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Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IBGE
- Agente Censitário Municipal (ACM)
- Agente Censitário Supervisor (ACS)
Edital Nº 02/2017

AB078-2017
DADOS DA OBRA

Título da obra: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE

Cargos: Agente Censitário Municipal (ACM) e Agente Censitário Supervisor (ACS)

(Baseado no Edital Nº 02/2017)

• Língua Portuguesa
• Raciocínio Lógico Quantitativo
• Conhecimentos Técnicos
• Noções de Administração/Situações Gerenciais

Autores:
Zenaide Auxiliadora Pachegas Branco
Evelisi Akashi
Silvana Guimarães

Gestão de Conteúdos
Emanuela Amaral de Souza

Produção Editorial/Revisão
Elaine Cristina
Igor de Oliveira
Suelen Domenica Pereira

Capa
Rosa Thaina dos Santos

Editoração Eletrônica
Marlene Moreno

Gerente de Projetos
Bruno Fernandes
APRESENTAÇÃO

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SUMÁRIO

Língua Portuguesa

I - Compreensão e interpretação de texto..................................................................................................................................................... 01


II - Significação das palavras: sinônimos, antônimos, homônimos e parônimos. .......................................................................... 07
III - Pontuação. Estrutura e sequência lógica de frases e parágrafos. ................................................................................................ 12
IV - Ortografia oficial. Acentuação gráfica. ................................................................................................................................................... 16
V - Classes das palavras. ....................................................................................................................................................................................... 24
VI - Concordância nominal e verbal. ................................................................................................................................................................ 40
VII - Regência nominal e verbal. Emprego da crase. ................................................................................................................................. 45
VIII - Emprego dos verbos regulares, irregulares e anômalos. Vozes dos verbos. ........................................................................ 57
IX - Emprego dos pronomes. .............................................................................................................................................................................. 71
X - Sintaxe: termos essenciais, integrantes e acessórios da oração..................................................................................................... 80

Raciocínio Lógico Quantitativo

Avaliação da habilidade do candidato em entender a estrutura lógica de relações entre pessoas, lugares, coisas e/
ou eventos, deduzir novas informações e avaliar as condições usadas para estabelecer a estrutura dessas relações. As
questões das provas poderão tratar das seguintes áreas: estruturas lógicas; lógica de argumentação; diagramas lógicos;
aritmética; álgebra e geometria básicas.......................................................................................................................................................... 01

Conhecimentos Técnicos

Conteúdo do documento “Estudo dos conhecimentos técnicos a serem aplicados no Censo Agropecuário 2017”...... 01

Noções de Administração/Situações Gerenciais

I - Aspectos gerais da Administração. Organizações como sistemas abertos................................................................................. 01


II - Funções administrativas: planejamento, organização, direção e controle.................................................................................. 06
III - Motivação, comunicação e liderança........................................................................................................................................................ 11
IV - Processo decisório e resolução de problemas..................................................................................................................................... 27
V - Noções básicas de gerência e gestão de organizações e de pessoas......................................................................................... 35
VI - Eficiência e funcionamento de grupos. O indivíduo na organização: papéis e interações. Trabalho em equipe. Equi-
pes de trabalho.......................................................................................................................................................................................................... 41
VII - Responsabilidade, coordenação, autoridade, poder e delegação............................................................................................... 51
VIII - Avaliação de desempenho......................................................................................................................................................................... 57
IX - Compromisso com a qualidade nos serviços prestados................................................................................................................... 58
LÍNGUA PORTUGUESA

I - Compreensão e interpretação de texto..................................................................................................................................................... 01


II - Significação das palavras: sinônimos, antônimos, homônimos e parônimos. .......................................................................... 07
III - Pontuação. Estrutura e sequência lógica de frases e parágrafos. ................................................................................................ 12
IV - Ortografia oficial. Acentuação gráfica. ................................................................................................................................................... 16
V - Classes das palavras. ....................................................................................................................................................................................... 24
VI - Concordância nominal e verbal. ................................................................................................................................................................ 40
VII - Regência nominal e verbal. Emprego da crase. ................................................................................................................................. 45
VIII - Emprego dos verbos regulares, irregulares e anômalos. Vozes dos verbos. ........................................................................ 57
IX - Emprego dos pronomes. .............................................................................................................................................................................. 71
X - Sintaxe: termos essenciais, integrantes e acessórios da oração..................................................................................................... 80
LÍNGUA PORTUGUESA

PROFª ESPECIALISTA ZENAIDE AUXILIADORA Condições básicas para interpretar


PACHEGAS BRANCO
Fazem-se necessários:
Graduada pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Le- - Conhecimento histórico–literário (escolas e gêneros
tras de Adamantina Especialista pela Universidade Estadual literários, estrutura do texto), leitura e prática;
Paulista – Unesp - Conhecimento gramatical, estilístico (qualidades do
texto) e semântico;
Observação – na semântica (significado das palavras)
I - COMPREENSÃO DE TEXTO. incluem--se: homônimos e parônimos, denotação e cono-
tação, sinonímia e antonímia, polissemia, figuras de lingua-
gem, entre outros.
- Capacidade de observação e de síntese e
É muito comum, entre os candidatos a um cargo públi- - Capacidade de raciocínio.
co, a preocupação com a interpretação de textos. Por isso,
vão aqui alguns detalhes que poderão ajudar no momento Interpretar X compreender
de responder às questões relacionadas a textos.
Interpretar significa
Texto – é um conjunto de ideias organizadas e relacio- - Explicar, comentar, julgar, tirar conclusões, deduzir.
nadas entre si, formando um todo significativo capaz de - Através do texto, infere-se que...
produzir interação comunicativa (capacidade de codificar - É possível deduzir que...
e decodificar ). - O autor permite concluir que...
- Qual é a intenção do autor ao afirmar que...
Contexto – um texto é constituído por diversas frases.
Em cada uma delas, há uma certa informação que a faz Compreender significa
ligar-se com a anterior e/ou com a posterior, criando con- - intelecção, entendimento, atenção ao que realmente
dições para a estruturação do conteúdo a ser transmitido. está escrito.
A essa interligação dá-se o nome de contexto. Nota-se que - o texto diz que...
o relacionamento entre as frases é tão grande que, se uma - é sugerido pelo autor que...
frase for retirada de seu contexto original e analisada se- - de acordo com o texto, é correta ou errada a afirma-
ção...
paradamente, poderá ter um significado diferente daquele
- o narrador afirma...
inicial.
Erros de interpretação
Intertexto - comumente, os textos apresentam refe-
rências diretas ou indiretas a outros autores através de ci-
É muito comum, mais do que se imagina, a ocorrência
tações. Esse tipo de recurso denomina-se intertexto.
de erros de interpretação. Os mais frequentes são:
- Extrapolação (viagem): Ocorre quando se sai do con-
Interpretação de texto - o primeiro objetivo de uma texto, acrescentado ideias que não estão no texto, quer por
interpretação de um texto é a identificação de sua ideia conhecimento prévio do tema quer pela imaginação.
principal. A partir daí, localizam-se as ideias secundárias,
ou fundamentações, as argumentações, ou explicações, - Redução: É o oposto da extrapolação. Dá-se atenção
que levem ao esclarecimento das questões apresentadas apenas a um aspecto, esquecendo que um texto é um con-
na prova. junto de ideias, o que pode ser insuficiente para o total do
entendimento do tema desenvolvido.
Normalmente, numa prova, o candidato é convidado a:
- Contradição: Não raro, o texto apresenta ideias con-
- Identificar – é reconhecer os elementos fundamen- trárias às do candidato, fazendo-o tirar conclusões equivo-
tais de uma argumentação, de um processo, de uma época cadas e, consequentemente, errando a questão.
(neste caso, procuram-se os verbos e os advérbios, os quais
definem o tempo). Observação - Muitos pensam que há a ótica do es-
- Comparar – é descobrir as relações de semelhança critor e a ótica do leitor. Pode ser que existam, mas numa
ou de diferenças entre as situações do texto. prova de concurso, o que deve ser levado em consideração
- Comentar - é relacionar o conteúdo apresentado é o que o autor diz e nada mais.
com uma realidade, opinando a respeito.
- Resumir – é concentrar as ideias centrais e/ou secun- Coesão - é o emprego de mecanismo de sintaxe que
dárias em um só parágrafo. relaciona palavras, orações, frases e/ou parágrafos entre si.
- Parafrasear – é reescrever o texto com outras pala- Em outras palavras, a coesão dá-se quando, através de um
vras. pronome relativo, uma conjunção (NEXOS), ou um prono-
me oblíquo átono, há uma relação correta entre o que se
vai dizer e o que já foi dito.

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LÍNGUA PORTUGUESA

OBSERVAÇÃO – São muitos os erros de coesão no dia Observa as ranhuras entre uma pedra e outra. Há, den-
-a-dia e, entre eles, está o mau uso do pronome relativo e tro de cada uma delas, um diminuto caminho de terra, com
do pronome oblíquo átono. Este depende da regência do pedrinhas e tufos minúsculos de musgos, formando pequenas
verbo; aquele do seu antecedente. Não se pode esquecer plantas, ínfimos bonsais só visíveis aos olhos de quem é capaz
também de que os pronomes relativos têm, cada um, valor de parar de viver para, apenas, ver. Quando se tem a marca da
semântico, por isso a necessidade de adequação ao ante- solidão na alma, o mundo cabe numa fresta.
cedente. (SEIXAS, Heloísa. Contos mais que mínimos. Rio de Janei-
Os pronomes relativos são muito importantes na in- ro: Tinta negra bazar, 2010. p. 47)
terpretação de texto, pois seu uso incorreto traz erros de
coesão. Assim sendo, deve-se levar em consideração que No texto, o substantivo usado para ressaltar o universo
existe um pronome relativo adequado a cada circunstância, reduzido no qual o menino detém sua atenção é
a saber: (A) fresta.
- que (neutro) - relaciona-se com qualquer anteceden- (B) marca.
te, mas depende das condições da frase. (C) alma.
- qual (neutro) idem ao anterior. (D) solidão.
- quem (pessoa) (E) penumbra.
- cujo (posse) - antes dele aparece o possuidor e depois
o objeto possuído. Texto para a questão 2:
- como (modo) DA DISCRIÇÃO
- onde (lugar) Mário Quintana
quando (tempo) Não te abras com teu amigo
quanto (montante) Que ele um outro amigo tem.
E o amigo do teu amigo
Possui amigos também...
Exemplo:
(http://pensador.uol.com.br/poemas_de_amizade)
Falou tudo QUANTO queria (correto)
Falou tudo QUE queria (errado - antes do QUE, deveria
2-) (PREFEITURA DE SERTÃOZINHO – AGENTE COMUNI-
aparecer o demonstrativo O ).
TÁRIO DE SAÚDE – VUNESP/2012) De acordo com o poema,
é correto afirmar que
Dicas para melhorar a interpretação de textos (A) não se deve ter amigos, pois criar laços de amizade
é algo ruim.
- Ler todo o texto, procurando ter uma visão geral do (B) amigo que não guarda segredos não merece respei-
assunto; to.
- Se encontrar palavras desconhecidas, não interrompa (C) o melhor amigo é aquele que não possui outros ami-
a leitura; gos.
- Ler, ler bem, ler profundamente, ou seja, ler o texto (D) revelar segredos para o amigo pode ser arriscado.
pelo menos duas vezes; (E) entre amigos, não devem existir segredos.
- Inferir;
- Voltar ao texto quantas vezes precisar; 3-) (GOVERNO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO – SE-
- Não permitir que prevaleçam suas ideias sobre as do CRETARIA DE ESTADO DA JUSTIÇA – AGENTE PENITENCIÁ-
autor; RIO – VUNESP/2013) Leia o poema para responder à questão.
- Fragmentar o texto (parágrafos, partes) para melhor
compreensão; Casamento
- Verificar, com atenção e cuidado, o enunciado de
cada questão; Há mulheres que dizem:
- O autor defende ideias e você deve percebê-las. Meu marido, se quiser pescar, pesque,
mas que limpe os peixes.
Fonte: Eu não. A qualquer hora da noite me levanto,
http://www.tudosobreconcursos.com/materiais/portu- ajudo a escamar, abrir, retalhar e salgar.
gues/como-interpretar-textos É tão bom, só a gente sozinhos na cozinha,
de vez em quando os cotovelos se esbarram,
QUESTÕES ele fala coisas como “este foi difícil”
“prateou no ar dando rabanadas”
1-) (SABESP/SP – ATENDENTE A CLIENTES 01 – e faz o gesto com a mão.
FCC/2014 - ADAPTADA) Atenção: Para responder à ques- O silêncio de quando nos vimos a primeira vez
tão, considere o texto abaixo. atravessa a cozinha como um rio profundo.
A marca da solidão Por fim, os peixes na travessa,
Deitado de bruços, sobre as pedras quentes do chão de vamos dormir.
paralelepípedos, o menino espia. Tem os braços dobrados e a Coisas prateadas espocam:
testa pousada sobre eles, seu rosto formando uma tenda de somos noivo e noiva.
penumbra na tarde quente. (Adélia Prado, Poesia Reunida)

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LÍNGUA PORTUGUESA

A ideia central do poema de Adélia Prado é mostrar Pela leitura do fragmento acima, é correto afirmar que,
que em sua estrutura sintática, houve supressão da expressão
(A) as mulheres que amam valorizam o cotidiano e não a) vigilantes.
gostam que os maridos frequentem pescarias, pois acham b) carga.
difícil limpar os peixes. c) viatura.
(B) o eu lírico do poema pertence ao grupo de mulhe- d) foi.
res que não gostam de limpar os peixes, embora valorizem e) desviada.
os esbarrões de cotovelos na cozinha.
(C) há mulheres casadas que não gostam de ficar so- 7-) (CORREIOS – CARTEIRO – CESPE/2011)
zinhas com seus maridos na cozinha, enquanto limpam os
Um carteiro chega ao portão do hospício e grita:
peixes.
— Carta para o 9.326!!!
(D) as mulheres que amam valorizam os momentos
mais simples do cotidiano vividos com a pessoa amada. Um louco pega o envelope, abre-o e vê que a carta está
(E) o casamento exige levantar a qualquer hora da noi- em
te, para limpar, abrir e salgar o peixe. branco, e um outro pergunta:
— Quem te mandou essa carta?
4-) (ANCINE – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CES- — Minha irmã.
PE/2012) — Mas por que não está escrito nada?
O riso é tão universal como a seriedade; ele abarca a — Ah, porque nós brigamos e não estamos nos falando!
totalidade do universo, toda a sociedade, a história, a con- Internet: <www.humortadela.com.br/piada> (com
cepção de mundo. É uma verdade que se diz sobre o mundo, adaptações).
que se estende a todas as coisas e à qual nada escapa. É, O efeito surpresa e de humor que se extrai do texto
de alguma maneira, o aspecto festivo do mundo inteiro, em acima decorre
todos os seus níveis, uma espécie de segunda revelação do A) da identificação numérica atribuída ao louco.
mundo. B) da expressão utilizada pelo carteiro ao entregar a
Mikhail Bakhtin. A cultura popular na Idade Média e o carta no hospício.
Renascimento: o contexto de François Rabelais. São Paulo: C) do fato de outro louco querer saber quem enviou
Hucitec, 1987, p. 73 (com adaptações). a carta.
D) da explicação dada pelo louco para a carta em bran-
Na linha 1, o elemento “ele” tem como referente tex-
co.
tual “O riso”.
E) do fato de a irmã do louco ter brigado com ele.
(...) CERTO ( ) ERRADO

5-) (ANEEL – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CESPE/2010) 8-) (CORREIOS – CARTEIRO – CESPE/2011)


Só agora, quase cinco meses depois do apagão que atin- Um homem se dirige à recepcionista de uma clínica:
giu pelo menos 1.800 cidades em 18 estados do país, surge — Por favor, quero falar com o dr. Pedro.
uma explicação oficial satisfatória para o corte abrupto e — O senhor tem hora?
generalizado de energia no final de 2009. O sujeito olha para o relógio e diz:
Segundo relatório da Agência Nacional de Energia Elé- — Sim. São duas e meia.
trica (ANEEL), a responsabilidade recai sobre a empresa es- — Não, não... Eu quero saber se o senhor é paciente.
tatal Furnas, cujas linhas de transmissão cruzam os mais de — O que a senhora acha? Faz seis meses que ele não me
900 km que separam Itaipu de São Paulo. paga o aluguel do consultório...
Equipamentos obsoletos, falta de manutenção e de in- Internet: <www.humortadela.com.br/piada> (com
vestimentos e também erros operacionais conspiraram para adaptações).
produzir a mais séria falha do sistema de geração e distri-
buição de energia do país desde o traumático racionamento No texto acima, a recepcionista dirige-se duas vezes ao
de 2001. homem para saber se ele
Folha de S.Paulo, Editorial, 30/3/2010 (com adapta-
A) verificou o horário de chegada e está sob os cuida-
ções).
dos do dr. Pedro.
B) pode indicar-lhe as horas e decidiu esperar o paga-
Considerando os sentidos e as estruturas linguísticas
do texto acima apresentado, julgue os próximos itens. mento do aluguel.
A oração “que atingiu pelo menos 1.800 cidades em 18 C) tem relógio e sabe esperar.
estados do país” tem, nesse contexto, valor restritivo. D) marcou consulta e está calmo.
(...) CERTO ( ) ERRADO E) marcou consulta para aquele dia e está sob os cui-
dados do dr. Pedro.
6-) (COLÉGIO PEDRO II/RJ – ASSISTENTE EM ADMINIS-
TRAÇÃO – AOCP/2010) “A carga foi desviada e a viatura, (GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO – TÉCNICO DA
com os vigilantes, abandonada em Pirituba, na zona norte FAZENDA ESTADUAL – FCC/2010 - ADAPTADA) Atenção: As
de São Paulo.” questões de números 9 a 12 referem-se ao texto abaixo.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Liderança é uma palavra frequentemente associada a (A) a importância do líder baseia-se na valorização de
feitos e realizações de grandes personagens da história e da todo o grupo em torno da realização de um objetivo co-
vida social ou, então, a uma dimensão mágica, em que al- mum.
gumas poucas pessoas teriam habilidades inatas ou o dom (B) o líder é o elemento essencial dentro de uma orga-
de transformar-se em grandes líderes, capazes de influenciar nização, pois sem ele não se poderá atingir qualquer meta
outras e, assim, obter e manter o poder. ou objetivo.
Os estudos sobre o tema, no entanto, mostram que a (C) pode não haver condições de liderança em algumas
maioria das pessoas pode tornar-se líder, ou pelo menos equipes, caso não se estabeleçam atividades específicas
desenvolver consideravelmente as suas capacidades de lide- para cada um de seus membros.
rança. (D) a liderança é um dom que independe da participa-
Paulo Roberto Motta diz: “líderes são pessoas comuns ção dos componentes de uma equipe em um ambiente de
que aprendem habilidades comuns, mas que, no seu conjun- trabalho.
to, formam uma pessoa incomum”. De fato, são necessárias
algumas habilidades, mas elas podem ser aprendidas tanto 11-) (GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO – TÉCNI-
através das experiências da vida, quanto da formação volta- CO DA FAZENDA ESTADUAL – FCC/2010) O fenômeno da
da para essa finalidade. liderança só ocorre na inter-relação ... (4º parágrafo)
O fenômeno da liderança só ocorre na inter-relação; en- No contexto, inter-relação significa
volve duas ou mais pessoas e a existência de necessidades (A) o respeito que os membros de uma equipe devem
para serem atendidas ou objetivos para serem alcançados, demonstrar ao acatar as decisões tomadas pelo líder, por
que requerem a interação cooperativa dos membros envol- resultarem em benefício de todo o grupo.
vidos. Não pressupõe proximidade física ou temporal: pode- (B) a igualdade entre os valores dos integrantes de um
se ter a mente e/ou o comportamento influenciado por um grupo devidamente orientado pelo líder e aqueles propos-
escritor ou por um líder religioso que nunca se viu ou que tos pela organização a que prestam serviço.
viveu noutra época. [...] (C) o trabalho que deverá sempre ser realizado em
Se a legitimidade da liderança se baseia na aceitação equipe, de modo que os mais capacitados colaborem com
do poder de influência do líder, implica dizer que parte desse os de menor capacidade.
poder encontra-se no próprio grupo. É nessa premissa que (D) a criação de interesses mútuos entre membros de
se fundamenta a maioria das teorias contemporâneas sobre
uma equipe e de respeito às metas que devem ser alcan-
liderança.
çadas por todos.
Daí definirem liderança como a arte de usar o poder
que existe nas pessoas ou a arte de liderar as pessoas para
12-) (GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO – TÉCNI-
fazerem o que se requer delas, da maneira mais efetiva e
CO DA FAZENDA ESTADUAL – FCC/2010) Não pressupõe
humana possível. [...]
proximidade física ou temporal ... (4º parágrafo)
(Augusta E.E.H. Barbosa do Amaral e Sandra Souza
Pinto. Gestão de pessoas, in Desenvolvimento gerencial na A afirmativa acima quer dizer, com outras palavras, que
Administração pública do Estado de São Paulo, org. Lais (A) a presença física de um líder natural é fundamen-
Macedo de Oliveira e Maria Cristina Pinto Galvão, Secre- tal para que seus ensinamentos possam ser divulgados e
taria de Gestão pública, São Paulo: Fundap, 2. ed., 2009, p. aceitos.
290 e 292, com adaptações) (B) um líder verdadeiramente capaz é aquele que sem-
pre se atualiza, adquirindo conhecimentos de fontes e de
9-) (GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO – TÉCNI- autores diversos.
CO DA FAZENDA ESTADUAL – FCC/2010) De acordo com o (C) o aprendizado da liderança pode ser produtivo,
texto, liderança mesmo se houver distância no tempo e no espaço entre
(A) é a habilidade de chefiar outras pessoas que não aquele que influencia e aquele que é influenciado.
pode ser desenvolvida por aqueles que somente executam (D) as influências recebidas devem ser bem analisadas
tarefas em seu ambiente de trabalho. e postas em prática em seu devido tempo e na ocasião
(B) é típica de épocas passadas, como qualidades de mais propícia.
heróis da história da humanidade, que realizaram grandes
feitos e se tornaram poderosos através deles. 13-) (DETRAN/RN – VISTORIADOR/EMPLACADOR –
(C) vem a ser a capacidade, que pode ser inata ou até FGV PROJETOS/2010)
mesmo adquirida, de conseguir resultados desejáveis da- Painel do leitor (Carta do leitor)
queles que constituem a equipe de trabalho. Resgate no Chile
(D) torna-se legítima se houver consenso em todos os Assisti ao maior espetáculo da Terra numa operação de
grupos quanto à escolha do líder e ao modo como ele irá salvamento de vidas, após 69 dias de permanência no fundo
mobilizar esses grupos em torno de seus objetivos pes- de uma mina de cobre e ouro no Chile.
soais. Um a um os mineiros soterrados foram içados com
sucesso, mostrando muita calma, saúde, sorrindo e cum-
10-) (GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO – TÉC- primentando seus companheiros de trabalho. Não se pode
NICO DA FAZENDA ESTADUAL – FCC/2010) O texto deixa esquecer a ajuda técnica e material que os Estados Unidos,
claro que Canadá e China ofereceram à equipe chilena de salvamen-

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LÍNGUA PORTUGUESA

to, num gesto humanitário que só enobrece esses países. E, (A) visitar um lugar totalmente desconhecido.
também, dos dois médicos e dois “socorristas” que, demons- (B) escapar do lugar em que está.
trando coragem e desprendimento, desceram na mina para (C) reencontrar familiares queridos.
ajudar no salvamento. (D) praticar esportes radicais.
(Douglas Jorge; São Paulo, SP; www.folha.com.br – pai- (E) dedicar-se ao trabalho.
nel do leitor – 17/10/2010)
16-) Ao descrever a Ilha do Nanja como um lugar onde,
Considerando o tipo textual apresentado, algumas ex- “à beira das lagoas verdes e azuis, o silêncio cresce como
pressões demonstram o posicionamento pessoal do leitor um bosque” (último parágrafo), a autora sugere que viajará
diante do fato por ele narrado. Tais marcas textuais podem para um lugar
ser encontradas nos trechos a seguir, EXCETO: (A) repulsivo e populoso.
A) “Assisti ao maior espetáculo da Terra...” (B) sombrio e desabitado.
B) “... após 69 dias de permanência no fundo de uma (C) comercial e movimentado.
mina de cobre e ouro no Chile.” (D) bucólico e sossegado.
C) “Não se pode esquecer a ajuda técnica e material...” (E) opressivo e agitado.
D) “... gesto humanitário que só enobrece esses países.”
E) “... demonstrando coragem e desprendimento, des- 17-) (POLÍCIA MILITAR/TO – SOLDADO – CONSUL-
ceram na mina...” PLAN/2013 - ADAPTADA) Texto para responder à questão.

(DCTA – TÉCNICO 1 – SEGURANÇA DO TRABALHO –


VUNESP/2013 - ADAPTADA) Leia o texto para responder às
questões de números 14 a 16.
Férias na Ilha do Nanja
Meus amigos estão fazendo as malas, arrumando as
malas nos seus carros, olhando o céu para verem que tempo
faz, pensando nas suas estradas – barreiras, pedras soltas,
fissuras* – sem falar em bandidos, milhões de bandidos entre
as fissuras, as pedras soltas e as barreiras...
Meus amigos partem para as suas férias, cansados de
tanto trabalho; de tanta luta com os motoristas da contra- (Adail et al II. Antologia brasileira de humor. Volume 1.
mão; enfim, cansados, cansados de serem obrigados a viver Porto Alegre: L&PM, 1976. p. 95.)
numa grande cidade, isto que já está sendo a negação da
própria vida. A charge anterior é de Luiz Carlos Coutinho, cartunis-
E eu vou para a Ilha do Nanja. ta mineiro mais conhecido como Caulos. É correto afirmar
Eu vou para a Ilha do Nanja para sair daqui. Passarei as que o tema apresentado é
férias lá, onde, à beira das lagoas verdes e azuis, o silêncio
(A) a oposição entre o modo de pensar e agir.
cresce como um bosque. Nem preciso fechar os olhos: já es-
(B) a rapidez da comunicação na Era da Informática.
tou vendo os pescadores com suas barcas de sardinha, e a
(C) a comunicação e sua importância na vida das pes-
moça à janela a namorar um moço na outra janela de outra
soas.
ilha.
(D) a massificação do pensamento na sociedade mo-
(Cecília Meireles, O que se diz e o que se entende.
derna.
Adaptado)
Resolução
*fissuras: fendas, rachaduras

14-) (DCTA – TÉCNICO 1 – SEGURANÇA DO TRABA- 1-)


LHO – VUNESP/2013) No primeiro parágrafo, ao descre- Com palavras do próprio texto responderemos: o mun-
ver a maneira como se preparam para suas férias, a autora do cabe numa fresta.
mostra que seus amigos estão
(A) serenos. RESPOSTA: “A”.
(B) descuidados.
(C) apreensivos. 2-)
(D) indiferentes. Pela leitura do poema identifica-se, apenas, a informa-
(E) relaxados. ção contida na alternativa: revelar segredos para o amigo
pode ser arriscado.
15-) (DCTA – TÉCNICO 1 – SEGURANÇA DO TRABALHO
– VUNESP/2013) De acordo com o texto, pode-se afirmar RESPOSTA: “D”.
que, assim como seus amigos, a autora viaja para

5
LÍNGUA PORTUGUESA

3-) 10-)
Pela leitura do texto percebe-se, claramente, que a auto- O texto deixa claro que a importância do líder baseia-
ra narra um momento simples, mas que é prazeroso ao casal. se na valorização de todo o grupo em torno da realização
de um objetivo comum.
RESPOSTA: “D”.
RESPOSTA: “A”.
4-)
Com palavras do próprio texto responderemos: o mun- 11-)
do cabe numVamos ao texto: O riso é tão universal como a Pela leitura do texto, dentre as alternativas apresenta-
seriedade; ele abarca a totalidade do universo (...). Os termos das, a que está coerente com o sentido dado à palavra “in-
relacionam-se. O pronome “ele” retoma o sujeito “riso”. ter-relação” é: “a criação de interesses mútuos entre mem-
bros de uma equipe e de respeito às metas que devem ser
RESPOSTA: “CERTO”. alcançadas por todos”.
5-)
RESPOSTA: “D”.
Voltemos ao texto: “depois do apagão que atingiu pelo
menos 1.800 cidades”. O “que” pode ser substituído por “o
qual”, portanto, trata-se de um pronome relativo (oração su- 12-)
bordinada adjetiva). Quando há presença de vírgula, temos Não pressupõe proximidade física ou temporal = o
uma adjetiva explicativa (generaliza a informação da oração aprendizado da liderança pode ser produtivo, mesmo se
principal. A construção seria: “do apagão, que atingiu pelo houver distância no tempo e no espaço entre aquele que
menos 1800 cidades em 18 estados do país”); quando não influencia e aquele que é influenciado.
há, temos uma adjetiva restritiva (restringe, delimita a infor-
mação – como no caso do exercício). RESPOSTA: “C”.
13-)
RESPOSTA: “CERTO’. Em todas as alternativas há expressões que represen-
tam a opinião do autor: Assisti ao maior espetáculo da
6-) Terra / Não se pode esquecer / gesto humanitário que só
“A carga foi desviada e a viatura, com os vigilantes, aban- enobrece / demonstrando coragem e desprendimento.
donada em Pirituba, na zona norte de São Paulo.” Trata-se
da figura de linguagem (de construção ou sintaxe) “zeugma”, RESPOSTA: “B”.
que consiste na omissão de um termo já citado anteriormen-
te (diferente da elipse, que o termo não é citado, mas facil- 14-)
mente identificado). No enunciado temos a narração de que “pensando nas suas estradas – barreiras, pedras soltas,
a carga foi desviada e de que a viatura foi abandonada. fissuras – sem falar em bandidos, milhões de bandidos en-
tre as fissuras, as pedras soltas e as barreiras...” = pensar
RESPOSTA: “D”. nessas coisas, certamente, deixa-os apreensivos.
7-) RESPOSTA: “C”.
Geralmente o efeito de humor desses gêneros textuais
aparece no desfecho da história, ao final, como nesse: “Ah, 15-)
porque nós brigamos e não estamos nos falando”.
Eu vou para a Ilha do Nanja para sair daqui = resposta
da própria autora!
RESPOSTA: “D”.

8-) RESPOSTA: “B”.


“O senhor tem hora? (...) Não, não... Eu quero saber se o
senhor é paciente” = a recepcionista quer saber se ele mar- 16-)
cou horário e se é paciente do Dr. Pedro. Pela descrição realizada, o lugar não tem nada de ruim.

RESPOSTA: “E”. RESPOSTA: “D”.

9-) 17-)
Utilizando trechos do próprio texto, podemos chegar à Questão que envolve interpretação “visual”! Fácil. Basta
conclusão: O fenômeno da liderança só ocorre na inter-re- observar o que as personagens “dizem” e o que “pensam”.
lação; envolve duas ou mais pessoas e a existência de ne-
cessidades para serem atendidas ou objetivos para serem RESPOSTA: “A”.
alcançados, que requerem a interação cooperativa dos
membros envolvidos = equipe

RESPOSTA: “C”.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Questões sobre Significação das Palavras

II - SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS: 01. Assinale a alternativa que preenche corretamente


SINÔNIMOS, ANTÔNIMOS, HOMÔNIMOS E as lacunas da frase abaixo:
PARÔNIMOS. Da mesma forma que os italianos e japoneses _________
para o Brasil no século passado, hoje os brasileiros ________
para a Europa e para o Japão, à busca de uma vida melhor;
internamente, __________ para o Sul, pelo mesmo motivo.
- Sinônimos a) imigraram - emigram - migram
São palavras de sentido igual ou aproximado: alfabeto b) migraram - imigram - emigram
- abecedário; brado, grito - clamor; extinguir, apagar - abolir. c) emigraram - migram - imigram.
Observação: A contribuição greco-latina é responsável d) emigraram - imigram - migram.
pela existência de numerosos pares de sinônimos: adver- e) imigraram - migram – emigram
sário e antagonista; translúcido e diáfano; semicírculo e he-
miciclo; contraveneno e antídoto; moral e ética; colóquio e Agente de Apoio – Microinformática – VUNESP – 2013
diálogo; transformação e metamorfose; oposição e antítese. - Leia o texto para responder às questões de números 02
e 03.
- Antônimos
São palavras de significação oposta: ordem - anarquia; Alunos de colégio fazem robôs com sucata eletrônica
soberba - humildade; louvar - censurar; mal - bem.
Observação: A antonímia pode originar-se de um pre- Você comprou um smartphone e acha que aquele seu
fixo de sentido oposto ou negativo: bendizer e maldizer; celular antigo é imprestável? Não se engane: o que é lixo
simpático e antipático; progredir e regredir; concórdia e dis- para alguns pode ser matéria-prima para outros. O CMID
córdia; ativo e inativo; esperar e desesperar; comunista e an- – Centro Marista de Inclusão Digital –, que funciona junto
ticomunista; simétrico e assimétrico. ao Colégio Marista de Santa Maria, no Rio Grande do Sul,
ensina os alunos do colégio a fazer robôs a partir de lixo
O que são Homônimos e Parônimos: eletrônico.
Os alunos da turma avançada de robótica, por exemplo,
- Homônimos
constroem carros com sensores de movimento que respon-
a) Homógrafos: são palavras iguais na escrita e diferen-
dem à aproximação das pessoas. A fonte de energia vem de
tes na pronúncia:
baterias de celular. “Tirando alguns sensores, que precisa-
rego (subst.) e rego (verbo);
mos comprar, é tudo reciclagem”, comentou o instrutor de
colher (verbo) e colher (subst.);
robótica do CMID, Leandro Schneider. Esses alunos também
jogo (subst.) e jogo (verbo);
aprendem a consertar computadores antigos. “O nosso pro-
denúncia (subst.) e denuncia (verbo); jeto só funciona por causa do lixo eletrônico. Se tivéssemos
providência (subst.) e providencia (verbo). que comprar tudo, não seria viável”, completou.
Em uma época em que celebridades do mundo digital
b) Homófonos: são palavras iguais na pronúncia e di- fazem campanha a favor do ensino de programação nas es-
ferentes na escrita: colas, é inspirador o relato de Dionatan Gabriel, aluno da
acender (atear) e ascender (subir); turma avançada de robótica do CMID que, aos 16 anos, já
concertar (harmonizar) e consertar (reparar); sabe qual será sua profissão. “Quero ser programador. No
cela (compartimento) e sela (arreio); início das aulas, eu achava meio chato, mas depois fui me
censo (recenseamento) e senso ( juízo); interessando”, disse.
paço (palácio) e passo (andar). (Giordano Tronco, www.techtudo.com.br, 07.07.2013.
Adaptado)
c) Homógrafos e homófonos simultaneamente: São
palavras iguais na escrita e na pronúncia: 02. A palavra em destaque no trecho –“Tirando alguns
caminho (subst.) e caminho (verbo); sensores, que precisamos comprar, é tudo reciclagem”... –
cedo (verbo) e cedo (adv.); pode ser substituída, sem alteração do sentido da mensa-
livre (adj.) e livre (verbo). gem, pela seguinte expressão:
A) Pelo menos B) A contar de
- Parônimos C) Em substituição a D) Com exceção de
São palavras parecidas na escrita e na pronúncia: coro E) No que se refere a
e couro; cesta e sesta; eminente e iminente; osso e ouço; sede
e cede; comprimento e cumprimento; tetânico e titânico; au- 03. Assinale a alternativa que apresenta um antônimo
tuar e atuar; degradar e degredar; infligir e infringir; deferir para o termo destacado em – …“No início das aulas, eu
e diferir; suar e soar. achava meio chato, mas depois fui me interessando”, disse.
A) Estimulante. B) Cansativo.
http://www.coladaweb.com/portugues/sinonimos,-an- C) Irritante. D) Confuso.
tonimos,-homonimos-e-paronimos E) Improdutivo.

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LÍNGUA PORTUGUESA

04. (Agente de Escolta e Vigilância Penitenciária – VU- 08. Assinale a alternativa correta, considerando que à
NESP – 2013). Analise as afirmações a seguir. direita de cada palavra há um sinônimo.
I. Em – Há sete anos, Fransley Lapavani Silva está preso a) emergir = vir à tona; imergir = mergulhar
por homicídio. – o termo em destaque pode ser substituí- b) emigrar = entrar (no país); imigrar = sair (do país)
do, sem alteração do sentido do texto, por “faz”. c) delatar = expandir; dilatar = denunciar
II. A frase – Todo preso deseja a libertação. – pode ser d) deferir = diferenciar; diferir = conceder
reescrita da seguinte forma – Todo preso aspira à liberta- e) dispensa = cômodo; despensa = desobrigação
ção.
III. No trecho – ... estou sendo olhado de forma dife- GABARITO
rente aqui no presídio devido ao bom comportamento. – 01. A 02. D 03. A 04. A
pode-se substituir a expressão em destaque por “em razão 05. D 06. E 07. E 08. A
do”, sem alterar o sentido do texto.
De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, RESOLUÇÃO
está correto o que se afirma em
A) I, II e III. B) III, apenas. 1-) Da mesma forma que os italianos e japoneses
C) I e III, apenas. D) I, apenas. imigraram para o Brasil no século passado, hoje os bra-
E) I e II, apenas. sileiros emigram para a Europa e para o Japão, à busca
de uma vida melhor; internamente, migram para o
05. Leia as frases abaixo: Sul, pelo mesmo motivo.
1 - Assisti ao ________ do balé Bolshoi;
2 - Daqui ______ pouco vão dizer que ______ vida em 2-) “Com exceção de alguns sensores, que precisamos
Marte. comprar, é tudo reciclagem”...
3 - As _________ da câmara são verdadeiros programas
de humor. 3-) antônimo para o termo destacado : “No início das
4 - ___________ dias que não falo com Alfredo. aulas, eu achava meio chato, mas depois fui me interes-
sando”
Escolha a alternativa que oferece a sequência correta “No início das aulas, eu achava meio estimulante, mas
de vocábulos para as lacunas existentes: depois fui me interessando”
a) concerto – há – a – cessões – há;
b) conserto – a – há – sessões – há; 4-)
c) concerto – a – há – seções – a; I. Em – Há sete anos, Fransley Lapavani Silva está preso
d) concerto – a – há – sessões – há; por homicídio. – o termo em destaque pode ser substituí-
e) conserto – há – a – sessões – a . do, sem alteração do sentido do texto, por “faz”. = correta
II. A frase – Todo preso deseja a libertação. – pode ser
06. (Agente de Escolta e Vigilância Penitenciária – VU- reescrita da seguinte forma – Todo preso aspira à liberta-
NESP – 2013-adap.). Considere o seguinte trecho para res- ção. = correta
ponder à questão. III. No trecho – ... estou sendo olhado de forma dife-
Adolescentes vivendo em famílias que não lhes trans- rente aqui no presídio devido ao bom comportamento. –
mitiram valores sociais altruísticos, formação moral e não pode-se substituir a expressão em destaque por “em razão
lhes impuseram limites de disciplina. do”, sem alterar o sentido do texto. = correta
O sentido contrário (antônimo) de altruísticos, nesse
trecho, é: 5-)
A) de desprendimento. B) de responsabi- 1 - Assisti ao concerto do balé Bolshoi;
lidade. 2 - Daqui a pouco vão dizer que há (= existe)
C) de abnegação. D) de amor. vida em Marte.
E) de egoísmo. 3 – As sessões da câmara são verdadeiros pro-
gramas de humor.
07. Assinale o único exemplo cuja lacuna deve ser 4- Há dias que não falo com Alfredo. (=
preenchida com a primeira alternativa da série dada nos tempo passado)
parênteses:
A) Estou aqui _______ de ajudar os flagelados das en- 6-) Adolescentes vivendo em famílias que não lhes
chentes. (afim- a fim). transmitiram valores sociais altruísticos, formação moral e
B) A bandeira está ________. (arreada - arriada). não lhes impuseram limites de disciplina.
C) Serão punidos os que ________ o regulamento. (in- O sentido contrário (antônimo) de altruísticos, nesse
flingirem - infringirem). trecho, é de egoísmo
D) São sempre valiosos os ________ dos mais velhos. Altruísmo é um tipo de comportamento encontrado
(concelhos - conselhos). nos seres humanos e outros seres vivos, em que as ações
E) Moro ________ cem metros da praça principal. (a cer- de um indivíduo beneficiam outros. É sinônimo de filan-
ca de - acerca de). tropia. No sentido comum do termo, é muitas vezes per-

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LÍNGUA PORTUGUESA

cebida, também, como sinônimo de solidariedade. Esse Há uma infinidade de outros exemplos em que pode-
conceito opõe-se, portanto, ao egoísmo, que são as incli- mos verificar a ocorrência da polissemia, como por exemplo:
nações específica e exclusivamente individuais (pessoais ou O rapaz é um tremendo gato.
coletivas). O gato do vizinho é peralta.
Precisei fazer um gato para que a energia voltasse.
7-) Pedro costuma fazer alguns “bicos” para garantir sua so-
A) Estou aqui a fim de de ajudar os flagelados das brevivência
enchentes. (afim = O adjetivo “afim” é empregado para in- O passarinho foi atingido no bico.
dicar que uma coisa tem afinidade com a outra. Há pessoas
que têm temperamentos afins, ou seja, parecidos) Polissemia e homonímia
B) A bandeira está arriada . (arrear = colocar
arreio no cavalo) A confusão entre polissemia e homonímia é bastante
comum. Quando a mesma palavra apresenta vários signi-
C) Serão punidos os que infringirem o regulamen-
ficados, estamos na presença da polissemia. Por outro lado,
to. (inflingirem = aplicarem a pena)
quando duas ou mais palavras com origens e significados
D) São sempre valiosos os conselhos dos mais ve-
distintos têm a mesma grafia e fonologia, temos uma ho-
lhos; (concelhos= Porção territorial ou parte administrativa monímia.
de um distrito). A palavra “manga” é um caso de homonímia. Ela pode
E) Moro a cerca de cem metros da praça principal. significar uma fruta ou uma parte de uma camisa. Não é
(acerca de = Acerca de é sinônimo de “a respeito de”.). polissemia porque os diferentes significados para a palavra
manga têm origens diferentes, e por isso alguns estudiosos
8-) mencionam que a palavra manga deveria ter mais do que
b) emigrar = entrar (no país); imigrar = sair (do país) = uma entrada no dicionário.
significados invertidos “Letra” é uma palavra polissêmica. Letra pode significar
c) delatar = expandir; dilatar = denunciar = signifi- o elemento básico do alfabeto, o texto de uma canção ou a
cados invertidos caligrafia de um determinado indivíduo. Neste caso, os dife-
d) deferir = diferenciar; diferir = conceder = signifi- rentes significados estão interligados porque remetem para
cados invertidos o mesmo conceito, o da escrita.
e) dispensa = cômodo; despensa = desobrigação =
significados invertidos Polissemia e ambiguidade

Polissemia e ambiguidade têm um grande impacto na


Polissemia interpretação. Na língua portuguesa, um enunciado pode
ser ambíguo, ou seja, apresenta mais de uma interpretação.
Consideremos as seguintes frases: Essa ambiguidade pode ocorrer devido à colocação espe-
Paula tem uma mão para cozinhar que dá inveja! cífica de uma palavra (por exemplo, um advérbio) em uma
Vamos! Coloque logo a mão na massa! frase. Vejamos a seguinte frase: Pessoas que têm uma ali-
As crianças estão com as mãos sujas. mentação equilibrada frequentemente são felizes. Neste caso
Passaram a mão na minha bolsa e nem percebi. podem existir duas interpretações diferentes. As pessoas têm
alimentação equilibrada porque são felizes ou são felizes por-
que têm uma alimentação equilibrada.
Chegamos à conclusão de que se trata de palavras
De igual forma, quando uma palavra é polissêmica, ela
idênticas no que se refere à grafia, mas será que possuem
pode induzir uma pessoa a fazer mais do que uma interpre-
o mesmo significado?
tação. Para fazer a interpretação correta é muito importante
Existe uma parte da gramática normativa denominada saber qual o contexto em que a frase é proferida.
Semântica. Ela trabalha a questão dos diferentes significa-
dos que uma mesma palavra apresenta de acordo com o
contexto em que se insere. Denotação e Conotação
Tomando como exemplo as frases já mencionadas,
analisaremos os vocábulos de mesma grafia, de acordo Na língua portuguesa, uma PALAVRA (do latim parabola,
com seu sentido denotativo, isto é, aquele retratado pelo que por sua vez deriva do grego parabolé) pode ser definida
dicionário. como sendo um conjunto de letras ou sons de uma língua,
Na primeira, a palavra “mão” significa habilidade, efi- juntamente com a ideia associada a este conjunto.
ciência diante do ato praticado. Nas outras que seguem o
significado é de: participação, interação mediante a uma Sentido Próprio e Figurado das Palavras
tarefa realizada; mão como parte do corpo humano e por
último simboliza o roubo, visto de maneira pejorativa. Pela própria definição acima destacada podemos perce-
Reportando-nos ao conceito de Polissemia, logo per- ber que a palavra é composta por duas partes, uma delas
cebemos que o prefixo “poli” significa multiplicidade de relacionada a sua forma escrita e os seus sons (denominada
algo. Possibilidades de várias interpretações levando-se em significante) e a outra relacionada ao que ela (palavra) ex-
consideração as situações de aplicabilidade. pressa, ao conceito que ela traz (denominada significado).

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LÍNGUA PORTUGUESA

Em relação ao seu SIGNIFICADO as palavras subdivi- (A) De corda; de plástico.


dem-se assim: (B) De fogo; de madeira.
- Sentido Próprio - é o sentido literal, ou seja, o senti- (C) De madeira; de pedra.
do comum que costumamos dar a uma palavra. (D) De fogo; de pedra.
- Sentido Figurado - é o sentido “simbólico”, “figura- (E) De plástico; de cinza.
do”, que podemos dar a uma palavra.
Vamos analisar a palavra cobra utilizada em diferentes 2-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAU-
contextos: LO - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – VUNESP/2013
1. A cobra picou o menino. (cobra = réptil peçonhento) - ADAPTADO) Para responder à questão, considere a se-
2. A sogra dele é uma cobra. (cobra = pessoa desagra- guinte passagem: Sem querer estereotipar, mas já estereoti-
dável, que adota condutas pouco apreciáveis) pando: trata-se de um ser cujas interações sociais terminam,
3. O cara é cobra em Física! (cobra = pessoa que co- 99% das vezes, diante da pergunta “débito ou crédito?”.
nhece muito sobre alguma coisa, “expert”)
Nesse contexto, o verbo estereotipar tem sentido de
No item 1 aplica-se o termo cobra em seu sentido co-
(A) considerar ao acaso, sem premeditação.
mum (ou literal); nos itens 2 e 3 o termo cobra é aplicado
(B) aceitar uma ideia mesmo sem estar convencido
em sentido figurado.
dela.
Podemos então concluir que um mesmo significante
(C) adotar como referência de qualidade.
(parte concreta) pode ter vários significados (conceitos). (D) julgar de acordo com normas legais.
(E) classificar segundo ideias preconcebidas.
Denotação e Conotação
3-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAU-
- Denotação: verifica-se quando utilizamos a palavra LO - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – VUNESP/2013 -
com o seu significado primitivo e original, com o sentido ADAPTADA) Para responder a esta questão, considere as
do dicionário; usada de modo automatizado; linguagem palavras destacadas nas seguintes passagens do texto:
comum. Veja este exemplo: Cortaram as asas da ave para Desde o surgimento da ideia de hipertexto...
que não voasse mais. ... informações ligadas especialmente à pesquisa aca-
Aqui a palavra em destaque é utilizada em seu sentido dêmica,
próprio, comum, usual, literal. ... uma “máquina poética”, algo que funcionasse por
analogia e associação...
MINHA DICA - Procure associar Denotação com Di- Quando o cientista Vannevar Bush [...] concebeu a
cionário: trata-se de definição literal, quando o termo é uti- ideia de hipertexto...
lizado em seu sentido dicionarístico. ... 20 anos depois de seu artigo fundador...

- Conotação: verifica-se quando utilizamos a palavra As palavras destacadas que expressam ideia de tempo
com o seu significado secundário, com o sentido amplo (ou são:
simbólico); usada de modo criativo, figurado, numa lingua- (A) algo, especialmente e Quando.
gem rica e expressiva. Veja este exemplo: (B) Desde, especialmente e algo.
Seria aconselhável cortar as asas deste menino, antes (C) especialmente, Quando e depois.
que seja tarde demais. (D) Desde, Quando e depois.
Já neste caso o termo (asas) é empregado de forma (E) Desde, algo e depois.
figurada, fazendo alusão à ideia de restrição e/ou controle
4-) (TRF - 5ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO - FCC/2012)
de ações; disciplina, limitação de conduta e comportamen-
A importância de Rodolfo Coelho Cavalcante para o mo-
to.
vimento cordelista pode ser comparada à de outros dois
grandes nomes...
Fonte:
Sem qualquer outra alteração da frase acima e sem
http://www.tecnolegis.com/estudo-dirigido/oficial-de- prejuízo da correção, o elemento grifado pode ser subs-
justica-tjm-sp/lingua-portuguesa-sentido-proprio-e-figu- tituído por:
rado-das-palavras.html (A) contrastada.
(B) confrontada.
Questões sobre Denotação e Conotação (C) ombreada.
(D) rivalizada.
1-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAU- (E) equiparada.
LO - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – VUNESP/2013) O
sentido de marmóreo (adjetivo) equivale ao da expressão 5-) (PREFEITURA DE SERTÃOZINHO – AGENTE COMU-
de mármore. Assinale a alternativa contendo as expressões NITÁRIO DE SAÚDE – VUNESP/2012) No verso – Não te
com sentidos equivalentes, respectivamente, aos das pala- abras com teu amigo – o verbo em destaque foi emprega-
vras ígneo e pétreo. do em sentido figurado.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Assinale a alternativa em que esse mesmo verbo “abrir” Pois, já que a lei não permite prendê-los por vandalis-
continua sendo empregado em sentido figurado. mo, saque, formação de quadrilha, desacato à autoridade,
(A) Ao abrir a porta, não havia ninguém. resistência à prisão e nem mesmo por ataque aos órgãos
(B) Ele não pôde abrir a lata porque não tinha um abri- públicos, talvez seja possível enquadrá-los por sujar a rua.
dor. (Ruy Castro, Por sujar a rua. Folha de S.Paulo, 21.08.2013.
(C) Para aprender, é preciso abrir a mente. Adaptado)
(D) Pela manhã, quando abri os olhos, já estava em
casa. Na oração – ... parecem querer levar ao colapso. – (3.º
(E) Os ladrões abriram o cofre com um maçarico. parágrafo), o termo em destaque é sinônimo de
(A) progresso.
6-) (SABESP/SP – ATENDENTE A CLIENTES 01 – (B) descaso.
FCC/2014 - ADAPTADA) Atenção: Para responder à ques- (C) vitória.
tão, considere o texto abaixo. (D) tédio.
(E) ruína.
A marca da solidão
Deitado de bruços, sobre as pedras quentes do chão de 8-) (BNDES – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – BN-
paralelepípedos, o menino espia. Tem os braços dobrados e a DES/2012) Considere o emprego do verbo levar no trecho:
testa pousada sobre eles, seu rosto formando uma tenda de “Uma competição não dura apenas alguns minutos. Leva
penumbra na tarde quente. anos”. A frase em que esse verbo está usado com o mesmo
Observa as ranhuras entre uma pedra e outra. Há, den- sentido é:
tro de cada uma delas, um diminuto caminho de terra, com (A) O menino leva o material adequado para a escola.
pedrinhas e tufos minúsculos de musgos, formando peque- (B) João levou uma surra da mãe.
nas plantas, ínfimos bonsais só visíveis aos olhos de quem é (C) A enchente leva todo o lixo rua abaixo.
capaz de parar de viver para, apenas, ver. Quando se tem a (D) O trabalho feito com empenho leva ao sucesso.
marca da solidão na alma, o mundo cabe numa fresta. (E) O atleta levou apenas dez segundos para terminar
(SEIXAS, Heloísa. Contos mais que mínimos. Rio de Ja- a prova.
neiro: Tinta negra bazar, 2010. p. 47)
Resolução
No primeiro parágrafo, a palavra utilizada em sentido
figurado é
1-)
(A) menino.
Questão que pode ser resolvida usando a lógica ou as-
(B) chão.
sociação de palavras! Veja: a ignição do carro lembra-nos
(C) testa.
fogo, combustão... Pedra, petrificado. Encontrou a respos-
(D) penumbra.
ta?
(E) tenda.
RESPOSTA: “D”.
7-) (UFTM/MG – AUXILIAR DE BIBLIOTECA – VU-
NESP/2013 - ADAPTADA) Leia o texto para responder à 2-)
questão. Classificar conforme regras conhecidas, mas não con-
firmadas se verdadeiras.
RIO DE JANEIRO – A Prefeitura do Rio está lançando a RESPOSTA: “E”.
Operação Lixo Zero, que vai multar quem emporcalhar a ci-
dade. Em primeira instância, a campanha é educativa. Equi- 3-)
pes da Companhia Municipal de Limpeza Urbana estão per- As palavras que nos dão a noção, ideia de tempo são:
correndo as ruas para flagrar maus cidadãos jogando coisas desde, quando e depois.
onde não devem e alertá-los para o que os espera. Em breve, RESPOSTA: “D”.
com guardas municipais, policiais militares e 600 fiscais em
ação, as multas começarão a chegar para quem tratar a via 4-)
pública como a casa da sogra. Ao participar de um concurso, não temos acesso a di-
Imagina-se que, quando essa lei começar para valer, os cionários para que verifiquemos o significado das palavras,
recordistas de multas serão os cerca de 300 jovens golpistas por isso, caso não saibamos o que significam, devemos
que, nas últimas semanas, se habituaram a tomar as ruas, analisá-las dentro do contexto em que se encontram. No
pichar monumentos, vandalizar prédios públicos, quebrar exercício acima, a que se “encaixa” é “equiparada”.
orelhões, arrancar postes, apedrejar vitrines, depredar ban- RESPOSTA: “E”.
cos, saquear lojas e, por uma estranha compulsão, destruir
lixeiras, jogar o lixo no asfalto e armar barricadas de fogo 5-)
com ele. Em todas as alternativas o verbo “abrir” está empre-
É verdade que, no seu “bullying” político, eles não estão gado em seu sentido denotativo. No item C, conotativo
nem aí para a cidade, que é de todos – e que, por algum (“abrir a mente” = aberto a mudanças, novas ideias).
motivo, parecem querer levar ao colapso. RESPOSTA: “C”.

11
LÍNGUA PORTUGUESA

6-) - Ir ao supermercado;
Novamente, responderemos com frase do texto: seu - Pegar as crianças na escola;
rosto formando uma tenda. - Caminhada na praia;
RESPOSTA: “E”. - Reunião com amigos.
7-) Dois pontos
Pela leitura do texto, compreende-se que a intenção 1- Antes de uma citação
do autor ao utilizar a expressão” levar ao colapso” refere-se - Vejamos como Afrânio Coutinho trata este assunto:
à queda, ao fim, à ruína da cidade.
RESPOSTA: “E”. 2- Antes de um aposto
- Três coisas não me agradam: chuva pela manhã, frio à
8-) tarde e calor à noite.
No enunciado, o verbo “levar” está empregado com o
sentido de “duração/tempo” 3- Antes de uma explicação ou esclarecimento
(A) O menino leva o material adequado para a escola. - Lá estava a deplorável família: triste, cabisbaixa, viven-
= carrega do a rotina de sempre.
(B) João levou uma surra da mãe. = apanhou
(C) A enchente leva todo o lixo rua abaixo. = arrasta 4- Em frases de estilo direto
(D) O trabalho feito com empenho leva ao sucesso. = Maria perguntou:
direciona - Por que você não toma uma decisão?
(E) O atleta levou apenas dez segundos para terminar a
prova = duração/tempo Ponto de Exclamação
1- Usa-se para indicar entonação de surpresa, cólera,
RESPOSTA: “E”. susto, súplica, etc.
- Sim! Claro que eu quero me casar com você!
2- Depois de interjeições ou vocativos
III - PONTUAÇÃO. ESTRUTURA E SEQUÊNCIA - Ai! Que susto!
LÓGICA DE FRASES E PARÁGRAFOS. - João! Há quanto tempo!

Ponto de Interrogação
Usa-se nas interrogações diretas e indiretas livres.
Os sinais de pontuação são marcações gráficas que “- Então? Que é isso? Desertaram ambos?” (Artur Aze-
servem para compor a coesão e a coerência textual, além vedo)
de ressaltar especificidades semânticas e pragmáticas. Ve-
jamos as principais funções dos sinais de pontuação co- Reticências
nhecidos pelo uso da língua portuguesa. 1- Indica que palavras foram suprimidas.
- Comprei lápis, canetas, cadernos...
Ponto
1- Indica o término do discurso ou de parte dele. 2- Indica interrupção violenta da frase.
- Façamos o que for preciso para tirá-la da situação em “- Não... quero dizer... é verdad... Ah!”
que se encontra.
- Gostaria de comprar pão, queijo, manteiga e leite. 3- Indica interrupções de hesitação ou dúvida
- Acordei. Olhei em volta. Não reconheci onde estava. - Este mal... pega doutor?

2- Usa-se nas abreviações - V. Exª. - Sr. 4- Indica que o sentido vai além do que foi dito
- Deixa, depois, o coração falar...
Ponto e Vírgula ( ; )
1- Separa várias partes do discurso, que têm a mesma Vírgula
importância.
- “Os pobres dão pelo pão o trabalho; os ricos dão pelo Não se usa vírgula
pão a fazenda; os de espíritos generosos dão pelo pão a vida; *separando termos que, do ponto de vista sintático, li-
os de nenhum espírito dão pelo pão a alma...” (VIEIRA) gam-se diretamente entre si:
- entre sujeito e predicado.
2- Separa partes de frases que já estão separadas por Todos os alunos da sala foram advertidos.
vírgulas. Sujeito predicado
- Alguns quiseram verão, praia e calor; outros, monta-
nhas, frio e cobertor. - entre o verbo e seus objetos.
O trabalho custou sacrifício aos realiza-
3- Separa itens de uma enumeração, exposição de mo- dores.
tivos, decreto de lei, etc. V.T.D.I. O.D. O.I.

12
LÍNGUA PORTUGUESA

Usa-se a vírgula: (E) Diante da testemunha, o homem abriu a bolsa e,


- Para marcar intercalação: embora, experimentasse a sensação de violar uma intimi-
a) do adjunto adverbial: O café, em razão da sua abun- dade, procurou a esmo entre as coisinhas, tentando, en-
dância, vem caindo de preço. contrar algo que pudesse ajudar a revelar quem era a sua
b) da conjunção: Os cerrados são secos e áridos. Estão dona.
produzindo, todavia, altas quantidades de alimentos.
c) das expressões explicativas ou corretivas: As indús- 02. (CNJ – TÉCNICO JUDICIÁRIO – CESPE/2013 - ADAP-
trias não querem abrir mão de suas vantagens, isto é, não TADA) Jogadores de futebol de diversos times entraram em
querem abrir mão dos lucros altos. campo em prol do programa “Pai Presente”, nos jogos do
Campeonato Nacional em apoio à campanha que visa 4 re-
- Para marcar inversão: duzir o número de pessoas que não possuem o nome do pai
a) do adjunto adverbial (colocado no início da oração): em sua certidão de nascimento. (...)
Depois das sete horas, todo o comércio está de portas fe- A oração subordinada “que não possuem o nome do
chadas. pai em sua certidão de nascimento” não é antecedida por
b) dos objetos pleonásticos antepostos ao verbo: Aos
vírgula porque tem natureza restritiva.
pesquisadores, não lhes destinaram verba alguma.
( ) Certo ( ) Errado
c) do nome de lugar anteposto às datas: Recife, 15 de
maio de 1982.
03.(BNDES – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – BN-
- Para separar entre si elementos coordenados (dispos- DES/2012) Em que período a vírgula pode ser retirada,
tos em enumeração): mantendo-se o sentido e a obediência à norma-padrão?
Era um garoto de 15 anos, alto, magro. (A) Quando o técnico chegou, a equipe começou o
A ventania levou árvores, e telhados, e pontes, e animais. treino.
(B) Antônio, quer saber as últimas novidades dos es-
- Para marcar elipse (omissão) do verbo: portes?
Nós queremos comer pizza; e vocês, churrasco. (C) As Olimpíadas de 2016 ocorrerão no Rio, que se
- Para isolar: prepara para o evento.
- o aposto: São Paulo, considerada a metrópole brasilei- (D) Atualmente, várias áreas contribuem para o apri-
ra, possui um trânsito caótico. moramento do desportista.
- o vocativo: Ora, Thiago, não diga bobagem. (E) Eis alguns esportes que a Ciência do Esporte ajuda:
judô, natação e canoagem.
Fontes:
http://www.infoescola.com/portugues/pontuacao/ 04. (BANPARÁ/PA – TÉCNICO BANCÁRIO – ESPP/2012)
http://www.brasilescola.com/gramatica/uso-da-virgu- Assinale a alternativa em que a pontuação está correta.
la.htm a) Meu grande amigo Pedro, esteve aqui ontem!
b) Foi solicitado, pelo diretor o comprovante da tran-
Questões sobre Pontuação sação.
c) Maria, você trouxe os documentos?
01. (Agente Policial – Vunesp – 2013). Assinale a alter- d) O garoto de óculos leu, em voz alta o poema.
nativa em que a pontuação está corretamente empregada, e) Na noite de ontem o vigia percebeu, uma movimen-
de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa. tação estranha.
(A) Diante da testemunha, o homem abriu a bolsa e,
embora, experimentasse, a sensação de violar uma intimi-
05. (Papiloscopista Policial – Vunesp – 2013 – adap.).
dade, procurou a esmo entre as coisinhas, tentando en-
Assinale a alternativa em que a frase mantém-se correta
contrar algo que pudesse ajudar a revelar quem era a sua
após o acréscimo das vírgulas.
dona.
(B) Diante, da testemunha o homem abriu a bolsa e, (A) Se a criança se perder, quem encontrá-la, verá na
embora experimentasse a sensação, de violar uma intimi- pulseira instruções para que envie, uma mensagem eletrô-
dade, procurou a esmo entre as coisinhas, tentando en- nica ao grupo ou acione o código na internet.
contrar algo que pudesse ajudar a revelar quem era a sua (B) Um geolocalizador também, avisará, os pais de
dona. onde o código foi acionado.
(C) Diante da testemunha, o homem abriu a bolsa e, (C) Assim que o código é digitado, familiares cadastra-
embora experimentasse a sensação de violar uma intimida- dos, recebem automaticamente, uma mensagem dizendo
de, procurou a esmo entre as coisinhas, tentando encontrar que a criança foi encontrada.
algo que pudesse ajudar a revelar quem era a sua dona. (D) De fabricação chinesa, a nova pulseirinha, chega
(D) Diante da testemunha, o homem, abriu a bolsa e, primeiro às, areias do Guarujá.
embora experimentasse a sensação de violar uma intimi- (E) O sistema permite, ainda, cadastrar o nome e o te-
dade, procurou a esmo entre as coisinhas, tentando, en- lefone de quem a encontrou e informar um ponto de re-
contrar algo que pudesse ajudar a revelar quem era a sua ferência
dona.

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LÍNGUA PORTUGUESA

06. (DNIT – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – ESAF/2013) (A) Os filmes que, mostram a luta pela sobrevivência
Para que o fragmento abaixo seja coerente e gramatical- em condições hostis nem sempre conseguem agradar, aos
mente correto, é necessário inserir sinais de pontuação. espectadores.
Assinale a posição em que não deve ser usado o sinal de (B) Várias experiências de prisioneiros, semelhantes en-
ponto, e sim a vírgula, para que sejam respeitadas as re- tre si, podem ser reunidas e fazer parte de uma mesma
gras gramaticais. Desconsidere os ajustes nas letras iniciais história ficcional.
minúsculas. (C) A história de heroísmo e de determinação que nem
O projeto Escola de Bicicleta está distribuindo bicicletas sempre, é convincente, se passa em um cenário marcado,
pelo frio.
de bambu para 4600 alunos da rede pública de São Pau-
(D) Caminhar por um extenso território gelado, é correr
lo(A) o programa desenvolve ainda oficinas e cursos para as
riscos iminentes que comprometem, a sobrevivência.
crianças utilizarem a bicicleta de forma segura e correta(B) (E) Para os fugitivos que se propunham, a alcançar a
os alunos ajudam a traçar ciclorrotas e participam de ati- liberdade, nada poderia parecer, realmente intransponível.
vidades sobre cidadania e reciclagem(C) as escolas partici-
pantes se tornam também centros de descarte de garrafas GABARITO
PET(D) destinadas depois para reciclagem(E) o programa 01. C 02. C 03. D 04. C 05. E
possibilitará o retorno das bicicletas pela saúde das crian- 06. D 07. A 08. B 09.B
ças e transformação das comunidades em lugares melhores
para se viver. RESOLUÇÃO
(Adaptado de Vida Simples, abril de 2012, edição 117)
a) A 1- Assinalei com um (X) as pontuações inadequadas
b) B (A) Diante da testemunha, o homem abriu a bolsa e,
c) C embora, (X) experimentasse , (X) a sensação de violar uma
intimidade, procurou a esmo entre as coisinhas, tentando
d) D
encontrar algo que pudesse ajudar a revelar quem era a
e) E sua dona.
(B) Diante , (X) da testemunha o homem abriu a bolsa
07. (DETRAN - OFICIAL ESTADUAL DE TRÂNSITO – VU- e, embora experimentasse a sensação , (X) de violar uma
NESP/2013) Assinale a alternativa correta quanto ao uso da intimidade, procurou a esmo entre as coisinhas, tentando
pontuação. encontrar algo que pudesse ajudar a revelar quem era a
(A) Segundo alguns psicólogos, é possível, em certas sua dona.
circunstâncias, ceder à frustração para que a raiva seja ali- (D) Diante da testemunha, o homem , (X) abriu a bolsa
viada. e, embora experimentasse a sensação de violar uma inti-
(B) Dirigir pode aumentar, nosso nível de estresse, por- midade, procurou a esmo entre as coisinhas, tentando , (X)
que você está junto; com os outros motoristas cujos com- encontrar algo que pudesse ajudar a revelar quem era a
portamentos, são desconhecidos. sua dona.
(C) Os motoristas, devem saber, que os carros podem (E) Diante da testemunha, o homem abriu a bolsa e,
embora , (X) experimentasse a sensação de violar uma in-
ser uma extensão de nossa personalidade.
timidade, procurou a esmo entre as coisinhas, tentando ,
(D) A ira de trânsito pode ocasionar, acidentes e; au- (X) encontrar algo que pudesse ajudar a revelar quem era
mentar os níveis de estresse em alguns motoristas. a sua dona.
(E) Os congestionamentos e o número de motoristas
na rua, são as principais causas da ira de trânsito. 2-) A oração restringe o grupo que participará da cam-
panha (apenas os que não têm o nome do pai na certidão
08. (ACADEMIA DE POLÍCIA DO ESTADO DE MINAS de nascimento). Se colocarmos uma vírgula, a oração tor-
GERAIS – TÉCNICO ASSISTENTE DA POLÍCIA CIVIL - FU- nar-se-á “explicativa”, generalizando a informação, o que
MARC/2013) “Paciência, minha filha, este é apenas um ciclo dará a entender que TODAS as pessoa não têm o nome do
econômico e a nossa geração foi escolhida para este vexame, pai na certidão.
você aí desse tamanho pedindo esmola e eu aqui sem nada RESPOSTA: “CERTO”.
para te dizer, agora afasta que abriu o sinal.”
No período acima, as vírgulas foram empregadas em 3-)
(A) Quando o técnico chegou, a equipe começou o
“Paciência, minha filha, este é [...]”, para separar
treino. = mantê-la (termo deslocado)
(A) aposto.
(B) Antônio, quer saber as últimas novidades dos es-
(B) vocativo. portes? = mantê-la (vocativo)
(C) adjunto adverbial. (C) As Olimpíadas de 2016 ocorrerão no Rio, que se
(D) expressão explicativa. prepara para o evento.
= mantê-la (explicação)
09. (INFRAERO – CADASTRO RESERVA OPERACIONAL (D) Atualmente, várias áreas contribuem para o apri-
PROFISSIONAL DE TRÁFEGO AÉREO – FCC/2011) O perío- moramento do desportista.
do corretamente pontuado é: = pode retirá-la (advérbio de tempo)

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LÍNGUA PORTUGUESA

(E) Eis alguns esportes que a Ciência do Esporte ajuda: 9-) Fiz as marcações (X) onde as pontuações estão ina-
judô, natação e canoagem. dequadas ou faltantes:
= mantê-la (enumeração) (A) Os filmes que,(X) mostram a luta pela sobrevivência
em condições hostis nem sempre conseguem agradar, (X)
4-) Assinalei com (X) a pontuação inadequada ou fal- aos espectadores.
tante: (B) Várias experiências de prisioneiros, semelhantes en-
a) Meu grande amigo Pedro, (X) esteve aqui ontem! tre si, podem ser reunidas e fazer parte de uma mesma
b) Foi solicitado, (X) pelo diretor o comprovante da história ficcional.
transação. (C) A história de heroísmo e de determinação (X) que
c) Maria, você trouxe os documentos? nem sempre, (X) é convincente, se passa em um cenário
d) O garoto de óculos leu, em voz alta (X) o poema. marcado, (X) pelo frio.
e) Na noite de ontem (X) o vigia percebeu, (X) uma mo- (D) Caminhar por um extenso território gelado, (X) é
vimentação estranha. correr riscos iminentes (X) que comprometem, (X) a sobre-
vivência.
5-) Assinalei com (X) onde estão as pontuações inade- (E) Para os fugitivos que se propunham, (X) a alcançar
quadas a liberdade, nada poderia parecer, (X) realmente intrans-
(A) Se a criança se perder, quem encontrá-la , (X) verá ponível.
na pulseira instruções para que envie , (X) uma mensagem
eletrônica ao grupo ou acione o código na internet. Estrutura Textual
(B) Um geolocalizador também , (X) avisará , (X) os
pais de onde o código foi acionado. Primeiramente, o que nos faz produzir um texto é a ca-
(C) Assim que o código é digitado, familiares cadastra- pacidade que temos de pensar. Por meio do pensamento,
dos , (X) recebem ( , ) automaticamente, uma mensagem elaboramos todas as informações que recebemos e orien-
dizendo que a criança foi encontrada. tamos as ações que interferem na realidade e organização
(D) De fabricação chinesa, a nova pulseirinha , (X) che- de nossos escritos. O que lemos é produto de um pensa-
ga primeiro às , (X) areias do Guarujá. mento transformado em texto.
Logo, como cada um de nós tem seu modo de pen-
6-) sar, quando escrevemos sempre procuramos uma maneira
O projeto Escola de Bicicleta está distribuindo bicicletas organizada do leitor compreender as nossas ideias. A fina-
lidade da escrita é direcionar totalmente o que você quer
de bambu para 4600 alunos da rede pública de São Pau-
dizer, por meio da comunicação.
lo(A). O programa desenvolve ainda oficinas e cursos para
Para isso, os elementos que compõem o texto se sub-
as crianças utilizarem a bicicleta de forma segura e corre-
dividem em: introdução, desenvolvimento e conclusão. To-
ta(B). Os alunos ajudam a traçar ciclorrotas e participam de
dos eles devem ser organizados de maneira equilibrada.
atividades sobre cidadania e reciclagem(C). As escolas parti-
cipantes se tornam também centros de descarte de garrafas
Introdução
PET(D), destinadas depois para reciclagem(E). O programa
possibilitará o retorno das bicicletas pela saúde das crian- Caracterizada pela entrada no assunto e a argumen-
ças e transformação das comunidades em lugares melhores tação inicial. A ideia central do texto é apresentada nessa
para se viver. etapa. Entretanto, essa apresentação deve ser direta, sem
A vírgula deve ser colocada após a palavra “PET”, posi- rodeios. O seu tamanho raramente excede a 1/5 de todo o
ção (D), pois antecipa um termo explicativo. texto. Porém, em textos mais curtos, essa proporção não é
equivalente. Neles, a introdução pode ser o próprio título.
7-) Fiz as indicações (X) das pontuações inadequadas: Já nos textos mais longos, em que o assunto é exposto
(A) Segundo alguns psicólogos, é possível, em certas em várias páginas, ela pode ter o tamanho de um capítulo
circunstâncias, ceder à frustração para que a raiva seja ali- ou de uma parte precedida por subtítulo. Nessa situação,
viada. pode ter vários parágrafos. Em redações mais comuns, que
(B) Dirigir pode aumentar, (X) nosso nível de estresse, em média têm de 25 a 80 linhas, a introdução será o pri-
porque você está junto; (X) com os outros motoristas cujos meiro parágrafo.
comportamentos, (X) são desconhecidos.
(C) Os motoristas, (X) devem saber, (X) que os carros Desenvolvimento
podem ser uma extensão de nossa personalidade.
(D) A ira de trânsito pode ocasionar, (X) acidentes e; (X) A maior parte do texto está inserida no desenvolvi-
aumentar os níveis de estresse em alguns motoristas. mento. Ele é responsável por estabelecer uma ligação entre
(E) Os congestionamentos e o número de motoristas a introdução e a conclusão. É nessa etapa que são elabo-
na rua, (X) são as principais causas da ira de trânsito. radas as ideias, os dados e os argumentos que sustentam
e dão base às explicações e posições do autor. É carac-
8-) Paciência, minha filha, este é... = é o termo usado terizado por uma “ponte” formada pela organização das
para se dirigir ao interlocutor, ou seja, é um vocativo. ideias em uma sequência que permite formar uma relação
equilibrada entre os dois lados.

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LÍNGUA PORTUGUESA

O autor do texto revela sua capacidade de discutir um → Para não influenciar a conclusão do leitor sobre te-
determinado tema no desenvolvimento. Nessa parte, ele mas polêmicos, o autor deixa a conclusão em aberto.
se torna capaz de defender seus pontos de vista, além de → Para estimular o leitor a ler uma possível continuida-
dirigir a atenção do leitor para a conclusão. As conclusões de do texto, ou autor não fecha a discussão de propósito.
são fundamentadas a partir daqui. → Por apenas apresentar dados e informações sobre
Para que o desenvolvimento cumpra seu objetivo, o o tema a ser desenvolvido, o autor não deseja concluir o
escritor já deve ter uma ideia clara de como vai ser a con- assunto.
clusão. Por isso a importância do planejamento de texto. → Para que o leitor tire suas próprias conclusões, o au-
Em média, ocupa 3/5 do texto, no mínimo. Já nos tex- tor enumera algumas perguntas no final do texto.
tos mais longos, pode estar inserido em capítulos ou tre-
chos destacados por subtítulos. Deverá se apresentar no A maioria dessas falhas pode ser evitada se antes o au-
formato de parágrafos medianos e curtos. tor fizer um esboço de todas as suas ideias. Essa técnica
Os principais erros cometidos no desenvolvimento são é um roteiro, em que estão presentes os planejamentos.
o desvio e a desconexão da argumentação. O primeiro está Nele devem estar indicadas as melhores sequências a se-
relacionado ao autor tomar um argumento secundário que rem utilizadas na redação. O roteiro deve ser o mais enxuto
se distancia da discussão inicial, ou quando se concentra possível.
em apenas um aspecto do tema e esquece o seu todo. O
segundo caso acontece quando quem redige tem muitas Fonte:
ideias ou informações sobre o que está sendo discutido, http://producao-de-textos.info/mos/view/Caracter%-
não conseguindo estruturá-las. Surge também a dificul- C3%ADsticas_e_Estruturas_do_Texto/
dade de organizar seus pensamentos e definir uma linha
lógica de raciocínio.

Conclusão IV - ORTOGRAFIA OFICIAL;


ACENTUAÇÃO GRÁFICA.
Considerada como a parte mais importante do texto,
é o ponto de chegada de todas as argumentações elabo-
radas. As ideias e os dados utilizados convergem para essa
parte, em que a exposição ou discussão se fecha. A ortografia é a parte da língua responsável pela gra-
Em uma estrutura normal, ela não deve deixar uma fia correta das palavras. Essa grafia baseia-se no padrão
brecha para uma possível continuidade do assunto; ou culto da língua.
seja, possui atributos de síntese. A discussão não deve ser As palavras podem apresentar igualdade total ou par-
encerrada com argumentos repetitivos, sendo evitados na cial no que se refere a sua grafia e pronúncia, mesmo ten-
medida do possível. Alguns exemplos: “Portanto, como já do significados diferentes. Essas palavras são chamadas
dissemos antes...”, “Concluindo...”, “Em conclusão...”. de homônimas (canto, do grego, significa ângulo / canto,
Sua proporção em relação à totalidade do texto deve do latim, significa música vocal). As palavras homônimas
ser equivalente ao da introdução: de 1/5. Essa é uma das dividem-se em homógrafas, quando têm a mesma grafia
características de textos bem redigidos. (gosto, substantivo e gosto, 1ª pessoa do singular do verbo
Os seguintes erros aparecem quando as conclusões fi- gostar) e homófonas, quando têm o mesmo som (paço, pa-
cam muito longas: lácio ou passo, movimento durante o andar).
Quanto à grafia correta em língua portuguesa, devem-
→ O problema aparece quando não ocorre uma ex- se observar as seguintes regras:
ploração devida do desenvolvimento. Logo, acontece uma
invasão das ideias de desenvolvimento na conclusão.
→ Outro fator consequente da insuficiência de funda- O fonema s:
mentação do desenvolvimento está na conclusão precisar
de maiores explicações, ficando bastante vazia. Escreve-se com S e não com C/Ç as palavras substan-
→ Enrolar e “encher linguiça” são muito comuns no tivadas derivadas de verbos com radicais em nd, rg, rt, pel,
texto em que o autor fica girando em torno de ideias re- corr e sent: pretender - pretensão / expandir - expansão /
dundantes ou paralelas. ascender - ascensão / inverter - inversão / aspergir aspersão
→ Uso de frases vazias que, por vezes, são perfeita- / submergir - submersão / divertir - diversão / impelir - im-
mente dispensáveis. pulsivo / compelir - compulsório / repelir - repulsa / recorrer
→ Quando não tem clareza de qual é a melhor con- - recurso / discorrer - discurso / sentir - sensível / consentir
clusão, o autor acaba se perdendo na argumentação final. - consensual

Em relação à abertura para novas discussões, a con- Escreve-se com SS e não com C e Ç os nomes deri-
clusão não pode ter esse formato, exceto pelos seguintes vados dos verbos cujos radicais terminem em gred, ced,
fatores: prim ou com verbos terminados por tir ou meter: agredir
- agressivo / imprimir - impressão / admitir - admissão /

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LÍNGUA PORTUGUESA

ceder - cessão / exceder - excesso / percutir - percussão / Observação: Exceção: pajem


regredir - regressão / oprimir - opressão / comprometer - *as terminações: ágio, égio, ígio, ógio, ugio: sortilégio,
compromisso / submeter - submissão litígio, relógio, refúgio.
*quando o prefixo termina com vogal que se junta com *os verbos terminados em ger e gir: eleger, mugir.
a palavra iniciada por “s”. Exemplos: a + simétrico - assimé- *depois da letra “r” com poucas exceções: emergir, sur-
trico / re + surgir - ressurgir gir.
*no pretérito imperfeito simples do subjuntivo. Exem- *depois da letra “a”, desde que não seja radical termi-
plos: ficasse, falasse nado com j: ágil, agente.

Escreve-se com C ou Ç e não com S e SS os vocábulos Escreve-se com J e não com G:


de origem árabe: cetim, açucena, açúcar *as palavras de origem latinas: jeito, majestade, hoje.
*os vocábulos de origem tupi, africana ou exótica: cipó, *as palavras de origem árabe, africana ou exótica: ji-
Juçara, caçula, cachaça, cacique boia, manjerona.
*os sufixos aça, aço, ação, çar, ecer, iça, nça, uça, uçu, *as palavras terminada com aje: aje, ultraje.
uço: barcaça, ricaço, aguçar, empalidecer, carniça, caniço,
esperança, carapuça, dentuço O fonema ch:
*nomes derivados do verbo ter: abster - abstenção /
deter - detenção / ater - atenção / reter - retenção Escreve-se com X e não com CH:
*após ditongos: foice, coice, traição *as palavras de origem tupi, africana ou exótica: aba-
*palavras derivadas de outras terminadas em te, to(r): caxi, muxoxo, xucro.
marte - marciano / infrator - infração / absorto - absorção *as palavras de origem inglesa (sh) e espanhola (J):
xampu, lagartixa.
O fonema z: *depois de ditongo: frouxo, feixe.
*depois de “en”: enxurrada, enxoval.
Escreve-se com S e não com Z: Observação: Exceção: quando a palavra de origem
*os sufixos: ês, esa, esia, e isa, quando o radical é subs- não derive de outra iniciada com ch - Cheio - (enchente)
tantivo, ou em gentílicos e títulos nobiliárquicos: freguês,
freguesa, freguesia, poetisa, baronesa, princesa, etc. Escreve-se com CH e não com X:
*os sufixos gregos: ase, ese, ise e ose: catequese, me- *as palavras de origem estrangeira: chave, chumbo,
tamorfose. chassi, mochila, espadachim, chope, sanduíche, salsicha.
*as formas verbais pôr e querer: pôs, pus, quisera, quis,
quiseste. As letras e e i:
*nomes derivados de verbos com radicais terminados *os ditongos nasais são escritos com “e”: mãe, põem.
em “d”: aludir - alusão / decidir - decisão / empreender - Com “i”, só o ditongo interno cãibra.
empresa / difundir - difusão *os verbos que apresentam infinitivo em -oar, -uar são
*os diminutivos cujos radicais terminam com “s”: Luís - escritos com “e”: caçoe, tumultue. Escrevemos com “i”, os
Luisinho / Rosa - Rosinha / lápis - lapisinho verbos com infinitivo em -air, -oer e -uir: trai, dói, possui.
*após ditongos: coisa, pausa, pouso - atenção para as palavras que mudam de sentido
*em verbos derivados de nomes cujo radical termina quando substituímos a grafia “e” pela grafia “i”: área (su-
com “s”: anális(e) + ar - analisar / pesquis(a) + ar - pesquisar perfície), ária (melodia) / delatar (denunciar), dilatar (expan-
dir) / emergir (vir à tona), imergir (mergulhar) / peão (de
Escreve-se com Z e não com S: estância, que anda a pé), pião (brinquedo).
*os sufixos “ez” e “eza” das palavras derivadas de adje-
tivo: macio - maciez / rico - riqueza Fonte: http://www.pciconcursos.com.br/aulas/portu-
*os sufixos “izar” (desde que o radical da palavra de gues/ortografia
origem não termine com s): final - finalizar / concreto - con-
cretizar Questões sobre Ortografia
*como consoante de ligação se o radical não terminar
com s: pé + inho - pezinho / café + al - cafezal ≠ lápis + 01. (TRE/AP - TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2011) Entre
inho - lapisinho as frases que seguem, a única correta é:
a) Ele se esqueceu de que?
O fonema j: b) Era tão ruím aquele texto, que não deu para distri-
bui-lo entre os presentes.
Escreve-se com G e não com J: c) Embora devessemos, não fomos excessivos nas crí-
*as palavras de origem grega ou árabe: tigela, girafa, ticas.
gesso. d) O juíz nunca negou-se a atender às reivindicações
*estrangeirismo, cuja letra G é originária: sargento, gim. dos funcionários.
*as terminações: agem, igem, ugem, ege, oge (com e) Não sei por que ele mereceria minha consideração.
poucas exceções): imagem, vertigem, penugem, bege, foge.

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LÍNGUA PORTUGUESA

02. (Escrevente TJ SP – Vunesp/2013). Assinale a alter- 07. (MPE/RJ – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – FUJB/2011)
nativa cujas palavras se apresentam flexionadas de acordo com Assinale a alternativa em que a frase NÃO contraria a norma
a norma- -padrão. culta:
(A) Os tabeliãos devem preparar o documento. A) Entre eu e a vida sempre houve muitos infortúnios, por
(B) Esses cidadões tinham autorização para portar fuzis. isso posso me queixar com razão.
(C) Para autenticar as certidãos, procure o cartório local. B) Sempre houveram várias formas eficazes para ultra-
(D) Ao descer e subir escadas, segure-se nos corrimãos. passarmos os infortúnios da vida.
(E) Cuidado com os degrais, que são perigosos! C) Devemos controlar nossas emoções todas as vezes que
vermos a pobreza e a miséria fazerem parte de nossa vida.
03. (Agente de Vigilância e Recepção – VUNESP – 2013). D) É difícil entender o por quê de tanto sofrimento, prin-
Suponha-se que o cartaz a seguir seja utilizado para informar cipalmente daqueles que procuram viver com dignidade e
os usuários sobre o festival Sounderground. simplicidade.
Prezado Usuário E) As dificuldades por que passamos certamente nos fa-
________ de oferecer lazer e cultura aos passageiros do metrô, zem mais fortes e preparados para os infortúnios da vida.
________ desta segunda-feira (25/02), ________ 17h30, começa o
Sounderground, festival internacional que prestigia os músicos GABARITO
que tocam em estações do metrô. 01.E 02. D 03. C 04. A 05. B 06. E 07. E
Confira o dia e a estação em que os artistas se apresenta-
rão e divirta-se! RESOLUÇÃO
Para que o texto atenda à norma-padrão, devem-se preen-
cher as lacunas, correta e respectivamente, com as expressões 1-)
A) A fim ...a partir ... as (A) Ele se esqueceu de que? = quê?
B) A fim ...à partir ... às (B) Era tão ruím (ruim) aquele texto, que não deu para
C) A fim ...a partir ... às distribui-lo (distribuí-lo) entre os presentes.
D) Afim ...a partir ... às (C) Embora devêssemos (devêssemos) , não fomos exces-
E) Afim ...à partir ... as
sivos nas críticas.
(D) O juíz (juiz) nunca (se) negou a atender às reivindica-
04. (TRF - 1ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO - FCC/2011)
ções dos funcionários.
As palavras estão corretamente grafadas na seguinte frase:
(E) Não sei por que ele mereceria minha consideração.
(A) Que eles viajem sempre é muito bom, mas não é boa
a ansiedade com que enfrentam o excesso de passageiros nos
2-)
aeroportos.
(A) Os tabeliãos devem preparar o documento. = tabe-
(B) Comete muitos deslises, talvez por sua espontaneida-
de, mas nada que ponha em cheque sua reputação de pessoa liães
cortês. (B) Esses cidadões tinham autorização para portar fuzis.
(C) Ele era rabugento e tinha ojeriza ao hábito do sócio de = cidadãos
descançar após o almoço sob a frondoza árvore do pátio. (C) Para autenticar as certidãos, procure o cartório local.
(D) Não sei se isso influe, mas a persistência dessa mágoa = certidões
pode estar sendo o grande impecilho na superação dessa sua (E) Cuidado com os degrais, que são perigosos = degraus
crise.
(E) O diretor exitou ao aprovar a retenção dessa alta quan- 3-) Prezado Usuário
tia, mas não quiz ser taxado de conivente na concessão de pri- A fim de oferecer lazer e cultura aos passageiros do metrô,
vilégios ilegítimos. a partir desta segunda-feira (25/02), às 17h30, começa o Sou-
nderground, festival internacional que prestigia os músicos que
05.Em qual das alternativas a frase está corretamente es- tocam em estações do metrô.
crita? Confira o dia e a estação em que os artistas se apresenta-
A) O mindingo não depositou na cardeneta de poupansa. rão e divirta-se!
B) O mendigo não depositou na caderneta de poupança. A fim = indica finalidade; a partir: sempre separado; antes
C) O mindigo não depozitou na cardeneta de poupanssa. de horas: há crase
D) O mendingo não depozitou na carderneta de poupansa.
4-) Fiz a correção entre parênteses:
06.(IAMSPE/SP – ATENDENTE – [PAJEM] - CCI) – VU- (A) Que eles viajem sempre é muito bom, mas não é boa
NESP/2011) Assinale a alternativa em que o trecho – Mas a ansiedade com que enfrentam o excesso de passageiros
ela cresceu ... – está corretamente reescrito no plural, com o nos aeroportos.
verbo no tempo futuro. (B) Comete muitos deslises (deslizes), talvez por sua es-
(A) Mas elas cresceram... pontaneidade, mas nada que ponha em cheque (xeque) sua
(B) Mas elas cresciam... reputação de pessoa cortês.
(C) Mas elas cresçam... (C) Ele era rabugento e tinha ojeriza ao hábito do sócio
(D) Mas elas crescem... de descançar (descansar) após o almoço sob a frondoza
(E) Mas elas crescerão... (frondosa) árvore do pátio.

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LÍNGUA PORTUGUESA

(D) Não sei se isso influe (influi), mas a persistência des- 4. No geral, as locuções não possuem hífen, mas algu-
sa mágoa pode estar sendo o grande impecilho (empecilho) mas exceções continuam por já estarem consagradas pelo
na superação dessa sua crise. uso: cor- -de-rosa, arco-da-velha, mais-que-perfeito, pé-
(E) O diretor exitou (hesitou) ao aprovar a retenção des- de-meia, água-de- -colônia, queima-roupa, deus-dará.
sa alta quantia, mas não quiz (quis) ser taxado de conivente
na concessão de privilégios ilegítimos. 5. Nos encadeamentos de vocábulos, como: ponte Rio-
Niterói, percurso Lisboa-Coimbra-Porto e nas combinações
5-) históricas ou ocasionais: Áustria-Hungria, Angola-Brasil, Al-
A) O mindingo não depositou na cardeneta de poupan- sácia-Lorena, etc.
sa. = mendigo/caderneta/poupança
C) O mindigo não depozitou na cardeneta de poupans- 6. Nas formações com os prefixos hiper-, inter- e su-
sa. = mendigo/caderneta/poupança per- quando associados com outro termo que é iniciado
D) O mendingo não depozitou na carderneta de pou- por r: hiper-resistente, inter-racial, super-racional, etc.
pansa. =mendigo/depositou/caderneta/poupança
7. Nas formações com os prefixos ex-, vice-: ex-diretor,
6-) Futuro do verbo “crescer”: crescerão. Teremos: mas ex- -presidente, vice-governador, vice-prefeito.
elas crescerão...
8. Nas formações com os prefixos pós-, pré- e pró-:
7-) Fiz as correções entre parênteses: pré-natal, pré-escolar, pró-europeu, pós-graduação, etc.
A) Entre eu (mim) e a vida sempre houve muitos infor-
túnios, por isso posso me queixar com razão. 9. Na ênclise e mesóclise: amá-lo, deixá-lo, dá-se, abra-
B) Sempre houveram (houve) várias formas eficazes ça-o, lança-o e amá-lo-ei, falar-lhe-ei, etc.
para ultrapassarmos os infortúnios da vida.
C) Devemos controlar nossas emoções todas as vezes 10. Nas formações em que o prefixo tem como segun-
que vermos (virmos) a pobreza e a miséria fazerem parte do termo uma palavra iniciada por “h”: sub-hepático, ele-
tro-higrómetro, geo-história, neo-helênico, extra-humano,
de nossa vida.
semi-hospitalar, super- -homem.
D) É difícil entender o por quê (o porquê) de tanto so-
frimento, principalmente daqueles que procuram viver com
11. Nas formações em que o prefixo ou pseudo prefixo
dignidade e simplicidade.
termina na mesma vogal do segundo elemento: micro-on-
E) As dificuldades por que (= pelas quais; correto) pas-
das, eletro-ótica, semi-interno, auto-observação, etc.
samos certamente nos fazem mais fortes e preparados para
Obs: O hífen é suprimido quando para formar outros
os infortúnios da vida.
termos: reaver, inábil, desumano, lobisomem, reabilitar.
O hífen é um sinal diacrítico (que distingue) usado - Lembre-se: ao separar palavras na translineação (mu-
para ligar os elementos de palavras compostas (couve-flor, dança de linha), caso a última palavra a ser escrita seja for-
ex-presidente) e para unir pronomes átonos a verbos (ofere- mada por hífen, repita-o na próxima linha. Exemplo: escre-
ceram-me; vê-lo-ei). verei anti-inflamatório e, ao final, coube apenas “anti-”. Na
Serve igualmente para fazer a translineação de palavras, linha debaixo escreverei: “-inflamatório” (hífen em ambas
isto é, no fim de uma linha, separar uma palavra em duas as linhas).
partes (ca-/sa; compa-/nheiro).
Não se emprega o hífen:
Uso do hífen que continua depois da Reforma Orto-
gráfica: 1. Nas formações em que o prefixo ou falso prefixo
termina em vogal e o segundo termo inicia-se em “r” ou
1. Em palavras compostas por justaposição que formam “s”. Nesse caso, passa-se a duplicar estas consoantes: antir-
uma unidade semântica, ou seja, nos termos que se unem religioso, contrarregra, infrassom, microssistema, minissaia,
para formam um novo significado: tio-avô, porto-alegrense, microrradiografia, etc.
luso-brasileiro, tenente-coronel, segunda-feira, conta-gotas,
guarda-chuva, arco- -íris, primeiro-ministro, azul-escuro. 2. Nas constituições em que o prefixo ou pseudopre-
fixo termina em vogal e o segundo termo inicia-se com
2. Em palavras compostas por espécies botânicas e zoo- vogal diferente: antiaéreo, extraescolar, coeducação, autoes-
lógicas: couve-flor, bem-te-vi, bem-me-quer, abóbora-meni- trada, autoaprendizagem, hidroelétrico, plurianual, autoes-
na, erva-doce, feijão-verde. cola, infraestrutura, etc.

3. Nos compostos com elementos além, aquém, recém 3. Nas formações, em geral, que contêm os prefixos
e sem: além-mar, recém-nascido, sem-número, recém-casa- “dês” e “in” e o segundo elemento perdeu o h inicial: desu-
do, aquém- -fiar, etc. mano, inábil, desabilitar, etc.

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LÍNGUA PORTUGUESA

4. Nas formações com o prefixo “co”, mesmo quando 06. Suponha que você tenha que agregar o prefixo sub-
o segundo elemento começar com “o”: cooperação, coo- às palavras que aparecem nas alternativas a seguir. Assinale
brigação, coordenar, coocupante, coautor, coedição, coexistir, aquela que tem de ser escrita com hífen:
etc. A) (sub) chefe
B) (sub) entender
5. Em certas palavras que, com o uso, adquiriram noção C) (sub) solo
de composição: pontapé, girassol, paraquedas, paraquedis- D) (sub) reptício
ta, etc. E) (sub) liminar

07.Assinale a alternativa em que todas as palavras estão


6. Em alguns compostos com o advérbio “bem”: benfei-
grafadas corretamente:
to, benquerer, benquerido, etc.
A) autocrítica, contramestre, extra-oficial
B) infra-assinado, infra-vermelho, infra-som
Questões sobre Hífen C) semi-círculo, semi-humano, semi-internato
D) supervida, superelegante, supermoda
01.Assinale a alternativa em que o hífen, conforme o E) sobre-saia, mini-saia, superssaia
novo Acordo, está sendo usado corretamente:
A) Ele fez sua auto-crítica ontem. 08.Assinale o item em que o uso do hífen está incorreto.
B) Ela é muito mal-educada. A) infraestrutura / super-homem / autoeducação
C) Ele tomou um belo ponta-pé. B) bem-vindo / antessala /contra-regra
D) Fui ao super-mercado, mas não entrei. C) contramestre / infravermelho / autoescola
E) Os raios infra-vermelhos ajudam em lesões. D) neoescolástico / ultrassom / pseudo-herói
E) extraoficial / infra-hepático /semirreta
02.Assinale a alternativa errada quanto ao emprego do
hífen: 09.Uma das alternativas abaixo apresenta incorreção
A) Pelo interfone ele comunicou bem-humorado que quanto ao emprego do hífen.
faria uma superalimentação. A) O pseudo-hermafrodita não tinha infraestrutura para
relacionamento extraconjugal.
B) Nas circunvizinhanças há uma casa malassombrada.
B) Era extraoficial a notícia da vinda de um extraterreno.
C) Depois de comer a sobrecoxa, tomou um antiácido.
C) Ele estudou línguas neolatinas nas colônias ultrama-
D) Nossos antepassados realizaram vários anteproje-
rinas.
tos. D) O anti-semita tomou um anti-biótico e vacina antir-
E) O autodidata fez uma autoanálise. rábica.
E) Era um suboficial de uma superpotência.
03.Assinale a alternativa incorreta quanto ao emprego
do hífen, respeitando-se o novo Acordo. 10.Assinale a alternativa em que ocorre erro quanto ao
A) O semi-analfabeto desenhou um semicírculo. emprego do hífen.
B) O meia-direita fez um gol de sem-pulo na semifinal A) Foi iniciada a campanha pró-leite.
do campeonato. B) O ex-aluno fez a sua autodefesa.
C) Era um sem-vergonha, pois andava seminu. C) O contrarregra comeu um contra-filé.
D) O recém-chegado veio de além-mar. D) Sua vida é um verdadeiro contrassenso.
E) O vice-reitor está em estado pós-operatório. E) O meia-direita deu início ao contra-ataque.

04.Segundo o novo Acordo, entre as palavras pão duro GABARITO


(avarento), copo de leite (planta) e pé de moleque (doce) o
hífen é obrigatório: 01. B 02. B 03. A 04. E 05. C
06. D 07. D 08. B 09. D 10. C
A) em nenhuma delas.
B) na segunda palavra.
RESOLUÇÃO
C) na terceira palavra.
D) em todas as palavras. 1-)
E) na primeira e na segunda palavra. A) autocrítica
C) pontapé
05.Fez um esforço __ para vencer o campeonato __. D) supermercado
Qual alternativa completa corretamente as lacunas? E) infravermelhos
A) sobreumano/interregional
B) sobrehumano-interregional 2-)B) Nas circunvizinhanças há uma casa mal-assom-
C) sobre-humano / inter-regional brada.
D) sobrehumano/ inter-regional
E) sobre-humano /interegional 3-) A) O semianalfabeto desenhou um semicírculo.

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LÍNGUA PORTUGUESA

4-) Paroxítonas – São aquelas em que a sílaba tônica recai


a) pão-duro / b) copo-de-leite (planta) / c) pé de mo- na penúltima sílaba. Ex.: útil – tórax – táxi – leque – retrato
leque (doce) – passível
a) Usa-se o hífen nas palavras compostas que não Proparoxítonas - São aquelas em que a sílaba tônica
apresentam elementos de ligação. está na antepenúltima sílaba. Ex.: lâmpada – câmara – tím-
b) Usa-se o hífen nos compostos que designam espé- pano – médico – ônibus
cies animais e botânicas (nomes de plantas, flores, frutos,
raízes, sementes), tenham ou não elementos de ligação. Como podemos observar, os vocábulos possuem mais
c) Não se usa o hífen em compostos que apresentam de uma sílaba, mas em nossa língua existem aqueles com
elementos de ligação. uma sílaba somente: são os chamados monossílabos que,
quando pronunciados, apresentam certa diferenciação
5-) Fez um esforço sobre-humano para vencer o cam- quanto à intensidade.
peonato inter-regional. Tal diferenciação só é percebida quando os pronun-
- Usa-se o hífen diante de palavra iniciada por h. ciamos em uma dada sequência de palavras. Assim como
- Usa-se o hífen se o prefixo terminar com a mesma podemos observar no exemplo a seguir:
letra com que se inicia a outra palavra “Sei que não vai dar em nada,
Seus segredos sei de cor”.
6-) Com os prefixos sub e sob, usa-se o hífen também
diante de palavra iniciada por r. : subchefe, subentender, Os monossílabos classificam-se como tônicos; os de-
subsolo, sub- -reptício (sem o hífen até a leitura da pala- mais, como átonos (que, em, de).
vra será alterada; /subre/, ao invés de /sub re/), subliminar
Os acentos
7-) acento agudo (´) – Colocado sobre as letras «a», «i»,
A) autocrítica, contramestre, extraoficial «u» e sobre o «e» do grupo “em” - indica que estas letras
B) infra-assinado, infravermelho, infrassom representam as vogais tônicas de palavras como Amapá,
C) semicírculo, semi-humano, semi-internato caí, público, parabéns. Sobre as letras “e” e “o” indica, além
D) supervida, superelegante, supermoda = corretas da tonicidade, timbre aberto.Ex.: herói – médico – céu (di-
E) sobressaia, minissaia, supersaia tongos abertos)
acento circunflexo (^) – colocado sobre as letras “a”,
8-) B) bem-vindo / antessala / contrarregra “e” e “o” indica, além da tonicidade, timbre fechado: Ex.:
tâmara – Atlântico – pêssego – supôs
9-) D) O antissemita tomou um antibiótico e vacina an- acento grave (`) – indica a fusão da preposição “a” com
tirrábica. artigos e pronomes. Ex.: à – às – àquelas – àqueles
trema ( ¨ ) – De acordo com a nova regra, foi total-
10-) C) O contrarregra comeu um contrafilé. mente abolido das palavras. Há uma exceção: é utilizado
em palavras derivadas de nomes próprios estrangeiros. Ex.:
Acentuação mülleriano (de Müller)
til (~) – indica que as letras “a” e “o” representam vo-
A acentuação é um dos requisitos que perfazem as re- gais nasais. Ex.: coração – melão – órgão – ímã
gras estabelecidas pela Gramática Normativa. Esta se com-
põe de algumas particularidades, às quais devemos estar Regras fundamentais:
atentos, procurando estabelecer uma relação de familia-
ridade e, consequentemente, colocando-as em prática na Palavras oxítonas:
linguagem escrita. Acentuam-se todas as oxítonas terminadas em: “a”, “e”,
À medida que desenvolvemos o hábito da leitura e a “o”, “em”, seguidas ou não do plural(s): Pará – café(s) – ci-
prática de redigir, automaticamente aprimoramos essas pó(s) – armazém(s)
competências, e logo nos adequamos à forma padrão. Essa regra também é aplicada aos seguintes casos:
Monossílabos tônicos terminados em “a”, “e”, “o”, se-
Regras básicas – Acentuação tônica guidos ou não de “s”. Ex.: pá – pé – dó – há
Formas verbais terminadas em “a”, “e”, “o” tônicos, se-
A acentuação tônica implica na intensidade com que guidas de lo, la, los, las. Ex. respeitá-lo – percebê-lo – com-
são pronunciadas as sílabas das palavras. Aquela que se dá pô-lo
de forma mais acentuada, conceitua-se como sílaba tônica. Paroxítonas:
As demais, como são pronunciadas com menos intensida- Acentuam-se as palavras paroxítonas terminadas em:
de, são denominadas de átonas. - i, is : táxi – lápis – júri
De acordo com a tonicidade, as palavras são classifi- - us, um, uns : vírus – álbuns – fórum
cadas como: - l, n, r, x, ps : automóvel – elétron - cadáver – tórax –
Oxítonas – São aquelas cuja sílaba tônica recai sobre a fórceps
última sílaba. Ex.: café – coração – cajá – atum – caju – papel - ã, ãs, ão, ãos : ímã – ímãs – órfão – órgãos

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LÍNGUA PORTUGUESA

-- Dica da Zê!: Memorize a palavra LINURXÃO. Para * Cuidado! Há o verbo vir:


quê? Repare que essa palavra apresenta as terminações Ele vem à tarde!
das paroxítonas que são acentuadas: L, I N, U (aqui inclua Eles vêm à tarde!
UM = fórum), R, X, Ã, ÃO. Assim ficará mais fácil a memo-
rização! Não se acentuam o “i” e o “u” que formam hiato quan-
-ditongo oral, crescente ou decrescente, seguido ou do seguidos, na mesma sílaba, de l, m, n, r ou z. Ra-ul, ru
não de “s”: água – pônei – mágoa – jóquei -im, con-tri-bu-in-te, sa-ir, ju-iz

Regras especiais: Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se esti-
verem seguidas do dígrafo nh. Ex: ra-i-nha, ven-to-i-nha.
Os ditongos de pronúncia aberta “ei”, “oi” (ditongos
abertos), que antes eram acentuados, perderam o acento Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se vierem
de acordo com a nova regra, mas desde que estejam em precedidas de vogal idêntica: xi-i-ta, pa-ra-cu-u-ba
palavras paroxítonas.
As formas verbais que possuíam o acento tônico na
* Cuidado: Se os ditongos abertos estiverem em uma raiz, com “u” tônico precedido de “g” ou “q” e seguido de
palavra oxítona (herói) ou monossílaba (céu) ainda são “e” ou “i” não serão mais acentuadas. Ex.:
acentuados. Ex.: herói, céu, dói, escarcéu. Antes Depois
Antes Agora apazigúe (apaziguar) apazigue
assembléia assembleia averigúe (averiguar) averigue
idéia ideia argúi (arguir) argui
geléia geleia
jibóia jiboia Acentuam-se os verbos pertencentes à terceira pessoa
apóia (verbo apoiar) apoia do plural de: ele tem – eles têm / ele vem – eles vêm (verbo
paranóico paranoico vir)

Quando a vogal do hiato for “i” ou “u” tônicos, acom- A regra prevalece também para os verbos conter, ob-
panhados ou não de “s”, haverá acento. Ex.: saída – faísca ter, reter, deter, abster.
– baú – país – Luís ele contém – eles contêm
ele obtém – eles obtêm
Observação importante: ele retém – eles retêm
Não serão mais acentuados “i” e “u” tônicos, formando ele convém – eles convêm
hiato quando vierem depois de ditongo: Ex.:
Antes Agora Não se acentuam mais as palavras homógrafas que
bocaiúva bocaiuva antes eram acentuadas para diferenciá-las de outras seme-
feiúra feiura lhantes (regra do acento diferencial). Apenas em algumas
Sauípe Sauipe exceções, como:
A forma verbal pôde (terceira pessoa do singular do
O acento pertencente aos encontros “oo” e “ee” foi pretérito perfeito do modo indicativo) ainda continua sen-
abolido. Ex.: do acentuada para diferenciar-se de pode (terceira pessoa
Antes Agora do singular do presente do indicativo). Ex:
crêem creem Ela pode fazer isso agora.
lêem leem Elvis não pôde participar porque sua mão não deixou...
vôo voo
enjôo enjoo O mesmo ocorreu com o verbo pôr para diferenciar da
preposição por.
- Agora memorize a palavra CREDELEVÊ. São os verbos - Quando, na frase, der para substituir o “por” por “co-
que, no plural, dobram o “e”, mas que não recebem mais locar”, estaremos trabalhando com um verbo, portanto:
acento como antes: CRER, DAR, LER e VER. “pôr”; nos outros casos, “por” preposição. Ex:
Faço isso por você.
Repare: Posso pôr (colocar) meus livros aqui?
1-) O menino crê em você
Os meninos creem em você.
2-) Elza lê bem!
Todas leem bem!
3-) Espero que ele dê o recado à sala.
Esperamos que os garotos deem o recado!
4-) Rubens vê tudo!
Eles veem tudo!

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LÍNGUA PORTUGUESA

Questões sobre Acentuação Gráfica 08. (CORREIOS – CARTEIRO – CESPE/2011) São acen-
tuados graficamente de acordo com a mesma regra de
01. (TJ/SP – AGENTE DE FISCALIZAÇÃO JUDICIÁRIA – acentuação gráfica os vocábulos
VUNESP/2010) Assinale a alternativa em que as palavras A) também e coincidência.
são acentuadas graficamente pelos mesmos motivos que B) quilômetros e tivéssemos.
justificam, respectivamente, as acentuações de: década, C) jogá-la e incrível.
relógios, suíços. D) Escócia e nós.
(A) flexíveis, cartório, tênis. E) correspondência e três.
(B) inferência, provável, saída. 09. (IBAMA – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CES-
(C) óbvio, após, países. PE/2012) As palavras “pó”, “só” e “céu” são acentuadas de
(D) islâmico, cenário, propôs. acordo com a mesma regra de acentuação gráfica.
(E) república, empresária, graúda. (...) CERTO ( ) ERRADO

02. (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAU- GABARITO


LO - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – VUNESP/2013) 01. E 02. D 03. E 04. C 05. E
Assinale a alternativa com as palavras acentuadas segundo 06. C 07. D 08. B 09. E
as regras de acentuação, respectivamente, de intercâmbio
e antropológico. RESOLUÇÃO
(A) Distúrbio e acórdão.
(B) Máquina e jiló. 1-) Década = proparoxítona / relógios = paroxítona
(C) Alvará e Vândalo. terminada em ditongo / suíços = regra do hiato
(D) Consciência e características. (A) flexíveis e cartório = paroxítonas terminadas em
(E) Órgão e órfãs. ditongo / tênis = paroxítona terminada em “i” (seguida
de “s”)
03. (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO ACRE – (B) inferência = paroxítona terminada em ditongo /
TÉCNICO EM MICROINFORMÁTICA - CESPE/2012) As pa- provável = paroxítona terminada em “l” / saída = regra do
lavras “conteúdo”, “calúnia” e “injúria” são acentuadas de hiato
acordo com a mesma regra de acentuação gráfica. (C) óbvio = paroxítona terminada em ditongo / após
( ) CERTO ( ) ERRADO = oxítona terminada em “o” + “s” / países = regra do hiato
(D) islâmico = proparoxítona / cenário = paroxítona
04. (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS terminada em ditongo / propôs = oxítona terminada em
GERAIS – OFICIAL JUDICIÁRIO – FUNDEP/2010) Assinale a “o” + “s”
(E) república = proparoxítona / empresária = paroxíto-
afirmativa em que se aplica a mesma regra de acentuação.
na terminada em ditongo / graúda = regra do hiato
A) tevê – pôde – vê
B) únicas – histórias – saudáveis
2-) Para que saibamos qual alternativa assinalar, pri-
C) indivíduo – séria – noticiários
meiro temos que classificar as palavras do enunciado
D) diário – máximo – satélite
quanto à posição de sua sílaba tônica:
05. (ANATEL – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CES-
Intercâmbio = paroxítona terminada em ditongo; An-
PE/2012) Nas palavras “análise” e “mínimos”, o emprego tropológico = proparoxítona (todas são acentuadas). Ago-
do acento gráfico tem justificativas gramaticais diferentes. ra, vamos à análise dos itens apresentados:
(...) CERTO ( ) ERRADO (A) Distúrbio = paroxítona terminada em ditongo;
acórdão = paroxítona terminada em “ão”
06. (ANCINE – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CES- (B) Máquina = proparoxítona; jiló = oxítona terminada
PE/2012) Os vocábulos “indivíduo”, “diária” e “paciência” em “o”
recebem acento gráfico com base na mesma regra de (C) Alvará = oxítona terminada em “a”; Vândalo = pro-
acentuação gráfica. paroxítona
(...) CERTO ( ) ERRADO (D) Consciência = paroxítona terminada em ditongo;
características = proparoxítona
07. (BACEN – TÉCNICO DO BANCO CENTRAL – CES- (E) Órgão e órfãs = ambas: paroxítona terminada em
GRANRIO/2010) As palavras que se acentuam pelas mes- “ão” e “ã”, respectivamente.
mas regras de “conferência”, “razoável”, “países” e “será”,
respectivamente, são 3-) “Conteúdo” é acentuada seguindo a regra do hiato;
a) trajetória, inútil, café e baú. calúnia = paroxítona terminada em ditongo; injúria = paro-
b) exercício, balaústre, níveis e sofá. xítona terminada em ditongo.
c) necessário, túnel, infindáveis e só. RESPOSTA: “ERRADO”.
d) médio, nível, raízes e você.
e) éter, hífen, propôs e saída.

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LÍNGUA PORTUGUESA

4-) A) também e coincidência.


A) tevê – pôde – vê Também = oxítona terminada em “e + m”; coincidên-
Tevê = oxítona terminada em “e”; pôde (pretérito per- cia = paroxítona terminada em ditongo
feito do Indicativo) = acento diferencial (que ainda preva- B) quilômetros e tivéssemos.
lece após o Novo Acordo Ortográfico) para diferenciar de Quilômetros = proparoxítona; tivéssemos = propa-
“pode” – presente do Indicativo; vê = monossílaba termi- roxítona
nada em “e” C) jogá-la e incrível.
B) únicas – histórias – saudáveis Oxítona terminada em “a”; incrível = paroxítona ter-
Únicas = proparoxítona; história = paroxítona termi- minada em “l’
nada em ditongo; saudáveis = paroxítona terminada em D) Escócia e nós.
ditongo. Escócia = paroxítona terminada em ditongo; nós =
C) indivíduo – séria – noticiários monossílaba terminada em “o + s”
Indivíduo = paroxítona terminada em ditongo; séria = E) correspondência e três.
paroxítona terminada em ditongo; noticiários = paroxí- Correspondência = paroxítona terminada em ditongo;
tona terminada em ditongo. três = monossílaba terminada em “e + s”
D) diário – máximo – satélite
Diário = paroxítona terminada em ditongo; máximo 9-) Pó = monossílaba terminada em “o”; só = monos-
= proparoxítona; satélite = proparoxítona. sílaba terminada em “o”; céu = monossílaba terminada em
ditongo aberto “éu”.
5-) Análise = proparoxítona / mínimos = proparoxí- RESPOSTA: “ERRADO”.
tona. Ambas são acentuadas pela mesma regra (antepe-
núltima sílaba é tônica, “mais forte”).
RESPOSTA: “ERRADO”.
V - CLASSES DAS PALAVRAS.
6-) Indivíduo = paroxítona terminada em ditongo;
diária = paroxítona terminada em ditongo; paciência =
paroxítona terminada em ditongo. Os três vocábulos são
acentuados devido à mesma regra. Adjetivo é a palavra que expressa uma qualidade ou
RESPOSTA: “CERTO”. característica do ser e se relaciona com o substantivo.
Ao analisarmos a palavra bondoso, por exemplo, per-
7-) Vamos classificar as palavras do enunciado: cebemos que, além de expressar uma qualidade, ela pode
1-) Conferência = paroxítona terminada em ditongo ser colocada ao lado de um substantivo: homem bondoso,
2-) razoável = paroxítona terminada em “l’ moça bondosa, pessoa bondosa.
3-) países = regra do hiato Já com a palavra bondade, embora expresse uma qua-
4-) será = oxítona terminada em “a” lidade, não acontece o mesmo; não faz sentido dizer: ho-
mem bondade, moça bondade, pessoa bondade. Bondade,
a) trajetória, inútil, café e baú. portanto, não é adjetivo, mas substantivo.
Trajetória = paroxítona terminada em ditongo; inútil
= paroxítona terminada em “l’; café = oxítona terminada Morfossintaxe do Adjetivo:
em “e”
b) exercício, balaústre, níveis e sofá. O adjetivo exerce sempre funções sintáticas (função
Exercício = paroxítona terminada em ditongo; ba- dentro de uma oração) relativas aos substantivos, atuando
laústre = regra do hiato; níveis = paroxítona terminada como adjunto adnominal ou como predicativo (do sujeito
em “i + s”; sofá = oxítona terminada em “a”. ou do objeto).
c) necessário, túnel, infindáveis e só.
Necessário = paroxítona terminada em ditongo; tú- Adjetivo Pátrio (ou gentílico)
nel = paroxítona terminada em “l’; infindáveis = paroxí-
tona terminada em “i + s”; só = monossílaba terminada Indica a nacionalidade ou o lugar de origem do ser.
em “o”. Observe alguns deles:
d) médio, nível, raízes e você. Estados e cidades brasileiros:
Médio = paroxítona terminada em ditongo; nível =
paroxítona terminada em “l’; raízes = regra do hiato; será Alagoas alagoano
= oxítona terminada em “a”. Amapá amapaense
e) éter, hífen, propôs e saída. Aracaju aracajuano ou aracajuense
Éter = paroxítona terminada em “r”; hífen = paroxí- Amazonas amazonense ou baré
tona terminada em “n”; propôs = oxítona terminada em Belo Horizonte belo-horizontino
“o + s”; saída = regra do hiato. Brasília brasiliense
Cabo Frio cabo-friense
8-) Campinas campineiro ou campinense

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LÍNGUA PORTUGUESA

Adjetivo Pátrio Composto 



Na formação do adjetivo pátrio composto, o primeiro Veja outros exemplos:
elemento aparece na forma reduzida e, normalmente, eru- Motos vinho (mas: motos verdes)
dita. Observe alguns exemplos: Paredes musgo (mas: paredes brancas).
África afro- / Cultura afro-americana Comícios monstro (mas: comícios grandiosos).
Alemanha germano- ou teuto-/Competições teuto-inglesas
América américo- / Companhia américo-africana Adjetivo Composto
Bélgica belgo- / Acampamentos belgo-franceses
China sino- / Acordos sino-japoneses É aquele formado por dois ou mais elementos.
Espanha hispano- / Mercado hispano-português Normalmente, esses elementos são ligados por hífen.
Europa euro- / Negociações euro-americanas Apenas o último elemento concorda com o substantivo
França franco- ou galo- / Reuniões franco-italianas a que se refere; os demais ficam na forma masculina,
Grécia greco- / Filmes greco-romanos singular. Caso um dos elementos que formam o adjetivo
Inglaterra anglo- / Letras anglo-portuguesas composto seja um substantivo adjetivado, todo o adjetivo
Itália ítalo- / Sociedade ítalo-portuguesa composto ficará invariável. Por exemplo: a palavra
Japão nipo- / Associações nipo-brasileiras rosa é originalmente um substantivo, porém, se estiver
Portugal luso- / Acordos luso-brasileiros qualificando um elemento, funcionará como adjetivo. Caso
se ligue a outra palavra por hífen, formará um adjetivo
Flexão dos adjetivos composto; como é um substantivo adjetivado, o adjetivo
composto inteiro ficará invariável. Por exemplo:
O adjetivo varia em gênero, número e grau. Camisas rosa-claro.
Ternos rosa-claro.
Gênero dos Adjetivos Olhos verde-claros.
Calças azul-escuras e camisas verde-mar.
Os adjetivos concordam com o substantivo a que se Telhados marrom-café e paredes verde-claras.
referem (masculino e feminino). De forma semelhante aos
substantivos, classificam-se em: Obs.: - Azul-marinho, azul-celeste, ultravioleta e qual-
quer adjetivo composto iniciado por cor-de-... são sempre
Biformes - têm duas formas, sendo uma para o mas- invariáveis.
culino e outra para o feminino. Por exemplo: ativo e ativa, - Os adjetivos compostos surdo-mudo e pele-vermelha
mau e má, judeu e judia. têm os dois elementos flexionados.
Se o adjetivo é composto e biforme, ele flexiona no
feminino somente o último elemento. Por exemplo: o moço Grau do Adjetivo
norte-americano, a moça norte-americana.
Exceção: surdo-mudo e surda-muda. Os adjetivos flexionam-se em grau para indicar a inten-
sidade da qualidade do ser. São dois os graus do adjetivo:
Uniformes - têm uma só forma tanto para o masculino o comparativo e o superlativo.
como para o feminino. Por exemplo: homem feliz e mulher
feliz. Comparativo
Se o adjetivo é composto e uniforme, fica invariável no
feminino. Por exemplo: conflito político-social e desavença Nesse grau, comparam-se a mesma característica atri-
político-social. buída a dois ou mais seres ou duas ou mais característi-
cas atribuídas ao mesmo ser. O comparativo pode ser de
Número dos Adjetivos igualdade, de superioridade ou de inferioridade. Observe
os exemplos abaixo:
Plural dos adjetivos simples Sou tão alto como você. = Comparativo de Igualdade
Os adjetivos simples flexionam-se no plural de acor- No comparativo de igualdade, o segundo termo da
do com as regras estabelecidas para a flexão numérica dos comparação é introduzido pelas palavras como, quanto ou
substantivos simples. Por exemplo: mau e maus, feliz e feli- quão.
zes, ruim e ruins boa e boas
Sou mais alto (do) que você. = Comparativo de Supe-
Caso o adjetivo seja uma palavra que também exerça rioridade Analítico
função de substantivo, ficará invariável, ou seja, se a pa- No comparativo de superioridade analítico, entre os
lavra que estiver qualificando um elemento for, original- dois substantivos comparados, um tem qualidade supe-
mente, um substantivo, ela manterá sua forma primitiva. rior. A forma é analítica porque pedimos auxílio a “mais...do
Exemplo: a palavra cinza é originalmente um substantivo; que” ou “mais...que”.
porém, se estiver qualificando um elemento, funcionará
como adjetivo. Ficará, então, invariável. Logo: camisas cin- O Sol é maior (do) que a Terra. = Comparativo de Supe-
za, ternos cinza. rioridade Sintético

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LÍNGUA PORTUGUESA

Alguns adjetivos possuem, para o comparativo de su- radical do adjetivo latino + um dos sufixos -íssimo, -imo
perioridade, formas sintéticas, herdadas do latim. São eles: ou érrimo. Por exemplo: fidelíssimo, facílimo, paupérrimo. A
bom /melhor, pequeno/menor, mau/pior, alto/superior, forma popular é constituída do radical do adjetivo portu-
grande/maior, baixo/inferior. guês + o sufixo -íssimo: pobríssimo, agilíssimo.
Observe que: 3) Em vez dos superlativos normais seriíssimo, preca-
a) As formas menor e pior são comparativos de supe- riíssimo, necessariíssimo, preferem-se, na linguagem atual,
rioridade, pois equivalem a mais pequeno e mais mau, res- as formas seríssimo, precaríssimo, necessaríssimo, sem o de-
pectivamente. sagradável hiato i-í.
b) Bom, mau, grande e pequeno têm formas sintéticas
(melhor, pior, maior e menor), porém, em comparações fei- O advérbio, assim como muitas outras palavras exis-
tas entre duas qualidades de um mesmo elemento, deve-se tentes na Língua Portuguesa, advém de outras línguas.
usar as formas analíticas mais bom, mais mau,mais grande Assim sendo, tal qual o adjetivo, o prefixo “ad-” indica a
e mais pequeno. Por exemplo: ideia de proximidade, contiguidade. Essa proximidade faz
Pedro é maior do que Paulo - Comparação de dois ele- referência ao processo verbal, no sentido de caracterizá-lo,
mentos. ou seja, indicando as circunstâncias em que esse processo
Pedro é mais grande que pequeno - comparação de se desenvolve.
duas qualidades de um mesmo elemento. O advérbio relaciona-se aos verbos da língua, no sen-
tido de caracterizar os processos expressos por ele. Contu-
Sou menos alto (do) que você. = Comparativo de In- do, ele não é modificador exclusivo desta classe (verbos),
ferioridade pois também modifica o adjetivo e até outro advérbio. Se-
Sou menos passivo (do) que tolerante. guem alguns exemplos:
Para quem se diz distantemente alheio a esse assunto,
Superlativo você está até bem informado.
Temos o advérbio “distantemente” que modifica o ad-
O superlativo expressa qualidades num grau muito jetivo alheio, representando uma qualidade, característica.
elevado ou em grau máximo. O grau superlativo pode ser
O artista canta muito mal.
absoluto ou relativo e apresenta as seguintes modalidades:
Nesse caso, o advérbio de intensidade “muito” modifi-
Superlativo Absoluto: ocorre quando a qualidade de
ca outro advérbio de modo – “mal”. Em ambos os exemplos
um ser é intensificada, sem relação com outros seres. Apre-
pudemos verificar que se tratava de somente uma palavra
senta-se nas formas:
funcionando como advérbio. No entanto, ele pode estar
Analítica: a intensificação se faz com o auxílio de pala-
demarcado por mais de uma palavra, que mesmo assim
vras que dão ideia de intensidade (advérbios). Por exemplo:
não deixará de ocupar tal função. Temos aí o que chama-
O secretário é muito inteligente.
mos de locução adverbial, representada por algumas ex-
Sintética: a intensificação se faz por meio do acrésci- pressões, tais como: às vezes, sem dúvida, frente a frente, de
mo de sufixos. Por exemplo: O secretário é inteligentíssimo. modo algum, entre outras.
Dependendo das circunstâncias expressas pelos advér-
Observe alguns superlativos sintéticos: bios, eles se classificam em distintas categorias, uma vez
benéfico beneficentíssimo expressas por:
bom boníssimo ou ótimo de modo: Bem, mal, assim, depressa, devagar, às pres-
comum comuníssimo sas, às claras, às cegas, à toa, à vontade, às escondidas, aos
cruel crudelíssimo poucos, desse jeito, desse modo, dessa maneira, em geral,
difícil dificílimo frente a frente, lado a lado, a pé, de cor, em vão, e a maior
doce dulcíssimo parte dos que terminam em -”mente”: calmamente, triste-
fácil facílimo mente, propositadamente, pacientemente, amorosamente,
fiel fidelíssimo docemente, escandalosamente, bondosamente, generosa-
mente
Superlativo Relativo: ocorre quando a qualidade de de intensidade: Muito, demais, pouco, tão, menos, em
um ser é intensificada em relação a um conjunto de seres. excesso, bastante, pouco, mais, menos, demasiado, quanto,
Essa relação pode ser: quão, tanto, que(equivale a quão), tudo, nada, todo, quase,
De Superioridade: Clara é a mais bela da sala. de todo, de muito, por completo.
De Inferioridade: Clara é a menos bela da sala.
de tempo: Hoje, logo, primeiro, ontem, tarde outrora,
Note bem: amanhã, cedo, dantes, depois, ainda, antigamente, antes,
1) O superlativo absoluto analítico é expresso por meio doravante, nunca, então, ora, jamais, agora, sempre, já, en-
dos advérbios muito, extremamente, excepcionalmente, fim, afinal, breve, constantemente, entrementes, imediata-
etc., antepostos ao adjetivo. mente, primeiramente, provisoriamente, sucessivamente, às
2) O superlativo absoluto sintético apresenta-se sob vezes, à tarde, à noite, de manhã, de repente, de vez em
duas formas : uma erudita, de origem latina, outra popular, quando, de quando em quando, a qualquer momento, de
de origem vernácula. A forma erudita é constituída pelo tempos em tempos, em breve, hoje em dia

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LÍNGUA PORTUGUESA

de lugar: Aqui, antes, dentro, ali, adiante, fora, acolá, Classificação dos Artigos
atrás, além, lá, detrás, aquém, cá, acima, onde, perto, aí,
abaixo, aonde, longe, debaixo, algures, defronte, nenhures, Artigos Definidos: determinam os substantivos de
adentro, afora, alhures, nenhures, aquém, embaixo, exter- maneira precisa: o, a, os, as. Por exemplo: Eu matei o animal.
namente, a distância, à distancia de, de longe, de perto, em
cima, à direita, à esquerda, ao lado, em volta Artigos Indefinidos: determinam os substantivos de
de negação : Não, nem, nunca, jamais, de modo algum, maneira vaga: um, uma, uns, umas. Por exemplo: Eu matei
de forma nenhuma, tampouco, de jeito nenhum um animal.

de dúvida: Acaso, porventura, possivelmente, Combinação dos Artigos


provavelmente, quiçá, talvez, casualmente, por certo, quem
sabe É muito presente a combinação dos artigos definidos
e indefinidos com preposições. Veja a forma assumida por
de afirmação: Sim, certamente, realmente, decerto, efe- essas combinações:
tivamente, certo, decididamente, realmente, deveras, indubi-
tavelmente (=sem dúvida). Preposições Artigos
o, os
de exclusão: Apenas, exclusivamente, salvo, senão, so- a ao, aos
mente, simplesmente, só, unicamente de do, dos
em no, nos
de inclusão: Ainda, até, mesmo, inclusivamente, tam- por (per) pelo, pelos
bém a, as um, uns uma, umas
à, às - -
de ordem: Depois, primeiramente, ultimamente da, das dum, duns duma, dumas
na, nas num, nuns numa, numas
de designação: Eis pela, pelas - -

de interrogação: onde? (lugar), como? (modo), quan- - As formas à e às indicam a fusão da preposição a
do? (tempo), por quê? (causa), quanto? (preço e intensidade), com o artigo definido a. Essa fusão de vogais idênticas é
para quê? (finalidade) conhecida por crase.

Locução adverbial Constatemos as circunstâncias em que os artigos se


manifestam:
É reunião de duas ou mais palavras com valor de
advérbio. Exemplo: - Considera-se obrigatório o uso do artigo depois do
Carlos saiu às pressas. (indicando modo) numeral “ambos”: Ambos os garotos decidiram participar
Maria saiu à tarde. (indicando tempo) das olimpíadas.

Há locuções adverbiais que possuem advérbios corres- - Nomes próprios indicativos de lugar admitem o uso
pondentes. Exemplo: Carlos saiu às pressas. = Carlos saiu do artigo, outros não: São Paulo, O Rio de Janeiro, Veneza,
apressadamente. A Bahia...

Apenas os advérbios de intensidade, de lugar e de - Quando indicado no singular, o artigo definido pode
modo são flexionados, sendo que os demais são todos in- indicar toda uma espécie: O trabalho dignifica o homem.
variáveis. A única flexão propriamente dita que existe na
categoria dos advérbios é a de grau: - No caso de nomes próprios personativos, denotando
Superlativo: aumenta a intensidade. Exemplos: longe a ideia de familiaridade ou afetividade, é facultativo o uso
- longíssimo, pouco - pouquíssimo, inconstitucionalmente - do artigo: O Pedro é o xodó da família.
inconstitucionalissimamente, etc.; - No caso de os nomes próprios personativos estarem
Diminutivo: diminui a intensidade. Exemplos: perto - no plural, são determinados pelo uso do artigo: Os Maias,
pertinho, pouco - pouquinho, devagar - devagarinho. os Incas, Os Astecas...

Artigo é a palavra que, vindo antes de um substantivo, - Usa-se o artigo depois do pronome indefinido todo(a)
indica se ele está sendo empregado de maneira definida ou para conferir uma ideia de totalidade. Sem o uso dele (o ar-
indefinida. Além disso, o artigo indica, ao mesmo tempo, o tigo), o pronome assume a noção de qualquer.
gênero e o número dos substantivos. Toda a classe parabenizou o professor. (a sala toda)
Toda classe possui alunos interessados e desinteressa-
dos. (qualquer classe)

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LÍNGUA PORTUGUESA

- Antes de pronomes possessivos, o uso do artigo é A segunda oração liga-se à primeira por meio do “e”, e
facultativo: a terceira oração liga-se à segunda por meio do “quando”.
Adoro o meu vestido longo. Adoro meu vestido longo. As palavras “e” e “quando” ligam, portanto, orações.

- A utilização do artigo indefinido pode indicar uma Observe: Gosto de natação e de futebol.
ideia de aproximação numérica: O máximo que ele deve ter Nessa frase as expressões de natação, de futebol são
é uns vinte anos. partes ou termos de uma mesma oração. Logo, a palavra
“e” está ligando termos de uma mesma oração.
- O artigo também é usado para substantivar palavras
oriundas de outras classes gramaticais: Não sei o porquê de Morfossintaxe da Conjunção
tudo isso.
As conjunções, a exemplo das preposições, não exer-
- Nunca deve ser usado artigo depois do pronome re- cem propriamente uma função sintática: são conectivos.
lativo cujo (e flexões). Classificação
Este é o homem cujo amigo desapareceu.
Este é o autor cuja obra conheço. - Conjunções Coordenativas
- Conjunções Subordinativas
- Não se deve usar artigo antes das palavras casa ( no
sentido de lar, moradia) e terra ( no sentido de chão firme), Conjunções coordenativas
a menos que venham especificadas.
Dividem-se em:
Eles estavam em casa. - ADITIVAS: expressam a ideia de adição, soma. Ex.
Eles estavam na casa dos amigos. Gosto de cantar e de dançar.
Os marinheiros permaneceram em terra. Principais conjunções aditivas: e, nem, não só...mas
Os marinheiros permanecem na terra dos anões. também, não só...como também.

- Não se emprega artigo antes dos pronomes de trata- - ADVERSATIVAS: Expressam ideias contrárias, de opo-
mento, com exceção de senhor(a), senhorita e dona: Vossa sição, de compensação. Ex. Estudei, mas não entendi nada.
excelência resolverá os problemas de Sua Senhoria. Principais conjunções adversativas: mas, porém, contu-
do, todavia, no entanto, entretanto.
- Não se une com preposição o artigo que faz parte do
nome de revistas, jornais, obras literárias: Li a notícia em O - ALTERNATIVAS: Expressam ideia de alternância.
Estado de S. Paulo. Ou você sai do telefone ou eu vendo o aparelho.
Principais conjunções alternativas: Ou...ou, ora...ora,
Morfossintaxe quer...quer, já...já.

Para definir o que é artigo é preciso mencionar suas - CONCLUSIVAS: Servem para dar conclusões às ora-
relações com o substantivo. Assim, nas orações da língua ções. Ex. Estudei muito, por isso mereço passar.
portuguesa, o artigo exerce a função de adjunto adnominal Principais conjunções conclusivas: logo, por isso, pois
do substantivo a que se refere. Tal função independe da (depois do verbo), portanto, por conseguinte, assim.
função exercida pelo substantivo:
A existência é uma poesia. - EXPLICATIVAS: Explicam, dão um motivo ou razão. Ex.
Uma existência é a poesia. É melhor colocar o casaco porque está fazendo muito frio lá
fora.
Conjunção é a palavra invariável que liga duas orações Principais conjunções explicativas: que, porque, pois
ou dois termos semelhantes de uma mesma oração. Por (antes do verbo), porquanto.
exemplo:
A menina segurou a boneca e mostrou quando viu as Conjunções subordinativas
amiguinhas.
- CAUSAIS
Deste exemplo podem ser retiradas três informações: Principais conjunções causais: porque, visto que, já que,
1-) segurou a boneca 2-) a menina mostrou 3-) viu uma vez que, como (= porque).
as amiguinhas Ele não fez o trabalho porque não tem livro.

Cada informação está estruturada em torno de um ver- - COMPARATIVAS


bo: segurou, mostrou, viu. Assim, há nessa frase três ora- Principais conjunções comparativas: que, do que, tão...
ções: como, mais...do que, menos...do que.
1ª oração: A menina segurou a boneca 2ª oração: e Ela fala mais que um papagaio.
mostrou 3ª oração: quando viu as amiguinhas.

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LÍNGUA PORTUGUESA

- CONCESSIVAS a) Temos uma OSA Causal, já que a oração subordinada


Principais conjunções concessivas: embora, ainda que, (parte destacada) mostra a causa da ação expressa pelo
mesmo que, apesar de, se bem que. verbo da oração principal. Outra forma de reconhecê-la é
Indicam uma concessão, admitem uma contradição, colocá-la no início do período, introduzida pela conjunção
um fato inesperado. Traz em si uma ideia de “apesar de”. como - o que não ocorre com a CS Explicativa.
Embora estivesse cansada, fui ao shopping. (= apesar de Como não havia cemitério no local, precisavam enterrar
estar cansada) os mortos em outra cidade.
Apesar de ter chovido fui ao cinema. b) As orações são subordinadas e, por isso, totalmente
dependentes uma da outra.
- CONFORMATIVAS
Principais conjunções conformativas: como, segundo, Interjeição é a palavra invariável que exprime emo-
conforme, consoante ções, sensações, estados de espírito, ou que procura agir
Cada um colhe conforme semeia. sobre o interlocutor, levando-o a adotar certo comporta-
Expressam uma ideia de acordo, concordância, confor- mento sem que, para isso, seja necessário fazer uso de es-
midade. truturas linguísticas mais elaboradas. Observe o exemplo:
Droga! Preste atenção quando eu estou falando!
- CONSECUTIVAS
Expressam uma ideia de consequência. No exemplo acima, o interlocutor está muito bravo.
Principais conjunções consecutivas: que (após “tal”, Toda sua raiva se traduz numa palavra: Droga! Ele poderia
“tanto”, “tão”, “tamanho”). ter dito: - Estou com muita raiva de você! Mas usou sim-
Falou tanto que ficou rouco. plesmente uma palavra. Ele empregou a interjeição Droga!
As sentenças da língua costumam se organizar de for-
- FINAIS ma lógica: há uma sintaxe que estrutura seus elementos e
Expressam ideia de finalidade, objetivo. os distribui em posições adequadas a cada um deles. As in-
Todos trabalham para que possam sobreviver. terjeições, por outro lado, são uma espécie de “palavra-fra-
Principais conjunções finais: para que, a fim de que, se”, ou seja, há uma ideia expressa por uma palavra (ou um
porque (=para que),
conjunto de palavras - locução interjetiva) que poderia ser
colocada em termos de uma sentença. Veja os exemplos:
- PROPORCIONAIS
Bravo! Bis!
Principais conjunções proporcionais: à medida que,
bravo e bis: interjeição = sentença (sugestão): “Foi
quanto mais, ao passo que, à proporção que.
muito bom! Repitam!”
À medida que as horas passavam, mais sono ele tinha.
Ai! Ai! Ai! Machuquei meu pé... ai: interjeição = senten-
ça (sugestão): “Isso está doendo!” ou “Estou com dor!”
- TEMPORAIS
Principais conjunções temporais: quando, enquanto,
logo que. A interjeição é um recurso da linguagem afetiva, em
Quando eu sair, vou passar na locadora. que não há uma ideia organizada de maneira lógica, como
são as sentenças da língua, mas sim a manifestação de um
Diferença entre orações causais e explicativas suspiro, um estado da alma decorrente de uma situação
particular, um momento ou um contexto específico. Exem-
Quando estudamos Orações Subordinadas Adverbiais plos:
(OSA) e Coordenadas Sindéticas (CS), geralmente nos de- Ah, como eu queria voltar a ser criança!
paramos com a dúvida de como distinguir uma oração ah: expressão de um estado emotivo = interjeição
causal de uma explicativa. Veja os exemplos: Hum! Esse pudim estava maravilhoso!
1º) Na frase “Não atravesse a rua, porque você pode ser hum: expressão de um pensamento súbito = interjeição
atropelado”: O significado das interjeições está vinculado à maneira
a) Temos uma CS Explicativa, que indica uma justificati- como elas são proferidas. Desse modo, o tom da fala é que
va ou uma explicação do fato expresso na oração anterior. dita o sentido que a expressão vai adquirir em cada contex-
b) As orações são coordenadas e, por isso, indepen- to de enunciação. Exemplos:
dentes uma da outra. Neste caso, há uma pausa entre as Psiu! = contexto: alguém pronunciando essa expres-
orações que vêm marcadas por vírgula. são na rua; significado da interjeição (sugestão): “Estou te
Não atravesse a rua. Você pode ser atropelado. chamando! Ei, espere!”
Outra dica é, quando a oração que antecede a OC Psiu! = contexto: alguém pronunciando essa expres-
(Oração Coordenada) vier com verbo no modo imperativo, são em um hospital; significado da interjeição (sugestão):
ela será explicativa. “Por favor, faça silêncio!”
Façam silêncio, que estou falando. (façam= verbo im- Puxa! Ganhei o maior prêmio do sorteio!
perativo) puxa: interjeição; tom da fala: euforia
Puxa! Hoje não foi meu dia de sorte!
2º) Na frase “Precisavam enterrar os mortos em outra puxa: interjeição; tom da fala: decepção
cidade porque não havia cemitério no local.” As interjeições cumprem, normalmente, duas funções:

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LÍNGUA PORTUGUESA

1) Sintetizar uma frase exclamativa, exprimindo alegria, Saiba que: As interjeições são palavras invariáveis, isto é,
tristeza, dor, etc. não sofrem variação em gênero, número e grau como os no-
Você faz o que no Brasil? mes, nem de número, pessoa, tempo, modo, aspecto e voz
Eu? Eu negocio com madeiras. como os verbos. No entanto, em uso específico, algumas in-
Ah, deve ser muito interessante. terjeições sofrem variação em grau. Deve-se ter claro, neste
caso, que não se trata de um processo natural dessa classe
2) Sintetizar uma frase apelativa de palavra, mas tão só uma variação que a linguagem afetiva
permite. Exemplos: oizinho, bravíssimo, até loguinho.
Cuidado! Saia da minha frente.
Locução Interjetiva
As interjeições podem ser formadas por: Ocorre quando duas ou mais palavras formam uma ex-
- simples sons vocálicos: Oh!, Ah!, Ó, Ô. pressão com sentido de interjeição. Por exemplo : Ora bolas!
- palavras: Oba!, Olá!, Claro! Quem me dera! Virgem Maria! Meu Deus! Ó de casa!
- grupos de palavras (locuções interjetivas): Meu Deus!, Ai de mim! Valha-me Deus! Graças a Deus! Alto lá!
Ora bolas! Muito bem!

A ideia expressa pela interjeição depende muitas ve- Observações:


zes da entonação com que é pronunciada; por isso, pode - As interjeições são como frases resumidas, sintéticas.
ocorrer que uma interjeição tenha mais de um sentido. Por Por exemplo: Ué! = Eu não esperava por essa!, Perdão! = Peço-
exemplo: -lhe que me desculpe.
Oh! Que surpresa desagradável! (ideia de contra-
riedade) - Além do contexto, o que caracteriza a interjeição é o seu
tom exclamativo; por isso, palavras de outras classes gramati-
Oh! Que bom te encontrar. (ideia de alegria)
cais podem aparecer como interjeições.
Viva! Basta! (Verbos)
Classificação das Interjeições Fora! Francamente! (Advérbios)
- A interjeição pode ser considerada uma “palavra-frase”
Comumente, as interjeições expressam sentido de: porque sozinha pode constituir uma mensagem. Ex.: Socorro!,
- Advertência: Cuidado!, Devagar!, Calma!, Sentido!, Ajudem-me!, Silêncio!, Fique quieto!
Atenção!, Olha!, Alerta!
- Afugentamento: Fora!, Passa!, Rua!, Xô! - Há, também, as interjeições onomatopaicas ou imita-
- Alegria ou Satisfação: Oh!, Ah!,Eh!, Oba!, Viva! tivas, que exprimem ruídos e vozes. Ex.: Pum! Miau! Bumba!
- Alívio: Arre!, Uf!, Ufa! Ah! Zás! Plaft! Pof! Catapimba! Tique-taque! Quá-quá-quá!, etc.
- Animação ou Estímulo: Vamos!, Força!, Coragem!,
Eia!, Ânimo!, Adiante!, Firme!, Toca! - Não se deve confundir a interjeição de apelo “ó” com a
- Aplauso ou Aprovação: Bravo!, Bis!, Apoiado!, Viva!, sua homônima “oh!”, que exprime admiração, alegria, tristeza,
etc. Faz-se uma pausa depois do” oh!” exclamativo e não a
Boa!
fazemos depois do “ó” vocativo.
- Concordância: Claro!, Sim!, Pois não!, Tá!, Hã-hã! “Ó natureza! ó mãe piedosa e pura!” (Olavo Bilac)
- Repulsa ou Desaprovação: Credo!, Irra!, Ih!, Livra!, Oh! a jornada negra!” (Olavo Bilac)
Safa!, Fora!, Abaixo!, Francamente!, Xi!, Chega!, Basta!, Ora!
- Desejo ou Intenção: Oh!, Pudera!, Tomara!, Oxalá! - Na linguagem afetiva, certas interjeições, originadas de
- Desculpa: Perdão! palavras de outras classes, podem aparecer flexionadas no di-
- Dor ou Tristeza: Ai!, Ui!, Ai de mim!, Que pena!, Ah!, minutivo ou no superlativo: Calminha! Adeusinho! Obrigadinho!
Oh!, Eh!
- Dúvida ou Incredulidade: Qual!, Qual o quê!, Hum!, Interjeições, leitura e produção de textos
Epa!, Ora! Usadas com muita frequência na língua falada informal,
- Espanto ou Admiração: Oh!, Ah!, Uai!, Puxa!, Céus!, quando empregadas na língua escrita, as interjeições costu-
Quê!, Caramba!, Opa!, Virgem!, Vixe!, Nossa!, Hem?!, Hein?, mam conferir-lhe certo tom inconfundível de coloquialidade.
Cruz!, Putz! Além disso, elas podem muitas vezes indicar traços pessoais
do falante - como a escassez de vocabulário, o temperamen-
- Impaciência ou Contrariedade: Hum!, Hem!, Irra!,
to agressivo ou dócil, até mesmo a origem geográfica. É nos
Raios!, Diabo!, Puxa!, Pô!, Ora!
textos narrativos - particularmente nos diálogos - que comu-
- Pedido de Auxílio: Socorro!, Aqui!, Piedade! mente se faz uso das interjeições com o objetivo de caracte-
- Saudação, Chamamento ou Invocação: Salve!, Viva!, rizar personagens e, também, graças à sua natureza sinté-
Adeus!, Olá!, Alô!, Ei!, Tchau!, Ô, Ó, Psiu!, Socorro!, Valha- tica, agilizar as falas. Natureza sintética e conteúdo mais
-me, Deus! emocional do que racional fazem das interjeições presença
- Silêncio: Psiu!, Bico!, Silêncio! constante nos textos publicitários.
- Terror ou Medo: Credo!, Cruzes!, Uh!, Ui!, Oh!
Fonte: http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/
morf89.php

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Numeral é a palavra que indica os seres em termos Os numerais multiplicativos são invariáveis quando
numéricos, isto é, que atribui quantidade aos seres ou os atuam em funções substantivas: Fizeram o dobro do esforço
situa em determinada sequência. e conseguiram o triplo de produção.
Os quatro últimos ingressos foram vendidos há pouco. Quando atuam em funções adjetivas, esses numerais
[quatro: numeral = atributo numérico de “ingresso”] flexionam-se em gênero e número: Teve de tomar doses tri-
Eu quero café duplo, e você? plas do medicamento.
...[duplo: numeral = atributo numérico de “café”] Os numerais fracionários flexionam-se em gênero e
A primeira pessoa da fila pode entrar, por favor! número. Observe: um terço/dois terços, uma terça parte/
...[primeira: numeral = situa o ser “pessoa” na sequên- duas terças partes
cia de “fila”] Os numerais coletivos flexionam-se em número: uma
dúzia, um milheiro, duas dúzias, dois milheiros.
Note bem: os numerais traduzem, em palavras, o que É comum na linguagem coloquial a indicação de grau
os números indicam em relação aos seres. Assim, quando nos numerais, traduzindo afetividade ou especialização de
a expressão é colocada em números (1, 1°, 1/3, etc.) não se sentido. É o que ocorre em frases como:
trata de numerais, mas sim de algarismos. “Me empresta duzentinho...”
Além dos numerais mais conhecidos, já que refletem a É artigo de primeiríssima qualidade!
ideia expressa pelos números, existem mais algumas pala- O time está arriscado por ter caído na segundona. (=
vras consideradas numerais porque denotam quantidade, segunda divisão de futebol)
proporção ou ordenação. São alguns exemplos: década,
dúzia, par, ambos(as), novena. Emprego dos Numerais

Classificação dos Numerais *Para designar papas, reis, imperadores, séculos e par-
tes em que se divide uma obra, utilizam-se os ordinais até
Cardinais: indicam contagem, medida. É o número bá- décimo e a partir daí os cardinais, desde que o numeral
sico: um, dois, cem mil, etc. venha depois do substantivo:
Ordinais: indicam a ordem ou lugar do ser numa série Ordinais Cardinais
dada: primeiro, segundo, centésimo, etc. João Paulo II (segundo) Tomo XV (quinze)
Fracionários: indicam parte de um inteiro, ou seja, a D. Pedro II (segundo) Luís XVI (dezesseis)
divisão dos seres: meio, terço, dois quintos, etc. Ato II (segundo) Capítulo XX (vinte)
Multiplicativos: expressam ideia de multiplicação dos Século VIII (oitavo) Século XX (vinte)
seres, indicando quantas vezes a quantidade foi aumenta- Canto IX (nono) João XXIII ( vinte e três)
da: dobro, triplo, quíntuplo, etc.
*Para designar leis, decretos e portarias, utiliza-se o or-
Leitura dos Numerais dinal até nono e o cardinal de dez em diante:
Artigo 1.° (primeiro) Artigo 10 (dez)
Separando os números em centenas, de trás para fren- Artigo 9.° (nono) Artigo 21 (vinte e um)
te, obtêm-se conjuntos numéricos, em forma de centenas
e, no início, também de dezenas ou unidades. Entre esses *Ambos/ambas são considerados numerais. Significam
conjuntos usa-se vírgula; as unidades ligam-se pela con- “um e outro”, “os dois” (ou “uma e outra”, “as duas”) e são
junção “e”. largamente empregados para retomar pares de seres aos
quais já se fez referência.
1.203.726 = um milhão, duzentos e três mil, setecentos Pedro e João parecem ter finalmente percebido a impor-
e vinte e seis. tância da solidariedade. Ambos agora participam das ativi-
45.520 = quarenta e cinco mil, quinhentos e vinte. dades comunitárias de seu bairro.

Flexão dos numerais Obs.: a forma “ambos os dois” é considerada enfática.


Atualmente, seu uso indica afetação, artificialismo.
Os numerais cardinais que variam em gênero são um/
uma, dois/duas e os que indicam centenas de duzentos/du-
zentas em diante: trezentos/trezentas; quatrocentos/quatro-
centas, etc. Cardinais como milhão, bilhão, trilhão, variam
em número: milhões, bilhões, trilhões. Os demais cardinais
são invariáveis.
Os numerais ordinais variam em gênero e número:
primeiro segundo milésimo
primeira segunda milésima
primeiros segundos milésimos
primeiras segundas milésimas

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LÍNGUA PORTUGUESA

Cardinais Ordinais Multiplicativos Fracionários


um primeiro - -
dois segundo dobro, duplo meio
três terceiro triplo, tríplice terço
quatro quarto quádruplo quarto
cinco quinto quíntuplo quinto
seis sexto sêxtuplo sexto
sete sétimo sétuplo sétimo
oito oitavo óctuplo oitavo
nove nono nônuplo nono
dez décimo décuplo décimo
onze décimo primeiro - onze avos
doze décimo segundo - doze avos
treze décimo terceiro - treze avos
catorze décimo quarto - catorze avos
quinze décimo quinto - quinze avos
dezesseis décimo sexto - dezesseis avos
dezessete décimo sétimo - dezessete avos
dezoito décimo oitavo - dezoito avos
dezenove décimo nono - dezenove avos
vinte vigésimo - vinte avos
trinta trigésimo - trinta avos
quarenta quadragésimo - quarenta avos
cinqüenta quinquagésimo - cinquenta avos
sessenta sexagésimo - sessenta avos
setenta septuagésimo - setenta avos
oitenta octogésimo - oitenta avos
noventa nonagésimo - noventa avos
cem centésimo cêntuplo centésimo
duzentos ducentésimo - ducentésimo
trezentos trecentésimo - trecentésimo
quatrocentos quadringentésimo - quadringentésimo
quinhentos quingentésimo - quingentésimo
seiscentos sexcentésimo - sexcentésimo
setecentos septingentésimo - septingentésimo
oitocentos octingentésimo - octingentésimo
novecentos nongentésimo ou noningentésimo - nongentésimo
mil milésimo - milésimo
milhão milionésimo - milionésimo
bilhão bilionésimo - bilionésimo

Preposição é uma palavra invariável que serve para ligar termos ou orações. Quando esta ligação acontece, normal-
mente há uma subordinação do segundo termo em relação ao primeiro. As preposições são muito importantes na estrutura
da língua, pois estabelecem a coesão textual e possuem valores semânticos indispensáveis para a compreensão do texto.

Tipos de Preposição
1. Preposições essenciais: palavras que atuam exclusivamente como preposições: a, ante, perante, após, até, com, contra,
de, desde, em, entre, para, por, sem, sob, sobre, trás, atrás de, dentro de, para com.
2. Preposições acidentais: palavras de outras classes gramaticais que podem atuar como preposições: como, durante,
exceto, fora, mediante, salvo, segundo, senão, visto.
3. Locuções prepositivas: duas ou mais palavras valendo como uma preposição, sendo que a última palavra é uma de-
las: abaixo de, acerca de, acima de, ao lado de, a respeito de, de acordo com, em cima de, embaixo de, em frente a, ao redor
de, graças a, junto a, com, perto de, por causa de, por cima de, por trás de.

A preposição, como já foi dito, é invariável. No entanto pode unir-se a outras palavras e assim estabelecer concordância
em gênero ou em número. Ex: por + o = pelo por + a = pela.
Vale ressaltar que essa concordância não é característica da preposição, mas das palavras às quais ela se une.
Esse processo de junção de uma preposição com outra palavra pode se dar a partir de dois processos:

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1. Combinação: A preposição não sofre alteração. - Quando é preposição, além de ser invariável, liga dois
preposição a + artigos definidos o, os termos e estabelece relação de subordinação entre eles.
a + o = ao Cheguei a sua casa ontem pela manhã.
preposição a + advérbio onde Não queria, mas vou ter que ir à outra cidade para pro-
a + onde = aonde curar um tratamento adequado.
2. Contração: Quando a preposição sofre alteração.
- Se for pronome pessoal oblíquo estará ocupando o
Preposição + Artigos lugar e/ou a função de um substantivo.
De + o(s) = do(s) Temos Maria como parte da família. / Nós a temos como
De + a(s) = da(s) parte da família
De + um = dum Creio que conhecemos nossa mãe melhor que ninguém.
De + uns = duns / Creio que a conhecemos melhor que ninguém.
De + uma = duma
De + umas = dumas 2. Algumas relações semânticas estabelecidas por meio
Em + o(s) = no(s) das preposições:
Em + a(s) = na(s) Destino = Irei para casa.
Em + um = num Modo = Chegou em casa aos gritos.
Em + uma = numa Lugar = Vou ficar em casa;
Em + uns = nuns Assunto = Escrevi um artigo sobre adolescência.
Em + umas = numas Tempo = A prova vai começar em dois minutos.
A + à(s) = à(s) Causa = Ela faleceu de derrame cerebral.
Por + o = pelo(s) Fim ou finalidade = Vou ao médico para começar o tra-
Por + a = pela(s) tamento.
Instrumento = Escreveu a lápis.
Preposição + Pronomes
Posse = Não posso doar as roupas da mamãe.
De + ele(s) = dele(s)
Autoria = Esse livro de Machado de Assis é muito bom.
De + ela(s) = dela(s)
Companhia = Estarei com ele amanhã.
De + este(s) = deste(s)
Matéria = Farei um cartão de papel reciclado.
De + esta(s) = desta(s)
Meio = Nós vamos fazer um passeio de barco.
De + esse(s) = desse(s)
Origem = Nós somos do Nordeste, e você?
De + essa(s) = dessa(s)
Conteúdo = Quebrei dois frascos de perfume.
De + aquele(s) = daquele(s)
De + aquela(s) = daquela(s) Oposição = Esse movimento é contra o que eu penso.
De + isto = disto Preço = Essa roupa sai por R$ 50 à vista.
De + isso = disso
De + aquilo = daquilo Fonte:
De + aqui = daqui http://www.infoescola.com/portugues/preposicao/
De + aí = daí
De + ali = dali Tudo o que existe é ser e cada ser tem um nome. Subs-
De + outro = doutro(s) tantivo é a classe gramatical de palavras variáveis, as quais
De + outra = doutra(s) denominam os seres. Além de objetos, pessoas e fenôme-
Em + este(s) = neste(s) nos, os substantivos também nomeiam:
Em + esta(s) = nesta(s) -lugares: Alemanha, Porto Alegre...
Em + esse(s) = nesse(s) -sentimentos: raiva, amor...
Em + aquele(s) = naquele(s) -estados: alegria, tristeza...
Em + aquela(s) = naquela(s) -qualidades: honestidade, sinceridade...
Em + isto = nisto -ações: corrida, pescaria...
Em + isso = nisso
Em + aquilo = naquilo Morfossintaxe do substantivo
A + aquele(s) = àquele(s)
A + aquela(s) = àquela(s) Nas orações de língua portuguesa, o substantivo em
A + aquilo = àquilo geral exerce funções diretamente relacionadas com o ver-
bo: atua como núcleo do sujeito, dos complementos ver-
Dicas sobre preposição bais (objeto direto ou indireto) e do agente da passiva.
1. O “a” pode funcionar como preposição, pronome Pode ainda funcionar como núcleo do complemento no-
pessoal oblíquo e artigo. Como distingui-los? Caso o “a” seja minal ou do aposto, como núcleo do predicativo do sujeito,
um artigo, virá precedendo um substantivo. Ele servirá para do objeto ou como núcleo do vocativo. Também encontra-
determiná-lo como um substantivo singular e feminino. mos substantivos como núcleos de adjuntos adnominais e
A dona da casa não quis nos atender. de adjuntos adverbiais - quando essas funções são desem-
Como posso fazer a Joana concordar comigo? penhadas por grupos de palavras.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Classificação dos Substantivos Note que, no primeiro caso, para indicar plural, foi ne-
cessário repetir o substantivo: uma abelha, outra abelha,
1- Substantivos Comuns e Próprios mais outra abelha...
Observe a definição: s.f. 1: Povoação maior que vila, com No segundo caso, utilizaram-se duas palavras no plu-
muitas casas e edifícios, dispostos em ruas e avenidas (no Bra- ral.
sil, toda a sede de município é cidade). 2. O centro de uma No terceiro caso, empregou-se um substantivo no
cidade (em oposição aos bairros). singular (enxame) para designar um conjunto de seres da
mesma espécie (abelhas).
Qualquer “povoação maior que vila, com muitas casas e O substantivo enxame é um substantivo coletivo.
edifícios, dispostos em ruas e avenidas” será chamada cidade. Substantivo Coletivo: é o substantivo comum que,
Isso significa que a palavra cidade é um substantivo comum. mesmo estando no singular, designa um conjunto de seres
Substantivo Comum é aquele que designa os seres de da mesma espécie.
uma mesma espécie de forma genérica: cidade, menino, ho-
mem, mulher, país, cachorro. Substantivo coletivo Conjunto de:
Estamos voando para Barcelona. assembleia pessoas reunidas
alcateia lobos
O substantivo Barcelona designa apenas um ser da es-
acervo livros
pécie cidade. Esse substantivo é próprio. Substantivo Próprio:
antologia trechos literários selecionados
é aquele que designa os seres de uma mesma espécie de
forma particular: Londres, Paulinho, Pedro, Tietê, Brasil. arquipélago ilhas
banda músicos
2 - Substantivos Concretos e Abstratos bando desordeiros ou malfeitores
banca examinadores
LÂMPADA MALA batalhão soldados
cardume peixes
Os substantivos lâmpada e mala designam seres com caravana viajantes peregrinos
existência própria, que são independentes de outros seres. cacho frutas
São substantivos concretos. cáfila camelos
cancioneiro canções, poesias líricas
Substantivo Concreto: é aquele que designa o ser que colmeia abelhas
existe, independentemente de outros seres. chusma gente, pessoas
Obs.: os substantivos concretos designam seres do mun- concílio bispos
do real e do mundo imaginário. congresso parlamentares, cientistas.
Seres do mundo real: homem, mulher, cadeira, cobra, elenco atores de uma peça ou filme
Brasília, etc. esquadra navios de guerra
Seres do mundo imaginário: saci, mãe-d’água, fantasma, enxoval roupas
etc. falange soldados, anjos
fauna animais de uma região
Observe agora: feixe lenha, capim
Beleza exposta flora vegetais de uma região
Jovens atrizes veteranas destacam-se pelo visual. frota navios mercantes, ônibus
O substantivo beleza designa uma qualidade. girândola fogos de artifício
horda bandidos, invasores
Substantivo Abstrato: é aquele que designa seres que
junta médicos, bois, credores, examinadores
dependem de outros para se manifestar ou existir.
júri jurados
Pense bem: a beleza não existe por si só, não pode ser
legião soldados, anjos, demônios
observada. Só podemos observar a beleza numa pessoa ou
coisa que seja bela. A beleza depende de outro ser para se leva presos, recrutas
manifestar. Portanto, a palavra beleza é um substantivo abs- malta malfeitores ou desordeiros
trato. manada búfalos, bois, elefantes,
Os substantivos abstratos designam estados, qualidades, matilha cães de raça
ações e sentimentos dos seres, dos quais podem ser abstraí- molho chaves, verduras
dos, e sem os quais não podem existir: vida (estado), rapidez multidão pessoas em geral
(qualidade), viagem (ação), saudade (sentimento). ninhada pintos
nuvem insetos (gafanhotos, mosquitos, etc.)
3 - Substantivos Coletivos penca bananas, chaves
pinacoteca pinturas, quadros
Ele vinha pela estrada e foi picado por uma abelha, outra quadrilha ladrões, bandidos
abelha, mais outra abelha. ramalhete flores
Ele vinha pela estrada e foi picado por várias abelhas. rebanho ovelhas
Ele vinha pela estrada e foi picado por um enxame. récua bestas de carga, cavalgadura

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LÍNGUA PORTUGUESA

repertório peças teatrais, obras musicais Pertencem ao gênero feminino os substantivos que
réstia alhos ou cebolas podem vir precedidos dos artigos a, as, uma, umas:
romanceiro poesias narrativas A história sem fim
revoada pássaros Uma cidade sem passado
sínodo párocos As tartarugas ninjas
talha lenha
tropa muares, soldados Substantivos Biformes e Substantivos Uniformes
turma estudantes, trabalhadores
vara porcos Substantivos Biformes (= duas formas): ao indicar no-
mes de seres vivos, geralmente o gênero da palavra está
Formação dos Substantivos relacionado ao sexo do ser, havendo, portanto, duas for-
mas, uma para o masculino e outra para o feminino. Obser-
Substantivos Simples e Compostos ve: gato – gata, homem – mulher, poeta – poetisa, prefeito
Chuva - subst. Fem. 1 - água caindo em gotas sobre a - prefeita
terra.
O substantivo chuva é formado por um único elemento Substantivos Uniformes: são aqueles que apresentam
ou radical. É um substantivo simples. uma única forma, que serve tanto para o masculino quanto
para o feminino. Classificam-se em:
Substantivo Simples: é aquele formado por um único - Epicenos: têm um só gênero e nomeiam bichos: a
elemento. cobra macho e a cobra fêmea, o jacaré macho e o jacaré
Outros substantivos simples: tempo, sol, sofá, etc. Veja fêmea.
agora: O substantivo guarda-chuva é formado por dois ele- - Sobrecomuns: têm um só gênero e nomeiam pes-
mentos (guarda + chuva). Esse substantivo é composto. soas: a criança, a testemunha, a vítima, o cônjuge, o gênio,
Substantivo Composto: é aquele formado por dois ou o ídolo, o indivíduo.
mais elementos. Outros exemplos: beija-flor, passatempo. - Comuns de Dois Gêneros: indicam o sexo das pes-
soas por meio do artigo: o colega e a colega, o doente e a
Substantivos Primitivos e Derivados doente, o artista e a artista.
Meu limão meu limoeiro,
meu pé de jacarandá... Saiba que: Substantivos de origem grega terminados
em ema ou oma, são masculinos: o fonema, o poema, o
O substantivo limão é primitivo, pois não se originou sistema, o sintoma, o teorema.
de nenhum outro dentro de língua portuguesa. - Existem certos substantivos que, variando de gêne-
Substantivo Primitivo: é aquele que não deriva de ro, variam em seu significado: o rádio (aparelho receptor)
nenhuma outra palavra da própria língua portuguesa. O e a rádio (estação emissora) o capital (dinheiro) e a capital
substantivo limoeiro é derivado, pois se originou a partir (cidade)
da palavra limão.
Substantivo Derivado: é aquele que se origina de ou- Formação do Feminino dos Substantivos Biformes
tra palavra.
- Regra geral: troca-se a terminação -o por –a: aluno
Flexão dos substantivos - aluna.
- Substantivos terminados em -ês: acrescenta-se -a ao
O substantivo é uma classe variável. A palavra é variá- masculino: freguês - freguesa
vel quando sofre flexão (variação). A palavra menino, por - Substantivos terminados em -ão: fazem o feminino
exemplo, pode sofrer variações para indicar: de três formas:
Plural: meninos Feminino: menina - troca-se -ão por -oa. = patrão – patroa
Aumentativo: meninão Diminutivo: menininho - troca-se -ão por -ã. = campeão - campeã
-troca-se -ão por ona. = solteirão - solteirona
Flexão de Gênero Exceções: barão – baronesa ladrão- ladra sultão
- sultana
Gênero é a propriedade que as palavras têm de indicar
sexo real ou fictício dos seres. Na língua portuguesa, há - Substantivos terminados em -or:
dois gêneros: masculino e feminino. Pertencem ao gênero - acrescenta-se -a ao masculino = doutor – doutora
masculino os substantivos que podem vir precedidos dos - troca-se -or por -triz: = imperador - imperatriz
artigos o, os, um, uns. Veja estes títulos de filmes:
O velho e o mar - Substantivos com feminino em -esa, -essa, -isa: côn-
Um Natal inesquecível sul - consulesa / abade - abadessa / poeta - poetisa / duque
Os reis da praia - duquesa / conde - condessa / profeta - profetisa

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LÍNGUA PORTUGUESA

- Substantivos que formam o feminino trocando o -e - Diz-se: o (ou a) manequim Marcela, o (ou a) modelo
final por -a: elefante - elefanta fotográfico Ana Belmonte.
Observe o gênero dos substantivos seguintes:
- Substantivos que têm radicais diferentes no masculi-
no e no feminino: bode – cabra / boi - vaca Masculinos: o tapa, o eclipse, o lança-perfume, o dó
(pena), o sanduíche, o clarinete, o champanha, o sósia, o
- Substantivos que formam o feminino de maneira es- maracajá, o clã, o hosana, o herpes, o pijama, o suéter, o
pecial, isto é, não seguem nenhuma das regras anteriores: soprano, o proclama, o pernoite, o púbis.
czar – czarina réu - ré
Femininos: a dinamite, a derme, a hélice, a omoplata, a
Formação do Feminino dos Substantivos Uniformes cataplasma, a pane, a mascote, a gênese, a entorse, a libido,
a cal, a faringe, a cólera (doença), a ubá (canoa).
Epicenos:
Novo jacaré escapa de policiais no rio Pinheiros. - São geralmente masculinos os substantivos de ori-
gem grega terminados em -ma: o grama (peso), o quilo-
Não é possível saber o sexo do jacaré em questão. Isso
grama, o plasma, o apostema, o diagrama, o epigrama, o
ocorre porque o substantivo jacaré tem apenas uma forma
telefonema, o estratagema, o dilema, o teorema, o trema, o
para indicar o masculino e o feminino.
eczema, o edema, o magma, o estigma, o axioma, o traco-
Alguns nomes de animais apresentam uma só forma
para designar os dois sexos. Esses substantivos são cha- ma, o hematoma.
mados de epicenos. No caso dos epicenos, quando houver
a necessidade de especificar o sexo, utilizam-se palavras Exceções: a cataplasma, a celeuma, a fleuma, etc.
macho e fêmea.
A cobra macho picou o marinheiro. Gênero dos Nomes de Cidades:
A cobra fêmea escondeu-se na bananeira.
Com raras exceções, nomes de cidades são femininos.
Sobrecomuns: A histórica Ouro Preto.
Entregue as crianças à natureza. A dinâmica São Paulo.
A acolhedora Porto Alegre.
A palavra crianças refere-se tanto a seres do sexo mas- Uma Londres imensa e triste.
culino, quanto a seres do sexo feminino. Nesse caso, nem Exceções: o Rio de Janeiro, o Cairo, o Porto, o Havre.
o artigo nem um possível adjetivo permitem identificar o
sexo dos seres a que se refere a palavra. Veja: Gênero e Significação:
A criança chorona chamava-se João.
A criança chorona chamava-se Maria. Muitos substantivos têm uma significação no masculi-
no e outra no feminino. Observe: o baliza (soldado que, que
Outros substantivos sobrecomuns: à frente da tropa, indica os movimentos que se deve realizar
a criatura = João é uma boa criatura. Maria é uma boa em conjunto; o que vai à frente de um bloco carnavalesco,
criatura. manejando um bastão), a baliza (marco, estaca; sinal que
o cônjuge = O cônjuge de João faleceu. O cônjuge de marca um limite ou proibição de trânsito), o cabeça (chefe),
Marcela faleceu a cabeça (parte do corpo), o cisma (separação religiosa, dissi-
dência), a cisma (ato de cismar, desconfiança), o cinza (a cor
Comuns de Dois Gêneros: cinzenta), a cinza (resíduos de combustão), o capital (dinhei-
Motorista tem acidente idêntico 23 anos depois.
ro), a capital (cidade), o coma (perda dos sentidos), a coma
(cabeleira), o coral (pólipo, a cor vermelha, canto em coro),
Quem sofreu o acidente: um homem ou uma mulher?
a coral (cobra venenosa), o crisma (óleo sagrado, usado na
É impossível saber apenas pelo título da notícia, uma
vez que a palavra motorista é um substantivo uniforme. administração da crisma e de outros sacramentos), a crisma
A distinção de gênero pode ser feita através da análise (sacramento da confirmação), o cura (pároco), a cura (ato de
do artigo ou adjetivo, quando acompanharem o substanti- curar), o estepe (pneu sobressalente), a estepe (vasta planície
vo: o colega - a colega; o imigrante - a imigrante; um jovem de vegetação), o guia (pessoa que guia outras), a guia (docu-
- uma jovem; artista famoso - artista famosa; repórter fran- mento, pena grande das asas das aves), o grama (unidade de
cês - repórter francesa peso), a grama (relva), o caixa (funcionário da caixa), a caixa
- A palavra personagem é usada indistintamente nos (recipiente, setor de pagamentos), o lente (professor), a lente
dois gêneros. (vidro de aumento), o moral (ânimo), a moral (honestidade,
a) Entre os escritores modernos nota-se acentuada bons costumes, ética), o nascente (lado onde nasce o Sol), a
preferência pelo masculino: O menino descobriu nas nuvens nascente (a fonte), o maria-fumaça (trem como locomotiva
os personagens dos contos de carochinha. a vapor), maria-fumaça (locomotiva movida a vapor), o pala
b) Com referência a mulher, deve-se preferir o femini- (poncho), a pala (parte anterior do boné ou quepe, antepa-
no: O problema está nas mulheres de mais idade, que não ro), o rádio (aparelho receptor), a rádio (estação emissora), o
aceitam a personagem. voga (remador), a voga (moda, popularidade).

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LÍNGUA PORTUGUESA

Flexão de Número do Substantivo O plural dos substantivos compostos cujos elementos


são ligados por hífen costuma provocar muitas dúvidas e
Em português, há dois números gramaticais: o singular, discussões. Algumas orientações são dadas a seguir:
que indica um ser ou um grupo de seres, e o plural, que
indica mais de um ser ou grupo de seres. A característica - Flexionam-se os dois elementos, quando formados
do plural é o “s” final. de:
substantivo + substantivo = couve-flor e couves-flores
Plural dos Substantivos Simples substantivo + adjetivo = amor-perfeito e amores-per-
feitos
- Os substantivos terminados em vogal, ditongo oral e adjetivo + substantivo = gentil-homem e gentis-ho-
“n” fazem o plural pelo acréscimo de “s”: pai – pais; ímã –
mens
ímãs; hífen - hifens (sem acento, no plural). Exceção: cânon
numeral + substantivo = quinta-feira e quintas-feiras
- cânones.

- Os substantivos terminados em “m” fazem o plural - Flexiona-se somente o segundo elemento, quando
em “ns”: homem - homens. formados de:
verbo + substantivo = guarda-roupa e guarda-roupas
- Os substantivos terminados em “r” e “z” fazem o plu- palavra invariável + palavra variável = alto-falante e
ral pelo acréscimo de “es”: revólver – revólveres; raiz - raízes. alto- -falantes
palavras repetidas ou imitativas = reco-reco e reco-
Atenção: O plural de caráter é caracteres. -recos

- Os substantivos terminados em al, el, ol, ul flexionam- - Flexiona-se somente o primeiro elemento, quando
-se no plural, trocando o “l” por “is”: quintal - quintais; ca- formados de:
racol – caracóis; hotel - hotéis. Exceções: mal e males, cônsul substantivo + preposição clara + substantivo = água-
e cônsules. -de-colônia e águas-de-colônia
substantivo + preposição oculta + substantivo = cava-
- Os substantivos terminados em “il” fazem o plural de lo-vapor e cavalos-vapor
duas maneiras: substantivo + substantivo que funciona como deter-
- Quando oxítonos, em “is”: canil - canis
minante do primeiro, ou seja, especifica a função ou o tipo
- Quando paroxítonos, em “eis”: míssil - mísseis.
do termo anterior: palavra-chave - palavras-chave, bomba-
-relógio - bombas-relógio, notícia-bomba - notícias-bomba,
Obs.: a palavra réptil pode formar seu plural de duas
maneiras: répteis ou reptis (pouco usada). homem-rã - homens-rã, peixe-espada - peixes-espada.

- Os substantivos terminados em “s” fazem o plural de - Permanecem invariáveis, quando formados de:
duas maneiras: verbo + advérbio = o bota-fora e os bota-fora
- Quando monossilábicos ou oxítonos, mediante o verbo + substantivo no plural = o saca-rolhas e os saca-
acréscimo de “es”: ás – ases / retrós - retroses -rolhas
- Quando paroxítonos ou proparoxítonos, ficam inva- - Casos Especiais
riáveis: o lápis - os lápis / o ônibus - os ônibus. o louva-a-deus e os louva-a-deus
o bem-te-vi e os bem-te-vis
- Os substantivos terminados em “ao” fazem o plural o bem-me-quer e os bem-me-queres
de três maneiras. o joão-ninguém e os joões-ninguém.
- substituindo o -ão por -ões: ação - ações
- substituindo o -ão por -ães: cão - cães Plural das Palavras Substantivadas
- substituindo o -ão por -ãos: grão - grãos
As palavras substantivadas, isto é, palavras de outras
- Os substantivos terminados em “x” ficam invariáveis: classes gramaticais usadas como substantivo, apresentam,
o látex - os látex.
no plural, as flexões próprias dos substantivos.
Pese bem os prós e os contras.
Plural dos Substantivos Compostos
O aluno errou na prova dos noves.
-A formação do plural dos substantivos compostos de- Ouça com a mesma serenidade os sins e os nãos.
pende da forma como são grafados, do tipo de palavras
que formam o composto e da relação que estabelecem en- Obs.: numerais substantivados terminados em “s” ou
tre si. Aqueles que são grafados sem hífen comportam-se “z” não variam no plural: Nas provas mensais consegui mui-
como os substantivos simples: aguardente/aguardentes, tos seis e alguns dez.
girassol/girassóis, pontapé/pontapés, malmequer/
malmequeres.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Plural dos Diminutivos Têm a vogal tônica fechada (ô): adornos, almoços, bol-
Flexiona-se o substantivo no plural, retira-se o “s” final sos, esposos, estojos, globos, gostos, polvos, rolos, soros, etc.
e acrescenta-se o sufixo diminutivo.
pãe(s) + zinhos = pãezinhos Obs.: distinga-se molho (ô) = caldo (molho de carne),
animai(s) + zinhos = animaizinhos de molho (ó) = feixe (molho de lenha).
botõe(s) + zinhos = botõezinhos
chapéu(s) + zinhos = chapeuzinhos Particularidades sobre o Número dos Substantivos
farói(s) + zinhos = faroizinhos
tren(s) + zinhos = trenzinhos - Há substantivos que só se usam no singular: o sul, o
colhere(s) + zinhas = colherezinhas norte, o leste, o oeste, a fé, etc.
flore(s) + zinhas = florezinhas - Outros só no plural: as núpcias, os víveres, os pêsames,
mão(s) + zinhas = mãozinhas as espadas/os paus (naipes de baralho), as fezes.
papéi(s) + zinhos = papeizinhos - Outros, enfim, têm, no plural, sentido diferente do
nuven(s) + zinhas = nuvenzinhas singular: bem (virtude) e bens (riquezas), honra (probidade,
funi(s) + zinhos = funizinhos bom nome) e honras (homenagem, títulos).
túnei(s) + zinhos = tuneizinhos
- Usamos às vezes, os substantivos no singular, mas
pai(s) + zinhos = paizinhos
com sentido de plural:
pé(s) + zinhos = pezinhos
Aqui morreu muito negro.
pé(s) + zitos = pezitos
Celebraram o sacrifício divino muitas vezes em capelas
Plural dos Nomes Próprios Personativos improvisadas.

Devem-se pluralizar os nomes próprios de pessoas Flexão de Grau do Substantivo


sempre que a terminação preste-se à flexão.
Os Napoleões também são derrotados. Grau é a propriedade que as palavras têm de exprimir
As Raquéis e Esteres. as variações de tamanho dos seres. Classifica-se em:
- Grau Normal - Indica um ser de tamanho considera-
Plural dos Substantivos Estrangeiros do normal. Por exemplo: casa

Substantivos ainda não aportuguesados devem ser es- - Grau Aumentativo - Indica o aumento do tamanho
critos como na língua original, acrescentando-se “s” (exce- do ser. Classifica-se em:
to quando terminam em “s” ou “z”): os shows, os shorts, os Analítico = o substantivo é acompanhado de um adje-
jazz. tivo que indica grandeza. Por exemplo: casa grande.
Sintético = é acrescido ao substantivo um sufixo indi-
Substantivos já aportuguesados flexionam-se de acor- cador de aumento. Por exemplo: casarão.
do com as regras de nossa língua: os clubes, os chopes, os
jipes, os esportes, as toaletes, os bibelôs, os garçons, - Grau Diminutivo - Indica a diminuição do tamanho
os réquiens. do ser. Pode ser:
Observe o exemplo: Analítico = substantivo acompanhado de um adjetivo
Este jogador faz gols toda vez que joga. que indica pequenez. Por exemplo: casa pequena.
O plural correto seria gois (ô), mas não se usa. Sintético = é acrescido ao substantivo um sufixo indi-
Plural com Mudança de Timbre cador de diminuição. Por exemplo: casinha.
Certos substantivos formam o plural com mudança de
Interjeição
timbre da vogal tônica (o fechado / o aberto). É um fato
fonético chamado metafonia (plural metafônico).
Interjeição é a palavra invariável que exprime emoções,
Singular Plural sensações, estados de espírito, ou que procura agir sobre
corpo (ô) corpos (ó) o interlocutor, levando-o a adotar certo comportamento
esforço esforços sem que, para isso, seja necessário fazer uso de estruturas
fogo fogos linguísticas mais elaboradas. Observe o exemplo:
forno fornos Droga! Preste atenção quando eu estou falando!
fosso fossos
imposto impostos No exemplo acima, o interlocutor está muito bravo.
olho olhos Toda sua raiva se traduz numa palavra: Droga! Ele poderia
osso (ô) ossos (ó) ter dito: - Estou com muita raiva de você! Mas usou sim-
ovo ovos plesmente uma palavra. Ele empregou a interjeição Droga!
poço poços As sentenças da língua costumam se organizar de for-
porto portos ma lógica: há uma sintaxe que estrutura seus elementos e
posto postos os distribui em posições adequadas a cada um deles. As in-
tijolo tijolos terjeições, por outro lado, são uma espécie de “palavra-fra-

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LÍNGUA PORTUGUESA

se”, ou seja, há uma ideia expressa por uma palavra (ou um Classificação das Interjeições
conjunto de palavras - locução interjetiva) que poderia ser
colocada em termos de uma sentença. Veja os exemplos: Comumente, as interjeições expressam sentido de:
Bravo! Bis! - Advertência: Cuidado!, Devagar!, Calma!, Sentido!,
bravo e bis: interjeição = sentença (sugestão): “Foi mui- Atenção!, Olha!, Alerta!
to bom! Repitam!” - Afugentamento: Fora!, Passa!, Rua!, Xô!
Ai! Ai! Ai! Machuquei meu pé... ai: interjeição = senten- - Alegria ou Satisfação: Oh!, Ah!,Eh!, Oba!, Viva!
ça (sugestão): “Isso está doendo!” ou “Estou com dor!” - Alívio: Arre!, Uf!, Ufa! Ah!
- Animação ou Estímulo: Vamos!, Força!, Coragem!, Eia!,
A interjeição é um recurso da linguagem afetiva, em Ânimo!, Adiante!, Firme!, Toca!
que não há uma ideia organizada de maneira lógica, como - Aplauso ou Aprovação: Bravo!, Bis!, Apoiado!, Viva!,
são as sentenças da língua, mas sim a manifestação de um Boa!
suspiro, um estado da alma decorrente de uma situação - Concordância: Claro!, Sim!, Pois não!, Tá!, Hã-hã!
particular, um momento ou um contexto específico. Exem- - Repulsa ou Desaprovação: Credo!, Irra!, Ih!, Livra!,
plos: Safa!, Fora!, Abaixo!, Francamente!, Xi!, Chega!, Basta!, Ora!
Ah, como eu queria voltar a ser criança! - Desejo ou Intenção: Oh!, Pudera!, Tomara!, Oxalá!
ah: expressão de um estado emotivo = interjeição - Desculpa: Perdão!
Hum! Esse pudim estava maravilhoso! - Dor ou Tristeza: Ai!, Ui!, Ai de mim!, Que pena!, Ah!,
hum: expressão de um pensamento súbito = interjeição Oh!, Eh!
O significado das interjeições está vinculado à maneira - Dúvida ou Incredulidade: Qual!, Qual o quê!, Hum!,
como elas são proferidas. Desse modo, o tom da fala é que Epa!, Ora!
dita o sentido que a expressão vai adquirir em cada contex- - Espanto ou Admiração: Oh!, Ah!, Uai!, Puxa!, Céus!,
to de enunciação. Exemplos: Quê!, Caramba!, Opa!, Virgem!, Vixe!, Nossa!, Hem?!, Hein?,
Psiu! = contexto: alguém pronunciando essa expres- Cruz!, Putz!
são na rua; significado da interjeição (sugestão): “Estou te - Impaciência ou Contrariedade: Hum!, Hem!, Irra!,
chamando! Ei, espere!” Raios!, Diabo!, Puxa!, Pô!, Ora!
Psiu! = contexto: alguém pronunciando essa expressão - Pedido de Auxílio: Socorro!, Aqui!, Piedade!
- Saudação, Chamamento ou Invocação: Salve!, Viva!,
em um hospital; significado da interjeição (sugestão): “Por
Adeus!, Olá!, Alô!, Ei!, Tchau!, Ô, Ó, Psiu!, Socorro!, Valha-
favor, faça silêncio!”
me, Deus!
Puxa! Ganhei o maior prêmio do sorteio!
- Silêncio: Psiu!, Bico!, Silêncio!
puxa: interjeição; tom da fala: euforia
- Terror ou Medo: Credo!, Cruzes!, Uh!, Ui!, Oh!
Puxa! Hoje não foi meu dia de sorte!
Saiba que: As interjeições são palavras invariáveis, isto
puxa: interjeição; tom da fala: decepção
é, não sofrem variação em gênero, número e grau como
os nomes, nem de número, pessoa, tempo, modo, aspecto
As interjeições cumprem, normalmente, duas funções: e voz como os verbos. No entanto, em uso específico, al-
1) Sintetizar uma frase exclamativa, exprimindo alegria, gumas interjeições sofrem variação em grau. Deve-se ter
tristeza, dor, etc. claro, neste caso, que não se trata de um processo natural
Você faz o que no Brasil? dessa classe de palavra, mas tão só uma variação que a
Eu? Eu negocio com madeiras. linguagem afetiva permite. Exemplos: oizinho, bravíssimo,
Ah, deve ser muito interessante. até loguinho.
2) Sintetizar uma frase apelativa Locução Interjetiva
Cuidado! Saia da minha frente.
Ocorre quando duas ou mais palavras formam uma ex-
As interjeições podem ser formadas por: pressão com sentido de interjeição. Por exemplo : Ora bo-
- simples sons vocálicos: Oh!, Ah!, Ó, Ô. las! Quem me dera! Virgem Maria! Meu Deus! Ó
- palavras: Oba!, Olá!, Claro! de casa! Ai de mim! Valha-me Deus! Graças a Deus!
- grupos de palavras (locuções interjetivas): Meu Deus!, Alto lá! Muito bem!
Ora bolas!
Observações:
A ideia expressa pela interjeição depende muitas ve- - As interjeições são como frases resumidas, sintéticas.
zes da entonação com que é pronunciada; por isso, pode Por exemplo: Ué! = Eu não esperava por essa!, Perdão! =
ocorrer que uma interjeição tenha mais de um sentido. Por Peço-lhe que me desculpe.
exemplo:
Oh! Que surpresa desagradável! (ideia de contra- - Além do contexto, o que caracteriza a interjeição é o
riedade) seu tom exclamativo; por isso, palavras de outras classes
Oh! Que bom te encontrar. (ideia de alegria) gramaticais podem aparecer como interjeições.
Viva! Basta! (Verbos)
Fora! Francamente! (Advérbios)

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LÍNGUA PORTUGUESA

- A interjeição pode ser considerada uma “palavra-fra- Casos referentes a sujeito simples
se” porque sozinha pode constituir uma mensagem. Ex.:
Socorro!, Ajudem-me!, Silêncio!, Fique quieto! 1) Em caso de sujeito simples, o verbo concorda com
o núcleo em número e pessoa: O aluno chegou atrasado.
- Há, também, as interjeições onomatopaicas ou imitati-
vas, que exprimem ruídos e vozes. Ex.: Pum! Miau! Bumba! 2) Nos casos referentes a sujeito representado por
Zás! Plaft! Pof! Catapimba! Tique-taque! Quá-quá-quá!, etc. substantivo coletivo, o verbo permanece na terceira pes-
soa do singular: A multidão, apavorada, saiu aos gritos.
- Não se deve confundir a interjeição de apelo “ó” com Observação:
a sua homônima “oh!”, que exprime admiração, alegria, - No caso de o coletivo aparecer seguido de adjunto
tristeza, etc. Faz-se uma pausa depois do” oh!” exclamativo adnominal no plural, o verbo permanecerá no singular ou
e não a fazemos depois do “ó” vocativo. poderá ir para o plural:
“Ó natureza! ó mãe piedosa e pura!” (Olavo Bilac) Uma multidão de pessoas saiu aos gritos.
Oh! a jornada negra!” (Olavo Bilac) Uma multidão de pessoas saíram aos gritos.

- Na linguagem afetiva, certas interjeições, originadas 3) Quando o sujeito é representado por expressões
de palavras de outras classes, podem aparecer flexionadas partitivas, representadas por “a maioria de, a maior parte
no diminutivo ou no superlativo: Calminha! Adeusinho! de, a metade de, uma porção de” entre outras, o verbo tanto
Obrigadinho! pode concordar com o núcleo dessas expressões quanto
com o substantivo que a segue: A maioria dos alunos resol-
Interjeições, leitura e produção de textos veu ficar. A maioria dos alunos resolveram ficar.

Usadas com muita frequência na língua falada informal, 4) No caso de o sujeito ser representado por expres-
quando empregadas na língua escrita, as interjeições cos- sões aproximativas, representadas por “cerca de, perto de”,
tumam conferir-lhe certo tom inconfundível de coloquiali- o verbo concorda com o substantivo determinado por elas:
dade. Além disso, elas podem muitas vezes indicar traços Cerca de mil candidatos se inscreveram no concurso.
pessoais do falante - como a escassez de vocabulário, o
temperamento agressivo ou dócil, até mesmo a origem 5) Em casos em que o sujeito é representado pela ex-
geográfica. É nos textos narrativos - particularmente nos pressão “mais de um”, o verbo permanece no singular: Mais
de um candidato se inscreveu no concurso de piadas.
diálogos - que comumente se faz uso das interjeições com
Observação:
o objetivo de caracterizar personagens e, também, graças à
- No caso da referida expressão aparecer repetida ou
sua natureza sintética, agilizar as falas. Natureza sintética e
associada a um verbo que exprime reciprocidade, o verbo,
conteúdo mais emocional do que racional fazem das inter-
necessariamente, deverá permanecer no plural:
jeições presença constante nos textos publicitários.
Mais de um aluno, mais de um professor contribuíram
Fonte: http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/
na campanha de doação de alimentos.
morf89.php
Mais de um formando se abraçaram durante as soleni-
dades de formatura.

6) Quando o sujeito for composto da expressão “um


VI - CONCORDÂNCIA NOMINAL dos que”, o verbo permanecerá no plural: Esse jogador foi
E VERBAL. um dos que atuaram na Copa América.

7) Em casos relativos à concordância com locuções


pronominais, representadas por “algum de nós, qual de vós,
Ao falarmos sobre a concordância verbal, estamos quais de vós, alguns de nós”, entre outras, faz-se necessário
nos referindo à relação de dependência estabelecida entre nos atermos a duas questões básicas:
um termo e outro mediante um contexto oracional. Desta - No caso de o primeiro pronome estar expresso no
feita, os agentes principais desse processo são representa- plural, o verbo poderá com ele concordar, como poderá
dos pelo sujeito, que no caso funciona como subordinante; também concordar com o pronome pessoal: Alguns de nós
e o verbo, o qual desempenha a função de subordinado. o receberemos. / Alguns de nós o receberão.
Dessa forma, temos que a concordância verbal carac- - Quando o primeiro pronome da locução estiver ex-
teriza-se pela adaptação do verbo, tendo em vista os que- presso no singular, o verbo permanecerá, também, no sin-
sitos “número e pessoa” em relação ao sujeito. Exemplifi- gular: Algum de nós o receberá.
cando, temos: O aluno chegou atrasado. Temos que o verbo
apresenta-se na terceira pessoa do singular, pois faz refe- 8) No caso de o sujeito aparecer representado pelo
rência a um sujeito, assim também expresso (ele). Como pronome “quem”, o verbo permanecerá na terceira pessoa
poderíamos também dizer: os alunos chegaram atrasados. do singular ou poderá concordar com o antecedente desse
pronome: Fomos nós quem contou toda a verdade para
ela. / Fomos nós quem contamos toda a verdade para ela.

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LÍNGUA PORTUGUESA

9) Em casos nos quais o sujeito aparece realçado pela 4) Nos casos relacionados a sujeito simples, porém
palavra “que”, o verbo deverá concordar com o termo que com mais de um núcleo, o verbo deverá permanecer no
antecede essa palavra: Nesta empresa somos nós que toma- singular: Meu esposo e grande companheiro merece toda a
mos as decisões. / Em casa sou eu que decido tudo. felicidade do mundo.

10) No caso de o sujeito aparecer representado por ex- 5) Casos relativos a sujeito composto de palavras sinô-
pressões que indicam porcentagens, o verbo concordará nimas ou ordenado por elementos em gradação, o verbo
com o numeral ou com o substantivo a que se refere essa poderá permanecer no singular ou ir para o plural: Minha
porcentagem: 50% dos funcionários aprovaram a decisão vitória, minha conquista, minha premiação são frutos de
da diretoria. / 50% do eleitorado apoiou a decisão. meu esforço. / Minha vitória, minha conquista, minha pre-
miação é fruto de meu esforço.
Observações: Concordância nominal é o ajuste que fazemos aos
- Caso o verbo apareça anteposto à expressão de por- demais termos da oração para que concordem em gênero
centagem, esse deverá concordar com o numeral: Aprova- e número com o substantivo. Teremos que alterar, portan-
ram a decisão da diretoria 50% dos funcionários. to, o artigo, o adjetivo, o numeral e o pronome. Além disso,
- Em casos relativos a 1%, o verbo permanecerá no sin- temos também o verbo, que se flexionará à sua maneira.
gular: 1% dos funcionários não aprovou a decisão da dire- Regra geral: O artigo, o adjetivo, o numeral e o prono-
toria. me concordam em gênero e número com o substantivo.
- Em casos em que o numeral estiver acompanhado de - A pequena criança é uma gracinha.
determinantes no plural, o verbo permanecerá no plural: - O garoto que encontrei era muito gentil e simpático.
Os 50% dos funcionários apoiaram a decisão da diretoria.
Casos especiais: Veremos alguns casos que fogem à
11) Nos casos em que o sujeito estiver representado regra geral mostrada acima.
por pronomes de tratamento, o verbo deverá ser empre- a) Um adjetivo após vários substantivos
gado na terceira pessoa do singular ou do plural: Vossas - Substantivos de mesmo gênero: adjetivo vai para o
Majestades gostaram das homenagens. Vossa Majestade plural ou concorda com o substantivo mais próximo.
agradeceu o convite.
- Irmão e primo recém-chegado estiveram aqui.
- Irmão e primo recém-chegados estiveram aqui.
12) Casos relativos a sujeito representado por substan-
tivo próprio no plural se encontram relacionados a alguns
- Substantivos de gêneros diferentes: vai para o plural
aspectos que os determinam:
masculino ou concorda com o substantivo mais próximo.
- Diante de nomes de obras no plural, seguidos do ver-
bo ser, este permanece no singular, contanto que o predi- - Ela tem pai e mãe louros.
cativo também esteja no singular: Memórias póstumas de - Ela tem pai e mãe loura.
Brás Cubas é uma criação de Machado de Assis.
- Nos casos de artigo expresso no plural, o verbo tam- - Adjetivo funciona como predicativo: vai obrigatoria-
bém permanece no plural: Os Estados Unidos são uma po- mente para o plural.
tência mundial. - O homem e o menino estavam perdidos.
- Casos em que o artigo figura no singular ou em que - O homem e sua esposa estiveram hospedados aqui.
ele nem aparece, o verbo permanece no singular: Estados
Unidos é uma potência mundial. b) Um adjetivo anteposto a vários substantivos
- Adjetivo anteposto normalmente concorda com o
Casos referentes a sujeito composto mais próximo.
Comi delicioso almoço e sobremesa.
1) Nos casos relativos a sujeito composto de pessoas Provei deliciosa fruta e suco.
gramaticais diferentes, o verbo deverá ir para o plural, es-
tando relacionado a dois pressupostos básicos: - Adjetivo anteposto funcionando como predicativo:
- Quando houver a 1ª pessoa, esta prevalecerá sobre as concorda com o mais próximo ou vai para o plural.
demais: Eu, tu e ele faremos um lindo passeio. Estavam feridos o pai e os filhos.
- Quando houver a 2ª pessoa, o verbo poderá flexio- Estava ferido o pai e os filhos.
nar na 2ª ou na 3ª pessoa: Tu e ele sois primos. Tu e ele são
primos. c) Um substantivo e mais de um adjetivo
- antecede todos os adjetivos com um artigo.
2) Nos casos em que o sujeito composto aparecer an- Falava fluentemente a língua inglesa e a espanhola.
teposto ao verbo, este permanecerá no plural: O pai e seus
dois filhos compareceram ao evento. - coloca o substantivo no plural.
Falava fluentemente as línguas inglesa e espanhola.
3) No caso em que o sujeito aparecer posposto ao ver-
bo, este poderá concordar com o núcleo mais próximo ou d) Pronomes de tratamento
permanecer no plural: Compareceram ao evento o pai e seus - sempre concordam com a 3ª pessoa.
dois filhos. Compareceu ao evento o pai e seus dois filhos. Vossa Santidade esteve no Brasil.

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LÍNGUA PORTUGUESA

e) Anexo, incluso, próprio, obrigado m) Meio


- Concordam com o substantivo a que se referem. - Como advérbio: invariável.
As cartas estão anexas. Estou meio (um pouco) insegura.
A bebida está inclusa. - Como numeral: segue a regra geral.
Precisamos de nomes próprios. Comi meia (metade) laranja pela manhã.
Obrigado, disse o rapaz.
n) Só
f) Um(a) e outro(a), num(a) e noutro(a) - apenas, somente (advérbio): invariável.
- Após essas expressões o substantivo fica sempre no Só consegui comprar uma passagem.
singular e o adjetivo no plural. - sozinho (adjetivo): variável.
Renato advogou um e outro caso fáceis. Estiveram sós durante horas.
Pusemos numa e noutra bandeja rasas o peixe.
g) É bom, é necessário, é proibido Fonte: http://www.brasilescola.com/gramatica/concor-
- Essas expressões não variam se o sujeito não vier pre- dancia-verbal.htm
cedido de artigo ou outro determinante. Questões sobre Concordância Nominal e Verbal
Canja é bom. / A canja é boa.
É necessário sua presença. / É necessária a sua presença. 01.(TRE/AL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2010) A con-
É proibido entrada de pessoas não autorizadas. / A en- cordância verbal e nominal está inteiramente correta na
trada é proibida. frase:
(A) A sociedade deve reconhecer os princípios e va-
h) Muito, pouco, caro lores que determinam as escolhas dos governantes, para
- Como adjetivos: seguem a regra geral. conferir legitimidade a suas decisões.
Comi muitas frutas durante a viagem. (B) A confiança dos cidadãos em seus dirigentes de-
Pouco arroz é suficiente para mim. vem ser embasados na percepção dos valores e princípios
Os sapatos estavam caros. que regem a prática política.
- Como advérbios: são invariáveis. (C) Eleições livres e diretas é garantia de um verdadei-
Comi muito durante a viagem. ro regime democrático, em que se respeita tanto as liber-
Pouco lutei, por isso perdi a batalha. dades individuais quanto as coletivas.
Comprei caro os sapatos. (D) As instituições fundamentais de um regime demo-
crático não pode estar subordinado às ordens indiscrimi-
i) Mesmo, bastante nadas de um único poder central.
- Como advérbios: invariáveis (E) O interesse de todos os cidadãos estão voltados
Preciso mesmo da sua ajuda. para o momento eleitoral, que expõem as diferentes opi-
Fiquei bastante contente com a proposta de emprego. niões existentes na sociedade.
- Como pronomes: seguem a regra geral.
Seus argumentos foram bastantes para me convencer. 02. (Agente Técnico – FCC – 2013). As normas de con-
Os mesmos argumentos que eu usei, você copiou. cordância verbal e nominal estão inteiramente respeitadas
em:
j) Menos, alerta A) Alguns dos aspectos mais desejáveis de uma boa
- Em todas as ocasiões são invariáveis. leitura, que satisfaça aos leitores e seja veículo de aprimo-
Preciso de menos comida para perder peso. ramento intelectual, estão na capacidade de criação do au-
Estamos alerta para com suas chamadas. tor, mediante palavras, sua matéria-prima.
B) Obras que se considera clássicas na literatura sem-
k) Tal Qual pre delineia novos caminhos, pois é capaz de encantar o
- “Tal” concorda com o antecedente, “qual” concorda leitor ao ultrapassar os limites da época em que vivem seus
com o consequente. autores, gênios no domínio das palavras, sua matéria-pri-
As garotas são vaidosas tais qual a tia. ma.
Os pais vieram fantasiados tais quais os filhos. C) A palavra, matéria-prima de poetas e romancistas,
lhe permitem criar todo um mundo de ficção, em que per-
l) Possível sonagens se transformam em seres vivos a acompanhar os
- Quando vem acompanhado de “mais”, “menos”, “me- leitores, numa verdadeira interação com a realidade.
lhor” ou “pior”, acompanha o artigo que precede as ex- D) As possibilidades de comunicação entre autor e lei-
pressões. tor somente se realiza plenamente caso haja afinidade de
A mais possível das alternativas é a que você expôs. ideias entre ambos, o que permite, ao mesmo tempo, o
Os melhores cargos possíveis estão neste setor da em- crescimento intelectual deste último e o prazer da leitura.
presa. E) Consta, na literatura mundial, obras-primas que
As piores situações possíveis são encontradas nas fave- constitui leitura obrigatória e se tornam referências por seu
las da cidade. conteúdo que ultrapassa os limites de tempo e de época.

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LÍNGUA PORTUGUESA

03. (Escrevente TJ-SP – Vunesp/2012) Leia o texto para (B) Vem muita gente prestigiar as nossas festas juninas.
responder à questão. Vêm pessoas de muito longe para brincar de quadrilha.
_________dúvidas sobre o crescimento verde. Primeiro, (C) Pouca gente quis voltar mais cedo para casa. Quase
não está claro até onde pode realmente chegar uma políti- todos quiseram ficar até o nascer do sol na praia.
ca baseada em melhorar a eficiência sem preços adequados (D) Existem pessoas bem intencionadas por aqui, mas
para o carbono, a água e (na maioria dos países pobres) a também existem umas que não merecem nossa atenção.
terra. É verdade que mesmo que a ameaça dos preços do (E) Aqueles que não atrapalham muito ajudam.
carbono e da água em si ___________diferença, as compa-
nhias não podem suportar ter de pagar, de repente, digamos, 06. (TRF - 5ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO - FCC/2012)
40 dólares por tonelada de carbono, sem qualquer prepara- Os folheteiros vivem em feiras, mercados, praças e locais de
ção. Portanto, elas começam a usar preços- -sombra. peregrinação.
Ainda assim, ninguém encontrou até agora uma maneira O verbo da frase acima NÃO pode ser mantido no plu-
de quantificar adequadamente os insumos básicos. E sem ral caso o segmento grifado seja substituído por:
eles a maioria das políticas de crescimento verde sempre (A) Há folheteiros que
___________ a segunda opção. (B) A maior parte dos folheteiros
(Carta Capital, (C) O folheteiro e sua família
27.06.2012. Adaptado) (D) O grosso dos folheteiros
De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, (E) Cada um dos folheteiros
as lacunas do texto devem ser preenchidas, correta e res- 07. (TRF - 5ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO - FCC/2012)
pectivamente, com: Todas as formas verbais estão corretamente flexionadas
(A) Restam… faça… será (B) Resta… faz… será em:
(C) Restam… faz... serão (D) Restam… façam… (A) Enquanto não se disporem a considerar o cordel
serão sem preconceitos, as pessoas não serão capazes de fruir
(E) Resta… fazem… será dessas criações poéticas tão originais.
(B) Ainda que nem sempre detenha o mesmo status
04 (Escrevente TJ SP – Vunesp/2012) Assinale a alterna- atribuído à arte erudita, o cordel vem sendo estudado hoje
nas melhores universidades do país.
tiva em que o trecho
(C) Rodolfo Coelho Cavalcante deve ter percebido que
– Ainda assim, ninguém encontrou até agora uma ma-
a situação dos cordelistas não mudaria a não ser que eles
neira de quantificar adequadamente os insumos básicos.–
mesmos requizessem o respeito que faziam por merecer.
está corretamente reescrito, de acordo com a norma-pa-
(D) Se não proveem do preconceito, a desvalorização e
drão da língua portuguesa.
a pouca visibilidade dessa arte popular tão rica só pode ser
(A) Ainda assim, temos certeza que ninguém encon-
resultado do puro e simples desconhecimento.
trou até agora uma maneira adequada de se quantificar os
(E) Rodolfo Coelho Cavalcante entreveu que os proble-
insumos básicos. mas dos cordelistas estavam diretamente ligados à falta de
(B) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encon- representatividade.
trou até agora uma maneira adequada de os insumos bási-
cos ser quantificados. 08. (TRF - 4ª REGIÃO – TÉCNICO JUDICIÁRIO –
(C) Ainda assim, temos certeza que ninguém encontrou FCC/2010) Observam-se corretamente as regras de con-
até agora uma maneira adequada para que os insumos bá- cordância verbal e nominal em:
sicos sejam quantificado. a) O desenraizamento, não só entre intelectuais como
(D) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encon- entre os mais diversos tipos de pessoas, das mais sofistica-
trou até agora uma maneira adequada para que os insu- das às mais humildes, são cada vez mais comuns nos dias
mos básicos seja quantificado. de hoje.
(E) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encon- b) A importância de intelectuais como Edward Said e
trou até agora uma maneira adequada de se quantificarem Tony Judt, que não se furtaram ao debate sobre questões
os insumos básicos. polêmicas de seu tempo, não estão apenas nos livros que
escreveram.
05. (FUNDAÇÃO CASA/SP - AGENTE ADMINISTRATIVO c) Nada indica que o conflito no Oriente Médio entre
- VUNESP/2011 - ADAPTADA) Observe as frases do texto: árabes e judeus, responsável por tantas mortes e tanto so-
I. Cerca de 75 por cento dos países obtêm nota nega- frimento, estejam próximos de serem resolvidos ou pelo
tiva... menos de terem alguma trégua.
II. ... à Venezuela, de Chávez, que obtém a pior classi- d) Intelectuais que têm compromisso apenas com a
ficação do continente americano (2,0)... verdade, ainda que conscientes de que esta é até certo
Assim como ocorre com o verbo “obter” nas frases I e ponto relativa, costumam encontrar muito mais detratores
II, a concordância segue as mesmas regras, na ordem dos que admiradores.
exemplos, em: e) No final do século XX já não se via muitos intelec-
(A) Todas as pessoas têm boas perspectivas para o tuais e escritores como Edward Said, que não apenas era
próximo ano. Será que alguém tem opinião diferente da notícia pelos livros que publicavam como pelas posições
maioria? que corajosamente assumiam.

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LÍNGUA PORTUGUESA

09. (TRF - 2ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO - FCC/2012) pre delineiam novos caminhos, pois são capazes de encan-
O verbo que, dadas as alterações entre parênteses propos- tar o leitor ao ultrapassarem os limites da época em que
tas para o segmento grifado, deverá ser colocado no plural, vivem seus autores, gênios no domínio das palavras, sua
está em: matéria-prima.
(A) Não há dúvida de que o estilo de vida... (dúvidas) C) A palavra, matéria-prima de poetas e romancistas,
(B) O que não se sabe... (ninguém nas regiões do pla- lhes permite criar todo um mundo de ficção, em que per-
neta) sonagens se transformam em seres vivos a acompanhar os
(C) O consumo mundial não dá sinal de trégua... (O leitores, numa verdadeira interação com a realidade.
consumo mundial de barris de petróleo) D) As possibilidades de comunicação entre autor e lei-
(D) Um aumento elevado no preço do óleo reflete-se tor somente se realizam plenamente caso haja afinidade
no custo da matéria-prima... (Constantes aumentos) de ideias entre ambos, o que permite, ao mesmo tempo, o
(E) o tema das mudanças climáticas pressiona os es- crescimento intelectual deste último e o prazer da leitura.
forços mundiais... (a preocupação em torno das mudanças E) Constam, na literatura mundial, obras-primas que
climáticas) constituem leitura obrigatória e se tornam referências por
seu conteúdo que ultrapassa os limites de tempo e de épo-
10. (CETESB/SP – ESCRITURÁRIO - VUNESP/2013) Assi- ca.
nale a alternativa em que a concordância das formas ver- 3-) _Restam___dúvidas
bais destacadas está de acordo com a norma-padrão da mesmo que a ameaça dos preços do carbono e da
língua. água em si __faça __diferença
(A) Fazem dez anos que deixei de trabalhar em higie- a maioria das políticas de crescimento verde sempre
nização subterrânea. ____será_____ a segunda opção.
(B) Ainda existe muitas pessoas que discriminam os Em “a maioria de”, a concordância pode ser dupla: tan-
trabalhadores da área de limpeza. to no plural quanto no singular. Nas alternativas não há
(C) No trabalho em meio a tanta sujeira, havia altos “restam/faça/serão”, portanto a A é que apresenta as op-
riscos de se contrair alguma doença. ções adequadas.
(D) Eu passava a manhã no subterrâneo: quando era
sete da manhã, eu já estava fazendo meu serviço. 4-)
(E) As companhias de limpeza, apenas recentemente, (A) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encon-
começou a adotar medidas mais rigorosas para a proteção trou até agora uma maneira adequada de se quantificar os
de seus funcionários. insumos básicos.
(B) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encon-
GABARITO trou até agora uma maneira adequada de os insumos bási-
01. A 02. A 03. A 04. E 05. A cos serem quantificados.
06. E 07. |B 08. D 09. D 10. C (C) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encon-
trou até agora uma maneira adequada para que os insu-
RESOLUÇÃO mos básicos sejam quantificados.
(D) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encon-
1-) Fiz os acertos entre parênteses: trou até agora uma maneira adequada para que os insu-
(A) A sociedade deve reconhecer os princípios e va- mos básicos sejam quantificados.
lores que determinam as escolhas dos governantes, para (E) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encon-
conferir legitimidade a suas decisões. trou até agora uma maneira adequada de se quantificarem
(B) A confiança dos cidadãos em seus dirigentes de- os insumos básicos. = correta
vem (deve) ser embasados (embasada) na percepção dos
valores e princípios que regem a prática política. 5-) Em I, obtêm está no plural; em II, no singular. Vamos
(C) Eleições livres e diretas é (são) garantia de um ver- aos itens:
dadeiro regime democrático, em que se respeita (respei- (A) Todas as pessoas têm (plural) ... Será que alguém
tam) tanto as liberdades individuais quanto as coletivas. tem (singular)
(D) As instituições fundamentais de um regime demo- (B) Vem (singular) muita gente... Vêm pessoas (plural)
crático não pode (podem) estar subordinado (subordina- (C) Pouca gente quis (singular)... Quase todos quise-
das) às ordens indiscriminadas de um único poder central. ram (plural)
(E) O interesse de todos os cidadãos estão (está) vol- (D) Existem (plural) pessoas ... mas também existem
tados (voltado) para o momento eleitoral, que expõem (ex- umas (plural)
põe) as diferentes opiniões existentes na sociedade. (E) Aqueles que não atrapalham muito ajudam (ambas
as formas estão no plural)
2-)
A) Alguns dos aspectos mais desejáveis de uma boa 6-)
leitura, que satisfaça aos leitores e seja veículo de aprimo- A - Há folheteiros que vivem (concorda com o objeto
ramento intelectual, estão na capacidade de criação do au- “folheterios”)
tor, mediante palavras, sua matéria-prima. = correta B – A maior parte dos folheteiros vivem/vive (opcional)
B) Obras que se consideram clássicas na literatura sem- C – O folheteiro e sua família vivem (sujeito composto)

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LÍNGUA PORTUGUESA

D – O grosso dos folheteiros vive/vivem (opcional) (A) Fazem dez anos = faz (sentido de tempo = singular)
E – Cada um dos folheteiros vive = somente no singular (B) Ainda existe muitas pessoas = existem
(C) No trabalho em meio a tanta sujeira, havia altos
7-) Coloquei entre parênteses a forma verbal correta: riscos
(A) Enquanto não se disporem (dispuserem) a conside- (D) Eu passava a manhã no subterrâneo: quando era
rar o cordel sem preconceitos, as pessoas não serão capa- sete da manhã = eram
zes de fruir dessas criações poéticas tão originais. (E) As companhias de limpeza, apenas recentemente,
(B) Ainda que nem sempre detenha o mesmo status começou = começaram
atribuído à arte erudita, o cordel vem sendo estudado hoje
nas melhores universidades do país.
(C) Rodolfo Coelho Cavalcante deve ter percebido que VII - REGÊNCIA NOMINAL E VERBAL;
a situação dos cordelistas não mudaria a não ser que eles EMPREGO DA CRASE.
mesmos requizessem (requeressem) o respeito que faziam
por merecer.
(D) Se não proveem (provêm) do preconceito, a desva-
lorização e a pouca visibilidade dessa arte popular tão rica
Dá-se o nome de regência à relação de subordinação
só pode (podem) ser resultado do puro e simples desco-
nhecimento. que ocorre entre um verbo (ou um nome) e seus comple-
(E) Rodolfo Coelho Cavalcante entreveu (entreviu) que mentos. Ocupa-se em estabelecer relações entre as pala-
os problemas dos cordelistas estavam diretamente ligados vras, criando frases não ambíguas, que expressem efetiva-
à falta de representatividade. mente o sentido desejado, que sejam corretas e claras.

8-) Fiz as correções entre parênteses: Regência Verbal


a) O desenraizamento, não só entre intelectuais como
entre os mais diversos tipos de pessoas, das mais sofis- Termo Regente: VERBO
ticadas às mais humildes, são (é) cada vez mais comuns
(comum) nos dias de hoje. A regência verbal estuda a relação que se estabelece
b) A importância de intelectuais como Edward Said e entre os verbos e os termos que os complementam (obje-
Tony Judt, que não se furtaram ao debate sobre questões tos diretos e objetos indiretos) ou caracterizam (adjuntos
polêmicas de seu tempo, não estão (está) apenas nos livros adverbiais).
que escreveram. O estudo da regência verbal permite-nos ampliar nos-
c) Nada indica que o conflito no Oriente Médio en- sa capacidade expressiva, pois oferece oportunidade de
tre árabes e judeus, responsável por tantas mortes e tanto conhecermos as diversas significações que um verbo pode
sofrimento, estejam (esteja) próximos (próximo) de serem assumir com a simples mudança ou retirada de uma pre-
(ser) resolvidos (resolvido) ou pelo menos de terem (ter) posição. Observe:
alguma trégua. A mãe agrada o filho. -> agradar significa acariciar,
d) Intelectuais que têm compromisso apenas com a contentar.
verdade, ainda que conscientes de que esta é até certo A mãe agrada ao filho. -> agradar significa “causar
ponto relativa, costumam encontrar muito mais detratores agrado ou prazer”, satisfazer.
que admiradores. Logo, conclui-se que “agradar alguém” é diferente de
e) No final do século XX já não se via (viam) muitos “agradar a alguém”.
intelectuais e escritores como Edward Said, que não apenas
era (eram) notícia pelos livros que publicavam como pelas
Saiba que:
posições que corajosamente assumiam.
O conhecimento do uso adequado das preposições é
9-) um dos aspectos fundamentais do estudo da regência ver-
(A) Não há dúvida de que o estilo de vida... (dúvidas) = bal (e também nominal). As preposições são capazes de
“há” permaneceria no singular modificar completamente o sentido do que se está sendo
(B) O que não se sabe ... (ninguém nas regiões do pla- dito. Veja os exemplos:
neta) = “sabe” permaneceria no singular Cheguei ao metrô.
(C) O consumo mundial não dá sinal de trégua ... (O Cheguei no metrô.
consumo mundial de barris de petróleo) = “dá” permane-
ceria no singular No primeiro caso, o metrô é o lugar a que vou; no se-
(D) Um aumento elevado no preço do óleo reflete-se gundo caso, é o meio de transporte por mim utilizado. A
no custo da matéria-prima... Constantes aumentos) = “re- oração “Cheguei no metrô”, popularmente usada a fim de
flete” passaria para “refletem-se” indicar o lugar a que se vai, possui, no padrão culto da lín-
(E) o tema das mudanças climáticas pressiona os es- gua, sentido diferente. Aliás, é muito comum existirem di-
forços mundiais... (a preocupação em torno das mudanças vergências entre a regência coloquial, cotidiana de alguns
climáticas) = “pressiona” permaneceria no singular verbos, e a regência culta.
10-) Fiz as correções: Para estudar a regência verbal, agruparemos os verbos

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LÍNGUA PORTUGUESA

de acordo com sua transitividade. A transitividade, porém,


não é um fato absoluto: um mesmo verbo pode atuar de Os verbos transitivos indiretos são complementados
diferentes formas em frases distintas. por objetos indiretos. Isso significa que esses verbos exi-
gem uma preposição para o estabelecimento da relação de
Verbos Intransitivos regência. Os pronomes pessoais do caso oblíquo de ter-
ceira pessoa que podem atuar como objetos indiretos são
Os verbos intransitivos não possuem complemento. É o “lhe”, o “lhes”, para substituir pessoas. Não se utilizam
importante, no entanto, destacar alguns detalhes relativos os pronomes o, os, a, as como complementos de verbos
aos adjuntos adverbiais que costumam acompanhá-los. transitivos indiretos. Com os objetos indiretos que não re-
- Chegar, Ir presentam pessoas, usam-se pronomes oblíquos tônicos
Normalmente vêm acompanhados de adjuntos adver- de terceira pessoa (ele, ela) em lugar dos pronomes átonos
biais de lugar. Na língua culta, as preposições usadas para lhe, lhes.
indicar destino ou direção são: a, para. Os verbos transitivos indiretos são os seguintes:
Fui ao teatro. - Consistir - Tem complemento introduzido pela pre-
Adjunto Adverbial de Lugar posição “em”: A modernidade verdadeira consiste em direi-
tos iguais para todos.
Ricardo foi para a Espanha.
Adjunto Adverbial de Lugar - Obedecer e Desobedecer - Possuem seus comple-
mentos introduzidos pela preposição “a”:
- Comparecer Devemos obedecer aos nossos princípios e ideais.
O adjunto adverbial de lugar pode ser introduzido por Eles desobedeceram às leis do trânsito.
em ou a.
Comparecemos ao estádio (ou no estádio) para ver o - Responder - Tem complemento introduzido pela pre-
último jogo. posição “a”. Esse verbo pede objeto indireto para indicar “a
quem” ou “ao que” se responde.
Verbos Transitivos Diretos Respondi ao meu patrão.
Respondemos às perguntas.
Os verbos transitivos diretos são complementados por
Respondeu-lhe à altura.
objetos diretos. Isso significa que não exigem preposição
para o estabelecimento da relação de regência. Ao em-
Obs.: o verbo responder, apesar de transitivo indireto
pregar esses verbos, devemos lembrar que os pronomes
quando exprime aquilo a que se responde, admite voz pas-
oblíquos o, a, os, as atuam como objetos diretos. Esses pro-
siva analítica. Veja:
nomes podem assumir as formas lo, los, la, las (após formas
O questionário foi respondido corretamente.
verbais terminadas em -r, -s ou -z) ou no, na, nos, nas (após
Todas as perguntas foram respondidas satisfatoriamen-
formas verbais terminadas em sons nasais), enquanto lhe e
te.
lhes são, quando complementos verbais, objetos indiretos.
São verbos transitivos diretos, dentre outros: abando-
nar, abençoar, aborrecer, abraçar, acompanhar, acusar, ad- - Simpatizar e Antipatizar - Possuem seus complemen-
mirar, adorar, alegrar, ameaçar, amolar, amparar, auxiliar, tos introduzidos pela preposição “com”.
castigar, condenar, conhecer, conservar,convidar, defender, Antipatizo com aquela apresentadora.
eleger, estimar, humilhar, namorar, ouvir, prejudicar, prezar, Simpatizo com os que condenam os políticos que gover-
proteger, respeitar, socorrer, suportar, ver, visitar. nam para uma minoria privilegiada.
Na língua culta, esses verbos funcionam exatamente
como o verbo amar: Verbos Transitivos Diretos e Indiretos
Amo aquele rapaz. / Amo-o.
Amo aquela moça. / Amo-a. Os verbos transitivos diretos e indiretos são acompa-
Amam aquele rapaz. / Amam-no. nhados de um objeto direto e um indireto. Merecem desta-
Ele deve amar aquela mulher. / Ele deve amá-la. que, nesse grupo: Agradecer, Perdoar e Pagar. São verbos
que apresentam objeto direto relacionado a coisas e obje-
Obs.: os pronomes lhe, lhes só acompanham esses ver- to indireto relacionado a pessoas. Veja os exemplos:
bos para indicar posse (caso em que atuam como adjuntos Agradeço aos ouvintes a audiência.
adnominais). Objeto Indireto Objeto Direto
Quero beijar-lhe o rosto. (= beijar seu rosto)
Prejudicaram-lhe a carreira. (= prejudicaram sua car- Paguei o débito ao cobrador.
reira) Objeto Direto Objeto Indireto
Conheço-lhe o mau humor! (= conheço seu mau hu-
mor)

Verbos Transitivos Indiretos

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LÍNGUA PORTUGUESA

- O uso dos pronomes oblíquos átonos deve ser feito Preferir


com particular cuidado. Observe: Na língua culta, esse verbo deve apresentar objeto in-
Agradeci o presente. / Agradeci-o. direto introduzido pela preposição “a”. Por Exemplo:
Agradeço a você. / Agradeço-lhe. Prefiro qualquer coisa a abrir mão de meus ideais.
Perdoei a ofensa. / Perdoei-a. Prefiro trem a ônibus.
Perdoei ao agressor. / Perdoei-lhe.
Paguei minhas contas. / Paguei-as. Obs.: na língua culta, o verbo “preferir” deve ser usado
Paguei aos meus credores. / Paguei-lhes. sem termos intensificadores, tais como: muito, antes, mil
vezes, um milhão de vezes, mais. A ênfase já é dada pelo
Informar prefixo existente no próprio verbo (pre).
- Apresenta objeto direto ao se referir a coisas e objeto
Mudança de Transitividade X Mudança de Signifi-
indireto ao se referir a pessoas, ou vice-versa.
cado
Informe os novos preços aos clientes.
Informe os clientes dos novos preços. (ou sobre os novos Há verbos que, de acordo com a mudança de transitivi-
preços) dade, apresentam mudança de significado. O conhecimen-
to das diferentes regências desses verbos é um recurso lin-
- Na utilização de pronomes como complementos, veja guístico muito importante, pois além de permitir a correta
as construções: interpretação de passagens escritas, oferece possibilidades
Informei-os aos clientes. / Informei-lhes os novos preços. expressivas a quem fala ou escreve. Dentre os principais,
Informe-os dos novos preços. / Informe-os deles. (ou so- estão:
bre eles)
AGRADAR
Obs.: a mesma regência do verbo informar é usada - Agradar é transitivo direto no sentido de fazer cari-
para os seguintes: avisar, certificar, notificar, cientificar, pre- nhos, acariciar.
Sempre agrada o filho quando o revê. / Sempre o agrada
venir.
quando o revê.
Cláudia não perde oportunidade de agradar o gato. /
Comparar Cláudia não perde oportunidade de agradá-lo.
Quando seguido de dois objetos, esse verbo admite as
preposições “a” ou “com” para introduzir o complemento - Agradar é transitivo indireto no sentido de causar
indireto. agrado a, satisfazer, ser agradável a. Rege complemento
Comparei seu comportamento ao (ou com o) de uma introduzido pela preposição “a”.
criança. O cantor não agradou aos presentes.
O cantor não lhes agradou.
Pedir
Esse verbo pede objeto direto de coisa (geralmente na ASPIRAR
forma de oração subordinada substantiva) e indireto de - Aspirar é transitivo direto no sentido de sorver, inspi-
pessoa. rar (o ar), inalar: Aspirava o suave aroma. (Aspirava-o)
Pedi-lhe favores.
- Aspirar é transitivo indireto no sentido de desejar, ter
Objeto Indireto Objeto Direto como ambição: Aspirávamos a melhores condições de vida.
(Aspirávamos a elas)
Pedi-lhe que se mantivesse em silêncio.
Objeto Indireto Oração Subordinada Substantiva Obs.: como o objeto direto do verbo “aspirar” não é
Objetiva Direta pessoa, mas coisa, não se usam as formas pronominais áto-
nas “lhe” e “lhes” e sim as formas tônicas “a ele (s)”, “ a ela
Saiba que: (s)”. Veja o exemplo: Aspiravam a uma existência melhor. (=
- A construção “pedir para”, muito comum na lingua- Aspiravam a ela)
gem cotidiana, deve ter emprego muito limitado na língua
culta. No entanto, é considerada correta quando a palavra ASSISTIR
licença estiver subentendida. - Assistir é transitivo direto no sentido de ajudar, pres-
Peço (licença) para ir entregar-lhe os catálogos em casa. tar assistência a, auxiliar. Por exemplo:
As empresas de saúde negam-se a assistir os idosos.
Observe que, nesse caso, a preposição “para” introduz
As empresas de saúde negam-se a assisti-los.
uma oração subordinada adverbial final reduzida de infini-
tivo (para ir entregar-lhe os catálogos em casa). - Assistir é transitivo indireto no sentido de ver, presen-
ciar, estar presente, caber, pertencer. Exemplos:
- A construção “dizer para”, também muito usada po- Assistimos ao documentário.
pularmente, é igualmente considerada incorreta. Não assisti às últimas sessões.
Essa lei assiste ao inquilino.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Obs.: no sentido de morar, residir, o verbo “assistir” é in- As afirmações da testemunha procediam, não havia
transitivo, sendo acompanhado de adjunto adverbial de lugar como refutá-las.
introduzido pela preposição “em”: Assistimos numa conturba- Você procede muito mal.
da cidade. - Nos sentidos de ter origem, derivar-se (rege a prepo-
sição” de”) e fazer, executar (rege complemento introduzi-
CHAMAR do pela preposição “a”) é transitivo indireto.
- Chamar é transitivo direto no sentido de convocar, soli- O avião procede de Maceió.
citar a atenção ou a presença de. Procedeu-se aos exames.
Por gentileza, vá chamar sua prima. / Por favor, vá cha- O delegado procederá ao inquérito.
má-la.
Chamei você várias vezes. / Chamei-o várias vezes. QUERER
- Chamar no sentido de denominar, apelidar pode apre- - Querer é transitivo direto no sentido de desejar, ter
sentar objeto direto e indireto, ao qual se refere predicativo vontade de, cobiçar.
preposicionado ou não. Querem melhor atendimento.
A torcida chamou o jogador mercenário. Queremos um país melhor.
A torcida chamou ao jogador mercenário. - Querer é transitivo indireto no sentido de ter afeição,
A torcida chamou o jogador de mercenário. estimar, amar.
A torcida chamou ao jogador de mercenário. Quero muito aos meus amigos.
Ele quer bem à linda menina.
CUSTAR Despede-se o filho que muito lhe quer.
- Custar é intransitivo no sentido de ter determinado va-
lor ou preço, sendo acompanhado de adjunto adverbial: Fru- VISAR
tas e verduras não deveriam custar muito. - Como transitivo direto, apresenta os sentidos de mi-
- No sentido de ser difícil, penoso, pode ser intransitivo rar, fazer pontaria e de pôr visto, rubricar.
ou transitivo indireto. O homem visou o alvo.
Muito custa viver tão longe da família. O gerente não quis visar o cheque.
Verbo Oração Subordinada Substantiva
Subjetiva - No sentido de ter em vista, ter como meta, ter como
Intransitivo Reduzida de Infinitivo objetivo, é transitivo indireto e rege a preposição “a”.
O ensino deve sempre visar ao progresso social.
Custa-me (a mim) crer que tomou realmente aquela Prometeram tomar medidas que visassem ao bem-estar
atitude. público.
Objeto Oração Subordinada Substantiva
Subjetiva ESQUECER – LEMBRAR
Indireto Reduzida de Infinitivo - Lembrar algo – esquecer algo
Obs.: a Gramática Normativa condena as construções - Lembrar-se de algo – esquecer-se de algo (prono-
que atribuem ao verbo “custar” um sujeito representado por minal)
pessoa. Observe: No 1º caso, os verbos são transitivos diretos, ou seja,
Custei para entender o problema. exigem complemento sem preposição: Ele esqueceu o livro.
Forma correta: Custou-me entender o problema. No 2º caso, os verbos são pronominais (-se, -me, etc) e
exigem complemento com a preposição “de”. São, portan-
IMPLICAR to, transitivos indiretos:
- Como transitivo direto, esse verbo tem dois sentidos: - Ele se esqueceu do caderno.
a) dar a entender, fazer supor, pressupor: Suas atitudes - Eu me esqueci da chave.
implicavam um firme propósito. - Eles se esqueceram da prova.
b) Ter como consequência, trazer como consequência, - Nós nos lembramos de tudo o que aconteceu.
acarretar, provocar: Liberdade de escolha implica amadureci-
mento político de um povo. Há uma construção em que a coisa esquecida ou lem-
- Como transitivo direto e indireto, significa comprome- brada passa a funcionar como sujeito e o verbo sofre leve
ter, envolver: Implicaram aquele jornalista em questões eco- alteração de sentido. É uma construção muito rara na lín-
nômicas. gua contemporânea, porém, é fácil encontrá-la em textos
clássicos tanto brasileiros como portugueses. Machado de
Obs.: no sentido de antipatizar, ter implicância, é tran- Assis, por exemplo, fez uso dessa construção várias vezes.
sitivo indireto e rege com preposição “com”: Implicava com - Esqueceu-me a tragédia. (cair no esquecimento)
quem não trabalhasse arduamente. - Lembrou-me a festa. (vir à lembrança)
O verbo lembrar também pode ser transitivo direto e
PROCEDER indireto (lembrar alguma coisa a alguém ou alguém de al-
- Proceder é intransitivo no sentido de ser decisivo, ter guma coisa).
cabimento, ter fundamento ou portar-se, comportar-se,
agir. Nessa segunda acepção, vem sempre acompanhado
de adjunto adverbial de modo.

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LÍNGUA PORTUGUESA

SIMPATIZAR
Transitivo indireto e exige a preposição “com”: Não simpatizei com os jurados.

NAMORAR
É transitivo direto, ou seja, não admite preposição: Maria namora João.

Obs: Não é correto dizer: “Maria namora com João”.

OBEDECER
É transitivo indireto, ou seja, exige complemento com a preposição “a” (obedecer a): Devemos obedecer aos pais.

Obs: embora seja transitivo indireto, esse verbo pode ser usado na voz passiva: A fila não foi obedecida.

VER
É transitivo direto, ou seja, não exige preposição: Ele viu o filme.

Regência Nominal

É o nome da relação existente entre um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) e os termos regidos por esse nome.
Essa relação é sempre intermediada por uma preposição. No estudo da regência nominal, é preciso levar em conta que vá-
rios nomes apresentam exatamente o mesmo regime dos verbos de que derivam. Conhecer o regime de um verbo significa,
nesses casos, conhecer o regime dos nomes cognatos. Observe o exemplo: Verbo obedecer e os nomes correspondentes:
todos regem complementos introduzidos pela preposição a. Veja:
Obedecer a algo/ a alguém.
Obediente a algo/ a alguém.

Apresentamos a seguir vários nomes acompanhados da preposição ou preposições que os regem. Observe-os atenta-
mente e procure, sempre que possível, associar esses nomes entre si ou a algum verbo cuja regência você conhece.

Substantivos
Admiração a, por Devoção a, para, com, por Medo a, de
Aversão a, para, por Doutor em Obediência a
Atentado a, contra Dúvida acerca de, em, sobre Ojeriza a, por
Bacharel em Horror a Proeminência sobre
Capacidade de, para Impaciência com Respeito a, com, para com, por

Adjetivos
Acessível a Diferente de Necessário a
Acostumado a, com Entendido em Nocivo a
Afável com, para com Equivalente a Paralelo a
Agradável a Escasso de Parco em, de
Alheio a, de Essencial a, para Passível de
Análogo a Fácil de Preferível a
Ansioso de, para, por Fanático por Prejudicial a
Apto a, para Favorável a Prestes a
Ávido de Generoso com Propício a
Benéfico a Grato a, por Próximo a
Capaz de, para Hábil em Relacionado com
Compatível com Habituado a Relativo a
Contemporâneo a, de Idêntico a Satisfeito com, de, em, por
Contíguo a Impróprio para Semelhante a
Contrário a Indeciso em Sensível a
Curioso de, por Insensível a Sito em
Descontente com Liberal com Suspeito de
Desejoso de Natural de Vazio de

Advérbios
Longe de Perto de

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LÍNGUA PORTUGUESA

Obs.: os advérbios terminados em -mente tendem a D) Essa problematicidade não afasta a força das aspi-
seguir o regime dos adjetivos de que são formados: para- rações da justiça...
lela a; paralelamente a; relativa a; relativamente a. E) Na dinâmica dessa tensão tem papel relevante o
sentimento de justiça.
Fonte: http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/
sint61.php 05. (Escrevente TJ SP – Vunesp 2012) Assinale a alter-
nativa em que o período, adaptado da revista Pesquisa
Questões sobre Regência Nominal e Verbal Fapesp de junho de 2012, está correto quanto à regência
nominal e à pontuação.
01. (Administrador – FCC – 2013-adap.). (A) Não há dúvida que as mulheres ampliam, rapida-
... a que ponto a astronomia facilitou a obra das outras mente, seu espaço na carreira científica ainda que o avanço
ciências ... seja mais notável em alguns países, o Brasil é um exemplo,
O verbo que exige o mesmo tipo de complemento que do que em outros.
o grifado acima está empregado em: (B) Não há dúvida de que, as mulheres, ampliam ra-
A) ...astros que ficam tão distantes ... pidamente seu espaço na carreira científica; ainda que o
B) ...que a astronomia é uma das ciências ... avanço seja mais notável, em alguns países, o Brasil é um
C) ...que nos proporcionou um espírito ...
exemplo!, do que em outros.
D) ...cuja importância ninguém ignora ...
(C) Não há dúvida de que as mulheres, ampliam ra-
E) ...onde seu corpo não passa de um ponto obscuro ...
pidamente seu espaço, na carreira científica, ainda que o
avanço seja mais notável, em alguns países: o Brasil é um
02.(Agente de Apoio Administrativo – FCC – 2013-
adap.). exemplo, do que em outros.
... pediu ao delegado do bairro que desse um jeito nos (D) Não há dúvida de que as mulheres ampliam rapida-
filhos do sueco. mente seu espaço na carreira científica, ainda que o avanço
O verbo que exige, no contexto, o mesmo tipo de com- seja mais notável em alguns países – o Brasil é um exemplo
plementos que o grifado acima está empregado em: – do que em outros.
A) ...que existe uma coisa chamada exército... (E) Não há dúvida que as mulheres ampliam rapida-
B) ...como se isso aqui fosse casa da sogra? mente, seu espaço na carreira científica, ainda que, o avan-
C) ...compareceu em companhia da mulher à delega- ço seja mais notável em alguns países (o Brasil é um exem-
cia... plo) do que em outros.
D) Eu ensino o senhor a cumprir a lei, ali no duro...
E) O delegado apenas olhou-a espantado com o atre- 06. (Papiloscopista Policial – VUNESP – 2013). Assina-
vimento. le a alternativa correta quanto à regência dos termos em
destaque.
03.(Agente de Defensoria Pública – FCC – 2013-adap.). (A) Ele tentava convencer duas senhoras a assumir a
... constava simplesmente de uma vareta quebrada em responsabilidade pelo problema.
partes desiguais... (B) A menina tinha o receio a levar uma bronca por ter
O verbo que exige o mesmo tipo de complemento que se perdido.
o grifado acima está empregado em: (C) A garota tinha apenas a lembrança pelo desenho
A) Em campos extensos, chegavam em alguns casos a de um índio na porta do prédio.
extremos de sutileza. (D) A menina não tinha orgulho sob o fato de ter se
B) ...eram comumente assinalados a golpes de macha- perdido de sua família.
do nos troncos mais robustos. (E) A família toda se organizou para realizar a procura
C) Os toscos desenhos e os nomes estropiados deso- à garotinha.
rientam, não raro, quem...
D) Koch-Grünberg viu uma dessas marcas de caminho
07. (Analista de Sistemas – VUNESP – 2013). Assinale
na serra de Tunuí...
a alternativa que completa, correta e respectivamente, as
E) ...em que tão bem se revelam suas afinidades com o
lacunas do texto, de acordo com as regras de regência.
gentio, mestre e colaborador...
Os estudos _______ quais a pesquisadora se reportou já
04. (Agente Técnico – FCC – 2013-adap.). assinalavam uma relação entre os distúrbios da imagem
... para lidar com as múltiplas vertentes da justiça... corporal e a exposição a imagens idealizadas pela mídia.
O verbo que exige o mesmo tipo de complemento que A pesquisa faz um alerta ______ influência negativa que
o da frase acima se encontra em: a mídia pode exercer sobre os jovens.
A) A palavra direito, em português, vem de directum, A) dos … na
do verbo latino dirigere... B) nos … entre a
B) ...o Direito tem uma complexa função de gestão das C) aos … para a
sociedades... D) sobre os … pela
C) ...o de que o Direito [...] esteja permeado e regulado E) pelos … sob a
pela justiça.

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LÍNGUA PORTUGUESA

08. (Analista em Planejamento, Orçamento e Finanças 3-) ... constava simplesmente de uma vareta quebrada
Públicas – VUNESP – 2013). Considerando a norma-padrão em partes desiguais...
da língua, assinale a alternativa em que os trechos desta- Constar = verbo intransitivo
cados estão corretos quanto à regência, verbal ou nominal. B) ...eram comumente assinalados a golpes de macha-
A) O prédio que o taxista mostrou dispunha de mais do nos troncos mais robustos. =ligação
de dez mil tomadas. C) Os toscos desenhos e os nomes estropiados deso-
B) O autor fez conjecturas sob a possibilidade de haver rientam, não raro, quem... =transitivo direto
um homem que estaria ouvindo as notas de um oboé. D) Koch-Grünberg viu uma dessas marcas de caminho
C) Centenas de trabalhadores estão empenhados de na serra de Tunuí... = transitivo direto
criar logotipos e negociar. E) ...em que tão bem se revelam suas afinidades com o
D) O taxista levou o autor a indagar no número de gentio, mestre e colaborador...=transitivo direto
tomadas do edifício.
E) A corrida com o taxista possibilitou que o autor re- 4-) ... para lidar com as múltiplas vertentes da justiça...
parasse a um prédio na marginal. Lidar = transitivo indireto
B) ...o Direito tem uma complexa função de gestão das
09. (Assistente de Informática II – VUNESP – 2013). As- sociedades... =transitivo direto
sinale a alternativa que substitui a expressão destacada na C) ...o de que o Direito [...] esteja permeado e regulado
frase, conforme as regras de regência da norma-padrão da pela justiça. =ligação
língua e sem alteração de sentido. D) Essa problematicidade não afasta a força das aspira-
Muitas organizações lutaram a favor da igualdade de ções da justiça... =transitivo direto e indireto
direitos dos trabalhadores domésticos. E) Na dinâmica dessa tensão tem papel relevante o
A) da sentimento de justiça. =transitivo direto
B) na
C) pela 5-) A correção do item deve respeitar as regras de pon-
D) sob a tuação também. Assinalei apenas os desvios quanto à re-
E) sobre a gência (pontuação encontra-se em tópico específico)
(A) Não há dúvida de que as mulheres ampliam,
GABARITO (B) Não há dúvida de que (erros quanto à pon-
tuação)
01. D 02. D 03. A 04. A 05. D (C) Não há dúvida de que as mulheres, (erros quanto
06. A 07. C 08. A 09. C à pontuação)
(E) Não há dúvida de que as mulheres ampliam rapi-
RESOLUÇÃO damente, seu espaço na carreira científica, ainda que, o
avanço seja mais notável em alguns países (o Brasil é um
1-) ... a que ponto a astronomia facilitou a obra das exemplo) do que em outros.
outras ciências ...
Facilitar – verbo transitivo direto 6-)
A) ...astros que ficam tão distantes ... = verbo de li- (B) A menina tinha o receio de levar uma bronca por
gação ter se perdido.
B) ...que a astronomia é uma das ciências ... = verbo (C) A garota tinha apenas a lembrança do desenho de
de ligação um índio na porta do prédio.
C) ...que nos proporcionou um espírito ... = verbo tran- (D) A menina não tinha orgulho do fato de ter se per-
sitivo direto e indireto dido de sua família.
E) ...onde seu corpo não passa de um ponto obscuro = (E) A família toda se organizou para realizar a procura
verbo transitivo indireto pela garotinha.

2-) ... pediu ao delegado do bairro que desse um jeito 7-) Os estudos aos quais a pesquisadora se re-
nos filhos do sueco. portou já assinalavam uma relação entre os distúrbios da
Pedir = verbo transitivo direto e indireto imagem corporal e a exposição a imagens idealizadas pela
A) ...que existe uma coisa chamada EXÉRCITO... = tran- mídia.
sitivo direto A pesquisa faz um alerta para a influência negativa
B) ...como se isso aqui fosse casa da sogra? =verbo de que a mídia pode exercer sobre os jovens.
ligação
C) ...compareceu em companhia da mulher à delega- 8-)
cia... =verbo intransitivo B) O autor fez conjecturas sobre a possibilidade de ha-
E) O delegado apenas olhou-a espantado com o atrevi- ver um homem que estaria ouvindo as notas de um oboé.
mento. =transitivo direto C) Centenas de trabalhadores estão empenhados em
criar logotipos e negociar.

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LÍNGUA PORTUGUESA

D) O taxista levou o autor a indagar sobre o número de Obs.: como os verbos não admitem artigos, o “a” dos
tomadas do edifício. exemplos acima é apenas preposição, logo não ocorrerá
E) A corrida com o taxista possibilitou que o autor re- crase.
parasse em um prédio na marginal.
- diante da maioria dos pronomes e das expressões
9-) Muitas organizações lutaram pela igualdade de de tratamento, com exceção das formas senhora, se-
direitos dos trabalhadores domésticos. nhorita e dona:
Diga a ela que não estarei em casa amanhã.
Entreguei a todos os documentos necessários.
Crase Ele fez referência a Vossa Excelência no discurso de on-
tem.
A palavra crase é de origem grega e significa “fusão”, Peço a Vossa Senhoria que aguarde alguns minutos.
“mistura”. Na língua portuguesa, é o nome que se dá à
“junção” de duas vogais idênticas. É de grande importân- Os poucos casos em que ocorre crase diante dos pro-
cia a crase da preposição “a” com o artigo feminino “a” nomes podem ser identificados pelo método: troque a pa-
(s), com o “a” inicial dos pronomes aquele(s), aquela (s), lavra feminina por uma masculina, caso na nova construção
aquilo e com o “a” do relativo a qual (as quais). Na escri- surgir a forma ao, ocorrerá crase. Por exemplo:
ta, utilizamos o acento grave ( ` ) para indicar a crase. O Refiro-me à mesma pessoa. (Refiro-me ao mesmo in-
uso apropriado do acento grave depende da compreensão divíduo.)
da fusão das duas vogais. É fundamental também, para o Informei o ocorrido à senhora. (Informei o ocorrido ao
entendimento da crase, dominar a regência dos verbos e senhor.)
nomes que exigem a preposição “a”. Aprender a usar a cra- Peça à própria Cláudia para sair mais cedo. (Peça ao
se, portanto, consiste em aprender a verificar a ocorrência próprio Cláudio para sair mais cedo.)
simultânea de uma preposição e um artigo ou pronome.
Observe: - diante de numerais cardinais:
Chegou a duzentos o número de feridos.
Vou a + a igreja. Daqui a uma semana começa o campeonato.
Vou à igreja.
Casos em que a crase SEMPRE ocorre:
No exemplo acima, temos a ocorrência da preposição
“a”, exigida pelo verbo ir (ir a algum lugar) e a ocorrência - diante de palavras femininas:
do artigo “a” que está determinando o substantivo femini- Amanhã iremos à festa de aniversário de minha colega.
no igreja. Quando ocorre esse encontro das duas vogais e Sempre vamos à praia no verão.
elas se unem, a união delas é indicada pelo acento grave. Ela disse à irmã o que havia escutado pelos corredores.
Observe os outros exemplos: Sou grata à população.
Fumar é prejudicial à saúde.
Conheço a aluna. Este aparelho é posterior à invenção do telefone.
Refiro-me à aluna.
- diante da palavra “moda”, com o sentido de “à
No primeiro exemplo, o verbo é transitivo direto (co- moda de” (mesmo que a expressão moda de fique suben-
nhecer algo ou alguém), logo não exige preposição e a tendida):
crase não pode ocorrer. No segundo exemplo, o verbo é O jogador fez um gol à (moda de) Pelé.
transitivo indireto (referir--se a algo ou a alguém) e exige Usava sapatos à (moda de) Luís XV.
a preposição “a”. Portanto, a crase é possível, desde que o Estava com vontade de comer frango à (moda de) pas-
termo seguinte seja feminino e admita o artigo feminino sarinho.
“a” ou um dos pronomes já especificados. O menino resolveu vestir-se à (moda de) Fidel Castro.

Casos em que a crase NÃO ocorre: - na indicação de horas:


Acordei às sete horas da manhã.
- diante de substantivos masculinos: Elas chegaram às dez horas.
Andamos a cavalo. Foram dormir à meia-noite.
Fomos a pé.
Passou a camisa a ferro.
Fazer o exercício a lápis.
Compramos os móveis a prazo.

- diante de verbos no infinitivo:


A criança começou a falar.
Ela não tem nada a dizer.

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LÍNGUA PORTUGUESA

- em locuções adverbiais, prepositivas e conjuntivas de que participam palavras femininas. Por exemplo:
à tarde às ocultas às pressas à medida que
à noite às claras às escondidas à força
à vontade à beça à larga à escuta
às avessas à revelia à exceção de à imitação de
à esquerda às turras às vezes à chave
à direita à procura à deriva à toa
à luz à sombra de à frente de à proporção que
à semelhança de às ordens à beira de

Crase diante de Nomes de Lugar

Alguns nomes de lugar não admitem a anteposição do artigo “a”. Outros, entretanto, admitem o artigo, de modo que
diante deles haverá crase, desde que o termo regente exija a preposição “a”. Para saber se um nome de lugar admite ou não
a anteposição do artigo feminino “a”, deve-se substituir o termo regente por um verbo que peça a preposição “de” ou “em”.
A ocorrência da contração “da” ou “na” prova que esse nome de lugar aceita o artigo e, por isso, haverá crase. Por exemplo:
Vou à França. (Vim da [de+a] França. Estou na [em+a] França.)
Cheguei à Grécia. (Vim da Grécia. Estou na Grécia.)
Retornarei à Itália. (Vim da Itália. Estou na Itália)
Vou a Porto Alegre. (Vim de Porto Alegre. Estou em Porto Alegre.)

*- Dica da Zê!: use a regrinha “Vou A volto DA, crase HÁ; vou A volto DE, crase PRA QUÊ?”
Ex: Vou a Campinas. = Volto de Campinas.
Vou à praia. = Volto da praia.

- ATENÇÃO: quando o nome de lugar estiver especificado, ocorrerá crase. Veja:


Retornarei à São Paulo dos bandeirantes. = mesmo que, pela regrinha acima, seja a do “VOLTO DE”
Irei à Salvador de Jorge Amado.

Crase diante dos Pronomes Demonstrativos Aquele (s), Aquela (s), Aquilo

Haverá crase diante desses pronomes sempre que o termo regente exigir a preposição “a”. Por exemplo:
Refiro-me a + aquele atentado.
Preposição Pronome
Refiro-me àquele atentado.

O termo regente do exemplo acima é o verbo transitivo indireto referir (referir-se a algo ou alguém) e exige preposição,
portanto, ocorre a crase. Observe este outro exemplo:
Aluguei aquela casa.

O verbo “alugar” é transitivo direto (alugar algo) e não exige preposição. Logo, a crase não ocorre nesse caso. Veja
outros exemplos:
Dediquei àquela senhora todo o meu trabalho.
Quero agradecer àqueles que me socorreram.
Refiro-me àquilo que aconteceu com seu pai.
Não obedecerei àquele sujeito.
Assisti àquele filme três vezes.
Espero aquele rapaz.
Fiz aquilo que você disse.
Comprei aquela caneta.

Crase com os Pronomes Relativos A Qual, As Quais

A ocorrência da crase com os pronomes relativos a qual e as quais depende do verbo. Se o verbo que rege esses pro-
nomes exigir a preposição “a”, haverá crase. É possível detectar a ocorrência da crase nesses casos utilizando a substituição
do termo regido feminino por um termo regido masculino. Por exemplo:
A igreja à qual me refiro fica no centro da cidade.
O monumento ao qual me refiro fica no centro da cidade.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Caso surja a forma ao com a troca do termo, ocorrerá a - diante de pronome possessivo feminino:
crase. Veja outros exemplos: Observação: é facultativo o uso da crase diante de pro-
São normas às quais todos os alunos devem obedecer. nomes possessivos femininos porque é facultativo o uso do
Esta foi a conclusão à qual ele chegou. artigo. Observe:
Várias alunas às quais ele fez perguntas não souberam Minha avó tem setenta anos. Minha irmã está esperan-
responder nenhuma das questões. do por você.
A sessão à qual assisti estava vazia. A minha avó tem setenta anos. A minha irmã está es-
perando por você.
Crase com o Pronome Demonstrativo “a” Sendo facultativo o uso do artigo feminino diante de
pronomes possessivos femininos, então podemos escrever
A ocorrência da crase com o pronome demonstrativo as frases abaixo das seguintes formas:
“a” também pode ser detectada através da substituição do Cedi o lugar a minha avó. Cedi o lugar a meu avô.
termo regente feminino por um termo regido masculino. Cedi o lugar à minha avó. Cedi o lugar ao meu avô.
Veja:
Minha revolta é ligada à do meu país. - depois da preposição até:
Meu luto é ligado ao do meu país. Fui até a praia. ou Fui até à praia.
As orações são semelhantes às de antes. Acompanhe-o até a porta. ou Acompanhe-o
Os exemplos são semelhantes aos de antes. até à porta.
Suas perguntas são superiores às dele. A palestra vai até as cinco horas da tarde. ou A
Seus argumentos são superiores aos dele. palestra vai até às cinco horas da tarde.
Sua blusa é idêntica à de minha colega.
Seu casaco é idêntico ao de minha colega. Questões sobre Crase
A Palavra Distância 01.( Escrevente TJ SP – Vunesp/2012) No Brasil, as dis-
cussões sobre drogas parecem limitar-se ______aspectos ju-
Se a palavra distância estiver especificada, determina- rídicos ou policiais. É como se suas únicas consequências
da, a crase deve ocorrer. Por exemplo: Sua casa fica à dis- estivessem em legalismos, tecnicalidades e estatísticas cri-
tância de 100km daqui. (A palavra está determinada) minais. Raro ler ____respeito envolvendo questões de saúde
Todos devem ficar à distância de 50 metros do palco. (A pública como programas de esclarecimento e prevenção, de
palavra está especificada.) tratamento para dependentes e de reintegração desses____
vida. Quantos de nós sabemos o nome de um médico ou
Se a palavra distância não estiver especificada, a crase
clínica ____quem tentar encaminhar um drogado da nossa
não pode ocorrer. Por exemplo:
própria família?
Os militares ficaram a distância.
(Ruy Castro, Da nossa própria família. Folha de S.Pau-
Gostava de fotografar a distância.
lo, 17.09.2012. Adaptado)
Ensinou a distância.
As lacunas do texto devem ser preenchidas, correta e
Dizem que aquele médico cura a distância.
Reconheci o menino a distância. respectivamente, com:
(A) aos … à … a … a (B) aos … a … à … a
Observação: por motivo de clareza, para evitar ambi- (C) a … a … à … à (D) à … à … à … à
guidade, pode-se usar a crase. Veja: (E) a … a … a … a
Gostava de fotografar à distância.
Ensinou à distância. 02. (Agente de Apoio Administrativo – FCC – 2013).Leia
Dizem que aquele médico cura à distância. o texto a seguir.
Foi por esse tempo que Rita, desconfiada e medrosa, cor-
Casos em que a ocorrência da crase é FACULTATIVA reu ______ cartomante para consultá-la sobre a verdadeira
causa do procedimento de Camilo. Vimos que ______ carto-
- diante de nomes próprios femininos: mante restituiu--lhe ______ confiança, e que o rapaz repreen-
Observação: é facultativo o uso da crase diante de no- deu-a por ter feito o que fez.
mes próprios femininos porque é facultativo o uso do ar- (Machado de Assis. A cartomante. In: Várias histórias.
tigo. Observe: Rio de Janeiro: Globo, 1997, p. 6)
Paula é muito bonita. Laura é minha amiga. Preenchem corretamente as lacunas da frase acima, na
A Paula é muito bonita. A Laura é minha amiga. ordem dada:
A) à – a – a B) a – a – à
Como podemos constatar, é facultativo o uso do artigo C) à – a – à D) à – à – a
feminino diante de nomes próprios femininos, então pode- E) a – à – à
mos escrever as frases abaixo das seguintes formas:
Entreguei o cartão a Paula. Entreguei o cartão a Ro- 03 (POLÍCIA CIVIL/SP – AGENTE POLICIAL - VU-
berto. NESP/2013) De acordo com a norma-padrão da língua
Entreguei o cartão à Paula. Entreguei o cartão ao Ro- portuguesa, o acento indicativo de crase está corretamente
berto. empregado em:

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LÍNGUA PORTUGUESA

(A) A população, de um modo geral, está à espera de A) Tendências agressivas começam à ser relacionadas
que, com o novo texto, a lei seca possa coibir os acidentes. com as dificuldades para lidar com as frustrações de seus
(B) A nova lei chega para obrigar os motoristas à re- desejos.
pensarem a sua postura. B) A agressividade impulsiva deve-se à perturbações
(C) A partir de agora os motoristas estarão sujeitos à nos mecanismos biológicos de controle emocional.
punições muito mais severas. C) A violência urbana é comparada à uma enfermidade.
(D) À ninguém é dado o direito de colocar em risco a D) Condições de risco aliadas à exemplo de impunida-
vida dos demais motoristas e de pedestres. de alimentam a violência crescente nas cidades.
(E) Cabe à todos na sociedade zelar pelo cumprimento E) Um ambiente desfavorável à formação da personali-
da nova lei para que ela possa funcionar. dade atinge os mais vulneráveis.

08. (Agente de Vigilância e Recepção – VUNESP – 2013).


04. (Agente Técnico – FCC – 2013-adap.) Claro que não
O sinal indicativo de crase está correto em:
me estou referindo a essa vulgar comunicação festiva e
A) Este cientista tem se dedicado à uma pesquisa na
efervescente. área de biotecnologia.
O vocábulo a deverá receber o sinal indicativo de crase B) Os pais não podem ser omissos e devem se dedicar
se o segmento grifado for substituído por: à educação dos filhos.
A) leitura apressada e sem profundidade. C) Nossa síndica dedica-se integralmente à conservar
B) cada um de nós neste formigueiro. as instalações do prédio.
C) exemplo de obras publicadas recentemente. D) O bombeiro deve dedicar sua atenção à qualquer
D) uma comunicação festiva e virtual. detalhe que envolva a segurança das pessoas.
E) respeito de autores reconhecidos pelo público. E) É função da política é dedicar-se à todo problema
que comprometa o bem-estar do cidadão.
05. (Agente de Escolta e Vigilância Penitenciária – VU-
NESP – 2013). 09. (TRF - 5ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO - FCC/2012)
O Instituto Nacional de Administração Prisional (INAP) O detetive Gervase Fen, que apareceu em 1944, é um ho-
também desenvolve atividades lúdicas de apoio______ res- mem de face corada, muito afeito ...... frases inteligentes e
socialização do indivíduo preso, com o objetivo de prepará- citações dos clássicos; sua esposa, Dolly, uma dama meiga e
-lo para o retorno______ sociedade. Dessa forma, quando em sossegada, fica sentada tricotando tranquilamente, impassí-
liberdade, ele estará capacitado______ ter uma profissão e vel ...... propensão de seu marido ...... investigar assassinatos.
(Adaptado de P.D.James, op.cit.)
uma vida digna.
Preenchem corretamente as lacunas da frase acima, na
(Disponível em: www.metropolitana.com.br/blog/
ordem dada:
qual_e_a_importancia_da_ressocializacao_de_presos. Aces- (A) à - à - a
so em: 18.08.2012. Adaptado) (B) a - à - a
(C) à - a - à
Assinale a alternativa que preenche, correta e respecti- (D) a - à - à
vamente, as lacunas do texto, de acordo com a norma-pa- (E) à - a – a
drão da língua portuguesa.
A) à … à … à B) a … a … à C) a … à … à 10. (POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO ACRE – ALUNO
D) à … à ... a E) a … à … a SOLDADO COMBATENTE – FUNCAB/2012) Em qual das op-
ções abaixo o acento indicativo de crase foi corretamente
06. (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAU- indicado?
LO - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – VUNESP/2013) A) O dia fora quente, mas à noite estava fria e escura.
Assinale a alternativa que completa as lacunas do trecho a B) Ninguém se referira à essa ideia antes.
seguir, empregando o sinal indicativo de crase de acordo C) Esta era à medida certa do quarto.
com a norma-padrão. D) Ela fechou a porta e saiu às pressas.
Não nos sujeitamos ____ corrupção; tampouco cedere- E) Os rapazes sempre gostaram de andar à cavalo.
mos espaço ____ nenhuma ação que se proponha ____ preju-
GABARITO
dicar nossas instituições.
01. B 02. A 03. A 04. A 05. D
(A) à … à … à
06.C 07. E 08. B 09.B 10. D
(B) a … à … à
(C) à … a … a RESOLUÇÃO
(D) à … à … a
(E) a … a … à 1-) limitar-se _aos _aspectos jurídicos ou policiais.
Raro ler __a__respeito (antes de palavra masculina
07. (Agente de Escolta e Vigilância Penitenciária – VU- não há crase)
NESP – 2013-adap) O acento indicativo de crase está cor- de reintegração desses_à_ vida. (reintegrar a + a
retamente empregado em: vida = à)

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LÍNGUA PORTUGUESA

o nome de um médico ou clínica __a_quem tentar en- A) Tendências agressivas começam à ser relacionadas
caminhar um drogado da nossa própria família? (antes de com as dificuldades para lidar com as frustrações de seus
pronome indefinido/relativo) desejos. (antes de verbo no infinitivo não há crase)
2-) correu _à (= para a ) cartomante para consultá-la B) A agressividade impulsiva deve-se à perturbações
sobre a verdadeira causa do procedimento de Camilo. Vi- nos mecanismos biológicos de controle emocional. (se
mos que _a__cartomante (objeto direto)restituiu-lhe ___a___ o “a” está no singular e antecede palavra no plural, não há
confiança (objeto direto), e que o rapaz repreendeu-a por crase)
ter feito o que fez. C) A violência urbana é comparada à uma enfermidade.
(artigo indefinido)
3-) D) Condições de risco aliadas à exemplo de impunida-
(A) A população, de um modo geral, está à espera (dá de alimentam a violência crescente nas cidades. (palavra
para substituir por “esperando”) de que masculina)
(B) A nova lei chega para obrigar os motoristas à re- E) Um ambiente desfavorável à formação da personali-
pensarem (antes de verbo) dade atinge os mais vulneráveis. = correta (regência nomi-
(C) A partir de agora os motoristas estarão sujeitos à nal: desfavorável a?)
punições (generalizando, palavra no plural)
(D) À ninguém (pronome indefinido) 8-)
(E) Cabe à todos (pronome indefinido) A) Este cientista tem se dedicado à uma pesquisa na
4-) Claro que não me estou referindo à leitura apressa- área de biotecnologia. (artigo indefinido)
da e sem profundidade. B) Os pais não podem ser omissos e devem se dedicar
a cada um de nós neste formigueiro. (antes de prono- à educação dos filhos. = correta (regência verbal: dedicar
me indefinido) a)
a exemplo de obras publicadas recentemente. (palavra C) Nossa síndica dedica-se integralmente à conservar
masculina) as instalações do prédio. (verbo no infinitivo)
a uma comunicação festiva e virtual. (artigo indefini- D) O bombeiro deve dedicar sua atenção à qualquer
do) detalhe que envolva a segurança das pessoas. (pronome
a respeito de autores reconhecidos pelo público. (pa- indefinido)
lavra masculina) E) É função da política é dedicar-se à todo problema
que comprometa o bem-estar do cidadão. (pronome in-
5-) O Instituto Nacional de Administração Prisional definido)
(INAP) também desenvolve atividades lúdicas de apoio___à__
ressocialização do indivíduo preso, com o objetivo de prepa- 9-) Afeito a frases (generalizando, já que o “a” está
rá--lo para o retorno___à__ sociedade. Dessa forma, quando no singular e “frases”, no plural)
em liberdade, ele estará capacitado__a___ ter uma profissão Impassível à propensão (regência nominal: pede pre-
e uma vida digna. posição)
- Apoio a ? Regência nominal pede preposição; A investigar (antes de verbo no infinitivo não há acen-
- retorno a? regência nominal pede preposição; to indicativo de crase)
- antes de verbo no infinitivo não há crase. Sequência: a / à / a.

6-) Vamos por partes! 10-)


- Quem se sujeita, sujeita-se A algo ou A alguém, por- A) O dia fora quente, mas à noite = mas a noite (artigo
tanto: pede preposição; e substantivo. Diferente de: Estudo à noite = período do
- quem cede, cede algo A alguém, então teremos ob- dia)
jeto direto e indireto; B) Ninguém se referira à essa ideia antes.= a essa (an-
- quem se propõe, propõe-se A alguma coisa. tes de pronome demonstrativo)
Vejamos: C) Esta era à medida certa do quarto. = a medida (arti-
Não nos sujeitamos À corrupção; tampouco cedere- go e substantivo, no caso. Diferente da conjunção propor-
mos espaço A nenhuma ação que se proponha A prejudi- cional: À medida que lia, mais aprendia)
car nossas instituições. D) Ela fechou a porta e saiu às pressas. = correta (ad-
* Sujeitar A + A corrupção; vérbio de modo = apressadamente)
* ceder espaço (objeto direto) A nenhuma ação (objeto E) Os rapazes sempre gostaram de andar à cavalo. =
indireto. Não há acento indicativo de crase, pois “nenhu- palavra masculina
ma” é pronome indefinido);
* que se proponha A prejudicar (objeto indireto, no
caso, oração subordinada com função de objeto indireto.
Não há acento indicativo de crase porque temos um verbo
no infinitivo – “prejudicar”).

7-)

56
LÍNGUA PORTUGUESA

Classificação dos Verbos


Classificam-se em:
VIII - EMPREGO DOS VERBOS REGULARES, - Regulares: são aqueles que possuem as desinências
IRREGULARES E ANÔMALOS. normais de sua conjugação e cuja flexão não provoca alte-
VOZES DOS VERBOS. rações no radical: canto cantei cantarei cantava
cantasse.
- Irregulares: são aqueles cuja flexão provoca altera-
ções no radical ou nas desinências: faço fiz farei fi-
Verbo é a classe de palavras que se flexiona em pessoa, zesse.
número, tempo, modo e voz. Pode indicar, entre outros - Defectivos: são aqueles que não apresentam conju-
processos: ação (correr); estado (ficar); fenômeno (chover); gação completa. Classificam-se em impessoais, unipessoais
ocorrência (nascer); desejo (querer). e pessoais:
O que caracteriza o verbo são as suas flexões, e não * Impessoais: são os verbos que não têm sujeito. Nor-
os seus possíveis significados. Observe que palavras como malmente, são usados na terceira pessoa do singular. Os
corrida, chuva e nascimento têm conteúdo muito próximo principais verbos impessoais são:
ao de alguns verbos mencionados acima; não apresentam, ** haver, quando sinônimo de existir, acontecer, reali-
porém, todas as possibilidades de flexão que esses verbos zar-se ou fazer (em orações temporais).
possuem. Havia poucos ingressos à venda. (Havia = Existiam)
Houve duas guerras mundiais. (Houve = Aconteceram)
Haverá reuniões aqui. (Haverá = Realizar-se-ão)
Estrutura das Formas Verbais
Deixei de fumar há muitos anos. (há = faz)
Do ponto de vista estrutural, uma forma verbal pode
apresentar os seguintes elementos:
** fazer, ser e estar (quando indicam tempo)
- Radical: é a parte invariável, que expressa o significa- Faz invernos rigorosos no Sul do Brasil.
do essencial do verbo. Por exemplo: fal-ei; fal-ava; fal-am. Era primavera quando a conheci.
(radical fal-) Estava frio naquele dia.
- Tema: é o radical seguido da vogal temática que in-
dica a conjugação a que pertence o verbo. Por exemplo: ** Todos os verbos que indicam fenômenos da natu-
fala-r reza são impessoais: chover, ventar, nevar, gear, trovejar,
São três as conjugações: 1ª - Vogal Temática - A - (fa- amanhecer, escurecer, etc. Quando, porém, se constrói,
lar), 2ª - Vogal Temática - E - (vender), 3ª - Vogal Temática “Amanheci mal-humorado”, usa-se o verbo “amanhecer”
- I - (partir). em sentido figurado. Qualquer verbo impessoal, emprega-
- Desinência modo-temporal: é o elemento que de- do em sentido figurado, deixa de ser impessoal para ser
signa o tempo e o modo do verbo. Por exemplo: pessoal.
falávamos ( indica o pretérito imperfeito do indicativo.) Amanheci mal-humorado. (Sujeito desinencial: eu)
falasse ( indica o pretérito imperfeito do subjuntivo.) Choveram candidatos ao cargo. (Sujeito: candidatos)
- Desinência número-pessoal: é o elemento que de- Fiz quinze anos ontem. (Sujeito desinencial: eu)
signa a pessoa do discurso ( 1ª, 2ª ou 3ª) e o número (sin-
gular ou plural): ** São impessoais, ainda:
falamos (indica a 1ª pessoa do plural.) 1. o verbo passar (seguido de preposição), indicando
falavam (indica a 3ª pessoa do plural.) tempo: Já passa das seis.
2. os verbos bastar e chegar, seguidos da preposição
Observação: o verbo pôr, assim como seus derivados de, indicando suficiência: Basta de tolices. Chega de blas-
(compor, repor, depor, etc.), pertencem à 2ª conjugação, fêmias.
pois a forma arcaica do verbo pôr era poer. A vogal “e”, 3. os verbos estar e ficar em orações tais como Está
apesar de haver desaparecido do infinitivo, revela-se em bem, Está muito bem assim, Não fica bem, Fica mal, sem re-
algumas formas do verbo: põe, pões, põem, etc. ferência a sujeito expresso anteriormente. Podemos, ainda,
nesse caso, classificar o sujeito como hipotético, tornando-
se, tais verbos, então, pessoais.
Formas Rizotônicas e Arrizotônicas
4. o verbo deu + para da língua popular, equivalente
Ao combinarmos os conhecimentos sobre a estrutura
de “ser possível”. Por exemplo:
dos verbos com o conceito de acentuação tônica, perce-
Não deu para chegar mais cedo.
bemos com facilidade que nas formas rizotônicas o acento Dá para me arrumar uns trocados?
tônico cai no radical do verbo: opino, aprendam, nutro, por
exemplo. Nas formas arrizotônicas, o acento tônico não cai * Unipessoais: são aqueles que, tendo sujeito, conju-
no radical, mas sim na terminação verbal: opinei, aprende- gam-se apenas nas terceiras pessoas, do singular e do
rão, nutriríamos. plural.
A fruta amadureceu.
As frutas amadureceram.

57
LÍNGUA PORTUGUESA

Obs.: os verbos unipessoais podem ser usados como verbos pessoais na linguagem figurada: Teu irmão amadureceu
bastante.

Entre os unipessoais estão os verbos que significam vozes de animais; eis alguns: bramar: tigre, bramir: crocodilo, caca-
rejar: galinha, coaxar: sapo, cricrilar: grilo

Os principais verbos unipessoais são:


1. cumprir, importar, convir, doer, aprazer, parecer, ser (preciso, necessário, etc.):
Cumpre trabalharmos bastante. (Sujeito: trabalharmos bastante.)
Parece que vai chover. (Sujeito: que vai chover.)
É preciso que chova. (Sujeito: que chova.)

2. fazer e ir, em orações que dão ideia de tempo, seguidos da conjunção que.
Faz dez anos que deixei de fumar. (Sujeito: que deixei de fumar.)
Vai para (ou Vai em ou Vai por) dez anos que não vejo Cláudia. (Sujeito: que não vejo Cláudia)
Obs.: todos os sujeitos apontados são oracionais.

* Pessoais: não apresentam algumas flexões por motivos morfológicos ou eufônicos. Por exemplo:
- verbo falir. Este verbo teria como formas do presente do indicativo falo, fales, fale, idênticas às do verbo falar - o que
provavelmente causaria problemas de interpretação em certos contextos.
- verbo computar. Este verbo teria como formas do presente do indicativo computo, computas, computa - formas de
sonoridade considerada ofensiva por alguns ouvidos gramaticais. Essas razões muitas vezes não impedem o uso efetivo de
formas verbais repudiadas por alguns gramáticos: exemplo disso é o próprio verbo computar, que, com o desenvolvimento
e a popularização da informática, tem sido conjugado em todos os tempos, modos e pessoas.

- Abundantes: são aqueles que possuem mais de uma forma com o mesmo valor. Geralmente, esse fenômeno costuma
ocorrer no particípio, em que, além das formas regulares terminadas em -ado ou -ido, surgem as chamadas formas curtas
(particípio irregular). Observe:

INFINITIVO PARTICÍPIO REGULAR PARTICÍPIO IRREGULAR

Anexar Anexado Anexo


Dispersar Dispersado Disperso
Eleger Elegido Eleito
Envolver Envolvido Envolto
Imprimir Imprimido Impresso
Matar Matado Morto
Morrer Morrido Morto
Pegar Pegado Pego
Soltar Soltado Solto

- Anômalos: são aqueles que incluem mais de um radical em sua conjugação. Por exemplo: Ir, Pôr, Ser, Saber (vou, vais,
ides, fui, foste, pus, pôs, punha, sou, és, fui, foste, seja).

- Auxiliares: São aqueles que entram na formação dos tempos compostos e das locuções verbais. O verbo principal,
quando acompanhado de verbo auxiliar, é expresso numa das formas nominais: infinitivo, gerúndio ou particípio.

Vou espantar as moscas.


(verbo auxiliar) (verbo principal no infinitivo)

Está chegando a hora do debate.


(verbo auxiliar) (verbo principal no gerúndio)

Os noivos foram cumprimentados por todos os presentes.


(verbo auxiliar) (verbo principal no particípio)

Obs.: os verbos auxiliares mais usados são: ser, estar, ter e haver.

58
LÍNGUA PORTUGUESA

Conjugação dos Verbos Auxiliares

SER - Modo Indicativo

Presente Pret.Perfeito Pretérito Imp. Pret.Mais-Que-Perf. Fut.do Pres. Fut. Do Pretérito

sou fui era fora serei seria


és foste eras foras serás serias
é foi era fora será seria
somos fomos éramos fôramos seremos seríamos
sois fostes éreis fôreis sereis seríeis
são foram eram foram serão seriam

SER - Modo Subjuntivo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro

que eu seja se eu fosse quando eu for


que tu sejas se tu fosses quando tu fores
que ele seja se ele fosse quando ele for
que nós sejamos se nós fôssemos quando nós formos
que vós sejais se vós fôsseis quando vós fordes
que eles sejam se eles fossem quando eles forem

SER - Modo Imperativo

Afirmativo Negativo

sê tu não sejas tu
seja você não seja você
sejamos nós não sejamos nós
sede vós não sejais vós
sejam vocês não sejam vocês

SER - Formas Nominais

Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio

ser ser eu sendo sido


seres tu
ser ele
sermos nós
serdes vós
serem eles

ESTAR - Modo Indicativo



Presente Pret. perf. Pret. Imperf. Pret.Mais-Que-Perf. Fut.doPres. Fut.do Preté.
estou estive estava estivera estarei estaria
estás estiveste estavas estiveras estarás estarias
está esteve estava estivera estará estaria
estamos estivemos estávamos estivéramos estaremos estaríamos
estais estivestes estáveis estivéreis estareis estaríeis
estão estiveram estavam estiveram estarão estariam

59
LÍNGUA PORTUGUESA

ESTAR - Modo Subjuntivo e Imperativo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo


esteja estivesse estiver
estejas estivesses estiveres está estejas
esteja estivesse estiver esteja esteja
estejamos estivéssemos estivermos estejamos estejamos
estejais estivésseis estiverdes estai estejais
estejam estivessem estiverem estejam estejam

ESTAR - Formas Nominais

Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio


estar estar estando estado
estares
estar
estarmos
estardes
estarem

HAVER - Modo Indicativo

Presente Pret. Perf. Pret. Imper. Pret.Mais-Que-Perf. Fut. Do Pres. Fut. Do Preté.
hei houve havia houvera haverei haveria
hás houveste havias houveras haverás haverias
há houve havia houvera haverá haveria
havemos houvemos havíamos houvéramos haveremos haveríamos
haveis houvestes havíeis houvéreis havereis haveríeis
hão houveram haviam houveram haverão haveriam

HAVER - Modo Subjuntivo e Imperativo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo


haja houvesse houver
hajas houvesses houveres há hajas
haja houvesse houver haja haja
hajamos houvéssemos houvermos hajamos hajamos
hajais houvésseis houverdes havei hajais
hajam houvessem houverem hajam hajam

HAVER - Formas Nominais

Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio


haver haver havendo havido
haveres
haver
havermos
haverdes
haverem
TER - Modo Indicativo

Presente Pret. Perf. Pret. Imper. Preté.Mais-Que-Perf. Fut. Do Pres. Fut. Do Preté.
Tenho tive tinha tivera terei teria
tens tiveste tinhas tiveras terás terias
tem teve tinha tivera terá teria
temos tivemos tínhamos tivéramos teremos teríamos
tendes tivestes tínheis tivéreis tereis teríeis
têm tiveram tinham tiveram terão teriam

60
LÍNGUA PORTUGUESA

TER - Modo Subjuntivo e Imperativo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo


Tenha tivesse tiver
tenhas tivesses tiveres tem tenhas
tenha tivesse tiver tenha tenha
tenhamos tivéssemos tivermos tenhamos tenhamos
tenhais tivésseis tiverdes tende tenhais
tenham tivessem tiverem tenham tenham

- Pronominais: São aqueles verbos que se conjugam com os pronomes oblíquos átonos me, te, se, nos, vos, se, na
mesma pessoa do sujeito, expressando reflexibilidade (pronominais acidentais) ou apenas reforçando a ideia já implícita no
próprio sentido do verbo (reflexivos essenciais). Veja:
- 1. Essenciais: são aqueles que sempre se conjugam com os pronomes oblíquos me, te, se, nos, vos, se. São poucos: abs-
ter-se, ater- -se, apiedar-se, atrever-se, dignar-se, arrepender-se, etc. Nos verbos pronominais essenciais a reflexibilidade
já está implícita no radical do verbo. Por exemplo: Arrependi-me de ter estado lá.
A ideia é de que a pessoa representada pelo sujeito (eu) tem um sentimento (arrependimento) que recai sobre ela
mesma, pois não recebe ação transitiva nenhuma vinda do verbo; o pronome oblíquo átono é apenas uma partícula inte-
grante do verbo, já que, pelo uso, sempre é conjugada com o verbo. Diz-se que o pronome apenas serve de reforço da ideia
reflexiva expressa pelo radical do próprio verbo.
Veja uma conjugação pronominal essencial (verbo e respectivos pronomes):
Eu me arrependo
Tu te arrependes
Ele se arrepende
Nós nos arrependemos
Vós vos arrependeis
Eles se arrependem

- 2. Acidentais: são aqueles verbos transitivos diretos em que a ação exercida pelo sujeito recai sobre o objeto repre-
sentado por pronome oblíquo da mesma pessoa do sujeito; assim, o sujeito faz uma ação que recai sobre ele mesmo. Em
geral, os verbos transitivos diretos ou transitivos diretos e indiretos podem ser conjugados com os pronomes mencionados,
formando o que se chama voz reflexiva. Por exemplo: Maria se penteava.
A reflexibilidade é acidental, pois a ação reflexiva pode ser exercida também sobre outra pessoa. Por exemplo:
Maria penteou-me.

Observações:
- Por fazerem parte integrante do verbo, os pronomes oblíquos átonos dos verbos pronominais não possuem função
sintática.
- Há verbos que também são acompanhados de pronomes oblíquos átonos, mas que não são essencialmente prono-
minais, são os verbos reflexivos. Nos verbos reflexivos, os pronomes, apesar de se encontrarem na pessoa idêntica à do
sujeito, exercem funções sintáticas. Por exemplo:
Eu me feri. = Eu(sujeito) - 1ª pessoa do singular me (objeto direto) - 1ª pessoa do singular

Modos Verbais

Dá-se o nome de modo às várias formas assumidas pelo verbo na expressão de um fato. Em Português, existem três
modos:
Indicativo - indica uma certeza, uma realidade: Eu sempre estudo.
Subjuntivo - indica uma dúvida, uma possibilidade: Talvez eu estude amanhã.
Imperativo - indica uma ordem, um pedido: Estuda agora, menino.

Formas Nominais

Além desses três modos, o verbo apresenta ainda formas que podem exercer funções de nomes (substantivo, adjetivo,
advérbio), sendo por isso denominadas formas nominais. Observe:

- Infinitivo Impessoal: exprime a significação do verbo de modo vago e indefinido, podendo ter valor e função de
substantivo. Por exemplo:
Viver é lutar. (= vida é luta)
É indispensável combater a corrupção. (= combate à)

61
LÍNGUA PORTUGUESA

O infinitivo impessoal pode apresentar-se no presen- - Pretérito Perfeito - Expressa um fato ocorrido num
te (forma simples) ou no passado (forma composta). Por momento anterior ao atual e que foi totalmente terminado:
exemplo: Ele estudou as lições ontem à noite.
É preciso ler este livro.
Era preciso ter lido este livro. - Pretérito-Mais-Que-Perfeito - Expressa um fato
ocorrido antes de outro fato já terminado: Ele já tinha es-
- Infinitivo Pessoal: é o infinitivo relacionado às três tudado as lições quando os amigos chegaram. (forma com-
pessoas do discurso. Na 1ª e 3ª pessoas do singular, não posta) Ele já estudara as lições quando os amigos chegaram.
apresenta desinências, assumindo a mesma forma do im- (forma simples).
pessoal; nas demais, flexiona-se da seguinte maneira:
2ª pessoa do singular: Radical + ES Ex.: teres(tu) - Futuro do Presente - Enuncia um fato que deve
1ª pessoa do plural: Radical + MOS Ex.: termos (nós) ocorrer num tempo vindouro com relação ao momento
2ª pessoa do plural: Radical + DES Ex.: terdes (vós) atual: Ele estudará as lições amanhã.
3ª pessoa do plural: Radical + EM Ex.: terem (eles)
Por exemplo: Foste elogiado por teres alcançado uma - Futuro do Pretérito - Enuncia um fato que pode
boa colocação. ocorrer posteriormente a um determinado fato passado:
Se eu tivesse dinheiro, viajaria nas férias.
- Gerúndio: o gerúndio pode funcionar como adjetivo
2. Tempos do Subjuntivo
ou advérbio. Por exemplo:
Saindo de casa, encontrei alguns amigos. (função de ad-
- Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer no mo-
vérbio)
mento atual: É conveniente que estudes para o exame.
Nas ruas, havia crianças vendendo doces. (função de
adjetivo) - Pretérito Imperfeito - Expressa um fato passado,
mas posterior a outro já ocorrido: Eu esperava que ele ven-
Na forma simples, o gerúndio expressa uma ação em cesse o jogo.
curso; na forma composta, uma ação concluída. Por exem-
plo: Obs.: o pretérito imperfeito é também usado nas cons-
Trabalhando, aprenderás o valor do dinheiro. truções em que se expressa a ideia de condição ou desejo.
Tendo trabalhado, aprendeu o valor do dinheiro. Por exemplo: Se ele viesse ao clube, participaria do cam-
peonato.
- Particípio: quando não é empregado na formação
dos tempos compostos, o particípio indica geralmente o - Futuro do Presente - Enuncia um fato que pode
resultado de uma ação terminada, flexionando-se em gê- ocorrer num momento futuro em relação ao atual: Quando
nero, número e grau. Por exemplo: ele vier à loja, levará as encomendas.
Terminados os exames, os candidatos saíram. Obs.: o futuro do presente é também usado em frases
que indicam possibilidade ou desejo. Por exemplo: Se ele
Quando o particípio exprime somente estado, sem vier à loja, levará as encomendas.
nenhuma relação temporal, assume verdadeiramente a
função de adjetivo (adjetivo verbal). Por exemplo: Ela foi a
aluna escolhida para representar a escola.

Tempos Verbais

Tomando-se como referência o momento em que se


fala, a ação expressa pelo verbo pode ocorrer em diversos
tempos. Veja:

1. Tempos do Indicativo
- Presente - Expressa um fato atual: Eu estudo neste
colégio.

- Pretérito Imperfeito - Expressa um fato ocorrido


num momento anterior ao atual, mas que não foi comple-
tamente terminado: Ele estudava as lições quando foi inter-
rompido.

62
LÍNGUA PORTUGUESA

Presente do Indicativo

1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação Desinência pessoal


CANTAR VENDER PARTIR
cantO vendO partO O
cantaS vendeS parteS S
canta vende parte -
cantaMOS vendeMOS partiMOS MOS
cantaIS vendeIS partIS IS
cantaM vendeM parteM M

Pretérito Perfeito do Indicativo


1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação Desinência pessoal
CANTAR VENDER PARTIR
canteI vendI partI I
cantaSTE vendeSTE partISTE STE
cantoU vendeU partiU U
cantaMOS vendeMOS partiMOS MOS
cantaSTES vendeSTES partISTES STES
cantaRAM vendeRAM partiRAM RAM

Pretérito mais-que-perfeito
1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação Des. temporal Desinência pessoal
1ª/2ª e 3ª conj.

CANTAR VENDER PARTIR


cantaRA vendeRA partiRA RA Ø
cantaRAS vendeRAS partiRAS RA S
cantaRA vendeRA partiRA RA Ø
cantáRAMOS vendêRAMOS partíRAMOS RA MOS
cantáREIS vendêREIS partíREIS RE IS
cantaRAM vendeRAM partiRAM RA M

Pretérito Imperfeito do Indicativo

1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação

CANTAR VENDER PARTIR


cantAVA vendIA partIA
cantAVAS vendIAS partAS
CantAVA vendIA partIA
cantÁVAMOS vendÍAMOS partÍAMOS

cantÁVEIS vendÍEIS partÍEIS
cantAVAM vendIAM partIAM

Futuro do Presente do Indicativo

1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação

CANTAR VENDER PARTIR


cantar ei vender ei partir ei
cantar ás vender ás partir ás
cantar á vender á partir á
cantar emos vender emos partir emos
cantar eis vender eis partir eis
cantar ão vender ão partir ão

63
LÍNGUA PORTUGUESA

Futuro do Pretérito do Indicativo

1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantarIA venderIA partirIA
cantarIAS venderIAS partirIAS
cantarIA venderIA partirIA
cantarÍAMOS venderÍAMOS partirÍAMOS
cantarÍEIS venderÍEIS partirÍEIS
cantarIAM venderIAM partirIAM

Presente do Subjuntivo

Para se formar o presente do subjuntivo, substitui-se a desinência -o da primeira pessoa do singular do presente do
indicativo pela desinência -E (nos verbos de 1ª conjugação) ou pela desinência -A (nos verbos de 2ª e 3ª conjugação).

1ª conjug. 2ª conjug. 3ª conju. Des. temporal Des.temporal Desinên. pessoal


1ª conj. 2ª/3ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantE vendA partA E A Ø
cantES vendAS partAS E A S
cantE vendA partA E A Ø
cantEMOS vendAMOS partAMOS E A MOS
cantEIS vendAIS partAIS E A IS
cantEM vendAM partAM E A M

Pretérito Imperfeito do Subjuntivo

Para formar o imperfeito do subjuntivo, elimina-se a desinência -STE da 2ª pessoa do singular do pretérito perfeito, ob-
tendo-se, assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -SSE mais a desinência de número
e pessoa correspondente.

1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação Des. temporal Desinência pessoal


1ª /2ª e 3ª conj.

CANTAR VENDER PARTIR


cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø
cantaSSES vendeSSES partiSSES SSE S
cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø
cantáSSEMOS vendêSSEMOS partíSSEMOS SSE MOS
cantáSSEIS vendêSSEIS partíSSEIS SSE IS
cantaSSEM vendeSSEM partiSSEM SSE M

Futuro do Subjuntivo

Para formar o futuro do subjuntivo elimina-se a desinência -STE da 2ª pessoa do singular do pretérito perfeito, ob-
tendo-se, assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -R mais a desinência de número e
pessoa correspondente.

1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação Des. temporal Desinência pessoal


1ª /2ª e 3ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaR vendeR partiR Ø
cantaRES vendeRES partiRES R ES
cantaR vendeR partiR R Ø
cantaRMOS vendeRMOS partiRMOS R MOS
cantaRDES vendeRDES partiRDES R DES
cantaREM vendeREM PartiREM R EM

64
LÍNGUA PORTUGUESA

Modo Imperativo

Imperativo Afirmativo
Para se formar o imperativo afirmativo, toma-se do presente do indicativo a 2ª pessoa do singular (tu) e a segunda
pessoa do plural (vós) eliminando-se o “S” final. As demais pessoas vêm, sem alteração, do presente do subjuntivo. Veja:

Presente do Indicativo Imperativo Afirmativo Presente do Subjuntivo


Eu canto --- Que eu cante
Tu cantas CantA tu Que tu cantes
Ele canta Cante você Que ele cante
Nós cantamos Cantemos nós Que nós cantemos
Vós cantais CantAI vós Que vós canteis
Eles cantam Cantem vocês Que eles cantem

Imperativo Negativo
Para se formar o imperativo negativo, basta antecipar a negação às formas do presente do subjuntivo.

Presente do Subjuntivo Imperativo Negativo


Que eu cante ---
Que tu cantes Não cantes tu
Que ele cante Não cante você
Que nós cantemos Não cantemos nós
Que vós canteis Não canteis vós
Que eles cantem Não cantem eles

Observações:
- No modo imperativo não faz sentido usar na 3ª pessoa (singular e plural) as formas ele/eles, pois uma ordem, pedido
ou conselho só se aplicam diretamente à pessoa com quem se fala. Por essa razão, utiliza-se você/vocês.
- O verbo SER, no imperativo, faz excepcionalmente: sê (tu), sede (vós).

Infinitivo Pessoal
1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação
CANTAR VENDER PARTIR
cantar vender partir
cantarES venderES partirES
cantar vender partir
cantarMOS venderMOS partirMOS
cantarDES venderDES partirDES
cantarEM venderEM partirEM

Questões sobre Verbo

01. (Agente Polícia Vunesp 2013) Considere o trecho a seguir.


É comum que objetos ___________ esquecidos em locais públicos. Mas muitos transtornos poderiam ser evitados se as pes-
soas _____________ a atenção voltada para seus pertences, conservando-os junto ao corpo.
Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas do texto.
(A) sejam … mantesse
(B) sejam … mantivessem
(C) sejam … mantém
(D) seja … mantivessem
(E) seja … mantêm

02. (Escrevente TJ SP Vunesp 2012-adap.) Na frase –… os níveis de pessoas sem emprego estão apresentando quedas
sucessivas de 2005 para cá. –, a locução verbal em destaque expressa ação
(A) concluída.
(B) atemporal.
(C) contínua.
(D) hipotética.
(E) futura.

65
LÍNGUA PORTUGUESA

03. (Escrevente TJ SP Vunesp 2013-adap.) Sem querer (A) Caso a criança se havia perdido…
estereotipar, mas já estereotipando: trata-se de um ser cujas (B) Caso a criança perdeu…
interações sociais terminam, 99% das vezes, diante da per- (C) Caso a criança se perca…
gunta “débito ou crédito?”. (D) Caso a criança estivera perdida…
Nesse contexto, o verbo estereotipar tem sentido de (E) Caso a criança se perda…
(A) considerar ao acaso, sem premeditação.
(B) aceitar uma ideia mesmo sem estar convencido 08. (Agente de Apoio Operacional – VUNESP – 2013-
dela. adap.). Assinale a alternativa em que o verbo destacado
(C) adotar como referência de qualidade. está no tempo futuro.
(D) julgar de acordo com normas legais. A) Os consumidores são assediados pelo marketing …
(E) classificar segundo ideias preconcebidas. B) … somente eles podem decidir se irão ou não com-
prar.
04. (Escrevente TJ SP Vunesp 2013) Assinale a alterna- C) É como se abrissem em nós uma “caixa de neces-
tiva contendo a frase do texto na qual a expressão verbal sidades”…
destacada exprime possibilidade. D) … de onde vem o produto…?
(A) ... o cientista Theodor Nelson sonhava com um sis- E) Uma pesquisa mostrou que 55,4% das pessoas…
tema capaz de disponibilizar um grande número de obras 09. (Papiloscopista Policial – VUNESP – 2013). Assina-
literárias... le a alternativa em que a concordância das formas verbais
(B) Funcionando como um imenso sistema de informa- destacadas se dá em conformidade com a norma-padrão
ção e arquivamento, o hipertexto deveria ser um enorme da língua.
arquivo virtual. (A) Chegou, para ajudar a família, vários amigos e vi-
(C) Isso acarreta uma textualidade que funciona por zinhos.
associação, e não mais por sequências fixas previamente (B) Haviam várias hipóteses acerca do que poderia ter
estabelecidas. acontecido com a criança.
(D) Desde o surgimento da ideia de hipertexto, esse (C) Fazia horas que a criança tinha saído e os pais já
conceito está ligado a uma nova concepção de textuali- estavam preocupados.
dade... (D) Era duas horas da tarde, quando a criança foi en-
(E) Criou, então, o “Xanadu”, um projeto para disponi-
contrada.
bilizar toda a literatura do mundo...
(E) Existia várias maneiras de voltar para casa, mas a
criança se perdeu mesmo assim.
05.(POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO ACRE – ALUNO
SOLDADO COMBATENTE – FUNCAB/2012) No trecho: “O
10. (Agente de Escolta e Vigilância Penitenciária – VU-
crescimento econômico, se associado à ampliação do empre-
NESP – 2013-adap.). Leia as frases a seguir.
go, PODE melhorar o quadro aqui sumariamente descrito.”,
se passarmos o verbo destacado para o futuro do pretérito I. Havia onze pessoas jogando pedras e pedaços de ma-
do indicativo, teremos a forma: deira no animal.
A) puder. II. Existiam muitos ferimentos no boi.
B) poderia. III. Havia muita gente assustando o boi numa avenida
C) pôde. movimentada.
D) poderá. Substituindo-se o verbo Haver pelo verbo Existir e este
E) pudesse. pelo verbo Haver, nas frases, têm-se, respectivamente:
A) Existia – Haviam – Existiam
06. (Escrevente TJ SP Vunesp 2013) Assinale a alterna- B) Existiam – Havia – Existiam
tiva em que todos os verbos estão empregados de acordo C) Existiam – Haviam – Existiam
com a norma- -padrão. D) Existiam – Havia – Existia
(A) Enviaram o texto, para que o revíssemos antes da E) Existia – Havia – Existia
impressão definitiva.
(B) Não haverá prova do crime se o réu se manter em GABARITO
silêncio. 01. B 02. C 03. E 04. B 05. B
(C) Vão pagar horas-extras aos que se disporem a tra- 06. A 07. C 08. B 09. C 10. D
balhar no feriado.
(D) Ficarão surpresos quando o verem com a toga... RESOLUÇÃO
(E) Se você quer a promoção, é necessário que a reque-
ra a seu superior. 1-) É comum que objetos sejam esquecidos em
locais públicos. Mas muitos transtornos poderiam ser evi-
07. (Papiloscopista Policial Vunesp 2013-adap.) Assina- tados se as pessoas mantivessem a atenção voltada para
le a alternativa que substitui, corretamente e sem alterar o seus pertences, conservando-os junto ao corpo.
sentido da frase, a expressão destacada em – Se a crian-
ça se perder, quem encontrá-la verá na pulseira instruções 2-) os níveis de pessoas sem emprego estão apresen-
para que envie uma mensagem eletrônica ao grupo ou tando quedas sucessivas de 2005 para cá. –, a locução ver-
acione o código na internet. bal em destaque expressa ação contínua (= não concluída)

66
LÍNGUA PORTUGUESA

3-) Sem querer estereotipar, mas já estereotipando: No português, para verificar se um verbo sofre altera-
trata-se de um ser cujas interações sociais terminam, 99% ções, basta conjugá-lo no presente e no pretérito perfeito
das vezes, diante da pergunta “débito ou crédito?”. do indicativo. Ex: faço – fiz, trago – trouxe, posso - pude.
Nesse contexto, o verbo estereotipar tem sentido de Não é considerada irregularidade a alteração gráfica
classificar segundo ideias preconcebidas. do radical de certos verbos para conservação da regulari-
4-) (B) Funcionando como um imenso sistema de infor- dade fônica. Ex: embarcar – embarco, fingir – finjo.
mação e arquivamento, o hipertexto deveria ser um enor-
me arquivo virtual. = verbo no futuro do pretérito Exemplo de conjugação do verbo “dar” no presente do
indicativo:
5-) Conjugando o verbo “poder” no futuro do pretérito Eu dou
do Indicativo: eu poderia, tu poderias, ele poderia, nós po- Tu dás
deríamos, vós poderíeis, eles poderiam. O sujeito da oração Ele dá
é crescimento econômico (singular), portanto, terceira pes- Nós damos
soa do singular (ele) = poderia. Vós dais
Eles dão
6-)
(B) Não haverá prova do crime se o réu se mantiver em Percebe-se que há alteração do radical, afastando-se
silêncio. do original “dar” durante a conjugação, sendo considerado
(C) Vão pagar horas-extras aos que se dispuserem a verbo irregular.
trabalhar no feriado. Exemplo: Conjugação do verbo valer:
(D) Ficarão surpresos quando o virem com a toga...
Modo Indicativo
(E) Se você quiser a promoção, é necessário que a re-
Presente
queira a seu superior.
eu valho
tu vales
7-) Caso a criança se perca…(perda = substantivo:
ele vale
Houve uma grande perda salarial...) nós valemos
vós valeis
8-) eles valem
A) Os consumidores são assediados pelo marketing =
presente Pretérito Perfeito do Indicativo
C) É como se abrissem em nós uma “caixa de necessi- eu vali
dades”… = pretérito do Subjuntivo tu valeste
D) … de onde vem o produto…? = presente ele valeu
E) Uma pesquisa mostrou que 55,4% das pessoas… = nós valemos
pretérito perfeito vós valestes
eles valeram
9-)
(A) Chegaram, para ajudar a família, vários amigos e Pretérito Imperfeito do Indicativo
vizinhos. eu valia
(B) Havia várias hipóteses acerca do que poderia ter tu valias
acontecido com a criança. ele valia
(D) Eram duas horas da tarde, quando a criança foi en- nós valíamos
contrada. vós valíeis
(E) Existiam várias maneiras de voltar para casa, mas a eles valiam
criança se perdeu mesmo assim.
Pretérito Mais-que-perfeito do Indicativo
10-) I. Havia onze pessoas jogando pedras e pedaços eu valera
de madeira no animal. tu valeras
II. Existiam muitos ferimentos no boi. ele valera
III. Havia muita gente assustando o boi numa avenida nós valêramos
movimentada. vós valêreis
Haver – sentido de existir= invariável, impessoal; eles valeram
existir = variável. Portanto, temos:
I – Existiam onze pessoas... Futuro do Presente do Indicativo
II – Havia muitos ferimentos... eu valerei
III – Existia muita gente... tu valerás
ele valerá
Verbos irregulares são verbos que sofrem alterações nós valeremos
em seu radical ou em suas desinências, afastando-se do vós valereis
modelo a que pertencem. eles valerão

67
LÍNGUA PORTUGUESA

Futuro do Pretérito do Indicativo Infinitivo


eu valeria Infinitivo Pessoal
tu valerias por valer eu
ele valeria por valeres tu
nós valeríamos por valer ele
vós valeríeis por valermos nós
eles valeriam por valerdes vós
por valerem eles
Mais-que-perfeito Composto do Indicativo
eu tinha valido Infinitivo Impessoal = valer
tu tinhas valido Particípio = Valido
ele tinha valido
nós tínhamos valido Acompanhe abaixo uma lista com os principais verbos
vós tínheis valido irregulares:
eles tinham valido
Dizer
Gerúndio do verbo valer = valendo
Presente do indicativo: Digo, dizes, diz, dizemos, di-
zeis, dizem.
Modo Subjuntivo
Presente
que eu valha Pretérito perfeito do indicativo: Disse, disseste, disse,
que tu valhas dissemos, dissestes, disseram.
que ele valha
que nós valhamos Futuro do presente do indicativo: Direi, dirás, dirá,
que vós valhais diremos, direis, dirão.
que eles valham
Fazer
Pretérito Imperfeito do Subjuntivo Presente do indicativo: Faço, fazes, faz, fazemos, fa-
se eu valesse zeis, fazem.
se tu valesses
se ele valesse Pretérito perfeito do indicativo: Fiz, fizeste, fez, fize-
se nós valêssemos mos, fizestes, fizeram.
se vós valêsseis
se eles valessem Futuro do presente do indicativo: Farei, farás, fará,
faremos, fareis, farão.
Futuro do Subjuntivo
quando eu valer Ir
quando tu valeres Presente do indicativo: Vou, vais, vai, vamos, ides, vão.
quando ele valer
quando nós valermos Pretérito perfeito do indicativo: Fui, foste, foi, fomos,
quando vós valerdes fostes, foram.
quando eles valerem
Futuro do presente do indicativo: Irei, irás, irá, ire-
Imperativo
mos, ireis, irão.
Imperativo Afirmativo
--
Futuro do subjuntivo: For, fores, for, formos, fordes,
vale tu
forem.
valha ele
valhamos nós
valei vós Querer
valham eles Presente do indicativo: Quero, queres, quer, queremos,
quereis, querem.
Imperativo Negativo
-- Pretérito perfeito do indicativo: Quis, quiseste, quis,
não valhas tu quisemos, quisestes, quiseram.
não valha ele
não valhamos nós Presente do subjuntivo: Queira, queiras, queira, quei-
não valhais vós ramos, queirais, queiram.
não valham eles

68
LÍNGUA PORTUGUESA

Ver Obs.: o agente da passiva geralmente é acompanhado


Presente do indicativo: Vejo, vês, vê, vemos, vedes, da preposição por, mas pode ocorrer a construção com a
veem. preposição de. Por exemplo: A casa ficou cercada de sol-
Pretérito perfeito do indicativo: Vi, viste, viu, vimos, dados.
vistes, viram. - Pode acontecer ainda que o agente da passiva não
esteja explícito na frase: A exposição será aberta amanhã.
Futuro do presente do indicativo:Verei, verás, verá,
veremos, vereis, verão. - A variação temporal é indicada pelo verbo auxiliar
Futuro do subjuntivo: Vir, vires, vir, virmos, virdes, vi- (SER), pois o particípio é invariável. Observe a transforma-
rem. ção das frases seguintes:
a) Ele fez o trabalho. (pretérito perfeito do indicativo)
Vir O trabalho foi feito por ele. (pretérito perfeito do indi-
Presente do indicativo: Venho, vens, vem, vimos, vin- cativo)
des, vêm.
b) Ele faz o trabalho. (presente do indicativo)
Pretérito perfeito do indicativo: Vim, vieste, veio, vie- O trabalho é feito por ele. (presente do indicativo)
mos, viestes, vieram.
c) Ele fará o trabalho. (futuro do presente)
Futuro do presente do indicativo: Virei, virás, virá, vi- O trabalho será feito por ele. (futuro do presente)
remos, vireis, virão. - Nas frases com locuções verbais, o verbo SER assume
o mesmo tempo e modo do verbo principal da voz ativa.
Futuro do subjuntivo: Vier, vieres, vier, viermos, vier- Observe a transformação da frase seguinte:
des, vierem. O vento ia levando as folhas. (gerúndio)
As folhas iam sendo levadas pelo vento. (gerúndio)
Vozes do Verbo
Obs.: é menos frequente a construção da voz passiva
Dá-se o nome de voz à forma assumida pelo verbo para analítica com outros verbos que podem eventualmente
indicar se o sujeito gramatical é agente ou paciente da funcionar como auxiliares. Por exemplo: A moça ficou mar-
ação. São três as vozes verbais: cada pela doença.

- Ativa: quando o sujeito é agente, isto é, pratica a ação 2- Voz Passiva Sintética
expressa pelo verbo. Por exemplo:
Ele fez o trabalho. A voz passiva sintética ou pronominal constrói-se com
sujeito agente ação objeto (paciente) o verbo na 3ª pessoa, seguido do pronome apassivador SE.
Por exemplo:
- Passiva: quando o sujeito é paciente, recebendo a Abriram-se as inscrições para o concurso.
ação expressa pelo verbo. Por exemplo: Destruiu-se o velho prédio da escola.
O trabalho foi feito por ele. Obs.: o agente não costuma vir expresso na voz passiva
sujeito paciente ação agente da pas- sintética.
siva Curiosidade: A palavra passivo possui a mesma raiz la-
- Reflexiva: quando o sujeito é ao mesmo tempo agen- tina de paixão (latim passio, passionis) e ambas se relacio-
te e paciente, isto é, pratica e recebe a ação. Por exemplo: nam com o significado sofrimento, padecimento. Daí vem
O menino feriu-se. o significado de voz passiva como sendo a voz que expres-
sa a ação sofrida pelo sujeito. Na voz passiva temos dois
Obs.: não confundir o emprego reflexivo do verbo com elementos que nem sempre aparecem: SUJEITO PACIENTE
a noção de reciprocidade: Os lutadores feriram-se. (um ao e AGENTE DA PASSIVA.
outro)
Formação da Voz Passiva Conversão da Voz Ativa na Voz Passiva

A voz passiva pode ser formada por dois processos: Pode-se mudar a voz ativa na passiva sem alterar subs-
analítico e sintético. tancialmente o sentido da frase.

1- Voz Passiva Analítica Gutenberg inventou a imprensa (Voz Ativa)


Sujeito da Ativa objeto Direto
Constrói-se da seguinte maneira: Verbo SER + particípio
do verbo principal. Por exemplo: A imprensa foi inventada por Gutenberg (Voz Pas-
A escola será pintada. siva)
O trabalho é feito por ele. Sujeito da Passiva Agente da Passiva

69
LÍNGUA PORTUGUESA

Observe que o objeto direto será o sujeito da passiva, o a) tinha interrompido.


sujeito da ativa passará a agente da passiva e o verbo ativo b) foram interrompidas.
assumirá a forma passiva, conservando o mesmo tempo. c) fora interrompido.
Observe mais exemplos: d) haviam sido interrompidas.
e) haveriam de ser interrompidas.
- Os mestres têm constantemente aconselhado os alunos.
Os alunos têm sido constantemente aconselhados pelos 03. (FCC-TRE-Analista Judiciário – 2011) Transpondo-se
mestres. para a voz passiva a frase Hoje a autoria institucional en-
frenta séria concorrência dos autores anônimos, obter-se-á
- Eu o acompanharei. a seguinte forma verbal:
Ele será acompanhado por mim. (A) são enfrentados.
(B) tem enfrentado.
Obs.: quando o sujeito da voz ativa for indeterminado, (C) tem sido enfrentada.
não haverá complemento agente na passiva. Por exemplo: (D) têm sido enfrentados.
Prejudicaram-me. / Fui prejudicado.
(E) é enfrentada.
04. (TRF - 5ª REGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO –
Saiba que:
FCC/2012) Para o Brasil, o fundamental é que, ao exercer a
- Aos verbos que não são ativos nem passivos ou refle-
xivos, são chamados neutros. responsabilidade de proteger pela via militar, a comunida-
O vinho é bom. de internacional [...] observe outro preceito ...
Aqui chove muito. Transpondo-se o segmento grifado acima para a voz
passiva, a forma verbal resultante será:
- Há formas passivas com sentido ativo: a) é observado.
É chegada a hora. (= Chegou a hora.) b) seja observado.
Eu ainda não era nascido. (= Eu ainda não tinha nascido.) c) ser observado.
És um homem lido e viajado. (= que leu e viajou) d) é observada.
e) for observado.
- Inversamente, usamos formas ativas com sentido pas-
sivo: 05. (Analista de Procuradoria – FCC – 2013-adap) Trans-
Há coisas difíceis de entender. (= serem entendidas) pondo- -se para a voz passiva a frase O poeta teria
Mandou-o lançar na prisão. (= ser lançado) aberto um diálogo entre as duas partes, a forma verbal re-
sultante será:
- Os verbos chamar-se, batizar-se, operar-se (no sentido A) fora aberto.
cirúrgico) e vacinar-se são considerados passivos, logo o B) abriria.
sujeito é paciente. C) teria sido aberto.
Chamo-me Luís. D) teriam sido abertas.
Batizei-me na Igreja do Carmo. E) foi aberto.
Operou-se de hérnia.
Vacinaram-se contra a gripe. 06.(SEE/SP – PROFESSOR EDUCAÇÃO BÁSICA II E PRO-
FESSOR II – LÍNGUA PORTUGUESA - FCC/2011) ...permite
Fonte: http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/ que os criadores tomem atitudes quando a proliferação de
morf54.php algas tóxicas ameaça os peixes.
A transposição para a voz passiva da oração grifada aci-
Questões sobre Vozes dos Verbos
ma teria, de acordo com a norma culta, como forma verbal
resultante:
01. (TRE/AL – ANALISTA JUDICIÁRIO – FCC/2010) A fra-
se que admite transposição para a voz passiva é: (A) ameaçavam.
(A) O cúmulo da ilusão é também o cúmulo do sagrado. (B) foram ameaçadas.
(B) O conceito de espetáculo unifica e explica uma (C) ameaçarem.
grande diversidade de fenômenos. (D) estiver sendo ameaçada.
(C) O espetáculo é ao mesmo tempo parte da socieda- (E) forem ameaçados.
de, a própria sociedade e seu instrumento de unificação.
(D) As imagens fluem desligadas de cada aspecto da 07. (INFRAERO – ENGENHEIRO SANITARISTA –
vida (...). FCC/2011) Transpondo-se para a voz passiva a frase Um
(E) Por ser algo separado, ele é o foco do olhar iludido figurante pode obscurecer a atuação de um protagonista, a
e da falsa consciência. forma verbal obtida será:
(A) pode ser obscurecido.
02. (TRE/RS – ANALISTA JUDICIÁRIO – FCC/2010) ... a (B) obscurecerá.
Coreia do Norte interrompeu comunicações com o vizinho ... (C) pode ter obscurecido.
Transpondo a frase acima para a voz passiva, a forma (D) pode ser obscurecida.
verbal corretamente obtida é: (E) será obscurecida.

70
LÍNGUA PORTUGUESA

08.(GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – PRO- 2-) ... a Coreia do Norte interrompeu comunicações
CON – ADVOGADO – CEPERJ/2012) “todos que são impac- com o vizinho = voz ativa com um verbo, então a passiva
tados pelas mídias de massa” terá dois: comunicações com o vizinho foram interrompi-
O fragmento transcrito acima apresenta uma constru- das pela Coreia...
ção na voz passiva do verbo. Outro exemplo de voz passiva 3-) Hoje a autoria institucional enfrenta séria concor-
encontra-se em: rência dos autores anônimos = Séria concorrência é en-
A) “As crianças brasileiras influenciam 80% das decisões frentada pela autoria...
de compra de uma família”
B) “A publicidade na TV é a principal ferramenta do 4-) a comunidade internacional [...] observe outro pre-
mercado para a persuasão do público infantil” ceito = se na voz ativa temos um verbo, na passiva tere-
mos dois: outro preceito seja observado.
C) “evidenciaram outros fatores que influenciam as
crianças brasileiras nas práticas de consumo.”
5-) O poeta teria aberto um diálogo entre as duas par-
D) “Elas são assediadas pelo mercado” tes = Um diálogo teria sido aberto...
E) “valores distorcidos são de fato um problema de or-
dem ética” 6-) Quando a proliferação ameaça os peixes = voz ativa
09. (GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO – CASA CI- Quando os peixes forem ameaçados pela proliferação...
VIL – EXECUTIVO PÚBLICO – FCC/2010) Transpondo a frase = voz passiva
o diretor estava promovendo seu filme para a voz passiva,
obtém-se corretamente o seguinte segmento: 7-) Um figurante pode obscurecer a atuação de um
(A) tinha recebido promoção. protagonista.
(B) estaria sendo promovido. Se na voz ativa temos um verbo, na passiva teremos
(C) fizera a promoção. dois; se na ativa temos dois, na passiva teremos três. Então:
(D) estava sendo promovido. A atuação de um protagonista pode ser obscurecida por
(E) havia sido promovido. um figurante.

10. -) (MPE/PE – ANALISTA MINISTERIAL – FCC/2012) 8-)


Da sede do poder no Brasil holandês, Marcgrave acompa- A) “As crianças brasileiras influenciam 80% das deci-
nhou e anotou, sempre sozinho, alguns fenômenos celestes, sões de compra de uma família” = voz ativa
B) “A publicidade na TV é a principal ferramenta do
sobretudo eclipses lunares e solares.
mercado para a persuasão do público infantil” = ativa (ver-
Ao transpor-se a frase acima para a voz passiva, as for-
bo de ligação); não dá para passar para a passiva
mas verbais resultantes serão: C) “evidenciaram outros fatores que influenciam as
a) eram anotados e acompanhados. crianças brasileiras nas práticas de consumo.” = ativa
b) fora anotado e acompanhado. D) “Elas são assediadas pelo mercado” = voz passiva
c) foram anotados e acompanhados. E) “valores distorcidos são de fato um problema de or-
d) anota-se e acompanha-se. dem ética” = ativa (verbo de ligação); não dá para passar
e) foi anotado e acompanhado. para a passiva

GABARITO 9-) o diretor estava promovendo seu filme = dois ver-


bos na voz ativa, três na passiva: seu filme estava sendo
01. B 02.B 03. E 04.B 05. C produzido.
06. E 07. D 08. D 09.D 10.C
10-)Marcgrave acompanhou e anotou alguns fenô-
RESOLUÇÃO menos celestes = voz ativa com um verbo (sem auxiliar!),
então na passiva teremos dois: alguns fenômenos foram
1-) acompanhados e anotados por Marcgrave.
(A) O cúmulo da ilusão é também o cúmulo do sagrado.
(B) O conceito de espetáculo unifica e explica uma
IX - EMPREGO DOS PRONOMES.
grande diversidade de fenômenos.
- Uma grande diversidade de fenômenos é unificada e
explicada pelo conceito...
(C) O espetáculo é ao mesmo tempo parte da socieda- Pronome é a palavra que se usa em lugar do nome, ou
de, a própria sociedade e seu instrumento de unificação. a ele se refere, ou que acompanha o nome, qualificando-o
(D) As imagens fluem desligadas de cada aspecto da de alguma forma.
vida (...).
(E) Por ser algo separado, ele é o foco do olhar iludido A moça era mesmo bonita. Ela morava nos meus so-
e da falsa consciência. nhos!
[substituição do nome]

71
LÍNGUA PORTUGUESA

A moça que morava nos meus sonhos era mesmo bo- Os pronomes retos apresentam flexão de número, gê-
nita! nero (apenas na 3ª pessoa) e pessoa, sendo essa última a
[referência ao nome] principal flexão, uma vez que marca a pessoa do discurso.
Essa moça morava nos meus sonhos! Dessa forma, o quadro dos pronomes retos é assim confi-
[qualificação do nome] gurado:

Grande parte dos pronomes não possuem significados - 1ª pessoa do singular: eu


fixos, isto é, essas palavras só adquirem significação dentro - 2ª pessoa do singular: tu
de um contexto, o qual nos permite recuperar a referên- - 3ª pessoa do singular: ele, ela
cia exata daquilo que está sendo colocado por meio dos - 1ª pessoa do plural: nós
pronomes no ato da comunicação. Com exceção dos pro- - 2ª pessoa do plural: vós
nomes interrogativos e indefinidos, os demais pronomes - 3ª pessoa do plural: eles, elas
têm por função principal apontar para as pessoas do dis-
curso ou a elas se relacionar, indicando-lhes sua situação Atenção: esses pronomes não costumam ser usados
no tempo ou no espaço. Em virtude dessa característica, como complementos verbais na língua-padrão. Frases
os pronomes apresentam uma forma específica para cada
como “Vi ele na rua”, “Encontrei ela na praça”, “Trouxeram
pessoa do discurso.
eu até aqui”, comuns na língua oral cotidiana, devem ser
evitadas na língua formal escrita ou falada. Na língua for-
Minha carteira estava vazia quando eu fui assaltada.
[minha/eu: pronomes de 1ª pessoa = aquele que fala] mal, devem ser usados os pronomes oblíquos correspon-
Tua carteira estava vazia quando tu foste assaltada? dentes: “Vi-o na rua”, “Encontrei-a na praça”, “Trouxeram-
[tua/tu: pronomes de 2ª pessoa = aquele a quem se me até aqui”.
fala]
A carteira dela estava vazia quando ela foi assaltada.
[dela/ela: pronomes de 3ª pessoa = aquele de quem Obs.: frequentemente observamos a omissão do pro-
se fala] nome reto em Língua Portuguesa. Isso se dá porque as pró-
Em termos morfológicos, os pronomes são palavras prias formas verbais marcam, através de suas desinências,
variáveis em gênero (masculino ou feminino) e em núme- as pessoas do verbo indicadas pelo pronome reto: Fizemos
ro (singular ou plural). Assim, espera-se que a referência boa viagem. (Nós)
através do pronome seja coerente em termos de gênero
e número (fenômeno da concordância) com o seu objeto, Pronome Oblíquo
mesmo quando este se apresenta ausente no enunciado.
Pronome pessoal do caso oblíquo é aquele que, na
Fala-se de Roberta. Ele quer participar do desfile da nos- sentença, exerce a função de complemento verbal (objeto
sa escola neste ano. direto ou indireto) ou complemento nominal.
[nossa: pronome que qualifica “escola” = concordância Ofertaram-nos flores. (objeto indireto)
adequada]
[neste: pronome que determina “ano” = concordância Obs.: em verdade, o pronome oblíquo é uma forma
adequada] variante do pronome pessoal do caso reto. Essa variação
[ele: pronome que faz referência à “Roberta” = concor- indica a função diversa que eles desempenham na oração:
dância inadequada] pronome reto marca o sujeito da oração; pronome oblíquo
Existem seis tipos de pronomes: pessoais, possessivos, marca o complemento da oração.
demonstrativos, indefinidos, relativos e interrogativos. Os pronomes oblíquos sofrem variação de acordo com
a acentuação tônica que possuem, podendo ser átonos ou
Pronomes Pessoais
tônicos.
São aqueles que substituem os substantivos, indicando
diretamente as pessoas do discurso. Quem fala ou escreve Pronome Oblíquo Átono
assume os pronomes “eu” ou “nós”, usa os pronomes “tu”,
“vós”, “você” ou “vocês” para designar a quem se dirige e São chamados átonos os pronomes oblíquos que não
“ele”, “ela”, “eles” ou “elas” para fazer referência à pessoa são precedidos de preposição. Possuem acentuação tônica
ou às pessoas de quem fala. fraca: Ele me deu um presente.
Os pronomes pessoais variam de acordo com as fun- O quadro dos pronomes oblíquos átonos é assim con-
ções que exercem nas orações, podendo ser do caso reto figurado:
ou do caso oblíquo. - 1ª pessoa do singular (eu): me
- 2ª pessoa do singular (tu): te
Pronome Reto - 3ª pessoa do singular (ele, ela): o, a, lhe
- 1ª pessoa do plural (nós): nos
Pronome pessoal do caso reto é aquele que, na sen- - 2ª pessoa do plural (vós): vos
tença, exerce a função de sujeito ou predicativo do sujeito. - 3ª pessoa do plural (eles, elas): os, as, lhes
Nós lhe ofertamos flores.

72
LÍNGUA PORTUGUESA

Observações: - As preposições essenciais introduzem sempre prono-


O “lhe” é o único pronome oblíquo átono que já se mes pessoais do caso oblíquo e nunca pronome do caso
apresenta na forma contraída, ou seja, houve a união en- reto. Nos contextos interlocutivos que exigem o uso da
tre o pronome “o” ou “a” e preposição “a” ou “para”. Por língua formal, os pronomes costumam ser usados desta
acompanhar diretamente uma preposição, o pronome forma:
“lhe” exerce sempre a função de objeto indireto na oração. Não há mais nada entre mim e ti.
Os pronomes me, te, nos e vos podem tanto ser objetos Não se comprovou qualquer ligação entre ti e ela.
diretos como objetos indiretos. Não há nenhuma acusação contra mim.
Os pronomes o, a, os e as atuam exclusivamente como Não vá sem mim.
objetos diretos.
Os pronomes me, te, lhe, nos, vos e lhes podem combi- Atenção: Há construções em que a preposição, apesar
nar-se com os pronomes o, os, a, as, dando origem a for- de surgir anteposta a um pronome, serve para introduzir
mas como mo, mos , ma, mas; to, tos, ta, tas; lho, lhos, lha, uma oração cujo verbo está no infinitivo. Nesses casos, o
lhas; no-lo, no-los, no-la, no-las, vo-lo, vo-los, vo-la, vo-las. verbo pode ter sujeito expresso; se esse sujeito for um pro-
Observe o uso dessas formas nos exemplos que seguem: nome, deverá ser do caso reto.
- Trouxeste o pacote? Trouxeram vários vestidos para eu experimentar.
- Sim, entreguei-to ainda há pouco. Não vá sem eu mandar.
- Não contaram a novidade a vocês?
- Não, no-la contaram. - A combinação da preposição “com” e alguns prono-
mes originou as formas especiais comigo, contigo, consigo,
No português do Brasil, essas combinações não são conosco e convosco. Tais pronomes oblíquos tônicos fre-
usadas; até mesmo na língua literária atual, seu emprego quentemente exercem a função de adjunto adverbial de
é muito raro. companhia.
Atenção: Os pronomes o, os, a, as assumem formas Ele carregava o documento consigo.
especiais depois de certas terminações verbais. Quando o - As formas “conosco” e “convosco” são substituídas
verbo termina em -z, -s ou -r, o pronome assume a forma por “com nós” e “com vós” quando os pronomes pessoais
lo, los, la ou las, ao mesmo tempo que a terminação verbal são reforçados por palavras como outros, mesmos, próprios,
todos, ambos ou algum numeral.
é suprimida. Por exemplo:
Você terá de viajar com nós todos.
fiz + o = fi-lo
Estávamos com vós outros quando chegaram as más
fazeis + o = fazei-lo
notícias.
dizer + a = dizê-la
Ele disse que iria com nós três.
Quando o verbo termina em som nasal, o pronome as-
Pronome Reflexivo
sume as formas no, nos, na, nas. Por exemplo:
viram + o: viram-no
São pronomes pessoais oblíquos que, embora funcio-
repõe + os = repõe-nos nem como objetos direto ou indireto, referem-se ao sujeito
retém + a: retém-na da oração. Indicam que o sujeito pratica e recebe a ação
tem + as = tem-nas expressa pelo verbo.
O quadro dos pronomes reflexivos é assim configura-
Pronome Oblíquo Tônico do:
- 1ª pessoa do singular (eu): me, mim.
Os pronomes oblíquos tônicos são sempre precedidos Eu não me vanglorio disso.
por preposições, em geral as preposições a, para, de e com. Olhei para mim no espelho e não gostei do que vi.
Por esse motivo, os pronomes tônicos exercem a função
de objeto indireto da oração. Possuem acentuação tônica - 2ª pessoa do singular (tu): te, ti.
forte. Assim tu te prejudicas.
O quadro dos pronomes oblíquos tônicos é assim con- Conhece a ti mesmo.
figurado:
- 1ª pessoa do singular (eu): mim, comigo - 3ª pessoa do singular (ele, ela): se, si, consigo.
- 2ª pessoa do singular (tu): ti, contigo Guilherme já se preparou.
- 3ª pessoa do singular (ele, ela): ele, ela Ela deu a si um presente.
- 1ª pessoa do plural (nós): nós, conosco Antônio conversou consigo mesmo.
- 2ª pessoa do plural (vós): vós, convosco
- 3ª pessoa do plural (eles, elas): eles, elas - 1ª pessoa do plural (nós): nos.
Lavamo-nos no rio.
Observe que as únicas formas próprias do pronome tô-
nico são a primeira pessoa (mim) e segunda pessoa (ti). As - 2ª pessoa do plural (vós): vos.
demais repetem a forma do pronome pessoal do caso reto. Vós vos beneficiastes com a esta conquista.

73
LÍNGUA PORTUGUESA

- 3ª pessoa do plural (eles, elas): se, si, consigo.


Eles se conheceram.
Elas deram a si um dia de folga.

A Segunda Pessoa Indireta

A chamada segunda pessoa indireta manifesta-se quando utilizamos pronomes que, apesar de indicarem nosso inter-
locutor (portanto, a segunda pessoa), utilizam o verbo na terceira pessoa. É o caso dos chamados pronomes de tratamento,
que podem ser observados no quadro seguinte:

Pronomes de Tratamento

Vossa Alteza V. A. príncipes, duques


Vossa Eminência V. Ema.(s) cardeais
Vossa Reverendíssima V. Revma.(s) sacerdotes e bispos
Vossa Excelência V. Ex.ª (s) altas autoridades e oficiais-generais
Vossa Magnificência V. Mag.ª (s) reitores de universidades
Vossa Majestade V. M. reis e rainhas
Vossa Majestade Imperial V. M. I. Imperadores
Vossa Santidade V. S. Papa
Vossa Senhoria V. S.ª (s) tratamento cerimonioso
Vossa Onipotência V. O. Deus

Também são pronomes de tratamento o senhor, a senhora e você, vocês. “O senhor” e “a senhora” são empregados no
tratamento cerimonioso; “você” e “vocês”, no tratamento familiar. Você e vocês são largamente empregados no português
do Brasil; em algumas regiões, a forma tu é de uso frequente; em outras, pouco empregada. Já a forma vós tem uso restrito
à linguagem litúrgica, ultraformal ou literária.

Observações:
a) Vossa Excelência X Sua Excelência : os pronomes de tratamento que possuem “Vossa (s)” são empregados em rela-
ção à pessoa com quem falamos: Espero que V. Ex.ª, Senhor Ministro, compareça a este encontro.

*Emprega-se “Sua (s)” quando se fala a respeito da pessoa.
Todos os membros da C.P.I. afirmaram que Sua Excelência, o Senhor Presidente da República, agiu com propriedade.

- Os pronomes de tratamento representam uma forma indireta de nos dirigirmos aos nossos interlocutores. Ao tratar-
mos um deputado por Vossa Excelência, por exemplo, estamos nos endereçando à excelência que esse deputado suposta-
mente tem para poder ocupar o cargo que ocupa.

- 3ª pessoa: embora os pronomes de tratamento dirijam-se à 2ª pessoa, toda a concordância deve ser feita com a
3ª pessoa. Assim, os verbos, os pronomes possessivos e os pronomes oblíquos empregados em relação a eles devem ficar
na 3ª pessoa.
Basta que V. Ex.ª cumpra a terça parte das suas promessas, para que seus eleitores lhe fiquem reconhecidos.

- Uniformidade de Tratamento: quando escrevemos ou nos dirigimos a alguém, não é permitido mudar, ao longo do
texto, a pessoa do tratamento escolhida inicialmente. Assim, por exemplo, se começamos a chamar alguém de “você”, não
poderemos usar “te” ou “teu”. O uso correto exigirá, ainda, verbo na terceira pessoa.
Quando você vier, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos teus cabelos. (errado)
Quando você vier, eu a abraçarei e enrolar-me-ei nos seus cabelos. (correto)
Quando tu vieres, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos teus cabelos. (correto)

Pronomes Possessivos

São palavras que, ao indicarem a pessoa gramatical (possuidor), acrescentam a ela a ideia de posse de algo (coisa
possuída).
Este caderno é meu. (meu = possuidor: 1ª pessoa do singular)

74
LÍNGUA PORTUGUESA

NÚMERO PESSOA PRONOME Atenção: em situações de fala direta (tanto ao vivo


singular primeira meu(s), minha(s) quanto por meio de correspondência, que é uma moda-
singular segunda teu(s), tua(s) lidade escrita de fala), são particularmente importantes o
singular terceira seu(s), sua(s) este e o esse - o primeiro localiza os seres em relação ao
plural primeira nosso(s), nossa(s) emissor; o segundo, em relação ao destinatário. Trocá-los
plural segunda vosso(s), vossa(s) pode causar ambiguidade.
plural terceira seu(s), sua(s) Dirijo-me a essa universidade com o objetivo de solicitar
informações sobre o concurso vestibular. (trata-se da univer-
Note que: A forma do possessivo depende da pessoa sidade destinatária).
gramatical a que se refere; o gênero e o número concor- Reafirmamos a disposição desta universidade em parti-
dam com o objeto possuído: Ele trouxe seu apoio e sua con- cipar no próximo Encontro de Jovens. (trata-se da universi-
tribuição naquele momento difícil. dade que envia a mensagem).

Observações: No tempo:
1 - A forma “seu” não é um possessivo quando resul- Este ano está sendo bom para nós. O pronome este se
tar da alteração fonética da palavra senhor: Muito obrigado, refere ao ano presente.
seu José. Esse ano que passou foi razoável. O pronome esse se
refere a um passado próximo.
2 - Os pronomes possessivos nem sempre indicam Aquele ano foi terrível para todos. O pronome aquele
posse. Podem ter outros empregos, como: está se referindo a um passado distante.
a) indicar afetividade: Não faça isso, minha filha.
- Os pronomes demonstrativos podem ser variáveis ou
b) indicar cálculo aproximado: Ele já deve ter seus 40 invariáveis, observe:
anos. Variáveis: este(s), esta(s), esse(s), essa(s), aquele(s), aque-
la(s).
c) atribuir valor indefinido ao substantivo: Marisa tem Invariáveis: isto, isso, aquilo.
lá seus defeitos, mas eu gosto muito dela.
- Também aparecem como pronomes demonstrativos:
3- Em frases onde se usam pronomes de tratamento, - o(s), a(s): quando estiverem antecedendo o “que” e
o pronome possessivo fica na 3ª pessoa: Vossa Excelência puderem ser substituídos por aquele(s), aquela(s), aquilo.
trouxe sua mensagem? Não ouvi o que disseste. (Não ouvi aquilo que disseste.)
Essa rua não é a que te indiquei. (Esta rua não é aquela
4- Referindo-se a mais de um substantivo, o possessi- que te indiquei.)
vo concorda com o mais próximo: Trouxe-me seus livros e
anotações. - mesmo(s), mesma(s): Estas são as mesmas pessoas
que o procuraram ontem.
5- Em algumas construções, os pronomes pessoais
oblíquos átonos assumem valor de possessivo: Vou seguir- - próprio(s), própria(s): Os próprios alunos resolveram
lhe os passos. (= Vou seguir seus passos.) o problema.

Pronomes Demonstrativos - semelhante(s): Não compre semelhante livro.

Os pronomes demonstrativos são utilizados para ex- - tal, tais: Tal era a solução para o problema.
plicitar a posição de uma certa palavra em relação a outras
ou ao contexto. Essa relação pode ocorrer em termos de Note que:
espaço, no tempo ou discurso. - Não raro os demonstrativos aparecem na frase, em
No espaço: construções redundantes, com finalidade expressiva, para
Compro este carro (aqui). O pronome este indica que o salientar algum termo anterior. Por exemplo: Manuela, essa
carro está perto da pessoa que fala. é que dera em cheio casando com o José Afonso. Desfrutar
Compro esse carro (aí). O pronome esse indica que o das belezas brasileiras, isso é que é sorte!
carro está perto da pessoa com quem falo, ou afastado da
pessoa que fala. - O pronome demonstrativo neutro ou pode represen-
Compro aquele carro (lá). O pronome aquele diz que tar um termo ou o conteúdo de uma oração inteira, caso
o carro está afastado da pessoa que fala e daquela com em que aparece, geralmente, como objeto direto, predi-
quem falo. cativo ou aposto: O casamento seria um desastre. Todos o
pressentiam.

75
LÍNGUA PORTUGUESA

- Para evitar a repetição de um verbo anteriormente Variáveis = algum, nenhum, todo, muito, pouco, vário,
expresso, é comum empregar-se, em tais casos, o verbo tanto, outro, quanto, alguma, nenhuma, toda, muita, pouca,
fazer, chamado, então, verbo vicário (= que substitui, que vária, tanta, outra, quanta, qualquer, quaisquer, alguns, ne-
faz as vezes de): Ninguém teve coragem de falar antes que nhuns, todos, muitos, poucos, vários, tantos, outros, quantos,
ela o fizesse. algumas, nenhumas, todas, muitas, poucas, várias, tantas,
outras, quantas.
- Em frases como a seguinte, este se refere à pessoa Invariáveis = alguém, ninguém, outrem, tudo, nada,
mencionada em último lugar; aquele, à mencionada em algo, cada.
primeiro lugar: O referido deputado e o Dr. Alcides eram
amigos íntimos; aquele casado, solteiro este. [ou então: este São locuções pronominais indefinidas:
solteiro, aquele casado]
cada qual, cada um, qualquer um, quantos quer (que),
- O pronome demonstrativo tal pode ter conotação quem quer (que), seja quem for, seja qual for, todo aquele
irônica: A menina foi a tal que ameaçou o professor? (que), tal qual (= certo), tal e qual, tal ou qual, um ou outro,
uma ou outra, etc.
- Pode ocorrer a contração das preposições a, de, em Cada um escolheu o vinho desejado.
com pronome demonstrativo: àquele, àquela, deste, desta,
disso, nisso, no, etc: Não acreditei no que estava vendo. (no Indefinidos Sistemáticos
= naquilo)
Ao observar atentamente os pronomes indefinidos,
Pronomes Indefinidos percebemos que existem alguns grupos que criam oposi-
ção de sentido. É o caso de: algum/alguém/algo, que têm
São palavras que se referem à terceira pessoa do dis- sentido afirmativo, e nenhum/ninguém/nada, que têm
curso, dando-lhe sentido vago (impreciso) ou expressando sentido negativo; todo/tudo, que indicam uma totalidade
quantidade indeterminada. afirmativa, e nenhum/nada, que indicam uma totalidade
Alguém entrou no jardim e destruiu as mudas recém negativa; alguém/ninguém, que se referem à pessoa, e
-plantadas. algo/nada, que se referem à coisa; certo, que particulariza,
e qualquer, que generaliza.
Não é difícil perceber que “alguém” indica uma pessoa Essas oposições de sentido são muito importantes na
de quem se fala (uma terceira pessoa, portanto) de forma construção de frases e textos coerentes, pois delas muitas
imprecisa, vaga. É uma palavra capaz de indicar um ser hu- vezes dependem a solidez e a consistência dos argumen-
mano que seguramente existe, mas cuja identidade é des- tos expostos. Observe nas frases seguintes a força que os
conhecida ou não se quer revelar. Classificam-se em: pronomes indefinidos destacados imprimem às afirmações
- Pronomes Indefinidos Substantivos: assumem o lu- de que fazem parte:
gar do ser ou da quantidade aproximada de seres na frase. Nada do que tem sido feito produziu qualquer resultado
São eles: algo, alguém, fulano, sicrano, beltrano, nada, nin- prático.
guém, outrem, quem, tudo. Certas pessoas conseguem perceber sutilezas: não são
Algo o incomoda? pessoas quaisquer.
Quem avisa amigo é.
Pronomes Relativos
- Pronomes Indefinidos Adjetivos: qualificam um ser
expresso na frase, conferindo-lhe a noção de quantidade São aqueles que representam nomes já mencionados
aproximada. São eles: cada, certo(s), certa(s). anteriormente e com os quais se relacionam. Introduzem
Cada povo tem seus costumes. as orações subordinadas adjetivas.
Certas pessoas exercem várias profissões. O racismo é um sistema que afirma a superioridade de
um grupo racial sobre outros.
Note que: Ora são pronomes indefinidos substantivos, (afirma a superioridade de um grupo racial sobre ou-
ora pronomes indefinidos adjetivos: tros = oração subordinada adjetiva).
algum, alguns, alguma(s), bastante(s) (= muito, muitos), O pronome relativo “que” refere-se à palavra “sistema”
demais, mais, menos, muito(s), muita(s), nenhum, nenhuns, e introduz uma oração subordinada. Diz-se que a palavra
nenhuma(s), outro(s), outra(s), pouco(s), pouca(s), qualquer, “sistema” é antecedente do pronome relativo que.
quaisquer, qual, que, quanto(s), quanta(s), tal, tais, tanto(s), O antecedente do pronome relativo pode ser o prono-
tanta(s), todo(s), toda(s), um, uns, uma(s), vários, várias. me demonstrativo o, a, os, as.
Menos palavras e mais ações. Não sei o que você está querendo dizer.
Alguns se contentam pouco. Às vezes, o antecedente do pronome relativo não vem
expresso.
Os pronomes indefinidos podem ser divididos em va- Quem casa, quer casa.
riáveis e invariáveis. Observe:

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LÍNGUA PORTUGUESA

Observe: Sinto saudades da época em que (quando) morávamos


Pronomes relativos variáveis = o qual, cujo, quanto, os no exterior.
quais, cujos, quantos, a qual, cuja, quanta, as quais, cujas, - Podem ser utilizadas como pronomes relativos as pa-
quantas. lavras:
Pronomes relativos invariáveis = quem, que, onde. - como (= pelo qual): Não me parece correto o modo
como você agiu semana passada.
Note que: - quando (= em que): Bons eram os tempos quando po-
- O pronome “que” é o relativo de mais largo emprego, díamos jogar videogame.
sendo por isso chamado relativo universal. Pode ser subs-
tituído por o qual, a qual, os quais, as quais, quando seu - Os pronomes relativos permitem reunir duas orações
antecedente for um substantivo. numa só frase.
O trabalho que eu fiz refere-se à corrupção. (= o qual) O futebol é um esporte.
A cantora que acabou de se apresentar é péssima. (= a O povo gosta muito deste esporte.
qual) O futebol é um esporte de que o povo gosta muito.
Os trabalhos que eu fiz referem-se à corrupção. (= os
quais) - Numa série de orações adjetivas coordenadas, pode
As cantoras que se apresentaram eram péssimas. (= as ocorrer a elipse do relativo “que”: A sala estava cheia de
quais) gente que conversava, (que) ria, (que) fumava.

- O qual, os quais, a qual e as quais são exclusivamente Pronomes Interrogativos


pronomes relativos: por isso, são utilizados didaticamente
para verificar se palavras como “que”, “quem”, “onde” (que São usados na formulação de perguntas, sejam elas di-
podem ter várias classificações) são pronomes relativos. retas ou indiretas. Assim como os pronomes indefinidos,
Todos eles são usados com referência à pessoa ou coisa referem- -se à 3ª pessoa do discurso de modo
por motivo de clareza ou depois de determinadas preposi- impreciso. São pronomes interrogativos: que, quem, qual
ções: Regressando de São Paulo, visitei o sítio de minha tia, (e variações), quanto (e variações).
o qual me deixou encantado. (O uso de “que”, neste caso, Quem fez o almoço?/ Diga-me quem fez o almoço.
geraria ambiguidade.) Qual das bonecas preferes? / Não sei qual das bonecas
Essas são as conclusões sobre as quais pairam mui- preferes.
tas dúvidas? (Não se poderia usar “que” depois de sobre.) Quantos passageiros desembarcaram? / Pergunte quan-
tos passageiros desembarcaram.
- O relativo “que” às vezes equivale a o que, coisa que, e
se refere a uma oração: Não chegou a ser padre, mas deixou Sobre os pronomes:
de ser poeta, que era a sua vocação natural.
O pronome pessoal é do caso reto quando tem função
- O pronome “cujo” não concorda com o seu antece- de sujeito na frase. O pronome pessoal é do caso oblíquo
dente, mas com o consequente. Equivale a do qual, da qual, quando desempenha função de complemento. Vamos en-
dos quais, das quais. tender, primeiramente, como o pronome pessoal surge na
Este é o caderno cujas folhas estão rasgadas. frase e que função exerce. Observe as orações:
(antecedente) (consequente) 1. Eu não sei essa matéria, mas ele irá me ajudar.
2. Maria foi embora para casa, pois não sabia se devia
- “Quanto” é pronome relativo quando tem por antece- lhe ajudar.
dente um pronome indefinido: tanto (ou variações) e tudo:
Emprestei tantos quantos foram necessários. Na primeira oração os pronomes pessoais “eu” e “ele”
(antecedente) exercem função de sujeito, logo, são pertencentes ao caso
Ele fez tudo quanto havia falado. reto. Já na segunda oração, observamos o pronome “lhe”
(antecedente) exercendo função de complemento, e, consequentemente,
é do caso oblíquo.
- O pronome “quem” se refere a pessoas e vem sempre Os pronomes pessoais indicam as pessoas do discurso,
precedido de preposição. o pronome oblíquo “lhe”, da segunda oração, aponta para
É um professor a quem muito devemos. a segunda pessoa do singular (tu/você): Maria não sabia se
(preposição) devia ajudar.... Ajudar quem? Você (lhe).

- “Onde”, como pronome relativo, sempre possui an- Importante: Em observação à segunda oração, o em-
tecedente e só pode ser utilizado na indicação de lugar: A prego do pronome oblíquo “lhe” é justificado antes do ver-
casa onde morava foi assaltada. bo intransitivo “ajudar” porque o pronome oblíquo pode
- Na indicação de tempo, deve-se empregar quando estar antes, depois ou entre locução verbal, caso o verbo
ou em que. principal (no caso “ajudar”) esteja no infinitivo ou gerúndio.

77
LÍNGUA PORTUGUESA

Eu desejo lhe perguntar algo. - O verbo estiver no imperativo afirmativo:


Eu estou perguntando-lhe algo. Amem-se uns aos outros.
Sigam-me e não terão derrotas.
Os pronomes pessoais oblíquos podem ser átonos ou - O verbo iniciar a oração:
tônicos: os primeiros não são precedidos de preposição, Diga-lhe que está tudo bem.
diferentemente dos segundos que são sempre precedidos Chamaram-me para ser sócio.
de preposição.
- Pronome oblíquo átono: Joana me perguntou o que - O verbo estiver no infinitivo impessoal regido da pre-
eu estava fazendo. posição “a”:
- Pronome oblíquo tônico: Joana perguntou para mim Naquele instante os dois passaram a odiar-se.
o que eu estava fazendo. Passaram a cumprimentar-se mutuamente.

Colocação Pronominal - O verbo estiver no gerúndio:


Não quis saber o que aconteceu, fazendo-se de despreo-
A colocação pronominal é a posição que os prono- cupada.
mes pessoais oblíquos átonos ocupam na frase em relação Despediu-se, beijando-me a face.
ao verbo a que se referem. São pronomes oblíquos átonos:
me, te, se, o, os, a, as, lhe, lhes, nos e vos. - Houver vírgula ou pausa antes do verbo:
O pronome oblíquo átono pode assumir três posições Se passar no concurso em outra cidade, mudo-me no
na oração em relação ao verbo: mesmo instante.
1. próclise: pronome antes do verbo Se não tiver outro jeito, alisto-me nas forças armadas.
2. ênclise: pronome depois do verbo
3. mesóclise: pronome no meio do verbo Mesóclise
Próclise A mesóclise acontece quando o verbo está flexionado
no futuro do presente ou no futuro do pretérito:
A próclise é aplicada antes do verbo quando temos:
A prova realizar-se-á neste domingo pela manhã. (= ela
- Palavras com sentido negativo:
se realizará)
Nada me faz querer sair dessa cama.
Far-lhe-ei uma proposta irrecusável. (= eu farei uma
Não se trata de nenhuma novidade.
proposta a você)
- Advérbios:
Questões sobre Pronome
Nesta casa se fala alemão.
Naquele dia me falaram que a professora não veio.
01. (Escrevente TJ SP – Vunesp/2012).
- Pronomes relativos: Restam dúvidas sobre o crescimento verde. Primeiro, não
A aluna que me mostrou a tarefa não veio hoje. está claro até onde pode realmente chegar uma política ba-
Não vou deixar de estudar os conteúdos que me falaram. seada em melhorar a eficiência sem preços adequados para
o carbono, a água e (na maioria dos países pobres) a terra.
- Pronomes indefinidos: É verdade que mesmo que a ameaça dos preços do carbono
Quem me disse isso? e da água faça em si diferença, as companhias não podem
Todos se comoveram durante o discurso de despedida. suportar ter de pagar, de repente, digamos, 40 dólares por
tonelada de carbono, sem qualquer preparação. Portanto,
- Pronomes demonstrativos: elas começam a usar preços-sombra. Ainda assim, ninguém
Isso me deixa muito feliz! encontrou até agora uma maneira de quantificar adequada-
Aquilo me incentivou a mudar de atitude! mente os insumos básicos. E sem eles a maioria das políticas
de crescimento verde sempre será a segunda opção.
- Preposição seguida de gerúndio: (Carta Capital, 27.06.2012. Adaptado)
Em se tratando de qualidade, o Brasil Escola é o site mais Os pronomes “elas” e “eles”, em destaque no texto, re-
indicado à pesquisa escolar. ferem- -se, respectivamente, a
(A) dúvidas e preços.
- Conjunção subordinativa: (B) dúvidas e insumos básicos.
Vamos estabelecer critérios, conforme lhe avisaram. (C) companhias e insumos básicos.
(D) companhias e preços do carbono e da água.
Ênclise (E) políticas de crescimento e preços adequados.

A ênclise é empregada depois do verbo. A norma culta 02. (Agente de Apoio Administrativo – FCC – 2013-
não aceita orações iniciadas com pronomes oblíquos áto- adap.). Fazendo-se as alterações necessárias, o trecho gri-
nos. A ênclise vai acontecer quando: fado está corretamente substituído por um pronome em:

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LÍNGUA PORTUGUESA

A) ...sei tratar tipos como o senhor. − sei tratá-lo A) a que … acaba … à


B) ...erguendo os braços desalentado... − erguendo- B) com que … acabam … à
lhes desalentado C) de que … acabam … a
C) ...que tem de conhecer as leis do país? − que tem D) em que … acaba … a
de conhecê-lo? E) dos quais … acaba … à
D) ...não parecia ser um importante industrial... − não
parecia ser-lhe 08. (Agente de Apoio Socioeducativo – VUNESP –
E) incomodaram o general... − incomodaram-no 2013-adap.). Assinale a alternativa que substitui, correta e
respectivamente, as lacunas do trecho.
03.(Agente de Defensoria Pública – FCC – 2013-adap.). ______alguns anos, num programa de televisão, uma jo-
A substituição do elemento grifado pelo pronome cor- vem fazia referência______ violência______ o brasileiro estava
respondente, com os necessários ajustes, foi realizada de sujeito de forma cômica.
modo INCORRETO em: A) Fazem... a ... de que
A) mostrando o rio= mostrando-o. B) Faz ...a ... que
B) como escolher sítio= como escolhê-lo. C) Fazem ...à ... com que
C) transpor [...] as matas espessas= transpor-lhes. D) Faz ...à ... que
D) Às estreitas veredas[...] nada acrescentariam = E) Faz ...à ... a que
nada lhes acrescentariam.
E) viu uma dessas marcas= viu uma delas. 09. (TRF 3ª região- Técnico Judiciário - /2014)
As sereias então devoravam impiedosamente os tripu-
04. (Papiloscopista Policial – Vunesp – 2013). Assinale a lantes.
alternativa em que o pronome destacado está posicionado ... ele conseguiu impedir a tripulação de perder a ca-
de acordo com a norma-padrão da língua. beça...
(A) Ela não lembrava-se do caminho de volta. ... e fez de tudo para convencer os tripulantes...
(B) A menina tinha distanciado-se muito da família. Fazendo-se as alterações necessárias, os segmentos
(C) A garota disse que perdeu-se dos pais. grifados acima foram corretamente substituídos por um
(D) O pai alegrou-se ao encontrar a filha. pronome, na ordem dada, em:
(E) Ninguém comprometeu-se a ajudar a criança.
(A) devoravam-nos − impedi-la − convencê-los
(B) devoravam-lhe − impedi-las − convencer-lhes
05. (Escrevente TJ SP – Vunesp 2011). Assinale a alter-
(C) devoravam-no − impedi-las − convencer-lhes
nativa cujo emprego do pronome está em conformidade
(D) devoravam-nos − impedir-lhe − convencê-los
com a norma padrão da língua.
(E) devoravam-lhes − impedi-la − convencê-los
(A) Não autorizam-nos a ler os comentários sigilosos.
(B) Nos falaram que a diplomacia americana está aba-
10. (Agente de Vigilância e Recepção – VUNESP – 2013-
lada.
(C) Ninguém o informou sobre o caso WikiLeaks. adap.). No trecho, – Em ambos os casos, as câmeras dos es-
(D) Conformado, se rendeu às punições. tabelecimentos felizmente comprovam os acontecimentos,
(E) Todos querem que combata-se a corrupção. e testemunhas vão ajudar a polícia na investigação. – de
acordo com a norma-padrão, os pronomes que substi-
06. (Papiloscopista Policial = Vunesp - 2013). Assinale tuem, corretamente, os termos em destaque são:
a alternativa correta quanto à colocação pronominal, de A) os comprovam … ajudá-la.
acordo com a norma-padrão da língua portuguesa. B) os comprovam …ajudar-la.
(A) Para que se evite perder objetos, recomenda-se C) os comprovam … ajudar-lhe.
que eles sejam sempre trazidos junto ao corpo. D) lhes comprovam … ajudar-lhe.
(B) O passageiro ao lado jamais imaginou-se na situa- E) lhes comprovam … ajudá-la.
ção de ter de procurar a dona de uma bolsa perdida.
(C) Nos sentimos impotentes quando não consegui- GABARITO
mos restituir um objeto à pessoa que o perdeu.
(D) O homem se indignou quando propuseram-lhe 01. C 02. E 03. C 04. D 05. C
que abrisse a bolsa que encontrara. 06. A 07. C 08. E 09. A 10. A
(E) Em tratando-se de objetos encontrados, há uma
tendência natural das pessoas em devolvê-los a seus do- RESOLUÇÃO
nos.
1-) Restam dúvidas sobre o crescimento verde. Primei-
07. (Agente de Apoio Operacional – VUNESP – 2013). ro, não está claro até onde pode realmente chegar uma
Há pessoas que, mesmo sem condições, compram produ- política baseada em melhorar a eficiência sem preços ade-
tos______ não necessitam e______ tendo de pagar tudo______ quados para o carbono, a água e (na maioria dos países
prazo. pobres) a terra. É verdade que mesmo que a ameaça dos
Assinale a alternativa que preenche as lacunas, correta preços do carbono e da água faça em si diferença, as com-
e respectivamente, considerando a norma culta da língua. panhias não podem suportar ter de pagar, de repente, di-

79
LÍNGUA PORTUGUESA

gamos, 40 dólares por tonelada de carbono, sem qualquer 10-) – Em ambos os casos, as câmeras dos estabeleci-
preparação. Portanto, elas começam a usar preços-som- mentos felizmente comprovam os acontecimentos, e teste-
bra. Ainda assim, ninguém encontrou até agora uma ma- munhas vão ajudar a polícia na investigação.
neira de quantificar adequadamente os insumos básicos. felizmente os comprovam ... ajudá-la
E sem eles a maioria das políticas de crescimento verde (advérbio)
sempre será a segunda opção.

2-) X - SINTAXE: TERMOS ESSENCIAIS,


A) ...sei tratar tipos como o senhor. − sei tratá-los INTEGRANTES E ACESSÓRIOS DA ORAÇÃO
B) ...erguendo os braços desalentado... − erguendo-os
desalentado
C) ...que tem de conhecer as leis do país? − que tem de
conhecê-las ? O princípio é o verbo.
D) ...não parecia ser um importante industrial... − não
parecia sê-lo Essa é a premissa fundamental da Sintaxe, que é a parte
da gramática que estuda as palavras enquanto elementos
3-) transpor [...] as matas espessas= transpô-las de uma frase, as suas relações de concordância, de subor-
4-) dinação e de ordem. Significa que, ao se realizar a análise
(A) Ela não se lembrava do caminho de volta. sintática de uma oração, sempre se inicia pelo verbo. É a
(B) A menina tinha se distanciado muito da família. partir dele que se descobre qual o sujeito da oração, se há a
(C) A garota disse que se perdeu dos pais. indicação de qualidade, estado ou modo de ser do sujeito,
(E) Ninguém se comprometeu a ajudar a criança se ele pratica uma ação ou se a sofre, se há complemento
verbal, se há circunstância (adjunto adverbial), etc.
5-) Nem sempre o verbo se apresenta sozinho em uma
(A) Não nos autorizam a ler os comentários sigilosos. oração. Em muitos casos, surgem dois ou mais verbos jun-
tos, para indicar que se pratica ou se sofre uma ação, ou
(B) Falaram-nos que a diplomacia americana está aba-
que o sujeito possui uma qualidade. A essa junção, dá-se
lada.
o nome de locução verbal. Toda locução verbal é formada
(D) Conformado, rendeu-se às punições.
por um verbo auxiliar (ou mais de um) e um verbo principal
(E) Todos querem que se combata a corrupção.
(somente um).
O verbo auxiliar é o que se relaciona com o sujeito,
6-)
por isso concorda com este, ou seja, se o sujeito estiver
(B) O passageiro ao lado jamais se imaginou na situa-
no singular, o verbo auxiliar também ficará no singular; se
ção de ter de procurar a dona de uma bolsa perdida. o sujeito estiver no plural, o verbo auxiliar também ficará
(C) Sentimo-nos impotentes quando não conseguimos no plural. Na Língua Portuguesa os verbos auxiliares são os
restituir um objeto à pessoa que o perdeu. seguintes: ser, estar, ter, haver, dever, poder, ir, dentre outros.
(D) O homem indignou-se quando lhe propuseram O verbo principal é o que indica se o sujeito possui uma
que abrisse a bolsa que encontrara. qualidade, se ele pratica uma ação ou se a sofre. É o mais
(E) Em se tratando de objetos encontrados, há uma importante da locução. Na Língua Portuguesa, o verbo
tendência natural das pessoas em devolvê-los a seus do- principal surge sempre no infinitivo (terminado em –ar, -er,
nos. ou –ir), no gerúndio (terminado em –ndo) ou no particípio
(terminado em –ado ou –ido, dentre outras terminações).
7-) Há pessoas que, mesmo sem condições, compram Veja alguns exemplos de locuções verbais:
produtos de que não necessitam e acabam tendo Os funcionários FORAM CONVOCADOS pelo diretor.
de pagar tudo a prazo. (aux.: SER; princ.: CONVOCAR)
Os estudantes ESTÃO RESPONDENDO às questões.
8-) Faz alguns anos, num programa de televisão, uma (aux.: ESTAR; princ.: RESPONDER)
jovem fazia referência à violência a que o brasileiro Os trabalhadores TÊM ENFRENTADO muitos proble-
estava sujeito de forma cômica. mas.(aux.: TER; princ.: ENFRENTAR)
Faz, no sentido de tempo passado = sempre no sin- O vereador HAVIA DENUNCIADO seus companheiros.
gular (aux.: HAVER; princ.: DENUNCIAR)
Os alunos DEVEM ESTUDAR todos os dias. (aux.: DEVER;
9-) princ.: ESTUDAR)
devoravam - verbo terminado em “m” = pronome
oblíquo no/na (fizeram-na, colocaram-no) Sujeito:
impedir - verbo transitivo direto = pede objeto direto;
“lhe” é para objeto indireto Para se descobrir qual o sujeito do verbo (ou da locu-
convencer - verbo transitivo direto = pede objeto dire- ção verbal), deve-se perguntar a ele (ou a ela) o seguinte:
to; “lhe” é para objeto indireto Que(m) é que ..........? A resposta será o sujeito. Por exemplo,
(A) devoravam-nos − impedi-la − convencê-los analisemos a primeira frase dentre as apresentadas acima:

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LÍNGUA PORTUGUESA

Os funcionários foram convocados pelo diretor. É importante salientar que um verbo só será TRAN-
O princípio é o verbo. Procura-se, portanto, o verbo: é SITIVO se houver complemento (objeto direto ou objeto
a locução verbal foram convocados. - - Pergunta-se a ela: indireto). A análise de um verbo depende, portanto, do
Que(m) é que foi convocado? ambiente sintático em que ele se encontra. Um verbo que
- Resposta: Os funcionários. aparentemente seja transitivo direto pode ser, na realida-
- O sujeito da oração, então, é o seguinte: os funcioná- de, intransitivo, caso não haja complemento. Por exemplo,
rios. observe a seguinte frase:
Encontrado o sujeito, parte-se para a análise do verbo: O pior cego é aquele que não quer ver.
Se ele indicar que o sujeito possui uma qualidade, um O verbo “ver” é, aparentemente, transitivo direto, uma
estado ou um modo de ser, sem praticar ação alguma, será vez que se encaixa na frase Quem vê, vê algo. Ocorre, po-
denominado de VERBO DE LIGAÇÃO. Os verbos de ligação rém, que não há o “algo”. O pior cego é aquele que não
mais comuns são os seguintes: ser, estar, parecer, ficar, per- quer ver o quê? Não aparece na oração; não há, portanto,
manecer e continuar. Não se esqueça, porém, de que só o objeto direto. Como não o há, o verbo não pode ser tran-
será verbo de ligação o que indicar qualidade, estado ou sitivo direto, e sim intransitivo.
modo de ser do sujeito, sem praticar ação alguma. Observe Observe, agora, esta frase: Quem dá aos pobres, empres-
as seguintes frases: ta a Deus.
O político continuou seu discurso mesmo com todas as Os verbos “dar” e “emprestar” são, aparentemente,
vaias recebidas. transitivos diretos e indiretos, uma vez que se encaixam nas
Continuar, nesta frase, não é de ligação já que não indi- frases Quem dá, dá algo a alguém e Quem empresta, em-
ca qualidade do sujeito, e sim ação. presta algo a alguém. Ocorre, porém, que não há o “algo”.
Quem dá o que aos pobres empresta o que a Deus? Não
A professora estava na sala de aula. aparece na oração; não há, portanto, o objeto direto. Como
Estar, nesta frase, não é de ligação já que não indica não o há, os verbos não podem ser transitivos diretos e
qualidade do sujeito, e sim fato. indiretos, e sim somente transitivos indiretos.
A garota estava muito alegre.
Estar é verbo de ligação porque indica qualidade do FONTE: http://www.gramaticaonline.com.br/texto/1231
sujeito.
Questões sobre Análise Sintática
Se o verbo indicar que o sujeito pratica uma ação, ou
01. (Agente de Apoio Administrativo – FCC – 2013). Os
que participa ativamente de um fato, será denominado de
trabalhadores passaram mais tempo na escola...
VERBO INTRANSITIVO ou VERBO TRANSITIVO, de acordo
O segmento grifado acima possui a mesma função sin-
com o seguinte:
tática que o destacado em:
A) ...o que reduz a média de ganho da categoria.
- Quem ............ , ................. : Todo verbo que se encaixar
B) ...houve mais ofertas de trabalhadores dessa classe.
nessa frase será INTRANSITIVO. Por exemplo, o verbo cor-
C) O crescimento da escolaridade também foi impul-
rer: Quem corre, corre. sionado...
D) ...elevando a fatia dos brasileiros com ensino mé-
- Quem ............ , ................. algo/alguém: Todo verbo dio...
que se encaixar nessa frase será TRANSITIVO DIRETO. Por E) ...impulsionado pelo aumento do número de uni-
exemplo, o verbo comer: Quem come, come algo; ou o ver- versidades...
bo amar: Quem ama, ama alguém.
02.(Agente de Defensoria Pública – FCC – 2013). Donos
- Quem ............ , ................. + prep. + algo/alguém: Todo de uma capacidade de orientação nas brenhas selvagens [...],
verbo que se encaixar nessa frase será TRANSITIVO INDI- sabiam os paulistas como...
RETO. Por exemplo, o verbo gostar: Quem gosta, gosta de O segmento em destaque na frase acima exerce a mes-
algo ou de alguém. As preposições mais comuns são as ma função sintática que o elemento grifado em:
seguintes: a, de, em, por, para, sem e com. A) Nas expedições breves serviam de balizas ou mos-
tradores para a volta.
- Quem ............ , ................. algo/alguém + prep. + algo/ B) Às estreitas veredas e atalhos [...], nada acrescenta-
alguém: Todo verbo que se encaixar nessa frase será TRAN- riam aqueles de considerável...
SITIVO DIRETO E INDIRETO - também denominado de BI- C) Só a um olhar muito exercitado seria perceptível o
TRANSITIVO. Por exemplo, o verbo mostrar: Quem mostra, sinal.
mostra algo a alguém; ou o verbo informar: Quem informa, D) Uma sequência de tais galhos, em qualquer flores-
informa alguém de algo ou Quem informa, informa algo a ta, podia significar uma pista.
alguém. E) Alguns mapas e textos do século XVII apresentam-
nos a vila de São Paulo como centro...

81
LÍNGUA PORTUGUESA

03. Há complemento nominal em: RESOLUÇÃO


A)Você devia vir cá fora receber o beijo da madrugada.
B)... embora fosse quase certa a sua possibilidade de 1-) Os trabalhadores passaram mais tempo na escola
ganhar a vida. = SUJEITO
C)Ela estava na janela do edifício. A) ...o que reduz a média de ganho da categoria. = ob-
D)... sem saber ao certo se gostávamos dele. jeto direto
E)Pouco depois começaram a brincar de bandido e mo- B) ...houve mais ofertas de trabalhadores dessa classe.
cinho de cinema. = objeto direto
C) O crescimento da escolaridade também foi impulsio-
04. (ESPM-SP) Em “esta lhe deu cem mil contos”, o ter- nado... = sujeito paciente
mo destacado é: D) ...elevando a fatia dos brasileiros com ensino médio...
A) pronome possessivo = objeto direto
B) complemento nominal E) ...impulsionado pelo aumento do número de univer-
C) objeto indireto sidades... = agente da passiva
D) adjunto adnominal
E) objeto direto 2-) Donos de uma capacidade de orientação nas bre-
nhas selvagens [...], sabiam os paulistas como... = SUJEITO
05. Assinale a alternativa correta e identifique o sujeito A) Nas expedições breves = ADJUNTO ADVERBIAL
das seguintes orações em relação aos verbos destacados: B) nada acrescentariam aqueles de considerável...= ad-
- Amanhã teremos uma palestra sobre qualidade de junto adverbial
vida. C) seria perceptível o sinal. = predicativo
- Neste ano, quero prestar serviço voluntário. D) Uma sequência de tais galhos = sujeito
E) apresentam-nos a vila de São Paulo como = objeto
A)Tu – vós direto
B)Nós – eu
C)Vós – nós 3-)
D) Ele - tu A) o beijo da madrugada. = adjunto adnominal
B)a sua possibilidade de ganhar a vida. = complemento
06. Classifique o sujeito das orações destacadas no tex- nominal (possibilidade de quê?)
to seguinte e, a seguir, assinale a sequência correta. C)na janela do edifício. = adjunto adnominal
É notável, nos textos épicos, a participação do sobrenatu- D)... sem saber ao certo se gostávamos dele. = objeto
ral. É frequente a mistura de assuntos relativos ao naciona- indireto
lismo com o caráter maravilhoso. Nas epopeias, os deuses E) a brincar de bandido e mocinho de cinema = objeto
tomam partido e interferem nas aventuras dos heróis, aju- indireto
dando-os ou atrapalhando- -os. 4-) esta lhe deu cem mil contos = o verbo DAR é bitran-
A)simples, composto sitivo, ou seja, transitivo direto e indireto, portanto precisa
B)indeterminado, composto de dois complementos – dois objetos: direto e indireto.
C)simples, simples Deu o quê? = cem mil contos (direto)
D) oculto, indeterminado Deu a quem? lhe (=a ele, a ela) = indireto

07. (ESPM-SP) “Surgiram fotógrafos e repórteres”. 5-) - Amanhã ( nós ) teremos uma palestra sobre qua-
Identifique a alternativa que classifica corretamente a fun- lidade de vida.
ção sintática e a classe morfológica dos termos destacados: - Neste ano, ( eu ) quero prestar serviço voluntário.
A) objeto indireto – substantivo
B) objeto direto - substantivo 6-) É notável, nos textos épicos, a participação do so-
C) sujeito – adjetivo brenatural. É frequente a mistura de assuntos relativos ao
D) objeto direto – adjetivo nacionalismo com o caráter maravilhoso. Nas epopeias, os
E) sujeito - substantivo deuses tomam partido e interferem nas aventuras dos he-
róis, ajudando-os ou atrapalhando-os.
GABARITO Ambos os termos apresentam sujeito simples
7-) Surgiram fotógrafos e repórteres.
01. C 02. D 03. B 04. C 05. B 06. C 07. E O sujeito está deslocado, colocado na ordem indireta
(final da oração). Portanto: função sintática: sujeito (com-
posto); classe morfológica (classe de palavras): substanti-
vos.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Períodos Compostos - Ainda que a noite acabasse, nós continuaríamos dan-


çando.
O período composto caracteriza-se por possuir mais de - Não comprei o protetor solar, mas mesmo assim fui à
uma oração em sua composição. Sendo Assim: praia.
- Eu irei à praia. (Período Simples = um verbo, uma ora-
ção) Orações Coordenadas Sindéticas Alternativas: suas
- Estou comprando um protetor solar, depois irei à praia. principais conjunções são: ou... ou; ora...ora; quer...quer;
(Período Composto =locução verbal, verbo, duas orações) seja...seja.
- Já me decidi: só irei à praia, se antes eu comprar um - Ou uso o protetor solar, ou uso o óleo bronzeador.
protetor solar. (Período Composto = três verbos, três ora- - Ora sei que carreira seguir, ora penso em várias carrei-
ções). ras diferentes.
Cada verbo ou locução verbal sublinhada acima corres- - Quer eu durma quer eu fique acordado, ficarei no quar-
ponde a uma oração. Isso implica que o primeiro exemplo to.
é um período simples, pois tem apenas uma oração, os
dois outros exemplos são períodos compostos, pois têm Orações Coordenadas Sindéticas Conclusivas: suas
mais de uma oração. principais conjunções são: logo, portanto, por fim, por con-
Há dois tipos de relações que podem se estabelecer en- seguinte, consequentemente, pois (posposto ao verbo)
tre as orações de um período composto: uma relação de - Passei no vestibular, portanto irei comemorar.
coordenação ou uma relação de subordinação. - Conclui o meu projeto, logo posso descansar.
Duas orações são coordenadas quando estão juntas em - Tomou muito sol, consequentemente ficou adoentada.
um mesmo período (ou seja, em um mesmo bloco de infor- - A situação é delicada; devemos, pois, agir
mações, marcado pela pontuação final), mas têm, ambas, Orações Coordenadas Sindéticas Explicativas: suas
estruturas individuais, como é o exemplo de: principais conjunções são: isto é, ou seja, a saber, na verda-
- Estou comprando um protetor solar, depois irei à praia. de, pois (anteposto ao verbo).
(Período Composto) - Só passei na prova porque me esforcei por muito tempo.
Podemos dizer: - Só fiquei triste por você não ter viajado comigo.
1. Estou comprando um protetor solar. - Não fui à praia, pois queria descansar durante o Do-
2. Irei à praia. mingo.
Separando as duas, vemos que elas são independentes.
É esse tipo de período que veremos: o Período Com- Fonte: http://www.infoescola.com/portugues/oracoes-
posto por Coordenação. coordenadas-assindeticas-e-sindeticas/
Quanto à classificação das orações coordenadas, temos
dois tipos: Coordenadas Assindéticas e Coordenadas Sin- Questões sobre Orações Coordenadas
déticas.
Coordenadas Assindéticas 01. A oração “Não se verificou, todavia, uma transplan-
tação integral de gosto e de estilo” tem valor:
São orações coordenadas entre si e que não são ligadas A) conclusivo
através de nenhum conectivo. Estão apenas justapostas. B) adversativo
C) concessivo
Coordenadas Sindéticas D) explicativo
E) alternativo
Ao contrário da anterior, são orações coordenadas en-
tre si, mas que são ligadas através de uma conjunção coor- 02. “Estudamos, logo deveremos passar nos exames”.
denativa. Esse caráter vai trazer para esse tipo de oração A oração em destaque é:
uma classificação. As orações coordenadas sindéticas são a) coordenada explicativa
classificadas em cinco tipos: aditivas, adversativas, alterna- b) coordenada adversativa
tivas, conclusivas e explicativas. c) coordenada aditiva
d) coordenada conclusiva
Orações Coordenadas Sindéticas Aditivas: suas prin- e) coordenada assindética
cipais conjunções são: e, nem, não só... mas também, não
só... como, assim... como. 03. (Agente Educacional – VUNESP – 2013-adap.) Releia
- Não só cantei como também dancei. o seguinte trecho:
- Nem comprei o protetor solar, nem fui à praia. Joyce e Mozart são ótimos, mas eles, como quase toda a
- Comprei o protetor solar e fui à praia. cultura humanística, têm pouca relevância para nossa vida
prática.
Orações Coordenadas Sindéticas Adversativas: suas Sem que haja alteração de sentido, e de acordo com a
principais conjunções são: mas, contudo, todavia, entretan- norma- -padrão da língua portuguesa, ao se substituir o
to, porém, no entanto, ainda, assim, senão. termo em destaque, o trecho estará corretamente reescrito
- Fiquei muito cansada, contudo me diverti bastante. em:

83
LÍNGUA PORTUGUESA

A) Joyce e Mozart são ótimos, portanto eles, como qua- 08. Analise sintaticamente as duas orações destacadas
se toda a cultura humanística, têm pouca relevância para no texto “O assaltante pulou o muro, mas não penetrou na
nossa vida prática. casa, nem assustou seus habitantes.” A seguir, classifique
B) Joyce e Mozart são ótimos, conforme eles, como -as, respectivamente, como coordenadas:
quase toda a cultura humanística, têm pouca relevância A) adversativa e aditiva.
para nossa vida prática. B) explicativa e aditiva.
C) Joyce e Mozart são ótimos, assim eles, como quase C) adversativa e alternativa.
toda a cultura humanística, têm pouca relevância para nos- D) aditiva e alternativa.
sa vida prática.
D) Joyce e Mozart são ótimos, todavia eles, como quase 09. Um livro de receita é um bom presente porque aju-
toda a cultura humanística, têm pouca relevância para nos- da as pessoas que não sabem cozinhar. A palavra “porque”
sa vida prática. pode ser substituída, sem alteração de sentido, por
E) Joyce e Mozart são ótimos, pois eles, como quase A) entretanto.
toda a cultura humanística, têm pouca relevância para nos- B) então.
sa vida prática. C) assim.
D) pois.
04. (Analista Administrativo – VUNESP – 2013-adap.) E) porém.
Em – ...fruto não só do novo acesso da população ao auto-
móvel mas também da necessidade de maior número de 10- Na oração “Pedro não joga E NEM ASSISTE”, te-
viagens... –, os termos em destaque estabelecem relação de mos a presença de uma oração coordenada que pode ser
A) explicação. classificada em:
B) oposição. A) Coordenada assindética;
C) alternância. B) Coordenada assindética aditiva;
D) conclusão. C) Coordenada sindética alternativa;
E) adição. D) Coordenada sindética aditiva.

05. Analise a oração destacada: Não se desespere, que GABARITO


estaremos a seu lado sempre.
Marque a opção correta quanto à sua classificação: 01. B 02. E 03. D 04. E 05. D
A) Coordenada sindética aditiva. 06. A 07. B 08. A 09. D 10. D
B) Coordenada sindética alternativa.
C) Coordenada sindética conclusiva. RESOLUÇÃO
D) Coordenada sindética explicativa.
06. A frase abaixo em que o conectivo E tem valor ad- 1-) “Não se verificou, todavia, uma transplantação inte-
versativo é: gral de gosto e de estilo” = conjunção adversativa, portan-
A) “O gesto é fácil E não ajuda em nada”. to: oração coordenada sindética adversativa
B )“O que vemos na esquina E nos sinais de trânsito...”.
C) “..adultos submetem crianças E adolescentes à tarefa 2-) Estudamos, logo deveremos passar nos exames =
de pedir esmola”. a oração em destaque não é introduzida por conjunção,
D) “Quem dá esmola nas ruas contribui para a manu- então: coordenada assindética
tenção da miséria E prejudica o desenvolvimento da so-
ciedade”. 3-) Joyce e Mozart são ótimos, mas eles... = conjunção
E) “A vida dessas pessoas é marcada pela falta de di- (e ideia) adversativa
nheiro, de moradia digna, emprego, segurança, lazer, cul- A) Joyce e Mozart são ótimos, portanto eles, como qua-
tura, acesso à saúde E à educação”. se toda a cultura humanística, têm pouca relevância para
nossa vida prática. = conclusiva
07. Assinale a alternativa em que o sentido da conjun- B) Joyce e Mozart são ótimos, conforme eles, como
ção sublinhada está corretamente indicado entre parênte- quase toda a cultura humanística, têm pouca relevância
ses. para nossa vida prática. = conformativa
A) Meu primo formou-se em Direito, porém não pre- C) Joyce e Mozart são ótimos, assim eles, como quase
tende trabalhar como advogado. (explicação) toda a cultura humanística, têm pouca relevância para nos-
B) Não fui ao cinema nem assisti ao jogo. (adição) sa vida prática. = conclusiva
C) Você está preparado para a prova; por isso, não se E) Joyce e Mozart são ótimos, pois eles, como quase
preocupe. (oposição) toda a cultura humanística, têm pouca relevância para nos-
D) Vá dormir mais cedo, pois o vestibular será amanhã. sa vida prática. = explicativa
(alternância)
E) Os meninos deviam correr para casa ou apanhariam Dica: conjunção pois como explicativa = dá para eu
toda a chuva. (conclusão) substituir por porque; como conclusiva: substituo por por-
tanto.

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LÍNGUA PORTUGUESA

4-) fruto não só do novo acesso da população ao auto- A análise das orações continua sendo a mesma: “Eu
móvel mas também da necessidade de maior número de sinto” é a oração principal, cujo objeto direto é a oração
viagens... estabelecem relação de adição de ideias, de fatos subordinada “existir em meu gesto o teu gesto”. Note que
a oração subordinada apresenta agora verbo no infinitivo.
5-) Não se desespere, que estaremos a seu lado sem- Além disso, a conjunção “que”, conectivo que unia as duas
pre. orações, desapareceu. As orações subordinadas cujo verbo
= conjunção explicativa (= porque) - coordenada sin- surge numa das formas nominais (infinitivo - flexionado ou
dética explicativa não -, gerúndio ou particípio) chamamos orações reduzi-
das ou implícitas.
6-) Obs.: as orações reduzidas não são introduzidas por
A) “O gesto é fácil E não ajuda em nada”. = mas não conjunções nem pronomes relativos. Podem ser, eventual-
ajuda (ideia contrária) mente, introduzidas por preposição.
B )“O que vemos na esquina E nos sinais de trânsito...”.
= adição 1) ORAÇÕES SUBORDINADAS
C) “..adultos submetem crianças E adolescentes à tarefa SUBSTANTIVAS
de pedir esmola”. = adição
D) “Quem dá esmola nas ruas contribui para a manu- A oração subordinada substantiva tem valor de subs-
tenção da miséria E prejudica o desenvolvimento da socie- tantivo e vem introduzida, geralmente, por conjunção in-
dade”. = adição tegrante (que, se).
E) “A vida dessas pessoas é marcada pela falta de di-
nheiro, de moradia digna, emprego, segurança, lazer, cul- Suponho que você foi à biblioteca hoje.
tura, acesso à saúde E à educação”. = adição Oração Subordinada Substantiva
7-)
A) Meu primo formou-se em Direito, porém não pre- Você sabe se o presidente já chegou?
tende trabalhar como advogado. = adversativa Oração Subordinada Substantiva
C) Você está preparado para a prova; por isso, não se
preocupe. = conclusão Os pronomes interrogativos (que, quem, qual) também
D) Vá dormir mais cedo, pois o vestibular será amanhã. introduzem as orações subordinadas substantivas, bem
= explicativa como os advérbios interrogativos (por que, quando, onde,
E) Os meninos deviam correr para casa ou apanhariam como). Veja os exemplos:
toda a chuva. = alternativa O garoto perguntou qual era o telefone da
8-) - mas não penetrou na casa = conjunção adversativa moça.
- nem assustou seus habitantes = conjunção aditiva Oração Subordinada Substantiva

9-) Um livro de receita é um bom presente porque aju- Não sabemos por que a vizinha se mudou.
da as pessoas que não sabem cozinhar. Oração Subordinada Substantiva
= conjunção explicativa: pois
Classificação das Orações Subordinadas
10-) E NEM ASSISTE= conjunção aditiva (ideia de adi- Substantivas
ção, soma de fatos) = Coordenada sindética aditiva.
De acordo com a função que exerce no período, a ora-
ção subordinada substantiva pode ser:
Observe o exemplo abaixo de Vinícius de Moraes:
a) Subjetiva
“Eu sinto que em meu gesto existe o É subjetiva quando exerce a função sintática de sujeito
teu gesto.” do verbo da oração principal. Observe:
Oração Principal Oração Subordinada É fundamental o seu comparecimento à reunião.
Observe que na oração subordinada temos o verbo Sujeito
“existe”, que está conjugado na terceira pessoa do singular
do presente do indicativo. As orações subordinadas que É fundamental que você compareça à reunião.
apresentam verbo em qualquer dos tempos finitos (tem- Oração Principal Oração Subordinada Substantiva
pos do modo do indicativo, subjuntivo e imperativo), são Subjetiva
chamadas de orações desenvolvidas ou explícitas. Pode-
mos modificar o período acima. Veja: Atenção: Observe que a oração subordinada substanti-
va pode ser substituída pelo pronome “ isso”. Assim, temos
Eu sinto existir em meu gesto o teu gesto. um período simples:
Oração Principal Oração Subordinada É fundamental isso. ou Isso é fundamental.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Dessa forma, a oração correspondente a “isso” exercerá Marta não gosta (de) que a chamem de senhora.
a função de sujeito Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta
Veja algumas estruturas típicas que ocorrem na oração
principal: d) Completiva Nominal
A oração subordinada substantiva completiva nominal
1- Verbos de ligação + predicativo, em construções completa um nome que pertence à oração principal e tam-
do tipo: É bom - É útil - É conveniente - É certo - Parece certo bém vem marcada por preposição.
- É claro - Está evidente - Está comprovado Sentimos orgulho de seu comportamento.
É bom que você compareça à minha festa. Complemento Nominal

2- Expressões na voz passiva, como: Sabe-se - Soube- de que você se comportou. (= Sen-
se - Conta-se - Diz-se - Comenta-se - É sabido - Foi anun- timos orgulho disso.)
ciado - Ficou provado Oração Subordinada Substantiva Completiva
Sabe-se que Aline não gosta de Pedro. Nominal
3- Verbos como: convir - cumprir - constar - admirar -
importar - ocorrer - acontecer Lembre-se: as orações subordinadas substantivas ob-
Convém que não se atrase na entrevista. jetivas indiretas integram o sentido de um verbo, enquanto
Obs.: quando a oração subordinada substantiva é sub- que orações subordinadas substantivas completivas nomi-
jetiva, o verbo da oração principal está sempre na 3ª. pes- nais integram o sentido de um nome. Para distinguir uma
soa do singular. da outra, é necessário levar em conta o termo complemen-
tado. Essa é, aliás, a diferença entre o objeto indireto e o
b) Objetiva Direta complemento nominal: o primeiro complementa um verbo,
A oração subordinada substantiva objetiva direta exer- o segundo, um nome.
ce função de objeto direto do verbo da oração principal.
Todos querem sua aprovação no concurso.
Objeto Direto e) Predicativa
Todos querem que você seja aprovado. (= Todos A oração subordinada substantiva predicativa exerce
querem isso)
papel de predicativo do sujeito do verbo da oração princi-
Oração Principal oração Subordinada Substantiva
pal e vem sempre depois do verbo ser.
Objetiva Direta
Nosso desejo era sua desistência.
As orações subordinadas substantivas objetivas diretas
Predicativo do Sujeito
desenvolvidas são iniciadas por:
Nosso desejo era que ele desistisse. (= Nosso desejo
era isso)
- Conjunções integrantes “que” (às vezes elíptica) e
Oração Subordinada Substantiva Predicativa
“se”:
A professora verificou se todos alunos estavam presentes.
Obs.: em certos casos, usa-se a preposição expletiva
- Pronomes indefinidos que, quem, qual, quanto (às “de” para realce. Veja o exemplo: A impressão é de que não
vezes regidos de preposição), nas interrogações indiretas: fui bem na prova.
O pessoal queria saber quem era o dono do carro im-
portado. f) Apositiva
A oração subordinada substantiva apositiva exerce fun-
- Advérbios como, quando, onde, por que, quão (às ção de aposto de algum termo da oração principal.
vezes regidos de preposição), nas interrogações indiretas: Fernanda tinha um grande sonho: a chegada do dia de
Eu não sei por que ela fez isso. seu casamento. Aposto
c) Objetiva Indireta (Fernanda tinha um grande sonho: isso.)
A oração subordinada substantiva objetiva indireta atua Fernanda tinha um grande sonho: que o dia do seu
como objeto indireto do verbo da oração principal. Vem casamento chegasse.
precedida de preposição. Oração Subordinada Substantiva Apositiva

Meu pai insiste em meu estudo. 2) ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS


Objeto Indireto
Uma oração subordinada adjetiva é aquela que possui
Meu pai insiste em que eu estude. (= Meu pai insiste valor e função de adjetivo, ou seja, que a ele equivale. As
nisso) orações vêm introduzidas por pronome relativo e exercem
Oração Subordinada Substantiva Objetiva a função de adjunto adnominal do antecedente. Observe
Indireta o exemplo:
Esta foi uma redação bem-sucedida.
Obs.: em alguns casos, a preposição pode estar elíptica Substantivo Adjetivo (Adjunto Adnominal)
na oração.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Note que o substantivo redação foi caracterizado pelo Exemplo 1:


adjetivo bem-sucedida. Nesse caso, é possível formarmos Jamais teria chegado aqui, não fosse a gentileza de um
outra construção, a qual exerce exatamente o mesmo pa- homem que passava naquele momento.
pel. Veja: Oração Subordinada Adjetiva Restritiva

Esta foi uma redação que fez sucesso. Nesse período, observe que a oração em destaque res-
Oração Principal Oração Subordinada Ad- tringe e particulariza o sentido da palavra “homem”: trata-
jetiva se de um homem específico, único. A oração limita o uni-
verso de homens, isto é, não se refere a todos os homens,
mas sim àquele que estava passando naquele momento.
Perceba que a conexão entre a oração subordinada ad-
jetiva e o termo da oração principal que ela modifica é feita
Exemplo 2:
pelo pronome relativo “que”. Além de conectar (ou relacio- O homem, que se considera racional, muitas vezes age
nar) duas orações, o pronome relativo desempenha uma animalescamente.
função sintática na oração subordinada: ocupa o papel que Oração Subordinada Adjetiva Explicativa
seria exercido pelo termo que o antecede.
Obs.: para que dois períodos se unam num período Nesse período, a oração em destaque não tem sentido
composto, altera-se o modo verbal da segunda oração. restritivo em relação à palavra “homem”; na verdade, essa
oração apenas explicita uma ideia que já sabemos estar
Atenção: Vale lembrar um recurso didático para re- contida no conceito de “homem”.
conhecer o pronome relativo “que”: ele sempre pode ser
substituído por: o qual - a qual - os quais - as quais Saiba que:
Refiro-me ao aluno que é estudioso. A oração subordinada adjetiva explicativa é separada
Essa oração é equivalente a: da oração principal por uma pausa, que, na escrita, é repre-
Refiro-me ao aluno o qual estuda. sentada pela vírgula. É comum, por isso, que a pontuação
seja indicada como forma de diferenciar as orações expli-
Forma das Orações Subordinadas Adjetivas cativas das restritivas; de fato, as explicativas vêm sempre
isoladas por vírgulas; as restritivas, não.
3) ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS
Quando são introduzidas por um pronome relativo e
apresentam verbo no modo indicativo ou subjuntivo, as
Uma oração subordinada adverbial é aquela que exerce
orações subordinadas adjetivas são chamadas desenvolvi- a função de adjunto adverbial do verbo da oração principal.
das. Além delas, existem as orações subordinadas adjetivas Dessa forma, pode exprimir circunstância de tempo, modo,
reduzidas, que não são introduzidas por pronome relativo fim, causa, condição, hipótese, etc. Quando desenvolvida,
(podem ser introduzidas por preposição) e apresentam o vem introduzida por uma das conjunções subordinativas
verbo numa das formas nominais (infinitivo, gerúndio ou (com exclusão das integrantes). Classifica-se de acordo
particípio). com a conjunção ou locução conjuntiva que a introduz.
Ele foi o primeiro aluno que se apresentou.
Ele foi o primeiro aluno a se apresentar. Durante a madrugada, eu olhei você dormindo.
Oração Subordinada Adverbial
No primeiro período, há uma oração subordinada ad- Observe que a oração em destaque agrega uma cir-
jetiva desenvolvida, já que é introduzida pelo pronome cunstância de tempo. É, portanto, chamada de oração
relativo “que” e apresenta verbo conjugado no pretérito subordinada adverbial temporal. Os adjuntos adverbiais
perfeito do indicativo. No segundo, há uma oração subor- são termos acessórios que indicam uma circunstância refe-
dinada adjetiva reduzida de infinitivo: não há pronome re- rente, via de regra, a um verbo. A classificação do adjunto
lativo e seu verbo está no infinitivo. adverbial depende da exata compreensão da circunstância
que exprime. Observe os exemplos abaixo:
Naquele momento, senti uma das maiores emoções de
Classificação das Orações Subordinadas Adjetivas
minha vida.
Quando vi a estátua, senti uma das maiores emoções de
Na relação que estabelecem com o termo que caracte- minha vida.
rizam, as orações subordinadas adjetivas podem atuar de
duas maneiras diferentes. Há aquelas que restringem ou No primeiro período, “naquele momento” é um adjunto
especificam o sentido do termo a que se referem, indivi- adverbial de tempo, que modifica a forma verbal “senti”.
dualizando-o. Nessas orações não há marcação de pausa, No segundo período, esse papel é exercido pela oração
sendo chamadas subordinadas adjetivas restritivas. Existem “Quando vi a estátua”, que é, portanto, uma oração su-
também orações que realçam um detalhe ou amplificam bordinada adverbial temporal. Essa oração é desenvolvi-
dados sobre o antecedente, que já se encontra suficiente- da, pois é introduzida por uma conjunção subordinativa
mente definido, as quais denominam-se subordinadas ad- (quando) e apresenta uma forma verbal do modo indicati-
jetivas explicativas. vo (“vi”, do pretérito perfeito do indicativo). Seria possível
reduzi-la, obtendo-se:

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LÍNGUA PORTUGUESA

Ao ver a estátua, senti uma das maiores emoções de d) Concessão


minha vida. As orações subordinadas adverbiais concessivas in-
dicam concessão às ações do verbo da oração principal,
A oração em destaque é reduzida, pois apresenta uma isto é, admitem uma contradição ou um fato inesperado. A
das formas nominais do verbo (“ver” no infinitivo) e não é ideia de concessão está diretamente ligada ao contraste, à
introduzida por conjunção subordinativa, mas sim por uma quebra de expectativa.
preposição (“a”, combinada com o artigo “o”). Principal conjunção subordinativa concessiva: EMBORA
Obs.: a classificação das orações subordinadas adver- Utiliza-se também a conjunção: conquanto e as locu-
biais é feita do mesmo modo que a classificação dos ad- ções ainda que, ainda quando, mesmo que, se bem que, pos-
juntos adverbiais. Baseia-se na circunstância expressa pela to que, apesar de que.
oração. Só irei se ele for.
Circunstâncias Expressas
pelas Orações Subordinadas Adverbiais A oração acima expressa uma condição: o fato de “eu” ir
só se realizará caso essa condição seja satisfeita. Compare
a) Causa agora com:
A ideia de causa está diretamente ligada àquilo que Irei mesmo que ele não vá.
provoca um determinado fato, ao motivo do que se decla- A distinção fica nítida; temos agora uma concessão: irei
ra na oração principal. “É aquilo ou aquele que determina de qualquer maneira, independentemente de sua ida. A
um acontecimento”. oração destacada é, portanto, subordinada adverbial con-
Principal conjunção subordinativa causal: PORQUE cessiva. Observe outros exemplos:
Outras conjunções e locuções causais: como (sempre in- Embora fizesse calor, levei agasalho.
troduzido na oração anteposta à oração principal), pois, pois Conquanto a economia tenha crescido, pelo menos me-
que, já que, uma vez que, visto que. tade da população continua à margem do mercado de con-
As ruas ficaram alagadas porque a chuva foi muito forte. sumo.
Como ninguém se interessou pelo projeto, não houve al- Foi aprovado sem estudar (= sem que estudasse / em-
bora não estudasse). (reduzida de infinitivo)
ternativa a não ser cancelá-lo.
Já que você não vai, eu também não vou.
e) Comparação
b) Consequência
As orações subordinadas adverbiais comparativas esta-
As orações subordinadas adverbiais consecutivas expri-
belecem uma comparação com a ação indicada pelo verbo
mem um fato que é consequência, que é efeito do que se
da oração principal.
declara na oração principal. São introduzidas pelas conjun-
Principal conjunção subordinativa comparativa: COMO
ções e locuções: que, de forma que, de sorte que, tanto que,
Ele dorme como um urso.
etc., e pelas estruturas tão...que, tanto...que, tamanho...que.
Principal conjunção subordinativa consecutiva: QUE Saiba que: É comum a omissão do verbo nas orações
(precedido de tal, tanto, tão, tamanho) subordinadas adverbiais comparativas. Por exemplo:
É feio que dói. (É tão feio que, em consequência, causa Agem como crianças. (agem)
dor.) Oração Subordinada Adverbial Comparativa
Nunca abandonou seus ideais, de sorte que acabou con- No entanto, quando se comparam ações diferentes, isso
cretizando-os. não ocorre. Por exemplo: Ela fala mais do que faz. (compa-
Não consigo ver televisão sem bocejar. (Oração Reduzida ração do verbo falar e do verbo fazer).
de Infinitivo) f) Conformidade
As orações subordinadas adverbiais conformativas indi-
c) Condição cam ideia de conformidade, ou seja, exprimem uma regra,
Condição é aquilo que se impõe como necessário para um modelo adotado para a execução do que se declara na
a realização ou não de um fato. As orações subordinadas oração principal.
adverbiais condicionais exprimem o que deve ou não ocor- Principal conjunção subordinativa conformativa: CON-
rer para que se realize ou deixe de se realizar o fato expres- FORME
so na oração principal. Outras conjunções conformativas: como, consoante e
Principal conjunção subordinativa condicional: SE segundo (todas com o mesmo valor de conforme).
Outras conjunções condicionais: caso, contanto que, Fiz o bolo conforme ensina a receita.
desde que, salvo se, exceto se, a não ser que, a menos que, Consoante reza a Constituição, todos os cidadãos têm
sem que, uma vez que (seguida de verbo no subjuntivo). direitos iguais.
Se o regulamento do campeonato for bem elaborado,
certamente o melhor time será campeão. g) Finalidade
Uma vez que todos aceitem a proposta, assinaremos o As orações subordinadas adverbiais finais indicam a in-
contrato. tenção, a finalidade daquilo que se declara na oração prin-
Caso você se case, convide-me para a festa. cipal.
Principal conjunção subordinativa final: A FIM DE QUE

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LÍNGUA PORTUGUESA

Outras conjunções finais: que, porque (= para que) e a Se olharmos Los Angeles como a região que levou a des-
locução conjuntiva para que. concentração ao extremo, ficam claras as consequências.
Aproximei-me dela a fim de que ficássemos amigos. Numa região rica como a Califórnia, com enorme investi-
Felipe abriu a porta do carro para que sua namorada mento viário, temos engarrafamentos gigantescos que vira-
entrasse. ram característica da cidade.
Os modelos urbanos bem-sucedidos são aqueles com
h) Proporção elevado adensamento e predominância do transporte coleti-
As orações subordinadas adverbiais proporcionais ex- vo, como mostram Manhattan e Tóquio.
primem ideia de proporção, ou seja, um fato simultâneo ao O centro histórico de São Paulo é a região da cidade
expresso na oração principal. mais bem servida de transporte coletivo, com infraestrutura
Principal locução conjuntiva subordinativa proporcio- de telecomunicação, água, eletricidade etc. Como em outras
nal: À PROPORÇÃO QUE grandes cidades, essa deveria ser a região mais adensada da
Outras locuções conjuntivas proporcionais: à medida metrópole. Mas não é o caso. Temos, hoje, um esvaziamento
que, ao passo que. Há ainda as estruturas: quanto maior... gradual do centro, com deslocamento das atividades para
(maior), quanto maior...(menor), quanto menor...(maior), diversas regiões da cidade.
quanto menor...(menor), quanto mais...(mais), quanto mais... A visão de adensamento com uso abundante de trans-
(menos), quanto menos...(mais), quanto menos...(menos). porte coletivo precisa ser recuperada. Desse modo, será pos-
À proporção que estudávamos, acertávamos mais ques- sível reverter esse processo de uso cada vez mais intenso do
tões. transporte individual, fruto não só do novo acesso da popu-
Visito meus amigos à medida que eles me convidam. lação ao automóvel, mas também da necessidade de maior
Quanto maior for a altura, maior será o tombo. número de viagens em função da distância cada vez maior
entre os destinos da população.
i) Tempo (Henrique Meirelles, Folha de S.Paulo, 13.01.2013. Adap-
As orações subordinadas adverbiais temporais acres- tado)
centam uma ideia de tempo ao fato expresso na oração As expressões mais denso e menos trânsito, no título,
estabelecem entre si uma relação de
principal, podendo exprimir noções de simultaneidade, an-
(A) comparação e adição.
terioridade ou posterioridade.
(B) causa e consequência.
Principal conjunção subordinativa temporal: QUANDO
(C) conformidade e negação.
Outras conjunções subordinativas temporais: enquanto,
(D) hipótese e concessão.
mal e locuções conjuntivas: assim que, logo que, todas as
(E) alternância e explicação
vezes que, antes que, depois que, sempre que, desde que, etc.
Quando você foi embora, chegaram outros convidados.
02. (Agente de Escolta e Vigilância Penitenciária – VU-
Sempre que ele vem, ocorrem problemas.
NESP – 2013). No trecho – Tem surtido um efeito positi-
Mal você saiu, ela chegou. vo por eles se tornarem uma referência positiva dentro da
Terminada a festa, todos se retiraram. (= Quando termi- unidade, já que cumprem melhor as regras, respeitam o
nou a festa) (Oração Reduzida de Particípio) próximo e pensam melhor nas suas ações, refletem antes
de tomar uma atitude. – o termo em destaque estabelece
Fonte: http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/ entre as orações uma relação de
sint29.php A) condição.
B) causa.
Questões sobre Orações Subordinadas C) comparação.
D) tempo.
01. (Papiloscopista Policial – Vunesp/2013). E) concessão.
Mais denso, menos trânsito
03. (UFV-MG) As orações subordinadas substantivas
As grandes cidades brasileiras estão congestionadas e que aparecem nos períodos abaixo são todas subjetivas,
em processo de deterioração agudizado pelo crescimento exceto:
econômico da última década. Existem deficiências evidentes A) Decidiu-se que o petróleo subiria de preço.
em infraestrutura, mas é importante também considerar o B) É muito bom que o homem, vez por outra, reflita
planejamento urbano. sobre sua vida.
Muitas grandes cidades adotaram uma abordagem de C) Ignoras quanto custou meu relógio?
desconcentração, incentivando a criação de diversos centros D) Perguntou-se ao diretor quando seríamos recebidos.
urbanos, na visão de que isso levaria a uma maior facilidade E) Convinha-nos que você estivesse presente à reunião
de deslocamento.
Mas o efeito tem sido o inverso. A criação de diversos
centros e o aumento das distâncias multiplicam o número de
viagens, dificultando o investimento em transporte coletivo e
aumentando a necessidade do transporte individual.

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LÍNGUA PORTUGUESA

04. (Agente de Vigilância e Recepção – VUNESP – 2013). D) Visto que com a desconcentração e o aumento da
Considere a tirinha em que se vê Honi conversando com extensão urbana verificados no Brasil, é importante desen-
seu Namorado Lute. volver e adensar ainda mais os diversos centros já existen-
tes...
E) De maneira que, com a desconcentração e o aumen-
to da extensão urbana verificados no Brasil, é importante
desenvolver e adensar ainda mais os diversos centros já
existentes...

06. (Analista Administrativo – VUNESP – 2013). Em –


É fundamental que essa visão de adensamento com uso
abundante de transporte coletivo seja recuperada para
que possamos reverter esse processo de uso… –, a expres-
são em destaque estabelece entre as orações relação de
A) consequência.
B) condição.
C) finalidade.
D) causa.
E) concessão.

07. (Analista de Sistemas – VUNESP – 2013 – adap.).


Considere o trecho: “Como as músicas eram de protesto,
naquele mesmo ano foi enquadrado na lei de segurança na-
cional pela ditadura militar e exilado.” O termo Como, em
destaque na primeira parte do enunciado, expressa ideia
de
A) contraste e tem sentido equivalente a porém.
(Dik Browne, Folha de S. Paulo, 26.01.2013)
B) concessão e tem sentido equivalente a mesmo que.
C) conformidade e tem sentido equivalente a conforme.
É correto afirmar que a expressão contanto que estabe-
D) causa e tem sentido equivalente a visto que.
lece entre as orações relação de
E) finalidade e tem sentido equivalente a para que.
A) causa, pois Honi quer ter filhos e não deseja traba-
08. (Analista em Planejamento, Orçamento e Finanças
lhar depois de casada.
Públicas – VUNESP – 2013-adap.) No trecho – “Fio, disjun-
B) comparação, pois o namorado espera ter sucesso
tor, tomada, tudo!”, insiste o motorista, com tanto orgulho
como cantor romântico.
que chega a contaminar-me. –, a construção tanto ... que
C) tempo, pois ambos ainda são adolescentes, mas já
pensam em casamento. estabelece entre as construções [com tanto orgulho] e [que
D) condição, pois Lute sabe que exercendo a profissão chega a contaminar-me] uma relação de
de músico provavelmente ganhará pouco. A) condição e finalidade.
E) finalidade, pois Honi espera que seu futuro marido B) conformidade e proporção.
torne-se um artista famoso. C) finalidade e concessão.
D) proporção e comparação.
05. (Analista Administrativo – VUNESP – 2013). Em – E) causa e consequência.
Apesar da desconcentração e do aumento da extensão
urbana verificados no Brasil, é importante desenvolver 09. “Os Estados Unidos são considerados hoje um país
e adensar ainda mais os diversos centros já existentes... –, bem mais fechado – embora em doze dias recebam o mes-
sem que tenha seu sentido alterado, o trecho em destaque mo número de imigrantes que o Brasil em um ano.” A alter-
está corretamente reescrito em: nativa que substitui a expressão em negrito, sem prejuízo
A) Mesmo com a desconcentração e o aumento da Ex- ao conteúdo, é:
tensão urbana verificados no Brasil, é importante desenvol- A) já que.
ver e adensar ainda mais os diversos centros já existentes... B) todavia.
B) Uma vez que se verifica a desconcentração e o au- C) ainda que.
mento da extensão urbana no Brasil, é importante desen- D) entretanto.
volver e adensar ainda mais os diversos centros já existen- E) talvez.
tes...
C) Assim como são verificados a desconcentração e o 10. (Escrevente TJ SP – Vunesp – 2013) Assinale a alter-
aumento da extensão urbana no Brasil, é importante de- nativa que substitui o trecho em destaque na frase – Assi-
senvolver e adensar ainda mais os diversos centros já exis- narei o documento, contanto que garantam sua autenti-
tentes... cidade. – sem que haja prejuízo de sentido.

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LÍNGUA PORTUGUESA

(A) desde que garantam sua autenticidade. EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES


(B) no entanto garantam sua autenticidade.
(C) embora garantam sua autenticidade. 1-) (FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO ABC/
(D) portanto garantam sua autenticidade. SP – ADMINISTRADOR - VUNESP/2013) Assinale a al-
(E) a menos que garantam sua autenticidade. ternativa correta quanto à concordância, de acordo
com a norma-padrão da língua portuguesa.
GABARITO (A) A má distribuição de riquezas e a desigualdade
social está no centro dos debates atuais.
01. B 02. B 03. C 04. D 05. A (B) Políticos, economistas e teóricos diverge em re-
06. C 07. D 08. E 09. C 10. A lação aos efeitos da desigualdade social.
(C) A diferença entre a renda dos mais ricos e a dos
RESOLUÇÃO mais pobres é um fenômeno crescente.
(D) A má distribuição de riquezas tem sido muito
1-) mais denso e menos trânsito = mais denso, conse- criticado por alguns teóricos.
quentemente, menos trânsito, então: causa e consequência (E) Os debates relacionado à distribuição de rique-
zas não são de exclusividade dos economistas.
2-) já que cumprem melhor as regras = estabelece en-
tre as orações uma relação de causa com a consequência Realizei a correção nos itens:
de “tem um efeito positivo”. (A) A má distribuição de riquezas e a desigualdade so-
3-) Ignoras quanto custou meu relógio? = oração su- cial está = estão
bordinada substantiva objetiva direta (B) Políticos, economistas e teóricos diverge = diver-
A oração não atende aos requisitos de tais orações, ou gem
seja, não se inicia com verbo de ligação, tampouco pelos (C) A diferença entre a renda dos mais ricos e a dos
verbos “convir”, “parecer”, “importar”, “constar” etc., e tam- mais pobres é um fenômeno crescente.
bém não inicia com as conjunções integrantes “que” e “se”. (D) A má distribuição de riquezas tem sido muito criti-
cado = criticada
4-) a expressão contanto que estabelece uma relação (E) Os debates relacionado = relacionados
de condição (condicional)
RESPOSTA: “C”.
5-) Apesar da desconcentração e do aumento da ex-
tensão urbana verificados no Brasil = conjunção concessiva 2-) (COREN/SP – ADVOGADO – VUNESP/2013) Se-
B) Uma vez que se verifica a desconcentração e o au- guindo a norma-padrão da língua portuguesa, a frase
mento da extensão urbana no Brasil, = causal – Um levantamento mostrou que os adolescentes ame-
C) Assim como são verificados a desconcentração e o ricanos consomem em média 357 calorias diárias dessa
aumento da extensão urbana no Brasil = comparativa fonte. – recebe o acréscimo correto das vírgulas em:
D) Visto que com a desconcentração e o aumento da (A) Um levantamento mostrou, que os adolescentes
extensão urbana verificados no Brasil = causal americanos consomem em média 357 calorias, diárias
E) De maneira que, com a desconcentração e o aumen- dessa fonte.
to da extensão urbana verificados no Brasil = consecutivas (B) Um levantamento mostrou que, os adolescentes
6-) para que possamos = conjunção final (finalidade) americanos consomem, em média 357 calorias diárias
dessa fonte.
7-) “Como as músicas eram de protesto = expressa (C) Um levantamento mostrou que os adolescentes
ideia de causa da consequência “foi enquadrado” = causa americanos consomem, em média, 357 calorias diárias
e tem sentido equivalente a visto que. dessa fonte.
8-) com tanto orgulho que chega a contaminar-me. – a (D) Um levantamento, mostrou que os adolescentes
construção estabelece uma relação de causa e consequên- americanos, consomem em média 357 calorias diárias
cia. (a causa da “contaminação” – consequência) dessa fonte.
(E) Um levantamento mostrou que os adolescentes
9-) Os Estados Unidos são considerados hoje um país americanos, consomem em média 357 calorias diárias,
bem mais fechado – embora em doze dias recebam o mes- dessa fonte.
mo número de imigrantes que o Brasil em um ano.” =
conjunção concessiva: ainda que Assinalei com um “X” onde há pontuação inadequada
ou faltante:
10-) contanto que garantam sua autenticidade. = con- (A) Um levantamento mostrou, (X) que os adolescentes
junção condicional = desde que americanos consomem (X) em média (X) 357 calorias, (X)
diárias dessa fonte.
(B) Um levantamento mostrou que, (X) os adolescentes
americanos consomem, em média (X) 357 calorias diárias
dessa fonte.

91
LÍNGUA PORTUGUESA

(C) Um levantamento mostrou que os adolescentes Distribuímos = regra do hiato


americanos consomem, em média, 357 calorias diárias des- (A) sócio = paroxítona terminada em ditongo
sa fonte. (B) sofrê-lo = oxítona (não se considera o pronome
(D) Um levantamento, (X) mostrou que os adolescentes oblíquo. Nunca!)
americanos, (X) consomem (X) em média (X) 357 calorias (C) lúcidos = proparoxítona
diárias dessa fonte. (D) constituí = regra do hiato (diferente de “constitui”
(E) Um levantamento mostrou que os adolescentes – oxítona: cons-ti-tui)
americanos, (X) consomem (X) em média (X) 357 calorias (E) órfãos = paroxítona terminada em “ão”
diárias, (X) dessa fonte.
RESPOSTA: “D”.
RESPOSTA: “C”.
5-) (TRT/PE – ANALISTA JUDICIÁRIO – FCC/2012)
3-) (TRT/RO E AC – ANALISTA JUDICIÁRIO – A concordância verbal está plenamente observada na
FCC/2011) Estão plenamente observadas as normas de frase:
concordância verbal na frase: (A) Provocam muitas polêmicas, entre crentes e
a) Destinam-se aos homens-placa um lugar visível materialistas, o posicionamento de alguns religiosos e
nas ruas e nas praças, ao passo que lhes é suprimida a parlamentares acerca da educação religiosa nas escolas
visibilidade social. públicas.
b) As duas tábuas em que se comprimem o famige- (B) Sempre deverão haver bons motivos, junto
rado homem-placa carregam ditos que soam irônicos, àqueles que são contra a obrigatoriedade do ensino
como “compro ouro”. religioso, para se reservar essa prática a setores da ini-
c) Não se compara aos vexames dos homens-placa ciativa privada.
a exposição pública a que se submetem os guardadores (C) Um dos argumentos trazidos pelo autor do tex-
de carros. to, contra os que votam a favor do ensino religioso na
d) Ao se revogarem o emprego de carros-placa na
escola pública, consistem nos altos custos econômicos
propaganda imobiliária, poupou-se a todos uma de-
que acarretarão tal medida.
monstração de mau gosto.
(D) O número de templos em atividade na cidade
e) Não sensibilizavam aos possíveis interessados
de São Paulo vêm gradativamente aumentando, em
em apartamentos de luxo a visão grotesca daqueles ve-
proporção maior do que ocorrem com o número de es-
lhos carros-placa.
colas públicas.
(E) Tanto a Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Fiz as correções entre parênteses:
como a regulação natural do mercado sinalizam para
a) Destinam-se (destina-se) aos homens-placa um lu-
gar visível nas ruas e nas praças, ao passo que lhes é supri- as inconveniências que adviriam da adoção do ensino
mida a visibilidade social. religioso nas escolas públicas.
b) As duas tábuas em que se comprimem (comprime)
o famigerado homem-placa carregam ditos que soam irô- (A) Provocam = provoca (o posicionamento)
nicos, como “compro ouro”. (B) Sempre deverão haver bons motivos = deverá haver
c) Não se compara aos vexames dos homens-placa a (C) Um dos argumentos trazidos pelo autor do texto,
exposição pública a que se submetem os guardadores de contra os que votam a favor do ensino religioso na escola
carros. pública, consistem = consiste.
d) Ao se revogarem (revogar) o emprego de carros- (D) O número de templos em atividade na cidade de
-placa na propaganda imobiliária, poupou-se a todos uma São Paulo vêm gradativamente aumentando, em propor-
demonstração de mau gosto. ção maior do que ocorrem = ocorre
e) Não sensibilizavam (sensibilizava) aos possíveis in- (E) Tanto a Lei de Diretrizes e Bases da Educação como
teressados em apartamentos de luxo a visão grotesca da- a regulação natural do mercado sinalizam para as inconve-
queles velhos carros-placa. niências que adviriam da adoção do ensino religioso nas
escolas públicas.
RESPOSTA: “C”.
RESPOSTA: “E”.
4-) (TRE/PA- ANALISTA JUDICIÁRIO – FGV/2011)
Assinale a palavra que tenha sido acentuada seguindo a 6-) (TRE/PA- ANALISTA JUDICIÁRIO – FGV/2011)
mesma regra que distribuídos. Segundo o Manual de Redação da Presidência da Repú-
(A) sócio blica, NÃO se deve usar Vossa Excelência para
(B) sofrê-lo (A) embaixadores.
(C) lúcidos (B) conselheiros dos Tribunais de Contas estaduais.
(D) constituí (C) prefeitos municipais.
(E) órfãos (D) presidentes das Câmaras de Vereadores.
(E) vereadores.

92
LÍNGUA PORTUGUESA

(...) O uso do pronome de tratamento Vossa Senhoria (E) O interesse de todos os cidadãos estão (está) vol-
(abreviado V. Sa.) para vereadores está correto, sim. Numa tados (voltado) para o momento eleitoral, que expõem (ex-
Câmara de Vereadores só se usa Vossa Excelência para o seu põe) as diferentes opiniões existentes na sociedade.
presidente, de acordo com o Manual de Redação da Presi-
dência da República (1991). RESPOSTA: “A”.
(Fonte: http://www.linguabrasil.com.br/nao-tropece-detail.
php?id=393) 9-) (TRE/AL – ANALISTA JUDICIÁRIO – FCC/2010)
A frase que admite transposição para a voz passiva é:
RESPOSTA: “E”. (A) O cúmulo da ilusão é também o cúmulo do sa-
grado.
7-) (TRE/AL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2010) (B) O conceito de espetáculo unifica e explica uma
... valores e princípios que sejam percebidos pela so- grande diversidade de fenômenos.
ciedade como tais. (C) O espetáculo é ao mesmo tempo parte da so-
Transpondo para a voz ativa a frase acima, o verbo ciedade, a própria sociedade e seu instrumento de uni-
passará a ser, corretamente, ficação.
(A) perceba. (D) As imagens fluem desligadas de cada aspecto
(B) foi percebido. da vida (...).
(C) tenham percebido. (E) Por ser algo separado, ele é o foco do olhar ilu-
(D) devam perceber. dido e da falsa consciência.
(E) estava percebendo.
(A) O cúmulo da ilusão é também o cúmulo do sagra-
... valores e princípios que sejam percebidos pela so- do.
ciedade como tais = dois verbos na voz passiva, então te- (B) O conceito de espetáculo unifica e explica uma
remos um na ativa: que a sociedade perceba os valores e grande diversidade de fenômenos.
princípios... - Uma grande diversidade de fenômenos é unificada e
explicada pelo conceito...
RESPOSTA: “A” (C) O espetáculo é ao mesmo tempo parte da socieda-
de, a própria sociedade e seu instrumento de unificação.
8-) (TRE/AL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2010) (D) As imagens fluem desligadas de cada aspecto da
A concordância verbal e nominal está inteiramente cor- vida (...).
reta na frase: (E) Por ser algo separado, ele é o foco do olhar iludido
(A) A sociedade deve reconhecer os princípios e e da falsa consciência.
valores que determinam as escolhas dos governantes,
para conferir legitimidade a suas decisões. RESPOSTA: “B”.
(B) A confiança dos cidadãos em seus dirigentes
devem ser embasados na percepção dos valores e prin- 10-) (MPE/AM - AGENTE DE APOIO ADMINISTRA-
cípios que regem a prática política. TIVO - FCC/2013) “Quando a gente entra nas serrarias,
(C) Eleições livres e diretas é garantia de um verda- vê dezenas de caminhões parados”, revelou o analista
deiro regime democrático, em que se respeita tanto as ambiental Geraldo Motta.
liberdades individuais quanto as coletivas. Substituindo-se Quando por Se, os verbos subli-
(D) As instituições fundamentais de um regime de- nhados devem sofrer as seguintes alterações:
mocrático não pode estar subordinado às ordens indis- (A) entrar − vira
criminadas de um único poder central. (B) entrava − tinha visto
(E) O interesse de todos os cidadãos estão voltados (C) entrasse − veria
para o momento eleitoral, que expõem as diferentes (D) entraria − veria
opiniões existentes na sociedade. (E) entrava − teria visto

Fiz os acertos entre parênteses: Se a gente entrasse (verbo no singular) na serraria, ve-
(A) A sociedade deve reconhecer os princípios e va- ria = entrasse / veria.
lores que determinam as escolhas dos governantes, para
conferir legitimidade a suas decisões. RESPOSTA: “C”.
(B) A confiança dos cidadãos em seus dirigentes de-
vem (deve) ser embasados (embasada) na percepção dos 11-) (TRE/AL – ANALISTA JUDICIÁRIO – FCC/2010)
valores e princípios que regem a prática política. A pontuação está inteiramente adequada na frase:
(C) Eleições livres e diretas é (são) garantia de um ver- a) Será preciso, talvez, redefinir a infância já que as
dadeiro regime democrático, em que se respeita (respei- crianças de hoje, ao que tudo indica nada mais têm a
tam) tanto as liberdades individuais quanto as coletivas. ver com as de ontem.
(D) As instituições fundamentais de um regime demo- b) Será preciso, talvez redefinir a infância: já que
crático não pode (podem) estar subordinado (subordina- as crianças, de hoje, ao que tudo indica nada têm a ver,
das) às ordens indiscriminadas de um único poder central. com as de ontem.

93
LÍNGUA PORTUGUESA

c) Será preciso, talvez: redefinir a infância, já que 14-) (FUNDAÇÃO CASA/SP - AGENTE ADMINIS-
as crianças de hoje ao que tudo indica, nada têm a ver TRATIVO - VUNESP/2011 - ADAPTADA) Observe as
com as de ontem. frases do texto:
d) Será preciso, talvez redefinir a infância? - já que I, Cerca de 75 por cento dos países obtêm nota ne-
as crianças de hoje ao que tudo indica, nada têm a ver gativa...
com as de ontem. II,... à Venezuela, de Chávez, que obtém a pior clas-
e) Será preciso, talvez, redefinir a infância, já que sificação do continente americano (2,0)...
as crianças de hoje, ao que tudo indica, nada têm a ver Assim como ocorre com o verbo “obter” nas frases
com as de ontem. I e II, a concordância segue as mesmas regras, na ordem
dos exemplos, em:
Devido à igualdade textual entre os itens, a apresenta- (A) Todas as pessoas têm boas perspectivas para o
ção da alternativa correta indica quais são as inadequações próximo ano. Será que alguém tem opinião diferente
nas demais. da maioria?
(B) Vem muita gente prestigiar as nossas festas ju-
RESPOSTA: “E”. ninas. Vêm pessoas de muito longe para brincar de qua-
drilha.
12-) (POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO ACRE – (C) Pouca gente quis voltar mais cedo para casa.
ALUNO SOLDADO COMBATENTE – FUNCAB/2012) Quase todos quiseram ficar até o nascer do sol na praia.
No trecho: “O crescimento econômico, se associado à (D) Existem pessoas bem intencionadas por aqui,
ampliação do emprego, PODE melhorar o quadro aqui mas também existem umas que não merecem nossa
sumariamente descrito.”, se passarmos o verbo desta- atenção.
cado para o futuro do pretérito do indicativo, teremos (E) Aqueles que não atrapalham muito ajudam.
a forma:
A) puder. Em I, obtêm está no plural; em II, no singular. Vamos
B) poderia. aos itens:
C) pôde. (A) Todas as pessoas têm (plural) ... Será que alguém
D) poderá. tem (singular)
E) pudesse. (B) Vem (singular) muita gente... Vêm pessoas (plural)
(C) Pouca gente quis (singular)... Quase todos quise-
Conjugando o verbo “poder” no futuro do pretérito do ram (plural)
Indicativo: eu poderia, tu poderias, ele poderia, nós pode- (D) Existem (plural) pessoas ... mas também existem
ríamos, vós poderíeis, eles poderiam. O sujeito da oração umas (plural)
é crescimento econômico (singular), portanto, terceira pes- (E) Aqueles que não atrapalham muito ajudam (ambas
soa do singular (ele) = poderia. as formas estão no plural)

RESPOSTA: “B”. RESPOSTA: “A”.


13-) (TRE/AP - TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2011)
Entre as frases que seguem, a única correta é: 15-) (CETESB/SP - ANALISTA ADMINISTRATIVO -
a) Ele se esqueceu de que? RECURSOS HUMANOS - VUNESP/2013 - ADAPTADA)
b) Era tão ruím aquele texto, que não deu para dis- Considere as orações: … sabíamos respeitar os mais
tribui-lo entre os presentes. velhos! / E quando eles falavam nós calávamos a boca!
c) Embora devessemos, não fomos excessivos nas Alterando apenas o tempo dos verbos destacados
críticas. para o tempo presente, sem qualquer outro ajuste,
d) O juíz nunca negou-se a atender às reivindica- tem-se, de acordo com a norma-padrão da língua por-
ções dos funcionários. tuguesa:
e) Não sei por que ele mereceria minha conside- (A) … soubemos respeitar os mais velhos! / E quan-
ração. do eles falaram nós calamos a boca!
(B) … saberíamos respeitar os mais velhos! / E quan-
(A) Ele se esqueceu de que? = quê? do eles falassem nós calaríamos a boca!
(B) Era tão ruím (ruim) aquele texto, que não deu para (C) … soubéssemos respeitar os mais velhos! / E
distribui-lo (distribuí-lo) entre os presentes. quando eles falassem nós calaríamos a boca!
(C) Embora devêssemos (devêssemos) , não fomos ex- (D) … saberemos respeitar os mais velhos! / E quan-
cessivos nas críticas. do eles falarem nós calaremos a boca!
(D) O juíz (juiz) nunca (se) negou a atender às reivindi- (E) … sabemos respeitar os mais velhos! / E quando
cações dos funcionários. eles falam nós calamos a boca!
(E) Não sei por que ele mereceria minha consideração.
No presente: nós sabemos / eles falam.
RESPOSTA: “E”.
RESPOSTA: “E”.

94
CONHECIMENTOS TÉCNICOS

Conteúdo do documento “Estudo dos conhecimentos técnicos a serem aplicados no Censo Agropecuário 2017”...... 01
CONHECIMENTOS TÉCNICOS

CONTEÚDO DO DOCUMENTO
“ESTUDO DOS CONHECIMENTOS
TÉCNICOS A SEREM APLICADOS NO CENSO
AGROPECUÁRIO 2017”

MISSÃO: Retratar o Brasil com informações necessárias ao conhecimento de sua


realidade e ao exercício da cidadania.

O IBGE é o órgão coordenador e produtor de informações estatísticas e geográficas. Entre as suas múltiplas atividades
e pesquisas, oferece uma visão completa e atual do Brasil: identifica e analisa o território, conta a população e mostra como
a economia evolui através do trabalho e da produção, revelando, ainda, como as pessoas vivem, auxiliando os governantes
na tomada de decisões de caráter político, econômico, social e educacional.

O que é o Censo?
O Censo é um processo de obter informações sobre a totalidade dos membros de uma dada população. Em nível es-
tatístico, população é a coleção completa de unidades a serem pesquisadas, como pessoas, instituições, estabelecimentos,
registros ou acontecimentos, a partir das quais se podem constituir amostras.

Para que serve o Censo?


Os dados coletados no Censo formam um valioso conjunto de informações fundamentais para o planejamento de
políticas públicas, retratando a realidade brasileira e enriquecendo estudos sobre temas específicos.

Que Censo o IBGE irá realizar em 2017?


O Censo Agropecuário que é a mais completa investigação da estrutura e da produção agrícola, da pecuária, da silvi-
cultura e da aquicultura no País.
Nesse Censo será feito o levantamento dos dados nos estabelecimentos com atividades agropecuárias, florestais e
aquícolas colhidas e/ou vendidas, bem como dos animais e do efetivo da lavoura permanente e da silvicultura, existentes
em todo o Território Nacional.

O que o levantamento desses dados irá mostrar?


O resultado desse levantamento irá mostrar as transformações nas atividades agropecuárias ocorridas nos últimos
dez anos, a política de redistribuição de terras, a expansão das fronteiras agrícolas, as alterações no uso do solo, o uso das
práticas agrícolas, de conservação do solo e de tecnologias que envolvem a agropecuária.

Quem realizará esse levantamento?


O Recenseador é a pessoa selecionada e treinada pelo IBGE para coletar os dados necessários à realização da pesquisa.
O recenseador será contratado temporariamente recebendo uma remuneração variável de acordo com o número de
unidades coletadas. Estará sob a coordenação de um Supervisor que lhe fornecerá todo o material e as informações ne-
cessárias à execução de seu trabalho.

Qual o material de trabalho utilizado pelo recenseador?


• Crachá - credencial que identificará o recenseador como representante oficial do IBGE. Seu uso é obrigatório.
• DMC (Dispositivo Móvel de coleta) – computador de mão que estará habilitado a registrar, armazenar e transmitir os
dados coletados para o Banco de Dados do IBGE.
• Manual do Recenseador - instrumento que contém as instruções e os procedimentos da coleta. Serve para treinar e
orientar o recenseador no desempenho de sua função.
• Questionário Digital da Coleta – instrumento onde são registradas as informações sobre os estabelecimentos agro-
pecuários. Este questionário estará instalado no DMC.
• Mapa e descrição do setor – orientam o recenseador no setor de trabalho, mostrando graficamente a área a ser re-
censeada e descrevendo seus limites.

Onde o recenseador irá trabalhar?


O recenseador irá trabalhar numa área denominada Setor Censitário, localizado em área rural ou urbana. Como se
trata de um Censo Agropecuário, a pesquisa será realizada predominantemente em áreas rurais.

1
CONHECIMENTOS TÉCNICOS

O que é o Setor Censitário?


O Brasil está dividido em Unidades Territoriais, como na representação esquemática a seguir:

Para estudos estatísticos, o IBGE subdivide as Unidades em áreas menores denominadas Setor Censitário.
Setor Censitário é o território de trabalho onde se localizam os estabelecimentos que serão visitados pelo recensea-
dor. O Setor Censitário pode ser urbano ou rural, representado graficamente por um mapa.
O Mapa do Setor é o desenho gráfico da área geográfica a ser recenseada, que é acompanhado da descrição dos li-
mites do setor.
O mapa auxilia o recenseador a:
· identificar a área que deve ser percorrida e seus limites;
· localizar-se durante o trabalho de campo;
· conhecer o início e o final do percurso no setor.
O IBGE, além de dividir as unidades em Setores Censitários, também cria em suas divisões territoriais, para a realização
dos Censos, os denominados Postos de Coleta.

O que é Posto de Coleta?


Posto de Coleta é o local de trabalho, criado pelo IBGE, onde se reúne a equipe encarregada do gerenciamento e da
supervisão da coleta de dados em uma determinada área.

Como será o trabalho do recenseador?


O trabalho do recenseador consiste em fazer a coleta dos dados nos respectivos estabelecimentos agropecuários cons-
tantes no setor censitário sob sua responsabilidade.

Como os dados serão coletados?


Os dados serão coletados por meio de um DMC que conterá os dados referentes ao setor censitário (mapa digital, Ca-
dastro de Endereços e coordenadas geográficas), e o questionário digital onde serão registradas as informações solicitadas
pela pesquisa.
O questionário digital deverá ser aplicado em todos os estabelecimentos agropecuários no Território Nacional.
Antes do preenchimento do questionário, o recenseador preencherá no DMC um formulário digital denominado Ca-
dastro de Endereços, onde serão registradas todas as informações referentes ao endereço dos estabelecimentos agrope-
cuários pertencentes ao seu setor censitário.

2
CONHECIMENTOS TÉCNICOS

Quais as principais tarefas do recenseador? Qual é a dimensão do Censo Agropecuário 2017?


· Receber o material para o desenvolvimento das ati- A realização do Censo Agropecuário 2017 envolverá
vidades. cerca de 5,3 milhões de estabelecimentos agropecuários,
· Identificar o setor de trabalho, confrontando o mapa florestais e aquícolas. Estes estabelecimentos serão pes-
e a descrição dos limites do setor com a situação atual do quisados em todo o Território Nacional. Para a realização
terreno. deste trabalho de coleta de dados, supervisão, apoio téc-
· Respeitar os limites do setor, não invadindo a área de nico-administrativo e apuração de resultados, o IBGE con-
trabalho de outro recenseador e coletar todos os dados na tratará temporariamente pessoas para desenvolverem tais
área sob a sua responsabilidade. atividades.
· Registrar e visitar todas as unidades delimitadas pelo O Censo Agropecuário 2017 é uma operação de gran-
mapa do Setor Censitário, entrevistando as pessoas para de vulto e exige um planejamento cuidadoso, além da de-
coletar todas as informações solicitadas. dicação das pessoas envolvidas para que sejam obtidas
· Verificar diariamente a existência de pendências do informações precisas, obedecendo-se o prazo estabeleci-
seu trabalho. do para a finalização da operação.
· Transmitir os dados coletados.
· Comparecer ao Posto de Coleta, responsável por sua Qual o período e a data de referência para o Censo
área de trabalho, nos dias determinados pelo Supervisor Agropecuário 2017?
ou sempre que existir dúvida ou qualquer outro problema As informações a serem coletadas nos questionários
que dificulte a realização de suas tarefas. digitais do Censo Agropecuário 2017 devem ter um mar-
· Conferir, com o Supervisor, a existência de pendências co no tempo, ou seja, um corte, e para tal foram definidos
no seu trabalho. um período e uma data de referência.
· Retornar à sua área de trabalho para corrigir ou com-
Nesse Censo, o período de referência inicia em 1º de
pletar as informações, caso haja alguma pendência.
outubro de 2016 e termina em 30 de setembro de 2017,
· Concluir todo o trabalho sob sua responsabilidade e
portanto, os dados relativos à produção vegetal, ao movi-
transmitir os dados finais.
mento de animais e às características do estabelecimento
· Devolver o DMC ao Supervisor ao final da coleta.
a serem coletados devem se referir a esse período.
No caso de efetivos de animais, áreas que compõem
Para que seve o Censo Agropecuário?
o estabelecimento, máquinas, pessoal ocupado e outros
O Censo Agropecuário é de suma importância para o
itens, o Censo aplica a data de referência que é o dia 30
Governo e para os setores privado e acadêmico, uma vez
de setembro de 2017.
que oferece suporte ao planejamento e à implementação
de políticas públicas e privadas, bem como para a avalia-
ção de ações e de políticas já implantadas, e ao estudo do Quem será recenseado?
desenvolvimento rural. O Estabelecimento Agropecuário, através do seu res-
As informações obtidas por meio do Censo Agrope- ponsável direto, o Produtor ou o Administrador que de-
cuário permitem conhecer a realidade do processo pro- verá fornecer as informações solicitadas no questionário
dutivo agropecuário, facilitando a análise e formulação de digital.
estratégias de gestão e planejamento, além de possibilitar
as construções de séries históricas das estatísticas agrope- Quem é o produtor?
cuárias, já que são mantidas as variáveis básicas de investi- É a pessoa física, independente de sexo, ou jurídica
gação, para efeito de comparação a cada Censo, e constitui responsável pelas decisões sobre a utilização dos recur-
um marco histórico. sos e que exerce o controle administrativo das operações
que envolvem a exploração do estabelecimento agrope-
O recenseador deve manter sigilo nas informações cuário. O produtor tem a responsabilidade econômica e/
obtidas? ou técnica da exploração e pode exercer todas as funções
diretamente ou delegar alguns trabalhos cotidianos a um
Sempre! gerente contratado.

As informações coletadas no Censo são confidenciais Quem é o administrador?


e serão utilizadas exclusivamente para fins estatísticos. Em É a pessoa física, independente de sexo, que assume
hipótese alguma poderão ser vistas ou conhecidas por a responsabilidade técnica e/ou administrativa da gestão
pessoas estranhas ao serviço censitário. do estabelecimento agropecuário em nome do produtor.
Sua responsabilidade limita-se às decisões cotidianas so-
Onde será realizado o Censo Agropecuário? bre a exploração do estabelecimento, incluindo o geren-
Em todos os Estabelecimentos Agropecuários localiza- ciamento e supervisão da mão de obra contratada.
dos no País onde sejam desenvolvidas atividades agrope- O administrador recebe remuneração em dinheiro ou
cuária, florestal e aquícola. em produtos.

3
CONHECIMENTOS TÉCNICOS

O que é um estabelecimento agropecuário? 6. Atividades não ligadas à exploração agropecuária


É toda unidade de produção dedicada, total ou par- de conventos, hospitais, asilos, orfanatos, escolas profissio-
cialmente, a atividades agropecuárias, florestais e aquíco- nais, patronatos, reformatórios, prisões ou locais para lazer.
las, subordinada a uma única administração, a do produtor 7. Unidades industriais de transformação/beneficia-
ou a do administrador. Independentemente de tamanho, mento de produtos agropecuários sem produção agrope-
forma jurídica ou se a situação é urbana ou rural, com a cuária.
finalidade de produção seja para subsistência e/ou para Exemplo: farinheiras e polvilhadeiras.
venda. 8. Atividade industrial de indústrias com produção
agropecuária.
Quais são as atividades consideradas no Censo
Desejamos a todos os candidatos uma boa sorte
Agropecuário 2017?
e que colaborem sempre para o desenvolvimento do
_ Cultivo do solo com lavouras permanentes ou tem-
País!
porárias, hortaliças, flores, plantas medicinais e ornamen-
tais ou cultivo em outros meios, tais como a hidroponia;
_ Criação, recriação ou engorda de animais de grande,
médio e pequeno porte;
_ Criação de peixes, como nos pesque-pague (só con-
siderar quando houver criação de peixes), crustáceos e
moluscos.
_ Atividades florestais são a exploração de matas e flo-
restas nativas ou plantadas: silvicultura.
_ Atividades na agroindústria rural referem-se à trans-
formação de matéria-prima em produtos beneficiados no
estabelecimento agropecuário como, por exemplo, produ-
ção de farinha de mandioca, cachaça, dentre outros.

Quais as unidades que devem ser recenseadas?


As unidades que tiveram exploração agropecuária, flo-
restal e aquícola.
1. Fazendas, granjas, sítios, chácaras etc.
2. Hortos
3. Estações Experimentais: levantamento apenas das
atividades agropecuárias desenvolvidas nestes locais.
4. Postos Zootécnicos
5. Hotéis-fazenda: levantamento apenas das ativida-
des agropecuárias desenvolvidas nestes locais.
6. Explorações agrícolas, florestais e aquícolas de con-
ventos, hospitais, asilos, orfanatos, escolas profissionais,
patronatos, reformatórios, prisões ou locais para lazer: le-
vantamento apenas das atividades agropecuárias desen-
volvidas nestes locais.
7. Estabelecimentos pertencentes a unidades indus-
triais, cuja atividade principal é a indústria. Só será inves-
tigada a parte diretamente ligada à atividade agropecuá-
ria, florestal e aquícola. Exemplo: usina de cana-de-açúcar
com atividade agropecuária.

Quais as unidades que não devem ser recenseadas?


1. Quintais de residências
2. Hortas domésticas
3. Criações de pássaros, cães, gatos e animais desti-
nados a experiências de laboratórios, produção de soros,
vacinas etc.
4. Atividades não ligadas à exploração agropecuária
dos postos zootécnicos.
5. Atividades não ligadas à exploração agropecuária
dos hotéis-fazenda.

4
CONHECIMENTOS TÉCNICOS

EXERCÍCIOS PROVAS ANTERIORES 05. Associe as colunas abaixo, relacionando os domicí-


lios e as suas respectivas classificações.
01. Um grupo de amigos estava conversando sobre o
Censo Demográfico, sobre o qual fizeram os comentários I – Particular Permanente (P) apartamento em aparthotel
a seguir.
Laís: — O censo faz, a cada dez anos, a contagem da II – Particular Improvisado (Q) quarto em hotel
população brasileira. (R) oficina mecânica onde
III – Coletivo
Lino: — O censo não informa só quantos somos, mas mora um funcionário
também como vivemos. (S) asilo de idosos
Ana: — Só os funcionários do IBGE discutem o que vai
ser pesquisado em cada Censo. (T) casa de cômodos
Beto: — Através do Censo, a população brasileira co-
nhece a realidade do País. A relação correta é:
Estão corretos APENAS os comentários de (A) I – Q e T ; II – R ; III – P eS
(A) Lino e Ana. (B) I – P e Q ; II – T ; III – R e S
(B) Lino, Ana e Beto. (C) I – P e T ; II – R ; III – Q e S
(C) Laís, Lino e Ana. (D) I – P e S ; II – Q e R ; III – T
(D) Laís, Lino e Beto. (E) I – R e T ; II – Q e S ; III – P
(E) Laís, Ana e Beto.
06. Zezinho, apesar de responsável pelas suas despe-
02. É importante que a população brasileira abra as sas, mora no porão da casa do tio. Quando chega tarde,
portas para o Censo, já que ele será útil para fica constrangido, com medo de fazer barulho e acordar
(A) orientar as famílias a fazerem os cálculos das suas a família do tio, já que o acesso ao porão é feito pela sala
despesas. da casa do tio. Quanto a condição e número de domicílios,
(B) auxiliar na escolha adequada dos candidatos para a qual opção corresponde à situação apresentada?
próxima eleição.
(C) ajudar a encontrar emprego mais de acordo com Condição
suas possibilidades. No de domicílios
Separa- Independên- existentes
(D) divulgar as realizações das três esferas de governo,
ção cia
visando à avaliação pelas associações comunitárias.
(E) evidenciar as necessidades, a fim de que o governo (A) sim não 2
possa planejar melhor o atendimento à população. (B) sim não 1
(C) sim sim 2
03. Estabelecer que a data de referência do Censo é a
noite de 31 de julho para 1o de agosto de 2010 significa (D) não sim 2
que (E) não sim 1
(A) todas as pessoas serão recenseadas nesse dia.
(B) a contagem da população terá início nessa noite.
(C) as atividades do Censo têm de ser encerradas até 07. Cinco colegas de trabalho dividem um apartamen-
esse momento. to. Se, no final do segundo semestre de 2010, quando o
(D) os dados serão levantados tomando como base Recenseador for ao local, encontrar as hipóteses apresen-
essa data. tadas abaixo, qual dos moradores NÃO poderá ser recen-
(E) os resultados do Censo serão divulgados a partir seado?
desse marco no tempo. (A) José, que está de férias e viajou para o Nordeste.
(B) Josias, que esfaqueou Jair e está preso, ainda sem
04. Analise as seguintes situações hipotéticas, que po- sentença definitiva declarada.
derão ser encontradas pelos Recenseadores: (C) Jair, que ainda não se recuperou do ataque e per-
I – Beatriz, nascida em 04/04/2010; manece hospitalizado.
II – Marcelo, nascido em 18/08/2010; (D) Jairo, que acabou de se mudar para o apartamento,
III – Vicente, falecido em 15/10/2010; pois conseguiu trabalho na mesma empresa.
IV – Joelma, falecida em 27/05/2010. (E) Jofre, que foi visitar a família no interior e ainda não
Serão recenseadas APENAS as pessoas corresponden- retornou.
tes às situações
(A) I e II.
(B) I e III.
(C) II e IV.
(D) I, II e III.
(E) I, II e IV.

5
CONHECIMENTOS TÉCNICOS

08. Uma das tarefas do Recenseador, é receber e pre- 11. A Recenseadora Sueli foi dispensada do trabalho
parar o material de trabalho que precisará utilizar. Assim, é porque seu Supervisor constatou que ela
essencial que ele possua: (A) faltou um dia ao trabalho por motivo de doença.
I – crachá, que usará para comprovar quem ele é e que (B) deixou de lhe relatar suas observações pessoais so-
trabalho está autorizado a realizar; bre um dos entrevistados.
II – Mapa do Setor, feito em plástico colorido, que o (C) comentou com amigos sobre o poder aquisitivo
orientará sobre o caminho a percorrer; dos moradores de determinado edifício.
III – Manual do Recenseador, contendo todas as expli- (D) retornou a um domicílio da amostra, em virtude de
cações necessárias à orientação e ao acompanhamento da não ter conseguido terminar a aplicação do questionário.
coleta do Censo 2010; (E) alterou o percurso do setor sob sua responsabilida-
IV – Questionário da Amostra, que será aplicado em de pelo fato de ter ocorrido um incêndio na região.
todas as unidades domiciliares em que haja moradores;
V – Computador de Mão, no qual será feito o registro e 12. Para o êxito das entrevistas, o Recenseador deve
o armazenamento das informações coletadas. (A) auxiliar o entrevistado a responder, principalmente
Estão corretamente descritos os materiais nas questões mais complexas.
(A) I, III e V, apenas. (B) fazer o seu trabalho sem pressa, dando ao entrevis-
(B) II, III e IV, apenas. tado o tempo de que este precisar para responder.
(C) II, IV e V, apenas. (C) criar novas formas de apresentar a pergunta quan-
(D) I, III, IV e V, apenas. do achar que não foi bem entendida.
(E) I, II, III, IV e V. (D) acompanhar a entrevista com palavras de aprova-
ção e simpatia.
09. Uma das mais importantes tarefas do Recenseador é (E) sugerir algumas respostas quando perceber que o
(A) conferir com o mapa o percurso do setor que lhe entrevistado está em dúvida.
cabe recensear, fazendo as correções que forem necessá-
rias. 13. Fazem parte tanto do Questionário Básico como do
(B) orientar os seus colegas, sempre que estes apresen- Questionário da Amostra perguntas sobre
tarem dúvidas. (A) religião.
(C) visitar o mínimo de 20 e o máximo de 40 domicílios (B) deficiência.
por dia. (C) migração interna.
(D) registrar os domicílios que se encontravam fecha- (D) registro de nascimento.
dos, repassando os seus endereços para que o Supervisor (E) deslocamento para trabalho.
os visite.
(E) comparecer ao Posto de Coleta, nos dias estabeleci- 11. Ao coletar dados sobre Características do Domicí-
dos pelo Supervisor, para descarregar os dados coletados. lio, o Censo Demográfico NÃO obterá informações sobre
(A) condições de moradia.
10. É essencial que o Recenseador tenha uma atitude (B) número de moradores.
totalmente adequada durante as entrevistas, tal como fez (C) abastecimento de água.
Márcio, que (D) propriedade do domicílio.
(A) se apresentou com cordialidade ao morador, e as- (E) qualidade de vida.
segurou que todas as informações fornecidas seriam con-
sideradas sigilosas.
(B) iniciou a abordagem ao entrevistado conversando
sobre futebol, assunto que é o preferido da maioria dos
brasileiros.
(C) cortou algumas perguntas cujas respostas eram fá-
ceis de deduzir, quando percebeu que o entrevistado esta-
va com pressa.
(D) aproveitou a oportunidade, ao observar que o mo-
rador era bastante acessível, para lhe apresentar o catálogo
de um produto que vendia nas horas vagas.
(E) garantiu ao morador, no final da entrevista, que ele
não seria incomodado novamente.

6
CONHECIMENTOS TÉCNICOS

GABARITO
ANOTAÇÕES
01 D
02 E __________________________________________________
03 D
___________________________________________________
04 B
05 C ___________________________________________________
06 B ___________________________________________________
07 D ___________________________________________________
08 A
___________________________________________________
09 E
10 A ___________________________________________________
11 C ___________________________________________________
12 B
___________________________________________________
13 D
14 B ___________________________________________________

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7
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES

EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES 03-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAU-


LO - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – VUNESP/2013)
(LÍNGUA PORTUGUESA) Assinale a alternativa em que todos os verbos estão empre-
gados de acordo com a norma-padrão.
01-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO (A) Enviaram o texto, para que o revíssemos antes da
PAULO - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – VU- impressão definitiva.
NESP/2013) Assinale a alternativa com as palavras acen- (B) Não haverá prova do crime se o réu se manter em
tuadas segundo as regras de acentuação, respectiva- silêncio.
mente, de intercâmbio e antropológico. (C) Vão pagar horas-extras aos que se disporem a traba-
(A) Distúrbio e acórdão. lhar no feriado.
(B) Máquina e jiló. (D) Ficarão surpresos quando o verem com a toga...
(C) Alvará e Vândalo. (E) Se você quer a promoção, é necessário que a requera
(D) Consciência e características. a seu superior.
(E) Órgão e órfãs.
Realizei a correção entre parênteses:
Para que saibamos qual alternativa assinalar, primeiro (A) Enviaram o texto, para que o revíssemos antes da im-
temos que classificar as palavras do enunciado quanto à po- pressão definitiva.
(B) Não haverá prova do crime se o réu se manter (mantiver)
sição de sua sílaba tônica:
em silêncio.
Intercâmbio = paroxítona terminada em ditongo; An-
(C) Vão pagar horas-extras aos que se disporem (dispuse-
tropológico = proparoxítona (todas são acentuadas). Agora,
rem) a trabalhar no feriado.
vamos à análise dos itens apresentados:
(D) Ficarão surpresos quando o verem (virem) com a toga...
(A) Distúrbio = paroxítona terminada em ditongo; acór-
(E) Se você quer a promoção, é necessário que a requera
dão = paroxítona terminada em “ão”
(requeira) a seu superior.
(B) Máquina = proparoxítona; jiló = oxítona terminada
em “o” RESPOSTA: “A”.
(C) Alvará = oxítona terminada em “a”; Vândalo = pro-
paroxítona 04-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAU-
(D) Consciência = paroxítona terminada em ditongo; ca- LO - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – VUNESP/2013)
racterísticas = proparoxítona Assinale a alternativa que completa as lacunas do trecho a
(E) Órgão e órfãs = ambas: paroxítona terminada em seguir, empregando o sinal indicativo de crase de acordo
“ão” e “ã”, respectivamente. com a norma-padrão.
Não nos sujeitamos ____ corrupção; tampouco cedere-
RESPOSTA: “D”. mos espaço ____ nenhuma ação que se proponha ____ prejudi-
car nossas instituições.
02-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO (A) à … à … à
PAULO - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – VU- (B) a … à … à
NESP/2013) Na passagem – Nesse contexto, governos e (C) à … a … a
empresas estão fechando o cerco contra a corrupção e a (D) à … à … a
fraude, valendo-se dos mais variados mecanismos... – a (E) a … a … à
oração destacada expressa, em relação à anterior, senti-
do que responde à pergunta: Vamos por partes!
(A) “Quando?” - Quem se sujeita, sujeita-se A algo ou A alguém, portanto:
(B) “Por quê?” pede preposição;
(C) “Como?” - quem cede, cede algo A alguém, então teremos objeto
(D) “Para quê?” direto e indireto;
(E) “Onde?” - quem se propõe, propõe-se A alguma coisa.
Vejamos:
Questão que envolve conhecimento de coesão e coe- Não nos sujeitamos À corrupção; tampouco cederemos
rência. Se perguntássemos à primeira oração “COMO o go- espaço A nenhuma ação que se proponha A prejudicar nossas
verno está fechando o cerco contra a corrupção?”, obtería- instituições.
mos a resposta apresentada pela oração em destaque. * Sujeitar A + A corrupção;
* ceder espaço (objeto direto) A nenhuma ação (objeto in-
RESPOSTA: “C”. direto. Não há acento indicativo de crase, pois “nenhuma” é pro-
nome indefinido);
* que se proponha A prejudicar (objeto indireto, no caso, oração
subordinada com função de objeto indireto. Não há acento indica-
tivo de crase porque temos um verbo no infinitivo – “prejudicar”).

RESPOSTA: “C”.

8
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES

05-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO Em norma-padrão da língua portuguesa, as lacunas


PAULO – ADVOGADO - VUNESP/2013) Analise a propa- do texto devem ser preenchidas, respectivamente, com
ganda do programa 5inco Minutos. (A) expõe … estava disponível
(B) expõe … estavam disponíveis
(C) expõem … estavam disponível
(D) expõem … estava disponível
(E) expõem … estava disponíveis

Sublinhei os sujeitos das orações para facilitar a per-


cepção da concordância verbal:
Falha no Facebook expõe dados de 6 milhões de usuá-
rios.
Números de telefone e e-mails de parte dos usuários
do site estavam disponíveis
“expõe” e “estavam disponíveis”.

RESPOSTA: “B”.

Em norma-padrão da língua portuguesa, a frase da (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAU-


propaganda, adaptada, assume a seguinte redação: LO – ADVOGADO - VUNESP/2013 - ADAPTADA) Leia o
(A) 5INCO MINUTOS: às vezes, dura mais, mas não texto para responder às questões de números 07 e 08.
matem-na porisso. Metrópoles desenvolvidas arcam com parte do cus-
to do transporte público. Fazem-no não só por populis-
(B) 5INCO MINUTOS: as vezes, dura mais, mas não
mo dos políticos locais mas também para imprimir mais
matem-na por isso.
eficiência ao sistema. E, se a discussão se dá em termos
(C) 5INCO MINUTOS: às vezes, dura mais, mas não a
de definir o nível ideal de subsídio, a gratuidade deixa
matem por isso.
de ser um delírio para tornar-se a posição mais extrema
(D) 5INCO MINUTOS: as vezes, dura mais, mas não
num leque de possibilidades.
lhe matem por isso.
Sou contra a tarifa zero, porque ela traz uma ou-
(E) 5INCO MINUTOS: às vezes, dura mais, mas não a
tra classe de problemas que já foi bem analisada pelo
matem porisso.
pessoal da teoria dos jogos: se não houver pagamento
individual, aumenta a tendência de as pessoas usarem
A questão envolve colocação pronominal e ortografia. ônibus até para andar de uma esquina a outra, o que é
Comecemos pela mais fácil: ortografia! A palavra “por isso” ruim para o sistema e para a saúde.
é escrita separadamente. Assim, já descartamos duas alter- Para complicar mais, vale lembrar que a discus-
nativas (“A” e “E”). Quanto à colocação pronominal, temos a são surge no contexto de prefeituras com orçamentos
presença do advérbio “não”, que sabemos ser um “ímã” para apertados e áreas ainda mais prioritárias como educa-
o pronome oblíquo, fazendo-nos aplicar a regra da próclise ção e saúde para atender.
(pronome antes do verbo). Então, a forma correta é “mas (Hélio Schwartsman, Tarifa zero, um delírio? Folha de
não A matem” (por que A e não LHE? Porque quem mata, S.Paulo, 21.06.2013. Adaptado)
mata algo ou alguém, objeto direto. O “lhe” é usado para
objeto indireto. Se não tivéssemos a conjunção “mas” nem o 07-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO
advérbio “não”, a forma “matem-na” estaria correta, já que, PAULO – ADVOGADO - VUNESP/2013) A ideia central
após vírgula, o ideal é que utilizemos ênclise – pronome do texto pode ser sintetizada da seguinte forma, em
oblíquo após o verbo). conformidade com a norma-padrão da língua portu-
guesa:
RESPOSTA: “C”. (A) Daqui à pouco teremos à passagem gratuita.
(B) Não existe condições de se implantar a passa-
06-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO gem gratuita.
PAULO – ADVOGADO - VUNESP/2013) Falha no Face- (C) É necessário a implementação da passagem gra-
book ______________ dados de 6 milhões de usuários. Nú- tuita.
meros de telefone e e-mails de parte dos usuários do site (D) O povo prefere mais passagem paga que gra-
______________ para download a partir da ferramenta “Bai- tuita.
xe uma cópia dos seus dados”, presente na seção “Geral” (E) A passagem barata é preferível à gratuita.
da categoria “Privacidade”, sem o consentimento dos ca-
dastrados da rede social.
(http://veja.abril.com.br, 21.06.2013. Adaptado)

9
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES

Fiz as correções entre parênteses: cartamos os itens “B” e “E”. “Tráfego” tem relação com trân-
(A) Daqui à (a) pouco teremos à (a) passagem gratuita. sito, transitar, trafegar. “Tráfico” é o que consideramos ilegal,
(B) Não existe (existem) condições de se implantar a praticado por traficante. Descartamos o item “C” também.
passagem gratuita. Sobrou-nos “Maus-tratos”/mal-tratos. O tratamento dado à
(C) É necessário (necessária) a implementação da pas- avó foi ruim, mau (adjetivo). Sendo assim, o correto é “maus-
sagem gratuita. -tratos”.
(D) O povo prefere mais passagem paga que (paga à)
gratuita. RESPOSTA:”D”.
(E) A passagem barata é preferível à gratuita.
O verbo “preferir” pede preposição: Prefiro água a vinho (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAU-
LO – ADVOGADO - VUNESP/2013 - ADAPTADA) Leia o
(e não: “do que vinho”)
texto para responder às questões de números 10 e 11.
Outro dia, meu pai veio me visitar e trouxe uma cai-
RESPOSTA: “E”.
xa de caquis, lá de Sorocaba. Eu os lavei, botei numa ti-
gela na varanda e comemos um por um, num silêncio
08-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO reverencial, nos olhando de vez em quando. Enquanto
PAULO – ADVOGADO - VUNESP/2013) Na passagem – comia, eu pensava: Deus do céu, como caqui é bom! Ca-
... e ausência de candidatos para preenchê-las. –, substi- qui é maravilhoso! O que tenho feito eu desta curta vida,
tuindo-se o verbo preencher por concorrer e atendendo- tão afastado dos caquis?!
-se à norma-padrão, obtém-se: Meus amigos e amigas e parentes queridos são como
(A) … e ausência de candidatos para concorrer a elas. os caquis: nunca os encontro. Quando os encontro, re-
(B) … e ausência de candidatos para concorrer à elas. lembro como é prazeroso vê-los, mas depois que vão
(C) … e ausência de candidatos para concorrer-lhes. embora me esqueço da revelação. Por que não os vejo
(D) … e ausência de candidatos para concorrê-las. sempre, toda semana, todos os dias desta curta vida?
(E) … e ausência de candidatos para lhes concorrer. Já sei: devem ficar escondidos de mim, guardados
numa caixa, lá em Sorocaba.
Vamos por exclusão: “à elas” está errada, já que não te- (Antônio Prata, Apolpando. Folha de S.Paulo,
mos acento indicativo de crase antes de pronome pessoal; 29.05.2013)
quando temos um verbo no infinitivo, podemos usar a cons-
trução: verbo + preposição + pronome pessoal. Por exem- 10-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO
plo: Dar a eles (ao invés de “dar-lhes”). PAULO – ADVOGADO - VUNESP/2013) A oração – …
nunca os encontro. (2.º parágrafo) – assume, em voz pas-
RESPOSTA: “A”. siva, a seguinte redação:
(A) … eu nunca encontro eles.
09-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO (B) … eles nunca têm sido encontrados por mim.
PAULO – ADVOGADO - VUNESP/2013) A Polícia Militar (C) … nunca se encontram eles.
prendeu, nesta semana, um homem de 37 anos, acusado (D) … eu nunca os tenho encontrado.
de ____________ de drogas e ____________ à avó de 74 anos (E) … eles nunca são encontrados por mim.
de idade. Ele foi preso em __________ com uma pequena
“Traduzindo” a oração destacada: “eu nunca encontro
quantidade de drogas no bairro Irapuá II, em Floriano,
eles” (Observação: colocação pronominal feita dessa for-
após várias denúncias de vizinhos. De acordo com o Co-
ma apenas para esclarecer a voz verbal!). Ao passarmos da
mandante do 3.º BPM, o acusado era conhecido na re-
voz ativa para a voz passiva, teremos a seguinte construção:
gião pela atuação no crime. “eles nunca são encontrados por mim”.
(www.cidadeverde.com/floriano. Acesso em 23.06.2013.
Adaptado) RESPOSTA: “E”.
De acordo com a norma-padrão da língua portugue- 11-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO
sa, as lacunas do texto devem ser preenchidas, respecti- PAULO – ADVOGADO - VUNESP/2013) Considerando o
vamente, com: contexto, assinale a alternativa em que há termos em-
(A) tráfico … mal-tratos … flagrante pregados em sentido figurado.
(B) tráfego … maltratos … fragrante (A) Outro dia, meu pai veio me visitar… (1.º pará-
(C) tráfego … maus-trato … flagrante grafo)
(D) tráfico … maus-tratos … flagrante (B) … e trouxe uma caixa de caquis, lá de Sorocaba.
(E) tráfico … mau-trato … fragrante (1.º parágrafo)
(C) … devem ficar escondidos de mim, guardados
Questão de ortografia. Vamos às exclusões: Polícia tra- numa caixa… (último parágrafo)
balha com criminosos pegos em “flagrante”, no “flagra”; (D) Enquanto comia, eu pensava… (1.º parágrafo)
“fragrante” relaciona-se a aroma, fragrância. Assim, já des- (E) … botei numa tigela na varanda e comemos um
por um… (1.º parágrafo)

10
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES

Sublinhei os termos que estão relacionados (os prono- Análise abaixo:


mes e verbos retomam os seguintes substantivos abaixo): (A) A vida é = verbo de ligação // ... mergulhemos =
Meus amigos e amigas e parentes queridos são como intransitivo
os caquis... (B) ... alguém dará = transitivo direto e indireto (no con-
Quando os encontro, relembro como é prazeroso vê- texto, apenas direto) // A vida é = verbo de ligação
-los... (C) Tinha = transitivo direto // Depois de esperar = tran-
devem ficar escondidos de mim, guardados numa caixa, sitivo direto
lá em Sorocaba... (D) Para quem espera = pode ser considerado intransitivo
Através da leitura acima, percebemos que o autor re- – (NESTE CONTEXTO) // Depois de esperar = transitivo direto
fere-se aos amigos, amigas e parentes. Ao dizer que ficam (E) Tinha = transitivo direto // ... mergulhemos = intran-
guardados em caixas, obviamente, está utilizando uma lin- sitivo
guagem conotativa, figurada.
RESPOSTA: “C”.
RESPOSTA: “C”.
14-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE
12-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO - ANALISTA DE SISTEMAS - FCC/2012) A frase
JANEIRO - ANALISTA DE SISTEMAS - FCC/2012) Com as que admite transposição para a voz PASSIVA é:
alterações propostas entre parênteses para o segmento (A) Quando a Bem-amada vier com seus olhos tris-
grifado nas frases abaixo, o verbo que se mantém corre- tes...
tamente no singular é: (B) O chapéu dele está aí...
(A) a modernização do Rio se teria feito (as obras de (C) ... chegou à conclusão de que o funcionário...
modernização) (D) Leio a reclamação de um repórter irritado...
(B) Mas nunca se esquece ele de que (esses autores) (E) ... precisava falar com um delegado...
(C) por que vem passando a mais bela das cidades do
Brasil (as mais belas cidades do Brasil) A única alternativa que possibilita a transposição para a
(D) continua a haver um Rio de Janeiro do tempo voz passiva é a: A reclamação de um repórter irritado foi lida
dos Franceses (tradições no Rio de Janeiro) por mim”.
(E) do que a cidade parece ter de eterno (as belezas
da cidade) RESPOSTA: “D”.
Fiz as anotações ao lado:
(A) a modernização do Rio se teria feito (as obras de 15-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE
modernização) = se teriam feito JANEIRO - ANALISTA DE SISTEMAS - FCC/2012) ... e che-
(B) Mas nunca se esquece ele de que (esses autores) = gou à conclusão de que o funcionário passou o dia inteiro
se esquecem tomando café.
(C) por que vem passando a mais bela das cidades do Do mesmo modo que se justifica o sinal indicativo de
Brasil (as mais belas cidades do Brasil) = por que vêm pas- crase em destaque na frase acima, está correto o seu em-
sando prego em:
(D) continua a haver um Rio de Janeiro do tempo dos (A) e chegou à uma conclusão totalmente inesperada.
Franceses (tradições no Rio de Janeiro) = continua a haver (B) e chegou então à tirar conclusões precipitadas.
(E) do que a cidade parece ter de eterno (as belezas da (C) e chegou à tempo de ouvir as conclusões finais.
cidade) = parecem ter (D) e chegou finalmente à inevitável conclusão.
(E) e chegou à conclusões as mais disparatadas.
RESPOSTA: “D”.
Vamos por exclusão:
13-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE (A) e chegou à uma = não há acento grave antes de ar-
JANEIRO - ANALISTA DE SISTEMAS - FCC/2012) Os ver- tigo indefinido
bos que exigem o mesmo tipo de complemento estão (B) e chegou então à tirar = não há acento grave antes de
empregados nos segmentos transcritos em: verbo no infinitivo
(A) A vida é triste e complicada. // ... mergulhemos (C) e chegou à tempo = não há acento grave antes de
de corpo e alma no cafezinho. palavra masculina
(B) ... alguém dará o nosso recado sem endereço. // (D) e chegou finalmente à inevitável conclusão.
A vida é triste e complicada. (E) e chegou à conclusões = não há acento grave quando
(C) Tinha razão o rapaz... // Depois de esperar duas a preposição está no singular e a palavra que a acompanha
ou três horas... não tem a presença do artigo definido (há generalização). Ha-
(D) Para quem espera nervosamente... // Depois de veria acento se a construção fosse: “chegou às conclusões as
esperar duas ou três horas... mais disparatadas”.
(E) Tinha razão o rapaz... // ... mergulhemos de corpo
e alma no cafezinho. RESPOSTA: “D”.

11
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES

16-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO III. “mostra” e “atingiu” estão na voz ativa e indicam,
PAULO - ANALISTA EM COMUNICAÇÃO E PROCESSA- respectivamente, tempo pretérito e tempo presente; = hou-
MENTO DE DADOS JUDICIÁRIO – VUNESP/2012) Leia o ve uma inversão: “mostra” está no presente e “atingiu” está
texto para responder à questão. no pretérito perfeito
IV. “mostra” e “foram derrubadas” estão na voz passiva
Tufão “Tembin” causa destruição em Taiwan; 5 mil e indicam tempo passado.
evacuaram = “mostra” está na voz ativa e tempo presente; “foram
derrubadas” sim, está na voz passiva e tempo passado.
Itens corretos: I e II.

RESPOSTA: “A”.

17-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO


PAULO - ANALISTA EM COMUNICAÇÃO E PROCESSA-
MENTO DE DADOS JUDICIÁRIO – VUNESP/2012) Se-
guem a mesma regra de acentuação gráfica relativa às
palavras paroxítonas:
(A) probatório; condenatório; crédito.
Imagem mostra morador entre árvores que foram (B) máquina; denúncia; ilícita.
derrubadas nesta sexta-feira (24), durante passagem do (C) denúncia; funcionário; improcedência.
tufão Tembin, em Taitung, no leste de Taiwan. Segundo (D) máquina; improcedência; probatório.
a agência AFP, ao menos 5 mil pessoas foram evacuadas (E) condenatório; funcionário; frágil.
das regiões expostas a deslizamentos de terra diante da
ameaça do tufão, de categoria 4 na escala Saffir-Simp-
Vamos a elas:
son (1 a 5), que atingiu o condado de Pingtung às 5h
(A) probatório = paroxítona terminada em ditongo;
(18h de Brasília), segundo a agência nacional de meteo-
condenatório = paroxítona terminada em ditongo; crédito
rologia.
= proparoxítona.
(Disponível em http://noticias.uol.com.br/album/
(B) máquina = proparoxítona; denúncia = paroxítona
album-do-dia/2012/08/24/imagens-do-dia-24-de-agosto-
terminada em ditongo; ilícita = proparoxítona.
-de-2012.htm?abrefoto=9. Acesso em 24.08.2012)
(C) Denúncia = paroxítona terminada em ditongo; fun-
cionário = paroxítona terminada em ditongo; improcedên-
A respeito do emprego de verbos nessa notícia, po-
cia = paroxítona terminada em ditongo
de-se afirmar que:
I. “evacuar” suscita duplicidade de sentido quando (D) máquina; improcedência; probatório = classifica-
empregado na voz ativa ou na passiva; ções apresentadas acima
II. “foram derrubadas” e “foram evacuadas” estão (E) condenatório; funcionário = classificações apresen-
na voz passiva e indicam tempo pretérito; tadas acima / Frágil = paroxítona terminada em “l”
III. “mostra” e “atingiu” estão na voz ativa e indi-
cam, respectivamente, tempo pretérito e tempo pre- RESPOSTA: “C”.
sente;
IV. “mostra” e “foram derrubadas” estão na voz pas- 18-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO
siva e indicam tempo passado. PAULO - ANALISTA EM COMUNICAÇÃO E PROCESSA-
Está correto o que se afirma apenas em MENTO DE DADOS JUDICIÁRIO – VUNESP/2012) Em
(A) I e II. – os procedimentos se tornaram muito mais céleres e
(B) I e III. fáceis – o termo destacado apresenta como antônimo:
(C) I e IV. (A) ágeis.
(D) II e III. (B) modernos.
(E) II e IV. (C) desenvoltos.
(D) arcaicos.
Questão que envolve intepretação, conhecimento de (E) morosos.
Vozes e Tempos Verbais, além de Ambiguidade. Farei as ob-
servações nos itens: Ao estudarmos conteúdo de Direito, percebemos que
I. “evacuar” suscita duplicidade de sentido quando em- um dos princípios da Justiça é o da celeridade, da rapidez
pregado na voz ativa ou na passiva; no julgamento/andamento do processo, o que nos facilita
= tanto “evacuaram” quanto “foram evacuadas” apre- responder à questão: antônimo de célere, rápido = moroso.
sentam duplo sentido
II. “foram derrubadas” e “foram evacuadas” estão na RESPOSTA: “E”.
voz passiva e indicam tempo pretérito;

12
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES

19-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO O termo “seguiu à risca” dá-nos uma ideia de “modo”.
PAULO - ANALISTA EM COMUNICAÇÃO E PROCESSA- Dentre as alternativas apresentadas, o item que nos passa o
MENTO DE DADOS JUDICIÁRIO – VUNESP/2012) Consi- mesmo sentido é: Ficou rodando de carro à toa por muito
dere a frase a seguir. tempo.
Esses recursos chegam ao STF depois de passar por
uma “peneira” no tribunal de origem. RESPOSTA: “D”.
Preserva-se o mesmo sentido e regência do verbo
chegar da frase em: 22-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAU-
LO - ANALISTA EM COMUNICAÇÃO E PROCESSAMENTO
(A) O dinheiro não chegou para as despesas do mês.
DE DADOS JUDICIÁRIO – VUNESP/2012) Considere o tre-
(B) Ela não chega à mãe em beleza e inteligência.
cho.
(C) Uma desgraça nunca chega só. Dentro e fora de campo, a vida do juiz de futebol Juarez
(D) Chega de reclamações, disse o juiz. Gomes da Silva é uma eterna bola dividida. De ante mão,
(E) Apesar de chegar cedo à seção eleitoral, não con- ele já carrega a fama de vilão de espetáculo: ao surgir no
seguiu votar. gramado ao lado dos bandeirinhas, a recepção vêm sob
a forma de vaias, xingamentos e bombardeio de objetos.
No enunciado, o verbo “chegar” exerce a função de ver- No texto apresentado, há
bo transitivo indireto, pedindo preposição: chegar a que lu- (A) um erro de grafia (ante mão) e outro de concor-
gar, aonde? A alternativa que também apresenta o mesmo dância verbal (vêm).
sentido é a: chegou à seção eleitoral. (B) dois erros de grafia (ante mão/ sob).
(C) dois erros de concordância nominal (vaias/ xinga-
RESPOSTA: “E”. mentos).
(D) um erro de grafia (sob) e um erro de concordância
20-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO nominal (vaias).
PAULO - ANALISTA EM COMUNICAÇÃO E PROCESSA- (E) um erro de grafia (recepção) e um erro de concor-
MENTO DE DADOS JUDICIÁRIO – VUNESP/2012) Con- dância verbal (vêm).
sidere o trecho. No trecho há um erro ortográfico (antemão é a forma cor-
reta); “vêm” está no plural, mas o seu sujeito (a recepção) está
Em audiência pública realizada na última sexta-fei-
no singular, portanto o correto é “vem”.
ra (24), o ministro Marco Aurélio se mostrou preocupado
e afirmou que tem receio de que o julgamento do mensa- RESPOSTA: “A”.
lão não termine até o final do ano.
Nesse trecho, a relação estabelecida entre as orações (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO -
ligadas pela conjunção “e” é de ASSISTENTE SOCIAL JUDICIÁRIO - VUNESP/2012 - ADAP-
(A) contraposição. TADA) Leia o texto, para responder às questões de núme-
(B) exclusão. ros 23 e 24.
(C) tempo. Nas últimas três décadas, as milícias, organizações cri-
(D) adição. minosas lideradas por policiais e ex-policiais, vêm se alas-
(E) alternância. trando no Rio de Janeiro. Elas avançaram sobre os domí-
nios do tráfico, passaram a comandar territórios da cidade
A ideia apresentada pela conjunção “e”, nesse texto, é e consolidaram seu poder à base do assistencialismo e do
de adição. medo. Como têm centenas de milhares de pessoas sob seu
jugo, essas gangues de farda ganham força em períodos
RESPOSTA: “D”. eleitorais, quando são procuradas por candidatos em bus-
ca de apoio, arbitram sobre quem faz campanha em seu
21-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO pedaço e lançam nomes egressos de suas próprias fileiras.
(Veja, 26.09.2012. Adaptado)
PAULO - ANALISTA EM COMUNICAÇÃO E PROCESSA-
MENTO DE DADOS JUDICIÁRIO – VUNESP/2012 - ADAP-
23-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAU-
TADA) A corte seguiu à risca um artigo do Estatuto da LO - ASSISTENTE SOCIAL JUDICIÁRIO - VUNESP/2012) Sa-
Criança e do Adolescente (ECA). bendo que o aposto é empregado para precisar, explicar
Segue essa mesma regra de uso da crase a alterna- um termo antecedente, assinale a alternativa contendo
tiva: passagem do texto com essa função.
(A) (A lei) ameaça despejar milhares de marginais (A) …quem faz campanha em seu pedaço…
precoces de volta às ruas. (B) …nomes egressos de suas próprias fileiras.
(B) A felicidade é o sonho que se oferece às pessoas. (C) …centenas de milhares de pessoas sob seu jugo…
(C) Telefonei ontem à sua tia. (D) …quando são procuradas por candidatos em bus-
(D) Ficou rodando de carro à toa por muito tempo. ca de apoio…
(E) Não ceda à tentação. (E) …organizações criminosas lideradas por policiais
e ex-policiais…

13
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES

Retirando do texto o trecho, perceberemos que o item (C) Ainda não identificada pela polícia, as pessoas
que apresenta um aposto (termo que explica um antecedente) responsáveis pelo assalto estão à solta.
é o seguinte: as milícias, organizações criminosas lideradas por (D) Já foi divulgado na mídia alguma coisa a respeito
policiais e ex-policiais, vêm se alastrandro no Rio de Janeiro. do acidente?
(E) Se foi incluso no contrato, a cláusula não pode ser
RESPOSTA: “E”. desconsiderada.

24-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAU- Fiz as correções entre parênteses:
LO - ASSISTENTE SOCIAL JUDICIÁRIO - VUNESP/2012) A (A) Vê-se que ficou assegurado (assegurada) à família a
passagem do texto em que se encontra adjunto adverbial guarda do menor.
expressando circunstância de modo é: (B) Fica claro que o problema atinge os setores público e privado.
(A) …no Rio de Janeiro. (C) Ainda não identificada (identificadas) pela polícia, as
(B) …em períodos eleitorais… pessoas responsáveis pelo assalto estão à solta.
(C) …à base do assistencialismo e do medo. (D) Já foi divulgado (divulgada) na mídia alguma coisa a res-
(D) …de suas próprias fileiras. peito do acidente?
(E) …sobre os domínios do tráfico… (E) Se foi incluso (inclusa - ou incluída, já que funciona como
verbo) no contrato, a cláusula não pode ser desconsiderada.
Para “descobrirmos” um adjunto adverbial de modo, per-
guntamos ao verbo: “como?” No texto, dentre as alternativas RESPOSTA: “B”.
apresentadas, a que responde a essa pergunta adequadamente
é: “consolidaram seu poder (como?) = à base do assistencialismo 27-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAU-
e do medo. LO - ASSISTENTE SOCIAL JUDICIÁRIO - VUNESP/2012) As-
sinale a alternativa em que todos os verbos estão conjuga-
RESPOSTA: “C”. dos segundo a norma-padrão.
(A) Absteu-se do álcool durante anos; agora, voltou ao vício.
(B) Perderam seus documentos durante a viagem, mas
25-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAU-
já os reaveram.
LO - ASSISTENTE SOCIAL JUDICIÁRIO - VUNESP/2012) As-
(C) Avisem-me, se vocês verem que estão ocorrendo
sinale a alternativa em que os pronomes estão empregados
conflitos.
e colocados na frase de acordo com a norma-padrão.
(D) Só haverá acordo se nós propormos uma boa inde-
(A) Nos surpreende, a cada dia, constatar a invasão das
nização.
milícias, que espalham-se pelas favelas, ditando-as suas leis.
(E) Antes do jantar, a criançada se entretinha com jogos
(B) Depois de invadir vários territórios da cidade, as mi-
eletrônicos.
lícias dominaram eles e ali instalaram-se.
(C) Há candidatos que usam as gangues: as procuram Correção à frente:
movidos pelo interesse em ter elas como aliadas. (A) Absteu-se = absteve-se
(D) Quase nunca vê-se reação das comunidades diante (B) mas já os reaveram = reouveram
do terror que as milícias as impõem. (C) se vocês verem = virem
(E) Milicianos instalam-se nas comunidades e impõem (D) Só haverá acordo se nós propormos = propusermos
seu poder; consolidam-no pela prática do terror. (E) Antes do jantar, a criançada se entretinha com jogos ele-
trônicos.
Fiz as correções:
(A) que espalham-se = que se espalham (pronome relativo) RESPOSTA: “E”.
(B) e ali instalaram-se = ali se instalaram (advérbio)
(C) Há candidatos que usam as gangues: as procuram = 28-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAU-
procuram-nas (depois de pontuação) LO - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – VUNESP/2011-
(D) Quase nunca vê-se = nunca se vê (advérbio) ADAPTADA) Em – Tudo indica que 250 mil documentos
E) Milicianos instalam-se... ;consolidam-no pela prática do secretos foram copiados por um jovem soldado num CD
terror enquanto fingia ouvir Lady Gaga. – a palavra destacada ex-
prime ideia de
RESPOSTA: “E”. (A) Hipótese
(B) Condição
26-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAU- (C) Concessão
LO - ASSISTENTE SOCIAL JUDICIÁRIO - VUNESP/2012) As- (D) Causa
sinale a alternativa em que a concordância nominal está de (E) Tempo
acordo com a norma-padrão.
(A) Vê-se que ficou assegurado à família a guarda A conjunção destacada dá-nos a informação com relação
do menor. ao momento, ao “tempo” em que a ação foi praticada.
(B) Fica claro que o problema atinge os setores pú-
blico e privado. RESPOSTA: “E”.

14
RACIOCÍNIO LÓGICO

Avaliação da habilidade do candidato em entender a estrutura lógica de relações entre pessoas, lugares, coisas e/
ou eventos, deduzir novas informações e avaliar as condições usadas para estabelecer a estrutura dessas relações. As
questões das provas poderão tratar das seguintes áreas: estruturas lógicas; lógica de argumentação; diagramas lógicos;
aritmética; álgebra e geometria básicas.......................................................................................................................................................... 01
RACIOCÍNIO LÓGICO

A primeira proposição, será metade verdadeira e me-


AVALIAÇÃO DA HABILIDADE DO tade falsa.
CANDIDATO EM ENTENDER A ESTRUTURA A segunda, vamos sempre intercalar VFVFVF
LÓGICA DE RELAÇÕES ENTRE PESSOAS, E a terceira VVFFVVFF
Agora, vamos ver a tabela verdade de cada um dos ope-
LUGARES, COISAS E/OU EVENTOS, DEDUZIR
radores lógicos?
NOVAS INFORMAÇÕES E AVALIAR AS
CONDIÇÕES USADAS PARA ESTABELECER -Negação
A ESTRUTURA DESSAS RELAÇÕES. AS
QUESTÕES DAS PROVAS PODERÃO TRATAR
p ~p
DAS SEGUINTES ÁREAS: ESTRUTURAS
LÓGICAS; LÓGICA DE ARGUMENTAÇÃO; V F
DIAGRAMAS LÓGICOS; ARITMÉTICA; F V
ÁLGEBRA E GEOMETRIA BÁSICAS.
Se estamos negando uma coisa, ela terá valor lógico
oposto, faz sentido, não?
Tabela-verdade
- Conjunção
Com a tabela-verdade, conseguimos definir o valor lógico
Eu comprei bala e chocolate, só vou me contentar se eu
de proposições compostas facilmente, analisando cada coluna.
tiver as duas coisas, certo?
Se tivermos uma proposição p, ela pode ter V(p)=V ou V(p)=F
Se eu tiver só bala não ficarei feliz, e nem se tiver só
chocolate.
p E muito menos se eu não tiver nenhum dos dois.
V
F p q p ∧q
V V V
Quando temos duas proposições, não basta colocar só
V F F
VF, será mais que duas linhas.
F V F
p q F F F
V V
-Disjunção
V F Vamos pensar na mesma frase anterior, mas com o co-
F V nectivo “ou”.
Eu comprei bala ou chocolate.
F F
Eu comprei bala e também comprei a chocolate, está
certo pois poderia ser um dos dois ou os dois.
Observe, a primeira proposição ficou VVFF
Se eu comprei só bala, ainda estou certa, da mesma for-
E a segunda intercalou VFVF
ma se eu comprei apenas chocolate.
Vamos raciocinar, com uma proposição temos 2 possi-
Agora se eu não comprar nenhum dos dois, não dará
bilidades, com 2 proposições temos 4, tem que haver um
certo.
padrão para se tornar mais fácil!
As possibilidades serão 2n,
Onde: p q p ∨q
n=número de proposições V V V
V F V
p q r
F V V
V V V
F F F
V F V
V V F
V F F
F V V
F F V
F V F
F F F

1
RACIOCÍNIO LÓGICO

-Disjunção Exclusiva Tentei deixar de uma forma mais simples, para enten-
Na disjunção exclusiva é diferente, pois OU comprei der a tabela verdade de cada conectivo, pois sei que será
chocolate OU comprei bala. difícil para decorar, mas se você lembrar das frases, talvez
Ou seja, um ou outro, não posso ter os dois ao mesmo fique mais fácil. Bons estudos! Vamos as questões!
tempo.
Questões
p q p ∨q
01. (CASAN – Assistente Administrativo – INSTITU-
V V F TO AOCP/2016) A tabela verdade apresenta os estados
V F V lógicos das entradas e das saídas de um dado no compu-
F V V tador. Ela é a base para a lógica binária que, igualmente, é
a base de todo o cálculo computacional. Sabendo disso,
F F F assinale a alternativa que apresenta a fórmula que corres-
ponde ao resultado da tabela verdade dada.
-Condicional
Se chove, então faz frio.
p q resultado
Se choveu, e fez frio V V V
Estamos dentro da possibilidade.(V)
V F F
Choveu e não fez frio F V F
Não está dentro do que disse. (F) F F F
Não choveu e fez frio..
(A) (p ^ q)
Ahh tudo bem, porque pode fazer frio se não chover,
(B) (p v q)
certo?(V)
(C) (p → q)
(D) (¬ p)
Não choveu, e não fez frio
Ora, se não choveu, não precisa fazer frio. (V) (E) (¬ q)

02. (TRE/MT – Técnico Judiciário – CESPE/2015)


p q p →q Considerando três variáveis (A, B e C), tais que A = 12, B =
V V V 15 e C = 3, bem como a notação para operadores lógicos,
assinale a opção que apresenta uma expressão cujo valor
V F F
lógico é verdadeiro.
F V V (A) (A + B) > 30 ou (A + B - 5) = (A + C)
F F V (B) (A ≥ C) e (A + B) = C
(C) (A > B) e (C + B) < A
-Bicondicional (D) (A + C) > B
Ficarei em casa, se e somente se, chover. (E) B ≥ A + 2

Estou em casa e está chovendo. 03. (DOCAS/PB – Assistente Administrativo –


A ideia era exatamente essa. (V) IBFC/2015) O valor lógico da proposição composta ( 2/5
de 40 = 16) ou (30% de 150 = 60) é:
Estou em casa, mas não está chovendo. (A) Verdade
Você não fez certo, era só pra ficar em casa se choves- (B) Falso
se. (F) (C) Inconclusivo
(D) Falso ou verdade
Eu sai e está chovendo.
Aiaiai não era pra sair se está chovendo (F) 04. (TCE/RN – Técnico de Controle Externo –
Não estou em casa e não está chovendo. FCC/2015) Considere as afirmações:
Sem chuva, você pode sair, ta?(V) I. Se a música toca no rádio, então você escuta.
II. A música não tocou no rádio.
p q p ↔q III. Renato é bom em matemática ou é bom em por-
tuguês.
V V V IV. Se as nuvens estão escuras, então vai chover.
V F F Sabe-se que as afirmações I e II são verdadeiras, e as
F V F afirmações III e IV são falsas.A partir dessas afirmações, é
correto concluir que
F F V

2
RACIOCÍNIO LÓGICO

(A) Você escutou a música, e Renato não é bom em Assinale a alternativa que contém os valores corretos
matemática, e não é bom em português. para 1, 2, 3 e 4, considerando-se o Conectivo do tipo CON-
(B) A música não tocou no rádio, e as nuvens não estão JUNÇÃO (a ∧ b).
escuras, e vai chover. (A) 1-F; 2-F; 3-F; 4-F
(C) Você escutou a música, e Renato é bom somente (B) 1-V; 2-V; 3-V; 4-F
em matemática, e está chovendo. (C) 1-V; 2-F; 3-F; 4-F
(D) A música não tocou no rádio, e Renato não é bom (D) 1-V; 2-V; 3-F; 4-F
em português, e as nuvens estão escuras. (E) 1-F; 2-V; 3-F; 4-V
(E) A música não tocou no rádio, e Renato não é bom
em matemática, e é bom em português, e não vai chover. 08. (TRE/GO – Técnico Judiciário – CESPE/2015) A
respeito de lógica proposicional, julgue o item subsequen-
05. (DOCAS/PB – Assistente Administrativo – te.
IBFC/2015) Dentre as alternativas, a única correta é:
(A) O valor lógico da conjunção entre duas proposi- Se P, Q e R forem proposições simples e se T for a pro-
ções é verdade se os valores lógicos das duas proposições posição composta falsa [P∧(¬Q)] →R, então, necessaria-
forem falsos. mente, P, Q e R serão proposições verdadeiras.
(B) O valor lógico do bicondicional entre duas proposi-
( )certo ( )errado
ções é verdade se os valores lógicos das duas proposições
forem falsos.
09. (SAEB/BA – Técnico de Registro de Comércio –
(C) O valor lógico da disjunção entre duas proposições
IBFC/2015) Dentre as afirmações:
é verdade se os valores lógicos das duas proposições fo-
rem falsos. I. Se duas proposições são falsas, então a conjunção
(D) O valor lógico do condicional entre duas propo- entre elas é verdadeira.
sições é falso se os valores lógicos das duas proposições II. Se duas proposições são verdadeiras, então a disjun-
forem falsos. ção entre elas é verdadeira.
III. Se duas proposições são falsas, então o bicondicio-
06. (EBSERH – Técnico em Citopatologia – INSTITU- nal entre elas é verdadeiro.
TO AOCP/2015) Considerando a proposição composta ( p IV. Se duas proposições são falsas, então o condicional
∨ r ) , é correto afirmar que entre elas é verdadeiro.
(A) a proposição composta é falsa se apenas p for falsa. Pode-se afirmar que são corretas:
(B) a proposição composta é falsa se apenas r for falsa. (A) Somente uma delas.
(C) para que a proposição composta seja verdadeira é (B) Somente duas delas.
necessário que ambas, p e r sejam verdadeiras. (C) Somente três delas.
(D) para que a proposição composta seja verdadeira é (D) Todas.
necessário que ambas, p e r sejam falsas. (E) Nenhuma.
(E) para que a proposição composta seja falsa é neces-
sário que ambas, p e r sejam falsas. 10. (TCE/SP – Auxiliar da Fiscalização Financeira II –
FCC/2015) Considere a afirmação condicional: Se Alberto
07. (CRP/MG – Assistente Administrativo – QUA- é médico ou Alberto é dentista, então Rosa é engenheira.
DRIX/2015) Um pesquisador desenvolveu uma nova vacina
para combater uma determinada doença. Ao realizar os testes Seja R a afirmação: ‘Alberto é médico’;
em cobaias, para analisar o efeito da vacina, algumas cobaias Seja S a afirmação: ‘Alberto é dentista’ e
receberam a nova vacina desenvolvida, representada pela le- Seja T a afirmação: ‘Rosa é engenheira’.
tra a e outros receberam uma vacina já existente, represen-
tada pela letra b. Essas vacinas foram testadas em conjunto, A afirmação condicional será considerada necessaria-
e testadas separadamente. De forma a padronizarem-se o mente falsa quando
procedimento experimental e a demonstração dos resultados (A) R for verdadeira, S for falsa e T for verdadeira.
obtidos, convencionou-se a seguinte nomenclatura: (B) R for falsa, S for verdadeira e T for verdadeira.
V = VERDADEIRO, ou seja, a cobaia utilizou a vacina. (C) R for falsa, S for falsa e T for falsa.
F = FALSO, ou seja, a cobaia não utilizou a vacina. (D) R for falsa, S for falsa e T for verdadeira.
Foram analisadas 4 possibilidades, conforme a tabela- (E) R for verdadeira, S for falsa e T for falsa.
verdade a seguir.
11. (CGM/RJ – Auxiliar de Controladoria – PREF. DO
a b a∧b RIO DE JANEIRO/2015) Sabe-se que a proposição A é fal-
V V 1 sa e que a proposição B é verdadeira. Portanto, as proposi-
ções compostas A → B e A ↔ B , são, respectivamente:
V F 2 (A) verdadeira e verdadeira
F V 3 (B) verdadeira e falsa
F F 4 (C) falsa e falsa
(D) falsa e verdadeira

3
RACIOCÍNIO LÓGICO

12. (SAPeJUS/GO – Agente de Segurança Prisional Para a conjunção ser verdadeira, ambas proposições
– FUNIVERSA/2015) Considerando que P e Q sejam pro- devem ser verdadeiras.
posições simples e os significados dos símbolos lógicos “P (B)
∨ Q = P ou Q”, “P ∧ Q = P e Q”, “P→Q = se P, então Q”, A≥C
é possível construir a tabela verdade da proposição [P∨ 12 ≥3 (V)
Q]→[P∧ Q], completando a tabela abaixo. A+B=C
12+15=3
P Q P Q P Q [P∨ Q]→[P∧ Q] 27=3 (F)
V V (C)
F V A>B
V F 12>15(F)
F F Nem precisamos continuar, pois como é conjunção,
ambas deveriam ser verdadeiras.
Nesse sentido, assinale a alternativa que apresenta os (D)
elementos da coluna correspondente a [P∨ Q]→[P∧ Q], (A + C) > B
na ordem em que aparecem, de cima para baixo. 12+3>15
(A) V F V F 15>15 (F)
(B) V F F V (E)
(C) F F V V B≥A+2
(D) V V V V 15≥12+2
(E) F F F F 15≥14 (V)

13. (CÂMARA MUNICIPAL DO RIO DE JANEIRO – 03. Resposta: A.


Analista Legislativo – Taquigrafia – PREF. DO RIO DE Essa questão, temos que usar um pouco de matemática.
JANEIRO/2015) Considerem-se as proposições P, Q e R e 2 80
a seguinte linha de uma tabela-verdade, em que V repre- ∙ 40 = = 16
senta o valor lógico verdadeiro, F, o falso. 5 5

P Q R P→~Q R∨(P→~Q) 30% de 150=0,3.150=45


Portanto, a primeira proposição é verdadeira e a se-
V V F X Y gunda é falsa.
Na disjunção, V F resulta em V
Os valores lógicos que substituem corretamente as le-
tras X e Y, respectivamente, são: 04. Resposta: D.
(A) V e F. Vamos pensar com bastante calma nessa questão, para
(B) V e V. não nos perdemos nas afirmações.
(C) F e V. I e II são verdadeiras.
(D) F e F. Tomando como base a II que diz que a música não to-
cou no rádio, voltemos a I:
Respostas Vamos desmembrar em proposições simples
p: A música toca no rádio
01. Resposta: A. q: Você escuta
Lembra que falamos que uma das tabelas mais fáceis
seria a de conjunção? Como a II está correta, temos que V(p)=F
Aqui está ela...Apenas quando as duas proposições são E para a proposição composta ser verdadeira, V(q)=V
verdadeiras que a conjunção será verdadeira. ou V(q)=F

02. Resposta: E. Afirmação III é falsa.


Na disjunção (ou), para o valor lógico ser verdadeiro, a Para a disjunção ser falsa, temos que ter as duas pro-
única coisa que não pode acontecer é se as duas proposi- posições falsas, ou seja:
ções forem falsas. p: Renato é bom em matemática (F)
(A) q: Renato é bom em português (F)
A+B>30
12+15>30 Afirmação IV é falsa.
27>30 (F) A única maneira possível é a primeira ser verdadeira e
A+B-5=A+C a segunda falsa.
12+15-5=12+3 p: As nuvens estão escuras (V)
22=15 (F) q: Vai chover (F)
As duas são falsas, então o valor lógico é falso.

4
RACIOCÍNIO LÓGICO

Pelas alternativas, vamos formular: 07. Resposta: C.


Não sabemos se você escutou música, mas sabemos: Essa questão é exatamente a tabela verdade da con-
A música não tocou no rádio junção.
Renato não é bom em matemática
Renato não é bom em português P Q p∧q
As nuvens estão escuras
Não vai chover V V V
V F F
05. Resposta: B. F V F
Pela tabela –verdade:
F F F
Tabela-verdade conjunção
Portanto:
1-V; 2-F; 3-F; 4-F
P Q p∧q
V V V 08. Resposta: Errado.
V F F Necessariamente a proposição R deve ser falsa, para T
ser falsa.
F V F
F F F p Q p→Q

Tabela-verdade disjunção V V V
V F F
P Q p∨q F V V
V V V F F V
V F V
Lembrando da nossa tabela verdade da condicional, a
F V V segunda tem que ser falsa para a proposição ser falsa.
F F F OBS: Essa tabela não é exatamente do exercício, apenas
mostrando o valor lógico das proposições na condicional.
Tabela da condicional
09. Resposta: C.
Novamente, as tabelas verdades:
p Q p→Q
V V V Tabela-verdade conjunção
V F F I. Se duas proposições são falsas, então a conjunção
entre elas é verdadeira. (F)
F V V
F F V P Q p∧q

Tabela da bicondicional V V V
V F F
p q P↔q F V F
V V V F F F
V F F
Tabela-verdade disjunção
F V F II. Se duas proposições são verdadeiras, então a disjun-
F F V ção entre elas é verdadeira. (V)

06. Resposta: E. P Q p∨q


Como já foi visto, a disjunção só é falsa quando as duas
V V V
proposições são falsas.
V F V
F V V
F F F

5
RACIOCÍNIO LÓGICO

Tabela da condicional 11. Resposta: B.


IV. Se duas proposições são falsas, então o condicional Tabela verdade condicional
entre elas é verdadeiro.(V)
A B A→B
p Q p→Q V V V
V V V V F F
V F F F V V
F V V F F V
F F V
Tabela verdade bicondicional
Tabela da bicondicional
III. Se duas proposições são falsas, então o bicondicio- A B A↔ B
nal entre elas é verdadeiro.(V)
V V V
p q P↔q V F F
V V V F V F
V F F F F V
F V F A condicional é verdadeira e a bicondicional é falsa.
F F V
12. Resposta: B.
10. Resposta: E. P Q P∨Q P∧Q [P∨ Q]→[P∧ Q]
V V V V V
Primeiramente, vamos escrever em símbolos a afirma- F V V F F
ção condicional. V F V F F
(R∨S)→T F F F F V

Agora, o que precisa acontecer para a afirmação ser 13. Resposta: D.


falsa? Como Q é verdadeiro, ~Q tem valor lógico F
P→~Q
V→F
R∨S T R∨S → T Verdadeiro condiciona Falso é Falso
V V V R∨(P→~Q)
F∨F
V F F
Falso ou falso, a proposição composta tem valor lógico
F V V falso.
F F V Então, x e y são falsos.

Para ser falsa, necessariamente T tem que ser falsa, en- Proposição
tão ficamos com as alternativas C e E. Definição: Todo o conjunto de palavras ou símbolos
Para R∨S ser verdadeira que exprimem um pensamento de sentido completo.
Nossa professora, bela definição!
Não entendi nada!
R S R∨S Vamos pensar que para ser proposição a frase tem que
V V V fazer sentido, mas não só sentido no nosso dia a dia, mas
também no sentido lógico.
V F V Para uma melhor definição dentro da lógica, para ser
F V V proposição, temos que conseguir julgar se a frase é verda-
F F F deira ou falsa.
Exemplos:
(A) A Terra é azul.
As proposições só não podem ser falsas juntas.
Conseguimos falar se é verdadeiro ou falso? Então é
uma proposição.
(B) >2
Como ≈1,41, então a proposição tem valor lógico falso.

Todas elas exprimem um fato.

6
RACIOCÍNIO LÓGICO

Agora, vamos pensar em uma outra frase: Se quisermos indicar quais proposições simples fazem
O dobro de 1 é 2? parte da proposição composta:
Sim, correto?
Correto. Mas é uma proposição? P(p,q)
Não! Porque sentenças interrogativas, não podemos
declarar se é falso ou verdadeiro. Se pensarmos em gramática, teremos uma proposição
composta quando tiver mais de um verbo e proposição
Bruno, vá estudar. simples, quando tiver apenas 1. Mas, lembrando que para
É uma declaração imperativa, e da mesma forma, não ser proposição, temos que conseguir definir o valor lógico.
conseguimos definir se é verdadeiro ou falso, portanto, não
é proposição. Conectivos
Agora que vamos entrar no assunto mais interessante
Passei! e o que liga as proposições.
Ahh isso é muito bom, mas infelizmente, não podemos Antes, estávamos vendo mais a teoria, a partir dos co-
de qualquer forma definir se é verdadeiro ou falso, porque nectivos vem a parte prática.
é uma sentença exclamativa.
Definição
Vamos ver alguns princípios da lógica: Palavras que se usam para formar novas proposições,
a partir de outras.
I. Princípio da não Contradição: uma proposição não
pode ser verdadeira “e” falsa ao mesmo tempo. Vamos pensar assim: conectivos? Conectam alguma
II. Princípio do Terceiro Excluído: toda proposição “ou” coisa?
é verdadeira “ou” é falsa, isto é, verifica-se sempre um des- Sim, vão conectar as proposições, mas cada conetivo
ses casos e nunca um terceiro caso. terá um nome, vamos ver?

Valor Lógico das Proposições -Negação


Definição: Chama-se valor lógico de uma proposição a
verdade, se a proposição é verdadeira (V), e a falsidade, se extensa: não,é falso que,não é verdade que,é mentira
a proposição é falsa (F). que símbolo:~,¬

Exemplo Exemplo
p: Thiago é nutricionista. p: Lívia é estudante.
V(p)=V essa é a simbologia para indicar que o valor ~p: Lívia não é estudante.
lógico de p é verdadeira, ou
V(p)=F q: Pedro é loiro.
¬q: É falso que Pedro é loiro.
Basicamente, ao invés de falarmos, é verdadeiro ou fal-
so, devemos falar tem o valor lógico verdadeiro, tem valor r: Érica lê muitos livros.
lógico falso. ~r: Não é verdade que Érica lê muitos livros.

Classificação s: Cecilia é dentista.


¬s: É mentira que Cecilia é dentista.
Proposição simples: não contém nenhuma outra pro-
posição como parte integrante de si mesma. São geral- -Conjunção
mente designadas pelas letras latinas minúsculas p,q,r,s...
E depois da letra colocamos “:” (extensa:“e”,“nem”,“mas também”,“como tam-
bém”,“além de (disso,disto,daquilo)”,@“quanto” (depois
Exemplo: de tanto),“bem como”,“mas”,“porém”,“todavia”,“entre-
p: Marcelo é engenheiro tanto”,@ “no entanto”,“senão”,“não obstante”,“contudo”
q: Ricardo é estudante etc.@Símbolo: )

Proposição composta: combinação de duas ou mais Nossa, são muitas formas de se escrever com a con-
proposições. Geralmente designadas pelas letras maiúscu- junção.
las P, Q, R, S,... Não precisa decorar todos, alguns são mais usuais: “e”,
“mas”, “porém”
Exemplo:
P: Marcelo é engenheiro e Ricardo é estudante. Exemplos
Q: Marcelo é engenheiro ou Ricardo é estudante. p: Vinícius é professor.
q: Camila é médica.

7
RACIOCÍNIO LÓGICO

p∧q: Vinícius é professor e Camila é médica. O conectivo utilizado na proposição composta P cha-
p∧q: Vinícius é professor, mas Camila é médica. ma-se:
p∧q: Vinícius é professor, porém Camila é médica. (A) disjunção
(B) conjunção
- Disjunção (C) condicional
(D) bicondicional
extensa: ..ou...
símbolo: ) 02. (BRDE – Assistente Administrativo – FUNDA-
TEC/2015) Na lógica formal, temos os operadores lógicos
p: Vitor gosta de estudar. do condicional (→),negação (~) e conjunção (∧ ), repre-
q: Vitor gosta de trabalhar sentados na fórmula proposicional

p∨q: Vitor gosta de estudar ou Vitor gosta de trabalhar. (P ∧ Q→~R)

- Disjunção Exclusiva Supondo que:


P representa a sentença declarativa: Maria tem salário
Extensa: Ou...ou... líquido maior que R$ 2.500,00.
Símbolo: ∨ Q representa a sentença declarativa: Maria desconta
imposto de renda na fonte.
p: Vitor gosta de estudar. R representa a sentença declarativa: Maria recebe au-
q: Vitor gosta de trabalhar xílio refeição.

p∨q Ou Vitor gosta de estudar ou Vitor gosta de tra- A alternativa que representa, em linguagem natural, a
balhar. fórmula acima para as respectivas sentenças declarativas é:
(A) Se Maria tem salário líquido maior que R$ 2.500,00
-Condicional e desconta imposto de renda na fonte, então Maria recebe
Extenso: Se...,então..., É necessário que, Condição ne- auxílio refeição.
cessária (B) Maria tem salário líquido maior que R$ 2.500,00. E,
Símbolo: → se desconta imposto de renda na fonte, então Maria não
recebe auxílio refeição.
Exemplos (C) Maria tem salário líquido maior que R$ 2.500,00. E,
p→q: Se chove, então faz frio. se desconta imposto de renda na fonte, então Maria recebe
p→q: É suficiente que chova para que faça frio. auxílio refeição.
p→q: Chover é condição suficiente para fazer frio. (D) Se Maria tem salário líquido maior que R$ 2.500,00
p→q: É necessário que faça frio para que chova. e não desconta imposto de renda na fonte, então Maria
p→q: Fazer frio é condição necessária para chover. não recebe auxílio refeição.
(E) Se Maria tem salário líquido maior que R$ 2.500,00
-Bicondicional e desconta imposto de renda na fonte, então Maria não
Extenso: se, e somente se, ... recebe auxílio refeição.
Símbolo:↔
03. (TRE/GO – Técnico Judiciário – CESPE/2015) A
p: Lucas vai ao cinema respeito de lógica proposicional, julgue o item subsequen-
q: Danilo vai ao cinema. te.

p↔q: Lucas vai ao cinema se, e somente se, Danilo vai A proposição “No Brasil, 20% dos acidentes de trânsito
ao cinema. ocorrem com indivíduos que consumiram bebida alcoóli-
ca” é uma proposição simples
Referências ( )certo ( )errado
ALENCAR FILHO, Edgar de – Iniciação a lógica mate-
mática – São Paulo: Nobel – 2002. 04. (STJ – Técnico Judiciário – CESPE/2015) Mariana
é uma estudante que tem grande apreço pela matemática,
Questões apesar de achar essa uma área muito difícil. Sempre que tem
tempo suficiente para estudar, Mariana é aprovada nas disci-
01. (PREF. DO RIO DE JANEIRO – Agente de Admi- plinas de matemática que cursa na faculdade. Neste semestre,
nistração – PREF. DE RIO DE JANEIRO/2016) Considere- Mariana está cursando a disciplina chamada Introdução à Ma-
se a seguinte proposição: temática Aplicada. No entanto, ela não tem tempo suficiente
para estudar e não será aprovada nessa disciplina.
P: João é alto ou José está doente. A partir das informações apresentadas nessa situação hi-
potética, julgue o item a seguir, acerca das estruturas lógicas.

8
RACIOCÍNIO LÓGICO

Designando por p e q as proposições “Mariana tem tempo 09. (PC/PI - Escrivão de Polícia Civil - UESPI/2014)
suficiente para estudar” e “Mariana será aprovada nessa disci- Assinale, dentre as alternativas a seguir, aquela que NÃO
plina”, respectivamente, então a proposição “Mariana não tem caracteriza uma proposição.
tempo suficiente para estudar e não será aprovada nesta disci- (A) 107 -1 é divisível por 5
plina” é equivalente a ¬p ∧ ¬q. (B) Sócrates é estudioso.
( )certo ( )errado (C) 3-1 >1
(D) < 4 e 3 <
05. (TRE/GO – Técnico Judiciário – CESPE/2015) A res- (E) este é um número primo.
peito de lógica proposicional, julgue o item subsequente.
A proposição “Quando um indivíduo consome álcool ou 10. (DPU – Analista – CESPE/2016) Um estudante de
tabaco em excesso ao longo da vida, sua probabilidade de in- direito, com o objetivo de sistematizar o seu estudo, criou
farto do miocárdio aumenta em 40%” pode ser corretamente sua própria legenda, na qual identificava, por letras, algu-
escrita na forma (P∨Q) →R, em que P, Q e R sejam proposições mas afirmações relevantes quanto à disciplina estudada e
convenientemente escolhidas as vinculava por meio de sentenças (proposições). No seu
( )certo ( )errado vocabulário particular constava, por exemplo:
P: Cometeu o crime A.
06. (SAPeJUS – Agente de Segurança Prisional – FUNI- Q: Cometeu o crime B.
VERSA/2015) Considerando que uma proposição correspon- R: Será punido, obrigatoriamente, com a pena de reclu-
de a uma sentença bem definida, isto é, que pode ser classi- são no regime fechado.
ficada como verdadeira ou falsa, excluindo-se qualquer outro S: Poderá optar pelo pagamento de fiança.
julgamento, assinale a alternativa em que a sentença apresen- Ao revisar seus escritos, o estudante, apesar de não re-
tada corresponde a uma proposição. cordar qual era o crime B, lembrou que ele era inafiançável.
(A) Ele foi detido sem ter cometido crime algum? Tendo como referência essa situação hipotética, julgue
(B) Aquela penitenciária não oferece segurança para o tra- o item que se segue.
balho dos agentes prisionais. A proposição “Caso tenha cometido os crimes A e B,
(C) Os agentes prisionais da penitenciária de Goiânia foram não será necessariamente encarcerado nem poderá pagar
muito bem treinados. fiança” pode ser corretamente simbolizada na forma (P∧-
(D) Fique alerta a qualquer movimentação estranha no pá- Q)→((~R)∨(~S)).
tio do presídio. ( )Certo ( )Errado
(E) Houve fuga de presidiários, que tragédia!
11. (PREF. DE RIO DE JANEIRO/RJ – Administrador -
07. (CRN – 1ª REGIÃO/GO – Auxiliar Administrativo – PREF. DE RIO DE JANEIRO/2016) Considere-se a seguinte
QUADRIX/2014) Sejam dadas as proposições p e q: proposição: “Se chove, então Mariana não vai ao deserto”.
p: Juliana precisa ingerir menos carboidratos. Com base nela é logicamente correto afirmar que:
q: Juliana precisa emagrecer. (A) Chover é condição necessária e suficiente para Ma-
riana ir ao deserto
Assinale a alternativa que contém a tradução para a LIN- (B) Mariana não ir ao deserto é condição suficiente para
GUAGEM CORRENTE, considerando-se uma proposição com chover
conectivo do tipo conjunção (p ∧ q). (C) Mariana ir ao deserto é condição suficiente para chover
(A) Juliana precisa ingerir menos carboidratos ou Juliana (D) Não chover é condição necessária para Mariana ir
precisa emagrecer. ao deserto
(B) Juliana precisa ingerir menos carboidratos e Juliana pre-
cisa emagrecer. Respostas
(C) Juliana precisa ingerir menos carboidratos se, e somen-
te se, Juliana precisa emagrecer. 01. Resposta: A.
(D) Juliana precisa ingerir menos carboidratos se, e somen- O conectivo ou chama-se disjunção e também é repre-
te se, Juliana não precisa emagrecer. sentado simbolicamente por ∨
(E) Juliana precisa ingerir menos carboidratos, então Julia-
na precisa emagrecer. 02. Resposta: E.
Como temos uma condicional, nossa frase deve come-
08. (CRN – 3ª REGIÃO – Assistente Administrativo – çar por Se...., então
QUADRIX/2014) Das afirmativas a seguir, assinale a única que Temos uma conjunção então o conectivo será “e”
apresenta uma proposição lógica. Se Maria tem salário líquido maior que R$ 2.500,00 e
(A) Uma alimentação saudável é um dos princípios básicos desconta imposto de renda na fonte, então Maria NÃO re-
para uma vida saudável. cebe auxílio refeição.
(B) Reflita sobre sua saúde!
(C) Já pensou como vai sua saúde? 03. Resposta: certo.
(D) Seja qual for seu ritmo de vida, aprenda a se exercitar É uma proposição simples, pois a frase não pode ser
sempre. dividida, ou seja, se for separada não faz sentido algum.
(E) 31 de março: dia da saúde e nutrição. Transmite apenas uma ideia.

9
RACIOCÍNIO LÓGICO

04. Resposta: Certo. Diagramas Lógicos


Essa questão gera um pouco de dúvida, pelo termo As questões de Diagramas lógicos envolvem as pro-
“equivalente”, mas pede simplesmente a linguagem simbó- posições categóricas (todo, algum, nenhum), cuja solução
lica da frase. requer que desenhemos figuras, os chamados diagramas.
p: Mariana tem tempo suficiente para estudar
q: Mariana será aprovada nessa disciplina Definição das proposições
¬p∧¬q: Mariana não tem tempo suficiente para estu-
dar e não será aprovada nesta disciplina Todo A é B.

05. Resposta: certo. O conjunto A está contido no conjunto B, assim todo


Quando um indivíduo consome álcool ou tabaco em elemento de A também é elemento de B.
excesso ao longo da vida, sua probabilidade de infarto do
miocárdio aumenta em 40% Podemos representar de duas maneiras:
p: Indivíduo consome álcool
q: Indivíduo consome tabaco em excesso ao longo da vida
r: a probabilidade de infarto do miocárdio aumenta em 40%.
A frase, deixa implícito se ele consumir álcool ou taba-
co, então a probabilidade de infarto do miocárdio aumenta
em 40%.
(p∨q)→r

06. Resposta: C.
As alternativas A e E estão descartadas só de olhar, pois
são sentenças interrogativas e exclamativas.
(D) Fique alerta a qualquer movimentação estranha no
pátio do presídio.
Não conseguimos falar se o valor lógico é V ou F, por-
Quando “todo A é B” é verdadeira, vamos ver como
tanto não é proposição.
ficam os valores lógicos das outras?
(B) Aquela penitenciária não oferece segurança para o
trabalho dos agentes prisionais.
Pensemos nessa frase: Toda criança é linda.
Parece que podemos classificar, não é?
Mas, não sabemos qual penitenciária está falando.
Nenhum A é B é necessariamente falsa
07. Resposta: B. Nenhuma criança é linda, mas eu não acabei de falar
É uma conjunção, então devemos unir as duas frases que TODA criança é linda? Por isso é falsa.
através do conectivo “e”.
Juliana precisa ingerir menos carboidratos e Juliana Algum A é B é necessariamente verdadeira
precisa emagrecer Alguma Criança é linda, sim, se todas são 1, 2, 3...são
Nessa questão foi usado o nome duas vezes, mas, po- lindas
deríamos também escrever: Juliana precisa ingerir menos
carboidratos e precisa emagrecer Algum A não é B necessariamente falsa, pois A está
contido em B.
08. Resposta: A. Alguma criança não é linda, bem como já vimos impos-
Veja que a alternativa A, podemos optar por valor lógi- sível, pois todas são.
co V ou F.
(B) e (C) são sentenças exclamativa e interrogativa, res- Nenhum A é B.
pectivamente
(D) sentença imperativa A e B não terão elementos em comum
(E) informação.

09. Resposta: E.
Não podemos falar se essa alternativa é verdadeira ou
falsa, pois não nos diz o número.

10. Resposta: Errado.


“...encarcerado nem poderá pagar fiança”.
“Nem” é uma conjunção(∧)

11. Resposta: D.
Não pode chover para Mariana ir ao deserto.

10
RACIOCÍNIO LÓGICO

Quando “nenhum A é B” é verdadeira, vamos ver como c) Todos os elementos de B estão em A


ficam os valores lógicos das outras?

Frase: Nenhum cachorro é gato. (sim, eu sei. Frase ex-


trema, mas assim é bom para entendermos..hehe)

Todo A é B é necessariamente falsa


Todo cachorro é gato, faz sentido? Nenhum, não é?

Algum A é B é necessariamente falsa


Algum cachorro é gato, ainda não faz sentido.

Algum A não é B necessariamente verdadeira.


Algum cachorro não é gato, ah sim espero que todos
não sejam mas, se já está dizendo algum vou concordar.

Algum A é B. d) O conjunto A é igual ao conjunto B.

Quer dizer que há pelo menos 1 elemento de A em


comum com o conjunto B

Temos 4 representações possíveis

a) os dois conjuntos possuem uma parte dos elemen-


tos em comum

Quando “algum A é B” é verdadeira, vamos ver como


ficam os valores lógicos das outras?
Frase: Algum copo é de vidro.

Nenhum A é B é necessariamente falsa


Nenhum copo é de vidro, com frase fica mais fácil né?
Porque assim, conseguimos ver que é falsa, pois acabei de
b) Todos os elementos de A estão em B. falar que algum copo é de vidro, ou seja, tenho pelo menos
1 copo de vidro.

Todo A é B , não conseguimos determinar, podendo ser


verdadeira ou falsa (podemos analisar também os diagra-
mas mostrados nas figuras a e c)
Todo copo é de vidro.
Pode ser que sim, ou não.

Algum A não é B não conseguimos determinar, poden-


do ser verdadeira ou falsa(contradiz com as figuras b e d)
Algum copo não é de vidro, como não sabemos se to-
dos os copos são de vidros, pode ser verdadeira.

Algum A não é B.

O conjunto A tem pelo menos um elemento que não


pertence ao conjunto B.

Aqui teremos 3 modos de representar

11
RACIOCÍNIO LÓGICO

a) Os dois conjuntos possuem uma parte dos elemen- Questões


tos em comum
01. (PREF. DE RIO DE JANEIRO/RJ – Assistente Ad-
ministrativo – PREF. DO RIO DE JANEIRO/2015) Em certa
comunidade, é verdade que:
- todo professor de matemática possui grau de mestre;
- algumas pessoas que possuem grau de mestre gos-
tam de empadão de camarão;
- algumas pessoas que gostam de empadão de cama-
rão não possuem grau de mestre.

Uma conclusão necessariamente verdadeira é:


(A) algum professor de matemática gosta de empadão
de camarão
(B) nenhum professor de matemática gosta de empa-
b) Todos os elementos de B estão em A. dão de camarão
(C) alguma pessoa que gosta de empadão de camarão
gosta de matemática
(D) alguma pessoa que gosta de empadão de camarão
não é professor de matemática

02. (TJ/SP – Escrevente Técnico Judiciário – VU-


NESP/2015) Se todo estudante de uma disciplina A é tam-
bém e studante de uma disciplina B e todo estudante de
uma disciplina C não é estudante da disciplina B, e ntão é
verdade que
(A) algum estudante da disciplina A é estudante da dis-
ciplina C.
(B) algum estudante da disciplina B é estudante da dis-
ciplina C.
c) Não há elementos em comum entre os dois conjuntos (C) nenhum estudante da disciplina A é estudante da
disciplina C.
(D) nenhum estudante da disciplina B é estudante da
disciplina A.
(E) nenhum estudante da disciplina A é estudante da
disciplina B.

03. (TJ/SP – Escrevente Técnico Judiciário – VU-


NESP/2015) Considere verdadeira a seguinte afirmação:
“Todos os primos de Mirian são escreventes”.
Dessa afirmação, conclui­se corretamente que
(A) se Pâmela não é escrevente, então Pâmela não é
prima de Mirian.
Quando “algum A não é B” é verdadeira, vamos ver (B) se Jair é primo de Mirian, então Jair não é escre-
como ficam os valores lógicos das outras? vente.
Vamos fazer a frase contrária do exemplo anterior (C) Mirian é escrevente
Frase: Algum copo não é de vidro. (D) Mirian não é escrevente.
(E) se Arnaldo é escrevente, então Arnaldo é primo de
Nenhum A é B é indeterminada( contradição com as Mirian
figuras a e b)
Nenhum copo é de vidro, algum não é, mas não sei se 04. (DPE/MT – Assistente Administrativo –
todos não são de vidro. FGV/2015) Considere verdadeiras as afirmações a seguir.
• Existem advogados que são poetas.
Todo A é B , é necessariamente falsa • Todos os poetas escrevem bem.
Todo copo é de vidro, mas eu disse que algum copo Com base nas afirmações, é correto concluir que
não era. (A) se um advogado não escreve bem então não é poeta.
(B) todos os advogados escrevem bem.
Algum A é B é indeterminada (C) quem não é advogado não é poeta.
Algum copo é de vidro, não consigo determinar se tem (D) quem escreve bem é poeta.
algum de vidro ou não. (E) quem não é poeta não escreve bem.

12
RACIOCÍNIO LÓGICO

05. (SEDS/MG - Agente de Segurança Penitenciária - IBFC/2014) Todo mafagáfo é um guilherdo e todo guilherdo é
um rosmedo. Desse modo, é correto afirmar que:
(A) Há mafagáfo que não é rosmedo.
(B) Todo guilherdo é mafagáfo.
(C) Nenhum rosmedo é mafagáfo.
(D) Alguns guilherdos podem ser mafagáfos.

06. (TRF/3ª Região - Analista Judiciário - Área Apoio Especializado Arquivologia- FCC/2014) Diante, apenas, das
premissas “Nenhum piloto é médico”, “Nenhum poeta é médico” e “Todos os astronautas são pilotos”, então é correto afir-
mar que
(A) algum astronauta é médico.
(B) todo poeta é astronauta.
(C) nenhum astronauta é médico.
(D) algum poeta não é astronauta.
(E) algum poeta é astronauta e algum piloto não é médico.

07. (TRF/3ª Região - Analista Judiciário - Área Judiciária – FCC/2014) Diante, apenas, das premissas “Existem juízes”,
“Todos os juízes fizeram Direito” e “Alguns economistas são juízes”, é correto afirmar que:
(A) todos aqueles que fizeram Direito são juízes.
(B) todos aqueles que não são economistas também não são juízes.
(C) ao menos um economista fez Direito.
(D) ser juiz é condição para ser economista.
(E) alguns economistas que fizeram Direito não são juízes.

Respostas

01. Resposta: D.

Podemos ter esses dois modelos de diagramas


(A) não está claro se os mestres que gostam de empadão são professores ou não.
(B) podemos ter o primeiro diagrama
(C) pode ser o segundo diagrama.

02. Resposta: C.
O diagrama C deve ficar para fora, pois todo estudante de C não é da disciplina B, ou seja, não tem ligação nenhuma.

Assim, os estudantes da disciplina A, também não fazem disciplina C e vice-versa.

13
RACIOCÍNIO LÓGICO

03. Resposta: A. 06. Resposta: C.

Poetas podem ser encaixados de todas as maneiras


Como Pâmela não é escrevente, ela está em um diagra- indicadas
ma a parte, então não é prima de Mirian. A única coisa que podemos afirmar com certeza é que
Analisando as alternativas erradas: nenhum astronauta é médico.

(B) Todos os primos de primo são escrevente. 07. Resposta: C.


(C) e (D) Não sabemos se Mirian é escrevente ou não.
(E) Não necessariamente, pois há pessoas que são es-
creventes, mas não primos de Mirian.

04. Resposta: A.
Se o advogado não escreve bem, ele faz parte da área
hachurada, portanto ele não é poeta.

(A) há quem fez direito e não é juiz.


(B) podem ter feito outra carreira.
(D) não precisa ser juiz.
(E) Todo economista que fez direito é juiz.

Referências
Carvalho, S. Raciocínio Lógico Simplificado. Série Pro-
vas e Concursos, 2010.

05. Resposta: D. Lógica de Argumentação


Um argumento é um conjunto finito de premissas
(proposições ), sendo uma delas a consequência das de-
mais. Tal premissa (proposição), que é o resultado dedu-
tivo ou consequência lógica das demais, é chamada con-
clusão. Um argumento é uma fórmula: P1 ∧ P2 ∧ ... ∧
Pn → Q

OBSERVAÇÃO: A fórmula argumentativa P1 ∧ P2 ∧ ...


∧ Pn → Q, também poderá ser representada pela seguinte
forma:

Argumentos válidos
Um argumento é válido quando a conclusão é verda-
(A) Todo mafágafo é rosmedo deira (V), sempre que as premissas forem todas verdadeiras
(B) Há guilherdos que não são mafagáfos (V). Dizemos, também, que um argumento é válido quando
(C) Alguns rosmedos são mafagáfos a conclusão é uma consequência obrigatória das verdades
de suas premissas.

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RACIOCÍNIO LÓGICO

Argumentos inválidos Correlação de Elementos


Um argumento é dito inválido (ou falácia, ou ilegítimo
ou mal construído), quando as verdades das premissas são O objetivo desses exercícios é correlacionar elementos,
insuficientes para sustentar a verdade da conclusão. Caso a como: objetos, lugares, pessoas e para esse tipo de ques-
conclusão seja falsa, decorrente das insuficiências geradas tão, não podemos ficar muito na teoria, vamos resolver um
pelas verdades de suas premissas, tem-se como conclusão para entendermos as correlações.
uma contradição (F). A minha dica para esse estudo é fazer as tabelas junto
Métodos para testar a validade dos argumentos com os exemplos que serão dados e depois para as ques-
tões também, vamos fazer as tabelas pessoal!!
(IFBA – Administrador – FUNRIO/2016) Ou João é cul-
pado ou Antônio é culpado. Se Antônio é inocente então Exemplo 1
Carlos é inocente. João é culpado se e somente se Pedro é
inocente. Ora, Pedro é inocente. Logo, (TRT-9ª REGIÃO/PR – Técnico Judiciário – Área Ad-
(A) Pedro e Antônio são inocentes e Carlos e João são ministrativa – FCC/2015) Luiz, Arnaldo, Mariana e Paulo
culpados. viajaram em janeiro, todos para diferentes cidades, que fo-
(B) Pedro e Carlos são inocentes e Antônio e João são ram Fortaleza, Goiânia, Curitiba e Salvador. Com relação às
culpados. cidades para onde eles viajaram, sabe-se que:
(C) Pedro e João são inocentes e Antônio e Carlos são − Luiz e Arnaldo não viajaram para Salvador;
culpados. − Mariana viajou para Curitiba;
(D) Antônio e Carlos são inocentes e Pedro e João são − Paulo não viajou para Goiânia;
culpados. − Luiz não viajou para Fortaleza.
(E) Antônio, Carlos e Pedro são inocentes e João é cul-
pado. É correto concluir que, em janeiro,
(A) Paulo viajou para Fortaleza.
Resposta: E. (B) Luiz viajou para Goiânia.
Vamos começar de baixo pra cima. (C) Arnaldo viajou para Goiânia.
(D) Mariana viajou para Salvador.
Ou João é culpado ou Antônio é culpado. (E) Luiz viajou para Curitiba.
Se Antônio é inocente então Carlos é inocente
João é culpado se e somente se Pedro é inocente Resolução
Ora, Pedro é inocente Primeiramente, devemos montar uma tabela com os
(V) dados que temos, mas não de qualquer forma, sempre
conseguindo correlacionar todos os dados.
Sabendo que Pedro é inocente, Nesse caso, só temos duas informações: nomes e lu-
João é culpado se e somente se Pedro é inocente gares
João é culpado, pois a bicondicional só é verdadeira se
ambas forem verdadeiras ou ambas falsas. Fortaleza Goiânia Curitiba Salvador
João é culpado se e somente se Pedro é inocente Luiz
(V) (V) Arnaldo
Ora, Pedro é inocente
Mariana
(V)
Paulo
Sabendo que João é culpado, vamos analisar a primeira
premissa Com a tabela montada, vamos analisar cada informa-
Ou João é culpado ou Antônio é culpado. ção passada
Então, Antônio é inocente, pois a disjunção exclusiva só
é verdadeira se apenas uma das proposições for. − Luiz e Arnaldo não viajaram para Salvador;
Sabemos que eles não viajaram, então vamos por não
Se Antônio é inocente então Carlos é inocente (N)
Carlos é inocente, pois sendo a primeira verdadeira, a
condicional só será verdadeira se a segunda proposição Fortaleza Goiânia Curitiba Salvador
também for.
Luiz N
Então, temos: Arnaldo N
Pedro é inocente, João é culpado, António é inocente Mariana
e Carlos é inocente.
Paulo

15
RACIOCÍNIO LÓGICO

− Mariana viajou para Curitiba; Ficou claro que Arnaldo foi para Fortaleza.
Se sabemos que Mariana viajou para Curitiba, vamos
colocar um sim (S) na Mariana com a coluna de Curitiba. Fortaleza Goiânia Curitiba Salvador
E assim na horizontal e na vertical restante, podemos
colocar N, pois sabemos que cada pessoa viajou para um Luiz N S N N
lugar diferente e apenas um lugar. Arnaldo S N N N
Mariana N N S N
Fortaleza Goiânia Curitiba Salvador
Paulo N N N S
Luiz N N
Arnaldo N N Portanto, pela tabela:
Luiz foi para Goiânia
Mariana N N S N
Arnaldo foi para Fortaleza
Paulo N Mariana foi para Curitiba
Paulo foi para Salvador.
− Paulo não viajou para Goiânia;
Na linha de Paulo e na coluna de Goiânia, vamos colocar um N Resposta: B.

Fortaleza Goiânia Curitiba Salvador Exemplo2


Luiz N N
(COLÉGIO PEDRO II – Engenheiro Civil – ACESSO
Arnaldo N N PÚBLICO/2015) Antônio, Eduardo e Luciano são advo-
Mariana N N S N gado, engenheiro e médico, não necessariamente nessa
ordem. Eles são casado, divorciado e solteiro, mas não se
Paulo N N sabe qual o estado civil de quem. Porém, sabe-se que o
casado é engenheiro, Eduardo é advogado e não é solteiro,
− Luiz não viajou para Fortaleza. e o divorciado não é médico. Portanto, com certeza:
(A) Eduardo é divorciado.
Fortaleza Goiânia Curitiba Salvador (B) Luciano é médico.
Luiz N N N (C) Luciano é engenheiro.
(D) Antônio é engenheiro.
Arnaldo N N (E) Antônio é casado.
Mariana N N S N Resolução
Paulo N N
Vamos fazer a tabela, ficará um pouco maior por ter
Aconteceu algo interessante com a nossa última infor- três elementos para correlação: Pessoas, profissão e estado
mação, na linha do Luiz, só faltou completarmos Goiânia, civil.
se o restante foi N, então Goiânia é S, ou seja, Luiz foi para
Goiânia e da mesma forma que completamos o de Maria-
na, podemos colocar N no restante da vertical.
Engenheiro

Divorciado
Advogado

Solteiro
Médico

Casado

Fortaleza Goiânia Curitiba Salvador


Luiz N S N N
Arnaldo N N N Antônio
Mariana N N S N Eduardo
Paulo N N Luciano
Da mesma forma que na coluna de Salvador, conseguimos ob- Solteiro
servar que Paulo foi para Salvador e assim, colocamos N para Fortaleza. Casado
Divorciado
Fortaleza Goiânia Curitiba Salvador
Luiz N S N N
Arnaldo N N N
Mariana N N S N
Paulo N N N S

16
RACIOCÍNIO LÓGICO

O casado é engenheiro Se o divorciado não é médico, ele só pode ser advogado


e o solteiro é médico.

Engenheiro

Divorciado
Advogado

Engenheiro

Divorciado
Advogado
Solteiro
Médico

Casado

Solteiro
Médico

Casado
Antônio
Eduardo Antônio N

Luciano Eduardo S N N N

Solteiro N Luciano N

Casado N S N Advogado

Divorciado N Engenheiro
Médico
Da mesma forma que o outro exercício, colocamos S e Solteiro N N S
o restante da horizontal e vertical N.
Casado N S N
-Eduardo é advogado e não é solteiro Divorciado S N N

Temos dois S na mesma coluna, vamos analisar:


O divorciado é advogado e o advogado é Eduardo.
Engenheiro

Divorciado
Advogado

Resposta: A.
Solteiro
Médico

Casado

Depois desses treinos, vamos para as questões? Lem-


brando que agora, você fará sozinho, vamos montando as
Antônio N tabelas que as correlações aparecerão sozinhas.
Eduardo S N N N
Questões
Luciano N
Solteiro N 01. (ANS – Técnico em Regulação de Saúde Suple-
Casado N S N mentar – FUNCAB/2016) Um médico atende três pacientes.
Um deles está com dengue, outro com zika vírus e o outro
Divorciado N com febre chikungunya. O médico sabe que um deles se cha-
ma Bernardo, outro se chama Elton e o outro se chama Sílvio.
O divorciado não é médico. Sabe, ainda, que cada um deles foi infectado pelo mosquito
Aedes aegypti, em um estado diferente do Brasil: um deles no
Rio de Janeiro, outro em São Paulo e o outro no Espírito San-
to. Ao médico, que queria identificar o nome e o estado onde
Engenheiro

cada um foi infectado, eles deram as seguintes informações:


Divorciado
Advogado

O contaminado com a dengue: “não me infectei no esta-


Solteiro
Médico

Casado

do de São Paulo, nem no do Rio de Janeiro”.


O contaminado com a febre chikungunya: “meu nome
não é Elton nem Silvio.”
Antônio N O contaminado com o zika vírus: “nem eu nem o Elton
Eduardo S N N N fomos infectados no estado de São Paulo”.
Luciano N O médico concluiu, corretamente, que o contaminado
com a(o):
Advogado (A) dengue é o Sílvio e foi infectado no estado do Rio de
Engenheiro Janeiro.
(B) febre chikungunya é o Bernardo e foi infectado no es-
Médico tado do Rio de Janeiro.
Solteiro N (C) dengue é o Elton e foi infectado no estado do Espírito Santo.
Casado N S N (D) zika vírus é o Bernardo e foi infectado no estado do
Rio de Janeiro.
Divorciado N N (E) zika vírus é o Sílvio e foi infectado no estado de São Paulo.

17
RACIOCÍNIO LÓGICO

02. (PREF. DE BELO HORIZONTE/MG – Assistente Administrativo – FUMARC/2015) Três bolas A, B e C foram pin-
tadas cada uma de uma única cor: branco, vermelho e azul, não necessariamente nessa ordem. Se a bola A não é branca
nem azul, a bola B não é vermelha e a bola C não é azul, então é CORRETO afirmar que as cores das bolas A, B e C são,
respectivamente:
(A) azul, branco e vermelho.
(B) branco, vermelho e azul.
(C) vermelho, branco e azul.
(D) vermelho, azul e branco.

03. (MDS – Atividades Técnicas de Complexidade Intelectual – Nível IV – CETRO/2015) Na loja de João, há 3 caixas
com canetas, sendo uma com 20 canetas, outra com 30 canetas e a outra com 50. Em cada caixa as canetas são de uma só
cor. Essas caixas foram colocadas uma em cada prateleira. Diante do exposto, considere as seguintes informações:

I. a caixa com canetas vermelhas ficou em uma prateleira mais baixa que a caixa com canetas azuis.
II. a caixa com 30 canetas não é a que tem canetas azuis, e a caixa com 20 canetas ficou na prateleira mais alta.
III. na prateleira mais baixa, encontra-se a caixa com mais canetas.
IV. a caixa com canetas azuis não foi colocada na prateleira do meio, e a caixa com mais canetas não é a de canetas
pretas.

É correto afirmar que a quantidade de canetas das cores vermelhas, pretas e azuis é, respectivamente,
(A) 50, 30 e 20.
(B) 50, 20 e 30.
(C) 30, 50 e 20.
(D) 30, 20 e 50.
(E) 20, 30 e 50.

04. (PREF. DE SÃO GONÇALO DO RIO ABAIXO/MG – Assistente de Educação Básica – IDECAN/2014) João com-
prou quatro produtos: um barbeador, um creme de barbear, uma loção pós‐barba e um pincel de barbear.Considere as
seguintes informações:

• o barbeador foi o item mais caro;


• a loção não foi mais barata que o pincel; e,
• o pincel custou R$ 3,00 a mais do que o creme.

A ordem crescente dos preços destes produtos é


(A) creme, loção, pincel e barbeador.
(B) barbeador, loção, pincel e creme.
(C) creme, pincel, loção e barbeador.
(D) pincel, creme, loção e barbeador.

(POLICIA FEDERAL – Agente de Polícia Federal – CESPE/2014) Texto para as questões 05, 06 e 07
Em um restaurante, João, Pedro e Rodrigo pediram pratos de carne, frango e peixe, não necessariamente nessa ordem,
mas cada um pediu um único prato. As cores de suas camisas eram azul, branco e verde; Pedro usava camisa azul; a pessoa
de camisa verde pediu carne e Rodrigo não pediu frango. Essas informações podem ser visualizadas na tabela abaixo, em
que, no cruzamento de uma linha com uma coluna, V corresponde a fato verdadeiro e F, a fato falso.

Carne Frango Peixe João Pedro Rodrigo


Azul V
branca
verde V
João
Pedro
Rodrigo F

18
RACIOCÍNIO LÓGICO

Considerando a situação apresentada e, no que couber, o preenchimento da tabela acima, julgue o item seguinte.

05. Se João pediu peixe, então Rodrigo não usava camisa branca.
( ) certo ( ) errado

06. Das informações apresentadas, é possível inferir que Pedro pediu frango.
( ) certo ( ) errado

07. As informações apresentadas na situação em apreço e o fato de João ter pedido peixe não são suficientes para se
identificarem a cor da camisa de cada uma dessas pessoas e o prato que cada uma delas pediu.
( ) certo ( ) errado

08. (PREF. DE VILA VELHA/ES – Analista Público de Gestão – FUNCEFET/2014) Para três funcionários que trabalham
em uma mesma empresa, existem computadores nas seguintes cores: Preto, branco e vermelho. Os carros particulares de-
les também têm cores: Preto, branco e vermelho, sendo que cada um possui um carro e um computador. Roberto possui
carro e computador de cores diferentes. Rogério possui carro e computador da mesma cor a qual não é preta e José possui
um computador branco.

Sabe-se que cada funcionário possui um carro e um computador. Assim marque a alternativa correspondente.
(A) O computador de Roberto é preto e o carro de Rogério é branco.
(B) O carro de José é preto e o computador de Rogério é vermelho.
(C) O carro de Roberto é preto e o carro de José é vermelho.
(D) O carro de José é vermelho e o computador de Rogério é branco.
(E) O computador de Roberto é branco e o carro de José branco.

09. (TJ/AP – Técnico Judiciário – FCC/2014) Três amigos exercem profissões diferentes e praticam esportes diferen-
tes. As profissões exercidas por eles são: advocacia, engenharia e medicina. Os esportes praticados são: futebol, basque-
tebol e voleibol. Sabe-se que Alberto não é médico e Carlos não é médico. Ou o Bruno pratica voleibol ou o Bruno pratica
basquetebol. Se o Bruno não pratica futebol, então Alberto não é advogado. Carlos pratica voleibol. Com essas informações
é possível determinar corretamente que
(A) Bruno pratica voleibol e exerce a engenharia.
(B) Carlos exerce a advocacia e pratica voleibol.
(C) Alberto exerce a advocacia e pratica basquetebol.
(D) Bruno exerce a medicina e pratica futebol.
(E) Alberto exerce a engenharia e pratica basquetebol.

10. (MDA – Técnico em Informática – FUNCAB/2014) As informações a seguir referem-se às seleções para as quais
cinco turistas estrangeiros torcerão durante a Copa do Mundo de 2014 no Brasil.
– Alvaro e Jaime não torcerão pela Itália;
– Marcelo e Fábio não torcerão pela Espanha nem por Portugal;
– David não torcerá pelo Brasil nem pela Alemanha;
– Alvaro não torcerá pela Espanha;
– David não torcerá pela Espanha nem por Portugal;
– Fábio não torcerá pela Alemanha.

Nessas condições, considerando que cada um deles torcerá por uma única seleção, aquele que torcerá por Portugal
será:
(A) Alvaro.
(B) David.
(C) Fábio.
(D) Jaime.
(E) Marcelo.

19
RACIOCÍNIO LÓGICO

Respostas

01. Resposta: C.

Da mesma forma que nos exemplos,faremos a tabela

Elton Bernardo Silvio RJ SP ES


zika
dengue
chikungunya
RJ
SP
ES

O contaminado com a dengue: “não me infectei no estado de São Paulo, nem no do Rio de Janeiro”.

Então ele só pode ter sido infectado no Espírito Santo

Elton Bernardo Silvio RJ SP ES


zika N
dengue N N S
chikungunya N
RJ
SP
ES

O contaminado com a febre chikungunya: “meu nome não é Elton nem Silvio.”

Elton Bernardo Silvio RJ SP ES


zika N N
dengue N N N S
chikungunya N S N N
RJ
SP
ES

O contaminado com o zika vírus: “nem eu nem o Elton fomos infectados no estado de São Paulo”.
Isso quer dizer, que quem foi infectado foi o Silvio, pois o Bernardo já tínhamos descartado e ele fala do Elton, assim
completamos a tabela de doença e pessoas.

Elton Bernardo Silvio RJ SP ES


zika N N S N
dengue S N N N N S
chikungunya N S N N
RJ
SP
ES

20
RACIOCÍNIO LÓGICO

Sabemos ainda que não foram infectados em São Paulo.

Elton Bernardo Silvio RJ SP ES


zika N N S S N N
dengue S N N N N S
chikungunya N S N N S N
RJ N N S
SP N S N
ES S N N

Concluimos que Silvio foi contaminado com o zika no RJ


Elton com dengue no ES
Bernardo com chikungunya em SP.

02. Resposta: D.
A bola A não é branca nem azul,

Azul Vermelha Branca


A N S N
B N
C N

A bola B não é vermelha


Com essa informação, não conseguimos mudar nada na nossa tabela

A bola C não é azul

Azul Vermelha Branca


A N S N
B S N N
C N N S

A-vermelha
B – azul
C – branca

03. Resposta: A.
PA=prateleira alta
PM=prateleira do meio
PB=prateleira mais baixa

I. a caixa com canetas vermelhas ficou em uma prateleira mais baixa que a caixa com canetas azuis.
Então a caixa com canetas azuis não está na prateleira mais baixa.

PA PM PB 20 30 50
Azul N
Vermelha
Preta
20
30
50

21
RACIOCÍNIO LÓGICO

II. a caixa com 30 canetas não é a que tem canetas azuis, e a caixa com 20 canetas ficou na prateleira mais alta.

PA PM PB 20 30 50
Azul N N
Vermelha
Preta
20 S N N
30 N
50 N

III. na prateleira mais baixa, encontra-se a caixa com mais canetas.

PA PM PB 20 30 50
Azul N N
Vermelha
Preta
20 S N N
30 N S N
50 N N S

IV. a caixa com canetas azuis não foi colocada na prateleira do meio, e a caixa com mais canetas não é a de ca-
netas pretas.

PA PM PB 20 30 50
Azul S N N N
Vermelha N
Preta N N
20 S N N
30 N S N
50 N N S

Agora, temos que voltar para a primeira informação

I. a caixa com canetas vermelhas ficou em uma prateleira mais baixa que a caixa com canetas azuis.

PA PM PB 20 30 50
Azul S N N N
Vermelha N N S
Preta N S N N
20 S N N
30 N S N
50 N N S

Conclusão
Caixa de canetas azuis na prateleira mais alta e 20 canetas
Vermelha-prateleira baixa-50 canetas
Pretas – prateleira média – 30 canetas

22
RACIOCÍNIO LÓGICO

04. Resposta: C. Carne Frango Peixe João Pedro Rodrigo


PA-preço mais alto
PM- preço médio Azul F F V F
PMB- preço médio mais baixo branca F F
PB – preço baixo
verde V F F F
• o barbeador foi o item mais caro; João
Pedro
PA PM PMB PB Rodrigo F
Barbeador S N N N
Lembrando que para a condicional ser verdadeira, po-
Creme N
demos ter
Loção N VV, FV ou FF
pincel N P: João pediu peixe
Q: Rodrigo não usava camisa branca
• a loção não foi mais barata que o pincel; Vamos considerar V(p)=V

PA PM PMB PB Carne Frango Peixe João Pedro Rodrigo


Barbeador S N N N Azul F F V F
Creme N branca F V F F
Loção N N verde V F F F F V
pincel N João F F V
Pedro F V F
• o pincel custou R$ 3,00 a mais do que o creme. Rodrigo V F F
Bom, então o pincel também não foi o item mais ba- Quando V(p)=F, não precisamos analisar, pois indepen-
rato. dente do valor lógico de p a proposição será verdadeira.

PA PM PMB PB 06. Resposta: errado.


Barbeador S N N N
Creme N N N S Carne Frango Peixe João Pedro Rodrigo
Loção N N Azul F F V F
pincel N N branca F F
verde V F F F
Voltando a informação anterior João
• a loção não foi mais barata que o pincel; Pedro
Rodrigo F
Se a loção não foi mais barata que o pincel
Só por essa análise, não podemos dizer o que Pedro
PA PM PMB PB pediu.
Barbeador S N N N 07. Resposta: Errado.
Creme N N N S
Loção N S N N Carne Frango Peixe João Pedro Rodrigo
pincel N N S N Azul F F V F
branca F F
verde V F F F
Ordem crescente: creme, pincel, loção, barbeador João
Pedro
05. Resposta: Certo.
Rodrigo F

23
RACIOCÍNIO LÓGICO

João pediu peixe

Carne Frango Peixe João Pedro Rodrigo


Azul F F V F
branca F F
verde V F F F
João F F V
Pedro F V F
Rodrigo V F F

Analisando a primeira coluna, sabemos que Rodrigo pediu carne e está de verde, e podemos complementar a tabela

Carne Frango Peixe João Pedro Rodrigo


Azul F F V F
branca F V F F
verde V F F F F V
João F F V
Pedro F V F
Rodrigo V F F

João pediu peixe e está de camisa branca


Pedro pediu frango e está de azul
Rodrigo pediu carne e está de verde.
Portanto, somente com os dados conseguimos definir exatamente o que cada um pediu e a cor da camisa.

08. Resposta: B.

Roberto possui carro e computador de cores diferentes.

Rogério possui carro e computador da mesma cor a qual não é preta


Carro preto
vermelho

vermelho
Comput

Comput

Comput
branco

branco
Carro

Carro
preto

Roberto
Rogério N N
José
Carro preto N
Carro
vermelho
Carro
branco

24
RACIOCÍNIO LÓGICO

José possui um computador branco.

Comput

Comput

Comput
branco

branco
Carro

Carro

Carro
preto

preto
Roberto N
Rogério N N N
José N N S
Carro preto N
Carro
vermelho
Carro
branco

Completando a tabela:
vermelho

vermelho
Comput

Comput

Comput
branco

branco
Carro

Carro

Carro
preto

preto

Roberto S N N
Rogério N S N N
José N N S
Carro preto N
Carro
vermelho
Carro
branco

E lembrando que Rogério possui computador e carro da mesma cor, e Roberto cores diferentes
Rogério tem computador vermelho, então terá um carro vermelho
Roberto, terá um carro branco, pois não pode ser preto
vermelho

vermelho
Comput

Comput

Comput
branco

branco
Carro

Carro

Carro
preto

preto

Roberto S N N N N S
Rogério N S N N S N
José N N S S N N
Carro preto N
Carro
vermelho
Carro
branco

Resumindo a tabela:
Roberto – computador preto e carro branco
Rogério – computador vermelho e carro vermelho
José – computador branco e carro preto

25
RACIOCÍNIO LÓGICO

09. Resposta: B.

Sabe-se que Alberto não é médico e Carlos não é médico.

Basquetebol
Engenharia
Advocacia

Medicina

Voleibol
Futebol
Alberto N
Bruno N N S
Carlos N
Futebol
Basquetebol
voleibol

Ou o Bruno pratica voleibol ou o Bruno pratica basquetebol.

Basquetebol
Engenharia
Advocacia

Medicina

Voleibol
Futebol

Alberto N
Bruno N N S N
Carlos N
Futebol
Basquetebol
voleibol

Se o Bruno não pratica futebol, então Alberto não é advogado.


Bom, sabemos que Bruno não pratica futebol é verdadeiro, portanto para a condicional ser verdadeira, devemos ter
Alberto não é advogado
Basquetebol
Engenharia
Advocacia

Medicina

Voleibol
Futebol

Alberto N S N
Bruno N N S N
Carlos S N N
Futebol
Basquetebol
voleibol

26
RACIOCÍNIO LÓGICO

Carlos pratica voleibol

Basquetebol
Engenharia
Advocacia

Medicina

Voleibol
Futebol
Alberto N S N S N N
Bruno N N S N S N
Carlos S N N N N S
Futebol
Basquetebol
voleibol

Alberto é engenheiro e joga futebol


Bruno é médico e joga basquetebol
Carlos é advogado e joga voleibol

10. Resposta: A.

– Alvaro e Jaime não torcerão pela Itália;

Itália Espanha Portugal Alemanha Brasil


Álvaro
Jaime N
Marcelo N
Fábio
David

– Marcelo e Fábio não torcerão pela Espanha nem por Portugal;

Itália Espanha Portugal Alemanha Brasil


Álvaro
Jaime N
Marcelo N N N
Fábio N N
David

– David não torcerá pelo Brasil nem pela Alemanha;

Itália Espanha Portugal Alemanha Brasil


Álvaro
Jaime N
Marcelo N N N
Fábio N N
David N N

27
RACIOCÍNIO LÓGICO

– Alvaro não torcerá pela Espanha;

Itália Espanha Portugal Alemanha Brasil


Álvaro N
Jaime N
Marcelo N N N
Fábio N N
David N N

– David não torcerá pela Espanha nem por Portugal;

Itália Espanha Portugal Alemanha Brasil


Álvaro N
Jaime N
Marcelo N N N
Fábio N N
David N N N N

Completando:

Itália Espanha Portugal Alemanha Brasil


Álvaro N N S N N
Jaime N S N N N
Marcelo N N N
Fábio N N N
David S N N N N

– Fábio não torcerá pela Alemanha.


Itália Espanha Portugal Alemanha Brasil
Álvaro N N S N N
Jaime N S N N N
Marcelo N N N S N
Fábio N N N N S
David S N N N N

Números Naturais

Os números naturais são o modelo matemático necessário para efetuar uma contagem.
Começando por zero e acrescentando sempre uma unidade, obtemos o conjunto infinito dos números naturais
ℕ = 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, ….

- Todo número natural dado tem um sucessor


a) O sucessor de 0 é 1.
b) O sucessor de 1000 é 1001.
c) O sucessor de 19 é 20.

Usamos o * para indicar o conjunto sem o zero.


ℕ ∗ = 1, 2, 3, 4, 5, 6, ….

28
RACIOCÍNIO LÓGICO

- Todo número natural dado N, exceto o zero, tem um São exemplos de números racionais:
antecessor (número que vem antes do número dado). -12/51
Exemplos: Se m é um número natural finito diferente -3
de zero. -(-3)
a) O antecessor do número m é m-1. -2,333...
b) O antecessor de 2 é 1.
c) O antecessor de 56 é 55. As dízimas periódicas podem ser representadas por
d) O antecessor de 10 é 9. fração, portanto são consideradas números racionais.
Como representar esses números?
Expressões Numéricas
Nas expressões numéricas aparecem adições, subtra- Representação Decimal das Frações
ções, multiplicações e divisões. Todas as operações podem Temos 2 possíveis casos para transformar frações em
acontecer em uma única expressão. Para resolver as ex- decimais
pressões numéricas utilizamos alguns procedimentos:
Se em uma expressão numérica aparecer as quatro ope- 1º) Decimais exatos: quando dividirmos a fração, o nú-
rações, devemos resolver a multiplicação ou a divisão pri- mero decimal terá um número finito de algarismos após a
meiramente, na ordem em que elas aparecerem e somente vírgula.
depois a adição e a subtração, também na ordem em que 1
aparecerem e os parênteses são resolvidos primeiro. 2
= 0,5

Exemplo 1 1
10 + 12 – 6 + 7
= 0,25
4
22 – 6 + 7
16 + 7 3
= 0,75
23 4

Exemplo 2 2º) Terá um número infinito de algarismos após a vír-


40 – 9 x 4 + 23 gula, mas lembrando que a dízima deve ser periódica para
40 – 36 + 23 ser número racional
4 + 23 OBS: período da dízima são os números que se repe-
27 tem, se não repetir não é dízima periódica e assim números
irracionais, que trataremos mais a frente.
Exemplo 3 1
25-(50-30)+4x5 3
= 0,333 …
25-20+20=25
35
Números Inteiros = 0,353535…
99

Podemos dizer que este conjunto é composto pelos 105


= 11,6666 …
números naturais, o conjunto dos opostos dos números 9
naturais e o zero. Este conjunto pode ser representado por:
Representação Fracionária dos Números Decimais
ℤ = {…, −3, −2, −1, 0, 1, 2, 3, … . } 1ºcaso) Se for exato, conseguimos sempre transformar
com o denominador seguido de zeros.
Subconjuntos do conjunto  : O número de zeros depende da casa decimal. Para uma
casa, um zero (10) para duas casas, dois zeros(100) e assim
ℤ∗ = …, −3, −2, −1, 1, 2, 3, … .
1) - Este é o con- por diante.
junto dos números inteiros excluindo o zero.
3
ℤ+ = 0, 1, 2, 3, …. 0,3 =
2) - Este é o conjuntos dos nú- 10

merosinteiros não-negativos. 3
0,03 =
100
3) ℤ− = …, −3, −2, −1 - Este é o conjunto dos nú-
meros inteiros não-positivos. 3
0,003 =
1000
Números Racionais
Chama-se de número racional a todo número que 3,3 =
33

pode ser expresso na forma , onde a e b são inteiros quais- 10

quer, com b≠0

29
RACIOCÍNIO LÓGICO

2ºcaso) Se dízima periódica é um número racional, en- Exemplo: 8: 2 = 4 2  e 2 é um número racional.
tão como podemos transformar em fração?
- O produto de dois números irracionais, pode ser um
Exemplo 1 número racional.

Transforme a dízima 0, 333... .em fração Exemplo: 7. 7 = 49 = 7 é um número racional.


Sempre que precisar transformar, vamos chamar a dízi-
ma dada de x, ou seja Exemplo: radicais( 2, 3 ) a raiz quadrada de um núme-
X=0,333... ro natural, se não inteira, é irracional.
Se o período da dízima é de um algarismo, multiplica-
mos por 10. Números Reais

10x=3,333...

E então subtraímos:

10x-x=3,333...-0,333...
9x=3
X=3/9
X=1/3

Agora, vamos fazer um exemplo com 2 algarismos de


período.

Exemplo 2

Seja a dízima 1,1212...


Fonte: www.estudokids.com.br
Façamos x = 1,1212...
100x = 112,1212... . Representação na reta
Subtraindo:
100x-x=112,1212...-1,1212...
99x=111
X=111/99

Números Irracionais

Identificação de números irracionais


INTERVALOS LIMITADOS
- Todas as dízimas periódicas são números racionais. Intervalo fechado – Números reais maiores do que a ou
- Todos os números inteiros são racionais. iguais a e menores do que b ou iguais a b.
- Todas as frações ordinárias são números racionais.
- Todas as dízimas não periódicas são números irra-
cionais.
- Todas as raízes inexatas são números irracionais.
- A soma de um número racional com um número irra- Intervalo:[a,b]
cional é sempre um número irracional. Conjunto: {x∈R|a≤x≤b}
- A diferença de dois números irracionais, pode ser um
número racional. Intervalo aberto – números reais maiores que a e me-
-Os números irracionais não podem ser expressos na nores que b.
forma a , com a e b inteiros e b≠0.
b

Exemplo: 5 - 5 = 0 e 0 é um número racional.

- O quociente de dois números irracionais, pode ser


um número racional. Intervalo:]a,b[
Conjunto:{x∈R|a<x<b}

30
RACIOCÍNIO LÓGICO

Intervalo fechado à esquerda – números reais maiores Potenciação


que a ou iguais a a e menores do que b.
Multiplicação de fatores iguais

2³=2⋅2⋅2=8

Casos
Intervalo:{a,b[
Conjunto {x∈R|a≤x<b} 1) Todo número elevado ao expoente 0 resulta em 1.
Intervalo fechado à direita – números reais maiores
que a e menores ou iguais a b.
10 = 1
1000000 = 1

2) Todo número elevado ao expoente 1 é o próprio


número.
Intervalo:]a,b]
Conjunto:{x∈R|a<x≤b} 31 = 3
41 = 4
INTERVALOS IIMITADOS
3) Todo número negativo, elevado ao expoente par,
Semirreta esquerda, fechada de origem b- números resulta em um número positivo.
reais menores ou iguais a b.
2
−2 =4
2
−4 = 16

4) Todo número negativo, elevado ao expoente ím-


par, resulta em um número negativo.
Intervalo:]-∞,b]
Conjunto:{x∈R|x≤b}
3
−2 = −8
Semirreta esquerda, aberta de origem b – números −3 3
= −27
reais menores que b.
5) Se o sinal do expoente for negativo, devemos
passar o sinal para positivo e inverter o número que está
na base. 

Intervalo:]-∞,b[ 1
2−1 =
Conjunto:{x∈R|x<b} 2

1
Semirreta direita, fechada de origem a – números reais 2−2 =
4
maiores ou iguais a a.

6) Toda vez que a base for igual a zero, não importa o


valor do expoente, o resultado será igual a zero. 

02 = 0
Intervalo:[a,+ ∞[
03 = 0
Conjunto:{x∈R|x≥a}

Semirreta direita, aberta, de origem a – números reais


maiores que a.

Intervalo:]a,+ ∞[
Conjunto:{x∈R|x>a}

31
RACIOCÍNIO LÓGICO

Propriedades Técnica de Cálculo


A determinação da raiz quadrada de um número tor-
1) (am . an = am+n) Em uma multiplicação de potências de na-se mais fácil quando o algarismo se encontra fatorado
mesma base, repete-se a base e  soma os expoentes. em números primos. Veja: 

Exemplos:
24 . 23 = 24+3= 27
(2.2.2.2) .( 2.2.2)= 2.2.2. 2.2.2.2= 27
2 3 2+3 5
1 1 1 1
� = = = 2−2 . 2−3 = 2−5
2 2 2 2

2) (am: an = am-n). Em uma divisão de potência de mes-


ma base. Conserva-se a base e subtraem os expoentes.

Exemplos:
96 : 92 = 96-2 = 94

2 3 2−3 −1
64=2.2.2.2.2.2=26
1 1 1 1
: = = =2 Como é raiz quadrada a cada dois números iguais “tira-
2 2 2 2
se” um e multiplica.

64 = 2.2.2 = 8
3) (am)n Potência de potência. Repete-se a base e mul-
tiplica-se os expoentes.
Exemplos:
(52)3 = 52.3 = 56 1 1 1

3
Observe: 3.5 = (3.5) 2 = 3 2 .5 2 = 3. 5
4
2 212
=
3 3 De modo geral, se a ∈ R+ , b ∈ R+ , n ∈ N * , então:

4) E uma multiplicação de dois ou mais fatores eleva- n


a.b = n a .n b
dos a um expoente, podemos elevar cada um a esse mes-
mo expoente. O radical de índice inteiro e positivo de um produto
(4.3)²=4².3² indicado é igual ao produto dos radicais de mesmo índice
dos fatores do radicando.
5) Na divisão de dois fatores elevados a um expoente,
podemos elevar separados. Raiz quadrada de frações ordinárias
2
15 152 1 1
= 2  2 2 22 2
7 72
Observe: =  = 1 =
3 3 3
Radiciação 32
Radiciação é a operação inversa a potenciação
De modo geral, se a ∈ R+ , b ∈ R *+ , n ∈ N * , então:

a na
n =
b nb
O radical de índice inteiro e positivo de um quociente
indicado é igual ao quociente dos radicais de mesmo índi-
ce dos termos do radicando.

32
RACIOCÍNIO LÓGICO

Raiz quadrada números decimais Racionalização de Denominadores

169 169 13 Normalmente não se apresentam números irracionais


1,69 = = = = 1,3 com radicais no denominador. Ao processo que leva à eli-
100 100 10
minação dos radicais do denominador chama-se racionali-
zação do denominador.
Operações
1º Caso: Denominador composto por uma só parcela
3
576 576 24
5,76 = = = = 2,4 3
100 100 10
3 3 3 3 3
= � = = 3
Operações 3 3 3 3

Multiplicação 2º Caso: Denominador composto por duas parcelas.


3
a � b = a� b
2 − 10

Exemplo Devemos multiplicar de forma que obtenha uma dife-


rença de quadrados no denominador:
2� 3 = 6
3 3 2 + 10 6 + 3 10 6 + 3 10 1
= � = = = −1 − 10
4 − 10 −6 2
Divisão 2 − 10 2 − 10 2 + 10

a a Questões
=
b b 01. (PREF. DE RIO DE JANEIRO – Agente de Admi-
nistração – PREF. DO RIO DE JANEIRO/2016) Em um se-
Exemplo minário de que participam X pessoas, o número de mulhe-
res é igual ao quádruplo do número de homens. Se 128 < X
< 134, a diferença entre o número de mulheres e o número
72 72 de homens equivale a:
= (A) 78
2 2
(B) 76
(C) 74
Adição e subtração (D) 72

02. (PREF. DE NOVA FRIBURGO/RJ – Engenheiro de


2 + 8 − 20
Segurança do Trabalho – EXATUS/2015) André possui
certa quantia, que equivale a 1/6 da quantia que possui
Para fazer esse cálculo, devemos fatorar o 8 e o 20. Bruno, que por sua vez, possui o dobro do que possui Ro-
berto. Sabe-se que Roberto possui 18 reais. Dessa forma, é
correto afirmar que André possui:
(A) 6 reais.
(B) 8 reais.
(C) 9 reais.
(D) 12 reais.

03. (SAEG – Técnico de Saneamento – VUNESP/2015)


Considere a, b, c três números naturais consecutivos cuja
2 + 8 − 20 = 2 + 2 2 − 2 5 = 3 2 − 2 5
soma é igual a 3,2 a. Nesse caso, é correto afirmar que (a
. b) vale
Caso tenha: (A) 272.
2 + 56 (B) 240.
(C) 210.
(D) 182.
Não dá para somar, as raízes devem ficar desse modo. (E) 156.

33
RACIOCÍNIO LÓGICO

04. (AGERIO – Analista de Desenvolvimento – FDC/2015) Sendo N o conjunto dos números naturais, Z o conjunto
dos números inteiros e Q o conjunto dos números racionais a afirmativa INCORRETA é:
(A) N ⊂ Z
(B) 0,333... ∈ Q
(C) 1/2 ∉Z
(D) Q ⊃ N
(E) -1 ∈ N

05. (PREF. DE JUATUBA – Professor de Matemática – CONSULPLAN/2015) Em relação à Teoria dos Números e
Conjuntos Numéricos, marque a alternativa correta.
(A) O número racional 13/ 3 está compreendido entre 5 e 5√3.
(B) O menor número racional compreendido entre 5 e 5√3 é 5,1.
(C) Há exatamente dois números pares compreendidos entre 5 e 5√3.
(D) Há exatamente cinco números inteiros compreendidos entre 5 e 5√3.

06. (TJ/PI – Escrivão Judicial – FGV/2015) Cada um dos 160 funcionários da prefeitura de certo município possui nível
de escolaridade: fundamental, médio ou superior. O quadro a seguir fornece algumas informações sobre a quantidade de
funcionários em cada nível:

Fundamental Médio Superior


Homens 15 30
Mulheres 13 36

Sabe-se também que, desses funcionários, exatamente 64 têm nível médio. Desses funcionários, o número de homens
com nível superior é:
(A) 30;
(B) 32;
(C) 34;
(D) 36;
(E) 38.

07. (PREF. DE NOVA FRIBURGO/RJ – Engenheiro de Segurança do Trabalho – EXATUS/2015) A matrícula dos fun-
cionários de uma empresa é formada por cinco dígitos numéricos, sendo o último, denominado dígito verificador, ou seja,
a matrícula é um código do tipo “ABCD-E”. Sabe-se que os quatro primeiros dígitos são gerados aleatoriamente e o dígito
verificador é gerado da seguinte maneira:
- multiplica-se o número “A” por 1, “B” por 2, “C” por 3 e “D” por 4.
- soma-se esses produtos e divide por 11.
- toma-se o resto dessa divisão como dígito verificador.

O funcionário João da Silva possui matrícula “3742-E”. Assim, é correto afirmar que o dígito verificador representado
por “E” na matrícula do funcionário João da Silva é igual a:
(A) 1.
(B) 2.
(C) 3.
(D) 4.

08. (ELETROBRAS – Médico do Trabalho – IADES/2015) Quanto aos números reais, assinale a alternativa correta.
(A) Os números √2 ≅ 1,4142 e √3 ≅ 1,732 são os únicos números irracionais entre 1 e 2.
(B) Entre dois números racionais distintos, existe um único número irracional.
(C) Entre dois números racionais distintos, existe apenas uma quantidade finita, maior do que 1, de números irracionais.
(D) Existem dois números racionais distintos, entre os quais não existe nenhum número irracional.
(E) Entre dois números racionais distintos, existem infinitos números irracionais.

09. (DPE/RR – Administrador – FCC/2015) Se mudarmos a posição dos parênteses da expressão (-1)4.5+2.33 para -14.
(5+2).33 o resultado irá
(A) diminuir em 130 unidades.
(B) diminuir em 248 unidades.
(C) diminuir em 378 unidades.
(D) aumentar em 130 unidades.
(E) permanecer inalterado.

34
RACIOCÍNIO LÓGICO

10. (TJ/PI – Analista Judiciário – FGV/2015) Em uma Lembrando do nosso diagrama


determinada empresa, metade de seus funcionários vai (A) e (D) Os naturais estão contido nos números intei-
para casa de ônibus, um quinto vai de carro, um oitavo vai ros e os racionais contém os números naturais
de bicicleta e os demais vão a pé. (B) toda dízima periódica pode ser escrita em fração,
por isso pertence aos racionais
A fração dos funcionários que vai para casa a pé equi- (C) os números inteiros são {...-3, -2, -1, 0, 1, 2...}
vale a:
(A) 4/5; 05. Resposta: C.
(B) 3/15; (A)13/3=4,333...
(C) 7/15; (B) e (D)o menor número racional é até difícil de ser
(D) 3/40; analisado, lembrando que existem infinitos números com-
(E) 7/40; preendidos entre 2

Respostas 06. Resposta: B.


Sabendo que são 64 funcionários com nível médio:
01. Resposta: A. 15+13+64+36=128
A cada 5 pessoas: 1 homem e 4 são mulheres 160-128=32
Isso quer dizer que o total de pessoas tem que ser um
número divisível por 5, no nosso caso só pode ser o 130 07. Resposta: D.
130/5=26 homens Seguindo as orientações:
26x4=104 mulheres - multiplica-se o número “A” por 1, “B” por 2, “C” por
104-26=78 3 e “D” por 4.
3x1=3
02. Resposta: A. 7x2=14
Vamos começar de trás para frente. 4x3=12
Sabemos que Roberto tem 18 reais 2x4=8
Bruno tem o dobro de Roberto 18x2=36 reais - soma-se esses produtos e divide por 11.
André tem 1/6 da quantia de Bruno 3+14+12+8=37
André tem 1/6 de 36=6 reais - toma-se o resto dessa divisão como dígito verifica-
dor.
03. Resposta: B. 37/11=3 resta 4
Se são consecutivos:
b=a+1 08. Resposta: E.
c=a+2 (A) √2,1 já é um contra exemplo
Diz que a soma dos números é igual a 3,2ª (B), (C) e (D) sempre há infinitos números, quando a
a+b+c=3,2a alternativa colocar um valor já é pra desconfiar.
a+a+1+a+2=3,2a
3a+3=3,2a 09. Resposta: B.
0,2a=3 (-1)4.5+2.33=5+2x27=59
a=15 -14.(5+2).33 =-1x7x27=-189
b=15+1=16 -189-59=-248
a.b=15.16=240
10. Resposta: E.
04. Resposta: E. ½ vai para casa de ônibus
1/5 vai de carro
1/8 vai de bicicleta

1 1 1
vai a pé: 1 − − −
2 5 8

Mmc(2,5,8)=40

40 − 20 − 8 − 5 40 − 33 7
vai a pé = = =
40 40 40

35
RACIOCÍNIO LÓGICO

“Daqui a dez anos, a idade de Pierre será a metade da


Equação 1º grau idade que Pedro tem hoje.”
Equação é toda sentença matemática aberta represen- 1
tada por uma igualdade, em que exista uma ou mais letras 𝑃𝑖 + 10 = 𝑃𝑒
que representam números desconhecidos. 2
Equação do 1º grau, na incógnita x, é toda equação
redutível à forma ax+b=0, em que a e b são números reais, A idade de Pedro hoje, em anos, é igual ao dobro da
chamados coeficientes, com a≠0. soma das idades de seus dois filhos,
Uma raiz da equação ax+b =0(a≠0) é um valor numé- Pe=2(Pi+Pa)
rico de x que, substituindo no 1º membro da equação, tor- Pe=2Pi+2Pa
na-se igual ao 2º membro.
Lembrando que:
Nada mais é que pensarmos em uma balança. Pi=Pa+3

Substituindo em Pe
Pe=2(Pa+3)+2Pa
Pe=2Pa+6+2Pa
Pe=4Pa+6

1
Pi + 10 = Pe
2

Pa+3+10=2Pa+3
Pa=10
A balança deixa os dois lados iguais para equilibrar, a Pi=Pa+3
equação também. Pi=10+3=13
No exemplo temos: Pe=40+6=46
3x+300 Soma das idades: 10+13+46=69
Outro lado: x+1000+500
E o equilíbrio? Resposta: B.
3x+300=x+1500
Equação 2º grau
Quando passamos de um lado para o outro invertemos
o sinal A equação do segundo grau é representada pela fór-
3x-x=1500-300 mula geral:
2x=1200
X=600 Onde a, b e c são números reais,

Exemplo Discussão das Raízes


(PREF. DE NITERÓI/RJ – Fiscal de Posturas –
ax² + c = 0
FGV/2015) A idade de Pedro hoje, em anos, é igual ao do- 1.
bro da soma das idades de seus dois filhos, Paulo e Pierre. 𝑐
Pierre é três anos mais velho do que Paulo. Daqui a dez 𝑥=± −
anos, a idade de Pierre será a metade da idade que Pedro 𝑎
tem hoje.
𝑐
A soma das idades que Pedro, Paulo e Pierre têm hoje é: −
(A) 72; Se 𝑎 for negativo, não há solução no conjunto
(B) 69; dos números reais.
(C) 66;
(D) 63; Se − 𝑐 for positivo, a equação tem duas soluções:
(E) 60. 𝑎

Resolução 𝑐 𝑐
𝑥1 = + − 𝑒 𝑥2 = − −
A ideia de resolver as equações é literalmente colocar 𝑎 𝑎
na linguagem matemática o que está no texto.
“Pierre é três anos mais velho do que Paulo”
Pi=Pa+3

36
RACIOCÍNIO LÓGICO

Exemplo Produto das Raízes

2x² + 4 = 0 c
x1 � x2 =
a
4
x=± −
2

Composição de uma equação do 2ºgrau, conheci-


x = ± −2 , portanto não há solução real. das as raízes

2. ax² + bx = 0 Podemos escrever a equação da seguinte maneira:

x(ax + b) = 0 x²-Sx+P=0

b Exemplo
x = 0 ou x = −
a
Dada as raízes -2 e 7. Componha a equação do 2º grau.
x² + 2x = 0
x(x + 2) = 0 Solução
x = 0 ou x = −2 S=x1+x2=-2+7=5
P=x1.x2=-2.7=-14
Então a equação é: x²-5x-14=0
3. 𝑎𝑥² + 𝑏𝑥 + 𝑐 = 0
Exemplo
2
∆= b − 4ac (IMA – Analista Administrativo Jr – SHDIAS/2015) A
soma das idades de Ana e Júlia é igual a 44 anos, e, quando
x=
−b± b 2−4ac somamos os quadrados dessas idades, obtemos 1000. A
2a mais velha das duas tem:
(A) 24 anos
(B) 26 anos
Se ∆< 0 não há solução, pois não existe raiz quadrada (C) 31 anos
real de um número negativo. (D) 33 anos

Se ∆= 0 , há duas soluções iguais: Resolução


A+J=44
A²+J²=1000
b
x1 = x2 = − A=44-J
2a (44-J)²+J²=1000
1936-88J+J²+J²=1000
Se ∆> 0 , há soluções reais diferentes: 2J²-88J+936=0
Dividindo por2:
−b + ∆ −b − ∆ J²-44J+468=0
x1 = x2 = ∆=(-44)²-4.1.468
2a 2a ∆=1936-1872=64

Relações entre Coeficientes e Raízes 44±8


J=
2
Dada as duas raízes:
44+8 52
J1 = = = 26
2 2
−b + b2 − 4ac −b − b2 − 4ac
x1 = e x2 =
2a 2a 44−8 36
J2 = = = 18
2 2

Soma das Raízes


Substituindo em A
A=44-26=18
𝑏
𝑥1 + 𝑥2 = − Ou A=44-18=26
𝑎 Resposta: B.

37
RACIOCÍNIO LÓGICO

Questões Do total de pessoas entrevistadas, a quantidade de ho-


mens que não praticam esporte é igual a:
01. (PREF.DO RIO DE JANEIRO – Agente de Admi- (A) 138
nistração – PREF. DO RIO D EJANEIRO/2016) Ao pergun- (B) 117
tar para João qual era a sua idade atual, recebi a seguinte (C) 97
resposta: (D) 93
- O quíntuplo da minha idade daqui a oito anos, di-
minuída do quíntuplo da minha idade há três anos atrás 06. (CODAR – Recepcionista – EXATUS/2016) Janete
representa a minha idade atual. reservou 2/5 do seu salário para fazer a festa de aniversário
A soma dos algarismos do número que representa, em do seu filho. Sabe-se que dessa quantia reservada, ela gas-
anos, a idade atual de João, corresponde a: tou o equivalente a 5/8 com o buffet, e ainda restaram 174
(A) 6 reais, com os quais ela comprou um presente. Dessa forma,
(B) 7 é correto afirmar que o salário de Janete é de:
(C) 10 (A) 1.160 reais.
(D) 14 (B) 1.144 reais.
(C) 928 reais.
02. (CASAN - Assistente Administrativo – INSTITU- (D) 464 reais.
TO AOCP/2016) Um número X somado à sua quinta parte
é igual a 90. Então X vale 07. (PREF. DE NOVA FRIBURGO/RJ – Educador –
(A) 80. EXATUS/2015) O produto entre 12 e x é um número natu-
(B) 100. ral duas vezes maior do que a soma entre 12 e x. A divisão
(C) 75. entre 12 e x é igual a:
(D) 25. (A) 2.
(E) 108. (B) 3.
(C) 4.
03. ( CASAN – Técnico de Laboratório – INSTITU- (D) 5.
TO AOCP/2016) Um número X somado com sua metade é
igual a 56 menos um quarto de X. Então X vale 08. (PREF. DE FLORES DA CUNHA/RS – Atendente
(A) 32. de Farmácia – UNA CONCURSOS/2015) Existem quatro
(B) 16. números inteiros e consecutivos que a soma resulta em
(C) 8. 2.398. Determine o terceiro número.
(D) 60. (A) 550
(E) 90. (B) 789
(C) 600
04. (MPE/SP – Oficial de Promotoria I – VU- (D) 598
NESP/2016) Alfredo irá doar seus livros para três biblio-
tecas da universidade na qual estudou. Para a biblioteca 09. (PRODEB – Assistente – IDECAN/2015 ) Um cer-
de matemática, ele doará três quartos dos livros, para a to número foi somado com três. Em seguida, essa soma
biblioteca de física, um terço dos livros restantes, e para a foi dividida por dois. Depois, subtraiu‐se seis do quocien-
biblioteca de química, 36 livros. O número de livros doados te obtido. Multiplicando por oito, o resultado da operação
para a biblioteca de física será anterior tem‐se 280. A soma dos algarismos do número
(A) 16. tomado inicialmente é igual a:
(B) 22. (A) 13.
(C) 20. (B) 14.
(D) 24. (C) 16.
(E) 18. (D) 17.

05. (PREF.DO RIO DE JANEIRO – Administrador – 10. (TJ/RO – Técnico Judiciário – FGV/2015) Em um
PREF. DO RIO DE JANEIRO/2016) Uma pesquisa realiza- mesmo andar do prédio do Tribunal de Justiça estão a Se-
da com 236 pessoas tinha como objetivo verificar quantas cretaria de Administração (A) e a Secretaria Judiciária (B).
delas praticam algum tipo de esporte. O resultado dessa Considere as seguintes informações:
pesquisa constatou que: • Na secretaria A há 1 funcionário a mais que na secre-
· entre aqueles que praticam esportes, o número de taria B.
mulheres é a terça parte do número de homens; • A terça parte dos funcionários da secretaria A são
· o número de homens que não praticam nenhum tipo mulheres.
de esporte excede o número de homens que praticam es- • A metade dos funcionários da secretaria B são mu-
porte em 57 pessoas; lheres.
· o número de mulheres que praticam esportes excede • Dos funcionários das secretarias A e B, 17 são ho-
em 37 o número de mulheres que não praticam esportes. mens.

38
RACIOCÍNIO LÓGICO

O número total de funcionários dessas duas secretarias é: 05. Resposta: A.


(A) 25;
(B) 26; esporte Não pratica
(C) 27;
(D) 28; Homens x X+57
(E) 29. mulheres

Respostas 1 1
x + x + x + 57 + x − 37 = 236
01. Resposta: C. 3 3
Atual:x
5(x+8)-5(x-3)=x 3x+x+3x+171+x-111=708
5x+40-5x+15=x 8x=708-60
X=55 8x=648
Soma: 5+5=10 X=81
Como os homens que não praticam esporte são:
02. Resposta: C. x+57=81+57=138
1 06. Resposta: A.
x + x = 90
5 Reserva festa: x
De 5/8 restaram 174
5x+x=450 Essa quantia que sobrou equivale a 3/8 (1-5/8)
6x=450 3
X=75 x = 174
8
03. Resposta: A.
3x=174.8
3x=1392
1 1 X=464
x + x = 56 − x Ela reservou 464 reais
2 4
Y: salário
Fazendo mmc(2,4)=4 2
y = 464
5
4x + 2x = 224 − x
2y=464. 5
2y=2320
7x=224 y=1160
X=32
07. Resposta: D.
04. Resposta: E. Vamos escrever em linguagem matemática exatamen-
Total de livros: x te o que está escrito no texto
A parte mais chata para pensar é 1/3 dos livros restan- 12x=2(12+x)
tes. 12x=24+2x
Se ele doou 3/4 dos livros para a biblioteca de mate- 10x=24
mática, quer dizer que sobrou 1/4 X=2,4
E 1/3 DE 1/4 seria:
Toda vez que temos o “de”, faremos multiplicação: Divisão 12/2,4=5
1/3∙1/4=1/12
Agora, vamos montar a equação 08. Resposta: C.
3/4 x+1/12 x+36=x 1º número: x
Eu somo as doações e é igual ao total de livros 2º número: x+1
Mmc(4,12)=12 3º número: x+2
9x+x+432=12x 4º número x+3
10x+432=12x
2x=432 X+x+1+x+2+x+3=2398
X=216 4x=2398-6
O número de livros doados para a biblioteca de física 4x=2392
é de 1/12∙216=18 X=598
3º número: x+2=598+2=600

39
RACIOCÍNIO LÓGICO

09. Resposta: C. Ângulo Agudo: É o ângulo, cuja medida é menor do


que 90º.
Número: x
x+3
− 6 � 8 = 280
2

Fazendo mmc(1,2)=2

x+3 12
( − ) � 8 = 280
2 2

x+3−12
� 8 = 280
2

4(x-9)=280
4x-36=280
4x=316
X=79 Ângulo Obtuso: É o ângulo cuja medida é maior do
Soma dos algarismos 7+9=16 que 90º.

10. Resposta: E.
Vamos chamar de x o número de funcionários de B
E x+1 o número de funcionários de A
Como 1/3 de A são mulheres, quer dizer 2/3 são ho-
mens
E ½ de B são homens
Então, vamos montar a equação da soma dos funcio-
nários homens
2 1
x + 1 + x = 17 Ângulo Raso:
3 2
- É o ângulo cuja medida é 180º;
4(x+1)+3x=102 - É aquele, cujos lados são semi-retas opostas.
4x+4+3x=102
7x=98
X=14

Soma dos funcionários


A:x+1
B=x
A+B=x+x+1=14+14+1=29
Ângulo Reto:
Ângulos
- É o ângulo cuja medida é 90º;
Denominamos ângulo a região do plano limitada por duas - É aquele cujos lados se apóiam em retas perpendi-
semirretas de mesma origem. As semirretas recebem o nome culares.
de lados do ângulo e a origem delas, de vértice do ângulo.

40
RACIOCÍNIO LÓGICO

O perímetro de uma figura plana fechada é o comprimento da linha que limita a figura.

Área de uma figura plana fechada é a extensão que essa figura ocupa.

Cilindros
Considere dois planos, α e β, paralelos, um círculo de centro O contido num deles, e uma reta s concorrente com os
dois. Chamamos cilindro o sólido determinado pela reunião de todos os segmentos paralelos a s, com extremidades no
círculo e no outro plano.

41
RACIOCÍNIO LÓGICO

Classificação -Oblíquo: eixo não é perpendicular


Reto: Um cilindro se diz reto ou de revolução quando
as geratrizes são perpendiculares às bases.
Quando a altura é igual a 2R(raio da base) o cilindro é
equilátero.
Oblíquo: faces laterais oblíquas ao plano da base.

Área lateral:Sl = πrg


Área da base:Sb = πr 2
Área total:St = πr 2 + πrg = πr r + g
Área da base: Sb=πr²
área da base: Sb = πr² Volume
Área lateral: Sl = 2πrh 1 1
Área total: St = Sl + 2Sb = 2πrh + 2πr 2 = 2πr(h + r) V = Sb � h = πr² � h
3 3

Volume Prismas
V = πr² � h
Considere dois planos α e β paralelos, um polígono R
contido em α e uma reta r concorrente aos dois.
Cones
Na figura, temos um plano α, um círculo contido em α,
um ponto V que não pertence ao plano.
A figura geométrica formada pela reunião de todos os
segmentos de reta que tem uma extremidade no ponto V
e a outra num ponto do círculo denomina-se cone circular.

Chamamos prisma o sólido determinado pela reunião


de todos os segmentos paralelos a r, com extremidades no
Classificação polígono R e no plano β.

-Reto:eixo VO perpendicular à base;


Pode ser obtido pela rotação de um triângulo retângu-
lo em torno de um de seus catetos. Por isso o cone reto é
também chamado de cone de revolução.
Quando a geratriz de um cone reto é 2R, esse cone é
denominado cone equilátero.

Assim, um prisma é um poliedro com duas faces con-


gruentes e paralelas cujas outras faces são paralelogramos
obtidos ligando-se os vértices correspondentes das duas
g 2 = h2 + r²
faces paralelas.

42
RACIOCÍNIO LÓGICO

Classificação Cubo é todo paralelepípedo retângulo com seis faces


Reto: Quando as arestas laterais são perpendiculares quadradas.
às bases
Oblíquo: quando as faces laterais são oblíquas à base.

Prisma Regular
Se o prisma for reto e as bases forem polígonos regu-
lares, o prisma é dito regular.
Classificação pelo polígono da base As faces laterais são retângulos congruentes e as bases
são congruentes (triângulo equilátero, hexágono regular,...)
-Triangular
Área cubo: St = 6a2
Área paralelepípedo:St = 2(ab + ac + bc)
A área de um prisma:St = 2Sb + St
Onde: St=área total
Sb=área da base
Sl=área lateral, soma-se todas as áreas das faces laterais.

Volume

Paralelepípedo:V=a.b.c
-Quadrangular Cubo:V=a³
Demais:V = Sb � h

Razões Trigonométricas no Triângulo Retângulo

Considerando o triângulo retângulo ABC.

E assim por diante...

Paralelepípedos
Os prismas cujas bases são paralelogramos denomi-
nam-se paralelepípedos.

AB: hipotenusa = c
BC: cateto oposto a � �=a
A e adjacente a B
� e oposto a B
AC: cateto adjacente a A �= b

43
RACIOCÍNIO LÓGICO

Temos: Pode‐se afirmar que o valor do ângulo x é igual a



cateto oposto a A a (Considere: π = 3,14.)
sen α = = (A) 30°.
hipotenusa c
(B) 36°.
(C) 42°.

cateto adjacente a A b (D) 45°.
cos α = =
hipotenusa c
03. ( CASAN – Técnico de Laboratório – INSTITUTO
AOCP/2016) Uma pessoa de 1,5 metros de altura projeta

cateto oposto a A a uma sombra de 1,8 metros. Sabendo que, no mesmo ins-
tg α = �
cateto adjacente a A
=
b
tante, um prédio projeta uma sombra de 12 metros, con-
clui-se que a altura do prédio é
(A) 12 metros
1 �
cateto adjacente a A b
(B) 10 metros
cotg α = = � = (C) 8 metros
tg α cateto oposto a A a
(D) 15 metros
(E) 20 metros
1 hipotenusa c
sec α = = � = 04. (PREF. DE NITERÓI/RJ – Fiscal de Posturas –
cos α cateto adjacente a A b
FGV/2015) Um triângulo e um quadrado têm perímetros
1 hipotenusa c
iguais. Os lados do triângulo medem 7,3 m, 7,2 m e 5,5 m.
cosec α =
senα
= �
cateto oposto a A
=
a
A área do quadrado, em m², é:
(A) 20,00;
(B) 22,50;
Questões (C) 25,00;
(D) 25,60;
01. (MPE/SP – Oficial de Promotoria I- VU- (E) 26,01.
NESP/2016) No triângulo ABC da figura, é a altura re-
lativa ao lado . 05. (PREF. DE CUIABÁ/MT – Técnico em Adminis-
tração Escolar – FGV/2015) Considere que em uma sala
de aula cada aluno deve ter, no mínimo, 1 m² de área dis-
ponível e que o espaço ocupado pelos alunos não pode
exceder 80% da área total da sala.
Em uma sala retangular com 6 m de largura por 8 m
de comprimento, de acordo com a regra acima, o número
máximo de alunos é
(A) 48.
(B) 42.
(C) 40.
(D) 38.
O perímetro do triângulo BHC, em cm, é um número (E) 36.
real que se encontra entre
(A) 16 e 17. 06. (UNESP – Assistente de Suporte Acadêmicos II –
(B) 15 e 16. Biologia – VUNESP/2015) O comprimento de um pátio retan-
(C) 18 e 19. gular é 25 m maior que sua largura, conforme mostra a figura.
(D) 19 e 20.
(E) 17 e 18.

02. (PREF. DE MARILÂNDIA/ES – Auxiliar Administrati-


vo – IDECAN/2016) Uma pista de corrida foi construída com o
formato de um setor circular, conforme apresentado a seguir.

Sabendo que o perímetro desse pátio é 170 m, o valor


da sua área, em metros quadrados, é
(A) 1650.
(B) 1320.
(C) 1150.
(D) 900.
(E) 750.

44
RACIOCÍNIO LÓGICO

07. (TJ/PI – Analista Judiciário – FGV/2015) A figu- A área dessa “barbatana de tubarão” é:
ra a seguir mostra um salão poligonal ABCDEF, onde os
ângulos internos nos vértices A, B, C, D e F são retos e as
(A) 2π;
medidas indicadas estão em metros.

(B)
2

(C) 3π;


(D)
2

(E) 4π;

O perímetro e a área desse salão são, respectivamente: 10. (CIS-AMOSC-SCPROVA – Auxiliar Administra-
(A) 105 m e 44 m2; tivo – CURSIVA/2015) Uma praça circular é cercada por
(B) 44 m e 105 m2; uma calçada. Sabendo que o raio da praça mede 30m ,
(C) 120 m e 36 m2; calcule o comprimento da calçada. ( Considere π = 3,14)
(D) 36 m e 120 m2; (A) 188,4m
(E) 120 m e 44 m2. (B) 183.4m
(C) 185.4m
08. (PETROBRAS – Técnico de Administração e Con- (D) 187.4m
trole Junior – CESGRANRIO/2015) O retângulo ABCD da
Figura abaixo foi dividido em quatro partes, todas retangu-
11. (TJ/PI – Analista Judiciário – FGV/2015) A figura
lares e de dimensões iguais.
abaixo mostra a planta de um salão. Os ângulos A, B, C, D
e E são retos e as medidas assinaladas estão em metros.

Se o menor lado de cada um dos quatro retângulos


mede 6 cm, qual é a área do retângulo ABCD?
(A) 84 A área desse salão em m² é:
(B) 108 (A) 81;
(C) 324 (B) 86;
(D) 432 (C) 90;
(E) 576 (D) 94;
(E) 96.
09. (COMIG – Advogado Societário – FGV/2015) A
região sombreada na figura é conhecida como “barbatana Respostas
de tubarão” e foi construída a partir de um quadrante de
círculo de raio 4 e de um semicírculo. 01. Resposta : C.
Pelas relações métricas:
AC ⋅BH=AB⋅BC
10BH=5⋅8
BH=4cm
BC²=AC⋅HC
64=10HC
HC=6,4
Perímetro=6,4+8+4=18,4

45
RACIOCÍNIO LÓGICO

02. Resposta: B. 08. Resposta: D.


Podemos fazer a regra de três
360°----------2 πr
x-------------9,42
2⋅3,14⋅15x=360⋅9,42
94,2x=360⋅9,42

360 � 9,42 360


x= = = 36°
94,2 10

03. Resposta: B.

Cada retângulo terá área de : 6x18=108 cm², como são


4 retângulos
108x4=432 cm²

09. Resposta: A.
1,5 h
=
1,8 12
1,8h=12.1,5
1,8h=18
h=10m

04. Resposta: C.
Perímetro=7,3+7,2+5,5=20m
Perímetro quadrado=4lados O diâmetro do semicírculo é 4, portanto r=2
Lado=20/4=5m cada lado Área da barbatana=área ¼ de círculo-área semicírculo
Área=5²=25m
1 1
A = π � 42 − π � 22
4 2
05. Resposta: D
Asala=6x8=48 m² A = 4π − 2π = 2π
80% de 48=0,8x48=38,4
Portanto, só podem ter no máximo 38 alunos 10. Resposta: A.
C=2 πr
06. Resposta: A. C=2x3,14x30=188,4m
X+x+x+25+x+25=170
4x=170-50 11. Resposta: A.
4x=120
X=30
A=x(x+25)
A=30(30+25)
A=30x55=1650 m²

07. Resposta: B.

A=3x8=24m²
B=12x1=12m²

6 + 12
DE=10-7=3m C= � 6 − 1 = 45 m2
FE=12-7=5m 2
Perímetro=7+12+10+7+3+5=44m
A=12x7+3x7=84+21=105m² 24+12+45=81m²

46
RACIOCÍNIO LÓGICO

EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES A probabilidade de sair um múltiplo de 8 é a probabi-


lidade de ocorrer o evento B ={8; 16; 24; 32; 40; 48; 56; 64;
01. (Banco do Brasil - Assistente Técnico-Adminis- 72; 80; 88; 96}.
trativo - FCC/2014)
Considere que há três formas de Ana ir para o tra- Como: n(B) = 12 múltiplos de 8 entre 1 e 100 e n(S) =
balho: de carro, de ônibus e de bicicleta. Em 20% das 100 números naturais, então, tem-se:
vezes ela vai de carro, em 30% das vezes de ônibus e em
50% das vezes de bicicleta. Do total das idas de carro,
Ana chega atrasada em 15% delas, das idas de ônibus,
chega atrasada em 10% delas e, quando vai de bicicle-
ta, chega atrasada em 8% delas. Sabendo-se que um
determinado dia Ana chegou atrasada ao trabalho, a Sendo A = {3; 6; 9; 12; 15; 18; 21; 24; 27; 30; 33; 36; 39;
probabilidade de ter ido de carro é igual a 42; 45; 48; 51; 54; 57; 60; 63; 66; 69; 72; 75; 78; 81; 84; 87; 90;
A) 20%. 93; 96; 99}, e B = {8; 16; 24; 32; 40; 48; 56; 64; 72; 80; 88; 96},
B) 40%. então AB será dado por: A∩B = {24, 48, 72, 96}
C) 60%.
D) 50%. Portanto, a probabilidade de P (A∩B) será de:
E) 30%.

Imagine que Ana vá ao trabalho 100 vezes. Como são


20% de carro, 30% de ônibus e 50% de bicicleta então te-
mos:
20 idas de carro.
30 idas de ônibus Onde n(A∩B) representa os 3 múltiplos simultâneos de
50 idas de bicicleta 3 e 8, compreendidos entre 1 e 100.
Das 20 idas de carro Ana chega atrasada em 15% das
vezes (3 idas). Então, P(A∩B)=P(A)+P(B)-P(A∩B) =
Das 30 idas de ônibus Ana chega atrasada em 10% das
vezes (3 idas). 33 12 4 41
Das 50 idas de bicicleta Ana chega atrasada em 8% das
+ − = = 41%!
100 100 100 100
vezes (4 idas).
Assim, Ana chega atrasa da em 3+3+4 = 10 vezes. RESPOSTA: “A”.
Sabendo que Ana chegou atrasada a probabilidade de
ela ter ido de carro é: (TCU – Analista de controle externo - UnB/Ces-
P = 3/10 = 30% que é a divisão das idades de carro
pe/2014) Em geral, empresas públicas ou privadas uti-
atrasada pelo total de atrasos.
lizam códigos para protocolar a entrada e a saída de
documentos e processos. Considere que se deseja gerar
RESPOSTA: “E”.
códigos cujos caracteres pertençam ao conjunto das
26 letras de um alfabeto, que possui apenas 5 vogais.
02. (Ministério da Fazenda - MI - Assistente Técni-
Com base nessas informações, julgue os itens que se
co administrativo - Cespe/UnB/2013) Sorteando-se um
seguem.
número de uma lista de 1 a 100, qual a probabilidade
de o número ser divisível por 3 ou por 8?
03. (TCU – Analista de controle externo - UNB/CES-
A) 41%
PE/2014) Se os protocolos de uma empresa devem con-
B) 44%
ter 4 letras, sendo permitida a repetição de caracteres,
C) 42%
então podem ser gerados menos de 400.000 protocolos
D) 45%
distintos.
E) 43%
( ) CERTA ( ) ERRADA
A probabilidade de sair um número divisível por 3 (ou
múltiplo de 3) é a probabilidade de ocorrer o evento A =
Se os protocolos de uma empresa devem conter 4 le-
{3; 6; 9; 12; 15; 18; 21; 24; 27; 30; 33; 36; 39; 42; 45; 48; 51;
54; 57; 60; 63; 66; 69; 72; 75; 78; 81; 84; 87; 90; 93; 96; 99}. tras, sendo permitida a repetição de caracteres, então po-
Como: n(A) = 33 múltiplos de 3 entre 1 e 100 e n(S) = dem ser gerados menos de 400.000 protocolos distintos.
100 números naturais, então, tem-se: Para cada “casa” citada anteriormente, podemos locar
26 letras, pois e permitida a repetição das letras, formando,
assim:
26 x 26 x 26 x 26 = 456.976 códigos distintos

RESPOSTA: “ERRADA”.

47
RACIOCÍNIO LÓGICO

04. (TCU – Analista de controle externo - UnB/Ces- 07. (TRE/RJ – Técnico Judiciário - CESPE/UnB/2012)
pe/2014) Se uma empresa decide não usar as 5 vogais A quantidade de maneiras distintas para se formar
em seus códigos, que poderão ter 1, 2 ou 3 letras, sen- a câmara de vereadores dessa cidade é igual a 30!/
do permitida a repetição de caracteres, então e possível (9!×21!).
obter mais de 1000 códigos distintos. ( ) CERTA ( ) ERRADA
( ) CERTA ( ) ERRADA
Para a escolha dos 9 vereadores dos 30 candidatos,
Se uma empresa decide não usar as 5 vogais em seus faremos uma combinação simples dos 30 candidatos es-
códigos, que poderão ter 1, 2 ou 3 letras, sendo permitida colhidos 9 a 9, pois aqui, a ordem de escolha não altera
a repetição de caracteres, então e possível obter mais de o agrupamento formado, já que, ao ser escolhidos, por
1000 códigos distintos. exemplo, um agrupamento de 9 pessoas, essas mesmas
Como não serão permitidas as vogais, então teremos pessoas não poderão ser escolhidas novamente, mesmo
21 letras para obtenção dos códigos. em outra ordem.
Observação: será permitida a REPETIÇÃO das letras, ex-
cluindo as vogais. ! !! 30! 30!
!! = = = !
21 letras (código formado por uma letra)=21 códigos !! ! − ! ! 9! 30 − 9 ! 9! 21!
21 x 21 (código formado por duas letras)=441 códigos
21 x 21 x 21 = 9.261 códigos RESPOSTA: “CERTA”.
Assim sendo, serão obtidos:
21 + 441 + 9.261 = 08. (TRE/RJ – Técnico Judiciário - CESPE/UnB/2012)
Sabendo-se que um eleitor vota em apenas um candi-
RESPOSTA: “ERRADA”. dato a vereador, é correto afirmar que a quantidade de
maneiras distintas de um cidadão escolher um candi-
05. (TCU – Analista de controle externo - UnB/Ces- dato é superior a 50.
pe/2014) O número total de códigos diferentes forma- ( ) CERTA ( ) ERRADA
dos por 3 letras distintas e superior a 15000.
( ) CERTA ( ) ERRADA Só existem 30 candidatos, logo não tem como haver
50 formas distintas de escolher um candidato.
O número total de códigos diferentes formados por 3
letras distintas e superior a 15000. RESPOSTA: “ERRADA”.
26x25x24=15600 códigos
09. (VALEC - Assistente Administrativo – FEM-
RESPOSTA: “CERTA”. PERJ/2012) Uma “capicua” é um número que escrito
de trás para a frente é igual ao número original. Por
(TRE/RJ – Técnico Judiciário - CESPE/UnB/2012) Nas exemplo: 232 e 1345431 são “capicuas”. A quantidade
eleições municipais de uma pequena cidade, 30 candi- de “capicuas” de sete algarismos que começam com o
datos disputam 9 vagas para a câmara de vereadores. algarismo 1 é igual a:
Na sessão de posse, os nove eleitos escolhem a mesa A) 400
diretora, que será composta por presidente, primeiro e B) 520
segundo secretários, sendo proibido a um mesmo par- C) 640
lamentar ocupar mais de um desses cargos. Acerca des- D) 1000
sa situação hipotética, julgue os itens seguintes. E) 1200

06. (TRE/RJ – Técnico Judiciário - CESPE/UnB/2012) Considerando-se os algarismos de 0 a 9 (0; 1; 2; 3; 4;


A quantidade de maneiras distintas de se formar a mesa 5; 6; 7; 8; 9), podemos formar a seguinte quantidade de
diretora da câmara municipal é superior a 500. “capicuas” de sete algarismos, que inicia-se com o alga-
( ) CERTA ( ) ERRADA rismo 1.
Após serem escolhidos os 9 candidatos, esses forma- 1 x 10 x 10 x 10 x 1 x 1 x 1=10x10x10=1000 capicuas
rão a mesa diretora, que será composta por um presiden-
te, primeiro e segundo secretários, ou seja, por 3 desses RESPOSTA: “D”.
integrantes. A escolha será feita pelo arranjo simples de
9 pessoas escolhidas 3 a 3, já que a ordem dos elementos 10. (VALEC – Assistente Administrativo - FEM-
escolhidos altera a formação da mesa diretora. PERJ/2012) Uma rodovia tem 320 km. A concessio-
nária da rodovia resolveu instalar painéis interativos
!!! = 9.8.7 = 504!!"#$%&!!"#$"%$&#!!"!!"#$!!"!!"#$%&#'! a cada 10 km, nos dois sentidos da rodovia. Em cada
sentido, o primeiro painel será instalado exatamente
no início da rodovia, e o último, exatamente ao final
RESPOSTA: “CERTA”. da rodovia. Assim, a concessionária terá de instalar a
seguinte quantidade total de painéis:

48
RACIOCÍNIO LÓGICO

A) 32 3º ano: foram desmatados 10% da floresta remanes-


B) 64 cente (72%), logo, sobraram 72% – 10% de 72%.
C) 65 72% – 10% de 72%. = 72% – 7,2% = 64,8% de floresta
D) 66 não desmatada.
E) 72 Portanto, foram desmatados 100% – 64,8% = 35,2%

Tem-se a seguinte sequência numérica: RESPOSTA: “A”.


marco zero: 1º painel.
marco 10 km: 2º painel. 12. (BRDE – Analista de sistemas - AOCP/2012)
marco 20 km: 3º painel. Quantos subconjuntos podemos formar com 3 bolas
... azuis e 2 vermelhas, de um conjunto contendo 7 bolas
Marco 320 km : n-ésimo painel. azuis e 5 vermelhas?
A) 250
Obtendo-se a seguinte sequência numérica dada pela B) 5040
progressão aritmética (PA): C) 210
D) 350
!! = 0 E) 270
!"(0; !10; !20;!. . . ; !320) ! = 10 !
!! = 320 Podemos interpretar esse enunciado da seguinte for-
ma: “de um conjunto de 7 bolas azuis e 5 bolas vermelhas,
quantos agrupamentos de 3 bolas azuis e 2 bolas verme-
Sendo a fórmula que define o termo geral de uma PA lhas podemos formar”?
dada por an= a1+(n – 1).r, teremos: Nesse caso tem-se uma combinação simples de 7 bo-
320 las azuis escolhidas 3 a 3 permutando-se com a combina-
ção simples de 5 bolas vermelhas escolhidas 2 a 2.
320=0+ !−1 .10→ =!−1→! =1+32=33! Lembramos que, formamos agrupamentos por com-
10 binação, quando a ordem dos elementos escolhidos não
altera o agrupamento formado. Por exemplo, um agru-
pamento formado pelas bolas vermelhas V1 V2 V3 será
n = 33 painéis, em apenas um dos sentidos da rodovia.
idêntico a qualquer outro agrupamento formado por es-
Para o sentido inverso têm-se mais 33 painéis o que
sas mesmas bolas, porém e outra ordem. Logo, a ordem
totaliza:
desses elementos escolhidos não altera o próprio agrupa-
33 + 33 = 66 painéis, ao todo.
mento.
RESPOSTA: “D”.
76554
11. (VALEC – Assistente Administrativo - FEM- !!!.!!! = . . . . = 35.10 = 350!!"#$%!&'()*+!
PERJ/2012) Num certo ano, 10% de uma floresta foram 32121
desmatados. No ano seguinte, 20% da floresta rema-
nescente foi desmatada e, no ano seguinte, a floresta
remanescente perdeu mais 10% de sua área. Assim, a RESPOSTA: “D”.
floresta perdeu, nesse período, a seguinte porcenta-
gem de sua área original: (PM/CE - Soldado da Polícia Militar - Cespe/
A) 35,2% UnB/2013) Conta-se na mitologia grega que Hércules,
B) 36,4% em um acesso de loucura, matou sua família. Para ex-
C) 37,4% piar seu crime, foi enviado a presença do rei Euristeu,
D) 38,6% que lhe apresentou uma serie de provas a serem cum-
E) 40,0% pridas por ele, conhecidas como Os doze trabalhos de
Hércules. Entre esses trabalhos, encontram-se: matar
Considerando-se o total inicial da floresta, antes do 1º o leão de Neméia, capturar a corça de Cerinéia e cap-
desmatamento, igual a 100% teremos, após os desmata- turar o javali de Erimanto. Considere que a Hércules
mentos sucessivos, o seguinte percentual de floresta des- seja dada a escolha de preparar uma lista colocando
matado: em ordem os doze trabalhos a serem executados, e que
1º ano: foram desmatados 10% do total (100%), logo, a escolha dessa ordem seja totalmente aleatória. Além
sobraram 90% de floresta não desmatada. disso, considere que somente um trabalho seja execu-
2º ano: foram desmatados 20% da floresta remanes- tado de cada vez. Com relação ao número de possíveis
cente (90%), logo, sobraram 90% – 20% de 90%. listas que Hércules poderia preparar, julgue os itens
90% – 20% de 90%. = 90% – 18% = 72% de floresta subsequentes.
não desmatada.

49
RACIOCÍNIO LÓGICO

13. (PM/CE - Soldado da Polícia Militar - Cespe/ Fixando as tarefas “capturar a corça de Cerinéia” na pri-
UnB/2013) O número máximo de possíveis listas que meira posição e “capturar o javali de Erimanto” na terceira
Hercules poderia preparar e superior a 12x10! posição, restam 10 tarefas a serem permutadas nas demais
( ) CERTA ( ) ERRADA posições, assim, temos que:
X . 1 . x . 2 . 3 . 4 . 5 . 6 . 7 . 8 . 9 . 10
O número máximo de possíveis listas que Hercules po- Sendo “X” as posições já ocupadas pelas tarefas “cap-
deria preparar e superior a 12x10!. turar a corça de Cerinéia” e “capturar o javali de Erimanto”,
“Considere que a Hercules seja dada a escolha de pre- ainda sobram 10 posições a serem permutadas.
parar uma lista colocando em ordem os doze trabalhos a Ou seja:
serem executados, e que a escolha dessa ordem seja total- 10 x 72 x 42 x 20 x 6
mente aleatória”. Portanto, teremos 10 x 72 x 42 x 20 x 6, um valor supe-
Seja a lista de tarefas dada a Hercules contendo as 12 rior e diferente de 72x42 x 20 x 6
tarefas representada a seguir. Lembrando que a ordem de
escolha ficara a critério de Hercules. RESPOSTA: “ERRADA”.
Então, permutando (trocando) as tarefas de posição,
vai gerar uma nova sequencia, ou seja, uma nova ordem da 16. (PM/CE - Soldado da Polícia Militar - Cespe/
realização de suas tarefas, assim, o numero de possibilida- UnB/2013) O número máximo de possíveis listas con-
des de Hercules começar e terminar suas tarefas será dada tendo os trabalhos “ capturar a corça de Cerineia” e “
pela permutação dessas tarefas. capturar o javali de Erimanto” nas ultimas duas posi-
12x11x10x9x8x7x6x5x4x3x2x1 ou simplesmente: ções, em qualquer ordem, e inferior a 6! x 8!.
12! = 12 x 11 x 10! ( ) CERTA ( ) ERRADA
Como 12x11x10! e diferente de 12x10!.
O número máximo de possíveis listas contendo os tra-
RESPOSTA: “ERRADA”. balhos “ capturar a corça de Cerinéia” e “ capturar o javali
de Erimanto” nas ultimas duas posições, em qualquer or-
dem, e inferior a 6! x 8!.
14. (PM/CE - Soldado da Polícia Militar - Cespe/
Fixando as tarefas “capturar a corça de Cerinéia” e
UnB/2013) O número máximo de possíveis listas con-
“capturar o javali de Erimanto” nas duas ultimas posições, e
tendo o trabalho “matar o leão de Neméia” na primeira
lembrando que essas tarefas podem ser permutadas entre
posição é inferior a 240 x 990 x 56 x 30.
si, pois são colocadas em qualquer ordem, assim, restaram
( ) CERTA ( ) ERRADA
10 posições a serem permutadas.
10.9.8.7.6.5.4.3.2.1.x.x
O número máximo de possíveis listas contendo o tra-
Sendo “X” as posições já ocupadas pelas tarefas “cap-
balho “matar o leão de Neméia” na primeira posição é infe-
turar a corça de Cerinéia” e “capturar o javali de Erimanto”,
rior a 240 x 990 x 56 x 30. podendo ser permutadas entre si, ainda, sobram 10 posi-
Fixando a tarefa “matar leão de Neméia” na primeira ções a serem permutadas.
posição, vão sobrar 11 tarefas para serem permutadas nas Ou seja:
demais casas: 90 x 8! x 2 que equivale a 180 x 8!
x._._._._._._._._._._._=x.11! Sendo 180 um valor inferior a 6! (6! = 6 x 5 x 4 x 3 x 2 x
Sendo X a posição já ocupada pela tarefa “matar leão 1 = 720), logo o valor
de Nemeia”. 180 x 8! será inferior a 6! x 8!, tornando este item CER-
Reagrupando os valores, temos: TO.
24 x 990 x 56 x 30.
Portanto, inferior a 240 x 990 x 56 x 30, tornando este RESPOSTA: “CERTA”.
item ERRADO.
(TRT 10ª Região – Técnico Judiciário - Cespe/
RESPOSTA: “ERRADA”. UnB/2013) Considere que em um escritório trabalham
11 pessoas: 3 possuem nível superior, 6 tem o nível
15. (PM/CE - Soldado da Polícia Militar - Cespe/ médio e 2 são de nível fundamental. Será formada,
UnB/2013) O número máximo de possíveis listas con- com esses empregados, uma equipe de 4 elementos
tendo os trabalhos “capturar a corça de Cerinéia” na para realizar um trabalho de pesquisa. Com base nes-
primeira posição e “ capturar o javali de Erimanto” na sas informações, julgue os itens seguintes, acerca des-
terceira posição e inferior a 72 x 42 x 20 x 6. sa equipe.
( ) CERTA ( ) ERRADA
17. (TRT 10ª Região – Técnico Judiciário - Cespe/
O número máximo de possíveis listas contendo os tra- UnB/2013) Se essa equipe for formada somente com
balhos “capturar a corça de Cerinéia” na primeira posição e empregados de nível médio e fundamental, então ela
“ capturar o javali de Erimanto” na terceira posição e infe- poderá ser formada de mais de 60 maneiras distintas.
rior a 72 x 42 x 20 x 6. ( ) CERTA ( ) ERRADA

50
RACIOCÍNIO LÓGICO

Se essa equipe for formada somente com empregados Somando-se os resultados obtidos nas 3 possibilida-
de nível médio e fundamental, então ela poderá ser forma- des, teremos:
da de mais de 60 maneiras distintas. 3 + 15 + 18 = 36 equipes distintas
Das 11 pessoas, 3 são de nível superior(S), 3 nível mé-
dio(M), e 2 são de nível fundamental(F) Como o afirmado neste item, diz que existirão mais de
40 maneiras distintas para a formação das equipes.
Sendo a equipe formada apenas pelos funcionários de
escolaridade de nível Médio e Fundamental teremos ape- RESPOSTA: “ERRADA”.
nas 3 possibilidades de formação das equipes:
19. (TRT 10ª Região – Técnico Judiciário - Cespe/
1ª POSSIBILIDADE: Somente 1 funcionário de nível UnB/2013) Formando-se a equipe com dois emprega-
Fundamental e os demais de nível médio. dos de nível médio, e dois de nível superior, então essa
equipe poderá ser formada de, no máximo, 40 manei-
!!! .!!! = 2!/1!(2-1)!.6!/3!(6-3)!=40 equipes distintas
ras distintas.
! ( ) CERTA ( ) ERRADA
2ª POSSIBILIDADE: com 2 funcionários de nível Funda-
Formando-se a equipe com dois empregados de nível
mental e os demais de nível médio.
médio, e dois de nível superior, então essa equipe poderá
!!! .!!! ! = 2!/2!(2-2)!.6!/2!(6-2)!=15 equipes distintas ser formada de, no máximo, 40 maneiras distintas.
Formando-se as equipes com 2 empregados de nível
Médio e 2 de Nível Superior, então teremos apenas 1 pos-
3ª POSSIBILIDADE: Uma equipe formada por funcioná- sibilidade de formação de equipes, já que excluímos todos
rios apenas de Nível Médio. os funcionários de nível Fundamental.
!!! !. = 6!/4!(6-4)!=15 equipes distintas !!! .!!! ! = 3!/2!(3-2)!.6!/2!(6-2)!=45 equipes distintas

Somando-se os resultados obtidos nas 3 possibilida- De acordo com a afirmativa do item seriam de, no má-
des anteriores, encontramos: ximo, 40 equipes distintas.
40 + 15 + 15= 70 equipes distintas
Como o item afirma que a equipe poderá ser formada RESPOSTA: “ERRADA”.
por mais de 60 maneiras distintas.
20. (Banco do Brasil/TO - Escriturário - Cespe/
RESPOSTA: “CERTA”. UnB/2012) Considere que o BB tenha escolhido alguns
18. (TRT 10ª Região – Técnico Judiciário - Cespe/ nomes de pessoas para serem usados em uma propa-
UnB/2013) Se essa equipe incluir todos os empregados ganda na televisão, em expressões do tipo Banco do
de nível fundamental, então ela poderá ser formada de Bruno, Banco da Rosa etc. Suponha também, que a
mais de 40 maneiras distintas. quantidade total de nomes escolhidos para aparecer
( ) CERTA ( ) ERRADA na propaganda seja 1 2 e que, em cada inserção da pro-
paganda na TV, sempre apareçam somente dois nomes
Se essa equipe incluir todos os empregados de nível distintos.
fundamental, então ela poderá ser formada de mais de 40 Nesse caso, a quantidade de inserções com pares
maneiras distintas. diferentes de nomes distintos que pode ocorrer e in-
ferior a 70.
Julgue o enunciado acima.
1ª POSSIBILIDADE: Equipes contendo 2 funcionários de
nível fundamental e os demais de nível Superior.
Com 12 nomes distintos entre si aparecendo de dois
!!! .!!! ! = 2!/2!(2-2)!.3!/2!(3-2)!=3 equipes distintas em dois, teremos uma combinação simples desses nomes
para formarmos um total de possibilidades distintas.
!
2ª POSSIBILIDADE: Equipes contendo 2 funcionários !!" ! = 12!/2!(12-2)!=66 duplas de nomes distintos
nível fundamental e os demais de nível médio.
!!! .!!! ! = 2!/2!(2-2)!.6!/2!(6-2)!=15 equipes distintas Portanto, é verdadeira.

21. (Banco do Brasil/TO - Escriturário - Cespe/


3ª POSSIBILIDADE: Equipes contendo 2 funcionários de UnB/2012) Há exatamente 495 maneiras diferentes
nível fundamental e os demais de nível médio ou superior. de se distribuírem 12 funcionários de um banco em 3
agências, de modo que cada agência receba 4 funcio-
!!! .!!! .!!! !1 = 2!/2!(2-2)!.6!/1!(6-1)!.3!/1!(3-1)!=18 nários.
equipes distintas Julgue o enunciado acima.

51
RACIOCÍNIO LÓGICO

Sejam as agencias A, B e C que deverão receber 4 dos 23. (PC/SP - Escrivão de Polícia - VUNESP/2012) De
12 funcionários mencionados no item. uma urna contendo 10 bolas coloridas, sendo 4 bran-
Para a primeira agencia, A, temos uma escolha baseada cas, 3 pretas, 2 vermelhas e 1 verde, retiram-se de uma
em um agrupamento de 4 pessoas escolhidas dentre as 12 vez 4 bolas .Quantos são os casos possíveis em que apa-
funcionários, possíveis a ocupar essas vagas, ou seja, uma recem exatamente uma bola de cada cor?
combinação de 12 funcionários escolhidos 4 a 4.
Agência A: Como a urna contém 4 bolas brancas, existem 4 ma-
! neiras possíveis de retirar uma bola branca; analogamente,
!!" ! = 12!/4!(12-4)!=495 3 pretas, 2 vermelhas e 1 verde. Assim, pelo Princípio Fun-
damental da Contagem, o número de casos possíveis em
Maneiras distintas de escolhermos dentre 12 funcionários, que aparecem exatamente uma bola de cada cor é 4 . 3 .
4 funcionários para ocupar uma das 4 vagas da agencia A . 2 . 1 = 24
Fixando 4 funcionários na primeira agencia, A , teremos, ain-
da, 8 funcionários que poderão ocupar 4 vagas na agencia B. Por- RESPOSTA: “C”.
tanto, para escolhermos esse novo agrupamento, teremos uma
nova combinação, agora, de 8 funcionários, escolhidos 4 a 4. 24. (PC/SP - Escrivão de Polícia - VUNESP/2012) Um
Agência B: estudante deseja colorir o mapa da região Centro-Oes-
!!! ! = 8!/4!(8-4)!=70 te (ilustrado abaixo) de modo que territórios adjacen-
tes sejam de cores distintas. Por exemplo, já que Goiás e
o distrito Federal têm fronteira em comum, terão de ser
Maneiras distintas de escolhermos dentre 8 funcioná- coloridos de forma diferente. Supondo que o estudante
rios, 4 funcionários para ocupar 4 vagas da agencia B . dispõe de quatro cores distintas e cada território seja
Por ultimo, ainda sobram 4 funcionários para ocupar as de uma única cor, calcule de quantas maneiras ele pode
ultimas 4 vagas da ultima agencia C . colorir os territórios do mapa.
Portanto, teremos apenas um tipo de agrupamento for-
mado por esses 4 funcionários.

Agência C:
!!! ! = 4!/4!(4-4)!=1

Pelo principio multiplicativo, podemos permutar a es-


colha dos funcionários entre as 3 agências A , B e C , ou seja,
teremos um total de possibilidades dada por:
495x70x1=34.650 maneiras distintas de locarmos esses
funcionários nas 3 agências
Portanto, questão errada.

22. (USP – VESTIBULAR - FUVEST/2012) Considere


todas as trinta e duas sequências, com cinco elementos Obs.: a região externa à região Centro Oeste não
cada uma, que podem ser formadas com os algarismos será colorida; a palavra território refere-se à extensão
0 e 1. Quantas dessas sequências possuem pelo menos considerável de terra, e não à competência administra-
três zeros em posições consecutivas? tiva.
a) 3
b) 5 Observe o número de possibilidades da cor de cada
c) 8 território, dispondo de 4 cores:
d) 12 I) MT = 4
e) 16 II) GO = 3 (diferente de MT)
III)DF = 3 (diferente de GO)
Utilizando os algarismos 0 e 1 e, considerando as se- IV)MS = 2 (diferente de MT e GO)
quências com 5 elementos, temos: Assim, pelo Princípio Fundamental da Contagem, o nú-
I) 5 sequências com exatamente 3 zeros em posições mero de maneiras de colorir o mapa é 4 . 3 . 3 . 2 = 72
consecutivas (00010, 00011, 01000 e 11000)
II) 2 sequências com exatamente 4 zeros em posições RESPOSTA: “72”.
consecutivas (00001 e 10000)
III) 1 sequência com 5 zeros (00000) 25. (UEL – VESTIBULAR - COPS/2012) Para respon-
Portanto, o número de sequências com pelo menos três der um questionário preenche-se o cartão apresenta-
zeros em posições consecutivas é 5 + 2 + 1 = 8 do a seguir, colocando-se X em uma só RESPOSTA para
cada questão.
RESPOSTA: “C”.

52
RACIOCÍNIO LÓGICO

A) 46
B) 59
C) 77
D) 83
E) 91

Há quantas maneiras distintas para responder esse Sendo, os pesquisadores das três áreas (7 químicos, 5
questionário? físicose 4 matemáticos), e as comissões compostas por dois
cientistas de áreas diferentes, temos 3 situações possíveis:
Como há duas possibilidades para a RESPOSTA de cada I) 1 químico e 1 matemático: 7 . 4 = 28 duplas
questão, pelo Princípio Fundamental da Contagem, o nú- II) 1 químico e 1 físico: 7 . 5 = 35 duplas
mero de maneiras distintas de responder as 5 questões é 2 III) 1 matemático e 1 físico: 4 . 5 = 20 duplas
. 2 . 2 . 2 . 2 = 25 = 32 Assim, o total de duplas distintas é 28 + 35 + 20 = 83

RESPOSTA: “C”. RESPOSTA: “D”.

26. (UNESP - VESTIBULAR - VUNESP/2013) Quatro 28. (PC/SP - Escrivão de Polícia - VUNESP/2012)
amigos vão ocupar as poltronas a, b, c, d de um ônibus Cada um dos círculos da figura ao lado deverá ser pin-
dispostas na mesma fila horizontal, mas em lados diferen- tado com uma única cor, escolhida dentre quatro dispo-
tes em relação ao corredor, conforme a ilustração. níveis. Sabendo-se que dois círculos consecutivos nun-
ca serão pintados com a mesma cor, então o número de
formas de se pintar os círculos é:

A) 100
B) 240
C) 729
D) 2916
Dois deles desejam sentar-se juntos, seja do mesmo E) 5040
lado do corredor, seja em lados diferentes. Nessas con-
dições, de quantas maneiras distintas os quatro podem Considerando o 1o. círculo (da esquerda), ele pode ser
ocupar as poltronas referidas, considerando-se distin- pintado por qualquer uma das 4 cores disponíveis. Cada
tas as posições em que pelo menos dois dos amigos um dos demais círculos pode ser pintado pelas 3 cores res-
ocupem poltronas diferentes? tantes possíveis (exceto a cor do círculo que o antecede).
A) 24 Portanto, pelo princípio fundamental da contagem, o
B) 18 número total de possibilidades de pintar os círculos, é igual
C) 16 a:
D) 12 4 . 3 . 3 . 3 . 3 . 3 . 3 = 2916
E) 6
RESPOSTA: “D”.
Existem 6 maneiras de os dois amigos sentarem juntos
(ab, ba, bc, cb, cd, dc). Para cada uma das seis possibilida- 29. (UNESP - VESTIBULAR - VUNESP/2012) Uma
des existem duas formas de os outros se acomodarem. rede de supermercados fornece a seus clientes um car-
Assim sendo, o total de possibilidades é 6 . 2 = 12 tão de crédito cuja identificação é formada por 3 letras
distintas (dentre 26), seguidas de 4 algarismos distin-
RESPOSTA: “D”. tos. Uma determinada cidade receberá os cartões que
têm L como terceira letra, o último algarismo é zero e
27. (UFSCar - VESTIBULAR - VUNESP/2013) Um en- o penúltimo é 1. A quantidade total de cartões distin-
contro científico conta com a participação de pesquisa- tos oferecidos por tal rede de supermercados para essa
dores de três áreas, sendo eles: 7 químicos, 5 físicos e cidade é
4 matemáticos. No encerramento do encontro, o grupo A) 33 600.
decidiu formar uma comissão de dois cientistas para re- B) 37 800.
presentá-lo em um congresso. Tendo sido estabelecido C) 43 200.
que a dupla deveria ser formada por cientistas de áreas D) 58 500.
diferente, o total de duplas distintas que podem repre- E) 67 600.
sentar o grupo no congresso é igual a:

53
RACIOCÍNIO LÓGICO

A numeração dos cartões dessa cidade é do tipo 32. (Administração - VESTIBULAR - FGV/2012)
Aconteceu um acidente: a chuva molhou o papel onde
Teodoro marcou o telefone de Aninha e apagou os três
últimos algarismos. Restaram apenas os dígitos 58347.
Observador, Teodoro lembrou que o número do telefo-
ne da linda garota era um número par, não divisível por
5 e que não havia algarismos repetidos. Apaixonado,
resolveu testar todas as combinações numéricas possí-
A primeira letra pode ser escolhida entre as 25 restan- veis. Azarado! Restava apenas uma possibilidade, quan-
tes e a segunda letra entre as 24 restantes. do se esgotaram os créditos do seu telefone celular. Até
O primeiro algarismo pode ser escolhido entre os 8 então, Teodoro havia feito quantas ligações?
restantes e o segundo entre os sete restantes. A) 23
Desta forma, o número de cartões é 25 . 24 . 8 . 7 = 33 B) 59
600 C) 39
D) 35
RESPOSTA: “A”. E) 29
30. (UEL - VESTIBULAR - COPS/2012) Um professor
de Matemática comprou dois livros para premiar dois Os algarismos que restam não podem ser 5, 8, 3, 4 ou
alunos de uma classe de 42 alunos. Como são dois livros 7 e, além disso, o último só pode ser 2 ou 6. Os dois alga-
diferentes, de quantos modos distintos pode ocorrer a rismos que restam podem ser obtidos de 4 . 3 maneiras
premiação? diferentes.
A) 861 Portanto, o total de possibilidades é 2 . 4 . 3 = 24.
B) 1722 Quando se esgotaram os créditos do seu telefone ce-
C) 1764 lular,
D) 3444 Teodoro havia feito 24 – 1 = 23 ligações.
D) 2!"
RESPOSTA: “A”.
Já que os livros são diferentes, o número de maneiras
de distribuir esses livros é A42,2 = 42 . 41 = 1722 33. (PC/SP - Escrivão de Polícia - VUNESP/2012) O
número total de inteiros positivos que podem ser for-
RESPOSTA: “B”. mados com algarismos 1, 2, 3 e 4, se nenhum algarismo
é repetido em nenhum inteiro, é:
31. (PC/SP - Escrivão de Polícia - VUNESP/2012) O A) 54
número de equipes de trabalho que poderão ser forma- B) 56
das num grupo de dez indivíduos, devendo cada equi- C) 58
pe ser constituída por um coordenador, um secretário D) 60
e um digitador, é: E) 64
A) 240
B) 360 Dispondo dos algarismos 1, 2, 3 e 4, sem repetição,
C) 480 podem ser formados:
D) 600 I) Números com 1 algarismo, num total de 4
E) 720 II) Números com 2 algarismos, num total de 4 . 3 = 12
III)Números com 3 algarismos, num total de 4 . 3 . 2 = 24
Existem 10 maneiras para escolher o coordenador, 9 IV)Números com 4 algarismos, num total de 4 . 3 . 2 .
maneiras para o secretário e 8 para o digitador, assim, o 1 = 24
número de equipes é 10 . 9 . 8 = 720 ou A10; 3 = 10 . 9 . 8
= 720 Assim, a quantidade pedida é 4 + 12 + 24 + 24 = 64

RESPOSTA: “E”. RESPOSTA: “E”.

54
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO/SITUAÇÕES GERENCIAIS

I - Aspectos gerais da Administração. Organizações como sistemas abertos................................................................................. 01


II - Funções administrativas: planejamento, organização, direção e controle.................................................................................. 06
III - Motivação, comunicação e liderança........................................................................................................................................................ 11
IV - Processo decisório e resolução de problemas..................................................................................................................................... 27
V - Noções básicas de gerência e gestão de organizações e de pessoas......................................................................................... 35
VI - Eficiência e funcionamento de grupos. O indivíduo na organização: papéis e interações. Trabalho em equipe. Equi-
pes de trabalho.......................................................................................................................................................................................................... 41
VII - Responsabilidade, coordenação, autoridade, poder e delegação............................................................................................... 51
VIII - Avaliação de desempenho......................................................................................................................................................................... 57
IX - Compromisso com a qualidade nos serviços prestados................................................................................................................... 58
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO/SITUAÇÕES GERENCIAIS

Profª. Silvana Guimarães uma visão global, ele coordena, define, formula, estabelece
uma autoridade de forma construtiva, competente, enérgi-
Bacharel em Direito. Especialização em Gestão Empre- ca e única.
sarial. As Organizações formais possuem uma estrutura hie-
Consultora em Gestão de Projetos e Desenvolvimento rárquica com suas regras e seus padrões. Os Organogra-
Comportamental mas com sua estrutura bem dimensionada podem facilitar
a autonomia interna, agilizando o processo de desenvolvi-
mento de produtos e serviços. O mundo empresarial cada
I. ASPECTOS GERAIS DA ADMINISTRAÇÃO. vez mais competitivo e os clientes a cada dia mais exigen-
ORGANIZAÇÕES COMO SISTEMAS ABERTOS. tes levam as organizações a pensar na sua estrutura, para
se adequar ao que o mercado procura. Com os órgãos bem
dispostos nessa representação gráfica, fica mais bem ob-
jetivada a hierarquia bem como o entrosamento entre os
Dentre tantas definições já apresentadas sobre o con- cargos.
ceito de administração, podemos destacar que: As organizações fazem uso do organograma que me-
lhor representa a realidade da empresa, vale lembrar que
o modelo piramidal ficou obsoleto, hoje o que vale é a
“Administração é um conjunto de atividades dirigidas
contribuição, são muitas pessoas empenhadas no desen-
à utilização eficiente e eficaz dos recursos, no sentido de
volvimento da empresa, todos contribuem com ideias na
alcançar um ou mais objetivos ou metas organizacionais.” tomada de decisão.
Com vistas às diversidades de informações, é preciso
Ou seja, a Administração vai muito além de apenar estar atento para sua relevância, nas organizações as infor-
“cuidar de uma empresa”, como muitos imaginam, mas mações são importantes, mesmo em tomada de decisões.
compreende a capacidade de conseguir utilizar os recursos É necessário avaliar a qualidade da informação e saber apli-
existentes (sejam eles: recursos humanos, materiais, finan- car em momentos oportunos.
ceiros,…) para atingir os objetivos da empresa. Para o desenvolvimento de sistemas de informação, há
O conceito de administração representa uma governa- que se definir qual informação e como ela vai ser mantida
bilidade, gestão de uma empresa ou organização de forma no sistema, deve haver um estudo no organograma da em-
que as atividades sejam administradas com planejamento, presa verificando assim quais os dados e quais os campos
organização, direção, e controle. vão ser necessários para essa implantação. Cada empresa
tem suas características e suas necessidades, e o sistema de
O ato de administrar é trabalhar com e por intermédio informação se adéqua a organização e aos seus propósitos.
de outras pessoas na busca de realizar objetivos da organi- Para as organizações as pessoas são as mais importan-
zação bem como de seus membros. tes, por isso tantos estudos a fim de sanar interrogações a
Montana e Charnov respeito da complexidade do ser humano.
  O comportamento das pessoas nas organizações afe-
A administração tem uma série de características entre ta diretamente na imagem, no sucesso ou insucesso da
elas: um circuito de atividades interligadas, busca de ob- mesma, o comportamento dos colaboradores refletem seu
tenção de resultados, proporcionar a utilização dos recur- desempenho. Há uma necessidade das pessoas de ter in-
sos físicos e materiais disponíveis, envolver atividades de centivos para que o trabalho flua, a motivação é intrínseca,
planejamento, organização, direção e controle. mas os estímulos são imprescindíveis para que a motivação
Para administrar os mais variados níveis de organiza- pelo trabalho continue gerando resultados para a empresa.
ção é necessário ter habilidades, estas são divididas em três Para que todos esses conceitos e objetivos sejam de-
senvolvidos de fato, precisamos nos ater à questão dos
grupos:
níveis de hierarquia e às competências gerenciais, ao que
• Habilidades Técnicas: são habilidades que neces-
isso representa na teoria, na prática e no comportamento
sitam de conhecimento especializado e procedimentos es-
individual de cada profissional envolvido na administração.
pecíficos e pode ser obtida através de instrução.
• Habilidades Humanas: envolvem também aptidão, NÍVEIS HIERÁRQUICOS
pois interage com as pessoas e suas atitudes, exige com- Existem basicamente três níveis hierárquicos dentro de
preensão para liderar com eficiência. uma organização, que são divididos em:
• Habilidades Conceituais: englobam um conheci- Nível Estratégico (ou Nível Institucional) – Elabora
mento geral das organizações, o gestor precisa conhecer as estratégias, faz o planejamento estratégico da empresa
cada setor, como ele trabalha e para que ele existe. normalmente esse posto é assumido por presidentes e alta
direção da empresa, os representantes deste nível devem
Existem vários modelos de organização, Organização possuir principalmente habilidades conceituais.
Empresarial, Organização Máquina, Organização Política Nível Tático (ou Nível Intermediário) – Este nível é
entre outras. As organizações possuem seus níveis de in- desempenhado pelos Gerentes é um nível departamental,
fluência. O nível estratégico é representado pelos gestores e seus integrantes necessitam em especial de habilidades
e o nível tático, representado pelos gerentes. Eles são im- humanas para motivar e liderar os integrantes do nível
portantes para manter tudo sob controle. O gerente tem operacional.

1
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO/SITUAÇÕES GERENCIAIS

Nível Operacional – Estes são os supervisores que necessitam de habilidades técnicas por trabalharem de forma mais
ligada à produção.
É de suma importância que os níveis hierárquicos estejam bem definidos dentro da organização para que cada um
saiba o seu lugar e suas competências. Administrar é interpretar os objetivos da organização e transformá-los em ação por
meio de planejamento, organização, controle e direção de todos os níveis organizacionais.

A seguir vocês poderão ver dois demonstrativos que discriminam as características de atuação de cada um dos níveis
citados.

NÍVEIS
CARACTERÍSTICAS
ESTRATÉGICO TÁTICO OPERACIONAL
Unidade,
Abrangência Instituição Setor, Equipe
Departamento
Presidência, Alto
Área Diretoria, Gerência Coordenação, Líder Técnico
Comitê
Experiência,
Perfil Visão, Liderança Técnica, Iniciativa
Eficácia
Horizonte Longo Prazo Médio Prazo Curto Prazo
Foco Destino Caminho Passos
Planos de ação,
Diretrizes Visão, Objetivo Processos, atividades
projetos
Amplo, mas
Conteúdo Abrangente, Genérico Específico, Analítico
sintético
Determinar, Definir, Executar, manter, Controlar,
Ações Projetar, Gerenciar
orientar analisar
Software Painel de Controle Planilha Aplicações específicas

Marcio D’Avila

Idalberto Chiavenato.

Fatores como a crescente competitividade entre as organizações provocam significativas mudanças no mercado, o que
faz com que as competências gerenciais se tornem grandes diferenciais.
A gestão por competência se propõe a integrar e orientar esforços, principalmente no que ser refere à gestão de pes-
soas, visando desenvolver e sustentar competências consideradas fundamentais aos objetivos organizacionais. 
As empresas buscam ideias de mudanças comportamentais, atitudes, valores e crenças que façam a diferença na pos-
tura dos profissionais.

2
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO/SITUAÇÕES GERENCIAIS

Competências gerenciais: “Um conjunto de conheci- Atitude (Querer Fazer)


mentos, habilidades e atitudes que algumas pessoas, gru- Ter atitude e ações é fazer acontecer.
pos ou organizações dominam melhor do que outras, o que São competências que permitem as pessoas interpre-
as faz se destacar em determinado contexto.” tarem e julgarem a realidade e a si próprias. Na área geren-
Claude Lévy-Leboyer cial veja algumas atitudes que se destacam:
» Saber ouvir;
A) As Principais Habilidades Gerenciais são: » Auto motivação;
• Planejamento e Organização: O Gerente deverá » Autocontrole;
possuir a capacidade de planejar e organizar suas próprias » Dar e receber feedback;
atividades e as do seu grupo, estabelecendo metas mensu- » Resolução de problemas;
ráveis e cumprindo-as com eficácia.
» Determinação;
• Julgamento: O Gerente deverá ter a capacidade
de chegar a conclusões lógicas com base nas evidências » Proatividade;
disponíveis. » Honestidade e ética nos negócios, etc.
• Comunicação Oral: Um Gerente deve saber se ex-
pressar verbalmente com bons resultados em situações Conhecimento (Saber Fazer)
individuais e grupais, apresentando suas ideias e fatos de O conhecimento é essencial para a realização dos pro-
forma clara e convincente. cessos da organização. De acordo com o nível de conheci-
• Comunicação Escrita: É a capacidade gerencial de mento de um gerente, existe o essencial, aquele que todo
saber expressar suas ideias clara e objetivamente por es- profissional deve saber, como dominar os procedimentos,
crito. conceitos, informações necessários ao funcionamento da
• Persuasão: O Gerente deve possuir a capacidade empresa. E, aquele mais específico, em que é necessário
de organizar e apresentar suas ideias de modo a induzir analisar os indivíduos e o contexto de trabalho.
seus ouvintes a aceitá-las.
• Percepção Auditiva: O Gerente deve ser capaz de Habilidades (Saber como Fazer)
captar informações relevantes, a partir das comunicações
Quando utilizamos o conhecimento da melhor forma,
orais de seus colaboradores e superiores.
• Motivação: Importância do trabalho na satisfação ele se torna uma habilidade. O conceito de habilidade é
pessoal e desejo de realização no trabalho. variado. De acordo com alguns autores, para que um admi-
• Impacto: É a capacidade de o Gerente criar boa nistrador possa conquistar uma posição de destaque, bem
impressão, captar atenção e respeito, adquirir confiança e como saber administrar, defini-se a existência das seguin-
conseguir reconhecimento pessoal. tes habilidades:
• Energia: É a capacidade gerencial de atingir um » Técnicas - funções especializadas e ligadas ao
alto nível de atividade (Garra). trabalho operacional;
• Liderança: É a capacidade do Gerente em levar o » Conceituais - compreender a totalidade, ou seja, ter
grupo a aceitar ideias e a trabalhar atingindo um objetivo visão da empresa como um todo;
específico. » Humanas - cultivar bons relacionamentos, sendo um
líder eficaz e eficiente.
Para alguns autores, podemos resumir as habilidades
necessárias para o desenvolvimento eficiente e eficaz na
Tipos de Competências
administração em:
1.Conhecimento  – Estar a par das informações Existem vários tipos de competências definidas por
necessárias para poder desempenhar com eficácia as suas teóricos sobre o conjunto de competências existentes e
funções. utilizadas no ambiente organizacional. Serão citadas ape-
2. Habilidade – Estas podem ser divididas em: nas duas:
 Técnicas (Funções especializadas) Competências Individuais
 Administrativas (compreender os objetivos orga- São características que tornam um indivíduo singular,
nizacionais) único. Além de serem os conhecimentos adquiridos por
 Conceituais (compreender a totalidade) uma pessoa, também faz parte a inteligência em lidar com
 Humanas (Relações Humanas) situações complexas. As competências individuais estarão
 Políticas (Negociação) relacionadas, por exemplo, a formação educacional, a ex-
3. Atitude e Comportamento – Sair do imaginário e periência profissional, assim como o ambiente em que vive,
colocar em prática, fazer acontecer. Maneira de agir, ponto
o visão de futuro, a flexibilidade, etc. Estas competências
de referência para a compreensão da realidade.
também se classificam em:
As três dimensões da competência » Competências gerais - relativa aos valores
As competências são formadas por três dimensões: ati- organizacionais e a cultura empresarial;
tude, conhecimento e habilidade. Cada dimensão é inde- » Competências gerenciais  - relativa as funções
pendente, mas ambas estão interligadas. Ele afirma ainda gerenciais;
que o desenvolvimento das competências está na aprendi- » Competências técnicas  - relativas ao profissional e
zagem individual e coletiva. (Tommas Durand) suas habilidades específicas da área.

3
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO/SITUAÇÕES GERENCIAIS

Competências Organizacionais Papel de coordenador


São formados pelo capital intelectual, estrutural, orga- O gestor enquanto coordenador dá apoio à estrutura
nizacional, de processo, etc. Para essas competências de- e ao desenvolvimento da organização. Suas características
vem ser analisados os clientes, concorrentes, funcionários, são a organização, a conciliação do trabalho da equipe,
pois são eles que agregarão um diferencial de mercado. coordenação à parte logística, bem como encarar proble-
Essas competências são capazes de elevar o potencial de mas.
uma organização estando ela sempre se fortalecendo. No Modelo das Relações Humanas
livro Competências: conceitos e instrumentos para a gestão De acordo com o autor, após a queda da bolsa de va-
de pessoas na empresa moderna, o autor define também lores (1929) e a  Segunda Guerra Mundial  foi perceptível
um conjunto de competências que fazem parte das com- que os modelos citados anteriormente estavam se tornan-
petências organizacionais: do ineficazes para a época. Nesse novo modelo o objetivo
» Competências essenciais - importante para a é atingir o compromisso, a coesão e a moral. É valorizado
organização; mais a participação, o acordo entre os funcionários e a re-
»  Competências distintivas  - são competências que solução de problemas. O gestor é aquele que se coloca no
garantem vantagens competitivas para a organização; lugar do outro, é portanto, um facilitador e um mentor.
» Competência de suporte  - são atividades que Papel de facilitador
servem de base para outras atividades da organização; O gestor enquanto facilitador estimula o trabalho em
» Capacidade dinâmica - quando as competências organi- equipe e gerencia os problemas pessoais.
zacionais atendem as exigências do ambiente. Papel de mentor
O gestor enquanto mentor trabalha no desenvolvi-
Modelos Gerenciais mento de cada funcionário e aperfeiçoa suas competên-
Os modelos gerenciais são capazes de nos dar ideias cias, eles são orientadores.
sobre como seria sua aplicação real. Como os modelos de Modelo dos Sistemas Abertos
gestão se atualizam sempre, deve-se fazer um estudo da Para esse modelo é necessário viver em um ambiente
organização e ver aquele que melhor se aplica. Não é uma ambíguo e competitivo. Seu objetivo é atingir a adaptação
tarefa fácil, mas requer esforço e competência para o estu- e o apoio externo. É valorizado o empreendedorismo, a
do tanto do ambiente interno, quanto externo da organi- adaptação política e administração de mudanças. O gestor
zação. é inovador e negociador.
Um dos modelos gerenciais é o proposto por  Robert Papel de inovador
Quinn, autor do livro Competências Gerenciais: princípios e
O gestor enquanto inovador está aberto às mudanças,
aplicações. Seu modelo define a existência de vinte e quatro
tem um pensamento crítico e analítico, é visionário e iden-
competências gerenciais, das quais são classificadas como
tifica as tendências do mercado.
papéis gerenciais. Assim, há quatro modelo gerenciais que
Papel de negociador
estão divididos em oito papéis. E para o autor os modelos
O gestor enquanto negociador deve utilizar técnicas de
mais antigos são de suma importância para auxiliar o ges-
persuasão e influência em prol de seus acordos e compro-
tor na tomada de decisões na organização. Confira:
missos.
Modelo das Metas Racionais 
Tem como base a lei da sobrevivência de Darwin: o in-
divíduo com maior habilidade e mais apto mantêm o seu ORGANIZAÇÕES COMO SISTEMAS ABERTOS
emprego. O objetivo desse modelo está na produtividade A estrutura de sistemas abertas é formada pela inte-
e no lucro. Ele está relacionado aos papéis de diretor e do ração e intercâmbio da organização com o ambiente. De
produtor. acordo com as mudanças do ambiente externo, a organi-
Papel de diretor zação se adapta para sobreviver mudando seus produtos,
O gestor enquanto diretor deve deixar claro o planeja- técnicas e estruturas.
mento e as metas a serem atingidas. Ele que decide, define A interação e intercâmbio da organização com o am-
opções, tarefas e problemas. biente moldam a estrutura de sistemas abertos. Quando
Papel de produtor ocorre uma mudança no ambiente externo, a organização
O gestor enquanto produtor tem foco nas tarefas, no se transforma mudando seus produtos, técnicas e estrutu-
trabalho, interesse, motivação e determinação. Ele é prag- ras para se adaptar à essas mudanças e sobreviver.
mático. As organizações, segundo a Teoria dos Sistemas, po-
Modelo dos Processos Internos ou Modelo de Burocracia dem ser vistas como um sistema dinâmico e aberto, no
Profissional  qual o sistema é um conjunto de elementos mutuamen-
Completa o modelo das metas racionais. Seu objetivo te dependentes que interagem entre si com determinados
é a busca da estabilidade, continuidade e eficiência no tra- objetivos e realizam determinadas funções.
balho. Ele é baseado em rotinas. O gerente é considerado As organizações são dependentes de fluxos de recur-
um monitor apto e um coordenador verdadeiro e confiável. sos do ambiente externo, assim como os sistemas abertos.
Papel de monitor Essa dependência pode ocorrer de duas maneiras. Por um
O gestor enquanto monitor deve conhecer e supervi- lado, ela precisa do ambiente externo para conseguir os
sionar o ambiente de sua organização, e também, estar a recursos humanos e materiais que vão garantir seu funcio-
par das metas de cada setor. namento. Por outro lado, ela precisa do ambiente externo

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para comprar e vender serviços e produtos. Desse modo, Funções primárias das organizações:
para a organização sobreviver ela precisa de ajustes como
ambiente externo, além de ajustes no ambiente interno. a) Ingestão: as organizações adquirem ou compram
Ademais, assim como um sistema aberto, uma organi- materiais para processá-los de alguma maneira. Para as-
zação pode ser definida como uma associação de grupos sistirem outras funções, como os organismos vivos que in-
de interesses, sendo esses formados por elementos distin- gerem alimentos para suprirem outras funções e manter a
tos, onde cada um busca atingir seus objetivos no contexto energia.
do ambiente mais amplo.
As ações que definem o comportamento organizacio- b) Processamento: no animal, a comida é transforma-
nal dependem também de uma análise do ambiente em da em energia e suprimento das células. Na organização,
que ela se encontra e da maneira como a mesma se rela- a produção é equivalente a esse ciclo animal. Os materiais
são processados havendo certa relação entre entradas e
ciona com o ambiente externo, respondendo à pressões,
saídas no qual o excesso é o equivalente a energia neces-
estabelecendo relações ou até evitando algumas Além
sária para a sobrevivência da organização (transformação
disso, a teoria do sistema aberto também consiste em de- em produtos).
monstrar o papel de um funcionário dentro de uma orga-
nização, expressando o conceito de “Homem Funcional”, c) Reação ao ambiente: o animal que reage frente a
ou seja, o homem tem um papel dentro das organizações, mudanças ambientais para sua sobrevivência deve adap-
estabelecendo relações com outros indivíduos, exatamente tar-se as mudanças. Também nas organizações reage ao
como prega um sistema aberto. seu ambiente, mudando seus materiais, consumidores,
Sobre suas ações, o próprio funcionário cria diversas empregados e recursos financeiros. As alterações podem
expectativas, tanto para seu papel, quanto para o papel de se efetuar nos produtos, no processo ou na estrutura (mu-
todos os outros elementos que fazem parte da organização danças face ao mercado).
como um todo, e ainda transmitindo–as a todos indivíduos
participantes. Apesar dessa relação ser inevitável ela pode d) Suprimento das partes: os participantes da organi-
tanto alterar, como reforçar seu papel dentro da instituição. zação são supridos, não só do significado de suas funções,
Logo, uma organização pode ser definida então como um mas também de dados de compras, produção, vendas ou
sistema de papéis, nos quais indivíduos (ou no caso, fun- contabilidade, e são recompensados principalmente sob a
cionários), agem como verdadeiros transmissores de papel forma de salários e benefícios.
e pessoas focais.
e) Regeneração das partes: as partes do organismo
perdem sua eficiência, adoecem ou morrem e devem ser
A organização como um sistema aberto regenerados ou recolocados no sentido de sobreviver no
Até meados dos anos 50 a teoria administrativa clássica conjunto. Os membros das organizações também podem
pouco considerava o ambiente externo das organizações. adoecer, aposentar-se, desligar-se da firma ou então mor-
Não eram consideradas tanto questões de flexibilidade rer. As máquinas podem tornar-se obsoletas. Ambos os
das organizações quanto as mudanças do ambiente extra- homens e máquinas devem ser mantidos ou recolocados
empresa. As organizações eram definidas com sistemas – manutenção e substituição.
bastante fechados, sendo que a eficiência operacional era
tida como o único meio para a empresa obter êxito e de se f) Organização: administração e decisão sobre as fun-
tornar eficaz. ções;
Atualmente, porém, as mudanças do ambiente exter-
no à empresa além de frequentes, ocorrem rapidamente. Principais características das organizações
Por isso elas têm um impacto de longo alcance nas organi-
zações. Os acontecimentos do meio externo podem facil- a) Comportamento probabilístico: as organizações
mente afetar a empresa e vice-versa, ao ponto que as orga- são sempre afetadas pelas variáveis externas. O ambiente é
nizações não podem mais ser consideradas como sistemas potencialmente sem fronteiras e inclui variáveis desconhe-
fechados, mas como sistemas abertos. Neste novo cenário cidas e incontroladas. Por outro lado as consequências dos
sistemas sociais são probabilísticas e não-determinadas. O
as organizações devem ser permeáveis às mudanças do vo-
comportamento humano nunca é totalmente previsível. As
látil ambiente externo, ou seja o ambiente externo deve ser
pessoas são complexas, respondendo a muitas variáveis.
mais considerado quando as empresas desenvolvem suas Por esta razão a administração não pode esperar que os
atividades. consumidores, fornecedores, tenham um comportamento
As organizações são por definição sistemas abertos, previsível e de acordo com suas expectativas. – sistema so-
pois não podem ser adequadamente compreendidas de cial num ambiente sem fronteiras, complexo e nem sempre
forma isolada, mas sim pelo inter-relacionamento entre di- previsível;
versas variáveis internas e externas, que afetam seu com-
portamento. Tal como os organismos vivos, as organiza- b) Parte de uma sociedade maior: as organizações
ções têm seis funções primárias ou principais, que mantêm são vistas como sistemas dentro de sistemas. Os sistemas
estreita relação entre si, mas que podem ser estudadas in- são complexos de elementos colocados em interação. Es-
dividualmente. sas interações entre os elementos produzem um todo que

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não pode ser compreendido pela simples investigação das fluenciar decisões estratégicas. Embora uma equipe de
várias partes tomadas isoladamente. – ajuste constante en- altos executivos possa ter forças internas e idéias únicas
tre grupos internos e externos, como estudado mais pro- sobre seus executivos, deve considerar os fatores externos
priamente na Sociologia, Antropologia ou Economia (eco- antes de agir.
nômico e cultural); O Macroambiente é composto de forças políticas, eco-
nômicas, tecnológicas e sociais, e o ambiente Competitivo
c) Interdependência entre as partes: uma organiza- de forças mais próximas, como concorrentes atuais, amea-
ção não é um sistema mecânico, no qual uma das partes ças de novos entrantes e substitutos, fornecedores e con-
pode ser mudada sem um efeito concomitante sobre as sumidores. A maior diferença entre os dois é a quantidade
outras. Em face da diferenciação das partes provocadas de controle dela sobre cada ambiente.
pela divisão do trabalho, as partes precisam ser coorde- Ambiente Competitivo: o ambiente competitivo com-
nadas por meio de integração e de trabalho. As interações preende organizações com as quais a organização interage.
internas e externas do sistema refletem diferentes escalões Administrar significa, além de reagir e adaptar-se aos am-
de controle e da autonomia. Uma variedade de subsistema bientes, modificar ou moldar o ambiente da organização.
deve cumprir a função do sistema e as suas atividades de-
vem ser coordenadas. – divisão de trabalho, coordenação,
integração e controle; II. FUNÇÕES ADMINISTRATIVAS:
PLANEJAMENTO, ORGANIZAÇÃO, DIREÇÃO,
d) Homeostasia versus adaptabilidade: a COORDENAÇÃO E CONTROLE
homeostasia(auto regulação) garante a rotina e a perma-
nência do sistema, enquanto a adaptabilidade leva a ruptu-
ra, à mudança e à inovação. Rotina e ruptura. Estabilidade e
mudança. Ambos os processos precisam ser levados a cabo O processo administrativo apresenta-se como uma
pela organização para garantir a sua viabilidade. – tendên- sucessão de atos, juridicamente ordenados, destinados
cia a estabilidade e equilíbrio X tendência ao atendimento todos à obtenção de um resultado final. O procedimento
de novos padrões; é, pois, composto de um conjunto de atos, interligados e
progressivamente ordenados em vista da produção desse
resultado.
e) Fronteiras ou limites: é a linha imaginária que serve
O devido processo legal simboliza a obediência às nor-
para marcar o que está dentro e o que está fora do sistema.
mas processuais estipuladas em lei; é uma garantia consti-
Nem sempre a fronteira de um sistema existe fisicamente.
tucional concedida a todos os administrados, assegurando
–fronteiras permeáveis- sobreposições e intercâmbios com
um julgamento justo e igualitário, assegurando a expedi-
os sistemas do ambiente;
ção de atos administrativos devidamente motivados bem
como a aplicação de sanções em que se tenha oferecido a
f) Morfogênese – capacidade de se modificar, de de-
dialeticidade necessária para caracterização da justiça. De-
terminar o crescimento e as formas da organização, de se cisões proferidas pelos tribunais já tem demonstrado essa
corrigir e de obter novos e melhores resultados; posição no sistema brasileiro, qual seja, de defesa das ga-
rantias constitucionais processuais no sentido de conceder
g) Resiliência - capacidade de o sistema superar o ao cidadão a efetividade de seus direitos.
distúrbio imposto por um fenômeno externo. As organi- Seria insuficiente se a Constituição garantisse aos cida-
zações, como sistemas abertos, apresentam a capacidade dãos inúmeros direitos se não garantisse a eficácia destes.
de enfrentar e superar perturbações externas provocadas Nesse desiderato, o princípio do devido processo legal ou,
pela sociedade sem que desapareça seu potencial de auto- também, princípio do processo justo, garante a regulari-
-organização; dade do processo, a forma pela qual o processo deverá
tramitar, a forma pela qual deverão ser praticados os atos
h) Sinergia - esforço simultâneo de vários órgãos que processuais e administrativos.
provoca um resultado ampliado. A soma das partes é maior Cabe ressaltar que o princípio do devido processo le-
do que o todo (2 + 2 = 5 ou mais); gal resguarda as partes de atos arbitrários das autoridades
jurisdicionais e executivas.
i) Entropia - consequência da falta de relacionamen- O processo é composto de fases e atos processuais,
to entre as partes de um sistema, o que provoca perdas e que devem ser rigorosamente seguidos, viabilizando as
desperdícios. É um processo inverso a sinergia, a soma das partes a efetividade do processo, não somente em seu as-
partes é menor que o todo (2 + 2 = 3). A entropia leva o sis- pecto jurídico-procedimental, mas também em seu escopo
tema à perda de energia, decomposição e desintegração. social, ético e econômico. Razão pela qual, pode-se afirmar
que o princípio do devido processo legal reúne em si todos
Organizações são sistemas abertos que afetam e os demais princípios processuais, de modo a assegurar o
são afetadas pelo ambiente externo. cumprimento dos princípios constitucionais processuais,
Macroambiente: todas as organizações operam em somente aí, ter-se-á a efetivação de um Estado Democráti-
um macroambiente, que é definido pelos elementos mais co de Direito, no qual o povo não se sujeita a imposição de
gerais no ambiente externo que pode potencialmente in- decisões, mas participa ativamente destas.

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Toda atuação do Estado há de ser exercida em prol do tenhamos exposto inúmeros obstáculos para o advento
público, mediante processo justo, e mediante a segurança dessa nova realidade e que poderiam nos levar a acreditar,
dos trâmites legais do processo. tal qual Luhman (1992), na improbabilidade da comunica-
ção, acreditamos que essa é uma utopia pela qual vale a
A aprendizagem, como já vimos, pressupõe uma busca pena lutar.
criativa da inovação, ao mesmo tempo em que lida com Mas é preciso ter cuidado. Esse ambiente de mudan-
a memória organizacional e a reconstrói. Pressupõe, tam- ças, que traz consigo uma radical mudança no processo de
bém, motivação para aprender. E motivação só é possível troca de informações nas organizações e afeta, também,
se as pessoas se identificam e consideram nobres as mis- todo um sistema de comunicação baseado no paradigma
sões organizacionais e se orgulham de fazer parte e de da transmissão controlada de informações, favorece o sur-
lutar pelos objetivos. Se há uma sensação de que é bom gimento e a atuação do que chamo de novos Messias da
trabalhar com essa empresa, pode-se vislumbrar um cres- comunicação, que prometem internalizarem nas pessoas
cimento conjunto e ilimitado. Se há ética e confiança nessa os novos objetivos e conceitos, estimularem a motivação e
relação, se não há medos e se há valorização à livre troca o comprometimento à nova ordem de coisas, organizarem
de experiências e saberes.
rituais de passagem em que se dá outro sentido aos valores
Nesse aspecto, é possível perceber que a comunica-
abandonados e introduz-se o novo.
ção organizacional pode se constituir numa instância da
Hoje, não é raro encontrar-se nos corredores das or-
aprendizagem pois, se praticada com ética, pode provocar
ganizações profissionais da mudança cultural, agentes da
uma tendência favorável à participação dos trabalhadores,
dar maior sentido ao trabalho, favorecer a credibilidade nova ordem, verdadeiros profetas munidos de fórmulas in-
da direção (desde que seja transparente), fomentar a res- falíveis, de cartilhas iluministas, capazes de minar resistên-
ponsabilidade e aumentar as possibilidades de melhoria cias e viabilizar uma nova cultura e que se autodenominam
da organização ao favorecer o pensamento criativo entre reengenheiros da cultura.
os empregados para solucionar os problemas da empresa Esses profissionais se aproveitam da constatação de
(Ricarte, 1996). que a comunicação é, sim, instrumento essencial da mu-
Para Ricarte, um dos grandes desafios das próximas dança, mas se esquecem de que o que transforma e qua-
décadas será fazer da criatividade o principal foco de ges- lifica é o diálogo, a experiência vivida e praticada, e não
tão de todas as empresas, pois o único caminho para tornar a simples transmissão unilateral de conceitos, frases feitas
uma empresa competitiva é a geração de ideias criativas; a e fórmulas acabadas tão próprias da chamada educação
única forma de gerar ideias é atrair para a empresa pessoas bancária descrita por Paulo Freire.
criativas; e a melhor maneira de atrair e manter pessoas E a viabilização do diálogo e da participação tem de
criativas é proporcionando-lhes um ambiente adequado ser uma política de comunicação e de RH. A construção
para trabalhar. e a viabilização dessa política é, desde já, um desafio aos
Esse ambiente adequado pressupõe liberdade e com- estrategistas de RH e de comunicação, como forma de criar
petência para comunicar. Hoje, uma das principais exigên- o tal ambiente criativo a que Ricarte de referiu e viabilizar,
cias para o exercício da função gerencial é certamente a assim, a construção da organização qualificante, capaz de
habilidade comunicacional. As outras habilidades seriam a enfrentar os desafios constantes de um mundo em muta-
predisposição para a mudança e para a inovação; a busca ção, incerto e inseguro.
do equilíbrio entre a flexibilidade e a ética, a desordem e a Em Sociologia, um grupo é um sistema de relações
incerteza; a capacidade permanente de aprendizagem; sa- sociais, de interações recorrentes entre pessoas. Também
ber fazer e saber ser. pode ser definido como uma coleção de várias pessoas que
Essa habilidade comunicacional, porém, na maioria das compartilham certas características, interajam uns com os
empresas, ainda não faz parte da job-description de um outros, aceitem direitos e obrigações como sócios do gru-
executivo. É ainda uma reserva do profissional de comuni-
po e compartilhem uma identidade comum — para haver
cação, embora devesse ser encarada como responsabilida-
um grupo social, é preciso que os indivíduos se percebam
de de todos, em todos os níveis.
de alguma forma afiliados ao grupo.
O desenvolvimento dessa habilidade pressupõe, an-
Segundo COSTA (2002), o grupo surgiu pela necessida-
tes de tudo, saber ouvir e lidar com a diferença. É preciso
lembrar: sempre apenas metade da mensagem pertence de de o homem viver em contato com os outros homens.
a quem a emite, a outra metade é de quem a escuta e a Nesta relação homem-homem, vários fenômenos estão
processa. Lasswell já dizia que quem decodifica a mensa- presentes; comunicação, percepção, afeição liderança, in-
gem é aquele que a recebe, por isso a necessidade de se tegração, normas e outros. À medida que nós nos obser-
ajustarem os signos e códigos ao repertório de quem vai vamos na relação eu-outro surge uma amplitude de cami-
processá-los. nhos para nosso conhecimento e orientação.
Pode-se afirmar, ainda, que as bases para a constru- Cada um passa a ser um espelho que reflete atitudes e
ção de um ambiente propício à criatividade, à inovação dá retorno ao outro, através do feedback.
e à aprendizagem estão na autoestima, na empatia e na Para encontrarmos maior crescimento, a disponibilida-
afetividade. Sem esses elementos, não se estabelece a co- de em aprender se faz necessária. Só aprendemos aquilo
municação nem o entendimento. Embora durante o texto que queremos e quando queremos.

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Nas relações humanas, nada é mais importante do que Administrar, independente do nível organizacional, re-
nossa motivação em estar com outro, participar na coorde- quer algumas habilidades, que podem ser classificadas em
nação de caminhos ou metas a alcançar. três grupos:
Um fato merecedor de nossa atenção é que o homem
necessita viver com outros homens, pela sua própria na- • Habilidades Técnicas – requer conhecimento es-
tureza social, mas ainda não se harmonizou nessa relação. pecializado e procedimentos específicos e pode ser obtida
Lewin (1965) considerou o grupo como o terreno sobre através de instrução.
o qual o indivíduo se sustenta e se satisfaz. Um instrumento
para satisfação das necessidades físicas, econômicas, polí- • Habilidades Humanas – capacidade de relaciona-
ticas, sociais, etc.·. mento interpessoal, envolvem também aptidão, pois inte-
rage com as pessoas e suas atitudes, exige compreensão
As empresas não funcionam na base da pura improvi- para liderar eficazmente.
sação. A estratégia empresarial é basicamente uma ativida-
de racional que envolve a identificação das oportunidades • Habilidades Conceituais – trata-se de uma visão
e das ameaças do ambiente onde opera a empresa, bem panorâmica das organizações, o gestor precisa conhecer
como a avaliação das forças e fraquezas da empresa, sua cada setor, como ele trabalha e para que ele existe.
capacidade atual ou potencial em se antecipar às necessi- O conceito de administração representa uma governa-
dades e demandas do mercado ou em competir sob con- bilidade, gestão de uma empresa ou organização de forma
dições de risco com os concorrentes. Assim, a estratégia que as atividades sejam administradas com planejamento,
deve ser capaz de combinar as oportunidades ambientais organização, direção, e controle.  
com a capacidade empresarial em um nível de equilíbrio
ótimo entre o que a empresa quer e o que ela realmente PLANEJAR
pode fazer. É a função administrativa em que se estima os meios
A estratégia constitui uma abordagem integrada, re- que possibilitarão realizar os objetivos (prever), a fim de
lacionando as vantagens da empresa com os desafios do poder tomar decisões acertadas, com antecipação, de
ambiente, no sentido de assegurar o alcance dos objeti- modo que sejam evitados entraves ou interrupções nos
vos básicos da empresa. Todavia, a estratégia se preocupa processos organizacionais.
com o “o que fazer” e não com “como fazer”. Em outros É também uma forma de se evitar a improvisação.
termos, a estratégia exige toda uma implementação dos Nesta função, o gerente especifica e seleciona os ob-
meios necessários para a sua execução. Como esses meios jetivos a serem alcançados e como fazer para alcançá-los.
Exemplos: o chefe de seção dimensiona os recursos
envolvem a empresa como um todo, trata-se aqui de atri-
necessários (materiais, humanos, etc.), em face dos objeti-
buir incumbências a todos os níveis (ou subsistemas) da
vos e metas a serem atingidos; a montagem de um plano
empresa: o nível institucional, o nível intermediário e o nível
de ação para recuperação de uma área avariada.
operacional. E a implementação exige planejamento. Isto
é, a estratégia empresarial precisa de um plano básico - o
Planejamento: funciona como a primeira função ad-
planejamento estratégico- para a empresa poder lidar com
ministradora, pois serve de base para as demais.
todas estas forças em conjunto. E o planejamento estraté-
• É uma reflexão que antecede a ação;
gico precisa apoiar-se em uma multiplicidade de planos si-
• É um processo permanente e contínuo;
tuados carreira abaixo dentro da estrutura da organização.
• É sempre voltado para o futuro;
Para levar adiante o planejamento estratégico requer planos • É uma relação entre as coisas a serem feitas e o
táticos e cada um deles requer planos operacionais, combi- tempo disponível para tanto;
nando esforços para obter efeitos sinergísticos. • É mais uma questão de comportamento e atitude
Administração é o ato de administrar ou gerenciar da administração do que propriamente um elenco de
negócios,  pessoas ou recursos, com o objetivo de alcançar planos e programas de ação;
metas definidas. • É a busca da racionalidade nas tomada de decisões;
A gestão de uma empresa ou organização se faz de • É um curso de ação escolhido entre várias
forma que as atividades sejam administradas com plane- alternativas de caminhos potenciais;
jamento, organização, direção, e controle. Segundo alguns • É interativo, pois pressupõem avanços e recuos,
autores (Montana e Charnov) o ato de administrar é tra- alterações e modificações em função de eventos novos
balhar com e por intermédio de outras pessoas na busca ocorridos no ambiente externo e interno da empresa.
de realizar objetivos da organização bem como de seus • O planejamento é um processo essencialmente
membros. participativo, e todos os funcionários que são objetos do
A administração tem uma série de características entre processo devem participar.
elas: um circuito de atividades interligadas tais como busca • Para realizar o planejamento, a empresa deve sa-
de obtenção de resultados, proporcionar a utilização dos ber onde está agora (presente) e onde pretende chegar
recursos físicos e materiais disponíveis, envolver atividades (futuro).
de planejamento, organização, direção e controle. •

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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO/SITUAÇÕES GERENCIAIS

Para isso, deve dividir o planejamento em sete fases sequenciais, como veremos abaixo.

Etapas do planejamento

1. Definir: visão e missão do negócio 

Visão 
É a direção em que a empresa pretende seguir, ou ainda, um quadro do que a empresa deseja ser. Deve refletir as
aspirações da empresa e suas crenças.

Fórmula base para definição da visão:


Verbo em perspectiva futura + objetivos desafiadores + até quando.
 
Missão 
A declaração de missão da empresa deve refletir a razão de ser da empresa, qual o seu propósito e o que a empresa faz.

Fórmula base para definição da Missão:


Fazer o quê + Para quem (qual o público?) + De que forma.

2. Analisar o ambiente externo 


Uma vez declarada a visão e missão da empresa, seus dirigentes devem conhecer as partes do ambiente que precisam
monitorar para atingir suas metas. É preciso analisar as forças macroambientais (demográficas, econômicas, tecnológicas,
políticas, legais, sociais e culturais) e os atores microambientais (consumidores, concorrentes, canais de distribuição, forne-
cedores) que afetam sua habilidade de obter lucro.
 
Oportunidades
Um importante propósito da análise ambiental é identificar novas oportunidades de marketing e mercado. 
 
Ameaças
Ameaça ambiental é um desafio decorrente de uma tendência desfavorável que levaria a deterioração das vendas ou
lucro. 
 
3. Analisar o ambiente interno
Você saberia dizer quais são as qualidades e o que pode ou deve ser melhorado na sua empresa? Esses são os pontos
fortes/forças e fracos/fraquezas do seu negócio.

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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO/SITUAÇÕES GERENCIAIS

4. Analisar a situação atual 


Depois de identificados os pontos fortes e pontos fracos e analisadas as oportunidades e ameaças, pode-se obter a
matriz FOFA (força ou fortalezas, oportunidades, fraquezas e ameaças) ou SWOT (strengths, weaknesses, opportunities e
threats). Inclua os pontos fortes e fracos de sua empresa, juntamente com as oportunidades e ameaças do setor, em cada
uma das quatro caixas:
 

A análise FOFA fornece uma orientação estratégica útil.

5. Definir objetivos e Metas


São elementos que identificam de forma clara e precisa o que a empresa deseja e pretende alcançar. A partir dos obje-
tivos e de todos os dados levantados acima, são definidas as metas.
As Metas existem para monitorar o progresso da empresa. Para cada meta existe normalmente um plano operacional,
que é o conjunto de ações necessárias para atingi-la; Toda meta, ao ser definida, deve conter a unidade de medida e onde
se pretende chegar.
 
6. Formular e Implementar a estratégia 
Até aqui, você definiu a missão e visão do seu negócio e definiu metas e objetivos visando atender sua missão em di-
reção à visão declarada. Agora, é necessário definir-se um plano para se atingir as metas estabelecidas, ou seja, a empresa
precisa de uma formulação de estratégias para serem implantadas.
Após o desenvolvimento das principais estratégias da empresa, deve-se adotar programas de apoio detalhados com
responsáveis, áreas envolvidas, recursos e prazos definidos.
 
7. Gerar Feedback e Controlar
À medida que implementa sua estratégia, a empresa precisa rastrear os resultados e monitorar os novos desenvolvimentos
nos ambientes interno e externo. Alguns ambientes mantêm-se estáveis de um ano para outro. O ideal é estar sempre
atento à realização das metas e estratégias, para que sua empresa possa melhorar a cada dia.
 
Princípios aplicados ao planejamento
 
I-                    Princípio da definição dos objetivos (devem ser traçados com clareza, precisão)
II-                  Princípio da flexibilidade do planejamento (poderá e deverá ser alterado sempre que necessário e possível).
 
Com esta primeira função montaremos o plano teórico, completando assim o ciclo de planejamento: Estabelecer obje-
tivos, tomar decisões e elaborar planos.

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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO/SITUAÇÕES GERENCIAIS

ORGANIZAR Um sistema de controle deve ter:


É a função administrativa que visa dispor •um objetivo, um padrão, uma linha de atuação, uma
adequadamente os diferentes elementos (materiais, norma, uma regra “decisorial”, um critério, uma unidade de
humanos, processos, etc.) que compõem (ou vierem a medida;
compor) a organização, como objetivo de aumentar a sua •um meio de medir a atividade desenvolvida;
eficiência, eficácia e efetividade. •um procedimento para comparar tal atividade com o
critério fixado;
DIREÇÃO •algum mecanismo que corrija a atividade como cri-
Podemos dividir essa função em duas subfunções: tério fixado. O processo de controle é realizado em quatro
fases a saber:
COMANDAR a) Estabelecimento de padrões ou critérios;
É a função administrativa que consiste basicamente b) Observação do desempenho;
em: c) Comparação do desempenho com o padrão esta-
belecido;
Decidir a respeito de “que” (como, onde, quando, com d) Ação para corrigir o desvio entre o desempenho
que, com quem) fazer, tendo em vista determinados obje- atual e o desempenho esperado.
tivos a serem conseguidos.
Determinar as pessoas, as tarefas que tem que exe-
cutar. III. MOTIVAÇÃO, COMUNICAÇÃO
É fundamental para quem comanda desfrutar de certo E LIDERANÇA
poder:
•Poder de decisão.
•Poder de determinação de tarefas a outras pessoas.
•Poder de delegar – a possibilidade de conferir á outro
MOTIVAÇÃO
parte do próprio poder.
Trata-se de processos psíquicos que a pessoa tem que
•Poder de propor sanções àqueles que cumpriram ou
a impulsiona à ação. Existe uma influência tanto individual
não ás determinações feitas. como pelo contexto em que essa pessoa se encontre. Indi-
víduos motivados tendem a ter um melhor desempenho, o
COORDENAR que faz com que a organização invista em estímulos para
É a função administrativa que visa ligar, unir, harmonizar promover essa motivação.
todos os atos e todos os esforços coletivos através da A ideia de hierarquizar os motivos humanos foi, sem
qual se estabelece um conjunto de medidas, que tem por dúvida, a solução inovadora para que se pudesse com-
objetivo harmonizar recursos e processos. Dois tipos de preender melhor o comportamento humano na sua va-
Coordenação: riedade. Um mesmo indivíduo ora persegue objetivos que
•Vertical/Hierárquico: É aquela que se faz com as pes- atendem a uma necessidade, ora busca satisfazer outras.
soas sempre dentro de uma rigorosa observância das li- Tudo depende da sua carência naquele momento. Duas
nhas de comando (ou escalões hierárquicos estabelecidos). pessoas não perseguem necessariamente o mesmo objeti-
•Horizontal: É aquela que se estabelece entre as outras vo no mesmo momento. O problema das diferenças indivi-
pessoas sem observância dos níveis hierárquicos dessas duais assume importância preponderante quando falamos
mesmas pessoas. Essa coordenação possibilita a comuni- de motivação.
cação entre as pessoas de vários departamentos e de dife-
rentes níveis hierárquicos. Risco Básico: Desmoralização ou Razões da Motivação
destruição das linhas de comando ou hierarquia. • Razões empresariais 
• concorrência 
CONTROLAR • produtos e preços
Esta função se aplica tanto a coisas quanto a pessoas. • fidelização
Para que a função de controle possa efetivamente se
processar e aumentar a eficiência do trabalho, é fundamen- Razões Pessoais
tal que o estabelecido ou determinado esteja perfeito, cla- • empregabilidade
ramente explicado. • motivos p/ servir
“O que perturba o bom entendimento não são regras
do jogo muito exigentes, mas sim regras esclarecidas após * (ordem material = cliente =lucro)
o jogo iniciado.” * (ordem intelectual = interação / troca / oportunidade)
É a função administrativa através da qual se verifica se * (ordem espiritual = crescimento pessoal)
o que foi estabelecido ou determinado foi cumprido (sem
entrar especificamente nos méritos e se deu ou não bons O indivíduo precisa suprir suas necessidades para mo-
resultados). tivar-se e alcançar seus objetivos. Podemos identificar os
seguintes tipos de motivação:

11
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO/SITUAÇÕES GERENCIAIS

• Motivação Externa: a pessoa realiza determinadas ta-


refas por ser “obrigada”, ou seja, são impostas determina-
ções para que essa pessoa cumpra. É a forma mais “primi-
tiva” de motivação, baseada na hierarquia e normalmente
utilizando as punições como fator principal de motivação.
Trata-se de “fazer o ordenado para não ser punido”, “cum-
prir ordens”.
• Pressão Social: a pessoa cumpre as atividades porque
outras pessoas também o fazem. Ela não age por si, mas
sim, para acompanhar um grupo e cumprir as expectativas
de outras pessoas. Aqui, estamos falando de “fazer o que
os outros fazem para ser aceito, fazer parte do grupo”.
• Automotivação: a pessoa automotivada age por ini-
ciativa própria, em função de objetivos que escolheu. A au-
tomotivação é a convicção que a pessoa tem de que deseja
os frutos das suas ações. É “fazer o que creio ser adequado
aos meus objetivos”.
Não existe motivação “certa”. Em situações de emer- - Autorrealização
gência, por exemplo, provavelmente a simples obediência - Autoestima
seja a ação mais indicada. O sucesso de uma ação coletiva - Sociais
pode depender da conformidade das ações individuais à - Segurança
orientação do grupo. Por outro lado, uma pessoa pode ser - Fisiológicas
fortemente auto motivada a objetivos destrutivos, como
uma ambição excessiva. Tais necessidades devem ser supridas primeiramente
O ideal seria o alinhamento de todos estes tipos de no alicerce das necessidades escritas, ou seja, as necessida-
motivação; pessoas auto motivadas atuando em grupos des fisiológicas são as iniciantes do processo motivacional,
coesos, com orientação clara, sólida e coerente. porém, cada indivíduo pode sentir necessidades acima das
que está executando ou abaixo, o que quer dizer que o
Afinal o que é motivação? É ser feliz? É enxergar o processo não é engessado, e sim flexível.
mundo com outros olhos? É conquistar resultados, é su- Teoria dos Dois Fatores - Para Frederick Herzberg, a
perar obstáculos, é ser persistente, é acreditar nos seus so- motivação é alcançada através de dois fatores:
nhos, é o que?   Fatores higiênicos que são estímulos externos que
Motivação segundo o dicionário é o ato de moti- melhoram o desempenho e a ação de indivíduos, mas que
var; exposição de motivos ou causas ; conjunto de fato- não consegue motivá-los.
res psicológicos, conscientes ou não, de ordem fisiológi-
ca, intelectual ou afetiva, que determinam um certo tipo  Fatores motivacionais que são internos, ou seja,
de conduta em alguém. Sendo assim Motivação está in- são sentimentos gerados dentro de cada indivíduo a partir
timamente ligado aos Motivos que segundo o dicionário do reconhecimento e da autorrealização gerada através de
é fato que leva uma pessoa a algum estado ou atividade.  seus atos.
Motivação vem de motivos que estão ligados simplesmen-
te ao que você quer da vida , e seus motivos são pessoais , Já David McClelland identificou três necessidades que
intransferíveis e estão dentro da sua cabeça (e do coração seriam pontos chave para a motivação: poder, afiliação e
também) , logo seus motivos são abstratos e só têm sig- realização.
nificado pra você , por isso motivação é algo tão pessoal , Para McClelland, tais necessidades são “secundárias”,
porque vêm de dentro. são adquiridas ao longo da vida, mas que trazem prestí-
A motivação é uma força interior que se modifica a gio, status e outras sensações que o ser humano gosta de
cada momento durante toda a vida, onde direciona e in- sentir.
tensifica os objetivos de um indivíduo. Dessa forma, quan-
do dizemos que a motivação é algo interior, ou seja, que Em relação às teorias, podemos ainda citar as linhas
está dentro de cada pessoa de forma particular erramos em teóricas, que se dividem em Teorias de Conteúdo e Teorias
dizer que alguém nos motiva ou desmotiva, pois ninguém de Processo, onde, em cada uma delas, identificamos as
é capaz de fazê-lo. Existem pessoas que pregam a auto- correntes pertencentes.
motivação, mas tal termo é erroneamente empregado, já
que a motivação é uma força intrínseca, ou seja, interior e o
emprego desse prefixo deve ser descartado.
Segundo Abraham Maslow, o homem se motiva quan-
do suas necessidades são todas supridas de forma hierár-
quica. Maslow organiza tais necessidades da seguinte for-
ma:

12
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO/SITUAÇÕES GERENCIAIS

Existem algumas teorias mais clássicas sobre motivação que veremos abaixo:

 Teoria da Hierarquia das Necessidades de Maslow:


Organiza as necessidades humanas em cinco categorias hierárquicas:
necessidades fisiológicas, necessidades de segurança, necessidades sociais, necessidades de autoestima e necessida-
des de autorrealização.

 Teoria ERC de Alderfer:


Tentou aperfeiçoar a hierarquia das necessidades de Maslow, criando três categorias: Existência (necessidades fisiológi-
cas e de segurança), Relacionamento (dividiu a estima em duas partes: o componente externo da estima.
(social) e o componente interno da estima (autoestima) incluindo nessa categoria as necessidades sociais e o compo-
nente externo da estima) e Crescimento (incluindo aqui autoestima e a necessidade de autorrealização).

 Teoria dos dois fatores de Herzberg:


Herzberg descobriu que há dois grandes blocos de necessidade humanas: os fatores de higiene (extrínsecos) e os
fatores motivacionais (intrínsecos). Os fatores de Higiene são fatores extrínsecos ou exteriores ao trabalho. Para Herzberg,
eles podem causar a insatisfação e desmotivação se não atendidos, mas, se atendidos, não necessariamente causarão a
motivação. Exemplos: segurança, status, relações de poder, vida pessoal, salário, condições de trabalho, supervisão, política
e administração da empresa. Os fatores motivadores são os fatores intrínsecos, internos ao trabalho. Estes fatores podem
causar a satisfação e a motivação. Exemplos: crescimento, progresso,
responsabilidade, o próprio trabalho, o reconhecimento e a realização.

 Teoria da determinação de metas:


Considera que a determinação de metas motiva os trabalhadores. A equipe deve participar na definição das metas
(construção conjunta), que devem ser claras, desafiadoras mas alcançáveis.

 Teoria da equidade:
Também conhecida como teoria da comparação social. A motivação seria influenciada fortemente pela percepção de
igualdade e justiça existente no ambiente profissional.

 Teoria da expectativa (ou expectância) de Victor Vroom:


Construída em função da relação entre três variáveis: Valência, força (instrumentalidade) e expectativa, referentes a um
determinado objetivo. Valência, ou valor, é a orientação afetiva em direção a resultados particulares. Pode-se traduzi-la
como a preferência em direção, ou não, a determinados objetivos. Valência positiva atrai o comportamento em sua direção,
valência zero é indiferente e valência negativa é algo que o indivíduo prefere não buscar. Expectativa é o grau de probabili-

13
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO/SITUAÇÕES GERENCIAIS

dade que o indivíduo atribui a determinado evento, em função da relação entre o esforço que vai ser despendido no evento
e o resultado que se busca alcançar. Força, ou instrumentalidade, por sua vez, é o grau de energia que o indivíduo irá ter
que gastar em sua ação para alcançar o objetivo.

 Teorias X e Y:
McGregor afirmava que havia duas abordagens principais de motivação e liderança: as teorias X e Y.A teoria X apresen-
tava uma visão negativa da natureza humana: pressupunha que os indivíduos são naturalmente preguiçosos, não gostam
de trabalhar, precisam ser guiados, orientados e controlados para realizarem a contento os trabalhos. A teoria Y é o oposto:
diz que os indivíduos são automotivados, gostam de assumir desafios e responsabilidades e irão contribuir criativamente
para o processo se tiverem suficientes oportunidades de participação.

Dentre as teorias citadas, a mais difundida é a da Hierarquia das Necessidades, abaixo mais detalhes sobre ela.

Teoria da Hierarquia das Necessidades de Maslow:


necessidades fisiológicas, necessidades de segurança, necessidades sociais, necessidades de autoestima e neces-
sidades de auto realização.

14
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO/SITUAÇÕES GERENCIAIS

Quanto às implicações dessas teorias: O ciclo motivacional percorre as seguintes etapas: uma
Implicações aos Administradores: necessidade rompe o estado de equilíbrio do organismo,
As implicações para os administradores estão relacio- causando um estado de tensão, insatisfação, desconforto e
nadas quanto à forma como motivar os subordinados: desequilíbrio. Esse estado de tensão leva o indivíduo a um
 Devem determinar recompensas que são valoriza- comportamento ou ação, capaz de descarregar a tensão ou
das por cada subordinado. Ao serem motivadoras devem livrá-lo do desconforto e do desequilíbrio. Se o compor-
ser adequadas aos indivíduos observando suas reações em tamento ‘for eficaz o indivíduo encontrará a satisfação da
diferentes situações e perguntando que tipos de recom- necessidade e, portanto, a descarga da tensão provocada
pensas desejam; por ela’. Satisfeita a necessidade, o organismo volta ao es-
 Determinar o desempenho que você deseja - de- tado de equilíbrio anterior e à sua forma de ajustamento
terminar qual o nível de desempenho que os subordinados ao ambiente.
têm que ter para serem recompensados; As necessidades ou motivos não são estáticos, pelo
 Fazer com que o nível de desempenho seja alcan- contrario, são forças dinâmicas e persistentes que provo-
çável - a motivação poderá ser baixa se os subordinados cam comportamentos. Com a aprendizagem e a repetição
acharem que o que foi determinado é difícil ou impossível; (reforço positivo), os comportamentos tornam-se gradati-
 Ligar as recompensas ao desempenho; vamente mais eficazes na satisfação, de certas necessida-
 Certificar se a recompensa e adequada - recom- des. E quando uma necessidade é satisfeita ela não é mais
pensas pequenas significam motivações fracas. motivadora de comportamento já que não causa tensão ou
Implicações para a Organização: desconforto.
A expectativa da motivação também traz várias impli- O ciclo motivacional pode alcançar vários níveis de
cações para a organização: resolução da tensão: uma necessidade pode ser satisfeita,
Geralmente, as organizações recebem o equivalente a frustrada (quando a satisfação é impedida ou bloqueada)
recompensa e não o que desejam - o sistema de recom- ou compensada (a satisfação é transferida para objeto).
pensas devem ser projetados para motivar os comporta- Muitas vezes a tensão provocada pelo surgimento da ne-
mentos desejados; ex.: segurança, aumento de produção. cessidade encontra uma barreira ou obstáculo para a sua
O trabalho em si pode tornar-se intrinsicamente re- liberação. Não encontrando a saída normal, a tensão re-
compensador - se forem projetados para atender as ne- presada no organismo procura um meio indireto de saída,
cessidades mais elevadas dos empregados, como ex.: in- seja por via psicológica (agressividade, descontentamento,
dependência, criatividade, o trabalho pode ser motivador tensão emocional, apatia, indiferença etc.) seja por via fi-
por si mesmo. siológica (tensão nervosa, insônia, repercussões cardíacas
Portanto, a tarefa mais importante para os administra- ou digestivas etc.). Outras vezes, a necessidade não é sa-
dores e organizações é garantir que os subordinados te- tisfeita nem frustrada, mas é transferida ou compensada.
nham os recursos necessários para dar o melhor de si em Isto se dá quando a satisfação de outra necessidade reduz
prol do planejamento da organização. ou aplaca a intensidade de uma necessidade que não pode
ser satisfeita.
Ainda sobre motivação, precisamos entender o proces- A satisfação de alguma necessidade é temporal e pas-
so que leva o indivíduo a tomar uma ação em busca de um sageira, ou seja, a motivação humana é cíclica e orientada
objetivo, conforme mostra o Ciclo Motivacional. pelas diferentes necessidades. O comportamento é quase
um processo de resolução de problemas, de satisfação de
O Ciclo Motivacional necessidade, à medida que elas vão surgindo.
O conceito de motivação – ao nível individual – conduz
ao de clima organizacional – ao nível da organização. Os
seres humanos estão continuamente engajados no ajusta-
mento a uma variedade de situações, no sentido de satis-
fazer suas necessidades e manter um equilíbrio emocional.
Isto pode ser definido com um estado de ajustamento. Tal
ajustamento não se refere somente à satisfação das neces-
sidades de pertencer a um grupo social de estima e de auto
realização. É a frustração dessas necessidades que causa
muitos dos problemas de ajustamento. Como a satisfação
dessas necessidades superiores depende muito de outras
pessoas, particularmente daquelas que estão em posições
de autoridade, torna-se importante para a administração
compreender a natureza do ajustamento e do desajusta-
mento das pessoas.
O ajustamento – assim como a inteligência ou as apti-
dões – varia de uma pessoa para outra e dentro do mesmo
indivíduo de um momento para outro. Varia dentro de um
continuum e pode ser definido em vários graus, mas do

15
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO/SITUAÇÕES GERENCIAIS

que em tipos. Um bom ajustamento denota “saúde men- Na década de 60, houve uma expansão dos departa-
tal”. Uma das maneiras de se definir saúde mental é des- mentos de relações públicas e de relações industriais nas
crever as características de pessoas mentalmente sadias. As empresas multinacionais e as publicações passaram a ser
características básicas de saúde mental são: mais valorizadas para atender às novas demandas da co-
- As pessoas sentem-se bem consigo mesmas; munidade e da opinião pública (KUNSCH, 1997). Com a
- As pessoas sentem-se bem em relação às outras pes- melhoria na qualidade das publicações e aperfeiçoamento
soas; dos profissionais da área, percebeu-se a necessidade de
- As pessoas são capazes de enfrentar por si as deman- aprimoramento daquilo que seria denominado de Comu-
das da vida. nicação Organizacional (RIBEIRO, 2010). Essa origem, mar-
cada pela utilização de publicações empresariais, atrelou o
COMUNICAÇÃO entendimento da comunicação organizacional à utilização
Ser um comunicador habilidoso é essencial para ser um de instrumentos para aproximação da organização com
bom administrador e líder de equipe. Mas a comunicação seus públicos (TORQUATO, 2010).
também deve ser administrada em toda a organização. A As principais mudanças no cenário mundial que pro-
cada minuto de cada dia, incontáveis bits de informação tagonizaram o surgimento do jornalismo empresarial e da
são transmitidos em uma organização. Serão discutidas as Comunicação Organizacional são destacadas por Kunsch
comunicações de cima para baixo, de baixo para cima, hori- (1997, p. 55). Dentre elas: a) a automação proporcionada
zontal e informal nas organizações. pelo progresso das indústrias que modificou as relações
entre empregadores e empregados; b) divisão do trabalho
Histórico da Comunicação Organizacional e maior especialização em função da criação de unidades
A partir de uma perspectiva histórica norte-americana a separadas na estrutura organizacional; c) êxodo de pessoas
respeito dos estudos em comunicação organizacional, Put- do campo para a cidade para trabalhar como operários
nam, Philips e Chapman (2004) destacam que, dos anos 20 nas indústrias; d) as facilidades características ao regime
aos anos 50, os trabalhos eram influenciados pelo interesse de produção de massa cria um cenário de competição en-
em comunicação empresarial e, após esse período até mea- tre as organizações, exigindo maior esforço para promo-
dos de 1970, caracterizavam-se por uma forte influência ver seus produtos e serviços; e) o crescimento tecnológico
da escola de relações humanas. Destacavam-se, principal- proporcionou o barateamento dos processos de editora-
mente, as práticas de uma comunicação que partia do alto ção e impressão, facilitando a produção de publicações; f)
escalão gerencial, a precisão de relatórios e eficiência dos o desenvolvimento dos meios de comunicação de massa e
diferentes meios de comunicação. das indústrias influenciou o comportamento das empresas
Conforme os autores, dois interesse fundaram o campo. que viram a necessidade de dar informações aos públicos;
O primeiro caracteriza-se pelas habilidades que tornam os g) a conscientização do operariado, fazendo despontar a
indivíduos mais eficientes na comunicação e em seu traba- imprensa sindical, instigando assim o aparecimento da co-
lho, e o segundo refere-se aos fatores de eficiência da co- municação empresarial como forma de reagir à nova rea-
municação no trabalho inteiro da organização. Esse perío- lidade.
do, denominado como orientação modernista, norteou os Nesse contexto de mudanças, as organizações se veem
trabalhos até os anos 80. Neste cenário, tanto comunicação obrigadas a criar novas formas de comunicação para lidar
como organização “(...) eram realidades objetivas que po- com seus públicos, caracterizadas principalmente por pu-
diam ser medidas e testadas sob condições controladas de blicações dirigidas aos empregados e ao público externo
pesquisa, com ferramental metodológico tomado das ciên- mediante publicações voltadas apara apresentação de no-
cias naturais” (PUTNAM; PHILIPS; CHAPMAN, 2004, p. 79). vos produtos (KUNSCH, 1997).
Na década de 80, é possível perceber uma mudança O período descrito foi marcado pelo caráter instrumen-
nos paradigmas que marcavam o conhecimento da comu- tal da comunicação, que era compreendida a partir das di-
nicação organizacional, que, como reflexo de suas práticas, versas publicações destinadas aos públicos com os quais as
apresentava fortes marcas do funcionalismo. A teoria crítica organizações se relacionavam. No entanto, tais publicações
e a pesquisa interpretativo crítica passam a ser usadas por eram produzidas de maneira aleatória, com pouca qualida-
muitos estudiosos, apresentando assim novas possibilida- de, sem a realização de pesquisa e com uma comunicação
des de pensar e trabalhar a comunicação organizacional. que se originava do alto escalão empresarial
Na Europa, os estudos em comunicação iniciaram com Já na década de 80, Kunsch (2009), a partir do pensa-
foco na mídia (imprensa, rádio, TV, cinema). Tal tradição fez mento de Mumby, destaca novos olhares sobre a comuni-
com que a comunicação organizacional, reconhecida en- cação organizacional, chamando atenção para o contexto
quanto campo de estudos, fosse tratada como um ramo da complexo que envolve as organizações e seus atores so-
mídia, a “comunicação das organizações” (TAYLOR; CASALI, ciais.
2010). No começo dos anos 1980, a restrita linha de pesquisa
No Brasil, segundo Torquato do Rego (2009) os estu- de Goldhalber deu lugar a uma abordagem mais ampla e
dos da comunicação nas organizações originou-se no País universal no campo da comunicação organizacional. Esta
por meio do jornalismo empresarial. A primeira publicação nova linha é bem resumida por Pacanowski e O’Donnel-
empresarial no Brasil foi o Boletim da Light, em 1925, cerca -Trujillo, que alegam que “existem mais coisas acontecendo
de quase 100 anos depois da primeira publicação mundial. nas organizações do que trabalho. [...] As pessoas brincam,

16
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO/SITUAÇÕES GERENCIAIS

falam mal uns dos outros, iniciam romances, [...] falam sobre O cenário descrito ressalta a importância da comuni-
esportes, organizam piqueniques. (MUMBY, apud, KUNSCH, cação muito mais sob o olhar dos interesses organizacio-
2009, p. 69) nais, em que a comunicação podia ser medida, organizada,
Os estudos que, anteriormente, tinham um caráter planejada, manipulada. Em sua obra “A comunicação como
prescritivo e foco na comunicação como meio-mensagem, fator de humanização das organizações”, Kunsch (2010) as-
centrada no emissor, passam a priorizar as práticas cotidia- sinala que, mesmo em tese, atualmente, há uma renovação
nas, a interação entre as pessoas e os processos simbólicos nos estilos de gestão, que ora se apresentam mais voltados
ocorridos nos contextos organizacionais. às pessoas com foco na descentralização e participação dos
O período entre 1990 e 2000 foi marcado por um gran- indivíduos, buscando a valorização e a satisfação das neces-
de número de estudos que buscavam ampliar o olhar em
sidades humanas como a dignidade e a valorização de com-
torno da comunicação organizacional com base em novos
petências individuais.
métodos e novas percepções teóricas, passando a adquirir
uma forma mais abrangente.
Não bastava somente informar, era preciso que as in- Conceitos
formações estivessem em harmonia com os propósitos da A comunicação nas organizações pode estar relacio-
organização. Assim, “A comunicação ganha notoriedade, nada aos aspectos interpessoais, organizacionais e sociais,
pela sua função de conhecer, analisar e direcionar esses bem como aos processos, pessoas, mensagens e significados
fluxos informacionais para o objetivo geral da organização, (MARCHIORI, 2011). Neste sentido, Kunsch (2003) destaca as
dando um sentido estratégico à prática comunicacional” relações construídas no contexto das organizações.
(OLIVEIRA, 2003, p. 2). Trata-se de um processo relacional entre indivíduos, de-
Conforme Oliveira e Paula (2007), deve-se compreen- partamentos, unidades e organizações. Se analisarmos pro-
der a comunicação estratégica a partir de dois aspectos: fundamente esse aspecto relacional da comunicação do dia
o primeiro refere-se ao alinhamento da comunicação aos a dia nas organizações, interna e externamente, percebemos
objetivos da organização e da sua contribuição para o al- que elas sofrem interferências e condicionamentos variados,
cance dos resultados organizacionais. Já o segundo está de uma complexidade difícil até de ser diagnosticada, dado
relacionado ao papel dos atores sociais no que diz respeito o volume de diferentes tipos de comunicação existentes que
às decisões organizacionais. atuam em distintos contextos sociais (KUNSCH, 2003, p. 71-
A ideia de uma comunicação organizacional planejada 72).
e estratégica, com base na pesquisa a respeito dos inte- A comunicação organizacional, segundo análise de
resses dos públicos e não somente da organização, passa
Kunsch (2003), apresenta-se de diferentes modalidades que
a figurar de maneira mais forte tanto na academia quan-
permeiam suas atividades: a comunicação institucional, a co-
to no mercado. Ferrari (2009) afirma, que a comunicação,
na organização, torna-se estratégica quando esta busca o municação mercadológica, a comunicação interna e a comu-
cumprimento da missão e dos objetivos organizacionais. nicação administrativa. A autora ressalta o conceito da co-
Marchiori (2011) amplia esse entendimento, uma vez municação integrada e que aponta para uma comunicação
que considera o processo estratégico como algo que per- organizacional, em que essas diferentes modalidades, apesar
mite que a organização inove e se adapte às mudanças do de suas diferenças e peculiaridades, possam atuar de manei-
ambiente, considerando que as pessoas devem responsa- ra harmoniosa, buscando alcançar de maneira eficaz os obje-
bilizar-se pela criação e desenvolvimento desse processo. tivos da organização.
Assim, o tema estratégico nas organizações está liga- Entendemos por comunicação integrada uma filosofia que
do à efetiva adaptação da organização com seu ambiente, direciona a convergência das diversas áreas permitindo uma
por meio do tempo, entendendo por estratégia a criação e atuação sinérgica. Pressupõe uma junção da comunicação
prática dos meios adequados para atingir os resultados de- institucional, da comunicação mercadológica, da comunica-
sejados, melhorando a capacidade total de planejamento e ção interna e da comunicação administrativa, que formam o
organização para que possa adaptar-se ou inovar com su- mix, o composto da comunicação organizacional. (KUNSCH,
cesso aos tempos. (MARCHIORI, 2011, p.164) 2003, p. 150)
A comunicação, que antes era pensada apenas como Para Deetz (2010), a comunicação é, muitas vezes, tra-
uma “ferramenta” para alcançar os objetivos organizacio- tada como uma ferramenta das atividades organizacionais,
nais, mas que era utilizada de forma aleatória a partir de
nas quais se observa a transmissão de significados e informa-
uma comunicação que vinha do alto escalão das organiza-
ções, bem como os efeitos diferentes da mensagem. Na sua
ções com objetivo de “manipulação” dos públicos/atores,
concepção, a comunicação vem sendo reconhecida como
passa a ser pensada de uma maneira planejada e estra-
tégica. No entanto, para planejar e administrar a comuni- “processo fundamental pelo qual as organizações existem
cação das organizações no contexto complexo diante de e como ponto central da produção e reprodução organiza-
um mercado competitivo, requer do gestor conhecimentos cionais” (DEETZ, 2010, p. 84), demonstrando assim novas
que ultrapassam o nível das técnicas e de uma visão linear concepções de pensar e descrever a comunicação organiza-
da implementação de roteiros que muitas vezes ignoram cional. Se, anteriormente, o foco estava na transmissão de
condicionamentos externos e possíveis conflitos (KUNSCH, mensagem, hoje se observa muito mais a formação do signi-
2009). ficado, da informação e do conhecimento.

17
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO/SITUAÇÕES GERENCIAIS

Para Curvello (2009) a comunicação organizacional pre- permite ser fragmentada e não se restringe ao planejado e
cisa ser analisada como um fenômeno, um processo que executado a partir de ações de relações públicas, publici-
constitui e reconstitui a organização. No entanto, o autor dade e propaganda, assessoria de imprensa e marketing.
ressalta que a qualidade da comunicação nas organizações Marchiori (2011) reforça também que a comunicação
só ocorrerá, quando sua direção dispuser as informações organizacional deve ir além da produção de veículos de co-
para todos, tendo como princípio a verdade, o respeito as municação e que isto não confere à organização o status
diferenças individuais, prezando sempre a gestão partici- de uma empresa que pratica a comunicação organizacio-
pativa e propiciando oportunidade de mudanças necessá- nal. Para a autora há um novo paradigma nessa área que
rias a todos. valoriza a interação dialógica e evidencia a postura do diá-
Ao fazer uma revisão da literatura, Scrofernecker (2000) logo como a melhor maneira de resolver conflitos e buscar
destaca três modelos ou perspectivas para a comunicação um consenso nos ambientes organizacionais.
organizacional apresentados por Daniels, Spiker e Papa,
que se caracterizam pelo modelo tradicional, o interpreta- As Dimensões da Comunicação Organizacional
tivo e crítico. No modelo tradicional, a comunicação pode A trajetória da comunicação organizacional discorrida
ser medida, padronizada e classificada e está relacionada mostra não só a complexidade do tema, mas também a
diretamente com a eficiência organizacional. O modelo in- diversidade de olhares acerca da relação entre comunica-
terpretativo entende as organizações como cultura e es- ção e organização. Kunsch (2006), partir do pensamento de
paço em que as pessoas podem compartilhar significados, Dominique Wolton (2004), chama atenção para as obser-
concentrando-se no processo simbólico em que a realida- vações do autor sobre a visão instrumental dominada pela
de organizacional é socialmente construída. No modelo técnica e por interesses econômicos que tem “triunfado”
crítico, a organização é vista como instrumento de opres- sobre a dimensão normativa e humanista da comunicação.
são e a comunicação, instrumento de dominação. Wolton (2004), citado por Kunsch (2006), questiona:
As considerações ora apresentadas, embora relevantes Como salvar a dimensão soberba da Comunicação, uma
para a compreensão da comunicação organizacional, refor- das mais belas do homem, aquela que o faz desejar entrar
çam a ideia de que a comunicação na organização obedece em relação com os outros, interagir com os outros, quando
a um critério rígido de controle, uma comunicação organi- tudo está ao contrário, voltado para o sentido dos interesses?
zada. Isto é, a organização assume um papel emissor ofi- Como salvar a dimensão humanista da Comunicação, quan-
cial, deixando de lado toda a diversidade de questões que do triunfa sua dimensão instrumental? (WOLTON, 2004, p.
envolvem o contexto, formado por pessoas que carregam 28).
consigo uma gama de características individuais. Tais reflexões são direcionadas para o contexto da co-
Segundo Marchiori (2011, p. 157), “As definições pare- municação organizacional, em que existe um discurso em
cem considerar a comunicação mais como técnica, talvez torno da valorização da comunicação humana, mas que,
devido às exigências da época em que foram geradas”. “no entanto, nota-se no cotidiano das organizações em ge-
Conforme a autora, a comunicação organizacional está ral, ainda que nas entrelinhas, uma predominância da co-
diretamente ligada ao planejamento e aos processos de
municação técnica e a busca da eficácia das mensagens e
gestão que determinam as estratégias da organização. A
ações comunicativas” (KUNSCH, 2010, p. 45). A partir disso,
comunicação organizacional vista de maneira estratégi-
Kunsch (2006, 2010, 2013) propõe fundamentar o significa-
ca, pode auxiliar a organização a alcançar seus objetivos,
do de cada uma das três dimensões – instrumental, estraté-
superando a perspectiva funcionalista tão marcante nos
gica e humana - da comunicação organizacional.
postulados da área. Não se pode simplesmente selecionar
Enquanto a dimensão instrumental e estratégica par-
informações de maneira aleatória, mas sim informações
te de uma visão funcionalista e linear da comunicação, a
que façam parte do contexto da empresa e que, de alguma
dimensão humana está voltada para as relações que são
maneira, façam sentido para seus públicos, a ponto de ser
capazes de realizar uma troca efetiva de informações, gerar construídas e reconstruídas no dia a dia das organizações.
sentido e compartilhar conhecimento (MARCHIORI, 2011). A percepção estratégica da comunicação amplia o
Baldissera (2008) reforça a necessidade de um olhar espectro das práticas comunicacionais na organização, à
que vá além de uma visão simplificada contemplada ape- medida que passa a considerar os públicos como agentes
nas em planos, projetos e/ou programas. Em sua concep- ativos da organização e não somente como mero contêi-
ção, é um equívoco pensar que a comunicação organiza- ner onde as informações são transmitidas, muitas vezes,
cional possa ser reduzida a essas práticas. O autor enfatiza de forma aleatória. A comunicação passa a ser vista como
que é preciso pensar a comunicação organizacional em um uma via de mão dupla, por meio de um processo de envio
sentido amplo, uma vez que o sentido de organização não e recepção de mensagens. A noção de estratégia, quando
compreende somente a sua estrutura física, equipamentos, vinculada ao contexto da comunicação organizacional, re-
recursos financeiros etc., mas “compreende, principalmen- fere-se, principalmente, às questões de planejamento que
te, pessoas em relação, trabalhando por objetivos claros e objetivam minimizar as incertezas no universo das organi-
específicos” (BALDISSERA, 2008, p, 41). zações. Marchiori (2011) afirma que as organizações devem
A partir dessa compreensão, Baldissera (2008) salienta sustentar sua própria existência e melhorar a vida daqueles
que a comunicação que ocorre nas organizações não se re- com os quais se relaciona e, para isso, é preciso que haja
duz aos espaços físicos, não obedece a simplificações, não um posicionamento estratégico da comunicação.

18
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO/SITUAÇÕES GERENCIAIS

Assim, o tema estratégico está ligado à efetiva adap- Conforme o referido autor, deve-se “perceber melhor a
tação com seu ambiente por meio do tempo, entendendo experiência humana exatamente como ela é vivenciada no
por estratégia a criação e a prática dos meios adequados universo organizacional” (CHANLAT, 2012, p. 27), centrali-
para alcançar os resultados desejados, melhorando a ca- zando os estudos, não somente no que se refere à satisfa-
pacidade total de planejamento da organização, para que ção e ao desempenho das pessoas nas organizações, mas
possa adaptar-se ou inovar com sucesso aos tempos (MAR- também quanto ao fator humano, a partir das abordagens
CHIORI, 2011, p. 164). desenvolvidas por todas as disciplinas que estudam o tema
Sobre a dimensão da comunicação humana na comu- ou dele se apropriam para melhor desempenho profissio-
nicação organizacional, Kunsch (2010, p. 48) assinala que, nal.
“embora sendo a mais importante, pode ser considerada Scrofernecker et al. (2014) expõem a importância de re-
a mais esquecida, tanto na literatura sobre comunicação ver os estudos e as práticas da comunicação organizacional
organizacional quanto nas práticas cotidianas nas e das or- sob olhares que se distanciam cada vez mais da visão fun-
ganizações”. cionalista reforçada pelas pesquisas na área durante déca-
Para pensar a comunicação organizacional quanto à das. As autoras destacam que, apesar de termos “avançado
dimensão humana, é necessário compreender que as or- significativamente com relação aos aportes tecnológicos,
ganizações não são meros instrumentos para atender a fins aos meios, às mídias, as necessidades fundamentais do ho-
específicos e que são constituídas por pessoas de diferen- mem permanecem, a busca pelos laços afetivos e sociais,
tes culturas, com desejos e necessidades específicas e que a realização de trocas, a necessidade de estar em relação”
estes estão em constante alteração e interação. (SCROFERNECKER et al., 2014, p. 529).
Para Vasconcelos e Bastos (2009) (Re) pensar as possibilidades de compreensão da co-
Em relação à dimensão humana, pode-se dizer que ela municação organizacional exige (re)visitar as múltiplas di-
se caracteriza por ser a menos presente no cotidiano das or- mensões da comunicação nos contextos organizacionais
ganizações, sendo que a própria literatura dedicada à Co- contemporâneos e rever ainda posições e pensamentos
municação Organizacional não possui grande volume de consolidados, o que implica em movimentos recursivos de
livros/periódicos/artigos etc que tratem desta dimensão da ‘desacomodação’ (SCROFERNECKER et al., 2014).
Para Baldissera (2008, 2009), é preciso pensar a comu-
comunicação. Consequentemente, esta falta de abordagem
nicação organizacional pelo prisma da complexidade e isso
da dimensão humana deixa de lado a possibilidade de con-
“exige abandonar a ideia de linearidade e unidade, isto é,
tribuir para que a mesma participe dos processos de admi-
faz-se necessário que a organização seja percebida como
nistração da organização, o que contribuiria para o processo
lugar de fluxos multidirecionais e dispersivos em tensão
de alcance do sucesso comunicacional e dos negócios (VAS-
que podem ser colaborativos ou não” (BALDISSERA, 2009,
CONCELOS; BASTOS, 2009, p. 3).
p. 160).
Não se pode negar que a visão instrumental da co-
Sobre a complexidade da comunicação no âmbito das
municação organizacional ainda é uma realidade. Muitos
relações organizacionais, Baldissera (2008, 2009, 2010) si-
modelos de gestão são criados cotidianamente, numa bus- naliza três dimensões, as quais denomina de organização
ca constante do controle, da produção e da eficácia dos comunicada, organização comunicante e organização fala-
indivíduos nas organizações. da.
Contudo, nesse contexto, é válido ressaltar uma ex- A organização comunicada caracteriza-se, fundamen-
pressiva quantidade de organizações que buscam, por talmente, pela fala oficial da organização, ou seja, o que ela
meio da qualidade de seus processos, agir de forma com- diz sobre si mesma.
prometida e responsável, não só no que diz respeito aos Contempla aquilo que, de alguma forma, a organização,
seus membros, mas também à sociedade em geral. Desta como força em interação com outros sujeitos (poder público,
forma, procura-se renovar os estilos de gestão, que passam comunidade, imprensa, consumidores, empregados e acio-
a ser mais direcionados às pessoas, buscando-se a descen- nistas, dentre outros) considera relevante sobre si mesma,
tralização e participação dos indivíduos. Isto é, pelo menos identifica como potencialidade para trazer algum tipo de
em tese, percebe-se a preocupação em satisfazer as ne- retorno (satisfação pessoal, prestígio imagem-conceito, po-
cessidades humanas como a dignidade e a valorização das der simbólico, clientes) e, portanto, entende que mereça ser
competências individuais (KUNSCH, 2010). tornado público (BALDISSERA, 2010, p. 205).
Ao estudar o indivíduo nas organizações, Chanlat O autor chama atenção para o fato de que, apesar de a
(2012) enfatiza que, embora haja ainda uma obsessão pela organização conhecer seu entorno e todos os códigos lin-
eficácia, pelo desempenho e pela produtividade, o que le- guísticos, culturais e sociais que a envolvem, não significa
vou muitos pesquisadores a concentrarem seus interesses que os resultados desejados sejam atingidos, pois é “pos-
nessas questões e a reduzir seus esforços a simples técnica sível que a organização comunicada não seja percebida e
e ao controle, observa-se que, há alguns anos, mais espe- construída pelos públicos de forma idêntica ao comunica-
cialmente na cultura latina, muitos estudiosos têm questio- do” (BALDISSERA, 2010, p. 206). Para a organização comu-
nado esta concepção, marcada pela dinâmica instrumental, nicante, é difícil não comunicar, pois esta parte do princípio
adaptativa e também manipuladora do ser humano e inter- de que o mais importante, nesse processo, é a competência
rogando-se sobre quais compreendem como ‘dimensões interpretativa da alteridade, isto é, dos públicos com os
esquecidas’. quais a organização se relaciona (BALDISSERA, 2010).

19
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO/SITUAÇÕES GERENCIAIS

Enquanto a ‘organização comunicada’ caracteriza-se sua secretária, um supervisor fazendo um anúncio a seus
por ser organizativa, a ‘organização comunicante’ tende à subordinados e o presidente de uma empresa dando uma
desorganização. A ‘organização comunicante’, para além palestra para sua equipe de administração. Os funcionários
das ilhas de comunicação planejada, autorizada, revela-se devem receber a informação de que precisam para desem-
em fissuras, em incertezas, em oceanos de fluxos informa- penhar suas funções e se tornar (e permanecer) membros
cionais (BALDISSERA, 2010, p. 208). leais da organização.
A organização falada refere-se aos processos de co- Muitas vezes, os funcionários ficam sem a informação
municação informal indiretos; aqueles que se realizam fora adequada. Um problema é a sobrecarga de informação: os
do âmbito organizacional, mas que dizem respeito à orga- funcionários são bombardeados com tanta informação que
nização. não conseguem absorver tudo. Grande parte da informa-
Como exemplos, pode-se pensar nos processos que se ção não é muito importante, mas seu volume faz com que
atualizam entre colegas de trabalho quando, juntos, partici- muitos pontos relevantes se percam.
pam de um jogo de futebol e discorrem sobre a organização; Quanto menor o número de níveis de autoridade atra-
nas manifestações sobre ela que assumem lugar nas rela- vés dos quais as comunicações devem passar, tanto menor
ções familiares; nos processos especulativos; e nas conver- será a perda ou distorção da informação.
sas sobre a organização que se realizam entre vizinhos e/
ou nos grupos de pais na reunião da escola. Esses processos, Administração da comunicação de cima para baixo
que podem parecer distantes e sem relevância, também são Os administradores podem fazer muitas coisas para
Comunicação Organizacional. (BALDISSERA, 2009, p. 119). melhorar a comunicação de cima para baixo. Em primeiro
lugar, a administração deve desenvolver procedimentos e
A revisão do histórico, conceitos e dimensões da co- políticas de comunicação. Em segundo lugar, a informação
municação permite compreender as práticas e estudos que deve estar disponível àqueles que dela necessitam. Em ter-
norteiam a comunicação nas organizações. A proposta ceiro lugar, a informação deve ser comunicada de forma
possibilita ainda refletir sobre os estudos da comunica- adequada e eficiente. As linhas de comunicação devem
ção organizacional a partir de uma perspectiva histórica ser tão diretas, breves e pessoais quanto possível. A infor-
que evidencia as dimensões técnica, estratégica e humana mação deve ser clara, consistente e pontual - nem muito
apresentadas por Kunsch e complexas, denominadas por precoce nem (o que é um problema mais comum) muito
Baldissera como comunicada, comunicante e falada. Revi- atrasada.
sar tais apontamentos possibilita perceber a abrangência
do tema, sua complexidade, abordagens e tendências que, Comunicação de Baixo Para Cima
por sua vez, estão diretamente ligadas às dinâmicas orga- A comunicação de baixo para cima vai dos níveis
nizacionais. mais baixos da hierarquia para os mais altos.
As dimensões técnica e estratégica evidenciadas por Os administradores devem facilitar a comunicação de
Kunsch são claramente identificadas por meio do histórico baixo para cima.
e dos conceitos sobre a comunicação organizacional. Mas os administradores devem também motivar as
Já a dimensão humana apresenta-se como uma pers- pessoas a fornecer informações valiosas.
pectiva contemporânea uma vez que considera as relações
complexas criadas entre os indivíduos e as organizações. Comunicação Horizontal
Baldissera também enfatiza a complexidade dessas re- Muita informação precisa ser partilhada entre pessoas
lações entre as organizações e seus diversos públicos, bem do mesmo nível hierárquico. Essa comunicação horizontal
como das práticas de comunicação empregada pelas or- pode ocorrer entre pessoas da mesma equipe de traba-
ganizações. lho. Outro tipo de comunicação importante deve ocorrer
As considerações apresentadas ampliam o conceito da entre pessoas de departamentos diferentes. Por exemplo,
comunicação organizacional, à medida que consideram a um agente de compras discute um problema com um en-
relação entre sujeito/comunicação/organização, questio- genheiro de produção, ou uma força-tarefa de chefes de
nam o controle da gestão comunicacional nas organiza- departamento se reúne para discutir uma preocupação
ções e propõem novos olhares a respeito dos públicos. Tais particular.
observações permitem ampliar o entendimento sobre o Especialmente em ambientes complexos, nos quais
tema e ultrapassa a ideia de uma comunicação organizada, as decisões de uma unidade afetam a outra, a informação
linear, prescritiva e manipuladora dentro das organizações. deve ser partilhada horizontalmente.
Neste sentido, é possível vislumbrar novas abordagens As empresas integrantes da GE poderiam operar de
considerando o sujeito como parte integrante da organi- forma completamente independente. Mas cada uma deve
zação e não como uma ferramenta utilizada para o alcance ajudar as outras. Transferem entre si recursos técnicos, pes-
dos objetivos e interesses organizacionais. soas, informação, ideias e dinheiro. A GE atinge esse alto
nível de comunicação e cooperação através de um fácil
Comunicação de Cima Para Baixo acesso entre as divisões e ao CEO; uma cultura de abertura,
A comunicação de cima para baixo refere-se ao fluxo honestidade, confiança e obrigação mútua; e reuniões tri-
de informação que parte dos níveis mais altos da hierar- mestrais em que todos os altos executivos se reúnem infor-
quia da organização, chegando aos mais baixos. Entre os malmente para partilhar informações e ideias. Os mesmos
exemplos estão um gerente passando umas atribuições a tipos de coisas são feitas também nos níveis inferiores.

20
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO/SITUAÇÕES GERENCIAIS

Comunicação Formal e Informal Assim, a liderança, segundo Faria (2009), constitui-se


As comunicações organizacionais diferem em sua for- na arte de obter resultados desejados, acordados e espe-
malidade. As comunicações formais são oficiais, episódios de rados por meio de empregados engajados. Nessa perspec-
transmissão de informação sancionados pela organização. tiva, o líder é portador de uma autoridade legitimada pela
Podem mover-se de baixo para cima, de cima para baixo ou própria organização, na pessoa de seus membros, ou seja,
horizontalmente, muitas vezes envolvendo papel. é legitimado por aqueles que reconhecem motivos para
A comunicação informal é menos oficial. que o líder seja ouvido, acatado e seguido na instituição
A função de controle está relacionada com as demais em que atua.
funções do processo administrativo: o planejamento, a or- A liderança de excelência deve ser aquela que permita
ganização e a direção repercutem nas atividades de con- dar um significado ao trabalho, manifestando a aderência,
trole da ação empresarial. Muitas vezes se torna necessário o comprometimento e o engajamento do empregado à
modificar o planejamento, a organização ou a direção, para empresa, enquanto sentimentos de pertencer a um agru-
que os sistemas de controle possam ser mais eficazes. pamento que faça a diferença, mas, sobretudo, que con-
A avaliação intimida. É comum os gerentes estarem
ceda a chance de participar, com o seu próprio trabalho e
ocupados demais para se manterem a par daquilo que
esforço, na construção de algo que valha a pena engajar a
as pessoas estão fazendo e com qual grau de eficiência.
sua vida (FARIA, 2009).
É quando gerentes não sabem o que seu pessoal está fa-
Porém, segundo Maxwell (2000), as pessoas só segui-
zendo, não podem avaliar corretamente. Como resultado,
sentem-se incapazes de substanciar suas impressões e co- rão o líder se souberem o que ele deseja e para onde vai;
mentários sobre desempenho - por isso evitam a tarefa. para que isso aconteça é necessário que ele simplifique
Mas quando a seleção e o direcionamento são feitos seu modo de se comunicar e seja claro, observe as pessoas
corretamente, a avaliação se torna um processo lógico de com quem está se comunicando para poder identificar o
fácil implementação. Se você sabe o que seu pessoal de- tipo de público com o qual está falando.
veria fazer e atribui tarefas, responsabilidades e objetivos Assim, os líderes são responsáveis por estabelecer co-
com prazos a cada funcionário especificamente, então você nexões com seus seguidores; entretanto, eles devem mos-
terá critérios com os quais medir o desempenho daquele trar iniciativas em outras áreas também e devem sempre
indivíduo. Nessa situação, a avaliação se torna uma simples buscar novas oportunidades e estar prontos para a ação.
questão de determinar se, e com que eficiência, uma pes- Existem algumas qualidades que capacitam os líderes a fa-
soa atingiu ou não aquelas metas. zer as coisas acontecerem, como saber o que quer, pois
Os gerentes costumam suor que se selecionarem boas só assim poderá reconhecer a oportunidade quando ela
pessoas e as direcionarem naquilo que é esperado, as coi- surgir; esforçar-se pela ação, pois os que possuem iniciativa
sas serão bem feitas. Eles têm razão. As coisas serão fei- não esperam que os outros os motivem, eles se esforçam
tas, mas se serão bem feitas e quanto tempo levará para mais e não ficam na zona de conforto; correr mais riscos
fazê-las são fatores incertos. A avaliação permite que se é outra qualidade de um líder, porque as pessoas proati-
determine até que ponto uma coisa foi bem feita e se foi vas sempre correm riscos, pois possuem iniciativa; cometer
realizada no tempo certo. De certa forma, a avaliação é mais erros é mais uma característica dos líderes que têm
como um guarda de trânsito. Você pode colocar todas as iniciativa (MAXWELL, 2000).
placas indicadoras de limite de velocidade do mundo: não
serão respeitadas a não ser que as pessoas saibam que as 1. O que é Liderança?
infrações serão descobertas e multadas. Segundo Khoury (2009), a liderança é uma atitude que
Isso parece lógico, mas é surpreendente quantos ge- requer múltiplas habilidades para ser exercida com eficiên-
rentes adiam continuamente a avaliação enquanto se con- cia; trata-se de um conhecimento e não apenas do exercí-
centram em atribuições urgentes mas, em última análise,
cio de autoridade. Liderar significa exercer influência sobre
menos importantes. Quando a avaliação é adiada, os pra-
o que se passa ao seu redor, seja construindo a vida que
zos também são prorrogados, porque funcionários come-
você deseja para si mesmo, seja inspirando diferentes pes-
çam a sentir que pontualidade e qualidade não são impor-
soas a caminhar na mesma direção. A habilidade de lide-
tantes. Quando o desempenho cai, mais responsabilidades
são deslocadas para o gerente - que, assim, tem ainda me- rança pode ser desenvolvida e depende de ações práticas
nos tempo para direcionar e avaliar funcionários. e objetivas.
Para Kotter (apud ROBBINS; JUDGE; SOBRAL, 2010, p.
LIDERANÇA 359), a liderança diz respeito ao gerenciamento da mudan-
Partindo-se do princípio de que liderança é a capaci- ça. Os líderes estabelecem direções por meio do desen-
dade de influenciar um conjunto de pessoas para alcançar volvimento de uma visão de futuro; logo depois, eles con-
metas e objetivos, o desafio aqui é conhecer as atitudes de vencem as pessoas, falando da sua visão, inspirando-as a
alguns líderes e analisa-las. Acredita-se que o líder possui superar os obstáculos. Portanto, liderança nada mais é que
importante papel dentro das organizações e imprime a elas a capacidade de influenciar um conjunto de pessoas para
um perfil intimamente relacionado à sua forma particular alcançar metas e objetivos. Porém, nem todos os líderes
de pensar, sentir, se comunicar, envolver e mobilizar os em- são administradores e nem todos os administradores são
pregados em torno dos interesses da instituição. líderes.

21
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO/SITUAÇÕES GERENCIAIS

De acordo com Cortella (2010), liderança é uma vir- ao se comunicar. Um dos pilares da liderança é a confian-
tude e não um dom. Do ponto de vista filosófico, é uma ça. É impossível liderar um grupo que não confia em você
virtude que está em qualquer pessoa. Ora, se a liderança é (KHOURY, 2009).
uma virtude, qualquer homem e qualquer mulher em qual- Iniciativa: se o líder deseja exercer influência sobre ou-
quer lugar ou função, pode desenvolvê-la. A liderança é tros, não basta ter ideias brilhantes, é preciso criar um pla-
sempre circunstancial e a diferença entre líder e liderado é no de ação para colocá-las em prática, e isso só é possível
a circunstância, ou seja, a ocasião ou a situação. Nenhum se houver iniciativa. O primeiro passo para desenvolver a
de nós é líder em todas as situações, nenhum de nós con- iniciativa é perceber o que acontece ao seu redor. As pes-
segue liderar todas as coisas ou situações, mas qualquer soas que não tomam conhecimento do que está ocorren-
um de nós é capaz de liderar alguns processos, algumas do, como se estivem anestesiadas, têm pouca probabilida-
pessoas ou algumas situações. de de exercer influência sobre os acontecimentos ou sobre
Assumir a postura de liderança é, antes de mais nada, qualquer coisa que seja. Quando algo dá certo ou errado
uma escolha que exige uma estupenda capacidade: a de se é preciso descobrir como e por que aconteceu desta ou
ter humildade, ou seja, saber que não se sabe tudo, nem daquela forma. Somente assim é possível repetir o que deu
todas as coisas e, especialmente saber que não é o único a certo ou mudar a estratégia para acertar da próxima vez
saber. Se há uma coisa que atrapalha qualquer processo de (KHOURY, 2009).
liderança é líder ou liderado supor-se já sabedor, conhece- De acordo com Khoury (2009), as pessoas que têm ini-
dor e iluminado, afinal de contas há um antagonismo entre ciativa fazem as coisas acontecerem, isso implica assumir
líder e arrogância. mais riscos e, eventualmente, obter os resultados espera-
Quem deseja desenvolver cada vez mais a atividade de dos. Quando o líder tem iniciativa e age para mudar uma
liderança, deve se acautelar com duas coisas: a armadilha situação, não significa que será sempre bem-sucedido; mas
do mesmo e a “Síndrome do General Sedgwick. A arma- não ter iniciativa para agir significa que as coisas não vão
dilha do “mesmo” significa fazer o tempo todo do mesmo mudar.
jeito. O gestor de pessoas, negócios e processos deve ter Respeito: atitude essencial da liderança é o respeito
cuidado com o mesmo, pois por causa dele tem gente que que o líder adquire das pessoas. O respeito não é algo que
não consegue avançar e acaba ficando com um grande pode ser fingido, e se o líder não estiver genuinamente in-
passado pela frente, porque se agarra ao passado e torna- teressado nas pessoas, é pouco provável que seja capaz
-se repetitiva (CORTELLA, 2010). de influenciá-las positivamente. Ele nunca terá o respeito
Além da armadilha do mesmo, há também a “Síndrome verdadeiro das pessoas, a não ser que também as respei-
do General Sedgwick”. O General Sedgwick morreu durante te, pois respeito gera respeito, e humilhação gera ressen-
a guerra civil norte-americana, em 09 de maio de 1864 com timento ou raiva. O conceito de humilhação é subjetivo. O
um tiro no olho esquerdo, enquanto observava as tropas que pode ser interpretado como humilhação por uns, pode
inimigas ao longe: isto significa que nem sempre chefe é não ser por outros. Algumas pessoas, por seu histórico
líder. Muitas vezes líder é chefe, mas o contrário não é au- de vida, podem interpretar qualquer comentário objetivo
tomático. Há alguns chefes que são líderes, lembrando que como uma humilhação, e alguns gestores podem não ter
liderança tem a ver com capacidade de inspirar, enquanto consciência de como o modo com que se comunicam afeta
que chefia é uma estrutura hierárquica. seus colaboradores (KHOURY, 2009).
Um líder não pode supor que é invulnerável e não Construção de relacionamentos: de acordo com Khou-
pode supor que já está blindado. Porque a síndrome do ry (2009) para alcançar seus objetivos, tanto pessoais quan-
General Sedgwick leva-nos ao descuido e isso vale para a to profissionais, é necessário obter cooperação de outras
empresa, vale para o departamento, para o grupo e para a pessoas. Isso só é possível se o líder construir relaciona-
pessoa. Se me considero invulnerável, eu perco a cautela. E, mentos que tenham como base confiança e credibilidade.
no ambiente empresarial, essa é uma questão importante. Mesmo que ele tenha diversas características de um líder
Por isso tudo, a liderança exige a capacidade de humildade. (inteligência, proatividade, criatividade, competência, foco,
comprometimento), se não transmitir segurança e credibi-
1.1 Tipos de habilidades de um líder lidade, é pouco provável que consiga inspirar ou exercer
Para Khoury (2009), há algumas competências essen- influência sobre as outras pessoas.
ciais para desenvolver a habilidade de liderar. São elas: Segundo Maxwell (2000), a habilidade de trabalhar
comunicação, iniciativa, respeito, construção de relacio- com pessoas e desenvolver relacionamentos é indispensá-
namentos, dentre outras. A seguir, explicam-se cada uma vel para uma liderança eficiente, pois não é possível ser um
dessas capacidades. bom líder sem ter capacidade de se relacionar com as pes-
Comunicação: a comunicação talvez seja a ferramenta soas. Para a construção de relacionamentos, é necessário
mais importante da liderança. O ato de comunicar-se pode ter algumas aptidões como: carisma, simpatia, gentileza,
exercer grande impacto sobre as pessoas e envolve não só empatia, resolução de conflitos, execução e flexibilidade.
palavras, mas também os gestos e o tom de voz. Ao co- Essas características são definidas a seguir.
municar-se, você pode influenciar pensamentos, atitudes, Carisma é a habilidade de atrair as pessoas para si.
emoções e, consequentemente, pode gerar novos com- Assim como outras habilidades são desenvolvidas, o caris-
portamentos e resultados. Para saber efetivamente o que ma também pode sê-lo (KHOURY, 2009). Já a simpatia é a
se passa ao seu redor, é importante transmitir confiança capacidade de relacionar-se bem socialmente; exerce um

22
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO/SITUAÇÕES GERENCIAIS

grande impacto na liderança por diversos motivos. Em pri- organizacional e nos resultados financeiros. Essa pesqui-
meiro lugar, quanto melhor for o relacionamento do líder sa identificou seis estilos diferentes de liderança e não é
com uma pessoa, maiores serão as chances de ela escutar surpreendente constatar que os líderes que tiveram os
com atenção o que ele diz. Quanto à liderança, ser simpá- melhores resultados usam diversos estilos em diferentes
tico não significa ter que agradar a todos, mas refere-se à situações e, às vezes, é necessário utilizar diferentes esti-
maneira como o líder se comunica; o significado da comu- los no mesmo dia. Explicam-se, a seguir, os seis estilos de
nicação não é o que se pretende transmitir, mas a forma liderança, segundo Khoury (2009):
como a outra pessoa entende o que foi dito.
Em uma sociedade em que os preços de produtos e a) Estilo comandante, do tipo “Faça o que eu digo”: esse
serviços oferecidos são praticamente os mesmos, a qua- estilo é um legado do modelo de liderança do tipo “co-
lidade no atendimento passa a ser um critério decisivo na mando e controle” em que os líderes exigem obediência
tomada de decisão, daí a importância de o líder ser gentil imediata, mas nem sempre se preocupam em explicar os
em seus relacionamentos empresariais. A empatia refere- porquês. Quando esse estilo de liderança é empregado de
-se ao “processo de identificação em que o indivíduo se forma inadequada, ele tende a deteriorar os relacionamen-
coloca no lugar do outro e [...] tenta compreender o com- tos, contribuindo para aumentar a rotatividade da mão de
portamento do outro” (KHOURY, 2009, p. 58). A empatia é a obra. O estilo comandante é adequado em situações de
habilidade de colocar-se no lugar da outra pessoa e enten- emergência como, por exemplo, liderar um grupo para
der o ponto de vista dela, sem julgá-la. Colocar-se no lugar evacuar um prédio que está pegando fogo, pois líderes
do outro não significa concordar com ele; mas entender o que assumem o controle podem ajudar as pessoas a se
seu ponto de vista facilita muito a comunicação, fortalece e acalmarem em situações de tumulto ou crise. Esse estilo de
melhora os relacionamentos. liderança pode ser adequado também quando for neces-
Outra competência essencial para exercer influência sário lidar com colaboradores problemáticos. Além disso,
positiva sobre a sua própria vida ou a vida de outras pessoas funciona muito bem quando usado para mudar estratégias
é a habilidade de resolver conflitos. Sempre temos opção de negócios ineficientes para novas maneiras de realizar o
de escolha diante de uma situação problemática: podemos trabalho.
simplesmente ignorá-la ou fazer algo a respeito. Ser capaz
de conduzir conversas difíceis e fazer críticas construtivas, b) Estilo visionário, do tipo “Venha comigo”: esse estilo
de maneira que a outra pessoa não se sinta desrespeitada, de liderança mobiliza as pessoas em direção a um objeti-
é uma das características de quem tem liderança, e esse é vo comum, mas não é específico no que se refere a como
um grande desafio, porque se a conversa for malconduzi- alcançá-lo. As pessoas têm liberdade para inovar e assumir
da, a tendência é gerar agressividade e ressentimento. riscos calculados. Uma vez que conhecem o maior objeti-
Uma importante característica dos líderes refere-se aos vo da organização, elas têm clareza de como podem con-
resultados que eles conseguem obter. Isso não significa que tribuir para alcançar determinado resultado. Esse estilo é
eles acertam logo na primeira vez que tentam. Na prática, adequado quando as mudanças requerem uma nova visão
os líderes geralmente erram mais do que os outros, por- ou quando é necessária uma determinada direção. O líder
que tendem a executar mais e assumir mais riscos. O poder que adota o estilo visionário dá o exemplo à equipe, por
de ação é o que contribui para se obter resultados bem- meio de seu comportamento; lembra a todos que o mau
-sucedidos. Isso não significa que as pessoas que exercem humor é incoerente com a missão da empresa e os inspira
influências sobre si mesmas e sobre o que se passa ao seu a trabalhar, de acordo com essa visão. Esse é o estilo de
redor não enfrentam dificuldades ou obstáculos, e em vez liderança que exerce o impacto mais positivo sobre o clima
de negar a existência de um problema, essas pessoas acei- organizacional.
tam a situação como ela é, e fazem algo para solucioná-la.
“Significa apenas que são realistas, sabem reconhecer seus c) Estilo treinador ou coach, do tipo “Tente isto”: Esse é
limites, são capazes de avaliar sua vida e conseguem adap- o estilo do líder que se preocupa com o desenvolvimento
tar seu comportamento de modo a alcançar os resultados dos membros de sua equipe; ele atua como um “treinador”,
desejados” (KHOURY, 2009, p. 59). ajudando o colaborador a identificar metas e desenvolver
É muito comum nos perguntarmos diante de habilidades para alcançá-las. Quando o líder age dessa for-
determinada situação se estamos agindo de maneira ma, ajuda o colaborador a identificar suas forças e fraque-
eficiente e quando se trata de liderança, a pergunta pode zas e faz críticas construtivas para que possa melhorar sua
conduzir a muitas especulações. É importante lembrar que performance; isso demonstra que o líder se preocupa com
o tema liderança se relaciona à ciência humana e, portanto, seu colaborador, o que tende a gerar motivação e a exercer
envolve diversas variáveis. Nesse sentido, buscar um único impacto positivo no ambiente de trabalho.
modelo de comportamento, que seja eficaz em todas as Esse estilo funciona muito bem quando as pessoas
situações, é muito limitante (KHOURY, 2009). querem ser instruídas e com aquelas que valorizam o de-
senvolvimento pessoal; por outro lado, esse estilo é inade-
1.2 Os seis estilos de liderança quado para profissionais que, por qualquer razão, sejam
De acordo com uma pesquisa realizada pela empresa resistentes ao aprendizado ou à mudança. O objetivo desse
de consultoria Hay/McBer (KHOURY, 2009), foi demonstra- estilo de liderança é instruir para gerar desenvolvimento e
do o impacto de diferentes estilos de liderança no clima não censurar.

23
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO/SITUAÇÕES GERENCIAIS

d) Estilo agregador, do tipo “As pessoas vêm primeiro”: Hoje em dia é comum chegar ao local de trabalho e
esse estilo de liderança procura construir relacionamentos encontrar pessoas desmotivadas ou passando por um mo-
e melhorar a convivência entre as pessoas. O líder reconhe- mento de dificuldade, seja no trabalho, na família ou até
ce as necessidades do colaborador em períodos “difíceis” mesmo um problema financeiro. O importante é o líder
da sua vida pessoal e oferece apoio emocional nesses mo- saber, nesse momento, dispor de soluções para não deixar
mentos. Esse comportamento procura fortalecer os rela- que o integrante do grupo continue com a desmotivação.
cionamentos e a lealdade entre os membros e, com isso, Por isso, o líder deve falar com calma e educação para não
o impacto no clima é positivo. Esse estilo é conveniente, causar uma situação de desconforto no liderado, pois se
por exemplo, quando um colaborador tem uma doença e o líder não souber se comunicar, a probabilidade de ser
precisa adequar a sua jornada de trabalho, para fazer de- mal-entendido e piorar a situação será grande (MAXWELL,
terminado tratamento de saúde. O líder compreende essa 2000).
necessidade e faz algumas alterações para que o colabo- É imperativo também que o líder saiba ouvir as
rador possa se tratar de maneira eficiente; além disso, o necessidades do liderado, atendendo suas necessidades
estilo agregador é útil para melhorar ou restaurar os laços ou, pelo menos, oferecendo um suporte de apoio em
de confiança entre as pessoas. Quando o estilo agregador busca de melhorias para o indivíduo. O verdadeiro líder é
é mal-empregado, pode desencadear conflitos (KHOURY, aquele que após ouvir as necessidades de um determinado
2009). grupo dispõe informações, suporte, apoio moral, incentivo
e até mesmo propostas de crescimento profissional para
e) Estilo democrático, do tipo “O que vocês acham?”: que o grupo volte a desempenhar suas funções com um
esse estilo de liderança é particularmente eficiente quando modelo mental renovado, em busca de realização pessoal e
o líder precisa ouvir as opiniões das pessoas para obter in- interpessoal, visando à satisfação e bem-estar no seu local
formações, quando ele não está seguro sobre qual decisão de trabalho.
tomar, ou para chegar a um consenso sobre determinado Segundo John C. Maxwell (2000), para lidar com pes-
assunto. Esse estilo não é eficiente quando os colaborado- soas, exercendo a liderança é preciso ter talento. Para esse
res não são competentes ou suficientemente informados autor, a pessoa não escolhe quais talentos deve ter; na
verdade, ela já nasce com um determinado talento, que o
para oferecer um conselho seguro, ou em tempos de crise,
descreve ao tomar certas decisões. Descobrir se uma pes-
quando o grupo não consegue chegar a um consenso a
soa tem talento não é reunir um grupo de pessoas e tentar
respeito de determinada estratégia. Outro risco é o líder
enxergar o talento na face dela. Descobrir um talento em
não estar preparado para ouvir a opinião sincera dos cola-
meio à multidão é observar ações e qualidades que dife-
boradores e acabar intimidando a equipe.
renciam uma pessoa das demais.
Um líder nasce com um dom, mas o caráter se cria. Para
f) Estilo pacesetting, do tipo “Faça como eu faço, agora”:
Maxwell (op. cit.), o caráter se cria a cada dia em que en-
esse estilo de liderança deve ser utilizado em situações es-
frentamos decisões difíceis como: esconder a verdade ou
pecíficas como, por exemplo, na gestão de um grupo extre- permanecer firme sob o peso dela, ganhar dinheiro fácil
mamente competente e motivado que sabe “exatamente o ou pagar o preço. À medida que você vive e faz escolhas
que precisa fazer” e exige pouca direção da liderança. É útil hoje, está continuamente criando seu próprio caráter. Para
lembrar: quanto maior a pressão exercida sobre as pessoas, que esse dom seja percebido por um grupo, é necessário
maior será a ansiedade e menor será a chance de se encon- um envolvimento com todos, é preciso que o líder seja um
trar soluções criativas para um problema. exemplo sem falhas, procurando a todo tempo se policiar,
pois os seguidores não confiam, nem seguem líderes cujo
1.3 O que constitui o poder pessoal de um verda- caráter apresenta falhas.
deiro líder?
Segundo John C. Maxwell (2000) há vários estilos de 1.4 Quais qualidades capacitam os líderes a fazer as
liderança, e para ser um líder é necessário obter algumas coisas acontecerem?
qualidades fundamentais para exercer essa função. Hoje
em dia o mercado de trabalho tem procurado pessoas com 1. Eles sabem o que querem
um estilo de liderança, para exercer funções distintas, den- Os que têm iniciativa não esperam que os outros os
tro das empresas; todas essas funções estão relacionadas motivem. Sabem que é sua responsabilidade esforçar-se
ao importante papel de conduzir um grupo de pessoas aos além do limite confortável. E fazer disso uma prática re-
objetivos empresariais, sem causar má impressão ou des- gular.
motivação nos integrantes.
Para desenvolver um papel tão importante é dever de 2. Eles cometem mais erros
um líder saber falar, ouvir, entender e motivar sua equipe. A boa notícia para os que têm iniciativa é que eles fa-
Saber falar com a equipe ou um dos liderados específicos, zem as coisas acontecerem; a má notícia é que cometem
não é simplesmente dar uma ordem de serviço. Saber falar muitos erros [...] Embora os líderes com iniciativa experi-
com um liderado é dispor para ele informações básicas e mentem mais fracassos, eles não se permitem desanimar.
necessárias para melhor executar seu trabalho ou suas ta- Quanto maior o potencial, maior será a possibilidade de
refas, dentro da empresa. fracasso. O senador Robert Kennedy disse resumidamen-

24
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO/SITUAÇÕES GERENCIAIS

te: “Apenas os que ousam fracassar grandiosamente po- Outro traço que pode indicar uma liderança eficaz é
dem alcançar coisas grandiosas”. Se você deseja conquistar a inteligência emocional. Sem ela, uma pessoa pode ter
grandes coisas como líder, deve ter iniciativa e estar dispos- uma educação notável, um pensamento bastante analítico,
to a correr riscos. (MAXWELL, 2000, p. 66) uma visão convincente e uma fonte inesgotável de ideias
Uma pessoa com estilo de liderança busca soluções geniais, mas, mesmo assim ainda não ser necessariamente
claras diante das circunstâncias que surgem a cada decisão um grande líder. Isso pode ser particularmente verdadeiro
tomada. A cada vez que surge um trabalho em que se deve quando as pessoas crescem dentro de uma organização
ter um desempenho maior da equipe, é fundamental que (ROBBINS; JUDGE; SOBRAL, 2010).
o líder desempenhe um papel importante dentro do gru- Mas por que a Inteligência Emocional é tão importan-
po. Quando uma tarefa tiver prazos determinados para ser te para uma liderança eficaz? Um componente primordial
finalizada, é necessário que a liderança reúna as pessoas a da inteligência emocional é a empatia. Os líderes que pos-
serem envolvidas no processo, deixando clara a importân- suem empatia podem perceber as necessidades e senti-
cia de cumprir os prazos e metas apontadas pela gerência. mentos dos outros, ouvir o que os liderados têm a dizer
É importante ressaltar a importância de cada membro (e o que não dizem) e, ao compreender suas reações, con-
da equipe, pois, cada um tem qualidades e caráter seguem identificar com maior precisão as expectativas de
fundamentais para a execução do processo. Nesse sua equipe. O mero fato de alguém se importar com você
costuma ser frequentemente recompensado com lealdade
momento é bom que o líder saiba distinguir o que cada
(ROBBINS; JUDGE; SOBRAL, 2010).
um irá fazer, pois não basta dizer, o que tem que ser feito, é
importante ressaltar quem melhor desempenha aquele tipo
1.6 Características de um líder extraordinário
de trabalho. Cada um dos membros deve fazer aquilo em
Segundo John H. Zenger e Joseph Folkman (2008)
que faz bem, e bem feito. Não adianta colocar um número existe uma relação direta entre um líder eficiente e os re-
grande de pessoas, para trabalhar juntas com intuito de que sultados que ele alcança. É óbvio que as pessoas que de-
o serviço seja entregue na data e hora marcada, se eles não senvolvem suas habilidades de liderança obtêm resultados
sabem bem como fazer a tarefa. O líder deve determinar melhores do que as que não se preocupam em desenvolver
o que cada uma delas irá fazer. Sendo assim, já é possível aptidões para comandar ou coordenar os outros. Os gran-
o líder determinar quantas pessoas serão necessárias des líderes possuem poucos e bons pontos fortes. Espera-
para executar a tarefa, e com quantos dias será possível -se que desenvolvam determinadas qualidades essenciais
a conclusão da mesma. Lembrando que todo o trabalho ao exercício da liderança, contribuindo assim para o suces-
deve sair com a maior qualidade possível, não desviando so da empresa e de seus colaboradores.
dos padrões de qualidade sugeridos no processo. Se, por Há cinco características que são fundamentais para a
ventura, ocorrer algum imprevisto que possa interferir eficácia de uma liderança bem-sucedida: caráter, compe-
no processo, é necessário que o responsável pela equipe tência, foco em resultados, capacidade de se relacionar
procure o seu gestor imediato comunicando o fato, e se isso bem, aptidão para implementar mudanças. O segredo para
for mesmo atrapalhar na data de finalização é importante se tornar um líder mais eficaz é aumentar ainda mais essas
que o líder, juntamente com seu gestor, estipule uma nova habilidades. Caráter é um ponto importantíssimo para um
data para a conclusão do trabalho. (MAXWELL, 2000, p. 66) grande líder, pois as pessoas que não possuem esta ca-
Para Lacombe (2011), outra grande qualidade de um racterística, não têm a menor chance de serem considera-
líder para que as coisas aconteçam é saber se comunicar, das grandes líderes, porque os líderes que são mentirosos
pois ele deve passar todas as informações, de forma que vivem com medo de serem desmascarados. Competência
todos entendam qual o propósito comum a ser alcançado refere-se aos conhecimentos do líder; os melhores líderes
e para que se motivem para isso. têm, no mínimo, um conhecimento básico do lado tecnoló-
gico do negócio (ZENGER; FOLKMAN, 2008).
1.5 Os traços de um líder Para Zenger e Folkman (op. cit.), foco em resultados é
A procura por traços sociais, físicos, intelectuais ou de o que um líder precisa ter para ser considerado bom: ele
precisa gerar lucro para a empresa. Para isso, é necessário
personalidade que possam descrever os líderes e diferen-
transformar ideias em ações e buscar sempre o melhor. Os
ciá-los dos demais, remonta aos estágios iniciais da pes-
melhores líderes cumprem suas metas mesmo em condi-
quisa sobre liderança. Amplas revisões da literatura sobre
ções desfavoráveis; para isso, é necessário: saber o que a
liderança, quando organizadas com referência ao modelo
organização espera do líder e de seu departamento; man-
Big Five, demonstram que a extroversão é o traço mais im- ter o foco em resultados de longo prazo e colocar em ação
portante do líder eficaz; porém os líderes precisam assegu- seus planos experimentando sempre coisas novas.
rar-se de que não são demasiado assertivos. Os líderes que Capacidade de se relacionar bem, provavelmente, é a
gostam de estar rodeados por pessoas, que são assertivos, característica mais importante da arte de liderar e também
disciplinados e que conseguem manter os compromissos a que melhor diferencia o líder extraordinário dos outros lí-
que assumem, além de serem criativos e flexíveis, realmen- deres. Os líderes extraordinários não guardam novas ideias
te parecem levar vantagem quando a questão é liderança, para si, eles as divulgam e dão à equipe um senso de di-
sugerindo que os líderes eficazes possuem alguns traços reção e propósito, estimulam os colaboradores e estabe-
em comum. lecem metas desafiadoras, inspiram confiança ao conciliar

25
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO/SITUAÇÕES GERENCIAIS

preocupação com produtividade e resultados com uma igualmente extraordinários, mas a tendência é que tenham
enorme sensibilidade em relação às necessidades e proble- dificuldades nas mesmas áreas que seus chefes precisam
mas de sua equipe, são acessíveis e estão sempre disponí- aprimorar.
veis, apoiam o crescimento profissional das outras pessoas, Um poderoso instrumento de desenvolvimento é in-
inclusive de seus próprios colaboradores, estimulam a coo- vestir nas pessoas ao seu redor.
peração e mostram à equipe a importância de saber traba- Alguns líderes, no entanto, consideram o crescimento
lhar com todo o tipo de pessoa (ZENGER; FOLKMAN, 2008). profissional dos colaboradores algo supérfluo e irrelevante
Aptidão para implementar mudanças é importante quando comparado ao “trabalho de verdade”. Entretanto,
pois quando os grandes líderes estão diante de uma gran- esse é um comportamento importante para um líder, não
de mudança sabem como conduzi-la de maneira eficaz, apenas pelo que representa para seu pessoal, mas também
ajudando seus colaboradores a entender o que está acon- pelo impacto que provoca nele mesmo e na empresa. Ao
tecendo e fazendo com que se sintam comprometidos com ajudar no treinamento e desenvolvimento da equipe, você
a mudança. Segundo Zenger e Folkman (2008), para liderar alcança um novo patamar deixa de ser um profissional
qualquer mudança organizacional é necessário criar uma preocupado apenas consigo mesmo e se torna um líder
visão global, transformar a visão em objetivos específicos e verdadeiro, com capacidade organizacional e corporativa.
conciliar a necessidade de apontar direções com a necessi- Considerando-se a parte teórica deste estudo, pode-se
dade de envolver os outros. dizer que não há um tipo ideal de líder, pois um verdadeiro
Para Gene Dalton e Paul Thompson (apud ZENGER; líder precisa mesclar vários estilos de liderança, dependen-
FOLKMAN, 2008, p. 22), os líderes mais competentes preci- do da equipe, da natureza do trabalho e da organização.
sam passar por quatro etapas de desenvolvimento profis- No entanto, diversos autores afirmam que uma caracte-
sional. A primeira etapa é quando as pessoas têm de provar rística essencial à liderança é a capacidade de influenciar
que podem aprender o negócio e desenvolver uma base seus colaboradores para alcançar metas. Nesse sentido,
técnica sólida; na segunda etapa, as pessoas continuam deve se relacionar bem com seus liderados e inspirá-los,
desenvolvendo suas habilidades técnicas e dão a sua cola- com segurança, fazendo com que se motivem, acreditem
boração individual; a terceira etapa é quando viram orien- e confiem no líder, para atingir os objetivos almejados.
tadoras e ajudam os outros a desenvolver suas carreiras e
talentos; e na quarta etapa tornam-se visionárias e condu-
zem a empresa a novas direções. Na maioria das vezes, os Comportamento do líder
líderes quando alcançam a posição almejada começam a As pesquisas sobre liderança levaram os psicólogos a
perder a qualidade de seu trabalho, como se o ciclo tivesse observar duas estruturas gerais de comportamento do lí-
chegado ao fim, porém os melhores líderes nunca param der. Vejamos:
de aprender. • Líder orientado para a tarefa (OT). Dentro dessa
estrutura de comportamento, o líder (gerente) dirige os
1.7 Desenvolvendo líderes seus esforços e o de seus subordinados para a tarefa, vi-
Para Zenger e Folkman (2008), quando o assunto é li- sando iniciar, organizar e dirigir um trabalho.
derança, alguém inevitavelmente levanta a questão: a pes- • Líder orientado para as relações interpessoais
soa já nasce líder ou pode aprender a ser líder? É possível (OR). O gerente (líder) voltado para essa orientação tem
tornar-se um líder melhor? Para esses autores, a liderança relações pessoais mais amplas no trabalho, caracterizado
pode ser desenvolvida e é possível tornar-se um líder me- por ouvir, confiar e encorajar.
lhor. É bem verdade que algumas das características essen-
ciais ao exercício da liderança se manifestam desde a in-
fância, mas não dá para dizer quem se destacará no futuro. Baseado nessa orientação, Reddin propôs quatro com-
Algumas pessoas já nascem dotadas de autoconfiança binações de estilos de liderança.
e de um intelecto privilegiado, o que, sem dúvida, é uma • Líder separado: Esse estilo de liderança dá ao ge-
grande vantagem. Entretanto, quase todo mundo tem a rente baixa orientação para o trabalho e pouca orientação
possibilidade de aprimorar suas habilidades, por meio de para as relações humanas.
atividades específicas. A maior parte dos líderes se desen- • Líder relacionado: Tem apenas alta orientação para
volve, não nasce pronta. Os líderes mais notáveis apoiam as relações humanas.
o crescimento profissional dos outros e dão um feedback • Líder integrado: Possui uma elevada orientação
honesto e construtivo, sempre equilibrando avaliações po- para o trabalho e também interesses altos; é voltado para
sitivas e corretivas. Mantêm-se ao par do que está aconte- as relações humanas.
cendo na carreira dos colaboradores e permitem seu cres- • Líder dedicado: Tem apenas alta orientação para
cimento, mesmo que isso implique na perda de pessoal o trabalho.
para outros departamentos (ZENGER; FOLKMAN, 2008).
Todo líder deixa sua marca na empresa da qual faz
parte. Descobrimos que as pessoas que trabalham vários
anos com o mesmo chefe, acabam herdando dele tanto os
pontos fortes, como os fracos. Líderes extraordinários au-
mentam as chances de que seus subordinados se tornem

26
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO/SITUAÇÕES GERENCIAIS

Qual o negócio da organização? Qual estratégia vai ser


IV. PROCESSO DECISÓRIO E RESOLUÇÃO DE utilizada? Qual tecnologia vai ser empregada? Que fonte
PROBLEMAS de recursos financeiros vai ser utilizada? A máquina será
comprada ou alugada? Estas e inúmeras outras perguntas
precisam ser respondidas durante a gestão de uma organi-
zação. Para respondê-las é preciso fazer escolhas, é preciso
Nos dias de hoje, com a competitividade cada vez mais decidir!
acirrada entre as organizações, a todo momento necessi-
tamos tomar decisões sempre que estamos diante de um Técnicas de análise e solução de problemas
problema que apresenta mais de uma alternativa de so- O MASP — Método de Análise e Solução de Proble-
lução. Mesmo quando possuímos uma única opção para mas é um método gerencial que é utilizado para a criação,
solucioná-lo, poderemos ter a alternativa de adotar ou não manutenção ou melhoria de padrões. É uma metodologia
essa opção. para se manter e controlar a qualidade, e deve ser de am-
O processo de escolher o caminho mais adequado plo conhecimento de todos, ou seja, deve ser dominada
para a empresa, naquela circunstância, também é conheci- por todas as partes envolvidas dentro de uma organização.
do como tomada de decisão. Esse método apresenta duas grandes vantagens:
Os administradores devem ter como objetivo em suas • permite a solução de problemas de modo eficaz;
• permite que os indivíduos de uma organização se ca-
tomadas de decisão:
pacitem de maneira a solucionar os problemas que sejam
• minimizar perdas;
de sua responsabilidade.
• maximizar ganhos; e
O MASP é um caminho ordenado, composto de passos
• alcançar uma situação em que, comparativamente, o
e subpassos pré-definidos para a escolha de um problema,
gestor julgue que haverá um ganho entre o estado em que análise de suas causas, determinação e planejamento de
se encontra a organização e o estado em que irá se encon- um conjunto de ações que consistem uma solução, verifi-
trar depois de implementada a decisão. cação do resultado da solução e realimentação do proces-
Para que se tome a melhor decisão em determina- so para a melhoria do aprendizado e da própria forma de
das situações de problema, cabe à pessoa que vai tomar aplicação em ciclos posteriores.
a decisão elaborar todas as alternativas possíveis sobre o Partindo também do pressuposto de que em toda so-
problema em questão, visando escolher o melhor caminho lução há um custo associado, a solução que se pretende
para otimizar a opção pela qual se decidiu, possibilitando à descobrir é aquela que maximize os resultados, minimizan-
empresa crescer e desenvolver-se nesse contexto de com- do os custos envolvidos. Há, portanto, um ponto ideal para
petitividade tão agressiva. a solução, em que se pode obter o maior benefício para
o menor esforço, o que pode ser definido como decisão
O que significa decidir ótima (BAZERMAN).
• “Tomar decisões é o processo de escolher uma dentre A construção do MASP como método destinado a so-
um conjunto de alternativas.”(Caravantes) lucionar problemas dentro das organizações passou pela
• “Uma decisão pode ser descrita, de forma simplis- idealização de um conceito, o ciclo PDCA, para incorporar
ta, como uma escolha entre alternativas ou possibilidades um conjunto de ideias inter-relacionadas que envolve a to-
com o objetivo de resolver um problema ou aproveitar uma mada de decisões, a formulação e comprovação de hipóte-
oportunidade.” (Sobral). ses, a objetivação da análise dos fenômenos, dentre outros,
• “A tomada de decisão ocorre em reação a um proble- o que lhe confere um caráter sistêmico.
ma, isto é, existe uma discrepância entre o estado atual das Embora o MASP derive do ciclo PDCA, é importante
coisas e o estado desejável que exige uma consideração que não se confunda os dois métodos, pois: O MASP é um
sobre cursos de ação alternativos. (...) O conhecimento so- método eficaz, ele procura resolver problemas de forma
bre a existência de um problema e sobre a necessidade de rápida e objetiva e com menor custo a empresa, ou seja,
uma decisão depende da percepção da pessoa.” (Robbins). é um método que tem como característica a racionalidade
utilizando lógica e dados.
• “(...) Embora tudo aquilo que um administrador faz
envolva a tomada de decisões, isso não significa que todas
as decisões sejam complexas e demoradas. Naturalmente,
as decisões estratégicas têm mais visibilidade, mas os ad-
ministradores tomam muitas pequenas decisões todos os
dias. Aliás, quase sempre as decisões gerenciais são de roti-
na. No entanto, é o conjunto dessas decisões que permite à
organização resolver problemas, aproveitar oportunidades
e, com isso, alcançar seus objetivos.” (Sobral)
Administrar é, em última análise, tomar decisões.
Para atingir os resultados organizacionais de forma efi-
ciente e eficaz, é preciso fazer escolhas.

27
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO/SITUAÇÕES GERENCIAIS

O MASP é formado por oito etapas:

1. Identificação do problema
A identificação do problema é a primeira etapa do processo de melhoria em que o MASP é empregado. Se feita de for-
ma clara e criteriosa pode facilitar o desenvolvimento do trabalho e encurtar o tempo necessário à obtenção do resultado.
A identificação do problema tem pelo menos duas finalidades: (a) selecionar um tópico dentre uma série de possibili-
dades, concentrando o esforço para a obtenção do maior resultado possível; e (b) aplicar critérios para que a escolha recaia
sobre um problema que mereça ser resolvido.
O que é um problema?
Não é fácil explicar precisamente o que é um problema, mas, de maneira geral, podemos dizer que é uma questão
que nos propomos resolver. Perceba que solucionar um problema não significa, necessariamente, ter-se um método para
solucioná-lo.
Exemplo:
– Uma pessoa enfrenta problemas para alcançar certos objetivos e não sabe que ações deve tomar para conseguir
solucioná-los.
Então, ao resolver um problema identificamos os seguintes componentes:
• um objetivo a ser alcançado;
• um conjunto de ações pré-pensadas para resolvê-lo; e
• a situação inicial do problema.

Outro exemplo:
Imaginemos uma produção de parafusos. Considera-se normal a existência de 10 defeitos por milhão de parafusos
fabricados. Admite-se a ocorrência de um problema apenas quando for constatado um número de defeitos que ultrapasse
a razão de mais de 10 parafusos defeituosos por milhão produzido.

Nesse sentido, um problema é sempre um resultado indesejável (Falconi), mas geralmente a solução implica o retorno
a um desempenho anterior aceitável.
Na abordagem do autor Maximiano, “um problema é uma situação que exige uma decisão ou solução, e para tanto
oferece um conjunto de possibilidades, entre as quais é necessário escolher uma ou mais”. Na abordagem desse autor, os
problemas podem ser caracterizados por: (a) diferença entre situação real e ideal; (b) situação adversa; (c) missões e obje-
tivos; (d) situação que oferece escolhas; (e) obstáculos ao tentar atingir metas; e (f) desvios do comportamento esperado.

Passos da Etapa 1 –
Identificação do problema
• Identificação dos problemas mais comuns
• Levantamento do histórico dos problemas

28
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO/SITUAÇÕES GERENCIAIS

• Evidência das perdas existentes e ganhos possíveis 1. Plano de Ação


• Escolha do problema Uma vez que as verdadeiras causas do problema fo-
• Formar a equipe e definir responsabilidades ram identificadas, ou pelo menos as causas mais relevan-
• Definir o problema e a meta tes entre várias, as formas de eliminá-las devem então ser
encontradas Para Hosotani esta etapa consiste em definir
2. Observação estratégias para eliminar as verdadeiras causas do proble-
A observação do problema é a segunda etapa do MASP ma identificadas pela análise e então transformar essas es-
e consiste averiguar as condições em que o problema ocor- tratégias em ação. Conforme a complexidade do processo
re e suas características específicas do problema sob uma em que o problema se apresenta, é possível que possa
ampla gama de pontos de vista. existir um conjunto de possíveis soluções. As ações que
O ponto preponderante da etapa de Observação é co- eliminam as causas devem, portanto, ser priorizadas, pois
letar informações que podem ser úteis para direcionar um somente elas podem evitar que o problema se repita no-
processo de análise que será feito na etapa posterior. Kume vamente.
compara esta etapa com uma investigação criminal obser- Passos da Etapa 4:
vando que “os detetives comparecem ao local do crime e Plano de ação
investigam cuidadosamente o local procurando evidên- • Definir estratégia de ação.
cias” o que se assemelha a um pesquisador ou equipe que • Elaborar plano de ação.
buscam a solução para um problema.
Essa fase consiste no estabelecimento de metas a
1. Análise atingir, isto é, elas devem ser alcançadas com o método
A etapa de análise é aquela em que serão determina- MASP. Na maioria dos MASPs de manutenção, o objetivo
das as principais causas do problema. Se não identificamos é, de maneira geral, o retorno às condições ideais anterio-
res à ocorrência do problema.
claramente as causas provavelmente serão perdidos tempo
e dinheiro em várias tentativas infrutíferas de solução. Por
2. Ação
isso ela é a etapa mais importante do processo de solu-
Na sequência da elaboração do plano de ação, está o
ção de problemas. Para Kume a análise se compõe de duas desenvolvimento das tarefas e atividades previstas no pla-
grandes partes que é a identificação de hipóteses e o teste no. Esta etapa do MASP consiste em nomear os responsá-
dessas hipóteses para confirmação das causas. A identifica- veis pela sua execução, iniciando-se por meio da comuni-
ção das causas deve ser feita de maneira “científica” o que cação do plano com as pessoas envolvidas, passando pela
consiste da utilização de ferramentas da qualidade, infor- execução propriamente dita, e terminando com o acompa-
mações, fatos e dados que deem ao processo um caráter nhamento dessas ações para verificar se sua execução foi
objetivo. feita de forma correta e conforme planejado.
Essa etapa consiste em fazer uma análise das perdas Passos da Etapa 5 –
que estão ocorrendo, que estão sendo causadas pelo pro- Ação
blema em questão, assim como os potenciais ganhos que • Divulgação e alinhamento
o MASP pode trazer. O item “quanto” da fase anterior pode • Execução das ações
subsidiar a presente. Falconi afirma que nesta fase se deve • Acompanhamento das ações
responder, basicamente, a duas coisas: o que se está per-
dendo e o que é possível ganhar. 3. Verificação
Lembramos que quando nos referirmos a perdas de Essa etapa do MASP representa a fase de check do
natureza qualitativa temos grande dificuldade para medir ciclo PDCA e consiste na coleta de dados sobre as cau-
seu custo para a organização ou até mesmo podemos dizer sas, sobre o efeito final (problema) e outros aspectos para
que isso seja impossível. analisar as variações positivas e negativas possibilitando
Quais podem ser os custos do aumento do número concluir pela efetividade ou não das ações de melhoria
de ocorrências de reclamações dos clientes? Quais serão (contramedidas). É nesta etapa que se verifica se as ex-
os custos para a imagem da organização, provocados pela pectativas foram satisfeitas, possibilitando aumento da au-
perda de credibilidade em decorrência de algum defeito toestima, crescimento pessoal e a descoberta do prazer e
existente em um determinado produto? excitação que a solução de problemas pode proporcionar
às pessoas (HOSOTANI).
Parker observa que “nenhum problema pode ser con-
Passos da Etapa 3 –
siderado resolvido até que as ações estejam completa-
Análise
mente implantadas, ela esteja sob controle e apresente
• Levantamento das variáveis que influenciam no uma melhoria em performance”. Assim, o monitoramento
problema e medição da efetividade da solução implantada são es-
• Escolha das causas mais prováveis (hipóteses) senciais por um período de tempo para que haja confiança
• Coleta de dados nos processos na solução adotada. Hosotani também enfatiza este ponto
• Análise das causas mais prováveis; confirmação ao afirmar que os resultados devem ser medidos em ter-
das hipóteses mos numéricos, comparados com os valores definidos e
• Teste de consistência da causa fundamental analisados usando ferramentas da qualidade para ver se as
• Foi descoberta a causa fundamental? melhorias prescritas foram ou não atingidas.

29
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO/SITUAÇÕES GERENCIAIS

Passos da Etapa 6 –
Verificação
• Comparar resultados obtidos com os previstos.
• Listar efeitos colaterais não previstos.
• Verificar nível do bloqueio observado (grau de eficácia do plano de ação)

4. Padronização
Uma vez que as ações de bloqueio ou contramedidas tenham sido aprovadas e satisfatórias para o alcance dos ob-
jetivos ela podem ser instituídas como novos métodos de trabalho. De acordo com Kume existem dois objetivos para a
padronização. Primeiro, afirma o autor, sem padrões o problema irá gradativamente retornar à condição anterior, o que
levaria à reincidência. Segundo, o problema provavelmente acontecerá novamente quando novas pessoas (empregados,
transferidos ou temporários) se envolverem com o trabalho. A preocupação neste momento é, portanto, a reincidência do
problema, que pode ocorrer pela ação ou pela falta da ação humana. A padronização não se faz apenas por meio de docu-
mentos. Os padrões devem ser incorporados para se tornar “uma dos pensamentos e hábitos dos trabalhadores” (KUME),
o que inclui a educação e o treinamento.
Passos da Etapa 7 –
Padronização
• Elaboração ou alteração de documentos
• Registro e comunicação
• Definir mudanças que devem ser incorporadas ao Procedimento Padrão Operacional — PPO.
• Revisar padrão (Modificar / Comunicar).
• Treinar pessoal (no PPO revisado).
• Comunicação clara e adequada dos motivos do treinamento.
• Auditar cumprimento do padrão

5. Conclusão
A etapa de Conclusão fecha o método de análise e solução de problemas. Os objetivos da conclusão são basicamente
rever todo o processo de solução de problemas e planejar os trabalhos futuros. Parker reconhece a importância de fazer
um balanço do aprendizado, aplicar a lições aprendidas em novas oportunidades de melhoria.
Passos da Etapa 8 –
Conclusão
• Identificação dos problemas remanescentes
• Planejamento das ações antirreincidência
• Balanço do aprendizado
• Concluir MASP e elaborar relatório sobre o mesmo.

O MASP é um método que permanece atual e em prática contínua, resistindo às ondas do modismo, incluindo aí a
da Gestão da Qualidade Total, sendo aplicado regularmente até progressivamente por organizações de todos os portes e
ramos.

30
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO/SITUAÇÕES GERENCIAIS

FATORES QUE AFETAM A DECISÃO

Viabilidade
Objetivos Fatores políticos
das soluções

Custos Quantidade de
Tempo
envolvidos informações
disponível para
disponíveis
decidir

Autoridade e
Riscos que Estrutura de
responsabilidade
podem ser poder da
do tomador de
assumidos organização
decisão

São inúmeros os fatores que afetam a decisão, tais como custos envolvidos, fatores políticos, objetivos, riscos que
podem ser assumidos, tempo disponível para decidir, quantidade de informações disponíveis, viabilidade das soluções,
autoridade e responsabilidade do tomador de decisão, estrutura de poder da organização etc.
Chiavenato destaca três condições sob as quais a decisão pode ser tomada:

CERTEZA RISCO INCERTEZA

Certeza: É a situação em que temos sob controle todos os fatores que afetam a tomada de decisão. Sabemos quais
são os riscos e probabilidades de ocorrência de eventos, temos informações sobre custos, sabemos quais são os fatores
potencializadores e restritores, temos estudos de viabilidade das alternativas etc.
Risco: É a situação em que sabemos a probabilidade de ocorrência de um evento, mas que tomamos diferentes deci-
sões, de acordo com os riscos que estamos dispostos a assumir.
Incerteza: Situação em que o tomador de decisão tem pouca ou nenhuma informação a respeito da probabilidade de
ocorrência de cada evento futuro.

31
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO/SITUAÇÕES GERENCIAIS

Tipos de decisões Quando nos referimos a decisões não programadas


Maximiano ensina que uma decisão é uma escolha nos referimos àquelas que resultam de problemas que não
entre alternativas ou possibilidades. são bem compreendidos, são “pobres” de estruturação,
As decisões são escolhas necessárias para a resolução tendem a ser singulares e não se prestam aos procedimen-
de problemas ou aproveitamento de oportunidades, sejam tos sistêmicos ou rotineiros.
elas relativas a aspectos operacionais, como comprar ou São situações inesperadas, que a organização está
alugar uma máquina, ou estratégicos, como entrar ou não enfrentando pela primeira vez e que admitem diferentes
no mercado internacional. formas de resolução, cada uma com suas vantagens e des-
Todos sabemos que o tipo e a qualidade de decisões vantagens.
tomadas nas organizações afetam todo o seu contexto, po- Estas situações exigem uma análise mais profunda, um
dendo influenciar estratégias organizacionais, políticas ou diagnóstico para o perfeito entendimento do problema até
até mesmo uma determinada parcela da sociedade onde a tomada de decisão que vai levar à ação. Por este motivo
elas estejam inseridas. são mais comuns no nível institucional ou estratégico da
Por essa razão, ao longo do tempo, os gestores vêm se organização, no topo da pirâmide hierárquica.
apoiando em diversos fatores para que a tomada de deci- Os problemas que exigem esse tipo de decisões serão
são seja o mais assertiva possível e o tomador de decisão solucionados a partir da habilidade dos gerentes em tomar
possa estar mais seguro diante de possíveis e prováveis decisões, já que não existem soluções rotineiras.
problemas que possam surgir. Como exemplo, podemos citar os gerentes, principal-
De maneira geral, podemos dizer que os gestores, no mente nos níveis mais altos da organização, que muitas ve-
momento da tomada de decisão, poderão se defrontar zes necessitam tomar decisões não programadas durante o
com dois tipos de situação que, de acordo com sua natu- curso de definição de metas e estratégias de uma empresa
reza, terão e abordagem diferente para se alcançar as so- e em suas atividades diárias. Em muitas ocasiões eles utili-
luções adequadas. zam sua própria experiência na solução desse tipo de pro-
O processo de tomar decisões, ou processo decisório, blema, procurando princípios e soluções que possam ser
se compõe de uma sequência de etapas, que vão da identi- aplicados à situação, mas sempre levando em consideração
ficação da questão a ser resolvida até a ação, quando uma que as metodologias de solução de problemas passados
alternativa de solução é colocada em prática. podem não ser aplicáveis no caso em questão.
Pelo fato de as decisões não programadas serem tão
As decisões nas organizações se dividem em duas ca- importantes para as empresas e tão comuns para a gerên-
tegorias principais: as programadas e as não programadas. cia, a eficiência de um gerente muitas vezes será julgada de
Podemos considerar decisões programadas aquelas acordo com a qualidade de sua tomada de decisão.
que tomamos quando percebemos os problemas como
bem compreendidos, altamente estruturados, rotineiros, Também há tipos de decisão quanto ao nível organiza-
repetitivos e para cuja solução podemos utilizar procedi- cional em que ela é tomada. Assim, decisões estratégicas
mentos e regras sistemáticos. Essas decisões são sempre são aquelas mais amplas, referentes à organização como
semelhantes. um todo e sua relação com o ambiente. São tomadas nos
As decisões programadas ou estruturadas compõem o níveis mais altos da hierarquia e possuem consequências
acervo, o estoque de soluções armazenadas pela organiza- de longo prazo.
ção, com base nas experiências anteriores por que passou. As decisões táticas ou administrativas são tomadas nos
São utilizadas, portanto, para resolver problemas que níveis das unidades organizacionais ou departamentos.
já foram enfrentados antes e que possuem um comporta-
mento semelhante. Decisões operacionais, por sua vez, são aquelas toma-
Para estes tipos de problemas, não há necessidade de das no dia-a-dia, relacionadas a tarefas e aspectos cotidia-
criação de alternativas de solução e escolha da mais ade- nos da realidade organizacional. Vimos, nos elementos da
quada. Basta seguir as ações que já foram exercidas com decisão, a definição de tomador da decisão. Maximiano
sucesso nas ocasiões anteriores. Por este motivo, são mais nos ensina uma outra tipologia, referente a quem é o to-
comuns no nível operacional, na base da pirâmide hierár- mador de decisões:
quica.  Decisões autocráticas: São decisões tomadas sem
Como exemplo, podemos citar uma situação de incên- discussões, acordos e debates. O tomador de decisão deve
dio, onde já há um roteiro de etapas a serem seguidas, já se ser um gerente ou alguém com responsabilidade e autori-
sabe qual caminho os ocupantes de cada andar do prédio dade para tal. É uma forma rápida de tomada de decisão
devem seguir, pois todo o estudo da melhor rota de fuga já e não deve ser questionada. Muitas vezes, são decisões de
foi feito com antecedência. Esses são exemplos de decisões cunho estritamente técnico.
programadas, pois são repetitivas e rotineiras.  Decisões compartilhadas: São aquelas decisões
Por este motivo, são mais comuns no nível operacional, tomadas de forma compartilhada, entre gerente e equipe.
na base da pirâmide hierárquica. Têm características marcantes, tais como o debate, partici-
As decisões não programadas ou não estruturadas são pação e busca de consenso. Podem ser consultivas, quando
necessárias em situações em que as decisões programadas a decisão é tomada após a consulta, ou participativa, quan-
não conseguem resolver. do a decisão é tomada de forma conjunta.

32
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO/SITUAÇÕES GERENCIAIS

Decisões delegadas: “São tomadas pela equipe ou pes- Atualmente podemos afirmar que o cenário econô-
soa que recebeu poderes para isso. As decisões delegadas mico e as organizações nele inseridas se modificam cons-
não precisam ser aprovadas ou revistas pela administração. tantemente, ou seja, estão em constante evolução. Tal fato
A pessoa ou grupo assume plena responsabilidade pelas aumenta o impacto da influência que ambos exercem um
decisões, tendo para isso a informação, a maturidade, as sobre o outro, assim como as suas consequências. Diante
qualificações e as atitudes suficientes para decidir da me- dessa conjuntura, é necessário o administrador permane-
lhor maneira possível”. cer alerta em relação aos ambientes interno e externo da
Identificamos ainda, dentro do conceito de elementos organização, para que ele possa obter a escolha mais eficaz
da decisão o item de: Certeza, risco e incerteza - Podemos e simétrica em relação à realidade organizacional da qual
chamar de incerteza aquela situação que, muitas vezes, se faz parte. O tomador de decisões precisa estar motivado
configura por existirem informações insuficientes e dúbias pela necessidade de prever e controlar um complexo de
para os tomadores de decisão. Isso certamente inviabiliza sistemas correlacionados, pois quanto melhor seu entendi-
a clareza das alternativas e traz consigo riscos inerentes, mento, melhor será sua decisão.
fazendo com que a decisão tomada se torne mais difícil de Um processo organizacional considerado de grande
ser operacionalizada. relevância para um gerenciamento eficaz das organizações
Mas, para escolher a alternativa mais eficaz, além de é o chamado processo decisório. O processo decisório é o
ser necessário identificar claramente qual é o problema e poder de escolher, em determinada circunstância, o cami-
de se ter em mãos informações de qualidade, o gestor nho mais adequado para a empresa. Para que um negócio
precisa possuir também um conhecimento aprofundado ganhe em termos de  Estratégia Competitiva  é necessário
do mercado em que atua, conhecendo seus concorrentes e que ele alcance um desempenho superior aos demais
a capacidade organizacional deles. É assim que são geridas concorrentes, e para tanto, a organização deve estabelecer
empresas bem estruturadas e administradas. Esse grupo uma estratégia adequada, tomando as decisões certas.
é composto especialmente pelas organizações de grande Um processo de decisão inicia-se pela identificação das
porte. necessidades, em conjunto com um planejamento que
É importante que o gestor decida com rapidez e envolve uma tomada de decisão mais estruturada, ou de
que reduza a incerteza. Agindo assim poderá planejar de maneira mais pragmática.
maneira estratégica possíveis ações futuras que poderão O estudo do processo decisório tem evoluído desde
os anos de 1940. Isso se deve, principalmente, ao crescen-
dar à sua empresa vantagem competitiva em relação às
te conhecimento dos problemas aplicados, ao desenvol-
concorrentes.
vimento de novas técnicas administrativas e à absorção
 Decisão em condições de certeza – ocorre quan-
de novos procedimentos quantitativos oriundos da mate-
do há total conhecimento de todos os estados da natureza
mática e da pesquisa operacional. A Teoria das Decisões
do processo decisório.
nasceu de Herbert Simon, que a utilizou para explicar o
Chamamos de certeza saber 100% sobre a situação
comportamento humano nas organizações. Em seu livro,
que está ocorrendo no instante em que se está tomando
O Comportamento Administrativo  (1970), ele afirma que
a decisão.
a Teoria Comportamental concebeu às organizações um
 Decisão em condições de risco – ocorre quando sistema de decisões, no qual cada pessoa participa cons-
não são conhecidas as probabilidades associadas a cada cientemente, tomando decisões racionais à respeito de seu
um dos estados da natureza do processo decisório. comportamento.
A situação é pouco conhecida. Para a tomada de deci- Herbert Simon (1916-2001), estudou a administra-
são em condições de risco, a certeza irá variar entre 0% e ção sob a perspectiva do processo de tomar decisões.
100%. Sob condições de risco, o gestor utiliza a experiên- De acordo com ele, administrar um negócio é sinônimo
cia pessoal, sua intuição ou informações secundárias para de tomar decisões, especialmente quando se trata de
mensurar as chances de acerto de alternativas ou resulta- ações gerenciais. Através desse ponto de vista, ele isolou
dos. o aspecto de trabalho gerencial, ampliando seu campo
 Decisão em condições de incerteza ou em con- de estudo. Segundo o próprio autor, o processo de tomar
dições de ignorância – ocorre quando não se obtiveram decisões possui três fases no total: prospecção (análise de
informações e dados sobre as circunstâncias do processo um problema ou situação que requer solução), concep-
decisório ou em relação à parcela dessa situação. Para de- ção (criação de alternativas de solução para o problema
cidir numa situação dessas deve-se recorrer à intuição e à ou situação) e decisão (julgamento e escolha de uma das
criatividade. alternativa propostas).
 Decisão em condições de competição ou em O homem econômico, de acordo com Simon, busca a
condições de conflito – ocorre quando a estratégia e a maximização dos ganhos por meio da racionalidade. Ainda
situação em si do processo de tomada de decisão são de- segundo ele, a racionalidade é limitada e ineficiente, e por
terminadas pela ação de competidores. Quando ocorre de isso Simon propôs um modelo distinto - o do homem ad-
um gestor, ao tomar uma decisão, prever que não haverá ministrativo. Nesse modelo, as decisões tendem a ser satis-
nenhum resultado não previsto, classificamos essa decisão fatórias ao invés de maximizadas. As decisões satisfatórias
como uma decisão programada. 1 são aquelas que atendem aos requisitos mínimos deseja-
1 Texto adaptado de Sandro Celestino da Rosa Wollenhaupt dos, fazendo com que os administradores sejam guiados

33
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO/SITUAÇÕES GERENCIAIS

pela regra de que qualquer decisão serve, desde que con- do controle gerencial, auxiliando na tomada de decisão de
siga resolver o problema. Vale ressaltar que, a tomada de gerentes e executivos em vários tipos e níveis de proble-
decisão não é tarefa única dos gerentes, mas sim de todos mas. Nós já falamos sobre a administração de sistemas e
os níveis da empresa, pois todos precisam saber tomar de- os principais tipos sistemas de informação, assim como as
cisões de maneira efetiva. vantagens que cada um proporciona (você pode dar uma
Simon distingue dois tipos de decisões: as progra- conferida no link destacado). O processo decisório é a ca-
madas e as não programadas. As decisões programa- pacidade de escolher o caminho mais adequado diante de
das são caracterizadas por serem repetitivas, rotineiras uma determinada circunstância, e os sistemas de informa-
e estruturadas (tomadas automaticamente). São as ção são essenciais para atingir esse objetivo.
decisões automatizadas, sequenciais que não necessitam É importante lembrar também, que cada vez mais as
da intervenção do decisor. Geralmente, são bastante empresas e, principalmente, seus gestores buscam o auxilio
previsíveis, apresentando soluções para problemas de técnicas para aprimorar e reforçar a tomada de decisão.
rotineiro, sendo ainda possíveis de serem incorporados em Essas técnicas corporativas permitem visualizar cenários e
um sistema de informação. Dentre os principais exemplos, problemas de forma prática e precisa, ao mesmo tempo
nós podemos citar o hábito, a rotina, os manuais de ins- em que melhoram os aspectos do processo decisório e do
truções e operações padronizadas como formas de tomar contexto da própria organização. Dentre as técnicas mais
decisões programadas.  conhecidas atualmente nós temos: a análise SWOT, a pros-
As decisões não programadas não dispõem de pecção de cenários, a Matriz GUT, o Brainstorm e a espinha
soluções automáticas, uma vez que são desestruturadas. São de peixe (diagrama de ishikawa), e a Matriz BCG. Todas es-
as decisões não automatizadas que dependem da solução sas técnicas vem sendo bastante utilizadas pelas empresas
do decisor. O lançamento de novos produtos, a redução do modernas como forma de auxílio ao processo decisório.
quadro de funcionários e uma mudança na sede da empresa Recapitulando pode-se dizer que toda organização é
são exemplos de decisões não programadas. Para lidar um sistema de decisões, onde todos os seus integrantes
com essas decisões, o autor indica que os gerentes devem (independente da hierarquia) estão continuamente toman-
ser capazes de desenvolver sua capacidade de julgamento, do alguma decisão, seja de forma racional ou não. Dessa
intuição e criatividade. Para ele, o desenvolvimento dessas forma, é praticamente impossível pensar em uma compa-
habilidades permitiria aos gerentes lidar de forma mais nhia sem considerar a ocorrência constante do processo
eficiente contra as complexidades das decisões. decisório. De forma resumida, tomar decisões é o processo
Alguns autores ainda levam em conta as chamadas de- de escolher uma dentre um conjunto de alternativas, ca-
cisões semi-programadas (ou semi-estruturadas). Esse bendo ao tomador da decisão, reconhecer e diagnosticar a
tipo de decisão pode ser sistematizada até certo ponto, situação, gerar e analisar alternativas, selecionar a melhor
dependendo de estruturas mais complexas do sistema de delas, implementá-la e avaliar seus resultados.
informação para que os resultados esperados de cada al- As decisões são estágios para diversos problemas, e
ternativa de escolha sejam selecionados de forma otimiza- sua complexidade é demasiadamente ampliada pela am-
da, a partir dos mesmos critérios. Nessas situações, parte biguidade de um processo decisório deficiente e ineficaz.
do problema pode ser incorporada ao sistema de apoio às O pressuposto básico dessa afirmação é que o processo
decisões e parte não. Geralmente, quando variáveis inter- decisório envolve diferentes tipos de decisão, e em resumo,
ferem no processo de decisão, é o momento em que entra o processo decisório é uma questão de múltiplas variáveis.
em cena a capacidade de julgamento do administrador (ci- Alguns autores consideram a possibilidade das decisões
tada por Simon), dependendo, principalmente, de sua ex- também serem influenciadas por outros fatores (internos
periência com o contexto do problema. e externos), como outras organizações, legislações, clientes
A função de decisão está essencialmente ligada às po- e fornecedores por exemplo, o que agrava e dificulta ainda
sições gerenciais, ou seja, aos berços da liderança organi- mais o processo de tomada de decisão.
zacional. Para diversos autores, a liderança é importante Considerando o ambiente das organizações, no qual
para a eficácia das organizações, tendo sempre em vista as diversas mudanças motivadas pelo atual cenário econômi-
frequentes turbulências e mudanças do cenário econômico co vêm ocorrendo, podemos analisar algumas tendências
em geral. Havemos de concordar que a autoridade pode se destacando em relação à tomada de decisão, tais como:
ser suficiente em épocas de estabilidade, porém, num am- o estudo da concorrência, análise de cenários globalizados,
biente em constante transformação é preciso haver lide- uso expansivo de tecnologias da informação, assim como
rança, pois ela é a força direcionadora que torna possível outras atividades que visam melhorar e facilitar a toma-
a permanência das organizações nesse contexto. Para isso, da de decisão. Portanto, conseguimos perceber um pouco
também é fundamental que o líder conheça bem a área de da importância do processo decisório nas organizações,
negócios que a empresa está inserida, antes de tomar me- concluindo que se trata de uma peça fundamental para os
didas que afetem o desempenho da companhia. gerentes, assim como para as organizações modernas que
Para auxiliar o processo decisório, existem diversas desejam se manter competitivas e atuantes no seu merca-
técnicas e ferramentas que contribuem para uma melhor do ou segmento.2
tomada de decisão. Como ferramentas, podemos citar os
sistemas de informação, que a partir dos anos 70 e início 2 Fonte: www.portal-administração.com – Texto adaptado de
da década de 80, passaram a ser aceitos como capacitor Rafaela Sales

34
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO/SITUAÇÕES GERENCIAIS

dor da inovação dentro das organizações. Mais do que isso,


V. NOÇÕES BÁSICAS DE GERÊNCIA E GESTÃO um agente proativo dotado de visão própria e, sobre tudo,
DE ORGANIZAÇÕES E DE PESSOAS de inteligência, a maior e a mais avançada e sofisticada ha-
bilidade humana.
Em um paradigma mais antigo, o da Administração de
Recursos Humanos (ARH), as pessoas eram vistas como
A Gestão de Pessoas é fundamental para o sucesso de mais um recurso. Na Gestão de Pessoas, elas são vistas
uma empresa no mundo empresarial cada fez mais globa- como parceiras, colaboradoras ativas.
lizado e competitivo. Gestão de Pessoas atua na área do subsistema social,
Gestão de pessoas “é o conjunto de decisões inte- e há na organização também o subsistema técnico. A inte-
gradas sobre as relações de emprego que influenciam a ração da gestão de pessoas com outros subsistemas, es-
eficácia dos funcionários e das organizações. Assim, todos pecialmente o técnico, envolve alinhar objetivos organiza-
os gerentes são, em certo sentido, gerentes de pessoas, cionais e individuais. As pessoas precisam ter competência
porque todos eles estão envolvidos em atividades como para realizar as atividades e entregas que possam contri-
recrutamento, entrevistas, seleção e treinamento”. buir com a organização, do contrário poderia haver inú-
A gestão de pessoas é uma das áreas que mais tem meras consequências negativas nas mais diferentes áreas
sofrido mudanças e transformações nos últimos anos. Não (financeira, por exemplo). É também por isso que a área
apenas nos seus aspectos tangíveis e concretos como prin- de gestão de pessoas sempre atua em parceria com outras
cipalmente nos aspectos conceituais e intangíveis. A visão áreas.
que se tem hoje da área é totalmente diferente de sua tra-
dicional configuração, quando recebia o nome Administra- A Gestão de Pessoas se baseia em três aspectos fun-
ção de Recursos Humanos (ARH). Muita coisa mudou. A damentais:
Gestão de Pessoas tem sido a responsável pela excelência
das organizações bem sucedidas e pelo aporte de capital • 1. As pessoas como seres humanos: dotados de
intelectual que simboliza, mais do que tudo, a importância personalidade própria, profundamente diferentes entre si,
do fator humano em plena Era da Informação. com uma história particular e diferenciada, possuidores de
A Gestão de Pessoas é uma área muito sensível à men- conhecimentos, habilidades, destrezas e capacidades indis-
talidade que predomina nas organizações. Ela é contingen- pensáveis à adequada gestão dos recursos organizacionais.
cial e situacional, pois depende de vários aspectos, como Pessoas como pessoas e não como meros recursos da or-
a cultura que existe em cada organização, da estrutura or- ganização.
ganizacional adotada, das características do contexto am-
• 2. As pessoas como ativadores inteligentes de recur-
biental, do negócio da organização, da tecnologia utilizada,
sos organizacionais: como elementos impulsionadores da
dos processos internos e de uma infinidade de outras va-
organização e capazes de dotá-la de inteligência, talento
riáveis importantes.
e aprendizados indispensáveis à sua constante renovação e
O papel da Administração para a Gestão de Pessoas
competitividade em um mundo de mudanças e desafios. As
tem como definição, o ato de trabalhar com e através de
pessoas como fonte de impulso próprio que dinamiza a or-
pessoas para realizar os objetivos tanto da organização
ganização e não como agentes passivos, inertes e estáticos.
quanto de seus membros.
• 3. As pessoas como parceiros da organização: Como
A maneira pela qual as pessoas se comportam, deci-
dem, age, trabalham, executam, melhoram suas atividades, parceiros, as pessoas fazem investimentos na organização
cuidam dos clientes e tocam os negócios das empresas va- — como esforço, dedicação, responsabilidade, comprome-
ria em enormes dimensões. E essa variação depende, em timento, riscos etc. Qualquer investimento somente se jus-
grande parte, das políticas e diretrizes das organizações a tifica quando traz um retorno razoável. Na medida em que
respeito de como lidar com as pessoas em suas atividades. o retorno é bom e sustentado, a tendência certamente será
Em muitas organizações, falava-se até pouco tempo em re- a manutenção ou aumento do investimento.
lações industriais, em outras organizações, fala-se em ad- Daí o caráter de reciprocidade na interação entre pes-
ministração de recursos humanos, fala-se agora em admi- soas e organizações. E também o caráter de atividade e
nistração de pessoas, com uma abordagem que tende a autonomia e não mais de passividade e inércia das pessoas.
personalizar e a visualizar as pessoas como seres humanos, Pessoas como parceiros ativos da organização e não como
dotados de habilidades e capacidades intelectuais. No en- meros sujeitos passivos
tanto, a tendência que hoje se verifica está voltada para
mais além: fala-se agora em administração com as pessoas. Objetivos
Administrar com as pessoas significa tocar a organiza- • Ajudar a organização a alcançar seus objetivos e
ção juntamente com os colaboradores e parceiros internos realizar sua missão.
que mais entendem dela, dos seus negócios e do seu futu- • Proporcionar competitividade à organização.
ro. Uma nova visão das pessoas não mais como um recurso • Proporcionar à organização talentos bem treina-
organizacional, um objeto servil ou mero sujeito passivo do dos e motivados.
processo, mas fundamentalmente como um sujeito ativo e • Aumentar a autoatualização e a satisfação das
provocador das decisões, empreendedor das ações e cria- pessoas no trabalho.

35
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO/SITUAÇÕES GERENCIAIS

• Desenvolver e manter qualidade de vida no tra- • Pode tornar-se autocrática.


balho. • Ênfase exagerada na função de chefia e comando.
• Administrar a mudança. • Chefe torna-se um generalista, não pode se espe-
• Manter políticas éticas e comportamentos social- cializar.
mente responsáveis • Congestionamento das linhas formais de comuni-
cação na medida em que a empresa cresce.
As pessoas e as organizações • Comunicações demoradas e sujeitas a intermediá-
“Gestão de Pessoas é o conjunto de decisões integra- rios e a distorções.
das que orientam o comportamento humano e as relações
interpessoais no ambiente de trabalho”. Organização Funcional
A administração de recursos humanos é definida como Tipo de estrutura organizacional que aplica o princípio
a função organizacional destinada a prover, treinar, desen- funcional ou princípio da especialização das funções para
volver, motivar e manter os recursos humanos. Um de seus cada tarefa.
principais papéis consiste em buscar o equilíbrio entre os Princípio funcional separa, distingue e especializa: é o
objetivos organizacionais e os objetivos dos colaboradores. germe do staff.
Partamos do início: o que são organizações? Características da Organização Funcional
“Uma organização é o produto da combinação de • Autoridade funcional ou dividida. Nenhum supe-
esforços individuais, visando a realização de propósitos co- rior tem autoridade total sobre os subordinados, mas au-
letivos”. toridade parcial e relativa, decorrente de sua especialidade.
Por meio de uma organização, é possível perseguir ou • Linhas diretas de comunicação. Comunicação efe-
alcançar objetivos que seriam inatingíveis para uma pes- tuada diretamente, sem necessidade de intermediação.
soa”. • Descentralização das decisões. Não é a hierarquia,
• Organizações são, portanto, empreendimentos mas a especialidade quem promove as decisões.
coletivos, com um fim comum. No sentido clássico da • Ênfase na especialização. As responsabilidades são
Administração Geral, podem ser analisados como or- delimitadas de acordo com as especializações.
ganizações: as empresas, os órgãos públicos, partidos Vantagens da Organização Funcional
políticos, igrejas, associações de bairro e outros agru- • Proporciona o máximo de especialização nos ór-
pamentos humanos.
gãos ou cargos.
• Permite a melhor supervisão técnica possível.
TIPOS DE ORGANIZAÇÃO
• Desenvolve comunicações diretas, rápidas e com
menos distorções.
Organização Linear
• Separa as funções de planejamento e controle da
A denominação “linear” indica que entre o superior e
função execução.
os subordinados existem linhas diretas e únicas de autori-
dade e de responsabilidade.
Organização Linha-Staff
Características da organização linear
• Autoridade linear ou única - autoridade única e • Resultado da combinação dos tipos de organiza-
absoluta do superior sobre seus subordinados (decorrente ção linear e funcional, buscando-se incrementar as vanta-
do princípio da unidade de comando). gens e reduzir as desvantagens dos dois tipos de organi-
• Linhas formais de comunicação - as comunicações zação.
entre os órgãos ou cargos são efetuadas unicamente atra- • Na organização linha-staff existem órgão de exe-
vés das linhas existentes no organograma. cução (linha) e de apoio (staff).
• É o tipo de organização mais empregado
• Centralização das decisões - só existe uma autori- atualmente.
dade máxima que centraliza todas as decisões e o controle  Principais Funções do Staff
da organização. • Serviços: atividades especializadas como: com-
• Aspecto piramidal - à medida que se sobe na es- pras, pessoal, pesquisa, informática, propaganda, contabi-
cala hierárquica diminui o número de cargos ou órgãos. lidade, etc.
Vantagens da Organização Linear • Consultoria e assessoria: assistência jurídica, orga-
• Estrutura simples e de fácil compreensão. nização e métodos etc.
• Nítida e clara delimitação das responsabilidades • Monitoramento: acompanhar e avaliar determina-
dos órgãos ou cargos. da atividade ou processo.
• Facilidade de implantação. • Planejamento e controle: planejamento e controle
• Estabilidade, permitindo uma tranquila manuten- orçamentário, controle de qualidade etc.
ção do funcionamento. Características da Organização Linha-Staff
Desvantagens da Organização Linear • Fusão da estrutura linear com a estrutura funcio-
• Mais adequado para pequenas empresas. nal, com predomínio da primeira.
• Estabilidade pode levar à rigidez e à inflexibilidade • Coexistência entre as linhas formais de comunica-
da organização. ção com as linhas diretas de comunicação.

36
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO/SITUAÇÕES GERENCIAIS

• Separação entre órgãos operacionais (executivos) e órgãos de apoio (assessores).


• Hierarquia versus especialização.

Vantagens da Organização Linha-Staff


• Assegura assessoria especializada e inovadora, mantendo o princípio da autoridade única. Os serviços prestados
não precisam ser aceitos como estão recomendados.
• Atividade conjunta e coordenada dos órgãos de linha e órgãos de staff.

Desvantagens da Organização Linha-Staff


• Possibilidade de conflitos entre a assessoria e os demais órgãos e vice-versa.
• Dificuldade na obtenção e manutenção do equilíbrio dinâmico entre linha e staff.

Relação com outros sistemas de organização


A gestão de pessoas é uma das áreas que mais tem sofrido mudanças e transformações nos últimos anos.
A Gestão de Pessoas tem sido a responsável pela excelência das organizações bem sucedidas e pelo aporte de capital
intelectual que simboliza, mais do que tudo, a importância do fator humano em plena Era da Informação.
Depende de vários aspectos, como a cultura que existe em cada organização, da estrutura organizacional adotada,
das características do contexto ambiental, do negócio da organização, da tecnologia utilizada, dos processos internos
e de uma infinidade de outras variáveis importantes.
O papel da Administração para a Gestão de Pessoas tem como definição, o ato de trabalhar com e através de pessoas
para realizar os objetivos tanto da organização quanto de seus membros.
A maneira pela qual as pessoas se comportam, decidem, age, trabalham, executam, melhoram suas atividades, cuidam
dos clientes e tocam os negócios das empresas varia em enormes dimensões. E essa variação depende, em grande parte, das
políticas e diretrizes das organizações a respeito de como lidar com as pessoas em suas atividades.
Fala-se agora em administração de pessoas, com uma abordagem que tende a personalizar e a visualizar as pessoas
como seres humanos, dotados de habilidades e capacidades intelectuais. No entanto, a tendência que hoje se verifica está
voltada para mais além: fala-se agora em administração com as pessoas.
Administrar com as pessoas significa tocar a organização juntamente com os colaboradores e parceiros internos que mais
entendem dela, dos seus negócios e do seu futuro. Uma nova visão das pessoas não mais como um recurso organizacional,
um objeto servil ou mero sujeito passivo do processo, mas fundamentalmente como um sujeito ativo e provocador das de-
cisões, empreendedor das ações e criador da inovação dentro das organizações
Em um paradigma mais antigo, o da Administração de Recursos Humanos (ARH), as pessoas eram vistas como mais um
recurso. Na Gestão de Pessoas, elas são vistas como parceiras, colaboradoras ativas.

Pessoas como Recursos Pessoas como Parceiros


• Horário rigidamente estabelecido • Colaboradores agrupados em equipes
• Preocupação com normas e regras • Metas negociadas e compartilhadas
• Subordinação ao chefe • Preocupação com resultados
• Fidelidade à organização • Satisfação do cliente
• Dependência da chefia • Vinculação à missão e à visão
• Alienação em relação à organização • Interdependência entre colegas
• Ênfase na especialização • Participação e comprometimento
• Executoras de tarefas • Ênfase na ética e responsabilidade
• Ênfase nas destrezas manuais • Fornecedores de atividade
• Mão de obra • Ênfase no conhecimento
• Inteligência e talento

Uma característica essencial das organizações é que elas são sistemas sociais, com divisão de tarefas. É aí que entra
o conceito de Gestão de Pessoas! Gestão de Pessoas é um modelo geral de como as organizações se relacionam com as
pessoas.
Gestão de Pessoas atua na área do subsistema social, e há na organização também o subsistema técnico. A interação
da gestão de pessoas com outros subsistemas, especialmente o técnico, envolve alinhar objetivos organizacionais e indi-
viduais.

Essa teoria surgiu dos apontamentos feitos sobre motivação, mais especialmente sobre as analises de comportamento
que produzem a cooperação por parte dos indivíduos. Ela resume essa relação entre pessoas e organização como sendo
um sistema onde a organização recebe cooperação dos colaboradores sob a forma de dedicação ou de trabalho e em
troca oferece vantagens e incentivos, dentre os quais podemos citar os salários, prêmios de produção, gratificações, elogios,

37
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO/SITUAÇÕES GERENCIAIS

oportunidades, etc. Isso facilita a existência de um proces- operações para o Mercosul, Ásia, Europa e Estados Unidos.
so harmonioso, alcançando-se assim o que chamamos de Esse processo requer profissionais especialmente treinados
equilíbrio organizacional. e preparados que ocupem estes cargos-chave para gerir os
negócios em outros países.
Desafios • O movimento mostra que as empresas brasileiras
• Retenção de talentos - Para manter e reter um estão no caminho certo e são competitivas. Para os profis-
talento, a empresa deve se valer de instrumentos de iden- sionais, o avanço ao mercado global é uma oportunidade
tificação de potenciais. Esse é o primeiro passo para inves- de fazer uma carreira internacional e desenvolver compe-
tir no desenvolvimento ou aprimoramento de pessoas. As tências; para as empresas, uma forma de atingir vantagem
empresas mais desejadas pelos profissionais são as que competitiva.
fazem um processo de gestão de pessoas planejado. A mon-
tagem de um banco de talentos, no qual estas são prepara- Características
das para assumir posições-chave é um caminho. A Gestão de Pessoas é caracterizada pela: participa-
Essa alternativa (bco de dados) pode ser combinada ção, capacitação, envolvimento e  desenvolvimento do
com um planejamento estratégico que indicará que tipo bem mais precioso de uma organização que é o capital hu-
de pessoas serão necessárias a médio e a longo prazo. O mano que nada mais são que as pessoas que a compõem.
uso dessas táticas diferenciadas distingue claramente as • Participação:
empresas que estão sempre na vanguarda, onde o talento As pessoas são capazes de conduzir a organização ao
da casa consolida e abre novos mercados com inovações, sucesso. Com a participação as pessoas fazem investimen-
enquanto outras correm atrás na tentativa de recuperar o tos como esforço, dedicação e responsabilidade, na esperan-
profissional e o espaço perdido. ça de retorno por meio de incentivos financeiros, carreira,
É preciso dar contrapartidas para reter os colaboradores, etc.
o que se faz buscando alternativas para oferecer o que os • Capacitação:
jovens estão buscando. As redes sociais ampliaram muito as Pessoas com competências essenciais ao sucesso orga-
informações, levando-os a identificar mais oportunidades nizacional. A construção de uma competência é extrema-
no mercado de trabalho. mente difícil, leva tempo para o aprendizado e maturação.
• Envolvimento:
• Choque de gerações - As gerações se diferenciam A pessoa que agrega inteligência ao negócio da orga-
em características, porém as competências podem e de- nização a torna competitiva, isto significa, saber criar, de-
vem ser trabalhadas. Elas se ajustam ao que ocorre no meio senvolver e aplicar as habilidades e competências na força
ambiente. Para conter sua impulsividade é preciso identifi- de trabalho.
car o que querem os jovens e ofertar algo adequado. • Desenvolvimento:
Nesse caso, nem sempre a remuneração tem maior Construir e proteger o mais valioso patrimônio da or-
peso, mas sim, a liberdade, a autonomia, a criação, o res- ganização é preparar e capacitar de forma contínua as pes-
peito e o reconhecimento. O conflito de gerações reflete-se soas. O trabalho deve estar adequado às suas competên-
nos resultados das organizações. cias de forma balanceada.
• Ambiente - Hoje, com a presença maciça dos
jovens no mercado de trabalho, ambientes e benefícios Cabe a área de gestão de pessoas a função de huma-
nizar as empresas. A gestão de pessoas é um assunto tão
diferenciados têm sido uma expectativa e uma exigência
atual na área de administração, mas que ainda é um dis-
da nova geração.
curso para muitas organizações, ou seja, em muitas delas
O setor de prestação de serviços e das empresas de
ainda não se tornou uma ação pratica.
tecnologia da informação e da comunicação tem mais fa-
Atualmente nas relações de trabalho vem ocorrendo
cilidade em criar ambientes propícios à liberdade e à cria-
mudanças conforme as exigências que o mercado impõe
tividade.
ou na forma de gerir pessoas.
Para Chiavenato as atividades relacionadas à Gestão de
• Papel dos Recursos Humanos - A área de Recursos pessoas estão divididas da seguinte forma:
Humanos precisa sair do operacional para assumir uma ca- • Agregação
deira nas decisões estratégicas. Deve participar opinando • Aplicação
e mostrando alternativas de preparação dos profissionais. • Recompensa
Antes disso, é preciso estar mais próximo dos clientes in- • Desenvolvimento
ternos para acompanhar mudanças, expectativas e identi- • Manutenção
ficar quem pode fazer parte de um plano de carreira e de • Monitoração
desenvolvimento.
O profissional de RH precisa ser muito antenado, ver- Essas atividades podem ser tratadas também por po-
sátil e flexível para atender às necessidades internas e as de líticas, sistemas ou processos. A seguir apresentamos suas
mercado. O desafio das empresas é a estruturação de um respectivas subpolíticas, subprocessos ou subsistemas, na
processo de carreira, tanto horizontal quanto vertical. forma de uma mnemônica que auxiliará a memorização:
• Trabalho além fronteiras  - há muitas empresas “DRAMMA”.
brasileiras em processo de internacionalização, expandindo

38
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO/SITUAÇÕES GERENCIAIS

• Desenvolver pessoas: treinamento, desenvolvi- Através do controle é possível vislumbrar todo o pro-
mento e educação; cesso de planejar, organizar e direcionar. Liderar e discernir
• Recompensar: remuneração e benefícios sociais; se o resultado foi o almejado. Assim é possível recomeçar
• Agregar pessoas: planejamento de RH, recruta- um novo ciclo com mais planejamento e suas etapas sub-
mento e seleção; sequentes.
• Manter pessoas: incentivo para atendimento de Entende-se por modelo de gestão de pessoas a ma-
necessidades individuais. Administração da disciplina, hi- neira pela qual uma empresa se organiza para gerenciar
giene, segurança e qualidade de vida no trabalho- QVT e e orientar o comportamento humano no trabalho. Para
manutenção de relações sindicais. isso, a empresa se estrutura definindo princípios, estraté-
• Monitorar pessoas: controlar atividades das pes- gias, políticas e práticas ou processos de gestão. Através de
soas. Bancos de dados, sistemas de informação gerenciais, mecanismos, implementa diretrizes e orienta os estilos de
auditoria. atuação dos gestores em sua relação com aqueles que nela
• Aplicar pessoas: análise e descrição de cargos e trabalham.
avaliação de desempenho; O desempenho que se espera das pessoas no trabalho
e o modelo de gestão correspondente é determinado por
Movimento holístico – focar o todo e não as sua fatores internos e externos ao contexto organizacional.
partes
Entre os Fatores internos destacam-se:
Com a abordagem sistêmica, a velha tradição cartesia-
• o produto ou serviço oferecido:
na de dividir, segmentar e separar foi substituída por uma
• a tecnologia adotada,
nova maneira de organizar a empresa. A ênfase agora está • a estratégia de organização do trabalho,
em juntar e não mais em separar. • a cultura e a estrutura organizacional.
O foco não está mais nas tarefas – que são detalhes –
mas nos processos que transitam de ponta a ponta. Não Entre os fatores externos, destacam-se:
mais nos meios, mas nos fins e resultados. Não mais em • a cultura de trabalho de cada sociedade
cargos individualizados, separados e confinados, mas no • sua legislação trabalhista
trabalho conjunto feito em equipes autônomas e multidis- • o papel conferido ao Estado
ciplinares. • o papel conferido aos demais agentes que atuam
A Gestão de Pessoas pode ser entendida como o pro- nas relações de trabalho (vão estabelecer os limites nos
cesso de PLANEJAR, ORGANIZAR, DIRIGIR E CONTROLAR quais o modelo de gestão poderá atuar).
pessoas em uma organização.
As organizações entenderam a importância das pes- Vejamos os teóricos da administração e o que suas
soas e que é fundamental oferecer o suporte necessário para defesas apontam e como interferem na forma de gerir as
que essas pessoas desenvolvam novas aptidões e aperfei- pessoas na organizações.
çoem características que já possuem.
As organizações brasileiras sejam públicas ou privadas, Os princípios da administração científica de Frede-
percebem a importância da revisão dos seus modelos de rick Taylor
gestão: as empresas privadas objetivando a sua sobrevivên- Taylor nasceu nos Estados Unidos em 20 de março de
cia e sustentabilidade no mercado; e as empresas públicas 1856 e é considerado o pai da Administração em suas ba-
motivadas pela capacidade de cumprir seu dever de forne- ses científicas. Iniciou sua carreira como operário e depois
cer serviços/produtos de qualidade à sociedade. como engenheiro, chegando a ocupar cargos em altos pos-
• Planejar - isso significa que você terá que criar tos nas empresas norte-americanas.
planos para o futuro de sua organização. Como tinha larga experiência na própria linha de pro-
• Consiste em definir objetivos para traçar metas, dução, foi um dos primeiros a destacar a necessidade de
racionalizar o tempo e a divisão do trabalho industrial para
utilizando matriz FOFA. Interpretam-se dados, analisam-se
aumentar a eficiência nas fábricas.
recursos.
No seu principal livro, Os Princípios da Administração
• Organizar. Também, mas no sentido que Fayol
Científica, publicado em 1911, Taylor afirma a necessidade
define é que as empresas são feitas de pessoas e estrutura de executar o trabalho administrativo em bases científicas
física, ou seja, significa que é necessário preparar processos e objetivas.
a fim de obter os resultados planejados. Sua grande contribuição teórica reside nas diretrizes
• Dirigir. Essa função serve para orientar a organiza- que fixou para a racionalização do trabalho industrial e na
ção, ter o comando também. Se a empresa está rumo a um divisão de autoridade e supervisão ao nível de linha (auto-
caminho e encontra obstáculos, caberá ao administrador ridade vertical).
dirigir, se for preciso, ou orientar a organização para traçar A seguir, descrevemos os principais pontos de sua teo-
o objetivo, às vezes é preciso intervir e tomar as rédeas da ria:
organização e orientá-la e dirigi-la. - princípios científicos em substituição ao empirismo:
• Controlar. Uma organização sem normas e regras, com o objetivo de instituir a prática administrativa científi-
certamente, terá menos desempenho que uma que aplica ca, baseada em princípios e não no processo de tentativa
esses conceitos. sob risco;

39
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO/SITUAÇÕES GERENCIAIS

- divisão do trabalho: determinando, através das regras 3. Disciplina: mediante regras de subordinação aos su-
básicas, a divisão em diferentes etapas das diversas ativi- periores;
dades; 4. Unidade de comando: um certo número de subordi-
- divisão de autoridade e responsabilidade: distinguin- nados recebe e acata ordens de um único superior;
do as tarefas de planejamento e direção daquelas referen- 5. Unidade de direção: um certo número de atividades
tes à execução do trabalho; obedece à supervisão de um único superior;
- treinamento e seleção do trabalhador: permitindo a 6. Subordinação do interesse individual ao coletivo: o
qualificação do trabalhador mediante seleção e aperfeiçoa- interesse de um indivíduo não deve prevalecer contra o in-
mento técnico; teresse coletivo;
- coordenação entre as atividades: articulação da atua- 7. Remuneração: salários justos do ponto de vista da
ção dos trabalhadores com os supervisores e administra- empresa e do trabalhador;
dores; 8. Centralização: concentração de direção nas mãos de
Taylor tem sua importância por ter sido um dos precur- um único controle ou direção;
sores da importância do papel da ciência na Administração. 9. Cadeias hierárquicas: define uma rigorosa estrutura
de autoridade e responsabilidade;
A teoria de Henry Fayol 10. Ordem: a perfeita ordenação humana e material;
Henry Fayol nasceu na França em 1841 foi o autor do 11. Equidade: conciliação de interesses empresariais e
livro Administração Industrial e Geral, que foi editado em trabalhistas;
1916. 12. Estabilidade: contra a rotatividade da mão-de-obra,
Fayol buscou uma visão mais geral da empresa e criou julgando mais eficiente sua permanência;
uma teoria mais global da ação administrativa, ao contrário 13. Iniciativa: abrangendo o dinamismo desde o princi-
de Taylor que se dedicou mais as questões relativas à linha pal executivo até os mais baixos níveis de autoridade;
de produção. 14. Cooperação: estimulando o espírito de equipe e a
Na verdade as teorias de Taylor e Fayol se complemen- conjugação dos esforços para a meta final.
tam, não obstante suas abordagem diferentes.
O fundamento da teoria de Fayol tem base em seis fun- Henry Ford
ções básicas existentes na empresa, definidas por ele da Ford também escreveu livros: Minha Filosofia de Indús-
seguinte maneira: tria e Minha Vida e Minha Obra; este respeitado industrial
1. Função técnica: corresponde à atividade produtiva do automobilismo atuou no início do século XX, como pio-
da empresa. neiro em sua área de atuação, a empresa por ele criada
ainda hoje é uma multinacional respeitada por todos; ele
2. Função comercial: abrange as tarefas de compra de
também deixou registrados seus estudos e reflexões sobre
mercadorias, matéria-prima, materiais de consumo, etc ne-
sua experiência administrativa.
cessárias ao desenvolvimento das atividades da empresa,
Ao contrário de Fayol, que centrou sua análise no as-
assim como a venda dos bens ou serviços por ela produ-
pecto administrativo da empresa, Ford se ocupou do siste-
zidos.
ma de produção empresarial como um todo, visando a sua
3. Função financeira: referente à atividade de obtenção
maior eficiência.
e gerência dos recursos financeiros, em termos de dinheiro Ford introduziu conceitos modernos de produção em
ou crédito. série e de linhas de montagem, concebendo um ritmo de
4. Função contábil: classificação e registro dos fatos trabalho em cadeia, para poupar tempo e custos. Estabe-
econômico - financeiros ocorridos na empresa, com o ob- leceu também três princípios pelos quais deve se orientar
jetivo de apurar seus bens, direitos e obrigações, lucros ou a produção:
prejuízos. 1. de intensificação: redução de tempo de produção,
5. Função de segurança: visa a salubridade dos traba- eliminação da capacidade ociosa de trabalhadores e equi-
lhadores, condições de iluminação, temperatura e preven- pamentos, permitindo o rápido retorno do capital investi-
ção de acidentes e à proteção de materiais, segurança de do;
equipamentos, instalações e construções, normas, etc. 2. de economicidade: emprego reduzido dos fatores de
6. Função administrativa: refere-se ao trabalho de ge- produção;
rência, direção e controle das atividades para que a em- 3. de produtividade: aumento da capacidade produtiva
presa possa atingir de forma racional seus objetivos, que do trabalho;
na visão de Fayol, é a mais importante, pois esta função
direciona e comanda todas as outras. Elton Mayo - Teoria das Relações Humanas
Fayol também elaborou quatorze princípios adminis- Em meados do século XX, a Teoria das Relações Huma-
trativos que ao serem aplicados devem levar em conta a nas preocupou-se intensamente com o esmagamento do
realidade de cada empresa: homem pelo desenfreado desenvolvimento da civilização
1. Divisão de trabalho: tanto em termos de tempo industrializada. Elton Mayo, o fundador do movimento, es-
como de espaço, estudando as fases e etapas de um mes- creveu três livros se dedicando aos problemas humanos,
mo trabalho; sociais e políticos decorrentes de uma civilização baseada
2. Autoridade e responsabilidade: posição na empresa quase que exclusivamente na industrialização e na tecno-
e qualificação; logia.

40
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO/SITUAÇÕES GERENCIAIS

Mayo salienta que, enquanto a eficiência material au-


mentou poderosamente nos últimos duzentos anos, a ca- VI. EFICIÊNCIA E FUNCIONAMENTO DE
pacidade humana para o trabalho coletivo não manteve o GRUPOS. O INDIVIDUO NA ORGANIZAÇÃO:
mesmo ritmo de desenvolvimento. Lembrando sociólogos
PAPÉIS E INTERAÇÕES. TRABALHO EM
cujas observações nas comunidades mais simples demons-
traram que o progresso industrial foi acompanhado por um
EQUIPE. EQUIPES DE TRABALHO.
profundo desgaste do sentimento espontâneo de coope-
ração, Mayo afirma que a solução do problema da coope-
ração não pode ser resolvido apenas através do retorno As organizações são sistemas de recursos que perse-
as formas tradicionais de organização. O que deve haver guem objetivos. Portanto, seu desempenho pode ser me-
é uma nova concepção das relações humanas no trabalho. dido pelos objetivos realizados e pela forma em que os
Como resultado de suas experiências dentro das próprias recursos são utilizados.
empresas, verificou que a colaboração na sociedade in- Eficiência e eficácia são dois conceitos tradicionalmen-
dustrializada não pode ser entregue ao acaso, enquanto te usados para fazer essa avaliação. Uma organização é efi-
se cuida apenas dos aspectos materiais e tecnológicos do caz quando realiza seus objetivos e eficiente quando utiliza
progresso humano. seus recursos corretamente.
Os métodos de trabalho tendem todos para a eficiên-
cia, nenhum para a cooperação. A cooperação humana não Desempenho das organizações
é o resultado das determinações legais ou da lógica orga- • administração de alto desempenho
nizacional, mas tem causas mais profundas que as expe- • eficiência no uso dos recursos
riências feitas por Elton Mayo revelaram. Com base nestas • eficácia na realização dos objetivos
experiências Mayo passa a defender os seguintes pontos • competitividade, desempenho superior ao dos con-
de vista: correntes
O trabalho é uma atividade tipicamente grupal: suas
pesquisas indicaram que o nível de produção é mais in- Eficiência e desperdício
fluenciado pelas normas do grupo do que pelos incentivos A eficiência de uma organização depende de como os
salariais e materiais de produção. Para Maio, a atitude do recursos são utilizados: Eficiência significa:
empregado em face de seu trabalho e a natureza do gru- • realizar atividades ou tarefas da maneira certa,
po do qual ele participa são fatores decisivos na produti- sem erros e sem atrasos;
vidade. O operário não reage como indivíduo isolado, mas • realizar tarefas de maneira inteligente, com o mí-
como membro de um grupo social: e as mudanças no seu nimo de esforço e com o melhor aproveitamento possível
meio o afetam. de recursos.
A tarefa básica da Administração é formar uma elite O princípio da eficiência é o da relação entre esforço e
capaz de compreender e de comunicar, dotada de chefes resultado, ou seja, quanto menor o esforço mais eficiente.
democráticos, persuasivos e simpáticos a todo pessoal: Ao O oposto da eficiência é o desperdício. É o que ocorre
invés de se tentar fazer os empregados compreenderem a quando:
lógica da administração da empresa, a nova elite de admi- • mais recursos são usados do que os necessário
nistradores deve compreender as limitações dessa lógica para realizar um objetivo;
e ser capaz de entender a lógica dos trabalhadores. Para • consomem-se recursos e nenhum objetivo é al-
Mayo “Somos tecnicamente competentes como nenhuma cançado;
outra idade da História o foi, e combinamos isto com uma • produtos e serviços desnecessários são realizados.
total incompetência social.” Logo, torna-se necessária a Eliminar desperdícios significa reduzir ao mínimo a ati-
educação de uma elite social capaz de recobrar a coope- vidade que não agrega valor ao produto. A eliminação de
ração. desperdício diminui os custos de produção sem que o valor
A pessoa humana é motivada essencialmente pela ne- final fique comprometido.
cessidade de “estar junto”, de “ser reconhecida”, de receber
adequada comunicação: Mayo se opunha à afirmação de Produtividade
Taylor de que a motivação básica do empregado era mera- O critério mais simples para avaliar a eficiência de um
mente salarial (homo economicus) processo, organização ou sistema é a produtividade. A pro-
Para Mayo o conflito social deve ser evitado a todo cus- dutividade é definida como a relação entre os recursos uti-
to através de uma administração humanizada que faça um lizados e os resultados obtidos. Ex: quantidade de pessoas
tratamento preventivo e profilático. As relações humanas atendidas por hora, produção de peças, quantidade de alu-
e a cooperação constituem a chave para evitar o conflito nos por professor.
social. Para ele, o conflito social é o germe da destruição da
própria sociedade. “O conflito é uma chaga social, a coope- Produtividade e qualidade combinadas
ração é o bem estar social”3 Quando se consideram produtividade e qualidade si-
multaneamente, mede-se o desempenho não apenas da
3 Fonte: www.administradores.com.br – Texto adaptado de quantidade total produzida, mas também dos produtos
Wagner Ap. Ramos de Oliveira que são aproveitados em relação ao total fornecido. Ex: se

41
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO/SITUAÇÕES GERENCIAIS

você produziu 1000 peças por hora, enquanto seu colega • imagem positiva junto aos clientes e à sociedade
produziu 500, parece que você é mais eficiente. Agora ima- • sistema eficaz de distribuição
gine que das suas 1000 peças, 50% estavam defeituosas e o • sistema eficiente de produção
seu colega 0% defeituosas. Seu aproveitamento foi de 50%
e seu colega 100%. Equipe
Cada vez mais, as equipes se tornam a forma básica de
Eficácia trabalho nas organizações do mundo contemporâneo. As
É o conceito de desempenho que envolve a comparação evidências sugerem que as equipes são capazes de melho-
entre objetivos e resultados, afinal de contas não adianta rar o desempenho dos indivíduos quando a tarefa requer
produzir muito se não for produção com qualidade. Alguns múltiplas habilidades, julgamentos e experiências. Quando
dos indicadores de desempenho final da organização são as organizações se reestruturaram para competir de modo
os seguintes: mais eficiente e eficaz, escolheram as equipes como for-
ma de utilizar melhor os talentos dos seus funcionários. As
Satisfação dos clientes empresas descobriram que as equipes são mais flexíveis e
É o objetivo prioritário para as organizações. Por que reagem melhor às mudanças do que os departamentos tra-
sem clientes satisfeitos, a existência da organização fica dicionais ou outras formas de agrupamentos permanentes.
comprometida. Podemos citar como indicadores: As equipes têm capacidade para se estruturar, iniciar seu
• satisfação dos clientes trabalho, redefinir seu foco e se dissolver rapidamente. Ou-
• fidelização dos clientes e novos clientes tras características importantes é que as equipes são uma
• reclamações (volume / atendimento) forma eficaz de facilitar a participação dos trabalhadores
• assistência aos clientes nos processos decisórios aumentar a motivação dos fun-
Quando a eficácia é considerada, a definição de quali- cionários.
dade se amplia.
Impacto na sociedade Diferença entre Grupo e Equipe
Tornou-se tema obrigatório quando surgiram o orgãos Grupo e equipe não é a mesma coisa. Grupo é de-
de defesa do consumidor e do meio ambiente. O papel e o finido como dois ou mais indivíduos, em interação e in-
impacto social das organizações traduzem-se em tendên- terdependência, que se juntam para atingir um objetivo.
cias como a responsabilidade social e ambiental da empre- Um grupo de trabalho é aquele que interage basicamente
sa. Alguns indicadores são: para compartilhar informações e tomar decisões para
• respeito às normas ambientais ajudar cada membro em seu desempenho na sua área de
• apoio a empreendimentos comunitários responsabilidade.
• punições por acidentes ambientais Os grupos de trabalho não têm necessidade nem
oportunidade de se engajar em um trabalho coletivo
Aprendizagem organizacional que requeira esforço conjunto. Assim, seu desempenho é
O desempenho da organização pode ser avaliado pela apenas a somatória das contribuições individuais de seus
capacidade de obtenção e utilização do conhecimento. A membros. Não existe uma sinergia positiva que possa criar
aprendizagem é resultado do processo de tomar decisões um nível geral de desempenho maior do que a soma das
para resolver problemas. Alguns indicadores são: contribuições individuais.
• nível de treinamento Uma equipe de trabalho gera uma sinergia positiva por
• patentes e direitos autorais meio do esforço coordenado. Os esforços individuais re-
• capacidade de trabalhar em equipe sultam em um nível de desempenho maior do que a soma
• delegação de autoridade e poderes aos emprega- daquelas contribuições individuais. O quadro abaixo res-
dos salta as diferenças entre grupos de trabalho e equipes de
• competitividade trabalho.

Competitividade Comparação entre Grupos de Trabalho e Equipes de Tra-


As empresas tem natureza competitiva. Elas concorrem balho
entre si disputando a preferência dos mesmos clientes. A Transformando indivíduos em membros de equipe
empresa mais competitiva é aquela que consegue transfor- - partilham suas ideias para a melhoria do que fazem e
mar um grande número de pessoas em seus clientes, obter de todos os processos do grupo;
lucro e sobreviver com isso. Uma organização eficiente e - respeitam as individualidades e sabem ouvir;
eficaz tem alta propabilidade de ser competitiva. Mas há - comunicam-se ativamente;
vários fatores a serem levados em conta quanto à competi- - desenvolvem respostas coordenadas em benefícios
tividade, como por exemplo: dos propósitos definidos;
Vantagens competitivas - constroem respeito, confiança mútua e afetividade
• qualidade do produto ou serviço nas relações;
• domínio de fontes de matéria-prima - participam do estabelecimento de objetivos comuns;
• domínio de tecnologia - desenvolvem a cooperação e a integração entre os
• posse de capital membros.

42
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO/SITUAÇÕES GERENCIAIS

Fatores que interferem no trabalho em equipe Conforme citado por Zanelli (2003), do ponto de vista
- Estrelismo; social, a ordem que se estabelece, ou não, resulta do com-
- Ausência de comunicação e de liderança; partilhamento que ocorre na interação humana. Do ponto
- Posturas autoritárias; de vista individual, a identidade é elemento chave da rea-
- Incapacidade de ouvir; lidade subjetiva e se encontra em relação dialética com a
- Falta de treinamento e de objetivos; sociedade. Nesta acepção, o indivíduo é produto e produ-
- Não saber “quem é quem” na equipe. tor do sistema social.
Ao apresentar aos funcionários os ritos, crenças, valo-
São características das equipes eficazes: res, rituais, normas, rotinas e tabus da organização, o que
- Comprometimento dos membros com um propósito se pretende é buscar a sua identificação com os padrões a
comum e significativo; serem seguidos na empresa. Dessa forma, se fornece um
- O estabelecimento de metas específicas para a equi- senso de direção para todas as pessoas que compartilham
pe que conduzam os indivíduos a um melhor desempenho desse meio. As definições do que é desejável e indesejá-
e também energizam as equipes. Metas específicas ajudam vel são introjetadas pelos indivíduos atuantes no sistema,
a tornar a comunicação mais clara. Ajudam também a equi- orientando suas ações nas diversas interações que execu-
pe a manter seu foco sobre o obtenção de resultados; tam no cotidiano.
- Os membros defendem suas ideias, sem radicalismo; Reconhecer os significados e a própria razão de ser da
- Grande habilidade para ouvir; empresa, bem como se familiarizar com as percepções e
- Liderança é situacional; ou seja, o líder age de acordo comportamentos mais aceitos e valorizados na organiza-
com o grau de maturidade da equipe; de acordo com a ção, conduz os funcionários a uma uniformidade de ati-
contingência; tudes, o que é positivo no sentido de possibilitar maior
- Questões comportamentais são discutidas aberta- coesão. No entanto pode levar a uma perda de indivi-
mente, principalmente as que podem comprometer a ima- dualidade, pois o comportamento dos indivíduos passa a
gem da equipe ou organização ser uma extensão do grupo, muitas vezes se estendendo
- O nível de confiança entre os membros é elevado; para ambientes externos da organização, quando passam
- Demonstram confiança em seus líderes, tornando a a adotar comportamentos padronizados nas mais diversas
equipe disposta a aceitar e a se comprometer com as me- situações.
tas e as decisões do líder;
O presente artigo pretende contribuir para o debate
- Flexibilidade permitindo que os membros da equipe
acerca desse processo de construção das identidades dos
possam completar as tarefas uns dos outros.
indivíduos nas organizações, argumentando que a pa-
Isso deixa a equipe menos dependente de um único
dronização de atitudes pode ser prejudicial às pessoas e
membro;
à própria organização, que perde em criatividade e falta
- Conflitos são analisados e resolvidos;
de questionamentos, além de aumentar a resistência às
- Há uma preocupação / ação contínua em busca do
autodesenvolvimento. mudanças, uma vez que as pessoas se sentem mais con-
O desempenho de uma equipe não é apenas a soma- fortáveis agindo da forma a que estão habituadas e que
tória das capacidades individuais de seus membros. aprenderam ser a maneira correta de agir.
Contudo, estas capacidades determinam parâmetros
do que os membros podem fazer e de quão eficientes eles Ao ingressar em uma organização, indivíduos com
serão dentro da equipe. Para funcionar eficazmente, uma características diversas se unem para atuar dentro de um
equipe precisa de três tipos diferentes de capacidades. Pri- mesmo sistema sociocultural na busca de objetivos de-
meiro, ela precisa de pessoas com conhecimentos técnicos. terminados. Essa união provoca um compartilhamento de
Segundo, pessoas com habilidades para solução de proble- crenças, valores, hábitos, entre outros, que irão orientar
mas e tomada de decisões que sejam capazes de identificar suas ações dentro de um contexto preexistente, definindo
problemas, gerar alternativas, avaliar essas alternativas e fa- assim as suas identidades.
zer escolhas competentes. Finalmente, as equipes precisam Segundo Dupuis (1996), são os indivíduos que, por
de pessoas que saibam ouvir, deem feedback, solucionem meio de suas ações, contribuem para a construção de sua
conflitos e possuam outras habilidades interpessoais. sociedade. Entretanto os indivíduos agem sempre dentro
de contextos que lhes são preexistentes e orientam o sen-
O individuo na organização tido de suas ações. A construção do mundo social é assim
Assistimos hoje a transformações importantes no am- mais a reprodução e a transformação do mundo existen-
biente de trabalho. Cada vez mais os funcionários são con- te do que sua reconstrução total. Para Berger e Luckmann
vidados a vestir a camisa da empresa. Para isso devem (1983) a vida cotidiana se apresenta para os homens como
estar conscientes e engajados com os valores organizacio- realidade ordenada. Os fenômenos estão pré-arranjados
nais, bem como ter claramente definidos os objetivos que em padrões que parecem ser independentes da apreensão
a organização pretende atingir e os meios para alcançá-los. que cada pessoa faz deles, individualmente.
É muito comum se afirmar que a principal responsabilidade Dentro dessa perspectiva, a ação humana, em nível do
dos gerentes é a de motivar seu pessoal; para isso é feito indivíduo e do grupo, mediada pelos processos cognitivos,
um trabalho de conscientização, que se inicia no momento e interdependente do contexto, varia conforme a inserção
de inserção do empregado no ambiente organizacional. ambiental e o tipo de organização, tanto quanto também

43
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO/SITUAÇÕES GERENCIAIS

varia internamente em suas subunidades. É importante sa- Um importante aspecto para a sobrevivência de um in-
lientar que o universo simbólico integra um conjunto de divíduo é a necessidade de construção de uma identidade,
significados, atribuindo-lhes consistência, justificativa e le- uma noção de totalidade que o leve a fazer convergir em
gitimidade. Em outras palavras, o universo simbólico pos- uma imagem de si mesmo as muitas facetas do seu modo
sibilita aos membros integrantes de um grupo uma forma de ser, os muitos papéis que ele representa em diferentes
consensual de apreender a realidade, integrando os signifi- momentos da sua experiência social. Assim, sucessivamen-
cados e viabilizando a comunicação. te, o indivíduo vai-se diferenciando e se igualando confor-
Em outras palavras, a realidade é constituída por uma me os vários grupos sociais de que faz parte, tornando-se
série de objetivos que foram designados como objetos uma unidade contraditória, múltipla e mutável.
antes da minha aparição em cena. O indivíduo percebe, Conforme citado por Silva e Vergara (2000, p. 5), “não
assim, que existe correspondência entre os significados por há sentido em falar-se em uma única identidade dos indi-
ele atribuídos ao objeto e os significados atribuídos pelos víduos, mas sim em múltiplas identidades que constroem-
outros, isto é, existe o compartilhar de um senso comum -se dinamicamente, ao longo do tempo e nos diferentes
sobre a realidade. contextos ou espaços situacionais dos quais esses indiví-
É por meio desse compartilhar da realidade que duos participam”. Sem compartilhar uma cultura comum,
as identidades dos indivíduos nas organizações são não poderíamos falar em construção de identidade, seja no
construídas, ao se comunicar aos membros, de forma nível dos indivíduos, dos grupos, ou da organização como
tangível, um conjunto de normas, valores e concepções um todo. A cultura organizacional pode ser vista, portanto,
que são tidas como certas no contexto organizacional. Ao como o alicerce para a formação da identidade dos indiví-
definir a identidade social dos indivíduos, o que se pretende duos nas organizações, não havendo como pensar a noção
é garantir a produtividade, pela harmonia e manutenção de identidade, se não for em função da interação com ou-
do que foi aprendido na convivência. É importante tros.
ressaltar que muitas vezes essas identidades precisam ser Assim, as identidades dos indivíduos são construídas
reconstruídas, quando a empresa se vê diante de situações de acordo com o ambiente em que se inserem envolven-
que exigem mudanças. do, entre outras coisas, as estruturas sociais, a cultura e o
  histórico das relações. Segundo Zanelli (2003), a organiza-
O papel da cultura organizacional no processo de for- ção, como sistema social, inserida em seu contexto, bus-
ca preservar sua identidade e sobrevivência. Para tanto,
mação da identidade dos indivíduos nas organizações
desenvolve uma estrutura normativa (valores, normas e
O fenômeno cultura organizacional já era estudado
expectativas de papéis, padrões esperados de comporta-
desde o início do século passado, a partir da experiência
mento e interação) e uma estrutura de ação (padrões reais
de Hawthorne, desenvolvida entre 1927 e 1932. Sob coor-
de interação e comportamento), originada sobretudo nas
denação de Elton Mayo, adquiriu maior evidência, com a
posições dirigentes.
constatação da grande influência do grupo sobre o com-
Vários outros autores corroboram essa afirmação, ao
portamento do indivíduo. Atualmente é dada grande im-
sugerir que deve haver preocupação dos dirigentes em de-
portância ao estudo da cultura organizacional, por consi-
senvolver valores e padrões em comum, a fim de que os
derar que ela é determinante do desempenho individual, membros da organização possam trabalhar em conjunto
da satisfação no trabalho e da produtividade da empresa. e comunicar-se, integrando as estratégias e objetivos ge-
Considerando a afirmação de Motta e Vasconcelos rais da organização, possuindo, assim, uma visão global do
(2002, p. 302), segundo os quais “para desenvolver-se e sistema.
sobreviver, o grupo organizacional tem dois grandes pro- Freitas (1991) entende que, de modo geral, as res-
blemas a solucionar: adaptar-se ao ambiente e manter a postas que geram resultados favoráveis em determinada
coerência interna”, partiremos do conceito de que cultura cultura são internalizadas como verdades inquestionáveis.
organizacional é Entre essas verdades ou pressupostos, encontram-se os di-
o conjunto de pressupostos básicos que um grupo in- ferentes elementos que formam a cultura organizacional:
ventou, descobriu ou desenvolveu ao aprender como lidar os valores, as crenças, os ritos, rituais e cerimônias, os mi-
com os problemas de adaptação externa e integração inter- tos e histórias, os tabus, os heróis, as normas e o processo
na, e que funcionaram bem o suficiente para serem trans- de comunicação.Cada um deles tem função específica na
mitidos aos novos membros como a forma correta de per- construção da cultura; mas todos servem para estimular a
ceber, pensar e sentir, em relação a esses problemas(Schein, adoção, por parte dos empregados, do conteúdo difundi-
1989, p. 12). do, além de reforçar uma imagem positiva da organização.
Podemos afirmar que é através da experiência coletiva No entanto, a partir do momento em que as pessoas
que os membros da organização encontram respostas para internalizam verdades inquestionáveis, passando a adotar
as questões do cotidiano da empresa, pois são os valores e comportamentos padronizados, colocam-se em posição
crenças compartilhados que definem seu modo de pensar de passividade, perdendo a percepção individual da rea-
e agir. Assim, ao definir padrões de comportamento com o lidade. Essa falta de questionamentos, vista como positiva
objetivo de conservar a estabilidade e o equilíbrio do gru- no sentido de promover uma homogeneização de atitudes,
po, justifica-se a importância crescente atribuída à cultura pode ser muito negativa principalmente em ambientes de
organizacional. mudanças constantes, que primam pela criatividade e ino-

44
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO/SITUAÇÕES GERENCIAIS

vação. Quando um questionamento é visto como ameaça Podemos afirmar, portanto, que quanto maior a iden-
para a organização e possível desestruturação dela, a ten- tificação dos indivíduos com a organização, maior o com-
dência é que o grupo se torne alienado; assim, a participa- prometimento desses. Os mesmos autores sugerem que a
ção dos membros será praticamente nula. existência da diversidade na identificação do grupo pode
A revisão da literatura nos leva a concordar em que o levar a alguma dificuldade nas relações entre pessoas de
sucesso organizacional deve ser definido em termos con- identidades de grupos diferentes. Segundo Ting-Toomey
cretos para os funcionários por meio dos elementos que (1998), os indivíduos tendem a experimentar maior grau
compõem a cultura. Porém a maneira como os objetivos e de vulnerabilidade em seus encontros iniciais com pessoas
metas serão atingidos podem ser flexíveis, a partir de um de outros grupos do que com as pessoas do seu próprio
maior envolvimentos dos dirigentes no sentido de estimu- grupo.
lar a participação dos membros, levando a uma maior inte- Lopes (2001) define o significado de identidade social
ração e conhecimentos mútuos. como sendo construído pela ação conjunta de participan-
Segundo Schein (2001) a cultura de uma organização tes discursivos, em práticas discursivas situadas na história,
pode ser aprendida em vários níveis, são eles: o nível dos na cultura e na instituição. O mesmo autor cita algumas
artefatos visíveis, que compreende os padrões de compor-
características importantes das identidades sociais, como
tamento visíveis, ou seja, a forma como as pessoas se ves-
se explicitam nos três itens abaixo.
tem, se comunicam, entre outros; o nível dos valores que
. A sua natureza fragmentada, no sentido de que as
governam o comportamento das pessoas, que são mais di-
fíceis de serem identificados, pois compreendem os valores pessoas não possuem uma identidade social homogênea,
que levam as pessoas a agirem de determinada forma; e como se pudessem ser definidas por sexualidade ou raça,
por último o nível dos pressupostos inconscientes, que são por exemplo.
aqueles pressupostos que determinam como os membros . A possibilidade de que identidades contraditórias
de um grupo percebem, pensam e sentem. coexistam na mesma pessoa. Um exemplo seriapensar na
É importante diferenciar aqueles valores organizacionais existência de um homem que vote em um partido conser-
que justificam a razão de ser da organização, e por isso se vador, embora seja sindicalista.
situam em um nível mais profundo, e outros referentes à . O fato de as identidades sociais não serem fixas, uma
maneira de resolver problemas do cotidiano da empresa. vez que estão sempre construindo-se e reconstruindo-se
Os primeiros servem de guia, devendo realmente ser no processo social de construção do significado.
internalizados pelos membros que compõem a organização. Em oposição a uma visão tradicional, que compreende
Já os outros podem e devem estar abertos a sugestões, a identidade social de um indivíduo como fixa e contínua,
flexibilizando-se para se adaptar às exigências internas e como algo que lhe pertence de modo quase permanen-
externas do ambiente. te, uma corrente significativa de autores tem procurado
  desenvolver um conceito de identidade como algo fluido,
Identidade pessoal e identidade social multidimensional, dependente do contexto sociocultural
Os conceitos de identidade pessoal e identidade so- das situações nas quais os indivíduos se vêem envolvidos,
cial são distintos. Segundo Ting-Toomey (1998), a identi- e como algo que possui forte componente relacional.
dade pessoal refere-se ao modo como o indivíduo define Sendo a identidade social construída a partir do mo-
suas características próprias, seu autoconceito, geralmente mento em que os indivíduos se vêem como parte de um
comparando-se com outros indivíduos. Já a identidade so- grupo, as organizações de trabalho representam um gru-
cial refere-se aos conceitos que o indivíduo desenvolve de po muito expressivo na definição da identidade social dos
si mesmo e que derivam de sua afiliação em categorias ou seus membros. Daí a necessidade de se estudar a interação
grupos, emocionalmente significantes para ele. Esse tipo deles, uma vez que o convívio entre as pessoas pertencen-
de classificação inclui, entre outras, as identidades por afi-
tes a esse grupo é intenso e significativo.
liação étnica ou cultural, de gênero, de orientação sexual,
 As perspectivas intergrupais têm sido uma das
de classes sociais, de idade ou profissionais.
principais estruturas para o entendimento das interações
Turner (1982) define a identificação social como o pro-
cesso de alguém se localizar ou localizar outra pessoa den- humanas, envolvendo indivíduos percebendo a si mesmos
tro de um sistema de categorizações sociais; mas define si- como membros de uma categoria social, ou sendo
multaneamente a identidade social como a soma total das percebidos por outros como pertencentes a uma categoria
identificações sociais usadas por uma pessoa para definir social (Taylor & Moghaddam, 1987).
a si própria. Assim, a maneira pela qual alguém é definido Conforme Oliveira e Bastos (2001), seguindo o senso
por outros influencia sua auto-identidade em algum grau. comum nos vemos como a mesma pessoa em diferentes
Estudos realizados por Ashforth e Mael (1989) identi- interações. No entanto é possível também perceber que
ficam três consequências gerais da identificação do grupo, nos posicionamos de modos diferentes, em diferentes mo-
que são especialmente relevantes para o comportamen- mentos e lugares, de acordo com os diferentes papéis que
to organizacional. Segundo eles, os indivíduos tendem a estamos exercendo.
escolher atividades e instituições que sejam congruentes Silva e Vergara (2000) concluem que, sendo a identi-
com suas identificações mais evidentes; a identificação afe- dade algo que se constrói como produto das interações
ta os resultados, como a coesão e a interação intragrupais; dos diferentes indivíduos e grupos, criando, portanto, um
e a identificação reforça a fixação ao grupo e a seus valores, senso comum, tem sentido falar da existência de uma iden-
e aumenta a competição com grupos externos. tidade organizacional.

45
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO/SITUAÇÕES GERENCIAIS

Alguns autores vêem a identidade organizacional Segundo este autor, quando a pessoa se define priori-
como algo que tende a ser preservado ao longo do tempo; tariamente como indivíduo, tende a ativar uma orientação
outros argumentam que ela possui uma natureza fluida, para a identidade pessoal, a ser motivada pelo auto-inte-
contínua, adaptativa, ou seja, depende do modo como os resse, a conceber-se em termos de suas características e
membros organizacionais interpretam os valores e as cren- traços individuais e a avaliar-se por meio da comparação
ças essenciais da organização nos diferentes contextos em com os outros indivíduos.
que eles se deparam em sua trajetória. Já quando se define prioritariamente como ser em re-
O fato de os indivíduos terem identidades múltiplas e lação com outros, a pessoa tende a ativar a orientação para
não uma identidade única contribui para a complexidade uma identidade relacional, em que a principal motivação
da identidade nas organizações. As maneiras como as iden- passa a ser a procura pelo benefício do outro. A concepção
tidades interagem ou se tornam destacáveis são importan- de si mesmo baseia-se, predominantemente, em seus pa-
tes para um contexto organizacional. Assim, o estudo da péis na relação com esses outros que significam algo para
identidade de uma organização envolve, necessariamente, ela, e a auto-avaliação tende a dar-se em termos da profi-
a atenção com sua interação com várias identidades. ciência com que ela desempenha seus papéis interpessoais
Gioia, Schultz e Corley (2000) ressaltam que a noção de diante desse outro.
identidade organizacional tem sido definida como sendo a Finalmente, ao definir-se prioritariamente como mem-
compreensão coletiva dos membros da organização, sobre bro de grupo, a pessoa tende a ativar uma identidade de
as características presumidas como centrais e relativamen- orientação coletiva. Sua motivação passa a ser a garantia
te permanentes, e que a distingue das demais, possuindo, do bem-estar de seu grupo, frequentemente com relação
assim, estreita relação com a imagem organizacional. a outros grupos. Ela procura caracterizar-se em termos do
Devemos considerar que a cultura preserva a identi- perfil ou do protótipo do grupo e tende a determinar seu
dade organizacional, e essa se traduz na forma como os autovalor com base na comparação de seu grupo com ou-
públicos da organização a vêem, a imagem que eles cons- tros grupos.
troem a respeito dela. Assim, em uma cultura organizacio- Faremos aqui uma análise, posteriormente aprofunda-
nal que busca interagir com o ambiente, adaptando-se a da, com relação às consequências da identificação descrita
ele, essa personalidade que a organização assume tende acima. Identificar-se prioritariamente como membro de um
a ser proativa, atenta às necessidades de mudanças, que grupo é o que grande parte das organizações busca nos
se tornam cada vez mais presentes no ambiente organiza-
seus funcionários. A maioria das empresas procura moti-
cional. Dessa forma, a identidade organizacional é muitas
var seus empregados nesse sentido. No entanto, se obser-
vezes reconstruída para se adequar ao mercado.
varmos um indivíduo que se define prioritariamente como
Na sociedade moderna, talvez as organizações sejam a
membro de um grupo, veremos que ele tenderá a perder
arena mais significativa em que as identidades dos indiví-
completamente a sua identidade, e não mais conseguirá
duos são constituídas. Para muitas pessoas, sua identidade
reconhecer-se como indivíduo, caso não faça mais parte da
profissional ou organizacional pode ser mais persuasiva e
organização, ou do grupo a que estava vinculado. Essa é
importante do que as identidades atribuídas com base em
gênero, idade, etnia, raça ou nacionalidade (Hogg & Terry, uma consequência facilmente visualizada, quando funcio-
2000). nários antigos são demitidos ou se aposentam após anos
É fácil perceber que a experiência no mundo do trabalho de dedicação à empresa.
é importante componente de aspectos identitários, pois Segundo Brickson (2000), cada uma das orientações de
nos leva a incorporar características, hábitos e valores identidade pode ser impulsionada por elementos do con-
compartilhados por um grupo com o qual passamos texto organizacional, tais como a estrutura organizacional,
a maior parte do nosso tempo. Assim, o trabalho nos que se refere ao grau e à forma de integração entre os
modifica, nos torna iguais em alguns aspectos, e nos separa membros da organização, se eles estão primariamente ato-
e distingue em outros. mizados como indivíduos, integrados por meio de redes
  que ultrapassam as fronteiras das divisões formais, ou se-
Como são orientadas as identidades dos indivíduos parados por divisões e grupos formais. Outro elemento é a
Devemos fazer distinções entre as identidades basea- estrutura das tarefas executadas pelos indivíduos, ou seja, a
das em categorias sociais como raça, gênero, etnia e clas- maneira pela qual o trabalho é organizado, se de modo in-
se, e as identidades baseadas em categorias como função dividual, por cooperação interpessoal ou em equipe. E ain-
organizacional ou tempo de serviço, pois estas últimas da, a estrutura de reconhecimento, que demonstra como o
podem ser assumidas, difundidas ou perdidas quando o desempenho é medido e recompensado, se de modo indi-
indivíduo deixa a organização. vidual, pela cooperação interpessoal ou por equipe.
Brickson (2000) identifica três modos distintos de como Dessa forma, é fácil perceber que ao valorizar o tra-
os indivíduos orientam as suas identidades nos diferentes balho em equipe, a cooperação, participação nos lucros
contextos específicos em que se vêem envolvidos. Segundo e resultados do grupo, entre outros, o que a maioria das
o autor, essas orientações da identidade do indivíduo são empresas está buscando, é ativar uma identidade de orien-
ativadas em função da forma como esse indivíduo define a tação coletiva, em que os funcionários se reconhecem pri-
si mesmo, prioritariamente, em cada contexto, se como um meiramente como membros da organização em que traba-
indivíduo, como um ser interpessoal ou como um membro lham, priorizando os objetivos da empresa em detrimento
de um grupo. dos seus próprios objetivos.

46
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO/SITUAÇÕES GERENCIAIS

A análise feita aqui procura demonstrar que o mudanças irão interferir no domínio que possuem do tra-
processo de construção das identidades dos indivíduos balho que realizam. Isso dificulta muito o processo de re-
pode ser visto de duas formas, como fonte de motivação construção das identidades dos indivíduos, cada vez mais
e identificação dos funcionários em relação à empresa, o necessário em ambientes de mudanças constantes.
que é positivo para ambos, mas também como forma de  
moldar o comportamento das pessoas que trabalham na Mudança organizacional e a reconstrução das identida-
organização, o que pode trazer consequências negativas des dos indivíduos envolvidos
tanto para a empresa, como já foi comentado anteriormente, Cada vez mais as empresas se preocupam com as
quanto para os indivíduos, como veremos a seguir. mudanças que, mais do que nunca, se tornam universais.
Schirato (2000) desenvolveu uma pesquisa com ex- Grouard e Meston (2001) comentam que há atualmente
-funcionários da Embraer, em que verificou, entre outras constantes discussões sobre reestruturação, reorganização,
coisas, o impacto da demissão, e a consequente perda de implantação de novas tecnologias e novos métodos de dis-
identidade que essas pessoas demonstraram nos seus re- tribuição, reorientação, reengenharia, fusões e aquisições,
latos. Segundo esta autora, as organizações estão exigindo entre outras mudanças nas maneiras de pensar e agir.
mais do que adesão aos princípios e valores da empresa, o É inegável que as mudanças estão cada vez
que está sendo cada vez mais solicitado é a entrega total mais presentes na vida das pessoas, tanto no âmbito
ao mundo organizacional, onde, a partir de então, se estará organizacional como fora dele. Os motivos que levam a
total e absolutamente envolvido. essas mudanças são os mais variados. Wood, Curado e
No discurso de inclusão do candidato ao quadro efe- Campos (1995) definem como sendo os objetivos mais
tivo da organização, já está embutido o discurso de exclu- frequentes das mudanças nas organizações: melhorar a
são: se não houver identificação entre ambos com os valo- qualidade, aumentar a produtividade, refletir os valores dos
res e comportamentos, o desligamento será consequência novos líderes, reduzir custos e administrar conflitos.
natural e, claro, por iniciativa do futuro colaborador, que De modo geral, podemos perceber que, quanto mais
não colaborou na proporção desejada. Os candidatos estável for a organização, mais difícil será a realização de
já são informados de que não fará parte da organização mudanças, uma vez que as pessoas tendem a se acomodar,
quem não se identificar integralmente com a história e com quando estão bem adaptadas à vida organizacional. Nes-
o comportamento da empresa. A adesão é mais do que se sentido, a perfeita adaptação a determinado ambiente
aceitação: é superposição ao já constituído anteriormente, pode repentinamente transformar-se em grande obstáculo
é o alinhamento do comportamento ao padrão de com- à mudança. Grouard e Meston (2001) ressaltam que o índi-
portamento observado nos companheiros. ce e a frequência das mudanças podem ser diferentes, as-
Schirato (2000, p. 100) ressalta ainda que: sim como as forças que as motivam, mas uma coisa é certa:
na necessidade de sobrevivência dentro de um siste- as organizações devem mudar; e seja qual for a mudança,
ma desconhecido, e por isso hostil, é comum observarmos necessitará da desestabilização do estado existente.
reações padronizadas, sem características pessoais, sem a Quando ocorrer de forma proativa e incremental, ou
impressão pessoal do indivíduo dentro do grupo. Ele passa seja, progressivamente, o tempo para implementar a mu-
a ser a extensão do comportamento do grupo na forma de dança será maior, e as pessoas terão mais condição de as-
vestir-se, de comer, de arrumar seu objetos, de organizar similar os motivos que levaram à necessidade de mudar. Já
sua agenda, desenvolvendo uma “personalidade organiza- quando a sobrevivência da organização depende da mu-
cional” que se sobrepõe à sua, quando não a substitui por dança, aí podemos falar em mudança revolucionária, em
inteiro. que as pessoas são forçadas a mudar e não há tempo para
Essa fusão de identidades - o eu organizacional e o assimilarem e se adaptarem às novas exigências.
eu individual do empregado - pode vir a resultar na perda Vários autores consideram que, em geral, o tempo ne-
da cidadania civil para uma suposta cidadania empresa- cessário para operar mudanças organizacionais é subesti-
rial. Rompendo seus vínculos pessoais com o mundo fora mado, por não se levar em conta os laços das pessoas com
da organização, o indivíduo deixa de sentir-se cidadão no os elementos culturais. Para Motta e Vasconcelos (2002),
sentido pleno do termo. Compartilhando dessa visão, po- mudar convicções e valores adquiridos com a experiên-
demos afirmar que a empresa não apenas emprega, e re- cia não é tarefa simples. Bertero (1996) define o processo
munera a força de trabalho, ela praticamente ocupa todo de mudança organizacional como longo e problemático,
o espaço afetivo, intelectual, e imaginário do indivíduo. É podendo até encontrar semelhanças com o processo de
por meio da organização em que trabalham e do que ela psicoterapia individual. Para este autor, promessas de bons
lhes proporciona que as pessoas projetam seus sonhos e resultados não podem ser feitas por profissionais corretos,
buscam alcançá-los. uma vez que os resultados são sempre incertos e o tempo
Percebe-se com nitidez nesse estudo que a identifi- demandado é necessariamente longo.
cação com a organização muitas vezes acaba tornando- Estudo desenvolvido por Dutra (1996) verificou que,
-se uma obrigação dos funcionários. Assim, a maioria das para realizar uma mudança organizacional efetiva, é neces-
pessoas não questiona o que faz no dia-a-dia das em- sário muito mais do que mudar a estrutura da empresa. A
presas, adotando tão cegamente certos comportamentos mudança organizacional é fruto de uma série de aspectos
que, quando surge a necessidade de mudança, se sentem interagentes, e muitas vezes envolve a necessidade de al-
vulneráveis, resistindo fortemente, por acreditarem que as terações nos rituais, símbolos e pressupostos, entre outros

47
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO/SITUAÇÕES GERENCIAIS

elementos que formam a cultura organizacional. Devemos de perda de sua cultura genuína. Esse medo de perder a
considerar que mudar elementos da cultura não é tarefa identidade acaba gerando, na maioria das vezes, uma po-
fácil, pois afetam as crenças, percepções e emoções das sição defensiva e, consequentemente, maior resistência à
pessoas envolvidas. integração cultural.
No entanto, quando pensamos em mudanças, deve- No processo de reconstrução das identidades dos indi-
mos analisá-las como algo positivo, que trará melhorias víduos, é de grande importância o papel da comunicação,
para a organização, que estará atualizando-se para se man- no sentido de informar os empregados acerca dos valores
ter competitiva e, assim, alcançar os resultados esperados. declarados, as diretrizes, os objetivos e as definições ge-
Uma cultura organizacional que priorize a comunicação, rais estabelecidas pela organização, incluindo o perfil que
justificando por que certas ações são mais valorizadas que ela deseja para os seus empregados no novo contexto. É
outras, se adaptará melhor às mudanças do que uma cul- justamente a comunicação o meio privilegiado pelo qual
tura em que a forma como as pessoas devem agir é im- se reconstrói, ao longo do tempo, a nova coletividade or-
posta, sem explicações ou justificativas. A comunicação e ganizacional. Acreditamos que o engajamento das pessoas
a participação efetiva dos funcionários é de fundamental envolvidas no processo de mudança será maior, se forem
importância em situações de mudança. As pessoas preci- levados em consideração por parte dos gestores, entre ou-
sam entender por que devem mudar para que haja menos tras coisas, os sentimentos, dúvidas, inseguranças, opiniões
resistência. e percepções dos indivíduos envolvidos.4
Para Hernandez e Caldas (2002) a resistência à mudan-
ça é vista como uma das principais barreiras na implemen- Tipos de Equipe
tação de processos de mudança e inovação. É importante As equipes podem realizar uma grande variedade de
destacar que essa resistência muitas vezes se deve ao fato coisas. Elas podem fazer produtos, prestar serviços, nego-
de que a mudança implica uma reconstrução das identida- ciar acordos, coordenar projetos, oferecer aconselhamen-
des dos indivíduos no ambiente de trabalho. No entanto, tos ou tomar decisões.
como as mudanças geralmente dizem respeito à estratégia Equipe de soluções de problemas: Neste tipo de
da empresa e ao seu modo de funcionamento, aqueles ele- equipe, os membros trocam ideias ou oferecem sugestões
mentos profundos da identidade dos indivíduos, que estão sobre os processos e métodos de trabalho que podem ser
bastante incorporados e dificilmente se transformam, não melhorados. Raramente, entretanto, estas equipes têm au-
devem ser vistos como fonte de resistência ao processo de toridade para implementar unilateralmente suas sugestões.
mudança, pois as identidades dos indivíduos podem ser Equipes de trabalho autogerenciadas: São equipes
reconstruídas sem alterá-los. autônomas, que podem não apenas solucionar os proble-
O momento da mudança geralmente é caracterizado mas, mas também implementar as soluções e assumir total
por uma indefinição quanto à própria identidade da orga- responsabilidade pelos resultados. São grupos de funcio-
nização, quesito básico para que as pessoas se situem e nários que realizam trabalhos muito relacionados ou inter-
consigam direcionar esforços para objetivos predefinidos. dependentes e assuem muitas das responsabilidades que
No entanto Schein (1989) reforça que o processo evolucio- antes eram de seus antigos supervisores.
nário geralmente não muda alguns elementos identitários Normalmente, isso inclui o planejamento e o crono-
profundos da organização, aqueles princípios e conceitos grama de trabalho, a delegação de tarefas aos membros,
que se encontram profundamente assimilados pelos seus o controle coletivo sobre o ritmo de trabalho, a tomada de
membros. decisões operacionais e a implementação de ações para
As mudanças organizacionais mais complexas ocorrem, solucionar problemas. As equipes de trabalho totalmente
quando envolvem a razão de ser da organização. Giroux e autogerenciadas até escolhem seus membros e avaliam o
Dumas (1997) observam que as fusões e aquisições de em- desempenho uns dos outros.
presas representam um tipo de experiência de mudança Consequentemente, as posições de supervisão perdem
que força os indivíduos a renunciarem ao seu passado e, a sua importância e até podem ser eliminadas.
então, a desconstruírem seus engajamentos precedentes Equipes multifuncionais: São equipes formadas por
em certa forma de trabalhar, em certo estilo de relações funcionários do mesmo nível hierárquico, mas de diferen-
sociais ou de práticas culturais. Esse tipo de mudança exige tes setores da empresa, que se juntam para cumprir uma
das pessoas mais do que a aprendizagem de novos modos tarefa. As equipes desempenham várias funções (multifun-
de fazer (novos métodos e equipamentos) e novas formas ções), ao mesmo tempo, ou seja, não há especificação para
de ligação (nova estrutura, nova cultura). cada membro. O sentido de equipe é exatamente esse, os
Segundo Hogg e Terry (2000), uma fusão ou aquisição membros compensam entre si as competências e as carên-
é um caso especial de alteração da dinâmica das relações cias, num aprendizado contínuo.
intragrupos e intergrupos nas organizações. Nesses casos, As equipes multifuncionais representam uma forma
a resistência tende a ser maior, pois se torna necessário eficaz de permitir que pessoas de diferentes áreas de uma
mudar os elementos identitários mais profundos e já com- empresa (ou até de diferentes empresas) possam trocar
pletamente incorporados pelos membros da organização. informações, desenvolver novas ideias e solucionar pro-
Para Barros e Rodrigues (2001), quando uma empresa é ad- blemas, bem como coordenar projetos complexos. Eviden-
quirida por outra, o sentimento de inferioridade da primei- temente, não é fácil administrar essas equipes. Seus pri-
ra gera tensão e descontentamento, ampliados pelo temor 4 Por Karina Ribeiro Fernandes/José Carlos Zanelli

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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO/SITUAÇÕES GERENCIAIS

meiros estágios de desenvolvimento, enquanto as pessoas vida em grupo, principalmente nos processos de comuni-
aprendem a lidar com a diversidade e a complexidade, cos- cação, no relacionamento interpessoal, no comportamento
tumam ser muito trabalhosos e demorados. Demora algum organizacional e na produtividade.
tempo até que se desenvolva a confiança e o espírito de
equipe, especialmente entre pessoas com diferentes histó- Valores: Representa a convicções básicas de que um
ricos, experiências e perspectivas. modo específico de conduta ou de condição de existência
Equipes Virtuais: Os tipos de equipes analisados até é individualmente ou socialmente preferível a modo con-
agora realizam seu trabalho face a face. As equipes virtuais trário ou oposto de conduta ou de existência. Eles contêm
usam a tecnologia da informática para reunir seus mem- um elemento de julgamento, baseado naquilo que o indi-
bros, fisicamente dispersos, e permitir que eles atinjam um víduo acredita ser correto, bom ou desejável. Os valores
objetivo comum. Elas permitem que as pessoas colaborem costumam ser relativamente estáveis e duradouros.
on-line utilizando meios de comunicação como redes in-
ternas e externas, videoconferências ou correio eletrônico Atitudes: As atitudes são afirmações avaliadoras – fa-
– quando estão separadas apenas por uma parede ou em voráveis ou desfavoráveis – em relação a objetos, pessoas
outro continente. São criadas para durar alguns dias para ou eventos. Refletem como um indivíduo se sente em rela-
a solução de um problema ou mesmo alguns meses para ção a alguma coisa. Quando digo “gosto do meu trabalho”
conclusão de um projeto. Não são muito adequadas para estou expressando minha atitude em relação ao trabalho.
tarefas rotineiras e cíclicas. As atitudes não são o mesmo que os valores, mas ambos
estão inter-relacionados e envolve três componentes: cog-
Em todo processo onde haja interação entre as pessoas nitivo, afetivo e comportamental.
vamos desenvolver relações interpessoais. A convicção que “discriminar é errado” é uma afirma-
Ao pensarmos em ambiente de trabalho, onde as ati- tiva avaliadora. Essa opinião é o componente cognitivo de
vidades são predeterminadas, alguns comportamentos são uma atitude. Ela estabelece a base para a parte mais crítica
precisam ser alinhados a outros, e isso sofre influência do de uma atitude: o seu componente afetivo. O afeto é o seg-
aspecto emocional de cada envolvido tais como: comu- mento da atitude que se refere ao sentimento e às emo-
nicação, cooperação, respeito, amizade. À medida que as ções e se traduz na afirmação “Não gosto de João porque
atividades e interações prosseguem, os sentimentos des-
ele discrimina os outros”. Finalmente, o sentimento pode
pertados podem ser diferentes dos indicados inicialmente
provocar resultados no comportamento. O componente
e então – inevitavelmente – os sentimentos influenciarão as
comportamental de uma atitude se refere à intenção de se
interações e as próprias atividades. Assim, sentimentos po-
comportar de determinada maneira em relação a alguém
sitivos de simpatia e atração provocarão aumento de inte-
ou alguma coisa. Então, para continuar no exemplo, posso
ração e cooperação, repercutindo favoravelmente nas ati-
decidir evitar a presença de João por causa dos meus sen-
vidades e ensejando maior produtividade. Por outro lado,
timentos em relação a ele.
sentimentos negativos de antipatia e rejeição tenderão à
Encarar a atitude como composta por três componen-
diminuição das interações, ao afastamento nas atividades,
com provável queda de produtividade. tes – cognição, afeto e comportamento – é algo muito útil
Esse ciclo “atividade-interação-sentimentos” não se re- para compreender sua complexidade e as relações poten-
laciona diretamente com a competência técnica de cada ciais entre atitudes e comportamento. Ao contrário dos va-
pessoa. Profissionais competentes individualmente podem lores, as atitudes são menos estáveis.
render muito abaixo de sua capacidade por influência do
grupo e da situação de trabalho. Eficácia no relacionamento interpessoal
Quando uma pessoa começa a participar de um grupo, A competência interpessoal é a habilidade de lidar
há uma base interna de diferenças que englobam valores, eficazmente com relações interpessoais, de lidar com ou-
atitudes, conhecimentos, informações, preconceitos, expe- tras pessoas de forma adequada à necessidade de cada
riência anterior, gostos, crenças e estilo comportamental, uma delas e às exigências da situação. Segundo C. Argyris
o que traz inevitáveis diferenças de percepções, opiniões, (1968) é a habilidade de lidar eficazmente com relações in-
sentimentos em relação a cada situação compartilhada. Es- terpessoais de acordo com três critérios:
sas diferenças passam a constituir um repertório novo: o Percepção acurada da situação interpessoal, de suas
daquela pessoa naquele grupo. Como essas diferenças são variáveis relevantes e respectiva interrelação.
encaradas e tratadas determina a modalidade de relacio- Habilidade de resolver realmente os problemas de tal
namento entre membros do grupo, colegas de trabalho, modo que não haja regressões.
superiores e subordinados. Por exemplo: se no grupo há Soluções alcançadas de tal forma que as pessoas en-
respeito pela opinião do outro, se a idéia de cada um é volvidas continuem trabalhando juntas tão eficientemen-
ouvida, e discutida, estabelece-se uma modalidade de rela- te, pelo menos, como quando começaram a resolver seus
cionamento diferente daquela em que não há respeito pela problemas.
opinião do outro, quando idéias e sentimentos não são ou- Dois componentes da competência interpessoal assu-
vidos, ou ignorados, quando não há troca de informações. mem importância capital: a percepção e a habilidade pro-
A maneira de lidar com diferenças individuais criam certo priamente dita. O processo da percepção precisa ser treina-
clima entre as pessoas e tem forte influência sobre toda a do para uma visão acurada da situação interpessoal.

49
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO/SITUAÇÕES GERENCIAIS

A percepção seletiva é um processo que aparece na co- Ele simboliza a estratégia da organização e de seus
municação, pois os receptores vêm e ouvem seletivamente gestores de delegar a tomada de decisão para seus cola-
com base em suas necessidades, experiências, formação, boradores, promovendo a flexibilidade, rapidez e melhoria
interesses, valores, etc. no processo de tomada de decisão da empresa.
A percepção social: É o meio pelo qual a pessoa forma O empowerment permite aos funcionários da empre-
impressões de uma outra na esperança de compreendê-la. sa tomarem decisões com base em informações fornecidas
pelos gestores, aumentando sua participação e responsa-
Empatia
bilidade nas atividades da empresa. Geralmente é utilizado
Colocar-se no lugar do outro, mediante sentimentos e
situações vivenciadas. em organizações com cultura participativa, que utilizam
“Sentir com o outro é envolver-se”. A empatia leva ao equipes de trabalho autodirigidas e que compartilham o
envolvimento, ao altruísmo e a piedade. Ver as coisas da poder com todos os seus funcionários.
perspectiva dos outros quebra estereótipos tendenciosos O empowerment está diretamente ligado ao conceito
e assim leva a tolerância e a aceitação das diferenças. A de liderança e, também, cultura organizacional. Uma vez
empatia é um ato de compreensão tão seguro quanto à que não se pode criar uma cultura de delegação de poder
apreensão do sentido das palavras contidas numa página aos funcionários em uma empresa engessada e burocráti-
impressa. ca, sem uma estrutura de hábitos e pensamentos prepa-
A empatia é o primeiro inibidor da crueldade humana: rada para isso. A empresa que pretende se utilizar de uma
reprimir a inclinação natural de sentir com o outro nos faz prática como o empowerment não pode ter uma cultura
tratar o outro como um objeto. de tomada de decisões centralizada, por exemplo.
O ser humano é capaz de encobrir intencionalmente a O empowerment possui quatro bases principais, que
empatia, é capaz de fechar os olhos e os ouvidos aos ape-
são:
los dos outros. Suprimir essa inclinação natural de sentir
com outro desencadeia a crueldade.
• Poder – dar poder às pessoas, delegando autori-
Empatia implica certo grau de compartilhamento emo- dade e responsabilidade em todos os níveis da organiza-
cional - um pré-requisito para realmente compreender o ção. Isso significa dar importância e confiar nas pessoas,
mundo interior do outro. dar-lhes liberdade e autonomia de ação.
• Motivação – proporcionar motivação às pessoas
A empatia nas empresas para incentivá-las continuamente. Isso significa reconhecer
Qual a relação entre empatia e produtividade? o bom desempenho, recompensar os resultados, permitir
“O conceito de empatia está relacionado á capacidade que as pessoas participem dos resultados de seu trabalho
de ouvir o outro de tal forma a compreender o mundo a e festejem o alcance das metas.
partir de seu ponto de vista. Não pressupõe concordância • Desenvolvimento – dar recursos às pessoas em
ou discordância, mas o entendimento da forma de pen- termos de capacitação e desenvolvimento pessoal e pro-
sar, sentir e agir do interlocutor. No momento em que isso fissional. Isso significa treinar continuamente, proporcionar
ocorre de forma coletiva, a organização dialoga e conhece informações e conhecimento, ensinar continuamente no-
saltos de produtividade e de satisfação das pessoas”.
vas técnicas, criar e desenvolver talentos na organização.
“A empatia é primordial para o desenvolvimento das • Liderança – proporcionar liderança na organiza-
organizações pois, ela é que define no comportamento ção. Isso significa orientar as pessoas, definir objetivos e
individual a preocupação de cada indivíduo no equilíbrio metas, abrir novos horizontes, avaliar o desempenho e pro-
comportamental de todos os envolvidos no processo, pois, porcionar retroação.
empatia pressupõe o respeito ao outro.” Alguns gestores pensam que o ato de delegar a toma-
É quando desenvolvemos a compreensão mútua, da de decisão para um funcionário é sinônimo de perda de
ou seja, um tipo de relacionamento onde as partes controle ou liderança. Este é um ponto que merece uma
compreendem bem os valores, deficiências e virtudes do discussão maior, uma vez que abrange diversos aspectos,
outro. No contexto das relações humanas, pode-se afirmar mas o mais importante de se destacar é que o empower-
que o sucesso dos relacionamentos interpessoais depende ment valoriza os funcionários e melhora a condução dos
do grau de compreensão entre os indivíduos. Quando há processos internos à empresa.
compreensão mútua as pessoas comunicam-se melhor e
conseguem resolver conflitos de modo saudável.
Vantagens do empowerment
Empoderamento Com mencionado anteriormente, a adoção do em-
Para Chiavenato, o empowerment ou empoderamento, powerment por parte das empresas traz diversos benefí-
é uma ação que permite melhorar a qualidade e a produ- cios para elas, como por exemplo: o aumento da motivação
tividade dos colaboradores, fazendo com que o resultado e da satisfação dos funcionários, aumentando assim a taxa
do serviço prestado seja satisfatoriamente melhor. Estas de retenção dos talentos da empresa, o compartilhamento
melhorias acontecem através de delegação de autoridade das responsabilidades e tarefas, maior agilidade e flexibili-
e de responsabilidade, fomentando a colaboração sistêmi- dade no processo de tomada de decisão, etc. Além, claro,
ca entre diferentes níveis hierárquicos e a propagação de de estimular o aparecimento de novos líderes dentro das
confiança entre os liderados e os líderes. empresas.

50
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO/SITUAÇÕES GERENCIAIS

Por este motivo, é cada vez maior o número de ges-


tores que preparam suas organizações para a prática do VII. RESPONSABILIDADE, COORDENAÇÃO,
empowerment, treinando e doutrinando seus funcionários AUTORIDADE, PODER E DELEGAÇÃO
para que possam receber tais responsabilidades de forma
correta.
Para Carlos Hilsdorf, o empowerment corresponde a
uma relação que envolve poder e responsabilidade, como Organização da empresa é definida como a ordenação
duas faces de uma mesma moeda.  Para promovê-lo, não e agrupamento de atividades e recursos, visando ao alca-
basta transferir verbalmente poder às pessoas; elas preci- nce dos objetivos e resultados estabelecidos.
sam ter reais condições de agir no pleno exercício da sua Para a adequada organização de uma empresa, pode-
responsabilidade, desenvolvendo o que chamamos de se considerar o desenvolvimento de alguns aspectos:
“ownership“, ou seja, agirem como intraempreendedores
e como se fossem “proprietárias” do negócio, pensando • estrutura organizacional
como empresários. • rotinas e procedimentos administrativos

Aplicação do empowerment Além da organização da empresa, o administrador tem


três outras funções básicas:
Segundo Hilsdorf, para uma correta implantação do
empowerment é necessário: • planejamento da empresa, que representa o esta-
1. Um profundo compartilhamento das informa- belecimento de objetivos e resultados estabelecidos e dos
ções com todos os envolvidos. A informação é o objeto meios mais adequados para se alcançar estas metas
que destrói a incerteza. Ela é fundamental para a correta • a direção da empresa, que representa a orientação
tomada de decisões. A Informação deve circular, de manei- e/ou coordenação e/ou motivação e/ou liderança das
ra clara, transparente e adaptada à condição e necessidade atividades e recursos visando alcançar os objetivos e resul-
de cada equipe em particular. Algumas informações gerais tados esperados; e
para o bom entendimento do negócio e do cenário devem • controle da empresa, que representa o controle e
ser compartilhadas com todas as pessoas, outras mais res- a avaliação dos resultados obtidos em relação aos objeti-
tritas e sigilosas, apenas com as pessoas-chave. vos e resultados esperados
2. A abertura para uma real autonomia dando
às pessoas não somente as informações, mas o apoio Quando a estrutura organizacional é estabelecida de
forma adequada, ela propicia:
e a liberdade necessária para agirem. É preciso confiar
nestes profissionais e incentivá-los a liderar os processos • identificação das tarefas necessárias
em que estão envolvidos, e sob os quais assumiram • organização das funções e responsabilidades
responsabilidades. Uma cultura punitiva impede a • informações, recursos e feedback aos empregados
autonomia; erros devem ser corrigidos, não punidos. A • medidas de desempenho compatíveis com os ob-
autonomia deve guiar-se pela visão, missão e valores jetivos
da empresa, assim como por seus objetivos e metas, • condições motivadoras
dentro do contexto dos sistemas e processos em vigor na
organização. Estrutura Informal da Organização
3. Redução dos níveis hierárquicos e da Estrutura informal é a rede de relações sociais e pesoais
burocracia que tornam as empresas lentas e rígidas. Através que não é estabelecida ou requerida pela estrutura formal.
da prática de empowerment, equipes autogerenciadas Surge da interação social das pessoas, o que significa que
se desenvolve espontaneamente quando as pessoas se
podem atingir alta performance e buscar a excelência em
reúnem. Portanto, apresenta relações que não aparecem
níveis muito superiores aos de empresas centralizadoras. no organograma.
Seguindo estes 3 passos básicos, a empresa torna sua A estrutura informal focaliza as pessoas e suas relações.
adaptação mais fácil e menos traumática. Gerando um am- A estrutura formal focaliza autoridades e responsabilidades.
biente apropriado para o aprendizado dos funcionários a Do ponto de vista de administradores, a estrutura in-
fim de torná-los tomadores de decisão dentro da empresa.5 formal é um empecilho que regularmente oferece resistên-
cia às ordens formais, ou as altera ou ainda as cumpre por
um procedimento diferente do desejado. Independente de
ser útil ou prejudicial, a primeira característica da estrutura
informal é não poder ser extinta.
Em contraste com o fluxo descendente da autoridade
formal, a autoridade informal flui, na maioria das vezes de
maneira ascendente ou horizontalmente. É mais um priv-
ilégio que um direito. É geralmente mais instável que a au-
toridade formal, pois está sujeita aos sentimentos pessoais.
Devido à sua natureza subjetiva, a estrutura informal não
está sujeita ao controle da direção, como o está a estrutura
formal.
5 Texto adaptado de Gustavo Periard

51
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO/SITUAÇÕES GERENCIAIS

A estrutura formal pode crescer bastante, mas as estruturas informais tendem a ficar menores, de maneira a per-
manecerem dentro dos limites das relações pessoais. Há, entretanto, muitas estruturas informais dentro de uma grande
empresa. Elas existem em todos os níveis. Algumas são confinadas apenas à empresa enquanto que outras podem ser
parcialmente externas à empresa.
Características que favorecem o surgimento da liderança informal: idade, antiguidade, competência técnica, localização
no trabalho, liberdade de se mover na área de trabalho, personalidade agradável e comunicativa. Embora cada pessoa em
um grupo de trabaho possa ser líder de alguma pequena estrutura informal, geralmente há um líder primário que está
acima dos outros. A administração deve saber quem é o líder informal e trabalhar com essa pessoa a fim de assegurar que
esta liderança esteja acompanhando os objetivos da empresa em vez de antagonizá-los.
Estrutura informal é um bom lugar para líderes formais se desenvolverem e adquirirem experiência. Entretanto, líderes
informais podem falhar como líderes formais por não lidarem bem com a responsabilidade formal.
O grupo surge e persiste para manter os desejos de seus membros e, envolve, basicamente, o desenovolvimento e ma-
nutençao da cultura do do grupo, o desenvolvimento e manutenção de sistemas e canais de comunicação e o exercício do
controle social, através do qual o comportamento dos outros é influenciado e regulado. O controle social acontece interna e
externamente. O controle interno acontece para que membros do grupo se comportem de acordo com a cultura do grupo.
O controle externo é dirigido aos de for a do grupo, tais como diretoria, sindicato. A pressão do controle externo pode ser
bastante grande por exemplo, por ocasião de alguma greve.
Uma administração efetiva resulta numa situação em que a estrutura informal complementa o trabalho - o ideal é haver
perfeita interação entre os dois tipos de estruturas. O quadro a seguir itemiza as principais vantagens e desvantagens da
estrutura informal em uma organização.

Vantagens Desvantagens
• proporciona maior rapidez no processo
• reduz distorções existentes na estrutura formal • desconhecimento das chefias
• complementa a estrutura formal • dificuldade de controle
• reduz a carga de comunicação dos chefes • possibilidade de atritos entre pessoas
• motiva e integra as pessoas da empresa

Fatores que condicionam o aparecimento dos grupos informais:


• interesses comuns que se desenvolvem entre um certo número de pessoas que, através deles, passam a sin-
tonizar-se mais intimamente
• a interação provocada pela própria estrutura formal
• os defeitos na estrutura formal
• a flutuação do pessoal dentro da empresa provoca, normalmente, alteração dos grupo sociais informais
• períodos de lazer
• disputa do poder

Estrutura Formal da Organização


A estrutura formal é a representada pelo organograma da empresa e os seus aspectos básicos são apresentados e
discutidos a seguir.
Elaboração da estrutura organizacional
Estrutura organizacional é o conjunto ordenado de responsabilidades, autoridades, comunicações e decisões das uni-
dades organizacionais de uma empresa.
A estrutura organizacional é dinâmica, principalmente quando são considerados os seus aspectos informais proveni-
entes da caracterização das pesoas que fazem parte de seu esquema. Deve ser delineada consideranedo as funções de
administração como um instrumento para facilitar o alcance dos objetivos estabelecidos.

Tipos de Estrutura Organizacional


Na consideração dos tipos de estrutra organizacional deve-se lembrar que estes são os resultados da departamental-
ização (funcional, clientes, produtos, territorial, por projetos, matricial, etc.).

Entre os fatores internos que influenciam a natureza da estrutura organizacional da empresa (Drucker, 1962) estão:

• a natureza dos objetivos estabelecidos para a empresa e seus membros


• as atividades operantes exigidas para realizar esses objetivos
• a sequência de passos necessária para proporcionar os bens ou serviços que os membros e clientes desejam ou
necessitam
• as funções administrativas a desempenhar
• as limitações da habilidade de cada pessoa na empresa e limitações tecnológicas
• as necesidades sociais dos membros da empresa
• tamanho da empresa

52
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO/SITUAÇÕES GERENCIAIS

Com vistas no delineamento da estrutura organizacional, Vasconcellos (1972:145) apresenta os seus componentes,
condicionates e níveis de influência que podem ser assim resumidos:

A- componentes da estrutura organizacional


• sistema de responsabilidade (resultado da alocação deatividades), constituído por: departamentalização; linha e
assessoria e especialização do trabalho
• sistema de autoridade (resultado da distribuição do poder), constituído por: amplitude administrativa e níveis hi-
erárquicos; delegação e descentralização/centralização
• sistemas de comunicações (resultado da interação entre unidades organizacionais), constituído por: o que, como,
quando, de quem e para quem comunicar)

Pode-se considerar mais um sistema componente da estrutura organizacional: o sistema de decisão (resultado da ação
sobre as informações).

B- condicionantes da estrutura organizacional


Vasconcellos (1972:1) resume em:
• objetivos e estratégias
• ambiente
• tecnologia
• recursos humanos

C- níveis de influência da estrutura organizacional


• estratégico
• tático
• operacional

Considerações Básicas sobre Componentes, Condicionantes e Níveis de Influência da Estrutura Organizacional

A- COMPONENTES
Sistema de Responsabilidade
Responsabilidade refere-se à obrigação que uma pessoa tem de fazer alguma coisa para outrem (Jucius e
Schhelender, 1968:232)

O sistema de responsabilidade refere-se à alocação das atividades inerentes a esta obrigação (Vasconcelos, 1972:154)

Aspectos básicos do sistema de responsabilidade são: a) Departamentalização b) Linha e Assessoria c) Atribuições das
unidades organizacionais (a) b) e c) serão abordados futuramente).

Sistema de Autoridade
Autoridade é o direito para fazer alguma coisa. Ela pode ser o direito de tomar decisões, de dar ordens e re-
querer obediência, ou simplesmente o direito de desempenhar um trabalho que foi designado. A autoridade poder
formal ou informal (Jucius e Schelender 1968:234)

53
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO/SITUAÇÕES GERENCIAIS

Teorias básicas sobre a origem da autoridade (apresentadas por Koontz e O’Donnell 1973:48)
teoria formal da autoridade: a origem da autoridade na empresa deve obedecer a uma hierarquia, assim como a
empresa se baseia nas instituições (sociais, políticas, econômicas, religiosas) para estabelecer suas normas internas. Essas
instituições mudam à medida que os costumes, tradições e leis do povo mudam.
teoria da aceitação da autoridade: a origem da autoridade é a aceitação das ordens, desde que sejam compreendidas
e estejam dentro das funções do subordinado. É uma teoria discutível, porque na prática o subordinado, pressionado pelo
grupo, acabará obedecendo à ordem.
teoria da competência: a autoridade pode provir de qualidades pessoais de competência técnica. Dentro do grupo de
subordinados pode existir um que se sobressaia e acaba transformando os outros em subordinados, apensar de não possuir
autoridade devida.
Devem-se considerar os tipos de autoridade, a saber: hierárquica e funcional. A hierárquica segue as linhas de comando
estabelecidas pela estrutura hierárquica da empresa. A autoridade funcional corresponde à autoridade estabelecida pela
função exercida pelas unidades organizacionais. Autoridade funcional deve ser muito bem estabelecida pela empresa, para
evitar possíveis problemas de duplicidade de comando. O ideal é a autoridade funcional estar correlacionada apenas ao
estabelecimento de políticas administrativas.
Aspectos básicos do sistema de autoridade são: a) delegação, b) centralização e descentralização c) níveis hierárquicos
d) amplitude de controle.

presidente

A
diretoria de diretoria diretoria das
marketing financeira regionais
B C

Autoridade
D E Regional Norte
Hierárquica

Autoridade
setor de setor de caixa
Funcional
vendas

Sistema de Comunicações
Comunicação é um processo mediante o qual uma mensagem é enviada por um missor, através de um determinado
canal, e entendida por um receptor (Vasconcellos, 1972:10)

No sistema de comunicações deve ser considerado:


• que/como/quando deve ser comunicado?
• de quem deve vir a informação?
• para quem deve ir a informação?
• por que deve ser comunicado?
• quanto deve ser comunicado?
Na transmissão da informação deve-ser considerar a interferência denominada ruído, que compreende qualquer coisa
que se mova no canal que não sejam os sinais ou mensagens reais desejados pelo emissor. Alguns aspectos básicos do
sistema de comunicações nas empresas são:

1) Esquemas de comunicação: formal (planejado, facilitado e controlado) e informal (surge espontaneamente na empre-
sa, em reação às necessidades de seus membros).
Comunicação informal pode ser boa ou ruim para uma empresa. A alta administração da empresa pode aumentar ou
diminuir a comunicação informal, com o uso de determinados artifícios, entre os quais: alteração de arranjo físico; utilização
de pequenas salas de reunião ou de café; alteração da estrutura organizacional e prática de competições esportivas.

54
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO/SITUAÇÕES GERENCIAIS

2) Fluxos da Comunicação
As comunicações podem acontecer via os seguintes fluxos:
• horizontal: realizado entre unidades organizacionaisdirefenres, mas do mesmo nível hierárquico
• diagonal ou transversal, realizado entre unidades organizacionais e níveis diferentes
• vertical, realizado entre níveis diferentes, mas da mesma área

3) Custo da Comunicação
No estudo das comunicações entre pessoas ou unidades organizacionais, deve-se levar em consideração o aspecto custo
para a empresa, pois a análise da transmissão das informações mostra que ela é muito mais custosa do que se poderia pensar,
não tanto devido às despesas de apoio necessárias, mas principalmente em função do tempo que ela absorve e das demoras
que acarreta (Litterer, 1970:82).

Lei de N.C. Parkison: todo trabalho se dilata de maneira a ocupar todo o tempo disponível.

O que Parkinson considerou como causas do aumento de custos na estrutura organizacional (Lodi, 1972:51):
• demasiado número de níveis hierárquicos envolvidos na supervisão de atividades correntes a curto prazo;
• demasiado número de estágios na elaboração das decisões
• existência de grandes serviços funcionais ou de assessoria
• complexidade da estrutura, responsablidades diluídas, comissões de coordenação, etc.
• unidades organizacionais sem objetivos mensuráveis, função vaga e qualitativa, chefia sem agressividade;
• unidades organizacionais sem meios completos e autônomos para atingirem seus objetivos
• unidades organizacionais que trabalham abaixo da dimensão necessária

B- CONDICIONANTES DA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL


Fator Humano
Fayol (1976:27) enumera que ão necessárias determinadas qualidades humanas cuja importância aumenta à medida que
a pessoa sobe na hierarquia. Ele considera as seguintes capacidades: técnica, de comando, administrativa, de cooperação e
de integração.

Fator Ambiente Externo


Análise do processo de relacionamento entre a empresa e seu ambiente.

Fator Sistema de Objetivos e Estratégias


Objetivo é o alvo ou situação que se pretende atingir.
Estratégia é a definição do caminho mais adequado para alcançar o objetivo
O fator sistema de objetivos e estratégias tem inflência na estrutura organizacional à medida que, quando os objetivos e
estratégias estão bem definidos e claros, é mais fácil organizar, pois se sabe o que esperar de cada membro do grupo que
compõe a empresa.
Fator Sistema de Objetivos e Estratégias
Vasconcellos (1972:7) considera o fator tecnológico como o conjunto de conhecimentos que são utilizados para opera-
cionalizar as atividades na empresa para que seus objetivos possam ser alcançados.

C- NÍVEIS DE INFLUÊNCIA DA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL


No desenvolvimento de uma estrutura organizacional tem-se os seguintes níveis de influência:
• nível estratégico
• nível tático
• nível operacional

Estes níveis de influência estão relacionados aos tipos de planejamento, que podem ser visualizados numa “pirâmide
empresarial”:

nível estratégico planejamento estratégico

nível tático planejamento tático

nível operacional planejamento operacional

55
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO/SITUAÇÕES GERENCIAIS

O planejamento estratégico pode ser conceituado • implantação efetiva


como um processo gerencial que possibilita ao executivo • acompanhamento e avaliação do processo
estabelecer o rumo a ser seguido pela empresa com vistas
a obter um nível de otimização na relação da empresa com 3) Resistências que podem ocorrer
seu ambiente. O nível estratégico de influência considera
a estrutura organizacional de toda a empresa e a melhor Avaliação da Estrutura Organizacional
interação desta com o ambiente. É um procedimento através do qual se verifica o que a
Exemplo: necesidade de criação de uma nova divisão estrutura organizacional tem de bom e de ruim. Para tanto
da empresa para melhor adequação de um produto ao seu deve-se fazer:
mercado.
• levantamento da estrutura atual
O planejamento tático tem por finalidade otimizar de- • delineamento da estrutura ideal
terminada área de resultado e não a empresa como um
todo. O analista de OSM deve comparar estes dois aspectos
Exemplo: divisão de uma área industrial em duas áreas e obter a avaliação da estrutura organizacional. Pode re-
(produção e técnica) para ter melhor administração dos re- forçar a avaliação determinando o desempenho da empre-
cursos da empresa. sa em termos de:

O planejamento operacional pode ser considerado • resultados apresentados


como a formalização, principalmente através de documen- • problemas evidenciados
tos escritos, das metodologias de desenvolvimento e im- • nível de satisfação dos funcionários da empresa
plementação estabelecidas. O planejamento operacional
cria condições para a adequada realização dos trabalhos Etapas da Avaliação da Estrutura Organizacional
1) Levantamento
diários da empresa.
identificação dos problemas evidenciados pelos usuári-
os
Plano de Implantação da Estrutura Organizacional
entrevista com os elementos-chave da empresa
Três aspectos básicos devem ser considerados:
2) Análise
• a mudança da estrutura organizacional • análise dos dados levantados anteriormente
• o processo de implantação • interligação dos dados levantados, verificando sua
• as resistências que podem ocorrer veracidade e considerando os vários subsistemas da em-
presa
1) Mudança na estrutura organizacional • estabelecimento dos padrões e critérios de aval-
Aspectos a serem considerados iação
• ter ciência que a estrutura organizacional mais ad- • identificação do efeito de cada um dos dados le-
equada depende da atual vantados na situação atual da estrutura organizacional da
• atentar para a necessidade de antecipar forças re- empresa
stritivas e proipulsoras que podem ter influência no pro-
cesso 3) Avaliação
• a importância do fator humano • estabelecimento da situação dos quatro compo-
• a qualidade técnica da nova estrutura organizacio- nentes da estrutura organizacional na empresa
nal é insuficiente para o sucesso da mudança • verificação do envolvimento de cada um dos qua-
• a importância do planejamento da mudança, para tro condicionantes sobre a estrutura organizacional
evitar ou minimizar possíveis problemas maiores na sua • verificação do nível de influência de cada nível da
efetivação empresa - estratégico, tático e operacional - para o delin-
• antes de mudar a estrutura organizacional, verifi- eamento da estrutura organizacional.
car se não há uma situação alternativa mais adequada
• ter sempre em mente a importância da partici- Para uma adequada avaliação da estrutura organi-
zacional é necessário que se estabeleça, anteriormente, um
pação conjunto de políticas que devem servir de sustentação para
• antes de efetivar a mudança, identificar e analis- todo o processo decisório. Políticas inerentes à estrutura
ar o problema, bem como o que será mudado e quais as organizacional que uma empresa pode julgar válido adotar
variáveis a serem consideradas podem visar uma estrutura organizacional
• adequada aos mercados existentes
2) Processo de implantação • adequada às novas tecnologias
Aspectos a serem considerados: • descentralizada no processo decisório e central-
• análise e aprovação pela diretoria da empresa (as- izada no sistema de controle
pectos conceituais) • voltada para resultados
• análise e aprovação pelos responsáveis das várias • racionalizada com operacionalização descentral-
unidades organizacionais (aspectos conceiturais e princi- izada dos sistemas administrativos6
palmente descritivos) 6 Por Marcel de Freitas

56
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO/SITUAÇÕES GERENCIAIS

desempenho numa variação de ruim a excepcional. Para


VIII. AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO cada graduação pode haver exemplos de comportamentos
esperados para facilitar a observação da existência ou não
do indicador. Permite a elaboração de gráficos que facilita-
rão a avaliação e acompanhamento do desempenho histó-
rico do avaliado.
A maneira mais eficaz do gestor demonstrar que está a • Escolha e distribuição forçada: consiste na ava-
par dos resultados apresentados por seus colaboradores é liação dos indivíduos através de frases descritivas de de-
acompanhando de perto as atividades que esses realizam. E terminado tipo de desempenho em relação às tarefas que
o método mais eficaz de demonstrar este acompanhamen- lhe foram atribuídas, entre as quais o avaliador é forçado
to é através da Avaliação de Desempenho do colaborador. a escolher a mais adequada para descrever os comporta-
A avaliação de desempenho é uma ferramenta da gestão mentos do avaliado. Este método busca minimizar a subje-
de pessoas que visa analisar o desempenho individual tividade do processo de avaliação de desempenho.
ou de um grupo de funcionários em uma determinada • Pesquisa de campo: baseado na realização de
empresa. É um processo de identificação, diagnóstico e reuniões entre um especialista em avaliação de desempe-
análise do comportamento de um colaborador durante um nho da área de Recursos Humanos com cada  líder, para
intervalo de tempo, analisando sua postura profissional, avaliação do desempenho de cada um dos subordinados,
seu conhecimento técnico, sua relação com os parceiros levantando-se os motivos de tal desempenho por meio de
de trabalho etc. análise de fatos e situações. Este método permite um diag-
Este método tem por objetivo analisar as melhores nóstico padronizado do desempenho, minimizando a sub-
práticas dos funcionários, proporcionando um crescimento jetividade da avaliação. Ainda possibilita o planejamento,
profissional e pessoal, visando um melhor desempenho de conjuntamente com o líder, do desenvolvimento profissio-
suas funções no ambiente de trabalho. Além disso, é uma nal de cada um.
importante ferramenta de auxílio à administração de recur- • Incidentes críticos: enfoca as atitudes que repre-
sos humanos da empresa, alimentando-a com informações sentam desempenhos altamente positivos (sucesso), que
que auxiliam a tomada de decisão sobre práticas de devem ser realçados e estimulados, ou altamente negati-
bonificação, aumento de salários, demissões, necessidades vos (fracassos), que devem ser corrigidos através de orien-
de treinamento etc. tação constante. O método não se preocupa em avaliar as
Segundo Wagner Siqueira, o processo de avaliação de situações normais. No entanto, para haver sucesso na utili-
desempenho de um colaborador inclui, dentre outras, as zação desse método, é necessário o registro constante dos
expectativas desejadas e os resultados reais. Sendo divida fatos para que estes não passem despercebidos.
em algumas etapas: • Comparação de pares: também conhecida como
• Apreciação diária do comportamento do colabo- comparação binária, faz uma comparação entre o desem-
rador, seus progressos e limitações, êxitos e insucessos, penho de dois colaboradores ou entre o desempenho de
com oferecimento permanente de feedback instantâneo; um colaborador e sua equipe, podendo fazer o uso de
• Identificação e equacionamento imediato dos pro- fatores para isso. É um processo muito simples e pouco
blemas emergentes, procurando manter continuamente eficiente, mas que se torna muito difícil de ser realizado
um alto padrão de motivação e de obtenção de resultados; quanto maior for o número de pessoas avaliadas.
• Entrevistas formais periódicas de avaliação de de- • Autoavaliação: é a avaliação feita pelo próprio
sempenho, em que avaliador e avaliado analisam os resul- avaliado com relação a sua performance. O ideal é que
tados obtidos no período considerado e redefinem novas esse sistema seja utilizado conjuntamente a outros siste-
orientações, compromissos recíprocos e ações corretivas, mas para minimizar o forte viés e falta de sinceridade que
se for o caso. podem ocorrer.
• Relatório de performance: também chamada de
Neste processo, o gestor precisa avaliar as fraquezas avaliação por escrito ou avaliação da experiência, trata-se
e limitações dos funcionários, buscando identificar pontos de uma descrição mais livre acerca das características do
de melhoria, necessidade de treinamento ou até mesmo avaliado, seus pontos fortes, fracos, potencialidades e di-
remanejamento do indivíduo para outras funções em que mensões de comportamento, entre outros aspectos. Sua
poderia render melhor. desvantagem está na dificuldade de se combinar ou com-
Assim, o papel principal da avaliação de desempenho é parar as classificações atribuídas e por isso exige a suple-
identificar e trabalhar de forma sistêmica as diferenças de mentação de um outro método, mais formal.
desempenho entre os muitos funcionários da organização. • Avaliação por resultados: é um método de ava-
Tendo sempre como base a interação constante entre ava- liação baseado na comparação entre os resultados previs-
liador e avaliado. tos e realizados. É um método prático, mas que depende
Formas de avaliação de desempenho – Listamos abaixo somente do ponto de vista do supervisor a respeito do de-
os métodos mais tradicionais de avaliação: sempenho avaliado.
• Avaliação por objetivos: baseia-se numa avalia-
• Escalas gráficas de classificação: é o método mais ção do alcance de objetivos específicos, mensuráveis, ali-
utilizado nas empresas. Avalia o desempenho por meio de nhados aos objetivos organizacionais e negociados previa-
indicadores definidos, graduados através da descrição de mente entre cada colaborador e seu superior. É importante

57
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO/SITUAÇÕES GERENCIAIS

ressaltar que durante a avaliação não devem ser levados Este método é importante, também, para eliminar
em consideração aspectos que não estavam previstos nos “achismos” e palpites quando da avaliação de um funcio-
objetivos, ou não tivessem sido comunicados ao colabora- nário. É um meio de obter informações reais e avaliar de
dor. E ainda, deve-se permitir ao colaborador sua autoava- perto as implicações de uma possível mudança na gestão
liação para discussão com seu gestor. de recursos humanos da empresa.
• Padrões de desempenho: também chamada de Por isso, manter este tipo de avaliação pode trazer mui-
padrões de trabalho é quando há estabelecimento de me- tos benefícios e mudanças positivas na gestão de pessoas
tas somente por parte da organização, mas que devem ser de uma organização, seja qual for o seu tamanho. Com ela
comunicadas às pessoas que serão avaliadas. o gestor pode avaliar melhor seus subordinados, melhorar
• Frases descritivas: trata-se de uma avaliação atra- o clima de trabalho, investir no treinamento de seus pares,
vés de comportamentos descritos como ideais ou nega- melhorar a produtividade, desenvolver os métodos de re-
tivos. Assim, assinala-se “sim” quando o comportamento muneração, fazê-los trabalhar de forma mais eficiente etc.
do colaborador corresponde ao comportamento descrito, Todos ganham quando uma equipe é avaliada de forma
e “não” quando não corresponde. É diferente do método satisfatória pelos gerentes.
da Escolha e distribuição forçada no sentido da não obri-
gatoriedade na escolha das frases. Aplicações
•  Avaliação 360 graus: neste método o avaliado re- A avaliação de desempenho presta-se ao exercício de
cebe feedbacks (retornos) de todas as pessoas com quem diferentes funções administrativas, motivacionais e de co-
ele tem relação, também chamados de stakeholders, como municação, como citados a seguir:
pares, superior imediato, subordinados, clientes, entre ou- • Identificação de pontos fortes e fracos dos cola-
tros. boradores e, consequentemente, da organização;
• Avaliação de competências: trata-se da identifi- • Identificação de diferenças individuais;
cação de competências conceituais (conhecimento teóri- • Estímulo à comunicação interpessoal;
co), técnicas (habilidades) e interpessoais (atitudes) neces- • Desenvolvimento do conceito “equipe de dois”,
sárias para que determinado desempenho seja obtido. formada por chefe e subordinado;
• Avaliação de competências e resultados: é a • Informação ao colaborador de como o seu desem-
conjugação das avaliações de competências e resultados, penho é percebido;
ou seja, é a verificação da existência ou não das compe- • Estímulo ao desenvolvimento individual do avalia-
tências necessárias de acordo com o desempenho apre-
dor e do avaliado;
sentado.
• Indicações de promoções e de aumentos salariais
• Avaliação de potencial: com ênfase no desempe-
por mérito;
nho futuro, identifica as potencialidades do avaliado que
• Indicações de necessidade de treinamento;
facilitarão o desenvolvimento de tarefas e atividades que
• Gestão de crises nas equipes e nos processos ope-
lhe serão atribuídas. Possibilita a identificação de talentos
racionais (sistemas técnicos e sociais);
que estejam trabalhando aquém de suas capacidades, for-
• Auxílio na verificação de aprendizagens;
necendo base para a recolocação dessas pessoas.
• Identificação de problemas de trabalho em geral,
• Balanced Scorecard: sistema desenvolvido por
Robert S. Kaplan e David P. Norton na década de 90, avalia no relacionamento individual, intraequipe ou interequipes;
o desempenho sob quatro perspectivas: financeira, do • Registro histórico suplementar para ações admi-
cliente, dos processos internos e do aprendizado e cres- nistrativas de gestão;
cimento. São definidos objetivos estratégicos para cada • Apoio às pesquisas de clima organizacional.
uma das perspectivas e tarefas para o atendimento da
meta em cada objetivo estratégico.
IX. COMPROMISSO COM A QUALIDADE
Vantagens da Avaliação de desempenho
Por meio da  avaliação de desempenho  é possível
NOS SERVIÇOS PRESTADOS
identificar novos talentos dentro da própria organização, X. QUALIDADE NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS
por meio da análise do comportamento e das qualidades
de cada indivíduo. Gerando, assim, novas possibilidades
para remanejamento interno de colaboradores. Além de
poder oferecer bonificações e premiações aos funcionários O Estado tem passado a desempenhar um papel-chave
que mais se destacarem na avaliação. como produtor de valor público, e como tal tem priorizado
Outra vantagem é a possibilidade de gerar um feedba- a criação de condições para o desenvolvimento e o bem-
ck mais fácil aos funcionários analisados e gestores, uma vez -estar social, além da produção de serviços e da oferta de
que tem como resultado informações relevantes, sólidas e infraestrutura.
tangíveis para um resultado eficiente. Este feedback faz Esta mudança na função do Estado tem transformado
com que os avaliados queiram investir ainda mais em seu várias frentes da administração pública, pela exigência cada
desenvolvimento, melhorando seu desempenho e trazendo vez mais contundente dos cidadãos que exercem também
vantagens para a empresa. o papel de usuários dos serviços.

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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO/SITUAÇÕES GERENCIAIS

A crise fiscal do modelo anterior, uma vez esgotado o Estado atual. Desta forma, a Nova Gestão Pública fornece
período de esplendor do Estado do Bem-Estar, tem trazi- os elementos necessários à melhoria da capacidade de ge-
do novos problemas. Dentre eles, destaca-se a crescente renciamento da administração pública focada na Gestão da
necessidade de atender uma demanda irrefreável de bens Qualidade bem como à elevação do grau de governabilida-
públicos de boa qualidade, típica do Estado de Bem-Estar, de do sistema político.
porém hoje acompanhada da exigência de diminuir a pres- O conceito e a prática da GpR no setor público têm
são fiscal – inclusive naqueles casos em que ainda persiste um grau de desenvolvimento e consolidação relativamente
um modelo de estado anterior ao de bem-estar. Esta subs- baixo. Inicialmente, a GpR se utilizou principalmente no se-
tituição de missão trouxe muitos desafios ao Estado, entre tor privado, mesmo quando o governo federal dos Estados
os quais a redefinição dos conceitos de administração, ges- Unidos da América começou a usar algumas de suas pro-
tão pública e valor público. postas no gerenciamento de diferentes órgãos públicos.
Além disso, essas transformações têm afetado profun- Somente durante o governo do presidente Nixon é que se
damente as práticas dos dirigentes públicos (políticos e ge- começou a implantar no conjunto da administração pública
rentes) e a teoria na qual fundamentavam suas ações. o que passou a ser conhecida como a Nova Gestão Pública.
Da mesma forma, esta mudança afetou o sistema de Esta moderna filosofia sugere a passagem de uma ges-
controle da ação do Estado; está-se migrando da exigência tão burocrática a uma de tipo gerencial.
de rigor nos procedimentos para a exigência de resultados Na base destas novas ideias se encontrava uma preo-
cupação generalizada sobre as mudanças que o entorno
– inerente a um Estado que se apresenta como provedor de
exigia e sobre a imperiosa necessidade de repensar o papel
serviços, capacitador de desenvolvimento e fornecedor de
do Estado; de melhorar a eficiência, a eficácia e a qualidade
bem-estar. Desta troca de missão se deriva uma variação na dos serviços públicos; de otimizar o desempenho dos ser-
posição do cidadão perante o Estado. vidores públicos e das organizações em que trabalhavam.
O cidadão comum se preocupa em assegurar-se uma Vários estudiosos e especialistas em gestão pública
correta e burocrática (homogênea, idêntica e não discricio- alertaram para os benefícios que o enfoque da GpR pode-
nária) aplicação da lei e da norma. O cidadão-usuário se ria trazer para este novo cenário. De acordo com Emery, a
interessa por conseguir o melhor retorno fiscal – enquanto GpR acarreta três tipos de considerações para a administra-
bens coletivos. ção do setor público:
Vê-se, pois, que o Estado deve deslocar sua atenção, • Constitucionais: a maioria das constituições regula
antes colocada no procedimento como produto principal o uso dos fundos públicos por parte das autoridades em
de sua atividade, agora voltada para o de serviços e bem- cumprimento de mandato.
-estar. A gestão por resultados é um dos lemas que melhor • Políticas: as autoridades devem responder pelas
representa o novo desafio. Isto não significa que não inte- suas ações e pelo conteúdo dos seus programas eleitorais,
ressa o modo de fazer as coisas, apenas exprime que agora por respeito ao princípio da responsabilidade do cargo.
é muito mais relevante o quê se faz pelo bem da comuni- • Cidadãs: por obediência ao princípio de delegação
dade. democrática, os cidadãos confiam nas autoridades eleitas,
Nestes últimos tempos, a Gestão Pública – como dis- delegando-lhes a gestão dos fundos públicos – produto da
ciplina – tem abordado estes desafios novos com o auxílio coleta de seus impostos.
da lógica gerencial, isto é, pela racionalidade econômica Apesar de existirem muitos documentos que tratem
que procura conseguir eficácia e eficiência. Esta lógica da GpR, não existe uma definição única para ela. A maio-
compartilha, mais ou menos explicitamente, três propósi- ria dos textos usa este termo como uma noção “guarda-
tos fundamentais: -chuvas”, por assim dizer. Na literatura em língua espanhola
• Assegurar a constante otimização do uso dos re- é comum achar um uso indistinto de conceitos: controle
cursos públicos na produção e distribuição de bens públi- de gestão, gestão do desempenho, gestão por resultados,
cos como resposta às exigências de mais serviços e menos gestão por objetivos, avaliação do desempenho, avaliação
de resultados, sem uma clara diferenciação.
impostos, mais eficácia e mais eficiência, mais equidade e
Trata-se, portanto, de um conceito muito amplo quan-
mais qualidade.
to ao seu uso, interpretação e definição. A heterogeneida-
• Assegurar que o processo de produção de bens e
de da expressão e do conceito também se observa na sua
serviços públicos (incluindo a concessão, a distribuição e a aplicação operacional: os países põem em prática a GpR
melhoria da produtividade) seja transparente, equitativo segundo suas próprias perspectivas.
e controlável. Um estudo para identificar o significado que lhe atri-
• Promover e desenvolver mecanismos internos que buem os gestores públicos de diferentes nações demons-
melhorem o desempenho dos dirigentes e servidores pú- trou que frequentemente eles empregam os mesmo ter-
blicos, e, com isso, fomentar a efetividade dos organismos mos com sentido diferente. É assim como o conceito
governamentais, visando a concretização dos objetivos an- “resultados” varia notavelmente entre as distintas institui-
teriores. ções públicas. Isto não ocorre na empresa privada, onde
os indicadores-chave do êxito se conhecem nitidamente:
Estes objetivos estão relacionados ao fator QUALIDA- rentabilidade, benefícios, quotas de mercado etc. Muitos
DE, presentes nas atuais demandas cidadãs e aos quais se autores destacam a dificuldade de determinar e avaliar os
orienta a Gestão por Resultados (GpR), são, conjuntamen- resultados da ação estatal como uma das características
te com a democracia, o principal pilar de legitimidade do que diferenciam a gestão do setor público do privado.

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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO/SITUAÇÕES GERENCIAIS

Pode-se observar que a GpR possui as seguintes di- • Sistemas de contratação de funcionários de ge-
mensões: rência pública, visando aprofundar a responsabilidade, o
• É um marco conceitual de gestão organizacional, compromisso e a capacidade de ação dos mesmos;
pública ou privada, em que o fator resultado se converte • Sistemas de informação que favoreçam a tomada
na referência-chave quando aplicado a todo o processo de de decisões dos que participam destes processos.
gestão.
• É um marco de assunção de responsabilidade de Implantação da Gestão por Resultados
Após a tomada de decisão referente adoção da gestão
gestão, por causa da vinculação dos dirigentes ao resultado
por resultados e também às alternativas para atingir os ob-
obtido.
jetivos, a etapa seguinte é a implantação do modelo. Nessa
• É um marco de referência capaz de integrar os etapa, compete ao gestor coordenar a implantação, procu-
diversos componentes do processo de gestão, pois se rando vincular dinamicamente os recursos aos objetivos.
propõe interconectá-los para otimizar o seu funcionamento. Para tanto, a função de coordenação pode ser empreendi-
• Finalmente, e especialmente na esfera pública, a da por outro conjunto de mecanismos, que segundo Mint-
GpR se apresenta como uma proposta de cultura organi- zberg (2001) são os seguintes:
zadora, diretora, de gestão, mediante a qual se põe ênfase  Ajustamento mútuo - típico de tarefas que en-
nos resultados e não nos processos e procedimentos. volvem grupos pequenos, a coordenação é obtida pelo
Todas estas dimensões situam a GpR como uma ferra- simples processo de comunicação informal. São realizadas
menta cultural, conceitual e operacional, que se orienta a reuniões com o objetivo de discutir os processos de traba-
priorizar o resultado em todas as ações, e que é capaz de lho, ajustando-os quando necessário;
otimizar o desempenho governamental. Assim, se trata de  Supervisão direta - segundo este mecanismo, uma
pessoa ou organização coordena o processo, por meio de
um exercício de direção dos organismos públicos que pro-
instruções, cobranças, alocação de recursos, etc;
cura conhecer e atuar sobre todos aqueles aspectos que
 Padronização de normas - significa que os funcio-
afetem ou modelem os resultados da organização. nários compartilham um conjunto de crenças e valores; é
A GpR tem, portanto, uma dimensão de controle orga- exposta a compreensão de cada um em relação às normas,
nizacional que convém esclarecer, pois o conceito de con- com o objetivo de criar uma ideia coletiva de conduta, ob-
trole no setor público possui conotações particulares deri- tendo, informalmente, a coordenação a partir delas;
vadas, fundamentalmente, do sistema de auditoria externa  Padronização de processos - refere-se à prescrição
que domina nesse Estado. A ferramenta GpR não faz parte do conteúdo do trabalho por meio de procedimentos, nor-
dessa concepção de controle, mas de outro universo: o de malmente escritos, a serem seguidos. Trata-se do mapea-
gestão e direção estratégico/operacional, porque permite mento dos processos e da manualização dos procedimen-
e facilita aos gerentes da administração pública melhor tos. Na iniciativa privada, é muito comum em programas
conhecimento, maior capacidade de análise, desenho de de qualidade, como aqueles promovidos pela International
alternativas e tomada de decisões para que sejam alcan- Organization for Standardization com a série ISO-9000. No
çados os melhores resultados possíveis, afinados com os caso das organizações públicas, podemos associar esta
padronização às regras formais burocráticas ou à própria
objetivos pré-fixados.
legislação;
É importante assinalar esta diferença porque, muito  Padronização de resultados - trata-se da especifi-
embora a GpR seja uma boa base para uma melhor prestação cação dos resultados a serem atingidos, em substituição à
de contas (e uma maior transparência), sua função principal especificação dos meios como os procedimentos ou habi-
não é a de servir como instrumento de controle da atuação lidades;
dos gerentes públicos, mas a de proporcionar a eles um  Padronização de habilidades - refere-se à desig-
meio de monitoramento e regulação que lhes garanta o nação de pessoal qualificado, já possuidor de determinada
exercício de suas habilidade adequada ao trabalho a ser feito. Não é o traba-
lho, mas o funcionário que é padronizado. A coordenação
A Gestão por Resultados GpR) está caracterizada por: é obtida em razão do funcionário já possuir determinado
• Uma estratégia na qual se definam os resultados conhecimento. No setor público, podemos entender os re-
esperados por um organismo público no que se refere à quisitos dos concursos públicos como um esforço nesse
mudança social e à produção de bens e serviços; sentido, particularmente para contratação de especialistas
como médicos ou dentistas.
• Uma cultura e um conjunto de ferramentas de
gestão orientado à melhoria da eficácia, da eficiência, da Por conseguinte, com base nestes elementos, sugere-
produtividade e da efetividade no uso dos recursos do Es- -se a seguinte definição para a GpR:
tado para uma melhora dos resultados no desempenho A Gestão para Resultados é um marco conceitual cuja
das organizações públicas e de seus funcionários; função é a de facilitar às organizações públicas a direção
• Sistemas de informação que permitam monitorar efetiva e integrada de seu processo de criação de valor pú-
a ação pública, informar à sociedade e identificar o serviço blico, a fim de otimizá-lo, assegurando a máxima eficácia,
realizado, avaliando-o; eficiência e efetividade de desempenho, além da consecu-
• Promoção da qualidade dos serviços prestados ção dos objetivos de governo e a melhora contínua de suas
aos cidadãos, mediante um processo de melhoramento instituições, de maneira que a excelência de qualidade nos
contínuo; serviços públicos seja de fato alcançada.

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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO/SITUAÇÕES GERENCIAIS

Fundamentos de Excelência Gerencial 4) Liderança e constância de propósitos


Os fundamentos da excelência são conceitos que de- A liderança é o elemento promotor da gestão, respon-
finem o entendimento contemporâneo de uma gestão de sável pela orientação, estímulo e comprometimento para o
excelência na administração pública e que, orientados pelos alcance e melhoria dos resultados organizacionais e deve
princípios constitucionais, compõem a estrutura de susten- atuar de forma aberta, democrática, inspiradora e motiva-
tação do Modelo de Excelência em Gestão Pública e estão dora das pessoas, visando o desenvolvimento da cultura
classificados como: da excelência, a promoção de relações de qualidade e a
proteção do interesse público. É exercida pela alta adminis-
1) Pensamento sistêmico tração, entendida como o mais alto nível gerencial e asses-
Entendimento das relações de interdependência entre
soria da organização.
os diversos componentes de uma organização, bem como
Esse conceito é colocado em prática por meio da par-
entre a organização e o ambiente externo, com foco na so-
ciedade. ticipação pessoal, ativa e continuada da alta administração
Esse conceito é colocado em prática quando se consi- que é fundamental para dar unidade de propósitos à orga-
dera que as organizações são constituídas por uma com- nização. Seu papel inclui a criação de um ambiente propício
plexa combinação de recursos humanos e organizacionais, à inovação e ao aperfeiçoamento constantes, à gestão do
cujo desempenho pode afetar, positiva ou negativamente, conhecimento, ao aprendizado organizacional, ao desen-
a organização em seu conjunto. As organizações públicas volvimento da capacidade da organização de se antecipar e
são vistas como sistemas vivos, integrantes de ecossistemas se adaptar com agilidade às mudanças no seu ecossistema
complexos que devem interagir com o meio e se adaptar. e de estabelecer conexões estratégicas. A alta administra-
Assim, é importante que o seu sistema de gestão seja dinâ- ção deve atuar como mentora, precisa ter visão sistêmica
mico e capaz de contemplar a organização como um todo e abrangente, ultrapassando as fronteiras da organização
para rever e consolidar os seus objetivos e suas estratégias, e as restrições de curto prazo, mantendo comportamento
observando o alinhamento e a interconexão dos seus com- ético e habilidade de negociação, liderando pelo exemplo.
ponentes, ou seja, a consistência entre os seus objetivos, A sua ação da liderança deve conduzir ao cumprimento da
planos, processos, ações e as respectivas mensurações. missão e alcance da visão de futuro da organização.
Como sistemas vivos, as organizações precisam apren-
der a valorizar as redes formais com cidadãos-usuários, in- 5) Orientação por processos e informações
teressados e parceiros, bem como as redes que emergem
Compreensão e segmentação do conjunto das ativida-
informalmente, entre as pessoas que as integram, e destas
com pessoas de outras organizações e entidades. Dessa for- des e processos da organização que agreguem valor para
ma, o pensamento sistêmico pressupõe que as pessoas da as partes interessadas, sendo que a tomada de decisões
organização entendam o seu papel no todo (as interrela- e a execução de ações devem ter como base a medição
ções entre os elementos que compõem a organização – a e análise do desempenho, levando-se em consideração as
dimensão interna e a dimensão externa). informações disponíveis.
Esse conceito é colocado em prática por meio da com-
2) Aprendizado organizacional preensão do processo como um conjunto de atividades
Busca contínua e alcance de novos patamares de co- inter-relacionadas ou interativas que transformam insumos
nhecimento, individuais e coletivos, por meio da percepção, (entradas) em produtos/serviços (saídas) com alto valor
reflexão, avaliação e compartilhamento de informações e agregado. Os fatos e dados gerados em cada um desses
experiências. processos, bem como os obtidos externamente à organi-
Esse conceito é colocado em prática na medida em que zação, se transformam em informações que subsidiam a
a organização busca de maneira estruturada, específica e tomada de decisão e alimentam a produção de conheci-
proativa, o conhecimento compartilhado, incentiva a expe- mentos.
rimentação, utiliza o erro como instrumento pedagógico, Esses conhecimentos dão à organização pública alta
dissemina suas melhores práticas, desenvolve soluções e capacidade para agir e poder para inovar. A tomada de de-
implementa refinamentos e inovações de forma sustentá-
cisões e a execução de ações devem estar suportadas por
vel, coloca em prática o aprendizado organizacional. Pre-
medição e análise do desempenho, levando-se em consi-
servar o conhecimento que a organização tem de si própria,
de sua gestão e de seus processos é fator básico para a sua deração as informações disponíveis, além de incluir os ris-
evolução. cos identificados. As informações e dados definem tendên-
cias, projeções e causas e efeitos e devem, portanto, sub-
3) Cultura da inovação sidiar o planejamento, a avaliação, a tomada de decisões
Promoção de um ambiente favorável à criatividade, à e a implementação de melhorias. A excelência em gestão
experimentação e à implementação de novas ideias que pressupõe: obtenção e tratamento sistemáticos de dados
possam gerar um diferencial para a atuação da organização. e informações de qualidade, alinhados às suas necessida-
Esse conceito é colocado em prática ao buscar e desen- des; sistemas de informações estruturados e adequados;
volver continuamente ideias originais e incorporá-las aos e obtenção e uso sistemáticos de informações comparati-
processos, produtos, serviços e relacionamentos, associado vas. A orientação por processos permite planejar e executar
ao rompimento das barreiras do serviço público antiquado melhor as atividades pela definição adequada de respon-
e burocrático de forma a otimizar o uso dos recursos públi- sabilidades, uso dos recursos de modo mais eficiente, rea-
cos e produzir resultados eficientes para a sociedade. lização de prevenção e solução de problemas, eliminação

61
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO/SITUAÇÕES GERENCIAIS

de atividades redundantes, aumentando a produtividade. criar oportunidade de aprendizado e desenvolvimento de


A orientação por processos e informações implica postura competência e reconhecendo o bom desempenho, criando
proativa relacionada à noção de antecipação e resposta rá- práticas flexíveis e produtivas para atrair e reter talentos,
pida às mudanças do ambiente – percepção dos sinais do propiciando um clima organizacional participativo e agra-
ambiente e antecipação – com vistas a evitar problemas dável. Criar um ambiente flexível e estimulante à geração
e/ou aproveitar oportunidades. A resposta rápida agrega do conhecimento, disseminando os valores e as crenças da
valor à prestação dos serviços públicos e aos resultados do organização e assegurando um fluxo aberto e contínuo de
exercício do poder de Estado. informações é fundamental para que as pessoas se moti-
vem e atuem com autonomia.
6) Visão de futuro
Indica o rumo de uma organização e a constância de 9) Foco no cidadão e na sociedade
propósitos que a mantém nesse rumo. Está diretamente Direcionamento das ações públicas para atender, regu-
relacionada à capacidade de estabelecer um estado futu- lar e continuamente, as necessidades dos cidadãos e da so-
ro desejado que dê coerência ao processo decisório e que ciedade, na condição de sujeitos de direitos, beneficiários
permita à organização antecipar-se às necessidades e ex- dos serviços públicos e destinatários da ação decorrente
pectativas dos cidadãos e da sociedade. Inclui, também, a do poder de Estado exercido pelas organizações públicas.
compreensão dos fatores externos que afetam a organiza- Esse conceito é colocado em prática considerando que
ção com o objetivo de gerenciar seu impacto na sociedade. os cidadãos usuários, atuais e potenciais, e a sociedade são
Por meio da formulação das estratégias a organização sujeitos de direitos e as organizações públicas têm obriga-
se prepara para colocar em prática sua Visão de Futuro. ção de atender, com qualidade e presteza, às suas neces-
O alcance dessa visão é o resultado da implementação sidades e às suas demandas, de forma regular e contínua.
dessas estratégias sistematicamente monitoradas, levan- Nesse sentido, a organização tem que alinhar as suas ações
do em consideração as tendências do ambiente externo, e os seus resultados às necessidades e às expectativas dos
as necessidades e expectativas das partes interessadas, cidadãos e da sociedade e antecipar suas necessidades fu-
os desenvolvimentos tecnológicos, os requisitos legais, as turas o que implica estabelecer um compromisso com a
mudanças estratégicas dos concorrentes e as necessidades sociedade no sentido de fazer o melhor no cumprimento
da sociedade, no sentido de readequá-las e redirecioná-las, da sua missão institucional considerando o interesse pú-
quando for o caso. Assim uma organização com Visão de blico. A administração pública tem o dever de garantir o
Futuro pensa, planeja e aprende estrategicamente, obten- direito dos cidadãos de acesso dos serviços públicos de
do resultados de alto desempenho e sustentáveis. maneira contínua (princípio da Continuidade do Serviço
Público), com o objetivo de não prejudicar o atendimento
7) Geração de valor à população, particularmente no que se refere aos serviços
Alcance de resultados consistentes, assegurando o au- essenciais.
mento de valor tangível e intangível de forma sustentada
para todas as partes interessadas.  10) Desenvolvimento de parcerias
Esse conceito é colocado em prática considerando que Desenvolvimento de atividades conjuntamente com
gerar valor para todas as partes interessadas visa aprimorar outras organizações com objetivos específicos comuns,
relações de qualidade e assegurar o desenvolvimento da buscando o pleno uso das suas competências complemen-
organização. Ao agir desta forma a organização enfatiza tares para desenvolver sinergias.
o acompanhamento dos resultados em relação às suas fi- Na prática as organizações modernas reconhecem que
nalidades e às suas metas, a comparação destes com refe- no mundo de hoje - de mudanças constantes e aumento
renciais pertinentes e o monitoramento da satisfação de da demanda - o sucesso pode depender das parcerias que
todas as partes interessadas, obtendo sucesso de forma elas desenvolvem. Essas organizações procuram desenvol-
sustentada e adicionando valor para todas elas. A geração ver maior interação, relacionamento e atividades compar-
de valor depende cada vez mais dos ativos intangíveis, que tilhadas com outras organizações, de modo a permitir a
atualmente representam a maior parte do valor das organi- entrega de valor agregado a suas partes interessadas por
zações públicas. Isto implica visão estratégica das lideran- meio da otimização das suas competências essenciais. Es-
ças para possibilitar à sociedade a percepção da utilidade e sas parcerias podem ser com clientes, fornecedores, orga-
da credibilidade da própria organização. nizações de cunho social, ou mesmo com competidores e
são baseadas em benefícios mútuos claramente identifica-
8) Comprometimento com as pessoas dos. O trabalho conjunto dos parceiros, apoiado nas com-
Estabelecimento de relações com as pessoas, criando petências, no conhecimento e nos recursos comuns, assim
condições de melhoria da qualidade nas relações de traba- como o relacionamento baseado em confiança mútua, res-
lho, para que elas se realizem profissional e humanamente, peito e abertura facilitam o alcance dos objetivos. As parce-
maximizando seu desempenho por meio do comprometi- rias são usualmente estabelecidas para atingir um objetivo
mento, de oportunidade para desenvolver competências e estratégico ou entrega de um produto ou serviço, sendo
de empreender, com incentivo e reconhecimento. formalizadas por um determinado período e envolvem a
A prática desse conceito pressupõe dar autonomia negociação e o claro entendimento das funções de cada
para atingir metas e alcançar resultados, assumir riscos, parte, bem como dos benefícios decorrentes.

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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO/SITUAÇÕES GERENCIAIS

11) Responsabilidade social e ações que definem os destinos da sociedade. Colocá-la


Atuação voltada para assegurar às pessoas a condição em prática implica aprender a lidar e interagir com as mo-
de cidadania com garantia de acesso aos bens e serviços bilizações e movimentos sociais.
essenciais, e ao mesmo tempo tendo também como um
dos princípios gerenciais a preservação da biodiversidade 13) Gestão participativa
e dos ecossistemas naturais, potencializando a capacidade Estilo de gestão que determina uma atitude gerencial
das gerações futuras de atender suas próprias necessida- da alta administração que busque o máximo de coopera-
des. ção das pessoas, reconhecendo a capacidade e o poten-
A prática pressupõe o reconhecimento da sociedade cial diferenciado de cada um e harmonizando os interesses
como parte integrante do ecossistema da organização, com individuais e coletivos, a fim de conseguir a sinergia das
necessidades e expectativas que precisam ser identificadas, equipes de trabalho.
compreendidas e atendidas. Trata-se do exercício constan- Na prática uma gestão participativa é implementada
te da consciência moral e cívica da organização, advinda dando-se às pessoas autonomia para o alcance de metas e
da ampla compreensão de seu papel no desenvolvimento cobrando a cooperação, o compartilhamento de informa-
da sociedade. O respeito à individualidade, ao sentimento ções e a confiança para delegar. Como resposta, as pessoas
coletivo e à liberdade de associação, assim como a adoção tomam posse dos desafios e dos processos de trabalho dos
de políticas não-discriminatórias e de proteção das mino- quais participam, tomam decisões, criam, inovam e geram
rias são regras básicas nas relações da organização com as um clima organizacional saudável.
pessoas.
A organização deve buscar o desenvolvimento susten- Em suma, temos aqui uma natureza gerencial da admi-
tável, identificar os impactos na sociedade que possam de- nistração que busca pela qualidade na prestação do servi-
correr de suas instalações, processos, produtos e serviços ço ao público de forma imperativa, sendo o cidadão o foco
e executar ações preventivas para eliminar ou minimizar sempre, proporcionando a ele atendimento de excelência,
esses impactos em todo o ciclo de vida das instalações, que coloque os serviços e as rotinas de maneira transpa-
produtos e serviços. Adicionalmente, deve preservar os rente, participativa e que permita o controle social.
ecossistemas naturais, conservar os recursos não-renová-
veis e racionalizar o uso dos recursos renováveis. Além do
Essa excelência é inclusive tema de legislação e tam-
atendimento e superação dos requisitos legais e regula-
bém de alguns programas, por exemplo:
mentares associados aos seus bens, serviços, processos e
instalações. O exercício da cidadania pressupõe o apoio a
• Decreto nº 3.507/2000 (padrões de qualidade do
ações de interesse social e pode incluir: a educação e a
atendimento prestado aos cidadãos);
assistência comunitária; a promoção da cultura, do esporte
• Decreto nº 5.378/2005 (GESPÚBLICA e seu Comitê
e do lazer; e a participação no desenvolvimento nacional,
regional ou setorial. Gestor);
• Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade
12) Controle social (PBQP);
Atuação que se define pela participação das partes in- • Programa da Qualidade e Participação na Admi-
teressadas no planejamento, acompanhamento e avaliação nistração Pública (PQPAP);
das atividades da Administração Pública e na execução das • Programa da Qualidade  no Serviço Público (PQSP);
políticas e dos programas públicos. • GesPública: Sistema Nacional de Avaliação da Sa-
Para promover a prática desse conceito a alta admi- tisfação do Usuário dos Serviços Públicos
nistração das organizações públicas tem que estimular a • Instrumento Padrão de Pesquisa de Satisfação
sociedade a exercer ativamente o seu papel de guardiã de (IPPS).
seus direitos e de seus bens comuns. A transparência e a
participação social são os requisitos fundamentais para a Ferramentas de Gestão da qualidade
efetivação do controle social. Assim, a gestão pública de
excelência pressupõe viabilizar as condições necessárias BENCHMARKING
para que o controle social possa ser exercido pela socieda- O benchmarking, introduzido em 1970 na empresa Xe-
de. Nesse sentido, a administração pública deve garantir vi- rox, é caracterizado como um processo contínuo e sistemá-
sibilidade de seus atos e ações e implementar mecanismos tico de pesquisa para avaliar produtos, serviços, processos
de participação social. de trabalho de ouras empresas, a fim de identificar quais
Propiciar transparência significa democratizar o aces- são as melhores práticas adotadas por elas. A partir des-
so às informações sobre o funcionamento da organização, sa análise, a instituição verifica seus próprios processos e
o que implica: disponibilizar informações sobre as ações realiza o aprimoramento organizacional, desenvolvendo a
públicas em condições de serem entendidas, interpretadas habilidade dos administradores de visualizar no mercado
e de possibilitarem efetivamente o controle social (infor- as melhores práticas administrativas das empresas consi-
mações claras, detalhadas, completas e com dados desa- deradas excelentes (benchmarks) em certos aspectos.
gregados); tornar acessíveis aos cidadãos as informações A meta é definir objetivos de gestão e legitimá-los por
sobre o funcionamento da administração pública. Partici- meio de comparações externas. A comparação costuma ser
pação social é ação democrática dos cidadãos nas decisões um saudável método didático, pois desperta para as ações

63
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO/SITUAÇÕES GERENCIAIS

que as empresas excelentes estão desenvolvendo e que BRAINWRITING


servem de lição. A base do benchmarking é não fechar- É uma variação do brainstorming, em que as ideias
-se em si mesma, no caso da empresa, mas sim observar e são escritas, trazendo ordem e calma ao processo. Evita
avaliar constantemente o mundo exterior. efeitos negativos de reuniões, como a influência da opinião
Segundo Chiavenato, o benchmarking exige três obje- de coordenadores e chefes, ou a dificuldade em verbalizar
tivos que a organização precisa definir: rapidamente as ideias.
• Conhecer suas operações e avaliar seus pontos fortes
e fracos. Deve documentar os passos e práticas de proces- MATRIZ GUT
sos de trabalho, definir medidas de desempenho e diag- A Matriz GUT (Gravidade, Urgência e Tendência) é uma
nosticar suas fragilidades. forma de priorização baseado em medidas ou observações
• Localizar e conhecer os concorrentes ou organizações subjetivas. As letras têm o seguinte significado:
líderes do mercado, para poder definir as habilidades, co- • G (gravidade) – impacto do problema sobre os pro-
nhecendo seus pontos fortes e fracos e compará-los com cessos, pessoas, resultados. Refere-se ao custo por deixar
seus próprios pontos fortes e fracos. de tomar uma ação que poderia solucionar o problema;
• U (urgência) - relaciona-se com o tempo disponível
• Incorporar o melhor do melhor adotando os pontos
ou o necessário para resolver o problema;
fortes dos concorrentes e, se possível, excedendo-os e ul-
• T (tendência) – refere-se ao rumo ou propensão que
trapassando-os. A principal barreira à adoção dessa ferra- o problema assumirá se nada for feito para eliminar o pro-
menta é convencer os administradores de que seus desem- blema.
penhos podem ser melhorados. Isso requer uma paciente
abordagem e apresentação de evidências de melhores mé- A filosofia do GUT é atribuir notas de 1 a 5 para cada
todos utilizados por outras organizações. uma das variáveis G, U e T dos problemas listados e tomar
o produto como o peso relativo do problema.
BRAINSTORMING O método deve ser desenvolvido em grupo, sendo as
O brainstorming, desenvolvido em 1930 por Alex F. Os- notas atribuídas por consenso. Consenso é a concordância
born, busca, a partir da criatividade de um grupo, a geração obtida pela argumentação lógica. Uma vez obtidas as no-
de ideias para um determinado fim. tas, os problemas são organizados em ordem decrescente.
A técnica propõe que um grupo de pessoas (de duas
até dez pessoas) se reúna e se utilize das diferenças em PRINCÍPIO DE PARETO
seus pensamentos e ideias para que possa chegar a um O diagrama de Pareto é uma técnica de priorização das
denominador comum eficaz e com qualidade. informações, dando uma ordem hierárquica de importân-
É preferível que as pessoas que se envolvam nesse cia. Esta técnica permite estabelecer dois grupos de causas
método sejam de setores e competências diferentes e para a maioria dos processos. Uma grande quantidade de
nenhuma ideia é descartada ou julgada como errada causas (ordem de 80%) contribui muito pouco (ordem de
ou absurda. O ambiente deve ser encorajador e sem 20%) para os efeitos observados. Uma pequena quantida-
críticas para os participantes ficarem a vontade e deve ser de de causas (ordem de 20%) contribui de forma prepon-
incentivado o trabalho em grupo. Pegar carona nas ideias derante (ordem de 80%) para os efeitos observados. O pri-
dos outros deve ser incentivado. meiro grupo é denominado “maiorias triviais” e o segundo
grupo de “minorias essenciais”.
As quatro principais regras do brainstorming são: Esta técnica utiliza uma abordagem de classificação
• Críticas são rejeitadas, pois a crítica pode inibir a par- para enumerar as causas de acordo com suas contribui-
ções para atingir um dado efeito. A causa mais recorrente
ticipação das pessoas;
é vista do lado esquerdo do diagrama e as causas menos
• Criatividade é bem-vinda. Vale qualquer ideia que lhe
recorrentes são mostradas em ordem decrescente do lado
venha a mente, sem preconceitos e sem medo que isso irá direito. Em geral, a melhoria inicia-se a partir da causa mais
prejudicar. Uma ideia esdrúxula pode desencadear ideias recorrente, indo para as outras em ordem decrescente e
inovadoras; assim por diante.
• Quantidade é necessária. Quanto mais ideias forem
geradas, maior é a chance de se encontrar uma boa ideia; DIAGRAMA DE ISHIKAWA
• Combinação e aperfeiçoamento são necessários. Diagrama de Ishikawa é uma ferramenta gráfica utiliza-
da pela administração para o gerenciamento e o controle
O brainstorming pode ser feito de duas formas: estru- da qualidade em diversos processos, e também é conheci-
turado ou não estruturado. do como Diagrama de Causa e Efeito ou Diagrama Espinha
• No brainstorming ESTRUTURADO - os participantes de peixe.
lançam ideias seguindo uma sequência inicialmente esta- Na sua estrutura, os problemas são classificados em
belecida. Quando chega a sua vez, você lança a sua ideia. A seis tipos diferentes:
vantagem desta forma é que propicia oportunidades iguais • Método,
a todos os participantes, gerando maior envolvimento. • Matéria prima,
• No brainstorming NÃO ESTRUTURADO - as ideias são • Mão de obra,
lançadas aleatoriamente, sem uma sequencia inicialmente • Máquinas,
definida. Isso cria um ambiente mais informal, porém com • Medição
risco dos mais falantes dominarem a cena. • Meio ambiente.

64
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO/SITUAÇÕES GERENCIAIS

Esse sistema permite estruturar hierarquicamente as A reengenharia se baseia nos processos empresariais
causas potenciais de um determinado problema ou tam- e considera que eles devem fundamentar o formato orga-
bém uma oportunidade de melhoria, assim como seus nizacional. Não se pretende melhorar os processos já exis-
efeitos sobre a qualidade dos produtos. tentes, mas a sua total substituição por processos inteira-
O Diagrama de Ishikawa é uma das ferramentas mais mente novos. Nem se pretende automatizar os processos
eficazes e mais utilizadas nas ações de melhoria e contro- já existentes. Não se confunde com a melhoria contínua,
le de qualidade nas organizações, permitindo agrupar e pois a reengenharia pretende criar um processo
visualizar as várias causas que estão na origem qualquer inteiramente novo e baseado na tecnologia da infor-
problema ou de um resultado que se pretende melhorar. mação e não o aperfeiçoamento gradativo e lento do pro-
cesso atual.
5W2H Segundo Chiavenato, a reengenharia se fundamenta
A ferramenta 5W2H é uma forma rápida de verificação em quatro palavras chave:
de execução de tarefas a serem distribuídas aos colabora- • Fundamental – busca reduzir a organização ao essen-
dores da empresa. Funciona como um mapeamento das cial e fundamental.
atividades e pode ser usada de várias formas: para organi- • Radical – impõe uma renovação radical, desconside-
zar tarefas, escrever um texto, enviar um email ou escrever rando as estruturas e os procedimentos atuais para inven-
um. A grande vantagem é criar um mecanismo de comu- tar novas maneiras de fazer o trabalho.
nicação eficaz uma vez que, se preenchidas as questões, • Drástica – destrói o antigo e busca sua substituição
teremos tudo o que é preciso para em termos de dados. A por algo inteiramente novo.
sigla 5W2H representa: • Processos – orienta o foco para os processos e não
• O QUÊ será feito (what) mais para as tarefas ou serviços, nem para pessoas ou para
• QUANDO será feito (when) a estrutura organizacional.
• QUEM fará (who)
• ONDE será feito (where) Excelência nos Serviços Públicos
• POR QUÊ será feito (why) Um dos fatores que mais provoca perda de produtivi-
• COMO será feito (how) dade nos serviços públicos é o excesso de burocracia, que
• QUANTO custará (how much) além de não impedir corrupções e fraudes, tem inibido o
desempenho das empresas, motivado a sonegação fiscal e
PROGRAMA 5S incentivado a informalidade.
O Programa 5S, originário no Japão, é considerado um Um dos maiores entraves para a melhoria dos serviços
pré-requisito para qualquer programa de Gestão da Quali- públicos no Brasil era a maneira secundária com que a ad-
dade Total. O 5S foca o ambiente de trabalho da organiza- ministração pública encarava a necessidade da formação
ção a fim de simplificar o ambiente de trabalho e reduzir o de quadros e de uma profissionalização muito mais inten-
desperdício. Como resultado, ocorre melhoria no aspecto sa. Enquanto o Brasil não fizesse a reforma administrativa
de qualidade e segurança. O ambiente se torna limpo, or- para modernizar a administração pública.
ganizado, evitando a perda de tempo e o desperdício de Baseado nos princípios constitucionais que regem a
material. administração pública (legalidade, impessoalidade, publi-
Assim, o resultado da implantação dessa ferramenta cidade, moralidade e eficiência), é dever do servidor prezar
será o menor desperdício, melhor qualidade e ganhos ex- pela prestação de serviços de qualidade. Para a excelência
pressivos na administração do tempo. pode ser atingida por meio de avaliação de desempenho
A sigla 5S refere-se na realidade a 5 letras iniciais de e produtividade. Esse modelo foi implantado pelo governo
palavras japonesas: de São Paulo e pode ser usado como ferramenta na busca
• Seiri - Descartar da excelência do serviço público.
• Seiton - Organizar Agregar valor na gestão pública significa investir em
• Seiso - Limpar projetos que aumentem a produtividade oferecendo à
• Seiketsu - Saudável e seguro população um dos mais valiosos bens da atualidade - a
• Shitsuke – Autodisciplina praticidade. Os ganhos em produtividade passam por uma
revisão de cada detalhe dos processos operacionais, obje-
REENGENHARIA tivando a redução de etapas, inovação em cada uma delas,
A reengenharia pode ser considerada uma reação às minimizando tempo e, melhor ainda, a eliminação de nor-
mudanças ambientais velozes e intensas e à total inabili- mas de procedimento.
dade das organizações em ajustar-se a essas mudanças. Os prestadores de serviços devem ter consciência que
Significa fazer uma nova engenharia da estrutura organi- usam a mais valiosa das matérias-primas - o tempo - a úni-
zacional. ca que não tem reposição. A excelência dos serviços públi-
Representa uma reconstrução e não simplesmente uma cos, especialmente em educação e saúde, é a melhor das
reforma parcial da empresa. Não se trata de fazer reparos estratégias para reduzir a desigualdade social.
rápidos ou mudanças cosméticas na engenharia atual, mas A chave da eficácia também pode ser encontrada na
de fazer um desenho organizacional totalmente novo e di- redução das atividades-meios e na eliminação das for-
ferente. malidades que não agregam valores às atividades-fins. O

65
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO/SITUAÇÕES GERENCIAIS

maior desafio da classe política e dos gestores públicos é aceitável, objetivo que somente poderia ser atingido auto-
transformar uma instituição mecânica, em orgânica. Ges- matizando a atividade humana ao repetir a mesma tarefa
tão transparente, interativa e que coloque o cidadão em várias vezes. Essa divisão do trabalho foi iniciada ao nível
primeiro lugar - é um modelo exemplar. Os profissionais de dos operários com a Administração Científica no começo
Recursos Humanos, dos órgãos públicos, têm a gratificante deste século.
missão de dinamizar os programas de capacitação funcio-
nal, focando a excelência organizacional. 2. Especialização
Enquanto as organizações privadas são custeadas pela A especialização do trabalho proposta pela Adminis-
comercialização de produtos e serviços, as organizações tração Científica constitui uma maneira de aumentar a efi-
públicas são criadas por lei e custeadas pelos impostos ciência e de diminuir os custos de produção. Simplifican-
e taxas pagas pelos cidadãos, ai se incluem todos os ór- do as tarefas, atribuindo a cada posto de trabalho tarefas
gãos e suas diversas unidades organizacionais, em todos simples e repetitivas que requeiram pouca experiência do
os poderes e níveis de governo. Espera-se que elas sejam executor e escassos conhecimentos prévios, reduzem-se os
bem administradas e possam cumprir as suas finalidades,
períodos de aprendizagem, facilitando substituições de uns
pois representam os interesses da coletividades e exercem
indivíduos por outros, permitindo melhorias de métodos
ações decorrentes das funções do Estado. Num mundo
de incentivos no trabalho e, consequentemente, aumen-
globalizado ampliam-se as exigências de uma administra-
tando o rendimento de produção.
ção de qualidade e refinada, no sentido do uso de técnicas
e metodologias que contribuam para a implantação do de-
senvolvimento social baseado em resultados efetivos. 3. Hierarquia
A busca da excelência organizacional deve nortear a Uma das consequências do princípio da divisão do tra-
administração pública, por meio do desempenho aprimo- balho é a diversificação funcional dentro da organização.
rado das funções administrativas. Pensar no aprimoramen- Porém, uma pluralidade de funções desarticuladas entre si
to dessas funções é pensar no conjunto das organizações não forma uma organização eficiente. Como decorrência
do Setor Público e de forma sistêmica. Reconhecer que das funções especializadas, surge inevitavelmente a de co-
ações de aprimoramento deve envolver todos os níveis or- mando, para dirigir e controlar todas as atividades para que
ganizacionais, todas as unidades administrativas de modo sejam cumpridas harmoniosamente. Portanto, a organiza-
a obter um comprometimento estratégico. ção precisa, além de uma estrutura de funções, de uma es-
trutura hierárquica, cuja missão é dirigir as operações dos
Sob o ponto de vista formal, uma organização em- níveis que lhes estão subordinados. Em toda organização
presarial consiste em um conjunto de encargos funcionais formal existe uma hierarquia. Esta divide a organização em
e hierárquicos, orientados para o objetivo econômico de camadas ou escalas ou níveis de autoridade, tendo os su-
produzir bens ou serviços. A estrutura orgânico deste con- periores autoridade sobre os inferiores. À medida que se
junto de encargos está condicionada à natureza do ramo sobe na escala hierárquica, aumenta a autoridade do ocu-
de atividade, aos meios de trabalho, às circunstâncias só- pante do cargo.
cioeconômicas da comunidade e à maneira de conceber a
atividade empresarial. As principais características da orga- 4. Distribuição da Autoridade e da Responsabilida-
nização formal são: de
• 1. Divisão do Trabalho; A hierarquia na organização formal representa a auto-
• 2. Especialização; ridade e a responsabilidade em cada nível da estrutura. Por
• 3. Hierarquia; toda a organização, existem pessoas cumprindo ordens de
• 4. Distribuição da autoridade e da responsabilida- outras situadas em níveis mais elevados, o que denota suas
de;
posições relativas, bem como o grau de autoridade em re-
• 5. Racionalismo.
lação às demais. A autoridade é, pois, o fundamento da
responsabilidade, dentro da organização formal, ela deve
1. Divisão do Trabalho
ser delimitada explicitamente. De um modo geral, a gene-
O objetivo imediato e fundamental de todo e qual-
quer tipo de organização é a produção. Para ser eficiente, a ralidade do direito de comandar diminui à medida que se
produção deve basear-se na divisão do trabalho, que nada vai do alto para baixo na estrutura hierárquica.
mais é do que a maneira pela qual um processo complexo Fayol dizia que a “autoridade” é o direito de dar ordens
pode ser decomposto em uma série de pequenas tarefas. e o poder de exigir obediência, conceituando-a, ao mes-
O procedimento de dividir o trabalho começou a ser pra- mo tempo, como poder formal e poder legitimado. Assim,
ticado mais intensamente com o advento da Revolução como a condição básica para a tarefa administrativa, a au-
Industrial, provocando uma mudança radical no conceito toridade investe o administrador do direito reconhecido de
de produção, principalmente no fabrico maciço de gran- dirigir subordinados, para que desempenhem atividades
des quantidades através do uso da máquina, substituindo dirigidas pra a obtenção dos objetivos da empresa. A auto-
o artesanato, e o uso do trabalho especializado na linha ridade formal é sempre um poder, uma faculdade, conce-
de montagem. O importante era que cada pessoa pudes- didos pela organização ao indivíduo que nela ocupe uma
se produzir o máximo de unidades dentro de um padrão posição determinada em relação aos outros.

66
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO/SITUAÇÕES GERENCIAIS

5. Racionalismo da Organização Formal conhecido como departamentalização ou divisionaliza-


Uma das características básicas da organização formal ção. A departamentalização é uma característica típica das
é o racionalismo. Uma organização é substancialmente grandes empresas e está relacionada com o tamanho da
um conjunto de encargos funcionais e hierárquicos a cujas empresa e com a natureza de suas operações. Quando a
prescrições e normas de comportamento todos os seus empresa cresce, as suas atividades não podem ser super-
membros se devem sujeitar. O princípio básico desta forma visionadas diretamente pelo proprietário ou pelo diretor.
de conceber uma organização é que, dentro de limites to- Essa tarefa de supervisão pode ser facilitada atribuindo-se
leráveis, os seus membros se comportarão racionalmente, a diferentes departamentos a responsabilidade pelas dife-
isto é, de acordo com as normas lógicas de comportamen- rentes fases ou aspectos dessa atividade.
to prescritas para cada um deles. Dito de outra forma, a
formulação orgânica de um conjunto lógico de encargos O desenho departamental ou departamentalização
funcionais e hierárquicos está baseada no princípio de que apresenta uma variedade de tipos.Os principais tipos de de-
os homens vão funcionar efetivamente de acordo com tal partamentalização são:
sistema racional. • a)funcional;
De qualquer forma, via de regra, toda organização se • b)por produtos e serviços;
estrutura a fim de atingir os seus objetivos, procurando • c)por base territorial;
com a sua estrutura organizacional a minimização de esfor- • d) por clientela:
ços e a maximização do rendimento. Em outras palavras, o • e) por processo;
maior lucro, pelo menor custo, dentro de um certo padrão • f) por projeto;
de qualidade. A organização, portanto, não é um fim, mas • g) matricial.
um meio de permitir à empresa atingir adequadamente de-
terminados objetivos. A gestão privada prioriza o econômico-mercantil e de-
senvolve seus instrumentos e processos de gestão sempre
Departamentalização dando prioridade às finalidades de ordem econômica, so-
Quando uma empresa é pequena e constituída de pou- bretudo mercadológica. A gestão pública tem como atri-
cas pessoas, nenhum arranjo formal para definir e agrupar buição a gestão de necessidades do social, principalmente
as suas atividades é necessário. As pequenas empresas não por meio das chamadas políticas públicas e políticas so-
requerem diferenciação ou especialização para distinguir o ciais.
trabalho de uma pessoa ou unidade dos demais. Mas, à Gestão pública refere-se às funções de gerência públi-
medida que as empresas se tornam maiores e envolvem ca dos negócios do governo.
atividades mais diversificadas, elas são forçadas a dividir as De uma maneira sucinta, pode-se classificar o agir do
principais tarefas empresariais e transformá-las em respon- administrador público em três níveis distintos:
sabilidades departamentais ou divisionais. a) atos de governo, que situam-se na órbita política;
Departamento designa uma área, divisão ou um seg- b) atos de administração, atividade neutra, vinculada
mento distinto de uma empresa sobre o qual um admi- à lei; e
nistrador (seja diretor, gerente, chefe, supervisor etc) tem c) atos de gestão, que compreendem os seguintes pa-
autoridade para o desempenho de atividades específicas. râmetro básicos:
Assim, um departamento ou divisão é empregado com um I - tradução da missão;
significado genérico e aproximativo: pode ser um órgão de II - realização de planejamento e controle;
produção, uma divisão de vendas, a seção de contabilida- III - administração de recursos humanos, materiais, tec-
de, a unidade de pesquisa e desenvolvimento ou o setor de nológicos e financeiros;
compras. Em algumas empresas, a terminologia departa- IV - inserção de cada unidade organizacional no foco
mental é levada a sério e indica relações hierárquicas bem da organização; e
definidas: um superintendente cuida de uma divisão; um V - tomada de decisão diante de conflitos internos e
gerente de um departamento; um chefe de uma seção; um externos.
supervisor de um setor. Em outras empresas, a terminolo- Portanto, fica clara a importância da gestão pública na
gia é simplesmente casual e pouco ordenada. Daí a dificul- realização do interesse público, porque é ela que vai via-
dade de uma terminologia universal. bilizar o controle da eficiência do Estado na realização do
O desenho departamental decorre da diferenciação de bem comum estabelecido politicamente e normatizado ad-
atividades dentro da empresa. À medida que ocorre a es- ministrativamente. 
pecialização com o trabalho e o aparecimento de funções No que tange a gestão por resultados, temos que a so-
especializadas, a empresa passa a necessitar de coordena- ciedade demanda – de modo insistente – a necessidade de
ção dessas diferentes atividades, agrupando-as em unida- promover um crescimento constante da produtividade no
des maiores. Daí o princípio da homogeneidade: as funções ambiente público, exigindo a redução da pressão fiscal e o
devem ser atribuídas a unidades organizacionais na base incremento, ao mesmo tempo, da produção de bens públi-
da homogeneidade de conteúdo, no sentido de alcançar cos. O resultado se transforma, assim, em um instrumento-
operações mais eficientes e econômicas. As funções são -chave para a valorização da ação pública; e a gestão para
homogêneas na medida em que o seu conteúdo apresen- resultados e do resultado surge como instrumento e obje-
te semelhanças entre si. O desenho departamental é mais tivo da melhoria e modernização da administração pública.

67
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO/SITUAÇÕES GERENCIAIS

As especificidades nacionais, a natureza abrangente • Assegurar que o processo de produção de bens e


do conceito gestão para resultados – derivada da própria serviços públicos (incluindo a concessão, a distribuição e a
lógica integradora do processo de gestão – e a enorme melhoria da produtividade) seja transparente, equitativo
quantidade de produção teórica, conceitual, operacional e e controlável.
experimental existente sobre o tema, convidam e obrigam • Promover e desenvolver mecanismos internos que
à mais absoluta humildade em qualquer tentativa de apro- melhorem o desempenho dos dirigentes e servidores pú-
ximação ao tema. blicos, e, com isso, fomentar a efetividade dos organismos
O Estado tem passado a desempenhar um papel-chave governamentais, visando a concretização dos objetivos an-
como produtor de valor público, e como tal tem priorizado teriores.
a criação de condições para o desenvolvimento e o bem-
-estar social, além da produção de serviços e da oferta de Principais Teóricos e suas Contribuições para a Ges-
infra-estrutura. tão da Qualidade
Esta mudança na função do Estado tem transformado
várias frentes da administração pública, pela exigência cada
Qualidade é o atendimento das exigências do cliente.
vez mais contundente dos cidadãos que exercem também
o papel de usuários dos serviços. Segundo Edwards Deming, a qualidade deve ter como ob-
A crise fiscal do modelo anterior, uma vez esgotado o jetivo as necessidades do usuário, presentes e futuras. Para
período de esplendor do Estado do Bem-Estar, tem trazi- Juran, representa a qualidade como a adequação à finali-
do novos problemas. Dentre eles, destaca-se a crescente dade ou ao uso.
necessidade de atender uma demanda irrefreável de bens O importante é entender que por trás de vários concei-
públicos de boa qualidade, típica do Estado de Bem-Estar, tos de qualidade está sempre a figura do cliente, que pode
porém hoje acompanhada da exigência de diminuir a pres- ser interno ou externo à organização.
são fiscal – inclusive naqueles casos em que ainda persiste Destaca-se que enquanto a MELHORIA CONTÍNUA da
um modelo de estado anterior ao de bem-estar. Esta subs- qualidade é aplicável no nível operacional da instituição, a
tituição de missão trouxe muitos desafios ao Estado, entre QUALIDADE TOTAL estende o conceito da qualidade para
os quais a redefinição dos conceitos de administração, ges- toda a organização, abrangendo todos os níveis da orga-
tão pública e valor público. nização, desde o pessoal de escritório e do chão da fábrica
Além disso, essas transformações têm afetado profun- até a cúpula da administração em um envolvimento total.
damente as práticas dos dirigentes públicos (políticos e ge- Tanto a melhoria contínua como a qualidade total são
rentes) e a teoria na qual fundamentavam suas ações. abordagens incrementais para se obter excelência em qua-
Da mesma forma, esta mudança afetou o sistema de
lidade dos produtos e processos, ou seja, sempre visando
controle da ação do Estado; está-se migrando da exigência
ao atendimento do objetivo principal que é a satisfação do
de rigor nos procedimentos para a exigência de resultados
– inerente a um Estado que se apresenta como provedor de cliente. O objetivo é fazer acréscimo de valor continuamen-
serviços, capacitador de desenvolvimento e fornecedor de te.
bem-estar. Desta troca de missão se deriva uma variação na William Edwards Deming, norte-americano, foi um re-
posição do cidadão perante o Estado. nomado estatístico e participou, junto com Joseph Juran,
O cidadão comum se preocupa em assegurar-se uma das palestras aos empresários japoneses e colaborou de
correta e burocrática (homogênea, idêntica e não discricio- forma significativa na mudança da economia e posição
nária) aplicação da lei e da norma. O cidadão-usuário se global do Japão. Destacou-se como o responsável pelo de-
interessa por conseguir o melhor retorno fiscal – enquanto senvolvimento de indústrias japonesas no período do pós-
bens coletivos. -guerra e o responsável pela disseminação de muitas das
Vê-se, pois, que o Estado deve deslocar sua atenção, técnicas de gerenciamento da qualidade.
antes colocada no procedimento como produto principal Entre seus estudos, é importante conhecer os 14 prin-
de sua atividade, agora voltada para o de serviços e bem- cípios para a produtividade gerencial que visa ao progra-
-estar. A gestão por resultados é um dos lemas que melhor ma de melhoria contínua da organização. Preste bastante
representa o novo desafio. Isto não significa que não inte- atenção e entenda cada item porque é cobrado em prova.
ressa o modo de fazer as coisas, apenas exprime que agora Seguem os 14 princípios de Deming:
é muito mais relevante o quê se faz pelo bem da comuni- 1. Criar e publicar para todas as pessoas os objetivos
dade.
e propósitos da empresa quanto à melhoria do produto
Nestes últimos tempos, a Gestão Pública – como dis-
ou serviço. A alta direção deve demonstrar constantemente
ciplina – tem abordado estes desafios novos com o auxílio
da lógica gerencial, isto é, pela racionalidade econômica seu total apoio ao programa.
que procura conseguir eficácia e eficiência. Esta lógica 2. A alta administração e todas as pessoas devem
compartilha, mais ou menos explicitamente, três propósi- aprender e adotar a nova filosofia: não mais conviver com
tos fundamentais: atrasos, erros e defeitos no trabalho.
• Assegurar a constante otimização do uso dos re- 3. Conhecer os propósitos da qualidade, para melhorar
cursos públicos na produção e distribuição de bens públi- os processos e reduzir os custos. Deve-se investir na pre-
cos como resposta às exigências de mais serviços e menos venção de defeitos, em vez de investir na correção.
impostos, mais eficácia e mais eficiência, mais equidade e 4. Suspender a prática de fazer negócios apenas na
mais qualidade. base do preço.

68
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO/SITUAÇÕES GERENCIAIS

5. Melhorar sempre e constantemente o sistema de 2. Criar as equipes de melhoria da qualidade. A Direção


produção e serviços, identificando e solucionando pro- deve estabelecer uma equipe para supervisionar a melho-
blemas. A maneira como os produtos são fabricados e os ria da qualidade em todos os departamentos. O papel da
serviços produzidos deve ser alvo de constantes melhorias. equipe é avaliar o que é necessário em cada departamento
6. Instituir treinamento no trabalho. Deve-se treinar e levar a cabo tudo o que respeita à política geral da quali-
constantemente a força de trabalho, de modo a valorizá- dade da organização.
-la e capacitá-la com as metodologias e ferramentas mais 3. Criar os indicadores da qualidade que devem ser in-
adequadas ao sucesso da organização. troduzidos de forma a identificar as necessidades de me-
7. Ensinar e instituir liderança para conduzir pessoas na lhoria.
produção. 4. Avaliação do custo da não qualidade. As equipes da
8. Eliminar o medo de errar. Criar a confiança e um cli- melhoria da qualidade deverão fazer uma estimativa dos
ma para a inovação. Proporcionar um ambiente no qual os custos da não qualidade como, por exemplo, despesas com
colaboradores sintam-se seguros para contribuir com su- retrabalhos, despesas com trocas, de forma a identificar
gestões e críticas para a melhoria da qualidade. zonas prioritárias em que as ações serão imediatamente
9. Incentivar grupos e equipe para alcançar os objetivos rentáveis.
e propósitos da empresa. 5. Tomada de consciência das necessidades da quali-
10. Demolir as barreiras funcionais entre departamen- dade. Os funcionários deverão compreender a importância
tos. do respeito pelas especificações e o custo das não confor-
11. Eliminar exortações à produtividade sem que os midades.
métodos não tenham sido providenciados. 6. Adotar as ações corretivas para os problemas iden-
12. Remover as barreiras que impedem as pessoas de tificados na fase 4. Uma vez identificados os custos da não
orgulhar-se do seu trabalho. Os colaboradores que venham qualidade, deverão ser adotadas ações para eliminá-los.
a se destacar e busquem contribuir de maneira significativa 7. Planejar um programa “zero defeitos” que tem a fi-
para a melhoria do desempenho organizacional devem ser
nalidade de fortalecer a cultura do fazer certo da primeira
publicamente reconhecidos pelo seu empenho.
vez.
13. Encorajar a educação e o auto aperfeiçoamento de
8. Formação dos responsáveis e inspetores. Desde o
cada pessoa. Instituir um forte programa de educação e
início do programa, aos diferentes níveis de responsabili-
auto aprimoramento.
dade, os dirigentes devem ser formados para implementar
14. Garantir a ação necessária para acompanhar essa
o que lhes compete no programa global de melhoria da
transformação. Todos na organização devem se empenhar
qualidade.
para o sucesso das transformações em prol da qualidade.
9. Instituir “um dia zero defeitos” para que o conjunto
dos funcionários da organização seja sensibilizado nas no-
Philip Crosby nasceu nos Estados Unidos em 1926 e
pregava que a prevenção de problemas é economicamen- vas normas de desempenho.
te mais rentável do que ser competente para resolvê-los 10. Definição dos objetivos. Para transformar os com-
após ocorrerem. A ênfase deveria ser na prevenção e não promissos em ação os indivíduos e os grupos devem ser
na inspeção. encorajados a estabelecerem metas de aperfeiçoamento.
Para isso, cada responsável define, com os membros da sua
Destacam-se alguns conceitos apresentados por ele: equipa, os objetivos específicos a atingir cujos resultados
• Zero Defeitos – Não significa que todos os produtos sejam mensuráveis. Estes objetivos podem ser do conhe-
serão perfeitos. Representa que a Alta Direção deverá assu- cimento de todos e o seu progresso pode ser avaliado em
mir um compromisso de que se esforçará e fornecerá todas reuniões regulares.
as condições necessárias para que todos na organização 11. Eliminar as causas dos erros. Os empregados de-
busquem a conformidade com os requisitos já na primeira vem ser encorajados a comunicar as dificuldades que têm
vez. em atingir as suas metas de aperfeiçoamento e na remoção
• Fazer certo na primeira vez – É mais economicamente das causa de erros.
vantajoso fazer certo logo na primeira vez do que ter retra- 12. Reconhecimento. Deve ser manifestado publica-
balho refazendo o que foi feito de forma incorreta. mente o reconhecimento àqueles que atingem os seus ob-
jetivos de forma regular.
Crosby propõe uma sequência de passos para a im- 13. Implantar os círculos de qualidade. Os especialistas
plantação de um programa de melhoria da qualidade: em Qualidade e as pessoas particularmente motivadas pelo
1. Compromisso da Alta Direção em relação ao pro- progresso da melhoria da qualidade devem-se encontrar
grama de qualidade. A Direção da organização deve es- regularmente a fim de trocarem ideias e experiências.
tar convencida da necessidade da melhoria da qualidade 14. Recomeçar e progredir sempre. Reiniciar o ciclo
e exprimi-lo claramente através de um documento escrito para dar continuidade ao programa. O conjunto de passos
que defina a política de qualidade da organização. Deve anteriores deve ser iniciado com regularidade, o que reno-
exprimir o que cada um deve fazer para responder às ne- va o compromisso dos antigos funcionários e introduz os
cessidades dos clientes. novos no processo.

69
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO/SITUAÇÕES GERENCIAIS

Joseph M. Juran, junto com Deming, foi um dos res- O ciclo PDCA, ciclo de Shewhart ou ciclo de Deming,
ponsáveis pelo reerguimento da economia japonesa pós- é um ciclo de desenvolvimento que tem foco na melhoria
-guerra. contínua.
Para o autor, os pontos fundamentais da gestão da O PDCA foi idealizado por Shewhart e divulgado por
qualidade são: Deming, quem efetivamente o aplicou. Inicialmente deu-se
• O planejamento da qualidade o uso para estatística e métodos de amostragem. O ciclo
• A melhoria da qualidade de Deming tem por princípio tornar mais claros e ágeis os
• O controle da qualidade processos envolvidos na execução da gestão, como por
Considerava a qualidade como o resultado do desem- exemplo na gestão da qualidade, dividindo-a em quatro
penho do produto que satisfaz o cliente, ou seja, a satisfa- principais passos.
ção do cliente em relação ao produto passa a fazer parte O PDCA é aplicado para se atingir resultados dentro
do planejamento da qualidade. de um sistema de gestão e pode ser utilizado em qualquer
empresa de forma a garantir o sucesso nos negócios, inde-
Armand Vallin Feigenbaun nasceu em 1922 e destacou- pendentemente da área de atuação da empresa.
-se como um dos importantes pensadores da qualidade. O ciclo começa pelo planejamento, em seguida a ação
Nos anos 50, definiu o que seria o controle da qualidade ou conjunto de ações planejadas são executadas, checa-
total como um sistema eficiente para a integração do de- -se se o que foi feito estava de acordo com o planejado,
senvolvimento da qualidade, da manutenção da qualidade constantemente e repetidamente (ciclicamente), e toma-se
e dos esforços de melhoramento da qualidade dos diver- uma ação para eliminar ou ao menos mitigar defeitos no
sos grupos numa organização, para permitir produtos e produto ou na execução.
serviços mais econômicos que levem em conta a satisfação Os passos são os seguintes:
total do consumidor. • Plan (planejamento): estabelecer uma meta ou
Destacam-se algumas de suas ideias sobre qualidade: identificar o problema (um problema tem o sentido daqui-
• É um instrumento estratégico para a organização lo que impede o alcance dos resultados esperados, ou seja,
• É uma filosofia de gestão, um compromisso com a o alcance da meta); analisar o fenômeno (analisar os dados
Excelência relacionados ao problema); analisar o processo (descobrir
• É o único objetivo da organização as causas fundamentais dos problemas) e elaborar um pla-
• A qualidade é determinada pelos clientes no de ação.
• Pressupõe trabalho em grupo • Do (execução): realizar, executar as atividades con-
• A qualidade exige o compromisso da Alta Direção forme o plano de ação.
• A qualidade exige empowerment (Significa dar poder • Check (verificação): monitorar e avaliar periodica-
de ação aos escalões mais baixos da estrutura organiza- mente os resultados, avaliar processos e resultados, con-
cional, incentivando a autonomia e a descentralização. É frontando-os com o planejado, objetivos, especificações e
importante frisar que indivíduos com empowerment pre- estado desejado, consolidando as informações, eventual-
cisam conhecer a missão organizacional a fim de atingir os mente confeccionando relatórios. Atualizar ou implantar a
objetivos da instituição). gestão à vista.
• Act (ação): Agir de acordo com o avaliado e de
Ciclo PDCA acordo com os relatórios, eventualmente determinar e
confeccionar novos planos de ação, de forma a melhorar a
qualidade, eficiência e eficácia, aprimorando a execução e
corrigindo eventuais falhas.

É importante lembrar que como o Ciclo PDCA é verda-


deiramente um ciclo, e por isso deve “girar” constantemen-
te. Ele não tem um fim obrigatório definido. Com as ações
corretivas ao final do primeiro ciclo é possível (e desejável)
que seja criado um novo planejamento para a melhoria de
determinado procedimento, inciando assim todo o proces-
so do Ciclo PDCA novamente. Este novo ciclo, a partir do
anterior, é fundamental para o sucesso da utilização desta
ferramenta.
Cuidados na utilização do Ciclo PDCA
O Sebrae, ressalta que ao implementar o Ciclo PDCA é
importante que o gestor evite:
• Fazer sem planejar;
• Definir as metas e não definir os métodos para
atingi-las;
• Definir metas e não preparar o pessoal para exe-
cutá-las;

70
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO/SITUAÇÕES GERENCIAIS

• Fazer e não checar; Pronúncia correta das palavras


• Planejar, fazer, checar e não agir corretivamente, Proferir as palavras corretamente. Isso envolve:
quando necessário;  Usar os sons corretos para vocalizar as palavras;
• Parar após uma “volta” do ciclo.  Enfatizar a sílaba certa;
A não execução de uma das etapas do ciclo pode com-  Dar a devida atenção aos sinais diacríticos
prometer seriamente o processo de melhoria contínua. Por
este motivo, a ferramenta apresentada aqui deve ser enca- Por que é importante?
rada como um processo contínuo em busca da qualidade A pronúncia correta confere dignidade à mensagem
máxima requerida por um procedimento ou produto. Afi- que pregamos. Permite que os ouvintes se concentrem no
nal, como dito no início deste post, o foco principal do teor da mensagem sem ser distraídos por erros de pro-
Ciclo PDCA é a melhoria contínua.7 núncia.
Fatores a considerar. Não há um conjunto de regras
de pronúncia que se aplique a todos os idiomas. Muitos
idiomas utilizam um alfabeto. Além do alfabeto latino, há
XI. NOÇÕES DE ATENDIMENTO AO PÚBLICO
também os alfabetos árabe, cirílico, grego e hebraico. No
idioma chinês, a escrita não é feita por meio de um alfabe-
to, mas por meio de caracteres que podem ser compostos
de vários elementos. Esses caracteres geralmente repre-
Quando se fala em comunicação interna organizacio- sentam uma palavra ou parte de uma palavra. Embora os
nal, automaticamente relaciona ao profissional de Relações idiomas japonês e coreano usem caracteres chineses, es-
Públicas, pois ele é o responsável pelo relacionamento da tes podem ser pronunciados de maneiras bem diferentes e
empresa com os seus diversos públicos (internos, externos nem sempre ter o mesmo significado.
e misto). Nos idiomas alfabéticos, a pronúncia adequada exige
As organizações têm passado por diversas mudanças que se use o som correto para cada letra ou combinação
buscando a modernização e a sobrevivência no mundo dos
de letras. Quando o idioma segue regras coerentes, como é
negócios. Os maiores objetivos dessas transformações são:
o caso do espanhol, do grego e do zulu, a tarefa não é tão
tornar a empresa competitiva, flexível, capaz de responder
difícil. Contudo, as palavras estrangeiras incorporadas ao
as exigências do mercado, reduzindo custos operacionais e
idioma às vezes mantêm uma pronúncia parecida à origi-
apresentando produtos competitivos e de qualidade.
nal. Assim, determinadas letras, ou combinações de letras,
A reestruturação das organizações gerou um público
podem ser pronunciadas de diversas maneiras ou, às vezes,
interno de novo perfil. Hoje, os empregados são muito
simplesmente não ser pronunciadas. Você talvez precise
mais conscientes, responsáveis, inseridos e atentos às co-
memorizar as exceções e então usá-las regularmente ao
branças das empresas em todos os setores. Diante desse
novo modelo organizacional, é que se propõe como atri- conversar. Em chinês, a pronúncia correta exige a memori-
buição do profissional de Relações Públicas ser o interme- zação de milhares de caracteres. Em alguns idiomas, o sig-
diador, o administrador dos relacionamentos institucionais nificado de uma palavra muda de acordo com a entonação.
e de negócios da empresa com os seus públicos. Sendo Se a pessoa não der a devida atenção a esse aspecto do
assim, fica claro que esse profissional tem seu campo de idioma, poderá transmitir ideias erradas.
ação na política de relacionamento da organização. Se as palavras de um idioma forem compostas de síla-
A comunicação interna, portanto, deve ser entendida bas, é importante enfatizar a sílaba correta. Muitos idiomas
como um feixe de propostas bem encadeadas, abrangen- que usam esse tipo de estrutura têm regras bem defini-
tes, coisa significativamente maior que um simples progra- das sobre a posição da sílaba tônica (aquela que soa mais
ma de comunicação impressa. Para que se desenvolva em forte). As palavras que fogem a essas regras geralmente
toda sua plenitude, as empresas estão a exigir profissio- recebem um acento gráfico, o que torna relativamente fácil
nais de comunicação sistêmicos, abertos, treinados, com pronunciá-las de maneira correta. Contudo, se houver mui-
visões integradas e em permanente estado de alerta para tas exceções às regras, o problema fica mais complicado.
as ameaças e oportunidades ditadas pelo meio ambiente. Nesse caso, exige bastante memorização para se pronun-
Percebe-se com isso, a multivariedade das funções dos ciar corretamente as palavras.
Relações Públicas: estratégica, política, institucional, mer- Em alguns idiomas, é fundamental prestar bastante
cadológica, social, comunitária, cultural, etc.; atuando sem- atenção aos sinais diacríticos que aparecem acima e abaixo
pre para cumprir os objetivos da organização e definir suas de determinadas letras, como: è, é, ô, ñ, ō, ŭ, u, č, ç.
políticas gerais de relacionamento. Na questão da pronúncia, é preciso evitar algumas ar-
Em vista do que foi dito sobre o profissional de Rela- madilhas. A precisão exagerada pode dar a impressão de
ções Públicas, destaca-se como principal objetivo liderar o afetação e até de esnobismo. O mesmo acontece com as
processo de comunicação total da empresa, tanto no nível pronúncias em desuso. Tais coisas apenas chamam atenção
do entendimento, como no nível de persuasão nos negó- para o orador. Por outro lado, é bom evitar o outro extremo
cios. e relaxar tanto no uso da linguagem quanto na pronúncia
das palavras. Algumas dessas questões já foram discutidas
7 Texto adaptado de Gustavo Periard no estudo “Articulação clara”.

71
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO/SITUAÇÕES GERENCIAIS

Em alguns idiomas, a pronúncia aceitável pode diferir 211 – duzentos e onze


de um país para outro — até mesmo de uma região para 118 – cento e dezoito
outra no mesmo país. Um estrangeiro talvez fale o idioma 511 – quinhentos e onze
local com sotaque. Os dicionários às vezes admitem mais 0001 – mil ao contrario
de uma pronúncia para determinada palavra. Especialmen-
te se a pessoa não teve muito acesso à instrução escolar ou Atendimento telefonico
se a sua língua materna for outra, ela se beneficiará muito Na comunicação telefônica, é fundamental que o inter-
por ouvir com atenção os que falam bem o idioma local e locutor se sinta acolhido e respeitado, sobretudo porque se
imitar sua pronúncia. Como Testemunhas de Jeová quere- trata da utilização de um canal de comunicação a distância.
mos falar de uma maneira que dignifique a mensagem que É preciso, portanto, que o processo de comunicação ocorra
pregamos e que seja prontamente entendida pelas pessoas da melhor maneira possível para ambas as partes (emissor
da localidade. e receptor) e que as mensagens sejam sempre acolhidas e
No dia-a-dia, é melhor usar palavras com as quais se contextualizadas, de modo que todos possam receber bom
está bem familiarizado. Normalmente, a pronúncia não atendimento ao telefone.
constitui problema numa conversa, mas ao ler em voz alta Alguns autores estabelecem as seguintes recomenda-
você poderá se deparar com palavras que não usa no co- ções para o atendimento telefônico:
tidiano. • não deixar o cliente esperando por um tempo muito
longo. É melhor explicar o motivo de não poder atendê-lo
Maneiras de aprimorar. Muitas pessoas que têm pro- e retornar a ligação em seguida;
blemas de pronúncia não se dão conta disso. • o cliente não deve ser interrompido, e o funcionário
Em primeiro lugar, quando for designado a ler em tem de se empenhar em explicar corretamente produtos e
público, consulte num dicionário as palavras que não co- serviços;
nhece. Se não tiver prática em usar o dicionário, procure • atender às necessidades do cliente; se ele desejar
em suas páginas iniciais, ou finais, a explicação sobre as algo que o atendente não possa fornecer, é importante
abreviaturas, as siglas e os símbolos fonéticos usados ou, oferecer alternativas;
se necessário, peça que alguém o ajude a entendê-los. Em • agir com cortesia. Cumprimentar com um “bom-dia”
alguns casos, uma palavra pode ter pronúncias diferentes, ou “boa-tarde”, dizer o nome e o nome da empresa ou ins-
dependendo do contexto. Alguns dicionários indicam a tituição são atitudes que tornam a conversa mais pessoal.
pronúncia de letras que têm sons variáveis bem como a Perguntar o nome do cliente e tratá-lo pelo nome trans-
sílaba tônica. Antes de fechar o dicionário, repita a palavra mitem a ideia de que ele é importante para a empresa ou
várias vezes em voz alta. instituição. O atendente deve também esperar que o seu
Uma segunda maneira de melhorar a pronúncia é ler interlocutor desligue o telefone. Isso garante que ele não
para alguém que pronuncia bem as palavras e pedir-lhe interrompa o usuário ou o cliente. Se ele quiser comple-
que corrija seus erros. mentar alguma questão, terá tempo de retomar a conversa.
Um terceiro modo de aprimorar a pronúncia é prestar
atenção aos bons oradores. No atendimento telefônico, a linguagem é o fator prin-
cipal para garantir a qualidade da comunicação. Portanto,
Pronúncia de números telefonicos é preciso que o atendente saiba ouvir o interlocutor e res-
O número de telefone deve ser pronunciado algarismo ponda a suas demandas de maneira cordial, simples, clara e
por algarismo. objetiva. O uso correto da língua portuguesa e a qualidade
Deve-se dar uma pausa maior após o prefixo. da dicção também são fatores importantes para assegu-
Lê-se em caso de uma sequencia de números de tres rar uma boa comunicação telefônica. É fundamental que o
em tres algarismos, com exceção de uma sequencia de atendente transmita a seu interlocutor segurança, compro-
quatro numeros juntos, onde damos uma pausa a cada misso e credibilidade.
dois algarismos. Além das recomendações anteriores, são citados, a
O número “6” deve ser pronunciado como “meia” e o seguir, procedimentos para a excelência no atendimento
número “11”, que é outra exceção, deve ser pronunciado telefônico:
como “onze”.
Veja abaixo os exemplos • Identificar e utilizar o nome do interlocutor: nin-
011.264.1003 – zero, onze – dois, meia, quatro – um, guém gosta de falar com um interlocutor desconhecido,
zero – zero, tres por isso, o atendente da chamada deve identificar-se assim
021.271.3343 – zero, dois, um – dois, sete, um – tres, que atender ao telefone. Por outro lado, deve perguntar
tres – quatro, tres com quem está falando e passar a tratar o interlocutor pelo
031.386.1198 – zero, tres, um – tres, oito, meia – onze nome. Esse toque pessoal faz com que o interlocutor se
– nove, oito sinta importante;
• assumir a responsabilidade pela resposta: a pessoa
Exceções que atende ao telefone deve considerar o assunto como
110 - cento e dez seu, ou seja, comprometer-se e, assim, garantir ao inter-
111 – cento e onze locutor uma resposta rápida. Por exemplo: não deve dizer

72
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO/SITUAÇÕES GERENCIAIS

“não sei”, mas “vou imediatamente saber” ou “daremos • Concentração – sobretudo no que diz o interlocu-
uma resposta logo que seja possível”. Se não for mesmo tor (evitar distrair-se com outras pessoas, colegas ou situa-
possível dar uma resposta ao assunto, o atendente deverá ções, desviando-se do tema da conversa, bem como evitar
apresentar formas alternativas para o fazer, como: fornecer comer ou beber enquanto se fala);
o número do telefone direto de alguém capaz de resolver • Comportamento ético na conversação – o que en-
o problema rapidamente, indicar o e-mail ou numero da volve também evitar promessas que não poderão ser cum-
pessoa responsável procurado. A pessoa que ligou deve ter pridas.
a garantia de que alguém confirmará a recepção do pedido •
ou chamada; Atendimento e tratamento
• Não negar informações: nenhuma informação O atendimento está diretamente relacionado aos ne-
deve ser negada, mas há que se identificar o interlocutor gócios de uma organização, suas finalidades, produtos e
antes de a fornecer, para confirmar a seriedade da chama- serviços, de acordo com suas normas e regras. O atendi-
da. Nessa situação, é adequada a seguinte frase: vamos mento estabelece, dessa forma, uma relação entre o aten-
anotar esses dados e depois entraremos em contato com dente, a organização e o cliente.
o senhor
• Não apressar a chamada: é importante dar tempo A qualidade do atendimento, de modo geral, é deter-
ao tempo, ouvir calmamente o que o cliente/usuário tem minada por indicadores percebidos pelo próprio usuário
a dizer e mostrar que o diálogo está sendo acompanhado relativamente a:
com atenção, dando feedback, mas não interrompendo o • competência – recursos humanos capacitados e re-
raciocínio do interlocutor; cursos tecnológicos adequados;
• Sorrir: um simples sorriso reflete-se na voz e de- • confiabilidade – cumprimento de prazos e horários
monstra que o atendente é uma pessoa amável, solícita e estabelecidos previamente;
interessada; • credibilidade – honestidade no serviço proposto;
• Ser sincero: qualquer falta de sinceridade pode ser • segurança – sigilo das informações pessoais;
catastrófica: as más palavras difundem-se mais rapidamen-
• facilidade de acesso – tanto aos serviços como ao
te do que as boas;
pessoal de contato;
• Manter o cliente informado: como, nessa forma de
• comunicação – clareza nas instruções de utilização
comunicação, não se estabele o contato visual, é necessá-
dos serviços.
rio que o atendente, se tiver mesmo que desviar a atenção
do telefone durante alguns segundos, peça licença para in-
Fatores críticos de sucesso ao telefone:
terromper o diálogo e, depois, peça desculpa pela demora.
 A voz / respiração / ritmo do discurso
Essa atitude é importante porque poucos segundos podem
 A escolha das palavras
parecer uma eternidade para quem está do outro lado da
linha;  A educação
• Ao telefone, a sua voz é você. A pessoa que está do
• Ter as informações à mão: um atendente deve outro lado da linha não pode ver as suas expressões faciais
conservar a informação importante perto de si e ter sem- e gestos, mas você transmite através da voz o sentimento
pre à mão as informações mais significativas de seu setor. que está alimentando ao conversar com ela. As emoções
Isso permite aumentar a rapidez de resposta e demonstra positivas ou negativas, podem ser reveladas, tais como:
o profissionalismo do atendente; • Interesse ou desinteresse,
• Estabelecer os encaminhamentos para a pessoa • Confiança ou desconfiança,
que liga: quem atende a chamada deve definir quando é • Alerta ou cansaço,
que a pessoa deve voltar a ligar (dia e hora) ou quando é • Calma ou agressividade,
que a empresa ou instituição vai retornar a chamada. • Alegria ou tristeza,
• • Descontração ou embaraço,
Todas estas recomendações envolvem as seguintes ati- • Entusiasmo ou desânimo.
tudes no atendimento telefônico: O ritmo habitual da comunicação oral é de 180 pala-
• Receptividade - demonstrar paciência e disposição vras por minuto; ao telefone deve-se reduzir para 120 pa-
para servir, como, por exemplo, responder às dúvidas mais lavras por minuto aproximadamente, tornando o discurso
comuns dos usuários como se as estivesse respondendo mais claro.
pela primeira vez. Da mesma forma é necessário evitar que A fala muito rápida dificulta a compreensão da mensa-
interlocutor espere por respostas; gem e pode não ser perceptível; a fala muito lenta pode o
• Atenção – ouvir o interlocutor, evitando interrup- outro a julgar que não existe entusiasmo da sua parte.
ções, dizer palavras como “compreendo”, “entendo” e, se
necessário, anotar a mensagem do interlocutor); O tratamento é a maneira como o funcionário se dirige
• Empatia - para personalizar o atendimento, pode- ao cliente e interage com ele, orientando-o, conquistando
-se pronunciar o nome do usuário algumas vezes, mas, sua simpatia. Está relacionada a:
nunca, expressões como “meu bem”, “meu querido, entre • Presteza – demonstração do desejo de servir, valo-
outras); rizando prontamente a solicitação do usuário;

73
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO/SITUAÇÕES GERENCIAIS

• Cortesia – manifestação de respeito ao usuário e 9 - Atenda o telefone o mais rápido possível: o ideal
de cordialidade; é atender o telefone no máximo até o terceiro toque, pois,
• Flexibilidade – capacidade de lidar com situações é um ato que demonstra afabilidade e empenho em tentar
não-previstas. entregar para o cliente a máxima eficiência.
• 10 - Nunca cometa o erro de dizer “alô”: o ideal é
A comunicação entre as pessoas é algo multíplice, haja dizer o nome da organização, o nome da própria pessoa
vista, que transmitir uma mensagem para outra pessoa e seguido ainda, das tradicionais saudações (bom dia, boa
fazê-la compreender a essência da mesma é uma tarefa tarde, etc.). Além disso, quando for encerrar a conversa
que envolve inúmeras variáveis que transformam a comu- lembre-se de ser amistoso, agradecendo e reafirmando o
nicação humana em um desafio constante para todos nós.
que foi acordado.
E essa complexidade aumenta quando não há uma
11 - Seja pró ativo: se um cliente procurar por alguém
comunicação visual, como na comunicação por telefone,
que não está presente na sua empresa no momento da
onde a voz é o único instrumento capaz de transmitir a
mensagem de um emissor para um receptor. Sendo assim, ligação, jamais peça a ele para ligar mais tarde, pois, essa é
inúmeras empresas cometem erros primários no atendi- uma função do atendente, ou seja, a de retornar a ligação
mento telefônico, por se tratar de algo de difícil consecu- quando essa pessoa estiver de volta à organização.
ção. 12 - Tenha sempre papel e caneta em mãos: a
Abaixo 16 dicas para aprimorar o atendimento telefô- organização é um dos princípios para um bom atendimento
nico, de modo a atingirmos a excelência, confira: telefônico, haja vista, que é necessário anotar o nome da
pessoa e os pontos principais que foram abordados.
1 - Profissionalismo: utilize-se sempre de uma 13 – Cumpra seus compromissos: um atendente
linguagem formal, privilegiando uma comunicação que não tem responsabilidade de cumprir aquilo que
que transmita respeito e seriedade. Evite brincadeiras, foi acordado demonstra desleixo e incompetência,
gírias, intimidades, etc, pois assim fazendo, você estará comprometendo assim, a imagem da empresa. Sendo
gerando uma imagem positiva de si mesmo por conta do assim, se tiver que dar um recado, ou, retornar uma
profissionalismo demonstrado. ligação lembre-se de sua responsabilidade, evitando
2 - Tenha cuidado com os ruídos:  algo que é esquecimentos.
extremamente prejudicial ao cliente são as interferências, 14 – Tenha uma postura afetuosa e prestativa: ao
ou seja, tudo aquilo que atrapalha a comunicação entre as
atender o telefone, você deve demonstrar para o cliente
partes (chieira, sons de aparelhos eletrônicos ligados, etc.).
uma postura de quem realmente busca ajudá-lo, ou seja,
Sendo assim, é necessário manter a linha “limpa” para que
que se importa com os problemas do mesmo. Atitudes
a comunicação seja eficiente, evitando desvios.
3 - Fale no tom certo: deve-se usar um tom de voz que negativas como um tom de voz desinteressado, melancóli-
seja minimamente compreensível, evitando desconforto co e enfadado contribuem para a desmotivação do cliente,
para o cliente que por várias vezes é obrigado a “implorar” sendo assim, é necessário demonstrar interesse e iniciativa
para que o atendente fale mais alto. para que a outra parte se sinta acolhida.
4 - Fale no ritmo certo:  não seja ansioso para que 15 – Não seja impaciente:  busque ouvir o cliente
você não cometa o erro de falar muito rapidamente, ou atentamente, sem interrompê-lo, pois, essa atitude
seja, procure encontrar o meio termo (nem lento e nem contribui positivamente para a identificação dos problemas
rápido), de forma que o cliente entenda perfeitamente existentes e consequentemente para as possíveis soluções
a mensagem, que deve ser transmitida com clareza e que os mesmos exigem.
objetividade. 16 – Mantenha sua linha desocupada: você já tentou
5 - Tenha boa dicção: use as palavras com coerência e ligar para alguma empresa e teve que esperar um longo
coesão para que a mensagem tenha organização, evitando período de tempo para que a linha fosse desocupada? Pois
possíveis erros de interpretação por parte do cliente. é, é algo extremamente inconveniente e constrangedor.
6 - Tenha equilíbrio: se você estiver atendendo um Por esse motivo, busque não delongar as conversas e evite
cliente sem educação, use a inteligência, ou seja, seja pa- conversas pessoais, objetivando manter, na medida do
ciente, ouça-o atentamente, jamais seja hostil com o mes-
possível, sua linha sempre disponível para que o cliente não
mo e tente acalmá-lo, pois assim, você estará mantendo
tenha que esperar muito tempo para ser atendido.
sua imagem intacta, haja vista, que esses “dinossauros” não
Buscar a excelência constantemente na comunicação
precisam ser atacados, pois, eles se matam sozinhos.
7 - Tenha carisma: seja uma pessoa empática e humana é um ato fundamental para todos nós, haja vista,
sorridente para que o cliente se sinta valorizado pela que estamos nos comunicando o tempo todo com outras
empresa, gerando um clima confortável e harmônico. Para pessoas. Infelizmente algumas pessoas não levam esse im-
isso, use suas entonações com criatividade, de modo a portante ato a sério, comprometendo assim, a capacidade
transmitir emoções inteligentes e contagiantes. humana de transmitir uma simples mensagem para outra
8 - Controle o tempo: se precisar de um tempo, peça pessoa. Sendo assim, devemos ficar atentos para não re-
o cliente para aguardar na linha, mas não demore uma petirmos esses erros e consequentemente aumentarmos
eternidade, pois, o cliente pode se sentir desprestigiado e nossa capacidade de comunicação com nosso semelhante.
desligar o telefone.

74
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO/SITUAÇÕES GERENCIAIS

Resoluções de situações conflitantes ou problemas - Se o ramal estiver ocupado quando você fizer a
quanto ao atendimento de ligações ou transferências transferência, diga à pessoa  que chamou: “O ramal está
O agente de comunicação é o cartão de visita da em- ocupado. Posso anotar o recado e retornar a ligação.” É
presa.. Por isso é muito importante prestar atenção a todos importante que você não deixe uma linha ocupada  com
os detalhes do seu trabalho. Geralmente você é a primeira uma pessoa que está  apenas esperando a liberação de um
pessoa a manter contato com o público. Sua maneira de ramal. Isso pode congestionar as linhas do equipamento,
falar e agir vai contribuir muito para a imagem que irão gerando perda de ligações. Mas caso essa pessoa insista
formar sobre sua empresa. Não esqueça: a primeira im- em falar com o ramal ocupado, você deve interromper a
pressão é a que fica. outra ligação  e dizer: “Desculpe-me interromper  sua liga-
Alguns detalhes que podem passar despercebidos na ção, mas há uma chamada urgente do (a) Sr.(a) Fulano(a)
rotina do seu trabalho: para este ramal. O (a) senhor (a) pode atender?” Se a pes-
- Voz: deve ser clara, num tom agradável e o mais na- soa puder atender , complete a ligação, se não, diga que
tural possível. Assim você fala só uma vez e evita perda de a outra ligação ainda está em andamento e reafirme sua
tempo. possibilidade em auxiliar.
Lembre-se  :
-  Calma:  Ás vezes pode não ser fácil mas é muito
Você deve ser natural, mas não deve esquecer de cer-
importante que você mantenha a calma e a paciência . A
tas formalidades como, por exemplo, dizer sempre “por fa-
pessoa que esta chamando merece ser atendida com toda
vor” , “Queira desculpar”, “Senhor”, “Senhora”. Isso facilita
a delicadeza. Não deve  ser apressada ou interrompida.
a comunicação e induz a outra pessoa a ter com você o
Mesmo que ela seja um pouco grosseira, você não deve mesmo tipo de tratamento.
responder no mesmo tom. Pelo contrário, procure acalmá- A conversa: existem  expressões que nunca devem ser
la. usadas, tais como girias, meias palavras, e palavras com co-
- Interesse e iniciativa: Cada pessoa que chama me- notação de intimidade. A conversa deve ser sempre manti-
rece atenção especial. E você, como toda boa telefonista, da em nível profissional.
deve ser sempre simpática e demonstrar interesse em aju-
dar.  Equipamento básico
- Sigilo: Na sua profissão, às vezes é preciso saber de Além da sala, existem outras coisas necessárias para
detalhes  importantes sobre o assunto que será tratado. assegurar o bom andamento do seu trabalho:
Esses detalhes são confidenciais e pertencem somente às - Listas telefônicas atualizadas.
pessoas envolvidas. Você deve ser discreta e manter tudo - Relação dos ramais por nomes de funcionários (em
em segredo. A quebra de sigilo nas ligações telefônicas é ordem alfabética).
considerada  uma falta grave, sujeita às penalidades legais.  - Relação dos números  de telefones mais chamados.
O que dizer e como dizer - Tabela de tarifas telefônicas.
 Aqui seguem algumas sugestões de como atender as - Lápis e caneta
chamadas externas: - Bloco para anotações
- Ao atender uma chamada externa, você deve dizer o - Livro de registro de defeitos.
nome da sua empresa seguido de bom dia, boa tarde ou
boa noite.  O que você precisa saber:
- Essa chamada externa vai solicitar um ramal  ou pes- O seu equipamento telefônico não é apenas parte do
soa. Você deve repetir esse número ou nome, para ter cer- seu material de trabalho. É o que há de mais importante.
teza de que entendeu  corretamente. Em seguida diga: “ Por isso você deve saber como ele funciona. Tecnicamente,
Um momento, por favor,” e transfira a ligação. o equipamento que você usa é chamado de CPCT - Central
Ao transferir as ligações, forneça as informações que Privada de Comunicação Telefônica, que permite você fazer
ligações internas (de ramal para ramal) e externas. Atual-
já possui; faça uso do seu vocabulário profissional; fale so-
mente existem dois tipos: PABX e KS.
mente o necessário e evite assuntos pessoais.
- PABX (Private Automatic Branch Exchange): neste sis-
Nunca faça a transferência ligeiramente, sem informar
tema, todas as ligações  internas e a maioria das ligações
ao seu interlocutor o que vai fazer, para quem vai transfe-
para fora da empresa são feitas pelos usuários de ramais.
rir a ligação, mantenha-o ciente dos passos desse atendi- Todas as ligações que entram, passam pela telefonista.
mento. - KS (Key System): todas as ligações, sejam elas de en-
Não se deve transferir uma ligação apenas para se trada, de saída ou internas, são feitas sem passar pela te-
livrar dela. Deve oferecer-se para auxiliar o interlocutor, lefonista
colocar-se à disposição dele, e se acontecer de não ser Informações básicas adicionais
possível, transfira-o para quem realmente possa atendê-lo - Ramal: são os terminais de onde saem e entram as
e resolver sua solicitação. Transferir o cliente de um setor ligações telefônicas. Eles se dividem em:
para outro, quando essa ligação já tiver sido transferida * Ramais privilegiados: são os ramais de onde se po-
várias vezes não favorece a imagem da empresa. Nesse dem fazer ligações para fora sem passar pela telefonista
caso, anote a situação e diga que irá retornar com as infor- * Ramais semi-privilegiados: nestes ramais é neces-
mações solicitadas. sário o auxilio da telefonista para ligar para fora.

75
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO/SITUAÇÕES GERENCIAIS

* Ramais restritos: só fazem ligações internas.  CORRIJA o erro imediatamente, ou diga quando
-Linha - Tronco:  linha telefônica que liga  a CPCT à vai corrigir.
central Telefônica Pública.  Diga QUEM e COMO vai corrigir o problema.
- Número-Chave ou Piloto: Número que acessa au-  EXPLIQUE o que ocorreu, evitando justificar.
tomaticamente as linhas que estão  em busca automática,  Entretanto, se tiver uma boa justificativa, JUSTIFI-
devendo ser o único número divulgado ao público. QUE, mas com muita prudência. O Cliente não se interessa
- Enlace: Meio pelo qual se efetuam as ligações  entre por “justificativas”. Este é um problema da empresa.
ramais e linhas-tronco.
- Bloqueador de Interurbanos: Aparelho que impede 4ª – O Cliente não está entendendo – o que fazer?
a realização de ligações interurbanas.  Concentre-se para entender o que realmente o
- DDG: (Discagem Direta Gratuita), serviço interurbano Cliente quer ou, exatamente, o que ele não está entenden-
franqueado, cuja cobrança das ligações  é feita no telefone do e o porquê.
chamado.  Caso necessário, explique novamente, de outro
- DDR : (Discagem direta a Ramal) , as chamadas exter- jeito, até que o Cliente entenda.
nas vão direto  para o ramal desejado, sem passar pela tele-  Alguma dificuldade maior? Peça Ajuda! Chame
fonista . Isto só é possível em algumas CPCTs do tipo PABX. o gerente, o chefe, o encarregado, mas evite, na medida
-  Pulso  : Critério de medição de uma chamada por do possível, que o Cliente saia sem entender ou concordar
tempo, distância e horário. com a resolução.
- Consultores: empregados da Telems que dão  orien-
tação  às empresas quanto ao melhor funcionamento dos 5ª – Discussão com o Cliente
sistemas de telecomunicações. Em uma discussão com o Cliente, com ou sem razão,
- Mantenedora: empresa habilitada para prestar servi- você sempre perde!
ço e dar assistência às CPCTs. Uma maneira eficaz de não cair na tentação de “brigar”
-  Serviço Noturno: direciona as chamadas recebidas ou “discutir” com um cliente é estar consciente – sempre
nos horários fora do expediente para determinados ramais. alerta -, de forma que se evite SINTONIZAR na mesma fre-
Só é possível em CPCTs do tipo PBX e PABX. quência emocional do Cliente, quando esta for negativa.
  Exemplos:
Em casos onde você se depara com uma situação que
represente conflito ou problema, é necessário adequar a
sua reação à cada circunstância. Abaixo alguns exemplos.
1ª - Um cliente chega nervoso – o que fazer? O Cliente está... Reaja de forma oposta
 Não interrompa a fala do Cliente. Deixe-o liberar
a raiva.
Falando alto, gritando. Fale baixo, pausadamente.
 Acima de tudo, mantenha-se calmo.
 Por nenhuma hipótese, sintonize com o Cliente,
em um estado de nervosismo. Irritado Mantenha a calma.
 Jamais diga ao Cliente: “Calma, o (a) senhor (a)
está muito nervoso (a), tente acalmar-se”. Desafiando Não aceite. Ignore o desafio.
 Use frases adequadas ao momento. Frases que
ajudam acalmar o Cliente, deixando claro que você está ali Diga-lhe que é possível re-
para ajudá-lo solver o problema sem a
Ameaçando
necessidade de uma ação
2ª – Diante de um Cliente mal-educado – o que fa- extrema.
zer?
 O tratamento deverá ser sempre positivo, inde- Diga-lhe que o compreende,
pendentemente das circunstâncias. que gostaria que ele lhe des-
Ofendendo
 Não fique envolvido emocionalmente. Aprenda a se uma oportunidade para
entender que você não é o alvo. ajudá-lo.
 Reaja com mais cortesia, com suavidade, cuidan-
do para não parecer ironia. Quando você toma a iniciativa 6ª – Equilíbrio Emocional
e age positivamente, coloca uma pressão psicológica no Em uma época em que manter um excelente relacio-
Cliente, para que ele reaja de modo positivo. namento com o Cliente é um pré-requisito de sucesso, ter
um alto coeficiente de IE (Inteligência Emocional) é muito
3ª – Diante de erros ou problemas causados pela importante para todos os profissionais, particularmente os
empresa que trabalham diretamente no atendimento a Clientes.
 ADMITA o erro, sem evasivas, o mais rápido pos-
sível.
 Diga que LAMENTA muito e que fará tudo que es-
tiver ao seu alcance para que o problema seja resolvido.

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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO/SITUAÇÕES GERENCIAIS

Você exercerá melhor sua Inteligência Emocional à 4. Falta de um padrão de atendimento;


medida que: 5. Inexistência do follow up;
 For paciente e compreensivo com o Cliente. 6. Falta de treinamento e qualificação de pessoal.
 Tiver uma crescente capacidade de separar as
questões pessoais dos problemas da empresa. Nas condições individuais, podemos encontrar a
 Entender que o foco de “fúria” do Cliente não é contratação de pessoas com características opostas ao ne-
você, mas, sim, a empresa. Que você só está ali como uma cessário para atender ao público, como: timidez, avareza,
espécie de “para-raios”. rebeldia...
 Não fizer pré julgamentos dos clientes.
 Entender que cada cliente é diferente do outro. SERVIÇO E POSTURA DE ATENDIMENTO
 Entender que para você o problema apresentado Observando estas duas condições principais que cau-
pelo cliente é um entre dezenas de outros; para o cliente sam a vinculação ou o afastamento do cliente da empresa,
não, o problema é único, é o problema dele. podemos separar a estrutura de uma empresa de serviços
 Entender que seu trabalho é este: atender o me- em dois itens:
lhor possível. os serviços e a postura de atendimento.
 Entender que você e a empresa dependem do O SERVIÇO assume uma dimensão macro nas organi-
cliente, não ele de vocês. zações e, como tal, está diretamente relacionado ao pró-
 Entender que da qualidade de sua REAÇÃO vai de- prio negócio.
pender o futuro da relação do cliente com a empresa. Nesta visão mais global, estão incluídas as políticas de
serviços, a sua própria definição e filosofia. Aqui, também
POSTURA DE ATENDIMENTO - (Conduta/Bom sen- são tratados os aspectos gerais da organização que dão
so/Cordialidade) peso ao negócio, como: o ambiente físico, as cores (pin-
A FUGA DOS CLIENTES tura), os jardins. Este item, portanto, depende mais direta-
As pesquisas revelam que 68% dos clientes das em- mente da empresa e está mais relacionado com as condi-
presas fogem delas por problemas relacionados à pos- ções sistêmicas.
tura de atendimento.
Numa escala decrescente de importância, podemos
Já a POSTURA DE ATENDIMENTO, que é o tratamento
observar os seguintes percentuais:
dispensado às pessoas, está mais relacionado com o fun-
 68% dos clientes fogem das empresas por proble-
cionário em si, com as suas atitudes e o seu modo de agir
mas de postura no atendimento;
com os clientes. Portanto, está ligado às condições indivi-
 14% fogem por não terem suas reclamações aten-
duais.
didas;
É necessário unir estes dois pontos e estabelecer nas
 9% fogem pelo preço;
políticas das empresas, o treinamento, a definição de
 9% fogem por competição, mudança de endereço,
morte. um padrão de atendimento e de um perfil básico para o
profissional de atendimento, como forma de avançar no
A origem dos problemas está nos sistemas implantados próprio negócio. Dessa maneira, estes dois itens se tornam
nas organizações, muitas vezes obsoletos. Estes sistemas complementares e inter-relacionados, com dependência
não definem uma política clara de serviços, não definem o recíproca para terem peso.
que é o próprio serviço e qual é o seu produto. Sem isso, Para conhecermos melhor a postura de atendimen-
existe muita dificuldade em satisfazer plenamente o cliente. to, faz-se necessário falar do Verdadeiro profissional do
Estas empresas que perdem 68% dos seus clientes, atendimento.
não contratam profissionais com características básicas
para atender o público, não treinam estes profissionais na Os três passos do verdadeiro profissional de atendi-
postura adequada, não criam um padrão de atendimento e mento:
este passa a ser realizado de acordo com as características 01. Entender o seu VERDADEIRO PAPEL, que é o de
individuais e o bom senso de cada um. compreender e atender as necessidades dos clientes,
A falta de noção clara da causa primária da perda de fazer com que ele seja bem recebido, ajudá-lo a se sen-
clientes faz com que as empresas demitam os funcioná- tir importante e proporcioná-lo um ambiente agradável.
rios “porque eles não sabem nem atender o cliente”. Parece Este profissional é voltado completamente para a interação
até que o atendimento é a tarefa mais simples da empresa com o cliente, estando sempre com as suas antenas ligadas
e que menos merece preocupação. Ao contrário, é a mais neste, para perceber constantemente as suas necessidades.
complexa e recheada de nuances que perpassam pela con- Para este profissional, não basta apenas conhecer o produ-
dição individual e por condições sistêmicas. to ou serviço, mas o mais importante é demonstrar inte-
resse em relação às necessidades dos clientes e atendê-las.
Estas condições sistêmicas estão relacionadas a: 02. Entender o lado HUMANO, conhecendo as ne-
1. Falta de uma política clara de serviços; cessidades dos clientes, aguçando a capacidade de perce-
2. Indefinição do conceito de serviços; ber o cliente. Para entender o lado humano, é necessário
3. Falta de um perfil adequado para o profissional de que este profissional tenha uma formação voltada para as
atendimento; pessoas e goste de lidar com gente. Se espera que ele

77
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO/SITUAÇÕES GERENCIAIS

fique feliz em fazer o outro feliz, pois para este profissional, 03. As EXPRESSÕES FACIAIS: das quais podemos ex-
a felicidade de uma pessoa começa no mesmo instante em trair dois aspectos: o expressivo, ligado aos estados emo-
que ela cessa a busca de sua própria felicidade para buscar cionais que elas traduzem e a identificação destes estados
a felicidade do outro. pelas pessoas; e a sua função social que diz em que condi-
03. Entender a necessidade de manter um ESTADO ções ocorreu a expressão, seus efeitos sobre o observador
DE ESPÍRITO POSITIVO, cultivando pensamentos e senti- e quem a expressa.
mentos positivos, para ter atitudes adequadas no momen- Podemos concluir, entendendo que, qualquer compor-
to do atendimento. Ele sabe que é fundamental separar os tamento inclui posturas e é sempre fruto da interação com-
problemas particulares do dia a dia do trabalho e, para isso, plexa entre o organismo e o seu meio ambiente.
cultiva o estado de espírito antes da chegada do cliente.
O primeiro passo de cada dia, é iniciar o trabalho com a O olhar
consciência de que o seu principal papel é o de ajudar os Os olhos transmitem o que está na nossa alma. Através
clientes a solucionarem suas necessidades. A postura é de do olhar, podemos passar para as pessoas os nossos senti-
realizar serviços para o cliente.
mentos mais profundos, pois ele reflete o nosso estado de
espírito.
Os requisitos para contratação deste profissional
Ao analisar a expressão do olhar, não vamos nos pren-
Para trabalhar com atendimento ao público, alguns re-
der somente a ele, mas a fisionomia como um todo para
quisitos são essenciais ao atendente. São eles:
entendermos o real sentido dos olhos.
 Gostar de SERVIR, de fazer o outro feliz. Um olhar brilhante transmite ao cliente a sensação de
 Gostar de lidar com gente. acolhimento, de interesse no atendimento das suas ne-
 Ser extrovertido. cessidades, de vontade de ajudar. Ao contrário, um olhar
 Ter humildade. apático, traduz fraqueza e desinteresse, dando ao cliente, a
 Cultivar um estado de espírito positivo. impressão de desgosto e dissabor pelo atendimento.
 Satisfazer as necessidades do cliente.
 Cuidar da aparência. Mas, você deve estar se perguntando: O que causa este
brilho nos nossos olhos ? A resposta é simples:
Com estes requisitos, o sinal fica verde para o atendi- Gostar do que faz, gostar de prestar serviços ao outro,
mento. gostar de ajudar o próximo.
Para atender ao público, é preciso que haja interesse e
A POSTURA pode ser entendida como a junção de to- gosto, pois só assim conseguimos repassar uma sensação
dos os aspectos relacionados com a nossa expressão corporal agradável para o cliente. Gostar de atender o público signi-
na sua totalidade e nossa condição emocional. fica gostar de atender as necessidades dos clientes, querer
ver o cliente feliz e satisfeito.
Podemos destacar 03 pontos necessários para falar-
mos de POSTURA. São eles: Como o olhar revela a atitude da mente, ele pode trans-
01. Ter uma POSTURA DE ABERTURA: que se caracte- mitir:
riza por um posicionamento de humildade, mostrando-se 01. Interesse quando:
sempre disponível para atender e interagir prontamente  Brilha;
com o cliente. Esta POSTURA DE ABERTURA do atendente  Tem atenção;
suscita alguns sentimentos positivos nos clientes, como por  Vem acompanhado de aceno de cabeça.
exemplo:
a) postura do atendente de manter os ombros abertos
02. Desinteresse quando:
e o peito aberto, passa ao cliente um sentimento de recep-
 É apático;
tividade e acolhimento;
 É imóvel, rígido;
b) deixar a cabeça meio curva e o corpo ligeiramente
 Não tem expressão.
inclinado transmite ao cliente a humildade do atendente;
c) o olhar nos olhos e o aperto de mão firme traduzem
respeito e segurança; O olhar desbloqueia o atendimento, pois quebra o
d) a fisionomia amistosa, alenta um sentimento de afe- gelo. O olhar nos olhos dá credibilidade e não há como
tividade e calorosidade. dissimular com o olhar.

02. Ter SINTONIA ENTRE FALA E EXPRESSÃO COR- A aproximação - raio de ação.
PORAL: que se caracteriza pela existência de uma unidade A APROXIMAÇÃO do cliente está relacionada ao con-
entre o que dizemos e o que expressamos no nosso corpo. ceito de RAIO DE AÇÃO, que significa interagir com o pú-
Quando fazemos isso, nos sentimos mais harmônicos e blico, independente deste ser cliente ou não.
confortáveis. Não precisamos fingir, mentir ou encobrir os Esta interação ocorre dentro de um espaço físico de 3
nossos sentimentos e eles fluem livremente. Dessa forma, metros de distância do público e de um tempo imediato,
nos sentimos mais livres do stress, das doenças, dos medos. ou seja, prontamente.

78
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO/SITUAÇÕES GERENCIAIS

Além do mais, deve ocorrer independentemente do O sorriso


funcionário estar ou não na sua área de trabalho. Estes re- O SORRISO abre portas e é considerado uma lingua-
quisitos para a interação, a tornam mais eficaz. gem universal.
Esta interação pode se caracterizar por um cumpri- Imagine que você tem um exame de saúde muito im-
mento verbal, uma saudação, um aceno de cabeça ou ape- portante para receber e está apreensivo com o resultado.
nas por um aceno de mão. O objetivo com isso, é fazer o Você chega à clínica e é recebido por uma recepcionista
cliente sentir-se acolhido e certo de estar recebendo toda a que apresenta um sorriso caloroso. Com certeza você se
atenção necessária para satisfazer os seus anseios. sentirá mais seguro e mais confiante, diminuindo um pou-
co a tensão inicial. Neste caso, o sorriso foi interpretado
Alguns exemplos são: como um ato de apaziguamento.
1. No hotel, a arrumadeira está no corredor com o O sorriso tem a capacidade de mudar o estado de es-
carrinho de limpeza e o hóspede sai do seu apartamento. pírito das pessoas e as pesquisas revelam que as pessoas
Ela prontamente olha para ele e diz com um sorriso: “bom sorridentes são avaliadas mais favoravelmente do que as
dia!”. não sorridentes.
2. O caixa de uma loja que cumprimenta o cliente no O sorriso é um tipo de linguagem corporal, um tipo de
momento do pagamento; comunicação não-verbal . Como tal, expressa as emoções
03. O frentista do posto de gasolina que se aproxima e geralmente informa mais do que a linguagem falada e a
ao ver o carro entrando no posto e faz uma sudação... escrita. Dessa forma, podemos passar vários tipos de sen-
timentos e acarretar as mais diversas emoções no outro.
A INVASÃO
Mas, interagir no RAIO DE AÇÃO não tem nada a ver Ir ao encontro do cliente
com INVASÃO DE TERRITÓRIO. Ir ao encontro do cliente é um forte sinal de compro-
Vamos entender melhor isso. misso no atendimento, por parte do atendente. Este item
Todo ser humano sente necessidade de definir um TER- traduz a importância dada ao cliente no momento de aten-
RITÓRIO, que é um certo espaço entre si e os estranhos. dimento, na qual o atendente faz tudo o que é possível
para atender as suas necessidades, pois ele compreende
Este território não se configura apenas em um espaço físico
que satisfazê-las é fundamental. Indo ao encontro do clien-
demarcado, mas principalmente num espaço pessoal e so-
te, o atendente demonstra o seu interesse para com ele.
cial, o que podemos traduzir como a necessidade de priva-
cidade, de respeito, de manter uma distância ideal entre si
A primeira impressão
e os outros de acordo com cada situação.
Você já deve ter ouvido milhares de vezes esta frase: A
Quando estes territórios são invadidos, ocorrem cortes
PRIMEIRA IMPRESSÃO É A QUE FICA.
na privacidade, o que normalmente traz consequências ne-
Você concorda com ela?
gativas. Podemos exemplificar estas invasões com algumas
No mínimo seremos obrigados a dizer que será difícil
situações corriqueiras: uma piada muito picante contada
a empresa ter uma segunda chance para tentar mudar a
na presença de pessoas estranhas a um grupo social; ficar impressão inicial, se esta foi negativa, pois dificilmente o
muito próximo do outro, quase se encostando nele; dar um cliente irá voltar.
tapinha nas costas... É muito mais difícil e também mais caro, trazer de volta
Nas situações de atendimento, são bastante comuns as o cliente perdido, aquele que foi mal atendido ou que não
invasões de território pelos atendentes. Estas, na sua maio- teve os seus desejos satisfeitos.
ria, causam mal-estar aos clientes, pois são traduzidas por Estes clientes perdem a confiança na empresa e nor-
eles como atitudes grosseiras e poucos sensíveis. Alguns malmente os custos para resgatá-la, são altos. Alguns me-
são os exemplos destas atitudes e situações mais comuns: canismos que as empresas adotam são os contatos via
telemarketing, mala-direta, visitas, mas nem sempre são
 Insistência para o cliente levar um item ou adquirir eficazes.
um bem; A maioria das empresas não têm noção da quantidade
 Seguir o cliente por toda a loja; de clientes perdidos durante a sua existência, pois elas não
 O motorista de taxi que não pára de falar com o adotam mecanismos de identificação de reclamações e/ou
cliente passageiro; insatisfações destes clientes. Assim, elas deixam escapar as
 O garçom que fica de pé ao lado da mesa sugerin- armas que teriam para reforçar os seus processos internos
do pratos sem ser solicitado; e o seu sistema de trabalho.
 O funcionário que cumprimenta o cliente com Quando as organizações atentam para essa importân-
dois beijinhos e tapinhas nas costas; cia, elas passam a aplicar instrumentos de medição.
 O funcionário que transfere a ligação ou desliga o Mas, estes coletores de dados nem sempre traduzem a
telefone sem avisar. realidade, pois muitas vezes trazem perguntas vagas, sub-
jetivas ou pedem a opinião aberta sobre o assunto.
Estas situações não cabem na postura do verdadeiro Dessa forma, fica difícil mensurar e acaba-se por não
profissional do atendimento. colher as informações reais.

79
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO/SITUAÇÕES GERENCIAIS

A saída seria criar medidores que traduzissem com Tom de voz


fatos e dados, as verdadeiras opiniões do cliente sobre o A voz é carregada de magnetismo e como tal, traz uma
serviço e o produto adquiridos da empresa. onda de intensa vibração. O tom de voz e a maneira como
dizemos as palavras, são mais importantes do que as pró-
Apresentação pessoal prias palavras.
Que imagem você acha que transmitimos ao cliente Podemos dizer ao cliente: “a sua televisão deveria sair
quando o atendemos com as unhas sujas, os cabelos des- hoje do conserto, mas por falta de uma peça, ela só estará
penteados, as roupas mal cuidadas... ? pronta na próxima semana “. De acordo com a maneira que
O atendente está na linha de frente e é responsável dizemos e de acordo com o tom de voz que usamos, vamos
pelo contato, além de representar a empresa neste mo- perceber reações diferentes do cliente.
mento. Para transmitir confiabilidade, segurança, bons ser-
Se dizemos isso com simpatia, naturalmente nos des-
viços e cuidado, se faz necessário, também, ter uma boa
culpando pela falha e assumindo uma postura de humilda-
apresentação pessoal.
de, falando com calma e num tom amistoso e agradável,
Alguns cuidados são essenciais para tornar este item percebemos que a reação do cliente será de compreensão.
mais completo. São eles: Por outro lado, se a mesma frase é dita de forma me-
01. Tomar um BANHO antes do trabalho diário: além cânica, estudada, artificial, ríspida, fria e com arrogância,
da função higiênica, também é revigorante e espanta a pre- poderemos ter um cliente reagindo com raiva, procurando
guiça; o gerente, gritando...
02. Cuidar sempre da HIGIENE PESSOAL: unhas lim- As palavras são símbolos com significados próprios. A
pas, cabelos cortados e penteados, dentes cuidados, hálito forma como elas são utilizadas também traz o seu signifi-
agradável, axilas cado e com isso, cada palavra tem a sua vibração especial.
Asseadas, barba feita;
03. Roupas limpas e conservadas; Saber escutar
04. Sapatos limpos; Você acha que existe diferença entre OUVIR e ESCU-
05. Usar o CRACHÁ DE IDENTIFICAÇÃO, em local vi- TAR? Se você respondeu que não, você errou.
sível pelo cliente. Escutar é muito mais do que ouvir, pois é captar o verda-
deiro sentido, compreendendo e interpretando a essência, o
Quando estes cuidados básicos não são tomados, o conteúdo da comunicação.
cliente se questiona : “ puxa, se ele não cuida nem dele, da
O ato de ESCUTAR está diretamente relacionado com
sua aparência pessoal, como é que vai cuidar de me prestar
a nossa capacidade de perceber o outro. E, para perceber-
um bom serviço ? “
A apresentação pessoal, a aparência, é um aspecto im- mos o outro, o cliente que está diante de nós, precisamos
portante para criar uma relação de proximidade e confian- nos despojar das barreiras que atrapalham e empobrecem
ça entre o cliente e o atendente. o processo de comunicação. São elas:
* os nossos PRECONCEITOS;
Cumprimento caloroso * as DISTRAÇÕES;
O que você sente quando alguém aperta a sua mão * os JULGAMENTOS PRÉVIOS;
sem firmeza ? * as ANTIPATIAS.
Às vezes ouvimos as pessoas comentando que se
conhece alguém, a sua integridade moral, pela qualidade Para interagirmos e nos comunicarmos a contento, pre-
do seu aperto de mão. cisamos compreender o TODO, captando os estímulos que
O aperto de mão “ frouxo “ transmite apatia, passivi- vêm do outro, fazendo uma leitura completa da situação.
dade, baixa energia, desinteresse, pouca interação, falta de Precisamos querer escutar, assumindo uma postura de
compromisso com o contato. receptividade e simpatia, afinal, nós temos dois ouvidos e
Ao contrário, o cumprimento muito forte, do tipo que uma boca, o que nos sugere que é preciso escutar mais
machuca a mão, ao invés de trazer uma mensagem posi- do que falar.
tiva, causa um mal estar, traduzindo hiperatividade, agres- Quando não sabemos escutar o cliente - interrompen-
sividade, invasão e desrespeito. O ideal é ter um cumpri-
do-o, falando mais que ele, dividindo a atenção com outras
mento firme, que prenda toda a mão, mas que a deixe
situações - tiramos dele, a oportunidade de expressar os
livre, sem sufocá-la. Este aperto de mão demonstra inte-
resse pelo outro, firmeza, bom nível de energia, atividade e seus verdadeiros anseios e necessidades e corremos o risco
compromisso com o contato. de aborrecê-lo, pois não iremos conseguir atende-las.
É importante lembrar que o cumprimento deve estar A mais poderosa forma de escutar é a empatia ( que
associado ao olhar nos olhos, a cabeça erguida, os ombros vamos conhecer mais na frente ). Ela nos permite escutar
e o peito abertos, totalizando uma sintonia entre fala e de fato, os sentimentos por trás do que está sendo dito,
expressão corporal. mas, para isso, é preciso que o atendente esteja sintoniza-
Não se esqueça: apesar de haver uma forma adequada do emocionalmente com o cliente. Esta sintonia se dá atra-
de cumprimentar, esta jamais deverá ser mecânica e auto- vés do despojamento das barreiras que já falamos antes.
mática.

80
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO/SITUAÇÕES GERENCIAIS

Agilidade * se escorar nas paredes da loja ou debruçar a cabeça


Atender com agilidade significa ter rapidez sem no seu birô por não estar com o cliente (esta atitude impe-
perder a qualidade do serviço prestado. de que ele interaja no raio de ação);
A agilidade no atendimento transmite ao cliente a idéia * mascar chicletes ou fumar no momento do atendi-
de respeito. Sendo ágil, o atendente reconhece a necessi- mento;
dade do cliente em relação à utilização adequada do seu * cuspir ou tirar meleca na frente do cliente (estas coi-
tempo. sas só devem ser feitas no banheiro);
Quando há agilidade, podemos destacar: * comer na frente do cliente (comum nas empresas que
 o atendimento personalizado; oferecem lanches ou têm cantina);
 a atenção ao assunto; * gritar para pedir alguma coisa;
 o saber escutar o cliente; * se coçar na frente do cliente;
 cuidar das solicitações e acompanhar o cliente * bocejar (revela falta de interesse no atendimento).
durante todo o seu percurso na empresa. Em relação aos itens mais sutis, podemos destacar:
* se achar íntimo do cliente a ponto de lhe pedir caro-
O calor no atendimento na, por exemplo;
* receber presentes do cliente em troca de um bom
O atendimento caloroso evita dissabores e situações
serviço;
constrangedoras, além de ser a comunhão de todos os
* fazer críticas a outros setores, pessoas, produtos ou
pontos estudados sobre postura.
serviços na frente do cliente;
O atendente escolhe a condição de atender o cliente e
* desmerecer ou criticar o fabricante do produto que
para isto, é preciso sempre lembrar que o cliente deseja se vende, o parceiro da empresa, denegrindo a sua imagem
sentir importante e respeitado. Na situação de atendimen- para o cliente;
to, o cliente busca ser reconhecido e, transmitindo caloro- * falar mau das pessoas na sua ausência e na presença
sidade nas atitudes, o atendente satisfaz as necessidades do cliente;
do cliente de estima e consideração. * usar o cliente como desabafo dos problemas pes-
Ao contrário, o atendimento áspero, transmite ao soais;
cliente a sensação de desagrado, descaso e desrespeito, * reclamar na frente do cliente;
além de retornar ao atendente como um bumerangue. O * lamentar;
EFEITO BUMERANGUE é bastante comum em situações * colocar problemas salariais;
de atendimento, pois ele reflete o nível de satisfação, ou * “ lavar a roupa suja “ na frente do cliente.
não, do cliente em relação ao atendente. Com este efeito,
as atitudes batem e voltam, ou seja, se você atende bem, LEMBRE-SE: A ÉTICA DO TRABALHO É SERVIR AOS OU-
o cliente se sente bem e trata o atendente com respeito. TROS E NÃO SE SERVIR DOS OUTROS.
Se este atende mal, o cliente reage de forma negativa e
hostil. O cliente não está na esteira da linha de produção, Usar chavões
merecendo ser tratado com diferenciação e apreço. O mau profissional utiliza-se de alguns chavões como
Precisamos ter em atendimento, pessoas descontraí- forma de fugir à sua responsabilidade no atendimento ao
das, que façam do ato de atender o seu verdadeiro sentido cliente. Citamos aqui, os mais comuns:
de vida, que é SERVIR AO PRÓXIMO.
Atitudes de apatia, frieza, desconsideração e hostilida- PARE E REFLITA: VOCÊ GOSTARIA DE SER COMPARADO
de, retratam bem a falta de calor do atendente. Com estas A ESTE ATENDENTE?
atitudes, o atendente parece estar pedindo ao cliente que * o senhor como cliente TEM QUE ENTENDER...
este se afaste, vá embora, desapareça da sua frente, pois * o senhor DEVERIA AGRADECER O QUE A EMPRESA
ele não é bem vindo. Assim, o atendente esquece que a FAZ PELO SENHOR...
* o CLIENTE É UM CHATO QUE SEMPRE QUER MAIS...
sua MISSÃO é SERVIR e fazer o cliente FELIZ.
* AÍ VEM ELE DE NOVO...
Estas frases geram um bloqueio mental, dificultando
As gafes no atendimento
a liberação do lado bom da pessoa que atende o cliente.
Depois de conhecermos a postura correta de atendi- Aqui, podemos ter o efeito bumerangue, que torna um
mento, também é importante sabermos quais são as for- círculo vicioso na postura inadequada, pois, o atendente
mas erradas, para jamais praticá-las. Quem as pratica, com usa os chavões (pensa dessa forma em relação ao cliente e
certeza não é um verdadeiro profissional de atendimento. a situação de atendimento ), o cliente se aborrece e descar-
Podemos dividi-las em duas partes, que são: rega no atendente, ou simplesmente não volta mais.
Para quebrar este ciclo, é preciso haver uma mudança
Postura inadequada radical no pensamento e postura do atendente.
A postura inadequada é abrangente, indo desde a
postura física ao mais sutil comentário negativo sobre a Impressões finais do cliente
empresa na presença do cliente. Toda a postura e comportamento do atendente vai le-
Em relação à postura física, podemos destacar como var o cliente a criar uma impressão sobre o atendimento e,
inadequado, o atendente: consequentemente, sobre a empresa.

81
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO/SITUAÇÕES GERENCIAIS

Duas são as formas de impressões finais mais comuns TELEIMAGEM, então, é a imagem que o cliente forma
do cliente: na sua mente ( imagem mental ) sobre quem o está
1) MOMENTO DA VERDADE: através do contato dire- atendendo e , consequentemente, sobre a empresa (
to (pessoal) e/ou telefônico com o atendente; que é representada por este atendente).
2) TELEIMAGEM: através do contato telefônico. Vamos Quando a TELEIMAGEM é positiva, a facilidade do
conhecê-las com mais detalhes. cliente encaminhar os seus negócios é maior, pois ele su-
põe que a empresa é comprometida com o cliente. No
Momentos da verdade entanto, se a imagem é negativa, vemos normalmente o
Segundo Karl Albrecht, Momento da Verdade é qual- cliente fugindo da empresa. Como no atendimento telefô-
quer episódio no qual o cliente entra em contato com qual- nico, o único meio de interação com o cliente, é através da
quer aspecto da organização e obtem uma impressão da palavra e sendo a palavra o instrumento, faz-se necessário
qualidade do seu serviço. usá-la de forma adequada para satisfazer as exigências do
O funcionário tem poucos minutos para fixar na mente cliente. Dessa forma, classificamos 03 itens básicos ligados
do cliente a imagem da empresa e do próprio serviço pres- a palavra e as atitudes, como fundamentais na formação da
tado. Este é o momento que separa o grande profissional TELEIMAGEM.
dos demais.
Este verdadeiro profissional trabalha em cada mo- São eles:
mento da verdade, considerando-o único e fundamental 01. O tom de voz: é através dele que transmitimos in-
para definir a satisfação do cliente. Ele se fundamenta na teresse e atenção ao cliente. Ao usarmos um tom frio e
chamada TRÍADE DO ATENDIMENTO OU TRIÂNGULO DO distante, passamos ao cliente, a ideia de desatenção e de-
ATENDIMENTO, que é composto de elementos básicos do sinteresse.
processo de interação, que são: Ao contrário, se falamos com entusiasmo, de forma
decidida e atenciosamente, satisfazemos as necessidades
A ) a pessoa do cliente de sentir-se assistido, valorizado, respeitado, im-
A pessoa mais importante é aquela que está na sua portante.
frente. Então, podemos entender que a pessoa mais im-
portante é o cliente que está na frente e precisa de 02. O uso de PALAVRAS ADEQUADAS: pois com elas
atenção. o atendente passa a ideia de respeito pelo cliente. Aqui fica
No Momento da Verdade, o atendente se relaciona di- expressamente PROIBIDO o uso de termos como: amor,
retamente com o cliente, tentando atender a todas as suas bem, benzinho, chuchu, mulherzinha, queridinha, co-
necessidades. Não existe outra forma de atender, a não ser lega...
pelo contato direto e, portanto, a pessoa fundamental nes-
te momento é o cliente. 03. As ATITUDES CORRETAS: dando ao cliente, a im-
pressão de educação e respeito. São INCORRETAS as atitu-
B ) a hora des de transferir a ligação antes do cliente concluir o que
A hora mais importante das nossas vidas é o agora, o iniciou a falar; passar a ligação para a pessoa ou ramal er-
presente, pois somente nele podemos atuar. rado ( mostrando com isso que não ouviu o que ele disse );
O passado ficou para atrás, não podendo ser mudado desligar sem cumprimento ou saudação; dividir a atenção
e o futuro não nos cabe conhecer. Então, só nos resta o com outras conversas; deixar o telefone tocar muitas vezes
presente como fonte de atuação. Nele, podemos agir e sem atender; dar risadas no telefone.
transformar. O aqui e agora são os únicos momentos
nos quais podemos interagir e precisamos fazer isto da Aspectos psicológicos do atendente
melhor forma. Nós falamos sobre a importância da postura de atendi-
mento. Porém, a base dela está nos aspectos psicológicos
C ) a tarefa do atendimento. Vamos a eles.
Para finalizar, falamos da tarefa. A nossa tarefa mais im-
portante diante desta pessoa mais importante para nós, na Empatia
hora mais importante que é o aqui e o agora, é FAZER O O termo empatia deriva da palavra grega EMPATHÉIA,
CLIENTE FELIZ, atendendo as suas necessidades. que significa entrar no sentimento. Portanto, EMPATIA é a
Esta tríade se configura no fundamento dos Momentos capacidade de nos colocarmos no lugar do outro, pro-
da Verdade e, para que estes sejam plenos, é necessário curando sempre entender as suas necessidades, os seus
que os funcionários de linha de frente, ou seja, que aten- anseios, os seus sentimentos. Dessa forma, é uma aptidão
dem os clientes, tenham poder de decisão. É necessário pessoal fundamental na relação atendente - cliente. Para
que os chefes concedam autonomia aos seus subordina- conseguirmos ser empáticos, precisamos nos despojar dos
dos para atuarem com precisão nos Momentos da Verdade. nossos preconceitos e preferências, evitando julgar o outro
a partir de nossas referências e valores.
Teleimagem A empatia alimenta-se da autoconsciência, que signifi-
Através do telefone, o atendente transmite a TELEIMA- ca estarmos abertos para conhecermos as nossas emoções.
GEM da empresa e dele mesmo. Quanto mais isto acontece, mais hábeis seremos na leitura

82
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO/SITUAÇÕES GERENCIAIS

dos sentimentos dos outros. Quando não temos certeza bante. Ele entrou na sala do gerente, que imediatamente se
dos nossos próprios sentimentos, dificilmente consegui- levantou pedindo para ele se retirar, pois não era permitido
mos ver os dos outros. “pedir esmolas ali “. O senhor com muita paciência, retirou
E, a chave para perceber os sentimentos dos outros, de um saco plástico que carregava, um “bolo“ de dinheiro
está na capacidade de interpretar os canais não verbais de e disse: “eu quero comprar aquele carro ali”.
comunicação do outro, que são: os gestos, o tom de voz, Este exemplo, apesar de extremo, é real e retrata cla-
as expressões faciais... ramente o que podemos fazer com o outro quando pré-
Esta capacidade de empatizar-se com o outro, está li- -julgamos as situações.
gada ao envolvimento: sentir com o outro é envolver-se. Precisamos ver o TODO e não só as partes, pois o todo
Isto requer uma atitude muito sublime que se chama HU- é muito mais do que a soma das partes. Ele nos diz o que
MILDADE. Sem ela é impossível ser empático. é e não é harmônico e com ele percebemos a essência dos
Quando não somos humildes, vemos as pessoas de fatos e situações.
maneira deturpada, pois olhamos através dos óculos do
Ainda falando em PERCEPÇÃO, devemos ter cuidado
orgulho e do egoísmo, com os quais enxergamos apenas
com a PERCEPÇÃO SELETIVA, que é uma distorção de per-
o nosso pequenino mundo.
cepção, na qual vemos, escutamos e sentimos apenas aqui-
O orgulho e o egoísmo são dois males que atacam a
lo que nos interessa. Esta seleção age como um filtro, que
humanidade, impedindo-a de ser feliz.
Com eles, não conseguimos sair do nosso mundinho deixa passar apenas o que convém. Esta filtragem está dire-
, criando uma couraça ao nosso redor para nos proteger. tamente relacionada com a nossa condição física-psíquica
Com eles, nós achamos que somos tudo o que importa e emocional. Como é isso? Vamos entender:
esquecemos de olhar para o outro e perguntar como ele a)Se estou com medo de passar em rua deserta e es-
está, do que ele precisa, em que podemos ajudar. cura, a sombra do galho de uma árvore pode me assustar,
Esquecemos de perceber principalmente os seus sen- pois eu posso percebê-lo como um braço com uma faca
timentos e necessidades. Com o orgulho e o egoísmo, nos para me apunhalar;
tornamos vaidosos e passamos a ver os outros de acordo b) Se estou com muita fome, posso ter a sensação de
com o que estes óculos registram: os nossos preconceitos, um cheiro agradável de comida;
nossos valores, nossos sentimentos... c) Se fiz algo errado e sou repreendida, posso ouvir a
Sendo orgulhosos e egoístas não sabemos AMAR, não parte mais amena da repreensão e reprimir a mais severa.
sabemos repartir, não sabemos doar. Em alguns casos, a percepção seletiva age como meca-
Só queremos tudo para nós, só “amamos” a nós mes- nismo de defesa.
mos, só lembramos de nós. É aqui que a empatia se dete-
riora, quando os nossos próprios sentimentos são tão for- O ESTADO INTERIOR
tes que não permitem harmonização com o outro e passam O ESTADO INTERIOR, como o próprio nome sugere, é a
por cima de tudo. condição interna, o estado de espírito diante das situações.
OS EGOÍSTAS E ORGULHOSOS NÃO PODEM TRABA- A atitude de quem atende o público está diretamente
LHAR COM O PÚBLICO, POIS ELES NÃO TÊM CAPACIDADE relacionada ao seu estado interior. Ou seja, se o atendente
DE SE COLOCAR NO LUGAR DO OUTRO E ENTENDER OS mantém um equilíbrio interno, sem tensões ou preocupa-
SEUS SENTIMENTOS E NECESSIDADES. ções excessivas, as suas atitudes serão mais positivas frente
ao cliente.
Ao contrário dos egoístas, os empáticos são altruístas, Dessa forma, o estado interior está ligado aos pensa-
pois as raízes da moralidade estão na empatia. Para con- mentos e sentimentos cultivados pelo atendente. E estes,
cluir, podemos lembrar a frase de Saint-Exupéry no livro O
dão suporte as atitudes frente ao cliente.
Pequeno Príncipe: “Só se vê bem com o coração; o essen-
Se o estado de espírito supõe sentimentos e pensa-
cial é invisível aos olhos“. Isto é empatia.
mentos negativos, relacionados ao orgulho, egoísmo e vai-
dade, as atitudes advindas deste estado, sofrerão as suas
PERCEPÇÃO
PERCEPÇÃO é a capacidade que temos de com- influências e serão:
preender e captar as situações, o que exige sintonia e é * Atitudes preconceituosas;
fundamental no processo de atendimento ao público. Para * Atitudes de exclusão e repulsa;
percebermos melhor, precisamos passar pelo “esvaziamen- * Atitudes de fechamento;
to” de nós mesmos, ficando assim, mais próximos do outro. * Atitudes de rejeição.
Mas, como é isso? Vamos ficar vazios? É isso mesmo. Vamos É necessário haver um equilíbrio interno, uma
ficar vazios dos nossos preconceitos, das nossas antipatias, estabilidade, para que o atendente consiga manter uma
dos nossos medos, dos nossos bloqueios, vamos observar atitude positiva com os clientes e as situações.
as situações na sua totalidade, para entendermos melhor
o que o cliente deseja. Vamos ilustrar com um exemplo O ENVOLVIMENTO
real: certa vez, em uma loja de carros, entra um senhor de A demonstração de interesse, prestando atenção ao
aproximadamente 65 anos, usando um chapéu de palha, cliente e voltando-se inteiramente ao seu atendimento, é o
camiseta rasgada e calça amarrada na cintura por um bar- caminho para o verdadeiro sentido de atender.

83
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO/SITUAÇÕES GERENCIAIS

Na área de serviços, o produto é o próprio serviço Autonomia


prestado, que se traduz na INTERAÇÃO do funcionário com Na verdade, a autonomia não deveria estar no encan-
o cliente. Um serviço é, então, um resultado psicológico e tamento do cliente; ela deveria fazer parte da estrutura da
pessoal que depende de fatores relacionados com a intera- empresa. Mas, nem sempre a realidade é esta. Colocamos
ção com o outro. Quando o atendente tem um envolvimen- aqui porque o consumidor brasileiro ainda se encanta ao
to baixo com o cliente, este percebe com clareza a sua falta encontrar numa loja, um balconista que pode resolver as
de compromisso. As preocupações excessivas, o trabalho suas queixas sem se dirigir ao gerente.
estafante, as pressões exacerbadas, a falta de liderança, o A AUTONOMIA está diretamente relacionada ao
nível de burocracia, são fatores que contribuem para uma processo de tomada de decisão. Onde existir uma situa-
interação fraca com o cliente. Esta fraqueza de envolvimen- ção na qual o funcionário precise decidir, deve haver auto-
to não permite captar a essência dos desejos do cliente, o nomia.
que se traduz em insatisfação. Um exemplo simples disso é No atendimento ao público, é fundamental haver auto-
a divisão de atenção por parte do atendente. Quando este nomia do pessoal de linha de frente e é uma das condições
divide a atenção no atendimento entre o cliente e os cole- básicas para o sucesso deste tipo de trabalho.
gas ou outras situações, o cliente sente-se desrespeitado, Mas, para ter autonomia se faz necessário um mínimo
diminuído e ressentido. A sua impressão sobre a empresa é de poder para atuar de acordo com a situação e esse poder
de fraqueza e o Momento da Verdade é pobre. deve ser conquistado. O poder aos funcionários serve para
Esta ação traz consequências negativas como: impos- agilizar o negócio. Às vezes, a falta de autonomia se rela-
sibilidade de escutar o cliente, falta de empatia, desrespei- ciona com fraca liderança do chefe.
to com o seu tempo, pouca agilidade, baixo compromisso
com o atendimento. Para o cliente, a autonomia traduz a ideia de agilidade,
Às vezes, a própria empresa não oferece uma estrutura desburocratização, respeito, compromisso, organização.
adequada para o atendimento ao público, obrigando Com ela, o cliente não é jogado de um lado para o ou-
o atendente a dividir o seu trabalho entre atendimento tro , não precisa passear pela empresa, ouvindo dos aten-
pessoal e telefônico, quando normalmente há um fluxo dentes: “Esse assunto eu não resolvo; é só com o fulano;
grande de ambos no setor. Neste caso, o ideal seria separar procure outro setor...”
os dois tipos de atendimento, evitando problemas desta A autonomia na ponta, na linha de frente, demonstra
espécie. que a empresa está totalmente voltada para o cliente, pois
Alguns exemplos comuns de divisão de atenção são: todo o sistema funciona para atendê-lo integralmente, e
* atender pessoalmente e interromper com o telefone essa postura é vital, visto que a imagem transmitida pelo
* atender o telefone e interromper com o contato di- atendente é a imagem que será gerada no cliente em re-
reto
lação à organização, dessa forma, ao atender, o atendente
* sair para tomar café ou lanchar
precisa se lembrar que naquele cargo, ele representa uma
* conversar com o colega do lado sobre o final de se-
marca, uma instituição, um nome, e que todas as suas ati-
mana, férias, namorado, tudo isso no momento de atendi-
tudes devem estar em conformidade com a proposta de
mento ao cliente.
visão que essa organização possui, focando sempre em um
Estes exemplos, muitas vezes, soam ao cliente como
atendimento efetivamente eficaz e de qualidade.
um exibicionismo funcional, o que não agrega valor ao tra-
balho. O cliente deve ser poupado dele.

Os desafios do profissional de atendimento XII. NOÇÕES DE DOCUMENTAÇÃO


Mas, nem tudo é tão fácil no trabalho de atender. Al- E ARQUIVO
gumas situações exigem um alto grau de maturidade do
atendente e é nestes momentos que este profissional tem
a grande oportunidade de mostrar o seu real valor. Aqui
estão duas destas situações.
A arquivística ou arquivologia é uma ciência que estu-
Encantando o cliente da as funções do arquivo, e também os princípios e técni-
Fazer apenas o que está definido pela empresa como cas a serem observados durante a atuação de um arquivis-
sendo o seu padrão de atendimento, pode até satisfazer as ta sobre os arquivos. É a Ciência e disciplina que objetiva
necessidades do cliente, mas talvez não ultrapasse o nor- gerenciar todas as informações que possam ser registra-
mal. das em documentos de arquivos. Para tanto, utiliza-se de
Encantar o cliente é exatamente aquele algo mais que princípios, normas, técnicas e procedimentos diversos, que
faz a grande diferença no atendimento. são aplicados nos processos de composição, coleta, aná-
lise, identificação, organização, processamento, desenvol-
Atuação extra vimento, utilização, publicação, fornecimento, circulação,
A ATUAÇÃO EXTRA é uma forma de encantar o cliente armazenamento e recuperação de informações.
que se caracteriza por atitudes ou ações do atendente, não O arquivista é um profissional de nível superior, com
estabelecidas nos procedimentos de trabalho. É produzir formação em arquivologia ou experiência reconhecida
um serviço acima da expectativa do cliente. pelo Estado. Ele pode trabalhar em instituições públicas

84
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO/SITUAÇÕES GERENCIAIS

ou privadas, centros de documentação, arquivos privados dos documentos. Arquivos originários de uma instituição
ou públicos, instituições culturais etc. É o responsável pelo ou de uma pessoa devem manter a respectiva individuali-
gerenciamento da informação, gestão documental, conser- dade, dentro de seu contexto orgânico de produção, não
vação, preservação e disseminação da informação contida devendo ser mesclados a outros de origem distinta.
nos documentos. Também tem por função a preservação
do patrimônio documental de um pessoa (física ou jurídi- Princípio da Organicidade: As relações administra-
ca), institução e, em última instância, da sociedade como tivas orgânicas se refletem nos conjuntos documentais. A
um todo. Ocupa-se, ainda, da recuperação da informação organicidade é a qualidade segundo a qual os arquivos es-
e da elaboração de instrumentos de pesquisa, observan- pelham a estrutura, funções e atividades da entidade pro-
do as três idades dos arquivos: corrente, intermediária e dutora/acumuladora em suas relações internas e externas.
permanente.
O arquivista atua desenvolvendo planejamentos, estu- Princípio da Unicidade: Não obstante, forma, gênero,
dos e técnicas de organização sistemática e conservação tipo ou suporte, os documentos de arquivo conservam
de arquivos, na elaboração de projetos e na implantação de seu caráter único, em função do contexto em que foram
instituições e sistemas arquivísticos, no gerenciamento da produzidos.
informação e na programação e organização de atividades
culturais que envolvam informação documental produzida Princípio da Indivisibilidade ou integridade: Os
pelos arquivos públicos e privados. Uma grande dificulda- fundos de arquivo devem ser preservados sem dispersão,
de é que muitas organizações não se preocupam com seus mutilação, alienação, destruição não autorizada ou adição
arquivos, desconhecendo ou desqualificando o trabalho indevida.
deste profissional, delegando a outros profissionais as ati-
vidades específicas do arquivista. Isto provoca problemas Princípio da Cumulatividade: O arquivo é uma for-
quanto à qualidade do serviço e de tudo o que, direta ou mação progressiva, natural e orgânica.
indiretamente, depende dela.
Arquivo é um conjunto de documentos criados ou re- LEGISLAÇÃO
cebidos por uma organização, firma ou indivíduo, que os
mantém ordenadamente como fonte de informação para a LEI Nº 8.159, DE 8 DE JANEIRO DE 1991
execução de suas atividades. Os documentos preservados
pelo arquivo podem ser de vários tipos e em vários supor- Dispõe sobre a política nacional de arquivos públicos e
tes. As entidades mantenedoras de arquivos podem ser pú- privados e dá outras providências.
blicas (Federal, Estadual Distrital, Municipal), institucionais, Decreto nº  4.073, de 03.01.02, regulamenta a Lei
comerciais e pessoais. 8.159/91
Um documento (do latim documentum, derivado de O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Con-
docere “ensinar, demonstrar”) é qualquer meio, sobretudo gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei:
gráfico, que comprove a existência de um fato, a exatidão
ou a verdade de uma afirmação etc. No meio jurídico, do- CAPÍTULO I
cumentos são frequentemente sinônimos de atos, cartas Disposições Gerais
ou escritos que carregam um valor probatório.
Documento arquivístico: Informação registrada, inde- Art. 1º É dever do Poder Público a gestão documental
pendente da forma ou do suporte, produzida ou recebida e a de proteção especial a documentos de arquivos,
no decorrer da atividade de uma instituição ou pessoa e como instrumento de apoio à administração, à cultura, ao
que possui conteúdo, contexto e estrutura suficientes para desenvolvimento científico e como elementos de prova e
servir de prova dessa atividade. informação.
Desde o desenvolvimento da Arquivologia como dis- Art. 2º Consideram-se arquivos, para os fins desta lei,
ciplina, a partir da segunda metade do século XIX, talvez os conjuntos de documentos produzidos e recebidos por
nada tenha sido tão revolucionário quanto o desenvolvi- órgãos públicos, instituições de caráter público e entidades
mento da concepção teórica e dos desdobramentos práti- privadas, em decorrência do exercício de atividades
cos da gestão. específicas, bem como por pessoa física, qualquer que seja
o suporte da informação ou a natureza dos documentos.
PRINCÍPIOS: Art. 3º Considera-se gestão de documentos o conjunto
Os princípios arquivísticos constituem o marco principal de procedimentos e operações técnicas referentes à sua
da diferença entre a arquivística e as outras “ciências” do- produção, tramitação, uso, avaliação e arquivamento em
cumentárias. São eles: fase corrente e intermediária, visando a sua eliminação ou
recolhimento para guarda permanente.
Princípio da Proveniência: Fixa a identidade do do- Art. 4º Todos têm direito a receber dos órgãos
cumento, relativamente a seu produtor. Por este princípio, públicos informações de seu interesse particular ou de
os arquivos devem ser organizados em obediência à com- interesse coletivo ou geral, contidas em documentos de
petência e às atividades da instituição ou pessoa legitima- arquivos, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena
mente responsável pela produção, acumulação ou guarda de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujos sigilo seja

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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO/SITUAÇÕES GERENCIAIS

imprescindível à segurança da sociedade e do Estado, bem Parágrafo único. Na alienação desses arquivos o Poder
como à inviolabilidade da intimidade, da vida privada, da Público exercerá preferência na aquisição.
honra e da imagem das pessoas. Art. 14. O acesso aos documentos de arquivos privados
Art. 5º A Administração Pública franqueará a consulta identificados como de interesse público e social poderá ser
aos documentos públicos na forma desta lei. franqueado mediante autorização de seu proprietário ou
Art. 6º Fica resguardado o direito de indenização pelo possuidor.
dano material ou moral decorrente da violação do sigilo, Art. 15. Os arquivos privados identificados como de
sem prejuízo das ações penal, civil e administrativa. interesse público e social poderão ser depositados a título
revogável, ou doados a instituições arquivísticas públicas.
CAPÍTULO II Art. 16. Os registros civis de arquivos de entidades
Dos Arquivos Públicos religiosas produzidos anteriormente à vigência do Código
Civil ficam identificados como de interesse público e social.
Art. 7º Os arquivos públicos são os conjuntos de
documentos produzidos e recebidos, no exercício de suas CAPÍTULO IV
atividades, por órgãos públicos de âmbito federal, estadual, Da Organização e Administração de Instituições
do Distrito Federal e municipal em decorrência de suas Arquivísticas Públicas
funções administrativas, legislativas e judiciárias.
§ 1º São também públicos os conjuntos de documentos Art. 17. A administração da documentação pública ou
produzidos e recebidos por instituições de caráter público, de caráter público compete às instituições arquivísticas
por entidades privadas encarregadas da gestão de serviços federais, estaduais, do Distrito Federal e municipais.
públicos no exercício de suas atividades. § 1º São Arquivos Federais o Arquivo Nacional do Poder
§ 2º A cessação de atividades de instituições públicas Executivo, e os arquivos do Poder Legislativo e do Poder
e de caráter público implica o recolhimento de sua Judiciário. São considerados, também, do Poder Executivo
documentação à instituição arquivística pública ou a sua os arquivos do Ministério da Marinha, do Ministério
transferência à instituição sucessora. das Relações Exteriores, do Ministério do Exército e do
Art. 8º Os documentos públicos são identificados como Ministério da Aeronáutica.
correntes, intermediários e permanentes. § 2º São Arquivos Estaduais o arquivo do Poder
§ 1º Consideram-se documentos correntes aqueles Executivo, o arquivo do Poder Legislativo e o arquivo do
em curso ou que, mesmo sem movimentação, constituam Poder Judiciário.
objeto de consultas frequentes. § 3º São Arquivos do Distrito Federal o arquivo do
§ 2º Consideram-se documentos intermediários aqueles Poder Executivo, o Arquivo do Poder Legislativo e o arquivo
que, não sendo de uso corrente nos órgãos produtores, do Poder Judiciário.
por razões de interesse administrativo, aguardam a sua § 4º São Arquivos Municipais o arquivo do Poder
eliminação ou recolhimento para guarda permanente. Executivo e o arquivo do Poder Legislativo.
§ 3º Consideram-se permanentes os conjuntos de § 5º Os arquivos públicos dos Territórios são
documentos de valor histórico, probatório e informativo organizados de acordo com sua estrutura político-jurídica.
que devem ser definitivamente preservados. Art. 18. Compete ao Arquivo Nacional a gestão e o
Art. 9º A eliminação de documentos produzidos por recolhimento dos documentos produzidos e recebidos pelo
instituições públicas e de caráter público será realizada Poder Executivo Federal, bem como preservar e facultar o
mediante autorização da instituição arquivística pública, na acesso aos documentos sob sua guarda, e acompanhar e
sua específica esfera de competência. implementar a política nacional de arquivos.
Art. 10. Os documentos de valor permanente são Parágrafo único. Para o pleno exercício de suas funções,
inalienáveis e imprescritíveis. o Arquivo Nacional poderá criar unidades regionais.
Art. 19. Competem aos arquivos do Poder Legislativo
CAPÍTULO III Federal a gestão e o recolhimento dos documentos
Dos Arquivos Privados produzidos e recebidos pelo Poder Legislativo Federal no
exercício das suas funções, bem como preservar e facultar
Art. 11. Consideram-se arquivos privados os conjuntos o acesso aos documentos sob sua guarda.
de documentos produzidos ou recebidos por pessoas Art. 20. Competem aos arquivos do Poder Judiciário
físicas ou jurídicas, em decorrência de suas atividades. Federal a gestão e o recolhimento dos documentos
Art. 12. Os arquivos privados podem ser identificados produzidos e recebidos pelo Poder Judiciário Federal no
pelo Poder Público como de interesse público e social, exercício de suas funções, tramitados em juízo e oriundos
desde que sejam considerados como conjuntos de fontes de cartórios e secretarias, bem como preservar e facultar o
relevantes para a história e desenvolvimento científico acesso aos documentos sob sua guarda.
nacional. Art. 21. Legislação estadual, do Distrito Federal e
Art. 13. Os arquivos privados identificados como municipal definirá os critérios de organização e vinculação
de interesse público e social não poderão ser alienados dos arquivos estaduais e municipais, bem como a gestão
com dispersão ou perda da unidade documental, nem e o acesso aos documentos, observado o disposto na
transferidos para o exterior. Constituição Federal e nesta lei.

86
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO/SITUAÇÕES GERENCIAIS

CAPÍTULO V A implantação da Gestão de Documentos associada


Do Acesso e do Sigilo dos Documentos Públicos ao uso adequado da microfilmagem e das tecnologias do
GED (Gerenciamento Eletrônico de Documentos) deve ser
§ 3º O acesso aos documentos sigilosos referente efetiva visando à garantia no processo de atualização da
à honra e à imagem das pessoas será restrito por um documentação, interrupção no processo de deterioração
prazo máximo de 100 (cem) anos, a contar da sua data de dos documentos e na eliminação do risco de perda do
produção. acervo, através de backup ou pela utilização de sistemas
que permitam acesso à informação pela internet e intranet.
Disposições Finais A eficiente gestão dos arquivos públicos municipais
Art. 25. Ficará sujeito à responsabilidade penal, civil e contribui para uma melhor administração dos recursos das
administrativa, na forma da legislação em vigor, aquele que cidades e municípios, além de resguardar os mesmos de
desfigurar ou destruir documentos de valor permanente ou penalidades civis e administrativas, que estes estão sujeitos
considerado como de interesse público e social. se não cumprirem a legislação em vigor ou ainda, se des-
Art. 26. Fica criado o Conselho Nacional de Arquivos truírem documentos de valor permanente ou de interesse
(Conarq), órgão vinculado ao Arquivo Nacional, que público e social.
definirá a política nacional de arquivos, como órgão central A Gestão de Documentos no âmbito da administração
de um Sistema Nacional de Arquivos (Sinar). pública atua na elaboração dos planos de classificação dos
§ 1º O Conselho Nacional de Arquivos será presidido documentos, TTD (Tabela Temporalidade Documental) e
pelo Diretor-Geral do Arquivo Nacional e integrado por comissão permanente de avaliação. Desta forma é asse-
representantes de instituições arquivísticas e acadêmicas, gurado o acesso rápido à informação e preservação dos
públicas e privadas. documentos.
§ 2º A estrutura e funcionamento do conselho criado
neste artigo serão estabelecidos em regulamento. Protocolo: recebimento, registro, distribuição, tramita-
Art. 27. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação. ção e expedição de documentos.
Art. 28. Revogam-se as disposições em contrário. Para que todo esse processo acima seja desenvolvido
é necessário trabalhar com a gestão de documentos, que
FERNANDO COLLOR nada mais é que um conjunto de procedimentos e opera-
Jarbas Passarinho ções técnicas referentes à sua produção, tramitação, uso,
avaliação e arquivamento em fase corrente e intermediária,
visando a sua eliminação ou recolhimento para a guarda
Gestão de Documentos e Arquivos
permanente.
Administrar, organizar e gerenciar a informação é, hoje,
Protocolo é a denominação geralmente atribuída a se-
uma preocupação entre as empresas e entidades públicas
tores encarregados do recebimento, registro, distribuição
e privadas de pequeno, médio e grande porte de diversos
e movimentação dos documentos em curso. É de conhe-
segmentos, que encontram na Tecnologia da Gestão de
cimento comum o grande avanço que a humanidade teve
Documentos uma poderosa aliada para a tomada de deci-
nos últimos anos, avanços esses que contribuíram para o
sões e um facilitador para a gestão de suas atividades. aumento da produção de documentos. Cabe ressaltar que
A Gestão de Documentos é também um caminho se- tal aumento teve sua importância para a área da arquivísti-
guro, rápido e eficiente para as empresas se destacarem ca, no sentido de ter despertado nas pessoas a importância
dos seus concorrentes e conquistarem certificações. dos arquivos. Entretanto, seja por descaso ou mesmo por
A Gestão de Documentos contribui no processo de falta de conhecimento, a acumulação de massas documen-
Acreditação e Certificação ISO, porque assegura que a in- tais desnecessárias foi um problema que foi surgindo. Essas
formação produzida e utilizada será bem gerenciada, ga- massas acabam por inviabilizar que os arquivos cumpram
rantindo a confidencialidade e a rastreabilidade das infor- suas funções fundamentais. Para tentar sanar esse e outros 
mações, além de proporcionar benefícios como: raciona- problemas, que é recomendável o uso de um sistema de
lização dos espaços de guarda de documentos, eficiência protocolo.
e rapidez no desenvolvimento das atividades diárias e o
controle do documento desde o momento de sua produ- É sabido que durante a sua tramitação, os arquivos
ção até a destinação final. correntes podem exercer funções de protocolo
Com relação à Acreditação, a Gestão de Documentos (recebimento, registro, distribuição, movimentação e
é fator determinante também para cumprir a Resolução expedição de documentos), daí a denominação comum
1.639/2002, do Conselho Federal de Medicina, onde é de- de alguns órgãos como Protocolo e Arquivo.  No entan-
finido que os prontuários médicos são de guarda definitiva to, pode acontecer de as pessoas que lidam com o recebi-
e, portanto, não podem ser descartados sem o devido pla- mento de documentos não saberem, ou mesmo não serem
nejamento de como garantir a preservação das informa- orientadas sobre como proceder para que o documento
ções. cumpra a sua função na instituição.
Administrar e gerenciar documentos, a partir de con- Como alternativa para essa questão, sistemas de base
ceitos da Gestão Documental, proporciona às empresas de dados podem ser utilizados, de forma que se faça o re-
privadas e entidades públicas maior controle sobre as in- gistro dos documentos assim que eles cheguem às repar-
formações que produzem e recebem. tições.

87
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO/SITUAÇÕES GERENCIAIS

Algumas rotinas devem ser adotadas no registro do-  Classificação Cronológica


cumental, afim de que não se perca o controle, bem como  Classificação Geográfica
administrar problemas que facilmente poderiam ser des-  Classificação Ideológica
taca-se:  Classificação Decimal
Receber as correspondências, separando as de caráter  Classificação Decimal Universal (CDU)
oficial da de caráter particular, distribuindo as de caráter  Classificação Automática
particular a seus destinatários.
Separar as correspondências de caráter ostensivo das A indexação é a operação que consiste em descrever
de caráter sigiloso, encaminhado as de caráter sigiloso aos e caracterizar um documento com o auxilio de represen-
seus respectivos destinatários; tações dos conceitos contidos nesses documentos, isto é,
Tomar conhecimento das correspondências de caráter em transcrever para linguagem documental os conceitos
ostensivos por meio da leitura, requisitando a existência de depois de terem sido extraídos dos documentos por meio
antecedentes, se existirem; de uma análise dos mesmos. A indexação permite uma
Classificar o documento de acordo com o método da pesquisa eficaz das informações contidas no acervo docu-
instituição, carimbando-o em seguida; mental.
Elaborar um resumo e encaminhar os documentos ao A indexação conduz ao registro dos conceitos contidos
protocolo. num documento de uma forma organizada e facilmente
Preparar a ficha de protocolo, em duas vias, anexando acessível, mediante a constituição de instrumentos de pes-
a segunda via da ficha ao documento; quisa documental como índices e catálogos alfabéticos de
Rearquivar as fichas de procedência e assunto, agora matérias. A informação contida num documento é repre-
com os dados das fichas de protocolo; sentada por um conjunto de conceitos ou combinações de
Arquivar as fichas de protocolo. conceitos.
A tramitação de um documento dentro de uma ins-
tituição depende diretamente se as etapas anteriores fo- A indexação processa-se em duas fases:
ram feitas da forma correta. Se feitas, fica mais fácil, com a. Reconhecimento dos conceitos que contêm infor-
o auxílio do protocolo, saber sua exata localização, seus mação:
dados principais, como data de entrada, setores por que • Apreensão do conteúdo total do documento;
já passou, enfim, acompanhar o desenrolar de suas fun- • Identificação dos conceitos que representam esse
ções dentro da instituição. Isso agiliza as ações dentro da conteúdo;
instituição, acelerando assim, processos que anteriormente • Seleção dos conceitos necessários para uma pes-
encontravam dificuldades, como a não localização de do- quisa posterior.
cumentos, não se podendo assim, usá-los no sentido de
valor probatório, por exemplo. b. Representação dos conceitos em linguagem docu-
Após cumprirem suas respectivas funções, os docu- mental com o auxílio dos instrumentos de indexação:
mentos devem ter seu destino decidido, seja este a sua eli- • Servem ao indexador para indexar o documento;
minação ou recolhimento. É nesta etapa que a expedição • Servem ao utilizador para recuperar a informação;
de documentos torna-se importante, pois por meio dela, • Contribuem para a uniformidade e consistência da
fica mais fácil fazer uma avaliação do documento, poden- indexação;
do-se assim decidir de uma forma mais confiável, o destino
do documento.  Dentre as recomendações com relação à Nos arquivos e centros, ou serviços de documentação,
expedição de documentos, destacam-se: utilizam-se, normalmente, a indexação coordenada e a in-
Receber a correspondência, verificando a falta de ane- dexação por temas.
xos e completando dados;
Separar as cópias, expedindo o original; Os parâmetros a ter em conta para realizar tarefa de
Encaminhar as cópias ao Arquivo. indexação são:
a) Exaustividade
É importante citar que essas rotinas são apenas  Todos os assuntos (conceitos) de que
sugestões, afinal, cada instituição desenvolverá os trata o documento estão representados na indexação;
processos próprios, no entanto, a aplicação dessas rotinas  Não existe seleção de termos.  Especifi-
inquestionavelmente facilita todo o processo de protocolo cidade.
e arquivo.  A descrição do conteúdo traduz, o mais
próximo possível, a informação que o documento contém;
Sistemas de Classificação  Não se utilizam termos de indexação
Os principais  Sistemas ou Tipos de classifica- demasiados genéricos ou demasiado específicos, relativa-
ção utilizados em arquivos são: mente aos conceitos expressos no documento.

 Classificação Alfabética b)  Uniformidade


 Classificação Numérica  É um parâmetro muito importante
 Classificação Alfa-numérica ligado a qualidade da indexação;

88
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO/SITUAÇÕES GERENCIAIS

 Procura anular a sinonímia (palavras de • Deverá ter em conta a evolução futura das atribui-
significação idêntica ou parecida, mas não tem o mesmo ções do serviço deixando espaço livre para novas inclusões;
valor e emprego), representando para um mesmo conceito • Ser revista periodicamente, corrigindo os erros ou
a escolha de um mesmo termo; classificações mal efetuadas, e promover a sua atualização
 Utiliza, sempre que possível, termos de sempre que se entender conveniente.
estrutura idêntica para a representação de conceitos aná-
logos. A função da gestão de documentos e arquivos nos sis-
temas nacionais de informação, segundo o qual um pro-
c)  Coerência grama geral de gestão de documentos, para alcançar eco-
 Aplicação dos mesmos princípios e cri- nomia e eficácia, envolve as seguintes fases:
térios de escolha para a resolução de casos análogos, im- • produção: concepção e gestão de formulários,
plicando uma uniformidade intrínseca ao próprio sistema. preparação e gestão de correspondência, gestão de infor-
mes e diretrizes, fomento de sistemas de gestão da infor-
d) Pertinência mação e aplicação de tecnologias modernas a esses pro-
 A indexação deve ser feita sempre em cessos;
função do utilizador. • utilização e conservação: criação e melhoramen-
to dos sistemas de arquivos e de recuperação de dados,
e) Eficácia gestão de correio e telecomunicações, seleção e uso de
 Capacidade de um sistema de informa- equipamento reprográfico, análise de sistemas, produção e
ção recuperar a informação relevante, nele armazenada de manutenção de programas de documentos vitais e uso de
uma forma eficaz e com o mínimo de custo. A qualidade automação e reprografia nestes processos;
num processo de indexação é influenciada pelos seguintes • destinação: a identificação e descrição das séries
parâmetros: documentais, estabelecimento de programas de avaliação
• Características dos instrumentos de indexação uti- e destinação de documentos, arquivamento intermediário,
lizados; eliminação e recolhimento dos documentos de valor per-
• Características do indexador: manente às instituições arquivísticas.
• Pessoais: objetividade, imparcialidade, espírito de O código de classificação de documentos de arquivo é
análise, capacidade de síntese, desenvolvimento intelec-
um instrumento de trabalho utilizado para classificar todo
tual, sociabilidade, cultura geral, cultura específica e outras.
e qualquer documento produzido ou recebido por um ór-
• Profissionais: conhecimento técnicos que permi-
gão no exercício de suas funções e atividades. A classifica-
tam decisões acertadas, conhecimentos profundos acerca
ção por assuntos é utilizada com o objetivo de agrupar os
do sistema de indexação em que está integrado.
documentos sob um mesmo tema, como forma de agilizar
sua recuperação e facilitar as tarefas arquivísticas relacio-
Plano de Classificação
nadas com a avaliação, seleção, eliminação, transferência,
O objetivo primordial de uma eficaz estruturação dos
arquivos consiste na criação de condições para a recupe- recolhimento e acesso a esses documentos, uma vez que
ração da informação de forma rápida, segura e eficaz. Por o trabalho arquivístico é realizado com base no conteúdo
esta razão, se deve estabelecer no início de funcionamento do documento, o qual reflete a atividade que o gerou e
de um arquivo, o plano de classificação ou plano do arqui- determina o uso da informação nele contida. A classifica-
vo. ção define, portanto, a organização física dos documentos
O conceito de classificação e o respectivo  siste- arquivados, constituindo-se em referencial básico para sua
ma classificativo a ser adotado, são de uma importância recuperação.
decisiva na elaboração de um plano de classificação que No código de classificação, as funções, atividades, es-
permita um bom funcionamento do arquivo. É uma tarefa pécies e tipos documentais genericamente denominados
muito importante, primordial, difícil e morosa e deve ser assuntos, encontram-se hierarquicamente distribuídos de
elaborada com o máximo cuidado de forma a não se acordo com as funções e atividades desempenhadas pelo
cometerem erros que se repercutirão na estrutura e bom órgão. Em outras palavras, os assuntos recebem códigos
funcionamento do arquivo. numéricos, os quais refletem a hierarquia funcional do
Um bom plano de classificação deve possuir as seguin- órgão, definida através de classes, subclasses, grupos e
tes características: subgrupos, partindo-se sempre do geral para o particular.
• Satisfazer as necessidades práticas do serviço, A classificação deve ser realizada por servidores treina-
adotando critérios que potenciem a resolução dos proble- dos, de acordo com as seguintes operações.
mas. Quanto mais simples forem as regras de classificação a) ESTUDO: consiste na leitura de cada documento, a
adotadas, tanto melhor se efetuará a ordenação da docu- fim de verificar sob que assunto deverá ser classificado e
mentação; quais as referências cruzadas que lhe corresponderão. A
• A sua construção deve estar de acordo com as referência cruzada é um mecanismo adotado quando o
atribuições do organismo (divisão de competências) ou em conteúdo do documento se refere a dois ou mais assuntos.
última análise, focando a estrutura das entidades de onde b) CODIFICAÇÃO: consiste na atribuição do código
provém a correspondência; correspondente ao assunto de que trata o documento.

89
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO/SITUAÇÕES GERENCIAIS

Rotinas correspondentes às operações de classifica- em 1993, um grupo de trabalho composto por técnicos
ção do Arquivo Nacional e daquela secretaria, cujos resultados,
relativos às atividade-meio, serviriam de subsídio ao es-
1. Receber o documento para classificação; tabelecimento de prazos de guarda e destinação para os
2. Ler o documento, identificando o assunto principal e documentos da administração pública federal. A tabela,
o(s) secundário(s) de elaborada com base nas experiências já desenvolvidas pe-
acordo com seu conteúdo; los dois órgãos, foi encaminhada, em 1994, à Direção Geral
3. Localizar o(s) assunto(s) no Código de classificação do Arquivo Nacional para aprovação.
de documentos de arquivo, utilizando o índice, quando ne- Com a instalação do Conselho Nacional de Arquivos
cessário; (Conarq), em novembro de 1994, foi criada, dentre outras,
4. Anotar o código na primeira folha do documento; a Câmara Técnica de Avaliação de Documentos (Ctad) para
5. Preencher a(s) folha(s) de referência, para os assun- dar suporte às atividades do conselho. Sua primeira tarefa
tos secundários. foi analisar e discutir a tabela de temporalidade elabora-
da pelo grupo de trabalho Arquivo Nacional/SEPLAN, com
A avaliação constitui-se em atividade essencial do ci- o objetivo de torná-la aplicável também aos documentos
clo de vida documental arquivístico, na medida em que produzidos pelos órgãos públicos nas esferas estadual e
define quais documentos serão preservados para fins ad- municipal, servindo como orientação a todos os órgãos
ministrativos ou de pesquisa e em que momento poderão participantes do Sistema Nacional de Arquivos (Sinar).
ser eliminados ou destinados aos arquivos intermediário e O modelo ora apresentado constitui-se em instru-
permanente, segundo o valor e o potencial de uso que mento básico para elaboração de tabelas referentes às
apresentam para a administração que os gerou e para a atividade-meio do serviço público, podendo ser adaptado
sociedade. de acordo com os conjuntos documentais produzidos e
Os primeiros atos legais destinados a disciplinar a ava- recebidos. Vale ressaltar que a aplicação da tabela deverá
liação de documentos no serviço público datam do final do estar condicionada à aprovação por instituição arquivística
século passado, em países da Europa, nos Estados Unidos pública na sua específica esfera de competência.
e no Canadá. No Brasil, a preocupação com a avaliação de
documentos públicos não é recente, mas o primeiro passo Arquivamento e ordenação de documentos
para sua regulamentação ocorreu efetivamente com a lei
federal nº 8.159, de 8 de janeiro de 1991, que em seu artigo O arquivamento é o conjunto de técnicas e procedi-
9º dispõe que “a eliminação de documentos produzidos mentos que visa ao acondicionamento e armazenamento
por instituições públicas e de caráter público será realizada dos documentos no arquivo. Devemos considerar duas for-
mediante autorização de instituição arquivística pública, na mas de arquivamento: A horizontal e a vertical.
sua específica esfera de competência”. Arquivamento Horizontal: os documentos são dispos-
O Arquivo Nacional publicou em 1985 manual técni- tos uns sobre os outros, ―deitados‖, dentro do mobiliário.
co sob o título Orientação para avaliação e arquivamento É indicado para arquivos permanentes e para documentos
intermediário em arquivos públicos, do qual constam dire- de grandes dimensões, pois evitam marcas e dobras nos
trizes gerais para a realização da avaliação e para a elabo- mesmos.
ração de tabelas de temporalidade. Em 1986, iniciaram-se Arquivamento Vertical: os documentos são dispostos
as primeiras atividades de avaliação dos acervos de caráter uns atrás dos outros dentro do mobiliário. É indicado para
intermediário sob a guarda da então Divisão de Pré-Ar- arquivos correntes, pois facilita a busca pela mobilidade
quivo do Arquivo Nacional, desta vez com a preocupação na disposição dos documentos. Para o arquivamento e
de estabelecer prazos de guarda com vista à eliminação ordenação dos documentos no arquivo, devemos consi-
e, consequentemente, à redução do volume documental e derar tantos os métodos quanto os sistemas. Os Sistemas
racionalização do espaço físico. de Arquivamento nada mais são do que a possibilidade ou
A metodologia adotada à época envolveu pesquisas não de recuperação da informação sem o uso de instru-
na legislação que regula a prescrição de documentos ad- mentos. Tudo o que isso quer dizer é apenas se precisa ou
ministrativos, e entrevistas com historiadores e servidores não de uma ferramenta (índice, tabela ou qualquer outro
responsáveis pela execução das atividades nos órgãos pú- semelhante) para localizar um documento em um arquivo.
blicos, que forneceram as informações relativas aos valores Quando NÃO HÁ essa necessidade, dizemos que é um sis-
primário e secundário dos documentos, isto é, ao seu po- tema direto de busca e/ou recuperação, como por exem-
tencial de uso para fins administrativos e de pesquisa, res- plo, os métodos alfabético e geográfico, que estudaremos
pectivamente. Concluídos os trabalhos, ainda que restrito à nesta aula. Quando HÁ essa necessidade, dizemos que é
documentação já depositada no arquivo intermediário do um sistema indireto de busca e/ou recuperação, como são
Arquivo Nacional, foi constituída, em 1993, uma Comissão os métodos numéricos. Existe ainda outro sistema, chama-
Interna de Avaliação que referendou os prazos de guarda e do semidireto , que não aparece em provas, mas que serve
destinação propostos. apenas para agregar o método alfanumérico, que estuda-
Com o objetivo de elaborar uma tabela de tempora- remos adiante. Este método se caracteriza pela ―neces-
lidade para documentos da então Secretaria de Planeja- sidade parcial da utilização de instrumentos de pesquisa.
mento, Orçamento e Coordenação (SEPLAN), foi criado, Por exemplo, precisamos de uma tabela para localizar uma

90
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO/SITUAÇÕES GERENCIAIS

estante, mas não para localizar uma gaveta ou prateleira: a A realidade arquivística no Brasil aponta para variadas
partir da localização da estante, a prateleira será localizada formas de concentração dos arquivos, seja ao nível da ad-
deforma direta. ministração (fases corrente e intermediária), seja no âmbito
dos arquivos públicos (permanentes ou históricos). Assim,
A tabela de temporalidade deverá contemplar as a distribuição dos prazos de guarda nas fases corrente e
atividade-meio e atividades-fim de cada órgão público. intermediária foi definida a partir das seguintes variáveis:
Desta forma, caberá aos mesmos definir a temporalidade e I – Órgãos que possuem arquivo central e contam com
destinação dos documentos relativos às suas atividades es- serviços de arquivamento intermediário:
pecíficas, complementando a tabela básica. Posteriormen- Para os órgãos federais, estaduais e municipais que se
te, esta deverá ser encaminhada à instituição arquivística enquadram nesta variável, há necessidade de redistribui-
pública para aprovação e divulgação, por meio de ato legal ção dos prazos, considerando-se as características de cada
que lhe confira legitimidade. fase, desde que o prazo total de guarda não seja alterado,
A tabela de temporalidade é um instrumento arquivís- de forma a contemplar os seguintes setores arquivísticos:
tico resultante de avaliação, que tem por objetivos definir - arquivo setorial (fase corrente, que corresponde ao
prazos de guarda e destinação de documentos, com vista arquivo da unidade organizacional);
a garantir o acesso à informação a quantos dela necessi- - arquivo central (fase intermediária I, que corresponde
tem. Sua estrutura básica deve necessariamente contem- ao setor de arquivo geral/central da instituição);
plar os conjuntos documentais produzidos e recebidos por - arquivo intermediário (fase intermediária II, que cor-
uma instituição no exercício de suas atividades, os prazos responde ao depósito de arquivamento intermediário, ge-
de guarda nas fases corrente e intermediária, a destina- ralmente subordinado à instituição arquivística pública nas
ção final – eliminação ou guarda permanente, além de um esferas federal, estadual e municipal).
campo para observações necessárias à sua compreensão e II – Órgãos que possuem arquivo central e não contam
aplicação. com serviços de arquivamento intermediário: Nos órgãos
situados nesta variável, as unidades organizacionais são
Apresentam-se a seguir diretrizes para a correta utiliza- responsáveis pelo arquivamento corrente e o arquivo cen-
ção do instrumento: tral funciona como arquivo intermediário, obedecendo aos
prazos previstos para esta fase e efetuando o recolhimento
1. Assunto: Neste campo são apresentados os con- ao arquivo permanente.
juntos documentais produzidos e recebidos, hierarquica- III – Órgãos que não possuem arquivo central e contam
mente distribuídos de acordo com as funções e atividades com serviços de arquivamento intermediário: Nesta variá-
desempenhadas pela instituição. Para possibilitar melhor vel, as unidades organizacionais também funcionam como
identificação do conteúdo da informação, foram emprega- arquivo corrente, transferindo os documentos – depois de
das funções, atividades, espécies e tipos documentais, ge- cessado o prazo previsto para esta fase – para o arquivo
nericamente denominados assuntos, agrupados segundo intermediário, que promoverá o recolhimento ao arquivo
um código de classificação, cujos conjuntos constituem o permanente.
referencial para o arquivamento dos documentos. IV – Órgãos que não possuem arquivo central nem
Como instrumento auxiliar, pode ser utilizado o índice, contam com serviços de arquivamento intermediário:
que contém os conjuntos documentais ordenados alfabeti- Quanto aos órgãos situados nesta variável, as unidades
camente para agilizar a sua localização na tabela. organizacionais são igualmente responsáveis pelo arquiva-
mento corrente, ficando a guarda intermediária a cargo das
2. Prazos de guarda: Referem-se ao tempo necessário mesmas ou do arquivo público, o qual deverá assumir tais
para arquivamento dos documentos nas fases corrente e in- funções.
termediária, visando atender exclusivamente às necessida-
des da administração que os gerou, mencionado, preferen- 3. Destinação final: Neste campo é registrada a desti-
cialmente, em anos. Excepcionalmente, pode ser expresso nação estabelecida que pode ser a eliminação, quando o
a partir de uma ação concreta que deverá necessariamente documento não apresenta valor secundário (probatório ou
ocorrer em relação a um determinado conjunto documen- informativo) ou a guarda permanente, quando as informa-
tal. Entretanto, deve ser objetivo e direto na definição da ções contidas no documento são consideradas importan-
ação – exemplos: até aprovação das contas; até homolo- tes para fins de prova, informação e pesquisa.
gação da aposentadoria; e até quitação da dívida. O prazo A guarda permanente será sempre nas instituições ar-
estabelecido para a fase corrente relaciona-se ao período quivísticas públicas (Arquivo Nacional e arquivos públicos
em que o documento é frequentemente consultado, exi- estaduais, do Distrito Federal e municipais), responsáveis
gindo sua permanência junto às unidades organizacionais. pela preservação dos documentos e pelo acesso às infor-
A fase intermediária relaciona-se ao período em que o do- mações neles contidas. Outras instituições poderão manter
cumento ainda é necessário à administração, porém com seus arquivos permanentes, seguindo orientação técnica
menor frequência de uso, podendo ser transferido para de- dos arquivos públicos, garantindo o intercâmbio de infor-
pósito em outro local, embora à disposição desta. mações sobre os respectivos acervos.

91
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO/SITUAÇÕES GERENCIAIS

4. Observações: Neste campo são registradas informa- É importante que os registros relativos aos documentos
ções complementares e justificativas, necessárias à correta sejam incorporados a um sistema de informações, como
aplicação da tabela. Incluem-se, ainda, orientações quanto um banco de dados, e que os sistemas de recuperação
à alteração do suporte da informação e aspectos elucidati- sejam amplamente compatíveis.
vos quanto à destinação dos documentos, segundo a par-
ticularidade dos conjuntos documentais avaliados. Áreas de Armazenamento
A necessidade de comunicação é tão antiga como a Todos os documentos devem ser armazenados em lo-
formação da sociedade humana, o homem, talvez na ânsia cais que apresentem condições ambientais apropriadas às
de se perpetuar, teve sempre a preocupação de registrar suas necessidades de preservação, pelo prazo de guarda
suas observações, seu pensamento, para os legar às gera- estabelecido em tabela de temporalidade e destinação.
ções futuras.
Assim começou a escrita. Na sua essência. Isto nada
Áreas Externas
mais é do que registrar e guardar. Por sua vez, no seu sen-
tido mais simples, guardar é arquivar. A localização de um depósito de arquivo deve prever
Por muito tempo reinou uma completa confusão sobre facilidades de acesso e de segurança contra perigos imi-
o verdadeiro sentido da biblioteca, museu e arquivo. Indis- nentes, evitando-se, por exemplo:
cutivelmente, por anos e anos, estas instituições tiveram - áreas de risco de vendavais e outras intempéries, e de
mais ou menos o mesmo objetivo. Eram elas depósitos de inundações, como margens de rios e subsolos;
tudo o que se produzira a mente humana, isto é, do resul- - áreas de risco de incêndios, próximas a postos de
tado do trabalho intelectual e espiritual do homem. combustíveis, depósitos e distribuidoras de gases, e cons-
O arquivo, quando bem organizado, transmite ordens, truções irregulares;
evita repetição desnecessárias de experiências, diminui a - áreas próximas a indústrias pesadas com altos índices
duplicidade de documentos, revela o que está por ser feito, de poluição atmosférica, como refinarias de petróleo;
o que já foi feito e os resultados obtidos. Constitui fonte de - áreas próximas a instalações estratégicas, como in-
pesquisa para todos os ramos administrativos e auxilia o dústrias e depósitos de munições, de material bélico e ae-
administrador a tomada de decisões. roportos.
Acondicionamento, Armazenamento, Preservação Áreas Internas
e Conservação de Documentos de Arquivo As áreas de trabalho e de circulação de público deve-
Nos processos de produção, tramitação, organização e
rão atender às necessidades de funcionalidade e conforto,
acesso aos documentos, deverão ser observados procedi-
enquanto as de armazenamento de documentos devem
mentos específicos, de acordo com os diferentes gêneros
documentais, com vistas a assegurar sua preservação du- ser totalmente independentes das demais. O manual Reco-
rante o prazo de guarda estabelecido na tabela de tempo- mendações para a construção de arquivos, publicado pelo
ralidade e destinação. CONARQ em 2000, reúne as indicações para a construção,
Alguns documentos, conforme as normas vigentes de- reforma e adequação de edifícios de arquivos.
verão ser produzidos em formatos padronizados. Os docu- • Áreas de Depósito
mentos identificados nas tabelas de temporalidade e des- Nas áreas de depósito, os cuidados devem ser dirigi-
tinação como de valor permanente deverão ser produzidos dos a:
em papéis alcalinos. - evitar, principalmente, os subsolos e porões, em ra-
Cabe acrescentar que: zão do grande risco de inundações, dando preferência a
- Os papéis das capas de processos devem ser alcali- terrenos mais elevados, distanciados do lençol freático. No
nos; caso de depósitos em andares térreos, prever pisos mais
- As presilhas devem ser em plástico ou metal não oxi- elevados em relação ao solo e com boas condições de dre-
dável; nagem deste, pelas mesmas razões;
- As práticas de grampear e de colar documentos de- - prever condições estruturais de resistência a cargas,
vem ser evitadas; de acordo com as Recomendações para a construção de ar-
- Os dossiês, processos e volumes devem ser arquiva- quivos, do CONARQ;
dos em pastas suspensas ou em caixas, de acordo com suas
- a área dos depósitos não deve exceder a 200m2. Se
dimensões.
necessário, os depósitos deverão ser compartimentados.
Todos os documentos devem ser preservados em con-
dições adequadas ao seu uso, pelos prazos de guarda es- Os compartimentos devem ser independentes entre si,
tabelecidos nas tabelas de temporalidade e destinação de separados por corredores, com acessos equipados com
documentos. portas corta-fogo e, de preferência, também com sistemas
A informação deve estar adequadamente identificada, independentes de energia elétrica, de aeração ou de cli-
classificada e controlada, para que a localização e a devo- matização;
lução ao local de depósito sejam realizadas de forma ágil e - evitar tubulações hidráulicas, caixas d’água e quadros
sem riscos de danos ou extravios. Para que esses procedi- de energia elétrica sobre as áreas de depósito;
mentos sejam efetivos e possam assegurar a manutenção - evitar todo tipo de material que possa promover risco
das condições de acesso, eles devem ser regularmente re- de propagação de fogo ou formação de gases, como ma-
vistos. deiras, pinturas e revestimentos;

92
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO/SITUAÇÕES GERENCIAIS

- aumentar a resistência térmica ou a estanqueidade Os índices muito elevados de temperatura e umidade


das paredes externas, em especial daquelas sujeitas à ação relativa do ar, as variações bruscas e a falta de ventilação
direta de raios solares, por meio de isolamento térmico e/ promovem a ocorrência de infestações de insetos e o de-
ou pintura de cor clara, de efeito reflexivo. Além dos recur- senvolvimento de microorganismos, que aumentam as
sos construtivos utilizados para amenizar as temperaturas proporções dos danos.
internas, sempre que for possível, posicionar os depósitos Com base nessas constatações, recomenda-se:
nos prismas de menor insolação; - armazenar todos os documentos em condições am-
- promover a ventilação dos ambientes de forma natu- bientais que assegurem sua preservação, pelo prazo de
ral ou artificial com soluções de baixo custo, inclusive com guarda estabelecido, isto é, em temperatura e umidade re-
a disposição adequada do mobiliário, de forma a facilitar o lativa do ar adequadas a cada suporte documental;
fluxo do ar; - monitorar as condições de temperatura e umidade
- evitar a presença de pessoas em trabalho ou consulta relativa do ar, utilizando pessoal treinado, a partir de meto-
em tais ambientes; dologia previamente definida;
- manter suprimento elétrico de emergência. - utilizar preferencialmente soluções de baixo custo di-
Nas áreas de depósito, os documentos devem ser ar- recionadas à obtenção de níveis de temperatura e umidade
mazenados separadamente, de acordo com o seu suporte relativa estabilizados na média, evitando variações súbitas;
e suas especificidades, a saber: - reavaliar a utilidade de condicionadores mecânicos
- documentos textuais, como manuscritos e impressos; quando os equipamentos de climatização não puderem ser
- documentos encadernados; mantidos em funcionamento sem interrupção;
- documentos textuais de grande formato; - proteger os documentos e suas embalagens da inci-
- documentos cartográficos, como mapas e plantas ar- dência direta de luz solar, por meio de filtros, persianas ou
quitetônicas; cortinas;
- documentos iconográficos, como desenhos, gravuras - monitorar os níveis de luminosidade, em especial das
e cartazes; radiações ultravioleta;
- documentos em meio micrográficos; - reduzir ao máximo a radiação UV emitida por lâmpa-
- documentos fotográficos; das fluorescentes, aplicando filtros bloqueadores aos tubos
- documentos sonoros; ou às luminárias;
- documentos cinematográficos; - promover regularmente a limpeza e o controle de in-
- documentos em meios magnéticos e ópticos. setos rasteiros nas áreas de armazenamento;
- manter um programa integrado de higienização do
Os filmes em bases de nitrato e de acetato de celulose acervo e de prevenção de insetos;
devem ser armazenados separadamente, de acordo com - monitorar as condições do ar quanto à presença de
sua base e condição de preservação. poeira e poluentes, procurando reduzir ao máximo os con-
taminantes, utilizando cortinas, filtros, bem como realizan-
Condições Ambientais do o fechamento e a abertura controlada de janelas;
Quanto às condições climáticas, as áreas de pesquisa - armazenar os acervos de fotografias, filmes, meios
e de trabalho devem receber tratamento diferenciado das magnéticos e ópticos em condições climáticas especiais,
áreas dos depósitos, as quais, por sua vez, também devem de baixa temperatura e umidade relativa, obtidas por meio
se diferenciar entre si, considerando-se as necessidades es- de equipamentos mecânicos bem dimensionados, sobre-
pecíficas de preservação para cada tipo de suporte. tudo para a manutenção da estabilidade dessas condições,
a saber: fotografias em preto e branco T 12ºC ± 1ºC e UR
Recomenda-se um estudo prévio das condições climá- 35% ± 5% fotografias em cor T 5ºC ± 1ºC e UR 35% ± 5%
ticas da região, nos casos de se elaborar um projeto de filmes e registros magnéticos T 18ºC ± 1ºC e UR 40% ± 5%.
construção ou reforma, com vistas a obter os melhores
benefícios, com baixo custo, em favor da preservação dos Acondicionamento
acervos. Os documentos devem ser acondicionados em mobi-
A deterioração natural dos suportes dos documen- liário e invólucros apropriados, que assegurem sua preser-
tos, ao longo do tempo, ocorre por reações químicas, que vação.
são aceleradas por flutuações e extremos de temperatura A escolha deverá ser feita observando-se as caracte-
e umidade relativa do ar e pela exposição aos poluentes rísticas físicas e a natureza de cada suporte. A confecção e
atmosféricos e às radiações luminosas, especialmente dos a disposição do mobiliário deverão acatar as normas exis-
raios ultravioleta. tentes sobre qualidade e resistência e sobre segurança no
A adoção dos parâmetros recomendados por diferen- trabalho.
tes autores (de temperatura entre 15° e 22° C e de umidade O mobiliário facilita o acesso seguro aos documentos,
relativa entre 45% e 60%) exige, nos climas quentes e úmi- promove a proteção contra danos físicos, químicos e me-
dos, o emprego de meios mecânicos sofisticados, resul- cânicos. Os documentos devem ser guardados em arqui-
tando em altos custos de investimento em equipamentos, vos, estantes, armários ou prateleiras, apropriados a cada
manutenção e energia. suporte e formato.

93
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO/SITUAÇÕES GERENCIAIS

Os documentos de valor permanente que apresentam - utilizar escadas seguras, especialmente desenhadas
grandes formatos, como mapas, plantas e cartazes, devem para a retirada de documentos das estantes, bem como
ser armazenados horizontalmente, em mapotecas adequa- carrinhos, para o seu transporte entre o depósito e a sala
das às suas medidas, ou enrolados sobre tubos confeccio- de consulta, visando à segurança no trabalho e à integrida-
nados em cartão alcalino e acondicionados em armários ou de dos documentos;
gavetas. Nenhum documento deve ser armazenado direta- - transportar documentos entre seções, para expo-
mente sobre o chão. sições ou para empréstimos externos ou serviços de ter-
As mídias magnéticas, como fitas de vídeo, áudio e de ceiros, como microfilmagem e conservação, seguindo
computador, devem ser armazenadas longe de campos procedimentos padronizados de embalagem, transporte
magnéticos que possam causar a distorção ou a perda de e manuseio, visando à preservação e segurança dos do-
dados. O armazenamento será preferencialmente em mo- cumentos.
biliário de aço tratado com pintura sintética, de efeito an-
tiestático. Segurança
As embalagens protegem os documentos contra a Toda instituição arquivística deve contar com um Plano
poeira e danos acidentais, minimizam as variações externas de Emergência escrito, direcionado para a prevenção con-
de temperatura e umidade relativa e reduzem os riscos de tra riscos potenciais e para o salvamento de acervos em
danos por água e fogo em casos de desastre. situações de calamidade com fogo, água, insetos, roubo e
As caixas de arquivo devem ser resistentes ao manu- vandalismo.
Este plano deve incluir:
seio, ao peso dos documentos e à pressão, caso tenham de
Um programa de manutenção do edifício, partindo de
ser empilhadas. Precisam ser mantidas em boas condições
um diagnóstico prévio do prédio e de sua localização, para
de conservação e limpeza, de forma a proteger os docu-
identificar:
mentos.
- riscos geográficos e climáticos que possam ameaçar
As medidas de caixas, envelopes ou pastas devem res- o prédio e o acervo;
peitar formatos padronizados, e devem ser sempre supe- - vulnerabilidades do edifício, quanto à sua função de
riores às dos documentos que irão abrigar. proteger os acervos;
Todos os materiais usados para o armazenamento de - níveis de vulnerabilidade dos materiais que compõem
documentos permanentes devem manter-se quimicamente o acervo;
estáveis ao longo do tempo, não podendo provocar quais- - vulnerabilidades administrativas (ex.: seguro, segu-
quer reações que afetem a preservação dos documentos. rança).
Os papéis e cartões empregados na produção de cai-
xas e invólucros devem ser alcalinos e corresponder às ex- Um plano de metas concretas e cronograma de prio-
pectativas de preservação dos documentos. ridades para a eliminação do maior número possível de
No caso de caixas não confeccionados em cartão alca- riscos:
lino, recomenda-se o uso de invólucros internos de papel - inspecionar regularmente o prédio;
alcalino, para evitar o contato direto de documentos com - manter em perfeitas condições de funcionamento os
materiais instáveis. sistemas elétrico, hidráulico e de esgoto do prédio;
- implantar um programa integrado contra pragas;
Manuseio e Transporte - instalar sistemas confiáveis de detecção e combate de
O manuseio requer cuidados especiais, tanto pelos téc- incêndio e de suprimento elétrico de emergência;
nicos, durante o tratamento dos documentos, quanto pelos - manter todo o acervo documental identificado e in-
usuários, merecendo recomendações afixadas nas salas de ventariado;
trabalho e de consulta, a saber: - implantar procedimentos de segurança e de limpeza
- manusear os documentos originais com mãos limpas, periódica nos depósitos.
de preferência fazendo uso de luvas. Além de luvas, os téc-
nicos devem também utilizar guarda-pós, e máscaras para Um plano de salvamento e de segurança humanos:
o manuseio de documentos. - formar e treinar periodicamente a brigada de incên-
dio;
Esta recomendação atende à saúde de usuários e téc-
- utilizar sinalização de segurança e de escape para ca-
nicos, considerando-se que no passado foi frequente o uso
sos de emergência;
de inseticidas, que em muitos casos ainda preservam ele-
- efetuar treinamentos e simulações periódicas de
vados níveis de toxidez. emergência.
Esporos de microorganismos também podem ser fato-
res de contaminação e toxidez; Um plano de salvamento de acervos (plano de emer-
- utilizar também luvas e máscaras ao manusear foto- gência):
grafias, filmes, microfilmes, discos e suportes magnéticos e As instituições depositárias de acervos deverão ter um
ópticos, considerando-se a fragilidade desses materiais e a plano de emergência escrito para salvamento do acervo
necessidade de proteção dos usuários; em casos de calamidade, atendendo às especificidades de
- manusear documentos de grandes formatos em me- seu acervo e às condições de localização do mesmo em
sas de grandes dimensões;

94
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO/SITUAÇÕES GERENCIAIS

suas dependências. Restauração: é um conjunto de medidas que objetivam


Uma vez elaborados, os planos de emergência irão re- a estabilização ou a reversão de danos físicos ou químicos
querer recursos materiais e humanos, sendo interessante adquiridos pelo documento ao longo do tempo e do uso,
poder organizá-los de forma cooperativa, entre instituições intervindo de modo a não comprometer sua integridade e
de uma mesma cidade ou região. seu caráter histórico.
Um plano de emergência contém as providências ne-
cessárias para o salvamento dos documentos. Entre os pre- FATORES DE DETERIORAÇÃO EM ACERVOS DE ARQUI-
parativos estão os de minimizar ao máximo os riscos de VOS
fogo, por meio de sistemas de alarmes e supressão auto- Conhecendo-se a natureza dos materiais componen-
mática, e todos os outros riscos potenciais, como vimos, tes dos acervos e seu comportamento diante dos fatores
por meio de vistorias e manutenção periódicas. aos quais estão expostos, torna-se bastante fácil detectar
Acervos de grande importância para a instituição de- elementos nocivos e traçar políticas de conservação para
verão ser identificados com antecedência. O ideal é que minimizá-los.
este procedimento inclua uma planta baixa que indique Os acervos de bibliotecas e arquivos são em geral
claramente a localização dos acervos prioritários para efei- constituídos de livros, mapas, fotografias, obras de arte,
to de resgate. revistas, manuscritos etc., que utilizam, em grande parte,
O plano de emergência contará com uma equipe téc- o papel como suporte da informação, além de tintas das
nica e uma administrativa com atribuições específicas, para
mais diversas composições.
as várias atividades que irão demandar a pronta resposta
O papel, por mais variada que possa ser sua com posi-
e a recuperação dos acervos atingidos, no caso de algum
ção, é formado basicamente por fibras de celulose prove-
sinistro.
nientes de diferentes origens.
Cada instituição deverá ter o seu próprio coordenador
de emergência, mesmo que esteja organizada em um pla- Cabe-nos, portanto, encontrar soluções que permitam
no cooperativo. oferecer o melhor conforto e estabilidade ao suporte da
a) Coordenador – tomará as decisões e irá interagir maioria dos documentos, que é o papel.
com os demais membros do grupo, com as equipes de A degradação da celulose ocorre quando agentes no-
resgate técnica e administrativa e com as áreas técnicas e civos atacam as ligações celulósicas, rompendo-as ou fa-
administrativas da instituição; zendo com que se agreguem a elas novos componentes
b) Agentes de comunicação – farão contato com: que, uma vez instalados na molécula, desencadeiam rea-
- autoridades policiais, Corpo de Bombeiros ou Defesa ções químicas que levam ao rompimento das cadeias ce-
Civil; lulósicas.
- áreas técnicas da instituição; A acidez e a oxidação são os maiores processos de
- demais instituições, imprensa; deterioração química da celulose. Também há os agentes
- empresas fornecedoras de materiais. físicos de deterioração, responsáveis pelos danos mecâni-
c) Especialistas de conservação, para os diferentes ti- cos dos documentos. Os mais frequentes são os insetos, os
pos de acervo, que poderão ser da própria instituição ou roedores e o próprio homem.
externos, dentro de um programa de cooperação entre Resumindo, podemos dizer que consideramos agen-
instituições. tes de deterioração dos acervos de bibliotecas e arquivos
d) Equipe técnica substituta – quando os integrantes aqueles que levam os documentos a um estado de insta-
da equipe titular não conseguirem chegar ao local a tempo. bilidade física ou química, com comprometimento de sua
Esta equipe deverá participar de todos os treinamentos e integridade e existência.
simulações. Embora, com muita frequência, não possamos elimi-
O plano deve ser testado e revisto em intervalos regu- nar totalmente as causas do processo de deterioração dos
lares, e todo o pessoal da instituição precisa estar familiari- documentos, com certeza podemos diminuir consideravel-
zado com ele, seja tendo participado de sua elaboração, ou mente seu ritmo, através de cuidados com o ambiente, o
pelo treinamento nos procedimentos de emergência.
manuseio, as intervenções e a higiene, entre outros.
Antes de citar os principais fatores de degradação, tor-
Preservação e conservação de documentos de ar-
na-se indispensável dizer que existe estreita ligação entre
quivo
eles, o que faz com que o processo de deterioração tome
Preservação: é um conjunto de medidas e estratégias proporções devastadoras.
de ordem administrativa, política e operacional que contri- Para facilitar a compreensão dos efeitos nocivos nos
buem direta ou indiretamente para a preservação da inte- acervos podemos classificar os agentes de deterioração
gridade dos materiais. em Fatores Ambientais, Fatores Biológicos, Intervenções
Conservação: é um conjunto de ações estabilizadoras Impróprias, Agentes Biológicos, Furtos e Vandalismo.
que visam desacelerar o processo de degradação de docu- 1. Fatores ambientais
mentos ou objetos, por meio de controle ambiental e de Os agentes ambientais são exatamente aqueles que
tratamentos específicos (higienização, reparos e acondicio- existem no ambiente físico do acervo: Temperatura, Umi-
namento). dade Relativa do Ar, Radiação da Luz, Qualidade do Ar.

95
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO/SITUAÇÕES GERENCIAIS

Num levantamento cuidadoso das condições de con- e fluorescentes (vapor de mercúrio). Deve-se evitar a luz
servação dos documentos de um acervo, é possível iden- natural e as lâmpadas fluorescentes, que são fontes gera-
tificar facilmente as consequências desses fatores, quando doras de UV. A intensidade da luz é medida através de um
não controlados dentro de uma margem de valores acei- aparelho denominado luxímetro ou fotômetro.
tável. Algumas medidas podem ser tomadas para proteção
Todos fazem parte do ambiente e atuam em conjunto. dos acervos:
Sem a pretensão de aprofundar as explicações científi- - As janelas devem ser protegidas por cortinas ou per-
cas de tais fatores, podemos resumir suas ações da seguin- sianas que bloqueiem totalmente o sol; essa medida tam-
te forma: bém ajuda no controle de temperatura, minimizando a ge-
1.1 Temperatura e umidade relativa: O calor e a umi- ração de calor durante o dia.
dade contribuem significativamente para a destruição dos - Filtros feitos de filmes especiais também ajudam no
documentos, principalmente quando em suporte-papel. O controle da radiação UV, tanto nos vidros de janelas quanto
desequilíbrio de um interfere no equilíbrio do outro. O ca- em lâmpadas fluorescentes (esses filmes têm prazo de vida
lor acelera a deterioração. A velocidade de muitas reações limitado).
químicas, inclusive as de deterioração, é dobrada a cada - Cuidados especiais devem ser considerados em ex-
aumento de 10°C. A umidade relativa alta proporciona as posições de curto, médio e longo tempo:
condições necessárias para desencadear intensas reações - não expor um objeto valioso por muito tempo;
químicas nos materiais. Evidências de temperatura e umi- - manter o nível de luz o mais baixo possível;
dade relativa altas são detectadas com a presença de co- - não colocar lâmpadas dentro de vitrines;
lônias de fungos nos documentos, sejam estes em papel, - proteger objetos com filtros especiais;
couro, tecido ou outros materiais. - certificar-se de que as vitrines sejam feitas de mate-
Umidade relativa do ar e temperatura muito baixas riais que não danifiquem os documentos.
transparecem em documentos distorcidos e ressecados. 1.3 Qualidades do ar: O controle da qualidade do ar
As flutuações de temperatura e umidade relativa do ar é essencial num programa de conservação de acervos. Os
são muito mais nocivas do que os índices superiores aos poluentes contribuem pesadamente para a deterioração de
considerados ideais, desde que estáveis e constantes. To- materiais de bibliotecas e arquivos.
dos os materiais encontrados nos acervos são higroscópi- Há dois tipos de poluentes – os gases e as partículas
sólidas – que podem ter duas origens: os que vêm do am-
cos, isto é, absorvem e liberam umidade muito facilmente
biente externo e os gerados no próprio ambiente.
e, portanto, se expandem e se contraem com as variações
Os poluentes externos são principalmente o dióxido de
de temperatura e umidade relativa do ar.
enxofre (SO2), óxidos de nitrogênio (NO e NO2) e o Ozô-
Essas variações dimensionais aceleram o processo de
nio (O3). São gases que provocam reações químicas, com
deterioração e provocam danos visíveis aos documentos,
formação de ácidos que causam danos sérios e irreversí-
ocasionando o craquelamento de tintas, ondulações nos
veis aos materiais. O papel fica quebradiço e descolorido; o
papéis e nos materiais de revestimento de livros, danos nas couro perde a pele e deteriora.
emulsões de fotos etc.. As partículas sólidas, além de carregarem gases po-
O mais recomendado é manter a temperatura o mais luentes, agem como abrasivos e desfiguram os documen-
próximo possível de 20°C e a umidade relativa de 45% a tos.
50%, evitando-se de todas as formas as oscilações de 3°C Agentes poluentes podem ter origem no próprio am-
de temperatura e 10% de umidade relativa. biente do acervo, como no caso de aplicação de vernizes,
O monitoramento, que nos dá as diretrizes para qual- madeiras, adesivos, tintas etc., que podem liberar gases
quer projeto de mudança, é feito através do termo higrô- prejudiciais à conservação de todos os materiais.
metro (aparelho medidor da umidade e temperatura simul- 2. Agentes biológicos
taneamente). Os agentes biológicos de deterioração de acervos são,
A circulação do ar ambiente representa um fator bas- entre outros, os insetos (baratas, brocas, cupins), os roedo-
tante importante para amenizar os efeitos da temperatura res e os fungos, cuja presença depende quase que exclu-
e umidade relativa elevada. sivamente das condições ambientais reinantes nas depen-
1.2 Radiação da luz dências onde se encontram os documentos.
Toda fonte de luz, seja ela natural ou artificial, emite Para que atuem sobre os documentos e proliferem, ne-
radiação nociva aos materiais de acervos, provocando con- cessitam de conforto ambiental e alimentação. O confor-
sideráveis danos através da oxidação. to ambiental para praticamente todos os seres vivos está
O papel se torna frágil, quebradiço, amarelecido, escu- basicamente na temperatura e umidade relativa elevadas,
recido. As tintas desbotam ou mudam de cor, alterando a pouca circulação de ar, falta de higiene etc.
legibilidade dos documentos textuais, dos iconográficos e 2.1 Fungos
das encadernações. Os fungos representam um grupo grande de organis-
O componente da luz que mais merece atenção é a ra- mos. São conhecidos mais de 100.000 tipos que atuam em
diação ultravioleta (UV). Qualquer exposição à luz, mesmo diferentes ambientes, atacando diversos substratos. No
que por pouco tempo, é nociva e o dano é cumulativo e caso dos acervos de bibliotecas e arquivos, são mais co-
irreversível. A luz pode ser de origem natural (sol) e artifi- muns aqueles que vivem dos nutrientes encontrados nos
cial, proveniente de lâmpadas incandescentes (tungstênio) documentos.

96
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO/SITUAÇÕES GERENCIAIS

Os fungos são organismos que se reproduzem através 2.2 Roedores


de esporos e de forma muito intensa e rápida dentro de de- A presença de roedores em recintos de bibliotecas e
terminadas condições. Como qualquer outro ser vivo, ne- arquivos ocorre pelos mesmos motivos citados acima. Ten-
cessitam de alimento e umidade para sobreviver e prolife- tar obstruir as possíveis entradas para os ambientes dos
rar. O alimento provém dos papéis, amidos (colas), couros, acervos é um começo. As iscas são válidas, mas para que
pigmentos, tecidos etc. A umidade é fator indispensável surtam efeito devem ser definidas por especialistas em
para o metabolismo dos nutrientes e para sua proliferação. zoonose. O produto deve ser eficiente, desde que não pro-
Essa umidade é encontrada na atmosfera local, nos ma- voque a morte dos roedores no recinto. A profilaxia se faz
teriais atacados e na própria colônia de fungos. Além da nos mesmos moldes citados acima: temperatura e umida-
umidade e nutrientes, outras condições contribuem para de relativa controladas, além de higiene periódica.
o crescimento das colônias: temperatura elevada, falta de 2.3 Ataques de insetos
circulação de ar e falta de higiene. Baratas – Esses insetos atacam tanto papel quanto re-
Os fungos, além de atacarem o substrato, fragilizando vestimentos. A variedade também é grande. O ataque tem
o suporte, causam manchas de coloração diversas e inten- características bem próprias, revelando-se principalmente
sas de difícil remoção. A proliferação se dá através dos es- por perdas de superfície e manchas de excrementos. As
poros que, em circunstâncias propícias, se reproduzem de baratas se reproduzem no próprio local e se tornam infes-
forma abundante e rápida. tação muito rapidamente, caso não sejam combatidas. São
Se as condições, entretanto, forem adversas, esses es- atraídas pelos mesmos fatores já mencionados: tempera-
poros se tornam “dormentes”. A dormência ocorre quando tura e umidade elevadas, resíduos de alimentos, falta de
as condições ambientais se tornam desfavoráveis, como, higiene no ambiente e no acervo.
por exemplo, a umidade relativa do ar com índices baixos. Existem iscas para combater as baratas, mas, uma vez
Quando dormentes, os esporos ficam inativos e, por- instalada a infestação, devemos buscar a orientação de
tanto, não se reproduzem nem atacam os documentos. profissionais.
Esse estado, porém, é reversível; se as condições forem Brocas (Anobídios) – São insetos que causam danos
ideais, os esporos revivem e voltam a crescer e agir, mesmo imensos em acervos, principalmente em livros.
que tenham sido submetidos a congelamento ou secagem. A sua presença se dá principalmente por falta de pro-
Os esporos ativos ou dormentes estão presentes em grama de higienização das coleções e do ambiente e ocor-
todos os lugares, em todas as salas, em cada peça do acer- re muitas vezes por contato com material contaminado,
vo e em todas as pessoas, mas não é tão difícil controlá-los. cujo ingresso no acervo não foi objeto de controle. Exigem
As medidas a serem adotadas para manter os acervos vigilância constante, devido ao tipo de ataque que exer-
sob controle de infestação de fungos são: cem. Os sintomas desse ataque são claros e inconfundíveis.
- estabelecer política de controle ambiental, principal- Para combatê-lo se torna necessário conhecer sua natureza
mente temperatura, umidade relativa e ar circulante, man- e comportamento. As brocas têm um ciclo de vida em qua-
tendo os índices o mais próximo possível do ideal e evitan- tro fases: ovos – larva – pupa – adulta.
do oscilações acentuadas; A fase de ataque ao acervo é a de larva. Esse inseto se
- praticar a higienização tanto do local quanto dos do- reproduz por acasalamento, que ocorre no próprio acervo.
cumentos, com metodologia e técnicas adequadas; Uma vez instalado, ataca não só o papel e seus derivados,
- instruir o usuário e os funcionários com relação ao como também a madeira do mobiliário, portas, pisos e to-
manuseio dos documentos e regras de higiene do local; dos os materiais à base de celulose.
- manter vigilância constante dos documentos con- O ataque causa perda de suporte. A larva digere os
tra acidentes com água, secando-os imediatamente caso materiais para chegar à fase adulta. Na fase adulta, acasala
ocorram. e põe ovos. Os ovos eclodem e o ciclo se repete.
Observações importantes: As brocas precisam encontrar condições especiais que,
- O uso de fungicidas não é recomendado; os danos como todos os outros agentes biológicos, são temperatura
causados superam em muito a eficiência dos produtos so- e umidade relativa elevadas, falta de ar circulante e falta de
bre os documentos. higienização periódica no local e no acervo.
- Caso se detecte situação de infestação, chamar pro- A característica do ataque é o pó que se encontra na
fissionais especializados em conservação de acervos. estante em contato com o documento.
- Não limpar o ambiente com água, pois esta, ao secar, Este pó contém saliva, excrementos, ovos e resíduos de
eleva a umidade relativa do ar, favorecendo a proliferação cola, papel etc. Em geral as brocas vão em busca do ade-
de colônias de fungos. sivo de amido, instalando-se nos papelões das capas, no
- Na higienização do ambiente, é recomendado o uso miolo e no suporte do miolo dos livros. As perdas são em
de aspirador. forma de orifícios bem redondinhos.
Alguns conselhos para limpeza de material com fun- A higienização metódica é a única forma de se fazer o
gos: controle das condições de conservação dos documentos e,
- Usar proteção pessoal: luvas de látex, máscaras, aven- assim, detectar a presença dos insetos. Uma medida que
tais, toucas e óculos de proteção (nos casos de sensibilida- deve ser obedecida sempre é a higienização e separação
de alérgica). de todo exemplar que for incorporado ao acervo, seja ele
- Luvas, toucas e máscaras devem ser descartáveis. originário de doação, aquisição ou recolhimento.

97
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO/SITUAÇÕES GERENCIAIS

Quando o ataque se torna uma infestação, é preciso Qualquer tratamento que se queira aplicar exige um
buscar a ajuda de um profissional especializado. conhecimento das características individuais dos docu-
A providência a ser tomada é identificar o documento mentos e dos materiais a serem empregados no proces-
atacado e, se possível, isolá-lo até tratamento. A higieniza- so de conservação. Todos os profissionais de bibliotecas
ção de infestados por brocas deve ser feita em lugar dis- e arquivos devem ter noções básicas de conservação dos
tante, devido ao risco de espalhar ovos ou muitas larvas documentos com que lidam, seja para efetivamente exe-
pelo ambiente. cutá-la, seja para escolher os técnicos capazes de fazê-lo,
Estes insetos precisam ser muito bem controlados: por controlando seu trabalho. Os conhecimentos de conserva-
mais que se higienize o ambiente e se removam as larvas ção ajudam a manter equipes de controle ambiental, con-
e resíduos, corre-se o risco de não eliminar totalmente os trole de infestações, higienização do ambiente e dos docu-
ovos. Portanto, após a higienização, os documentos devem mentos, melhorando as condições do acervo.
ser revistos de tempos em tempos. Pequenos reparos e acondicionamentos simples po-
Todo tratamento mais agressivo deve ser feito por pro- dem ser realizados por aqueles que tenham sido treinados
fissionais especializados, pois o uso de qualquer produto nas técnicas e critérios básicos de intervenção.
químico pode acarretar danos intensos aos documentos. 4. Problemas no manuseio de livros e documentos
Cupins (Térmitas) – Os cupins representam risco não só O manuseio inadequado dos documentos é um fator
para as coleções como para o prédio em si. de degradação muito frequente em qualquer tipo de acer-
Vivem em sociedades muito bem organizadas, repro- vo.
duzem-se em ninhos e a ação é devastadora onde quer O manuseio abrange todas as ações de tocar no do-
que ataquem. Na grande maioria das vezes, sua presença cumento, sejam elas durante a higienização pelos funcio-
só é detectada depois de terem causado grandes danos. nários da instituição, na remoção das estantes ou arquivos
Os cupins percorrem áreas internas de alvenaria, tubu- para uso do pesquisador, nas foto-reproduções, na pesqui-
lações, conduítes de instalações elétricas, rodapés, baten- sa pelo usuário etc. O suporte-papel tem uma resistência
tes de portas e janelas etc., muitas vezes fora do alcance determinada pelo seu estado de conservação. Os critérios
dos nossos olhos. para higienização, por exemplo, devem ser formulados me-
Chegam aos acervos em ataques massivos, através de diante avaliação do estado de degradação do documento.
estantes coladas às paredes, caixas de interruptores de luz,
Os limites devem ser obedecidos. Há documentos que, por
assoalhos etc.
mais que necessitem de limpeza, não podem ser manipu-
Os ninhos não precisam obrigatoriamente estar dentro
lados durante um procedimento de higienização, porque o
dos edifícios das bibliotecas e arquivos.
tratamento seria muito mais nocivo à sua integridade, que
Podem estar a muitos metros de distância, inclusive na
é o item mais importante a preservar, do que a eliminação
base de árvores ou outros prédios.
da sujidade.
Com muita frequência, quando os cupins atacam o
acervo, já estão instalados em todo o prédio. Da mesma 4.1 Furto e vandalismo
forma que os outros agentes citados anteriormente, os Um volume muito grande de documentos em nossos
cupins se instalam em ambientes com índices de tempe- acervos é vítima de furtos e vandalismo.
ratura e umidade relativa elevados, ausência de boa circu- A falta de segurança e nenhuma política de controle
lação de ar, falta de higienização e pouco manuseio dos são a causa desse desastre.
documentos. Além do furto, o vandalismo é muito frequente. A
No caso de ataque de cupim, não há como solucionar quantidade de documentos mutilados aumenta dia a dia.
o problema sozinho. O ideal é buscar auxílio com um pro- Esse é o tipo de dano que, muitas vezes, só se constata
fissional especializado na área de conservação de acervos muito tempo depois. É necessário implantar uma política
para cuidar dos documentos atacados e outro profissional de proteção, mesmo que seja através de um sistema de
capacitado para cuidar do extermínio dos cupins que estão segurança simples.
na parte física do prédio. O tratamento recomendado para Durante o período de fechamento das instituições, a
o extermínio dos cupins ou para prevenção contra novos melhor proteção é feita com alarmes e detectores internos.
ataques é feito mediante barreiras químicas adequada- O problema é durante o horário de funcionamento, que é
mente projetadas. quando os fatos acontecem.
3. Intervenções inadequadas nos acervos O recomendado é que se tenha uma só porta de entra-
Chamamos de intervenções inadequadas todos os pro- da e saída das instalações onde se encontra o acervo, para
cedimentos de conservação que realizamos em um con- ser usada tanto pelos consulentes/pesquisadores quanto
junto de documentos com o objetivo de interromper ou pelos funcionários.
melhorar seu estado de degradação. Muitas vezes, com a As janelas devem ser mantidas fechadas e trancadas.
boa intenção de protegê-los, fazemos intervenções que re- Nas áreas destinadas aos usuários, o encarregado precisa
sultam em danos ainda maiores. ter uma visão de todas as mesas, permanecendo no local
Nos acervos formados por livros, fotografias, docu- durante todo o horário de funcionamento. As chaves das
mentos impressos, documentos manuscritos, mapas, plan- salas de acervo e o acesso a elas devem estar disponíveis
tas de arquitetura, obras de arte etc., é preciso ver que, se- apenas a um número restrito de funcionários.
gundo sua natureza, cada um apresenta suportes, tintas, Na devolução dos documentos, é preciso que o funcio-
pigmentos, estruturas etc. completamente diferentes. nário faça uma vistoria geral em cada um.

98
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO/SITUAÇÕES GERENCIAIS

5. Fatores de deterioração - conclusão pela estabilidade, neutralidade, reversibilidade e inércia. Os


Como podemos ver, os danos são intensos e muitos materiais não enquadrados nessa classificação não podem
são irreversíveis. Apesar de toda a problemática dos custos ser usados, pois apresentam problemas de instabilidade,
de uma política de conservação, existem medidas que po- reagem com o tempo e decompõem-se em outras subs-
demos tomar sem despender grandes somas de dinheiro, tâncias que vão deteriorar os documentos com os quais
minimizando drasticamente os efeitos desses agentes. estão em contato. Além disso, são de natureza irreversível,
Alguns investimentos de baixo custo devem ser feitos, ou seja, uma vez aplicados aos documentos não podem ser
a começar por: removidos.
• treinamento dos profissionais na área da conservação Dentro das especificações positivas, encontramos vá-
e preservação; rios materiais: os papéis e cartões alcalinos, os poliésteres
inertes, os adesivos alcalinos e reversíveis, os papéis orien-
• atualização desses profissionais (a conservação é uma
tais, borrachas plásticas etc., usados tanto para pequenas
ciência em desenvolvimento constante e a cada dia novas intervenções sobre os documentos como para acondicio-
técnicas, materiais e equipamentos surgem para facilitar e namento.
melhorar a conservação dos documentos); 7. Critérios para a escolha de técnicas e de materiais
• monitoração do ambiente – temperatura e umidade para a conservação de acervos
relativa em níveis aceitáveis; Como já enfatizamos anteriormente, é muito impor-
• uso de filtros e protetores contra a luz direta nos do- tante ter conhecimentos básicos sobre os materiais que
cumentos; integram nossos acervos para que não corramos o risco de
• adoção de política de higienização do ambiente e dos lhes causar mais danos.
acervos; Vários são os procedimentos que, apesar de simples,
• contato com profissionais experientes que possam são de grande importância para a estabilização dos docu-
assessorar em caso de necessidade. mentos.
Conservação: critérios de intervenção para a estabiliza- 8. Higienização
ção de documentos A sujidade é o agente de deterioração que mais afeta os
Os documentos que sofrem algum tipo de dano apre- documentos. A sujidade não é inócua e, quando conjugada
sentam um processo de deterioração que progressivamen- a condições ambientais inadequadas, provoca reações de
te vai levá-los a um estado de perda total. Para evitar esse destruição de todos os suportes num acervo. Portanto, a
higienização das coleções deve ser um hábito de rotina na
desfecho, interrompe-se o processo através de interven-
manutenção de bibliotecas ou arquivos, razão por que é
ções que levam à estabilização do documento. considerada a conservação preventiva por excelência.
Estabilizar um documento é, portanto, interromper Durante a higienização de documentos, procedemos
um processo que esteja deteriorando o suporte e/ou seus também de forma simultânea a um levantamento de da-
agregados, através de procedimentos mínimos de inter- dos sobre suas condições de conservação, para efeitos de
venção. Por exemplo: estabilizar por higienização significa futuras intervenções. É hora Durante a higienização de do-
que uma limpeza mecânica corrige o processo de deterio- cumentos, procedemos também de forma simultânea a um
ração. No capítulo anterior, vimos os fatores de deteriora- levantamento de dados sobre suas condições de conserva-
ção e seus efeitos nos documentos. O segundo passo será ção, para efeitos de futuras intervenções. É hora também
a intervenção nesse processo de deterioração, através de de executar os primeiros socorros para que um processo
estabilização dos documentos danificados. de deterioração em andamento seja interrompido, mesmo
Para se fazer qualquer intervenção, deve-se obedecer que não possa ser sanado no momento.
a critérios de prioridade estabelecidos no tratamento dos 8.1 Processos de higienização
acervos: de coleções gerais ou de obras raras, no caso de 8.1.1 Limpeza de superfície
bibliotecas, de documentos antigos ou mais recentes, no O processo de limpeza de acervos de bibliotecas e ar-
caso de arquivos. quivos se restringe à limpeza de superfície e, portanto, é
Antes de qualquer intervenção, a primeira avaliação é mecânica, feita a seco. A técnica é aplicada com o objetivo
de reduzir poeira, partículas sólidas, incrustações, resíduos
se nós somos capazes de executá-la.
de excrementos de insetos ou outros depósitos de super-
Alguns de nós seremos capazes e muitos outros não.
fície. Nesse processo, não se usam solventes. A limpeza de
Esse é o primeiro critério a seguir. superfície é uma etapa independente de qualquer trata-
Caso não nos julguemos com conhecimentos necessá- mento mais intenso de conservação; é, porém, sempre a
rios, a solução é buscar algum especialista da área ou acon- primeira etapa a ser realizada.
dicionar o documento enquanto aguardamos o momento 8.1.2 Razões que levam a realizar a limpeza do acervo •
oportuno de intervir. A sujidade escurece e desfigura o documento, prejudican-
6. Características gerais dos materiais empregados em do-o do ponto de vista estético.
conservação • As manchas ocorrem quando as partículas de poei-
Nos projetos de conservação/preservação de acervos ra se umedecem, com a alta umidade relativa ou mesmo
de bibliotecas, arquivos e museus, é recomendado apenas por ataque de água, e penetram rapidamente no papel. A
o uso de materiais de qualidade arquivística, isto é, daque- sujeira e outras substâncias dissolvidas se depositam nas
les materiais livres de quaisquer impurezas, quimicamente margens das áreas molhadas, provocando a formação de
estáveis, resistentes, duráveis. Suas características, em re- manchas. A remoção dessas manchas requer a intervenção
lação aos documentos onde são aplicados, distinguem-se de um restaurador.

99
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO/SITUAÇÕES GERENCIAIS

• Os poluentes atmosféricos são altamente ácidos e, Para a limpeza de livros utilizamos trinchas de diferen-
portanto, extremamente nocivos ao papel. São rapidamen- tes tamanhos, pincéis, flanelas macias, aspiradores de baixa
te absorvidos, alterando seriamente o pH do papel. potência com proteção de boca, pinças, espátulas de metal,
8.1.3 Avaliação do objeto a ser limpo entre outros materiais.
Cada objeto deve ser avaliado individualmente para Na limpeza do couro, é recomendável somente a utili-
determinar se a higienização é necessária e se pode ser zação de pincel e flanela macia, caso o couro esteja íntegro.
realizada com segurança. No caso de termos as condições Não se deve tratá-lo com óleos e solventes.
abaixo, provavelmente o tratamento não será possível: A encadernação em pergaminho não necessita do
• Fragilidade física do suporte – Objetos com áreas mesmo tratamento do couro. Como é muito sensível à
finas, perdas, rasgos intensos podem estar muito frágeis umidade, o tratamento aquoso deve ser evitado. Para sua
para limpeza. Áreas com manchas e áreas atacadas por limpeza, apresenta bons resultados o uso de algodão em-
fungos podem não resistir à limpeza: o suporte torna-se bebido em solvente de 50% de água e álcool. O algodão
escuro, quebradiço, manchado e, portanto, muito facil- precisa estar bem enxuto, e deve-se sempre buscar traba-
mente danificado. lhar o suporte em pequenas áreas de cada vez. Nessa lim-
Quando o papel se degrada, até mesmo um suave con- peza, é importante ter muito cuidado com os pergaminhos
tato com o pó de borracha pode provocar a fragmentação muito ressecados e distorcidos. A fragilidade é intensa e
do documento. o documento pode desintegrar-se. A estabilização de per-
• Papéis de textura muito porosa – Não se deve passar gaminhos, nesse caso, requer os serviços de especialistas.
borracha nesses materiais, pois a remoção das partículas Há muita controvérsia no uso de Leather Dressing para
residuais com pincel se torna difícil: a hidratação dos couros. Os componentes das diversas
- papel japonês; fórmulas do produto variam muito (óleos, graxas, gordu-
- papel de textura fragilizada pelo ataque de fungos ras) e, se mal aplicados, podem causar sérios problemas
(que degradam a celulose, consumindo a encolagem); de conservação ao couro. A fórmula do British Museum é
- papel molhado (que perde a encolagem e, após a se- a mais usada e recomendada. O uso deve ser criterioso e
cagem, torna-se frágil). não indiscriminado. Em casos específicos de livros novos
8.1.4 Materiais usados para limpeza de superfície de coleções de bibliotecas, pode ser apropriado o seu uso
A remoção da sujidade superficial (que está solta so- como parte integrante de um programa de manutenção.
bre o documento) é feita através de pincéis, flanela macia,
No caso dos revestimentos em tecido, a aplicação de
aspirador e inúmeras outras ferramentas que se adaptam
trincha ou aspirador é recomendável, caso sua integridade
à técnica.
o permita.
Como já foi dito anteriormente, essa etapa é obrigató-
Nas capas de livros revestidas em papel, pode ser uti-
ria e sempre se realiza como primeiro tratamento, quais-
lizado pó de borracha ou diretamente a borracha, caso a
quer que sejam as outras intervenções previstas.
integridade do papel e das tintas não fique comprometida
• Pincéis: são muitos os tipos de pincéis utilizados na
limpeza mecânica, de diferentes formas, tamanhos, quali- com essa ação.
dade e tipos de cerdas (podem ser usados com carga es- E, nos revestimentos plastificados (percalux e outros),
tática atritando as cerdas contra o nylon, material sintético deve-se usar apenas uma flanela seca e bem macia.
ou lã); Na limpeza do miolo do livro, utilizamos um pincel
• Flanela: serve para remover sujidade de encaderna- macio, sem aplicar borracha ou pó de borracha. Além de
ções, por exemplo; agredir as tintas, o resíduo de borracha é permanente e de
• Aspirador de pó: sempre com proteção de bocal e difícil remoção. Os resíduos agem como abrasivos e per-
com potência de sucção controlada; manecerão em contato com o suporte para sempre.
• Outros materiais usados para a limpeza: bisturi, pinça, 8.2.1 Limpeza de livros – metodologia em mesa de hi-
espátula, agulha, cotonete; gienização
• Materiais de apoio necessários para limpeza mecâ- - Encadernação (capa do livro) – limpar com trincha,
nica: pincel macio, aspirador, flanela macia, conforme o estado
- raladores de plástico ou aço inox; borrachas de vinil; da encadernação;
- fita-crepe; - Miolo (livro em si) – segurar firmemente o livro pela
- lápis de borracha; lombada, apertando o miolo. Com uma trincha ou pincel,
- luvas de látex ou algodão; limpar os cortes, começando pela cabeça do livro, que é
- máscaras; a área que está mais exposta à sujidade. Quando a sujei-
- papel mata-borrão; ra está muito incrustada e intensa, utilizar, primeiramente,
- pesos; aspirador de pó de baixa potência ou ainda um pedaço de
- poliéster (mylar); carpete sem uso;
- folhas de papel siliconado; - O miolo deve ser limpo com pincel folha a folha,
- microscópios; numa primeira higienização;
Os livros, além do suporte-papel, exigem também tra- - Oxigenar as folhas várias vezes.
tamento de revestimento. Assim, o couro(inclui-se aqui o Num programa de manutenção, pode-se limpar a en-
pergaminho), tecidos e plastificados fazem parte dos ma- cadernação, cortes e aproximadamente as primeiras e últi-
teriais pertencentes aos livros. mas 15 folhas, que são as mais sujeitas a receber sujidade,

100
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO/SITUAÇÕES GERENCIAIS

devido à estrutura das encadernações. Nos livros mais frá- do para tratar grandes áreas. Os grandes mapas impressos,
geis, deve-se suportar o volume em estruturas adequadas muitas vezes, têm várias folhas de papel coladas entre si
durante a operação para evitar danos na manipulação e nas margens, visando permitir uma impressão maior. Ao
tratamento. fazer a limpeza de um documento desses, o cuidado com
Todo o documento que contiver gravuras ou outra téc- as emendas deve ser redobrado, pois nessas, geralmente,
nica de obra de arte no seu interior necessita um cuidado ocorrem descolamentos que podem reter resíduos de bor-
redobrado. Antes de qualquer intervenção com pincéis, racha da limpeza, gerando degradação. Outros mapas são
trinchas, flanelas, é necessário examinar bem o documento, montados em linho ou algodão com cola de amido. O ver-
pois, nesse caso, só será recomendada a limpeza de super- so desses documentos retém muita sujidade. Recomenda-
fície se não houver nenhum risco de dano. -se remover o máximo com aspirador de pó (munido das
No caso dos documentos impressos como os livros, devidas proteções em seu bocal e no documento).
existe uma grande margem de segurança na resistência 9. Pequenos reparos
das tintas em relação ao pincel. Mesmo assim, devemos Os pequenos reparos são diminutas intervenções que
escolher o pincel de maciez adequada para cada situação. podemos executar visando interromper um processo de
Em relação às obras de arte, as técnicas são tão variadas e deterioração em andamento. Essas pequenas intervenções
as tintas de composições tão diversas que, de modo algum, devem obedecer a critérios rigorosos de ética e técnica e
se deve confiar na sua estabilidade frente à ação do pincel têm a função de melhorar o estado de conservação dos
documentos. Caso esses critérios não sejam obedecidos, o
ou outro material.
risco de aumentar os danos é muito grande e muitas vezes
8.3 Higienização de documentos de arquivo
de caráter irreversível.
Materiais arquivísticos têm os seus suportes geralmen- Os livros raros e os documentos de arquivo mais an-
te quebradiços, frágeis, distorcidos ou fragmentados. Isso tigos devem ser tratados por especialistas da área. Os
se deve principalmente ao alto índice de acidez resultante demais documentos permitem algumas intervenções, de
do uso de papéis de baixa qualidade. As más condições de simples a moderadas. Os materiais utilizados para esse fim
armazenamento e o excesso de manuseio também contri- devem ser de qualidade arquivística e de caráter reversí-
buem para a degradação dos materiais. Tais documentos vel. Da mesma forma, toda a intervenção deve obedecer
têm que ser higienizados com muito critério e cuidado. a técnicas e procedimentos reversíveis. Isso significa que,
8.3.1 Documentos manuscritos caso seja necessário reverter o processo, não pode existir
Os mesmos cuidados para com os livros devem ser to- nenhum obstáculo na técnica e nos materiais utilizados.
mados em relação aos manuscritos. O exame dos docu- Os procedimentos e técnicas para a realização de re-
mentos, testes de estabilidade de seus componentes para paros em documentos exigem os seguintes instrumentos:
o uso dos materiais de limpeza mecânica e critérios de in- - mesa de trabalho;
tervenção devem ser cuidadosamente realizados. - pinça;
As tintas ferrogálicas, conforme o caso podem destruir - papel mata-borrão;
um documento pelo seu alto índice de acidez. Todo cuida- - entretela sem cola;
do é pouco para manusear esses documentos. As espessas - placa de vidro;
tintas encontradas em partituras de música, por exemplo, - peso de mármore;
podem estar soltas ou em estado de pó. - espátula de metal;
Tintas, como de cópias de carbono, são fáceis de “bor- - espátula de osso;
rar”, ao mesmo tempo em que o tipo de papel utilizado - pincel chato;
para isso é fino e quebradiço, tornando o manuseio mui- - pincel fino;
to arriscado e a limpeza de superfície desaconselhável. As - filme de poliéster.
áreas ilustradas e decorativas dos manuscritos iluminados
são desenhadas com tintas à base de água que podem es- EPIs – Equipamentos de Proteção Individual - São os
dispositivos de uso pessoal destinados a resguardar a saú-
tar secas e pulverulentas. A limpeza mecânica, nesses ca-
de e a integridade física do trabalhador. Devemos trabalhar
sos, deve ser evitada.
sempre protegidos com avental, luva, máscara, toucas, ócu-
8.3.2 Documentos em grande formato
los de proteção e pró-pé/bota.
Desenhos de Arquitetura – Os papéis de arquitetura A não-utilização de EPIs durante a realização do traba-
(no geral em papel vegetal) podem ser limpos com pó de lho, pode acarretar diversas manifestações alérgicas, como
borracha, após testes. Pode-se também usar um cotone- rinite, irritação ocular, problemas respiratórios.8
te - bem enxuto e embebido em álcool. Muito sensíveis
à água, esses papéis podem ter distorções causadas pela Fontes: www.administradores.com.br/ José Benedito Re-
umidade que são irreversíveis ou de difícil remoção. gina, EPA – evolução do pensamento administrativo
Posters (Cartazes) – As tintas e suportes de posters são Adaptado de: Elisabeth Mendes Vieira/Por Jose Roberto
muito frágeis. Não se recomenda limpar a área pictórica. Marques/ Carlos Ramos / Geronimo Mendes/ Juliano Miola/
Todo cuidado é pouco, até mesmo na escolha de seu acon- Vinicius Oliveira Ribeiro/Elisabete Moreira/Rogerio Araujo/
dicionamento. Katia Janine Rocha/Wagner Rabello Jr/ Romualdo Dropa/
Mapas – Os mapas coloridos à mão merecem uma Daniel Mocelin/Inan Ricardo Grateron/Maria Teresa Miceli/
atenção especial na limpeza. Em mapas impressos, desde Prof. Cezar/Claudio Cabral/Glauber Marinho/ Flavio Sousa)
que em boas condições, o pó de borracha pode ser aplica- 8 Texto adaptado de Maiko Gomes

101
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO/SITUAÇÕES GERENCIAIS

EXERCÍCIOS 03. (Analista Administrativo - ANS - CESPE/UnB


2013) Caso resolva adotar o modelo do GESPÚBLICA e
01. (UnB/CESPE / TJ-AL/ 2012) Um dos objetivos da o da Fundação Nacional da Qualidade, a Agência Na-
administração é estudar os processos produtivos. Nesse cional de  Saúde Suplementar (ANS) terá como princí-
contexto, o ser humano, peça fundamental na maioria pio comum a busca da geração de valor. 
dos sistemas organizacionais, deve ter seu comporta- ( ) Certo
mento e as relações que estabelece com o meio em que ( ) Errado
vive estudados. As variáveis que influenciam o seu de-
sempenho devem ser conhecidas e assimiladas de modo 04. (Técnico Administrativo – Área Administrativa
a encontrar mecanismos de estímulo cada vez melhores - DNIT - ESAF, Q.61, 2012) Assinale a opção que não re-
e, assim, incrementar a sua capacidade de produção. presenta um fundamento do Modelo de Excelência da
Tendo o texto acima como motivador, assinale a opção Gestão da Fundação Nacional da Qualidade.
correta a respeito da gestão de pessoas e das teorias a) Pensamento sistêmico.
administrativas. b) Aprendizado organizacional.
a) A autocracia é um modelo de liderança voltado para c) Visão de futuro.
o indivíduo, elemento central do processo de liderança. d) Valorização de pessoas.
b) O enfoque comportamental se divide inicialmente e) Desenvolvimento de sistemas de informação.
em dois grandes grupos, aquele que estuda as pessoas
como indivíduos e outro que busca compreender as pes- 05. (Técnico Administrativo - ANAC - CESPE/UnB,
soas como membros de grupos. 2012) Os fundamentos do modelo de excelência geren-
c) A estima corresponde ao topo da pirâmide de Mas- cial em gestão pública são inovação, aprendizado orga-
low. nizacional e gestão participativa. 
d) O enfoque sistêmico coloca a gestão de pessoas em ( ) Certo
primeiro plano por compreender que as relações de uma ( )Errado
organização dependem diretamente da interferência hu-
06. (FCC - 2011 - TRF - 1ª REGIÃO - Analista Judi-
mana.
ciário - Área Administrativa) Uma causa frequente de
e) O experimento de Hawthorne, apesar de insignifi-
conflitos nas organizações é
cante para a gestão de pessoas, conseguiu comprovar a
a) a ambiguidade de papéis.
relação direta entre as variações na iluminação e a produti-
b) a existência de objetivos compartilhados.
vidade do grupo estudado, evento já conhecido na teoria.
c) a limitação de recursos.
d) a hierarquia de responsabilidades.
02. (CESGRANRIO - 2014 - Petrobras) Parte superior
e) o excesso de liberdade.
do formulário
As empresas lidam diariamente com diversas pes- 07. (Prova: ESAF - 2013 - DNIT - Técnico Adminis-
soas: empregados, clientes, fornecedores e diversos trativo) - Para Spector (2007) a motivação é um esta-
atores que, de alguma forma, mantêm contato com a do interior que leva uma pessoa a emitir determinados
empresa. Alguns desses atores têm maior interação com tipos de comportamentos. Sobre motivação, é correto
a empresa, como é o caso dos empregados. Em algumas afirmar:
ocasiões esse relacionamento passa por situações difí- a) a motivação extrínseca encontra-se no interior de
ceis que interferem no desempenho do empregado, o cada pessoa e está normalmente associada a um desejo. O
que afeta também o desempenho da organização. desejo é que impulsiona os indivíduos para uma ação.
Quando algum dos empregados passa por situa- b) segundo a definição de motivação intrínseca, as pes-
ções que afetam seu desempenho, o gestor deve soas somente podem ser motivadas por outra pessoa, o
a) agir com defensividade e resistência, porque proble- individuo não é capaz de motivar-se sozinho.
mas pessoais não podem afetar o desempenho profissio- c) motivos cognitivos são baseados no conhecimento,
nal. nas opiniões ou crenças de uma pessoa
b) procurar as razões pessoais dos problemas que es- d) Maslow define cinco necessidades básicas para o
tão interferindo no desempenho do empregado e atuar comportamento humano: fisiológicas, segurança, conheci-
diretamente para eliminá-los mento, estima e poder.
c) ser tolerante com o empregado e tratá-lo de forma e) a necessidade de poder é positiva quando o ge-
diferenciada, porque todos, em algum momento, também rente quer comandar o grupo pela persuasão e conven-
passarão por problemas. cimento de suas ideias e negativa quando utiliza o poder
d) fazer o empregado identificar o problema e, juntos, para manipular o grupo.
desenvolverem um plano de ação para corrigi-lo
e) permitir que o empregado solucione os problemas 08. (CESPE/2012 – TJ/AL - Analista Judiciário) A ad-
no tempo que achar adequado, sem pressioná-lo e sem ministração de recursos humanos (ARH) tradicional e
estabelecer prazo para isso. a gestão estratégica de pessoas (GEP) diferem entre si
principalmente no tocante ao(à):

102
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO/SITUAÇÕES GERENCIAIS

a) alinhamento entre os objetivos e as metas operacio- Assinale a alternativa CORRETA: 


nais dos processos de recursos humanos, distintivo da GEP a) As afirmativas I e II correspondem respectivamente à
b) relevância dada aos consultores internos de RH, cuja eficiência e à eficácia. A afirmativa III exemplifica a eficácia.
atuação é maior na ARH b) As afirmativas I e II correspondem respectivamente
c) consistência interna dos processos de recursos hu- à eficácia e à eficiência. E a afirmativa III exemplifica a pa-
manos, que rege a ARH. dronização
d) dimensão tática e operacional, que é prevalente na c) As afirmativas I e II correspondem respectivamente
GEP mas não na ARH. à efetividade e à lucratividade. E a afirmativa III exemplifica
e) vinculação dos processos de gestão de pessoas aos a efetividade
processos estratégicos das organizações, característica da d) As afirmativas I e II correspondem respectivamente
GEP à eficiência e à eficácia. A afirmativa III exemplifica a efi-
ciência
09. (FCC - 2011 - TRT - 24ª REGIÃO (MS) - Técnico e) As afirmativas I e II correspondem respectivamente
Judiciário) Na competência interpessoal grupal, são fa- à economia de esforços e à objetividade. E a afirmativa III
tores trabalhados: exemplifica a eficácia
a) a busca do autoconhecimento e conscientização, as
habilidades de percepção, diagnose e comunicação para 12. (Prova: FGV - 2011 - SEFAZ-RJ - Auditor Fiscal
expressão verbal e emocional, para dar e receber feedback da Receita Estadual) - Uma equipe bem-sucedida re-
b) as motivações, os objetivos pessoais, a problemática quer habilidades especiais que devem ser inter-relacio-
de interrelação, de afetividade e intimidade nadas, mutuamente reforçadas e interdependentes en-
c) as motivações e objetivos individuais, grupais e or- tre si. A articulação dessas habilidades pode ajudar uma
ganizacionais, e a problemática de diferenciação e integra- equipe a definir melhor o que ela deve e como fazer.
ção de subsistemas Clock e Goldsmith propõem habilidades que os mem-
d) as motivações e objetivos comuns ao conjunto e a bros de uma equipe devem desenvolver, corretamente
vários subconjuntos, bem como questões sobre poder, au- listadas nas alternativas a seguir, À EXCEÇÃO DE UMA. 
Assinale-a. 
toridade, controle e influência social
a) Habilidade de autogerenciamento: a equipe deve, em
e) a interdependência de subsistemas e o trabalho em
conjunto, ultrapassar obstáculos por meio da construção
equipe, para o desempenho organizacional como um todo
de um senso de propriedade, responsabilidade, compro-
misso e eficiência de cada membro, encorajando a total
10. (ESAF/2013 - DNIT - Analista Administrativo) -
participação e autocrítica para melhorar incessantemente
Leia as afirmativas a seguir e assinale a opção correta. 
as condições de trabalho
I. A avaliação de desempenho é um tema que há
b) Habilidade de comunicação: a equipe deve trabalhar
muito tempo tem sido objeto de estudo na área de colaborativamente para comunicar aberta e honestamente,
gestão de pessoas, embora na prática organizacio- ouvir ativamente para obter sinergia.
nal ainda seja uma questão bastante controvertida. c) Habilidade de liderança: a equipe deve criar oportu-
Avaliar é algo difícil, mas extremamente necessário.  nidades para que cada participante sirva como líder. Para
II. A avaliação de desempenho é um instrumento que per- tanto, cada membro deve aprender a organizar, colaborar,
mite avaliar a atuação da força de trabalho, objetivando planejar, facilitar, relacionar e servir como coach e mentor.
prever comportamentos futuros e levando em conta o po- d)  Habilidade de responsabilidade: cada membro da
tencial humano disponível nas organizações.  equipe é responsável somente pelo seu trabalho. A respon-
III. As causas do mau desempenho no trabalho são de- sabilidade não é compartilhada com os demais.
vidas unicamente ao trabalhador.  e)  Habilidade de apoio à diversidade:  quanto mais di-
IV. Os erros mais comuns em uma avaliação de desem- versificada a equipe tanto maior sua capacidade de respon-
penho são o efeito halo, a leniência, o erro de tendência der a novos problemas e apresentar novas soluções. Novas
central, a falsidade e o critério único. ideias proporcionam diferentes opiniões que enriquecem
a) Somente a afirmativa I está correta o trabalho da equipe. Estereótipos e preconceitos devem
b) As afirmativas I, II e IV estão corretas ser eliminados
c) As afirmativas II e III estão corretas
d) As afirmativas III e IV estão corretas 13. (Prova:  ESAF - 2013 - MF - Analista Técnico) -
e) As afirmativas I e III estão corretas Sobre o processo decisório, é correto afirmar:
( ) a tomada de decisão acontece permanentemente,
11. (PUC-PR - 2012 - DPE-PR – Técnico) - Leia as três independente do nível hierárquico. 
afirmativas a seguir: ( ) independentemente do nível hierárquico, na toma-
I. Realização de um trabalho com o mínimo de esforço, da de decisão existem critérios determinados pela cultura
custo ou desperdício.  organizacional. 
II. Realização de tarefas que ajudam a cumprir objetivos ( ) no processo decisório, a escolha de uma alternativa
organizacionais.  de decisão leva em consideração que as alternativas en-
III. Um funcionário disciplinado desempenha as funções contradas serão ótimas, não bastando que sejam apenas
em acordo com as normativas da sua área.  satisfatórias.

103
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO/SITUAÇÕES GERENCIAIS

a) C - C - E GABARITO
b) C - E - C
c) E - C - E 01 B
d) C - C - C
e) E - E - E 02 D
03 CERTA
14. (CONSULPLAN - 2012 - TSE - Analista Judiciário)
04 E
Em relação à comunicação nas organizações, analise.
I. Uma comunicação eficaz é um processo horizontal, 05 CERTA
em que todos os envolvidos mantêm uma ética relacional. 06 A
II. É possível melhorar a comunicação por meio de trei-
07 C
namento e desenvolvimento de pessoal.
III. A comunicação é elemento acessório no processo 08 E
de busca de qualidade nas organizações. 09 D
Assinale
a) se apenas a afirmativa I estiver correta. 10 B
b) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas. 11 D
c) se apenas a afirmativa II estiver correta. 12 D
d) se apenas a afirmativa III estiver correta.
13 A
15. (CESPE / CEHAP-PB / 2009) O processo admi- 14 B
nistrativo envolve cinco funções, quais sejam, o pla- 15 D
nejamento, a organização, a liderança, a execução e o
controle. No que tange à função planejamento, assinale 16 E
a opção incorreta.
a) O planejamento permite antever cenários e possibili- EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES
ta à empresa tomar atitudes proativas em relação ao futuro.
b) Como processo, podem-se destacar os dados de en- 01) (STF – Técnico Judiciário – CESPE/2013) No que
trada, o planejamento em si e os produtos, quais sejam, os se refere ao atendimento ao público, julgue os itens a
planos elaborados pela organização. seguir. Se um atendente adotar condutas defensivas e
c) Como níveis de planejamento, tem-se os estratégi- se lhe faltarem habilidades para lidar com críticas de
cos, funcionais e operacionais. usuários e clientes, a qualidade do atendimento por ele
d) Dado o custo da implantação do planejamento nas prestado será negativamente afetada.
organizações, não deve ele, após encerrado, ser alterado, ( ) Certo
mesmo com a ocorrência de fatores antes não passíveis de ( ) Errado
consideração pela equipe encarregada de fazê-lo.
Vejamos: Atender um cliente, antes de mais nada,
16. (CESGRANRIO/2014 – Petrobras) Na gestão do é acolher, informar, perceber e tratar suas necessidades
desempenho, o desenvolvimento da avaliação do de- como únicas e exclusivas. Para tanto, é fundamental que o
sempenho apresenta objetivos fundamentais para o al- atendente saiba técnicas de atendimento para resultar em
cance do sucesso da organização. um atendimento positivo e de qualidade.
Entre os objetivos da avaliação de desempenho
NÃO se inclui o de RESPOSTA: “CERTO”.
a) fornecer oportunidade de crescimento e condições
de efetiva participação a todos os membros da organiza- 02) (STF – Técnico Judiciário – CESPE/2013) No que
ção, levando em consideração os objetivos organizacionais se refere ao atendimento ao público, julgue os itens a
e individuais. seguir. Durante os atendimentos, é importante que os
b) garantir o reconhecimento e o tratamento dos re- interlocutores — atendente e público — expressem li-
cursos humanos como importante vantagem competitiva vremente seus sentimentos e emoções, de modo que
da organização, cuja produtividade pode ser desenvolvida. se instaure um clima de empatia no atendimento ao
c) permitir condições de medição do potencial huma- público.
no, no sentido de determinar sua plena aplicação. ( ) Certo
d) propor providências no sentido de melhorar o pa- ( ) Errado
drão de desempenho de subordinados.
e) viabilizar a avaliação de comportamento dos subor- Vejamos: É fundamental que se tenha um clima de em-
dinados, contando com um sistema amplo de medição ca- patia, para que o atendente possa esforçar-se ao máximo
paz de levar em consideração as subjetividades individuais. para que o cliente se sinta satisfeito e com a questão de-
sejada resolvida. Porém, todo esse trâmite deve ser feito
de forma profissional, formal e adequada, não sendo acei-

104
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO/SITUAÇÕES GERENCIAIS

to, de forma alguma, que o atendente expresse livremente RESPOSTA: “CERTO”.


seus sentimentos e emoções. Ele deve sempre adotar uma
postura técnica e profissional (sem ser mecânico). 06) (STF – Técnico Judiciário – CESPE/2013) No que se
refere ao atendimento ao público, julgue os itens a seguir.
RESPOSTA: “ERRADO”. Nas situações em que houver fila de espera para aten-
dimento presencial, os atendentes deverão atender
03) (STF – Técnico Judiciário – CESPE/2013) No que se ao público o mais rapidamente possível, sinalizando a
refere ao atendimento ao público, julgue os itens a seguir. preocupação com a satisfação de clientes e usuários.
Condutas agressivas e comportamentos imprevisíveis ( ) Certo
de profissionais de atendimento ao público geram in- ( ) Errado
segurança na equipe e podem contribuir para a falta de
cortesia e atenção no trato com usuários de serviços.
( ) Certo Vejamos: Se há muita gente na fila esperando, o aten-
( ) Errado dente deve ser o mais objetivo e breve possível, sem deixar
diminuir a qualidade, eficiência e cortesia, pensando nos
Vejamos: O atendimento inicial é o primeiro contato do clientes que estão esperando Se a demora for muito além
cliente com a instituição, e será através dele que o cliente do necessário, a insatisfação pelo atendimento é caracte-
fará sua imagem da organização. rizada rapidamente pela impaciência de quem está espe-
Nesse contexto, é imprescindível que o atendente faça rando.
um atendimento que seja eficaz e que deixe o cliente en-
cantado, utilizando técnicas de atendimento que favoreça RESPOSTA: “CERTO”.
o bom relacionamento, não sendo aceito, em hipótese al-
guma, condutas agressivas e comportamentos imprevisí- 07) (STF – Técnico Judiciário – CESPE/2013) No que
veis. Pois afeta a qualidade do serviço e gera insegurança e se refere ao atendimento ao público, julgue os itens a
mal estar em toda equipe. seguir. Visando criar um clima de acolhimento no aten-
dimento ao público, o profissional atendente deve ado-
RESPOSTA: “CERTO”. tar condutas mais informais para que possa estabelecer
e manter as relações sociais e delas desfrutar.
04) (STF – Técnico Judiciário – CESPE/2013) No que se
( ) Certo
refere ao atendimento ao público, julgue os itens a seguir.
( ) Errado
As dificuldades de se estabelecerem prioridades no
atendimento não prejudicam a presteza e a eficiência
do atendimento ao público, ao contrário do que ocorre Vejamos: O atendimento deve ser sempre FORMAL.
com a apresentação pessoal do profissional. Formal sem ser mecânico. O atendente deve adotar técni-
( ) Certo cas de atendimento, visando sua qualidade. A intimidade e
( ) Errado excesso de informalidade são inadmissíveis no processo de
atendimento.
Vejamos: As dificuldades de se estabelecerem priorida-
des no atendimento PREJUDICAM SIM a presteza e a efi- RESPOSTA: “ERRADO”.
ciência no atendimento ao público. Há de se estabelecer o
que é urgente e importante, e tudo isso reflete na qualida- 08) (MI – Assistente Técnico Administrativo – CES-
de do atendimento. PE/2013) Acerca da qualidade no atendimento ao pú-
blico nos aspectos de comunicabilidade, eficiência e
RESPOSTA: “ERRADO”. presteza, julgue os próximos itens. Desde que o serviço
prestado satisfaça às necessidades do cidadão, o tempo
05) (STF – Técnico Judiciário – CESPE/2013) No que que ele esperar para ser atendido tornar-se-á irrelevan-
se refere ao atendimento ao público, julgue os itens a te.
seguir. Cortesia, tolerância e comunicabilidade nas in-
( ) Certo
terações são fortalecidas pela capacidade de ouvir do
( ) Errado
profissional de atendimento ao público.
( ) Certo
( ) Errado Vejamos: Todo e qualquer cliente quando chega em
um estabelecimento para ser atendido, vem com a expec-
Vejamos: A comunicação é ferramenta importante no tativa de ser atendido, se não for imediatamente, o mais
atendimento ao público, através dela que o processo de breve possível. E para se ter sucesso no atendimento, o
atender é fundamentado. E comunicação não é aquilo que atendente deve superar as expectativas de todo e qualquer
se fala, e sim o que o outro entende. Para tanto, o atenden- cliente, através de: eficiência, agilidade, presteza, cortesia,
te tem que saber muito mais ouvir do que falar. Ele deve confiança e comunicação eficaz. Portanto, o cliente só sairá
sempre ser cortês, tolerante com os limites do cliente, e ou- satisfeito se for atendido o mais breve possível.
vir calmamente, para que possa auxiliar e atender o cliente
em sua solicitação. RESPOSTA: “ERRADO”.

105
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO/SITUAÇÕES GERENCIAIS

09) (MI – Assistente Técnico Administrativo – CES- subsequentes. No serviço público, o tempo é muito
PE/2013) Acerca da qualidade no atendimento ao pú- importante e deve ser aproveitado ao máximo. Nesse
blico nos aspectos de comunicabilidade, eficiência e sentido, enquanto o atendente escuta as demandas do
presteza, julgue os próximos itens. usuário, é recomendável que ele realize outras ativida-
Uma comunicação eficaz ocorre quando o significa- des inerentes ao cargo, sempre com a preocupação de
do pretendido da fonte e o significado percebido pelo melhor aproveitar o tempo.
receptor são os mesmos. ( ) Certo
( ) Certo ( ) Errado
( ) Errado
Vejamos: Atendimento não é aquilo que a fonte diz, e Vejamos: A gestão do tempo é muito importante para
sim, o que o receptor entende. Portanto, a comunicação só qualquer funcionário. Mas, fazer outras atividades enquan-
será efetiva se o receptor entender corretamente o que a to atende um cliente não é permitido em hipótese alguma.
fonte emitiu. O atendente, enquanto faz um atendimento, deve, úni-
ca e exclusivamente, atentar-se ao seu cliente. E não reali-
RESPOSTA: “CERTO”. zar nenhuma outra atividade avessa a essa prática.

10) (MI – Assistente Técnico Administrativo – CES- RESPOSTA: “ERRADO”.


PE/2013) Acerca da qualidade no atendimento ao pú-
blico nos aspectos de comunicabilidade, eficiência e 13) (EBESRH – Assistente Administrativo - IA-
presteza, julgue os próximos itens.  DES/2013) O atendimento ao público é uma das áreas
O desenvolvimento do processo de qualidade e su- mais sensíveis de uma organização. A qualidade nesse
cesso do atendimento tem início no treinamento, quan- atendimento pode ser fator determinante para o suces-
do se estabelece um padrão de atendimento, e na dis- so ou fracasso de uma organização. Sobre esse assunto,
seminação de informações para que o servidor adquira assinale a alternativa correta.
as condições de atender com precisão as demandas dos a) O atendente deve prover o máximo de infor-
usuários. mações ao cliente/cidadão, fazendo um histórico de-
( ) Certo talhado da situação-problema, inclusive apresentando
( ) Errado casos correlatos.
b) O atendente deve sempre responder às deman-
Vejamos: A qualidade no atendimento é um processo das do cliente/cidadão, mesmo que para isso precise
contínuo, que se inicia no treinamento. É fundamental que dar uma informação imprecisa. O mais importante é
técnicas de atendimento sejam disseminadas e que criem não deixar o cliente/cidadão sem resposta.
um padrão de atendimento, para que seja um processo es- c) Se o atendente já conhece o problema e já tem
tabelecido, que vise a qualidade e eficiência. A difusão de a resposta, então deve abreviar as explicações do clien-
informações entre funcionários faz com que todos tenham te/ usuário não lhe dando muita atenção, a fim de agi-
condições de realizarem atendimentos precisos e pontuais. lizar o atendimento.
d) O atendente é o representante da organização
RESPOSTA: “CERTO”. perante o seu público, devendo portar-se de acordo
com as normas de conduta estabelecidas, o que con-
11) (MI – Assistente Técnico Administrativo – CES- tribuirá para que o cliente/cidadão forme uma imagem
PE/2013) No que se refere à conduta e objetividade na positiva da organização.
qualidade do atendimento ao público, julgue os itens e) Se o atendente não concorda com o ponto de
subsequentes. Postura ética, imparcialidade, colabora- vista do cliente/cidadão, deve interromper o atendi-
ção e respeito devem ser disseminadas e incentivadas mento imediatamente.
entre os servidores que prestam atendimento ao pú-
blico como condição para o atingimento da excelência. Vejamos: O atendente não deve jamais relatar informa-
( ) Certo ções de outros atendimentos e clientes. O sigilo é a máxima
( ) Errado de um atendimento.
Se o atendente não tem precisão da informação, não
Vejamos: O cliente deve ser sempre atendido com deve reproduzi-la antes de assegurar a informação correta.
postura ética, imparcialidade, colaboração e respeito. Não A atenção ao atender deve ser sempre total, e com
é função do atendente fazer quaisquer julgamentos que muita tolerância.
possam ir contra o direito de atendimento. O atendente jamais deve interromper um atendimento
por não concordar com o ponto de vista do cliente, deve
RESPOSTA: “CERTO”. sempre ser imparcial.
O atendente deve se portar sempre conforme as nor-
12) (MI – Assistente Técnico Administrativo – CES- mas de conduta da empresa.
PE/2013) No que se refere à conduta e objetividade na
qualidade do atendimento ao público, julgue os itens RESPOSTA: “D”.

106
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO/SITUAÇÕES GERENCIAIS

14) (EBESRH – Assistente Administrativo - IA- Vejamos: A qualidade no atendimento só é percebida


DES/2013) A qualidade no atendimento ao público pas- pelos usuários quando suas expectativas, em relação ao
sa por um processo de comunicação eficaz e eficiente. atendimento, são atendidas satisfatoriamente.
Sobre esse tema, assinale a alternativa incorreta.
a) Para uma comunicação eficiente, a capacidade RESPOSTA: “CERTO”.
de falar é mais relevante que a capacidade de ouvir.
b) A comunicação envolve um fluxo de mão du- 18) (DPE/PR - Técnico - PUC - PR/2012) A etiqueta
pla. profissional consiste num conjunto de regras cerimo-
c) No processo de codifcação/decodifcação da niosas de trato entre as pessoas, definidas a partir do
mensagem, geralmente ocorrem distorções. bom senso, como uma espécie de convivência harmo-
d) A retroinformação (feedback) possibilita a ob- niosa em grupo. Compreender e respeitar esses códigos
tenção de uma comunicação melhor, reduzindo as dis- sinaliza disciplina e respeito. A apresentação pessoal
torções. pode ser compreendida a partir dos seguintes elemen-
e) Objetividade e linguagem adequada são carac- tos: aparência, comportamento, postura profissional e
terísticas de uma boa comunicação. ambiente de trabalho. Considerando esse tema, assina-
le a alternativa que corresponde a ações de apresenta-
Vejamos: Todas as alternativas estão corretas, exceto a ção pessoal adequada: 
A, que afirma que a capacidade de falar é mais importante a) Usar cores escuras, pois elas transmitem con-
que a de ouvir em uma comunicação. fiança; ler enquanto outros conversam; agradecer aos
Essa alternativa é incorreta, pois, no atendimento, é elogios.
muito importante que o atendente ouça mais do que fale, b) Ser pontual; atender ao celular em reuniões
para que ele compreenda a necessidade e especificidade quando a ligação partir do superior; não pedir licença
do problema do cliente. se chegar atrasado em reuniões.
c) Conhecer os usos e costumes de cada local que
RESPOSTA: “A”. frequentar e prestar atenção aos detalhes; não vestir
jeans; rir dos erros alheios para descontrair.
15) (ANATEL – Técnico Administrativo – CES- d) Evitar qualquer tipo de excesso ao se vestir; es-
PE/2012) Com relação à qualidade no atendimento. A tar atento e ser cordial com todos; manter a mesa ar-
presteza não consiste em princípio do atendimento ao rumada.
público, em virtude de o respeito aos limites burocrá- e) Se o atraso for inevitável, avisar imediatamente
ticos do trâmite legal dos serviços ser um princípio ab- justificando o motivo; não agradecer aos elogios; man-
soluto. ter na mesa de trabalho apenas objetos e papéis de uso
( ) Certo corrente.
( ) Errado f)
Vejamos: Etiqueta é antes de qualquer coisa BOM SEN-
Vejamos: Presteza no atendimento significa atender SO. Todas as alternativas apresentam incoerência, exceto
com prontidão e agilidade. E é fator determinado para um a letra D. Excessos não são admitidos no local de traba-
atendimento de qualidade. lho. Ser cordial e manter a mesa arrumada é o mínimo que
qualquer funcionário deve empregar.
RESPOSTA: “ERRADO”.
RESPOSTA: “D”.
16) (ANATEL – Técnico Administrativo – CES-
PE/2012) Entre os requisitos necessários ao atendimen- 19) (DPE/PR - Técnico - PUC - PR/2012) Assinale a
to no serviço público inclui-se a boa apresentação. alternativa que concentra ações de etiqueta ao telefo-
( ) Certo ne: 
( ) Errado a) Padronizar a maneira de atender o telefone;
não permitir que o diálogo ganhe cunho pessoal; para
Vejamos: A boa apresentação por parte do atendente agilizar o atendimento, é possível atender a duas liga-
faz parte das técnicas de atendimento com qualidade. ções paralelas.
b) Empregar tratamento formal senhor(a); aten-
RESPOSTA: “CERTO”. der prontamente quando tocar, três toques é o máxi-
mo; não fornecer informações não autorizadas.
17) (ANCINE – Técnico Administrativo – CES- c) Empregar o tratamento informal internamen-
PE/2012) As necessidades pessoais dos usuários de ser- te; conversas de cunho pessoal geram descontração e
viços públicos influenciam suas expectativas quanto ao ganham a confiança do interlocutor; fornecer todas as
atendimento e impactam suas percepções sobre a qua- informações que estiverem ao alcance.
lidade e efetividade do serviço prestado. d) Passar ligações para pessoas que estão em reu-
( ) Certo nião; se estiver atendendo a outra pessoa, deixar o tele-
( ) Errado fone fora de conexão; falar apenas o necessário.

107
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO/SITUAÇÕES GERENCIAIS

e) Demonstrar irritação com pessoas impacien- III. Personalização, ou customização que ocorre
tes pode neutralizar as tensões do diálogo; ter bloco quando o órgão prestador dos serviços proporcionar
e caneta sempre à mão; ao atender, empregar o termo um atendimento tal que identifica os clientes/cidadãos
“quem gostaria?”. como pessoas; 
a) Todas as assertivas são verdadeiras.
Vejamos: Não é permitido atender duas ligações simul- b) Todas as assertivas são falsas.
taneamente, empregar tratamento informal, passar liga- c) Somente as assertivas I, II e III são verdadeiras.
ções para pessoas que estão em reunião, deixar o telefone d) Somente as assertivas II, III e IV são verdadei-
fora de conexão, demonstrar irritação. ras.
A resposta que está totalmente correta é a B.
Vejamos: Todas as alternativas estão corretas, pois to-
RESPOSTA: “B”. dos os elementos citados fundamentam um atendimento
com qualidade.
20)  (DPE/TO - Oficial de Diligência da Defensoria
Pública – COPESE/2012) A qualidade no atendimento RESPOSTA: “A”.
ao público no serviço público possui algumas especi-
ficidades se comparada ao empresarial, especialmente 22) (DPE/TO - Oficial de Diligência da Defensoria
porque a finalidade é servir ao cidadão. Neste sentido Pública – COPESE/2012) Relativamente à técnica de
pode-se afirmar que são pré-requisitos para o bom atendimento ao público ao telefone é correto afirmar,
atendimento, EXCETO:  EXCETO: 
a) Relativamente ao tratamento da informação: a) Atenda no máximo ao terceiro toque. 
deve-se verificar o que, por que, para que/quem e para b) Não diga alô, mas sim o nome do setor, seu
quando pedem a informação; se o assunto é da com- nome acompanhado de um cumprimento: bom dia,
petência da área de atuação; se a informação pode ser boa tarde. 
respondida na hora; em quanto tempo pode-se obter a c) Se for necessário algum tempo para transferir
informação e certificar-se que as informações são cor- a ligação ou obter uma informação para responder ao
retas, seguras e não provocarão dupla interpretação.  cliente/cidadão use expressões “espere um minutinho”
b) Cumprimentar sempre todos os que chegam e ou “um instantinho” 
os que saem do setor; além de ter atenção para não d) Fale ao telefone como se a pessoa estivesse à
tratar ninguém de modo personalizado.  sua frente. 
c) Ser amigável sem entrar em intimidades, de-
monstrar interesse não só pela pessoa, mas ao assunto Vejamos: Todas as alternativas estão corretas, exceto
que está sendo tratado.  a C, pois expressões no diminutivo devem ser extintas do
d) Estar atento à emoção que transmitir pela voz e vocabulário de um atendente, por não passarem a imagem
das palavras que escolher, pois as mesmas podem mo- de profissionalismo.
dificar a mensagem que se deseja transmitir. Saber falar
corretamente o idioma é fundamental, mas saber como RESPOSTA: “C”.
falar é mais importante. 
23) (PG/DF - Técnico Jurídico – IADES/2011) Pos-
Vejamos: Todas as alternativas estão corretas, exceto a tura de atendimento é o tratamento dispensado às
B. Pois o atendimento DEVE SER personalizado e impessoal, pessoas. Está relacionado ao funcionário em si, com
e nunca mecânico. as suas atitudes e o seu modo de agir com quem está
sendo atendido naquele momento. Para bem atender,
RESPOSTA: “B”. o profissional deverá:
a) sempre compreender e atender as necessida-
21) (DPE/TO - Oficial de Diligência da Defensoria des de quem está sendo atendido e fazer o correto en-
Pública – COPESE/2012) Leia as assertivas e marque a caminhamento das questões levantadas.
resposta CORRETA. O bom atendimento deve envolver b) entender o lado humano e justificar as falhas
uma interação multivariável eficiente entre os seguin- da organização a partir da explicação de que “errar é
tes elementos:  humano”.
I. Aparência das instalações, do pessoal, dos equi- c) manter estado de espírito positivo e ter atitu-
pamentos e dos recursos de comunicação;  des adequadas no momento, procurando criar atmos-
I. Disposição para servir, ou “prestatividade” aos fera de intimidade e proximidade com o outro.
clientes/cidadãos; d) ter uma postura física adequada, mantendo
II.   Segurança, evidenciada pelo conhecimento e semblante rígido e agindo de forma calculista.
domínio completos do serviço por parte dos servido- e) manter uma boa apresentação, cuidando sem-
res/colaboradores e habilidade em proporcionar um pre da higiene pessoal. Os homens e as mulheres deve-
clima de confiança nos clientes/cidadãos;  rão sempre estar com os cabelos curtos.

108
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO/SITUAÇÕES GERENCIAIS

Vejamos: Intimidade e rigidez demais nunca devem ser Vejamos: O contato inicial do cidadão com qualquer
empregadas no atendimento. Aplicar técnicas de atendi- órgão público dar-se-á perante o atendimento. A resposta
mento, como fazer o correto encaminhamento das ques- proativa e eficiente do atendente caracterizar-se-á em uma
tões levantadas, são fundamentais para o percurso do imagem de atendimento de qualidade por parte do estado.
atendimento.
RESPOSTA: “CERTO”.
RESPOSTA: “A”.
27) (MPU - Técnico de Apoio Especializado – CES-
24) (UF/AL - Assistente de Administração – COPE- PE/2010) Com relação à qualidade do atendimento ao
VE/2011) Durante o desempenho de suas atribuições, público, julgue os itens que se seguem. O objetivo de
o servidor público muitas vezes precisa atender dire- dar visibilidade às necessidades, experiências e expec-
tamente o cidadão. Na relação direta com o indivíduo tativas do cliente torna o atendimento no setor público
que está sendo atendido, o servidor responsável pelo similar ao oferecido na iniciativa privada, simbolizado
atendimento deve observar uma série de requisitos
pela máxima “o cliente sempre tem razão”.
para desempenhar de forma correta seu trabalho. Qual
( ) Certo
das opções listadas a seguir corresponde a um desses
( ) Errado
requisitos? 
a) Ouvir o cidadão.
b) Usar palavras inadequadas. Vejamos: A relação entre cliente/empresa deve ser “ga-
c) Agir com sarcasmo e prepotência. nha-ganha”. O cliente terá sempre razão até onde a lei diz.
d)  Discutir com quem está sendo atendido. Não tem como o atendente infringir alguma norma ou lei
e) Apresentar aparência desleixada. para atender ao cliente. A ética e responsabilidade devem
estar acima de qualquer princípio.
Vejamos: A utilização de palavras inadequadas, o sar-
casmo e a prepotência, discussão com o atendido e a apa- RESPOSTA: “ERRADO”.
rência desleixada, não são ferramentas que devem ser uti-
lizadas no atendimento em nenhuma situação, e não há 28)  (MPU - Técnico de Apoio Especializado CES-
exceções para nenhum caso. Já ouvir o cidadão é o início PE/2010) No que diz respeito à qualidade do atendi-
de qualquer atendimento com qualidade. mento ao público e às competências do atendente, jul-
gue os itens subsequentes.
RESPOSTA: “A”. A atitude de indiferença do servidor responsável
pelo atendimento ao público pode causar impressão de
25) (STM - Técnico Judiciário  - CESPE /2011) No descompromisso ou descaso desse servidor em relação
momento de realizar um atendimento, a linguagem à organização e gerar reclamação por parte do usuário.
corporal do servidor público pode revelar até que pon- ( ) Certo
to ele se interessa em solucionar os problemas trazidos ( ) Errado
pelo cidadão e pode até mesmo indicar seu  status  de
nível superior ou inferior. Vejamos: A resposta está correta, pois todo usuário que
Certo busca atendimento em qualquer órgão, procura que no mí-
Errado nimo o atendente seja profissional e busque solucionar seu
problema.
Vejamos: A comunicação pode ser verbal e não verbal.
A linguagem corporal diz a respeito de como o atendente
RESPOSTA: “CERTO”.
está conduzindo o atendimento. Por isso, a linguagem cor-
poral deve ser coerente com a linguagem verbal, adotando
29) (DPU - Agente Administrativo – CESPE/2010)
sempre uma postura corporal receptiva e de atenção ao
Em caso de atraso no atendimento a cidadãos em ór-
usuário.
gão público, o servidor deve, com base nos princípios
RESPOSTA: “CERTO”. de ética no serviço público,
a) exercer suas atribuições com rapidez, perfeição
26) (TRT/RN - Técnico Judiciário – CESPE/2010) e rendimento, buscando por fim ao problema.
Com relação a serviço público e qualidade do atendi- b) ter respeito à hierarquia, não se imiscuindo na
mento, julgue os itens a seguir.  situação, que não lhe diz respeito, e procurando fazer
A aproximação entre o Estado e o cidadão ocorre da melhor maneira suas atribuições.
mediante a prestação do atendimento e se materializa c) ser apenas cortês com os cidadãos, caso lhe
na resposta proativa e eficiente do atendente. apresentem reclamações quanto a situação de atraso.
Certo d) informar aos cidadãos que, diante da situação,
Errado só deve fazer o que está previsto em lei, em respeito ao
princípio da estrita legalidade.

109
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO/SITUAÇÕES GERENCIAIS

e)   atender ao princípio de isonomia, não se en- b) Ética no atendimento ao cliente é definida como
volvendo na situação em tela, cumprindo suas obriga- o que é correto ou bom na conduta do atendimento, e a
ções, porque, caso aja de modo diferente, incorrerá em preocupação com o que deve ser feito limita-se ao que
crime de advocacia administrativa. determinam as leis que regem o serviço realizado.
c) O conhecimento do atendente acerca do servi-
Vejamos: Se o atendimento já está atrasado, o que se ço a ser prestado é condição suficiente para um atendi-
espera de um atendente é que ele exerça suas atribuições mento de qualidade.
com rapidez, buscando solucionar o problema do usuário. d) O êxito da opção por uma forma diferenciada
de prestação de serviços públicos pressupõe um aten-
RESPOSTA: “A”. dimento que considere apenas padrões de excelência
oriundos da organização do trabalho.
30) (DPU – Agende Administrativo - CESPE/2010) e) A satisfação dos usuários não possui relação
No que se refere aos requisitos necessários ao profis- com as condições de trabalho do atendente.
sional do atendimento ao público, assinale a opção cor-
reta. Vejamos: A missão de toda organização pública, que é
a) O conhecimento especializado e restrito à fun- a prestação de serviços, deve ser de qualidade.
ção de atendimento ao público é condição suficiente
para que o profissional preste serviço de excelente qua- RESPOSTA: “A”.
lidade.
b) O atendente não precisa preocupar-se com as 32) (DPU - Agente Administrativo – CESPE/2010) A
respeito da natureza da relação entre atendente e usuá-
informações atuais acerca do serviço que presta e da
rio e do perfil do profissional de atendimento ao públi-
função que exerce, visto que dispõe de manuais de con-
co, assinale a opção correta.
sulta que lhe garantem, no momento que for necessá-
a) O caráter social do atendimento ao público se
rio, a prestação da informação correta.
manifesta somente quando, na situação de atendimen-
c) O atendimento ao público é uma atividade em to, é dada visibilidade às necessidades, experiências e
que não se pode ser criativo, especialmente em situa- expectativas do usuário.
ções de conflito e tensão, pois essa atitude pode com- b) O servidor deve ser atento às normas da insti-
prometer o profissionalismo que a função requer. tuição, pois isso garante a satisfação das necessidades
d) A auto-observação e a observação do compor- dos usuários.
tamento do cliente são dispensáveis nessa atividade, c) Prescinde-se da ótica do cidadão na avaliação
pois afetam a objetividade do atendente. do nível de satisfação do usuário com o atendimento
e) Caso não tenha desenvolvido habilidades de recebido.
controle emocional, o atendente torna-se facilmente d) No serviço público, o atendente representa o
uma espécie de para-raios afetivo, captando as des- elo entre o usuário e os objetivos do Estado.
cargas emocionais dos clientes e entrando em sintonia e) A situação de atendimento ao público, por ser
com elas, quando as relações sociais do atendimento um momento singular e diferenciado, está desconec-
são envolvidas em situações de tensão e conflito com tada de uma série de variáveis do contexto organiza-
o público. cional.

Vejamos: Todas as alternativas estão incorretas, exceto Vejamos:


a E. A alternativa “a” está errada porque o caráter social do
É muito importante que os atendentes desenvolvam atendimento ao público não se manifesta somente quan-
habilidades de controle emocional, para que se possa atri- do é dada visibilidade.
buir atendimentos nos quais não sejam captadores de des- A alternativa “b” está errada porque o servidor deve
cargas emocionais dos clientes. estar atento às normas da instituição, mas isso não garante
a satisfação dos usuários.
RESPOSTA: “E”. Na alternativa “c”, “prescindir” tem sentido de dispen-
sar. Já a palavra “imprescindível” significa “indispensável”.
Por fim, a alternativa “e” está errada já que a situação
31) (DPU - Agente Administrativo – CESPE/2010)
de atendimento ao público não está desconectada de uma
São muitas as variáveis que interferem na execução do
série de variáveis do contexto organizacional.
serviço de atendimento ao público.
Considerando essas variáveis e a influência que elas RESPOSTA: “D”.
exercem na qualidade do atendimento, assinale a op-
ção correta.
a) A prestação de serviço nas organizações públi-
cas, que está diretamente relacionada ao próprio ne-
gócio, configura-se como missão dessas organizações.

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