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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!

J. J. Gremmelmaier

J. J. Moreira 3
Batalhas Ganhas com Gosto de
Derrota!

Primeira Edição
Curitiba – Paraná
Edição do Autor
2017

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
Autor; J. J. Gremmelmaier
Edição do Autor
Nome da Obra; J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com gosto
de Derrota!

CIP – Brasil – Catalogado na Fonte


Gremmelmaier, João Jose
J. J. Moreira 3 / Romance de Ficção / 192 pg. /
João Jose Gremmelmaier / Curitiba, PR / Edição do Autor
/ 2017
1. Literatura Brasileira – Romance – I - Titulo

85 – 0000 CDD – 978.000

As opiniões contidas no livro, são dos personagens, em


nada assemelham as opiniões do autor, esta é uma obra de
ficção, sendo os nomes e fatos fictícios.
É vedada a reprodução total ou parcial desta obra.
Sobre o Autor;
João Jose Gremmelmaier, nasceu em Curitiba, estado do
Paraná, no Brasil, formação em Economia, empresário a mais
de 20 anos, já teve de confecção a empresa de estamparia,
escreve em suas horas de folga, alguns jogam, outros viajam,
ele faz tudo isto, a frente de seu computador, viajando em
historias, e nos levando a viajar juntos.
Autor de Obras como a série Fanes, Guerra e Paz, Mundo
de Peter, os livros Heloise, Anacrônicos, cria em historias que
começam aparentemente normais, mundos imaginários,
interligando historias aparentemente sem ligação nenhuma;

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J. J. Moreira 3
Batalhas Ganhas com Gosto de
Derrota!

J.J.Gremmelmaier

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!

Joaquim olha para Nádia a cama, a beija e sai pela porta, ele
estava com a cabeça na suas viagem.
As vezes via a credulidade que Lídia tinha nele, sorri e sai pela
porta, desce e dirige até o centro, entra em uma casa na João
Negrão, a duas quadras da Santos Andrade, um rapaz lhe alcança
um envelope, ele abre, paga pelo favor, passa no posto de gasolina
e pega a estrada.
Os carimbos do sistema de inteligência, estabeleciam algumas
coisas sobre uma menina em Porto Alegre, ele estranha aquelas
linhas todas manchadas, como se algo nem o alto escalão quisesse
que alguém visse.
Isto o deixa desconfiado, mas ele olha a foto da menina,
parecia alguém triste.
Estranha os dados, as suas respostas principais não estavam
ali, mas respostas de mais as vezes atrapalhava.
Dirige até Porto Alegre, ao parar no inicio da tarde na região
da Redenção, para num bar, Copa 70, pede uma cerveja e vê seu
primo chegar a mesa.
Os dois tomam algumas cervejas e o passar das planilhas faz
algumas ideias de Joaquim fervilharem, ele teria finalmente os
recursos para fazer por si, mas teria de cuidar com os transportes.
Este fim de semana seria tão marcante, que ele acabaria
escrevendo uma historia sobre ele, chamada “Priscila, um anjo ou
um demônio”, mas não foi nada tranquilo, se ele soubesse que
estava mandando seu primo a morte, talvez tivesse feito com mais
calma, mas no fim, resumo do fim de semana corrido, e que gerou
alguns problemas, uma fama, e algo dentro de Joaquim, todos
olhavam para a menina apenas como cobiça, não poderia dizer que
quando saiu dos braços de Priscila, no fim do fim de semana,
também não a olhasse assim, mas vendo o enterro do primo, morto
no sábado, tenta não se culpar, pensando em como aquela menina
em Porto Alegre, estava montando uma estrutura pesada, pensa em
como poderia ajudar, como poderia pegar parte daquela estrutura e
ampliar.

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
Um fim de semana agitado, que parecia não caber naquele
inicio de segunda, muitos sempre atribuíam a ele os problemas, mas
sabia que naquele dia, não poderia ficar apena num funeral.
Joaquim vai para casa, passa o terno e vai ao Banco, ele liga
para o Rio e passa o numero da conta da empresa de Publicidade
para fazer o deposito, o senhor estranha, alguém que estava
disposto a legalizar aquele recurso.
Fizeram o deposito em 6 agencias do Rio, enquanto o gerente
geral olha para Fernandes chegando a agencia, ele veio com dois
seguranças, conhecia aquela marca, foi inevitável olhar para
Joaquim a fazer alguns prospectos.
Os seguranças ficam para fora e Fernandes chega a ele com
uma pasta e fala.
— Meus pêsames, soube de seu primo.
— Sei que vou me culpar por esta morte, estava me
divertindo e não lhe dei cobertura.
— Tem de entender, algumas coisas acontecem.
— Sei disto, como estão os prospectos do porto?
— Bons, Paulão mandou estes papeis, já que viria.
Joaquim olha os mesmos, não era lugar para falar daquilo,
mas sorri, uma hora ganharia a conta.
Discretamente assina 5 folhas e passa ao senhor que coloca
na pasta.
— Outra coisa que não entendi, tem nos depósitos que estou
passando a você, dois cheques dos irmãos, como?
Joaquim olha em volta, a conversa era em inglês e fala.
— Uma tentativa, se os cheques voltarem teremos de tentar
de outra forma.
— Está dizendo que tem dinheiro dos irmãos em uma conta e
ninguém tem como sacar.
— Estou dizendo que estamos tentando sacar.
— E o que pretende hoje?
— Host chegou?
— Deve chegar a tarde.
— Leva ele ao Cabral, preciso falar com ele.
— Sabe o risco?
— Por isto está com seguranças Fernandes.

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— Certo, mas não entendi o que pretende montar lá em
Santos.
— Um sistema que seja rápido de por nos barracões, mas eles
devem estar pondo trilhos no chão, e reforçando o cais, com a
construção de uma armação para descarga.
— Sim, mas isto que não entendi.
— A ordem é não olhar, como está, acabávamos tendo de
olhar, e isto que gerava a cobiça e o desvio.
— Vai apresentar esta ideia a Host?
— Não, ele talvez passe por lá, se passar, apresenta você a
ideia.
— Referente aos funcionários, ainda não tenho todos os
nomes.
— Olhou o terreno em Praia Grande?
— Não sei o que quer fazer ali.
— O governo começa a orçar um grande investimento de
ligação da capital ao litoral, e aquela ponta, que ninguém dá valor,
vai ser desapropriada por preço de terreno de Praia Grande, eles
vão pagar apenas pela faixa que a estrada vai passar, 10 vezes mais
do que paguei pelo terreno, e ainda nos sobra terrenos bem
localizados.
— E o outro terreno?
— Ainda não passei os endereços, pois preciso fechar os
acordos, mas assim que o fizer, vamos começar a montar as 5
estruturas de lá.
— Dai sim terei os nomes dos funcionários.
— Passo lá no sábado se conseguir.
— Cuidado para não atrasar.
— Bem provável.
Fernandes olha para Joaquim e fala.
— Marco com ele no Cabral, Emanuelle voltou a cidade, e
mais 12 rapazes da CIA.
— Se cuida.
O senhor saiu, e Joaquim leva a mala para a parte interna,
para contar os recursos.
Carlos chega a ele e pergunta.
— Serio hoje, mesmo com o senhor ali.

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— Perdi um primo, um amigo no fim de semana.
— Certo, e o que o senhor veio falar?
— Ele trouxe de vez os recursos para o Banco, ele falou que a
liberação das obras em Santos estão demoradas, assim como em
Cubatão, então ele resolveu centralizar e por em aplicação os
recursos, para não se perder.
— Quanto?
— Estou confirmando os valores, em cruzeiros novos perto de
6 milhões.
— Não para de surpreender todos.
— Eu não me surpreendo com isto, não entendi os recados
que me passaram enquanto estava em Porto Alegre, mas parece
que a empresa de propaganda fechou com a Lee, para fazer
anúncios de Jeans, e entraria uma parte dos recursos hoje na conta,
mas vou saber somente amanha.
— Sim, mas porque fala disto?
— Se fechamos contratos de milhões, temos de entregar isto,
vejo como uma obrigação, mas sinal que as coisas vão começar a
andar para mim.
— E como foi a inauguração do Bar?
— Como posso comemorar a parte boa, se perco um grande
parceiro e amigo no fim de semana Carlos.
Carlos viu Joaquim terminar, fazer os comandos de deposito e
depois de aplicação daqueles recursos.
Carlos chega ao gerente Geral e fala.
— Como ele disse, trouxe os recursos do senhor.
— As contas?
— Pelo que entendi, eles estão com problemas na liberação
de algumas obras, então ainda não estão contratando por lá.
— Então batemos mesmo longe a meta de investimentos?
— Joaquim parece abatido, falou que perdeu um primo, ele
mesmo quando com problemas na semana passada, parecia mais
sorridente.
— Ele falou que teve problemas pessoais a semana passada,
se duvidar é a soma de tudo, mas ele falou algo mais sobre as
próprias empresas, a inauguração?

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— Ele falou que vai entrar recursos vindos do Rio de Janeiro,
para a empresa de publicidade.
— Ele somando.
— Sim.
Os dois viram um rapaz chegar a Joaquim, não conheciam
Paulo, Joaquim indica a fila naquele horário era tranquilo, os
depósitos do movimento do fim de semana, depois parou em sua
mesa e perguntou.
— Temos de conversar depois, lhe inteirar de como foi.
— Passo lá a noite, hoje deve ser mais tranquilo.
— Sei que pensei em vender o que vendemos no fim de
semana no mês, o que achava muito em algumas coisas, as pessoas
pareceram gostar do preço e do atendimento.
— Vai lá, daqui a pouco reabre.
— Sim, mas temos de conversar, não fuja.
— Não.
A caixa passa os cheques para Carlos que olha a conta do
restaurante do rapaz começar a ter muitos depósitos, a lista fez
Carlos olhar para o gerente geral que chega a sua mesa.
— Fala.
— Eles depositaram os cheques referente ao fim de semana,
obvio que temos de ver se tem fundo, mas se mantiverem o pique
assim, vão se tornar um grande bar da cidade.
O gerente olha os dados e fala.
— Já liberaram a maquina de credito para eles?
— Ainda sobre aprovação, mas converso com Joaquim depois
sobre isto.
— A diferença Carlos, o senhor que entrou, pelo jeito toca
para o rapaz, bons administradores permite o rapaz ficar ali sentado
enquanto os demais ganham dinheiro para ele.
— Como o senhor falou, não cabe no rapaz, mas vi que o
administrador tentou não ficar muito.
— Imagina se cada dia, cada uma das empresas dele, chegar e
depositar algo na conta dele.
— Se depositarem parte do que entrou hoje senhor, vamos
fechar outras metas ainda.
— Outras?

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— Aquelas que nunca nos pedem, pois somos uma agencia
que não está no centro, mas os funcionários começando a ter renda,
podemos ter a linha de empréstimo não consignado, sendo passada
a alguns, com aval da empresa.
— Certo, mas o proprietário teria de concordar com as
clausulas.
— Acho que com calma chegamos a isto senhor. – Sorri Carlos,
o gerente olha o rapaz trazer as planilhas de investimentos do
senhor Fernandes e os dois ficam a ver que estavam mesmo bem
acima da meta.
No aeroporto, Host desce pela escada lateral do avião,
olhando em volta e olha para Emanuelle.
— Ele vai mesmo vir pelos pés a nós?
— Foi o que Fernandes combinou.
— O pessoal está armado?
— Sim. – Emanuelle estava pensando que o senhor viria para
conversar e estava querendo pressionar.
O grupo vai ao Cabral, e olham para a estrutura.
Joaquim sai do Banco, olha para o General Rosa chegar a ele e
falar.
— Meus pêsames novamente, como estão as coisas?
— Sem tempo para lamentar, Host está na cidade.
— Ele está com 12 agentes perto da Sede do Cabral.
— Vai estar por perto? – Joaquim olhando o senhor.
— O SNI mandou gente, desconfiam toda vez que alguém da
CIA chega com tanta gente.
— Quem?
— Ramalho Junior.
O general se afasta, Joaquim entra na Brasília, e olha para o
carro da empresa de segurança o escoltar.
Joaquim estaciona o carro, e sai calmamente, olha para o
prédio, começa a subir e chega a cede em reforma do escritório.
Nádia estava olhando para um lado, ele entra e fala.
— Veio conversar Host, se veio apenas passear, tinha lugar
melhor? – Em inglês.
— Não sei se posso confiar.

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— Nos daria um momento Nádia, depois falamos sobre o
emprego.
Ela olha Joaquim desconfiada, sai e senta-se a sala ao lado.
— O que quer propor.
Joaquim senta-se e fala.
— Host, tem de entender, o que falar é entre nós.
— E a agencia?
— Você manda lá, ou não manda?
— Certo, mas o que quer falar?
— Você gasta com diárias no Brasil, mais de 6 vezes o valor
real de uma diária, a pergunta, quer mesmo acumular os recursos,
pois se eu lhe fornecer a preço real, algo melhor do que eles
contratam, você teria como por 5 partes do dinheiro nas reservas
para emergência.
— E como seria o acordo?
— Eu não pretendo manter o porto Host, mas como estava,
eles acabavam olhando as cargas, desviando, tem um relatório que
Fernandes me passou, que 1 a cada 3 carregamentos que chegavam
em Santos, eles desviavam integralmente senhor.
— Esta dizendo que as perdas, não foram perdas, foram
desvios?
— Sim, não tenho acesso as contas deles, mas acredito que
eles estavam desviando para dentro, via fornecimento a locais mais
requintados, ganhando com isto.
— E tem alguma ideia sobre isto?
— Fernandes me apresentou uma ideia, mas ainda não fui lá
olhar, na semana que vem verifico.
— Ideia?
— Desembarque por contêineres, não cria ganancia, não
sabe-se o que desembarcou, e se entrega em olhar o conteúdo.
— E a implementação disto?
— Tem um custo, mas pensa Host, estamos falando em
economizar um terço de desvios que aconteciam ali.
— E se inteirou disto quando?
— Quando pensei em tomar o porto para mim.
— Pensei que mentiria.

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— Aquele lugar é bom pelo simples fato, que a receita tem
ordens de não olhar o que entra ali.
— E quer uma trégua?
— Host, já deveria ter esquecido da minha existência, mas
parece ainda querer sofrer pelo passado.
— Você sempre me coloca em problemas Moreira.
— Estou tentando o tirar de um senhor.
— E escolheu Fernandes assim?
— Ele fala mal o português, dá a conotação de americano, ele
fala bem o espanhol, o que me dá firmeza para entregas vindas dos
vizinhos, ou mandado aos vizinhos.
— E escolheu ele contra a direção, eles estão furiosos.
— Sinal que alguém recebia parte do desvio, senhor.
— Não posso negar que eles gostavam das contas dos irmãos,
mas pelo jeito você sabe fazer melhor calculo que eles.
— Senhor, minha proposta, é dar estrutura, cobro as diárias,
vou ter em um ano, hotel em 18 capitais, mais Santos, dar
estabilidade para entrada do que vocês acordarem, mas não em
caminhões abertos, como fizeram com aquelas armas, fica muito
visível, passível de desvio, e montar uma estrutura para que se
possa realmente se estabelecer neste lugar.
— E resolveu fazer por conta própria.
— Acha que teria para fazer por conta própria Host?
— Não, alguém do Pentágono ganhou recursos para fazer isto,
a pergunta, o que ganho com isto?
— Se eles lhe dão recursos para pagar 6, e estará pagando 1
pelo serviço, está ganhando 5, quem me colocou aqui não falou, dá
desconto, falou, dá estrutura, eles tem dinheiro para gastar.
— Certo, e onde estão os irmãos?
— Mortos.
— Os matou?
— Sim, acha que deixo algo que possa me complicar no
caminho senhor.
— Sei que nem sempre age tão no racional.
— Senhor, lhe desarmar era a melhor opção, pode ter achado
ruim, mas teria uma segunda opção, e não estaríamos conversando,

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mas para mim, seria pior, para o senhor pior, não vejo porque falar
disto novamente.
Host olha o local e pergunta.
— Não tinha uma capital melhor para começar?
— Gosto do clima senhor.
— E o que temos aqui?
Joaquim o conduz pelo caminho e chegam a entrada do hotel,
o senhor viu que estavam instalando as cadeiras no restaurante e
fala.
— Um hotel aparentemente sem importância senhor.
— Sim, mas o que tem de especial?
Joaquim mostra a cozinha e a recepção e fala.
— Temos um cofre próprio, temos uma área onde as armas
estarão a disposição, nem sempre conseguem chegar armados
senhor, então tem de ter um local onde os possa armar.
Sobem e Joaquim mostra um quarto e fala.
— Quartos padrão apartamento, sala, cozinha, quarto e
banheiro, não mais de 70 metros quadrados, neste lugar apenas 24
residências, e os demais apartamentos, sempre vazios senhor, um
hotel de fachada.
Host olha o acabamento e fala.
— E teríamos acesso sempre que precisássemos.
— Sim, o segundo destes, vai ser na região central de Santos,
Paquetá, também 24 apartamentos, também reservados e
preparados senhor.
— Falou em estrutura em 18 capitais?
— Sim, até Brasília senhor.
— Com estrutura e sem aparentar além de um hotel?
— Sim, e como todos os hospedes serão agentes, ninguém
fora daqui precisa saber o que acontece aqui.
— Condução?
— Ainda não sei se concorda para oferecer condução ou
comprar veículos senhor e deixar prontos para uso.
— E vai querer receber por isto?
— Sim, mas mesmo que deixe apenas os 18 agentes que
estão na cidade quase que permanentemente, estaria me pagando

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apenas 30% do que paga para eles de estadia, os demais custos, não
pretendo mexer senhor.
— E teria uma proposta?
Os dois voltam e Joaquim pega na pasta, uma proposta que
redigira pessoalmente na maquina e entrega para o senhor.
— Minha proposta é esta senhor.
Host olha o local e fala.
— E tem um escritório ao lado.
— Tenho 10 empresas ao lado senhor, não apenas um
escritório, mas lembre, estou conversando, pode até me matar, mas
os dois lados podem vir a perder.
— E pelo jeito não tem medo de encarar os meus rapazes.
— Senhor, eu começo a ensinar os meus rapazes a atirar,
minha linha de segurança, mas a ideia ainda é imobilizar, não matar,
ainda tentando conversar.
O senhor pega a pasta e olha para a rua, Emanuelle nem veio
ao local, ele não a queria ali para ouvir, mas parecia que as vezes
poderia acontecer.
— Lhe informo se topamos, deve ter a conta a depositar dos
recursos.
— Sempre se tem formas fáceis de o fazer senhor.
O senhor sai e Nádia olha para Joaquim.
— Quem é este americano, mal humorado, uns rapazes
revistaram tudo, até a mim, para o senhor ficar ali dentro.
Joaquim a deu um beijo e falou.
— Está linda.
— O que faremos?
— Tenho de comprar algumas coisas, antes que as lojas
fechem, me acompanha.
— Coisas?
Os dois saíram no sentido do centro, passaram em uma loja
de materiais de escritório, depois em um de moveis para casa, duas
imobiliárias, e por fim, voltam ao Cabral.
— O que pretende.
— Compramos as mesas, as cadeiras, as maquinas eletrônicas,
toda a parte de escritório, para organizar isto Nádia. – Joaquim olha
em volta e fala.

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— E me quer aqui?
— Sim, vamos contratar dois meninos para office-boys,
secretaria e motorista, inicialmente.
— Serei a secretaria?
— Não, a administradora disto, mas por isto precisamos
conversar.
— O que pretende?
— Teremos uma gráfica, no centro, que vai estar sobre
controle deste escritório, teremos ali ao fundo, o investimento
daquele hotel, que se o senhor que saiu concordar, estará sempre
lotado, e tem de estar sempre pronto para uso, mesmo os quartos
sem ninguém.
— Está falando serio?
— Sim, teremos um bar e restaurante voltado para a avenida,
e um segundo hotel, este teremos de organizar, legalizar e por para
funcionar.
— Pensei que estava pensando em uma agencia nova, todos
falam disto.
— Agencia? Acho que não entendeu Nádia, estou me
voltando para a legalidade, e você vai me representar diante da
empresa, não tenho como ficar 8 horas no banco e ao mesmo
tempo, olhar se tem papel higiênico para os hotéis.
— E quanto será meu salario?
— Ainda temos de acertar isto, mas deve ser de acordo com a
evolução da empresa, se Host confirmar a contratação do prédio ao
lado, começo lhe oferecendo 10 salários.
— Pensei que a oferta seria abaixo do meu ultimo.
— Nádia, vai dar trabalho, mas se conseguir, mudamos o
salario para cima, em um ano.
— Pelo jeito acredita que dará certo.
— Sim, acredito que vai dar certo, mas contratei um
escritório de contabilidade ali no Alto da XV, ele vai fazer a parte
burocrática, registros, impostos, esta parte, não quero você
pensando na burocracia, e sim no funcionamento do
empreendimento.
— Sabe que me assusta tanta responsabilidade.

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— Nádia, sei que estou pedindo muito, mas peço apenas que
tente, nem sei tudo ainda, mas é minha tentativa de ganhar uns
trocados.
— Trocados?
— Todos estes imóveis, são locados, ninguém precisa saber,
tem de entender que eles compram a imagem, e sei que eu não sou
uma imagem a se manter como dono, eles não vão levar a serio.
— Se menosprezando já?
— Não, sendo realista, vejo as pessoas olhando suas mãos
quando apertam a minha, eles esperam alguém com mãos de seda,
e não um pedreiro.
— Mas isto se muda com o tempo.
— Sim, mas o convite é para agora, o fazer, é agora, ninguém
entende que projetos sem o chute inicial, não acontecem.
— Pelo jeito não falou isto nem para o Jonas?
— Não, juro que pensei que Host viria mais impaciente do
que se apresentou.
— E se foi encenação?
— Sei lá, mas quer tentar?
— Sim, pelo jeito terei de melhorar meu inglês.
— Sempre é bom.
Os dois saem, e vão ao restaurante no São Francisco.
Na cabeça de Joaquim o local estaria calmo, era uma segunda,
mas estaciona pelo fundo, viu Marcia olhar da parte das Casas, e
caminham para a cerca que separava o terreno do restaurante, os
pedreiros haviam ajeitado as lajotas, Joaquim sorriu, pois acabaram
isolando a área para secar o ponto onde sentara no dia anterior, ele
sentou-se mais perto do palco, na parte alta, viu o rapaz começar a
cantar, deveria ser o único bar numa segunda na cidade, com
musica ao vivo a noite, pensou Joaquim, Paulo chega a eles e fala.
— Vendo o agito?
— Pensei em calma hoje.
— Também, mas hoje é um grupo ligado a universidade,
parece que vieram fazer uma festinha, são formandos na maioria.
— E como todo lugar que está cheio, enche mais. – Fala
Francisco.
— Sim. – Paulo – Viu os prospectos?

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— Ainda não.
Paulo tinha uma planilha de vendas, feita a mão, com
entradas em dinheiro, e em cheque, Joaquim olha a soma e fala.
— Está dizendo que vendemos nos três primeiros dias o que
pedi para tentar fechar o mês?
— Sim, o lançamento foi um sucesso.
— Precisando Paulo, pede.
— Quase faltou, vou ser sincero, fizemos compras
emergenciais no domingo, para abastecer a cozinha, Raquel disse
que o prospecto funcionou, ele funcionou tanto, que conseguimos
fechar as vendas do mês no fim de sábado.
— Por isto que falo, se você não está preparado, perde a
chance Paulo, mas hoje vou passar rápido, vou deixar Nádia em casa
e vou correr para a faculdade, tenho de me formar, e a presença é o
que pode me tirar o diploma.
O rapaz sorriu, Nádia entendeu, Joaquim estava correndo e
levantaram-se, ela ofereceu uma massagem no fim do dia, se ele
estivesse muito cansado, ele não garantiu ir, mas estava precisando.
Joaquim vai a faculdade, olha para Jonas, sobe e responde a
chamada, e desce novamente.
— Como foram as coisas?
— Não sei como você fez, mas aquelas moças da agencia
Diamond são realmente muito top, Amanda sentiu-se intimidada
diante delas.
— Não a deixa estragar Jonas.
— O deputado ofereceu paz?
— Eu ofereci paz, entregando de bandeja 12 garotas que
queriam pular fora, para o esquema dele.
— Certo, o socorreu, mas o que vamos ganhar com isto?
— Eu ofereci meu sistema de segurança para ele, se ele vai
topar não sei Jonas.
— Certo, pensando em ganhar sobre o Deputado.
— Sim. – Joaquim pede uma cerveja e vê Emanuelle entrar
pela porta, ela o procura com os olhos e chega a mesa.
Quando ela iniciou a conversa em grego, fez Joaquim olhar
em volta.
— Perdido por aqui?

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
— Problemas que não vejo Manu? – Joaquim.
— Ouvi que alguns agentes da cidade, não gostaram do que
você propôs a Host.
— CIA com opinião não é CIA.
— Eles viram que o esquema vai murchar e ficaram
preocupados, sabe que viver neste fim de mundo, tem de ter um
agrado a mais.
— E veio apenas falar isto?
— Não, queria entender o que combinou com Host, ele
chegou pensando em intervir e saiu sorrindo, ele não sorri muito
Joaquim.
— Sei que é uma trégua provisória, mas eu não tenho noção
do tamanho dos gastos da CIA no país, mas pensa, ele gasta apenas
como você falou, neste fim de mundo, nesta cidade, 864 mil dólares
em hospedagem, eu montei uma estrutura para que ele economize
somente aqui, 576 mil dólares ano, ele não vai receber menos em
Washington, ele vai repassar a este fim de mundo menos.
— Mas porque disto?
— Acho que um contrato com a CIA de 288 mil dólares ano,
me vale a estrutura.
— Você batalhando por trocado?
— Manu, eu pretendo, oferecer isto no Brasil inteiro, ou
melhor, ampliar a economia de Host, para mais de 10 milhões de
dólares.
— E acha que vale o esforço?
— Se ele me confirmar ponto após ponto Manu, eu consigo
apoiar vocês com estrutura. – Joaquim olha ela serio, mas ele estava
pensando que se ele conseguisse montar a estrutura que pretendia,
poderia ter em contrato com a CIA, mais de 15 milhões de dólares
ano, se ele chegasse a isto, ele teria apenas de manter a estrutura
própria abaixo destes recebíveis.
— Entendi o sorriso dele, ele odeia este lugar, tirar daqui 10
milhões de dólares ao ano, ele com certeza sorriu.
Joaquim faz cara de que não entendera, mas sabia que era
apenas ignorância de como era o país.

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
— Ele entendeu que ele teria estrutura para por 480 agentes
no pais, pelo mesmo custo que tem hoje, isto que ele entendeu
Manu.
— Certo, ele pode ter pensado em acabar com você e você
nem perceber.
Joaquim sorriu, e sobe para mais uma aula, Manu foi ao hotel
ao centro.
Joaquim passa no velório, e abraça sua tia, sabia que não
poderia mudar o que aconteceu, mas todos olhavam para ele como
se querendo entender, nem ele entendeu direito, mas tentou não
ficar muito.
Ele chega a casa no Capanema e olha para o ponto, tudo
funcionando e o rapaz apenas faz sinal que estava tranquilo, ele
começa a olhar a bagunça e chega a porta da casa e olha para a mãe
de Rita lá sentada com a filha.
— Problemas senhora?
— Minha filha chegou hoje com um dinheiro em casa, e
preciso saber o que está acontecendo Loco?
— Entramos, estou cansado mas tento explicar.
— O padrasto dela ficou assustado com todo aquele dinheiro.
Rita sorria, ela pensou no dia anterior que não teria ganhado
nada, e a senhora perguntou.
— Eu não consigo olhar para ela com este sorriso malicioso e
não pensar besteira senhor Loco.
— Senhora, eu queria ter ido explicar, mas imaginei que isto
viesse a acontecer.
— Mas mesmo que ela fizesse o que penso, ela não ganharia
tanto dinheiro.
— Sei disto, mas se Marcia fez o que pedi, se sei que ela vai
ficar brava comigo por isto, senhora, foi repassado para ela, metade
dos ganhos dela.
Rita me olha com cara de indignada e fala.
— Me roubando.
— Deixando claro o que falei ontem, ou você aprende a fazer
calculo, mesmo o básico, ou qualquer um passa você para traz.
— Mas... – a senhora.

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
— Senhora, quando pedi os documentos dela, foi para abrir
uma poupança para ela, onde metade do dinheiro vai, pois se deixar
na mão dela, ela torra.
— Mas quanto depositou na poupança?
— O equiparado a dois mil dólares.
A senhora olha para Joaquim, se ela achou que a menina
estava com muito dinheiro, acabara de saber que ele tinha passado
a ela apenas a metade.
— Mas o que ela está fazendo para ganhar tanto dinheiro?
— Representando todas as demais meninas do bairro, diante
de um trabalho.
— Não entendi.
— Senhora, espero que ela se mantenha na linha, mas eu a
coloquei onde ela está, eu me propus cuidar dela, mesmo ela não
querendo, e a tirar daquele ponto de venda de drogas.
— Mas...
— Ainda não temos algo senhora, sei que sou velho para ela,
mas sua filha tenta pular na minha cama a algum tempo, mas o
dinheiro que ela ganhou, tenta a fazer investir em algo proveitoso.
— Ela nem tem ido comer em casa.
— Ela tem comido, ela tem ido a escola, eu coloquei alguém
para ver se ela tem ido, e tem frequentado uma aula a mais de
teatro e de dicção, ali no teatro Paiol.
— Mas não vai falar o que ela faz?
— Senhora, o que ela faz, logico que é ilegal, mas obvio,
prefiro ela fazendo isto, a vendendo drogas.
— Ela não dorme em casa quase nunca.
— Eu ainda tenho de conversar sobre voltar para casa
senhora, mas ela como deve saber, é de rompantes de tentar se
dizer independente.
— Veio com esta tatuagem no dedo, primeiro, agora com
este dinheiro e fiquei preocupada.
— Talvez não entendeu senhora, se eu conseguir que ela faça
uma poupança para o futuro dela, eu vou ajudar, e pode ter certeza,
ela é minha protegida.
— Mas dizem que ela está na sua cama.

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
— Eu não tenho ninguém senhora, e Rita fala que nunca vai
rolar, então não se preocupe comigo neste ponto.
— E acha que devemos fazer uma poupança.
— Este país tá difícil senhora, mas a parte que foi passada
para ela, parte é dólar, pois não perde valor, parte em dinheiro, e a
parte que ficou na poupança, é para que ela tenha um futuro.
— Certo, acha que ela vai ter entradas mensais no mesmo
valor.
— Espero que sim.
— Vai para casa comigo filha?
— Tenho de entender onde está meu dinheiro mãe.
Ela sorriu e falou.
— Ela estava encantada com o dinheiro e agora quer tudo na
mão dela.
— Sei que sou chato com esta coisa de dinheiro senhora, mas
controlava os gastos.
— Pensei que não conversaria.
— Vou pelo jeito ter de conversar com mais pessoas senhora,
mas é para o futuro o dinheiro, não para sair torrando.
A senhora olha a filha e pergunta.
— Não vai mesmo filha?
— Ela já vai senhora, tenho apenas de passar o cartão da
poupança do Bamerindus para ela.
— Certo, pelo jeito ela tem uma poupança e nem sabe.
— Sim.
A senhora sai e Rita grita.
— Vai me roubar?
Joaquim fechou a porta e a encostou a parede.
— Acha que pode gritar comigo Rita?
Ela olha ele segurar seu pescoço e fala baixo.
— Você me roubou... – Ela olha os olhos dela fixos no dela –
Não me machuque.
Rita sente ele encostar o corpo nela e falar.
— Como posso lhe roubar Rita, se falei, que você é minha.
Ela olha atravessado e o encara serio.
— Não sou sua.
—É.

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
— Mas e as outras...
— Rita, vou lhe ser claro, você sabe que não tem como sair,
ou não sabe.
— Sei que vi demais, vai me matar?
— Lhe mudar por fora e por dentro. – Joaquim ainda a
segurava pelo pescoço.
— Mas vai me machucar?
— Se você se comportar, não, mas não gosto de cenas de
ciúmes, e não tenho como as deixar sozinhas, não tenho como as
deixar de fora.
A outra mão Joaquim passou nos seios da menina e ela falou
sem jeito.
— Mas não quero forçado.
— Não vai ser forçado, se você não me disser não.
— Mas posso um dia não estar a fim.
— Eu também, hoje não vai rolar Rita.
— Mas e minha poupança?
— Quando souber olhar o saldo, e dividir ele por 13, eu passo
para você o conteúdo.
— Mas...
— Quero você fazendo calculo, e para dividir, tem de saber
multiplicar, diminuir e somar.
— Não é justo?
— Sei que não é justo, o justo vai ser quando souber o que
vale o que ganhou, e não esquece, enquanto sua mãe estiver com
este dinheiro que ganhou a mão, todo resto vai para a poupança,
não quero você torrando, e sei que quer torrar, mas quero você se
dando bem Rita.
— E não vai me por para dormir.
— Não, vai lá, hoje não é um bom dia para ficar a porta.
— Perigo?
— Talvez não, mas não vou arriscar.
Rita sai, a senhora olha bem ao longe a filha ir para casa,
pensou que ela se demoraria mais.
A senhora olha para a filha e fala.
— Pensei que tivesse algo com ele.
— Mãe, ele ainda não me olha como futuro.

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
— E o resto do dinheiro?
— Ele disse que tenho de aprender a dividir ele por 13, para
que ele me passe.
— Ele a quer sabendo fazer calculo filha, apenas isto.
— Porque 13?
— Um numero primo filha, não vai nunca dar uma conta
exata, vai ter de fazer o calculo até o fim.
— Mas...
— Ele a quer crescendo culturalmente, olha que não pensei
que ele queria isto.
Rita olha a mãe sem entender, ela não tinha a menor ideia do
que era um numero primo.
Joaquim olha para a casa, olha a obra, hora de mudar
algumas coisas, e uma delas, tirar as meninas do ponto de droga,
sabia que algumas tinham voltado para casa, a historia de
trabalhando e na escola, fazia alguns pais estranharem, meninas de
14 anos voltando para a terceira serie primaria, mas não teria o que
fazer, era um peso que elas teriam de assumir, se quisessem se dar
bem na vida.
Ele pega as anotações de um livro que escrevera a mão,
depois passara para as folhas na maquina manual em casa, organiza,
pega os papeis e fica a lembrar da menina em Porto Alegre, e fica a
pensar, estranho poder pagar algo para uma menina, a ponto dos
pais estarem assustados, e oferecer menos da metade para um
funcionário de topo, e este achar que é um senhor salario.
Estranho os parâmetros de ganhos, os parâmetros do que o
normal, estabelecia, e a ilegalidade proporcionava, mas uma coisa
ele tinha certeza, não poderia misturar.
Ele olha a hora, não teria como invadir uma casa naquele
horário, deita a cama e dorme.
O despertador pareceu tocar logo a seguir, ele olha para fora,
garoa forte, olha para a cozinha, põem um café para fazer e no
quarto, ajeita suas coisas, ele precisava comprar outras camisas e
gravatas, e uma peça de terno a mais.
Sabia que nem tudo parecia tranquilo, ele olha para fora, algo
estava diferente, o silencio, isto que estava errado.

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
Joaquim põem a arma as costas, desce a cozinha e encosta na
parede dos fundos, serve um café, ele tentavam provar para ele que
não estava paranoico, ele olha sobre a mesa o pager e olha a
mensagem, estava com o café a mão, toma um gole, ele lê a
mensagem e olha para a porta, longe dele, olha para a janela, como
ele entraria ali era o que Joaquim se perguntava, sorri, sobe as
escadas, liga o chuveiro, caminha ao fim do corredor, e espera.
Olha aquele grupo de pessoas entrando pela laje, e descendo
pela ponta, ele gostava daquela escada quase natural entre duas
lajes mais baixas ao fundo, e os deixa descer, se via armas de
pequeno calibre, aquelas vestes soltas, barbas por fazer.
Um entra no quarto e ouve o chuveiro e o rapaz olha para
dentro, Joaquim queria conversar, mas dependia dos rapazes, um
faz sinal para outro chegar perto e fala.
— Vamos tentar conversar.
— Todos mandam o matar Tanquinho.
— Se ele reagir, o matamos, mas quero conversar.
— Está arriscando.
— Estamos perdendo e sumindo.
— Mas porque quer conversar com ele. – Outro ao fundo,
Joaquim ouvindo tudo.
— O Geisel odeia ele e ele está vivo!
— Isto parece lenda.
— Sei que muitos falam dele com medo, e sei de gente que
parece querer ele vivo, parte o quer morto.
— O rapaz abre a porta do banheiro, lentamente e fala.
— Podemos conversar senhor?
O senhor olha para dentro e olha para fora, olha em volta e
ouve Joaquim no fundo, saindo da sombra, encostado a parede.
— Quem gostaria de conversar?
Os rapazes se armam, e Joaquim fala.
— Dedo fora dos gatilhos e ninguém morre.
O senhor olha Joaquim e fala.
— Não sei se sabe quem sou?
— Primeiro nome para não se complicar com todos senhor,
mas sei que é o Pedro.
— Certo, mas porque mandaram lhe apagar?

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
— Porque eu sem saber havia desviado uma remessa de
novas armas, que todos diziam ir para os treinados do SNI, mas
descobri depois que iria para o Araguaia.
— Você que nos roubou? – Um rapaz apontando a arma para
Joaquim.
— Não, eu roubei a CIA, não vocês, sabe que o último lugar
que pensei achar uma remeça para o Araguaia fosse num porto
tocado pela CIA.
— Não sei do que está falando. – O rapaz que lhe apontava a
arma.
— Cais 8 e 9 em Santos, cais da CIA, no Brasil, foi lá que me
apoderei de suas armas, mas assim que uma conhecida me afirmou
que era para vocês, eu liberei a carga, não queria problemas, então
não esperava revolucionários na minha pequena casa na favela.
— Esta casa não é pequena senhor.
— O que precisam?
— Saber se está a favor ou contra nós, pois me mandaram o
eliminar, e não gosto de serviços estranhos.
— Posso estar errado senhor, mas lhe mandaram a morte, eu
desconfiava do líder que lhes mandou para cá.
— Se acha imortal pelo jeito.
— Senhor, estou conversando, teria os acertado todos antes
de vocês me verem no fundo, a pergunta, quem os quer mortos, e
me complicar com esta ordem?
— A direção do Araguaia.
— Armas boas demais para vocês, se não tem treino para elas.
— Nos treinarão, acha que não somos capazes.
Joaquim não via motivo para aquela conversa, de pé, seu café
esfriando, e fala.
— Se vieram me matar, a chance é agora, se nem vocês
sabem o que fazem aqui, que diferença faz os matar ou não.
— Não parece acreditar que o mataríamos.
O rapaz destrava a arma, Joaquim avança, puxa a arma para
dele, soca o segundo, desarma, chuta o saco do terceiro, aponta a
arma na cabeça do senhor e fala, com duas armas a mão, dos
próprios rapazes, e um se torcendo ao chão.

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
— Acho que não entendeu Pedro, lhe mandaram para a
morte, e nem está me ouvindo.
Os dois estavam sem armas, um com o nariz sangrando e o
senhor fala.
— Mas porque nos deixaria ir?
— Senhor, uma dica, aproveita a madrugada, pela laje, se
omitindo, vão aquele prédio verde ao fundo, laje, já conversamos lá.
— Não entendi?
— Tenho de saber quem quer você morto, para saber, se lhes
mando de volta, ou lhes treino a enfrentar.
— Acha que caímos neste papo? – O rapaz que lhe esticara a
arma primeiro.
Joaquim inverte a arma e dá com foça, na perna do rapaz e
fala ao senhor.
— Agora.
O rapaz se torce de dor e o senhor pergunta.
— E ele?
— Vai, agora.
O senhor ajuda o rapaz ao chão, 3 rapazes saem pelo telhado
e Joaquim olha o rapaz e fala.
— Vamos ver se sabe mesmo o que fala rapaz?
— Acha que é fácil conseguir algo de mim, não entendeu.
— Para que entender, você tem calçado americano, de 300
dólares, mesmo desgastado, é um calçado americano, tem uma
pistola da repressão local, seu sotaque, diria que é Paulistano quase
Mato Grosso, mas realmente não entendi nada.
Joaquim torce sua mão, senta ele a cadeira da sala e o amarra,
e fala.
— Torça para não entrarem atirando senhor.
— Acha que eles vão vir, quem acha que vai entrar?
— Contra Inteligência, o lixo deste sistema politico.
Joaquim vai a cozinha e serve o café, olha para fora, não teve
um tiro, mas ele passa a mensagem para Paulinho, conseguir um
quarto para os rapazes que chegariam lá pela laje.
Joaquim olha para o rapaz e fala.
— Acha que vou cair nesta arapuca da contra espionagem
rapaz? – Joaquim.

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
— Mas dar proteção a criminosos, é pior do que os matar.
— Não entendeu, estou pensando em mudar a forma de agir,
não adianta ter toda estrutura, e estar sempre, precisando
responder por mortes que oficialmente não aconteceram.
— E o que pretende?
— Quer serviço de graça, não vai ter.
Joaquim sobe, veste sua roupa, amordaça e encapucha o
rapaz e sai pela porta, a rua fechada para ele sair, pela empresa de
segurança, fez alguns do outro lado da rua olharem sem sabe o que
o senhor iria fazer.
Ele chega ao rapaz da organização e fala.
— Tira 3 pessoas sem ninguém ver da sede, tira as armas do
pessoal da casa ai, mas deixa o rapaz a sala, como está.
— Levamos elas para onde?
— Para o prédio no Cabral.
— Eles vão espernear.
Joaquim não entrou em detalhes, sai de Brasília, enquanto os
rapazes esvaziavam a casa, os três rapazes são colocados dentro de
sacos e jogados no porta malas de um opala, que sai da região,
enquanto ele vai a sede na João Negrão, vendo as meninas irem
para o colégio.
Dirige calmamente, observando e chega a João Negrão e
senta-se ao pequeno escritório, olha para a obra que estava
andando, as vezes ele duvidava ser possível ele tocar aquilo, ele por
horas pensava que teria de mudar, mas ainda estava muito na
contravenção, ele não via com olhos muito felizes, largar aquela
fabrica de dinheiro.
Ele faz o prospecto de quanto deveria ter na conta naquele
dia, e para onde ele transferiria, pela primeira vez ele olha para os
prospectos e para olhando aquilo.
“Está ficando muito visível, tenho de dar um jeito de manter
no sigilo” – Pensa Joaquim.
Ele faz o prospecto e liga para 12 pessoas, ele efetuaria TED
do Banco do Brasil para estes 12 lugares, e confirmaria a construção,
a reforma, a estrutura de 12 lugares, agora em seu nome.
Joaquim passa os olhos também nos prospectos dos irmãos
Jones, aquilo era a estrutura da CIA fora da vista, uma estrutura que

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
provavelmente os irmãos perceberam que a própria CIA não tinha
conhecimento, e começaram a transferir para eles os imóveis.
Procurações de fantasmas, com a localização de 72 imóveis
espalhados no país, mas ele olha uma pedreira na região de Tijucas
do Sul, ele pensou em montar sua estrutura de sumiço de corpos
por ali.
Ele olha para os dados, estranho alguém lhe dizer que tem
imóveis, tem segurança para estes imóveis, e não se tem o porque
da segurança, desculpas para estabelecer proteção contra a invasão
ou apropriação de terras deles.
Ele olha os prospectos de compra, tudo via telefone, fica a
olhar como funcionava e pede uma nova remessa do que tinha
desviado do cais, para entrega em 60 dias, destino Brasil,
importação consular, desembarque em Santos.
Ele olha a hora e sai no sentido do Banco, sabia que teria de
falar com o gerente geral, ele não queria má interpretação, mas
obvio, quando um funcionário, recebe investimentos na ordem que
ele receberia, teria de confirmar as transferências aproveitando
para confirmar a compra pelo consulado.
Joaquim estaciona a Brasília e o gerente olha ele, esperava
algo, talvez peças no tabuleiro, talvez não, Joaquim cumprimenta
ele com a cabeça e vai a sua mesa.
O gerente chega a ela e fala.
— Não sei se olhou seus saldos rapaz?
— Ainda não senhor, algum problema, tenho de cobrir
alguma empresa?
O gerente sorriu e falou.
— Carlos falou que esperava uma entrada de capital
depositada ontem, está na conta da sua empresa de publicidade. –
O senhor olhou sorrindo, o que dizia que ele iria querer lhe vender
um produto, mas Joaquim sabia disto.
— Assim que puder senhor, vamos verificar se temos como
segurar toda minha estrutura, mas hoje, tenho de fazer 12 TED
antes de abrir a agencia.
— Vai transferir os recursos, pensei que iria aplicar no banco?
— Vou, mas está na hora de deixar de morar no Capanema,
tenho uma proposta de compra para minha casa, e ainda é apenas

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
os recursos para implantação, finalmente posso dizer que tenho
realmente uma empresa.
— Soube que seu Bar está bombando na noite.
— Bares tem tempo de vida senhor, eles geram dinheiro por
um tempo, depois eles estacionam na estrutura, mas cada um dos
prospectos, me faz querer ir a frente.
— E pelo jeito quer garantir uma casa primeiro.
— Sim, as vezes saber que não vai acordar a noite com tiros já
lhe garante uma paz para viver melhor.
O gerente achou entender o que Joaquim queria dizer, mas
mesmo a contragosto, Joaquim deixou aplicado na agencia, 30% do
que ele recebera, e pedira a Carlos, para fazer o levantamento do
seguro de 4 locais, na cidade.
Joaquim não estava falando, mas estava induzindo, e quando
chegasse ao fim de semana, ele teria aqueles quatro imensos
imóveis em seu nome.
Joaquim via eles como investimentos para ganho de dinheiro,
sabia bem a diferença entre ativos e passivos.
Carlos para a sua mesa perto do meio dia, antes dele sair para
o almoço e pergunta.
— Não entendi o pedido?
— Carlos, algo deu certo, nos meus planos, terrenos que
deveriam vir para meu nome em 8 anos, vão vir para mim agora, e
pretendo ter eles segurados, algum problema nisto.
— Mas são os...
— Sim, os imóveis que o senhor Jones vai montar as
empresas, dois deles, ele vai me pagar aluguel, não preciso falar isto
para ninguém, pensei em comprar após saber que alguém como
aquele senhor, tinha planos sobre estes imóveis, não entendi, eles
não compram imóveis, eles não descapitalizam o valor, eles acham
mais barato, e se por no papel até é, pagar o aluguel e por isto
como custos operacionais.
— Sabia já no dia que foi lá?
— Fui lá verificar, pois eu havia feito a proposta para comprar
o imóvel em 8 anos, com entradas mensais pesadas e reajustadas.
— E se depara com o senhor?

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
— Sim, mas a maioria não precisa saber disto Carlos, outra
coisa, quer subir após este cargo, imagino?
— Sim.
— Semana que vem, começo a minha primeira investida real
em Santos e região, verifica se existe alguém no banco lá, que se
interesse por implementar uma conta lá, da empresa que você tem
sede aqui.
— Pensando em por gente lá para trabalhar?
— Vou tentar, diversificar, e ao mesmo tempo, sair da vitrine.
— Não gosta mesmo de aparecer?
— Não.
Joaquim viu que era sua hora e saiu para o almoço.
Ele vai até o Cabral, olha Nádia se batendo, mas começando a
pegar o jeito e vai ao prédio ao lado, e olha para Emanuelle ali.
— Problemas Manu?
— Não entendi, parece que você adivinha as arapucas, nem
consigo lhe alertar e você se safa.
— Vamos subir, quero conversar com um pessoal.
— O grupo do Araguaia lhe quer morto, dizem que você
matou um dos seus lideres hoje.
— Quem espalhou isto Manu?
— Matosinho.
— Ele está a serviço de quem Manu?
— Disto que falo, você parece adivinhar, ele parece a serviço
do SNI.
— Quem?
— Capitão Ramalho.
— Um merda destes chegou a que posição no SNI?
— O Geisel o colocou na direção geral.
— Certo, quando penso que vai refrescar eles jogam o peso
sobre mim de novo, e com certeza, o general Rosa está fora do país.
— Sim, uma reunião entre aliados em Montevideo.
Joaquim sobe a cobertura, os três senhores estavam ali e
Joaquim olha Pedro Camargo e pergunta.
— Porque o querem morto Pedro?
— Está nos detendo aqui.

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
— Eu os tirei de lá, e na mesma hora chega a informação no
Araguaia que eu matei vocês, como disse, eles esperavam isto antes
mesmo de vocês entrarem lá.
— Onde está Ricardinho.
— Isto que queria saber, quem apontou o rapaz como
Ricardinho Silva? – Joaquim.
— Por quê?
— Ele se veste como CIA, ele tem arma que a CIA usa, ele tem
calçados da CIA, e você me afirma que ele é Ricardinho? – Joaquim
olhando Pedro.
—Um agente duplo, sei que ele é CIA, mas foi quem nos
garantiu a entrada das armas, me garantiu isto.
— Quem? – Joaquim.
— Kentucky! – Pedro.
Joaquim olha para Manu e pergunta em espanhol.
— Kentucky está por trás disto?
— Ele odeia esta posição que colocaram ele, mas Host o
colocou lá, ele não tem como recuar.
— Então posso considerar um ataque de Host? – Pergunta
Joaquim olhando para Manu.
— Sabe que ele lhe odeia.
O senhor olha para Joaquim e pergunta.
— Quem é este Host? – O senhor entendera o espanhol, mas
perguntou em português.
— Atual chefe da CIA. – Manu no seu português estranho.
Pedro olha os dois e fala.
— Se for isto, eles nos mandaram a morte, como damos o
troco, pois não vim para cá para morrer.
— Senhor, o problema é que quem conseguiu as armas para
vocês, foi a CIA, eu não olhei as armas ainda, mas se for armas
apenas na aparência, descobrimos.
— Como se elas já estão no Araguaia?
— Senhor, de armas eu entendo um pouco, vou dar uma
ligação, Manu, tem nas portas de armas, lá embaixo, pelo menos 30
das armas que deveriam ir para o Araguaia, verifica para mim se
elas são reais, eu tenho de voltar agora.
— Acha seguro sair?

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
— Senhor, eu os isolei para descobrir quem está por trás disto,
pois eles querem usar o grupo do Araguaia, para dizer que existe
resistência, mas pode ser bem para vocês se acharem confiantes,
colocarem a cabeça de fora e matar a todos.
— Dai seria algo entre exercito local e CIA?
— Ouvi deste que se passa por Ricardinho que seria Contra
Resistencia, mas dai é SNI.
— Sabe que pode ser uma arapuca para você Joaquim? –
Manu.
— Sei, e pode nem ser coisa do Host, mas tenho de saber, lá
vou eu ter mais um dia complicado na agencia.
Joaquim passa no escritório rapidamente, apenas confirma o
que precisava confirmar e volta ao banco.
Ele entra e olha aqueles senhores da policia federal falando
com o gerente geral e no lugar de ir a sua mesa sobe a do gerente e
olha para o policial.
— Boa tarde, quem é o responsável?
O senhor olha para Joaquim e fala.
— Viemos o conduzir.
— Sem problema, mas espero que saibam o fazer
discretamente, não por mim, mas pela visão que se tem de Policia
Federal e de Banco do Brasil senhores. – Joaquim olhando o senhor.
— Existe uma acusação de que você deteve um rapaz em sua
sala de estar pela manha.
— Iria lá mais tarde com alguém do exercito, pois ele me
apontou a arma de disse ser Ricardinho da Silva, isto é para SNI, não
para Policia Federal senhor.
O policial olha serio para Joaquim.
— Ele não se apresentou assim.
— Sei disto, mas um agente da CIA me apontou ele como um
agente infiltrado do Araguaia, e que seria Ricardo da Silva, mais
conhecido por Ricardinho.
— Quem lhe apontou ele?
— Agente Kentucky da CIA, na Sexta Feira passada.
— Fala com agentes da CIA normalmente?
— Senhor, eu tenho negócios com a CIA.
O policial encostou Joaquim na parede o algemando e fala.

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
— Acha que caio nesta lábia.
Joaquim olhou o gerente e fala.
— Mais um dia tirado a força daqui.
— Mandamos um advogado?
— Já alertei o meu advogado, mas ele deve estar tentando
saber quem está me acusando, mas calma gerente, eles não sabem
mesmo o que está acontecendo.
O senhor sorriu e falou.
— E vai se complicar.
— Calma, volto antes de fechar a agencia ainda.
O policial federal achou que o rapaz não sabia o que estava
acontecendo, mas viu que indicaram a saída dos fundos, não
queriam queimar a imagem do banco com aquilo.
Joaquim é levado a sede da Policia Federal no centro da
cidade, é sentado a cadeira e ao lado, o rapaz que tiraram da sala.
Joaquim viu ele apontar ele e falar.
— Este desgraçado me amarrou a sala, pensei que iria me
matar.
Joaquim olha o Delegado da Federal entrar e olhar para ele.
— Sabe de que lhe acusam?
— De prender na cadeira alguém que entrou pela laje da casa,
imagino que deva ser crime isto, mas de que mais ele me acusa
senhor, já que prender alguém que invade sua casa de madrugada,
mesmo que desarmado, é apenas alto defesa.
— Você matou meus amigos lá.
— Quem eu matei rapaz, Pedro Camargo, Augusto dos Anjos,
Paulo da Cruz? – Fala Joaquim olhando o rapaz.
O delegado olha para o rapaz, se fossem estes os
acompanhantes, a historia mudava.
— Você os matou, o que importa o nome?
— A pergunta rapaz, eu saio, mas a afirmativa de que você
não é Ricardinho Silva, e sim um agente do SNI, vazou junto com a
afirmação de que eu havia matado eles, a pergunta, porque vazar
isto, quer eles aqui para me matar é isto?
— Não vai negar que os matou?
— Quero saber se sabe a encrenca que se meteu rapaz, pois
eles vão vir lhe matar, sabe disto, você sabe demais.

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
— Me ameaçando?
Joaquim olha para o delegado e pergunta.
— O que não poderia esperar o fim do meu dia de trabalho,
que os fez me tirar da agencia Delegado?
— A acusação de que matou os companheiros deste dai?
— Ele prove, por sinal, onde está aquele pessoal do SNI que
vigiava minha casa hoje cedo?
—Porque quer saber? – O delegado.
— Senhor, afirmar que matei eles, sem sangue, sem corpos,
sem ninguém ter ouvido um tiro, com mais de 10 agentes do SNI
por perto, qual a base desta denuncia?
— Como sabe que era SNI? – Um senhor entrando pela porta,
Joaquim estava de costas, mas ainda olhando para o Delegado fala.
— Digamos que um dia senhor Pinheiros, você me convidou
para ir ao SNI, mas acharam melhor me colocar no DOPS, acho que
não lembra mais de um Sargento recém expulso do exercito. – Fala
Joaquim que olha apenas no final para o senhor.
O senhor olha para o rapaz e pergunta.
— Quem o quer incriminar Ricardo?
— Ele os matou senhor.
O senhor olha para Joaquim e pergunta.
— Não entendi a confusão?
— Nem eu, algo sobre Kentucky ter apresentado Ricardo ao
grupo e como ele quer por alguém lá para treinar, tem de ser
alguém que ninguém saiba que foi ou é CIA.
O rapaz olha para Joaquim e pergunta.
— E como sabe que Kentucky me indicou ao grupo?
— Digamos, armas compradas pela Cia e entregues pela CIA,
Kentucky sendo o primeiro a vir tirar satisfação com o sumiço das
armas, semana passada ele estava por ai querendo entender o
problema.
O policial a porta que prendera o rapaz, não estava
acreditando naquilo.
O delegado olha para Joaquim pegando os documentos dele a
mesa e fala.
— Ainda do Exercito?

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
— Ainda nos trabalhos sujos, mas não entendi porque me
acusar do que o rapaz fez, para que isto?
Pinheiros olha para Joaquim e fala.
— Tem de ver que a firmação de que um traficante do
Capanema estava dando estrutura a resistência, teríamos de
investigar.
— Ninguém foi investigar senhor, eles mandaram através do
seu agente, me matarem, mas o único interessado em minha morte,
parecia ser bem quem não deveria a querer, mas tem de melhorar o
treinamento, desarmei seu rapaz em 8 segundos, parecem crianças
brincando com arma de fogo.
— E como sabia que ele era SNI. – Delegado.
Joaquim olha o delegado.
— Ele continua com este calçado que mesmo gasto, não
vendemos no Brasil, a pronuncia dele, parece paulistana da divisa
do Mato Grosso, ou como alguns aqui falam, com um R muito
arrastado e artificial, mesmo sujo, parece muito bem cuidado para
guerrilheiro, se os guerrilheiros estão gordos e bem nutridos desta
forma, algo está errado lá senhor, e a arma que estava com ele.
— Não achamos arma lá.
Joaquim sorriu e falou.
— Ainda querem que leve a serio a acusação.
— Tem residência fixa senhor? – O delegado.
— Sim, tenho.
— E o que fazia naquela casa?
— Digamos que é o local, que quando acho que vou ser
atacado, me escondo, pois ninguém morre por estar na peça ao
lado e o tiro for para mim.
— E quem achava que iria lhe atacar?
— Ainda não entendi, pois mataram minha mãe, metralhando
a casa, ela morreu sentada a cadeira de rodas dela no centro da
casa, de lá para cá, parece que todos que querem dizer que
mandam algo, vem apontar a arma para mim.
— E trabalha no Banco do Brasil.
— Sim, se não me expulsarem depois desta prisão estranha.
— E se lhe expulsarem? – O delegado – Vai voltar ao trafico.

35
J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
— Não, tenho uma agencia de publicidade, fazemos
comerciais, tenho o Tasca do Joaquim, restaurante no Largo, tenho
a Insídia Segurança, tenho a Gráfica Travesso, e estamos fundando
um Cursinho pré-vestibular a mais na cidade, mas este apenas no
ano que vem.
O delegado olha para Joaquim e pergunta.
— Aqui diz que tens uma Agencia de Acompanhante.
— Legalizada e com alvará de funcionamento senhor.
— Vamos o liberar, mas não saia da cidade sem comunicar-
nos.
— Então fica comunicado senhor, vou a Santos, no Sábado,
comprar um terreno, para erguer uma fabrica de moveis, Santos,
bairro de Paquetá.
— Não está levando a serio senhor.
— Senhor, tenho de gerar meu dinheiro, não vivo de
impostos, se não colocar pessoas para me gerar dinheiro, não tenho
como defender-me, pagar os advogados. – Joaquim foi cínico nesta
hora e o delegado olha para o rapaz e para o senhor e fala.
— Precisamos conversar – olha para o rapaz a porta e fala –
Deixa ele na agencia.
Joaquim sai e o Delegado olha para o senhor Pinheiros.
— O que está acontecendo que não entendi. – O delegado.
— Digamos que não sabia quem era o rapaz da operação
senhor, ela se explica por si, Host, chefe da CIA, odeia ele, dizem ser
o único cara que deu um tiro não chefe da CIA e está vivo, Geisel
odeia ele, tivemos problemas em uma operação em Angola,
mandamos pessoas para que não desse certo, um general indicou o
rapaz porque o queria morto, ele defende seu grupo, persegue os
que deveriam ter tomado o leste de Angola, e foram resgatado já no
pais vizinho, como Geisel odeia ele, capitão Ramalho do SNI odeia
ele também, e nem sei porque.
— Quem é este rapaz que todos parecem odiar? – O delegado
olhando para o senhor Pinheiros.
— Alguém que foi do Exercito, do Dops, da Inteligência, e saiu
de todos eles expulso, mas ainda é tido como ativo do Exercito, pois
eles não tem alguém como ele lá dentro, que pelo que falam os
relatórios, estava quieto em casa, está prestes a se formar

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
Economista, quando metralham sua mãe, sentada na sala de casa,
ele acha que os tiros eram para ele, neste instante ele sai da inercia,
e obvio, os que odeiam ele, querem ele na inercia senhor.
O delegado olha o senhor e fala.
— E estão de olho nele?
— Sim, mas não temos nada que o detenha, mas pelo jeito
não acharam os corpos dos demais.
— Não, acha que ele os matou?
— Não sei senhor, mas não podemos ter este peso sobre nós,
se o exercito entrar lá e os desarticular, o exercito não são nomes, é
apenas a instituição.
— Me mantenham informado.
O delegado olha para o policial e pergunta.
— O que ele falou, que parecia incrédulo?
— Todos falam que a Civil da cidade está em acordo com o
dono da TSS, de repente detemos um senhor em seu trabalho, pelo
jeito por uma armação mal projetada, e um rapaz, aquele de
momentos atrás, é a pessoa que dizem estar tomando a cidade.
— Acha que ele está mesmo envolvido com o trafico?
— Apontam ele como cabeça, não como distribuidor de
papelote senhor.
— Certo, acha que vai acontecer oque?
— Eles armaram contra o senhor, ele devolveu a armação
senhor, eles não ouviram, mas ele foi bem claro, alertou que o rapaz
não era quem dizia.
O delegado entendeu, o rapaz devolvera a bomba.
Joaquim chega a agencia, entra e vai a sua mesa, atende
alguns clientes e o gerente o chama a sua sala.
— Pelo jeito foi rápido.
— Quando falo em comprar uma casa em outro lugar senhor,
que eles estão aramando contra mim, não quero gerar este tipo de
coisa, se para o banco é ruim, imagina como me sinto cada vez que
alguém resolve que você é o alvo mais fácil.
— O policial não lhe levou a serio.
— Eles não entenderam senhor, hoje me acusaram da morte
de 3 pessoas que estão vivas.
— Armação da pior espécie, é o que esta dizendo.

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
Joaquim concordou com a cabeça.
Emanuelle olha as armas e olha para o senhor e fala.
— Isto é lixo senhor, é a pegadinha, vocês se acham armados
e acabam morrendo.
— Não entendi. – Pedro.
— Armas da linha de descarte, erro de prensagem da mesma,
Joaquim desconfiou, eu não tinha esta informação, mas ele é rápido
nisto.
— Preciso voltar.
— Calma, ele vai querer lhe dar cobertura, mas ainda tem de
manter a calma.
— Cobertura?
— Não sei, espera, ele deve estar por ai, perto das 6 horas.
— Mas e se o prenderem.
A moça sorri e olha em volta.
Joaquim olha para os parâmetros da agencia no informativo
interno, olha para o sistema, ainda primário e sorri da ideia simples,
mas que começava a fervilhar em sua cabeça.
Joaquim sai e vai ao Cabral, olha para Manu a entrada e fala.
— Melhor não ficar Manu, eles vão por peso sobre todos que
estiverem ao meu lado.
— Querendo me proteger agora?
— Queria mesmo que declarasse na frente de Kentucky que
voltei para lhe proteger?
— Certo, não era a hora, mas acredita que vai ter problemas?
— Sim, pelo jeito as armas são enganação?
— Sim.
— Vai, sai da cidade antes de qualquer coisas Manu.
— Vou, pelo jeito vai devolver a bomba.
— Sim.
Joaquim sobe e olha para a parte baixa, onde Breno, um
militar da época que estava na ativa, agora se destacando na Insídia,
chegava com o grupo de apoio.
Pedro olha o Joaquim entrar e fala.
— Problemas?
— Temos de conversar senhor.
— Está serio.

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
— Senhor, se a ideia era nos matar, eu sempre acredito que o
projeto deles começou a funcionar, a pergunta, tem como alertar
eles a saírem de lá?
— Acredita que nos afastaram para iniciar algo? – Augusto.
— Acredito que eles entregaram as armas, para forjar um
treino, e quando estiverem todos achando que já tem armas, eles
atacam, como vocês estarão armados, matam todos com a
afirmação de resistência.
— E fotografam eles armados?
— Sim, mas Pedro, tem como os alertar?
— Alguém está infiltrado.
— Com certeza, mas dá contra ordem, para se apresentarem
em Santos e Curitiba, para ontem.
— Mas...
— Senhor, este lugar ainda está vazio, é algo projetado para
receber fantasmas da CIA, mas qual a vantagem de um lugar
destes?
— Não entendi.
— Senhor, eles acham que sou um fantasma da CIA, eles não
tem identidade, não tem descrição, mas tem recursos.
— Está nos querendo colocar numa estrutura, mas como
vencemos a guerra?
— Temos de não morrer para vencer algo, e quem sabe me
ouçam e mudemos de tática.
— Como assim, mudar de tática?
— Senhor, chama eles para este local.
Breno entra pela porta e trás uma pasta e Joaquim abre e fala.
— Vamos chamar um grupo de maquiadores e cabelereiros,
eles vão fazer as barbas, mudar os cortes de cabelo, e vamos os dar
novas identidades Pedro.
— Acha mesmo que Ricardinho é um traidor?
— SNI senhor. – Joaquim.
O senhor viu que o rapaz iria agitar, viu Joaquim saindo e
pegou o telefone e ligou para o acampamento, primeira informação,
Kentucky e Ricardinho os traíram, segunda, começar a sair da região,
deixar as armas, era lixo vendido para eles.

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
Ricardinho chega ao acampamento depois de 3 horas de voo,
e na entrada recebe o tiro a cabeça e os dois rapazes que estavam
com ele, CIA disfarçada, morrem ali, Kentucky que estava na cidade
vizinha, é morto a cama, a informação da morte dele chega a Host,
que estranha, mas não teria como ligar a Joaquim aquela morte.
As pessoas começam a sair apenas como emigrantes da
região, sem armas, com destinos marcados.
Joaquim liga para Fernandes e explica que teria um grupo de
uns 50 que chegariam lá, para ele dar residência, mas sem dizer
nada de onde vieram e para onde iriam.
Joaquim olha para Nádia entrar pela porta e fala.
— Está linda.
— Está agitado?
— Sim, entregaram os moveis na casa que reformei no Largo
da Ordem, hora de mudar.
— Vai sair do Capanema?
— Sim.
Joaquim pega uma lista de endereço e consegue um telefone
e disca para ele.
— Pablo, é Quinho.
— Quinho? – O rapaz não lembrou.
— Do Capanema.
— Certo, Quinho, o que precisa?
— Ainda fornece armas?
— Sabe que está cada dia mais difícil.
— Sei que já foi mais difícil, mas consegue algo que preste
Pablo?
— O que quer?
— Arma de defesa, com bom tiro, estou querendo somar nos
grupos de segurança, algo de poder de reação, mas que seja
surpresa, que ninguém os viu com a arma.
— Está em Curitiba ainda?
— Sim, mas anota ai o endereço, e se puder agendar uma
visita, tenho urgência.
O rapaz anota e Pedro no prédio ao fundo olha para o rapaz e
pergunta.
— Ele lhe passou uma ideia?

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
— Ele fundou uma empresa de segurança senhor, com novas
identidades, ele os coloca dentro de uma empresa de segurança,
diferença, podem estar armados, podem passar desapercebidos, é
hora de se reorganizar.
— E como ele pode ter tanto, me apontaram apenas um
Sargento Expulso que estava atrapalhando.
— Senhor Camargo, ele foi expulso do DOPS por fazer com
um dos de lá, o que eles faziam com os demais, dizem que o rapaz
pediu para morrer por mais de 6 meses.
— Ele foi DOPS? – Paulo.
— Sim, ele foi DOPS, então ele sabe se disfarçar, ele sabe falar
pelo menos 5 línguas, ele fez treinamento tanto com a CIA como
KGB, mas agora é hora de descobri os infiltrados e os isolar senhor.
— E acha que este lugar é seguro?
O senhor sorriu, era um local que nem sabia existir dias antes,
agora parecia que encheria de gente.
Joaquim sai da sede do Cabral e vai ao Portão, ele chega e
olha para a administradora, ela olha o rapaz e fala.
— Deve ser Joaquim.
— Sim, deve ser Mirley.
— Sim, mas o local é bom, mas não entendo deste tipo de
serviço, e pelo jeito seremos sócio.
— O sigilo é parte importante, mas verá que é simples, eles
instalaram os telefones?
— Sim.
— O que vê abaixo dos telefones, é um identificador de
chamada, geralmente anotamos os números e confirmamos ele,
mas tem uma pegadinha ai.
— Qual?
— Se antes do numero estiver o numero 8, é telefone publico,
3 é repartição publica, e 4 residência ou comercio particular.
— Tem como saber até se é de um telefone publico?
— Sim.
— E como funcionam os programas?
— Sempre metade para a casa, sei que são grupos especiais e
mais caros, mas no fundo, tem uma casa, deve ter visto, bem no
centro da quadra.

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
— Sim.
— Se quiser montar algo como era lá Mirley, temos apenas de
montar e começar a fazer.
— Pensou em algo assim?
— Sim, mas como não entendia como funcionava, era apenas
algo ao futuro, ou que mudaria de ideia depois.
— O deputado não conseguiu que outras retornassem.
— Acho que parte está com medo senhora, apenas isto.
— Sabe que muitos ainda acham que foi você.
— Eu estava preso, nem tive chance, mas se querem me dar a
fama que não mereço, a vontade.
Joaquim a inteirou de como funcionava e que mandaria duas
telefonistas, pois desperdiçar moças bonitas no telefone era pecado,
a senhora sorriu.
Joaquim olha para a estrutura do bar que montaria ali, e vê
que estava avançando rápido.
Marcia chega ao local e olha para Joaquim.
— Escondido aqui?
Joaquim sorri, apresenta o local para a menina e fala.
— Estou precisando trocar uma ideia Marcia.
— Problemas?
— Lembra que até pouco tempo ninguém falava de nós?
— Sim.
— Como fazemos para que continuem gastando com a gente
mas sem falar de nós?
— Sabe que as vezes é difícil.
Joaquim olha para a casa que estavam e fala.
— Está casa é para a Rápida, é para você tocar as coisas
Marcia, tem apenas de convencer seus pais virem, não precisa ser
para ontem, mas ela é para que ti consiga se separar daqueles que
nos apontam armas sem se preocupar se nos ferem.
Marcia olha em volta e comenta.
— Pelo jeito ninguém desconfia?
— Tem coisas que temos de separar, e é agora a separação.
— Quais as separações?
— Em Curitiba teremos a parte invisível, tocada e
administrada por você, sei que estou colocando peso, vou por a

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
Nádia para tocar a parte visível, como os restaurantes e hotéis, e
Jonas na parte que aparenta da ilegalidade, pois nestes últimos 5
dias, aquela ideia estranha das meninas, nos colocou no bolso quase
50 mil dólares Marcia, sabe disto, outra parte para as meninas, a
região do Capanema está uma agito com 20 locais reformando a
mais.
— Certo, a invisibilidade nos dá hoje o bruto, mas sabe que
isto pode acabar rapidamente.
— Sei, mas a TSS me gera 50 mil na conta em meio ano
Marcia.
— Entendo onde está a mina, mas acha que separar assim
não vai despertar os curiosos?
— Ali ao fundo vai ter uma casa estilo Deputado, ele já trouxe
a cafetina, e vai me pagar aluguel, mas se olhar em volta, teremos
entradas que você vai administrar que são legais, mas que mesmo
assim, não precisam da visibilidade.
Marcia abraça Joaquim e fala.
— Parece preocupado.
— Muita visibilidade, sei que não gosto de estar no centro das
atenções, estou pensando em destacar Jonas, para podermos fazer
com calma as coisas.
— E como o colocara na vitrine?
— Inauguração semana que vem de uma Danceteria na
Visconde, um restaurante em Santa Felicidade, e um bar no Largo
da Ordem.
— Ele vai reclamar.
— Parte disto você vai controlar, mas ele que estará na vitrine,
tudo que está encostado no terreno da Visconde com João Negrão,
é você que toca Marcia, mesmo que pareça existir pessoas lá para
isto.
— Vai deixar lá quem?
— Não entenda errado, nós estaremos lá, mas ninguém
precisa nos ver lá, podemos ser os sócios que não estão na
inauguração, apenas isto.
— Tudo para sair do caminho deles?
— Muita gente olhando, eu me metendo em mais encrenca,
se estiver fora das empresas, o que me atingir não atinge a empresa.

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
— Falam que está enroscado em alguém.
— Acho que sim, mas não espalha.
— Loco foi fisgado?
— Acho que Loco quer descanso, apenas isto.
Joaquim sai dali e vai a faculdade, ele estava tentando manter
um pouco de presença, sabia que estava difícil.
Quando ele desce no fim da ultima aula, vai ao Capanema,
olha para Rita a esquina e faz sinal para ela chegar perto, Paula
sempre grudada, chega junto.
— Sabe que não vai rolar. – Rita.
Joaquim entra na casa sem falar e abraça Paula e pergunta.
— Como está as coisas?
— Um agito, pensamos que não viria, muitos falam que você
está se colocando na politica.
— Eu não sei o que é ser politico.
Paula abraça Joaquim e Rita pergunta.
— Vão se agarrar ai na minha frente?
— Rita, eu já falei se cena de ciúmes não pega bem. –
Joaquim.
— Eu...
— Você é minha, lembra disto? – Joaquim a encarando.
— Mas fica ai agarrado a outras...
Rita chega a frente dele e ela olha para Paula.
— Sabe que não tenho como as deixar sair, mas preciso de
uma solução para vocês.
— Sabemos, embora não esteja sendo tão ruim assim.
— Paula, Rita – Joaquim olha as duas – não quero vocês longe,
e ao mesmo tempo, não posso as ter na vitrine, então espero que as
duas entendam, que quero respeito, silencio, e as vezes distração,
mas respeito acima de tudo.
— Mas joga ela na cama dos outros e pede respeito? – Rita.
— Rita, respeito não tem haver com sexo, tem haver com
manter a boca fechada para não entrar mosca, posição social a volta,
pois aqui está a família, respeitosa, e obvio, vou cobrar outras coisas
também.
Paula olha sorrindo para Joaquim.

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
— Sabe que rola fácil com você Loco, não sei porque tanto
discurso.
Joaquim sobe ao quarto, tudo revirado e explica tudo de novo,
com um adendo, aquela casa iria ser das duas, e que esperava que
as moças no ponto, fossem para aquela casa, evitava problemas.
O amanhecer com o despertador, o colocar as meninas para
fora, elas tinham de estudar, o olhar-se no espelho e fazer a barba
calmamente, vai a sala, pega o papel e prega um na parede e pensa.
“Preciso organizar as coisas, não é tanta coisa.”
Joaquim olha para fora, pelo menos não chovia, ele põem o
terno, ele odiava isto, e não teria como fugir, ele ainda não tinha um
cargo que desse para por apenas uma camisa polo.
Ele olha os documentos dos terrenos, faz uma pasta, olha as
mensagens, passa algumas dicas e sabia que começaria a terceira
bronca, estava a pensar quando o telefone toca.
— Fala Jonas?
— Colocou um bina ai?
— Sim, mas o que precisa.
— Informar, a Diamante está redonda, o contador que
colocou no caso, desviou as afirmativas e o alvará da TSS saiu ontem,
não sei o que o deputado está fazendo, mas parece que já tem
garotas.
— Jonas, apenas não perde as meninas da Diamond para o
deputado, depende apenas de não se fazer de inatingível.
— Certo, você desviou elas para a empresa, mas como disse,
estamos com programas na casa dos 400 dólares, estão falando que
você está crescendo rápido amigo. – Jonas.
— Rápido, pode ser, tínhamos uma agencia, agora temos
duas, então é 100% de crescimento.
— Mariana falou que você tem duas outras, mas ela não me
falou o que estava aprontando.
— Jonas, eu montei uma agencia, com você, lembra, tudo que
fazemos, é ganhar dinheiro, mas vai entrar ou não na parceria dos
motéis?
— Quero entrar Joaquim, mas não sei como tocar.

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
— Eu criei um escritório e sentei lá Nádia, para ela
administrar o dia a dia disto Jonas, mas a pergunta, vai entrar com
sua parte do capital ou não?
— Esqueci que não tinha colocado Nádia para dentro ainda,
quer dizer que a vai colocar onde?
— Na parte totalmente legal, administração de motéis, hotéis,
Revelações e books, restaurantes, cursinho e gráfica.
— E não a vai falar sobre o resto?
— Jonas, para ela, você me colocou para fora, e vai ficar nesta
versão, eu não a quero ai, ela assim como Amanda, atrapalham.
— Mas acha que ela consegue?
— Ela começa a fazer um sistema para gerir as empresas, mas
ainda é primário, mas não esquece, você toca parte das Agencias,
Marcia, toca outra parte, e estou a fim de fechar os sistemas
internos, para poder ir a frente.
— À frente?
— Sair da casca, dois cais de porto, um em Santos e um em
Porto Alegre, uma linha de advogados, a nível nacional, os hotéis,
devem com calma chegar a nos dar estrutura em outras cidades.
— E quer dizer que não está crescendo rápido?
— Daqui a pouco estou no Banco, onde todos me olham
estranho, pois eles não sabem o que falar.
— O anti-marketing que usou a vida inteira?
Joaquim sorriu, pensou e falou.
— Tem de ver que quero crescer, mas onde dá dinheiro Jonas,
como a Diamond, quando olham demais, gera ganancia, isto gera
problemas, pois um restaurante, é trabalho, do duro.
— Certo, mas porque colocou a Nádia nisto?
— Veja os jornais amanha, e saberá.
— Bomba?
Joaquim se despediu e não respondeu, ele liga para
Ricardinho, um rapaz de jornalismo e pergunta se ele ainda
trabalhava na gazeta, se tinham ainda aquelas matérias compradas,
em folhas sem destaque, e Joaquim marca com ele a noite na
federal.
Joaquim olha para Marcia a porta e abre e fala.
— Perdida aqui?

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
— Preciso tirar duvidas Quinho.
— Fala.
— Não entendi tudo ainda, mas aquela Nádia ligou para a
agencia na João Negrão ontem e fez perguntas.
— Perguntas?
— Quem estava administrando, como iriam tocar, se
precisavam de apoio.
— E ela falou com quem?
— Quando vi que Mariana não sabia o que falar, assumi a
conversa, mas ela parece querer saber mais, e se duvidar, vai passar
lá hoje.
— Põem a segurança a entrada, acesso no máximo a sala da
administração entre o restaurante e a sala dos telefones.
— Ela disse que era sua representante, mas não havia falado
nada disto.
— Marcia, eu preciso de alguém chamando a atenção do
outro lado, alguém que confie, mas não quero ela nas agencias, ela
já vai ter muito trabalho, ela acha que não, mas vai.
— Não entendi porque a colocar nisto.
— Marcia, ela é salario fixo, 10 salários, para o mercado, um
super salario, é o mesmo dos funcionários da Produtora, mas ela vai
administrar 3 hotéis, 3 restaurantes, uma gráfica, uma empresa de
revelação e book, mas a ideia, é a colocar na parte legal, nada da
ilegal, nada de acesso, ela não precisa saber quem manda aqui, se
precisar que Quinho não manda ali e sim Loco, fala.
— Certo, quer alguém para ajudar, não para gerar problemas.
— Sim, como foi ontem?
— Obvio que o movimento confirmado, está para a sexta a
tarde, sábado e domingo, com todas as meninas escalonadas.
— E a Maria? – Joaquim referente a menina que havia feito
uma propaganda de revelação de fotos.
— Estamos com ela com dois programas por dia, por 12 dias
marcado, os depósitos estão confirmando, não sei como pode ter
gente com tanto dinheiro assim Quinho, estamos falando em pagar
para a menina depois destes 12 dias, 72mil dólares da parte dela.

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
— Isto que falo, vamos dar estrutura para as meninas, reserva
uma parte da parte nossa destas operações, para abono, pode ser
10% da nossa parte.
— Abono?
— Se ela não investir nela, pelo menos compramos uma casa
para ela Marcia, mas sem declarar, pois sei que na hora da festa,
elas torram, depois, nos culpam, na hora de nos culpar, assopramos.
— Certo, mas a propaganda da Lee pode nos gerar isto por 6
meninas Quinho.
— Sei disto, mas não é todo dia, e depois de um tempo, todos
já conhecem as meninas e não vão querer pagar o mesmo.
— Certo, ganhar quando eles estão pagando.
— Sim, sei que muitos vão perguntar, desconversa.
— E qual a sua versão para esta moça, Nádia?
— Que vendi esta parte da estrutura, para um rapaz da
comunidade do Capanema por pressão.
— Certo, o ultimo assunto.
— Fala.
— Falei para meus pais que você me ofereceu um emprego e
nele tem uma casa no Portão, que aceitei.
— Vão começar a falar mal de mim, mas tudo bem.
Marcia sorriu e falou.
— Sei que sabe, mas instalaram um cofre imenso ontem na
parte da empresa de segurança, estamos usando o que é voltado
para a agencia.
— Como está a Danceteria?
— Quase pronta.
— Acha que conseguimos tocar algo assim?
— Acho que sim, vou passar para a empresa de marketing sua,
o serviço, entendi que quer as empresas independente, uma
pagando para outra.
Joaquim sorriu e os dois saíram, ele entrou na Brasília e foi
para a região do Cabral, ele entra na cede que deveria ser da CIA e
olha para Pedro a olhar para fora, desconfiado.
— Veio, o que pretende.
— Pedro, sabe atirar ou é apenas coragem?
— Coragem, mas o que quer dizer com isto?

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
— O SNI está tentando descobrir para onde vocês foram, mas
um amigo me passou uma mensagem hoje falando que alguém em
Santos, disse onde eles estão.
— Ainda não sabe quem?
— Ainda não, mas os rapazes que quiserem, vamos contratar
para a empresa de segurança, hora de sumir um pouco, e aprender
a se defender Pedro.
— Acha que eles topam algo assim?
— Eles não tem noção do que é desarmar alguém, o que é
matar alguém, eu dou apoio, disfarce, mas sabe que em 2 meses,
tem de achar outro lugar.
— Por quê?
— Vocês fixos em um lugar que facilita eles.
— Certo, quer nos oferecer uma proteção momentânea com
treinamento.
— E não esqueçam, todos acham que sou do governo, mas
eles não entendem, eu sou a meu favor, e há algum tempo, estes
que estão ai se perderam.
— E está pelo jeito fazendo estrutura, lhe passaram apenas
como um alvo.
— Apenas descrição, certo.
— Certo.
Joaquim vai a direção e olha para Nádia, ela lhe olha
atravessado e fala.
— O que me esconde Joaquim Jose?
Joaquim sorriu, lembrou de sua mãe, só faltou o Moreira para
dizer, “O que precisa mãe!”.
— Tudo, sei lá, o que quer saber que não contei ainda.
— Como estão as coisas nesta agencia que dizem que você
tem no Rebouças?
Joaquim fez sinal de que não estava bem e fala.
— Perdendo dinheiro, mas vou tentar um acordo.
— Não entendi, dizem ser o ponto que está agitando a cidade.
— Eu fui colocado para fora de lá, digamos que vendi para
tentar não ter mais inimigos do que tenho, e não sei, não está
dando certo, pensava em usar a estrutura de lá para um restaurante
e uma Danceteria, mas parece que não vai funcionar.

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
— E pretende desistir, quem lhe quer fora de lá?
— Não confundir, quando vou a faculdade, me chamam de
Loco, mas na favela do Capanema tem um Loco, que não sou eu, ele
que gerou uma porção de mortes quando estava preso, e naquele
dia ele tomou o lugar para ele, e me pressionou quando sai, para lhe
passar o comando do que tinha lá.
— E não fala isto para ninguém? Parece que as meninas de lá
acreditam que você que manda lá ainda.
— Eu ainda quero tentar tirar algumas pessoas que conheço
daquele lugar, mas é apenas para não ser responsável por aquela
pessoa se algo sair errado. Mas andou falando com quem lá? –
Joaquim a olhando.
— Pensei que fosse parte do que você tinha.
Joaquim olha para Nádia, ele não passara nada para ela fazer
lá, e ela fala.
— Pensei que estivesse lá, não aqui.
— Mesmo assim Nádia, não quero você nisto de novo, mas
pelo jeito somente eu quero sair da ilegalidade.
— Tem de ver que é a parte lucrativa.
— A parte cheia de propina, gastos e muita dor de cabeça,
mas queria você a frente do que estou criando, e sei que parece
pouco, mas espero conseguir conversar sobre tudo no fim do dia.
— Correndo?
— Banco, daqui é um pulo, mas ainda tenho de me manter
firme ali.
Nádia o dá um beijo e fala.
— Pensei que passaria lá ontem?
— Ainda me livrando do peso, por sinal, evita olhar para o
prédio ao lado, vamos olhar para lá apenas no mês que vem.
— Problemas?
— Sim, mas estes é bom nem olharmos, não sermos vistos
perto, acho que atraio problema por natureza.
Joaquim deixa os prospectos do dia, Nádia viu que seria
apurado enquanto ele vai para o banco.
Joaquim entra e olha para Carlos chegar a ele.
— O gerente quer falar com a gente.
— Problemas?

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
— Não sei, ele não me falou nada.
— Alguém ai?
— Dois rapazes da Regional do Paraná.
Joaquim olha para o rapaz e fala.
— Não precisa seguir o meu caminho Carlos, mas eu prefiro
sempre o mais trabalhado.
Os dois entraram e o gerente olha os dois e apresenta, e o
senhor da regional olha os dois e fala.
— Os dois rapazes que todos queriam neste instante terem
em suas agencias, viemos os parabenizar, e dizer que os dois
ganharam uma oportunidade, para ir para a regional, sei que a
agencia precisa de uma estruturação, para que os dois saiam daqui,
mas estamos os convidando para gerentes da regional de comercio,
pois os dois juntos, parecem estar encantando os demais.
Carlos olha para o gerente da agencia, eles estavam os
convidando para subir rápido, bem acima do que ele pretendia, mas
não sabia o que falar.
— Qual a oferta senhor? – Joaquim – Qual das gerencias de
negocio que estão nos oferendo?
— Gerencia de Comercio Internacional.
— Onde seria esta regional senhor? – Joaquim.
— Porto Alegre.
— Concorreríamos ou estão nos oferecendo a vaga senhores,
e até quando temos de tomar uma decisão.
— Concorreriam, mas podemos conseguir pontos por metas
atingidas e saírem a frente, a concorrência abre a semana que vem,
e estamos precisando de pessoas dinâmicas na regional.
Joaquim não perguntou mais nada, olha Carlos e viram os
rapazes saírem, e o gerente olhar para Joaquim.
— Problemas Joaquim?
— Senhor, eu não tenho como sair de Curitiba neste
momento, por mais que saiba que podem não abrir esta seleção
novamente, mas não tenho como sair daqui nesta hora.
Carlos olha para Joaquim e fala.
— Eu não sei o que faz um gerente de Comercio Internacional.
— Este não é o problema Carlos, se precisar, estamos aqui
para ajudar, apenas eu não posso ir neste momento.

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
— Acha que eles aceitam apenas um? – O gerente.
— Senhor, nós não chegamos a fazer grande coisa, esperava
pelo menos 6 meses de casa para uma oferta destas. – Joaquim.
— Eu gostaria de tentar gerente. – Carlos.
— Sabe que tenho de por alguém em seu lugar.
— Sei, mas ainda não me escolheram, e não sei ainda como
enfrentar isto. – Carlos.
— Primeiro, semana que vem se inscreve, mas sabe o seu
problema Carlos. – O gerente.
— Minha formação.
Joaquim olha o rapaz e fala.
— Eu ajudo, mas tem de querer Carlos.
— Ajuda?
— Lhe passo um pouco do que sei, sobre Inglês, Espanhol,
Frances, Russo e Italiano.
Carlos olha para Joaquim e fala.
— Você não concorrer é uma chance de me pegarem, pois
você parece o que eles querem.
— Carlos, estamos na quarta, apenas mantem a calma, mas
gerente, gostaria de deixar claro, eu gostaria do cargo, mas neste
momento, não tenho como me afastar de Curitiba, implementando,
treinando e acelerando as empresas, fica difícil neste momento ficar
longe.
— Entendo, qualquer um que viu seu saldo da empresa de
publicidade, sua conta pessoal e cada uma das empresas que trouxe,
sabe que deve correr o dia inteiro, mas não é todo dia que eles
abrem estas vagas Joaquim.
— Sei disto, mas vou falar com o rapaz do treinamento daqui
a pouco, e verificamos se temos como apoiar alguém daqui gerente,
pois seria uma senhora conquista, o senhor ter um indicado da sua
agencia a gerencia de comercio internacional.
— Não entendi. - O gerente.
Joaquim sorriu e fala.
— Senhor, posso ajudar mais depois de Carlos ter o cargo do
que antes, mas ele tem de ter pontos extras para conseguir o cargo,
mas estamos quase na hora de abrir.
O gerente olha os clientes do lado de fora e fala.

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
— Verdade, mas não vai mesmo concorrer? – O gerente
olhando para Joaquim.
— Acho que não, posso mudar de ideia.
Carlos olha para Joaquim e vão a sua mesa e Carlos esperava
algo, mas estranha.
— Carlos, hoje, verifica como poderia me segurar estes
imóveis, precisa de pontos, e acho que 4 quadras de seguros bate os
últimos 5 anos se seguro desta agencia.
— Certo, quer números para me forçar para cima.
— Depois conversamos sobre transferências internacionais de
recursos, já que surgiu bem neste momento, terei uma entrada de
capital externo, a partir da Sexta, estudamos todos os prospectos
disto, e você terá entrada de capital na agencia de contas
internacionais, fixadas por mês em seu currículo.
— Não entendi como pode ter dinheiro vindo de fora?
— Verá que tenho entrada e saída de recursos, mas assim
como você aprende, eu aprendo, estou nisto no lado de fora Carlos.
— Certo, algo mais?
— Meu forte do Inglês é no escrito, não no falado, dizem que
falo como gente de New York, mas isto depende apenas de ponto
de entonação.
— E vai me ajudar?
— Vou lhe dar o caminho, se você se ajudar, você consegue,
dai terei com quem falar quando for fazer algo a nível de mercado
internacional.
— Mas qual o montante que pretende ter de entrada de
capital.
— Eu estou criando uma empresa de exportação, com dois
cais, um em Porto Alegre e outro em Santos, em Santos, tenho
contrato de descarga de mais de 300 mil dólares mês com o
governo Norte Americano.
— E não quer mesmo misturar as coisas?
— Aprendemos junto, fala com sua esposa, que vai a um
treinamento em Santos no fim de semana.
— Vai me apresentar o local?
— Sim.
— As vezes estranho sua posição Joaquim.

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
— Eu sou o caipira dentro da agencia Carlos, sabe que eles
nem tem acesso a meu saldo, mas a gerencia geral tem, eles
querem os números para lá, mas tem de entender, posições
superiores, é politica, tem de querer subir, e tem de manter
contratos internacionais.
— Certo, vai me apresentar o como fazer, mas estranho,
vamos como?
— De Brasília, como mais?
— Certo, mas pelo jeito não se preocupa em aparentar.
— O que vai ver lá Carlos, é o que pretendo ser, não um ser
dentro de um banco, não um ser dentro de uma empresa, mas um
ser em evolução constante.
— Mas...
— Pega a esposa hoje, espero você no Tasca do Joaquim.
— Pelo jeito vai querer trocar uma ideia.
Joaquim passa as imagens, documentos e prospectos da
prefeitura, para os 4 imóveis base, mais 12 imóveis padrão, e o
prospecto da base em Santos, em Paquetá.
Carlos olha e fala.
— O que daria isto?
— Se entendi, teria de parcelar o pagamento, deve me dar
um bom dinheiro todo ano este seguro, mas preciso dele.
— Certo, quer algo segurado.
— Depois vamos falar de seguro de cargas internacionais.
— Vai vender para fora?
— Moveis, produzidos em Santos, quero a mercadoria
segurada, sei que é um investimento para dentro de um ano estar
dando retorno.
— Vai exportar moveis?
— Sim, mas o barracão está sendo montado, lá, e você olha e
verifica a parte legal do segurar lá também, e o cais, que estou
desviando os prospectos de carga e descarga.
— Talvez isto que os fizeram olhar para nós? – Carlos.
— Não sei ainda o que eles decidiram, mas pede autorização
e vamos fechar os seguros hoje Carlos.
Carlos sorriu, pegou os prospectos e olha para o conjunto de
bens e fica pensando, ele talvez também não saísse da cidade se

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
tivesse tudo aquilo na cidade, para implementação, talvez isto que o
rapaz estava falando, muita coisa se implementando.
Os dois dão apoio do inicio do dia e saem, param na sede que
Joaquim chamava de Capanema, mas ele sabia estar no bairro do
Rebouças, ele mostra a estrutura, Carlos viu que era imensa a
estrutura, não entendeu o funcionamento, mas viu as moças ao
fundo, sabia oque era aquilo, mas ficou a olhar as moças, pergunta
na saída se eram mesmo garotas de programa, pois não pareciam.
Joaquim desvia a conversa, vão ao bairro do Portão, e o rapaz
viu o hotel, as cassas, os imóveis, dois grupos de coisas, papeis, e
chegam ao São Francisco, e por fim, Cabral, quando ele pensou que
acabara, eles terminam a manha na sede do cursinho no centro.
Quando voltam, Carlos passa para o gerente os contratos de
seguro, com os cheques referente a cada um, com cada um dos
prospectos, o senhor olha assustado e fala.
— Estes prospectos estão corretos Carlos.
— Sim, todos os imóveis, com documentos e cheques em
anexo para cada um dos imóveis.
— Mas quanto é isto?
— A soma de seguros referente aos últimos 7 anos de agencia
senhor.
— Ele vai mesmo lhe apoiar nisto?
— Ele quer conversar, não entendi, mas ele se denomina de
caipira, mas entendi o porque ele não quer sair agora, e os
prospectos de seguro, mostram porque senhor.
— E tudo isto estaria indo para onde ele entrasse?
— Pelo que conversamos, ele estava guardando recursos, nos
últimos 4 anos, para assim que se formasse, ele começar a investir,
estranho ele ser simples, ir com uma Brasília em alguns lugares, e
explicar o que fará em cada local.
— Passou em alguma agencia de acompanhante?
— Vi algumas no Rebouças, mas juro senhor, aquelas não
diria serem garotas que fazem isto.
— Dizem ser as mais caras do mercado.
— Não duvido, mas conferi todos os documentos, está tudo
de acordo com as regras do banco.
— E pelo jeito estão se dando bem.

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
— Ele assusta pela simplicidade senhor.
Joaquim liga para alguns lugares e no começo da tarde liga
para Host, os demais nem sabiam para onde ele estava ligando, mas
teve de pedir para a telefonista fazer a ligação, não era algo direto,
e quando ela repassou ele pergunta.
— E dai Host, como vai ser?
— Sabe que tenho um problema a resolver ai?
— Não entendi.
— Alguém vazou que Kentucky era agente duplo, o mataram
no Araguaia.
— No que posso ajudar senhor? – Joaquim.
— Me ajudar a encontrar estes que podem gerar confusão ai.
— A ideia é gerar confusão ou não Host?
— Eu queria algo mais agitado.
— Sei? – Joaquim sendo cínico.
— Sabe o que?
— Vi uma daquelas armas, aquilo não atira senhor, como eles
podem fazer barulho com aquilo?
— Esqueci que entende de armas, mas os generais não
queriam matar dos seus com este desvio, mas concordo, aquilo não
dá para fazer barulho.
— Mas referente a minha proposta Host?
— Consigo mandar um contrato de prestação de serviço para
você em que numero?
— No que estou, via Fax, mas passa algo referente ao Cais 8 e
9, não vou tocar aquilo de graça Host.
— Entendi, você quer estar na estrutura, pensei que tinha
saído de vez, mas acha que consegue dar proteção a estes, que não
quero seu governo matando a todos.
— O que ganho com isto Host?
— Uma adendo igual ao hotel por cabeça que defender.
— Existe limite?
— Eles não são mais de três mil.
— Verifico, teria onde os proteger depois Host?
— Saída pelo porto, mas não pode vazar, mas teremos um
transatlântico parando no cais 8 em 50 dias.
— Destino?

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
— Cuba, treinamento, sabe o como apoiamos sem apoiar
Sargento Moreira, fez estes treinos.
Joaquim sorriu e fala.
— Me passa os contratos e lhe respondo pelo banco que vai
receber os depósitos.
— Soube que está dentro da estrutura, você está ficando
estrutural, pensei que fosse apenas um bom tiro Moreira.
Joaquim não respondeu, pouco depois recebia os fax, ele
separou as folhas e tirou xerox, pois folhas de fax, se perdia o
conteúdo com o tempo, ele chega a Carlos e fala.
— Muito agitado?
— O gerente que estes dados prontos para passar ao fim do
dia.
Joaquim olha para Carla, uma escrituraria, e pede ajuda,
passa os prospectos do seguro e fala.
— Deixa ela fazendo e vou lhe explicar o que temos a mão.
Carlos olha que era uma determinação, toda em inglês, e
pergunta.
— O que é isto?
— Os três prospectos em inglês, de contrato de prestação de
serviços, que vão ser feitos através desta agencia, através da sua
gerencia, eu vou sentar ali, e por uma tradução em anexo, para você
entender o que está na proposta, que estabelecera a entrada de
recursos vindos dos Estados Unidos, através de três contratos, e
você vai os colocar a mesa e vai fechar de acordo com os códigos do
banco, acho que vamos precisar de ajuda.
— Você não para.
— Carlos, são três prospectos, mas para receber o primeiro,
vai ter de abrir a minha conta da Importadora e exportadora, entra
em anexo o contrato de prestação de serviço, o segundo, será com
a J.J. Hotéis, ainda inicial, de vagas pagas para 26 pessoas, contrato
anual, os nomes eles vão passar aos poucos, segunda fechamos o
segundo grupo, após pegarmos os dados em Santos, e a terceira,
uma prestação de serviço da Insídia Segurança, para proteger um
grupo seleto de pessoas no Brasil.
Carlos olha o prospecto e pega os dados da empresa e fala.

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
— Eu vou abrindo esta empresa, mas quantos funcionários
tem ela?
— Em Santos e Porto Alegre, perto de 200 funcionários
braçais.
— Tem os nomes?
— Semana que vem, vamos aos poucos Carlos.
— Seu pouco vai deixar todos mais com a pulga atrás da
orelha.
Joaquim foi a maquina, traduziu o contrato, e anexou um em
português e um em inglês, e quando Carlos perto das 3 da tarde
chega ao gerente ele olha como se esperasse algo, os dois estavam
conversando de mais.
— O que os dois estão aprontando?
— Nada, mas temos três empresas internas a agencia, certo,
a terceira abri a pouco os cadastros senhor, que terão entradas de
capital externo, em dólares, mensalmente.
— Montantes?
— Pouco, mas devem somar ao ano, perto de um milhão de
dólares nas três empresas.
— Ele está lhe dando cartas para subir?
— Senhor, eu nunca havia feito isto aqui dentro, sei que
estou aprendendo, uma coisas é falar que tem uma regra interna
para o sistema, que serve para entrada de recursos, mas estamos
estabelecendo os dois contratos, o firmado aqui e o firmado pelas
partes, o das partes é em inglês e firmado em Washington, o nosso,
apenas de legalização e conversão do dólar.
— Esta dizendo que ele por três empresas, já tem contratos
próximos a um milhão de dólares.
Carlos passou os prospectos para o senhor que fala.
— Eles nem viram isto e lhes indicaram, mas o que ele está
fazendo é lhe preparar para o sistema de fazer algo assim, se tiver
um teste será através do que se fez.
— Ele traduz direto do Inglês para o Português, tenho certeza
que ele seria quem eles chamariam se ele concorresse senhor.
— E ele não parece interessado.
— Senhor, é só olhar as contas dele que se explica por si, mas
ele me fez olhar uma parte do sistema que nem tinha olhado existir.

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
O gerente geral sorri e vê que nos dados do dia estariam o
seguro, meta de 7 anos, pena não poder acumular, mas se eles
renovassem apenas eles estariam sempre na meta, e entrada de
capital estrangeiro, o senhor olha os dois saírem, e fica a pensar no
que seria do agito no dia seguinte.
Carlos olha para Joaquim e pergunta.
— O que vai fazer hoje?
— Lhe apresentar quem cuida da parte legal da empresa,
uma pessoa que deve ganhar destaque na cidade.
— Certo, não quer estar na vitrine.
— Gente como eu, não cai bem na vitrine.
Carlos sorriu e Joaquim foi ao Cabral.
Nádia olha para Joaquim chegando e fala.
— Tem alguém querendo lhe falar.
Joaquim olhou para a sala ao fundo e falou.
— Como foi o dia?
— Agitado.
— Aceita beber uma cerveja comigo hoje?
— Onde?
— No Tasca.
— Quem é?
— Vamos ver se ele tem compromisso, mas tenho de o tirar
daqui rápido.
Nádia olha desconfiada e vê Joaquim entrar na sala e sorrir.
— Perdido General Rosa.
— O SNI está de olho em você Moreira.
— Fiz o que agora?
— Chegou um comunicado no começo da tarde, de um
contrato entre você e a CIA.
— E o que os cachorrinhos da CIA querem, que peça
permissão para eles?
— Eles estranharam os montantes.
— Para a CIA, trocado.
Joaquim não baixou a guarda, e o senhor falou.
— Algo sobre eles terem de fazer vistas grossas para suas
ações no cais 8 de Santos.

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
— Eles que não se atrevam com este papo general de dar
uma batina no cais 9, pois eles devem ter recebido a notificação,
cais 8 e 9.
— Não vai desmentir?
— Não, está feito através de conta oficial, com contrato
oficial, firmado com base nas leis americanas, então está em inglês,
mas nada que não dê para os fazer cumprir, nada ilegal, porque
teria de desmentir general? – Joaquim olha serio para o general.
— Não sei o que acontece ali, é área da CIA, e agora você
assume como se fizesse parte dela?
— Sempre lhe disse general, nada ali é ilegal. – Joaquim olha
o relógio e pergunta – O que vai fazer agora?
— Nada, alguma ideia?
— Tenho uma presença a assinar na Federal e terminamos
esta conversa no Tasca.
— Não vai fugir?
— Para o senhor, não preciso responder isto senhor.
Joaquim apenas abre a porta, o general começa a sair e Nádia
fala.
— Tem de assinar alguns papeis.
— Vai fechando, que tenho de ser rápido hoje.
— Certo.
Joaquim passa a vista nos documentos, separa dois para
correção ou verificação dos valores e assina os demais, olha para o
general saindo e Nádia pergunta.
— Problemas?
— Tenho de falas com um rapaz ainda no centro, assinar uma
presença na federal e dai vamos ao Tasca.
— Não entendi parte, dai tira minhas duvidas.
— Bem isto, dai já explico para alguns quem é Nádia.
— Vai aprontar?
— Nádia, quero que você entre nos lugares, e ninguém
perguntem quem é você, apenas vão abrindo as portas, toda vez
que paramos em uma portaria e temos de nos identificar, nos
apresentar, perdemos tempo.
— Certo, acelerando sempre.

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
— Sim, tem um valor errado no contrato da Taberna do Louco,
e tem um valor que circundei, verifica a concorrência, está caro um
preço do serviço de limpeza da sede do Portão.
Nádia o abraça e fala.
— E assinou os demais?
— Sim, o resto está bom, mas vamos?
— Onde vamos?
— Sede do Banco na Tiradentes.
Os dois saem, Joaquim para na rua ao lado, põem o cartão de
Estar e sobem, ele pede para falar com Marcelino, ele sorri ao ver
Joaquim e fala.
— Veio mesmo.
— Tem um momento?
— Do Banco? – Olhando para a moça.
— Não, candidata a senhora Moreira.
Nádia ficou sem jeito e o senhor autorizou a entrada, foram a
uma sala e o senhor perguntou.
— Não sei o agito, mas sei que deve ter sua mão nisto.
— Marcelino, indicaram a mim e ao Carlos da agencia do
Capanema, para Regional de Comercio Exterior, e queria trocar uma
ideia, não sei se tem como ajudar, mas seria ter um regional da
cidade, não de Porto Alegre lá.
— Quer apoio para a vaga?
— Não, eu quero apoiar Carlos a conseguir a vaga, com
mérito.
— Porque não quer a vaga?
— Eu sei onde eles me tiram a vaga senhor, eles me
selecionam, eles me colocam para cima, eliminam um conjunto de
pessoas, e me derrotam em tempo de banco.
— Certo, andou olhando as exigências, e realmente
desempate eles usam maior tempo de casa, mas qual a ideia?
— Hoje pela primeira vez, uma agencia de Curitiba fechou os
prospectos de entrada de capital externo, foi a nossa, mas tinha de
explicar para Carlos todos os parâmetros legais e estruturais de
sistema para algo assim.
— De quanto foi o montante?

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
— Vai chegar perto de 4 milhões de dólares ao ano, ainda
pouco, mas é o que está lá estabelecido.
— Trocado para outras cidades, para Curitiba, imbatível
mesmo, mas pretende chegar a quanto?
— Senhor, preciso saber se teria como ajudar ele nos
sistemas internos e regras de recursos e aportes de capital.
— Acha que é onde vai pegar?
— Sei que aqueles códigos vão matar metade dos candidatos,
para aporte Internacional de Empresa Publica, código 0326, para
Empresa S/A, código 1789, todos conhecem, mas determina 37
tipos de empresas, cada uma delas, com aporte e documentação
diferenciada, para uma conseguimos achar, mas em um teste, sei
que uma pergunta única de capital societário cooperativo, mata
todos, não temos nenhum contrato firmado no país neste código.
— Certo, e vai o ajudar como?
— Com o pouco que sei, de inglês, francês, espanhol e
guarani.
— Guarani? – O senhor.
— Contratos com o Paraguai, não usam o espanhol, eles usam
assim como nós termos do indígena ainda, eles também.
— Certo, mas ele tem de saber que pode não ser selecionado.
— Sei disto senhor, sei disto.
— Vou falar com alguns, mas sinal que está agitando a
agencia?
— Vou agitar, aquela agencia vai bater em um mês, muita
estrutura fixada por anos, mas cada coisa a sua vez.
— Quer dizer que o conquistar do empresário que todos
queriam, está os colocando no auge.
— Auge é quem tem as contas da New Roland, nos somos
apenas metidos. – Joaquim.
— Certo, mas ali é saída de receita, não entrada.
— Sei disto, mas acha que consegue nos apoiar?
— Pensou naquela proposta?
— Pensa que se tivesse 10 anos de casa, pode ter certeza
Marcelino, eu disputava esta vagas com garra.
— Certo, mas o quer apoiar, alguns vão estranhar.

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
— Estranhar o que, eu tirar do caminho o concorrente a
gerencia daquela agencia o chutando para cima? – Joaquim.
— Certo, mas se eles o convidaram, vão querer sua
participação.
— Sim, mas quero tentar ajudar Carlos, não sei se
conseguimos, mas ele vai ter pontos em Seguros, em Contas, em
Capital Estrangeiro, em credito ao consumidor e em engajamento
politico estrutural, quero ver o que os demais vão apresentar
senhor.
— Certo, está o ajudando, mas vai aceitar a proposta daqui?
— Este ano é meu ano de conclusão de curso, está puxado
senhor, se estiver de pé em janeiro, vou pensar e lhe falo.
— Certo, precisa do canudo.
— Sim.
Joaquim se levanta e fala.
— Por sinal, tenho de ir a minha aula.
O senhor apertou a mão de Joaquim que ouve de Nádia.
— Querendo virar gerente?
— Sim, que mal tem nisto?
— Alguns pensando que iria ficar como escriturário.
— Sabe o que mais me custa neste cargo?
— Não?
Joaquim desaperta a gravata e fala.
— Esta corda de enforcar gerente que carregamos pendurada
a frente do corpo. – Joaquim se referindo a gravata.
Nádia sorriu, foram a Universidade, Joaquim pediu para ela
esperar um pouco, Joaquim subiu, assinou a presença e desceu, ele
pretendia voltar ainda.
Nádia olha ele entrar e pergunta.
— Quando vai mudar de carro?
— Quando puder, ainda não sou gerente.
— E não se preocupa com isto?
— Não, eu não me preocupo com isto.
Dirige até o Tasca e Joaquim cumprimenta Paulo.
— Paulo, está é Nádia, ela que vai representar o escritório de
compras, precisando de algo, ela que vai conseguir.
— Prazer, sinal que Joaquim está aumentando a estrutura.

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
— Sim, ele fez um pedido urgente para os produtos que estão
vendendo aqui, deve chegar em dois meses.
— Esqueço que ele nos olha com a calma que não temos
correndo o dia inteiro, mas ainda calmo hoje.
Joaquim olha em volta, constatando como os olhos que
estava calmo, quarta feira, finalmente um dia calmo, mas olha para
Carlos ao fundo e senta-se lá e cumprimenta a esposa do senhor,
apresenta Nádia e olha para o general entrando.
Faz sinal para ela chegar ali, apresenta todos e o senhor
senta-se e Joaquim olha para Carlos.
— Queria explicar porque não vou firme nesta oferta Carlos.
— Não entendi, eu encararia.
— Eu li a convocação, eles tem como ultimo desempate, o
mais antigo na agencia, alguém com 3 meses me vence.
— Certo, acha que é cargo arranjado.
— Carlos, se eles não lhe levarem para lá, você vai ficar em
destaque, apenas tem de ter a calma que eu não tenho.
— E quer falar sobre oque?
— Que vamos o fim de semana a Santos, e vou lhe explicar o
pouco que entendo de mercado internacional, na segunda,
Marcelino vai abrir uma turma rápida, sobre credito internacional,
com certeza outros estarão lá, mas é para o ajudar em entender a
documentação e aqueles códigos.
— Foi falar com ele?
— Sim, quando coloco uma ideia a cabeça, sou teimoso.
O general que ouvia falou sem sentir.
— Eu que o diga.
O gerente olha para o senhor, depois para Joaquim e
pergunta.
— O que mais?
— A seleção foi aberta, temos de nos inscrever nela, serão 15
dias de inscrição, quinze dias para se preparar, mas amanha vamos
a noite da Federal, quero falar com dois amigos, você tem de ter
uma base pequena de Inglês, Espanhol e Alemão.
Carlos olha a esposa que fala.
— Desculpa, eu desconfiei.

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
Joaquim não falou nada, mas sabia que ciúmes as vezes é
uma dadiva, as vezes, um veneno que temos de administrar uma
vida, olhando em volta, ele pede uma cerveja para o garçom e fala.
— Carlos, eu iria para esta concorrência, mas quando vi o
detalhe de tempo de casa, sabia que poderia tentar, mas teria de
ser muito bom, você se formou em matemática, mas já é formado,
eu terei no fim do ano o diploma, não o tenho ainda, posso falar
inglês, francês, alemão, italiano, grego, espanhol, mas eu não tenho
curso e diploma disto, posso escrever em inglês, mas não tenho um
diploma falando, “Curso Avançado de Inglês”, e o sistema interno, é
baseado em papeis, em diplomas não em testes de língua.
— Certo, mas como sabe tantas línguas?
— Digamos que eu servi o exercito Brasileiro Carlos, eu fui a
guerras que oficialmente o Brasil não participou, então quando você
está nos campos de Angola, você tem de falar a língua local, o
Frances com os que vem do Sul, Russo quando se vê cercado de
soldados Russos, Inglês quando se depara com soldados também
não oficiais lá, mandados pela CIA, se sai bem, lhe mandam a Cuba,
depois outros buracos, mas sempre se tinha uma segunda e terceira
língua, você pega o jeito com elas na marra.
— E dai que conhece o general?
— Não, ele me mandou para morte em Angola, mas função
de generais, é cumprir ordens vindas de Brasília, ele sabe disto.
— E porque ele está aqui? – Carlos desconfiado.
— Eles querem saber o que a CIA quer financiando alguém
para tocar um porto deles em Santos.
Carlos sorriu e perguntou.
— Algo ilegal?
— Não, tudo dentro da legalidade.
— E quer ajudar meu marido com um curso interno e outro
externo referente a esta vaga?
— Moça, tudo que fizemos lá, é legal, mas quando eles me
chamaram a competir, é para humilhar alguns, odeio este tipo de
seleção, deixa os tímidos sempre de fora, e estes são os que mais
pensam geralmente, a timidez é introspecção de pensamentos, se
colocando como se é, imperfeito, então seleção por humilhação,
não são o tipo de seleção que gosto, mas são as do BB.

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
— Acha que eles vão querer tentar os humilhar?
— Carlos, se eles tentarem, é sinal que eles nos temem nos
pontos fortes, não nos fracos, ninguém em uma seleção destas, o
fará se não for para lhe tirar o foco.
— E acha que consigo?
— Vamos o fazer ser o candidato melhor para o banco, se
eles vão aceitar, não sei, mas que mal terá você ter conhecimentos
a mais.
— E porque pensou em humilhação? – General Rosa.
— Geisel ainda manda lá, e ele me odeia General.
Carlos sorriu, um rapaz simples, que não daria nada, mas
dono do bar que estavam, olha para um general e foi direto, os
senhores em Brasília me odeiam.
— O que se pode fazer, eles lhe odeiam e ainda lhe mantem
como reserva do Exercito, porte de arma, muitos gostariam desta
colocação.
— Diria que Geisel não teria coragem de estar na mesma sala
do chefe da CIA, sendo o único ser vivo no planeta que acertou um
tiro neste senhor.
— Verdade, e o que falou para ele.
— Para lembrar, que se puxar a arma, tenha certeza que não
vou ver a ponto de ter uma reação, apenas isto.
— E o que pretende? – O general olhando o rapaz a frente.
— Se a pergunta referente ao banco, tenho de me formar
para ter a minha posição acima de um escriturário aprovada, mas
provavelmente em Janeiro me candidato a uma posição.
— Ou o atual gerente o indica. – Carlos.
— Ou isto.
— Pensei que com toda esta bagunça, estivesse querendo sair
do banco, isto que muitos escreveram em seus relatórios. – General.
— General, se eu quisesse sair, estaria no meu direito, mas
não vejo motivo nenhum para sair.
— E se me perguntarem sobre os cais de Santos?
— Deixa claro, cais 8 e 9 em Santos, continua sobre controle
da CIA, e eles não gostam de gente olhando.
— Eles não vão gostar disto.
— Eu não estarei lá senhor, Fernandes estará.

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
— Colocou alguém da CIA para trabalhar para você?
— Senhor, eles descarregam coisas que as próprias
embaixadas estrangeiras de outras nações pedem, para eles, eles
tem um mercado ali, e se tem um mercado, que pode me garantir
uma soma que não sei o que é ainda, pois falar, um milhão de
dólares, não é imaginar o que isto compra, terei um ano corrido,
mas os brasileiros correm um ano, para ganhar perto de 910 dólares,
acredito que valha o trabalho de administrar aquilo, mesmo de
longe, para ter este recurso nas minhas contas.
O general entendeu finalmente, ele achou que era um
trocado que Joaquim estava ganhando ali, mas viu a cara dos
demais a mesa, falar em ganhar mais de 3 zeros a mais do que um
brasileiro normal ganha, era algo que imaginou que Joaquim
batalharia.
— Entendi finalmente, e estes recursos entrarão via Banco do
Brasil oficialmente.
— Todos os sistemas estão legalizados senhor, Nádia ao meu
lado, tirei do Nacional para que me ajudasse a tocar esta parte.
Nádia viu que Joaquim contaria a historia como queria que
fosse contada, e ouviu o general lhe perguntar.
— Vai entrar neste barco?
— Joaquim me ofereceu o dobro do que ganhava no banco,
então ele quer me dar o dobro de peso do que tinha no Nacional.
— E acha que ele vai por que caminho?
— Viemos conversar sobre isto, sei que alguns ele vai tocar
pessoalmente, mas entendo, empresa de segurança não entendo
nada.
— E ele colocou que peso sobre suas costas?
— Hotéis, restaurantes, gráfica, cursinho, motéis, empresa de
revelação de fotos.
O general olha Joaquim e pergunta.
— E o cais em Porto Alegre?
— Aquela sua indicada vai tocar, não tenho como tocar as
coisas em mais de um lugar, sem confiar, mas o cais lá é dela, não
entendi quem a conseguiu a concessão, mas o ponto é bom.
— De quem estão falando? – Nádia.

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
— Teremos em alguns meses, uma fabrica de moveis em
Santos, e estou precisando de dois portos para saída dos produtos,
portos preparados para algo especial.
O general olha para Joaquim, entendeu, ali seria a parte legal,
e se a parte legal estava chamando atenção, Joaquim deveria estar
aprontando muito mais.
Um jornalista chega a mesa, e pergunta se era Joaquim Jose
Moreira, ele confirma, a forma que ele olhou para o general, fez o
senhor sair, sabia que não queria estar em algo publico.
O general saiu e o rapaz se apresentou.
— Podemos conversar Joaquim?
— Deve ser o repórter de Ricardinho, ele não vem?
— Deve estar chegando.
— Então apenas esperamos e resolvemos as coisas com
calma.
Joaquim olha para Carlos e fala.
— Carlos, Nádia, é minhas mãos no Hotel, Motel, aqui, e
outros 3 restaurantes, numa empresa de revelação, um cursinho e
uma Gráfica, ela é a representação do complexo de empresas que
devem surgir na cidade.
— Ela que vai lhe representar.
— Como disse, ela é bem mais bonita que eu, pareço uma
peça sempre fora do tabuleiro, eu não sou politico, não sou calmo, e
para as empresas, o dia a dia requer calma.
— Pelo jeito é serio que vai ficar lá mesmo, no Banco! –
Carlos.
— Carlos, o Brasil é uma incerteza, hora está bom, hora está
ruim, então estamos começando a sair de uma faze obscura, mas
ainda estamos nela, mas não esperava um general da época de
Angola na empresa.
— Certo, pelo jeito todos querem lhe puxar o tapete, mas
como está os investimentos? – Carlos.
Joaquim olha para Nádia e pergunta.
— Como está as Foto-Reveladoras?
— Estamos com os 4 pontos alugados, as maquinas foram
instaladas ontem, estão sobre teste, devemos inaugurar na Terça.
— Sabe que você que estará inaugurando? – Joaquim.

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
Nádia sorriu e falou.
— Agora sei, mas elas começam na segunda, com propaganda
na TV, soube que estão usando uma versão da propaganda da Fugi
de São Paulo.
— Conseguimos autorização, é mais barato que produzir uma
propaganda. – Joaquim a olha serio – E os motéis, sabe como estão
as obras?
— Ainda não temos a entrada de capital, que estava no
prospecto.
— Um sócio deve depositar amanha, a parte dele, e
começamos estabelecendo os prospectos de funcionamento, mas
como estão as obras?
— Estão levantando os quartos mais caros, comprou duas
massas falidas, mas com os antigos quartos, só poderiam falir,
coloquei uma amiga para fazer o prospecto dos quartos, estamos
selecionando e os 4 motéis locais devem estar prontos em um mês,
o na entrada de Joinville em um mês e meio, o em balneário
Camboriú deve ficar quase no mesmo tempo pronto.
— Bom, e a gráfica, sabe se revisaram meu livro?
— Dizem ter um monte de erros, mas estão começando,
disseram que vão demorar uns dois meses para corrigir e diagramar,
o encarte do cursinho começa a ser gravado nas placas, e os
prospectos da semana de Arte Moderna está engatilhado.
— Algum cliente ou ainda apenas na implantação?
— Apenas pequenos serviços ainda.
Joaquim olha em volta e fala.
— Acha que a Taberna do Louco fica quando pronto?
— Uma semana mais ou menos.
— Bom, quando ele ficar pronto posso pensar nos demais.
— Não vai parar?
— Vou, quando achar-me velho.
Nádia sorriu e Joaquim sorriu e olhou para Carlos.
— Para este consigo convite, para o Tasca, nem eu tinha
dinheiro para os pratos principais.
Carlos sorriu, sabia que ali as coisas eram caras.
Joaquim olha para Nádia e pergunta:

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
— Os rapazes entregaram os documentos da reunião de
formação do Cursinho?
— Sim, confirmado 14 rapazes, 12 entraram com aquele
aporte de 50 mil dólares.
— Como eles receberam a nossa proposta, já que me
representou naquela reunião?
— Eles foram ver como estava a obra, pareciam crianças em
um brinquedo novo.
Joaquim sorri e pergunta por fim.
— Como está os hotéis?
— Não entendi ainda a ideia completa, mas estão em fase de
contratação, vi que existe o hotel e o que chama de Casa 2.
— Vou passar depois os contratos que firmamos hoje, ainda
poucos, mas temos 26 pessoas para gerar residência, então chamei
de Casa 2, mas terei pelo que me foi apresentado hoje, que
conseguir erguer estrutura para 3 mil pessoas, vai ter de ser aqui,
Santos, Cubatão, Praia Grande, e Joinville, mas quando você olhar
tem uma lista que deve chegar amanha, e o que na primeira semana,
é um contrato de 26 pessoas, 175 dólares mês, pouco mais de 4550
dólares dos 26 iniciais, se chegarmos ao que eles pretendem pagar,
de 3 mil pessoas, passa a ser 525 mil dólares mês.
— E vai me passar os prospectos?
Joaquim sorriu, viu Ricardinho chegar a mesa e apresenta
todos e Ricardinho perguntou.
— Quem é esta Representante das empresas, que quer por
na fogueira Loco?
Joaquim olha para Nádia e fala.
— Ricardinho, está é Nádia, a roubei do Banco Nacional, para
tocar minhas empresas, mas tem de concordar, ela é bem mais
agradável aos olhos que um caipira como eu?
Ricardinho sorri e fala.
— E quer jogar o peso sobre ela?
— Não, mas pensa, ela as vezes perde uma tarde porque um
representante de papel, não sabe quem ela é, e fica pedindo
confirmação de onde ela trabalhou, onde é a empresa, se existe a
empresa mesmo.
— Quer parar de perder tempo?

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
— Sim, sabe que sociedade em Curitiba, é aparência, eu não a
tenho, não sei de ficar em um terno todo dia, e como Nádia sabe, as
vezes me irrito, e somente uma coisa me acalma, levantar as coisas
com as mãos, isto as vezes me faz ter uma mão de pedreiro.
Ele pergunta algumas coisas para Joaquim, depois pergunta
algumas coisas para Nádia, a parte que não interessava ninguém
falou, pediram algo para comer, jantaram, se despediram, Joaquim
deixou Nádia em casa e foi a faculdade, mais uma presença, mas
agora assistiu a aula.
Ele no fim do dia, passou na base do trafico no Capanema e
olhou as moças e explicou que a obra na antiga casa do Cezinha, as
meninas sorriem, sabiam que ali corriam perigo, e Paulinho entra
vendo as moças saírem e fala.
— Vai as tirar daqui?
— Como estão as coisas Paulinho?
— Vi que o dinheiro foi separado, pagamos todos na segunda,
não sei como estão as coisas.
— Um dos quartos lá encima, vamos instalar um cofre, depois
uma parece falsa, e vamos reunir ali os pagamentos, mas somente
nos dias de pagamento, não vamos deixar dinheiro ali.
— Certo, mas os pontos estão uns mais parados, outros mais
agitados, mas todos funcionando.
— Como está as perdas?
— Toda vez que vendemos fiado, e tem gente que ainda tem
este costume, gera perdas.
— Tenta parar isto Paulinho, e se perguntarem, ordem do
Loco.
— Certo, quer parar ao máximo as perdas.
— Sei que toda vez que nos obrigam a cobrar alguém que não
nos pagou pelo que consumiu, o ruim somos nós, não o viciado que
tem cabeça para nos tentar passar a perna, mas não tem
discernimento para a família.
— Certo, mas posso falar em nome do Loco?
— Paulinho, quero você administrando a parte referente a
isto, não podemos perder o pulso, e não quero gente assumindo
pontos, quero uma unidade, a unidade nos faz ganhar todos, não
apenas um ou outro, mas para isto, precisamos respeito.

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
— Certo, acha que vão tentar nos nossos pontos?
— Espero eles melhorarem os pontos deles, mas eles podem
ser aliciados Paulinho, vendendo para eles, mas eles tem de querer
comprar de nós, em natura.
— E quando vamos oferecer?
— Primeiro vamos deixar nossos pontos redondos, lucrativos
e com gente que não pisa na bola.
— Certo, acha que esta casa vai ficar como?
— Instala um som em cada quarto, a noite, luzes apagadas
mas com os sons ligados.
— Eles com o tempo vão desconfiar.
— Todos entrando pela laje, nunca pela entrada.
— Quer mesmo que achem que está vazia mas não terem
como provar.
— Não, quero que eles nunca tenham certeza se está vazio, e
se precisar entrar pela laje, para lhe dar apoio, eu consiga.
— Vai ficar por ai?
— Vou conversar com três meninas, as únicas que não tenho
como deixar sair.
— Problemas?
— Não, mas sempre é bom deixar as coisas claras.
— Vou para o ponto, mas a forma que está sendo feita,
parece tão fácil, que perdemos toda aquela pressão, mas obvio,
sempre tem gente querendo jogar gente sobre gente.
— Quem muito fala, ou agora, ou fofoca, com calma tiramos
de nosso pé Paulinho.
Paulinho saiu, e Joaquim pediu uma pizza, olhou a parede ao
fundo, pegou uns papeis no andar superior, e começou a por os
papeis a parede, ele sorri das ideias e olha para Rita entrar pela
porta.
— Encheu a casa agora?
— Entra. – Joaquim.
— O que quer com aquilo?
— Este lugar não é um local para viver, mas e dai, como está
os cálculos?
— Pedi ajuda para aquela Marcia, não entendo as vezes o que
ela fala, mas tenho de concordar, ela faz cálculos com muita

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
facilidade, o que para ela parece fácil, para mim, um verdadeiro
labirinto de números.
— E porque continua longe Rita?
— Começo a entender o que você falou, dos velhos babões e
atirados, mas Marcia cancelou uns agendamentos hoje.
— Motivo?
— Eu não sabia que era um Delegado da civil, e marquei, ela
pegou o nome, pesquisou, devolveu o deposito e ligou
desmarcando.
— E o que ela pretende para amanha?
— Mudar o ponto que fico parada.
— As vezes temos mesmo de mudar de lugar, mas se a moça
da recepção indicou o delegado, temos um problema.
— Não entendi, ele foi muito educado, acha que ele seria
problema?
— Rita, o problema deles, é saber onde fica, se souberem,
eles vão fazer uma operação de repressão.
— Certo, acha que teremos problemas?
— Por isto temos o segundo sistema, por código, para os
clientes que já usaram do serviço.
— Sabe que minha mãe está também me explicando o que
cada numero significa.
Joaquim chega perto e a olha de cima para baixo, a
segurando pela cintura.
— Bom, e tem feito oque com o dinheiro além de comprar
roupas e calçados?
— Como sabe que comprei isto?
— Perfume também.
— Certo, mas tenho de investir em mim.
— Marcia falou qual o delegado que foi lá?
— Ramalho Silva, porque quer saber?
— Apenas se ele aparecer, saber que tenho de conter as
palavras.
Joaquim olha Rita se esticar na ponta do pé e lhe olhar quase
de igual e falar.
— Acha que vou deixar você sozinho por ai?
— Sozinha hoje?

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
— Acho que Paula vai chegar por ai, ela também não sabe
desgrudar de você.
— Pensei que ela estivasse grudada em Francisco.
— Ela parece ter desencanado.
— Certo, vamos comer algo e vamos para casa.
— Vai fazer uma suruba lá?
Joaquim sorriu, Paula chegou, eles comeram, e saíram, mas
Joaquim foi a casa no Largo da Ordem, entra e as meninas olham e
Rita pergunta.
— Está casa é sua?
— Sim, mas deixo vocês na escola de manha cedo.
— Esta é bonita.
Joaquim foi a um banho, e se perde em braços que não sabia
deixar, mas estava tentando uma forma de por para dentro de sua
vida.
O despertador tocou, ele abre os olhos ainda com sono, seu
corpo suado, vai a mais um banho, levanta as meninas e as deixa na
porta do colégio.
Ele dá a volta e vê as duas indo no sentido da casa do Cezinha,
ele sacode a cabeça, e olha para a rua, sai lentamente, teria de as
afastar ou as por nas rédeas, não sabia o que poderia fazer.
Ele para a porta da casa da mãe de Rita, bate palmas e pede
para falar com a senhora.
— Problemas Quinzinho? – A senhora.
— Quero saber se sua filha tem ido as aulas, é condição da
empresa que a contratou, e ela não parece ter aparecido nas aulas.
— Ela tem se esforçado a aprender matemática.
— Senhora, a empresa vai cobrar as presenças dela na escola,
e não vão aceitar uma declaração falsa, por sinal, uma declaração
falsa, vai ser tido como agravante, mas eu não tenho como
controlar isto, eu trabalho de dia, então ela está jogando a chance
pela janela, e não tenho como fazer mais do que fiz.
— Acha que ela não está no colégio?
— Quase certeza.
— Vou verificar, sabe onde ela provavelmente dormiu?
— Ou na casa do Cezinha ou na Base do Trafico.
— Está morando onde?

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
— Largo da Ordem.
— Certo, vou verificar, ela depois que abriu aquela poupança,
quer aprender a qualquer custo, como calcular o valor que estiver lá
por 13.
— Agradeço a ajuda, não vou poder ajudar sempre.
Joaquim saiu e o padrasto chega a sala.
— O que ele queria?
— Alertar.
— O que, que a vai deixar a rua?
— Não, que a empresa que a contratou, e que paga bem,
exige presença escolar, e ela não tem ido a aula.
— Estranho isto, pensei que fosse algo ilegal, para pagar bem.
— Não sei o que fazem, mas vou verificar, pois ela não vai
confessar algo assim, mas pensa amor, ela ganhou em dias algo que
não ganhas no ano, agora ela perder isto, por presença escolar,
seria um absurdo.
O senhor olha descrente, mas responde.
— Acho que eles não a poriam para fora.
— Não tenho certeza, e ela está encantada, como ela
reagiria?
Joaquim senta em uma panificadora , tudo que ele queria, era
acreditar que não estava se enganando, sabia que precisava acalmar,
estar a duas quadras do que ele chamava de base do Cabral,
tomando um café, o fez pensar, ele lê uma mensagem no pager e
olha em volta, a calma aparente de uma quinta, a calma que
somente quem não vive, acha ter as ruas de Curitiba, mas que
Joaquim via cada dia mais agitada.
Joaquim responde a pergunta com uma pergunta, e embora
tudo indicasse problemas, as vezes é apenas ponto de vista.
Joaquim levanta-se calmamente, paga a conta e passa uma
mensagem, para poucos em Curitiba.
Ele pede um taxi, saindo da sua calma para o agito.
No Capanema, quando a mãe de Rita chega a casa, ouve os
tiros do lado de dentro e recua, viu os rapazes do ponto se armarem,
e olha para eles vindo naquele sentido e recuou, ouve gritos e mais
tiros, não tinha coragem de entrar, mas viu Paulinho chegar a ela e
falar.

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
— Sabe o que está acontecendo senhora?
— Não, ouvi tiros, mas não sei quem está dentro.
Paulinho faz sinal para fecharem a rua, e dois carros se
atravessam a rua, o fechar da rua fez dois policiais em um carro a
paisana ao fundo saírem do carro.
Paulinho faz sinal para os rapazes, os rapazes mostram as
identificações e fala.
— Desarma, Loco vai querer descontar em alguém se
entraram ali sem ninguém ver.
Caio a ponta fala.
— Mas deveria esta vazio.
Paulinho olha em volta e fala.
— Põem gente na laje, ninguém sai da casa por cima hoje.
Os policiais gritavam e Paulinho fala.
— Se eles gritarem mais um pouco, corta as línguas.
Os rapazes sorriram e os policiais ficaram assustados, a rua
parava, e Paulinho pega o megafone.
— Saiam com as mãos erguidas.
Um policial do lado de dentro olha um menina morta ao
canto e fala.
— Disse para não atirar ainda.
— Vadias, cadê o outro alvo?
Os 3 rapazes ouvem o megafone e um atira para fora,
Paulinho se esconde, passa uma mensagem para Joaquim.
Joaquim para a Brasilia na esquina da PUC, tinham fechado a
rua naquela altura, passa pelos demais, olha para Serginho e fala.
— Um capuz?
Ele estica o capuz e Joaquim entra na região, estava com duas
armas as costas e olha para o local.
Olha para Paulinho que fala.
— Teve tiros.
— Deveria estar vazio, mas...
Joaquim não terminou de falar e a senhora falou.
— Ouvi um grito da Rita e depois tiros.
— Merda.
Joaquim olha para o carro da civil ao fundo e faz sinal para
Serginho deixar passar.

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
O delegado Plinio chega ao local e pergunta.
— O que está acontecendo?
— Provavelmente meninas mortas pelo pessoal da 2ª DP.
O delegado viu que Joaquim não pegaria leve.
— Sabe que não posso desafiar a instituição.
— Então some delegado, se não pode controlar os marginais
oficiais, nem viesse, apenas passasse uma mensagem.
— Mas...
— Sai, não viu nada, ninguém nem esteve aqui.
Joaquim olha para Paulinho e pega o megafone e fala.
— Entrando, e se tiver meninas mortas, podem ter certeza,
vocês estão mortos.
O delegado olha assustado.
— Não pode os matar.
— Se eles podem nos matar e não pode nem interferir
Delegado, para que serve este titulo?
— Mas...
Joaquim vê o rapaz colar a mão para fora, saca a arma e se
ouve o rapaz solta a arma e xingar.
— Some delegado, tá perdendo tempo.
Joaquim corre até a cobertura lateral, e fala.
— Rita, está ai?
Nada de resposta?
— Paula?
Ele ouviu um resmungo, olha para Paulinho, e os rapazes
conduzem o delegado para fora, Joaquim pensa na merda de
empresa de segurança que tinha, entendeu onde teve problema,
eles viram as meninas saindo, devem ter ido ao café, duas chegam
após, e tudo desanda.
Joaquim sabia que era hora de agir, e olha para Paulinho.
— Ajeita um carro para sair rápido, vai ter gente ferida.
— Certo.
Joaquim desliga o disjuntor frontal, o silencio aumentou, o
geladeira desligou, e o alarme começa e contar o tempo para
disparar, ele fica encostado e ouve alguém se mexendo, o alarme
dispara, ele chuta a porta e atira no primeiro, o segundo cai muito
rápido, ele olha para o local, Paula na parte de baixo, estava

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
sangrando, Joaquim estava de ouvidos ligados nos mínimos
barulhos, ele pega uma garrafa e joga no sentido da cozinha, e ouve
o tiro vindo da cozinha, ele olha para o local e pensa, uma única
entrada, um covarde e grita para fora, era para forçar o rapaz a agir.
— Janela da cozinha Paulinho.
O rapaz na cozinha começa a ouvir os tiros, ele se afasta da
janela vendo ela estilhaçar, pensa o que fazer, olha em volta e
quando se toca, Joaquim olhava para ele, um tiro e ele fala.
— Três no chão, reforço e socorro agora.
Os rapazes foram entrando e levantaram Paula, Joaquim sobe
a escada, olha para Rita ao canto, estirada, morta, ele não sabia o
que falar, ele não queria isto, ele a deixara a porta da escola, ela
estaria viva se estivesse onde deveria.
A senhora entra na peça, Joaquim estava de capuz, não
estava legal, ele não fala nada, sobe a quadra que andou, tira o
capuz, joga o capuz para Serginho, entra da Brasília, ele respira
fundo, ele as vezes queria ser mais frio, mas a primeira peça do dia,
estava morta, e ele passa a mensagem, cancelar todas os programas
do sistema Livro de Mudas, Marcia perguntou porque, e Joaquim
apenas digitou, parecia frio, palavras não serviam, mas “Rita está
morta” pegou até Marcia de surpresa.
Paulinho tirou os policiais dali, colocaram em um carro junto
com os dois que davam cobertura, mortos, e sumiram com os
corpos na região das cavas do Iguaçu.
O delegado Plinio viu que ninguém deu queixa, levaram as
meninas ao hospital, mas Rita estava morta, mas na versão oficial,
alguém chegou a casa atirando, eles as tiraram de lá, mas Rita não
resistiu, um corpo ao IML, uma criança para tirar um tiro no braço.
Joaquim olha o relógio, sua cabeça estava em parafuso, ele as
vezes se perdia, e nesta hora, era quando ele matava ou morria.
Plinio olha os rapazes e fala.
— Sabem o que ele vai fazer?
— Sabe que matou aqueles rapazes delegado?
— Eu?
— Ele entrar lá, era eles mortos ou matando mais gente, mas
somente um acordo, para eles saírem, sabia disto.
— Ele não dá espaço para meia posição.

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
— Eles mataram uma menina a tiros, em uma casa vazia
senhor, ele tem razão em estar uma fúria.
— Mas...
— Se eles não sabem imobilizar duas crianças, peçam a conta
delegado, sabe bem que ninguém manda atirar nas crianças
desarmadas.
O delegado viu que o rapaz estava ganhando respeito, isto
era um problema, mas ele o chamou, ele não quis se meter, agora,
não poderia nem ligar para o delegado Ramalho.
Joaquim olha para a porta do banco, tremia de raiva, tentava
respirar, lembra do sorriso da menina, tentando aprender a calcular,
tentando mostrar para ele, que sabia, as lagrimas corriam ao rosto,
ele não estava conseguindo achar uma saída, e não teria como
apenas fazer de conta que não aconteceu.
Joaquim passa uma mensagem, para Carla, ela olha para a
mensagem, sai de casa e vai a associação do bairro e algumas mães
locais começam a chegar, e começam a fazer os cartazes, aquelas
senhoras vão para a avenida e a param, com cartazes, com pneus
em chama, com crianças e senhoras a avenida.
Paulinho organiza as pessoas, e começa a tirar todos do
prédio da PUC ao lado, os colocando para fora das salas, para a rua,
e fecham a avenida, em cada esquina que dava saída da
comunidade, eles pegando os pneus velhos jogados ao rio que corta
a favela, começam a por fogo.
O delegado Ramalho chega a sede da policia civil da 2ª DP,
olha para o auxiliar e pergunta.
— Eles voltaram?
— Não, e não sei o que aconteceu lá senhor.
— Por que?
— Capanema fechado, Avenida das Torres com manifestação
por segurança, gente sendo tirada das salas de aula da PUC, com
professores e reitoria, todos a rua, e tudo isolado.
— Eles acham que mandam em algo?
— A imprensa quer saber quem matou meninas na
comunidade, a tiro nesta manha.
— Acha que foram eles.
— Sabe bem quem mandou lá delegado.

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
A imprensa começa a relatar os problemas na saída ao sul da
cidade, as manifestações chegavam a BR116, e tinha fila em todos
os sentidos, enquanto Joaquim entra na agencia, lava o rosto, Carlos
chega e fala algo e Joaquim quando ele repete a terceira vez fala.
— Me dá um momento Carlos, não entendi nada.
— O que aconteceu?
— Mudei ontem a tarde, para minha nova casa, umas
meninas resolveram invadir o local de madrugada, alguém entrou
em minha antiga casa, matando tudo que lá estava, tem uma
criança morta e uma gravemente ferida no Cajuru.
— Acha que era para você?
— Era para mim, desculpa, já me controlo.
— Pesado isto.
— Pensa em saber que uma menina, que você viu crescer na
rua naquela comunidade, foi morta, com um tiro a cabeça,
covardemente.
— Por isto o agito na cidade?
— Sabe o que significa isto?
— Sei, que vai surgir alguém ai.
— Carlos, hoje vamos fazer o seguinte, mercado internacional,
tem haver com compra e venda de equipamentos, vou lhe passar os
prospectos de transferência da empresa de propaganda, referente
aos equipamentos que chegam em 30 dias.
No Capanema se preparava o enterro, as meninas chegam da
escola e sabem do acontecido, elas pareceram perder o rumo, Rita
poderia ser estranha, mas era Rita.
Joaquim olha que não estava conseguindo organizar
pensamentos e olha para fora, o gerente chega a ele e fala.
— Parece pela primeira vez perdido.
— Sim.
— Carlos me explicou, tem de ver que levou sorte.
O rosto de Joaquim foi de incredulidade, ele levanta-se e vai
ao café, olha para Carlos e fala.
— Vou antecipar meu almoço.
Carlos olha o rapaz saindo, alguém que na noite anterior
estava sorrindo, agora estava tenso.

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
Joaquim pega um jornal na esquina, pega o endereço de um
vendedor de carro, chega e fez uma oferta em um carro, com os
ombros caídos, com a feição baixa, com a cabeça inclinada a direita,
com uma forma calma e quase inocente de falar, o senhor faz uma
contraproposta, ele escolhera um dos pior dos carros, se o
vendedor soubesse que seria aquele de qualquer jeito, pela placa
do Rio de janeiro, teria cobrado mais, ele paga e assinam a
transferência, e Joaquim sai dali com o carro novo. Novo
comparado ao seu, ele para ao lado da Brasília, pega as armas, seus
documentos, dinheiro e vai ao centro, compra um capuz de
motoqueiro, um óculos, um spray, uma camisa branca, olha faz a
suástica na camisa, passa uma mensagem para Paulinho, e para a
duas quadras de onde estavam velando a menina.
Paulinho estava olhando o agito, bairro parado, reclamações
de todos os lados, quando o delegado chega ao funeral, ele sai da
viatura, com um grupo de elite, e encosta Serginho na entrada.
— Vai dizer o que aconteceu aqui?
— Sabe o que aconteceu senhor, seus covardes ai, mataram
uma menina com um tiro a cabeça, devem estar escondidos,
esperando a poeira baixar.
— Acha que está falando com quem?
— Alguém que não está aqui para fazer lei Delegado.
Os rapazes entram armados no funeral e a mãe de Rita grita.
— Vieram garantir que ela estava morta covardes?
— Controla a língua senhora? - O delegado.
— Ou oque? – Ouve o Delegado, vendo mais gente armada
entrar e apontar para os seus rapazes, armas de mesmo calibre que
as que eles usavam.
O delegado olha aquele ser, de capuz, uma suástica no peito,
duas armas a frente do corpo e fala.
— Acha que manda algo aqui rapaz?
— Veio vê si a menina que tentou marcar um programa com
ela ontem, e não cedeu, está mesmo morta meganha di merda. –
Joaquim puxou o sotaque carioca na frase.
— Acha que me põem medo?
— Delegado, vim a cidade porque um amigo me pediu, e é
uma dica, tem até o fim do dia para pedir a conta, pois senão,

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
amanha estará velando suas duas filhas, sua esposa, seu cachorro, e
depois de amanha, seus irmãos o estarão velado, tem até o fim do
dia para pedir a conta senhor, se não? – Joaquim passa a mão no
pescoço e o senhor olha assustado.
Os rapazes a volta mandam os policiais largarem as armas,
eles não queriam, Joaquim olha para Paulinho e fala.
— Se eles não largarem, mata quando saírem pela porta, eles
não tem como sair por outro lugar.
— Não pode nos matar? – Delegado.
— Manda fazer merda, e vem pressionar, com meia delegacia,
não sei quem teme tanto Delegado, mas é um merdinha.
Joaquim chega perto e engatilha as armas na cabeça do
senhor e ouve.
— Tudo por estas putinhas?
— Fala alto que mata Putas Delegado, fala?
O delegado viu que tinha repórteres ao fundo e falou.
— Mas não podem nos desarmar?
— Tem até o fim do dia senhor.
Joaquim olha para os rapazes e fala.
— Quem sair armado, está morto.
O delegado olha para aquele ser, ele deveria ser o Loco, que
todos falavam, Joaquim olha para Rita no caixão, enterro nunca foi
feliz para Joaquim, os rapazes soltaram as armas, e quando saíram,
viram as viaturas queimando e Paulinho com um capuz, fez sinal
para eles correrem para fora.
Os policiais pareciam assustados quando saem pela rua.
Paulinho chega ao lado de Joaquim e pergunta.
— Não o vai matar?
— Não com repórteres de testemunha, o cara vira santo e
nos os bárbaros Paulinho.
A duas quadras dali, uma kombi roubado da Segunda DP,
estava estacionada, os rapazes entram e veem o grupo de
segurança da Insídia chegar por todos os lados, armados e o
delegado olha assustado.
— Não podem me matar?

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
Os rapazes não entraram em discussão, põem todos para
dentro, eles travaram as portas e o motorista põem de ré em um
contêiner a Kombi, que estava sobre uma carreta.
Joaquim volta ao banco, estava pensando nas consequências,
enquanto uma draga de areia, na região das cavas, abre uma vala e
mais de oito metros e o caminhão solta dentro da vala o contêiner,
que depois é cadeado, e depois coberto com três metros de terra.
O caminhão sai, e a draga inverte a parte alta e volta a retirar
areia da beira do rio Iguaçu.
Joaquim olha Carlos a sua frente e fala.
— Como está Joaquim, estava tremendo de manha?
— Tenho de conseguir me concentrar Carlos, está difícil, e sei
que no fim do dia, ainda terei de ir lá, tem muita gente que espera
que vá lá.
— Não entendo porque lhe atacam?
— Digamos, que quando alguém que o Geisel tem medo,
mora na casa ao lado, eles acham que este ser pode tudo.
— Eles o veem como um justiceiro?
— Carlos, eu sou bom com quem é bom comigo, mas pensa,
sei que ninguém gosta quando falo isto, mas se alguém matou uma
menina e atirou em outra, para me pegar, este ser, com certeza, vai
estar hoje a noite, olhando, eles ainda não me atingiram, mas
existem os que morrem, e os que sobrevivem, eu tenho o péssimo
costume, de sobreviver.
— E não se negará a ir lá?
— Eu só vou me inteirar do problema quando terminar o meu
turno, eu queria ter feito algumas coisas hoje, e não vou ter como o
fazer.
— Certo, mas o Marcelino confirmou a turma, ele deu 3 dias
para se inscrever, não sei se vai participar?
— Sinceramente, não vou ter tempo Carlos.
— E acha que sairia se bem de qualquer forma?
— Eu não vou para ganhar, então eu tenho de conseguir não
lhe atrapalhar.
— Acho que no fundo, eu sou um pouco inseguro.
— Insegurança perante um companheiro de banco, não acho
problema, o problema é diante de um investidor internacional,

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
embora com este sistema fechado que estamos, não entra muito
investimento.
— E me responderia uma coisa?
— O que?
— Vai dar o troco?
— Troco?
— Revidar o ataque?
— Carlos, uma coisa que nunca se deve querer saber, é estas
coisas, isto nos complica na vida.
— Não confia?
— Não vou precisar revidar Carlos, não vou precisar.
— Por quê?
— Um amigo comprou a briga, não sei ainda o que ele fará,
mas estou um pouco mais calmo, não pense que gosto de correr o
risco de sair e ser morto a porta do banco.
— Certo, mas como sabe?
— Digamos que ninguém veio me pressionar.
Carlos olha em volta e fala.
— Verdade, ninguém veio lhe pressionar, acha que é uma
dica de que as coisas estão acalmando?
— Um acho apenas.
Joaquim não via, mas a avenida das Torres era Liberada, a
PUC voltava a funcionar, a BR116 voltava a ter seus
congestionamentos normais, mas sem manifestações.
As ruas voltavam ao normal e o delegado Plinio chama o
auxiliar.
— O que está acontecendo Investigador?
— Nada, eles pararam as manifestações, depois de alguém
encarar o Delegado Ramalho e falado que ele tinha até o fim do dia
para pedir a conta, ou estaria amanha no funeral de suas filhas e
esposa.
— Quem o fez?
— A descrição, bate com a de um traficante do Rio, chamado
Alemão.
— Alguém de fora tomou as dores, é o que está dizendo?
— Não sei, mas o delegado e ninguém que foi ao Capanema
voltou senhor.

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
— E Joaquim?
— No banco.
— Acha que ele vai ao local no fim do expediente?
— Com certeza senhor.
— Como está a segunda DP?
— Parada, eles foram em mais de 30 ao Capanema, por sinal,
os carros deles não saíram de lá, foram incendiados a porta do
funeral.
— Algo mais?
— Um corretor da Gazeta me falou que um repórter
transcreveu a ameaça, e não sei quem foi, mas tinha sotaque
Carioca, este ser perguntou para o Delegado se foi pessoalmente
conferir se a menina que ele tentou aliciar sexualmente no dia de
ontem e não topou estava realmente morta?
— Acha que eles vão mesmo publicar isto?
O investigador olha para o Delegado e fala.
— Eles tem a foto do senhor conversando com a menina no
dia anterior, no Graciosa Country Club! – O investigador põem uma
foto na mesa do delegado que fala.
— Eles acham que o delegado não vai revidar?
— Eu não sei senhor, mas eu não estaria em casa, se aquele
rapaz me mandasse estar fora de lá no fim do dia?
— Acha ele perigoso.
— Senhor, ele entrou em uma casa, com 3 policiais da civil,
ele os matou, ninguém tem os corpos, mas o que gerou o problema,
lá tinha duas meninas atingidas a tiro.
— Não entendo a posição do Presidente da Gazeta do Povo?
— Também não, mas parecem estar tomando as dores das
meninas senhor.
Na outro estremo da cidade, no Cabral, no Graciosa Country
Club, um dos senhores olha para outro e fala.
— Porque o seu delegado fez isto Secretario de Segurança?
— Ele não fez?
— Fez, ele veio aqui ontem, só para pressionar a menina,
você deixou, deu carta branca, olha no que deu Secretario?
— Mas...
— Falsa moral para cima de mim não Secretário.

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
— Ele falou que tinha alguém explorando estas meninas.
— E autorizou isto Secretário, a menina explorada ontem,
está morta hoje. – O senhor falou um pouco mais alto.
— Tem interesses políticos nisto.
— Pode ser Secretário, mas de homem para homem, vou
pedir sua cabeça para o governador, covardes que defendem
matança dos pobres e acha que está acima da lei, não pode ser
secretário de segurança, no máximo, faxineiro de segurança.
— Está me ofendendo.
— Confirmou senhor, que estava de acordo, aqui para entrar
secretário, terá de ser com ordem judicial, neste clube, não pisa
mais.
O secretario olha os seguranças a entrada, ele sabia que teria
como desviar acusações, mas politica se fazia em salões como
aquele ali, o povo achava que era mais romântico, mas os donos da
cidade sempre interferiam.
O secretario sai e o senhor com apoio de outros, põem a
ordem de que o secretario não teria mais acesso aquela casa.
Joaquim sai do banco, e dirige para o Cabral, explica que não
queria Nádia envolvida naquilo, para ela se manter longe, ela
estranha, mas a frase foi incisiva.
— As empresas não podem ser contagiadas por meu passado
Nádia.
Nádia olha ele sair, ele passa em uma fabrica, compra
algumas coisas, vai a Diamond, entra e olha Jonas a olhar para as
noticias, ele olha Joaquim e fala.
— A vai colocar em destaque?
— Jonas, eu nunca quis o holofote, você estava aqui no
holofote, eu apenas o pedreiro amigo que vinha olhar e jogar
conversa fora.
— Ouvi que teve problemas no Capanema?
— Policia Civil ainda, entraram atirando, na casa que até
ontem, eu estava morando.
— Mataram alguém?
— Rita.
— Entendi, a menina era querida nas ruas, burrinha mas bem
querida, morta como?

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
— Tiro na cabeça, Paula levou um tiro no obro, está no Cajuru.
— Levou sorte?
— Foi esperta, ela levou o tiro, se jogou e ficou quieta, não sei
como aconteceu, mas vou primeiro responder uma chamada e
depois vou para o Capanema. – Joaquim abriu a geladeira, sabia que
sempre tinha uma cerveja ali, pega uma e pergunta.
— Deve estar agitado o dia?
— A morte de Rita, parou meia cidade hoje Joaquim, acho
que deve começar a esquentar agora?
— Conseguindo administrar tamanho trabalho a mais Jonas?
— Depositei o dinheiro da parceria do Motel, estava lendo, o
Ricardinho falou maravilhas da nova dirigente de empresas em
crescimento da cidade.
— A gente paga para eles falarem o que queremos, qual a
novidade Jonas?
— Mas ele parece hipnotizado, não falando de alguém
normal, sabe disto.
— Sei, mas eu não estou feliz hoje, sei que minha estrutura
foi parada hoje Jonas, e devo ter perdido uns trocados hoje.
— Certo, mas vamos tentar ganhar o dia ainda.
— Bom, vou para lá depois de garantir algumas coisas, mas
Rita como você mesmo disse, não era alguém que esperava ver no
caixão.
Jonas olha Joaquim, ele olhava em volta e fala.
— Acha que era para você.
— Era para mim Jonas, ninguém invade uma casa armados, se
não fosse para matar alguém.
— Acha que quem pressionou?
— Jonas, eu estava pensando em montar uma agencia em
Balneário Camboriú, não em ir a um enterro.
— Querendo ampliar?
— Isto vou falar com você, não sai pela porta Jonas?
— Fala.
— Em Camboriú, um agente sem nome, destes que assume o
nome que lhe indicarem da CIA, com recursos desviados da mesma
CIA pelo cais de Santos, comprou um prédio de 12 andares de
frente ao mar, quando assumi a identidade deste ser em Santos, o

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
prédio surgiu em Balneário, e como tem uma cobertura de frente
para o mar, acho que dá para fazer uma agencia lá.
— E o que vai fazer nos demais andares?
— Firmei um contrato, com um empresário que precisava
alocar 60 pessoas, e aluguei para a empresa os demais andares.
— Certo, e acha que daria uma boa agencia?
— Queria que você olhasse o local para mim Jonas, pega o
carro e verifica se é uma ideia boa ou horrível.
— Pelo jeito acha que é uma boa ideia?
— Jonas, minha ideia é criar uma ramificação na época de
temporada, temos as meninas, seria uma forma delas irem de férias
e ganharem um trocado.
— E vai manter uma cobertura em Camboriú?
— Com certeza quem vai me manter a cobertura lá é os
alugueis abaixo.
— Certo, acha que teremos como o fazer? – Jonas.
— Vou pegar a chave da cobertura que gostaria que servisse
para uma agencia lá, você que vai me responder isto.
Jonas olha para fora e fala.
— Então vamos ter trabalho duro a beira da praia?
— Com certeza. Mas marca para a semana que vem, tenho de
conseguir as chaves ainda.
Joaquim se despede, sai no sentido do Cabral, Nádia já tinha
saído, ele entra no prédio que os ditos revolucionários estavam
usando, ele achava eles no máximo, teóricos da conspiração, não
revolucionários.
Joaquim olha para Pedro e entrada e fala.
— Podemos conversar Pedro.
— Achou uma solução?
— Preciso da informação de quem quer esconder.
— Eles temem lhe passar este dado.
— Pedro, se eles não confiam, voltem para o campo e
morram, eu tento ajudar, mas o que vou falar, é para semana que
vem, para quem quiser.
— Fala. – Pedro meio displicente.
— Vou ter espaço para 180 pessoas em Balneário Camboriú,
em 60 apartamentos, de 3 quartos, vou ter outras 70 vagas em

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
Navegantes, 120 em Florianópolis, 100 em Porto Alegre, os 100
lugares em Santos, 80 em Cubatão, 108 aqui em Caiobá, e três
prédios em Sampa, que deve dar para outros 450 pessoas, é o que
tenho no momento, lembra que falei que aqui não daria para ficar.
— Certo, mas quem está apoiando, não vai me convencer que
tem para nos manter nos locais.
— Não vou mentir, estou levantando recursos com empresas
que os querem vivos, não mortos por uma ditadura, mas eles não
podem aparecer, os locais não são meus, mas tenho de conseguir
ainda um recurso para cada um, para que possam sobreviver.
— E não vai abrir isto com muitos?
— No máximo local e quantidades, preciso dos nomes, mas
podem ser apelidos da resistência, não preciso de nomes reais, uma
foto e um nome, para eles serem recebidos, não quero um infiltrado
se passando por revolucionário, entregando um prédio cheio de
gente para o exercito.
— Mas ainda desconfio de ti.
— Pedro, é minha primeira oferta, se quer, quer, se não quer,
eu devolvo as contribuições e os locais ao donos, e se virem.
— Não vai insistir.
— Não sou de insistir, estou em minha guerra, e hoje não foi
um dia que considero vitorioso, pois quando se perde uma criança
de 15 anos, morta pela policia, covardemente, eu acho que foi uma
derrota.
— Eles nos matam e dizem que resistimos.
— Garanto Pedro, ninguém que o fez, vai conseguir no buraco
que acharem, se acharem, dizer que resistirmos.
Joaquim olha para o senhor e fala, serio.
— Tenho as vagas, até agora, 1200, se quer, quer, se não quer,
não vou perder tempo conseguindo o resto das vagas. – Joaquim
estica o papel para o senhor com as cidade e vagas.
Pedro olha Joaquim sair e um rapaz veio de dentro e
perguntou.
— Quem é o rapaz engravatado?
— Quem nos ofereceu este lugar temporariamente.
— Sabe que o pessoal não gostou da ideia de trabalhar aqui
como disfarce.

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
— Ele sabe, ele tem uma segunda oferta, mas pelo jeito, se
não aceitarmos, iremos sem esta ajuda.
— Qual a ajuda°
— Ele tem vagas para a resistência, pelo que entendi,
espalhada, 1200 vagas, em oito locais, nós que vamos decidir se
aceitamos, se não aceitarmos, ele não vai procurar mais vagas, e
locais para nos escondermos.
— Confia nele?
— Ele parecia serio, mais do que o normal, ele falou que
perdeu uma pessoa, morta hoje, e que não foi um dia de vitorias.
— A menina morta? – O rapaz.
— Que menina?
— Os rádios falam de grande manifestação na maior favela
central da cidade, pararam meia cidade.
— Quem morreu?
— Uma menina da comunidade, dizem que foi a policia, mas
ninguém soube exata que operação foi feita, mas até o SNI foi
acionado, dizem que as manifestações foram canceladas, mas que
foi um dia de terror no transito e na região.
— Alguma informação sobre os que o fizeram?
— Negação da policia, eles não falam muito, mas negam,
sabe disto, estranhei apenas uma coisa?
— O que?
— Os repórteres narraram uma ida de um delegado da
segunda DP, e um traficante do local, o colocou para fora,
queimando os carros da policia, mas o delegado, não foi encontrado
depois disto, alguns dizem que os traficantes do Capanema, deram
sumiço em um terço dos policiais do segundo DP.
— Posso estar errado Pietro, mas estar aqui, é estar visível,
por isto ele nos quer longe.
— Porque acha que estaríamos visíveis.
— Ele falou que ninguém que matou a menina, conseguiria
dizer que resistiram, no buraco que achassem.
— Acha que ele...
— Vamos falar com o pessoal, acho que este rapaz é qualquer
coisa, menos inocente.

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
O secretario de segurança recebe a visita fora de hora do
governador, que olha para ele.
— Que merda fizeram no Capanema que os empresários
querem você fora daqui Nilson?
— O delegado Ramalho tinha uma afirmação de pornografia
infantil e pediu a autorização para uma operação.
— E entram atirando nas crianças, fala serio secretário.
— Ele tinha todos os indícios.
— Sei, ontem tinham indícios, a menina que o delegado
pressionou, foi morta depois da pressão, se vai fazer secretario,
chama gente competente, não quem vão ver.
— Não entendi.
— Não estamos em uma democracia Secretario, estamos em
um governo militar, se tem algo que desconfia, não se entra
atirando nas crianças.
— Mas...
— Eles entraram atirando e matando, se a ideia era proteger
as crianças, não foi o que fizeram, e o que eu falo secretario, odeio
quando alguém de Brasília me liga e pergunta sobre o que está
acontecendo, pergunto e vejo que todos viram o delegado armando
e pior, estão pressionando o jornal local para não publicar a foto do
Delegado aliciando a menina.
— Eles tem a foto?
— Tem, eu não sou pelo segurar da informação, mas me ache
este delegado, e o faça explicar em publico o que fez.
— Ele sumiu governador.
— Ninguém some Secretario, em algum lugar eles foram.
O secretario olha o governador saindo, e olha para os demais,
como ele acharia algo.
Joaquim vai a universidade, assina presença, assiste uma aula,
e desce a cantina, ele estava longe e olha Curi filho a sua frente.
— Podemos falar Joaquim?
— Senta.
— Sabe que estão armando uma arapuca para você no
Capanema.
— Imagino.
— E vai a arapuca?

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
— Não seria eu se fugisse, mas quem está armando?
— Secretario de segurança, ele quer um culpado.
— Culpado do que?
— Do sumiço de parte dos policiais, do parar de meia cidade.
— Querem culpar alguém que estava sentado a atender no
banco a tarde inteira de algo?
— Eles não lhe daria voz.
— Curi, eu não tenho medo da morte, tenho medo de não
gastar o que ganhei, mas não da morte.
— Acho que não está me ouvindo.
Joaquim pega o pager, passa um recado para Paulinho, ele
retira os rapazes, e um para a empresa de segurança, e a região do
funeral começa a ter os carros de segurança.
— Eu ouvi Curi, eu ouvi.
— E vai fazer o que?
— Chegar lá como ninguém quer que chegue.
— Como?
— Com as amigas da morta, com os amigos das amigas, favor
encima de favor Curi.
— Mas acha que a policia segurasse assim?
— Para mim, se eles baterem neles, eu vou rir, mas no dia
seguinte até o Geisel vai me ligar e pedir para parar.
— Fala sério,
— Sei que parece estranho, mas me dou bem com o
Figueiredo, mas o Geisel me odeia.
— E porque acha que a policia vai parar?
— Quem estiver lá verá.
Na região do enterro, as meninas da agencia começam a
chegar, a mãe de Rita olha os senhores da sociedade local virem a
cumprimentar, lhe consolar, gente que nunca viram, mas sabiam
quem eram, o secretario de segurança, olha que não teriam como
fazer uma operação e olha para o comandante da policia militar e
fala.
— O que eles fazem ai?
— Mostrando o apoio a mãe da criança morta senhor, apenas
isto.
— Mas quem os mobilizou a fazer isto?

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
— Não sei, mas eles parecem ter acionado uma empresa de
segurança para chegar ao local.
— Eles sabem dos riscos, mas não entendi.
— Entendeu sim Secretario, sei que entendeu.
— Acharam uma rota de fuga do delegado, pois ninguém
some assim, alguém tem de ter visto.
— A ultima coisa que narram, é ele saindo a pé do local, e
entrar mais a frente em uma Kombi da delegacia, mas não achamos
nem o delegado e nem o Kombi.
O pessoal estava a olhar em volta, quando viram aquela
Brasília Verde chegar ao local, estacionar e olhar em volta, os
policiais souberam que ele sabia que eles estavam ali e o
comandante fala.
— Este é o rapaz que quer pegar secretario?
— Não sei quem é, mas todos indicam como o nosso
problema.
— Tem certeza Secretario?
— Por quê?
— Aquele é Joaquim, um ótimo pedreiro. – O senhor.
— Pedreiro? – O secretario sem entender.
Joaquim entra e olha para Carla olhar para ele, chega até ele
e pergunta.
— Como está?
— Me culpando por mais uma morte, como estaria.
— Não tem culpa disto Quinho.
— Eu a deixei a frente do colégio as 7 da manha, as 8 ela
estava morta Carla, ela falava em comprar um vestido vermelho que
viu na Mesbla, mas vou ficar pouco.
— O que está acontecendo.
— Estou deixando a atenção aqui, pois Paula é um alvo fácil a
cama, a policia não deixa testemunhas assim Carla.
— Certo, mas não se culpe.
— Sei que me olham com culpado, pedi a frequência escolar
para ela não estar em casa, mas não adiantou nada.
O senhor Ribeiro chega ao lado de Joaquim e fala.
— Podemos conversar?
— Fala senhor.

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
— Quero agradecer ter tirado minha filha viva de lá.
— Ainda estamos tentando desviar os olhos para cá, mas
como falava para Carla, as duas não deveriam estar lá, deveriam
estar na escola.
— Sabe que a policia está toda a volta.
— Alemão já saiu do bairro?
— Alemão? – Ribeiro.
— O senhor que ameaçou o Delegado.
— Dizem que este seu amigo deu fim no Delegado, se o ver
agradece pela comunidade.
Joaquim não responde, e Carla pergunta.
— Não entendi o que aconteceu?
— As meninas estavam ganhando dinheiro, não sei como
ainda, mas Rita era quem agenciava as meninas, o Delegado fez
uma proposta que Rita não aceitou, isto foi fotografado no Graciosa,
mas como adivinhar que algo assim aconteceria.
— Acha que ele mataria por um não?
— Se o não fosse lhe dar acesso para me matar, talvez.
— Certo, elas não deveriam ser o alvo, mas entendo onde
quer dizer que sente-se culpado, mas não pode se culpar por tudo.
Joaquim não discutiu, chega a mãe de Rita, e dá os pêsames,
ela viu que algo sua filha estava fazendo, pois a morte dela, não foi
um evento a mais, como muitos que morreram ali, foi um evento
que parou o bairro, Rita sorriria, disto, pensou a senhora, olha a
filha, estanho perder alguém, quando a filha estava começando a se
preparar para o mundo.
Joaquim não ficou muito, olha as meninas e Marcia chega a
sua frente, lhe abraça e fala.
— Tem de passar por cima Joaquim.
— Elas estavam lá, por quê?
— Tem de descansar, parece tenso.
— Olha ao fundo Marcia, eles ainda acham que podem entrar
e nos matar, que somos desprezíveis.
— Acalma a alma.
Os demais ao lado olham para o fim da rua, até alguns
senhores, a policia estava ali, e era evidente, eles estavam longe
porque havia gente da sociedade local ali.

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
Joaquim sai pela porta do local, e olha para os policiais ao
longe.
— O que vai fazer Joaquim? – Paulinho agora como um
morador normal da comunidade.
— Apenas mantem o normal nos demais pontos Paulinho,
aqui não vai dar para abrir.
— Fechamos por um dia Quinho, se o viciado não entende o
valor da vida local, ele não precisa da nossa droga.
— Então se cuida, eles estão nos observando e marcando ao
longe, tem SNI, Exercito, Militar e Civil ao fundo.
— Como nos metemos nesta encrenca.
— Desculpa, não era para morrer ninguém.
— Sempre morremos Quinho, a diferença, é que os demais
não vão junto, eles não gostam quando os deles morrem.
Joaquim olha serio para Paulinho e fala.
— Tira o pessoal, sei que parece estranho, mas se não
tivermos ninguém para nos abrir um caminho de fuga, podemos
morrer todos.
— Está tenso.
— Não descarreguei a raiva, eu sentei em uma mesa
burocrática e não podia chutar tudo para me sentir melhor.
Carla e Marcia estavam ali quando viram um grupamento da
Militar chegar perto e Joaquim falar.
— Se forem me levar, deixa, prioriza o pessoal.
— Mas é arriscado. – Carla.
— Mais ainda eu reagir, em teoria, eu não fiz nada, mas sei
que estão me odiando por ai, e se precisar, eu aviso.
Joaquim se abaixa e faz que está ajeitando a barra, mas
estava colocando o pager por baixo da barra interna da perna.
Joaquim olha o Comandante Ribas a frente e ouve.
— Podemos falar Joaquim?
Marcia estranhou, não estavam o chamando por apelido, e
sim pelo nome, Joaquim olha o senhor e fala.
— Qual o problema Roberto?
A resposta em primeira pessoa, fez outros policiais
estranharem.

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
— O secretario de segurança o quer preso, e preciso saber, o
que está acontecendo.
— Quer a verdade ou a versão que ele acha cômoda, pois nós,
os pobre morremos, eles não ligam.
— A verdade.
— A operação era para me matar, ainda não sei o que
aconteceu, mas quem a fez, ignorava que tinha mudado no dia
anterior, existem meninas que moravam a rua, e estavam dormindo
na casa, não sei quem da segunda DP entrou ali, mas eles mataram
as duas meninas, se eles estivessem por ai, diriam que as balas que
mataram as meninas foi de uma troca de tiros com os marginais da
região, mas a pergunta, eles tinha autorização para invadir uma casa
armados e atirando?
— E como sabe que eram da 2ª?
— Senhor, eu passei num concurso publico, eu estava o dia
inteiro em um banco, atendendo clientes, eu não estava aqui, mas
os carros queimados a rua, são da segunda, sempre se diz, que se
uma merda acontecer, pode contar que o delegado que a aprovou,
é quem vai mandar intimidar ou sumir com as testemunhas.
— Eles não gostam desta versão.
— Imagino, olha em volta Comandante, estamos em um
funeral, e olha os seus homens, todos com armas destravadas e
apontadas para nós, pobres, se um deles atirar, sei que mesmo o
senhor, sabendo que não fiz nada, vai por uma arma em minha mão
e dizer que reagi, isto se chama entre vocês de corporativismo, para
mim – Joaquim encara o policial que lhe apontava a arma – eu
chamo de covarde.
O comandante viu que estavam tentando usar esta conversa
para avançar e veem os rapazes da empresa de segurança e
chegarem as costas de Joaquim e perguntarem.
— Problemas senhor?
— Não sei, cuidado com as armas destravadas rapaz.
O comandante ouve algo que não gostou, os rapazes da
segurança destravaram as armas, se era para ameaçar, eles estavam
se defendendo.
— Eles não podem atirar em nós. – O comandante.

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
— Eles não vão morrer quietos comandante, isto como disse,
é coisa para covardes, não coisa de homem, como digo, 90% dos
policias são gente de bem, quando fora da corporação, nela, são
uma quadrilha, e sabe que penso assim senhor, que já falei isto para
o senhor quando erguia seu muro.
Ao longe os sobre a capela que faziam o velamento, Paulinho
acende os holofotes, na cara dos policiais, o comandante mal
conseguiu olhar nos olhos de Joaquim, os policiais viram que agora
teriam de ir pelo rumo, mas Joaquim fez sinal para Marcia e Carla
recuarem, e Joaquim perguntou.
— Mas o que pretende comandante?
— Prender o suspeito.
— Mesmo que o suspeito tenha um álibi, de uma agencia do
Banco do Brasil inteiro dizendo que ele estava lá?
— Não acredito que seja um servidor do banco.
— Sinal que não deveria estar aqui comandante, mas se quer
me prender, vai na agencia amanha, hoje, estes seus valentes, não
teriam chance para as armas nas lajes, não está em casa senhor, e
eles perderam uma menina, para a policia, e não tente convencer
eles, de que existe duas policias, pois vocês aqui, mostra que não
existe.
O policial não via nada, estava apenas apontando para
Joaquim e o comandante fala.
— Sabe que podemos apenas lhe abalroar se não for por bem.
Joaquim olha o senhor e fala.
— Você que sabe Roberto, eu peço desculpas para Mirian por
sua idiotice.
O policial que mal via Joaquim, mas para Joaquim de costas
ele era bem visível leva o dedo ao gatilho, Joaquim apenas dá dois
passos a frente, puxa a destrava e a arma para ele, empurra com o
pé o primeiro e engatilha a arma na cabeça do segundo e fala
calmamente.
— Trava a arma agora, você não está vendo em quem mira
idiota.
O comandante viu assustado Joaquim travar a segunda arma
e puxar para ele e olhar para ele com as duas armas da policia e
falar.

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
— Um bando de babaca, tem 30 segundos senhor para sair.
Joaquim sai andando de costas, e o senhor olha para os
rapazes, e um pergunta.
— Quem é este comandante.
— Não sei, mas ele manipula uma arma mais rápido que
vocês dois, vamos recuar.
— Mas...
— Se ele tem um álibi, e estão o querendo prender, no
trabalho é fácil.
Os rapazes recuam e o secretario de segurança olha o
comandante e pergunta.
— Não o prendeu porque?
— Não viu?
— Esta luz não nos dá visão de lá.
— Sinal que temos de sair, eles nos matariam e não veríamos
nem quem atirou senhor. – Um rapaz do SNI olha para o
comandante e pergunta.
— O que o Sargento Moreira falou com o senhor?
— Sargento?
— O rapaz que conversou lá?
— Ele é sargento do Exercito?
— Reserva ativa senhor, por quê?
— Explica porque ele manipula armas mais rápido que meus
rapazes.
— Mas o que ele falou?
— Que se queriam prender um suspeito, aquele não era o
lugar mais indicado, que a comunidade não está feliz de um policial
ter matado uma criança da comunidade.
— Quem iriam prender senhor?
— Ele?
— Mas porque não o prenderam no trabalho então?
— Vai dizer que ele trabalha no Banco do Brasil.
— Sim, e aquela empresa de segurança é dele senhor.
— Mas ele é um pedreiro.
— Era, dizem que não ergue um muro a três semanas.
— E porque o secretario o indica como suspeito?

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
— Digamos que o problema do secretario é o senhor, ele nos
chamou para tentar prender um assassino na comunidade do
Capanema, mas Joaquim Jose Moreira, não é apenas um assassino
de comunidade senhor.
— Ele é um assassino?
— Do exercito senhor, dizem que a precisão dele, torna os
demais em inexperientes na aparência.
— Vai dizer que mataram uma criança tentando o matar?
— É o que parece, mandaram gente na casa que ele morava a
dois dias, não hoje, e pelo jeito entraram atirando.
O rapaz não falou nada referente a isto, mas afirmou.
— Sabe que para invadir lá, teríamos gente do centro
atingidas senhor, o que o secretario pensa estar fazendo, colocando
uma corda no pescoço e pulando?
O comandante olha para o secretario ao longe e faz sinal para
os seus saírem e o senhor para a frente dele.
— Tem de o deter.
— Amanha no trabalho dele o detemos senhor, se for o caso,
mas pelo jeito, mexeram com o cara errado.
— O que o cara do SNI falou.
— O que ele falou não importa, mas ele parecia não querer
olhar para lá, eles não querem mexer com o rapaz.
— Mas eles são o SNI.
— O rapaz é do exercito Secretario, isto que eles estão
dizendo ali, alguém com treinamento de guerra, não de rua, para
ele, pareceu fácil nos desarmar e nos tirar toda a visão do local.
O secretario olha para o senhor, a forma que ele agiu e falou
a seguir confirmou que ele sabia.
— Mas isto não é motivo para não o prender.
O comandante olha os rapazes e começam a sair e um rapaz
ao fundo fala.
— Disse que teria de ser honesto com o comandante
secretario.
— Mas eles não precisam saber de tudo, apenas preciso do
rapaz preso, me falaram vivo ou morto, e não discuto com quem me
falou isto.
O rapaz olha para o secretario e fala.

99
J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
— Entendo agora o seu problema, pois se o senhor ali, souber
que o quer vivo ou morto, você morre senhor.
— Ele não pode me matar.
O rapaz não falou nada e olhou o exercito ao fundo se
posicionar, não sabiam se eles entrariam, era estranho aquela soma
de pessoas, a volta de uma região, mas Joaquim chega ao lado do
caixão, toca a mão de Rita, e fala baixo.
— Desculpa, não a protegi.
Ele olha os demais olhando ele, todos queriam proteção, mas
como defender todos, como poderiam acreditar na proteção de
Loco, se em nada ele ajudara.
Muitos olhavam ele querendo uma posição, e Joaquim não
queria se posicionar.
Os senhores da sociedade foram saindo, e as pessoas saindo,
as meninas saíram em taxi e foram todas para a estrutura no bairro
de São Francisco, e no fim, Joaquim estava ali com a mãe da criança,
com Carla e Marcia.
Joaquim olhava aquela criança ao caixão, como um caixão
reduzia a pessoa a nada.
Ele senta-se ao canto e olha aquele senhor entrar pela porta e
olhar para Joaquim.
— Podemos conversar.
Moreira olha para a entrada, olha para Paulinho a entrada,
como se perguntando, porque o deixaram chegar perto.
— O tiraram de casa Passioli?
— Um alerta pelos velhos tempos.
— O que veio falar, pois eles não queriam você aqui pelo jeito.
— O secretario de segurança falou que pediram sua cabeça,
vivo ou morto, não sei quem provocou, mas é este o problema,
alguém pediu sua cabeça.
— Alguma indicação?
— A ordem de nos posicionar veio de Brasília.
— Isto me lembra Angola, mas obrigado pelo aviso, não se
arrisca Comandante.
— Apenas alertando, estamos em volta, mas sem ordens de
entrar, então apenas observando de longe.
— Se cuida. – Joaquim vendo o senhor sair e Paulinho falou.

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
— Ele insistiu em falar com Joaquim Jose Moreira.
— Para ele eu sou o Zero.
— Não entendi.
— Sei disto, mas sinal que tem de cuidar dos demais Paulinho,
ela morreu para uma bala que era para mim.
— E vai fazer oque?
— Descobrir o que tenho de descobrir, mas tenho de dormir,
e ainda não sei, realmente não sei.
Joaquim olha em volta, olha os parentes de Rita, sai pela
porta e Carla olha Marcia.
— Ele está se culpando.
— Acho que ele quer descobrir ainda o quanto planejado.
— Não entendi. – Carla.
— Paula recebeu um tiro no braço, Rita não teve o mesmo
tratamento, não sei, não é lugar para falar disto.
Carla olha os demais ao longe e fala.
— Me explica lá fora.
As duas saem e Marcia fala.
— Rita tocava toda a parte de contato, ela era a entrada de
todas estas meninas na alta sociedade local, enquanto Paula recebe
um tiro no braço, Rita leva dois tiros na cabeça, ela era alvo Carla, a
outra deram um tiro no braço.
— Acha que eles a mataram propositadamente?
— Ouviu o que o militar falou, o secretario pediu a cabeça
dele vivo ou morto.
— E como ajudamos?
— Não sei, parei tudo, mas como ele diz, de que adianta
ganhar dinheiro se estaremos mortos para o gastar.
As duas olham o agito ao fundo, e olham para mais gente da
empresa de segurança chegar ao local.
— Ele não quer mortes bobas aqui.
Joaquim sobe no sentido do Cajuru, entra no hospital e pede
para falar referente ao responsável por Paula, o medico veio falar e
ele perguntou.
— Algo que possa ajudar?
— Senhor, se tiver um quarto particular, eu pago.
— Mas não é grave.

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
— Me ouve senhor, ela foi atingida por um policial civil, na
casa dela, esta viva, quer mesmo que alguém entre numa
enfermaria e de tiros?
— Mas não falaram isto.
— Senhor, não é burro, se falarem que ela levou um tiro da
policia, vocês teriam chamado alguém deles para verificar se não
era interesse a calar, sei que vocês não salvam vidas por vontade.
— Nos acusando?
— Uma morreu, a outra, quero defender, e se não tem um
quarto, entendo.
— Mas temos de relatar por regra.
— Por regra, deveriam salvar vidas senhor, se não quer salvar
vidas rasga o diploma.
O senhor fez sinal para a segurança do hospital e dois grandes
rapazes chegam ao lado e falam.
— Tirem este senhor da minha frente.
Um segurou no braço de Joaquim, forte, ele sorriu e olhou
para o medico e fala.
— Torce para ela não morrer senhor, que o senhor estará na
cova do lado, pode ter certeza.
O senhor olha serio e grita.
— Tirem ele daqui?
Joaquim fecha a mão e dá com força no estomago do rapaz a
direita, ele solta o braço do seu, ele torce o braço para trás e se
ouviu o estalo, ou outro pegou o cassetete e Joaquim sacou a arma
e falou.
— Quer mesmo fazer isto senhor?
O medico olha assustado e Joaquim olha ele.
— Avisado, ela morre, você morre.
O médico olha assustado, mas relata o que aconteceu,
Joaquim estava a entrada, e olha aquele carro da segunda delegacia
chegar ao local, eles iriam querer limpar a burrada que fizeram, para
eles o delegado deveria estar deixando a poeira baixar.
Joaquim dá a volta, olha o segurança dos funcionários e fala.
— Vim pegar uma amiga Carlinhos. – Carlinhos trabalhava ali
e morava no Cajuru a uns 10 anos, ele sorri para Joaquim, eles o
viam como um bom pedreiro, não como um problema.

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
Joaquim passa pela planilha e olha onde a menina estaria,
sobe pelas rampas, entra na região de enfermeiros, alguns o olham
estranho, mas ele não ligou, sorriu, pega duas seringas, as coloca as
pontas e fica ao corredor, esperando os policiais chegarem, o
medico viu que eles estavam armados, estranhou, olhava em volta e
por algum motivo, quando os dois entram o médico olha eles
assustado.
— Não podem portar arma aqui dentro senhores.
— Não entendeu senhor, ela é uma fugitiva, ela vai com a
gente.
— Não podem a tirar assim, de noite.
— Vai querer ter problemas com a policia senhor?
Paula olha os policias entrarem, ela estava pregada, outra
paciente olha eles armados e um aponta para a menina e fala.
— Acha que pode fugir de nós?
A moça do lado toca o alarme e o rapaz olha a senhora e
apenas atira nela.
— Qualquer movimento a mais, é mais mortos.
Joaquim entra pela porta, assim que tocou o alarme, mas se o
policial achava que entraria um enfermeiro, viu as duas pistolas a
mão, a arma do rapaz voa longe, um tiro no braço do que estava ao
lado da cama o fez soltar Paula, e Joaquim falar.
— A senhora senhor, agora.
O medico olha a senhora, os enfermeiros entram e ele
destrava a cama e fala olhando os demais.
— Ela levou um tiro.
— Acha que pode nos matar?
O sorriso de Joaquim, falava por si, o rapaz que atirou na
senhora sente a arma na sua cabeça.
Paula se afasta do senhor e ajuda um senhor da cama ao lado
a sair pelo corredor.
Dois rapazes da segurança chegam junto com 6 da empresa
de segurança e Joaquim fala.
— Tirem eles daqui.
— Onde?
— Tijucas.
Joaquim olha para Paula ao corredor e fala.

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
— Como está?
— Fraca.
Joaquim olha para ela e fala.
— Vou tentar parar isto, mas não posso ficar a porta, o tempo
inteiro para resolver isto.
— Sei disto, vai, eles querem lhe complicar.
— Sei disto.
Joaquim sai pela porta e um carro esperava ele a porta, o
carro da delegacia já tinham tirado dali. O rapaz pega a BR376
saindo dela apenas na estrada para Tijucas do Sul, era perto das
duas da manha quando entrou no barracão e os rapazes estavam
com capuz e nus, amarrados em duas hastes de madeira enterradas
ao chão.
Joaquim olha para o primeiro e pergunta.
— Quem pediu a morte da menina rapaz?
— Não vou falar nada.
Joaquim pega umas baratas e fala.
— Estas são suas companheiras até você falar.
O rapaz tenta se sacudir, e ouve.
— Tem 15 minutos para pensar, depois vou soltar os
escorpiões, eles não querem lhe matar rapaz, mas estarão atrás das
baratas, sobre o senhor, tem 15 minutos.
Chega a Serginho a entrada e pergunta.
— O que fizeram com o carro?
— Temos de ter outro trecho para enterrar carros e gente
Loco.
— Evita nomes.
— Certo, mas precisamos...
— Vou providenciar.
O segundo sente as baratas sobre o corpo e Joaquim olha o
rapaz que se batia e fala.
— Vale o mesmo para você, 13 minutos.
— Acha que não nos acham.
Joaquim não respondeu, olha para a caixa com escorpiões e
fala.
— Eles começam a se agitar para comer, vai ser uma briga
boa de ver.

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
Joaquim olha Sergio trazer uma latinha de cerveja e falar.
— Como está as coisas no enterro?
— Calmas.
Tiraram o carro do Rio de lá?
— Sim, ele está ao fundo.
— Bom.
Joaquim olha o relógio e fala.
— 10 minutos.
— O que quer saber?
Fala um deles.
— O delegado lhe mata se falar Carlinhos.
Joaquim olha o rapaz e fala.
— Já perguntei.
— Delegado Matias do 10º, ele disse que tínhamos de limpar
a barra do secretario de segurança, que ele nos consegui um
aumento.
— Delegados não mandam matar gente rapazes?
— Eu estou falando a verdade.
Joaquim olha para Serginho, estica um papel para ele, ele
olha e sai com uns rapazes pela porta, e fala.
— Vão ter de esperar escorpiões, terei de confirmar se o
Delegado sabe de algo.
— Não pode fazer isto?
— Tem formas bem piores de fazer senhores, está leve, mas
se tiverem algo a mais para falar, estamos escutando. – Joaquim.
Os rapazes ao fundo olham a frieza e olhavam a caixa com
escorpiões e saem, não sabiam qual o método, mas viram que a
valentia sumiu dos policias rapidamente.
Joaquim sai da sala e olha para uma maquina abrindo uma
vala, ao fundo da casa, olha o terreno plantado ao fundo e olha para
os rapazes e fala.
— Hora de irem rapazes.
— Acha que vão falar mais?
— Daqui a pouco vão começar a perguntar quem está onde,
melhor não se complicarem.
O rapaz do oitavo olha Joaquim e sai, ele sabia que aqueles
dois não iriam mais ser vistos, a forma que fizeram, eles mesmo que

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
fugissem não saberiam quem foi, mas sabia que aquilo não sairia
dali, era entre o senhor e os seus.
Joaquim vê trazerem o delegado que é colocado em um poste
na sala ao lado e Joaquim olha para o senhor, vai a sala dos rapazes
e põem uma mordaça em cada um.
O delegado não via quem estava ali, mas ouve.
— Me informaram que mandou matar uma menina no Cajuru
senhor, poderia me confirmar ou negar?
— Quem quer saber?
— Quem protege a menina.
— Não pode me prender.
— Sei que legalmente não posso, sei que oficialmente, está
sofrendo um sequestro, a pergunta, quer mesmo delegado, que eu
traga para cá esta pequena menina, para lhe fazer falar?
— Não toque nela.
— Então me dê o que preciso, quem mandou matar a menina,
e porque?
— O secretario de segurança, ele disse que era essencial a sua
promoção e sair desta espelunca.
— Onde matar uma menina de 15 anos dá condição de que
lhe deem uma saída da espelunca chamada de Curitiba.
— Eles não tinham certeza se foi a pessoa certa que morreu,
o Delegado foi verificar e não saiu de lá.
— E não sabiam onde ela estava, é isto? Conta outra.
— Teria de cair sobre um senhor esta morte, não entendi
porque, mas um antigo Sargento do Exercito.
— Nome deste azarado?
— Sargento Moreira, estão o chamando de Loco no
Capanema.
— Porque não parece real a historia Delegado Matias?
— Porque dizem que são duas pessoas, por isto não parece
real, mas tudo indica para um único ser.
Serginho entra com um senhor resmungando, amarrado e
prendem ele a outro Poste e fala.
— Tira todos, não quero ninguém aqui daqui a pouco.
— Motivo? – Serginho.

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
— Se eles queriam saber onde colocamos os demais, lhes
seguiram, não esquece, SNI, não é coisa de principiante.
Os rapazes saem, Joaquim apaga a luz e olha para um carro
ao longe, olha o relógio, quatro da manha, estaria um caco no fim
do dia.
A maioria seguiu os carros, que fariam uma volta grande e
chegariam a Curitiba pela BR116.
O secretario começa a falar algo e Joaquim entra e lhe soca o
estomago, e fala.
— Secretario, tem uma chance de sair vivo, e é bem pequena,
então silêncio, quando mandar calar, fale quando pedir.
— Quem acha que é para me ameaçar? – O senhor não via o
senhor, estava encapuzado.
— O ser que pediu a cabeça vivo ou morto, lembra disto
Secretario?
— Quem lhe falou este absurdo?
— Um amigo do SNI, mas a pergunta Secretário, quem pediu
isto, isto que tenho de saber?
— Não posso falar, ele me mata.
— Quer morrer antes, é isto.
O senhor se calou e Joaquim pega o dedinho dele e fala.
— Vamos ver se quer mesmo morrer senhor. – Joaquim o
amordaça, com força com uma espuma, e torce o dedinho mindinho
para trás, sente ele quebrar e a dor e grito abafado por aquilo.
Joaquim olha para fora e olha o carro chegando
silenciosamente e sorri.
Olha em volta e vê um rapaz vindo pelo mato, e entra, coloca
explosivos aos pés dos senhores, detonadores e um contador de
tempo, eles não saberiam diferenciar se era verdade ou mentira,
mas Joaquim apenas fecha a entrada, ao fundo, em um mato alto,
ele começa a fazer uma curva longa em passos acelerados.
Os agentes chegam ao local, por dois lados, um olha o outro
fazendo sinal para ele olhar, ele olha pela fresta daquele galpão e vê
apenas vultos, não saberia dizer quem estava ali.
Joaquim chega ao carro e corta o cano da gasolina, ela
começa a escorrer, ele solta um fosforo no caminho, e este começa
a queimar o mato seco, ele se afasta no sentido do barracão, estava

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
a dará volta quando ouve a explosão vinda do carro e os rapazes
olham assustados.
Três rapazes bem armados, logo viria mais, mas ele não
queria deixar aquilo como estava.
Ele sai do mato, o clarão do outro lado dava para ele a
posição dos três, três tiros, e um estava a olhar para ele, vendo a
arma voar longe e os dois rapazes ao lado caírem mortos.
— Deita no chão, agora.
— Não pode nos matar, eles lhe matam.
— Quem os mandou aqui rapaz?
— Acha que é fácil obter confissões assim?
Joaquim senta-se as costas do rapaz, e fala.
— Sempre digo que as pessoas tem a chance de fazer certo
rápido, ou devagar, a escolha sempre é de vocês.
Joaquim puxa a camisa do rapaz de cima para baixo o que a
fez rasgar um pouco e imobilizar os braços.
Joaquim com calma coloca a arma na altura das costas e fala.
— Três chances, depois não reclama rapaz.
— Não vou falar.
Joaquim atira na junta do braço direito e o torce para traz, o
rapaz sentiu dor, e fala.
— Está perdendo tempo, morremos e não falamos.
— Não entendeu, eu não vou lhe matar, a terceira, é na
vertebra da coluna, você vai ficar tetraplégico, não vai morrer, vai
depender de todos, para tudo, o resto da vida, nem para se matar
vai servir.
— Não vou falar.
O segundo tiro foi na Clavícula, o rapaz se encolhe de dor e
Joaquim fala.
— Sei que não vai falar, mas não me custa perguntar.
— Não pode fazer isto.
— Eu vou fazer, acha que matar os outros é legal, eu também
acho isto, mas acho melhor ainda eles serem exemplo de que posso
ser mais cruel.
Joaquim coloca a arma na altura das vertebras do pescoço e
ouve.

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
— O general Geisel pediu sua morte, ninguém vai parar,
mesmo que me torne um tetraplégico. – Joaquim levanta a arma, o
rapaz pensou que ele não o mataria, mas o tiro na nuca faz o rapaz
cair morto, ele arrasta os corpos para o buraco, pega a escavadeira,
e puxa o carro para o buraco, e o cobre, arranha a região que estava
o carro com a escavadeira, tirando a marca de que pegara fogo, e
entra.
Ele tira a venda do secretario, a mordaça, depois tirou do
delegado e perguntou serio.
— Vamos fazer diferente.
Joaquim olha o delegado, olha ele aos olhos e pergunta.
— Quantos Geisel mandou para me matar?
O delegado não sabia a resposta, ele olha o rapaz, não sabia o
que falar e resmunga.
— Sabe que não sei.
Joaquim dá um tiro na testa do senhor e vai ao mastro com o
secretario e olha serio, ele olhava assustado o corpo do delegado.
— Secretário, a pergunta, quantos Geisel autorizou matar
para chegar a mim, só isto quero saber?
— Vai me matar de qualquer jeito?
— Quantos?
— Ele mobilizou o quartel do Bacacheri, Aeronáutica, não sei
quem, mas um deles me passou a ordem, eu não contesto, não
quero ir para um buraco e sumir.
— Seria mais digno senhor.
— Não pode me matar?
— Me dê uma solução Secretario, pois eu preciso sair do país,
não me adianta dizer apenas nomes, quero uma solução.
O senhor olha Joaquim naquele breu e fala.
— Eu tenho umas reservas.
— Quanto?
— Não dá para me desamarrar antes?
— Senhor, vai me dar uma saída, ou vai para o buraco com os
demais senhor? – Joaquim encosta a arma em sua cabeça.
— Não sei ao certo, está na minha conta.
Joaquim pega a carteira do senhor, do delegado, põem a
mesa e olha para os documentos dos dois outros e fala.

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
— Um talão de cheques assinado, é uma forma senhor, mas
preciso de mais alguma garantia.
— O que quer dizer com isto?
— Vai ter de esperar eu sacar uma parte para lhe soltar.
— Mas...
— Quer que pegue sua filha como garantia, seria a outra
forma secretário.
Ele olha Joaquim e fala.
— Minha menina não.
— Então vamos fazer um acordo Secretário?
— Se não me matar?
Joaquim tira a armação que segurava o mastro de pé e
calmamente o desce, deitando ao chão.
Joaquim o algema e solta a mão amarra os pés, e desamarra
do mastro, puxou uma cadeira, olhou o senhor assustado, amarra
ele bem amarrado a ela, solta a algema e fala.
— Assina todas as folhas, e espero que não volte o cheque
senhor Secretário.
— Tenho de pedir para o Gerente resgatar a aplicação.
— Nome do gerente?
— Não vai me deixar ligar?
— Não, mas se tudo der certo, vai para casa, se não der, sabe
que aprontou comigo secretario.
Joaquim vê o senhora assinar, pega a arma, chega a sala ao
lado, dois tiros a mais, o senhor viu Joaquim arrastar o corpo do
delegado para o fundo, ouviu a maquina e viu o senhor chegar a ele
e falar.
— Antes do fim do dia eu volto Secretario, e vamos conversar,
pois sei que preciso de uma forma de sair do país.
— Não vai me soltar a noite.
— Sim, assim que tiver como resolver um problema.
Joaquim olha para fora, começava a clarear, o deixa bem
preso, fecha a porta lateral e caminha até a rodovia, olha o carro
parado ali, agora era voltar, ele entra em casa, toma um banho, faz
um café bem forte, sentiu azia, sorri, olha no espelho, olheiras, ele
preenche um dos cheques do Senhor na maquina de datilografia,
pensa no saldo que o senhor falara e primeiro esvazia a conta

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
corrente, não era hora de arriscar, demoraria dois dias, para
compensar, o senhor iria ficar tenso, mas Joaquim olha a assinatura,
olha para os dados do senhor, pensa no como faria, este seria um
nome a assumir, e não parecia um caminho difícil, um secretario de
segurança que tinha uma assinatura que era quase um x, ele sai de
casa e olha para a rua, a segurança estava toda ali, ele sai com a
Brasília e vai ao velório, ele estaria no banco no horário do enterro,
mas parecia sua responsabilidade que nada de ruim acontecesse.
Joaquim vai ao Hospital Cajuru e olha para o agito, entra
pelos fundos e sobe direto, olha para aquele conjunto de pessoas
no corredor, a segurança passa para Joaquim que estava um agito
no Cajuru e ele via isto pelos olhos.
Joaquim olha para o general entrando pela rampa, põem a
roupa de enfermeiro e entra no quarto que Paula estava, ela olha
para Joaquim, ela olha para suas costas e fala.
— Hora do remédio?
Joaquim sente alguém pegar em seu ombro e falar.
— Ela toma o remédio depois enfermeiro.
Joaquim se vira e olha para o Almirante Santos Silva, e
pergunta.
— Se quer me achar Almirante, não precisa dela, estou aqui.
O general olha assustado e fala.
— Sabe a encrenca que se meteu?
— Sabe que Geisel está arriscando muito, os colocando numa
função que ele não tem coragem de estar.
— Vai por bem ou por mal? – Santos Silva.
— Por mal, já que a ordem, é me matar.
— Não sabe o que está falando?
— Esta dizendo que o SNI, a Federal e o Secretario de
Segurança estão mentindo senhor?
O general deu um passo atrás, os soldados foram puxar as
armas e viram Joaquim sacar as dele, dois tiros, duas mãos soltando
as armas e o tumultuo, pois tiros em um hospital não era para
acontecer, muitos que viram o Almirante entrar, fizeram que não
ouviram nada, Joaquim até entendia o medo, mas não a covardia.
O medico do dia anterior, vê a segurança do dia anterior
entrando, na marra, e chegam ao local, os soldados os recebem a

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
tiro, o rapaz a frente se esconde, vendo os rapazes atirarem naquele
corredor de gente, e faz sinal para os demais ficarem e pergunta
alto.
— Ordens senhor?
Joaquim no quarto ouve e fala alto?
— Alguém ferido?
O rapaz olha em volta e fala.
— Ainda não.
— Quem soltar as armas não morre rapazes. – Joaquim
chegando ao general, dando dois tiros nos dois rapazes com as
mãos atingidas.
— Não pode me matar?
— Todos viram covardes quando veem as armas puxadas
contra eles, incrível.
Joaquim o vira de costas, pega uma alguém as costas, o
algema e fala.
— Calma Almirante, temos de conversar.
Joaquim olha pelo corredor e dá dois tiros, dois ombros e fala.
— Imobilizar, estamos saindo.
Os soldados nem viram os ombros sendo atingidos, apenas a
dor, e olham os rapazes saindo dos da rampa, Joaquim olha para o
Medico e fala.
— Se todos que apresentarem documentos falsos vocês
derem acesso, isto vira a casa da mãe Joana.
Os rapazes conduzem o senhor pela saída do fundo e dois
carros tiram os rapazes dali, o médico olha assustado e entra no
quarto e olha a menina.
— Não pode sentar ainda.
— Se posso receber visita armada, que mal sentar?
O médico olha para um rapaz entrar pela porta e falar.
— Onde o almirante foi?
O médico olha para eles e fala.
— Devem ter errado o quarto.
Paula deita e o rapaz sai, não sei o que acharia, mas quando
chega a região dos carros, não estavam mais lá, olha os rapazes do
outro lado da rua, desarmados, sentados a parede e chega a eles.
— O que aconteceu?

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
— Nos desarmaram e sentaram aqui.
O cabo olha em volta e não entendeu.
Joaquim olha para o rapaz da segurança e fala.
— Deixa eles no Capanema e manda deixarem junto com o
secretário, mas bem presos, não precisam ver uns os outros, mas o
secretario vai puxar assunto, pede para ouvirem.
Joaquim pega o carro e vai no sentido do banco, estava um
caco, para na esquina, pede um café e senta-se.
Olha o agito a frente, sorri, hoje teve reação, e sabia que não
entraria na agencia, se uma coisa ele tinha certeza, um dia morreria
numa maluquice destas.
O rapaz da panificadora olha para o outro lado e pergunta.
— O que está acontecendo ali, deve saber? – O rapaz olhando
Joaquim em um terno, tipo bancário.
— Vieram me prender, mas querem estar ali quando eu
chegar.
— Se achando. – O rapaz.
Os militares se posicionam e o pessoal da agencia fica tenso,
Carlos passa pela panificadora, olha Joaquim e para ali e pergunta.
— O que aconteceu?
— Não morri.
Joaquim olha para o rapaz e fala.
— Vê mais um café, não dormi nada esta noite.
— E o que está acontecendo ali?
— Aeronáutica, não sei ainda, somente gente de baixa
remuneração, ninguém ali sabe nada, estão cumprindo ordens.
— Como sabe?
— Quem não sabe que ando com uma Brasília Verde por ai?
Carlos olha para a Brasília parada a frente da panificadora e
fala.
— E vai lá quando?
— Acho que o secretário mudou a versão de ontem para hoje,
e o acordo da madrugada não está mais de pé, então, não sei.
— Acordo?
— Sim, acordo, mas pelo jeito ele não mandava nada, era
algo superior a ele.

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
— E o que seria algo superior a ele? – O atendente colocando
mais café a mesa.
— Um ex presidente pedir minha morte. – Joaquim.
Carlos olha para Joaquim e pergunta.
— Quem?
— Geisel.
— E não vai recuar?
— O secretario falou que a ordem vinha do quartel do
Bacacheri, faz sentido o pessoal da aeronáutica ali, mas a ordem era
vivo ou morto Carlos.
— E o que vai fazer?
— Vai lá, consegue autorização para que eu e você façamos
uma pesquisa de campo, liga para sua esposa e vamos nos mandar
para Santos.
— Qual a diferença?
— Se tem uma coisa que nosso exercito não faz, é mexer com
a CIA, então vamos os por no lugar.
— Pensei que tinha aliados no exercito.
— Sim, mas ninguém quer morrer para me proteger, entendo
eles, Geisel é mortal.
— E acha que eles não vão lhe respeitar.
— Não quero matar soldadinhos, para um general em Brasília
dizer que tem razão.
— E enquanto vou lá, vai fazer oque?
Joaquim olha para Carlos e fala.
— Deposita este cheque na minha conta, vamos precisar no
fim de semana.
Carlos nem olhou, pegou o cheque e os soldados depois de
um tempo deixaram os funcionários entrarem, o gerente geral olha
Carlos e pergunta.
— Ele não vai entrar?
— Segundo ele, o secretario de segurança disse que veio uma
ordem de Brasília, para o deter vivo ou morto, ele não vai entrar
senhor, não enquanto esta ordem estiver ativa.
— E vão fazer o que?
Carlos olha para a Brasília sair do outro lado da rua e fala.

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
— Ele vai puxar os rapazes para outro lugar, e com certeza,
chega ai com aquelas ideias malucas de entender o andamento de
um porto, legalmente falando.
— E como ele vai lhe explicar isto?
— Pelo que entendi, ele tem um cais em Santos, que
desembarca coisas para as embaixadas de outros países, ele vai me
explicar na pratica como os documentos funcionam.
— E vai lá?
— Sim, só não sei se hoje ou amanha, mas com certeza vamos.
Joaquim passa uma mensagem para o Pager de Nádia, que
lendo o recado nem sai de casa, muitos não saíram de casa, as
partes empresa, não teriam nada que pudessem complicar, então
com as empresas no Capanema paradas, os pontos de droga
começam a fechar e as poucas empresas, dispensa por motivo de
morte na família, todos para casa, Paulo olha a mensagem e olha
para os rapazes e fala.
— Somos os únicos que ele não dispensou.
— Ainda bem, Sexta deve ser agitada. – Um garçom.
Jonas olha para Amanda e pergunta.
— O que acha que fazemos?
— Poupa as meninas, dispensa, não adianta, a mensagem é
clara, Exercito, não facilitem.
— Ele sempre complicando as coisas.
— Ele parecia abatido ontem Jonas.
— Ele viu aquela menina crescer, ver seus pais a velando deve
ter o afetado, ele não é tão inabalável como falam.
— Nádia se deu bem.
Jonas olha desconfiado para a companheira, ele dizia que não
eram casados, mas viviam uma vida a dois a mais de 4 anos.
Um grupo de médicos, chega com uma ambulância, no
hospital Cajuru, apresentam o pedido de transferência da menina,
ela não reclamou, e a levaram para um quarto ajeitado em sua casa,
não daria para a manter lá, segura.
Como a transferência parecia para outro hospital, demoraram
horas para saber que ela não estavam no HC.
Joaquim senta-se na sede do Cabral e viu Pedro chegar a
frente e bater.

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
Ele o recebeu a porta e fala.
— Aceitamos a ajuda. – Ele passa os nomes e Joaquim fala.
— Amanha vemos a passagem para todos irem aos novos
endereços.
— Problemas?
— Sim, mas nada que possa ajudar agora.
Joaquim foi seco, e o rapaz saiu, Joaquim olha para fora e
pega o telefone.
— Por gentileza, o General Ernesto Geisel?
O secretario passou o telefone e o senhor atendeu.
— Podemos parar isto sem muitas mortes General, ou vamos
a um novo problema, como Angola? – Joaquim indo direto ao ponto.
— Não sei o que está falando.
— Tem certeza senhor, depois vem dizer que tem ódio de
mim, mas eu lhe liguei, você falou isto e depois vem dizer que eu
que estava fora de controle, tem certeza senhor?
Geisel em seu gabinete na base de Brasília olha para o rapaz a
porta e faz sinal para fechar a porta.
— Sabe que você é meu problema Sargento Moreira.
— Acho que não entendeu General, eu quieto, e menos gente
morta, eu descontrolado, pode ser que morra, mas para que perder
tantos em campo, para uma coisa que deixar quieto, resolve.
— Você não está quieto?
— Desculpa, não havia tomado um centavo de generais e
afins antes de hoje general, vender drogas, sei que vocês financiam
isto, controla os malucos universitários, eles se acham espertos e se
matam sozinhos, controla os em ascensão, permitindo uma ação
como a contra aquela cantora gaúcha, e falar que foi overdose,
mesmo que ela não tivesse sinais aos braços de viciada naquilo.
— Não sei do que está falando.
— General, como paramos isto, não quer parar, é isto?
— Sabe que não tenho mais como parar isto.
— Não manda mais ai?
— Tem um traficante colombiano que pagou por sua cabeça,
ele me apresentou a ideia, ele disse que você matou o irmão dele
em Santos, e que não deveria me meter.
— E obedece traficantes General, já foi mais que isto.

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
— Ele pode mais hoje que eu.
— Então tira os seus do caminho general, traficantes sei como
matar, mas matar soldados para dar mais espaço para estes
traficantes de merda de Santos, não dá.
— Não obedeço você Moreira.
— Avisando, ou nos tira até as 4 horas da rua, ou manda uma
carta de desculpa para as famílias deles, entendeu General?
Joaquim desliga e o general olha para o auxiliar que fala.
— Ele fechou todos os seus negócios hoje na cidade de
Curitiba, até mesmo o porto de Santos e Porto Alegre fecharam, não
entendi quem é o rapaz.
— Se não ouviu sobre Sargento Moreira, deve ter ouvido
sobre um soldado que voltou de Angola, o chamavam de Zero.
— Esta dizendo que a operação é contra uma lenda?
— Passa a ordem para eles recuarem, não é hora de ver os
rapazes desmoralizados, mas pelo jeito, já perdemos gente.
— O Almirante, não sabem onde foi parar?
— Sumiu onde?
— Numa operação em um hospital da região.
— Digo que este exercito está mole demais, ainda bem que a
guerrilha nossa, é de crianças com armas, foram tentar pegar a
menina, eu vi pessoalmente Joaquim matar um refém para atingir o
alvo, ele não se preocupa com vidas simples, mas as usa, para pegar
os incompetentes.
O rapaz saiu, os rapazes a porta do banco saem e Joaquim
estaciona a Brasília e entra na agencia.
Joaquim passa uma determinação para o pessoal da favela, e
Paulinho estranha, mas começa a verificar o comportamento de
alguns ligados a Marquinhos, o Santista, e olham que o pessoal dele
não veio apoiar, ficou isolado, olha para Serginho e fala.
— Cuidado, o problema vem de Santos.
— Tem certeza?
Paulinho mostra a mensagem de Loco, falando que Geisel
confirmou, trafico ligado a Santos é o problema.
Joaquim chega atrasado, o gerente olha para ele, não
entendeu, mas era obvio, ele foi resolver o problema, antes de
chega a agencia.

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
Joaquim estava na duvida se assumiria as coisas do Secretario
ou apenas o libertaria, ele estava rabiscando sem prestar atenção, e
Carlos chegou a ele.
— Vamos quando?
— Amanha cedo, é mais seguro.
— Problemas?
— Sempre, mas primeiro o deixo no cais, apresento ao
problema, e corro atrás da solução do mesmo.
— Descobriu o que lhe ataca?
— Um traficante da favela do Dique da Vila Gilda, em Santos,
bem para onde vamos, resolveu pagar para me matarem para poder
assumir o trafico daqui.
— E quer mesmo eu lá?
— Carlos, você vai para a região do porto, nada com a região
do outro lado do morro.
— Esqueço que conhece estes lugares.
— Nem tanto quanto queria, mas confirma para amanha cedo,
passo na sua casa.
— Vamos de Brasília?
— Dizem que por dentro ela não dá tanto medo como por
fora?
— Certo, e vai deixar a bomba para os demais?
— Tenho coisas a resolver, e não pretendo deixar barato
Carlos, tudo que tenho, com exceção do bar, está fechado, então
para que arriscar coisas simples?
— Acha que vou aprender muito?
— Não sei, mas eu vou, se quer desistir ainda é tempo.
— Vou, pelo jeito o seu jeito de ter uma fortuna, não o muda
por dentro.
— Eu como frango com a mão Carlos, não saberia ter de
comer ele com garfo e faca.
— E não se preocupa com isto?
— Nunca me preocupei com a cara de nojo dos demais, que
compram uma imagem, sem nem chegar perto para verificar se ela
é real.
— E pelo jeito, não teve como me ajudar hoje.
— O que entende de espanhol Carlos?

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
— Nada.
— Sei que parece difícil Carlos, mas pega o que lhe deixa
confortável na língua, para começar, eu lembro que no começo, a
maioria das minhas frases em espanhol, vinham de palavras
semelhantes com o português, como Por Favor, outra coisa, não
entra nesta discussão boba de brasileiros falando que na Argentina
ou Uruguai se fala castelhano, não Espanhol.
— Porque não?
— Castelhano é uma das tantas línguas que surgiu na
península ibérica, e a que mais se destacou e a que mais se fala na
Espanha, então não existe esta discussão, eles falam Castelhano da
região de Castela na Espanha, como muitos Espanhóis.
— E falas fluente?
— Cada lugar tem suas peculiaridades, assim como o
Português do Brasil é bem diferente do de Angola, mas se prende ao
que entender fácil, tem de falar com alguém em espanhol, em
inglês para entender Carlos, antes disto, é tudo apenas teórico, o
precisar da língua, muda tudo dentro de sua cabeça.
— Certo, e como vou aprender algo assim.
— Pedi para Fernandes, falar com você apenas em inglês ou
espanhol, e tudo naquele porto, está em inglês, de placas nas
paredes, de instruções, é um aprendizado total.
— Certo, mas e o traficante?
— Isto quero resolver pessoalmente, não adianta mandar
recado, voltaria alguém no caixão, então vou ter problemas na
segunda, já estou cansado e vou ficar mais ainda.
— Tenta dormir de hoje para amanha.
— Vou tentar.
Carlos viu Joaquim atender um cliente, ele tinha calma para
entender o problema, as vezes conversava para entender bem o
problema, fica vendo o rapaz, nitidamente cansado, atender e o
gerente chega a ele.
— Como ele está?
— Pelo que entendi, ele passou a noite em um funeral, e esta
ali atendendo com aquela calma.
— Não sei quem ele pressionou, mas a saída do exercito da
porta, pelo menos, acalmou meus ânimos.

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
— Sei que ele nos enerva as vezes senhor, mas ele tem aquela
forma de envolver as pessoas, a pessoa começa a reclamar, ele ouve
toda a reclamação, faz poucas anotações, vai entendendo o
problema e quando enxerga uma saída, oferece.
— Ele parece ter nascido para fazer dinheiro, isto que quer
dizer, as pessoas acabam gostando dele.
— Sim.
Joaquim fica no atendimento ao cliente até fecharem a
agencia, ele estava aprendendo, e manter a mente ativa, deixou
fácil terminar aquela parte chata do dia.
Ele pega o carro, mal se despede e volta a Tijucas, olha para
Serginho que passou o que falaram, pouco, ele entra na sala, põem
uma mordaça, uma venda, e um capuz no Secretario, faz sinal para
o tirarem dali, faz sinal para Sergio sentar no lugar e falar o que
combinaram imitando a forma jocosa que o secretario falava.
— O que ele falou Sergio?
— Que se não falasse nada, estaria morto.
— Tentei dissuadir, mas ele não parece tão valente assim
Moreira,
Joaquim olha para o Almirante ainda de capuz e fala.
— Mais calmo Almirante?
— Acha que se safa assim?
— A pergunta Almirante, que me fizeram um dia, sabes
obedecer ordens, sem contestar?
— Logico que sei.
Joaquim olha aquele senhor de capuz, ele não vira o
secretario ali, mas estavam jogando.
Joaquim liga para Geisel de novo.
— Boa tarde General Geisel.
— O que foi agora?
— Tem um Almirante a minha frente, me jurando morte, o
que faço com ele.
— Não o matou ainda?
— Uma demonstração de boa intensão General.
— Põem ele na linha.
Joaquim puxa o fio do telefone e puxa o capuz e olhando o
senhor a sua frente fala.

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
— Geisel quer lhe falar.
Joaquim põem o telefone no ouvido dele e o senhor ouve.
— Pelo jeito não deu certo Almirante, recolhe os seus e deixa
este maluco novamente quieto.
— Sabe que ele é perigoso General.
— Sei, talvez a falha é que ninguém acredita existir alguém
como ele no Brasil, mas pega os seus e sai dai.
Joaquim tira o telefone do ouvido e fala.
— Vou os devolver vivos, mas espero calma depois disto
General.
— Vou tentar, ainda não gosto de você, mas talvez tenha
razão, estes militares está muito moles.
Joaquim desligou e olhou para Serginho.
— Põem eles na Kombi e deixa na frente da base, só não
bobeia com eles Serginho.
— Certo, só não entendi porque está me chamando por este
nome.
— Ele não precisa saber seu nome, certo.
O rapaz sorriu, desamaram os 4 rapazes e o almirante,
colocara na Kombi e se mandaram para Curitiba, Joaquim viu eles
saírem, e começa a falar alto e sozinho e dá uns 10 tiros, e fica
quieto, ele não estava facilitando, e não queria facilitar.
Ele chega a outra sala, onde o Secretario estava e fala.
— Agora entre nós Secretario?
Ele olha assustado e fala.
— Matou o Almirante?
— Ele viu demais, e não quis um acordo, Geisel disse que
colocava uma pedra no assunto, mas não entrou em detalhe sobre
o soltar dos militares presos, então ele os considerava mortos, dai
eu precisava de um acordo com o senhor ali.
— E sem acordo, o matou.
— Sim, tem de entender, não é por mal que está aqui
Secretario, é para que eu possa terminar de fazer uma rota de fuga,
vou precisar de sua assinatura em uns papeis, para ninguém me
barrar na fronteira, mas acho que não vai se negar a assinar, ou vai?
— E quando vai me soltar?

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
— Assim que assinar, os rapazes vão lhe por o capuz, para
não saber onde era este lugar, e lhe levar para casa senhor.
— O general Geisel aceitou uma trégua?
— Sim, acho que com todos vivos, ficamos mais calmos, ou
não Secretário?
— Sim.
Joaquim soltou os braços do senhor e o fez assinar três papeis
em branco, ele o assinou, Joaquim separou as folhas, guardou,
sacou a arma e matou o senhor.
Enterrou no fundo e cobriu o resto do buraco, abriu as valas
de plantação e olhou o campo, olha o galpão, fecha e vai a cidade
novamente.
Joaquim chega a região do São Francisco, abre o cofre da
empresa de segurança e guarda as folhas e os cheques, dos mortos,
com suas identificações em documentos.
Joaquim sabia do risco de guardar aquilo, mas nos seus
planos, aquilo era um passo para um futuro.
Joaquim liga para Fernandes, combina para o dia seguinte,
entra em casa, a tranca, sobe para o segundo piso e cai na cama,
apagando de cansaço.
Sábado parece surgir com o despertador, Joaquim acorda
assustado, madrugada, ele não sabia que horas era, não estava
ainda acostumado com a casa, acordou achando estar na outra, mas
quando fixou os olhos, viu onde estava, levanta-se e vai a cozinha,
faz um café, coloca um jeans, uma camisa polo, e ajeita os
documentos, olha o Pager, tudo normal e abrindo, ele não queria
ficar longe, e não poderia deixar para depois. Queria sair antes das 5
para a estrada.
Liga para Carlos e diz estar passando lá, Marcos e dois
repórteres param a van na frente da casa e buzinam, Joaquim desce,
entra com uma pequena pasta e passa ao motorista o endereço,
Carlos estranhou quando viu a van parando, pensou em ir com a
Brasília de Joaquim, entra, Joaquim apresenta os demais e Carlos
pergunta.
— Pensei que iriamos de Brasília.
— Os rapazes vão documentar o estado de uma região
histórica em Santos, vamos fazer um documentário de preservação,

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
e a cada 15 dias eles voltam e filmam, vendo as diferenças, a obra
vai durar quase 6 meses, agora é registrar o antes.
Marcos olha para Joaquim e pergunta.
— Qual a ideia?
— A ideia é ter as imagens externas para propagandas em
Portos, praias, e outros ambientes litorâneos.
— E documentar o local?
— Sim.
A estrada estava calma naquele dia, chegam no inicio da
tarde, não era uma da tarde ainda, param na região dos casarões e
Joaquim fala para Marcos.
— Tem material para registrar a quadra?
— De quem é?
— De quem está pagando seu salario Marcos, mas vamos
criar ai, uma fabrica, na parte interna, não na externa, estão
fazendo as contensão das estruturas frontais, pois se elas caírem, a
parte interna desmorona, então a ideia, registar, teremos a parte de
preservar, mas gostaria de saber a historia de quem aqui está, o que
fazem, o que acreditam melhoraria o local, o que acham da reforma,
quero saber o que eles acreditam ser o melhor.
— E na parte interna vai fazer uma fabrica? – Outro rapaz.
— Sim, uma de montagem de moveis, as peças já vem no
tamanho para serem moldadas e montadas, uma linha de
exportação de moveis de classe media, sem pregos, apenas encaixe
e cola.
— O espaço interno é grande. – Marcos.
— Não sei ainda o que faremos ao total, mas registrem,
entrevistem, consigam imagens de fundo, depois vamos a algo mais
bonito.
Os rapazes começam a tirar os equipamentos e Joaquim olha
para Carlos e fala.
— Vamos caminhar um pouco.
Carlos viu que Joaquim não estava brincando, ele comprou
uma quadra em Santos, eles caminham e Joaquim apresenta a
identificação na entrada e fala em inglês.
— Está comigo.

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
O rapaz não discutiu, entraram e Fernandes chega a eles e
fala.
— Trouxe trabalho para casa?
— Fernandes, estou pensando como um investimento, pensa,
se nós tivermos alguém na regional de um banco estatal, temos a
quem recorrer quando precisarmos.
Carlos sorriu e Fernandes perguntou.
— O que posso mostrar para ele?
— A parte legal, os documentos de importação, exportação,
mas tenta induzir ele a falar inglês e espanhol, não português.
— Certo, vai onde?
— Me meter em problemas.
— Certo, ele entende de algo do que fazemos?
— Nada, e não precisa saber, entendeu?
— Certo.
Joaquim olha para Carlos e fala.
— Ele vai tentar lhe passar os tramites de importação, os
códigos, as coisas que são normais aos portos, eu tenho de os deixar.
Joaquim olha para a entrada e fala.
— Eles vão começar a semana que vem Fernandes, montar
uma estrutura para descarregar contêineres. – Joaquim apontando
as estruturas colocadas ali na lateral.
— Certo, vamos importar e exportar assim.
— De preferencia.
Joaquim saiu e olha para o carro da empresa de segurança,
olha para Plinio que fala.
— Veio fechar o esquema?
— Sim, vamos lá.
Joaquim vai no sentido de Nova São Vicente, ele sabia onde
queria ir, e não estava querendo facilitar, eles chegam na entrada
da comunidade e Plinio olha para ele.
— Aquela moça, já acomodamos em Praia Grande, ela está lá
tentando a transferência dos filhos para lá, mas parece que estão a
dificultando.
— Dá apoio, se precisar de recursos para um colégio na região,
fala, o marido dela me salvou a vida, é o mínimo que posso fazer
por ela e os filhos.

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
Um rapaz chega Plinio e pergunta.
— Este é o Branco?
— Quinho, este é Negão, ele toca parte da comunidade de
Nova São Vicente, e parte dos morros ao fundo.
— Boa tarde, desculpa a hora, mas me disseram que para ter
algo na região, precisava falar com você.
— Sim, damos segurança aqui, Plinio não foi bem claro o que
pretende fazer aqui?
— Ajudar os amigos, complicar os inimigos. – Quinho.
— E o que um branquela teria de inimigo na baixada.
— Digamos que Marquinhos pediu minha cabeça, só isto.
Negão olha para Plinio e fala.
— Não nos metemos com Marquinhos Plinio.
— Não pedi para se meter, pedi para tirar os seus, quem sabe
não termina a semana tocando São Manoel inteiro.
— Achando-se?
Joaquim sorri, volta ao carro e Plinio fala.
— Se não tirar, depois não me reclama Negão.
O rapaz sai, e Negão olha dois rapazes chegarem ao lado e um
pergunta.
— O que querem?
— Pensando, aquele branquela tem peito, pensei que Plinio
estava falando de gente miúda, mas o branquela tá com uma bala a
cabeça, apenas não sabe.
— E o que faremos?
— Aproveita que tem jogo na TV, e vamos fazer uma carne
em Santa Maria na minha casa. – Negão olha o senhor – Chama os
amigos, vamos dar espaço, não sei quem o senhor é, mas parece a
descrição de duas semanas atrás.
— Qual descrição?
— A de quem matou os irmãos Jones.
O rapaz olha ao fundo e fala.
— Marquinhos pagaria pela cabeça dele se for ele mesmo.
— Isto que Plinio veio pedir, para não nos metermos no meio
das balas deles e do pessoal de Marquinhos.
— Acha que é o senhor ali que fez isto?

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
— Não sei, mas se reparar, os rapazes que Plinio chamou para
a empresa de segurança, estão bem armados, e com carros novos,
não sei a estrutura, mas com certeza, alguém o está dando.
— E não vai se meter.
— Vou observar, pois ninguém pode dizer que gostava dos
irmãos Jones, mas alguém capaz de tirar os irmãos do negocio em
uma tarde, não é qualquer um rapazes, podemos não estar vendo, e
ter alguém lhes dando cobertura.
Os rapazes olham em volta, não teria muita possibilidade ali,
mas eles entenderam a colocação de Negão.
Joaquim e Plinio atravessam para o Bom Retiro, e encostado
com a baia, os barracões de armazenagem, Plinio viu que estavam
montando e perguntou.
— O que pretende aqui?
— Uma base, onde possa ter carros para apoiar as 18 bases
com um reforço.
Joaquim chega a entrada, tem de se identificar, entram e
chega a sala de comando, olha em volta e fala.
— Quero ter duzentas pessoas aqui Plinio, para dar segurança
aos nosso negócios, com treinamento de tiro, com estrutura para
estar onde precisamos rapidamente.
Plinio pensou como e viu um barco grande encostando no
pequenos pedaço de porto e ouve.
— Ali vamos ter um cais entrando para cá, e com 20 lanças
rápidas, para chegar a qualquer ponto a volta rapidamente.
— E vai fazer oque?
— Eu vim aqui, lhe mostrar, mas hoje ainda não é dia de
vocês se arriscarem.
— E vai deixar as coisas complicadas para depois.
— Vou lhe passar uma mensagem, quando for a hora, começa
a fechar as ruas, para a região, tem jogo do Brasil e Itália hoje,
aproveita a dica e começa a fechar as ruas para festa.
— Certo, vamos agir com calma, mas espero que não se mate.
— Eu ainda tento isto, mas mantem a calma.
Joaquim desce a parte que entregavam parte das lanchas,
desembarcavam parte de estruturas, veio em uma grande balsa,

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
alguns rapazes da obra começam a por para a parte ainda em
construção.
Plinio olha para Joaquim e pensa se deveria ajudar, ele não
queria se complicar, mas sabia que a ordem, era não interferir.
Joaquim coloca uma lancha no mar, abre uma embalagem
longa, começa a armar uma armação no fundo da lancha, Plinio só
entendeu o que era quando ele abriu uma segunda caixa e colocou
uma metralhadora calibre 16mm, na estrutura, ele colocou as caixas
de munição, e armou o conjunto de armas pessoais, saiu
calmamente de lancha, ele sabia que Marquinhos estava em uma
casa bem no estremo da comunidade da Vila Caminho da União, ele
olha as mensagem e alguém confirma que Marquinhos chegou ao
local.
Joaquim arma a metralhadora, ele começa a atirar
violentamente sobre as estruturas de madeira da casa, ao longe, e
viu a mesma rapidamente tender para a baia, olha para os rapazes
tentarem atirar contra a lancha, ele acelera e usa a casa tombando
como rampa.
O pessoal o recebeu com tiros, ele sentiu quando a lancha
parou, sentiu que os tiros vinham do lado da baia, ele sorri, não
pensou em entrar tanto.
Pula para fora e começa a dar tiros, os rapazes foram caindo,
e olha para Marquinhos assustado, mata os demais e olha o rapaz
olhe encarar.
— Não pode me matar.
— Porque pediu minha morte Marquinhos?
— Você matou meu irmão.
— Ele se matou, pois me barrou, sabia que um dia ele
morreria por isto, ou não entende de nada Marquinhos.
— Tenho de vingar meu irmão.
Joaquim saca a arma, um tiro a cabeça e fala baixo.
— Vai vingar sua morte também? Idiota.
Joaquim olha todos não chão, olha para a rua, alguns vinham
naquele sentido, ele apenas empurrou a lancha e sobre a agua, com
a metralhadora engatilhada, espera eles chegarem ao local e pensa
se valia a chacina, ele olha um falar que matou seu irmão, de novo
não, Joaquim metralha eles, seria impossível não atingir gente nas

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
casas vizinhas, mas viu os mais de 30 esticados a frente, inverte o
motor e começa a se afastar, fez apenas a curva, chegou a rampa,
de acesso do cais que estava montando ali.
Joaquim olha para Plinio ainda ali, a observar e fala.
— Some com a lancha, e desculpa, não durou o suficiente
para promover a festa dos demais.
— Quer que cancele?
— Não, deixa eles se embebedarem.
Joaquim pega um dos carros da empresa de segurança e sai
no sentido do centro de Santos.
Um rapaz chega ao lado de Plinio e pergunta.
— Pensei que era serio que ele iria detonar Marquinhos.
Plinio olha o rapaz e fala.
— Manda um dos nossos até Santa Maria e pergunta se
Negão não quer tocar em parceria o Caminho da União.
— Não entendi.
Plinio alcança o binóculos para o rapaz e fala.
— Isto que ele nos vai preparar para fazer Nico.
O rapaz olha pelo binóculos a policia entrando na região, e
olha para os rapazes todos mortos, e olha para Plinio.
— E ninguém viu?
— Ouviu, mas devem ter achado que era algo referente ao
jogo de hoje.
Joaquim atravessa o centro e chega a região de Paquetá,
entra no bar do Paulão que o olha.
— Veio terminar o serviço?
— Problemas?
— Uns rapazes estranhos estão perguntando de quem é o
local, que havia um traficante local precisando de lugar para se
instalar.
— E falou que era de um bancário de Curitiba por acaso?
— Sim.
— As vezes o desviar de um, nos gera problemas com outros,
mas como está a obra?
— Mudando, mandou registrarem a obra?
— Um antes e um depois, mas vê um sanduiche, tô com fome.

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
— Os rapazes comeram a pouco, devem estar filmando a
parte interna.
— Vou estar na mesa ao fundo, quero ver se hoje termino de
pensar o que farei aqui.
— Pelo jeito quer investir?
— Um pouco.
Joaquim olha uma menina vir lhe servir e pede uma cerveja,
sua cabeça foi a Rita, ele ainda estava com o sorriso dela naquela
manha, quando a deixou a porta da escola, parecia que via ela em
todas meninas, teria de superar, mas ainda parecia querer entender.
Joaquim sai um pouco, pega a pasta no carro, põem a mesa e
a menina pergunta.
— Você que é o sócio do pai?
— Sim.
— O que tanto pensa ai?
— Como levantar 4 pontos, com 20 empresas, não estando ao
lado para olhar a obra.
— Não entendi.
Joaquim sorriu e não entrou em detalhe, apenas olha o
prospecto dos 4 terrenos que comprou, começa a pegar folhas no
caderno, anotar dados, números, fazendo alguns rabiscos, grampeia
na folha, e dobra até ficar apenas sobre o pedaço que fazia parte e
fica a pensar, teria de dar tempo a Carlos.
Joaquim estava ali sentado quando um senhor entra com 3
rapazes ao bar e olha para Paulão.
— Algo estranho Paulão?
— Não, porque?
— Alguém de fora?
— Apenas meu sócio, problemas?
— Onde ele estaria, estamos tendo problema no Caminho da
União, sabe onde ele está?
Paulão olha para Joaquim que fala.
— Aqui.
O senhor olha aquele senhor, com papeis a mesa, pensou em
alguém armado, e viu um senhor sentado a mesa fazendo algo com
papeis e coisas assim.
O senhor chegou perto e falou calmamente.

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
— Poderia se levantar senhor?
Joaquim sorri e levanta calmamente levantando as mãos, ele
não tirou os olhos dos olhos do senhor que falou.
— Sou o delegado Santos, temos uma serie de assassinatos
na região do Caminho da União, esteve lá.
— Ainda não, mas pretendia ir, problemas senhor?
— Porque pretendia ir lá?
— Eu comecei a tocar o Cais 9, junto com Fernandes, e
precisamos de estivadores, e me indicaram um rapaz lá que me
conseguiria os rapazes.
— Com que iria falar lá?
— Aqui falaram em Marquinhos, mas em Curitiba, de onde
venho, ele é conhecido com o Santista.
— Revistem ele.
Joaquim encostou a parede e os rapazes o revistaram e o
rapaz falou.
— Limpo senhor.
— Eu não iria a região hoje, pois quem você iria falar, foi
morto lá, e se não estivesse aqui, seria suspeito.
— O que fiz que me tornaria suspeito.
— Está tocando o Cais 9.
— Desculpa a curiosidade, o que tocar o cais 9 me torna
suspeito de algo?
— Se não sabe, se informe, não damos serviço a estranhos.
Joaquim segurou a rizada e viu os dois saírem, Paulão saiu do
balcão e perguntou.
— Quem morreu lá?
Joaquim sorri e Paulão fala.
— Sabia que eles que tinham perguntado do lugar?
— Paulão, eu não sei de nada, ainda.
— Certo, mas o delegado Santos é dos espertos da policia
local, mas é honesto, não o suborne.
— Ainda existem policiais não subornáveis em Santos, é o
primeiro lugar que ouço existir um, tem de dar um premio a ele,
mas não oferecerei, me prenderia por isto.
— Não está levando a serio Joaquim.

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
— Sei que não entendi nada, mas está vendo aqueles dois
prédios do outro lado da rua?
— Sim.
— Pertenciam aos irmãos Jones, em um deles, vou mandar
gente de Curitiba, nem olhe para lá.
— Ilegal?
— Digamos que a CIA está me pagando para manter 3 mil
revolucionários em segurança, ainda não tenho vaga para todos.
— E quantos vão por ali, pois devem ser perigosos.
— Isto que não entendo, revolucionários que não sabem
atirar, revolucionários que não leram Marx, revolucionários que não
tem seu exercito?
— Os acha inofensivos?
— Conheço um ser, que mataria todos eles, e era capaz de
não estar suado no fim, pior, ninguém daria falta deles, pois eles
estão escondidos.
— E o que faz ai?
— Estou esquematizando, não sei ainda como vou fazer, mas
quando vejo esta entrada para dentro, do lado oposto, penso em
drogas, sei que ninguém gosta disto.
— Você é traficante também?
— Assumi minha parte ilegal a pouco, mas sim.
— E qual ideia?

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
— Um esboço de como estamos, você na esquina, dois
espaços, muros de divisa, temos o portuga na esquina oposta com a
panificadora, ao lado aquele prédio que se não reformarmos vai
derrubar o próprio prédio do Portuga, depois um terreno baldio que
se estende com mato para dentro, o conjunto de prédios de onde
foi um curso de datilografia e inglês, que fechou, depois o prédio de
moradores, 6 andares, onde apenas os dois primeiros tem gente,
estamos reformando os vazios primeiro, instalando os elevadores,
hoje são 6 inquilinos, no fim do ano serão 18 famílias, melhor
instaladas e seguras, depois tem a barbearia do João, e um prédio
abandonado, ali estamos reformando o prédio para cima, e vamos
por um bar na parte baixa e locar os 4 andares superiores, como
uma pensão, Após isto é o que estão construindo e demolindo, para
fazer o Hotel que ainda não sei o nome, depois terá uma banca de
revista, e chegamos a outra panificadora, a do Rubens, vamos
reformar e teremos escritórios de advogados, na parte superior da
panificadora. – Joaquim olha o desenho e sorri. – Por fim temos a
Pousada da Maria, dai a parte interna, a fabrica de Moveis, o
escritório, e uma praça interna, junto com a reforma do prédio todo
quebrado e pichado ao fundo, onde podemos ter mais umas 20
famílias nos pagando aluguel.

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
Joaquim coloca o local após tudo feito e Paulão olha aquele
projeto e olha a comparação, e pergunta.
— Não entendi a praça interna.
— Paulo, este é um método de trafico Curitibano, fácil de
controlar, fácil de fechar, e com local sempre bem iluminado. Se
tem um entrada onde o cliente paga, recebe um cartão, existem
quantidades pela cor do cartão, o rapaz dá a volta e pega na saída o
que pediu.
Paulão olha para o projeto e pensa o que seria daquele lugar
e olha em volta e fala.
— Vai reformar 4 quadras assim nas 4 cidades em volta?
— Em Praia Grande vou construir a quadra inteira Paulão, ela
é vazia, em Cubatão são dois terrenos, um com uma quadra mais
danificada que esta e um de deposito, assim com em Santos temos
o deposito na região do Bom Retiro e um Cais, em São Vicente
teremos a quadra Reformada e 4 prédios Residenciais locados.
— E deixou a Brasília em Casa?
— Não foi uma boa semana, não dormi bem esta semana
para pegar esta estrada, preferi armar uma filmagem e vir com
motorista, do que ter de dirigir.
— E vai olhar as obras?
— Depois, mas cuida com as filhas, para não se envolverem
com o que fazemos, isto não é feito para perder filhos e sim para os
dar condição de tomarem parte da nação que dizem ser deles, mas
é de uns poucos.
Paulão ficou olhando o prospecto enquanto Joaquim pensava
sobre os demais lugares e olha para Marcos e os rapazes entrarem
pela porta e chegar a mesa, olha para o que Paulão olhava e
pergunta.
— Vai reformar mantendo a estrutura ou vai demolir?
— Acho que historia se faz com as duas coisas, uma casa não
tenho como reerguer, nada para dentro, tem estrutura histórica,
então vamos erguer mais estrutura e ao mesmo tempo, transformar
em um lugar melhor de viver para todos.
— E pelo jeito vai querer ter um hotel aqui.
— Sim, que mal tem nisto. – Joaquim ainda arisco com aquele
grupo.

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
— Soube que alguns achavam que você iria derrubar tudo,
pois falaram em fabrica.
— Para produzir, preciso de maquinário, de pessoal, não de
espaço, já que vamos produzir sobre pedido, então temos pedido
montanos e embalamos para viagem, não temos, não produzimos.
— E pretende ter pedidos?
— Tenho, mas preciso terminar de montar para confirmar
datas de entrega, mas toda a estrutura, estabelece, que terei uma
casa para mim, sobre a gráfica, eu gosto de privacidade, aqui
encima, teremos a casa de Paulão, Fernandes e estou pensando em
trazer mais alguém para cá, mas ainda não tenho certeza.
— Porque da dúvida, parece ter decidido tudo.
— Porque não sou de fechar projetos, sou de os deixar
brechas legais imensas para crescer ou fechar.
— E pelo jeito, vamos documentar algo que ainda nem
começaram as obras? – Um dos rapazes.
— Está chato, é o que estão falando? – Joaquim.
— Tem de ver que estamos trabalhando no nosso dia de folga.
Joaquim olha o rapaz, não fala nada, ele estava quase
mandando o rapaz pegar as coisas, pegar um ônibus e voltar para
casa.
— Desculpem, ainda tenho de fechar dois dos prospectos
antes de voltar a me agitar.
Marcos viu que Joaquim estava querendo algo grande, eles
estavam perguntando se ele teria dinheiro para o empreendimento
em Curitiba, ele já estava projetando empreendimentos em outras 4
cidades.
Os rapazes foram a rua e Paulão perguntou.
— Não parece estar para conversa hoje.
— Eles estão passeando e reclamando, sei que estou dando
espaço para Carlos, então não quero ficar encima, e isto pode me
complicar, mas daqui a pouco vou lá.
— Problemas?
— Não.
Joaquim deixou as folhas ali, tomou um gole da cerveja, foi ao
banheiro e falou quase a porta.
— Não deixa ninguém mexer.

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
Paulão sorriu, o senhor estava mesmo querendo transformar
aquela quadra, viu ele caminhar no sentido do Cais ao fundo.
O rapaz nem pediu mais identificação, mas Joaquim gostava
de ser barrado onde teria de ser barrado, e ali era um lugar para
pedir sempre identificação.
Joaquim chega ao escritório, viu que Fernandes e Carlos
estavam ao cais, pareciam conversar com os demais, e foi a entrada,
o rapaz olha para ele e pergunta.
— O que precisa senhor Moreira?
— Pedi para separar uma parte da encomenda, que estava no
barracão, não sei se foi separado.
— Sim, quer olhar.
— Sim, mas deve chegar 3 caminhões, parte vai para Curitiba
ainda hoje.
— Certo, pretende entregar lá onde?
— Está no pedido, mas deixa eu verificar se separaram o que
pedi, isto se ficar aqui, vai estragar, já deveria ter sido entregue e
consumido, ou repassamos rápido ou perdemos tudo. – Mente
Joaquim.
— Vimos que reforçou a segurança com uma empresa
particular, eles sabem o que acontece aqui?
— Não, e só vão entrar, em casos como o dos Irmãos, que
ninguém ainda me conseguiu dizer o que aconteceu.
Joaquim entra no barracão, na ponta estava as caixas
separadas, se via os sistemas de rodas, para facilitar o transporte
curto. Olha os estoques de Whisky, vinhos, olha para aqueles barris
ao fundo, chega a eles e fala.
— Separa estes também.
— Mas o que tem ai?
— Pela nota, barris de cerveja alemã, de 500 litros, se isto se
perder vai ser um grande desperdício.
O rapaz sorriu, Joaquim olha toda a parte de comestíveis e
fala.
— Vim dar uma olhada, pensei que tivesse menos do que
estou vendo, vou fazer uma lista prioritária, e me separa cada uma
das listas, vou mandar para endereços e fazer dinheiro com isto.

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
— Certo, estão tomando espaço, mas cada vez que mexemos
surge mais coisas ao fundo.
— Sei que olhei os documentos, e por isto estou olhando
atentamente, para não sumir nada daqui rapaz.
Joaquim olha que eles foram amontoando, tinha coisas que
teriam de usar o trator de acomodação, para saber o que tinham.
Joaquim olha para as notas e fala.
— Estas caixas que vou fazer um x na nota, você vai mandar
para Curitiba tudo na segunda, Insídia Segurança. As que colocar um
S, vai para a mesma Insídia, mas a sede no Bom Retiro.
O rapaz anotou e Joaquim olha para as caixas altas, e fala.
— Não entendo o que os Jones queriam com isto tudo parado,
eles estão perdendo coisas pelo tempo parado.
O rapaz viu Joaquim puxar uma escada e olhar para ele e falar.
— Separa estas caixas, com um C, e manda para mim para o
Capanema em Curitiba, o endereço eu vou deixar no escritório.
O rapaz viu que Joaquim marcou umas 30 caixas, e falou.
— Uma carreta apenas com isto.
— Não duvido.
Joaquim estava a verificar, estavam indo para o fundo do
barracão, as vezes tinham de tirar as caixas e dispor elas a frente
para abrir caminho.
Joaquim sentiu o cheiro de podre e viu que alguns
mantimentos no fundo, tinham perdido validade, o rapaz sente o
cheiro e fala.
— Por isto está querendo tirar as coisas daqui.
— Sim.
Joaquim não sabia o que era, mas o cheiro estava forte, a
nota falava perecível, Mexilhões, olha a nota, 1979, e fala para o
rapaz.
— Vamos fazer o seguinte, consegue separar tudo que
falamos ainda hoje?
— Quer olhar o que tem ali?
— Não, mas teremos de jogar fora, e não adianta por como
está para fora, não quero que falem que entrou coisa estragada por
este cais, entenderam?
— Sim, mas fazemos o que com isto?

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
— As caixas que você constatar que estão a mais de dois anos
aqui, olha na nota, põem para fora, beirando o cais 8, o
desembarque da semana vai ser pelo cais 9.
— Vamos receber algo?
— Sim, mas vamos começar a fazer como deveria ter sido
feito, recebemos, não olhamos, entregamos.
— Certo, sem todo este trabalho depois.
— Tem de ver que não posso dizer para quem foi a
mercadoria, que parte ficou aqui, 6 meses, por engano.
— Pior, 5 anos.
Joaquim sobe, faz as listas, desce, e olha os 4 caminhões
chegando, ele pedira mais um, para levar os barris de cerveja, e
algumas coisas bem no limite da validade.
Quando Fernandes chega ao cais, olha o agito e olha Joaquim.
— Os fazendo trabalhar.
— Tem cargas ali, que estão a 4 anos vencidas Fernandes.
— Isto que estão tirando de dentro?
— Sim, terça chega um navio e quero ter espaço de
armazenagem, para conferencia do que pedi, o que é das
embaixadas, nem vamos abrir, vamos apenas entregar.
— Pensei que manteria o esquema.
— Fernandes, esquemas sobre dúvida do que temos, não é
esquema, é improviso, quero algo certo, que alguém me peça, eu
possa dizer, custa tanto, lhe entrego em 3 dias.
— E está esvaziando.
— Chega perto daquelas caixas no cais 8 e vai entender
porque estamos tirando de lá.
— E o que tinha lá?
— Ainda não olhei, cheiro de podre, bem podre.
Carlos só observava, os dois conversavam em inglês, e ficou
obvio para Carlos que Fernandes trabalhava para ele, não era um
investidor, era um funcionário.
— Ajeitou as notas de transporte? – Fernandes.
— Sim, tudo ajeitado e começando a ser carregado, vou
tentar por em dia as coisas aqui, tem de entender Fernandes,
parceria requer iniciativa sua.

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
— Sei, as vezes fico olhando a simplicidade que você faz as
coisas e fico pensando, o que está errado, pior, não é você que está
errado, é o complicar das coisas, este país parece querer papel para
tudo.
— Eles estão tirando a parte podre, embarcando parte do que
vai a Curitiba, temos um tempo, vamos ao escritório que explico a
forma de ação.
Os dois subiram, Joaquim estava falando apenas em inglês, o
que fez Carlos ver que teria de ir bem a frente para entender, mas a
ideia era tirar o medo, não o contrario.
Chegam ao escritório e Joaquim olha Fernandes.
— Estou mandando para Curitiba parte, para as estruturas
que estamos montando outra parte, mas tudo dentro de um
cronograma, que me faz precisar dos armazéns, soube que os Jones
deixaram de desembarcar 12 navios o ano passado, se você
considerar que este serviço está no contrato, eles perderam só
nestes desembarques, 270 mil dólares.
— E não quer perder isto?
— De forma alguma. – Joaquim.
— O que chega semana que vem.
— Um navio de Washington, não quero nem olhar, vamos
apenas entregar, depois chega um vindo da Europa, com coisas que
pedi, e por fim, o maquinário para as 10 gráficas e duas produtoras
de vídeos, com alguns materiais para portos.
— Eles tinham um esquema de 22 desembarques ano,
quantos quer fazer.
— Se conseguir fazer isto em dois meses, será porque
estamos moles Fernandes.
— 6 vezes mais? – Fernandes.
— Sim, vamos firmar nossos contratos, vamos estabelecer
entradas de recursos e material, vamos fazer os embaixadores
pedirem mais, e no fim, tornar isto lucrativo.
Joaquim olha para Fernandes.
— Tem de entender Fernandes, ninguém fica rico sentado, sei
que alguns dizem que eu fico, mas eles não me conhecem, você
sabe que sou simples, não preciso ficar sentado, mas o ano passado,
o porto registrou 495mil dólares de desembarque, outros 500 mil

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
em transações portuárias, como vendas do que aqui desembarcou,
desviaram perto de 2 milhões em mercadorias, eu pretendo
transformar estes números inicialmente em 3 milhões em
desembarque, outros 2 milhões em transações portuárias, e zero de
desvio. Mas para compensar os 2 milhões em desvios, teremos
seguro, e teremos nossas entradas de mercadorias a preço de
Embaixada, e nossas saídas e preço de drogas.
Fernandes sorriu e falou.
— E quanto esta parte daria a mais?
— Uns 22 milhões.
— Temos de conversar, está falando em percentagem de
administração, se entendi.
— Salario fixo mais 5% do faturamento, é o que ofereci, sabe
disto Fernandes.
— 1,2 milhões de dólares de abono anual?
— Não, perto de 1,35, seria isto.
— Certo, está falando de um investimento para nos gerar
uma entrada fixa no sentido de 27 milhões ano, seria isto?
— No inicio isto, sim.
Fernandes sorriu e Carlos perguntou.
— Sabe que me perco nesta conversa.
— Carlos, o cais é meu investimento, Fernandes assim como
representante do senhor Jonas no Brasil, também é meu
administrador neste empreendimento.
— E estavam falando em milhões.
— Abono anual sobre valores líquidos.
— E pelo jeito, pretende o fazer trabalhar.
— Pretendo o tornar um milionário, isto sim.
Fernandes sorriu e falou.
— E para isto tem de esvaziar?
— A ideia dos trilhos paralelos pode dar certo, mas assim
como no levantar da estrutura para desembarque de contêineres, vi
sistemas de transporte em empilhar de contêineres, vamos por
enquanto os fazer longe dos olhos, mas está me confirmando que a
estrutura usada, resiste mesmo externamente, dependendo do
conteúdo, podemos usar o terreno ao fundo, e empilhar
contêineres.

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
— Acha que se der para fazer isto quantos navios
desembarcaríamos.
— O problema é que depois de tudo instalado, demoraríamos
18 horas desembarcando, 18 horas embarcando, dois turnos, mas
se der certo a estrutura, podemos desembarcar o que queremos em
17 horas, e embarcar em 17, o que nos daria, estrutura, no cais 8 e
9 de receber até 21 por cais, por mês, isto daria para chegar perto
de 12 milhões ano apenas de serviços portuários.
— Certo, então está pensando em uma estrutura que pode
crescer de 3 para 12, se conseguirmos esquematizar, 24 vezes o que
fazemos hoje.
— Sim, quem não está pronto para 12, não consegue 6, sabe
disto Fernandes.
— Certo, e acha que a estrutura está pronta totalmente
quando?
— A que projetei até agora, 6 meses, em 6 meses vamos
pensar na implementação dos próximos 6 meses, sempre tentando
estar prontos para ser mais eficientes.
— E que esquema usaremos?
— O primeiro sistema de desembarque, estará montado na
semana que vem, estamos segurando recebimentos, se vamos
receber algo, é por não ter como segurar isto, mas semana que vem,
eles começam a instalar os outros 5 sistemas de desembarque, mas
vamos começar a receber, com um funcionando, o que estabelece a
capacidade de desembarque do sistema anterior, mas 6 dias depois
o cais 8 também terá o sistema, e vamos começar a fazer dois
navios ao mesmo tempo, quando tivermos condição de
desembarcar em 17 horas um navio, estarei na metade do que
precisamos, não esquece, para colocar mil contêineres num navio,
eles tem de estar já documentados e prontos para embarque.
— Certo, disto que estava falando do espaço esterno?
— Sim, pois para entrar dois mil caminhões por este portão,
mesmo que estejam nas rua paralelas, pararíamos a região toda vez
que embarcássemos algo, tem de já estar para dentro, e isto quer
dizer, um sistema de entrada e saída rápido, e o principal, um
sistema bem organizado de o que vai para onde, não queremos
devolver algo importante, pois foi colocado em uma pilha errada.

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
— Certo, acha que conseguimos.
— Acho que não temos mercado para tudo que
conseguiríamos fazer aqui Fernandes, mas não quer dizer que vou
me contentar em ter o pior, apenas porque estamos em crise, quero
quando o mercado firmar, estabelecer mercado.
Carlos olhou para Joaquim e perguntou.
— Qual o problema?
— Temos um mercado perto de 500 contêineres dia para
exportação via Santos, quero montar uma estrutura de 2 mil
contêiner dia, então temos de incrementar outros meios de
exportação para esta categoria.
— Não entendi, quais?
— Toda a linha frágil existente nos portos Carlos.
— Não entendi.
— Hoje, se eu exporto porcelana de Campo Largo, ele vai
para Europa em caixas como aquelas ao fundo, bem acondicionados,
e são manipuladas no carregar, no descarregar, e gera perda de
perto de 12% da carga, se eu a embalo e coloco em um contêiner,
ele chegará a loja na Europa, ainda no contêiner.
— Acha que conseguiria ampliar este estilo de embarque?
— Sim, mas como falei, é algo para fazer, não se pode parar
no caminho, e o começo de tudo, é uma compra que fiz e deve
chegar na semana que vem.
— Compra?
— 18 mil contêineres vazios, que vamos por nossa marca, e
vamos começar a explicar para os mercados como usar, existe
também o aluguel deles para transporte, que é um segundo
mercado dentro do primeiro.
— E compensa a mudança?
— Carlos, uma perda de 12% de alguns mercados, é perto da
margem de venda internacional, existem coisas que não estão no
mercado, por este motivo.
— E vai dispor disto em um cais em Santos.
— Tenho uma parceria em Porto Alegre também, quando
você mudar para Poa, dá uma olhada lá.
— Certo, vai incrementar algo imenso pelo jeito.

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
— Sim, mas o que entendeu dos sistemas de exportação
Carlos?
— Que na pratica se entende o porque dos 3 códigos, um diz
respeito ao produto, mudando porque existem taxações diferentes
para cada produto, outro aos seguros, se é ou não, e que tipo de
seguro, e o terceiro, as taxas de porto, tipo de produto.
— Que bom que está entendendo, e como é falar com
alguém em outra língua?
— Vi que todos os documentos externos, estão em inglês, os
locais em português, mas o que se verifica são os códigos, você
pode não saber como se escreve Caviar em Inglês, mas sabe o
código e sua lista de códigos fala o que está ali.
— Assumimos e estamos organizando, ainda existe coisas que
não entendíamos aqui, parecia que desviavam parte do produto,
estocavam, e parte se perdia pois ficava no barracão e no
movimento diário se esquecia daquilo, estamos aprendendo e
reformando.
Um rapaz entra na peça, estica os papeis para Fernandes, ele
assina a saída e o rapaz sai, Joaquim olha os caminhões recebendo
as notas e saindo, olha para fora, bem ao longe pareciam vir um
grupo, não conseguia ver ainda o que dizia nas portas daqueles
típicos carros de secretarias de governo.
Carlos olha em volta e fala.
— E pensar que quando lhe olhei, pensei que você deveria
estar no lugar errado no banco.
— Carlos, eu me sinto deslocado lá, imagino que passe isto,
mas é que sou simples, acho um crime um escriturário como o Fabio,
usar um terno que deve valer quase 4 meses de salario dele.
— Você não gasta com o que não acredita precisar, seria isto?
— Eu invisto pensando em receber o investimento, se
achasse que a minha única chance de ser alguém fosse comprar um
terno caro, talvez o fizesse, mas não seria eu.
— E pelo jeito estava pensando no que fazer com aquelas
coisas ali.
— Separar, se eu souber o que tem, posso vender e
desentocar, ali estamos perdendo ou ganhando, temos de separar e

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
ver o que temos, para poder começar em uma semana começar a
funcionar.
Os dois olham Joaquim olhar um senhor a porta e ouvem.
— Aqui é a administração destes barações.
— Sim, quem? – Joaquim.
— Secretaria Sanitária.
— Bem vindos, no que posso ajudar.
— Houve reclamação de alguém referente ao cheiro vindo
dos barracões.
— Vamos lá senhor, estamos assumindo esta semana este
Cais, embora não exista nada para fiscal sanitário ali.
— Não entendi.
— Estamos esvaziando o barracão 8, e nos deparamos com
coisas estragadas, ainda separando, pois estranho a existência
destas coisas ali, mas do lado de rolos de papel, temos algo que está
realmente cheirando mal, estamos separando e nos preparando
para jogar fora todo um estoque, não sentia-se o fedor por estar
nos fundos, protegidos por outros produtos.
Joaquim olha para Fernandes e fala em Inglês.
— Consegue verificar a saída dos produtos.
— Sim.
— Sabem que temos de embargar tudo aqui se tiver algo
estragado.
— Não estamos funcionado senhor, houve uma matança aqui,
estamos ainda parados dentro de um levantamento de provas, e no
meio disto, estamos organizando as coisas e verificando o que tinha
ali que fizeram as pessoas se matarem aqui, mas duvido que tenha
como nos embargar. – Joaquim.
— Mas viemos verificar, tudo indica que fecharemos para
quarentena o local.
— Se o senhor assinar a quarentena, sem problemas, peço
seu afastamento por incompetência. – Joaquim sem ceder.
— Me ameaçando.
— Não, mas sem olhar disse que vai nos por em quarentena,
saiba que daqui, não sai suborno, não dos novos administradores
senhor, e as regras internas, são mais importantes que as externas.

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
O rapaz saiu acompanhado de Joaquim e Fernandes, um
rapaz chega a Fernandes e pergunta em inglês.
— Estão querendo acesso, o que fazemos?
— Que leiam as instruções normativas sobre o cais 8 e 9, isto
é considerado parte do terreno da embaixada Americana no Brasil,
se eles insistirem, os coloca para fora.
Joaquim viu que o rapaz entendia inglês, pois ficou a olhar
para o rapaz.
— Não pode nos barrar. – O fiscal Sanitário.
— Podemos, não está nas mesmas leis de fora do porto
senhor, e se não sabe disto, estou lhe informando. – Joaquim.
— E não iria comunicar o porto disto?
— Senhor, não temos vizinhos para reclamar. – Joaquim.
O senhor olha em volta, uma curva do porto, sabia que estava
em terreno diplomático, mas viu que o conduziram até umas caixas
e Joaquim falou.
— Iriamos jogar no lixo, pelo código, isto ai foi mexilhão
mexicano, mas isto, foi a 4 anos, não agora, hoje, apenas um fedor
incrível.
— Estava onde?
— No barracão ao fundo, nos últimos 5 anos, estávamos
pensando em mandar para o lixão, mas se tem regras diferentes
queremos saber senhor, o que faremos?
Joaquim olha para a região dos caminhões, estavam
enchendo o ultimo, os três primeiros já haviam saído. Olha o rapaz
que fala.
— Mas não têm liberação para esta carga.
— Se quer a liberação, deve ser de 5 anos atrás, não tenho os
documentos disto, foram retidos, como disse, houve morte aqui,
mas se quer multar por algo de 5 anos atrás, multe quem estava
aqui a 5 anos, depois de provar que não tinha autorização a 5 anos,
não nós, e se insistir sem provas, isto vira problema diplomático
rapaz. – Joaquim.
Fernandes olha Joaquim e fala.
— Eles podem atrapalhar? – Em castelhano.
— Podem, mas isto não muda os planos, se a embaixada
quiser legalizar este ponto, tem de estar vazio, limpo e higienizado,

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
mas como falei, isto vai virar uma entrada e saída de contêineres,
não de coisas como o que tinha no barracão.
— Vão fazer um terminal de contêineres? – O fiscal.
— É a forma que as embaixadas americanas estão se
abastecendo no mundo, um contêiner se descarrega quando muito
devagar, em 4 minutos, e não olharemos os conteúdos, pois o que
temos aqui senhor, é desvio de material que deveria ter ido a
embaixada, e foi retido, mas isto a CIA verifica junto aos antigos
administradores, isto é interno do nosso país. – Joaquim.
— Não parece americano.
— Você não parece Brasileiro, é branco. – Joaquim olhando o
senhor, que olha com raiva, Fernandes sorriu, Joaquim não sedia
tão fácil assim.
— E o rapaz ali atrás?
— Gerente do Banco do Brasil, estamos legalizando os
contratos de serviço no país, abrindo as contas no Banco do Brasil,
algum problema referente a isto? - Joaquim.
— Não, mas estão parados?
— Sim, se olhar, em reforma, construindo a primeira
estrutura de desembarque para contêineres, mas ainda está sendo
montada. – Joaquim.
— E se não dermos autorização para jogarem fora no país?
— Sem problema, colocamos em um navio, e damos de
comer a peixes a mais de 200 milhas da costa, pode reclamar, mas
não vai poder impedir.
— Mas seria crime internacional.
— Sim, nada que lhe caiba julgar ou multar.
Joaquim volta a entrar, Fernandes viu que o senhor não
estava ali nem para multar, então voltaram ao escritório e o senhor
via os funcionários continuarem a colocar para fora do local as
coisas com cheiro mal, ele olha para a segurança .
— Não vão permitir a gente entrar?
— Pelo que entendi, os cais aqui são dos Americanos, o chefe
mandou nós verificarmos, mas não nos falou ser terreno de
embaixada, e eles não vão nos dar acesso, mas o que tem ali, é
gente tirando de um barracão ao fundo, algo que alguém desviou a
5 anos de alguém, e não conseguiu tirar, ou vender, e apodreceu ali.

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
— O que tinha ali?
— Mexilhões Mexicanos.
— Vamos forçar a entrada ou não?
— Segurança interna fala inglês, devem ser da embaixada,
colocar a policia nisto, pelo jeito é apenas nos complicar.
Os fiscais saem, e Joaquim olha de cima e fala olhando
Fernandes.
— Eles foram mandados para olhar, alguém queria saber o
que tanto mexíamos no cais.
— E nos pegam tirando coisas podres.
— Sim, mas vamos incrementando e acelerando, ainda não
sei como desembarcar e embarcar um navio em 24 horas, e este é o
objetivo Fernandes.
— E se não der.
Joaquim aponta o fim do cais, a direita e fala.
— Podemos por os sistemas de descarga e carga sobre trilhos,
e dispor de forma a poder receber 3 navios de uma vez,
demoraríamos mais para montar, mas descarregar 3 juntos, requer
mais estrutura externa, não interna.
— Certo, mas porque pensou nisto.
— Um desembarque de navio feito por 4 sistemas paralelos,
cada qual demorando 4 minutos para tirar a carga e por sobre algo
que sai dali, estabelece que eles demorariam com os 4 sistemas
funcionando, 17 horas para desembarcar mil contêineres.
Fernandes pensou e falou.
— 34 horas por se tudo fosse exato para cada navio, 21
navios por mês se tudo estivesse redondo.
— Sim, mas se tiver um cais mais ajeitado e longo, posso
estar descarregando 3 navios, 63 navios mês como limite máximo.
— Está pensando em como fazer isto? – Fernandes.
— Vou tentar um acordo de compra de um terreno a mais ali
fora.
— Qual?
— O antigo estoque do cais 6, que agora é aquela estrutura se
desgastando ao chão.
Fernandes olha para ele e pergunta.
— E no que ajudaria?

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
Joaquim pega o projeto da rua, estica na mesa e fala olhando
o terreno.
— O espaço central daquela quadra, daria para acomodar
perto de 2 mil contêineres, em pinhas de 4, precisaríamos de um
sistema para usar meio a meio, o que sai, o que entra, estamos
falando em desembarcar 3 mil e embarcar 3 mil contêineres, não é
coisa de acho que vai dar certo, preciso estabelecer o processo
inteiro, vamos precisar de mais espaço.
— Certo, está pensando em carga máxima, pois se estivermos
preparados para isto, tiramos o dia a dia normalmente?
— Sim, como falei, estamos falando em um mercado que
pretendo tirar 27, mas quero ter estrutura para 46.
— Certo, está pensando em se funcionarmos a meia carga,
tirarmos o que quer.
— Sim, mas se estivermos mais da metade no cais, e outra
metade, no terreno em frente, separado, cada vez que chegar,
fazemos os devidos ajustes e aceleramos, com certeza, tem alguns
mercados que devemos acabar neles.
— Quais? – Carlos.
— Se tenho de tirar três mil contêineres deste porto, e levar
para São Paulo, e região, todo dia, preciso ter um sistema de
caminhões, isto não se monta do dia para a noite, mas se
chegarmos a ter três mil caminhões Carlos, chegamos perto da
maior empresa de transporte do país.
— Certo, quando se fala em porto, entendi que o complexo
de ideias tem de estar todos em funcionamentos, pensei em algo
simples, a gente pensa que o navio chega, parte, mas vendo seus
números, fiquei pensando em quanto não entendia disto.
Fernandes olha para Joaquim e fala.
— E se vamos ter este fluxo, sabe que eles vão nos tirar o
titulo de terreno da embaixada.
— Eles podem tirar de um, mas não é isto que nos interessa
Fernandes, não é isto.
Carlos viu que Joaquim segura as palavras e foram a parte
baixa, o rapaz fez sinal da parte de baixo e chegam a região e viram
que tinham umas 300 caixas separadas e Joaquim foi olhando os
código e pediu um pé de cabra e começa a abrir, pede para

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
trazerem uns barris e começa a abrir, verificar o que era e jogar no
lixo, ele não queria nada estragado ali, mas Carlos viu que mesmo
fedendo, o rapaz fez aquilo.
Quando eles olham para o conjunto, viram que eles usavam
mesmas caixas a 5 anos, para coisas bem diferentes, então existiam
pedidos que começavam com todos os código de escritório, e
acabavam com perecíveis, alguém fez os pedidos, se fossem
entregues, não teriam estragado, mas ficaram ao fundo, Joaquim foi
arrumando em um canto tudo que se aproveitava e os demais viram
que tinha muita coisas aproveitável ali.
Joaquim olha para uma pasta, e não fala nada, apenas separa
e olha outras e fala.
— Acho que os irmãos Jones não sabiam mesmo o que
acontecia neste posto, mas a pergunta, como?
Joaquim separou e o rapaz ao fundo olhou-o e falou.
— Pode por os 20 barris para fora como lixo, eles devem
recolher, como está fedendo, compra um saco de cal, ali no material
de construção, e joga sobre tudo, antes de por para fora.
— Certo, algo mais?
— Vou levar para dentro algumas coisas, e o resto, faz uma
caixa de madeira e coloca para dentro, põem os código e vamos
tirar daqui.
Joaquim deixou aquelas pastas ali e voltou para o barracão e
falou, olhando os que estavam mais a frente, usando o mesmo
sentido de seleção e fala.
— Vamos abrir todos os que tem mistura de perecíveis,
separando o que é comestível, ou era, do resto.
Joaquim viu que com cada uma das caixas que vinham
diversidades, vinha uma pasta junto, que estava ficando em meio
aquela bagunça e Joaquim passa uma mensagem para Plinio, e este
surge ali no fim do dia.
Plinio olha as coisas e fala.
— O que precisa.
— Pega aquelas pistolas e aquelas pastas, lacradas, e leva
para a base no Bom Retiro, depois verifico a legalização disto,
primeiro põem no cofre, não quero gente sendo presa aqui, por
uma arma que não deveria estar aqui.

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
Fernandes olha Joaquim e pergunta.
— Não entendi.
— Fernandes, cada pasta, uma ordem de morte, temos mais
de 600 pessoas que não morreram, pois as cargas foram desviadas,
isto era para ter chego com as ordens as bases da CIA, mas não
chegaram, ficaram aqui retida, como pode alguém atrapalhar tanto
como estes irmãos e ninguém falar nada.
Carlos olha estranho e pergunta.
— Está dizendo que parte destas coisas, é uma arma, uma
ordem de execução, que só não foi cumprida, pois não foi
distribuído?
— Sim, quem sabe eu esteja vivo ainda porque alguém aqui
não fez o que tinha de ter feito a 4 anos.
Fernandes sorriu e falou.
— Não duvido, eles devem ter visto que toda vez que não
entregavam esta caixa, não havia reclamação, eles foram
acumulando, como é coisa bem de escritório, a frente, eles foram se
concentrando no que dava mais retorno, e foi ficando.
Joaquim sorri, poderia mesmo ter acontecido algo assim.
Plinio sai com aquelas pastas e o rapaz pergunta.
— Está isolando algo de nós?
— Aquelas são armas marcadas para uma morte, não quer
ser acusado por saberem disto lá fora, ou quer?
— Certo, armas com objetivo, sempre nos complicam, pois
alguém em Washington tem elas marcadas e numeradas para tal
fim, se surgir em outro caso, eles vão saber quem desviou.
As vezes o falar em inglês, fazia Carlos ficar voando na historia.
Joaquim olha para o estoque no fim e fala.
— Deve ter quase nada de valor nestas, mas vamos mandar
todas estas caixas desta linha, para a base do Bom Retiro, eles vão
precisar de material de escritório, e não nos metemos em encrenca.
Joaquim viu eles começarem a separar o conjunto que dariam
mais de 700 caixas, e o rapaz pediu um caminhão, parecia querer se
livrar daquilo rápido.
Joaquim viu a divisão dos materiais e falou.
— Vamos oferecer isto esta semana, semana que vem, quero
isto vazio e vamos limpar e repintar tudo, enquanto montamos a

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
estrutura, se forem entregando contêineres vazios, vai empilhando
do lado de fora, em pilhas de 4, vamos aos poucos colocando em
outro lugar, mas vamos precisas de mais um espaço, e não sei ainda
onde, mas com certeza, vamos nos preparar para ser mais eficientes.
Fernandes viu que Joaquim estava dando jeito naquilo em um
dia, ele deveria estar querendo acelerar, Plinio voltou, e Carlos
ouviu Joaquim.
— Tenho de ir a Praia Grande, queria ter ido antes, estou
pensando se vou hoje, ainda tenho coisas a fazer na cidade.
Joaquim olha para Fernandes.
— Tem uns rapazes filmando nossa quadra, se puder os dar
acesso para eles filmarem um pouco, agora não temo o que
esconder aqui, não mais.
Os rapazes sorriram e um falou.
— E vai deixar estas caixas abandonadas lá?
— Não, vou tirar o que apodrece de todos, isto chama muita
atenção. Pelo fedor. – O rapaz sorriu.
Joaquim saiu e foi no sentido do Bom Retiro e olhou uma
pasta e falou.
— Plinio, sei que não entende disto, mas se ver uma pasta
destas, na mão de alguém, ela é bem especifica, o rapaz é CIA, e
alguém em volta vai morrer.
— Como sabe?
Joaquim abre o envelope ao lado e olha o nome, o endereço
e toda a ordem, a arma, e as poucas balas.
— Está dizendo que cada pasta destas, com seus adendos, é
uma morte a menos.
Joaquim abre a pasta e o rapaz olha que tinha os locais das
balas, da arma.
— Vou pensar um pouco Plinio, como estão as coisas no
Caminho da União?
— Negão está lá, ele parece não acreditar, mas ele acalmou
os locais, se colocou e os demais acalmaram, pensaram que alguém
de fora tentaria se por ali, mas ninguém entendeu a ação.
Joaquim estava pensando e viu Plinio sair e olha para o cofre
no fundo, põem todas as pastas lá, abre a que estava a mesa, tira a
arma, levanta o fundo falso e olha os 10 mil dólares do pagamento

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
da execução, ele estava pensando em quanto se desperdiçava de
dinheiro.
700 pastas no cofre, 7 milhões de dólares nas caixas, e
Joaquim coloca aquela pasta no cofre e pensa no que aquilo poderia
gerar, desce e olha para Plinio.
— Vem um caminhão de coisas de escritório, que estavam no
porto, nem descarrega, faz uma nota de transporte e passa para
Curitiba, não vamos precisar de tanto material de escritório, vou
tentar vender para um papelaria de lá.
— Porque tanto material?
— Pelo que entendi, tem matéria para mais de 5 anos de
funcionamento, tudo retido.
— Eles nem sabiam o que retinham?
— Sei lá, mas vamos tentar fazer um trocado com aquilo, e
ainda tenho de ir ao prédio no centro de São Vicente.
— Sabe que foi invadido.
— Sei, mas não quer dizer que não tente.
— Você as vezes parece um rapaz calmo, ninguém sabe o
quanto pode planejar e fazer as coisas.
— Pensa, estamos trabalhando, pelo menos não vimos o
Brasil perder para a Itália, e sair da copa.
— Verdade, mas acha que ganhamos o dia já.
Joaquim olha no sentido do Caminho da União e sorri, Plinio
entendeu, para ele aquele peso nas costas a menos, era o que
importava.
Joaquim sai e volta ao centro, olha para o bar do Paulão, olha
em volta, ele olhara o terreno em frente, mas o preço deste estava
de acordo, o da frente, queria demais, ele não pensara, mas agora
pensando no que falara com Fernandes, era hora de ampliar as
estruturas, e verificar como poderia fazer, as ideias pareciam
fervilhar na sua mente, projeto encima de projeto, ele não era de
projetar coisas fáceis de implementar, talvez isto que o deixava com
paredes em casa sem terminar, entra, olha para aquele senhor a
olhar os mapas na mesa e chega a ela.
— Problemas? – Joaquim.
— Seus desenhos?
— Sim.

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
— Mandaram verificar quais os verdadeiros projetos para
esta quadra, sou fiscal da prefeitura.
— Primeira coisa, não deixar cair, segunda, reerguer o que dá,
terceiro, investir em algo que dê para manter a quadra como é, e
por ultimo, ganhar dinheiro.
— E pretende mesmo recuperar os prédios decadentes da
região.
— Só um momento.
Joaquim chega ao balcão e ligou para Carlos Matos e fala.
— Carlos, ainda trabalhando.
— Um comprador me enrolou o dia aqui, mas quem?
— Joaquim Moreira.
— O que precisa, sei que é direto.
— A quadra ao lado da que estou reformando, dizem estar
vendendo como está, verdade?
— Sim, mas como está vazio, estão pedindo o dobro, do que
pediram por este dai.
— A quanto tempo está para vender?
— Dois anos.
— Vaz a proposta no preço que vou pagar por este, a vista, no
dinheiro, e me diz a reação, para saber se tenho como comprar.
— Está fazendo uma proposta pela quadra do lado, é serio
senhor?
— Estou no Paulão, qualquer coisa me liga aqui.
O senhor olha Joaquim, entendeu, ele iria comprar o terreno
do lado e pergunta.
— O que vai fazer ali?
— Uma quadra de lojas externas, e um deposito de
contêineres na parte interna.
— Não entendi.
Joaquim sorriu e falou.
— Sei, a ideia é ter uma estrutura que não atrapalhe a rua, e
como ali no cais 8 e 9, vão construir um cais de contêineres, tudo
que preciso é um local que possa guardar uns 5 mil contêineres.
— Pelo jeito é serio que tem um empresário paranaense
querendo reformar esta região.

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
— Senhor, eu faço tudo legalmente, vou avançando até
alguém me dizer, não pode, dai tento uma segunda vez, mas não
sou de ficar batendo a cabeça, se estou investindo em Santos, é
porque não consegui a mesma compreensão em Porto Alegre,
então estou apenas desviando para cá, algo que deveria ter lá.
— E se não permitirem aqui, iria para onde?
— Não pensei ainda. – Mente Joaquim.
— Me pediram para verificar, jurei que Sábado não teria
ninguém, e parece que me enganei, o prefeito está tenso, não sei
por que, algo referente a ter perdido um aliando no Cais 8.
— Assumi apenas agora o cais 8 e 9, em um acordo com a
embaixada Americana, nada que não pudéssemos apoiar
politicamente a cidade, mas as vezes evito tomar um partido
oficialmente, ele perde e quem ganhou quer pressionar com esta
estrutura Brasileira feita para parar as pessoas, não entendo, uma
nação que tem de tudo para ser maior, e quantas vezes vejo o
sistema politico, que deveria ser a favor do crescer, é a favor do
manter do tamanho que está.
— E pretende investir no porto pelo jeito.
— Tínhamos um problema, os irmãos Jones estavam
desviando parte das cargas das embaixadas, tem coisa podre no
barracão porque não foi entregue a 5 anos, para quem deveria.
— E resolveram afastar os rapazes?
— Eu não entendi, estão chamando de Quinho da Baixada,
não conheço, mas dizem que eles se meteram com este rapaz, mas
não entendi ainda o problema, reforçamos a segurança, e vamos
ficar quase 30 dias parados, para organizar, mas quando voltáramos
a descarregar, queremos descarregar mais eficientemente e sem
olhar conteúdos, apenas os documentos, e encaminhar para quem
pediu.
— Certo, algo mais profissional, mas falou em um local para 5
mil contêineres.
— Vamos abrir um espaço, em mercado, estamos ainda
estudando os papeis, mas seria o primeiro porto privado do país,
mas ainda estamos em negociação, mercado para coisas mais
perecíveis ou frágeis, um mercado de milhões, que seu pais, insiste
em ficar de fora.

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
— Fala bem para ser estrangeiro.
— Me considero um cidadão do mundo, não do país que
nasci, mas realmente nasci nesta nação, em uma de tantas favelas
dela.
— E vai mesmo ter 5 mil contêineres ai ao lado.
— Não entendeu senhor, vamos ter uma empresa que vai
oferecer exportação de peças frágeis produzidas no país, então os 5
mil, é o que pretendemos ter parado ai, para carga e descarga diária,
quando em 5 anos, estivermos a toda.
— Não entendi mesmo.
— Para operar 30 dias, este terminal, precisarei em 5 anos,
150 mil contêineres mês, parece muito, mas não é.
— Então a pilha em 5 anos será imensa.
— Não, sempre igual, o que estiver ali, é o que entrou e saiu
no dia do porto, é a movimentação aproximada do que
pretendemos girar por dia.
— Um mercado de milhões.
— Ao ano sim, mas é que uma coisas é eu importar vinho
francês e desembarcar caixa a caixa, com perdas, desvios, quebras,
outra ela demorar para atravessar o mar, mas assim que chegar
aqui, ir a um caminhão e ir a capital, em questão de 2 horas, após
ter chego, estar entregando diante do comprador.
— Sabe a burocracia.
— Sei, mas a burocracia não me pertence, quem vai acumular
isto aos portos, ruas, avenidas, por burocracia não sou eu, mas se
liberou, em duas horas, está no destino.
— Está falando da sua estrutura, não do país.
— Sim, sei que existirão meses de greve, que teremos
manifestações, mas pensa, eu pego uma produção de pinga de
garrafa, embarco da mesma forma, assim que chega a Europa, está
nas mãos do comprador na mesma agilidade.
— E ainda esquematizando?
— Tentando por no papel, pois as permissões e alvarás tem
de ser pedidos, e se não colocamos no papel e esquecemos de algo,
uma coisa é olhar os negócios, criar suas pastas e as abrir quando
tudo está legalizado.
Joaquim sentou e olhou Paulão.

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
— Uma cerveja a mais.
— Pelo jeito veio mesmo trabalhar desta vez.
— Acho que semana que vem vou começar a escorar as
paredes do fundo, e vou trocar as estruturas altas, para segurar as
paredes de cima para baixo.
— Soube que quer manter estes prédios antigos, sabe que
não são históricos. – O senhor a frente.
— Sei que hoje não é histórico senhor, mas todos eles um dia
foram novos, mas o charme da região são casarões antigos, e se
mais a frente mudar de ideia, terei os espaços para criar algo maior.
— Vi que o miolo está transformando em uma fabrica de
moveis, não entendi a ideia.
Joaquim abre uma pasta e fala.
— Senhor, a madeira vai chegar assim. – Ele mostra um
pedaço de madeira, um metro de cumprimento, 10 por 10cm. – E
transformaremos em peças de madeira, para exportação.
Joaquim pega outras 5 partes e fala.
— Numeraremos e eles que montem lá senhor.
O senhor olha a peça trabalhada e envernizada e fala.
— Esta querendo dizer, vai pegar madeira local, transformar
em peças de moveis trabalhadas e exportar, seria isto?
— Sim.
— E com certeza gerar emprego.
— Sim, aqui, no porto, na empresa de segurança, em cada
uma das empresas que tiver.
— E tudo isto fará legalmente?
— Sim, quando pensei em contêiner é porque sei que minhas
peças chegam inteiras do outro lado do oceano, sem riscos, quebras,
seja na Europa, seja na Índia, seja nos Estados Unidos.
— Pelo jeito vai agitar o local?
Joaquim sorriu, viu o corretor Carlos Matos, que vem a mesa.
— Voltou para agitar?
— Sim, o que eles falaram?
— Disseram que se tiver a proposta por escrito, eles pensam.
— Certo, trouxe os papeis?
— Vai mesmo propor?

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
— Se eles tivessem tomado a posição, deixaria até o cheque
de sinal, mas eles acham que estou brincando.
Carlos olha para Paulão e pergunta.
— Posso usar o telefone?
— Sim.
Carlos foi ao fundo e o fiscal falou.
— Pelo menos é alguém organizado, vi que isolaram a quadra,
escoraram as paredes, e até começaram a reformar os andares altos
dos prédios residenciais, mas não entendi, praça interna?
— Digamos que é uma forma de não deixar como está, e dar
aos pontos ao lado, uma boa visibilidade, eu vou ter minha casa
sobre a gráfica, então não gostaria de ter pilhas de contêiner como
visão pela janela, ao amanhecer.
— Não vi nada que não de para apoiar, talvez uma ou outra
medida de segurança, mas nada abaixo do que exigimos, por mim, a
prefeitura não tem nada contra alguém revitalizar esta região.
O senhor esticou a mão, e saiu, Joaquim sorriu e serviu um
copo, fez os prospectos sobre o que tinha, estava pensando e Carlos
veio a mesa.
— Eles acharam que iria apenas forçar o preço para baixo,
mas está mesmo querendo comprar?
— Sim, e sei que eles tem um terreno grande em São Vicente,
mas vamos tentar comprar este primeiro.
— O de lá não tem nada, sabe disto.
— Carlos, o terreno lá é duas vezes este dai, mas acredito
valer metade, se estou enganado.
— Sim.
— E aquele depois da Vila dos Pescadores, a esquerda de
quem sai da cidade, já em Cubatão, é deles também.
— Sim.
— Quanto eles querem por cada um deles Carlos?
Carlos olha serio, pois o rapaz estava querendo um desconto
neste, mas os demais não falou em desconto.
— Vai pedir desconto lá?
— Não, mas o desconto daqui, eles toparam?
— Sim.

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
— Acho que dá quase o preço do terreno em Cubatão, pelo
preço eles estão com medo que vire uma invasão, é isto?
— Sim.
Joaquim preenche a proposta da compra do terreno a frente,
depois o de Cubatão e depois o de São Vicente, deixa os cheques de
caução, e olha para ele e fala.
— E aquela região do fundo em Santa Cruz dos Navegantes,
está ainda a venda?
— Sim, vai querer investir pesado.
— Preciso de terreno, estrutura, e vontade de fazer, sozinho
não posso nada, mas eu comprei 18 mil contêineres e não cabem
em qualquer lugar, eu vou aplainar a região na entrada, em Cubatão
como um estoque de Contêineres, ali deve comportar perto de 30
mil deles, organizados, mas ainda estou começando a comprar, o
terreno em São Vicente, vou montar minha transportadora,
caminhões tomam espaço, e em Santa Cruz, vou montar minha
primeira linha de empresas.
Carlos sorriu e falou.
— Pelo jeito será dos meus bons clientes por anos.
— Espero que sim.
— Estão falando maravilhas deste empresário que resolveu
reformar e investir em Paquetá, e nos cais da região.
— As fachadas do Cais também vão ganhar vida, acho que
estar em um lugar e achar ele bom aos olhos e nariz, melhora o dia
a dia.
— E se eles toparem, vai fechar isto?
— Sim, mas dai vou ter de pedir que vá a Curitiba, estarei
corrido semana que vem, e se der para firmar ainda na semana, vai
facilitar as coisas.
— Pelo jeito quer as coisas funcionando.
— O cais 8 e 9 estão parados a 15 dias, em mais 15, quero
eles pelo menos começando a funcionar, mas com certeza, teremos
muitas coisas funcionando durante a semana, para que volte no
sábado que vem e estabeleça como vamos funcionar.
Carlos pega os documentos, os cheques anexos, todos
nominais, e sai sorrindo, em sua mente, ele nunca fechara em uma
mesa de bar, tamanha negociação, estava pensando se o fez em

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
algum lugar, sorriu, pois ele nunca vendera de uma vez só, 4
imensos terrenos.
Joaquim fica ali a fazer os prospectos, acreditava que agora
faltava pouco para ter estrutura em Santos, estava a fazer os
recálculos de investimento na cidade, sorri, se falassem a um ano
que teria aquele dinheiro na conta, em imóveis e contratos, ele diria
que a pessoa estava maluca.
Joaquim olha a porta e olha Emanuelle ali e fala para Paulão.
— Uma cerveja a mais Paulão.
Paulão olha a moça e pergunta.
— Cuidado, esta é mortal Joaquim.
— Nunca me tentei a este caminho Paulão.
Emanuelle olha Joaquim e fala.
— Você se mexendo, Host não vai me tirar daqui.
— Quer volta a Europa, é o que entendi.
— Verão em casa sempre parece o lugar certo para estar.
— Quando me sentir em casa em algum lugar, confirmo isto,
ainda não pareço parte de nada.
Emanuelle olha para Paulão e fala.
— Vê um copo a mais.
Paulão estranhou, chega com a cerveja e com o copo e
Emanuelle olha o senhor com uma régua, riscar a linha de retenção
dos fundos, e pergunta.
— O que pretende?
— Refazer uma ideia as vezes dá trabalho, vocês tinham um
porto que se for ao lixo ali na frente, Jonas desviava tanta coisa sem
nem se preocupar, tem em mexilhões mexicanos, mais de 6mil
dólares, é só olhar como eles estão cheirosos no lixo, fedendo lá
dentro, dinheiro jogado no lixo.
— E este prospecto?
Joaquim vira um projeto para ela e fala.

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!

— O terreno ai do lado, onde o proprietário insistia que as


coisas estavam bem, inteiras, entra em reforma, para comportar 2
mil contêiner, e todos me perguntam, porque dois mil?
Descarregamos mil, carregamos mil, então seria ter um local onde
tudo fosse referente a um navio, as docas internas, são referente ao
manter da estrutura e concertos e dinâmica do criar disto.
Joaquim ajeitava a pasta, dobra o primeiro e estica o segundo,
ele parecia querer algo bem complexo.
Em sua cabeça, se ele conseguisse erguer esta estrutura, teria
como começar a estruturar, ainda estava pensando em como
estocar os contêiner.
Era estruturar aos poucos, uma estrutura que lhe desse mais
de um dia de funcionamento do porto, era algo que ele queria com
muita força implementar, pois seria dar 24 horas de antecipação
para um problema maior.
Joaquim pega um segundo projeto e fala.
— Em Cubatão, encostado com Santos, ao lado da Rodovia,
terei outros 8 sistemas iguais a este ao lado, então eu terei
estrutura para antecipar o recebimento dos caminhões para pelo
menos seis navios, o que quer dizer, somo na dinâmica e me
preparo para embarcar e desembarcar, 790 navios ano, com uma

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
movimentação próxima dos um milhão e quinhentos mil
contêineres ao ano, com uma estrutura mínima.

— Querendo fazer dinheiro.


— Querendo poder por para dentro do país qualquer coisa, e
no meio de tantos contêiner ninguém olhar.
— E quer ainda uma proteção de adido de embaixada.
— Sim, que mal tem nisto.
— Vão me perguntar como está comprando esta estrutura?
— Ampliando os limites da legalidade da CIA, como mais.
— Eles não lhe entendem.
— Nem eu, por sinal – Joaquim pega uma lista e passa para a
moça e fala – Passa esta lista para Host, estes já estão sendo
alocados em segurança.
Joaquim olha para a porta e fala.
— Algum problema a mais?
— Já filmamos tudo. – Marcos.
— Se querem voltar, o motorista os deixa lá.
— Pelo jeito está trabalhando e bebendo, como consegue. –
O rapaz ao fundo.

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
— Digamos que meu trabalho é durante a semana, fim de
semana, me divirto ganhando dinheiro, mas é só marcar com o
motorista, se acabaram, descansem, segunda folga para os que
vieram, pelo menos foi o tratado com Rogéria.
— Sim, nos falamos na terça. – Um rapaz a porta.
Joaquim os vê sair e olha para Paulão.
— Acho que eles não entenderam onde estão, mas se querem
voltar a Curitiba, o que posso fazer.
Joaquim olha para Emanuelle e pergunta.
— E vai ficar por ai?
A moça pega a lista, olha para Joaquim e fala.
— Se cuida.
— Sim, me cuido.
A moça sai e Paulão a olha saindo.
— Esta dai não quero por perto, cheira a morte.
— Uma criança com arma Paulão.
— Você não parece levar a serio mesmo.
— Paulão, eles querem que termine a implementação, ela
esta ai para dizer, ele esta fazendo, reformando, limpando a sujeira,
o problema vem geralmente depois.
— E não teme isto?
— Eu não sei montar estruturas que não deem trabalho para
manter, pode ficar redonda, mas assim como o montar do sistema
de torres de embarque e desembarque de contêiner demora, o
montar da estrutura que corre sobre os contêiner no terreno ao
lado, também demoram, mas não teria como por dois mil contêiner
ali se for colocar um por um, levaria mais tempo para acomodar ali
do que no navio.
— E pelo jeito resolveu esta parte?
— Não, está me faltando capital, então estou fazendo serviço
para a CIA, apenas isto.
— Certo, faltando para que?
Joaquim sorriu, não iria falar, mas era obvio, ele estava
gastando muito, e falou.
— Ainda ando de Brasília.
Paulão sorriu e falou.
— Pelo jeito não investe em você mesmo.

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
— Eu invisto, mas para que quero um carro caro, se tenho um
que me leva onde quero.
Joaquim olha em volta e passa um recado para Plinio, e
continua a fazer as coisas ali.
As horas avançavam e olha para Paulão e fala.
— As vezes não sei por onde ir, e fim de dia, hora de comer
algo de verdade e descansar para amanha.
— Pelo jeito, não foi como você pensou o dia.
— Não, gastei mais do que pensava, o enfrentamento foi
curto, pensei em algo menos fácil, e não foi, pensa em você pensar
em enfrentar alguém, pensa em algo que vai durar meio dia, e em 5
minutos estava resolvido.
— Dando tempo da policia chegar aqui e você já estar no
projeto dois, não no um do dia.
— Sim, mas vou deixar os prospectos de reforma da quadra,
com Fernandes, os pagamentos vão para a conta das empreiteiras,
então se elas não fizerem nada na semana, avisa Fernandes, para
que segure o deposito da semana seguinte.
— Certo, pelo jeito pensando em sair correndo.
— Não, sabe como ficou a limpeza da área alta da Gráfica.
— Tiraram muito lixo durante o começo da semana, pintaram
na quarta, refizeram a instalação elétrica na quinta, e ontem
colocaram alguns moveis lá.
— Está com a chave?
Paulão pega ela no fundo e fala.
— O que vai fazer ali?
— Um lugar para dormir, se eu conseguir dormir.
— Por quê?
— As vezes eu duvido das coisas, mas daqui a pouco o pessoal
deixou o cais, e vou trabalhar, dai vou a cama quando o corpo falar
que não aguenta mais.
— Não estava trabalhando? – Paulão olhando Joaquim.
Fernandes chega ali e fala.
— Carlos quer saber onde vai passar a noite.
Joaquim joga a chave para Fernandes e fala.

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
— Mostra a casa acima da gráfica, vou ao cais, tenho de
pensar sem gente olhando, a ideia parede boa, mas as vezes me
complico.
Joaquim sai para fora, olha os papeis e fala.
— Se quiser fechar, volto amanha e ajeito a bagunça.
Paulão olha para o senhor sair e ouve a filha perguntar.
— Ele parece perdido, triste.
— Não entendi, mas aqueles papeis, são a estrutura que ele
quer por aqui, pouca coisa ainda.
— Acha que ele vai fazer tudo aquilo mesmo?
— Parece que sim, e pelo que entendi, teremos pelo menos
uns mil motoristas a mais pela região.
— Motoristas?
— Pelo que entendi, não sei ainda, mas ele mandou uma
proposta pelo terreno em frente, conhecendo Carlos, ele vai vir
amanha, ele quer fechar antes do fim de semana, mas o rapaz deu
espaço para ele negociar, mas ele sentado ali, fez Carlos sorrir, acho
que a forma que ele fez foi tão natural, que parece impossível.
— Eles entregaram grandes estruturas esta semana no cais,
não sei o que estão fazendo?
— Só entendi hoje, ele está querendo implementar algo que
está tomando o mundo, comercio por contêiner, juro que antes de
ouvir ele, achava um custo desnecessário, mas ele está falando em
esvaziar cargas sensíveis em 16 horas, os irmãos Jones demoravam
quase 10 dias para o mesmo conjunto de coisas.
Joaquim caminha a rua, passa o trilho de trem, estava a olhar
o local, olha a fachada, olha o segurança, olhando a avenida e se
identifica, o rapaz confirmou na lista, e fez Joaquim assinar que
estava entrando naquele horário, ele entrou e o rapaz falou.
— Sabe que temos horário normal de entrada.
— Ainda não, estou me inteirando do que vou administrar
ainda, mas em 3 meses, isto estará agitado a qualquer hora do dia
ou da madrugada.
— A prefeitura vai permitir?
— Vamos fazer, mas gosto de gente que confirma todos os
dados, me dá mais firmeza de que não serei surpreendido por
alguém que não deveria estar ai, lá dentro.

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
O rapaz olha Joaquim entrar e ir ao escritório, Joaquim olha
para o cais e olha para o barracão duplo do cais 8 e o simples do 9,
olha para o local onde levantariam os pontos, olha para o local e
pensa que teria de iluminar aquilo.
Joaquim anota que teria de comprar dois geradores, e o
sistema de luz para o cais.
Pega a folha AO com o mapa da região e umas canetas, vai ao
cais, senta-se e começa a marcar onde teria as coisas. Poem 4
pedras nas pontas da folha, olha em volta e olha para o local, e
começa a rascunhar.
Ele passa uma hora rascunhando e sorri olhando o mapa
anotado ao chão.

Ele olha para o segurança chegar perto e perguntar.


— Precisa de algo senhor, não sabia que era o novo mandado
de Washington.
— Vamos reformar e tornar as coisas mais eficientes, eles já
tiraram o lixo?
— Não ainda, aquilo está fedendo.

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
— Sei disto, estava dentro do barracão do cais 8, temos de
organizar, vamos esvaziar destes lixos, vamos depois pintar tudo,
montar a estrutura, um pequeno barracão a mais e o prédio de
administração. Esta parte sobre a entrada, vamos desmontar.
O rapaz olha o projeto e fala.
— Vamos ter algo logo a frente?
— Um dos estoques de contêiner.
Joaquim olhava em volta, viu que tinham demarcado o lugar
dos dois trilhos onde o sistema de guindastes do porto correriam.
Joaquim caminha e o rapaz fala.
— Vai deixar no chão?
— Já pego, hoje é a ideia em si, alimentando ela, para
amanha poder fechar o que pretendo.
— Sabe que mandaram ficar de olho em alguém com o
mesmo nome que você.
— Quem?
— Host.
— Sei que ele não gosta de mim, um fantasma odiado, mas
ele sabe que precisa que erga isto, eles são lentos, parecem não
saber que locais como o Brasil é para obras rápidas.
— E porque ele lhe odeia, ouvi alguns falarem que o ser mais
odiado por Host estava por aqui, pelo jeito, exageraram.
— Com certeza. – Joaquim.
Joaquim olha para o rapaz e pergunta.
— O que aconteceu aqui, soube que mataram toda a
segurança anterior?
— Não sei, mas fizeram uma apreensão de drogas aqui no dia
que houve as mortes, sorte que não era o meu turno, estaria morto.
— Mas não entendi, eles entravam drogas por aqui?
— Deveria saber disto senhor, eles as vezes mandam isto.
— As vezes acho que me colocaram em um lugar porque
houve mortes, não porque me querem aqui, na esperança que
alguém de fim neste rapaz. – Joaquim se apontando.
O rapaz sorriu e voltou ao portão de entrada.
Joaquim entra no barracão do oitavo, a noite aquilo era bem
calmo, ele acabaria com aquela calma em pouco tempo.

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
Ele entra na parte do fundo, pega o pé de cabra que deixou
ali e abre uma caixa, olha para aquelas armas e olha em volta, nota
de 78, não era arma para guerra de rua, e sim guerras de verdade.
Ele separa as caixas, ele abre a caixa, pega o esquema de
viagem, vê que deveria ter sido uma passagem rápida, isto deveria
ter ido a África, e acabara ficando ali, pelo jeito os irmãos desviavam
e se preparavam para algo, pois eles tinham bens, armas, dinheiro,
não parecia ser acaso, e ordens de execução, 700 pessoas chaves
transformam um país como o Brasil uma verdadeira anarquia.
Ele separa as armas, ele acende o fundo e fala sozinho.
— Estes caras são malucos.
Joaquim ouve o barulho as costas e sem olhar fala.
— Pensei que havia ido embora Emanuelle.
— Sabia que estava aqui?
— Não sei o que você quer, mas algo quer.
— Entender o que você parou, que Host mesmo lhe odiando,
gostou, não entendi, ele pagava Fernandes para ficar de olho nos
irmãos, mas ele parecia não ter como os tirar daqui.
— Isto não entendi ainda, ou se entendi, era por uma coisa
que não concordo, então não me culpe por não entender.
— O que olhava ali?
— Os Jones desviaram uma carga de armas, deve ter mais de
10 mil metralhadoras, coisas antiga, restos da produção do Vietnam,
mas deveria ter chego em 78 na África, e está aqui.
— Acha que eles planejavam algo?
— Eles queriam algo, mas não entendi, mas armas sem valor
além de museu, não me interessam.
— Pelo jeito está tentando entender o local.
— Não, estou pensando em montar o meu lugar, a diferença
é esta.
— Não entendi.
— Emanuelle, tem treinado tiro?
— Sim, mas ainda não cheguei ao que você dizia ser aceitável.
— Aceitável é qualquer coisa que lhe mantenha viva.
— Certo, mas vai ficar aqui até quando?
— Eu estou pensando, meus investimentos na cidade me
tornarão amado e odiado.

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
— Amado e odiado, não entendi?
— Os trabalhadores braçais do local, vão me odiar, os
motoristas de caminhão desempregados da cidade, me amar.
— Custos da evolução.
— Sim, mas para quem empregava 60 estivadores, vou
empregar 700 motoristas.
— Aumentado custos?
— Com 700 motoristas, eu descarrego 3 navios, em 16 horas,
com 60 estivadores, eu descarrego um navio em 12 dias.
— E vale a pena?
— Me custam um terço do preço, no resultado final.
— E pelo jeito saiu da sombra, saiu das armas para os cálculos,
vi gente sorrindo, Fernandes não é de muitos sorrisos e estava
tentando segurar-se hoje.
— Ele vai ter de trabalhar muito para conseguir o que propus
para ele.
— E o que propôs para ele?
— O tornar um milionário.
— E vai fazer oque com estas armas?
— Vender para Brasília, o que mais.
— Certo, vender para ter calma, mas quanto vai conseguir
por elas, você mesmo disse, é peça para museu.
— Digamos que uma destas, mesmo sendo dignas de um
museu, se atirar em você, lhe corto no meio.
Emanuelle olha e fala.
— Sozinho?
— Sim.
— Nunca olhou para mim Joaquim?
— No máximo como uma irmã distante, nada mais que isto.
— Isto que é fora. – Emanuelle sorrindo.
Joaquim sorriu.
— Parece doido este sorriso hoje. – Emanuelle.
— Sei disto. – Emanuelle estava chegando perto e Joaquim
levanta-se e começa a andar no sentido do escritório.
Joaquim pega o telefone do general Geisel e liga para ele.
— General Geisel por gentileza.
Joaquim esperou e o senhor veio ao telefone.

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
— Quem?
— Sargento Moreira.
— Não me esqueceu ainda Moreira?
— Uma proposta, sim ou não, se for não vendo para outro.
— Fala.
— Tenho um carregamento de metralhadoras calibre 20
milímetros americana, 10 mil unidades, preço de mercado, 12mil e
quinhentos dólares por peça, eu estou torrando a mil a unidade,
para quem quiser general.
— Está falando serio?
— Sim, estou falando serio.
— Pelo jeito já roubou os revolucionários.
— Atirar em alguém com isto é covardia senhor, mas aceito
contra proposta até segunda.
— Vou passar a frente, mas pelo jeito, está trabalhando ainda,
é sábado a noite.
— Não tenho conseguido dormir muito.
— Passo uma mensagem para você, me passaram um Pager,
está nesta tecnologia já?
— Sim, como todo pedreiro que presta.
O general desligou e a moça olha para Joaquim.
— Vai vender mesmo, quer por quanto no bolso?
— Mais do que vou investir neste local Emanuelle.
— Certo, mas esta falando em 10 milhões de dólares?
— Sim, jogados ao fundo, como se fossem lixo.
— Disto que Fernandes estava falando, você sabe quanto as
coisas valem, ele olhava as coisas e nunca havia ouvido falar sobre a
pasta preta.
— Sinal que ele é bom demais para a função que o coloquei,
ou não?
— Verdade, os que eles respeitam já fizeram algo assim.
— Já fez algo assim Emanuelle?
— Poderia dizer que sim, mas estaria mentindo.
— Vi que ninguém aqui havia feito isto, estranho, pelo jeito
realmente mandam para cá o que querem longe de lá, como se
achassem ser o pior lugar do mundo.
— Tem de ver que eles param por um jogo de futebol.

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
— Sim, como as vezes isto nos facilita a vida, um traficante
marca com todos os aliados em um endereço que ele achava seguro,
junto a ponta de uma favela, sobre o mangue, ultima casa, para
assistir um jogo, como podem ser realmente tão apegados a algo
assim.
— Soube que alguém matou um grupo inteiro de traficantes,
mas parece que tem 5 crianças mortas.
— Sei que as que conhecemos, nos afeta mais que as
distantes, mas enfrentamentos geram isto.
— Estão falando em grupo de extermínio de Santos.
— Não vi as noticias.
— E vai ficar por aqui até quando?
— Daqui a pouco passo para Ilha de Santo Amaro.
— Onde fica isto? – Emanuelle.
Joaquim aponta para o outro lado da baia e olha para aquela
balsa vindo calmamente e caminha até o papel e fala.
— Vamos apenas deixar as armas onde não nos roubem, mas
estranho que a bagunça estava tão grande, que a policia civil entrou,
olhou tudo, e tirou apenas os corpos, os irmãos realmente a nível de
bagunça superam quase tudo que conheço.
O segurança me olha e pergunta.
— Quem vem ali?
— Vamos tirar outras caixas de coisas estragadas, e amanha
começar a lavar as coisas.
— Não para mesmo senhor?
— Como digo, este cais, vai funcionar 24 horas por dia, por
365 dias no ano, acho que não sei parar muito.
Plínio chega com alguns rapazes e pergunta.
— O que vamos tirar?
— As caixa no fundo, marcadas com um S e G.
O rapaz olha para Joaquim e pergunta.
— E se o barrar.
— Tem de ser mais do que 22 seguranças para me barrar
rapaz, mas eles estão dormindo, deixa eles aproveitar enquanto
podem.

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
Os rapazes colocaram naqueles carrinhos de carga, e
esticaram uma rampa entre a balsa e o cais, e começam a tirar dali
as caixas.
O rapaz viu que tiraram 100 caixas de um tipo, 100 de outras
e umas com cara de estruturas leves, mas maiores.
Joaquim olha para Emanuelle e pergunta.
— Vai ficar por ai?
— Está me convidando?
Joaquim olha para ela e fala.
— Se não quer vir não inventa.
Emanuelle passa para a balsa que apenas começa a retornar,
girando o barco que a empurrava, eles dão a volta Rio da Pedreira,
Rio Cubatão, Rio Casqueiro, Joaquim não entendia aquelas
diferenças, pareciam tudo parte do mesmo lugar alagado, passam
por baixo da Rodovia Anchieta, e chegam a lagoa da Pombeba que
dava acesso a região do cais no Bom Retiro, Joaquim olha para o
pessoal fazendo a proteção da casa, ainda tinha o pessoal da técnica
ali, e pergunta para Plinio.
— Deu fim na lancha?
— Sim.
Joaquim desce e os rapazes começam a tirar as caixas, e
colocar no fundo, ele foi ao escritório e Plinio pergunta.
— Não vai descansar.
— Pode dispensar os demais, deixa um veiculo, e vai
descansar, amanha é um dia corrido.
— Vai fazer oque?
— Tentar vender estas armas.
— Certo, acha que estas armas são boas para tiro?
— Eu acho elas muito leves, mas muita gente se adapta a elas,
por isto é a arma oficial da CIA.
Emanuelle olha Joaquim e ouve.
— Me espera recuada, apenas fazendo dinheiro hoje.
— Não quer ajuda?
Joaquim sorriu e viu ela recuar para a entrada.
Plinio saiu e Joaquim separou todas as pistolas, retirando o
dinheiro e colocando no cofre, deixando as pastas separadas, olha
quando Negão entra na região e olha Joaquim.

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
— Sabe que pensei que estaria cheio de seguranças.
— Quer falar na frente dos demais Negão.
— Dizem que não é seguro ficar sozinho diante de ti.
— Não é seguro puxar uma arma para mim, mas não puxando,
não pretendo praticar tiro.
— Plinio falou que tinha algo a me oferecer.
Joaquim abre a pasta e o rapaz olha a arma e fala.
— Leve, boa, - Joaquim olha ele mirar nele, mas depois olhou
ao longe pergunta.
— Sozinho mesmo?
— Nem sempre, mas apenas uma moça ao fundo.
— Confia as costas a uma mulher?
— CIA, Emanuelle.
— Certo, aquilo cheira a sangue e morte.
Joaquim olha para o rapaz que pergunta.
— Quanto quer por cada uma?
— Vale 300 dólares, estou vendendo a 100.
— Tem quantas?
— Pouca coisa, deve dar 700 delas.
— E chama isto de pouco?
— Verdade, mais de 100 aqui é muito.
Negão viu que Joaquim tentou ser engraçado, mas o senhor
não sorriu e falou.
— Fico com 20 delas.
— Quer agora?
Negão estranhou e falou.
— Pago amanha para Plinio.
— Sem problemas.
Joaquim pega 20 delas nas pastas e passa para os rapazes e
Negão fala estranhando.
— Nunca vi essas por ai, são especiais?
— Sim, recomendava raspar a serie, mas não imaginei vocês
as usando sem o fazer.
— Verdade, pago para Plinio amanha.
— Bom negociar com você.
Emanuelle chega da parte dos fundos e Negão sai por onde
entraram.

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
— Acha que vão pagar?
— Acho.
—Não está preocupado em receber estes.
— Não, tem algo a fazer?
— Pensando em que?
— Tomar um ponto de drogas em São Vicente.
— Um ponto?
— Se instalaram em um prédio da CIA, mas os irmãos
morreram e alguém tem de os por para correr.
— E não vai deixar para amanha?
Joaquim pega as armas e põem em outro cofre maior e fala.
— Eles devem estar olhando.
Emanuelle sorri e fala.
— E vai por eles para correr com estas armas?
— Acho eles bem leves, prefiro mais pesadas, mas me servem
para o que preciso.
— Vamos quando?
Os dois saem e passam para São Vicente, Joaquim
cumprimenta o segurança na entrada, e Negão olha de longe.
— Acham que vale 100 dólares esta arma?
— Negão, é um teste, ele nos mostra pastas, nem sabemos se
tem armas, ele chuta para cima o valor, para nos tentar, é um teste.
— E as armas.
O rapaz carrega uma e fala.
— Armas leves com silenciador, isto não é arma de 100
dólares Negão, é coisa de 300 dólares.
— Bem o que ele disse que vale, mas a pergunta, são boas?
Negão olha para o rapaz e fala.
— Vamos os seguir de longe.
— Onde acha que ele vai?
— Tomar o que ele assumiu, o que mais. – Negão.
Os rapazes não entenderam, Joaquim olha o relógio, perto de
meia noite, e olha para o local, prédio de 12 andares, pichado, com
janelas quebradas, acabamento danificado, viu os dois rapazes na
entrada e olha para Emanuelle.
— Quer ação ou apenas observando?
— Observando, Negão nos seguiu.

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
Joaquim sorri, pega os carregadores, enche, olha para as
pistolas, coloca duas as costas, puxa a camisa polo para disfarçar as
armas, e vai a calçada, parecia desequilibrado, ele faz que tropeça
em uma lata, faz barulho e os dois rapazes olham para o senhor e
um fala.
— O que acha que está fazendo bêbado?
Joaquim olha os dois e fala.
— Dissculpa.
— Vai recolher o lixo.
— Sem problemas. – Joaquim se vira para a lata de lixo, e se
volta para os dois, dois tiros a queima roupa, e segura as duas bocas
e os leva a parede, um lhe morde o dedo, mas foram perdendo
força e escorreram a parede, Joaquim olha para as carteiras e pega
as indenidades, pega o capuz e o coloca, sobe as escadas e olha para
as meninas no corredor e fala.
— Fora agora.
Os olhos vidrados não as fez entender, vicio no fim, temia ter
filhos e eles acabarem assim, vender drogas era alimentar isto.
Ele sobe os dois lances de escada e olha o primeiro soldado
do trafico, ele nem viu quem o atingiu, o tiro com silenciador dava
apenas os movimentos de corredor.
Outro encostado a parede, estava alucinado, Joaquim o
matou sem nem notar que o rapaz estava fora de combate, ele
chuta a porta e as pessoas foram levantando suas cabeças na sala e
foi atirando, recarregou as duas armas e esvaziou cada um dos
quartos.
Ele sobe ao quinto andar, e olha para o soldado a porta, um
tiro e chuta a porta, a mesma abre e olha aquele ser com uma arma
a mão, ele desvia para a parede e ouve os tiros, quando o rapaz
terminou de descarregar ele deu apenas um tiro e entra na peça,
olha onde estava o dinheiro, coloca em uma mochila, desce e coloca
no carro de Emanuelle e fala.
— Vamos.
Negão viu eles saírem, o rapaz ao lado falou em ir lá e ele
segurou, ele ouviu os tiros, alguém sempre chamava a policia, e
quando o local começa a encher de gente, Negão apenas afasta os
seus e o rapaz fala.

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
— O que é este senhor, ele nem parou para pensar.
— Viu ele agir com estas armas, não ouvimos os tiros que ele
deu, apenas o de alguém no quinto andar.
— Vou querer uma Negão.
O rapaz sorriu e falou.
— Não sei quem é, mas ele sabe fazer, sem estardalhaço, e
não deixa o dinheiro, apenas as drogas, ele sabe que as drogas nos
complicam.
Joaquim volta a base, deixa a arma, põem no cofre e
Emanuelle olha o maço de dinheiro, ele arruma as notas, coloca no
bolso e fala.
— Hora de tomar umas cervejas.
— Onde?
Joaquim vai no sentido da Ponta da Praia, pegam a ultima
balsa para Guarujá, ele no lugar de ir para o centro, vai para uma
invasão no jardim Santa Maria, ele estaciona o carro e Emanuelle
pergunta.
— Não cansa de confusão?
Joaquim olha um bar ao fundo da via, quase mangue e
estaciona nele, sai e olha para um rapaz e fala.
— Cresceu Roberto.
Roberto olha para o pai ao fundo e falou.
— Visita pai.
Um senhor coloca a cabeça para fora e fala.
— Quinho, perdido por aqui?
— Disse que um dia aparecia sem avisar tio.
— E a moça?
— Arrastando ela por ai, ela deve estar me achando um chato.
— Estava onde?
— Paquetá.
— E lembrou do tio?
— Sim, e como estão as coisas tio?
— Complicadas, a crise está mandando gente embora.
— Dizem que semana que vem vão começar a contratar
motoristas de caminhão em Paquetá, cais 9.
— Não viajo mais sobrinho.
— Dizem que é para levar contêiner de Cubatão para o porto.

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
— Vou ver, e o salario?
— Não sei ainda tio, mas tenta, sei que no meio da crise, o
que não podemos, é deixar as contas desandarem.
— E está passeando?
— Sim, sei que venho em hora ruim.
— Casa de pobre sempre casa mais um.
Joaquim fica ali a trocar ideias, e espera o cansaço, descansa
no carro e Emanuelle fala.
— Pelo jeito quer ser respeitado por todos.
— Eu preciso assumir o prédio, mas com trafico lá, fica difícil.
— Certo, e não vai ficar olhando.
— Daqui a uma semana eu chego lá, não hoje.
— E não vai falar nada para ninguém.
— Emanuelle, toda a policia sabe que aquele prédio é da CIA,
as balas vão confirmar, ação da CIA, quero ver quem eles vão culpar.
Joaquim volta a se acomodar no banco, estava cansado,
então dormiu, mas estava acabado quando acorda.
Seu tio convida eles para um café, eles tomam e o senhor fala
que foi uma pena a morte do pai de Joaquim, Joaquim viu como
uma libertação, não falaria para o tio, mas sim, alguém que lhe
chamava de bastardo, lhe batia, lhe xingava, lhe explorava, então
não fazia para ele falta, mas o senhor contou historias da
adolescência, Joaquim sorriu, depois do café se despediu e voltaram
a Santos.
Emanuelle estava despenteada e Joaquim sorri e fala.
— Tem de conseguir um pense, senão vão falar coisas que
não aconteceram Manu.
— Acho que já acordou, começou com as piadas sem graça.
Joaquim gargalhou.
Quando ele parou o carro na frente do bar, viu dois carros da
policia federal os fechar, e ouviram a ordem em alto som para sair
do carro de mãos altas.
Joaquim sorriu e saiu do carro.
— Encosta no muro.
Joaquim encostou, o revistaram e a Emanuelle que fala.
— Tenho porte.
O rapaz viu que a moça era da CIA, olha para a arma e fala.

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
— Espero que não tenha dado tiros com a arma.
— Com certeza não.
Os dois são conduzidos a policia federal, e um delegado em
pleno domingo estava lá.
— O que temos senhores?
— Alguns descrevem este senhor como quem executou
Marquinhos.
Joaquim estava quieto.
— Acha que deixamos marginais soltos rapaz.
Joaquim não respondeu, olhou para a porta e viu um
advogado entrando e falar.
— Representante de Joaquim Jose Moreira senhor.
— Quem é que tem advogado no domingo?
— Dono de um escritório de advocacia. – Joaquim.
O delegado olha serio, achou que era uma piada.
— Se acha engraçado?
— Não é piada senhor, representante da Embaixada
Americana, que toca o cais 8 e 9, que tem 4 hotéis em Curitiba, e
dois em instalação em Santos, e um escritório de advocacia.
— Você é CIA? – O senhor.
— Não, o atual chefe da CIA me odeia.
— Qual a acusação sobre meu cliente delegado? – O
advogado.
— Ter executado Marquinhos, o Santistas, e entrado em um
prédio em São Vicente e matado 42 marginais.
— Ele e quantos?
— Sabemos que ele tem uma empresa de segurança, devem
estar envolvidos.
O advogado olha para o Delegado, ele acabara de afirmar que
não tinham nada.
O delegado olha para o Pager de Joaquim sobre a mesa e lê a
mensagem e fala.
— Agora tenho.
Joaquim olha para o senhor e fala.
— Duvido que tenha, senhor.
— A frase, “Compramos as armas, precisamos de um local
para entrega, e sua conta para pagamento.”, eu considero prova.

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
— Eu não, primeiro é uma mensagem, sem me dizer quem fez
e que não é uma armação, eu desmentiria, mas esta, nem preciso
desmentir.
— Acha que escapa?
— Senhor, quem acaba de passar a mensagem, é um senhor
conhecido por Ernesto Geisel, ex presidente, General do Exercito
brasileiro.
O advogado riu e olhou para Joaquim.
— Estava fechando isto ontem?
— Sim, venda de uma carga de armas para o exercito vindas
dos Estados Unidos, dez mil unidades.
O delegado olha para Joaquim e pergunta.
— Vou ter de confirmar isto.
— Sem problemas, estava na casa de um tio em Guarujá,
estou meio doido, de dormir no carro, já não sou tão novo para
enfrentar isto.
— E tem endereço fixo?
— Digamos que estava chegando na quadra que me pertence
em Santos, mas eu tenho trabalho fixo, concursado Banco do Brasil,
tenho residência tanto aqui como lá.
O senhor olha o advogado passar os documentos do rapaz,
documento do Exercito, porte de arma, mesmo não a portando,
endereço.
— Não sai da cidade sem aviso.
— Então estou avisando, voltando as 6 para Curitiba, tenho
de trabalhar amanha senhor. – Joaquim.
Joaquim viu o senhor lhe soltar e pega o Pager, responde com
sua conta bancaria, que assim que estivesse o dinheiro lá, ele
passava o endereço para retirada.
O delegado olha o investigador e pergunta.
— Tem algo contra ele?
— Não, mas pelo jeito ele está vendendo arma para o
governo, isto ali não parece perigoso senhor.
Joaquim caminha com a moça até um taxi e vão no sentido de
Paquetá, Fernandes o barra e pergunta.
— O que tirou do barracão ontem?

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
— Algo que vai por na sua conta, 500 mil dólares assim que
depositarem na minha conta.
— Estava tentando algo, você sempre parece a frente, pensei
que estava inquieto, e resolveu vender algo para acalmar.
— A federal acaba de me conduzir, não sei, algo acontece,
tem de ser eu.
Joaquim entra e olha a menina olhando os desenhos e fala.
— Quer ser o que quando crescer.
— Arquiteta.
Joaquim sorriu e olha para Paulão, e fala sorrindo.
— Eu financio, melhor ser Arquiteta então.
Fernandes olha e pergunta.
— Melhor que o que?
— Hitler queria ser arquiteto, olha no que deu, não deixarem
ele ser arquiteto?
Paulão sorriu e a menina não pereceu entender.
Joaquim enrolou os documentos e falou.
— Onde está Carlos?
— Deve estar chegando ai.
Joaquim olha para a porta e Carlos entrava.
— O que faremos hoje?
— Você tem carteira espero.
— Sim.
— Então dirige, hora de voltar a Curitiba.
Carlos sorriu e perguntou.
— Não dormiu?
— Acho que quando terminar o projeto durmo.
Joaquim sorriu e viu Carlos Matos entrar pela porta e falar.
— Já fugindo?
— Problemas?
Carlos põem a proposta a mesa e fala.
— Eles ainda estão pensando no que é ter este dinheiro vivo
na conta, mas aceitaram.
— E quer terminar de fechar hoje?
— Sim, que mal tem? – Carlos pensando no cheque de
comissão da venda.
Joaquim olha para Carlos e fala.

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
— Toma café, pelo jeito não vou conseguir fugir rápido.
Carlos senta-se e explica o que tinha de fazer e Joaquim
assina a compra, assina os cheques, e pega os recibos, assinados
pelo corretor.
Os cheques nominais as partes estabelecia que somente eles
sacariam, ele olha em volta e olha Fernandes.
— Lhe passo o dinheiro do projeto ali do lado e em Cubatão,
com as entradas da Mecânica Geral, e da Construtora, vamos
acelerar agora.
— Pelo jeito acabou a folga.
— Sim. – Joaquim olhando para a porta, e viu os militares se
portarem a entrada e viu um general com distintivo de engenheiro
do Exercito a porta que olha para Moreira.
— Podemos conversar?
— Entre General.
O senhor entra olhando em volta, e fala.
— O general apenas pediu para ver uma, antes de repassar o
dinheiro.
Joaquim olha para o corretor e fala.
— Algo a mais?
— Não, pelo jeito está corrido?
— As vezes tudo acelera, as vezes tudo freia, então deixa eu
aproveitar o acelerado.
Joaquim olha para a porta e olha Plinio.
— Vamos lá, pelo jeito tenho de resolver hoje coisa que
achava resolver durante a semana.
Ele olha Carlos e fala.
— Eu voltou.
O rapaz sorriu e Joaquim saiu, olha para o chefe da segurança
que fala.
— Aquele Negão quer lhe falar.
— Após resolver com o exercito, verificamos isto.
Os dois foram ao carro e Joaquim falou.
— Nos segue.
Os três carros do exercito foram acompanhados pela policia
federal do outro lado da rua, o rapaz olha para o comandante e fala.

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
— Pelo jeito é serio que ele estava firmando o negocio com o
exercito.
Joaquim dirige com calma até a entrada do base que
montaram da empresa de segurança e Plinio olha Negão e vai a ele,
enquanto Joaquim olha para o carro parar, poderia ser uma arapuca,
mas sem risco, não existe conquistas.
Joaquim falou para o rapaz para trazer a arma, sorriu da ideia
de ter descoberto estas armas depois de ter detonado Marquinhos,
pelo menos não poderiam o acusar de usar esta arma para aquilo.
Joaquim abre a caixa, o rapaz chega perto e Joaquim a monta
e o rapaz olha a procedência, o estado de conservado, e olha para
Moreira.
— Achou isto onde?
— Alguém queria que chegasse aos rebeldes, mas isto é
covardia para qualquer lado, é arma para furar tanque, para
derrubar avião, não para atirar em pessoas.
O rapaz olha a serie e fala.
— Tem 10 mil destas?
— Sim.
— No mesmo estado?
— Tirei da caixa sem olhar muito, estão todas nas caixas que
vieram, não mexi ainda, tem munição para 6 mil tiros em cada caixa.
Joaquim olha o rapaz passar uma mensagem, o olhar para
Plinio, era para se manter longe, os rapazes do exercito nem sabiam
o que era aquilo, mas que era uma metralhadora, estava bem
evidente.
O general chega a Joaquim e fala.
— Sabe que o general não está lhe entendendo.
— Senhor, este tipo de arma, dentro da nação, sou
totalmente contra, guerra que mata inocentes, pois isto ai, é uma
fabrica de mortos.
— Nisto concordo, mas o general ficou assustado, alguém
dentro no país já tinha dez mil destes.
— Sim. – Joaquim viu dois helicópteros no ar, ele tentou se
manter firme, mas sabia que estava em meio ao campo, viu que os
militares não se afastaram, o que acalmou um pouco, viu um senhor

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
sair de um helicóptero, a muito não via o general Geisel
pessoalmente e o cumprimenta.
— O que temos aqui general Ramos?
— Digamos que não é das mais modernas, mas é arma de 12
mil dólares senhor, não sei a quanto ele lhe ofereceu?
— Mil dólares por unidade, para se manter atento.
— Entendo porque quis ver a qualidade, mas estas estão
operacionais e com munição senhor.
O general olha para o helicóptero, como tinha alguém numa
16 milímetros no helicóptero, era sempre tenso, mas alguém desce
e traz uma mala e fala.
— Se quiser contar, este dinheiro não é oficial, mas não
podemos deixar isto por ai. – O general olhando para Moreira, que
olha para os rapazes e fala.
— Pode liberar as 100 caixas com G.
Os rapazes começam a olhar e trazer para o local, e o general
viu que estavam ainda nas embalagens, uma coisa era falar em
comprar refugo, estavam em embalagem de envio.
Moreira caminha com aquela mala e sobe ao escritório, conta
os 500 mil dólares, põem em uma sacola de papel, depois dentro de
outra, fecha o cofre e desce até onde Plinio estava.
Plinio olha ele e pergunta.
— O que está acontecendo?
— Digamos que tirei da rua, uma arma que é covardia atirar
por ai, calibre 20 milímetros fura o bloco do seu motor.
Negão ouve e pergunta.
— Está dizendo que tinham armas pesadas em algum lugar, e
resolveu dar ao exercito?
— Negão, se um dia alguém ver você mexer naquela pasta e
lhe perguntar se é um agente, não estranhe, não confirme, mas a
pessoa vai lhe olhar diferente.
— Aquelas armas são boas, a pergunta, já vendeu o resto?
— Quantas quer?
— O resto?
— tenho ainda 400 delas.
— Fico.
Plinio olha Joaquim lhe olhar.

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
— Ele nos deve 42 mil dólares, anota.
— Com pressa?
— Sim, mas separa as armas, assim que o exercito sair,
entrega para o Negão, não precisamos de enrolação.
Negão estica um pacote igual ao que Joaquim tinha a mão
para Plinio e fala.
— Ai tem 40 mil, depois vejo os dois mil restantes.
Joaquim volta ao grupo e olha o general e fala.
— Algo mais general?
— Criando mesmo uma empresa de segurança?
— Sim.
— Vai ensinar a atirar?
— A ideia é sim, mas nem todos pegam.
— Se for ensinar, passa o preço, precisamos de gente melhor
no tiro em campo.
O general volta ao helicóptero, um deles já saia com 10 caixas,
e o segundo estava sendo enchendo e mais 3 helicópteros desceram
e começam a descer, seria um dia agitado ali, pois todos a volta
olhavam aqueles helicópteros do exercito.
Negão olha para o Pequeno ao lado e fala.
— Ele é exercito, esta é a diferença, ele tem treinamento,
talvez isto que os demais não esperem, mas ele ofereceu ontem,
não pegamos, ficamos só com parte das armas.
Joaquim olha para a sacola e fala.
— Se estiver em cruzeiros, paga os rapazes.
— Certo, o que tem ai?
— Algo para não chamar atenção, mas acho que quando
alguém lhe dá 40 mil dólares em um saco igual, parece ser o que
não é.
Plinio sorriu e ouviu.
As caixas com S são da Insídia, vamos distribuir duas para
cada sede da empresa.
— O que tem ali.
— Armas, e coletes especiais.
O rapaz sorriu e falou.
— Eles olham desconfiados, mas nunca vão dizer que são
mais armas.

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
— Uma coisa é certa Plinio, se tivéssemos escondidos, eles
desconfiariam mais, mas ali, a vista, poucos olham, até desconfiam,
mas a mente deles fala, se fosse importante estariam escondidas.
Os militares levam as ultimas e os rapazes entregam as 400
pastas para os rapazes de Negão e Joaquim fala.
— Vamos mandar pelo menos 10 daquelas armas para cada
ponto da segurança, para eles entenderem como se atira com algo
leve como aquilo.
— Adivinhou quanto eles tinha trazido?
— Eles tinham outra sacola com alguém ao fundo, mas achei
que tinha 35 em cada, então conta antes.
— Certo.
Joaquim sai dali e vai a Paquetá, como uma pasta e com a
sacola de papelão, olha para Fernandes e fala.
— Podemos conversar?
— Sim.
Joaquim alcança a sacola para ele e fala.
— Espero que tenha um cofre para guardar as coisas de valor.
— O que tem aqui?
— 500 mil dólares.
Fernandes olha em volta assustado e fala.
— Maluco.
Joaquim sorriu e falou.
— Disse que era a sua parte, lembra.
— Pelo jeito o fim de semana foi bom.
Joaquim sorriu e falou.
— Com certeza.
Joaquim se despediu, colou no carro da empresa os
prospectos e saíram no sentido de Curitiba, o rapaz o deixa em casa
e vai para sua de taxi.
Joaquim cai na cama, estava cansado, estava a pensar e olha
para o telefone tocar.
— Boa noite. – Nádia.
— Como está?
— Que desanimo é este.
— Acabei de chegar de Santos, foi cansativo.
— Está onde?

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
— Na minha casa no Largo.
— Posso passar ai?
Joaquim quase disse não, mas estava pensando ainda e fala.
— Mas estou pregado.
— Tô indo.
Joaquim olhava o noticiário pelo Fantástico, quando ouviu a
buzina, o único assunto era a decepção da eliminação, as caras
tristes, Nádia entra e fala.
— Aqui que se esconde?
— Sim, mas como está, sei que sexta foi tensa.
— Pelo jeito mais calmo.
— As vezes perdemos dinheiro para ter paz, mas foi cansativo.
Joaquim sente ela fazer massagem e falar.
— Cuido de você.
Joaquim se entrega aos braços de Nádia e adormece.
Amanhecer nos braços de Nádia, o fez quase perder a hora,
mas a beija e vai ao banho.
Ela se estica a cama, sorri, aquele sorriso parecia ser sincero,
ele a beija e fala.
— Lá vou eu ao trabalho.
— Pelo jeito acelerando.
Joaquim olha para fora e viu os rapazes do bar começando a
descarregar os caminhões, e vai lá ajudar, seis da manha, daria
tempo ainda em horário de funcionamento, ele pede ajuda na
empresa de filmagem, para os rapazes que montavam os senários, e
Paulo sorriu de ter ajuda, e fala.
— Você não deixa mesmo faltar nada.
— Na verdade nunca vem o que queremos, mas estou
pensando em inaugurar a casa de Shows no Capanema, com uma
festa do Chopp, mas preciso saber se este Chopp está bom.
— Não entendi.
— Esta coisas de passar em Santos, a falência de alguns os
fazem liquidar estoques, mas vi que a produção é antiga, mas como
não tem data de validade, e estão em toneis, nunca vi cerveja em
toneis, mas se estiverem bons, vamos fazer uma inauguração, como
festa da cerveja ou Chopp.
— E quantos barris disto tem?

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
— A carreta inteira é de barris de Chopp.
Paulo sorriu e falou.
— Se estiver bom, algo a fazer, e se não estiver?
— Dai vou guardar os barris e usar de enfeite.
— Certo, quer uma ideia.
— Sim.
— E se for do muito bom?
— Dai pensamos em algo.
— Pelo jeito foi agitado o fim de semana.
— Ainda não sei, como foi por aqui?
— Este fim de semana, foi mais calmo, não diria fraco, apenas
não foi como a inauguração.
Joaquim ajudou e quando o quarto estava vazio, entra e olha
Nádia olhando-o, estica uma caneca com café e fala.
— O que tinha com aquela Rita?
— Nada, porque?
— Ela morreu porque estava na minha casa, não em outro
lugar Nádia.
— Se culpa?
— Eu autorizei elas morarem lá, quando saísse, mas pela
regra, ela deveria estar na sala de aula.
— E se culpa.
— A bala era para mim.
— Acha que vai dar certo?
— Vou tentar, acabamos de assumir um porto em Santos, vou
ter de investir, mas se lá der certo, teremos mais de um milhão de
dólares mês vindo dali.
— Está falando serio?
— Sim, mas terei de investir para chegar a isto, seis meses
para tentar chegar a isto.
— Então esta cara de cansado é porque estava fazendo força,
você sempre se cansa demais, e demora uns dois dias para sorrir de
novo.
Joaquim a olha, sorri e pensa o quanto esta moça não lhe
conhecia, se davam bem e ela não sabia quase nada de sua vida.
Ele veste seu terno e ela fala.
— Parece aqueles pastores de bairro.

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
Joaquim sorriu e foi ao trabalho, deixando Nádia no Cabral.
Ele chega ao banco e viu aqueles senhores a entrada, policia
federal, sabia o que havia feito, Carlos olha para ele e pergunta.
— Problemas cedo?
— Sei lá, tantos problemas que um a mais podemos resolver,
não esquece do curso a partir de hoje.
— Já mandei minha inscrição para a vaga.
Joaquim pega o papel e o preenche, entrega ao gerente geral
e vê os dois rapazes entrarem.
— Senhor Joaquim Jose Moreira?
— Sim.
— Temos uma denuncia contra o senhor.
— Estou a disposição. – Joaquim, sempre tentando entender
primeiro qual dos problemas para depois se defender.
Carlos olha o gerente Geral que pergunta.
— Problemas sedo?
—Não estávamos na cidade no fim de semana, deve ser algo
referente a sexta senhor.
— E como foi?
— Estranho como na pratica não parece difícil fazer aqueles
papeis que nos passam senhor, apenas aqui não estamos diante das
informações que no porto são parte do dia a dia.
— Aprendeu bastante?
— Sim, mas ele mal parou lá, ficou a correr o tempo inteiro.
— Pelo jeito lá vai ele de novo.
Joaquim foi conduzido e a moça da recepção perguntou.
— De novo?
— Falaram algo?
— Referente alguém que sumiu ter depositado um cheque na
conta da lanchonete na Sexta.
— Eles depositam mais de 300 cheques por dia. – Carlos.
Todos ficam a olhar Joaquim ser conduzido pela porta.
A chegada na policia federal, era acompanhada por
repórteres em um outro caso, e filmam aquele rapaz entrando, ele
olha a confusão e pergunta.
— Problemas?
— Pelo jeito estava fora da cidade.

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
— Sim.
— Prenderam um senhor num prédio no Cabral, que se
desentendeu com outro e saiu no braço, na entrada, quando
verificaram a fixa, era um dos tidos revolucionários.
Joaquim olha o Pager na mão e passa mensagem para se
inteirar do problema.
— Se duvidar gente querendo me complicar.
O rapaz olha para Joaquim, não entendeu, mas chega ao
delegado que fala.
— Senhor Joaquim Jose Moreira.
— Sim.
— Temos uma tirada de informação, temos um deposito de
um senhor na sua conta jurídica, este senhor está sumido desde
quinta a noite.
— Alguém que eu conheça?
— Alguns lhe indicaram como desafeto do senhor.
— Não lembro de ter desafetos senhor, não pequenos
desafetos.
— Certo, mas o secretario de segurança do Paraná está
sumido desde quinta à noite, e ninguém sabe onde ele está.
— Eu o vi na quinta à noite, mas ele estava em uma operação
no Capanema, eu estava em um enterro lá, ele ao longe com a
polícia e o exercito.
— Tem certeza que ele estava lá?
— Sim.
— E como ele estaria lá e no seu bar ao mesmo tempo?
— Senhor, teria de falar com meu gerente, pois o bar
funciona das quatro da tarde as oito da manha.
— E não o viu depois?
— Que lembre não, mas eu não olho os cheques, eu nem os
deposito, eles vem via malote para a agencia, e depositamos todos,
deve ter uns 300 cheques por dia.
— Se lembrar de algo, estamos tentando o achar, pensamos a
primeiro momento em compra de liberdade, sequestro, mas vimos
que o saque foi bem normal, nada tão expressivo.
— Poderia me informar uma coisa.
— Sim.

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
— Quem prenderam que está um agito ali na porta?
— Carlinhos Madeira, da guerrilha de Araguaia.
Joaquim sorriu e falou.
— Estranho, mas tudo bem.
— Estanha? Não entendi. – O delegado.
— Senhor, eu fui do exercito, a pergunta, quem é o senhor,
pois Carlinhos Madeira morreu no DOPS de São Paulo a 5 anos.
O delegado olha desconfiado e pergunta.
— E como saberia disto?
— Eu era do DOPS quando ele faleceu, lembro de todo o
sistema de segurança para que ninguém visse, ninguém vai assumir
esta morte, mas tenho certeza, este ser não é quem fala.
O delegado pede um momento e chama o delegado
responsável e este entra e pergunta o rapaz sentado.
— O que quer falar Martins?
— Este rapaz foi do DOPS, ele me disse algo que tem de levar
em conta, sem falar nada lá fora Candido.
— O que?
— Que Carlinhos Madeira está a 5 anos morto.
O senhor olha Joaquim e pergunta.
— Como ter certeza?
— Liga para o General Sabino, em São Paulo, Carlinhos
Morreu no DOPS, explica o que está acontecendo, pois senão ele vai
negar, mas explica que alguém está se passando pelo rapaz. –
Joaquim.
— E quem seria ele? – Candido.
— Não sei, pode ser CIA, ela tem infiltrado gente se passando
por mortos, mas eles também não vão desmanchar seus disfarces
para escapar, somente depois de presos pelo exercito.
—Porque acha que é CIA. – O delegado encarando Joaquim.
— Sapatos senhor, sapatos.
O delegado sorriu e perguntou.
— E quem é você que sabe disto?
— A ameaça da sexta, que hoje é acusado de ter sumido com
quem tentou me matar, mas tudo bem, encaro.
O delegado que havia chamado ele pergunta.
— Que historia é esta?

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
— As meninas atingidas no Capanema, lembra delas.
— Sim. – O senhor pensa e fala – Você era o antigo dono que
era a provável vitima das balas, é o que quer dizer.
— Sim.
— Acha que foi o secretario?
— Ele tinha uma ordem de Brasília para agir, ele não
contestaria senhor, não antes de terminar o serviço.
— E quem mandou a morte?
— Não tenho provas, mas estou a disposição. – Joaquim
vendo que iria se complicar.
— E como saber se ele é da CIA?
— Posso falar com ele?
— Acha que eles se abrem assim? – O delegado.
Joaquim sorriu e falou.
— Então tô indo.
Joaquim levantou e o delegado Candido pergunta.
— Não entende que não podemos por ele na frente de
qualquer um senhor.
Joaquim não falou nada e saiu, ele sai pelo corredor lateral, e
o rapaz ao fundo, preso parece parar na imagem de Joaquim
olhando para ele, o delegado ao fundo para, o rapaz se calou e
olhou para baixo e Joaquim sente alguém lhe segurar pelo ombro.
— Ele tem medo de você?
— Não é CIA, é exercito, liga para o General Rosa em Brasília
Delegado.
Joaquim sai e o delegado olha para o rapaz saindo e liga para
o general, ele não falou nada, disse que o delegado estava
enganado, mas meia hora após, estava entrando pela porta gente
do exercito e tirando o rapaz dali.
O delegado olha o rapaz ao fundo pegando um taxi e indo
embora e olha o auxiliar e pergunta.
— O que aconteceu aqui?
— Não sei, mas pelo jeito o exercito não vai dar respostas, vai
o levar para algum lugar que não pode ser achado.
Joaquim chega ao banco, vai aos seus afazeres e olha para o
gerente o indagar.
— Problemas?

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
— Nada que não desse para passar uma intimação e
compareceria, não entendo esta prepotência.
Joaquim transforma o dia na agencia apenas uma forma de
descansar e quando sai as 17 horas, ele vai no sentido do Cabral e
olha para Nádia.
— O que aconteceu?
— Alguém começou uma discussão na entrada do hotel ao
lado, que está vazio. Os dois rapazes foram detidos.
— E por aqui?
— Começando a me inteirar do que está no lugar, mas você
entrando pela porta com papeis, sinal de trabalho.
— Sim, vamos tocar um Cais, em Santos, lembra disto?
— Sim, mas não entendi o porque dos sistemas de
treinamento?
— Ideias a implementar.
— Esta melhor?
— Sim, vamos inaugurar a Danceteria com um fim de semana,
chamado “Festa do Chopp”.
— Não entendi.
— Teremos mesas que serão vendidas antecipadamente,
quem as comprar terão Chopp a vontade, durante a noite inteira.
— E vamos inaugurar este fim de semana?
— Começamos a festa na Sexta e terminamos no Domingo,
todo dia com venda de mesas, a comida é a parte, mas o Chopp faz
parte das mesas.
— E acha que enche?
— Acho que um Chopp especial, pode nos gerar mais pedidos
para depois.
— Certo, mas lá está pronto?
— Deve ficar pronto na Terça, amanha.
Nádia olha para as caixas chegando de Santos e pergunta.
— O que mandou para cá.
— Tenho de abrir ainda, mas parece material de escritório,
mas pretendo abrir pessoalmente para não ter surpresa.
— Surpresa?

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J. J. Moreira 3 – Batalhas Ganhas com Gosto de Derrota!
Joaquim sorriu e desceram, abriram a caixa e tinha papel,
lápis, caneta, borrachas, maquinas elétricas de datilografia,
corretivos, fitas para a maquina, Joaquim pega os sucos e fala.
— O problema é que eram lotes fechados, e estão a mais de 5
anos no estoque do porto, leiloaram, mas se tiver algo comestível,
nem olha, joga fora se for comestível, se for um vinho, ai pode
mudar de figura.
— Certo, isto que quis dizer surpresa?
— Sim.
Joaquim passou umas instruções e foi ao Capanema, as
meninas estavam paradas, e não sabiam quando voltariam, Paula
entra com aquele braço enfaixado e Joaquim fala.
— Tem de descansar menina.
— Elas querem trabalhar Joaquim, alguém tem de assumir o
papel, sabe disto.
— Toma cuidado.
— Sim, tomo cuidado.
— Me culpo por não ter as protegido mais.
— Como você adivinharia que não fomos a aula.
Joaquim olha para ela e fala.
— Quer mesmo fazer isto?
Ela sacode a cabeça e ele explica tudo que Rita fazia, e o
motorista leva ela para o Clube Curitibano.
Mudaram de Clube, mudaram de esquema, mas começaram
remarcando os que não fizeram e depois começam a marcar os
demais programas.
Marcia abraça Joaquim e fala.
— Temos de falar.
— Sei disto.
Joaquim abre a pasta que trouxe de Santos e fala.
— Passa para a família de Rita, sei que não é legal, mas
também não acho legal ficar com o dinheiro.
— Quanto tem ai?
— 10 mil dólares.
Marcia pega e fala.
— Parece ainda perdido nisto.

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— Eu me coloquei nisto, mas não é meu mundo, eu sou
daqueles que acabo me culpando, e sei que estranham, se eu matar
não me preocupo, mas ver outros fazendo o mesmo, me dá ódio.
— Me disseram que está com aquela Nádia.
— Acho que ela não me conhece, fica mais fácil não falar.
— Não entendi.
— Ela acha que me conhece, isto transforma as conversas em
deduções dela, que em nada tem haver com minha vida.
Marcia olha ele lateralmente e fala.
— Não vale nos isolar.
Joaquim sorriu e falou.
— Um dia entendo estas moças.
Marcia sorri, e Joaquim foi a Universidade, ainda tinha de se
formar, para conseguir ir a frente.
A noite, achou Nádia em sua porta, estava ficando muito
intimo, mas Joaquim estava tentando acalmar por um lado.
As vezes não abrir o passado, deixa a conversa em futilidades,
e neste instante, o rapaz pareceria querer bem isto.
Continua...

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