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SUMÁRIO
1 PSICOMOTRICIDADE ................................................................................ 2
6 BIBLIOGRAFIAs ....................................................................................... 16
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1 PSICOMOTRICIDADE
Fonte: neurosaber.com.br
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feixes de músculos mais específicos são usados, a criança desenvolve sua
coordenação fina.
Para que ocorra um desenvolvimento motor adequado, é necessário um
amadurecimento neural, ósseo, muscular, além de crescimento físico, juntamente com
o aprendizado. O desenvolvimento motor percentual se completa ao redor de 07 anos,
ocorrendo, posteriormente, um refinamento da integração perceptiva-motora com o
desenvolvimento do processo intelectual propriamente dito.
2 O QUE É PSICOMOTRICIDADE?
Fonte: www.sare.com.br
Em Atividades:
_ Motoras - São as atividades globais de todo o corpo.
_ Sensório-motoras - É a percepção de diversas lições através da manipulação
dos objetos.
_ Percepto-motoras – É uma análise profunda das funções intelectuais,
motoras, tais como a análise perceptiva, a precessão de representação mental,
determinação de pontos de referência.
Destaca-se: percepção visual.
3 OBJETIVOS DA PSICOMOTRICIDADE
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_. Vivenciar estímulos sensoriais para discriminar as partes do próprio corpo e
exercer um controle sobre elas;
_ Vivenciar, através da percepção do próprio corpo em relação aos objetos, a
organização espacial e temporal;
_ vivenciar situações que levem a aquisição dos pré-requisitos necessários
para aprendizagem da leitura escrita.
Para entender tais objetivos, é necessário considerar que durante a primeira
infância, motricidade e psiquismo estão estreitamente ligados, da mesma forma como
sabemos que o desenvolvimento motor, o afetivo e o intelectual encontram-se
inseparáveis no homem.
A educação psicomotora, antes utilizada somente como recurso reeducativo,
atualmente é parte integrada de toda a atuação passiva do aluno, frente à atitude
expositiva e controladora do professor. A psicomotricidade tem como ponto de partida
o desenvolvimento psicobiológico da criança, na medida em que acompanha as leis
do amadurecimento do sistema nervoso através da mielinização.
A psicomotricidade não deve ser considerada como uma matéria entre outras.
Isto é, não deve dispor apenas de um momento ou um ambiente específico na
programação escolar. Qualquer que seja a atividade ou tema utilizado, a
psicomotricidade vai estar presente. O pensamento se constrói a partir da atividade
motora que permite à criança a exploração do ambiente externo, proporcionando-lhe
experiências concretas indispensáveis ao seu desenvolvimento intelectual. A
liberdade deve explorar e conhecer o espaço físico e o mundo é muito importante para
o seu desenvolvimento afetivo. Como fazer para oferecer condições que permitiam
esse desenvolvimento?
Antes de tudo a criança precisa ter um conhecimento adequado de seu corpo,
porque é o corpo o intermediário obrigatório entre a criança e o mundo. Esse
conhecimento abrange três aspectos que são: a imagem do corpo, o conceito do corpo
e a elaboração do esquema corporal.
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de elaboração do esquema corporal; O conceito do corpo desenvolve-se
posteriormente à imagem do corpo, sendo mais o conhecimento intelectual dele e de
cada função de seus órgãos.
O esquema corporal, segundo Pierre Vayer, é definido como organização das
sensações relativas aos dados do mundo exterior, notando-se aí dois sentidos na
atividade motora cinética, dirigida para o mundo exterior.
A construção do Esquema Corporal elabora-se progressivamente com o
desenvolvimento e o amadurecimento do Sistema Nervoso e é, ao mesmo tempo,
paralela à evolução sensória motora. A educação do Esquema Corporal é, então, o
posto-chave de toda prática educativa. Dos 02 aos 05 anos, toda educação é uma
E.P.M. baseada na estrutura do Esquema Corporal.
Dos 05 aos 07 anos a psicomotricidade passa a ser a base sobre a qual se
constroem as primeiras relações lógicas e a decorrente aprendizagem escolar. Toda
aprendizagem deve ser feita através de experiências concretas e vivenciadas com o
corpo inteiro. Voltando ao primeiro objetivo, temos que trabalhar os seguintes
aspectos:
_ Percepção e controle do corpo;
_ Equilíbrio;
_ Lateralidade;
_ Independência dos membros em relação ao tronco e entre si;
_ Controle muscular;
_ Controle de respiração.
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b) O equilíbrio
Fonte: cicachinhos.blogspot.com.br
c) Lateralidade
O homem, por natureza, tem um lado do corpo dominante. Quer dizer que usa
melhores olhos, ouvidos, pé e mão de um determinado lado. Normalmente, a
lateralidade se define entre os 05 e os 07 anos. As crianças que, a partir dessa idade
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apresentam uma lateralidade não definida ou cruzada, facilmente encontrarão
dificuldades na aprendizagem escolar.
Como? – Atividade que exijam o uso de todo corpo com objetos grandes
(pneus, bolas, caixas, blocos) e pequenos, desenvolvendo a coordenação funcional
da mão e dos dedos (contas, sementes, pinos, clips, tampinhas, pregadores, cartas).
Atividades em que ordena a mão a ser usada (com bolas, saquinhos de areia/feijão).
d) Independência dos membros em relação ao tronco e entre si
Para a criança é mais fácil fazer movimentos simétricos e simultâneos, pois só
numa segunda etapa é que ela virá a movimentar os membros separadamente um do
outro.
Como? – Macaco mandou – de início pedindo movimentos simétricos,
aumentando a dificuldade, na medida em que as crianças puderem realizar
naturalmente, movimentos assimétricos e não simultâneos.
d) Controle muscular
Fonte: bloggantonio.blogspot.com.br
É muito difícil para uma criança interromper um movimento, mas esse controle
da inibição é indispensável para que ela venha a adquirir, mais tarde, não só uma
caligrafia, mas também a concentração necessária para a aprendizagem escolar.
Como? – Inibição dos movimentos globais que envolvem todo o corpo como o
andar, o correr – “Batatinha Frita”. Recreação com o uso de música. Trabalhar os
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“movimentos segmentários – jogos cantados “O meu chapéu tem 03 pontas”, “ A
galinha e o seu Kara Kara”, jogo de estátua.
f) Controle da respiração
O controle respiratório contribui na formação de hábitos de se concentrar,
relaxar, se acalmar.
Como? – Bolhas de sabão, bolas de encher, pintura com canudo de soprar,
corridas de soprar. Dramatização de aspirar e soprar. Relaxamento sentido o próprio
corpo ou do companheiro.
5 APRENDIZAGEM E PSICOMOTRICIDADE
Fonte: www.drummond.com.br
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disso, desenvolveu uma investigação mostrando como o desenvolvimento adequado
da psicomotricidade pode auxiliar para que alguns dos pré-requisitos para a escrita
sejam alcançados.
Petry (1988) reafirma a importância do desenvolvimento dos conceitos
psicomotores, ressaltando que as dificuldades de aprendizagem em crianças de
inteligência média podem se manifestar quanto à caracterização de letras simétricas
ela inversão do “sentido direita-esquerda”, como, por exemplo, b, p, q ou por inversão
do “sentido em cima em baixo”, d, p, n, u, ou ainda por inversão das letras oar, ora,
aro. De acordo com a autora, a compreensão de conceitos como perto, longe, dentro,
fora, mais perto, bem longe, atrás, embaixo, alto, mais alta será facilitada com série
de ações no espaço, com o corpo em movimento.
Os estudos citados acima mostram a importância de se estimular o
desenvolvimento psicomotor das crianças, pelo fato deste ser fundamental para a
facilitação das aprendizagens escolares, pois é por meio da consciência dos
movimentos corporais e da expressão de suas emoções que a criança poderá
desenvolver os aspectos motor, intelectual e socioemocional.
Segundo Fávero (2004), para escrever é preciso que se tenha orientação
espacial suficiente para situar as letras no papel, para adequá-las em tamanho e forma
ao espaço de que se dispõe. E, além disso, precisa-se dirigir o traçado da esquerda
para a direita, de cima para baixo, controlando os movimentos de maneira a não
segurar o lápis nem com muita força nem com pouca força, é necessário que a escola
ofereça condições para a criança vivenciar situações que estimulem o
desenvolvimento dos conceitos psicomotores.
Essas restrições podem levar a criança a dificuldades de aprendizagem,
repercutindo no desempenho escolar. Neste sentido, Negrine (1986, p. 61) afirma que
as dificuldades de aprendizagem vivenciadas pelas crianças “são decorrentes de todo
um todo vivido com seu próprio corpo, e não apenas problemas específicos de
aprendizagem de leitura, escrita, etc.” Assim, os aspectos psicomotores exercem
grande influência na aprendizagem, pois as limitações apresentadas pelas crianças
na orientação espacial podem tornar-se um fator determinante nas dificuldades de
aprendizagem.
Para Ajuriaguerra (1988), a escrita é uma atividade que obedece a exigências
precisas de estruturação espacial, pois a criança deve compor sinais orientados e
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reunidos de acordo com as leis, depois deve respeitar essas leis de sucessão que
fazem destes sinais palavras e frases tornando a escrita uma atividade espaço-
temporal. Para Fonseca (1995), um objeto situado a determinada distância e direção
é percebido porque as experiências anteriores da criança levam-na a analisar as
percepções visuais que lhe permitem tocar o objeto. É por meio dessas que resultam
as noções de distância e orientação de um objeto com relação a outro, e assim a
criança começa a transpor essas noções gerais a um plano mais reduzido, que será
de extrema importância quando na fase do grafismo. Fonseca (1983) destaca que na
aprendizagem da leitura e escrita a criança deverá obedecer ao tempo de sucessão
das letras, dos sons e das palavras, fato este que destaca a influência da estruturação
temporal para a adaptação escolar e para a aprendizagem.
Colello (1995) afirma que, além dessas dificuldades inerentes ao ato de escrita,
existe ainda a dificuldade que os professores têm em diagnosticar as dificuldades de
aprendizagem e relacioná-las ao desenvolvimento psicomotor. Em sala de aula, os
professores trabalham a motricidade infantil como uma atividade mecanizada do
movimento das mãos e as aulas de educação física parecem se restringir a atividades
de recreação nas quais o movimento parece ter um fim em si mesmo. Para o autor,
até mesmo o professor de Educação Física tem mostrado dificuldades em perceber a
importância do movimento para o desenvolvimento integral da criança.
Segundo Tomazinho (2002, p. 50), o desenvolvimento corporal é possível
graças a ações, experiências, linguagens, movimentos, percepções, expressões e
brincadeiras corporais dos indivíduos. As experiências e brincadeiras corporais
assumem um papel fundamental no desenvolvimento infantil, pois enfatizam a
valorização do corpo na constituição do sujeito e da aprendizagem, assim a “[...] pré-
escola necessita priorizar, não só atividades intelectuais e pedagógicas, mas também
atividades que propiciem seu desenvolvimento pleno”.
De acordo com Oliveira (1996, p. 182), a psicomotricidade contribui para o
processo de alfabetização à medida que procura proporcionar ao aluno as condições
necessárias para um bom desempenho escolar, permitindo ao homem que se assume
como realidade corporal e possibilitando-lhe a livre expressão. A psicomotricidade
caracteriza-se como uma educação que se utiliza do movimento para promover
aquisições intelectuais. Para a autora, a inteligência pode ser considerada uma
adaptação ao meio ambiente e para que esta aconteça é necessário que o indivíduo
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apresente uma manipulação adequada dos objetos existentes ao seu redor, “[...] está
educação deve começar antes mesmo que a criança pegue um lápis na mão [...]”.
O ponto de referência que os seres humanos têm para conhecer e interagir com
o mundo é o corpo. Este elemento serve como base para o desenvolvimento cognitivo
e conceitual, incluindo os presentes para a aprendizagem de conceitos na atividade
de alfabetização. Por essa razão, o desenvolvimento do movimento por meio da
psicomotricidade auxilia a criança a adquirir o conhecimento do mundo que as rodeia.
Fávero (2004) ressalta que o desenvolvimento psicomotor não é o único fator
responsável pelas dificuldades de aprendizagem, mas um dos que podem
desencadear ou agravar o problema. As dificuldades de aprendizagem relacionadas
à escrita alteram o rendimento escolar. Crianças com dificuldades de escrita podem
apresentar disfunção nas habilidades necessárias para uma aprendizagem escolar
efetiva, e estes fatores podem ser acentuados pelos déficits psicomotores.
Sabe-se que atualmente condições socioculturais fazem com que as crianças
sejam privadas do movimento, como bem lembra Fávero (2004, p. 55) “[...] a escola,
como responsável pela educação global deveria proporcionar através das suas aulas
atividades que levassem à criança condições para um desenvolvimento harmonioso
em termos psicomotores”.
A escrita exige o desenvolvimento de habilidades específicas e um esforço
intelectual proporcionalmente superior às aprendizagens anteriores da criança. Na
escrita ocorre a comunicação por meio de códigos que variam de acordo com a
cultura, e sua aprendizagem se dá pela realização da cópia, do ditado e na escrita
espontânea.
Segundo Fávero (2004), a escrita espontânea envolve um grau maior de
dificuldade, pois o modelo visual e auditivo está ausente e envolve a tomada de
decisões acerca do que vai ser escrito e como será escrito. Antes de se escrever algo
é preciso gerar uma informação, organizá-la de forma coerente para posteriormente
escrevê-la e revisar o que foi escrito. É preciso diferenciar as letras dos demais signos
e determinar quais são as letras que devem ser empregadas, além disso, a escrita
pressupõe um desenvolvimento motor adequado, pois certas habilidades são
essenciais para que a atividade ocorra de maneira satisfatória.
Ajuriguerra (1988), Ferreiro (1985) e Cagliari (2000), ao estudarem a aquisição
da escrita, constataram que esta aquisição não deve ser restrita a simples
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decodificação de símbolos ou signos, pois o processo de aquisição da língua escrita
é complexo e anterior ao que se aprende na escola. A grande dificuldade que os
educadores enfrentam está em compreender os fatores que diferenciam as crianças
que conseguem dominar a linguagem escrita das que não conseguem. Segundo
Escoriza Nieto (1998), foi somente a partir da década de 1970 que as pesquisas
começaram a buscar explicar os processos cognitivos envolvidos na atividade escrita.
Para Gregg (1992 apud GARCIA, 1998) as dificuldades encontradas no
processo de alfabetização vão desde o desenvolvimento das habilidades de escrita
(disgrafia) e erros de soletração até erros na sintaxe, estruturação e pontuação das
frases, bem como a organização de parágrafos. No começo do processo de
alfabetização o que mais se observa são: confusão de letras, lentidão na percepção
visual, inversão de letras, transposição de letras, substituição de letras, erros na
conversão símbolo-som e ordem de sílabas alteradas, essa dificuldade pode se
manifestar ao se soletrar ou escrever uma palavra ditada ou copiada. É possível
encontrar crianças com boa capacidade de expressão oral, mas com dificuldades para
escrever, alunos que se expressam oralmente com dificuldade e escrevem as
palavras mal e sujeitas que escrevem bem as palavras, mas se expressam mal.
Essas dificuldades, se consolidadas ao longo da infância, tornam-se mais
evidentes no ambiente escolar, onde o processo de aprendizagem é
institucionalizado. Ajuriaguerra (1988) destaca que a escrita envolve, além de
habilidades cognitivas, as habilidades psicomotoras, pois o ato de escrever está
impregnado pela ação motora de traçar corretamente cada letra e constituir a palavra.
Quando se coloca em questão o desenvolvimento motor, é necessário, além da
maturação do sistema nervoso, a promoção do desenvolvimento psicomotor,
objetivando o controle, o sustento tônico e a coordenação dos movimentos envolvidos
no desempenho da escrita.
Segundo Ferreira (1993, p.18), não existe aprendizagem sem que seja
registrada no corpo. Para a autora, a participação do corpo no processo de
aprendizagem se dá pela ação do sujeito e pela representação do mundo. Todo
conhecimento apresenta um nível de ação (fazer os movimentos) e um nível figurativo
(dado pela imagem pela configuração) que se inscreve no corpo. Pensando no
desenvolvimento da criança de forma integrada e buscando entender aspectos físicos,
afetivos, cognitivos e sociais, é necessário o estudo do desenvolvimento psicomotor.
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Estudos (SISTO et al, 1994; FINI et al, 1994) partem do pressuposto de que o
baixo rendimento escolar pode ser compreendido como uma manifestação das
dificuldades de aprendizagem. Mais especificamente, os estudos de Tomazinho
(2002), Oliveira (1992) e Fávero (2004) mostram a procedência de identificar entre as
dificuldades de aprendizagem às que são relacionadas ao desenvolvimento
psicomotor e, a partir desses dados, mostrar a necessidade de se abordar os
esquemas motores nas primeiras séries como prevenção à dificuldade de
aprendizagem de escrita.
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BIBLIOGRAFIAS
FINI, L.; OLIVEIRA G.; SISTO F.; SOUZA M.; BRENELLI R. Avaliação escrita de
matemática: em busca de explicação. Zetetiké, Campinas, v.4, n.6, p. 25-43, 1994.
16
NEGRINE, A. A Educação Física e a Educação Psicomotriz. Revista Brasileira de
Educação Física e Desportos. Brasília: MEC, 44: 60-63, jan./mar. 1980.
SISTO, F.; FINI, L.; OLIVEIRA, G.; SOUZA, M.; BRENELLI, R. Matemática e
alfabetização: mecanismos psicológicos subjacentes. Pró-posições, Campinas,
v.2, n. 14, p. 49-59, 1994.
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6 ARTIGO PARA REFLEXÃO
RESUMO
Procura-se com esta pesquisa apresentar a incidência da psicomotricidade
sobre a escolaridade apontando os principais aspectos que influenciam o
desenvolvimento infantil. Visa-se observar os principais conceitos da psicomotricidade
como o movimento, o intelecto e o afeto buscando entender como a criança se
desenvolve e a importância desses fundamentos na aprendizagem. Fundamenta-se
essa pesquisa no construtivismo de Piaget conhecendo os estágios de
desenvolvimento da criança e entendendo os conceitos de assimilação, acomodação,
esquemas de ação e equilibrarão. Também se tem por critério de pesquisa,
compreender o desenvolvimento psicomotor, os conceitos de tonicidade, lateralidade,
noção corporal, estruturação espaço temporal, práxis globais e práxis fina e fazer uma
relação com a educação psicomotora e o desenvolvimento infantil, contribuindo assim,
para fundamentações sólidas a respeito do tema. Portanto, tem-se como objetivo
conhecer a importância da psicomotricidade no desenvolvimento infantil, para tanto,
usou-se de metodologia científica, com métodos adequados para o tema explorado,
sendo uma pesquisa bibliográfica de fontes importantes e reconhecidas acerca do
tema abordado e investigatória, buscando a realidade apresentada na educação
infantil. Justifica-se a pesquisa desse tema considerando que, a psicomotricidade
caracteriza-se por uma ferramenta que se utiliza dos movimentos para atingir outras
aquisições e compreendendo que a psicomotricidade estuda o homem através de seu
corpo em movimento, sendo estes as primeiras ações realizadas pelas crianças,
entendendo que é uma forma de comunicação que abre caminhos para possibilidades
de aprendizagem e consequentemente cria um elo entre psicomotricidade e
desenvolvimento infantil, a partir disso, tentar-se-á encontrar as razões que apoiam a
psicomotricidade no desenvolvimento infantil.
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Palavras-chave: Psicomotricidade, desenvolvimento infantil, educação.
INTRODUÇÃO
Hoje o mundo está crescendo muito rápido e as exigências sociais com o ser
humano estão muito grandes. A sociedade exige pessoas críticas, atuantes, que
saibam se expressar, posicionando-se e comunicando-se com clareza, portanto
vemos aí a grande necessidade do desenvolvimento motor no processo ensino
aprendizagem para que o ser humano possa enfrentar as situações do dia -a -dia,
com maior capacidade e desenvoltura.
Desde o início dos tempos o homem procurou desenvolver suas habilidades e
aptidões. Conheceu o fogo, criou a roda, estudou a relação movimento/espaço, foi à
lua, criou barreiras, destruiu barreiras e estudou os diversos elementos que compõe
a sociedade. Conheceu o poder da ação e reação, fez de sua inteligência sua arma
mais poderosa; construtiva e destrutiva. Houve mudança, houve movimento.
A educação tem uma função essencial e importante neste processo. A escola
deve ser um local agradável onde a criança sinta prazer em apreender e,
especialmente trabalhe a coordenação motora das mesmas.
Para que ela aprenda a conhecer e valorizar o seu corpo cabe aqui salientar a
necessidade de citar durante o trabalho e em anexo atividades psicomotoras, que
busquem despertar um melhor desenvolvimento psicomotor da criança, tais como:
Domínio dos movimentos gestuais do corpo, Movimento com as mãos e os dedos,
reconhecimento das partes do corpo, entre outros, tal trabalho resultara em uma
melhor aprendizagem no processo de formação do educando.
O movimento é o objeto primo da psicomotricidade. Entende-se o significado
da psicomotricidade como sendo a ciência que tem como objeto de estudo o homem
através de seu corpo em movimento e em relação ao seu mundo externo e interno,
isto é, a capacidade de se movimentar com intenção. Nesta pesquisa aborda-se a
psicomotricidade no desenvolvimento infantil.
Falar de psicomotricidade é falar de possibilidades. Existem possibilidades em
cada etapa no desenvolvimento da criança, relacionando-a uma à outra. Cada criança
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é única, cada ser é diferente, mas as relações de crescimento estão ligadas
diretamente a afetividade, cognição e organização.
Para tanto, o envolvimento desses processos é preenchido com os três
conhecimentos básicos que norteiam a psicomotricidade, que são o movimento, o
intelecto e o afeto, estes sim, são individuais e únicos em cada criança.
O conhecimento do próprio corpo e do seu funcionamento são aspectos
fundamentais para o desenvolvimento dos aspectos físico, motor e intelectual da
criança, que se criança for bem trabalhada, principalmente em seus movimentos de
lateralidade, espaço, tempo e percepção, ela estará melhor preparada para atuar na
sociedade, também percebeu-se que através das atividades motoras obtém-se
resultados mais rápidos e compensatórios por parte dos educandos e assim a
importância do papel da escola e do educador em todo o processo.
Sendo assim, formamos um espaço, um todo. Entendendo as relações de
movimento com o meio tornará o indivíduo mais ou menos confiante e compreendem
desse espaço que vive.
Justificativa do tema
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não é conquistado de imediata. Só o funcionamento de uma ação pode conduzir a um
aprimoramento dos movimentos”.
Conhecer o próprio corpo significa ter uma compreensão global do seu
desenvolvimento. Isso implica conhecer e entender o seu desenvolvimento motor, sua
lateralidade, saber orientar-se no espaço, ter uma memória sinestésica desenvolvida,
fazendo com que haja uma interação entre corpo e aprendizagem.
Avaliando que a criança, desde sua concepção, já possui movimentos, e se os
mesmos não forem bem trabalhados durante sua infância, trarão sérios problemas na
vida adulta, cabe ao educador, detectar as dificuldades de aprendizagem, que pode
ser constatado durante o período escolar, e investigar as causas de forma ampla.
Sabendo-se que tais dificuldades, podem muitas vezes ser de aspecto orgânicos,
neurológicos, mentais, psicológicos, adicionados a problemática ambiental em que a
criança vive.
Sendo este um ser social, com cultura e linguagem adquiridas durante sua vida
até o momento, traz consigo todo o conhecimento que já adquiriu. Ele faz parte da
sociedade e é um ser único, individual e precisa ser trabalhado em sua totalidade, aí
entra a importância do desenvolvimento psicomotor do processo ensino
aprendizagem.
Problema de pesquisa
Objetivos
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A seguinte pesquisa buscou identificar os seguintes objetivos: objetivo geral e
objetivos específicos.
Objetivo geral
Objetivos específicos
1. Definir psicomotricidade;
2. Identificar as etapas do desenvolvimento infantil;
3. Relacionar psicomotricidade e desenvolvimento infantil.
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procura desenvolver os conhecimentos científicos sem a preocupação direta com
suas aplicações e consequências práticas (...)”.
Também se classifica a pesquisa como descritiva pelo fato de descrever a
importância da psicomotricidade no desenvolvimento infantil. Para Gil (1999, p.44), na
pesquisa descritiva busca-se “juntamente com a exploratória, as que habitualmente
realizam os pesquisadores sociais preocupados com a atuação prática. São também
as mais solicitadas por organizações como instituições educacionais, empresas
comerciais, partidos políticos etc.”.
A pesquisa não deixa de ser exploratória, pois ao adentrar na opinião de tantos
teóricos, faz-se exploração do conhecimento científico para produção da pesquisa.
Segundo Gil (1999, p.43) a pesquisa exploratória “tem como principal finalidade
desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e ideias, tendo em vista, a formulação
de problemas mais precisos com hipóteses pesquisáveis”.
Estrutura do trabalho
DESENVOLVIMENTO
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sempre lendo e revelando sua linguagem corporal através de gestos, risos, expressão
facial e sempre buscando onde se encaixar na quebra – cabeça da vida.
Nesta pesquisa, apresenta-se o embasamento teórico, constituído da definição
de psicomotricidade, apresentando suas etapas do desenvolvimento infantil com
ênfase no construtivismo piagetiano e os estágios deste desenvolvimento. Finalizando
com a descrição da relação entre psicomotricidade e desenvolvimento infantil, através
da subdivisão da seção com: educação psicomotora, o desenvolvimento psicomotor
e a influência da psicomotricidade na aprendizagem.
Definição de psicomotricidade
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O movimento, segundo dicionário Cegalla (2005), “movimento é o
deslocamento de um corpo, ou parte dele, no espaço; série de atividades organizadas
com um fim comum; atividade, ação”.
Fonseca (1988) define que: “O movimento humano é construído em função de
um objetivo. A partir de uma intenção como expressividade íntima, o movimento
transforma-se em comportamento significante”.
Para abordar o primeiro conhecimento básico é necessário citar Wallon (1971),
que fundamenta os estágios da criança e foca no estágio inicial, o movimento. Wallon
define a criança em seu primeiro estágio de desenvolvimento como um ser que
expressa a emoção no seu corpo e a emoção antecede a cognitividade, defendida por
Piaget. O movimento segundo Wallon não é entendido apenas como desenvolvimento
a partir do fisiológico é também uma forma de relação com o meio. O movimento tem
ação direta sobre o meio, relacionando-se intrinsecamente com o afetivo.
“O movimento humano é a parte mais ampla e significativa do comportamento
do ser humano”. É obtido através de três fatores básicos: os músculos, a emoção e
os nervos, formados por um sistema de sinalizações que lhes permitem atuar de forma
coordenada” (BARROS & NEDIALCOVA, 1999: p.3).
O movimento no desenvolvimento infantil tem uma função fundamental,
principalmente nos primeiros estágios da criança onde está não adquiriu a linguagem
falada ainda. O movimento tem a função de comunicação. É através do movimento
que a criança expressa suas sensações e manifesta o contato com o mundo ao seu
redor.
Entende-se por comunicação o ato ou ação de comunicar-se, está dada através
de gesticulação, expressando assim seus desejos, vontades e sentimentos.
As necessidades físicas ou psíquicas são expressas através do movimento,
essa, portanto, é a primeira forma de comunicação antes do desenvolvimento da
linguagem. Essa comunicação através do movimento é definida por Wallon como
comunicação emocional. A necessidade da criança de se expressar faz com que a
postura corporal demonstre seu estado orgânico ou emocional.
O intelecto, segundo Aurélio (2004) define intelecto como inteligência, e
inteligência como faculdade ou capacidade de aprender, apreender, compreender ou
adaptar-se facilmente; intelecto, intelectualidade, destreza mental; agudeza,
perspicácia.
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O processo de cognição leva ao desenvolvimento do intelecto, isto é, quanto
mais aquisição do conhecimento, maior a maturação do processo intelectual.
Neste segundo conhecimento básico tem-se como base de fundamentação
Piaget. De acordo com Piaget, a aprendizagem é decorrência do desenvolvimento
cognitivo, vinculado por sua vez, à maturação biológica e a qualidade dos desafios do
meio.
O intelecto está relacionado ao cognitivo, que faz relação com o movimento
para se estabelecer a comunicação com o meio. Voltando ao primeiro conhecimento
básico com referência a comunicação, Wallon define que a maturação e
aprendizagem – processo de desenvolvimento do intelecto – estão condicionadas
pela riqueza do intercâmbio emocional e da comunicação com o outro.
O afeto é definido como afeição, carinho, atenção, simpatia. As aquisições
afetivas vêm completar os conhecimentos básicos. A ação é impulsionada pela
emoção “Emoção é a referência a um sentimento e seus pensamentos distintos,
estados psicológicos e biológicos, e a uma gama de tendências para agir. Há centenas
de emoções, juntamente com suas combinações, variações, mutações e matizes”
(GOLEMAN, 1996, p. 34).
Todos os movimentos, gestos, mímicas são expressos pela emoção, indicando
uma pré-linguagem. A criança associa novos significados e percepções as suas ações
a sua consciência e a sua cognição, possibilitando o desenvolvimento da afetividade
e consequentemente da inteligência.
A afetividade tem papel fundamental no desenvolvimento infantil, existem dois
fatores das quais a afetividade é dependente: o orgânico e o social.
“[…] a constituição biológica da criança ao nascer não será a lei única do seu
futuro destino. Os seus efeitos podem ser amplamente transformados pelas
circunstâncias sociais da sua existência, onde a escolha individual não está ausente”
(WALLON, 1971, p. 34)
O aspecto afetivo por si só não pode modificar as estruturas cognitivas, mas
pode influenciar as estruturas a se modificar. No processo de ensino-aprendizagem,
o aspecto afetivo é de grande importância para compreender que cada criança é
única, tanto no desenvolvimento afetivo, quanto no cognitivo.
Afetividade é um termo que usamos para identificar um domínio funcional, este
por sua vez, de acordo com Wallon (1971), são quatro: o ato motor; o conhecimento;
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a afetividade e a pessoa. São eles que dão uma determinada direção ao
desenvolvimento e no decurso da vida humana, cada um desses domínios tem seu
próprio campo de ação e organização, mas mantém em relação com os demais uma
espécie de mecanismo interfuncional.
A criança, no decorrer de seu desenvolvimento, estabelece diferentes níveis de
relacionamento, a partir dessas relações, também modifica suas sensações em
relação à afetividade. Intrinsecamente, todos os três conhecimentos básicos estão
ligados. É através do movimento, que a criança expressa suas emoções, e através
das emoções em relação com o meio que ela desenvolve sua cognição.
Considera-se a emoção altamente orgânica, pois é a partir das reações
fisiológicas da criança, que as emoções são expressas. Estas fazem modificar as
reações do organismo, como mudanças no batimento cardíaco, sensações corporais,
entre outros. A emoção faz com que a criança se relacione com o meio e passa a se
conhecer melhor.
Portanto, é necessário considerar de forma integrada os três conhecimentos
básicos, entendendo que o desenvolvimento da afetividade vai influenciar diretamente
no desenvolvimento do cognitivo da criança.
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e convincente, a teoria de Gestalt inspirou o surgimento de um campo da psicologia
que estuda a aprendizagem, a psicologia cognitiva.
A psicologia da educação estava insatisfeita com a noção de um sujeito
determinado por sua natureza individual externa, sentiu-se necessidade de uma
concepção que contemplasse a interação entre indivíduo e realidade.
Nesse contexto, a teoria genética de Jean Piaget se fortalece passando a ser
estendida a educação sob a denominação de Construtivismo Piagetiano.
Construtivismo piagetiano
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Enquanto um bebê de alguns meses de vida utiliza esquemas de
comportamento, uma criança quando estaria na escola trabalharia seu cérebro
realizando assim operações mentais, ou seja, os esquemas de ação permeiam até o
desenvolvimento total do intelecto do indivíduo.
Equilibração: Essa etapa é um importante segmento na teoria
piagetiana. Seria uma forma de adaptação que procura maximizar as interações
organismo-meio através da construção de novos instrumentos de compreensão e
ação sobre a realidade. Esses conhecimentos vão sendo gerados e surgindo
através de outros já existentes.
29
imitações passam a ser sistemáticas. O bebê torna-se capaz de produzir
eventos interessantes descobertos, por acaso, o que envolve uma atividade
mais complexa e intencional.
Estágio da coordenação dos esquemas secundários: as ações do bebê
passam a visar uma meta pré-determinada. Surge o comportamento
instrumental e a busca ativa dos objetos desaparecidos. Se um objeto é
colocado entre o bebê e o objeto que ele deseja alcançar, ele desenvolve
meios para remover o obstáculo. O bebê tenta utilizar como meios
esquemas desenvolvidos em outras situações, generalizando padrões de
comportamento previamente adquiridos (assimilação generalizadora). No
decorrer dessas generalizações, os esquemas vão sendo modificados,
mas o bebê só retém os que funcionam para remover o obstáculo. Nesse
estágio, a acomodação dos antigos esquemas à experiência adquirida com
as novas ações depende do sucesso dessas ações.
Estágio das reações circulares terciárias: nesse estágio, o bebê está
aprendendo, ou já aprendeu a andar, e sai em busca de novidades. Não
foca seu interesse apenas nela mesma, ou nos objetos que servem de
meios para alcançar determinados fins, passando a ter curiosidade pelos
objetos sob um outro ponto de vista. Começa a atribuir permanência e
reconhecer que eles têm uma existência independente dela própria. Põe
em prática, o ensaio-e-erro para descobrir as propriedades dos objetos,
enquanto vai acomodando seu próprio comportamento a eles, e
assimilando novos esquemas sem dificuldade.
Início da representação: esse estágio representa a transição para o
próximo período de desenvolvimento, no qual a criança torna-se capaz de
utilizar símbolos mentais e palavras para referir-se a objetos ausentes. A
representação significa a libertação do aqui e agora, introduz a criança no
mundo das possibilidades. Agora, para imitar a criança ensaia mentalmente
em lugar de repetir diversas vezes um comportamento. O conceito de
permanência do objeto é completamente elaborado. Devido à capacidade
de representação mental a criança pode reconstruir uma série de
deslocamentos invisíveis do objeto. É uma fase que revela o início da
descentração.
30
Período operatório:
Estágio pré-operatório: caracteriza-se pelo exercício das habilidades
representacionais, pelo egocentrismo e pela socialização progressiva do
comportamento. O egocentrismo corresponde à indiferenciada entre o
próprio ponto de vista e o dos outros, ou entre a própria atividade e as
transformações que ocorrem na realidade. É inconsciente, pois tomar
consciência dele, o destrói.
A partir dos dois anos o desenvolvimento do vocabulário e, consequentemente,
da linguagem, facilita o desenvolvimento conceitual, da socialização da ação, da
internalização da palavra como pensamento propriamente dito. O pensamento passa
a construir-se pela internalização da ação, constituindo uma linguagem interna e um
sistema de signos. A ação deixa de ser puramente perceptiva e motora, tornando-se
uma representação intuitiva por meio de imagens e experimentos mentais. O
egocentrismo, ainda se expressa dos três aos sete anos.
Estágio operatório concreto: esse estágio compreende o período dos
sete a onze anos. A criança desenvolve o uso do pensamento lógico. Já
pode solucionar problemas de conservação e a maioria dos problemas
concretos, demonstrando capacidade de seriação e de classificação. Pode
pensar logicamente, mas não pode aplicar a lógica a problemas hipotéticos,
abstratos. No campo afetivo, a conservação de sentimentos, a formação da
vontade, e o início do pensamento autônomo levam a criança a considerar
os motivos dos outros nos seus julgamentos morais, o que demonstra uma
superação do egocentrismo.
Período operatório-formal: Nesse estágio, as estruturas cognitivas
(esquemas) qualitativamente maduras, e o indivíduo torna-se
estruturalmente apto a aplicar operações lógicas a problemas hipotéticos.
O adolescente torna-se capaz de raciocinar sobre a lógica de um
argumento independentemente de seu conteúdo.
31
criança, no processo de desenvolvimento, passa pelas três etapas que são, o
movimento, o intelecto e o afeto. A partir de cada um deles observa-se a importância
da psicomotricidade no desenvolvimento infantil (Idem).
Educação psicomotora
32
“É a educação um fato social tão antigo quanto o próprio homem, devendo ter
sido praticada desde que apareceu na terra a primeira família humana. Coincide,
assim, o início da história da educação com o da história da humanidade” (BELLO,
1978 p. 9).
Não é possível falar de educação sem relatar um pouco da história da mesma.
História essa que começou com o início da humanidade no planeta terra, e continua
até os dias atuais, num processo contínuo e complexo que tem suas raízes na família
e em sua cultura, refletindo-se na sociedade em que está inserido. A educação não é
apenas aquela formal que a escola oferece, mas toda e qualquer vivência que o ser
humano está em contato e que vivencia. A educação primitiva não seguia regras
formais, mas tudo dependia da maneira como os povos viviam e, como sua cultura
era inserida na sociedade.
Era assim a educação informal dos povos primitivos, que deram origem à nossa
educação dos dias de hoje, não era como a atual que segue regras, tudo acontecia
de forma natural e espontânea mesmo que algumas pessoas copiassem umas das
outras, sem perceber. Essa educação imitativa foi explicada por John Devey: “Como
esclarece John Dewey, nessas sociedades primitivas são todas as instituições que
exercem a influência educativa sem que nenhuma delas tenha propriamente, essa
função” (apud BELLO, 1978, p. 13).
No início dos tempos a escola não era institucionalizada, não havendo uma
pessoa qualificada especificamente para a educação do povo, esse processo
acontecia de forma que toda a comunidade exercia poderes e auxiliava de maneira
direta ou indireta na educação. Todas as instituições participavam igualmente.
A educação, portanto, não existia de forma sistematizada, ela consistia quase
que exclusivamente na imitação das atividades que os adultos realizavam e as
crianças os imitavam. Com o passar dos anos foram surgindo pessoas preocupadas
em descobrir e conhecer sempre mais sobre o processo educacional, conhecer mais
sobre o mundo e suas transformações, surgindo aí estudiosos que até hoje buscam
respostas para o desenvolvimento humano e social. A educação foi muitas vezes
identificada com o conceito mais restrito de instrução.
Hoje, temos a noção de que todas as influências, todos os estímulos que
provocam uma série de reações da parte do indivíduo, têm alguma influência no seu
caráter e fazem parte, portanto, da sua educação.
33
“Ninguém nasce feito. Vamos nos fazendo aos poucos na prática social em que
tomamos parte” (FREIRE, 2001, p.88.).
Num sentido amplo, podemos dizer que a educação é um longo processo de
desenvolvimento, inicia desde o nascimento do indivíduo, assim sendo moldado na
família, na sociedade e principalmente na escola. A formação do ser vai depender
muito das pessoas que irão fazer parte de sua convivência no processo educacional.
Sendo assim, a educação não começou e nem vai terminar hoje, ela é um
processo que sempre busca inovações, correções e aplicações em diversos níveis de
conhecimento. O ser humano faz parte da natureza, da sociedade e do universo como
um todo, estando sempre em contato com o novo, aprendendo com tudo que está à
sua volta, tanto ensinando como revisando. Pois aprender é isso: um processo de
aceitação, assimilação, revisão multidimensional de tudo e de todo o conhecimento,
sendo ele empírico ou científico.
O indivíduo, nesse processo, é caracterizado pelas suas dimensões humanas,
emocionais, cognitivas, sua vivência sócio histórica e cultural a qual produz e renova
seus saberes. Sendo assim, o ser humano está sempre em contato com o novo,
adquirindo e formando sempre novos conhecimentos, que serão parte fundamental
de sua formação.
Conforme Mizukami (1986, p.2): “O conhecimento é uma ‘descoberta’ e é novo
para o indivíduo que a faz. O que foi descoberto já se encontrava presente na
realidade exterior. Não há construção de novas realidades”.
O ser humano é dotado de uma capacidade que muitas vezes nem ele se dá
conta, pois a todo o momento está adquirindo conhecimentos novos e transformando
os já existentes. Sendo assim, cada indivíduo interpreta o mundo à uma maneira e
através dos diferentes olhares, uma forma a sua concepção.
Cada ser é único e tem uma maneira de ver o mundo, com o seu jeito de
aprender o novo. Um homem pode entrar em contato, por exemplo, com um livro muito
antigo, que muitas pessoas já o leram e sugaram segundo eles toda a sua essência.
34
Porém esse homem, ao lê-lo, conseguiu retirar algo dele que jamais alguém havia
percebido, isso não quer dizer que o conhecimento do livro mudou, mas, a forma como
as pessoas interpretam é que é diferente.
Nessa realidade de existência e transformação do conhecido para algo novo, o
processo de conhecimento passa por transformações onde muitas vezes o ser
humano não consegue aprender sozinho, ele necessita de seres que o ajudem. Sendo
assim, todo ser ao iniciar seu contato com a sociedade precisa de pessoas
conscientes que lhe mostrem o caminho a seguir, e lhe guie neste processo. Sendo
assim, o professor tem que estar preparado no momento em que a criança chega à
escola.
“Dizemos que a criança está pronta para aprender, quando ela apresenta um
conjunto de condições, capacidades, habilidades e aptidões consideradas como pré-
requisitos para o início de qualquer aprendizagem” (DROUET, 2001 p. 27).
Dessa forma, constatamos que a criança é um ser que vive em constante
transformação, e não podemos dizer que está pronta e acabada. Portanto, ela se
desenvolve pelas vivências e momentos, desenvolvimento esse que envolve seu lado
psicomotor, o que é muito importante para sua formação.
Quando a criança apresenta dificuldades de aprendizagem, na maioria das
vezes, uma simples atividade que envolva seu corpo pode solucionar tal problema.
Cabe ao educador ter o conhecimento e ajudar seu aluno, já que toda criança tem
capacidades, habilidades e aptidões. Basta só ser observada com carinho, pois o seu
futuro depende muito da sua formação inicial que acontece na família e principalmente
na escola.
O educador, através do seu conhecimento que adquiriu no decorrer do tempo,
deve buscar maneiras diferentes para conduzir todo o processo de educação, tendo
em mente que todo e qualquer indivíduo pode apresentar mudanças através do meio
que vive. Educar significa que o próprio educador deve criar sua identidade, ser crítico
e consciente, capaz de mudar os caminhos da educação.
Sendo a escola o local onde a criança irá receber estímulos para continuar
desenvolvendo suas capacidades psicomotoras é de suma importância que o
educador busque inovar e aperfeiçoar a cada momento sua maneira de trabalhar tanto
o lado motor como o afetivo da criança que é parte fundamenta do processo.
35
Quando uma criança apresentar problemas de aprendizagem, é muito
importante que o educador busque constatar, e consequentemente tente saná-lo. Se
o problema for mais grave, deverá buscar ajuda de outros especialistas.
É muito importante que, mesmo que sejam pequenas essas dificuldades, o
professor não deixe passar por despercebido, pois uma simples troca do tipo ‘ P por
B’, pode parecer simples mais não o é. Essa simplicidade de erros pode causar com
o passar do tempo uma enorme dificuldade de aprendizagem.
Conforme afirma Seber (1997, p. 65): “É preciso entender que, o domínio de
uma atividade não é conquistado imediato. Só o funcionamento de uma ação pode
conduzir a um aprimoramento dos movimentos”.
Conhecer o próprio corpo significa ter uma compreensão global do seu
desenvolvimento. Isso implica conhecer e entender o seu desenvolvimento motor, sua
lateralidade, saber orientar-se no espaço, ter uma memória sinestésica desenvolvida,
fazendo com que haja uma interação entre corpo e aprendizagem. Mas, é preciso
entender que qualquer atividade que a criança fará de imediato ela não terá domínio
do seu corpo. Somente a continuidade de atividades fará com que haja o
aprimoramento dos seus movimentos.
“O ser humano, comparado com outras espécies animais, possui um
desenvolvimento motor bastante lento e isso acontece porque o cérebro da criança
está sendo programado para atividades mais complexas que envolve a linguagem, o
raciocínio lógico, poder de espacialização e amadurecimento das emoções”
(ANTUNES, 2001, p. 153).
O desenvolvimento motor relacionado à criança está incluído num processo
lento de aquisições de conhecimentos. Isso porque, comparado com o de outros
animais, o cérebro humano é programado para atividades complexas como a
linguagem, raciocínio lógico, localização espacial, e amadurecimento das emoções,
enquanto o animal apenas preocupa-se com o seu desenvolvimento motor, (pois é um
animal irracional).
O homem tem que estar se desenvolvendo num todo. Por isso, faz-se
necessário trabalhar em cima de estímulos com a criança desde pequena,
desenvolvendo um conjunto de habilidades que engloba o domínio do esquema
corporal, só assim ela chegará à fase adulta sem problemas de aprendizagem, fazer
com que ela viva o real e o imaginário formando sistemas de interpretação do mundo,
36
da cultura em que faz parte e do meio em que vive, construindo e ampliando sua
história.
É na escola, através da mediação do professor com o aluno, que o processo
de desenvolvimento ocorre por completo. O ser humano por si só, não consegue
desenvolver-se sozinho, ele necessita de estímulos e de um mediador para que esse
processo se realize.
O educador, enquanto professor atuante terá um papel fundamental fazendo a
relação entre o amadurecimento do seu organismo, com estímulos trabalhados para
desenvolver melhor a motricidade do aluno. Para que essa mediação aconteça faz-se
necessário que ele esteja preparado e conheça sobre o assunto, devendo estar
sempre em busca constante do conhecimento, para poder ajudar seu aluno.
Despertando através de atividades a motivação, unindo corpo e mente e
através da expressão tornar o educando um ser criativo, desenvolvido, apto a realizar
atividades mais complexas.
Portanto, cabe a nós educadores, buscar a interação do movimento na escola
com objetivos e metas bem traçadas. Sendo eles peçam fundamental no aprendizado
do aluno é de suma importância que se trabalhe na educação infantil e nas séries
iniciais, de forma interessante e prazerosa. Que as atividades aplicadas para
desenvolver corpo – movimento sejam estimuladoras e contribuam para desenvolver
o aluno no todo, não esquecendo que o motor não pode ficar isolado.
É através do desenvolvimento motor e das habilidades básicas que a criança
consegue ter uma aprendizagem globalizada e estará preparada para viver na
sociedade a qual está inserida. De maneira alguma podemos separar movimento e
atenção pois é um processo interligado, somente trabalhando juntos é que o educando
terá um desenvolvimento completo de seu corpo e mente.
A aprendizagem da criança está interligada ao seu desenvolvimento
psicomotor, portanto, enfatizamos a importância da formação do educador,
interligando-se numa proposta pedagógica que proporcione à criança a visualização
de todo processo, aprendendo a conhecer, a conviver, a fazer e ser, transformando-
se em um indivíduo atuante e integrado em seu meio social.
O educador deve ser criativo em todos os aspectos, analisando: espaço,
materiais e atividades que condigam com a idade da criança, usando técnicas bem
criativas que venham somar no desenvolvimento e aprendizado do educando, fazendo
37
com que o mesmo aprenda a se comunicar com o mundo pela linguagem corporal e
que sinta prazer em aprender através das atividades motoras propostas.
“É de suma importância o papel dos educadores – pais e professores nos
processos fundamentais do desenvolvimento humano” (JOSÉ, 2000. p. 09).
A partir do momento em que todos os agentes envolvidos no processo do
desenvolvimento da aprendizagem da criança sejam os pais e professores
principalmente, faz-se necessário que eles estejam completamente engajados na
compreensão dos princípios do processo de aprendizagem, o educando poderá
desenvolver-se naturalmente sem maiores problemas de traumas e tabus.
Por isso é desejável que futuros profissionais da educação obtenham alto grau
de conhecimento e preparo para o desempenho de suas atribuições; buscando juntas,
escola e família fazer um trabalho em prol da criança e seu desenvolvimento, não
esquecendo que ela não é um adulto em miniatura e sim um ser em constante
transformação e necessita de todas as atenções, para vir a ser um adulto apto a viver
no meio social.
Conforme afirmação de José (2000, p. 09): “Quando se fala em crescimento,
todo mundo se lembra facilmente de aumento de estatura, de peso, e outras
mudanças tanto estruturais como orgânicas que ocorrem na constituição física”.
Muito mais amplo e complexo que as mudanças estruturais, são as mudanças
que ocorrem no organismo e na personalidade do ser humano, de tal maneira que o
desenvolvimento da criança se dá de forma amplamente integrada. Nessa integração
estão contidas: a hereditariedade, ambiente, maturação e aprendizagem.
O entendimento do educador é imprescindível para que o desempenho do
educando, possa ser conduzido de maneira correta e objetiva, com total sucesso dos
objetivos pedagógicos.
Muitas vezes nos preocupamos com o desenvolvimento mental e intelectual,
nos esquecendo de toda mudança estrutural, inclusive de ordem orgânica que envolve
o desenvolvimento integrado da criança. Portanto, precisamos estar atentos, pois a
criança possui um esquema corporal, movimentos e todo o lado psicológico, e esses
aspectos são de suma importância para o desempenho de uma aprendizagem
completa.
Desenvolvimento psicomotor
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De acordo com Barreto (2000, p. 54), “O desenvolvimento psicomotor é de
suma importância na prevenção de problemas da aprendizagem e na reeducação dos
tônus, da postura, da direcional idade, da lateralidade e do ritmo”.
A organização de todas as áreas de pende do desenvolvimento motor sendo
este responsável pelas habilidades e/ou dificuldades motoras que o indivíduo
apresentará. É também responsável pela progressão do intelecto.
Os estímulos dados à criança na fase da educação infantil possibilitam maior
integração da mesma ao meio, favorecendo a adaptação. É importante que a criança
tenha contato com atividades dinâmicas, como jogos, brincadeiras, que contribua para
seu desenvolvimento psicomotor.
Para o corpo desenvolver suas funcionalidades é necessário um bom
desenvolvimento psicomotor. Segundo Fonseca (1995), sete fatores são os que
norteiam o desenvolvimento psicomotor:
Tonicidade: É a que indica os tônus muscular, exerce um papel de suma
importância no desenvolvimento motor da criança. Ela garante, além das
atitudes, todos os sentidos de postura, mímicas e emoções de onde vêm
as atividades motoras.
Equilíbrio: O equilíbrio é o conjunto estático das aptidões. Abrange o
controle postural e de locomoção. Esse equilíbrio estático caracteriza-se
pelo tipo de equilíbrio conseguido em certa posição. Já o equilíbrio
dinâmico é aquele que se consegue por um corpo em movimento.
Lateralidade: A lateralidade do corpo se refere a dominância lateral da
mão, olho e pé, capacitando o indivíduo a desenvolver as aptidões
adquiridas.
A lateralidade manual surge geralmente no fim dos doze meses de vida e no
início do segundo ano, mas vai firmar seu estabelecimento físico por volta dos quatro
ou cinco anos de idade.
Noção corporal: Trata-se da noção da personalidade da criança, ou de
sua formação. É o momento em que o indivíduo toma consciência do seu
corpo, separando-o por partes e cuidando mais do aspecto estático. Nesse
momento também a criança percebe que por intermédio do corpo há
algumas possibilidades de se expressar.
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Estruturação espaço-temporal: Em função da lateralidade e da noção
corporal forma-se a estruturação do espaço temporal. A partir da
motricidade e das múltiplas relações com o meio e com os fatores citados
que se desenvolve a consciência espacial. A criança passa a conhecer seu
próprio corpo tomando consciência de lugar e espaço.
Praxia global: É a capacidade de realizar movimentos voluntários pré-
estabelecidos com a intencionalidade de alcançar um objetivo.
Praxia fina: É a relativa compreensão de todas as tarefas motoras finas.
Tem relação com os movimentos de olhos e mãos.
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Ao teorizar a aprendizagem significativa observa-se a importância da motivação
para aprender. A motivação é um fator subjetivo, mas pode ser potencializada através
de estímulos.
A aprendizagem é o resultado da estimulação do ambiente sobre o indivíduo já
maduro. Por isso, é importante que a aprendizagem possa ser significativa, está por
sua vez, nos remete a psicomotricidade, que se bem desenvolvida na criança pode
gerar níveis de aprendizagem bem melhores, ou se não bem estimuladas, causar
consequências.
Para que a aprendizagem provoque uma efetiva mudança de comportamento
e amplie cada vez mais o potencial da criança, é necessário que ela estabeleça
relação direta com o meio e com aquilo que está aprendendo. Para isso, é importante
a estimulação.
É de suma importância, que o professor conheça as crianças e o processo de
aprendizagem e possa se interessar por elas como seres humanos, que sentem
emoções, que estão se transformando e mais que isso, que são únicos no seu
desenvolvimento.
A identificação dos problemas de psicomotricidade apresentadas em cada
criança é única, e é por isso, a importância de conhecê-la num todo, identificar suas
dificuldades para poder ajudá-la. Para saber se uma criança tem problemas de
psicomotricidade é necessário fazer uma avaliação psicomotora, através de exercícios
específicos, que verifiquem aspectos como:
Qualidade tônica (rigidez ou relaxamento muscular);
Qualidade gestual (dissociação manual e dos membros superiores e
inferiores;
Agilidade;
Equilíbrio;
Coordenação;
Lateralidade;
Organização temporo espacial;
Grafo motricidade.
Essa avaliação pode revelar na criança, respeitadas as características próprias
do seu desenvolvimento, se existem atrasos no desenvolvimento motor e
41
perturbações de equilíbrio, coordenação, lateralidade, sensibilidade, esquema
corpora, estrutura e orientação espacial, grafismo, afetividade, etc.
Tais problemas podem fazer-se notar tanto na Pré-escola como nas séries
iniciais, com maior ou menor intensidade e decorrendo das mais variadas causas
como:
Debilidade intelectual;
Problemática emocional;
Retardos de maturação;
Desarmonias tônico-motoras.
Os tipos de distúrbios psicomotores, quando se usa o termo distúrbio liga-se
diretamente a problemas que envolve o indivíduo em sua totalidade. Distúrbios
afetivos e psicomotores estão ligados, se influenciam e se reforçam mutuamente.
Sendo assim, a psicomotricidade leva sempre em conta o indivíduo como um todo,
pesquisando se o problema está no corpo, na área da inteligência ou na afetividade.
Traçar um diagnóstico não é tarefa fácil, devido à complexidade do ser humano.
Com relação ao tratamento, ele varia de criança para criança, dependendo da
patologia que elas apresentam.
Segundo Haim Grünspun, os distúrbios apresentam os seguintes quadros:
instabilidade psicomotora, debilidade psicomotora, inibição psicomotora, lateralidade
cruzada, imperícia.
Instabilidade psicomotora é o tipo mais complexo e que causa uma série
de transtornos pelas reações que o portador apresenta. Nesse quadro
predomina uma atividade muscular contínua e incessante;
Debilidade psicomotora caracteriza-se pela presença da paratonia ou da
sincinesia. Paratonia é a persistência de uma certa rigidez muscular, que
pode aparecer nas quatro extremidades do corpo ou somente em duas. A
sincinesia é a participação de músculos em movimentos aos quais eles não
são necessários;
Inibição psicomotora é quando as características da debilidade
psicomotora estão presentes com uma distinção fundamental: na inibição
psicomotora existe a presença constante da ansiedade;
Lateralidade cruzada é a falta das dominâncias do mesmo lado do corpo.
A maioria dos autores acredita que existe no cérebro um hemisfério
42
dominante responsável pela lateralidade do indivíduo. Desta maneira, de
acordo com a ordem enviada do hemisfério dominante, teríamos o destro e
o canhoto. No entanto, além da dominância da mão, existe também a do
pé, do olho e do ouvido. Quando estas dominâncias não se apresentam do
mesmo lado, dizemos que o indivíduo tem lateralidade cruzada;
Imperícia é em geral, a dificuldade de realizar certas tarefas que
requerem uma apurada habilidade manual.
Considerações finais
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Entende-se que o desenvolvimento infantil, independente da teoria relacionada
a ele, tem como pontos principais o movimento, o afeto e o intelecto, o que remete
diretamente a psicomotricidade. As etapas do desenvolvimento infantil se dão pelo
contato com o meio relacionando o corpo com o ambiente. Para o corpo desenvolver
suas funcionalidades é necessário um bom desenvolvimento psicomotor.
É importante pontuar que, a psicomotricidade no desenvolvimento infantil
contribui para melhor coordenação motora, tarefas de praxia global e praxia fina,
também como para a aprendizagem ajudando nas atividades de leitura, escrita,
concentração, raciocínio lógico.
A relação que a criança tem como meio em que vive se bem estimulado passa
a ser mais intensa, possibilitando a criança de conhecer-se melhor e compreender o
mundo que a rodeia.
Considera-se com essas colocações, que o objetivo geral dessa pesquisa foi
alcançado, visto que foi possível conhecer a importância da psicomotricidade no
desenvolvimento infantil.
Através de atividades psicomotoras, o educando terá melhor desenvolvimento,
que virá somar em sua aprendizagem, conforme estão descritas no trabalho e em
anexo, várias atividades que podem ser trabalhadas; sendo o ser humano um ser
único e individual, parte principal do processo, deve ser trabalhada com várias
atividades psicomotoras que venham auxiliá-lo em seu desenvolvimento; a escola tem
papel fundamental no desenvolvimento da criança, todos os agentes são
responsáveis para a boa formação do indivíduo, nela deve ter um espaço adequado
para a realização de atividades, bem como materiais necessários para cada atividade.
Em partes, conclui-se que, quanto ao objetivo de caracterizar o que é
psicomotricidade, a pesquisa foi realiza com sucesso. As etapas do desenvolvimento
infantis teorizadas por Piaget contribuíram para o conhecimento do desenvolvimento
e facilitando assim fazer a relação entre psicomotricidade e desenvolvimento infantil,
entendendo a importância da mesma para o homem.
Considera-se que o educador tem que criar condições para que as crianças
desenvolvam suas capacidades num todo, sendo a criança um ser único e individual,
vindo de diferentes culturas e meios sociais adversos, apresentando inúmeras
carências.
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Levando em consideração que Educação e aprendizagem caminham juntas, e
o aluno não é só conceitos, pois ele possui um corpo e este movimento, que precisam
ser trabalhados, pois se passarem despercebidos durante sua infância, e na fase
escolar, poderá acarretar sérios problemas em sua vida adulta
Por fim, a pesquisa foi importante, pois contribuiu para um aprofundamento
sobre o tema.
Sugestões
Como sugestão para esta pesquisa, fica a proposta que a psicomotricidade seja
mais investigada e levada a sério no trato educacional, considerando sua importância
e necessidade neste processo.
É interessante sugerir grupos de estudo sobre o assunto, para todos os
docentes possam se valer do conhecimento sobre a psicomotricidade. Ou, ainda, que
esta profissional possa socializar estes resultados de pesquisa, através de momentos
dialógicos.
REFERÊNCIAS
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AUSUBEL, D. P.; NOVAK, J. D.; HANESIAN, H. Psicologia educacional. Rio de
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DE LIÈVRE, B.; STAES, L. La Psicomotricité o service de l’enfant. Belgium :
Belin, 1992.
GIL, Antônio Carlos. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 5.ed. São Paulo:
Atlas, 1999.
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