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15/12/2020 RELVOTO

Poder Judiciário
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4ª REGIÃO
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM APELAÇÃO/REMESSA
NECESSÁRIA Nº 5013785-49.2016.4.04.7108/RS
RELATOR: JUIZ FEDERAL ALCIDES VETTORAZZI
EMBARGANTE: UNIÃO - FAZENDA NACIONAL (INTERESSADO)

RELATÓRIO

Trata-se de embargos de declaração opostos pela UNIÃO -


FAZENDA NACIONAL contra acórdão proferido por esta 2ª Turma,
assim ementado:

TRIBUTÁRIO. MANDADO DE SEGURANÇA. LEI N º 11.196/2005.


INCENTIVO FISCAL. DESPESAS OPERACIONAIS COM
PESQUISA TECNOLÓGICA E DESENVOLVIMENTO DE
INOVAÇÃO TECNOLÓGICA. DEDUÇÃO DO LUCRO
LÍQUIDO. DISTRIBUIÇÃO DE LUCROS. INCLUSÃO NA BASE DE
CÁLCULO. POSSIBILIDADE.

1. O incentivo fiscal previsto na Lei nº 11.196/2005 permite a


dedução do lucro líquido dos dispêndios com pesquisa tecnológica e
desenvolvimento de inovação tecnológica classificáveis como
despesas operacionais (artigo 17).

2. É ilegal a restrição criada pela IN RFB nº 1.187/2011, a qual


permite a inclusão, para fins do benefício fiscal instituído pela Lei nº
11.196/2005, somente dos valores pagos como salários e encargos
sociais aos trabalhadores envolvidos nos projetos e pesquisas
tecnológicas.

3. Os valores pagos a pesquisadores e demais trabalhadores


envolvidos em projetos de pesquisa e no desenvolvimento de
inovações tecnológicas a título de participação nos lucros pode ser
computado como despesa operacional e deduzido do lucro líquido, na
forma da legislação.

A embargante aduz que há omissões no acórdão,


porquanto não houve pronunciamento quanto a alegações suscitadas na
apelação. Alega que os valores pagos a título de participação nos
lucros aos trabalhadores envolvidos em projetos de inovação
tecnológica não têm relação direta com pesquisa tecnológica e
desenvolvimento de inovação tecnológica – exigência da Lei
11.196/2005 –, já que os lucros não decorrem necessariamente de P&D.
No caso, esses pagamentos em nada diferem da verba recebida pelos
demais empregados da empresa. Requer o saneamento pelo
enfrentamento das questões apontadas.

https://eproc.trf4.jus.br/eproc2trf4/controlador.php?acao=acessar_documento_publico&doc=41510248393917212021671914324&evento=490&k… 1/2
15/12/2020 RELVOTO

É o relatório.

VOTO

De acordo com o disposto no art. 1.022 do novo CPC,


cabem embargos de declaração contra qualquer decisão judicial, para: I -
esclarecer obscuridade ou eliminar contradição; II - suprir omissão de
ponto ou questão sobre o qual devia se pronunciar o juiz de ofício ou a
requerimento; e III - corrigir erro material.

No caso dos autos, o acórdão embargado não padece de


qualquer obscuridade, omissão, contradição ou erro material, porquanto
o voto condutor examinou devidamente a matéria posta em discussão.

Constata-se, em verdade, que o que pretende a embargante


é a rediscussão dos fundamentos da decisão prolatada por esta Turma, o
que é vedado na via estreita dos embargos de declaração.

Despicienda, por outro lado, a teor do disposto no art.


1.025 do novo Codex, a oposição de embargos de declaração com a
finalidade específica de prequestionamento, porquanto este está
implícito no julgamento efetuado.

Ante o exposto, voto por rejeitar os embargos de


declaração.

Documento eletrônico assinado por ALCIDES VETTORAZZI, Juiz Federal Convocado,


na forma do artigo 1º, inciso III, da Lei 11.419, de 19 de dezembro de 2006 e Resolução TRF
4ª Região nº 17, de 26 de março de 2010. A conferência da autenticidade do documento está
disponível no endereço eletrônico http://www.trf4.jus.br/trf4/processos/verifica.php, mediante
o preenchimento do código verificador 40000177373v4 e do código CRC 359d139c.

Informações adicionais da assinatura:


Signatário (a): ALCIDES VETTORAZZI
Data e Hora: 09/11/2017 15:38:14

5013785-49.2016.4.04.7108 40000177373 .V4

https://eproc.trf4.jus.br/eproc2trf4/controlador.php?acao=acessar_documento_publico&doc=41510248393917212021671914324&evento=490&k… 2/2

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