Você está na página 1de 12

artigo INÉDITO

Resinas Compostas nos últimos 10 anos -


Revisão da Literatura. Parte 1: Composição Química

Paulo Vinicius Soares1,2,3, Thiago Silva Peres3,4, Amanda Ribeiro Wobido3,5, Alexandre Coelho Machado3,6,7

RESUMO

Introdução: esta revisão é a primeira parte de uma sequência de seis artigos sobre
as mudanças que impactaram as resinas compostas na última década (Composição,
Propriedades, Fotoativação, Sensibilidade Pós-Operatória, Alteração de Cor e Longe-
vidade). As  resinas compostas passaram por uma evolução em sua composição que
possibilitou uma melhora nas suas capacidades físico-químicas e, como resultado, au-
mentando também a sua aplicação clínica na Odontologia. Objetivos: essa revisão
teve como objetivo realizar uma busca na literatura sobre os principais componentes
encontrados nas resinas compostas e suas influências clínicas no processo restaura-
dor. Métodos: uma busca utilizando diversos termos sobre o assunto foi realizada na 1. Universidade Federal de Uberlândia,
plataforma PubMed e, após a leitura do título e resumo, foram selecionados 50 artigos, Faculdade de Odontologia, Disciplina de
Dentística (Uberlândia/MG, Brasil).
que foram lidos na íntegra, sendo 30 desses utilizados nessa revisão. Também foi rea-
2. Universidade Federal de Uberlândia,
lizada busca nas referências dos artigos selecionados. O perfil técnico do fabricante Faculdade de Odontologia, Grupo de
foi realizado para 23 resinas compostas diferentes. Resultados: analisando os resulta- Pesquisa LCNC (Uberlândia/MG, Brasil).

dos obtidos, pode-se observar que a maioria das resinas compostas é constituída de 3. Pós-Doutor em Odontologia, University
of Illinois at Chicago, College of
monômeros diacrilatos (Bis-GMA, UDMA, TEGDMA), partículas à base de zircônia, síli-
Dentistry (Chicago/IL, EUA).
ca e bário, e canforoquinona como fotoiniciador. Conclusão: as melhorias envolvendo 4. Universidade Federal de Uberlândia,
componentes como matriz orgânica, matriz inorgânica, agente de união, fotoiniciador e Faculdade de Odontologia, Curso
de Graduação em Odontologia
inibidores proporcionaram uma melhora na qualidade estética das resinas compostas,
(Uberlândia/MG, Brasil).
o que levou à sua popularização. A composição das resinas é variável e interfere direta- 5. Universidade Federal de Uberlândia,
mente nas suas propriedades mecânicas e físicas, influenciando também na qualidade Faculdade de Odontologia, Programa
de Pós-Graduação em Odontologia
e sucesso clínico do tratamento restaurador. Assim, é importante que essas informações
(Uberlândia/MG, Brasil).
sejam claras e disponibilizadas pelos fabricantes para que haja a correta aplicação do 6. Universidade Federal de Uberlândia,
material em cada situação clínica. Escola Técnica de Saúde (Uberlândia/
MG, Brasil).
PALAVRAS-CHAVE: Resina composta. Composição. Compósitos. 7. Doutor em Odontologia, Universidade
Federal de Uberlândia, Faculdade de
DOI: https://doi.org/10.14436/2447-911x.16.1.045-056.oar
Odontologia (Uberlândia/MG, Brasil).

©Dental Press Publishing - J Clin Dent Res. 2019 Jan-Apr;16(1):45-56 45


Soares PV, Peres TS, Wobido AR, Machado AC Resinas compostas nos últimos 10 anos - Revisão da Literatura. Parte 1: composição química

INTRODUÇÃO po único. Esse desempenho é dependente da com-


posição da resina, pois a constituição qualitativa

N
o começo dos anos 60, o pesquisador Bowen estudou re- 1
e quantitativa do material reflete nas propriedades
sinas epóxicas reforçadas com carga, e constatou que o mecânicas, biocompatibilidade, qualidade estética
material apresentava propriedades negativas, pois exibia e na capacidade de adesão à estrutura dentária
baixa velocidade de polimerização e fácil alteração de cor, mo- em esmalte e dentina dos compósitos6,7.
tivando-o a combinar resinas epóxicas e acrílicas. Diante dessa
perspectiva, na década de 1970, iniciou-se o desenvolvimento das As resinas compostas são constituídas das seguin-
resinas fotopolimerizáveis . Por meio de estudos e pesquisas, essas
2
tes fases: orgânica (matriz), inorgânica (carga) e o
resinas tornaram-se cada vez mais resistentes ao desgaste, mais agente de união (silano)5,8. A fase orgânica de com-
estáveis em relação à estabilidade de cor e com maior tempo de pósitos resinosos é constituída por dimetacrilatos,
reação de polimerização, quando comparadas às resinas quimi- sendo os mais comuns o dimetacrilato de diglici-
camente polimerizáveis . Entretanto, mesmo com esses avanços,
3,4
dilabisfenol A (Bis-GMA), a versão etoxilada do di-
as resinas compostas ainda apresentavam baixa resistência ao metacrilato (BisEMA), dimetacrilato de trietilenogli-
desgaste mecânico, devido ao tamanho das partículas de car- col (TEGDMA) e dimetacrilato de uretano (UDMA)9.
ga empregadas2. Para amenizar os danos dessa característica, A  polimerização dos dimetacrilatos através da
pesquisadores desenvolveram meios de diminuir o tamanho das ativação por luz resulta em uma rede de polímeros
partículas de carga, possibilitando resinas com maior conteúdo cujas propriedades físico-químicas dependem do
de carga inorgânica e, consequentemente, melhores propriedades grau de conversão e da união dos monômeros10.
mecânicas2. Dessa forma, a evolução desses compósitos permitiu
uma ampla indicação das resinas compostas fotopolimerizáveis Para ocorrer a polimerização, a luz deve ativar os
na prática clínica de diversas especialidades . 5
fotoiniciadores presentes nas diversas formas de
aplicação dos compósitos resinosos. Os fotoinicia-
Entre essas indicações, destacam-se procedimentos restaurado- dores são responsáveis pela geração de radicais
res diretos e indiretos; selantes de fissuras; restaurações provisórias; livres que darão início ao processo de polimeriza-
cimentos resinosos para cimentação de restaurações cerâmicas e ção11, e o mais encontrado nas resinas compostas
aparelhos ortodônticos; além de cimentos endodônticos6. Essa gran- é a canforoquinona. Entretanto, devido ao aspecto
de aplicabilidade clínica dos materiais resinosos é possível devido ao amarelado da canforoquinona, algumas formula-
favorável desempenho clínico (longevidade e manutenção da esté- ções comerciais utilizam outros fotoiniciadores as-
tica), maior conservação dos tecidos dentários, e formação de cor- sociados, como PPD, Lucirin TPO e Irgacure 8196.

46 ©Dental Press Publishing - J Clin Dent Res. 2019 Jan-Apr;16(1):45-56


Soares PV, Peres TS, Wobido AR, Machado AC Resinas compostas nos últimos 10 anos - Revisão da Literatura. Parte 1: composição química

As partículas de carga inorgânica são utilizadas nos compósitos compostas abordados na última década: Com-
odontológicos com o objetivo principal de aumentar a resistên- posição, Propriedades, Fotoativação, Sensibili-
cia do material 11,12
. Materiais como quartzo, sílica coloidal, sílica dade Pós-Operatória, Alteração de Cor e Longe-
de vidro contendo bário, estrôncio e zircônia têm sido comumente vidade. Portanto, o objetivo da presente revisão
utilizados nos compósitos como diferentes tipos de partículas de é realizar uma análise da literatura sobre a cons-
carga inorgânica13,14. As características das partículas de carga, tituição dos compósitos resinosos disponíveis e
em particular o tamanho, serão utilizadas para classificar as resi- utilizados na Odontologia na última década.
nas compostas quanto à composição inorgânica . O formato das 6

partículas de carga varia entre formas irregulares ou esféricas, e MATERIAL E MÉTODOS


o tamanho das partículas varia de 10 µm até 0,005 µm . Essas di- 15

ferenças influenciam a rugosidade, o polimento, a resistência ao Para o levantamento das referências, foi utiliza-
desgaste, além de outras propriedades mecânicas como resistên- da a combinação dos termos “monomers”, “fil-
cia à tração e compressão 16-21
. ler”, “proportion”, “photoinitiator”, “canforoqui-
nona”, “BAPO”, “Lucirin”, “TPO”, “sílica”, “barium”,
As fases orgânica e inorgânica da resina composta são responsáveis “zircônia”, “nano”, “micro”, “hibrid” e “composite
pela ampla aplicabilidade clínica das resinas compostas; entretanto, resin”. Os artigos foram captados da platafor-
é necessário um agente promotor de união química entre esses com- ma PubMed e, após leitura do título e do resumo,
ponentes: o silano . A silanização deve envolver toda a superfície
22
restaram 50 artigos, lidos integralmente, sendo
das partículas inorgânicas, para promover melhora da propriedades 30 utilizados nessa revisão. Além disso, também
mecânicas, tais como resistência à flexão e à tração, tenacidade à foi feito o levantamento do perfil técnico dos fa-
fratura e aumentar o módulo de elasticidade . Além disso, a pre-
23,24
bricantes de 23 resinas compostas. Houve, ain-
sença do agente de união silano reduz a degradação por hidrólise, da, uma busca adicional utilizando contrarrefe-
evitando a penetração de água na interface carga/matriz22. rências, e os artigos que se encaixavam no perfil
do estudo foram utilizados. Os dados obtidos
Considerando a Odontologia adesiva e o histórico de desenvolvi- foram interpretados e discutidos, e os resulta-
mento dos compósitos resinosos, a resina composta fotopolime- dos, inseridos em tabela identificando e classifi-
rizável tem se tornado cada vez mais indicada e aplicada clini- cando a resina composta quanto ao tamanho e
camente. Contudo, para maior longevidade e previsibilidade dos tipo da partícula de carga, composição mono-
procedimentos, é importante conhecer a composição do mate- mérica e porcentagem do conteúdo inorgânico
rial. Essa é a primeira parte de seis temas relevantes sobre resinas em peso e volume (Tab. 1).

©Dental Press Publishing - J Clin Dent Res. 2019 Jan-Apr;16(1):45-56 47


Soares PV, Peres TS, Wobido AR, Machado AC Resinas compostas nos últimos 10 anos - Revisão da Literatura. Parte 1: composição química

Tabela 1:
Características de composição das resinas compostas de diferentes fabricantes.

PRODUTO FABRICANTE TIPO MATRIZ T


Filtek P60 3M ESPE, St. Paul, MN, EUA Híbrida Bis-GMA, Bis-EMA, UDMA
Filtek Z100 3M ESPE, St. Paul, MN, EUA Micro-híbrida Bis-GMA, TEGDMA
Filtek Z250 3M ESPE, St. Paul, MN, EUA Micro-híbrida Bis-GMA, Bis-EMA, UDMA

Filtek Z350 3M ESPE, St. Paul, MN, EUA Nanoparticulada Bis-GMA, Bis-EMA, UDMA, PEGDMA, TEGMA

Point 4 Kerr, Orange CA, EUA Microparticulada Bis-GMA, Bis-EMA, TEGDMA


Harmonize Kerr, Orange CA, EUA Nano-híbrida N.D.E.
3
Herculite Precis Kerr, Orange CA, EUA Nano-híbrida Bis-GMA / TEGMA

Bis-GMA
Beautifil II Shofu Inc, Kyoto, Japão Nano-híbrida
TEGMA

Palfique LX5 Tokuyama Dental, Tokyo, Japão Micro-híbrida Bis-GMA, TEGDMA

Ceram-X One Dentsply, Konstanz, Alemanha Nano-híbrida Bis-GMA, TEGDMA, UDMA

Esthet-X HD Dentsply, Milford, DE, EUA Nano-híbrida Bis-GMA, UDMA, Bis-EMA

Mosaic Ultradent, EUA Nano-híbrida Bis-GMA, Bis-PEGDMA, TEGDMA

Admira Nano-híbrida
VOCO GmbH, Cuchaven, Alemanha Bis-GMA, HEMA, UDMA, TEGDMA
Fusion Ormocer

Grandio VOCO GmbH, Cuchaven, Alemanha Nano-híbrida Bis-GMA, UDMA, TEGDMA

Charisma Classic Heraeus Kulzer, Hanau, Alemanha Micro-híbrida Bis-GMA, TEGDMA

Charisma
Heraeus Kulzer, Hanau, Alemanha Nano-híbrida TCD-DI-HEA, UDMA, TEGDMA
Diamond
Clearfil AP-X Kuraray Medical Inc., Okayama, Japão Micro-híbrida N.D.E.
Clearfil Majesty
Kuraray Medical Inc., Okayama, Japão Nano-híbrida Bis-GMA, TEDGMA, UDMA
Posterior

IPS EmpressDirect Ivoclar Vivadent, Schaan, Liechtenstein Nano-híbrida Bis-GMA, UDMA, TCDD

Tetric N-Ceram Ivoclar Vivadent, Schaan, Liechtenstein Nano-híbrida Bis-GMA, UDMA

Opallis FGM Produtos Odontológicos, Joinville, SC, Brasil Nanoparticulada Bis-GMA, Bis-EMA, TEDGMA, UDMA

Vitra APS FGM Produtos Odontológicos, Joinville, SC, Brasil Nanoparticulada Formulação livre de Bis-GMA e Bis-EMA
Luna SDI, Germany, GmbH Hansestrasse Nano-híbrida N.D.E.

Abreviações: DNE = dado não encontrado (informação técnica não citada na bula do produto, no site do fabricante e/ou em artigos); TCD-DI-HEA
(Ácido 2-propenóico(octa-hidro-4,7-metano-1H-indeno-5-di-il) -bis (metileno-quinoleiloxi-2,1-etanodi-il) éster); CQ (canforoquinona);

48 ©Dental Press Publishing - J Clin Dent Res. 2019 Jan-Apr;16(1):45-56


Soares PV, Peres TS, Wobido AR, Machado AC Resinas compostas nos últimos 10 anos - Revisão da Literatura. Parte 1: composição química

TAMANHO DE PARTÍCULA TIPO DE PARTÍCULA PESO% VOLUME% FOTOINICIADOR


0,01 – 3,5 µm Zircônia e sílica 83% 61% N.D.E.
0,01 – 3,5 µm Zircônia e sílica N.D.E. 66% N.D.E.
0,01 – 3,5 µm Zircônia e sílica 82% 60% N.D.E.
Sílica 0,02 µm/zircônia Partículas de nanoagregados de sílica /zircônia; clusters
78,5% 63,3% CQ/amina
0,004 – 0,011 µm agregados de sílica/zircônia
0,4 µm Vidro de bário e sílica 76% 57% N.D.E.
N.D.E. N.D.E. N.D.E. N.D.E. N.D.E.
30 – 50 µm / 0,02 – 0,05 µm / Partículas pré-polimerizadas / Nanopartículas de sílica /
78% 59% N.D.E.
(média 0,4 µm) Partículas híbridas (vidro de bário)
0,01 – 4,0 µm /
Preenchimento multifuncional de vidro e preenchimento de
(média 0,8 µm) 83,3% 68,6% N.D.E.
s-prg baseado em vidro de silicato de fluorboroalumínio
0,01 – 0,02 µm
0,1 – 0,3 µm (média 0,2 µm) Sílica / Partícula de zircônia 82% 71% CQ/amina-R.A.P
Polissiloxano modificado com metacrilato, vidro de bário-
1,2 – 1,6 µm 77% 55% N.D.E.
alumínio-borossilicato, nanopartículas de sílica
< 1,0 µm / 0,04 µm Nanopartículas de sílica, vidro de fluoborossilicato de bário 77% 60% N.D.E.
68%dentina
0,02 µm Vidro de cerâmica zircônia-sílica N.D.E. N.D.E.
56%esmalte

N.D.E. N.D.E. 84% N.D.E. N.D.E.

1 µm (cerâmicas) Vidro de cerâmica, dióxido de silício, óxido de ferro, dióxido


87% 71,4% N.D.E.
0,02-0,04 µm (SiO2) de titânio
Vidro de bário alumínio fluoretado, partículas
0,005 – 10 µm 78% 61% N.D.E.
pré-polimerizadas

0,005 – 20 µm Vidro de fluoreto de bário e alumínio 81% 64% N.D.E.

0,1 – 15 µm Vidro de bário / Sílica 86% 70% N.D.E.

0,02 – 1,5 µm Alumínio, vidro de cerâmica e bário 92% 82% N.D.E.

0,04 – 3µm Vidro de fluorossilicato de alumínio e bário, partículas de vidro CQ/amina + Lucirin
71,8% N.D.E.
(média 0,55 µm) de bário, óxido misto e copolímeros TPO
3,0 – 0,04 µm Vidro de bário, trifluoreto de itérbio, óxido misto e copolímeros 80-81% 55-57% N.D.E.
0,04 – 3,0 µm Vidro de bário-alumínio, silicato silanido, nanopartículas de 78,5%-
57%-58% CQ/amina
(média 0,5 µm) dióxido de silício 79,8%
0,2 µm Partículas de zircônia, sílica 72%-80% 52%-60% N.D.E.
0,04 – 1,5 µm N.D.E. 77,5% 61% N.D.E.

TPO (Óxido de trimetilbenzoil-difenilfosfina); Bis-GMA (bisfenol-A glicidil metacrilato); UDMA (uretano dimetacrilato); TEDGMA (trietileno glicol dimetacrilato); Bis-EMA
(glicidil dimetacrilato etoxilado); PEGDMA (dimetacrilato de polietilenoglicol); HEMA (metacrilato de hidroximetilo); TCDD (dimetacrilato de dimetanol triciclodecano).

©Dental Press Publishing - J Clin Dent Res. 2019 Jan-Apr;16(1):45-56 49


Soares PV, Peres TS, Wobido AR, Machado AC Resinas compostas nos últimos 10 anos - Revisão da Literatura. Parte 1: composição química

RESULTADOS conteúdo inorgânico, a composição mais encontrada é de partículas


de borossilicato, silicato de alumínio, silicato de lítio-alumínio, fluore-
A maior parte das resinas compostas é constituída to de itérbio, vidro de bário, estrôncio e zircônia. A canforoquinona é o
de monômeros diacrilatos aromáticos ou alifáticos. fotoiniciador mais presente e o MPTS é o silano mais encontrado nas
Os monômeros dimetacrilatos mais utilizados são resinas compotas. A Figura 1 apresenta a cronologia da evolução da
Bis-GMA, UDMA e o TEGDMA. Já em relação ao composição das resinas.

Adesão à
Resina com redução
Condicionamento dentina
de Canforoquinona
Compósitos ácido e adesão Novos fotoiniciadores
não aderidos ao esmalte Sistema de adesão
de 3, 2 e 1 frasco

1950 1960 1970 1980 1990 2000 2010 2018

Compósitos de
Compósitos
nanopartículas e
fluidos nanohíbridos
Compósitos de
Desenvolvimento Compósitos Compósitos Compósitos Compósitos
contração
original macroparticulados de partícula de partícula condensáveis baixa/controlada
e de ativação média média Compósitos híbridos LEDs Poliwave
química Compósitos
Compósitos de partículas
híbridos de
microparticulados pequenas
Autopolimerizáveis partícula
(polimerização média
Polimerização por
química) luz UV Polimerização por
luz visível (QTH,
PAC, laser e Led)

Figura 1:
Cronologia de desenvolvimento de compósitos odontológicos quanto aos monômeros, partículas de carga, tecnologias do sistema adesivo e de
ativação da fotopolimerização.

50 ©Dental Press Publishing - J Clin Dent Res. 2019 Jan-Apr;16(1):45-56


Soares PV, Peres TS, Wobido AR, Machado AC Resinas compostas nos últimos 10 anos - Revisão da Literatura. Parte 1: composição química

DISCUSSÃO ros, maior será a contração de polimerização e as


chances de infiltração marginal15,25.
Monômeros
Resinas à base de dimetacrilatos possuem diversas aplicações na Carga inorgânica
Odontologia Restauradora e, desde a sua introdução no mercado, As resinas compostas têm em sua composição cer-
pesquisas têm se concentrado em melhorar as formulações que usam ca de 30 a 70% em volume e 50 a 80% do seu peso
esses monômeros, para aumentar sua performance clínica9. En- em partículas de carga que são capazes de conferir
tre eles, o Bis-GMA tem sido o monômero mais utilizado na composi- às resinas compostas uma melhora em suas proprie-
ção das resinas compostas, pois sua cadeia longa e rígida, com du- dades químicas e físicas, tornando-as mais resisten-
plas ligações de carbonos, reativas nas extremidades, e seu extenso tes às condições diversas encontradas na cavidade
comprimento conferem menor tensão de contração, além dos anéis bucal. A maior quantidade de carga inorgânica pro-
aromáticos no centro serem capazes de gerar uma maior resistência. move melhoras na resistência à compressão, tração,
Devido à alta viscosidade, o Bis-GMA deve ser associado a outros módulos de elasticidade e de tenacidade. Para que
monômeros de baixo peso molecular, o que possibilita a incorpora- isso ocorra, o volume das resinas deve ser de aproxi-
ção de iniciadores, inibidores e partículas de carga; além de melhorar madamente 70% de partículas inorgânicas15.
a esculpibilidade da resina15,25.
O acréscimo de partículas de carga na matriz das
O TEGDMA é um monômero altamente flexível, de baixo peso mo- resinas compostas é capaz de amenizar os valores
lecular e baixa viscosidade; suas características contribuem para a de tensão de contração de polimerização, que fi-
alta mobilidade durante a polimerização, consequentemente geran- cam em torno de 1 a 4%; e, além disso, conferir um
do uma melhora na polimerização . No entanto, compósitos conten-
26
coeficiente de expansão térmica mais próximo ao
do grandes quantidades de TEGDMA podem contrair mais e, conse- do esmalte, assim diminuindo a tensão na interface
quentemente, gerar maior tensão de contração residual27. dente-resina15. Além disso, as partículas de carga
inorgânicas são capazes de interferir na viscosida-
Os monômeros mais utilizados como diluentes para o Bis-GMA são de, alterando significativamente as características
o dimetacrilato de etilenoglicol (EGDMA), o dimetacrilato de trieti- clínicas de manipulação do composto, além do
lenoglicol (TEGDMA) e o dimetacrilato de uretano (UDMA). Porém, a que o alto conteúdo de carga inorgânica é capaz
utilização de monômeros de baixo peso molecular resulta em uma de diminuir a sorção de água, tornando as resinas
maior contração de polimerização, diminuindo as vantagens do uso compostas menos suscetíveis ao desgaste abrasi-
do Bis-GMA e, em geral, quanto maior a utilização desses monôme- vo e ao manchamento15.

©Dental Press Publishing - J Clin Dent Res. 2019 Jan-Apr;16(1):45-56 51


Soares PV, Peres TS, Wobido AR, Machado AC Resinas compostas nos últimos 10 anos - Revisão da Literatura. Parte 1: composição química

Algumas partículas adicionadas à matriz — como (γ-metacriliox ipropiltrimetoxisilano), o OTMS (n-octiltrimetoxisilano), o


Ba, Sr, Zn e YbF3 — conferem às resinas compostas UDMS (3-[1,3(2)]-dimetacriloiloxipropil), RFO 2(3)-oxicarbonillamido]
graus de radiopacidade semelhantes ao esmal- propiltrietoxisilano), o GPS (γ-glicidoxipropil trimetoxisilano) e o ATES
te, fator que torna importante para o diagnóstico (organosilanos allitrietoxisilano)22. No entanto, grande parte das resi-
de cáries secundárias. As resinas compostas po- nas compostas utiliza agente silano MPTS, que promove a união entre
dem ser classificadas, de acordo com o tamanho as matrizes orgânica e inorgânica por meio da copolimerização, me-
de suas partículas, em: microparticuladas (0,01 a diante ligações covalentes e pontes de hidrogênio23,29. Estudos de-
0,1 μm), híbridas (0,01 a 10 μm) e nano-híbridas/na- monstraram que o aumento na concentração do silano (MPTS) levou
noparticuladas (0,001 a 0,1 μm) . As resinas com-15
a uma diminuição na viscosidade dos compósitos experimentais, e
postas classificadas como nano-híbridas possuem os compósitos com cargas silanizadas têm maior resistência à flexão
nanopartículas em compósitos do tipo híbrido, as quando comparados com as partículas de carga não silanizadas30.
quais podem “preencher” as regiões entre as par- Outro fator demonstrado foi o aumento da resistência à degrada-
tículas maiores, permitindo maiores frações volu- ção por hidrólise dos diferentes compósitos quando as partículas de
métricas de carga e reduzindo o encolhimento da carga foram tratadas com silano30. A utilização em compósitos na-
polimerização23. Segundo alguns estudos, a adição noparticulados tem demonstrado melhores propriedades mecânicas
de partículas menores proporciona maior resistên- e físicas, devido à presença de uma maior quantidade de partículas
cia ao desgaste, maior longevidade do polimento, inorgânicas e, consequentemente, maior superfície para a adesão
além de menor grau de contração de polimeriza- das moléculas de silano12,23. No geral, o tratamento das partículas de
ção, gerando menor acúmulo de placa e melhor carga inorgânica com silano MPTS é capaz de melhorar a resistência
estabilidade de cor, resultando em uma maior lon- à flexão dos compósitos e a resistência à degradação por hidrólise30.
gevidade das restaurações15,28.
Fotoiniciador e inibidor
Agente de união As resinas compostas têm como principal fotoiniciador a dicetona,
A efetiva união entre as partes inorgânica e orgâ- canforoquinona associada a um agente redutor, podendo ser uma
nica por meio da utilização de silano tem demons- amina terciária, que é responsável pela produção de íons radicais que,
trado uma diminuição na degradação e fraturas, após a exposição à luz visível no comprimento de onda 400-500nm,
e melhora na distribuição de tensão nas resinas dá início à polimerização31. Esse tipo de sistema tem uma boa aceita-
compostas23. Diversos tipos de silanos podem ser ção e, por isso, ainda é bastante utilizado. Porém, a canforoquinona
utilizados na formulação dos compósitos odonto- apresenta algumas pequenas desvantagens, como sua característica
lógicos. Entre eles, os mais estudados são o MPTS amarelada32 e a presença do grupamento alfa-dicetona, que possui

52 ©Dental Press Publishing - J Clin Dent Res. 2019 Jan-Apr;16(1):45-56


Soares PV, Peres TS, Wobido AR, Machado AC Resinas compostas nos últimos 10 anos - Revisão da Literatura. Parte 1: composição química

um pico de absorção no alcance da luz ambiente (lâmpadas fluo- aumento na concentração de hidroxitolueno buti-
rescentes e refletores). Nesse último caso, pode ocorrer um rápido lado (de 0,05 a 1,0%) é capaz de diminuir a taxa de
início da fotopolimerização e causar um curto tempo de trabalho . 33
acúmulo de estresse, sem causar uma diminuição
Atualmente, existem outros fotoiniciadores que são adicionados para significativa no grau de conversão final42. Contudo,
solucionar esses problemas, e que têm mostrado maior grau de con- estudos utilizando altas concentrações de canfo-
versão, quando comparados ao sistema canforoquinona/amina ter- roquinona e hidroxibutilado (1,5%) demonstraram
ciária34,35. Esses sistemas são compostos da adição de Lucirin TPO, alto grau de conversão, além de permitir um lento e
que possui como característica a cor menos amarelada, sendo indi- gradual acúmulo de tensão de contração durante
cados principalmente para resinas compostas para dentes clareados a polimerização43.  
e de maior translucidez36. O espectro de absorção do Lucirin TPO se
estende de 380 nm até aproximadamente 425nm37. Quando o princi- Propriedades ópticas
pal sistema fotoiniciador de uma resina composta não é a canforo- As melhorias nas resinas compostas não só ocor-
quinona, a ativação do sistema iniciador tem uma absorção de luz reram nas características mecânicas, mas também
além do comprimento de onda do LED azul; entretanto, como alguns nas ópticas44. Entre essas evoluções destaca-se
fabricantes não mencionam as especificações do iniciador usado em a redução no tamanho das partículas, que é ca-
seus produtos, é difícil prever a adequada fotoativação de todos os paz de possibilitar melhores propriedades ópticas,
tipos de resinas compostas .
38-40
tanto em compostos nanoparticulados quanto
híbridos45. Uma vez que a formulação da resina
Nas resinas compostas ainda são encontradas pequenas quantida- composta influencia as propriedades ópticas46,
des de hidroxitolueno butilado (aproximadamente 0,01% em peso), materiais contendo diferentes formulações de mo-
que atua na prevenção da polimerização prematura e no prolonga- nômeros também podem apresentar diferenças
mento da vida útil da resina, levando a um material mais estável .41
de cor e translucidez.47 A alteração da quantidade
No entanto, a adição desse componente também é capaz de afetar de Bis-GMA utilizada na composição das resinas
a polimerização das resinas compostas, manter mais lenta de poli- compostas é um fator que contribui para a translu-
merização e prolongar a fase pré-gel. Isso irá promover a disposição cidez dos compósitos, podendo ser uma alternati-
molecular das cadeias poliméricas, dissipar as tensões formadas e, va para o ajuste da translucidez48.
após todas as moléculas de hidroxitolueno butilado serem consumi-
das, a reação irá acelerar, promovendo o aumento das cadeias poli- Ao selecionarmos a cor de uma resina composta,
méricas . Dessa forma, irá ocorrer a formação de um material rígido
42
devemos ter em mente que a transmissão de luz
e resistente à deformação plástica. Estudos têm demonstrado que o através de tons mais escuros é reduzida, devido

©Dental Press Publishing - J Clin Dent Res. 2019 Jan-Apr;16(1):45-56 53


Soares PV, Peres TS, Wobido AR, Machado AC Resinas compostas nos últimos 10 anos - Revisão da Literatura. Parte 1: composição química

à maior opacidade, em comparação com tons COMPOSITE RESIN IN THE LAST 10 YEARS -
mais claros, devendo-se tomar cuidado no mo- LITERATURE REVIEW. PART 1: CHEMICAL COMPOSITION
mento da fotoativação e na espessura dos incre-
mentos49. Deve-se atentar, também, que a seleção ABSTRACT
de cor por meio de escalas pré-fabricadas deve
ser evitada, pois em uma mesma marca e cor de Introduction: This is the first article of a series of six manuscripts
resina haverá diferentes tonalidades, podendo in- about composite resins. Composite resins composition influence on
troduzir o erro no processo de seleção de cor. Por their physico-chemical properties and increased survive rates of their
isso, a confecção de guias personalizados auxilia clinical application in dentistry. Objectives: The purpose of this review
na resolução desses problemas . 50
was to perform a literature review about the main components found
in composite resins and their clinical influence in the restorative pro-
CONCLUSÃO cess. Methods: A search using several terms was performed on the
PubMed database and, after reading the title and abstract, 50 articles
É possível observar que há uma grande varia- were selected. These were read in full and 30 were used in this review.
ção na quantidade de compostos utilizados nas There was also a search in the references of the selected articles. The
resinas compostas, que são capazes de alterar manufacturer’s technical profile was analyzed for 23 different com-
as propriedades mecânicas e físicas. Portanto, é posite resins. Results: The most of the composite resins are composed
necessário que os fabricantes disponibilizem de of diacrylate monomers (Bis-GMA, UDMA, TEGDMA); zirconium, silica
forma clara os componentes presentes nas resi- and barium-based are the most cited inorganic particles; and cam-
nas compostas, para que haja uma correta apli- phorquinone was the most used photoinitiator. Conclusion: The im-
cação clínica. provements involving components such as organic matrix, inorganic
matrix, bonding agent, photoinitiator and inhibitors provided an im-
provement in the aesthetic quality of the composite resins, which led
to their popularization. The composition of the resins is variable and
directly interferes with their mechanical and physical properties, also
influencing the quality and clinical success of the restorative treatment.
Therefore, it is important that this information is clear and available by
the manufacturers for the correct clinical application of the material.

KEYWORDS: Composite resin. Composition. Composites.

54 ©Dental Press Publishing - J Clin Dent Res. 2019 Jan-Apr;16(1):45-56


Soares PV, Peres TS, Wobido AR, Machado AC Resinas compostas nos últimos 10 anos - Revisão da Literatura. Parte 1: composição química

REFERÊNCIAS
1. Bowen RL. Properties of a silica-reinforced polymer for dental restorations. J Am Dent Assoc. 1963 23. Wilson KS, Zhang K, Antonucci JM. Systematic variation of interfa-
Jan;66:57-64. cial phase reactivity in den-tal nanocomposites. Biomaterials. 2005
Sept;26(25):5095-103.
2. Jackson RD, Morgan M. The new posterior resins and a simplified placement technique. J Am Dent
Assoc. 2000 Mar;131(3):375-83. 24. Wilson KS, Allen AJ, Washburn NR, Antonucci JM. Interphase effects in
dental nanocompo-sites investigated by small-angle neutron scattering.
3. Leinfelder KF, Sluder TB, Sockwell CL, Strickland WD, Wall JT. Clinical evaluation of com-posite resins
J Biomed Mater Res A. 2007 Apr;81(1):113-23.
as anterior and posterior restorative materials. J Prosthet Dent. 1975 Apr;33(4):407-16.
25. Peutzfeldt A. Resin composites in dentistry: the monomer systems. Eur J
4. Powers JM, Fan PL, Raptis CN. Color stability of new composite restorative materials under accelerated
Oral Sci. 1997 Apr;105(2):97-116.
aging. J Dent Res. 1980 Dec;59(12):2071-4.
26. Sideridou ID, Karabela MM, Vouvoudi E. Dynamic thermomechanical
5. Terry DA. Direct applications of a nanocomposite resin system: Part 1--The evolution of con-temporary
properties and sorption characteristics of two commercial light cured
composite materials. Pract Proced Aesthet Dent. 2004 July;16(6):417-22.
dental resin composites. Dent Mater. 2008 June;24(6):737-43.
6. Ferracane JL. Resin composite--state of the art. Dent Mater. 2011 Jan;27(1):29-38.
27. Goncalves F, Pfeifer CS, Ferracane JL, Braga RR. Contraction stress
7. Bayne SC, Heymann HO, Swift EJ Jr. Update on dental composite restorations. J Am Dent As-soc. 1994 determinants in dimethac-rylate composites. J Dent Res. 2008
Jun;125(6):687-701. Apr;87(4):367-71.

8. Lutz F, Phillips RW. A classification and evaluation of composite resin systems. J Prosthet Dent. 1983 28. Ensaff H, O’Doherty DM, Jacobsen PH. Polymerization shrinkage of dental
Oct;50(4):480-8. composite resins. Proceedings of the Institution of Mechanical Engineers
Part H. J Engineering Med. 2001;215(4):367-75.
9. Gajewski VE, Pfeifer CS, Froes-Salgado NR, Boaro LC, Braga RR. Monomers used in resin composites:
degree of conversion, mechanical properties and water sorption/solubility. Braz Dent J. 2012;23(5):508- 29. Matinlinna JP, Lassila LV, Vallittu PK. The effect of five silane coupling
14. agents on the bond strength of a luting cement to a silica-coated titani-
um. Dent Mater. 2007 Sep;23(9):1173-80.
10. Asmussen E, Peutzfeldt A. Influence of UEDMA Bis-GMA and TEGDMA on selected mechanical proper-
ties of experimental resin composites. Dent Mater. 1998 Jan;14(1):51-6. 30. Karmaker A, Prasad A, Sarkar NK. Characterization of adsorbed silane on
fillers used in dental composite restoratives and its effect on composite
11. Schneider LF, Cavalcante LM, Prahl SA, Pfeifer CS, Ferracane JL. Curing efficiency of dental resin com-
properties. J Mater Sci Mater Med. 2007 June;18(6):1157-62.
posites formulated with camphorquinone or trimethylbenzoyl-diphenyl-phosphine ox-ide. Dent Mater.
2012 Apr;28(4):392-7. 31. Visible light-cured composites and activating units. Council on Dental
Materials, Instruments, and Equipment. J An Dent Assoc. 1985;110(1):100-2.
12. Wilson KS, Antonucci JM. Interphase structure-property relationships in thermoset dimethacry-late
nanocomposites. Dent Mater. 2006 Nov;22(11):995-1001. 32. Janda R, Roulet JF, Kaminsky M, Steffin G, Latta M. Color stability of resin
matrix restorative materials as a function of the method of light activa-
13. Chen MH. Update on dental nanocomposites. J Dent Res. 2010 June;89(6):549-60.
tion. Eur J Oral Sci. 2004 June;112(3):280-5.
14. Schneider LF, Cavalcante LM, Silikas N. Shrinkage stresses generated during resin-composite applica-
33. Ikemura K, Ichizawa K, Jogetsu Y, Endo T. Synthesis of a novel cam-
tions: a review. J Dent Biomech. 2010;2010:131630.
phorquinone derivative having acylphosphine oxide group, characteri-
15. Anusavice KJ, Shen C, Rawls HR. Phillips: materiais dentários. Rio de Janeiro: Elsevier; 2013. 592 p. zation by UV-VIS spectroscopy and evaluation of photopolymerization
performance. Dent Mater J. 2010 Mar;29(2):122-31.
16. Stoddard JW, Johnson GH. An evaluation of polishing agents for composite resins. J Prosthet Dent. 1991
Apr;65(4):491-5. 34. Leprince JG, Hadis M, Shortall AC, Ferracane JL, Devaux J, Leloup G, et
al. Photoinitiator type and applicability of exposure reciprocity law in
17. Berastegui E, Canalda C, Brau E, Miquel C. Surface roughness of finished composite resins. J Prosthet
filled and unfilled photoactive resins. Dent Ma-ter. 2011 Feb;27(2):157-64.
Dent. 1992 Nov;68(5):742-9.
35. Miletic V, Santini A. Micro-Raman spectroscopic analysis of the degree of
18. Lang BR, Jaarda M, Wang RF. Filler particle size and composite resin classification systems. J Oral
conversion of com-posite resins containing different initiators cured by
Rehabil. 1992 Nov;19(6):569-84.
polywave or monowave LED units. J Dent. 2012 Feb;40(2):106-13.
19. Jaarda MJ, Lang BR, Wang RF, Edwards CA. Measurement of composite resin filler particles by using
36. Arikawa H, Takahashi H, Kanie T, Ban S. Effect of various visible light
scanning electron microscopy and digital imaging. J Prosthet Dent. 1993 Apr;69(4):416-24.
photoinitiators on the polymerization and color of light-activated resins.
20. Figueiredo Reis A, Giannini M, Ambrosano GM, Chan DC. The effects of filling techniques and a Dent Mater J. 2009 Jul;28(4):454-60.
low-viscosity composite liner on bond strength to class II cavities. J Dent. 2003 Jan;31(1):59-66.
37. Santini A, Gallegos IT, Felix CM. Photoinitiators in dentistry: a review. Prim
21. Takanashi E, Kishikawa R, Ikeda M, Inai N, Otsuki M, Foxton RM, et al. Influence of abrasive particle size Dent J. 2013 Oct;2(4):30-3.
on surface properties of flowable composites. Dent Mater J. 2008 Nov;27(6):780-6.
38. Price RB, Felix CA. Effect of delivering light in specific narrow bandwidths
22. Sideridou ID, Karabela MM. Effect of the amount of 3-methacyloxypropyltrimethoxysilane coupling from 394 to 515nm on the micro-hardness of resin composites. Dent
agent on physical properties of dental resin nanocomposites. Dent Mater. 2009 Nov;25(11):1315-24. Mater. 2009 July;25(7):899-908.

©Dental Press Publishing - J Clin Dent Res. 2019 Jan-Apr;16(1):45-56 55


Soares PV, Peres TS, Wobido AR, Machado AC Resinas compostas nos últimos 10 anos - Revisão da Literatura. Parte 1: composição química

39. Kramer N, Lohbauer U, Garcia-Godoy F, Frankenberger R. Light curing of resin-based compo-sites in the
LED era. Am J Dent. 2008 June;21(3):135-42.

40. Correr AB, Sinhoreti MA, Correr Sobrinho L, Tango RN, Schneider LF, Consani S. Effect of the increase
of energy density on Knoop hardness of dental composites light-cured by conven-tional QTH, LED and
xenon plasma arc. Braz Dent J. 2005;16(3):218-24.

41. Phillips AK. Science of dental materials. St. Louis: Saunders; 2003.

42. Braga RR, Ferracane JL. Contraction stress related to degree of conversion and reaction kinet-ics. J Dent
Res. 2002 Feb;81(2):114-8.

43. Nassar H, Chu TM, Platt J. Optimizing light-cured composite through variations in camphor-quinone and
butylhydroxytoluene concentrations. Braz Oral Res. 2016 May 20;30(1). pii: S1806-83242016000100256.

44. Dietschi D, Dietschi JM. Current developments in composite materials and techniques. Pract Periodontics
Aesthet Dent. 1996 Sept;8(7):603-13; quiz 614.

45. Mikhail SS, Schricker SR, Azer SS, Brantley WA, Johnston WM. Optical characteristics of contemporary
dental composite resin materials. J Dent. 2013 Sept;41(9):771-8.

46. Lehtinen J, Laurila T, Lassila LV, Vallittu PK, Räty J, Hernberg R. Optical characterization of bisphe-
nol-A-glycidyldimethacrylate-triethyleneglycoldimethacrylate (Bis-GMA/TEGDMA) monomers and
copolymer. Dent Mater. 2008 Oct;24(10):1324-8.

47. Mikhail SS, Azer SS, Johnston WM. Accuracy of Kubelka-Munk reflectance theory for dental resin com-
posite material. Dent Mater. 2012 July;28(7):729-35.

48. Azzopardi N, Moharamzadeh K, Wood DJ, Martin N, van Noort R. Effect of resin matrix com-position on
the translucency of experimental dental composite resins. Dent Mater. 2009 Dec;25(12):1564-8.

49. Yu B, Lee YK. Influence of color parameters of resin composites on their translucency. Dent Mater. 2008
Sept;24(9):1236-42.

50. Wieder S. Custom shade guide system for composite resins. J Esthet Dent. 1990 Jan-Feb;2(1):10-2.

Como citar: Soares PV, Peres TS, Wobido AR, Machado AC. Composite resin in
the last 10 years - Literature Review. Part 1: Chemical composition. J Clin Dent
Res. 2019 Jan-Apr;16(1):45-56.

Enviado em: 18/10/2018 - Revisado e aceito: 13/12/2018

Endereço para correspondência: Paulo Vinícius Soares


Av. Pará, 1720 - Jd. Umuarama, Uberlândia/MG
E-mail: paulovsoares@yahoo.com.br

Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade


ou financeiros que representem conflito de interesse nos produtos e companhias
descritos nesse artigo.

56 ©Dental Press Publishing - J Clin Dent Res. 2019 Jan-Apr;16(1):45-56

Você também pode gostar