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Tópico Especial

Barra Palatina
Palatal Arch

Resumo da em tubos linguais soldados nas ban-


A barra palatina (PB) tem sido utilizada das destes dentes.
em muitas situações clínicas. Isto se deve Este dispositivo vem sendo aplicado
a sua fácil confecção, possibilidade de na mecânica ortodôntica de forma cres-
controle tridimensional e variedade de cente pela característica de fácil constru-
Adilson Luiz Maurício T.
opções mecânicas. ção, possibilidade de controle tridimensi-
Ramos Sakima Este artigo apresenta as aplicações mais onal, ampla gama de opções de ativação
freqüentes deste aparelho. São comenta- e aplicabilidade clínica.
das e ilustradas a rotação, expansão, Desde que GOSHGARIAN10 patenteou
torque, distalização e ancoragem . Além a barra palatina (1972), poucos artigos
disto, os momentos gerados em algumas foram publicados sobre as possibilidades
ativações são discutidos. clínicas deste dispositivo. BURSTONE,
KOENIG4 (1981), BALDINI, LUDER (1982)3
Introdução relataram as possibilidades mecânicas e
Freqüentemente nos estágios finais da correspondentes modos de ativação.
fase de fechamento de espaços, os primei- CETLIN, TEN HOEVE(1983)8 recomenda-
ros molares superiores tendem a apresen- ram a barra palatina nos casos sem ex-
tar desajustes de posicionamento em re- trações e LAZZARA(1976) 11 e
lação aos antagonistas, decorrente da ro- WEISENBERG (1976)18 relataram os efei-
tação para mesial, provocada pelo mo- tos deste aparelho sobre as funções lin-
mento de força do componente elástico guais. Em seu livro sobre o tratamento
da retração na técnica do deslizamento. da dentição mista, McNAMARA13 descre-
Esta situação também pode estar presen- veu o uso da barra palatina soldada.
te quando elásticos intermaxilares de
Classe III são utilizados. Uma das manei- As principais aplicações da barra pa-
ras apropriadas para prevenir este latina são:
desajuste, além do clássico aparelho extra- • Correção da rotação dos molares
bucal, é o emprego da barra palatina (BP) • Correção da inclinação dos molares
nos primeiros molares superiores encaixa- (sentido mesiodistal).

Adilson Luis Ramos A


Maurício Tatsuei Sakima B
Ary dos Santos Pinto C
Unitermos: Lídia Parsekian Martins D
Barra palatina; Dirceu B. Raveli E
Rotação dos molares;
Distalização; Expan- A
Mestre pela USP - Bauru - Doutorando em Ortodontia pela UNESP - Araraquara, Professor de Ortodontia do Departa-
são; Intrusão; mento de Odontologia da UEM - Coordenador do Curso de Especialização em Ortodontia da AMO - ABO - Maringá.
B
Ancoragem; Torque; Professor Assistente Doutor do Departamento de Clínica Infantil da Faculdade de Ortodontia de Araraquara - UNESP.
C
Professor Associado do Departamento de Clínica Infantil da Faculdade de Ortodontia de Araraquara - UNESP.
Acidentes com D
Professora Assistente do Departamento de Clínica Infantil da Faculdade de Ortodontia de Araraquara - UNESP.
aparelho ortodôntico. E
Professor Associado do Departamento de Clínica Infantil da Faculdade de Ortodontia de Araraquara - UNESP.

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• Distalização dos molares (associa- ta precisão o detalhe de posicionamen- alguns parâmetros tornam mais fácil a
do a um sistema de ancoragem) to dentário. Com relação a posição do tarefa de se identificar a rotação.
• Auxiliar de ancoragem primeiro molar superior permanente, RICKETTS (1974)17 observa que para
• Controle de erupção dos primei- ANDREWS1 descreveu três pontos de uma oclusão ideal, uma linha que pas-
ros molares - intrusão relativa contato para a oclusão normal. sa pelas cúspides mesiolingual e dis-
• Expansão ou contração do seg- 1. A superfície distal da cúspide tovestibular do primeiro molar perma-
mento posterior superior distovestibular deve contactar a super- nente, deve coincidir com a ponta da
• Controle de torque dos molares. fície mesial da cúspide mesiovestibular cúspide do canino do lado oposto ou
do segundo molar inferior. até 4 mm por distal (FIG. 2). Na maio-
Na fase do diagnóstico e planeja- 2. A cúspide mesiovestibular do ria dos casos de Classe II , esta linha
mento, deve-se atentar para a posição primeiro molar permanente deve estará passando na área dos pré-mo-
dos primeiros molares permanentes, que ocluir entre as cúspides mesiovesti- lares, evidenciando a rotação do mo-
se apresentam freqüentemente girados bular e distovestibular do primeiro lar. Outro critério observado por
para mesial, principalmente nos casos molar inferior. CETLIN 8, menciona a relação de
de Classe II (LEMONS, HOLMES 1961). 3. A cúspide mesiolingual do pri- paralelismo que as superfícies vestibu-
Ao se corrigir esta rotação, torna-se pos- meiro molar superior deve ocluir na lares dos primeiros molares permanen-
sível a obtenção de 1 a 2 mm no perí- fossa central do primeiro molar infe- tes devem apresentar entre si (FIG. 3).
metro do arco, além de uma parcial cor- rior. DAHLQUIST et al9 (1996) acreditam
reção da Classe II. (FIG. 1) Para que estes pontos sejam atin- que os molares possam estar em oclu-
Quando ANGLE2 estabeleceu sua gidos, os molares não deverão apre- são ideal um pouco aquém da posição
classificação, não determinou com mui- sentar rotações. Numa vista oclusal, mencionada por RICKETTS17 e CETLIN8,

FIGURA 1 – Com a rotação dos molares torna-se possível FIGURA 2 – Segundo RICKETTS17, a linha que passa sobre a
a obtenção de até 2mm de espaço. ponta da cúspide DV e MP do primeiro molar superior deve coinci-
dir ou passar até 4mm por distal da cúspide do canino oposto.

FIGURA 3 – CETLIN 8 observou que deve haver um FIGURA 4 – Rotação distal bilateral.
paralelismo entre as faces vestibulares dos primeiros mo-
lares, para que estejam bem posicionados.

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já que num estudo recente constata- ser utilizada na maioria dos casos com um dos lados, devendo o lado aposto
ram um pouco menos de paralelismo extração para evitar a rotação, quan- ser amarrado por vestibular. Deste
e a linha de RICKETTS passando em do se procede a retração com cadeias modo, a ativação não resultará em
média 11mm por distal da ponta de elastoméricas apoiadas sobre os mo- momentos indesejáveis no lado a ser
cúspide do canino. Porém, a amostra lares. Entretanto, nos casos com an- distalizado (FIG. 8). Para maior segu-
era de indivíduos na fase da dentadu- coragem crítica, o aparelho extrabucal rança uma correta unidade de anco-
ra mista e não permanente como rela- deve ser associado. ragem deve ser planejada.
tado por RICKETTS17 e CETLIN8. A barra palatina também pode ser DAHLQUIST et al9 (1996) chamam a
Constatando-se a rotação dentá- utilizada como mantenedora de espa- atenção que se houver uma distribui-
ria, a barra palatina oferece uma ex- ço, nos casos de perda precoce dos se- ção incorreta da ativação, o molar com
celente capacidade de correção. A ro- gundos molares decíduos. maior momento sofrerá mesialização.
tação pode ser corrigida simetricamen- CETLIN (1992) appud PANHÓCA, LIMA15 recomendam o
te ou unilateralmente, o que deman- McNAMARA descreveu ser possível a
13
controle de rotação do molar a ser
dará observação das resultantes me- distalização dos molares utilizando- distalizado, mediante aplicação de uma
siodistais (FIG. 4, 5, 6, 7). se a barra palatina com ativações uni- pequena ativação de rotação (50% em
Uma vez bem posicionados, os mo- laterais alternadas. Entretanto, para relação ao lado oposto) (FIG. 9).
lares podem ser eficazmente estabili- um correto sistema de forças MELSEN Quando as dobras de primeira or-
zados com a utilização da barra (1996)14 recomenda a utilização da dem das presilhas são desiguais, ha-
palatina ajustada de forma passiva. barra palatina estaticamente ativada. verão componentes de força mais ex-
Esta unidade de ancoragem oferece A barra palatina estaticamente ativa- pressivas para mesial ou distal de
uma capacidade moderada podendo da apresenta o encaixe em somente acordo com a dobra. Por exemplo,

FIGURA 5 – Rotação mesial bilateral. FIGURA 6 – Rotação distal unilateral com distalização no
lado oposto.

FIGURA 7 – Rotação mesial unilateral com mesialização FIGURA 8 – Barra palatina estaticamente ativada para ro-
no lado oposto. tação e com distalização (sem momentos) do lado opos-
to, segundo MELSEN14 .

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num caso onde há o molar direito gi- Quando se deseja rotação e/ou relação ao encaixe lingual. O movi-
rado para mesial (em classe I) e o movimento mesial de um dos mola- mento resultante pode ser estimado
molar esquerdo em Classe II, uma res (ou ambos alternadamente asso- observando-se a colocação de um dos
dobra aguda no lado direito e ma- ciando-se a um sistema de ancora- lados e avaliação do lado oposto.
nutenção da dobra passiva no lado gem) o mesmo mecanismo pode ser (FIG. 10, 11, 12, 13).
esquerdo, comporá um sistema que utilizado, somente invertendo-se a Pequenos graus de expansão do
corrigirá a rotação do lado direito, direção da dobra da presilha, e con- arco dentário superior podem ser ob-
bem como promoverá pequena dis- trolando a ancoragem. tidos com a barra palatina, entretan-
talização do lado esquerdo (exemplo Devido ao sistema ser composto to segundo McNAMARA13, quantida-
clínico II). A componente mesial no por dois binários interligados, torna- de acima de 2 mm, requerem outros
lado a ser girado vai encontrar a an- se fundamental a visualização da for- tipos de aparelhos para melhores re-
coragem dos dentes do segmento an- ma ativada, em posição neutra (i. e., sultados (FIG. 14).
terior. Quando os dois molares estão posição de inserção e liberação dos Do mesmo modo a constricção do
em Classe II, pode-se realizar alter- momentos), e da geometria de força arco pode ser obtida com a ativação
nadamente as ativações sobre a bar- gerada, para que se possa associar no sentido contrário (FIG. 15).
ra, associando-se um sistema de for- um sistema de ancoragem contra os Aumentando-se simetricamente a
ça (como um extrabucal) para que a efeitos colaterais indesejados, ainda distância entre as presilhas da BP, re-
correção da Classe II ocorra bilate- que pequenos. sultará num movimento para vesti-
ralmente de modo mais rápido do que Torques linguais ou vestibulares bular de ambos os molares. Este efei-
somente com um extrabucal isolada- podem ser produzidos pela barra, ob- to de expansão será acompanhado de
mente (exemplo clínico III). servando-se a rotação da presilha em inclinação vestibular das coroas caso

FIGURA 9 – Compensação da ativação segundo PANHÓCA FIGURA 10 – Torque lingual bilateral.


e LIMA 15 .

FIGURA 11 – Torque vestibular bilateral. FIGURA 12 – Torque lingual unilateral com resultante de
extrusão no lado oposto.

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não se compense o momento de incli- tribuindo a resultante sobre os dentes McNAMARA13 relata que a barra pa-
nação, mediante pequena torção das cruzados (exemplo clínico I e exemplo latina transformou-se numa rotina em
presilhas em sentido contrário. Muitas clínico IV). sua clínica privada, tanto para pacien-
vezes a inclinação é desejada. A extrusão dos molares pode ser tes em fase de dentadura mista, como
Da mesma forma, só que em senti- evitada e até mesmo contribuir para permanente. Além dos casos com e sem
do contrário, a diminuição da distân- uma intrusão. Segundo CETLIN appud extrações, os casos cirúrgicos também
cia inter-molares pode ser conseguida McNAMARA13, com a confecção de um se beneficiam dos efeitos deste apare-
diminuindo a distância inter-presi- “looping” maior e direcionado para lho. Entretanto, não recomenda para os
lhas. Os mesmos cuidados devem ser mesial, permitirá a atuação da língua casos com Classe II e extração apenas
tomados quanto a inclinação resultan- distribuindo forças intrusivas sobre os dos primeiros pré-molares superiores,
te lingual que tenderá a acontecer. Na molares (FIG. 16) Entretanto, pois atrapalharia o fechamento ade-
constricção, deve-se atentar para o LAZZARA11 avaliou a pressão lingual quado dos espaços. E também na mai-
possível trauma sobre a mucosa do pa- sobre a barra em 11 jovens com padrão oria dos casos Classe III não cirúrgicos,
lato após a liberação da força. Este vertical e observou apenas pequenas onde a camuflagem da má-oclusão ne-
trauma pode ser evitado afastando-se forças distribuídas. E WEISEBERG18 de- cessita de uma movimentação um pou-
um pouco mais a barra do palato. monstrou que a barra não afeta signi- co mesial dos molares superiores .
A barra palatina compreende uma ficantemente a posição da língua. Mas Na correção da classe II subdivi-
maneira bem controlada de correção clínicamente podemos lançar mão da são, uma ativação unilateral da bar-
da rotação e expansão unilateral den- barra palatina para este controle ver- ra com uma dobra de 2ª ordem com-
tária, já que podemos compor em blo- tical, que nos parece eficaz (exemplo preende um auxiliar interessante
co de ancoragem do lado oposto, dis- clínico III). (FIG. 17A e 17B).

FIGURA 13 – Torque vestibular unilateral com intrusão no FIGURA 14 – Expansão do arco com pequena
lado oposto. vestibularização dos molares.

FIGURA 15 – Constricção do arco com pequena lingualiza- FIGURA 16 – A pressão da língua sobre o “looping” da
ção dos molares. barra pode conter a extrusão, ou até provocar pequena
intrusão dos molares.

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A barra palatina pode ser removí-
vel ou soldada. O fio utilizado pode ser
0.8 ou 0.9 mm, que deve receber as
dobras nas extremidades para encaixe
e fixação com amarrilho ou elastômero,
no tubo palatino (FIG. 18A a 18K), ou
somente soldada sobre as bandas pre-
viamente adaptadas.
Várias marcas comercializam bar-
ras pré-fabricadas em alguns tama-
nhos, o que diminui o tempo de
adaptação. BURSTONE5,6 recomenda
a utilização de um fio de secção
FIGURA 17A – Ativação de 2a ordem. FIGURA 17B – Resultado da ativação
de 2a ordem, quando todo bloco opos-
to está ancorado.

A B

D E C

F G H

I J K
FIGURA 18 – A) Barra palatina, B) Encaixes linguais, C) Vista oclusal do posicionamento do tubo (encaixe) lingual, D) Barra palatina
passiva encaixada, E-H) Presilha fixada no tubo com amarrilho, I-K) Presilha fixada no tubo em elastômero.

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retangular, o que dispensaria a con- as presilhas, utilizando-se o alica- pela BP sejam complexos (pois envol-
fecção de dobras para o encaixe no te apropriado (410). vem a resistência periodontal, forças
acessório palatino. Também apresen- Após a BP estar pronta, deve-se antagonistas e adjacentes da oclusão,
tou um excaixe próprio, o “hing cap”, fazer com que fique passiva, ou seja, outros dispositivos ortodônticos asso-
para facilitar a fixação das extremida- com a inserção alternada das presi- ciados), alguns efeitos são mais previ-
des da barra7. lhas em cada lado. Ajusta-se a BP de síveis e simples de serem aplicados,
Quando não se dispõe da BP pré- modo que a extremidade não encai- como ilustrados anteriormente.
fabricada, pode-se confeccioná-la fa- xada fique paralela ao tubo, em se- Torna-se prudente visualizar as ati-
cilmente utilizando-se o fio escolhi- guida, insere-se a outra presilha e ve- vações sobre o modelo. As direções re-
do (0.8mm, 0.9mm ou TMA) e os ali- rifica-se se a oposta também está pa- sultantes verticais, ântero-posteriores,
cates 139 (universal) e o conformador ralela, ou passiva. Esta conferência rotacionais e transversais devem estar
de presilha (410). somente é possível inserindo-se uma bem planejadas para construir um sis-
Primeiramente confecciona-se o presilha de cada vez, pois seria mui- tema controlado.
“looping” de ajuste com o alicate to difícil determinar se a BP está pas- Quando da utilização de um apa-
139. Em seguida realiza-se duas siva inserindo-se as duas presilhas relho encaixado, torna-se fundamen-
dobras oblíquas para a adaptação ao mesmo tempo. tal a imobilização prendendo-o com
ao palato. Afastando-se aproxima- Obtida a confecção da BP passiva, elastômero ou fio de amarrilho
damente 1 a 2mm da mucosa segue-se para a ativação, conforme o 0,30mm. Desta forma haverá maior se-
palatina(FIG. 19), registra-se as mar- efeito clínico desejado . gurança.
cações equivalentes aos tubos lin- Embora a determinação dos efeitos O desprendimento da barra palati-
guais. Em seguida confecciona-se precisos dos dois binários distribuídos na poderá ocasionar intercorrências
desagradáveis como a deglutição, que
implicará na monitoração radiográfi-
ca até ser eliminada (FIG. 20A). Como
outra intercorrência menos grave e
mais freqü ente, poderá haver lesão da
mucosa gengival próxima ao tubo lin-
gual (FIG. 20B).
Embora nem todas as possibili-
dades da BP tenham sido citadas, as
mais utilizadas foram descritas. E
o conhecimento da mecânica bási-
ca da BP como qualquer outro apa-
relho, permite que o clínico criati-
vamente aplique em diversas situ-
ações desejadas.
FIGURA 19 – Posicionamento da barra palatina 1 a 2 mm afastado do palato.

A B
FIGURA 20A e B – A) Radiografia da região ilíaca evidenciando uma barra palatina num caso de monitoração após
deglutição, B) Lesão gengival após desprendimento da presilha da barra palatina.

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EXEMPLO
CLÍNICO I

A B
FIGURA 21 A,B – Fotos frente e perfil de um jovem com 13 anos, padrão vertical, apre-
sentando biprotrusão e ausência de selamento labial.

B C
FIGURA 22 A-C – Fotos Intrabucais denotando Classe II bilateral com apinhamento acentuado superior e inferior.
Mordida cruzada posterior unilateral esquerda e desvio da linha média inferior (1,5mm).

A B
FIGURA 23 A,B – Para correção da mordida cruzada unilateral dentária, foi composta uma maior ancoragem do lado direito e
empregada a barra palatina ativada simetricamente para expansão.

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A

B C
FIGURA 24 A-C – Aspectos intrabucais após a correção da mordida cruzada posterior.

B C
FIGURA 25 A-C – Após a correção transversal procedeu-se a montagem do restante do aparelho, e seguiu-se uma mecânica de arco
segmentado, iniciando a retração inicial dos caninos com molas “T” (fio TMA .017x.025) mantendo-se a barra palatina como ancora-
gem.

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A B
FIGURA 26 A,B – No arco inferior foi realizado intrusão do segmento anterior mediante uma mola de intrusão (como “cantilever”)
apoiada no segmento de fio anterior.

B C
FIGURA 27 A-C – A retração dos segmentos ântero-superior e ântero-inferior foi obtida com molas “T”.

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A B
FIGURA 28 A,B – Fotos de frente e perfil após o tratamento. A biprotrusão foi reduzida
bem como o selamento labial reestabelecido.

B C

D E
FIGURA 29 A-E – Vistas intrabucais finais.

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A B
FIGURA 30 A,B – Fotos de frente e perfil, 5 anos após o tratamento.

A B

C D

E F
FIGURA 31 A-F – Vista intrabucais 5 anos após o tratamento.

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EXEMPLO
CLÍNICO II

A B
FIGURA 33 A,B – Fotos de frente e perfil de uma jovem com 16 anos.

B C
FIGURA 33 A-C – Aspectos intrabucais demonstrando relação da Classe II 1/2 do lado direito e um pouco mais de 1/4 de Classe II do
lado esquerdo.

A B
FIGURA 34 A,B – Vistas oclusais, denotando rotação mesial dos molares superiores, principalmente do 16.

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A

B C
FIGURA 35 A-C – A correção das rotações dos molares, com conseqüente obtenção de espaços por mesial, foi obtida com a ativação
das presilhas da barra palatina.

B C
FIGURA 36 A-C – Após a liberação das ativações houve pequena intrusão do 16, associada à correção da rotação, enquanto o 26
vestibularizou, junto à correção da rotação. Provavelmente decorrente de um desajuste do torque durante as reativações.

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A B
FIGURA 39 A,B – A Classe II foi corrigida utilizando-se o espaço decorrente das rotações dos molares, e seguiu-se o alinhamento e
nivelamento dos arcos. Observe que o degrau entre o 16 e 15 foi gradualmente corrigido por uma dobra no fio.

B C
FIGURA 38 A-C – Fase adiantada do nivelamento e alinhamento.

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A B
FIGURA 39 A,B – Fotos frente e perfil no final do tratamento.

B C
FIGURA 40 A-C – Aspectos intrabucais ao final do tratamento.

A B
FIGURA 41 A,B – Vistas Oclusais ao final do tratamento.

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EXEMPLO
CLÍNICO III

A B
FIGURA 42 A,B – Fotos de frente e perfil de um jovem com 10 anos, com padrão facial
vertical.

B C
FIGURA 43 A-C – Vistas intrabucais evidenciando a mordida aberta anterior, Classe II e mordida cruzada posterior.

A B
FIGURA 44 A,B – Aspectos oclusais demonstrando a atresia maxilar e a notória rotação mesial dos molares superiores.

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A B
FIGURA 45 A,B – A expansão rápida da maxila, por meio de um aparelho tipo Haas modificado, foi o primeiro passo do tratamento.

A B
FIGURA 46 A,B – Resultado da disjunção maxilar.

A B
FIGURA 47 A,B – Após 4 meses de contenção com o próprio disjuntor, foi empregada a barra palatina que serviu como contenção,
bem como para correção das rotações dos molares.

A B C
FIGURA 48 A-C – Sem que tivesse sido utilizado qualquer aparelho recordatório, a mordida aberta apresentou redução. Provavel-
mente associado a melhora respiratória pós-expansão. Somado a isto, parece ter havido uma restrição vertical na área dos 1os
molares superiores.

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A B
FIGURA 49 A,B – Aspecto facial frontal e lateral na fase intermediária do tratamento (4
meses expansão + 6 meses - Barra palatina).

A B
FIGURA 50 A,B – Os braquetes foram colados e procedeu-se o início do alinhamento e nivelamento.

A C
FIGURA 51 A-C – Estado atual, onde o paciente encontra-se numa fase intermediária do nivelamento demonstrando progresso na
correção vertical, bem como redução da Classe II.

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EXEMPLO
CLÍNICO IV

A B C
FIGURA 52 A-C – Fotos extrabucais iniciais de um jovem com 11 anos.

B C
FIGURA 53 A-C – Fotos intrabucais demonstrando Classe II com falta de espaço para o 15.

A B
FIGURA 54 A,B – Aspectos oclusais. Nota-se a completa falta de espaço para o 2º pré-molar superior (15), com rotação mesial do 1º
molar do mesmo lado.

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A

B C
FIGURA 55 A-C – Inicialmente foi instalado a barra palatina para correção da rotação do 16. Observa-se a ativação de ambos os
lados (sendo mais para o lado que se deseja a correção da rotação).

B C
FIGURA 56 A-C – Progresso da distalização e correção da rotação associando-se AEB e Barra Palatina.

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A B
B
FIGURA 57 A,B – Foi empregada tração extrabucal cervical (16h/dia), associada à barra
palatina.

A B

D E
FIGURA 58 A-E – Progresso da distalização e correção da rotação associando-se AEB e Barra Palatina.

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A

B C

E F
FIGURA 60 A-F – Para mesialização do 1º pre-molar e sobrecorreção do molar, procedeu-se uma mecânica com mola de secção
aberta.

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A

B C
FIGURA 60 A-C – Após a obtenção de espaço e num estágio avançado do nivelamento (fio 020) tracionou-se o 2º pré-molar por meio
de amarrilho preso a um botão colado.

A B

C
FIGURA 61 A-G – Continuação página seguinte.

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D E

F G
FIGURA 61 A-G – Fase atual: Quando o pré-molar apresentou-se próximo ao arco, o botão foi substituido pelo braquete e incluíndo
no nivelamento e alinhamento.

EXEMPLO
CLÍNICO V

B C
FIGURA 62 A-C – Utilização da barra palatina para correção unilateral de um 2º molar permanente, posicionando-o no lugar do 1º
(ausente). Todo o bloco oposto (do 15 ao 26) foi ancorado. A barra recebeu ativação para expansão e rotação do 17.

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Abstract
The palatal arch have been used frequent application of that ativations are discussed.
in many clinical situations. Its due appliance. The possibility of rotation, Uniterms:
to their easier confecction, expansion, torsion, distalization, Palatal arch; molar rotation,
tridimensional control possibility and anchorage an intrusion are coments Distalization; Expansion; Instrusion;
varity mecanical options. and illustrated. Furthermore, the Anchorage; Torsion; Orthodontic
This article presents the most moments gerated with some Appliance; Accidents.

Referências Bibliográficas

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