Você está na página 1de 39

Maria Julião Nhacumbe

Desafios para o professor de Matemática no ensino do aluno com necessidade educacional


especial (Cego) na 4ª classe.

Estudo de caso: Escola Primaria Completa de Mudzingadzi-Chimoio.

Licenciatura em Ensino de Matemática

Universidade Pedagógica
Chimoio
2016
Maria Julião Nhacumbe

Desafios para o professor de Matemática no ensino do aluno com necessidade educacional


especial (Cego) na 4ª classe.

Estudo de caso: Escola Primária Completa de Mudzingadzi-Chimoio.

Monografia apresentada ao Departamento


de Ciências Naturais e Matemática Delegação de
Manica.
Curso de Matemática
Licenciatura em Ensino de Matemática
Supervisor: dr. Jorge Diquissone Ndacherenga

Universidade Pedagógica
Chimoio
2016
Índice
Capitulo I........................................................................................................................................3

1.Introdução....................................................................................................................................3

1.1.Delimitação do tema.................................................................................................................3

1.2.Justificativa do tema.................................................................................................................4

1.3.Problematização........................................................................................................................4

1.4.Objectivos.................................................................................................................................5

1.4.1.Objectivo geral......................................................................................................................5

1.4.2.Objectivos específicos...........................................................................................................5

1.5.Hipóteses...................................................................................................................................6

1.6.Metodologia..............................................................................................................................6

1.7.Universo e amostra da pesquisa...............................................................................................7

Capitulo II.......................................................................................................................................8

2.Revisão bibliográfica...................................................................................................................9

2.1.A formação do professor e a educação especial.....................................................................11

2.2.A escola regular na perspectiva da educação inclusiva..........................................................12

Capitulo III....................................................................................................................................15

3.Apresentação e análise dos dados..............................................................................................15

3.1.Apresentação dos dados..........................................................................................................15

3.2.Resultado da pesquisa aplicada aos professores da escola.....................................................17

3.3.Análise dos dados...................................................................................................................21

3.4. Desenvolvimento das actividades......................................................................................22

Capitulo IV...................................................................................................................................23

4.Conclusões e recomendações....................................................................................................23

4.1.Conclusão...............................................................................................................................23

4.2.Recomendações......................................................................................................................24

5.Bibliografia................................................................................................................................25

Apêndice........................................................................................................................................X
III

Lista de tabelas

Tabela 1: Quanto ao sexo dos professores


------------------------------------------------------------15

Tabela 2: Tempo de Desempenho do professor


------------------------------------------------------16

Tabela 3: Professores Capacitados em NEE


----------------------------------------------------------17

Tabela 4: Receptividade dos alunos com NEE


-------------------------------------------------------18
IV

Lista de gráficos

Gráfico 1 – Sexo dos professores


----------------------------------------------------------------------15

Gráfico 2 – Tempo de Desempenho dos professores------------------------------------------------


16

Gráfico 3: Professores Capacitados em NEE---------------------------------------------------------


17

Gráfico 4: Receptividade dos alunos com NEE------------------------------------------------------


19

Lista de Imagens

Imagem nº 1: Ilustração da estrutura física dos edifícios da escola Mudzingadzi---------------


06
Imagem nº 2: Ilustração da escola Mudzingadzi-----------------------------------------------------
08
Imagem nº 3: Ilustração das actividades de escrita e contagem usando favo e pedrinhas------
22
V

Lista de abreviaturas

NEE – Necessidades Educativas Especiais

EPC – Escola Primaria Completa

% - Percentagem

LDB - Lei de Directrizes e Bases

I – Primeiro

II – Segundo

III – Terceiro

IV – Quarto
VI

Declaração

Declaro que a presente Monografia merece do esforço pessoal e da investigação por


mim empreendida, sob as orientações e achegas do meu supervisor é de salientar que a
abordagem arrolada na mesma é de carácter original, desta feita, as fontes que serviram de
foco constam no trabalho e na bibliografia final.
É de referir que este trabalho, ainda não foi submetido em nenhum estabelecimento de
ensino para aquisição de qualquer grau académico.

Chimoio aos, 07 de Maio de 2016


_________________________________________
Maria Julião Nhancumbe
VII

Dedicatória

Dedico este trabalho a toda a minha família.


VIII

Agradecimentos

Endereço os meus agradecimentos a todos aqueles que, directa ou indirectamente


contribuíram para minha formação, refiro-me aos colegas do curso, aos docentes do curso de
Matemática especialmente ao dr. Jorge Diquissone Ndacherenga, supervisor do presente
trabalho que contribuiu bastante com as suas ideias para o desencadeamento deste, efectuando
leitura no trabalho, criticando as incorrecções e sugerindo as alterações com vista ao
melhoramento do mesmo e também por ter sido decisivo e fundamental na finalização desse
trabalho.
IX

Resumo
A Educação Inclusiva é parte integrante da educação e deve ser compreendida como
um direito fundamental e indispensável do ser humano, principalmente quando se trata de
alunos com necessidades educacionais especiais, pois o seu objectivo é incluir o aluno e
contribuir com o trabalho do professor ao ensinar a Matemática, preservando o direito de toda
a educação. Deste modo, o tema: Educação Inclusiva: “Desafios para o s Professores da
Classe comum e Inclusão do Aluno com Necessidade Educacional Especial”, busca
oportunizar o conhecimento e a investigação das relações que envolvem os alunos desta
modalidade, seja na falta de adaptação física, na especialização, falta de preparo dos
profissionais envolvidos neste processo, materiais didácticos pedagógicos adaptados,
e outras dificuldades que são enfrentadas para a inclusão destes alunos. Este
trabalho foi efectivado através de pesquisa exploratória, descritiva, bibliográfica, pesquisa
de campo e estudo de caso, utilizando o questionário fechado como instrumento de
colecta de dados que se pautam entre si, analisando, reflectindo e levantado conclusões que
permitiram o estudo do tema pesquisado. Conclui-se que a inclusão ainda é um desafio em
todas as áreas da sociedade, principalmente, no âmbito escolar, pois, as dificuldades
encontradas exigem mudança de postura, ideias, práticas e, que o ser humano de modo geral
esteja aberto à aceitação da diversidade encontrada na sociedade.

Palavras-chave:
Educação Inclusiva, Ensino e Aprendizagem.
X

Capitulo I

1. Introdução

A educação especial vive um momento de reformulação e valorização, e é cada vez mais


visível a importância que esta modalidade vem ganhando, seja em todas esferas do
Ministério de Educação, e isso é reflexo de anos de luta por parte de profissionais desta área,
da comunidade escolar, de sectores sociais, entre outros, que só cresce quando a qualidade
da educação melhora. E com o tema em foco, obtiveram-se significativas melhoras,
vislumbrando-se a inserção dos alunos com necessidades educacionais especiais (NEE) nas
salas de aula comum das escolas Primarias Completas. Isso é uma vitória para a educação
moçambicana, que percebeu não tão tarde que, as diferenças existentes não podem ser
empecilho para a convivência harmoniosa entre alunos com necessidades educacionais
especiais e os que não possuem.

Durante o estudo do tema percebeu-se que a inclusão na educação aflorou em um período de


crescimento no país tanto como num cenário mundial e isso demonstra o quanto é preciso
preparar-se para as inovações e desafios que a inclusão nos exige. Também a estrutura física
de muitas escolas deverá ser adaptada para atender com presteza e dignidade estes alunos, e
os profissionais envolvidos no desenvolvimento educacional dos mesmos, seja na parte
pedagógica, administrativa ou de apoio se qualificaram em áreas específicas para melhor se
adaptarem as mudanças no quotidiano que a convivência com os portadores de necessidades
educacionais especiais necessita.

Assim, buscou-se com esta pesquisa a comprovação das dificuldades encaradas pelos
professores no processo de inclusão dos alunos com necessidades
educacionais especiais nas salas de aula comum na Escola Primaria Completa Modzingadzi-
Chimoio.

1.1. Delimitação do tema


XI

Esta pesquisa delimitou-se a investigar sobre “os desafios do professor de Matemática na


leccionação dos alunos com necessidades educativas especiais, sob ponto de vista dos cegos”,
na Escola Primaria Completa Mudzingadzi-Chimoio.

1.2. Justificativa do tema

Como professora, e olhando para os desafios que um professor pode ou enfrenta na sala de
aulas com os alunos em diferentes aspectos no processo de ensino e aprendizagem, surge
uma motivação em procurar estudar de forma a perceber de facto o que um professor pode
ou enfrenta numa sala de aulas inclusiva ou seja com uma parte de alunos com
necessidades educativas especiais.
Pensar na proposta da inclusão é ampliar a reflexão numa visão crítica da realidade
apontada para o facto de que, apesar das sucessivas leis definindo a educação dos alunos
com necessidades educacionais especiais com responsabilidades colectivas. Portanto,
investigar sobre os desafios da Educação Inclusiva e o papel do professor na disciplina de
Matemática na escola primária, nesse processo, oportunizando a reflexão do que já
vem sendo estudado e discutido e efectivado em âmbito nacional e confrontar com acções
políticas e pedagógicas que ao invés de incluir, excluem. Deste modo, as políticas públicas
nas escolas primárias devem criar condições de acessibilidade em todos os sentidos, para
que os alunos com necessidades educacionais especiais possam, assim como todos os
demais grupos marginalizados, ter acesso a uma educação de qualidade que promova a
oportunidade de igualdade para desenvolvimento de seu potencial e a sua formação
integral como sujeito, e assim garantir o direito de todos à educação para o exercício
efectivo de sua cidadania.
Durante a materialização das práticas pedagógicas verificou-se a política educacional ainda
longe de absorver essa parcela da população e em muitas escolas não estão criadas as
condições para recepção de alunos com necessidades educativas especiais, para que estes
possam ter uma educação de qualidade e tenham oportunidade de igualdade com os demais
alunos. Portanto, é nesta vertente que a autora traz a proposta da inclusão do aluno com
necessidade educacional especial e os desafios do professor da classe comum.

1.3. Problematização
XII

O desenvolvimento das escolas inclusivas implica modificações substanciais nas práticas


educativas, desenvolvendo uma pedagogia centrada na criança e capaz de dar respostas às
necessidades de todas as crianças, incluindo aquelas que apresentam uma incapacidade
grave. A educação inclusiva se tornou um tema actual e amplamente discutido na
sociedade e nos meios políticos, sendo considerado um pilar no processo de inserção dos
“diferentes” entre os iguais. O tema é abrangente e diverso, mas pode-se aferir dele que,
quando se levanta a bandeira da inclusão, deve-se buscar mais que o recebimento de
alunos com necessidades educacionais especiais em sala de aula comum nas escolas
primárias, deve-se observar que, não pode haver limites nas práticas pedagógicas
aplicadas a estes alunos. Suas limitações não devem servir de desculpas, para os resultados
não alcançados; pelo contrário, as limitações muitas das vezes fazem falta, deixa de aplicar
novos métodos de aprendizagem em sala de aula, impossibilitando assim a verdadeira
inclusão efectivamente.
As dificuldades e os problemas que enfrentam a sociedade na inclusão de pessoas com
necessidades especiais e em particular o ensino não são recentes, a educação inclusiva se
tornou um tema actual e amplamente discutido na sociedade, sendo considerado um pilar
no processo de inserção dos “diferentes” autores e com mesmas oportunidades, no
entanto, a política educacional ainda está longe de absorver essa parcela da população,
encontrando professores sem formação adequada para receber esses alunos, escolas sem
mínimas condições para absorção dos mesmos.
Assim, surge a questão seguinte: Que desafios a superar os professores de Matemática no
processo de inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais no Mudzingadzi
-Chimoio?

1.4. Objectivos
1.4.1. Objectivo geral
 Analisar a inclusão do aluno com necessidade educacional especial na disciplina de
Matemática no processo escolar, com uma perspectiva política, pedagógica e social na
construção de um sistema escolar de qualidade e de oportunidade para todos.

1.4.2. Objectivos específicos


 Identificar as formas de tratamento, adaptação e organização da referida escola para os
alunos com necessidades especiais no quotidiano escolar;
XIII

 Observar como tem sido realizada a actividade pedagógica do professor de Matemática


com os alunos com necessidades educacionais especiais na escola;
 Identificar a formação dos professores de Matemática da Escola Primaria Completa
Mudzingadzi, que trabalham com as crianças portadoras de necessidades educacionais
especiais.

1.5. Hipóteses
 Os alunos com necessidades educacionais especiais, se inseridas no processo educacional
inclusivo, serão capazes de construir sua autonomia e de exercerem seu papel na
sociedade;
 O professor do ensino regular exerce um papel importante no desenvolvimento
intelectual, social e emocional das crianças com necessidades educacionais especiais;
 A falta de adaptação e acessibilidade física, pedagógica e administrativa no contexto
escolar, dificulta o trabalho com os alunos de necessidade educacionais.

Imagem nº 01: Ilustração da estrutura fisica dos edifícios da escola Mudzingadzi.

1.6. Metodologia
Com vista a alcançar os objectivos descritos, a pesquisa baseou na Consulta bibliográfico,
entrevista, questionário, observação, onde cada método teve as seguintes caracterizações:
XIV

Entrevista: Esta metodologia baseou numa conversa oral com o aluno em relação a
disciplina de Matemática. Ela terá um objectivo de colher informações importantes para
compreender as formas de inclusão dos alunos com NEE.
Questionário: O questionário foi escolhido como instrumento para colecta de dados aos
professores de Matemática e membros mais altos da direcção (Coordenadores,
Pedagógicos e Director) para que se possa aperfeiçoar o tempo de pesquisa e a observação
dos resultados de aproveitamento escolar dos alunos com NEE na escola em estudo.
Pesquisa exploratória: com esta pesquisa, fez-se um estudo preliminar do tema, buscando
familiarização com o mesmo, buscando critérios, métodos e técnicas para o
desenvolvimento do estudo.
Pesquisa descritiva: esta pesquisa baseou numa análise, no estudo e interpretação dos
dados analisados com o questionário que foi aplicado, sem entrar no mérito do tema
abordado dirigido aos docentes da Escola EPC Mudzingadzi - Chimoio.
Revisão bibliográfica: Para realizar esta pesquisa foi feita uma pesquisa bibliográfica a
fim de entender os processos teóricos que embaçam o tema proposto, e o estudo de caso
pela necessidade de investigar no local de estudo.

1.7. Universo e amostra da pesquisa

Este trabalho utilizou como universo todos ao professores e alunos duma turma da 4ª
classe da Escola Primária Mudzingadzi, com uma parte de alunos especiais, foram
entrevistados 07 (sete) professores, 02 (dois) coordenadores, 02 (dois) pedagógicos, o
director da escola e 05 alunos com necessidades educativas especiais (Cegos), dando um
número total de 16 pessoas. Esta amostra foi submetida em um questionário com perguntas
do tipo múltipla escolha, excepto os alunos que tiveram uma entrevista oral.
Para a selecção da amostra foi primeiro necessário o conhecimento da presença de uma
turma com alunos que continham necessidades educativas especiais naquela escola, depois
escolheu-se sistematicamente essa turma que continha alunos com NEE’s. Para a selecção
dos alunos, foi preciso observar directamente os que tinham problemas de visão (cegos). E
quanto aos componentes da direcção foi por julgamento.
XV

Localização da escola
A escola primária completa de mudzingadzi localiza-se na cidade de Chimoio,no bairro de
Mudzingadzi, próximo do hotel Moinho. Eis as imagens da estrutura física da escola:

Imagem nº 02: Ilustração da escola Mudzingadzi.


XVI

Capitulo II
2. Revisão bibliográfica

A abordagem ao tema inclusão vai além do recebimento de alunos com necessidades


educacionais especiais pelas escolas. Ela passa pelo campo da aceitação dos pais, que
muitas das vezes põem barreiras ainda maiores sobre seus filhos, limitando sua capacidade
de inserção e do desenvolvimento cognitivo, emocional e social, junto aos demais alunos
das escolas regulares. Outro elemento importante é o Estado, que precisa investir na
educação inclusiva e preparar a rede física da escola e todo o corpo docente para o
recebimento dos alunos, sem discriminação. Portanto, o profissional da educação deve ter
uma qualificação específica para atender às necessidades educacionais especiais destes
alunos tanto auditiva, visual, mental, motora, dificuldades de aprendizagem, dentre outras,
garantindo a qualidade da educação oferecida e participação nas actividades
desenvolvidas pela escola.
Por isso que Mantoan (2005, p.45) diz que a inclusão questiona não somente as políticas e
a organização da educação especial e regular. A noção de inclusão institui a inserção de
uma forma mais radical, completa e sistemática. O vocábulo integração é abandonado,
uma vez que o objectivo é incluir um aluno ou um grupo de alunos; a meta primordial da
inclusão é a de não deixar ninguém no exterior do ensino regular, desde o começo. A
inclusão causa uma mudança de perspectiva educacional, pois não se limita a ajudar
somente os alunos que apresentam dificuldades na escola, mas apoia a todos:
professores, alunos, pessoal, administrativo, para que obtenham sucesso na corrente
educativa geral.
Segundo Beyer (2006, p. 45), podem-se apresentar três momentos distintos em que as
pessoas deficientes viveram. No primeiro momento na antiguidade, o extermínio feito
das mesmas era por seus pais ou familiares que não aceitavam tê-las em seu meio de
convívio. Quando muitos acreditavam se tratar de um castigo de Deus, por isso teriam
XVII

gerado seres imperfeitos. Essas crianças eram consideradas anormais e débeis, distantes
do ideal de beleza da cultura grego - romana.
Segundo Beyer (2006, p. 45), no segundo momento, na Idade Média, continua a
segregação destas pessoas, que eram mantidas em albergues, asilos e posteriormente
em hospitais, (a partir do surgimento do primeiro deste tipo, na Europa). Não havia a
inclusão, pois, apenas conviviam com outras pessoas também especiais.
Segundo Beyer (2006, p. 45), no terceiro momento, surge a ideia de integração social,
apesar disso, ainda há uma exclusão dos diferentes, que agora são recebidos em
instituições especiais que trabalham apenas com crianças, adolescentes e jovens,
permanecendo o processo de inclusão/exclusão que segrega uma parcela da sociedade de
uma convivência com diferenças, alocando-os em escolas diferenciadas, privando-os do
convívio com os demais alunos de sala de aula comum em escola de ensino regular.
A inclusão social constitui, um processo bilateral nos quais as pessoas, ainda excluídas e
a sociedade buscam em parceria equacionar problemas, decidir sobre soluções e efectivar
a equiparação de oportunidades para todos. Assim como Sassaki, (2005, p.32) que vê
“a inclusão social como um processo pela qual a sociedade se adapta para
poder incluir, em seus sistemas sociais gerais, pessoas com necessidades
especiais e, simultaneamente, estas se preparam para assumir papéis na
sociedade”.

Segundo (CARVALHO: 2005), Com o movimento da educação inclusiva, aplicada nos


moldes da educação actual, estes alunos são vistos como fonte de inspiração para
muitas pessoas, uma vez que, mesmo com suas limitações podem se desenvolver e
conviver na escola. A inclusão é mais que matriculá-los nas escolas regulares, é saber lidar
com as diferenças e descobrir que estas somadas aos esforços é que geram a
igualdade entre todos, possibilitando um melhor aproveitamento do ensino aplicado pelos
professores, que passam a ser repensados para uma melhor adequação dos meios
utilizados.
Para (SASSAKI: 2005), A fase de integração pode ser entendida como processo onde as
pessoas com deficiência buscavam formas de se adaptar à sociedade como esta se
encontrava e à escola nos seus modelos pré-estabelecidos (metodologia de trabalho,
modelos avaliativos, actividade homogeneizadoras na maioria das práticas pedagógicas)
sem que houvesse uma preocupação mais enfática com mudanças nesses sectores.
XVIII

De acordo com (SASSAKI: 2005), afirma que a comunidade como um todo deveria
aprender a ajustar-se às necessidades especiais de seus cidadãos com deficiência.
Segundo (CARVALHO: 2005), Quando o tema inclusão é apresentado a uma escola ou
comunidade segundo os psico-pedagogos, pode-se afirmar que, estes devem estar prontos
a enfrentar desafios que vão além de receber com dignidade e conhecimento os alunos
especiais, é preparar a rede física, administrativa e pedagógica para o acolhimento a estes
e com leveza e sabedoria, introduzir aos demais alunos valores e senso de respeito ao
próximo, valorizar e incentivar a participação dos pais e comunidade local na vida escolar
de seus filhos, para que, mais que receber um especial e tratá-lo com dignidade, este possa
se sentir parte integrante da escola, e seu desenvolvimento e crescimento seja educacional
como social.
Segundo (CARVALHO: 2005), o tema voltado à inclusão deve ter início na educação
infantil, para que este aluno se sinta mais seguro ao ingressar no ensino fundamental e
esteja mais bem preparado para os desafios desta nova fase, e isso também possibilita aos
demais alunos uma melhor aceitação de colegas com necessidades especiais, visto que,
muitos já convivem com as diferenças desde a pré-escola.
É visível o crescimento da aceitação das diferenças por parte da população, as questões
sociais que visam inserir os especiais no mercado de trabalho são apoiadas pela
sociedade, que vê nesta inclusão um meio de atender os anseios daqueles que
nasceram com alguma limitação ou aos que a desenvolveram durante a vida, ou ainda
por uma fatalidade tiveram seus movimentos reduzidos. Com a inclusão acontecendo
no primeiro degrau da vida social de uma pessoa que é a escola, a possibilidade que esta
inserção seja mais absorvida e aproveitada por todos, é maior.

2.1. A formação do professor e a educação especial

Segundo (BUENO: 2003), as escolas devem reciclar seu corpo docente e seus servidores
para o atendimento adequado aos portadores de necessidades educativas especiais,
estabelecendo ainda que professores efectivos possam actuar, em carácter provisório, nas
salas de recursos e no atendimento itinerante. No caso de não haver professores que
atendam às exigências, admitir-se-á a actuação de professores em designação
temporária. Definiu-se que, em todas as hipóteses, o professor deverá possuir curso de
especialização de, no mínimo, 120 horas.
Segundo (SANTOS: 2005), os novos profissionais que chegam ao mercado de trabalho
a cada semestre, o que se espera é uma aplicação clara e concisa de seus conhecimentos e
XIX

a capacidade intuitiva de inovar e aplicar novas técnicas e conhecimentos no quotidiano


escolar, sem fugir totalmente do tradicional, mas inserindo os alunos que não tem
necessidades educacionais no mundo daqueles que tais necessidades possuem. Esta
inserção tem por fim, apresentar aos alunos as dificuldades que colegas enfrentam por
suas limitações e possibilitar uma maior interacção destes grupos de alunos no
desenvolvimento de conteúdos e actividades novas.
Segundo (SANTOS: 2005), a formação continuada de professores, inclusive para o
desenvolvimento da educação bilingue para estudantes surdos ou com deficiência auditiva
e do ensino do Braille para estudantes cegos ou com baixa visão; Formação continuada de
professores, inclusive para o desenvolvimento da educação bilingue para estudantes
surdos ou com deficiência auditiva e do ensino do Braille para estudantes cegos ou com
baixa visão.
Formação de gestores, educadores e demais profissionais da escola para educação na
perspectiva da educação inclusiva, particularmente na aprendizagem, na participação e na
criação de vínculos interpessoais.

2.2. A escola regular na perspectiva da educação inclusiva

Segundo (SANTOS: 2005), Com conceito de educação especial apresentado na Lei de


Directrizes e Bases (LDB), art. 58, vem explícito no 3º “A oferta de educação especial,
dever constitucional do Estado, tem início na faixa etária de zero a seis anos, durante a
educação infantil”.
A Lei de Directrizes e Bases da Educação Nacional 9.394/96 conceitua Educação como:
 Art. 1º-A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar,
na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos
movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais.

No art. 59, incisos de I a V, assegura aos educandos com NEE um sistema de


ensino com:
 Currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização específica, para atender
às suas necessidades;
 Terminalidade específicas para aqueles que não puderem atingir o nível exigido para a
conclusão do ensino fundamental, em virtude de suas deficiências, e aceleração para
concluir em menor tempo o programa escolar para os superdotados;
XX

 Professores com especialização adequada em nível médio ou superior, para atendimento


especializado, bem como professores do ensino regular capacitados para a integração
desses educandos nas classes comuns;
 Educação especial para o trabalho, visando a sua efectiva integração na vida em
sociedade, inclusive condições adequadas para os que não revelarem capacidade de
inserção no trabalho competitivo, mediante articulação com os órgãos oficiais afins, bem
como para aqueles que apresentam uma habilidade superior nas áreas artística, intelectual
ou psicomotora.

Segundo (SANTOS: 2005), quando o Estado cria leis que garantem o acesso e
permanência dos alunos com necessidades educacionais especiais na sala de aula comum,
em uma escola regular, ele busca com isso propiciar a estes o convívio com os demais
alunos da escola, criando uma atmosfera de igualdade entre as ofertas oferecidas aos
“diferentes”. Mas, para tal inclusão é necessário mais que leis que as estabelecem; será
necessária adaptação física, a reparação/formação das pessoas que trabalham nas escolas e
que receberão estes alunos nas salas de aula, preparar a mobilização social, tanto dos pais,
quanto a sensibilização dos alunos para receberem os alunos especiais.
Segundo (CARVALHO: 2005), a inclusão educacional pelo visto chega a uma época de
informatização, maior velocidade na disseminação de notícias e fatos e proporciona
aos profissionais que se lançam nesta área, várias possibilidades de actuação e maior
facilidade para uma formação adequada a cada necessidade apresentada pelo aluno.
Segundo (CARVALHO: 2005), o desenvolvimento da proposta educacional de cada
instituição passa das práticas já conhecidas e aplicadas há anos e vai a novas e inovadoras
transformações nas mesmas, uma vez que, para atender as necessidades que cada aluno
apresenta, faz-se necessário empreender vários métodos novos, vislumbrando chegar ao
Objectivo final que é o desenvolvimento cognitivo e intelectual do aluno.
Segundo (CARVALHO: 2005), ouve-se a frase “A Educação é um direito de todos”,
certifica-se que a todos é assegurado o direito à mesma, independentemente de suas
limitações; o que não podemos esperar é que os meios de ensino e sua aplicação no
quotidiano escolar sejam iguais em todas as escolas.
Segundo (CARVALHO: 2005), o grande desafio actual é tratar os diferentes iguais; pois,
somos diferentes uns dos outros, mas somos iguais na questão de direitos e oportunidades.
E este desafio é extremamente difícil, principalmente na óptica da educação, uma vez que,
deve-se preparar na diversidade de necessidades cidadãos críticos e pensantes.
XXI

Sabe-se que cada necessidade precisa de um meio de tratamento, não pode esperar que um
mesmo método, uma mesma estratégia aplicada a um aluno com deficiência mental, seja
eficiente para todos os demais com deficiência mental. Tem se que aprimorar práticas para
alcançar êxito em no trabalho escolar. Cada deficiência é única, portanto o atendimento é
singular.
Segundo (CARVALHO: 2005), a interacção entre o professor da sala do Atendimento
Educacional Especializado (AEE) e o da sala regular é de suma importância para um
desenvolvimento completo do educando, uma vez que, as dificuldades apresentadas pelo
aluno em cada etapa do ensino podem ser diferentes e esta interacção possibilita uma
maior facilidade no diagnóstico destas dificuldades e posteriormente melhoria nos
métodos desenvolvidos pelos mesmos.

Portanto, a Formação de professores afrontada como uma unidade sistemática de um


sistema de ensino mais global, deve ser um meio de mudança e de renovação. A
inovação do ensino tem de ser encorajada nos centros de formação, e não nas suas
estruturas administrativas. Trata-se de um eixo de inovação, quer para o ensino ministrado
nas classes das escolas espalhadas pelo País, quer para a fundamentação científica
pedagógica dos currículos de formação dos professores do ensino regular e da educação
para pessoas com NEE.
XXII

Capitulo III
3. Apresentação e análise dos dados
3.1. Apresentação dos dados

Os dados apresentados são os resultados de um questionário aplicado na Escola Primaria


Completa Mudzingadzi-Chimoio, com 07 (sete) professores, 02 (dois) coordenadores, 02
(dois) pedagogos e 5 (cinco) alunos.

Resultados da pesquisa aplicada a director da escola


Os resultados evidenciaram que a maior parte, ou seja, 71,4% dos professores são do sexo
masculino, sendo o restante, 29% composto por professores do sexo feminino, segundo a
tabela 1 e a Gráfico 1.
Tabela 1: Quanto ao sexo dos professores

Sexo Frequência Absoluta Frequência relativa %


Masculino 5 71,4
Feminino 2 28,6
Total 7 100
Fonte: Autor/ 2016
XXIII

Gráfico 1 – Sexo dos professores


Fonte: Autor/ 2016

Em relação ao nível de escolaridade dos professores, verificou-se que 100 % dos


professores são de N3 formados pela UP na área em que actuam. Sobre o tempo de
desempenho no Ministério de Educação, constatou-se que 57,1% dos professores actuam
há mais de 10 anos e 42,9% menos de 10 anos, segundo a tabela 2 e o gráfico 2.
Tabela 2: Tempo de Desempenho do professor
Tempo Frequência Absoluta Frequência Relativa %
Mais de 10 anos 4 57
Menos de 10 anos 3 43
Total 7 100
Fonte: Autor/ 2016
XXIV

Gráfico 2 – Tempo de Desempenho dos professores


Fonte: Autor/ 2016

O tempo de experiência com os alunos especiais constatou-se que 60% dos professores
sempre trabalharam com alunos de Necessidades Educacionais Especiais (NEE) enquanto
40% nunca trabalharam.
Quanto à formação dos professores para atenderem crianças com necessidades
educacionais especiais no ensino da disciplina de Matemática, verificou-se que 75% dos
professores possuem capacitação profissional para trabalharem, enquanto 25%, não
possuem capacitação. Pode-se considerar que é um dado relevante, pois o conhecimento
leva a uma prática de atendimento que promova melhorias no processo escolar do aluno
quanto a aprendizagem de Matemática. E também, constatou-se que 71% dos professores
têm realizado cursos de capacitação e apenas 29% ainda não realizaram curso/capacitação,
segundo a tabela 3 e gráfico 3.
Comprovou-se que 75% dos professores destacam como maior necessidade de formação
dos professores para trabalharem com alunos com NEE o conhecimento de competências
pedagógicas para atender os alunos da Educação Especial e 25% que acreditam que seja o
conhecimento da disciplina que lecciona.
Tabela 3: Professores Capacitados em NEE
Professor Frequência Absoluta Frequência Relativa
%
Com capacitação 5 71,1
Sem capacitação 2 28,9
Total 7 100
Fonte: Autor/ 2016
XXV

Gráfico 3: Professores Capacitados em NEE


Fonte: Autor/ 2016

3.2. Resultado da pesquisa aplicada aos professores da escola

A pesquisa evidenciou que a maioria do corpo docente tem mais 10 anos de experiencias
no Ministério de Educação. Esse dado é relevante, pois o diálogo pedagógico entre a
equipe pode se tornar um ambiente propício às novas mudanças e trocas de experiência.

Tabela 4: Receptividade dos alunos com NEE


Descrição Frequência Absoluta Frequência Relativa %
1ª Os pais são convidados
para conhecer como funciona 4 57,14
esse trabalho na escola

2ª Sala de aulas adequadas e Frequência Absoluta Frequência Relativa %


6
adaptadas
85,71
3ª Professores com formação Frequência Absoluta Frequência Relativa %
específica para atender os
6 85,71
alunos com NEE

4ª Alunos acolhidos com Frequência Absoluta Frequência Relativa %


XXVI

carinhos, respeito e atenção


7 100

5ª Desenvolvimento de Frequência Absoluta Frequência Relativa %


projectos Escola-Comunidade
5 71,42
relacionados à inclusão
educacional
Fonte: Autor/ 2016
XXVII

Gráfico 4: Receptividade dos alunos com NEE


Fonte: Autor/ 2016

Resultados do nº 2
Em relação à receptividade, obteve-se resultados percentuais diferentes para cada questão,
assim sendo, segue a descrição dos resultados:
Para a 1ª questão: Os pais são convidados para conhecer como funciona esse trabalho na
escola, obteve-se 57,14% de afirmação, essa percentagem representa cerca de 4 professores
que acreditaram na primeira questão como sendo uma das medidas para ajudar a contribuir
para o melhor atendimento dos alunos com NEE.
Para a 2ª questão: Sala de aulas adequadas e adaptadas obteve-se 85,71% de afirmação que
corresponde a 6 dos 7 professores.
Para a 3ª questão: Professor com formação específica para atender os alunos com NEE,
também obteve-se 85,71% de afirmação, que representa 6 professores dos 7 entrevistados.
Para a 4ª questão: Alunos acolhidos com carinhos, respeito e atenção, obteve-se 100% de
afirmação, que representa todos os 7 professores entrevistados.
Para a 5ª questão: Desenvolvimento de projectos Escola-Comunidade relacionados à
inclusão educacional, obteve-se 71,42% de afirmação, que representa 5 professores dos 7
entrevistados.
Resultados do nº 3
A escola possui atendimento educacional especializado e que o mesmo é realizado na
própria escola.

Resultados do nº 4
Sobre a questão da inclusão dos alunos com NEE na sala de aula, os resultados
demonstram que 54,55% dos professores acreditam que os demais alunos têm respeito aos
alunos com NEE, 27,27% identificam que os pais aceitam as NEE’s de seus filhos, e
XXVIII

18,18% acreditam que os colegas de classe possuem dificuldades de aceitar os alunos com
NEE.

Resultados do nº 5
Verificou-se que 36,36% relatam que há um planeamento colectivo com professores da
classe comum e multifuncional em todos os planeamentos, 36,36% identificam que existe a
participação em alguns projectos, enquanto 27,28% relatam que sempre fazem o
planeamento colectivo.

Resultados do nº 6
Em relação à presença de alunos com NEE, 100% dos professores ensinam a alunos com
NEE nas classes iniciais do Ensino primário.

Resultados do nº 7
Quando os professores identificam alunos com NEE, 54,55% dos professores, fazem um
relatório/diagnóstico e encaminha para o pedagogo, director e ou atendimento educacional
especializado; 27,27% utilizam de metodologias diversas para atender ao aluno com NEE
e, 18,18% participam com a família sobre a NEE do aluno.

Resultados do nº 8
Verificou-se que 43% dos professores possuem capacitação profissional para trabalhar com
alunos com NEE, enquanto 57%, não possuem capacitação, como ilustra o gráfico 3.
Constatou-se que 45,45% dos professores realizaram curso/capacitação com carga horária
de 80 a 200 horas; 45,45% não realizaram curso/capacitação e 9,10% realizaram
curso/capacitação com carga horária de mais 200 horas.

3.3. Análise dos dados

Com a aplicação do questionário na referida escola verificou-se que embora haja algumas
falhas, como: falta de adaptação física (a estrutura dos edifícios não está preparada o
suficiente para receber alunos com NEE), precariedade nos materiais didácticos
pedagógicos, falta de investimento na formação e capacitação dos funcionários que
trabalham com os alunos com NEE, a equipe gestora e de professores são muitos
XXIX

receptivos, acolhedores e esforçados para atingir os objectivos educacionais com todos os


alunos, principalmente, com os de NEE.
Os profissionais que compõem o corpo docente e a gestão possuem formação na área do
ensino e continuam se capacitando e se aperfeiçoando para que o processo de
ensino/aprendizado ocorra de forma concreta.
A maioria dos profissionais possui mais de quinze anos de docência, e também tem
experiência em trabalhar com alunos com NEE. E com o planejamento feito com todos os
professores, envolvidos neste processo, o trabalho se torna mais eficiente, trocando
experiências, encaminhando outros alunos que são diagnosticados com NEE e executando
projectos em conjunto.
Constataram-se através da análise dos dados da equipe gestora e a dos professores de
Matemática na maioria dos quesitos as respostas foram parecidas, com ressalvas referentes
ao tempo de actuação com alunos com NEE, pois os gestores possuem menos experiências,
comparando-se com a dos professores. Sendo assim, referente ao tempo de cursos de
capacitação, verificou-se, que embora ambos façam cursos de capacitação, a equipe gestora
possuí uma carga horária maior dos mesmos.
Sendo assim, verificou-se que o trabalho dos professores da classe regular e da equipe
gestora no que se refere inclusão dos alunos com NEE, estão se desenvolvendo e se
aperfeiçoando cada vez mais, quebrando assim, as barreias e paradigmas encontrados no
decorrer deste processo, contribuindo para que a sociedade de modo geral saiba lidar com a
diversidade existente.

3.4. Desenvolvimento das actividades

Após a avaliação feita através do questionário, foi necessário desenvolver algumas


actividades práticas com os alunos, usando materiais como: Favo de ovos meia-duzia, 6
pedrinhas. Isto para escrita e contagem dos números assim como mostra a figura a seguir:
XXX

Imagem nº 3: Ilustração das actividades de escrita e contagem usando favo e pedrinhas.


Fonte: Autora

Durante essas actividades constatou-se vários factos na parte dos alunos, pois três alunos já
mostravam habilidades no manuseio da casa Braill, enquanto os outros dois ainda
apresentavam dificuldades. Mas com a ajuda da autora foi possível colmatar as
dificuldades que estes encaravam, como é o caso do posicionamento dos favos e a relação
que existe entre a casa Braill com o alfabeto.

Capitulo IV
4. Conclusões e recomendações
4.1. Conclusão

Conclui-se através dessa pesquisa que o professor que lecciona a disciplina de Matemática
é parte integrante e de fundamental importância no desafio da inclusão nas escolas públicas
e nas classes primárias, pois as dificuldades enfrentadas pelos mesmos exigem mudanças
de ideias, práticas, postura, conceitos e aceitação no aprender a conviver com a
diversidade, desenvolvendo uma pedagogia centralizada neste público-alvo específico.
Portanto, são vários os desafios que os professores de matemática enfrentam, tais como o
preconceito na recepção dos alunos com NEE, a falta da preparação psicopedagógica do
XXXI

professor também constitui um dos desafios do professor na inclusão destes alunos. De


facto, a aceitação dos alunos com NEE nas escolas, pode influenciar positivamente na
inserção dos mesmos na sociedade, permitindo assim o exercício do seu papel nesta
sociedade. Considerando a escola como o segundo lar dos alunos, conclui-se também que o
professor de facto tem um papel fundamental no desenvolvimento intelectual, social tanto
como emocional das crianças; e por outro lado também as condições físicas, pedagógicas e
administrativas da escola podem influenciar positiva ou negativamente o trabalho com os
alunos portadores de NEE.
Nas instituições de formação de professores no país, não existe uma disciplina específica
centrada no tratamento de alunos com NEE, mas aborda-se conteúdos do género na
psicopedagogia como uma matéria complementar. Olhando para isso conclui-se que os
institutos de formação de professores nacionais deveriam intensificar mais na capacitação
de pessoal para atender esse tipo de situações nas escolas, apesar de ainda haver défices
para tal.
Nessa pesquisa queria se perceber as dificuldades que os professores encaravam na
inclusão de alunos com NEE, e depois ajudar aos professores tanto como aos alunos a
ultrapassarem tais dificuldades, mas para além dessa ajuda fornecida ainda foi possível
notar a necessidade de efectuar-se uma capacitação específica aos professores na matéria
de necessidades educativas especiais.

4.2. Recomendações

Recomenda-se que para que a educação inclusiva seja de facto colocada em prática de
forma concreta e efectiva, deve-se iniciar um trabalho intensivo desde a formação
académica do professor ingresso na rede regular de ensino, melhorando e aumentando a
carga horária desta disciplina nas grades curriculares, para que tenha sua devida
importância.
Sendo assim, é necessário que todas as esferas do governo e das políticas públicas,
desenvolvam projectos e programas de conscientização da sociedade diante das
diversidades, que são inúmeras nesta sociedade, oportunizando ao cidadão o conhecimento
de seus direitos, para que consequentemente, seus deveres sejam exercidos.
XXXII

5. Bibliografia
1. ANDRADE, Maria Margarida de. Introdução à metodologia do trabalho
científico: elaboração de trabalhos na graduação. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2001.
2. BEYER, H. O. Por uma epistemologia das c r i a n ç a s c o m n e c e s s i d a d e s
especiais. In: Inclusão: Revista da Educação Especial. V.2. Brasília: Secretaria de
Educação Especial, 2006.
3. BUENO, J.G.B ET.al. As políticas regionais de educação especial no
Brasil. Trabalho apresentado na 26 Reunião anual da ANPED. Trabalho encomendado,
BUENO Poços de Galdas, MG, 5 a 8 de Outubro de 2003.
4. CARVALHO, Janete Magalhães, D i f e r e n t e s perspectivas da
p r o f i s s ã o docente na actualidade, 2. ed. Vitória: Edufes, 2004.
XXXIII

5.MANTOAN, M. T. E. Revista da educação especial. Brasília: EC\Secretaria de


Educação Especial, v.1, n.1, out. 2005.
6. SASSAKI, Romeu Kazumi, Inclusão: Construindo uma sociedade para todos.
6. ed. Rio de Janeiro: WVA, 2005.
7. SANTOS, Leila Magalhães. Programa de Capacitação de
Recursos Humanos no EnsinoFundamental: super dotação e
talento. Brasília: MEC\ Secretaria de Educação Especial, v.2, 2005.
X

Apêndice

QUESTIONÁRIO APLICADO A MEMBRO MAIS ALTOS DA DIRECÇÃO


O objectivo da pesquisa é dar alicerce a uma proposta de acções que permitam o
desenvolvimento de competências profissionais pedagógicas dos professores quanto a Educação
Inclusiva na escola. Convida-se que tenha a benevolência de oferecer os dados solicitados e
responder as perguntas que seguem.
1 - IDENTIFICAÇÃO
Nome: ___________________________________
2 - Identifique o seu tempo de actuação no professorado com alunos de Necessidades Educativas
Especiais (Cegos). Se positiva a resposta da questão 2, responda a questão 3.
( ) um ano;
( ) até 02 anos;
( ) sempre trabalhei;
( ) nunca trabalhei.
3 – Você tem curso e/ou capacitação profissional para trabalhar com os alunos com NEE?
( ) SIM ( ) NÃO ( ) até 80 horas;
( ) de 80 horas a 200 horas; ( ) mais de 200 horas. ( ) nunca participei
4 - Você participa de cursos para Capacitação profissional? Com que frequência?
( ) uma vez por semestre;
( ) uma vez por ano;
( ) só quando exigido pela escola que está actuando;
( ) nunca participei
5 - Em sua opinião enumerem em ordem crescente (1 a 4), algumas das necessidades de
formação dos professores para trabalharem com os alunos com NEE?
( ) Conhecimento de práticas pedagógicas para atender os alunos com NEE
( ) Cultura geral e profissional;
( ) Conhecimento de competências pedagógicas para atender os alunos da Educação
Especial;
XI

( ) Conhecimento da disciplina que lecciona.


QUESTIONÁRIO APLICADO AOS PROFESSORES
O objectivo da pesquisa é dar alicerce a uma proposta de acções que permitam o
desenvolvimento de competências profissionais pedagógicas dos professores envolvidos na
Educação Inclusiva na escola em estudo. Convidam-se que tenha a benevolência de oferecer os
dados solicitados e responder as perguntas que seguem.
1 - IDENTIFICAÇÃO
Nome: ________________________ Nível: _____________________________________
2 Enumere em nível de importância as acções que, em sua opinião, você considera necessárias na
realização da receptividade dos alunos com necessidades educacionais especiais (Cegos), na sua
escola?
( ) Os pais são convidados para conhecer como funciona esse trabalho na escola;
( ) As salas de aulas adequadas e adaptadas;
( ) Professores com formação específica para atender os alunos com NEE;
( ) Alunos acolhidos com carinho, respeito e atenção;
( ) O desenvolvimento de projectos entre Escola e Comunidade relacionados a
Inclusão educacional.
3 A escola possui Atendimento Especializado? ( ) Sim ( )Não
Se afirmativa a resposta, como é realizado?
( ) Realizado na própria escola;
( ) Realizado por outra Instituição.
Qual?_
( ) Em horário inverso ao de estudo;
( ) Durante o horário de estudo;
( ) Outro tipo de atendimento:

4 Em relação a Inclusão dos alunos com NEE na sala de aula, marque a(s)
alternativa(s) que se adequam a realidade da escola:
( ) Os demais alunos respeitam o aluno com NEE;
XII

( ) Os alunos possuem dificuldades de aceitar os alunos com NEE, demonstram atitudes


exclusivistas;
( ) Os pais aceitam as NEE de seus filhos;
( ) O número de alunos é compatível para Inclusão dos mesmos em sala de aula.
5 Existe um planejamento colectivo com os professores da classe comum e o professor
da sala de recurso e ou multifuncional?
( ) Sempre;
( ) Todos os planejamentos;
( ) Em alguns projectos
( ) Não existe este tipo de planejamento;
( ) Cada Professor planeja individualmente em sua área.
6 Actualmente você actua com alunos de NEE correspondente a qual nível de
escolaridade?
( ) 7ª classe
( ) 6ª classe
( ) Abaixo de 6ª classe
( ) Nunca trabalhou
7 Quando uma criança apresenta necessidades educacionais especiais em sua turma, quais
os procedimentos que você realiza?
( ) faz um relatório/diagnóstico e encaminha para o pedagogo, director e ou
atendimento educacional especializado.
( ) Participa com a família sobre NEE do aluno
( ) Utiliza de metodologias diversificadas para atender o aluno com NEE ( ) Não realiza
nenhuma actividade até a apresentação do diagnóstico

( ) Outros _________________________
8 – Você tem curso e/ou capacitação profissional para trabalhar com os alunos com NEE?
( ) SIM ( ) NÃO ( ) até 80 horas;
( ) de 80 horas a 200 horas; ( ) mais de 200 horas. ( ) nunca participei
XII
I

FICHA DE ENTREVISTA PARA OS ALUNOS

1. Como se sentes na sala de aula junto com os outros alunos sem os mesmos defeitos?
2. Qual é o desafio que tens tido nas aulas de Matemática?
3. Como tem sido as aulas práticas (resolução de exercícios)?
4. Será que o professor de Matemática é ideal para atender as suas necessidades assim como
os outros alunos?
5. Quanto as testes escritos de Matemática, como tens realizado?
XI
V

Anexo

Você também pode gostar