mm [≈2 x 2 x 1/4 pol.] ou
tubo série 40 de 2 polegadas [≈50 mm].

Figura 10.26. Materiais recomendados para proteções fixas


para transportadores de correia para proteções fixas em
Materiais recomendados
correia para proteções Maior dimensão da Material para estrutura fixa típica,
fixas em transportadores proteção especificações mínimas
de correia.
Canaleta plana em U de 25 mm [≈1 pol.],
≤ 1 m [≈3 pés] chapa de 25 mm x 3 mm [≈1 pol. x 1/8 pol.] ou
chapa metálica calibre 10 [≈3 mm].
≥ 1 m [≈3 pés] Chapa de 38 x 6 mm [≈1,5 pol. x 1/4 pol.],
cantoneira de 38 x 38 x 5 mm [≈11/2 x 11/2 x 3/16 pol.] ou
tubo série 40 de 2 polegadas [≈50 mm].

159
Proteções | Capítulo 10

Product Manual CLF-PM0610. Esse valor detectado sobre o tapete. Esses tapetes
é significativamente menor do que a carga mecânicos com detecção de pressão abrem
utilizada nos projetos de proteções, mas deve contatos elétricos para parar um motor
ser considerado quando a rede de tela for usada quando o acúmulo de material indica
para capturar e reter derramamentos. uma perturbação da produção ou quando
alguém pisa sobre o tapete ou se aproximar
de uma área de risco.
Uma nova era para as proteções
Sistemas de travamento avançados
Como observado no guia MSHA’s Guide to Sistemas de travamento agora são oferecidos
Equipment Guarding, várias novas tecnologias com várias zonas ou camadas de proteção.
demonstram ser promissoras como sistemas de Vários contatos ou zonas podem ser usados
proteção avançados; elas incluem: para acionar um alarme de aviso de entrada
Sensores de proximidade em uma área e, então, o sistema é desligado
Sensores de proximidade demonstraram se a pessoa continuar a avançar após o aviso
sua eficácia na redução de acidentes em e se aproximar demasiadamente de um
minas subterrâneas, especialmente onde perigo.
problemas de visibilidade e ruídos reduzem Embora as novas tecnologias possam 2
a capacidade de reação do operador do ser adequadas a algumas situações, há
equipamento a outros trabalhadores da armadilhas que devem ser consideradas
área. O NIOSH está desenvolvendo em sistemas que utilizam esses sistemas
atualmente a tecnologia que trabalhará de proteção alternativos. O guia MSHA’s
em conjunto com proteções interligadas Guide to Equipment Guarding sugere
para dificultar que as travas das proteções que os questionamentos a seguir sejam
sejam contornadas ou que as proteções respondidos:
sejam fechadas quando ainda houver
• O sistema reage rapidamente e a uma
trabalhadores em uma área de risco.
distância suficiente para evitar o contato
(Consulte o Capítulo 4 Botões e
com as peças móveis antes que seu
sensores.)
movimento seja interrompido?
Cortinas de luz
• O sistema é redundante?
Esses dispositivos são sensores fotoelétricos
que projetam feixes de luz infravermelha • Ele pode ser contornado, como uma
entre um transmissor e um receptor. pessoas se abaixando para passar sob um
Sempre que a transmissão é interrompida, feixe de laser?
por um trabalhador estendendo a mão em • Testes regulares e frequentes são
direção a uma zona de risco, por exemplo, realizados?
o dispositivo interromperá o movimento e/
• O sistema é à prova de falhas?
ou a alimentação do equipamento perigoso.
As cortinas de luz podem proteger a equipe
contra lesões e podem ser utilizadas como O futuro: como serão as
uma alternativa às barreiras mecânicas e a proteções para transportadores
outras formas de proteções tradicionais para
máquinas. A crescente sofisticação dos controles e
sistemas computadorizados das fábricas pode
Tapetes sensíveis à pressão exigir métodos melhores para gerenciar a
Esses sistemas são conectados ao controle segurança da fábrica, incluindo a segurança
de alimentação da máquina e desligam o do transportador. Conforme novos sistemas
sistema quando o peso de derramamentos de transportadores são desenvolvidos e mais
excessivos ou de um trabalhador é funcionários com experiência em tecnologia

160
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

ingressam no local de trabalho, estilos Tendência: integração antecipada


atualizados de proteções podem se tornar mais da segurança no ciclo de projeto do
comuns. transportador
Em um artigo de 2004, “Safeguarding: Future Acabou-se o tempo em que era suficiente
Trends in Machine Safeguarding”, disponível apenas adicionar algumas proteções ao
em ehstoday.com, Joseph Lazzara apresentou transportador na etapa final do projeto.
algumas reflexões sobre o futuro das proteções. Os riscos e os custos das lesões e o aumento
Sua lista incluiu as tendências mostradas a da pressão regulatória exigem a integração
seguir; a discussão após cada ponto representa da segurança nas etapas iniciais do ciclo de
os pensamentos do autor sobre os sistemas de projeto da máquina.
transportadores.
Certamente, os riscos e as considerações
Tendência: mobilidade da mão de de segurança devem ser, e são, avaliados e
obra atenuados no início do ciclo de projeto da
máquina, por meio do uso do conceito de
Não é incomum que trabalhadores em diversos
"Prevenção no design". Com essa tendência,
setores sejam transferidos entre operações em
a segurança torna-se uma consideração cada
2 vários países. A tendência é particularmente
vez mais importante na sequência do projeto
comum com equipes técnicas e de gestão, que
de um transportador. (Consulte o Capítulo
muitas vezes têm experiências que entram em
31 Projeto e construção de transportadores
conflito com as práticas locais. Em seu setor,
mais seguros.)
trabalhadores de fábricas também se deslocam
de um país para outro. A segurança seria É importante observar que proteções
reforçada por normas mundiais de segurança. eficazes incorporadas na fase de concepção
de uma máquina serão menos dispendiosas.
Tendência: globalização das normas
Modificações após uma máquina ser
O ritmo da tendência de globalização e introduzida podem ser tecnicamente
o rápido desenvolvimento das normas complicadas ou mesmo inviáveis; certamente
internacionais para a segurança no trabalho serão mais caras.
com máquinas, incluindo transportadores, vai
A integração da segurança e das proteções no
continuar ou mesmo acelerar. Atualmente,
design dos equipamentos também oferece
os Estados Unidos estão atrasando, alguns
outros benefícios. Enfatizar a segurança no
diriam, até mesmo, combatendo, a tendência
processo do projeto aprimora a acessibilidade,
de harmonização mundial das normas. Em
bem como melhora a estética da máquina, o
muitos casos, as normas europeias servem
que proporciona modelos mais simples, com
como modelo para os órgãos internacionais
manutenção melhorada.
de padronização, como a International
Electrotechnical Commission (IEC). Em Tendência: sistemas de segurança
outros casos, as normas australianas são vistas mais inteligentes
como as mais rigorosas e, assim, representam
os mais elevados marcos, que deveriam ser A tendência de dispositivos de segurança mais
adotados por todas as jurisdições. inteligentes é um componente natural da
evolução das proteções para transportadores.
Conforme novas tecnologias são desenvolvidas
e alternativas para proteger os trabalhadores
são disponibilizadas, sua utilização pode
garantir um nível de proteção que supera as
proteções convencionais.

161
Proteções | Capítulo 10

Tendência: análises de riscos/ 7. Proteções de tela de 50 x 50 milímetros


processos de redução de riscos mais [≈2 x 2 pol.] não devem ficar a menos de
formais 200 milímetros [≈8 pol.] do perigo que
deve ser protegido.
A próxima tendência envolve o uso de
programas de análise de riscos e redução de 8. Painéis de proteção devem ter alças.
riscos mais formais. O desempenho de um Painéis de proteção com mais de 23 quilos
programa de análise de risco formalizado (≈50 lb) devem ter pontos de elevação
ajudará a garantir que os transportadores de para uso com equipamentos de elevação
correia e outras máquinas sejam projetados, mecânica.
operados e mantidos considerando a segurança 9. Painéis de proteção de tela ou de metal
e a integridade da máquina nos estágio inicial expandido com 12,7 x 12,7 milímetros
do desenvolvimento da máquina. Isso também [≈1/2 x 1/2 pol.] não devem ficar a menos
orientará a aplicação das proteções nos pontos de 50 milímetros [≈2 pol.] do perigo que
adequados desses equipamentos. deve ser protegido.
10. Os fixadores devem contar com método
próprio de retenção ou cordões, para que
MELHORES PRÁTICAS
não sejam perdidos quando as proteções 2
Projeto e construção de proteções para são removidos. É necessário utilizar uma
transportadores de correia: ferramenta para a remoção de qualquer
proteção.
1. As proteções não devem ser projetadas
11. As cantoneiras da estrutura devem ter
para que seja possível subir ou andar sobre
um raio, e todas as bordas afiadas da
elas. Nesse caso, construa as proteções
estrutura da correia e/ou de tela devem ser
como se fossem superfícies de passagem/
removidas.
trabalho (grades) ou forneça uma
passarela. 12. Onde existem aberturas no painel de
proteção (por exemplo, para acesso para
2. Proteções articuladas devem necessitar
lubrificação), elas devem ter bordas com
de menos de 75 Newtons [≈16,9 lbf ] de
material adequado para eliminar bordas
força para abrir ou fechar, e as dobradiças
afiadas.
e travas devem ser resistentes à corrosão e
sujeira. 13. Os painéis de proteção que não forem
construídos como descrito nesta seção
3. Para permitir a inspeção, a área aberta na
devem ser testados quanto à deformação
tela deve ser de 50% ou mais.
antes da instalação, para garantir que uma
4. Painéis de proteção fixos devem ter projeto distância segura do perigo seja mantida.
com fixações a cada 200 milímetros [≈8
14. Proteções que utilizem travas elétricas
pol.]
ou tecnologia de detecção remota sem
5. Painéis de proteção pendentes devem ser contato, como etiquetas RFID, devem ser
projetados com um mínimo de quatro testadas quanto à interferência de outros
pontos de fixação, preferencialmente nos sinais elétricos. Proteções equipadas com
cantos. esse tipo de tecnologia devem ser testadas
6. Painéis de proteção que pendem mensalmente; um registro dos testes deve
livremente sobre uma estrutura e que são ser mantido.
projetados para remoção frequente devem
pesar menos de 23 kg [≈50 lb].

162
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

CONCLUSÕES
Otimismo protegido
Proteções adequadas para transportadores
podem garantir uma operação segura sempre
e dar confiança às equipe de operação e
manutenção, que devem trabalhar com esses
sistemas. Proteções devidamente projetadas,
instaladas e mantidas ajudam a aumentar a
capacidade de produção da máquina.
A eliminação de riscos mecânicos, fornecendo
proteções eficazes, é um ganho positivo para
os transportadores de correia, em particular, e
para as operações das fábricas, em geral.

É evidente que a tendência na regulamentação


e na aplicação das normas é aumentar o
número de locais no transportador que exigem
2
proteções, com muitas empresas internacionais
se posicionando a favor de proteger todo
o transportador. Um projetista inovador
deve considerar projetos de transportadores
modulares que podem ser completamente
protegidos com painéis padronizados e
modulares.

163
Proteções | Capítulo 10

164
2

Capítulo 11 O mito da “proteção devido


à localização”
INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 165 INTRODUÇÃO
Perigos suspensos . . . . . . . . . . . . . . . . 166 Na área da segurança industrial, o conceito
de "proteção devido à localização" define que
REGULAMENTOS E NORMAS . . . . . . 167
um perigo posicionado a uma determinada
Os problemas da "proteção distância, de maneira que fique fora do alcance
devido à localização" . . . . . . . . . . . . . 169 do trabalhador é considerado "seguro", e,
assim, o perigo não precisa contar com uma
MELHORES PRÁTICAS . . . . . . . . . . . . . 170 proteção. (Figura 11.1.)
CONCLUSÕES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 170 Essa expressão é usada em debates sobre os
componentes do transportador, ou sobre
outros tipos de peças móveis de máquinas,
que, quando posicionados próximos ao
trabalhador, ao local de trabalho ou à
passagem, representam um risco.

Na série de documentos on-line Small Business


Safety and Health Management Series,
Safeguarding Equipment and Protecting Workers
from Amputations (OSHA 3170-2001), a
OSHA (Occupational Safety and Health
Administration, Administração de Segurança
e Saúde Ocupacional), dos Estados Unidos,
define "proteção devido à localização" como:

165
O mito da "proteção devido à localização" | Capítulo 11

o posicionamento ou a concepção Em sua seção 2.13.1 Proteções: geral, a norma


de uma máquina de maneira que AS/NZS 4024.3610 Safety of Machinery –
a peças perigosas fiquem longe Conveyors – General requirements, da Austrália/
das áreas onde os funcionários Nova Zelândia, utiliza praticamente as mesmas
trabalham ou por onde passam ou, palavras usadas pela ASME para descrever
alternativamente, a instalação de muros o que designa como "proteção devido à
para compartimentação ou cercas que localização ou posição".
restrinjam o acesso às máquinas.
Existem muitas áreas de perigoso que ficam
fora do alcance normal do trabalhador durante
Perigos suspensos o trabalho ou deslocamento sob ou próximo
a transportadores aéreos. (Figura 11.2.)
A "proteção devido à localização" cria o que
Frequentemente, esses riscos são incluídos na
pode ser considerado como uma exceção aos
exceção da "proteção devido à localização";
requisitos gerais de proteção contra riscos no
muitas vezes, eles consistem em pontos de
local de trabalho.
pressão em movimento, localizados entre a
A norma The American Society of Mechanical correia e os rolos de retorno ou componentes
Engineers (ASME) B20.1-2015 Safety Standard de acionamento, como eixos de polias,
2
for Conveyors and Related Equipment observa, acoplamentos, correias de acionamento,
na seção 5.9.2(a), que "o isolamento contra engrenagens e correntes.
a presença frequente de funcionários ou de Figura 11.1.
outras pessoas constitui proteção devido à
O termo "proteção
localização".
devido à localização"
Em sua seção de definições, a Norma de é usado para indicar
Segurança da ASME (American Society of componentes que
Mechanical Engineers, Sociedade Norte- representariam um
risco caso estivessem
americana de Engenheiros Mecânicos) explica
posicionados mais
o conceito de "proteção devido à localização":
próximos ao trabalhador,
... descreve as peças móveis que estão ao local de trabalho
protegidas devido ao seu afastamento ou à passagem.
do chão, plataforma, passarela ou
outro local de trabalho ou que, por
Figura 11.2.
sua localização em relação ao quadro,
base ou estrutura, elimina o risco "Proteção devido à
previsível de contato acidental de localização" significa
pessoas ou objetos. O isolamento contra que um perigo está
fora do alcance de um
a presença regular ou frequente de
trabalhador durante
funcionários ou de outras pessoas pode,
o trabalho sob ou
sob circunstâncias normais, constituir nas proximidades de
proteção devido à localização. Pontos transportadores aéreos.
e áreas de perigo desprotegidos, que
não possam ser acessados pela equipe
operacional durante o desempenho
normal de suas funções, serão
considerados protegidos devido à
localização.

166
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

REGULAMENTOS E NORMAS Canadá

Em geral, os regulamentos indicam uma A norma Standard Z432


distância específica a partir da qual um perigo (R2014) Safeguarding of machinery, da CSA
pode ser considerado "protegido devido à (Canadian Standards Association, Associação
localização", eliminando a necessidade do Canadense de Normas), especifica, no anexo
uso de grades de proteção convencionais. C.1:
Os regulamentos de algumas jurisdições
Se houver baixo risco na zona de perigo,
especificam que um risco está a pelo menos
então a altura da zona de perigo deve
2,1 metros [≈7 pés] da superfície de trabalho
ter 2.500 mm [≈99 pol.] ou mais. Se
ou passagem; outros regulamentos têm
houver alto risco na zona de perigo,
distâncias de teste maiores.
então
Austrália (a) ou a altura da zona de perigo deve ser
de 2.700 mm [≈9 pés] ou mais; ou
A norma AS/NZS 4024.3610
discute a proteção devido à localização na (b) outras medidas de segurança devem
seção 2.13.1 Proteções - geral. Nessa seção, ser aplicadas.
2 fica estabelecido que a "proteção devido à
[O Anexo não é uma parte obrigatória
localização ou posição" descreve locais que
da norma, "mas é escrita em caráter de
estão automaticamente protegidos devido à
obrigatoriedade para acomodar sua adoção por
sua distância do piso, plataforma, passagem ou
todos que pretendam fazê-lo". – ed.]
área de trabalho.
Sem fazer referência ao conceito de "proteção
No item 2.13.2.2, a norma observa que todos
devido à localização", a recomendação da
os pontos de cisalhamento e pressão acessíveis
publicação A User’s Guide to Conveyor Safety,
que apresentem riscos devem ser protegidos.
do IRSST (l'Institut de recherche Robert-Sauvé
A explicação especifica que qualquer ponto
en santé et en sécurité du travail): Proteção
de pressão ou cisalhamento é considerado
das zonas de perigo é a proteção que deve
acessível se estiver localizado a menos de
ser fornecida se um "perigo estiver a uma
2,7 metros [≈9 pés] acima de qualquer piso,
distância inferior a 2,5 m [≈99 pol.] do piso
plataforma, mercadoria ou material. [Grifo
ou da plataforma de trabalho". Em seguida,
nosso - ed.]
a publicação apresenta a nota de rodapé: "As
Para aplicações de manuseio de materiais especificações da norma Regulation Respecting
a granel, a norma AS/NZS 4024.3610 faz Occupational Health and Safety [que abrange
referência à norma AS/NZS 4024.3611, que Quebec] é de 2,1 m [≈7 pés]; porém, as
detalha os locais que devem ser protegidos, a normas internacionais especificam 2,5 m [≈ 99
menos que eles já estejam protegidos devido à pol.]".
sua localização. [Grifo nosso - ed.]
A província de Alberta vai além, pois a
Brasil publicação Best Practices on Conveyor Safety,
da Work Safe Alberta (Trabalho Seguro em
De acordo com a norma Alberta), uma iniciativa do governo local,
brasileira NR-12 (Seção 12.85.1), a distância especifica que medidas preventivas devem
mínima dispensada das exigências de proteção ser implementadas quando o perigo do
é de 2,70 metros [≈9 pés], "desde que não haja transportador estiver a uma distância de
circulação nem permanência de pessoas nas "2.700 mm [≈9 pés] ou menos do piso ou
zonas de perigo". plataforma de trabalho".

167
O mito da "proteção devido à localização" | Capítulo 11

Europa Estados Unidos


As normas europeias DIN EN Os regulamentos da MSHA
620 Continuous handling equipment and (Mine Safety and Health Administration,
systems – Safety e EMC requirements for fixed Administração de Segurança e Saúde em
belt conveyors for bulk materials especificam, no Mineração), através da norma 30 C.F.R.,
item 5.1.6.2, que "quando a altura livre sob as seções 56/57.14107, especificam que
peças móveis for inferior a 2,5 m [≈99 pol.], "proteções não serão exigidas quando as peças
as peças móveis devem contar com proteções móveis expostas estiverem a, pelo menos, 7
fechadas e fixas". pés [≈2,1 m] de distância de superfícies de
passagem ou trabalho".
A norma continua: "Onde houver passarelas
sob o transportador para fins de inspeção, A norma ASME B20.1-2015 Safety Standard
limpeza e manutenção a altura livre será de, no for Conveyors and Related Equipment também
mínimo, 2,0 m [≈79 pol.]". observa, na seção 5.9.2 Proteção devido à
localização ou posição (c):
Essas indicações de distância são reforçadas
na norma BS EN ISO 13857:2008 Safety of Quando um transportador passa
machinery – Safety distances to prevent hazard sobre uma passarela, via ou estação 2
zones being reached by upper and lower limbs. de trabalho, ele será considerado
Na seção 4.2.1.2, ela especifica: "Se houver protegido devido à localização se
baixo risco na zona de perigo, então a altura todas as peças móveis estiverem a pelo
da zona de perigo deve ser de 2.500 mm [≈ menos 2,44 m (8 pés) de distância do
8,25 pés] ou mais". Na seção 4.2.1.3 seguinte, piso ou superfície de circulação ou se
o texto continua: "Se houver risco elevado estiverem localizadas de maneira que
(consulte 4.12) na zona de perigo, então a os funcionários não possam entrar em
altura da zona de perigo deve ser de 2.700 mm contato com as perigosas peças móveis
[≈ 9 pés] ou mais". inadvertidamente.

África do Sul A ASME B20.1-2015 também observa, no


item 5.10 Altura livre (a):
A edição de 2016 da Diretriz
Safety Around Belt Conveyors da Conveyor Caso um transportador seja instalado
Manufacturers Association of South acima de acessos à saída, passagens
Africa Limited (Associação Sul-africana de ou corredores, haverá um espaço livre
Fabricantes de Transportadores Limitada) mínimo de 2 m (6 pés e 8 pol.), medido
oferece a seguinte contribuição: verticalmente entre o piso ou superfície
de circulação e a parte mais baixa do
Qualquer polia ou rolete que esteja transportador ou das proteções.
a 3,5 metros [≈11,5 pés] ou mais de
altura e, portanto, fora do alcance no Nos regulamentos específicos para terminais
sentido vertical, pode ter sua posição marítimos, apresentados na norma 29 CFR
considerada segura e não precisa ser 1917.151(h)(1), a OSHA observa:
protegido.
... peças giratórias, como engrenagens e
Entretanto, a possível redução dessa polias, localizadas à distância de sete pés
distância segura devido a um acúmulo (2,13 m) ou menos acima das superfícies
de derramamento ou descarga de de trabalho, devem receber proteção
material deve ser levada em conta. para evitar o contato do funcionário
com as peças móveis.

168
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

Em seus regulamentos sobre sistemas um terceiro país. A variação entre 2,1 e 3,5
mecânicos de transmissão de força, norma 29 metros [≈7,0 e 11,5 pés] é muito grande para
CFR 1910.219 (d)(1), a OSHA estabelece as permitir uma possível conformidade em nível
seguintes exigências: mundial. Simplesmente satisfazer ao padrão
mínimo pode significar que uma especificação
... polias, e qualquer de suas partes, que não elimina um risco. Para os projetistas que
estejam à distância de sete (7) pés [≈2,1 têm consciência de sua responsabilidade, a
m] ou menos do piso ou plataforma de distância de segurança de 3,5 metros [≈11,5
trabalho, devem contar com proteção pés] é a escolha óbvia. Porém, essa escolha
em conformidade com as normas pode representar custos que o proprietário que
especificadas nos parágrafos (m) e (o) compra pelo menor preço não vai pagar. Essa
desta seção. questão aponta para a necessidade da definição
[Os parágrafos (m) e (o) apresentam as de normas mundiais de segurança no trabalho
exigências gerais para proteções normais; isto é, com transportadores.
(m)(1)(i) "... metal expandido, chapa metálica Os problemas que permitem, ou mesmo
perfurada ou lisa, tela de arame com a moldura incentivam, os comportamentos de risco ao
da estrutura em ferro ou tubo de ferro trabalhar com transportadores, geralmente,
2 firmemente fixado no chão ou na estrutura a fim de manter a produção ou evitar danos
da máquina" e (m)(ii) "… livre de rebarbas e ao equipamento, normalmente não são
bordas afiadas".– ed.] invalidados devido à localização ou posição.

A maioria dos regulamentos não considera o


Os problemas da "proteção acúmulo potencial de derramamentos ou de
devido à localização" material de retorno, o que pode facilmente
alterar a distância entre a superfície de
O problema óbvio para os projetistas é:
trabalho e o perigo. (Figura 11.3.) É prática
quais são as normas aplicáveis? Muitas vezes,
comum em muitas situações de manutenção
o equipamento é fabricado em um país,
criar pilhas de material ou encher silos
fornecido e instalado em outro país e, então,
intencionalmente para ter acesso e realizar
revendido como equipamento usado para

Figura 11.3.
Em fábricas onde
materiais a granel são
manuseados, o acúmulo
de materiais fugitivos
(como mostrado à
direita) pode aproximar
os trabalhadores de
perigos antes considerados
protegidos devido à
localização, reduzindo a
distância em relação ao
risco potencial, criando,
assim, um perigo que não
conta com uma proteção.

169
O mito da "proteção devido à localização" | Capítulo 11

trabalhos de manutenção ou inspeção. MELHORES PRÁTICAS


O uso de ferramentas para ampliar o alcance
do trabalhador com o objetivo de limpar os Apesar de sua aceitação em vários
roletes de retorno durante o funcionamento regulamentos, a prática de considerar alguns
da correia é uma ação comum, embora componentes móveis dos transportadores
perigosa, que contribui para acidentes "protegidos", exclusivamente devido a uma
graves e, possivelmente, fatais. As correias distância mínima específica entre a instalação e
de acionamento e correntes podem estar o trabalhador, está ultrapassada como conceito
protegidas devido à localização durante seu e sua aplicação é ineficaz. Essa prática deve ser
funcionamento, mas perdem a proteção abandonada.
devido à localização em caso de rompimento
• Aplique proteções a todos os pontos
e projetadas por um acionamento ou
de pressão, pontos de cisalhamento
componente de acionamento ainda em
e componentes móveis ou giratórios,
rotação. Um transportador pode ser "operado
independentemente da localização ou
passo a passo" ou mesmo ser colocado em
acesso.
funcionamento a toda a velocidade para
inspeções e para verificações de reparos ou
ajustes. CONCLUSÕES 2
Acabe com este mito
Atividades de manutenção podem envolver
elevadores ou escadas, o que coloca o Apesar de sua aceitação quase em nível
trabalhador muito próximo a perigos que, mundial como um conceito de segurança
supostamente, estariam protegidos devido à industrial, a prática da "proteção devido à
sua localização. Nesse caso, a regra da distância localização" continua a ser um problema para
de segurança não protege o trabalhador aplicações que envolvem transportadores
adequadamente contra um possível contato aéreos. Na melhor das hipóteses, o
acidental. Componentes normalmente conceito oferece um padrão vago, sujeito a
considerados protegidos devido à localização interpretações e circunstâncias variáveis; na
apresentam riscos para os trabalhadores que pior das hipóteses, ele perpetua condições
realizam a manutenção, porque, embora o perigosas, que põem os trabalhadores em risco.
acionamento do transportador submetido ao
serviço esteja bloqueado, esses componentes É hora de aceitar que, no que diz respeito
podem não estar. a transportadores, a "proteção devido à
localização" é um mito, e, como tal, é um
A exceção da "proteção devido à localização" conceito que deve ser abandonado para tornar
não aborda esses riscos. Consequentemente, os transportadores mais seguros e proteger
devemos observar que essas regras de "proteção aqueles que trabalham próximos a eles.
devido à localização" são ineficazes como
medidas de segurança, especialmente no que
diz respeito aos transportadores de correia.

170
2

Capítulo 12 Proteções dos roletes de retorno


INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 171 INTRODUÇÃO
Proteção na parte inferior do Um dos tipos de proteção entre aquelas
transportador . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 172 comumente exigidas em transportadores de
correia são as proteções instaladas nos roletes
Proteções dos pontos
de retorno ou próximas a eles. (Figura 12.1.)
de pressão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 172
Roletes de retorno que possam ser tocados
Instalação das proteções
pelos trabalhadores são particularmente
dos roletes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 178
perigosos, pois eles criam pontos de pressão
REGULAMENTOS E NORMAS . . . . . . 179 em movimento ao longo de toda a largura
da correia, que podem puxar e prender os
MELHORES PRÁTICAS . . . . . . . . . . . . . 180 funcionários. Como os roletes de retorno
geralmente ficam expostos ao contato quando
CONCLUSÕES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 180
os trabalhadores passam sob o transportador,
ou executam serviços de limpeza próximos
a ele, a presença de proteções nos roletes de
Figura 12.1. retorno é uma exigência comum. Os roletes
Proteções são de retorno também são perigosos porque
comumente instaladas apresentam o risco de queda do componente
nos roletes de retorno em caso de quebra do suporte. Instalados sob
de transportadores de a correia de retorno, eles não são visualizados
correia para reduzir o com facilidade, pois, muitas vezes, os
risco de ferimentos. trabalhadores estão de joelhos, e acabam não
sendo inspecionados.

171
Proteções dos rolos de retorno | Capítulo 12

Os roletes de retorno também devem ser uma cerca. (Figura 12.3.) Se houver aberturas,
protegidos por estarem em contato com o o devido cuidado deve ser tomado para
lado "sujo" da correia. Por esse motivo, eles garantir que sejam mantidos o tamanho e a
estão particularmente sujeitos ao acúmulo distância adequados entre as abertura, a fim de
de material fugitivo. O material pode ficar evitar contatos perigosos. Entretanto, também
depositado no próprio rolete e sobre o chão deve ser tomado o devido cuidado para que
(ou outras superfícies) abaixo do rolete, como as aberturas sejam suficientemente grandes
resultado do efeito de raspagem da correia, e permitam que as partículas de material
que desliza sobre o rolete. É provável que fugitivo caiam, de forma que o material não
esses acúmulos de material chamem a atenção fique acumulado e chegue a impedir a rotação
dos trabalhadores que executarão tarefas do rolete. Se a barreira for mais sólida, deve
de limpeza no transportador ou próximo ser fornecido algum método para a remoção
a ele. No decorrer da execução da limpeza, segura do material fugitivo.
esses trabalhadores correm o risco de entrar
em contato com pontos de pressão em Além disso, é preciso ter cuidado com a
movimento. (Figura 12.2.) passagem de fragmentos de grandes dimensões,
que podem apresentar o risco de queda de
[Esta seção trata de roletes de retorno com materiais. As aberturas da proteção devem ser
2
rolete simples (plano); porém, transportadores suficientemente grandes para permitir a queda
de correia ás vezes contam com roletes de do material fugitivo. No entanto, a tela não
retorno em V. Roletes de retorno em V deve ser tão grande que permita a queda dos
requerem uma proteção para o ponto de fragmentos e crie o risco de ferimentos.
pressão que corresponda aos contornos dos
roletes em V; grades de proteção podem ser
utilizadas universalmente. - ed.] Proteções dos pontos de pressão
Na opinião dos autores, todos os pontos As proteções dos roletes de retorno
de pressão em movimento representam normalmente são projetadas como proteções Figura 12.2.
um grave risco que deve ser protegido com dos pontos de esmagamento, evitando o
Ao executar trabalhos
proteções laterais fixas. Uma norma deve ser contato do trabalhador com um ponto de de limpeza próximo
aplicada para evitar que todos os pontos de a roletes de retorno
pressão sejam alcançados, por meio de uma sem proteção em um
combinação de requisitos de distância, para transportador em
impedir que a proteção seja contornada, funcionamento, os
e barreiras, para que os trabalhadores não trabalhadores podem
passem sob ou sobre o transportador. ser feridos entrando em
contato com os
pontos de pressão em
Proteção na parte inferior do movimento.
Arte gentilmente cedida
transportador pela MSHA dos EUA.
Uma solução é ocultar completamente os
Figura 12.3.
roletes na parte inferior da correia usando
uma barreira contínua (deque, teto ou painel Uma grade de proteção
de proteção). Proteções como essas são contínua pode ser
usada para isolar uma
particularmente eficazes quando há a passagem
longa fileira de roletes
de pessoas sob os transportadores de correia.
de retorno e proteger
Essa proteção pode ser sólida, como uma os trabalhadores.
parede ou deque, ou conter aberturas, como

172
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

Figura 12.4. rolete para proteger adicionalmente os pontos


Um ponto de pressão em de pressão existentes. Assim, as extremidades
movimento com espaço do rolete devem ficar cobertas, a fim de
suficiente para permitir proteger o contra contato acidental com esses
que o membro de um pontos.
trabalhador fique preso
deve ser protegido. O projeto e a instalação da proteção a
mantém próxima à parte dianteira (onde
há movimento) do rolete. Isso reduz a
possibilidade de que uma ferramenta ou uma
parte do corpo de um trabalhador fique presa
no rolete.

pressão em movimento. (Figura 12.4.) As proteções dos roletes de retorno não


A compressão por um ponto de pressão é um precisam isolar completamente o rolete,
dos principais riscos que levam a acidentes embora devam ser projetadas para afastar os
fatais durante a realização de tarefas de membros ou ferramentas de um trabalhador
manutenção ou limpeza nas proximidades dos do ponto de esmagamento, e não permitir que
2 transportadores de correia. itens sejam puxados em direção à pressão.

A proteção deve ser instalada próxima à correia Existem dois tipos de proteções com essas
para isolar o ponto de pressão entre o rolete e a características: um consiste em uma cerca ou
correia. Ela deve ultrapassar as extremidades do grade, que age como um defletor no lado onde

Ferimentos ocasionados por rolete de retorno sem proteção resultam em


multa de USD$ 60.000 da MSHA para pedreira dos EUA
Nos Estados Unidos, uma lesão resultante da ausência de A multa foi aplicada pela MSHA apesar da alegação
uma proteção adequada em um rolete de retorno custa a da pedreira de que o rolete estava protegido devido à
uma pedreira uma multa no valor de USD$ 60.000 da sua localização e que não havia como ter acesso sem,
Mine Safety and Health Administration (MSHA). intencionalmente, passar sob o transportador. Em uma
apelação, a empresa ainda argumentou que a norma não
A Mainline Rock and Ballast, Inc.’s Torrance Quarry abrange ações intencionais, defendendo que o contato
do Novo México recebeu a multa após um acidente em não havia sido acidental, pois o trabalhador ficou sob o
2009, em que um trabalhador sofreu lesões quase fatais ao transportador para desalojar rochas e limpar usando a pá,
ficar preso entre a correia e o rolete. O trabalhador estava como parte de suas atividades regulares.
ajoelhado para limpar sob o transportador, este posicionado
33 polegadas [≈838 mm] acima do chão. Ele foi ferido As conclusões e a multa foram confirmadas por um
quando um rolete de retorno prendeu a pá e o puxou em juiz de direito administrativo e, após apelação, foram
direção ao rolete sem proteção. ambas mantidas em uma decisão de 2012 do Tribunal de
Apelações dos EUA para o Décimo Circuito. (Consulte
O trabalhador passou dois meses e meio no hospital, se Mainline Rock & Ballast, Inc. v. Secretary of Labor, 693
recuperando de graves lesões internas que exigiram uma F.3d 1181, 10th Circuit 2012.)
traqueostomia e cirurgias na bacia, pâncreas, quadril e
baço. Ele sofreu danos permanentes nos rins e também Em resumo, a incapacidade de reconhecer e proteger o
quebrou o braço, a clavícula e todas as costelas. risco criado por um rolete de retorno acessível resultou
em consequências onerosas para o trabalhador e para o
A multa foi cobrada pela MSHA pela violação da norma 30 empregador.
CFR, seção 56.14107(a), o padrão de segurança obrigatório
que exige que peças móveis de máquinas sejam protegidas Então, para o funcionário, o importante é adicionar a
para impedir que os mineiros entrem em contato com elas. segurança à sua rotina. E este é o nosso lema: Production
Done Safely™ (Produção com segurança).
173
Proteções dos rolos de retorno | Capítulo 12

há o movimento do rolete (Figura 12.5.); o Figura 12.5.


outro é um cesto ou gaiola ao redor de todo o Uma proteção defletora é
rolete. (Figura 12.6.) instalada no
lado onde há o
Proteções defletoras movimento do rolete
Uma prática comum para proteger os pontos para evitar contato
acidental e o risco de
de pressão dos roletes é usar uma placa curva,
aprisionamento.
em metal ou plástico, fixada no suporte
do rolete para criar uma proteção do tipo
defletora. (Figura 12.7.) Figura 12.6.
Uma proteção do tipo defletora para o ponto Geralmente construída
de pressão do rolete de retorno consiste, com telas para permitir
basicamente, em uma obstrução ao longo da inspeções e reduzir o
largura do rolete. Esse dispositivo serve como acúmulo de material,
um defletor para evitar o acesso ao ponto de uma proteção do tipo
pressão ou como uma rampa para direcionar gaiola é instalada ao
ferramentas ou membros a fim de que passem redor de todo o rolete.
2
sobre o rolete, evitando, assim, que eles sejam
puxados. (Figura 12.8.) Essa proteção é
instalada bem próxima à correia e ao rolete,
Figura 12.7.
impedindo que qualquer objeto ultrapasse os
defletores. Essa proteção defletora
serve como uma
A limpeza regular dos defletores deve ser obstrução que cobre toda
considerada, a fim de evitar o acúmulo de a largura da correia
material sobre as superfícies inclinadas. para impedir o acesso
Proteções curvas para roletes de retorno do trabalhador ao
rolete. Foto gentilmente
fabricadas em plástico não são eficazes em
cedida pela United
impedir que um trabalhador seja puxado
States Mine Rescue
em direção ao ponto de pressão; também é Association (Associação
possível que as proteções para roletes fabricadas Norte-americana de
com placas metálicas curvas sejam dobradas, Resgates em Minas).
possibilitando que uma pessoa seja puxada.
Os autores desta publicação acreditam que,
Figura 12.8.
como podem ser dobradas, as proteções curvas
para pontos de pressão fabricadas em plástico Uma proteção defletora
ou chapas metálicas não são suficientes para atua como uma
rampa para direcionar
impedir que pessoas sejam puxadas em direção
ferramentas ou membros
a um ponto de pressão. Isso pode expor os
para longe do ponto
trabalhadores a novos riscos, que podem de esmagamento
ocorrer caso a correia se desprenda do rolete. em movimento.
Os autores não recomendam proteções do
tipo indicado nas Figuras 12.5, 12.7 e 12.8, Foto gentilmente
porque a (frequentemente exigida) distância cedida pela United
de 5 milímetros [≈0,2 pol.] é impraticável States Mine Rescue
no manuseio de materiais a granel, devido Association (Associação
Norte-americana de
ao acúmulo nos roletes. Além disso, essas
Resgates em Minas).
proteções geralmente são demasiado frágeis
para impedir o aprisionamento.

174
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

Figura 12.9. Nesses casos, uma placa lateral na parte externa


Essa proteção do rolete pode ser usada para impedir o acesso
"artesanal" protege à zona de perigo.
contra o movimento
e a extremidade; as
Placas laterais podem ser associadas a proteções
extremidades expostas estilo gaiola quando houver riscos combinados
do fio podem violar o de queda de componentes (por exemplo, um
conceito de que uma risco protegido devido à localização, porém,
proteção não deve ser sobre uma passarela ou edifício) e de acesso ao
um perigo em si mesma. ponto de pressão (por exemplo, da passarela).
Foto gentilmente (Figura 12.9.)
cedida pela United
States Mine Rescue O guia A User’s Guide to Conveyor Belt Safety:
Association (Associação Protection from Danger Zones, publicado em
Norte-americana de 2009 pelo Institut de recherche Robert-Sauvé
Resgates em Minas). en santé et en sécurité du travail (IRSST) de
Quebec, permite o uso desses dispositivos de
Figura 12.10.
restrição como proteções para os roletes de
2 Placas laterais nas retorno apenas em correias que não estejam a
proteções do rolete uma altura superior a 700 milímetros [≈27,5
podem melhorar a
pol.] acima do chão. Como a publicação
segurança se houver folga
indica, mesmo quando a correia está em um
limitada diretamente
abaixo do rolete.
plano nivelado (não inclinado) e próxima ao
chão, a proteção da extremidade do rolete
deve ser estendida pelo menos 300 milímetros
[≈12 pol.] abaixo da parte inferior do rolete,
a fim de reduzir ainda mais a possibilidade de
Figura 12.11. que uma área de perigo sob a proteção seja
alcançada. (Figura 12.10.)
Uma proteção que
isole todo o rolete Além disso, a publicação observa que,
e conte com placas quando houver placas laterais instaladas, o
laterais pode reduzir serviço de limpeza, isto é, a limpeza próxima
o risco de ferimentos
ao transportador, "só deve ser realizada
aos trabalhadores.
enquanto o transportador não estiver em
funcionamento".

A Martin Engineering recomenda que


a limpeza só seja realizada quando o
Proteções com placas laterais transportador estiver desligado, a menos
que a elevação do transportador e a proteção
Há circunstâncias em que a proteção não instalada permitam uma limpeza segura sob o
precisa ser estendida por todo o comprimento transportador. A limpeza dos roletes só deve
do rolete. As aplicações que requerem esse ser executada quando o sistema estiver travado,
tipo de proteção são aquelas em que a etiquetado, bloqueado e tiver sido testado.
proximidade entre o transportador e o solo (Consulte o Capítulo 24 Trabalho seguro
ou outras proteções ou obstruções exijam nas proximidades de transportadores.)
que o trabalhador seja impedido de alcançar
a extremidade do rolete e entrar em contato
com um perigo sob a parte central da correia.

175
Proteções dos rolos de retorno | Capítulo 12

Proteções estilo gaiola Figura 12.12.


Cestos podem coletar
Outra abordagem para roletes de retorno é
material fugitivo e
proteger todo o rolete usando uma proteção
requerem limpeza.
fixa com placas laterais. (Figura 12.11.)
Essas proteções geralmente são apresentadas
sob a forma de uma gaiola, com uma tela
com aberturas que permitam a realização de
inspeções e a queda ou a limpeza do material.
A tela deve ser selecionada de maneira que
esteja alinhada com as especificações de
Figura 12.13.
proteção para pontos de esmagamento.
O tamanho das aberturas na tela deve ser Proteções para roletes
suficientemente pequeno para impedir o de retorno podem ser
projetadas com painéis
contato com os pontos de pressão. (Consulte
que podem ser abertos e
o Capítulo 10 Proteções.)
permitem a remoção do
Devido ao acúmulo de material em sua parte material acumulado.
interna (Figura 12.12.), essas proteções 2
apresentam problemas operacionais e são,
muitas vezes, deixadas abertas em campo,
invalidando o motivo de sua instalação.
Se as aberturas da tela de proteção forem Figura 12.14.
muito pequenas, pode haver acúmulo de Roletes suspensos
material dentro da proteção. Portanto, as soltos podem ficar
proteções devem ser projetadas de modo que presos na estrutura
a limpeza de rotina dos derramamentos e do do transportador.
material acumulado possa ser executada sem
Foto gentilmente cedida
afetar a proteção ou a instalação. A limpeza
pela United States Mine
pode ser feita manualmente (por exemplo,
Rescue Association
com um raspador) e/ou com jato de água.
A limpeza manual só deve ser executada
com o transportador travado; durante o Cestos coletores
funcionamento da correia, talvez seja possível
limpar a proteção mantendo uma distância Outro risco de ferimento decorrente dos
segura aplicando um jato de água potente (por roletes de retorno é a possibilidade de que um
exemplo, usando uma mangueira de incêndio), rolete se desprenda do respectivo suporte e
embora esse procedimento apenas mova o caia. Algumas vezes, esses roletes soltos podem
acúmulo. O material acaba caindo sobre ficar presos na estrutura do transportador
alguma superfície, sujando o local. (Figura 12.14.); outras vezes, o rolete poderá
cair no chão ou sobre outras superfícies abaixo
É importante que a proteção permita fácil
do transportador. (Figura 12.15.) Se a queda
remoção para inspeção, lubrificação ou
for de uma altura suficiente ou se o rolete
substituição do rolete com o transportador
estiver instalado sobre áreas públicas, vias ou
devidamente desligado e travado. A proteção
estruturas da fábrica, essa falha pode resultar
deve ser projetada para permitir limpeza do
em riscos de lesões aos funcionários e danos
rolete ou lubrificação do rolamento sem que
aos veículos, estruturas e outras instalações.
seja necessário remover toda a proteção; muitas
(Figura 12.16.)
vezes, isso envolve seções removíveis ou painéis
de balanço. (Figura 12.13.)

176
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

Figura 12.15. Se um rolete padrão instalado 60 metros


Roletes que se soltam [≈200 pés] acima do solo se desprendesse e
do suporte podem cair caísse, o rolete de 20 quilos [≈44 lb] atingiria
no chão, apresentando o chão a 31 metros por segundo [≈69 mph].
riscos de ferimentos aos Isso equivale à mesma energia de ser atingido
trabalhadores ou danos por um carro com deslocamento de 7 metros
ao equipamento. por segundo [≈15 mph]. Embora não pareça
muito, quando uma pessoa é atingida por
Foto gentilmente
cedida pela United
um carro, toda a força é distribuída pela
States Mine Rescue área de contato com a vítima. Isso pode
Association (Associação não matar, mas a pessoa seria jogada a uma
Norte-americana de distância considerável e, provavelmente,
Resgates em Minas). sofreria ferimentos graves. Se um trabalhador
fosse atingido por um rolete, toda a força de
impacto da queda estaria concentrada em
Figura 12.16.
uma pequena área. Essa pressão ocasionaria
Um transportador que ferimentos na pele, ossos quebrados,
atravessa uma via ou
2 esmagamento de órgãos internos e, talvez, até
passagem apresenta
mesmo morte instantânea, dependendo do
o risco de ferimentos
caso um rolete caia do
local atingido pelo rolete.
respectivo suporte. Consequentemente, esses transportadores
Foto gentilmente requerem a instalação de outra forma de
cedida pela United proteção para o rolete de retorno, conhecida
States Mine Rescue como cesto coletor. (Figura 12.17.) O cesto só
Association (Associação é necessário em aplicações em que o rolete fica
Norte-americana de suspenso a uma altura suficiente para que sua
Resgates em Minas). queda possa causar ferimentos ou danos.

No entanto, é preciso ressaltar que os cestos


não consistem em uma proteção contra os
perigos dos pontos de esmagamento. O cesto
Figura 12.17.
tem como objetivo capturar um rolete que seja
Instalado abaixo de um desprendido do respectivo suporte. O cesto
rolete suspenso, o cesto deve ser instalado suficientemente próximo
apanhará o rolete caso para que a queda de um rolete não alcance
ele venha a se soltar.
uma força de queda suficiente para danificar o
cesto e/ou "quicar" e escapar. (Figura 12.18.)

Muitas das considerações sobre o projeto dos


cestos coletores são idênticas às das proteções
para os pontos de esmagamento dos roletes;
Figura 12.18.
entretanto, o cesto não precisa ser instalado tão
próximo à correia para eliminar os riscos do
Cestos coletores são
ponto de esmagamento.
instalados para reduzir
os riscos de ferimentos O rolete deve estar localizado suficientemente
ou danos caso um rolete alto para eliminar o risco de contato acidental,
se solte do respectivo pois esses cestos não protegem contra os
suporte suspenso.
perigos dos pontos de pressão em movimento.

177
Proteções dos rolos de retorno | Capítulo 12

É possível instalar um painel suspenso com Instalação das proteções dos


um cesto de grandes dimensões, que recubra roletes
diversos roletes. O painel pode ser levantado
e baixado com um guincho, para facilitar É evidente que o transportador precisará ser
o acesso para a limpeza e a manutenção do desligado e travado para permitir a instalação
rolete. e a manutenção das proteções dos roletes
de retorno. A instalação deverá seguir as
Embora, normalmente, não seja orientações do fabricante a fim de que sejam
especificamente mencionado, esse tipo de obtidas a distância e o resultado adequado.
proteção estaria incluído nos regulamentos
relativos à prevenção do lançamento ou Para eliminar o risco de que entrem no
queda de materiais. Como um exemplo, a ponto de esmagamento, as proteções dos
norma europeia EN 620, seção 5.1.5.1 Peças roletes de retorno devem ser instaladas o mais
do maquinário, inclui o seguinte: "Roletes próximas possível da correia e do rolete, sem
de retorno acima de áreas de trabalho ou realmente tocá-los. A norma EN 620, seção
de trânsito devem ser equipados com um 5.1.4.2, especifica uma distância máxima de
dispositivo de retenção (por exemplo, uma 5 milímetros [≈3/16 pol.] entre a proteção e
canaleta de captura) para evitar a queda de a superfície da correia ou do rolete. A norma
2
materiais". (Consulte o Capítulo 14 Proteção para transportadores AS/NZS4024.3610
contra a queda de materiais) da Austrália/Nova Zelândia exige, na seção
2.13.5.4 Proteções para pontos de pressão,
Roletes de retorno em posições elevadas que a distância entre as peças móveis e fixas
podem ser protegidos de maneira eficaz por não seja superior a 5 milímetros [≈3/16 pol.].
um cesto coletor com grandes aberturas; assim, (Figura 12.19.)
ele deverá capturar roletes que possam cair,
acumulando apenas quantidades limitadas de A instalação de uma proteção tão próxima ao
material fugitivo e facilitando a limpeza. ponto de pressão apresenta alguns problemas
práticos. Muitas polias e alguns roletes têm
tolerância de excentricidade superiores a
5 milímetros [≈3/16 pol.]. Além disso,
essa distância especificada é praticamente
impossível de ser mantida quando há acúmulo
de materiais no rolete ou na polia.

150 mm [≈6,0 pol.) Figura 12.19.


As distâncias máximas
das proteções dos
pontos de pressão são
especificadas em diversas
normas, em todo o
DIREÇÃO DA CORREIA
mundo.
5 mm [≈3/16 pol.]
de FOLGA MÁX.

5 mm [≈3/16 pol.]
de FOLGA MÁX.
PROTEÇÃO DO PONTO DE PRESSÃO DO ROLETE

178
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

Proteções individuais para roletes de retorno As regulamentações não são específicas


são instaladas no suporte "suspenso" usado em relação às proteções para os roletes de
no rolete de retorno típico. As proteções são retorno. Normalmente, os regulamentos
normalmente fornecidas com um suporte aplicáveis são fornecidos nas normas gerais,
universal, para serem adaptadas a roletes sobre transportadores ou sobre proteções para
de qualquer fornecedor, embora talvez seja máquinas, ou nos requisitos para a prevenção
necessário especificar o tamanho do rolete ou de lançamento ou queda de materiais.
do suporte.
A questão, então, é a acessibilidade ao
A proteção pode ser aparafusada à estrutura transportador e a seus componentes. Se o
do transportador. O fabricante da proteção trabalhador não puder alcançar os pontos de
deve projetar o equipamento para permitir a esmagamento, como os roletes de retorno,
instalação na parte inferior ou na parte externa esses pontos serão considerados "protegidos
da estrutura de aço e possibilitar ajustes em devido à localização". A definição de proteção
caso de padrões estruturais diferentes. devido à localização varia de acordo com a
jurisdição.

REGULAMENTOS E NORMAS Os autores não concordam com a prática da


2 "proteção devido à localização". (Consulte o
Os riscos dos pontos de pressão podem parecer Capítulo 11 O mito da "proteção devido à
mais graves em polias do que em roletes, localização")
especialmente em roletes de retorno. De fato,
algumas normas indicam que, se a correia Nos Estados Unidos, a OSHA (Occupational
tiver tensão baixa e puder ser levantada a 50 Safety and Health Administration,
milímetros [≈2 pol.] do rolete, o ponto de Administração de Segurança e Saúde
pressão não precisa ser protegido. Embora essa Ocupacional) recorre à norma ANSI
não seja uma prática aceitável, o raciocínio por B20.1.1957 do American National Standards
trás dela é: se a correia puder ser levantada, Institute (Instituto Norte-americano de
o trabalhador será capaz de escapar se for Padrões), como incorporada por referência à
apanhado. norma 29 CFR 1926.555(a)(8).

Os autores não recomendam essa exceção, A norma ANSI B20.1 foi atualizada várias
pois ocorreram muitas lesões em que a pele foi vezes; a versão atual é a norma ASME B20.1-
removida até o osso antes que a mão pudesse 2015, da American Society of Mechanical
ser movida do ponto de pressão. Engineers (Sociedade Norte-americana de
Engenheiros Mecânicos). Essa versão de 2015,
Se a equipe trabalhar sob um transportador especifica, na seção 5.9.2 Proteção devido à
acessível durante seu funcionamento, ou puder localização ou posição, subseção (c):
se deslocar sob ele, toda a extensão dos pontos
de pressão em movimento formados pelos Quando um transportador passa
roletes de retorno precisa estar protegida. sobre uma passarela, via ou estação
de trabalho, ele será considerado
Pontos de pressão em polias são comumente protegido devido à localização se
protegidos pelas paredes do chutes na descarga todas as peças móveis estiverem a pelo
ou por uma proteção fixa ao redor da polia menos 2,44 m (8 pés) de distância do
traseira. Geralmente, polias côncavas e roletes piso ou superfície de circulação ou se
em curvas convexas não são protegidos, mas estiverem localizadas de maneira que
deveriam ser. os funcionários não possam entrar em
contato com as perigosas peças móveis
inadvertidamente.

179
Proteções dos rolos de retorno | Capítulo 12

Na norma 30 CFR 56/57 14107, a MSHA A construção dessas proteções deve estar em
(Mine Safety and Health Administration, conformidade com as normas locais e/ou com
Administração de Segurança e Saúde em os Padrões de proteção das melhores práticas
Mineração) dos Estados Unidos especifica globais da Martin Engineering, consoante com
que "Não será exigido o uso de proteções o que for mais rigoroso.
quando as peças móveis expostas estiverem a
pelo menos sete pés [≈2,1 m] de distância das Cesto coletor para roletes de retorno
superfícies de circulação ou trabalho". suspensos

Na Austrália, a norma AS/NZS 4024.3610 Para evitar lesões e danos, os roletes de retorno
especifica que os pontos de pressão e de transportadores instalados sobre espaços
cisalhamento a "menos de 2,7 m [≈108 pol.] ocupados, áreas de trabalho, passarelas e vias
acima de qualquer piso de acesso, plataforma, devem ser equipados com uma proteção estilo
mercadoria armazenada ou material devem ser cesto, que vai capturar e conter o rolete caso
considerados acessíveis" e, portanto, devem ser ele se desprenda do respectivo suporte.
protegidos.

Existem algumas preocupações justificáveis CONCLUSÕES


relacionadas ao conceito de "proteção devido à Retornos protegidos 2
localização". (Consulte o Capítulo 11 O mito
Com a proteção adequada nos roletes
da "proteção devido à localização")
de retorno, é possível oferecer segurança
às equipes que trabalham próximas ao
MELHORES PRÁTICAS transportador. As proteções devem impedir
Proteção para roletes de retorno o contato com os pontos de pressão em
movimento e, caso os roletes tenham instalação
As proteções para os pontos de esmagamento e suspensa, elas devem eliminar o risco de lesões
os cestos devem ser concebidos de maneira que devido à queda dos roletes.
o material fugitivo não fique acumulado, para
não danificar o rolete, e que o compartimento O ideal seria que a designação "protegido
conte com um mecanismo para permitir a devido à localização" fosse evitada, e todos
limpeza e a inspeção. os roletes de retorno fossem adequadamente
protegidos. (Consulte o Capítulo 11 O mito
Os roletes de retorno não devem ser da "proteção devido à localização")
considerados protegidos devido à localização,
independentemente de sua posição. Isso se
deve ao fato de que todos os roletes de retorno
precisarão passar por inspeções e manutenções;
o acúmulo sob os roletes pode alterar a
distância da proteção devido à localização; e
ainda há o risco da queda de roletes quebrados.

Proteção do ponto de esmagamento


do rolete de retorno
Todos os roletes de retorno acessíveis devem
ser protegidos por proteções adequadamente
construídas, instaladas e mantidas para evitar o
contato com os perigos dos pontos de pressão
em movimento.

180
2

Capítulo 13 Tensores
INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 181 INTRODUÇÃO
Funções do sistema tensor . . . . . . . . 182 A tensão dos tensores
Todos os transportadores de correia
Tipos de tensores . . . . . . . . . . . . . . . . 183
adequadamente projetados requerem o uso de
Perigos dos tensores e algum tipo de dispositivo tensor.
como controlá-los . . . . . . . . . . . . . . . 186 (Figura 13.1.) Sistemas tensores são usados
para ajustar a tensão da correia a fim de evitar
REGULAMENTOS E NORMAS . . . . . . 188 deslizamentos, reduzir quedas, compensar
MELHORES PRÁTICAS . . . . . . . . . . . . . 192 o alongamento e permitir uma folga para a
instalação da correia e emendas.
CONCLUSÕES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 193
Como definido no glossário Conveyor Terms
and Definition (ANSI/CEMA 102-2006),
produzido pelo ANSI (American National
Standards Institute, Instituto Norte-americano
de Padrões) e pela CEMA (Conveyor
Equipment Manufacturers Association,
Associação de Fabricantes de Equipamentos
Transportadores), um tensor é:

O conjunto de peças estruturais e


mecânicas necessárias, que oferece os
meios para ajustar o comprimento das
correias, cabos, correntes etc., para
compensar alongamento, encolhimento
ou desgaste e manter a tensão adequada.
181
Tensores | Capítulo 13

Em um artigo de 2009, “How to Design carga e em qualquer outro ponto do


Take-up Travel for a Fabric Conveyor Belt”, transportador, para manter o formato
apresentado no boletim informativo Belt da correia côncava e limitar a queda
Line da NIBA (National Industrial Belting da correia entre os roletes de carga;
Association, Associação Nacional de Correias c) compensar a variação operacional
Industriais) dos EUA, Mitesh Kadakia observa: do comprimento da correia devido a
O objetivo dos dispositivos tensores em fatores físicos (tensões instantâneas,
transportadores de correia é estabelecer alongamento permanente,
e manter um nível predeterminado temperatura externa, temperatura do
de tensão na correia. A manutenção material transportado, umidade etc.);
da tensão correta do tensor reduz e
as chances de deslizamentos do d) disponibilizar, se necessário, um
acionamento e/ou quedas excessivas da comprimento extra de correia, para
correia. permitir a reintegração sem a adição
Kadakia explica ainda: de mais um pedaço de correia.
A fim de manter a tensão ideal da correia,
O deslizamento do acionamento é importante garantir, desde o projeto do 2
pode resultar em desgaste excessivo sistema do transportador, a extensão adequada
da cobertura da polia, ricocheteio do para o deslocamento do tensor. Uma distância
contrapeso do tensor e possível ruptura insuficiente do tensor fará com que o tensor
da correia se o contrapeso "quicar" a atinja seu limite de distância conforme
uma altura suficiente. A queda excessiva tensiona a correia.
da correia ocorre quando a tensão da
correia está baixa e ela inclina (cai) entre O mecanismo tensor deve ser projetado para
os roletes além do que seria considerado oferecer uma distância de deslocamento
normal. ... Uma queda muito reduzida suficiente para lidar com o alongamento da
criará problemas de alinhamento devido correia. Existem duas formas de alongamento;
à ausência de atrito entre a correia e as a primeira é o alongamento permanente,
polias. Quedas excessivas geram atrito normalmente observado nos primeiros 30 a
excessivo entre a correia e as polias, 60 dias de uso, conforme a correia é carregada
o que, por sua vez, gera uma maior e tensionada.
exigência de potência do motor de Figura 13.1.
acionamento e desgaste acelerado das
Mecanismos tensores
coberturas das polias.
removem a folga da
correia, tensionando
Funções do sistema tensor a correia para
proporcionar uma
A norma indiana IS 11592: 2000 Selection and transferência de energia
Design of Belt Conveyors – Code of Practice lista eficiente e mover a
as quatro funções principais de um sistema correia e a carga.
tensor:

a) garantir a tensão adequada da correia


na saída da polia de acionamento,
Foto gentilmente
de modo a evitar deslizamentos da cedida pela United
correia; States Mine Rescue
b) garantir permanentemente a tensão Association (Associação
adequada da correia no ponto de Norte-americana de
Resgates em Minas).

182
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

A segunda forma é o alongamento elástico, Tipos de tensores


que é uma condição de expansão e contração,
semelhante ao movimento de esticar e liberar Existem três tipos comuns de tensores.
um elástico comum. Isso ocorre quando Eles são geralmente referidos de acordo com
o transportador é iniciado ou a correia é mecanismo que permite o movimento de cada
submetida a condições de carga variáveis. um deles para acomodar o alongamento ou
encurtamento da correia.
O tipo de sistema tensor e sua localização
no transportador geralmente depende Os tipos são: Manual, que tem um parafuso
da configuração e do comprimento do de cada lado da polia para ajuste; Automático,
transportador e do espaço disponível. que normalmente apresenta um mecanismo
esticador horizontal ou vertical; e Acionado,
Não importa qual tipo de tensor é usado, é que frequentemente utiliza um guincho ou
fundamental manter as polias do contrapeso cilindro pneumático ou hidráulico como o
e polias côncavas, carros e trilhos associadas método de ajuste.
livres de material fugitivo para que o sistema
possa responder adequadamente às alterações
na tensão da correia e alongar.
2

E em inglês, qual é o termo correto: take up, takeup ou take-up?


Qual é o termo correto em inglês: take up, takeup ou FOUNDATIONS™ Guia Prático para um Controle
take-up? Todos esses termos são palavras compostas e Mais Limpo, Seguro e Produtivo do Pó e Material a
todos representam o mesmo sistema de componentes Granel, 4ª Edição, da Martin Engineering, também
do transportador, o ”tensor”, em português. usa o termo com hífen.
As opiniões sobre o uso correto são divergentes.
A publicação do comitê Mining and Quarrying
O termo composto "fechado" "takeup" e o termo Occupational Health & Safety Committee, da
com hífen, "take-up", têm um número maior de região Sul da Austrália, A Guide to Conveyor Safety,
ocorrências do que o termo composto "aberto" e a publicação Belt Conveyors for Bulk Materials, da
"take up". CEMA, usam o termo "takeup".

A publicação Conveyor Terms and Definitions ANSI/ Uma explicação é que quando uma palavra composta
CEMA 102-2006 usa a versão com hífen: "take-up". é usada como um substantivo, ela não é hifenizada.
Quando a palavra composta é usada como um
A publicação da American Society of Mechanical adjetivo seguido por um substantivo, a palavra é
Engineers (ASME), B20.1-2015 Safety Standard geralmente hifenizada.
for Conveyors and Related Equipment, utiliza o
termo "take-up"; a versão com hífen é também a O site englishplus.com explica que "conforme algumas
ortografia encontrada na norma europeia DIN EN palavras são mais amplamente utilizadas, o hífen é
620 Continuous handling equipment and systems – descartado. Por exemplo, no início do século XIX,
Safety and EMC requirements for fixed belt conveyors a palavra "blackbird" (melro, em português), era
for bulk materials e nas normas australianas AS/ geralmente grafada com hífen, "black-bird".
NZS 4024.3610 Safety of Machinery – Conveyors – Agora, o hífen não é mais usado".
General requirements e AS/NZS 4024.3611 Safety
of Machinery – Conveyors – Belt conveyors for bulk Para manter a consistência, esta publicação em
materials handling. inglês utiliza o composto fechado "takeup", exceto
quando apresentar uma citação direta que use
Dicionários impressos e on-line normalmente outra ortografia. Em trechos de citações de fontes
sugerem a versão com hífen. O glossário do livro atribuídas, a ortografia original será mantida.

183
Tensores | Capítulo 13

Tensores manuais uma polia traseira em relação à estrutura do


transportador. Essa prática não é recomendada,
Esse tipo de tensor usa ajustes rosqueados nas pois pode alterar a tensão da correia de
laterais da polia e geralmente é denominado maneira irregular entre os lados, resultando em
parafuso tensor. problemas de alinhamento adicionais e o risco
Em um sistema tensor tipo parafuso, a polia do de danos à correia e aos rolamentos.
contrapeso gira em dois blocos de rolamentos Além disso, esses ajustes são geralmente
que deslizam sobre guias estacionárias. realizados durante o funcionamento da correia,
(Figura 13.2.) A polia pode se mover para com risco para o trabalhador. Portanto, o
dentro ou para fora, aplicando mais ou menos mecanismo de ajuste do tensor manual deve
tensão à correia. A polia desliza ao longo de ser concebido de forma que o mecanismo de
um trilho; as superfícies deslizantes ficam ajuste esteja fora da proteção.
convenientemente protegidas contra a entrada Figura 13.2.
de sujeira. Nesse sistema, a posição é ajustada
Em um tensor do tipo
manualmente por meio de dois parafusos, parafuso, a polia do
um em cada lado da polia, que podem ser contrapeso é movida
apertados simultaneamente ou sucessivamente. ajustando os parafusos
Os parafusos devem ser apertados de forma nos lados da polia. 2
idêntica para manter a polia em alinhamento
com todos os três eixos do trajeto desejado da
correia.

No mínimo, a faixa de ajuste deve ser


suficiente para permitir a realização de uma
Figura 13.3.
emenda e o alongamento da correia. Quanto
mais longo o transportador, mais longos os Em um tensor esticador,
parafusos de ajuste precisam ser. Por essas a tensão do conjunto
razões, um parafuso tensor normalmente é de pesos (contrapeso)
utilizado apenas em um transportador curto, tensiona a correia.
como uma correia alimentadora ou um
transportador na fábrica com requisitos de
tensão menores. Esses transportadores têm Foto gentilmente cedida
extensão tipicamente inferior a 60 metros pela United States Mine
[≈200 pés]. Rescue Association.

Nesse sistema, a tensão aplicada geralmente


não é mensurável e requer ajuste para
compensar o alongamento da correia. Figura 13.4.
Isso pode levar a sobretensionamentos ou Se o conjunto do
subtensionamentos significativos da correia. tensor esticador ficar
desalinhado, ele pode
O principal problema do uso de um parafuso fazer com que a correia
tensor é que ele requer um operador vigilante fique descentralizada.
e cuidadoso para observar quando o ajuste for
necessário. O ajuste de tensão correto desse
tipo de sistema pode ser muito difícil.

Tensores manuais são usados para ajustar o


alinhamento da correia, pois eles apresentam
uma maneira fácil de alterar o ângulo de

184
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

Tensores automáticos devidamente tensionada. Esse é um tensor


esticador vertical.
Os tensores automáticos são projetados para
manter automaticamente a tensão mínima Existem também tensores esticadores
necessária para acionar a correia e compensar o horizontais. Neles, o movimento da polia é
alongamento, também ajudando a armazenar horizontal, como transmitido para a polia
comprimento suficiente da correia para montada no carro pela gravidade em um peso
permitir a emenda. Eles normalmente usam a conectado à polia com cabos e o mecanismo
força da gravidade, como representada por um de roldanas.
contrapeso, para mover a polia do contrapeso
Os tensores automáticos oferecem uma série de
e, assim, manter a tensão da correia. (Figura
benefícios:
13.3.)
• Eles são autoajustáveis e automáticos, e,
A maior parte das correias de transportadores
assim, lidam melhor com o alongamento da
com extensões consideráveis utilizam sistemas
correia e o estresse da inicialização.
tensores automáticos de esticadores horizontais
ou verticais. • Permitem um movimento maior do tensor,
se comparados aos tensores manuais.
2 Um tensor esticador pode ser instalado em
• São adequados para instalações horizontais
qualquer local do sistema e geralmente está
ou verticais.
localizado em um ponto do transportador
para minimizar a força exigida da correia • Podem ser usados em transportadores com
ou para minimizar os efeitos dinâmicos qualquer extensão.
durante a inicialização e o desligamento do • Eles armazenam um comprimento extra
transportador. de correia para emendas e podem ser
projetados para sistemas onde haja a
Em um tensor esticador, a correia é tensionada
necessidade de estender frequentemente o
pela força da gravidade sobre um conjunto
comprimento da correia.
de pesos. (Figura 13.4.) O conjunto é
normalmente mantido verticalmente, em uma É fundamental manter o mecanismo tensor
torre estrutural que permite que o peso e a esticador alinhado e nivelado adequadamente,
polia se desloquem para cima e para baixo em pois qualquer movimento ou posicionamento
uma estrutura com guias, conforme a tensão descentralizado pode produzir um
na correia muda e à medida que a correia desalinhamento da correia.
alonga e contrai. Por vezes, a torre de peso do
Tensores acionados
tensor é instalada ao lado do transportador, e
a força é aplicada à polia do contrapeso através Um tensor acionado usa força fornecida por
de um sistema de cabos. uma fonte de energia para mover a polia, assim
alongando a correia. (Figura 13.5.)
A disposição comum de um tensor esticador
requer que a correia de retorno se desloque Dispositivos tensores acionados
em torno de uma polia côncava e, em seguida, hidraulicamente, pneumaticamente ou
para baixo, em ângulo, por uma polia de eletricamente têm sido frequentemente
contrapeso suspensa. Após dar a volta em utilizados em circunstâncias em que o espaço
torno da polia do contrapeso, a correia é disponível limita a capacidade de instalar um
direcionada de volta para cima, para outra sistema tensor esticador. Em aplicações em que
polia côncava, que redireciona a correia ao o espaço é limitado, como minas subterrâneas
longo de seu trajeto original para a polia ou transportadores portáteis, tensores
traseira. A polia é suspensa da correia em acionados são comuns, independentemente do
uma estrutura e puxada para baixo pelo peso, comprimento do transportador.
criando a força para manter a correia de

185
Tensores | Capítulo 13

Em um sistema alimentado, a polia do quando o ajuste da tensão puder ser aplicado


contrapeso é instalada sobre lâminas ou sobre utilizando elementos de carga ou sensores
um carro, permitindo movimento livre. eletrônicos. A saída desses sensores ativa o
O deslocamento geralmente é horizontal na motor do guincho para executar um número
estrutura do transportador, ao mesmo tempo específico de voltas ou para obter um valor de
em que a tensão constante e o ajuste do tensão da correia predeterminado.
comprimento da correia são automaticamente
mantidos por um guincho ou cilindro.
Normalmente um conjunto de cabos de Perigos dos tensores e
aço conecta o carro do tensor à fonte de como controlá-los
alimentação, enquanto as lâminas ou trilhos
A inclusão de peças móveis nos mecanismos
e o projeto do carro mantêm a polia do
da polia do contrapeso, como pesos suspensos
contrapeso alinhada ao deslocamento da
e polias dos carros, em um projeto de
correia. Em alguns casos, várias polias de
transportador cria peças móveis e pontos
cabos ou polias côncavas podem ser usadas
de pressão. Eles precisarão de proteções,
para tornar o sistema mais compacto. Para
assim como os outros pontos de pressão
correias maiores, é comum utilizar um tensor
nos transportadores. (Consulte o Capítulo
acionado com um controlador para controlar a 2
2 Zonas de risco dos transportadores de
velocidade do movimento e ajudar a manter a
correia; consulte o Capítulo 10 Proteções.)
tensão da correia dentro dos limites seguros.
Além disso, existem outros perigos, incluindo
Esses sistemas também requerem cuidadosa
o potencial de queda dos contrapesos e os
verificação da tensão da correia e podem levar
riscos causados pela pelas correias desalinhadas.
ao sobretensionamento da correia.
Queda dos contrapesos
FIG. 02.13.04
Um indicador de tensão pode ser incluído
entre o guincho ou o cilindro e a polia. Se uma correia for rompida, uma polia do
Dispositivos tensores com guincho também tensor esticador e seu contrapeso suspenso
podem ser usados em sistemas automáticos cairão. Como o peso do tensor é, muitas

Figura 13.5.
Um tensor com guincho
usa um guincho
motorizado e um cabo
para mudas a localização
da polia e ajustar a
tensão da correia.

186
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

vezes, considerável, são necessários milhares significativos e, se houver trabalhadores


de quilos para esticar uma correia carregada, a próximos, ferimentos graves ou fatais.
queda do peso pode causar danos estruturais (Figura 13.6.)

A 7ª edição do guia Belt Conveyors for Bulk


Figura 13.6.
Materials da CEMA observa:
Um contrapeso suspenso
solto ou que possa se Se a correia ou o cabo de tensionamento
mover livremente pode falhar, esses pesos serão liberados, em
danificar propriedades e queda livre, sobre a parte inferior da
ferir os trabalhadores. torre e da estrutura de suporte. Essas
energias potenciais e cinéticas podem ser
muito elevadas e podem causar danos
extensos às fundações e às estruturas de
aço, e ferimentos aos funcionários nas
Foto gentilmente cedida
proximidades. Geralmente essas torres
pela United States Mine
estão suspensas sobre passagens ou sobre
Rescue Association.
infraestruturas críticas da fábrica.
2
Figura 13.7. A prática comum de colocar uma pilha de
Os cabos usados em um
material a granel ou pneus usados sob o peso
tensor esticador podem do tensor geralmente não atenua os danos
representar um perigo ao sistema tensor ou à estrutura, muitas
no local de trabalho. vezes acrescentando outros danos devido a
reações secundárias. Esses sistemas raramente
absorvem o impacto uniformemente,
resultando em danos à estrutura ou ao tensor
devido a grandes forças irregulares. Um ponto
adicional sobre o motivo pelo qual pneus
Foto gentilmente cedida
pela United States Mine velhos, molas ou pilhas de sujeira não são
Rescue Association. eficazes, é que a eficiência da absorção de
energia desses sistemas "caseiros" é de três a
Figura 13.8. quatro vezes menor do que a do amortecedor
O acúmulo de material ou dispositivo de segurança para tensores com
fugitivo pode afetar base em energia.
negativamente o
Há dispositivos disponíveis para controlar de
funcionamento do tensor
e também colocar em
forma segura a queda dos pesos do tensor.
risco o funcionamento Os dispositivos de segurança que absorvem
da correia. energia cinética são úteis para controlar as
cargas estruturais máximas na base da torre
e na estrutura de suporte. Esses dispositivos
estão disponíveis para um impacto único
ou para vários impactos. A aplicação e a
frequência de falhas da correia determina o
tipo de absorção de energia necessário.

Um perigo relacionado advém da falha dos


Foto gentilmente cedida cabos utilizados em um tensor esticador ou em
pela United States Mine um sistema acionado ou de guincho. (Figura
Rescue Association. 13.7.) O cabo, as conexões e as roldanas estão

187
Tensores | Capítulo 13

sujeitos a desgaste, pois são usados em um de rolagem, o derramamento também pode


ambiente que geralmente envolve materiais levar a mais desalinhamentos. Isso resulta no
a granel abrasivos e/ou corrosivos. Quando aumento dos derramamentos, o que, por sua
uma corda é rompida sob tensão, ela pode vez, aumenta o acúmulo de material fugitivo
chicotear, um risco que pode levar a ferimentos nos componentes, perpetuando o problema.
graves ou à morte. Quando sistemas de cabos
são usados, é importante proteger não apenas o O acúmulo no peso do tensor geralmente
mecanismo tensor, mas também o percurso de advém do material de retorno do
deslocamento do cabo. transportador. (Figura 13.8.) O peso do tensor
é calculado especificamente para cada projeto
Os riscos do desalinhamento de transportador e classificação de correia.
Quando peso adicional é acrescentado, seja de
O risco mais comum criado pela operação forma intencional ou não, ele cria o potencial
incorreta do tensor é o desalinhamento da de falha precoce nas emendas da correia,
correia. O desalinhamento pode ter várias polias, rolamentos e outros componentes,
causas, incluindo guias soltas do tensor, novamente criando um risco de segurança.
acúmulos de material fugitivo na curva do
tensor e nas polias do contrapeso, queda
de rolamentos das polias ou uma condição REGULAMENTOS E NORMAS 2
de descentralização ou desnível da polia do
contrapeso. Essas condições permitem que o Todas as normas se concentram em proteger
mecanismo tensor aplique forças desiguais a a área ao redor dos tensores para evitar danos
um lado da correia, resultando em desvio da pessoais.
correia. Esse força desequilibrada pode causar Essas normas não são muito específicas; o
falha prematura do rolamento. mais comum é que o tensor seja incluído de
O desalinhamento pode causar danos à correia forma genérica no regulamento, como parte
e, se o desvio da correia for suficientemente das orientações no sentido de que "todas as
severo, o calor gerado pela fricção pode causar peças móveis que representem um risco para os
e, até mesmo, incêndios pela fricção entre trabalhadores devem ser protegidas".
a correia e as estruturas ou componentes. Veja a seguir exemplos desses regulamentos.
Desalinhamentos frequentes ou graves podem
fazer com que a correia corte a estrutura. Austrália
Um tensor desalinhado pode ocasionar um
abaulamento permanente da correia, tornando A norma da Austrália/Nova
mais difícil manter a correia no trajeto Zelândia AS/NZS 4024.3610:2015 Safety of
adequado posteriormente. machinery – Conveyors – General requirements
discute o "Controle do tensor" no item
Correias desalinhadas também criam um risco 2.6.1.3. Essa cláusula observa que os controles
de derramamento de material. O lançamento devem ser acessíveis da parte externa da área
ou a queda de materiais é um risco para os protegida; isso se refere aos tensores acionados,
trabalhadores próximos ao transportador e, e, assim, não se aplica aos tensor esticador, que
ao mesmo tempo, este material aumenta a não têm nenhum mecanismo de controle.
necessidade de que os trabalhadores estejam
próximos ao transportador, executando tarefas A norma continua, exigindo que dispositivos
de manutenção e limpeza do material fugitivo. de tensão operados manualmente não
(Consulte o Capítulo 2 Zonas de risco dos permitam rotação livre sob nenhuma condição
transportadores de correia.) e que eles estejam acessíveis da parte externa da
área protegida. Caso um tensor acionado seja
Acumulado na polia do contrapeso, no controlado automaticamente, o sistema deverá
mecanismo ou sobre outros componentes

188
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

fornecer uma opção de operação manual com tambores, engrenagens, cremalheiras,


isolamento do funcionamento automático. correntes, guias, alinhadores, região do
esticamento e contrapeso e outras partes
A norma especifica que os cabos utilizados nos móveis acessíveis durante a operação
sistemas de contrapeso do tensor devem ter normal. [Grifo nosso - ed.]
um fator de segurança dinâmica de 2,25, e um
fator de 4,5 de carga estática máxima. A seção 12.88 continua:

Trechos da norma australiana AS/NZS Os cabos de aço, correntes, eslingas,


4024.3610 General Requirements têm ganchos e outros elementos de
preocupação com as precauções relacionadas suspensão ou tração e suas conexões
à energia armazenada no tensor para permitir devem ser adequados ao tipo de material
a manutenção. A cláusula 2.4.2.5 destaca e dimensionados para suportar os
a necessidade da inclusão no sistema de esforços solicitantes.
um acesso seguro ao tensor, bem como de A norma NR-22 - Segurança e Saúde
um método para manter qualquer energia Ocupacional na Mineração do Brasil faz apenas
armazenada no tensor. Pensamento semelhante menção, na seção 22.8 Transportadores
é apresentado no item 2.6.1.2.2 Isolamento contínuos através de correia:
2 do tensor esticador, que exige uma maneira
de proteger qualquer peso de tensor para 22.8.2 O dimensionamento e a
garantir a segurança dos procedimentos de construção de transportadores contínuos
manutenção. devem considerar o tensionamento do
sistema, de forma a garantir uma tensão
Na discussão sobre "Situações perigosas e adequada à segurança da operação,
peças que exigem proteções", a norma AS/NZS conforme especificado em projeto.
4024.3610 inclui os tensores em sua lista de
itens que precisam de proteções. Na cláusula Canadá
2.13.2.7, é observado que proteções devem ser
A seção 3 - Transportadores, da
instaladas para evitar danos ocasionados pelos
norma Occupational Health and Safety In Mines
componentes do tensor, incluindo guincho,
Regulation (O.C. 1236-98, S. 1), observa:
cabos, carro de tensão ou peso.
373. Todos os transportadores devem:
A norma para transportadores de materiais a
granel, AS/NZS 4024.3611-2015, reafirma (1) ... ter rolos de cabeça, retorno,
esse requisito no item 2.10.2(d), onde inclui acionamento e tensão protegidos por
polias do contrapeso em sua lista de pontos um dispositivo que se estenda pelo
de pressão e cisalhamento que devem ser menos 0,9 m (3 pés) além de cada
protegidos em todos os transportadores. ponto rebaixado;

Brasil De acordo com a norma Occupational


Health and Safety Act, Revised Regulations of
A norma brasileira NR-12 Ontario, 1990, Regulamentação 854 Minas
Segurança no trabalho em máquinas e e instalações de mineração, a seção 196
equipamentos observa, na seção 12.85: especifica:
Os movimentos perigosos dos (2) Um transportador deve ter,
transportadores contínuos de materiais
devem ser protegidos, especialmente nos (d) ... polias de cabeça, traseira,
pontos de esmagamento, agarramento acionamento, desvio e tensão
e aprisionamento formados pelas protegidas em qualquer ponto de
esteiras, correias, roletes, acoplamentos, esmagamento que seja ou possa
freios, roldanas, amostradores, volantes, se tornar acessível.

189
Tensores | Capítulo 13

(3.1) uma proteção para uma polia, Índia


como referida na cláusula (2) (d), deve
se estender pelo menos 0,9 metro [≈3 A norma indiana IS 7155-2 Code
pés] a partir do ponto de esmagamento. of recommended practice for conveyor safety, Parte
2, seção 3.2.1, indica:
Europa
Dispositivos tensionadores com
A seção 5.1.2.3 Dispositivos contrapeso devem ser protegidos
tensores, da norma europeia DIN EN 620 em pontos normalmente acessíveis à
DIN EN 620, Continuous handling equipment equipe. As proteções devem impedir o
and systems – Safety and EMC requirements for acesso ao espaço diretamente abaixo do
fixed belt conveyors for bulk materials, especifica contrapeso; na ausência dessas proteções,
o seguinte: deverão ser instalados dispositivos de
sustentação, com folga de pelo menos
Em dispositivos tensores esticadores,
2,5 m [≈99 pol.] acima do solo ou outro
o contrapeso, e qualquer outro
plano operacional.
equipamento que se mova ao tensionar
a correia do transportador, devem ser Estados Unidos
protegidos por proteções fixas fechadas 2
ou de distância em áreas de tráfego e de Em sua ficha técnica Data Sheet
trabalho. #569 Belt conveyors for bulk materials Part 1,
o U.S. National Safety Council (Conselho
Se o espaço diretamente abaixo do Nacional de Segurança dos EUA) afirma:
contrapeso de um dispositivo tensor
esticador não estiver protegido por Pontos de pressão nas polias de cabeça,
proteções fixas fechadas ou de distância, traseira e do contrapeso devem ter
então o contrapeso deverá ser equipado proteção completa. Os lados de
com um dispositivo de segurança, cada correia devem ter proteção
por exemplo, freios, dispositivos de suficientemente fechada ao longo da
travamento mecânico, para controlar correia (pelo menos 36 polegadas) [≈915
a descida do peso em caso de falha da mm], de modo que não seja possível
correia, cabo de suspensão, corrente alcançar e tocar o ponto de pressão entre
etc. Uma distância de segurança de pelo a correia e a polia.
menos 2,5 m [≈99 pol.] acima dessa área Na seção 5 Normas gerais de segurança, a
de tráfego deve ser fornecida. … norma ASME B20.1-2015 Safety Standard for
Dispositivos tensores ajustados Conveyors and Related Equipment observa o
manualmente devem ser concebidos seguinte:
de modo a permitir que seu ajuste seja
realizado pelo lado de fora das proteções. 5.8 Contrapesos
Caso as proteções precisem ser Quando os contrapesos forem
removidas para fazer ajustes, proteções suportados por cintas, cabos, correntes
de travamento deverão ser fornecidas. e outros meios semelhantes, os
pesos deverão ser confinados em um
Onde dispositivos tensores horizontais compartimento para impedir a presença
forem projetados para operar de funcionários abaixo do contrapeso.
automaticamente, proteções fixas de Como alternativa, a instalação deverá
distância deverão ser fornecidas ao longo fornecer um meio para impedir a queda
de todo a extensão do deslocamento, do peso em caso de falha do suporte
para impedir que pontos de perigo normal do contrapeso.
sejam alcançados.
Em sua seção 6 Normas de segurança

190
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

específicas, 6.1 Transportadores de correia R 408.11422 Contrapesos:


- fixos, 6.1.1 Considerações de segurança, a (1) Um contrapeso e suas polias deverão
norma ASME B20.1-2015 observa: contar com um compartimento,
(a) Pontos de pressão e cisalhamento de acordo com a regra 730(2) da
deverão ser protegidos. Os locais norma, Parte 7. Proteções para
típicos são: sistemas de transmissão de força,
R 408.10730(2), do Código
(1) nos terminais, acionamentos, administrativo de Michigan, de
tensores e rolos tensores, onde a acordo com a comissão de normas de
correia muda de direção segurança no trabalho.
(c) Os mecanismos tensores podem ser (2) Um contrapeso e suas polias,
protegidos como uma unidade, por suspensos a mais de 7 pés [≈2,1
meio da instalação de corrimões m] acima do piso ou solo e em
padrão ou cercas ao redor da área, uma área onde um funcionário
com sinalização de aviso adequada, possa caminhar, deverão ter um
como uma alternativa à proteção dos compartimento ao redor da área de
pontos de pressão e cisalhamento impacto ou um recipiente coletor
2 individuais. sob o contrapeso, com resistência
A MSHA não oferece nenhuma suficiente para reter o contrapeso e a
regulamentação específica voltada para tensores polia em caso de queda sobre o solo,
além de seu requisito "comum" de proteção de pavimento ou plataforma.
peças móveis das máquinas, incluindo polias (3) Um contrapeso instalado em um
do contrapeso, conforme discutido na norma braço deverá ter um parafuso
30 CFR 56/57.14107 (a). próximo à extremidade do
braço, cabo ou corrente ligada ao
A norma General Industry Safety Standards
contrapeso, para evitar sua queda do
MIOSHA-STD-1114, da Occupational Safety
braço.
and Health Administration do estado de
Michigan, inclui a seguinte seção na Parte 14 A norma MIOSHA-STD-1108 General
Transportadores: Industry Safety Standards, Parte 7 Proteções
Figura 13.9. para sistemas de transmissão de força,
R408.10730, fornece os seguintes requisitos:
Um tensor esticador
e a área abaixo da (1) Um tensor da correia suspenso
carga suspensa devem contrabalanceado, e suas peças, deve
contar com uma
contar com um cabo ou dispositivo
proteção fechada para
de segurança para impedir que o
impedir o acesso.
tensor fique exposto a contato em
caso de ruptura da correia, ou deverá
ser protegido de acordo com a norma
R 408.10751 a R 408.10754.
(2) Um contrapeso suspenso exposto
a contato, ou uma parte de um
contrapeso que possa causar
ferimentos a um funcionário,
deverá ter proteção de acordo
com as normas R 408.10751 a R
Foto gentilmente cedida
408.10754, ou deverá contar com
pela United States Mine
Rescue Association. um cabo ou dispositivo de segurança
para evitar a queda.
191
Tensores | Capítulo 13

O guia Guide to Equipment Guarding da Mine • O comprimento do carro deve ser pelo
Safety and Health Administration (MSHA), menos 2,5 vezes maior do que a largura da
publicado em 2004, fornece esta sugestão correia, para manter o alinhamento da polia
adicional: "Precauções, como uma barreira, do contrapeso.
corrimões ou uma proteção, deverão ser • O espaço entre o carro e as guias da
tomadas para impedir o acesso na área abaixo estrutura deve ser controlado usando
da carga suspensa". (Figura 13.9.) contatos deslizantes ou rolos de baixa
fricção.
MELHORES PRÁTICAS • A absorção da energia cinética devido à
queda do peso de um tensor e a proteção
Como a natureza do tensor é enrolar a correia da área ao redor contra a queda ou
em torno de uma polia e permitir que a polia lançamento potencial de detritos devem ser
se mova para controlar a tensão da correia, é consideradas.
óbvio que esses sistemas criarão riscos devido
• As guias da estrutura devem ser concebidas
a pontos de pressão. Portanto, eles devem
e mantidas verticalmente e em alinhamento
contar com proteções adequadas para proteger
com as polias terminais.
os trabalhadores de qualquer movimento
esperado ou inesperado do mecanismo. • A polia do contrapeso e as guias devem 2
ser protegidas contra materiais fugitivos,
• Todas as normas exigem proteções de que podem cair no lado limpo da correia,
barreira ao redor dos componentes móveis instalando um raspador em V no lado
dos tensores. Essas proteções devem estar "sujo" da correia, antes da primeira polia
em conformidade com as Melhores práticas côncava.
para a proteção de peças móveis. (Consulte
• O peso do tensor (ou carro) deve ser
o Capítulo 10 Proteções.)
protegido contra acúmulo de materiais
• Sistemas projetados para a absorção de fugitivos por meio de um telhado inclinado
energia devem ser incorporados a todos ou outro defletor.
os projetos de tensores para controlar
• Instalar um revestimento na polia
o movimento do tensor em caso de
do contrapeso ajudará a controlar o
rompimento da correia ou dos cabos.
alinhamento da correia.
• Os tensores nunca devem ser considerados
• O controle da reação de uma correia
protegidos devido à localização.
rompida em transportadores inclinados
• Nenhum tráfego de veículos ou pessoas, deve ser considerado. (Consulte o
nem equipamentos ou espaços ocupados Capítulo 7 Freios.)
são permitidos abaixo ou próximos ao
mecanismo tensor.
• O mecanismo de ajuste de um tensor
manual deve ser projetado de forma que o
ajuste seja feito fora da proteção.
• O trajeto de deslocamento do tensor
automático e a área sob o peso do tensor
devem ser protegidos.
• Se forem usados sistemas de cabos,
proteções devem ser instaladas tanto para
proteger o movimento normal do cabo
quanto para controlar o movimento em
caso de falha do cabo ou das roldanas de
suporte.
192
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

CONCLUSÕES
A segurança dos tensores
Devido às forças de tensão da correia,
o estresse sobre outros componentes do
tensor, incluindo cabos e pesos suspensos,
e a capacidade de movimento repentino do
tensor, é muito importante que os mecanismos
tensores sejam adequadamente projetados e
cuidadosamente protegidos. Transportadores
mais longos, particularmente, estão sujeitos a
reações dinâmicas, que devem ser consideradas
ao conceber e operar o tensor. Tomar as
precauções adequadas contribui muito
para melhorar a segurança dos funcionários
que trabalham próximos aos tensores dos
transportadores.
2

193
Tensores | Capítulo 13

194
2

Capítulo 14 Proteção contra a queda de materiais


INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 195 INTRODUÇÃO
O risco da queda de materiais . . . . . 196 O convés de voo dos porta-aviões conta com
redes de segurança instaladas nas bordas para
Captura de fragmentos,
apanhar marinheiros
proteção para os trabalhadores . . . 198
que possam cair da borda ou pular para
Utilização de redes como evitar riscos, como aviões aterrissando ou a
método de proteção . . . . . . . . . . . . . . 199 detonação de material bélico. Muitos projetos
de construção elevados contam com redes
Utilização de telas de arame para proteger trabalhadores, que podem se
como redes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 199 desequilibrar e cair.
Rede ou caixa de tela . . . . . . . . . . . . . 200 As redes para transportadores têm uma
função semelhante. As redes são instalados
Especificações para telas . . . . . . . . . . 200
para capturar materiais que possam cair do
REGULAMENTOS E NORMAS . . . . . . 200 transportador de correia e que representam
riscos de danos aos trabalhadores, veículos
MELHORES PRÁTICAS . . . . . . . . . . . . 203 ou equipamentos da fábrica. (Figura 14.1.)
Sistemas de redes são adequados para utilização
CONCLUSÕES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 205
em sistemas de transportadores aéreos há o
risco de queda da carga.

Se a carga for carregada muito próxima à


borda da correia ou se o transportador for
Foto gentilmente cedida por http://fallarrestsafetynets.
parado ou iniciado bruscamente (ou ambos),
com.au/

195
Proteção contra a queda de materiais | Capítulo 14

a mudança no movimento da correia pode deve-se considerar que um material "menos


empurrar, projetar ou fazer com que o material 200" tem fragmentos com dimensões até
deslize pela lateral da correia. Entretanto, 200 × 200 × 500 milímetros [≈8 × 8 ×
redes "apanhadoras" para transportadores 20 pol.]. Dependendo da densidade do
adequadamente posicionadas capturam material a granel, esses fragmentos podem,
materiais que caem, aumentando a segurança facilmente, pesar 20 quilos [≈45 lb]. Se tal
do trabalhador. fragmento fosse ejetado de um transportador
com deslocamento de 5 metros por segundo
[≈1.000 pés/min], ele teria uma energia
O risco da queda de cinética de 250 joules [≈184 lb-pés].
materiais
De acordo com uma publicação on-line
Transportadores de materiais a granel de consultoria, Kinetics…a part of Law
manipulam uma ampla variedade de Enforcement:
dimensões e formatos de materiais.
Uma carga pode ter suas propriedades Na década de 1970, o U.S. Army Land
consideravelmente alteradas durante o Warfare Laboratory (Laboratório de
transporte e o processamento. Os padrões de Pesquisas sobre Guerras Terrestres do
projetos levam em conta as dimensões dos Exército dos EUA) conduziu uma 2
fragmentos, mas, geralmente, não consideram pesquisa e publicou um relatório
o formato do material. Alguns formatos, sobre armas de impacto contundente,
como os arredondados e alongados, são descrevendo a descoberta de que
muito suscetíveis a derramamentos devido ao energias de impacto entre 30 e 90
movimento do transportador ao longo de toda libras-pé [≈41 a 122 J] são "perigosas",
sua extensão. Outros formatos de materiais, isto é, causam contusões, abrasões,
como grânulos, escoam ou se movimentam costelas quebradas, concussões, perda
livremente em transportadores com aclives da visão ou lesões superficiais aos
e declives. Os equipamentos que alimentam órgãos, enquanto "danos graves"
os transportadores, como os alimentadores ocorrem com impactos que excedam
de esteira e trituradores, por vezes, fornecem 90 libras-pé [≈122 J], resultando em
alimentação irregular. Alguns materiais serão graves lacerações da pele, traumatismo
combinados (aglomerados) para formar massas craniano extensivo, ruptura do coração
maiores do que o tamanho padrão indicado e dos rins, fragmentação do fígado e
nos testes ou nas especificações do material. hemorragias.
Os 250 joules [≈56,2 lb-pés] de impacto
Todas essas questões podem levar à
resultantes da queda ou do lançamento de
movimentação descontrolada ou aleatória de
cargas do transportador com fragmentos
materiais, o que resulta em derramamentos
"menos 200" é mais do que suficiente para
e quedas de material. O controle do
causar lesões graves.
derramamento que ocasiona a queda
ou o lançamento de materiais a granel é Figura 14.1.
uma consideração de design básica para o Redes para capturar
funcionamento seguro do transportador de materiais em queda
correia. devem ser instaladas
sob os transportadores
Muitos transportadores movimentam caso a correia passe
fragmentos de grandes dimensões. Em sobre espaços de
mineração, a especificação para a saída de trabalho ou passagens.
um triturador primário típico é "menos Foto gentilmente cedida
200". Para finalidades de projeto do sistema, por http://fallarrestsafety-
nets.com.au/
196
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

Outra forma de analisar a necessidade de 5 quilos [≈11 lb] caindo de 1 metro [≈39,5
proteção contra a queda de materiais é pol.] de altura. O mesmo impacto pode ser
comparar as forças de impacto produzidas pela produzido por um objeto de 1,25 quilo [≈2,7
queda de objetos relativamente pequenos e as lb] caindo de 4 metros [≈13,1 pés] de altura.
forças que podem danificar um capacete de Para pesar 1,25 quilo [≈2,7 lb], um fragmento
proteção. Espera-se que um capacete comum de carvão poderia ter as reduzidas dimensões
absorva cerca de 5.000 newtons [≈1.124 de 75 x 75 x 230 milímetros [≈3 x 3 x 9
lb-pés] de força. A energia necessária para pol.]. (Figura 14.2.) Em resumo, mesmo um
produzir esses impacto de 5.000 newtons pequeno fragmento não precisa cair de grandes
[≈1.124 lb-pés] é produzida por um objeto de alturas para transmitir energia suficiente para
causar ferimentos graves e, até mesmo, fatais.
Figura 14.2. 1,25 kg [≈2,7 lb]
Independentemente dos materiais a granel,
Quando um fragmento
as zonas de carga e descarga do transportador
de tamanho suficiente
2,5kg [≈5,5 lb] estão suscetíveis à criação de derramamentos,
cai a uma distância
suficiente, ele pode 4m vazamentos e pó, que podem cair e criar um
[≈13,1 pés] risco direto e imediato. O material também
exceder o valor nominal
de impacto de um 2m 5kg [≈11 lb] pode ficar acumulado na estrutura e nos
2 [≈6,5 pés] componentes do transportador e criar um risco
capacete convencional.
(Não ilustrado em 1m latente que pode liberar grandes massas sem
escala) [≈3,2 pés] aviso, mesmo quando o transportador está
parado.
Absorção de um
capacete comum
5.000 N [1.124 lbf ]
A queda de materiais também pode resultar
em acúmulos sobre as passagens, criando o
risco de escorregões e quedas. Em alguns casos,
pode ser útil fornecer uma estrutura ao longo
da passagem que sirva como um guarda-chuva
e direcione o material em queda para uma
Figura 14.3. área de coleta, da qual o material pode ser
Nessa instalação, a facilmente removido.
rede está suspensa
a certa distância Falhas dos componentes do transportador são
dos transportadores, a segunda consideração mais importante no
permitindo uma que diz respeito à proteção contra a queda ou
queda maior. o lançamento de objetos. Os rolos dos roletes
de retorno representam um risco caso se
soltem dos respectivos suportes ou apresentem
desgaste e quebrem. Componentes soldados
Figura 14.4. ou aparafusados, como placas de desgaste,
A queda de um rolo de podem se soltar e cair, causando lesões nos
um conjunto de roletes funcionários ou levando a danos à correia e a
abriu um buraco no outros componentes, o que, por sua vez, leva a
telhado do edifício; isso riscos de danos adicionais.
poderia ter causado
sérios danos ou mortes.

Foto gentilmente cedida


por Dick Stahura, Jr. e
Larry Engle.

197
Proteção contra a queda de materiais | Capítulo 14

Captura de fragmentos, com segurança os fragmentos presentes na rede


proteção para os trabalhadores apanhadora, especialmente se a própria rede
tiver instalação em altura. É difícil determinar
As redes são um tipo de proteção instalada para quantas vezes a rede precisará ser esvaziada até
proteger os trabalhadores (e os equipamentos) que ela esteja instalada, embora a limpeza de
contra o bombardeio de material fugitivo que derramamentos anteriores possa fornecer uma
é derramado dos transportadores. (Figura indicação.
14.3.). Por diversas razões, o derramamento é
um problema que afeta muitos transportadores A rede pode ser pendurada próxima ao
de manuseio de materiais a granel. Porém, transportador, minimizando a distância da
ele representa um risco maior à segurança em queda e a energia do impacto.
transportadores elevados e que passam sobre As características de uma rede suspensa
passarelas, vias e áreas de trabalho. proporciona alguns benefícios de absorção de
Isso não quer dizer que os trabalhadores ou impactos. Ela amortece e retém os fragmentos,
as áreas de trabalho não possam ser cobertos em vez de desviá-los, como ocorreria com uma
por telhados, protetores ou barreiras de telhado metálico inclinado.
outros tipos. Entretanto, muitas coberturas, A rede suspensa absorve a força do impacto
especialmente chapas metálicas onduladas, 2
sem dobrar ou curvar, protegendo a estrutura
geralmente presentes em áreas de manutenção do transportador. Ao contrário das telas
de fábricas, não são projetadas para lidar metálicas, as redes são flexíveis e podem ser
com as cargas de impacto geradas pela adaptadas a retas, curvas, junções e gradientes,
queda de grandes objetos. Já ocorreram sem rupturas ou aberturas. A flexibilidade
incidentes em que roletes de retorno caíram de das redes "trançadas" ou entrelaçadas com
transportadores e perfuraram telhados; alguns nós viabiliza um sistema de proteção que
incidentes resultaram em ferimentos graves. acompanha perfeitamente o traçado do
(Figura 14.4.). transportador.
A instalação de redes de segurança para
capturar fragmentos oferece algumas
Figura 14.5.
vantagens. Suspensas abaixo do transportador,
em um plano mais ou menos horizontal, essas Nessa instalação,
redes contêm os derramamentos, bem como fragmentos maiores
foram capturados pela
protegem os trabalhadores. Se adequadamente
rede, mas partículas
instaladas e dimensionadas, as redes apanharão
menores caíram no
os fragmentos maiores, ao mesmo tempo
chão através da tela.
permitindo que pedaços menores e partículas
caiam pelas aberturas. Isso evita ferimentos e Foto gentilmente cedida
minimiza a carga de material suportada pela por http://fallarrestsafety-
rede. (Figura 14.5.). nets.com.au/

A desvantagem da capturar partículas muito


Figura 14.6.
pequenas é que o peso suportado pela rede
aumentará mais rapidamente. Como resultado As redes são instaladas
de uma tela com aberturas muio estreitas, a para proteger a
infraestrutura e as
rede e a estrutura sofrerão maior tensão, e a
pessoas contra a queda de
rede precisará ser esvaziada mais rapidamente
itens do transportador.
ou a intervalos de tempo menores.

Deve-se considerar quais equipamentos e


procedimentos serão necessários para remover

198
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

Utilização de redes como Utilização de telas de arame


método de proteção como redes
Sistemas de redes protegem instalações Como uma alternativa às redes de tela para
e pessoas de itens que podem cair de a captura de materiais, telas de arame, como
transportadores parados ou em movimento. aquelas utilizadas em cercas, podem ser
(Figura 14.6.). As redes para transportadores utilizadas. Há diversos motivos pelos quais
são similares àquelas utilizadas em canteiros as telas de arame podem ser instaladas com
de obras para reter detritos e materiais sucesso como redes "apanhadoras" para
de construção. As redes para detritos de impedir a queda de itens, entre eles:
construções podem ter diversos tamanhos de
• Elas são resistentes, duráveis e suportam
telas, tipicamente, de 20 a 100 milímetros
vários materiais e condições desafiadoras.
[≈0,75 a 4 pol.], e resistências de acordo com
os requisitos. • Elas podem ser facilmente encontradas
com diversos tamanhos de aberturas,
As redes para transportadores foram de ½ por ½ polegada até 3 por 51/2
desenvolvidas para serem duráveis e polegadas [≈12 por 12 mm até 75 por
reutilizáveis, sendo fabricadas com fibras de 140 mm].
2
alta tenacidade. A tenacidade é uma medida
• Os materiais disponíveis incluem cabos de
de resistência da fibra ou fio, definida como a
aço carbono, galvanizado e inoxidável, em
força máxima (de ruptura) de uma fibra. Fibras
diversos calibres.
sintéticas modernas, como o polipropileno e
a poliamida, são incorporadas a muitas redes • A tela padrão, calibre 11, com 2 x 2
industriais de segurança (contra quedas). polegadas [≈50 por 50 mm], passa
Portanto, essas fibras devem fornecer um no teste de deformação padrão para
desempenho eficaz e duradouro na aplicação proteções.
das redes contra os derramamentos dos • Muitos trabalhadores têm experiência
FIG. 3.11.07 V2
transportadores. com telas de arame.
• Os componentes para a construção
de estruturas modulares podem ser
encontrados com facilidade.
Figura 14.7.
Uma "caixa" construída
com redes pode ser
instalada ao redor do
transportador
para impedir a queda de
cargas e componentes.

199
Proteção contra a queda de materiais | Capítulo 14

Cercas de arame geralmente são usadas em da rede, a carga nominal e detalhes sobre a
outras partes da fábrica/mina/instalações, o fixação das bordas. O fornecedor também deve
que ajuda na padronização das proteções e na oferecer orientação sobre a instalação da rede
pronta disponibilidade dos materiais no local. na estrutura do transportador.
(Consulte Recomendação: cercas de arame
como redes de proteção contra a queda de Obviamente, as redes instaladas devem
materiais.) ser inspecionadas para verificar suas
condições e seu desempenho em intervalos
regulares. Muitas vezes, as redes podem ser
Rede ou caixa de tela adquiridas com telas adicionais, que podem
ser "sacrificadas" em testes de resistência
Embora em sua maioria as "redes periódicos.
apanhadoras" sejam suspensas nos pontos
necessários, isto é, onde é mais provável
que o material seja lançado da correia em REGULAMENTOS E NORMAS
movimento, há sistemas disponíveis em que
todo o transportador pode ser envolto por Na maioria dos casos, as normas de segurança
uma caixa de tela. (Figura 14.7.). Há um estabelecidas para transportadores indicam que
fornecedor que oferece uma estrutura de caixa os trabalhadores devem ser protegidos contra 2
com três lados, com 3 pés [≈900 mm] de cada a queda ou o lançamento de materiais, mas
lado, que cobre uma seção do transportador elas fornecem pouca orientação sobre como
com 25 pés [≈7,6 m] de extensão usando alcançar esse objetivo. As normas publicadas
telas de 1 polegada [≈25 mm]; é possível que sobre redes de segurança geralmente dizem
sistemas semelhantes possam ser desenvolvidos respeito às redes de segurança contra quedas
para correias mais largas. Esses sistemas foram para as equipes que trabalham em altura
concebidos para transportadores de rolos e, por isso, têm pouca aplicação às redes
em operações de armazenagem, mas podem utilizadas para conter a queda das cargas do
funcionar bem para proteger funcionários transportador. (Figura 14.8.)
que trabalham próximos a transportadores de No entanto, é uma exigência geral proteger os
correia para o manuseio de materiais a granel, trabalhadores contra a queda de materiais da
especialmente em espaços confinados ou em correia do transportador.
ambientes internos.
Austrália

Especificações para telas A norma da Austrália/Nova Zelândia AS/


NZS 4024.3610:2015 Safety of Machinery
Há telas disponíveis em vários tamanhos, – Conveyors – General requirements contém
de 100 por 100 milímetros [≈4 por 4 pol.]
Figura 14.8.
até para 10 por 10 milímetros [≈0,375 por
0,375 pol.] ou menores. As telas de arame Redes devem ser
estão disponíveis com aberturas de ½ por ½ instaladas sob as
correias para proteger os
polegada até 3 por 51/2 polegadas [≈12 por 12
trabalhadores debaixo
mm até 75 por 140 mm]. Como observado
dos transportadores.
anteriormente, telas menores reterão mais
material e, como resultado, ficarão cheias e
precisarão ser esvaziadas mais depressa.

Um fornecedor de redes deve ser capaz de


oferecer diversas especificações de telas. A Foto gentilmente cedida
especificação deve incluir os tipos de fibras e por http://fallarrestsafety-
as dimensões do "fio" utilizado na fabricação nets.com.au/

200
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

requisitos para a redução dos riscos à segurança 22.8.9


por meio da contenção do material derramado. Os transportadores contínuos elevados
Na cláusula 2.13.2.6, é observado que, devem ser dotados de dispositivos de
sempre que o material transportado puder proteção onde houver risco de queda ou
cair ou ser lançado em uma área acessível lançamento de materiais de forma não
aos trabalhadores, proteções deverão ser controlada.
obrigatoriamente instaladas. Ao considerar
quais tipos de proteções devem ser fornecidas, Canadá
a cláusula estabelece que as propriedades De acordo com a norma
físicas do transportador e da carga, como Occupational Health and Safety Act, Revised
as dimensões e a massa dos fragmentos, Regulations of Ontario, 1990, Regulamentação
a velocidade da correia e a altura do 854 Minas e instalações de mineração, seção
transportador, deverão ser analisadas. 196 (4):
Da mesma maneira, a seção 2.13.2.1 observa Devem ser fornecidas proteções sob
que as proteções devem impedir a queda e o transportadores:
lançamento dos materiais sobre as pessoas.
(a) que passem sobre os trabalhadores;
2 Em relação às passarelas sob os ou
transportadores, a seção 2.4.2.3 também (b) que ponham em risco um
indica que o equipamento deve ser protegido, trabalhador devido à possibilidade de
a fim de evitar a queda de rochas sobre os queda de materiais ou peças.
trabalhadores que se deslocam abaixo do
transportador. Na seção 3 - Transportadores da
Regulamentação Quebec’s Occupational Health
Brasil and Safety in Mines Regulation (O.C. 1236-98,
Indicações sobre a proteção s.1) Revised Regulations of Quebec, é exigido
contra a queda de materiais transportados são que
fornecidas em duas normas no Brasil: 373 Todos os transportadores devem: …
NR-12 Segurança no Trabalho em Máquinas e (2) ser equipados com um
Equipamentos (seção sobre transportadores de dispositivo que impeça a queda
materiais): de qualquer objeto ou material
caso o transportador esteja
12.90.2-3 instalado sobre locais onde haja
A permanência e a circulação de pessoas deslocamento dos trabalhadores;
sobre os transportadores contínuos (O.C. 119-2006, s.25)
devem ser realizadas por meio de
passarelas com sistemas de proteção Europa
contra quedas, conforme item 12.70.
Na seção 5.1.5.2 Materiais
[Trecho anterior extraído sem alterações
manuseados, a norma DIN EN 620:2011-07
do texto da norma.]
estabelece:
NR-22 Segurança e Saúde Ocupacional na
Todo o trajeto do transportador,
Mineração (seção 22.8 Transportadores
principalmente os pontos de carga,
contínuos através de correia):
descarga e transferência, deverão ser
22.8.5 concebidos de modo a minimizar o risco
O trânsito por baixo de transportadores de derramamento de materiais.
contínuos só será permitido em locais Para minimizar os problemas
protegidos contra queda de materiais. ocasionados por possíveis

201
Proteção contra a queda de materiais | Capítulo 14

derramamentos, atenção especial deve 3.2.10


ser dada às polias de cabeça e traseira, Caso o equipamento passe sobre
principalmente à última, que pode estações de trabalho ou passarelas,
apresentar problemas devido a materiais proteções adequadas deverão ser
inadvertidamente transportados no lado fornecidas contra a queda acidental de
do retorno da correia do transportador. materiais transportados.
Caso o transportador passe sobre 3.2.21.2
áreas de trabalho ou trânsito, deve ser Em pontos ao longo do transportador
fornecida proteção adequada contra a onde houver a probabilidade de que
queda dos materiais transportados ou o material fique solto e onde a queda
de resíduos, de acordo com o tipo de represente um perigo para as pessoas,
material manipulado, por exemplo, por proteções adequadas ou abas de retenção
meio de placas de proteção, telas de deverão ser fornecidas.
arame…
Estados Unidos
A instalação deve ser projetada de
maneira a facilitar a limpeza. Se Nos Estados Unidos, várias
houver a possibilidade de aderência de agências reguladoras exigem medidas para
materiais à correia, dispositivos devem evitar acidentes e ferimentos como resultado 2
ser fornecidos para impedir a entrada da queda de materiais de transportadores. Nas
de material nos pontos de pressão. Esses Parte 56 e 57, Normas de segurança e saúde –
dispositivos devem ser concebidos de minas de superfície para a exploração de metais
maneira que não haja risco de queda e não metais, da norma 30 CFR da MSHA
de material nas áreas de trabalho ou (Mine Safety and Health Administration,
trânsito, por exemplo, usando chutes de Administração de Segurança e Saúde em
coleta, caixas etc. Mineração), é observado:
Os equipamentos de transporte devem 56.14110/57.14110
ser concebidos para evitar que os Queda ou lançamento de materiais.
materiais transportados escorreguem ou Em áreas em que o lançamento ou
caiam, considerando a utilização a que a queda de materiais decorrente da
são destinados. operação de peneiras, trituradores, ou
Índia transportadores represente um risco,
proteções ou outros dispositivos que
A norma indiana IS.7155 (Parte protejam contra o lançamento ou
2)-1986 apresenta a exigência em pelo menos a queda de tais materiais devem ser
três áreas: fornecidas para resguardar as pessoas.

3.1.22 As regulamentações da OSHA (Occupational


As partes suspensas de pórticos em Safety and Health Administration,
cruzamentos de vias e ferrovias, Administração de Segurança e Saúde
passagens, galerias, locais de trabalho Ocupacional) são semelhantes; a norma
sob transportadores aéreos utilizados 29CFR 1926.555 (a)(5) observa:
pela equipe deverão ser protegidos por
coberturas adequadas, tais como placas/ Caso o transportador passe sobre
chapas de aço, para impedir a queda áreas de trabalho, corredores ou vias,
de materiais/objetos sobre tais áreas/os proteções adequadas deverão ser
funcionários. fornecidas para proteger os trabalhadores
que tiverem como atribuição trabalhar
abaixo dos transportadores.

202
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

A norma ASME B20.1-2015 Safety Standard – Essas proteções devem ser


for Conveyors and Related Equipment contém projetadas para apanhar e reter
uma prescrição ainda mais geral: materiais que posam ficar soltos
ou cair.
5.9.2 Proteção devido à localização ou
posição…
(d) Embora os transportadores aéreos
MELHORES PRÁTICAS
possam estar protegidos devido à Proteção contra a queda de materiais
sua localização, proteções contra ou componentes
derramamentos, proteções do tipo
bandeja ou equivalentes deverão ser • Reduza a capacidade nominal do
fornecidas caso o material possa cair transportador para minimizar problemas
do transportador e colocar a equipe com cargas intermitentes ou surtos.
em risco. • Projete o transportador para que a correia
não tenha inclinação superior a 5 graus
Há um trecho semelhante no item 5.13 Pontos
no ponto de carga, a fim de reduzir a
de transferência, carga e descarga:
chance de deslocamento ou deslizamento
2 (a) Nos pontos de transferência, e retorno do material.
carga e descarga, onde a queda • Opere o transportador de acordo com
livre incontida e não controlada sua capacidade de carga projetado, nunca
de materiais possa ser ocasionada acima.
por transbordamento, ricochete,
• Mantenha trituradores e outros
sobrecarga, trajetória, vazamento
equipamentos do processo operando
ou uma combinação desses fatores,
de maneira que os fragmentos da carga
tal queda livre incontida e não
não tenham dimensão superior àquela
controlada de materiais deverá ser
especificada no projeto do transportador.
prevenida, caso ela represente um
risco para a equipe. • Instale calhas guia suficientemente longas
na zona de carga, para permitir que o
O código State of Washington Administrative material seja acomodado antes de deixar a
Code, seção WAC 296-806-42020, registra extensão do chute.
os seguintes requisitos para proteções contra
• Forneça proteções ou defletores que
derramamentos:
conterão a queda ou o lançamento de
Você deve: materiais nos pontos de transferência.
• Instalar proteções contra • Forneça proteções ou redes que suportem
derramamentos sempre que os a queda de fragmentos ao longo da
transportadores passarem próximos extensão do transportador.
ou sobre áreas de trabalho ou de • Forneça proteções de área ao longo da
passagem. extensão do transportador para impedir
a passagem sob o transportador, exceto
Figura 14.9. nas áreas protegidas e designadas para a
"Rede de proteção" travessia.
instalada ao longo • Forneça cestos coletores para os rolos de
da extensão de um
retorno nos pontos onde o transportador
transportador aéreo.
passa sobre vias, edifícios ou outras áreas
acessadas por pessoas.
Imagem gentilmente
cedida por http://
fallarrestsafetynets.com.au/

203
• Use um raspador em V ou diagonal antes • Ter uma tela suficientemente
do retorno da correia na polia traseira, a pequena para capturar fragmentos,
fim de orientar o material para fora da independentemente do tamanho, que
correia e em direção a um local definido possam levar a lesões consideráveis para
e protegido, ao mesmo tempo impedindo os trabalhadores ou pedestres na área de
que o material seja lançado pela polia impacto.
giratória ou pela correia em movimento.
Características de
Características das redes instalação das redes
A rede deve ser: As melhores práticas de instalação incluem:

• Suficientemente grande para cobrir a • As redes de proteção devem ser instaladas


área onde os fragmentos podem cair ou o mais próximas possível do plano do
ser desviados (pela estrutura); quanto transportador.
mais próxima ao transportador a rede • As redes devem ficar suspensas sob o
for instalada, menor sua dimensão transportador e devem ser instaladas em
total poderá ser. É uma boa prática um plano mais ou menos horizontal.
superdimensionar a rede, pois os pontos Os fragmentos "quicarão" e deslizarão 2
de queda do material podem ser muito em direção à parte mais baixa da rede e
diferentes daqueles inicialmente previstos, poderão afetar a estrutura do transportador
devido a alterações na velocidade, ou outros componentes ao longo da queda.
trajetória ou configuração estrutural do Os materiais na rede cairão em direção à
material. parte mais baixa da rede, tanto durante
• Suficientemente resistente para capturar o movimento de descida inicial quanto
e reter o maior objeto que poderia ser como resultado do impacto dos fragmentos
transportado. A resistência pode ser subsequentes.
avaliada em comparação com a energia • As redes devem ser posicionados para
cinética calculada, que é definida pela capturar detritos que caiam em qualquer
dimensão e massa máximas do fragmento direção. Isto é, a carga cairá da correia com
na distância de queda local. movimentos na direção de transporte do
• Capaz de suportar o impacto de transportador, no sentido oposto ao da
fragmentos de grandes proporções, direção de deslocamento do transportador
mesmo com o peso de um ou mais ou de qualquer um dos lados da correia.
fragmentos grandes. O método de fixação • As redes só devem ser instaladas em locais
e a estrutura na qual a rede foi instalada onde haja espaço suficiente abaixo para
devem suportar o peso de uma rede cheia permitir deformações como resultado
de materiais a granel. do impacto dos fragmentos. Isso
• Capaz de suportar bordas afiadas. absorverá o impacto sem oferecer riscos
Resistência a rupturas (ou tecidos do tipo aos trabalhadores ou danos ou desgaste
""ripstop" que rasgam mas não engarçam) indevido (do fragmento ou do solo) à rede.
prolongarão a vida útil da rede. • A forma como a rede será descarregada
• Capaz de manter o desempenho no após suportar o peso dos fragmentos
ambiente ao qual será submetida. As também deve ser levada em consideração.
redes estão sujeitas às condições de sua
instalação, incluindo clima, luz do sol,
temperaturas extremas, insetos, animais
e exposição a substâncias químicas
industriais, poluição e sujeira.

204
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

CONCLUSÕES As redes são disponibilizadas por fornecedores


O resultado da utilização das comerciais em diversos materiais e com
diversas especificações; um fornecedor
redes protetoras
confiável pode ajudar a desenvolver uma opção
As redes para transportadores são uma de rede adequada. Não importa se o sistema do
solução simples para proteger os trabalhadores transportador está localizado próximo ao nível
contra lesões e os equipamentos contra do solo ou se é suspenso: as redes protetoras
danos ou perdas. (Figura 14.9. ) Como visto são uma resposta viável para o problema de
anteriormente, a maior parte das normas de queda das cargas.
segurança para transportadores não exige,
As redes são uma solução eficaz e comum, mas
especificamente, o uso das redes; a aplicação
elas geralmente não resolvem a causa original
de redes e outras barreiras é um método
do perigo. As redes protetoras representam
comprovadamente eficaz para conter a queda
um paliativo, em vez de uma solução para
ocasional de materiais derramados e, assim,
problemas com o derramamento de materiais.
reduzir o risco de ferimentos no trabalho com
transportadores de correia.

Entretanto, é preciso observar que, caso


2
haja um problema repetitivo acentuado de
derramamentos de materiais ao longo do
transportador, medidas deverão ser tomadas
para corrigir as causas do derramamento.

As causas devem ser avaliadas; elas podem


incluir qualquer um ou todos os seguintes
problemas: danos estruturais, sobrecarga,
padrão e práticas de carregamento
inadequados, problemas a montante com o
posicionamento da carga ou com as dimensões
dos fragmentos, influência do vento e do clima
sobre a correia ou desvios da correia devido
a outras causas. A operação deverá, então,
considerar a correção desses problemas para
reduzir a necessidade e a dependência das
redes.

205
Proteção contra a queda de materiais | Capítulo 14

Recomendação: cercas de arame como redes contra a queda de materiais


Uma forma de proteger e reduzir o risco de queda de As cercas de arame e materiais para a estrutura (como
materiais é utilizar cercas de arame instaladas paralelamente indicados no manual do produto CLF-PM0610 do
à estrutura da correia, em substituição a redes de tela de Chain Link Fence Manufacturers Institute (Instituto dos
outros materiais. Essa aplicação é compatível com o uso Fabricantes de Cercas de Arame), atualizado em junho de
de cercas de arame estruturadas, como recomendado no 2016) sugeridos incluem:
Capítulo 10 Proteções.
• Estruturas
As cercas de arame, também conhecidas como malhas Tubo de aço ASTM F1083 grau Regular, 1,875
de arame, entre outros nomes, podem ser instaladas na polegada [≈47 mm], Série 40 limite de elasticidade de
horizontal e posicionadas mais ou menos planas, para 30.000 libras por polegada quadrada [≈0,208 MPa]
apanhar materiais em queda. Instaladas dessa maneira, elas • Tela
oferecem várias vantagens se comparadas às redes de tela. Tela de 2 polegadas [≈50 mm] com cabo de aço
Estas vantagens incluem: calibre 6 diâmetro nominal do fio de 0,192 polegada
[≈4,88 mm]grau de aplicação Comercial/Industrial/
• Redes de tela podem ser mais adequadas à utilização Segurança 2
temporária, não suportando, assim, anos de sol e Acabamento do material: revestimento galvanizado ou em
intempéries em aplicações de transportadores. aço
• É mais difícil fixar as redes de tela na estrutura de
maneira adequada. O uso de braçadeiras, que também Essa recomendação foi feita pelo mesmo motivo que
não têm valor nominal de carga adequado e sofrem levou esta publicação a recomendar três tamanhos de
deterioração ambiental, é comum. telas, incluindo o arame, como painéis de proteção; a
padronização reduz a chance de cometer erros na aplicação
do material como proteção.

"Rede protetora" instalada ao longo da extensão de um transportador aéreo

206
2

Capítulo 15 Transportadores, correias e incêndios


Crédito INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 207 INTRODUÇÃO
Este capítulo foi Impacto dos incêndios sobre O desafio dos incêndios em
preparado com a correias de transportadores . . . . . . . 210 transportadores
generosa ajuda de
Causas de incêndios em correias Correias convencionais são facilmente
Geoff Normanton, VP
de transportadores . . . . . . . . . . . . . . . 211 inflamáveis, propagam o fogo rapidamente e
sênior de tecnologia
O incêndio da mina Creswell . . . . . . 214 liberam quantidades consideráveis de fumaça.
da Fenner Dunlop
Para operações que dependem de correias
Americas. Determinação das transportadoras, incêndios nessas correias
Foto de Phil Hearne/ propriedades retardadoras representam riscos especialmente elevados
Fairfax Syndication, de chamas das correias . . . . . . . . . . . 215 para a segurança dos trabalhadores e para os
protegida por direitos
Densidade e toxicidade da fumaça . 221 resultados da empresa, por dois motivos.
autorias.
REGULAMENTOS E NORMAS . . . . . . 223 O primeiro motivo é a capacidade dos
Determinação do nível transportadores de espalhar um incêndio
adequado das propriedades por longas distâncias. Há um grande risco
retardadoras de chamas . . . . . . . . . . 232 de que o transportador com uma correia
(ou carga) em chamas transporte as chamas
Tecnologias de detecção de por toda a instalação. Como Sytze Brouwers
incêndios em correias . . . . . . . . . . . . 234 observou em um artigo na publicação Bulk
Combate a incêndios em Solids Handling, um transportador de correia
correias de transportadores . . . . . . . 235 pode "literalmente transportar o fogo por
todo o local. E as consequências podem ser
MELHORES PRÁTICAS . . . . . . . . . . . . . 241 catastróficas". (Figura 15.1.)
CONCLUSÕES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 243

207
Transportadores, correias e incêndios | Capítulo 15

Um segundo desafio é a dificuldade de Em um sistema de transportador, a carga


combater incêndios em transportadores. A principal (ou potencial) do incêndio está
correia é uma estrutura longa, e o fogo pode se contida no material transportado e na própria
espalhar ao longo desse percurso prolongado. correia. Cargas combustíveis incluem lascas
O trajeto da correia muitas vezes passa ao de madeira e pedaços de madeira, grãos,
redor ou através de diversos compartimentos açúcar e carvão. O produto em chamas
e estruturas que apresentam riscos de iniciar pode ser passado de uma correia para outra,
ou manter as chamas de um incêndio, o que espalhando o incêndio. Materiais a granel com
dificulta o combate. Além disso, a estrutura temperaturas elevadas, gerados por processos
do transportador frequentemente está em de alta temperatura, como cimento ou coque,
uma posição elevada ao longo dessa extensão podem criar riscos para a correia e para a
prolongada. operação como um todo.

Correias de transportadores, sejam elas Compartimentos e estruturas de


fabricadas com borracha natural ou sintética, transportadores normalmente têm construção
ou mesmo plástico, devem ser consideradas não inflamável. No entanto, qualquer grande
capazes de propagação autossustentada das incêndio no sistema do transportador pode
chamas, independentemente da ausência ou danificar suas estruturas. Transportadores
2
presença de outros materiais combustíveis. inclinados podem criar um efeito como o de
Assim como Brouwers, um engenheiro de uma chaminé, aumentando a propagação de
aplicações de um fabricante de correias, um incêndio e ampliando o potencial dos
observou: danos.

As superfícies superior e inferior que Em um artigo que discutiu um incêndio em


protegem a carcaça da correia e a uma correia, ocorrido em 2004 na empresa
camada de borracha entre as dobras de Northam Platinum, um consultor de
tela da carcaça podem ser projetadas segurança do sul-africano observou:
para resistir ao fogo, mas não é possível "Quando um incêndio em um transportador
tornar toda a estrutura da correia à prova
de incêndio. ... Em outras palavras, Figura 15.1.
toda correia entrará em combustão caso Para operações que
seja exposta a uma chama com energia dependem de correias
suficiente para inflamá-la. de transportadores,
incêndios nessas correias
Uma vez em chamas, as correias de representam altos riscos
transportadores podem dar origem à uma para a segurança dos
fumaça negra e densa. Essencialmente, o fogo trabalhadores e para os
e a fumaça são semelhantes àqueles presentes resultados da empresa.
em um incêndio de pneus. (Figura 15.2.)
A chama e a fumaça complicam ainda mais
as tarefas de evacuação dos trabalhadores e de Figura 15.2.
combate ao incêndio. Incêndios em correias
Se uma correia em chamas for rompida sob liberam uma fumaça
negra e densa,
tensão, as extremidades podem ser lançadas em
semelhante à de um
direções opostas, resultando em dois incêndios
incêndio de pneus.
separados, em locais diferentes, bem como
no lançamento de respingos de resíduos de
borracha quente. Foto gentilmente cedida
por Greater Eagle Fire
Protection District.

208
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

começa, ele logo cresce e se torna um evento de causar várias mortes. Minas
que não pode ser facilmente controlado". podem ser comparadas a plataformas
(Consulte Os custos de um incêndio em um de petróleo e gás offshore em sua
transportador, em termos de vidas e lucros complexidade e risco potencial,
para uma empresa.) ambos tendo pessoas e máquinas em
espaços confinados e com atmosferas
potencialmente perigosas. Em minas
Preocupações adicionais em e plataformas offshore, pode ser difícil
operações subterrâneas escapar rapidamente do incêndio e
da fumaça. Além disso, o incêndio
Incêndios em correias são ainda mais
embaixo do solo cria fumaça e possíveis
preocupantes em aplicações subterrâneas. Isso
concentrações letais de monóxido de
ocorre devido ao aumento dos riscos do fogo
carbono e outros gases tóxicos, que
para a equipe e ao aumento da dificuldade em
podem ser levados pela corrente de
combater os incêndios nas áreas remotas da
ventilação pela mina.
aplicação, onde há acesso limitado e ventilação
restrita ou controlada. Como o relatório de Em um artigo de 2008, Conveyor belt entry fire
1993 do Health and Safety Executive do hazards and control, Harry Verakis e Michael
2 Reino Unido, Safe use of belt conveyors in Hockenberry da Mine Safety and Health
mines, afirmou: Administration (MSHA), observaram:
Os incêndios são o maior perigo Não demora muito para que um
associado a correias de transportadores incêndio em uma correia de um
subterrâneas, pois eles têm o potencial transportador cresça em intensidade e

O incêndio da mina Aracoma: calor por atrito resulta em tragédia

No dia 19 de janeiro de 2006, ocorreu um incêndio que ambas cumpriam os requisitos então vigentes dos
na correia do transportador da mina de carvão testes laboratoriais de incêndios da MSHA, norma
Aracoma Alma Coal Mine, em Melville, Condado Título 30 CFR 18.65 (conhecida como Schedule 2G).
de Logan, West Virginia. A fumaça passou pelas As amostras não cumpriam a norma mais rigorosa
aberturas nas paredes da mina e entrou pela passagem dos testes Belt Evaluation Laboratory Test (BELT),
de ar que os mineiros deveriam usar para a evacuação, propostos pela MSHA no final da década de 1980, mas
reduzindo a visibilidade e levando, por fim, à morte nunca implementados. A norma BELT já é adotada
de dois trabalhadores. Os dois mineiros morreram de atualmente.
envenenamento por monóxido de carbono, depois de se
separarem dos outros membros da equipe. O incêndio A indicação do atrito como a fonte de ignição desse
não foi totalmente extinto até o dia 24 de janeiro de incêndio na correia é consistente com os dados gerais
2006, cinco dias depois do início. do setor. De acordo com uma apresentação do ano de
2008, Conveyor Belt Entry Fire Hazards and Control,
Segundo a investigação da MSHA, o incêndio ocorreu de Harry Verakis e Michael Hockenberry, da MSHA,
devido ao aquecimento por atrito quando a correia para o simpósio U.S./North American Mine Ventilation
do transportador vertical sofreu um desalinhamento. Symposium, dos sete incêndios em correias de
O aquecimento, em conjunto com outros materiais transportadores nos Estados Unidos, entre 1º de janeiro
combustíveis, gerou o incêndio na correia do de 2006 e 16 de maio de 2008 (incluindo o incêndio
transportador. de Aracoma), as análises mostram que 3 (≈43%) deles
foram causados por aquecimento por atrito ao longo da
Após o incêndio na mina Aracoma, testes realizados correia do transportador e um (≈14%) teve origem nos
pela MSHA em duas amostras de correias concluíram rolos ou rolamentos.
209
Transportadores, correias e incêndios | Capítulo 15

crie uma atmosfera potencialmente letal. aproximadamente US$ 8 milhões por sinistro.
... A correia de um transportador que
tem pouca resistência ao fogo espalhará Faíscas de solda levaram a um incêndio em
as chamas ao longo das superfícies um transportador de correia que custou um
expostas da correia e, eventualmente, milhões de dólares a uma usina termoelétrica
inflamará outros materiais combustíveis, no Colorado, em 2013. Mais de 300 pés [≈91
como o carvão. m] de correias estavam em chamas quando os
bombeiros chegaram ao local. Um incêndio
Os perigos específicos de incêndios em secundário foi criado quando pedaços de
correias subterrâneas foram indicados em correia em chamas caíram sobre o estoque de
uma carta, enviada em 1996 pelos tecnólogos carvão da usina. As iniciativas de combate ao
da Monsanto para a MSHA (como citada incêndio foram complicadas pela localização
em uma resposta ao documento Request for do fogo na estrutura do transportador, a mais
Information RIN 1219-AB60 on Conveyor Belt de 180 pés [≈55 m] acima do solo. (Figura
Smoke and Flame Standards): 15.3.) As estimativas iniciais dos danos foram
em torno de US$ 1 milhão; felizmente,
Os efeitos da fumaça são bastante ninguém ficou ferido. Como relatado em
intensificados em uma mina KRDO.com, o incêndio foi atribuído às faíscas
subterrânea, onde a visibilidade, as rotas de trabalhadores terceirizados soldando o 2
de fuga e o acesso das equipes de resgate sistema do transportador.
já são severamente limitados. Essa
situação é agravada pela prática cada vez No artigo de 2008, Conveyor belt entry fire
mais comum de usar o "ar da correia" hazards and control, Harry Verakis e Michael
para ventilar a mina. Hockenberry, pesquisadores da MSHA,
listaram algumas áreas onde esses impactos
Como observou o relatório Safe use of belt financeiros negativos são observados,
conveyors in mines: incluindo:
Até mesmo um incêndio [subterrâneo] • Dias perdidos de produção
de curta duração pode pôr em risco
pessoas longe do incêndio, pois • Custos de horas extras trabalhadas
transportadores de correia estão • Custos de agentes químicos e
predominantemente em vias de equipamentos utilizados no combate
admissão, e todas as pessoas no seu • Custos de isolamento de uma seção da
entorno estão em risco. mina ou da mina em si
• Custos de reabilitação das áreas afetadas
Impacto dos incêndios sobre
correias de transportadores De acordo com Verakis e Hockenberry, o custo

Os problemas criados pelos incêndios em


Figura 15.3.
transportadores tem sido rapidamente
manifestados de muitas maneiras. Um incêndio em
uma correia em um
Em primeiro lugar, é claro, os incêndios em transportador aéreo
correias resultam em lesões graves e perdas de causou sérios danos a
vidas humanas. Além disso, os incêndios têm uma usina termoelétrica.
um impacto financeiro significativo sobre as
operações em que ocorrem. Uma companhia
de seguros listou os custos de incêndios
Foto gentilmente cedida
envolvendo correias de transportadores
pela KRDO-TV.
diretamente como uma média de

210
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

do incêndio na correia da mina Marianna, • Fricção das correias


da empresa Bethlehem Steel, em março de • Defeito do rolamento do rolete
1988, é estimado em cinco a seis milhões de
dólares, apenas para os esforços de combate ao • Incêndios de líquidos inflamáveis
incêndio. Esse número não inclui outros custos • Deslizamento de uma correia em um
associados, incluindo o eventual fechamento acionamento
da mina. • Rolos emperrados
• Fricção do freio
Causas de incêndios em correias • Derramamentos de carvão
de transportadores • Temperatura excessiva do acionamento
O relatório da Comissão Europeia, Early • Gripagem dos rolamentos
detection and fighting of fires in belt conveyor • Gripagem das engrenagens
(Edaffic), forneceu uma lista mais abrangente,
embora, como o próprio relatório observou, • Defeito do rolamento da polia
"não exaustiva", de "possíveis fontes de • Faíscas, causas elétricas
ignição": • Fricção entre a correia e a construção
2

Os custos de um incêndio em um transportador, em termos de vidas e


lucros para uma empresa
Um incêndio em um transportador pode não apenas Roux, publicado no boletim Mining Weekly da África
resultar em ferimentos graves e perda de vidas entre os do Sul, as perdas de receitas totais para a empresa
trabalhadores da operação, mas também pode ter um devido à suspensão das operações foram estimados em
efeito significativo sobre o desempenho financeiro de aproximadamente US$ 25,9 milhões, com base nos
uma empresa de mineração. preços dos metais e taxas de câmbio em vigor. O dano
real da área afetada foi estimado aproximadamente
Em setembro de 2004, um incêndio em uma correia US$ 1,5 milhão.
a mais de uma milha sob a terra, na mina Northam
Platinum, na África do Sul, tirou nove vidas. No Um artigo em mineweb.com "Northam Platinum
momento do incêndio, a mina tinha mais de 1.000 recovers from fire", de Geoff Candy, afirmou que a
trabalhadores no subsolo. O incêndio foi limitado a paralisação da produção resultou em uma queda de
uma área onde 55 mineiros estavam trabalhando; 40% nos lucros da empresa no período de seis meses
46 foram resgatados, 9 morreram. Os relatórios iniciais encerrado em 31 de dezembro de 2004. Os lucros da
afirmaram que o incêndio foi detectado primeiramente empresa caíram para cerca de US$ 11,1 milhões nesse
em uma correia subterrânea usada para o transporte de período de seis meses, comparados aos quase US$ 18,3
minério e resíduos. Os nove mineiros morreram como milhões no período correspondente do ano de 2003.
resultado de asfixia por gases venenosos. Isso levou a um dividendo reduzido a 57% da taxa do
ano anterior, pagando aproximadamente US$ 0,04 no
O incêndio interrompeu as operações na minha por período de seis meses encerrado em 31 de dezembro de
seis semanas, a quarta maior produtora de platina 2004, em comparação com os quase US$ 0,08 pagos no
da África do Sul. A produção ficou parada durante primeiro semestre de 2003.
as investigações sobre o acidente e a mineração foi
retomada em novembro. As consequências do incêndio na correia foram
consideráveis para todos, desde os trabalhadores
De acordo com o artigo "Conveyors come under subterrâneos até os investidores, que ficam distantes do
scrutiny after Northam Platinum fire", de Helene Le local da mina.
211
Transportadores, correias e incêndios | Capítulo 15

• Superfícies quentes diversas causas, incluindo problemas com


• Combustão lenta de pó de carvão roletes e rolamentos e atrito, como mostrado
na Figura 15.4.
O calor devido à fricção parece ser a principal
causa dos incêndios em correias. Incêndios A apresentação de 2008, Conveyor belt entry fire
em correias de transportadores são mais hazards and control, de Verakis e Hockenberry,
frequentemente iniciados por falhas mecânicas contabilizou 63 incêndios em entradas
como roletes paralisados, que ficam ainda de correias nos Estados Unidos durante o
mais perigosos quando combinados ao pó período de 25 anos, entre 1980 e 2005.
de carvão. Essas combustões por atrito são O estudo indicou que o atrito foi a maior
uma fonte comum de incêndios em correia, causa de incêndios em entradas de correias.
representando cerca de 20 a 40% de todos os O aquecimento por atrito foi responsável
incêndios em correias, dependendo do período por 36% dos incêndios em entradas de
e de quem estava mantendo os registros. correias, com metade (11 incêndios) sendo
O histórico de perdas demonstra que a originados pelo calor do atrito no acionamento
própria correia apresenta material combustível do transportador e a metade restante dos
suficiente para espalhar o incêndio sem a incêndios por atrito sendo causadas pela
contribuição de outros combustíveis. fricção ao longo da correia. (Figura 15.5.)
2
Outras causas incluem "rolamentos de
O relatório Safe use of belt conveyors in mines, roletes quentes" (por exemplo, roletes com
um estudo sobre incêndios em transportadores rolamentos defeituosos), que levaram a 10%
subterrâneos em minas de carvão do Reino dos incêndios na entrada da correia, problemas
Unido, conduzido entre 1986 e 1991, listou elétricos causaram 13% e 8% tiveram origem

Número
de incêndios 40
40 Figura 15.4.
ATRITO DA CORREIA
35 Número e causas de
30 DEFEITO DO ROLETE incêndios em correias
24 23 entre os anos de 1986 e
25 DEFEITO EM OUTRO ROLAMENTO 1991, conforme relatado
20
20 no relatório Topic report
FREIOS do HSE, "Safe use of belt
15 13
conveyors in mines".
10 ATRITO MECÂNICO

5
0

30% Figura 15.5.


30 NÃO DETERMINADO Causas de incêndios
25 CORTE E SOLDAGEM em correias como
relatadas por Verakis
20 18% 18% ATRITO NO ACIONAMENTO
e Hockenberry em sua
ATRITO AO LONGO apresentação do ano
15 13% DA CORREIA
10% de 2008, Conveyor
ROLAMENTOS DE ROLETES
10 8% belt entry fire hazards
SISTEMA ELÉTRICO and control.
5 3%
DIESEL E SISTEMA
0 HIDRÁULICO

212
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

em trabalhos de corte e soldagem. Quando a correia do transportador é parada, o


calor fornece a energia para criar um incêndio
Conforme observado no relatório Belt Air na correia. Se a correia do transportador
Technical Report, durante o período de 1990 a tiver propriedades retardadoras de chama
1999, nos Estados Unidos: inadequadas, o fogo começará a se propagar ao
Havia um total de 87 incêndios longo das superfícies expostas.
relatados em minas de carvão Uma apresentação de 1981 da Society of Fire
subterrâneas. Esses incêndios foram Protection Engineers, intitulada Fire Protection
classificados de diversas maneiras, in Coal Handling Facilities New and Retrofit,
incluindo pela fonte de ignição e pelo do engenheiro K.W. Dungan, registrou:
material inflamado, ambos relevantes
para uma avaliação das correias As estatísticas do setor de mineração
como uma fonte de ignição e como de carvão, entre 1951 e 1969,
combustível. Desses incêndios, 15 indicam que 91 dos 134 incêndios em
(17%) resultaram de ignição por atrito transportadores relatados resultaram
e em 13 (15%) a correia em si foi o de aquecimento por atrito. Eles
principal combustível. A proporção que normalmente ocorrem devido ao
2 ocorreu como resultado de ignição de deslizamento de uma correia em uma
atrito foi ligeiramente menor do que a polia de acionamento em movimento.
proporção relatada entre os aos de 1970
e 1988 (17% vs. 22%). Como observado na Figura 15.4, 24 dos
120 incêndios descritos no relatório Safe use of
O Boletim SF 10 da FPASA, Fire Hazards of belt conveyors in mines, do Health and Safety
Belt Conveyors, publicado em abril de 2000, Executive do Reino Unido, publicado no
listou outras causas comuns de incêndios em ano de 1993, resultaram do calor por atrito
correias: devido à fricção entre a correia e a estrutura
do transportador, e do derramamento de
• Atividades de corte e soldagem [que] carvão ou outro material. Mais 20 incêndios
geram partículas quentes de metal resultaram de roletes ou rolos girando sobre
fundido, que podem inflamar a correia derramamentos ou contra uma estrutura,
[carga] ou acúmulos de resíduos abaixo também gerando calor devido à fricção.
[do transportador]. O relatório observou:
• Material superaquecido de fornos,
estufas ou secadores, que não tenha sido Rolamentos defeituosos são,
suficientemente resfriado antes de ser seguramente, a fonte mais comum
colocado na correia. de ignição de incêndios em
transportadores, especialmente aqueles
em roletes inferiores, onde há maior
O atrito como causa probabilidade de contaminação e
O calor resultante do atrito é uma, se não de contato com material inflamável.
a principal causa de incêndios em correias. Rolamentos em roletes de
Esse atrito pode surgir em diversos pontos, transportadores fabricados desde o ano
mas, basicamente, todos estão relacionados de 1986 têm sido lubrificados com
ao deslocamento da correia de borracha graxa FR [Fire-resistant, Resistente ao
em direção e sobre a estrutura ou outros fogo], o que reduziu a probabilidade de
componentes do transportador. O atrito incêndios em rolamentos.
adicionado cria o superaquecimento na área O relatório continua:
do acionamento da correia ou próximo aos
Para os projetos atuais de roletes, falhas
roletes ao longo da estrutura da correia.

213
Transportadores, correias e incêndios | Capítulo 15

dos rolamentos [...] geralmente ocorrem 1950, um grande desastre resultou do uso de
antes do desgaste da carcaça, o que é uma correia de transportador subterrâneo.
significativamente menos perigoso e Um princípio de incêndio ocorreu quando
mais controlável com manutenções o atrito devido a detritos em um ponto
planejadas. ... A falha do rolamento de transferência incendiou as correias de
pode evoluir rapidamente, muitas vezes borracha. No momento do incêndio, 131
no período entre as inspeções de rotina, mineiros estavam próximos o incêndio; desses,
dificultando a manutenção preventiva. 80 morreram.
Quando for detectada uma falha Embora tenha sido detectado alguns minutos
iminente do rolamento [geralmente por após o início, o incêndio se espalhou por
ruídos do rolamento], deve ser dada aproximadamente 555 metros [≈1.820 pés],
prioridade à substituição dos roletes. ao longo de uma estrada de entrada, de
O relatório de Dungan também observou que acordo com o relatório do Health and Safety
freios defeituosos do transportador podem Executive, Safe use of belt conveyors in mines.
levar a atrito e calor, que se transformam em
incêndios na correia. O artigo técnico da NIBA, MSHA Conveyor
Belt “Final Rule", relata as investigações:
Todos os freios mecânicos geram calor 2
por atrito quando acionados, e as lonas ... Ficou demostrado que a causa do
do freios podem atingir temperaturas incêndio foi o rompimento de uma
perigosamente altas rapidamente se os correia, o que bloqueou um chute de
freios forem utilizados excessivamente
ou se não houver resfriamento
adequado. ... A maioria dos incêndios Retardante ou resistente?
em freios ocorrem quando os freios são Correias de transportadores não podem ser totalmente à prova
acionados acidentalmente ou quando de fogo.
não são totalmente liberados devido
a ajustes inadequados, manutenção Sob as condições adequadas (ou, talvez, sob as piores condições)
inadequada ou sujeira. todas as correias, mesmo aquelas com as classificações de
propriedades retardadoras de chamas mais elevadas, queimarão
É importante que os freios mecânicos tenham e até propagarão as chamas. Os componentes elastoméricos das
"capacidade térmica adequada para evitar correias podem ser formulados para resistir ao fogo, mas não
temperaturas demasiadamente elevadas, se o podem ser tornados à prova de incêndios.
transportador for parado repetidamente".
A definição de trabalho desta publicação é que resistente a chamas
significa difícil de inflamar, e retardador de chamas significa que
O incêndio da mina Creswell não tem uma boa queima e/ou tem propriedades de autoextinção.
A Wikipedia observa que "Enquanto um material resistente
Incêndios em minas no Reino Unido levaram ao fogo é projetado para resistir à queima e suportar o calor,
ao desenvolvimento de testes para as correias materiais retardadores de chamas são projetados para queimar
de transportadores e às especificações para lentamente".
propriedades retardadoras de chamas.
Advogados podem ter uma opinião diferente ou, pelo menos,
O incentivo mais influente foi o incêndio na
uma opinião que vão justificar em alegações de danos.
Mina Creswell, ocorrido em 1950, em que 80
Porém, nós não somos advogados e para os fins desta publicação,
homens morreram devido ao envenenamento
usaremos os termos "resistente" e "retardante" de forma
por monóxido de carbono. (Figura 15.6.)
indistinta.
Conforme discutido no relatório, Accident At Da mesma forma, as palavras "chama" e "fogo" também serão
Creswell Colliery, Derbyshire, de Sir Andrew consideradas sinônimos aqui.
Bryan, publicado em 26 de setembro de

214
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

Figura 15.6.
Os trágicos resultados
do incêndio na mina
Creswell ajudaram
a incentivar o
desenvolvimento
de correias com
propriedades
retardadoras de chamas.

saída que estava em contato com a Hazard of Mine Conveyor Belts, de Harry
correia em movimento. O calor devido C. Verakis da MSHA, durante o período
ao atrito produzido nesse ponto iniciou de 19 anos, entre 1970 e 1988, houve 39
o incêndio. incêndios em correias reportados à MSHA.
Esse desastre, por sua vez, levou à criação Entre essas ocorrências, 75% ocorreram em
de uma das primeiras normas para correias entradas de correias da linha principal. Houve
de transportadores: National Coal Board um aumento no número de incêndios nos
Specification P113/1954. Posteriormente, ela últimos seis anos do período, incêndios que
se tornou a norma NCB 158, amplamente queimaram até 610 metros [≈2.000 pés]
conhecida. Ela também incentivou a criação de correias e causaram ferimentos e uma
de normas em todo o mundo, incluindo morte. Como resultado, um programa de
o surgimento de órgãos como o Bureau of aprimoramento da segurança contra incêndios
Mines dos Estados Unidos, que conduziu à em correias foi implementado pela MSHA
introdução de um teste laboratorial de chamas, em conjunto com o United States Bureau
conhecido como Schedule 2G. of Mines. Isso levou ao desenvolvimento
do teste B.E.L.T ou BELT (Belt Evaluation
Nos Estados Unidos, a lei Federal Coal Mine Laboratory Test, Teste laboratorial de avaliação
Health and Safety Act especificou que, após de correias), proposto, mas não promulgado
o dia 30 de março de 1970, todas correias até 2007.
de transportadores adquiridas para uso em
minas de carvão subterrâneas deveriam ser Determinação das propriedades
propriedades retardadoras de chamas. Os retardadoras de chamas das
regulamentos de segurança promulgados correias
para implementar as exigências da lei de
1969 especificaram que a correia deveria ser As normas para propriedades retardadoras
aprovada de acordo com o Título 30, Parte de chamas de correias de transportadores
18, seção 18.65 (também conhecido como são baseadas na premissa de que uma correia
Schedule 2G). nunca deve ser a causa de um incêndio, deve
ser difícil de inflamar e, se inflamada por uma
De acordo com o artigo Reducing the Fire fonte externa de fogo, não deve propagar

215
Transportadores, correias e incêndios | Capítulo 15

o incêndio. Em resposta à necessidade O melhor é evitar o acúmulo e a subsequente


de estabelecer normas para correias com descarga de cargas elétricas estáticas das
propriedades retardadoras de chamas e à correias de transportadores em movimento.
necessidade concomitante de demonstrar o Em operações onde carvão, gás, fertilizantes,
cumprimento dessas normas, vários testes grãos ou outros materiais potencialmente
foram desenvolvidos. inflamáveis estão presentes, é importante que
as correias não acumulem eletricidade estática,
Ao longo das últimas décadas, as normas para que pode gerar uma descarga de faíscas com
testes foram concentradas em quatro requisitos risco de ignição de pó ou metano, criando um
de teste principais, que, por sua vez, geraram incêndio ou explosão.
os procedimentos de teste. Sem ordem de
importância específica, estes requisitos são: De acordo com o documento Tech Note
#9 da NIBA, intitulado Static Electricity
• A superfície da correia deve ser Considerations, uma pesquisa de J.T. Barclay,
suficientemente condutora para evitar o do National Coal Board (NCB) do Reino
acúmulo de carga elétrica estática. Unido, conduzida na década de 1950,
• A correia deve resistir a chamas geradas estabeleceu que, para correias com valores de
devido ao atrito (como ocorre com um resistência superficial de menos de 109 ohms,
2
tambor giratório sob uma correia parada). nenhuma carga é mantida. Como resultado,
• A correia deve ser difícil de inflamar o valor de 3x108 ohms (300 megaohms) para
(quando em contato com uma chama). a resistência da superfície das correias de
transportadores foi estabelecida como norma;
• Uma correia em chamas não deve esse valor inclui um fator de segurança para
propagar (espalhar) um incêndio; por permitir inconsistências nas correias.
exemplo, ela deve ter propriedades de
autoextinção. A resistência elétrica é determinada pela
passagem de uma corrente elétrica de tensão
Esses procedimentos resultaram em correias especificada entre elétrodos posicionados sobre
que impedem incêndios na escala vista na a superfície da correia. (Figura 15.7.) O teste
década de 1950, impedindo a ignição e a aplica uma tensão CC altamente regulada e
propagação de chamas geradas por fontes estabilizada através das correias, medindo a
externas e pelo aquecimento por atrito. quantidade de corrente que flui, e,
Testes de incêndios em correias de em seguida, calculando uma medição da
transportadores são complexos. Os protocolos resistência utilizando a Lei de Ohm.
detalhados podem exigir grandes porções de O teste normalmente é realizado com amostras
correias, métodos controladas de queima e condicionadas à temperatura e umidade
sistemas de medição sofisticados. Até mesmo especificadas.
a fumaça dos procedimentos de teste deve ser
cuidadosamente filtrada para cumprir com as
Figura 15.7.
normas de controle de poluição do ar.
Teste de descarga
estática.
Teste de descarga estática
A passagem da correia de um transportador
por uma polia ou rolete pode criar uma carga
estática. A descarga de eletricidade estática Foto gentilmente cedida
pode alcançar os níveis de energia necessários pela empresa Fenner
para inflamar alguns tipos de pó. Dunlop.

216
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

Figura 15.8. Testes de resistência de


Testes de fricção do aquecimento por atrito
tambor.
Uma das causas de incêndios em
transportadores surge a partir de uma correia
parada e um tambor ou polia giratória
acionada, ou ainda, devido ao movimento de
uma correia passando através de uma polia
parada. Isso resulta em um acúmulo de calor
que pode se transformar em chamas.

Consequentemente, foram desenvolvidos


Foto gentilmente cedida testes para estudar a resistência das correias de
pela empresa Fenner transportadores à ignição e ao calor ou faíscas
Dunlop. sob condições de fricção. O procedimento
comum utiliza uma amostra das correias do
Com base no trabalho de Barclay, do NCB, transportador tensionadas ao redor de um
os critérios de aceitação internacionalmente tambor que gira a uma velocidade especificada.
2 reconhecidos para a condutividade elétrica de (Figura 15.8.) Isso simula uma correia
correias foi estabelecido como uma resistência paralisada, onde uma polia de acionamento
máxima de 3x108 ohms (≤ 300 MΩ), continua a girar ou um rolete parado com uma
quando testadas pelo método descrito mais correia passando sobre ele. Geralmente, isso é
recentemente na norma BS EN ISO 284:2012 denominado Teste de fricção do tambor.
Conveyor belts – Electrical conductivity –
Specification and test method. Especificando Nesse procedimento, uma amostra da
a resistência elétrica máxima de uma correia correia do transportador, adequadamente
de transportador e o método de teste montada e tensionada, é enrolada em torno
correspondente, o teste garante que a correia de um tambor de aço giratório, simulando
seja suficientemente condutora para evitar a uma correia parada. O teste continua, com
acúmulo da carga elétrica estática que pode ser tensões especificadas e por um período de
desenvolvida durante o funcionamento. Esse tempo determinado, ou até que a correia seja
teste substituiu o teste DIN EN 20284 (1993- rompida. A presença, ou ausência, de chama
05) e outras especificações de testes anteriores. ou calor é observada, e a temperatura do
tambor de acionamento é medida.
Essa especificação foi adotada em todo O teste pode ser conduzido sem deslocamento
o mundo nos setores de carvão e grãos, de ar e/ou com deslocamento de ar.
incluindo a norma da Occupational Safety and
Health Administration (OSHA) dos Estados Na maioria das normas, a correia ou os detritos
Unidos, a 29 CFR 1910.272(q)(2). da correia desprendidos devido à rotação do
tambor não devem entrar em combustão pelo
A MSHA não lista atualmente um requisito período especificado durante o teste.
para descarga estática, fazendo com que os A amostra pode ser rompida ou permanecer
Estados Unidos seja o único grande país com intacta, dependendo da norma de teste.
aplicações de mineração que não tem uma A temperatura máxima alcançada pelo tambor
norma e um protocolo de testes específicos durante o teste também é especificada.
para resistência estática superficial.
Para aplicações em minas de carvão, a
temperatura máxima do tambor permitida
frequentemente é especificada em 325°C
[≈617°F], que é abaixo da temperatura de

217
Transportadores, correias e incêndios | Capítulo 15

ignição do pó de carvão. Algumas normas com o queimador em um ângulo de 45 graus.


permitem temperaturas do tambor de até A fonte da chama é, então, removida, e o
400°C [≈752°F] para cargas não inflamáveis. tempo de combustão (duração das chamas)
da amostra é registrado. Uma corrente de ar
Os métodos de teste básicos foram publicados é, aplicada à amostra durante um período
mais recentemente na norma BS EN de tempo especificado, após a remoção do
1554:2012. Os requisitos variam em vários queimador; a chama não deve reacender.
países europeus. O tempo necessário para a autoextinção da
amostra de correia é medido. A duração da
Testes de resistência à ignição queima continuada (chama visível) é medida;
o tempo deve ser inferior a 15 segundos para
A resistência à ignição é, provavelmente, o cada amostra com uma duração cumulativa de,
teste de execução mais simples e proporciona no máximo, 45 segundos para cada grupo de
um teste básico para o controle de qualidade seis testes. Esse fator de duração é de extrema
de fabricação, ao mesmo tempo garantindo um importância, pois representa o tempo que um
nível predeterminado de resistência à ignição incêndio pode ser deslocado ao longo de uma
das correias dos transportadores. Ele oferece correia em movimento.
uma medição da possibilidade de provocar a 2
ignição da massa considerável de uma correia
de transportador usando uma fonte de ignição Teste de propagação de chamas
relativamente pequena. O Teste de propagação de chamas pode ser
Na maioria dos testes, uma amostra da correia o requisito mais importante para correias
do transportador com 1/2 a 1 polegada [≈12 de transportadores, e, ao longo dos anos,
a 25 mm] de largura é submetida a um bico diversos protocolos de testes em escala real
de Bunsen de laboratório durante um período foram adotados em todo o mundo. Esses
de tempo entre 30 e 60 segundos. (Figura procedimentos são geralmente conhecidos
15.9.) A amostra de queima pode ou não como Testes de incêndio em galerias.
ser submetida a um fluxo de ar conhecido (Figura 15.10.)
durante ou após o teste. Quando a chama do Historicamente, esses testes têm sido
queimador é removida, o tempo necessário executados em escala real, envolvendo o uso
para a autoextinção da amostra de correia é de quantidades consideráveis de correias
medido. Um determinado número de amostras e combustível para inflamar a amostra.
é testado, e o tempo médio para a extinção
é calculado. O limite máximo dessa média é Figura 15.9.
especificado na maioria das normas. Procedimento de teste
Em todo o mundo, existem muitas diferenças de resistência à ignição
estilo bico de Bunsen.
nas características das amostras, localização
do queimador e fluxo de ar durante e após
os testes, o que torna difícil comparar
diretamente os normas entre os países.

Na Europa, e em grande parte dos outros


países, o teste EN/ISO 340 envolve a exposição
de seis amostras individuais de uma correia à
uma chama. Alguns países testam com e sem
coberturas, outros países testam somente com Foto gentilmente
coberturas. A especificação exige que cada cedida pela empresa
amostra seja suspensa em um plano vertical, Fenner Dunlop.

218
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

Figura 15.10. O método normal de teste é medir o


Disposição para testes comprimento das correias que não apresentam
de propagação de danos após submeter a amostra ao fogo
chamas em galeria durante um período de tempo e consumo de
em escala real. combustível fixados. Por vezes o aporte de
calor também é medido.

Esses testes em escala real incluem amostras


de teste com a largura real das correias, com
Foto gentilmente comprimentos especificados entre 2 e 50
cedida pela empresa metros [≈6 e 164 pés]. Conjuntos de roletes
Fenner Dunlop. são, por vezes, utilizados para suportar a
correia; os combustíveis complementares
variam de madeira e aparas a propano e
gasolina.
Figura 15.11.
Teste de propagação De acordo com o guia de Fenner Dunlop,
de chamas em galeria de 2013, MSHA B.E.L.T. or not MSHA
2 em escala real em B.E.L.T.…that is the question?, o procedimento
andamento. de teste (Figura 15.11.) fazia parte,
originalmente, das normas do Reino Unido,
Austrália e da Alemanha (German Institute for
Normalization, DIN). Nesses procedimentos,
uma amostra com dois metros de
comprimento de correia, com largura padrão,
Foto gentilmente é apoiada sobre um cavalete, simulando
cedida pela empresa as configurações dos rolete. A amostra era
Fenner Dunlop. queimada durante 10 minutos, utilizando um
queimador de propano, consumindo 1,3 kg
[≈2,9 lb] de combustível, sob um fluxo de ar
padrão. Após a remoção da fonte de ignição,
Figura 15.12. as chamas devem ser extinguidas, e um
Equipamento de teste comprimento definido
de chama em escala das correias não deve apresentar danos.
laboratorial, como Para satisfazer à norma, 250 milímetros
o utilizado para o [≈10 pol.] da correia devem estar intactos ao
procedimento de teste final do teste, após todas as chamas terem sido
BELT. extintas. A norma DIN EN 12881-2: 2009
incluiu danos simulados à amostra de correia
para expor seu reforço.

Embora esse método de teste seja eficaz e


repetível, o teste em si requer instalações em
escala real e cria questões ambientais, de saúde
e de segurança.

Foto gentilmente
cedida pela empresa
Fenner Dunlop.

219
Transportadores, correias e incêndios | Capítulo 15

Testes de propagação de média Figura 15.13.


escala Procedimento de testes
BELT.
A tendência atual em testes de propagação
de chamas é a utilização de amostras muito
menores em um dispositivo de testes com
dimensões laboratoriais. (Figura 15.12.)
Conhecidos como testes de média escala, esses
procedimentos são projetados para alcançar
os mesmos resultados dos testes em escala
real, ao mesmo tempo exigindo instalações
menores e recursos reduzidos. Os testes de Foto gentilmente
cedida pela empresa
média escala ou "em escala laboratorial" são
Fenner Dunlop.
menos dispendiosos e, reduzindo a emissão
de fumaça, reduzem o impacto ambiental do
teste. Figura 15.14.
Para ter aprovação no
Por exemplo, nos Estados Unidos, o teste teste BELT, uma porção 2
BELT (Belt Evaluation Laboratory Test) da da amostra de correia
MSHA requer a ignição de uma amostra de deve permanecer intacta
correia de 9 x 60 polegadas [≈229 x 1.524 após o procedimento de
milímetros], durante cinco minutos, utilizando teste.
um queimador de metano. (Figura 15.13.)
Foto gentilmente cedida
O fluxo de gás é ajustado em 1,2 pé3 por
pela empresa Fenner
minuto [≈34 l/min], como observado no
Dunlop.
artigo, Flammability of wider conveyor belts
using large-scale fire tests, de J.H. Rowland III
e A.C. Smith. A amostra é apoiada em um Figura 15.15.
suporte com dimensões especificadas, e três
Testes europeus de galeria
testes são realizados. Todas as amostras devem
de média escala.
deixar uma extensão de correia sem danos e
mensurável após o teste. (Figura 15.14.)

A abordagem europeia consiste em utilizar do


mesmo compartimento dos testes em escala Foto gentilmente
real, porém com alterações no queimador e cedida pela empresa
nas condições de teste para fornecer resultados Fenner Dunlop.
de aprovação/reprovação semelhantes aos dos
testes maiores.

Como especificado por Bernd Küsel em BELT, após a remoção da fonte de ignição,
sua apresentação em PowerPoint intitulada as chamas devem ser extinguidas, e um
International Comparison of Fire Resistant comprimento definido das correias não deve
Conveyor Belts, nos testes Laboratory Scale apresentar danos.
Gallery Test DIN 22100 e 22118, uma
amostra de correia de 1.200 milímetros de Recentemente, a África do Sul e o Canadá
comprimento por 120 milímetros de largura adotaram normas semelhantes aos testes DIN
[≈47,2 pol. de comprimento por 4,72 pol. de europeus.
largura] é posicionada sobre um queimador de
propano. (Figura 15.15.) Semelhante à norma

220
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

Testes do índice limite de De acordo com o PowerPoint de Küsel, a


oxigênio norma ISO 4589 especifica que uma amostra
de correia de 150 x 50 milímetros [≈6 x 2
Um teste final aplicado em conjunto com as pol.] deve ser posicionada verticalmente em
normas para propriedades retardadoras de uma coluna de teste transparente, e a mistura
chamas de correias de transportadores é o de oxigênio e nitrogênio deve ser aplicada no
teste LOI (Limiting Oxygen Index, Índice sentido ascendente, através da coluna.
limite de oxigênio). Esse teste é utilizado A amostra é inflamada na parte superior e a
para determinar se uma determinada parte chama inicial é removida. A concentração de
da correia é, de fato, idêntica a uma amostra oxigênio é, então, ajustada, até que a amostra
que foi testada e aprovada anteriormente. apenas mantenha combustão.
Ele fornece uma maneira barata e eficiente
para verificar se a correia fornecida está em
conformidade com a exigência de proteção Densidade e toxicidade da
contra incêndios acordada. fumaça
O Índice limite de oxigênio representa Além dos perigos do incêndio em si, devem
a concentração mínima, expressa em haver preocupações com a densidade e a
2 toxicidade da fumaça emitida pela queima
percentagem, de oxigênio para manter a
combustão estável. Ele é medido passando das correias. Um fator complicador é que
uma mistura de oxigênio e nitrogênio por o aumento da quantidade de retardador de
uma amostra em combustão, e, em seguida, incêndio nas correias pode, por sua vez, levar a
reduzindo o teor de oxigênio na mistura, até uma fumaça mais perigosa.
atingir um nível crítico em que a combustão
Em 1995, Joseph Main, então administrador
não seja mantida.
do Departamento de Saúde e Segurança
O ar fresco contém cerca de 21% de oxigênio. Ocupacional do sindicato de trabalhadores
Um polímero com um índice de oxigênio United Mine Workers of America, comentou
inferior vai queimar livremente se exposto ao sobre os perigos da fumaça tóxica. Main, que
ar; um polímero com um índice de oxigênio posteriormente se tornou secretário adjunto
superior vai se extinguir, a menos que uma do Trabalho para Segurança e Saúde em Minas
chama seja aplicada a ele. Assim, um alto dos Estados Unidos, e, consequentemente,
índice de oxigênio significa maior resistência à líder da MSHA, escreveu:
queima autossustentada. O teste típico de LOI
Outra grande preocupação é a fumaça
verifica se a amostra suportará a combustão
negra produzida pela queima de correias
por mais de 180 segundos após a ignição.
de transportadores. Essa fumaça
O LOI não é um teste de retardamento de pesada impediu a fuga de mineiros
chamas em si; em vez disso, ele é aplicado por obscurecer a visão e contaminar
como um método de controle de qualidade. as vias respiratória. O relatório de
O resultado de uma amostra testada deve estar investigação R.I. [Report of Investigation]
de acordo com os resultados de uma correia do 9380 também suporta essa alegação,
mesmo tipo previamente aprovada. afirmando em um trecho que "Além
disso, os níveis de fumaça e CO
Os valores de LOI para diferentes materiais são [monóxido de carbono] produzidos
determinados por testes padronizados, como a começam a se aproximar de níveis
norma ISO 4589 na Europa e a ASTM D2863 perigosos, podendo resultar em níveis
nos Estados Unidos. Na Europa, a norma letais posteriormente, durante a fase de
DIN 22117 especifica o LOI para correias de propagação".
transportadores usadas em minas de carvão.

221
Transportadores, correias e incêndios | Capítulo 15

Alguns países, incluindo Alemanha, Polônia e • Calor convectivo e radiante


República Tcheca, têm normas de testes para • Esgotamento do oxigênio
correias que abrangem a emissão de fumaça.
Em sua apresentação ao painel técnico Belt
No momento, não há regulamentos nos Air Panel, Bernd Küsel, da Phoenix Conveyor
Estados Unidos. Em 19 de junho de 2008, a Belt Systems, da Alemanha, declarou:
MSHA publicou um documento de solicitação "Seguramente, a maior ameaça durante um
de informações Request for Information incêndio, além do calor, é o monóxido de
(RFI 1219-AB59 e/ou RFI 1219-AB60) carbono, um gás inodoro". Küsel, então,
sobre toxicidade da combustão e densidade da ressaltou que todas as bases comuns de
fumaça de correias de transportadores transportadores de correia, as borracha de
(73 FR 35057). As respostas a essa solicitação policloropreno (CR) e de butadieno estireno
de informações discutiram muitas das questões (SBR), ambos elastômeros, e o cloreto de
relacionadas à fumaça de uma correia em polivinila (PVC), classificado como um
combustão. plastômero ou termoplástico, desenvolvem
A resposta ao documento Request for praticamente a mesma quantidade de
Information do Center for Regulatory monóxido de carbono.
Effectiveness citou uma carta à MSHA, 2
A toxicidade da fumaça de um incêndio em
de 05 de fevereiro de 1996, enviada pelos uma correia não parece ser uma preocupação,
representantes do fornecedor de produtos no momento, para os reguladores ou
químicos Monsanto: profissionais da segurança. Em sua
Não é incomum que os retardadores de apresentação ao Belt Air Panel, C. David
chamas de fato aumentem a quantidade Litton, um físico do instituto United States
de fumaça produzida por unidade de National Institute for Occupational Safety
material queimado. ... O efeito líquido and Health (NIOSH), observou que a fumaça
disso, muitas vezes, NÃO é a desejada de um incêndio gera um risco relacionado à
redução na fumaça; [...] por vezes, a visibilidade muito antes do desenvolvimento
fumaça total gerada aumenta! de um risco de toxicidade.

... (A) fumaça total gerada poderia Em sua resposta à solicitação de informações
ser maior devido à produção muito Request for Information RIN 1219-AB59 da
maior de fumaça por unidade de massa MSHA, Marcelo Hirschler resumiu este ponto:
consumida.
... Embora cerca de 2/3 das vítimas
Essa carta da Monsanto também observou que de incêndios morram pelos efeitos da
a letalidade de uma correia em combustão "é inalação da fumaça, é extremamente
bastante reforçada pela opacidade da fumaça raro que a causa das mortes seja a
que obscurece todas as pistas visuais e impede fumaça originada por um material
que as vítimas escapem da área ameaçada". muito tóxico específico. Fatalidades em
incêndios geralmente são o resultado da
Os problemas de saúde relacionados à fumaça inalação de muita fumaça de toxicidade
das correias incluem: média.
• Monóxido de carbono O problema, ao que parece, é a quantidade de
• Gases tóxicos, como cianeto de fumaça, e não sua toxicidade.
hidrogênio (HCN) e o dióxido de enxofre
(SO2)
• Irritantes, como partículas de fumaça

222
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

REGULAMENTOS E NORMAS de carvão. Os testes variam em termos


de tamanho de amostra da correia, tipo,
Uma visão geral das exigências de vários países intensidade e duração da aplicação da fonte
em termos de testes para correias é mostrada de calor e geometria do teste de galeria. Um
na Figura 15.16. exercício comparativo realizado pela ECSC
[European Coal and Steel Community] no
A variedade de procedimentos de teste, normas
início da década de 1990, e acompanhado
nacionais e órgãos reguladores cria dificuldades
posteriormente pelo Reino Unido, revelou
para definir o que está em conformidade e
que correias que cumpriram os requisitos de
o que é seguro. O relatório de pesquisa, Fire
aceitação em alguns testes, foram reprovadas
safety testing of conveyor belts, publicado pelo
em outros, e algumas correias que tiveram bom
Health and Safety Executive do Reino Unido,
desempenho em determinados testes, foram
observou que, desde de 2002, quatro tipos
completamente queimadas em outros.
diferentes de testes de propagação de chamas
em transportador de correia são atualmente Ele resumiu:
especificados na União Europeia para testes
de aceitação de correias para uso em minas Houve, portanto, uma variação no

2
Figura 15.16. África
Teste China EUA Índia Austrália Europa Rússia
Requisitos de do Sul
inflamabilidade da Fricção do tambor Sim Não Sim Sim Sim Sim Sim
correia em alguns países. Queimador de propano
Sim Não Sim Sim Sim Não Sim
com grade
Queimador de propano
Sim Não Não Não Sim Não Não
de alta intensidade
Galeria em escala real Não Não Não Não Sim Não Não
Galeria em escala
Não Sim Não Não Sim Não Sim
laboratorial
Bico de Bunsen/
Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim
queimador a álcool
Resistência da superfície Sim Não Sim Sim Sim Sim Sim
Toxicidade Não Não Não Não Sim Não Sim
Índice de oxigênio Não Não Não Sim Sim Não Sim

Figura 15.17. PAÍS NORMA PAÍS NORMA


Normas de resistência Austrália AS 4606 Polônia PN EN 14973 C1 + PN-93-05013
a chamas para correias
Belarus MI 600024712.001-2007 Portugal IPQ EN 14973 C1
de transportadores ao
redor do mundo. Canadá CSA M422-M14 Rússia PD03-423-01
China MT914 África do Sul SABS 971
República CS EN 14973 C1 Espanha UNE EN 14973 C1
Tcheca Turquia TS EN 14973 C1
Alemanha DIN EN 14973 C2 Reino Unido BS EN 14973 C1
Índia IS3181 Ucrânia GTSU 12.0018579.001-99
Itália UNI EN 14973 C1 EUA MSHA Title 30 Part 14 & MSHA 2G
Noruega NS EN 14973C1

223
Transportadores, correias e incêndios | Capítulo 15

rigor dos critérios de aceitação e os programas e requisitos são relativamente


uma indicação de que os testes não uniformes, com exigências em conformidade
mediam necessariamente as mesmas com as normas desenvolvidas pela Canadian
propriedades. Standards Association (CAN/CSA).

Existem diferentes normas e testes exigidos A Parte 4.4.16 da norma Health, Safety
para correias de transportadores em vários and Reclamation Code for Mines in British
países. Essas normas são identificadas na Columbia (publicada em 2008), especifica:
Figura 15.17 e serão detalhadas nesta seção.
12) Correias de transportadores para
Austrália uso no transporte de carvão ou em
uma atmosfera explosiva e em todos as
A norma australiana AS 4606- instalações subterrâneas devem cumprir
2000 Fire resistant and antistatic requirements os requisitos da norma da CSA, CAN/
for conveyor belting used in underground coal CSA-M422-M87 Fire Performance and
mines foi substituída pela norma AS 4606- Antistatic Requirements for Conveyor
2012 Grade S fire resistant and antistatic Belting, ou uma norma equivalente,
requirements for conveyor belting and conveyor sujeito à aprovação do inspetor chefe.
accessories. 2
A norma CSA M422-M87 (publicada em
Os métodos de testes de resistência ao fogo dos 1987) agora foi substituída, primeiro pela
transportadores de correia estão incluídos na norma CSA M422-12, de 2012, e, mais
norma AS 1334: recentemente, com a publicação da norma
1334.9-1982 2014 CSA M422-14.
Methods of testing conveyor and elevator Por muitos anos, as correias utilizadas no
belting – Determination of electrical Canadá precisavam cumprir as normas
resistance of conveyor belting para propriedades retardadoras de chamas
1334.10-1994 estabelecidas pela MSHA dos Estados Unidos.
Methods of testing of conveyor and elevator No entanto, desde o dia 20 de março de 2013,
beltings – Determination of ignitability a universidade Carleton University eliminou
and flame propagation characteristics of a necessidade de recorrer Às normas e testes
conveyor belting NÃO canadenses, por meio da criação de um
1334.11-1988 laboratorio de testes, que valida a Certificação
Methods of testing conveyor and elevator Canadense.
belting – Determination of ignitability A norma CAN/CSA M422-14 especifica os
and maximum surface temperature of requisitos para desempenho contra incêndios
belting subjected to friction e antiestáticos para correias de transportadores
1334.12-1996 novas (não usadas), para utilização em
Methods of testing conveyor belting – qualquer parte de uma operação de mineração
Determination of combustion propagation ou escavação abaixo da superfície. Essa norma
characteristics of conveyor belting abrange desempenho contra incêndios e
correias de transportadores antiestáticas dos
Canadá seguintes tipos:
O sistema de inspeções
a. Tipos A1 e A2, destinados ao uso em
regulatórias e aplicação de códigos no nível das
atmosferas explosivas.
províncias no qual o Canadá se baseia torna
a conformidade um pouco mais confusa do b. Tipos B1-A, B1-B, B2 e C,
que a conformidade com normas emitidas e destinados ao uso em atmosferas não
aplicadas em nível nacional. Porém, em geral, explosivas.

224
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

China EN ISO 22721:2007 Textile Belts

Os padrões chineses para correias EN ISO 15236-3:2007 Steel Cord Belts


com propriedades retardadoras de chamas são A EN 12882 é a norma para os requisitos de
identificados nas seguintes normas: segurança para correias de transportadores
MT 668: 2008 Steel cord fire resistant terrestres de uso geral. Essa norma divide as
conveyor belting for coal mine correias em cinco categorias de segurança, de
acordo com o desempenho da correia sob os
MT 914: 2008 Solid woven fire resistant vários tipos de testes. (Figura 15.18.)
conveyor belting for coal mine
Ambas as normas são destinadas a minas de Como observado no relatório da Comissão
carvão subterrâneas e incluem informações Europeia, Early detection and fighting of fires
sobre as especificações, requisitos técnicos, in belt conveyor (Edaffic), a norma DIN EN
métodos de testes, normas de inspeção, 14973 define os requisitos de segurança
sinalização, embalagem, transporte e para a proteção relacionada à eletricidade e
armazenamento das correias identificadas. a incêndios em correias de transportadores
usadas em mineração subterrânea, na presença
Europa de atmosferas inflamáveis e não inflamáveis.
2
As normas na Europa e em Além disso, ela lista os seguintes perigos
outras regiões regidas pelas normas de segurança adicionais relativos à utilização de correias de
EN ISO Safety Standards são emitidas pelo transportadores em aplicações de mineração
European Committee for Standardization subterrânea, incluindo:
(denominado CEN, de acordo com o comitê
francês Comité Européen de Normalisation). • Riscos devido a emissões de eletricidade
Eles incluem: estática;
• Riscos causados pela paralisação da
Requisitos para segurança elétrica e correia do transportador enquanto
inflamabilidade o acionamento ainda está em
EN 12882:2008 General Purpose Belting funcionamento, o que leva a um
EN 14973:2006 + A12008 aquecimento local da correia, e pode
Underground Belting gerar calor por atrito devido ao contato
com o tambor do motor ou outras
Normas para correias de uso geral peças;
EN ISO 14890:2013 Textile Belts • Riscos relacionados ao impacto de
EN ISO 15236-1:2005 Steel Cord Belts pequenas chamas na superfície ou na
Normas para correias subterrâneas carcaça da correia do transportador;

Figura 15.18. Resumo das categorias de segurança na norma BS EN 12882:2001.


Resumo das categorias e Requisitos Requisitos Requisitos
requisitos da norma BS Requisitos
Categoria de resistência de fricção do de propagação
de ignição
EN 12882-2002. à eletricidade tambor de chamas
1 *
2 * *
3 * * *
4 * *
5 * * * *

225
Transportadores, correias e incêndios | Capítulo 15

• Riscos causados pela propagação de um bem como sua tendência a manter a


incêndio ao longo da correia de um combustão, são medidos observando a
transportador. Um incêndio pode ser extensão da propagação do incêndio ao
causado por um pequeno ponto quente; longo da amostra.
por exemplo, por um rolamento O Método A utiliza uma amostra
superaquecido de uma polia, ou por de 2 m [≈6,56 pés] de comprimento
grandes incêndios provocados por e consome gás propano através do
outros materiais no interior da galeria. queimador a uma taxa de 1,30 ± 0,05 kg
Essa norma para correias subterrâneas por 10 min [≈0,286 lbm/min].
estabelece um conjunto de três classes com O Método B utiliza uma amostra de
duas delas divididas, cada uma, em duas 2,5 m [≈8,2 pés] de comprimento e
subdivisões. (Figura 15.19.) consome gás propano através de dois
As metodologias de testes para correias de queimadores montados acima e abaixo
transportadores na Europa são explicitadas nas do cavalete da amostra a uma taxa
normas a seguir, embora possa haver diferenças de 1,30 ± 0,05 kg por 10 min
no método de teste e/ou no desempenho [≈0,286 lbm/min] para cada queimador.
necessário para aprovação em várias regiões. O Método C utiliza uma amostra de 2
1,5 m [≈4,9 pés] de comprimento
DIN EN ISO 284:2012 e consome gás propano através do
Conveyor belts – Electrical conductivity – queimador a uma taxa de 565 ± 10 g
Specification and test method. por 50 min [≈0,025 lbm/min].
DIN EN 1554:2012 O Método D utiliza uma amostra a
Conveyor belts – Drum friction testing. 1,2 m [≈3,9 pés] de comprimento
e consome gás propano através do
BS EN 12881-1:2014 queimador a uma taxa de 150 l/h.
Conveyor belts. Fire simulation flammability [≈5,3 pés3/h](D1) ou 190 l/h.
testing. Propane burner tests. [≈6,7 pés3/h](D2).
A norma EN 12881-1 descreve quatro DIN EN 12881-2:2009
métodos para a medição da propagação Conveyor belts. Fire simulation flammability
de uma chama ao longo de uma correia testing. Large scale fire test.
de transportador que tenha sido exposta
a uma fonte de calor relativamente alto e Esse teste simula uma situação em que
localizado, como um incêndio. Os danos há fontes de combustível presentes,
sofridos pela correia do transportador, que também podem ser inflamadas,

Figura 15.19.
Resumo das categorias de segurança na norma BS EN
14973:2006. Resumo das categorias de
segurança na norma
• Classe A, uso geral, o único perigo sendo acesso e meios de fuga limitados BS EN 14973:2006.
• Classe B, como acima mais uma atmosfera potencialmente explosiva
B1 - sem dispositivos de segurança secundários
B2 - com dispositivos de segurança secundários
• Classe C, como a Classe B mais pó inflamável​ou material transportado
C1 - sem dispositivos de segurança secundários
C2 - com dispositivos de segurança secundários

226
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

além da fonte de ignição na correia do application.


transportador. Essa simulação é realizada
provocando um incêndio em um fardo Essa norma contém as subseções a seguir,
de madeira, conforme descrito no que descrevem os procedimentos de teste
documento Early detection and fight of aprovados:
fires in belt conveyors (Edaffic). • Annex A (Clause 9.1) Method of Test for
BS EN ISO 340:2013 Fire Resistance (Drum Friction Test)
Conveyor belts. Laboratory scale flammability • Annex B (Clause 9.2) Method of Test for
characteristics. Requirements and test method Fire Resistance (Flame Test)
Essa norma especifica um método para • Annex C (Clause 9.3) Method of Test for
avaliar, em pequena escala, a reação de Electrical Surface Resistance
uma correia de transportador a uma
fonte de ignição usando uma chama. Correias para uso subterrâneo são abordadas
É aplicável a correias de transportadores pela norma IS 3181 (1992): Conveyor belts –
com carcaça de tela, bem como a Fire resistant conveyor belting for underground
correias de transportadores com cabo de mines and such other hazardous applications,
aço. que incluem os seguintes procedimentos de
2
teste:
DIN 22117 (1988-02)
Conveyor Belts for Coalmining – Determination Annex E (Clause 14) Method of Test for
of the Oxygen Index Electrical Resistance

DIN EN ISO 4589-1:1996 Annex F (Clause 15.1) Method of Test


Plastics – Determination of burning behaviour for Fire Resistance (Drum Friction Test)
by oxygen index – Part 1: Guidance Annex G (Clause 15.2) Method of
Test for Fire Resistance (Spirit Burner
DIN EN ISO 4589-2(2006-06) Flame Test)
Plastics – Determination of burning behaviour
by oxygen index – Part 2: Ambient-temperature Annex H (Clause 15.3) Propane
test Burner Test

DIN EN ISO 4589-3:1996


África do Sul
Plastics – Determination of burning behaviour of As normas da África do Sul
plastics by oxygen index – Part 3: Elevated- para o teste das propriedades
temperature test retardadoras de chamas para correias são
enunciadas na norma SANS 971; a edição
Adicionalmente, as correias devem estar
atual foi publicada em 2013.
em conformidade com os requisitos da
diretiva ATEX Directive 2014 /34 EU, A norma SANS 971 detalha os métodos
que abrange equipamentos e sistemas de de teste para propriedades retardadoras de
proteção destinados ao uso em atmosferas chamas para correias com constituições de
potencialmente explosivas. todos os tipos. Os requisitos de conformidade
Índia propriamente ditos são especificados nas
demais normas aplicáveis, incluindo:
Na Índia, as normas para
propriedades retardadoras • SANS 1366:2006 Steel Cord Reinforced
de chamas em correias de Conveyor Belting
transportadores são abordadas pela norma IS • SANS 1173:2006 General Purpose Textile-
1891-5 (1993) Conveyor and elevator textile Reinforced Conveyor Belting
belting: Part 5: Fire resistant belting for surface • SANS 968:2013 Conveyor Belting –Textile

227
Transportadores, correias e incêndios | Capítulo 15

Reinforced Solid Woven Conveyor Belting General procedures for preparing and
conditioning test pieces for physical test
• SANS 971:2013 Usa os mesmos métodos methods.
de teste para todas as construções de
correias transportadoras. Em comparação Estados Unidos
com as versões anteriores, a edição
de 2013 explicita o uso de um teste Por muitos anos, os Estados
existente de fricção do tambor, de um Unidos ficaram para trás do mundo
teste de resistência elétrica e de um teste padronizado em sua adoção de normas
de "início" de incêndio, com pequenas para testes e desempenho para correias com
alterações, e adiciona um teste de propriedades retardadoras de chamas.
propagação de incêndio de média escala. O relatório do Belt Air Panel observou:

Como parte da norma SANS 971, as normas Fica evidente, a partir da comparação
que especificam os métodos de teste incluem: dos requisitos de resistência da correia
a incêndios, que os Estados Unidos
6.1 Condicionamento têm exigências entre as mais baixas do
6.2 Resistência a chamas mundo, com apenas um requisito de
teste laboratorial em pequena escala, 2
6.3 Condutividade Elétrica usando um bico de Bunsen.
6.4 Teste de atrito do cilindro Todos os outros países exigem um
6.5 Teste de propagação de chamas teste de fricção do tambor, e a maioria
também exige um teste de queimador
Essa norma especifica métodos para testar
de propano com grade em escala real.
correias de transportadores com propriedades
O teste de galeria em escala real só é
retardadoras de chamas, incluindo correias
exigido na Europa, mas testes de galeria
para uso em aplicações descritas como
em escala laboratorial são exigidos na
"minas de fogo" no documento. Uma mina
Europa e na Rússia.
de fogo é definida como uma mina em que
a) haja emissão de gases inflamáveis durante Porém, as mortes na mina Aracoma Alma, em
seu funcionamento, b) exista um perigo de janeiro de 2006 no estado de West Virginia,
explosão devido a pós ou gases inflamáveis reforçou a preocupação com os incêndios
ou c) já ocorreu anteriormente combustão e relacionados a correias de transportadores e
explosão de gases. com os riscos que eles criam para a segurança
dos mineiros. Essa tragédia motivou os
Além disso, a norma SANS 971 cita os
órgãos reguladores a investigar, propor e
seguintes documentos como "indispensáveis"
aceitar normas e procedimentos de teste mais
para sua aplicação:
rigorosos.
• EN 12881-1, Conveyor belts – Fire
Como ficou determinado por meio de testes
simulation flammability testing – Part 1:
após o incêndio, as correias do transportador
Propane burner tests.
no incêndio da Aracoma Alma atendiam à
• SANS 340/ISO 340, Conveyor belts – norma, então vigente, de testes laboratoriais
Laboratory scale flammability characteristics de resistência a chamas da MSHA dos Estados
– Requirements and test method. Unidos, como expresso pela norma Title 30
• SANS 10284/ISO 284, Conveyor belts – CFR 18.65 (geralmente conhecida como
Electrical conductivity – Specification and Schedule 2G). (Consulte O incêndio da
test method. mina Aracoma: calor por atrito resulta
em tragédia.) Entretanto, as correias não
• SANS 23529/ISO 23529, Rubber –
cumpriam as normas do teste Belt Evaluation

228
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

Laboratory Test (conhecido como BELT), e de engenharia e fez recomendações sobre


que foram desenvolvidas no final da década tópicos, incluindo propriedades retardadoras
de 1980 pela MSHA, mas nunca foram de chamas dos materiais de correias para uso
implementadas. A MSHA propôs a norma em minas de carvão subterrâneas. O Belt Air
BELT em 1992, mas a suprimiu 10 anos Panel publicou o relatório final em 20 de
depois, sob a alegação de que o número de dezembro de 2007.
incêndios havia diminuído.
Estudando a tragédia na mina Aracoma,
Na lei de 2006 Mine Improvement and o Belt Air Panel observou a fragilidade ou
New Emergency Response (MINER) Act, ausência de normas nos Estados Unidos.
O Ministro do Trabalho dos Estados Unidos Na Recomendação 3 de seu relatório final,
implantou o painel de estudos técnicos o painel observou:
Technical Study Panel on the Utilization
of Belt Air and the Composition and Fire É óbvio [...] que os testes e normas para
Retardant Properties of Belt Materials in propriedades retardadoras de chamas de
Underground Coal Mining (geralmente correias de transportadores atuais nos
conhecido como Belt Air Panel). Esse painel EUA são inadequados para determinar
realizou uma revisão independente científica corretamente a resistência a incêndios da
2 correia em escala real...

As lâminas dos raspadores de correias podem iniciar um incêndio?


Saber se as lâminas do raspador da correia são
suficientemente aquecidas devido ao atrito
com a correia para iniciar um incêndio é uma
preocupação para operações que empregam
transportadores de alta velocidade.

As lâminas dos raspadores da correia


são tensionadas contra a correia de um
transportador em movimento para remover
o material de retorno, o material residual que
fixa preso à correia após o ponto de descarga.
A pressão do contato entre a lâmina e a correia
gera calor por atrito. Por vezes, a pressão entre
a lâmina e a correia é alta; além disso, pode
haver vários raspadores instalados; outras vezes,
a carga é abrasiva e/ou inflamável. Tudo isso
aumenta a preocupação com incêndios.

Para determinar se existe um risco real de que


as lâminas do raspador causem um incêndio,
os pesquisadores do Centro de Inovação da
Martin Engineering realizaram uma série
Imagens térmicas das extremidades de contato do raspador. de testes. Os testes verificaram se as lâminas
metálicas em contato com a correia chegam a
atingir a temperatura de inflamabilidade típica
de uma correia, 300°C [≈572°F].

229
Transportadores, correias e incêndios | Capítulo 15

Como consequência desse relatório, a norma para avaliar o desempenho em relação aos
BELT foi adotada, aproximando os Estados critérios da norma. O nova norma Parte 14
Unidos das práticas da padronização de outros também requer que a correia seja resistente à
países. Essa nova norma, agora presente na propagação das chamas ao longo da extensão
Parte 14, está em vigor desde 31 de dezembro da amostra de correia quando submetida
de 2008. ao fogo/combustível a partir de uma fonte
externa.
O artigo técnico Conveyor Belt – New MSHA
standard da NIBA, de Mitesh Kadakia, observa O teste BELT foi desenvolvido pelo United
que correias para uso em minas de carvão States Bureau of Mines (com a cooperação
subterrâneas devem atender aos requisitos da MSHA) para abordar a limitação do teste
de desempenho do teste laboratorial de Schedule 2G, com dimensões de amostra e
propagação BELT. A principal diferença em condições de teste que levem a resultados que
termos de desempenho entre as normas antigas se alinhem melhor à condições e amostras
e as novas é que a norma Schedule 2G antiga do teste em galeria em escala real. O teste
exigia que a correia fosse resistente apenas é realizado em um ambiente laboratorial
à combustão. Um simples teste laboratorial relativamente simples, que não requer uma
usando o bico de Bunsen era empregado escala real.
2

Testes com lâminas de carbeto de tungstênio Testes com lâminas de uretano


No procedimento de teste, um raspador secundário da As instalações alemãs da Martin Engineering realizaram
correia com lâminas de carbeto de tungstênio foi tensionado testes semelhantes para verificar as temperaturas atingidas
contra uma correia seca (e vazia) com deslocamento de 4 por uma lâmina de raspador de correia em uretano.
metros por segundo [≈787 fpm]. Os testes na Alemanha foram conduzidos utilizando um
O raspador e a correia tinham 457 milímetros [≈18 pol.] de tambor giratório para simular a superfície seca de uma
largura. A cada 15 minutos, a temperatura das lâminas foi correia, com deslocamento de 5, 6 e 7 metros por segundo
registrada por meio da captura de uma fotografia térmica da [≈985, 1.181 e 1.378 fpm]. Os testes foram conduzidos
borda de contato. durante períodos de 30 minutos, usando a lâmina de um
raspador primário em poliuretano 90 Durômetro Shore A.
Durante o teste, a temperatura mais elevada atingida A sequência de testes mostrou temperaturas da lâmina no
pela extremidade de contato do raspador de carbeto de ponto de contato (ponta da lâmina) entre 120° e 150°C
tungstênio foi 138°C [≈280°F], aproximadamente metade [≈248° e 302°F]. Entre 2 e 5 milímetros [≈1/32 e 1/4 pol.]
da temperatura de ignição das correias. Essa temperatura longe da zona de contato, a temperatura do uretano foi
foi registrada no início das Horas 1 e 2 do teste. Após os reduzida para 50° a 75°C [≈122° a 167°F], muito abaixo da
primeiros 30 minutos do teste, a temperatura do raspador temperatura necessária para inflamar as correias.
e da correia foi estabilizada e mostrou consistentemente
temperaturas entre 133°C [≈271°F] e 138°C [≈280°F]. Um projetista consciente deve estar ciente das temperaturas
Depois de quatro horas, o procedimento foi interrompido. que possam causar a queima do material transportado
específico. Entretanto, os resultados desses testes indicam
Em um teste expandido, em que um raspador foi que é pouco provável que o acúmulo de calor devido ao
consideravelmente sobretensionado (200% além da pressão atrito nas lâminas dos raspadores de correias em uretano ou
ideal entre lâmina e correia), a temperatura máxima metal seja suficientemente alto para causar um incêndio em
permaneceu inferior a 138°C [≈280°F]. Esses resultados uma correia e/ou na carga.
mostram que o atrito do contato entre a lâmina e a correia
não aqueceriam a lâmina de um raspador suficientemente
para causar um incêndio na correia.
230
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

Os detalhes do procedimento foram incêndios considerado aceitável. Isso deve ser


resumidos por Marcelo M. Hirschler, da GBH determinado por um estudo de avaliação de
International, em resposta ao documento riscos do ambiente em que a correia vai operar.
Request for Information RIN1219-AB59 do
Belt Air Panel: De acordo com um artigo MSHA B.E.L.T.
or not MSHA B.E.L.T.…that is the question?,
O teste BELT [...] é conduzido em de Fenner Dunlop, a associação Association
um túnel ventilado com 1,7 m (5,5 for Rubber Products Manufacturers (ARPM)
pés) de comprimento por 0,2 m2 criou duas classes para propriedades
(1,5 pé2). O tamanho da amostra de retardadoras de chamas, que podem ser
material da correia tem 1,5 m (5 pés) especificadas na seguinte ordem:
de comprimento por 230 mm (9 pol.)
de largura. A amostra é inflamada pela ARPM - FR Classe 1
aplicação de um queimador a gás na Essa classe incorpora a nova norma da
parte frontal da amostra de correia, MSHA, 30 FFR Part 14, de dezembro de
com as chamas distribuídas igualmente 2008. O método de teste também está
sobre as superfícies superior e inferior contido na norma ASTM D378 Part 13.1,
da amostra. Após cinco minutos, o também conhecido como o teste BELT.
2
queimador é removido, e a amostra de ARPM - FR Classe 11
correia é deixada queimando até que Essa classe de correias de transportadores
as chamas se apaguem. Uma correia é baseada na especificação anterior da
será aprovada no BELT se, em três MSHA, em uso para minas de carvão
testes separados, restar uma porção da subterrâneas, conhecida como Schedule
amostra da correia do transportador 2G ou CFR 30 Part 18. O método de teste
que não esteja danificada ao longo de é especificado na norma ASTM D378 Part
toda a sua largura. Se, em qualquer um 13.2., e utiliza amostras de correia para
dos três testes, as chamas se estenderem teste de 6 x 0,5 polegadas (≈152 mm x 13
até a extremidade final da amostra, a mm). De acordo com as diretrizes originais
formulação da correia será reprovada no da MSHA, os critérios de aceitação das
teste. amostras de correias testadas de acordo com
Como o aquecimento por atrito é uma causa essa norma são definidos como: os testes
comum de incêndios em correias, o Belt Air de quatro amostras cortadas de qualquer
Panel recomendou que a MSHA avalie um correia não devem apresentar chama que
teste de fricção do tambor. No entanto, após exceda a duração média de um minuto após
avaliação, a MSHA decidiu não prosseguir a remoção da chama aplicada; ou o brilho
com a adição do teste como um requisito. visível da amostra após a chama se apagar
não deve ser superior a uma média de
Para cumprir os requisitos da norma 30 CFR duração de três minutos.
14, a partir de 31 de dezembro de 2009, todas
as novas correias usadas em minas de carvão
A necessidade de normas
subterrâneas precisam ter uma resistência
a chamas alta. Após mais 10 anos, todas as
mundiais
correias fornecidas antes de 2009 precisarão ser A discussão neste capítulo cita uma extensa
substituídas por correias compatíveis. lista de normas, testes e requisitos para
incêndios e especificações sobre estática para
Para as atividades que não envolvam carvão
correias. As variações e contradições entre
em minas subterrâneas, bem como em
os países, e, muitas vezes, dentro do próprio
aplicações de transportadores terrestres, a
país, aumentam significativamente o risco
antiga norma Parte 18 ainda pode fornecer ao
de aplicação indevida das correias e dos
usuário final um nível de desempenho contra
componentes.
231
Transportadores, correias e incêndios | Capítulo 15

O número de mortes devido a incêndios em ser à prova de fogo. Alguns fabricantes


correias indica que as exigências das normas fornecem certificados que só dizem respeito
ainda não são adequadas. Por exemplo, às correias produzidas pelo fabricante para
componentes, como raspadores e vedações fins de certificação em geral, em oposição às
da correia, devem ser aprovados não só nos correias específicas fornecidas para aplicações
testes de propagação de chamas, mas também específicas. Consequentemente, um fabricante
em algum tipo de teste de fricção do tambor. recomenda que um metro extra de correia seja
Os componentes em contato com a correia encomendado, para que esse comprimento
são, muitas vezes, ajustados inadequadamente adicional possa ser testado por um laboratório
pela equipe de manutenção, a fim de manter credenciado para confirmar a conformidade
a correia em funcionamento, ainda que de com os requisitos de certificação.
maneira insegura, em vez de tratar a causa do
problema e tornar a operação mais segura. A Evidentemente, é indispensável que as correias
complexidade e as diferenças entre as normas de transportadores usadas na mineração
de segurança e procedimentos de testes em e no manuseio de carvão, bem como em
todo o mundo aumentam os riscos, em vez de outras aplicações subterrâneas, estejam
reduzí-los. As normas de segurança mundiais em conformidade com os requisitos legais
para correias utilizadas no manuseio de para propriedades retardadoras de chamas.
2
materiais a granel são muito atrasadas. Sob condições diferentes, uma avaliação
de riscos pode ajudar a determinar o nível
Conforme o manuseio de materiais a granel se de propriedades retardadoras de chamas
torna um setor internacionalizado, governos apropriado para uma determinada aplicação
e organizações que definem normas poderiam das correias.
contribuir muito para a segurança contra
incêndios em correias de transportadores com Sempre que uma correia de transportador
a aprovação de um único conjunto global estiver em funcionamento dentro ou entre
de normas para o combate a incêndios em edifícios ou em um espaço confinado, é
correias. uma boa prática especificar um nível maior
em termos de propriedades retardadoras de
chamas.
Determinação do nível
Em aplicações terrestres (não regulamentadas),
adequado das propriedades sistemas de combate a incêndios adicionais
retardadoras de chamas são úteis, e, quando instalados, podem
Como observa Sytze Brouwers em "Playing permitir que o usuário considere um padrão
with fire?", na edição de janeiro de 2014 de resistência a chamas inferior para correias
da revista Dry Cargo International, muitas de transportadores. Entretanto, o perigo
instalações que deveriam usar correias de confiar em dispositivos de detecção
com propriedades retardadoras de chamas secundários, como sistemas de detecção de
estão operando com correias sem sem tais incêndios e de aspersores, está relacionado à
propriedades propriedades, simplesmente manutenção desses sistemas. Quando a correia
devido à "economia", ao desejo de cortar de um transportador, com um nível elevado
custos. de propriedades retardadoras de chamas é
especificada, ela se torna um tipo de apólice de
As correias de transportadores não podem seguro para atenuar danos.
ser totalmente à prova de fogo. As superfícies
superior e inferior e a camada de borracha Sempre que houver dúvidas sobre a gravidade
entre as dobras podem ser projetadas para ou os custos relacionados ao risco, uma boa
retardar as chamas, mas toda a estrutura estratégia é atualizar o nível de segurança
da correia não pode ser fabricada para operacional. Assim, é uma boa prática incluir

232
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

correias com propriedades retardadoras de metálicas leves se tornem uma fonte de ignição
chamas em aplicações em que o custo de um de gás ou pó. Atrito ou faíscas resultantes
incêndio seria considerável ou crítico para o da fricção entre metais leves metais ferrosos
desempenho. oxidados (enferrujados) é suficiente para
inflamar uma mistura de metano e ar.

Além das correias: Outras práticas de controle de incêndios


propriedades retardadoras de requerem o uso de fluido hidráulico resistente
chamas de outros componentes à chamas (não inflamável) e outras substâncias
químicas.
do transportador
Nos Estados Unidos
Nos transportadores, existem outros
componentes que normal ou ocasionalmente Nos Estados Unidos, a MSHA tem
entram em contato com a correia em procedimentos em vigor para aceitar vários
movimento. Como resultado, eles devem ser componentes de elastômero para uso
avaliados em relação à sua propensão para subterrâneo. Eles incluem componentes do
queimar e/ou criar atrito que possa fazer com transportador, como revestimentos de chutes,
2
que a correia entre em combustão. revestimentos de polias e roletes, barras de
O mais comum é que os requisitos relativos impacto, raspadores e vedações da correia, bem
a esses materiais sejam emitidos nos como outros componentes, como mangueiras
regulamentos sobre mineração subterrânea e/ pneumáticas e hidráulicas e materiais em
ou mineração de carvão, pois essas operações almofadas de assentos.
podem apresentar os maiores riscos.
A norma Code of Federal Regulations (CFR),
Componentes com elastômeros e borracha, Title 30, contém os regulamentos obrigatórios
como revestimento da polia, vedações, para os requisitos de resistência à chamas de
lâminas dos raspadores da correia e dos diversos produtos utilizados em mineração
raspadores em V da polia traseira, e as barras subterrânea. No entanto, existem outros
de elastômeros usadas​nas mesas deslizantes produtos que podem representar riscos de
do suporte da correia e nas mesas de impacto, incêndio semelhantes, mas para os quais
devem cumprir as normas regulamentares não existe nenhum teste e/ou regulamento
para propriedades retardadoras de chamas. específico. Como resultado, este procedimento
Até mesmo a graxa usada na lubrificação dos é destinado a testar e avaliar esses materiais.
roletes do transportador deve ter propriedades
retardadoras. Qualquer componente ou Os procedimentos são descritos no documento
conjunto de componentes que entre em No. ASAP 5001 Application Procedures for
contato com a correia em movimento, tenha Acceptance of Flame-Resistant Solid Products
ele potencial para gerar atrito por deslizamento Taken Into Mines, da MSHA.
ou por rotação, deve ter nível de classificação O processo de aceitação exige a apresentação
pelo menos similar ao nível de propriedade de informações sobre a formulação (material),
retardadora de chamas da correia. fichas técnicas de segurança, e algumas
Em algumas jurisdições (particularmente, amostras, geralmente, quatro amostras de um
Austrália, Canadá, e Reino Unido), ligas leves, determinado lote, para testes. O procedimento
em que o peso total de alumínio, magnésio e de teste é detalhado no documento Documento
titânio em conjunto é superior a 15% e/ou em MSHA ASTP 5007 MSHA’s Standard
que o teor de magnésio e titânio em conjunto é Flame Test Procedure for: Hose Conduit, Fire
superior a 6% do peso, são proibidas em minas Suppression Hose Cover, Fire Hose Liner and
de carvão subterrâneas. Essa restrição tem Other Materials; Título 30, Code of Federal
como objetivo limitar o perigo de que ligas Regulations Part 18, seção 18.65. Esse

233
Transportadores, correias e incêndios | Capítulo 15

documento especifica as características da O cuidado do comprador


amostra e os equipamento e procedimentos
utilizados nos testes; o protocolo de testes é Alguns elastômeros e componentes são
idêntico ao do procedimento Schedule 2G, identificados como tendo propriedades
anteriormente utilizado para a avaliação de retardadoras de chamas (de resistência
correias de transportadores. a chamas) e antiestáticas, geralmente
identificados como FRAS ou FR/AS em
Após testes e avaliações bem-sucedidos da seus documentos. É responsabilidade do
amostra do produto apresentado, a MSHA comprador verificar se a designação FRAS
emitirá um número de aceitação. O produto foi obtida de acordo com os procedimentos
deve ser marcado permanentemente e de teste adequados e por uma autoridade
de forma legível com essa designação de credenciadora.
aceitação. O produto pode ser anunciado
como "aceito pela MSHA", mas termos como Certamente, é uma boa prática buscar os
"aprovado", "recomendado" ou "sancionado" componentes com propriedades retardadoras
pela MSHA não devem ser utilizados. de chamas aceitos para utilização subterrânea
para todas as operações, incluindo aquelas
Outros países terrestres.
2
Na Austrália, a norma AS/NZS 4024.3610
especifica, na seção 3.2.6.1, que materiais Tecnologias de detecção de
não metálicos utilizados em componentes de incêndios em correias
transportadores devem atender aos requisitos
de resistência a chamas especificados na norma Um incêndio associado a um sistema de
AS 4606 for Grade S fire resistant and antistatic transportador pode ser um incêndio estático,
requirements for conveyor belting and conveyor em uma correia estacionária ou dentro do
accessories. Os componentes especificamente mecanismo ou da carcaça do transportador, ou
identificados incluem chutes e revestimentos, um risco móvel, como carvão quente ou em
coberturas e outros itens que entram em combustão em movimento na correia de um
contato com a correia, como revestimentos de transportador. Cada condição exige uma forma
polias, barras de impacto, tiras de vedação e diferente de detecção de incêndio específica do
lâminas de raspadores de correias. local, para garantir uma resposta rápida e eficaz
e uma operação livre de problemas.
Diversas organizações de padronização,
nacionais e internacionais, são responsáveis O desafio na detecção desses incêndios é que
pela preparação e emissão de normas relativas os sistemas convencionais para esses fins são
a elastômeros. Elas incluem os órgãos inadequados para o ambiente, produzindo
International Organization for Standardization falsos alarmes causados​por pó ou névoa, ou
(ISO), British Standards Institution (BSI), são tão insensíveis, que um incêndio pode ser
American Society for Testing and Materials propagado e engolir o transportador estático
(ASTM), Deutsches Institut für Normung antes que eles sejam ativados.
(DIN), European Association of Aerospace
Industries (AECMA) e Association Français de A detecção é feita através de leitura de calor.
Normalisation (AFNOR). Sensores de calor detectam incêndios em
correias em movimento ou estacionárias,
É preciso tomar cuidado para confirmar incêndios envolvendo derramamentos
se outros componentes do transportador, e acúmulos de resíduos abaixo dos
e, especificamente, os que incorporam transportadores, rolamentos e máquinas
elastômeros, foram avaliados adequadamente de acionamento superaquecidos e acúmulo
em termos de desempenho de resistência a de calor devido ao atrito entre a correia e
chamas, antes de sua aplicação. a estrutura ou suportes. Como Verakis e

234
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

Hockenberry observaram em seu artigo de também podem ser instalados na correia, entre
2008, Conveyor belt entry fire hazards and o carregamento e o retorno.
control:
Um desafio diferente é criado por incêndios
A detecção antecipada de um incêndio em correias em movimento. De acordo com
por meio do uso de detectores de Douberly, atualmente, há uma variedade
monóxido de carbono (CO) e fumaça de monitores adequados para a detecção de
é fundamental para alertar os mineiros incêndios em correias de transportadores
e lidar com um incidente de incêndio, em movimento. Esses monitores são
e pode significar a diferença entre a classificados em quatro categorias principais:
extinção de um incêndio e a necessidade sistemas de imagem térmica, detectores de
de combater um incêndio fora de faíscas, detectores de chamas e detectores de
controle. emissões de corpo negro. Douberly relata que
De acordo com Edward B. Douberly em seu algumas tecnologias funcionam melhor para
artigo "Safety: Detecting Fires on PRB Coal determinadas aplicações e, em cada categoria,
Conveyors", publicado na revista POWER, vários modelos com diferentes recursos têm
em 2007, há vários métodos aperfeiçoados de desempenho melhor do que outros.
2 detecção de incêndios disponíveis atualmente, O uso de detecção de CO está se tornando
incluindo detecção linear de calor, detecção mais um método de alerta precoce. Incêndios
por infravermelho (IV) e sistemas de detecção em pontos de transferência e nos túneis
de monóxido de carbono (CO). de transportadores foram detectados por
Detectores de calor lineares funcionam bem monitores de CO onde nenhuma outra técnica
com incêndios fixos (e correias paradas), foi capaz de detectar a fase de combustão
mas requisitos "tempo de contato" podem incompleta. Mas essas áreas precisam ter a
limitar sua capacidade de detectar chamas em circulação de ar avaliada; circulação de ar
FIG. 3.16.22 excessiva dispersará o CO antes que ele possa
uma correia em movimento. Para a detecção
precoce de incêndios do tipo estático, cabos ser detectado.
de detecção de calor linear têm confiabilidade Uma estratégia de detecção bem definida, que
comprovada quando instalados corretamente incorpore monitoramento térmico, e de CO,
(de preferência a uma altura de 1 a 1,5 metro pode garantir uma resposta suficientemente
[≈40 a 60 pol.] acima da correia). (Figura precoce, que torne sistemas fixos de combate
15.20.) Cabos para detecção linear de calor desnecessários.

Figura 15.20.
Combate a incêndios em correias
Cabos de detectores de transportadores
de calor lineares são
tipicamente instalados O combate a incêndios em transportadores
ao lado do transportador, de correia é difícil devido à natureza das
a uma altura de 1 a 1,5 correias, do incêndio e do ambiente em que o
metro [≈40 a 60 pol.] transportador está situado. Um incêndio em
acima da correia.
um transportador de correia pode se espalhar
muito rapidamente. Portanto, é necessário
ter um sistema de proteção contra incêndios
de ação rápida, que também possa suportar
as condições desafiadoras do trabalho com
transportadores de correia e próximo a eles.

235
Transportadores, correias e incêndios | Capítulo 15

Apesar dos avanços nas tecnologias de combate Na maioria dos casos, no entanto, é essencial
e extinção de incêndios, observa-se que, em que haja proteção nas extremidades dianteira
geral, a água continua a ser o melhor método e traseira do transportador, nos motores de
de combate a incêndios em transportadores. acionamento e nos componentes importantes
Como observado no artigo de 2010 do de acionamento ou transferência, logo,
NIOSH, Improvements in Conveyor Belt Fire devem ser instalados sistemas de aspersores.
Suppression Systems for U.S. Coal Mines: Juntamente com sistemas de detecção de
"A água é um método muito eficaz para incêndios eficazes, um aspersor automático
combater e extinguir incêndios em correias; oferecerá proteção confiável, iniciando
entretanto, é preciso ter um fornecimento de automaticamente um processo de combate à
água suficiente". base de água. Sistemas de aspersores também
podem oferecer combate a incêndios seletivos:
O combate a um incêndio normalmente em caso de incêndio, apenas os aspersores
usa jatos de água ou aspersores. Esses localizados nas proximidades imediatas
sistemas podem ser suprimidos quando o da fonte do incêndio serão ativados. Uma
transportador é parcial ou totalmente aberto ação de combate imediato usando água é
e quando houver uma equipe bem treinada e implementada, ao mesmo tempo em que os
equipada disponível para combater incêndios. aspersores restantes permanecem fechados. 2
Hidrantes, equipamentos, mão de obra e
acesso adequado devem ser disponibilizados Projeto de sistema de aspersores
para facilitar o combate manual a incêndios.
Mangueiras podem ser disponibilizadas em De acordo com as orientações Belt Conveyor
locais apropriados, para que todas as partes do Guidelines, publicadas no documento
transportador possam ser alcançadas. Quando GAP 9.3.1 pela companhia seguradora e
houver impedimentos à disponibilização de resseguradora XL Global Asset Protection
hidrantes devido à extensão ou localização Services LLC, um aspersor automático com
do transportador, equipamentos móveis para cabeça fechada ou jato de água deve ser
o transporte de água e bombas devem estar fornecido quando o transportador apresentar
disponíveis. uma das seguintes características:

Figura 15.21.
Transportador protegido
por sistemas
PROVIDE IF CONVEYOR Pontos de aplicação
IS SHIELDED FROM
de aspersores
OVERHEAD aéreos
SPRINKLERS sugeridos para um
sistema de aspersão
Correia
DELIVERY BELT
acima da correia de um
transportador.

Aspersores
SPRINKLERS

Correia de retorno
RETURN BELT

Transportador
PROVIDE IF CONVEYOR
IS OVER 4-FT.N [1.2 M] WIDE
com mais de 1,2 m
[4 pés] de largura.

236
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

• Transportador completamente fechado ou é acionado. Equipados com acionamento


com acesso limitado. ... hidráulico, pneumático ou elétrico, os
• Potencial considerável de interrupção das sistemas de inundação combatem o incêndio
operações. rapidamente, devido a seus bicos tipo 'spray'.
Eles evitam que a combustão recomece por
• Presença de compartimentos combustíveis. meio do resfriamento dos objetos queimados.
• Transporte de materiais combustíveis. Sistemas de inundação são adequados para
uso em áreas onde um incêndio pode ser
Os aspersores automáticos com cabeça fechada
propagado de forma particularmente rápida,
são adequados à maioria das circunstâncias.
como em sistemas de transportadores de
Um aspersor de cabeça fechada é mantido
carvão. Em determinadas áreas de alto risco,
fechado por uma ampola de vidro sensível ao
um agente de espuma com propriedades de
calor ou por um elo de liga metálica fusível,
formação de película é adicionado ao sistema
que mantém o sistema "desativado" até que a
de inundação, para reforçar o efeito de
temperatura fique suficientemente elevada para
supressão.
quebrar a ampola ou abrir o elo, liberando a
água. Em um sistema padrão, cada aspersor De acordo com o documento GAP 9.3.1 Belt
é ativado de forma independente, de modo Conveyor Guideline referido anteriormente,
2
que apenas os aspersores mais próximos ao devem ser fornecidos sistemas de pulverização
incêndio são acionados. Isso maximiza a de água automáticos com bicos tipo 'spray'
pressão da água sobre o incêndio, ao mesmo (do tipo inundação) para proteger correias
tempo minimizando os danos causados pela de transportadores e acionamentos quando
água em outros pontos. (Figura 15.21.) os transportadores apresentarem alguma das
seguintes características:
A orientação GAP Belt Conveyor Guideline
continua: • Correias de transportadores com largura
superior a 4 pés (1,2 m).
Em geral, aspersores no teto protegem
adequadamente transportadores abertos • Correias de transportadores sobrepostas.
instalados dentro de edifícios. No • Transportadores em declives íngremes,
entanto, se houver compartimentos onde um incêndio poderia superar
que forneçam cobertura parcial ou as propriedades de proteção dos
total ao transportador, impedindo a aspersores automático. Geralmente,
ação dos aspersores suspensos, um transportadores com inclinação superior
sistema de proteção contra incêndios a 30° apresentam um potencial elevado
fixo, abrangendo toda a área protegida, de propagação de incêndios.
deve ser fornecido. Além disso, • Transportadores com incêndios
devem ser fornecidos aspersores sob frequentes, como transportadores de
transportadores com mais de 4 pés [≈1,2 carvão.
m] de largura, pois eles obstruem os
aspersores no teto. • Transportadores, de alto valor ou que
transportam materiais de alto valor.
Sistemas de aspersores abertos geralmente • Correias de transportadores com
são denominados sistemas de "inundação". sistemas de degelo do tipo chama
Eles fornecem uma aplicação simultânea de direta.
água ao longo de toda a área abrangida, e, por
isso, normalmente são utilizados para perigos Agentes químicos biodegradáveis, podem
onde a propagação rápida do incêndio é uma ser adicionados ao abastecimento de água
preocupação. A válvula de inundação é aberta dos aspersores para formar micelas, ou
quando o sistema de alarme de incêndio "casulos químicos", ao redor das moléculas de
hidrocarboneto do combustível.

237
Transportadores, correias e incêndios | Capítulo 15

Por ligação com as moléculas de pó gerado a partir do incêndio no espaço


hidrocarboneto, a mistura cerca de forma confinado de uma mina ou galeria.
eficaz e neutraliza permanentemente o
combustível e seus vapores, tornando-os não Consequentemente, a MSHA oferece
inflamáveis. Esse processo de encapsulamento requisitos detalhados para sistemas de controle
proporciona resistência permanente de incêndios em transportadores. Essas
contra uma nova ignição e também resfria exigências oferecem as melhores práticas
rapidamente as estruturas pulverizadas. para a aplicação de sistemas de prevenção e
Durante a limpeza e posterior eliminação das supressão de incêndios para todos os sistemas
correias ou materiais a granel queimados, o de transportadores.
combustível permanece encapsulado e não Os regulamentos da norma 30 CFR section
inflamável, proporcionando maior segurança 75.1101-7 Installation of water sprinkler
para os bombeiros e trabalhadores. systems: requirements, incluem o seguinte:
Outro sistema à base de água usa um sistema (a) Os componentes de controle de
de névoa ou vaporização para controle de incêndio de cada sistema de aspersão
incêndios em transportadores. Presumindo a de água deverão ser instalados, na
mesma eficiência de combate a incêndios, uma medida do possível, de acordo com 2
vantagem significativa é que esse sistema utiliza as recomendações estabelecidas na
consideravelmente menos água no combate, edição 1968-1969 do código Code
se comparado a sistemas de inundação; um No. 13, Installation of Sprinkler
fornecedor alega uma redução de 70%. Uma Systems, da National Fire Protection
proteção contra incêndios eficiente e com Association, e os componentes
baixo consumo de água pode reduzir o tempo desse sistemas devem ser de um dos
de parada e a interrupção da operação após um tipos aprovados pelos laboratório
incêndio. Além disso, a névoa de água pode Underwriters’ Laboratories, Inc.,
pode reduzir a temperatura ambiente durante Factory Mutual Research Corp.
o processo de combate; isto, por sua vez,
protege as pessoas. (b) Cada sistema de aspersores
deve fornecer proteção para o
acionamento do motor, tensor da
Minas de carvão dos Estados correia, controles elétricos, unidade
Unidos como o pior cenário do redutor de velocidade e para os
50 pés [≈15 m] de correia resistente
possível e como um modelo em
a chamas, ou 150 pés [≈46 m] de
termos de requisitos correia não resistente a chamas
É válido supor que um incêndio na correia adjacente ao acionamento da correia.
de um transportador de carvão em uma mina
A seção seguinte, 30 CFR section 75.1101-8
subterrânea represente o "pior pesadelo" em
Water sprinkler systems; arrangement of
termos de incêndios em transportadores.
sprinklers, inclui:
Esse é o pior cenário em termos de material
combustível, condições perigosas para os (a) Pelo menos um aspersor deve
trabalhadores que precisam para evacuar ser instalado acima de cada
o local e para aqueles que combatem o acionamento, tensor, controle
incêndio e para acessar e realizar manobras elétrico e unidade de redução de
nas proximidades do incêndio. Além disso, velocidade da correia, e aspersores
o incêndio em um transportador de carvão individuais deverão ser instalados
adiciona o risco de uma explosão como em intervalos não superiores a 8
um evento secundário, como resultado do pés [≈2,4 m] ao longo de todas as
bifurcações do transportador.

238
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

(b) Duas ou mais bifurcações, com pelo NFPA 120: Standard for Fire Prevention
menos uma delas acima da parte and Control in Coal Mines
superior da correia e outra entre as NFPA 652: Standard on the
partes superior e inferior da correia, Fundamentals of Combustible Dust
devem ser instaladas em cada sistema
de aspersão, para oferecer uma NFPA 654: Standard for the Prevention
descarga de água uniforme sobre a of Fire and Dust Explosions from
superfície da correia. the Manufacturing, Processing, and
Handling of Combustible Particulate
As regulamentações da MSHA na norma Solids
30 CFR, Part 75.1100-1(a), especificam que NFPA 850: Recommended Practice for
"As tubulações de água devem ser capazes Fire Protection for Electric Generating
de fornecer 50 galões [≈190 l] de água por Plants and High Voltage Direct Current
minuto com pressão no bico de 50 libras por Converter Stations
polegada2 [≈3,5 kg/cm2]". Essa exigência é
conhecida como regra "50/50". Além disso, a Factory Mutual oferece seu
documento Loss Prevention Datasheet # 7-11
Em março de 2011, a MSHA reiterou os Conveyors. Ele apresenta uma visão geral
2 elementos importantes para a conformidade e orientações para a seleção de sistemas
dos sistemas de aspersão e disposições de de controle de incêndios e redução de
aspersores de água para transportadores danos causados por um incêndio em um
de correia subterrâneos e unidades de transportador.
armazenamento de tensores de correias no
documento Program Policy Letter (PPL).
Esse PPL, No. P11-V-14, observa, Relacionamento com o
adicionalmente, que "Instalações de Corpo de Bombeiros
transportadores de correia mais largos podem
É essencial que as instalações tenham uma
exigir mais de uma bifurcação diretamente
relação de trabalho de proximidade com a
sobre a parte superior da correia e [...] entre as
equipe local de bombeiros. Os bombeiros
partes superior e inferior das correias", a fim
em serviço em departamentos locais podem
de "fornecer uma liberação uniforme" de água
não estar familiarizados com os requisitos
para toda a largura da superfície da correia.
de combate a incêndios em instalações de
Códigos e normas de proteção contra manuseio de materiais a granel, correias
incêndios de transportadores ou outras instalações
na fábrica. Uma equipe de resposta de
Além das agências que regulam a mineração, emergência na fábrica pode ser treinada em
e, particularmente, a mineração subterrânea, técnicas de combate a incêndios adequadas
há uma série de normas e códigos disponíveis pelos profissionais do departamento local;
relativos a sistemas de proteção contra os bombeiros locais podem ser treinados
incêndios. Talvez a principal autoridade para em relação ao layout da fábrica e aos riscos
consenso seja a National Fire Protection específicos da operação. Familiarizando
Association (NFPA). os bombeiros com as instalações e os
Os códigos da NFPA especialmente relevantes riscos, a fábrica e os bombeiros estarão
incluem: mais confortáveis​com os preparativos e a
necessidade de combater um incêndio no local.
NFPA 13: Standard for the Installation Isso aprimora a segurança da equipe da fábrica
of Sprinkler Systems e dos bombeiros.
NFPA 15: Standard for Water Spray
Fixed Systems for Fire Protection

239
Transportadores, correias e incêndios | Capítulo 15

Melhoraria da prevenção de incêndios de transportadores subterrâneas e


proteção contra incêndios.
Melhorar as propriedades retardadoras
de chamas das correias é apenas uma das A recomendação continua:
maneiras de reduzir o risco de incêndios Isso se aplica especialmente à
em transportadores. O desenvolvimento de disponibilidade e funcionalidade dos
correias de transportadores com propriedades sistemas de supressão de incêndios em
retardadoras foi uma importante contribuição correias; à disponibilidade e o bom
para a segurança, mas correias com essas funcionamento dos equipamentos de
propriedades podem entrar em combustão combate a incêndios; ao funcionamento
na presença de outro combustível. Até de sistemas de sensores de fumaça,
mesmo as fibras rasgadas de uma correia monóxido de carbono e outros sensores
desalinhada podem ser inflamadas e queimadas e alarmes projetados para detectar
rapidamente. Uma correia com um nível incêndios em entradas da correia; e
mais elevado de propriedades retardadoras ao treinamento da equipe da mina no
de chamas ainda será queimada se houver combate a incêndios em minas, como
pó de carvão ou lubrificante suficiente para em correias de transportadores.
iniciar um incêndio. Esses riscos potenciais
Atenção especial deve ser dada aos: 2
de incêndio só podem ser eliminados através
de elevados padrões para a instalação, ... exames necessários das correias por
manutenção e limpeza dos transportadores. avaliadores de aplicações em minas
para garantir que (1) cada correia seja
Edward Douberly observou: "A prevenção é a
sempre mantida em boas condições de
sua primeira linha de defesa contra incêndios
funcionamento, para evitar o atrito,
e explosões". Ele listou as seguintes medidas
(2) rolos danificados sejam substituídos
preventivas:
imediatamente, (3) correias [em minas
• Conter o pó suspenso no ar nos de carvão] tenham limpeza de pó
pontos de transferência; remover o pó adequada e (4) materiais inflamáveis,
acumulado em vigas, tubos, conduítes, como carvão fino, pó de carvão, óleo,
equipamentos e acessórios; e minimizar graxa e lixo não acumulem ao longo das
os derramamentos das correias. linhas da correia.
• Nunca permitir que transportadores Outras medidas de prevenção de incêndios
parados mantenham a carga sem serem também devem ser seguidas. Como afirmado
descarregados por um longo período de anteriormente, rolos danificados devem ser
tempo. identificados e substituídos o mais rápido
• Minimizar o acúmulo de pó de carvão possível, antes que o dano leve a aquecimento
sob os transportadores e em peças do por atrito, o que pode resultar em incêndios.
equipamento, pois ele pode entrar em Acúmulos de materiais combustíveis não
combustão espontânea. podem ser permitidos. Os operadores
devem usar graxas e outros lubrificantes
O relatório do Belt Air Panel concorda na com resistência a chamas. Os sistemas e
ênfase dada à prevenção de incêndios. A equipamentos de detecção e combate a
Recomendação 5 do relatório afirma: incêndios devem ser testados de acordo com as
O Painel de estudos técnicos recomenda normas regulatórias do setor.
firmemente que a Federal Mine Safety A limpeza é digna de atenção especial, para
and Health Administration (MSHA) reduzir o risco de incêndios nas correias.
aplique rigorosamente as normas Como Verakis e Hockenberry destacaram:
existentes para manutenção de correias

240
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

A acúmulo de materiais combustíveis • Realizar a manutenção dos sistemas


foi a norma mais citada relacionada à do transportador para garantir que as
segurança em minas subterrâneas de cargas máximas especificadas dos rolos e
carvão (30 CFR 75.400) pela equipe de polias não sejam excedidas;
aplicação da MSHA, em 2006. • Usar apenas tambores, rolos e polias
Consequentemente, a limpeza de materiais fabricados segundo as normas
combustíveis, e, particularmente, de carvão apropriadas, com tolerâncias de projeto
fugitivo, é uma das medidas mais importantes adequadas;
de segurança contra incêndios no trabalho com • Usar fluidos resistentes a chamas nos
transportadores de correia. sistemas hidráulicos, acoplamentos de
tração etc.;
O alinhamento da correia do transportador é um
pré-requisito essencial para a segurança correia. • Especificar lubrificante resistente a
Indicar que a necessidade de alinhamento chamas nos rolamentos dos roletes;
adequado da correia é "amplamente ilustrada" • Usar modelos de freios menos
pelo incêndio na mina Aracoma, o relatório vulneráveis a aderência na posição
final do Belt Air Panel observou: "Os "acionado", e menos propensos ao
2 examinadores devem garantir o alinhamento acúmulo de pó e outros contaminantes
adequado da correia e devem receber no trajeto do freio;
treinamento para evitar o aquecimento por • Instalar monitores em componentes
atrito onde há fricção entre a correia e os vulneráveis para detectar deterioração
suportes e outros elementos da estrutura". ou operação anormal e fornecer
(Consulte O incêndio da mina Aracoma: dispositivos de proteção adequados;
calor por atrito resulta em tragédia.)
• Projetar e construir pontos de
Outra medida importante para a prevenção transferência e carga para minimizar
de incêndios é o controle das permissões para derramamentos e emissões de pó. Eles
trabalhos e procedimentos "a quente" (para devem ser fechados, mas devem contar
funcionários e terceirizados), e das restrições ao com instalações para inspeção de
uso de líquidos e gases inflamáveis. segurança e limpeza;
• Fornecer limpeza aos transportadores
sempre que necessário para remover
MELHORES PRÁTICAS
derramamentos, especialmente embaixo
Prevenção de incêndios em dos raspadores da correia;
transportadores
• Garantir que todas as partes do sistema
Em um relatório intitulado The prevention and do transportador sejam acessíveis para
control of fire and explosion in mines, o Health inspeção e possam ser limpas com
and Safety Executive do Reino Unido listou segurança;
uma série de melhores práticas para minimizar • Utilizar materiais resistentes a chamas
os riscos de incêndios no trabalho com ao longo dos pontos de transferencia,
transportadores de correia. A lista inclui: carga e descarga
• Usar correias de transportadores Além disso, a limpeza do transportador foi
resistentes a chamas; enfatizada, observando que os acionamentos
• Garantir que o transportador tenha do transportador, circuitos, extremidades
capacidade suficiente para suportar a de retorno e linhas das correias devem ser
carga máxima esperada; inspecionados regularmente para garantir que:

241
Transportadores, correias e incêndios | Capítulo 15

• Materiais inflamáveis, incluindo pó e instalados a uma distância segura a


derramamentos de carvão, não tenham extremidade de entrega, de modo que o
sido acumulados dentro ou embaixo transportador pare antes que a correia
desses pontos; rompida passe pelo rolo de entrega.
• Pedaços de minerais não estejam presos • Um detector [de deslizamento
entre peças móveis e a estrutura do da correia], disposto para parar o
transportador; transportador se o deslizamento levar a
• Não haja vazamento de lubrificante de uma redução da velocidade da correia
nenhum tambor ou rolete; abaixo de 75% da velocidade do tambor
de acionamento do transportador,
• Não haja tambores ou roletes giratórios ajudando a evitar o aquecimento por
com rolamentos defeituosos ou atrito.
travados. Qualquer rolo defeituoso deve
ser substituído ou removido até que um A relatório Belt Air Report observou que
substituto esteja disponível e possa ser boas práticas podem minimizar o risco de
instalado; incêndios. Esses procedimentos incluem:
• A correia esteja devidamente alinhada 1) Verificar regularmente a correia.
e tenha a classificação adequada, e 2
não apresente atrito contra a estrada, 2) Remover acúmulos de materiais
equipamentos e acessórios ou contra combustíveis ao longo do
qualquer elemento estático do sistema transportador.
do transportador; 3) Corrigir possíveis fontes de
• Todos os dispositivos de segurança incêndios, como rolos travados,
necessários esteja instalados e rolamentos superaquecidos ou correia
funcionando; desalinhada.

• As correias estejam adequadamente Essas medidas de prevenção de incêndios


tensionadas para evitar deslizamentos. devem ser seguidas não apenas nas instalações
subterrâneas de mineração de carvão
O relatório The prevention and control of fire investigadas pelo Belt Air Panel, mas em todas
and explosion in mines também enfatizou as aplicações.
a importância do monitoramento, com a
instalação dos seguintes sistemas adicionais Algumas Melhores práticas finais incluem:
recomendados:
• Verificar semestralmente se a estrutura do
• Dispositivos de alinhamento da transportador tem aterramento aceitável.
correia precisam ser instalados em • Monitorar a correia para inspecionar os
um dos lados da parte superior da componentes giratórios em cada turno.
correia na chegada à parte dianteira do
• Manter o ajuste adequado dos componentes
acionamento, e em outros locais onde
acessórios em contato com a correia.
aquecimento por atrito possa resultar
da fricção entre a correia e algum • Responder imediatamente para corrigir
objeto fixo, por exemplo, tensores e o desalinhamento da correia, roletes com
unidades de retorno e entrega. Eles defeito e problemas de limpeza.
devem ser travados, a fim de parar o • Em caso de incêndio em um componente
transportador caso sejam acionados. ou na própria correia, desligar
• Dispositivos de detecção de imediatamente o transportador para evitar
rompimento da correia devem ser a propagação do incêndio.

242
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

• A água é o meio mais eficaz e disponível O risco de incêndio pode ser


para combater um incêndio em um reduzido pelo monitoramento das
transportador. correias, inspeção frequente dos rolos,
especialmente após paradas das correias,
A extensão das medidas de proteção apropriada e remoção da sujeira acumulada nos
contra incendios, para uma determinada roletes retorno e nas seções traseiras.
aplicação, só pode ser determinada após a
realização de uma análise de risco detalhada. O relatório observou, ainda, que
"A experiência demostra que boas
instalações de combate a incêndios,
CONCLUSÕES sistemas de correias limpos e ação
Incêndios em transportadores imediata [por parte dos trabalhadores]
e correias com propriedades na mina são a melhor defesa contra
incêndios".
retardadoras de chamas
Embora a garantia de que a correia tenha
A seleção da correia é feita de acordo com propriedades retardadoras de chamas seja
o equilíbrio entre desempenho e segurança. apenas o primeiro passo na prevenção de
Muitas vezes, aprimorar uma categoria de incêndios em transportadores, esse é um dos
2 desempenho, como a resistência a chamas, passos mais importantes e essenciais.
afeta outras propriedades da correia, como a E sua aplicação é duplamente benéfica, pois
resistência à abrasão. O dilema entre segurança apresenta um método para minimizar os
e durabilidade da correia, ou qualquer outra riscos de incêndios, sem acrescentar os custos
propriedade, deve ser cuidadosamente das despesas com equipamentos, projetos
considerado. e instalação adicionais, ou os problemas de
manutenção que a inclusão de métodos de
Em suas observações enviadas ao painel
controle de incêndio secundários, como
Belt Air Panel, Bernd Küsel, vice-presidente
sistemas de detecção e combate a incêndios,
executivo da Phoenix Conveyor Belt
acarretam. Com a seleção adequada de correias
Systems GmbH, estimou que "correias com
com propriedades retardadoras de chamas,
propriedades de autoextinção custariam
muitas operações serão capazes de minimizar
entre 10% e 30% mais" do que as correias
ou eliminar esses sistemas de controle de
certificadas de acordo com a norma anterior da
incêndio secundários.
MSHA. Porém, continuou, "os benefícios do
aumento da segurança e do aprimoramento da
operação e do desempenho das correias com
propriedades de autoextinção compensariam o
aumento dos custos".

Incêndios em transportadores são, certamente,


um perigo, mas ele pode ser atenuado
pela devida atenção aos detalhes, como o
alinhamento da correia e a limpeza. Um
relatório do United States Bureau of Mines,
iFire Hazard of Conveyor Belts (Report of
Investigations 7053), elaborado por Donald W.
Mitchell, Edwin M. Murphy, Allan F. Smith
e Samuel P. Polack em 1967, observou que há
muitos aspectos relacionados ao controle de
incêndios em transportadores, declarando:

243
Transportadores, correias e incêndios | Capítulo 15

244
2

Capítulo 16 Iluminação
INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 245 INTRODUÇÃO
O desafio de iluminar os
Requisitos mínimos de
transportadores
iluminação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 246
As áreas de trabalho precisam ser
REGULAMENTOS E NORMAS . . . . . . 248
suficientemente iluminadas para garantir a
Considerações sobre o segurança dos trabalhadores, a produtividade
projeto da iluminação . . . . . . . . . . . . 254 do equipamento e a qualidade do resultado
final do trabalho. A luz natural pode precisar
MELHORES PRÁTICAS . . . . . . . . . . . . . 254 ser complementada por uma iluminação
artificial em função do tamanho ou design da
CONCLUSÕES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 255
construção, horas de trabalho, época do ano e
condições meteorológicas.

A iluminação de áreas internas requer luzes


artificiais, de forma que o equipamento possa
ser inspecionado, e seu funcionamento,
verificado. Como Jacob Fruchtbaum observa
em sua publicação Bulk Materials Handling
Handbook: "A iluminação geral das áreas
operacionais deve ser tal que a inspeção
de rotina seja possível durante os períodos
noturnos".

No entanto, pode ser um desafio fornecer


sistemas de iluminação adequados em

245
Iluminação | Capítulo 16

transportadores de correia. Os transportadores O desafio é escolher o nível correto de


percorrem longas distâncias que geralmente iluminação para os transportadores de forma
se estendem por quilômetros. Alguns a permitir a eficiente inspeção e manutenção,
transportadores cruzam pelas plantas, outros se sem risco para os trabalhadores. Grupos como
originam no subsolo ou passam por túneis ou a Commission International de l’Eclairage
passagens fechadas. (CIE, Comitê Internacional de Iluminação),
Illuminating Engineering Society of North
Consequentemente, os sistemas de iluminação America (IESNA, Sociedade Norte Americana
de transportadores operam em condições de Engenheiros de Iluminação), entre
ambientais mais difíceis do que qualquer outros, já publicaram níveis recomendados
outro sistema de iluminação. Esses sistemas de iluminação para várias tarefas. Essas
de iluminação precisam suportar variações de, recomendações, desde então, lograram
temperaturas extremas, entre -40 a 50 °C, entrar a formar parte das normas nacionais e
ventos fortes, chuva, neve, umidade, internacionais no design de iluminação.
insetos, animais e ambientes empoeirados.
A capacidade de resistir a condições A luminosidade mínima de todas as áreas
industriais típicas de ambientes operacionais internas onde nenhum trabalho esteja em
de transportadores deve ser levada em execução foi especificada como 20 lux.
2
consideração na hora de projetar os sistemas de A norma australiana AS/NZS 1680.2.4:1997
iluminação de transportadores. observa especificamente que os transportadores
e pórticos (passagens) devem manter um
O desafio do sistema de iluminação de mínimo de 40 lux.
transportadores é fornecer sistemas duráveis,
com baixa manutenção e iluminação
adequada, capaz de proporcionar condições Figura 16.1.
de trabalho seguras. Infelizmente, esse Conforme as tarefas
não é o caso na maioria das vezes. Em ficam mais compli-
geral, a iluminação não é adequada ou os cadas, ou quanto
equipamentos existentes não funcionam mais imprescindível
se torna a necessidade
ou ficam sujos. Iluminação e manutenção
de observação, mais
adequadas dos equipamentos contribuem iluminação é necessária.
diretamente para um ambiente de trabalho
seguro e produtivo.

Requisitos mínimos de
iluminação Lâmpadas ou luminárias
Cada etapa requer algum nível de iluminação Falando de sistemas transportadores e outras instalações industriais,
na superfície de trabalho. Uma boa iluminação o equipamento é normalmente chamado de luminária. Embora a
é essencial para realizar visuais, além de lâmpada seja a principal fonte de luz, são necessários ainda refle-
permitir que as pessoas trabalhem com mais tores e divisores (ou lamelas) para difundir a luz e direcioná-la de
produtividade. A leitura normal de um livro forma correta. A luminária é o aparelho que executa essas funções.
pode ser feita com iluminação de 100 a 200 A luminária também pode atuar como um refletor do brilho, além
lux. O senso comum indica que conforme as de proteger a lâmpada. Ela contém elementos para distribuir, filtrar
tarefas ficam mais complicadas, ou quanto e transformar a luz emitida por uma lâmpada, além de incluir
mais imprescindível se torna a necessidade todos os itens necessários para fixar, proteger e conectar a lâmpada
de observação, mais iluminação é necessária. à fonte de alimentação.
(Figura 16.1.)

246
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

Normalmente, esse padrão de 40 lux é intervalos de até 12 metros (≈39 pés) para
alcançado colocando luminárias em intervalos alcançar os mesmos níveis de lux.
de 6 metros [≈19,5 pés] ao longo de todo Os benefícios são óbvios, uma vez que supõe
o transportador. Sistemas de iluminação a metade do número de equipamentos de
avançados agora permitem a extensão desse iluminação a ser comprada, instalada e
espaçamento, que podem ser colocados em mantida, metade do número de lâmpadas

Medidas de níqueiss de iluminação


Conforme observado por Bruce W. Smith, no artigo Medir os níveis de iluminação com precisão pode ser difícil,
Developing a New Temporary Lighting System: From conforme explica Patricia K. Clark, diretora dos programas
Identification of the Problem to the Design of the Solution, de conformidade da OSHA, em uma carta de 1991 que
representa a interpretação que a agência faz da norma
Embora haja muitos aspectos a serem considerados na 29 CFR 1926.56. A carta, disponível no site da agência,
iluminação, tais como quantidade, contraste, brilho, apresenta:
intensidade e reflexão, apenas a quantidade de luz
é mensurável e realmente usada pela agência Safety A computação da intensidade da iluminação no nível
and Health Administration Ocupacional (OSHA, de trabalho pode ser um procedimento extremamente
Administração de Saúde e Segurança Ocupacional) na complexo. Muitas variáveis estão envolvidas, tais
definição do requisito mínimo de iluminação. como a fonte específica de luz, intensidade, distância,
atmosfera (pureza do ar), piso, cor da parede e do
A luminosidade é a quantidade de luz sobre uma unidade teto e as respectivas luminosidades das superfícies,
de área de superfície; ela também pode ser descrita como para citar alguns. Portanto, o nível de iluminação
nível de luz da tarefa. Isso se mede com o fotômetro em de qualquer superfície em um local de trabalho é
foot-candles (abreviado como fc, fcd ou ftcd), ou em lux mais bem medido com uma leitura do fotômetro em
como no Sistema Internacional de Unidades (SI). Um foot- lumens por pé quadrado, o que é igual a foot-candles.
candle é um lúmen da densidade de luz por pé quadrado;
um lux é um lúmen por metro quadrado. A carta explica ainda que fotômetros podem ser adquiridos
em qualquer loja de equipamentos fotográficos.
Um foot-candle é definido como a quantidade de
iluminação que a superfície interior de uma esfera com Condições Lux (lx)
raio de um pé receberia se houvesse uma fonte pontual Luz solar exterior, dia claro, 30.000 a 100.000
uniforme de uma vela, isto é, a luz a partir de uma única céu limpo
vela padrão no centro exato da esfera. Também pode ser Dia nublado 1.000 a 5.000
definido como a luminosidade sobre uma superfície de um Interior de escritório bem 400 a 800
pé quadrado na qual exista luz uniformemente distribuída iluminado
de um lúmen. Portanto, um foot-candle é igual a um lúmen
Mínimo para ler com facilidade 200 a 300
por pé quadrado ou 10,764 lux.
Corredores de armazéns 100 a 200
Referente a foot-candle, é possível encontrar na Wikipédia Interior residencial/sala de estar 50 a 250
o seguinte: típica

Em aplicações práticas, como ao mensurar a iluminação Corredores de edifícios 50 a 100


de um quarto, é muito difícil medir a iluminação com Poste de iluminação à noite 15
precisão superior a ±10% e, devido a muitas razões, Lua cheia com noite clara 0,25 a 1
é razoável pensar que um foot-candle representa Típica luz da lua com 0,1
aproximadamente dez lux, conforme é normalmente céu nublado
feito pela indústria.
Observação: outras conceitos de iluminação são praticadas no
Exemplos de ambientes com a luminosidade média Brasil, como iluminância. As recomendações para o território
recomendada, medida em lux, são mostrados na tabela. nacional podem ser encontras na norma NBR5413 da ABNT.
247
Iluminação | Capítulo 16

acesas consumindo eletricidade, o que REGULAMENTOS E NORMAS


presumivelmente resulta na redução do
consumo de eletricidade. Na maioria dos casos, não há normas de
iluminação específicas para transportadores.
As luminárias devem ser projetadas e instaladas Os requisitos normalmente abordam as
de modo que elas sejam otimizadas nas condições gerais de iluminação da indústria e
passagens de transportadores, e ofereçam um construção, bem como a necessidade de luzes
melhor desempenho de um lado ao outro. de emergência. Algumas normas aplicáveis
Equipamentos elétricos e técnicas de instalação estão listadas na Figura 16.2.
apropriados podem fornecer a iluminação ideal
das passagens de transportadores, minimizando Austrália
o vazamento de luz para os lados.
A norma australiana de
Claro que surgem problemas maiores com os transportadores AS/NZS
transportadores terrestres, pois a instalação 4024.3610:2015 Safety of machinery –
e a manutenção de milhares de luminárias Conveyors – General requirements contém
ao longo de quilômetros de transportadores normas de iluminação na seção 2.9. A norma
e passagens podem representar um fardo primeiro observa que a iluminação deve ser
dispendioso e permanente. adequada a hora e ao local de uso para cumprir 2
com o conjunto de normas AS/NZS 1680
sobre iluminação de interiores.

Normas vigentes sobre iluminação Figura 16.2.

Austrália AS/NSZ 1680.0:2009 Interior lighting – Safe movement Muitos países


estabelecem normas para
AS 1680.1-2006 Interior and workplace lighting – General principles iluminação interior.
and recommendations
AS 1680.2.1-2008 Interior and workplace lighting – Circulation spaces and
other general areas
AS 1680.2.2-2008 Interior and workplace lighting – Office and screen-based
tasks
AS 1680.2.3-2008 Interior lighting – Educational and training facilities
AS/NZS 1680.2.4:1997 Interior lighting – Industrial tasks and processes
AS/NZS 1680.2.5:1997 Interior lighting – Hospital and medical tasks
Brasil CIE 29.2-1986 Guide on interior lighting
China GB 50034-2004 Standard for lighting design of buildings
Europa EN 12464-1:2011: Light and lighting – Lighting of work places. Indoor work
places
ISO 8995-1:2002 (CIE S 008/E: 2001): Lighting of work places – Part 1: Indoor
Índia IS 3646-1 (1992): Code of practice for interior illumination, Part 1: General
requirements and recommendations for welding interiors
National Building Code of India 2005 (NBC 2005) [Part 8 Section 1]
Rússia SNiP 23-05-2010 Daylight and Artificial Lighting: Construction Standards and
Rules of Russian Federation
África do Sul SANS 10114-1:2005 Interior lighting Part 1: Artificial lighting of interiors
EUA ANSI/IESA RP-1-04 Recommended Practices for Office Lighting Training

248
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

Requisitos de iluminação mais específicos Canadá


são detalhados em AS/NZS 1680.2.4:1997
– Interior lighting Part 2.4: Industrial tasks Novamente, os regulamentos
and processes. Em sua Tabela E1, essa norma não são específicos. Na sua seção 21 sobre
fornece recomendações de iluminação para iluminação, a lei Occupational Health and
vários processos e tarefas industriais, incluindo Safety Act, Revised Regulations of Ontario
a sua seção 38 sobre minas e pedreiras (R.R.O.) 1990, Regulation 851: Industrial
(construções em superfícies) com a subseção Establishments estabelece apenas que:
38.1 sobre plantas de preparação e a 38.2 sobre 21. Onde a iluminação natural for
o manuseio de materiais. (Figura 16.3.) inadequada para garantir a segurança
Em uma observação sobre a seção 2.9.1, a de algum trabalhador, deverá ser
norma AS/NZS 4024.3610:2015 especifica que fornecida uma iluminação artificial
em mina subterrânea, não é necessário cumprir que reduza ao mínimo sombras e
estritamente a norma AS 1680. reflexos.
Na definição de requisitos mínimos para
Outras orientações sobre operações de
a iluminação padrão e para a iluminação
mineração se encontram na norma AS/
de emergência, o código Health, Safety
2 NZA 4024.3611:2015 Safety of Machinery –
and Reclamation Code for Mines in British
Conveyors – Belt conveyors for bulk materials
Columbia (estabelecido pelo Ministério de
handling. Em uma passagem relevante
Minas e Energia, e Recursos Petrolíferos da
(cláusula 2.7.2), se estabelece que, em
província de British Columbia, no Canadá, em
operações subterrâneas, é preciso iluminar
2008) talvez seja típico:
cada ponto de inflexão, como trituradores,
pontos de transferência, entradas de galerias, • Normas de iluminação
assim como as principais áreas de manutenção 2.8.1 O gestor deve garantir que
das polias e da correia de retorno. Para outras todos os locais de trabalho recebam
localizações subterrâneas, uma lâmpada no iluminação adequada a fim cumprir com
capacete ou uma lanterna são aceitáveis, de os padrões definidos pela norma ANSI/
acordo com a norma.

Figura 16.3. 38 MINAS E PEDREIRAS Iluminação


A norma australiana (CONSTRUÇÕES EM Tipo de interior ou atividade necessária
SUPERFÍCIES) em lux
AS/NZS 1680.2.4
especifica os níveis de 38.1 Áreas de trabalho 240
iluminação requeridos Plantas de preparação Correias coletoras 400
em aplicações de Outras áreas 160
minas e pedreiras.
38.2 Transportadores e pórticos 40
Manuseio de materiais
Instalações de Geral 80
transferência Áreas com 160
operadores
Silos e elevadores 80
Torres de amostragem 160
Carregamento de vagões 40
Pontos de descarga 40
Outras áreas em que há operadores 160
normalmente presentes
Resumo a partir da Tabela E1 em AS/NZS 1680.2.4:1997

249
Iluminação | Capítulo 16

IES Standard RP-7-1991: American que faça parte de uma instalação


National Standard Practice for Industrial permanente;
Lighting, conforme atualizada de tempos (2) fornecer iluminação adequada para
em tempos, a menos que o contrário seja permitir que os funcionários iniciem
autorizado pelo código. os procedimentos de desligamento
• Iluminação de superfície de emergência e deixem suas áreas de
2.8.2 O gerente deve garantir a trabalho com segurança;
existência de uma fonte de iluminação (3) ser testada com a frequência
de emergência separada e independente necessária para garantir que
em todos os lugares onde houver risco funcionará quando for preciso.
de falha do sistema de iluminação • Iluminação subterrânea
normal, além disso, o sistema de
iluminação de emergência deve: 2.8.3 O gestor deve ter instalado
iluminação permanente apropriada para
(1) acender automaticamente quando iluminar adequadamente os seguintes
a iluminação normal falhar, sempre locais em uma mina subterrânea:

Intervalo do Figura 16.4.


2
serviço* A norma indiana
Luminosidade IS 3646-1 lista os
em lux
padrões de iluminação
2. MENERAÇÃO DE CARVÃO 2.1.1 Passagens, pisos debaixo de 30-50-100
de áreas relacionadas
(CONSTRUÇÕES EM transportadores
SUPERFÍCIES) a transportadores de
correia.
3. GERAÇÃO, TRANSMISSÃO 3.2.1 Transportadores, pórticos, torres de 50-100-150
E DISTRIBUIÇÃO derivação, moegas de descarga, plantas de
DE ELETRICIDADE manuseio de cinzas, poços de decantação,
tomadas para moegas de pó
3.2.2 Outras áreas em que os operadores 100-150-200
podem estar presentes
da Tabela 1 Iluminação recomendada (artigo 4.2.2.2)

*4.2.2.2 Intervalos de luminosidade

Como as circunstâncias podem ser significativamente diferentes nos distintos interiores


utilizados para a mesma aplicação, ou as condições podem diferir no mesmo tipo de
atividade, recomenda-se um intervalo de luminosidade para cada tipo de atividade ou
de interior. Cada intervalo consiste em três etapas sucessivas da escala recomendada de
luminosidade. Para áreas de trabalho interiores, o valor médio de cada intervalo representa
a luminosidade recomendada, a menos que um ou mais dos fatores mencionados abaixo
se apliquem.
O valor mais alto do intervalo deve ser O valor mais baixo do intervalo deve ser
usado quando: usado quando:
– O grau de refletância ou contraste é – O grau de refletância ou contraste é
anormalmente baixo na tarefa; anormalmente alto;
– Os erros são de difícil resolução; – Velocidade e precisão não são
– O trabalho visual é crítico; importantes;

– Precisão e alta produtividade são de – A tarefa é executada com pouca


grande importância; frequência.

– A capacidade visual do trabalhador


assim o requeira.

250
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

(1) todas as oficinas, oficinas de adicional que "luzes com defeito ao longo de
manutenção e outros lugares onde instalações de correia transportadora devem
possa ser perigoso mover máquinas ser reportadas e registradas em uma lista de
ou equipamentos; defeitos de intervenção do responsável sênior
(2) galerias principais de passagens de de engenharia."
tubulação e cabos e suas bocas de
Estados Unidos
visitas.
(3) estações de primeiros socorros; A agência OSHA difere das
normas de iluminação da ANSI (American
(4) galerias de transportadores, vias e
National Standards Institute, Instituto
estações de transferência.
Nacional Americano de Padrões), agora
Índia atualizadas como ANSI/IES RP-7-1991, em
todas as atividades, exceto construção civil.
A norma indiana IS 3646-1 Como explica Will Charpentier em seu artigo
(1992): Code of practice for interior on-line "Factory Lighting Regulations":
illumination, Part 1 General requirements
and recommendations for working interiors Essa norma, a ANSI/IES-RP-7-1991,
2 (1992 Reaffirmed 2003) lista os seguintes tem uma abordagem de senso comum
requisitos para áreas de trabalho relacionadas a para iluminação de fábricas que
transportadoras, como mostra a Figura 16.4. garante ótima iluminação baseada em
"funções e exigências do ambiente no
África do Sul local de trabalho específico". A norma,
como todas as normas de consenso,
Na República da África do
está constantemente sob revisão para
Sul, o Mandatory Code Of Practice For The
garantir um caráter inclusivo, que
Safe Use Of Conveyor Belt Installations For
tenha em conta as novas tecnologias,
The Transportation Of Minerale, Material
como a iluminação de LED e as
Or Personnel, (2ª Revisão), da mina Venetia
novas investigações em curso. Como a
das operações De Beers Consolidated
inovação e a investigação podem causar
Mines, especifica o seguinte na seção 8.1.2.6
constantes mudanças na norma, a
Illumination:
agência OSHA incorpora a norma em
A intensidade mínima de lux deve ser seus regulamentos por referência, em vez
de 50 lux para polias do acionador, de copiar especificidades.
polias traseiras, transmissões, pontos de
A OSHA recomenda que os empregadores
carregamento e de 30 lux para o resto
usem essa norma como diretriz para
da instalação da correia transportadora.
determinar a iluminação necessária
As luzes devem ser posicionadas para
para garantir a segurança e a saúde dos
iluminar suficientemente todas as áreas
trabalhadores nos locais de trabalho.
do ambiente do transportador de correia
que apresentar riscos significativos. A norma da OSHA para indústria da
Deve ser determinado pelo higienista construção, a 29 CFR 1926.56 Illumination,
ocupacional que os níveis de […] tem requisitos de iluminação bem específicos
iluminação não cumprem os padrões para locais de construção, enquanto os
aceitáveis; o higienista ocupacional deve padrões da indústria em geral são muito mais
recomendar melhorias ao engenheiro. amplos e raramente especificam os requisitos
de iluminação. A norma OSHA 29 CFR
Os requisitos mínimos de iluminação se 1926 estabeleceu os requisitos mínimos de
repetem no Venetia Mines’ Code of Practice na iluminação em foot-candles – a quantidade
seção 8.3.5 Belt Illumination, com a instrução de luminosidade produzida por uma vela a

251
Iluminação | Capítulo 16

um pé de distância – para uma variedade de 30 CFR Subpart P – Illumination, seções 56 e


ambientes de trabalho em funcionamento. 57 17001 Illumination of surface working areas:

Requisitos mínimos de iluminação para Iluminação suficiente que proporcione


canteiros de obras são descritos em 29 condições de trabalho seguras deve
CFR 1926.56(a) na Tabela D-3: Minimum ser fornecida em todas as estruturas
Illumination Intensities in Foot-Candles de superfície, caminhos, passagens,
(Figura 16.5.) escadas, painéis de comutação, locais
de carregamento e de despejo e áreas de
Para todas as demais áreas, a norma CFR trabalho.
29 1926.56(b) especifica que os valores de
Iluminação são descritos pela norma American Não se apresentam detalhes adicionais.
National Standard A11.1-1965, R1970 Practice
for Industrial Lighting. Requisitos estatais

Iluminação de emergência Alguns estados dos Estados Unidos possuem


requisitos mais específicos. A seção R614-
Os regulamentos da OSHA sobre meios de 5-2 Conveyors G Illumination, da norma
evacuação na norma 29 CFR 1910.37(b) R614-5 Materials Handling and Storage da
estabelece: "A iluminação e a sinalização regulamentação Utah Administrative Code Title 2
devem ser adequadas e apropriadas". R614 Labor Commission, Occupational Safety
Posteriormente, o fragmento 1910.37(b) and Health, estabelece:
(1) especifica: "Cada rota de saída deve ser
adequadamente iluminada para que um Iluminação suficiente para ver o
funcionário com visão normal possa enxergar equipamento claramente deve ser
ao longo da rota". fornecida no nível do chão, polias do
acionador e traseira, estações operacionais
Requisitos da MSHA e ao longo dos sistema transportadores
que devem ser inspecionados, entre 5 e
Em suas regulamentações para minas de 10 foot-candles de luz para cumprir esse
extração de metais e não metais, a agência requisito.
Mine Safety and Health Administration
(MSHA, Administração de Segurança e Saúde Por meio da WAC 296-800-21005, a
em Mineração) somente especifica, na norma regulamentação Washington Administrative Code

Foot- Figura 16.5.


candles Áreas de operação Nos Estados Unidos,
os requisitos mínimos
5 Iluminação de áreas de construção em geral. de iluminação da
3 Áreas de construção em geral, colocação de concreto, área de escavação e resíduos, OSHA são especifi-
vias de acesso, áreas de armazenagem ativas, plataformas de carregamento, cados pela norma 29
reabastecimento e áreas de manutenção de campos. CFR 1926.56.
5 Área interior: armazém, corredores, entradas e saídas.
5 Túneis, perfurações e áreas de trabalho subterrâneas em geral: (Exceção: um mínimo de
10 foot-candles é exigido no túnel e eixo vertical durante a perfuração, carregamento e
retirada de material. Lanternas de capacete aprovadas pelo Bureau of Mines devem ser
aceitáveis para utilização em escavação de túneis.)
10 Lojas e plantas de construção em geral (por exemplo, usinas gravimétricas, plantas
de triagem, salas de equipamentos mecânicos e elétricos, lojas de carpintaria,
armazéns de materiais de amarração e salas de armazenagem ativas, salões de
bagunça e banheiros e salas de trabalho interiores.
30 Estações de primeiros socorros, enfermarias e escritórios.

252
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

Figura 16.6. Tabela de iluminação (foot-candles)


Normas de iluminação
na regulamentação Atividade Nível de iluminação mínimo Qualquer medida única usada para
Washington Admin- aceitável na área: determinar o nível de iluminação*
istrative Code. médio não pode ser inferior a:
Tarefa em área interior 10 5
Tarefa ao ar livre 5 2,5
Atividades não relacio-
nadas a tarefas em área 3 1,5
interior e ao ar livre
* Os níveis de iluminação devem ser medidos a trinta polegadas acima do solo/superfície de
trabalho na tarefa.

Figura 16.7. estabelece que uma operação deve "fornecer


e manter iluminação adequada para todas as
As luminárias usadas
para aplicações de atividades no seu local de trabalho". Há detalhes
transportadores adicionais sobre a regulamentação na Figura
devem ter estrutura 16.6.
2 resistente para suportar
condições severas. A WAC 296-800-21005 ainda estipula que
um plano deve:

[...] oferecer iluminação adequada para


que os funcionários possam ver objetos
próximos, operar comandos de emergência
ou outros equipamentos, se a iluminação
geral não estiver disponível.
O órgão Department of Licensing and
Regulatory Affairs (Departamento de
Licenciamento e Assuntos Regulatórios) de
Michigan observa na regulamentação General
Industry Safety Standards, Part 14. Conveyors,
R408.11426 Passageways and walkways:

Classificações de compartimentos: NEMA ou IP

A classificação "NEMA 4" indica que "compartimentos O sistema International Protection Marking (ou Código
construídos para uso ao ar livre e em área interna IP) usa um número de dois dígitos para indicar o nível
fornecem um grau de proteção do pessoal contra" o de proteção fornecida por um compartimento.
contato acidental com equipamento encapsulados; O primeiro dígito representa proteção contra a entrada
"fornecem um grau de proteção contra" sujeira, chuva, de objetos estranhos, como partículas sólidas (pó); "6"
granizo, neve, vento de poeira, respingos de água e água é a classificação mais alta e indica "À prova de pó".
direcionada por mangueira; e fornecem a garantia de O segundo dígito indica o nível de proteção contra a
que não serão danificados pelo acúmulo externo de entrada de líquidos (água). Para obter mais informações,
gelo no compartimento. A classificação "'NEMA 4X" é consulte a norma ANSI/IEC 60529 Degrees of Protection
semelhante; a única diferença é a inclusão da proteção Provided by Enclosures (IP Code).
contra corrosão.

253
Iluminação | Capítulo 16

(3) Uma passarela ao longo do • Uma estrutura robusta significa suportar


transportador em um poço ou túnel os constantes choques e vibrações que
deve ser iluminada com ao menos 10 normalmente acontecem no ambiente de
foot-candles quando for preciso que um manuseio de materiais a granel.
funcionário trabalhe na área. • Os equipamentos devem ser de facil
instalação, acessíveis e concebidos
Considerações sobre o projeto para facilitar a limpeza e a troca de
de iluminação lâmpadas sem a utilização de escadas ou
equipamento especializado.
O fornecimento de luz suficiente é (quase)
• Os equipamentos de iluminação devem
um critério óbvio. (Figura 16.7.) O "valor
ser projetados para minimizar o acúmulo
agregado" pelo qual se deve procurar ao
de materiais fugitivos.
selecionar equipamentos e todo o sistema de
iluminação inclui outras características das • Os compartimentos devem cumprir as
luminárias, incluindo durabilidade, facilidade classificações NEMA 4 ou 4X, ou a IP65
de manutenção e eficiência energética. ou 66.
• Os equipamentos devem ser protegidos
Os requisitos gerais de iluminação para 2
de condições climáticas e devem suportar
operações críticas podem ser alcançados e
lavagens de alta pressão.
ampliados com iluminação adicional, seja
ela permanente ou portátil, utilizada apenas • Em sistemas ao ar livre, deve-se
quando necessária. incorporar um sensor de luminosidade
para ligar e desligar o sistema
As luminárias para uso subterrâneo em minas automaticamente.
ou túneis e/ou no manuseio de carvão ou em
• A iluminação na parte debaixo dos
outros ambientes explosivos terão necessidades
transportadores também deve ser
especiais, incluindo uma estrutura à prova de
considerada de forma a contribuir com a
explosão.
limpeza e manutenção regular.
• A iluminação de emergência deve ser
MELHORES PRÁTCAS incluída no sistema na etapa de projeto.
Iluminação de transportadores • As fontes de alimentação de
equipamentos portáteis de iluminação
A seguir, eis algumas considerações sobre as
devem estar instaladas em locais de fácil
Práticas recomendadas para um sistema de
acesso.
iluminação de transportadores:
• Os inspetores e pessoal de manutenção
• As luminárias devem ser projetadas para devem ter acesso a lâmpadas portáteis
funcionar em ambientes de aplicações que gerem pelo menos um milhão de
severas e devem suportar condições candelas.
difíceis, incluindo vibração, pó, umidade
e temperaturas adversas.

Descrição lux Observações Figura 16.8.

Passagens (abertas ou em galerias) 40 Melhores práticas


para iluminação
Polias traseiras, chute de carga, chute 80 Isso também inclui outras áreas que requerem de transportadores
de descarga, transmissões e estações de constante limpeza, como embaixo e nas de correia.
dispositivos tensores proximidades de transportadores.
Inspeção e manutenção 160 Iluminação auxiliar permanente ou portátil
pode ser usada para atingir esse nível.

254
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

Figura 16.9.
É necessária iluminação
suficiente para permitir
que os trabalhadores
possam caminhar
ao lado de um
transportador de correia.

As práticas recomendadas para iluminação de


transportadores incluem a iluminação de áreas
conforme os seguintes padrões mostrados na
Figura 16.8.

2
CONCLUSÕES
A fantástica eletricidade
Iluminação é um critério fundamental
para proporcionar um ambiente seguro ao
pessoal que trabalha ao lado de correias
transportadoras. (Figura 16.9.)

A iluminação é necessária para a inspeção


de segurança, a manutenção e a operação
dos transportadores. Sistemas de iluminação
devidamente projetados proporcionam
condições necessárias para que essas tarefas
sejam realizadas, ao passo que minimizam a
despesa na instalação e operação do sistema de
iluminação.

Um projeto de iluminação adequado


é necessário para avaliar o estado do
transportador de forma apropriada. A luz pode
iluminar – em todos os sentidos da palavra
– os problemas do sistema transportador:
dificuldades mecânicas, material fugitivo,
questões de segurança, entre outros desafios.

255
Iluminação | Capítulo 16

256
2

Capítulo 17 Pó
INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 257 INTRODUÇÃO
A definição de pó . . . . . . . . . . . . . . . . . 258 A fuga de material das correias é um fato
comum que ocorre diariamente na maioria
Os riscos do pó . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 259 das fábricas. O material fugitivo surge como
Noções básicas de gestão de pó . . . 262 derramamentos e vazamentos nos pontos de
transferência, material de retorno que aderiu à
REGULAMENTOS E NORMAS . . . . . . 263 correia após o ponto de descarga e é deslocado
ao longo do retorno do transportador ou como
Controle de pó em pó varrido da correia por correntes de ar e
transportadores . . . . . . . . . . . . . . . . . . 268 forças de carregamento.
Limpeza e manutenção Material fugitivo é um problema nas
para controle do pó . . . . . . . . . . . . . . 270 fábricas desde as primeiras operações com
MELHORES PRÁTICAS . . . . . . . . . . . . . 271 transportadores e, por um longo tempo,
ele foi aceito como parte dos negócios.
CONCLUSÕES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 272 Mas esses materiais fugitivos podem criar riscos
à segurança e à saúde. Como o pó disperso
no ar pode ser espalhado mais longe do que
outros tipos de materiais fugitivos e como
outros tipos de materiais fugitivos também
podem ser dispersos no ar e carregados como
pó, o pó atraiu mais a atenção de governos e
agências reguladoras em todo o mundo.

257
Pó | Capítulo 17

Embora o pó suspenso no ar possa ser criado “Pós são partículas sólidas que variam de
pelo tráfego do transporte de cargas, soprado tamanho entre 1 μm [mícron] e cerca
das pilhas estocadas pela força do vento ou de 100 μm [mícron], que podem ser ou
liberado por esmagamento e outras etapas são transportadas pelo ar, dependendo
do processo, este volume não discutirá de sua origem, características físicas e
essas fontes. O foco deste capítulo é o pó condições ambientais.”
produzido pelo manuseio de materiais a O pó é produzido quando um sólido é
granel, especificamente pelos transportadores quebrado por impacto, esmagamento, abrasão,
de correia. trituração, perfuração, demolição, escavação,
transporte, peneiramento, ensacagem ou
varredura. O pó fica em suspensão no ar
A definição de pó
quando o material seco é movido, manuseado
O termo pó pode ser definido de maneira ou submetidos a correntes de ar.
geral como partículas sólidas muito pequenas (Figura 17.1.)
criadas pela fragmentação de partículas
Dependendo do tamanho, as partículas de
maiores.
pó podem se tornar perigosas para a saúde
Após considerar várias definições, a publicação do trabalhador, particularmente quando 2
da Organização Mundial da Saúde, suspensas no ar. De acordo com a publicação
Hazard Prevention and Control in the Work Dust Control Handbook for Industrial Minerals
Environment: Airborne Dust, chegou à seguinte Mining and Processing, do National Institute
definição resumida: for Occupational Safety and Health (NIOSH)
dos Estados Unidos,

Figura 17.1.
Partículas de pó são
minúsculas, com
diâmetro de 2,5
Pó PM2,5 micra, e mal podem
2,5 µm ser vistas, mesmo com
ampliação significativa.
(Não ilustrado
Pó respirável
em escala)
10 µm

Pó suspenso
100 µm
Moeda
1.000 µm

Sal de mesa
500 µm

258
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

O maior tamanho de partícula que pode


ficar suspenso no ar por longos períodos,
Materiais particulados devido à ação da velocidade do vento
Partículas em suspensão sobre ela, é cerca de 60 micrômetros [ou
são, por vezes, referidas micra (μm)], que é aproximadamente a
como "materiais espessura de um fio de cabelo humano.
particulados". Essas Pequenas partículas de pó em suspensão no
partículas incluem pó, ar, que podem permanecer suspensas no ar
sujeira, fuligem, fumaça por horas, representam um risco maior para
e gotículas de líquido. o sistema respiratório se inaladas. Em geral,
Algumas partículas são quanto menor o diâmetro aerodinâmico da
suficientemente grandes partícula de pó inalada, maior a probabilidade
ou escuras para serem vistas como fuligem ou fumaça, enquanto de que ela seja depositada mais profundamente
outras são tão pequenas que só podem ser detectadas através de no trato respiratório. Daí essas partículas serem
um microscópio ou outros equipamentos sensíveis. chamadas "pó respirável". Embora o pó de
Algumas partículas são emitidas diretamente para a atmosfera, maneira geral seja algo inconveniente e possa
a partir de diversas fontes naturais ou relacionadas a atividades representar um risco, é o pó respirável que leva
2 humanas. Fontes naturais incluem incêndios florestais, a riscos significativos para a saúde.
tempestades de areia, pólen e maresia. Aquelas relacionadas
à atividade humana incluem emissões de veículos a motor,
processos industriais (como a geração de eletricidade e moagem Os riscos do pó
de pedras), estradas não pavimentadas e aquecedores à lenha.
Existem três categorias gerais de riscos para
As partículas podem ser classificadas em função de sua dimensão,
o trabalhador resultantes do pó: doenças
conhecido como "diâmetro aerodinâmico". Partículas grandes
pulmonares, incêndios e explosões, além de
têm entre 2,5 e 10 micrômetros (micra ou μm), de 25 a 100 vezes
riscos gerais de segurança.
mais finas do que um fio de cabelo humano. Essas partículas são
classificadas como PM10 (ou PM10), pronunciado como "P M Doenças pulmonares
dez", abreviação de "Materiais particulados com até
10 micrômetros". Alguns materiais têm limites específicos de
Partículas menores, de até 2,5 micrômetros, são classificadas exposição ao pó no que diz respeito à saúde;
como PM2,5 (ou PM2,5), pronunciado "P M dois vírgula cinco". outros materiais, não. Mas isso não significa
que esses pós não regulamentados sejam
Essas classificações "PM" são vistas em regulamentos
aceitáveis. (Figura 17.2.)
governamentais para médias ponderadas de tempo dos níveis
de qualidade do ar, incluindo emissões veiculares e usinas Há diversas doenças respiratórias provocadas
termoelétricas. ou agravadas pela inalação de ar carregado de
As partículas PM10 e PM2,5 podem, ambas, causar problemas pó. Essas doenças incluem asma, enfisema,
respiratórios envolvendo pulmões e vias aéreas. Os efeitos sobre a "pulmão preto" e silicose. Uma dessas doenças
saúde incluem: é a pneumoconiose, termo proposto por
• Tosse, chiado, respiração ofegante um pesquisador em 1866 como um termo
• Asma aguda geral para doenças pulmonares causadas
• Danos pulmonares (incluindo diminuição da função pela inalação de pó. "Pulmão preto" é o
pulmonar e doença respiratória permanente) nome comum dado à CWP (Coal Workers’
Pneumoconiosis, “Pneumoconiose dos
• Morte prematura em indivíduos com doença cardíaca ou
mineradores de carvão”), que resulta da
pulmonar preexistente
inalação de pó de carvão respirável. A silicose
Como as partículas menores se deslocam mais profundamente até
é o resultado da inalação de pó de sílica
os pulmões, as partículas menores de pó PM2,5 podem ter efeitos
respirável. Ambas as doenças pulmonares
piores para a saúde do que as partículas PM10 maiores. podem ser incapacitantes ou fatais em suas
formas mais graves.

259
Pó | Capítulo 17

Incêndios e explosões Essa explosão inicial pode liberar o pó solto


acumulado ou danificar um sistema de
O conhecido "triângulo do fogo" mostra os contenção (como um duto, compartimento
três lados ou requisitos de um incêndio. ou coletor). O problema é que o pó adicional
São eles: disperso no ar pela explosão primária pode
• Combustível - algo para queimar causar uma ou mais explosões secundárias.
E elas podem ser muito mais destrutivas do
• Ignição - algo para detonar que a explosão primária. As mortes mais
• Oxigênio - algo para manter frequentes ocorrem nas explosões secundárias,
Uma explosão de pó é a combustão rápida pois elas são mais destrutivas e de grande
de partículas finas suspensas no ar, muitas alcance.
vezes, mas nem sempre, em um local fechado. De um modo geral, incêndios e explosões
Para que ocorra a expansão de um incêndio são riscos relacionados a pós de origem
para uma explosão, o conhecido triângulo do orgânica, como carvão, grãos, açúcar e
fogo se torna um pentágono, adicionando pós de madeira. Além disso, alguns pós
dois lados ou requisitos ao familiar triângulo. metálicos são explosivos, embora esses pós
(Figura 17.3.) Estes lados são: sejam menos encontrados em operações com
2
• Dispersão - o pó deve estar disperso para transportadores de correia.
ficar suspenso no ar Figura 17.2.
• Confinamento - a energia deve ficar Trabalhar em condições
contida, como dentro de um edifício onde há muito pó
pode levar a problemas
Explosões de pó podem ocorrer em locais
de saúde, incluindo
onde haja qualquer material combustível pneumoconiose dos
em pó disperso no ar, em concentrações mineradores de
suficientemente altas no ambiente. carvão (mostrada
à direita; pulmão
Explosões de pó são caracterizadas por uma
normal à esquerda).
explosão inicial (primária) em uma área onde o Imagem gentilmente
pó fugitivo foi acumulado. cedida pela CDC

Figura 17.3.
Quando a dispersão
COMBUSTÍVEL OXIGÊNIO e o confinamento são
adicionados, o "triângulo
do fogo" se torna um
"pentágono da explosão".

DISPERSÃO CONFINAMENTO

IGNIÇÃO
260
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

Riscos gerais de segurança correia em movimento ou componente


giratório, com risco de lesões mais graves.
Mesmo quando os perigos do pó não são tão
catastróficos quanto uma explosão, ou tão Visão/visibilidade limitada
graves quanto doenças pulmonares de longo
Mesmo quando o pó não é inflamável ou
prazo, eles ainda podem ser significativos.
tóxico, ele pode levar a acidentes através da
O pó pode levar a acidentes e lesões de várias
visibilidade reduzida. Quando o ambiente
outras maneiras.
está empoeirado, fica ainda mais difícil
Escorregões, tropeções e quedas para o trabalhador visualizar sinais de aviso,
correias do transportador em movimento,
Acúmulos de pó podem tornar passarelas peças giratórias e outros perigos. Além disso,
e escadas escorregadias ou, até mesmo, é dificuldade para os operadores de veículos e
bloqueá-las. Pó e umidade (da chuva, neve equipamentos pesados ver outros veículos ou
ou mesmo de sistemas de supressão de pó) trabalhadores a pé.
podem ser combinados e formar lama,
que torna a caminhada particularmente Desconforto para o trabalhador
traiçoeira. O resultado é um acidente
Mesmo as medidas de proteção utilizadas
2 envolvendo escorregões/quedas, que lesionará
para evitar doenças relacionadas ao pó podem
um trabalhador. O acidente envolvendo
levar a acidentes. (Figura 17.4.) O uso de
escorregões/quedas também pode colocar o
máscaras causa problemas para a visão e a
trabalhador em risco de queda sobre uma
respiração. Elas também podem interferir com

Potencial explosivo
De acordo com o artigo, Combustible Dust: Complying • utilizar sistemas de coleta de pó, filtros e
with OSHA Regulations and Preventing the Hazards of superfícies que minimizam o acúmulo de pó;
Combustible Dust, de Charles B. Palmer e Reince R. • inspecionar e limpar acúmulos de pó em áreas
Priebus, a National Fire Protection Association (NFPA) encobertas e abertas regularmente;
define pó combustível como:
• usar métodos de limpeza que não criem nuvens de
… Material sólido dividido em partículas finas, com pó (como processos úmidos ou aspiração);
diâmetro de 420 micra [μm] ou menos (material • usar equipamentos elétricos e métodos de
capaz de passar por uma peneira padrão nº. 40 cabeamento apropriados;
dos EUA), que apresenta um risco de incêndio ou
explosão quando disperso e inflamado no ar. • controlar eletricidade estática, fumo, chamas,
faíscas e fricção;
Mas determinar se um material é um risco de explosão
não é tão simples como pode parecer. O mesmo artigo • instalar e usar sistemas de detecção de faíscas/
de Palmer e Priebus observou que "de maneira geral, um brasas, extinção, aspersão e proteção contra
material não precisa ser um combustível em sua forma explosões.
original para se tornar pó combustível quando dividido em Muitos laboratórios comerciais de testes oferecem um teste
partículas suficientemente finas". de baixo custo para determinar se uma amostra de pó é
Palmer e Priebus continuam: combustível. Se o teste for positivo, o índice explosivo
(Kst) e a elevação de pressão máxima (Pmax) do pó devem
A NFPA recomenda várias práticas e políticas para ser determinados; um fornecedor de sistemas de coleta
evitar explosões de pó combustível, incluindo: de pó usará esses valores para dimensionar corretamente
• minimizar a fuga de pó dos equipamentos de os sistemas de ventilação contra explosões ou combate a
processamento ou sistemas de ventilação; explosões.

261
Pó | Capítulo 17

a amplitude de movimento do trabalhador, Figura 17.4.


isto é, o nível de conforto e a capacidade de O uso de vestuário de
trabalhar, e, talvez, até mesmo a vontade de proteção e máscaras
trabalhar. Essas alterações podem, por sua vez, ou respiradores pode
levar a lesões. interferir com o
conforto do trabalhador
e sua capacidade de
Noções básicas de gestão de pó executar as tarefas
a ele atribuídas.
O comportamento do pó pode ser explicado
como uma relação.

Como mostrado na Figura 17.5, a relação


da quantidade de pó gerada é proporcional à
velocidade do ar e inversamente proporcional
ao tamanho das partículas e à coesão do
material.

Essa relação é explicada no seguinte trecho


proporcional à velocidade do ar, como 2
do Capítulo 7, Controle de ar, do livro
FOUNDATIONS™ Guia Prático para um dividida pelos fatores de tamanho de
Controle Mais Limpo, Seguro e Produtivo de partícula e coesão de material.
Pó e Material a Granel, 4ª Edição, da Martin Quando um ou mais desses parâmetros
Engineering (O livro FOUNDATIONS™ é dado, a capacidade de controlar o pó
da Martin oferece ainda mais informações depende da alteração de uma ou duas
sobre o controle de pó): das outras características. Se a velocidade
do ar é aumentada, mas o tamanho
Conforme os materiais se movem em das partículas e a coesão permanecem
um transportador e através do ponto constantes, então aumentará o pó
de transferência, eles levam com eles em suspensão. Se a velocidade do ar
um fluxo de ar para dentro do sistema. permanece constante e o tamanho das
Com velocidade suficiente, esse fluxo partículas ou a coesão aumentam, a
de ar pode levantar partículas finas quantidade de pó em suspensão será
do corpo do material e carregá-las reduzida. Se a velocidade permanece
juntamente com os materiais, ou pode constante e o tamanho das partículas ou
espalhá-las fora dos compartimentos do a coesão diminuem, a quantidade de pó
transportador. em suspensão aumentará.
As condições que determinam se Quando o tamanho das partículas sendo
partículas finas serão transportados transportadas não pode ser alterado, a
pelo ar ou não são a velocidade do ar, o velocidade do ar ou a força coesiva das
tamanho das partículas e a coesão dos partículas deve ser alterada a fim de
materiais a granel. Essas características minimizar a emissão de pó.* …
contribuem para a quantidade de pó O controle do movimento do ar que
gerada pela seguinte relação relativa e entra e sai do ponto de transferência
intuitiva: A quantidade de pó gerada é

Figura 17.5.
Pó Velocidade do ar
α
Relação entre a liberação
de pó, a velocidade do ar,
gerado Tamanho da partícula • Coesão o tamanho de partículas
e a coesão do material.

262
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

de um transportador não reduzirá o pó REGULAMENTOS E NORMAS


criado dentro do ponto de transferência,
mas terá um efeito significativo sobre a As normas existentes não foram escritas
quantidade de pó carregado para fora especificamente para abordar o pó relacionado
do ponto de transferência. Limitar a transportadores. Em vez disso, as normas são
a pressão positiva liberada por um orientados para a regulação de todos os pós
ponto de transferência terá benefícios produzidos por todos os procedimentos de
significativos no controle dos materiais processamento e manuseio de uma fábrica e de
fugitivos. seu ambiente circundante.
* O material do Capítulo 7 Controle É mais comum que os pós explosivos sejam
de ar, faz referência ao Capítulo regulados. A presença de outros pós é, por
19 Supressão de pó do livro vezes, regulado, mas o perigo inerente aos
FOUNDATIONS™, Quarta Edição. pós de carvão, grãos e outros pós explosivos
Técnicas de manuseio de materiais que significa que o manuseio desses materiais estará
diminuem a velocidade do ar e/ou aumentam sujeito a regulamentações muito mais rígidas e
o tamanho das partículas ou a coesão do a um cumprimento mais atento.
material, diminuirão a quantidade de pó em
2 As normas e regulamentos para os pós estão
suspensão liberado.
sujeitos a medição e ajustes. Por exemplo, os
regulamentos relativos à exposição ao pó de
sílica nos Estados Unidos estão sendo revisados
no momento da elaboração desta publicação,
com discussões em curso entre reguladores

O livro FOUNDATIONS™ da Martin oferece ainda mais informações sobre o


controle de pó
A criação e o controle do pó em transportadores são orientados desde os
aprofundados no livro FOUNDATIONS™ Guia Prático conceitos básicos
para um Controle Mais Limpo, Seguro e Produtivo de Pó e sobre os movimentos
Material a Granel, 4ª Edição, da Martin Engineering. do transportador,
e que tipos de
Há quase 20 anos, o livro FOUNDATIONS™ da Martin problemas eles
Engineering ensina funcionários da indústria a operar e podem apresentar,
manter a limpeza e a segurança dos transportadores de passando pelos
correia. métodos para evitar
Publicado em 2009, a quarta edição do derramamentos, pó e
FOUNDATIONS™ tem capa dura e 576 páginas, material de retorno,
uma referência no aprimoramento da produtividade até o alinhamento
ao trabalhar com transportadores, e oferece discussões correto e o projeto de um sistema de lavagem da correia
aprofundadas sobre tópicos e técnicas para melhorar o do transportador.
desempenho dos transportadores de correia. A quarta edição do livro FOUNDATIONS™ agora tem
O FOUNDATIONS™ aborda de maneira detalhada e versões em inglês, português, espanhol, alemão, francês,
realista o trabalho com os transportadores. Ele apresenta italiano e russo e está disponível em versão impressa e em
tópicos que vão desde os componentes básicos dos formato digital.
transportadores de correia até o cálculo do fluxo de ar e Para obter informações, visite martin-eng.com.br ou entre
a análise das propriedades dos materiais. Os leitores são em contato com a Martin Engineering.
263
Pó | Capítulo 17

e setores pertinentes, que discutem os níveis construída de modo que a quantidade


adequados. Esse é um caso que demonstra que de pó derramado ou disperso no ar seja
os regulamentos em geral, e os regulamentos minimizada ou eliminada.
para pós em particular, estão sujeitos a
mudanças frequentes e devem ser revisados A Seção 742 Pó em suspensão inclui
cuidadosamente. O usuário deve procurar o seguinte:
a orientação de especialistas em relação aos 742(1)
regulamentos e medições dos níveis de pó, a O empregador deve garantir que haja
fim de verificar a conformidade com as normas um fornecimento de água projetado
aplicáveis. para suprimir o pó
Austrália (a) em um local onde o minério seja
transferido de uma correia para
O pó no local de trabalho não outra, para um chute ou veículo; e
deve exceder a concentração máxima para
o tipo de pó especificado nas respectivas (b) nas mandíbulas de corte ou picadores
regulamentações de exploração de minas, de uma máquina de corte de carvão.
pedreiras ou indústrias, ou os níveis 742(2)
especificados na publicação Workplace Exposure A Subseção (1) não se aplica a um 2
Standards for the Airborne Contaminants, do local onde o mineral é transportado do
Safe Work Australia, do ano de 2013. transportador de uma unidade móvel.

As normas relevantes do setor para controle de 742(3)


pó incluem as normas australianas O empregador deve garantir que uma
AS 2895-2004 Workplace Atmospheres estrada usada por veículos com pneus de
– Method for Sampling and Gravimetric borracha seja tratada ou umedecida para
Determination of Respirable Dust e AS3 640 minimizar a criação de pó em suspensão.
– 1989 Workplace atmospheres – Method for 742(4)
sampling and gravimetric determination of O empregador deve garantir que
inhalable dust. haja um programa contínuo de
monitoramento da concentração dos pós
Canadá respiráveis aos quais os trabalhadores são
O código Occupational Health and Safety Code expostos.
(2009) Part 36 (Mining) de Alberta tem 742(5)
regulamentos relacionados ao pó em várias O Diretor pode exigir que um
seções. A seção 601 Pós combustíveis contém empregador instale dispositivos de coleta
esta referência: de pó nos exaustores caso ele considere
que as condições assim permitam
601(1) fazê-lo.
O empregador deve garantir que,
em locais perigosos, nenhum pó A seção 743 aborda, principalmente, a
combustível seja acumulado na correia utilização do pó de rocha em minas de carvão
do transportador, nos rolos de suporte subterrâneas, embora o trecho a seguir seja
da correia, no acionamento e na parte adequado às discussões sobre pó fugitivo.
traseira da correia do transportador ou
nos tambores do tensor da correia, nem 743(1.1)
em suas proximidades. Na medida do possível, o empregador
deve garantir que todas as áreas de
601(2) uma mina de carvão subterrânea sejam
O empregador deve garantir que, se o mantidas livres de acúmulos de pó de
pó puder representar um perigo, uma carvão.
descarga para o transportador seja
264
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

A norma Health, Safety and Reclamation são capazes de causar explosões de pó.
Code for Mines in British Columbia inclui os Alguns metais e materiais inorgânicos
seguintes requisitos: também são explosivos. Um material em
pó tem pouca probabilidade de causar
6.24.2 sério risco de explosão, a menos que
Sempre que possível, jatos de água contenha uma proporção significativa de
ou outros meios e dispositivos de pó com partículas de tamanho inferior a
supressão de pó devem ser usados em 200 micra. Se existir a possibilidade de
locais empoeirados onde são realizados que um pó manipulado seja explosivo,
trabalhos e, onde não seja possível então ele deverá ser testado. Um método
fazê-lo, equipamentos de proteção de teste é fornecido na norma ISO 6184-
individual deverão ser fornecidos... 1:1985.
A norma Regulation respecting occupational A norma DIN EN 620 Anexo A inclui o
health and safety in mines da província de seguinte:
Quebec inclui este trecho:
Quando uma concentração
98. Sempre que houver a criação de pó desses pós representar um risco
2 devido ao movimento de rochas, de explosão, deverão ser tomadas
materiais ou equipamentos móveis, precauções para removê-los em sua
alguns meios de controle, como origem, especialmente em pontos
cálcio, água ou espuma, deverão de transferência e nos megas. Se
ser usados para reduzir ou evitar a necessário, ventilação contra explosões
emissão de pó. ou equipamentos de supressão deverão
Europa ser instalados, especialmente em
equipamentos totalmente fechados.
A norma DIN EN 620 O risco de incêndio ou explosão deve ser
Continuous handling equipment and systems minimizado, por exemplo:
– Safety and EMC requirements for fixed belt
conveyors for bulk materials contém as seguintes • posicionando fontes de ignição
instruções: fora da área com pó, por exemplo,
rolamentos, itens com fricção ou
5.5 Medidas de proteção contra riscos impacto mecânico;
de incêndio e explosão devido aos • usando equipamentos elétricos
materiais transportados adequados para áreas perigosas de
Se o equipamento transportar Zona 20, 21 ou 22 (consulte IEC
materiais divididos em partículas 61241-1-1:1999 e EN 1127-1:1997);
finas (pós), com um possível risco de • medidas antiestáticas (consulte
incêndio e explosão, então ele deverá 5.2.2);
cumprir os requisitos constantes no
anexo A. • usando detectores de rotação e
velocidade onde houver risco
O Anexo A, Risco de incêndio ou explosão, de faíscas devido a falhas de
após observar que o equipamento deve ser componentes mecânicos (consulte
concebido de forma a minimizar os riscos e 5.7.2.11);
de acordo com a norma EN 1127-1:1997, • utilizando indicadores, meios
especifica: de detecção e/ou detectores de
Muitos materiais orgânicos divididos sobrecarga onde houver risco de
em partículas finas, naturais e sintéticos, obstrução ou bloqueio, (consulte
5.7.2.11).

265
Pó | Capítulo 17

África do Sul (d) identificar a linha de gestão


responsável pela execução;
A norma SANS 1929 (2011)
Ambient air quality – Limits for common (e) incorporar o plano de
pollutant especifica os limites de partículas monitoramento de queda de pó; e
PM10 e PM2,5. (f ) criar um registro de todas as queixas
recebidas pela pessoa relacionadas
A SANS 1929 também contém regulamentos
a queda de pó e as ações de
para a deposição de pó ambiente, incluindo os
acompanhamento e respostas aos
limites de metas, ações corretivas e notificação
requerentes.
às autoridades. O método de referência para a
medição de queda de pó será a norma ASTM A norma SANS 1929:2011 especifica que o
D1739 Standard Test Method for Collection and método de referência para a determinação
Measurement of Dustfall (Settleable Particulate da fração PM2,5 de material particulado em
Matter). As taxas de deposição de pó são suspensão deve ser a norma EN 14907, um
expressas em unidades por dia durante um documento agora substituído pela norma
período médio de 30 dias. Compensações DIN EN 12341:2014-08 Ambient air –
serão concedidas para quedas de pó sobre as Standard gravimetric measurement method
taxas especificadas se for demonstrado que elas for the determination of the PM₁₀ or PM2,5 2
são resultado de algum evento geológico ou mass concentration of suspended
condição climática extrema. particulate matter.

Requisitos semelhantes são apresentados na Estados Unidos


norma National Environmental Management:
Air Quality Act, 2004 National Dust Control De acordo com o artigo, Combustible Dust:
Regulations. Esse regulamento exige, na seção Complying with OSHA Regulations and
4.2: Preventing the Hazards of Combustible Dust,
de Charles B. Palmer e Reince Priebus
Qualquer pessoa que realize qualquer R., a Occupational Health and Safety
atividade de forma a dar origem a pó Administration (OSHA) dos Estados Unidos
em quantidades e concentrações que emitirá uma citação sobre a presença de pó
possam exceder a norma para queda de combustível, de acordo com essa norma, se o
pó estabelecida no regulamento 3 deve, acúmulo de pó:
mediante recebimento de notificação
do responsável pela qualidade do 1) Exceder 1/32 polegada [≈0,8 mm]
ar, implementar [um] programa de de profundidade [aproximadamente
monitoramento de queda de pó. a espessura de um clipe de papel
padrão].
Além disso, a seção 6.2 exige que, no prazo de 2) Cobrir pelo menos 5% da área total
três meses, essa pessoa apresente um plano de de um compartimento ou 1.000
gerenciamento de pó, que deve: pés quadrados [≈93 m2] (o que for
(a) identificar todas as possíveis fontes de menor).
pó no local afetado; 3) For combustível.
(b) detalhar as melhores medidas Embora os regulamentos de limpeza da OSHA
práticas que devem ser empregadas na norma 29 CFR 1910.22 não tenha texto
para mitigar as emissões de pó; específico que aborde o pó fugitivo, ela tem
(c) detalhar um cronograma de sido aplicada ao perigos do acúmulo de pó.
execução; A norma 1910.22(a)(1) indica: "Todos os
locais de trabalho, passagens, depósitos e

266
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

áreas de serviço devem ser mantidos limpos, identificação e controle de fontes de ignição,
ordenados e em condições sanitárias". proteção contra incêndio, treinamento e
procedimentos e inspeção e manutenção.
Outros regulamentos da OSHA que abrangem (Retirado da descrição da norma NFPA 654 no
pó explosivo estão incluídos nas normas: site NFPA.org.)
• CFR 29 1910.307 A OSHA listou regulamentos revisados sobre a
Hazardous (classified) locations exposição ao pó de sílica entre suas Prioridades
• CFR 29 1910.1200 regulatórias de 2015. A proposta da agência
Hazard communication é "reduzir pela metade e harmonizar" os
• CFR 29 1910.269 limites de exposição à sílica, reduzindo o nível
Electric power generation, transmission and admissível e que o tornando consistente em
distribution todos os setores. A Mine Safety and Health
Administration (MSHA) se comprometeu a
• CFR 29 1910.272
aceitar as normas para sílica revisadas quando
Grain handling facilities
de sua publicação. Os setores afetados,
Para inibir o acúmulo de pós perigosos, um incluindo vários setores de mineração,
sistema de controle de pó precisa satisfazer à agregados e construção, são, em geral,
2
norma National Fire Protection Administration contrários às novas regras.
(NFPA) 654, Standard for the Prevention of Fire
Nos Estados Unidos, os regulamentos da
and Dust Explosions from the Manufacturing,
MSHA na norma 30 CFR Seção 56.5001
Processing, and Handling of Combustible
estabeleceram os limites de exposição para
Particulate Solids. De acordo com o site da
contaminantes suspensos no ar para minas
NFPA:
de superfície para a exploração de metais
Essa norma é aplicável a todas as fases e não metais, ao mesmo tempo em que a
de fabricação, processamento, mistura, norma 57.5001 define os limites de exposição
transporte, reembalagem e manuseio para contaminantes em suspensão em minas
de sólidos particulados combustíveis ou subterrâneas para a exploração de metais e não
misturas híbridas, independentemente metais. Ambas as seções estabelecem:
da concentração ou do tamanho das
... A exposição a contaminantes
partículas, onde os materiais apresentem
suspensos não deve exceder, com base
risco de incêndio ou explosão.
em uma média ponderada de tempo, os
Os tópicos incluem projeto e construção valores limite adotados pela American
de instalações e sistemas, identificação de Conference of Governmental Industrial
áreas de risco de incêndio ou explosão de pó Hygienists, conforme estabelecido
combustível, proteção de equipamentos do e explicado na edição de 1973 da
processo, controle de pó fugitivo e limpeza, publicação da Conferência, intitulada
"TLV’s Threshold Limit Values for
Figura 17.6. Chemical Substances in Workroom Air
Como movem grandes Adopted by ACGIH for 1973", páginas
quantidades de 1 a 54, incorporados por referência e
materiais a granel, parte integrante do presente documento.
os transportadores de
correia tendem a liberar
grandes quantidades
de pó.

267
Pó | Capítulo 17

Controle de pó em • Características do pó - nível de abrasão,


transportadores higroscópico, combustíveis densidade.
• Características do fluxo de ar -
Como lidam com grandes quantidades temperatura, umidade, vapor, volume de
de material através de diversos terrenos ar total, velocidade do ar.
e condições ambientais, transportadores
de correia para o manuseio de materiais a • Eficiência - grau de eficiência de coleta
granel são suscetíveis a gerar quantidades necessário.
significativas de pó. (Figura 17.6.) • Eliminação - o que será feito com o pó
coletado/suprimido.
Como observa o documento Dust Control
Handbook for Industrial Minerals Mining Há várias maneiras de gerenciar a criação e a
and Processing, do NIOSH, "Outro desafio exaustão do pó em transportadores ou de pó
específico dos transportadores é sua capacidade de maneira em geral.
de gerar ou liberar pó, não importando se estão
carregados com minério ou quase vazios". 1) Redução (Controla a geração de pó e
evita sua suspensão no ar.)
Com qualquer sistema de transportador, as 2) Contenção (Confina o pó para evitar
informações a seguir são necessárias para 2
sua fuga e promove seu retorno ao
selecionar qual sistema de controle de pó é o corpo principal do material.)
melhor para cada aplicação:
3) Supressão (Remove com jato de
• Concentração - quantidade de pó e água.)
tamanho das partículas. 4) Coleta (Remove através defiltros.)

Manuais sobre controle de pó do NIOSH


Uma útil coletânea de informações sobre o pó e sistemas 9. Cabines de operadores, salas de controle e
de gestão de pó é apresentada no manual Dust Control cabines fechadas
Handbook for Industrial Minerals Mining and Processing. 10. Estradas de transporte, pilhas de estocagem e
O manual de 314 páginas foi publicado em 2012 pelo áreas abertas
National Institute for Occupational Safety and Health Embora toda a publicação Industrial Minerals Handbook
(NIOSH) dos EUA em conjunto com a associação do NIOSH contenha informações úteis e interessantes,
comercial Industrial Minerals Association-North o Capítulo 5 Transporte e transporte por correias
America. (páginas 133 a 154), é particularmente relevante para as
O índice detalha o conteúdo da publicação: discussões deste volume.

1. Fundamentos da coleta de pó O Industrial Minerals Handbook do NIOSH foi


publicado após os guias anteriores do NIOSH, Practices
2. Sistemas de pulverização for Dust Control in Metal/Nonmetal Mining e Best
3. Perfurações e explosões Practices for Dust Control in Coal Mining, ambos de
4. Esmagamento, moagem e peneiramento 2010.

5. Transporte e transporte por correias Os três manuais estão disponíveis para download
6. Ensacagem gratuito no site do NIOSH: www.cdc.gov/niosh. As
publicações são de domínio público e podem ser
7. Carregamento a granel
livremente copiadas ou reimpressas.
8. Controles e fontes secundárias
268
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

Embora todos esses sejam métodos Contenção de pó


identificáveis e distintos de gestão de pó,
em muitos casos, eles podem e devem ser Uma segunda etapa da gestão do pó é a
combinados para produzir um controle de pó contenção, isto é, uma maneira de manter o
mais eficaz. pó no interior do sistema do transportador.
Essa etapa envolve a redução da fuga do
Redução de pó pó suspenso, reduzindo a quantidade e a
velocidade do ar que entra no sistema do
A redução de pó é a minimização da
transportador e reduzindo os orifícios pelos
quantidade de pó criado através de uma nova
quais o ar carregado de pó pode escapar.
concepção do processo ou dos equipamentos.
(Figura 17.7.)
Medidas para realizar a minimização do pó do
transportador incluem: O fechamento dos orifícios inclui o
preenchimento de furos de parafusos e o
• Alteração dos tamanhos dos materiais
fechamento de portas de acesso e de inspeção.
• Controle da velocidade da correia O material também pode ser contido através
• Gestão de impacto do uso de zonas de "acomodação" ou
"assentamento" expandidas com calhas guia e
2 • Redução da altura da queda
diversas medidas passivas de controle de pó,
• Controle da circulação do ar incluindo vedações para a borda da correia,
cortinas contra pó e vedações para a porta
Essas técnicas reduzirão a quantidade de pó
traseira do transportador.
gerado e, assim, a quantidade de pó disponível
para escapar. Como exemplo, o uso de chutes Métodos de filtragem passiva, incluindo a
com fluxo de material projetado reduzirá o utilização de mangas, que permitem o ar de
nível de impacto e controlará o fluxo de ar, saída passe através de um elemento filtrante
reduzindo, assim, a criação e a expulsão de pó. antes de escapar, podem ser incluídos nesse
método.

Supressão de pó

Figura 17.7. A adição de umidade para reduzir a fuga de


Melhorar a contenção partículas transportadas pelo ar é denominado
nos pontos de supressão de pó. A umidade pode ser fornecida
transferência é uma com água ou com água juntamente com
maneira de reduzir aditivos químicos. (Figura 17.8.)
a fuga de pó do
transportador. O método mais simples para adicionar
umidade ao corpo ou ao fluxo de um
material transportado é aplicar água
enquanto o material está em queda livre,
como na movimentação da descarga de um
Figura 17.8. transportador para a zona de carga de um
segundo transportador. Isso permite que a água
Supressão de pó é a
entre em contato com o máximo de material
aplicação de água ou
água com aditivos
possível.
para controlar o pó. A adição de água ao material pode ter efeitos
nocivos sobre o fluxo e manuseio do material,
como obstrução de telas, entupimento de
chutes e aumento de material de retorno.

269
Pó | Capítulo 17

A água pode afetar todas as propriedades de Figura 17.9.


qualquer material a granel, incluindo seu Pequenos filtros de ar
desempenho no processo. podem ser instalados
acima dos pontos
Em um cenário ideal, a água deve ser de transferência dos
adicionada para produzir um teor de umidade transportadores para
próximo ou um pouco acima do que o volume para reduzir o pó
necessário para evitar a geração de pó. A suspenso.
quantidade adequada de água necessária é
baseada nas propriedades do material e vai
variar de aplicação para aplicação. Aditivos
químicos podem melhorar a eficácia,
minimizando a taxa de adição de água.

Supressão de pó baseada em espuma é outro Coleta de pó


método para melhorar o controle de pó
enquanto usando menos água. Sistemas de Coleta é o ato de recolhimento mecânico do
espuma aplicam um surfactante, mas também ar carregado de pó no ponto de transferência
utilizam ar comprimido para expandir a e a passagem desse ar através de um filtro. 2
mistura, aumentando ainda mais a eficiência No processo de filtragem, as partículas de pó
por volume de água adicionada. individuais são aglomeradas e coletadas no
elemento filtrante. O material aglomerado
Ao adicionar água com aditivos químicos em pode ser atraído para um só lugar, chamado
jato ou espuma, deve-se tomar cuidado para de coleta central. Ele também pode ser filtrado
não introduzir contaminantes no material. e depositado novamente em vários locais
no sistema do transportador ou no processo
Outro método para suprimir o pó usando água
industrial; isso é denominado filtragem da
é por meio da vaporização. Essa técnica de
unidade. Os sistemas da unidade podem ser
controle de pó consiste na colocação de vapor
instalados para devolver o material a pequenos
de água com gotículas muito finas no fluxo
pontos de coleta ou para retorná-lo ao ponto
de ar. As partículas de pó se unirão às gotas de
onde ele foi coletado. (Figura 17.9.)
água, e as partículas, agora mais pesadas, sairão
do fluxo de ar. As propriedades do material e a "área
ocupada" pelo sistema, isto é, o espaço e
As gotas de água devem ter tamanho similar
serviços necessários, devem ser consideradas ao
ao das partículas de pó para que a união
selecionar um método de coleta de pó.
ocorra. A criação de gotículas de tamanho
adequado pode ser realizada passando água em
alta pressão através de bicos de pulverização. Limpeza e manutenção para
O dimensionamento das gotículas também
controle do pó
pode ser obtido combinando água em baixa
pressão e ar. A passagem da água através de um Dois itens importantes em qualquer plano de
bico especial para "dois fluidos" juntamente controle de pó são os serviços de limpeza e
com o ar vai atomizar a água de acordo com o manutenção.
tamanho de gotícula desejado.
Uma violação comum relatada durante
inspeções envolve "níveis perigosos de acúmulo
de pó nos locais de trabalho devido a práticas
de limpeza inadequadas". A NFPA define
como perigosa qualquer camada de pó de
1/32 pol. [≈0,8 mm] ou mais sobre qualquer

270
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

Figura 17.10. pode escapar através dos chutes


O acúmulo de pó desgastados devido à ferrugem ou
que escapa dos abrasão, por pequenos orifícios criados
transportadores pode pela ausência de parafusos ou, ainda,
levar a riscos de por orifícios maiores, criados por portas
explosão e problemas no de acesso abertas, que podem ser um
equipamento. caminho para a fuga de pó.

No que diz respeito aos coletores de pó, um


importante requisito de limpeza é substituir os
filtros quando o fluxo de ar através do sistema
atinge o limite de pressão diferencial prescrito
Figura 17.12. pelo fabricante. Essa queda de pressão no
Medidas de controle coletor afeta negativamente a capacidade do
podem reduzir as sistema de coleta de pó de capturar o pó.
grandes quantidades de
pó suspenso no ar, criado
a partir do manuseio MELHORES PRÁTICAS
2 de grandes volumes
de materiais a granel As melhores práticas para a gestão do pó ao
em transportadores de trabalhar com transportadores de correias
correia. (Figura 17.11.) incluem:

• Conduzir uma análise de risco para avaliar


e determinar os métodos apropriados de
controle de pó.
superfície. Essa regra é conhecida como "Regra O primeiro passo para essa análise é
do clipe de papel", que define como perigoso o determinar se o pó é explosivo.
acúmulo de pó mais espesso do que o arame de
• Projetar e operar os sistemas do
um clipe de papel padrão.
transportador de forma a minimizar a
Mesmo a limpeza diligente de pisos e geração de pó e evitar a sua fuga.
superfícies de trabalho não é suficiente se • Fechar o sistema, controlar o fluxo de
áreas mais elevadas forem negligenciadas. ar, utilizar medidas passivas, sempre que
O acúmulo de pó sobre vigas, superfícies possível, e capturar o pó suspenso.
suspensas ou na parte superior das máquinas é
• Aplicar supressão de pó e/ou tecnologias
um causador frequente de explosões.
de coleta de pó sempre que essas
(Figura 17.10.)
tecnologias forem compatíveis com
A publicação Dust Control Handbook for o material transportado, processo e
Industrial Minerals Mining and Processing do orçamento.
NIOSH registrou: • Fornecer manutenção adequada aos
O controle do pó nos transportadores sistemas de gestão de pó, contenção,
requer vigilância constante por parte coleta e supressão, para garantir boas
da equipe de manutenção, para condições de trabalho e eficiência
reparar e substituir peças desgastadas adequada.
e danificadas, incluindo as correias do • Aplicar medidas adequadas de limpeza
transportador. Manutenção básica e para minimizar acúmulos de material
inspeção são necessárias para garantir fugitivo que possam interferir com a
que todas as peças do sistema estejam produtividade, vida útil do equipamento,
em pleno funcionamento. O material segurança e saúde do funcionário.

271
Pó | Capítulo 17

• Alcançar os limites regulatórios para Da mesma maneira que há diversos os tipos


preservar a saúde respiratória daqueles de pó, há também diversas metodologias para
que trabalham com ou próximo a controlá-lo. Uma fábrica deve considerar
transportadores em condições de cuidadosamente o método adequado para
muito pó. garantir o sucesso. As soluções devem
ser avaliadas com base nos requisitos das
instalações e do material transportado,
CONCLUSÕES
bem como nas circunstâncias e fontes
Considerações sobre o pó e os de alimentação disponíveis no ponto de
sistemas de controle de pó instalação.
Controlar o pó do transportador é importante Uma solução de controle de pó apropriada é
para melhorar a saúde e a produtividade fundamental na prevenção desses problemas e
dos que trabalham com transportadores de pode manter uma fábrica, produtiva e lucrativa
correia para o manuseio de materiais a granel e seus funcionários, seguros e saudáveis.
(Figura 17.12.). O uso de equipamento de
proteção individual (EPI) pode ser vital, mas
nunca deve ser o último recurso de proteção.
Equipamentos de proteção individual não 2
devem substituir o devido controle de pó e só
devem ser usados onde os métodos de controle
de pó forem inadequados ou ineficazes.

Figura 17.11.
A aplicação das melhores
práticas para controle
de pó ao trabalhar
com transportadores de
correia (como mostrado
à direita) ajudará
a reduzir material
fugitivo.

272
2

Capítulo 18 Acesso
INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 273 INTRODUÇÃO
Acesso: facilitação do acesso . . . . . . 274 Como evitar problemas de
acesso
A necessidade de observação . . . . . 276
O acesso pode ser definido como "o direito e
Superação da intrusão a capacidade de acessar ou utilizar". Em um
de outros sistemas . . . . . . . . . . . . . . . 279 sistema de manuseio de materiais a granel, o
termo acesso é utilizado para designar pontos
Passagens e plataformas
de inspeção, portas de entrada e espaços de
de trabalho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 282
trabalho para reparos e limpeza. (Figura 18.1.)
Transportadores e espaços
Para as equipes de manutenção e
confinados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 284
operacional, o acesso adequado é essencial
REGULAMENTOS E NORMAS . . . . . . 285 para a produtividade. (Consulte Acessos
melhores para a manutenção melhoram a
MELHORES PRÁTICAS . . . . . . . . . . . . . 287 disponibilidade do sistema.) Isso significa
que um acesso seguro, rápido e fácil a um
CONCLUSÕES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 288
problema deve ser mais importante do que
preocupações com custos, por exemplo.
Estima-se que o fornecimento de acesso
Observação: adequado no projeto de um sistema de
Parte do material deste capítulo foi adaptada do Capítulo 26 Acesso manuseio de materiais pode chegar a 15% do
do livro FOUNDATIONS™ Guia Prático para um Controle Mais Limpo,
custo de capital de um projeto.
Seguro e Produtivo de Pó e Material a Granel, Quarta Edição,
da Martin Engineering. Contudo, quando um sistema de
Para obter mais informações, acesse martin-eng.com.br/foundations.
transportador está sendo projetado, raramente

273
Acesso | Capítulo 18

há recursos suficientes disponíveis para fazer Acesso: facilitação do acesso


mais do que fornecer o acesso mínimo exigido
pelos códigos. Essa prática resulta não apenas É frustrante para a equipe de manutenção
em tempo de produção perdido e aumento quando não é possível trabalhar nos
do tempo necessário para a realização da equipamentos, que exigiriam um tempo
manutenção, mas também em aumento dos mínimo para a realização do reparo, porque
custos relacionados à segurança e saúde. os funcionários não conseguem ter um acesso
A partir das perspectivas de propriedade seguro e adequado. Atrasos no acesso podem
e gestão, o acesso inadequado contribui ocorrer devido a um requisito de permissão
para problemas contínuos como perda de para acesso a um espaço confinado, testes do
produtividade e custos de manutenção ar, andaimes ou elevadores, guindastes ou
desnecessariamente elevados. A ausência gruas ou ferramentas especiais necessárias
de acessos adequados leva a práticas de para abrir as portas de acesso. Em alguns
manutenção inadequadas; manutenção casos, é necessário remover todo o sistema
deficiente muitas vezes leva a paradas de apenas para obter acesso ao componente que
emergência dos equipamentos, o que, por sua requer manutenção. Esses atrasos podem ser
vez, afeta a produtividade e a rentabilidade da atenuados por meio da concepção de um
operação. acesso adequado e disponibilizando peças 2
e ferramentas em uma área de preparação
Acesso insuficiente aos equipamentos resulta próxima aos locais onde elas serão usadas.
em perda de produtividade e sistemas sujos,
devido à dificuldade de realizar a limpeza e Três objetivos facilmente alcançáveis devem ser
executar os reparos necessários. Estima-se que incluídos ao projetar acessos adequados a um
o acesso precário possa acrescentar até 65% aos sistema de manuseio de materiais:
custos de manutenção e limpeza de um sistema
A. Facilidade de visualização
de manuseio de materiais a granel durante sua
vida útil. Se o equipamento apresentar um
problema que não possa ser visto pela
Evidentemente, adicionar acessos adequados equipe da fábrica, o problema tende a
posteriormente, após o sistema de manuseio de continuar despercebido, até se tornar uma
materiais ter sido concluído e os mecanismos situação catastrófica.
de acesso terem sido detectados como
B. Facilidade de acesso
insuficientes, custará substancialmente mais, se
é que a adição será mesmo possível. Se o equipamento apresentar um
problema, mas for difícil para a equipe de
Para os transportadores, existem duas
categorias gerais de acesso que precisam ser Figura 18.1.
consideradas. A primeira destina-se ao acesso
O termo acesso é
local ou imediato a uma peça específica do utilizado para designar
equipamento, como um rolete ou raspador pontos de observação,
da correia, para permitir a inspeção e a portas de entrada e
manutenção. A segunda destina-se ao acesso espaços de trabalho para
geral ao longo de um transportador ou a um reparos ou limpeza.
chute de transferência, como degraus fixos,
escadas e passagens.

274
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

Acessos melhores para a manutenção melhoram a disponibilidade do sistema


O acesso adequado é fundamental para uma operação e uma Se o tempo de acesso pudesse ser eliminado na etapa de design, a
manutenção seguras e eficazes. diferença da Disponibilidade do raspador da correia seria 1/10 de
Nos Estados Unidos, é algo amplamente aceito no setor que, 1%.
em uma operação típica, aproximadamente 30% do tempo de 1.000 − 3 1.000 − 2,1 = 99,8%
A3h = = 99,7% vs. A2.1h =
um trabalhador de manutenção seja dedicado simplesmente 1.000 1.000
ao acesso ao equipamento que deve ser reparado, e que apenas Se o tempo de inatividade custa US$ 100.000 por hora, e
25% do tempo da manutenção seja dedicado à "mão na massa", a manutenção dos raspadores só é executada em casos de
isto é, à manutenção dos equipamentos de fato. O restante do emergência, o custo do acesso a cada manutenção do raspador é:
tempo é dedicado à busca de informações e ao deslocamento até US$ 100.000 x (99,8% - 99,7%) = US$ 100.
o equipamento que requer manutenção. O acesso desempenha
Se a manutenção do raspador da correia pudesse ser executada
um papel fundamental na melhoria da disponibilidade dos
com segurança durante o funcionamento do transportador (sem
equipamentos e dos orçamentos destinados à manutenção.
necessidade de paradas dos equipamentos), a Disponibilidade do
A disponibilidade pode ser calculada de duas formas. A primeira transportador seria de 100% e a economia de tempo seria de 3
é definir como 100% o tempo necessário para produzir um horas x US$ 100.000 = US$ 300.000.
determinado nível de produção (ou quantidade de materiais)
Não há nenhum efeito positivo sobre o resultado final da operação,
previsto para o ano. O segundo método é definir 100% como
quando a Disponibilidade é de 100%, pois não houve houve
as operações permanentes, por exemplo, todas as horas de
adição de horas à produção. A verdadeira economia de "projetar
funcionamento da fábrica e todo o tempo que a fábrica tem
para facilitar o acesso", e viabilizar a manutenção do raspador
equipes de produção disponíveis, e, então, calcular o tempo que o
enquanto a correia está em funcionamento, pode ser calculada
sistema é realmente capaz de operar.
como 0,9 hora multiplicada pelo valor por hora pago à equipe; a
Em operações em que a meta de disponibilidade do sistema é US$ 75 por hora para cada funcionário, com uma equipe de dois
definida em 90%, 95% ou mais, qualquer tempo perdido devido funcionários, a economia seria de US$ 135.
a atrasos poque um trabalhador não conseguiu chegar até o
As economias são menos significativa, e menos tangíveis, porque
equipamento que requer manutenção, ou não conseguiu acessá-lo,
nenhum trabalho de manutenção foi eliminado, nenhum
é um prejuízo desnecessário em termos de eficiência operacional.
trabalhador foi dispensado, mas a produtividade foi aprimorada.
Para aprimorar a disponibilidade, o tempo necessário para acessar
Isso pode permitir que a fábrica evite a necessidade de contratar
o equipamento deve ser reduzido.
funcionários de manutenção adicionais ou a contratação de
A disponibilidade pode ser calculada como: fornecedores externos.
Disponibilidade (A) =
Esses cálculos serão verdadeiros se a manutenção do raspador
Tempo médio entre falhas (MTBF) - Tempo médio de reparo (MTTR) for executada de acordo com um cronograma oportuno.
Tempo médio entre falhas (MTBF)
Infelizmente, o mais comum é que, durante paradas planejadas
O valor de MTTR (Mean Time to Repair, Tempo médio de dos equipamentos, os raspadores sejam a prioridade mais baixa na
reparo) inclui o tempo necessário para acessar o equipamento. lista de manutenção e, como resultado, o serviço é muitas vezes
Logo, qualquer aumento no tempo de acesso leva, por sua adiado até a próxima parada programada. Assim, a manutenção
vez, a um MTTR maior e a uma redução correspondente de do raspador é negligenciada, e o resultado final é um aumento no
Disponibilidade. volume de material de fugitivo, o que, por sua vez, aumenta outros
Para dar um exemplo, suponha que um conjunto típico de lâminas problemas de manutenção e limpeza do transportador.
do raspador da correia tem durabilidade de 1.000 horas MTBF Para melhorar a disponibilidade de um transportador para
(Mean Time Between Failure, Tempo médio entre falhas) e requer manuseio de materiais a granel, isto é, o tempo de operação real do
uma média de 3 horas (MTTR) para a substituição (esses números sistema, o tempo necessário para acessar o equipamento deve ser
são baseados em uma pesquisa dos Técnicos de serviços da Martin reduzido. Por isso, é fundamental tornar o acesso ao transportador
Engineering, de 2015). Essas 3 horas de substituição incluem a mais seguro e mais fácil e desenvolver componentes, como
perda de 30% do tempo para o acesso, ou 0,9 hora. raspadores, cuja manutenção seja fácil.

275
Acesso | Capítulo 18

manutenção alcançá-lo, é provável que o O chute deve incorporar aberturas para


reparo seja adiado, novamente, com risco observação, com tampas fáceis de operar e
de resultar em uma situação catastrófica. instaladas longe do trajeto do material. Essas
C. Facilidade de substituição aberturas devem possibilitar uma observação
segura do fluxo do material e do desgaste dos
Se um problema do equipamento for componentes em áreas críticas da instalação.
conhecido, mas exigir uma parada As aberturas devem ter tamanho limitado e/
desnecessária para ser corrigido, é ou devem ser protegidas com barras fixas
provável que o equipamento danificado ou telas, para impedir acesso à parte interna
permaneça fora de serviço por um período ou lançamento de materiais. (Figura 18.3.)
prolongado. Sinais de aviso apropriados devem alertar os
Quando os sistemas são demasiado difíceis trabalhadores sobre os perigos de abrir a porta
de ver, alcançar e substituir, as equipes enquanto o material está em movimento.
operacionais ou de manutenção da fábrica (Figura 18.4.)
podem tentar tomar atalhos durante a
execução de reparos. Esses atalhos geralmente
aumentam os riscos para a segurança, bem Figura 18.2.
como adicionam o potencial de danos Por razões de segurança, 2
adicionais ao equipamento. Tomar atalhos, as portas nos chutes
seja intencionalmente ou devido à ausência de dos transportadores
acesso adequado e a consequente incapacidade devem ficar bem longe
de seguir os procedimentos de manutenção do trajeto do fluxo do
material.
adequados, pode facilmente resultar em uma
redução da segurança, redução da vida útil
do equipamento, redução da eficiência do
processo e aumento na emissão de materiais
fugitivos.
Figura 18.3.
A necessidade de observação As portas podem contar
com telas, para impedir o
Sistemas de acesso, incluindo portas e lançamento de materiais
plataformas de trabalho, devem ser instalados ou que os trabalhadores
para tornar mais fácil alcançar e observar o acessem a parte interna
equipamento. Problemas de fluxo dentro dos do compartimento.
chutes podem ser mais facilmente resolvidos
se o trajeto do material puder ser observado.
O trajeto real do material dentro de um chute
nem sempre pode ser previsto, portanto, é Figura 18.4.
necessário observar para permitir ajustes nos
Adesivos de aviso
desviadores, portas e barras metálicas.
apropriados devem
(Figura 18.2.)
alertar sobre os perigos de
Muitos chutes de transferência têm apenas abrir a porta enquanto
uma porta de inspeção. Ela geralmente é o material está em
movimento.
instalada próxima à polia traseira, onde não
permite uma visualização do trajeto real
do material na parte inferior do chute de
transferência e da calha, onde frequentemente
ocorrem problemas.

276
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

Portas de acesso e inspeção ao acionamento do transportador


para evitar ferimentos, quando houver
De acordo com a 7ª edição do livro Belt riscos potenciais conhecidos dentro dos
Conveyors for Bulk Materials da CEMA compartimentos.
(Conveyor Equipment Manufacturers
Association), • As portas de acesso devem contar com
telas para evitar contato acidental, quando
Portas de acesso estrategicamente houver riscos.
instaladas e dimensionadas reduzirão Portas de inspeção e de acesso devem ter
significativamente a dificuldade de abertura lateral e devem ser dimensionadas
manutenção do equipamento e, assim, para que os funcionários possam visualizar
levarão a uma manutenção mais os componentes dentro da estrutura com
frequente e eficaz. facilidade e segurança. As portas devem ser
Entretanto, o livro da CEMA também chama instaladas na parte do chute que não sofre
a atenção para algumas questões de segurança desgaste, isto é, longe do fluxo de material, que
que resultam da presença das portas de acesso: pode causar abrasões e danos por impacto.

O acesso durante o funcionamento do As portas devem ser projetadas para operação


2 fácil em locais com espaço limitado, com
transportador pode criar sérios riscos
à segurança. Os perigos aos quais os dobradiças resistentes à corrosão e sistemas
trabalhadores podem ser expostos de travamento. É importante que todas as
incluem o lançamento ou a queda de portas contem com proteção à prova de pó,
materiais e máquinas em movimento. por meio da utilização de vedações firmes na
Muitas vezes, as portas de acesso levam porta. Atualmente, há disponíveis portas de
a espaços confinados, e precauções acesso metálicas, com dobradiças e abertura
apropriadas são necessárias antes de fácil das travas. (Figura 18.5.) Portas de
acessar um espaço confinado. borracha flexível, do tipo de encaixe, oferecem
fechamento estanque ao pó, ao mesmo tempo
As recomendações para as portas de acesso permitindo abertura e fechamento simples e
encontradas no livro da CEMA são: sem o uso de ferramentas, mesmo em locais
com espaço limitado.
• As portas de acesso devem ser
dimensionadas e posicionadas nos Portas mal projetadas podem ter dobradiças
compartimentos em locais que facilitem a e travas difíceis de operar, e, como resultado,
manutenção dos equipamentos. pode impedir o acesso. Além disso, vedações
• Etiquetas de aviso devem ser colocadas de portas que não sejam capazes de resistir à
em locais visíveis, próximos ou na própria abrasão e aos danos causados por materiais
porta de acesso. e implementos, usados para alcançar a parte
interna, através das portas, podem vazar e se
• As portas de acesso devem ser interligadas tornar fontes de pó. Algumas portas de acesso
também contam com pequenas saliências ou
Figura 18.5. áreas planas onde materiais combustíveis,
como carvão, podem ser acumulados, criando
Portas metálicas
articuladas e travas o risco de incêndio e explosão.
com abertura fácil
As dimensões da porta devem ser
são uma opção para
suficientemente grandes para fornecer o acesso
fornecer acesso a um
compartimento.
necessário. Se os requisitos de observação e
manutenção forem limitados a sistemas como
raspadores da correia, uma porta de

277
Acesso | Capítulo 18

225 × 300 milímetros [≈9 × 12 pol.] ou Geralmente, deve haver espaço suficiente para
300 × 350 milímetros [≈12 × 14 pol.] permitir o acesso a todas as seções do sistema
normalmente é suficiente. Se for necessário do transportador, e, em especial, a ambos os
realizar a manutenção de componentes lados do equipamento. O não fornecimento
importantes, como revestimentos do chute, de acesso a ambos os lados do transportador
ou se a equipe precisar da porta como uma é a deficiência mais comum relacionada à
entrada para a estrutura, então portas com manutenção de transportadores.
dimensões de 450 × 600 milímetros
[≈18 × 24 pol.] ou 600 × 600 milímetros O espaço aberto ao longo do lado mais crítico
[≈24 × 24 pol.], ou maiores, serão necessárias. de um transportador deve ter pelo menos
a largura de uma correia do transportador,
Quando existir a possibilidade de contato com com um mínimo de 750 milímetros [≈30
partes móveis ou o lançamento de materiais pol.]. O outro lado do transportador deve
atrás da porta de acesso, a porta deve ser ter espaço igual a pelo menos metade da
bloqueada ou interligada ao acionamento do largura da correia, com um mínimo de 600
transportador. Caso contrário, a porta pode ser milímetros [≈24 pol.] de espaço ao longo de
equipada com uma tela que permita a inspeção todo o comprimento. Este acesso aos dois
sem o risco de ferimentos pelo lançamento lados facilita a substituição de equipamentos,
de materiais ou pela ação de trabalhadores 2
como roletes, que não podem ser facilmente
tentando acessar a parte interna através da manuseados por um trabalhador.
abertura. (Figura 18.6.)
O livro da CEMA inclui especificações
Também é essencial que as portas de acesso e detalhadas para requisitos de acesso no
tampas sejam fechadas após o uso, para evitar trabalho com transportadores em seu Capítulo
a fuga de material e o risco de ferimentos a 2 Considerações sobre o projeto.
funcionários desavisados.
O fechamento seguro das portas deve ser fácil,
após os procedimentos de manutenção serem
concluídos.
Figura 18.6.
Convém instalar os pontos de engate para os A tela instalada
cintos de segurança alinhados com as portas de atrás da porta pode
acesso. evitar o lançamento
de fragmentos de
O espaço em torno dos sistemas de material quando a
transportadores porta for aberta.

Para economizar custos, os equipamentos do


transportador são, muitas vezes, instalados em
pequenas galerias ou recintos. (Figura 18.7.)
Um lado do transportador normalmente
fica contra uma parede, um transportador Figura 18.7.
adjacente ou outros equipamentos. É Transportadores são
extremamente difícil realizar a manutenção geralmente instalados
nesse tipo de instalação. Se o transportador em pequenos recintos
está instalado rente contra uma parede, ou galerias, tornando
compartimento ou outra estrutura, os as tarefas de serviço e
requisitos básicos de serviço, como a limpeza mais difíceis.
lubrificação dos rolamentos ou a substituição
dos roletes, se tornam grandes operações, que
exigem paradas prolongadas da produção.

278
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

Superação da intrusão de outros A Figura 18.8 mostra um ponto de


sistemas transferência enterrado sob conduítes,
tornando o acesso para manutenção daquele
Um problema comum é a intrusão de lado do ponto de transferência praticamente
tubulações, conduítes e outros equipamentos impossível.
instalados muito próximos ao transportador
É uma prática comum "abandonar" cabos
e de maneiras que impedem o acesso aos
danificados no ponto onde são substituídos,
componentes da correia transportadora.
em vez de removê-los. A Figura 18.9 mostra
Não é raro ver um transportador ou ponto um guia de cabos acompanhando o trajeto de
de transferência envolvido em uma "teia" de um transportador no nível do solo, quando
conduítes elétricos, tubulações de supressão imediatamente a direita existe uma estrutura
de pó, painéis de controle ou os sistemas de elevada para o suporte de cabos e tubulações.
aspersores. Qualquer tentativa de alcançar os Esse guia de cabos não apenas obstrui o acesso
componentes do transportador deve, primeiro, para manutenção, como também incentiva que
passar pelo "emaranhado" de tubulações. a equipe de manutenção caminhe sobre o guia
A interferência criada por esses outros sistemas ao acessar os rolos de retorno nesse lado do
resulta em uma variedade de complicações transportador.
2 para as operações da fábrica.
Por outro lado, a Figura 18.10 mostra
como os cabos podem ser instalados na parte
Figura 18.8.
externa da passarela, com os cabos flexíveis
O emaranhado de direcionados para os componentes elétricos.
conduítes tornará
qualquer atividade A Figura 18.11 mostra o transportador a uma
de manutenção no altura típica do solo, de acordo com o requisito
ponto de transferência mínimo comum do código para correias, que
desse transportador é de 300 milímetros [≈12 pol.] a partir do rolo
mais difícil. de retorno até o solo, como observado na seção
2.3.3 da norma AS/NZS 4024.3611:2015
Safety of machinery – Conveyors – Belt
Figura 18.9. conveyors for bulk materials handling. A
O guia de cabos presença do conduíte dificulta a limpeza sob
instalado ao lado esse transportador, e a folga pequena entre a
desse transportador superfície e os rolos de retorno praticamente
obstrui o acesso para garante a necessidade de limpeza frequente.
a manutenção do
A Figura 18.12 mostra um transportador
transportador.
com passarelas em ambos os lados, mas com
proteções de equipamentos e tubulações
obstruindo o espaço mínimo para passagem.

Figura 18.10. Para controlar a expansão desses sistemas


auxiliares ao redor do transportador, o
Um suporte de cabos
projetista deve especificar quais equipamentos
foi instalado na parte
externa da estrutura
requerem acesso para manutenção. Através
desse transportador, da identificação de áreas específicas no
permitindo a conexão transportador para a instalação de painéis de
dos componentes elétricos controle, acionadores de portas, tubulações,
usando cabos flexíveis. conduítes e outros equipamentos, obstáculos
desnecessários podem ser evitados e o acesso
fácil pode ser mantido.

279
Acesso | Capítulo 18

Ao lado do transportador Requisitos de acesso


ao redor do equipamento
O acesso adequado requer o fornecimento de
passagens e plataformas de trabalho ao lado O acesso mínimo em torno do equipamento é
dos transportadores. Elas devem fornecer um a área necessária para acomodar a maior peça
caminho firme, adjacente ao transportador e do equipamento. Essa área é determinada
ao redor das polias de cabeça e traseira, com pela medição do maior item e pela adição de
fácil acesso a todos os pontos onde a inspeção, 450 a 600 milímetros [≈18 a 24 pol.]. Deve
lubrificação ou outras tarefas de manutenção haver acesso, também, em ambos os lados da
são necessários. estrutura, com uma distância mínima de 900
milímetros [≈36 pol.] no segundo lado, não
As passagens devem ter um mínimo de crítico, com um espaço livre para uma área
750 milímetros [≈30 pol.] de largura para de elevação para a remoção do equipamento.
a passagem e 900 milímetros [≈36 pol.] Uma área de preparação conveniente para
de largura em áreas onde o trabalho de grandes peças de substituição é uma boa ideia.
manutenção for executado. Ambas as áreas
devem ter altura livre ampla; em qualquer
lugar onde uma pessoa fique em pé ou
ajoelhada para realizar tarefas de manutenção Figura 18.11. 2
ou inspeção, o espaço "suspenso" ou "altura A presença do conduíte
livre" deve ser de pelo menos 1.200 milímetros ao longo da parte
[≈48 pol.] Áreas onde serviços ou limpeza inferior do transportador
frequente é necessária devem ter pisos sólidos, dificultará a remoção
em vez de uma grade aberta. do material fugitivo.

Quando há transportadores com trajetos


paralelos, o espaço entre eles deve ter no
mínimo 750 milímetros [≈30 pol.], ou deve
ser igual à largura da correia, conforme o que
for maior, para permitir o reparo e a remoção
Figura 18.12.
dos roletes da correia.
Esse transportador dispõe
Outra deficiência comum no projeto do acesso de passarelas em ambos
de um transportador é não fornecer espaço os lados, mas as proteções
suficiente para limpeza. Um estudo sobre e tubulações obstruem
acidentes relacionados a transportadores em as passagens já estreitas.
mineração, demonstrou que 1/3 de todos
os acidentes ocorreram com trabalhadores
tentando limpar embaixo ou ao redor
das superfícies de carga ou de retorno do
transportador. Áreas que requerem limpeza
frequente devem possibilitar limpeza mecânica,
como a utilização de uma minicarregadeira ou
caminhão aspirador sob o transportador.
Caso isso não seja possível, uma distância
mínima de 600 milímetros [≈24 pol.] entre
a parte inferior dos rolos de retorno e o chão
deve ser fornecida.

280
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

Acesso para reparo dois içadores de corrente com capacidade


e substituição da correia suficiente para elevar e abaixar o contrapeso.
Como muitos desses sistemas tensores fiam
O acesso para a manutenção da correia requer próximos à polia traseira, a área de acesso para
uma área conveniente para a elevação ou o a manutenção em transportadores inclinados
abaixamento do equipamento de vulcanização pode ser elevada. Plataformas de acesso
e a exposição da correia do transportador com espaço adequado para manutenção dos
propriamente dita. A remoção das coberturas rolamentos e polias e para a amarração dos
da esteira do transportador, calhas guia da içadores de corrente são essenciais.
zona de carga, chapas de desgaste e lateral do Um mecanismo de elevação que possa remover
chute adicionarão um tempo considerável o contrapeso do tensor estivador da correia
ao processo. Alças ou pontos de elevação pode poupar muita mão de obra durante as
adequados devem ser contemplados no projeto atividades de reparo do transportador.
original. Pelo menos 900 milímetros [≈36
pol.] além da largura da correia são necessários Por vezes, há uma obstrução na passagem,
em cada lado do transportador. Além disso, que pode ser uma viga de suporte ou uma
uma distância de 3 metros [≈10 pés] de saliência de uma peça do equipamento. Um
comprimento onde a correia está exposta, isto trabalhador precisará, então, decidir de que
2 lado da obstrução ele cruzará. É sempre uma
é, onde ela não está fechada, é necessária para
facilitar as operações de reparo. boa ideia cruzar o obstáculo de maneira que
o obstáculo fique entre o trabalhador e a
Acesso ao tensor correia do transportador. Em caso de perda
A manutenção e o reparo de um sistema de equilíbrio, é melhor que o trabalhador caia
tensor esticador podem ser perigosos e sobre o obstáculo do que sobre a correia do
demorados. Normalmente, é necessário utilizar transportador.

Passarela enferrujada causa graves ferimentos


Em agosto de 2015, a Safety and Health Administration • Examinar os locais de trabalho, buscando e corrigindo
(MSHA) dos Estados Unidos emitiu um relatório sobre todos os riscos possíveis antes de executar o trabalho.
um acidente que resultou em ferimentos graves. O relatório • Realizar inspeções estruturais periodicamente.
descreveu como um mineiro em uma mina de calcário "foi
gravemente ferido quando a passarela de metal expandido • Observar, escutar e sentir em busca de anormalidades
sobre a qual ele estava sofreu uma falha repentina". Como nas passarelas.
resultado, o trabalhador caiu 10 pés [≈3 m] até atingir o • Realizar análises de rotina das estruturas metálicas em
chão abaixo e sofreu graves lesões não fatais. busca de indicações de enfraquecimento estrutural
(corrosão, rupturas por fadiga, vigas tortas/com
De acordo com o documento da MSHA, "a passarela ondulações, reforços ou colunas, conectores soltos/
de metal expandido foi coberta com uma correia de ausentes, soldas danificadas etc.).
transportador para ajudar na remoção dos derramamentos".
A correia "permitiu o acúmulo de material corrosivo e • Não permitir derramamentos/acúmulos de material
acelerou a deterioração do metal expandido". O relatório corrosivo sobre as estruturas metálicas.
observou ainda: "A aplicação da correia do transportador • Relatar todas as áreas onde haja indícios de fragilidade
encobriu os sinais de deterioração da passarela, dificultando estrutural.
uma análise detalhada do local de trabalho".

O relatório das MSHA ofereceu as seguintes orientações


para a segurança da passarela:

281
Acesso | Capítulo 18

Passagens e plataformas de Especificações de transportadores geralmente


trabalho exigem um coeficiente de atrito de pelo menos
0,5 para passagens, seja sobre uma superfície
Transportadores de correia são equipamentos rígida, rampas ou passarelas suspensas.
industriais que podem ser elevados. Assim, A definição e a medição desse coeficiente
eles são regidos pelas mesmas regras das de atrito têm sido fontes de controvérsias.
plataformas elevadas. Se uma parte do Como resultado, a OSHA dos Estados Unidos
transportador precisar de manutenção, uma recentemente exigiu que as passagens tenham
escada ou passarela geralmente é instalada para um coeficiente de atrito estático de 0,60 ou
o acesso dos trabalhadores. Se uma passarela é mais quando molhadas ou um coeficiente
construída, existem regras relativas à largura da de atrito dinâmico de 0,42 ou mais quando
passarela e à altura dos corrimões instalados. secas. Essas pontuações são classificadas
como "Alta tração", de acordo com os
Um projeto adequado deve incluir espaço
procedimentos de testes especificados nas
suficiente em cada lado do transportador para
normas (ANSI/NFSI) B101.1 e ANSI B101.3
atividades de manutenção seguras e para a
NFSI dos órgãos American National Standards
remoção segura de material derramado.
Institute/National Floor Safety Institute,
Muitas normas exigem acesso por passarelas respectivamente. 2
ao longo de somente um dos lados do
transportador e apenas uma largura mínima Passarelas elevadas devem ter grades abertas ou
de 24 polegadas [≈600 mm], como observado malhas, o que reduz a propensão a acúmulos
na norma AS/NZS 4024.3610:2015 Safety of de materiais derramados. Entretanto, essa
machinery – Conveyors – General requirements malha aberta ainda pode precisar de limpeza.
section 2.4.2.4. O livro da CEMA oferece (Consulte Passarela enferrujada causa
Tabela 2.28 Distâncias mínimas recomendadas graves ferimentos.) A Figura 18.13 mostra
e requisitos de acesso, que recomenda que uma passarela com um risco de queda, e uma
as dimensões incluam um mínimo de 30 tentativa para cobrir o buraco com um pedaço
polegadas [≈750 mm] no que denominam de compensado que quebrou e também se
"lado primário" e 24 polegadas [≈600 mm] tornou um risco de queda.
para acesso para a executar serviços no "lado A altura livre mínima para passarelas ao lado
secundário". de transportadores deve ser de pelo menos
Nos Estados Unidos, os regulamentos 2 metros [≈79 pol.] sobre a passagem
da norma 29 CFR, seção 1910.23, principal, como especificado na seção 2.4.2.4
da Occupational Health and Safety da norma AS/NZS 4024.3610:2015.
Administration (OSHA) oferecem orientações
Túneis não devem ter o transportador
bastante detalhadas para a construção de
posicionado contra uma parede e devem
passarelas e corrimões. Por exemplo, qualquer
ter pelo menos duas formas de evacuação
plataforma elevada a mais de 4 pés [≈1.220
disponíveis para os trabalhadores.
mm] acima das superfícies circundantes deve
ser protegida por um corrimão padrão.
Os corrimões devem estar localizados a Figura 18.13.
42 polegadas [≈1.067 mm] e 21 polegadas O buraco nessa passarela
[≈533 mm] da superfície de circulação, a partir foi coberto com um
da parte superior do corrimão superior. pedaço de compensado,
As passarelas devem contar com rodapés. que, depois, também
Os corrimões devem ser construídos de tal acabou se tornando
um risco de queda.
forma que posam suportar uma carga de 200
libras [≈890 N], em qualquer direção e em
qualquer ponto do corrimão superior.

282
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

Figura 18.14. Passarelas em ambos os lados do transportador


Plataformas de geralmente são instaladas em extensões
manutenção móveis estruturais a partir da parte inferior das
podem ser usadas treliças do transportador. Essa prática coloca
para reduzir custos os roletes de retorno abaixo da passarela, e
e simplificar o acesso torna a inspeção e a substituição mais difíceis
ao longo de longos e mais perigosas do que o necessário. Pode ser
transportadores elevados. útil construir a passarela abaixo dos roletes de
retorno, fornecer uma plataforma de trabalho
móvel ou utilizar as superfícies e espaços no
nível do solo para a operação de um elevador
ou caminhão com plataforma de elevação.

Para evitar passarelas muito longas,


plataformas de manutenção móveis são, por
vezes, utilizadas em transportadores terrestres
ou elevados mais longos. (Figura
Figura 18.15.
18.14.) Isso reduzirá o custo da estrutura
2 Uma talha de e também possibilitará a realização de
manutenção permite manutenção onde o terreno dificulta o
que os trabalhadores acesso. A Figura 18.15 mostra uma talha de
se movem ao longo
manutenção móvel. A Figura 18.16 mostra
de um transportador
uma plataforma de trabalho articulada
para realizar trabalhos
de manutenção
com uma escada com gaiola, que pode ser
quando necessário. posicionada para a realização de manutenção
do raspador da correia.

Embora não haja regras específicas sobre


Figura 18.16. a segurança em passarelas, existem muitas
práticas seguras que devem ser empregadas.
Essa plataforma de
trabalho é articulada
A primeira e mais importante é manter
e pode ser posicionada uma boa limpeza. Passagens próximas a
para realização de transportadores devem ser mantidas livres de
manutenção do qualquer detrito ou derramamento.
raspador da correia.
Um transportador é um equipamento
industrial potente, e deve-se tomar muito
cuidado ao caminhar próximo a ele.
Se houver algum material em uma passagem,
um trabalhador pode perder o equilíbrio e cair
no transportador. Esse tipo de evento deve ser
O Apêndice D da norma AS/NZS 4024.3610
evitado a todo custo.
para transportadores da Austrália/Nova
Zelândia observa que no projeto de túneis, Rampas e escadas
galerias e outras áreas confinadas, espaço
suficiente deve ser disponibilizado em pelo As dimensões das escadas foram padronizadas
menos um dos lados do transportador para para ajudar a evitar escorregões e quedas.
permitir a passagem de um paciente sendo As referências mais comuns são encontradas no
carregado em uma maca. código International Building Code, conforme
publicado pelo International Code Council.

283
Acesso | Capítulo 18

As normas dos Estados Unidos também são requisito de entrada", significa um espaço
apresentadas pelos regulamentos da OSHA, 29 confinado que tem uma ou mais das seguintes
CFR 1910.21 Subpart D – Walking-Working características:
Surfaces and in MSHA regulations in 30 CFR
56 Subpart J – Travelways. (1) Contém, ou tem potencial para
conter, uma atmosfera perigosa;
Em geral, para o acesso a transportadores, as (2) Contém um material com potencial
rampas podem ser utilizadas em ângulos de para envolver uma pessoa;
até 20 graus, e escadas com degraus devem ser
usadas​até 50 graus. Escadas inclinadas fixas (3) Tem configuração que poderia
são usadas em ângulos maiores. prender ou asfixiar uma pessoa por
paredes que convergem internamente
Aberturas de passarelas e plataformas de ou por um piso que se inclina para
trabalho para escadas geralmente não exigem baixo e afunila em direção a uma
uma barreira, a menos que haja um risco de seção menor; ou
segurança, como uma plataforma móvel no (4) Contém qualquer outro grave risco
patamar. No entanto, as aberturas para uma reconhecido à segurança ou à saúde.
escada fixa sempre devem contar com uma
barreira; correntes e portões com fechamento "Espaço confinado sem requisito de permissão 2
automático são barreiras comuns em escadas. de entrada" significa um espaço confinado
que não contém ou, em relação a riscos
As dimensões e os requisitos para rampas, atmosféricos, não tem o potencial para conter
degraus, escadas fixas e superfícies de trabalho nenhum risco capaz de causar morte ou danos
variam significativamente de país para país; físicos graves.
os regulamentos locais devem ser sempre
seguidos. Espaços confinados com requisito de
permissão de entrada requerem procedimentos
de segurança complexos e dispendiosos,
Transportadores e espaços incluindo treinamento, cinto e cabos de
confinados segurança e funcionários adicionais para o
"sistema de parceria". Consequentemente,
Qualquer discussão sobre acesso a projetar sistemas de com menos espaços
equipamentos, seja para manutenção de rotina confinados com requisito de permissão de
ou reparo de emergência, deve incluir o tema entrada pode proporcionar um retorno
do espaço confinado. significativo do investimento. Quando os
A norma 29 CFR 1910.146, da Department trabalhos de manutenção e reparo podem ser
of Labor Occupational Safety and Health executados sem a necessidade de permissões
Administration dos Estados Unidos, define ou equipes especialmente treinadas, os custos
"espaço confinado" como a área que: de trabalho associados a essas tarefas são
minimizados.
(1) É suficientemente grande e de
tal forma configurada, que um O trabalho em espaços confinados requer
funcionário pode entrar e executar o treinamento especial, autorização especial para
trabalho a ele atribuído; e o trabalho e leva mais tempo se comparado ao
(2) Tem meios limitados ou restritos de trabalho em espaços não confinados. Portanto,
entrada ou saída...; e projetar equipamentos para serviços e ajustes
em espaços não confinados é uma importante
(3) Não foi projetada para ocupação
estratégia de segurança.
contínua pelos funcionários.
"Espaço confinado com requisito de permissão Tarefas de limpeza ou manutenção comuns
de entrada", abreviadamente, "espaço com que exigem a entrada em espaços confinados
incluem:
284
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

• Instalação e substituição de chute, calha Outra abordagem é projetar o acesso ao chute


guia e chapa de desgaste. em espaços não confinados, que permitam que
• Limpeza e desentupimento dos chutes. seções inteiras dos chutes sejam facilmente
abertas, especialmente as partes que sofrem
• Instalação e ajuste do raspador da correia. desgaste contínuo por abrasão. (Figura 18.17.)
• Substituição do filtro/manga de coleta Esse tipo de projeto permite a realização
de pó. de reparos sem a necessidade de que os
Sistemas aprimorados que incorporam os trabalhadores fiquem dentro do chute.
recursos de espaços confinados que não O mesmo tipo de acesso pode ser projetado
requerem autorização de entrada a seguir são para alimentadores, portões, silos ou depósitos.
econômicos no longo prazo. Muitos fabricantes oferecem sistemas e
• Acesso fácil e suficiente para entrada e produtos que podem reduzir a necessidade de
saída do recinto. entrada em espaços confinados. Os exemplos
incluem:
• Ventilação natural das áreas de trabalho
internas. • Chutes sem chapas, feitos em materiais
• Materiais que não criem uma atmosfera resistentes à abrasão e com projetos
2 modulares para substituição rápida.
perigosa.
O melhor momento para reduzir os espaços • Chutes articulados que podem ser abertos
confinados que precisam ser acessados para a substituição das chapas.
para instalação e manutenção, é durante as • Calha guias com chapas externas.
etapas de especificação e design do projeto. (Figura 18.18.)
Após o sistema ser construído e estar em • Raspadores da correia que possam ser
funcionamento, é muito difícil redesenhar e retirados pela lateral do chute para
eliminar a necessidade de entrada em espaços manutenção, sem que seja necessário
confinados. acessar o chute.
Figura 18.17.
• Instalação de dispositivos de auxílio ao
A parede traseira fluxo, como canhões de ar e vibradores,
desse chute é fixado para reduzir o acúmulo nos chutes.
com porcas nos flanges
laterais, o que permite • Filtros de ar modulares para chutes de
que o chute seja aberto. transferência individuais, em vez de uma
coleta de pó centralizada.

REGULAMENTOS E NORMAS
O acesso aos transportadores é abordado nas
Figura 18.18. seções sobre passarelas, e em outras seções, dos
regulamentos especificados por vários órgãos
Instalada na parte
emissores. As informações a seguir contêm
externa da calha guia, a
uma amostra das regulamentações específicas
chapa de desgaste externa
permite inspeção e ajuste
para transportadores que podem ser aplicadas,
e melhora a vedação, sem além daquelas já discutidas neste capítulo.
a necessidade de entrada Como sempre, os códigos locais devem ser
em espaços confinados. identificados e seguidos.

285
Acesso | Capítulo 18

Austrália Na cláusula 2.4.2.4 Espaço de trabalho, a


norma AS/NZS 4024.3610 estabelece que
A norma da Austrália/Nova o espaço entre a carga do transportador e
Zelândia AS/NZS 4024.3610:2015 Conveyors qualquer parte do sistema, equipamento ou
– General requirements especifica os requisitos estrutura do transportador deve ser suficiente
de acesso em sua seção 2.4. Esses requisitos para evitar contato acidental. A seção exige
indicam que o projeto do transportador que, onde um trabalhador precise ter acesso
deve acomodar as necessidades de acesso ao ao longo da lateral de um transportador em
sistema para operar o transportador, bem funcionamento, o espaço terá pelo menos
como para executar atividades de manutenção, 600 milímetros [≈24 pol.]. A altura livre será
como inspeção e lubrificação. Ele observa de pelo menos 2 metros [≈79 pol.].
que, em particular, meios de acesso seguro
serão fornecidos onde as tarefas de inspeção e A norma da Austrália/Nova Zelândia sobre
manutenção precisarem ser executadas durante correias de transportadores para materiais a
o funcionamento do transportador. granel, AS/NZS 4024.3611:2015, oferece
instruções relativas à disponibilização de
Para compreender o acesso ao transportador
passarelas para transportadores de correia em
e seus controles, a norma AS/NZS
sua seção 2.4 Projetos para facilitar a operação
4024.3610:2015 indica ao leitor as normas 2
e a manutenção. Na cláusula 2.4.1, a norma
AS 4024.1702 Safety of machinery – Human
exige que seja fornecida uma passagem para
body measurements e AS 4024.1703 Safety
acesso em pelo menos um dos lados desses
of machinery – Principles for determining the
transportadores, bem como em outras áreas
dimensions required for access openings. A norma
onde ocorram atividades de inspeção ou
também sugere o uso das Partes 1 a 4 da norma
manutenção. A cláusula observa ainda que é
ISO 14122 Safety of Machinery – Permanent
uma boa prática disponibilizar uma passagem
means of access para elementos do maquinário
em ambos os lados em locais que precisem ser
dos transportadores, desde que esses requisitos
acessados com regularidade superior a uma
não aumentem os riscos.
vez ao mês. Nos casos em que o acesso a uma
O norma observa que as exigências do item passagem não for fornecido, o projetista do
AS 1657-2013 Fixed platforms, walkways, transportador deve fornecer (e documentar)
stairways and ladders – Design, construction um sistema para permitir operação e
and installation serão respeitadas caso seja manutenção seguras.
necessário usar plataformas, passarelas ou
Canadá
escadas.
A norma para transportadores observa A norma Health, Safety and
especificamente, em sua cláusula 2.4.2.2, Reclamation Code for Mines in British
que acesso deve ser fornecido para permitir Columbia especifica o seguinte:
que operações e manutenção de rotina sejam Passagens e meios-fios em estradas
realizadas a partir de pisos ou plataformas, em 4.1.11
oposição a escadas verticais ou inclinadas.
(1) Passarelas não devem ter menos de
Além disso, o norma observa que, onde 500 mm [≈20 pol.] de largura e
haja a possibilidade de queda de um devem contar com acesso seguro por
trabalhador sobre um transportador, devem escadas ou escadas verticais fixas.
ser disponibilizados meios para impedir
lesões. Em seguida, o texto faz referência à sua Correias de transportadores 4.4.16
cláusula 2.10.5.4, que sugere uma avaliação (3) Todos os transportadores devem
para considerar os riscos de queda sobre a estar equipados com uma passarela
correia e as medidas de segurança que devem ou outro acesso aceitável para fins de
ser tomadas. manutenção e inspeção.
286
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

Na província de Quebec, a norma Regulations A OSHA tem regulamentos para passarelas na


respecting occupational health and safety in norma 29 CFR 1910 Subpart D – Walking-
mines faz as seguintes exigências: Working Surfaces. As seções aplicáveis incluem
1910.22 General Requirements, 1910.23
373 Todos os transportadores devem... Guarding floor and wall openings and holes e
(3) estar equipados com uma passagem 1910.24 Fixed industrial stairs.
e corrimões, caso estejam instalados
a mais de 2 m (6,5 pés) acima do A norma ANSI A1264.1-2007 Safety
nível do solo ou piso, exceto quando Requirements for Workplace Walking/
o transportador puder ser acessado Working Surfaces and Their Access estabelece
por meio de uma plataforma de os requisitos de segurança para áreas onde
elevação ou outros meios mecânicos, exista o risco de queda de pessoas ou objetos
em conformidade com a seção 208 através de aberturas no piso ou parede,
[que indica que um trabalhador plataformas, passarelas, rampas e escadas
pode ser levantado pela pá de uma fixas em condições normais, temporárias e
carregadeira] ou 401 [que indica uma emergenciais.
lista de equipamentos aceitáveis que
podem ser usados em uma mina a
2 MELHORES PRÁTICAS
céu aberto];
(4) estar equipados com um corrimão A CEMA publicou recomendações para
de proteção ao longo das laterais por passagens e espaços de acesso para manutenção
onde passam os trabalhadores. no Capítulo 2 do Livro da CEMA. Os espaços
são requisitos de largura fixa mínima para
Estados Unidos passagens e espaços em relação à largura da
correia para a remoção de componentes, como
As regulamentações da MSHA
polias, roletes e raspadores de correia.
nas normas 30 CFR section 56/57.11001 Safe
Access e 30 CFR section 77.205(a) Travelways at Além disso, a CEMA recomenda que
surface installations indicam: "Meios de acesso tubulações e conduítes sejam direcionados
seguros devem ser disponibilizados e mantidos longe das áreas do transportador que exijam
em todos os locais de trabalho". acesso frequente para manutenção ou inspeção.

Para facilitar a inspeção e a manutenção,


o transportador deverá ser equipado com
passagens em ambos os lados. Essas passagens
Figura 18.19.
Zona terão espaço suficiente para as atividades de
As Orientações sobre traseira Zona de Área de serviço manutenção necessárias e nos pontos onde o
acesso do livro Belt carga dos trabalho de manutenção precisar ser executado.
Conveyors for Bulk componentes
Materials da CEMA Outras boas práticas relativas ao acesso a
incluem recomendações transportadores incluem:
para áreas de serviço
dos componentes, bem • Seguir as orientações sobre acesso no
como passagens e áreas livro Belt Conveyors for Bulk Materials da
nas zonas traseira, de Passagens CEMA. (Figura 18.19.)
carga e dianteira. • Elevar o transportador pelo menos 4 pés
[≈1,2 m] acima do solo na zona de carga
e instalar proteções nos roletes de retorno,
Zona para que a limpeza possa ser executada
dianteira sob o transportador em operação.

287
Acesso | Capítulo 18

• As passarelas e degraus devem começar CONCLUSÕES


depois da extremidade da zona de carga; Acesso seguro
usar plataformas de trabalho portáteis
para manutenção. A maior parte dos transportadores elevados
• Interligar as portas de inspeção ao adquiridos com base no preço tem passarelas
acionamento do transportador quando o apenas em um dos lados do transportador,
equipamento em movimento puder ser pois os códigos são vagos ou exigem acesso
acessado através da abertura da porta ou somente em um lado. Esse é outro exemplo
quando houver risco de lançamento de de como um "sistema adquirido pelo menor
materiais. preço" reduz a segurança, ao mesmo tempo
em que satisfaz aos requisitos mínimos dos
• Usar telas de inspeção nas portas de acesso códigos. Alguns operadores neutralizam esse
que não estejam travadas. risco planejando antecipadamente o uso de
• Fornecer acesso a ambos os lados do elevadores ou plataformas de manutenção
transportador para manutenção e móveis.
limpeza ou, em transportadores elevados,
usar talhas de manutenção móveis ou Escadas são particularmente suscetíveis a
elevadores. acúmulos de material fugitivo, tornando seu
2
uso menos seguro do que poderia e deveria
• Quando não for possível acessar de ser. Alguns operadores substituem escadas
maneira segura partes do transportador pelo requisito de degraus, a fim de reduzir os
elevadas a mais de 4 pés [≈1,2 m] acima riscos de queda devido ao material fugitivo
do solo, fornecer cordas de proteção e à impossibilidade de proteger o acesso à
contra quedas em intervalos apropriados e parte superior da escada. Em geral, permitir
com capacidade de carga suficiente. o acúmulo de materiais fugitivos reduz a
• Seguir os regulamentos locais para segurança e aumenta os requisitos de tempo
rampas, escadas, passarelas e plataformas. de acesso dos procedimentos de manutenção
• Projetar para eliminar a necessidade de e limpeza. O acesso aos equipamentos para
entrada em espaços confinados. manutenção e reparo é essencial para um
sistema limpo, seguro e produtivo. Um acesso
bem projetado ao transportador não precisa
virar um dilema entre segurança, acessibilidade
e custos. Um acesso seguro cuidadosamente
localizado e devidamente dimensionado vai
aumentar a confiabilidade, reduzir o tempo de
inatividade necessário para manutenção, e os
custos de mão de obra associados, e minimizar
riscos como pó e a entrada em espaços
confinados. No longo prazo, um acesso
bem projetado melhora a segurança e poupa
recursos.

288
2

Capítulo 19 Os riscos relacionados a ruídos


INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 289 INTRODUÇÃO
Então, o que é todo esse ruído?
Princípios básicos de Som . . . . . . . . 290
Este capítulo trata do ruído, as ondas sonoras
Questões de saúde e segurança . . . 291 no ar geradas por transportadores para
As características de manuseio de materiais a granel, que podem
ruídos do transportador . . . . . . . . . . 292 criar problemas de saúde e segurança.

Fontes de ruído do transportador Por que o ruído de transportadores de


de correia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 293 correia representa um problema? A correia
se movimenta, idealmente, de forma suave e
REGULAMENTOS E NORMAS . . . . . . 296 silenciosa sobre os componentes de rolagem.
Porém, na verdade, o som do sistema é
Regulamentos da comunidade . . . . 298 vulnerável a influências, como o atrito entre
Controle de ruídos do a correia e os roletes, o tilintar de emendas
transportador . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 299 mecânicas pelos roletes, a colisão de grandes
quantidades de materiais pesados que se
MELHORES PRÁTICAS . . . . . . . . . . . . . 301 deslocam pelos chutes e para as zonas de
carregamento, a ressonância de roletes de 'lata'
CONCLUSÕES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 302
rasos e o chiado dos rolamentos degradados
por material fugitivo, e/ou falta de lubrificação.
Sob a carga desses geradores de som, o sistema
do transportador pode ficar alto o bastante
para gerar um problema de ruído para os
trabalhadores.

289
Os riscos relacionados a ruídos | Capítulo 19

Como observado por S.C. Brown em um residenciais podem se desenvolver


artigo de 2004, Conveyor Noise Specification em torno de rotas planejadas de
and Control: transportador. Fatores como segurança
e deficiência auditiva do operador
Sistemas de transportadores de correia também estão se tornando questões
de grande porte e externos para de regulamentação. A restrição de
materiais a granel são as principais ruído agora está se tornando um item
fontes de ruído industrial e, geralmente, em alguns critérios do projeto de um
tornam-se um problema de emissões transportador.
ambientais para muitas fábricas
existentes e propostas. O ruído de um único rolete pode não ser
perigoso para trabalhadores, mas as centenas
O ruído está associado a desperdício de de roletes presentes em um transportador, a
energia, degradação de material e desgaste. maior parte do tempo combinados aos sons de
O som do transportador também pode outras máquinas da fábrica, podem resultar em
se deslocar pelo solo e estruturas, criando níveis perigosos.
vibrações indesejadas que podem danificar
estruturas e encurtar a vida útil de
componentes. O ruído do transportador Princípios básicos de Som 2
pode reduzir a produtividade e incomodar a
O som é percebido como flutuações de pressão
vizinhança, tendo como resultado efeitos de
que causam a vibração dos tímpanos. A altura
longo prazo sobre a saúde, incluindo perda
de um som é uma percepção individual que
auditiva irreversível. O ruído também pode
varia de pessoa para pessoa com base em idade,
mascarar sons necessários, como sinais de aviso
condição física e distância do som, e não é
de segurança ou comandos verbais.
uma medida científica. O potencial do som
O ruído do transportador pode ser útil. Por para danificar nossa audição é proporcional
exemplo, um rolamento que produza um a sua intensidade, não a sua altura. Assim, é
nível mais elevado de ruído indica uma falha enganoso basear-se na percepção subjetiva de
iminente. Um técnico prudente pode usar altura como uma indicação do risco para a
esses ruídos em seu planejamento e atividades audição de uma pessoa. O site Noisehelp.com
de manutenção. apresenta a tabela seguinte. (Figura 19.1.)

Como indicado por Lawrence K. Nordell em O som é reconhecido por humanos em


seu artigo de 1998, Improving Belt Conveyor frequências de cerca de 20 a 20.000 Hertz
Efficiencies: Power, Strength and Life: (ciclos por segundo ou Hz) e em intensidades
de som de 0 a 140 decibéis (dBA). Como
O engenheiro agora precisa entender referência, a fala humana normal é de cerca
a respeito de regulamentos sobre de 65 dBA nas faixas de frequência de 85 a
ruídos no projeto do transportador. 180 Hz para homens, e de 165 a 255 Hz para
Transportadores podem passar por mulheres.
áreas residenciais e agrícolas, ou áreas
Figura 19.1.
Diferença entre intensidade do som e altura percebida
Um aumento de
dez decibéis (dBA)
Nível do som Intensidade (potência) do som [Ser humano típico] será percebido como
Altura percebida duplicação da altura
60 dBA 1x [nível de base] 1x [nível de base] de um som.
70 dBA 10x [vezes tão potente] 2x [vezes tão alto]
Cortesia do
80 dBA 100x [vezes tão potente] 4x [vezes tão alto] noisehelp.com.

290
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

O ruído de várias fontes de som se combina única fonte. O som 10 dBA mais alto será
para produzir um nível de som superior ao percebido (ouvido) como uma duplicação do
de qualquer fonte individual. Entretanto, os nível do som original.
valores de dBA não são acrescidos diretamente,
uma vez que eles já são quantidades Níveis de pressão de som e níveis de
logarítmicas. Duas fontes de som igualmente intensidade de som diminuem, igualmente,
intensas operando juntas produzem um nível com a distância da fonte, perdendo 6 dBA para
de som que é 3 dBA mais alto do que uma cada duplicação da distância da fonte.
fonte sozinha; 10 fontes podem produzir um Nessa distância, a pressão do som cai pela
nível de som de 10 dBA mais alto do que uma metade e a intensidade do som para um quarto
do valor inicial.

O som irradia de sua fonte como uma onde


Termos relacionados ao som de pressão esférica. Geralmente, no caso
de transportadores, a onda de som esférica
geralmente é bloqueada ou refletida pela
A terminologia nos campos da Acústica (a ciência das ondas
posição do transportador em relação à
mecânicas) e Audiologia-acústica (a ciência da audição) pode
superfície e às estruturas e equipamentos
ser confusa. Termos com significados diferentes geralmente são
circundantes.
usados de forma incorreta e/ou indistintamente.. Os termos
usados neste capítulo incluem:
Questões de saúde e segurança
• Decibel Unidade de medida de pressão do som, que
compacta uma ampla gama de números em uma A poluição sonora afeta negativamente as
escala mais significativa, geralmente abreviada vidas de milhões de pessoas. A perda auditiva
como dB. Testes auditivos indicam que a pressão provocada por ruído é o efeito mais comum
audível mais baixa é de cerca de 2 x 10-5 Pa (0 dB), e geralmente mais discutido sobre a saúde,
ao passo que a sensação de dor é de cerca de 2 x porém, pesquisas mostraram que a exposição
102 Pa (140 dB). Geralmente, um aumento de 10 a níveis de ruído constantes ou altos pode
dB é percebido como duas vezes mais alto. causar inúmeros efeitos negativos sobre
a saúde. Estudos mostraram que existem
• dBA A abreviação de escala de intensidade de ruído relações diretas entre ruídos e saúde. Problemas
para níveis de decibéis associada à faixa humana relacionados a ruídos incluem doenças ligadas
de audição; geralmente é expressa como dB ou a estresse, pressão sanguínea alta, interferência
dB(A). na fala, perda auditiva, interrupção do sono e
• Frequência O número de vibrações de som por segundo. Um perda de produtividade. A exposição a ruído
som a uma frequência única é chamado de tom prejudicial pode resultar em aumento da
puro; por exemplo, 440 Hz é a nota musical ‘A.’ frequência de pulsação, aumento da pressão
sanguínea, estreitamento dos vasos sanguíneos,
• Intensidade Medida da energia da onda sonora a uma nervosismo, insônia e fadiga, sem contar
distância especificada em uma escala relativa à problemas muito graves de perda auditiva
percepção da audição humana. provocada por ruídos.

• Ruído Som indesejado. A maioria dos ruídos é uma Além de perda auditiva, há uma série de outros
combinação de várias frequências e em várias efeitos físicos e psicológicos subsequentes
intensidades. à exposição prolongada a sons, mesmo
sons abaixo de 85 dBA. Existem reações
• Som Movimento de onda que ocorre quando uma psicológicas comprovadas, entre elas, raiva,
fonte de som coloca as moléculas mais próximas tensão ou nervosismo, e físicas, como aumento
em movimento. O movimento propaga as da pressão sanguínea ou na excreção de
moléculas para mais distantes da fonte. magnésio, o que pode dar origens a desordens
A velocidade de propagação do som no ar é de no longo prazo.
cerca de 340 metros por segundo [≈1.140 pés/s].
291
Os riscos relacionados a ruídos | Capítulo 19

Em 1973, Alexander Cohen, do National Tarefas complexas, como manutenção por


Institute for Occupational Health and exemplo, podem se tornar mais difíceis e
Safety (NIOSH, Instituto Nacional para perigosas, pois o ruído pode interferir na
Segurança e Saúde Ocupacional) relatou esses comunicação. Quando a intensidade do
problemas no artigo Industrial Noise and ruído ambiente estiver na faixa de
Medical, Absence, and Accident Record Data 85 dBA, geralmente é necessário, mesmo a
on Exposed Workers. Na pesquisa de Cohen curta distância, gritar diretamente para ser
foi realizado um estudo sobre os arquivos de ouvido pelo colega de trabalho. Se o colega
assiduidade e acidentes de 500 trabalhadores de trabalho tiver perda auditiva, comandos e
situados em fábricas barulhentas (95 dBA ou avisos verbais podem ser confundidos.
mais) e 500 trabalhadores em fábricas mais A eficiência na conclusão de uma tarefa
silenciosas (80 dBA ou menos). Comparando pode ser afetada pelo ruído, especialmente
os registros desses trabalhadores, concluiu-se em tarefas complexas que exigem tomada de
que aqueles expostos a níveis de ruído mais decisão e julgamento, o que pode ser mais
elevados tiveram uma taxa significativamente complexo no caso de pessoal menos treinado.
mais alta de acidentes, problemas médicos
diagnosticados e faltas. O estudo observou que
outras condições, além do ruído, podem ter As características de ruído do
2
sido responsáveis por essas diferenças. transportador
Um modo pelo qual o ruído pode lesar de A medição e a predição de níveis de
forma permanente a audição do trabalhador intensidade do som dos sistemas de
é por uma única exposição breve a um alto transportador são tarefas para um especialista.
nível de ruído. Porém, a lesão auditiva também Vários fatores, como clima, topografia,
pode ocorrer gradualmente em níveis de distância até vizinhos e nível de manutenção,
ruído muito inferiores, caso haja exposição contribuem para a complexidade dessas
suficiente ao longo do tempo. (Figura 19.2.) determinações.
Para proteger a audição, limite a exposição a
Em seu artigo Beltcon 18, Overland Conveyor
níveis de ruído moderadamente altos e dê aos
Noise: Engineering Tools for Noise Reduction,
trabalhadores um período de recuperação após
Ben van Zyl explica:
alguma exposição prolongada a ruídos.
Como uma fonte linear, um
O ruído pode interferir no reconhecimento de
transportador terrestre gera e emite
sinais de perigo, como alarmes de inicialização
ruído ao longo de todo a sua extensão
do transportador, além de sirenes de incêndio
física. … Transportadores são fontes
ou eventos climáticos. Se o trabalhador tiver
lineares caracterizadas por um nível de
perda auditiva ou estiver usando proteção
ruído que diminui a uma taxa lenta com
nos ouvidos, o aviso pode não ser ouvido,
a distância (- 3 dB em comparação com
especialmente se a pessoa já tiver sofrido a
os - 6 dB por duplicação de distância
perda auditiva. Os sinais de aviso geralmente
para uma fonte pontual).
devem ser 10 dBA mais altos do que os níveis
Como consequência, dadas uma
de ruído circundantes.

Figura 19.2.
Exposição a ruídos e lesão auditiva À medida que o nível do
Em 91 decibéis, ouvidos humanos podem tolerar até duas horas de exposição. som aumenta, a audição
é lesada em intervalos
Em 100 decibéis, a lesão pode ocorrer com 15 minutos de exposição.
de tempo mais curtos.
Em 112 decibéis, a lesão pode ocorrer com apenas um minuto de exposição.
Em 140 decibéis pode ocorrer lesão imediata do nervo. Cortesia do
noisehelp.com.

292
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

fonte linear e uma fonte pontual E também observou:


que produzam os mesmos níveis na
fonte (por exemplo, 3 m [≈ 10 pés] O ruído (potência sonora) do
de distância), a fonte linear produzirá transportador é caracteristicamente
níveis de ruídos mais elevados em rico em conteúdo de baixa frequência.
distâncias grandes. Por exemplo, em … Devido a perdas de propagação
sistemas de transportador os níveis inferiores, o som de baixa frequência
de ruído nas proximidades de uma predomina sobre distâncias mais longas
estação de transferência em geral são em comparação com altas frequências.
consideravelmente mais elevados do
que os níveis correspondentes no Fontes de ruído do
transportador. No entanto, o ruído do transportador de correia
transportador (devido a uma taxa mais
baixa de decaimento) irá superar o ruído Em Conveyor Noise Specification and Control,
da estação de transferência e dominar S.C. Brown resumiu os mecanismos de geração
em distâncias maiores da linha. de ruído de transportadores da seguinte
maneira:
As intensidades de som dos componentes
2 do transportador são normalmente medidas • Ruído do rolamento de rolos
com um medidor de som fixo a uma distância
• Ruído da carcaça de roletes
padrão, geralmente de um metro [≈39 pol.].
O som relacionado à atividade humana em • Interação do rolete da correia
torno do transportador é geralmente medido • Bombeamento de ar, Correia/rolete
com um dosímetro de ruído, um medidor
• Ruído da estrutura – estrutura de suporte
de nível de som especializado usado pelo
do transportador
trabalhador para medir a exposição a ruídos de
uma pessoa, integrado ao longo de um período O ruído do transportador geralmente é
de tempo. atribuído ao sistema de transmissão, à
estrutura, aos chutes, à construção do rolete e à
Estudos realizados em sistemas de interação entre a correia e os roletes.
transportador produziram uma série de O ruído do sistema de transmissão pode ser
resultados que mostraram níveis de ruído considerado uma fonte pontual quando outro
próximo ao transportador na casa de 100 dBA ruído do transportador é distribuído e pode
e, a 300 metros, de 35 dBA. variar ao longo de sua extensão.
O artigo Conveyor Noise Specification and A velocidade e a carga da correia afetam
Control, de S.C. Brown, indicou: a geração de ruído do transportador, com
correias mais velozes gerando mais ruído da
Os níveis de potência do som
superfície do rolete, além de desequilíbrio. Em
medidos de transportadores de correia
alguns casos, a interação entre as coberturas da
convencionais variam de 113 dBA a
correia e o rolete cria um som similar a uma
119 dBA por 100 m [≈328 pés] para
fita adesiva sendo removida de uma superfície.
transportadores a carvão de 10.000
típicos TPH 5 m/s [≈980 ppm]. Os roletes são outra fonte de ruído do
Como indicado por Ben van Zyl, transportador, sendo a superfície dos rolos, a
“Normalmente em execução 24 horas por esfericidade e o equilíbrio fatores significativos
dia, os transportadores podem ser ouvidos a na geração de ruído. Pesquisas indicam que
grandes distâncias durante a noite, quando a taxa de alteração da superfície do rolete,
os níveis ambientes em áreas rurais são chamada de Inclinação máxima do indicador
geralmente na ordem de 35 dBA.” (MIS, Maximum Indicator Slope), é o fator de
geração de ruído dominante.

293
Os riscos relacionados a ruídos | Capítulo 19

Outro fator, a Excentricidade total do de ruído pode significar a diferença entre


indicador (TIR, Total Indicator Run-out), funcionar abaixo dos níveis de decibéis
foi identificado como secundário no ruído do máximos e violar os regulamentos.”
rolete do transportador. A TIR é uma medida
da "excentricidade" do rolete, tomando como Rolos não metálicos ou revestidos atenuam
medida o raio máximo versus o raio mínimo o comportamento da ressonância e podem
do rolete. reduzir os níveis de ruído. A maioria dos
fabricantes de roletes oferecem construção
Em sua conclusão, o artigo Beltcon 16, de roletes de baixo ruído utilizando materiais
The Influence of ‘Maximum Indicated Slope’ and para carcaça alternativos, como alumínio,
‘Total Indicated Run-Out’ on the Noise Caused polietileno de alta densidade (PEAD), náilon
by the Interaction of Conveyor Idlers Rolls and ou roletes de aço revestido, em combinação
Conveyor Belts, de Paul Munzenberger e Craig com o controle da qualidade da superfície do
Wheeler, observou: rolete (MIS e TIR), além de balanceamento
dinâmico dos rolos. O artigo de Brown indica
Os resultados mostrados indicam que a que modificar as especificações do rolete para
MIS, Inclinação máxima do indicador, "ruído baixo" ou "ruído superbaixo" pode
de um rolo de transportador é a causa resultar em redução de ruído de 6 a 12 dBA.
dominante do ruído produzido pela Um fabricante de roletes alegou redução de 2
interação de um rolete do transportador cerca de 18 dBA no ruído de roletes em relação
e a correia do transportador que está em à construção em aço padrão.
contato com ele.
Em um artigo de 2011 na Coal International,
O tubo de aço fechado dos roletes de “Noise emissions of belt conveyors”,
transportadores convencionais pode Adam Gladysiewicz observa que o fato de
atuar como uma câmara de ressonância, roletes e seus rolamentos criarem ruídos do
amplificando o som criado pelo atrito entre transportador pode levar a uma conclusão:
os rolos e a correia ou os rolamentos. Como
indicado pela Flexco na literatura que aborda ... que tamanho menor do rolamento
sua linha de rolos compostos, “Essa variação e maior espaçamento do rolete é a

Aba da correia como uma fonte de ruído do transportador.


Quando uma correia entre dois roletes é excitada por um A aba descontrolada de uma correia pode aumentar o ruído
rolete girando a uma freqüência natural, ou próximo disso, de duas maneiras. Primeira, ela acrescentará o próprio
da vibração transversa do intervalo da correia, ocorre o ruído de oscilação de baixa frequência ao ruído geral do
fenômeno da ressonância. transportador Segunda, a vibração também faz com que os
componentes se deteriorem prematuramente, aumentando
Essa vibração na correia do rolete pode ser acionada ou o risco de chiado do rolamento.
excitada por uma pequena excentricidade do rolete, ou
variação radial da frequência rotacional. A amplitude da Reduzir a excitação da correia e, assim, a criação do ruído
vibração transversa aumenta consideravelmente quando aba da correia, geralmente é conseguido variando ou
ocorre a ressonância, produzindo aumento no desgaste do escalonando o espaçamento dos roletes. Além disso, podem
rolete/rolamento, e maior consumo de potência da correia. ser usados roletes de retorno com disposição em V, uma vez
que eles ajudam a centralizar o trajeto da correia e a reduzir
Isso fica visível como uma oscilação para cima e para a vibração.
baixo da correia entre os roletes. Porém, é ouvida como
uma vibração de baixa frequência, geralmente chamada
de "ruído de helicóptero". Essa onda de som de baixa
frequência pode percorrer distâncias significativas.
294
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

Figura 19.3. Ruídos do transportador a 3 m 1.180 ppm].” (Figura 19.3.) Como observado
de distância anteriormente, um aumento de 10 dBA
Os níveis de ruídos do
transportador aumentam 85 representa uma duplicação do nível de som
em 10 dBA conforme percebido.
80
dobra a velocidade da
Existe muito pouco publicado a respeito
correia. Ilustração após: 75

Nível de ruído dBA


de ruído gerado por fluxo de materiais.
Overland Conveyor
Noise Engineering 70
Fornecedores de serviços de engenharia que
Tools for Noise utilizam modelos de software de computador
Reduction, de Van Zyl. 65 de método de elemento discreto (DEM,
discrete element method) para otimizar o
60
fluxo por meio de chutes, geralmente alegam
55
redução de ruído, presumivelmente utilizando
o fluxo deslizante de materiais a granel em
50 comparação com um impacto direto mais
1 2 3 4 5 6 7 ruidoso nas paredes dos chutes.
Velocidade do transportador (m/s)
Outros profissionais prescrevem a redução
2 solução mais barata (para o ruído do de ruído geral em torres de transferência
transportador). Esses medidas, no delimitando a transferência em uma
entanto, levam a defeitos prematuros do construção. No entanto, como observou
rolamento, o que, por sua vez, resulta van Zyl:
em níveis de ruídos mais elevados.
O ruído secundário é produzido por
Outras fontes de ruído do transportador excitação da estrutura de suporte e
foram indicadas por Ben van Zyl no estudo pela transferência da estrutura para a
Overland Conveyor Noise: Engineering Tools for cobertura e qualquer revestimento em
Noise Reduction, apresentado na Beltcon 18 em aço onde superfícies amplas são capazes
2015. Entre elas: de emitir a energia como ruído aéreo.
• A falha do rolamento produz níveis muito O ruído dos chutes também representa uma
altos de ruído anormal em tom alto. Um fonte pontual que pode ser significativa.
único rolamento defeituoso pode arruinar Muitos fornecedores de chute alegam que
o desempenho de uma seção longa de um suas técnicas particulares reduzirão o ruído,
transportador então silencioso. sem oferecer estudos de caso específicos nem
• O alarme de inicialização é uma fonte cálculos de engenharia. Alguns fornecedores
auxiliar de ruído geralmente citada como alegam uma redução de 10 dBA no ruído do
um transtorno em queixas relacionadas a chute com o uso de revestimentos de borracha.
transportadores.
Outra fonte de ruído do transportador é a
• Transportadores vazios são mais oscilação de baixa frequência, frequencia,
barulhentos (geralmente 2 dB) do que formada pela ‘aba da correia’. (Consulte o
transportadores que funcionam com quadro na pagina anterior, chamado ‘Aba
carga. da Correia como uma fonte de ruído do
Outra influência sobre o ruído do transportador).
transportador é a velocidade da correia, com
O ruído do transportador geralmente
níveis de ruído que aumentam conforme a
é aumentado por conta de diretrizes de
velocidade aumenta. Ben van Zyl continua,
manutenção e substituição inadequadas.
“Níveis de ruído aumentaram em significativos
Parafusos frouxos, rolamentos defeituosos e
10 dB por duplicação de velocidade na faixa de
eixos gastos, todos contribuem para o perfil de
2 a 6 metros por segundo [≈394 a
ruído de um transportador. O ruído de roletes
295
Os riscos relacionados a ruídos | Capítulo 19

aumenta quando os roletes são ocasionalmente Comparação de requisitos regulatórios Figura 19.4.
substituídos nas estruturas originais sem levar de programas e procedimentos de Requisitos de proteção
em conta o encaixe do eixo na estrutura, seja preservação auditiva da audição e programas
pelo uso de roletes de diferentes fabricantes de preservação auditiva,
ou pelo desgaste acumulado dos encaixes de por região geográfica.

Au

Un

Es
ta
retenção dos roletes da estrutura ao longo do

i
ão
trá

do
Eu
lia

sU
tempo.

ro

ni
pe

do
ia

s
Programa de testes de 85 85 -
REGULAMENTOS E NORMAS audição obrigatórios dBA dBA
Embora não haja regulamentos Proteção auditiva e 80 85 87
especificamente relacionados a ruídos do avisos obrigatórios dBA dBA dBA
transportador, regulamentos sobre ruídos em Exposição máxima sob 85 90 90
proteção auditiva dBA dBA dBA
todo o mundo se encontram na forma de
acordo geral. A norma geralmente aceita para
minimizar o risco auditivo se baseia em uma Níveis máximos recomendados de Figura 19.5.

exposição de 85 dBA para um limite máximo exposição a doses de ruídos Níveis e períodos
de oito horas por dia, seguido por pelo menos Nível de Exposição máxima de tempo máximos 2
dez horas de tempo de recuperação em 70 dBA ruído (dBA) ponderada pelo tempo por recomendados de
24 horas exposição a ruídos.
ou menos, quando é desprezível o risco de
lesão em ouvidos saudáveis. O artigo de Brad 85 8 horas
Witt com o título “Sound Source: Changes 88 4 horas Cortesia do
in EU Noise Directive,” disponível no site 91 2 horas noisehelp.com.
HearForever.com, apresenta o resumo das 94 1 hora
normas na Figura 19.4.
97 30 minutos
Acima de 85 dBA é aplicada uma "taxa de 100 15 minutos
troca de 3-dBA", que significa que, para 103 7,5 minutos
cada 3 dBA acima de 85 dBA, o tempo de 106 3,7 minutos
exposição máximo é cortado pela metade. 109 112 segundos
Como mostra a Figura 19.5, cada intervalo 112 56 segundos
de tempo mostrado representa 100 % da
115 28 segundos
dose de ruído permitida por 24 horas. Se um
118 14 segundos
trabalhador passar 15 minutos em 100 dBA,
não deverá ficar exposto a mais de 85 dBA por 121 7 segundos
pelo menos 10 horas, e de preferência a menos 124 3 segundos
de 70 dBA. Um dosímetro de ruído pode ser 127 1 segundo
usado para estabelecer níveis de ruído e tempos 130-140 menos de 1 segundo
de exposição calculando a exposição ao ruído 140 NENHUMA EXPOSIÇÃO
ponderada pelo tempo por intensidade e
frequência. A principal exceção ocorre nos Estados
Unidos, país que ainda utiliza um nível
Níveis de ruído acima de 140 dBA não são
máximo mais antigo de exposição a ruído,
considerados seguros por nenhum período,
de 90 dBA por um dia de 8 horas, porém o
ainda que breve.
mesmo limite para estabelecer um
Regulamentos de todos os países exigem a programa de proteção a audição.
avaliação de níveis de ruído e a definição de A norma da Occupational Safety and Health
políticas e procedimentos para mitigar a lesão Administration (OSHA, Administração de
auditiva resultante da exposição a ruídos. Segurança e Saúde Ocupacional) ,

296
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

em 29 CFR 1910.95(c)(1), requer uma Europa


avaliação da proteção auditiva em 85 dBA com
o limite para um programa de preservação De acordo com Brad Witt,
auditiva começando com 8 horas de exposição autor de Sound Source: Changes in EU Noise
em 90 dBA. Directive, a União Europeia estabelece um
limite de exposição ao utilizar a proteção
Quase todos os demais países exigem uma auditiva. Esse limite de exposição de 8 horas,
avaliação de proteção da audição quando o definido como 87 dBA, é o nível máximo
nível de ruído por 8 horas excede 80 dBA, com permitido de exposição a ruídos por dia,
programas de preservação auditiva obrigatórios levando em conta a atenuação oferecida pelo
para exposição de 85 dBA e acima disso. equipamento de proteção individual (EPI),
geralmente consistindo em tampões para
ouvidos ou protetores auriculares, utilizados
pelo trabalhador. O artigo de Witt também
apresenta uma tabela das medidas de proteção
obrigatórias em vários níveis de ruído pela
Figura 19.6. Requisitos da Diretiva diretiva 2003/10 da CE. (Figura 19.6.)
Medidas de proteção 2003/10 da CE sobre ruídos na UE
2 auditiva exigidas África do Sul
Medida de proteção Nível de diretiva
por regulamentos na
auditiva 2003/10 CE Na África do Sul, a norma
União Europeia.
Sinais de aviso afixados atualizada para definição de limites e padrões
85 dBA
em áreas de trabalho de impacto de ruídos é a SANS 10103 Ed.
EPI auditivo disponível 6 (2008)The Measurement and Rating of
80 dBA
para trabalhadores Environmental Noise With Respect To Annoyance
Uso obrigatório And To Speech Communication. Essa norma
85 dBA
de EPI auditivo nacional também é usada por autoridades
Treinamento obrigatório locais no controle do ruído ambiental.
80 dBA
de trabalhadores expostos
Programa obrigatório A lei The Mine Health and Safety Act 29, de
85 dBA
de redução de ruídos 1996 (como alterada em maio de 2015) na
Nível de proteção obriga- seção 22.9 (2) estabeleceu 85 dBA, (mostrado
87 dBA
tório de EPI auditivo na Lei como 85 dBLAeq,8h) como o limite de
exposição ocupacional por um dia de trabalho
de 8 horas ou uma semana de trabalho de 40
horas. O limite máximo de nível de som é de
Figura 19.7. Exposições a ruídos permitidas 135 dBA.
Tabela G-16, Níveis Estados Unidos
Duração por dia, Resposta lenta
de exposição a ruídos
horas de dBA de nível
permitidos pela MSHA Nos Estados Unidos, o requisito
do som
nos Estados Unidos. da OSHA no 29 CFR 1910.95 Occupational
8 90
noise exposure, Parágrafo (a) determina:
6 92
4 95 Deve ser fornecida proteção contra os
3 97 efeitos da exposição a ruídos quando os
2 100 níveis de som excederem os mostrados
11/2 102 na Tabela G-16, quando medidos na
1 105
escala A de um medidor de nível de som
padrão em resposta lenta. (Figura 19.7.)
1/2 110
1/4 ≤ 115

297
Os riscos relacionados a ruídos | Capítulo 19

Controles de ruído são exigidos em 1910.95(b) Regulamentos da comunidade


(1), como segue:
Além dos regulamentos nacionais para saúde
Quando funcionários forem submetidos
e segurança, muitas comunidades locais
a som que exceda os listados na Tabela
estabelecem níveis de ruído ambiente mais
G-16, deverão ser utilizados controles
restritivos para reduzir o efeito de ruídos
administrativos ou de engenharia
em pessoas que trabalham e vivem perto
viáveis. Se tais controles não forem
de instalações industriais, de mineração
eficazes para reduzir os níveis de som
e portuárias. Em muitos casos, esses
nos níveis da Tabela G-16, deverá ser
regulamentos locais são difíceis de cumprir
fornecido e utilizado o equipamento
sem delimitar o equipamento ruidoso ou
de proteção individual para reduzir os
níveis de som nos níveis apresentados na
tabela.
Em 1910.95(g)(1), os regulamentos da
Medidas de ruídos do transportador em
OSHA exigem um programa de teste uma mina de carvão na Turquia
para “funcionários cujas exposições sejam
equivalentes ou superiores a uma média de 8 Foi realizado um estudo sobre o ruído industrial relacionado
horas ponderada pelo tempo de 85 decibéis.” a máquinas nas minas em operação da Tuncbilek Colliery, da
Western Lignite Corporation (WLC), na Turquia.. Os resultados
Os requisitos da agência Mine Safety
desse estudo foram publicados no documento “Occupational
and Health Administration (MSHA,
Noise in Mines and Its Control—A Case Study,” de C. Sensogut,
Administração de Segurança e Saúde em
publicado no Polish Journal of Environmental Studies em 2007.
Mineração) para exposição a ruídos são
cobertos em 30 CFR 56.5050 – Exposure limits Todos os níveis de som foram obtidos a 5 metros (≈16,5 pés) do
for noise, como segue: equipamento que estava sendo medido, utilizando um medidor de
(a) Nenhum funcionário terá permissão som digital S1.4 tipo 2 da American National Standards Institute
para exposição a ruídos acima do (ANSI).
especificado na tabela …
Entre os equipamentos estudados em relação a ruídos estavam
(b) Quando a exposição do funcionário os transportadores de correia da operação. Os níveis de som
exceder a listada na tabela… produzidos pelos transportadores (e outros equipamentos) são
[Figura 19.7.], deverão ser utilizados apresentados na Tabela 1 do documento (condensados na Tabela
controles administrativos ou de mostrada a seguir.
engenharia viáveis. Se tais controles
não forem eficazes para reduzir a Medições do nível de pressão do som na WLC Tuncbilek Colliery
exposição nos níveis permitidos,
deverá ser fornecido e utilizado o Estação (dBA)
equipamento de proteção individual * Principal transportador de correia
83-84
para reduzir os níveis de som nos (além do motor)
níveis da tabela. * Ponto de transferência do
78-79
transportador de correia
A proteção auditiva é recomendada em níveis
** transportador de correia para escoar
acima de 85 dBA. Um mineiro está demasiado 83-84
carvão de mina
exposto quando as medições do dosímetro ** Transportador de seleção manual 85-86
de ruído forem equivalentes ou superiores a
* Medições de ruído em poços (minas) subterrâneos da WLC
132 %, ou as leituras dos medidores de som
* Medições de ruído em usinas de preparação da WLC
excederem 117 dBA. Na determinação da
exposição de um mineiro, a MSHA não leva
O documento diz “Um exame detalhado … revela o fato de quase
em consideração a atenuação oferecida por
todas as estações, tanto superfície quanto subsuperfícies, das quais
nenhuma proteção auditiva utilizada.
as medições foram obtidas, serem fontes indesejadas de ruídos.”

298
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

considerar uma tecnologia de transporte Os limites de ruídos diurnos, vespertinos e


alternativo. noturnos estabelecidos são de 45 dBA, 40 dBA
e 35 dBA respectivamente, conforme medidos
Em função da avaliação pessoal e subjetiva do nas divisas da instalação.
fator altura, queixas de vizinhos com relação
a ruídos podem ser difíceis e demoradas de A realização de uma avaliação de ruídos no
quantificar e solucionar. Locais industriais local e predições para novos desenvolvimentos
situados perto de comunidades residenciais pode ser complexa, e geralmente requer uma
podem julgar necessário empregar um gestor empresa de engenharia especializada.
ambiental em tempo integral para lidar
com reclamações de vizinhos, incluindo Controle de ruídos do
a poluição sonora. Essas queixas não só transportador
afetam o acolhimento da empresa por parte
Tendo em vista o risco de vizinhos e outras
da comunidade, mas podem também ser a
pessoas, que não funcionários, de serem
origem de investigações regulatórias, multas
afetados pelo ruído do transportador, é
e até ações judiciais por privação do sono e/
recomendável envidar esforços para reduzir a
ou lesão auditiva. Como a perda auditiva é
criação e a liberação desse ruído.
considerada uma lesão física permanente,
2
muitas jurisdições a consideram um seguro Como salientado por Steve Morgan em
contra acidentes de trabalho e uma base para Applications of Noise Control in the Mining
que outras pessoas, que não funcionários, Industry, existem “três abordagens básicas para
apresentem ações cíveis. proteger o trabalhador individual contra a
exposição ao ruído prejudicial.” São elas:
Escrevendo em Environmental Noise and
Vibration Impact Assessment for The Proposed • Controle na fonte para limitar a criação
Arnot Mooifontein Opencast Expansion Project, de ruído (ou seja, o uso de componentes
Barend van der Merwe observou o seguinte: mais silenciosos, a substituição de
componentes ruidosos).
Em termos de aumentos de ruídos,
pessoas expostas a um aumento de • Controle ao longo do trajeto para
2 dBA ou menos não notariam a limitar a propagação do ruído (ou seja,
diferença. Algumas pessoas expostas posicionamento de paredes ou bloqueios,
a aumentos de 3-4 dBA notariam o instalação de isolamentos com absorção
aumento no nível de ruído, embora o de som).
aumento não seja considerado sério. • Controle no receptor do ruído (ou
Aumentos de 5 dBA e acima disso seja, por meio de EPI, ou remoção do
são muito perceptíveis e, no caso de trabalhar do ambiente ruidoso).
incidentes frequentes ou contínuos
em natureza, podem representar uma Em seu trabalho, Morgan prossegue
perturbação significativa. salientando que uma maneira de reduzir o
ruído é utilizar equipamentos mais silenciosos:
Uma abordagem para regulamentos de
desenvolvimento industrial é manter os níveis São dois estágios. O primeiro estágio
de ruídos em menos de 5 dBA acima do ruído envolve a seleção e a utilização de
de fundo ambiente. máquinas de mineração que sejam
o mais silenciosas possível. ... O
Outra abordagem é limitar o total dos níveis
segundo estágio envolve assegurar que
de ruídos. Por exemplo, os Western Australian
o equipamento tenha boa manutenção
Environmental Protection (Noise) Regulations
do início ao fim. A chave para isso é
1997 definem limites para períodos diurnos,
substituir componentes gastos e seguir
vespertinos e noturnos.
boas programações de manutenção.

299
Os riscos relacionados a ruídos | Capítulo 19

Roletes com rolamentos gastos aumentam o em uma estrutura independente. Na


desequilíbrio e, consequentemente, o ruído. parte traseira, o espaço no fundo deve
Portanto, a substituição pontual de roletes ser reduzido no mínimo necessário para
ineficazes constitui uma importante estratégia drenagem de água. Quando destacado
de controle de ruído. dessa maneira, o desempenho do
controle de ruídos pode ser melhorado
A atenção à limpeza da correia também é pelo revestimento acústico interno da
crucial para manter os níveis de ruídos do cobertura.
transportador próximo ao valores de projeto,
pois a presença de mais material fugitivo Outro método para controlar o ruído é a
aumenta a probabilidade de desempenho construção de barreiras. A barreira sonora pode
prejudicado do rolamento, o que resultará em consistir em um bloqueio, uma parede ou uma
aumento do ruído. combinação dos dois. (Figura 19.9.) Ben van
Zyl observa que um bloqueio não possui certas
Isolar áreas de alto impacto, como pontos de vantagens sobre uma parede vertical no sentido
carga do transportador, com almofadas de de que “oferece um pequeno grau de absorção.
borracha ou molas de ar, pode ser uma técnica Além disso, a face inclinada no lado do
eficaz para reduzir o ruído e prolongar a vida transportador reflete o ruído do transportador
útil do equipamento. para cima, em vez de horizontalmente.” 2

Quando a fonte do ruído em si não puder


ser tratada diretamente, pode ser viável
interromper o ruído em seu trajeto da fonte Transportador aberto
(como referência) Figura 19.8.
até o receptor. Isso pode ser obtido pelo uso de
Coberturas de
barreiras sonoras, como paredes ou construções
transportadores de
que bloqueiem o ruído, ou materiais de
vários designs oferecem
absorção de som que reduzam a quantidade de valores diferentes de
ruído. 0 dBA 0 dBA redução de ruídos.
O som pode ser direcionado com uma
cobertura. van Zyl, no entanto, observa que (Ilustração após:
projetos de coberturas tradicionais são restritos Cobertura cobertura Overland Conveyor
por uma limitação que surge da conexão da arredondada Noise Engineering
cobertura com a estrutura do transportador. Tools for Noise
(Figura 19.8.) Segundo o autor, Reduction, de Van Zyl.)

Como ela está intimamente acoplada


à principal fonte de ruído, o ruído e a
vibração do transportador da estrutura -4 dBA +3 dBA
são transferidos para as superfícies
amplas da cobertura, atuando como
eficientes radiadores de som aéreo.
Ao considerar uma possível melhoria Cobertura superior plana
do controle de ruídos oferecido pela
carcaça, o primeiro passo seria destacar
completamente a carcaça da estrutura
de suporte do transportador. Uma
cobertura arredondada, por exemplo,
+1,5 dBA +1,5 dBA
ainda pode ser deixada aberta no lado
da manutenção, mas deve ser apoiada

300
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

MELHORES PRÁTICAS • Oferecer treinamento proativo sobre


Redução de ruídos do os efeitos de ruídos para supervisores e
trabalhadores expostos a ruídos, além de
transportador
proteção auditiva e técnicas de mitigação.
O efeito prejudicial do ruído em fatores como • Incluir trabalhadores na escolha de EPI de
audição, saúde, segurança e produtividade proteção auditiva adequado e esforços de
de trabalhadores e vizinhos está bem mitigação de ruídos.
documentado. Proteger trabalhadores
• Cumprir requisitos de limitação de ruídos
e vizinhos contra ruídos excessivos de
no local em todas as jurisdições.
transportadores é um requisito e justifica-se
financeiramente. • Incluir requisitos de nível de ruídos
máximos nas especificações de projeto
A Gerência deve: do sistema e exigir avaliação de técnicas
de isolamento de som e vibração para
• Utilizar os níveis globalmente aceitos
cumprir regulamentos sobre ruídos.
como refletidos na Diretiva 2003/10/EC
da UE como um guia para definição de • Avaliar o potencial da aba da correia na
políticas e procedimentos de preservação fase de projeto inicial; utilizar roletes de
2 auditiva. retorno em V para limitar a aba.
• Realizar testes audiométricos de todos • Reduzir o ruído dos chutes.
os trabalhadores, pelo menos a cada três o Usar o Método de elementos
anos, e manter os respectivos resultados discretos (do inglês, DEM) em
no arquivo permanente do funcionário. revisões de projeto dos chutes para
• Realizar estudos abrangentes relacionados minimizar o impacto do material a
a ruídos a cada três anos para identificar granel.
novas fontes de ruídos e intensidades em o Usar revestimentos de baixo ruído,
função de modificações em equipamentos como Polietileno de ultra-alto peso
ou processos. molecular (PEUAPM), borracha ou
• Limitar tempos de exposição de uretano em spray.
trabalhadores e providenciar períodos de
recuperação.

Figura 19.9.
Uma parede por cima
do bloqueio sobreposta
com uma parede pode ser
instalada para desviar o PESSOAS
ruído do transportador.

(Ilustração após:
Overland Conveyor PAREDE
Noise Engineering
Tools for Noise
Reduction, de
Van Zyl.)

BLOQUEIO

301
Os riscos relacionados a ruídos | Capítulo 19

Projetistas, proprietários e operadores de o Isolar a estrutura do transportador


transportadores devem considerar as seguintes em partes de geração de alto ruído,
abordagens para mitigação de ruídos: como zonas de impacto, por
exemplo.
• Delimitar a correia do transportador.
• Manter roletes e polias do transportador
o Considerar a instalação de cercas de alinhados com padrões da Equipment
barreira ao lado do transportador. Manufacturers Association (CEMA).
o Usar a topografia ou construir • Substituir as estruturas dos roletes quando
bloqueios para reduzir a propagação houver desgaste dos encaixes do eixo do
do ruído lateral. rolete.
o Posicionar pontos de transferência • Recorrer a prestadores de serviços de
dentro das construções. manutenção profissionais para manter
• Considerar a instalação de componentes do transportador que
transportador(es) de correia sustentados possam gerar, direta ou indiretamente,
por ar, que geralmente operam 10 ruídos excessivos.
to 15 dBA mais silenciosos do que
transportadores tradicionais suportados
CONCLUSÕES 2
por rolos.
Mantendo o silêncio
• Usar rolos de transportadores com baixo
ruído. Controlar os ruídos de transportadores pode
ser difícil, porém existem técnicas de mitigação
• Reduzir o ruído de liberação de adesivo
eficazes, além do EPI do trabalhador, para
entre a correia e os rolos. Uma abordagem
reduzir os ruídos. Como constatado por
é exigir o teste de nível de ruídos entre o
Steve Morgan no artigo para a web “Noise
rolo e a correia como parte de qualquer
Control Applications in the Mining Industry,”
teste de resistência de recuo de correia/
a melhor proteção contra perda auditiva
rolo.
causada por ruídos “resulta de um programa
• Considerar a limpeza da correia do abrangente de controle de ruídos que trata o
transportador por lavagem da correia para ruído na fonte, interrompe-o em seu trajeto e
reduzir ao mínimo a sujeira e o acúmulo protege receptores em relação a seu impacto.”
de material de retorno. Esse programa de três partes pode certamente
• Substituir imediatamente componentes ser aplicado ao ruído dos transportadores de
ruidosos, como rolamentos com chiados correia para o manuseio de materiais a granel.
em roletes.
• Usar sinalizações, tanto sonoras quanto
visuais; as sinalizações sonoras devem ser
de pelo menos 10 dBA acima do ruído do
equipamento de fundo.
• Isolar partes ruidosas do transportador
utilizando blocos de borracha ou molas de
ar (foles).
o Isolar partes do chute onde são
usados vibradores para induzir o
fluxo.

302
2

Capítulo 20 Sinalização
INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 303 INTRODUÇÃO
A necessidade da sinalização
Sinais e etiquetas de aviso . . . . . . . . 307
Transportadores, como a maioria das
Fitas de advertência e etiquetas máquinas, oferecem riscos que por vezes não
de aviso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 307 são óbvios ou que mudam devido a alterações
A psicologia da sinalização de nos parâmetros operacionais, condições
segurança . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 308 meteorológicas ou processos de maneira geral.
A localização de um transportador pode criar
As diferenças entre as normas . . . . . 310 riscos potenciais, como acesso restrito à saídas
de emergência, quedas de alturas ou atmosferas
REGULAMENTOS E NORMAS . . . . . . 311 perigosas. Muitas situações potencialmente
Fabricante ou proprietário: perigosas não podem ser controladas
quem é o responsável? . . . . . . . . . . . 314 facilmente com proteções, equipamentos de
proteção individual (EPIs), ou procedimentos
MELHORES PRÁTICAS . . . . . . . . . . . . . 314 de trabalho; a sinalização oferece uma maneira
testada e aprovada de avisar e, assim, aumentar
CONCLUSÕES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 316
a segurança. Os sinais servem como lembretes,
ajudam a identificar os equipamentos de
segurança, orientam as pessoas para saídas
seguras e ajudam a comunicar as políticas de
segurança e proteção.

As normas de sinalização de aviso do ANSI


(American National Standards Institute,
Instituto Norte-americano de Padrões) e

303
Sinalização | Capítulo 20

da ISO (International Organization for É responsabilidade do usuário final (o


Standardization, Organização Internacional proprietário/gestor da fábrica) manter os
para Padronização) oferecem importantes sinais limpos e visíveis. Sinais e etiquetas de
orientações, portanto, não é a intenção desta equipamentos desgastados, danificados ou
seção fornecer recomendações detalhadas ilegíveis devem ser substituídos, incluindo
sobre a elaboração das sinalizações. Em vez as etiquetas fornecidas por terceiros em
disso, esta seção oferece uma visão geral dos componentes individuais.
sinais, rótulos e etiquetas de aviso e indicação,
coletivamente designados por sinalização, pois Convém observar que, conforme envelhecem,
eles estão relacionados aos riscos associados a as pessoas têm sua capacidade de distinção de
transportadores para o manuseio de materiais cores reduzida; consequentemente, a utilidade
a granel. da cor em um aviso perde impacto.

Para ser eficaz, a sinalização deve ser utilizada Todas essas questões contribuem para diminuir
em combinação com outras ferramentas de a eficácia das etiquetas e sinais de aviso.
segurança, como treinamentos e proteções. Os sinais podem ser moderadamente eficazes
Problemas com a sinalização na redução de acidentes e lesões, e se tornaram
uma ferramenta de reconhecimento de 2
A sinalização de segurança pode proporcionar riscos comum. Os trabalhadores se tornam
a redução de alguns riscos relacionados a demasiadamente acostumados a eles,
operações industriais. No entanto, é preciso complacentes em relação ao conteúdo ou, até
ressaltar que esses avisos, da mesma maneira mesmo, passam a ignorá-los deliberadamente.
que as EPIs não atenuam a presença do perigo. A sinalização apenas não é suficiente para
reduzir o perigo ou controlar o risco e,
Geralmente, etiquetas e sinais de aviso são portanto, tem eficácia limitada como um
eficazes se forem respeitados. É óbvio, porém, método de controle de riscos. (Figura 20.2.)
que essa é uma grande variável. Um dos Sinais devem ser usados em conjunto com
problemas é a tendência de familiarização outros controles.
com os sinais como informações em segundo
plano e, assim, a sinalização perde seu efeito Figura 20.1.
com o tempo, devido a um fenômeno Com o tempo, os sinais
denominado "fadiga de alerta". Muitas vezes, podem se tornar ilegíveis
há avisos conflitantes e em grande quantidade, devido a obstruções ou
em espaços relativamente pequenos, o que ao acúmulo de sujeira.
contribui para a fadiga de alerta e para a
tendência de ignorar os avisos.

Outro problema comum no setor de


mineração e em locais de trabalho em
ambientes industriais é a falta de iluminação
adequada para perceber e ler as etiquetas e
HIERARQUIA DOS MÉTODOS DE Figura 20.2.
sinais de aviso.
CONTROLE Como um ponto
Além disso, a substituição de sinais de aviso ELIMINAÇÃO NA ETAPA DE PROJETO intermediário na
ATENUAÇÃO DE

desgastados ou danificados e a limpeza ou SUBSTITUIÇÃO


hierarquia dos métodos
de controle, a sinalização
EFICÁCIA

remoção de obstruções geralmente são tarefas


RISCOS

PROTEÇÕES/CONTROLES
de baixa prioridade para a fábrica e, assim, tem eficácia limitada
ao longo do tempo, os avisos ficam ilegíveis.
AVISO/INDICAÇÃO no aprimoramento
NÍVEL ADMINISTRATIVO da segurança.
(Figura 20.1.)
EPI

304
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

Conformidade da sinalização sinais de segurança é mais complexa do que a


simples necessidade da segurança.
Quando uma empresa vende produtos
mundialmente, seu objetivo, por uma Os sinais são concebidos e utilizados de
questão de simplicidade, seria ter um sistema várias formas. Sinalizações de segurança
de sinalização padronizado. Para empresas modernas transmitem a natureza do perigo,
que operam apenas em nível nacional, a a consequência da interação com o perigo e
conformidade com esses regulamentos a forma de evitá-lo. Infelizmente, os sinais,
nacionais e regionais será suficiente. Mas como a maioria das normas de segurança, não
essa pode não ser a melhor prática para são harmonizados, tornando a conformidade
sinalizações. Portanto, a busca por padronizar mundial com as normas algo mais complexo

Programa de etiquetas de segurança da CEMA


Em uma iniciativa para promover a padronização e Como o site da CEMA observa em suas Orientações
2 a segurança no setor de transportadores, a CEMA para a fixação de etiquetas de segurança:
(Conveyor Equipment Manufacturers Association,
Associação de Fabricantes de Equipamentos O programa de etiquetas e fixação foi
Transportadores) desenvolveu uma série de etiquetas concebido como um guia facultativo e deve
de segurança. ser incorporado a um programa de segurança
abrangente pelos usuários de transportadores
As etiquetas de segurança padronizadas da CEMA, e equipamentos relacionados, como parte de
e a literatura associada, são voltadas para os riscos suas iniciativas para evitar ferimentos.
típicos encontrados ao usar equipamentos de As etiquetas de segurança (adesivas) da CEMA foram
transportadores. (Etiquetas mostradas a seguir.) As projetadas com três componentes: um Alerta (Perigo/
etiquetas da CEMA estão em conformidade com as Aviso/Advertência), um Recurso gráfico
normas de alertas de segurança ANSI Z535. (uma representação não verbal da conduta que deve
ser evitada) e uma Mensagem (as palavras usadas para
reforçar a mensagem veiculada pelo alerta e o recurso
gráfico).

As etiquetas e as orientações sobre a fixação foram


desenvolvidas pelo CEMA Safety Committee
(Comitê de Segurança da CEMA) para fornecer
orientações para a seleção e fixação de etiquetas
de segurança, para uso em transportadores e
equipamentos de manuseio de materiais relacionados,
a fim de ajudar na prevenção de acidentes.

Embora o programa de etiquetas aborde muitas


classes de transportadores, a CEMA identificou as
etiquetas pertinentes a transportadores de correia
para o manuseio de materiais a granel, bem como
os acessórios usados nos transportadores para
o manuseio de materiais a granel (mostradas à
direita), e identificou os locais ideais para a fixação
das etiquetas. (Etiquetas mostradas na extremidade
direita).

305
Sinalização | Capítulo 20

do que o necessário. As normas ANSI Z535 de riscos padronizados. A ISO, para reduzir a
e ISO 3864 são as duas normas mais comuns dependência de conhecimentos linguísticos,
de aplicadas à sinalização de segurança para recorre a recursos gráficos em formatos e
transportadores. Existem muitas outras cores padronizados, que indicam atenção ao
normas, como a CSA Z321 do Canadá ou a PERIGO, ações PROIBIDAS e requisitos
AS1319-1994 da Austrália. No Brasil, consulte OBRIGATÓRIOS. O ANSI combina o risco
ABNT NBR 13434-2. e a gravidade do aviso de perigo com recursos
gráficos e descrições por escrito, usando
As normas de sinalização dos órgãos ISO palavras-chave em ordem decrescente de risco:
e ANSI têm como base pesquisas sobre o PERIGO, AVISO e ADVERTÊNCIA, com
comportamento humano e níveis de severidade esquemas de cores definidos.

As Orientações para a fixação de etiquetas de As etiquetas de segurança da CEMA não são


segurança estão presentes na página 36 do livreto protegidas por direitos autorais intencionalmente, 2
Safety Label Brochure (Livreto nº. 201 da CEMA), para que os usuários possam utilizar os recursos
disponível para compra no site cemanet.org/cemastore. gráficos e traduzir o texto de acordo com seus usos
com. específicos.

O site da CEMA também observa que "Se qualquer As etiquetas são disponibilizadas em inglês, em
etiqueta de segurança fornecida pelo fabricante de versões regulares (para áreas internas) e para serviços
um equipamento se tornar ilegível, por qualquer pesados (para áreas externas), em rolos de 250.
motivo, o USUÁRIO do equipamento será, então, As etiquetas de segurança e as publicações
responsável pela substituição e fixação das etiquetas relacionadas podem ser obtidas em www.cemanet.org.
de segurança".

306
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

Sinais e etiquetas de aviso que o trabalhador pode estar da sinalização


para que ainda tenha tempo de obedecer à
Os órgãos ANSI e ISO aceitam diversas mensagem do sinal e, assim, evitar o perigo.
opções de layouts para sinais e etiquetas de A norma também especifica que as palavras
segurança. Os layouts compatíveis com as presentes no sinal, Perigo, Aviso e Advertência,
normas do ANSI mais comumente usados devem ser pelo menos 50% maiores do
são mostrados no quadro Programa de que a altura de um caractere maiúsculo da
etiquetas de segurança da CEMA (Conveyor mensagem.
Equipment Manufacturers Association,
Associação de Fabricantes de Equipamentos Os sinais e etiquetas de aviso geralmente são
Transportadores). As etiquetas geralmente utilizados de acordo com a teoria de que o
têm formato similar ao dos sinais, porém, com fabricante e o proprietário do equipamento
dimensões adequadas para o espaço disponível têm o "dever" de avisar aos funcionários
para a fixação. e prestadores de serviço sobre os riscos e
o potencial de danos do equipamento.
Um requisito é que a etiqueta ou sinal de aviso Etiquetas de segurança genéricas são
seja visível a uma distância suficiente para disponibilizadas por diversos estabelecimentos
permitir que o trabalhador leia a sinalização de suprimentos de segurança; etiquetas de
2 e evite o perigo. Então, é evidente que essa segurança especificamente concebidas para
distância de visualização influenciará o transportadores podem ser obtidas junto à
tamanho dos caracteres e do sinal ou etiqueta CEMA.
de maneira geral.
Fitas de advertência e etiquetas
Além disso, a composição de qualquer sinal
de aviso
de segurança deve ser concisa e de fácil leitura.
A norma ANSI Z535.2 fornece orientações Etiquetas de segurança, como, por exemplo,
sobre o tamanho adequado dos caracteres sob aquelas utilizadas no bloqueio/etiquetagem,
condições favoráveis e desfavoráveis para a devem ser específicas, de acordo com o
leitura. Distâncias mínimas de segurança são perigo ou aviso fornecido. Etiquetas e avisos
especificadas: elas representam a distância a de segurança, como aquelas utilizadas para
identificar um rolete defeituoso que requer
manutenção, devem ser consistentes com os
Figura 20.3. esquemas de cores das normas ANSI ou ISO
em uso na fábrica, mas podem ter designs
Etiquetas são
utilizadas como uma ! PERIGO variados, dependendo do equipamento e do
forma de proteger os risco que deve ser identificado.
trabalhadores expostos NÃO Entretanto, apenas um formato de etiqueta
a riscos temporários. OPERE para cada risco ou aviso específico deve ser
usado em toda a fábrica.

Fita de advertência/isolamento
Fitas de isolamento podem ter cor vermelha,
laranja ou amarela, contendo as palavras-chave
PERIGO, AVISO ou ADVERTÊNCIA,
respectivamente, conforme adequado de
acordo com o tipo e a iminência do risco
potencial envolvido. Normalmente, a
palavra-chave é de cor preta.

307
Sinalização | Capítulo 20

Fitas de advertência/isolamento não devem ser (≈1,52 m)". Evidentemente, a etiqueta


utilizadas como um mecanismo permanente propriamente dita deverá estar visível pelo
de aviso. Essas fitas são destinadas ao uso sob menos a essa distância.
condições temporárias, como para bloquear
um local de trabalho ativo ou identificar um As etiquetas são comumente usadas como
risco que será corrigido em breve. Sendo assim, uma identificação para o cadeado de bloqueio/
os materiais utilizados nas fitas de advertência/ etiquetagem de um trabalhador, ao mesmo
isolamento não são destinados à exposição tempo fornecendo informações sobre a
prolongada às intempéries ou a ambientes natureza do trabalho sendo executado e
industriais. Fitas de isolamento são facilmente o nome e as informações de contato do
danificadas e, como outras mensagens de aviso trabalhador.
de segurança, devem ser substituídas caso
fiquem ilegíveis, sujas ou caso sejam rompidas. A psicologia da sinalização
Etiquetas de aviso de segurança
As etiquetas devem ser utilizadas como Infelizmente, os avisos geralmente não mudam
um meio de evitar ferimentos ou danos o comportamento das pessoas. Os avisos
acidentais aos trabalhadores expostos a acabam passando despercebidos ou, como vem 2
condições, equipamentos ou operações ocorrendo cada vez mais, o aviso é visto, mas é
perigosas, ou potencialmente perigosas, que ignorado. (Figura 20.4.)
sejam extraordinárias, inesperadas ou não
Os mesmos fatores comportamentais que
imediatamente identificáveis. (Figura 20.3.)
levam os trabalhadores a tomar uma decisão
As etiquetas só devem ser utilizadas para riscos
que resulta em um ato inseguro também se
temporários. Elas devem estar devidamente
aplicam ao trabalhador que acata (ou ignora)
posicionadas até que o perigo identificado
a sinalização de segurança. Como Marc Green
seja eliminado ou que a operação de risco
aponta em "The Psychology of Warnings",
seja concluída. As etiquetas não precisam ser
artigo publicado em Visualexpert.com:
usadas onde sinais, proteções ou outros meios
ativos de proteção são utilizados. O que importa é a percepção dos riscos,
perigos, controles e normas, e não os
As etiquetas geralmente são concebidas de
riscos, perigos, controles e normas
acordo com a norma usada para sinais de
reais. Isso pode parecer óbvio, mas vale
aviso de segurança, levando em consideração
ser dito explicitamente, pois muitos
suas dimensões tipicamente reduzidas e a
profissionais que concebem os avisos
necessidade de contar com um espaço para
são engenheiros. É pouco provável que
informações escritas à mão. Em geral, a
eles considerarem modelos mentais ou
etiqueta conta com alguma forma de fixação
conceitos psicológicos.
temporária, como um fio ou corda.

Conforme especificado pela regulamentação


29 CFR 1910.145)(f )(4)(ii) da OSHA Figura 20.4.
(Occupational Safety and Health Conforme os sinais se
Administration, Administração de Segurança tornam familiares, os
e Saúde Ocupacional), e de acordo com o avisos podem passar
entendimento do texto presente na revisão despercebidos ou
2016 da norma ANSI Z535.5, a palavra-chave, podem ser ignorados.
isto é, PERIGO, ADVERTÊNCIA ou RISCO
BIOLÓGICO, em uma etiqueta deve ser
"legível a uma distância de cinco pés

308
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

Em primeiro lugar, o trabalhador que vê um Em segundo lugar, o trabalhador geralmente


sinal deve decidir se irá obedecê-lo ou não. tem uma percepção do risco baseada na
A decisão é influenciada pela compreensão experiência, que pode ou não ser precisa.
geral do trabalhador (ou incompreensão) do
funcionamento do mundo em relação à tarefa Por último, o trabalhador inicia a tarefa com
em questão. um objetivo e uma estratégia para alcançar esse
objetivo. O objetivo pode ser específico,

Figura 20.5. Hierarquia de sinalização do ANSI Símbolo de segurança


Os requisitos dos universal
programas de sinalização
do ANSI e da ISO Lesões físicas são uma
AVISO São necessárias instruções
detalhadas de segurança?
são comparados. possibilidade plausível?
Não Sim
Sim INSTRUÇÕES
Morte ou lesões graves são
ADVERTÊNCIA

uma possibilidade plausível?


2 Não
Sim EQUIPAMENTO DE
SEGURANÇA
A morte é uma AVISO PRIMEIROS SOCORROS
possibilidade plausível?
Possível
Quase certo
PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS
PERIGO EQUIPAMENTO DE COMBATE A INCÊNDIOS

Hierarquia de sinalização da ISO


Avisa sobre riscos que podem resultar em lesões
ou ameaça à saúde.
Pode ser acompanhado de instruções adicionais Símbolo de aviso Símbolo de aviso
para explicar o motivo do aviso. geral geral

Especifica o comportamento proibido que


resultaria em risco imediato ou potencial de
lesões ou ameaça à saúde. Símbologeral
de proibição Símbolo de proibição
específica

Especifica uma ação obrigatória para proteger a saúde


e/ou evitar o risco de lesões. Símbolo de ação Símbolo de ação
obrigatória geral obrigatória específica

Identifica rotas de evacuação e pontos de


agrupamento. Indica a localização de equipamentos
de primeiros socorros e emergência, uma instalação Símbolo de condição
segura geral
Símbolo de condição
segura específica
de segurança ou uma ação segura.

Indica a localização do equipamento de


combate a incêndios. Símbolo de proteção
contra incêndios
Símbolo de proteção
contra incêndios
geral específico
309
Sinalização | Capítulo 20

"Quero concluir o trabalho o mais rápido do aviso" do fabricante de acordo com as


possível", ou mais difuso, "Quero garantir que normas relevantes dos Estados Unidos.
a pane não aconteça novamente".
Além disso, os objetivos dos dois sistemas,
Se o aviso indicar ao trabalhador que o embora similares, não são exatamente os
comportamento que permitiria que a meta mesmos, de acordo com um artigo do ano de
fosse alcançada de forma fácil e direta deve ser 2011, “Conflicting Issues Regarding Warning
evitado, então o trabalhador que lê o sinal fará Labels May Be Hazardous to Your Company’s
uma análise de custo-benefício. Health”, escrito por Jonathan R. Cooper
e Arun J. Kottha e publicado em In-House
Ao fazer essa análise, o trabalhador deve, Defense Quarterly, uma publicação para
então, considerar o perigo e o risco. Se o advogados empresariais. Para Cooper e Kottha,
trabalhador acreditar que há um grave perigo, o objetivo das normas ISO é "alertar as pessoas
então haverá um benefício maior em respeitar para um risco específico e identificar como o
o sinal de aviso. Por outro lado, a percepção de risco pode ser evitado", enquanto os objetivos
um perigo reduzido significa pouco benefício das normas ANSI são:
na conformidade e, assim, o respeito ao aviso
será reduzido. (1) estabelecer um layout visual
uniforme e consistente para os sinais 2
Green oferece uma visão geral para resumir a e etiquetas de segurança aplicados a
psicologia dos sinais de aviso: diversos produtos;
Em resumo, as pessoas que visualizam (2) minimizar a proliferação de designs
os avisos usam um modelo mental para e modelos de sinais e etiquetas de
realizar uma análise de custo-benefício. segurança para produtos; e
Os três principais componentes do (3) estabelecer um sistema nacional
processo são 1) custo da conformidade uniforme para o reconhecimento de
2) percepção do nível de perigo e 3) riscos potenciais de lesões para as
fatores de tomada de decisão pessoais, pessoas que utilizam os produtos.
sociais e culturais.
O sistema ISO está menos preocupado com as
variações e mais preocupado com a adaptação
As diferenças entre as normas das etiquetas de segurança a situações
As normas ISO recorrem de forma mais específicas. Por outro lado, as normas ANSI
significativa aos avisos com recursos gráficos têm uma preocupação maior com um sistema
do que as normas ANSI. Na verdade, os avisos padronizado. Como observado por Cooper e
da ISO podem ser exclusivamente gráficos. Kottha:
Por outro lado, a norma ANSI orienta que A teoria do ANSI é a de que (…) os
uma palavra-chave e um quadro de mensagem trabalhadores estarão mais seguros
forneçam as informações necessárias para o porque estarão condicionados a reagir
usuário do produto. (Figura 20.5.) às mesmas palavras-chave e estilos
Deve-se observar que os sistemas de avisos de avisos, e ficarão atentos aos avisos
ANSI e ISO têm força de lei. As diferenças sempre que forem expostos a eles. …
entre essas duas abordagens podem causar É possível harmonizar as normas
possíveis problemas de segurança e processos ISO e ANSI em uma única etiqueta
judiciais potenciais. Se um fabricante que "híbrida". Uma etiqueta de aviso
adere à norma ISO exporta seus produtos para ISO-ANSI híbrida teria uma imagem
os Estados Unidos, esse fabricante corre o risco ISO acompanhada de um quadro de
de ser responsabilizado com base na deficiência mensagem e a palavra-chave compatíveis
do aviso. A responsabilidade decorre da "falha com a norma ANSI. Isso, supostamente,

310
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

satisfaria os requisitos visuais da ISO e REGULAMENTOS E NORMAS


forneceria o texto exigido pelo ANSI.
Um grande conjunto de normas existentes
Porém, Cooper e Kottha continuam, fornece recomendações facultativas em relação
"Essa solução não é perfeita". à utilização e à concepção de informações de
segurança. Essas normas foram desenvolvidas
O sistema ISO não requer nenhum comando
por grupos e órgão multilaterais. Órgãos
verbal. Se um texto for incluído, a ISO não
encarregados da emissão de normas
fornece nenhuma orientação sobre a linguagem
representam órgãos internacionais, como as
que deve ser utilizada. Os esquemas de cores
Nações Unidas, a Comunidade Econômica
especificados são ligeiramente diferentes.
Europeia (EURONORM da CEE), a
No entanto, a etiqueta híbrida fica muito
International Organization for Standardization
próxima de uma conformidade total com
(ISO) e a IEC (International Electrotechnical
ambos os padrões.
Commission, Comissão Eletrotécnica
A Figura 20.6 mostra abordagens gráficas Internacional); e grupos nacionais, como
de várias normas para sinais de segurança o American National Standards Institute
que indicam o uso obrigatório de capacetes. (ANSI), o BSI (British Standards Institute,
A norma ANSI Z535 permite o uso de Instituto Britânico de Padrões), a CSA
2
representações gráficas em outras normas (Canadian Standards Association, Associação
(como a ISO 3864, nesse caso). O tipo de Canadense de Padrões), o DIN (German
sinalização híbrida indicada na norma ANSI Institute for Normalization, Instituto Alemão
Z535, mostrada na Figura 20.6, é uma de Padrões) e o JISC (Japanese Industrial
abordagem para empresas multinacionais que Standards Committee, Comitê Japonês de
tentam padronizar a sinalização de segurança Padrões Industriais).
em suas instalações.
Entre as normas de consenso, aquelas
desenvolvidas pelo ANSI nos Estados Unidos
são de especial importância. Desde meados da
Figura 20.6 década de 1980, cinco novas normas ANSI
Austrália Canadá
Esses recursos AS 1319 CSA Z321 voltadas para sinais e etiquetas de segurança
gráficos representam foram desenvolvidas, e uma importante norma
"Necessário o uso de foi revisada. As novas normas são:
capacete" em diversas
normas nacionais. • ANSI Z535.1 Safety Colors
• ANSI Z535.2 Environmental and Facility
África do Sul
Safety Signs
ISO
3864 SANS 1186 • ANSI Z535.3 Criteria for Safety Symbols
• ANSI Z535.4 Product Safety Signs
and Labels
• ANSI Z535.5 Safety Tags and Barricade
Tapes (for Temporary Hazards)
ANSI Embora haja muitos sistemas de aviso, a série
Z535 de normas ANSI Z535 parece ser aquela que é
ADVERTÊNCIA mais comumente seguida. O esquema de cores
da norma ANSI Z535.1 também parece ser o
CAPACETE mais comum e adequado às indicações para
OBRIGATÓRIO transportadores. (Figura 20.7.)

311
Sinalização | Capítulo 20

Austrália (ii) Sinais obrigatórios


A norma australiana que Indicam que instruções devem ser
abrange os sinais de segurança é a AS1319- seguidas.
1994 Safety Signs for the Occupational (iii) Sinais de limitação ou restrição
Environment. Para estar em conformidade com Impõem um limite numérico ou
a norma AS1319, o site australiansafetysigns. outro limite definido a uma atividade
net.au recomenda: ou utilização de uma instalação.

Os sinais de segurança são classificados e Sinalização de perigo


devem ser utilizados de acordo com sua Sinais que informam sobre riscos.
função, como a seguir: Elas estão subdivididas da seguinte
Sinalização regulatória maneira:

Sinalizações contendo instruções (i) Sinais de PERIGO


cujo descumprimento constitua Avisam sobre um risco específico ou
uma infração perante a lei, ou uma condição perigosa com possibilidade
violação de ordens permanentes, de representar uma ameaça à vida.
procedimentos de segurança ou [Esta categoria de sinal deve ser usada
APENAS se houver a probabilidade 2
outras instruções, dependendo do
tipo de controle imposto no local de de morte caso a mensagem seja
trabalho. Elas estão subdivididas da ignorada.]
seguinte maneira: (ii) Sinais de AVISO
(i) Sinais de proibição Avisam sobre um risco ou condição
Indicam que uma ação ou atividade perigosa sem possibilidade de
não é permitida. representar uma ameaça à vida.

Figura 20.7.
Cores de Palavra- Significado
segurança chave O esquema de cores
Indica uma situação de perigo iminente que, se não for evitada, especificado na norma
PERIGO resultará em morte ou ferimentos graves. O uso dessa palavra- ANSI Z535.1 parece
chave deve ser limitado às situações mais extremas. ser o mais comum e
adequado às indicações
Indica uma situação potencialmente perigosa que, se não for
AVISO para transportadores.
evitada, pode resultar em morte ou ferimentos graves.

Indica uma situação potencialmente perigosa que, se não for


ADVERTÊNCIA evitada, pode resultar em lesões leves ou moderadas.
Também pode ser usada para alertar sobre práticas inseguras.
Indica uma declaração da política da empresa direta ou
AVISO indiretamente relacionada à segurança da equipe ou à proteção
da propriedade.
Indica instruções gerais relativas a práticas seguras de trabalho,
GERAL lembretes sobre os procedimentos de segurança adequados e
localização dos equipamentos de segurança.

Indica a localização do equipamento de emergência para o


INCÊNDIO combate a incêndios.

DIRECIONAL As combinações das cores de segurança preta e branca ou


amarela são usadas para designar indicações de trânsito ou
ESPECIAL limpeza.

312
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

*OBSERVAÇÃO: O termo exigências mínimas para a sinalizações


advertência, usado em edições de segurança no trabalho. Elas exigem
anteriores da presente norma, agora que os empregadores forneçam sinais
foi substituído pelo termo aviso. de segurança caso outros métodos,
adequadamente considerados, não
A norma AS 1319 também aborda sinalizações possam abordar satisfatoriamente
com informações de emergência e sinalizações determinados riscos e caso o uso de
de incêndio. Esses dois tipos indicam sinalização possa reduzir ainda mais o
a localização, ou rotas para instalações risco.
relacionadas a emergências, como saídas,
equipamentos de segurança ou instalações de A norma que atende à diretriz é a versão
primeiros socorros, ou alarmes de incêndio mais atual da série de normas ISO 3864, que
e equipamentos de combate a incêndios, especificam os requisitos de design, incluindo
respectivamente. formas e cores, para os sinais de segurança.

Na seção 4.2.3 Sinalizações regulatórias e África do Sul


de perigo, a norma AS 1319 Safety Signs
for the Occupational Environment discute o Na África do Sul, de acordo
2 posicionamento dos sinais. A norma observa com a página “Safe-T-Sign at the workplace”
que a sinalização deve ser fixada de forma do site Foresightpublication.co.za, "O uso de
que, após visualizar o sinal, uma pessoa tenha formas geométricas, cores e símbolos gráficos,
tempo suficiente para reagir. em conformidade com a norma SANS 1186-1,
atende aos requisitos, transmitindo mensagens
Canadá de segurança rapidamente".

No Canadá, a norma Estados Unidos


CAN/CSA Z321-96 Signs and Symbols for the
Workplace não é mais obrigatória, mas ainda é A norma ANSI tem seis partes
amplamente usada. distintas:

Europa • ANSI Z535.1-2011 - Safety Colors


Fornece padrões de cores e tolerâncias,
Originalmente publicada em bem como definições técnicas.
1992, a Diretiva 92/58/CEE - sinalização de
segurança e/ou de saúde da União Europeia • ANSI Z535.2-2011 - Environmental and
especifica os requisitos para a disponibilização Facility Safety Signs
de sinais de segurança e/ou de saúde no Descreve os cinco tipos de sinalizações
trabalho. Os anexos da diretriz fornecem de segurança utilizadas em instalações,
informações detalhadas sobre os requisitos e descreve a sua utilização para um
mínimos para todas as sinalizações de reforço consistente e para a prevenção de
segurança e saúde. ferimentos.

No Reino Unido, o Health and Safety • ANSI Z535.3-2011 - Criteria for


Executive (Departamento de Saúde e Safety Symbols
Segurança) oferece a publicação Safety signs Lista os critérios para a utilização de
and signals, um guia contendo "orientações símbolos de segurança para identificar
práticas sobre como satisfazer aos regulamentos riscos específicos e ajudar as pessoas a
Health and Safety (Safety Signs and Signals) evitar ferimentos.
Regulations 1996". Estes regulamentos: • ANSI Z535.4-2011 - Product Safety Signs
... implementam a Diretiva 92/58/ and Labels
CEE do Conselho Europeu, relativa às

313
Sinalização | Capítulo 20

Define critérios de design para a Os avisos são oferecidos na forma de manuais


utilização de sinais de segurança em de instruções e sinalização. É responsabilidade
produtos. do usuário fornecer treinamento relativo
• ANSI Z535.5-2011 - Safety Tags and à utilização segura do equipamento, com
Barricade Tapes (for Temporary Hazards) base nos materiais fornecidos, e no uso
específico do equipamento ou sistema no
Fornece critérios de design, aplicação local. É responsabilidade do usuário substituir
e utilização de fitas de isolamento, sinalizações ausentes, desgastadas, ou ilegíveis.
etiquetas e outros meios de identificação (Figura 20.8.)
de riscos temporários.
• ANSI Z535.6-2011 - Product Safety Transportadores normalmente são construídos
Information in Product Manuals, e instalados para uso prolongado. Durante
Instructions, and Other Collateral Materials o período entre a data do projeto e o uso
atual, as normas aplicáveis poderão sofrer
Fornece informações para transmitir mudanças. Caso o equipamento tenha sido
instruções de segurança claras e reaproveitado ou adquirido usado, a linha de
eficazes, como manuais do proprietário, responsabilidade sobre os avisos adequados fica
instruções de montagem, guias do menos clara, e o usuário não deve presumir
usuário e instruções de manutenção. 2
que o equipamento conta com recursos de
Nos Estados Unidos, os regulamentos da segurança ou sinalização adequada. A maior
OSHA são definidos na norma CFR 29, parte dos fabricantes e integradores oferecem
seção 1910.145. Esses regulamentos exigem assistência para treinamentos, sinalização para
a utilização de sinais de segurança para reposição e avaliações de segurança de seus
indicar e definir riscos específicos que, sem equipamentos mediante solicitação.
identificação, podem levar a lesões acidentais
para os trabalhadores e/ou público ou a danos
patrimoniais. MELHORES PRÁTICAS
A OSHA também regula o design da O material de melhores práticas a seguir foi
sinalização propriamente dita. Os sinais retirado da publicação "7 Steps for Effective
devem ter cantos arredondados ou sem Safety Signage", de Paul Lawton, disponível
pontas e não podem ter bordas afiadas ou em ehsdailyadvisor.blr.com, e do guia New
projeções. Vermelho, preto e branco são as OSHA/ANSI Safety Sign Systems for Today’s
cores designadas para sinais de perigo. Sinais Workplaces: A Clarion Implementation Guide
de advertência têm fundo na cor amarela, e from Clarion Safety Systems.
o quadro é preto com caracteres em amarelo.
• Identifique todos os riscos:
O texto usado no fundo amarelo deve ser de
cor preta. A OSHA exige que a formulação o Identifique todos os riscos potenciais
das sinalizações de segurança indique ações em todas as partes de suas instalações.
positivas, em vez de negativas, e que seja Figura 20.8.
concisa e fácil de ler.
É responsabilidade
do usuário substituir
sinalizações ausentes,
Fabricante ou proprietário:
desgastadas, ou ilegíveis.
quem é o responsável?
É responsabilidade do fabricante ou dos
integradores fornecer avisos sobre perigos
previsíveis, na medida do possível, de acordo
com o uso esperado e ao qual são destinados os
equipamentos ou sistemas fornecidos.
314
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

o Identifique riscos extraordinários, o Identifique todos os equipamentos


inesperados ou que não sejam de segurança, como estações para
imediatamente identificáveis. a lavagem dos olhos e chuveiros de
• Selecione ou projete sinais de segurança, emergência.
[etiquetas] e rótulos adequados: o Identifique todos os equipamentos de
o Sinais e etiquetas também devem ter combate a incêndios.
formato coerente por toda a fábrica. • Use as etiquetas de forma adequada e
• Assegure composição, recursos gráficos e eficaz:
cores adequados: o Use as etiquetas como um meio de
o Utilize as normas ANSI ou ISO identificar condições, equipamentos
para selecionar e/ou projetar sinais e ou operações temporaria ou
etiquetas de segurança. potencialmente perigosas.

• Posicione a sinalização cuidadosamente: o Remova as etiquetas quando o


perigo identificado for eliminado,
o Os sinais devem ser facilmente
ou quando a operação de risco for
visíveis e legíveis à distância. Eles
concluída.
2 devem ser posicionados de maneira a
chamar o máximo de atenção para os o As etiquetas devem ser legíveis a uma
riscos existentes. distância mínima de 5 pés [≈1,5 m]
ou a distâncias maiores, em casos
o Os sinais devem ser fixados em locais
justificáveis devido ao risco.
para que os trabalhadores tenham
tempo suficiente para evitar o perigo. Além disso, é importante manter o programa
de sinalização:
o Para fixação em locais altos (por
exemplo, sinais de localização • Fixando nova sinalização sempre que
de equipamentos de incêndio e novos riscos forem apresentados.
segurança, sinais de SAÍDA fixados • Inspecionando anualmente, substituindo
no alto), posicione a sinalização a e limpando todos os sinais de aviso.
pelo menos 78 pol. [≈2 m] acima da
altura do pavimento. • Transferindo os sinais ao fazer
modificações ou alterações que afetem
o Para fixação em alturas médias, a visibilidade, ou a utilidade dos sinais
normalmente, a parte central do sinal existentes.
deve ser posicionada entre 45 pol.
[≈1,150 mm] e 66 pol. [≈1,675 mm] • Transferindo os sinais quando os
acima da altura do pavimento. equipamentos ou materiais que
representam um risco forem movidos.
o Para fixação em alturas baixas, por
exemplo, para sinais que marcam o
caminho da saída, o parte superior
do sinal deve estar posicionada a
não mais do que 18 pol. [≈450 mm]
acima da altura do pavimento, para
que o sinal possa ser visualizado sob
condições onde haja fumaça.
• Identifique os equipamentos de segurança
e os equipamentos de proteção contra
incêndios:

315
Sinalização | Capítulo 20

CONCLUSÕES Figura 20.9.


Sinal dos tempos Quando adequadamente
instaladas e mantidas,
Quando adequadamente projetados e fixados, as sinalizações oferecem
os sinais fornecem avisos às pessoas, ilustram um valioso benefício ao
a gravidade potencial de não respeitar o aviso programa de segurança
e oferecem instruções sobre como evitar os de uma operação.
perigos. (Figura 20.9.)

Marc Green conclui seu artigo "The Psyc-


hology of Warnings", no site visualexpert.com,
com este pensamento:

A criação eficaz de avisos é muito


mais do que a mera escolha da
cor, do tamanho, da localização,
da fonte ou mesmo da mensagem
certa. É fundamental compreender
o que a pessoa que visualiza está 2
tentando alcançar e como o aviso
afeta a realização desse objetivo. Em
seguida, o projetista deve considerar os
prováveis cálculos de custo-benefício
do observador. Por último, o projetista
deve considerar a experiência e o
conhecimento do observador, e como
ele se encaixa no mundo social.

A atenção à um programa de sinalização é


uma indicação direta da cultura de segurança
de uma operação. Manter a sinalização limpa,
conservada e atualizada é uma maneira de
mostrar que a segurança é importante.

316
2

Capítulo 21 Segurança dos sistemas elétricos


ao se trabalhar trabalhar com
transportadores
INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 317 INTRODUÇÃO
O transportador de correia e Eletricidade, transportadores
a eletricidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 318 e funcionários
Os riscos da eletricidade . . . . . . . . . . 319 Uma análise da literatura sobre segurança
em eletricidade mostra quão rapidamente
Trabalhos de manutenção o leitor se envolve no ‘debate do eletricista’,
e eletricidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 327 que abrange abrange termos e situações que
somente eletricistas ou engenheiros elétricos
REGULAMENTOS E NORMAS . . . . . . 328
treinados compreendem.
MELHORES PRÁTICAS . . . . . . . . . . . . . 330
Surge então a pergunta: por que não deixar
CONCLUSÕES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 331 a questão da segurança elétrica para os
eletricistas, esses profissionais qualificados,
treinados e que são experientes no trabalho
com cabos, motores, linhas de energia,
transformadores e outros componentes da
eletricidade industrial?

A quarta lesão mais comum no local de


trabalho é a eletrocussão, ou choque elétrico.
Eletrocussão, choque elétrico ou queimaduras
são resultados comuns de lesões elétricas que,
com frequencia, podem ser graves ou mesmo
317
Segurança dos sistemas elétricos ao se trabalhar trabalhar com transportadores | Capítulo 21

fatais. Os funcionários que lidam específica de potência (<37 kW). Os sistemas


e diariamente com eletricidade encontram-se médios variam de 50 a 1000 cavalos
sob maior risco com relação a lesões desse tipo, de potência (37 a 750 kW). Grandes
porém os que não estão familiarizados com sistemas são aqueles que se encontram
componentes e procedimentos elétricos de acima de 1000 cavalos de potência
manutenção, apesar de serem menos expostos, (> 750 kW).
também estão sujeitos a um significativo risco.
A CEMA lista as tensões comuns dos motores
Este capítulo destina-se a ajudar o funcionário usados em transportadores, como de 230, 460,
que não é eletricista formado a ter mais 575, 950, 2.300, 4160 e 6600 VAC.
segurança ao trabalhar em torno de sistemas
elétricos comuns enquanto estiver próximo Há inúmeros tipos de motores e conexões de
a um transportador de correia, manipulando alimentação, e isso se combina com o uso de
materiais. sistemas de transportadores transportadores
móveis e de fábricas portáteis. A má notícia
sobre as fábricas portáteis é que elas são
Transportador de correia e móveis e sujeitas a danos por causa dos ciclos
eletricidade de instalação e desmontagens. O outro lado
da moeda é que, como são periodicamente 2
Em geral, os transportadores são considerados transportadas e reinstaladas, as fábricas
sistemas mecânicos, e vários riscos relativos ao portáteis devem receber mais atenção e
transportador são de natureza mecânica. fiscalização do que os sistemas de uma
fábrica permanente, os quais muitas vezes são
Contudo, os transportadores usam inúmeros
instalados e depois ‘esquecidos’ até que haja
circuitos de baixa e alta tensão que podem
algum problema.
ser de corrente alternada (CA) ou de corrente
contínua (CC). Os dois tipos de tensão Os transportadores ficam quase sempre
trazem perigo de choque elétrico e de possível localizados em terrenos difíceis, e se espera
eletrocussão. que eles operem em situações desafiadoras,
inclusive sob condições meteorológicas
Segundo a referência feita pela Conveyor
adversas e em situações de sujeira e negligência.
Equipment Manufacturers Association
Essas circunstâncias tornam duplamente
(CEMA), na 7ª edição do livro Conveyors for
importante que a eletricidade seja tratada da
Bulk Materials (Transportadores para materiais
maneira adequada. Se a fiação não for feita
a granel):
da forma correta e distribuída por meio de
Com relação aos transportadores, os conduítes, pode haver perigo. (Figura 21.1.)
motores de indução em curto-circuito A estrutura do transportador pode se tornar
de corrente alternada (CA) ou motor energizada por contato com alguma fiação que
de rotor bobinado (WRIM) são os mais esteja com isolamento desgastado.
comuns. Máquinas de derivação de
Figura 21.1.
corrente contínua (CC) ou compostas
de rotor bobinado fechado raramente Fiação não devidamente
fechada/protegida em um
são usadas.
conduíte pode representar
Belt Conveyors for Bulk Materials prossegue: risco de choque elétrico.

...os sistemas de acionamento por


correia variam de potência fracionada a
vários milhares de cavalos de potência.
Os pequenos sistemas de acionamento
ficam muitas vezes abaixo de 50 cavalos

318
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

Além disso, muitos transportadores se superfície condutora. O arco elétrico


conectam a outros tipos de sistemas elétricos e pode produzir temperaturas tão altas
componentes, ou os incorporam. quanto 35 mil graus, podendo causar
queimaduras graves, perda auditiva,
lesões oculares, danos na pele por
Os riscos da eletricidade explosões de metal fundido, danos aos
O artigo do site reliableplant.com: “Dicas de pulmões e ferimentos por explosão.
segurança para ajudar a evitar lesões industriais Naturalmente, o choque elétrico também pode
por eletricidade” afirma que: levar a outras formas de lesão. Essas formas
incluem quedas resultantes de uma ‘reação
De acordo com o Safety and Health de sobressalto, à partir de um choque elétrico
(Instituto nacional de segurança e saúde inesperado, bem como queimaduras originárias
ocupacional, NIOSH), há quatro tipos do contato direto com o fogo resultante de
principais de lesões que podem ocorrer falha elétrica.
como resultado de acidentes com
eletricidade: eletrocussão (que se refere Outro perigo da eletricidade são os incêndios
à parada cardíaca resultante de choque elétricos. O artigo “Fire in the Workplace”
2 elétrico), choque elétrico, queimaduras (Fogo no local de trabalho) de Joe O’Connor,
e quedas por contato com a energia publicado em janeiro de 2004 na edição da
elétrica. revista Electrical Contractor afirma que:

Um documento de Richard Campbell e David os incêndios elétricos são responsáveis


Dini, de 2015, Occupational Injuries From por 22 por cento dos incêndios em
Electric Shock and Arc Flash Events (Lesões locais de trabalho. Esses incêndios são
ocupacionais resultantes de choque elétrico e frequentemente causados por defeitos na
eventos de combustão súbita generalizada), fiação, motores, interruptores, lâmpadas
publicado pela Fire Protection Research e elementos de aquecimento. ...
Foundation (Fundação de pesquisa sobre O calor ou faíscas gerados pelos defeitos
proteção contra incêndios) fornece o seguinte podem facilmente inflamar materiais
debate sobre lesões: combustíveis e inflamáveis.

Os principais eventos de lesões Choque elétrico


associados a riscos elétricos são choques
O choque elétrico só pode ocorrer quando
elétricos e arco elétrico, e combustão
o contato é feito entre dois pontos de um
súbita generalizada. Lesões por choque
circuito, quando tensão é aplicada sobre o
elétrico de baixa tensão resultam do
corpo de uma vítima.
contato direto da vítima com a corrente
elétrica, enquanto os choques de alta O choque elétrico pode ter efeitos sobre
tensão criam, em geral, um arco que o corpo humano que variam de efeitos
transporta a corrente elétrica da fonte pequenos a efeito fatal. Os choques mais
até à vítima, mesmo sem nenhum graves produzem queimaduras e danos aos
contato físico direto. A formação de órgãos internos. Até mesmo um choque que
arco elétrico, comumente denominada não resulte em lesão grave pode causar outros
descarga elétrica, ocorre quando a acidentes, como uma queda de altura quando
corrente passa pelo ar entre duas ou mais se leva um choque de maneira inesperada.
superfícies condutoras ou de condutores
terra. O arco elétrico tem várias causas A eletricidade requer que sua rota completa
possíveis, inclusive falhas de isolamento, (circuito) flua continuamente. Sem dois pontos
corrosão, condensação e presença de contato sobre o corpo para que a corrente
de poeira ou de outras impurezas na entre e saia, respectivamente, não há perigo de

319
Segurança dos sistemas elétricos ao se trabalhar trabalhar com transportadores | Capítulo 21

choque. É por isso que as aves podem pousar Quando o funcionário entra em contato com
com segurança em linhas elétricas de alta fios de alta tensão com uma chave, ou apenas
tensão sem serem eletrocutadas, pois fazem toca no fio, a corrente elétrica ‘percebe’ outro
contato com apenas um ponto do circuito. caminho para a terra.
Embora os pássaros pousem com os dois
pés, ambos os pés estão apoiados no mesmo O corpo humano normal tem uma resistência
fio, o que torna os pássaros eletricamente de contato de cerca de 500 ohms no ponto de
neutralizados. Eletricamente falando, ambos os contato com uma fonte elétrica. O corpo
pés da ave tocam o mesmo ponto, pois não há tem uma resistência interna de cerca de
uma diferença de potencial de tensão entre eles 100 ohms, e há outra resistência de corrente
que possa induzir o fluxo da corrente a passar alternada ou de impedância para a terra de
através do corpo do pássaro. aproximadamente 5000 ohms.

Para que os elétrons fluam através de um Sapatos com solado de borracha proporcionam
condutor, deve haver uma tensão presente que certo isolamento elétrico para ajudar a evitar
os motive. A tensão é sempre relativa a dois que os funcionários conduzam corrente de
pontos. Não existe tal coisa como tensão ‘em’ choque através de seus pés para a terra. No
um único ponto do circuito, por isso o pássaro entanto, os modelos mais comuns de calçados
que contata um só ponto do circuito não tem não são fabricados para serem intrinsecamente 2
tensão passando através de seu corpo para que seguros, uma vez que os solados são muito
uma corrente se estabeleça através dele. Figura 21.2.
Ao contrário dos pássaros, as pessoas em geral O aterramento
estão de pé, no chão, ou em uma estrutura adequado assegura
ligada à terra quando em contato com um fio que o circuito leve a
‘ligado’. Muitas vezes, um lado de um sistema corrente elétrica até a
de energia é intencionalmente conectado à unidade acionadora
I do transportador.
terra, e dessa forma a pessoa que tocar em um
único fio está realmente fazendo contato com
dois pontos do circuito, o fio e a terra.
A presença de um ponto intencional "terra"
em um circuito elétrico destina-se a assegurar o
lado com o qual é seguro entrar em contato.

Os circuitos de potência, em geral, têm um


ponto designado para ser ‘terra’, ou seja,
firmemente ligado a hastes de metal ou placas Figura 21.3.
enterradas no solo. Isso assegura que um Quando o funcionário
lado do circuito tenha sempre o potencial de se encosta no fio
aterramento, isto é, tensão zero em relação a de alta tensão, a
esse ponto e o solo. corrente encontra

A Figura 21.2 mostra o diagrama de um I outro caminho para a


terra, e o funcionário
circuito que move a energia elétrica de sofre o choque.
uma fonte até o motor de acionamento
do transportador. O motor é devidamente
aterrado de modo que não haja choque elétrico
para quem trabalha nas proximidades.

Figura 21.3 mostra a rota da corrente que


passa através de um funcionário.

320
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

finos e não são feitos da substância correta. a OSHA e a IEC (Independent Electrical
Além disso, qualquer umidade, sujeira ou Contractors, Inc.), o corpo humano, quando
sais condutores de suor do corpo no solado recebe um choque de determinado volume
comprometem o pouco valor de isolamento de eletricidade, chega a um ponto em que
que o sapato comum tem. Há sapatos feitos os músculos se bloqueiam, e, literalmente, a
especificamente para o trabalho elétrico pessoa ‘não consegue se soltar’ da ligação com
perigoso, bem como tapetes de borracha grossa a fonte elétrica O nível de ‘não conseguir se
feitos para se usar sob os pés enquanto se soltar’ é cerca de 10 miliamperes (mA), isto é,
trabalhava em circuitos eletrizados, mas essas 10 milésimos de um ampere. Quando ocorre
peças especiais devem estar em condições de o bloqueio muscular, o tempo de contato com
absoluta limpeza, e secas, para serem eficazes. a corrente elétrica provavelmente se estende,
e o risco de eletrocussão aumenta de maneira
O solo não é um condutor muito bom, pelo drástica.
menos não o é quando está seco. A sujeira
é um condutor muito pobre para apoiar a Em tensões abaixo de 56 volts de corrente
corrente contínua a fim de alimentar uma alternada (VCA), é difícil gerar 10 miliamperes
carga. Contudo, é preciso pouca corrente para (mA) através do corpo humano, de modo que
ferir ou matar um ser humano. Até mesmo 50 volts de corrente alternada são, em geral,
2
a baixa condutividade da sujeira é o bastante considerados tensão de segurança. As tensões
para oferecer uma rota para a corrente fatal seguras reais dependem de uma série de
quando há tensão disponível suficiente, o que fatores, inclusive da resistência de um corpo,
ocorre geralmente nos sistemas de energia de da capacidade da tensão de alimentação, a
transportador. qualidade da ligação terra e a duração do
Algumas superfícies de terra são melhores tempo de contato.
isolantes que outras. O asfalto, por exemplo,
por ser à base de petróleo, tem uma resistência Descargas elétricas
muito superior à maioria das formas de sujeira De acordo com “O que é descarga elétrica?”,
ou rochas. Portanto, estar de pé em pavimento publicação on-line redigida por Mike Holt na
asfaltado é um pouco mais seguro do que estar National Electric Code Internet Connection:
em solo descoberto. O concreto, por outro
lado, tende a ter uma resistência relativamente a descarga elétrica é resultado de uma
mais baixa em função da presença de água rápida liberação de energia devido a uma
e do teor químico condutor. Desse modo, falha de arco entre um barramento de
a corrente passa pelo concreto e por um fase e outro barramento de fase neutro
indivíduo que esteja de pé sobre ele com mais ou terra. Na descarga elétrica, o ar é o
facilidade. condutor.
As descargas elétricas podem ocorrer à partir
Conforme discutido em uma apresentação
de sujeira ou material estranho em uma
de Bruce Bowman, de 2012, denominada
caixa elétrica. Como os eletricistas trabalham
Electrical Safety in the Workplace (NFPA
em condutores ou circuitos energizados ou
70E), que fez parte de uma aliança entre
Figura 21.4. próximos a eles, tendo contato com os mesmos
e com suas falhas, o equipamento pode ter um
A descarga elétrica é
mau funcionamento. (Figura 21.4.)
resultado da rápida
liberação de energia A descarga elétrica é semelhante ao arco obtido
em função de falha durante a solda elétrica.
de arco, quando a
A postagem de Mike Holt na internet
corrente elétrica faz
prossegue:
pontes ou salta entre
dois contatos abertos.

321
Segurança dos sistemas elétricos ao se trabalhar trabalhar com transportadores | Capítulo 21

Os arcos elétricos limitam-se em riscos à saúde dos seres humanos.


geral a sistemas nos quais a tensão do
barramento é superior a 120 volts. Outra forma de ondas eletromagnéticas surge
Normalmente, os níveis mais baixos da utilização de imãs industriais.
de tensão não sustentam um arco, e Tanto eletroímãs como ímãs permanentes
a falha tem de ser iniciada de forma de terras raras são usados no manuseio de
manual por algo que cria o caminho de materiais a granel para remover metais não
condução ou uma falha, como desgaste desejados do corpo do material. Ao mesmo
no isolamento. tempo em que o ponto de instalação de alguns
ímãs é evidente, como grandes separadores
De acordo com um artigo intitulado eletromagnéticos sobre a correia, outras
“The Dangers of Arc Flash Incidents” instalações, como grelhas magnéticas, polias
(Perigos de incidentes por descargas elétricas), magnéticas e ímãs de elevação são menos
publicado na edição de fevereiro de 2004, a evidentes.
revista Maintenance Technology afirma:
Não há nenhum material que possa bloquear
A temperatura de um arco pode chegar o magnetismo. Os campos magnéticos passam
a mais de 5000° F [≈2760°C], à medida por plástico, madeira, alumínio e até mesmo
que cria um lampejo de luz brilhante e pelo chumbo, como se não houve presença 2
um alto ruído. Uma enorme quantidade de chumbo. Os materiais ferrosos, como
de energia radiante concentrada explode ferro, aço ou níquel podem conduzir campos
para fora do equipamento elétrico, magnéticos e redirecionar o magnetismo.
espalhando gases quentes, derretendo Para remover as forças magnéticas, o aço pode
metal, causando morte ou graves ser utilizado a fim de fornecer um atalho que
queimaduras por radiação, e criando redirecione o campo de magnetismo por uma
ondas de pressão que podem danificar rota alternativa.
a audição ou a função cerebral, e um
clarão que pode prejudicar a visão. Campos magnéticos intensos podem afetar
A rápida onda de pressão do movimento dispositivos médicos, como marcapassos,
também pode lançar material levando-os a mau funcionamento. Cartões
solto, como peças do equipamento, de crédito, dispositivos de armazenamento
ferramentas de metal e outros objetos de dados e outros tipos de mídias magnéticas
que, voando, podem ferir todos os que podem ser apagadas com a proximidade de
se encontrarem por perto. campos magnéticos fortes. A maior parte dos
modernos telefones celulares, computadores
Problemas com campos magnéticos e dispositivos de armazenamento de dados já
não dependem do armazenamento magnético,
Uma vasta quantidade de publicidade vem mas ainda assim podem ser danificados por
se concentrando nos efeitos dos campos fortes correntes magnéticas.
eletromagnéticos sobre a saúde, ou seja, ondas
de rádio associadas a telefones celulares. Há uma série de recomendações relativas às
Felizmente, a maioria das questões relacionadas distâncias de segurança de ímãs, que dependem
às emissões eletromagnéticas em torno de da força do magneto, de modo que é difícil
transportadores têm a ver com proteger o especificar uma única distância segura. Muitos
equipamento eletrônico e não com seus marcapassos modernos possuem uma função
efeitos sobre os seres humanos. Os grandes padrão automática quando detectam campos
motores e fontes de alimentação, associados fortes. Apesar disso, a maioria dos fabricantes
aos transportadores de fato geram ondas de separadores magnéticos recomendam que
eletromagnéticas, porém com frequências bem ninguém com marcapasso seja autorizado a
abaixo daquelas identificadas como geradoras trabalhar nas proximidades do separador, e que

322
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

Relâmpago como perigo elétrico


Em geral, os transportadores são grandes objetos de metal,
frequentemente instalados ao ar livre e elevados em relação
ao terreno circundante. Por causa disso, atraem raios e são
suscetíveis a eles.
De acordo com a monografia Lightning Safety in the Mining
Industry (Segurança com relação a raios na indústria da
mineração), de Richard Kithil, do National Lightning Safety
Institute (NLSI):
A fenomenologia dos raios para a terra, como se
entende atualmente, segue um comportamento
aproximado: o condutor descendente (canal de plasma
de gás) de um cúmulo-nimbo pulsa em direção à terra.
Exterminadores de ar baseados no solo, como cercas e
árvores, cantos de edifícios, pessoas, para-raios, [torres
de transmissão], postes de energia etc., emitem graus
2 variáveis de atividade elétrica induzida. Esses podem
responder por meio da formação de relâmpagos Este motor de acionamento elétrico está insuficientemente conectado
ascendentes. Nesse campo local intensificado, alguns à estrutura de metal, e assim, representa perigo caso o transportador
seja atingido por raios.
condutores provavelmente se conectarão a emissores
de descargas elétricas. Logo, o "interruptor" é fechado
e a corrente flui. Relâmpagos para a terra são a Em minas a céu aberto e operações de processamento,
consequência. Segue-se uma série de trovões de retorno. recomenda-se que os funcionários precisem fazer apenas de
3 a 4 minutos de caminhada a pé até o abrigo quando alertas
Dá-se um diferencial de tensão entre a nuvem e o solo.
vermelhos forem anunciados.
Uma vez que um canal condutor preenche a lacuna entre
os dois locais, ocorre uma descarga elétrica maciça. Este é o O NLSI recomenda o seguinte como aviso de segurança
‘movimento de retorno’ e a parte mais visível da descarga do relâmpago: “Com trovão audível, evacuar. Ao ver um raio,
relâmpago. abrigue-se imediatamente”.
O mercado oferece uma série de sistemas de detecção As principais regras para a segurança contra relâmpagos
de raios com diferentes graus de complexidade e custo. incluem o seguinte:
Os usuários devem tomar cuidado com o excesso de confiança • água e objetos de metal precisam ser evitados. Não fique
no equipamento de detecção. Os detectores não são perfeitos em locais mais elevados, inclusive telhados. Evite árvores
e nem sempre atraem continuamente todos os relâmpagos. isoladas.
Os detectores não conseguem prever um raio e não podem • Um edifício grande e permanente também pode ser
auxiliar com relação ao primeiro raio, ou eventos que surgem considerado um local seguro.
‘do nada’. • Veículos totalmente fechados, como vans, carros ou
Talvez o melhor detector seja o reconhecimento humano caminhões (com portas e janelas fechadas) são lugares
que pode criar uma equação entre o trovão e os relâmpagos. particularmente seguros devido a um efeito semelhante
Ouvir um trovão significa que o relâmpago está relativamente à gaiola de Faraday – na qual o relâmpago flui em torno,
próximo, e que é hora de procurar abrigo. fora do veículo e para o chão. Permaneça dentro do
Quando um raio é detectado, o NLSI recomenda os seguintes veículo.
tipos de cautela: O NLSI recomenda aguardar de 20 a 30 minutos após o
• Alerta amarelo – Relâmpago de 20 a 40 milhas último trovão ou relâmpago observados para poder retomar as
(30 a 60 km) de distância. Tenha cuidado. atividades.
• Alerta laranja – Relâmpago 11 a 19 milhas (16 a 30 km) O NLSI oferece uma série de instruções de segurança contra
de distância Mantenha-se alerta. relâmpagos. Consulte lightningsafety.com.
• Alerta vermelho - Relâmpago de 0 a 10 milhas Para mais discussões sobre segurança relativa a relâmpagos e a
(0 a 16 km). Suspender as atividades. Ir para o abrigo. transportador, Consulte o Capítulo 4 Botões e Sensores.
323
Segurança dos sistemas elétricos ao se trabalhar trabalhar com transportadores | Capítulo 21

todos os outros funcionários retirem metais Figura 21.5.


e dispositivos eletrônicos do corpo quando Correntes magnéticas
estiverem a 50 pés [≈15 M] aproximadamente. fortes presentes em
(Figura 21.5.) alguns equipamentos de
transportadores podem
A maioria dos acidentes ocorrem quando os
afetar equipamentos
funcionários transportam ou limpam o ímã, e ou pessoal.
para isso retiram metal do magneto.
Os ímãs podem ser instantânea e
violentamente atraídos por estruturas de
aço-carbono, inclusive rampas, vigas perfil
“I”, tubos ou outros magnetos. Se as mãos ou
dedos de um funcionário ficarem presos entre
o ímã e o aço-carbono, o funcionário pode ser
comprimido e, com quase certeza, gravemente
ferido.

Na movimentação de material a granel, a


liberação de pequenas peças desgarradas 2
de metal dos magnetos pode gerar riscos.
Em geral, as polias magnéticas usam ímãs
permanentes, e dependem do movimento
da correia para sua autolimpeza. Quando
a correia ultrapassa determinado ponto, a
Quando materiais diversos entram em
atração magnética não é mais tão forte para
contato, às vezes um material pode ‘tomar
ser percebida, e assim o metal recolhido cai da
emprestado’ os elétrons do outro, criando
polia. Quando a energia é interrompida nos
uma diferença de tensão pontual. Quando um
eletroímãs, o metal desprendido libera-se, e
material condutor entra em contato com essa
isso nem sempre ocorre no local de descarga
diferença de tensão local, as tensões se igualam
pretendido. Se a coleta na rampa ou na moega
e geram uma corrente de uma superfície para
de descarga do transportador é perdida,
a outra. “Transportador... as instalações são
o metal desgarrado pode causar lesões em
exemplos clássicos. Enquanto em operação, a
funcionários descuidados. Muitas vezes o
superfície da correia se afasta continuamente
metal desgarrado recolhido não é considerado
da superfície da polia, gerando eletricidade
uma forma de energia armazenada que
estática”. A nota técnica da NIBA,Tech Note,
precisa ser levada em conta e neutralizada no
prossegue:
procedimento de Bloqueio / Etiquetagem /
Travamento / Teste (LOTO / BOTO). As superfícies podem ser similares,
Devem ser colocados avisos de advertência nos dissimilares, condutoras ou não
locais onde se utilizam ímãs fortes. condutoras, porém a eletricidade
estática será gerada. À medida que o
Eletricidade estática
transportador funciona, a carga estática
De acordo com a nota técnica nº 9, Tech continua a se acumular e a aumentar, a
Note #9, da State Electricity Considerations não ser que seja sangrada para fora de
(Considerações estatais sobre eletricidade) da alguma maneira.
National Industrial Belting Association Em algumas aplicações, como no manuseio
(NIBA), uma carga estática é gerada “quando de grãos, é provável que a maior fonte de
duas superfícies em estreita proximidade eletricidade estática seja o deslizamento
deslocam-se uma em relação à outra”. dos materiais a granel para uma calha

324
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

de escoamento forrada com uretano ou As estatísticas da R. STAHL indicam que a


polietileno UHMW (polietileno de ultra alto eletricidade estática é a fonte de ignição de
peso molecular). As partículas individuais de nove por cento das explosões industriais por
carga são carregadas nesse momento, e levam partículas de poeira.
essa carga para a correia do transportador,
onde pode se acumular. As Guidelines for the Control of Static Electricity
in Industry (Diretrizes para o controle de
Segundo o manual, The basics of dust- eletricidade estática na indústria), publicadas
explosion protection (Fundamentos da proteção pelo Occupational Safety & Health Service
contra explosão por partículas de poeira), da (Serviço de segurança e saúde ocupacional)
R. STAHL Explosion protection GmbH, do ministério do trabalho da Nova Zelândia,
as descargas estáticas ocorrem na forma de acrescenta:
fagulhas “entre componentes aterrados e não
aterrados”. Os perigos adicionais [da eletricidade
estática] são a produção de choques
A descarga estática é capaz de: inesperados em seres humanos, os
quais podem resultar em lesão causada
... incendiar todos os gases e vapores e por ação reflexa involuntária, e a
2
quase todas as poeiras. ... Oitenta por possibilidade de que leituras errôneas
cento de todas as poeiras industriais sejam induzidas em instrumentos
são combustíveis, e até mesmo uma sensíveis nos quais há presença de
camada de pó de 1 mm [≈0.04 pol.] estática. Esses riscos podem ser menos
em uma sala fechada é o bastante para significativos quando comparados com o
desencadear uma explosão quando a problema da ignição, porém ainda assim
poeira é suspensa em redemoinho e se precisam ser levados em conta.
inflama.

Falha no aterramento elétrico


Uma conexão acidental correntes não forem idênticas, uma delas deve estar
entre a rede de energia vazando de modo indesejado, e o GFCI desliga a
e a terra é chamada de energia. Após a solução do problema, o dispositivo
falha de aterramento. deve ser redefinido manualmente por meio do botão
Falhas de aterramento de restabelecimento. Um GFCI normal tem um botão
podem ser causadas de teste ao lado de seu controle de restabelecimento. O
por diversos fatores, inclusive acúmulo de sujeira nos GCFI precisa ser testado pelo menos uma vez ao mês e
isoladores da linha de transmissão – o que cria uma é preciso manter um registro desses testes.
passagem de água suja para a corrente do condutor
até o polo, e até o chão, quando chove. As falhas de Os GFCIs protegem somente uma tomada, ou uma
aterramento podem também resultar da infiltração de série de tomadas a ele conectadas. O disjuntor do GFCI
águas subterrâneas nos condutores da linha de energia pode ser instalado em alguns painéis elétricos para
enterrados. Em vista das várias causas para que ocorram proteger todo o circuito de derivação. Plug-ins em linha
falhas de aterramento elétrico, essas tendem a ser e portáteis do GFCIs podem ser conectados a tomadas
imprevisíveis de parede do local onde as ferramentas de manutenção
serão utilizadas. Um terrível choque, se não fatal,
Um dispositivo de circuito por falha de aterramento pode ocorrer até que o GFCI corte a energia elétrica.
(GFCI) protege contra a eletrocussão. O GFCI Portanto, é importante usar o GFCI como medida de
funciona medindo a diferença de corrente entre a proteção adicional, em vez de simples substituto de
fiação ‘energizada’ ou ‘aquecida’ e o lado oposto. Se as práticas seguras.

325
Segurança dos sistemas elétricos ao se trabalhar trabalhar com transportadores | Capítulo 21

Os efeitos da eletricidade estática originam-se em um transportador típico, aterrado.


de tensão acumulada, uma descarga Ao mesmo tempo, as correias com
eletrostática subsequente que resulta em resistência elétrica de superfície de
um pulso eletromagnético e em corrente de 6 x 10 9 ohms e superiores retêm
descarga. cargas estáticas. Como resultado desse
trabalho, a BNCB concluiu que uma
Tornar todo o sistema suficientemente resistência máxima de 3 x 10 8 a uma
condutivo e devidamente aterrado pode condição segura em novas correias
controlar o acúmulo e o armazenamento de transportador de minas de carvão
de eletricidade estática. Isso significa que subterrâneas.
a correia, o revestimento da polia, a polia,
o rolamento, a estrutura e o aterramento Portanto, qualquer correia com resistência
elétrico devem estar eletricamente conectados. de superfície de 300 megaohms (300 x 10 6
Significa também que massa condutora seria ohms ou inferior) é considerada condutora
essencial para os rolamentos. de estática. (Consulte o Capítulo 15
Transportadores, correias e incêndios.)
Segundo a nota técnica 9, Tech Note #9, da
NIBA: Com relação às instalações nas quais a estática
gera riscos à segurança ou problemas à 2
Estudos extensos, realizados de 1950 produção, em que o material adere à correia,
a 1966, do British National Coal tampas de borracha especialmente fabricadas
Board (Comissão nacional britânica são disponibilizadas por todos os principais
do carvão), constataram que as correias fabricantes de correias.
com resistência elétrica, de superfície
de 1 x 10 9 ohms ou menos não retêm
carga estática quando funcionando

Dicas de segurança para ferramentas elétricas


Os funcionários da manutenção, muitas vezes, são • Não ignore o interruptor ON / OFF (LIGAR
obrigados a usar ferramentas operadas por eletricidade. / DESLIGAR). Não trabalhe com ferramentas
Seguem abaixo algumas das melhores práticas para a conectando e desconectando o cabo de
segurança quando se utilizam ferramentas elétricas. alimentação.
• Use ferramentas manuais movidas a bateria sempre • Não use equipamentos elétricos quando estiverem
que possível. molhados, nem em locais úmidos, a não ser que
• Mude todas as ferramentas para OFF o equipamento esteja ligado a um GFCI. Sempre
(DESLIGADO) antes de ligá-las à fonte de teste o GFCI antes de iniciar o trabalho.
alimentação. • Não limpe ferramentas com solventes inflamáveis
• Desligue e bloqueie o transportador e o ou tóxicos.
fornecimento de energia do componente antes de • Não trabalhe com ferramentas em áreas que
concluir todas as tarefas da manutenção. contenham vapores explosivos ou gases, a não
• Certifique-se de que todas as ferramentas tenham ser que as ferramentas estejam intrinsecamente
aterramento ou isolamento duplo. O equipamento seguras, e que você as utilize somente segundo as
aterrado deve ter um cabo aprovado de 3 fios orientações do fabricante.
com um plugue de 3 pinos. Essa plugue deve ser • Mantenha os cabos de alimentação afastados das
conectado a uma tomada de 3 polos devidamente ferramentas durante o uso.
aterrada.
• Teste periodicamente todas as ferramentas quanto
ao aterramento, e mantenha um registro desses
326
testes.
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

Trabalho de manutenção e / Travamento / Teste (LOTO / BOTO)


eletricidade podem haver fios ou estruturas energizados.
Em razão dos inúmeros componentes elétricos
O pessoal de manutenção pode ficar exposto a ou de práticas inconsistentes de manutenção,
vários perigos elétricos. Até mesmo com o uso há sempre uma chance de que a corrente
de procedimentos de Bloqueio / Etiquetagem elétrica seja ‘retroalimentada’ para a área ou
equipamento onde o trabalho é realizado. A
melhor maneira de proteger os funcionários de
manutenção é ter um eletricista inspecionando
Dicas de segurança para cabos de e testando os circuitos na área, antes do início
alimentação do trabalho.
Os cabos de extensão permitem que os funcionários usem É frequente que práticas de manutenção
equipamentos elétricos em locais remotos. Seguem abaixo algumas inadequadas coloquem o fornecimento
dicas para trabalhar com cabos de alimentação. elétrico e os componentes do sistema em más
condições, tanto no transportador como em
• Utilize extensões apenas para fornecer energia
torno dele. Essas más condições expõem os
temporariamente a uma área onde não há tomadas.
funcionários de manutenção e limpeza a riscos.
2 • Revise os equipamentos portáteis conectados por cabo e (Figura 21.6.)
plugue, extensões elétricas, barramentos e acessórios elétricos
para identificar danos ou desgaste antes de cada utilização. Seguem abaixo alguns problemas de
segurança elétrica dos quais se deve estar
• Erga temporariamente os cabos das extensões durante o uso
consciente quando se trabalha no entorno de
em corredores ou áreas de trabalho, para eliminar perigos de
transportadores de correia:
tropeções ou quedas.
• Quando necessário, prenda os cabos de extensão nas paredes • Água (ou condições de umidade) quando
ou no piso. Não use pregos ou grampos que possam danificar se trabalha com eletricidade.
as extensões e causar incêndio e choque. • Cabos no chão; fios e cabos em más
• Utilize extensões ou equipamento com as indicações corretas condições.
com relação ao nível de amperagem e potência em uso. • Compartimentos elétricos abertos,
• Substitua os plugues dianteiros abertos por plugues frontais caixas de derivação, tomadas descobertas
mortos. Os plugues frontais mortos são selados e apresentam e conduítes desconectados, todos os
menor risco de choque ou curto-circuito. elementos que possam expor fios e
conexões às condições ambientais e ao
• Não use extensões para carga leve em situações
estresse da movimentação.
não-residenciais.
• Conduítes mal localizados em relação a
• Não carregue nem eleve equipamentos elétricos pelo cabo de
outros componentes. A necessidade de
alimentação.
acessar os outros componentes distribuirá
• Não amarre os cabos com nós apertados. Os nós podem de maneira insatisfatória o conduíte e/ou
provocar curto-circuitos e choques. Enrole os fios ou use um colocará o funcionário em perigo.
plugue padronizado de trava por torção.
• ‘Passar por cima’ (ignorar) dispositivos de
• Substitua os conectores de 3 pinos quebrados e certifique-se de controle ou de segurança para reduzir a
que o terceiro pino esteja devidamente aterrado. ocorrência de ‘disparos’ prejudiciais.
• Mantenha os cabos de extensão afastados de calor, água e óleo.
Diversos desses problemas podem ser
Eles podem danificar o isolamento e causar choque.
identificados e corrigidos por meio de práticas
• Não permita que veículos passem por cima de extensões de inspeção e manutenção adequadas e
desprotegidas. Os cabos de extensão devem ser colocados em contínuas.
proteções para fios, conduítes ou tubos, ou serem protegidos
com a instalação de tábuas ao lado deles.
327
Segurança dos sistemas elétricos ao se trabalhar trabalhar com transportadores | Capítulo 21

O uso de ferramentas elétricas defeituosas ou Figura 21.6.


cabos de extensão gastos ou danificados expõe Más condições ou
o funcionário a riscos potenciais de choque e manutenção inadequada
eletrocussão. As ferramentas elétricas devem podem fazer com que os
ter isolamento duplo para reduzir a chance equipamentos elétricos
de criar um caminho para que a corrente ofereçam perigo.
flua, caso a ferramenta contate um condutor
energizado. Ferramentas elétricas, extensões,
iluminação portátil, ventiladores e outros
equipamentos eletricamente motorizados
e usados durante a manutenção devem
ser inspecionados com regularidade para
verificar se há danos e se o aterramento está
adequado. Ferramentas defeituosas devem ser ... Os operadores de soldagem devem
imediatamente retiradas do serviço, reparadas usar luvas secas e em boas condições,
ou descartadas. jamais tocar os eletrodos ou peças de
metal do suporte do eletrodo com a pele
Riscos elétricos de soldadura ou roupas molhadas, e se lembrar de se 2
A soldagem é uma atividade de manutenção isolarem do trabalho e do piso.
do transportador comum que expõe os
funcionários à possibilidade de choque REGULAMENTOS E NORMAS
elétrico. O choque elétrico ocorre se o soldador
tocar dois objetos metálicos quando houver Todo grande país possui leis relacionadas
tensão entre eles. Desse modo, o funcionário com a segurança elétrica que autorizam o
se insere no circuito elétrico. Por exemplo, se desenvolvimento de normas e regulamentos
um funcionário segurar um fio desencapado específicos. Normas e regulamentos são
com uma das mãos e um segundo fio projetados para aperfeiçoar todos os aspectos
desencampado com a outra mão, a corrente da segurança elétrica. Tanto há semelhanças
elétrica se moverá de um fio para o outro, como diferenças entre os regulamentos e
passando através do operador de solda, no normas de segurança de um país para outro.
caminho, fazendo com que o operador sofra
Nos Estados Unidos, a autorização geral para
um choque elétrico. Quanto maior a corrente,
a implementação de normas de segurança
maior será o risco de lesão ou morte.
elétrica é definida tanto na lei de segurança
O artigo Be Prepared: Five Potential Welding e saúde ocupacional Occupational Safety and
Safety Hazards to Avoid (Cinco perigos potenciais Health Act of 1970 (OSHA), como na lei de
de segurança em solda a evitar), de John segurança e saúde em minas federais Federal
Petkovsek, Diretor para meio ambiente, saúde Mine Safety and Health Act of 1977 (MSHA).
e segurança da Lincoln Electric Company, No Canadá, está em vigor a lei Safety
declara: Standards Act [SBC 2003], (Lei dos padrões
de segurança), Capítulo 39. Na Austrália, a lei
Em função de sua constante mudança National Electricity (South Australia) Act 1996
de polaridade, a corrente alternada (CA) foi adotada pelos demais estados soberanos
tem maior probabilidade de parar o participantes da Commonwealth. Na União
coração dos soldadores do que a corrente Europeia, a Directive 2006/95/EC – electrical
contínua (CC). É também mais difícil equipment estabelece as bases para as leis
fazer com que a pessoa que segura o fio nacionais relacionadas com a maioria das
venha a soltá-lo. tensões. No Brasil, a lei é a NR-10 Segurança
em Instalações e Serviços Elétricos (Safety in
O artigo prossegue com a observação de que:
Electrical Installations and Services).
328
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

Um requisito típico deve ser o seguinte: Austrália


Os equipamentos elétricos dos AS/NZS 3000:2007 Electrical
transportadores devem estar em installations (the Wiring Rules) - Instalações
conformidade com o Código Elétrico (da elétricas (regras de fiação)
jurisdição aplicável). Esse equipamento
inclui materiais, acessórios, aparelhos, AS/NZS 3017:2007 Electrical installations
dispositivos, elementos de fixação e outros – Verification guidelines - Instalações elétricas –
equipamentos utilizados no fornecimento Diretrizes para verificação
de energia elétrica de um transportador AS/NZS 3760:2010 In-service safety inspection
ou em conexão com um transportador, and testing of electrical equipment - Inspeção
incluindo dispositivos de desconexão da em serviço de segurança e testes de equipamentos
alimentação. elétricos
Em geral, as normas de trabalho em todo o Brasil
mundo são compatíveis com esses requisitos
de emissão da Segurança e Administração NR-10 Segurança em Instalações e
de Saúde de Minas (MSHA) nos Estados Serviços em Eletricidade
2 Unidos. As normas MSHA (em 30 CFR 56 /
57,1-2.006, 56 / 57,12016, e 56 / 57,12017) Canadá
requerem que, antes de dar início a trabalhos CSA C22.1-15 Canadian
em circuitos elétricos, a alimentação seja Electrical Code Part 1 (23rd Edition) safety
desligada, interruptores bloqueados e cartazes standard for electrical installations - Código
com avisos sejam assinados e publicados. elétrico canadense, Parte 1 (23ª edição) - Padrão
Ademais, muitas vezes há regulamentos de segurança para instalações elétricas
específicos de segurança elétrica relativos CSA Z462-15 Workplace Electrical Safety -
a certas indústrias, como mineração, ou Segurança do trabalho de eletricidade
para alguns tipos de equipamentos, como
transportadores. Esses regulamentos China
muitas vezes demandam práticas de fiação
DL 408-1991 Safety code of
especializadas e projeto seguro de componentes
electric power industry – Electrical
para ambientes perigosos, como as poeiras
part of power plants and transformer substations
explosivas presentes no manuseio de grãos.
- Código de segurança para a indústria da
Normas e regulamentos incidem normalmente energia elétrica - Parte elétrica de usinas e
sobre as qualificações de eletricistas; subestações de transformador
conformidade do produto com as normas
Europa
elétricas e métodos de fiação apropriados
para diversas aplicações e níveis de tensão e BS EN 50110-1:2013 Operation
corrente. Com frequência, há regras diferentes of electrical installations - Operação de
para a mineração e a indústria em geral. instalações elétricas Requisitos gerais
A tendência é incluir nos regulamentos os
códigos elétricos e vários padrões de referência. Estados Unidos
Em geral, as normas e regulamentos são
National Electrical Safety
de natureza técnica, e destinados ao uso de
Code® (NESC®) Segurança elétrica nacional
eletricistas qualificados e engenheiros elétricos.
O NESC, ou código de segurança elétrica
Alguns dos códigos e padrões elétricos comuns
nacional, é desenvolvido e mantido pelo
incluem:
Instituto de Engenheiros Elétricos e

329
Segurança dos sistemas elétricos ao se trabalhar trabalhar com transportadores | Capítulo 21

Eletrônicos (IEEE) norte-americano. O código Figura 21.7.


NESC é usado hoje em mais de 100 países Antes de se começar a
como base para suas normas de segurança trabalhar em qualquer
elétrica. sistema elétrico, o sistema
precisa estar desenergizado
NFPA 70: National Electrical Code® (NEC®) - e incluir um procedimento
Código elétrico nacional norte-americano. de bloqueio / etiquetagem.
NFPA 70E: Standard for Electrical Safety in the
Workplace®
NFPA 70 e NFPA 70E são publicados pelo
National Fire Prevention Association (NFPA)
- Associação nacional de prevenção de
incêndios.

MELHORES PRÁTICAS
Trabalhando com eletricidade ou
próximo a ela
Estas melhores práticas são destinadas ao
não-eletricista que precisa trabalhar em
transportadores ou em torno deles, e de outros
sistemas elétricos. Não trabalhe com nenhum
equipamento a não ser que um eletricista
qualificado tenha verificado e desligado o
equipamento e/ou fiação. (Figura 21.7.) • Desenergizar e assegurar que o circuito
A verificação diária dos sistemas de esteja visivelmente aberto.
transportadores deve incluir mais do que • Bloquear e etiquetar o dispositivo-
simplesmente seus componentes mecânicos; de desconexão.
deve incluir também as condições e o • Solicitar confirmação de um eletricista de
desempenho dos cabos e do mecanismo de que o circuito está desenergizado.
acionamento, assim como de outros controles
e componentes elétricos. • Não trabalhar em componentes que se
encontrem dentro de compartimentos
Antes de realizar trabalhos de eletricidade, o elétricos.
funcionário deve: • Solicitar um eletricista para aterrar
• Ser treinado em todos os testes elétricos todos os condutores de fase quando da
e equipamentos de segurança necessários realização de trabalhos em equipamento
para testar com segurança e aterrar o multifásico fornecido ou em torno dele.
circuito no qual irá trabalhar. • Usar o equipamento correto para o
• Realizar uma avaliação de risco. trabalho, inclusive isolamento elétrico de
ferramentas.
• Quando necessário, usar o equipamento
de proteção adicional, individual, • Conhecer a localização do desfibrilador
devidamente avaliado, de acordo com as automático externo (DEA) mais próximo
recomendações de um eletricista. para uma rápida utilização, se necessário.
(Figura 21.8.)
• Identificar categoricamente o circuito em
que o trabalho será realizado.

330
Seção 2 | Problemas com o transportador e soluções de problemas dos componentes

Figura 21.8.
É boa prática conhecer
a localização de um
desfibrilador externo
automático (DEA)
antes de trabalhar em
sistemas elétricos.

CONCLUSÕES
Isolando-se do perigo
As lesões elétricas representam um grave
2 problema de saúde e segurança no trabalho.
A necessidade de que haja funcionários
trabalhando nos transportadores de correia
ou próximos a eles – que são, em maioria,
se não todos, alimentados por motores
elétricos e ligados a outros componentes
elétricos, sensores e sistemas – significa que
os funcionários estarão em risco. Deve haver
treinamento e precauções estabelecidos para
garantir a segurança desse pessoal.

O treinamento é um requisito essencial para


a segurança dos funcionários e terceiros que
prestam serviço na fábrica. A segurança relativa
aos sistemas elétricos deve integrar o processo
de treinamento para as socializações iniciais
de 'inscrição' ou de ‘integração’ de todos os
funcionários, em particular daqueles que irão
trabalhar regularmente nos transportadores de
correia ou em seu entorno. A segurança relativa
aos sistemas elétricos deve ser também tema
frequente nas palestras instrutivas regulares de
‘caixa de ferramentas’ ou de ‘confraternização’.

331
Segurança dos sistemas elétricos ao se trabalhar trabalhar com transportadores | Capítulo 21

332
Seção 3 PRÁTICAS DE
TRABALHO SEGURAS
Capítulo 22
Carona em transportadores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 334
Capítulo 23
Trabalhando com segurança em torno de
transportadores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 346
Capítulo 24
Transportadores, material fugitivo e limpeza . . . . . . . . . . . 372
Capítulo 25
Bloqueio do movimento da correia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 390
Capítulo 26
Treinamento em segurança para se trabalhar com
transportadores de corre . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 402

333
Capítulo 22 Carona em transportadores
3 INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 334 INTRODUÇÃO
Carona na correia
Justificativas das caronas em
transportadores . . . . . . . . . . . . . . . . . 335 A prática de pegar carona em uma correia
transportadora para entrar e sair das minas
Os desafios do transporte tem uma longa história na mineração, mas a
humano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 337 atualização dos regulamentos sobre as práticas
Os perigos das caronas em de segurança só começou a aparecer na década
transportadores . . . . . . . . . . . . . . . . . 337 de 1990. A prática é chamada de carona em
transportadores.
Considerações sobre o design
adaptado para caronas em Os transportadores que permitem essa prática
exigem um conjunto de regras mais rigoroso
transportadores . . . . . . . . . . . . . . . . . 339
do que os transportadores de trajetos internos
REGULAMENTOS E NORMAS . . . . . . 341 curtos ou transportadores terrestres, uma vez
que eles podem transportar pessoas e materiais,
MELHORES PRÁTICAS . . . . . . . . . . . . 344 tanto no lado de carregamento quanto no de
retorno. Eles são normalmente encontrados
CONCLUSÕES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 345
nas minas. Para transportar trabalhadores ao
entrar e sair, os transportadores são inclinados
e, para carregar material triturado, voltam a
ficar na posição normal. (Figura 22.1.)

A lógica e algumas das considerações sobre


essa prática são explicadas na seção 603 (1)
do capítulo Part 36 Mining, publicado em

334
Carona em transportadores | Capítulo 22

Occupational Health and Safety Code 2009 instalações permitindo a prática de caronas
Explanation Guide da província canadense de em transportadores na Europa". Contudo,
Alberta: a prática de pegar caronas em correias
transportadoras ao entrar e sair das minas
Áreas de trabalho em minas de carvão é atualmente menos frequente devido à
subterrâneas ficam, às vezes, a uma velocidade mais elevada das correias dos
grande distância da superfície e em transportadores e ao desenvolvimento de
condições difíceis para caminhar. meios mais seguros de transporte de pessoal.
Em algumas minas subterrâneas, os No entanto, é ainda uma prática frequente em
trabalhadores pegam carona em sistemas várias minas subterrâneas ao redor do mundo,
de correia transportadora especialmente incluindo locais na Alemanha, Turquia e África
concebidos para o transporte de do Sul.
trabalhadores às suas respectivas áreas
de trabalho. Em alguns casos, todo
o sistema deve ser especificamente Justificativas das práticas de
projetado e certificado por um carona em transportadores
engenheiro profissional.
Os motivos para empregar sistemas que
Esse sistema inclui disposições sobre
permitem a prática de carona normalmente
como subir e descer do transportador
estão relacionados à rapidez com que os
em movimento e treinamento sobre
trabalhadores podem chegar aos seus postos,
como usar o sistema. O sistema também
sem atraso nem problemas; nesse caso,
deve incluir várias medidas de proteção
qualquer problema representaria uma despesa
à prova de falhas para evitar incidentes,
adicional. Em geral, as justificativas para a
por exemplo, se os trabalhadores não
prática de caronas em transportadores parecem
conseguirem sair da correia como 3
existir apenas para confirmar a justificativa
previsto, deve ser incorporado um
financeira, em vez de ser baseada em uma
método para interromper a correia antes
análise sobre a segurança e consequências.
que o trabalhador fique exposto a riscos.
Na transcrição do simpósio Underground Por exemplo, o artigo da Beltcon 5, The
Transport in Coal Mines de 1978, observa-se Planning of an Underground Manriding
que havia então "alguns milhares de Conveyor System for Iscor’s Tshikondeni Colliery,

Figura 22.1.
Caronas em
transportadores são
usadas nas minas
para transportar
os trabalhadores
até a superfície de
trabalho e de volta.

335
Seção 3 | Práticas de trabalho seguras

escrito em 1989 por W. Moller e E.R. Ascui, Fatores econômicos, operacionais e


expõe em sua introdução: de segurança forçaram a Iscor a olhar
atentamente os diferentes meios
de transporte de pessoal na mina
subterrânea Tshikondeni, onde o rápido
Figura 22.2. avanço da face dos túneis de forma
Pegar carona em um totalmente mecanizada resultou no
transportador de correia aumento do tempo de deslocamento
pode ser uma experiência
do pessoal que trabalha no subsolo,
desafiadora e até mesmo
desconfortável. diminuindo assim o tempo
disponível para exploração.
O tempo de disponibilidade da máquina
(MAT, machine available time) será
gradualmente corroído, a menos que o
transporte do pessoal seja melhorado
para limitar o tempo de deslocamento.

A agência do Reino Unido publica Alertas de segurança sobre caronas


em transportadores
O departamento Health and Safety Executive (HSE) do Os gestores de minas e os engenheiros devem,
Reino Unido publicou um Alerta de segurança sobre caronas portanto, garantir que farão tudo o que for
em transportadores. Esse Alerta abordava incidentes em razoavelmente viável para fornecer um meio eficaz de
que um trabalhador em um transportador ultrapassava a parar qualquer transportador habilitado para a prática
porta de segurança no ponto de descarga (plataforma de de carona, mesmo que esse transportador também
desembarque). A porta de segurança que evita essa passagem seja usado no transporte de minérios, para quando
se encontrava instalada pouco acima de 500 milímetros alguém ultrapasse a plataforma de desembarque ao
[≈20 pol.] do centro do transportador. permanecer na posição de bruços.

O Alerta de segurança do departamento de HSE observou Um segundo alerta foi publicado pelo HSE quando,
então que essa posição permitia que fragmentos de minério: na sequência de um procedimento de manutenção, um
transportador foi deixado inadvertidamente preparado para
... passassem sem ativar a porta, pois ela ficava muito operar no sentido inverso. Um trabalhador que embarcou
alta e permitia que uma pessoa na posição de bruços no transportador estacionário e estava sentado na correia
também passasse por baixo sem fazer com que ela sofreu lesões quando o transportador se deslocou no sentido
fosse acionada. inverso. Esse Alerta de segurança observou que:
O Alerta de segurança observou um incidente similar
em 1992 quando um mineiro experiente não conseguiu Deve-se levar em conta o risco de que uma pessoa
desembarcar de um transportador, passando por baixo da bata de costas em plataformas de embarque de
porta de segurança até provocar um acidente fatal. linha, ou no equipamento em suspensão sobre as
O Alert observou que: correias transportadoras ou em áreas de afastamento
convergente ou extremidades de transportadores,
Há claramente um aumento do risco para as pessoas assim com os efeitos das inclinações.
que se locomovem em transportadores quando uma
porta de segurança é colocada em uma posição alta O Alerta de segurança concluiu que:
para permitir a passagem de minérios, pois isso Quando um transportador precisar permitir a prática
também permite que pessoas passem por baixo sem de carona no sentido inverso, estritas medidas
acioná-la quando estão de bruços. de controle devem estar em vigor para garantir
O Alerta prosseguia da seguinte forma: que o transportador tenha retornado na direção
correta antes de permitir que outra pessoa entre no
transportador.
336
Carona em transportadores | Capítulo 22

As vantagens a serem adquiridas com das alturas até o teto ao longo do percurso
um transporte rápido e confortável da correia, ou da quantidade de carga e/ou
são óbvias; não pode haver nenhuma material de retorno na correia.
dúvida de que esses sistemas só podem
resultar na melhoria da produtividade, Embora a carona em transportadores permita
graças ao aumento do MAT e a que os economizar tempo e energia do trabalhador,
trabalhadores estão mais descansados. ao reduzir o esforço necessário para chegar ao
local onde o trabalho será de fato executado,
ela não é por natureza uma viagem segura e
Os desafios do transporte fácil.
humano
Alguns trabalhadores consideram que pegar Os perigos das
carona no transportador é mais confortável caronas em transportadores
do que percorrer o caminho em vagonetas
para pessoas ou veículos motorizados. Outros A prática das caronas em transportadores
trabalhadores confessam usar o transportador supõe inúmeros riscos. Esses perigos estão
como um taxi para se moverem, pegando relacionados com a segurança ao entrar e
caronas em correias que não estão autorizadas sair da correia, com os riscos de correias
nem projetadas para o transporte humano. danificadas ou rasgadas e com a dinâmica da
(Figura 22.2.) correia.
Os relatos de acidentes descrevem roupas largas
Mas muitos trabalhadores asseguram que sendo presas em pontos de pressão, falhas da
pegar carona em correias transportadoras não correia causando congestionamento de pessoas
é exatamente uma experiência prazerosa; não na parte inferior do transportador, falhas ao
é um passeio em um parque de diversões. desembarcar da correia no local apropriado 3
Transportar-se em uma correia transportadora e falhas do sistema de parada de emergência.
em minas supõe alguns desafios. Esses desafios A dinâmica de parada e partida de sistemas
multiplicam-se com as tarefas necessárias de transportadores longos ou rápidos, ou as
embarque e saída da correia. mudanças súbitas em que a correia cede devido
Os mineiros levam o equipamento de proteção a rolos ausentes podem provocar ondulações
individual típico, além de farol, bateria, auto- transitórias na correia, o que pode arremessar
resgate, rádio, ferramentas e, muitas vezes, os trabalhadores para fora da correia.
levam também a marmita ou mochila. O O relatório de 2001 Best Practice: Conveyor
trabalhador pode ter de dividir a correia com a Belt Systems, preparado pelo Safety in Mines
carga do transportador ou, no mínimo, com o Research Advisory Committee na África do Sul
material de retorno residual. [SIMRAC Report], inclui as melhores práticas
Percorrer passagens confinadas e escuras aplicáveis tanto aos transportadores de material
durante longos períodos, na velocidade da quanto aos transportadores que permitem a
correia, com tetos baixos e paredes apertadas prática de carona. Ele inclui também uma
é uma experiência desconfortável e até seção dedicada exclusivamente às melhores
assustadora. Mesmo quando a velocidade práticas sobre caronas em transportadores.
da correia é moderada, o percurso pode ser Pegar carona em transportadores com material
perturbante ou desorientador. – prática bastante comum em transportadores
Algumas caronas permitem o transporte de que permitem essa modalidade – pode ser um
pessoas sentadas; já outras caronas exigem problema. A publicação SIMRAC Report, na
que as pessoas estejam deitadas de costas seção 8.2.5, descreve que:
ou de bruços. A posição requerida depende

337
Seção 3 | Práticas de trabalho seguras

O risco supõe que o trabalhador poderá material ou deslizar sobre material solto
se machucar durante o embarque ou na correia durante o desembarque.
desembarque ao tentar pegar carona no
transportador quando houver material No Reino Unido, o Topic Report: Safe use of
na correia. O risco maior é de que belt conveyors in mines [HSE Topic Report] de
os trabalhadores possam tropeçar no 1993, dos executivos da segurança e saúde,
também abordou a carona em transportadores

Carona em transportadores não Acidentes em transportadores por categoria


permitida De 1986-87 a 1990-91

Com
Embora a prática de carona ofereça uma série de riscos, afastamento
Lesão Superior a três
o mais perigoso é a prática "não permitida", ou seja, Categoria Fatal grave dias
quando uma correia transportadora não tiver sido
projetada especificamente para essa prática. Isso ocorre Carona em transportadores: Acidentes
porque esses tipos de sistemas transportadores não são Carona em transportadores: – 7 52
projetados para acomodar o transporte de pessoal, e a má instalação ou
falha na manutenção dos
força de trabalho não é devidamente treinada.
padrões.
As estatísticas do HSE Topic Report mostram que Carona em transportadores: 1 19 46
dos acidentes com transportadores registrados no violação das regras de
transporte de gestores
período de cinco anos entre 1986 e 1991, a maioria
das mortes causadas por acidentes durante caronas em Carona em transportadores: – 9 154
aparente falta de
transportadores – na verdade a maior parte do total de
neo normal de causalidade
mortes em transportadores – foi atribuída às caronas
Carona em transportadores: 5 22 3
em transportadores sem permissão. Das oito mortes
não permitida
causadas por transportadores, cinco foram causadas
Acidentes não causados por carona – uso, instalação e
por caronas sem permissão, e houve uma que pode manutenção
ser atribuída a uma violação das regras de transporte
Espaçamentos ou proteções – 11 27
da gerência durante a carona. (Consulte a tabela.) inadequados
O relatório observou que 29% dos acidentes com
Manutenção em – 25 118
transportadores eram causados pela prática de carona, transportadores
incluindo seis mortes e 57 lesões graves. móveis ou emperrados ou nas
áreas adjacentes
O relatório constatou que os transportadores não
Manutenção em 1 15 262
expressamente projetados para permitirem a prática de transportadores
carona "não dispõem de meios seguros de embarque e parados ou nas áreas
desembarque nem outras salvaguardas necessárias para adjacentes
o transporte de pessoas e, frequentemente, não dispõem Uso indevido de equipamentos – 12 36
de espaçamentos adequados para tal prática". Chutes entupidos, queda de – 8 97
derramamentos
O HSE Topic Report estabelece:
Uso do transportador como – 6 55
Os trágicos acidentes a que se refere esta plataforma de trabalho
categoria só serão eliminados se as pessoas Uso do transportador para 1 – 32
resistirem à tentação de pegar carona em transportar materiais
transportadores não autorizados e se a Esbarrão ou queda ao – – 57
fiscalização das minas aplicarem rigorosamente as cruzar o transportador
regras de transporte da administração. Total de acidentes 8 134 939
Fonte: HSE Topic Report
338
Carona em transportadores | Capítulo 22

e observou que "transportadores com minério detecção poderão ser despejados no


podem dar origem a riscos específicos". chute, causando ferimentos graves e,
provavelmente, até mesmo a morte.
O HSE Topic Report ainda menciona que
o design do sistema e as regras para as suas Talvez o maior risco ao permitir caronas
operações devem assegurar que: em correias é a tendência a incentivar os
trabalhadores a se sentirem seguros para cruzar
(a) o minério assentado não apresente a correia e também para permanecer de pé,
espaçamentos inaceitáveis; pegar carona ou dormir nela.
(b) o embarque, a colocação e o
desembarque do minério sejam feitos
Considerações sobre o design
com segurança;
adaptado para caronas em
(c) o minério não role em
transportadores
transportadores inclinados;
(d) o pó no ar não afete a visibilidade; Devido aos riscos citados acima, os requisitos
e especificações de segurança para a prática
(e) espaçamentos sejam suficientes para
de caronas em transportadores são mais
evitar a possibilidade de provocar um
rigidamente controlados do que aqueles para
bloqueio.
sistemas transportadores de correia somente
Outro risco citado no SIMRAC Report era a para materiais.
possibilidade de haver água na correia. A seção
As especificações de transportadores quanto
8.2.8 diz:
à largura e velocidade da correia devem ser
Em um ambiente onde ocorrem caronas cuidadosamente levadas em consideração.
em transportadores, a presença de O HSE Topic Report especifica:
3
água deve ser evitada. A estrutura da
correia ficará escorregadia se estiver As velocidades para caronas
molhada. Cuidado e treinamento para normalmente não excedem 2,67
manter a correia seca devem ser práticas m/s [≈526 fpm] conforme declara as
incentivadas entre os trabalhadores. Se regras e códigos da British Coal. Para
houver possibilidade de que a correia velocidades superiores a essa, especial
esteja molhada, os trabalhadores não atenção deve ser dada para a largura
deverão embarcar, dado que podem do transportador, com a finalidade
escorregar e cair resultando em de auxiliar no embarque, e para os
ferimentos graves ou até a morte. espaçamentos verticais em toda a
extensão do percurso, especialmente
Outro risco na prática de caronas em
nas plataformas de embarque e
transportadores é que ela provoca um
desembarque. Recomenda-se que a
efeito hipnótico derivado do movimento
largura nominal de tais transportadores
rítmico, de baixa frequência sobre os roletes.
não seja inferior a 1,05 m [≈41,5 pol.]
Como resultado, não é incomum que os
e que os afastamentos verticais nas
trabalhadores durmam na correia. O SIMRAC
estações de embarque e desembarque
Report descreve na seção 8.2.6:
não sejam inferiores a 1,8 m [≈71 pol.].
Há um perigo importante associado à [...] As caronas em transportadores não
prática de caronas em transportadores devem ser permitidas em velocidades
quando os trabalhadores adormecem superiores a 3 m/s [≈591 fpm], a menos
na correia durante o transporte e que possam dispor de um método
não desembarcam corretamente. seguro para embarque e desembarque do
Os trabalhadores que dormirem na transportador. A prática convencional de
correia e passarem pelos sistemas de colocar um pé dentro e um pé fora da

339
Seção 3 | Práticas de trabalho seguras

Figura 22.3. estação apropriada. A distância de parada


Os cabos de parada de (desembarque) da correia deve permitir que
emergência devem ser o trabalhador que deixa passar o ponto de
posicionados para que desembarque e, em seguida, puxa a corda
as pessoas transportadas de parada não atinja o ponto de descarga.
possam operá-los com
(Figura 22.3.)
facilidade e segurança.
Talvez seja óbvio, mas deve-se ainda ressaltar
que nenhum transportador que termina em
correia transportadora não é considerada um triturador ou bunker deve ter autorização
segura em velocidades superiores a 3 m/s para permitir a prática de carona em
[≈591 fpm]. transportadores.
Os requisitos para controles da prática É imperativo que a correia nunca levante
de caronas em transportadores são muito os roletes, dado que isso poderia esmagar
mais rigorosos do que os controles de um trabalhador contra a estrutura do
transportadores normais, devido ao transporte transportador, recipientes ou paredes de ambos
de pessoas na correia. É essencial arrancar os lados.
e parar suavemente mesmo quando a carga
for assimétrica, para manter a segurança dos Um controle eficaz de aglomeração deve
trabalhadores na correia. ser fornecido para manter o espaçamento
e as práticas de embarque seguro quando
É essencial que sejam fornecidas cordas de um grande número de pessoas estiver no
segurança posicionadas de modo que todos os transportador, como durante as mudanças de
trabalhadores transportados possam facilmente turno.
operá-las.
3
As normas fornecem alguma orientação sobre
Um dispositivo de segurança nos pontos de as distâncias de espaçamento das estruturas e
descarga deverá ser fornecido para interromper outras obstruções e a distância entre as pessoas
a correia quando a pessoa não sair na transportadas.

Em 1984, a British Coal Corporation editou


Treinamento sobre segurança da carona Codes and Rules CR/13 – Underground Belt
em transportador Conveyors, que incluía as especificações para a
prática de caronas em transportador de correia.
O SIMRAC Report ofereceu algumas reflexões sobre os
Essas especificações definiam normas para
requisitos de treinamento para o uso seguro e bem-sucedido de
espaçamentos, velocidades da correia, estações
transportadores. Na seção 8.2.1 o relatório especifica que:
de embarque e desembarque e dispositivos de
Todas as instalações onde houver correias adaptadas à segurança.
prática de carona devem ter um centro de treinamento
Essas regras da British Coal Corporation para
pelos quais os visitantes e novos funcionários possam treinar
a prática de caronas em transportadores são
com um profissional qualificado, antes de passar a usar o
incluídas como anexo do livro Belt conveying of
transportador de verdade. Essa instalação de treinamento
minerals, escrito por E.D. Yardley e L.R Stace e
deve ser de preferência em uma inclinação e deve permitir
publicado em 2008 pela Woodhead Publishing
o transporte no lado de carregamento e de retorno. O
Limited, Cambridge, Inglaterra.
transportador de treinamento também deve dispor de
velocidade variável, para permitir que antes os alunos O artigo da Beltcon 5, The Planning of an
possam embarcar e desembarcar em uma velocidade mais Underground Manriding Conveyor System for
lenta... Quanto melhor o centro de treinamento simular Iscor’s Tshikondeni Colliery, incluiu um anexo
o ambiente real, ou seja, a velocidade da correia, layout da longo intitulado "Manriding Conveyors for
estação etc., maior será o benefício obtido.

340
Carona em transportadores | Capítulo 22

Underground Mine Use Proposed Standard de transporte de pessoas e de um método para


Based on International Standards". Os tópicos garantir que a pessoa transportada possa parar
discutidos nesse anexo incluem: a correia e que a velocidade da correia seja
suficientemente lenta para manter a segurança
• Limites de uso da pessoa transportada. Deve também
• Velocidade do transportador e avaliar os riscos dos pontos de pressão dos
inclinações roletes de carga e a interferência com o teto,
• Espaçamentos reforços e estruturas da mina, os métodos de
embarque e desembarque e o treinamento dos
• Estações de embarque e desembarque
funcionários.
• Requisitos relativos à correia
Canadá
• Dispositivos de segurança
• Sistemas de comunicação O documento Occupational
Health and Safety Code – 2009 de Alberta
• Iluminação detalha na seção 603 os requisitos para a
• Sinalizações e avisos prática de caronas em transportadores. As
• Inspeções necessárias (diárias especificações incluem:
e semanais) 603(1)
• Treinamento dos funcionários Um trabalhador não deve pegar
Essas normas propostas foram baseadas carona em uma correia transportadora,
no documento Codes and Rules CR/13 – a menos que a instalação do
Underground Belt Conveyors do British transportador seja certificada por um
National Coal Board, bem como nas engenheiro profissional e designada
recomendações alemãs para transporte de pelo empregador como correia 3
funcionários em correias transportadoras. transportadora habilitada para a prática
de carona.
603(2)
REGULAMENTOS E NORMAS O empregador deve assegurar que o
Austrália transportador designado como correia
transportadora habilitada para a prática
Na seção 3.7, a norma de de carona esteja em conformidade com
2015 da Austrália/Nova Zelândia os seguintes requisitos:
AS/NZS 4024.3611 Conveyors – Belt con- (a) não estar em lugar com inclinação
veyors for bulk materials handling proíbe superior a 15 graus do plano
que os transportadores de correia para horizontal;
manuseio de materiais a granel
sejam usados para transporte humano, exceto (b) ter uma altura livre ao longo de
onde não existam meios alternativos de todo o seu percurso de no mínimo
evacuação de emergência. 0,9 metros [≈36 pol.];
(c) ter uma correia cuja velocidade
A norma prossegue e diz que se o máxima seja de 2,65 metros por
transportador for usado para servir como saída segundo [≈520 fpm];
de emergência, ele deverá ser projetado para
tal. Uma avaliação de riscos de design deve ser (d) ter uma correia cuja largura seja de
realizada para reduzir os riscos do embarque, pelo menos 915 milímetros
transferência e desembarque de pessoas. Essa (≈3 pés);
avaliação de risco deve considerar a existência (e) ter plataformas de embarque com
de um método para colocar a correia no modo superfícies antiderrapantes que

341
Seção 3 | Práticas de trabalho seguras

(i) não tenham comprimento segurança para os trabalhadores que


inferior a 1,5 metro [≈5 pés] e precisam pegar carona em uma correia
largura de 0,6 metro [≈24 pol.], transportadora.
(ii) tenham uma altura livre de 603(4)
2,4 metros [≈8 pés] em toda Um empregador deve exibir os
a extensão da plataforma mais procedimentos operacionais de
10 metros [≈33 pés] além da segurança em transportadores adaptados
plataforma na direção em a para a prática de carona em locais bem
correia se locomove; visíveis e apropriados.
(f ) ter plataformas de desembarque com África do Sul
superfícies antiderrapante que
(i) não tenham comprimento O documento South African
inferior a 1,5 metro [≈5 pés] e Mine Health and Safety Act, (Act No. 29) de
largura de 0,6 metro [≈24 1996, conforme alteração de abril de 2015,
pol.], especifica:

(ii) apresentem corrimãos, 8.9(7)


(iii) tenham espaço suficiente para O empregador deve tomar medidas
permitir que os trabalhadores razoavelmente viáveis para assegurar
desembarquem sem precisar se que o uso, a operação e a inspeção
inclinarem; de transportadores habilitados para a
prática de carona estejam de acordo com
(g) ter iluminação elétrica nas a norma SANS 10266: 2006 – Edition
plataformas de embarque e 1 The safe use, operation and inspection of
3 desembarque; man-riding belt conveyors in mines.
(h) ter sinalização refletiva SANS 10266-2006, que substituiu a anterior
que indique claramente norma SABS 0266: 1995 Code of Practice,
(i) as plataformas de embarque, The Safe Use, Operation and Inspection of Man-
(ii) as plataformas de desembarque, riding Belt Conveyors in Mines.

(iii) as indicações das aproximações O artigo An Overview of the Installation


a 30 metros (≈100 pés), a 20 Of the First Man-Riding Belt Conveyor in a
metros (≈67 pés) e a 10 m South African Gold Mine, escrito em 1995 e
(≈33 pés) da plataforma de apresentado na Beltcon 09 por C.P. Hughes,
desembarque; oferece uma lista dos requisitos apresentados
(i) ter um dispositivo de segurança pela norma SABS 0266 anterior; os seguintes
que interrompa automaticamente tópicos é um resumo dos temas abordados:
a correia se um trabalhador deixar • Embarque e desembarque de plataformas.
passar a plataforma de desembarque;
• Barreiras de segurança nas plataformas de
(j) ter freios automáticos acionados embarque e desembarque.
quando a correia estiver parando;
• Estrutura lateral especial na plataforma de
(k) ter um dispositivo de segurança que desembarque da correia inferior.
pare automaticamente a correia, se
for detectado um rasgo ou ruptura. • Altura livre adicional acima das correias.

603(3) • Área adicional entre a rocha inclinada e


Um empregador deve desenvolver a parede lateral nas áreas da plataforma,
procedimentos operacionais de para garantir que haja suficiente espaço

342
Carona em transportadores | Capítulo 22

para as pessoas quando se locomovem. (a) Controles ativos de parada devem


• Um "desviador humano" antes da polia ser instalados ao longo de todos os
traseira. transportadores de correia utilizados
para o transporte de pessoas, e tais
• Um cabo de acionamento em toda a controles devem ser facilmente
extensão do transportador. acessíveis e estar em boas condições
• Um freio para evitar o descontrole e frear para que a correia possa ser parada ou
em 9 m [30 pés]. iniciada de qualquer local.
• Comunicação de áudio em cada (b) Transportadores de correia usados
polia principal [corda de parada de para transportar pessoas regularmente
emergência]. devem estar parados durante o
• Detectores de deslizamento da correia. embarque e desembarque.

• Detector de rasgo da correia. (c) Todos os transportadores de correia


utilizados para o transporte de
• Roletes de alinhamento da correia perto
pessoas devem ter um afastamento
de plataformas e de outras áreas conforme
vertical mínimo de 18 polegadas
necessário.
[≈457 mm] do projeção de teto
• Detectores de desalinhamento da correia. mais próxima quando medido a
• Percurso de "curso excessivo" que partir da borda da correia e pelo
ultrapasse cada plataforma de menos 36 polegadas [≈914mm]
desembarque. de espaçamento lateral nas zonas
de embarque e desembarque dos
• Correntes "despertadoras" cruzando a
transportadores de correia.
correia na plataforma de desembarque.
(d) Quando houver pessoas sendo 3
• Bloqueio de trepidação do chute.
transportadas regularmente em
• Iluminação adicional, alarmes, sinalização vagonetes de transportadores de
e avisos nas plataformas de embarque e correia, a velocidade da correia não
desembarque. deverá exceder 300 pés por minuto
• Roletes de retorno em V, com 10 graus de [≈1,5 m/s] onde a altura livre seja
inclinação e espaçados em intervalos 2 m inferior a 24 polegadas [≈610 mm]
[≈79 pol.], em vez de rolos planos. e não deverá exceder 350 pés por
minuto [≈1,8 m/s] quando a altura
• Escadas intermediárias para desembarque
livre seja igual ou superior a 24
das correias superiores após a parada.
polegadas [≈610 mm].
Estados Unidos (e) Iluminação adequada, incluindo
luzes coloridas ou sinalização
Embora a prática (autorizada) refletiva, deve ser instalada em
de caronas em transportadores nos Estados todos as estações de embarque e
Unidos seja limitada, os regulamentos desembarque. Tais luzes coloridas
da agência Mine Safety and Health e sinalização refletiva devem ser
Administration (MSHA) permitem a colocadas de modo que possam
prática em transportadores que estejam ser vistas por todas as pessoas
adequadamente equipados nas minas de que se transportam pela correia
carvão subterrâneas. Os regulamentos da transportadora.
MSHA sobre engates e vagonetas para pessoas
na norma 30 CFR 75.1403-5 especificam o (f ) Após o transporte de material em
seguinte: transportadores, as condições das
correias devem ser examinadas

343
Seção 3 | Práticas de trabalho seguras

Figura 22.4. transportadores se deslocarem


Alguns transportadores lentamente, a no máximo 0,4
habilitados para a m/s (80 pés/min), ou quando o
prática de carona são transportador incorporar uma
projetados para que estação especificamente projetada
as pessoas fiquem na
para as equipes operacionais.
posição de bruços.

MELHORES PRÁTICAS
para garantir a segurança, e os Segurança nas caronas em
transportadores de correia devem ser transportadores
limpos antes do transporte regular de
pessoas. Embora a existência de normas para o design
de correias adaptadas à prática de caronas
(g) Um caminho livre de pelo menos
indique a aceitação geral dessa técnica de
24 polegadas [≈610 mm] deve ser
transporte na indústria, essa prática ainda
fornecido em ambos os lados dos
causa acidentes graves e fatais. (Figura 22.4.)
transportadores de correia instalados
após 30 de março de 1970. Onde • A autorização de caronas em correias
houver suportes de teto instalados a transportadoras
uma distância inferior a 24 polegadas é uma prática que deve ser desencorajada
[≈610 mm] de um transportador de e descontinuada.
correia, deverá ser proporcionado
• Caronas não autorizadas devem ser
um caminho livre de pelo menos
desencorajadas em treinamentos, quando
24 polegadas [≈610 mm] de largura
observadas e, se a prática for repetida,
3 ao lado do suporte mais distante do
punida com pena que possa chegar até o
transportador.
cancelamento do contrato.
(i) Telefone ou outras comunicações
adequadas devem ser fornecidos Caso a carona em transportadores seja uma
nos pontos em que pessoas ou prática autorizada, algumas considerações
suprimentos são regularmente específicas de engenharia devem ser
embarcados ou desembarcados dos observadas. Elas são:
transportadores de correia. • Nenhum transportador usado na prática de
Os regulamentos da MSHA também caronas pode terminar em um triturador ou
estabelecem na norma 30 CFR 56.9200 silo.
Transporting Persons que: “As pessoas
não devem ser transportadas... • É essencial que sejam fornecidas cordas de
parada de segurança posicionadas de modo
(h) Em transportadores, a menos que que todos os trabalhadores transportados
sejam projetados para assegurar um possam facilmente operá-las.
transporte seguro. • Um controle eficaz de aglomeração deve
A norma ASME B20.1-2009 Safety Standard ser fornecido quando um grande número
for Conveyors and Related Equipment dos de pessoas estiver no transportador, como
Estados Unidos proíbe a prática de carona na durante as mudanças de turno.
maioria dos tipos de transportadores. Na seção • As pessoas que pegam carona em
5.12 Operation, fica estabelecido: transportadores devem reconhecer que
a prática só é segura se o sistema for
(d) Ninguém deve pegar carona no adequadamente projetado e mantido, se as
transportador, salvo quando os regras forem seguidas, se os funcionários

344
Carona em transportadores | Capítulo 22

mantiverem a disciplina e se as brincadeiras Figura 22.5.


forem evitadas. O treinamento sobre a
• Deve ser oferecido treinamento sobre as prática de carona deve
incluir as técnicas de
técnicas adequadas para a prática de carona
embarque e desembarque
em transportadores, incluindo o uso de apropriado da correia.
um simulador para ensinar como funciona
o embarque e o desembarque aos futuros
usuários. (Figura 22.5.)

CONCLUSÕES
Permissão da prática de caronas
em transportadores
Se a segurança fosse o único aspecto a ser
levado em consideração, nenhum trabalhador
jamais deveria usar uma correia transportadora
para entrar ou sair de uma estação de trabalho.
Embora seja uma regra de segurança comum
nunca sentar, permanecer de pé, passar ou
andar em uma correia transportadora em
movimento, é preciso reconhecer que em
algumas localidades ao redor do mundo, a
prática de caronas em transportadores é aceita.

Compete às instalações que dependem da 3


prática de caronas em transportadores que
seus sistemas sejam projetados, conservados e
operados nos mais altos padrões de segurança.
Além disso, a força de trabalho deve ser
treinada para respeitar devidamente o sistema
transportador e as técnicas apropriadas para
embarque, transporte e desembarque.

É essencial destacar que fica proibida a prática


de carona em instalações cujos transportadores
não estejam projetados nem equipados para tal
prática. A força de trabalho deve ser treinada
sobre por que essa prática é perigosa e sobre
as consequências em caso de violação dessa
proibição.

345
Capítulo 23 Trabalhando com segurança em torno
de transportadores
3
INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 346 INTRODUÇÃO
Gestão da segurança . . . . . . . . . . . . . 349 Há um vasto número de listas e artigos
publicados sobre práticas de segurança no
Práticas de trabalho para trabalho. O que se segue é uma tentativa de
aumentar a segurança . . . . . . . . . . . . 349 resumir o pensamento e as práticas atuais
para se trabalhar com segurança em torno
Bloqueio/Identificação/Travamento/
de transportadores. Estas informações
Teste (LOTO/BOTO) . . . . . . . . . . . . . . . 352
foram compiladas de uma série de artigos,
Exceção de manutenção de apresentações sobre segurança, sites, manuais
menor significação . . . . . . . . . . . . . . . 356 do proprietário e outros documentos, além
de terem sido filtradas e combinadas para
REGULAMENTOS E NORMAS . . . . . . 357 embasar o manuseio de materiais a granel
Sistemas seguros para limpeza e em transportadores de correia. Em geral, o
manutenção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 367 procedimento mais simples é o mais seguro,
porém os autores também reconhecem que,
MELHORES PRÁTICAS . . . . . . . . . . . . . 368 em um esforço para que fosse completo, este
capítulo é tudo menos sucinto.
CONCLUSÕES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 370
As informações a seguir apresentam um
guia básico para práticas a serem usadas por
supervisores e funcionários ao operarem,
limparem e fazerem manutenção de
transportadores com segurança, ajudando a

346
Trabalho seguro nas proximidades de transportadores | Capítulo 23

garantir um ambiente de trabalho mais seguro granel, seguem abaixo algumas das práticas de
durante o manuseio de materiais a granel em trabalho mais gerais e comuns. Obviamente,
transportadores de correia. nenhuma lista simples pode cobrir todos os
riscos e potenciais. Trata-se de orientações
Embora cada fábrica e cada jurisdição tenha que não são específicas para toda e qualquer
seu próprio conjunto de regras específicas para situação em particular. (Figura 23.1.).
o trabalho com transportadores de correia a

Lista geral para a segurança ao trabalhar com transportadores


Uma revisão completa e sistemática para identificar os riscos • OLHE: Identifique os riscos.
pertinentes a todas as tarefas e equipamentos é a base de • OBSERVE: Ferramentas, peças e competências
um programa de segurança bem concebido no trabalho apropriadas.
com transportadores. As listas a seguir são sugestões de
práticas que a gestão deve especificar, e que os funcionários • GERENCIE: Realize os atos necessários para
devem seguir a fim de melhorar a segurança em torno de confirmar que o trabalho esteja sendo feito com
transportadores de correia. segurança.

1. Ajuda mútua para trabalhar com segurança 6. Respeitar o transportador

• Relatar todos os quase-acidentes, ações perigosas • Não interrompa o plano de um transportador em


e lesões. movimento com o corpo ou com ferramentas.

• QUALQUER funcionário pode parar QUALQUER • Assuma que o transportador pode ser ligado a
trabalho em QUALQUER máquina a QUALQUER qualquer momento.
momento. 7. Treinar-se para o trabalho
• Confirmar que trabalha em estado de alerta, • Conheça o trabalho.
sem impedimentos e mentalmente apto.
• Leia e compreenda as instruções.
2. Ter autorização
8. Usar as ferramentas corretas
• Todos os funcionários devem ser autorizados e
treinados para realizar o trabalho. • Não use ferramentas quebradas ou danificadas.

• Usar o ‘Sistema de parceria’: ninguém está • Use as ferramentas corretas para o trabalho.
autorizado a trabalhar sozinho. • Não sobrecarregue transportadores ou equipamentos.

3. Uniforme adequado e os equipamentos de proteção 9. Segurança


individual (EPI) • Mantenha as proteções no lugar.
• Usar SEMPRE botas de segurança, capacete, • Mantenha as áreas restritas bloqueadas e os
proteção visual e auditiva. bloqueios no lugar.
• Usar os EPIs específicos do local. • Ao ver algo, informe sobre o que viu.
• Não usar joias, roupas soltas ou cabelos longos. • Esteja ciente dos perigos de sobrecarga e tráfego.

4. LOTO/BOTO 10. Limpo e organizado


• Realizar SEMPRE os procedimentos de bloqueio, • Limpe apenas quando for seguro limpar.
travamento, identificação e teste. • Remova o lixo, as ferramentas e o material descartado.
5. SLAM (STOP/LOOK/ANALYZE/MANAGE) • Um lugar para cada coisa e cada coisa em seu lugar.
• PARE: Pense a respeito da tarefa.

347
Seção 3 | Práticas de segurança no trabalho

Funcionário de manutenção
Segurança em torno de transportadores:

Funcionário de limpeza
De quem é a responsabilidade
Operador

Visitante
Gestão

Requisito de segurança

X Estabelecer procedimentos de segurança para a inicialização do transportador.


X Instruir os funcionários sobre como e quando usar dispositivos de parada de emergência, como fios de 'cabo de emergência'.
X Autorizar apenas funcionários devidamente treinados e cientes dos riscos de operar, inspecionar, reparar ou limpar o transportador.
X Proibir que os controles e salvaguardas do transportador sejam encobertos, modificados, ignorados, desqualificados ou mal-utilizados.
X Exigir que todas as medidas de segurança, tampas e controles estejam à vista quando o transportador entrar em operação.
X Treinar todo o pessoal em procedimentos de segurança do trabalho.
X Restringir o acesso ao transportador apenas aos funcionários cujos cargos exijam esse acesso.
X Estabelecer políticas e procedimentos de avaliação conjunta (JSA) para a realização de tarefas específicas em torno dos transportadores de correia.
X Assegurar que o acesso seguro seja fornecido a todas as áreas de trabalho.
X Treinar funcionários e visitantes no uso adequado e nos cuidados com seus EPIs.
X Oferecer treinamento de identificação de perigos aos indivíduos que observam, operam e trabalham nas proximidades do equipamento.
X Proibir parar, caminhar ou subir na no transportador em movimento.
X Investigar todos os acidentes com o pessoal e com o transportador, além dos quase-acidentes visando a identificar suas causas.
X Fazer alterações em equipamentos, materiais e processos de trabalho com relação a novos tipos de riscos.
X Fornecer acesso seguro a todas as áreas em que limpeza ou manutenção vierem a ocorrer.

3 X Testar e documentar mensalmente que todos os controles de segurança e paradas de emergência estejam funcionando adequadamente.
X Identificar todos os controles.
X X X X X Eliminar de imediato os perigos identificados.
X X Nunca sobrecarregar o transportador.
X X X Garantir que ferramentas adequadas sejam fornecidos, que recebam manutenção e que sejam utilizadas para a realização de todas as tarefas.
X X X Assegurar que os manuais do fabricante sejam verificados antes do início dos trabalhos.
X X X X X Relatar condições de insegurança.
X X X X Estar ciente de escadas, passarelas, calçadas e superfícies escorregadias.
X X X Certificar-se de que todas as pessoas estejam livres de obstáculos antes de operar o transportador.
X X X X Prender cabelo e roupas antes de se aproximar de transportadores.
X X X Limpar os componentes do transportador apenas quando for seguro.
X X X X Atravessar o transportador somente nos pontos de passagem designados.
X X X Retirar as etiquetas de ‘perigo’ ou ‘em reparo’ somente após o perigo ser eliminado ou o reparo concluído.
X X X Manter passarelas, passagens e áreas em torno do transportador livres de obstáculos.
X X X X Manter comunicação com todas as pessoas que trabalhem ao longo dos transportadores.
X X X Retirar todo o pessoal, ferramentas e materiais do transportador antes de inicializar a correia.
X X X X Não permitir que se utilize uma parada de emergência para desligar (rotineiramente) ou reiniciar o transportador.
X X X Desligar o transportador [LOTO/BOTO] para liberar, ajustar ou reparar roletes.
X X X Desligar e bloquear máquinas antes de limpeza, lubrificação, ajuste ou reparo.
X X X X Usar o procedimento de Bloqueio/Identificação/Travamento/Teste.
X X X Manter as pessoas e ferramentas afastadas das peças móveis.
X X X Controlar os materiais passíveis de queda, detritos e projeção.
X X X Recolocar as ferramentas nos locais corretos antes de o transportador ser reiniciado.
© Martin Engineering 2016
348
Trabalho seguro nas proximidades de transportadores | Capítulo 23

Gestão da segurança Figura 23.1.


Em muitas fábricas
A gestão da segurança começa na cultura há regras de segurança
corporativa. Se a direção da empresa defende detalhadas; no entanto,
a segurança mas se concentra na produção, documento algum pode
a mensagem é clara: a empresa enfatiza a cobrir todas as situações
produção em detrimento da segurança. e circunstâncias.

Hoje não resta dúvidas de que uma cultura


de segurança bem estabelecida e apoiada
resulta em operações mais limpas, seguras e
produtivas. Isso se reflete em resultados mais A fábrica precisa estabelecer e treinar a
rentáveis, melhores relações com a comunidade equipe para seguir políticas e procedimentos
e em um ambiente de trabalho de nível durante a realização de tarefas próprias dos
superior. transportadores de correia ou em seu entorno.
Somente pessoal autorizado, treinado e
As principais causas de diversos acidentes competente deve operar ou trabalhar na
demonstram que políticas, procedimentos e manutenção de transportadores e de outros
controles de gestão inadequados não asseguram equipamentos de manuseio de materiais.
que as pessoas sejam protegidas de perigos que
poderiam ter sido identificados, eliminados ou Antes de iniciar qualquer trabalho, é preciso
controlados. assegurar que os funcionários designados
tenham sido treinados e que compreendam
Até mesmo em uma operação com uma os riscos associados à tarefa. A menos que o
cultura de segurança estabelecida e eficaz, os trabalho do funcionário exija isso, ele deve
perigos do transportador nem sempre são manter-se afastado dos transportadores.
3
suficientemente vigiados para evitar o contato
acidental com partes móveis. As ações de O treinamento básico de segurança deve ser
proteção podem ser abandonadas ou omitidas repetido com frequência, em especial quando o
em um momento de pressa, e as pessoas que equipamento da fábrica for atualizado.
trabalham em torno dos transportadores As pessoas que trabalham com transportadores
nem sempre são suficientemente conscientes ou em torno deles devem conhecer a
dos perigos associados aos sistemas de localização e a operação de desligamento de
transportador. É responsabilidade da gestão emergência, entre outros sistemas de controle.
providenciar a manutenção do equipamento Todo o pessoal que trabalha próximo a
de segurança, reforçando continuamente as transportadores deve ser instruído sobre como
práticas de trabalho seguro. e quando utilizar as chaves de emergência a

Práticas de trabalho para Figura 23.2.


aumentar a segurança Funcionários que
trabalham em torno
Todos os funcionários devem ser devidamente de transportadores
treinados nos riscos de um ambiente de devem ser devidamente
manuseio de materiais a granel; nos perigos de treinados para
se trabalhar nos transportadores de correia ou evitar os perigos dos
em torno deles, e nos riscos e técnicas a serem transportadores e os
contemplados em cada trabalho específico. riscos do trabalho
(Figura 23.2.) a ser realizado.

349
Seção 3 | Práticas de segurança no trabalho

fim de poder parar o transportador. Os funcionários devem notificar


imediatamente o supervisor sobre todas as
A realização de uma verificação do local de condições ou práticas que possam representar
trabalho a cada turno pode evitar lesões ou risco para pessoal, equipamento, propriedade,
morte, pois riscos à saúde e à segurança podem materiais ou à instalação.
ser encontrados e corrigidos. Quando são
realizadas verificações no local de trabalho, os Equipamento de proteção individual
funcionários são protegidos, problemas são (EPI)
identificados e perigos eliminados.
Os funcionários devem trajar, utilizar e guardar
A cada turno, todos os postos de trabalho o equipamento de proteção individual (EPI)
devem ser verificados com relação a condições em conformidade com as normas da fábrica
inseguras. Havendo algum problema, informar e conforme as complementações feitas para
imediatamente o supervisor ou gestor sobre o tarefas específicas. Roupas folgadas, joias,
acontecido. cabelos compridos e despenteados e gravatas
Defeitos ou desgastes em ferramentas ou são proibidos em produção, armazenamento e
equipamentos devem ser relatados diretamente movimentação de materiais a granel.
ao supervisor da área. Não se deve tentar Em algumas localidades as vestimentas
reparar nenhuma máquina, equipamento apropriadas seguem as condições da fábrica ou
elétrico ou fiação que exijam pessoa qualificada do processo de produção. (Figura 23.3.)
e/ou autorizada. Os EPIs a seguir são exigidos
de modo quase universal:
Figura 23.3. ✔ Proteção ocular com barra lateral contra
3 Os funcionários devem impactos (óculos de proteção)
usar equipamentos de ✔ Proteção para a cabeça (capacetes)
proteção individual
(EPI) de acordo com ✔ Botas profissionais com bico de aço
as regras da fábrica e ✔ Proteção auditiva
com os requisitos do
trabalho a ser realizado. ✔ Meio de comunicação bidirecional
Outras formas de EPI frequentemente exigidas
incluem:

✔ Luvas
✔ Máscaras para inalação
✔ Macacão e/ou vestimenta com linhas
refletoras e/ou de tecido resistente ao fogo
✔ Equipamento contra quedas
Figura 23.4.
✔ Lâmpada frontal ou colete iluminado
Para garantir
a segurança dos A operação segura
funcionários, as
proteções retiradas Todo funcionário deve ser devidamente
para a realização da treinado quanto aos riscos de um ambiente
manutenção devem industrial (manuseio de materiais a granel);
ser recolocadas na riscos de trabalhar com um transportador
posição correta ao final de correia ou em seu entorno, e quanto às
do procedimento de técnicas específicas do trabalho a ser realizado.
limpeza e manutenção.

350
Trabalho seguro nas proximidades de transportadores | Capítulo 23

É quase impossível calcular a importância de Limpeza segura


manter todas as partes do corpo afastadas de
transportadores em funcionamento. Essa é a Proteja os funcionários, ajudando a manter
forma mais comum de ser ferido em torno a fábrica continuamente limpa e arrumada.
de um transportador. Conforme afirmaram É importante que a área em torno dos
James Normanton e Kris Porter em um artigo transportadores seja mantida isenta de material
de 2006, “Basic Conveyor Safety”, no boletim inerte e livre de sujeira, de óleo e de outros
informativo Belt Line da National Industrial materiais desgarrados, sempre que possível, a
Belting Association: “não ponha as mãos onde fim de assegurar que o equipamento continue
você não colocaria o rosto”. a operar de forma eficiente.
No entanto, pode ser perigoso fazer limpeza e
É imperativo que os funcionários nunca subam manutenção quando a correia está recebendo
em uma correia do transportador, nem se alimentação elétrica ou está em operação.
sentem nela, nem parem em cima dela, nem A limpeza em torno de um transportador em
ao menos a toquem quando em movimento, funcionamento só pode ser feita com extremo
em momento algum. Todo contato desse tipo cuidado e somente se todas as proteções
expõe o funcionário a risco de lesão devido tiverem sido levadas em conta. Certifique-se
a componentes que giram, a materiais em de que não haja ferramentas e objetos nos
movimento e a obstruções. quais se possa tropeçar ou deslizar na área em
Operar uma esteira sem proteção é uma das torno do transportador. Mantenha a área em
ocorrências mais perigosas e, infelizmente, torno dos transportadores livre de obstruções,
mais comuns nas indústrias que manuseiam como ferramentas, tubos de ar e mangueiras,
materiais a granel. As proteções são muitas peças descartadas ou novas e materiais de
vezes retiradas pelos funcionários para facilitar embalagem. Isso é especialmente comum
a manutenção. Isto expõe peças móveis que com relação às áreas próximas aos pontos de
3
se tornam extremamente perigosas quando carga e descarga do transportador, por onde os
passíveis de serem acessadas. (Figura 23.4.) funcionários passam e param para observar as
operações.
Os controles do transportador podem ser
muito importantes na operação segura de Medidas para evitar a fuga de material inerte
um transportador. Todos os controles e cabos no transportador trazem melhorias por
de tração precisam estar plenamente visíveis meio da redução dos trabalhos de limpeza e
e facilmente acessíveis, de modo que quem manutenção, os quais, por sua vez, reduzem
trabalha na área possa alcançá-los. as despesas da fábrica e a exposição do
Os transportadores devem ser verificados com funcionário a riscos. (Consulte o Capítulo 24
regularidade para certificar de que os controles Correias, material inerte e limpeza.)
funcionam corretamente, e que ninguém os
tenha modificado, feito mal uso deles, ou
Manutenção segura
desconectado. Treinamento deve ser dado a Hoje, as empresas que se preocupam com a
todos os funcionários sobre onde os controles segurança entendem a manutenção como uma
estão localizados e quando usá-los. atividade primordial da segurança, que precisa
Os transportadores não devem ser operados ser profissionalmente gerenciada, medida e
além da capacidade identificada (pelo projeto) executada de modo proativo, tanto quanto
e limites. Exceder a capacidade, a velocidade possível.
ou outra especificação do transportador leva a
Essas empresas sempre seguem os
derramamentos de material e à falha prematura
procedimentos adequados, inclusive LOTO/
do componente, e ambos levam a uma maior
BOTO. Há técnicos que se tornam às vezes
necessidade de manutenção, o que resulta
excessivamente confiantes em sua própria
no aumento da exposição dos funcionários a
capacidade de trabalhar com máquinas, mesmo
riscos.
351
Seção 3 | Práticas de segurança no trabalho

quando as máquinas estão ligadas à energia, Visitas seguras


por terem estado próximos a esses sistemas por
muito tempo e pelo motivo de os conhecerem Fábricas e minas sempre recebem visitantes.
bem. É importante que os funcionários — não Alguns visitantes são familiarizados com o
importa o nível de experiência — realizem ambiente industrial, porém há visitantes não
procedimentos preliminares antes de iniciar frequentes que podem estar desinformados
qualquer trabalho em um transportador ou em dos perigos comuns ao transportador. Muitas
qualquer outro sistema. vezes, os visitantes precisam ser guiados
por um funcionário experiente da fábrica.
É preciso verificar se todos os transportadores Em diversos países as normas de segurança
têm equipamento de segurança, e que tudo requerem treinamento específico sobre a
esteja corretamente instalado e operacional. fábrica para os visitantes que comparecem ao
local por certo número de dias ao ano.
É preciso evitar trabalhar em um transportador
em movimento, próximo a ele, ou com um Os visitantes da fábrica devem ser informados
transportador que possa entrar em movimento. sobre os requisitos de segurança; ser
(Consulte as seções de Exceção e segurança inspecionados quanto a possíveis problemas
durante serviço e manutenção.) com roupas ou cabelo, e receberem os EPIs
apropriados antes de terem autorização para se
Jamais retire as proteções para trabalhar em
aproximarem do sistema do transportador.
transportadores em funcionamento.

As análises de segurança no trabalho (AST)


devem ser executadas com relação a todas
Bloqueio/Identificação/
as tarefas de manutenção e atualizadas Travamento/Teste (LOTO/BOTO)
conforme as alterações feitas no equipamento, Estatísticas demonstram que um número
3 no mínimo a cada dois anos. Somente significativo de lesões e fatalidades ocorrem
pessoal autorizado (treinado e competente) durante inspeção, ajuste e manutenção de
deve operar ou fazer manutenção em transportadores. As lesões mais graves e os
transportadores e outros equipamentos de riscos mais comuns envolvem quedas com
manuseio de materiais. captura ou entrelaçamento nas peças da
Toda vez que houver dúvidas, pergunte. máquina em movimento. Muitos desses
Confirme com os gestores locais e funcionários perigos podem ser evitados se os sistemas
de segurança antes de iniciar/reiniciar as de transportadores estiverem devidamente
operações. isolados de fontes de energia antes da execução
de qualquer trabalho de manutenção. (Figura
23.5.)

O isolamento da fonte de energia é feito pelo


Figura 23.5. que é comumente denominado procedimento
O Bloqueio/Identificação de bloqueio/identificação. O uso de bloqueio/
da fonte de alimentação identificação é a tentativa de proporcionar
é parte fundamental de segurança aos funcionários de operações e
qualquer procedimento manutenção que trabalham em torno de
de manutenção máquinas, inclusive de transportadores.
industrial, em O procedimento típico de bloqueio/
particular de limpeza travamento — às vezes abreviado como LOTO
e manutenção do ou LO/TO — inclui as regras a seguir.
transportador de correia.
1. A todo funcionário é solicitado a colocar
um bloqueio pessoal na chave(s) de

352
Trabalho seguro nas proximidades de transportadores | Capítulo 23

desligamento da energia elétrica. Isso 5. Somente a pessoa que bloqueou o sistema


pode exigir um ou vários bloqueios. poderá desbloqueá-lo. Isso impede que
2. Somente o funcionário que coloca o alguém inicie inadvertidamente a correia
bloqueio tem a chave, e somente esse do transportador enquanto outra pessoa
funcionário pode remover o bloqueio. está trabalhando nela.

3. Se determinado número de funcionários A gestão da empresa é responsável pela


está trabalhando em determinada área, capacitação dos colaboradores com relação
cada um deve colocar um bloqueio na ao procedimento de bloqueio/identificação
fonte de energia. Alguns equipamentos utilizado no âmbito do trabalho. Mesmo
terão vários locais que podem requerer que a empresa tenha adquirido cadeados e
bloqueio. dispositivos de bloqueio para uma ampla gama
de aplicações, é fundamental assegurar que os
4. Cada funcionário que coloca um funcionários sejam adequadamente treinados
bloqueio também deve colocar uma para realizar os reais procedimentos de
identificação com seu nome, foto e bloqueio. Os funcionários autorizados devem
informações de contato. saber como isolar corretamente o equipamento

O que queremos dizer com LOTO/BOTO: Termos e Procedimentos


Para ter certeza de que há razoável compreensão sobre as despressurização, grampeamento, ou de
etapas do processo de Bloqueio/Identificação/Travamento/ qualquer método que impossibilite a
Teste, o seguinte pode definir as etapas do processo. movimentação não intencional de partes
mecânicas ou de materiais a granel.
Bloqueio Procedimento para que todos os
funcionários coloquem travas nas fontes Teste Fornece uma verificação final sobre se
de energia primária para assegurar que as um transportador (ou outro sistema)
máquinas permaneçam desenergizadas e está verdadeiramente DESLIGADO
inoperáveis enquanto limpeza, reparos ou por meio de se tentar reiniciar o sistema
ajustes são realizados. (pressionando o botão INICIAR, por
exemplo). Uma operação deve tentar iniciar
Identificação Colocação de uma etiqueta de ‘Aviso/ o transportador de correia ou equipamento
Perigo: não colocar em operação’ sobre interligado após a colocação do bloqueio,
o mecanismo de travamento conectado porém anteriormente ao início do trabalho
ao equipamento desativado. Etiquetas de manutenção. Outra maneira de
e sinais não são usados isoladamente; dizer isso é: ‘Testar’ (como em ‘Testar o
etiquetas ou sinais são usados juntamente equipamento’ ou ‘Testar os controles’).
com travamentos. As etiquetas devem Esse procedimento deve incluir as estações
indicar o motivo do bloqueio; o nome locais de início/parada e os controles
do funcionário que está trabalhando no remotos do sistema para certificar que os
equipamento; como essa pessoa pode ser controles corretos estejam desenergizados.
chamada e a hora em que a etiqueta foi
colocada. Usar o processo de quatro etapas de Bloqueio/Etiquetagem/
Travamento/Teste significa que a conclusão do
Travamento Imobilizar uma peça ou sistema mecânico procedimento de segurança de pré-trabalho pode demorar
para evitar movimentação ou liberação de um pouco mais, e, desse modo, atrasar potencialmente o
energia armazenada em qualquer direção, início dos trabalhos da manutenção de fato. No entanto,
o que representaria perigo para o pessoal. isso reduz o potencial de lesões para os funcionários.
As imobilizações podem ocorrer por meio
de travamento com pinos, aparafusamento,
353
Seção 3 | Práticas de segurança no trabalho

a fim de garantir que a energia perigosa seja • Recoloque as proteções da máquina.


reduzida a zero e permaneça assim até que a • Verifique os funcionários para se
manutenção seja concluída. Caso contrário, é certificar de que a área de trabalho está
iminente o risco de ferimentos ou morte. desimpedida e que todos eles estão em
No sentido de aprimorar a segurança segurança, afastados do equipamento
ao trabalhar com transportadores, os • Notifique a sala de controle e todos
autores defendem uma expansão do os funcionários envolvidos de que os
isolamento denominada procedimento de dispositivos LOTO serão removidos.
Bloqueio/Identificação/Travamento/Teste, • Remova os dispositivos de bloqueio.
frequentemente abreviado como LOTO/
BOTO. (Consulte O que entendemos por • Os funcionários que aplicaram os
LOTO/BOTO: Termos e procedimentos.) bloqueios em primeiro lugar devem retirar
(Consulte também o Capítulo 25 seus próprios dispositivos LOTO.
Bloqueando a correia.) • Confirme com a sala de controle e com
todos os funcionários envolvidos que os
Quando aplicadas corretamente, as dispositivos LOTO foram removidos.
melhores práticas de Bloqueio/Identificação/
Travamento/Teste são uma estratégia central • O alarme de inicialização soa.
para se trabalhar com segurança em torno • Coloque o transportador em execução
do transportador de correia e máquinas para testá-lo.
relacionadas. • Restaure a energia do transportador.
Liberação de bloqueio A assistência de funcionários autorizados
Quando o trabalho de manutenção ou adicionais pode ser necessária para energizar
3 de reparação é concluído, a ligação do determinadas seções ou partes do sistema que
equipamento que esteve bloqueado demanda não integrem a sequência unificada de um
igualmente um processo de várias etapas, usado único controle.
para garantir a segurança dos funcionários e Reinicie a lista de verificação.
para evitar danos ao próprio equipamento. É
importante observar que as quatro primeiras Em suas diretrizes de 2016, Safety Around
etapas do processo sugerido a seguir devem ser Belt Conveyors, a Conveyor Manufacturers
executadas antes da remoção dos dispositivos Association of South Africa, Limited fornece
de Bloqueio/Identificação (LOTO). a seguinte verificação de segurança para uso
anterior à inicialização do transportador:
• Verifique máquinas e equipamentos,
removendo ferramentas e itens não 4.6 Lista de verificação básica anterior à
essenciais do transportador e da área de inicialização do transportador
trabalho mais próxima. Certifique-se de que:
✔ ninguém esteja trabalhando na
Figura 23.6. correia;
Pode haver sérias ✔ as proteções tenham sido recolocadas
consequências se uma e que todas as travas de segurança
correia começar a se estejam em operação;
mover enquanto o pessoal
trabalha ou se encontra ✔ a área está limpa e livre de
nas proximidades equipamentos, detritos ou
do transportador. derramamentos;

354
Trabalho seguro nas proximidades de transportadores | Capítulo 23

✔ todos os dispositivos e equipamentos As consequências podem ser graves se um


de combate a incêndio estão transportador for ligado e começar a se
instalados e em funcionamento; movimentar quando houver funcionários nas
✔ todos os grampos foram removidos proximidades, trabalhando no transportador
ou liberados; ou próximos a ele. Nesse sentido, os
operadores de transportadores devem seguir
✔ todos os outros dispositivos de cunha procedimentos específicos para assegurar
de travamento [antirreversão] foram que o transportador esteja livre de objetos
removidos; estranhos e de pessoas antes da partida.
✔ o sistema tensor está em Porém, ainda existem os riscos de que algum
funcionamento. operador menos perspicaz não verifique se há
funcionários no transportador ou próximo
Segurança desde o início a ele, funcionários esses que estarão em
As regras de segurança exigem que nenhum perigo se ocorrer um breve movimento do
transportador seja iniciado a menos que a transportador.
pessoa que apertar o botão esteja certa de que
Depois que três funcionários morreram em
todos os outros funcionários foram afastados.
um período relativamente curto quando
Desse modo, as normas especificam que haja
os transportadores de correia em que cada
um sistema de alarme positivo audível ou
um deles trabalhava (individualmente)
visível para atender a diferentes condições
foram iniciados sem aviso prévio, a MSHA
industriais. (Figura 23.6.) (Consulte o
(Mine Safety and Health Administration,
Capítulo 5 Alarmes de inicialização.)
Administração de Segurança e Saúde em

A publicação “Safety Idea” aprova Bloqueio, Identificação e Travamento

Em 2010, a Mine Safety and Health Administration com possibilidade de ser iniciada. Lembre-se de
(MSHA) dos Estados Unidos publicou o seguinte PARAR e pensar a respeito dos procedimentos para
como ideia de segurança para o programa de prevenção de salvar vidas abaixo.
acidentes Accident Prevention Program Safety Idea AP2010-
98976: • Desenergizar
Pare a correia desligando a energia e desconectando
Antes de trabalhar ou de subir em uma o circuito elétrico no painel de disjuntores ou centro
correia do transportador, desenergize-a, bloqueie e de controle de motores.
identifique-a, travando-a contra movimento.
• Bloqueio e Identificação
De 2000 a 2010, cerca de 30 mineiros foram mortos
em torno de correias de transportador de superfície e Após o desligamento da energia, bloqueie e
subterrâneas. Mais de metade dessas mortes poderiam identifique para assegurar que a transportador de
ter sido evitadas se os mineiros e os operadores de correia não seja energizada enquanto você houver
minas tivessem utilizado e praticado os procedimentos pessoas trabalhando em torno dela.
que se seguem para trabalhar em torno de correias de • Travamento contra movimentação
transportador.
Acidentes ocorreram quando energia armazenada
• PARAR movimentou uma correia do transportador e
Não trabalhar ou subir em um transportador em prendeu alguns mineiros desavisados. Fixar a correia
funcionamento, e não tentar colocar o braço ou para evitar movimentação não intencionada ajuda a
alguma ferramenta perto de um rolo ou outra peça garantir a sua segurança.
em movimento quando a correia estiver ligada ou

355
Seção 3 | Práticas de segurança no trabalho

Figura 23.7. Exceção de manutenção de


Vários regulamentos menor significação
permitem que alguns
procedimentos sejam Há gestores que pensam que trabalhar sobre
realizados enquanto uma esteira em movimento sob todas as
a correia está em circunstâncias é contra a lei. No entanto, a
movimento. maioria dos regulamentos aceita que alguns
ajustes e atividades de manutenção sejam
executados enquanto a correia está em
movimento. Do ponto de vista prático, há
procedimentos que precisam ser realizados
Mineração) dos Estados Unidos, publicou
com o transportador em execução, como
um alerta de perigo para tratar dos riscos
preparar a correia de modo que ela se encaixe
da inicialização de transportadores. Para
no centro. Além disso, existem muitas
aprimorar a segurança dos funcionários que
atividades relacionadas a manter a correia
trabalham com transportadores, o Alerta de
rodando com limpeza, como manutenção
perigo da MSHA: Fatalidades da inicialização
para limpeza da correia, que podem ser
de transportador, aconselhou o seguinte:
realizadas com segurança — dentro dos
• Remova a energia elétrica, bloqueie e limites especificados — com a correia em
coloque identificações no motor elétrico funcionamento. (Figura 23.7.)
• Estabeleça e obedeça aos procedimentos Essas tarefas são conhecidas como exceções de
de segurança do trabalho manutenção de menor significação ou exceções
• Treine os mineiros em relação à segurança da manutenção. Essas exceções aplicam-se
geral e a tarefas atribuídas somente a atividades menores de manutenção
3
que devem ser executadas durante as operações
• Mantenha comunicação com todos os
normais de produção – por exemplo, uso de
mineiros
uma máquina para a função de produção
• Verifique visualmente os transportadores pretendida – necessárias para que a produção
antes da inicialização prossiga sem interrupção.
• Tenha um registro numérico de todos
os mineiros que compõem a equipe de Essas exceções aplicam-se somente no caso
trabalho de o empregador fornecer proteção alternativa
eficaz contra energia perigosa.
• Providencie [e use] um alarme de pré-
inicialização Para ser considerada ‘manutenção de
• Soe o alarme antes da inicialização do menor significação’, conforme definido
transportador pela Occupational Safety and Health
Administration (OSHA) dos Estados Unidos,
• Utilize proteção contra quedas quando
em uma publicação de tópicos importantes de
houver risco de quedas
seu site, intitulada Relationship of 1910.147,
• Forneça e mantenha um meio seguro The Control of Hazardous Energy (Lockout/
para acessar todos os locais de trabalho Tagout) Standard, to Subpart O, Machinery and
Machine Guarding Standards a atividade deve
Ao mesmo tempo em que os avisos de pré-
ser:
inicialização (sinais sonoros e/ou visuais)
são necessários, é importante que sejam • De rotina: Realizada como parte do curso
acionados de fato, e que sejam ouvidos pelos de um procedimento regular e básico.
funcionários. Quando o alarme soar, os
• Repetitiva: Repetida regularmente por
funcionários devem sair do transportador, e/ou
integrar o processo ou ciclo de produção.
puxar a corda da chave de emergência.
356
Trabalho seguro nas proximidades de transportadores | Capítulo 23

• Integral: Inerente ao processo de REGULAMENTOS E NORMAS


produção e realizada por integrar esse
processo. Austrália
Exceção de manutenção de
É importante notar que a exceção de menor significação
manutenção de menor significação é aceitável
somente enquanto a operação executada Na Seção 5.1 Maintenance Involving Stored
substituir o Bloqueio/Identificação com Energy, a norma australiana AS NZS
“medidas alternativas eficazes de proteção”. 4024.3611:2015 Conveyors – Belt Conveyors
A norma da OSHA especifica também: for bulk materials handling proíbe que a
manutenção seja realizada, a menos que toda
Algumas medidas alternativas aceitáveis a unidade e a energia armazenada tenham sido
incluem ferramentas projetadas descarregadas e/ou isoladas. Em circunstâncias
de maneira específica, dispositivos em que não é razoável isolar ou descarregar as
remotos, proteções de travamento energias armazenadas, os riscos precisam ser
em barreira, disjuntores locais ou eliminados por meio do controle da energia.
chaves de controle sob monitoração
exclusiva do funcionário que realiza a Todas as atividades de manutenção que
manutenção de menor proporção. Essas precisarem ser executadas quando a energia
medidas alternativas devem habilitar o armazenada ainda estiver presente no sistema
funcionário a executar com segurança – como gravidade ou faixa de tensão – serão
as tarefas de manutenção, sem ser executadas somente após elaboração e
exposto a problemas como: energização estabelecimento de um procedimento que
inesperada, ativação do equipamento ou permita que o trabalho seja executado com
liberação de energia armazenada. segurança. A norma cita que atividades de
manutenção, como instalação ou remoção 3
Em detalhes: a manutenção pode ser
de correia; substituição de roletes ou ajustes
feita em equipamento energizado (por
da rota da correia sejam executadas apenas
exemplo, transportadores) se e somente
quando um procedimento de trabalho
se o procedimento tiver sido criado e ter
seguro permitir manutenção enquanto o
provado ser no mínimo igualmente seguro
transportador tiver energia armazenada.
nos momentos em que o transportador não
está em funcionamento. Documentar o Ao cumprirem com o ‘procedimento
procedimento de manutenção e o treinamento de segurança do trabalho’, certas minas
no método alternativo de proteção aumenta australianas passaram a permitir o uso
a eficácia do procedimento e as medidas de de equipamento de limpeza de correia
proteção. e procedimentos de manutenção que
proporcionam uma manutenção mais
Uma maneira eficaz de desenvolver esses
ordenada com a correia em movimento.
procedimentos seguros para as atividades de
(Consulte como a empresa australiana
manutenção de menor significação é realizar
Engineering Services and Supplies (ESS)
uma Análise de risco e desenvolver Análises
realiza manutenção de limpeza com o
de segurança do trabalho com relação às
transportador em execução.)
atividades de manutenção específicas sob
consideração. Brasil
Exceção de manutenção de
A decisão sobre permitir ou não a
menor significação
manutenção de menor significação enquanto
o transportador está em funcionamento No Brasil, a norma NR-22 – Segurança e Saúde
recai sobre a gestão da empresa, além de se Ocupacional na Mineração notas em 22.8.10
basear nos regulamentos em vigor nos níveis determina que:
municipal, estadual ou federal.
357
Seção 3 | Práticas de segurança no trabalho

Os trabalhos de limpeza e manutenção (b) bloqueio mecânico e elétrico na


dos transportadores contínuos só podem posição “desligado” ou “fechado”
ser realizados com o equipamento de todos os dispositivos de corte de
parado e bloqueado, exceto quando fontes de energia, a fim de impedir
a limpeza for através de jato d’água a re-energização, e sinalização com
ou outro sistema, devendo neste caso cartão ou etiqueta de bloqueio
possuir mecanismo que impeça contato contendo o horário e a data do
acidental do funcionário com as partes bloqueio, o motivo da manutenção e
móveis. o nome do responsável.
A norma NR-12 – Segurança no trabalho Canadá
em máquinas e equipamentos especifica na Bloqueio/Identificação
NR-12.113:
Com relação ao Canadá, a diretriz da
A manutenção, inspeção, reparos, Commission de la Santé et de la Sécurité
limpeza, ajuste e outras intervenções du Traval du Quebec/Institut de recherche
que se fizerem necessários devem Robert-Sauvé en santé et en sécurité du travail
ser executados por profissionais (CSST/IRSST), Guia do usuário para segurança
capacitados, qualificados ou legalmente no trabalho com transportador de correia:
habilitados, formalmente autorizados Proteção contra zonas perigosas, cita na seção 5:
pelo empregador, com as máquinas e Notas sobre salvaguardas contra os perigos da
equipamentos parados e adoção dos manutenção (5.1 Princípios gerais):
seguintes procedimentos: (...)

Figura 23.8.
Salvaguardas para atividades de manutenção
3 Extraído das melhores Avaliações de perigo precisam ser feitas para todas as atividades
práticas de segurança Ajuste e adaptação São autorizados em todos os momentos, desde que os pontos de ajuste (por
com relação a exemplo, ajuste do raspador, tambor e tensor do sistema) estejam fora da
transportadores da zona de perigo.
WorkSafe Alberta Use travamento se os pontos de ajuste estiverem dentro da zona de perigo.
Best Practices on
Aplicação das determinações da seção anterior, 5.3, deste guia.
Conveyor Safety,
Tabela 2-4 “Proteções Engraxamento e Autorizados em todos os momentos em que os pontos de lubrificação
lubrificação estejam fora da zona de perigo.
para atividades de
manutenção”. Use travamento se os pontos de engraxamento estiverem dentro da zona de
perigo.
Limpeza e Os procedimentos de bloqueio aplicam-se.
manutenção As operações são autorizadas se a limpeza e a manutenção puderem ser
de peças do realizadas:
transportador • com jato automático (de ar ou água);
(tambores, rolos, • de acordo com a seção 5.3 acima, deste guia.*
chassi etc.)
A limpeza e a Autorizadas em todos os momentos, desde que a zona de perigo contenha
manutenção proteções.
embaixo e Bloqueie se a zona de perigo não contiver proteções.
em torno do
Aplique medidas da seção anterior, 5.3, deste guia, se o transportador precisar
transportador;
estar operacional.
remoção do
material recolhido [A seção 5.3 requer que apenas funcionários competentes e no número mínimo
na correia. necessário sejam expostos às situações de perigo ao trabalharem na correção das
situações de risco. Requer ainda que todos os esforços razoáveis sejam envidados
para controlar o perigo enquanto a situação está sendo corrigida - Ed.]

358
Trabalho seguro nas proximidades de transportadores | Capítulo 23

O equipamento deve ser projetado e a norma canadense da Standards Association


de forma que a manutenção (ajustes, (CSA), Z 460-13 Control of Hazardous Energy
lubrificação, limpeza,desentupimento, – Lockout and other Methods.
etc) possa ser realizada em um ponto
distante das zonas de perigo. Portanto, Com relação a Alberta, o guia Best Practices on
todos os pontos de ajuste e de graxa Conveyor Safety especifica na seção 5.2 que:
devem ser acessíveis sem que se tenha “Os procedimentos de bloqueio/isolamento
de remover as proteções ou outros devem integrar a manutenção geral e os
dispositivos de proteção. procedimentos de operação”.
A seção acrescenta também que: “Os requisitos
Quando for necessário abrir ou remover legislativos de isolamento de energia perigosa
as proteções, ou mesmo neutralizar do (Alberta Occupational Health and Safety
dispositivos de proteção a fim de realizar Code) precisam ser obedecidos”.
um procedimento de manutenção,
salvaguardas devem ser implantadas Exceção de manutenção de menor significação
para garantir a segurança do funcionário
nas áreas transformadas em zonas de Em Ontário, as observações da seção 196 (6),
perigo. Essas medidas precisam estar em Occupational Health and Safety Act (R.R.O
conformidade com as seções 185 e 186 1990 Reg. 854), Mines and Mining Plants
da norma Regulamentos que respeitam dizem que:
a segurança e a saúde ocupacional [de O transportador será parado e
Quebec]. desenergizado, e o acionador bloqueado
Segundo a seção 185 dos Regulamento e identificado quando o transportador
com respeito à saúde ocupacional e passar por reparos, ajustes ou
segurança: manutenção, a não ser que:
3
Segundo o estipulado na seção 186, (a) seja necessário executar o
antes de iniciar qualquer tipo de transportador durante esse trabalho,
manutenção, reparo ou trabalho de e
engaxetamento em zona perigosa, (b) precauções especiais tenham
as seguintes precauções devem ser sido tomadas para evitar que os
tomadas: funcionários sejam atingidos pelas
(1) Gire o interruptor de peças em movimento.
alimentação de energia da
As Best Practices on Conveyor Safety da
máquina para a posição
organização WorkSafe Alberta observa na
desligado;
Tabela 2.4 (Figura 23.8) que procedimentos
(2) leve a máquina a ter uma parada de bloqueio se aplicam à limpeza das peças
completa; do transportador. Atividades de limpeza e
(3) toda pessoa exposta a perigo manutenção no transportador são autorizadas
precisa bloquear todas as fontes se a zona de perigo estiver protegida.
de energia da máquina para O bloqueio é necessário quando a zona de
evitar inicialização acidental por perigo não estiver protegida.
toda a duração do trabalho.
Europa
Para obter informações adicionais, o Guia do Bloqueio/Identificação e
usuário da CSST/IRSST menciona a norma Exceção de manutenção de
do American National Standards Institute menor significação
(ANSI), Z224.1-2003 Control of Hazardous
O German Institute for Normalization (DIN)
Energy Lockout/Tagout & Alternative Methods
EN 620 Continuous handling equipment and

359
Seção 3 | Práticas de segurança no trabalho

systems – Safety and EMC requirements for fixed barreiras temporárias. (Consulte
belt conveyors for bulk materials aprova uma também 5.1.6, escorregão, tropeção e
exceção de manutenção que parece ser um perigo de quedas.)
pouco mais restrita que os regulamentos de — Se, por motivos técnicos, o trabalho
outras jurisdições, como os Estados Unidos, de manutenção não puder ser
mas ainda assim permite atividades de feito com o transportador em uma
manutenção e inspeção no decorrer de uma paralisação, deverão ser tomadas
operação de transportador. Seção 5.8 Medidas medidas de segurança. Essas medidas
de proteção contra riscos decorrentes de podem incluir a instalação de:
situações de inspeção, manutenção e limpeza:
— sistemas de redução da velocidade;
Equipamentos devem ser preparados — sistemas de controle da amplitude e
de modo que, na medida do possível, número de movimentos;
ajustes, lubrificação, inspeção, limpeza
— dispositivos antirretrocesso.
e manutenção possam ser realizados
fora das áreas de perigo, segundo a África do Sul
Seção 5.1.4.1. [A Seção 5.1.4.1 requer Bloqueio/Identificação”
que: “Todos os pontos de lubrificação e
ajustes usados com frequência superior O Capítulo 8 da lei Conveyor Regulations of
à frequência mensal permaneçam the Mine Health & Safety Act (Act No. 29 de
acessíveis sem que seja necessário 1996) (conforme emenda de 2013) especifica
remover nenhuma proteção”. o seguinte:
Onde for necessário remover as 8.9(1)
salvaguardas destinadas à realização … O empregador deve garantir que…
3 de manutenção, reparação, inspeção
(b) a fonte de alimentação e todas
ou trabalhos de limpeza, providências
as fontes de energia armazenada
devem ser tomadas para proteger o
de uma instalação de correia do
pessoal nas áreas de perigo resultantes.
transportador estacionária sejam
Essas providências devem ser eficazes em
isoladas, protegidas e bloqueadas
unidades em reparo ou em manutenção,
durante reparos, manutenção ou
e também em outras partes do sistema
limpeza de derramamento nas seções
que podem estar em funcionamento.
designadas, desde que o alinhamento
As providências serão uma das que e o direcionamento da instalação
se seguem, ou combinação delas, ou da correia do transportador sejam
medidas que propiciem um nível realizados enquanto a correia está
equivalente de segurança: em movimento, presumindo-se que
— isolamento e/ou dispositivos de sejam realizados em conformidade
dissipação de energia para peças do com procedimento elaborado e
sistema ou para o sistema como um executado para essa finalidade.
todo;
Exceção de manutenção de menor significação
— dispositivos de operação manual;
De acordo com a diretriz de 2016 da
— dispositivos de redução de
Conveyor Manufacturers Association of South
velocidade;
Africa, Safety Around Belt Conveyors, na seção
— dispositivos de controle de 4.5 Safe Operating Procedures: “A única
movimento restrito; ação que pode ser tomada com a correia em
— criação de ilhas de manutenção movimento é o seu acompanhamento”.
ou reparo com proteção, ou seja,
Na seção 4.3 Lock out Systems, as diretrizes de
fornecimento de cercas ou
orientação da CMA determinam:
360
Trabalho seguro nas proximidades de transportadores | Capítulo 23

Quando qualquer trabalho for estar bloqueados e identificados antes


realizado no transportador, quer na do início de qualquer operação de
transmissão por correia, componentes manutenção, construção ou reparos.
ou na estrutura, a pessoa responsável
deve assegurar que o sistema esteja Conforme observado no código de prática
adequadamente bloqueado de acordo obrigatório da Venetia Mine Mandatory Code
com os procedimentos de bloqueio of Practice for the Safe Use of Conveyor Belt
recomendados. Installations for the Transportation of Minerals,
Material 0r Personnel – Revision 2 (Venetia
Quando for necessário que mais de Mine COP), o conglomerado de empresas de
uma equipe trabalhe simultaneamente mineração de diamantes De Beers utiliza a
no sistema, diversos procedimentos de atribuição de tarefas ou título de “Monitor de
bloqueio devem ser aplicados, com base fábrica”. Trata-se de “uma pessoa designada
em regulamentos e avaliação de risco para garantir um funcionamento estável
aplicáveis. e seguro da fábrica de beneficiamento de
A publicação da CMA ainda explica, na minério”. Os deveres gerais de um monitor
seção 4.1 - Requisitos de segurança para de fábrica incluem a inspeção e o controle
manutenção, que: dos parâmetros de equipamento e sistema, e a
realização de limpeza e manutenção gerais da
a proibição de trabalhar em máquinas fábrica.
em movimento refere-se a tarefas como
limpeza da correia, limpeza/manutenção Como explicado na seção 8.325.5 da Venetia
e remoção de derramamentos em pontos Mine COP, as funções do monitor de fábrica
localizados. Onde ocorrer acúmulo de com relação ao transportador são:
material remanescente na face de polias • Verificar a existência de derramamento de 3
e carcaças mais inativas, a remoção material.
desse acúmulo só é permitida quando o
sistema de transportador estiver parado e • Verificar o carregamento correto
bloqueado com segurança. da correia. Quando pedras
extraordinariamente grandes são
Nos casos em que seja necessário fazer continuamente observadas na correia,
algum trabalho no transportador relatar ao chefe de turno. Se houver
enquanto a correia está em movimento, situação de perigo, a correia deve ser
como direcionamento da correia parada de imediato.
ou ajuste de defletores de fluxo de
material, é importante que isso • Verificar se há obstruções entre as
seja feito por equipes competentes, proteções e as polias.
de acordo com avaliações de risco A Venetia Mine COP contém uma série
aprovadas e procedimentos de segurança de restrições ao trabalho do transportador
do trabalho pertinentes à tarefa a na seção 8.5.1 Regras de segurança para a
ser executada. Enquanto a tarefa instalação de correias do transportador:
necessária for realizada, é importante
que os operadores estejam em alerta • Somente pessoas treinadas e competentes
e parem o transportador ativando terão permissão para operar na instalação
a chave ou o botão de parada de da correia do transportador. O monitor
emergência que devem estar facilmente de fábrica deve conhecer e compreender
acessíveis. Em todos os casos, com as principais regras de segurança de uma
exceção dos que foram mencionados operação segura e estável de qualquer
no parágrafo anterior, as chaves de instalação de transportador de correia.
tração e o isolamento de 3 fases devem

361
Seção 3 | Práticas de segurança no trabalho

• Sempre que transportadores de correia qualquer ferramenta de limpeza enquanto


forem interrompidos de forma planejada, o transportador estiver em operação.
o monitor de fábrica deve se certificar • Nenhuma amostra [da carga da correia]
de que os transportadores carregados será tomada a menos que o transportador
estejam vazios antes da parada do sistema, esteja totalmente desenergizado e
a não ser que indicado em contrário pelo bloqueado conforme a política de
procedimento normal de funcionamento, Desenergização, isolamento, bloqueio,
ou se solicitado pelo pessoal de teste e segurança.
manutenção.
• Inspeções visuais do transportador A Venetia Mine COP oferece orientações
devem ser realizadas subsequentemente a adicionais sobre as práticas de trabalho na
qualquer equipamento a ser parado para seção 8.3.24 De-Energising and Lock-out
manutenção e/ou a paradas anteriores à System:
inicialização do transportador. Ninguém poderá realizar trabalhos
• Verificações feitas pelo monitor de em uma instalação de correia do
fábrica, especificamente da unidade de transportador ou qualquer outra
acionamento, proteções, derramamentos instalação (por exemplo, instalações
e direcionamento de correia devem ser elétricas ligadas à correia do
realizadas logo seja razoavelmente prático, transportador) que possam expor
após a inicialização dos transportadores pessoas a riscos associados a uma
de correia. instalação de correia, a não ser que a
• Enquanto a transportador de correia está unidade seja desenergizada, isolada,
em execução, o monitor da fábrica irá testada, bloqueada, etiquetada e
patrulhar toda a extensão do sistema para confirmadamente segura.
3
verificar a presença de defeitos graves. Isso não se aplica quando a instalação é
• Se algum defeito grave for encontrado, obrigada a executar para direcionamento da
o monitor da fábrica deve parar a correia correia do transportador, ajuste de raspadores,
e relatar a condição de insegurança ou calibração da escala da correia ou das chaves
insatisfação. de velocidade, ou qualquer outro trabalho
• Nenhuma manutenção, reparos ou de calibração. Essas operações devem ser
remoção de proteções podem ser realizadas por uma pessoa competente e
permitidos enquanto o transportador autorizada.
estiver em movimento. Nenhum Estados Unidos
transportador será operado sem a devida Bloqueio/Identificação
vigilância.
Publicada em 2003 e revista
• Onde houver remoção de proteção para
em 2014, a norma ANSI/
finalidades de limpeza, manutenção
ASSE Z244.1-2003 Control
ou reparo, o transportador deve ser
of Hazardous Energy – Lockout/Tagout &
desenergizado e bloqueado conforme a
Alternative Methods estabelece requisitos para
política de Desenergização, isolamento,
o controle da energia perigosa associada a
bloqueio, teste e segurança.
máquinas, equipamentos ou processos que
• Não poderá ser realizada nenhuma possam causar ferimentos ao pessoal. Joseph J.
operação de limpeza de derramamento Lazzara, em um artigo da ehstoday.com, “New
em placas de plataforma de transportador Lockout/Tagout Standard Details Ways to
nas proximidades de nenhuma polia Better Safety”, analisou as exigências da ANSI/
rotativa ou rolete, quando houver ASSE do seguinte modo: “A base do padrão
possibilidade de contato físico com

362
Trabalho seguro nas proximidades de transportadores | Capítulo 23

Como a ESS da Austrália realiza serviços de limpeza com o transportador


em execução

Algumas minas da Austrália permitem atualmente que os Mesmo que o serviço não seja permitido com a correia em
técnicos realizem limpeza e manutenção com o transporta- execução, essa operação pode ter uma vantagem significa-
dor em execução. tiva, afirma Terry Thew:

Por meio de equipamentos especialmente projetados, os Os técnicos podem realizar de forma rápida, fácil e
técnicos de serviço da concessionária Engineering Services segura a manutenção em um raspador, até mesmo se
& Supplies Inc. Pty Ltd (ESS) da Martin Engineering, têm precisar ser no decorrer de um desligamento. A redu-
aprovação para realizar serviços de limpeza de correia com ção da duração do trabalho e a remoção de tantos
o transportador em funcionamento em determinadas minas perigos (e trabalho administrativo) quanto possível, é
australianas. a meta.

Terry Thew, ESS Product Development Manager, explica:


“Nós fazemos limpeza e manutenção de raspadores com a
correia em execução em alguns poucos locais, e só atende-
mos ao raspador secundário InlineMartin® DT2”.

Como raspador secundário, o Inline é montado de modo


que as lâminas de limpeza fiquem em contato com a correia
quando esta sai da polia de cabeça, ou em outras posições
acessíveis do retorno da correia.

Ao liberar a tensão de contato da lâmina com a correia


pelo lado externo da calha e pela remoção de um pino, o
cartucho completo de lâminas pode ser puxado ao longo
da estrutura principal do raspador e para fora da porta de
acesso. O conjunto da estrutura principal e das lâminas de
montagem desliza para fora na lateral do transportador,
enquanto o funcionário permanece fora do plano do trans-
portador, distante da zona de perigo.

Terry Thew explica: “A palavra final sobre o procedimento


com a correia em execução depende sempre da mina em si e
de sua gestão da segurança”. E prossegue:

É altamente incomum obter permissão. A maior Manutenção de raspador de correia


parte das minas já decretou que NENHUM trabalho com o transportador em execução
seja feito em torno de um transportador em movi- As lâminas adicionais alinhadas deslizam para um
mento. No entanto, nós possuímos equipamentos cartucho de lâmina removível que ultrapassa as
que permitem aos nossos técnicos de manutenção montagens do raspador localizadas fora da calha.
cuidadosamente treinados atender aos raspadores Esse raspador está apto a ser submetido a limpeza e
com segurança com a correia em execução. Isso manutenção com o transportador em execução, por
permitir que o conjunto de lâminas seja puxado para
oferece vantagens de produtividade tanto para a mina
fora da posição de limpeza por uma alça localizada na
como para a equipe de serviço. extremidade da estrutura principal.

363
Seção 3 | Práticas de segurança no trabalho

LO/TO é o uso que esse padrão faz uso de Notas 30 CFR 56.12016 Work on electrically-
um procedimento sistemático criado para powered equipment:
identificar, analisar e corrigir problemas de
segurança”. O equipamento energizado
eletricamente deve ser desenergizado
Por meio da norma 29 CFR 1926.555(a), a antes de qualquer trabalho mecânico
OSHA norte-americana requer que: ser realizado no referido equipamento.
As chaves de alimentação devem
Transportadores sejam bloqueados ou ser bloqueadas [bloqueio] ou outras
de outra forma mantidos inoperáveis, e, medidas tomadas, a fim de evitar
além disso, identificados com que o equipamento seja energizado
“Não colocar em atividade” no decorrer sem o conhecimento das pessoas que
de reparos e quando a operação nele trabalham. Avisos adequados
apresentar perigo para os funcionários [identificação] serão afixados na chave
que realizam o trabalho de manutenção. de alimentação e assinados pelos
A MSHA norte-americana possui uma série indivíduos que realização o trabalho.
de normas que se relacionam com LO/TO, Os bloqueios ou conselhos por medida
dependendo dos procedimentos específicos de segurança só poderão ser retirados
de cada peça de equipamento que venha a ser pelas pessoas que os afixaram ou por
reparada ou que receba manutenção. pessoal autorizado.
(Figura 23.9.) Um requisito típico pode ser encontrado em
30 CFR 56.14105 Procedures during repairs
or maintenance:

3
Lista de verificação de segurança ao trabalhar com transportadores
A lista de verificação a seguir foi publicada em 2011 pela ❏ Há alarmes de inicialização sonoros previstos para o
For Your Safety, por intermédio de um e-mail semanal sobre transportador?
saúde e segurança enviado aos membros do Institute of
Scrap Recycling Industries, Inc. (ISRI). ❏ Todos os acessos e corredores que passam acima ou
abaixo ou que são adjacentes ao transportador contam
❏ Há proteções instaladas para todas as rodas dentadas, com vãos livres para trânsito ou com corrimões
correntes, rolos, correias e outras peças móveis? adequados, ou com outros tipos de proteção?

❏ Há sinais de alerta que se destacam ou luzes instaladas ❏ Há pontos demarcando cruzamentos, fixados nas áreas
para alertar os trabalhadores para a operação do que os funcionários são mais propensos a usar?
transportador nos momentos em que não é viável a
instalação de dispositivos de proteção? ❏ Todas as passagens subterrâneas têm tetos protegidos?

❏ Todas as aberturas do transportador, como aberturas ❏ Há sinais de aviso de perigo adequados, afixados em
de paredes e pavimentos, calhas e moegas contam com todos os cruzamentos, corredores e passagens?
proteções quando o transportador não está em uso? ❏ A saída de emergência foi levada em conta quando
❏ Os botões de inicialização são protegidos para evitar os cruzamentos, corredores e passagens foram
operação acidental? determinados?

❏ Os controles ou fontes de energia do transportador ❏ Os transportadores são equipados com dispositivos de


aceitam um dispositivo de bloqueio/identificação que intertravamento que desligam quando ocorre sobrecarga
permita práticas de manutenção seguras? elétrica ou mecânica, como quando há emperramento
de produto ou alguma outra interrupção?

364
Trabalho seguro nas proximidades de transportadores | Capítulo 23

Os reparos ou manutenção de máquinas Figura 23.9.


Regulamentos MSHA relativos a
ou equipamentos devem ser realizados Bloqueio/Etiquetagem Regulamentos MSHA de
somente após a energia ser desligada, Metais/não-metais 30 CFR 56/57.12016 Bloqueio/Identificação.
e as máquinas ou equipamentos (de superfície ou 30 CFR 56/57.12017
bloqueados contra movimentação subterrâneos)
30 CFR 56/57.14105
perigosa.
Carvão mineral 30 CFR 75.509
Segundo o artigo, “Lockout/Tagout Rules for 30 CFR 75.511
Safer Mining” de Matt Dudgeon, publicado 30 CFR 75.820
no Inside Global Mining: “De acordo com as 30 CFR 75.1725
normas MSHA, é exigido treinamento nos
Carvão de superfície 30 CFR 77.404
termos das Partes 48 ou 46 para contemplar
30 CFR 77.500
os princípios básicos de LOTO, assim como
treinamento para qualquer tarefa específica que 30 CFR 77.501
englobe os procedimentos LOTO”. 30 CFR 77.704

Exceção de manutenção de menor significação

Nos Estados Unidos, a OSHA reconhece que Na norma 29 CFR 1910.147, a OSHA
é necessário realizar algumas manutenções de reconhece circunstâncias em que as atividades
menor significação durante operações normais de assistência e manutenção são realizadas
de produção, de modo que determinadas (no todo ou em parte) sem bloqueio ou
exceções de bloqueio/identificação são aceitas. etiquetagem da máquina ou equipamento.

❏ Quando os transportadores estão dispostos em série, ❏ Os funcionários estão proibidos de subir nos
todos param automaticamente sempre que um deles transportadores?
para?
❏ Os funcionários estão instruídos a atravessar por cima
❏ Os transportadores são equipados com dispositivos de ou por baixo dos transportadores apenas em corredores
parada de emergência que exigem reajuste manual antes adequadamente projetados e fora de perigo?
da retomada da operação do transportador?
❏ Os funcionários são proibidos de usar roupas
❏ Há chaves de parada ou cabos de emergência folgadas ou joias, durante o trabalho próximo aos
claramente marcados e desobstruídos, instalados ao transportadores?
alcance fácil dos funcionários?
❏ Reparo, limpeza e manutenção são realizados somente
❏ As correias de transportador são continuamente com base em um programa de Bloqueio/Etiquetagem?
acessíveis e contam com cabos de parada de emergência
que se estendem por todo o comprimento da correia do
transportador para possibilitar o acesso ao cabo a partir
de qualquer ponto ao longo da correia? © The Institute of Scrap Recycling Industries, Ind.
Todos os direitos reservados.
❏ Somente indivíduos treinados são autorizados a operar
transportadores e somente as equipes treinadas e O artigo Conveyor Safety Checklist é publicado sob licença
autorizadas têm permissão para executar a manutenção? e é de propriedade do Institute of Scrap Recycling Industries,
Inc. (“ISRI”), 1615 L Street, N.W., Suite 600, Washington
DC, EUA, 20036 isri@isri.org.

365
Seção 3 | Práticas de segurança no trabalho

Uma dessas situações é detalhada na seção máquinas seja necessária para fazer
1910.147(f )(1), que afirma que os dispositivos ajustes.
de bloqueio/identificação devem ser removidos A subseção (c) da seção 5.2 Maintenance
temporariamente em situações estritas (Repair) da norma ASME B20.1-2009 Safety
para permitir testes ou reposicionamento, Standards for Conveyors and Related Equipment
e estabelece procedimentos para manter afirma que: “Nenhuma manutenção ou serviço
a integridade de todos os programas de será realizado quando um transportador estiver
bloqueio/identificação. em operação, exceto conforme determinado
Os requisitos à exceção em manutenções de nos parágrafos 5.3 e 5.4”. O parágrafo 5.3,
menor significação estão detalhados na norma relativo à lubrificação, e o parágrafo 5.4,
OSHA 3120 Control of Hazardous Energy: relativo a ajustes ou manutenção no decorrer
Lockout/Tagout, conforme revisão de 2002: da operação, rezam que: “uma equipe
treinada e qualificada, que esteja consciente
O trabalho que envolve pequenas do perigo do transportador em movimento”
mudanças e ajustes de ferramentas, ou pode executar o serviço referido no título do
outras atividades de manutenção de respectivo parágrafo.
menor significação, e que consiste em
rotina, que se repete; que integra o uso Componentes de manutenção
dos equipamentos de produção e que amigáveis
ocorre durante as operações normais Sistemas e componentes podem muitas vezes
de produção não é contemplado pelo ser concebidos para garantirem segurança
padrão de bloqueio/identificação. Essa durante serviço e manutenção por levarem em
exceção é restrita, no entanto, e aplicável conta a natureza humana. Se a maneira mais
somente quando o empregador fornece e fácil de realizar limpeza e manutenção em
3 exige medidas alternativas para assegurar um componente também for a maneira mais
uma proteção eficaz, alternativa. segura, a natureza humana tenderá a seguir
Os regulamentos da MSHA são semelhantes intuitivamente esse método seguro e fácil. Se o
e afirmam na norma 30 CFR 56.14105 – trabalho, conforme projetado, não for simples,
Procedures During Repair or Maintenance: os funcionários buscarão maneiras mais fáceis
de fazê-lo. Se a maneira segura não for fácil, os
A movimentação ou ativação de funcionários mais cedo ou mais tarde buscarão
máquinas ou equipamentos é permitida formas que sejam mais fáceis, mesmo que não
se os ajustes para testes não puderem tão seguras.
ser realizados sem movimentação ou
ativação, desde que as pessoas sejam Se os sistemas e os componentes tiverem sido
protegidas de maneira eficaz contra projetados com simplicidade, de modo que
movimentações perigosas. possam ser operados, montados, instalados ou
receber manutenção de uma única maneira,
Os regulamentos da MSHA para minas de serão mais fáceis, mais rápidos e mais seguros
carvão são similares. Tanto a seção MSHA 30 de limpar e manter.
CFR Part 77 (Surface Mines) como a seção
77.404(c) 30 CFR Part 75 (Underground A natureza humana também nos diz que
Mines) 75.725 declaram que: mais atenção será dada a componentes
criados visando a uma manutenção mais
Os reparos ou manutenção não serão segura, eficiente e ergonomicamente correta
realizados em máquinas até que a do que a componentes instalados em locais
energia esteja desligada e a máquina sujos, mal iluminados e que exigem que os
bloqueada contra movimentação, exceto funcionários se inclinem ou deitem no chão
nos casos em que a movimentação das

366
Trabalho seguro nas proximidades de transportadores | Capítulo 23

para inspecionar ou acessar. Figura 23.10.


Alguns sistemas de
O conceito de criação de componentes para
limpeza de correias são
que possam ser atendidos de maneira rápida,
projetados para admitir
fácil e segura pode ser resumido pela frase: procedimentos que
‘amigável a serviço’. Esse conceito é muitas ‘propiciam segurança
vezes denominado ‘Segurança de design’ ou durante serviço e
‘Design de segurança’. manutenção’.

As empresas com forte cultura de segurança


entendem o retorno do investimento relativo
a especificações e projetos que aperfeiçoem
a segurança. Isso pode ser denominado
R.O.C.S.™ (Return on Conveyor
Safety™, Retorno sobre a segurança do
transportador). Os levantamentos da No decorrer das paradas, há vários perigos
indústria e da literatura de segurança feitos em que podem surgir temporariamente em
pesquisas neste livro indicam que a média de uma instalação, pela natureza da rapidez
retorno sobre investimento relativo a recursos com que todo o processo de manutenção é
de segurança é da ordem de 80 por cento. realizado. Esses ‘novos’ riscos incluem questões
como congestionamento de funcionários
O ponto de vista do projetista e do e equipamentos, trabalho a quente,
engenheiro, em geral, é de que se gasta movimentação de materiais e equipamentos e
mais tempo e que é mais difícil simplificar testes elétricos.
componentes. Projetar instalação, operação,
limpeza e manutenção intuitivas causa maior Se a fábrica não estiver fechada, de modo que
3
gasto cerebral. A recompensa para esse esforço as correias estejam em movimento, muitos
é quase sempre substancial, e os benefícios desses perigos temporários não existirão.
da redução do sofrimento humano pode ser É possível realizar determinadas atividades de
contido na seguinte frase lugar-comum: é rotina, enquanto a correia trabalha, de maneira
inestimável. mais segura do que quando a correia está
desligada.

Os componentes do transportador podem


Sistemas seguros para limpeza e
ser concebidos de modo a serem ajustados
manutenção ou reparados com segurança com a correia
A demanda por produtos de consumo e em operação. Os componentes que são
a necessidade de uma produção lucrativa bons candidatos a uma manutenção segura
levaram proprietários e gestores de grandes enquanto a correia está em operação incluem
operações em massa a recorrerem a períodos os raspadores de correia e alinhadores de
mais longos entre as paradas dos equipamentos correia.
para realização de manutenções de rotina. O
Os projetos seguros com relação à
desejo de retornar à operação levou à redução
manutenção proporcionam outro benefício.
da duração das paradas, às vezes com diversos
Os componentes que são essenciais à
projetos conflitantes programados.
operação segura e produtiva de um sistema de
As paradas são momentos de pico de trabalho,
transportador são muitas vezes e, infelizmente,
com equipes internas e pessoal contratado
negligenciados ou retirados da lista de tarefas
trabalhando em horários apertados para
no decorrer de paradas planejadas.
concluir uma série de projetos antes da data
Isso ocorre porque, quando o tempo é curto,
agendada para reinício. (Figura 23.10.)
o transportador ainda estará em execução

367
Seção 3 | Práticas de segurança no trabalho

quando o serviço for adiado para a próxima MELHORES PRÁTICAS


parada. Pode não funcionar tão bem, mas Manutenção com a correia em
provavelmente ainda estará em operação.
operação
O uso de componentes seguros com relação à
manutenção evitam essa situação, permitindo O uso de componentes projetados para
que a manutenção seja executada sem um serviço seguro e fácil oferece benefícios
necessidade de parada. para a manutenção dos componentes
do transportador, que muitas vezes são
Um ingrediente importante em qualquer
negligenciados em paradas planejadas ou de
plano para permitir o trabalho quando
emergência. Essa manutenção irá melhorar
um transportador está em funcionamento
o desempenho dos componentes e de todo o
é o design adequado dos componentes
sistema.
que precisam ser atendidos com a máxima
segurança pelos funcionários que recebem essas Ao desenvolver e utilizar sistemas que
tarefas. A segurança desses funcionários deve permitem atendimento enquanto a correia
ser contabilizada por intermédio da utilização está em operação – em combinação com
de ideias relativas à segurança em manutenção Análises de segurança no trabalho bem
na engenharia do transportador e de seus redigidas e acesso adequado – as atividades de
vários componentes. manutenção e limpeza podem ser realizadas
com segurança. Limpeza e manutenção
Essas ideias de segurança relativas à
enquanto a correia está em operação libera o
manutenção incluem modelos que dão acesso
pessoal de manutenção para executar tarefas
ao mesmo tempo em que os funcionários
críticas em outros sistemas, reduzindo o tempo
permanecem fora do plano do transportador
de inatividade operacional. Permite também
(rebordo da correia) e, por isso, distantes dos
que os componentes do transportador recebam
3 componentes de rolamento. Há uma variedade
o serviço necessário, podendo propiciar um
de componentes que ficam disponíveis e que
desempenho eficiente, sem necessidade de
permitem a manutenção com deslizamento
paradas.
para dentro e para fora, inclusive de vários
roletes, mesas de impacto da correia e sistemas As melhores práticas de serviço e manutenção
de limpeza da correia. Esses componentes com a correia em execução incluem:
montados sobre trilhos permitem que os
funcionários de manutenção puxem os • Avaliar a operação para determinar quais
componentes para fora para inspeção ou atividades ou componentes são candidatos
ajuste, recolocando-os depois na posição ao serviço com a correia em execução
correta, fazendo isso a uma distância segura, (por exemplo: alinhamento da correia,
fora do recinto ou área de risco. raspador de correia e centralização de
fluxo).
• Realizar uma análise de risco visando
a reduzir os riscos diretos da tarefa e
diminuir os sintomas de adiamento de
manutenção por uma função mais eficaz
de componente.
• Obter aprovação local, tanto da
fábrica como das agências reguladoras
pertinentes, para todas as atividades de
limpeza e manutenção com a correia em
operação.

368
Trabalho seguro nas proximidades de transportadores | Capítulo 23

Comprometimento da gestão com a • Análise de causa-raiz


segurança no trabalho em torno de A gestão deve agir rapidamente para
transportadores identificar e corrigir as causas e não aceitar
desculpas ou relatórios de incidentes que
Os requisitos para a gestão incluem: apenas culpam funcionários na maior
• Cultura de segurança parte dos acidentes.
Uma equipe dedicada de segurança obterá • Acesso
níveis significativos de desempenho em O acesso é fator de grande importância
comparação com as equipes de fábricas para limpeza e manutenção rápidas,
que veem a segurança com desdém. eficazes e seguras do transportador.
Acima de tudo, os funcionários devem • Segurança na etapa de projeto
se sentir obrigados a relatar todos Está bem claro que a melhor maneira
os incidentes e atos que envolvam de lidar com um perigo é eliminá-lo
insegurança. por meio do projeto. Mesmo que a
• Regras claras e simples para a fábrica não use equipamento seguro
segurança geral para limpeza e manutenção ao realizar
Se os funcionários não conseguem recitar manutenções com a correia em execução,
as principais regras de segurança da o equipamento concebido para oferecer
fábrica de memória, é porque deve haver segurança ao serviço será mais rápido e
excesso de regras fundamentais. Reduza mais seguro para se atender.
a estratégia global de segurança a uma • 5S
pequena lista contra a qual todas as ações Um local de trabalho limpo e organizado
podem ser julgadas. é seguro e eficiente. Praticar o programa
• Treinamento 5S para bem utilizar, ordenar, limpar, 3
O treinamento para desenvolver práticas manter a saúde e a autodisciplina.
e hábitos de segurança é fundamental.
O treinamento deve ser frequente, e os
tópicos principais devem ser revistos
anualmente.
• Manutenção preventiva
Como observado por Rene Galleguillos
no artigo: “Predictive Maintenance
Strategy for Increasing the Life of
Conveyor Systems“, apresentado no
congresso sobre correias de transportador
no Peru, em novembro de 2015, a
manutenção preventiva é mais segura
e três vezes menos dispendiosa que a
manutenção reativa.
• LOTO/BOTO
A estrita observância da desenergização
do transportador antes da limpeza e
manutenção é um princípio básico de
segurança que reduz comprovadamente
lesões e fatalidades.

369
Seção 3 | Práticas de segurança no trabalho

Figura 23.11.
A chave para manter
seguros os funcionários
com relação aos
transportadores é
cumprir com orientações
e regulamentos de
segurança estabelecidos.

CONCLUSÕES
Local de trabalho seguro
significa funcionários seguros
A chave para manter os transportadores
seguros com relação aos funcionários é seguir
regras e regulamentos. (Figura 23.11.)

Ao mesmo tempo em que os transportadores


podem ser projetados para uma maior
segurança, oferecendo maior proteção e
recebendo manutenções da forma adequada,
ainda assim usá-los com segurança compete
àqueles que trabalham nos transportadores
3
e próximos a eles. Os funcionários devem
assumir responsabilidades para o seu próprio
bem-estar, assim como para o bem-estar dos
colegas, mediante a utilização das técnicas e
procedimentos de segurança.

O estabelecimento de regras de segurança


gerais, claras e simples, por meio das quais
os funcionários podem testar situações
operacionais de rotina ou inéditas, situações de
limpeza e de manutenção igualmente de rotina
e inéditas, é uma medida importante para a
segurança no trabalho. Em última análise, a
gestão tem a responsabilidade de criar e manter
uma cultura de segurança.

370
Trabalho seguro nas proximidades de transportadores | Capítulo 23

371
Capítulo 24 Transportadores, material fugitivo
e limpeza
3
INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 372 INTRODUÇÃO
Riscos com a Limpeza . . . . . . . . . . . . 374 O problema do material fugitivo
Um dos problemas dos transportadores de
REGULAMENTOS E NORMAS . . . . . . 377
correia que movimentam materiais a granel
Mais segurança na limpeza . . . . . . . 382 é que a carga (que por definição trata-se de
partículas e cascalhos não confinados e soltos)
Segurança na remoção com pá . . . . 383 pode escapar do sistema de movimentação de
Técnicas e tecnologias materiais. E esse material fugitivo pode levar a
para limpeza . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 384 problemas de segurança.

MELHORES PRÁTICAS . . . . . . . . . . . . . 388 Materiais fugitivos podem causar acidentes


ou ferimentos nos trabalhadores de forma
CONCLUSÕES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 389 direta, ou seja, com a queda de granulado ou
pedaços sendo lançados pelos transportadores,
ou, de forma indireta, em incidentes que
provocam escorregões, tropeções ou quedas
em caminhos escorregadios ou passagens
obstruídas com o acúmulo de material. É
fato amplamente reconhecido que muitos
acidentes e ferimentos, nas proximidades de
transportadores, ocorrem devido à ação de
limpeza de materiais fugitivos.

372
Transportadores, material fugitivo e limpeza | Capítulo 24

Transportadores de correia como fonte de material fugitivo


Existem várias fontes de materiais fugitivos em uma planta, aplaina na preparação para descarga e dá a volta na polia
tais como recipientes com vazamentos, moegas descobertas, motora. Derramamento de material também pode ser
pilhas de estocagem e sistemas de coleta de pó com defeito. visto na parte exterior dos chutes de transferência, onde
Mas os transportadores de correia são um dos principais bloqueios e sobrecarga, no fluxo de material causam uma
problemas da planta no que se refere a materiais fugitivos. repentina sobrecarga que extrapola a capacidade do chute.
Grandes quantidades de material podem vazar de pequenas
Material fugitivo pode ser encontrado normalmente nos aberturas nos chutes. Esse material é arrastado pela chuva e
roletes de retorno, polias traseiras, polias tensoras e pontos se acumula no equipamento e nas passagens.
de transferência. O material escapa dos transportadores de
várias maneiras. E, finalmente, há pó, ou seja, partículas finas que são
arrastadas da carga pelas correntes de ar durante o
Há material de retorno - carga que se agarra na correia, carregamento de material, ou à medida que a correia se
passa pelo ponto de descarga e termina caindo ao longo do movimenta ao longo do caminho. Como está presente
retorno do transportador, normalmente enquanto a correia no ar, o pó pode viajar e se acumular em qualquer parte
"pula" sobre os roletes de retorno. da planta; muitas vezes, bem longe de suas fontes no
Há derramamentos, ou seja, material que cai pelas laterais transportador.
da correia, normalmente As vantagens econômicas da limpeza são a redução do
nos pontos de transferência, pó, melhor funcionamento da planta, funcionários mais
onde as forças de carga eficientes, menos doenças ocupacionais e menos acidentes
empurram pedaços de causados por problemas com materiais fugitivos.
sujeiras e partículas para
as laterais da correia, por O material fugitivo pode ser minimizado se chutes e
baixo da calha-guia, onde calhas-guia desgastadas e outras causas de derramamento
a correia cede devido forem reportadas e corrigidas. Sistemas efetivos de limpeza
ao suporte inadequado de corrente também reduzem o trabalho de limpeza nas
da correia e de falhas proximidades dos sistemas transportadores. Manutenção
nas vedações da borda, realizada por uma mão de obra treinada e bem equipada é
provocando aberturas e essencial para controlar os materiais fugitivos.
folgas. O material também
pode escapar pela parte Em geral, os riscos serão reduzidos se a fuga de materiais
traseira dos transportadores, puder ser minimizada, e será possível economizar.
principalmente em correias Minimizar o material fugitivo reduzirá a necessidade de
inclinadas. Derramamentos limpeza, diminuindo assim o risco de ferimentos dos
também podem ocorrer trabalhadores.
em qualquer ponto ao
longo do transportador
durante o percurso do
ponto de carregamento até
o de descarga, em locais
onde mudanças no equipamento ou forças imprevistas
empurram o material para o lado de fora. Acúmulos de
material normalmente são vistos ao longo da correia em
pontos próximos à descarga, onde a correia côncava se

373
Seção 3 | Práticas de trabalho seguras

Nos Estados Unidos, a agência de Riscos com a Limpeza


Administração de Segurança e Saúde
Ocupacional (OSHA) dos EUA relata: Tão perigosa quanto a presença de material
fugitivo, que provoca escorregões e quedas
Escorregões, tropeções e quedas de materiais nos trabalhadores, é a limpeza
representam a maioria dos acidentes da em si de material fugitivo. A necessidade de
indústria em geral. Eles causam 15% de manter limpo o entorno dos transportadores
todos os acidentes fatais, e são a segunda aproximam os trabalhadores ao mesmo.
causa de mortes depois de acidentes com Devido a requisitos de produção, muitos desses
veículos. transportadores permanecem em operação
Em seu site, a organização National Floor durante a realização da limpeza. (Figura 24.1.)
Safety Institute (NFSI, Instituto Nacional
Observa-se que muitos acidentes nas
de Segurança de Pisos) ressalta que embora
proximidades de transportadores de correia
os escorregões e quedas não constituam a
ocorrem quando os trabalhadores estão
principal causa de ferimentos ocupacionais
próximos do mesmo por motivos de limpeza
fatais, eles "representam a principal causa
e manutenção. Como observado por Todd
de dias perdidos de trabalho". E esse tipo
Swinderman no artigo Conveyor Design
de incidente pode ser custoso. O site da
for Safety and Maintenance, apresentado
organização NFSI observa: "De acordo com
no evento 2015 SME Annual Meeting:
as estatísticas de indenizações por acidente
"Aproximadamente 33% de todos os acidentes
de trabalho da empresa asseguradora ITT-
fatais com transportadores ocorrem na limpeza
Hartford, eles respondem por 16% de todas as
dos derramamentos e do material de retorno
solicitações e 26% de todos os custos".
encontrados embaixo e nas proximidades de
transportadores".
3 Figura 24.1
Outras fontes identificam o risco na tarefa de
Muitos transportadores limpeza nas proximidades de transportadores.
permanecem em
Por exemplo, na publicação A User’s Guide to
operação durante o
Conveyor Belt Safety: Protection from Danger
trabalho de limpeza
Zones, de 2003, produzida em parceria pelo
realizado nas
proximidades. Institut de recherche Robert-Sauvé en santé
et en sécurité du travail (IRSST, Instituto de
pesquisa Robert-Sauvé em saúde e segurança
do trabalho) e a Commission de la santé et de
la sécurité du travail (CNESST, Comissão das
normas, igualdade e da saúde e segurança do
trabalho), ambas de Quebec, relatou o seguinte
sobre acidentes sérios e fatais: "Grande parte
Figura 24.2
desse número de acidentes ocorreu durante a
A utilização de limpeza (30%) das correias transportadoras em
ferramentas de
cabo comprido, nas
funcionamento e suas áreas adjacentes".
proximidades dos
A "Tabela 1-2 Serious or Fatal Accidents by
transportadores, pode
multiplicar os riscos Worker Activity" do documento incluiu
para os trabalhadores estes números:
dedicados à limpeza.
Atividade de trabalho no momento do
acidente, que incluia:

374
Transportadores, material fugitivo e limpeza | Capítulo 24

23% Limpeza do tambor ou de carga e o acúmulo resultante ao longo de


outra parte do transportador transportadores demandam trabalho contínuo,
7% Limpeza nas proximidades ou e supõem custos para limpar as áreas, seja para
embaixo do transportador recuperar o material perdido ou unicamente
para preservar a vida útil dos equipamentos.
A necessidade de limpeza para remover o Como muitas plantas precisam permanecer
acúmulo de pó, derramamento e material funcionando, com tempo mínimo de
de retorno do chão e do equipamento nas inatividade, a necessidade de limpeza coloca
proximidades do sistema transportador de os trabalhadores em estreita proximidade com
correia coloca os trabalhadores em risco, sejam transportadores em operação. Isso aumenta o
eles funcionários da planta ou prestadores risco de ferimentos dos trabalhadores.
de serviço. Isso coloca os trabalhadores nas
adjacências dos sistemas transportadores, que No seu documento Data Sheet I-570 Belt
normalmente estão em funcionamento durante conveyors for bulk materials Part II: Operations,
o trabalho de limpeza. Os trabalhadores o National Safety Council (Conselho de
podem usar ferramentas de cabo longo, como Segurança Nacional) dos Estados Unidos
pás, raspadores, e lanças, para alcançar o expõe a questão desta forma:
contorno e partes inferiores do equipamento, a
fim de coletar e mover o material de um lugar Limpeza inadequada, especialmente
para o outro. (Figura 24.2.) do solo ou dos decks sob os
transportadores, é uma das causas mais
O material fugitivo causa outros tipos frequentes de acidentes. Normalmente,
de acidentes, talvez com maiores riscos em um acidente, o trabalhador está
aos trabalhadores. A fuga de materiais de de frente para o curso da correia e, ao

3
O jogo da culpa: quem fica responsável pelo material fugitivo?
Uma conversa bem típica entre o departamento de manutenção em si. O transportador é um sistema.
manutenção e a equipe de operações poderia ser descrita Alterações na operação ou na manutenção afetam a
da seguinte forma: maneira como o transportador se comporta, incluindo a
liberação de material fugitivo. Os operadores e a equipe
Manutenção: "Se vocês limparem a área nós vamos de manutenção precisam de treinamento sobre como
resolver o problema." as mudanças afetam a operação, e como encontrar e
Operações: "Se vocês tivessem feito a manutenção do corrigir a causa dos problemas.
equipamento, não teríamos tanto material O pior dos casos, e de longe o mais comum na estrutura
fugitivo. Assim, não teríamos tanto tempo organizacional, é quando diferentes departamentos ficam
de inatividade e despesas com limpeza." responsáveis pela limpeza e manutenção. Ninguém se
O departamento de manutenção diz que o departamento responsabiliza. Apontam-se os dedos, mas o problema
de operações está sobrecarregando a correia causando não é resolvido. Para melhorar a prestação de contas,
derramamento. ambas as atividades de limpeza e manutenção devem
ser submetidas a um único departamento, ou ser
O departamento de operações diz que se a correia terceirizadas a um único fornecedor.
estivesse alinhada, não haveria derramamentos.
Está comprovado que uma instalação limpa será mais
E assim vai... segura e produtiva. Quando os departamentos de
manutenção e produção cooperam e os transportadores
Esses argumentos circulares se devem mais à falta de
são projetados ou modificados para reduzir a quantidade
treinamento e de recursos humanos nos departamentos
de material fugitivo, ocorrem melhorias significativas na
da organização, do que à falta de limpeza ou
segurança e na produção.
375
Seção 3 | Práticas de trabalho seguras

colocar o material do derramamento Nos últimos 10 anos no Reino Unido,


de volta na correia, é capaz de tocar na houve nove acidentes fatais envolvendo
correia com a pá. Se, nesse momento, transportadores. Desses nove, oito
a pá for de encontro a uma emenda da ocorreram durante o reparo ou limpeza
correia, ela poderá ficar presa na emenda de derramamento nas proximidades
e puxar o trabalhador na direção do dos tambores (polias), e apenas um
transportador. O trabalhador poderá acidente fora devido à proteção
então ficar com o braço preso entre os inadequada. Priorização da prevenção
rolos e a correia, causando um possível de derramamento teria evitado algumas
ferimento grave. dessas fatalidades.
Um artigo da seção de mineração em superfície Minimizar o material fugitivo reduzirá a
da publicação Mining Annual Review 1995 necessidade de limpeza, diminuindo assim o
resume o assunto da seguinte forma: risco de ferimentos dos trabalhadores.

O livro FOUNDATIONS™ mostra como melhorar a segurança, reduzindo a


necessidade de limpar as proximidades dos transportadores de correia
A limpeza é tão rotineira Ele guia os leitores desde os fundamentos sobre como e por
e arriscada que este livro que os transportadores funcionam da forma que o fazem
dedica um capítulo (assim como onde os problemas se originam), até sobre
inteiramente ao assunto. como evitar derramamento, pó e material de retorno; como
corrigir o alinhamento e como projetar um sistema de
Claro, há maneiras lavagem da correia transportadora.
melhores de controlar
o material fugitivo e O livro apresenta informações valiosas para o pessoal em
reduzir a necessidade de todos os níveis, gestores de planta, engenheiros de planta e
limpeza das proximidades transportador, gerentes de manutenção e segurança e equipe
dos transportadores de operacional.
correia. Basta instalar
e manter os sistemas que reduzem o material fugitivo Disponível em inglês, alemão, português e espanhol,
(material de retorno, derramamentos e pó) que escapa dos em volumes de capa dura e edições digitais, esse recurso
transportadores de correia que movimentam materiais a fundamental para o controle de material fugitivo inclui
granel. Esses sistemas são amplamente debatidos no livro mais de 600 fotografias coloridas e ilustrações, bem como
FOUNDATIONS™ Quarta Edição, Guia Prático para um tabelas, cálculos de engenharia, tópicos avançados, exemplos
Controle mais Limpo, Seguro e Produtivo de Pó e Material a de problemas, análise sobre o retorno sobre o investimento
Granel da Martin Engineering. e especificações típicas.

O livro Foundations™ Quarta Edição é uma referência Por aproximadamente 20 anos, os livros Foundations™
impressa de capa dura, com 576 páginas sobre "como" e da Martin Engineering têm ensinado o pessoal da
"por que" melhorar a produtividade do transportador. Ele indústria como operar e manter limpos e seguros os
apresenta um debate detalhado sobre temas e técnicas para transportadores de correia. A Martin Engineering publicou
melhorar o desempenho dos transportadores de correia. a primeira edição do Foundations™ em 1991, seguido pelo
Foundations™ Two em 1997 e pelo Foundations™ Three em
O Foundations™ oferece soluções para problemas reais 2002.
da movimentação de materiais a granel. Esta edição põe
especial ênfase na questão da segurança, do controle do Para obter informações ou solicitar uma cópia do
pó, do fator humano no controle de material fugitivo, FOUNDATIONS™ Quarta Edição, visite o site da Martin
e do retorno econômico ao melhorar os sistemas de Engineering: martin-eng.com ou envie um e-mail para
movimentação de materiais a granel. foundations@martin-eng.com.

376
Transportadores, material fugitivo e limpeza | Capítulo 24

REGULAMENTOS E NORMAS em vários lugares a necessidade de limpeza


e os perigos decorrentes dela, sem oferecer
Embora não existam normas que especifiquem regulamentações e soluções específicas.
a necessidade de limpeza nas proximidades
de transportadores, há muitas normas e Para impedir que o material acumulado crie
regulamentos que estabelecem que as plantas um perigo, a norma AS/NZS 4024.3611
devem manter uma limpeza adequada especifica, na seção 2.3.3, que deverá haver
para garantir a segurança do trabalhador. folgas de não menos de 300 milímetros [≈12
Essas normas de limpeza são em geral mais pol.] acima do chão, na parte de baixo da
cuidadosamente especificadas nas legislações de correia, e não inferiores a 150 milímetros [≈6
minas de carvão, onde os riscos de incêndio e pol.] do piso para as peças giratórias, isto é, os
explosão relacionados ao pó são significativos. roletes e polias, durante a remoção do material
acumulado.
Muitas jurisdições especificam como requisito
legal ou práticas recomendáveis que a Brasil
limpeza nas proximidades do transportador
A norma brasileira NR-22 –
não seja permitida enquanto ele estiver em
Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração
funcionamento, a menos que possa ser feita de
especifica na cláusula 22.8.10:
forma segura.
Os trabalhos de limpeza e manutenção
Austrália
dos transportadores contínuos só podem
A norma australiana AS/NZS ser realizados com o equipamento
4024.3610 Safety of machinery – Conveyors – parado e bloqueado, exceto quando
General requirements debate a necessidade de a limpeza for através de jato d’água
projetar sistemas transportadores para facilitar ou outro sistema, devendo neste caso
possuir mecanismo que impeça contato 3
a limpeza na seção 2.4.4.1 Design for cleaning
and inspection. acidental do trabalhador com as partes
móveis
Ao observar que a remoção de material fugitivo
é importante para a segurança do trabalhador Canadá
e para a prevenção de incêndios, a norma
As diretrizes de melhores
especifica que o sistema transportador deve
práticas A User’s Guide to Conveyor Belt Safety:
ser projetado para permitir a limpeza segura
Protection from Danger Zones observa na Tabela
nas proximidades dos pontos com maior
2-4 Safeguards for Maintenance Activities que
probabilidade de ocorrer material fugitivo,
a colocação do material recuperado na correia
tais como chutes de transferência e carga de
é:
transportadores e britadores.
...autorizada sempre, desde que as
A norma AS/NZS 4024.3610 também observa
partes perigosas permaneçam isoladas
que onde for preciso recuperar material
pela proteção. Deve-se prestar bastante
fugitivo, o transportador deverá incorporar
atenção ao espaço embaixo da correia
um local ou método seguro em que o material
inclinada localizada a menos de 2,5
possa ser retornado à carga, tal como um chute
m [≈98,5 pol.] de distância do chão
para que os trabalhadores não fiquem expostos
(análise de risco da correia).
aos elementos em movimento.
…Efetue o travamento se a zona de
A norma australiana e neozelandesa para perigo não tiver uma proteção.
transportadores de material a granel AS/NZS
4024.3611 Safety of machinery – Conveyors – A tabela também observa: "Se a necessidade
Belt conveyors for bulk materials handling cita de remoção do acúmulo de material de um

377
Seção 3 | Práticas de trabalho seguras

transportador em funcionamento se tornar a transportadores em movimento


frequente, talvez seja melhor instalar uma e apresentar quaisquer alterações
estação de trabalho". importantes ou significativas
estabelecidas nos procedimentos de
Na cláusula 372, a normativa Regulation trabalho seguros ao inspetor-chefe
respecting occupational health and safety de para aprovação. Esses procedimentos
Quebec especifica: devem:
É proibido limpar ou inspecionar um (a) resolver os problemas específicos
componente de um transportador em associados a cada transportador
movimento, a menos que o processo na mina e indicar a velocidade na
usado não requeira nenhuma tarefa que qual cada transportador trafega;
possa fazer com que o trabalhador entre (b) incluir um procedimento ou
em contato com algum elemento em mecanismo seguro de retorno
movimento. do material na limpeza de
O código Health, Safety, and Reclamation Code derramamentos de uma
for Mines in British Columbia estabelece na correia em movimento, e um
Parte 4.4.16 sobre Correias transportadoras: procedimento ou mecanismo
que permita a remoção de
(8) A manutenção ou limpeza de
materiais que se encontram
derramamento em correias
embaixo da transportadora, e
transportadoras ou em suas
que proteja as pessoas do contato
proximidades somente deverá ser
com as peças em movimento
efetuada se:
do transportador e de qualquer
(a) o sistema transportador for material que possa cair do
3 construído de tal forma que transportador.
o trabalho possa ser feito de
maneira segura e sem depender Na cláusula 54 sobre limpeza preventiva, a
da remoção de quaisquer cercas normativa Regulation respecting occupational
de proteção ou protetores; health and safety de Quebec exige que:

(b) for realizada por pessoas que Todas as salas onde pó combustível
tenham sido completamente é gerado devem ser limpas com a
treinadas e autorizadas pelo frequência necessária para evitar a
gestor a fazer o trabalho. acumulação de pó em assoalhos,
(9) Quando for necessário remover as vigas, equipamentos e máquinas, em
cercas de proteção ou protetores quantidades que possam apresentar risco
para fins de limpeza e manutenção, de incêndio ou explosão.
o transportador deveráestar Na legislação Occupational Health and Safety
completamente parado, de acordo Act, Revised Regulations of Ontario 1990,
com as seções de 4.11.1 a 4.11.7 Regulation 854 Mines and Mining Plants,
desse código. cláusula 266, se indica:
(10) Todas as cercas e proteções
removidas durante a limpeza ou Se o pó ou outro material puderem
manutenção devem ser recolocadas causar algum perigo ao se misturar ao ar,
antes de retirar os bloqueios e iniciar deverão ser removidos com um mínimo
o transportador. de demora por meio de:

(11) O gestor deve desenvolver (a) aspirador;


procedimentos de trabalho seguro (b) vassoura molhada;
para qualquer trabalho próximo
378
Transportadores, material fugitivo e limpeza | Capítulo 24

(c) pá molhada; limpar e reparar uma instalação de correia


(d) outros meios apropriados. transportadora, e que todas as limpezas de
rotina fora das áreas designadas da seção
África do Sul do transportador da correia sejam levadas
a cabo de acordo com procedimento
As diretrizes Safety Around Belt
preparado e implementado para essa
Conveyors publicada em 2016 pela Conveyor
finalidade.
Manufacturers Association (CMA) of South
Africa Ltd, na seção 4.1 Safety Requirements A Lei estabelece que as seções designadas,
for Maintenance, incluem: como as seções da transmissão, do dispositivo
tensor, da polia tensora, do ponto de
A proibição do trabalho em máquinas
transferência, e da polia traseira.
em movimento está relacionada a tarefas
como limpeza da correia, limpeza e A mina Venetia das operações de De Beers
remoção de derramamentos em pontos Consolidated oferecem algumas regras de
localizados. Se houver acúmulo de limpeza na Revisão 2 do seu código Mandatory
material de retorno na face de polias e Code Of Practice For The Safe Use Of Conveyor
nas capas dos roletes, a remoção desse Belt Installations For The Transportation Of
acúmulo só será permitida quando o Minerals, Material Or Personnel A Seção 8.5.1
sistema de transporte estiver parado e Conveyor Belt Installation Safety Rules inclui
for bloqueado com segurança. a segunda instrução:

Os seguintes trechos são extraídos da norma Nenhuma operação de limpeza de


Mine Health and Safety Act 29, 1996 da África derramamentos poderá ser realizada nas
do Sul (conforme revisada em 2013), trechos placas da plataforma transportadora que
que as diretrizes Safety Around Belt Conveyors estiverem próximas a qualquer polia ou 3
da CMA incluíram no Anexo A. rolete giratório, se houver contato físico
entre as ferramentas de limpeza com
O empregador deve garantir que:
qualquer ferramenta de limpeza, e o
(a) as seções designadas da instalação de transportador em operação.
correias transportadoras sejam protegidas,
Na Seção 8.3.4 Installation of Guards, o
conforme a norma 8.8(4), e não sejam
código de boas práticas prossegue:
limpas se alguma de suas peças estiverem
em movimento; dado que uma lavagem Os dispositivos de proteção somente
com água pressurizada de uma distância podem ser removidos para fins de
segura poderá ser realizada, de acordo com limpeza, manutenção, reparo e teste.
a norma 8.9(1)(i); A remoção dos dispositivos de proteção
(b) a fonte de alimentação e todas as fontes somente pode ser feita depois de a
de energia armazenada de uma instalação correia transportadora ser desligada e
de correia transportadora estacionária bloqueada de acordo com a política
sejam isoladas e travadas durante os Travar/ Etiquetar/ Bloquear/ Testar.
reparos, manutenção ou limpeza de As proteções devem ser reinstaladas
derramamentos nas seções designadas; antes de a correia transportadora ser
sempre que o alinhamento e o teste de colocada de volta em operação.
uma instalação de correia transportadora O documento ainda enfatiza esse ponto
possam ser levados a cabo enquanto a em 8.3.25.7 Duties of Shift Ore Processing
correia estiver em movimento… Foremen Supervisors and Engineering
(i) apenas pessoas autorizadas pelo Foremen. Isso requer que os operadores sejam
empregador possam operar, manter, treinados para:

379
Seção 3 | Práticas de trabalho seguras

Garantir que as proteções de segurança A OSHA 1910.22(a) oferece um padrão geral


somente sejam removidas para fins de limpeza na norma 30 CFR 1910.22(a),
de limpeza ou manutenção e que isso que estabelece: "Todos os locais de trabalho,
seja feito somente depois de a correia passagens, depósitos e salas de serviço devem
transportadora ter sido desligada e ser mantidos limpos, em ordem e em boas
bloqueada. E que a correia não seja condições sanitárias".
iniciada até que todas as proteções sejam
reinstaladas, a menos que para fins de A agência Mine Safety and Health
teste (por exemplo, para treinamento em Administration (MSHA, Administração de
correias). Segurança e Saúde em Mineração) possui
normas gerais semelhantes, e observa na norma
Estados Unidos 30 CFR 56/57.20003 Housekeeping que, em
todas as operações de mineração:
A Seção 5.2(c) da norma B20.1-
2015 Safety Standard for Conveyors and Related (a) Os locais de trabalho, passagens,
Equipment da organização American Society depósitos e salas de serviço devem ser
of Mechanical Engineers (ASME, Sociedade mantidos limpos e em ordem;
Norte-americana de Engenheiros Mecânicos) (b) O piso de cada local de trabalho deve
estabelece: «A manutenção ou a limpeza não ser mantido limpo e, na medida do
devem ser realizadas com o transportador em possível, seco. Se forem utilizados
funcionamento, exceto conforme previsto nos processos úmidos, deverá ser feita
parágrafos 5.3 e 5.4". a drenagem e, sempre que possível,
Os parágrafos 5.3 Lubrication e 5.4 deverão ser fornecidos falsos pisos,
Adjustment or Maintenance During plataformas, tapetes, ou outros
Operation estabelecem que quando o lugares secos.
3
transportador estiver em funcionamento, o Na norma 30 CFR 77.205(b) sobre passagens
procedimento identificado no título do título nas instalações em superfície, a agência requer:
do parágrafo somente deverá ser executado por
"pessoal treinado e qualificado ciente do perigo (b) Passagens e plataformas ou outros
que supõe o transportador". meios de acesso às áreas pelas quais

A ferramenta correta para o trabalho


Usar a pá correta pode fazer com que a limpeza componentes giratórios e peças em
seja mais fácil e segura para o trabalhador. movimento.
De acordo com o documento OSH Answers • Pás mais curtas com alças em "D"
Fact Sheet: Shoveling, da organização Canadian permitem que o trabalhador aplicar mais
Centre for Occupational Health and Safety força de cima. No entanto, alças em "D"
(Centro Canadense para Segurança e Saúde não devem ser usados nas proximidades
Ocupacional), as diretrizes para selecionar as de transportadores.
ferramentas adequadas são as seguintes:
• Pás com cabos maiores podem ser
• Em geral, quando a lâmina é colocada no mais seguras, salvo se houver restrição
chão, o comprimento total (lâmina, cabo de espaço. Umas alças mais comprido
e alça) deve alcançar a altura do cotovelo reduzirá a possibilidade de contato
aproximadamente (com os braços na do trabalhador com polias e outros
lateral). componentes em movimento. Verifique se
• Pás com cabos compridos proporcionam a pá não é muito comprida, de forma que
maior produtividade, mas aumentam possa ficar presa em um ponto de pressão
o risco de contato acidental com entre a correia e um rolete.
380
Transportadores, material fugitivo e limpeza | Capítulo 24

as pessoas transitam ou nas quais informativo Program Information Bulletin P10-


trabalham, devem estar livres de 18 da MSHA:
todos os materiais estranhos e riscos
de tropeço ou escorregão. A norma 30 C.F.R., seção 75.400, sobre
acúmulos de materiais combustíveis
A norma 30 CFR 56/57.14202 da agência da agência MSHA, exige que o pó de
MSHA proíbe enfaticamente a limpeza carvão, incluindo o pó em suspensão,
manual das polias enquanto o transportador carvão solto e outros materiais
estiver em funcionamento. combustíveis sejam limpos e não possam
se acumular em operações ativas, nem
Além disso, as regulamentações sobre a
nos equipamentos a diesel ou elétricos.
mineração de carvão da MSHA incluem
Além disso, a norma 30 C.F.R. seção
exigências para a remoção de acúmulos
75.400-2 exige que os operadores
de pó de carvão. Conforme indicado pelo

Quanto trabalho é possível realizar com uma pá?


A sabedoria convencional, ou talvez seja folclore, diz que A taxa mais eficiente de trabalho com pá é de
um trabalhador pode carregar uma tonelada de material aproximadamente de 18 a 21 pás cheias por
em uma hora. Não se sabe se isso retrata uma medição real minuto. No entanto, o cansaço aparece em pouco
da produção, uma história apócrifa cujas raízes se perdem a tempo a essa taxa. Portanto, a taxa recomendada
nas brumas do tempo ou apenas um "arredondamento" para tarefas contínuas de trabalho com pá é
conveniente do desempenho desejado, que permita a geralmente de aproximadamente 15 pás cheias por
fácil correlação de outras equações da carga de trabalho e minuto. Tarefas que envolvam o trabalho contínuo
produtividade. com pá não deverão ser executadas durante mais do
que quinze minutos a cada hora. A taxa de trabalho
Um artigo publicado em Cassier’s Engineering Monthly com pá também dependerá do nível de dificuldade
relatava em 1917: "Um homem transferindo carvão de em que a pá pode ser inserida no material a ser
uma balsa para as carvoeiras de outro navio, sem auxílio removido (por exemplo, grãos, neve, cascalho, terra
de maquinário e apenas com uma pá e um cesto, pode compactada).
transferir uma tonelada de carvão por hora".
Parece óbvio pensar que se o material estiver disperso
De acordo com o documento OSH Fact Sheet do Canadá, e empilhado aleatoriamente em torno de uma
recentemente, a Kodak incluiu informações sobre o transportadora, o trabalho com pá será mais lento que se
trabalho com pá em seu livro "Kodak’s Ergonomic Design for realizada uma pilha de estocagem acessível e unificada
for People at Work – 2nd Edition", publicado por John (se o material estiver solto).
Wiley & Sons, Hoboken, Nova Jersey, em 2004. O
trabalho da Kodak resumiu os estudos mostrando que O documento canadense Shovelling Fact Sheet prossegue:
uma carga de 750 kg [1.650 lb] pode ser transferida em
15 minutos de trabalho com pá se a colocação do material A altura de lançamento não deve exceder 1,3 metro
for a nível do solo e não demandar muita precisão. Se a (aproximadamente 4 pés). A distância ótima de
colocação estiver acima de 102 centímetros [40 pol.] e lançamento é ligeiramente superior a um metro
não for necessário trabalhar com precisão, poderão ser (aproximadamente 3 pés). A carga deve ser reduzida
transferidos em 15 minutos 530 kg [1.165 lb]. Se estiver se a tarefa demandar lançamentos mais distantes.
perto do solo, mas for necessário o controle da precisão, Ele também constata:
será possível transferir 245 kg [535 lb] em 15 minutos.
Como a maioria do trabalho com pá é feito ao ar
O documento OSH Answers Fact Sheet: Shovelling da livre, uma ponderação sobre as condições climáticas
organização Canadian Centre for Occupational Health é muito importante. Em condições mais extremas,
and Safety (Centro Canadense para Segurança e Saúde com muito calor e umidade ou com muito frio e
Ocupacional) oferece esta diretriz: vento, 15 minutos de trabalho com pá deve ser
intercalado com 15 minutos de descanso.
381
Seção 3 | Práticas de trabalho seguras

Figura 24.3. • Não limpe as áreas inferiores ou próximas


Material fugitivo cria do equipamento quando a visibilidade
problemas de segurança for reduzida. Notifique ao supervisor
porque a necessidade sobre os perigos e condições existentes e,
de limpeza aproxima em seguida, proceda de acordo com as
os trabalhadores dos instruções.
transportadores em
• Os trabalhadores que limpam os
operação.
derramamentos nas adjacências do
transportador devem ser treinados nas
práticas de limpeza seguras.
• Ao fazer a limpeza em transportador
aéreo, como passarelas ou tábuas do
deck, ou ao fazer reparos em alturas
acima da cabeça, há perigos de queda do
material; “áreas de queda” (área abaixo
de mina estabeleçam e mantenham das estruturas superiores) devem ser
um frequente programa de limpeza isolada e os locais de risco, devidamente
e remoção de acúmulos de carvão e sinalizados. Além disso, deve haver um
pó de carvão em suspensão, carvão observador posicionado no nível do solo
solto e outros combustíveis. Ambas as para orientar que os demais permaneçam
normas foram desenhadas para prevenir afastados.
acúmulos de materiais combustíveis • Coloque os materiais fugitivos de
e para reduzir o perigo de incêndio e volta em uma correia transportadora
3 explosão na mina. em movimento apenas nos locais
especialmente projetados e protegidos
para permitir o carregamento seguro.
Mais segurança na limpeza
Geralmente, é preferível que a
A primeira dica para fazer a limpeza nas estação de moega seja carregada pela
adjacências de transportadores de correia com minicarregadeira ou carregadeira do
segurança é desligar e bloquear o transportador que pelo retorno manual dos materiais
durante a limpeza. (Figura 24.3.) (Consulte fugitivos a uma esteira em movimento.
o Capítulo 23 Trabalho seguro nas Devolver material com a pá em uma
proximidades de transportadores.) correia em movimento fora da estação
de carga deve ser considerada prática
Porém, em muitos casos, os trabalhadores insegura no mundo de hoje.
são enviados a trabalhar nas proximidades
de transportadores em movimento. Remoção de material fugitivo com pá
Os transportadores permanecem em Provavelmente a tarefa de limpeza mais
funcionamento para manter a produção no comum é a remoção de material fugitivo
cronograma e/ou para simplificar a remoção com pá. (Figura 24.4.) De acordo com o
dos materiais retirados. Se, devido ao documento Guidelines for Shovel Design &
cronograma de produção ou outras restrições, Use, publicado pelo Mining and Quarrying
não for prático bloquear o transportador, Occupational Health and Safety Committee
deverão ser aplicadas as seguintes práticas de (Comitê de Segurança e Saúde Ocupacional
limpeza segura, fornecidas pelo National Safety em Pedreiras e Mineração) da Austrália, os
Council (Conselho de Segurança Nacional) no riscos da remoção de materiais com pá são:
documento NSC Data Sheet I-570:

382
Transportadores, material fugitivo e limpeza | Capítulo 24

• Movimento repetitivo de alcance - como Figura 24.4


por exemplo, trabalhar com a pá embaixo Provavelmente a tarefa
dos transportadores - aumenta a pressão de limpeza mais comum
na parte inferior das costas. é a remoção de material
fugitivo com pá, o
• Movimentos altamente repetitivos que é sempre feito pelo
altamente repetitivo com a pá - ou seja, funcionário mais jovem e
reparto desigual das tarefas durante o recentemente contratado.
turno de trabalho - aumenta a fadiga
acumulada.
• Sobrecarga da pá, por exemplo,
levantamento de muito material,
particularmente com pás de cabos
maiores, colocando muita carga e pressão
sobre o trabalhador.
• Técnicas deficientes de trabalho com pá - Figura 24.5.
como por exemplo, jogar o material para As pás com "Alças em
trás - provoca torção excessiva da coluna D" não seguros porque
vertebral do trabalhador. há chances de que as
mãos dos trabalhadores
As considerações para controlar os riscos fiquem presas no alça
apresentados pela remoção de material com pá se a pá for agarrada
incluem: pelo maquinário.

• As tarefas de remoção com pá podem ser


eliminadas por meio da contenção do 3
material e do não derramamento no solo?
• A remoção de material com pá pode ser
reavaliada? O processo pode ser
mecanizado? ser Travado / Etiquetado / Bloqueado
• Selecione a pá correta para facilitar / Testado (LOTO/BOTO, Lockout /
uso e minimizar o risco de ferimentos. Tagout / Blockout / Testout).
Coisas a serem levadas em consideração: 2. Se a limpeza tiver de ser feita enquanto
tamanho da lâmina, lâmina plana ou o transportador estiver em operação,
angulada, acuidade da lâmina, forma verifique se todas as proteções estão no
e dobra do alça e tipo de aderência. lugar e se o material recolhido está sendo
devolvido à correia por meio de uma
Segurança na remoção com pá moega de limpeza devidamente projetada
e protegida.
O primeiro passo para realizar uma limpeza 3. Se as proteções não forem adequadas
segura está em trabalhar com a pá de forma para proteger TODOS os pontos de
segura. A remoção de material com a pá é um pressão, então o transportador deverá
trabalho árduo, principalmente para o coração passar pelo processo LOTO/BOTO para
e para as costas. Uma série de dicas pode fins de limpeza. As proteções deverão ser
melhorar a técnica e segurança de remoção reparadas ou substituídas imediatamente.
com pá. São elas:
4. Não use pás com alça em D. As pás de
1. Trave o transportador. Se a limpeza alças em D podem dificultar a liberação,
não puder ser feita sem a remoção das dado que a mão do trabalhador poderá
proteções, então o transportador deverá ficar presa no alça em "D". (Figura 24.5.)

383
Seção 3 | Práticas de trabalho seguras

Figura 24.6. 8. Nunca faça a limpeza desacompanhado.


O material retirado da Faça uso do sistema de parceria.
planta deve ser retornado
ao transportador em Se a distância que o material precisa ser
uma moega de recarga movido for maior do que a distância ideal
protegida de forma de um metro de arremesso, então o material
apropriada próximo ao deverá ser colocado em uma pilha de coleta ou
trilho do transportador. recipiente de algum tipo, como um carrinho
de mão, uma caçamba frontal de carregadeira
ou um silo de laterais baixas, de forma que
o material possa ser coletado e esvaziado por
equipamentos mecânicos.

Se o material coletado precisar ser devolvido


à correia por meio de despejo ou de trabalho
manual com pá, uma zona de recarga do
transportador deverá ser incorporada ao
ponto de transferência. O carregamento
5. Use a técnica apropriada para ajudar manual poderá ser realizado com segurança
a garantir que o trabalho com pá seja ao se incorporar uma porta de acesso entre a
eficaz e sem ferimentos. Evite lesões nas polia traseira e o chute de carga de uma seção
costas, enchendo a pá moderadamente. traseira devidamente protegida. (Figura 24.6.)
Lembre-se de se colocar em base com os O material também poderá ser retornado à
pés firmes no chão; estabeleça uma ampla correia depois da extremidade de saída da
base de apoio com os joelhos separados, calha-guia do ponto de transferência ou em
3 pernas flexionadas e costas retas. Levante outros pontos em que a correia estiver exposta,
com as pernas, não com as costas. Segure como ao entrar na descarga do transportador,
com a mão perto da pá para manter o sempre que haja um ponto de carregamento
peso próximo ao corpo; isso incentiva o específico protegido para evitar que uma pá ou
trabalhador a usar as pernas. Evite torções; uma pessoa entre em contato acidental com a
mova os pés ao girar, em vez de girar o correia ou com qualquer componente giratório
corpo. ou em movimento.
6. Se o local estiver longe demais para
arremessar confortavelmente, caminhe
até onde o material possa ser despejado. Técnicas e tecnologias para
Mantenha os braços perto do corpo; limpeza
segurar a pá com os braços estendidos
Outros equipamentos e técnicas podem ser
coloca muito peso sobre a coluna
incorporados no projeto de limpeza, seja como
vertebral.
complemento ou substituição do trabalho
7. Tenha cuidado quando o material for básico com pá. Esses métodos incluem
lançado. Esteja atento quanto ao entorno. mangueiras de alta pressão, escavadeiras
Tenha atenção com outros trabalhadores pequenas e caminhões aspiradores ou
e equipamentos móveis que possam se bombeadores. As taxas de material movido ou
deslocar e, portanto, esmagar, confinar recuperado por diferentes métodos de limpeza
ou de alguma forma prender a equipe são comparadas na Figura 24.7.
de limpeza. Tenha atenção com outros
trabalhadores em áreas próximas, para Algumas dicas de métodos de limpeza seguros
evitar atingir colegas de trabalho com e eficientes são abordadas a seguir.
materiais.

384
Transportadores, material fugitivo e limpeza | Capítulo 24

Mínima Padrão Máxima


Taxa de limpeza (tonelada métrica/ (tonelada métrica/ (tonelada métrica/
hora) hora) hora)
Remoção manual com Figura 24.7.
0,50 1,00 1,50
pá Comparação da taxa de
Mangueira de limpeza usando várias
1,00 2,00 3,00
incêndio técnicas e ferramentas.
Minicarregadeira 1,00 2,00 3,00
Carregadeira 6,00 12,00 18,00
Caminhão aspirador 15,00 25,00 35,00

Mangueira de alta pressão Figura 24.8.


Sprays de água de alta
Nos locais onde é permitido por lei, pressão são normalmente
normalmente se utilizam sprays de água de alta usados para remover
pressão para remover acúmulos de material. acúmulos de material.
(Figura 24.8.) Eis aqui algumas dicas:

• Use óculos e lentes de segurança.


• Estabeleça a pressão da mangueira em um
nível que os trabalhadores possam segurar
e movimentar de forma segura.
• Para evitar o efeito chicote da mangueira,
segure de maneira firme, permaneça perto
do bico da mangueira, libere a pressão 3
lentamente, e/ou receba ajuda de um
segundo trabalhador para a manter o
controle da mangueira. • Preste atenção ao spray. Evite direcionar
o bico às caixas de derivação elétrica e a
• Mantenha boa postura, permaneça outros trabalhadores.
com os pés separados, incline-se para
frente a fim de controlar a pressão. Não A planta deve ser equipada com sistema de
fique virado de costas para as passagens esgotos ou fossas adequadas durante a etapa
nem escadas. Não suba ou desça as de design de plantas caso haja intenção de se
escadas enquanto estiver manuseando a utilizar a mangueira na limpeza. Esses sistemas
mangueira com pressão. provavelmente precisarão de um tanque de
retenção para evitar a descarga não controlada
• Conheça a direção da água. Isso é de água contaminada.
importante durante as operações de
limpeza, de modo que o spray não Como a mangueira pode supor risco
afete outras operações, o pessoal nem de emaranhamento ou de tropeço nas
o equipamento. Quando a operação de proximidades do transportador, pode ser
limpeza estiver completa, é importante aconselhável instalar estações de mangueira de
que a planta não tenha problemas incêndio em locais fixos na planta. Com bicos
de emissões e vazamentos de água de articulação instalados nessas estações, um
contaminada, não tratada. operador seria capaz de lançar a água nos locais
• Inicie trabalho de cima para baixo, de derramamento, sem precisar ter de arrastar
lavando plataformas, passagens e outras uma mangueira ao redor da planta.
áreas em que haja acúmulo de material.

385
Seção 3 | Práticas de trabalho seguras

Figura 24.9. planta. Nos Estados Unidos, a agência


Carregadeiras pequenas National Institute for Occupational Safety
são normalmente and Health (NIOSH, Instituto Nacional de
usadas na limpeza, pois Segurança e Saúde Ocupacional) se deparou
o tamanho compacto com um número de fatalidades associadas à
permite passar pelas minicarregadeiras.
proximidades e debaixo
do sistema transportador. De acordo com procedimento de operação
segura da Universidade de Nebraska Lincoln
intitulado Safe Operating Procedure: Skid Steer
Loaders, esses acidentes são normalmente
causados por:

• Trabalhar ou se posicionar debaixo da


caçamba da carregadeira levantada.
Figura 24.10.
Minicarregadeiras
• Inclinar-se para fora do compartimento
podem receber do operador na trajetória dos braços de
implementos para elevação em movimento
melhorar as operações de
• Entrar ou sair de forma inapropriada
limpeza.
• Capotar
A foto é cortesia da
United States Mine Para evitar capotagens em inclinações, dirija
Rescue Association em linha reta para cima ou para baixo com o
(Associação de Resgate
lado mais pesado direcionado para cima e com
em Minas dos Estados
a caçamba abaixada. Não passe por declives
3 Unidos).
íngremes.
Minicarregadeiras
As dicas para se usar minicarregadeiras nas
Pás-carregadeiras pequenas, normalmente operações de limpeza de uma planta são:
chamadas de "minicarregadeiras" ou
• Use equipamentos de proteção individual
"bobcats", são normalmente usadas nas
(EPI) apropriados ao ambiente, incluindo
operações de limpeza do transportador.
capacete, óculos de segurança e proteção
(Figura 24.9.) As minicarregadeiras são úteis
auricular. Use sinto de segurança.
porque são menores que os equipamentos de
tamanho normal e podem ser manobradas em • Estabeleça os afastamentos antes de
espaços estreitos como em transportadores no iniciar; conheça o tamanho da lâmina e a
subsolo. Os equipamentos menores também altura da carregadeira quando a lâmina ou
são mais econômicos tanto na compra quanto caçamba estiver totalmente levantada.
na operação do que as pás-carregadeiras e • Não opere a carregadeira de maneira com
escavadeiras de tamanho normal. que uma das rodas saia do chão.
Elas normalmente têm uma caçamba, mas • Não sobrecarregue a caçamba. Fazer duas
podem receber outros implementos, como viagens é melhor que sofrer um acidente.
lâmina niveladora, motoniveladora ou • Desloque-se com a caçamba abaixada ao
empilhadeira para realizar outras tarefas na transportar materiais. Não carregue itens
planta. (Figura 24.10.) que possam cair ou rolar.
Embora sejam dispositivos que economizam • Verifique seus companheiros de trabalho
mão de obra, as minicarregadeiras também antes de mudar a direção (especialmente
podem apresentar riscos ao pessoal da antes de dar marcha à ré).

Bobcat® é uma marca da empresa Bobcat registrada nos Estados Unidos e em vários países; para obter informações, visite bobcat.com
386
Transportadores, material fugitivo e limpeza | Capítulo 24

• Ao dirigir, preste atenção nos pedestres, Figura 24.11.


bem como em outros veículos. Saiba onde Caminhões aspiradores
estão todos os pedestres antes de se mover. fornecem uma ação de
limpeza poderosa para
• Se estiver trabalhando com outros
coletar material fugitivo.
funcionários nas imediações, como
uma equipe de limpeza, por exemplo,
use o sistema de parceria e tenha um
"observador" exclusivo indicando a
presença de outros profissionais, bem
como de obstruções e outros perigos. • Os operadores de minicarregadeiras
devem ser devidamente treinados.
As seguintes práticas minimizarão as situações
Treine o pessoal para que possam
de risco associadas à operação e manutenção de
inspecionar, usar, manter e consertar
minicarregadeiras:
as minicarregadeiras de acordo com as
• Não deixe o assento do operador instruções do fabricante.
enquanto o motor estiver ligado. Nunca
Ao se trabalhar nas proximidades de
tente ativar os controles, a menos que
minicarregadeiras:
esteja sentado, com os cintos de segurança
afivelados e com a barra do assento (se • O pessoal que trabalha muito próximo de
houver) abaixada. uma minicarregadeira em operação deve
• Mantenha todas as partes do corpo usar vestuário de alta visibilidade.
no interior da cabine ao operar uma • É preciso estar consciente sobre a
minicarregadeira. velocidade em que a minicarregadeira
• Nunca permita que peguem carona sobre pode mudar a direção.
3
a minicarregadeira, seja na caçamba Caminhões aspiradores
ou em outro implemento, seja no
compartimento do operador, a menos Outro tipo de equipamento pesado
que o compartimento seja projetado para normalmente visto nas operações de limpeza
acomodar uma segunda pessoa. de transportadores é o caminhão aspirador.
• Barricadas e outros dispositivos de aviso São coloquialmente chamados de "air
devem ser usados para desviar o tráfego movers" (assopradores) nos Estados Unidos e
quando as operações da carregadeira "bombeadores" no Brasil. Mas, claro, eles não
estiverem em estreita proximidade com o são usados para sugar o ar, e sim para remover
tráfego de pedestres ou veículos. Sempre o material. (Figura 24.11.)
mantenha os transeuntes a uma distância Eles proporcionam uma poderosa ação de
segura da área de trabalho. limpeza por aspiração capaz de remover
• Siga as instruções do fabricante quanto ao sólidos, líquidos, lamas ou chorumes por meio
programa de manutenção da carregadeira. de linhas de mangueiras com diâmetro de 1 a 4
• Nunca tente realizar a manutenção polegadas [≈25 a 100 mm], normalmente. Eles
nem outro trabalho enquanto os braços sugam o material para um tanque colocado
de elevação ou implementos estiverem no caminhão, que é capaz de filtrar o ar e
levantados sem a utilização de um liberá-lo, além de coletar o material no tanque.
dispositivo aprovado de suporte de braço Deve-se tomar cuidado ao trabalhar com uma
levantado. Recoloque as proteções e mangueira ou próxima a ela. A poderosa ação
blindagens depois da realização de reparos de sucção das linhas de mangueiras aspiradoras
ou manutenção. pode causar ferimentos graves ou fatais.

387
Seção 3 | Práticas de trabalho seguras

Ao serem usados nas operações de limpeza, • Invista em sistemas para prevenir a fuga
os caminhões aspiradores precisam se mover de materiais, como pó, derramamento e
menos que os demais equipamentos, como material de retorno. Os sistemas que evitam
as minicarregadeiras. Na maioria das vezes, a fuga de material fugitivo proporcionam
o operador pode mover a extremidade da retorno imediato e significativo sobre os
mangueira sem ter de mover o caminhão. investimentos, reduzindo os gastos com a
Mas eles são equipamentos grandes que, limpeza e substituição de componentes do
especialmente nas extremidades de um transportador.
ambiente industrial, podem apresentar • Novos sistemas podem ser projetados
visibilidade limitada da cabine. Por isso, de modo que proporcionem segurança
deve-se ter cuidado quando precisar mover o na limpeza das partes debaixo do
caminhão para outro local. transportador, em áreas onde se possa
As dicas para se trabalhar com "caminhões antecipar o elevado acúmulo de materiais
aspiradores" nas operações de limpeza de um fugitivos. Nessas áreas, o transportador
transportador são: pode ser elevado e protegido para permitir
a limpeza de forma segura e em intervalos
• Use os equipamentos EPI apropriados menos frequentes.
ao ambiente e à operação desse sistema
(inclusive proteções auriculares). Siga as práticas de desligamento apropriadas
quando precisar fazer a limpeza nas
• Conheça os riscos associados ao material a proximidades de transportadores de correia.
ser aspirado.
• Conheça os equipamentos, inclusive • Isso inclui o método Travar / Etiquetar
os controles de parada de emergência. / Bloquear / Testar, conforme detalhado
Os operadores devem ser treinados e no Capítulo 23 Trabalho seguro nas
3
autorizados. Os trabalhadores das áreas proximidades de transportadores.
adjacentes também devem conhecer os • Faça uso do sistema de parceria.
controles de parada de emergência.
Empregue as tecnologias disponíveis para
• Permaneça fora do tanque, ele representa substituir ou complementar a limpeza
um espaço confinado. manual.
• Nunca dê marcha à ré no caminhão
aspirador sem o auxílio de um observador • Use sistemas de lavagem, minicarregadeiras,
e constante contato visual. Sempre saia da caminhões aspiradores e outros sistemas
cabine e examine a situação antes de dar de acordo com o orçamento e as
marcha à ré. necessidades de limpeza para minimizar
o trabalho. Ao usar equipamentos
motorizados, preste atenção com o pessoal
MELHORES PRÁTICAS que trabalha nas proximidades; receba
Limpeza do transportador ajuda de observador ao se deslocar.
As seguintes práticas são identificadas como Use técnicas apropriadas de trabalho ao
Melhores práticas de limpeza de material realizar a limpeza manual nas proximidades
fugitivo nas proximidades de transportadores dos transportadores de correia.
de correia:
• Use técnicas e ferramentas apropriadas
Instale sistemas para evitar ou minimizar para reduzir os riscos de ferimentos.
o material fugitivo, e procure que estejam
• Sempre que possível, recolha o material
inspecionados, ajustados e cuidados.
em uma área da qual possa ser removido
mecanicamente.

388
Transportadores, material fugitivo e limpeza | Capítulo 24

• Retorne o material para um transportador Figura 24.12.


em movimento apenas em uma moega Um dos segredos de um
devidamente protegida e projetada para transportador seguro é
permitir que o retorno do material seja reduzir a quantidade
seguro. de material fugitivo e,
em seguida, utilizar as
técnicas adequadas para
limpar o material que
CONCLUSÕES tenha escapado.
Manter a limpeza é manter a Um transportador limpo
segurança é um transportador
mais seguro.
A necessidade de limpar as proximidades
de transportadores de correia coloca os
trabalhadores em risco, dado que normalmente
precisam trabalhar em transportadores em
movimento. Mesmo se os transportadores não
estiverem em operação, o acúmulo de material
fugitivo supõe riscos, como plataformas não
estáveis, passagens desniveladas e materiais
arremessados ou em queda. O essencial é
primeiro reduzir a quantidade de material
fugitivo e, segundo, usar técnicas apropriadas
para coletar e manusear material fugitivo de
forma eficiente e segura. (Figura 24.12.)

Embora não seja tecnicamente um material 3


fugitivo, a limpeza de acúmulos nos chutes
de descarga e de desvio resultantes do
acúmulo de partículas pode apresentar perigos
significativos de queda de pedaços de materiais
a granel consolidados e, muitas vezes, exigem
que o trabalhador se exponha ao espaço
confinado e tenha uma licença de acesso.

389
Capítulo 25 Bloqueio do movimento da correia
3 Agradecimentos a INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 390 INTRODUÇÃO
Greg Westphall, Os riscos do movimento
Como uma correia travada
diretor de engenharia, indesejado da correia
Flexco, pelos conselhos pode se mover . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 391
e revisão desse Conforme anteriormente debatido nesse
Avaliação dos riscos de
capítulo. volume, é prática padrão, embora devesse
movimentos descontrolados . . . . . . 394
ser um procedimento, que antes de trabalhar
Imagem cordialmente nas proximidades de transportadores de
cedida pela Flexco.
Bloqueio da correia . . . . . . . . . . . . . . . 394
correia, o sistema de acionamento deve estar
Procedimentos apropriados de desligado. Isso supõe travar e colocar tags nos
bloqueio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 398 sistemas de transmissão do transportador de
correia, bem como em qualquer equipamento
Grampos projetados para
que possa alimentar ou retirar material no
fins de segurança . . . . . . . . . . . . . . . . 399
transportador. Tais equipamentos seriam
Verificação dos riscos outros transportadores, alimentadores,
de movimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 400 trituradores e portas de cima dos recipientes
alimentados por gravidade. Além disso, deve
MELHORES PRÁTICAS . . . . . . . . . . . . . 400 ser restrito o acesso a todos os pontos de carga
CONCLUSÕES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 401 que possam receber manutenção realizada por
equipamentos móveis.

No entanto, o que é menos conhecido é


subsiste o potencial risco de movimento da
correia transportadora, com possibilidade
de lesão, mesmo quando o transportador

390
Bloqueio do movimento da correia | Capítulo 25

está devidamente travado e etiquetado. correia, assim como o movimento ou não da


Os transportadores de correia já feriram correia.
e mataram muitos trabalhadores ao se
movimentar mesmo quando o sistema de Essas tensões permitirão a aplicação de energia
transmissão se encontra desligado. do torque da transmissão para a correia, no
caso de transportadores em aclive, ou por
Conforme se observa nas diretrizes Safety meio da carga e da gravidade para a correia em
Around Belt Conveyors publicada pela transportadores em declive, a fim de mover de
Conveyor Manufacturers Association of South forma eficiente a correia e sua carga. Nos casos
Africa Limited: de transportadores em aclives, se não houver
tensão adequada, não haverá movimento ou,
... É importante lembrar o perigo que pelo menos, nenhum movimento eficiente.
representa a energia residual armazenada Em vez de mover a estrutura do transportador,
no sistema e saber lidar com isso a correia deslizará até entrar em contato com
adequadamente. os componentes giratórios do sistema de
Portanto, é preciso isolar a energia frenagem ou de transmissão. Nos casos de
armazenada de uma área de trabalho transportadores em aclive, a tensão criada pela
ou liberá-la completamente do sistema, carga e gravidade é normalmente usada para
para que o trabalho seja realizado em pressionar a polia traseira. Se a tensão não for
um ambiente seguro. adequada na traseira, a correia deslizará, e o
efeito de frenagem por meio da fricção da polia
Como uma correia travada traseira permitirá que a correia deslize.
pode se mover Os requisitos legais para bloquear
o equipamento
Para fins operacionais, as correias de um 3
transportador são submetidas à tensão, tanto Como substantivo, o termo "bloqueio"
pelo peso da carga carregada por ele quanto significa uma obstrução ou obstáculo; como
pela força do sistema de transmissão e do verbo, significa inutilizar uma passagem
sistema tensor. Essas forças se combinam para ou progresso por obstrução para prevenir o
criar uma tensão que estica a correia, o que funcionamento normal. (Figura 25.1.)
permite que o sistema de transmissão mova a
correia pela estrutura. Muitas jurisdições incluem o requisito de
que os equipamentos que estejam passando
Uma correia transportadora sob tensão é como por manutenção sejam bloqueados para
um elástico esticado. Esse estiramento surge prevenir o movimento. Isso não fica explícito
à medida que a correia é submetida a forças pela legislação sobre transportadores, mas é
consideráveis. O volume de tensão tem como incluído nos requisitos de equipamentos da
base fatores como a geometria do material da indústria em geral ou da mineração.
correia, especificações de transmissão e tensão,
assim como o volume de material transportado
no aclive ou declive da correia. Figura 25.1.

Há lugares, ao longo do sistema A frase "bloqueio da


correia" é usada para
transportador, em que as tensões podem ser
descrever o método
consideravelmente maiores que em outras de fixação da correia
áreas do sistema. O que determinará onde para evitar todos os
as tensões serão elevadas e onde serão mais seus movimentos.
baixas será a posição do sistema de frenagem
ou transmissão, o dispositivo tensor, o aclive Imagem cordialmente
ou declive do sistema, as partes carregadas da cedida pela Flexco.

391
Seção 3 | Práticas seguras de trabalho

Por exemplo, nos Estados Unidos, a agência Os reparos e a manutenção do


Mine Safety and Health Administration maquinário ou equipamentos somente
(MSHA, Administração de Segurança e Saúde devem ser realizados depois de
em Mineração) exige na norma 30 CFR desligada a energia, e do bloqueio de
56/57.14105 que: movimentos perigosos do equipamento
ou maquinário.

Artigo da Beltcon debate as fatalidades decorrentes do movimento


indesejado da correia
O artigo Non-Gravity Take-up Technology, escrito em a correia se movesse, prendendo o trabalhador que estava
2013 por Alan Exton, incluiu o debate sobre os perigos ajustando a proteção no ponto de pressão da polia.
da energia armazenada e movimento descontrolada da O resultado: uma fatalidade.
correia. O artigo foi apresentado como parte da Beltcon 17
Conference na África do Sul.
Exton define energia armazenada como:
[...] energia potencial derivada da elasticidade da
correia, que é armazenada na faixa da correia do
sistema transportador que, se liberada, representa um Trabalhador na correia para
risco instantâneo para pessoas e equipamentos. desobstruir a polia traseira.

Em seguida, ele relata dois exemplos de fatalidades


causadas pela energia armazenada.
Exemplo 1: Acidente durante a manutenção (Figura 1.)

IDADE
FATAL
Quando a obstrução é
removida, a tensão liberada move
a correia, prendendo o trabalhador na polia.
Figura 2.
Exemplo 2: Acidente na polia traseira (Figura 2.)
Um trabalhador se posiciona na correia para ajustar uma
proteção na polia de acionamento. Uma pedra grande ficou presa entre a polia traseira e a esteira
de retorno de um transportador vertical. Isto produziu
uma sobrecarga elétrica, fazendo com que a transmissão
fosse desligada. Um freio contra recuo da polia de cabeça
(transmissão) impediu que o lado de carregamento sofresse
DE uma retração e liberasse a tensão na esteira de carga da
= FATAL
IDA
correia. Um trabalhador se posicionou entre as esteiras na
Quando o freio é liberado, a energia armazenada faz com que polia traseira, com a intenção de reduzir o tamanho da pedra
a correia se recolha, prendendo o trabalhador na correia. de forma a permitir sua remoção. Quando a pedra ficou
Figura 1. suficientemente menor, a tensão entre as duas esteiras voltou
O trabalhador estava ajustando a proteção de um a se equilibrar, e a energia armazenada foi liberad
dos pontos de pressão na polia de acionamento do a. O movimento resultante da correia prendeu o trabalhador
transportador. As avaliações de risco necessárias tinham na polia. O resultado: outra fatalidade.
sido concluídas e o trabalho tinha sido planejado para Ambas as fatalidades poderiam ter sido evitadas se as correias
que fosse realizado de forma segura. Enquanto isso, estivessem adequadamente bloqueadas.
outros trabalhadores estavam substituindo alguns roletes
No artigo de Exton, a energia armazenada representa
no mesmo transportador. Quando a equipe encarregada
um tópico que "requer atenção permanente… A não
pelos roletes terminar o trabalho, eles liberaram o freio
compreensão dessa energia potencial provou ser fatal na
do dispositivo tensor. A energia armazenada fez com que
nossa indústria".
392
Bloqueio do movimento da correia | Capítulo 25

Isso se aplica tanto à Parte 56 (referente a A peça de uma máquina, maquinário


extrações superficiais de minerais metais e de transporte, dispositivo ou objeto,
não metais) quanto à Parte 57 (referente a deve ser limpa, lubrificada, ajustada e
extrações subterrâneas de minerais metais e reparada, ou deve passar por trabalhos
não metais). de manutenção somente quando: (b)
tiver sido bloqueada para impedir o
A norma Occupational Health and Safety Act seu movimento, dado que qualquer
(R.S.O. 1990) de Ontário possui requisitos peça que tenha sido parada pode,
semelhantes na Seção 75: Maintenance and posteriormente, se mover e colocar em
Repairs of Regulation 851 for Industrial risco o trabalhador.
Establishments. Ela exige que:

Em qual direção a correia se moverá?


Em algumas circunstâncias é difícil prever em que Na área imediata do bloqueio, a correia também se
direção uma correia bloqueada ou paralisada se moverá. moverá no sentido horário até que a energia armazenada
A ilustração incluída ajuda a explicar a dificuldade de (excesso de estiramento) da correia seja liberada. Isso
prever o movimento repentino da correia liberada, cria pontos de pressão entre a correia em movimento e a
mostrando também a necessidade de bloquear a correia polias traseiras e a polia tensora.
para evitar o movimento indesejado e proporcionar
segurança aos trabalhadores. A quantidade de movimento depende do comprimento
da correia (estiramento recuperado) e da quantidade real
O exemplo foi preparado usando um software de design de tensão armazenada na correia decorrente da obstrução
3
do transportador para avaliar a tensão da correia e os e consequente parada do motor.
efeitos de um bloqueio. O seguinte exemplo mostra uma
correia inclinada em que o motor foi paralisado devido a
um bloqueio na rotação de uma das polias.

Essa sequência mostra uma correia bloqueada na polia


traseira. Um batente foi instalado na polia de cabeça.

Nas ilustrações, quanto mais escura a cor mostrada


nas correias, maior a tensão da correia. A tensão é
normalmente maior na parte da cabeça e menor na parte Figura 1.
traseira devido à força da gravidade do material a granel.

Figura 1: Verde
A correia funciona em tensões normais.

Figura 2: Laranja
A polia traseira é obstruída e o motor se paralisa e se
desconecta. A tensão (a faixa laranja) está travada na Figura 2.
correia paralisada e esticada, como energia armazenada
ou potencial. A correia é impedida de se mover para trás
devido à carga exercida pelo batente na correia.

Figura 3: Vermelho
Quando a obstrução é removida, a tensão do sistema
retorna ao nível normal em que parou. A polia traseira
agora gira no sentido horário, e o tensor se elevará. Figura 3.
393
Seção 3 | Práticas seguras de trabalho

Avaliação dos riscos de fisicamente impedido de ser mover pela


movimentos descontrolados energia armazenada. (Figura 25.2.)

Mesmo quando um transportador de correia Outras fontes de energia armazenada


tiver sido devidamente travado e etiquetado, Há outras fontes de energia armazenadas em
ainda assim haverá quantidades significativas um transportador. Os acúmulos de materiais
de tensão ou energia potencial no sistema. em chutes e estruturas podem conter energia
Essa energia apresenta risco de ferimentos ao potencial significativa. Diversos acidentes
pessoal que está trabalhando nas proximidades fatais ocorreram no interior de chutes devido
do transportador. a materiais em queda durante o trabalho.
É importante observar a distinção entre Mecanismos que se deslocam, como trippers
energia e potência. Esses termos têm significado ou empilhadeiras, podem mover-se de forma
semelhante, mas eles não podem ser usados inesperada, fazendo com que a correia se
como sinônimos em todas as instâncias. mova se não for bloqueada. Acessórios como
O termo potência está relacionado à energia amostradores ou raspadores de descarga
cinética ou à energia de movimento. Mesmo podem mover-se de forma inesperada durante
quando o transportador está desligado e a manutenção da correia. Componentes ou
travado, pode haver energia residual. A energia estruturas desgastadas e corroídas podem
é capturada na forma de potência ou energia deixar passar cargas adicionadas enquanto a
armazenada ao exercer o contrapeso, seja pela correia está parada, mas o trabalho está em
força da gravidade na massa da carga em uma andamento.
correia ou pela tensão armazenada em seções Portanto, é preciso isolar a energia armazenada
de uma correia esticada, mas sem movimento. da correia e das áreas de trabalho próximas,
3 No caso de uma correia sem fim estar com ou liberar ou bloqueá-la completamente do
uma emenda partida ou tiver sido separada sistema, para que o trabalho seja realizado em
de propósito para fins de reparo, ainda assim um ambiente seguro.
poderá haver energia potencial armazenada nas A metodologia de bloqueio usa mecanismos de
seções inclinadas ou suspensas de correia. "força bruta" para prevenir fisicamente que a
As práticas essenciais de travamento e correia se mova. A correia não se move porque
etiquetagem devem ser continuadas. Mas, é mantida presa em uma posição.
além disso, haverá muitos casos em que
o transportador de correia deverá estar
Bloqueio da correia
Figura 25.2.
Apesar de haver várias outras técnicas
Para evitar movimento
disponíveis, algumas às vezes mais fáceis,
inadvertido, a correia
porém nem sempre tão bem-sucedidas, a
deve estar fisicamente
impedida de ser mover.
melhor maneira de se garantir a segurança
do trabalhador é restringir fisicamente
o movimento da correia. Isso se chama
"bloquear" a correia transportadora.

O bloqueio é o termo que descreve as


atividades que restringem fisicamente o
movimento da correia. Esses procedimentos
são aplicados além dos procedimentos de
travamento / etiquetagem já aceitos, que
Imagem cordialmente isolam o transportador da correte elétrica.
cedida pela Flexco.

394
Bloqueio do movimento da correia | Capítulo 25

A palavra bloqueio é usada porque se encaixa os grampos podem então ser anexados (por
bem em outros conceitos como travar e meio de correntes e esticadores de cabo) à
etiquetar. estrutura do transportador. (Figura 25.4.)
Alguns métodos não efetivos É possível bloquear uma correia usando apenas
grampos. Para isso é preciso soldar os grampos
Existem outras técnicas que podem ser usadas na estrutura do transportador. No entanto,
para reduzir a tensão da correia e eliminar os nesse caso, os grampos devem estar firmemente
riscos de movimento descontrolado da correia. presos na estrutura. Esse processo, além de
Essas técnicas apresentam resultados mistos, reduzir a segurança e a eficiência da instalação
e consequentemente não oferecem condições e remoção, apresenta o risco de que os grampos
seguras. se soltem acidentalmente.
Por exemplo, freios e batentes instalados É comum bloquear a correia usando
adequadamente podem ajudar a evitar essa calços ao trabalhar no revestimento da polia,
retração. No entanto, uma planta não deve ao remover acúmulo ou material preso entre
contar com batentes ou freios, a fim de evitar a polia e correia. Nesse caso, porém, os calços
que a correia se mova descontroladamente. deverão estar presos com firmeza tanto nos
Há casos em que a correia se move devido a pontos de pressão de entrada quanto nos de
tensões internas criadas pelo estiramento da saída. Como resultado, eles podem parar
correia. apenas a rotação, mas não o movimento da
correia no ponto de pressão. Também é difícil
Outra técnica depende do levantamento do instalar e removê-los com segurança.
contrapeso do tensor do transportador. (Figura
Calços e escoras também podem ser usados
25.3.) Em essência, o método reduz a tensão
para fixar a correia nos componentes
da correia reduzindo a tensão do mecanismo
estruturais, como vigas ou barras cruzadas, 3
tensor. Mas há ainda outras possíveis fontes de
mas como a força do grampo é desconhecida,
tensão sobre a correia, tais como o estiramento
confiar no ponto de contato não é um método
inerente à correia em si, o peso da correia ou a
seguro.
força gravitacional exercida pelo peso da carga
sobre a correia. Embora a remoção da força Figura 25.3.
do contrapeso possa reduzir a tensão, ela não Levantar somente o
elimina a possibilidade de que existam outras contrapeso do tensor não
fontes de energia armazenada, nem tampouco é suficiente para remover
segura/paralisa o movimento da correia. por completo o risco de
movimento da correia.
Remover somente a tensão do contrapeso não
é suficiente para liberar a correia de toda a Imagem cordialmente
tensão e força capazes de causar ferimentos no cedida pela United States
Mine Rescue Association
pessoal.
(Associação de Resgate
Grampos, correntes e esticadores de em Minas dos Estados
Unidos).
cabo
Figura 25.4.
O bloqueio da correia é feito com grampos de
O bloqueio da correia
correia, e também com correntes e guinchos
deve ser feito por meio
manuais catracados (comumente chamados de grampos que, por
de esticadores de cabo) para fixar a correia. sua vez, são fixados
A intenção é a de impedir o movimento das na estrutura do
correias fixando um componente crucial da transportador.
estrutura do transportador.
Imagem cordialmente
Essa tarefa supõe prender a correia entre duas cedida pela Flexco.
barras compactadas. Com a correia presa,
395
Seção 3 | Práticas seguras de trabalho

Grampos A especificação sobre grampos da Conveyor


Manufacturers Association of South
Os grampos são usados como método para Africa Limited (Associação Sul-africana de
travar a correia na estrutura do transportador, Fabricantes de Equipamentos Transportadores)
em uma ou mais posições, mas normalmente publicada como Clamps for Belt Conveyors
em ambos os lados da seção de trabalho da (MC01 Rev 01) relaciona dois tipos de
correia. Se a tensão ou as forças presentes grampos de correia: os fixos ou grampos de
na correia forem menores do que a força retenção de correia e os grampos de pressão.
de aperto aplicada a ela, e se a estrutura for Os grampos permanentes são projetados na
suficientemente forte para resistir à força estrutura do transportador e normalmente
exercida contra ela, a correia não poderá se são sistemas hidráulicos com dois conjuntos
mover. de grampos que se movimentam. Para mover
A maioria dos grampos funciona com a correia, um grampo é afrouxado e o outro
um mecanismo de duas barras cruzadas preso. A correia é puxada e grampeada,
pressionando a correia, mantendo-a firme formando uma ondulação em uma área curta
entre as barras. Em algumas aplicações de da correia. (Figura 25.5.) A correia pode
trabalho menos intenso, um grampo de correia então ser emendada ou consertada. O mesmo
extra pode ser fixado nas bordas externas da sistema pode ser usado para colocar uma nova
correia. Em ambos os casos, os grampos devem correia no transportador.
ser capazes de criar suficiente atrito em uma Ambos os tipos podem ser utilizados para os
área grande dos grampos para conter a correia. fins de bloqueio de uma correia, desde que
As diretrizes Safety Around Belt Conveyors possam ser firmemente fixados à estrutura do
publicadas pela Conveyor Manufacturers transportador e tenham suficiente capacidade
Association of South Africa Limited de bloqueio. Consequentemente, os grampos
3 devem ser bem construídos e estar em boas
(Associação Sul-africana de Fabricantes de
Equipamentos Transportadores) constatam: condições.

Os grampos de correia devem estar Esticadores de cabo


firmemente fixados na estrutura. Isso se Um esticador de cabo é um guincho manual
aplica tanto aos grampos permanentes catracado portátil, usado para esticar, levantar
quanto aos temporários. Os grampos e baixar objetos. Também chamado de
de correia devem ser inspecionados e guinchos de corrente, os esticadores de cabo
testados antes de serem anexados para são suficientemente convenientes e portáteis
garantir que suportem as tensões da para serem usados em qualquer situação.
correia na área localizada. Eles são compactos e leves, além de fáceis
de serem colocados na posição. Eles são
Figura 25.5. pequenos, podem ser carregados em uma mão
Para permitir que a e normalmente pesam menos de 20 libras [≈9
correia seja emendada ou kg] cada.
reparada, um grampo é
afrouxado e Em uma operação de bloqueio, os esticadores
o outro, preso. de cabo podem ser usados para conectar, fixar
A correia é puxada e e apertar os grampos de correia na estrutura do
regrampeada, formando transportador. Ao usar um par de esticadores
uma ondulação em
de cabo, um em cada lado do transportador,
uma área curta.
os grampos (e portanto a correia) podem ser
fixados de forma uniforme na estrutura do
Imagem cordialmente transportador.
cedida pela Flexco.

396
Bloqueio do movimento da correia | Capítulo 25

Uma vez que os esticadores de cabo estão Acessórios, como ganchos e argolas, elos e
sendo usados para fins de segurança dispositivos de acoplamento, devem ter uma
das pessoas, eles devem ser resistentes e capacidade nominal, pelo menos, igual a da
inspecionados de forma adequada para garantir corrente de liga de aço utilizada com eles.
a capacidade de bloquear o movimento da Todas as correntes e componentes devem
correia. ser certificadas pelo fabricante com o grau
correspondente à carga. É importante observar
Correntes e talhas que uma série de fatores, como o ângulo de
Correntes, fitas ou cabos de aço são elevação, a corrente em torno de uma carga ou
normalmente usados para conectar os grampos a temperatura extrema, reduz substancialmente
(que seguram a correia) à estrutura do o limite de trabalho da corrente da talha. Esses
transportador. Mesmo que esses métodos de fatores devem ser levados em consideração ao
conexão não sejam usados nas típicas situações determinar qual tipo de talha é necessária para
de elevação, eles devem ser fortes o suficiente levantar uma carga.
(força definida como 1/10 da sua força de As talhas apresentam uma variedade de
ruptura) e inspecionados com os mesmos comprimentos e combinações de ganchos
padrões que os cabos de aço, fitas ou correntes e componentes, dependendo da aplicação
utilizados para elevação e içamento. de elevação. (Figura 25.6.) A organização
Uma talha de corrente, ou seja, a combinação norte-americana National Association of
de corrente, ganchos e elos que servirá Chain Manufacturers (Associação Nacional
de conexão entre o grampo de correia e dos Fabricantes de Corrente) especificou uma
o esticador de cabo e/ou a estrutura do variedade de testes e padrões de segurança da
transportador, deve ser fabricada de ligas de cadeia, incluindo as normas ASME B30.9 e
aço. Há uma variedade de comprimentos ASTM-A906 da associação American Society
of Mechanical Engineers (Sociedade Norte- 3
e combinações de ganchos e componentes,
dependendo da aplicação. americana de Engenheiros Mecânicos).
Qualquer talha de corrente usada para elevação
Cada corrente ou talha tem a força do seu elo deve ter características apropriadas para o
mais fraco, então é muito importante que cada tipo de engate de carga e de ambiente, e deve
componente da talha cumpra os requisitos de também estar em conformidade com a norma
capacidade nominal, que é chamada de Limite ASME B30.9, seções 9-1.5 e 9-1.8.
de Carga de Trabalho (WLL, Working Load
Limit). O WLL é determinado pelo "grau" da O uso de talhas ou de seus componentes
corrente e seus componentes. Para içamentos é regido pela regulamentação da agência
elevados, somente poderão ser usadas correntes Occupational Safety and Health
e componentes feitos de ligas de aço de alto Administration (OSHA, Administração
grau. Esses dispositivos devem satisfazer uma de Segurança e Saúde Ocupacional) do
variedade de normas estritas de qualidade, Departamento dos Estados Unidos. Em
como força de ruptura mínima, testes de particular, a norma 29 CFR 1910.184 rege
fadiga e resistência ao calor. Todas as correntes
e componentes devem ser certificadas pelo Figure 25.6.
fabricante com o grau correspondente à carga.
Correntes ou talhas são
normalmente usadas
As correntes mais utilizadas para içamento
para fixar o grampo
elevado são classificadas com aço grau 80; de correia na estrutura
no entanto, a tendência da indústria é adotar do transportador.
correntes mais fortes e mais seguras, de grau
100 e 120.
Imagem cordialmente
cedida pela Flexco.

397
Seção 3 | Práticas seguras de trabalho

a operação e uso de talhas e componentes Com os grampos de estilo torno, a capacidade


de talhas de ligas de aço. Em outras áreas, de tração depende do torque aplicado aos
consulte os órgãos regulatórios e de expedição parafusos de fixação. O estilo torno é muitas
de normas locais. vezes mal utilizado ao liberar a tensão
da correia mantendo o esticador de cabo
Deve-se observar que o esticador de cabo, engatado enquanto os parafusos do torno são
a corrente e os grampos formam um afrouxados, permitindo que a correia deslize
sistema. Todos os componentes devem pelo grampo. O procedimento apropriado
possuir classificações de similar capacidade. é liberar simultaneamente ou retirar os
Caso contrário, o componente de menor esticadores de cabo.
classificação se torna o "elo mais fraco" do
sistema, ficando sujeito a falhas. Ajustar a Os grampos devem ser construídos com
capacidade do grampo à do esticador de cabo componentes de aço de alto grau ou de
impede que o tensionamento dos grampos alumínio resistente e leve, facilitando o
fique acima de suas limitações de design. transporte e a montagem.

É essencial que o bloqueio do equipamento


Procedimentos apropriados de seja devidamente verificado antes do
bloqueio uso. Inspecione os grampos e o resto do
equipamento em busca de componentes
No método preferido, o grampo abrange toda faltantes ou danificados.
a largura da correia transportadora.
Antes de anexar os grampos, limpe qualquer
Existem dois tipos de grampos: os que material acumulado que possa interferir na
necessitam que a correia seja movida para capacidade da superfície de fixação de prender
serem engatados, e os que não precisam. a correia de forma segura. Da mesma forma,
3
garantir que a correia esteja limpa e sem
Os grampos que precisam que a correia seja
substâncias estranhas, tais como óleo, água
movida para ser engatados são do estilo tesoura
ou material de carga, no ponto em que os
ou eixo came. Esses grampos aplicam maior
grampos serão anexados.
pressão de fixação à medida que a tensão
do esticador de cabo aumenta. Alinhar a Os grampos são normalmente fixados na
capacidade do grampo à do esticador de cabo correia por meio de parafusos, que pressiona
é importante para prevenir sobrecarregar o a barra superior contra a barra inferior,
grampo ou esmagar a correia. prendendo assim a correia. Alguns grampos
de correia para trabalhos menos intensos são
O tipo que não necessita nenhum movimento
fixados com golpes de martelo.
da correia é o de grampos com o estilo torno.
Os grampos de correia devem ser fixados a
uma parte da estrutura do transportador que
Figura 25.7. seja capaz de reter as forças esperadas.
Para evitar o movimento (Figura 25.7.)
da correia, os grampos de
correia devem ser fixados Os grampos de correia devem estar firmemente
a uma parte da estrutura fixados na estrutura. Os grampos de correia
que seja capaz de reter devem ser dimensionados corretamente para
as forças esperadas. a aplicação em questão e ter laterais com
aderência para fixar a correia adequadamente.

Quando o grampo estiver encostado na


Imagem cordialmente estrutura para bloquear o movimento da
cedida pela Flexco. correia, os parafusos de ajuste do grampo

398
Bloqueio do movimento da correia | Capítulo 25

(encarregados pela ação de "pinça" que detém A estrutura do rolete não é suficiente
a correia) deverão ter mais de 30 milímetros
[≈1,18 pol.] a partir da borda da correia. Fixar Os grampos de correia devem ser instalados
os grampos muito além das bordas da correia com firmeza na estrutura do transportador,
produz demasiada flexão sobre as barras de e não nos componentes giratórios, como os
fixação e reduz a força dos grampos e de todo o roletes. (Figura 25.8.)
aparelho de bloqueio da correia. O uso de roletes com a finalidade de fixar
Tenha em mente que a correia pode se mover os grampos de correia para bloquear o
em qualquer direção em função das condições movimento não é recomendado, uma vez que
presentes no momento. Consequentemente, a a estrutura do rolete é projetada para cargas
correia deve ser fixada em ambos os lados da que incidem apenas em uma pequena parte
zona de trabalho, de forma que não possa se do transportador e por isso não tem a força
mover em qualquer direção; essas condições necessária para suportar a energia armazenada.
podem e mudam ao longo do trabalho. As forças da tensão da correia, que resultam
da carga e do mecanismo tensor, podem ser
Nunca ate os grampos à estrutura de forma suficientemente fortes para liberar a correia da
angulada, dado que isso exercerá estresse estrutura relativamente fraca dos roletes.
desigual na correia, enfraquecendo a ação
de bloqueio. É melhor que o grampo É muito melhor prender e fixar grampos de
seja colocado em 90 graus na direção de correia na estrutura do transportador. Esse
deslocamento da correia. Normalmente, isso é tipicamente um componente estrutural da
não é possível, dado que a estrutura sempre é estrutura concebida para suportar os tipos
mais larga que a correia. Minimize o ângulo de carga que o peso da correia e da carga e a
entre a correia e a estrutura, uma vez que, tensão do sistema transportador produzirá.
quanto maior for o ângulo, maior será a 3
força de ruptura aplicada ao cabo por uma
Grampos projetados para
determinada carga. Ao escolher um grampo o
mais perto possível da lateral da estrutura, o
fins de segurança
ângulo pode ser minimizado. Para fixar um grampo com firmeza na
correia de forma a impedir o movimento
Embora seja muito comum usar apenas
dela, recomenda-se o uso de equipamentos
um cabo no centro da correia ao colocá-la
‘engenheirados’. A utilização de dispositivos
(amarrá-la) em um transportador, nunca
caseiros feitos com braçadeiras, madeira
conecte apenas um dispositivo de tração
ou correntes podem causar problemas e
ou tensão (esticador de cabo) ao bloquear a
possíveis perigos. Dispositivos caseiros muito
correia para manutenção. Sempre use dois
provavelmente não serão suficientemente fortes
esticadores de cabo para que a mesma força
para realizar o controle da energia armazenada,
seja aplicada em ambos os lados da correia.

Os grampos de correia devem ser


Figura 25.8.
inspecionados e testados antes de serem
anexados para garantir que sejam capazes de É preferível fixar os
grampos na estrutura
suportar as tensões da correia. Eles devem
do transportador, e não
ser inspecionados antes de serem usados e na estrutura do rolete.
periodicamente levados ao fabricante para fins
de inspeção e teste.

Imagem cordialmente
cedida pela Flexco.

399
Seção 3 | Práticas seguras de trabalho

porque eles não foram projetados nem testados D. O equipamento de bloqueio adequado
por engenheiros que garantam a segurança. está disponível?

Por outro lado, os grampos de correia Os grampos devem ser inspecionados


projetados por engenheiros são especialmente antes de cada utilização em busca de
concebidos para fixar a correia e permitir defeitos e componentes incompletos.
que a manutenção do transportador de Grampos danificados ou grampos com
correia seja segura. Use os sistemas projetados componentes incompletos não devem ser
por engenheiros dentro dos seus limites usados.
de capacidade de design para obter um E. Os trabalhadores foram treinados para
desempenho efetivo. usar de forma adequada o equipamento de
bloqueio do movimento da correia?
Os grampos de correia’engenheirados’ são
disponibilizados para pronta entrega por vários As empresas devem oferecer treinamento
fornecedores, inclusive pelos regular para os funcionários que trabalham
fabricantes de emendas de correias mecânicas. com transportadores de correia ou nas
(Figura 25.9.) proximidades.

Quando for determinada a presença de risco


de movimento de correia, um processo de
Verificação dos riscos de
bloqueio deverá ser aplicado.
movimento
Antes de definir as tarefas dos funcionários
que trabalham nas proximidades de
MELHORES PRÁTICAS
transportadores de correia, uma análise prévia O bloqueio da correia deve ser usado junto
do trabalho deverá ser realizada. Isso deveria com os procedimentos de Travamento /
3
ser suficiente para determinar se será necessário Etiquetagem; ele não substitui simplesmente
um procedimento de bloqueio. esses procedimentos.
Essa análise prévia do trabalho deve incluir as • Um bloqueio efetivo da correia deve ser feito
seguintes perguntas: para evitar a movimentação da corrente em
ambas as direções.
A. Algum trabalho será realizado em áreas
com pontos de esmagamento? • Somente use os grampos de correia de
acordo com suas respectivas capacidades
Isso inclui todas as polias, rolos de carga,
nominais.
roletes de retorno, componentes de
transmissão e raspadores, bem como os As melhores práticas ao bloquear a correia por
sistemas de vedação ao longo da zona de meio de grampos de correia e esticadores de
carga. cabo são:
B. A correia precisa ser desligada? • Mova a seção da correia a ser reparada até a
O peso da correia por si só pode fazer com área de tensão mais baixa do transportador
que a correia se desloque para frente ou se possível.
para trás. • Descarregue o material da correia e aumente
C. Haverá várias equipes trabalhando no ou libere a tensão do dispositivo tensor.
sistema transportador ao mesmo tempo? • Depois de travar, etiquetar e bloquear o
Caso afirmativo, o trabalho realizado por transportador, tente iniciá-lo de todas as
uma equipe afetará a segurança de outra salas de controle e operação, locais de onde é
equipe que esteja trabalhando na correia possível iniciar o transportador. Essa ação é
ou nas proximidades? conhecida como etapa de Teste.
(Consulte o Capítulo 23 Trabalho seguro
nas proximidades de transportadores.)
400
Bloqueio do movimento da correia | Capítulo 25

• Quando possível, mova a correia a uma área Figura 25.9.


de trabalho em que a tensão normalmente Grampos de correia
seja a mais baixa. Em correias inclinadas, isso projetados por
ocorre em geral ao lado da correia traseira, engenheiros e usados
da correia declinada e da descarga. para bloquear a correia
são disponibilizados
• Inspecione os grampos de correia antes por vários fabricantes.
de cada uso em busca de defeitos e
componentes incompletos. Grampos
danificados ou grampos com componentes
incompletos não devem ser usados.
• Esteja ciente das consequências se o esticador
ou grampo falharem. O operador nunca
Imagem cordialmente
deve ficar na linha da força de tração do cedida pela Flexco.
esticador.
• Marque a correia com um ponto de
referência para verificar o deslize da correia. Figura 25.10.

• Pare de puxar se observar que a correia está Se os funcionários


escorregando ou deslizando pelos grampos precisarem estar na
correia ou próximos a
fixados nas correias ou na estrutura.
pontos de esmagamento
• Libere a tensão quando o trabalho estiver no transportador, a
concluído. Recomenda-se liberar a tensão correia deverá estar
em ambos os esticadores antes de afrouxar o fisicamente impedida de
sistema de fixação por grampos. se movimentar devido à
sua energia armazenada. 3
• Entre em contato com o fabricante do
grampo sempre que tiver dúvida sobre Imagem cordialmente
a capacidade necessária do grampo e da cedida pela Flexco.
aplicação.

CONCLUSÕES
Bloqueio do movimento
indesejado da correia
Mesmo se um transportador de correia estiver
travado e etiquetado, continuará a ser elevado
o risco de ferimentos nas proximidades de
transportadores de correia devido às chances de
que ocorra um movimento descontrolado da
correia. Se os funcionários precisarem estar na
correia ou próximos a pontos de esmagamento
no transportador, a correia deverá estar
fisicamente impedida de se movimentar devido
à sua energia armazenada. (Figura 25.10.)

Uma programação que requeira contenção


mecânica da correia, por meio de equipamento
‘engenheirados’ para esse fim e fixado na
estrutura do transportador, protegerá os
trabalhadores que precisem trabalhar com
transportadores de correia ou nas proximidades.
401
Capítulo 26 Treinamento em segurança para se
trabalhar com transportadores de correia
3
INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 402 INTRODUÇÃO
Treinamentos exigidos Treinamento como forma de
nos EUA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 403 aprimorar a segurança
O aprendizado de adultos em Na hierarquia da mitigação dos riscos, o
transportadores de correia . . . . . . . . 407 treinamento é uma estratégia intermediária
considerada até certo ponto eficaz na redução
Avaliação do impacto dos de incidentes e acidentes de segurança.
programas de treinamento . . . . . . . 408 Apesar de representar uma eficácia média, o
treinamento sobre a segurança é fundamental
Treinamento em segurança para se
em qualquer programa de segurança.
trabalhar com transportadores de
Qualquer instalação deve oferecer
correia: O estado atual . . . . . . . . . . . . 412
treinamentos em segurança para promover um
Treinamento online em programa geral de segurança eficaz.
segurança para se trabalhar com
Um relatório do Bureau of Labor Statistics
transportadores. . . . . . . . . . . . . . . . . . 415
(Secretaria de Estatísticas do Trabalho), nos
Recursos externos para Estados Unidos, indica que as empresas de
treinamento e segurança . . . . . . . . . 419 mineração aplicam 40 por cento do total de
horas de treinamento em segurança. A única
MELHORES PRÁTICAS . . . . . . . . . . . . . 420 indústria que utiliza a maior parte do tempo
de treinamento em segurança é a indústria da
CONCLUSÕES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 422
construção. Para ser eficaz e gerar um retorno
do investimento, os treinamentos devem ser
frequentes e repetitivos.

402
Treinamento em segurança para se trabalhar com transportadores de correia | Capítulo 26

A necessidade do treinamento É importante para uma operação que os


sobre transportadores trabalhadores saibam como os transportadores
funcionam, na verdade, que saibam como
O treinamento (instrução do pessoal nas funcionam todos os equipamentos. Esses
funções dos equipamentos da planta e nos trabalhadores saberão dizer quando o sistema
procedimentos apropriados com os quais funciona dentro das especificações ou quando
operar e manter o equipamento) é um está sendo forçado. Eles poderão entender
ingrediente essencial na redução de acidentes quando o sistema não está funcionando
e no aprimoramento do desempenho tanto com eficiência máxima ou quando está
da mão de obra quanto de toda a planta. próximo de apresentar falhas que podem ser
Portanto, fornecer treinamento sobre devastadoras para a produção e rentabilidade
transportadores de correia é fundamental para ou catastróficas e trágicas desde a perspectiva
a segurança da planta. É fundamental que perspectiva da segurança.
os funcionários sejam treinados, conheçam
os riscos e saibam operar os transportadores
antes de serem designados para trabalhar nas Treinamentos exigidos
proximidades ou em um desses poderosos nos EUA
sistemas, que se movem com velocidade e
Nos Estados Unidos, a agência Mine Safety
oferecem vários perigos. (Figura 26.1.)
and Health Administration (MSHA,
Um dos propósitos de qualquer programa de Administração de Segurança e Saúde em
treinamento é conscientizar as pessoas sobre os Mineração) por meio da regulamentação
riscos antes de ficarem expostos a eles. Muitas Code of Federal Regulations (CFR) Título 30
vezes, é o funcionário mais recentemente Parte 46 (para minas a céu aberto) e Parte 48
contratado, ou seja, o menos experiente, (para minas subterrâneas) requer 24 horas de
treinamento para novos contratados. 3
quem desempenha as tarefas de limpeza ou
outras tarefas simples de manutenção nas A MSHA exige quatro horas de treinamento
proximidades dos transportadores de correia, antes que o novo contratado possa começar a
com pouco ou nenhum conhecimento, trabalhar, enquanto que as 20 horas restantes
ou treinamento sobre os perigos que o de treinamento devem ocorrer nos primeiros
transportador pode apresentar. 60 dias de trabalho. A MSHA também
requer treinamento documentado quando
Os transportadores são sistemas complexos, um mineiro receber uma nova tarefa ou for
portanto qualquer mudança em um dos transferido para outra instalação. Por último,
componentes pode causar consequências cada mineiro precisa passar por oito horas de
indesejadas em todo o sistema. Embora a treinamento de reciclagem uma vez por ano.
maioria da equipe de manutenção conte com
conhecimentos sobre mecânica e eletricidade,
eles contam com a intuição para fazer Figura 26.1.
alterações em um transportador; isso muitas Os funcionários devem
vezes piora o problema. Os trabalhadores da ser treinados sobre
manutenção estão normalmente sob pressão como funcionam os
para fazer o sistema voltar a funcionar e o transportadores de
resultado normalmente é tratar os sintomas, correia e sobre como
trabalhar em segurança
e não corrigir as causas. A ausência de
nas suas proximidades.
treinamento sobre sistemas transportadores é
provavelmente o tipo de treinamento que as
empresas mais sentem falta quando tentam
encontrar e corrigir as causas e prever os efeitos
sobre esse sistema.

403
Seção 3 | Práticas de trabalho seguras

Todos os funcionários novos e os que são Os regulamentos exigem ainda que as minas
realocados devem ser treinados nas tarefas para tenham um plano de treinamento por escrito,
que possam realizar o novo trabalho de forma assim como registros da efetiva realização dos
apropriada e fazer com que fiquem cientes dos programas de treinamento.
perigos associados a ele. Todos os visitantes de
uma mina devem receber treinamento sobre No entanto, os regulamentos da MSHA
riscos para que fiquem cientes dos perigos abrangem os treinamentos de segurança
existentes na área de trabalho durante o passeio sobre toda a operação da mina e não é
nas instalações. (Figura 26.2.) específica sobre as operações e manutenção
de correias transportadoras. Os indivíduos
Os típicos temas abordados pelo treinamento que trabalham nas proximidades ou em
anual de reciclagem de oito horas da agência correias transportadoras devem participar do
MSHA são: treinamento de 24 horas exigido pela MSHA,
e logo passar pelo treinamento sobre as tarefas
• A lei federal norte-americana de segurança específicas da sua função.
e saúde em mineração (Mine Act), a lei
federal norte-americana de melhoria das Os funcionários não aludidos pela MSHA,
minas e nova resposta emergencial (Miner que não estejam nas minas nem em plantas de
Act) e os direitos dos mineiros. processamento associadas, não estão sujeitos
• Prevenção de acidentes. às exigências de treinamento das Partes 46/48.
O treinamento fica então desregulamentado
• Equipamentos de proteção individual e sob o critério discricionário da empresa
(EPI). contratante.
• Sistema de proteção contra quedas.
Nos Estados Unidos, se a instalação não estiver
• Segurança com explosivos. coberta pela MSHA, ele fica sob o espectro
3
• Resposta a emergências (primeiros da agência Occupational Safety and Health
socorros). Administration (OSHA, Administração
• Segurança dos sistemas elétricos. de Segurança e Saúde Ocupacional). Com
tal, cada instalação fica responsável pelo
• Direito de saber/comunicação sobre
treinamento de segurança em relação
materiais perigosos.
ao equipamento industrial, tal como os
• Travamento/etiquetagem. transportadores de correia, utilizados em
• Proteção auditiva. cada instalação. De acordo com a publicação
da OSHA Training Requirements in OSHA
• Treinamento específico do local.
Standards, (OSHA 2254-07R 2015):
• Proteções em máquinas.
A missão da OSHA é assegurar a
• Controle de aterramento.
proteção dos trabalhadores e prevenir
ferimentos, doenças e mortes
Figura 26.2. relacionados ao trabalho estabelecendo e
Os treinamentos fazendo cumprir as normas, fornecendo
sobre os riscos devem treinamento, conscientização, educação
ser oferecidos tanto e assistência. Muitas normas da OSHA,
para trabalhadores
da mineração quanto
que impedem inúmeras tragédias nos
para visitantes. locais de trabalho, incluem exigências
de treinamento de segurança e saúde
específicos para garantir que os
trabalhadores tenham os conhecimentos
e habilidades necessários para realizar
com segurança as suas funções.

404
Treinamento em segurança para se trabalhar com transportadores de correia | Capítulo 26

Essas exigências refletem a convicção Treinamentos exigidos em


de OSHA de que treinamento é parte outros países
essencial de cada programa de segurança
e saúde dos empregadores para proteger Todos os países, e provavelmente todos os
os funcionários de ferimentos e doenças. empregadores, podem ter requisitos específicos
(mas diferentes) de treinamento antes de
Muitas normas da OSHA exigem colocar os recém contratados em um campo
explicitamente que os empregadores treinem em que eles possam afetar a produtividade
os funcionários sobre os aspectos de segurança da operação e a segurança de si mesmos e de
e saúde dos seus trabalhos. Outras normas outros trabalhadores.
da OSHA deixam sob a responsabilidade
do empregador limitar determinadas tarefas Em outros países, há pouco debate sobre
para que sejam feitas apenas por funcionários os regulamentos e normas relacionados às
que sejam "certificados", "competentes" ou operações, manutenção e treinamento em
"qualificados". segurança no trabalho com transportadores.
A norma indiana é uma das mais específicas.
Muitas empresas têm sua própria maneira No parágrafo 3.3.15, a norma IS 7155.2.
de enfatizar a importância da segurança (1986): Code of recommended practice for
administrando periodicamente, muitas vezes, conveyor safety, Parte 2 estabelece:
semanal ou mesmo diariamente, reuniões
de segurança. Essas reuniões devem cobrir Treinamento adequado (com especial
quaisquer novos riscos específicos do local. referência aos folhetos de operação
Essas reuniões de segurança consistem e manutenção) deve ser fornecido
muitas vezes em falar sobre quase-acidentes e às equipes de manuseio contínuo de
prevenção, sempre que a equipe de segurança equipamentos mecânicos, tanto às de
considere esses tópicos particularmente operação quanto às de manutenção, 3
relevantes. dado que no longo prazo, essa pode ser a
melhor forma de prevenção de acidentes.
Algumas palestras ou seminários – nomes
comumente atribuídos às apresentações O guia na segurança de transportadores do
fornecidas diária ou semanalmente de Institut de recherche Robert-Sauvé en santé
recapitulação da segurança a uma equipe et en sécurité du travail (IRSST, Instituto de
no local de trabalho – incluem informações pesquisa Robert-Sauvé em saúde e segurança
muito básicas sobre a segurança com do trabalho) do Canadá, intitulado A User’s
transportadores de correia. Essas informações Guide to Conveyor Belt Safety: Protection from
são geralmente instruções mandatórias do Danger Zones, estabelece na seção 6:
tipo "você não deve". Mas infelizmente, essas
Todos trabalhadores operacionais e
sessões de treinamento normalmente não
de manutenção que trabalham com
incluem – e certamente não enfatizam – os
transportadores ou nas proximidades
transportadores como um risco. Também não
devem ser informados dos perigos que
incluem o treinamento em tarefas específicas
podem encontrar, e receber treinamento
para os trabalhos que devem ser executados
sobre as medidas preventivas e os
em transportadores de correia ou nas
procedimentos de trabalho. Todos os
proximidades.
procedimentos e instruções relacionadas
Mesmo as agências governamentais e à segurança devem ser documentados.
organizações comerciais que sugerem tópicos
A seção 6.1 observa: "Somente pessoas
ou esboços dessas conversas breves, geralmente
treinadas e autorizadas devem ter permissão
sobre um único tema, observam que elas
para iniciar, operar e parar o funcionamento
não se destinam a substituir as exigências de
normal de um transportador".
treinamento mais formal em segurança.

405
Seção 3 | Práticas de trabalho seguras

Em seguida, observa também que os necessário para executar a manutenção


operadores devem ser instruídos sobre as dos transportadores" devem possuir essa
seguintes tarefas: responsabilidade. Entre outras instruções, a
equipe deve passar por treinamentos sobre
• Partida do transportador os procedimentos de travamento, bem
• Dispositivos de parada normal e como sobre os de instalação de reposição das
paradas de emergência proteções.
• Exigência de verificações antes de iniciar
um transportador depois de uma parada
Treinamento específico no local
acidental ou emergencial
• Procedimentos apropriados de carga para A maioria dos países exige a aplicação
evitar sobrecarga do transportador do treinamento específico no local, isto
é, treinamento sobre as operações e
A seção 6.2 sobre treinamento da equipe equipamentos de um determinado local
de manutenção especifica que "somente de trabalho. O treinamento específico no
trabalhadores experientes e treinados, local é projetado para aqueles visitantes que
que disponham do conhecimento técnico permanecerão por um breve período de tempo.

A CEMA oferece um DVD sobre Treinamento em segurança para se trabalhar


com transportadores de correia:
A entidade Conveyor Equipment Manufacturers também inclui o DVD Unit Handling Conveyor Safety e o
Association (Associação de Fabricantes de Equipamentos Screw Conveyor, Drag Conveyor and Bucket Elevator Safety.
Transportadores), mais conhecida como CEMA, lançou Para solicitar ou para obter mais informações, visite
um vídeo de Treinamento em segurança para se trabalhar http://www.cemanet.org/cema-safety-videos.
com transportadores de correia de correia adequado
para consumidores finais (operadores), bem como para Além dos vídeos de segurança, a CEMA também
fabricantes e distribuidoras de transportadores. oferece outros materiais de segurança ao trabalhar com
transportadores, incluindo as etiquetas de segurança,
Produzidos em inglês, o DVD de 13 minutos proporciona as orientações para a colocação de etiquetas, posters,
12 regras e lições sobre segurança em operação e um relatório técnico sobre a redução de ruído-perigo e
manutenção de transportadores de correia usadas dicas sobre o design e aplicação segura de passarelas em
no manuseio de materiais a granel. Essas lições estão transportadores. Para obter informações, visite o site da
vinculadas a outros materiais disponíveis pela CEMA CEMA em www.cemanet.org.
mediante downloads grátis. São eles:

• Poster de segurança ao trabalhar com transportadores


de materiais a granel
• Diretrizes sobre a colocação de etiquetas de segurança
em transportadores
• Diretrizes sobre a colocação de etiquetas de segurança
em acessórios de transportadores
O DVD Bulk Handling Conveyor Safety Video, grande
parte filmado no laboratório de transportadores da Martin
Engineering, foi lançado em 2010. Preço do DVD é de
US$ 20,00.

O vídeo sobre transportadores de correia se junta à família


de vídeos de treinamento em segurança da CEMA, que Bulk Handling Conveyor Safety Video DVD
http://www.cemastore.com/shop/item.aspx?itemid=94
406
Treinamento em segurança para se trabalhar com transportadores de correia | Capítulo 26

O regulamento da MSHA observa na norma Figura 26.3.


CFR 30 Parte 46, seção 46.2.(2): Treinamento específico
no local oferece
A definição de "mineiro" não inclui instruções sobre
científicos; trabalhadores de entrega; determinados perigos
clientes... fornecedores nem visitantes. de cada instalação.
Essa definição tampouco inclui os
trabalhadores de manutenção e serviço
que não trabalham no local da mina em
períodos frequentes ou prolongados.
• O treinamento deve focar nas informações
Embora não possam tecnicamente ser
sobre os riscos e os pontos em que os
considerados "mineiros", os trabalhadores
acidentes são mais prováveis e apresentam
que inspecionam, cuidam e/ou fazem a
maiores consequências.
manutenção em locais de minas durante
períodos frequentes ou prolongados estão • O treinamento específico do local será
envolvidos nas "operações de mineração" mais efetivo se o aluno precisar responder
descritas na Parte 46 e são considerados a questões, seja em um formulário físico
mineiros para fins de treinamento. No entanto, ou online, em vez de apenas ter de marcar
se esses funcionários não estiverem em locais uma "caixinha de seleção" sem realmente
de minas durante períodos prolongados precisar ler ou assistir nada.
ou frequentes, eles não serão considerados • Os materiais do treinamento específico no
mineiros para fins de treinamento e deverão local devem permanecer atualizados.
receber treinamento sobre os perigos
específicos de cada mina. (Figura 26.3.)
O aprendizado de adultos em
3
Exposição "frequente" é definida como transportadores de correia
padrão de exposição a riscos nas operações de
mineração de forma intermitente e repetida O treinamento industrial é normalmente
ao longo do tempo. Exposição "prolongada" visto como repetitivo e não atrativo.
significa exposição a riscos nas operações de Consequentemente, os funcionários são
mineração de mais de cinco dias de trabalho passivos e pouco participativos.
consecutivos. Os trabalhadores não fazem perguntas e
às vezes não respondem às perguntas ou
A eficácia do treinamento específico do solicitações do instrutor. Há pouca interação; o
local depende da compreensão e retenção envolvimento do aluno consiste em responder
do material. A maioria das instalações exige uma pergunta ocasional ou fazer um teste de
que o treinamento específico sobre o local algum tipo. Os métodos atuais de vídeos e
seja repetido (reciclagem) uma vez por ano. exibição de slides são passivos por natureza,
Infelizmente, o treinamento específico sobre o sem interação entre pessoas e sem um método
local é muitas vezes considerado apenas mais predeterminado para avaliar a retenção de
outra papelada para satisfazer os requisitos conhecimentos.
burocráticos.
A revisão dos estudos educacionais indica
As considerações do treinamento específico no que existem maneiras melhores de ajudar
local são: adultos a aprender e, mais importante, reter
as informações dos treinamentos e assim
• Se as regras de segurança específicas do melhorar a conscientização sobre a segurança.
local forem elaboradas de forma simples e
universal, elas terão maior probabilidade de Robert W. Pike, um especialista
serem recordadas e seguidas reconhecido internacionalmente na área
de desenvolvimento de recursos humanos,
407
Seção 3 | Práticas de trabalho seguras

observou alguns princípios sobre o do artigo The Bar Has Been Raised (Parte 2),
aprendizado de adultos no seu livro escrito por Joseph P. McGuire e Billy Snead:
Creative Training Techniques. As afirmações a
seguir se atribuem a Pike, mas foram retiradas • Os adultos trazem uma enorme bagagem
que deve ser reconhecida e respeitada no
ambiente de treinamento.
As leis de Pike para o aprendizado de • O aprendizado de alunos adultos é
adultos aprimorado com experiências práticas
De acordo com o capítulo 3 sobre o aprendizado de adultos que envolva os adultos no processo de
do livro The Ultimate Educator da entidade National Victim aprendizagem.
Assistance Academy (Academia Nacional de Assistência às
O artigo continua: "A educação de adultos
Vítimas), as "leis" de Robert W. Pike para os instrutores da
é melhorada quando as experiências de vida
indústria são interpretadas e resumidas abaixo.
e práticas são incorporadas nas sessões de
1ª lei: Os adultos são bebê em corpo de gente grande. treinamento". Os instrutores devem gerar uma
É bem conhecido que os bebês gostam de aprender, por meio interação que encoraje os alunos a "apresentar
da experiência, porque cada exploração é uma experiência ideias, perguntas, sugestões e soluções para
nova. À medida que as crianças crescem os educadores problemas ou questões". Isso "será mais
tradicionalmente reduzem a aprendizagem por meio da eficaz do que oferecer fatos, regras e outras
experiência a ponto de que apenas alguns cursos de ensino informações a serem lembradas".
secundário e superior dedicam tempo significativo ao ensino (Consulte as leis de Pike sobre o
prático. Agora se entende que o aprendizado de alunos aprendizado de adultos.)
adultos é aprimorado com experiências práticas que os
É essencial para o aprendizado e a retenção
envolva no processo de aprendizagem. Além disso, os adultos
fazer com que os alunos apliquem as
trazem uma enorme bagagem que deve ser reconhecida e
3
informações rapidamente no mundo real.
respeitada no ambiente de treinamento.
Dessa forma, os trabalhadores rapidamente
2ª lei: As pessoas não discutem com seus próprios dados. fazem a conexão entre as ilustrações e fotos
Em poucas palavras, as pessoas estão mais propensas a de uma apresentação de PowerPoint e os
acreditar fervorosamente em uma ideia se chegarem a ela transportadores e condições específicas que
por si mesmas. Portanto, no treinamento para adultos, a eles encontrarão na vida real, no seu local de
apresentação de atividades estruturadas que promovam trabalho.
ideias, conceitos ou técnicas geradas pelos alunos facilitará
Basta dizer que, na maioria dos casos
que o aprendizado seja mais eficaz do que simplesmente
(talvez em todos), o aprendizado de adultos
fornecer informações a serem lembradas.
funciona melhor com informações práticas
3ª lei: O aprendizado é diretamente proporcional à e autodirecionadas que sejam diretamente
quantidade de diversão que você está tendo. aplicadas às oportunidades e desafios
O humor é uma ferramenta importante para lidar com no ambiente imediato. É por isso que o
o stress e a ansiedade, e pode ser eficaz na promoção de treinamento sobre transportadores é mais
um ambiente de aprendizado confortável. Se você estiver eficaz se o treinamento incluir atividades
envolvido no processo de aprendizagem, e entender como práticas e referências específicas aos
ele permitirá que você desempenhe melhor o seu trabalho ou transportadores daquela planta.
outra tarefa escolhida, você poderá se divertir aprendendo.
4ª lei: O aprendizado não terá ocorrido se não houver Avaliação do impacto dos
mudança de comportamento. programas de treinamento
O que conta não é o que você sabe, mas o que você faz.
A capacidade de aplicar o novo material é um bom indicador A avaliação de programas de treinamento,
para se saber se houve aprendizado. Experiências que como o treinamento em segurança no trabalho
proporcionem boas oportunidades para praticar uma nova com transportadores, é fundamental tanto para
habilidade aumentam a probabilidade de retenção e aplicação os alunos, a fim de garantir que eles estejam
408 no local de trabalho.
Treinamento em segurança para se trabalhar com transportadores de correia | Capítulo 26

recebendo o que precisam para trabalhar com Para resumir o modelo de Kirkpatrick a
segurança e eficácia, quanto para as operações, fim de proporcionar um benefício tangível
para se certificarem de que a planta esteja se para a operação, qualquer treinamento
beneficiando do valor investido no programa precisa ser agradável, educacional, mudar o
de treinamento. comportamento, além de ser aceito e reforçado
pela gerência.
Um dos métodos mais aceitos para avaliar
o efeito e a importância do treinamento é o Alguns teóricos posteriormente incluíram um
que se convencionou chamado de modelo quinto nível para o modelo de avaliação de
de Kirkpatrick. Primeiramente proposto por Kirkpatrick:
Donald Kirkpatrick em 1954, ainda como
estudante na Universidade de Wisconsin, • Nível 5: Retorno do investimento
esse modelo é uma ferramenta excelente O treinamento compensou os custos?
de planejamento, avaliação e solução de (O desempenho melhorado forneceu algum
problemas que permite avaliar o sucesso de retorno em comparação a despesa incorrida
qualquer programa de segurança. O modelo pelo programa?)
de Kirkpatrick tornou-se conhecido depois Ao contrário de outras formas de tarefas e
que foi publicado em 1994, em seu livro treinamentos relacionados ao trabalho, o
Evaluating Training Programs: The Four Levels. retorno do investimento em treinamento de
O modelo de Kirkpatrick tem quatro etapas segurança não é fácil de ser medido. (Consulte
ou níveis pelo quais avaliar um programa o Capítulo 34 O retorno da segurança.)
de treinamento. (Figura 26.4.) Essas etapas
foram resumidas em uma apresentação
de PowerPoint, Patient Safety Training
Evaluations: Reflections on Level 4 and more, 3
pelo Ph.D. Eduardo Salas, conforme seguem:
MODELO DE KIRKPATRICK
• Nível 1: Reação
Os alunos gostaram do programa de DE AVALIAÇÃO DE TREINAMENTO
aprendizado? (Eles se engajaram?)
• Nível 2: Aprendizado Nível 5 - Retorno do Figura 26.4.
Os alunos absorveram conhecimento e investimento O modelo de Kirkpatrick
O treinamento compensou os
desenvolveram habilidades? custos?
de avaliação de
(O treinamento foi educativo?) treinamento foi
Nível 4 - Resultados desenvolvido por
• Nível 3: Comportamento Será que a mudança de
Donald Kirkpatrick
Os alunos aplicaram o aprendizado ao comportamento afetou positivamente
a organização? e posteriormente
desempenhar o trabalho e alteraram seus modificado por outros.
comportamentos? (Eles têm a capacidade Nível 3 - Comportamento/
de desempenhar as novas habilidades no Transferência de conhecimento
Será que os participantes mudaram seu
trabalho? Eles se sentem capazes de mudar?) comportamento no local de trabalho com
base no que aprenderam?
• Nível 4: Resultados
A nova aplicação do programa de Nível 2 - Aprendizagem
aprendizado impactou nos resultados Quais habilidades, conhecimentos ou atitudes
da empresa? (A empresa se beneficiou dos foram mudados após o treinamento?
Em que proporção?
resultados tangíveis, em termos de custo
reduzido, melhoria da qualidade, melhoria Nível 1 - Reação
da segurança, aumento da produção, ou da Os participantes gostaram do treinamento?
O que eles planejam fazer com o que eles
eficiência?) aprenderam?

409
Treinamento sobre transportadores em Ste. Genevieve mescla as salas de aula
com o "Mundo Real"
Em 2009, a Holcim (EUA) abriu sua fábrica de cimento Ste. procurar neles e identificar um problema ao observá-lo",
Genevieve no Rio Mississippi, Missouri. Com uma capacidade comenta Heitzler.
de quatro milhões de toneladas por ano, a planta Ste. Genevieve
é a maior fábrica de cimento Portland de um único forno no
O FOUNDATIONS™ Workshop foi desenvolvido pela Martin
mundo. Agora como parte da LafargeHolcim, a planta de
Engineering como forma de ajudar os funcionários da planta a
última geração com aproximadamente 250 funcionários é uma
compreender o funcionamento e manutenção dos sistemas de
das mais ambientalmente eficientes e seguras do mundo.
manuseio de material, dos quais dependem as suas instalações.
No início de 2014, com a intenção de melhorar a segurança, Oferecido como uma sessão de um ou dois dias de instrução
controlar o material fugitivo e aumentar o desempenho geral em sala de aula, agora também disponível em um curso on-line
da planta, a instalação de Ste. Genevieve empreendeu um como e-learning, a oficina abrange os transportadores de correia
programa para melhorar o conhecimento dos funcionários utilizados no manuseio de materiais a granel.
sobre segurança e aprimorar o desempenho dos seus sistemas de
Heitzler prossegue:
transportadores de correia.
O objetivo é instruir os funcionários da planta –
"Os transportadores de correia são as áreas mais dinâmicas e
operadores e gestores – sobre os princípios da operação
potencialmente perigosas dos equipamentos em um local da
de transportadores e sobre os sinais de uma série de
planta" comenta Jim Wrigley, gestor de treinamento da planta
problemas comuns, como desalinhamento, material
de Ste. Genevieve. "A segurança e o desempenho melhorado
de fugitivo, componentes danificados e outros perigos
em transportadores são essenciais para o êxito da planta."
típicos, e suas respectivas correções. O workshop ensina
A lacuna no conhecimento sobre transportadores aos funcionários da planta o que devem esperar de seus
de correia transportadores de correia. Ele também trata sobre como
Jerad Heitzler, que lidera os esforços de treinamento sobre obter melhor desempenho, ou seja, maior segurança,
transportadores da Martin nos Estados Unidos, explica: maior controle de poeira, mais eficiência e maior
Os funcionários da planta estão focados na produção do produtividade, e como verificar menos riscos, menos
principal produto de suas operações, ou seja, cimento. material fugitivo, menos desvio da correia, menos dores
O "cuidado" e a "alimentação" dos transportadores de de cabeça na manutenção e redução dos problemas de
correia, ou seja, o ajuste, a manutenção e a resolução transportadores.
de problemas que, muitas vezes, fazem a diferença no Receber a mensagem
desempenho e rentabilidade, não dependem apenas Juntas, a Martin Engineering e a gerência da Ste. Genevieve
da experiência dos funcionários da planta. Isso não desenvolveram um plano. Em uma semana de treinamento, a
significa que os trabalhadores não se preocupem com os Martin forneceria dois cursos idênticos com duração de dois
transportadores, mas a manutenção desses sistemas está, dias. Estiveram presentes nas sessões os operadores (técnicos
muitas vezes, fora do foco de atenção dos trabalhadores, em cimentos) da planta de Ste. Genevieve, bem como o
que também sofrem com a limitação do tempo. coordenador técnico e dois engenheiros de confiabilidade da
Para ajudar os funcionários da planta a entender os respectivos planta.
transportadores de suas operações e a observar os problemas e Os funcionários foram divididos em dois grupos, sendo que o
os possíveis riscos desses transportadores, a Martin Engineering Grupo A (26 funcionários) recebeu instruções em sala de aula
oferece treinamento àqueles que trabalham com sistemas de na segunda e na terça, e o Grupo B (16 funcionários) passaram
transportadores de correia. Esses programas põem ênfase em pelo programa de treinamento na quarta e na quinta. A sexta-
projetos que podem melhorar a segurança de quem trabalha em feira ficou reservada para discussões de acompanhamento entre
transportadores de correia ou nas proximidades de uma, assim aqueles que receberam o treinamento e os gestores das plantas.
como também aborda as remodelações de transportadores que
possam reduzir a necessidade desse trabalho. Por mais de 20 Conteúdo do curso
anos, a Martin oferece workshops de um e dois dias sobre como O material abordado na etapa em sala de aula do
operar e manter a limpeza e a segurança de transportadores FOUNDATIONS™ Workshop que ocorreu na planta de Ste.
de correia em plantas com operações em várias indústrias e Genevieve incluía:
diferentes lugares do mundo. Os cursos são conhecidos como • Construção de um transportador: Fundamentos da
FOUNDATIONS™ Workshops e abrangem os fundamentos estrutura, identificação e função dos vários componentes.
operacionais e de manutenção em transportadores de correia,
• Segurança para se trabalhar com transportadores: Segurança
bem como os princípios sobre o controle de material fugitivo.
ao trabalhar com transportadores de correia ou em suas
"Parte desse material se destina apenas a ensinar a ver os proximidades; sistemas de segurança em transportadores
transportadores de correia de uma nova forma, saber o que de correia.
410
• Correia do transportador: Construção, condição e tipos de Cada recomendação incluía uma cotação orçamentária feita
danos; emendas mecânicas e vulcanizadas. com estimativas aproximadas de custos fornecidas pela Martin
• Alinhamento da correia: Causas do desvio da correia; Engineering.
métodos de correção do curso da correia.
Avaliação do treinamento
• Pontos de transferência: Distâncias de transição; zonas de
carga; áreas de impacto; importância da estabilidade da Qualquer programa de treinamento deve ser avaliado duas
linha da correia; vedação lateral eficaz. vezes, tanto pelos indivíduos submetidos ao treinamento
• Zonas de descarga: Características do material de retorno; quanto pela planta ou corporação que patrocina o treinamento,
sistemas de limpeza das correias. para ver se o programa cumpre as expectativas de capacitar
e motivar os funcionários a melhorarem as operações da
• Gerenciamento de pó: Movimento do ar em pontos de
transferência; contenção de pó; coletor de pó ativo e planta. Os participantes do curso e a gerência da planta de
passivo; sistemas de supressão de pó. Ste. Genevieve ficaram satisfeitos com o sucesso do programa,
tanto com as informações abordadas em sala de aula quanto
• Retorno do investimento: Cálculo do ROI das melhorias do
com os relatórios de pesquisa em campo produzidos pelos
transportador.
participantes.
Um dos elementos essenciais dos FOUNDATIONS™ Workshops
Para a Holcim, o essencial ao avaliar o sucesso do programa de
é uma inspeção dos transportadores da instalação no dia
treinamento sobre transportadores foi cumprir as quatro etapas
anterior ao curso. Isso permite que o treinamento incorpore
do modelo de avaliação de Kirkpatrick. (Consulte Avaliação
informações sobre o sistema local de manuseio de materiais e
do impacto dos programas de treinamento.) A prova do êxito
problemas do "mundo real" aos materiais de treinamento. As
do FOUNDATIONS™ Conveyor Training passaria por saber se
fotografias digitais tiradas durante essa visita ao local levam
os alunos seriam capazes de aplicar as informações relacionadas
os participantes até a verdadeira natureza dos problemas do
aos transportadores específicos e às questões de manutenção de
transportador de suas plantas e estimulam as discussões sobre as
materiais da fábrica de cimento Ste. Genevieve.
causas e possíveis soluções.
Jim Wrigley, gestor de treinamento da planta Ste. Genevieve,
A pesquisa de campo incorpora informações do explicou:
"mundo real" Nós conscientemente projetamos esse treinamento
Na Ste. Genevieve, algumas experiências de campo especiais para que seja aplicado às condições do "mundo real".
foram incorporadas ao conteúdo do curso. No primeiro dia de Pedimos que nossa equipe ande pelos transportadores em
treinamento de cada grupo, uma caminhada à tarde na área suas áreas de responsabilidade e avalie o equipamento e
de um transportador da planta apresentou uma revisão básica seu desempenho. Eles então trouxeram essas informações
dos problemas típicos que os técnicos de cimento podem para compartilhar com seus pares e liderança da planta.
encontrar. Pequenas equipes da turma inspecionaram um dos Algumas das modificações propostas foram implementas,
transportadores nas instalações de Ste. Genevieve para verificar outras estão em processo de aprovação orçamental.
os problemas e elaborar uma pesquisa de campo. Essa pesquisa Dessa forma, demos os passos certos para demonstrar
deveria relatar as condições da estrutura, correia, alinhamento, que nossos funcionários aprenderam com o programa de
roletes, polias, vedações da zona de carga, sistema de limpeza treinamento e podem aplicá-lo às suas tarefas. O tempo
das correias e outros componentes do transportador. dirá se os resultados fornecerão benefícios de longo prazo
No período da tarde do segundo dia, na sequência do para as operações e a empresa, mas estamos confiantes de
treinamento do grupo, os participantes receberam uma tarefa. que caminhamos na direção correta.
Cada equipe deveria propor soluções, em termos de ajuste, Um programa piloto
correções e novo equipamento, para aprimorar a segurança e o Programas de treinamento semelhantes podem ser usados em
desempenho do transportador que o grupo havia inspecionado outros fabricantes de cimento, assim como em outras operações
no dia anterior. As anotações e fotos extraídas do local no dia em que o manuseio de materiais a granel em transportadores
anterior foram reunidas em um "relatório sobre as condições" de correia seja essencial para a segurança da planta e seu sucesso
que foi apresentado as outras equipes e à gerência em uma operacional e financeiro.
sessão de "Relatórios" no encerramento da semana de
treinamento. O programa de instrução pode ser muito semelhante ao de
outras instalações e indústrias. Heitzler acrescenta:
Na manhã do último dia de treinamento, os representantes
de cada grupo de participantes se reuniram para uma breve Mas o essencial será personalizar o programa de
discussão. Após uma revisão e debate sobre as observações, treinamento e os materiais instrucionais para que
cada equipe preparou um relatório para ser apresentado à coincidam com a especificidade dos equipamentos,
gerência da planta. Os relatórios incluíram uma recomendação condições e requisitos dessas plantas, estejam elas
de projetos de melhorias, com base no que aprenderam em envolvidas na fabricação de cimento ou em outras
sala de aula, que deveria ser realizada em seus transportadores. formas de manuseio de materiais a granel.
411
Seção 3 | Práticas de trabalho seguras

Treinamento em segurança um programa de treinamento bem-sucedido


para se trabalhar com sob a responsabilidade do proprietário/
operador do transportador de correia. A tese
transportadores de correia:
de Worlikar prossegue:
o estado atual
Com a falta de programas de formação
Atualmente, o treinamento industrial para se
desenvolvidos, o treinamento sobre
trabalhar com segurança nas proximidades
correias transportadoras permanece
de transportadores de correia fica sob
como uma tarefa a ser feita no local de
responsabilidade do proprietário/operador
trabalho em que um novo funcionário é
da instalação. Nos Estados Unidos, tanto
colocado ao lado de pessoas experientes
a agência Occupational Safety and Health
para aprender sobre a adequada
Administration (OSHA, Administração de
operação, manutenção e funcionamento
Segurança e Saúde Ocupacional) quanto
da correia transportadora. Os
o American National Standards Institute
inconvenientes do treinamento no
(ANSI, Instituto Nacional Americano
local de trabalho é que ele não pode
de Padrões) classificam a segurança no
ser quantificado nem verificado para
trabalho com correias transportadoras como
garantir que o período de treinamento
um simples treinamento operacional e de
seja adequado, além de expor pessoas
segurança. Ambas as organizações consideram
inexperientes aos perigos de um sistema
responsabilidade do proprietário o emprego de
de correias transportadoras, portanto, à
pessoas competentes, qualificadas e certificadas
possibilidade de ferimentos.
para treinar os operadores.
As práticas comuns de treinamento sobre
Há pouco material de treinamento sobre
transportadores de correia na indústria devem
segurança no trabalho com transportadores
3 incorporar dicas e considerações breves e
oferecido pelas normas da ANSI, OSHA
básicas de segurança em vídeos e projeção de
ou de qualquer das associações profissionais
slides apresentados como parte do treinamento
da engenharia de segurança. Conforme
geral de segurança.
observado por George Schultz em "Training
for Conveyor Safety", em 2003, (e citado por Programas de treinamento sobre
Poonam Worlikar na sua tese de mestrado), transportadores que incluam o tema da
essas associações têm algumas diretrizes de segurança são disponibilizados pela Martin
segurança, mas não estabelecem exigências Engineering (Consulte Treinamento sobre
nem sugerem uma estrutura do programa transportadores em Ste. Genevieve que
de treinamento ou diretrizes específicas de mescla salas de aula com o "mundo real".)
treinamento. Isso coloca o desenvolvimento de e por vários outros fornecedores; esses
programas são, muitas vezes, elaborados como
Figura 26.5.
treinamento em sala de aula (Figura 26.5.),
mas devem proporcionar também práticas em
As apresentações em sala
campo como opção.
de aula normalmente
formam parte do Conteúdo do treinamento sobre
treinamento sobre
transportadores.
transportadores de correia
Para ajudar a reduzir os acidentes com um
abrangente programa de treinamento sobre
segurança, é importante incluir determinadas
áreas de treinamento. As áreas do conteúdo
programa de treinamento sobre segurança
no trabalho com transportadores de correia
incluem as seguintes metas:
412
Treinamento em segurança para se trabalhar com transportadores de correia | Capítulo 26

O aluno deve entender (isto é, ser capaz de transportador e, por último, os procedimentos
reconhecer e articular): de alinhamento dos componentes para que a
• Os vários tipos de riscos apresentados pelos correia funcione centralizada.
sistemas transportadores e as práticas de
As práticas gerais de segurança incluem
trabalho seguras para prevenir que esses
usar o equipamento de proteção individual
riscos causem ferimentos.
apropriado e verificar se cada funcionário está
• A importância de evitar tanto o contato ciente sobre as localizações de botão ou cabo
intencional quanto o não intencional com de parada de emergência.
transportadores e suas correias.
• As exigências e habilidades exigidas de um As orientações sobre como realizar os
operador de transportadores qualificado. procedimentos de inspeção e manutenção
de transportadores são garantir que
• O significado dos procedimentos de
o transportador esteja devidamente
Travamento / Etiquetagem durante o
travado e etiquetado ao executar as
reparo e manutenção do transportador.
tarefas de manutenção, executar as tarefas
• Os efeitos não intencionais ao se realizar adequadamente e certificar-se de todos os
alterações nos componentes do sistema equipamentos conectados estejam devidamente
transportador. colocados fora de serviço com a energia travada
Ao descrever o programa geral de treinamento e os movimentos da correia bloqueados.
sobre transportadores na revista Aggregates
Manager, em 2003, no artigo intitulado O treinamento também precisa incluir as
"Conveyor Safety and Education", Larry condições gerais do sistema transportador, por
Goldbeck propôs a existência de quatro exemplo, como garantir que os roletes estejam
áreas no treinamento sobre transportadores: funcionando adequadamente e a capacidade
práticas gerais de segurança, orientações sobre de identificar as fontes e causas do material 3
como realizar os procedimentos de inspeção e fugitivo. O funcionário também precisa ser
manutenção de transportadores, informações treinado sobre as condições da correia e ser
sobre as condições da correia e do sistema capaz de reconhecer os vários tipos de danos
presentes nas correias e emendas.

Seminário avançado oferece treinamento do mais alto nível


Sistemas de transporte bem projetados e bem Normalmente, no primeiro dia se aborda
gerenciados proporcionam um manuseio como projetar transportadores mais limpos,
de materiais a granel mais limpo, seguro seguros e produtivos. O segundo dia é baseado
e produtivo. Para alcançar essas metas, o neste livro e tem como foco o retorno do
Seminário Foundations™ Nível Avançado da investimento em segurança.
Martin Engineering ajudará as plantas a O curso aborda o aprimoramento de sistemas
projetar, operar e gerir os transportadores de transportadores para reduzir o material
correia e a justificar as melhorias nos sistemas fugitivo, controlar o pó, estender a vida útil
transportadores. dos componentes, aumentar a segurança
Baseado na quarta edição do livro e melhorar o desempenho. Ele fornece
Foundations™, Guia Prático para um Controle informações sobre como melhorar os sistemas
Mais Limpo, Seguro e Produtivo do Pó e transportadores de correia e como demonstrar
Material a Granel da Martin Engineering, o esses aprimoramentos para justificar os
seminário de nível avançado foi desenvolvido investimentos necessários. Ele abrange os
para engenheiros e gestores responsáveis métodos para calcular os custos e os benefícios
pelo design e administração de sistemas desses aprimoramentos.
transportadores de correia. 413
Seção 3 | Práticas de trabalho seguras

Figura 26.6. sobre o desempenho seguro das tarefas de


O treinamento deve manutenção e operações específicas que
incluir informações sobre precisarão ser realizadas. (Figura 26.6.)
a construção, operação e
riscos dos transportadores
de correia, bem Treinamento sobre as tarefas do
como instruções sobre o trabalho com transportadores
desempenho seguro de
tarefas que precisarão ser O treinamento sobre as tarefas, ou seja,
realizadas. como desempenhar os trabalhos específicos
e as tarefas de manutenção necessárias nas
proximidades do transportador de correia,
O alinhamento da correia, às vezes chamado pode ser um dos meios mais eficazes de
de rastreamento da correia, é a arte e a ciência prevenção de acidentes.
de manipular os componentes das correias
transportadoras para que ela funcione no Não importa as características específicas do
centro da estrutura. Ajustar esses componentes transportador ou do processo da planta, há
para alinhar a correia enquanto ela estiver quatro categorias de tarefas relacionadas aos
em operação poderá causar ferimentos transportadores que podem ser facilmente
sérios e dispendiosos danos na correia. identificadas. São elas:
Consequentemente, o alinhamento da correia
Limpeza
é um assunto importante do treinamento sobre
A limpeza nas proximidades e nas áreas
transportadores.
de baixo das correias e equipamentos para
Esse conteúdo instrucional compreende as remover os detritos derramados e acumulados
3 informações gerais sobre transportadores, ou nos componentes ou no chão, embaixo da
seja, construção, operação e perigos. Além correia. A limpeza normalmente é feita com
disso, o alinhamento deve incluir instruções ferramentas de mão.

A faculdade Bluefield State College explora o treinamento


sobre segurança no trabalho com transportadores de correia
A organização Center for Applied Research and do programa de 2010 foi direcionado aos materiais do
Technology (CART), Inc. da faculdade Bluefield State treinamento e à formação para promover a preparação
College (BSC) desenvolveu recentemente material para emergências na mineração e prevenção de todas as
para um curso online com instruções para melhorar minas subterrâneas.
o treinamento sobre segurança em transportadores de
correia. A organização CART demonstrou o programa e
seus resultados no quinto evento anual Mine Rescue
O programa foi desenvolvido com o apoio de uma Competition da BSC, na 118ª conferência anual da
concessão do Departamento do Trabalho dos Estados American Society for Engineering Education (ASEE,
Unidos como parte de um programa para oferecer Sociedade Norte-americana para Educação em
formação e treinamento na indústria de mineração. Engenharia) e na mostra Bluefield Coal Show de 2011.
O programa foi um dos seis premiados em 2010
pelos subsídios Brookwood-Sago da agência MSHA, O curso experimental foi bem recebido pelos
estabelecidos com base na lei federal norte-americana aproximadamente 90 instrutores de segurança na
de melhoria das minas e nova resposta emergencial mineração que participaram da demonstração, mas a
(Miner Act de 2006). O foco de todas as subvenções falta de financiamento adicional levou a uma parada no
desenvolvimento e distribuição do programa.
414
Treinamento em segurança para se trabalhar com transportadores de correia | Capítulo 26

Instalação e reparo Treinamento online em


A instalação e reparo dos componentes e segurança para se trabalhar com
estrutura do transportador.
transportadores de correia
Alinhamento da carreia
Práticas atuais e convencionais de treinamento
O ajuste dos componentes do transportador,
sobre segurança geralmente incluem o uso
de modo que a correia correrá no centro da
de palestras, apresentações de slides, vídeos
estrutura.
e materiais escritos. Em alguns casos, o
Outras treinamento ainda envia cada aluno ao
Isso inclui tarefas diversas, tais como inspeção local com um trabalhador experiente para
e manutenção de equipamentos de grande treinamento sobre as tarefas no local de
porte próximos da correia (sistemas de trabalho.
carregamento), assim como reparos de outros
Infelizmente, esses métodos de ensino são
sistemas relacionados ao transportador, tais
passivos por natureza; isto é, o aluno é
como amostradores transversais de materiais,
um recipiente no qual o conhecimento é
ímãs de lixo metálico, detectores de nível,
derramado, em vez de ser participante ativo.
medidores de fluxo e corda de segurança.
Pesquisas sobre os métodos de aprendizagem
Qualquer treinamento sobre tais tarefas deve de adultos indicaram que o aprendizado/
incluir a familiarização com a área de trabalho, treinamento ativo é mais eficaz do que os
os possíveis riscos associados ao trabalho, a métodos mais passivos.
revisão dos procedimentos seguros de trabalho
Nesse sentido, o uso de multimídia interativa
na utilização de equipamentos e na execução
está prevalecendo em muitos programas de
do trabalho e a revisão das normas da empresa
treinamento devido a sua eficácia e eficiência
e leis governamentais de segurança pertinentes 3
em relação a custos. As razões citadas
ao trabalho.
sobre por que o uso de multimídia está
Mesmo com treinamento eficaz sobre
as tarefas, o trabalho inicial de um novo
funcionário, ou mesmo de um funcionário
veterano com uma nova atribuição, também Treinamento online sobre transportadores
deve ser supervisionado de perto até que todos oferecido pela Martin Engineering
tenham certeza de que o trabalhador tem a
capacidade de realizá-lo com segurança. Estão disponíveis cursos
de treinamento na
Como observado anteriormente neste livro, Internet sobre operação,
o desempenho da manutenção e limpeza nas manutenção e segurança
proximidades de transportadores de correia de transportadores.
é uma das principais causas de acidentes e A Martin Engineering
ferimentos relacionada a transportadores. oferece um curso online
Com o treinamento apropriado sobre as sobre manutenção
tarefas, as taxas de ferimentos podem ser e segurança nas
diminuídas. operações com transportadores. Com base nos FOUNDATIONS™
Workshopsda Martin, o curso de sete módulos aborda os conceitos
Estudos mostram que, para alguns
básicos na construção de transportadores, os fatores-chave na
procedimentos essenciais de manutenção, as
segurança ao trabalhar com transportadores de correia ou em
simulações ou práticas em um equipamento
suas proximidades e os métodos para melhorar o desempenho do
duplicado são métodos muito eficazes para se
transportador por meio do controle de material fugitivo. Pra obter
desenvolver formas mais seguras de trabalho.
mais informações, visite www.martin-eng.com/page/foundations-
online-training ou entre em contato com a Martin Engineering.

415
Seção 3 | Práticas de trabalho seguras

O projeto do instituto Virginia Tech demonstra o treinamento sobre


transportadores em realidade virtual
O sucesso do treinamento em realidade virtual em outros transportador aéreo e um transportador em nível.
campos proporcionou estudo preliminar na aplicação da Isso permitiu a inclusão de uma variedade de possíveis perigos,
realidade virtual em transportadores. A tese de mestrado incluindo o derramamento de material, a realização da
de Jason David Lucas do instituto Virginia Tech com o manutenção em alturas elevadas e a estreita proximidade com
título Improving Conveyor Belt Safety Training Through the as partes móveis de um transportador.
Use of Virtual Reality desenvolveu uma demonstração do A formação exigia a utilização de sequências adequadas para
treinamento sobre transportadores em realidade virtual. várias tarefas e operações relacionadas aos transportadores.
O programa era composto por duas fases interativas: uma Um exemplo seria como ligar o sistema da correia.
etapa instrucional e uma etapa prática. Na introdução, Lucas O disjuntor precisa estar ligado e destravado para que o
explica: interruptor de energia funcione. A animação em realidade
A etapa instrucional é uma simulação do passo a passo virtual mostra o processo necessário para ligar o sistema
para familiarizar o aluno com o ambiente de trabalho transportador. Se a correia estiver travada, o instrutor não
e com os componentes de uma correia transportadora, poderá deixar o operador da planta ligá-la. Assim que o
e também para alertar o usuário sobre as tarefas de disjuntor for destravado, a correia poderá ser ligada. Quando
manutenção e perigos que representam os componentes o sistema estiver ligado, o alarme precisará ser disparado pelo
em movimento. usuário antes de ser possível mover a correia.
A segunda etapa do estudo envolve o treinamento Outro exemplo seria a sequência de identificação de riscos.
prático. Serão projetadas simulações de vários cenários Em um dos exemplos, há um monte de material que pode
sobre problemas para testar a capacidade do indivíduo interferir no funcionamento apropriado da correia. O usuário
para resolver problemas quando submetido ao precisa elaborar uma série de perguntas para identificar o
ambiente de realidade virtual. Informações relacionadas risco e poder removê-lo. Ao responder corretamente, o risco
com a tarefa podem ser acessadas durante a simulação, é removido da cena. Se o usuário responder incorretamente,
de forma que a capacidade do aluno para identificar exibi-se a consequência do que teria ocorrido se o risco
e solucionar os riscos pode ser quantificada. As permanecesse, ou se fosse removido de forma não apropriada.
consequências de uma tomada de decisões deficiente O projeto fazia parte do programa de investigação da Virginia
ou de comportamentos arriscados ao interagir com o Tech sobre a eficácia do treinamento por realidade virtual
ambiente serão demonstradas ao usuário. dos funcionários que trabalham nas proximidades de correias
Cenários amostrais da realidade virtual transportadoras na indústria de mineração a céu aberto.
O programa foi subsidiado pela agência (NIOSH, Instituto
O ambiente virtual na tese de mestrado ilustrou três diferentes
Nacional de Segurança e Saúde Ocupacional).
sistemas transportadores: um transportador inclinado, um

Slides do projeto de demonstração retratam os transportadores em realidade virtual. (Imagens cordialmente cedidas por Jason David Lucas.)
416
Treinamento em segurança para se trabalhar com transportadores de correia | Capítulo 26

ganhando popularidade entre os programas Ainda não há simuladores desenvolvidos para


de treinamento são os custos, a economia de transportadores, mas as tentativas iniciais no
tempo, a interatividade do material, o feedback uso de realidade virtual em treinamento de
imediato, a consistência na apresentação das transportadores parecem estar se movendo
informações e a flexibilidade na entrega. nessa direção.

Essa metodologia de treinamento pode assumir


várias formas, incluindo cursos de treinamento Treinamento em realidade
online, simuladores e tecnologias de realidade virtual
virtual.
Outro método de treinamento utilizando a
tecnologia é o uso de realidade virtual.
Simuladores de treinamento A realidade virtual é um ambiente com base
computacional que simula a presença física
Algumas operações de mineração usam
em determinados lugares do mundo real ou
simuladores baseados em em programas de
imaginário. A realidade virtual oferece uma
computação para treinar os funcionários sobre
experiência realista em primeira pessoa em
o funcionamento do equipamento pesado
que os usuários podem treinar ao seu próprio
usado nas instalações, como pás de mineração,
ritmo, experimentar ações e suas consequências
caminhões de transporte, plataformas de
e ter seu desempenho monitorado. Esses
perfuração e semelhantes.
sistemas ajudam os trabalhadores a
Assim como os simuladores de cabine usados experimentarem as condições sem realmente
para pilotos de aviação, esses simuladores correrem riscos de ferimentos e sem limitar
de equipamentos de mineração replicam os o funcionamento dos equipamentos e o
controles do compartimento e a vista que o cronograma de produção
3
motorista tem do assento. Eles são projetados
Como Jason Lucas, Walid Thabet
com movimentos realistas, gráficos e respostas
e Poonam Worlikar resumiram em
da máquina que permitem a prática de
2007 no artigo A VR-Based Training
habilidades do operador sem colocar em risco
Program for Conveyor Belt Safety:
vidas ou equipamentos valiosos.
A realidade virtual proporciona a
Os simuladores preenchem a lacuna que há
oportunidade de desenvolver aplicações
entre o treinamento em sala de aula no estilo
interativas de treinamento virtual
palestra e o treinamento prático. Como o
comparáveis aos simuladores de vida
artigo "Training: The Foundation for Safety",
real, só que mais econômicas.
publicado na edição de fevereiro de 2014 de
As aplicações da realidade virtual
Engineering and Mining Journal (E&MJ),
projetadas para o treinamento em
apontou, por meio desses simuladores, os
segurança podem fornecer melhores
operadores podem experimentar:
ferramentas de aprendizagem cognitivas
[...] não só as condições normais permitindo que os alunos participem
de funcionamento, mas também os ativamente e experimentem a sensação
cenários anormais e de emergência próxima da realidade sobre os riscos
em total segurança. Dada a prática de associados ao trabalho nas proximidades
eventos raros no simulador, a melhor de correias transportadoras e praticar
resposta poderá ser ensinada e tornar-se virtualmente a realização de tarefas sem
uma segunda natureza se o cenário correr os riscos apresentados por uma
ocorrer na vida real. correia em funcionamento.

417
Organizações que oferecem recursos de treinamento sobre segurança
Várias organizações fornecem recursos área de segurança, com confiança A organização European Network
de segurança, incluindo certificação dos e competência comprovada. Education and Training in Occupational
profissionais de segurança. International Board for Safety and Health (ENETOSH, Rede
Certification of Safety Managers Europeia de Educação e Formação
American Society of
www.ibfcsm.org em Matéria de Segurança e Saúde no
Safety Engineers
A entidade International Board for Trabalho) oferece uma plataforma
www.asse.org
Certification of Safety Managers de compartilhamento sistemática de
A American Society of Safety Engineers conhecimentos sobre questões relativas
(ASSE, Sociedade Norte-americana (Conselho Internacional para Certificação
de Gestores de Segurança), também à educação e formação em matéria de
de Engenheiros de Segurança) é a segurança e saúde no trabalho. Hoje,
mais antiga sociedade de segurança conhecida como BCHCM, foi fundada
em 1976 como uma organização de mais de 40 parceiros em 16 países
profissional. A ASSE promove o europeus, além da Coreia do Sul, estão
conhecimento, liderança e compromisso credenciamento independente sem fins
lucrativos. Ela estabelece os requisitos envolvidos na rede ENETOSH. A rede
de seus membros, proporcionando-lhes é coordenada pelo Instituto do Trabalho
desenvolvimento profissional, serviços de da certificação e re-certificação Certified
Healthcare Safety Professional (CHSP, e Saúde (IAG) do Instituto alemão de
advocacia e desenvolvimento de padrões. seguro contra acidentes (DGUV). Os
Ela também estabelece os padrões de Certificação profissional em segurança
e saúde). O conselho opera como associados desenvolvem conjuntamente a
excelência e ética da comunidade em norma ENETOSH sobre a competência
relação à segurança, saúde e ambiente uma organização independente de
credenciamento profissional não afiliada a de instrutores e formadores em segurança
ocupacional. A ASSE possui afiliados na e saúde. O desenvolvimento foi realizado
maior parte dos países exploradores da qualquer outra associação ou grupo, nem
pertencente a nenhum grupo de pressão. com base no European Qualification
mineração. Framework (EQF, Quadro Europeu de
Board of Certified Board of Canadian Registered Qualificação). A norma abrange quatro
Safety Professionals Safety Professionals campos de competência:
www.bcsp.org www.bcrsp.ca 1. Educação e treinamento
O entidade Board of Certified Safety A entidade Board of Canadian Registered 2. Segurança e saúde no trabalho
Professionals (BCSP, Conselho de Safety Professionals (Conselho de
3. Promoção da saúde no trabalho
Profissionais de Segurança Certificado) Profissionais de Segurança Registrados do
Canadá), anteriormente conhecida como 4. Gestão em segurança e
dos Estados Unidos não é uma saúde ocupacional
organização de membros e não oferece Association for Canadian Registered
serviços normalmente fornecidos por Safety Professionals, é uma associação O Safety Institute of
organizações desse tipo. Ser membro de de interesse público sem fins lucrativos, Australia, Ltd.
alguma organização não é uma exigência com membros dedicados aos princípios https://sia.org.au
para obter certificação. O único objetivo da saúde e segurança como profissão no O Safety Institute of Australia (Instituto
do BCSP é certificar os aprendizes na Canadá. Um profissional da segurança Australiano de Segurança) realiza a
profissão da segurança. registrado no Canadá ou Canadian certificação da profissão de generalista
Registered Safety Professional (CRSP®) é em segurança e saúde ocupacional, por
National Association of um indivíduo que cumpriu os requisitos meio de um programa que reconhece
Safety Professionals de registro estabelecidos pelo Conselho a capacidade e credibilidade dos
www.naspweb.com Diretor. Um profissional CRSP® aplica profissionais mediante a combinação
A organização National Association of amplos conhecimentos em segurança para entre educação e experiência de trabalho.
Safety Professionals (NASP, Associação desenvolver sistemas capazes de obter um A certificação profissional de generalista
Norte-americana de Profissionais da controle ótimo sobre os perigos e riscos em segurança e saúde não é obrigatória.
Segurança) é uma entidade sem fins prejudiciais para as pessoas, equipamento, A certificação não é regulada por lei,
lucrativos que oferece treinamento, material e ambiente. Um profissional pelos reguladores do estado em segurança
serviços de consultoria e certificações de CRSP® se dedica aos princípios do e saúde ocupacional nem por qualquer
terceiros que validam conhecimentos, controle de perdas, prevenção de organismo governamental.
proficiências e habilidades na área acidentes e proteção ambiental, conforme A certificação é um processo que está
de segurança no local de trabalho. A demonstram suas atividades diárias. sendo voluntariamente implementado
principal missão da NASP é fornecer pela profissão para contribuir com o mais
European Network Education and
aos profissionais da segurança alto padrão de consultoria em segurança
Training in Occupational Safety
oportunidades de formação inovadora e saúde disponível aos locais de trabalho
and Health
e certificação profissional para ajudá- australianos.
www.enetosh.net
los no exercício das suas funções na
418
Treinamento em segurança para se trabalhar com transportadores de correia | Capítulo 26

A realidade virtual oferece a vantagem de Recursos externos para


poder ensaiar as atividades com segurança e treinamento e segurança
demonstrar as consequências de erros que o
treinamento prático, no local de trabalho, no Há muitas empresas e consultorias que
"mundo real" não permite. podem fornecer programas de treinamento
personalizados ou padrão. Muitos dos
Para um programa de demonstração, Lucas, instrutores de segurança e consultoria são
Thabet e Worlikar desenvolveram uma série profissionais de segurança certificados.
de módulos de realidade virtual instrucionais
e com base em tarefas que facilitasse a Os profissionais da segurança são pessoas
compreensão do usuário sobre os componentes certificadas por uma organização acreditada
e montagens de correias transportadoras. que utiliza pelo menos 50 por cento do seu
Os módulos explicavam os diferentes riscos tempo de trabalho em funções de segurança,
e problemas de segurança associados à tais como avaliar o local de trabalho para
movimentação dos componentes da correia ao determinar os riscos, avaliar os possíveis riscos
realizar a manutenção, e testavam a capacidade e controles, avaliar as medidas de controle
do usuário para resolver problemas. dos riscos e perigos, investigar incidentes,
manter e avaliar registros de perdas e
A aplicação do treinamento de realidade incidentes e preparar planos de resposta de
virtual, se estiver plenamente desenvolvida, emergência. Outras funções podem incluir o
poderá ser parte da solução efetiva de reconhecimento de perigos, proteção contra
treinamento em um ambiente interativo incêndio, conformidade regulatória, controle
e seguro de um grande número de jovens dos perigos para a saúde, ergonomia, gestão
mineiros, pois eles têm maior probabilidade de materiais perigosos, proteção ambiental,
de estar familiarizados com computadores treinamento, investigações de incidentes,
e controles de videogame dos sistemas de conselhos à gerência, manutenção de registros, 3
realidade virtual. resposta de emergência, gestão de programas
Embora satisfeitos com os resultados iniciais de segurança e segurança do produto. Muitos
do programa de treinamento de realidade dos instrutores de temas específicos do
virtual, os pesquisadores foram cuidadosos treinamento especializado são contratados
ao apontar que, mesmo com o programa pelos fabricantes e, embora não sejam
de demonstração, não se espera que o profissionais certificados na área de segurança,
treinamento prático do "mundo real", no local são especialistas em suas respectivas áreas.
de trabalho, possa ser eliminado. A utilização Os especialistas muitas vezes podem revelar
da realidade virtual não deve substituir esse problemas de segurança que não são óbvios
treinamento, e sim aprimorá-lo. para aqueles que trabalham diariamente em
Houve tentativas iniciais e parciais (projeto um ambiente industrial ou de mineração.
de pós-graduação) para desenvolver o É comum que as empresas de manuseio
treinamento sobre transportadores em de materiais a granel utilizem empresas de
realidade virtual. (Consulte Projeto da serviços de segurança na inspeção de rotina dos
Virginia Tech demonstra o treinamento equipamentos de segurança, como extintores
sobre transportadores em realidade virtual.) de incêndio, por exemplo. Muitas empresas
No entanto, nenhum deles ainda chegou ao de serviço de segurança oferecem inspeções
mercado em um estado acabado, pronto para do local, avaliações da cultura da segurança e
ser adotado (ou adaptado) no treinamento em programas de treinamento personalizados.
instalações específicas. Talvez seja apenas uma A maioria das empresas de serviço de
questão de tempo. segurança apresentará relatórios e fornecerão
propostas de remediação e mitigação de riscos.

419
Seção 3 | Práticas de trabalho seguras

Seleção de um fornecedor de Ao selecionar um consultor externo, lembre-se


serviços de segurança das possíveis economias futuras em vez de
focar no menor preço.
O uso de um especialista terceirizado nas
atividades relacionadas à segurança pode ser
mais benéfico do que usar a equipe interna de MELHORES PRÁTICAS
manutenção. Além de um "segundo ponto de
Os métodos para treinamento em segurança
vista" sobre uma operação, os conhecimentos
são muito similares a outros tipos de
e a experiência de um serviço independente
treinamentos exigidos na industria e na
também fornecem uma vantagem valiosa.
mineração. Para ser efetivo, o treinamento deve
Por exemplo, nos Estados Unidos e na União
ser frequente, mas não precisa ser em uma sala
Europeia, a responsabilidade pela análise de
de aula formal. Uma mistura entre sala de aula,
riscos não se limita ao fabricante que forneceu
campo e treinamento online, usando tanto os
o equipamento. O consumidor final dos
recursos internos quanto externos pode fazer
equipamentos também é encarregado de
com que o treinamento seja mais efetivo.
realizar e documentar uma análise dos riscos de
equipamentos no contexto da operação. Uma De modo geral, as pessoas que precisam
análise formal dos riscos não é uma habilidade ser treinadas em questões de segurança nas
encontrada normalmente nos departamentos proximidades de transportadores são as equipes
de manutenção. de manutenção e operação, que tendem a
precisar de aprendizado prático.
Ao selecionar um especialista terceirizado para
O treinamento mais eficaz será provavelmente
as inspeções de segurança ou aprimoramentos,
uma combinação de apresentações e
escolha aqueles que tenham:
demonstrações que permitam e incentivem
3 • Conhecimento dos regulamentos locais ao máximo a participação. Essas pessoas
e nacionais de segurança da indústria de tendem a ser orientadas pela ação, e não
transformação e mineração. estão acostumadas a permanecer sentadas
por períodos prolongados, a ler ou assistir
• Conhecimento sobre design e operação de
apresentações, por isso recomenda-se que o
transportadores de correia.
treinamento seja curto e vá diretamente ao
• Experiência e referências. ponto.
• Ótimos históricos de segurança.
As melhores práticas listadas abaixo foram
extraídas principalmente das Melhores práticas,
Figura 26.7.
normas e diretrizes de saúde e segurança
ambiental, conforme desenvolvidas em 2011
A interação entre os
pelo Systemwide Training and Education
estudantes, e entre o
Workgroup da Universidade da Colifórnia.
instrutor e os estudantes
normalmente é Essas recomendações não abrangem o
aprimorada em uma desenvolvimento de materiais de treinamento.
turma de tamanho
reduzido. Tamanho da turma

• Uma turma de tamanho pequeno


promove a interação. (Figura 26.7.)
Uma turma de 25 indivíduos (ou
menos) normalmente funciona melhor,
especialmente se incorporar o aprendizado
com base em atividades no programa de
treinamento.

420
Treinamento em segurança para se trabalhar com transportadores de correia | Capítulo 26

Instalações Material de treinamento

O "espaço de aprendizagem" deve incentivar O material de treinamento deve:


exercícios de pequenos grupos ou treinamento
• Fazer com que a leitura seja fácil para
prático utilizando equipamentos como parte
todos os participantes.
da aprendizagem baseada em atividades. As
instalações adequadas para se levar a cabo um • Destacar as mensagens e necessidades
treinamento são: mais importantes.
• Estar disponível aos instrutores na forma
• Espaço para os participantes se sentarem
de anotações ou resumos.
confortavelmente e serem capazes de ver,
ouvir e participar na apresentação. Avaliação do curso
• A sala deve ser suficientemente silenciosa
A avaliação do treinamento deverá ser realizada
para se manter uma conversa normal.
regularmente, de preferência depois de cada
• Verifique se toda a tecnologia (projetores aula ou sessão de treinamento online, por
e sistemas de som) tem suporte técnico meio de um modelo amplamente utilizado,
disponível e está funcionando. como o modelo de Kirkpatrick de avaliação
• O instrutor deve ter acesso aos controles de treinamento. A avaliação deve incluir:
de iluminação e temperatura.
• Reação: O treinamento foi apropriado?
• As janelas devem ser sombras que Quais foram os elementos que os alunos
bloqueiam luz para melhorar a gostaram e não gostaram? O instrutor era
visibilidade dos monitores e vídeos. capacitado e foi bem-sucedido?
Os alunos recomendariam o treinamento
Instrutores
aos demais?
3
• Os instrutores devem ser especialistas no Essas informações são normalmente
assunto, capazes de transmitir conteúdo reunidas por meio de formulários
em um ambiente de sala de aula. preenchidos pelos alunos, ou em uma
• Alguns regulamentos (por exemplo, a sessão de perguntas e respostas ao final
norma 29 CFR 1910.1210) exigem que do treinamento.
os instrutores possuam qualificações • Aprendizado: Qual conhecimento os
especiais. alunos obtiveram?
Técnicas Isso é muitas vezes determinado por
meio de um pequeno questionário ou
Os melhores métodos pedagógicos são capazes sessão de perguntas e respostas para
de: medir o aprendizado dos principais
pontos durante a sessão de treinamento.
• Extrair a experiência e conhecimento
dos participantes sobre as questões de • Comportamento: Quais ações os alunos
segurança e saúde. devem praticar depois do curso?
• Dar ênfase ao aprendizado sem precisar Isso pode ser avaliado por meio de um
depender da leitura. teste por escrito ou em uma sessão de
perguntas e respostas ao final da sessão
• Incorporar uma variedade de princípios
de treinamento.
de aprendizagem, métodos e atividades
para melhorar o aprendizado de todos. Um acompanhamento pós-treinamento
• Criar uma experiência de aprendizagem também deve ser feito normalmente por uma
confortável para todos. equipe formada pelos mesmos alunos e/ou

421
Seção 3 | Práticas de trabalho seguras

pela gerência, várias semanas ou meses após a CONCLUSÕES


conclusão do treinamento. Essa avaliação deve O papel do treinamento sobre
considerar:
segurança no trabalho com
• Qual impacto foi alcançado na transportadores de correia
organização como resultado do
treinamento? Os programas de treinamento, incluindo o
treinamento de tarefas, são necessários para
• Foi identificado algum retorno do que todos os trabalhadores fiquem cientes
investimento (ROI)? dos perigos e conheçam os procedimentos
Manutenção de registros para executar com segurança suas atribuições.
O treinamento pode evitar ferimentos,
Os registros de treinamento devem doenças, danos materiais e interrupções
ser guardados, entre eles estão: desnecessárias no processo de produção.
• Registros de participação. O treinamento não é uma panaceia, um
• Descrição do conteúdo e atividades. remédio universal para todos os problemas de
segurança. O artigo "Effects of Safety Training
Certificados de conclusão de treinamento or Risk Tolerance: An Examination of Male
e, se necessário, Unidades de educação Workers in the Surface Mining Industry",
continuada (CEU, Continuing Education publicado em 2009 pelo The Journal of Safety,
Units) ou Horas de desenvolvimento Health, and Environmental Research assinala:
profissional (DPS, Professional Development
Hours) devem ser apresentados. O treinamento, juntamente com a
presença de uma sólida cultura de
segurança, consequências motivadoras,
3
comunicação aberta sobre segurança
e supervisores com forte capacidade
de liderança, pode produzir o
comportamento desejado de trabalho
seguro, mas não se deve contar apenas
com o treinamento para reduzir a
tolerância do trabalhador ao risco no
local de trabalho.

422
Treinamento em segurança para se trabalhar com transportadores de correia | Capítulo 26

423
Chapter Title | Chapter #

Seção 4 AVALIAÇÃO DE RISCOS

Capítulo 27
O censo da segurança nos transportes de correias . . . . . 425
Capítulo 28
Avaliação de riscos utilizando a metodologia da CEMA . . 431
Capítulo 29
Análise de causa-raiz . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 445
Capítulo 30
Análise de risco do trabalho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 457

424
Capítulo 27 O censo da segurança nos transportes
de correias
INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 425 INTRODUÇÃO
Primeiros passos: Averiguação . . . . 426 As áreas de perigo de um sistema transportador
são numerosas e específicas a cada aplicação.
Transportador ligado ou
desligado? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 427 Mas quase sempre muitos dos detalhes
sobre os riscos específicos à segurança de
4 O que fazer quando o
um transportador não são documentados.
censo terminar? . . . . . . . . . . . . . . . . . . 428
Pelo contrário, esses perigos são aceitos na
MELHORES PRÁTICAS . . . . . . . . . . . . . 429 instalação. Eles são comunicados como senso
comum e repassados em uma espécie de
CONCLUSÕES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 429 folclore, de trabalhador para trabalhador.

Esse folclore, esse senso comum, desaparece


e se esvai por completo. A propriedade e a
gestão da planta mudam de mãos; o pessoal
de engenharia, manutenção e operações
alteram suas atribuições ou deixam a empresa.
Consequentemente, o conhecimento interno
sobre os sistemas dos equipamentos, incluindo
os transportadores, se desmorona.

Até as listas dos principais componentes


do sistema transportador provavelmente
não foram mantidas atualizadas pelos

425
O censo da segurança nos transportes de correias | Capítulo 27

departamentos de segurança, engenharia, É melhor que essa avaliação seja realizada por
suprimentos ou manutenção. Os arquivos uma equipe de pelo menos dois trabalhadores.
passam a estar desatualizados ou, ainda pior, as Esse "sistema de parceria" ajuda a identificar e
informações permanecem retidas na mente de classificar os problemas encontrados durante
apenas uma pessoa. a "caminhada de inspeção" no transportador,
evitando assim o relato de preocupações que
resultam de suposições e mal-entendidos.
Primeiros passos: Averiguação (Figura 27.1.) O ideal é que uma das pessoas
É uma prática recomendável realizar Figura 27.1.
uma avaliação de segurança nos sistemas
O "sistema de parceria",
transportadores da planta. Este censo avalia que envia dois
os componentes e equipamentos de um trabalhadores como uma
transportador e observa os perigos que existem equipe para inspecionar
no sistema transportador. os transportadores ajuda
a identificar e classificar
os problemas encontrados
durante a avaliação.

Que equipamentos levar ao caminhar pela correia

O essencial para se ter o equipamento certo ao avaliar • Meios de registro de informações: Isso pode variar
o transportador é conhecer a tarefa: se a caminhada entre um pedaço de papel até um tablet.
é para fins de avaliação de segurança apenas, ou se • Etiquetas de "Necessidade de reparo" (e/ou fita
há necessidade de monitorar as condições e realizar zebrada para isolamento de área insegura ou perigosa).
tarefas menores de manutenção, tais como limpeza ou
lubrificação da engrenagem. • O formulário do censo de segurança que deve ser
preenchido ou pode ser usado como guia durante a
Eis a seguir algumas recomendações sobre os inspeção.
equipamentos adequados que devem ser levados ou • Fita métrica ou metro para medir a distância entre
estar imediatamente disponíveis em uma avaliação de a proteção e o risco. (Consulte o Capítulo 10
segurança no trabalho com transportadores. Proteção.)
• Um parceiro (um companheiro para o Sistema de Claro que os equipamentos listados acima, além de
parceria). todos os Equipamentos de proteção individual (EPI),
• Anemômetro, para verificar a velocidade do vento são necessários na planta, assim como os equipamentos
(controle de poeira). de comunicação adequados (por exemplo, um rádio de
comunicação).
• Tacômetro/velocímetro de correia.
• Câmera, ou telefone celular, para fotos e vídeos dos Além de precisar das ferramentas adequadas, também
equipamentos. é importante que o "inspetor da correia" não esteja
sobrecarregado – de forma que o trabalhador possa ficar
• Lanternas (à prova de explosão se as condições em segurança e ser eficiente durante a caminhada.
exigirem).
• Ferramentas de mão, o que inclui um martelo, uma Muitas plantas colocam pás e outros equipamentos de
chave ajustável e um par de alicates. limpeza posicionados em locais ao longo da correia, de
modo que o inspetor da correia normalmente não precise
• Chave de remoção da proteção ou outra ferramenta carregar essas ferramentas no percurso. A patrulha do
especializada para remover as proteções, de acordo transportador também pode precisar fazer pequenos,
com as exigências instalação. porém importantes ajustes, para aumentar a vida útil do
• Termômetro infravermelho sem contato, para verificar equipamento e a eficiência operacional.
se há componentes ou materiais superaquecidos. 426
Seção 4 | Avaliação de riscos

esteja familiarizada com o transportador anotadas em um bloco de papel ou em um


e o processo que está sendo avaliado, e a tablet. Até mesmo um telefone celular pode
segunda conheça os transportadores em geral. ser usado para ligar para a secretária eletrônica
Familiaridade demais com o transportador do inspetor do transportador e gravar as
em questão pode levar a desconsiderar um observações feitas durante a caminhada,
problema. Se o segundo membro da equipe de especialmente aquelas coisas que podem ser
pesquisa vem de outra parte da instalação, ou esquecidas enquanto o inspetor retorna ao
é um colaborador externo ou consultor, essa escritório e é distraído e bombardeado por
pessoa fornece uma nova perspectiva. Além outros detalhes cotidianos.
disso, o consultor proporciona um novo marco
de referência, sem noções preconcebidas de Uma câmera digital, telefone celular ou
por que as coisas são como são. Dessa forma, até mesmo de muitos tablets permitem
a equipe tem maior capacidade para ver o que que o inspetor tire fotos ou faça vídeos dos
pode e deve ser feito. problemas. O inspetor da correia pode então
enviar as imagens do problema para que outras
A avaliação de segurança no trabalho com pessoas da organização possam avaliar.
transportadores é normalmente realizada por
uma "caminhada de inspeção" pela correia. Assim que as informações são coletadas, elas
A equipe de segurança caminha pelo sistema devem ser arquivadas em um local único e
fiscalizando o seu funcionamento, realizando central, além de ficar sob responsabilidade
ajustes de segurança menores e observando do gestor. Essas informações podem ser
condições ou problemas significativos que usadas para treinar os trabalhadores que não
demandarão atenção mais tarde. Durante esse estão familiarizados com uma operação ou
censo de segurança, os riscos potenciais são equipamento e prepará-los para qualquer
observados, identificados e registrados. perigo que possam encontrar.

Aqueles que caminham pela correia devem Alguns sistemas computadorizados e


tomar nota dos problemas observados. Por especializados permitem a incorporação de
exemplo: "Há um ponto de esmagamento materiais em uma biblioteca digital. Esse
desprotegido na parte traseira do sistema se torna uma biblioteca centralizada
Transportador B que poderia resultar em para o pessoal ter acesso rápido a informações
um aprisionamento" ou "Existe uma grande de segurança associadas a cada transportador.
4 quantidade de derramamentos na parte traseira
do Transportador 3 que pode causar um Transportador ligado ou
incidente de deslizamento/tropeço/queda". desligado?
A questão sobre se o sistema deve estar em
É melhor fazer as anotações à medida que
funcionamento ou não durante a realização
os problemas são vistos, do que esperar a
da caminhada pela correia e da avaliação de
conclusão da inspeção em um transportador
segurança do transportador é um tema que
determinado. As informações podem ser
merece alguma consideração. Caminhar pelo
Figura 27.2. sistema quando a correia está em movimento
Deve-se tomar muito permite que o pessoal observe melhor os
cuidado ao inspecionar problemas reais que afetam a segurança
transportadores no trabalho com transportadores. Se o
quando a correia está transportador não estiver em movimento,
em funcionamento.
muitos indicadores essenciais estarão ocultos,
como as vibrações na estrutura e as flutuações
no trajeto da correia. Algumas inspeções e
ajustes somente podem ser feitos com a correia
em funcionamento. (Figura 27.2.)

427
O censo da segurança nos transportes de correias | Capítulo 27

Obviamente, os transportadores são mais dos problemas forem identificadas, deverão


seguros quando não estão em movimento, ser oferecidas soluções. O que puder ser
assim como é mais seguro realizar qualquer consertado imediatamente deverá ser.
ação corretiva quando eles estão desligados. Preocupações remanescentes deverão ser
A pessoa cuja tarefa é caminhar pelo documentadas para que os recursos adequados
transportador deve ter experiência com possam ser alocados e as soluções necessárias,
sistemas transportadores, estar ciente dos fornecidas.
riscos, treinado e autorizado a realizar uma
quantidade limitada de correções em um A “caminhada pelo transportador” como
transportador em funcionamento. inspeção de segurança não mostra como
resolver os problemas, mas é uma ferramenta
Se o pessoal e o tempo permitirem, pode inestimável para identificar problemas e,
ser boa ideia avaliar os transportadores em portanto, um passo fundamental na resolução
ambas as condições, ou seja, quando a correia desses problemas.
estiver parada e em funcionamento. Isso
proporcionará uma compreensão melhorada Com bons registros sobre as observações
do sistema em todas as condições, sem feitas na caminhada pelo transportador,
aumentar os riscos do pessoal da planta. ou ainda melhor, em uma série regular de
caminhadas pelo transportador, a planta
A decisão sobre se caminhar pela correia tem a oportunidade de evitar problemas de
quando os transportadores estão em segurança, em vez de reagir a eles. Esse é o
funcionamento ou parados não pode depender benefício real de qualquer caminhada pelo
de fatores externos, como disponibilidade da sistema transportador.
mão de obra e nível esperado de trabalho ou
manutenção. Independentemente disso, é Uma avaliação completa da segurança no
aconselhável dispor de uma dose significativa trabalho com transportadores identifica
de cautela. a maioria das questões de segurança de
um transportador. Caminhadas regulares
minimizam os impactos das alterações do
O que fazer quando o sistema, e o mesmo ato de caminhar pelo
censo terminar? transportador mantém a segurança nas mentes
e nas vistas dos funcionários. Essa é uma forma
Mais importante que caminhar pelo muito efetiva de garantir o comprometimento 4
transportador é fazer alguma coisa com da gerência e uma forma concreta de promover
as informações adquiridas na caminhada. a cultura de segurança.
Registrar as observações e depois enviá-las
aos responsáveis competentes são os motivos
pela quais a caminhada foi feita. A gerência
da planta ou o pessoal de segurança da Figura 27.3.
instalação devem ser alertados sobre os riscos A equipe de avaliação
de segurança específicos e os riscos revelados do transportador
deve ter autonomia
pela avaliação.
para interromper
Assim que todos os dados forem coletados o funcionamento
do transportador
durante uma caminhada de segurança pelo
caso identifique
transportador, eles deverão ser analisados perigo imediato.
e as respectivas ações, tomadas. Cada
um dos problemas observados pode ser
avaliado, priorizado, e suas principais
causas, identificadas pelo pessoal da planta
ou consultores externos. Quando as causas

428
Seção 4 | Avaliação de riscos

MELHORES PRÁTICAS CONCLUSÕES


Auditoria de segurança nos Todos aqueles que trabalham nas proximidades
transportadoresde correia de transportadores sabem, ou deveriam saber,
• Faça avaliações em equipe, com uma que as correias transportadoras são perigosas.
pessoa familiarizada com a operação e Mas, apesar desse conhecimento, muitos
manutenção do dia a dia do transportador trabalhadores ainda são mutilados e mortos
e uma segunda pessoa com conhecimento pelos transportadores a cada ano. Apesar
gerais de design de transportadores, mas da colocação da sinalização, publicação de
não familiarizada com as especificidades do resoluções e estabelecimento de procedimentos
transportador avaliado. de segurança no trabalho, a experiência tem
demonstrado que esses métodos não são
• Faça anotações para documentar as totalmente eficazes na eliminação de acidentes
conclusões, coloque etiquetas de "Reparo de transportadores. Esses métodos são
necessário", tire fotos e mantenha o registro debilitados pelos perigos inerentes dos sistemas
das informações. transportadores, pelas práticas inseguras dos
trabalhadores e respectiva perda de foco na
• Priorize os riscos em termos de
segurança.
probabilidade de ocorrência e da gravidade
do ferimento. A menos que esses problemas sejam resolvidos
de forma total e honesta, continuarão a
• Tome medidas imediatas para mitigar os
ocorrer ferimentos e até mesmo fatalidades nas
riscos. É uma prática recomendada ter uma
proximidades de sistemas transportadores de
equipe de manutenção ou contratados
correia.
presentes e pré-autorizados a tomar
medidas para resolver as principais causas
dos problemas de segurança.

• Autorize que a equipe de avaliação possa


determinar a "parada do trabalho" se
encontrar problemas de perigo imediato.
(Figura 27.3.)
4

429
O censo da segurança nos transportes de correias | Capítulo 27

430
Capítulo 28 Avaliação de riscos utilizando
a metodologia da CEMA
INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 431 INTRODUÇÃO
A concepção de transportadores,
Processo de avaliação de riscos
especificações, aquisição, instalação, colocação
recomendado pela CEMA . . . . . . . . . 433
em serviço e operação são tarefas de um
Avaliação de riscos . . . . . . . . . . . . . . . 434 fluxo complexo de interações entre muitos
4 atores com diferentes níveis de formação e
Risco aceitável . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 435 sofisticação, de forma que inúmeras questões
éticas e legais podem surgir. Normalmente,
MIL-STD 882 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 437
vários níveis de relações contratuais se somam
Exemplo: matriz ALARP de à complexidade. Isso aumenta a possibilidade
gravidade vs. probabilidade . . . . . . 437 de que decisões importantes sejam tomadas
com base em informações incompletas ou em
Introdução aos anexos . . . . . . . . . . . . 439 mal-entendidos entre as partes.
Anexo 1: Tendo como principal objetivo o conceito
Riscos em todos os Production Done Safely™ (Produção com
transportadores . . . . . . . . . . . . . . . . . . 440 segurança), é importante, além de eficiente
em relação a custos, expor as questões
Anexo 2:
éticas e legais o mais cedo possível no
Riscos no transporte de materiais
desenvolvimento do projeto. Dado que os
por correia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 442
sistemas transportadores são frequentemente
CONCLUSÕES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 443 integrados em processos, a possibilidade de
corrigir defeitos torna-se cara e proibitiva.

431
Avaliação de riscos utilizando a metodologia da CEMA | Capítulo 28

Em muitos casos, é fisicamente impossível responsabilidade em relação à segurança.


corrigi-los depois que o sistema está instalado e Por exemplo, imagine como seria
em funcionamento. (Figura 28.1.) A natureza responsabilizar o gerente da planta pela
humana frequentemente consegue fazer com produção sem lhe delegar nenhum poder
que o mais simples seja a coisa mais difícil de para autorizar gastos de produção. Parece
fazer, mesmo quando o caminho é óbvio. São improdutivo e injusto para uma pessoa
comuns os conflitos entre sistemas de valores ser responsabilizada pela segurança,
pessoais e profissionais. Os códigos de ética principalmente se não lhe for concedida
corporativos, quando existem, normalmente nenhuma autoridade nem orçamento para
deixam as pessoas em um dilema ético. resolver problemas de segurança. Geralmente,
Deve-se escolher, muitas vezes, entre fazer o os trabalhadores de produção e manutenção
que é certo e o risco percebido de que pode não têm o controle de nenhum item de linha
"custar muito caro" ou custar o emprego. orçamentário. E mesmo quando eles têm
Às vezes, a escolha ética resulta em trabalho alguma autoridade para gastar, muitas vezes, se
adicional ou atrasos e, por meio de um trata de uma quantidade tão ínfima ou exige
processo de racionalização irracional, a escolha tantos níveis de aprovação que os trabalhadores
menos ética é feita. rapidamente entendem a mensagem de que
seu orçamento é apenas uma fachada para que
Há muitos mitos e mal-entendidos sobre a gerência seja capaz de preencher a caixinha
as questões éticas e legais. Isso proporciona de seleção sobre capacitação do funcionário em
uma falsa sensação de diminuição do risco, seus formulários de avaliação elaborados por
o que leva à adoção de atalhos nas etapas eles mesmos.
de construção e concepção, pois à primeira
vista essas decisões parecem ser econômicas, A maioria das leis de segurança em vigor foi
mas no longo prazo resultam ser caras. editada na década de 1970 e desde então
Existem dois sistemas legais básicos, a atualizada principalmente para aumentar
jurisprudência e os códigos estatutários. Cada as penas, mas não necessariamente para
desacordo contratual ou esforço para buscar acompanhar as mudanças na tecnologia e nas
compensações por danos, muitas vezes, envolve expectativas sociais. É difícil promulgar ou
muitas diferenças de opinião, incertezas de alterar leis e regulamentos e, geralmente, isso
fatos e complexidades legais, o que dificulta supõe representar ou incluir compromissos
e pode até impossibilitar blindar alguém de políticos. As normas desenvolvidas pelas
4
responsabilidade. associações industriais são atualizadas
com frequência e, muitas vezes, contêm a
"Segurança em primeiro lugar" e atualização das melhores práticas com base na
"A responsabilidade pela segurança é sua" aplicação prática.
são meras falácias e, portanto, intuitivamente
rejeitadas pelos trabalhadores, embora
eles deem apoio tácito a esses slogans,
principalmente para ganhar avaliações BAIXA Figura 28.1.
favoráveis pelas suas atitudes perante a OPERAÇÃO
Fazer alterações para
gerência. "Segurança em primeiro lugar" melhorar a segurança é
Capacidade de utilizar

INICIALIZAÇÃO
níveis mais altos de

é uma falácia porque a razão de ser de um mais difícil à medida


controle

transportador é a produção, não a segurança. CONSTRUÇÃO que o projeto progride.


E isso é reforçado pela gerência em palavras e
ações. DESIGN

A responsabilidade individual pela segurança ESPECIFICAÇÃO


ALTA
somente será válida como abordagem de
LINHA DO TEMPO
mitigação de acidentes se o funcionário tiver

432
Seção 4 | Avaliação de riscos

Não é possível se eximir de responsabilidade ou mesmo em distintos distritos, estados ou


atendendo apenas a normas mínimas de cidades de uma mesma região.
segurança. Os tribunais e juízes tendem a
olhar para uma ação indenizatória por danos Na avaliação de riscos, o nível de risco é uma
físicos com base nas atuais normas sociais e função da gravidade do eventual ferimento
melhores práticas do setor, que quase sempre (a pior consequência possível em razão da
supõem um padrão mais elevado do que as leis exposição ao risco) e da probabilidade de
e regulamentos. ocorrência. Uma matriz de avaliação de risco
é apresentada na norma ANSI B11.TR3 Risk
Os sistemas transportadores são normalmente Assessment and Risk Reduction—A Guideline to
projetados em um país, fabricados em Estimate, Evaluate and Reduce Risks Associated
outro e instalados em um terceiro. Sistemas with Machine Tools. Esse relatório técnico
transportadores de segunda mão são vendidos, apresenta uma metodologia para realizar a
modificados e operados (e possivelmente mal avaliação de risco e enfrentar o risco avaliado
aplicados) sem o conhecimento do projetista com um sistema de segurança adequado.
original ou fabricante. A legislação e os (Figura 28.2.)
sistemas legais diferem de região para região,

Figura 28.2.
Gravidade dos ferimentos
Matriz de estimativa Probabilidade
de riscos. De acordo de
com as Diretrizes de ocorrência
Pequena Moderada Séria Catastrófica
avaliação de riscos
dos EUA estabelecidas
pela Schmersal Inc. Remota Negligenciável Negligenciável Baixo Baixo

Improvável Negligenciável Baixo Médio Médio

Provável Baixo Médio Alto Alto


4
Muito provável Médio Médio Alto Alto

Processo de avaliação de riscos recomendado pela CEMA


O conteúdo restante deste capítulo apresenta a metodologia da análise de riscos
recomendada pela CEMA (Conveyor Equipment Manufacturers Association, Associação
de Fabricantes de Equipamentos Transportadores), conforme a publicação CEMA Technical
Report 2015-01 Recommended Risk Assessment Process. Essa metodologia é oferecida
como um serviço para indústria e está disponível gratuitamente em PDF no site da CEMA,
cemanet.org.
O Processo de avaliação de riscos da CEMA também está publicado (em um formato ligeiramente
diferente) na 7ª edição de referência da CEMA Transportadores de correia para granéis. Ele foi incorporado
como referência na norma ASME B20.1-2015 Safety Standard for Conveyors and Related Equipment.

433
Avaliação de riscos utilizando a metodologia da CEMA | Capítulo 28

Avaliação de riscos que eles estimam o razoável uso pretendido do O Processo de


produto ou serviço. No entanto, o projetista avaliação de riscos da
O risco pode ser definido como a combinação CEMA
ou fabricante muitas vezes não controlam a
é reimpresso com
entre a probabilidade de ocorrência de danos instalação, a integração de seus equipamentos a permissão da
e a severidade desse dano. Uma avaliação no processo, o treinamento sobre o uso ou Conveyor Equipment
de riscos pode ser aplicada ao pessoal, à manutenção adequado, o uso do produto Manufacturers
propriedade e a eventos ambientais e sociais, ou manutenção no local. Tudo isso exige Association (Associação
de Fabricantes
assim como a suas consequências. identificação adicional e mitigação de riscos. de Equipamentos
Avaliar riscos de forma reativa e lidar com as Transportadores); todos
consequências por meio de uma variedade de os direitos reservados.
técnicas de mitigação é comum no manuseio 1. Definir os limites/escopo da
de materiais a granel. O que não é comum Figura 28.3.
análise
é uma abordagem proativa padronizada Processo geral de
para reduzir o risco por meio da utilização avaliação de riscos da
2. Identificar os riscos e perigos
de um processo de avaliação de riscos e CEMA.
implementação de soluções. (Figura 28.3.)
3. Avaliar o risco – inicial
Há muitos termos usados como sinônimos de
Sistema de pontuação de risco
avaliação de riscos. Neste livro, avaliação de
riscos se define como o processo de redução
da probabilidade e da gravidade dos danos 4. Risco reduzido
causados a pessoas, ao meio ambiente e/ou à
Hierarquia de controle de risco
propriedade até que sejam alcançados níveis
aceitáveis de risco por meio da utilização
de um processo definido. A definição de
5. Avaliar o risco – residual
um processo de avaliação de riscos é útil
na identificação de riscos que possam ser Sistema de pontuação de risco
mitigados em cada etapa de utilização de
um produto ou serviço. A forma mais eficaz
de melhorar a segurança é proceder com
a mitigação dos riscos na concepção ou a
6. Risco
eliminação deles pela substituição. Não
residual 4
(Figura 28.4.)
aceitável?
A avaliação de riscos descrita aqui põe ênfase
na eliminação de riscos por meio da mitigação Próximo risco
do risco ou de situações perigosas referentes
a sistemas, componentes e atividades. A 7. Resultados/documentação
avaliação de riscos é normalmente feita
Análise completa
por uma equipe e geralmente resulta na
identificação e redução de riscos cuja
HIERARQUIA DOS MÉTODOS DE Figura 28.4.
gravidade o fabricante, engenheiro, supervisor
ou trabalhador não pode individualmente CONTROLE Eficácia dos esforços
identificar ou levar em consideração. ELIMINAÇÃO NO PROJETO de mitigação de risco,
SUBSTITUIÇÃO conforme mostrado no
Cada responsável deve realizar uma análise
EFICÁCIA NA

Processo de avaliação de
MITIGAÇÃO
DO RISCO

PROTEÇÕES/CONTROLES
de risco em cada etapa da utilização de um riscos da CEMA.
AVISOS/SINALIZAÇÕES
produto, sistema ou serviço. Por exemplo: o
projetista ou fabricante podem avaliar o risco ADMINISTRATIVO
do equipamento ou atividade na medida em EPI

434
Seção 4 | Avaliação de riscos

A Análise de segurança é uma forma de análise


de riscos que é mais eficaz quando executada
Norma militar estabelecida pelo Departamento por aqueles que se encontram no ponto de
de Defesa dos Estados Unidos (MIL-STD-882) instalação, uso ou manutenção. Costuma-se
apresenta uma prática padrão para segurança dizer que o fato de se estar fazendo uma análise
no trabalho com sistemas de risco é mais importante do que o formato
usado na avaliação de riscos.
O Procedimento de análise de riscos da CEMA, conforme publicado
neste documento e na edição Transportadores de correia para Até o momento da impressão, não existia
granéis, cita a norma MIL-STD-882 como metodologia padrão para determinação de normas governamentais que
segurança no trabalho com sistemas. A seguir, encontra-se a descrição devesse ser utilizada para a redução de riscos
desse procedimento e programa, conforme disponibilizado pelo em operações gerais de manuseio de materiais
Departamento de Defesa dos Estados Unidos. Em 2012, a norma a granel. Portanto, cabe à gestão de cada setor
MIL-STD-882E suplantou a MIL-STD-882D. estabelecer e implementar uma metodologia
A norma militar MIL-STD-882E do Departamento de Defesa dos de redução de risco. Neste documento, as
Estados Unidos apresenta uma prática padrão para a condução de normas ANSI B11.TR3-2000 e MIL-STD 882
segurança no trabalho com sistemas, e fornece um meio consistente são utilizadas como documentos de referência
de avaliação de riscos. O risco de acidente deve ser identificado, para o desenvolvimento de uma metodologia
avaliado e mitigado a um nível tolerado pela autoridade competente, de avaliação de riscos que sirva de exemplo,
e deve estar em conformidade com as leis, regulamentos, decretos com sugestões adicionais para abordar riscos
executivos, tratados e acordos. Os estudos do programa associados específicos ao seu transportador e instalação.
à mitigação do risco de acidente devem considerar o custo total do
ciclo de vida em qualquer decisão.
A norma MIL-STD-882E define requisitos gerais de segurança
Risco aceitável
que devem ser executados em todo o ciclo de vida de qualquer O objetivo de uma avaliação de riscos é reduzir
sistema, novo desenvolvimento, upgrade, modificação, resolução de os riscos residuais a um nível aceitável depois
deficiências ou desenvolvimento de tecnologia. Quando aplicados da análise e implementação. Risco zero é
corretamente, esses requisitos devem garantir a identificação e impossível de se obter. Risco aceitável é um
entendimento de todos os riscos conhecidos e perigos associados, conceito subjetivo definido pela equipe de
assim como a eliminação ou redução do risco de acidente para níveis avaliação de riscos, normalmente, seguindo
aceitáveis. uma política estabelecida. Muitos sistemas
Os requisitos gerais do sistema de segurança são: de avaliação de risco consideram aceitável e
1. Documentação da abordagem de segurança do sistema. usam o conceito de risco residual se ele passar
2. Identificação dos riscos. no teste de ALARP (As Low As Reasonably
3. Avaliação do risco de acidente. Possible, Menor Risco Possível).
4. Identificação das medidas de mitigação do risco de
acidente. A determinação do risco ALARP, quase sempre
5. Redução do risco de acidente para níveis aceitáveis. uma tarefa subjetiva, é realizada por uma
6. Verificação da redução do risco de acidentes. equipe com amplo conhecimento técnico no
7. Revisão dos riscos e aceitação do risco de acidente pela contexto de sua especialidade. Se um membro
autoridade competente. ou grupo da equipe domina a avaliação de
8. Rastreamento de riscos, seus tratamentos e risco de uma determinada questão, o resultado pode
acidente. não ser razoável, por isso é importante, na
Também são delineados na norma os requisitos mínimos obrigatórios avaliação de riscos, contar com uma equipe
para que um sistema de segurança seja aceito por qualquer sistema do transversal de conhecimentos técnicos que
Departamento de Defesa dos Estados Unidos. disponha de um método de obtenção de
A norma militar MIL-STD-882E do Departamento de Defesa dos consenso. A equipe deve alcançar alguma
Estados Unidos está disponível para download. definição do risco ALARP antes de iniciar o
processo. Não é necessário abordar cada risco
identificado pela equipe, dado que alguns
435
Avaliação de riscos utilizando a metodologia da CEMA | Capítulo 28

riscos podem ser tão redundantes ou remotos a avaliação de risco for considerada uma
que resultaria na perda de foco na solução de atividade de melhoria contínua e realizada
riscos significativos. periodicamente. A ausência de dados
qualitativos na classificação de risco não é tão
Riscos mínimos que evoluem até se converter importante quanto à percepção de risco da
em riscos significativos ou novos riscos equipe e a solução por ela oferecida, porque os
introduzidos poderão ser identificados se dados sobre os riscos específicos em relação às

Matriz de avaliação de riscos Figura 28.5.


Catastrófica Crítica Marginal Negli- A Matriz de avaliação
Probabilidade /
(1) (2) (3) genciável de riscos, conforme
gravidade
(4) exposta na norma
MIL-STD 882, atribui
Frequente
Alto Alto Sério Médio um nível de risco para
(A)
cada combinação
Provável entre gravidade e
Alto Alto Sério Médio
(B) probabilidade.
Ocasional
Alto Sério Médio Baixo
(C)
Remota
Sério Médio Médio Baixo
(D)
Improvável
Médio Médio Médio Baixo
(E)
Eliminada
Eliminado
(F)
Figura 28.6.
Descrição Categoria Definição Níveis sugeridos de
Risco de morte ou invalidez total permanente, com custo superior a probabilidade de
Catastrófica I US$ 1.000.000,00, ou risco de danos ambientais graves e irreversíveis que acidentes, adaptados
violem a lei ou a regulamentação. conforme a MIL-
Risco de incapacidade parcial permanente, ferimentos ou doenças STD 882.
profissionais que possam resultar em hospitalização de pelo menos três
Crítica II 4
pessoas, com custo superior a US$ 200.000,00 e inferior a US$ 1.000.000,00,
ou danos ambientais reversíveis que violem a lei ou a regulamentação.
Risco de ferimentos ou doença ocupacional que resulte em um ou mais dias
de trabalho perdidos, com custo superior a US$ 10.000,00 e inferior a
Marginal III
US$ 200.000,00, ou danos ambientais mitigáveis que não tenham violado a
lei ou a regulamentação e que possam passar por atividades de recuperação.
Risco de lesão ou doença que não resulte em dias de trabalho perdidos,
Negligenciável IV com perda superior a US$ 2.000,00 e inferior a US$ 10.000,00, ou danos
ambientais mínimos que não violem a lei ou a regulamentação.

Gravidade Figura 28.7.

Probabilidade Catastrófica Crítica Marginal Negligenciável Resultados da Matriz


de avaliação de riscos
(I) (II) (III) (IV)
de acidente com valores
Frequente (A) 1 3 7 13
numéricos.
Provável (B) 2 5 9 16
Ocasional (C) 4 6 11 18
Remota (D) 8 10 14 19
Improvável (E) 12 15 17 20

436
Seção 4 | Avaliação de riscos

operações de manuseio de materiais a granel alternativas podem ser usadas para mitigar o
quase nunca estão disponíveis, e as pessoas risco, como treinamento adicional ou controles
envolvidas diariamente com os riscos são de engenharia.
muitas vezes os especialistas em resolvê-los.
Obviamente, para se mitigar de forma eficaz
As equipes podem sempre procurar consultoria
os riscos identificados na avaliação, as soluções
externa se houver um impasse ou a necessidade
devem ser implementadas. É altamente
de algum conhecimento específico.
recomendável que os resultados sejam
documentados para que as melhorias sejam
MIL-STD 882 monitoradas e as metas de mitigação de riscos,
ajustadas, se necessário. Os sistemas mais
A norma MIL-STD 882 pode ser adquirida eficientes implementam as alterações o mais
gratuitamente por download e usada como rápido possível, em geral, graças à capacitação
guia. Há muitas outras abordagens de da equipe de avaliação de risco que pode tomar
avaliação de riscos disponíveis. Não há uma decisões imediatas.
abordagem certa ou errada. O importante é
ter um sistema definido que funcione na sua Exemplo: matriz ALARP de
área de operação e se converta em parte da gravidade vs. probabilidade
cultura de segurança. A abordagem básica
em todos os sistemas de avaliação de risco é Por meio da metodologia da CEMA, os
listar todos os riscos, condições perigosas ou autores forneceram um exemplo que é de certa
comportamentos de risco que a equipe possa forma diferente daquele apresentado pelo
facilmente identificar. Técnicas de grupos de CEMA Book.
discussão são úteis nessa parte do processo.
Assim que a lista é gerada, cada risco é avaliado A gerência forma uma equipe de avaliação de
em função da gravidade e da probabilidade risco e fornece algumas diretrizes. A gerência
de ocorrência (Figura 28.5.). A combinação define o nível de risco mais baixo possível,
entre probabilidade e gravidade fornece uma como mostrado na Figura 28.7 e Figura
classificação (Figura 28.6.). Meios alternativos 28.8. A equipe determina que eles usem uma
de redução do risco são avaliados e pontuadas classificação alfanumérica, em vez de uma de
até a classificação esteja de acordo com a valores numéricos, como mostrado na Figura
definição de ALARP da equipe (Figura 28.7.). 28.7. Por exemplo, um risco ou prática de
4 Em alguns casos, o risco não pode ser reduzido trabalho que cria uma situação perigosa, ao
ao nível ALARP na concepção nem por meio longo da vida útil do equipamento, com
da substituição. Nesses casos, abordagens consequências avaliadas pela equipe como

Figura 28.8. Gravidade das consequências se o evento "X" ocorrer


Probabilidade de o
Classificação da evento "X" Catastrófica Crítica Marginal Negligenciável
avaliação de riscos ocorrer (I) (II) (III) (IV)
Frequente (A) I-A II-A III-A IV-A
Provável (B) I-B II-B III-B IV-B
Ocasional (C) I-C II-C III-C IV-C
Remota (D) I-D II-D III-D IV-D
Improvável (E) I-E II-E III-E IV-E

Figura 28.9. Pontuação da classificação de risco Ação


I-A, I-B, I-C, II-A, II-B, III-A Inaceitável: eliminar, substituir ou refazer o design
Critérios de aceitação de
I-D, I-E, II-C, II-D, III-B, III-C, IV-A, IV-B Indesejável: revisar plano de redução de risco com a gerência
risco ALARP da gerência
II-E, III-D, III-E, IV-C, IV-D, IV-E Aceitável: revisão da gerência se o custo for superior a US$ 10.000,00

437
Avaliação de riscos utilizando a metodologia da CEMA | Capítulo 28

marginais [Marginal (III)] e "prováveis" Figura 28.10.


[Provável (B)], teriam uma classificação III-B. Passar por debaixo de
(Figura 28.8.) um transportador é uma
conduta que pode causar
A gerência determina que, na matriz da ferimentos.
Figura 28.8, se aplicam os seguintes critérios,
conforme mostrados na (Figura 28.9).

Como mostrado na Figura 28.3, a redução ou


eliminação do risco é um processo interativo.

Risco Evento resultante Gravidade Probabilidade


Figura 28.11.
Acúmulo de material de Escorregão no material de retorno – possível
1 II A Lista de gravidade
retorno sob o transportador lesão nas costas
Acúmulo de material de Tropeço no material de retorno – procura por e probabilidade da
2 II A avaliação de riscos
retorno sob o transportador apoio da mão – possível laceração ou queda
Acúmulo de material de Caminhada na pilha – rolete de retorno não do exemplo.
3 retorno sob o transportador mais protegido pela localização – exposição I C
a ponto de pressão
Estrutura de passarela Golpe com a cabeça – possível laceração na
4 de baixa altura ausência de bom capacete III B

Tráfego em ambos os lados do Passar pelo tráfego sem permissão – acidente


5 I D
transportador entre pedestres/veículos
Correia sobrecarregada Queda de material – ferimentos devido à
6 ou desalinhada queda de material e subsequente acúmulo II C
causando escorregões e tropeços
Baixa visibilidade devido à Possível escorregão ou tropeço e possível
7 noite ou condições climáticas acidente entre pedestres/veículos I C
severas

Figura 28.12.
Gravidade das consequências se o evento "X" ocorrer
Probabilidade de o
Catastrófica Crítica Marginal Negligenciável Classificação
evento "X"
de gravidade e 4
ocorrer (I) (II) (III) (IV) probabilidade da
Frequente (A) I-A II-A III-A IV-A avaliação de riscos do
Provável (B) I-B II-B III-B IV-B exemplo (ALARP).
Ocasional (C) I-C II-C III-C IV-C
Remota (D) I-D II-D III-D IV-D
Improvável (E) I-E II-E III-E IV-E

Zona de passagem designada com


proteção contra queda de material Figura 28.13.
Novo design para reduzir
Corrimãos a gravidade
e probabilidade
do exemplo.

438
Seção 4 | Avaliação de riscos

Nesse sistema de classificação hipotético, a passagem. A equipe também reavalia a


a equipe recebeu, de fato, tarefas de risco matriz de gravidade vs. probabilidade e
reduzido na área colorida da Figura 28.8, além conclui que a nova concepção atende aos
da autorização para gerenciar gastos de até requisitos de risco ALARP da gerência. O
US$ 10.000 para reduzir riscos identificados processo é documentado e as alterações são
no escopo da atribuição. implementadas.

A equipe decide se concentrar nos riscos


associados a uma prática comum na planta Introdução aos anexos
que é a utilização de um atalho por baixo da
transportadora (Figura 28.10.). A passagem A norma ANSI B11.TR3 – 2000 Risk
em questão está localizada de modo que alguns Assessment and Risk Reduction – A Guideline to
trabalhadores precisam se abaixar para evitar Estimate, Evaluate, and Reduce Risks Associated
o contacto com a estrutura ou a correia em with Machine Tools lista os típicos perigos e
movimento. situações de risco decorrentes da concepção,
instalação, uso e manutenção de ferramentas e
A equipe desenvolveu uma lista de situações maquinário.
de risco utilizando técnicas de grupo de
discussão e as classificou em função da Há perigos e situações de risco específicos aos
gravidade e probabilidade (Figura 28.11.). típicos sistemas de manuseio de material a
É mais importante a lista de risco identificar granel, seus componentes e sua manutenção,
as situações de risco e possíveis resultados de que precisam ser identificados, além dos
maior impacto do que relacionar todos os relacionados na norma ANSI B11.TR3 – 2000.
cenários possíveis. Se os processos de revisão de Todas as empresas de projeto, fabricantes,
segurança e concepção implementados forem instaladores, usuários e operações de
bons, ainda haverá revisões da análise de risco manutenção devem desenvolver uma checklist
antes de a proposta final da equipe ser aceita e dos perigos e situações específicas de risco para
implementada. suas áreas.
Comparando a avaliação da equipe com a Os seguintes anexos são sugestões de pontos de
matriz ALARP da gerência (Figure 28.12.), a partida para o desenvolvimento de uma lista
equipe chega à conclusão de que a passagem dos riscos comuns a todos os transportadores
4 por debaixo da correia precisa ser movida e de correia (Anexo 1) e aqueles específicos a
reprojetada. transportadores de correia de material a granel
A equipe recomenda que as passagens sejam (Anexo 2).
guiadas por corrimãos, que uma passarela Os Anexos 3, 4 e 5 da Avaliação de riscos da
formal por debaixo da transportadora com CEMA se referem a transportadores helicoidais
proteção contra derramamento, sinais de e elevadores de caçamba, por isso não se
controle de tráfego, grade de proteção seja incluem neste documento. Esses anexos não
instalada e a área iluminada à noite (Figura pretendem ser uma lista exaustiva.
28.13.). O resultado será um pequeno
inconveniente para os trabalhadores que A lista deve ser usada como complemento
passam por debaixo do transportador, mas de todas as listas normalmente disponíveis,
reduzirá enormemente a gravidade e a como as encontradas em ANSI B11.TR3 –
probabilidade de acidente. 2000 e MIL‐STD 882, e modificada para cada
operação específica de manuseio de material.
A equipe trabalha com o departamento As normas ASME B20.1 e ISO 5045 são fontes
de manutenção até chegar a um plano recomendadas para identificação de riscos
para fazer alterações que tenham em adicionais.
conta as necessidades de todos que usam

439
Avaliação de riscos utilizando a metodologia da CEMA | Capítulo 28

Muitas vezes, existem diversos tipos de Nº de Risco ou situação, item


sistemas de transporte e equipamentos de ref. ou evento perigosos
processo nas proximidades dos transportadores Componentes com entrega errada ou
que representam riscos significativos. Os falta de peças
riscos que eles representam devem ser Conflitos de agendamento
considerados cuidadosamente, de forma a ir
Problemas de funcionamento com
além de simplesmente analisar o movimento componentes ou sistemas de controle
e o armazenamento do material sobre o 3 Componentes
transportador.
Aquecimento devido à fricção de
Os regulamentos pertinentes ao setor são componente congelado contra a
correia em movimento
outra fonte de riscos específicos que podem
Os pontos de pressão de objetos
ser adicionados à checklist para personalizar o
em movimento entre a correia e os
processo de avaliação de risco. componentes giratórios
[O Anexo 1 e Anexo 2 do relatório CEMA Atrito entre os componentes fixos e
móveis
Technical Report 2015-01 se referem a
Aplicação de pasta para conservar o
transportadores de correia de materiais a granel
tambor de acionamento
e são mostrados neste documento. Os Anexos
Falha do freio contra recuo ou retenção
3, 4, e 5 da publicação Recommended CEMA
Risk Assessment Process Technical Report 2015- Superfícies quentes – engrenagens e
01 abordam Transportadores de embalagem/ motores
recipientes, Transportadores helicoidais e Quantidade significativa de mancais
Elevadores de caçamba respectivamente, e por Rebarbas de parafusos de fixação ou
isso são omitidos neste documento. – Ed.] de ranhuras
4 Sistema
Anexo 1 Sistemas elevados e passagens (saídas
estabelecida por normas
Exemplos de perigos e situações de risco locais e federais)
comuns em todos os transportadores e sistemas Localização dos controles
transportadores. Zona de passagem por cima ou por
Nº de Risco ou situação, item baixo do transportador
ref. ou evento perigosos Pontos de transferência em 4
1 Condições do local movimento
Queda de roletes de retorno, Chutes entupidos
componentes ou produto Operação 24 horas por dia
transportado
Transportadores móveis
Superfícies molhadas ou escorregadias
Alinhamento da correia
Localização relativa de corredores e
caminhos 5 Manutenção
Pessoal não treinado Soldagem e corte
2 Instalação ou integração e Elevação e posicionamento manual de
início da operação (start-up) peças pesadas em espaços estreitos
Especificações ou instruções Espaços confinados
incompletas
Utilização de gases e fluidos de alta
Ausência de componentes ou software pressão
do sistema ou processo
[Trava / Etiquetagem / Bloqueio /
Mão de obra de instalação não Teste (LOTO/BOTO, Lockout/Tagout /
treinada nos requisitos específicos Blockout/Testout)]

440
Seção 4 | Avaliação de riscos

Nº de Risco ou situação, item Nº de Risco ou situação, item


ref. ou evento perigosos ref. ou evento perigosos
6 Controles Etiquetas de aviso
Trava apropriada 10 Choque elétrico
Cabo de emergência e botões de Peças energizadas expostas
parada de emergência
Falta de terminal de aterramento
Partida sequencial remota
automatizada Curtos, arcos elétricos e faíscas
Interruptor de desconexão local Fiação imprópria
Conveniência nos locais de [LOTO/ Acúmulo e descarga de eletricidade
BOTO] estática
Partida inesperada – restauração da 11 Quedas/deslizamentos
energia depois da interrupção Queda de trabalho em alturas
Erros de software (proteção contra quedas)
7 Limpeza Uso incorreto ao subir no
transportador
Distensões, escorregões e quedas
Queda de material da superfície do
Ferramentas compridas e pontiagudas transportador
Ar comprimido ou água em alta Derramamentos de detritos ou
pressão usados na limpeza produto
Recuperação do produto nas polias Superfícies de passagens irregulares
ou na correia de retorno com o
12 Ruído/vibração
transportador em funcionamento
Ruído ou som contínuo a níveis de
[Trava / Etiquetagem / Bloqueio /
pressão superiores a 85 dBA
Teste (LOTO/BOTO, Lockout/Tagout /
Blockout/Testout)] Ruído ou som instantâneo a níveis de
pressão superiores a 120 dBA
8 Ambiente
Interferência nas comunicações
Ruído e pó
Fatiga e estado de alerta dos
Iluminação reduzida
operadores
Queimaduras e escaldadura no 13 Geral
contacto com superfícies quentes
4 Procedimento de trava, etiquetagem
Outras influências externas (gravidade, e teste
vento, etc.)
Roupas folgadas, joias e cabelos soltos
9 Proteção
Equipamentos pesados com
Abertura da proteção a uma distância
visibilidade limitada do condutor
de risco
Motors de alta voltagem e campos
Proteção muito pesada ou com arestas
eletromagnéticos
cortantes
Pressão – ruptura do componente
Proteção nos pontos de pressão:
pneumático ou hidráulico
polias, roletes, curvas convexas,
dispositivos tensores e zonas de carga Membros estruturais – fatiga, corrosão,
de contrapeso ruptura
Tamanho da proteção – alcance da Partida ou movimento inesperado
distância de risco durante manutenção ou desobstrução
Pontos de lubrificação no exterior da Perda de comunicação com a máquina
proteção que afeta o mecanismo de parada ou
controle
Uso de ferramentas para remoção
Cor

441
Avaliação de riscos utilizando a metodologia da CEMA | Capítulo 28

Anexo 2 Nº de Risco ou situação perigosa,


ref. item ou evento
Exemplos de perigos e situações de
Energia potencial do material
risco no transporte de materiais por correia.
acumulada na correia parada, na
estrutura ou nos silos
Nº de Risco ou situação perigosa,
ref. item ou evento Materiais a granel ácidos ou
cáusticos
1 Correia
3 Condições do local
Saliências, pontas ou seções
esgarçadas ao longo da correia Abrir as moegas de báscula,
transportadora recipientes e silos

Emendas mecânicas com saliências Em cavas no solo e moegas


ou componentes soltos receptoras

Efeito hipnótico da correia em Fogo e/ou explosão devido ao


movimento e dos componentes acúmulo de detritos combustíveis
giratório Classificação elétrica
Andar na correia parada ou em Águas residuais e sistemas de
movimento drenagem
Pegar carona na correia Superfícies não pavimentadas e/ou
Energia armazenada, energia irregulares
potencial na correia, folga na Controle de pó
correia
4 Componentes
Acúmulo de energia estática
Queda de correia
Correia inclinada ou falha na
Campos magnéticos de metais
emenda da correia
residuais
Correia desalinhada
Exposição à radiação de
Fogo na correia dispositivos de medição nuclear
Correia em movimento sem marcas 5 Sistema
de movimento Túneis e galerias fechadas com
Energia armazenada no cabo de espaço limitado entre a correia e o
tração durante a instalação da acesso
correia Derramamento e material de 4
Falha no grampo da correia durante retorno
a instalação ou montagem Acúmulos de material a granel em
Energia armazenada na correia componentes giratórios ou trilhos
e nos componentes durante a Degelo
limpeza de entupimentos devido à
Partes desprotegidas do
movimentação
transportador por regra, ou seja,
da correia
correia e vedação da calha-guia
Vibração na correia de cabo de aço
Exposto a condições climáticas
2 Material a granel extremas
Pó respirável 6 Instalação ou integração e
início
Pó explosivo
Material a granel do teste não é o
Combustão espontânea mesmo do material de produção
Fragmentos grandes em queda ou 7 Pilhas de estocagem
salientes no transportador Padrões de tráfego dos
equipamentos móveis

442
Seção 4 | Avaliação de riscos

Nº de Risco ou situação perigosa, CONCLUSÕES


ref. item ou evento A importância da avaliação de riscos
Falhas na parede vertical A avaliação de riscos é uma etapa básica
Crostas de materiais a granel com e importante na redução de acidentes e
aberturas ou oco por baixo ferimentos. Um procedimento adequado,
Descarregamento aberto devidamente respeitado, permitirá que
desprotegido no alimentador as operações industriais possam priorizar
Falha no controle de nível da pilha e corrigir situações de risco, melhorar a
de estocagem segurança do trabalhador e evitar acidentes
Estabilização da inclinação durante desnecessários.
as operações de retomada
Lembre-se sempre de que não é possível se
Controle de pó
eximir de responsabilidade atendendo apenas
Combustão espontânea do produto a normas mínimas de segurança. Os tribunais
e juízes tendem a olhar para uma ação
indenizatória por danos físicos com base nas
atuais normas sociais e melhores práticas do
setor, que quase sempre supõem um padrão
mais elevado do que as leis e regulamentos.

443
Avaliação de riscos utilizando a metodologia da CEMA | Capítulo 28

444
Capítulo 29 Análise de causa-raiz
INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 445 INTRODUÇÃO
Investigação de acidente . . . . . . . . . 446 O erro humano é normalmente definido como
falha em uma ação planejada para alcançar
Causas-raízes de ferimentos e um determinado resultado, sem que ocorra
danos materiais relacionados a a intervenção de nenhum evento imprevisto.
transportadores . . . . . . . . . . . . . . . . . . 446 Neste livro, os autores confrontam o
argumento que pretende explicar 88 por cento
Análise de causa-raiz . . . . . . . . . . . . . 448
dos acidentes como erro humano.
4
Modelos para investigação de Culpar o trabalhador por uma conduta
acidentes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 450 insegura e encerrar a investigação sem ir além
é uma ação bem comum que normalmente
A sequência de eventos na ignora a complexidade das interações das
Análise de causa-raiz . . . . . . . . . . . . . 452 pessoas com os sistemas.
Análise de causas-raízes de O qualificador do "evento imprevisto"
defeito latente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 454 mencionado acima é importante na
Análise sistêmica de causa-raiz . . . . 455 investigação do acidente. Pouquíssimos
acidentes podem ser explicados como
CONCLUSÕES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 455 sabotagem ou como resultado de um
ato perigoso intencional. A investigação
dos acidentes, muitas vezes, mostra
que os trabalhadores, na sequência dos
acontecimentos que conduziram ao acidente,
tomaram decisões que eram lógicas no
momento ou estavam de acordo com os
procedimentos padrão.

445
Análise de causa-raiz | Capítulo 29

Investigação de acidentes no seu ambiente imediato. Eles sempre


ponderam as várias informações, às vezes,
Precede dos estudos de H.W. Heinrich, que conflitantes entre si, sobre as condições da
em 1931 foi o primeiro a analisar uma base de máquina, dados do sistema de controle,
dados de acidentes industriais, a crença ainda sugestões de colegas de trabalho, políticas da
muito difundida de que 88 por cento de todos empresa, regras das plantas, estilos de gestão e
os acidentes são causados por ações inseguras objetivos pessoais e empresariais.
do trabalhador. O restante dos acidentes, em
grande parte, resulta da exposição a condições
mecânicas inseguras, o que também é culpa Causas-raízes de ferimentos e
das pessoas. O livro pioneiro de Heinrich, danos materiais relacionados a
Industrial Accident Prevention, foi reeditado transportadores
várias vezes e a edição mais recente introduz
o atual pensamento sobre causa e mitigação Trabalhador com comportamento de risco
de acidentes de forma que faz com que seja é muitas vezes um fator que contribui para
difícil determinar a intenção original de os acidentes, mas pode não ser a causa
Heinrich. Mas fica claro que muitos gestores primordial. Atualmente, as causas de acidentes
e autoridades de segurança ainda mantêm normalmente são:
a teoria de que aproximadamente 88 por
1. Cultura empresarial
cento dos problema é responsabilidade do
trabalhador. 2. Projeto/design
3. Manutenção
Retrospectivamente, é fácil dizer que, se
não fosse a ação insegura, o acidente não 4. Complexidade
teria acontecido e, portanto, a causa é a 5. Comportamento de risco
incompetência do trabalhador. No entanto,
essa conclusão exige o raciocínio de que se o Cultura empresarial
trabalhador conhecesse o resultado das ações
A cultura empresarial é normalmente
e das circunstâncias, ele faria exatamente a
primordial, mas essa é a causa de acidentes
mesma coisa novamente e conscientemente
mais difícil de ser aceita. Talvez isso seja mais
sofreria as consequências do acidente.
fácil de entender quando se pensa em paradas
A análise de um incidente de segurança ou de do equipamento não planejadas. Uma cultura 4
danos materiais, como a de um equipamento que usa o equipamento além de seus limites e
quebrado, muitas vezes, pode também ser reduz o tempo e os recursos disponíveis para
falsamente explicada responsabilizando o a manutenção, envia uma mensagem clara de
conhecimento ou a qualidade do trabalho que a produção é a atividade mais importante
dos trabalhadores. Essa é a ilusão da análise para a gerência. (Figura 29.1.)
retrospectiva; é fácil culpar o trabalhador
quando se conhece o resultado, porque é óbvio Figura 29.1.
que, sem a ação do trabalhador no acidente ou Um grafite como esse
na parada da produção, nada teria acontecido. indica que, quando
a gerência da fábrica
Na realidade, os transportadores são sistemas reduz o tempo e os
complexos e os seres humanos são seres recursos disponíveis para
complexos. Essa complexidade normalmente a manutenção, ela envia
mostra que há tantas influências envolvidas uma mensagem clara
que torna improvável encontrar uma única para a força de trabalho.
causa. Os trabalhadores não se machucam de
propósito. Eles sempre tomam as melhores
decisões com base nas informações disponíveis
446
Seção 4 | Avaliação de riscos

Da mesma forma, uma cultura empresarial Manutenção


que promove a compra de equipamento com
base no preço, e não no valor ou na adequação Muitos trabalhadores de manutenção são
para o uso pretendido, muito provavelmente talentosos para resolver problemas de forma
dará menos importância ao treinamento criativa. No entanto, se houver poucos
e desenvolvimento do funcionário. Nessa membros na equipe de manutenção em relação
cultura, os funcionários tomarão atalhos e à quantidade de reparos necessários para
assumirão riscos para manter o equipamento que os sistemas funcionem bem nas plantas,
funcionando. os trabalhadores de manutenção estarão
susceptíveis a aplicar soluções temporárias
Projeto/design para tratar os sintomas do problema, e não as
causas. (Figura 29.2.)
A mesma cultura que sobrecarrega seus
equipamentos e funcionários muito Muitas equipes de manutenção não são
provavelmente compra equipamentos pelo treinadas em sistemas transportadores e,
menor preço, sem considerar o efeito disso sem realmente compreender os efeitos
na cadeia de fornecimento. Quando o menor globais sobre o sistema, trabalham com
preço é o critério, as empresas de projetistas base no conhecimento tribal, ou seja, regras
precisam reutilizar os detalhes de projetos informalmente compartilhadas, folclore
antigos para serem competitivas. Nesse caso, e informações conhecidas, mas ainda não
essas empresas de projetos podem não ter documentadas. Com a falta de conhecimento
margem de lucro suficiente para enviar seus específico, até mesmo os funcionários de
projetistas ao campo para ver de perto os manutenção mais criativos e dedicados
problemas que criam seus projetos. normalmente trata os sintomas e não sabe
como resolver as causas.
O projeto é um processo iterativo de melhoria
contínua, e se o vínculo entre o escritório Complexidade
de projetistas e a realidade do campo estiver
fragmentada, é altamente provável que Os transportadores são máquinas dinâmicas e
erros evitáveis sejam repetidos. Às vezes, o complexas. Um transportador interno simples
resultado é a impossibilidade de alcançar a pode ter mais de 10 mil peças em movimento.
capacidade esperada ou a falha prematura do Quando os transportadores funcionam acima
equipamento; outras vezes, pessoas são as que da capacidade de carga ou quando sofrem
4
resultam feridas. O projeto é normalmente alterações sem a correta compreensão de como
o elemento de menor custo no processo de todos os componentes interagem, eles ficam
fornecimento da planta e equipamentos. expostos a defeitos latentes.
Comprar com base no menor preço é uma Comportamento de risco
causa comum de baixo desempenho e
ferimentos. Finalmente, o trabalhador, que é normalmente
culpado pelos acidentes, algumas vezes são
a causa do acidente ou incidente. Mas, em
Figura 29.2. muitos casos, o trabalhador toma a decisão
Se houver poucos membros razoável entre risco e recompensa ao encontrar
na equipe de manutenção um risco, uma vez que é confrontado com
em relação à quantidade uma cultura que prioriza a produção, que
de reparos necessários coloca ênfase nos resultados financeiros de
os trabalhadores estarão curto prazo em vez de ganhos de longo prazo,
suscetíveis a aplicar
que carece de treinamento sobre componentes
soluções temporárias e
essenciais e complexidade dos transportadores.
tratar os sintomas, não as
causas do problema.

447
Análise de causa-raiz | Capítulo 29

Análise de causa-raiz Em empresas bem geridas, com uma cultura


sólida em relação à segurança, a ação corretiva
A Análise de causa-raiz é um método de faz parte do processo de aprimoramento
solução de problemas que tenta identificar contínuo e representa o principal objetivo.
as causas de falhas e problemas. A definição Empresas com uma cultura sólida em relação
clássica de causa-raiz entende como aquela à segurança percebem que a segurança se
que se for removida da sequência de beneficia do processo de solução das causas,
acontecimentos, isto é, do problema, impedirá e esses benefícios são recompensados com
que o último evento indesejado volte a acidentes em menor número e menos graves,
acontecer. maior produção e melhor desempenho
financeiro. Essas empresas repararam
Um fator causal é aquele que afeta o resultado
que a segurança é uma oportunidade de
de um evento, mas não é a causa. Embora a
aprimoramento contínuo.
remoção de um fator causal possa melhorar o
resultado, não evita necessariamente No outro extremo do espectro, para algumas
que ele volte a acontecer. empresas, o relatório de causa-raiz é o fim em
si mesmo. Aqui, as ações corretivas não são
Como um problema específico ou de produção
uma prioridade, permanece na prática de tratar
não pode ser investigado antes ocorrer, a
os sintomas, e não as causas. Desculpas não
Análise de causa-raiz é um método reativo de
faltam para tratar os sintomas, tais como
investigação de acidentes.
"Não há tempo suficiente para fazê-lo bem",
''Não cabe no orçamento", ou "Tentamos
Uma abordagem clássica corrigir o problema antes e é mais fácil
gerenciá-lo dessa forma". O resultado infeliz
A clássica abordagem de Análise de causa-raiz de tratar os sintomas, em vez de resolver
inclui os seguintes princípios gerias: problemas básicos, é que a probabilidade de
volte a ocorrer é tão alta que é quase possível
1. O primeiro objeto da Análise de
afirmar que voltará a acontecer. Claro, isso
causa-raiz é identificar os fatores que
aumenta os custos com mais mortes, mais
resultaram no tipo, magnitude,
perda de produção, mais limpeza e/ou
localização e duração do(s)
acidentes semelhantes.
resultado(s) nocivo(s).
2. Esse tipo de análise deve ser realizada A investigação das causas deve estar separada 4
sistematicamente, em geral, por das sugestões de ações corretivas, porque
uma equipe de investigadores, a política do local ou as restrições podem
para se chegar a conclusões e influenciar os resultados. Por exemplo, se as
identificar as causas com base ações ou instruções do supervisor ou de uma
em evidências documentadas. política de gestão forem identificadas como
3. Um evento ou problema pode
Figura 29.3.
apresentar mais de uma causa.
Apontar o dedo na
4. A análise deve estabelecer uma direção da gerência ou
sequência de eventos ou linha de outros trabalhadores
do tempo para compreender as torna improvável que as
relações entre os fatores e causas que causas de um problema
contribuíram. sejam encontradas.

Conhecer as causas é um objetivo secundário


em relação à prevenção, mas sem saber a
causa-raiz, não é possível determinar uma ação
corretiva eficaz.
448
Seção 4 | Avaliação de riscos

causa, os problemas práticos da ação corretiva 6. Verifique se cada uma das


podem fazer com que o investigador hesite em ações corretivas, se fossem
indicá-las. Em muitas empresas, o supervisor implementadas antes do evento,
é o principal investigador. Nesse caso, será teriam reduzido ou evitado os
que o "investigador" apontará o supervisor ou efeitos prejudiciais específicos.
o gestor como causa ou mesmo como fator 7. Identifique as soluções que estão
causal? (Figura 29.3.) sob o controle da instituição, que
cumprem suas metas e objetivos e
que não causam nem apresentam
O processo da Análise de causa-
problemas novos ou imprevistos.
raiz
8. Implemente as correções
O processo tradicional das ações corretivas recomendadas.
com base na Análise de causa-raiz inclui as
9. Faça o acompanhamento
seguintes etapas:
para garantir a eficácia da a
1. Defina o problema ou descreva o ação corretiva e a ausência de
evento para preveni-lo no futuro. consequências não previstas.
Inclua os atributos quantitativos 10. Documente as conclusões e encerre
e qualitativos (características) dos formalmente a análise.
danos causados.
Determinação da causas-raízes
2. Reúna dados e evidências,
classificando-os em uma linha de O objetivo de encontrar as causas não é
tempo dos eventos até a falha ou culpar ninguém, e sim resolver problemas.
momento crítico final. Para cada O caminho fácil é culpar o trabalhador
comportamento, condição, ação por ter cometido um ato inseguro. Para se
e inação, especifique na linha de chegar a essa conclusão é preciso supor que
tempo o que deveria ter sido feito o trabalhador, conhecendo o resultado das
de diferente do que realmente foi ações, teriam cometido o ato inseguro uma e
feito. outra vez. Portanto, a solução é a disciplina
3. Pergunte ‘por quê’ e identifique as do trabalhador, mais treinamento e se tudo
causas associadas a cada etapa na isso falhar, o encerramento do contrato de
sequência até chegar ao problema trabalho. A conclusão de que "o trabalhador
ou evento definido. Perguntar é o problema" tem suas raízes no trabalho
por que deve ser entendido como do Heinrich, na década de 1930, e ignora a
"quais foram os fatores que interação entre gestão, trabalho e máquina.
diretamente resultaram no efeito?” Sistemas complexos não são inerentemente
4. Classifique esses eventos em fatores mais seguros do que sistemas simples. Na
causais (fatores que contribuem verdade, muitos acidentes acontecem com
para os problemas) e causas (o que o sistema funcionando conforme projetado.
diretamente causa os problemas). Quanto mais complexo e automatizado for
5. Identifique quaisquer outros o sistema, maior a probabilidade de que
fatores prejudiciais que tenham consequências inesperadas causem problemas
igual ou maior possibilidade de de produção ou acidentes. Algoritmos de
ser chamado "causas". Se houver controle não são perfeitos, e os instrumentos
várias causas, o que normalmente normalmente perdem a calibragem ou
ocorre, explore-as com clareza para falham. É frequente que as pessoas não
logo poder selecioná-las da melhor entendam instruções escritas, verbais ou
forma. visuais e inadvertidamente provoquem a falha.

449
Análise de causa-raiz | Capítulo 29

Misturar a complexidade eletromecânica com Uma abordagem valiosa se assemelha à


a liberdade de escolha e o raciocínio cognitivo técnica dos 5 porquês, comumente usada em
dos humanos multiplica as possibilidades programas de aprimoramento contínuo, em
de que ocorram problemas no sistema ou que o verdadeiro problema é, muitas vezes,
ferimentos dos trabalhadores. As causas da mais do que um único e principal porquê.
maioria dos problemas no equipamento (Consulte a técnica dos "5 porquês".)
e acidentes são uma confluência entre
comportamento humano, tecnologia e gestão. Modelos para investigação de
Por causa das complexidades, é importante
acidentes
reconstruir o acidente ou anomalia e ter Há pelo menos três formas de conceber a
cuidado para não tirar conclusões com base investigação de um acidente ou avaria. Muitas
em respostas preconcebidas ou fontes de vezes, um único modelo não é suficiente para
informação inadequada, tais como análise constituir as causas e identificar soluções que
retrospectiva e boatos.

A técnica dos "5 porquês"

Os "5 porquês" é uma técnica de interrogação iterativa destreinados observarão que as respostas parecem apontar
usada para explorar as relações de causa e efeito subjacentes no sentido de respostas clássicas, como não temos tempo,
de um determinado problema. Para determinar as causas o investimento não é suficiente ou não temos mão de obra
de um problema, o método principal da técnica é repetir suficiente. Embora as respostas possam ser verdadeiras,
a pergunta ‘por quê’? Cada questão constitui a base da elas estão fora do controle das equipes e investigadores da
próxima pergunta. O "5" deriva de uma observação sobre o planta. Portanto, nesse ponto, pode ser melhor determinar
número de iterações normalmente necessárias para resolver "por que o processo falhou".
o problema ou identificar uma causa.

A técnica foi originalmente desenvolvida por Sakichi Exemplo da técnica dos "5 porquês"
Toyoda e usada pela Toyota Motor Corporation durante Primeiro
A correia está desalinhada.
a evolução de suas metodologias de fabricação. Ela é um "porquê"
dos componentes da resolução de problemas incorporados 4
Segundo O dispositivo de alinhamento da correia
no Sistema Toyota de Produção. O uso da ferramenta
agora está generalizado além da Toyota, e forma parte das "porquê" não está funcionando.
metodologias Kaizen, Lean Manufacturing e Six Sigma. Terceiro
O alinhador da correia está travado.
"porquê"
Em alguns casos, o questionamento poderia prosseguir por
seis, sete ou mais perguntas. Mas se considera que cinco Quarto O rolamento articulado do dispositivo de
níveis de questionamento é geralmente suficiente para se "porquê" alinhamento está congelado e precisa de
chegar a uma causa. O segredo do sucesso é incentivar o lubrificação.
solucionador de problemas a evitar suposições e armadilhas Quinto O rolamento não pôde ser lubrificado
lógicas e passar a analisar a cadeia de causalidade a partir
"porquê" porque o cronograma de produção
do efeito, rastreando quaisquer camadas de abstração em
busca das principais causas que ainda tenham alguma tinha eliminado a programação da
relação com o problema original. manutenção.
Observe que nesse exemplo o "Quinto porquê" sugere um processo
No exemplo ao lado, é interessante observar que a última
ou comportamento interrompido que pode ser alterado, o que
resposta aponta para um processo. Esse é um dos aspectos
mais importantes na abordagem dos "5 porquês", a pode indicar a aproximação do nível de causa. Uma solução

verdadeira causa deve apontar para um processo que para o problema pode ser a instalação de um lubrificador
não está funcionando bem ou não existe. Facilitadores automático no dispositivo de alinhamento da correia.
450
Seção 4 | Avaliação de riscos

tenham altas chances de prevenir futuros normalmente, mas a imposição de limites


incidentes. a fatores como tempo, metas de produção,
orçamentos faz com que o sistema seja forçado
O primeiro é o modelo da sequência de além de seus limites ou utilizado de forma
eventos. No modelo da sequência de eventos, para a qual não foi projetado. Esse modelo é
uma linha do tempo detalhada é construída, útil para entender por que os trabalhadores
incluindo os eventos críticos que, se forem tomaram as decisões que precederam o evento.
removidos, teriam evitado o acidente ou falha. Essa abordagem também proporciona uma
O modelo da sequência de eventos é utilizado perspectiva ampla da gestão, tecnologia e mão
para identificar as causas e efeitos de falhas de obra e atinge todos os que contribuíram na
técnicas e mecânicas simples. O modelo da ocorrência do evento. Um investigador que use
sequência de eventos constrói uma linha do esse método normalmente encontra resistência
tempo das etapas que antecederam o evento, passiva das várias partes interessadas envolvidas
mas as investigações que usam esse método na cadeia de fornecimento, instalação,
devem evitar aprofundar no "motivo" pelo operação e manutenção.
qual as pessoas fizeram o que fizeram para
contribuir com a falha. O modelo que o investigador escolher pode
determinar as conclusões sobre as causas.
O segundo modelo de investigação é o modelo O modelo da sequência de eventos facilita se
de falha latente que considera a possibilidade chegar à conclusão de que se o trabalhador não
de haver, ainda que não descobertos, tivesse tomado certas decisões, o acidente não
deficiências nos procedimentos e políticas de teria acontecido e, portanto, a ação insegura
gestão, falhas no software ou problemas de do trabalhador seria a única causa do acidente.
projeto ainda ocultos. O modelo da falha latente facilita identificar
Qualquer desses problemas pode causar as causas tecnológicas e responsabilizar o
um acidente sempre que a interação entre programador, o fornecedor ou o engenheiro
humanos e o sistema provoque uma falha em parte ou totalmente pelo acidente. No
do sistema. No modelo de falha latente, as entanto, o modelo sistêmico é o mais difícil
causas são aqueles problemas que se forem de ser aplicado, pois pode haver resistência
modificados, controlados ou removidos, o interna às descobertas que não sejam respostas
acidente não teria acontecido. Esse modelo simples, e sim relacionadas à complexa
permite expor as falhas ocultas e os efeitos interação entre homens e máquina. O modelo
4 sistêmico é utilizado na identificação das
do estilo de gestão ou cultura corporativa. O
modelo de falha latente ajuda o investigador a deficiências no sistema de gerenciamento.
observar as questões organizacionais complexas Dada a resistência natural na identificação da
e, às vezes, subliminares que "disparam" o gestão como problema, o método sistêmico
evento. Mesmo que esse modelo possa apontar é mais bem conduzido por investigadores
para interações complexas entre sistemas ou terceirizados cujos objetivos não sejam isentar
entre a gerência e os trabalhadores, muitas a gestão. e sim identificar as causas.
vezes é difícil, por causa da complexidade, Na maioria dos casos, haverá várias causas
provar que um erro de software ou uma envolvendo o trabalhador, o equipamento e a
diretiva da gerência foi a causa do problema. cultura empresarial. Em alguns casos, pode não
A terceira abordagem é o modelo sistêmico. ser possível se chegar a uma conclusão precisa
Essa abordagem de investigação observa como sobre as causas.
as restrições de recursos ou conhecimento
deficiente sobre como o sistema interage
como possíveis causas. Muitos acidentes
acontecem quando o sistema está funcionando

451
Análise de causa-raiz | Capítulo 29

A sequência de eventos na a um determinado transportador, o modelo


Análise das causas-raízes da sequência de eventos será frequentemente
usado para revelar e corrigir as causas das
O modelo da sequência de eventos é utilizado anomalias dos transportadores.
na identificação de problemas no equipamento
que tenham causado ou estejam prestes a Procedimento
causar paradas na produção ou ferimentos 1. Identificar o problema a ser resolvido e
graves. Como muitos dos problemas os limites da investigação, estabelecendo
enfrentados pelos transportadores são defeitos quando deve começar a linha do tempo e
mecânicos ou elétricos inerentes ou específicos qual é o equipamento envolvido.

Análise de causa-raiz do defeito latente: comprar


com base no menor preço faz a especificação "ou
similar" provocar falhas no equipamento
Em uma usina no sudeste asiático, a cultura Elas foram substituídas pelas Mesas de impacto
de aquisição da empresa estava condicionada a MARTIN® (Figura 2), que eram a base da
"comprar pelo menor preço". especificação original. As mesas de reposição
duraram significativamente mais tempo e
O departamento de operações da usina ainda estão em serviço.
desejava reduzir os danos e melhorar o
desempenho do transportador por meio da Assim, ao "comparar com base no preço" sem
instalação de mesas de impacto sob as zonas de levar em conta o custo do ciclo de vida dos
carga dos transportadores de correia da usina. equipamentos, a usina gastou pelo menos
1,5 vezes e, muito provavelmente, 1,9 vezes
O departamento de compras incluía uma linha o custo da especificação original do produto
"ou similar" na especificação do equipamento "mais caro". A usina também sofreu aumento
necessário para essa instalação. no tempo de inatividade e perdeu receitas
Como resultado, um total de oito mesas de um como resultado da parada da produção causada
fornecedor alternativo (Figura 1) foram aceitas pela segunda instalação. Além disso, a usina
4
como "ou similar" e adquiridas porque tinham expôs ao risco de queda de componentes
um preço mais em conta. Mas sob o estresse da aqueles que trabalhavam com transportadores
aplicação, essas mesas apresentaram defeitos no ou em suas proximidades.
prazo de um mês.

Figura 1. Adquirido pelo menor preço e apresentou Figura 2. Substituído por um produto de especifi-
falha em um mês. cação original.

452
Seção 4 | Avaliação de riscos

2. Reunir os registros dos dados de impacto na prevenção de futuras falhas.


produção e manutenção disponíveis. Explicar por que as recomendações
3. Construir a cadeia de eventos em uma resolverão ou reduzirão o problema.
linha do tempo detalhada até o momento 7. Implementar imediatamente quaisquer
da falha ou quase falha. resoluções de problemas simples e
4. Identificar as etapas ou ações individuais de baixo custo, tais como trocar o
(causas) que teriam evitado a falha ou lubrificador automático a cada quatro
quase falha. meses em vez de a cada seis meses.

5. Listar as causas que contribuíram para 8. Fornecer à gerência quaisquer


incidente em ordem de prioridade. recomendações que envolvam um esforço
significativo ou despesa para que ela leve
6. Documentar a definição do problema, em consideração.
todas as suposições feitas, as conclusões e
recomendações para abordar e priorizar Uma abordagem em equipe que, além
os procedimentos que tenham o maior de utilizar pessoas familiarizadas com o

Análise sistêmica das causas: Um detector de


obstrução desligado permite que o bloqueio
do chute crie problemas de segurança
Nessa planta, curtos-circuitos fazem com que A plataforma de trabalho, normalmente
sensores fiquem desabilitados, criando assim projetada para suportar carga de uma
condições perigosas de trabalho. tonelada por metro quadrado, está claramente
sobrecarregada e pode falhar, colocando em
Nesse transportador, um detector de chute risco os trabalhadores na plataforma ou abaixo
obstruído foi desligado, e o bloqueio do dela.
chute foi liberado no limite para permitir que
a produção fosse retomada. Ou talvez um O caso ilustra uma cultura da planta e estilo
sinal tenha sido ignorado, e o transportador de gestão exclusivamente focado na produção,
4 permaneceu em operação. Como resultado, tendo como resultado uma cultura de
houve um derramamento da carga e um segurança deficiente. O resultado pode ser um
excesso de acúmulo de pedras grandes na trabalhador ferido.
plataforma de passagem da polia de descarga
do transportador.

Essas pedras grandes formaram uma condição


instável que colocava a segurança em risco.
As pedras poderiam cair da plataforma nos
trabalhadores ou no equipamento.
Os trabalhadores que precisam caminhar ou
permanecer de pé na plataforma correm o
risco de escorregar, tropeçar ou cair. O acesso
ao raspador da correia dentro do chute passou
a representar risco devido à pilha de pedras
na plataforma de trabalho. As aberturas no
chute proporcionam a possível exposição de
trabalhadores a quedas ou ao contato com o Um detector de chute obstruído resulta no acúmulo
de materiais nas passagens e no aumento do risco de
fluxo de material ou com a correia.
acidentes entre trabalhadores.
453
Análise de causa-raiz | Capítulo 29

equipamento em questão e com os processos Figura 29.4.


gerais da planta, conta com fornecedores ou Uma boa equipe de
consultores externos, o que capacita a equipe investigação é composta
de investigação em uma ampla gama de de trabalhadores
conhecimentos. (Figura 29.4). Checklists, familiarizados com o
tais como formulários, ou manuais do equipamento, indivíduos
equipamento são úteis no modelo da sequência que conhecem os
de eventos. Se estiverem disponíveis registros processos gerais da planta
de dados operacionais ou de manutenção, esses e, às vezes, consultores
documentos podem ser úteis na reconstrução externos.
da sequência de eventos e apontar possíveis
soluções. si só, não é um defeito latente, mas poderá
expor um defeito latente se a manutenção
Depois de encontrar as causas, limitações recomendada não for executada conforme
práticas e políticas podem dificultar a correção especificada. Um defeito latente nunca deve vir
do problema. As soluções aos problemas à superfície nem causar um acidente.
encontrados normalmente se deparam com
respostas do tipo "se eles tivessem feito a Uma abordagem simples é identificar
manutenção preventiva" ou "não podemos um defeito de projeto, uma falha no
desligar tudo para corrigir o problema" software ou uma atitude insegura como
ou "não temos o orçamento ou recursos efeito desencadeador de um acidente. Essa
humanos para isso". Há muitos exemplos de abordagem conclui: se esse ato fosse evitado ou
problemas pequenos que se tornam falhas eliminado, o acidente não teria acontecido. No
importantes e catástrofes de grandes escalas. entanto, muitos problemas latentes encontram
As organizações mais conscientes sobre a suas raízes nas entranhas da estrutura e cultura
segurança percebem que, quando as falhas dos organizacional.
equipamentos são rapidamente identificadas
Os defeitos latentes são em geral usados
e corrigidas, tanto a produção quanto a
como teoria subjacente em ações judiciais
segurança aumentam. Muitas soluções podem
de responsabilização. Um defeito latente é
ser consideradas parte de um programa normal
aquele que está oculto de tal forma que não
e contínuo de aprimoramento e devem ser
se possa razoavelmente esperar que uma
implementadas para prevenir futuras paradas
pessoa qualificada seja capaz de detectar 4
dos equipamentos.
com procedimentos de inspeção normal. Por
outro lado, os defeitos patentes são aqueles
Análise de causas-raízes problemas óbvios que devem ser detectados
por uma pessoa qualificada em circunstâncias
de defeito latente
normais. A abordagem retrospectiva é,
Os defeitos latentes podem permanecer muitas vezes, aplicada para se determinar
adormecidos por longos períodos de tempo que o projeto ou produto apresentava um
até que uma determinada cadeia de eventos defeito latente – depois de se tornar óbvio
menores ou imperceptíveis convirja, muitas para todos os interessados – e que o projetista
vezes, envolvendo uma combinação entre erro ou fabricante deveriam conhecer o defeito
humano, peculiaridades do sistema e cultura e assim forneceram projetos ou produtos
corporativa. O resultado é um incidente de defeituosos. Portanto, as etapas adotadas em
algum modo indetectável. Os defeitos latentes, uma investigação de defeitos latentes são
muitas vezes, ficam ocultos porque eles não frequentemente concebidas para beneficiar
são facilmente revelados por testes padrão as reivindicações do requerente, e não com a
ou inspeções, nem por cumprir os requisitos finalidade de melhorar a segurança.
normativos mínimos. Desgaste normal, por

454
Seção 4 | Avaliação de riscos

A abordagem do defeito latente é eficaz para Análise sistêmica de causa-raiz


apontar projetos falhos, instalação incorreta,
manutenção deficiente e má gestão. Causas sistêmicas de acidentes são aquelas que
encontram suas origens em falhas de controles
Investigar defeitos latentes pode ajudar a de gestão e que levam os trabalhadores a
identificar deficiências nas interações entre tomar decisões que resultam em atitudes de
seres humanos e máquinas e começar a explicar risco. No modelo de investigação sistêmica,
as questões organizacionais complexas que a conclusão poderia ser que os trabalhadores
contribuíram para o acidente. A abordagem tentaram seguir todas as regras, mas, quando
recomendada deve reconstruir a cadeia de se confrontaram com as diretivas conflitantes,
decisões e eventos que causaram o defeito tomaram decisões razoáveis com base na
latente e consequentemente o acidente e, compreensão das circunstâncias e nas restrições
em seguida, propor soluções. de políticas e procedimentos.
Procedimento A abordagem sistêmica, muitas vezes, encontra
que o acidente foi um resultado normal e
1. Descreva o funcionamento normal e
previsível de política e do procedimento, e que
esperado do equipamento ou sistema que
não havia nenhum equipamento defeituoso.
apresenta falhas.
Os acidentes que se desenvolvem dessa forma
2. Reúna todas as políticas e procedimentos são, muitas vezes, difíceis de se investigar por
(escritos os verbais) que estejam causa da complexidade das interações entre
relacionados aos eventos que levaram gestão, trabalhador e máquina.
às falhas. Inclua documentação como
manuais, desenhos e especificações.
CONCLUSÕES
3. Elabore uma linha do tempo detalhada
dos eventos imediatamente após o Pode-se dizer que uma das coisas boas, ou
acontecimento da falha. Isso pode melhor, a única coisa boa que um acidente
ocorrer em alguns minutos ou alguns pode trazer é a oportunidade, o desafio e a
dias, dependendo da frequência e da necessidade de se investigar as causas a fim
dramaticidade das mudanças no processo. de evitar futuros incidentes. Ao seguir os
procedimentos descritos acima, as operações
4 4. Identifique os efeitos das falhas. industriais podem proporcionar condições
mais seguras e demonstrar melhoria contínua.
5. Determine as causas das falhas.

6. Revise as atuais práticas e controles.

7. Documente as conclusões e recomendações.

Para desenvolver um procedimento detalhado,


pode ser útil o documento MIL-STD-1629A
Procedures for Performing a Failure Mode,
Effects and Criticality Analysis. Ele pode ser
adquirido gratuitamente por, assim como o
igualmente útil AMSAA Design for Reliability
Handbook, produzido pela Atividade de
Análise de Sistemas de Materiais do Exército
de Estados Unidos.

455
Análise de causa-raiz | Capítulo 29

456
Capítulo 30 Análise de risco do trabalho
INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 457 INTRODUÇÃO
Uma rosa com outro nome . . . . . . . . 458 Uma Análise de do trabalho é uma avaliação
de risco direcionada a tarefas especificamente
Trabalho de investigação . . . . . . . . . 458 definidas. Essa Análise de risco pode ser
chamada de várias maneiras, tais como análise
Passo a passo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 458
de risco da tarefa, análise de segurança ou
Desenhos e utilização do formulário até mesmo planejamento prévio do trabalho.
4 de JHA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 459 Normalmente em uma indústria ou empresa,
se usam as iniciais dos conceitos, como JHA
MELHORES PRÁTICAS . . . . . . . . . . . . . 459 (Job Hazard Analysis, Análise de risco do
CONCLUSÕES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 460 trabalho) ou JSA (Job Safety Analysis, Análise
do trabalho) ou ARP ( Análise de Risco
Preliminar).

Na indústria de transportadores, Análise


de risco é mais comumente associada ao
desempenho das atividades de manutenção e
reparo, mas pode e deve ser aplicada a todos os
aspectos de operação, manutenção e limpeza
dos sistemas de movimentação de materiais.

457
Análise de risco | Capítulo 30

Uma rosa com outro nome riscos não controlados, sejam tomadas
medidas para eliminá-los ou reduzi-los a
Em um artigo de 2014 com o título "JHA um nível de risco aceitável.
and JSA: the Same Thing? Different? Does it
No artigo citado acima, Jeff Dalto lista as
Matter?", encontrado em EHSToday.com, Jeff
etapas de uma JHA/JSA ART/ARP:
Dalto escreve:
1. Desmembramento do trabalho em
Alguns acreditam que elas são
suas mais mínimas tarefas.
exatamente a mesma coisa. Outros
acham que elas são a primeira e a 2. Identificação dos riscos associados a
segunda etapa de um mesmo processo. cada tarefa.
Há também outros que pensam que são 3. Classificação dos riscos em seu
processos similares, sendo um a nível nível de relevância entre aqueles
"micro" e o outro, "macro". que devem ser primeiro abordados
Na perspectiva deste volume, não faz muita e os que devem ser tratados
diferença como a análise é chamada, sempre e posteriormente (ou inclusive aqueles
quando seja feita adequadamente. Ela deve ser que podem ser ignorados).
feita cuidadosamente, passo a passo, no nível 4. Concepção e implementação dos
de atividade em que o trabalhador interage controles de risco.
com as tarefas, com o equipamento e com o
ambiente industrial.
Passo a passo
Praticamente todos os trabalhos podem ser
Trabalho de investigação desmembrados em tarefas ou etapas. Ao
Como observado pela agência Occupational iniciar uma Análise de Risco, o procedimento
Safety and Health Administration (OSHA, recomendado é observar um funcionário
Administração de Segurança e Saúde executar um trabalho e listar cada uma das
Ocupacional) dos Estados Unidos, em sua etapas. Cada ação realizada no trabalho deve
publicação Job Hazard Analysis (OSHA 3071- ser registrada, mas sem conter muitos detalhes.
2002): "Uma análise de risco do trabalho é um O desmembramento em etapas não deve
exercício de investigação". ser muito detalhado, para que não se torne
desnecessariamente longo nem tão genérico de 4
A tarefa de uma análise de segurança é pensar forma a não incluir as etapas básicas. Receber
sobre o que pode dar errado, mitigar esses ideias de outros trabalhadores que já tenham
problemas e planejar os procedimentos desempenhado esse mesmo trabalho pode ser
de trabalho, as ferramentas e os materiais importante.
necessários antes de iniciar o trabalho. As
avaliações devem levar em conta o local de Depois, é preciso proceder com a revisão das
trabalho e as condições ambientais. etapas do trabalho com o trabalhador para ter
certeza de que nenhum procedimento ou etapa
A publicação Job Hazard Analysis da OSHA tenha sido omitido.
ainda acrescenta:
Pode ser importante salientar que a avaliação
Uma análise de risco é uma técnica se refere à tarefa em si, e não ao desempenho
que foca nas tarefas do trabalho como do funcionário. É importante incluir o
forma de identificar os riscos antes trabalhador em todas as fases da análise, da
que eles ocorram. Ela coloca ênfase na revisão dos procedimentos e etapas do trabalho
relação entre o trabalhador, a tarefa, as até o debate sobre a descoberta de quaisquer
ferramentas e o ambiente de trabalho. riscos não controlados e suas possíveis
O ideal é que, depois de identificar os soluções.

458
Seção 4 | Análise de risco do trabalho

Desenhos e utilização do intencional, passe a marcar as caixas de forma a


formulário de JHA satisfazer o requerimento.

Uma maneira de seguir na direção de concluir Se forem utilizadas checklists, é melhor


uma Análise de risco de forma consistente disponibilizar várias versões ou mudar a ordem
para cada tarefa é o desenvolvimento de um das perguntas. É melhor elaborar o formulário
formulário de JHA. Esse formulário orientará de forma que requeira uma breve resposta
o revisor ao longo do processo e fornecerá escrita.
um método para registrar as informações. Exemplos de formulários em branco e
É importante desmembrar um trabalho em preenchidos elaborados pela OSHA nos
etapas e usar o formulário para avaliar os Estados Unidos, conforme mostrados na
perigos/riscos de cada etapa em formulários Figura 30.1 e Figura 30.2.
separados.

É uma boa ideia evitar os formulários com


MELHORES PRÁTICAS
caixas de seleção. Embora uma checklist de
rotinas seja uma boa ideia, depende das pessoas
Como realizar uma Análise de
que a preenchem. Melhor evitar os formulários risco
em que somente seja preciso marcar caixas de 1. Envolva os trabalhadores que já
seleção. A natureza humana permite que um desempenharam ou desempenharão a
trabalhador se familiarize com o formulário atividade. É útil incluir na discussão
e, em seguida, coincidentemente ou de forma o pessoal de outros departamentos ou
funções.
Figura 30.1. Exemplos de formulários de Análise
2. Defina o trabalho que será feito.
Amostra do formulário de risco Se for um projeto complexo ou se
de Análise de risco
em branco, conforme Cargo: Local de Analista: Data: estender por um período prolongado
trabalho: com trabalhadores diferentes em
encontrado no Anexo 3
da publicação 3071 da Nº da tarefa Descrição da tarefa: momentos diferentes, desmembre o
OSHA dos EUA. trabalho em subtarefas.
3. Debata com o grupo sobre os riscos
conhecidos e problemas no contexto
4 de local, ferramentas e trabalho a ser
Tipo de risco Descrição do risco: realizado. É importante incluir os
danos ou quase acidentes ocorridos
no passado e realizar uma reflexão em
conjunto sobre que outros riscos e
Consequência Controles do risco:
atividades perigosas podem ocorrer:
• O que pode dar errado?
• Quais são as consequências?
• Como o problema poderia surgir?
Análise ou comentário: • Que outros fatores exercem
Cortesia da influência?
Administração de • Qual a probabilidade de que o
Segurança e Saúde
risco ocorra?
Ocupacional (OSHA),
Departamento do • Onde está acontecendo
Trabalho dos Estados (ambiente)?
Unidos.

459
Análise de risco | Capítulo 30

• A quem ou a que afeta o Figure 30.2.


Local de trabalho: Analista: Data:
acontecimento Loja de metal Joel Exemplo de um
(exposição)? Serviços formulário de Análise
• O que precipita Descrição da tarefa: Um trabalhador se acerca ao de risco preenchido,
compartimento de metal pela direita da máquina, conforme apresentado
o risco (acionador)?
levanta uma peça de fundição de 7 quilos e a leva na publicação 3071 da
• Qual seria o impacto se ele até o esmeril. O trabalhador esmerilha de 20 a 30
peças de fundição por hora.
OSHA dos EUA.
ocorrer?
Descrição do risco: Ao levantar as peças de
• Que outros fatores exercem fundição, o funcionário pode deixá-las cair em Cortesia da
influência? seus pés. O peso e a altura da peça de fundição Administração de
pode ferir gravemente os pés e os dedos dos pés Segurança
4. Liste todas as principais atividades de do trabalhador.
e Saúde Ocupacional
risco e perigosas. Controles do risco:
(OSHA), Departamento
1. Retire as peças fundidas do compartimento e
5. Desenvolva um plano para reduzir a do Trabalho dos
coloque-as na mesa ao lado do esmeril.
exposição a riscos e minimizar as 2. Use calçados com biqueira de metal com Estados Unidos.
atividades de risco. proteção em arco.
3. Use luvas de proteção que permitam uma
6. Documente a Análise de segurança melhor aderência.
de cada etapa necessária até a 4. Utilize um instrumento para pegar as peças
conclusão da tarefa. A maioria das fundidas.
empresas apresentará um formato
padrão a ser usado com esse
propósito. Descrever um risco no
formato padrão ajuda a garantir que
os esforços para eliminar o risco e
implementar os controles de risco
ajudem a identificar os principais
causadores do risco. Existem várias
aplicações de software que ajudam a
preencher a documentação e a análise
de risco.

CONCLUSÕES 4

A publicação Job Hazard Analysis da agência


OSHA dos Estados Unidos enfatiza a
importância da realização de uma Análise de
risco ao observar:

Para que uma análise de risco seja


eficaz, a gerência deve demonstrar
seu compromisso com a segurança
e a saúde e proceder com a correção
de quaisquer riscos não controlados
identificados. Caso contrário, a gerência
perderá credibilidade e os funcionários
poderão hesitar a se dirigir a ela quando
perceberem ameaças e condições
perigosas.

460
461
Seção 5 CONSTRUÇÃO DE
TRANSPORTADORES
MELHORES E MAIS
SEGUROS
Capítulo 31
Projeto e construção de transportadores
mais seguros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 463
Capítulo 32
Especificações para transportadores
mais limpos, seguros e produtivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 481

462
Capítulo 31 Projeto e construção de
transportadores mais seguros
INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 463 INTRODUÇÃO
Uma hierarquia para a Problemas no design de
redução do risco . . . . . . . . . . . . . . . . . 464 transportadores
Prevenção pelo A segurança é como o manuseio de materiais
design (PtD) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 468 a granel: um pouco de ciência e um pouco de
arte. É muito mais fácil aplicar uma fórmula
Os problemas da contratação de engenharia para determinar a tensão
do "menor preço" . . . . . . . . . . . . . . . . 469 da polia de acionamento do que prever a
frequência e a gravidade dos acidentes. Prever
Uma teoria melhor sobre o
o traçado de um transportador de correia é tão
design de transportadores . . . . . . . . 471
difícil quanto prever frequência e gravidade de
Checklist do estudo de acidentes; há muitas variáveis envolvidas para
5 fazer disso uma ciência pura.
viabilidade/conceito . . . . . . . . . . . . . . 472
MELHORES PRÁTICAS . . . . . . . . . . . . . 475 Parece senso comum (além de boa engenharia)
modificar a abordagem básica dada ao design/
Readaptação e/ou projeto de transportadores e às práticas de
ampliação de transportadores . . . . 475 contratação de fornecedores, que basicamente
permanecem inalteradas durante mais
CONCLUSÕES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 478
de um século. Essa abordagem de senso
comum permitirá que os transportadores
proporcionem melhor desempenho no
manuseio de materiais a granel e na segurança
do trabalhador.
463
Projeto e construção de transportadores mais seguros | Capítulo 31

Os profissionais da segurança ainda têm segurança representará para os trabalhadores.


dificuldades com o fornecimento de evidências
diretas sobre a influência e o valor do design na A hierarquia de controle do risco põe ênfase
segurança. Em parte, isso se deve à dificuldade no controle do risco na raiz. Isso se faz dando
de proporcionar uma relação universal, preferência ao uso da abordagem do projeto.
pois parece haver um número infinito de Esse tipo de estratégia deve ser usada, sempre
maneiras de os trabalhadores se machucarem, que possível, porque está menos sujeita à falha
e colocá-las em categorias claras é uma tarefa humana e é menos disruptiva e desconfortável
difícil. Outro fator seria o fato de que a para aqueles que trabalham na área. Os
análise financeira se mostra mais adequada controles de nível mais baixo, como o EPI e
para quantificar os custos diretos, enquanto os Controles administrativos, são necessários,
os números da segurança, muitas vezes, mas não devem ser utilizados como único tipo,
envolvem uma abordagem mais qualitativa e sim como medidas de apoio ao controle. Em
para determinar os custos menos tangíveis. muitos casos, será necessário usar mais de um
Embora os cálculos padrão tenham inúmeras método de controle.
estimativas como base e suposições, os analistas Seja qual for a tática, um acompanhamento
não estabeleceram um acordo quanto à regular será importante para garantir que
metodologia a ser aplicada nas estimativas de o controle do risco esteja funcionando de
custo menos tangíveis. forma eficaz, e que a exposição a esse risco seja
Há uma variedade de métodos empregados reduzida ou eliminada.
para reduzir os riscos no local de trabalho. Eles Todas as táticas para amenizar os riscos
podem ser classificados em uma hierarquia oferecem melhoras importantes para a
de práticas que fornece um método para segurança em geral. Cada um deles oferece
melhorar a segurança e reduzir o risco. Eles suas vantagens e desvantagens; uma descrição
são classificados em uma hierarquia de níveis geral destas é mostrada a seguir:
de controle. Todas as práticas para amenizar
os riscos são importantes para a segurança em EPI
geral. Algumas são mais efetivas que outras por
Os Equipamentos de Proteção Individual
diferentes motivos e a diferentes níveis. Mas
(EPI) fornecem, pra quem os vestem, uma
há consenso entre os profissionais da segurança
proteção contra o risco. Os equipamentos
de que a maneira mais eficaz para se mitigar os
de proteção individual incluem respiradores,
riscos é eliminá-los do produto ou sistema na
óculos de segurança, protetores de explosão,
etapa de design/projeto.
capacetes, protetores auditivos, luvas,
protetores faciais e calçados.
Uma hierarquia para a redução Os EPI podem ser efetivos na redução da
do risco
Essas práticas e métodos, apresentadas 5
na ordem crescente de efetividade são: os HIERARQUIA DOS MÉTODOS DE
Figura 31.1.
Equipamentos de proteção individual (EPI), CONTROLE
Controles administrativos, Controles de Quanto mais alto
o tipo de controle
EFICÁCIA NA MITIGAÇÃO

engenharia, Substituição e, finalmente, a ELIMINAÇÃO NO PROJETO


de risco estiver na
Eliminação do risco no projeto. (Figura 31.1.) SUBSTITUIÇÃO hierarquia de métodos,
DO RISCO

Essa "Hierarquia de controles" deve ser levada PROTEÇÕES/CONTROLES mas seguro ele será.
em consideração na hora de implementar AVISOS/SINALIZAÇÕES
controles para eliminar ou reduzir o risco
ADMINISTRATIVO
de acidentes. Em geral, quanto mais alto o
EPI
método estiver na lista de hierarquia, mais

464
Seção 5 | Construção de transportadores melhores e mais seguros

exposição a riscos e na redução de ferimentos, a criarem mais situações de risco do que


podendo até evitar a morte. No entanto, o uso supostamente protegem em caso de
de EPI não altera a intensidade nem a natureza ferimentos. Além disso, alguns EPI’s, como
dos riscos; simplesmente protege contra os respiradores, aumentam o esforço fisiológico
perigos. necessário para realizar a tarefa e, portanto,
podem demandar que os trabalhadores passem
Os EPI’s são os meios de proteção menos por exames médicos para garantir que possam
efetivos porque eles não eliminam o risco, utilizá-los sem risco.
eles apenas limitam possíveis ferimentos dos
trabalhadores. A obrigatoriedade do uso de Controles administrativos
EPI é problemática, porque às vezes contribui
para condições menos desejáveis, como óculos Os Controles Administrativos representam
de segurança com baixa visibilidade ou uma alterações na maneira como as pessoas
cadeirinha de proteção contra queda que trabalham. Tais controles não removem os
tranca a circulação quando o trabalhador está riscos, mas limitam ou previnem a exposição
em suspensão. Portanto, o EPI é normalmente de um trabalhador. Alguns exemplos são o
visto pelos trabalhadores como possíveis estabelecimento de políticas e procedimentos
para minimizar os riscos, planejar tarefas para
limitar a exposição, fixar sinalização de perigo,
Figura 31.2. restringir o acesso e exigir treinamento do
LINHAOF
PLANE VERMELHA
CONVEYOR
Linha de segurança pessoal.
teórica na lateral.
Os Controles administrativos podem ser
considerados "Segurança por imposição: você
deve fazer isso dessa maneira ou você não
deve fazer aquilo outro". Se a "Segurança por
imposição" fosse efetiva, nenhum trabalhador
se machucaria em um transportador em
movimento, dado que praticamente todas as
plantas e minas têm regras para se trabalhar ao
redor deles.

Não é fácil fazer com que as Políticas


Administrativas sejam concisas e universais,
de forma que trabalhadores de qualquer nível
possam compreender, aplicar e segui-las todas,
Figura 31.3.
LINHAOF
PLANE VERMELHA
CONVEYOR rigorosamente.
Linha de segurança
teórica na largura da As regras administrativas e as respectivas
correia de retorno. penalidades têm de ser interpretadas no
5 contexto da atitude da gerência perante a
segurança. Em operações em que a gerência
não está 100% comprometida com a
segurança, a política e os procedimentos
de segurança podem ser burlados com o
intuito de priorizar a produção, ou porque as
penalidades são brandas.

No caso dos transportadores, as regras


dos Controles administrativos podem ser
resumidas em uma: "Não cruze a linha

465
Projeto e construção de transportadores mais seguros | Capítulo 31

vermelha do transportador". A linha vermelha Isso pode ser bem caro e pouco prático para
é uma demarcação invisível pela qual um transportadores muito longos, como
trabalhador não deve passar. O que difere transportadores terrestres.
de instalação para instalação é lugar onde
essa barreira invisível é estabelecida. Alguns Outra tendência atual em segurança é que as
consideram que a superfície exterior das proteções estejam travadas na transmissão do
laterais do transportador demarca a linha transportador. Isso evitará que os operadores e
vermelha. (Figura 31.2.) Outros pensam que o pessoal da manutenção retirem as proteções
a borda da correia é a que demarca a linha do equipamento. Infelizmente, muitas dessas
vermelha. (Figura 31.3.) Em ambos os casos, travas são ignoradas porque os operadores
uma linha invisível é raramente uma garantia e o pessoal da manutenção as consideram
de que os trabalhadores não entrarão na um obstáculo para seus procedimentos ou
correia. porque as travas fazem com que o circuito do
transportador "ande" em falso. Travar centenas
Controles de engenharia de painéis de proteção também é pouco
prático e pode criar mais riscos que proteções.
Os Controles de engenharia são uma forma
mais eficaz de controlar os riscos. Eles não Nos Estados Unidos, o National Institute for
eliminam os riscos, mas procuram isolar os Occupational Safety and Health (NIOSH,
riscos das pessoas. "Invólucros e isolamentos" Instituto Nacional de Segurança e Saúde
criam barreiras físicas entre o pessoal e os Ocupacional) está investigando a utilização
riscos, como, por exemplo, usar equipamentos de travas em combinação com interruptores
controlados remotamente. de proximidade para detectar quando os
trabalhadores não recolocam a proteção depois
As proteções, instaladas para proteger de de transcorrido um determinado tempo da sua
riscos específicos de uma área, estão na lista remoção.
de Controles de engenharia. (Consulte o
Capítulo 10 Proteção.) No entanto, a agência Uma forma mais avançada de controle
Mine Safety and Health Administration de engenharia é a proteção por meio de
(MSHA, Administração de Segurança dispositivos como cortinas de luz ou sensores
e Saúde em Mineração) relatou que as de proximidade. Nos Estados Unidos, a
proteções causam um número significativo MSHA tem testado o uso de sensores de
de ferimentos a cada ano devido a um design proximidade para reduzir os ferimentos
deficiente. Esses ferimentos normalmente causados por esmagamentos nas proximidades
ocorrem com as proteções que são muito de transportadores contínuos.
pesadas, inerentemente perigosas, com bordas
afiadas, por exemplo, ou incorretamente Sugere-se que a adoção de um equilíbrio entre
dimensionadas ou posicionadas. o uso de travas de proteção nas zonas com
elevado risco de acidentes e de proteções não
Há um debate sobre a eficácia de proteção de travadas em áreas de menor risco, em vez de
áreas. Alguns acreditam que o uso de proteção travar todas as proteções, particularmente em 5
de áreas supõe que dentro da área protegida transportadores mais extensos. Geralmente, as
não há segurança suficiente, de forma que zonas com maior índice de acidentes serão as
a proteção de áreas pode oferecer uma falsa áreas dianteiras, traseiras e a dos dispositivos
sensação de segurança. Outros pensam que se tensores da correia, ou seja, os locais onde
forem adequadamente instaladas e geridas, elas ocorre a maior parte das atividades de limpeza
são úteis e eficazes. e manutenção.

Uma tendência na segurança de Os custos de capital dos Controles de


transportadores de correia é proteger engenharia tendem a ser maiores que os
todo o transportador com grades de proteção. controles menos efetivos da hierarquia.

466
Seção 5 | Construção de transportadores melhores e mais seguros

No entanto, investir de forma sensata nos eliminando a maioria dos roletes do sistema,
Controles de engenharia pode reduzir custos e são, muitas vezes, completamente fechados
futuros. Por exemplo, a equipe pode construir para reduzir os problemas de contaminação.
uma plataforma de trabalho em vez de (Figura 31.4.)
comprar, substituir e manter equipamentos de
prevenção de quedas. A Substituição pode ser uma estratégia
útil quando utilizada em componentes ou
Substituição produtos de manutenção. Por exemplo, se o
problema de segurança é o ruído, componentes
A Substituição é considerada um dos métodos mais silenciosos podem ser utilizados. Se o
mais eficientes de controle. Ela supõe método de limpeza faz uso de substâncias
substituir algo que produz um risco, seja químicas perigosas, um produto mais seguro
uma situação, um material ou uma peça de pode ser utilizado, ou o procedimento pode ser
equipamento, por algo que não represente modificado para reduzir a exposição ao risco.
um risco. Uma substância classificada como
cancerígena pode ser substituída por outra No entanto, a Substituição pode criar
menos perigosa. Por exemplo, tinta à base de problemas significativos. Se o design original
chumbo pode ser substituída por tinta à base do transportador não for adequado a uma
de água ou por pó de revestimento. ampla gama de propriedades dos materiais a
granel, ou o sistema for projetado sem espaço
Para ser um controle efetivo, a Substituição para expansão da capacidade, uma alteração
não deve produzir outro risco significativo. poderá criar outros problemas. Por exemplo,
É importante avaliar quais novos riscos o a substituição de lubrificantes sem verificação
elemento substituto virá a supor. da compatibilidade pode reduzir a vida dos
No entanto, a Substituição normalmente não rolamentos. Quando materiais a granel de
pode ser adotada nos sistemas transportadores baixa qualidade são transportados pelo sistema,
de correia. Em alguns casos, pode haver é comum a ocorrência de problemas como
métodos alternativos de transporte, geralmente chutes entupidos, problemas de qualidade,
para tonelagens mais baixas; contudo, pode aumento do desgaste dos componentes e fuga
ser difícil ou impossível alcançar o mesmo de material.
volume do fluxo de produção ao substituir um Ao tomar decisões sobre Substituições,
transportador de correia por outro método, é importante ter cuidado com os efeitos
tal como um transportador pneumático subestimados ou não previstos da alteração no
fechado. Quando a carga, por si só, representa processo ou no sistema transportador.
um perigo, existem disponíveis inúmeros
sistemas de transportadores fechados, tais Eliminação do risco
como transportadores tubulares ou flexíveis,
Figura 31.4. A eliminação do risco, remoção ou realocação
que reduzirão a probabilidade de a carga ser
Como os transportadores liberada no ar. Transportadores suportados por física, é a maneira mais efetiva de controle do
5 suportados por ar risco. Por exemplo, se os funcionários devem
reduzem o número
ar reduzem o número de pontos de pressão,
realizar trabalho em alturas, o perigo de queda
de pontos de pressão
pode ser gerenciado movendo as peças nas
e são, muitas vezes,
completamente quais trabalham ao nível do solo.
fechados para reduzir
os problemas de
A maneira mais efetiva de controlar um risco é
contaminação, eles eliminá-lo na etapa de projeto. A legislação de
representam uma muitos países estabelece que é responsabilidade
possibilidade efetiva legal dos projetistas levar em consideração o
de substituição para funcionamento de um projeto e eliminar, na
transportadores de etapa de projeto, os riscos e perigos específicos.
correia convencionais.

467
Projeto e construção de transportadores mais seguros | Capítulo 31

Muitas abordagens simples de projeto ... Para prevenir ou reduzir ferimentos,


podem reduzir e até eliminar riscos comuns doenças, fatalidade e exposições ao incluir
em transportadores. Essas abordagens são as considerações de prevenção em todos
conhecidas por vários nomes, como Segurança os projetos que afetam os indivíduos no
na etapa de design, Design seguro ou Design ambiente de trabalho.
para Segurança. Isto será realizado por meio da
A Segurança na etapa de design é uma aplicação de métodos de eliminação
abordagem que utiliza métodos de e minimização de risco no design de
identificação e avaliação de riscos no início instalações de trabalho, processos,
do processo de projeto para eliminar ou equipamentos, ferramentas, métodos de
minimizar os riscos de ferimentos durante o trabalho e organização do trabalho.
ciclo de vida do sistema transportador. Uma Quando adotado por proprietários e gestores,
efetiva Segurança na etapa de design supõe o PtD é uma oportunidade para que os
incluir no projeto todas as disciplinas do projetistas criem novas soluções e práticas de
design. Ao fazê-lo, este livro põe ênfase nos design. Os benefícios do PtD vão além da fase
projetos que reduzem acidentes, minimizam de design de um projeto. Esses benefícios são:
a fuga de materiais fugitivos e melhoram
a eficácia da manutenção para fornecer o • Redução dos ferimentos e doenças
conceito de Production Done Safely™ industriais;
(Produção com segurança). • Melhora na disponibilidade e
produtividade do transportador;
A implementação da Segurança na etapa de
projeto tem uma relação custo e benefício • Redução nos custos de manutenção e
ótima se comparada a quando os riscos operação;
se tornam reais aos clientes, usuários, • Redução nas multas e custos legais devido
funcionários e empresas. Os custos diretos a violações das normas de conformidade;
associados a projetos inseguros podem ser • Melhora na capacidade para incorporar
significativos, como readaptação, aumento futuras expansões.
dos custos do seguro, danos ambientais,
perda de produto e processos por negligência. A capacidade de incorporar técnicas de
O Capítulo 33 O cálculo da segurança redução de riscos é maior quando o projeto
e o Capítulo 34 O retorno da segurança está nas etapas de especificações e design, do
exploram como medir e levar em consideração que posteriormente, quando se encontra na
os custos indiretos na avaliação do projeto e na etapa de construção. A Figura 31.5 compara
seleção de componentes. a capacidade relativa de implementar técnicas
efetivas de controle de riscos em vários
Os escritores das especificações devem perceber estágios de um projeto. Essa "capacidade
a eficácia dessa técnica, e evitar escrever de implementação" pode ser traduzida
documentos de licitação que, de tão restritivos 5
ou específicos, fazem com que a eliminação do
BAIXO Figura 31.5.
risco na etapa de design do equipamento ou OPERAÇÃO
A incorporação de
Capacidade de utilizar níveis

do processo seja impossível sem a solicitação


técnicas eficazes de
mais altos de controle

INÍCIO
de exceções quanto à especificação. controle de risco é mais
CONSTRUÇÃO fácil e menos custosa
Prevenção no Design (PtD) nas etapas iniciais
DESIGN/PROJETO de um projeto.
Nos Estados Unidos, a NIOSH está liderando
uma iniciativa para promover PtD. A ESPECIFICAÇÃO
publicação NIOSH, Prevention through Design: ALTO
LINHA DO TEMPO
Plan for the National Initiative, identifica a
missão da iniciativa como:
468
Seção 5 | Construção de transportadores melhores e mais seguros

pelo conceito muito parecido de "custo Em 1910, os designs dos componentes e


de implementação", que estabelece que construção dos transportadores de correia de
as alterações para melhorias que ocorrem Robbins já tinham alcançado um estado de
posteriormente no projeto resultam em um evolução que atualmente seria reconhecido
custo significativamente mais elevado. como contemporâneo.

O custo para implementar melhorias de Normalmente se afirma que insanidade


segurança durante a construção pode ser de é seguir fazendo a mesma coisa e esperar
três a cinco vezes mais caro do que quando elas resultados diferentes. Infelizmente, esse é o
são incorporadas na etapa de design. Esforços estado atual do design de transportadores
retroativos de implementação de melhorias de correia, que segue utilizando conceitos
durante as fases de início e operação podem de design de 100 anos atrás, mas espera
custar de 15 a 100 vezes mais, na hipótese sistemas de transporte mais limpos, seguros e
de que as melhorias sejam possíveis devido a produtivos.
restrições de projeto.

Parece intuitivo pensar que quanto antes os Os problemas da contratação


riscos forem mitigados em um projeto, mais pelo "menor preço"
baixa será a taxa de incidentes e mais rápida
será a recuperação do investimento, o que mais Muitas companhias ainda utilizam processos
que justifica as despesas incorridas. de contratação pelo "menor preço". Nesse
processo, o contrato é concedido à proposta
Uma breve história do design de de preço mais baixo, entre as várias propostas
transportadores licitantes que também satisfazem as
O livro Belt Conveyors and Belt Elevators, especificações do projeto.
publicado em 1922 por Frederic V. Hetzel, O processo de contratação do menor preço
fornece a primeira história bem documentada força as empresas licitantes a seguir uma
do desenvolvimento de transportadores metodologia de design baseada em:
de correia para materiais a granel. Esse
trabalho descreve que a primeira utilização de 1. Carga máxima da correia transportadora.
transportadores de correia para movimentação 2. Mínima conformidade com as normas.
de grãos na Inglaterra e nos Estados Unidos
3. Materiais, componentes e processos de
ocorreu em torno de 1795. Em 1860,
fabricação de preço mais baixo.
transportadores de grãos de vários designs se
deslocavam a 650 pés por minuto [≈3,3 m/s] Embora seja difícil estabelecer uma correlação
e movimentando 12.000 sacos de grãos [≈325 direta entre o aumento de acidentes e dos
toneladas] por hora. custos operacionais em função da
adoção do critério de menor preço na
Em 1860, os transportadores de correias hierarquia de construção e design, o autor
5 apareceram em relatos na movimentação de argumenta que muitos profissionais da
outros materiais, como carvão e minério de segurança concordariam com esta forte
ferro. A empresa New Jersey and Pennsylvania afirmação: "O processo de contratação pelo
Concentrating Plant, em Edison, Nova Jersey, menor preço, mata." No mínimo, elas estariam
tinha 50 correias de até 30 polegadas de de acordo com a afirmação de que "o processo
largura [≈760 mm] e 500 pés de comprimento de contratação do menor preço é problemático
[≈150 m], para movimentação de minério de quando o assunto é segurança".
ferro. Ao iniciar em 1891, Thomas Robbins
passou a introduzir aprimoramentos no design Para maximizar a tonelagem por hora e
de roletes e na construção de correias na New minimizar o preço do sistema, a combinação
Jersey and Pennsylvania Concentrating Plant. geralmente selecionada é a correia mais estreita

469
Projeto e construção de transportadores mais seguros | Capítulo 31

CUSTO
CUSTO PREÇO
PREÇO BAIXO
DO CICLO
DE VIDA

possível funcionando na maior velocidade são específicas e não possuem processo de


possível. Normalmente, o sistema será certificação de fabricante que garanta ao
projetado de forma que a correia seja carregada comprador que o design está de acordo ou
no limite da plena capacidade, ou até acima, excede os critérios exigidos. A conformidade
e opere a uma distância mínima da borda. passa a ter espaço mínimo, mesmo quando
Essas escolhas resultam em uma variedade de o cliente e o projetista estejam cientes dos
problemas, como derramamento, entupimento últimos aprimoramentos das técnicas,
do chute e maior desgaste. Como resultado materiais e práticas.
dessas escolhas, os sistemas acabados raramente
entregam a capacidade especificada no design. A aplicação da lei normalmente é um processo
subjetivo com base na interpretação de um
As especificações dos componentes do determinado inspetor. Essa prática resulta
projeto muitas vezes definem "Nome em um transportador com menos detalhes
específico do fabricante/ou similar". Essas de design de última geração em relação a
especificações "ou similar" são em geral sistemas de segurança e saúde. Isso deixa
vagamente escritas devido a restrições de o cliente exposto a processos até mesmo
prazo e motivos de competitividade. Isso com transportadores novos. Isso pode levar
deliberadamente encoraja que a compra seja a custosos problemas de responsabilidade
feita de um fornecedor preferido, embora se jurídica, dado que juízes já rejeitaram a defesa
crie uma fachada com a obtenção de várias de "conformidade mínima" em processos
propostas de licitações e concorrência. Os judiciais anteriores, e se basearam nas atuais
tribunais têm decidido consistentemente melhores práticas para determinar veredictos.
que os componentes estão de acordo com a
especificação "ou similar", independentemente Conforme observado por Kenneth Ross no
de serem realmente iguais ou não em artigo "Compliance with Product Safety Stan-
relação a fabricação ou desempenho. Essa dards as a Defense to Product Liability
metodologia permite que o departamento Litigation", publicado em outubro de 2010,
de compras adquira produtos com base no na revista In Compliance:
preço, sem levar em conta fabricação ou …A conformidade com todas as leis e
desempenho. Os departamentos de compras regulamentos aplicáveis não é, para a
muitas vezes são solicitados e incentivados a maioria dos produtos, uma proteção 5
reduzirem os preços das compras. Uma melhor absoluta em caso de responsabilidade
abordagem em relação à segurança, limpeza e jurídica em relação a um produto.
produtividade seria exigir a compra com base Portanto, um juiz poderá voltar e dizer
no custo do ciclo de vida útil, e não no preço que um fabricante deveria ter excedido
de compra inicial. as leis e regulamentos relativos à
No processo de contratação do menor preço, a segurança.
conformidade com a legislação está ameaçada, Outro problema surge na medida em que,
dado que é tratada no limite mínimo a fim para ser competitivo, um licitante envolvido
de reduzir os custos. Muitas legislações não em um processo de contratação de menor

470
Seção 5 | Construção de transportadores melhores e mais seguros

preço, muitas vezes, minimizam o tempo de do transporte mudaram ao longo desses


design usando modelos passados e detalhes anos, como os materiais de fabricação e as
padronizados. Como o processo de licitação é expectativas da gestão e dos trabalhadores.
orientado pelo preço, e não pelo desempenho
ou pelo custo do ciclo de vida útil, os Existem muitos programas de software
projetistas limitam ou simplesmente não vão que incorporam os padrões de design de
a campo para observar e melhorar os projetos transportadores. Esses padrões de design
prévios. Isso faz com que os erros do passado focam no cálculo da tensão da correia e
se repitam, e as oportunidades de melhoria no estabelecimento da máxima potência
sejam negligenciadas. de transmissão. O software convencional
geralmente não aborda como desenhar uma
Consequentemente, o processo convencional correia transportadora para seja mais segura,
de contratação do menor preço normalmente mais limpa e mais produtiva. (Figura 31.6.)
resulta em atalhos que, fisicamente, restringem
a eficiência na capacidade de reequipar a Chegou a hora de que surja uma nova
produção, e de adotar aprimoramentos geração de design de transportadores de
relacionados à segurança. correia, construída em conformidade com
as normas atuais para atender aos requisitos
sociais e expectativas de produtividade e
Uma teoria melhor sobre o utilizar técnicas de fabricação modernas.
design de transportadores Esse novo design deve ser desenvolvido por
meio do questionamento de cada etapa da
Os transportadores de movimentação de metodologia convencional de engenharia de
materiais a granel são fabricados de forma transportadores. Essa nova metodologia pode
bem parecida há mais de 50 ou até 100 anos. ser desenvolvida simplesmente perguntando:
A justificativa mais ouvida para construir "Por que esse sistema, subsistema ou
"os mesmos" transportadores, com o mesmo componente foi projetado dessa forma?"
design e mesmos problemas, é a necessidade e "Poderia ser feito de outra forma?" Essa
de permanecer competitivo quanto ao custo nova abordagem reduz o risco, melhora
do sistema. Quase todos os demais aspectos a segurança, controla o material fugitivo

Figura 31.6.
Embora existam
programas de
computador para
ajudar no design de
transportadores, um
software convencional
geralmente não aborda
como desenhar uma
5 correia transportadora
que seja mais segura,
mais limpa e mais
produtiva.

471
Projeto e construção de transportadores mais seguros | Capítulo 31

e eleva a produtividade sem aumentar para solucionar eventuais problemas.


significativamente o custo e sem complicar a A capacidade de acomodar futuras
manutenção. ampliações de capacidade será
incluída no design original.
Esse desejo de uma nova geração de design
levou ao desenvolvimento de uma nova
abordagem para resolver os problemas comuns Checklist do estudo de
dos transportadores de correia. Uma avançada viabilidade/conceito
hierarquia de design foi desenvolvida para
O objetivo das seguintes checklists é
priorizar as decisões do processo de design em
destacar os detalhes evolucionários a serem
ordem de importância ao especificar e projetar
considerados e comparados na fase inicial
um transportador limpo, seguro e produtivo.
do processo de design de um transportador
Evolução na hierarquia do design de materiais a granel. Esses detalhes devem
ajudar no desenvolvimento de sistemas
Os compromissos para se projetar sistemas transportadores de correia mais seguros, limpos
seguros, limpos e produtivos que permitam e produtivos.
colocar em prática o conceito de Production
Done Safely™ (Produção com segurança) são Essas listas não pretendem ser exaustivas,
hierarquizados abaixo: nem o suficientemente detalhadas para serem
usadas como modelo único de um estudo de
1. Fluxo de produção – O fluxo de viabilidade e conceito.
produção é o critério de design
número um. O transportador TRANSPORTADOR BÁSICO EVOLUÍDO
deve entregar, de maneira segura e
Um transportador básico evoluído é um
confiável, a capacidade prevista no
transportador padrão de movimentação de
design.
material a granel, que pode ser construído de
2. Segurança – O transportador forma competitiva com algumas modificações
cumprirá facilmente todos os códigos nas áreas críticas. Esse projeto permitirá que
e regulamentos de segurança caso as o transportador possa ser mais facilmente
Melhores práticas sejam utilizadas. adaptado, com componentes que servem de
3. Limpeza – O projeto minimizará solução de problemas comuns de operação e
a fuga e o acúmulo de materiais manutenção.
fugitivos.
O design de um transportador básico evoluído
4. Fácil manutenção – O transportador dispõe de:
deve ser projetado de forma a facilitar
a instalação e manutenção. 1. Áreas de acesso recomendadas pela
entidade Conveyor Equipment
5. Eficiência de custos – O transportador
Manufacturer Association (CEMA,
usará componentes padrão na sua 5
Associação de Fabricantes de
configuração básica. O sistema
Equipamentos Transportadores).
proporcionará um aprimoramento
da segurança e acesso, sem aumentar 2. Polias traseiras com diâmetro
os requisitos de aço estrutural. O maior que o mínimo, com base na
custo do ciclo de vida útil será usado classificação da correia.
na tomada de decisões em relação a 3. Transições totalmente côncavas na
componentes. parte traseira; a correia somente é
6. Expansível – Áreas problemáticas carregada depois de ficar totalmente
serão antecipadas; incorporação de côncava.
espaço para componentes adaptados

472
Seção 5 | Construção de transportadores melhores e mais seguros

4. Considerações de design e estrutura pode ser mais facilmente expandido para


para segurança e limpeza nas zonas resolver os problemas típicos à medida
de carga e descarga. que eles ocorrem durante a operação e
5. Provisões na parte traseira, manutenção de transportadores de correia.
dispositivo tensor, transmissão Uma vez que os problemas do transportador
intermediária e zonas de descarga. são difíceis de serem previstos antes de o
transportador ser colocado em operação –
6. Antecipação de futuras expansões devido à multiplicidade de variáveis e trade-
na capacidade, na classificação offs de design na construção do transporte,
do componente e/ou na instalação e operação – não é necessário
operacionalidade do transportador. nem economicamente viável incluir todos os
A maioria das demais características de um conceitos do transportador evoluído em um
transportador básico evoluído é similar a de único design de transportador.
um transportador de "menor preço". Os possíveis aprimoramentos de um
A fabricação do transportador básico evoluído transportador básico evoluído são:
pode ser projetada para ter um peso em aço
(e custo) semelhante se comparada (and thus 1. Ausência de roletes de transição na
cost) a de um transportador de menor preço. zona traseira. Os roletes de transição
Componentes padronizados podem ser usados são um gasto desnecessário, dado
se o design permitir a futura incorporação de que 90 por cento deles nunca tocam
componentes para solução de problemas e de a correia. Além disso, as estruturas
acesso adequado. dos roletes e a do transportador se
juntam, o que dificulta a instalação
TRANSPORTADOR MELHORADO e a manutenção do raspador em v de
EVOLUÍDO proteção traseira.
Um transportador melhorado evoluído talvez 2. Terminais com polias maiores. Polias
nunca exista, salvo no papel apenas para maiores oferecem espaço suficiente
mostrar todos os possíveis aprimoramentos entre o curso superior e inferior da
desse equipamento. A intenção aqui é correia, para a instalação do raspador
identificar todas as possíveis expansões para proteger a polia traseira. A polia
a fim de incentivar a fabricação de tais deve ter um diâmetro mínimo de
transportadores. Dessa forma, o sistema 600 milímetros [≈24 pol.]. Usar uma
Figura 31.7.
Comparação entre as
DESIGN CONVENCIONAL DESIGN EVOLUÍDO
alternativas de design RO GRANULADO Ø
de transportadores LE
TE
para permitir um Ø
maior diâmetro da
5 polia traseira. SU
POLIA TRASEIRA Ø

K
ESPAÇADORES
ST
RASPADOR
Redução SL

Diâmetro da Polia traseira EVO, Ø ~ K + Redução + SU + ST + SL


Em que, o SU sugerido de 25 a 75 mm, ST na Profundidade da lateral e
SL é o maior valor entre o Rolete Ø ou duas vezes o Granulado Ø

473
Projeto e construção de transportadores mais seguros | Capítulo 31

polia superdimensionada permite a 7. Emenda de correia e estação de reparo.


instalação de um raspador que pode Uma estação de serviço permitirá
expulsar objetos estranhos sem que melhorar a manutenção da correia
toque na lateral. O custo adicional e reduzir o tempo de parada do
de uma polia maior supõe na maioria equipamento.
dos casos apenas algumas centenas de 8. Eliminação do duto nas áreas críticas
dólares; isso pode ser economizado de manutenção. Na Zona de carga
ao se eliminar a necessidade de e na Zona dianteira, repasse o duto
roletes de transição na zona traseira e de forma que fique acima da cabeça.
ao aumentar a vida útil da emenda. Duto flexível deve ser usado para
Uma polia maior na descarga conectar os componentes dessas
proporciona espaço para mais de um zonas.
raspador. (Figura 31.7.)
9. Guias de alinhamento. Os sistemas
3. Componentes para solução de proporcionarão um consistente
problemas embaixo da zona de carga. alinhamento da correia para garantir
Instale componentes projetados um deslocamento equilibrado do
para melhorar o suporte da correia esticador.
ao simplificar a manutenção. Esses
componentes incluem roletes de fácil 10. Chutes de carga e descarga curvados.
remoção e manutenção, mesas de Esses sistemas foram projetados para
impacto e mesas de controlar o posicionamento da carga
vedação de suporte. e reduzir material fugitivo.

4. Reforço especial na zona de carga. 11. Auxiliares de fluxo. A instalação de


A utilização de uma estrutura dispositivos, tais como vibradores
resistente ao acúmulo na zona de ou canhões de ar nos chutes,
carga reduz o acúmulo de materiais dará suporte à movimentação de
fugitivos; se pré-perfurados com um materiais.
molde de orifícios padrão, auxilia 12. Acesso a estações de fornecimento.
na instalação dos componentes de Acesso adequado a estações de
solução de problemas, sem precisar fornecimento de eletricidade
de solda nem corte. e/ou ar comprimido permitirá
5. Suportes melhorados da polia manutenção e desempenho
dianteira. A estrutura na polia melhorados.
dianteira deve ser projetada de modo 13. Auxiliares de manutenção.
que uma estação de limpeza possa ser O projeto deve incluir equipamentos
incluída usando um transportador de como monotrilhos ou guindastes
material de captura depois da polia para ajudar na movimentação e
de cabeça, o que permite a presença substituição de componentes. 5
de raspadores fora da polia, ao longo 14. Polia de cabeça motorizada. Uma
do retorno do transportador. polia de cabeça motorizada pode
6. Calha-guia alargada e zona de melhorar o acesso e a vedação
acomodação projetada. Esses do chute dianteiro, reduzindo a
componentes de pontos de liberação de materiais fugitivos.
transferência foram aprimorados
para que a poeira não se disperse no
ar, e para que o derramamento seja
reduzido.

474
Seção 5 | Construção de transportadores melhores e mais seguros

MELHORES PRÁTICAS A seguinte lista vermelha, amarela e verde


Listas vermelha, amarela e verde oferece orientação prática para projetistas
sobre o que evitar e o que promover nas etapas
O processo de design/projeto se inicia com a de especificação e design do projeto de um
premissa Production Done Safely™. transportador. (Figura 31.8.)

Muitas das melhores práticas incorporadas na


especificação de um transportador de correia Readaptação e/ou ampliação de
seguro, limpo, produtivo podem ser resumidas transportadores
em uma lista vermelha, amarela e verde.
Vermelho indica "A ser evitado". Amarelo Há várias razões pelas quais os transportadores
indica "Seja cuidadoso, reduza ou elimine". de correia são usados no transporte de
Verde indica "Desejado e/ou Requerido". materiais a granel. Presumivelmente, o custo

Problemas encontrados ao ampliar a capacidade do transportador.


Um número de problemas é encontrado ao ampliar a 25 por cento na velocidade da correia se traduzirá em uma
capacidade dos sistemas de transportadores existentes. redução de 20 por cento na (L10) da vida útil do rolamento de
Essas complicações imprevistas incluem: um rolete típico.

Vida útil reduzida da correia (L10 é uma medida da taxa de falha registrada em tempo antes
que 10 por cento de um grupo de rolamentos falhem.)
A estimativa da vida útil da correia é baseada no conhecimento
que tem o fabricante dos atuais estudos de caso. Em um dos 10,0
sistemas de um fabricante de correias, a espessura da cobertura
8,0
da carreia é proporcional à Velocidade da correia, multiplicada
pelos Fatores de aplicação e dividida pelo Comprimento da 6,0
correia.
Fator K3A

Os Fatores de aplicação levados em consideração são 4,0


o tamanho e a abrasividade do material, condição de
alimentação, velocidade da correia e altura na queda de 2,0

transferência. 0,5
0,0
50 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1.000
Em uma aplicação em que se deem condições, tais como
Velocidade do rolete = Velocidade da Correia ....... (rpm)
alterações na velocidade da correia e nas propriedades do Circunferência do rolete
material, o Fator de aplicação sofre uma alteração média de Efeito na velocidade da correia na previsão da vida útil L10 do
175%. Então, com 25 por cento de aumento na velocidade da rolamento (CEMA, Belt Conveyors for Bulk Materials, 7ª Edição).
correia, haverá o potencial de redução na vida útil da correia de
aproximadamente 50 por cento. Aumento no desgaste erosivo
100% Geralmente, o desgaste erosivo é proporcional à velocidade
1,25 x 1,75 = ~46% elevada ao quadrado.

Como resultado, os custos de maior frequência na substituição E = Massa de partículas desgastadas pela massa total
da correia devem ser levados em consideração na decisão de de partículas erosivas.
aumentar a capacidade do transportador. Valores típicos de E variam entre 10-5 e 10-1.

Vida útil menor do rolamento do rolete E = k ρV2


2H
No debate sobre a vida útil dos rolamentos do rolete, a Em que:
publicação Belt Conveyors for Bulk Materials, 7ª Edição, da k = Porcentagem das partículas em um fluxo que impactam
CEMA observa: "Velocidades mais baixas aumentam a vida a superfície e causam desgaste
útil e as mais altas, diminuem". Usando o fator K3A da CEMA ρ = A densidade do material desgastado
(com base na velocidade nominal do rolete), um aumento de V = Velocidade de impacto
H = Dureza do material desgastado
475
Projeto e construção de transportadores mais seguros | Capítulo 31

por tonelada e por unidade de distância é um As alterações na qualidade da matéria-prima


dos principais impulsionadores. levam muitos projetos a aumentar a
capacidade. Muitas vezes, uma matéria-prima
Para determinar a capacidade específica de um de custo mais baixo, porém mais difícil de
transportador, parece óbvio que, inicialmente, manusear, é usada como substituição nos
quanto mais rápida a correia trafegar, processos de produção. Com frequência, as
quanto mais cheia ela estiver, melhor o custo propriedades físicas do material usado na
por tonelada e por unidade de distância. substituição são incompatíveis com o design
No entanto, a tentativa de incrementar a original do transportador. Na maioria das
capacidade aumentando a velocidade do vezes, materiais de menor custo requerem
transportador não ocorre sem algumas ser transportados em maiores volumes. Isso
desvantagens graves e, em muitos casos, resulta é preciso ser contabilizado na tonelagem
inclusive em produção inferior.

Se a velocidade do transportador for aumentada em 25 por se acumulam na parede do chute devido ao fenômeno da
cento, o desgaste erosivo dos revestimentos e componentes em velocidade zero. Com o passar do tempo, esses acúmulos
contato com a correia aumentará em mais de 50 por cento. aumentam, até caírem e entupirem o chute com pedaços de
O resultado é o aumento nas horas de mão de obra para material quando o transportador está desligado.
manutenção, no orçamento para substituição de materiais
Um fluxo aumentado pode resultar em maiores impactos
desgastados e em paradas do equipamento com maior
nos revestimentos e nos roletes, se o chute não puder ser
frequência. Isso deve ser levado em consideração como custo
redirecionar para que o fluxo tenha o mínimo impacto. Além
real ao ampliar a capacidade aumentando a velocidade da
disso, o aumento do fluxo de material pode pressionar os
correia.
sistemas de limpeza da correia, e produzir quantidades de
material de retorno não susceptíveis a serem manuseadas pelo
Nova Velocidade
Speed

300% 25% chute de desvio existente.


desgaste

250% 29% A figura a seguir mostra um chute curvo de carregamento


at New
Increase

de um transportador em que a velocidade da correia foi


200% 33%
aumentada em 33 por cento para aumentar sua capacidade.
a uma

No entanto, restrições físicas impediram a alteração da


Wear do

150% 40%
Life
Útil do Componente

geometria do chute para controlar o fluxo. Isso resulta em um


Aumento

100% 50%
Vida Component

impacto direto do material nos revestimentos de cerâmica, em


50% 67% vez de um deslizamento, o que provoca a quebra e a remoção
de muitas peças, rapidamente perfurando o exterior do chute.
0 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

Aumento da velocidade
SPEED INCREASE
Antecipação no desgaste do componente ao funcionar em velocidades
superiores (de www.ewp.rpi.edu/hartford/~ernesto/S2004/FWM/
Notes/so9.pdf).

Aumento de problemas de fluxo e chutes entupidos


Mudanças na velocidade do transportador resultam em
mudanças na trajetória de descarga dos materiais a granel, o
que pode levar a problemas significativos de fluxo de material.
Muitas vezes, não há espaço suficiente na planta para aumentar
o tamanho do chute de descarga para um redirecionamento
apropriado do fluxo de material. O fluxo de material pode
ficar congestionado à medida que bate na parede do chute,
o que faz com que parte do material esteja sendo elevado
com uma velocidade de queda de zero. Como a alimentação Revestimento do chute curvo de carregamento
do transportador se inicia e para, as camadas de material danificado pelo impacto direto do material.
476
Seção 5 | Construção de transportadores melhores e mais seguros

equivalente por hora no processo, porque o do custo e do tempo de manutenção e, por


material de baixo custo tem uma densidade de outro, chutes entupidos e derramamentos,
massa mais baixa, menor teor de minério ou que resultam em menor volume de carga
de energia. no transportador, e aumento dos custos de
limpeza. (Consulte o quadro Problemas
Os problemas comumente encontrados ao encontrados ao ampliar a capacidade do
ampliar a capacidade mediante o aumento transportador.) Muitas vezes, é negligenciada
da velocidade do transportador são, por um a necessidade de aumento no orçamento e no
lado, maior desgaste, que resulta no aumento número de horas dedicadas à manutenção.

Figura 31.8.
Lista vermelha, amarela e verde para um melhor design de transportadores de
Lista vermelha, correia
amarela e verde para
um melhor design de LISTA Procedimentos, técnicas, produtos e processos a serem proibidos nas etapas de
transportadores. VERMELHA especificação e design de um projeto de transportador.
Evitar carga na transição da correia.
Evitar transição com mais de 1/3 de concavidade.
Evitar carga no sentido contrário da correia receptora.
Evitar carregar o transportador a 100% da capacidade da seção transversal
segundo a norma CEMA.
Evitar um controle e sequenciamento que permita que o transportador funcione
vazio por um tempo acima do necessário.
Evitar etiquetas de identificação na cobertura superior da correia.
Evitar instalar o equipamento em locais elevados sem fornecimento de acesso
seguro ou amarrações.
Evitar a seleção de componentes com base nas especificações "ou similar" ou
licitações em função "preço baixo".
LISTA Procedimentos, técnicas, produtos e processos a serem eliminados ou reduzidos
AMARELA o máximo possível. Apenas permitidos com uma alteração na especificação e
notificação ao gestor/proprietário do projeto para explicar os potenciais problemas e a
possibilidade de abordá-los no futuro.
Evitar inverter os transportadores.
Evitar vários pontos de carga em um único transportador.
Evitar projetos criados com a intenção de aumentar a capacidade no futuro apenas
aumentando a velocidade do transportador; o sistema deve ter um design que
acomode necessidades futuras.
Evitar vias de passagem combinadas de veículo e pessoas ou saídas descontroladas
de edifícios em áreas de tráfego.
5
Evitar layout que não permita eficiência e segurança na entrega, armazenamento e
elevação dos principais componentes, como, polias, acionamentos e correias.
LISTA Procedimentos, técnicas, produtos e processos a serem encorajados nas etapas de
VERDE especificação e design de um projeto de transportador.
Considerar a ergonomia no design, assim como o acesso a equipamentos que
precisam passar por limpeza e manutenção com frequência.
Considerar o uso de polias com diâmetros maiores do que o mínimo exigido para
as correias em questão.
Considerar o acesso e espaçamento de acordo com as recomendações da CEMA.
Considerar o uso do design para reduzir a exposição a riscos.

477
Projeto e construção de transportadores mais seguros | Capítulo 31

Pode-se argumentar que há quase 100 por vida útil na hora de selecionar e comprar
cento de chances de que a maioria dos sistemas componentes seria então benéfico. Como Ron
transportadores exija ser readaptado a novas Moore observa no artigo "The business case for
tecnologias ou a componentes de solução life cycle cost", publicado em 2008 na revista
de problemas ao longo de sua vida útil. A Reliable Plant:
capacidade de adaptar componentes de solução
de problemas ou novas tecnologias deve ser A maioria das pessoas concorda que
levada em consideração proativamente na fase a aplicação dos princípios de custo
de design, com um custo adicional mínimo. de ciclo de vida útil melhorará o
desempenho de longo prazo dos
A necessidade de ampliar a capacidade futura ativos em desenvolvimento. Mas os
é quase certa, mas não pode ser levada em engenheiros de projeto são normalmente
consideração de forma eficaz na etapa de medidos em função do orçamento e
design sem que o gestor deixe isso claro na cronograma do projeto, e não pelo
etapa de especificação. Trabalhar tendo em desempenho do custo do ciclo de vida
conta futuras adaptações da capacidade pode útil. Isso proporciona um forte incentivo
envolver custos iniciais adicionais, mas em para se concentrar no menor custo de
geral isso supõe um custo menor do que tentar instalação e ignorar os princípios do
adaptar no futuro, no espaço já existente, ciclo de vida, especialmente quando a
transportadores mais rápidos e maiores. As utilização de tais princípios resulta na
considerações sobre a capacidade de futura percepção de que haverá aumento no
ampliação na etapa de design incluem: orçamento ou atraso no cronograma.
espaçamento estrutural mais amplo, aumento Nesse modelo (Figura 31.9.), o
das cargas do projeto, troca da angulação princípio aplicado é de que gastando
de roletes inclinados, alterações no chute de um pouco mais de tempo e dinheiro
carga e descarga, exigências de acionamento e no início do projeto, o retorno será
correias. adiado, mas valerá a pena, uma vez
que se amortizará ao longo da vida do
equipamento. Um custo do ciclo de
CONCLUSÕES
vida útil mínimo proporciona máximo
Uma maneira melhor de projetar benefício no longo prazo! Mas, como
(e comprar) transportadores descobrimos qual será o retorno? Qual
Conforme abordado anteriormente neste é o retorno? É difícil dizer, o que torna
capítulo, a melhor maneira, e certamente a menos atraente a aceitação e utilização
mais barata, de resolver esses problemas é na dos princípios do custo do ciclo de
etapa de design/projeto. vida útil por parte dos engenheiros de
projeto.
Os serviços de Engenharia/Contratação/ Moore continua e conclui:
Gerenciamento da Construção (EPCM, 5
Engineering/Procurement/Construction Minha opinião é de que um gasto
Management) normalmente representam extra de 10 por cento no custo inicial
de 10 a 15 por cento do custo de instalação de um projeto, sempre que seja gasto
de um projeto grande em instalações de para minimizar as falhas de design e
movimentação de materiais a granel. Mesmo minimizar os custos de ciclo de vida
com esses custos, o design normalmente útil, será um valor bem aplicado.
representa menos de 10 por cento do custo Proporciona um retorno estimado de 18
total do projeto ao longo da sua vida útil. meses, e seguirá por um longo caminho
lidando com o risco de perdas futuras
Aplicar a metodologia de custo do ciclo de em produção, custos e ferimentos.

478
Seção 5 | Construção de transportadores melhores e mais seguros

LIFE CYCLE COST AND CASH FLOW


Figura 31.9. Custo do ciclo de vida útil e fluxo de caixa
Custo do ciclo de vida
útil e fluxo de caixa

(Ilustração de acordo
Política
LIFE de custoCOST
CYCLE do ciclo de vida útil
POLICY
ROIROI

($)
com o artigo de Ron

CAIXA($)
Moore “The business case

DEFLOW
for life cycle cost” em
reliableplant.com.) CASH

Política de mínimo custoPOLICY


de
FLUXO

LOWEST INSTALLED COST


instalação
Tempo
TIME
Mínimo
MINIMUM custo do CYCLE
LIFE ciclo deCOSTS
vida útil=>
=>
MAXIMUM LONG TERM PROFITS
Benefício máximo de longo prazo

Os proprietários muitas vezes transferem Seria muito melhor comprar, projetar,


os custos de capitais para os futuros custos construir e operar um sistema transportador
de manutenção e operações para atender expansível, uma vez que esse sistema
à disponibilidade de capital. Problemas permitiria que a operação faça uso do conceito
onerosos, como sistema com desempenho Production Done Safely™ e, dessa forma,
deficiente, custos excessivos de manutenção alcance suas metas de produção e rentabilidade.
e acidentes são enfrentados pelo pessoal de
operação e manutenção todos os dias durante
a vida útil do transportador, muitas vezes sem
dispor de orçamento ou equipe adequados.
Ignorar os problemas e transferir os custos
de capital para os gastos de manutenção
raramente faz com que os problemas terminem
sendo abordados e muito menos corrigidos.

A transferência de forma arbitrária dos custos


de capital para os orçamentos de manutenção
e operações produz um design em função
do orçamento, e não um design baseado no
conceito Production Done Safely™.

5 Infelizmente, muitos gestores/responsaveis


por projetos não estão dispostos a financiar os
custos de um projeto inicial adequado e, assim,
acabam obtendo menos produção e lucro do
que o esperado. O que o responsável compra
em vez disso é um design marginal com
significativo risco de sofrer problemas como
o escrutínio da legislação, disponibilidade
reduzida do transportador, acidentes,
ferimentos e geralmente de baixo nível de
quantidade e qualidade de trabalho.

479
Projeto e construção de transportadores mais seguros | Capítulo 31

480
Capítulo 32 Especificações para transportadores
mais limpos, seguros e produtivos
INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 481 INTRODUÇÃO
Hierarquia de design . . . . . . . . . . . . . 482 O objetivo do design
O design é o processo de desenvolvimento de
Objetivos da hierarquia . . . . . . . . . . . 483
um conjunto de documentos que detalham
Considerações sobre as especificações, desenhos e procedimentos
especificações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 483 de um sistema de componentes. Esses
documentos permitem que o sistema que
CONCLUSÕES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 504 será fabricado, instalado, operado, mantido
e eliminado, atenderá, de forma segura e
confiável, aos requisitos de boa relação custo/
benefício exigidos pelo cliente final.

5 O trabalho de um projetista é produzir


um design que funcione bem e esteja em
conformidade com todos os requisitos do
comprador, bem como com as exigências
regulamentares. Esse processo exige
compromisso e critérios. O resultado do
processo de design depende da análise
quantitativa e qualitativa do projetista.
Portanto, a experiência e o conhecimento do
projetista causam grande impacto no resultado.
Um design exitoso requer muitos trade-offs

481
Especificações para transportadores mais limpos, seguros e produtivos | Capítulo 32

entre forma e função. O resultado desse de forma mais limpa, segura e produtiva.
processo nunca ou raramente é uma solução Os transportadores comprados com base no
perfeita. menor preço raramente são seguros, limpos e
produtivos.

Hierarquia de design O preço não deveria ser o principal critério de


decisão ao adquirir um sistema transportador.
Há um aforismo no mundo dos negócios De fato, a consideração mais importante
que diz: "É possível ter dois dos seguintes deveria ser o custo do ciclo de vida do
elementos: baixo custo, manutenção rápida, sistema. Ele tem como base os custos diretos
alta qualidade. Mas não pode ter os três ao (preço, função, tempo médio até a falha e
mesmo tempo". manutenção) e os custos indiretos (saúde e
É preciso fazer a seguinte escolha: Qual dessas segurança, ambiental e regulatório).
características tem mais prioridade e o que Normalmente, a expansão do transportador
deve ser sacrificado para se obter o melhor é vista como um aumento da capacidade,
resultado? Basicamente, isso requer a definição ou seja, aumentar o volume de material
de uma hierarquia de design. movimentado. Na verdade, pouquíssimos
Uma hierarquia de design é uma ferramenta projetos de expansão da capacidade alcançam
útil para classificar as opções quanto à seus objetivos, porque a necessidade de
viabilidade, desenvolvimento do conceito, aumento na produção não pode ser alcançada
especificação e processos de design. com as limitações físicas previamente
projetadas no sistema. Antecipar futuras
Ao projetar um sistema ou componente para expansões de capacidade deve ser identificado
que seja seguro, limpo e produtivo, o projetista e levado em consideração nas etapas de design
do transportador deve pesar as decisões de conceitual e viabilidade.
design com base na seguinte hierarquia:
Algumas áreas e zonas do transportador são
1. Production Done Safely™ mais problemáticas que outras. Essas áreas
2. Boa relação custo/benefício são, em geral, as zonas traseiras, de carga,
de descarga e de tensionadores. Para cada
3. Capacidade de expansão operação ou transportador específico, esses
A função primordial do sistema transportador pontos problemáticos podem ser identificados
é entregar a capacidade de produção solicitada, por seus custos de manutenção e a frequência
mas a interpretação moderna dessa regra de incidentes e ferimentos.
é que a produção deve ser realizada de É difícil prever onde os problemas operacionais
forma a considerar a segurança igualmente e de manutenção surgirão. Portanto, o design
importante à capacidade, caso contrário, deve antecipar essas questões "típicas" de
não será realmente produtiva. Os custos são forma que permita expandir componentes
simplesmente muito altos e a redução da 5
nessas áreas para resolver problemas quando e
velocidade é muito frequente para que uma onde eventualmente surjam. Esses problemas
operação seja realmente produtiva face a ainda imprevistos
acidentes e incidentes. não precisam ser solucionados na etapa
Tradicionalmente, os transportadores são de design. No entanto, o design deve se
comprados como mercadoria com base no permitir ser modificado e expandido a um
preço usando 100 por cento de carga e com custo razoável naquelas áreas que apresentem
a mínima consideração dada às técnicas e problemas, ou seja, sem custos excessivos,
detalhes de design que permitem que operem sem tempo de inatividade proibitivo e sem
desgastes.

482
Seção 5 | Construção de transportadores melhores e mais seguros

Objetivos da hierarquia transportador e o layout físico


devem incluir detalhes de design
Production Done Safely™ e layout que permitam o aumento
da capacidade com um impacto
1. Funcionalidade: O projeto deve
benéfico aceitável no ciclo de vida.
realizar de forma confiável o objetivo
manifesto e a capacidade.
2. Segurança: O projeto deve exceder Considerações sobre
todos os códigos, regulamentos e especificações
normas locais e utilizar as melhores
práticas da indústria em relação Como os transportadores possuem um número
aos requisitos de segurança e às infinito de configurações e funções, não é
exigências estruturais e ambientais. prático oferecer uma especificação detalhada
que cubra todas as situações possíveis.
3. Limpeza: O design deve minimizar
É melhor que os conceitos e requisitos que
a geração e conter a liberação de
contribuem para que o transportador esteja
materiais fugitivos.
seguro, limpo e produtivo se encontrem
4. Facilidade de manutenção: relacionados em um formulário. Esses pontos
O design deve ser fácil de a serem levados em consideração podem ser
manutenção. usados pelo projetista como orientações gerais,
em conjunto com a especificação detalhada do
Boa relação custo/benefício
cliente emitida com a Solicitação de proposta
1. Padronização: O design deve fazer (RFP).
uso de componentes padronizados
Quaisquer especificações que citem "conforme
e substituíveis de acordo com a
recomendado pela CEMA" se referem
capacidade apropriada sempre que
às informações de 2014 publicadas pela
possível.
entidade Conveyor Equipment Manufacturers
2. Custos: O preço não deve ser o Association (CEMA, Associação de Fabricantes
principal critério nas especificações de Equipamentos Transportadores) em Belt
de componentes. Conveyors for Bulk Materials, 7ª Edição.
3. Custos de propriedade: O projeto
Qualquer especificação de design que
deve realizar sua função a um custo
mencione a distância de transição e a distância
do ciclo de vida aceitável.
da borda padrão deve consultar a norma DIN
Capacidade de expansão 22101 Continuous Conveyors – Belt Conveyors
For Loose Bulk Materials – Basis For Calculation
1. Capacidade de aprimoramento: And Dimensioning.
O design deve permitir a expansão
para melhorar a segurança, a limpeza As especificações dos roletes de transportadores
5 são encontradas pelas normas CEMA 502 –
e a produtividade.
Bulk Material Belt Conveyor Troughing and
2. Acesso: Espaço e acesso adequado
Return Idlers – Selection and Dimensions ou
para expandir componentes e
DIN 15207 – Continuous mechanical handling
aumentar a confiabilidade ou função
equipment – Idlers for belt conveyors handling
devem ser considerados no design.
loose bulk materials – Main dimensions.
3. Planejamento: Se um aumento
da capacidade precisar ser feito
durante a vida útil do transportador,
isso deverá ser especificado
pelo proprietário. O design do

483
Especificações para transportadores mais limpos, seguros e produtivos | Capítulo 32

Considerações sobre transportadores Ordem de magnitude da viabilidade

1. Estudo de viabilidade Os estudos sobre a ordem de magnitude da


2. Desenvolvimento do conceito viabilidade (às vezes chamados de "estudos
preliminares") são uma avaliação financeira
3. Características dos materiais a granel inicial de um suposto recurso mineral. Eles
4. Zonas traseiras e de transição envolvem um plano de mineração preliminar
5. Zona de carga que inclui transportadores e as principais
peças dos equipamentos do processo e são a
A. Centro de carga base para determinar se vale a pena prosseguir
B. Calha-guia com um programa de exploração e engenharia
C. Vedação mais detalhado. Os estudos sobre a ordem de
magnitude são desenvolvidos com os custos
D. Controle passivo de pó conhecidos de factoring e planos de projetos
E. Controle ativo de pó existentes, concluídos em outro lugar, com
F. Auxiliares de fluxo uma precisão aproximada de 40 a 50 por
cento.
G. Acesso
H. Proteções Viabilidade preliminar

6. Zona de carregamento Um estudo de viabilidade preliminar é mais


7. Zonas de descarga detalhado que os estudos sobre a ordem
de magnitude. Um estudo de viabilidade
8. Sensores e controles
preliminar é usado tanto no levantamento
9. Manutenção de dados para determinar se é preciso
continuar com um estudo de viabilidade
1. Estudo de viabilidade
detalhada quanto como uma "verificação da
As considerações sobre design e componentes realidade" para determinar as áreas do projeto
de um sistema transportador limpo, seguro e que requerem mais atenção. Os estudos
produtivo são muitas vezes ignoradas na fase de viabilidade preliminar são feitos pela
de estudo de viabilidade, mas podem oferecer fatoração dos custos unitários conhecidos e
importante contribuição no retorno do pela estimativa das dimensões ou quantidades
investimento. As recomendações desta seção brutas, uma vez concluídos os processos
devem ser incluídas como complemento da de engenharia preliminar e conceitual e o
que é considerada a clássica metodologia de projeto da mina. Os estudos de viabilidade
estudo de viabilidade. preliminar são realizados por pequenos grupos
multidisciplinares de técnicos
Os custos de engenharia, aquisição, construção e possuem uma precisão aproximada de 20 a
e operação de sistemas transportadores 30 por cento.
de materiais a granel são normalmente
Viabilidade detalhada 5
incluídos em uma avaliação do projeto
proposto para determinar se um material
Os estudos de viabilidade detalhada
a granel pode ser extraído ou processado
são os mais detalhados e determinarão
de forma economicamente viável. Existem
definitivamente se o projeto deve continuar.
três tipos de estudos de viabilidade clássica
Um estudo de viabilidade detalhada será a
usados na avaliação de grandes projetos que
base da apropriação de capital e fornecerá os
incorporam transportadores de materiais a
valores do orçamento do projeto. Os estudos
granel: Ordem de magnitude da viabilidade,
de viabilidade detalhada requerem uma
viabilidade preliminar e viabilidade detalhada.
quantidade significativa de trabalho formal
de engenharia e apresentam uma precisão

484
Seção 5 | Construção de transportadores melhores e mais seguros

aproximada de 10 a 15 por cento. retorno exigida ou custo do capital), utilizado


A engenharia formal pode custar entre meio e para a revisão de projetos, muitas vezes,
um e meio por cento do custo total estimado expressa como uma taxa de juros. O custo do
do projeto. dinheiro para uma empresa é com frequência
significativamente maior do que a atual
1.1 Abordagem da análise financeira taxa prime do banco, dado que as fontes de
Valor presente líquido (VPL) dinheiro (empréstimos e/ou vender ações e/
ou lucros) e os riscos do investimento são
O Valor presente líquido é o método preferido geralmente mais elevados para uma empresa
de avaliação de um projeto que tenha uma do que o risco de um banco ao emprestar a
vida superior a um ano. Há duas razões para taxa prime.
isso. Uma delas é que o VPL considera o valor
do tempo do dinheiro, traduzindo o fluxo 1.2 Custos dos componentes
de caixa futuro em valores atuais. A segunda Custo do ciclo de vida útil
é que ele fornece um número concreto que
pode facilmente ser usado para comparar O custo do ciclo de vida útil utiliza a
uma despesa inicial com o valor presente do abordagem de VPL para comparar o preço
retorno. Ao olhar para todos os investimentos inicial de um componente ao custo total do
e custos em termos de valores atuais, a gestão componente durante a sua vida útil.
pode comparar vários pressupostos e opções
para decidir se o projeto vale a pena. A análise do retorno financeiro do projeto deve
ter como base o custo do ciclo de vida útil dos
Ao comparar vários designs e decidir qual componentes do transportador. Em vez de
deles adquirir, normalmente há duas opções apenas comparar preços iniciais de compra,
disponíveis: Retorno do investimento (ROI) o custo do componente ao longo do tempo
e o Valor presente líquido (VPL). O Valor deve incluir o preço inicial mais o custo dos
presente líquido é o valor presente dos fluxos problemas de manutenção e operação durante
de caixa de acordo com a taxa de retorno a vida útil esperada do componente. Muitas
exigida de um projeto em comparação com vezes, um componente mais caro, com base
o investimento inicial. As desvantagens do no preço de compra, será mais barato quando
método de Valor presente líquido são as adotado o custo do ciclo de vida útil total.
imprecisões envolvidas ao estimar os custos
operacionais e de manutenção futuros e ao Para elaborar uma comparação dos custos
determinar qual valor do tempo do dinheiro, de ciclo de vida útil, um analista precisará
também chamado de taxa de desconto, usar. dos preços dos componentes que serão
comparados, dos custos de instalação, dos
Para construir uma análise de Valor presente custos de manutenção, dos valores das
líquido a fim de comparar diferentes opções de opções de recuperação e de suas vidas úteis
design do transportador, uma análise precisa esperadas. Um cálculo de VPL pode então
5 dispor do custo inicial do transportador, dos ser feito para comparar os componentes. As
custos anuais de manutenção e operação ao mesmas limitações se aplicam a esse método,
longo da vida do transportador e do custo do principalmente a dificuldade em obter
dinheiro. Muitas empresas olham para o custo estimativas razoáveis dos custos de manutenção
dos transportes de mercadorias em unidades, e da vida útil dos componentes.
tais como centavos por tonelada/milha [km]
transportada. A análise de VPL se presta a essa 1.3 Custos intangíveis
abordagem. Valor da vida estatística
A maioria das empresas tem um custo do Tudo aquilo que tenha importância pode
dinheiro estabelecido (a taxa interna de e deve ser avaliado e incluído na análise

485
Especificações para transportadores mais limpos, seguros e produtivos | Capítulo 32

financeira do projeto. Há uma crença geral Diferir os custos de capital para a etapa de
de que muitos dos fatores intangíveis que operação e manutenção a fim de se adequar
influenciam o retorno do investimento de um às restrições do orçamento original de capital
projeto não podem ser quantificados. Esses é um dos principais motivos pelos quais as
fatores são segurança, saúde e moral. transferências estimadas de um projeto são
raramente alcançadas.
O valor da vida estatística é um método
para identificar quanto uma empresa Após a construção, os orçamentos operacionais
ou indivíduo pode gastar para melhorar são inevitavelmente comprimidos, e
aqueles aspectos de segurança do projeto os montantes adiados raramente são
que são difíceis de medir (intangíveis). disponibilizados. A prática de deferir os custos
de capital considerando-os custos operacionais
Está bem estabelecido que a maneira mais deve ser descontinuada porque o fracasso para
eficaz para se identificar e corrigir problemas é financiar adequadamente os custos de capital
no processo de design. Ao incluir os retornos tem um impacto direto sobre a segurança,
positivos dos custos intangíveis, é óbvia a limpeza e produtividade.
justificativa da antecipação dos gastos com
especificações e designs que melhoram a 1.5 Custos de manutenção e limpeza
limpeza, segurança e produtividade.
Estimativa de custos de manutenção
Ao perguntar quanto uma empresa está
disposta a gastar para melhorar a segurança, Normalmente, o nível de funcionários de
ou a saúde ou moral no longo prazo, e ao manutenção é baseado no tempo médio entre
conhecer a probabilidade de ocorrência de falhas (MTBF) e no tempo médio de reparo
um incidente, a gestão poderá calcular a (MTTR) das principais peças do equipamento
quantidade adicional de investimento que ou no critério de horas L10 dos rolamentos.
pode ser feita. Como esses custos e retornos A suposição é que entre incidentes, a equipe
há muito tempo são considerados não de manutenção será suficiente para reparar
quantificáveis, os números são geralmente todos os componentes menores e sistemas
surpreendentes. Obter apenas uma pequena secundários. Essa abordagem subestima
porcentagem das economias previstas permitirá dramaticamente as exigências típicas de
colher grandes benefícios. manutenção para se alcançar um sistema
transportador limpo, seguro e produtivo. Ela
1.4 Custos de capital promove uma mentalidade que visa "tratar
o sintoma" e restabelecer a produção, e não
Custos de capital diferidos uma prática comprovada de manutenção para
O custo de capital de um projeto é geralmente identificar e corrigir as causas.
definido nos anos da etapa de viabilidade Muitos componentes de transportadores têm
detalhada antes de se concluir os designs e vida útil curta devido à liberação de materiais
as especificações finais. Novos problemas e fugitivos e/ou danos não relacionados ao 5
questões de design invariavelmente surgirão desgaste normal. Não alocar recursos humanos
durante o processo de especificação e design e não treinar o departamento de manutenção
detalhado, mas os proprietários hesitam em adequadamente resultará em uma redução da
rever o orçamento. O que normalmente vida útil dos componentes do transportador
se faz é prometer corrigir os problemas de aproximadamente 30 a 50 por cento.
posteriormente, em geral, com o sistema já Alocação inadequada de recursos humanos
instalado. No entanto, os gestores corporativos e treinamento da equipe de manutenção é
geralmente têm memória curta e raramente uma das cinco principais causas de acidentes e
incluem os fundos necessários nos orçamentos paradas não planejadas.
de operação e manutenção para fazer as
mudanças adiadas.
486
Seção 5 | Construção de transportadores melhores e mais seguros

1.5.1 Exigências quanto ao número de 1.5.3 Exigências quanto ao número de


funcionários dedicados à manutenção funcionários dedicados à limpeza

• Gerente de manutenção – mínimo um. A limpeza das proximidades


• Supervisor/encarregado – um a cada dos transportadores é necessária
6.000 metros [≈20.000 pés] do independentemente da qualidade do
transportador. design ou nível de manutenção. O número
adequado de funcionários de manutenção
• Mecânicos – sete a cada 15.000 metros reduzirá as exigências de limpeza
[≈50.000 pés] do transportador; ou significativamente. Se adequadamente
dois mecânicos a cada quatro pontos de formada, orçada e bem gerida, a manutenção
transferência. (No mínimo dois). pode reduzir as necessidades de trabalho de
• Eletricista – no mínimo um. limpeza em 80 por cento. Composições em
• Inspetor/planejador – um a cada que os funcionários da limpeza não estão
25 pontos de transferência ou 10 por submetidos ao departamento de manutenção
cento da força de trabalho qualificada resultam na ausência de prestação de contas
(manutenção). No mínimo um. e promovem atrito entre os departamentos.
Portanto, é sensato fazer com que a
1.5.2 Substituição antecipada das peças equipe de limpeza faça parte da equipe de
dos componentes do transportador manutenção.
• Roletes de carga – a cada intervalo No artigo Measurement & Control of
de 3,5 a 7 anos. Spillage & Leakage at Conveyor Transfer
• Roletes de retorno – a cada 2 intervalos Points, apresentado no evento International
de ,5 a 5 anos. Materials Handling Conference (Beltcon 4,
Conferência Internacional sobre Manuseio
• Vida útil da emenda da correia – com
de Materiais) em 1987, Todd Swinderman
base em revoluções completas da correia
relatou a necessidade média de 0,016 hora
(ciclos).
de trabalho de limpeza manual por tonelada
• Fixadores mecânicos/Correia no manuseio de materiais a granel. Esse
multicamadas – 15.000 ciclos. artigo também indica que a taxa media de
- Emendas vulcanizadas/Correia limpeza manual, por meio de remoção com
multicamadas – 200.000 ciclos. pá, é de 0,5 a 1 tonelada por hora.
- Emendas vulcanizadas/Correia de Para estimar as exigências de limpeza
cabo de aço – 500.000 ciclos. em horas de trabalho do projeto de
- Correias alimentadoras – a cada transportador sugerido, multiplique as
intervalo de 6 a 12 meses. toneladas a serem manuseadas anualmente
pelo fator especificado abaixo.
• Correias sujeitas a fragmentos grandes e
5 a forte impacto – a cada intervalo de • Minas/concentradores/
1 a 2 anos. plantas de calcário . . . . . . . . . . 0,0250
• Correias para manuseio de materiais • Fundição . . . . . . . . . . . . . . . . . 0,0130
relativamente grandes com impacto
• Carvão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 0,0260
moderado – a cada intervalo de
3 a 5 anos. • Coque . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 0,0300
• Correias especiais (alta temperatura, • Celulose e papel . . . . . . . . . . . 0,0240
resistente a produtos químicos etc.) – • Cimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . 0,0060
a cada intervalo de 1 a 2 anos.
• Produtos químicos/fertilizantes 0,0110

487
Especificações para transportadores mais limpos, seguros e produtivos | Capítulo 32

Ao menos um trabalhador dedicado à limpeza quando a forma do material a granel tenda a


manual é necessário a cada 500 metros rolar pelo transportador.
[≈1.650 pés] em transportadores de correia.
2.6 A capacidade do transportador deve ser
2. Desenvolvimento do conceito calculada de acordo com as recomendações
da CEMA em relação à velocidade e largura
2.1 Use conceitos de planejamento urbano e da correia, e de acordo com a norma DIN
industrial no layout da planta. em relação à borda da correia. A capacidade
• Considere padrões de tráfego separados de carga deve ser reduzida de acordo com as
para equipamentos móveis, acesso à recomendações da CEMA a um nível inferior
manutenção e tráfego de pedestres. ao valor teórico de 100 por cento da norma de
carga entre seções transversais.
• Considere a localização das instalações
A CEMA recomenda reduzir a 85 por cento
contra incêndio e
da capacidade da norma para a maioria dos
de resgate, a localização das instalações de
materiais e a 80 por cento para materiais
suporte e de estações de fornecimento.
difíceis de manusear ou em pó.
• Considere os efeitos da futura expansão
de capacidade e as construções associadas. 2.7 É quase certo que, ao longo da vida útil da
planta ou mina, haverá o desejo de ampliar a
2.2 Minimize o número de pontos de capacidade.
transferência.
Isso deve ser discutido com o proprietário
2.3 Investigue sobre layouts alternativos para durante a etapa de viabilidade e a resposta,
minimizar o número de transportadores documentada. O impacto de futuros aumentos
com descargas multidirecionais ou pontos de na capacidade do sistema e do processo deve
transferência em movimento. ser incluído no desenvolvimento do conceito.
2.4 Minimize o número de transportadores Significativas questões operacionais, de
reversíveis. manutenção, de limpeza e de saúde e
segurança surgem quando se tenta aumentar
Quando houver especificação de
a capacidade simplesmente aumentando a
transportadores reversíveis, escolha
velocidade da correia. Pode haver aumento
transmissões com embreagens em ambas as
significativo do custo, na ordem de 25 a 100
polias terminais. Evite transmissões centrais
por cento, se a adaptação da ampliação não for
em transportadores reversíveis.
planejada durante a etapa do conceito original.
2.5 Projete transportadores de forma que
No mínimo, a capacidade de modificar os
não se inclinem mais do que 5° no ponto de
padrões de fluxo do chute e as calhas-guia,
carga para evitar deslizamento do material. Na
bem como a de usar roletes de base larga
parte inclinada, use curvas verticais com um
devem sempre fazer parte do design conceitual.
raio mínimo de acordo com os métodos de 5
Essas mudanças permitirão futuras expansões
cálculo da CEMA ou do Instituto Alemão para
de capacidade com boa relação custo/benefício
Normalização (DIN). Isso é especialmente
ao modificar a largura e/ou a velocidade da
importante onde exista precipitação pesada ou
correia, e/ou o ângulo côncavo da correia.
Figura 32.1.
Usar as distâncias de
transição corretas na
Profundidade da cabeça e na traseira do
concavidade 1/3 transportador garantirá
a inclinação apropriada
Transição inteira na traseira Transição de um terço na descarga da correia e reduzirá
problemas futuros.

488
Seção 5 | Construção de transportadores melhores e mais seguros

2.7.1 Potencial de aumento da 6 polegadas [≈150 mm] e alteração da


capacidade, dado a constância do angulação de 20° para 45°= aumento da
material, da velocidade da correia e capacidade em 75 por cento.
largura da correia: Por exemplo: instalar roletes de
• Alteração de roletes de 20° para 35° base larga de 48 pol. [1.200 mm] a
= aumento da capacidade em 27 por 20° e logo trocar por roletes padrão
cento. de 54 pol. [≈1.400 mm] a 45° na
• Alteração de roletes de 35° para 45° = estrutura existente de base larga de 48
aumento da capacidade em 8 por cento. polegadas.

• Aumento da largura de uma correia Valores com base na publicação


(padrão), com ângulo côncavo CEMA Belt Conveyors for Bulk
constante = aumento da capacidade em Materials, 7ª Edição, Tabelas de 4.42
28 por cento. a 4.44, 100% da capacidade CEMA a
20° de sobrecarga.
• Aumento da largura de uma correia de
Figura 32.2.
DESIGN CONVENCIONAL DESIGN EVOLUÍDO
A diferença entre
RO GRANULADO Ø
um transportador LE
comprado em função TE
Ø
do preço (à esquerda)
e um transportador
SU

POLIA TRASEIRA Ø
com uma polia traseira
maior e roletes elevados K
para melhorar a ESPAÇADORES
limpeza (à direita). ST
RASPADOR
Redução SL

Diâmetro da polia traseira EVO, Ø ~ K + Redução + SU + ST + SL


Em que, o SU sugerido de 25 a 75 mm, ST na Profundidade da lateral e:
SL é o maior valor entre o Rolete Ø ou duas vezes o Granulado Ø

Figura 32.3. Zona traseira Zona de carga


Usar uma polia traseira Rolete CEMA
de tamanho maior do Transição
Dimensão "K"
que o mínimo exigido
pela correia fornecerá Calço de 75 mm
5 mais espaço para a [3 pol.]
instalação e manutenção
de componentes, tais
como raspadores em v
e mesas de impacto. Calço das zonas
traseiras e de carga
Raspador em v traseiro Comprimento do calço
Afastamento de serviço e ejeção 2 x Granulado máximo conforme exigido
Largura da correia ou
X=
2 x tan (T) 1 x Rolete Ø
[T = Ângulo da lâmina raspadora]

Diâmetro da polia traseira = Trama da estrutura (A) + Altura do rolo central do rolete (K) +
[2 x Granulado ou RoleteØ] + 75 mm
489
Especificações para transportadores mais limpos, seguros e produtivos | Capítulo 32

3. Características dos materiais a • Escala da tensão de aderência entre o


granel material a granel e as superfícies com
as quais entra em contato e a tensão de
Identificar e classificar o material a granel que coesão do material a granel.
será manuseado é fundamental para se obter
um transportador limpo, seguro e produtivo. • Use a norma CEMA 550 para especificar
É muito comum que o consumidor final altere as características adicionais, como
as especificações do material a granel depois de materiais abrasivos ou perigosos.
o design do transportador ter sido finalizado, o 4. Zonas traseiras e de transição
que impossibilita que o sistema possa alcançar
os requisitos de capacidade ou disponibilidade. O design apropriado da traseira garante que
Isso muitas vezes resulta em disputas sobre a correia fique centralizada e de acordo com
o desempenho do sistema. A garantia do a configuração do rolete e da concavidade
sistema deve indicar claramente, ao menos, as conforme entra na zona de carga. Isso
escalas das características do material a granel minimizará problemas futuros, incluindo
identificadas abaixo, e não se responsabilizar derramamentos e danos na correia. Para
pelas garantias de desempenho quando o melhorar o desempenho e a vida útil da
material não estiver compreendido nos limites correia, tanto a CEMA quanto o DIN
especificados. recomendam uma transição inteira na traseira
e uma de até um terço para a descarga.
• Escala de densidade do material a granel (Figura 32.1.)
transportado e solto.
4.1 Calcule a distância de transição
• Escala de umidade livre.
necessária usando as tabelas da norma
• Escala dos ângulos de repouso e DIN 22101, em vez de usar tabelas de
sobrecarga. "consulta".
• Escala de tamanho do granulado. 4.2 Siga as recomendações da CEMA
• Escala de distribuição de tamanho da para a distância de transição de
partícula. inclinação total na extremidade de carga
de um transportador.
• Escalas dos ângulos de fricção dos fatores
de fricção da parede (revestimentos 4.3 Siga as recomendações da CEMA
e chutes), internos e de superfície para inclinações de não mais de um
(componentes/acessórios em contato com terço na descarga do transportador.
a correia).

Ws Figura 32.4.
Chute
Calha-guia 5
Hs
Estrutura traseira e zona
Extensões de carga projetada para
Vedação da caixa traseira
limpeza, manutenção
e controle de pó.

Proteção não mostrada.

S1 S3
S2 S4
Manutenção Limpeza

Limpadores (raspadores) de
Raspador em v traseiro
correia no lado de retorno

490
Seção 5 | Construção de transportadores melhores e mais seguros

4.4 Considere eliminar os roletes de 4.7 Considere os uso de uma polia


transição na zona traseira dado que eles traseira retrasada para melhorar o
raramente oferecem suporte à correia e alinhamento em ambientes molhados.
são mais caros que os roletes padrão. 4.8 Evite o uso de polias traseiras
Fora da zona de carga, retorne ao design aletadas; se necessário, use polias
convencional com roletes montados na aletadas involucradas ou no estilo
estrutura da correia sem calços. Na zona chevron. A velocidade máxima da
de carga, calce os roletes para fins de correia com polias traseiras aletadas de
adaptação ou ampliação. (Figura 32.2.) acordo com a CEMA é de 450 pés por
4.5 Inicie a carga após o segundo rolete minuto [≈2,3 m/s].
de inclinação total. Não carregue o 4.9 Na estrutura de design, considere
material na zona traseira enquanto a os afastamentos da zona de carga para
correia estiver em transição. garantir o encaixe dos raspadores da
4.6 Especifique uma polia traseira maior correia e outros acessórios comuns da
do que a polia de diâmetro mínimo zona de carga.
compatível com a correia especificada. 4.10 Considere um limpador em v na
Selecione o maior diâmetro da polia polia traseira.
traseira com base nos seguintes critérios: 4.11 Coloque o suporte da polia
1) O diâmetro exigido pela norma traseira de forma que o raspador em
ANSI/CEMA B105.1 com base em v traseiro possa ejetar os fragmentos
100% dos módulos da correia. maiores ou um rolete de inclinação que
eventualmente caia. O afastamento da
2) Ao menos o diâmetro mínimo parte inferior da estrutura da correia
recomendado pelo fabricante da até o chão deve ser 2 vezes maior que
correia para uma tensão de 100% o maior dos fragmentos ou que o
do módulo da correia e um fator diâmetro do rolete.
recomendado da segurança da
emenda: 4.12 Pavimente a área nas proximidades
da polia traseira e as áreas de transição
3) O espaço necessário entre as partes para facilitar a limpeza.
superior e inferior do curso da correia
para os acessórios, como raspadores 4.13 Proporcione estações de
da correia, raspadores de proteção e fornecimento, como eletricidade, ar
mesas de impacto. (Figura 32.3.) comprimido e cárter ou dreno, próximos
da traseira para limpeza e manutenção.
4.14 Proporcione proteção contra
intempéries em toda a área desde a polia
traseira até a extremidade do chute de
5 Figura 32.5. carga.
O uso da plataforma
de trabalho portátil 5. Zona de carga
pode eliminar a
necessidade de escadas ou Carregar adequadamente o material em
passarelas permanentes uma correia transportadora pode aumentar
nas zonas de carga significativamente a vida útil da correia e de
do transportador. outros componentes, assim como reduzir
o material fugitivo, as necessidades de
manutenção e os riscos de ferimentos.
(Figura 32.4.)

491
Especificações para transportadores mais limpos, seguros e produtivos | Capítulo 32

5.1 Inclua vedação da caixa traseira uma velocidade o mais próximo possível da
para proteger a região do alto impacto e velocidade da correia.
da pressão do ar na base do chute e na
superfície de recepção da correia. Estenda 5.6 O espaçamento entre roletes na zona
os revestimentos de desgaste e vedações da de carga deve ser projetado para limitar
calha-guia ao longo da caixa traseira. a retração da correia a 1% ou menos e
organizado em matrizes comuns que
5.2 Siga as diretrizes da CEMA em relação considerem futuras expansões para usar
às zonas de acesso e zonas livres de dutos/ suporte de vedação e as mesas de impacto.
tubulação. Consulte Belt Conveyors for Bulk
Materials, 7ª Edição, Tabela 2.28 e Figuras S1 – O espaçamento entre roletes
de 2.29 a 2.35. diretamente na região de impacto não
deve ser superior a 300 milímetros
5.3 Carregue com o transportador de [≈12 pol.]
recebimento na posição mais horizontal S2 – O espaçamento entre roletes
possível para reduzir o retorno do material embaixo das calhas-guia, mas fora da
e a redução da capacidade. área de impacto direto, deve ter como
A capacidade do transportador é reduzida base a retração máxima da correia
ao ser carregado de forma inclinada dada permitida de 1 por cento.
a redução do ângulo de sobrecarga eficaz O espaçamento de 600 milímetros
à medida que o cosseno do transportador [≈24 pol.] é comum.
se inclina. Particularmente em temporadas S3 – O espaçamento entre roletes
de chuvas fortes ou quando o formato do passada a seção da calha deve ser
material a granel tende e rolar para trás, determinado pela especificação geral de
carregar a menos de 5° ajuda a controlar retração da correia, mas não superior a
o retorno do material e a resolver o 3 por cento. O espaçamento de 1.200
derramamento de material e entupimento a 1.500 milímetros [≈48 a 60 pol.] é
do chute. comum.

5.4 Não inicie o carregamento até que o S4 – O espaçamento do rolete de


segundo rolete fique totalmente inclinado. retorno tem como base o rolete de
carga, a mitigação da carga e dinâmica
5.5 Considere utilizar softwares de design (vibração da correia) do rolete.
de chutes com o Método dos elementos O espaçamento típico é de 3 metros
discretos (DEM) para confirmar que [≈10 pés], com furos de fixação pré-
as dimensões do chute não causem perfurados e espaçados para mudar o
entupimento, mas sejam capazes de local do rolete de retorno, se for preciso
centralizar a carga no curso da correia com para solucionar a vibração da correia
depois do início.
5

Figura 32.6.

R O design do chute de
carga afeta a trajetória
Ve Ve Ve do material, que por
sua vez afeta as taxas
de desgaste da correia.

Vb Vb Vb
CHUTE DE CAIXA DE PEDRA CHUTE PLANO CHUTE CURVADO

492
Seção 5 | Construção de transportadores melhores e mais seguros

5.7 A seleção do rolete deve ter como base unidirecionais e raspadores diagonais de 45
a norma CEMA 502: Bulk Material Belt graus para correias reversíveis.
Conveyor Troughing and Return Idlers –
Selection and Dimensions ou DIN 15207 – 5.9.1 Instale um limpador de correia
Continuous mechanical handling equipment no lado de retorno da área embaixo da
– Idlers for belt conveyors handling loose bulk caixa traseira.
materials – Main dimensions. 5.9.2 Um segundo limpador de correia
no lado de retorno pode ser instalado
5.7.1 Os roletes sob a zona de carga na área embaixo da extremidade de
geralmente exigem substituição mais descarga das calhas-guia.
frequente que os de outros lugares. As
localizações S1 e S2 dos roletes devem 5.9.3 Instale roletes de retorno ou
ser projetadas de forma que estes barras de deslize para dar suporte
possam ser removidos e substituídos à correia embaixo dos limpadores
sem precisar mover os roletes (raspadores) de correia no lado de
adjacentes. Soluções típicas procuram retorno para melhorar o desempenho
estabelecer suportes de extremidade e da limpeza.
roletes segmentados individualmente 5.9.4 Considere o controle e a coleta
em um sistema de guia. do material removido da correia pelo
5.8 A estrutura do transportador deve ser a raspador. Forneça acesso que permita
prova de fácil inspeção e manutenção.
acúmulos e projetada com a possibilidade Observação: Com correias reversíveis,
de ampliar a capacidade dos componentes o material limpo por raspadores
por meio do uso de uma polia traseira reversíveis descarregarão em ambos
maior, além de disposições e afastamentos os lados, dependendo do sentido da
estruturais. correia.

5.8.1 As barras cruzadas devem ser 5.10 Sabe-se que a área da zona de carga é
instaladas na cantoneira apontando fonte de grande parte dos materiais fugitivos.
para cima. Colocar degraus e passarelas nessa área
favorece deslizamentos, tropeços e quedas.
5.8.2 As estruturas de canais devem Em geral, as únicas razões pelas quais as
ser instaladas com as pernas para fora pessoas precisam acessar a área são para
para facilitar a limpeza e melhorar o fornecer limpeza e manutenção.
acesso dos parafusos de montagem de
componentes. 5.10.1 A altura da zona de carga em
5.8.3 As placas de cobertura da calha- ralação ao piso deve ser estabelecida
guia ou as plataformas do deck (se devido à necessidade de limpeza com
houver) devem ser inclinadas para segurança da parte de baixo da zona
5 minimizar o acúmulo de material. de carga enquanto a correia permanece
em operação. Uma consideração
5.8.4 Instale superfícies inclinadas secundária, com base na frequência da
nas vigas como placas contra pó para atividade, se refere ao acesso para fins
reduzir o acúmulo de material. de manutenção.
5.8.5 Proteja as placas estruturais 5.10.2 Afaste os roletes de retorno de
contra a corrosão e danos colocando-as 48 a 54 pol. [≈1.200 a 1.400 mm] do
em plataformas elevadas. chão (com as proteções adequadas) de
5.9 Limpadores (raspadores) de correia forma que permita a limpeza.
no lado de retorno normalmente devem 5.10.3 Se forem usadas plataformas
ter um design em "V" de 45 para correias de trabalho portáteis, não haverá

493
Especificações para transportadores mais limpos, seguros e produtivos | Capítulo 32

necessidade de iniciar os degraus ou 5A.2 Chutes de carga e placas de batentes


passarelas na zona de carga. Em vez curvos são comumente usados para
disso, afaste os degraus e passarelas ajudar a centralizar a carga. Esses itens são
do transportador e use plataformas de submetidos a um desgaste acelerado e devem
trabalho temporárias. Isso melhorará ser projetados de forma a permitirem acesso
a segurança e impedirá o ajuste não fácil para substituição, sem restrições de
autorizado de componentes na zona de entrada em espaço confinado. (Figura 32.6.)
carga. Inicie os degraus fora das áreas
em que derramamentos seja prováveis. 5A.2.1 Em geral, o mínimo desgaste
(Figura 32.5.) da correia de carregamento ocorre ao
usar uma placa de batente curva que
Assim que o transportador deixa a área direciona o material até o curso da correia
da zona de carga, a altura dos roletes receptora tendo o componente horizontal
de retorno acima do nível pode fazer do vetor de fluxo o mais perto possível
voltar à distância normal. Observe que da velocidade da correia receptora. O
a maioria dos padrões estabelece uma próximo tipo de carregamento mais
distância mínima entre o rolete de ameno para a correia é geralmente um
retorno e o nível. Isso provavelmente chute plano. Caixas de pedra podem
não é adequado para limpezas causar o maior desgaste da correia porque
mecanizadas embaixo do transportador. há pouquíssima velocidade na direção da
5.11 Use a norma CEMA 575 como correia receptora e a altura de queda pode
especificação de mesas de impacto. Se as ser significativamente maior do que um
mesas não estiverem incluídas na especificação chute plano ou curvo.
original, o design deve permitir a instalação
futura na área de impacto, adequando a 5A.3 Considere utilizar softwares com o
estrutura ao espaço necessário para instalação e Método dos elementos discretos (DEM)
manutenção. para confirmar o efeito dos designs de
centralização da carga.
5.12. Centro de carga
5A.4 Chapas de desgaste nos chutes
Se for possível antecipar o manuseio de devem ser consideradas de sacrifício.
fragmentos grandes ou o carregamento de alto Em vez de focar no custo e na vida útil
impacto, considere a instalação de um raspador dos revestimentos, coloque ênfase na
em V concebido para proteger a correia e a facilidade e na velocidade de substituição.
polia traseira do impacto de fragmentos ou de Considere fazer o chute modular com
roletes quebrados. armação de chapas resistentes à abrasão sem
revestimentos. Os painéis modulares podem
5A. Centro de carga ser reutilizados. Basta remover os painéis
O centro de carga da correia receptora é desgastados para uma posição onde não
fundamental para o alinhamento correto da sofram desgaste ou simplesmente substituir
correia e para reduzir a liberação de materiais o painel por completo.
fugitivos. 5B. Calha-guia
5A.1 O desgaste da correia pode ser As calhas-guia são a parte estrutural do
reduzido por meio do controle do fluxo compartimento que contém material
do material a granel no chute e do carregado. Normalmente, a chapa de desgaste
direcionamento do fluxo para a correia e os sistemas de vedação estão anexados às
receptora a uma velocidade parecida com a calhas-guia, que são cobertas para controlar o
velocidade da correia receptora. pó e evitar derramamentos.

494
Seção 5 | Construção de transportadores melhores e mais seguros

5B.1 A largura da calha-guia deve ter Com base na turbulência: LS =1,2 m a cada
um vão de no mínimo 115 milímetros 1,0 m/s de velocidade da correia [≈2 pés a
[≈4,5 pol.] da borda da correia, medida cada 100 pés/minuto].
na superfície côncava externa da correia, a
partir da borda da correia até o local onde Com base no deslizamento do material:
o plano da calha-guia cruza com a correia.
A dimensão da calha-guia é considerada V 2b – V 2y
um plano imaginário e sua espessura não Ls =
é normalmente levada em consideração 2,0 x g x (μb– tan θ)
ao definir a capacidade de profundidade
da correia dos cálculos de materiais. Com base no controle passivo do pó:
Observação: a distância da calha-guia até Ls = 2,0 segundos a cada velocidade da
a borda não é igual à distância padrão da correia (em metros por segundo ou pés por
borda usada nos cálculos de capacidade. segundo).

5B.2 A área transversal mínima • Ls = comprimento da calha-guia


recomendada para o chute de carga na parte passado o chute de carga = LS.
superior das calhas-guia deve ser quatro • Vb = velocidade da correia.
vezes a área calculada usando a densidade do
• Vy = velocidade vertical do fluxo de
material solto e a capacidade do design do
material ao sair do chute de carga e
transportador.
atingir a correia.
5B.3 A conexão entre a saída do chute e a • g = aceleração decorrente da gravidade.
cobertura superior das calhas-guia deve estar
• μb = coeficiente de fricção entre o
inclinada na direção de deslocamento da
material a granel e a correia.
correia para reduzir o acúmulo no chute.
• θ = ângulo de inclinação da correia.
5B.4 Após o chute de carga avançar até as
A altura da calha-guia deve ter como base
calhas-guia (à exceção dos alimentadores),
a limitação da velocidade da saída do ar a 1
as chapas de desgaste devem ser liberadas
m/s [≈200 pés/min] ou menos. A altura é
(abertas) no sentido do deslocamento para
calculada como base no fluxo total de ar e na
reduzir o entupimento devido ao súbito
largura das calhas-guia.
aumento da carga. Observação: o aço
estrutural da calha-guia pode ser espaçado O fluxo de ar total dos chutes de carga
em paralelo à correia. (Consulte 5B.5) existentes pode ser mensurado por meio da
medição da velocidade do ar em todas as
5B.5 A distância entre a borda inferior
condições de carga e início e por meio da
da calha-guia de aço e a correia é ditada
área da seção transversal acima do fluxo de
pela chapa de desgaste e pelos sistemas
material:
de vedação. Normalmente, a calha-guia
5
pode correr paralelamente à superfície da Qtot = Vmáx. do ar × Asaída da calha-guia
correia com espaçamento de 50 mm [≈2
pol.] ou mais, quando se utiliza um design 5B.7 A altura da calha-guia com base no
com chapa de desgaste externa por cima da cálculo do fluxo de ar (Q m3/h ou pés3/min):
correia. Qtot = QDeslocado + QInduzido + QGerado
5B.6 Há várias fórmulas que • Ar deslocado é o ar movimentado
podem ajudar a determinar a largura quando o fluxo de material a
necessária da calha- guia. granel entra pela primeira vez no
compartimento de transferência.

495
Especificações para transportadores mais limpos, seguros e produtivos | Capítulo 32

tph (toneladas por hora) ditada por mudanças nas características do


Qdes material a granel ou velocidade da correia.
Densidade do material a
=
granel 5B.10 Um dispositivo de alinhamento de
correia de retorno deve ser instalado no
• O ar induzido é o ar aspirado ao lugar do último rolete de retorno antes da
compartimento de transferência pelo zona de carga para direcionar a correia até a
vácuo criado quando as partículas polia traseira e a zona de carga.
se separam à medida que o material O dispositivo de alinhamento deve estar
é descarregado da correia no suficientemente afastado da polia traseira
compartimento de transferência. As para permitir que a correia seja orientada,
telas podem gerar uma quantidade mas suficientemente perto da polia traseira
significativa de ar induzido. para orientar a correia até a carga.

R x S2 5C. Vedação
Qind = 0,078 x Au x 3
D Uma das principais maneiras de reduzir
• Au = área aberta do chute (m2). o material fugitivo é controlar o
derramamento de materiais nas laterais e na
• D = diâmetro médio da partícula (m). traseira do transportador.
• R = capacidade (ton. métrica/hora).
5C.1 Instale uma caixa traseira na parte de
• S = altura de queda (m). trás do chute de transferência.
• Qind = fluxo de ar induzido (m3/s).
O material de vedação da caixa traseira
Observação: Essa é uma equação deve ser colocado no interior dela de
de ajuste de curva. Para unidades modo que constitua uma vedação
imperiais, use 0,078 = 10,0. unidirecional. Isso permitirá que o
• O ar gerado é o ar criado pelo material na correia passe por baixo, sem
equipamento de processo ou o efeito de deixar que o material no chute/calhas-guia
chaminé de longas galerias inclinadas. seja soprado ou retornado, saindo da caixa
Os trituradores são fontes comuns de ar traseira. Instale a porta de inspeção na
gerado. A agência NIOSH oferece essa parte de cima da vedação da caixa traseira.
equação para britadores de martelos em A caixa traseira deve ter uma extensão de
que D = diâmetro e W = largura do no mínimo um espaço S1 passada a parte
moinho. de trás do chute de carga; ela pode se
estender até a polia traseira.
π
Qger = x rpm
4 x D2 x W 5C.2 Use um sistema externo de chapa de
desgaste, em que os revestimentos estejam
A maioria dos fornecedores de anexados no exterior e na parte inferior do 5
equipamentos pode fornecer dados de ar aço da calha-guia.
gerado de seus equipamentos.
As chapas de desgastes são projetadas
5B.8 As coberturas das calhas-guia devem como revestimentos de sacrifício,
ser inclinadas nas laterais do transportador mas elas também mantêm a pressão de
para evitar o acúmulo de pó. carga fora das tiras de vedação.
5B.9 Considere os designs de calhas- A parte inferior do revestimento deve
guia modulares para que a instalação estender-se até bem perto da correia;
inicial possa ser facilmente estendida 10 milímetros [≈0,38 pol.] são sugeridos
no comprimento e/ou altura, caso seja para aplicações típicas na região de

496
Seção 5 | Construção de transportadores melhores e mais seguros

impacto. Esse afastamento deve então 5D.3.2 A última cortina de pó deve ter
abrir gradualmente (autoliberação) no a mesma largura da correia dentro da
sentido de deslocamento da correia. extensão da calha-guia e toda a largura
do compartimento da calha-guia. A
5C.3 Use um sistema de vedação auto- cortina deve ser cortadas em tiras e
ajustável da calha-guia para eliminar a contornadas apenas para limpar a carga
necessidade de ajuste contínuo e o risco na correia.
do sobre ajuste que provoca entalhes na
correia. 5D.4 A cobertura (teto) do compartimento
da calha-guia deve ser inclinada para evitar o
Observação: É mais importante que o acúmulo de pó.
material de vedação da calha-guia tenha
um índice de abrasão menor do que o 5D.5 Os elementos estruturais devem ser
índice da correia do que dispor de uma orientados para evitar o pó e o acúmulo
classificação de dureza mais baixa do que a de material; por exemplo, os membros da
da correia. cantoneira projetados com a ponta para
cima.
5D. Controle passivo de pó
5D.6 O fluxo de ar no chute de
Controlar o fluxo de material em chutes transferência deve ser medido para aplicações
usando a tecnologia de cobertura e chute de adaptações ou calculado para novos
curvo reduzirá muito o carregamento projetos.
de pó, controlando a quantidade de ar
induzido na transferência e reduzindo a Inclua os fluxos de ar deslocado, induzido ou
degradação do material a granel. gerado. Consulte o Capítulo 7, Controle de
ar, do livro FOUNDATIONS™, 4ª Edição da
5D.1 Considere utilizar softwares com o Martin Engineering.
DEM para confirmar o efeito do design para
controlar o fluxo de material a granel. Calcule (ou, em instalações existentes, meça)
o volume e a velocidade do fluxo de ar.
5D.2 A área transversal do compartimento
da calha-guia deve ser suficiente para que a Não confie exclusivamente nas
velocidade do ar existente no compartimento recomendações de Ventilação industrial para
seja ≤ 1,0 metro por segundo [≈200 pés/ o volume de ar de exaustão com base na
min]. largura da correia.

5D.3 Ao menos três cortinas de pó devem 5E. Controle ativo de pó (supressão e/ou
ser instaladas no interior da extensão da coleta)
calha-guia.
O controle de pó pode ser realizado de várias
5D.3.1 As duas primeiras cortinas maneiras.
5 de pó devem ser configuradas para
restringir o fluxo de ar, mas não A supressão do pó usa água ou mesmo água
devem bloqueá-lo completamente. Por reforçada com substâncias químicas para
exemplo, cada cortina deve ser cortada reduzir a criação ou escape de pó. Os sistemas
em tiras, sendo que o tamanho de cada aplicam umidade na forma de spray, espuma
uma delas deve ser a metade ou dois ou névoa de água.
terços da largura do compartimento Os coletores de pó usam ventiladores para
da calha-guia. As cortinas devem ser induzir o pó a um meio de filtração. Os
anexadas em lados alternados da calha- sistemas alternativos incluem grandes sistemas
guia. O material da cortina deve ser centrais de coletores e sistemas localizados de
flexível de forma que se mova e resista purificação do ar.
ao acúmulo.
497
Especificações para transportadores mais limpos, seguros e produtivos | Capítulo 32

Consulte o Capítulo 19, Supressão de pó, e evitar acúmulos de materiais são conhecidos
e o Capítulo 20, Coleta de pó do livro com canhões de ar e vibradores.
FOUNDATIONS™, 4ª Edição da Martin
Engineering para obter orientações gerais sobre Consulte o Capítulo 9, Auxiliares de fluxo,
sistemas ativos de coleta de pó. Consulte um do livro FOUNDATIONS™, 4ª Edição da
fornecedor para obter recomendações sobre Martin Engineering para obter orientações
aplicações específicas. gerais. Consulte um fornecedor para obter
recomendações específicas.
5E.1 Considere a supressão para gerenciar
a fuga de pó; a supressão de pó pode ser 5F.1 Considere incluir a localização e
realizada de muitas maneiras. Devido à suportes para os auxiliares de fluxo na
adição de água e/ou substâncias químicas, a fabricação original para fazer futuras
supressão de pó pode afetar a qualidade do instalações para adaptar auxiliares de fluxo
produto. Devido às restrições na utilização com melhor relação custo/benefício.
de água, ao custo de substâncias químicas 5F.2 Considere isolar o chute de descarga
e aos problemas de manutenção de bicos, entre o chute dianteiro e as calhas-guia para
muitos processos desnecessariamente coíbem fazer um chute "vivo" que possa ser vibrado
a supressão de pó. para reduzir os acúmulos e entupimentos.
5E.2 Se o fluxo de ar calculado ou medido 5F.3 Use cabos de segurança para amarrar os
for superior a 56 metros cúbicos por minuto auxiliares de fluxo
[≈2.000 pés3/min], considere fornecer uma na estrutura no caso de eles se soltarem de
coleta ativa de pó. seus suportes.
5E.3 Não utilize as recomendações de 5F.4 Para fins de segurança, os canhões de
Ventilação Industrial de pés cúbicos do ar e vibradores somente devem ser ativados
volume de exaustão com base na largura com pressão de ar positiva.
da correia, pois podem dramaticamente
subestimar ou superestimar o volume de ar. 5G. Acesso à zona de carga

5E.4 Se for utilizada a coleta de pó São necessárias inspeções e manutenção


central, siga as recomendações de frequentes para conter materiais fugitivos.
Ventilação Industrial para localização e Certamente haverá a necessidade de
compartilhamento de volumes de exaustão, limpeza ocasional de materiais fugitivos e
mas não os volumes de extração. derramamentos na zona de carga. Tanto a
inspeção quanto a limpeza normalmente
5E.5 Se for utilizada a coleta de pó modular, contribuem na ocorrência de acidentes graves.
coloque a unidade coletora a um terço do
comprimento da extensão da calha-guia a 5G.1 Defina a altura da zona de carga para
partir da saída das calhas-guias e entre as manutenção. As áreas de acesso para limpeza
duas cortinas de pó. devem ser projetadas para melhorar o acesso 5
e promover os procedimentos de serviços
5E.6 Considere fornecer locais de suporte ergonomicamente apropriados.
para equipamento de supressão e/ou coleta
de pó no design original que possibilite 5G.2 A distância da superfície de trabalho
futuras adaptações de capacidade com boa (piso ou passarela) até a parte inferior dos
relação custo/benefício. roletes de retorno deve ser suficiente para
permitir uma limpeza segura embaixo
5F. Auxiliares de fluxo da correia em movimento, desde que os
Os auxiliares de fluxo geralmente usados em pontos de pressão do rolete de retorno e
chutes de transferência para melhorar o fluxo quaisquer outros riscos identificados sejam

498
Seção 5 | Construção de transportadores melhores e mais seguros

devidamente protegidos. Uma altura típica 5G.5 Se forem fornecidas passarelas/


que permita a limpeza é de no mínimo 1,2 plataformas de trabalho fixas ao longo da
m (≈4 pés). zona de carga, calcule a carga da estrutura
necessária com base na plataforma que está
5G.3 Roletes inclinados, chapas de desgaste, completamente coberta com material a
vedações das guias laterais e equipamentos granel no seu ângulo de repouso.
de contenção/supressão de pó só devem
ser acessíveis por equipes autorizadas de 5G.6 Siga as diretrizes da CEMA para acesso
inspeção e manutenção. Para controlar e zonas livres de dutos/tubulações. (Consulte
o acesso, considere eliminar as passarelas a Tabela 2.28 e as Figuras de 2.29 a 2.35 Belt
ao redor da zona de carga e fornecer Conveyors for Bulk Materials, 7ª Edição da
plataformas de trabalho temporário, em vez CEMA.)
de plataformas fixas.
5G.7 Pavimente a área embaixo e nas
5G.4 Permitir pelo menos uma distância proximidades da zona de carga para que a
de largura da correia após a saída dantes de manutenção e a limpeza sejam mais seguras.
instalar etapas para passarelas. Se houver
passarelas/plataformas fixas ao longo da zona 5G.8 Forneça estações de fornecimento
de carga, proteja adequadamente a zona e ferramentas necessárias para limpeza e
de carga e/ou instale um meio de acesso manutenção na área imediata. As estações
limitado, como um portão com trava para de fornecimento podem incluir eletricidade,
manter pessoas não autorizadas fora da zona saída de soldagem, ar comprimido, água
de carga. e cárter ou dreno. Deve haver vassouras,
pás e ferramentas especiais de ajuste
Figura 32.7. em um compartimento adequado de
Chute de descarga
armazenamento.
poligonal com 5H. Proteções
painéis modulares.
Muitos acidentes graves acorrem quando
os trabalhadores estão nas proximidades da
zona de carga do transportador para realizar a
limpeza e manutenção.

5H.1 Todos os ponto de pressão no lado


de carregamento da correia devem ser
protegidos.

Muitas normas não tratam os pontos de


Figura 32.8. pressão da zona de carga entre a correia
Polia de cabeça carregada e os roletes como um risco
5 se as calhas-guia/chapas de desgaste se
maior permite
limpeza adequada. encontram a 50 milímetros [≈2 pol.] acima
da correia.

Essa prática deve ser descontinuada,


pois até mesmo com um espaço de 50
milímetros [≈2 pol.], o peso da correia
carregada e a pressão da vedação da guia
lateral fazem da interface entre o chute de
carga, as calhas-guia e a correia um ponto
de pressão perigoso.

499
Especificações para transportadores mais limpos, seguros e produtivos | Capítulo 32

5H.2 Se houver acesso por meio de 6. Zona de carregamento


plataformas e/ou passarelas, coloque
Na zona de carregamento há menos detalhes,
proteções nas áreas.
porém importantes, a serem considerados a
A proteção das áreas deve estar interligada fim de proporcionar um transportador de
à transmissão do transportador. A correia limpo, seguro e produtivo.
tendência é fornecer tanto proteção geral
6.1 O acesso é essencial em todas as áreas,
quanto proteção de proximidade das áreas
mas especialmente em transportadores
interligadas.
inclinados. O acesso deve ser fornecido
5H.3 Se a zona de carga for projetada em ambos os lados de um transportador
para ser limpa enquanto a correia estiver inclinado para fins de serviço e inspeção.
em operação, todos os roletes de retorno
A maioria dos códigos exige passarelas com
e as bordas da linha da correia devem ser
uma largura mínima de 600 milímetros [≈24
protegidos para evitar contato acidental.
pol.] para acesso de serviço ocasional e de
5H.4 Proteção da correia contra materiais 900 milímetros [≈36 pol.] para acesso geral.
em queda deve ser fornecida com base no Existem outras maneiras para fornecer acesso
tamanho nominal do material a granel. de serviço, tais como plataformas móveis de
De modo geral, os fragmentos de material manutenção que passam por cima ou por
menores que 50 milímetros [≈2 pol.] não baixo da estrutura.
devem apresentar riscos, mas um acúmulo
6.2 A substituição de roletes de retorno
de materiais fugitivos em estruturas
é uma atividade comum que expõe o
elevadas pode.
trabalhador aos riscos de ferimentos. Assim

Figure 32.9.
Geometria relacionada à
posição da polia tensora
e ao espaço requerido
para limpeza da correia.

50 mm [≈ 2 pol.] Típico

Ponto de contato da lâmina


T: 150 mm [≈ 6 pol.] Típico
Abertura na parede do chute

500
Seção 5 | Construção de transportadores melhores e mais seguros

como acontece com os roletes do lado de 6.7 Em todos os transportadores, considere


carregamento, a substituição de roletes de projetar uma maneira de atravessar os
retorno supõe problemas ergonômicos e de transportadores por cima e por baixo onde
segurança. for necessário. Muitos componentes do
lado de carregamento precisam de acesso
A inspeção e manutenção de roletes é a frequente para fins de inspeção e serviço;
principal função que requer acesso em zonas de passagem devem ser fornecidas para
ambos os lados do transportador. Mesmo aliviar a tentação de subir na correia para
um rolete de 1.200 milímetros [≈48 atravessar. Alguns códigos exigem zonas de
pol.] pode facilmente pesar 40 kg [≈88 passagem para transportadores terrestres em
lb] e apresentar problemas ergonômicos intervalos estabelecidos na regulamentação.
(tensão muscular) e de segurança (queda, Consulte o Capítulo 2, página 47 do livro
esmagamento) ao tentar realizar um serviço Belt Conveyors for Bulk Materials, 7ª Edição
em um dos lados. da CEMA.
6.3 O acesso à passarela em ambos os lados 6.8 A estrutura da zona de carregamento
muitas vezes é colocado nas extensões deve se prestar à modularização para fins de
estruturais a partir da parte inferior das proteção.
treliças do transportador. Essa prática
faz com que os roletes de retorno fiquem 6.9 Considere usar coberturas sobre o
embaixo da passarela, o que torna a inspeção transportador para reduzir o pó transportado
e substituição mais difíceis e perigosas do pelo vento, as adições de umidade ao sólido
que o necessário. Considere posicionar a granel e o vento forte que desencaixe a
a passarela abaixo dos roletes de retorno correia dos roletes, ou para servir como
ou fornecer uma plataforma de trabalho função secundária de proteção dos pontos de
móvel ou superfícies no solo e afastamentos pressão.
apropriados para a operação de elevação da
caçamba. 6.10 Os roletes de alinhamento na zona de
carregamento geralmente não são necessários
6.4 Acesso significa acesso livre; não permita se a correia estiver carregada no centro,
que as polias côncavas ou equipamentos se a estrutura estiver alinhada e os roletes
auxiliares se estendam até a passarela. estiverem alinhados com a linha central da
Forneça passarelas mais amplas nessas áreas correia.
e instale uma barreira de corrimão para
evitar que as pessoas tropecem sobre esses 6.11 Forneça iluminação adequada ao longo
equipamentos. da zona de transporte para fins de acesso e
manutenção.
6.5 Forneça acesso em ambos os lados dos
transportadores inclinados para inspeção 6.12 Os pontos de pressão entre a correia e
e manutenção. Consulte o Capítulo 2, as curvas convexas do transportador devem
5 estar protegidos devido a que a área curvada
Tabela 2.28 e as Figuras de 2.29 a 2.35 Belt
Conveyors for Bulk Materials, 7ª Edição da apresenta tensões maiores.
CEMA. 7. Zonas de descarga
6.6 A maioria das normas não exige proteção A zona de descarga é um local frequente
dos pontos de pressão entre a correia e os de acidente e deve ser projetada de forma
roletes de carga, mesmo que esses pontos a facilitar o acesso para fins de inspeção e
sejam numerosos e estejam expostos na manutenção.
maioria dos designs. Considere a instalação
7.1 Siga as diretrizes de acesso do Capítulo 2
de corrimãos ou grades de proteção entre a
do livro Belt Conveyors for Bulk Materials, 7ª
correia e as passarelas.
Edição da CEMA.
501
Especificações para transportadores mais limpos, seguros e produtivos | Capítulo 32

7.2 A estrutura deve ser projetada de chute durante a operação ou manutenção.


forma que permita o acesso aos sensores de
7.11 Considere fazer o chute modular com
segurança, tais como interruptores de desvio
armação de chapas resistentes à abrasão sem
da correia e de chute entupido.
revestimentos. Os painéis modulares podem
7.3 No design do chute de descarga deve-se ser reutilizados. Basta remover os painéis
incluir capacidade de carga adequada para desgastados para uma posição onde não
condições normais de parada ou fornecer um sofram desgaste ou simplesmente substituir
meio de transbordamento. o painel por completo. (Figura 32.7.)

7.4 A estrutura deve ser projetada para 7.12 O cabo do interruptor da parada de
permitir a montagem de raspadores de emergência deve circular completamente o
limpeza nas correias de acordo com as chute de descarga e a polia traseira.
recomendações de acesso da CEMA para
7.13 Forneça iluminação adequada na zona
locais de limpeza primários e secundários.
de descarga.
Consulte o Capítulo 2 do livro Belt
Conveyors for Bulk Materials, 7ª Edição da 7.14 Use uma polia da cabeça maior que
CEMA. o mínimo exigido pela especificação da
correia para auxiliar na instalação de vários
7.5 Em transportadores inclinados,
raspadores primários na polia de cabeça.
considere colocar um batente horizontal
Recomendam-se 48 polegadas [≈1.200 mm].
para abrir o acesso para fins de instalação e
(Figura 32.8.)
manutenção de raspadores de correia.
7.15 Estenda o chute de descarga de forma
7.6 A localização da plataforma de serviço
que envolva a polia tensora.
deve permitir uma inspeção e um serviço
ergonômicos dos raspadores de correia. Os 7.16 Quando os raspadores de correia
raspadores de correia devem estar a pelo estiverem instalados fora da polia de cabeça,
menos 39 polegadas [≈1 m] da plataforma instale um rolo de pressão em cima de cada
de serviço. raspador.

7.7 Forneça estações de fornecimento 7.17 Os chutes de desvio devem ser verticais,
necessárias para limpeza e manutenção na sempre que possível. Quando estiverem
área de descarga. inclinados, use um design de parede traseira
viva. (Consulte a Figura 9.16 do livro
7.8 Se forem usados auxiliares de fluxo no
FOUNDATIONS™, 4ª Edição da Martin
chute de descarga, conecte-os às portas de
Engineering)
acesso para evitar uma ativação acidental
com as portas de acesso abertas. 7.18 Considere o uso de caixas de
engrenagens planetárias em linha nos
7.9 Forneça vedação/cobertura razoável nas
transportadores movidos por polia de cabeça
portas de acesso, eixos e entrada e saída da 5
para permitir o acesso às laterais do lado da
correia para reduzir a área e permitir o ar
transmissão dos raspadores de correia ou
induzido.
use raspadores que possam ser ajustados e
7.10 A trajetória do material deve entrar em passar por manutenção do lado do operador
contato com o chute/superfície de desgaste sem a necessidade de acessar pelo lado da
em uma determinada angulação de forma transmissão.
que não produza uma velocidade de queda
7.19 Considere a localização da polia tensora
livre de qualquer parte do material a granel
em relação à polia de cabeça de forma
a fim de reduzir o acúmulo no chute, a
que permita a instalação de raspadores de
possibilidade de bloqueio e o risco de cair no
correia na posição secundária. A maioria dos

502
Seção 5 | Construção de transportadores melhores e mais seguros

raspadores de correia exigem um mínimo de 8.2 Cabos de parada de emergência


6 polegadas [≈150 mm] de acesso livre para
cada raspador. A plataforma de acesso deve Um cabo de parada de emergência
ser localizada a pelo menos 39 polegadas [≈1 deve estar acessível em ambos os lados
m] abaixo dos raspadores para que a limpeza do transportador (caso ambos os lados
dos raspadores seja realizada com facilidade. permitam o acesso) e em volta da polia de
(Figura 32.9.) cabeça e da polia traseira.

Consulte o fabricante do raspador de correia 8.3 Chave de velocidade zero/sensor de


sobre a instalação do raspador da correia e os rotação da polia traseira
afastamentos estruturais necessárias para se Instale um sensor de rotação ou de
instalar o tensionador do raspador. velocidade no eixo da polia traseira. Evite
7.20 Use o sistema de Classificação da usar sensores de objetivos expostos, pois
CEMA sobre dificuldades na aplicação de colocam em risco a segurança.
limpeza da correia e os Níveis de material de 8.4 Detector de velocidade/movimento da
retorno da CEMA para especificar o nível correia
exigido de limpeza da correia.
Considere incluir um detector de
7.21 Para auxiliar no controle do pó, o movimento/velocidade para funcionar junto
compartimento da polia de cabeça deve ser com o sensor de rotação/velocidade da polia
estendido até incluir a polia tensora ou, pelo traseira.
menos, até o último rolete inclinado antes de
a correia atingir a polia de cabeça. 8.5 Detector de rasgo da correia

8. Controles/sensores de segurança e Considere a possibilidade de instalar um


paradas de emergência sistema de detecção de rasgo da correia com
É importante para a segurança e produtividade uma função de parada de emergência caso
do transportador monitorá-lo de forma precisa seja possível que metais soltos ou chapas
e, se houver problemas, interrompê-lo de afiadas de material possam penetrar na
qualquer lugar do sistema. correia com o impacto da carga.

8.1 Chaves de desalinhamento da correia 8.5.1 Considerar deixar espaço para


a futura inclusão de um monitor de
Na zona de carga, o alinhamento da correia detecção de rasgo imediatamente
é fundamental para centralizar a carga e para após a região de impacto da zona de
evitar vários outros problemas relacionados à carga, mesmo que tais problemas não
operação e manutenção. possam ocorrer nas condições atuais de
funcionamento.
Instale chaves de desalinhamento (desvio) da
correia de dois estágios no ciclo de retorno 8.6 Detectores de incêndio/fumaça/gás
5
entre o último rolete de retorno e a polia carbônico
traseira. O primeiro estágio deve ser um
aviso; ele deve ser configurado para permitir Detectores de incêndio/fumaça/gás
o desvio normal da correia. Um valor típico carbônico são normalmente exigidos pelos
de aviso é de +/- 50 milímetros [≈2 pol.]. códigos de segurança com base na natureza
O segundo estágio deve ser um ajuste de do material a granel transportado. A forma
parada eletrônica com base na amplitude mais comum de controle de incêndio é
de deslocamento permitido antes que a um sistema de dilúvio de água com bicos
correia entre em contato com a estrutura do aspersores.
transportador ou que passe pela vedação da
guia lateral.
503
Especificações para transportadores mais limpos, seguros e produtivos | Capítulo 32

8.7 Sensor de fluxo do material

Considere incluir um sensor de fluxo de


material a granel na saída das calhas-guia
como indicar chutes entupidos.

9. Manutenção
Os componentes da zona de carga precisam
de inspeção permanente, ajuste e substituição
periódica. Eles devem ser projetados para
permitir fácil manutenção para que não
requeira entrada em espaços confinados.

9.1 Os componentes de fácil manutenção


devem ser:

• Caixa traseira e vedação


• Limpador em v traseiro
• Chapas de desgaste
• Vedações de calhas-guia
• Cortinas de pó
• Roletes
• Raspadores de correia
• Estruturas de suporte de correia:
roletes/mesas de impacto/mesas
deslizantes embaixo da zona de carga
• Equipamento de supressão/coleta de pó

CONCLUSÕES
O valor da especificação típica
Essas especificações típicas têm como
finalidade auxiliar os projetistas e proprietários
do sistema a determinar os elementos
importantes ao projetar transportadores
mais limpos, seguros e produtivos. Empregar
mais tempo na etapa de design reduz
5
consideravelmente os riscos de falha do projeto
e os custos operacionais, além de melhorar a
segurança. Embora seja impossível especificar
todas as opções, considerações ou variáveis
em uma publicação geral, essas especificações
oferecem orientação sobre o que deve ser
levado em consideração no desenvolvimento
de um sistema transportador.

504
505
Seção 6 O RETORNO

Capítulo 33
O cálculo da segurança . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 507
Capítulo 34
O retorno da segurança . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 519
Capítulo 35
Compreensão das conexões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 559

506
Capítulo 33 O cálculo da segurança
INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 507 INTRODUÇÃO
Os custos dos acidentes . . . . . . . . . . 508 Como dizia o velho ditado: "Se você acha que
a segurança é cara, experimente os acidentes".
Despesas diretas versus indiretas . . 509
Os acidentes, incidentes e doenças industriais
Comparação dos custos . . . . . . . . . . 510 são caros, como os autores mostrarão, com
consequências e gastos diretos e indiretos.
Os custos ocultos das
Segurança: isto é, todas as coisas que podem
falhas na segurança . . . . . . . . . . . . . . 511
ser feitas para prevenir ou evitar acidentes,
Obtenção de aprovação para as incidentes e doenças, que são então agrupadas
despesas de segurança . . . . . . . . . . . 511 no custo de segurança. As despesas em
segurança são sempre — em alguns aspectos
O retorno dos gastos em — um meio de evitar custos.
segurança . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 512
Mas em vez de só ver as despesas, muitos
O elo da produtividade . . . . . . . . . . . 513 locais de trabalho estão agora reconhecendo
A perspectiva do ROI . . . . . . . . . . . . . 515 um retorno positivo de seus investimentos
em segurança. Esses benefícios positivos
O retorno em prevenção . . . . . . . . . . 516 são visíveis no aumento da produtividade,
bem como na promoção de condições mais
O caso de negócios da segurança . . 517 seguras. Eles fornecem um retorno rápido e
CONCLUSÕES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 517 significativo do investimento.
6

507
O cálculo da segurança | Capítulo 33

"Segundo a minha experiência, um desempenho O custo de um desastre: US$ 11 milhões por morte
sólido em segurança se traduz em solidez dos
negócios." O artigo Reducing Mine Accidents by Design, escrito em 1991 por J.H. Daniel do
United States Bureau of Mines e publicado pela Society for Mining, Metallurgy,
Cynthia Carroll, and Exploration, relatou que o custo médio de uma fatalidade em minas de carvão
CEO (de 1/2007 a 10/2012)
subterrâneas era de US$ 1,02 milhão. Esse valor incluía médicos, compensação
Anglo American plc
do trabalhador, investigação de acidentes, perda de renda para a família e custos
perdidos na produção de carvão, mas não as perdas em equipamentos. Os custos
"Mesmo sendo difícil de capturar e medir os
de um acidente em uma mina de carvão subterrânea foram estimados em
benefícios financeiros específicos da redução US$ 237.000 por lesão nos casos que envolvam invalidez permanente e em
de lesões, isso não significa que devemos evitar US$ 5.000 por lesão nos casos em que houver afastamento do trabalhador.
a discussão sobre o impacto da segurança nas Quando se consideram as vítimas fatais, esses custos podem ser comparados com
demonstrações financeiras de uma organização."
a escala do desastre da mina Upper Big Branch em 2010 nos Estados Unidos.
Danny Smith, A explosão e o incêndio da mina – o pior desastre na indústria da mineração de
"The Other Side of the Coin", carvão nos Estados Unidos em quase 40 anos – resultaram na morte de
Occupational Health and Safety, 29 mineiros. O desastre resultou em enormes prejuízos para a proprietária da
abril de 2015. mina, a Massey Energy, e para a nova proprietária da empresa, a Alpha Natural
Resources. De acordo com um artigo no theguardian.com intitulado "Who will pay
for the Upper Big Branch mine disaster?", escrito por Beth Wellington, esses custos
Este capítulo abordará os fatores econômicos são:
de acidentes e de investimentos em segurança. Custos da US$ 128,9 Incluindo as despesas de resgate, multas,
Massey milhões pagamentos de familiares e, perda estimada de
US$ 56 milhões em contribuições do EBITDA
(lucros antes de juros, impostos, depreciação e
Os custos dos acidentes amortização).
Compreender plenamente todos os custos Custos US$ 209
associados a uma lesão no local de trabalho da Alpha milhões
pode ser difícil. Várias organizações – que US$ 46,5 Em restituição (US$ 1,5 milhão para os dois
incluindo o National Safety Council (NSC, incluem milhões sobreviventes e para a família de cada uma das
Conselho de Segurança Nacional) e os Centers pessoas falecidas.)
for Disease Control and Prevention (CDC, US$ 80 milhões Para melhorias em segurança.
Centros de Controle e Prevenção de Doenças) US$ 48 milhões Em estudos de segurança ao longo de um período
nos Estados Unidos – dispõem de modelos de dois anos.
que tentam estimar os custos. Mas modelos US$ 10,8 Em penas pelo acidente.
diferentes podem variar bastante. milhões
US$ 24,2 Para resolver penas civis em andamento em outras
No artigo "The Other Side of the Coin",
milhões instalações (a anterior Massey).
publicado pelo Occupational Health & Safety
em abril de 2015, Danny Smith comenta que:
O total de quase US$ 338 milhões gastos no desastre significa um custo de
"A média do custo médico das demandas com
US$ 11 milhões por morte. Esses custos não incluem as penas de vários antigos
afastamentos é de US$ 36.592", de acordo
funcionários da Massey, que enfrentam julgamentos ou penas de prisão.
com o National Council on Compensation
Insurance nos Estados Unidos. Ele ainda Além disso, a Alpha Natural Resources aceitou um acordo de US$ 265 milhões
observa que: "Como esse número tem decorrente de uma ação coletiva herdada em que se alega que a Massey enganou os
aumentado a cada ano desde 1995, é provável acionistas sobre o registro de segurança da empresa.
que o custo do tratamento médico das lesões
Graças à análise retrospectiva – ou em um universo hipotético – se as operações
no local de trabalho continue aumentando".
da Massey tivessem investido US$ 80 milhões em melhorias de segurança – o
Conforme especificado em "The ROI of montante exigido agora à Alpha – teria evitado o desastre, e teria obtido um
Safety", artigo escrito por Kyle W. Morrison, retorno do investimento (Return on Conveyor Safety™) de mais de 300% (3:1)
em relação às despesas (que não seriam exigidas) de US$ 248 milhões de outros
custos do desastre, agora cobrados da Alpha.
508
Seção 6 | O retorno

na edição de junho de 2014 da revista 70 a 90% do custo total do acidente; isto é


Safety+Health, a "estimativa do CDC mostra frequentemente retratado como uma parte
que as lesões fatais apresentam um custo médio oculta (submersa) de um iceberg, que é maior
de aproximadamente US$ 991.027. Essa do que a parte superior visível. (Figura 33.1.)
média inclui apenas os custos hospitalares".
Em 2012, o NSC avaliou o custo econômico A definição geral de um custo direto é
médio de uma morte no local de trabalho uma quantidade de dinheiro que pode
em US$ 1,42 milhão, com uma lesão ser totalmente atribuída à produção de
incapacitante média de US$ 53.000. determinados bens ou serviços. Custos diretos
referem-se a materiais, mão de obra e despesas
Esses valores, apesar de corretos, relacionadas com a produção de um produto.
provavelmente são inferiores aos custos reais de É mais difícil atribuir outros custos, tais como
uma única morte, porque ambos os modelos depreciação ou despesas administrativas, a
refletem apenas os custos diretos, sem incluir um produto específico e, portanto, eles são
os custos indiretos. Aplicando uma proporção considerados custos indiretos.
de US$ 2,12 de custos indiretos para cada
dólar gasto em custos diretos, significa que Os custos diretos (como os relacionados
apenas uma morte no local de trabalho passa com segurança) são aqueles que estão
de uma média de US$ 1,42 milhão até chegar explicitamente associados ao acidente,
a quase US$ 3 milhões. incidente ou doença. Em geral, são faturas
médicas, prêmios de seguros, pagamentos
de indenizações e pagamentos por invalidez
Despesas diretas versus indiretas temporária.

No cálculo de quanto um acidente pode custar Os custos indiretos incluem um grande


para o negócio, existem dois tipos de despesas número e variedade de outras despesas que
que precisam ser consideradas: custos diretos e podem ser atribuídos ao acidente, incidente
custos indiretos. ou doença e que não seriam produzidos se
tal acidente, incidente ou doença não tivesse
Há discordâncias sobre quais despesas devem ocorrido. Esses custos incluem o valor em
ser consideradas diretas ou indiretas, mas tempo de produção perdido pelo trabalhador
geralmente é de se notar que as despesas lesionado e por colegas de trabalho e
indiretas excedem as despesas diretas. supervisores devido ao acidente, ao fornecer
As despesas indiretas são normalmente primeiros socorros e realizar uma investigação.
responsáveis por aproximadamente de
Outros custos indiretos são:
Figura 33.1. CUSTOS DIRETOS
Igualmente à parte
• Custos médicos • Tempo de limpeza e o valor do produto
• Salários perdidos
oculta de um iceberg, • Prêmios de seguros mais altos
desperdiçado.
os custos indiretos • Reparo e substituição do equipamento
de um acidente são e compra e instalação de equipamentos
normalmente muito
CUSTOS INDIRETOS aprimorados (mais seguros).
5-50
maiores do que os custos
• Perda de produção
diretos. (distração do trabalhador) • Horas extras para os funcionários
• Custos de treinamento VEZES OS poderem preencher a ausência do
(substituição do trabalhador) CUSTOS DIRETOS
• Perda de habilidade/eficiência
trabalhador, e para contratar, treinar
(produção desacelerou) e equipar novos colaboradores, sejam
• Documentação
eles temporários ou permanentes, bem
6 • Período administrativo
• Perda de moral como tempo administrativo adicional
• Questões legais para elaborar o cronograma de pessoal e
• Substituição de produto produção.

509
O cálculo da segurança | Capítulo 33

• Custos e taxas legais decorrente de investimentos mais produtivos que trariam


litígios, multas e citações pelas agências benefícios para a empresa. Eles representam
reguladoras. oportunidades de lucro perdidas.
• Prêmio de seguro mais caro. Diferentemente dos custos diretos, os custos
• Atrasos na produção e perda de envios. indiretos não são cobertos por nenhum tipo de
Esses atrasos podem afetar as relações com apólice de seguro e representam um baque nas
os atuais e potenciais clientes devido à demonstrações financeiras.
falta de capacidade para cumprir prazos
e datas de envio. Isso se converte em
clientes insatisfeitos e danifica a imagem Comparação dos custos
junto aos clientes. Embora muitas vezes seja fácil se esquecer,
• Despesas associadas à baixa moral dado que são mais difíceis de medir, os custos
dos funcionários como aumento do indiretos podem ser superiores aos custos
absenteísmo, redução da mão de obra e diretos.
perda de respeito pela administração.
Alguns estudos revelam que os custos indiretos
• Os custos difíceis de calcular como os geralmente são três ou quatro vezes superiores
de publicidade negativa, aumento do aos custos diretos de um acidente, e podem
controle pelos reguladores, dificuldades chegar a até 20 vezes mais.
adicionais para contratar em condições
ambientais de trabalho inseguras e salários Conforme constatado por Kyle W. Morrison
mais altos para atrair trabalhadores a e de acordo com o National Safety Council
aceitarem os riscos. dos Estados Unidos: "Para cada dólar de custo
direto, pode haver aproximadamente US$
Todas essas despesas representam fundos 2,12 de custos indiretos". Um estudo feito
que não podem ser direcionados a outros pela American Society of Safety Engineers

A analogia do iceberg
Pense que possuir e operar um transportador
de materiais a granel é como navegar um barco
em uma região cheia de icebergs. Os custos MAIOR
diretos de uma lesão são a parte visível do POTENCIAL
iceberg que flutua na água. Junto com a lesões DE RISCO
estão os custos indiretos que são invisíveis. De
igual forma que um iceberg, as partes ocultas e ALTA
invisíveis são normalmente maiores que as par- FREQUÊNCIA
tes visíveis. Será muito mais difícil atravessar a DE LESÕES
água se houver mais icebergs (maior potencial
de lesão), icebergs maiores (as lesões serão mais
graves), ou icebergs mais próximos uns dos LESÕES
outros (alta frequência de lesão).
MAIS
Uma operação pode se prejudicar tentando
GRAVES
atravessar a água em um barco com pouca
resposta, difícil de ser navegado (programa 6
de segurança deficiente). Uma operação pode A região é perigosa, mas navegável; o sucesso
ainda sofrer se encarar a água esperando não depende do design do barco, assim como das
bater em nada (arrogância). habilidades, treinamento e recursos da tripu-
lação.
510
Seção 6 | O retorno

(ASSE), intitulado Return on Investment Os custos ocultos das


(ROI) for Safety, Health, and Environmental falhas na segurança
(SH&E) Management Programs, estimou que a
proporção entre custos indiretos e diretos seria Quem teve a infelicidade de testemunhar ou
bem maior, em torno de 8:1. lidar com as consequências de uma lesão grave
ou fatal no local trabalho, sabe que os custos
Até mesmo a agência Occupational Safety ultrapassam o que aparece no livro de contas
and Health Administration (OSHA) dos da empresa. Eis aqui apenas alguns dos custos
Estados Unidos estima que os custos indiretos ocultos de um programa de segurança ineficaz.
possam variar entre uma e 4,5 vezes os custos
diretos. Além disso, a OSHA calcula que a • Para aqueles que sobrevivem ou que
magnitude dos custos indiretos é inversamente trabalham com a vítima de acidente,
proporcional à gravidade da lesão. Quanto os custos continuam devido ao estresse
menor a gravidade da lesão, maior será a psicológico, que pode exigir dispendiosos
proporção entre custos indiretos e diretos; anos de terapia.
esse princípio é aplicado na ferramenta de • Muitas vezes, os colegas de trabalho
estimativa de custo on-line OSHA $AFETY. que testemunham um evento sério
(Para calcular consulte O preço de encontram-se impossibilitados de retornar
recuperação: quanto é preciso vender para ao local de trabalho durante um período
recuperar um acidente.) significativo de tempo, o que representa
custos adicionais para a empresa devido
Além das diferenças entre custos diretos e à abrupta ausência de trabalhadores
indiretos, outra distinção entre os custos de qualificados.
uma lesão no local de trabalho é que alguns
deles podem ser segurados, mas outros não • Uma planta com má reputação em relação
podem. Normalmente, os custos não à segurança e saúde pode ser incapaz de
segurados superam os custos segurados. atrair trabalhadores, ou pode ter de pagar
Os estudos evidenciam que a relação entre os salários bem acima do valor de mercado.
custos segurados e não segurados forma uma Além disso, à medida que um número
espécie de "iceberg", em que os maiores custos crescente de informações sobre a experiência
ficam ocultos e submersos. São esses custos de conformidade e lesão de segurança da
não segurados que precisam ser retirados empresa se torna público através da internet ou
diretamente dos lucros e resultados financeiros. mídias sociais, os inimigos do desenvolvimento
industrial podem usar essas informações para
Figura 33.2. contestar pedidos de autorização ou solicitar
Ser um bom cidadão alterações de zoneamento. Parte do que
corporativo é em parte representa ser um bom cidadão corporativo,
fornecer um ambiente em vez de ser uma empresa que ninguém
de trabalho seguro quer "no quintal de casa", supõe oferecer um
para os funcionários. ambiente de trabalho seguro para os moradores
locais. (Figura 33.2.)

Obtenção de aprovação para as


despesas de segurança
Para os profissionais de segurança cujos chefes,
6
gestores ou empregadores não veem o valor ou
benefício da segurança, a ideia de investir em
segurança pode ser difícil de ser explicada ou
justificada.
511
O cálculo da segurança | Capítulo 33

O primeiro que os profissionais da segurança retorno do investimento de US$ 3 ou mais a


devem aprender é como argumentar desde cada dólar investido na promoção da segurança
a perspectiva das "pessoas"; a empresa no local de trabalho.
deve investir em segurança para que os
trabalhadores não se machuquem, para A publicação da ASSE observa que a agência
que nenhuma família fique sem seus entes de segurança do governo dos Estados Unidos
queridos. concorda e cita a análise regulatória da OSHA
que diz:
Mas, além disso, é preciso argumentar que
por meio da melhoria da segurança ocorrem Nossa evidência sugere que as empresas
outras melhorias nos negócios – melhorias que implementam programas de saúde
essas que não podem ser percebidas antes de e segurança eficazes podem esperar
o investimento ser feito. O retorno financeiro descontos de 20% ou mais em suas taxas
do investimento – aumento da produtividade, de lesões e doenças e um retorno de
melhoria do atendimento ao cliente e US$ 4 a US$ 6 por cada dólar investido.
economia de recursos devido ao menor O artigo "Financial Decision Makers’ Views
número de lesões – também pode ajudar a of Safety", escrito em 2009 por Yueng-
vender a melhoria aos gestores. Hsiang Huang, Tom B. Leamon, Theodore
K. Courtney, Sarah DeArmond, Peter Y.
Chen e Michael F. Blair e publicado na
O retorno dos investimentos
revista Professional Safety da ASSE, observa
em segurança um estudo que explora as percepções dos
Às vezes, é difícil justificar com a rigidez dos tomadores de decisão financeiros corporativos
números o retorno dos investimentos em sobre questões de segurança. Os resultados
segurança. No entanto, conforme observado do estudo mostraram que os participantes
por Kyle W. Morrison no artigo The ROI of perceberam que, em média, para cada dólar
Safety: gasto na melhoria da segurança no local de
trabalho, haveria aproximadamente US$ 4,41
Especialistas dizem que há economias, e de retorno.
os profissionais da segurança, armados
com os valores sobre o custo das lesões, No artigo "The Other Side of the Coin", em
devem ser capazes de argumentar Occupational Health and Safety, Danny Smith
com êxito que os investimentos em observa:
segurança resultarão em economias nas
O artigo publicado pela OSHA em
demonstrações financeiras.
2012 cita uma pesquisa com 231
Em um white paper de 2002, Return on empresas e mais de 100 funcionários.
Investment (ROI) for Safety, Health, and Foi descoberto que 43% dos tomadores
Environmental (SH&E) Management Programs, de decisão na área de finanças
a American Society of Safety Engineers (ASSE) acreditavam que o aumento da
concluía que "havia correlação direta e positiva produtividade era o maior benefício do
entre o investimento em segurança, saúde e programa de segurança aplicado ao local
meio ambiente e o subsequente ROI". de trabalho.

O white paper da ASSE também informou que


95% dos executivos americanos entrevistados
O retorno dos gastos em
acreditavam que a segurança no trabalho segurança
6
provoca um impacto positivo no desempenho De acordo com a apresentação em uma
financeiro da empresa. Desses executivos, 61% conferência de WP Van Den Raad, Safety
acreditam que suas empresas apresentam um & The Bottom Line: Proving The Financial

512
Seção 6 | O retorno

Benefits Of Your Safety Initiatives, o ROI A produtividade é vista como a quantidade de


adicional também pode ser demonstrado pelo produto produzido por hora de trabalho, por
impacto positivo na segurança que exercem as exemplo, 6% a mais em toneladas de material
melhorias na produtividade. A empresa Foster produzidos com a mesma quantidade de
Wheeler Energy UK Ltd realizou "um estudo trabalho.
nos seus registros de desempenho e melhorias
de segurança na construção para um período A apresentação de Van Den Raad prosseguia:
de 17 anos, englobando uns 19 projetos Mesmo se a relação entre custo
de construção". Foram utilizados quatro e benefício for inferior a 1% na
indicadores financeiros: produtividade, isso representaria uma
1. Relação de custos – (Orçamento total economia anual significativa. Por
de controle do projeto)/(Custo real exemplo, uma empresa que utiliza um
do projeto) milhão de horas de trabalho por ano
(cerca de 500 funcionários), a um custo
2. Relação de cronograma – (Tempo direto médio de £30 [≈US$ 45] por
de construção planejada em meses)/ hora poderia fazer uma economia anual
(Tempo de construção real em meses) de custo salarial de £300.000 [≈US$
3. Segurança – (Número de horas 450.000].
de trabalho de exposição real ou
estimada em milhões)/(Número de
lesões com afastamentos) O elo para a produtividade
4. Relação de produtividade – A produtividade aplicada a qualquer operação
(Orçamento de horas de trabalho é um termo que o diretor executivo vai gostar
em campo)/(Horas de trabalho em de escutar. Esse argumento de que uma
campo reais). determinada despesa em segurança aumentará
a produtividade sempre pode ser usado; ele
O estudo descobriu que:
apresenta uma enorme vantagem ao vender o
[...] há uma correlação de 65% entre programa e obter o financiamento do projeto.
a melhoria da segurança e a melhoria Isso se dá porque a despesa em segurança
da produtividade, o que indica que os sempre fornece um benefício duplo: segurança
benefícios dos custos em segurança são e produtividade. (Figura 33.3.)
significativamente mais elevados do que
Rockwell Automation, em seu Safety Maturity
o calculado anteriormente pelo modelo
Index cita o estudo de Aberdeen Group com
de redução de custos não planejados.
argumento, mostrando que:
Essa pesquisa mostrou que reduzir pela
metade a taxa de LTA (acidente com Os melhores fabricantes do setor
afastamento, lost-time accident) produz percebem que a combinação entre
um aumento de 6% na produtividade. comportamento do funcionário,
processos e procedimentos da empresa
Figura 33.3.
e implementação da tecnologia os
Projetos de habilita a alcançar de 5 a 7% de OEE
transportadores que [overall equipment effectiveness, eficácia
melhoram a segurança e geral de equipamentos], redução de
a produtividade possuem
2 a 4% no tempo de inatividade não
mais chances de serem
6 programado e metade da taxa de lesão
"vendidos" à gestão.
dos desempenhos médios.

513
O cálculo da segurança | Capítulo 33

O Index ainda estabelece que: estão relacionados e são interdependentes.

Essas empresas de alto desempenho Como Danny Smith concluía no artigo


também experimentaram muito menos The Other Side of the Coin:
acidentes de trabalho, em comparação
à média de empresas – com taxas de 1 a Então, mesmo que o objetivo da gestão
cada 2.000 funcionários em comparação seja obter a maior eficiência do dinheiro
a de 1 a cada 111. investido em programas de segurança e
mesmo que suas empresas já cumpram
É evidente que a segurança e a produtividade as normas reguladoras, é possível
são complementares. Quando uma organização argumentar de forma segura que, em vez
possui cultura, procedimentos e equipamentos de cortar gastos, é preciso investir mais
de segurança adequados, o desempenho da em segurança, pois esse fato resultará em
segurança aumenta, a velocidade e a utilização prêmios de seguros mais baixos e maior
das máquinas aumentam e a eficiência produção.
operacional melhora. Esses resultados positivos

O preço da recuperação: Quanto é preciso


vender para recuperar um acidente
Certamente o impacto de um acidente nas demonstrações é usada para determinar as vendas necessárias para pagar o
financeiras pode ser devastador. E as receitas adicionais custo total.
necessárias para compensar ou recuperar os gastos são
consideráveis. Os resultados dos cálculos feitos no programa "$afety
Pays" da OSHA podem ser esclarecedores, ou até
A OSHA criou uma ferramenta on-line, a "$afety Pays", desconcertantes. Por exemplo, suponha que a empresa
que usa informações econômicas específicas fornecidas por vende anualmente US$ 10 milhões, com uma margem de
uma empresa para avaliar o potencial impacto econômico lucro antes de impostos de 3%. Conforme avaliado pela
das lesões ocupacionais na rentabilidade da empresa em ferramenta $afety Pays, o custo de uma única lesão com
questão. O programa usa as estimativas de custos diretos esmagamento – uma lesão comumente encontrada em
e indiretos e as compara com as informações financeiras instalações com transportadores de correia de alta potência
fornecidas pela empresa. – foi estimado em:

Nos custos diretos, o calculador de custos "$afety Pays" usa


Média de custo direto: US$ 56.557
as estimativas do custo médio de indenização fornecidas
pelo National Council on Compensation Insurance Média de custo indireto: US$ 62.212
(NCCI) dos Estados Unidos. Custo total estimado: US$ 118.769
Vendas adicionais necessárias:
Para desenvolver os custos indiretos de um acidente, o Para cobrir os custos indiretos: US$ 777.658
programa usa um multiplicador de escala que varia entre
Para cobrir os custos totais US$ 1.484.612
4,5 vezes (para os custos diretos mais baixos) e 1,1 vez
(para os custos diretos mais altos). Essas estimativas de
custos indiretos foram retiradas da publicação Business Em suma, para recuperar os custos perdidos devido o
Roundtable, em Improving Construction Safety Performance, acidente – e fornecer a mesma quantidade de lucros – a
que por sua vez tem como base um estudo conduzido operação em questão precisa produzir e vender um volume
pelo departamento de engenharia civil da Universidade de adicional de quase US$ 1,5 milhão. Isso representa um
Stanford. aumento não planejado de 15% nas vendas e na produção.
Os custos diretos e indiretos são então combinados para Para saber mais sobre o calculador de custo "$afety Pays"
formar o custo total de acidente. Para calcular o impacto da OSHA, visite www.osha.gov/dcsp/smallbusiness/safetypays/
do acidente na rentabilidade, margem de lucro da empresa index.html.
514
Seção 6 | O retorno

A perspectiva do ROI lucratividade. Às vezes, a justificativa é reduzir


alguns problemas e despesas, o que é mais
A palavra justificativa é usada para descrever o difícil de comprovar.
processo pelo qual as despesas de um projeto
são comparadas às melhorias que o projeto Como com qualquer outro projeto
oferece. Isso permite que uma empresa corporativo, uma das melhores maneiras de se
verifique se o projeto possui boas razões para justificar o gasto em segurança é mostrar aos
ser executado, com um benefício legitimador. encarregados pela aprovação das despesas que
o projeto irá gerar um retorno do investimento
A maneira como os custos de projetos se (ROI) positivo.
justificam, em muitas instalações industriais,
depende da demonstração do retorno Essa justificativa de retorno é geralmente
da despesa; ou seja, o horizonte em que calculada de acordo com um período de
o dinheiro gasto será recuperado pela tempo; ela estabelece quanto tempo levará
organização, aumentando a produtividade e a para que o dinheiro gasto seja recuperado em

Segurança: um impulso no desempenho corporativo,


ou evidência de boa gestão, ou ambos
As empresas que constroem uma cultura direcionada à Apesar de admitir que é preciso mais estudos, os autores
saúde com foco no bem-estar e na segurança da sua força constatam: "Nossos resultados corroboram fortemente
de trabalho produzem maior valor para seus investidores. a hipótese de que focar na saúde e segurança da força de
Essa é a conclusão a qual chega o artigo "The Link Between trabalho é um bom negócio".
Workforce Health and Safety and the Health of the
Bottom Line: Tracking Market Performance of Companies Talvez a pesquisa tenha identificado uma associação entre
that Nurture ‘a Culture of Health’", publicado no Journal empresas que focam na saúde e segurança e as empresas que
of Occupational and Environmental Medicine em 2013. gerenciam igualmente bem outros aspectos da sua atividade.
"Embora correlação não seja o mesmo que causa, resultados
Os pesquisadores observaram as empresas que recebiam o sugerem consistente e significativamente que as empresas
prêmio Corporate Health Achievement Award (CHAA) que focam na saúde e segurança dos seus funcionários
da entidade American College of Occupational and produzem mais valor para seus investidores", escrevem os
Environmental Medicine (ACOEM), um prêmio anual autores.
que reconhece as empresas mais seguras e saudáveis
na América do Norte. Para receber o prêmio CHAA, Ao concluir, o relatório resume assim suas conclusões:
as empresas devem estar engajadas e praticar esforços Um grupo de empresas reconhecidas e premiadas
substantivos e demonstráveis para reduzir a exposição dos pelas suas abordagens na saúde e segurança de seus
seus funcionários aos riscos de segurança e saúde. funcionários supera os resultados do mercado.
O estudo mostrou que as empresas premiadas com o Isso pode representar uma associação sem relação
CHAA superaram o S&P 500 em todos os quatro cenários causal, ou pode refletir a ideia de que as empresas
de investimento testados. que têm como foco a saúde e a segurança dos seus
trabalhadores gerenciam igualmente bem outros
De acordo com o artigo, focar em saúde e segurança aspectos de seus negócios.
de uma força de trabalho afeta o desempenho, a
produtividade e os custos com cuidados médicos. Essas Uma empresa segura é bem gerida e uma empresa bem
empresas não apenas passaram a empregar funcionários gerida é segura.
saudáveis e seguros; elas construíram "culturas de saúde Seja como for, esse estudo indica que as duas categorias
e segurança", que por sua vez passaram a fornecer uma estão relacionadas; o senso comum nos diz que vale a pena
"vantagem competitiva no mercado". perseguir ambas.

515
O cálculo da segurança | Capítulo 33

função das melhorias realizadas. Se um projeto prevenção e os custos da prevenção.


proposto tem um período de retorno inferior O principal indicador de desempenho
a um ano, ele é geralmente aprovado pela resultante, o Retorno em prevenção (ROP),
gerência da planta, sempre que o custo esteja é uma representação abstrata do potencial
dentro dos limites de aprovação da despesa nos benefício econômico da segurança e saúde
níveis da planta. ocupacional. O Retorno Em Prevenção
expressa a direção dos programas de
Mas o retorno é difícil de ser calculado e segurança e saúde ocupacional e a força que
provado nos projetos de segurança, porque desempenham para ajudar a alcançar os
a despesa é um investimento em coisas que objetivos da empresa. Essa métrica fornece
não aconteceriam ou não acontecerão; é um um indicador conciso sobre se os gastos
investimento em prevenção, não em fazer as em prevenção existem e sua extensão.
coisas acontecerem. O retorno é mais difícil
de ser medido e é comumente chamado de O retorno em prevenção foi debatido em
"Retorno em prevenção". 2011 no relatório The return on prevention:
Calculating the costs and benefits of
investments in occupational safety and health
O retorno em prevenção in companies—Summary of results, publicado
Contabilizar os efeitos do investimento nas pela International Social Security Association
melhorias em segurança e saúde acaba sendo (ISSA). Como faltam indicadores precisos
uma atividade bastante complexa. Como regra, (mensuráveis) sobre os benefícios da prevenção
uma medição direta não é possível. Os sistemas em questões de segurança e saúde ocupacional,
de contabilidade dos gestores financeiros e o projeto da ISSA baseou-se no estudo das
de desempenho, como escrituração contábil, percepções e estimativas de especialistas. O
demonstrações financeiras e contabilidade de relatório explicava que:
custos, não fornecem informações adequadas. Os resultados não devem ser
Embora as melhorias nos programas de interpretados com base em campos
segurança deem origem a despesas no curto metodológicos e estatísticos, dado que
prazo, os benefícios da prevenção surgem ao são apenas avaliações e estimativas.
economizar o dispêndio de receitas no longo No entanto, as conclusões são
prazo. valiosas porque os entrevistados são
os respectivos especialistas de suas
Em contraste com a contabilidade mais empresas, e os estudos empíricos foram
tradicional, a contabilidade de prevenção baseados em entrevistas que representam
explicitamente incide sobre os custos e uma metodologia de pesquisa ambiciosa.
benefícios do trabalho de prevenção.
O estudo da ISSA também descobriu que:
A contabilidade da prevenção, portanto, pode
ser considerada uma forma específica para Existem benefícios nos investimentos
analisar a relação entre custo e benefício. em segurança e saúde ocupacional
em termos microeconômicos, com
Esse retorno é composto da soma dos resultados que oferecem um retorno em
benefícios diretos decorrentes da prevenção prevenção com proporção de 2,2.
de acidentes de trabalho e problemas de Na prática, isso significa que para
saúde e dos benefícios indiretos dos efeitos cada euro (ou qualquer outra moeda)
secundários, que geram vantagens econômicas investido em prevenção no local de
para a empresa. trabalho por funcionário/ano, as 6
empresas podem esperar um retorno
Esse "Retorno em prevenção" representa a econômico potencial de 2,20 euros
relação entre os benefícios monetários da (ou qualquer outra moeda).

516
Seção 6 | O retorno

O relatório ISSA concluiu: "Saúde e segurança aleatoriamente 10 trabalhadores para avaliar


ocupacional são obrigações legais dos quantos deles parecem felizes e motivados (ou
empregadores para beneficiar os funcionários, pelo menos sorridentes). Com a observação
mas é igualmente um fator de sucesso para o das cinco amostras de 10 trabalhadores, a
negócio". média oferecerá uma boa ideia sobre a moral,
na hipótese de que haja relação entre a moral e
a atitude positiva do trabalhador. Em seguida,
O caso de negócios da segurança em intervalos adequados após a introdução
No artigo "Financial Decision Makers’ Views de um novo programa ou alguma alteração,
on Safety", apresentado em 2009 na revista repita as medições simplificadas e avalie se os
Professional Safety da ASSE, se afirma que: "Os indicadores melhoraram.
executivos financeiros entrevistados disseram Um bom resumo dos benefícios econômicos
que os principais benefícios de um programa da segurança foi descrito por Joseph J. Lazzara
eficaz de segurança no local de trabalho são em uma coluna, com título "Why Machine
por natureza predominantemente financeiros Safety Makes Dollars and Sense" e publicado
(por exemplo, aumento na produtividade, pelo EHSToday.com. Ele conclui:
redução de custos)".
É evidente que impedir um único
Os benefícios financeiros dos programas de acidente mais do que paga o
melhoria da segurança podem ser vistos em equipamento de segurança da máquina.
três áreas. Em primeiro lugar, desde uma Quando você inclui no conjunto a
perspectiva do controle da perda, há um satisfação do trabalhador e a atitude
ROI considerável na redução de acidentes, positiva no local de trabalho, fica óbvio
já que permite manter a receita arduamente que um investimento em segurança faz
conseguida como lucros em vez de perdas. Em sentido e atrai dólares!
segundo lugar, uma melhoria no desempenho
da segurança aumenta a produtividade e isso
significa um aumento nos lucros. CONCLUSÕES
O fim da analogia
Além disso, há um terceiro fator que
proporciona retorno do investimento em Quando o navio se movimenta, faz sentido
segurança: o benefício humano. O ROI em navegar de forma cuidadosa e prudente
termos humanos pode ser entendido como para minimizar os riscos de colisão com
maior engajamento e aumento da moral da icebergs. Um investimento em coletes salva-
força de trabalho. Isso por si só já representa vidas ajudará os membros da tripulação a
um retorno significativo do investimento. sobreviverem se alguém cair na água ou se o
Além dos sentimentos positivos da gestão e barco colidir com um iceberg. Mas investir em
da força de trabalho gerados pela satisfação de um radar para saber onde estão os icebergs faz
saber que todos estão fazendo o máximo para mais sentido.
ajudar a garantir a segurança.

Pode parecer impossível ou, pelo menos, muito


difícil, quantificar a moral. Mas como Douglas
Hubbard sugere em seu livro, How to Measure
Anything: Finding the Values of Intangibles in
Business, bastam cinco observações para se ter
6 uma boa ideia sobre o valor médio, com uma
precisão superior a 90%. Para medir a moral,
é preciso, em cinco dias diferentes, observar

517
O cálculo da segurança | Capítulo 33

518
AVISO
USAR ESSES MÉTODOS DE CÁLCULOS
PARA JUSTIFICAR OS INVESTIMENTOS EM
SEGURANÇA,COMBINADOS COM UMA
CULTURA DA SEGURANÇA, PODE RESULTAR
EM UMA OPERAÇÃO MAIS LIMPA,
SEGURA E PRODUTIVA.

Capítulo 34 O retorno da segurança


INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 519 INTRODUÇÃO
Contabilidade com Segurança não é custo, é
precisão métrica . . . . . . . . . . . . . . . . . 520 investimento
Uma revisão bibliográfica . . . . . . . . . 523 Custos enormes estão ocultos no sistema de
cálculo operacional, mas, com a abordagem
Medição dos custos menos correta, eles podem ser revelados e reduzidos
tangíveis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 524 mediante o aprimoramento contínuo da
segurança. As economias feitas graças a uma
Uma análise da "Regra dos cinco" . . 524
cultura sólida em relação à segurança são
Calcular os investimentos enormes. Elas podem parecer, à primeira
segundo o conceito Return on vista, inacreditáveis, especialmente se
Conveyor Safety™ (R.O.C.S.™) . . . . . . 525 comparadas com a abordagem da "escola
tradicional", em que economizar se resume a
A importância da medição . . . . . . . . 535 limitar os orçamentos dedicados à operação e
manutenção.
Projeção da economia ao
investir em segurança . . . . . . . . . . . . 536 Por exemplo:
CONCLUSÕES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 544 • De acordo com o artigo Return on
Investment (ROI) For Safety, Health, and
Capítulo 34 Anexo
Environmental (SH&E) Management
Pesquisa bibliográfica
6 Programs, publicado no site da associação
sobre valores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 545
American Society of Safety Engineers
(ASSE, Sociedade Americana dos
Engenheiros de Segurança), em 1986,

519
O retorno da segurança | Capítulo 34

em dois canteiros de obra da usina de fugitivo. Em segundo lugar, não há, muitas
energia da Georgia Power, "as economias vezes, um retorno claro de curto prazo em
de custos diretos com acidentes evitados relação aos gastos em segurança.
foram de US$ 4,14 milhões em um
canteiro e de Us$ 0,5 milhão no outro". É difícil resistir ao desejo de produzir
(e sacrificar trabalhadores e equipamentos)
• A filial francesa da Schneider Electric quando a planta e seus gestores são julgados
reduziu sua taxa de ferimentos de 3,6 para pelos resultados financeiros de curto prazo.
0,5 a cada 100 trabalhadores a tempo É difícil para os gestores convencer os
integral em 10 anos graças à identificação auditores corporativos de que investir dinheiro
e eliminação dos riscos, de acordo com os em segurança aumentará a vida útil do
registros da agência Occupational Safety equipamento, preservará os trabalhadores e
and Health Administration (OSHA, melhorará os resultados.
Administração de Segurança e Saúde
Ocupacional). Isso resultou em economias Talvez os profissionais encarregados pelos
anuais de US$ 15 milhões somente cálculos estejam recebendo e contrastando
em custos diretos, conforme observado os números errados. Esse capítulo põe
por Kyle W. Morrison em um artigo ênfase em maneiras de se justificar esses
publicado pela revista Health+Safety investimentos em transportadores por meio do
intitulado “The ROI of Safety.” conceitoProduction Done Safely™ (Produção
com segurança).
Na indústria de manuseio de materiais a
granel, a maioria das operações é administrada Contabilidade com precisão
em função da produção, em detrimento métrica
da segurança. Justificar investimentos
em segurança, sejam em treinamento, Os contadores geralmente usam Princípios
equipamentos de proteção individual ou contábeis geralmente aceitos (GAAP) ou
equipamentos mais seguros, resultou ser Normas internacionais de relato financeiro
problemático durante algum tempo. Os (IFRS) na preparação das demonstrações
governos têm aplicado uma abordagem financeiras. Essas demonstrações consistem
negativa, por meio da intensificação da geralmente em um demonstrativo de lucros e
regulamentação, seguida de inspeção após perdas (P&L) e em um balanço.
inspeção, multas sobre multas. Essa abordagem Uma demonstração de resultados é a
negativa fez com que a indústria chegasse a reconciliação entre receitas e despesas e
enfrentar retornos decrescentes em relação à representa as atividades ao longo de um
segurança, e por isso muitas empresas agora determinado período de tempo; um balanço
consideram investir apenas para cumprir representa o valor dos ativos, passivos e
normas de segurança, em vez de exceder as patrimônio líquido dos acionistas em um
exigências. As estatísticas mostram que, apesar determinado momento. Essas demonstrações
da enorme pressão regulatória, só houve uma geralmente se tornam documentos públicos
melhoria marginal na segurança nas últimas usados por investidores, pesquisadores e
décadas. governos para uma ampla variedade de
propósitos. Embora as empresas respeitáveis
Muitos capítulos deste livro fornecem razões e desejem relatar com precisão a sua posição
exemplos de por que a abordagem atual sobre financeira, as empresas, e seus administradores,
segurança precisa mudar. Talvez sejam duas também desejam maximizar o lucro e
as razões mais comuns de por que não são minimizar os impostos. 6
feitos investimentos em segurança com maior
frequência. Em primeiro lugar, o transportador Por outro lado, os governos e pesquisadores de
funciona mesmo sem equipamentos de segurança desejam mostrar os benefícios dos
segurança ou acessórios de controle de material investimentos e frequentemente usam métodos

520
Seção 6 | O retorno

não tradicionais (alternativos aos GAAP ou A Imagem junto a clientes é um tipo especial
IFRS), porém reconhecidos para analisar o de ativo intangível, pois representa aquela
impacto das políticas da empresa na indústria parcela do valor total do negócio que não
ou na população em geral. O resultado comum pode ser atribuída a outros ativos geradores
de tal análise é a familiar alegação de governos de renda, sejam eles tangíveis ou intangíveis.
de que o custo de um regulamento é X, mas O valor da marca de uma empresa, uma
o benefício para a sociedade é um múltiplo base sólida de clientes, boas relações com os
de X ainda maior, portanto o regulamento clientes, boas relações com funcionários e
apresenta uma relação aceitável entre o custo quaisquer patentes ou tecnologia proprietária
para a indústria e o benefício para a sociedade. representam essa Imagem junto a clientes.
Este capítulo apresentará uma combinação de A Imagem junto a clientes é muitas vezes
medições tradicionais e não tradicionais a fim baseada nos relacionamentos ou na reputação
de justificar os investimentos em segurança dos desenvolvida por uma empresa como resultado
transportadores de materiais a granel. dos resultados de segurança, das relações com
a comunidade ou outros atributos positivos.
As demonstrações de fim de ano ou O valor da reputação não é convertido em
trimestrais de acordo com as normas GAAP um valor monetário sujeito a ser incluído no
ou IFRS são produzidas na tentativa de balanço da empresa, mas é muito importante
representar adequadamente a condição na execução de uma operação limpa, segura e
financeira da empresa e permitir comparações produtiva.
com outras empresas e entre períodos de
relatório anteriores. Na preparação dessas Uma das maiores ameaças que uma empresa
demonstrações, são feitas numerosas enfrenta é um desastre – tais como um
estimativas, médias e suposições razoáveis. acidente com múltiplas vítimas fatais ou uma
Existem pouquíssimos custos ou valores catástrofe ambiental em grande escala – que,
intangíveis relacionados nas demonstrações em última análise, resulte no fechamento do
contábeis formais. Uma exceção típica no negócio. Quando ocorre um evento dessa
balanço patrimonial é o ativo intangível magnitude, perdem-se todas as economias
denominado "Imagem junto a clientes". feitas ao comprar pelo menor preço e ao se
(Figura 34.1.) adequar aos padrões mínimos de segurança
ambiental e laboral para maximizar a
Figura 34.1.
produção. Esse foi o caso do desastre ocorrido
A Imagem junto a na mina de carvão Upper Big Branch em
clientes é um ativo 2010, nos Estados Unidos, que resultou em
intangível que representa
a marca, a base de
várias mortes e expôs as questionáveis práticas
clientes e as patentes ou de gestão, presumivelmente projetadas para
tecnologia proprietária maximizar a produção e evitar as multas de
da empresa, assim como inspeções de segurança. Após o acidente, o
a boa relação entre valor das ações da empresa despencou de
clientes, funcionários US$ 70 por ação para menos de um dólar.
e comunidade.
Os ativos da empresa foram vendidos e ela
deixou de existir. Vários empregos foram
perdidos. Os acionistas e os fornecedores
perderam dinheiro e os custos humanos foram
enormes, como resultado desse desastre que
afetou toda a empresa. (Consulte o Capítulo
6
33 Custos de uma fatalidade.)

Em muitos casos, decidir por investir em


segurança com base nas mudanças previstas

521
O retorno da segurança | Capítulo 34

dos custos intangíveis será visto como um redução dos custos ou o aumento da produção
passo de fé de que o investimento realmente dentro do seu ciclo orçamentário. Assim, o
valerá a pena. Os executivos muitas vezes ciclo continua: compra com base no menor
traçam objetivos de desempenho no longo preço, gestão para maximizar a produção,
prazo, relacionados aos resultados financeiros corte nos custos diretos de funcionamento
que são relatados trimestral ou anualmente por e nas despesas de manutenção e ainda assim
meio de demonstrações financeiras formais. esperança de resultados melhorados.
Como resultado, os executivos não estão
dispostos a tomar decisões que não possam É nosso argumento que os custos intangíveis
comprovadamente produzir resultados no são na verdade custos "menos tangíveis",
papel. Por sua vez, os gestores de operações e pois podem ser mensurados e usados para
manutenção são frequentemente avaliados em justificar e acompanhar os investimentos em
função de orçamentos e metas de produção segurança. (Consulte Custos tangíveis e
mensais do departamento. Os gestores locais custos menos tangíveis.) O acompanhamento
que são julgados em função dos resultados desses investimentos mostra um efeito incrível
de curto prazo não são susceptíveis a tomar sobre as finanças da empresa, segurança
decisões de investimento que não assegurem a do funcionário, produtividade da planta e
segurança ambiental.

Incidente ou atividade Média ou valor Figura 34.2.


Valor mínimo Valor máximo
Custo ou benefício (US$) "padrão" Resumo bibliográfico:
Custo direto de acidente fatal US$ 56.000 US$ 1.000.000 US$ 2.150.000 Custos do empregador e
Economias da segurança
Custos diretos de um acidente com
US$ 8.000 US$ 20.000 US$ 680.000 (US$).
afastamento
Custos diretos de lesões que requeiram
US$ 900 US$ 1.450 US$ 2.200
primeiros socorros
Custos hospitalares de uma doença
US$ 7.000 US$ 20.000 US$ 1.700.000
industrial
Catástrofe com impacto em toda a
US$ 5.600.000 US$ 300.000.000 US$ 600.000.000
empresa
Proporção entre custos diretos e
1,1:1 3,75:1 8:1
indiretos
ROI de programas e cultura de segurança 25% 225% 600%
Aumento da produtividade devido à
2% 14% 35%
segurança
Custos de parada não programada por
US$ 5.000 US$ 25.000 US$ 50.000
hora

Probabilidade de uma lesão ou doença Figura 34.3.


Média ou valor
por trabalhador por ano Valor mínimo Valor máximo Resumo bibliográfico:
"padrão" Probabilidade de uma
Acidente fatal 0,000038 0,00034 0,00095 lesão ou doença.

Lesão com afastamento (3 dias ou mais) Dados


0,00043 0,0375
insuficientes 6
Lesão de primeiros socorros Dados
0,01445 0,050
insuficientes
Doença industrial fatal 0,00043 0,00063 0,000893

522
Seção 6 | O retorno

Uma revisão bibliográfica Há muitos artigos sobre segurança que


apresentam, de forma anedótica, as economias
Quase todos os artigos sobre segurança realizadas, mas a indústria ainda precisa
apresentam uma afirmação do tipo: "É óbvio compreender as conexões e reuni-las em
que a segurança vale a pena". um corpo de conhecimento comum e uma
metodologia que possa ser usada para justificar

Custos tangíveis e custos menos tangíveis

A lista de custos tangíveis e menos tangíveis pode ser destina-se a fornecer ideias sobre onde procurar custos que
extensa dependendo da complexidade do sistema e do podem ter um efeito nos investimentos em segurança.
tamanho da operação. A seguinte lista de sugestões

Custos mais tangíveis Custos menos tangíveis


(de fácil medição) (de difícil medição)
Despesas de capital inicial Qualquer perda de produção devido à parada não planejada
Custos de transporte Custos de conformidade em segurança
Montagem e instalação Funcionalidade do sistema
Manutenção Vida útil esperada do componente
Custo de peças sobressalentes Custos de garantias
Custos operacionais Custo de substituição
Custo inicial dos componentes Previsão do tempo de reparo
Custo da mão de obra para
Gestão para caso de lesão
manutenção
Custo de eletricidade por quilowatt-
Custos médicos de cirurgia, remédios e reabilitação
hora
Seguro contra acidente de trabalho Produtividade perdida/reduzida
Perda de produtos ou serviços Tempo para ir a consultas médicas
Relatórios e inspeções governamentais Parada de produção
Tempo de execução Custos administrativos
Espera de ferramentas ou peças Exigência de pagamentos de horas extras
Aguardar operações de limpeza
Tempo de contratação de substituto
ou desligamento do sistema
Custos de seguro de saúde Entrevistar e treinar novo funcionário
Atrasos nos envios e encomendas
Atenção negativa da mídia
Sanções e multas
Honorários advocatícios
Danos aos equipamentos, máquinas, materiais e instalações
Perda de reputação
Degradada a fidelização e o apoio de clientes
Custos de gestão devido ao acidente, incluindo inspeções e inquéritos
Perda de tempo de funcionários que, durante um acidente, precisam prestar
auxílio, administrar primeiros socorros e servir de testemunhas
Enfraquecimento da moral dos funcionários
Redução do ritmo de trabalho devido a que outros funcionários temem sofrer
523 lesões
O retorno da segurança | Capítulo 34

os investimentos em segurança. Como benefícios menos tangíveis das empresas.


indústria, nós ainda precisamos oferecer aos Duas de suas premissas básicas são: 1) aquilo
gestores as ferramentas para provar o óbvio. que estiver diretamente relacionado com
a tomada de decisão deve ser mensurado e
Quase todos os artigos de pesquisas sobre o 2) não é preciso uma grande quantidade de
custo da segurança abordam três categorias de dados para estar confiante de que as medições
custos. Aqui, eles serão chamados de: Custos refletem um valor estatisticamente válido.
do empregador, custos humanos e custos Hubbard promove a "Regra dos cinco". Ela
comunitários. Em todos os casos, conclui-se se refere ao fato estatístico de que há 93,75%
que o empregador arca com a menor parte dos de chances de que o valor da mediana do
custos, enquanto a sociedade e o trabalhador que está sendo medido (ou seja, ponto em
(ou a família do trabalhador) compartem a que a metade dos valores fica acima e a
maior parte deles. Estima-se que os custos a outra metade, abaixo) se encontrará entre os
serem imputados ao empregador variem entre menores e os maiores valores de cinco amostras
alguns por cento e um terço do custo total, aleatórias do total do grupo em questão.
ficando o restante quase igualmente repartido
entre o trabalhador e a comunidade. Essa metodologia fornece mais de 90% de
confiança de que o resultado estimado será
O fundamento dos cálculos dos investimentos alcançado.
segundo o conceito Return on Conveyor
Safety™ (Retorno do investimento na
segurança ao trabalhar com transportadores) é Uma análise sobre a "Regra dos
estabelecer os custos que devem ser reduzidos cinco"
e a probabilidade de que ocorra um incidente
que ameace a segurança. A literatura cita uma A Regra dos cinco é uma técnica útil para
série de custos diretos e indiretos em relação reduzir a quantidade de dados necessários
a categorias comuns de relatórios de lesões. para se provar a necessidade ou o resultado
Os relatórios e as definições das classes de de um investimento com 90% (ou mais)
ferimentos variam de país para país, bem como de confiança. Ela começa com a coleta de
a inclusão ou não dos custos indiretos. Ao cinco amostras aleatórias da população.
refinar os dados de várias fontes, a intenção era
Como Hubbard observa, a chance de se
detalhar os custos do empregador na Figura
escolher aleatoriamente um valor acima de
34.2 e as probabilidades na Figura 34.3.
uma mediana (desconhecida) é de 50%.
Há, portanto, a mesma chance de 50% de
Medição dos custos menos se selecionar um valor abaixo da mediana.
tangíveis Demonstração: se uma moeda for lançada para
Gerentes de operações e manutenção cima cinco vezes, a chance de se obter "cara"
muitas vezes não conseguem justificar esses todas as cinco vezes é de 3,125% (50% × 50%
investimentos óbvios, porque eles não têm os × 50% × 50% × 50% = 3,125% de chance
dados ou comprovações para fazer com que que sejam todas "Caras"). O mesmo para se
os executivos se sintam seguros na tomada obter "Coroa". Portanto, a probabilidade de
de decisão. Ao lançar o "próximo grande que pelo menos um indivíduo esteja acima
programa do mês", os executivos normalmente e de que outro esteja abaixo da mediana da
não conseguem convencer os gestores locais população é de 93,75% (100% - (2 × 3,125%)
dos benefícios óbvios do programa. = 93,75%). (Figura 34.4.)
6
Em seu livro How to Measure Anything, Assim, se uma seleção aleatória for feita cinco
Douglas W. Hubbard descreve vários métodos vezes, há uma probabilidade de 93,75% de
sobre como medir o valor de custos e os que a mediana da população total esteja entre

524
Seção 6 | O retorno

os maiores e menores valores no grupo das e que o tempo extra de mão de obra necessário
seleções aleatórias. para concluir o procedimento seja de 1 hora
e que cada hora de trabalho valha US$ 75.
Eis aqui um exemplo: Os trabalhadores Informe ao chefe que, com 90% de confiança,
de manutenção têm reclamado que uma o procedimento exige 60% a mais de tempo
ferramenta usada com frequência provoca (3/5) para ser concluído e que o custo para
beliscões quando operada. O fornecedor é a empresa é de 60% da hora de trabalho,
contatado e diz que a ferramenta pode ser o que representa US$ 45 cada vez que o
reparada, mas que isso será caro, o que torna procedimento é necessário.
relevante pensar em "reparar ou substituir" a
ferramenta. Além disso, o vendedor considera Adiar a compra da ferramenta evidencia a
que a ferramenta continua sendo segura para redução da produtividade na manutenção.
uso, não representando um risco real. Como os Além disso, não é uma questão de "se" haverá
ferimentos são menores, e não sujeitos a serem um incidente de primeiros socorros, e sim
registrados, o chefe sugere atrasar o reparo e de "quando" ele ocorrerá. Como resultado,
esperar até o orçamento do próximo ano. Mas o chefe concorda com a substituição da
alguns dos trabalhadores estão usando métodos ferramenta.
diferentes, menos produtivos, para evitar o uso
da ferramenta e, mais cedo ou mais tarde, o Depois da compra da nova ferramenta, observe
método alternativo resultará em um incidente novamente cinco procedimentos e registre
de primeiros socorros. O que convenceria o que a ferramenta nova foi usada todas as vezes
chefe a dispor do dinheiro agora? (eliminando o risco) e que ninguém sofreu
beliscões (eliminando os riscos de utilização da
Uma das abordagens é usar a Regra dos ferramenta antiga).
cinco para se obter os fatos necessários para
convencer o chefe. Para fazer isso, observe e Para concluir o projeto, apresente os resultados
registre informalmente cinco situações. ao chefe.
A ferramenta foi ou não usada? Quanto tempo
levou o procedimento alternativo a mais que o Calcular os investimentos
procedimento feito com a ferramenta?
segundo o conceito Return on
Suponha que os resultados mostrem que a Conveyor Safety™ (R.O.C.S.™)
ferramenta não foi utilizada 3 de cada 5 vezes,
Como resultado de décadas de "Gestão por
objetivos" e "Compra baseada no menor
Figura 34.4. preço", existem muitas mais possibilidades
A "Regra dos cinco" de se economizar eliminado custos indiretos
indica que de cada e menos tangíveis do que simplesmente
cinco amostras, haverá controlar orçamentos e emitir decretos de
93,75% de chances gestão. Dependendo da operação, certamente
de que ao menos uma
há oportunidades para se reduzir custos
amostra esteja acima
diretos. Mas investir em equipamentos,
e outra, abaixo da
treinamento e programas que tornam a
mediana.
operação mais limpa, segura e produtiva
oferecerão uma economia de custos muito
Figura 34.5. maior.
Economia total
Cálculos de retorno do ROI =
6 investimento (ROI) Custos totais Os consultores de gerenciamento da EY
Global analisaram a questão da produtividade.
1 = Anos até o
ROI x 100 = ROI% Em uma publicação de 2014, Productivity
ROI retorno in Mining, eles observaram que, durante o

525
O retorno da segurança | Capítulo 34

último ciclo de crescimento em commodities, estão autorizadas a prestar contas com base
a tentativa das mineradoras de maximizar a no regime de caixa, a legislação fiscal exige
produção estendendo os períodos de produção que as empresas contabilizem as despesas
ou aumentando o fluxo de produção na de forma que correspondam com as receitas
verdade resultou em uma diminuição de 44% geradas em um mesmo ano fiscal. Esse tipo de
na produtividade. Foram precisos 44% a mais contabilidade é conhecido com contabilidade
de mão de obra por unidade de produção com de exercício.
a abordagem de gestão baseada no corte de
gastos e no "funcionamento até quebrar" do Custos
que antes do ciclo de crescimento. Uma série Os custos geralmente são divididos entre
de outros estudos indica uma forte ligação custos diretos e custos indiretos. Os primeiros
entre segurança e produtividade. são aqueles especificamente envolvidos com
As seções a seguir descrevem vários cálculos a produção do produto ou serviço, tais como
úteis na avaliação dos investimentos com base mão de obra, materiais e energia. Os custos
no conceito Return On Conveyor Safety™ indiretos, facilmente identificados, são aqueles
(R.O.C.S, Retorno do investimento na relacionados a funções de apoio, tais como
segurança ao trabalhar com transportadores). manutenção, limpeza, vendedores, gestão e até
mesmo os contadores.
Retorno do investimento
Os custos ainda podem ser classificados como
Em sua forma mais simples, o Retorno do fixos e variáveis. Custo fixo é aquele que
investimento (ROI) é a economia produzida não varia em função da produção, tais como
por uma melhoria dividida pelo custo dessa a segurança. Custo variável é aquele que,
melhoria. O período de tempo para que sim, varia em função da produção, como a
se estabeleçam os valores de custo direto e quantidade de energia consumida.
economia direta é geralmente de um ano.
(Figura 34.5.) O ROI pode ser expresso Os custos diretos e indiretos podem ser fixos
de várias formas: como uma proporção, e variáveis. Para efeitos de análise de um
uma porcentagem ou em tempo. Embora investimento em segurança, muitas vezes,
um conceito que seja fácil de entender, essa é útil alocar os custos que são associados a
abordagem geralmente não inclui os custos um problema e distribuí-los ao longo de um
indiretos nem leva em consideração o valor período de tempo. Um custo fixo seria o
do tempo do dinheiro. A abordagem do ROI mesmo a cada ano, enquanto um custo variável
para justificar investimentos é a mais adequada pode mudar de ano para ano. Um custo fixo
para fins de comparação básica dos custos não típico poderia ser um contrato de serviço anual
classificados como investimentos de capital. para fins de diagnósticos avançados. Um custo
Ela funciona melhor nas compras com vida variável típico poderia ser uma despesa interna
útil de menos de um ano e/ou nas compras de manutenção, que pode aumentar ao longo
com nível de custo estabelecido pela empresa do tempo à medida que o equipamento se
como sendo inferior à sua classificação de desgasta. Algumas empresas chamam os custos
gastos de capital. Em outras palavras, quando indiretos de despesas gerais e elaboram uma
o investimento possa ser gasto no mesmo fórmula que distribui esses custos indiretos
orçamento fiscal anual. pelas horas de mão de obra direta ou toneladas
de material produzido. Sejam eles diretos ou
Para análise de investimentos de longo prazo, indiretos, variáveis ou fixos, o mais importante
é necessário considerar os investimentos é identificar o máximo de custos possíveis e
iniciais, além das receitas e despesas que se ajustá-los o mais próximo possível do período 6
acumulem ou ocorram ao longo do tempo. de tempo em que se espera que ocorram.
Exceto para empresas muito pequenas que

526
Seção 6 | O retorno

Economias externos para se estabelecer uma cultura de


segurança – podem ser capitalizados, mas
Receitas — em termos contábeis, às vezes, normalmente são despesas realizadas no ano
chamadas de volume de negócios ou em que ocorrem.
vendas — também podem representar a
economia ou receita adicional produzida por As regras de contabilidade exigem que as
um investimento. A economia feita pelos empresas compatibilizem as despesas com as
investimentos em segurança pode ser menos receitas geradas, de modo que os investimentos
óbvia ou menos tangível do que a economia de capital devem ser distribuídos em um
mediante a redução de custos diretos, como determinado período de tempo que represente
a redução de sucata ou da mão de obra na um tempo de vida útil razoável. A maioria
produção. Assim como com as despesas, é dos governos define esses prazos em suas
necessário estimar as mudanças ao longo regulamentações contábeis para ajudar a
do tempo nas economias realizadas pelos equilibrar as receitas e a facilitar a comparação
investimentos em segurança. do desempenho financeiro entre as empresas.

Como os pressupostos para a melhoria na Despesa de depreciação


segurança são frequentemente baseados em
Para compatibilizar ou distribuir o custo do
atividades e incidentes futuros desconhecidos,
capital durante a vida útil do equipamento,
podem-se usar estatísticas, como a
utiliza-se um método de contabilidade
probabilidade de ocorrência de um evento,
chamado despesa de depreciação, chamada
para se estimar as economias. Por exemplo, a
frequentemente apenas de depreciação.
probabilidade de que ocorra um acidente com
Existem diferentes fórmulas usadas, mas
afastamento, de acordo com a Organização
a abordagem mais básica é chamada de
Internacional do Trabalho das Nações Unidas,
depreciação linear, em que o custo de capital
é de 0,003% por trabalhador por ano em
é dividido pela vida útil em anos. A despesa
média. Em outros casos, existem relações
resultante é retirada anualmente da receita
estabelecidas com base em dados da planta ou
na declaração de lucros e perdas; o valor
pesquisas que podem ser usados para estimar as
decrescente do capital em equipamento é
economias. De acordo com outro exemplo, foi
contabilizado no balanço, reduzindo a cada
demonstrado que os investimentos na redução
ano o valor de acordo com a quantidade de
de material fugitivo normalmente prolongam a
depreciação.
vida útil dos componentes do transportador de
25 a 40%. Se uma peça de equipamento instalado tiver
um custo de US$ 100.000 e uma vida útil
Assim como acontece com os custos, é
de 10 anos, o custo anual no demonstrativo
importante identificar a máxima economia
de lucros e perdas seria de US$ 10.000 por
possível e ajustá-la da forma mais aproximada
ano (US$ 100.000 divididos por 10 anos).
possível com o período de tempo em que se
No balanço anual, o valor do equipamento
espera que ocorra.
sofreria a redução desse valor até ser totalmente
Despesa de capital depreciado. O valor do equipamento listado
como ativo seria de US$ 100.000, menos a
O custo inicial, se for significativo, muitas depreciação acumulada, então o valor do ativo
vezes é chamado de despesa de capital ou diminui ao longo do tempo até atingir zero.
valor "CapEx". Esse valor de capital inclui Uma peça de equipamento de US$ 100.000
tanto a compra quanto os custos iniciais de seria depreciada em US$ 10.000 a cada ano.
6 instalação do equipamento. Um equipamento Assim, o valor líquido do ativo seria: 1º ano:
que é considerado capital é chamado de ativo. (US$ 100.000 - US$ 10.000 = US$ 90.000),
Programas de longo prazo que envolvem quase 2º ano: (US$ 90.000 - US$ 10.000 =
que exclusivamente a mão de obra – como US$ 80.000) e assim por diante.
treinamento ou a contratação de recursos
527
O retorno da segurança | Capítulo 34

Os governos, para incentivar o investimento, O tempo médio entre falhas (MTBF) pode
muitas vezes, manipulam as regras de ser qualquer evento que cause uma paralisação
capitalização e tributação. Por exemplo, se não planejada do transportador, tal como uma
o governo determinar que a sociedade se lesão, necessidade de limpeza ou falha de um
beneficiaria se todos os equipamentos de componente essencial. (O tempo médio é o
proteção fossem atualizados, ele poderia número que deixa a metade dos períodos de
aprovar uma lei para que as empresas possam tempo entre falhas acima e a outra metade
deduzir as proteções no ano em curso, em vez abaixo. Ele é um termo estatístico ligeiramente
de depreciá-lo ao longo dos anos. O efeito diferente da média aritmética do tempo
líquido é diminuir os impostos pagos nesse entre falhas.) Para efeitos de avaliação de
ano pela empresa, o que muitas vezes é um investimentos em segurança, o tempo médio
incentivo suficiente para que as empresas entre incidentes é utilizado indistintamente
invistam. O governo, para justificar tal com o tempo médio entre falhas na
alteração, pode ter calculado que haverá menos Figura 34.7.
pessoas com deficiência no futuro, reduzindo
assim as despesas do governo relacionadas Os custos de oportunidade aumentam quando
à incapacidade e assim proporcionar um a disponibilidade é menor que 100%.
benefício líquido para todos os contribuintes. Confiabilidade
Custo de oportunidade e A tecnologia de transportadores não
disponibilidade se desenvolve de forma coordenada e
O custo de oportunidade é o valor da incremental, mas sim em etapas descontínuas.
produção perdida devido a eventos não Atualmente, as correias transportadoras
programados, como falhas no maquinário, são fortes, largas e rápidas o suficiente para
desligamentos para fins de limpeza ou transportar grandes volumes de materiais a
incidentes de segurança. O conceito determina granel em grandes distâncias. No entanto,
que se o produto não estiver disponível para muitos dos componentes não são capazes
processamento e, consequentemente, para de suportar velocidades, desgaste, forças de
venda, perde-se uma oportunidade de lucro. impacto ou materiais fugitivos durante tempo
A equação é mostrada na Figura 34.6. suficiente para evitar paradas não planejadas
do equipamento. Além disso, como os custos
Um conceito relacionado é o da de capital dos transportadores são altos e
disponibilidade. A disponibilidade, os riscos que mudanças não comprovadas
normalmente expressada como porcentagem, podem oferecer à produção, a engenharia de
representa o tempo que se prevê que o sistema transportadores tende a ser conservadora e o
(um transportador, por exemplo) ficará desenvolvimento de novas tecnologias pode
disponível para produção em comparação com levar décadas.
o tempo em que ele realmente permanece em
produção. A equação é mostrada na A incapacidade de incluir objetivos razoáveis
Figura 34.7. referentes à confiabilidade e capacidade dos
transportadores nos estudos de viabilidade

Figura 34.6.
Custo de oportunidade toneladas Vendas($) Custo das vendas($)
x Parada não planejada (horas) x – Cálculo do custo de
= hora tonelada tonelada oportunidade.

6
Figura 34.7.
Tempo médio entre falhas Cálculo da
Disponibilidade =
Tempo médio entre falhas + Tempo médio de reparo disponibilidade.

528
Cálculo de confiabilidade do sistema transportador
A confiabilidade de um sistema tal como ilustrado nas tabelas a seguir é calculada conhecendo ou estimando a taxa de
falha de cada componente durante o período de tempo em questão. Para transportadores, um período de tempo típico é
o período entre as principais paradas. O objetivo é que o sistema funcione de forma confiável entre as principais paradas
programadas.

Valores de confiabilidade considerados entre as principais paradas no cálculo do exemplo


Componente Confiabilidade Componente Confiabilidade Acessório Confiabilidade
principal dos sensor dos sensores dos acessórios
componentes
Calha-guia
Temperatura e
Transmissão 0,999 0,985 e chapas de 0,875
vibração
desgaste
Alinhador de
Correia 0,990 Velocidade zero 0,975 0,825
correia
Detecção de Raspadores de
Polias 0,997 0,998 0,750
rasgo correia
Chute 0,950 Chute entupido 0,925 Proteções 0,800

Para o sistema principal em série, calcule a confiabilidade:


RSistema principal = RTransmissão × RCorreia × RPolias × RChute = (0,999) × (0,990) × (0,997) × (0,950) = 0,937.
Nesse exemplo, há 93,7% de chances de que o sistema estará disponível conforme o desempenho exigido da Transmissão,
Correia, Polias e Chutes, dado que a falha de qualquer desses componentes faz com que todo o sistema falhe.
Se um Sensor ou Acessório falhar, isso não causará a falha de todo o sistema, mas pode contribuir para a falta de
confiabilidade do sistema.
Calcule a confiabilidade dos sensores:
RSensores = RTemp/Vib × RRasgo × RZero × REntupimento = (0,985) × (0,975) × (0,998) × (0,925) = 0,887
Os Sensores e Acessórios não estão em passagens críticas, mas operam em paralelo com os sistemas principais.
Calcule a confiabilidade dos acessórios:
RAcessórios = RCalha/Chapa × RAlinhador × RRaspadores × RProteções = (0,875) × (0,825) × (0,750) × (0,800) = 0,433
Combine as confiabilidades do sistema principal, sensores e acessórios para se obter a confiabilidade ou probabilidade de
que o transportador não sofrerá uma parada não programada antes da principal parada planejada.
Para determinar a confiabilidade do sistema transportador, combine as confiabilidades
Os sensores e acessórios são tratados como um sistema em série:
RSensores+Acessórios = RSensores × RAcessórios = (0,887) × (0,433) = 0,384
Os Sensores e Acessórios são colocados em paralelo com o Sistema principal para receber toda a confiabilidade do
sistema:
RTransportador = 1- [(1- RPrincipal) × (1- RSensores+Acessórios)] = 1- [(1-0.937) × (1- 0.384)] = 96.1%
Observação: se todos os subsistemas funcionassem com uma confiabilidade de 99,9% entre as principais paradas
programadas, a confiabilidade global do transportador seria de 99,9%.
R99,9 = 1- [(1- 0,937%) × (1- 0,992)] = 0.999 ou 99,9% confiável.
Isso mostra que é importante cuidar de todos os sistemas para alcançar a melhor confiabilidade.

Diagrama de
confiabilidade entre
SISTEMAS PRINCIPAIS
combinação em
CONFIABILIDADE
série e paralela.
DO SISTEMA
SENSORES ACESSÓRIOS

529
O retorno da segurança | Capítulo 34

de um projeto é uma das principais razões A combinação mais simples das confiabilidades
pelas quais os sistemas transportadores são do componente descritas de forma linear é
projetados com expectativas não razoáveis e, chamada de confiabilidade da série. Se um
com frequência, não atingem sua capacidade componente falhar, o sistema também falhará.
projetada. A planta e seu sistema transportador Conforme mostrado na Figura 34.9, se uma
foram projetados para produzir a tonelagem polia principal falhar inesperadamente, o
necessária e processar o material a granel sistema transportador disponível passa a ser
de forma lucrativa, mas não para obter a um sistema indisponível.
confiabilidade do equipamento transportador.
A manutenção e o funcionamento dos
Examinar a equação de confiabilidade transportadores são frequentemente focados
(Figura 34.8) de transportadores requer nos componentes principais. Essa filosofia de
entender a probabilidade de falhas de operação, como mostrada na Figura 34.10,
todos os componentes críticos do sistema é comum: enquanto a carga está saindo da
transportador. A falha de qualquer desses correia, não há necessidade de uma parada não
componentes poderia causar uma interrupção planejada para corrigir problemas.
não programada do sistema.

Figura 34.8.
Confiabilidade Tempo médio entre incidentes
Cálculo da equação
= Tempo médio até a falha de confiabilidade
cortesia de http://
Confiabilidade de sistemas de funcionamento em série = R1 x R2 x Rn ...
reliawiki.com/index.
Confiabilidade de sistemas de funcionamento em paralelo = 1 – [(1 – R1) x (1 – R2) x (1 – Rn) ... ]
Em que R = Probabilidade de falha de um sistema entre manutenção programada
http://rliawiki.com/index.php/RBDs_and_Analytical_System_Reliability
Figura 34.9.
Gráficos de série de
confiabilidade dos
DISPONÍVEL
TRANSMISSÃO CORREIA POLIAS CHUTE principais componentes do
SISTEMA
transportador. Superior:
Todos os componentes
SISTEMA estão opera e o sistema
TRANSMISSÃO CORREIA POLIAS CHUTE
INDISPONÍVEL transportador está
disponível. Inferior: Uma
falha na polia principal
tornou o transportador
TEMP. DETECÇÃO VELOCIDADE CHUTE
VIBRAÇÕES DE RASGO ZERO ENTUPIDO
indisponível.

SISTEMA Figura 34.10.


TRANSMISSÃO CORREIA POLIAS CHUTE DISPONÍVEL
Confiabilidade
paralela em um sistema
CALHA-GUIA ALINHADORES LIMPEZA
CHAPAS DE PROTEÇÕES transportador – A.
DESGASTE CORREIA CORREIA

Figura 34.11.
TEMP. DETECÇÃO VELOCIDADE CHUTE
VIBRAÇÕES DE RASGO ZERO ENTUPIDO Confiabilidade
paralela em um sistema
SISTEMA
TRANSMISSÃO CORREIA POLIAS CHUTE transportador – B.
INDISPONÍVEL? 6

CALHA-GUIA
CHAPAS DE
ALINHADORES LIMPEZA PROTEÇÕES
DESGASTE CORREIA CORREIA

530
Seção 6 | O retorno

Mas a confiabilidade do sistema transportador investimentos de todos os tipos. A ideia básica


é mais complicada do que a simples relação é adiantar uma sequência de investimentos e
em série de todas as probabilidades de falhas custos anuais para fornecer uma comparação
dos componentes principais. A Figura 34.10 mais precisa das alternativas de investimento.
mostra um gráfico de confiabilidade de (Figura 34.12.) Uma forma de VPL é o
sistema em paralelo em que os componentes custeio do ciclo de vida em que duas ou mais
principais são protegidos pelos sensores opções são avaliadas com base no preço inicial,
do sistema paralelo, e o desempenho de nos custos anuais e na vida útil esperada
todo o sistema foi aprimorado por meio da expressa em valores atuais. Geralmente, a
utilização de acessórios comuns. Mas como opção com o VPL mais alto seria a escolha
mostrado na Figura 34.11, um sensor de mais sensata.
chute entupido foi desconectado devido
A Taxa interna de retorno (TIR) mostra
à frequente trepidação e os raspadores de
a taxa de retorno anual composta de um
correia não estão funcionando. Ainda assim,
investimento e é definida como a taxa de juros
o sistema principal – transmissão/correia/
(ou de desconto) que torna o VPL igual a zero.
polias/chute – é considerado operacional e a
(Figura 34.13.)
produção continua. Mas nesse caso, a gestão
da planta é essencialmente uma loteria. Se a Tanto o VLP quanto a TIR são ferramentas
sorte continuar soprando a favor, as metas financeiras que podem ser usadas para
de produção serão cumpridas e eles poderão comparar opções de investimento, incluindo
corrigir os problemas na próxima parada investimentos em segurança.
programada. Mas qual é o risco que estão
tomando? Eles estão jogando roleta russa com Nas figuras 34.12 e 34.13:
o investimento de capital e com a saúde e
• Fluxo de caixa = as economias esperadas
segurança dos trabalhadores.
em um ano específico menos os custos de
Pesquisas mostram que as empresas que param operação e manutenção do projeto nesse
para corrigir os problemas assim que possível ano.
e praticam gestão de manutenção avançada • I = o número total de períodos
tendem a ser de 20 a 30% mais seguras e de 20 (normalmente anos) usado na análise.
a 25% mais produtivas.
• Investimento inicial = os custos iniciais de
Valor presente líquido e compra, entrega e instalação do projeto.
Taxa interna de retorno • R = o custo ponderado do dinheiro para a
O Valor presente líquido (VPL) é uma medida empresa de todas as fontes: empréstimos,
financeira amplamente utilizada para comparar venda de estoque, entre outros.

Figura 34.12.
Valor presente líquido = - Investimento I
Fluxos de caixa anual
Cálculo do Valor presente
inicial + i=1
(1 + R)i
líquido (VPL)
Fluxo de caixa Fluxo de caixa Fluxo de caixa
VPL = - Investimento inicial
anual 1 + anual 2 + anual 3 ...
+
(1 + R) 1
(1 + R) 2
(1 + R) 3

Figura 34.13.
Taxa interna de retorno = Que taxa R tornará um VPL = 0?
Cálculo da Taxa interna
6 de retorno (TIR). Fluxo de caixa Fluxo de caixa Fluxo de caixa
0 = - Investimento
anual 1 + anual 2 + anual 3 ...
inicial +
(1 + TIR) 1
(1 + TIR)2
(1 + TIR)
3

531
O retorno da segurança | Capítulo 34

Expresso em decimais e normalmente de segurança continuam, porque os sistemas


chamado de taxa de desconto. de controle desses problemas não são uma
Ele também pode ser considerado como a exigência absoluta na produção. A compra de
taxa de inflação. equipamento e a sua não utilização, ou não
• TIR = a taxa de desconto que torna o manutenção, aumentam os custos da empresa.
VPL igual a zero. As economias feitas devido à ausência de
manutenção ou com a não utilização de um
O VPL permitirá que uma empresa analise subsistema são economias fantasmas.
as economias futuras totais obtidas ao longo A operação sofre duas penalizações, ou seja,
da vida de um aprimoramento. A TIR deve paga os custo inicial sem receber qualquer
ser encontrada usando tentativa e erro para benefício.
descobrir a taxa que torna o VPL igual a
zero. A TIR mostrará a que taxa de juros do Infelizmente, é muito comum tomar uma
investimento ultrapassar o ponto de equilíbrio decisão míope ao comprar equipamentos
(break even). Se a TIR de um novo projeto especializados e, em seguida, depender da
exceder a taxa de retorno exigida pela empresa, manutenção da equipe interna para mantê-los
esse projeto poderá ser desejável. Se a TIR ficar produtivos. A realidade é que a maioria das
abaixo da taxa de retorno exigida, o projeto empresas ainda é gerida usando os conceitos
poderá ser rejeitado. da "escola tradicional", como a filosofia
do "funcionar até quebrar", de forma que
O VPL e a TIR podem ser mais bem os orçamentos de manutenção têm sido
utilizados para comparar diferentes decisões espremidos e os cronogramas de produção
de investimento ao longo do mesmo período ampliados ao ponto de não haver equipes nem
de tempo e taxas de desconto. Normalmente tempo de parada suficientes para realizar a
é aconselhável relatar o VPL e a TIR em manutenção de todos os equipamentos. Como
conjunto, dado que existem várias limitações à resultado, a falta de manutenção e treinamento
interpretação da TIR. da equipe de manutenção torna-se uma das
principais causas de acidentes.
Não deixe essas fórmulas aparentemente
complexas impedirem seus cálculos. Assim que Como representam investimentos de longo
as anotações matemáticas passarem, é bem fácil prazo com benefícios menos tangíveis,
compreender os resultados. Praticamente todos os sistemas que promovem a segurança
os softwares de planilhas dispõem de funções e o controle de materiais fugitivos não
VPL e TIR em que os números podem ser são priorizados frente aos equipamentos
inseridos e o computador realiza os cálculos. relacionados à produção. Como consequência,
os departamentos de manutenção internos
Muitas vezes, comprar com base no menor
raramente dispõem dos recursos para manter
preço em vez de comprar com base em valor
esses sistemas, ou seja, o equipamento que
ou no custo do ciclo de vida resulta em
promove a saúde e segurança dos trabalhadores
VPL e TIR negativos, o que significa que
no longo prazo. Uma pesquisa das equipes
esses investimentos subótimos realmente
de manutenção e vendas da Martin
representam custos, em vez de economias.
Engineering estimou que menos de 20% dos
Em transportadores de correia, obter um VPL transportadores são devidamente equipados
negativo é um resultado comum ao se investir com raspadores de correia e outros sistemas de
em componentes para reduzir materiais controle de material fugitivo e, dentre os que
fugitivos que não passam por manutenção ou possuem esses sistemas, apenas 25% são os que
recebem manutenção adequada. 6
ao comprar equipamentos de segurança que
não são usados. Como resultado, os custos
relacionados a materiais fugitivos e incidentes

532
Seção 6 | O retorno

Utilização da classificação dos níveis de material de retorno para avaliar


o desempenho da limpeza dos sistemas de limpeza da correia
Níveis de limpeza da correia, usados como um objetivo ou como Granel, a Martin Engineering foi a primeira a propor a utilização
um guia para avaliar o desempenho dos sistemas de limpeza de determinada escala. A versão da Martin Engineering usa o
de correias, são discutidos na 7ª edição do livro da CEMA Nível 0 como referência básica da quantidade de material de
(Conveyor Equipment Manufacturers Association) Belt Conveyors retorno com "nenhum" raspador instalado. Os níveis ascendem
for Bulk Materials. à medida que aumenta o número de raspadores instalados
No capítulo “Belt Cleaners and Accessories”, o livro da CEMA incrementando eficiência até alcançar o Nível 3. O que se
explica como usar os níveis, estabelecendo o seguinte: apresenta a seguir é parte do Capítulo 31, Índices de desempenho
O material de retorno não pode ser totalmente eliminado no FOUNDATIONS™, 4ª edição:
assim que o nível de material de retorno deve ter como O sucesso de uma operação para eliminar o material de
referência os requisitos da aplicação específica. Por retorno pode ser categorizado em "níveis" arbitrários.
exemplo, um transportador em uma instalação portuária A definição desses níveis deve ser determinada por
pode exigir uma correia muito limpa, em Nível IV, para uma medida da quantidade de material de retorno
minimizar a queda de material de retorno na água e, que permanece em uma determinada área prescrita
dado que o transportador transmite diversos materiais, (geralmente, um metro quadrado) das correias. Para os fins
para evitar a contaminação que não pode ser tolerada. dessa discussão, a linha de base para material de retorno
Em outras aplicações como a mineração a céu aberto, restante na correia (ou "Nível 0" de limpeza) seria superior
é possível tolerar maior nível de material de retorno, a 250 gramas de material por metro quadrado.
tipicamente em Nível II, em virtude da localização e do O Nível I de limpeza seria aquele que permite de 101 a
design das transferências, pois os acúmulos de material 250 gramas de material de retorno por metro quadrado
de retorno podem ser removidos com equipamentos na correia. Um sistema típico de limpeza de correia
automatizados, não afetando assim a produção. que alcance o Nível I de limpeza teria apenas um único
raspador primário ou um raspador secundário no estilo em
Nível de Quantidade de material de v.
material retorno, peso seco, valor médio O Nível II de limpeza é aquele que deixa de 11 a 100
de retorno gramas por metro quadrado de correia. Para atingir esse
Nível I > 0,05 lbf/pés2 (250 g/m2) nível de material de retorno, um sistema típico precisaria
Nível II > 0,02 a 0,05 lbf/pés2 (100 a 250 g/m2) de um sistema de limpeza duplo ou triplo, composto de
Nível III > 0,002 to 0,02 lbf/pés2 (10 a 100 g/m2) um pré-raspador com um raspador secundário e, às vezes,
até mesmo de um terceiro raspador de correia.
Nível IV 0,0004 to 0,002 lbf/pés2 (2 a 10 g/m2)
O Nível III de limpeza é aquele que permite de 0 a 10
Tabela 11.5 Níveis de material de retorno da CEMA
gramas de material de retorno por metro quadrado.
O sistema de limpeza que pode alcançar esse nível de
O nível de desempenho do raspador (ou a quantidade de material desempenho em circunstâncias típicas seria um sistema
de retorno remanescente na correia) é determinado pela medição de lavagem de correia que envolva uma ou várias barras
real. O livro Belt Conveyors for Bulk Materials observa: de spray de água, vários conjuntos de limpeza e um
Os fabricantes de raspadores de correia e alguns método de remoção do excesso de umidade da correia.
consultores independentes podem realizar testes de Os sistemas mais complicados ou sofisticados possuem
material de retorno para estabelecer o desempenho do melhor desempenho de limpeza; porém sua aquisição e
sistema de limpeza da correia. Embora a metodologia manutenção são mais caras.
possa variar, é importante reconhecer que a limpeza da O livro FOUNDATIONS™, 4ª edição, também oferece uma
correia é um processo e, portanto, exigem-se muitas metodologia chamada a Escala de Swinderman de material
medições sob condições variáveis para estabelecer um valor fugitivo para avaliar o desempenho de limpeza de correia de
médio de material de retorno. um transportador (ou da planta), bem como o controle de
No livro, FOUNDATIONS™, 4ª edição: Guia Prático para um pó e derramamento. Para maiores detalhes sobre a Escala de
Controle Mais Limpo, Seguro e Produtivo do Pó e Material a Swinderman e suas avaliações de material fugitivo, consulte o
livro ou visite martin-eng.com/FOUNDATIONS
533
O retorno da segurança | Capítulo 34

Comparação de VPL e É instrutivo comparar as diferentes opções de


TIR dos sistemas de investimentos em raspadores de correia para
reduzir os custos de limpeza. As estimativas
raspadores de correia
são baseadas na comparação dos investimentos
A avaliação dos níveis de material de retorno exigidos para se alcançar vários Níveis de
é importante ao considerar a segurança material de retorno da CEMA. (Consulte
dos transportadores de correia, porque está Utilização das classificações dos níveis de
comprovado que quanto mais material fugitivo material de retorno.)
for gerado nos transportadores de correia,
Todos os investimentos sugeridos utilizam
maior será a necessidade de se trabalhar nas
sistemas de limpeza da mesma Classe de
proximidades dos equipamentos. Quanto
aplicação da CEMA. As classes de Aplicação
maior for a necessidade de se trabalhar nas
de raspadores de correia da CEMA foram
proximidades dos transportadores de correia,
estabelecidas com a publicação da Norma
maiores serão as chances de acidentes e
CEMA nº 576 Classification of Applications
ferimentos. Fica assim evidente que melhorar
for Bulk Material Conveyor Belt Cleaning em
a limpeza da correia minimizará incidentes de
2013. Ela fornece um procedimento uniforme
segurança e permitirá que os investimentos
para determinar a severidade da aplicação de
da planta nesses sistemas possam oferecer um
qualquer transportador de correia. Depois
Return on Conveyor Safety™ (Retorno do
de determinar a gravidade da aplicação, um
investimento na segurança ao trabalhar com
projetista de transportadores ou comprador de
transportadores).

Investi- Custos de Figura 34.14.


Nível de material de Custos de Fluxo de caixa
mento limpeza Dados de resumo do
retorno da CEMA manutenção anuais líquido
inicial anuais VPL e TIR do exemplo.
(g/m2) (US$) (US$) (US$) (US$)
Estado atual: -50.000 + 1.500
>250 1.000 50.000 1.500
Nível I = -48.500
Estado futuro A: De
-25.000 + 2.500
Nível III de 10 a 5.000 25.000 2.500
= -22.500
limpeza 100
Estado futuro B:
-4.500+3.500
Nível de limpeza <10 25.000 4.500 3.500
= -1.000
IV

Fluxo Fluxo Fluxo Fluxo Fluxo Fluxo Fluxo


Figura 34.15.
Taxa Investi-
de de de de de de de Exemplo de cálculo do
de des- mento
Estado caixa caixa caixa caixa caixa caixa caixa VPL TIR Valor presente líquido
conto inicial (VPL) e Taxa interna
anual anual anual anual anual anual anual
R anual 0 de retorno (TIR).
1 2 3 4 5 6 7
Estado
10% 1.000 -48.500 -48.500 -48.500 -48.500 -48.500 -48.500 -48.500 (215.562) 0%
atual
Estado
de futuro 10% 5.000 -22.500 -22.500 -22.500 -22.500 -22.500 -22.500 -22.500 (104.127) 0%
A
Estado 6
de futuro 10% 25.000 -1.000 -1.000 -1.000 -1.000 -1.000 -1.000 -1.000 (27.153) 0%
B

534
Seção 6 | O retorno

raspadores de correia selecionaria um sistema e segurança, muito melhor do que o estado


de limpeza que correspondesse à classificação atual.
da aplicação. Para obter mais informações,
consulte a Publicação nº 576 da CEMA, que Se a comparação fosse feita com um ROI
se encontra disponível gratuitamente para simples, sem considerar o valor temporal do
download no site da CEMA, cemanet.org. dinheiro, os resultados seriam:

A vida útil das principais estruturas dos ROI simples do Estado futuro A
raspadores de correia é de 7 anos; a taxa de [(50.000 - 25.000) + (1.500 - 2.500)]/5.000 =
desconto usada é de 10%. 24.000/5.000 = 4,8 ou (480%) ou 2,5
meses de retorno.
Investimento inicial é o preço de compra de
um sistema de limpeza de correia e o custo ROI simples do Estado futuro B
(principalmente mão de obra) para instalar [(50.000- 4.500) + (1.500 - 3.500)]/25.000 =
dito sistema. 43.500/25.000 = 1,74 ou (174%) ou 6,9
meses de retorno.
Custos anuais de limpeza são os custos de mão
de obra e equipamentos usados na limpeza do A importância da medição
material nas proximidades de transportadores
O objetivo desta análise é reduzir a
de correia.
incerteza na tomada de decisões para que
Custos anuais de manutenção são os gastos de a administração possa alocar recursos nos
substituição das lâminas, bem como da mão investimentos que aumentem a produtividade
de obra na inspeção dos raspadores de correia e com risco mínimo. A incerteza e o risco
substituição de lâminas. não podem ser reduzidos a zero, por isso é
importante medir os custos que incidem
Os números usados no exemplo são diretamente no aumento da produtividade e
fictícios, porém realistas; eles mostram que da segurança.
a manutenção do status quo é a opção mais
cara. (Figura 34.14 e Figura 34.15.) Todas Há muitas desculpas para evitar a medição
as opções resultam em um VPL negativo, de custos menos tangíveis. Elas incluem:
porque nem todas as despesas de limpeza "Isso não pode ser medido", "É muito caro",
são eliminadas. A TIR é zero porque não "Demanda muito tempo", "É uma invasão
há retorno positivo. O fluxo de caixa anual de privacidade", "Isso irá expor informações
pode ser variado para refletir as diferenças na confidenciais", "As estatísticas mentem", entre
produção ou a necessidade de manutenção outras. O livro How to Measure Anything –
adicional à medida que o equipamento Finding the Value of Intangibles in Business, de
envelhece. D.W. Hubbard, é uma referência valiosa para
aqueles que se dedicam a melhorar a segurança
O Estado futuro A pode ser uma alternativa e que se deparam com essas desculpas comuns
viável, mesmo com um VPL e TIR negativos, da gerência. Normalmente, apenas algumas
dada a necessidade de investimentos coisas realmente importam na hora de
significativamente maiores para ir do Nível tomar uma decisão sobre um investimento
III ao Nível IV de limpeza. Por exemplo, a em segurança, mas o valor dessas poucas
decisão de fazer o investimento de Nível III de informações é geralmente muito importante.
US$ 5.000 pode exigir somente uma decisão E, se é importante, pode ser medido. A única
local (em nível de planta), mas o investimento objeção válida em relação à medição é se o
6 de Nível IV de US$ 25.000 pode exigir a custo dela exceder o valor da informação ao
aprovação da empresa. Nesse caso, escolher tomar uma decisão de segurança.
o Estado futuro A não é necessariamente
uma má ideia e, do ponto de vista da saúde

535
O retorno da segurança | Capítulo 34

Como medir o Return on Valor da vida estatística


Conveyor Safety™ Um conceito importante que será utilizado
É possível demonstrar que um sistema limpo para desenvolver análises de investimento
e com boa manutenção é mais rentável do que em segurança é o Valor da vida estatística
um sistema sujo e com manutenção deficiente. (VSL). O VSL é uma ferramenta amplamente
utilizada pelos economistas para comparar
Além de um ambiente limpo, é importante os efeitos das políticas sobre os custos para a
manter um ambiente seguro. Além de sociedade. O VSL é definido como o valor
razões éticas, há repercussões financeiras monetário que uma sociedade ou grupo
relacionadas a incidentes e acidentes. Um de indivíduos estão dispostos a pagar para
ambiente mais limpo diminuirá os riscos reduzir o risco de mortalidade por uma morte
à segurança. O objetivo deve ser nenhum estatística. Isso não deve ser confundido com
incidente de segurança, mas os custos para o valor real da vida, que alguns considerariam
chegar a zero deve ser considerado. Nenhuma inestimável, ou o valor que os indivíduos
quantidade de dinheiro pode mitigar todos os estariam dispostos a pagar para estender sua
riscos e cada empresa tem recursos limitados própria vida.
para mitigar esses riscos. No entanto, um
investimento em segurança não só auxilia na O Valor da vida estatística varia de indústria
taxa de transferência de material, mas também para indústria e até em um mesmo país. Esse
diminui os incidentes de segurança. tópico é tema de muitos trabalhos acadêmicos
e de muito debate. Nossa interpretação
dos números de VSL de 1995 mostrados
Projeção da economia ao no estudo Variations between Countries in
investir em segurança Values of Statistical Life, de Ted R. Miller,
é que eles variam entre US$ 40.000 na
Essa seção proporciona um modelo que Nigéria e Bangladesh, e US$ 4.680.000
permite prever as economias feitas graças a no Japão, com base nos valores de 1995.
investimentos em segurança. A maioria dos Em 2016, esses valores de VSL podem ser
modelos financeiros foca nos investimentos em atualizados para US$ 51.000 e US$ 5.987.000
equipamentos e na redução dos custos diretos. respectivamente.
Existe uma quantidade relativamente pequena
de informações sobre como prever um ROI Devido a variações nos dados publicados,
dos investimentos em segurança. a melhor abordagem para usar os cálculos
do Valor da vida estatística é chegar
A segurança não é um valor fixo. É importante a um acordo sobre um valor com o
observar que há muita vulnerabilidade departamento de contabilidade da empresa
nos dados relacionados a segurança. Por ou de uma associação industrial relevante. O
causa dessa variabilidade, qualquer modelo Departamento de Transportes (DOT) dos
provavelmente exigirá que sejam feitas Estados Unidos tem elaborado uma enorme
estimativas gerais. Além da implementação quantidade de trabalho detalhado com base
física de investimentos em segurança, a gestão na análise do VSL. O VSL e o modelo de
pró-ativa de ativos e o desenvolvimento de investimento em segurança mostrados aqui são
uma filosofia com base na cultura de segurança baseados no programa do DOT dos EUA.
são necessários para um ambiente de segurança A primeira equação a ser introduzida será
com aprimoramento contínuo. Qualquer o valor de uma vida estatística de um
planta pode sempre melhorar a segurança, determinado ano. 6
então é necessária uma abordagem de gestão de
aprimoramento contínuo. O DOT dos EUA utilizou vários estudos para
determinar que o VSL de 2013 foi de

536
Seção 6 | O retorno

US$ 9,2 milhões nos Estados Unidos. Para A escala AIS varia entre 1 e 6, em que um
compensar a inflação nos fluxos de caixa representa ferimentos leves e seis, ferimentos
futuros associados ao VSL, o DOT dos EUA mais graves ou acidentes praticamente sem
propõe ajustar o VSL usando a Figura 34.16. sobreviventes, e pode ser combinada com
estatísticas de ocorrências de cada categoria.
O VSL foi estabelecido para avaliar os A Figura 34.17 mostra os valores de AIS
custos associados a mortes. A fim de avaliar com as respectivas descrições de gravidade
ferimentos que não resultam em morte, será e os fatores da escala. Os fatores da escala
usada a Escala abreviada de lesões (AIS). A correspondem à fração de uma fatalidade a que
AIS associa a "disposição para pagar" valores cada nível de AIS está
devido a lesões que não resultam em morte. associado. A disposição para pagar por cada
A escala AIS tornou-se uma das escalas nível se eleva a cada aumento no nível de
anatômicas mais amplamente utilizadas para severidade de AIS.
classificar a severidade das lesões.
Vários países e indústrias relatam incidentes
de forma significativa distinta. O nome e a
definição das categorias variam, de forma que
Figura 34.16. nem sempre correspondem aos níveis de AIS.
VSL2013+n = VSL2013 x (1+PPI/100)n As categorias e as probabilidades de lesões
Cálculo do Valor da
vida estatística (VSL) n = Número de anos desde 2013
se encontram especificadas na publicação
com valor ajustado. de 2005 da Organização Internacional do
Em que PPI representa o Índice de preços ao Trabalho das Nações Unidas Introductory
produtor e o VSI é específico do país Report: Decent Work – Safe Work.

Nesse estudo, a escala de AIS de 1 a 6 é


Figura 34.17. Multiplicador condensada para representar as classificações
Nível de AIS Gravidade
Resumo bibliográfico: de VSL comuns de relatos de lesão industrial: "Sem
Custo do empregado e 1 0,003 Menor afastamento", "Com afastamento" e "Com
economia da segurança. fatalidade". Embora a utilização de dados
2 0,047 Moderada
3 0,105 Séria atuais e de moeda local é sempre melhor
ao avaliar os investimentos, o uso desses
4 0,266 Grave
pressupostos dará uma estimativa razoável
5 0,593 Crítica
sobre a média global.
6 1,000 Máxima

Figura 34.18. Custo por incidente


Fator de escala de lesão AIS
Estimativa do Valor da vida Categoria de relatório (VSL2015 = 9,42 milhões de
(Nível)
estatística nos Estados Unidos dólares)
(Departamento de Transporte Lesão fatal 1,000 (AIS nº6) US$ 9.420.000
dos EUA).
Lesão com afastamento 0,025 (Média AIS nº2 a nº5) US$ 235.500
Lesão sem afastamento 0,003 (AIS nº1) US$ 28.260

Figura 34.19. Probabilidade por trabalhador (segundo a OIT)


Estimativa das Lesão relacionada ao trabalho Doenças relacionadas ao trabalho
probabilidades globais
Fatal 0,015% Fatal 0,015%
de lesões relacionadas ao
trabalho (Organização Com afastamento 0,075% Invalidez permanente 0,075%
6
Internacional do Deficiência limitada/Com
Trabalho). Sem afastamento 0,225% 0,225%
afastamento

537
O retorno da segurança | Capítulo 34

A Figura 34.18 apresenta os custos diretos estudos que foram oferecidos pelos
de lesões com base na abordagem do Valor fornecedores com base em estudos de
da vida estatística da metodologia do caso dos seus respectivos equipamentos,
Departamento de Transporte dos Estados ou simplesmente com base nos objetivos
Unidos. A estimativa de custo de outras fontes estabelecidos pela gestão.
é consistente com essas estimativas.
O custo das lesões nos Estados Unidos está na Custos menos tangíveis
extremidade superior da curva de custo. Do ponto de vista do investimento em
A Figura 34.19 mostra as estimativas da segurança, qualquer custo significativo que
média global da Organização Internacional tenha influência na decisão de investimento
do Trabalho das Nações Unidas sobre as deve ser medido.
probabilidades dos níveis de lesão e doenças. Tradicionalmente, os contadores estão mais
Observe que se estima um número semelhante preocupados com os custos diretos ou mais
de mortes e deficiências tanto em função tangíveis. (Consulte Custos tangíveis e
de doenças quanto de mortes acidentais. As custos menos tangíveis.) Isso se dá porque
doenças relacionadas com o trabalho muitas os custos diretos são mais fáceis de medir e,
vezes levam muito tempo para se manifestar, muitas vezes, se exige que sejam incluídos nas
enquanto os resultados de acidentes em geral demonstrações financeiras oficiais. Custos
são imediatos. de acompanhamento e coletas de dados não
Proporção de incidentes usados diretamente na tomada de decisão são
um desperdício de tempo e um exemplo de
Existem várias proporções diferentes utilizadas custos indiretos que não contribuem para uma
por vários governos para estabelecer uma boa tomada de decisão em relação à segurança.
taxa ou proporção de acidentes. Essas taxas É normal que seja empregado muito mais
são utilizadas pelas empresas para medir as tempo e esforço em relatórios e métricas
melhorias da segurança, pelas companhias de inúteis do que naqueles que realmente exercem
seguros para fixar os prêmios de seguro e pelos um impacto no processo de decisão de
governos para definir multas ou intervenções. segurança.
Do ponto de vista dos investimentos em
segurança, esses números são úteis para indicar Ao tomar decisões sobre um investimento
melhorias nos programas de segurança, mas em segurança, é importante concentrar-se
são indicadores reativos, não pró-ativos. na coleta de dados e em estimativas
fundamentadas desses custos indiretos, menos
Para investimentos em segurança, o fator mais tangíveis, porque o programa $afety Pays da
interessante é a proporção de melhoria. As OSHA mostra que os custos indiretos podem
taxas alvo de melhoria podem ser usadas em representar 4,5 vezes os custos diretos.
combinação com o Valor da vida estatística e (Figura 34.20.)
com a probabilidade de uma lesão ou doença
a fim de estimar a quantia que pode ser Multiplicador de Figura 34.20.
investida. Custos (diretos)
custos (indiretos) Proporção entre custos
tangíveis indiretos e custos
Por exemplo, se desejar uma melhoria de 25% menos tangíveis
US$ 0 - US$ 2.999 4,5 diretos dos incidentes
na taxa de incidentes, a probabilidade de cada
de segurança.
classe de lesão pode ser reduzida na mesma US$ 3.000 - US$
1,6
porcentagem. A diferença nos custos de VSL 4.999
fornece uma indicação da quantia de dinheiro US$ 5.000 - US$ 6
1,2
disponível para investimentos. 9.999
Acima de
A redução de lesões e doenças pode ser 1,1
US$ 10.000
estimada a partir da literatura de diferentes
538
Seção 6 | O retorno

Metodologia de projeção de aleatórias. A simulação de Monte Carlo


economias em segurança fornece ao tomador de decisão uma gama
de resultados possíveis e as probabilidades
A abordagem pretende: de ocorrência de cada resultado em função
da ação escolhida. Geralmente, esse método
1. Estimar as economias anuais por
é apropriado quando a solução ideal não é
meio de:
óbvia e quando um grande número de opções
a. Valor da vida estatística (VSL). de investimento se combina com variáveis
b. Probabilidade de ocorrência (Pix). incertas.
c. Redução percentual de Os métodos desse capítulo são projetados
incidentes (ΔPix). para comparar um número limitado de
2. Estimar os efeitos dos custos opções de investimento relacionado à limpeza,
indiretos. segurança e produtividade do transportador.
No mínimo, o estado
3. Estimar os custos de manutenção e
atual deve ser comparado com o estado futuro,
capital das opções de investimento.
o que significa que pelo menos duas opções
4. Determinar o Retorno do devem ser consideradas.
investimento de 1 ano.
Nem todas as técnicas de análise financeira
5. Calcular o VPL ao longo da vida das
se aplicam a qualquer investimento em
opções de investimento.
segurança, portanto escolher a abordagem
(Figura 34.21.)
apropriada é o primeiro passo importante.
Geralmente, os investimentos em segurança
Quantas opções devem ser têm um ROI elevado no primeiro ano.
Por isso, sem examinar seus retornos ao
consideradas?
longo da vida útil, os investimentos que
Um transportador é geralmente apenas se encontrem no nível errado podem ser
uma parte de um conjunto complexo de realmente mais caros do que manter o estado
equipamentos, estruturas, sistemas de atual. É uma boa prática usar a abordagem
informação e estações de fornecimento. VPL ao comparar pelo menos duas opções
Particularmente, para uma mina ou unidade para cada proposta de investimento em
de processamento completamente nova, há segurança.
uma infinidade de cenários interrelacionados
Também é útil examinar quão sensíveis são
a serem considerados, cada um deles com
os resultados em relação a mudanças nas
diferentes intervalos de resultados possíveis.
hipóteses iniciais. Isso se chama Análise de
Uma técnica comum para uma tomada de
sensibilidade e pode ser aplicada com bastante
decisão complexa é usar a classe de simulações
facilidade na análise de investimentos em
de computador amplamente chamada de
segurança.
método de Monte Carlo. O método de Monte
Carlo é uma técnica de resolução de problemas Se a hipótese for de que um investimento
avançada usada para se chegar a uma reduzirá a taxa de acidentes em 25%, quão
probabilidade aproximada de certos resultados sensível será o investimento em relação a
por meio de simulações múltiplas e variáveis mudanças nessa porcentagem?

Figura 34.21.
6 Economias anuais = nº de trabalhadores × VSL × [∆PiFatalidade + ∆PiCom afastamento + ∆PiSem afastamento] × Multiplicador de custo indireto
Cálculo da economia
anual projetada ∆Pix = Probabilidade de classe de incidente × % Redução dos incidentes
dos investimentos
em segurança.

539
O retorno da segurança | Capítulo 34

O que acontecerá com o retorno se a alteração ESTUDO DE CASO


da taxa de acidentes terminar sendo de 15%, Return On Conveyor Safety™
ou de 35%? É simples mudar a hipótese sobre
em uma mina de carvão
a taxa de acidentes e executar a análise VPL
novamente. Esse estudo de caso é baseado em uma
investigação de 2015 em uma mina de
A análise de sensibilidade é uma abordagem
carvão nos Estados Unidos, realizada pelo
menos complexa do que a utilização de
Ph.D. Dr. Antonio Nieto e pelo estudante
técnicas avançadas, como o método de
de pós-graduação Daniel P. Brown
Monte Carlo, e pode ser realizada por meio
para a Martin Engineering, ambos do
de um software de planilhas básico. Um
Departamento de Engenharia de Energia
inconveniente da análise de sensibilidade
e Mineral da Universidade Estadual da
simples é que outros dados também podem ser
Pensilvânia.
influenciados pela mudança de uma variável.
Uma mina de carvão tem uma média
Independentemente das desvantagens, a VPL de 14 incidentes não fatais relacionados
e as técnicas de análise de sensibilidade são a transportadores por ano. Foi feito um
úteis para fins de comparações comuns de investimento de US$ 350.000 para comprar
investimento em segurança. e instalar equipamentos de controle de
materiais fugitivos e um contrato assinado para
terceirizar a manutenção desses sistemas.
A meta era reduzir o número anual de
incidentes a 3 por ano.

Antes dos investimentos Figure 34.22.


Custos/incidentes Investimentos R.O.C.S.™
R.O.C.S.™ Dados coletados no
Manutenção Interna US$ 100.000/ano. estudo de caso sobre
Return on Conveyor
Custo do dinheiro (Taxa de
N/A 4% Safety™.
desconto)
Intervalo de tempo da análise N/A 10 anos
Incidentes 14 3
Transportadores 14 milhas (22,6 km) 14 milhas (22,6 km)
Tempo de transporte até o portal 2h 2h
Roletes de carga 14.783 14.783
Roletes de retorno 7.392 7.392
Paradas devido a chutes
5 h/dia 0 h/dia
entupidos
Produtividade 500 t/h 1.500 t/h
Ruptura de correia 4/mês 1/ano
Desvio de correia/transmissão 2 h/semana 0 h/semana
Preço de venda do carvão US$ 45/t US$ 45/t
Força de trabalho 30 30
Custo de trabalho: Salários +
US$ 75/h US$ 75/h
Benefícios
Exposição a riscos de lesões 6
1 h/dia 2 h/ano
musculoesqueléticas
Exposição a riscos elétricos 2 h/semana 1 h/semana
Cultura Produção Segurança

540
Seção 6 | O retorno

A adoção da filosofia "uma mina segura é uma por ano ou 25 semanas entre as principais
mina produtiva" se tornou o principal foco paradas planejadas para reparo.
das operações. Essa premissa implica que a • Não há nenhum dado sobre objetivo
ênfase na segurança melhorará a produção e, corporativo em relação à Disponibilidade,
portanto, os resultados. de modo que o exemplo de cálculo
Tal como acontece com muitos investimentos, será feito com base nas informações
a análise financeira pode levar a muitos disponíveis sobre produção perdida
caminhos. A disponibilidade de dados, de uma média de cinco horas por dia
nesse caso, é superior à que é normalmente devido ao entupimento do chute.
encontrada no campo e, portanto, permite Não há um detalhamento das taxas de
várias análises diferentes. (Figura 34.22.) incidentes ou de reduções, de modo que
Alguns dos dados são incluídos como o cálculo da Economia anual utilizará
referência e para indicar a extensão da as probabilidades por trabalhador da
operação. Alguns efeitos da aplicação do Organização Internacional do Trabalho da
conceito Return on Conveyor Safety™ ONU.
(Retorno do investimento na segurança ao • A média do Valor de vendas de carvão
trabalhar com transportadores), como o a US$ 45 por tonelada é baseada em
aumento da vida útil dos roletes, não foram pesquisa na Internet em relação a esse
considerados. período de tempo.

Suposições do estudo de caso • Não há nenhuma informação sobre o


Custo de vendas, de modo que os cálculos
Algumas suposições devem ser feitas para de ROI e do Custo de oportunidade
completar a análise financeira do estudo de considerarão um Custo de vendas
caso. de US$ 40, com um lucro bruto por
tonelada de US$ 5.
• Não há dados sobre as Horas de operação
planejadas, de modo que será considerado • Será considerada uma Taxa de desconto
um cronograma de produção planejada de 4%.
de 24 horas por dia, 5 dias por semana O primeiro ano é frequentemente usado
durante 50 semanas ou 6.000 horas. para fornecer uma estimativa inicial a fim de
• Não há informações sobre Paradas determinar se o projeto garante subsequente
programadas para reparos maiores, de coleta de dados e análise financeira.
modo que o cálculo da confiabilidade Exceto para pequenos investimentos no
atribuirá duas paradas de uma semana curto prazo, um ROI de um ano não é
Figura 34.23.
Economia total 1
Equação 1: ROI = ROI x 100 = ROI% = Anos até o retorno
Cálculos de retorno Custos totais ROI
do investimento do
primeiro ano: Estudo US$ – Custo das US$
de caso sobre Return Toneladas adicionais produzidas anualmente (t) x Preço de venda
ROI = t vendas t
on Conveyor Safety™.
Investimento em equipamentos (US$) + Custos de manutenção anuais (US$)

t t US$
1.500 – 500 x 6.000(h) x 5
ROI = h h t US$ 270.000.000
= = 66,7
6 US$ 350.000 + US$ 100.000 US$ 450.000

1
ROI% = 66,7 x 100 = 6.670% e ROIanos = = 0,015 ano = 5,4 dias
66,67

541
O retorno da segurança | Capítulo 34

tone- Figura 34.24.


US$ – Custo das US$
Equação 2: Custo de oportunidade = ladas x parada (horas) x Vendas Cálculo do custo de
vendas
hora tonelada tonelada
oportunidade: Estudo
t h dias US$ = US$ de caso sobre Return on
Custo de oportunidade = 500 x5 x5 x 50 semanas x 5
h dia semana t 625.000 Conveyor Safety™.

Tempo médio entre falhas Figura 34.25.


Equação 3: Disponibilidade =
Tempo médio entre falhas + Tempo médio de reparo Cálculo da
disponibilidade: Estudo
Produção diária real(h) 24(h) - 5(h) 19(h) de caso sobre Return on
Disponibilidade = = = = 0,79 = 79%
Produção planejada(h) 24(h) 24(h) Conveyor Safety™.

Tempo médio entre incidentes Figura 34.26.


Equação 4: Confiabilidade =
Tempo médio até a falha Cálculo da
confiabilidade: Estudo
Tempo médio entre incidentes (24h - 5h) de caso sobre Return on
Confiabilidade = =
Tempo médio até a falha dias h Conveyor Safety™.
25 semanas x 5 x 24
semana d

19h
Confiabilidade = = 0,006 Confiabilidade = 0,006 x 100 = 0,6%
3.000h

Figura 34.27.
Equação 7: VSL2013+n = VSL2013 x 1,0118n Cálculo do Valor da
vida estatística: Estudo
VSL2015 = VSL2013 x 1,01182 = US$ 9.420.000
de caso sobre Return on
Conveyor Safety™.

Equação 8: Economia anual = Nº de trabalhadores x VSL x [ΔPiFatalidade + ΔPiCom afastamento + ΔPiSem afastamento] x Multiplicador de custo indireto Figura 34.28.
ΔPix = Probabilidade da classe do incidente x Redução dos incidentes Cálculo da economia
anual devido à redução
3
ΔPix = Probabilidade da classe do incidente x Redução dos incidentes = 0,015% x 1 - = 0,0118% de lesões: Estudo de
14
caso sobre Return on
3 Conveyor Safety™.
ΔPix = Probabilidade da classe do incidente x Redução dos incidentes = 0,075% x 1- = 0,0589%
14

3
ΔPix = Probabilidade da classe do incidente x Redução dos incidentes = 0,225% x 1 - = 0,1768%
14

[0,0118% + 0,0589% + 0,1768%]


Economia anual = 30 x US$ 9.420.000 x x 1,1 = US$ 769.379
100%

1
Fluxos de caixa anual Figura 34.29.
Equação 5: Valor presente líquido = - Investimento inicial +
i=1
(1 + R)i Calculation for Net 6
Presente Value: Estudo
1
US$ 769.379 - US$ 100.000
VPL = -US$ 350.000 + = - US$ 350.000 + US$ 643.633 = US$ 293.633
de caso sobre Return on
i=1
(1 + 0,04)1 Conveyor Safety™.

542
Seção 6 | O retorno

um método particularmente preciso para À primeira vista, isso pode parecer um conflito
avaliar investimentos. (Figura 34.23.) de resultados ou que esse resultado deve estar
correto e os outros errados. Todos os resultados
Outros cálculos úteis são mostrados entre as são válidos; escolha o melhor método de
Figuras 34.24 e 34.31. análise para o investimento, dependendo dos
Análise financeira dados disponíveis e sofisticação financeira
corporativa.
Os resultados financeiros são resumidos na
Figura 34.32. Para ilustrar todos os cálculos Benefícios menos tangíveis
disponíveis, vários resultados diferentes Além dos benefícios financeiros, esse
são apresentados. Conservadoramente, o investimento em segurança e mudança de
investimento produziu um ROI de 65%, cultura nessa mina melhorou muitas das
reduziu as lesões e aumentou a produção. facetas da operação.
Observação: o resultado de uma TIR de Antes de qualquer investimento e
191% deve ser usado ao comparar opções de implementação da cultura de segurança, a
investimento relacionadas, e não visto como mina era incapaz de sustentar continuamente
um ROI possível. a sua planta de preparação com material de
alimentação e por isso perdia encomendas.

Figura 34.30.
Equação 6: 0 = -Investimento inicial I
Fluxo de caixa anual
Cálculo da Taxa interna + i=1
(1 + IRR)i
de retorno: Estudo de
caso sobre Return on 0 = -US$ 10
US$ 669.379
TIR = 191%
Conveyor Safety™. 350.000 + (1 + 1,91)10
i=1

Figura 34.31.
Cálculo do retorno do VPLSegurança US$ 293.118 1
investimento com base ROS = = = = 1,54 anos
US$ 350.000 + US$
no estudo de caso sobre Custo 0,65
100.000
Return on Conveyor
Safety™.

Figura 34.32. Antes do investimento Depois do investimento


Método de análise
Resumo dos resultados: em segurança em segurança
Estudo de caso sobre Returno do investimento (ROI) no
Return on Conveyor N/A 5,4 dias
primeiro ano
Safety™.
Custo de oportunidade (por ano) US$ 625.000 US$ 0
Disponibilidade 79% 100%
Confiabilidade 0,6% 100%
Valor da vida estatística US$ 9.420.000 US$ 9.420.000
Economias devido à redução de lesões
N/A US$ 769.379/ano
(por ano)
Valor presente líquido (VPL) com base no
N/A US$ 293.118
6 VSL
Taxa interna de retorno (TIR) N/A 191%
ROI com base no Return on Conveyor
N/A 1,54 ano
Safety™

543
O retorno da segurança | Capítulo 34

Como o foco da operação era o corte de A análise não mostra as vendas adicionais nem
custos, nenhum dinheiro estava sendo gasto no os lucros realizados, mesmo havendo uma
transportador de correia. depressão prolongada no preço de mercado de
carvão para vapor. Essas vendas e lucros, e a
Uma das novas implementações foi produção que as criou, foram possíveis graças à
um programa de cartas que habilitava ausência de acidentes.
os funcionários a escrever e apresentar
observações pertinentes que acreditavam que Esses resultados demonstram claramente os
poderia melhorar a segurança ou beneficiar efeitos positivos de um pequeno investimento
a operação da mina. As cartas eram avaliadas em segurança – o Return on Conveyor
diariamente para identificar e classificar as Safety™.
tendências diárias e mensais. Através da
utilização desse sistema de cartas, foi adotado
um objetivo para diminuir a exposição a CONCLUSÕES
possíveis acidentes identificados. Os problemas Como calcular o retorno da
eram corrigidos e as mudanças eram feitas segurança
com foco nas tendências relacionadas às
práticas inseguras. Identificavam-se algumas Ao utilizar os métodos de contabilidade
questões fundamentais, como componentes aqui mostrados a fim de atribuir valor de
prematuramente quebrados, danificados forma detalhada aos benefícios intangíveis
ou desgastados, chute entupidos, correia/ criados pelos investimentos em segurança, os
transmissão deslocada e correias danificadas. funcionários da planta, sejam eles responsáveis
Até mesmo questões como a limpeza de pela contabilidade, produção ou segurança,
entradas para novas rotas de fuga, melhorias podem justificar investimentos e sistemas
nas escadas e a colocação de sal nas passarelas transportadores que melhorem a segurança no
durante o inverno eram abordadas e trabalho e evidenciar o valor de sistemas que
melhoradas. proporcionam transportadores mais limpos,
seguros e produtivos.
Esses investimentos proporcionaram
melhorias, como o aumento na disponibilidade
e na produção, assim como a diminuição de
acidentes. Desde que esse investimento foi
implementado, a empresa não passou por um
acidente com afastamento.

544
Seção 6 | O retorno

Capítulo 34 Anexo
Pesquisa bibliográfica sobre valores

Esse anexo apresenta as fontes dos dados sobre custos incorporados no Capítulo 34.

A1. Custos de uma fatalidade


A2. Custos de incidente com afastamento
A3. Custos de um incidente de primeiros socorros
A4. Custos de doenças industriais
A5. Custos de um incidente de segurança em toda a empresa
A6. Custos indiretos versus diretos
A7. Retorno do investimento dos programas de segurança
A8. Benefícios da segurança na produtividade
A9. Benefícios do controle do material fugitivo
A10. Benefícios da extensão da vida útil de vários componentes do transportador
A11. Probabilidade de acidentes
A12. Custos de parada de produção
A13. Economias em seguros devido a programas de segurança
A14. Melhoria dos resultados financeiros (como aumento no preço das ações)
A15. Benefícios da prevenção na etapa de design (design para segurança)
6
A16. Custos devido a medidas regulatórias (USA)

545
O retorno da segurança | Capítulo 34

A1. Custos de uma fatalidade


US$ 991.027 Custos médios de ferimento fatal Conforme citado por Morrison, Kyle W., "The ROI of safety", Safety+Health,
(estimativa do CDC) na revista oficial do NSC Congress & Expo, maio de 2014.
Da fonte NSC Injury Facts, 2014
US$ 1.420.000 Média do custo social da Conforme citado por Morrison, Kyle W., "The ROI of safety", Safety+Health,
fatalidade (modelo do NSC) na revista oficial do NSC Congress & Expo, maio de 2014.
Da fonte NSC Injury Facts, 2014
US$ 1.450.000 Morte, com custos para o NSC Estimating the costs of Unintentional Injuries, National Safety Council,
empregador, da fonte Average Itasca, IL 20150
Economic Cost by Class and
Severity, 2013 (Tabela) (página 2)
US$ 1.390.000 Custo por morte/ Custos de lesão Injury Facts 2013 Edition. National Safety Council, Itasca, IL, 2013, www.ncs.org
no trabalho, (páginas 62)
US$ 2.992.532 Mortes relacionadas ao acidente Lebeau, Martin, Patrice Duguay, Alexandre Boucher; Estimating the Costs
of Occupational Injuries, A Feasibility Study in the Mining Industry, Institut de
recherche Robert-Sauvé en santé et en sécurité du travail (IRSST), Quebec, 2013.
(página 39) Table 5.3 Cost of occupational injuries in the mining industry by type
of injury, Quebec, 2005-2007.

US$ 1.020.000 Custos da fatalidade Chai, D.N., e J.J. Hamilton, "Trends in Mining Accidents and Their Costs
(1975-1984)" Bureau of Mines, Pittsburgh, PA 1986, Journal of Safety Research,
Verão de 1987, página 96.
US$ 55.595 Média de custos médicos por Leigh, J. Paul, “Economic Burden of Occupational Injury and Illness in the United
lesões (lesões fatais). Da fonte States” The Milbank Quarterly, Vol. 89, No. 4 (dezembro de 2011), páginas 728-
Table 1: Estimated Number and 772
Medical Costs of Nonfatal and
Fatal Occupational Injuries, 2007
US$ 8.700.000 Fatalidade, tabela de padrões de FY 2015 Updated Cost per Injury Type Estimate Table, US Army Combat
custo de lesão de acidente usada Readiness/Safety Center, injury_Cost_Table_25Sept 14.pdf Disponível em
no ano fiscal de 2015 https://safety.army.mil/Portals/0/Documents/REPORTINGANDINVESTIGATION/
REGULATIONSGUIDANCE/Standard/Injury_Cost_Table_25Sep14.pdf

C$ 2.992.532 Custo de morte relacionada ao Lebeau, Martin, Patrice Duguay, Alexandre Boucher; Estimating the Costs
Canadá acidente, Custo médio por caso of Occupational Injuries, A Feasibility Study in the Mining Industry, Institut de
recherche Robert-Sauvé en santé et en sécurité du travail (IRSST), Quebec, 2013.
(página 39) Table 5.3 Cost of occupational injuries in the mining industry by type
of injury, Quebec, 2005-2007.
AU$ 1.246.800 Custo unitário lesão / fatalidade. The cost of Work-related Injury and Illness for Australian Employers, Workers and the
Austrália Segundo a fonte Table 2.4 Unit Community, 2005-06, Australia Safety and Compensation Council, Março de 2009
costs ($ per incident) and total
costs ($ million) of work-related
injury and illness by severity and
nature, 2005-06 (página 26)
AU$ 2.200.000 Fatalidade, segundo a fonte Table The cost of Work-related Injury and Illness for Australian employers, workers and the
Austrália 2.4 Unit costs ($ per incident) community, 2012-13. Safe Work Australia, Canberra, novembro de 2015
and total costs ($ million) of
work-related injury and illness
by severity and nature, 2012-13
(página 33)
¥1.200.000 China Compensação à família mais Jianjun, Tu, “Coal Mining Safety: China’s Achilles’ Heel,” China Security, World
(~US$ 153.000) multa do governo local Security Institute, Vol 3 No 2, primavera de 2007, páginas 36 - 53

Notas Sugestão
Conversão de moeda Use US$ 56.000 como mínimo.
Yuan Rennminbi chinês ¥1.200.000 a 0,15 x = US$ 180.000. Máximo de US$ 8.700.000; supondo que se trata de custos 6
Dólar australiano = 0,72 US$: 0,72 x 1.246.800 = US$ 897.696. diretos e indiretos.
Dólar canadense = 0,72 US$: 2.992.532 x 0,72 = US$ 2.154.632. Média (sem 8,7 milhões) = 1.013.619.
Média entre todos = 1.867.661. Use US$ 1.000.000 como média; US$ 2.150.000 como máximo.

546
Seção 6 | O retorno

A2. Custo de um incidente com afastamento


Afastamento definido como três ou mais dias.

US$ 36.592 Média de custos médicos de demandas com afastamento Smith, Danny, "The Other Side de the Coin", Occupational
Health and Safety, abril de 2015 (citando o National Coun-
cil on Compensation Insurance)
US$ 61.000 Lesão incapacitante, lesão de trabalho com custos para o Estimating the costs of Unintentional Injuries, 2013, National
empregador, da fonte Average Economic Cost by Class and Safety Council, Itasca IL, abril de 2015, página 2.
Severity, 2013 (Tabela).
US$ 53.000 Lesão incapacitante, lesão de trabalho com custos para o "NSC Estimating the costs of Unintentional Injuries-2012",
empregador, da fonte Average Economic Cost by Class and National Safety Council, Itasca, IL, February, 2014.pdf.
Severity, 2012.
US$ 37.000 "Custo por lesão com consulta médica" inclui estimativas Injury Facts 2013 Edition, National Safety Council, Itasca IL
de perdas salariais, despesas médicas, despesas adminis- 2013, página 62
trativas e custos de empregador.
US$ 237.000 Custos de invalidez permanente Chai, D.N., e J.J. Hamilton, "Trends in Mining Accidents
and Their Costs (1975-1984)" Bureau of Mines, Pittsburgh,
PA 1986, Journal of Safety Research, Verão de 1987, página
96.
US$ 681.615 Média de custos médicos por lesões: Leigh, J. Paul, "Economic Burden of Occupational Injury
Invalidez total permanente and Illness in the United States" The Milbank Quarterly,
US$ 8.046 Média de custos médicos por lesões: Vol. 89, No. 4 (dezembro de 2011), páginas 728-772.
Invalidez total temporária
US$ 49.925 Média de custos médicos por lesões:
Invalidez parcial permanente

Todos segundo a fonte Table 1 Estimated Number and


Medical Costs of Nonfatal and Fatal Occupational Injuries,
2007.
US$ 1.100.000 Custo por lesão/lesão de invalidez total e permanente FY 2015 Updated Cost per Injury Type Estimate Table,
(funcionários civis) US Army Combat Readiness /Safety Center, injury_Cost_
US$ 762.000 Custo por lesão/lesão de invalidez parcial e permanente Table_25Sept 14.pdf
(funcionários civis) Disponível em https://safety.army.mil/Portals/0/Documents/
REPORTINGANDINVESTIGATION/REGULATIONSGUIDANCE/
US$ 26.100 Custo por lesão/3 dias de hospitalização a US$ 8.700/dia Standard/Injury_Cost_Table_25Sep14.pdf
(funcionários civis)
US$ 7.200 Custo por lesão/3 dias de afastamento a US$ 2.400/dia
(funcionários civis)
Todos de acordo com a tabela de padrões de custo de
lesão de acidente usada no ano fiscal de 2015
AU$ 25.900 Custo unitário da lesão/longa abstenção The Cost of Work-related Injury and Illness for Australian
Austrália Employers, Workers and the Community, 2005-06, Australia
AU$ 347.300 Custos de lesão por incapacidade parcial Safety and Compensation Council, março de 2009. 2005-
Austrália 06 ISBN 978 0 642 328 01 4 PDF

AU$ 1.345.700 Custos de lesão/incapacidade total


Austrália
Tudo de acordo com a fonte Table 2.4 Unit costs ($ per
incident) and total costs ($ million) of work-related injury
and illness by severity and nature, 2005-06 (página 26)

547
O retorno da segurança | Capítulo 34

A2. Custo de um incidente com afastamento (continuação)


Afastamento definido como três ou mais dias.

AU$ 36.200 Custo unitário da lesão/longa abstenção The Cost of Work-related Injury and Illness for Australian
Austrália Employers, Workers and the Community, 2012-13.
AU$ 808.820 Custos de lesão por incapacidade parcial Safe Work Australia, Canberra, novembro de 2015.

AU$ 4.000.000 Custos de lesão/incapacidade total


Tudo de acordo com a fonte Table 2.4 Unit costs ($ per
incident) and total costs ($ million) of work-related injury
and illness by severity and nature, 2012-13 (página 33)

Notas Sugestão
Afastamento definido como três ou mais dias. Use US$ 8.000 como mínimo (dados de 2011 versus 1986).
Conversão de moeda Use US$ 680.000 como máximo (supondo que US$ 762.000
AU$ 25.900 x 0,72 = /US$ 18.648 provavelmente incluam os custos indiretos).
Média sem invalidez permanente = US$ 18.657; use US$ 20.000.

A3. Custos de um incidente de primeiros socorros


US$ 935 Média de custos médicos por lesões: Leigh, J. Paul, "Economic Burden of Occupational Injury and Illness in the
Lesões sem dias de afastamento do tra- United States", The Milbank Quarterly, Vol. 89. No.4, dezembro de 2011,
balho e lesões com afastamentos de 1 a páginas 728-772.
4 dias. Segundo a fonte Table 1 Estimated
Number and Medical Costs of Nonfatal
and Fatal Occupational Injuries, 2007.
US$ 1.300 Nenhum afastamento por lesão, de FY 2015 Updated Cost per Injury Type Estimate Table, US Army Combat
acordo com a tabela "Mishap Injury Cost Readiness/Safety Center, injury_Cost_Table_25Sept14.pdf
Standards Table for use in FY15" Disponível em https://safety.army.mil/Portals/0/Documents/REPORTIN-
GANDINVESTIGATION/REGULATIONSGUIDANCE/Standard/Injury_Cost_
Table_25Sep14.pdf
AU$ 3.100 Aus- Custo unitário da lesão/afastamento The cost of Work-related Injury and Illness for Australian Employers, Workers
trália breve de acordo com a fonte Table 2.4 and the Community, 2005-06, Australia Safety and Compensation Council,
Unit costs ($ per incident) and total costs março de 2009. 2005-06 ISBN 978 0 642 328 01 4 PDF
($ million) of work-related injury and
illness by severity and nature, 2005-06
(página 26)
AU$ 4.180 Aus- Custo unitário da lesão/afastamento The cost of work-related injury and illness for Australian employers, workers
trália breve de acordo com a fonte Table 2.4 and the community, 2012-13. Safe Work Australia, Canberra, novembro de
Unit costs ($ per incident) and total costs 2015
($ million) of work-related injury and
illness by severity and nature, 2012-13
(página 33)

Notas Sugestão
Conversão de moeda Média sem US$ 7.000 = US$ 1.452.
AU$ 3.100 = 0,72 x AU$ 3.100 = US$ 2.232 Use US$ 900 como mínimo, US$ 1.450 como média e
US$ 2.200 como máximo.
6

548
Seção 6 | O retorno

A4. Custos de doenças industriais


AU$ 4.100 Breve ausência por doença The Cost Of Work-Related Injury and Illness for Australian Employers, Workers and the
Austrália Community: 2005-06, Australian Safety and Compensation Council, Commonwealth
AU$ 27.600 Longa ausência por doença of Australia, março de 2009. ISBN 978 0 642 328 01 4 PDF, tabela 2.4 (Fatal) página 26
Austrália
AU$ 295.000 Incapacidade parcial por
Austrália doença
AU$ 1.184.00 Incapacidade total por
Austrália doença
AU$ 615.400 Fatalidade por doença
Austrália
Custo unitário
($ por incidente)
C$ 301.556 Doença ocupacional Lebeau, Martin, Patrice Duguay, Alexandre Boucher; Estimating the Costs of
Canadá Occupational Injuries, A Feasibility Study in the Mining Industry, Institut de echerché
C$ 1.357.417 Mortes relacionadas a Robert-Sauvé en santé et en sécurité du travail (IRSST), Quebec, 2013. (página 39)
Canadá doenças Table 5.3 Cost of occupational injuries in the mining industry by type of injury,
Quebec, 2005-2007
Custo médio por caso

Notas Sugestões
Conversão de moeda Mínimo = US$ 6.851; use US$ 7.000.
AU$ 3.100 Austrália = 0,72 x AU$ 3.100 = US$ 2.232 Use no máximo US$ 1.700.000.
Média = US$19.922; use US$ 20.000.

A5. Custos de um incidente de segurança em toda a empresa


Valor Incidentes (Todos os incidentes nos EUA)
US$ 602.900.000 Mina Upper Big Branch – 2010 – explosão e incêndio – 29 fatalidades.
US$ 56.000.000* Massey, como resultado do acidente na mina Upper Big Branch (maior multa aplicada pela MSHA na história:
US$ 10.825.368), acordo de US$ 209.000.000.
US$ 1.800.000 Crandall Canyon – 2007 – colapso – 9 fatalidades (seis mineiros, além de três membros da equipe de resgate).
Multa de US$ 1.340.000, além de US$ 300.000 por outras violações.
US$ 4.200.000 Mina Aracoma Alma – 2006 – incêndio – 2 fatalidades. Multa criminal de US$ 2.500.000, além de US$ 1,7 milhão
em multas civis.
US$ 342.000 em Mina Darby No. 1 – 2006 – explosão – 5 fatalidades.
multas

Notas Sugestão
*Perda EBITDA Use US$ 300.000.000 como média; US$ 600.000.000 como máximo.
Média = 329.450.000

549
O retorno da segurança | Capítulo 34

A6. Custos indiretos versus diretos (em segurança)


4:1 Custos indiretos não cobertos pelo Seguro de acidente de Leigh, J. Paul, "Economic Burden of Occupational Injury
trabalho and Illness in the United States", The Milbank Quarterly,
Vol. 89. No.4, dezembro de 2011, páginas 728-772
5:1 Estudo de caso sobre falha na polia de cabeça Roberts, Alan W., "Conveyor System Maintenance and
4,5:1 Estudo de caso sobre falha na emenda Reliability", ACARP Project C3018 Final Report, Australian
Coal Industry’s Research Program (ACARP), Novembro
de 1996, acarp.com.au
De uma "Estudos mostram que a proporção entre custos indiretos "Costs of Accidents" em Safety & Health Management
proporção e custos diretos varia amplamente, de um máximo de 20:1 Systems eTool, Occupational Health and Safety
máxima de a um mínimo de 1:1. A abordagem da OSHA mostrada Administration, Departamento do Trabalho dos EUA,
20:1 a uma aqui mostra que, quanto menores os custos diretos de um Washington DC, disponível em https://www.osha.gov/
mínima de 1:1 acidente, maior a proporção entre custos indiretos e custos SLTC/etools/safetyhealth/mod1_costs.html OSHA cita:
diretos." Business Roundtable, Improving Construction Safety
Performance: A Construction Industry Cost Effectiveness
Project Report, Relatório A-3, Janeiro de 1982.
De 4 a 6:1 O Office of Regulatory Analysis da OSHA declara: "… Office of Regulatory Analysis da OSHA, conforme
As evidências sugerem que as empresas que citado em "White Paper The Return On Investment For
implementam programas de segurança e saúde podem Safety, Health, And Environmental (SH&E) Management
esperar reduções de 20% ou mais em suas taxas de lesão Programs" ASSE Board Of Directors, 8 de junho de 2002.
e doença e um retorno de US$ 4 a US$ 6 por cada US$ 1 Disponível em http://www.asse.org/bosc-article-6/
investido…"
Os custos "Os custos indiretos das lesões podem superar em Smith, Lee, "Do You Know How Much Accidents Are
indiretos podem 20 vezes os custos diretos. Os custos indiretos incluem: Really Cutting Your Business" Colorado State University
chegar a ser "até treinamento e compensação dos trabalhadores Health & Safety Consultation Program, 1996, conforme
20 vezes superior substitutos; reparo de bens danificados; investigação citado em "White Paper The Return On Investment For
aos custos de acidentes e implementação de ações corretivas; Safety, Health, And Environmental (SH&E) Management
diretos" agendamento de atrasos e perda de produtividade; Programs", ASSE Board Of Directors, 8 de junho de 2002
despesas administrativas; perda da moral dos funcionários Disponível em http://www.asse.org/bosc-article-6/
e aumento do absenteísmo; relações precárias entre
cliente e comunidade."
A proporção "A questão da quantificação dos custos dos acidentes Mining Annual Review-1995, um suplemento do Mining
entre custos foi abordada na edição de março de 1994 da Quarry Journal, London England (agora propriedade da
não segurados e Management. Utilizando dados de cinco estudos de Aspermont, Perth, Austrália)
custos segurados caso de empresas com um total de mais de 6.000
variava entre 8 e acidentes, verificou-se que a proporção entre os custos
36:1 não segurados resultantes de acidentes (por exemplo,
danos materiais e de produtos, custos legais, provisões
de emergência, trabalho temporário, tempo de gestão e
multas) e os custos segurados (para cobrir lesões, doenças
e danos) variava entre 8 e 36:1."
2.12:1 Página 38, "A proporção média estimada entre custos Huang, Yueng-Hsiang, et. al., "Financial Decision Makers’
diretos e custos indiretos associados a lesões ocupacionais Views on Safety", Professional Safety, (ASSE), abril de
foi de US$ 2,12 com um desvio padrão (DP) de 1,9. Isso 2009
significa que para cada dólar gasto em custos diretos, os
participantes acreditavam que aproximadamente US$ 2,12
seriam gastos em custos indiretos..." (Figura 1, página 42.)

Notas Sugestão
Mínimo = 1,1:1. Máximo (sem 20:1) = 8:1. Média Use 3,8:1.
(sem 3% e 20:1) = 3,74:1

550
Seção 6 | O retorno

A7. Retorno do investimento dos programas de segurança


US$ 8 para cada "Um diretor de segurança, saúde e meio ambiente Extraído de um artigo de Adele L. Abrams, Safety Management
US$ 1 investido de uma empresa de serviços ambientais em Programs Make Dollars and Sense, ASSE Management Practice
Massachusetts informou que seus dados Specialty Newsletter, The Compass, Volume 2, Inverno de
indicaram a economia de US$ 8 por cada dólar 2001-2002, conforme citado em "White Paper The Return On
gasto em um programa de qualidade SH&E Investment For Safety, Health, And Environmental (SH&E)
(Segurança, saúde e meio ambiente)." Management Programs", ASSE Board Of Directors, 8 de junho de
2002
Disponível em http://www.asse.org/bosc-article-6/
ROI de 441%, US$ Página 39, "…é claro que os participantes Huang, Yueng-Hsiang, et. al., "Financial Decision Makers’ Views
4,41 (por dólar acreditavam que o dinheiro gasto na melhoria on Safety", Professional Safety, (ASSE), abril de 2009
investido) da segurança no local de trabalho teria retornos
significativos. A média percebida de retorno dos
investimentos em segurança foi de US$ 4,41 (DP
= 12,0)"
ROI de 200% a Extraído da página 38 "Os participantes
441% RTS perceberam que, em média, por cada dólar gasto
na melhoria da segurança no local de trabalho,
retornariam aproximadamente US$ 4,41 (DP =
12,0). A mediana
foi de US$ 2" (Figura 2, página 42).
ROI de 400% a "A agência OSHA (2007) afirma com base em Citando Safety and Health Management Systems eTool: Module 1–
600% suas evidências que as empresas que executam Safety and Health Payoffs, Helpful Statistics. Occupational Health
programas eficazes da segurança e da saúde and Safety Administration,: Departamento do Trabalho dos EUA,
podem reduzir as taxas de lesão e doença em Washington, DC, Extraído de http://www.osha.gov/SLTC/etools/
20% ou mais e gera um retorno de US$ 4 a US$ 6 safetyhealth/helpfulstatistics.html.
para cada dólar investido."
De 400 a 600% "Estudos mostraram um retorno de US$ 4 a US$ 6 OSHA. (2007). Safety and Health Management Systems eTool:
por cada dólar investido em segurança e saúde." Module 1–Safety and Health Payoffs, Helpful Statistics.
Washington, DC Occupational Health and Safety Administration,
Departamento do Trabalho dos EUA, Washington DC, Extraído de
http://www.osha.gov/SLTC/etools/safetyhealth/helpfulstatistics.
html.https://www.osha.gov/SLTC/etools/safetyhealth/
helpfulstatistics.html
220% "Retorno do investimento em prevenção de 2,2, The return on prevention: Calculating the costs and benefits of
isso significa que para cada euro (ou qualquer investments in occupational safety and health in companies—
outra moeda) investido por funcionário e por ano Summary of results, International Social Security Association
em prevenção no local de trabalho, as empresas (ISSA), Genebra, 2011. Página 7
podem esperar um possível retorno econômico
de 2,20 euros, (ou qualquer outra moeda)".
De 3 a 10 dólares "De acordo com o Departamento de Trabalho de Citado em Smith, Danny, "The Other Side of the Coin",
economizados Vermont, os empregadores podem economizar Occupational Health and Safety, abril de 2015. Disponível em
a cada dólar de US$ 3 a US$ 10 para cada dólar investido em https://ohsonline.com/Articles/2015/04/01/The-Other-Side-of-
investido segurança em qualquer lugar do local de trabalho the-Coin.aspx
(retorno de 300 a – principalmente ao economizar em indenizações
1.000 por cento.) a trabalhadores."
35% Medição da relação entre segurança e cultura da Stuewe, David, Safety Climate: The Role of Leadership in Enhancing
segurança Workplace Safety, IWH Nachemson Memorial Lecture, Toronto, 30
de outubro de 2007 (extrapolado dos Slides 24 e 25). Disponível
em https://www.iwh.on.ca/system/files/documents/nach_2007_
steuwe_slides.pdf
50% O aumento das conversas de segurança do Zohar, Dove e Gil Luria, "The Use of Supervisory Practices as
supervisor reduz atos inseguros (média dos Leverage to Improve Safety Behavior: A Cross-Level Intervention
exemplos A, B e C, conforme interpretada/ Model", Journal of Safety Research, Vol. 34, No. 5, 2003, páginas
extraída das Figuras 1b, 2, 3 e 4) 567-577. http://dx.doi.org/10.1016/j.jsr.2003.05.006

30% "Taxa interna de retorno do programa de Steward, D.A., e A.S. Townsend "There Is More To ‘Health And
6 segurança durante 10 anos para reduzir Safety Is Good Business’ Than Avoiding Unplanned Costs?"
incidentes pela metade…" (Foster Wheeler Study) Disponível em: http://www.behavioral-
safety.com/articles/There_is_more_to_safety_than_avoiding_
unplanned_costs.pdf

551
O retorno da segurança | Capítulo 34

A7. Retorno do investimento dos programas de segurança (continuação)


"Como indicação do possível benefício Página 6 (empresa de embalagem de carne)
em relação a custos dos investimentos em
segurança, considerou-se uma melhoria de 1%
na produtividade, número bem conservador. Isso
aumentou a taxa interna de retorno de 7% para
30%."
10% "Isso mostra que para reduzir pela metade Página 3 (registros da Foster Wheeler)
a frequência de lesão basta aumentar a
produtividade em 10% (Fig. 1)."
15% "Reduzir a taxa de frequência de lesões está Página 3 (um único site petroquímico na União Europeia)
relacionado a uma melhoria de 15% na
produtividade."
12% "...o aumento de produtividade deve ser da ordem Página 5 (dois estudos de construção: Foster Wheeler e um
de 12% para reduzir pela metade as taxas de único site petroquímico da UE)
frequência de lesões."
(300+%) US$ 3 (ou "Noventa e cinco por cento dos executivos de Conclusões do The Executive Survey of Workplace Safety,
mais) para cada negócios relatam que a segurança no trabalho apresentadas pelo Liberty Mutual Group, conforme citadas no
US$1 investido tem um impacto positivo sobre o desempenho informativo Huang et al "Financial Decision Makers’ Views on
financeiro da empresa. Desses executivos, 61% Safety" do Liberty Mutual (2001): "A Majority of U.S. Business
acreditam que suas empresas apresentam um Report Workplace Safety Delivers a Return on Investment."
retorno do investimento de US$ 3 ou mais a cada Disponível em http://www.larsafe.com/pdfs/Liberty-Mutual-
dólar investido na promoção da segurança no local Survey.pdf, como observado em "Executives Believe Workplace
de trabalho." Safety Worth Investment", 6 de setembro de 2001, em
ehstoday.com, disponível em http://ehstoday.com/news/
ehs_imp_34706
144,5% ROI "Benefício líquido da prevenção" extraído Calculating the International Return on Prevention for
de "Prevention Balance Sheet (Benefícios de Companies: Costs and Benefits of Investments in Occupational
segurança e saúde por funcionário por ano MENOS Safety and Health, Relatório 1/2013e, publicado pelo instituto
Custos de segurança e saúde por funcionário por alemão de seguros para acidentes, Deutsche Gesetzliche
ano) = 1,445" Unfallversicherung [DGUV], Berlim, fevereiro de 2013,
"Prevention Balance Sheet", página 32.
Proporção média "As despesas com segurança e saúde ocupacional Calculating the International Return on Prevention for
de 2,2 entre são um investimento que compensa. De acordo Companies: Costs and Benefits of Investments in Occupational
custo e benefício com as empresas entrevistadas, o retorno do Safety and Health, Relatório 1/2013e, publicado pelo instituto
(retorno da investimento em prevenção (ROP) se estima em alemão de seguros para acidentes, Deutsche Gesetzliche
prevenção 2,2." (Sumário, página 34). Unfallversicherung [DGUV], Berlim, fevereiro de 2013.
300% "para cada Segurança geral De acordo com Liberty Mutual Research Institute… Citado
dólar investido em "The ROI of Safety", na seção de publicidade especial
em segurança é da Business Week, publicado no dia 12 de setembro de
possível esperar 2005, artigo de Business Week. www.businessweek.com/
de US$ 3 a US$ 6 adsections/2005/pdf/0534_roi.pdf
de retorno"
Redução de 51 a The Benefits of Participating in VPP, U.S. Occupational Safety
55% and Health Administration (OSHA), 2001.
25% O American Textile Manufacturers Institute (ATMI) The Benefits of Participating in VPP, U.S. Occupational Safety
instituiu o programa "Quest for the Best in Safety and Health Administration (OSHA), 2001.
and Health" em 1993.

Notas Sugestão
Porcentagem mínima sem redução = 25%. Use 225%.
Máxima = 600%.
6
Porcentagem média sem redução = 224,6%

552
Seção 6 | O retorno

A8. Benefícios da segurança na produtividade


20% Redução das taxas de lesões e doenças. Huang, Yueng-Hsiang, et. al., "Financial Decision Makers’
Views on Safety", Professional Safety, (ASSE), abril de 2009.
6% Melhoria da produtividade com redução de 50% na Van Den Raad, W.P., Safety & The Bottom Line: Proving The
taxa de acidentes. Financial Benefits of Your Safety Initiatives, apresentado em:
Proactive Accident and Incident Reporting & Investigation
Conference. IIR Ltd, Stakis St Ermins Hotel, Londres, 7-8 de
dezembro de 1999. W.P Van Den Raad BSMS Inc. Franklin, IN,
46131, EUA.
32% Redução das lesões reportáveis (Mobil Chemical) "The Benefits of Participating in VPP", U.S. Occupational
13% Melhoria da produtividade (Ford) Safety and Health Administration (OSHA), conforme citado
em White Paper Addressing The Return On Investment for
16% Redução de fragmentos (Ford) Safety, Health, And Environmental (SH&E) Management
35% Aumento da produção (Kerr McGee) Programs, Business of Safety Committee (BOSC) artigo nº6
American Society of Safety Engineers (ASSE), 8 de junho de
2002.
Disponível em http://www.asse.org/bosc-article-6/
"43% dos O artigo publicado pela OSHA em 2012 cita Citado em Smith, Danny, "The Other Side of the Coin",
executivos uma pesquisa com 231 empresas e mais de Occupational Health and Safety, abril de 2015.
acreditam que o 100 funcionários. Foi descoberto que 43% Disponível em https://ohsonline.com/Articles/2015/04/01/
maior benefício dos tomadores de decisão na área de finanças The-Other-Side-of-the-Coin.aspx
da segurança é acreditavam que o aumento da produtividade era o
o aumento da maior benefício do programa de segurança aplicado
produtividade." ao local de trabalho.
De 5 a 7% de O melhor relatório do fabricante da categoria: "De 5 Ludwig, Steve, Safety Maturity: Three Crucial Elements of Best-
melhoria da a 7% de melhoria na produtividade (OEE); redução in-Class Safety, Rockwell Automation, 2014 (disponível em
produtividade de 2 a 4% no tempo de inatividade e de 50% na taxa www.rockwellautomation.com/go/smiwp) página 3.
de acidentes". Melhor do que a média...
94% de redução As melhores empresas da categoria (os 20% com
na taxa de melhor pontuação de desempenho) apresentam
acidente consideravelmente menos acidentes de trabalho –
apenas 1 acidente a cada 2.000 funcionários, versos
1 em cada 111 funcionários. 1 acidente a cada 111
trabalhadores representa uma taxa de incidente de
0,9%, por outro lado a de 1 acidente a cada 2.000 é
de 0,05%. A relação que há entre ir de quase um por
cento para aproximadamente 0,05% é de 94,4%.
-44% Estratégia "Funcionar até quebrar" Dados de "US coal industry challenged by over a decade of
declining productivity", SNL Financial, 6 de março de 2014,
conforme citado em Productivity In Mining A Case For Broad
Transformation, Ernst & Young Global Mining & Metals, Ltd;
2014. (Página 3)

Notas Sugestão
Mínimo = 2%. Média (excluindo [-44%]) = 13,7% Use 14%. Máximo = 35%.

553
O retorno da segurança | Capítulo 34

A9. Benefícios do controle do material fugitivo


Redução de 67% de Redução de derramamentos Contrato CST da Martin (de acordo com a apresentação de Lou G).
derramamentos (e dos (de 8.000 t/mês
consequentes custos de a 5.000 t/mês,
limpeza) com custos de limpeza de US$ 5
por tonelada.)
30% (de 18 a 23,5 meses de Aumento da vida útil do rolete Contrato CST da Martin (de acordo com a apresentação de Lou G).
vida útil) devido à redução de material
fugitivo.
404% ROI da modificação do chute para Contrato CST da Martin.
controlar o derramamento.
50% de aumento na vida útil Redução de até 50% na vida útil em Bulk Material Belt Conveyor Troughing and Return Idlers: Selection
do rolete em boas condições ambientes úmidos ou sujos. and Dimensions. Standard 502-2004, Conveyor Equipment
de limpeza. Manufacturers Association (CEMA), 2004. (Figura 2-5).

O material de retorno causa "Esse material de aderência provoca Ridgeway, John J. A, "An Automatic Belt Cleaner", Engineering and
entre 5 e 25% do total do deterioração que pode variar de 5 a Mining Journal, Volume 92, 26 agosto de 1911, página 391.
desgaste da correia. 25% do desgaste total da correia."

A10. Benefícios da extensão da vida útil de vários componentes do transportador


45% (US$ 5.680) Aumento da vida útil da polia por Oxley, T., e M. Myers, "Economics Of Conveyor Systems Component
meio do custo do ciclo de vida útil Selection: The Total Cost Of Ownership Approach", Mining
8% (US$ 255.800) Economia de energia a partir da Engineering, Vol. 57, Nº 3; março de 2005, página 43.
seleção do motor por meio do
cálculo do ciclo de vida útil
400% Aumento da vida útil usando água Martin Engineering Key Account Report (Proprietary) mina de
cobre El Abra, 2005 (8.000 tph de minério de cobre, correia de
60 polegadas, 7 m/s)
+3% Custos adicionais de manutenção Moore, Ron, "The business case for life cycle cost", Reliable
nos primeiros dois anos devido ao Plant, (4-3-2008), disponível em http://www.reliableplant.com/
comprar em função do preço em Read/11309/life-cycle-cost
vez de nos custos do ciclo de vida.
3,123% (US$ 102.703) Economia por ano devido à Bommer, Kathleen, e Mark Hawkins, "Automatic Lubrication
lubrificação automatizada que in Mining Applications Improves Reliability and Decreases
melhora a vida útil do rolamento e Maintenance Costs", Proceedings of the 2015 SME Annual Conference
reduz o tempo de parada. & Expo, Denver, CO, fevereiro de 2015, página 622.
150% ROI ao instalar SHD após um ano MIBRAG beltcleanercostanalysis.xls, agosto de 2002, pesquisa da
Martin Engineering.
258% ROI ao instalar SHD após três anos

Sugestão
Use 30%

554
Seção 6 | O retorno

A11. Probabilidade de acidentes


Probabilidade de acidentes
Fatalidades relacionadas Acidentes industriais fatais Acidentes industriais com Doenças industriais fatais
ao trabalho a cada 100.000 pessoas afastamento (três ou mais a cada 100.000 pessoas
(2001) dias) a cada 100.000 pessoas

Mínimo 3,8 2.887 43,0


Médio 12,7 9.725 63,0
Máximo 19,1 14.542 89,3
Takala, Dr. J., Introductory Report: Decent Work – Safe Work, XVII Congresso Mundial de Segurança e Saúde no Trabalho, Organização
Internacional do Trabalho, Genebra). Também apresentado no evento 27th World Congress on Safety and Health at Work, Orlando, 2005.
(Extraído da Tabela 2)
Taxa de acidentes a cada 1.000 trabalhadores Acidentes fatais Acidentes com afastamentos
Taxas anuais em período de 12 anos (1998 a 1999)

Taxas de mortalidade e lesão/transportadores da África do Sul 0,23 a cada 1.000 trabalhadores 0,43 a cada 1.000 trabalhadores
Taxas de mortalidade e lesão/indústria da mineração da África do 0,9 a cada 1.000 trabalhadores 13,6 a cada 1.000 trabalhadores
Sul
Totalizados na Tabela 2 (página 16). Conforme citado em Dreyer, E., e P.J. Nel, Final Project Report: Best Practice Conveyor Belt Systems,
Safety In Mines Research Advisory Committee (SIMRAC), Anglo Technical Division Project Number GEN 701, África do Sul, julho de 2001,
disponível em http://docslide.us/documents/best-practice-conveyor-belt-systems.html
Comparação entre as taxas de mortalidade em sistemas Taxa de mortalidade em Taxa de mortalidade em
transportadores nas indústrias de mineração da África do Sul e dos transportadores da África do Sul transportadores dos EUA em
EUA (fonte: banco de dados DME e site COM) US Mining Industry em 1998/1999 de ~0,03 a cada 1998/1999 de ~0,010 a cada
Accident Data, conforme citado em Dreyer, E., e P.J. Nel, Final 1.000 trabalhadores 1.000 trabalhadores
Project Report: Best Practice Conveyor Belt Systems, Safety In Mines
Research Advisory Committee (SIMRAC), Anglo Technical Division
Project Number GEN 701, África do Sul, julho de 2001, disponível em
http://docslide.us/documents/best-practice-conveyor-belt-systems.
html

Sugestão
Fatal – Mínimo = 3,8/100.000; Média = 34/100.000;
Máximo = 95/100.000.
Afastamento – Mínimo = 43; Média = 3.756.
Use 3.750.

A12. Custos de parada de produção


AU$ 60.000 Austrália Falha na polia de cabeça Roberts, Alan W., "Conveyor System Maintenance and Reliability",
AU$ 18.750 Austrália Falha na emenda ACARP Project C3018 Final Report, Australian Coal Industry’s
Research Program (ACARP), novembro de 1996. acarp.com.au
US$ 7.000 por hora Parada da máquina Campbell, Bill, "Taking Safety to the Bank", Rock Products, Volume
118, 6ª edição, Mining Media International, Denver, Colorado,
junho de 2015, página 26-27
$30.000 coroas suecas por Derramamento interrompe Oberg, Ola, Material Spillage at Belt Conveyors, Royal Institute of
hora transportador Technology, Estocolmo, 1987.
$40.000 coroas suecas por Derramamento interrompe
hora transportador
US$ 30.000 ROI ao instalar SHD após um ano Questionário de vendedor da Martin patenteado, Martin
Engineering, agosto de 2015
US$ 50.000 Chutes entupidos Questionário de vendedor da Martin, agosto de 2015, Brad
6 Neptune

Sugestão
Use US$ 40.000/h.

555
O retorno da segurança | Capítulo 34

A13. Economias em seguros devido a programas de segurança


De US$ 13,78 a cada US$ 100 Programa de segurança de Todos os três conforme citados em The Return On Investment
em salários a US$ 1,28/US$100 mineração de carvão (ROI) For Safety, Health, And Environmental (SH&E) Management
em salários Programs (Business of Safety Committee (BOSC), artigo nº6.
US$ 4,25/hora a US$ 0,18/hora Proteção contra quedas Council on Practices and Standards (CoPS) da entidade American
Society of Safety Engineers (ASSE). 8 de junho de 2002, disponível
US$ 70.000/ano a US$ 7.000/ Programa de consultoria da OSHA em http://www.asse.org/bosc-article-6/
ano
De uma taxa de incidente de Programa de redução de lesões nos
28,5 (US$ 50.000/ano) para 8,3 ombros e nas costas para reduzir
(US$ 4.000/ano) custos diretos e indiretos
De um fator de modificação de Redução dos custos de
1,7 a um de 0,999; US$ 61.000 indenizações laborais
de custos diretos e indiretos
De 17,9 a 0,6 Redução de 85% na taxa de
indenização laboral
75% para históricos excelentes; Mudanças nos prêmios de seguros Malesic, Christian, "The Savings in Safety" Insights [Magazine of
300% para históricos devido ao histórico de segurança Independent Electrical Contractors (IEC)]. Maio/junho de 2011,
deficientes da empresa. ieci.org.
As empresas que apresentam históricos sem incidentes ou somente com pequenos incidentes podem pagar prêmios de seguro que
correspondem a apenas 75% do que pagam seus concorrentes pela mesma apólice, enquanto aquelas com histórico elevado de
incidentes podem chegar a pagar de prêmios de seguro com 300% acima da taxa.
De 2,7 a 0,1 Redução das taxas casos de Thrall Car
indenização laboral
70% Redução dos custos de Monsanto
indenizações laborais
De 6,84 a 1,84 (economia de Redução das taxas casos de Occidental
73%) indenização laboral
De 47 a 97% Custos de seguro reduzidos Estado de Oklahoma - Safety Pays Program
20% Custos de seguro reduzidos Alberta Canada Workman's Comp Board
Históricos de vários casos, fonte: The Benefits of Participating in VPP, U.S. Occupational Safety and Health Administration (OSHA), 2001.
Todos os cinco acima mencionados conforme citado em White Paper Addressing The Return On Investment for Safety, Health, And
Environmental (SH&E) Management Programs (Business of Safety Committee (BOSC) artigo nº 6, Council on Practices and Standards (CoPS)
da entidade American Society of Safety Engineers (ASSE). 8 de junho de 2002. Disponível em http://www.asse.org/bosc-article-6/
http://www.asse.org/professionalaffairs/action/return-on-investment-for-safety/
De 4,9 a 9,0% Redução média da taxas "Dentre os participantes que relataram uma redução nas suas
de lesões e doenças taxas de lesões e doenças, a redução média anual foi de 4,9% para
Entre US$ 2.977 Valor da melhoria ergonômica na 9,0%. Com base nos relatórios dos participantes sobre a gestão
e US$ 4.854 por ano redução de lesões de custos de lesões, apenas alguns participantes forneceram
dados completos com os quais calcular o valor do impacto
da melhoria ergonômica na redução de lesões. Chegou-se a
um cálculo entre US$ 2.977 e US$ 4.854 por ano (com base na
incidência dos custos devido a lesões musculoesqueléticas e
custos de indenização laboral de cada local)." White Paper: Cost
and Return on Investment of Ergonomics Programs, Humantech,
Inc., 2014, página 7.

Sugestão
Use Custo real x Porcentagem de redução na taxa de incidente

556
Seção 6 | O retorno

A14. Melhoria dos resultados financeiros (como aumento no preço das ações)
Aumento no valor das ações devido a De 0,2 a 0,5% White Paper: The Return On Investment (ROI)
programas meio ambientais For Safety, Health, And Environmental (SH&E)
Investimentos em gestão ambiental De 6,0 a 16,2% Management Programs (Business of Safety
Committee (BOSC) artigo nº6, Council on
Empresas com bons históricos meio ambientais 7% Practices and Standards (CoPS) da entidade
em comparação com a média das empresas de American Society of Safety Engineers (ASSE), 8
energia elétrica de junho de 2002, disponível em
http://www.asse.org/bosc-article-6/
A Alcoa, fabricante de alumínio baseada em Morrison, Kyle W., "The ROI of safety"
Pittsburgh, afirma que, quando começou a Health+Safety Magazine, Vol. 189, nº 6,
colocar o foco em como se tornar uma empresa National Safety Council, Itasca, IL, junho de
mais segura, viu seus lucros aumentarem de 2014
US$ 0,20 por ação para US$ 1,41 em apenas
cinco anos, e suas vendas crescerem 15% a
cada ano durante o mesmo período. Além do
aumento nos lucros, a empresa relatou que os
afastamentos devido a lesões de funcionários
foram reduzidos ao longo de 10 anos.
Em 2002, a filial francesa da Schneider Electric
acreditava que já tinha um bom programa de
segurança. A taxa de lesões da empresa que
devem ser reportadas à OSHA era de 3,6%
dos trabalhadores a tempo integral – abaixo
da média das indústrias na época. "…Como
resultado do investimento em segurança,
a empresa experimentou uma redução da
taxa até alcançar 0,5 em 2013. Isso equivale
a aproximadamente 900 pessoas feridas a
menos…"
Além disso, a Schneider Electric está
economizando mais de 15 milhões de dólares
apenas em custos diretos. Como observado
anteriormente, os custos diretos perdem
importância quando comparados com os custos
indiretos, já que estes podem ser de 2 a 3 vezes
superiores aos custos diretos.
Benefício da cultura que promove o "As empresas com a cultura que Ryan, Dennis, "Safety Perception Survey Yes,
aprimoramento do desempenho promove a melhoria do desempenho You Can Conduct Your Own" Professional
• Aumento do preço da ação em 12 vezes… superam significativamente as Safety, American Society of Safety Engineers,
• Aumento da receita em 4 vezes… das empresas sem tal cultura." dezembro de 2009. www.asse.org, citando
empresas sem cultura que promove a melhoria Kotter, J.P., e J.L. Heskett, Corporate Culture
do desempenho, para o estudo de 12 anos and Performance, Free Press, Nova Iorque,
(1977-1988) 1992.
Em Corporate Culture and Performance, John "Partindo de uma perspectiva Citado em Charfen, Alex, "Creating a Culture
P. Kotter e James L. Heskett descobriram que abrangente, Kotter e Heskett of Performance" Shale Oil & Gas Business
uma cultura que promove a melhoria do afirmam: 'O fato de que a apreciação Magazine, 27 de janeiro de 2016, disponível
desempenho contribui para um crescimento do valor do patrimônio líquido possa em http://shalemag.com/2016/01/27/culture-
significativo nas receitas, emprego, preço das variar entre 900% e 75% de alguma of-performance
ações e lucro líquido. forma em função da relevância da
cultura corporativa de uma empresa
destaca a importância dessa questão
que é muitas vezes negligenciada'."

Sugestão
Use 7%
6

557
O retorno da segurança | Capítulo 34

A15. Benefícios da prevenção na etapa de design (design para segurança)


37% Porcentagem de fatalidades no local de trabalho que Guidance On The Principles Of Safe Design.
definitivamente ou provavelmente tenham relação com The Australian Safety and Compensation Council,
o design. 2006, página 6; citando The role of design issues in
30% Porcentagem de lesões sérias não letais relacionadas ao work-related injuries in Australia 1997-2002 NOHSC
trabalho em que o design contribuiu (National Commission), 2002. Occupational Health
& Safety.
De 4,9% a 9,0%%. "Dentre os participantes que relataram uma redução nas White Paper: Cost and Return on Investment of
Redução anual da suas taxas de lesões e doenças, a redução média anual foi Ergonomics Programs, Humantech, Inc., Ann Arbor,
taxa de doença/lesões de 4,9% para 9,0%. MI, 2014. Páginas 7 e 10.
(média).
378%. Média "Dos participantes da pesquisa, quatro (4) deles
de retorno do forneceram dados completos, que nos permitiram
investimento em concluir o cálculo de ROI de cada local. Com base nesses
programas de quatro conjuntos de dados, o ROI dos programas de
ergonomia. ergonomia dos locais variou entre 77% e 1.513% por ano.
A média do grupo foi um ROI anual de 378%."

Sugestão
Use 30%

558
"Para mim, uma das principais utilizações deste livro será
responder a seguinte questão: 'Como convenço o chefe que
a segurança compensa?' Os orçamentos são gerenciados de
forma tão apertada que nenhum gestor deseja se arriscar
e gastar agora para economizar depois. Então, quando um
projeto é apresentado com base na redução de custos diretos,
ele passa a ser uma venda mais difícil."
R. Todd Swinderman, P.E., autor

Capítulo 35 Compreensão das conexões


A relação entre segurança e produtividade
INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 559 INTRODUÇÃO
Uma revisão das Apesar de milhares de artigos e livros
técnicas financeiras . . . . . . . . . . . . . . . 560 escritos sobre a segurança, apesar dos
esforços regulatórios dos governos em todo
Perguntas a serem respondidas . . . 564
o mundo, apesar dos esforços promocionais
Pelo funcionário: de associações e profissionais que pregam a
Como convenço o patrão de segurança por décadas, a indústria ainda não
que a segurança compensa? . . . 564 percebeu a conexão entre limpeza, segurança e
produtividade.
Pelo fornecedor:
Como convenço os clientes a Ninguém foi capaz de consolidar a relação
comprarem em função do entre a segurança e as práticas de compra
valor, e não do preço? . . . . . . . . 566 de valor, redução dos riscos e adoção de
uma cultura de segurança. Essas práticas são
Pela empresa de engenharia: aclamadas, porém não adotadas. Tem sido
Como podemos convencer o impossível "compreender as conexões" entre os
cliente que um design mais investimentos em segurança e os benefícios no
seguro justifica um nível de longo prazo – o retorno em segurança.
investimento mais elevado? . . 568
Como resultado, as questões permanecem
Pelo executivo sênior: abertas para aqueles que desejam melhorar
Como os investimentos em o desempenho financeiro e a segurança da
6 segurança aumentam o empresa. As perguntas elaboradas são:
valor para o acionista? . . . . . . . . 569
• Pelo funcionário: Como convenço o patrão
CONCLUSÕES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 570 de que a segurança compensa?

559
Compreensão das conexões | Capítulo 35

• Pelo fornecedor: Como convenço os decisão fácil – particularmente se melhorar a


clientes a comprarem em função do valor, segurança, a limpeza ou produtividade de uma
e não do preço? operação.
• Pela empresa de engenharia: O método do ROI pode ser útil para analisar
Como podemos convencer o cliente de forma rápida se um projeto maior ou de
que um design mais seguro justifica um longo prazo pode ser viável. Ele representa um
nível de investimento mais elevado? primeiro passo quando é preciso determinar
• Pelo executivo sênior: Como os se é possível justificar coleta de dados e análise
investimentos em segurança aumentam o financeira adicionais.
valor para o acionista?
Método do Valor presente líquido
Mas, quando uma cultura de segurança (VPL)
está profunda e efetivamente incorporada
na filosofia, no estilo de gestão, nos O método do VPL (Figura 35.2) é útil
procedimentos de compra e nas práticas de para comparar investimentos um pouco
trabalho da empresa, essas perguntas são maiores e mais complexos com diferentes
rotineiramente respondidas, enriquecendo opções e prazos. O método do VPL requer
a vida dos funcionários, protegendo o conhecimentos ou estimativas do custo
meio ambiente e melhorando os resultados do dinheiro (taxa de desconto [R]), do
financeiros. investimento inicial e dos custos e poupanças
nos fluxos de caixa anuais ao longo do tempo,
Uma revisão das técnicas em que i = número de anos. A abordagem
financeiras do VPL é listar, por ano, os fluxos de caixa
– como economias menos os custos – e os
O Capítulo 34 O retorno da segurança
descontos, e atualizar os valores em dinheiro
aborda as técnicas que podem ser usadas para
para a data de hoje. O método do VPL é
avaliar os investimentos em segurança.
útil quando todos os custos e economias
Elas são:
significativos, tanto diretos quanto indiretos,
Método do Retorno do investimento são contabilizados.
(ROI) Uma aplicação comum do método do VPL é
A abordagem do ROI (Figura 35.1) é útil conhecido como Custo do ciclo de vida útil.
para calcular a economia em custos diretos que Ele permite comparar um investimento em
pode ser realizada com investimento mínimo e um componente mais barato, porém menos
em um período de tempo relativamente curto. confiável, com uma opção mais cara e mais
Normalmente, faz-se uma investigação mínima confiável. A opção com um VPL maior seria
dos custos diretos. O resultado é que o custo um investimento preferível.
total representa a soma do preço inicial e as
reduções de cada item do orçamento. Esses
projetos muitas vezes possuem custos bastante
pequenos, o que permite que a aprovação fique Figura 35.1.
Economia total
sob responsabilidade da administração local da ROI =
Fórmula do retorno
Custos totais
planta. Um investimento com um ROI de um do investimento
ano ou menos geralmente é considerado uma 1 = Anos até o
ROI x 100 = ROI%
ROI retorno
6
Valor presente líquido = − Investimento I
Fluxos de caixa anual Figura 35.2.
inicial + (1 + R)i Fórmula do valor
i=1
presente líquido

560
Seção 6 | O retorno

A abordagem do VPL serve bem para o teste o mesmo investimento. Se a TIR tiver uma
de suposições. É relativamente fácil mudar porcentagem positiva, o projeto provavelmente
uma variável – somar ou diminuir uma será viável. Quando se leva mais de uma
determinada porcentagem – para identificar opção em consideração, o investimento que
a sensibilidade do VPL projetado referente a apresenta uma TIR com porcentagem maior é
questões de abastecimento ou aumentos de provavelmente a melhor opção financeira.
preços.
Normalmente, o resultado de um cálculo de
A taxa de desconto que iguala o VPL a zero VPL seria um número positivo. Por exemplo,
é denominada de Taxa interna de retorno ao considerar a compra de uma máquina
(TIR). (Figura 35.3.) A TIR é útil quando para aumentar a produção, uma empresa não
é preciso comparar diferentes opções para deveria comprá-la se ela não produzir um fluxo
de caixa positivo ao longo da vida. A melhor
Figura 35.4. máquina a ser comprada seria a que apresenta
VSL2013+n = VSL2013 x (1+PPI/100)n o maior e melhor VPL positivo.
Fórmula do Valor
n = Número de anos desde 2013
da vida estatística Ao considerar opções para mitigar riscos,
ajustado pela inflação. Em que PPI representa o Índice de preços ao o cálculo do VPL geralmente resulta em
produtor e o VSL é específico do país um número negativo porque o risco não
pode ser totalmente eliminado. No caso de
Figura 35.5. investimentos em segurança, o resultado do
Metas dos investimentos em
Investimentos melhorias VPL que apresentar o menor número negativo
em melhorias do Controlar materiais fugitivos provavelmente seria o melhor investimento.
transportador podem Em outras palavras, o cálculo do VPL ainda
Controlar o pó
ser considerados assim pode usar fluxos de caixa negativos, mas
nessas metas. Minimizar derramamento
o que deve ser buscado é o menor custo com a
Reduzir material de retorno máxima redução do risco.
Aumentar a segurança
Reduzir lesões Método do Valor da vida estatística
Reduzir doenças industriais (VSL)
Reduzir ruído O método do VSL pode ser usado de duas
Atualizar proteções formas. A primeira usa uma estimativa de
Aumentar a produtividade quanto uma determinada instalação estaria
Reduzir o tempo de manutenção disposta a gastar para reduzir os riscos e as
Aumentar a disponibilidade do sistema lesões durante o tempo de vida do trabalhador
Aumentar o rendimento ou da vida da planta. A segunda abordagem
considera o custo de um incidente e então
Aumentar a confiabilidade do equipamento
calcula quanto você é capaz de gastar para
Outros
reduzir o risco de incorrer no incidente em
Reduzir o risco em toda a empresa questão, estabelecendo um valor. Ao conhecer
Justificar a engenharia do design para a ou estimar o custo de dinheiro (R), o cálculo
segurança do VPL pode ser feito para determinar a
Melhorar as relações com a comunidade economia de custos ao evitar incidentes.
Aumentar o valor para o acionista Na maioria dos países, o custo de vários
graus de lesão é conhecido ou pode ser

6 Figura 35.3. Taxa interna de retorno = Que taxa R tornará um VPL = 0?


Fórmula da taxa
Fluxo de caixa anual 1 Fluxo de caixa anual 2 Fluxo de caixa anual 3
interna de retorno. 0 = − Investimento inicial + + + ...
(1 + TIR)
i
(1 + TIR)
i
(1 + TIR)i

561
Compreensão das conexões | Capítulo 35


ROI do controle de materiais fugitivos
A Happy Company manuseia 5 milhões de toneladas por ano de felicity, a matéria-prima para produzir felicidade.
Com a tonelada a US$ 50, essa matéria-prima possui uma valor de US$ 250.000.000. As instalações da Happy Company
possuem 50 transportadores com mais de 9.000 metros de correias. O derramamento de pó e material de retorno foram
mensurados em 2,8% da produção anual. A metade da limpeza é feita manualmente a uma taxa de uma tonelada por hora.
Um fornecedor externo, a Serenity Un-Ltd., propôs reduzir o derramamento para menos de 1% instalando limpadores de
correia e fazendo a manutenção dos pontos de transferência por um custo anual de US $ 1.250.000.
A Happy Company deseja saber o ROI decorrente da redução da mão de obra em limpeza segundo a proposta.

Limpeza da Happy Company Proposta da Serenity Un-Ltd.


Derramamento e material de retorno 140.000 t 50.000 t
Mão de obra necessária a 2.000 h/ano por
140.000 t x 1 t/h x 50% = 70.000 h 50.000 t x 1 t/h x 50% = 25.000 h
trabalhador
Custo de mão de obra de US$ 40/h US$ 2.800.000/ano US$ 1.000.000/ano

Economia Custo de limpeza atual - Custo de limpeza futuro


ROI = =
Custo Preço contratual

US$ 2.800.000/ano - US$ 1.800.000/


US$ 1.000.000/ano ano = 1,44 ou
ROI = = (0,69 × 12 = 8,3 meses)
US$ 1.250.000/ 144%
US$ 1.250.000/ano
ano
ROI para contratar a Serenity Un-Ltd.
Em suma, o retorno do investimento é de 144% para que componentes de controle de material fugitivo, de forma que
o fornecedor reduza o derramamento da Happy Company, a redução do derramamento de 2,8% para 1% levaria mais
indicando um retorno em 8,3 meses. de um ano. Isso indica que pode ser preciso um contrato de
vários anos para realizar todas as economias.
Ao conhecer tais números, os gestores em geral reagem
pensando que a empresa tem funcionários na equipe para Além disso, a experiência mostra que um número
fazer a limpeza e a manutenção, assim que consideram significativo de acidentes está relacionado com a limpeza
um problema da supervisão mais do que um problema de de material fugitivo nas proximidades de transportadores,
material fugitivo. Na realidade, uma análise das prioridades e que a redução do derramamento aumenta a vida útil dos
da parada do equipamento e dos trabalhos de manutenção componentes de 25 a 40%. Por isso, há outras economias
realizados quase sempre mostra que a manutenção de que poderiam ser incluídas na análise de Valor presente
componentes de controle de material fugitivo – correia, líquido. O essencial dessa análise é que a quantidade atual
rapadores e sistemas de prevenção de derramamento – de derramamento seja medida, e o custo atual da limpeza
geralmente não é uma prioridade. Como consequência, manual seja conhecido.
essas tarefas de manutenção são raramente concluídas, e o
desempenho dos sistemas de controle de material fugitivo é Observação: o Capítulo 31 do livro FOUNDATIONS™
reduzido. Guia Prático para um Controle Mais Limpo, Seguro e
Produtivo do Pó e Material a Granel, Quarta Edição da
O investimento e o momento seriam mais complexos Martin Engineering fornece um método qualitativo para
e poderiam ser analisados detalhadamente em um avaliar o desempenho na redução do material fugitivo.
período de vários anos. Por exemplo, o primeiro ano
seria provavelmente gasto na instalação e atualização dos

562
Seção 6 | O retorno

Preço vs. custo


Os transportadores da Happy Company usam aproximadamente 3.750 roletes inclinados e 1.500 roletes de retorno.
Os roletes duram em média quatro anos. Na tentativa de reduzir os custos de peças de reposição, o departamento central de
compras da Happy Company buscou roletes de reposição com o fornecedor que oferecia o custo mais baixo. Em resumo,
a "economia" feita ao comprar o menor preço em vez de usar o custo do ciclo de vida útil foi de 90% negativos.
Economias do departamento central de compras da Happy Company
Roletes comprados com base Roletes comprados com base
no custo do ciclo de vida no preço inicial mais baixo
Número médio de roletes de retorno
1.500/4 =375 1.500/4 =375
substituídos por ano
Preço médio dos roletes US$ 105 x 375 = US$ 39.375 US$ 90 x 375 = US$ 33.750
Economias na compra US$ 5.625

Custos de mão de obra de manutenção causados pela compra do menor preço


Roletes comprados com base Roletes comprados com base no preço inicial mais baixo
no custo do ciclo de vida
Tempo para substituir
1h 100% do tempo 2h 33% do tempo
os roletes
375 roletes x 2/3 = 250 a 1h/rolete x US$ 50/h =
US$ 12.500/ano
Custo da mão de obra/ 375 roletes x US$ 50/h x 1h/
375 roletes x 1/3 = 125 a 2h/rolete x US$ 50/h =
ano a US$ 50/h rolete = US$ 18.750
US$ 12.500/ano
Total = US$ 25.000/ano
Custo de mão de obra
US$ 25.000 - US$ 18.750 = US$ 6.250/ano
adicional

No entanto, apesar da especificação indicar um padrão da Em vez de aceitar problema, o fornecedor original poderia,
indústria, os roletes de reposição de baixo custo variaram com a ajuda do departamento de manutenção, apresentar
ligeiramente no comprimento e nas dimensões da ponta de uma análise mais aprofundada para argumentar contra
eixo. O departamento de manutenção da Happy Company a decisão de comprar os roletes de preço mais baixo. Por
não tinha ideia de qual seria o fornecedor que receberia exemplo, se houver apenas uma hora de inatividade não
o próximo pedido de roletes de baixo custo. Cerca de planejada (considerando US$ 41.167 por hora como
um terço dos roletes de baixo custo para reposição não se evidenciado pela equação a seguir) devido à necessidade
encaixaria nos suportes de suspensão dos cavaletes de retorno de ajustar o suporte para instalar os roletes de preços
instalados, de modo que o procedimento de troca também mais baixos, as economias feitas nos roletes mais baratos
envolveria a substituição ou modificação dos suportes de desaparecem.
Vendas anuais
suspensão do rolete. Isso aumentou o tempo em uma hora Custos de parada (meta de produção)
por rolete. não programada =
Horas de operação anuais
Economia US$ 5.625
US$ 250.000.000
ROI = = US$ 18.750 - = -0,9 US$ 41.167 =
Custo 6.000
US$ 25.000 Custos de parada de produção
ROI negativo ao comprar com base no menor preço Da mesma forma, o custo de um acidente com afastamento,
com uma média de US$ 38.000 por incidente, causado
Houve uma "economia" robusta de US$ 28.000 sobre pela exposição do trabalhador ao risco devido ao tempo
o preço de compra dos aproximadamente 900 roletes extra de instalação e ao retrabalho exigido, também afeta as
inclinados a cada ano. O preço reduzido baseava-se no economias feitas ao comprar o equipamento de menor custo.
volume total dos roletes comprados. Consequentemente,
o departamento de compras relutou escutar o fornecedor Apresentar esse risco juntamente com o conhecimento
original e voltou a comprar roletes do retorno com base no do tempo de parada não programada real da operação e
menor custo. da taxa de incidentes poderia ser usado para convencer o
departamento de compras de que o benefício do menor
563
preço não vale o risco.
Compreensão das conexões | Capítulo 35

estimado; cada instalação terá seus próprios Pelo funcionário: Como convenço o
dados específicos. A pesquisa bibliográfica patrão de que a segurança compensa?
do Capítulo 34 Anexo proporciona a
• Colete dados
probabilidade média de várias categorias de
incidentes. Essas informações são usadas Coletar os dados necessários é
para estimar as economias na redução dos importante. Se a posição defendida
incidentes pela quantidade ou nível de não possuir dados, o status quo (ou o
gravidade. chefe) sempre prevalecerá. O caso pode
nem precisar de muitos dados, mas é
Os governos frequentemente usam esse importante reunir dados suficientes para
método para avaliar se o custo de implementar que a autoridade possa tomar a decisão.
um regulamento reduzirá os incidentes e Qualquer coisa pode ser medida usando
economizará os recursos da sociedade. as técnicas discutidas no Capítulo 34
Essa técnica é usada para justificar as O retorno da segurança.
economias em segurança quando as economias
Em muitos casos, os dados necessários
pertencem a uma categoria menos tangível. Os
já estão sendo coletados em algum lugar
valores publicados ou derivados do Valor da
da empresa ou disponível na Internet.
vida estatística podem ser ajustados segundo a
Procure informações com os demais – é
inflação por meio da Figura 35.4.
possível que alguém tenha tido o mesmo
Combinação dos métodos tipo de problema que você e possa
fornecer informações úteis que pouparão
A seguir, essas técnicas serão usadas com tempo de pesquisa.
procedimentos contábeis clássicos para
• Desenvolva um plano de ação para a
mostrar como esses métodos podem ser
mudança
aplicados a uma ampla gama de oportunidades
de investimento. A Figura 35.5 relaciona Um plano deve estar baseado em
alguns dos tipos de cenários de investimento fatos, não em opinião. A partir dos
em segurança que podem ser investigados e dados coletados, uma linha de ação
justificados utilizando as técnicas descritas no adequada deve ficar evidente. Se não
Capítulo 34 O retorno da segurança. ficar evidente, talvez as informações
Há várias outras aplicações em que dados corretas não tenham sido coletadas
menos tangíveis podem ser coletados e usados ou talvez o problema identificado não
para justificar melhorias em segurança, limpeza seja realmente um problema no final
e produtividade. das contas – ou pelo menos não é "o
problema". O plano deve conter um
reconhecimento do problema, a solução
Perguntas a serem respondidas proposta e os resultados esperados.

Embora elaboradas como perguntas diferentes • Calcule o Retorno do investimento (ROI)


em função das pessoas envolvidas, um tema No nível departamental, uma proposta
se manifesta quase universalmente: Como terá de mostrar que a utilização do
posso convencer um superior que há retorno dinheiro do orçamento desse ano
ao investir em características de produto e proporcionará um retorno rápido. Em
atividades de trabalhadores que melhoram a geral, isso ocorre porque respeitar o
segurança de forma direta e indireta? orçamento mensal ou anual é uma das
principais coisas pelas quais os diretores
do departamento de gestão da planta se 6
responsabilizam. Se esse for o caso, um
simples cálculo do ROI (Figura 35.1.)
será suficiente.

564
Seção 6 | O retorno

O valor do risco reduzido


A Happy Company está pensando em uma grande total após o início, com custos adicionais não orçados de
expansão para investir 100 milhões de dólares em 3% do projeto. Por outro lado, o histórico dos projetos
capacidade de produção (e, consequentemente, em vendas) da proposta de valor agregado mostra que esses projetos
do seu produto final, Felicidade. O investimento envolve precisam de apenas seis meses para alcançar a produção
transportadores e equipamentos do processo. total, sem custos adicionais não orçados. Além disso, o
Duas ofertas foram recebidas. A oferta de menor preço fornecedor com a oferta de valor agregado pode provar
foi de US$ 100.000.000 e a oferta de valor agregado que em seus últimos trabalhos houve uma melhora na
foi de US$ 110.000.000, pois incluía cerca de confiabilidade, o que reduz o custo de manutenção em
US$ 1.000.000 extra em custos de design e US$ 9.000.000 meio por cento do custo total do investimento.
em componentes de alta qualidade para aumentar a Conforme mostrado nas tabelas abaixo, usando os
confiabilidade e reduzir os custos de manutenção. Justin pressupostos estabelecidos, a Opção B – Oferta de valor
B. Fine, o CEO da Happy Company, deseja saber se esses agregado produz um Valor presente líquido (VPLn=5) e
US$ 10.000.000 extras valem a pena ser investidos. uma Taxa interna de retorno (TIRn=5) melhores em cinco
Com base em pesquisas, o sistema da oferta mais barata anos. A redução dos riscos incluída na análise baseia-se em
normalmente leva 18 meses para alcançar a produção um início suave e na redução de custos de manutenção
contínua.
Pressupostos sobre os investimentos da Happy Company

Pressupostos Opção A - Oferta de menor preço Opção B - Oferta de valor


Taxa de desconto 5% 5%
Margem de lucro bruto 30% 30%
Outros custos iniciais 3% de investimento/18 meses 0%
2% do investimento 1,5% do investimento
Custo de manutenção
5% do custo da correia 4,5% do custo da correia
Custo da correia US$ 20.000.000 US$ 22.000.000

Opção A - Oferta de menor preço VPL em 5 anos


Assim que a análise for definida, as
Opção A - Oferta de menor Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 variáveis poderão ser manipuladas
para determinar a sensibilidade
preço 100.000.000 (000) (000) (000) (000) (000)
da análise quanto às variáveis
Vendas 48.000 92.000 1.000.000 1.000.000 1.000.000 não satisfeitas. Nesse exemplo, se
Lucro bruto 14.400 27.600 30.000 30.000 30.000 as porcentagens de manutenção
Manutenção 3.000 3.000 3.000 3.000 3.000 na Opção A (Oferta de menor
Custos iniciais não orçados 1.500 1.500 0 0 0 preço) e Opção B - (Oferta de
Lucro operacional 9.900 23.100 27.000 27.000 27.000
valor agregado) forem as mesmas,
os VPLs serão quase os mesmos
VPLn=5 -2.800
devido ao alcance mais rápido do
TIRn=5 4,0% total de vendas da Opção B.
Opção B - Oferta de valor agregado VPL em 5 anos Há vários outros benefícios
que poderiam ser incluídos
Opção B - Oferta de valor agregado Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 dependendo de como esse
110.000.000 (000) (000) (000) (000) (000) investimento extra de 10 milhões
Vendas 67.000 100.000 100.000 100.000 100.000 de dólares for gasto.
Lucro bruto 21.100 30.000 30.000 30.000 30.000 Por exemplo: os chutes projetados
aumentam a vida útil da correia;
Manutenção 2.640 2.640 2.640 2.640 2.640
os investimentos em ergonomia
Custos iniciais não orçados 0 0 0 0 0 oferecem retornos significativos em
Lucro operacional 17.460 27.360 27.360 27.360 27.360 segurança e a redução do tempo
VPLn=5 -1.000 de manutenção graças ao design
TIRn=5 4,7% pode aumentar significativamente
a disponibilidade.
565
Compreensão das conexões | Capítulo 35

Se o projeto supõe gastar mais dinheiro A prova pode ser extraída de várias fontes.
do que o chefe pode autorizar, é provável Essas fontes incluem o uso de uma ou
que o cálculo seja mais difícil, e as mais das seções ou referências nos livros
instalações podem exigir que o projeto FOUNDATIONS™, as histórias de sucesso
seja adiado para orçamento do ano de publicações comerciais ou os resultados de
seguinte. Com gastos maiores, o retorno investimentos semelhantes em outras partes da
normalmente é estendido ao longo de planta ou instalações similares.
um período de anos, de forma que o
projeto precisará usar a abordagem de • Quase acidentes proporcionam uma
análise do Valor presente líquido. oportunidade de evitar acidentes de fato.
• Pó, derramamentos e material de retorno
• Apresente o caso são responsáveis por 85% das falhas
Reclamar com o chefe e fazer alegações prematuras de equipamentos, e a limpeza
não fundamentadas não fará com de material fugitivo responde por um
que seu chefe tome medidas. O chefe terço de todos os acidentes graves.
provavelmente ouviu a reclamação mil • Os trabalhadores de manutenção aplicam
vezes, está agora ocupado lidando com cerca de 30% do seu tempo para acessar
problemas "reais', e deseja soluções, o equipamento a ser mantido, o que
não reclamações. Uma tática mais normalmente resulta em pressa para
bem-sucedida é descrever o problema, concluir os reparos.
fornecer fatos e sugerir soluções.
• Um terço de todos os incidentes de
Uma apresentação profissional com segurança está relacionado a atividades de
gráficos elaborados e uma capa de manutenção.
designer não é preciso, mas colocar
a proposta no papel é importante. Pelo fornecedor: Como convenço os
Descreva o problema e use fotos clientes a comprarem em função do
se possível. Ofereça uma solução, valor, e não do preço?
incluindo um debate sobre como
• Forneça benefícios desejados
melhorar a situação, e apresentar as
economias divididas pelo custo (o ROI). As características de um produto ou de
Inclua quaisquer informações de suporte uma proposta de serviço devem oferecer
ou referências que você tenha usado. benefícios ao cliente. Características
extras podem significar custos extras;
Uma vez que a proposta está no papel,
então pode ser preciso personalizar os
a solicitação se torna mais difícil de ser
produtos e serviços para fornecer as
ignorada e facilita que o chefe convença
características com os benefícios mais
os superiores que o projeto faz sentido e
bem avaliados pelo cliente.
é rentável.
• A qualidade é uma obrigação
A ferramenta mais importante é um
conhecimento profundo do processo e um O produto ou serviço devem ter
entendimento sobre onde as alterações farão um nível aceitável de qualidade,
a diferença na produção. Se o chefe não ou provavelmente não satisfará as
compreender nem perceber a relação entre expectativas. O produto deve funcionar
produção, segurança e limpeza, um passo bem durante os intervalos entre
importante na apresentação seria fornecer manutenção. Confiabilidade é uma
uma prova para convencer o chefe sobre essa função da qualidade. A qualidade e a 6
relação. Quanto mais semelhante a prova for confiabilidade de um produto ou serviço
da situação da planta melhor será. devem ser demonstradas por meio de
provas de terceiros ou instalações de
teste.
566
Seção 6 | O retorno

Aumento do preço da ação da Happy Company


Um demonstrativo de lucros e perdas fornece um resumo Muitos funcionários da Happy Company se lesionaram ou
da atividade financeira ao longo de um período de tempo, morreram durante a produção de felicidade ao longo dos
enquanto um balanço proporciona uma foto da condição anos. A nova gestão quer mudar a cultura da empresa e
financeira da empresa em um ponto específico no tempo, disponibilizar a felicidade para todos.
geralmente no final do ano. As demonstrações de lucros e
perdas e os balanços utilizados neste capítulo podem ser A Happy Company foi apresentada no FOUNDATIONS™,
subdivididos em vários outros itens detalhados, mas foram 4ª Edição para demonstrar a comparação do Retorno do
concebidos para fins ilustrativos, não de detalhamento. investimento na aquisição e instalação de raspadores de
correia para elevar o desempenho da limpeza.
A fictícia empresa Happy Company produz felicidade, O exemplo incluía economias diretas e algumas economias
milhões de toneladas dela por ano. Como é possível de produção não especificadas em um período de um ano.
imaginar, há uma demanda ilimitada por felicidade, Os investimentos em segurança geralmente levam anos
mas os recursos são escassos. A mineração e a produção melhorando continuamente para produzir resultados.
de felicidade é um processo árduo, imprevisível e caro. Como resultado, os métodos de análise financeira
discutidos neste capítulo muitas vezes
Declaração simplificada de perdas e lucros requerem uma abordagem de vários anos do
projetados para a Happy Company desempenho financeiro da Happy Company.

Demonstração de lucros Sem a con- Esse exemplo apresenta uma comparação


Com a contratação da
e perdas da Happy tratação da simplificada do primeiro ano de alteração no
Serenity Un-Ltd.
Company (US$ 000) Serenity Un-Ltd. preço das ações da Happy Company, com e
Receita (Vendas) 250.000 254.500 sem o Retorno dos investimentos da redução
Custo das vendas 200.000 203.600 de materiais fugitivos. (Consulte ROI do
Lucro bruto 50.000 50.900
controle de materiais fugitivos.) Presume-se
que esses US$ 250.000 do contrato da
Despesas 30.000 28.250
Serenity Un-Ltd. seja para equipamentos,
Impostos 12.000 13.590
portanto a redução de US$ 1.800.000 na
Lucro líquido 8.000 9.060 despesa da limpeza com um aumento na
Projeção do balanço simplificado da Happy Company despesa de depreciação de US$ 50.000 por
ano e uma variação líquida de despesas de
Balanço da Happy Sem a contratação Com a contratação da US$ 1.750.000. Os mesmos índices são
Company ($000) da Serenity Un-Ltd. Serenity Un-Ltd. usados no custo das vendas, lucro bruto e
Ativos 75.000 75.250 impostos.
Passivos 50.000 48.966
Patrimônio líquido O gestor do departamento verá isso como
25.000 26.284 uma redução na equipe de manutenção,
dos acionistas
de aproximadamente 13 pessoas que se
Passivos e patrimônio
75.000 75.250 encarregam da limpeza, em troca de um
líquido dos acionistas
investimento de US$ 1,25 milhão. O gestor
Preço da ação da Happy Company considera difícil abrir mão das pessoas e
deseja saber se o contrato com a Serenity
Com a Un-Ltd. pode ser justificado. Mas o gestor
10.000.000 Sem a contratação % de
contratação da corporativo considera um aumento nas
de ações da Serenity Un-Ltd. alteração
Serenity Un-Ltd. vendas de US$ 4,5 milhões com um
Preço da ação US$ 2,50 US$ 2,63 5,2% investimento de US$ 1,25 milhão, o que
resultaria em um aumento de 5,2% no
preço das ações.
567
Compreensão das conexões | Capítulo 35

• Propostas com base no desempenho Pela empresa de engenharia: Como


Ajudar o cliente a alcançar as metas de podemos convencer o cliente que um
disponibilidade é importante. Para fazer design mais seguro justifica um nível
isso, o fornecedor precisa entender as de investimento mais elevado?
expectativas do cliente, convertê-las em
• Risco reduzido
resultados mensuráveis e fornecer uma
proposta que melhore o desempenho e a O risco é uma combinação entre
disponibilidade operacional do sistema. frequência e gravidade. Quando o
É importante e útil garantir, por escrito, cliente compra somente com base no
que o sistema proposto irá funcionar. menor preço, isso normalmente supõe
materiais e mão de obra de qualidade
• É o custo, não o preço mais baixa. Muito provavelmente,
É comum que os gestores de curto os detalhes de design padrão usados
prazo se concentrem na redução de há muito tempo também são usados
custos estabelecendo metas de redução para fornecer um produto ou sistema
de compras em uma determinada de prateleira "ou semelhante" ao
porcentagem em comparação com o menor preço possível. Isso é comprar a
custo das compras do ano anterior. tecnologia de ontem com os preços de
O preço é simplesmente o dinheiro que hoje.
troca de mãos. Se o menor preço for É real o risco de o cliente sair do
o indicador, é provável que o cliente negócio devido a um desastre ambiental
esteja ignorando grandes economias ou acidente fatal. Mesmo se o cliente
e provocando um custo à empresa não sair do negócio, os danos causados
significativamente maior do que será a uma marca podem levar décadas
economizado. para serem sanados. Um departamento
O custo real na compra de um de compras que contrata o menor
equipamento é o preço mais a preço aumenta o risco ao não levar
manutenção, a energia e todo o em consideração um design mais caro.
esforço que supõe o uso do produto ou Infelizmente, isso acontece o tempo
serviço. Muitas vezes, um preço baixo todo.
resulta em um ROI baixo ou negativo, O risco do seu banco é apenas
especialmente se a decisão de compra financeiro, mas é significativo.
reduz a disponibilidade, dado que o Gastar um extra de 10 a 20% em design
fornecedor cortou em confiabilidade normalmente aumenta de um a dois por
para atender às metas de preços cento o custo total do projeto, mas pode
artificialmente baixos. reduzir riscos de forma significativa.
A proposta deve mostrar, por meio De acordo com uma pesquisa da KPMG
da análise do Valor presente líquido feita em 2007, Construction procurement
– muitas vezes chamado de Custo do for the 21st Century, comprar somente
ciclo de vida útil ou Custo total de com base no menor preço resulta em
propriedade – que o preço mais elevado que 35% dos projetos extrapolam o
do produto ou serviço traz maiores orçamento e 16% sofrem atrasos, com
benefícios ao longo da vida útil do um percentual similar terminando na
sistema. justiça devido a desacordos quanto ao
desempenho. A análise do Valor presente
6
líquido pode ser usada para mostrar
como é significativa, ao longo da vida
útil de uma planta, a diferença entre o

568
Seção 6 | O retorno

ROI da redução do risco na etapa de Pelo executivo sênior: Como os


design e o da compra em função do investimentos em segurança
menor preço. aumentam o valor para o acionista?
• Confiabilidade e disponibilidade • Custos operacionais reduzidos
aumentadas
A agência Mine Safety and Health
O desejo de obter um maior Administration (MSHA) estimou
rendimento tende a incentivar a escolha que 85% de todos os problemas do
de transportadores cada vez mais transportador são causados por materiais
rápidos e maiores, que funcionem por fugitivos. Graças a um sistema limpo
períodos mais longos de tempo sem e ao uso de serviços de manutenção
manutenção. O desenvolvimento de especializados, o aumento da vida útil
sistemas e componentes para atender dos componentes mostrou-se capaz
a esses requisitos de desempenho de proporcionar economias diretas
mais elevados não é linear. As correias significativas inúmeras vezes. A limpeza
de hoje são capazes de retirar mais também proporciona economia de
material da polia de cabeça, o que cria custos indiretos devido à redução de
forças de impacto maiores do que os lesões e menor exposição ao risco.
componentes da estação receptora As especificações baseadas no
podem manipular de forma confiável. desempenho e os sistemas projetados
O resultado é a ocorrência de paradas para operar de forma mais limpa
não planejadas para reparar danos na exigem planejamento e esforço, mas
correia, para limpar o derramamento dados empíricos podem mostrar
ou para substituir os roletes de uma economia significativa nos
impacto. A menos que os componentes custos operacionais. As economias de
sejam projetados para oferecer fácil custos operacionais estão diretamente
manutenção, a disponibilidade é ainda relacionadas aos bons resultados
impactada pelo Tempo médio de reparo financeiros que, por sua vez, melhorarão
(MTTR). Uma análise do Valor presente o valor do acionista e o preço da ação.
líquido (custo do ciclo de vida útil) pode
ser usada para mostrar que os esforços • A segurança compensa
crescentes durante a etapa inicial de Tanto os investimentos em uma ampla
design para aumentar a confiabilidade variedade de atividades quanto os
e reduzir as mudanças de manutenção equipamentos são meios para um fim
proporcionarão uma considerável específico, que é aumentar a segurança.
economia de tempo de inatividade. Há economias tangíveis em seguros,
Se esses designs iniciais levarem em treinamento de substitutos, redução de
consideração o acesso e a ergonomia, inspeções e multas, entre outros.
economias adicionais graças à segurança Os retornos dos investimentos
podem ser comprovadas. realmente significativos são, muitas
vezes, economias menos tangíveis,
como redução do risco, aumento da
moral, facilidade para contratar por ser
o empregador preferido e redução da
equipe.
6
Como está amplamente difundido,
de forma equivocada, que esses
custos menos tangíveis não podem

569
Compreensão das conexões | Capítulo 35

ser medidos, eles são frequentemente Os autores expuseram muitos argumentos


ignorados. Há chances de que existam a favor dos investimentos baseados na
numerosos relatórios e estatísticas segurança e ofereceram os nossos conceitos
geradas que terminam por nunca serem sobre melhores práticas. Os autores tentaram
usados para a tomada de decisões, muito desnudar as desculpas daqueles que compram
menos para justificar os investimentos com base no menor preço prejudicando a
em segurança. Pode ser difícil classificar humanidade e o meio ambiente em busca de
as medições que realmente importam, lucros fantasmas.
mas encontrar dados úteis que possam
ser postos em prática é a chave para Ao Compreender as conexões da segurança,
melhorar a segurança. as empresas e executivos estão se preparando
para a próxima geração de máquinas e
Todas as melhores práticas e técnicas humanos. Dificilmente passa um dia sem que
financeiras discutidas neste livro, se as empresas não se dediquem a avaliar como
aplicadas de boa fé, por meio de uma treinar a próxima geração de trabalhadores,
gestão competente, aumentarão o valor proteger o meio ambiente e melhorar seus
para o acionista, especialmente quando rendimentos. Tudo se resume a uma equação
comparado com as empresas cuja simples:
prática é a produção a qualquer custo.
A mentalidade que promove a prática Mais limpo + mais seguro = mais
de "Funcionar até quebrar" realmente rentável.
significa "Funcionar até quebrar".
O conceito Production Done Safely™
(Produção com segurança) provou ser
CONCLUSÕES benéfico ao trabalhador, à empresa e ao
ambiente.
Neste livro, abordamos amplamente a
psicologia dos acidentes. Incentivar a
segurança com base nas taxas de incidentes
é uma prática comum, mas geralmente
incapaz de aumentar a segurança. Os slogans
e programas de segurança, se não tiverem o
apoio de uma sólida cultura de segurança, são
normalmente um fracasso.

Os autores também identificaram o


transportador como uma fonte de perigos
e debateram os regulamentos, normas e
melhores práticas para controlar os riscos e
proteger aqueles que devem trabalhar nesses
sistemas ou nas suas proximidades.

Os autores ilustraram como o labirinto de


regulamentações nacionais inconsistentes,
conflitantes e muitas vezes politicamente
motivadas dificulta a segurança global.
Os esforços para melhorar a segurança não são
fáceis. Exige talento, tempo e liderança. 6
A verdadeira segurança é um estado de espírito
e dependo do estado do equipamento.

570
Seção 6 | O retorno

Carta dos autores

Caro leitor,
Esperamos que você tenha desfrutado dessa jornada fascinante pelas questões de segurança do seu sistema transportador.
Ainda mais importante, esperamos que você tenha achado essas questões instrutivas e benéficas.
Os transportadores de correia são equipamentos industriais enormes. Como já discutimos, os transportadores apresentam
várias possibilidades de lesões e podem até provocar mortes. A primeira sessão deste livro destacou as zonas de perigo
dos transportadores de correia, seguida por um capítulo sobre as práticas inseguras mais comuns nas proximidades dos
transportadores. Conforme salientamos, o primeiro passo para permanecer completamente seguro nas proximidades de
transportadores de correia é perceber onde e como eles podem te machucar.
A seguinte seção do livro abordou os sistemas mecânicos e dispositivos elétricos que podem ser instalados para tratar
algumas dessas áreas de perigo. Embora muitas dessas soluções não evitem a causa principal do problema, elas representam
um grande salto em direção à meta de Production Done Safely™ (Produção com segurança).
As dicas exibidas na Seção 3 são mais difíceis de implementar. Essa parte do livro abordou quase que exclusivamente
os comportamentos e a cultura da segurança. Oferecemos algumas sugestões para melhorar as práticas de trabalho nas
proximidades de transportadores.
A próxima etapa, mais que apresentar os perigos de um sistema transportador, pretendeu identificar honesta e
sistematicamente os perigos de um sistema transportador. A Seção 4 ofereceu vários métodos lógicos e comprovados para
alcançar essa meta.
Enquanto as Seções de 1 a 4 visavam responder eficazmente aos perigos associados a transportadores, a Seção 5 oferecia
uma abordagem que visava à eliminação desses perigos na etapa de design.
Qualquer mudança positiva na cultura e no equipamento foi acompanhada de um benefício financeiro. A Seção 6 abordou
os métodos para quantificar os custos intangíveis associados à segurança. O objetivo final era desenvolver e comunicar um
modelo financeiro que englobasse completamente os riscos de um transportador e fosse capaz de quantificar tais riscos.
Enquanto um engenheiro ou um gestor de planta veem o transportador de correia como uma maneira de mover o material,
e também como uma ferramenta para completar a tarefa, um contador verá o mesmo sistema como um ativo da empresa
incluído em seus custos gerais de produção. Foi desenvolvido um método consistente para incluir os custos ocultos de uma
falha de segurança – um acidente – na justificativa inicial do transportador. O objetivo final era, de forma realista e precisa,
criar um modelo do comportamento financeiro de um transportador de correia para justificar o custo da redução do risco.
Para alterar um sistema, é preciso apelar tanto para a funcionalidade do mundo do gestor da planta e do engenheiro quanto
para a realidade dos requisitos da contabilidade. Acreditamos que este livro foi capaz de fazer ambas as coisas e será um
recurso útil para todos aqueles que estejam envolvidos no manuseio de materiais a granel.
Quando todos os processos de pensamento deste livro são combinados, uma instalação pode alcançar o objetivo
Production Done Safely™.
Atenciosamente,
Os autores
6

571
Compreensão das conexões | Capítulo 35

572
573
ANEXOS

Bibliografia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 575
Índice remissivo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 522
Autores e agradecimentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 530

574
Foundations™ Fundamentos de Segurança para se Trabalhar com Transportadores de Correia | Anexos

Bibliografia

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Martin Engineering, 2009. Impresso. New Zealand. Safety of Machinery – Conveyors – Belt Conveyors for Bulk
Materials Handling. Sydney: Standards Australia Limited / Standards
Preâmbulo________________________________________________ New Zealand, 2015. Impresso.

Outras fontes de inspiração Austrália / Nova Zelândia. Standards Australia Limited / Standards
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Secrets That Drive Growth and Profitability. Solutions, 2008. Impresso. * Canadá. Canadian Standards Association. M421-11 (R2016) Use
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Capítulo 2________________________________________________ Impresso.
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Tradução para o inglês da norma alemã DIN EN 620:2011-07. Berlim,
Estados Unidos. U.S. Department of Labor. Occupational Safety and
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Health Administration. Occupational Noise Exposure. 23 de outubro de Índia. Bureau of Indian Standards. Selection and Design of Belt Conveyors
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Anexos | Bibliografia

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(Underground Coal Mines), 2016. 2011. Impresso.
* Com a permissão da entidade Canadian Standards Association, Grã-Bretanha. Safety of Machinery – Auditory Danger Signals – General
(operando como CSA Group), o material é reproduzido das Requirements, Design and Testing. Londres: British Standards Institute,
normas do CSA Group, Z432-04 (R2014) – Safeguarding of 1992. Impresso.
Machinery, M421-11 (R2016) – Use of electricity in mines and
M422-14 – Fire-performance and antistatic requirements for Grã-Bretanha. Safety of Machinery – Indication, Marking and Actuation
conveyor belting, que estão protegidas por direitos autorias do CSA – Requirements for Visual, Auditory and Tactile Signals. Londres: British
Group, 178 Rexdale Blvd., Toronto, ON, M9W 1R3. Este material Standards Institute, 1995. Impresso.
não é completo nem representa uma posição oficial do CSA Group Grã-Bretanha. Safety of Machinery – Visual Danger Signals – General
sobre os temas abordados, que somente podem ser representados Requirements, Design and Testing. Londres: British Standards Institute,
na íntegra pelas normas. Embora o uso do material tenha sido 1996. Impresso.
autorizado, o CSA Group não é responsável pela forma em que os
Guideline, Safety Around Belt Conveyors. Conveyor Manufacturers
dados são apresentados, nem por respectivas interpretações. Para
Association of SA. Outubro de 2013. Impresso.
obter mais informações ou para adquirir as normas do CSA Group,
visite http://shop.csa.ca/ ou ligue 1-800-463-6727. Pfannenberg. The Complete Spectrum of Signaling Technology Main
Catalogue. 12 de agosto de 2015. Impresso.
** Esse trecho é uma versão não oficial dos materiais legais do governo
de Ontário. “Startup alarms on all conveyors? How do you do it?” 12 de julho de
2005. PLCS Forum. 3 de junho de 2016. http://www.plctalk.net/
*** Esse projeto de detecção preventiva e combate a incêndios
qanda/showthread.php?t=16077.
nos transportadores de correias não recebeu financiamento do
Fundo de Investigação do Carvão e do Aço da União Europeia Estados Unidos. Center for Disease Control and Prevention. The
e a Comissão Europeia não se responsabiliza pela utilização das National Institute for Occupational Safety and Health. Gravel Pit
informações contidas nesse relatório. Worker Dies While Cleaning Off a Stalled Conveyor Belt – Iowa. Center
for Disease Control and Prevention, 18 de novembro de 2015. Internet.
**** Reproduzido com a permissão do instituto alemão DIN
9 de junho de 2016.
Deutsches Institut für Normung e.V. A versão definitiva para a
implementação dessa norma é a edição com a data de emissão mais Estados Unidos. Center for Disease Control and Prevention. The
recente, Beuth Verlag GmbH, Burggrafenstraße 6, 10787 Berlim, National Institute for Occupational Safety and Health. Mill Operator
Alemanha. Caught in a Conveyor Discharge Hopper and Died of Mechanical
Compression Asphyxia. Center for Disease Control and Prevention, 18 de
† Reimpresso de acordo com a norma ASME B.20 1-2015, com a
novembro de 2015. Internet. 9 de junho de 2016.
permissão da entidade American Society of Mechanical Engineers.
Todos os direitos reservados. Estados Unidos. U.S. Department of Labor. Mine Safety and Health
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576
Foundations™ Fundamentos de Segurança para se Trabalhar com Transportadores de Correia | Anexos

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** Esse trecho é uma versão não oficial dos materiais legais do Governo Suíça Organização Internacional para Padronização. ISO 13850
de Ontário. Safety of Machinery – Emergency Stop – Principles for Design. Genebra:
*** Reproduzido com a permissão do instituto alemão DIN Deutsches Organização Internacional para Padronização, 2006. Impresso.
Institut für Normung e.V. A versão definitiva para a implementação Estados Unidos. U.S. Department of Labor. Mine Safety and Health
dessa norma é a edição com a data de emissão mais recente, Beuth Administration. Electric Equipment; Examination, Testing, and
Verlag GmbH, Burggrafenstraße 6, 10787 Berlim, Alemanha. Maintenance. Mine Safety and Health Administration, 8 de junho de
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Tradução para o inglês da norma alemã DIN EN 620:2011-07. Berlim, * Com a permissão da entidade Canadian Standards Association,
2011. Impresso. (operando como CSA Group), o material é reproduzido das normas
Giraud, Laurent, Serge Massé, Julie Dubé, Luc Schreiber e André do CSA Group, Z432-04 (R2014) – Safeguarding of Machinery,
Turcot. A User’s Guide to Conveyor Belt Safety: Protection from Danger M421-11 (R2016) – Use of electricity in mines and M422-
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(IAPA), 2003. Impresso. belting, que estão protegidas por direitos autorias do CSA Group,
178 Rexdale Blvd., Toronto, ON, M9W 1R3. Este material não é
Guideline, Safety Around Belt Conveyors. Conveyor Manufacturers completo nem representa uma posição oficial do CSA Group sobre
Association of SA. Outubro de 2016. Impresso. os temas abordados, que somente podem ser representados na íntegra
Índia. Bureau of Indian Standards. Code of Recommended Practice for pelas normas. Embora o uso do material tenha sido autorizado,
Conveyor Safety, Part 2: General Safety Requirements. Nova Déli: Bureau o CSA Group não é responsável pela forma em que os dados são
of Indian Standards, 1986. Impresso. apresentados, nem por respectivas interpretações. Para obter mais
informações ou para adquirir as normas do CSA Group, visite http://
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shop.csa.ca/ ou ligue 1-800-463-6727.
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Subchapter 7. General Industry Safety Orders Group 6. Power Transmission
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Equipment, Prime Movers, Machine and Machine Parts Article 41. Prime
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União Europeia. Comissão Europeia. Guide to Application of the Administration. Overhead Drive Belts. U.S. Government Publishing
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Estados Unidos. U.S. Department of Labor. Occupational Safety and
** Alemanha. DIN Deutsches Institut Für Normung E. V. Continuous Health Administration. General Requirements for All Machines. Internet.
Handling Equipment and Systems – Safety and EMC Requirements for 3 de junho de 2016.
Fixed Belt Conveyors for Bulk Materials (includes Amendment A1:2010)
Tradução para o inglês da norma alemã DIN EN 620:2011-07. Berlim, Estados Unidos. U.S. Department of Labor. Occupational Safety and
2011. Impresso. Health Administration. Mechanical Power Presses. Internet. 6 de junho
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(operando como CSA Group), o material é reproduzido das
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normas do CSA Group, Z432-04 (R2014) – Safeguarding of
178 Rexdale Blvd., Toronto, ON, M9W 1R3. Este material não
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é completo nem representa uma posição oficial do CSA Group
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sobre os temas abordados, que somente podem ser representados
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** Reimpresso de acordo com a norma ASME B.20 1-2015, com a ** Usado com a permissão do Governo de Alberta, Alberta Labour.
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591
ÍNDICE REMISSIVO

592
Foundations™ Fundamentos de Segurança para se Trabalhar com Transportadores de Correia | Anexos

Índice remissivo

A Barclay, J.T., 188 consulte corda de parada de emergência


Batente 82, 86-92, 343-344, 384, calha-guia, 38, 115, 177, 232, 245,
abuso de substâncias, 32 437 248, 249, 325, 335, 386, 414, 422,
AIS, consulte Escala abreviada de lesões batentes da correia, 91-93 426, 429, 430, 432, 433, 434, 435,
alarme de inicialização, 50-61, 255, Belt Conveying of Minerals (livro), 297 436, 440, 463, 464
257, 308, 320 Belt Conveyors and Belt Elevators caminhão aspirador, 245, 334, 335,
ALARP (As Low As Reasonably (livro), 409 337, 338
Possible, Menor Risco Possível), bloqueio da correia, 84, 86, 92, 152, caminhão assoprador, consulte
382-385, 376, 379-380 283, 285, 302-304, 307-311, 317,
caminhão aspirador
321, 334, 338, 340-352, 385
alças de elevação, 245 caminhar pela correia, 71, 373-374
bloqueio, consulte bloqueio da correia,
alinhamento, correia, 299, 310, 314, consulte também travar/ etiquetar / campos magnéticos, 282-283, 386
315, 316, 330, 331 bloquear / testar (LOTO / BOTO)
Capacidade de expansão, 415 - 416
alinhar a correia, 313 Bluefield State College, 364
cartazes e sinalização, 112, 121, 266-
Alpha Natural Resources, 443 bobcat (consulte também
minicarregadeira)Bobcat®, o logo da 277, 298, 356, 37
análise das causas, 321, 388-397 Bobcat e as cores da máquina Bobcat tela de arame, 113
análise de risco (JHA) 398-399 são marcas registradas da Bobcat tela de arame em proteções, 123,
análise de segurança, (JSA), 304, Company nos Estados Unidos e outros
países. 133-137, 170-174, 179
307, 398, 399 chapa de desgaste, 84, 245, 248, 249,
bombeadores, consulte caminhão
aprendizado de adultos, 357-358, 429, 431, 432, 433, 435, 436, 440,
aspirador
363 463, 464
botão de parada de emergência
As leis de Pike para o aprendizado chave de alinhamento da correia,
(ou controle de parada de
de adultos, 357 (consulte chave de desvio da correia e
emergência), 19, 30, 33, 36-47, chave de desalinhamento)
aspersores, 46, 47, 205-208 62-81, 85, 118, 295, 301, 304, 315,
Association for Rubber Products chave de desalinhamento, 40, 439,
321, 355, 362, 439
Manufacturers (ARPM, Associação chave de desvio, consulte chave de
botão de parada, 19, 33,37, 38, 40,
de Fabricantes de Produtos de desalinhamento
62-81, 99. 297, 299, 301, 305, 385,
Borracha), 200 438, 439 chave de emergência, 78, 299, 315,
assoprador consulte também caminhão consulte também corda de parada de
braçadeira de cabos, 127
aspirador, 337 emergência
British Coal Corporation, 297
aterramento, 21, 45, 139, 280-282, (Consulte também National Coal chaves de escorregamento da correia,
284-290, 385 Board) 36-37, 40-42, 439
aviso de ventos fortes, 45 chaves de escorregamento, 42
C chaves de desvio da correia, consulte
aviso de ventos, 45
também chaves de desalinhamento.
avisos de inicialização, consulte cabo de aço, 17, 73, 61, 161, 162, 33, 36, 38-40, 439
alarme de inicialização 164, 165, 168, 346, consulte também chaves de velocidade, consulte chaves
cabo de parada de escorregamento da correia
B cabo de parada de emergência, choque elétrico, 16, 21, 22, 72, 278-

593
Anexos | Índice

281, 285-288, 385 62-81, 99, 307 185, 204, 208, 209, 210, 222, 228,
chutes de carga, 220, 335,429, correia 2G, consulte correia Schedule 246, 247, 296, 306, 309, 314, 318,
431,432, 433, 436 2G 324-339, 366, 374, 386, 396, 410,
zona de carga, 177, 233, 252, 361, 414, 415, 425, 468, 486, 492, 493,
correntes/eslingas de corrente, 165,
395, 422, 427, 429, 430, 433, 435, 495, 499
345-347
436, 439, 440 desatenção, 33
cultura da segurança, 4, 25, 27, 277,
impacto, 261, 395, 413, descarga elétrica, 280, 282
303-307, 318-322, 365-370, 380,
429-431, 440 descontrole, 87, 299
391, 396, 454, 457, 461, 469, 475,
clima, 8, 23, 87, 94, 95, 96, 98, 109, 482, 490, 499 detecção de incêndio, 37, 45-47, 96,
123, 178, 179, 212, 220, 230, 255, 184, 204-205, 209, 211
cultura, vi, xi, 3, 4, 6, 25, 27, 28,
266, 279, 383, 386, 429
277, 303, 305, 318, 365, 370, 375, detector de chute obstruído,
cobertura parcial, 97 380, 389-391, 393-396. 452, 457, 43 – 44, 396
461, 496, 472, 475, 482, 487, 490, detector de nível de silo, 36, 43-44,
cobertura total, 97
491, 498-499, 501 92, 362
cobertura, (cobertura do
custo do ciclo de vida útil, xiii, 380, detector de nível, 44, 92, 362
transportador), 95-99
395, 410-412, 417-418, 421-422, dispositivo contra descontrole/
cobertura, (cobertura do transportador; 424, 461, 463, 483, 489, 492, 495,
não da correia ou da parte inferior), dispositivo contra reversão 86-91,
497 305, 309
94-109, 242, 245
custo/despesa de capital, 238, 407, DVD, treinamento em segurança ao
Código ou classificação IP, 72, 81, 418, 423, 424-425, 456-462, 468, trabalhar com transportadores, 356
220 493-494
coleta de pó, 226, 229, 233, 234-236, custos diretos (despesas) 405, 408,
249, 325, 361, 434-435, 440 E
421, 444-447, 449, 451, 454-460,
combate a incêndios em correias, 469-471, 474, 477-478, 481, 486, eletricidade estática, 16, 187-189,
consulte combate a incêndios 490-491, 498, 499 194-196, 200, 203, 204, 210, 226,
combate a incêndios, 47,181, 183, custos indiretos , (ou despesas 230, 283, 285, 385, 386
205 206, 208, 211, 274, 275 312 indiretas), 4, 408, 421, 446, 447, 451, eletrocussão, 278, 279, 282, 286,
componentes de fácil reparo, 317, 457, 460, 471, 474, 478, 481, 486, eliminação (eliminação do risco),
440 487, 499 382, 405, 408-409
componentes giratórios, 16, 116, CWP, consulte Pneumoconiose dos embreagem, 87-88-89, 165, 426
146, 341, 384, 386 trabalhadores das minas de carvão embreagens unidirecionais
componentes que podem ser centrífugas, 88, 89, 309
vestidos pelos mineradores, 48, D energia armazenada, 16, 83, 84, 85,
conduíte, 202, 20, 243-244, 251, 86,89, 92, 165, 283, 309, 311, 312,
dBA, 22, 60, 252-264, 385
279, 286, 288, 414, 429,436 314, 330, 341-345, 348, 350, 38
decibel, consulte dBA
confiabilidade, 111, 360, 422, 462, energia potencial, 16, 19, 82, 84,
463, 464, 474, 475, 481, 485, 486, declaração de lucros e perdas, 455,
342, 344
492, 498, 499 461, 498
Engineering Services & Supplies,
contenção de pó, 232, 361, 435 degrau, 103
Inc. (ESS), 319
controles administrativos, 113-114, DEM, 257, 262, 429, 432, 434 (ESS, consulte Engineering Services &
405-406 demonstrativo de P&L, (consulte Supplies, Inc.)
controles de engenharia, 260, 300, também declaração de lucros e perdas) equipamento de proteção
381, 405-407 derramamento, x, 19, 28, 29, 31, 33, individual, (PPE), 20, 29, 48, 114,
controles de parada, 37, 42, 47, 62, 39, 40, 43, 45, 67, 87, 89, 96, 103, 229, 236, 259, 260, 266, 289, 294,
64, 72, 118, 300, 321 109, 117, 128, 136, 138, 145, 152, 303, 305-306, 336, 338, 354, 362,
164, 171, 172, 173, 176, 178, 183, 373, 405, 406, 455
corda de parada de emergência,

594
Foundations™ Fundamentos de Segurança para se Trabalhar com Transportadores de Correia | Anexos

escada para navios, 103 F H


escadas, 21, 102, 1004, 107, 109,
225, 247, 249, 250, 304, 335, 430 ferramentas elétricas, 21, 286, 287 Happy Company, 493, 494, 496, 498

escadas, 21, 102, 105, 107, 112, 146, Five Hidden Mistakes CEOs Make. Heinrich, Herbert W., x, 389, 392
220, 239, 247, 249-251, 300, 304 How to Unlock the Secrets that Drive Hetzel, Frederic V., 409
Growth and Profitability (livro), 5
Escala abreviada de lesões (AIS), hierarquia dos controles de
469-470 foot-candles, 23, 214, 218 segurança, 267, 352, 379, 404-405,
escala de Swinderman, 468 FOUNDATIONS™ Conveyor 407, 410, 412
espaço confinado, 20, 30, 34, 43, 60, Training 360-361, 365 hierarquia dos objetivos de design,
201, 207, 239, 241, 248, 249, 251, FOUNDATIONS™ Guia Prático 410, 412, 420-421
338, 339, 385, 431, 440 para um Controle Mais Limpo, How to Measure Anything: Finding
especificações, xi, 53, 56, 58, 67, 82, Seguro e Produtivo do Pó e Material the Values of Intangibles in Business
98, 117, 122, 127, 129, 144, 152, a Granel, Quarta Edição (livro), (livro), 453, 457, 467
171, 174, 178, 186, 188, 195, 200, vii, xiii, 160 226-227, 228, 238, 328,
Hubbard, Douglas, W., 453, 457,
243, 246, 256, 263, 296, 298, 318, 363, 434-435, 438, 468, 493, 495
458, 467
328, 341, 384, 397, 410, 415, 420- FOUNDATIONS™ Seminário
440, 499 Avançado, 363
I
esticador de cabo, 345-350 FOUNDATIONS™ Workshop
esticador, 17, 18, 161-167, 245, 342, 360-361, 365 identificação por radiofrequência,
386, 414 freios, 37, 47, 69, 82, 86-93, 165- (RFID), 43, 48, 140
166, 183-184, 186, 209, 299, 342, Iluminação, 16, 23, 52, 55, 60, 109,
E-stop, consulte botão de parada de 344
emergência 212-221, 267, 286, 319, 369, 437,
frequência (do som), 23, 253-254, 438
estudo de viabilidade, xi, 412, 421, 256-258
422-424, 426, 462, 477, 480 imagem junto a clientes (como termo
fricção (como causa de incêndios na de prestação de contas), 455-456
etiquetar (consulte também travar / correia), 16, 22, 38-41, 46, 87, 164,
etiquetar / bloquear / testar), 51, 53, incêndio na mina Aracoma, 182,
182-189, 194-204, 209-210, 226, 199, 209, 480
64, 86, 112, 270, 283, 285, 289, 303- 230, 384
304, 308, 309, 310-312, 313-317, incêndio na mina Creswell, 186
fumaça, xi, 47, 180, 182, 188, 191,
320, 321, 338, 340, 344, 349, 354, inclinação máxima do indicador
193, 204, 207, 224, 277, 440
359, 385 (MIS), 256
etiquetas (etiquetas de segurança), Índice limite de oxigênio (LOI,
73, 241, 267, 268 -269, 271-273,
G Limiting Oxygen Index), 192
275-276, 283, 356, 385 GAAP, 465 intensidade (do som), 58, 253-255,
exceção de manutenção de menor galeria (galeria do transportador) 60, 258
significação, 310-317 96, 190-192, 194, 196, 199, 207, 220 (da luz), 56, 214, 217
Excentricidade total do indicador galeria do transportador, consulte interruptor de circuito por falha de
(TIR, Total Indicator Run-out), 256 galeria aterramento (GFCI), 286, 287
explosão, 19, 20, 22, 45, 46, 49, 188, gestão de pó, 226, 230, 232-233, investigação, xi, 26, 27, 182, 184,
198, 207-209, 210, 224-226, 229, 235, 361 187, 192, 210, 211, 260, 365, 388-
231, 234, 242, 285, 327, 330, 331, 391, 393, 394, 396, 445, 446, 458,
GFCI, consulte interruptor de circuito
386, 445, 480 472, 477, 478, 479, 481, 484, 491
por falha de aterramento
IRR, 423, 463-465, 467, 475, 471,
grampo de correia, 92, 341, 345-
350, 386 473, 482, 491, 496
grampo, 66, 81, 92, 93, 126, 137,
309, 340, 341, 345-350, 386
guia de cabos, 243
595
Anexos | Índice

J 471-481, 485-486, 492-494, 496-499 NEMA, 72, 81, 220


Massey Energy, 445, níveis de limpeza (material de
JHA, consulte análise de risco retorno), 438, 464, 466
material de retorno 28-29, 145, 164,
JSA, consulte análise de segurança 202, 222, 228, 233, 263, 295, 324- Normas internacionais de relato
326, 328, 338, 361, 383, 386, 417, financeiro (IFRS) 455
K 438, 466, 468, 482, 484, 492-495 Northam Platinum (incêndio na
Kirkpatrick, Donald, 358 material de retorno, níveis/ mina), 181, 184
classificações, 438, 464, 466 Northup, Tom, 5
material em queda, 30, 43, 104,109,
L
133, 136, 149, 154, 155, 164, 170- O
LafargeHolcim, 360 179, 241, 304, 326, 332, 338, 344,
Lei federal norte-americana de 383, 385 oferta de menor preço (contratação
melhoria das minas e nova resposta material fugitivo, vi, x-xi,5,19, 42, ou processo), xi, xii, 145, 251, 390,
emergencial (MINER Act), 199, 353, 87, 92, 95-96, 103, 109, 110-111, 409-413, 496
364 129, 132, 146, 148, 149, 152, 154, orçamento de manutenção, xii, 240,
Leis de PIKE para o aprendizado de 155,160, 164, 168, 172, 209, 220- 415, 425, 465
adultos , 357 235, 239-240, 244 251, 252, 260,
limpeza, 5, 19, 24, 87, 96, 149, 164,
307, 324-339, 360- 363, 365, 408, P
411, 412, 414, 421, 425, 429-
173, 206, 209, 234, 244, 286, 324- palestras, 290, 354
431,433, 435, 436, 455, 461-462,
339, 363, 373, 391, 446, 466-467,
465, 466, 468, 472, 484, 492-493, partícula, 193, 208, 224, 230, 231
484, 493
495, 498, 499 Passagem inferior, 102, 105, 106,
LOI, consulte o teste Índice de limitação
material particulado, 224, 230 115, 175, 320
de oxigênio
Menor risco possível, consulte passagem por baixo, 100-101, 102,
LOTO BOTO, consulte trava /
ALARP 104-105, 108-109, 382-383, 385
etiquetagem / bloqueio / teste
método dos elementos discretos passagem, 13, 18, 25, 31, 32, 48, 62,
lúmen, 214
(DEM), consulte DEM 70, 76, 97-98, 102-109, 142-145,
luminárias, 213, 219, 220 151, 153, 155, 156, 163, 172, 176,
MIL-STD 882, 379-381
lux, 23, 56, 213, 214, 216, 217, 220 213, 214, 217, 219, 220, 225, 239,
Mina Upper Big Branch, 445, 456,
480 244-247, 249-251, 394, 324-325,
M MINER Act (consulte Lei federal norte-
335, 336,396, 435-436, 437 475
americana de melhoria das minas e nova passagens, 79, 109, 171, 177, 247,
manutenção, x-xiii, 4-5, 8, 9,
resposta emergencial (MINER Act) 250, 331, 415
20-21,24, 27-28, 32-34, 38, 40,
45-47, 49, 52, 67-68, 71, 77, 85-86, minicarregadeira, 245, 336, 337, 338 passarela com escada, 102-103
89, 92, 96-97, 107, 111-113, 116, Modelo de Kirkpatrick de avaliação passarela com escada, 102-103, 106
124,, 140, 144-146, 155, 164-165, de treinamento, 358, 361, 369, passarela, 29, 78,100-109, 110, 115,
172, 186, 200-201, 208, 211, 213, MTBF, consulte Tempo médio entre 139, 320, 356, 385, 437
215, 218, 220, 231, 234-235, 238- falhas pegador,
245, 247-251, 255, 258, 260-263, pegador de correia
MTTR, consulte Tempo médio de
270, 276, 278, 282, 285-287, 294, descontrolada, 92,
reparo de transportadores portáteis –
296, 306-331, 337, 341-342, 344, redes apanhadoras de
24, 45,
348-349, 353-355, 359-360, 362- fragmentos, 170-179
363, 365-367, 372-373, 375, 377, cestos coletores para os rolos,
379, 383, 385, 389-390, 392-396, N 110, 152-156
398, 407-409, 412-418, 421-426,
National Coal Board (NCB), pegadores de correia, 91-92
429-431, 435-450, 454, 460-463,
187, 188, 298 perda auditiva, 22, 253-255, 260,

596
Foundations™ Fundamentos de Segurança ao Trabalhar com Transportadores | Anexos

264, 280 200, 211 retardamento na propagação de


pesquisa em campo, 361 proteção auditiva, 22, 258-263, 309, chamas
336, 338, 405 da correia 186, 187., 192,
Pike, Robert, 357
195, 197, 200, 201, 209
plataformas de trabalho portáteis, proteção contra quedas, 51, 251,
dos componentes do transportador
247, 436, 310, 354, 385, 405, 486
(exceto da correia), 201-204
plataformas de trabalho, 43, 103, proteção devido à localização, 18,
retorno do investimento, (ROI), 248,
105, 109, 241, 244, 245-246, 247, 19, 28, 78-79, 104, 108, 112, 142-
318, 328, 338, 352, 358, 361, 363,
251, 396, 407, 430, 431, 435, 436 146, 150, 151, 155, 156, 168, 176
369, 418, 422, 424, 444, 445, 447,
PM10, 223, 224, 230 proteção do tipo gaiola, 151-152 450, 453-455, 457, 467, 460, 469,
PM2,5, 223, 224, 230 Proteções com trava, 51, 57, 63, 64, 471, 472, 473, 475, 477, 481-488,
72, 112, 124, 138, 210, 241,242, 251, 491, 493-495, 497, 498
Pneumoconiose dos trabalhadores
312, 314, 407, 436 retorno em prevenção, 450-452, 482,
das minas de carvão (CWP), 20, 224,
225. placa lateral, 151, 152 483
pó em suspensão, 19, 22-23, 95, 208, proteções defletoras, 150-151, 177 retração, 86, 91, 309, 344
222-223, 227-229, 232-235, 295, 325 proteções do rolete de retorno Return on Conveyor Safety™
pó respirável, 20, 223, 224, 228, 229, (proteções do rolos de retorno), 28, (ROCS™), 4, 318,455,457,449, 460,
386 108, 113, 115, 148-156, 431 466, 467, 472-476
ponto de cisalhamento, 14, 42, 74, proteções do rolete de retorno, reversão (da correia), consulte reversão
105, 106, 115, 144, 146, 165, 167 consulte proteções do rolete de retorno da correia
ponto de esmagamento, 8, 14 -17, proteções para pontos de pressão, reversão da correia, 82, 86, 88, 91-92
24, 69, 93, 104, 108, 114, 115, 119, 96, 110, 149-151, 154, 342 revestimentos do chute, 202, 242,
128, 150, 155, 374, 155, 350, 374 PtD, consulte Prevenção pelo design 249, 263, 417, 427, 431, 437
pontos de pressão, 14, 15, 18, 41, 48, revestimentos, 417, 431, 432, 437
69, 80, 95, 96, 104, 108, 110-112, Q do chute, 103, 110, 160, 202,
115, 133, 143, 144, 146, 148-151, 242, 249, 420, 427, 496
queda ou lançamento de material,
153, 154, 155, 156, 157, 163, 166, externo, 249
consulte material em queda
168, 176, 295, 298, 334, 342, 345, de baixo ruído, 263
383, 384, 385, 407, 435-437 de desgaste, 84, 245, 429, 431,
portas de inspeção, 97, 241, 251, 483
R 432, 433, 435-436, 440, 461-462
PPE, consulte equipamentos de proteção rampas, 108, 246, 247, 250, 251, RFID, avaliação de risco, consulte
individual raspadores, 21, 53, 92, 115, 201-203, identificação por radiofrequência 27, 45,
239-240, 242, 247-250, 260, 262, 57, 74, 78, 115, 120, 139, 200, 289,
preço da ação, xiii, 5, 476, 487, 498, 310, 318-319, 349, 396, 413-414,
499 298, 315, 342, 371-401
417, 429-430, 437-440, 466, 468,
preço da recuperação, 447, 451 461-464,466, 484, 493, 498 ROI, consulte Retorno do investimento
raspadores de correia seguros com rolete contra reversão, 91
presilhas para cabos, 71 relação à manutenção 302, 317-
Prevenção pelo design (PtD), 139, 319, 321-325 roletes
408, 409 VPL e TIR para raspadores de carga, 15, 17, 95, 159, 298,
de correia, 463, 466-467 425, 437, 472
Princípios contábeis geralmente
realidade virtual (VR), 363-366 de baixo ruído, 256
aceitos (GAAP) consulte GAAP
de retorno, 28, 84, 108,113, 115,
Production Done Safely™, vi, xi, xiii, redes (telas), 104, 113, 136, 170-179
148, 149,152-156, 172, 211, 247,
2, 4, 6, 150, 376, 408, 414, 418, 421, regra dos cinco, 457-459 257, 263, 300, 325, 384, 422, 425,
455, 500, 501 Relâmpago, 33, 45, 284 430, 436, 439, 472, 484
propagação do fogo, 188, 190-200, remoção com pá, 17, 19, 69, 150, rolos de retorno, (roletes de retorno),
211 223, 246, 325-339, 426 15, 38, 69, 91, 110, 143, 145, 148-
propagação, (incêndio), 188, 190- resistência à ignição, 189, 190, 156, 177, 243, 245, 251, 349, 383,

597
Anexos | Índice

430, 431, 433, 435, 436, 494 Taxa interna de retorno, consulte TIR 182,187,190-192, 199, 200
proteções do rolete de retorno, técnica dos "cinco porquês" testes de incêndio em escala real,
28, 108, 113, 115, 148, 149, 151, (5 Whys), 392-393 190-191, 199
154, 155, 156, 431
tempo de reação, 14, 15, 19, 20, 23, trabalho a quente, 46, 209, 318
ruído, 4, 22-23, 25, 48, 52, 55, 58, 32, 68, 70 limpeza, 28, 152, 209-211, 231, 234-
60, 95, 137, 186, 252-264, 282, 356, 235, 247, 274, 313, 315, 324-339
Tempo médio de reparo (MTTR),
385, 407, 492
240, 425, 462, 474, 499 Trava (sistemas com trava), 37, 48,
Tempo médio entre falhas (MTBF), 51, 56, 58, 63, 64, 72, 111-112, 113,
S xii, 240, 425, 462 117, 125, 138 , 140, 166, 210, 241,
Schedule 2G, 182, 187, 199-200, 202 tensão da correia, 8, 16-18, 40-41, 242, 251, 309, 311, 320, 385, 407,
82-87, 91-93, 155,158-168, 181, 189, 436, 437,
seguro com relação à manutenção,
210, 312, 330, 341-345, 347, 348- Trava / Etiquetagem / Bloqueio /
318-321
350, 404, 411, 428 Teste, 86, 283, 285, 303, 304, 307-
seminários, 354
tensão, 8, 16-18, 19, 40-41, 65-67, 308, 309, 338, 385
sensor de gás, 49 72, 74-75, 80, 82-87, 88, 91-93, 121, trava, 82, 91-92
sensores de calor, 37, 45-47, 204 136, 155, 158-166, 168, 181, 189,
Trava, Etiquetagem, 30, 1, 53, 64,
sensores de capacitância, 47-48 202-203, 210, 213, 246, 286, 288,
86, 112, 121, 270, 283, 285, 289,
312, 330, 341-345, 347-350, 404,
sensores de proximidade, (botões), 307-310, 312-313, 314, 316-317,
411, 428
38, 39, 47, 48, 137, 407 320-321, 329, 338, 340, 344, 354,
tensor acionado, 162 - 163 359, 385
sensores de rotação, 42, 439
tensor automático, 161, 162, 168 treinamento de reciclagem (MSHA),
sensores de vibração, 48
tensor com guincho 162-163 353
sensores, 16, 36-49, 137, 138, 163,
204, 209, 284, 290, 407, 422, 437, tensor manual, 117, 160-162, 168 treinamento específico do local, 24,
438, 463, 464 tensor tipo parafuso, 17, 160, 161 310, 354, 355, 356
simuladores de treinamento, 301, tensor, (dispositivo tensor), 17, 18, treinamento on-line, 360, 363, 364,
363, 364 39, 47, 77, 80, 83-85, 92, 115, 117, 365, 367, 369
simuladores de treinamento, 301, 158-168, 207, 220, 245, 309, 325, treinamento prático, 357-359, 364-
363, 364 330, 341-345, 348, 350, 385, 386, 365, 367
407, 412-414, 421 treinamento, equipe, xii, 5, 24, 28,
sistemas de alerta de proximidade,
48 testar (consulte também travar / 31, 53, 64, 96, 113, 114, 117, 125,
etiquetar / bloquear / testar), 86, 283, 209, 231, 248, 259, 262, 267, 276,
soldagem, 46, 125, 183, 185, 215,
285, 303, 304, 307, 308, 309, 338, 290, 293, 295, 298, 299, 301, 304,
282, 287, 385, 414, 436
350, 385 305, 306, 307, 308, 310, 311, 317,
sonolência, 32 teste B.E.L.T. ou B.E.L.T., consulte 321, 327, 331, 352-370, 379, 381,
Ste. Genevieve (fábrica de cimento), Teste laboratorial de avaliação de 389, 390, 392, 406, 425, 426, 447,
359-361 correias 455, 458, 459, 461, 466, 481, 499
substituição, 378, 380, 405, 407, 408 teste com o bico de Bunsen,
189-190, 194, 199 três quartos (3/4) cobertura, 97
supressão de pó, 225, 226, 227, 229, Tuncbilek Colliery, 261
232, 233-234, 235, 243, 361, 434, teste de fricção de tambor,
435, 440 41, 189, 194, 196, 198-200
teste de propagação de média escala, U
191,
T U.S. Department of Defense
teste em galeria em escala real, 199 Military Standard, 882, 380-381
tags, xiii, 48, 140, 267, 270, 274, 275,
Teste laboratorial de avaliação de
276-277, 304, 309, 373, 375 correias (BELT, Belt Evaluation
tarefas de treinamento, 320, 353- Laboratory Test, B.E.L.T., V
355, 362-363, 370 teste BELT ou teste B.E.L.T.)

598
Foundations™ Fundamentos de Segurança ao Trabalhar com Transportadores | Anexos

valor da vida estatística (VSL),


469-470, 492
Valor presente líquido (VPL), 423,
463, 465, 474, 475, 491, 491, 495 –
497, 499
válvula da correia, 14, 23, 257-258,
263, 384, 430
vedação da calha-guia, 38, 203, 232,
249, 325, 349, 381, 386, 429, 434,
440
vestuário, 29, 303

Y
Yardley, E.D., 297

599
AUTORES E AGRADECIMENTOS

600
Foundations™ Fundamentos de Segurança para se Trabalhar com Transportadores de Correia | Anexos

Autores e Agradecimentos

Autores
Andrew D. Marti
Escritor técnico, Projetos especiais
Martin Engineering

Há quase 30 anos que Andrew Marti escreve sobre problemas e soluções na movimentação de
materiais a granel.

Nessas três décadas de serviço, Marti tem ajudado a Martin Engineering a comunicar sua
filosofia, a apresentar produtos e a promover sua posição como líder na solução de problemas no
manuseio de materiais a granel por meio da literatura de produtos, histórias de casos, trabalhos
técnicos, publicidade, apresentações em conferências, materiais de treinamento de funcionários,
publicidade e produções de vídeo.
Marti foi autor e editor chefe de todas as edições dos Marti é formado em jornalismo pela Central Michigan
livros FOUNDATIONS™ da Martin Engineering para University e tem um mestrado em meios de comunicação
aprimorar os sistemas de transportadores de correia por pela University of Northern Iowa.
meio do controle do material em fuga. Ele se orgulha de
ter ajudado a Martin Engineering a ensinar às indústrias Nativo de Michigan, Marti reside em Princeton, Illinois,
de movimentação de materiais a granel como melhorar o com sua esposa, Jill, e dois filhos adultos. E-mail de contato:
desempenho e a segurança dos sistemas de transportadores andym@martin-eng.com.
de correia de forma integrada a sua produtividade e
rentabilidade.
Daniel Marshall
Engenheiro de qualidade, Líder em ISO 9001
Martin Engineering

Daniel Marshall se define como um "cara de números". Ele tornou-se engenheiro de


desenvolvimento e pesquisa na Martin Engineering em 2000. Nessa função, Marshall contribuiu
no design de vários produtos para transportadores.

Dois anos depois, ele passou a exercer como engenheiro de produto. Nessa posição por quatorze
anos, Marshall trabalhou no design e fabricação de cada produto de transportador oferecido pela
Martin Engineering.
Em 2015, Marshall passou a desempenhar a função atual na duas edições mais recentes dos livros FOUNDATIONS™ da
engenharia de qualidade, garantindo que todos os produtos Martin Engineering.
da Martin Engineering sejam da mais alta qualidade antes
do envio. Daniel Marshall possui bacharelado em Engenharia
Mecânica pela Northern Arizona University.
Marshall possui ampla experiência em acessórios para
correias transportadoras e sua aplicação. Além da sua Dan mora em Neponset, Illinois, com a esposa Dawn e
experiência de escritório, ele possui experiência de campo seu filho William.
em plantas em todo o mundo, o que lhe permite intervir Entre em contato pelo e-mail danielm@martin-eng.com.
eficazmente em várias questões de segurança nas indústrias
que utilizam transportadores. Ele trabalhou como autor nas

601
Autores e agradecimentos | Autores

R. Todd Swinderman, P.E.


diretor, RToddS™ Engineering, LLC,
consultor, Martin Engineering
Todd Swinderman se juntou à Martin Engineering, em 1979, como engenheiro de produtos para
transportadores até tornar-se gerente geral, presidente e CEO. Dedicou seu tempo à melhoria
de transportadores – melhorando o desempenho das empresas que os operam – por meio da
eliminação do pó, material de retorno e derramamento. A visão e a liderança de Swinderman se
concentraram no desenvolvimento de soluções inovadoras para o manuseio de materiais a granel e
na expansão da presença e das capacidades da Martin Engineering em todo o mundo.

Após se aposentar pela Martin Engineering, em 2012, Limpo, Seguro e Produtivo do Pó e Material a Granel,
Swinderman formou a RToddS ™ Engineering, LLC, para Quarta Edição, publicado em 2009.
fornecer serviços de consultoria e treinamento em todo o Ele também é desenvolvedor e instrutor dos
mundo, o que ajuda os engenheiros e operadores a projetar FOUNDATIONS™ Workshops de Treinamento Avançado para
transportadores mais seguros e eficientes. melhorar a engenharia e a gestão dos sistemas transportadores
Swinderman tem sido ativo na entidade Conveyors de correia.
Equipment Manufacturers Association (CEMA) como Swinderman possui bacharelado em Engenharia Mecânica
membro (inclusive presidente), presidente do comitê e como (com ênfase no design de máquinas) da Universidade de
editor e força motriz das sexta e sétima edições, essa ultima Illinois. Ele possui uma licença profissional de engenharia
atualizada, do BELT CONVEYORS for BULK MATERIALS na Florida e Illinois e atuou como engenheiro profissional
da CEMA. Ele também atua na comissão B20.1 de segurança licenciado em Idaho, Kentucky, New Hampshire, Oklahoma
em transportadores da American Society of Mechanical e Pensilvânia.
Engineers (ASME).
Swinderman tem mais de 60 patentes nos EUA em
Além disso, Todd foi o principal autor da série de livros aprimoramentos na área de manuseio de materiais a granel.*
FOUNDATIONS™ da Martin Engineering, incluindo o
FOUNDATIONS™, Guia Prático para um Controle Mais Todd e sua esposa, Nancy, residem em Palm Coast, Flórida.
Entre em contato com ele pelo e-mail rtodds.eng@gmail.com.
* Patentes concedidas: 6575292 Raspador de correia transportadora e conjunto 5799918 Dispositivo de montagem do vibrador
tensor 8474608 Painel isolante de proteção de correia
4573567 Porta de acesso ao alojamento do 6695131 Aparelho de suporte da correia transportadora transportadora com alças completamente
transportador catenária integradas e método para formar um painel de
4917231 Raspador de correia transportadora de ângulo 4874082 Calha-guia do transportador, grampo e proteção da correia transportadora
constante arranjo de montagem 8267239 Lâmina raspadora para correia transportadora
6401911 Lâmina raspadora de correia transportadora de 6457575 Dispositivo de fixação do pino de autotrava com sensor e respectivo sistema de controle
desgaste diferencial para lâminas raspadoras de correias 7308980 Processo para distribuir um raspador de
8006830 Chapas de desgaste exteriores para sistemas de transportadoras correia transportadora
correias transportadoras de material a granel 7216756 Raspador e arranjo tensor de correia 7971705 Aparelho e método de manutenção de roletes
4598823 Raspador de correia transportadora transportadora de ângulo e pressão constante de retorno durante a operação da correia
6439373 Raspador e tensor de correia transportadora 7424945 Receptáculo e ponta da lâmina raspadora transportadora
de ângulo e pressão constante substituíveis de correia transportadora e 4925434 Tensor de torção
5378202 Dispositivo tensor método de fabricação 8573384 Raspador de correia transportadora de material
7967129 Rolete de alinhamento de correia 4944386 Raspador para correias transportadoras a granel com guia lateral para pó e método de
transportadora com 5048669 Sistema de vedação de correia transportadora utilização
mecanismo de travamento modular 4927003 Raspador de correia transportadora aquecida
7367443 Sistema raspador de correia transportadora e D608519 Tampa protetora contra pó para uma coluna 7837030 Aparelho e método para montar e travar
método de fabricação de suporte de uma correia transportadora de dispositivos aos sistemas de correias
8408385 Suporte para sistemas de transferências de material a granel transportadoras
material a granel e método de fabricação D543670 Lâmina raspadora para um raspador de correia 6575294 Conjunto da guia lateral da correia
5704167 Porta de acesso portátil com vários transportadora transportadora
eixos de articulação 7370750 Sistema raspador de correia transportadora e 4898272 Mecanismo de suporte para correia
6374990 Lâmina raspadora para correia transportadora método de fabricação transportadora
com sensor D547523 Braço para raspador de correia transportadora 4953689 Raspador de correia transportadora
7779987 Dispositivo e método para amostragem da 7556140 Sistema de manuseio de material a granel 9139367 Conjunto de roletes de correia transportadora
quantidade de material de retorno transferido 8037997 Controle e sistema de manuseio de material a 7131525 Lâmina raspadora para correia transportadora
por um sistema transportador de correia de granel com sensor e respectivo sistema de controle
material a granel
7775341 Sistema de manuseio de material a granel 7472784 Lâmina raspadora para correia transportadora
6374991 Raspador de correia transportadora e conjunto com sensor e respectivo sistema de controle
tensor 8069971 Controle e sistema de manuseio de material a
granel 7866457 Lâmina raspadora para correia transportadora
5467866 Base de impacto do transportador com sensor e respectivo sistema de controle
5088965 Tensor radial
4643293 Raspador de correia transportadora 6966430 Transportador pneumático com sistema de
7669708 Controle e sistema de manuseio de material a
8028819 Lâmina raspadora com ângulo de limpeza granel plenum de multipressão
variável e pressão constante, e método de 4359150 Raspador de correia transportadora
desenho 8205741 Método de ajuste dos raspadores de correias
transportadoras e de abertura do sistema de 6986418 Lâmina raspadora para correia transportadora
D617521 Lateral do sistema transportador de correia controle de ciclo dos raspadores de correias com sensor e respectivo sistema de controle
7735620 Porta de acesso resistente ao acúmulo de pó e transportadoras 6591969 Lâmina raspadora para correia transportadora
estrutura da porta de um sistema de manuseio 7740127 Sistema de manuseio de material a granel com sensor e método de fabricação
de material a granel
7740126 Sistema de manuseio de material a granel 602
Foundations™ Fundamentos de Segurança para se Trabalhar com Transportadores de Correia | Anexos

Agradecimentos

Contribuições significativas

Fundamentos para
escrever sobre
segurança
O desenvolvimento do Foundations™
Fundamentos de Segurança para se Trabalhar com
Paul Harrison Tina Usrey
Transportadores de Correia, Guia de Segurança
sobre as Boas Práticas Mundiais para o Manuseio Diretor do grupo de negócios – Executivo sênior
Mais Seguro de Materiais a Granel se tornou Produtos de transportadores Assistente administrativo
uma jornada de mais de três anos, que começou Martin Engineering Martin Engineering
com a ideia proposta por R. Todd Swinderman,
ex-presidente e CEO da Martin Engineering.
Essa ideia tornou-se um total compromisso da
Martin; cada departamento e cada indivíduo
da empresa sentiram o impacto dos recursos
necessários para assumir tal projeto. Fizemos essa
viagem porque a segurança de transportadores
é negligenciada frequentemente; sabíamos
que alguém, ou alguma companhia, tinha de
assumir a liderança. A Martin Engineering
deu um passo à frente; todos nós sentimos que
era mesmo importante. Sempre há indivíduos Seth Mercer Chelsea Blake
que arregaçam as mangas, colocam mãos à Gerente de marca Especialista em marketing
obra e fazem o que precisa ser feito. Muitas Martin Engineering Martin Engineering
vezes, esses indivíduos permanecem como
heróis desconhecidos, não reconhecidos pelas
significativas contribuições que fazem para o
processo. Sem a dedicação, conselhos e trabalho
árduo dos funcionários da Martin Engineering
como Chelsea Blake, Paul Harrison, Jerad
Heitzler, Seth Mercer, Jeff Sonnenberg, Robert
Tellier, Tina Usrey e da estagiária Carleen
Spahn, bem como o consultor de redação Mary
Feeney, da Silver Oaks Communications, Inc., a
publicação deste livro não seria possível.
Robert Tellier Carleen Spahn
Especialista em marketing Estagiário em marketing
Martin Engineering Martin Engineering
603
Autores e agradecimentos | Colaboradores

Principais membros da equipe

Jerad Heitzler Jeff Sonnenberg


Gerente de Treinamento em Diretor de Segurança
FoundationsTM Martin Engineering
Martin Engineering

Autores que colaboraram


Antonio Nieto, Ph.D.
Antonio Nieto é vice-presidente global de engenharia educacional da Laureate
International Universities, onde ele lidera o desenvolvimento, ampliação e inovação
acadêmica de programas acadêmicos em TI e engenharia na rede global da Laureate.

Dr. Nieto trabalhou anteriormente na Universidade Estadual da Pensilvânia como


professor associado em engenharia de minerais, oferecendo cursos sobre sistemas
terrestres, engenharia de economia, modelagem computacional. Sua pesquisa se
concentra na engenharia de extração mineral e otimização, caracterização geoespacial e
economia mineral.

Dr. Nieto possui bacharelado em Engenharia de Minas pela Guanajuato School of


Mines, mestrado em Engenharia de Minas pela Colorado School of Mines, mestrado
em Geoestatística pela Ecole Des Mines de Paris e doutorado em Engenharia de
Sistemas da terra pela Colorado School of Mines.

Dan Brown

Dan Brown reside na cidade de Nova Iorque e é funcionário da Hilti North America
como instrutor para certificações de materiais de ancoragem. Possui graduação em
Geologia pela Universidade de Clemson e mestrado em Energia e Engenharia Mineral
pela Universidade do Estado da Pensilvânia. Além disso, ele serve como capitão no
Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos. Em seu tempo livre, Dan gosta de
colecionar rochas e minerais.

Outros escritores
Mary Feeney
Silver Oaks Communications, Inc.

604
Foundations™ Fundamentos de Segurança para se Trabalhar com Transportadores de Correia | Anexos

Colaboradores
Este livro também não poderia ter sido concluído sem a assistência e cooperação
de muitos recursos externos e vários funcionários da Martin Engineering em todo o
mundo. Esses indivíduos forneceram várias ideias, informações básicas, conhecimentos
técnicos, fotografias, redação, revisões e suporte; tudo, inclusive incentivo.
Devemos a mais sincera gratidão aos seguintes colaboradores:

Martin Engineering Germany Recursos externos e outros


Reiner Fertig, Michael Hengl, Gerard Nols, Bruce Beck, Greg Bierie, Chris Franks, Mark
Michael Tenzer Harberts, Tom Hines, Brad Neptune, Mark Stern,
Martin Engineering USA Terry Swearingen, Diky Trisna, Wally Watkins,
Elizabeth Allen, Rick Barela, John Barickman, Rudolf Beer, Jim Bowen, Steve James Wilson, Larry Engle
Brody, Nathan Carlson, Leslea Carroll, Adam Childs, Ashley Dana. Mark Applied Conveyor Technology
Daum, Jim Densberger, Michelle Ellington, Kathy Edward Sunseri, J.R. Sunseri
Erdmann, Scott Gentry, Susan Griffith, Harry, Heath, Sonia Heath, Alan Airmatic, Inc.
Highton, Mark Huhn, Dave Hull, Kari Kipp, Mike Komnick, Mark Luciani, Rick Dougherty
Jaime Lynch, Dave McIntyre, Fred McRae, Sandy Milnes, Greg Milroy, Tammy Belterra
Monier, Mike Moody, Dave Mueller, Robert Nogaj, Kathy Nyert, Timothy P. Rick Desmaris, Sergio Restagno, engenheiros de
O'Harran, Jared Piacenti, Frank Polowy, Brad Pronschinske, Tracey Ramos, projetos.
Raymond Robinson, Chris Schmelzer, Denise Seyller, Richard Shields, Steve
CEMA
Spahn, Jason Stabler, David Stahura, Mark Strebel, Gary Swearingen, Gina
Phil Hannigan, secretário executivo,
Taliani, Billy Tarver, Shane Tighe, Rebecca VanWaes, Nick Vargo, Janice
Bob Reinfried, vice-presidente executivo
Verbeke, Phil Wates, Barbara Wheatall, Marty Yepsen
Engineering Service & Supplies (ESS)
Martin China
Chris Wilson, Terry Thew
Jack Chen Wenjian, Eric Zheng, Jeff Zhou
Felcom LLC
Martin Engineering South Africa
Rick Felde
Hannes Kotze
Fenner Dunlop
Martin Engineering India
Geoff Normanton, vice-presidente sênior em
Debjyoti Dey, Kirti Pandey, Bill Shukla
tecnologia
Martin Engineering Brazil
Flexco
Rodrigo Trevenzolli, William Malta Valladao, Tatiana Furlan, Lidiane Cavallini
Greg Westphall, gerente de engenharia
e todo o time de Engenharia da Martin Brasil.
LafargeHolcim
Martin Engineering Mexico
James Wrigley, coordenador de suporte de
Alvaro Chacon, Cesar Laredo, Javier Schmal
desempenho de fabricação
Martin Engineering Vibration Systems
Luminant
& Solutions, Michigan
Carlos Munoz
Mike Lindbeck, vice-presidente – Engineered Vibration
Overland Conveyor
Consultores
Al Reicks
Charles E. Fleming, FOUNDATIONS™ Fundamentos de Segurança para se
Trabalhar com Transportadores de Correia, gerente de projetos, Richard P. Worzalla
Stahura Sr. Rodger Beyer, Jackie Buse, Kitty Grigsby e
Production Associates.
Silver Oaks Communications, Inc.
Talvez tenhamos nos esquecido de algumas pessoas,
Grace Burt, Dan Diederich, Pat Esp, Diana Hawbaker, Anne se fizemos, não foi de forma intencional. Se você
Kirkpatrick, Danny O'Leary, Tracey Sands, Emily Snyder ajudou e não está na lista, saiba que estamos muito
gratos pela sua contribuição.

Agradecemos a todos aqueles que colaboraram.


RTS, ADM, DM, setembro de 2016
605
Autores e agradecimentos | Colaboradores

Gostaríamos de agradecer à todos os clientes da Martin Engineering.


Seus comentários, boa vontade de ter suas plantas fotografadas, e colaboração foram
muito valiosos para este livro.
Também gostaríamos de agradecer a associação United States Mine Rescue
Association (USMRA) pelo uso de sua extensa biblioteca visual que permitiu
explicar melhor muitos conceitos importantes aos nossos leitores.

606

Você também pode gostar