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A Pessoa de Jesus No Antigo Testamento - CPAD PDF
A Pessoa de Jesus No Antigo Testamento - CPAD PDF
A PESSOA DE JESUS
NO
ANTIGO TESTAMENTO
ÍNDICE
Dedicatória.
Prefácio.
Introdução.
1. A divindade de Jesus.
2. A santidade de Jesus.
3. A eternidade de Jesus.
4. A onipotência de Jesus.
5. O senhorio de Jesus.
6. A encarnação de Jesus.
7. A humanidade de Jesus.
8. A submissão de Jesus.
9. Os sofrimentos de Jesus.
Conclusão.
Dedicatória
À minha querida e abnegada esposa, Lenira Lopes Rodrigues, que soube
compreender as muitas horas subtraídas do nosso convívio, e sempre me
estimulou a escrever, dedico este livro.
"Porque com grande veemência convencia publicamente os judeus,
provando por meio das Escrituras que o Cristo [O Messias] é Jesus".
At 18.28.
Prefácio
Não Jesus, o homem, mas Jesus Cristo, o Verbo de Deus, um com o Pai de
quem falam e para quem apontam todas as escrituras do Antigo como do
Novo Testamento - é, e precisa continuar sendo, a pedra fundamental de
nossa fé e de nossa esperança. Judas fala, em sua carta, a respeito daqueles
que negam "o único dominador e Senhor nosso Jesus Cristo”. João, em sua
primeira epístola, põe, como primeira pedra de toque para aferir a
genuinidade de nossa fé e vida no Evangelho, e aceitação da divindade do
Verbo feito carne.
M. Porto Filho
INTRODUÇÃO
Myer Pearlman, biografado por Lawrence Olson, recordava que nos seus
dias de estudante, na Escola Hebraica, os alunos compravam a Bíblia,
como nós a temos, e arrancavam o Novo Testamento do livro, pois não lhes
era permitido lê-lo, por ser considerado espúrio. Todavia, alguém já disse, e
com muita razão, que o Novo Testamento está para o Antigo Testamento
assim como a flor está para o seu botão. O Novo Testamento é uma linda
rosa, cujas pétalas estão engastadas na corola do Antigo Testamento.
Portanto, se esses alunos israelitas tivessem tido a curiosidade de ler o
Novo Testamento, comparando-o com as profecias messiânicas, chegariam,
inevitavelmente, à conclusão de que o Messias prometido, é, de fato, Jesus
de Nazaré. Ele mesmo censurou a incredulidade dos judeus a seu respeito,
dizendo: "Examinais as Escrituras porque cuidais ter nelas a vida eterna e
são elas mesmas que testificam de mim", Jo 5.39. E, nas páginas que
seguem, o leitor israelita ou não-israelita vai constatar que esta declaração
de Jesus é uma pura realidade. Se isto acontecer, nós nos sentiremos
recompensado.
"Dizei aos desalentados de coração: Sede fortes e não temais. Eis o vosso
Deus. A vingança vem, a retribuição de Deus", Is 35.4.
Entretanto, quando diz: "Ele vem e vos salvará" está implícita a salvação
eterna da alma, garantida aos que crerem nele como seu Salvador. Ele diz:
"... portanto não há Salvador senão eu", Os 13.4.
O DEUS SALVADOR
Quando diz: "ele vos salvará", é mais uma alusão à restauração nacional de
Israel, se bem que pode referir-se à salvação espiritual de todos quantos o
aceitarem como seu Messias e Salvador.
Esta condição de Salvador foi revelada pelo próprio Senhor Jesus, 730 anos
antes de sua encarnação, quando disse: "Olhai para mim e sereis salvos,
vós, todos os termos da terra; porque eu sou Deus e não há outro", Is 45.22.
O DEUS ÚNICO
"Porque assim diz o Senhor que criou os céus, o único Deus, que formou a
terra, que a fez e a estabeleceu; que não a fez para ser um caos, mas para
ser habitada: Eu sou o Senhor e não há outro", Is 45.18.
Em Isaías 44.6 lemos: "Assim diz o Senhor, Rei de Israel, seu Redentor, o
Senhor dos Exércitos: Eu sou o primeiro, e eu sou o último, e além de mim
não há Deus".
O DEUS ADORÁVEL
"Vinde, adoremos e prostremo-nos; ajoelhemos diante do Senhor que nos
criou. Ele é o nosso Deus..,", SI 95.6,7.
"Eis que o Senhor Deus virá com poder, e o seu braço dominará; eis que o
seu galardão está com ele, e diante dele a sua recompensa", Is 40.10.
O salmo 45, escrito por um dos filhos de Core, parece homenagear o rei
Salomão pelo seu colóquio nupcial com a filha de Faraó. Isto se depreende
das seguintes expressões: "Ao rei consagro o que compus... Ouve, filha; vê,
dá atenção; esquece o teu povo e a casa de teu pai. Então o rei cobiçará a
tua formosura", SI 45.1,10,11.
Um rei que será louvado para todo o sempre não pode ser mero homem.
Daí deduzimos que o salmista, enquanto exaltava o rei Salomão, estava
sendo divinamente inspirado para se referir ao Messias, nosso Rei Jesus.
Estas palavras deixam fora de qualquer dúvida que o rei aqui referido é
realmente divino. E no Novo Testamento, somos informados de que esse
Rei divino é o Messias Jesus: "Mas, acerca do Filho diz: o teu trono, ó
Deus, é para todo o sempre; o cetro do teu reino é o cetro da equidade", Hb
1.8.
2
A SANTIDADE DE JESUS
"Ele foi oprimido, mas não abriu a sua boca: como cordeiro foi levado ao
matadouro, e, como ovelha muda perante os seus tosquiadores, ele não
abriu a sua boca", Is 53.7.
O CORDEIRO IMACULADO
Assim sendo, Ele é apresentado pelo profeta, nos seguintes termos: "Ele
verá o fruto do penoso trabalho de sua alma, e ficará satisfeito; o meu
servo, o justo, com o seu conhecimento justificará a muitos, porque as
iniqüidades deles levará sobre si", Is 53.11.
"E puseram a sua sepultura com os ímpios e com o rico esteve na sua
morte; porquanto nunca fez injustiça, nem engano houve em sua boca", Is
53.9.
"Pois não deixarás a minha alma na morte, nem permitirás que o teu santo
veja a corrupção", SI 16.10.
É possível que Davi, ao escrever estas palavras, estivesse pensando ser ele
mesmo a pessoa aqui referida. Entretanto, elas não se cumpriram nele,
porque, na realidade, sua alma foi deixada na morte até o dia de hoje, e ele
viu a corrupção, no sentido de ter sido pecador como qualquer um de nós.
Quem é, pois, essa pessoa? O apóstolo Pedro em seu célebre sermão
proferido no dia de Pentecoste, falando sobre isso disse: "Porque a respeito
dele diz Davi... não deixarás a minha alma na morte, nem permitirás que o
teu santo veja a corrupção", At 2.25-28.
Daí concluímos que Davi, ao escrever estas palavras inspirado pelo Espírito
Santo, previu a ressurreição e a santidade do Messias Jesus, cuja alma
realmente não foi deixada na morte, nem Ele viu a corrupção, visto que
nunca pecou.
"Farei conhecido o meu santo nome no meio do meu povo Israel, e nunca
mais deixarei profanar o meu santo nome; e as nações saberão que eu sou o
Senhor, o Santo de Israel", Ez 39.7. Veja ainda os seguintes textos: Jó 6.10;
SI 71.22; SI 78.41; Is 1.4; 5.19; 30.11; 60.9; 60.14; Jr 51.5 e He 3.3.
3
A ETERNIDADE DE JESUS
"Beijai o Filho, para que não se irrite, e não pereçais no caminho; porque
dentro em pouco se lhe inflamará a ira. Bem-aventurados os que nele se
refugiam", SI 2.12.
O FILHO ETERNO
Esse sacerdote eterno é Jesus Cristo, pois, o autor da epístola aos hebreus,
falando a respeito dele, declara: "Assim também Cristo a si mesmo não se
glorificou para se tornar sumo sacerdote, mas aquele que lhe disse: Tu és
meu Filho, eu hoje te gerei; como em outro lugar também diz: tu és
sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque", Hb 5.5,6;
6.20; 7.17 e 21.
Em Hebreus 7.3, ele é descrito do seguinte modo: "... sem pai, sem mãe,
sem genealogia, que não teve princípio de dias, nem fim de existência".
O PRIMEIRO E O ÚLTIMO
"Assim diz o Senhor, Rei de Israel, seu Redentor, o Senhor dos Exércitos:
Eu sou o primeiro, e eu sou o último, além de mim não há Deus", Is 44.6.
O PAI DA ETERNIDADE
"Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre
os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte,
Pai da Eternidade, Príncipe da Paz", Is 9.6.
O profeta, falando por inspiração divina, prevê um evento que se daria 730
anos mais tarde, e descreve-o como se já fosse realizado. Diz ele: "um
menino nos nasceu, um filho se nos deu".
"Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre
seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso, Conselheiro, Deus forte, Pai
da eternidade, Príncipe da paz", Is 9.6.
O DEUS FORTE
Ele não é um "deus" fictício como Baal, impotente para operar. Os quatro
evangelhos revelam que o Messias Jesus através dos seus incontáveis
milagres realizados demonstrou de maneira insofismável ser realmente o
Deus Forte.
O PODEROSO DE JACÓ
"Mamarás o leite das nações, e te alimentarás ao peito dos reis; saberás que
eu sou o Senhor, o teu Redentor, o teu Salvador, o poderoso de Jacó", Is
60.16.
Estas expressões podem significar também, que o Messias Jesus está pronto
para resgatar do cativeiro do pecado e salvar da condenação eterna, todo
israelita ou não-israelita que o aceitar como o seu Messias e Salvador.
Em Isaías 28.5, o Messias aparece como "o Senhor dos exércitos", que no
dia milenal, será a coroa de glória e o formoso diadema para o
remanescente do seu povo.
"A glória desta última casa será maior do que a da primeira, diz o Senhor
dos exércitos; e neste lugar darei a paz, diz o "Senhor dos exércitos", Ag
2.9.
É verdade que "a última casa" aqui referida, é o segundo templo, construído
sob a liderança de Zorobabel, segundo o decreto do rei Ciro da Pérsia em
536 a.C. A "primeira casa" foi o templo de Salomão destruído em 587 a.C,
por ordem de Nabucodonosor. Entretanto, quando diz: "... e neste lugar
darei a paz", refere-se àquela paz tão suspirada pelos judeus, a qual será
dada pelo Messias, o Príncipe da Paz. Logo, Ele é o "Senhor dos exércitos",
aqui mencionado.
"Sabereis que estou no meio de Israel, e que Eu sou o Senhor vosso Deus; e
não há outro", Jl 2.27.
Vejamos o que mais diz Ele a respeito de si mesmo: "As nações saberão
que Eu sou o Senhor que santifico a Israel, quando o meu santuário estiver
para sempre no meio deles", Jr 37.28.
"Eis que vêm dias, diz o Senhor, em que levantarei a Davi um renovo justo;
e, rei que é, reinará e agirá sabiamente, e executará juízo e justiça sobre a
terra. Nos seus dias Judá será salvo, e Israel habitará seguro. Será este o
nome como que será chamado: Senhor justiça nossa", Jr 23.5,6.
O SENHOR ESPERADO
Temos aqui uma declaração profética das mais alentadoras para o povo
judeu, porque revela a profunda esperança na vinda do Messias. Realmente,
Deus tem escondido o seu rosto da casa de Israel, pois há quase dois mil
anos Israel não recebe nenhuma comunicação profética, nem jamais
receberá qualquer revelação dessa natureza enquanto estiver em
desobediência. Apesar disso, o povo judeu tem sido ensinado, através de
sucessivas gerações, a esperar pelo seu Messias. Ele é, portanto, no texto
acima, o "Senhor", que esconde o seu rosto da casa de Jacó.
A expressão "o Anjo da Aliança", bem como "o Anjo de Jeová", tem sido
freqüentemente entendida pelos teólogos como uma referência ao Messias.
Daí se conclui que Ele é o aludido Senhor que repentinamente virá ao seu
templo. O próprio Messias confirmando a promessa da sua vinda para
reinar em Jerusalém, faz a seguinte proclamação: "Canta e exulta, ó filha de
Sião, porque eis que venho e habitarei no meio de ti, diz o Senhor", Zc
2.10.
Já que este varão que há de julgar o mundo com justiça é o Messias, Ele é
mencionado acima como o "Senhor que vem".
"O Senhor será rei sobre a terra, e naquele dia um só será o Senhor, e um só
será o seu nome", Zc 14.9. A expressão "naquele dia", encontrada
abundantemente na literatura profética, indica o dia milenal quando o
Messias reinará pessoalmente na Terra. Além disso, existem numerosas
passagens no Antigo Testamento que se referem ao Messias, apresentando-
o como o rei de Israel, conforme já vimos que o Renovo é rei, Jr 23.5.
Assim sendo, o Messias é "o Senhor que será Rei sobre toda a terra". Tanto
é assim, que a linguagem desse capítulo adapta-se perfeitamente ao fato de
o Messias Jesus ser a única pessoa da Santíssima Trindade que possui
forma corpórea. "Naquele dia" estarão os seus pés sobre o monte das
Oliveiras, que está defronte a Jerusalém, para o Oriente, Zc 14.4.
"O Senhor vos dará um sinal: eis que a virgem conceberá e dará à luz um
filho que chamará Emanuel", Is 7.14.
O FILHO DA VIRGEM
A virgem aqui referida é Maria e o filho que deu à luz é o Messias. Quando
o anjo Gabriel anunciou-lhe tal acontecimento, ela manifestou sua
perplexidade, dizendo: "Como será isto, pois não tenho relação com
homem algum?" Lc 1.34.
Esta mesma dúvida ainda se faz ouvir atual-mente através de pessoas que
não aceitam os fatos que contrariam as leis naturais. Acontece, porém, que
essas leis constituem eloqüente testemunho da existência de um sábio
legislador, que é Deus. Portanto, a Ele compete suspender, modificar ou até
mesmo anular uma lei natural. Além disso, a lei natural também tem suas
exceções que muitas vezes contrariam a regra geral, e nenhum cientista
sabe explicar o porquê.
O DEUS CONOSCO
Por outro lado, o redentor teria de ser Deus, porque somente Deus tem
poder para resgatar o homem do pecado; somente Deus, que é santo,
poderia substituir o pecador e dar plena satisfação pelas ofensas cometidas
contra Ele próprio. Portanto, a fim de satisfazer ambos os lados - o divino e
o humano - Deus humanizou-se na pessoa do seu Filho, o Messias Jesus.
"O povo que andava em trevas viu uma grande luz, e aos que habitavam na
região da sombra da morte, resplandeceu-lhes a luz", Is 9.2. O profeta
Isaías explicando a razão de ser destas palavras relaciona-os com a pessoa
do Messias, dizendo: "Porque uni menino nos nasceu, um filho se nos deu,
Is 9.6. O evangelista Mateus, referindo-se a Jesus, aplica-lhes as palavras
contidas nos versículos 1 e 2 deste capítulo: Mt 4.12-16.
Não há dúvida, portanto, de que "essa grande luz" que resplandeceu nas
trevas é o Messias, Jesus de Nazaré. Seu nascimento foi previsto pelo
profeta como uma grande luz que resplandeceria na escuridão do pecado,
iluminando as nações gentílicas, que jaziam imersas nas densas trevas
espirituais. Deus, falando através de Isaías, declara: "Eu o Senhor te chamei
em justiça, tomar-te-ei pela mão, e te guardarei, e te farei Mediador da
aliança com o povo, e luz para os gentios", Is 42.6.
"Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre
os seus ombros, e o seu nome será: Maravilhoso, Conselheiro, Deus forte,
Pai da eternidade, Príncipe da paz", Is 9.6.
Seu nome é Deus forte porque o seu poder não tem limites. Na medida da
sua soberana vontade, todos os males cessam e todos os problemas são
solucionados. Durante sua vida terrena, Ele expulsou demônios, acalmou a
tempestade, multiplicou os pães, curou toda a espécie de enfermidades,
ressuscitou mortos. E, atualmente, milhares de mortos espirituais estão
sendo ressuscitados pelo poder do seu Evangelho.
Seu nome é Príncipe da paz porque somente Ele trará paz verdadeira para
Israel e para o mundo. Embora o lema da ONU (Organização das Nações
Unidas) seja "Paz" e "Segurança", as nações vivem constantemente em
guerra.
"Eu estava olhando nas minhas visões da noite, e eis que vinha com as
nuvens do céu, um como o Filho do homem...", Dn 7.13.
Neste capítulo sete, o profeta Daniel está relatando várias de suas visões
noturnas. Inicialmente, ele viu os quatro animais que representavam quatro
grandes impérios do mundo, a saber: o babilônico, o medo-persa, o greco-
macedônico e o romano. Daniel olhou outra vez e viu que, depois da queda
desses impérios, "um como o Filho do homem" vinha sobre as nuvens do
céu. Foi-lhe dado domínio sobre os povos, nações e línguas; o seu domínio
é eterno e o seu reino jamais será destruído; visto que se trata de um reino
eterno, este não é outro senão o messiânico. Logo, o Messias está
mencionado no texto acima, como "o Filho do homem". Esta expressão é
aplicada ao profeta Ezequiel, em seu livro, aproximadamente oitenta vezes.
Ao profeta Daniel, porém, coube empregá-la pela primeira vez, em alusão
ao Messias.
O FILHO DO HOMEM
O HOMEM RENOVO
"Assim diz o Senhor: eis aqui o homem cujo nome é Renovo: ele brotará
do seu lugar, e edificará o templo do Senhor", Zc 6.12.
"Eis aqui o meu servo, a quem sustenho; o meu escolhido, em quem minha
alma se compraz", Is 42.1.
O SERVO DO SENHOR
Certa vez, Jesus advertiu as pessoas que eram curadas por Ele, de que não o
expusessem à publicidade, fazendo propaganda de seus milagres. O motivo
dessa observação era o cumprimento do que fora predito pelo profeta Isaías
nos quatro primeiros versículos desse capítulo 42, cujas palavras vêm
transcritas integralmente por Mateus, das quais ressaltamos-as seguintes:
"Não contenderá, nem gritará, nem alguém ouvirá nas praças a sua voz",
Mt 12.15-21.
Sendo Jesus batizado por João Batista no rio Jordão, o Espírito Santo
desceu como pomba sobre Ele, e ouviu-se uma voz do Céu que dizia: "Este
é o meu Filho amado em quem me comprazo", Mt 3.16,17. Ele é, portanto,
o referido servo do Senhor em quem sua alma se compraz.
Sua futura exaltação será a recompensa dos seus sofrimentos, os quais Ele,
prudentemente, suportou: "Olhando firmemente para Jesus, o autor e
consumador da fé, o qual, pelo gozo que lhe estava proposto, suportou a
cruz", Hb 2.12. Tal procedimento do Messias Jesus foi assim predito pelo
profeta: "Eis que o meu servo procederá com prudência; será exaltado e
elevado, e será mui sublime", Is 52.13.
SUBMISSO AO PAI
"Então eu disse: Eis aqui estou no rolo do livro está escrito a meu respeito;
agrada-me fazer a tua vontade, ó Deus meu", SI 40.6-8.
"O Espírito do Senhor Deus está sobre mim, porque o Senhor me ungiu
para pregar boas-novas aos contritos, enviou-me a curar os quebrantados de
coração, e proclamar libertação aos cativos, e a pôr em liberdade os
algemados; a pregar o ano aceitável do Senhor e o dia da vingança do
nosso Deus", Is 61.1,2.
A pessoa que se expressa nesses termos, e, por intermédio do profeta.,
declara sua unção com o Espírito Santo para o exercício do ministério
profético, é o Messias.
O evangelista Lucas informa que, certa vez, Jesus chegou a Nazaré, onde
fora criado, e entrou na Sinagoga num dia de sábado. Segundo seu
costume, levantou-se para ler. Foi-lhe entregue o livro do profeta Isaías, e
Ele, abrindo-o, leu exatamente o texto acima, até onde se encontra a
expressão: "e apregoar o ano aceitável do Senhor". Terminada a leitura,
devolveu o livro ao chefe da Sinagoga e declarou o seguinte: "Hoje se
cumpriu esta escritura que acabais de ouvir", Lc 4.16-21.
Jesus afirmou que naquele dia esta escritura se cumpriu e realmente isso
aconteceu, porque Ele estava iniciando o seu ministério profético, para o
qual fora ungido. Ele curou física e espiritualmente os quebrantados de
coração, proclamou libertação aos escravos do pecado, libertou os
oprimidos pelo Diabo, e apregoou a tempo de perdão e de salvação.
Davi, inspirado pelo Espírito Santo, registrou essas palavras proféticas, que
se cumpriram com toda a exatidão na pessoa do Messias Jesus, que se
declara traído, sendo o seu traidor Judas Iscariotes.
Ao citar essas palavras, Cristo não identificou aquele que o havia de trair,
mas apenas ressaltou a gravidade do seu erro, porque comendo do mesmo
pão, traiu o seu Senhor e Mestre. Entretanto, Jesus asseverou: "Em
verdade, em verdade vos digo, que um dentre vós me trairá", Jo 13.21.
O salmista Davi acrescentou: "Os seus dias sejam poucos, e tome outro o
seu encargo", Sl 109.8. Estas palavras predizem a morte prematura de
Judas, e a sua substituição no apostolado. Foi a conclusão a que chegou o
apóstolo Pedro, falando à igreja reunida no Cenáculo, por ocasião da
escolha de Matias, quando declarou: "Irmãos, convinha que se cumprisse a
Escritura que o Espírito Santo proferiu anteriormente por boca de Davi,
acerca de Judas, que foi o guia daqueles que prenderam a Jesus. Porque
está escrito no livro dos salmos: fique deserta a sua morada; e não haja
quem nela habite; e tome outro o seu cargo", At 1.16 e 20.
AVALIADO EM MOEDAS
"Eu lhe disse: se vos parece bem, dai-me o meu salário; e, se não, deixai-o.
Pesaram, pois, por meu salário, trinta moedas de prata. O Senhor me disse:
arroja isso ao oleiro, esse magnífico salário em que fui avaliado por eles.
Tomei as trinta moedas de prata, e as arrojei ao oleiro na casa do Senhor",
Zc 11.12,13.
Através dessa parábola, o profeta previu que Jesus, o supremo pastor, seria
tratado tão desprezivelmente pelas autoridades judaicas, a ponto de
pagarem por Ele a insignificante importância de trinta moedas de prata. O
suicídio de Judas Iscariotes aconteceu também como estava predito:
A PEDRA REJEITADA
"São mais que os cabelos de minha cabeça os que sem razão me odeiam",
Sl 69.4. Conquanto essas palavras expressam realmente a experiência de
Davi, elas encontraram o seu sentido mais elevado e o seu total
cumprimento na pessoa do Messias Jesus. Ele mesmo, referindo-se à
incredulidade de seus patrícios, declarou: "Isto, porém, é para que se
cumpra a palavra escrita na sua Lei: "Odiaram-me sem motivo", Jo 15.2.
O cumprimento exato desta profecia demonstra mais uma vez que o nosso
Deus não está sujeito a improvisações. O plano de redenção para a
humanidade por intermédio do Messias, perfeitamente traçado e registrado
nas Santas Escrituras, realizou-se rigorosamente como estava predito.
Cumpriu-se, igualmente, o que o Espírito Santo falou por boca de Davi no
salmo segundo: "Por que se enfurecem os gentios e os povos imaginam
coisas vãs? Os reis da terra se levantam, e os príncipes conspiram contra o
Senhor e contra o seu ungido", SI 2.1,2.
"Porque foi subindo perante ele, e, como raiz duma terra seca, não tinha
aparência nem formosura; olhamo-lo, mas nenhuma beleza havia que nos
agradasse", Is 53.2.
JULGADO INJUSTAMENTE
"Por juízo opressor foi arrebatado, e de sua linhagem, quem dela cogitou?
porquanto foi cortado da terra dos viventes; por causa da transgressão do
meu povo, foi ele ferido", Is 53.8. A expressão juízo opressor é uma
referência a Pôncio Pilatos que, nessa época, era o governador da Judéia.
Ele é denominado "juízo" porque realmente sua palavra foi decisiva a
respeito de Jesus, entregando-o às autoridades judaicas: "Tomai vós outros
e julgai-o segundo a vossa lei", Jo 18.31. Era também opressor, porque
representava o Império Romano que, de fato, escravizava e oprimia o povo
judeu naquela ocasião.
O SERVO HUMILHADO
"Ele foi oprimido e humilhado, mas não abriu a boca; como cordeiro, foi
levado ao matadouro; e, como ovelha muda perante os seus tosquiadores,
ele não abriu a sua boca", Is 53.7. Na estrada que desce de Jerusalém para
Gaza, o evangelista Filipe, sabiamente orientado pelo Espírito Santo,
explicou este texto ao eunuco etíope, dizendo-lhe que se tratava da pessoa
de Jesus: At 8.32.
"A palavra 'oprimido', apresenta o resumo das afrontas e dos ultrajes que
Cristo sofreu dos seus contemporâneos, em conseqüência do julgamento
falso que formaram a respeito da sua pessoa e da sua obra. O termo
significa o tratamento cruel que os escravos recebiam dos senhores"
*******.
O CORDEIRO IMOLADO
"Lançai fora o velho fermento para que sejais nova massa, como de fato
sois sem fermento, pois Cristo [o Messias], nosso cordeiro pascal, já foi
imolado por nós", 1 Co 5.7.
O salmista Davi, falando por divina inspiração, também previu este fato,
dizendo: "Preserva-lhe todos os ossos; nenhum deles sequer será
quebrado", SI 34.20.
O sangue do cordeiro seria posto nas ombreiras das portas das casas em que
o comessem. Este era o sinal de que os primogênitos israelitas seriam
poupados da morte, naquela noite em que Deus feriu a terra do Egito.
Assim também, o sangue do Cordeiro de Deus, derramado na cruz, é o
sinal de que muitos serão livres da morte eterna.
FERIDO MORTALMENTE
O profeta Zacarias faz alusão a um certo pastor que seria tratado tão
desprezivelmente pelas ovelhas, a ponto de pagarem por ele, apenas trinta
moedas de prata: Zc 11.12,13. O mesmo profeta ainda se refere a esse
pastor dizendo: "Desperta, ó espada, contra o meu pastor e contra o homem
que é meu companheiro, diz o Senhor dos exércitos; fere o pastor, e as
ovelhas ficarão dispersas, mas volverei a minha mão para os pequeninos",
Zc 13.7.
Esses dois bodes representavam dois aspectos da única obra expiatória que
Cristo realizou no Calvário. Quando diz: "tomou sobre si" deixa claro que
Ele assumiu a responsabilidade de pagar a nossa dívida ou que Ele se
tornou o nosso fiador. Isso corresponde ao sacrifício do bode expiatório,
mas quando diz: "levou sobre si" indica que o perdão de Deus para os
nossos pecados (representados pelo bode emissário), jamais serão
lembrados.
O MESSIAS CLAMANDO
Alguns homens que estavam ali perto da cruz ouviram Jesus clamando; um
deles, tomando uma esponja, embebeu-a de vinagre e deu-lhe a beber,
cumprindo-se, deste modo, o que Ele mesmo falara por intermédio de Davi,
dizendo: "Por alimento me deram fel, e na minha sede me deram a beber
vinagre", Sl 69.21.
"O vós que passais pela cruz do Calvário, Podeis contemplar sem tristeza,
sem dor, Que, pra livrar-nos do grande adversário, Seu sangue inocente
derrama o Senhor?" (R.H.Moreton).
MORTO O UNGIDO
O evangelista Lucas informa que, da hora sexta até a hora nona, houve
trevas sobre toda a Terra. Em seguida, o véu do templo rasgou-se pele meio
de alto a baixo, e Jesus clamou em alta voz: "Pai, nas tuas mãos entrego o
meu espírito! E, dito isto, expirou", SI 31.5; Lc 23.46.
CONCLUSÃO
Portanto, leitor amigo, ao terminar a leitura deste livro, seja você diligente
para crer tudo que os profetas disseram a respeito de Jesus. Creia que Ele é
o Messias e aceite-o como seu único Salvador e Senhor! Amém.