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Todos 05 .Livrei cto JMovo {hP-W Ife.^
Concerto cto nofío "fiel -Senhor
_. JBLeuCmpHr
Jesu Christo
Iradúitde na Zjirtcua Jfiriú e'útíci 11 elo Jx.everCiy
T —* Padre J 1

JOAÕ TERREIRA
dAlmeidtv
Tf' t^a^or'

San cto éuangelho


ciefâc IcMMW
cm

Java Mayor

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-;-n P.11010:. -j-l:


esta segunda impressão J
do S. S.

Novo Testamento, '


emendada c ’na margem augmentada com os
concordantes paíTos d’a Efcritura Sagrada ,.
a luz fahiu por mandado e ordem
d’o Supremo Governo d’a
Illustre Companhia '
d’as Unidas Províncias

índia Oriental, e foy


revifta com aprov^ç^ó d’a

Reverenda Congregação ?
Ecclcfiaftica d’a cidade de '
B AT AVIA, . 1 *
••
•V '* _ *

Pelos Miniftros Pregadores dló Sanóto


Euangellio na Igreja da meírna.cidade ,
ThEODOKUS.Z AS, •
a \

' >■ IacOBUS OP DENaAKKER. é u:


J ■ ..s... J ;

'•X. ' I
ARGUMENTO
D' O

NOVO TESTAMENTO.
palavra Tefiamento he palavra Latim , com que
wS ie rralada a palavra Grega ^Diathêke d’a qual os
Tradutores Gregos ufaõ pera exprinvr a palavra

Deus com os homens feito tem, pera fob certas condiçoens


a vida eterna lhes dar: Eíle Concerto pois he dous laya, a
faber , o Velho e o Novo, O Velho he o que Deus coro o
primeiro homem antes d’a caída feiro tem , em que a vida
eterna fob condição d’a perfcitiflima obediência e obíervan-
cia d’a Ley fe prométe : poloque íe chama u Concerto d? a
Ley , o que Deus outra vez a os Ifraêlitas propoflo tem,
peraque cTalí aprendefkm Ç porquanto efta condição de to­
dos os homens traspaflada he , e de nenhum agora fc com-
*rir pode^) de buscar fu a íalvaçaó em outro Concerto, que
chama o Novo, e confiíle ’niílo , a faber , que Deus a
feu Filho por Medianeiro ordenou , e a vida eterna com
condição que "nelle creámos prometeu : e íe chama o Con­
certo d'a graça; O que taõbem , em quanto a luas diverías
adminiítraçoens, Velho e Novo fe chama, O Velho he a
adminiílraçaô d’eíle Concerto antes d’a vinda d’o Media®
neiro , que a Abraham e a os defcendentcs de fua fcmente
orometido, e por varias ceremonias, que Moyfes efcrevéu,
prefigurado he. O Novo he a Adminiílraçaô d’o mesmo
Concerto despois que o Filho de Deus o Medianeiro d’eíle
Concerto ’na carne vindo- he , e a reconciliação d'os ho *
mcn$
mens com Deus effeítuado tem. Eílcs dous Concertos, ení
quanto a fua eíTencia, bem íao hum, vifto que em ambos o
perdão d’os pecados, a falvaçao, e a vida eterna , fob con­
dição d’a fé em o Medianeiro , íe promete , todavia em
quanto a fua adminiílraçaô fe differenciaõ, que em o Novo
mais clara he, fem figuras , e fe efiende a todos os povos,
E o Velho bem fe pode chamar oTefiamento d’apromefla,
e o Novo o Tefiamento d’o comprimento. Alem dhfto
comumence pelo Velho e Novo Tedamento também fe en­
tendem os livros em. que o eftabelecimento e a adminiftra-
çam d’o Concerto fc deícrévem, e ’nefia fignificaçamas pa­
lavras o Novo Teflemento aqui 'no titulo fe tomaõ, e poêm
fe contra os livros d’os Sanftos Prophetas , em que o Me­
dianeiro d’o Concerto fe promete , e íè deícréve de que
geraçaõ , e quando homem feito feria , que faria e padece­
ria pera a os homens com Deus reconciliar, e a faivaçao
eterna lhes alcançar, e aplicar. E como ’nás Eícrituras d’o
Velho Tefiamento d’antcs dito e prefigurado foy , que o
Meflias ou Medianeiro, que a os homens com Deus recon­
ciliaria j o unigénito Filho de Deus , o eterno c verdadei­
ro Deus, juntamente com o Pae e com oEfpirito Sanéto,
feria. : 8. *
iio: i. Ifay.9'. Jer, 2 ; : 6.
Mich. <: i. Mal. í. E que ’na plenidaõ d’o tempo a ver­
dadeira natureza humana de huã mulher e Virgem, Gen.^ : i
1/ay. 7 ♦ 14» d’a geraçaõ de Abraham, Ifaac , Jacob , Juda c
David tomaria. Gen * 2 1: 1 2. e 2 2:18. e 49:9. 10. 2 Sam. 7:12,
Jef 11 :1. ffer. 23: v Que ’na cidade de Betblehcm nacido
feria Mich. y1. quando o cetro de Juda íe tiraria Gen. 49: io.
lfay. 11 : 1. T)an. 9:24. Que fendo nacido para Egypto fu­
giria Ofe. 11 :1. Em Nazireth criado feria , Jef. 11: i, e a
Elias por feu precurfor teria , o qual "no deíerto pregaria,
e o caminho lhe prepararia1 Jef 40: 3. Mal * 4.y.
5 : 1. *
Que o Euangelho em Galilea a pregar começaria Jef 8:23.
*9:1.2. e fua doutrina com muycos milagres confirmaria
Qjie fua entrada em Jerufalcm cavalgando fobre
bua burra faria. 7V?ii8: 2f. Zach. 9:9. Que de hum de
feus Diícipulos trahido, Tf 4.1: 10. e 5 y : 14. por trinta di­
nheiros de prata vendido , Zach. 11: 12. açoutado , eícar-
necido, colpido, j* /. yo.-ó. e como malfeitor tratado feria
*
Jef f : 12. Que por amor de noíTos pecados os mais gran­
des anguftias em lua Alma padeceria. Jef. y; : $ 4.
?/. 22:2. Que crucificado , T)eut. 21: 2 3. PC 22: 17. c
’na cruz eícamecido , e com vinagre e fel abeberado feria.
Tf. 22:8. e 69: 22. Que a íorte lobre íeus veítides fe lan­
çaria, Tf. 2 2:19. e feusoífos fe naõ quebrantanaõ. Exod. 12; 4,61
Tf. 34; 2 r. Que violenta morte morreria , Jef. 53 : 8*
T)an. 9:26. E d’hum rico fepultado feria. Jef 53:9. Que1
’no íèpulcro a podridão naõ veria , Tf ió: 10. mas a o ter­
ceiro dia d’os mortos refufeitaria. Jef ys: 10. lon. 1 : 17 *
e 2: to. Que a oceo fobiria, á maõ direita de DcusfeaíTen-
taría, TJ. 68:19. e noz 1 E d’a1i a leu E fpirito Sanélo en­
viaria. t ioel. 2 : 28. Aíli em as Eícrituras d’o Novo Tcíla-
menco pelos Sandios Euangehftas e Apoílolos fe teílifica,
que tudo em Jefu Chriíto Senhor e Salvador 1 oílo compri­
do he. O Argumento pois d’os livros d’o Novo Teíla-
menío he , ’ que. ’nelles principalmente a PeíToa e o Officio
de Jefu, Chfflo Salvador noflò le deferéve. Em quanto a
lua Tefjoa , teílifica fe ’nelks que elle he verdadeiro Deus
e verdadeiro e juílo homém cm unidade de peíloa. De fua
natureza divina íe teílifica , quando ie lhe atribuem os no­
mes de Deus, como fàjehovah > unigénito Filho de Deus,
Princepe d’a vida , Senhor lobre tudo , Juiz d’os vivos e
d’oi mortos, Rey d’os Reys e Senhor dos òenhores ; Se-
melhanremente as propriedades divinas , como faõ Infinida­
de, Eternidade Ommíciencia , e Omnipotência • Como
também as < >bias divinas, corto íam a Cnaçam e conf< rvaçam
de todas as criaturas , aEleiçam pera a vida eterna, a ínlli-
tuiçaoi d o mimíterio Ecclefiaílico e d’os Sacramentes , o
dar d’o EfpiucoSandio, a regeneraram, ahvraçam d’o po­
der
í
der d’o Diabo, a refuícitaçam d’os mortos, o juízo de todo
o mundo , e o aílentar á maó direita de Deus , para que
também ferve a deícripçam d os milagres que abundantemen­
te por (ua própria virtude feito tem. E ultimamente tam­
bém a honra e o íerviço divino , a faber , que nos iicile
crer 5 2 elle adorar e em feu nome bautizados íer devamos
*
Sua natureza humana fedeferéve, quando fc declara qued’o
Efpinto Sanílo concebido, d’a Virgem Maria, d’a geraçam
de ‘David, nacido foy, que verdadeira Alma e verdadeiro
corpo humano juntamente com todas as propriedades natu-
raes d’elles tem } a faber que fome e fede teve , que co-
méu e dormiu, que íe cançou , que chorou, perturboufe,
dores fentiu , íe irou e entriftecéu. Em quanto pois a feu
Officio para que de feu Pae a o mundo enviado foy , eftc
íegundo íeu íòbrcnomc Chriffi), iftohe, Ungido, tres laya
íè deferéve , a faber , feu officio Prophetico , Sacerdotál e
Reál. O Trophetico adminiftrou affi por fi meímo como
por fêus Difcipulos, principalmente pe’os doze, que para
Apoftolos efeolhéu. Elle meímo o Euangelho pregou , en-
finando que o prometido Meffi&s e Salvador era, c que os
que falvos ferám , ’nelle crér e a Deus converter fe devem.
E para efte fim também a Ley declarou e d’as falfas explna-
çoens d’os Efcribas e Pharifeos purificou Dcspois de fua
afeenfaó a o Ceo, a feus Apoftolos em todo o mundo en­
viou , que o Euangelho e a converíam a Deus a todos os
povos pregáraó , affi com lua boca e viva voz , como por
feus Elcritos e Epiftolas, que a grande parte d’as Efcrituras
d’o Novo Teftamenco fazem. Seu Officio Sacerdotal ad­
miniftrou, quando aqui’na terra por nos em feu Corpo e Al­
ma o caftigo padecéu, que nos por noflos pecados mcrece-
rámos, e fendo’nomadeirod5a cruz morto, em íàcrificio de
reconciliação a Deus feu Pae afi mesmo por nos fe offerecéu ,
e ’no Sanílo d’os Sanítos , ifto he, ’no ceo entrou, e ali
á maó direita de feu Pae aflentado por nos roga. Seu Offi-
cio
cio Real adminiftrou, quando d’o poder de noíTos inimigos '
por fua morte nos rcfgatou, e contra o mesmo nos defende e
guarda , como também quando provas d*elle déu lançan­
do fora a os Demoniosd’os endemoninhados, e d’o Templo
a os que vendiaõ e comprávaõ 'nellé e como Rey em Je-
ruíalem entrando. Mas agora lá riba ’no ceo o adminiftra,
d’ali a lua Igreja por fua Palavra e Eípirito governando, e
contra o poder de feus inimigos defendendo, caftigando os
juntamencc e pondo os por eícabello de feus pês; Pois per-
feitiíTimamcnte o executará, quando vindo a o juízo perfeita­
mente a fua Igreja glorificará, e a feus inimigos juntamente
com todos os impios ’na morte eterna lançará. Efte he o
Sumario d'o que ’ms Efcrituras d’o Novo Teftamento eferi-
to e comprendtdo cftá, E eíTas Efcrituras d’o Novo Tefta»
mento bem e dircitamente em dous laya de livros fe repar­
tem •, Vifto que em alguns alguãs hiftorias fe deferévem , e
em outros alguns pontos d’a Religião Chriftaã íc propoerru
E ainda que em os livros hiftoricos as vezes alguns pontos
d’a doutrina fe dcclárem, e em os outros alguás hiftorias fe
relácem , toda via afii fe differenciaõ por via d’a mais prin­
cipal couía que ’nelks fe trata. Os livros pròpheticcs d’o
Novo Teftamento trataõafti d’as couías ja acontecidas como
d’as que ainda acontecerfehaó. As couíasja acontecidas dous
laya íe deícrévem, a faber, que feitas fam d’o Senhor lefii Chrifto
meímo , e em os quatro Euangelhos d’os quatro Fuangeliftas
Mattheus , Marcos , Lucas , Joaõ eferitas eftáõ } ou d’os
San&os Apoftolos, e que Lucas em os Aêtos d’os Apofto-V
loseferevéu. Ascouías que ainda aconteceríehaõ ’no Apoca,
lipfe deJoaõ fe deícrévem, em que o eftado d’a Igreja des-
pois d’a aícenfaó de Chrifto até a coníumaçam d’o mundo
fe prediz e deferéve. Os livros que os pontos d’a doutrina
propoêm, faõ as Epiftulas dlos S. Apoftolos, affi d'o Apoftolo
Paulo , como de outros alguns. O Apoftolo laulo em dL
verfas ocafioens catorze Epiftolas eferevéu , alguãs a huãs
Igrejas particulares > a faber, a os Romanos, a os Corin-
thios
chios duas , a os Gaiatas , a osEpheíks, aosPhilippenfes,
a os ColoíTenfes , e a os TheíTalonícenfes duas ; Outras a
peílòas particulares, todavia de tal maneira que o argumen­
to a toda a Igreja toque , a Timotheo duas , a Tito , e a
Philemon, E a eflas a Epiílola a os Hebreos fe junta, d’â
qual alguns, ainda que fem razam, duvidao, fe pelo Apo-
ftolo Taulo eícrita íeja. Outros alguns Apoílolos também
alguãs Epiítolas a as Igrejas efcrevéraõ, como Jacobo , Pe­
dro duas, Joaõ tres , e Judas. Eítas fam as Efcnturas d’o
Novo Tcftamento , que todas efcritas eíláó. pera que , co
*
mo o Euangeliíta Joao declara , Cap. 20: 31, nos creffemos
que J esvs he o C h r 1 s t o , 0 Ftlhode^Deus, e pera que 9
crendo, tiveffenios vida em feu nome.

ÍNDICE
<De todos os Livros, Capítulos e Vaginas d'o

NOVO TESTAMENTO.
Cap. Pag. Cap* Pag»
XXVIII Euangelho de S. Mattheus. 1 VI. I. A Timotheo. 4S9
XVI. Euangelho de S,. Marcos. 6? IV. II. A Timotheo. 47 í
XXIV. Euangelho de S. Lucas. 114. III. A Tito. 4?5
XXI. EuangelhodeS Joaô. 1S9 I. A Philemon. 4§9
XXVIII. Aétosd’os Apoílolos. 246 XIII. Aos Hebreos, 4?I

tAs Epiftolas de S. Taulo


* As Epiftolas Univerfaes.
XVI. Aos Romanos. 322 V. EpiíloladeSt.Iago.
XVI. I. Aos Corinthios. 357 V. I. Epiílola de S-Pedro. $17
XIII. II. Aos Corinthios. 390 III. II. Epiílola de S. Pedro. $3$
VI. Aos Gaiatas. 412 V. I. Epiílola de S. Ioaó. $4-4
VI. Aos Epheíios. 424 I. II. Epiílola de S. Ioaó. 554
IV. Aos Philippenfes. 437 I. III. Epiílola de S. Ioaó. 555
IV. Aos ColoíTenfes. 446 I. Epiílola de S. Iudas. 50
V. I. Aos TheíTalonicenfes. 457 XXII. ApocalipfedeS.Ioaó. w
III. II. Aos Theflaloniceníes. 404/
De noíTo

SENHOR
J ES U C II R I S T O,
SEGUNDO

S. M À T T H E u S.
Capitulo I.
I A Linhagem de JESU C H R IS T O d’os Paes fegundo * carne desde
Abraham 3 até Jofeph. IS Sua conceição d’o Efpi^ito Sanffo 3 e nacimento d1a
Virgem Maria. 22 Como pelo Rropheta predito fora,

X Jvro d’a geraçaõ de Jcfu Chrifto , filho de a David, * ^ue T


Afilho de Abraham. 31.32,
2 b Abraham gerou a Ifaac. e c Ifaac gerou a Jacob. bGen 21:2


^^7 c Jacob gerou a Judas , e a feus irmaós. c Gen. 25

♦♦
3 e EJudas gerou de Thamar a Phares e a Zara. e 16,
fPhares gerou a Efrom. g e Efrom gerou a Aram. dGen. 29 ;
4 E Aram gerou a Aminadab. e Aminadab gerou a Naaflòn. e eQ^ ?S:
Naaftbn gerou a Salmon. 27.29
V E Salmon gerou de Rachab a Booz. e Booz gerou de Ruth zfRuth, 4:
Obed e Obcd gerou a Jcfle. 18.
6 E h Jeífe gerou a o Rey David. e o Rey David gerou a Sala- i-c^r£'5í-2:
maó d'a que \_fora mulher'] de Urias. Ruth, 4?
7 E 1 Salamaõ gerou ,a Roboam. eRoboam gerou a Abia. e Abia^
gerou a Ala. i.Chron.ix
8 E Afa gerou a Jofaphat. c Jofaphat gerou a Joratn. c Joram 9.
gerouaOzias, A 9 QhRuth.
16; i. *17:12- LCkron, 2: 1$. *12; 1S i1. Rey. u:43 i-Chron. lo. 2t'
, O S. EUANGELHO
9 E Ozias gerou a Joatham. e Joatham gerou a Achaz, c Achaz
gerou a Ezechias.
• o E Ezechias gerou a Manafie. c IVIanaflc geiou a Amon. c
Amon gerou a Jofias.
]T E é Jofias gerou a Jechonias , c a feus irmãos na transporta­
çaõ Babylonica.
h.chrcny. n E delpois d’a transportaçaõ Babylonica ^Jechonias gerou a
*7- Salathiel, e Salathiel gerou a Zorobabel.
£ Zorobabel gerou a Abiud. e Abiud gerou a Eliacim. e Elia-
cim gerou a Azor.
14 E Azor gerou a Sadoc. c Sadoc gerou a Achim. e Achim ge­
rou a Eliud.
15 E Eliud gerou a Eleazar. e Eleazar geroti a Matthan. e Mat-
than gerou a Jacob.
16 E Jacob gerou a Jofeph, o marido de Maria , d’a qual naceu
Jeíus , dito o Chrifto.
17 De maneira que todas as geraçoens desde Abraham até David
[/àfi] catorze geraçoens , e desde David até a transportaçaõ Baby­
lonica catorze geraçoens, e desd’a transportaçaõ Babylonica até
Chrifto catorze geraçoens.
»L«í.r:i7. iS E o nacimento de Jefu Chrifto foy afli ; n que eftando Maria
34» fua maé defpofada com Jofeph, antes que feajuntaflem, foy achada
prenhe d’o Efpirito Saneio.
19 Entaõ Joíeph feu marido, como érajufto , e publicamente a
naõ quilefie infamar, quila deixar iecretamente.
20 E intentando elle ifto , eis que o Anjo d’o Senhor lhe apare-
céu em fonhos, dizendo, Jofeph , filho de David , naõ temas re­
ceber a Maria tua mulher , porque o que ’nella eftá gerado , d’o
Efpirito Sanéto he.
n E parirá hum filho, e o chamarás feu nome J E S U S : por-
/X??.4;í2. que p elle falvará a leu povo de léus pecados.
12 Tudo ifto aconteceu , para que fc cumpriflè o de que o Se­
nhor fallou pelo Propheta , quedifiè:
f V^ 7:I4. 2} 7 Eis que a virgem conceberá, e parirá hum filho , e chama­
rás leu nome Emmanuel, que traduzido, he, Deus com nofeo.
24 E defpertando Jofeph d’o iono , fez como o Anjo d’o Senhor
' lhe mandara, e recebeu a fua mulher.
25 E naõ a conheceu até que pariu a eftc feu filho o primogeni-
to 5 c r pós lhe por nome JESUS.
Ca-
SEGUNDO S. MATTHEUS. Cap.IL §

CAPITULO II;
I Vèm os Magos d?o Oriente a Jerufalcm. 2 Perguntaõ acerca do Rey /os ludeos ho-
uamente nacido. 4 E bemmformados acerca 0 lugar de /eu n-acimento, em Eethle-
hem 0 achai) eadoraõ, 11 Tornaõ Je pera jua terra
* TJ Eoge JoJeph com 0 menino
para Egypto. 16 Herodes manda matar a os meninos. 19 Torna fe Jofeph para
Judea. li Mas temendo a -rlrchelao , retira Je aGalilea^ e habita em Nazaretb,
i J7 Sendo Jefusja * nacido cm Bethlehem de Judea , em dias d’eU Luc.i: 4.
Rey Herodes, eis queviéraó Sábios d’oOriente a Jeru-
íalem.
2 Dizendo, Aonde eíla o Rey d os Judeos £ novamente J nacido?
Porque vimos fua cílrella em Oriente, e viemos a o adorar.
3 E ouvindo el Rey Herodes [íflo] turboufe , e com elle toda
Jerufalcm.
4 E congregados todos os Princepesd’os Sacerdotes, e osEfcri-
bas d’o povo , perguntou lhes a onde o Chriíto avia de nacer.
$ E elles lhe diíferaõ: Em Bethlehem de Judea, porque affi cílá
efcrito pelo Propheta :
6 b E, tuBethlehem, terra dejuda, em maneira ncnhuá es ame-yMich.^xi.
nor entre os Princepes de Juda , porque de ty fairá, o Guia , que Joã. 7.22»
a meu povo lfraol ha de apacentar.
7 Herodes entaõ, chamando fecretamentea os Sábios, informou
fe diligentemente d’ellcs [acerca] d’o tempo que a cílrella [lhes]
aparecera.
8 Eenviando os aBethlehem, diffie: Ide, cperguntaediligente­
mente polo menino, c como o achardes denunciae m’o, paraque cu
também venha e o adore.
9 E avendo elles ouvido a el Rey, fóraõ fe. E eis que a cítrel-
la, que tinhaõ viftoem Oriente, hia diante d’ellcs, ate que, che­
gando, fe pós fobre aonde eítava o menino.
10 E vcndoellesaeílrella, alegráraófemuyto com grande alegria.
11 E entrando ’na caia, acháraó a o menino, com fua macMa­
ria, e pollrandoie o adoráraõ. E abrindo feusthefouros, lhe offc-
recéraó dons, ouro, ccnccnfo, e mirra.
12 E fendo por Divina revelaçaó avifados em fonhos quenaõ tor-
naflcm a Herodes, partiraó fe para íua terra por outro caminho.
13 E partidos elles, eis que o Anjo d’o Senhor aparece a Jofeph
em fonhos, dizendo , L evantate , c toma a o menino , c a fua
mac , c foge para Egypto, e fica te lá até que eu Po diga. Porque
Herodes ha de buicar a o menino para o matar.
4 OS. EUANGELHO
E desertando elle, tomou a o menino, e a fua maé de noite
e foy fc para Egypto.
iç E cftcve lá até a morte de Herodes , para que fe cumpriíTc o
■s Hof.i f.i, dê que o Senhor fallou pelo ^Propheta, qucdiílc: De Egypto cha­
mei a meu Filho.
* Gr-/WZ- 16 Vcndofe entaõ Herodes efcarnccido d’os Sábios, * indignoufe
gnoufirem cm tanta manejra> qUe mandou matar a quantos meninos [avia] em
Bethlehem , c em todos feus termos, de [ idade dous annosabai-
e , contorme a o tempo que d os Sabiosdiligentementc inquirira.
r matosa 17 Entaõ fc cumpriu o que fov dito pelo Prophetajcremias,que difle:
todos OS is a h uã voz fe ouviu em Rama, lamentaçaõ, choro, e grande
pranto: chorava Rachel feus filhos, e naõ quis fér confolada, por-
que ja naõ faõ.
19 Porem morto Herodes , eis que o Anjo d’o Snor aparece cm
Egypto a Jofeph cm fonhos,
20 Dizendo j Levantate, c toma a o menino, e a fuamaé, e vae
fGr.4 4/- te Pc’'a terra delfrael, que mortos faõ ja os queprocurávaóa j-mor-
ma > ou a te a o menino.
vidad’o ti Entaõ fc levantou elle, e tomou a o menino, ca fua maé, e
mejisn». vcyofc pera terra de llraèl.
21 E ouvindo que Archelao reynava em Judea, em lugar de He­
rodes feu pae, receou ir pera lá j mas, amoeílado por Divina reve-
laçaó cm fonhos, foy fe para as partes de Galilea.
*3 E vindo [ah ] habitou em a cidade chamada Nazareth j para
e 1/7.11:1. que fc cumprifle o que pelos ^Prophetas foy dito5 que Nazareno fe
? chamará.
Zach-6\lh
Capitulo III.
I PregafoaoHautlfia Penitencia. 3 Seu nfficio» veflido » e comida. $ Bautizaeom
grande concorrência de povo- 7 Reprende a os Phirifeos e Sadduceos. II Mojlra
a dignilade da peffoa e d* 0 bautifino de Chri/to > a quem bautiza , e de quem 9
Pae desd’o ceo testifica jer Jeu muy amado filho.
aMarc.vt. i T} ’naqucllesdias^veyoJoaóBautiílapregando’nodefertodejudea.
V-2 E dizendo , * Arrependeivos , porque chegado he o Rcy-
veZTs n° d’°S CCOS-
bifa 4-y 3 Porque eílc he aquelle d’o qual foy dito pelo Propheta Ifayas,
Marc. i:?.que dific : b Voz d’o que clama em o deferto 5 Aparclhae o caminho
Lu .3:4. d’o Senhor, enderençae luas veredas.
Joã. í:2j. 4 E tinha cite Joaõ icuvcltido (de pelos de camelo, chumcintode
í Marc. 1;6. COUIO
SEGUNDO S. MATTHEUS. Cap. IV $
couro a o redor de feus lombos, e feu fullento éra gafanhotos e *Ou’ ír4'
mel * d’o mato.
5 Entaó fahia a elle Jerufalem, c toda Judea, e toda a província
d’o redor d’o Jordaó.
6 < Eéraód’cllebautizadoscmo Jordaó ,confeífando feuspecados. *Marc'v-t-
7 E vendo elle a ' muytosd’osPharifeos, e d’os Sadduceos , que f3'7‘
vinhaó a feu bautifmo , dizia lhes : f Raça de biboras , quem, vos IX‘*
f enfinou a fugir d’a ira que eílá para vir/ rH-
S g Dae pois fruitos dignos de converlaó. f Ou/wí-
9 E naó preiumaes , dizendo em vos mesmos , £ A Abraham te- finu.
mos por pae. Porque eu vos digo, que até d'eílas pedras pode Deus gLuc'
despertar filhos a Abraham. hioh.%\\).
10 E ja agora cftà também o machado pofto á raiz d’as arvores / 7 12
aílique 'toda arvore que naó dá bom fruito cortafe, elançafe’nofogo. :<í.
it Bem vos bautizo eu com agoa para converfaó •, ^mas aquellef Mm.ii
que apos my vem, mais poderolo he que eu, cujos alparcas naó fou Luc j: 16.
digno levar., Elle vos bautizará com Efpirito banéto e com fogo. loã. i: i$.
ealimpará
ii Cujapátem jaem fua maó,I------------------ íuaeira, c’nocellcirore­ 26.
HUtCHClIUlC-
colherá leu trigo., ca palha queimara com fogo que nunca fe apague. Ati. i: $.
l

e II: 16»
13 / Entaó veyo Jelus dc Galilea a Joaó ao Jordaõ , para d’elle ílç: 4.
fér bautizado. Z Marc.l.^.
14 Mas Joaó lhe reíiftia muyto, dizendo5 Eu heimifter fér bau- Luc21.
tizado de ty, e vens tua mv ? w Ifay 11:
15 Porém refpondendo Jelus, diífclhe: Deixaporagora, porque 2í
affi nos convém cumprir toda juftiça. Entaó elle o deixou. í4]1:1\
16 E fendo Jelus bautizado , íubiu logo d’a agoa. E eis que os ni/ay.^z^
ceos fe lhe abriraó , e viu ™ a o Efpirito de Deus, que delcendia Matt. 12 •
como pomba, e vinha fobre elle. iS
17 E eis huã voz d’os ceos , que dizia: » Efte he o meu amado ?•
Filho cm quem me agrado. *.
Lw 9:35.
2 JW1117.
Col.i
Capitulo IV.
I Avendo Chrifloje]umadoJno deferto quarenta dias ■> atentado rTo Diabo , \XQsan\os
«fervem. 11 E deixando Nazaretb vae]e a habitar em Capernaum. 17 Começa apre­
gar. 18 C^ama a Pedro e a André. 11 A facobo e a Joao que deixando tudo y 0je,
gttem. 2 3 E rodeando a Galilea > e enfinando 'nas Synagogas , Jara toda enfermidade
1 p ntaó * foy Jefus levado d’o Efpirito a o dçferto, para d’o Dia- aMarc. 1 •
bo fér atentado. 12.
2 E avendo jejumado quarenta dias e quarenta noites 5 porderra-
deiro tere fome, A 3 3 £
O S. EUANGELHO
3 E chegandofe á elle o Atentadór , difle : Se tu es Filho de
Deus , dize que eftas pedras íe façaõ paês. - ,z
bDeut.Z^- 4 Porém refpondendo elle difle : Eícrito efta ; £ Naõ com ío o
paó vivirá o homem, mas com toda palavra que d a boca de Deus fae.
’ H U. W ***
**
>»■ -J ------- —----------------- ~ | J z —

5 Entaõ o levou o Diabo com figo á íanéta cidade, c o pos lo­


bre o pináculo d’o Templo. .
6 E diflelhe : Se tu esFilho de Deus, lança te [efsyui] a baixo,
t P/.qv.ii. porque efcrito eftá, c que a feus Anjos mandara acerca de ty , e nas
I2, maõs te tomaráõ, para que nunca com teu pé tropeces em pedraalguã.
âDeut. 6 : 7 Diflelhe Jefus: Outravez eftá efcrito5 Naõ atentarás a o Se­
nhor teu Deus. '
8 Outra vez o levou o Diabo com figo a hum monte muy alto ,
e moftroulhe todos os reynos d’o mundo, e fua gloria d’elles.
r Deut. 6: 5> E diflelhe: Tudo ifto te darei, fe poftrado me adorares.
e íc i 20. © Senhor teu Deus adorarás , e a elle fó lerviràs.,
u Entaõ o deixou o Diabo, e eis que fe chegáraõ os Anjos , e
o ferviaõ.
fM*rt- 1 •* 12 Mas ouvindo Jefus que / Joaõ eftava * prefo , tornoufe g para

D E deixando a Nazareth , veyo e habitou em Capernaum, [«V


tregue}<» Jade] maritima, ’nos confins de Zabulon, e Nepthali.
jaber, em 14 Para que fe cumpriíTc o que foy dito pelo Propheta Ifayas, que
pnfao. difle ;
^Lw.4:i6. 15 A A terra de Zabulon, e a terra de Nephtali, [junte] a o ca­
minho d’o mar, d’aoutra banda d’ojordaõ , a Galilea d’as gentes.
( 16 O povo aflèntado em trevas viu huã grande luz , c a os aflen-
e? : 1. tados em regiaõ e lombra de morte a luz lhes apareceu.
i Marc. 1: 17 Desde entaõ começou Jefus a pregar» c a dizer : i Arrependei
I5'- vos» porque chegado he o Rcyno d’os Ccos.
k Marc. 1: is E andando Jefus junto a o mar de Galilea , viu a dous ir-
maós, [a faber] a Simaó dito Pedro , e a André feu irmaõ, que
lançávaõ a rede a o mar, (porque éraõ pescadores.J
19 EdiíTclhcs : Vinde após my , c farvos hcí pescadores de ho­
mens.
20 Entaõ elles deixando logo as redes , o feguiraõ.
11 E paflándo d’ali, viu a outros dous irmaõs fabpr] a Jacobo
[ Filho] õe Zebedeo , c a Joaõ feu irmaõ , em [hum] barco , com
Zebedeo feu Pae, que concertávaõ fuas redes, c chamou os.
E
SEGUNDO S. MATTHEUS. Cap. V 7
2i E elles logo deixando o barco, e a feu pae, o feguiraõ.
t? E rodeava Jefus toda Galilea , enfinando em fuas Synagogas,
e pregando o Euangelho d’o Reyno, e curando toda enfermidade M
e toda fraqueza entre o povo.
*4 E corria fua fama por toda a Syria , e traziaó lhe a todos os
queleachavaó mal , alcançados de diverfas enfermidades e tormen­
tos, e aos endemoninhados, ealumádos, eparalyticos, e curava os.
is E feguiaõ o muytas companhas de Galilea, c de Decapolis, e
de Jerufalem, e de Judea, e d’alem d'o Jordaõ.
Capitulo V-
I 'EnfinaChrifto Jno monte quem feyao os verdadeiros bemaventura dos. IJ Compáraa
feus dtfcipuloscom o fal, com a luz, , e com a cidadepoílafebre hum monte. 17 Declara,
em como veyo a cumprir a Ley. 21 Contradiz, a perverfa explicaçaÕ d os antigos
acerca d’o fetfo mandamento, zy D’o ftimoy e d’a caria de desquite. 33 Dd
yuramento. 38 E d’a vingança. 40 Manda ter paciência. 42 £ ufar de be­
nignidade e verdadeiro amor até com os inimigos.
1 “O vendo as companhas, fubiu ahum montes e aílèntan-
^dofe, chegáraó fe a elle feus Difcipulos.
2 E abrindo lua boca, eníinavaos, dizendo •,
$ a Bemaventurados os pobres de efpirito , porque d’clles he o a Euc.6.1^.
Reyno d’os Ceos.
4 b Bemaventurados os triftes, porque elles feráó confolados. b Luc,6\i r.1
j c Bemaventurados os manfos , porque elles herdarão a terra. P/.37;ii.
6 d Bemaventurados os que haó fome e fede [d’a] Juftiça , por­
que elles feráó fartos.
7 Bemaventurados os mifericordiofos , porque elles alcançarão \
mifericordia.
8 e Bemaventurados os limpos de coraçaõ , porque elles veráó a e Vfi^; i.
Deus. 4.►
9 Bemaventurados os pacíficos , porque elles feráó chamados fi- Hebr. 12 ♦;
lhos de Deus. 14.
ft.Cor 4:
10 f Bemaventurados os que padécem perfeguiçaõ por caufa d’a 10.
juftiça , porque d’elles he oReyno d’osCcos. 2 77w.2;r2»
11 Bemaventurados fois vosoutros , quando vos injuriarem , e1 1. Pedr. 3 ;
perfeguirem, e contra vos todo mal fallarem , g por minha cauia., 14.
mentindo. g i.Pedr 4;
12 h Gozac [w] e alegrac ["ro "] que grande [he] voíTogalardaó 14>
em os ceos: porque afti perlegunaó a ps Prophcus que antes de vos h Luc.ó.l^i
outros Qhouve]. 1 Vos
J OS. EUANGELHO
i Marc. 9: I? ’ Vos fois o fal d’a terra: pois fe o fal fe * desbotar , com que
5o fe falgará ? para nada mais prefta, ienaõ para fe lançar fora, e d os
JL.vr.i4: ;4.
• Ou, tor- homens fe pifar.
*ar enjofe M Vos fois a luz d’o mundo: Naõ fe pode efeonder a cidade ío-
fo > Ou j bre o monte * fundada.
perder feeu iç k Nem fe acende a candéa, e fe poêm de baixo d’o alqueire,
jabór
* mas ’no candieiro, e alumia a todos quantos em caía ^eda^.J
* Ou. pofta 16 / Afli reíplandcça voflà luz diante d’os homés, para que voflás
k Marc. 4 : boas obras vejam, e a voflo Pae, que efta ’nos ccos glorifiquem.
2 1.
Luc. S : 16. 17 Naõ cuideis que vim a deíliar a Ley , ou os Propheras : naõ
' 11:33. vim a [* ] defatar , fenaõ [/ ']
* cumprir.
I l.Pedr, 2* iS Porque em verdade vos digo , que até que paflem o
12. ceo e a terra, nem hum jota , nem hum til fe paftara dá Ley , que
m Luc. 16: tudo [»aã] aconteça.
I7« 19 n De maneira que qualquer que hum d’eftes mais pequenos
n lac.l". Io.
mandamentos deíliar , e afli a os homens eníinar , [0] menor lerá
chamado ’no Rcyno d’os Ceos : Porém qualquer que [ ] fizer c►
___ J- _____
eníinar, efle fera chamado grande_ r>’no________
ReynoJ?d__ ’osí Ceos.
20 Porque vos digo, que fe voflá juftiça naõ fobrepujar a d’os Efcri-
bas e Pharifeos , em maneira nenhuáentrareis ’noReyno d’os Ceos.
9 Exod.ie; 21 Ouviftes que foy dito os Antigos : 0 Naõ matarás 5 mas
13. qualquer que matar, ferá reo de juizo.
Dcut ^ij. 22 Porém eu vos digo , que qualquer que contra feu irmaõ fem
razaõ fe indignar , ferá rço de juizo. E qualquer que a feu irmaõ
diíler Raca, lerá reo d’o Supremo Confelho. E qualquer que
diíTer louco, ferá reo d’ofogod’o interno.
23 Por tanto fe teu prefente a o altar offerecéres , c ali te lem­
brares que teu irmaõ alguã coufa contra ty tem:
24 Deixa ali teu prefente diante d’o altar , e vae , reconcilia te
primeiro com teu irmaõ, e entaõ vem , c offeréce teu prefente.
p Luc. 12;> 25 P Concordate alinha com teu adverfario , entretanto que com
58- * elle eftás ’no caminho, porque
.... por ventura o adverfario te naõ entregue
Eph.4:16. a o Juiz, c o Juiz te entregue _ a o Miniftro',
........ , e te lancem’na prilaõ.
y Exod. 20: 26 Em verdade te digo, que em maneira nenhuá fairás d’ali, ate
14 naõ pagares o derradeiro ceitil.
Deut.f.rt. 2 7 Ouviftes que foy dito os Antigos : q Naõ adulterarás.
r 70À.31; 1.
dP/?H9:jy. 28 Porém cu vos digo , que qualquer que . r atentar para
• [a/gua]
<- o
/A/4í?.iSí8. mulher, para a cobiçar, ja com ella adulterou em feu coraçaõ.
_ »

Marc.y. 43. -2 /7 Portanto *•- fc


r rcu olho direito
J -- -* j 1
te clcandalizar , arrancao, e lança o
de
SEGUNDO S. MATTHEUS Cap. V ,
de ty; que * melhor te he quehumdeteus membrosíèperca, + do .5tl’,rf4
i teu corpo lejalançado
que ítodo O’ 1 J 5no inferno.
• C r TOibeawo )

t Deut. 24 *
3° E fe tua maó direita te efcandalizar, corta a, e lança adetyj I.
que melhor te heque hum de teus membros, fe perca, do°que todo uMutth,
teu corpo feja lançado ’no inferno. *
19:7
V Também foydito: t Qualquer que deixar fua mulher, dé lhe ^^.10:4,
carta de defquite. II,
Luc,i6\i3,
32 « Porem eu vos digo, que qualquer que deixar fua mulher fora I Cor.'] Io.
de cauía defornicaçaõ , faz que ella adultere j e qualquer que coma ÍeW.xo:
deixada fe cafar, adultera. 7'
3 3 Outro fi, Ouviífes que foy dito |V| os Antigos: * Naó te per- £^.19:12
jurarás, mas pagarás a o Senhor teus juramentos. Dsut.
T'"'" 5:11.
34 Porem eu vos digo, y que em maneiranenhuãjureis , nem polo ? la.c
Ceo, porque he o Throno de Deus. 7 í z,ljay6(r.l
35 Nem poli Terra, ? porque he o efcabello de feus pés: nemnornempor * ^ 4S:3-
Jerufalem, a porque he a cidade do graó Rey. r * Ou, h d 0
milino
Nem por tua cabeça jurarás, pois nem hum cabellobranco, ou y Fxod.21 •
preto, fazer podes. 24.
3 7 Mas feja voífo fallar, fi, íi, naó, naó 5 porque o que difto paíla, Lew 24 ■2O.
* de mal procede. 1 Deut.
~ ip;
•38 Ouviítes que foy dito: Olho por olho, e dente por dente. 21.
32 Mas eu vos digo, c que naó reíiílaes a o mal 5 antes a qualquer c Prov. 29.
24:
que te der em tua Etce direita, virá lhe também a outra. Pom 11 *2^
4' E a oquecom tigopreitearquifer, e tua roupeta te tomar, lar­ I Cor 6: 7.
ga lhe também a capa. I Thes.
41 E qualquer que te obrigar a caminhar hua legoa, vae com elle 15
duas. 1 ped. 3: 9.
42 í/Daa quem te pedir, e a quem de ty tomar empreíladoquifcr d Deut.i^\ 8.
nfcte desvies. r jLUC. 6. %<y,.
43 Ouvíftes que foy dito: e Amarás a teu proximo, e aborreceras a e Lev. 19;
teu inimigo. iS.
44 Pojs eu vos digo: /Amae a voílos inimigos, Bendizei a os que t
vos maldizem , fazei bem a os que vos aborrecem, eg rogac polos 0
que vos * mal trataó, evos perfeguem. g^llc 23»
45 Para que fejaes filhos de voífo Pae que [y/?.?] nos ceos: porque 34.
faz que feu foi fáia fobre maos e bons , -<e cnove-riobre
1 • h
juitos e ín- 1^.4113.
7:<5'o.
juílos. 1 Ped. 2:23
46 h Porque fe amardes a os que vos amaó, quegalardaõ avercis? *Ou> Ca-
Naó fazem os publicanos também o meímo ? limiao,
B 47 E feZi''c'6:r-
Io O S. EUANGELHO
47 E fe fomente faudardes a voflos irmãos, que fazeis de mais? Naõ
fazem os publicanos também afli?
48 Sede pois vosoutrosperfeitos, como voflo Pae, que [efíd] nos
ceos, he perfeito.
CapituloVI.
I Enfna Ckrifo comofe ha de dar efmola. 5 Orar. 16 Je]umar> 19 ^uaesthefou^
ros ajuntar. 22 Corno 0 intendimento fe ha de governar. 24 Como a douspenhores
fervir (e naopode. Que a Deus fe ha de deixar 0 cuidado das coufas d' efba vida.
3 j E primeiro 0 Reyno de Deus bufar.
ti A tentae que naõ façaes voflá efmola perante os homens, para que
^d’ellesfejaes viflos: d’outra maneira, naõ avereis galardaõ a-
cerca de voflo Pae que [eftd] ’nos ceos.
aRom. 12: 2 a Portanto quando fizeres efmola, naõ faças tocar trombeta diante
8. dety, como fazem’nas Synagogas, e ’nas ruas os hypocritas, para
dos homens ferem honrados : Em verdade vos digo, quejatemleu
galardaõ.
3 Mas quando tu fizeres efmola , naõ íáfba tua [tnaõ] ezquerda o
que faz a tua direita.
4 Para que tua efmola feja em oculto, e teuPac que ve em oculto,
íLuc. 14:
elle to b renderá cm publico.
14 $ E quando orares, naõ fejas como os hypocritas; porquefolgaõ
de orar empe ’n as fynagogas,. e ’n os cantos das ruas, para dós homens
ferem viftos. Em verdade vos digo, que ja tem feu galardaõ.
oiRey. 4: 6 Mas tu, quando orares, c entra em tua camara, e cerrando tua
P- porta,
- z Pae que py?Z] em oculto, e teu Pae que vé cm oculto
> ora a teu
Aã. io.-4. elle tó renderá em publico.b
7 E orando, <^naõ * paroleeis como os gentios, que cuidaõ que
28.
Ifay. 1:1$. por feu muyto fallar haõ de fer ouvidos. *
* Ou j Jè- 8 Naõ vos fáçaes pois femelhantes a elles ; que voflo Pae fabe o
jaer pro* que vos he neceflário ~ », antes que vos lho peçaes.
lixos, !9 Vos outros pois orareis afli: e Pae noflo , que {eftds} ’nos ceos,
eL«í.ii:2. fanétificadofeja o teu nome.
10 Venha o teu Reyno. Seja feita a tua vontade * [afli} ’nn terra
* Ou > co- como ’no ceo.
j rio ceo 3 11 O paõ noflo de cadadia nos dá hoje.
f/7^] tam­
bém eia 12 E perdoanos noflás dividas, afli como nos perdoamos aocnoíá
rerra. fos devedores.
T ■» í3 E naõ nos metas em tentaçaõ, niaslivranosd’o/malino: por *
■5
que?-
SEGUNDO S. MATTHEUS. Cap. VI. n
que teu he o Reyno, e a potência, e a gloria, para todo fempre,
Amen.
14 £ Porque fe a os homens perdoardes fuas offenfas, também voflo çMan.li:
Pae cclellialvos perdoará a vos.
17 £ Mas fe a os homens naó perdoardes fuas offenfas, taó pouco vos h ™aif '
perdoará voflo Pae voflas offenfas. 7^/ 2: j
ió i E quando jejuardes, naó vos moflreis triftonhos, como os hy- ; 7^58:3;
pocritas: porque desfiguraó feus rollos, para a os homens parecerem Matth,y.
quejejuaó. Em verdade vos digo, queja tem feu galardaõ. 14.
17 Porem tu , quando jejuares, unge tua cabeça , e lava teu Afwr.iS»
rollo. £-«1.5.33.
15 Para a os homens naó pareceres que jejúas, fenaó a teu Pae que
[eftd] em oculto: e teu Pae que veem oculto, elle to renderá em pu­
blico. kífôij 13 *
19 k Naó vos ajunteis thefouros’n a terra, aonde a traça e a ferru-
gem gafta, e aonde os ladroens'minaõeroubaó. 77^.13:3,
20 íMas ajuntaevos thefouros ’n o ceo, aonde nem a traça nem a fer- lac. 5:1.
rugem nada gafta, e aonde os ladroens naõ minaõ nem roubaõ: ILuc. 12:
21 Porque aonde voflo theíouro effiver , ali eftará também voflo 33-
coracao.
22 A candea do corpo he o 7» olho: Afli quefe teu olho for fincero, mLuc. 11:
todo teu corpo fera luminofo- 34.
23 Porem fe teu olho for malino, todo teu corpo ferá tenebrofo.
Afli que fe a luz que em ty ha, trevas faó 5 quantas as [mefinas} tre-
vas feraõ.
24 n Ninguém pode fervir a dous fenhores: pois ou hade aborrecer
a o hum, e amar a o outro j ou fe hade chegar a o hum, edefprezar 13.
a o outro. Naó podeis fervir a Deus e a * Mammon. * quer di-
iq 0 Portanto vos digo, naó eftejaes folicitos por voflá vida, que zer>Rique
*
aveis de comer, ou que aveis de beber j nem porvoflò corpo, com que zas*
vos aveis de veftir. Naó he avidamais que o mantimento, e o corpo
Mqueoveftido? .
26 p Olhae para as aves do ceo, que nem femeaó, nem fegaó, nem I2.
ajuntaÓ em celleiros •, e [com tudo] voífo Pae celeflial as alimenta, pp//
Naó fois vos muyto melhores que ellas ? 1 Tim. 6:8<
27 Mas qual de vos outros poderá com [toda] fua folicitidaó acre- 1 Pedr.^:?,
centar hum covado a fua eftâtura ? P ^ 3 9*
25 E polo veftido, porque eltaesfolicitos? Atentae paraoslyrios
do campo, comocrecen: Nem travalhaó3 nemfiaó. **
B 2 W E
u O S. EU A N G EL HO
29 E digo vos, que nem ainda Salamaõ, em toda fua gloria, foy.
Vefiido como hum delles.
30 Pois, fe Deus affi vede a erva do campo, que hoje he, eáma-
nhaã felan^a no forno ; Naó vos [yefirã] muyto mais a vós, [fomevs]
de pouca fe.
31 Naóeftejaes pois foiicitos, dizendo, Que comeremos, ou que
beberemos, ou com que nos vef iremos ?
32 Porque todas eítas couías bufcao os Gentios .* que bem fabe vo.To
Pae celeítial que de todas eftas coufas neceílitaes.
yiJby. 3: 7 Masbufcae primeiro o Reyno de Deus, efuajuftiça, e todai
P D eftas coufas vos fcraõ acrecentadas.
iys^ 23^* 34 Naó cftejaes pois folicitos polo d'ámanhaã; porque á manhaa
* Ou, tcra cuidado * de fi mefrna. Balta a \_cad * ] dia feu mal.
feu.
Capitulo VIL
I Ehfina Cbrifto mais como fe ha de iufar do proximo, e reprendelo. 6 ffue nabfe dcveni
dar ascoufas Santtas aosdefprez.adores 'J ^hiefe dev? inflar n a orapaó 12 Ponofe
deve tratar com oproxino 13 Da porta eflreita e larga 15 D 0 evitar os faljos
Prophetas. 2o ffienao todos os, que exteriormente a Deusfervem, fe hao deJalvar,
aLtn.Ctu 24 E que nao fomente a palavra de Deus devemos ouvir - mas também per obra 'apor,
Ror.'? >i.i.
I Cír.4 3,5 1 a julgueis, >peraque nao fejaes julgados.
b Ivlarc 4: 2 b Porque com o juízo que julgardes, fereis julgados; e
com a medida que medirdes, vos tornaram a medir.
lax 6; jS. 3 t E porque atentas tu pera o argueiro que [efiá] no olho de teu ir-
CL'í(.6 4U
42 maó, e a trave naó enxergas que cm teu olho [eítd] ?
d Prov iS: 4 Ou como diras tu a teu irmaõ: Deixame tirar de' teu olho efte ar­
17 gueiro-, e eis aqui huãtrave em teu olho?
cProv 9-.8. 5 # Hypocrita, tira primeiro a trave de teu olho, e entam atentarás
elj: 9 em tirar o argueiro do olho de teu irmaó.
fAlatth. /> e Nam deis as coufas fan&as aos caens, nem lanceis voffas pérolas
21.22 d ante dos porcos, para que porventura com feus pees as naó pilem, e
aU rc. II;
24 virando fe, vos defpedacem.
11 9 7 Fedi, /e darvosham ; bufeae, e achareis 5 batei, e abrir ves-
IcaÕ 1413. bam.
e 16: 24 8 e Porque
lac I: s 6 a o que -bate - qualquer • ’ pede, recebe; eoquebufca, acha; e
que
, íe lhe abre.
I 3:22
9 E qual de vos he o homem , que , pedindo lhe feu filho pao.
gPm^S: Ik- dará huã pedra?
17 ao E pedindo lhe peixe, lhedara huã ferpeate?
ler zp;ix^ <1 Foi«
I
SEGUNDO S. MATTHEUS Cap. VIL ?s
11 Poisfevos, /-fendo maos, fabeis daiToas dadivas a vofiòs filhos:
quanto mais dará vofib Pae , que [ettá~\ nos ccos 3 bens a os que lhos pe­ e 8; II.
direm.
’2 t Por tanto tudo o que vós quiferdes que os homes vos façaó, fa- iLuc.6 31,
zeilho vos também afii: porque citaheaLey, c osProphetas.
12 h Enti ac pela portacílreita: porque largahea porta, e efpaciofo kLfi.c. 13:
o caminho, que levaá perdição j e muytos iam os que por elle en­ 24.
tram. l AR 14:
J4 'Porque eftreira he a porta, e apertado o caminho, que levaá 22
vida: c poucos há que o acham.
rn Deut.l J:
15 ™ Porem guardae vos dos faKos Prophetas, que vem a vos outros 3
com vellidos de oveihas, mas por dentro farn lobos arrebatadores. L,. 23:16.
1 « por feus fruitos os conhecereis. Por ventura colhemlè uvas dos . 24.
eípinheiros, ou figos dos abrolhos? 24.
*7 * Affi toda boa arvore dá bons fruitos: mas a* má arvore dá maos m. 16'17
Ro
fruitos. 5.6í
( 0!. 2: S.
18 Naó pode a boa arvore dar maos fruitos:. nem a má arvore dar I loac 41.
bons fruitos. n Malte 3 ;
19 Todaaivore que nac dabomfruito, fe corta ,efe lança no fogo. lo.
20 Afii que por leus fruitos os conhecereis. e 12:33:
21 0 Naó qualquer quemediz, Senhor, Senhor, entrara moRey- IA r. UI
’no dos ceos: mas aquelie que faz a vontade de meu Pae que Q/Z/j hi os 10.3:8. 13
ceos. * Ou cor-
22 p Muytosrnediramhiaquelle dia: Senhor, Senhor, naó pro- ritfta j ou»
phetizamosnoscmteunome?'Eem teu nome lançamos tora os De - Rodre.
monios ? E cm teu nome ficemos muvtas* Maravilhas ? 0 Matth»
23 5 E entonces claramente lhes direi: Nunca vos conheci: r A 2$ 11.
partac vos de my, obradores de maldade. Luc & 46,
24 / Por tanto qual quer que me ouve cilas palavras, e as faz , com- AR fi3 2$
1913.
paraloei ao varam prudente, que edificou lua cafafobrepenha. liom 2 13.
2 E deceo a chuva, e vieram rios, c afiopraraó ventos, * e com- lac. I; 22.
bateram aquedía cala , c naó cahio , porque eitava fundada fobre t ler 14 14
penha. t 27.
2< t Mas qualquer que me ouve eítas palavras, enaó as faz, com- Luc. 13 2Í.
paraloei a o varaó pano, que edificou lua cala febre area. * G r i ir-
tkdes.
27 E deceo a chuva, c vieram rios, eafiopraram ventos, ecom- q :c [al 6 9;
- bateram aquella caía, c cahio, c foy grande fua caiua. L»^ttc 2ç;
B 3 28 E 12.
Luc. 13-27 27 r Mattb 2$ • 41 Luc 13: 2$ > 27. '* Ou , w que obracr (iaade./Lr 17; S •
Luc. 6.-47 13 Lu. 1.2$ >u, edwawc» Ímpeto L hí vcy 27.
LAácú 1 j. 11. 2; 1 j lac.L 2p
14 O S. EUANGELHO
28 E aconteceo que , acabando Jefus eftas palavras , pasmavam
as companhas de fua doutrina.
29 Porque os enfinava como tendo autoridade , e nam como os
Efcribas.

Capitulo VIII.
I Purifica Ckrriflo a hum leprofo. $ Sara a o moço doCenturlaõ. 14 A fògra de Pedro.
16 e ainda a outros nwytos. iS Manifeji afuapobreza a humEjcriba^ que 0 queria
feguit 21 Emanda a outro quefèm dilaiçao 0figa 23 Aplaca atempeitaae no mar.
- 28 Lança a os Demonics fora de dous endemoninhados 3 e permite lhes entrarem os
porcos.
1 T7 decendoelledo monte, feguiraó o muytas companhas.
eis que vejo hum leprofo, eo dizendo, Senhor,
40. fe quiferes, bem me podes alimpar.
.Lítf.5.12. Eeftendendojefusamao, tocou o, dizendo, Quero, fé limpo: e
logo fua lepra limpo ficou.
b Luc $ :i4. 4 Entam lhe difié Jelus: Olha que a ninguém o digas: mas vae,
íLvc.i3;2 moftratc a o Sacerdote, e offereceo prefente que
* Moyfes mandou,

S VE entrando Jefus em Capernaum, veyo [a elle] o Centuriam,

dLuc.y.L 6 E dizendo, Senhor, o meu moço jazem cazaparalytico, grave­


mente atormentado.
7 EJefus lhe dific: Eu virei, e o curarei.
8 E refpondendooCenturiam, difié: Senhor, naó fou dignodc
ePfal. 107: que entres de baixo de meu telhado mas «dize fomente huã palavra,
e meu moço farará.
9 Porque também eu fou homem de baixo de poteftade, e tenho
de baixo de my foldados; edigoaefte, vae, evaej e a outro, vem,
evem; e a meu fervo, fazeiíto, e falo.
fLuc. 13: 10 E ouvindo Jefus [ifto] maravilhoufe, e difié a os que [y] fe-
29. guiam: Em verdade vos digo, que nem ainda em Iíraêl achei tan-
gMatth.ll ta fé,
43- Ir /'VI-lç prr une d icrr» miA minTtno a

*22:13. o Reyno d’os Ceos.


0 24:51 12 g E os filhos do Reyno feram lançados nas trevas exteriores: ali
Luc 13:28. fera o pranto , e o ranger de dentes.
13 En-
SEGUNDO S. MATTHEUS. Cap. VIII. rç
i; Entonces difle Jefus a o Centuriam: Vae, c affi como creílc, te

,E tocoulhe a maó, e a febre a deixou : e levantoufe , e fer- ’


via os.
16 Ecomojafoytarde, trouxeraó lhe muytos endemoninhados, e
iançoulhes fora osElyiritos {malmos} com a palavra, e curou a todos
os que mal fe achavao.
17 Pera que fe cumprifle o que efiava dito pelo Propheta Ifayas,
que difié: k Elle tomou [fibrefij nofias enfermidades, e levou {nojjaJ k lfay.
doenças 1 Pea'r, 2t
iS Ri muytas companhas a o redor
pafiafiém da outra banda.
19 /EchegandofehumEfcribaaelle,difiélhe: Meftre, aonde quer lUic.y^s
que fores te íéguirei.
20 E Jefus lhe dific: As rapofas tem covis, e as aves do ceo ninhos:
mas o Filho do homem naó tem aonde encofte a cabeca.
lhe Senhor, permite me que
vaprimeiro e enterre a meu Pae.
*2. Porem Jefus lhe difié : Segueme tu, e w deixa a os mortos en- wl Tim. ç;
tçrrar feus mortos. - C.
23 « E entrando elle no barco, feusDifcipulosofeguiram.
24 E eis que fe levantou huã taó grande tormentanomar, que o 3S-
Li/c §; izf
2$ E chegando feus Difcipulos, o acordaram, dizendo, Senhor
íàlvanos, que nos perdemos ?
*6 E elle lhes difié: Porque temeis {homens} de poucafe? * Enton-
ccs, levantandofe, reprcndeuaosventos, eaomarj e ouve grande
bonança. Ijay 51:1®.
que até os ventos e o mar lhe obedecem !
. 28 p Ecomopafioud’a outra banda, á provincia dos Gergefenos, pMarc.5:1
vieraó lhe a o encontro dous endemoninhados , que fahiaó dos íe- Luc 8:2®.
pulcros , taó ferozes , que ninguém podia pafiàr por aquelle ca-
aiinho.,
29 E eis que clamaraó, dizendo, Que temos com tigo, Jefus Filho
de Deus ? Viefte aqui a nos atormentar antes de tempo ?
30 «EeíUva huã *manadademuytosporco$ longe d’ellespaccndo. * Ou,wrz
jrf O S. EUANGELHO
31 E os Diabos lhe rogaraó, dizendo, Se nos lançares fora, permi
*
tenos que entremos naqella manada de porcos.
^•Ediílelhes :Ide. Efaindoelles, entraram na manada dos porcos:
e eis que toda aquella manada de porcos fe precipitou no mar, e mor­
rerão ’n as aguas.
33 Eosporqueiros fugiraó5 evindo á cidade, denunciarão todas
coutas, eo que [acontecera] aos endemoninhados.
34 E eis que toda aquella cidade fahio a o encontro ajefus, e vendo
16i 0 ? rogaraó quefe retiraífe de leus termos.
32.
Capitulo IX.
I Sarando Cbrifto a bum paralytico, mojlra que tem poder pera perdoar os pecados.
9 Chama a Matt betes , ecome tom os pttblicaaoc. í? Defende feus difcipulos de que
naò jejumavaà. 20 Cura a huàtnulioer de hum fluxo dè Jangue. 23 Refujcitaa filioa
de humCenturiad. 27 Davijla a dous cegos. 32 Lança fora a hum Demonio mudo.
35 Vrega, e /ara a mv.itos enfermos. 3 6 E ex horta a pedir obreiros para aJega.

1 T? entrando no barco, paífoud’a outra banda, e veyo â íuacida-


a Marc.z.^ de. a E eis que lhe trouxeram hum paralytico deitado emhuã
lac 5 18. cama.
sLt 9 3 3- 2 Evendo jefusfuafèd’elles, difle a o paralytico: Tem bom ani­
mo, filho, teus pecados te íam perdoados.
^^'325- 3 E eis que alguns dos Efcribas diziaó entre fi: b Efle blafiema.
Ijap. 43 »-5
4 E vendo Jefus feus peníamentos, difiè: Porque penfaesmalem
voíTos corações ?
I 5 Porque qual he mais fácil, dizer, [iwj pecados te íam perdoa­
dos? Olidizer, Levantate, eanda?
6 Hora pera que íaebaes que o Filho do homem tem autoridade
’n a terra pera perdoar os pecados, (difle-entonces a o paralytico; Le­
vantate , toma tua cama, e vae te para tua caía.
7 E levantando íè, foife pera fua caía.
S E vendo as companhas [ifio~] maravilhara© fe , c glorificarão
á Deus, que tal autoridade tivefle dado aos homens.
c Marc •
9 < E paflando Jelusd’ali, vioahum hornen aflentado na alfande-
> chamado Mattheus5 e diflelhe: Segueme. Eievantandoieelle,
to. 5:27. fe 2
.eguio o.
*Ou,/ifei- 10 £ acq1Itcceo que^cllando Jefus affentado á cm cafa [de
ros^ouren- ddattkeus] eis que vicraó muytos publicanos epecadores, efeaflèn-
detros. taraõjuntamenteá [mefa~\ com Jefus, e feus Difcipulos.
n E
SEGUNDO S. MATTHEUS. Cap. IX. 27
11 E vendo |V<] os Pharifeos, difieram a feus Difcipulos : Por­
que come volTo Meílre com os Publicanos, e pecadores.
12 Porem ouvindo [>] Jefus, difielhes : Os que eftao faÓs nao
neceflitaõ de medico, fenaõ os que eftaõ doentes.
D Mas ide, eaprendei, que coufa he : d Aíilericordiaquero, ç, dHof\6'.6l
nao facrificio. e Porque eu naó vim a chamar iuftos, fenaõ pecado- Afz^-,6:8-
res â converfaõ. ‘ J r Matth.izx
14 J Entonces vieram aelle osDifcipulosdeJoaó, dizendo, Por-e^ 2*
que nos e os Phanleos jejumamos muytas vezes, e teus Difcipulos 17. ’ *
naõjejumam? 2^5:32.
15 E Jefus lhes dific: Por ventura podem g os * que eftao de bo- e D: Io-
das andar triftes, em quanto o efpofo com elles eflá? Masdiasviram, *
quando o efpofo lhes for tirado, e entonces jejumaram. ' jMarc.i'.
ió Também ninguém deita remendo de pano novo em vefti- Lí*
do velho: porque o tal remendo rafga o veftido, e fazfe peyor ro- rzCor ir
tura. r 2. ’ *
17 k Nem deitam o vinho novo em odres velhos, d’outra maneira * Gr. F/-
os odres fe rompem, e o vinho fe derrama, e os odres fe danam: lkosdethA~
mas. deitam o vinho novo em odres novos, e ambos juntamente fê
confervaõ. to Mane. 2.
18 Dizendo lhes elle eftas coufas,^ i eis que veyo hum Principal, iMarc. ç:
e adorou o, dizendo, Alinha filha faleceo ainda agora : mas vem, 22.
e poem tua maó lobre ella, e vivirá. Luc. 8:48.;
19 D levantandoíe Jefus, feguiao, [/7/éQ e feus Difcipulos. iç:
20 a (E eis que huã mulher enfermadehumfluxo defangue, doze v2?.
annosavia, vindo a elle por de tras, tocou a borda de feu veitido.
2 porque dizia entre fi: fe eu tam fomente tocar leu veitido, fi- iMarc.y.
carei laã.
22 Evirandofe Jefus, e vendo a, difié: /Tem bom animo, filha, Lw-S-'4S.
tua fé te falvou. Edefdamefma hora ficou a mulher faá.) m
25 m E vindo Jelus a caíad’aquelle Principal, e vendo os gayteiros, r 3S-
e a companha * que fazia alvoroço: *Ou JrJ’
24 Difielhes: Retiraevos, porque a menina nao eftá merta 3
» dorme. E riamfe delle. nioaoii:
2) E como a companha foy lançada fora, entrou , e pegou lhe
pela maó, e a menina le levantou.
26 E fahio ella fama por toda aquella terra.
27 E paliando Jefus d'ali, feguiram o duos cegos clamando , e
dizendo, Tem compaixaõdenos, filho de David.
C xs E
l8 o S. EUANGELHO
28 E como veyo a cala, vieraó os cegos a elle. Ediflelhesjefus:
Credes vos que po(To fazer ifto? Differaólheelles: Si Senhor.
25 Entonces lhes tocou os olhos, dizendo, Conforme a voíla fé fe
vos faça.
o Matth. 30 Eos olhosfelhesabriraó. 0 E Jefus os ameaçou, dizendo, O-
12: 16. lhae que ninguém o faeba.
Luc. $• 14.
p Matth.7. 31 ? Mas íaidos elles divulgaraõ fua fama por toda aquella terra.
3<$. 32, q Efaindoelles, eis que lhe trouxeraõ hum homen mudo [<?]
q Matth. endemoninhado.
12: 22. 3? E como o Diabo foy lançado fora, fallouomudo: E as com­
Luc II: 14 panhas femaravilharaó, dizendo, Nunca tal fevio em Ifraêl.
r Mittb. *
34 Mas os Pharifeos diziam: ? PeioPrincepe dos Demonios lança
12: 24.
Marc. 3.21 fora a os Demonios.
Lz/c.II:l$. 3? / E Jefus rodeava por todas as cidades ealdeas, eníinandoem fuas
[Marc 6 6 Svnagogas, e pregando o Euangelho doReyno, e curando toda en­
Luc Ij 22, fermidade, e todo mal entre o povo.
t Marc. 6: 36 r E vendo as companhas, moveofe â intima compaixaõ delias,
34- . porque andavaõdefgarradas, ederramadas, « como ovelhas que naõ
« ler. 2J:I
E ech 34'2 tem paftor.
xL.vf.io.-2. 3'7 Entonces dife 2 feus Difcipulos: xGrande he em verdade a fc-
Ioao 4'35 ga, porem poucos os obreiros.
jirbesi: {s- \ " Por tanto rogae a o Senhor da fega, que
* empuxe obreiros á
I. fua fega.
90u)/aíiCe.
Capitulo X.
I Da Chriflo poder a feus Mpoflolos pera Fazer milagres. 2 Seus nomes» Ç Manda os a
pregar 0 Euangelho entre 0 povo de Ifraêl. 8 Enfina os como 'n efle minifferiofe aviao
de aver. 16 Qup trabalhos lhesfucederiao , e comque nifiofe aviao de confolar' 3 2 Que
ga ’ardao alcançarao ofque confiantemente 0 confcffarem. 40 e para comfeusfervos be­
nignos fe moftrarem.
a Marc 3: 1 E c^aman<^° a a í* eus doze Difcipulos, deu lhes poder fobre
*3- os efpiritos immundos, pera fora os lançarem, e toda enfer­
Luc ó: 13. midade e todo mal curarem.
1 Hora os nomes dos doze Apoftolos, faóeftes: O primeiro, Si-
maõ, dito Pedro, e Andrcfeu irmaõ: Jacoboo [filho] doZebedeo,
e Joaõ feu irmaõ.
3 PhilippeeBartholomeu: Thome, e Mattheuso publicano: Ja­
cobo o [filho] de Alpheo: eLebbeo, porfobrenomeThaddeo.
4 Si-
SEGUNDO S. MATTHEUS. Cap. X. 19
4 SimaóCananita, ejudaslfcariota, o
meímo
* que o entregou. *também Ou ) que
o
5 A eftes doze enviou Jefus, e lhes mandou, dizendo, Pelo ca­ entregou»
minho das Gentes naó ireis, nem em cidade \_alguã~\ de Samaritanos bAft J '.zG.
entrareis. e 26,46
6 b Mas ide antes as ovelhas perdidas da caía. delfrael. c Luc, ?: 2.
7 Eindo, cprégae, dizendo, Chegado he o Reyno dos ceos. dLuc. lo:$
8 d Curae a os infermos , alimpae a os leprofos, refufcitae a os eAít.% l8
20.
mortos, lançae foraaosDemonios, e de graça recebefles, daeode fMarc,6\%.
graça Luc} 4: 3.
9 ,f Naó pofluaes ouro, nem prata, nem [dinheiro de~] cobre em vof- e22\ 35.
ías -f cintas. f Ou , bol-
10 Nem alforges pera o caminho , nem duas túnicas, nem al-Al­
parcas , 1nem bordam 3 g porque digno he o obreiro de íèu ali- I3‘
mento. Deut, 24:
11 E em qualquer cidade, ou aldea, que entrardes , informae- 14.
vos de quem ’neila feja digno, e ficae ali até que íayaes. f 25 ♦ 4»
12 E quando entrardes em [akid ] caía foudae a. Lvg 10:7.
13 E fe a cafa for digna , venha íbbre ella voíla paz: porem fe 1 9- 4>>
digna naó for, torna fe voílapaz a vos outros. 14.
I Tzw.S.-lS
14 * E qualquer que vos naó receber, nem voíTas palavras ouvir, ’ Marc, 6 »
fâindo daquella caía, ou cidade, k facudi o pó de voíTos pés. 10.
1 $ / Em verdade vos digo, que mais toleravelmente feraõ [tratados] Lue. 9:4.
os da terra de Sodoma e Gomorrha no dia do juizo, do que aaquel- e 10: 8.
la cidacK i Marc. 6t
m Vedes aqui eu vos envio como a ovelhas em meyo dos lobos: 11.
por tanto fede prudentes como íerpentes, e fimples como pombas. kAã. iz/r. 9: ç.
13:
17 Porem guardaevos dos homens: «porque em Concílios vos
entregaram, e em fuas Synagogas vos açoutaraó.
18 0 E até ante Preíidentes e Revs fereis levados por caufademy,
para que a elks, e a os Gentios lhes coníte. Luc.io.iz»
19 ? Mas quando vos entregarem, naó eftéjaes folicitos de como, j
ou que aveis de fallar: porque naquellamelma hora vos lera dado o
que aveis de fallar. zJc.21%2
20 Porque naó fois vos os que fallaes, mas o Efpirito de voífo pae, ícaoi 520.
que em vos falia. e 16: 2.
21 7 E o irmaó entregará a morte a o irmaó, e o pae a o filho: Mpoc, 2:10
e os filhos fc levantaraÓ conta os paes, e os mataráó. fí ^^24.1.
22 E de todos fereis aborrecidos por’cauía de meu nome: r mas .
C i aquellekr1 3
Ltic. 12: II. ê-21:14. qMich. 7»2,^. Luc, 21; 15. rMatthl4.l}. Marc. Ij: 13• Luc.zi-.I9»
Apoc.l. io. t lo *
10 OS. EUANGELHO
aquelle que pefeverar ate o fim, eflé fera falvo.
(Matth i: 23 / Afli que quando vos perleguircm ’n cila cidade , fugi pera a
13 ey. 12 outra:: porque em verdade vos digo, _ que naó acabareis [de correr] as
cidades de Iíraèl, quenaõvcnhao Pilho do homem.
r 9:25 24 f Naõ he o dífcipulo mais que o meítre, nem o fervo mais que
e 14: 6 feu fenhor.
t Lr.6 40 25 Baflelhe a o difcipulo fer como feu meílre, e a o fervo como
i'). feu fenhor : « Se a o pae de familias chamaraõ Beelzebul , quanto
€ i5;20 mais a feus domeílicos ?
U Mattb 9. 26 x Afli que naõ os temaes: y porque nada ha encuberto, quefe
34-
e 12-24 naõ aja de deícubrir e [nada] ocuito, quefe naõ aja de íaber.
APrr J:22- 27 O . que vos digo em trevas , dizei o em luz: e o que ouvirdes a
Lw 11:1 s< o ouvido, pregae o fobre os telhados.
1<mS-4S. -~E naõ temaes a os que mataó o corpo, e naõ podem matar
xlf^y 8:12 a- alma:....... : temei antes áquelle que afli a alma como o corpo, no infer­
ler 1 S. no defrruir pode.
y lob 12:22
Marc 4 22 29 Naõ fe vendem dous paflàrinhos por hum ceitil? Enem hum
Luc. S: 17 dclles cairá em terra fem voífo pae.
e 12- 2. 3° a E até os cabellos de voflá cabeça todos contados eflaõ.
z ler.I; S. Naõ temaes pois : mais valeis vos que muytos paflàrinhos.
Lz/o 12:4. Por tanto qualquer que me confeflàr diante dos homens, tam-
a iSaw.14: 5 em eu o confeflarei diante de meu Pae que [efiá] ’n os ceos.
4$. 33 Porem qualquer que me negar diante dos homens , também
b Marc. 8:
3S. eu o negarei diante de meu Pae que eftá ’nos ceos.
Luc 9:26: 34 c Naõ cuideis que vim a meter paz ’na terra 5 naõ vim a meter
e 12: 8 paz, fenaõ cutelo.
2 Tim.ZAl d Porque eu vim a pôr em diflenfaõ a o homen contra feupae,
cLuc 12:51 e á filha contra fua maé; e á nora contra fua fogra.
d Mich y\6
ePÍ\i:lo, 36 e E os inimigos do homem, feus domeílicos \jeraõ ]
é>55;13. 37 f Quem ama pae, ou maé, mais que a my , naõ he digno de
loao 13:IS my 5 e quem ama filho, ou filha, maisqueamy, naó he digno de my.
fLuc. 14: 38 g E quem naõ toma fua cruz, e fegue a pos my, naõhedigno
2^. de my. °
g Matth. h Quem achar fua * vida perdclaha 5 c quem perder fua vida,
Ii^: 24. por39caufa de my, achalaha.
Marc. S34
Luc 9:23. 40 z Quem a vos recebe, a my me recebe j e quem a my me re­
e 14:27 cebe, recebe a aquelle que me enviou.
h \]atth. 41 k Quem recebe Propheta em nome de Propheta , galardaõ de
16: 2.
Pro-
2^f7-4S CI7:n‘ ÍMOI2-:i5- ÍL«r. 10.16 Ioaí ly.zo. klRej.iy,
SEGUNDO S. MATTHEUS Cap.XL 2Í
Propheta receberá , e quem recebe juílo em nome de juílo, gaíardaó
de juílo receberá '
42 ^E qualquer que Comente der hum púcaro de [agoa] fria a hum 1d- 'at th.
deílcs pequenos em nome de Difcipulo , em verdade vos digo que •lo.
em maneira nenhuâ naó perdera feu gaíardaó. N1-7Í 9:41.
líebr.ó.lo.
Capitulo XI.
I ~E dando foaò Daptifla na prifao > vianda dous difcipulos aChrifio, 4 A os quaes
Chrifco por Jitas obras e doutrina prova> que elle he 0 Mefjias prometido. 7 Da
a 0 povo > hum excellente teílemunho de Joao e feu officio. 16 A os Judeos deita
em rojtofua dureva. 20 Polo que também a as cidades de Chorazim Bethjaida ,
e Capernaum com grandes ca [figos ameaça. 25 em contrario opeem a boa von­
tade de feu Pae em enfinar a os pequenos. 28 Convida a fi a todos os canjados pe­
cadores j e alivio lhes promete.
1 "p fucedeo que acabando Jefus de dar mandamentos a feus doze
Difcipulos, le foy d’ali a eníinar e a pregar em luas cidades d’
elles.
2 a. E ouvindo Joaó na prifaó as obras de Chrirto, mandou [Z/Vj a a E^. t.tS
dous de feus Difcipulos.
(
I
3 Dizcndolhe, Es tu aquelle que avia de vir, ou eíperamos a outro ?
4 E refpondendo Jefus, diífelhes: Idec tornaea denunciara Joaó
as couíasque ouvis, evedes:
5 l> Os cegos veem, e os mancos andam : os leprofos faólimpos,e 'b IJay 29:
iS.
os furdos ouvem: os mortos faõ rcfulcitados, e a os pobres he de nun- f 35:S.
ciado o Euangelho. e 61: I
6 E bemaventurado he aquelle que cm mv fe naó efeandalizar. Luc 4 IS.
7 c E idos elles , começou Jelus a dizer de Joaó a as companhas: c LaíC.j.H.
Que faiíles a ver a o deíerto ? Huã cana que fe abala com o vento ?
8 Mas que Cai lies a ver? Hum homem vertido com vertidos bran­
dos? Vedes aqui que os que trazem [vertidos} brandos, nas caías dos
Reys eilaó.
9 Mas que íaiíles a ver? Propheta ? Também vos digo, emuyto
mais que Propheta. p
10 porque elle he aqulle, de quem cila eferito: ^Eis que diante
de tua face envio a meu Anjo , que aparelhará teu caminho diante 1.
de ty. Marc I;2,
11 Em verdade vos digo , que d’entre os de mulheres nacidos, Luc. J. 27.
s outro} fc naó levantou mayor que Joam o Baptiíla : mas aquelle
C 3 que
OS. EUANGELHO
que em o Reynodos ceos hc o menor, mayor he que elle.
E desdos dias de Joam o Bantifia atéjigora, fe faz força a o
Reyno d’os ceos e os violentos o arrebataõ.
13 Porque todos os Prophetas , e a Ley, ate Joaó propheti *
záraõ.
iv E f fe H quereis receber, efte he [b] Elias que avia de vir.
Lus 1:17. Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.
gLuc. 7'31 ió Mas com quem compararei cita geraçaõ ? g Semelhante he a
os meninos que le alfentao ’nas praças , e chamam a íeus compa *
/5 Mattb 3: nheiros,>
4’ T7 E dizem: Tangemos vos com gayta, e naõ balhaftes: canta­
Mítrt 1:6. mos vos iamentaçoens, e naõ pranteafies.
* 18 t Porque veyo Joaõ, que naõ comia, nem bebia, e dizem De-
dor de vin­ monio tem.
ho
19 Veyo o filho de homem, que come e bebe, edizem : Vedes
íLm 10:13 aqui hum homem comilaõ, * e bebarram, amigo de publica.ios e
pecadores: Mas a fabedoria foy juftificada de feus filhos.
i 2 Sam 13 20 r Entonces começou elle a deitar em rofio a as cidadesem que
19
2Rej6- 30 as mais de fuas maravilhas fe fizeraõ, que naõ fe tinhaõ arrependido j
e I9‘. I. [dizendo].
IMattb 10 21 Ay de ty Chorazin, ay de ty Bethfaida: porque fe em Tyro e
em Sidon foraõ feitas as maravilhas que em vos fe fizeraõ, muytoha
m Matth que h fc ouveraõ arrependido com faco e com cinza.
lo- 1$. 22 ’ Porem eu vos digo, que mais tolcravclmente feraõ [tratados]
nL:c io-
21. os de Tyro e Sidon, em odiado juizo, do que a vos outros.
0 I06 $ 12 2-3 E tu Capernaum, que até os ceos cftas levantada, ate os infer-
_ c---- . _ .. ■ J _ :_ porque
l/ayi<) 14 nos feras abatida _____ r fc_ em os de Sodoma_ foraõ
r feitas asmara-
-L./rioii viihas que em ty fe fizeraõ, até o dia de hoje permaneceram.
I O;'1:19. H Porem eu vos digo, ™ que mais tolerável fera [3 castigo] a os dc
el: 7,8.
* Ou , foy Sodoma, cm o dia de juizo, do que a ty.
aceito dian­ 25 » Naquelle tempo, rcfpondendo Jefus, difie: Graças te dou,
te de t y, Pae, Senhor do ceo e da terra, 0 que efcondefteefias coufasaosfa-
p Matth. bios e entendidos, eas revelafte a os meninos.
28: iS Alli he o Pae , porque afli * foy [tua] boa vontade diante de
I>'!C io 12 ty.
loao 3:3$
loa ’ I [ 8 27 p Todas as coufas me efiam entregues de meu Pae: 7 e ninguém
c 6: .j.6 conhece a o F1L10, fenaõoPae; nem ninguém conhece a o Pae,
* Ou , a/e- fenaõ o Filho, e a quem o Filho o quifer revelar.
viarei. 28 Vinde a my todos os que eftaes canfados, e carregados, e eu
vos * farex defcaafar. 29 To-
SEGUNDO S. MATTHEUS. Cap. XII.
19 Tomaefobre vos meu jugo, e aprendei de my , quefourman- >'Pf^4K
ío e humilde de coraçaoj / e achai eis deícanío para vo/Tas almas. 5»
;o t Porque o meu jugo he brando, e leve a minha carua ^Jer I<$;
‘ t iloai 5:3
' Capitulo XII.
t EfcufaChrifto afeus udpofolos Çor em falado andarem arrancando efpigas. 9 Sara a
_ hum homem de hua maojeca emfabado, efufienta fer licito favelo aft14 DesNa í'e
das ciladas dos Rkarifeas e cura toda farte de enfermidades. 16 "o que prcl:ibe 0
naõ defcolrir. pera afi a prophetia de Ifayas cumprir. 21 Lança hm demcnio
fora de hum ce^o e mudo , e refuta a blasfémia dos Yharifeos. 31 Tala do pe~
cado contra 0 Efpirito Janhio. $6 E da conta que 0 homem ba de dar de toda Pa­
lavra ouciofa 3 8 Nao dá a os Pharifeos outro final fenaõ 0 de fonas. 41 O~
poem a fua contumácia 0 exemplo aos de Nmive e da Rainha do Sul. 43 En—
fina pela parabola dos Efpiritos immundos qae lançados fora , e entrar tornao
-a0 > ° a Devi. 2 j:
que a elles lhes Jacederia. 46 JE quem Jeu verdadeiro irmão, irmaa emaèjeqa. 0$.
Marc.2\z 3.
1 aquelle tempo hia Jelus porhuns * paens em Sabbado: efeus Luct-V'
4 Difcipulos aviaõ fome, e começai aõ a arrancar eípigas , e a * Ou,
comer. meados.
1 E vendo os Pharifeos , difleraõ lhe : Ves ahi teus Difci b Exod. 20.
pulos íàzem o que naó he licito fazer em Sabbado. Io
3 Porem elle lhes di're: Naó tendes lido o que fezDavid quando c I6Sam.Zl'.
teve fome, elle e os que com elle [efiav.io?] dErod 29:
4 Como entrou r.a cafa de Deus , e comeu c os paens da propo- 33-
fçaô , quca elle lhe naó^era licito comer, nem tam pouco aos que Lev. 24:9.
com elle [ejlavab,\ Henaõ ló a os Sacerdotes? e Num. 28’
5 e Ou naó tend es lido na Ley, que "n os Sabbados, em o Tem nlo
profanaõ
_ r os C.,
r_______ C«kk.,.n e„ fam
Sacerdotes o„ Sabbado, r,... inculpáveis?
•___ • 1 ? f 1 Chron 6
6 Pois eu vos digo, que fmayor que o Templo ellá aqui. 1S.
gHcf6;6.
7 Mas fe vos foubereis que coufahé, ^Milericordiaquero, enaõ ó.-S,
facrificio j nao condenaríeis a os inocentes. Matth 9;
8 h Porque atè do Sabbado he o Filho do homem Senhor. J3-
9 i E partindofe d’ali, veyoa fua fynagoga d’clles. /23 23-
ío E eis que avia ali hum homem que "tinha huã maõ feca : c Ma, c. 2* h
28.
perguntarão lhe, dizendo, k He também licito curar em Sabbados? Lu:, 6:
(pera o acufarem). iMarc 3 ;x.
n E elle lhes dií?e: Que homem de vos outros averá, que tenha Luc, 6:6.
huã ovelha. e Te a tal cair em huã cava em Sabbados, naó lance maõ k 1 uc 143.
delia, e a levante? I Exgg.. 23;
ii ™ Pois quanto mais vai hum homem, quehuãovelha? AíE que z 4>
licito he lazer bem em Sabbados. 4.»
' 22’7^
M O S. EUANGELHO
13 Entonces difle a aquelle homen : Eftende tua maõ 3 c elle a
nMarc.y.6s cften(jeo fovlhe reftituida fitam como a outra.
loaõS'. iS. 14 n E’?faidos’ 7 os Pharifeos, tiveram confelho contra elle de como
e lo: 39.
r 11:53. o matariaõ.
9 Mm. 10: 1$ Mas labendo Jefus, 0 retiroufed’ali: e feguiraó o muytas
23. companhas, e a todos os curou.
*
p Matth.9 16 p E ameaçava que o naó manifeflaflem.
i3- 17 Peraquc le cumprille o que ellava dito pelo' Propheta Ifayas,
Luc. $■ 14.’ que difle:
tjlfay
Klaitb42:1.• lS Vedes aqui meu fervo a quem efeolhi, meu amado em quem
j7 ? minha alma fe agrada: Sobre elle porei meu Elpirito, e a as Gentes
e denunciará juizo.
Mm 1.11 Naõ contenderá, nem clamará : nem ninguém fua voz pelas
Cd 1:13. ruas ouvirá.
2 Pea.i-.iy. 20 A cana trilhada naõ quebrantará, e o pavio que fumea naõ
apagará, até que a o juizo tire em vitoria.
21 E em feu Nome efperaraõ as Gentes.
t Matth.9: 22 r Entonces lhe trouxeraõ hum endemoninhado, cego, e mudo:
e mane^ra 0 curoLG flue o cego e mudo fallava e via.
flaaòvzt 2% E todas as companhas pafmavam , e diziaõ : / Naõ he eíte o
' Filho de David?
Mas ouvido os Pharifeos [//?<?’], diziaõ: t Efte naõ lança forá
Mm 3:22OS Demonios, fenaõ por Beelzebul, Princepe dos Demonios.
Lwc.imç. Porem entendendo Jefus feus peníamentos , diflèlhes : Todo
Reyno contra fi mefrno divifo, heaflolado: e toda cidade , ou ca-
fa, divifa contra íi mefma, naõ fubíiítirá.
o
Ele Satanás lança fora a Satanás, contra fi mefrno cítá divifo:
como fubíiftirá logo leu reyno?
27 E fe eu por Beelzebul lanço fora a os Demonios, porquemos
lançaõ logo voflòs filhos? Portanto elles ièraõ voflòs juizes.
2,3 Mas fe eu pelo Elpirito de Deus lanço fora a òs Demonios,
chegado he logo avos outros o Reyno de Deus.
•Ou,te«f*
*Ou, fau r’ ?U C0r10 P.odealguSm entrar enl un caía
l.j.l d
u ’° vaiente, ee faquear
<j valente, laquear
fua caft ’ 6 P‘ imeiro nao amarrar a 0 valente; e entonces faqueará
3° Quem comigo naõ he , he contra my : e quem comigo naõ
ti Marc. 3; apanha, derrama. °
28. 31 " I ortantoeu vos digo: Todopecado e blafphemia^e perdoará
Luc.12:10.a os homens >'•5 mas a blaíphemia contra o Elpirito naó íe perdoará a
I loao 5.16 os homens. 31
SEGUNDO S. MATTHEUS. Cap. XII.
31 x E qualquer que fallar palavra [4^] contra o Filho do homen,
fer lhe haperdoado: v mas qualquer que fallar contra o Efpirito Sanâzo, y ^u'm j
naó lhe ferá perdoado, nem neftefeculo, nem no vindouro. 30.’
33 z Ou fazei a arvore boa, e feu fruito bom 5 ou fazei a arvore má, 1 loaõ 5:i6
e feu fruito mao: porque pelo fruito fe conhece a arvore. ~ Matth.y.
34 & Raça de biboras, como rodeis vos boas coufas fallar, fendo lS*
maos? b Porque dá abundancia d’o coraçaó falia a boca. aMatth.y.
3 5” O bom homem tira boas coufas d o bom theíourode [_fèu~] co- ^0.
raçaó, e o mao homen do mao thefouro tira más coufas. 11/
36 Mas eu vos digo, c Quede toda palavra ouciofa que os homens Luc.6\ 4$.
fallarem, d’elladaraó conta d em o dia do juizo. cEph.s-4-
37 ? Porque por tuas palavras feras juftificado, e por tuas palavras
feras condenado.
3 8 f Entonces refpondérao huns d’os Efcribas e d’os Pharifeos, di- e 1’
zendo, Meftre, quiferamos ver de ti algum final. fMatt. 16;
39 Mas elle refpondeo,e difielhes: A má geraçaó eadulterina pede 1:
final: mas final fe lhe nao dará,fenaó o finalde Jonas o Propheta. MarcS-.n.
40 g Porque como Jonas efteve tres dias e tres noites’no ventre Luc- 11-2 9-
da balea:
~ afii eftaráo Filho do homem tres dias e tres noites’noco- £1077. Kl?,
racao da terra. 6 c„1 TIo. 1
41 AOs^de Ninive fe levantaraõ em juizocom eftageraçaó, ea hLuc. 11:
condenaraó: porque i com aprégaçaó deJonas fe arrependerão. E eis 32.
quemais que Jonas efta aqui. Hox. 3:7.
42- k A Rainha do Auftro fe levantará cm juizo com efia geraçaó,
e a condenará j porque veyo dos fins da terra a ouvir a fabedoria de Sa- .
lamaõ. E eis que mais que Salamaõ eftá aqui. *.
Lwr.irzi
43 l Quando porem o efpirito immundo fe tem faido do homem, iluc. u; *
anda por lugares fecos bufeando repoufo, e naó o acha. 24.
44 Entonces diz: Tornarmehei a minhacafadondeíahi. Evindo, * fEi, tw-
acha a * desocupada, * barrida, cadornada.
4 5 Entonces vae,e toma com figo outros fete efpiritos * peyorcs que , 5 eoni
elle 5 w e entrados, moraõ ali: e faõ as coufas derradeiras do tal homé bJ-r^da
peyores que as primeiras. Affi acontecerá também a efta má geraçaó. * qu, mais
46 « E fallando elle ainda a as companhas, eis que eftavaõ fua maé malmos.
e feus irmaõs fora, que procuravaó fallar lhe. mELebr.6:
47 E difièlhe hum: Ves ali eftao fora tua maé, e teus irmaõs, que
procuraõ fallar te. e Io;2^*
45 Porem refpondendoelle, difleaoque iftolhe dizia: Quem he
minha maé? E que-fito meus irmaõs?
D 49 EU.8:29/
O S. EUANGELHO
oloao 1$: 49 E eftendendo fua maõ fobrê feus Difcipulos , difle: Vedes [aqui]
14- minha maé, e meus irmaós. _
2 Cõr. ç :l6, 50 0 Porque qualquer que fizer a vontade de meu Pae que [efá]
Gal. 5 • (V. nos ceos, efle he meu irmaõ, eirmaa, e maé.
e 6:15.
Gol. j: 11.
Capitulo XIII.
1 Propoem Chriflo a feus ouvintes diverfas parabolas, das quaes apremeira he a d»
Semeador, cuja fimente em diverfos lugares cae. lo Declara a feusdifctpulos ara
*
zao porque per parabolasfala. iS dcclarà a fobre dita parabola a feus difcipulos,
24 £ acrecenta a parabola da zàzania entre 0 trigo. 31 A do grao da mofarda, >
33 E a do formento. 3 í Declara aparabola da z>iz,ania. 44 £ acrecenta apa­
rabola do thefouro efcondido. 4$ M do mercador que bufca boas pérolas. 47 A da
rede. 52 E a do Efcriba que de /eu thefouro tira coufas novas e coufas velhas. 54
Torna fe a fua Patria, aonde naohe muy efimado.
a Marc 4:1. I a Saindo Jefus de cafa aquelle dia, aflentou fe junto a o mar;
Luc. 81 4jÇ • 2 E chegaraõ fe a elle tantas companhas, que b entrando
b Luc. 5:3, em hum barco, fe aflentou [vede]-, e toda a companha eftava na
praya,
*Çfa-)feme-
Ihanças j 3 E falloulhes muytas coufas por * parabolas , dizendo , Eisque
compara- o Semeador fahio a femcar.
[oens. 4 E femeando elle, cahio huã parte [dafemente] junto a o cami­
nho, e vieraõ as aves, e coméraõ a.
5 E outra [parte] cahio em pedregaès , a onde naõ tinha muyta
+ Oibjâkio terra, e logo -f- naceo, porque naõ tinha terra funda.
6 Mas faindo o foi, qucimoufe ; e porque naõ tinha raiz , fe-
coufe.
7 E outra [parte] cahio cm efpinhos , e os efpinhos crccéraõ , e
afogáraõ a.
8 E outra [parte] cahio em boa terra, e deu fruito, hum cento,
cMarc 4'1 o outro- feflenta ’, e outro trinta.
Luc. 8; 9. 9 Quem tem ouvidos pera ouvir, ouça.
d 2 Cor 3: 10 c E chegandofe a elleos Difcipulos, difleraõlhe: Porque lhes
14. falias por parabolas ?
e Marc. 11; 11 E refpondendo elle, diflelhes: d Porque a vós vos he dadofa-
2$. ber os myfterios do Reyno dos ceos, e mas a elles naõlhes hedado.
fMatth.lS 12 /Porque a quem tem, ferlhe ha dado , e terá em abundancia:
Malx.^.i^ mas -»— aa _ õ* tem, atéf aquillo que tem lhe feráe tirado.
__ _na «11 «« •
2$. 13 P01’ iíTo lhes fallo por parabolas; paraque vendo , naõ vejaõ,
Luc.8:18. e ouvindo, naõ ouçam, nemtam pouco entendam.
íipuá. I4 E
SEGUNDO S. MATTHEUS Cap. XIII. 17
E ’nellefe cumpre a prophetiadelfayas, que diz: g De ouvi- glfcyt'
do ouvireis, e naõ entendereis; e vendo, vereis , e naõ * enxer- ^larc í’12,
garèis. ^.i^uo
1$ Porque o coraçaõ defte povo eftá engroftado , e pefadamente ^^2S26»
dos ouvidos ouviraõ; e feus olhos fecharaõ: pera que por ventura j?m.u:8.
naõ vejaó d’os olhos, e ouçaõ dos ouvidos, e entendaódo coraçaõ, * Ou, aten~
€ íe arrependam e eu os cure. tareis.
16 h Mas bemaventurados voflbsolhos, porquevém; evoftosou- h Luc io:
vidos, porque ouvem. ,
’7 Porque em verdade vos digo, i que muytos Prophetas ejuftos T p
defejaraõ ver o que vos vedes,- e naõ viraõ; e ouvir o que vos iipepr.
ouvis, e naõ [*, j ouviraõ. io.
k Ouvi pois vos outros a parabola dó Semeador. kMarc. 4:
’9 Ouvindo alguém a palavra do Reyno , e naõ a entendendo, I3-
vem omalino, e arrebata o que em fèu coraçaõ íov femeado ; clie S:,ir*
ne o que toy lemeado junto a o caminho.
Porem o que foy femeado em pedregaes, efte he o que ouve a
palavra, e logo a recebe com gozo.
2 > Mas naõ tem raiz em fi mefrno, antes he temporal: e vinda a
affliçaõ, ou a perieguiçaõ pola palavra, logo fe oftende.
22 & £ o que foy lemeado em efpinhos, efte heoq'ueouveapala- mMattb»
vra, e o cuidado deite mundo , e o engano das riquezas afogam a 19.23.
palavra, e faz fe inf rudtifera. Marc. 10:
23 Mas o que foy femeado em boa terra , efte he o que ouve e £^‘g.
entende a palavra, e o que da e produz fruito, hum cento, e ou- x
tro feffenta, e outro trinta.
_24 Outra parabola lhes propôs, dizendo, O Reyno dos ceos he
femelhante a o homem, que femea boa femente em feu campo.
E dormindo os homens, veyo feu inimigo, e femeou zizania
* entre o trigo, e foy fe. * Ou, em
16 E como a erva creceo , e fruito produzio , entonces apare- mey0,
ceo também a zizania.
27 E chegandofe os fervos doPaede famílias, difteraõlhe: Senhor,
naõ femeafte tu boa femente em teu campo ? D? onde * lhe vem logo u 5 iem'
a zizania ?
18 E elle lhes diíTe : O homem inimigo fez ifto. E os fervos lhe
diíleraõ: Queres logo que vamos, e a colhamos?
29 Porem elle lhes difte: Naõ, porque colhendo a zizania, naõ
tranqueis por ventura também com ella o trigo»
D 2 30 Dei-
2S OS. EUANGELHO
30 Deix-ae os crecer ambos juntos, até a fega \ e a o tempo dá
fega direi a os fegadores : Colhei primeiro a zizania , e atae a em
nMatthi
*. *
molhos, pera a queimar : n mas o trigo ajuntae o ’no meu cellei-
oMarc 4* 1O’
° ^qC' * 31 Outra parabola lhes propos, dizendo, o O Reyno dós ceos he
L«i-a3:i8. femelhante a o graó damoftarda, que tomando o o homem, o femeou
em feu campo.
32, O qual, em verdade, he o menor de todas as fementes: mas
crecendo, he o mayor de [_todas~\ asortaliças j efazfe [tamanhafi] ar­
/»Luc. 13: vore, que'vem as aves do ceo, e fe aninham em fuas ramas.
2Oj 21. 33 Outra parabola lhesdiílè: p Semelhante he o Reyno d’os ceos
a o formento, que tomando o a mulher, o eíconde em tres medidas
de farinha, até que tudo efteja lévedado.
qMarc 4‘ 34 q Tudo ifto fallou Jefus por parabolas a as companhas , e fem
33- parabolas lhes naó faltava.
rPfal 78:2 37 Peraque fe comprifle o que foy dito peloPropheta, que difié:
r em parabolas minha boca abrirei 5 Coufas efcondidas defda funda-
çaó do mundo produzirei.
36 Jefus entonces, despedidas as companhas, foyfc pera cafa. E
chegaraófe feus difcipulos a elle, dizendo 5 Declaranos a parabola
da zizania do campo.
37 E refpondendo elle , difielhes: O que femea a boa femente, he
o Filho de homem.
35 E o campo he o mundo ; he o boa femente eftes faó o filhos
do Reyno, e a zizania faó os filhos do malino.
floel 3:13. ^9
LUt’l 3:15» ,X E I’, Io inimigo, que a femeou, he o Diabo j e a/fega he o fim do
sfyoc. 14: mundo j e os fegadores faó os Anjos.
1$. ■40 “De maneira que como a zizania he colhida , e queimada * á
*Q\ijfec°uiò f°£° > ferá ’na confumacam d’elle * mundo.
’ 41 Mandara o filho do homem a feus Anjos, vc wuk
4i colhcraó todos os
tMattb. S: efcandalosde feu Reyno, e a os que iniquidade fazem :
12. 4-- — <
E lançalosham ?no forno do fogo :'/ali feráo pranto e o ranger
«>22:13. de dentes.
4PX4.: 51. 43 « Entonces refplandeceraó os juftos, como o foi, em o Reyno
3°- de feu Pae. Quem tem ouvidos pera ouvir, ouça.
Luc. 13:2$.
u Dan 12:? ,. 44 .r_r * Item: Semelhante he o Reyno dos ceos a o thefouro efeon-
lC0r.15.-42 Q—ldo_jem campo, que achando o homem, [0] efeondeo; edo
*Ou, outro gozo delle, x vae, e vende tudo quanto tem, e compra aquelle campo.
fi . Item: Semelhante he o Reyno dos ceos a o homem tratante
txShil. 3.7. qUe bufea boas pérolas. 46 Quq
SEGUNDO S. MATTHEUS. Cap. XIV 29
46 Que achando huá pérola de grande valia, foi, e vendeo tudo
Quanto tinha, e comprou a.
47 Item: Semelhante he o Reyno dos ceos á rede lançada ’no
mar, e que de toda forte [ de peixes ] colha:
4S Que eftando cheya, pefcadorcs ] a puxaõ ápraya; e aflentã-
dofe colhem o bom em [feus ] vafos porem o roim lançaó fora.
4? Afli ferá’naconfumaçaõ dos feculosj fairaó os Anjos, depara-
raó a os maos d’entre os juftos:
$0 E lançalosham ’no forno do fogo: y ali ferá o choro, e o ranger y4*.
de dentes.
51 E di(Telhes Jefus: Entendcftcs todas eftas coufas? difleraõ lhe
clles: Si Senhor.
yz E elle lhes difle: Portanto todo EfcribadoutoemoReynodos
,ceos, he femelhante a hum Pae de famílias, que de feu thefouro coufas
novas e velhas produz.
5? z E aconteceo que acabando Jefus eftas parabolas, fe retirou d’ali. zMarcdy.i.
$4 E vindo á fua Patria, enfinava os em lua Synagoga d’elles 5 de Lw.4:i6.
tal maneira que pasmavam, ediziaõ: a D’onde [_lhe vem\ a cfteefta a^larc.6\z
Sabedoria, e eftas Maravilhas?
55 b Naõ he efte o filho do carpentciro? Enaõ fe chama fua maé
Maria? E feus irmãosJacobo eJoles, c Simaõ e Judas ?
56 E naõ eftaõ todasfuas irmãas com nofco ? D’onde [lhe vem] lo­
go a efte tudo ifto ?
57 E efeandalizavaõ fehiclle. Masjefuslhesdifle: c Naõhapro- c Marc.6:4.
pheta fem honra, fenaõ emfuapatria, eemfuacafa. 1^4:24.
$S E naõ fez ali muytas maravilhas, por caufa de fua incredulidade loa°4:44-
d’elles.

Capitulo XIV '


1 A opinião de Herodes acerca de Ckriflo. 3 Relatafe como Joao Paptijla foiprefo e
degolado d petição da filha de Herodias. 13 O milagre dos cinco paens j c dous peixes. & Marc. 6:
Vem afeus difcipulos (que 'no mar eftavaò em perigo) andandofobre as agoas 28 Co~ 14.
mo também Pedro mandandolho elle ,• porem temendo 0 vento . fe começa a affundar e 0 Luc * 9: 7.
Senhor 0J'alva. 32 Aquietando 0 Senhor atormenta he conhecido por filho de Deus. *Ou,Prin-
34 £ tornandoje a terra de Genefareth fara a muytos enfermos. cepe qua­
ternário, ou
1 tf XT aquelle tempo ouvio Herodes, o * Tetrarcha, a fama de 0<í^Psfl^
Jefus. a f“7ta
v
2 E difle a feus criados: Efte heJoamBaptifta; refucitadohedos
tnortos, e por ifto obram eftas maravilhas nelle.
3 b Por- cia*
. os. EUANGELHO
& Marc. 6: 3 & Porque Herodes prendéra a Joao, eo avia liado, c pofio na
17- prifaó, por caufa de Herodias, mulher de feu irmaó Philippe.
L’C 3:19. 4 Porque Joaó lhe dizia: * Naó te he licito tela.
cLev iS: 5 E querendo o matar, temiafe do povo, porque o tinhaó por
16.
dMnttk.li Propheta. '
16' 6 Porem celebrandofe e o dia do nacimento deHerodes, dançou
e Gen. *.40 afilha de Herodiashi omeyo, c agradou aHerodes.
20. 7 j Poloque com juramento lhe prometeo dar tudo o que pc-
M^tc 6:21 difle :
/W.I3-.3Q 8 Eella, inftru ida primeiro de fua maé, difle: Dame aqui’n hum
prato a cabeça de Joaó Baptiila.
9 E el Rey fe entrifteceo j mas polo juramento , e polos que
[cvn elle~] eílavaó mandou que fe [/he] deflè.
10 E mandou e degolou a Joaó na prifaó.
11 E foy fua cabeça trazida em hum prato, e dada á menina5 e
cila a levou a fua maé.
12. E vieram leus Difcipulos, e tomáraó o corpo , e enterráraó
03 e foraõ, e denunciáraó o a Jefus.
r Alatth. 13 g E ouvindo [r] Jefus, retiroufe d’ali em hum barco i hum
12. 1$ lugar deferto aparte 5 e ouvindo as companhas, feguiraô ò a pé
Narc 631. dás cidades.
Li'c. 910.
h lortò 6:5. ’4 b E faindo Jefus, viohua grande companha, 1 e moveofe âin­
i Mtítib. tima compaixaó d’'elles: c curou a os J d’elles \yvia ] enfermos.
3<
*. is £ E vinda ja a tarde , chegaraó fe a elle feus Difcipulos, di­
k nlarc. 6: zendo, O lugar he deferto , e o tempo he ja paflàdoj despede a as
35 companhas para que fe vaó pelas aldeas , e comprem para fi de co­
L/a. 9:12 mer.
16 Mas Jefus lhes difle: Naó tem neceflidade de feirem; daelhes
vos outros de comer.
17 Porem elles lhe difleraó: Naó temos aqui fenaó cinco paens,
e dous peixes.
iS E elle difle: Trazeim ’os aqui. '
19 E mandando a as companhas que fe afentaíTem fobre a erva,
e tomando os cinco paens, e os dous peixes, e levantando os olhos
Zl Sam. 9: a o ceo, /benzeo j e partindo os paens, deu os aos Difcipulos,
H- e os Difcipulos a as companhas:
20 E comeraó todos , e fartáraó fe. E levantáraõ do que fo-
bejou dos pedaços, doze alcofas cheas.
2’ E os que comeraó, foraó quafi cinco mil varoens , a fofa as
mulheres e os meninos. 22 m E
' SEGUNDO S. MATTHEUS. Cap. XV ?í
2i m E logo Jefus conílrangeo a entrar no barco a feus Difcipulos, m Lfarc, C:
c que foífem diante dellc pera a outra banda, entre tanto que defpe- 4F
dia as companhas. loa 0 T7-
23 n E defpedidas as companhas, fubio fó a o monte a parte a o- nMarcX
*.
rar. E vinda ja a tarde, eílavaalilo. 46.
24 E ja o barco citava ’no meyo do mar atormentado das ondas: *
tní
porque o vento era contrario.
25 Mas á quarta veia da noite dcfccndco Jefus a elles andando fo­
bre o mar.
26 E vendo o os Difcipulos andar fobre o mar, turbaraõ fe , di­
zendo, phantafmahe, e clamaraõ de medo.
27 Mas Jeíus lhes fallou logo , dizendo, * Tende bom animo, * Ou,^zr-
eu fou, naõ ajaes medo. fiae'
28 E refpondeo lhe Pedro, c difle: Senhor, feestu, manda mc
vir a ty fobre as agoas.
29 E elle difle: Vem. E, dccendoPedrodo barco, andoufobre
as agoas, pera vir a Jefus.
30 Mas vendo o vento forte, temeo e começandofc a affundar,
clamou, dizendo, Senhor, falvame.
31 E Eftendendo Jefus logo a maõ, pegou dVlle, c diflelhe : [&o_ * Ou, v*-
menf\ de pouca fé, porque * duvidalle? cillajte>out
32 E como fobiram no barco,, o vento fe aquietou. titubeafe.
33 Entonces vieraõ os que eflavaõ no barco, eadoráraõo, dizen­
do, Verdadeiramente Filho de Deuses.
34 c E paflando d'a outra banda, vieraõ á terra de Genezarcth. °^arc. 6*
37 E como os varoens d’aquelle lugar o conhecerão , mandaraó
por toda aquella terra a o redor, e trouxeraõ lhe todos os que mal
íè achavaõ.
36 E rogavaõ lhe que fomente tocaflem a borda de feu veffidoj
e todos os que tocavaõ, faravaõ.

Capitulo XV
I Defende Chrifo a os Difcipulos da acufacao dos Pharifeos e 'Efcribas > por come­
remfem fe lavarem as maos > reprende fua hypocrifa , e regeita as tradiçoens de
domes. io Enfna} que d'o efandalo tomado 3 fe nao deve fazer cajo > e que he
o que a 0 homem 'verdadeiramente contamine. 22 Livra do Demo-aio a filha de
kua mulher Cananea. ]o Efara toda enfermidade> 3 2 O milagre dosfete paens t
e hums poucos de peixes3
a a 17 ntonces fe chegáraõa Jefus [certos] EfcribasePharifeosdeJe- aLfarc.f.ii
^“Tuíalcm, dizendo, 1 Por-
OS. EUANGELHO
2- Porque teus Difcipulos trafpaflaõ a tradiçaodos anciaos? pois íe
naó lavaõ as maós quando comem pam.
3 Porem relpondendo elle, diflelhes : Porque trafpaíTaes vos tam-
, , ,bem o mandamento de Deus, por voíTa tradiçaó?
o, 4 £ Porque Deus mandou, dizendo, Honra a teu pae, e a maé:
e, ^quem mal difler a o pae, ouámáe, morrade morte. I

Ephef,6'. 2 5 Alas vos outros dizeis: Qualquer que a o pae, ouá maé difler,
c Exod. 21 * Offerta he tudo o que dc my aproveitar te puder 5 e em maneira
4

i7« nenhua a feu pae, ou a fua ma$ honrar, \_desobrigado fna'\


Lev. 20 9. 6 d E invalidaíles o mandamento de Deus por voíTa tradi-
Prov. 20;
20. çam.
*Oii) Toda 7 Hypocritas, bem Prophetizou Ifayas de vos outros, dizendo,
rninha of- 8 e Elle povo com fua boca fe achega a my , e com os beiços me
fert a a ty te honra: mas feu coraçao efta longe de my.
aprtrveyta- 9 Mas emvaómehonraó, enlinando * doétrinas [wj/man-
vá. damentos dos homens.
d Mw. 7: 10 g E chamando a companha a íi,, difielhes: Ouvi e entendei,
!?•
I Tim. 4:3. 11 /^Naõ [Ae] o que na boca entra, [VJ que a homem contamina:
iTim 3:2 mas o que da boca íae, iífo coptaminaa o homen.
elfay 29: ií EntonceschegandolefeusDifcipulos aelle, difleraõlhe: Sabes
Ib* que os Phariíeos, ouvindo efta palavra, fe efeandalizárao?
Ezecb. 33: 13 Masrelpondendoelle, difle: /Toda prantaque meu Pae celc-
Man.’ 7:6. ,z ítial naó prantou’, ferá deíarraigada.
r„ & ,
* Ou , ao- 14 Deixae os, k guias faõ cegas de cegos : E íe o cego a o cego
ffrinas e guiar, ambos na cavacairáõ.
mandamen­ 15 E refpondendo Pedro, diflelhe: Declaranos efta parabola?
tos'. 16 Porem felus difle: Até vos outros eltaes ainda iem entendi­
fMarc. y\ mento ?
6,7. 17 Naó entendeis ainda, que tudo o que na boca entra, a o ven­
Col. 1: iS,
20,22. tre vae, e na privada fe lança?
g Míjrc. 7: 18 Mas o que fae da boca , do coraçao procede 5 eiílo a o homem
14. contamina.
hAtt. lo: 19 m Porque do coraçao procedem maos penfamentos , mortes,
l$ adultérios, fornicaçocns, furtos, falfos tcftimunhos, blasfémias.
Rom. 14:17
20. Dftas coufas lao as que a o homem contaminaõj mas comer
Tit. 1:1 ç fem lavar as maós, naó contamina a o homem.
iloao 15.2 y » E partindofe Jelus d’ali, foyiè pera as partes de Tyro, e dc
 IJay 42; Sidon. J
19. E
Lm.ó:39. l Marc. 7:17. wGra.6; j.eS:xi. Prn.6:14.Ierew.17: 9. wM«re.7:X4.
SEGUNDO S. MATTHEUS Cap. XV 33
-22 E eis que huã mulher Chananea, que tinha faidocfaquellcs ter­
mos, clamoulhe , dizendo: Senhor, FilhodeDavid, tem miferi-
eordia de my 5 minha filha eílá miferavelmente endemoni­
nhada.
23 Mas elle naó lhe refpondeo palavra. E chegandofe feus Difci-
pulosaelle, rogaraõlhe, dizendo, * Deixa a ir , que clama apos * Ou, ‘y<?-
nos outros. e a'
24 E refpondendo elle , difle : 0 Eu naó fou enviado fenaó a as oMattb.
oVelhas perdidas da cafa de Ifraêl. 10:6.
2$ Entonces veyo ella, e adorou o, dizendo,, Sènhor, ajudame.
26 Porem refpondendo elle, difle: Naõherazamtomaropaódos
filhos, e lançalo a os cachorrinhos.
27 E ella difle: Si Senhor: Porem também os cachorrinhos comem
das migalhas que caem da mcfa de feus Senhores.
28 Entonces refpondeo Jefus, ediflelhe: O mulher, grande
tua fé, façafe te como queres. E fárou fua filha desd’aquella mef-
ma hora.
29 E partido Jefus d’ali, veyo a o mar de Galilea 5 e fobindo a $ Mare
monte aflentou fe ali. 31.
3*-
30 7 E vieram a elle muytas companhas, que tinhaó com figo qlfay. 29:
mancos, cegos, mudos, aleijados, e outros muytos 5 e lançaraõ 18.
os a os pees de Jefus, e curou os. ^35:$.
31 De tal maneira que as companhas fe maravilhavaó, vendo fal- Matth. II:
5.
lar a os mudos, faõs a os aleijados , andar a os mancos, e ver a os ^7.7:22,
cegos j e glorificavaõ a o Deus de Ifraêl.
32 r E chamando Jefus a fi feus Difcipulos, difle: Tenho intima
compaixaõ da companha, porque ja tres dias [ ha qug~\ comigo per- 14.: 14.
fevéraõ, e naõ tem que comer: c deixalosirem jejum, naó quero, Marc.8:1,
porque naõ defmayem no caminho.
33 E feus Dilcipulos lhe diflcraõ: Donde [nos virzao] a nos tan­
tos paens ’no deferto, para tam grande companha fartar ?
34 EJefuslhesdiflé: Quantospaens tendes ? Eelles diflèraõj Sete,
e huns poucos de peixinhos. #
3$ E mandou a as companhas que fe aflentaflcm * pelo cham.
3Ó E tomando os fete paens e os peixes, e/ dando graças , par- 9:
tio os, e deu os a feus Difcipulos, e os Difcipulos á companha.
37 E comerão todos e fartaraõ fe 5 e levantáraó d’o que fobejou
dos pedaços, fete ceftos cheyos.
38 E eraõ os que tinhaó comido, quatro mil varoens ,• a fora as
mulheres e os meninos. E 3? E
H OS. EUANGELHO
1
?9 E, defpedidas as companhas , entrou em [hum] barco, e veyo a
os termos de Magdala.
Capitulo XVI.
f
I Pedem os Pharifèos e Sadduceos a Chriflo algum finalmas elle os reprende j e lhes da
0 final de fonas. y Avifa a feus Difcipulos quefe guardem doformento dos Pharifèos.
13 Das diverfas opinioens que 0povo delle tinha. 1$ Da confiffaò de Pedro acerca de
fuapeffoa^ do que 0 Senhor 0 louva e lhe promete as chaves do Reyno dos ceos. 21 Pro-
phetizsa fua morte e refureiçaõ , e regeita 0 perverfò confelho de Pedro. 24 De
como avemos de feguir a Chrijlo e falvar noffa alma. 27 £ da vinda do Chrifi0 em
fua gloria.
a Matth^ 1 a p chegandofeosPharifeoseosSadduceosaelle, atentando [0] ,
12: 38 pedirão lhe 5 que lhes moftrafle algum final do Ceo.
M^r.8:II. 2 Mas refpondendo elle , diflelhes: bQuando ja a tardehevinda,
Luc II 29
eI2/.54.y'dizeis: bõm tempo; porque o ceo fe envermelhece.
loao 6:30. 3 E pella manhaa: Hoje [averd] tempeftade; porqueo ceofeen-
b Luc 12: vermelhecetrifte. Hypocritas,bem fabeisvos fazer diftèrença,na face
54 do ceo; e ’nosfinaes dos tempos naó podeis?
c Ma t th.12 4 c A má geraçaó e adulterina pede final ; e final lhe naó ferá
V dado, íenaó o final de d. Jonas o Propheta. Edeixandoos, foyfe.
Luc. 11:29
dlon 1:17. 5 E vindo feus Difcipulos á outrabanda, aviãofeefquecidode to­
mar [comfloo] pam.
e Marc. 8: <5 e E Jefus lhes difle: Olhae bem, e guardae vos do formento dos.
ií- Pharifèos e Sadduceos
Luc. 11:1. 7 E elles arrezoavaó entre fi, dizendo, [//o] he, porque [com-
no/co] paõ naó tomamos.
* Gr. fa- 8 E entendendo [0] Jefus, diflelhes : Que arrezoaes entre vos
bendo. mefmos, \_homens~\ de pouca fé, que \_com vofco~\ paõ naó tomaftes?
f Matth.X^ 9 / Naó entendeis ainda, nem vos lembraes dos cinco paens d’os
17-
Marc 6:38, cinco mil [homense quantas alcofas levantaftes?
Luc. 9:13 10 g Nem dos fete paens d’os quatro mil, e quantos ceftoslevan­
loao 6: 9 taftes ? "• r
g Matth Como naó entendeis, que naó polo paó vos difle, que vos
I5G4. guardafleis do formento dos Pharifèos e Sadduceos?
12 Entonces entenderão, que naó diflera, que fe guardaflem
do formento do paó, fenaó dadoétrina dos Pharifèos e Sadduceos.
h Marc. 8: /, £ vjndo jefUg a as partes de CefareadePhilippo, perguntou
Luc. pus. a feus Difcipulos, dizendo, Quem dizem os homens que fou eu, o
’ Filho do homem?
14 E
SEGUNDO S. MATTHEUS Cap. XVI.
’4 E elles difleraó: Alguns Joaõ Baptifta, e outros Elias, c outros
Jeremias, ou algum dos Prophetas. ~ z.
15 Difielhes elle: Evos outros, quem dizeis que eu fou? ,1
16 k E refpondendo Simaó Pedro, diífe: Tu es o Chriílo , o Filho do
Deus vivente.
*7 E refpondendo Jefus, diíTelhe: Bemaventuradoestu, Simao
* Bar-J onas 5 porque carne, e fangue t’ naó revelou, mas de Jonas.
meu Pae que ’nos ceos. lMatth.11
18 ?z?E também eu te digo, que tu es Pedro, efobre » eíla pedra
edificarei minha Igreja j e * as portas do inferno naó prevaleceraó ™ 11 *
contra ella. . 7^1:43.
19 ? E a ty te darei as chaves do Reyno dos ceos j e tudo o que lia- nifay. 28.-
res’na terra, ferá liado’n os ceos5 e tudo o que deíliares na terra, 16.
ferá deíliado n’os ceos. 1
2-0 7 Entonces mandoua feus Difcipulos, que a ninguém diíTefiem 01Jay- 35»
que elle eraJefus o Chrifto. pwàtth
21 Desd’entaÓ começou Jefus a moítrarafeusDifcipulos, que lher 18:i8*
importava ir a Jerufalem e padecer muyto dos Anciãos, edosPrin- 1^20.22.
cepes dos Sacerdotes, e dos Efcribas, e fer morto, e a o terceiro qMatth. 1
dia refufcitar. ’ 17: 22,
2z E tomando o Pedro com figo, começou oareprender, dizen-
do, Senhor, [tem] compaixaó de ty5 por nenhum modo te acon-
tecei áiílo. ‘ *10:33.
23 Porem virandofe elle, difie a Pedro : Arreda te de diante de i^.9:32.
my, Satanás, r [?ue] efcandalo me es: porque naó * comprendes as ^18.-31,
coufas que faõ de Deus, fenaõas que faó dos homens. ^24-7;
24 Entonces difie Jefus a feus difcipulos: / Se alguém quifervira
pos my, negue fe a fi mefrno , e tome fobre fi fua cruz, e figame.
25 t Porque qualquer que quifer íalvar fua vida, pcrdelahaj po-fMatth.
rem qualquer que por amor de my perder fua vida, achalaha. 10:38.
26 u Porque, que aproveita a o homem, fegrangeartodo omun- ^^.8:34,
do, e perder fua alma? Ou * que dará o homem em recompenfadc 23.
fua alma? *14:27.
27 y Porque o Filho do homem virá em á * gloria de feu Pae com ‘Io.
feus Anjos3 e a entonces renderá a cada hum íègundo *fuas obras. Marc.8-.^,
28 b Em verdade vos digo , [yve] alguns ha dos que aqui efiaó, Luc. 9-.24/
que naó goílaraõ a morte, ate que naó vejaõ vir a o Filho go homem *17:33.
em feu Reyno. lc“°
E 2 CA-"W2h
*.xPfal.49
9. Marc. 8:4.7. yMatth. 24: 30^2^: 26: 64. %Matth»2^\ Jh a leb 34: n,
Pjal. 61: l$,Ronh 2; ó» * Ou; Jeufeito» b Nwrc» 9; I, Lut.9\ 27.
3* O S. EUANGELHO

Capitulo XVII.
i Trau'figurafe Chriílo em hum monte diante defeus Difcipulos 3 aonde desdo Ceoporfilhe
de Deus he declarado, \ Enfina que Joao he 0 Elias que avia de vir. 14 Sara hu alud~
do a quem os Difcipulos nao podiao Jarar. 2o Relata a virtude da fé e da oraçao,
22 Revela fua morte e refurefaó. 24 E por fi e por Pedro 0 tributo paga.

x Marc 9:2.1 17 a defpois de feis dias tomou Jefus com figo a Pedro eajacobo,
Lwc 9:28. e a Joaõ feu irmaõ, elevou os a hum monte alto a parte.
Z Ped 1:27. I E transfiguroufe diante d’ellesj e refplandeceo feu rofto como
o foi, e feus veftidos fe tornavaõ brancos como a luz.
? E eis que lhes apareceraó Moyfes e Elias fallando com elle.
4 E refpondendo Pedro, difiea Jefus: Senhor, bom he ellarmos
nos aqui; fe queres, façamos aqui tres cabanas, para ty huã, epa-
ra Moyfes hua, e huã para Elias.
b ifa^ £ 5 Eitando elle ainda fallando, eis que huã nuvem resplandecente
Matth. 3 ? os cobrio com lua fombra. E eis huã voz da nuvem que difie: b Efte
17- he o meu amado Filho, em quem me agrado: c a elle ouvi.
Marc. 6 E ouvindo os Difcipulos , cahiraõ fobre feus roftos , e te­
c9\7. merão em grande maneira.
Luc. 3:22. 7 E chegando fe Jefusaelles, tocou os, e difie: Levantaevos, e
*9:35
Col 1:13. naõ temaes.
2 Pedr I: 8 E levantando elles os feus olhos a ninguém viraõ , fenaõ fó a
17. Jefus.
cDeut. IS: 9 d E como decenderaõ do monte, mandoulhes Jefus , dizendo,
19. A ninguém digaes a vifaõ, até que o Filho d’o homem dos mortos
3: zi. naõ refufcite.
a Marc. 9 9.
Luc 9: 36. 10 e E preguntaraõ lhe feus Difcipulos , dizendo , Porque di­
e Marc 9; zem logo os Efcribas , que he neceflãrio que f Elias venha primei-
li. ro?
fMal 4: ç II E refpondendo Jefus, difielhes: Em verdade Elias vira primei-
Matth. 11: ro , e reftaurará todas as coufas.
14 y Mas digo vos que ja veyo Elias, e naõ o conhecerão 5 antes fizé-
Marc .9 ;n
• raõ d’elle tudo o que quiferaõ. Afii padecerá também delles o Filh©
do homem.
B Entonces entenderão os Difcipulos, que \ifto acerca~} de Toam
g Marc. 9*. Baptifta lhes diflera.
16. <4 g E como chegáraõ acompanha, veyo hum homem aelle, pon-
Imc 9J3JL dole de juelhos diante d’elle, e dizendo, r
*F Sc«
SEGUNDO S. MATTHEUS. Cap. XVIÍL v
Senhor tem mifericordia de meu filho , que he aluado, c pa­
dece muyto mal: porque muytas vezes cae ’no fogo , e muytas ve­
zes ’na agoa.
jó E trouxe o a teus Difcipulos, e naó o puderam curar.
17 E refpondendoJefus, difle: Ogeraçaóincrédula, eperverfa!
ate quando com vofco hei de ainda eftar ? Ate quando vos hei ainda de
fofrer? Trazeim’o aqui.
iS E reprendeo o Jefus, e fahioo Demoniodelle, e farou o me­
nino deld aquella hora.
19 k Chegandoíe entonces os Difcipulos a Jefus a parte, diíferaó :
Porqueo naó pudemos nos lançar fora?
20 E Jelus lhes difle: Por vofia incredulidade : i porque em ver- iMattb 21:
dade vos digo, que fetiveffeis [janta~\ fécomohumgramdemoílar- 2I-
da, a elle monte direis: Pafiàte d’aqui pera acolá , e pafiàrfehiaj 17Jj'
e nada impoflivel vos feria. *21.
16
* 21 k Mas elle genero naó fae, fenaó por oraçaõ e jejum. *:iS«
e2o
22 E andando elles em Galilea, difielhes Jelus : O Filho do ho-
mem ferá entregue em mãos d’os homens. £>9:31.
23 E mataloham e a o terceiro dia refufcitará. E elles fe entri- eIo;3F
ílecéraó em grande maneira. ^uc
24 E como entraram em Capernaum , viéraó a Pedro os que co- .
bravaõ as didragmas, edifièraõ: Naó pagavofiòmellreasdidragmas? ’:
25- Difie elle: /Si. E entrando em cafa, Jefus fe lhe anticipou, di- tMarthzv.
zendo, Que te parece, Simaõ? De quem cobraõ os Reys da terra
os tributos, ou o cenfo? De feusfilhos, ou dos alheyos?
aóPedro lhe difie:Dos alheyos.Difie]hejefus:Logo livres faõ os filhos?
27 Mas porque os naó efeandalizemos , vae a o mar , e lança o * hua mos-
enzol, e o primeiro peixe que fubir, toma [ 0], e abrindolhe a boca, da, que va-
acharás hum * ellatero j toma o, e dalho por my e por ty. bafeis, ou
Capitulo XVIII. "vvzttt JJ~etc ^LintCflí
I Enfna Chriflo com 0 exemplo de hum menino quem 0 majorfeja no Reyno dos ceos,
6 De que cajligofao dignos os que a algum ejeandalizaõ. 8 O muyto que nos devemos
guardar de nao efandalizar a os pequenos, dos quaes até os mefinos ^4njos cuidado temi
jl E Chrifo veyo a os [alvar , como afji o declara pela parabola de ovelha perdida.
I $ Dc como nos avemos de aver na correiçao fraterna,e qualfeja nefla matéria a obriga--
çao e autoridade da Igreja, 19 ffiam eficazfeja a oraçao dos fieis em comum. 21 fue
Jempre effemosprejlesperaperdoar ; 0 queJe declara com aparabola de hum Rey , que
contas com feusfervosfez,.
■f. a aquella mefmahora fechegáraóos Difcipulosajefus, dizen- a
do, Quemhe hora o mayor em o reyno dos ceos? j_,vc 9-46,
E 3 4 E e22:24,
gs O S. EUANGELHO
I Matth 2 E chamando Jefus a fe hum menino, pólo ’no meyod elles,
19'-14- 3 E diífe: Em verdade vos digo , que Me vos nao tornardes, e fi­
I Cor. 14:
20. zerdes como meninos, em maneira nenhuá entrareis ’no Reyno dos
í iFed.^:6. CCOS.
cl Marc. 9. 4 c AíJi que qualquer que fe abaixar como efte menino, efte he 0
37- c mayor em o Reyno dos ceos.
Lao 9* 4S. 5 d E qualquer que a hum tal menino receber em meu nome , a
Icao 13.20
e Marc. 9: my me recebe.
6 e Mas qualquer q'ue efcandalizar a hum d’eftes pequenos que em
. 17: 2. my crem, melhor lhe tora que huã * mo de atalona a o pefcoço
*' Ou j wo fe lhe pendurara, e ’no profundo do mar fe anegâra.
lllV IVi ui <X1 U y V 1ÃV/ V/L VIA v/ MV 111Í41 AN-'

afearia 7 Ay do mundo por caufa dos efcandalos : f porque neceífario


fiCor 11: he qUe ven’|ia5" efcandalos: 11 £ Mas ay dJ’’aquelle
-----11 - 1homem
--------------- ------ o
por quem
g Matth. cfcandalo vem.
26:24. • - te efcandalizar, corta os, e
8 h Portanto fe tua maõ,- ou teu pé,
lança f/r]_ de ty: Melhor te he entrar manco, ou aleijado • na vida,*
e 4: do que tendo duas maos ., ou dous pees, fer lançado ’nofogo e-
13: terno.
— — — —— — •

6 9 E fe teu olho te efcandalizar, arranca o, e lança o de ty. Me­


Matth.
lhor te he entrar com hum olho 11avida, do que, tendodousolhos,
Marc.l 43. ibr lançado 5no fogo do inferno. »

iPjal.H'. 8. 10 Õlhae naõ desprezeis a algum deftes pequenos; porque eu vos


kLdíc. 19: digo,digo * que fempre feus Anjos "n os ceos veem a face de meu Pae
10. que [e/?/] ’n os ceos.
I Luc. 15:3 11 k Porque vindo he o Filho do homem a falvar o que fe tinha
m Lev. 19:‘ perdido.
17.
Prov 17^ 22 / Que vos parece? Se algum homem tive/fe cem ovelhas, e
Io huã d5ellasfedesgarraífe, naó ii ia pelos montes, deixando as noven-
Lvc. 17:3. ta e nove,j em bufca d^a d?a desgarrada?
lac $• .9. t M ” * - ' ' , em verdade.vosdigo, que mais fe goza
E fe aconteceffe achala
n 35' d'aquella, que das noventa e nove que desgarrado fenaõ tinhaó.
12^/17:6. í4 naõ he a vontade de voífo Pae que [eJicQ ?n os ceos, que
i9; hum deftes pequenos fe perca.
loaõ$ \ \ y. m Porem fe teu irmaõ pecar contra ty, vae, e reprende o en-
2C<?r.i3 1. tre ty e elle fó j fe te ouvir, a teu irmaõ ganhafte.
10: Porern fe naõ ouvir, toma ainda comtigo hum ou dous,
ozThe^.i- 7'Pera 4ue em k°ca de duas, ou tres teftimunhas, confifta toda pa-
"14 3 lavra.
*Ou, igrc- x7 E fe ouvidos lhes naõ der , 0 dize o a * Congregaçaõj e fe
fe * tam-
SEGUNDO S. MATTHEUS. Cap.XVHT.
também á CongregaçaÓ ouvidos naó der, p * temo por hum Gentio p iCo:
e Publicano. ' 2,77^3:
18 q Em verdade vos digo, que tudo o que liardes ’n a terra, ferá
liado’no ceo; e tudo o que defliardes ’n a terra , ferá defliado ’n o . J l> y
Ce°’ r . q Mattb,
19 E, digo vos, que fe dous de vos outros fe concordarem 11a ter- 16:19.
ra, fobre qualquer coula que pedirem, lhes ferá feito por meu Pae 1^020:23.
que ’nos ceos.
20 r Porque a onde dous ou tres eftiverem congregados em meu rLwí.24:
nome, ali eftou eu ’n o meyo d’ elles. 3^-
21 Entonces Pedrochegandofe a elle, diífe: Senhor, atê quan­
tas vezes pecara meu irmaó contra my, e eu lhe perdoarei? /Até-/^4** I7-4.
fete
22 Jefus lhe diífe: Naó te digo eu até fete, mas t até fetenta ve- t Matth 6:
zes fete. 14.
2; Polo que o Reyno dos ceos fe compára a hum certo Rey, que Marc. n:
quis fazer contas com feus fervos. *'
col •
24 E começando a fazer contas, foylhe aprelentado hum, que lhe °
devia dez mil talentos.
25 u E naó tendo elle com que pagar, mandou o feu Senhorven- n
der , e a fua mulher, e filhos, com tudo quanto tinha, e
que [_a fe pagaífe.
26 Entonces aquelle fervo, poftrandofe , adorava o, dizendo,
Senhor, fé longanimopera comigo, e tudo te pagarei.
27 E movido o Senhor d’aquelle fervo a intima compaixaõ, foltou
o, e^quitou lhe a divida.
28 Saído porem aquelle fervo, achou hum de feus confervos, que
lhe devia cem dinheiros; e lançando maódelle, affogava [0] , di­
zendo, Paga me o que ] deves. 1
29 Entonces feu confervo, poltrandofe a feus pees, rogavalhc,
dizendo, fé longanimo pera comigo, e tudo te pagarei.
30 Mas elle naó quis; fenaõ foy, e lançou o 11a prifaó, até que
pagaífe a divida.
31 Vendo pois feus confervos o que paífava, entriftecéraõfe muy­
to; e vindo, dcclaráraó a feu Senhor tudo o que paífára.
32 Entonces chamando o feu Senhor a fi , diífelhe: Servo mal­
vado; toda aquella divida te quitei, porquanto me rogalle:
33 Naó te convinha aty também ter mifericordia de teu confervo,
comceu também tive mifericordia de ty ?
H E
OS. EUANGELHO
34 E indignado feu Senhor, entregou o a os atormentadores,
14 que pagaffe tudo o que lhe devia.
x Afli vos fará também meu Pae celeftial, fe} de coraçao naó
MrfrAxi: perdoardes cada hum a feu irmaó fuas ofFenfas.
16.
74#. 2:13. Capítulo XIX.
I Sara Chriflo a muytos doentes. 3 Refponde a pergunta da carta de defqnite. 9 Enjht
*
que nao he licito a os cajados dejquitarje» falvo por caufa deforntcaçaõ. 11 E que a
todos 0 dom de continência fenaõ dá 13 Manda vir afy os meninos } e os abendiçoa.
16 Rejponde a pergunta de hum mancebo de que bem avia de fazer pera alcançar a vida
eterna. 23 De quam difficibnente entrara 0 rico no Reyno dos ceos. 27 E quegaíardaó
receberão os que 0feu ■> por amor de Chriffo _> deixarem.
aMarc.lo; 1 T< * aconteceo que, acabandojefuseftaspalavras, pafloufedcGa-
1. ’L‘J lilea, e veyo a os termos de Judea, dalem d’o Jordaó.
^Mxn.io: 2- E feguiraó o muytas companhas, e curou os ali.
2. 3 b Entonces chegaraó fe a elle os Pharifèos, atentando o, e di-
zendolhe: He licito a o homen defpedir, por qualquer caufa, a fua
mulher?
eGen.l:2y. 4• Porem - - ~
refpondendo
...
elle, diflelhes:
. ~
Naó tendes lido , que < o
dGen,2.24. que [ox] fez a o principio, macho e femea os fez?
y ^E difle: Portanto deixará o homem paeemaé, e achegarfeha
e 1 Cor. 6*. a fua mulher, e e feraó os dous em huã carne.
16. 6 Afli que naó faõ mais dous, fenaõ huã carne: /Por tanto o que
fl Cor. 7;
lo. Deus ajuntou, naó [0] aparte o homem.
g Deut. 24: 7 Diflèramlhe elles: g Porque mandou logo Moyfes dar [ lhe J carta ‘
I. de defquite, e deixala?
Ie7cm. 3:1. 5 Difle lhes efle: pola dureza de voflbs coraçoens vos permitio
Moyfes deixar a voflas mulheres : Mas a o principio naó foy afli.
h Matth. 9 Porem eu vos digo , que qualquer que deixar a fua mulher,
S-ZZi falvo por caufa de fornicaçaó’, e com outra fe cafar, adultera: eo
Marc.lo',1
c . i 8.. 9ue com a deixada íè cafar, [ também ] adultera.
Luc?ió-
I Cor.7:1o. 10 Difleram lhe Jcus Difcipulos: Se afli he o negocio do homem
■com a mulher, naó convém cafar fe.
i 1 Cor. 7: 1f Porem elle lhes difle: í Nam todos comprendem efta palavra,
7^7- fenaõ aquelles aquem he dado.
12 Porque ha caftrados que dó ventre d’a maé afli naceraó , e ha
caftrados que pelos homens caftrados foraó , e ha caftrados que a íi
mefmos por caufa do Reyno dos ceos fecaftraraõ. Quem [ifo] com-
prender pode, comprenda [o].
*3 *Eu-
SEGUNDO S. MATTHEUS. Cap.XIX. 4i
13 Entonces lhe trouxeram [alruns] meninos, peraque pufefle , M
•as maos fobre elles, e oraífe j e os Difcipulos os reprendiaó. j?7'10*
14 Mas Jefus diííe: Deixae os meninos, e naóos impidacs devir Luca3:iÇ
st my •, l porque dos taes he o Reyno d’os ceos.
JS E avendo pofto lobre elles as maõs, partiofe d’ali.
16 m Eeisquechegandofeaellehum, diflelhe: Meftrebom, que^-4/^IJ‘
bem farei pera haver, a vida eterna?
17 E elle lhe difle: Porque me chamas bom ? Ninguém ha bom,1 2.0.
fenam hum, [ condem a faber J Deus. Porem fc queres entrar ’n a vida, ipô- ;,2; - .* «W f
guarda os mandamentos.
Diflelhe elle? Quaes? E Jefus difle: [éyfo], » Naó matarás 5 mMhrr.io;
naó adulterarás, naófurtarás, naõ darás falfo teftimunho. I7‘
19 Honra a teu pae, e a [tua] maé: E ° Amarás a teu proximo L^.i8:iS.
como a ty mefrno. n Exod.lo'.
12.
20 Diflelhe o mancebo: Tudo ifto guardei defde minha mocidades
que me falta ainda ? Rwn. i;;?.
21 Diflelhe Jefus: Se queres fer perfeito, p vae,vendeo que tens, o Lev. 19:
5 e dá o a os pobres, e terás hum thelouro ’no ceoj c vem, [ e ] fegueme. 17.
22 E ouvindo o manceboella palavra, foyfe trifte j qorquetinha, Matth.22 *
* muytas pofléflòens. 39-
M^ríe 12'.
23 E difle Jefus a feus Difcipulos : Em verdade vos digo , que 31.
7'difticilmente entrará o rico'no Reyno dos ceos. Ga/, 5:14.
2hí E outra vez vos digo, que mais facil he paflár hum camelo pelo 2: 8.
olho de huaagulha, do que entrar o rico’no Reyno de Deus. pLuc. 12'
2 7 O que ouvindofeus Difcipulos, efpantaraõ fe muyto, dizen­ 33 *
do , Quem fe pode logo falvar ? e 16: 9.
q Matth.6\
26 E olhando Jefus \_pera elles] d iflelhes: Acerca dos homens, > i“ im- 19.
poflivel he ifto 5 /mas acerca de Deus, tudo hepoflivel. lT:?n.6\19.
* Entonces, refpondendo Pedro, diflelhe: Ves aqui tudo dei- *Ou, muy-
27
xamoá e te feguimosj que * averemos logo? ;ta fazendai
2,8 E Jefus lhes diífe: Em verdade vos digo , que vos que me fe- rP™r-IX*
guiftes na regeneração , quando o Filho do homem fe aflentar em j
o throno de fua gloria, u também vos outros vos aflentareis fobre doze °’
thronos, * pera julgar a as doze tribus de Ifraêl. Luc 18:24:
29 * É qualquer que ouver deixado caías, ou irmaós, ouirmaãs, 42:2,
ou pae, ou mãe, ou mulher, ou filhos, ou terras por amor de meu ^3^
nome, y cem vezes tanto receberá, e a vida eterna herdará.
30 Porem muytosprimeirosferaó derradeiros5 e [muytos] derra-
deiros, primeiros. F Ca-
2,0. Marc ío: 28. Lue. $: IZ. e 1 Sr 28. * Ou, nos fucec/era. u J^uc, 12: JQ, * Ou^ju/^oftc/o. x DwL
33 :í>» 7^42; ix. x.MarctiQ;$i,Lw.im<è.
41 0 3. EUANGELHO I

Capitulo XX.
I Pela parabola dos trabalhadores alugados á vinha a trabalhar enviados e nt
falario igualados , enfina Chriffocomo na outra vida ha defalariar a os que nefla o
ferviraõ. 17 Prophetiza ainda fua paixao-, morte 3 erefirretçao. 2o Refponde
á petição da ntae dos filhos deZebedeo. 24 Amoeíía afeus 'Difcipulos quefe guar­
dem da antbiçao e do Demonio mundano. 29 E dd vifia a dous cegos"perto da cidade
de Jericho,
1 p orque femelhante he o Reyno dos ceos a hum homem pae dc
famílias, que lahio de madrugada a alugar trabalhadores pera
fua vinha.
2 E concertandofe com os trabalhadores por hum dinheiro a o dia,
mandou os á fua vinha.
* Ou, cinco 3 E faindo perto da hora terceira, vio outros queeílavaÓna pra­
(d atarde. ça ouciofos.
Procede
efia diver- - 4 . E diífelhe: Ide vos outros também a vinha, e darvos hei oqúe
fidade de for juíto., E forao.
horas do $ Saindo outra vez perto da hora fexta e nona, fez o meímo.
dlfferente ’ 6 E faindo perto da hora * undécima, achou outros que ellavaó
cojíume de ouciofos, e difielhes: Porque eílaes aqui todo o dia ouciofos?
as contar 7 Diíferaó lhe .. : —Porque ninguém nos alugou. Difle lhes
elles
entre nos c
os Hebreos. elle: Ide vos outros também à vinha , e recebereis o que for juílo.
Porque 5 E vinda ja a tarde , diífe o Senhor da vinha a feu Mordomo :
quando 71 os Chama a os trabalhadores, e pagalhes o jornal, começando dos
pela man~ derradeiros até os primeiros.
had conta-’■ 9 E vindo os de perto da hora __ ____
undécima , receberão cada hum
mos asfets, dinheiro.
CeUesVas°do- Io v^nc^0 os primeiros, cuidaraõ que aviaó de receber maisj e
ze-,equando tambem elles receberão cadahum hum dinheiro.
nosaomeyo 11 E tomando [<?] murmuravaó contra o pae de famílias.
dia conta- Dizendo, Eílcs derradeiros [nao] trabalharaó [wais que] huã
mosasdoze> hora, e igualaíle os com nofco , que levamos a carça e a calma do
còntavaõ 0
^aftam- I? Porcmrefpondendo elle, difié ahumdelles: Amigo, naó te •
bem as de- aSravo 5 naó te concertaílc tu comigo por hum dinheiro ?
tnais em *4 Tomao teu, c vaete 5 E quero dar a eíle derradeiro [tanto]
conjèguinte. COIDO a ty.
*Rom.?.11, 17 Ou naó me he a my licito fazer do meu o que quifer? Ouhc
• teu olho mao, porque eu fou bom ?
16 b Afli
SEGUNDO S. MATTHEUS. Cap. XX. 43
16 b Afli feraó os derradeiros primeiros; e os primeiros derradei­ í Matth}
ros: c porque muytos faó chamados, porem poucos efeolhidos. 19: $0.
17 ^E lobinho Jefus a Jerufalem, tomou com figo a os doze Dif­ Marc. Io:
cipulos aparte ?no caminho, e difielhes: 31*
Luc. 13:30.
'• iS Vedes aqui fobimos a Jerufalem, e o Filho do homem feráen­ c Matt. ZZ\
tregue a os Princepes dos Sacedotes, e a os Efcribas, e a morte o 41.
condenaráõ. dMarc. Io:
19 e E a as gentes o entregaraó, peraque delle efearneçaó , e o 3*.
açoutem, e crucifiquem: e a o terceiro aia dia refuteitará.
refutei tará. *7
Lac 18:31
20 / Entonces fe chegou a elle a maé dos filhos do Zebedeo, com çMa^
feus filhos, adorando £0],
_ _ coula.•
e pedindolhe alguã 27:2.
27:2.
21 E elle lhe difie: Que queres? Diflelhe ella: Dize que eftes Luc. 23: 1.
meus dous filhos fe afièntem, hum á tua [mao] direita, e outroá l°a° 18:2S,
tua ezquerda em teu Reyno.
22 Porem refpondendo Jefus, difle: g Naõ fibeis o que pedis; fiarei®*
fMarc. lo:
podeis vos beber o copo que eu hei de beber 5 e fer bautizados b có 7 ‘
o bautifmo com que eu iou bautizado? Diflcraó lhe elles: Pode- gRom.S:
mos.
23 E difielhes elle: Em verdade que meu copo bebereis , e com h Luc. 12:
o bautifmo com que eu fou bautizado, fereis bautizados; masafien-
tarfe á minha direita, e a minha ezquerda, naõhemeudalo,
fenaó a os que í de meu pae eftá aparelhado. i Matt.
24 E como os dezouviraó indignáraõ fe contra os dous ir- 34» ✓
maõs.
24 Entonces, chamando os Jefus a fi, difle: £Bem fabeis que os tMarc.iv>,
Princepes das gentes íe enfenhoreaõ lobre ellas, e os Grandes uíaóío- 42.
bre ellas de poteftade. Lut.zz\z<$,
llPedy.^
26 l Mas entre vos outros naó ferá afli) mas qualquer que entre
vos outros fe quifer fazer grande, feja voflb miniftro. m Marc. 9:
27 w E qualquer que entre vos outros quifer fer o primeiro , feia e 35-10.43.
voflb fervo. nLuc.zZX
28 n Como o Filho do homem naó veyo a ferfervido, fenaóafer­ 27.
vir, e a dar 0 fua vida J refgate por muytos. 1^013:14.
29 ?E faindo elles de Jericho, feguio o grande companha. Phil. z*. 7.
30 E eis que dous cegos aflentados junto a o caminho , ouvindo oEph. I.- 7.
quejefuspaflava, clamaraô, dizendo, Senhor, filho de David, tem II Ped Tim. 2:6*
1:19.
mifericordia de nos. /> Marc. Io:
31 E a companha os reprendia, pára que fe calaflem 3 mas elles 4ó,
clamavaó tanto mais, dizendo, Senhor, filho de David, tem mife- Luc. 18:3^
ricordia de nos. F 2 32 E
44 OS. EUANGELHO
jt E parando Jefus, chamou os, e difle: Que quereis que vos
£3. ca. ?
3 3 Difleraó lhe elles: Senhor, que noflos olhos fejaó abertos.
34 E movendofe Jefus a intima compaixaó c’elles , tocoulhes os
olhos j e logo feus olhos viram, e íeguiraó o.

Capitulo XXI.
I Entra Chnflo em Jerufalem affentadofobre bua burra. 12 Lança fora do Templo a
os quenelle vendiao e compravaõ 14 Efaraali a cegos e acoixos. 1$ Defende 0 cla­
mar dos meninos contra ainvej a dos Princepes dos Sacerdotes. 19 Amaldiçoa hua fi­
gueira, que logo fiefeca. 21 díofiraaforçadafé. 2] Refponde apergunta dos Pnn-
cepes dos Sacerdotes, e dos Anciãos do povo de comyue authoridade ifiofazia > fa-
zendolhcs outra pergunta acerca de bautifimo dejoao. 2S Convence de lua desobe­
diência com hna parabola de dous filhos^ 33 E ameaça os de fua total dePtruigao
com a parabola dofenhor de hua vinha, cujos fervos e filho os lavradores maltra­
tarao e matardo.
aMarc.xv. i p a como chegáraó [perto] de Jerufalem, e vieraóaBethphage,
1. ^a o monte das oliveiras 5 entonces mandou Jefus dous Difci-,
Luc. 19:29.’ pulos, dizendolhes,
2 Ide á aldea que defronte de vos e logo achareis huã bur­
ra liada, e hum poldro com ella; defliaea, e trazeim’os.
3 E fe alguém vosdifler alguã coufa, direis: Que o Senhor os ha
mirter, e logo os enviará.
4 Ora tudo irtoaconteceo, paraque fe cumprifle o que foy dito pelo
Propheta, que difle:
Jfà)’. 62: b Dizei á filha de Siaô: VesaquiteuRcy tevemmanfo, eaflèn-
Zach 9*. taddoo fobre huã burra, e hum poldro, filho de [burra de] jugo.

loaõ 12:15. 6 E indo os Difcipulos, e fazendo como ojelus lhes mandara,
€2 Rey. 9: 7 Trouxeraó a burra e o poldro , c e puferaó fobre elles feus ve­
U- rtidos, e d aflentaraõ o fobre elles.
dloao 12J S E a mais d’a companha eftendiaôpelo caminho feus vertidos, c
14.
ePfal. 11S:. outros cortavaó ramos das arvores, e efpalhavaõ os pelo caminho.
25,26. 9 Das companhas que hiaó diante, e as que feguiam , clamavao,
dizendo, Hofanna a o filho de David 5 e bendito o que vem em o
nome do Senhor, Hofannaem as alturas.
fDeut. 14: 10 E entrando elle em Jerufalem, toda a cidade fe alvoroçou, di­
26.
Marc. II: zendo, Quem heefte?
IS- 11 E as companhas diziaó: Erte he Jefus, o Propheta de Naza-
Z/Y. 19’45. reth de Galilea.
loao 2; 14. 12 / E entrou Jefus’no Templo de Deus, e lançoufora a todos os
que
SEGUNDO S. MATTHEUS. Cap. XXI. 47
que vendiaó e compravaó ’noTemplo, e traftornouas meias dos cam-
biadores, e as cadeiras dos g ue vendiaó pombas.
13 E difielhes: Efcritoeítá: g Minhacafa,cafadcoraçaóferácha- s *
tnada; mas vos outros a tendes feito cova de falteadores. ifay
*4 E vieraõ a elle cegos e coixosa o Templo, ecurouos. ler 7:11.
15 h Vendo cntam osPrincepes dosSacerdotes eos Efcribasas mara- L«f.i 9:4^.
vilhasque fazia, e os meninos clamando’no Templo, e dizendo, Ho-
fanna a o filho de David, indignáraõ fe. 2"’
16 Edifièraõlhe: Ouves o que eftes dizem? E Jefus lhes difie, Si:
Nunca leftes: * Dabocados meninos, e dos que mamaõ aper-
feiçoafte o louvor?
17 E deixando os fahiofe fora da cidade pera Bethania , e pafiou
ali a noite.
iS k E pela manhaã, tornando pera a cidade, teve fome. k Marc II;
ix.zo.
19 E vendo huã figueira perto do caminho, veyo a ella , e nao
achou nella fenaó folhas fomente. E difie lhe: Nunca de ty mais na-
ça fruito pera fempre. E logo a figueira fe fecou.
20 E vendo os Difcipulos [//o], maravilharaófe, dizendo, Co­
mo fe fecou logo a figueira?
21 Porem refpondendo Jefus, difielhes: Em verdade vos digo, I Matt. 17:
fe fé tivéreis, e naó duvidareis, naóló ifto á figueira fãrieis, mas fe 20.
até a efte monte difiéreis: Alçate, e lançateno mar ; fàriehia. Luc, 17:6,
22 m E tudo o que na oracaó pedirdes , crendo, £0] recebereis. mMatt.
2; n E como veyo a o Templo, chegaraóa elle, eftando ja enfi- Marc. 7-
11:
nando, os Princepes dos Sacerdotes, e os Anciaõs do povo, dizendo, 24.
0 Comque autoridade fazes ifto? E quem te deu efta autoridade? Luc. ii; 9.
24 E refpondendo Jefus, difielhes : Também eu vos prcguntarei loa. 1413.
hua palavra; a qual íe m’a diflerdes, também eu vos direi com que *16:24.
autoridade ifto faço.
2$ O Bautifmo de Joaó donde era? Do ceo , ou dos homens? E ^Marcir
jpenfavaó em fi mcfmos , dizendo, Se difiermos do ceo, dirnosha:
Porque poiso naó creftes? Luc.io-, 1.
z6 E fe difiermos, dos homens, tememos a companha: p Porque 0 Exod. 2:
todos tem a Joaó por Propheta. M.
27 E refpondendo a Jefus, difieraõ : Naó fabemos. E elle lhes
difie: Nem eu tampouco vos * direi comque autoridade ifto faço pjw^r/14
*
28 Mas que vos paiece ? Hum homem tinha dous filhos ; c che-
gandofe a o primeiro, difie: Filho, vae hoje a trabalhar á minha Marc.6.10,
vinha.
F 1 29 Po-
OS. EUANGELHO
- 19 Porem refpondendo elle, difle- Naóquero; edespois, arre
*
pendido, foy.
?o E chegando fe a o fegundo, difle [Jhe] damefma maneira: E
fE^ecbrefpondendo elle, difle: ?Eu, fenhor vou,] e naó foy.
0 AA
rMatt.y.l. 31 Qual dos dous fez a vontade de pae ? dizemlhe eíles; O pri-
AT llíi .lxl— 4- y^ -4 A Z
*1 A *■> A / I « **
T /A *"V^ I 1^ I f Z

fp[.z<y.<?. meiro.. Diz lhes Jefus: Em verdade vos digo, que os publicanose’ ’
asfolteiras fe vos vaó diante a o Reyno de Deus.
lerem 2:21. 32 r Porque veyo avos outros Joaó, por via de juftiça, e naó o
e 12.- ío creftes; mas os publicanos, e as folteiras o creraó : Porem vofou-
A/í7rc.i2:i. tros, vendo [z/0], nem despois vosarrependeftes pera o crer.
Luc 2o; ?.
33 Ouvi outra parabola. / Houve hum homem pae de famílias, o
* Ou,ch«>0 qual prantou húa vinha, e cercou a com valado , e * fundou nella
hum lagar, e edificou húa torre, e arrendou a ahunslavradores, e
12 chr. 24: partiofe pera fora [ d'a terra].
21. 34 E" chegandofe o tempo dos fruitos, mandou feus fervos a os la­
u PJal. 2;8 vradores , pera receberem feus fruitos.
Hebr. I- 2. 37 E os lavradores tomando a feus fervos, a hum feríraó, e a ou­
x Gen. 37: tro matáraó, e a outro t apedrejáraó.
18.
Pfàl. 2:1, 3^ Outra vez mandou a outros fervos mais que os primeiros, c
fizeraõ lhes o mesmo.
37 E por derradeiro lhes mandou a feu filho, dizendo, teraóre-
11.53.fpeito a meu filho.
jP/z/.iiS; 3^ Mas os lavradores vendo a o filho, difleraó entrefl: u Efle hc
22.
Ifay. S: 14. o herdeiro, x vinde, matemolo, efiquemos nos com fua herdança.
e 28:16, 39 E tomando, lançáraõ [/] fora da vinha, e matáraó [<?].
Marc 12; 40 Pois, quando vier o Senhor da vinha, que fará a aquelles la­
Io. vradores ? 1
Luc. 20:17. 4< Dizem lhe elles: A os maos má morte dará , e a vinha a ou-
^•4’ii. tros lavradores arrendará, que os fruitos a feus tempos lhe dem.»
I Pcfí?'2.6, 42 NTnn/'n leftes nas Efcrituras:. y.. AA pedra
42 Diz lhes Jefus :• Nunca _~ J_ que
*.
zExod.^z
lo. ‘os edificadores regeitáraó , efta foy feita por cabeça da efquina?
Matt 8.12<* Pelo Senhor foy feito ifto, e he maravilholo em noflos olhos.
4W$5 5- 4] Portanto vos digo, _ . que o Reyno de Deus fe vos tirará a vos
blfay 8:1$. outros, * e fe dará a gente que feus fruitos renda.»
2.ach, 123. 44 44 bz’E
Eq ____cair
quem '
___fobre -
eftapedra, -
feráquebrantado ; 'efobrequem
I>G2o.i8. ella cairesmiucaloha.
fzAzzí.2:34
d Luc. 2o: 45 d E ouvindo os Princepes dos Sacerdotes, c os Pharifèos eftas
19 fuas parabolas, entenderão que delles filiava.
L//í 7:16. 46 E procurando prendelo, temeraó ás companhas; porquanto o
loaõ 7; 4q. .tinhaó e por Propheta. G A-
SEGUNDO S. MATTHEUS Cap, XXII. 47
C a p i t u l o. XXII.
I A parabola das bodas a que os primeiros convidados vir recufao. 8 Polo que outros
a ellas emfett lugar convidarfe manda. 11 Entre os quaes vindo humfem vestido de bc~
das o [ançaõforá. I $ Refponde Chrifto a pergunta dos Pharifeos 3 e Herodianos ,fe era
1tr-iP í\ A Sít tvlLutn si Oní/iv *1 Tf Atrif+mM si J - O ~ f l. , - _ .

Jomente filho de David 3 porem também feu fenhor.


i T? refpondendo Jefus, tornoulhes a fallar por parabolas , di-
^zendo,
z a Semelhante he o Reyno dos ccos a hum certo Rey , que fez aLuc.i^
bodas a feu filho. i6.
3 E mandou a feus fervos, que chamafiem a os convidados a as bo-
das, e naõ quiferaõ vir.
4 Outra vez [pois ] mandou outros fervos , dizendo , Dizei a os
convidados: Vedes aqui meu jantar tenho aparelhado, meus bois
e cevados j a [eftam] mortos, e tudo [eftá] ja preparado, vinde a as
Iodas.
5 Porem elles naõ fazendo cafo , foraõfe, hum a feu campo, e
outro a fua mercancia. o
6 E outros tomando a feus fervos , afrontáraõ M , e matáraõ
w. r ,
7 E ouvindo o Rey \_iflo] indignoufe; e mandando feus excrcitos,
deftruhio a aquelles homicidas, e posa fogo fua cidade.
8 Entonces difle a leus fervos: Em verdade aparelhadas efiaõ as
bodas, porem naõ eraõ dignos os convidados.
9 Ide pois a as fahidas dos caminhos, echamaea asbodas a tantos
quantos achardes.
10 E faindo os fervos pelos caminhos, ajuntáraõ a todos quantos
acháraõ, affi maos como bons 5 e as bodas ícenchéraõ de [convidados J
á mefa afientados.
11 E entrando o Reyaveraos [convidados] á mefa afientados, vio
ali hum homem [que] naõ [efava] vefiido com vefiido de bodas.
11 Edifielhe: Amigo, como entrafte aqui, naõ tendo vefiido dc
bodas? Eemudecco.
13 Entonces difie o Rey a os fervidores: Amarrae o de pees c de
maõs, [r] tomae o , e lançae [0] nastrevas exteriores : b aliferá I2r’
0 pranto e o ranger de dentes.
s4 Por-
4^ OS. EUANGELHO
*.
cMatt.io i4 Pofqfue t muytos faó chamados, porem poucos cfcolhidos.
ío. if Entonces, idos os Pharifèos, tiveraõ conlelho como o * apa *
d Marc.n: nhariaó em ['alguã] palavra.
E emviaraó lhe feus Difcipulos, juntamente com os Herodia-
*óuJí’W<í-nos5 dizendo, Meltre, bem fabemos que es verdadeiro, ecomver-
tariao. dade o caminho de Deus enfinas, e de ninguém fe te dá , porque
’*Ou > *ef- naó atentas para a * aparência de homens.
Joa>onface. 17 Dizenos, pois, que te parece? He licito dar tributo a Cefar,
ou nao ?
iS Mas Jefus entendendo fua malicia, diífe:
19 Porque me atentaes hypocritas? Moítraeme a moeda do tri­
buto. E elles lhe trouxeraohum dinheiro
*
20 E elle lhes diífe: Cuja he eíta imagem e [eda] infcripçaó?
e vyiÀ 21 Dizem lhe elles: De Cefar. Entam lhes diífe elle. <?Daepois
7. a Cefar o que he de Cefar, e a Deus o que he de Deus.
2-2 E ouvindo elles ifto, maravilháraófe, e deixando o, foraófe.
fMíirc. 12: f Aquelle meímo dia chegáraó a elle os Sadduceos, que dizem
iS. naó aver refurreiçaó, e preguntáraõ lhe,
2^.20:27. 24 Dizendo, Meftre, g Moyfesdiífe, íealgum morrer naó tendo'
^.23:8. filhos cafarfeha feu irmaó com fua mulher, e levantará femente a
* leu irmão.
2,7 Hóuve pois entre nos outros fete irmaõs , c cafando fe o pri­
meiro, morreo, e naó tendo femente, deixou fua mulher a feuir­
mão.
*6 Da mefma maneira também o fegundo , e o terceiro , até
os fete.
27 Por derradeiro despois de todos morreo também a mulher.
1S Na refurreiçaó, pois, cuja dos fete ferá a mulher ? Porque to­
dos a tiveraó.
29 Porem refpondendo Jefus , diífelhes: Erraes, naó fabendoas
efcrituras, nem a potência de Deus.
3° Porque’na refurreiçaó, nem fetomaónemfedaóemcafamen
*
k Uoaoy.i. to: b mas faó como os Anjos de Deus no ceo.
31 E acerca da refurreiçaó dos mortos , naó tendes lido o [de]
que Deus vos tem fallado, que diz:
?EW.3:ó. 32, i Eu fou o Deus de Abraham, e o Deus de Ifaac, e o Deus de
kMatthT Jac°b? Deus naó he Deus dos mortos, mas dos viventes.
”7’ 33 E ouvindo [ifto] as companhas, k pasmavam de fua dou^ '
trina.
34* /Ç
SEGUNDO 8. MATTHEUS Cap. XXIII. V
34 l E ouvindo os Pharifeos, que avia tapado a boca a os Saddu- bPdatt.
ceos, ajuntáraofe â huã.
35" E perguntou hum delles, Doutord’ a Ley, atentado o , e ™ 2™‘l0,
dizendo, n Deut,6:q,
36 Medre, qual he o mandamento grande na Ley? eio.-J2.
37 E Jefus lhe difie: » Amarás a o Senhor, teu Deus com todo teu e 6.
coraçaõ, e com toda tua alma, e com todo teu entendimento. L»<j. 10:27.
38 Efte he o primeiro, e grande mandamento. oLev.19:
39 Eofegundo, lemelhante a efte : 0 Amarás a teu proximo Mar'c I2.
como aty mefrno. 3^
40 Deftes dous mandamentos depende toda a Ley e os Prophe- Rom. 13:9.
tas. Gal. 5:14.
4.1 p E congregados 0$ Pharifeos, Jefus lhes perguntou, *
EpbefW'
41 Dizendo, que vos parece do Chrifto ? Cujo filho he? Elles lhe
difleraó : De David. fX iz:
43 Difie lhes elle: Como David emcfpiritoo chama Senhor, di-
Zendo, Luc .20:41.
44 ? Difieo Senhora meuSenhor: Aflentatéá minha[«mo J direi- 7P/.iio:i,
ta, até que ponha a teus inimigos por efcabello de teus pés. ^.2:34.
4; Pois fe David o chama Senhor, como he feu Filho? 1
E_ ninguém lhe podia refponder palavraj nem oufou ningué
desd’aqueile dia amais lhe perguntar. e ió: 13?
*

Capitulo XXIII.
I Exhorta ChriPio feus ouvintes, a que guardem tudo 0 que conforme a Moyfes e%~
fnao os Efcribas e Pberifeos > rnas que conforme fuas obras naõ façam 5 Defcrc-
ve fua hypocrlfa e ambiçao. 8 -E amoefiaosf uc > a que dijfo fe guardem 3 e humil­
des fer procurem. 13 Encarece per oito vezes a miferia dos Pharifeos e Efcribas 3 a
caufa defvas diverjas maldades 3 convém afaber , por quanto 0 Reyno dos ceos a os
homes cerravaõ. 14 As caf»s das viuvas enguliao. 15 Maos profelytos faziao 16 Per-
verfamentepolo Templo , Altar e Ceo a jurar enfnavam. 23 As coufas pequenas de-
zimavaõ, ornais grave da Ley deixando. 2$ Alimpavas 0 que efta de fora > e nao
0 coraçad. 27 Sendo aftfemelhantes a os Jepulchres cayados. 29 Edifavaõ os fe-
pulchros dos Propketas antigos 3 eaos modernos matar procuravam, 37 ffteixa fe
também de contumácia da cidade de Jerufalem J e Prophetiznjua total d;fruição.

1 P ntonccs Jefus fallou a as companhas, e a feus Difcipulos, M s


2- Dizendo, * Sobre a cadeira de Moyfes fe afientaõ os Efcri- a e '
bas e Pharifeos.
G 3 b AfiL
O S. EU A N G ELHO
^Deuf‘17: ? b Afli quetudo o que vos diíferem que guardeis, guardae [0] e
fazei OJ: mas naó façaes fegundo luas obras 3 r porque dizem, e
cPwz7.2;i9. uaó fazem. .
«y/y^y.to-i. 4 d Porque liaó cargas pefadas, e difhceis de levar , e poemasío-
Latc.11:46. bre os ombros dos homens5 porem elles nc com feudedoas
qUerem mover.
e Matt.úx. $ £ tojas fuas obras pa2em e pera ferem viftos dos homens : por-
ev'v> ' Aue a^argaõ fuas * f phylaéterias, e eftendem as bordas de feus ve-
* Ou, me- 11 idos.
moriaes 3 e< 6 gE amaõ os primeiros aífentos ’nasceas, e as primeiras cadeiras
aponta­ ’nas Synagogas.
mentos dos 7 E'as faudaçoens ’nas praças, e ferem chamados dos homens
fraeitos de p abÇ; p ;l|,bi ’
JJeus^e cou­ 8 Mas vos outros naó vos chameis Rabbi ; porque hum he voífo
fas /agra
das. Meftre, f a o Chrifto: e todos vos outros lòis irmaõs.
gMarc, 12: 9 E naó chameis ’na terra voífo Pae a ninguém j i porque hum he
voífo Pae, [a /?t>er~\ o que [eítà] ’nos ceos.
Iate. 11 .-43. ío Nem vos chameis Meftresj porque hum he voífo Meftre, [< *
É>2o;46. íaber-y o Chrifto.
h Iac. 3:1/ 11 ■'< Porem o mayor de vos outros, feja voíTo fervidor.
i Ma/. 1:6.
k Matt .20: 12 /E que afi mesmofelevantar, feráhumilhadoequeafimef-
mo fe humilhar, ferá levantado.
*29.
ZZ^.22. O m Mas ay de vos outrosEfcribasePharifèos, hypocritasj por­
Prov. 29: que cerraes o Reyno d’os ceos diante dos homens j porquanto nem
23. vos outros entraes, nem a os que cntraõ deixaes entrar.
Luc.I4:ii, 14 n Ay de vos outros Efcribas e Pharifèos , hypocritas; porque
e iS: 14.
Iac.4 6.1 o. comejs . (T. as caías
. das. viuvas,
. e —[f/ò]
. com pretexto de * larga oraçáõj
1 pej (j. por ííio recebereis mais grave juizo.
JnLuc. II: ri$~ Ay de vos outros — - •
Efcribase Pharifèos, hypocritas 5 porque ro-
$2. dcaes o mar, e a terra, por fazerdes hum * Profelyto ; e quando
nMarc.xz: ja he feito , fazeilo filho do inferno,j em dobro mais que a vos
40. outros.
*47
Late. 2o.
2 Tim $.6 . - de vos outros„ guias cegas, que dizeis : Qualquer
Ay 1 que
1 ju-
T/t.i: 11. rar P°l° Templo, nao he nadaj mas qualquer que jurar polo ouro _>
*Ou,w/j- d’o Templo, devedor he.
to3oularga- 17 Loucos e cegos j porque qual he mayor, o ouro, ouoTem- ou o Tem-
wente o.ar. p]o qUe fandificaa o ouro?
* .OT ’ • -- --
vo a fê con­ 18 Item, Qualquerque jurar polo Altar, naõhenadaj mas qual­
vertido. quer que jurar poloprefente que [efid] fobre elle, devedor he.
19 Lou-
SEGUNDO S. MATTHEUS Cap. XXIII. v
v? Loucos ccegos; Porque qual hemayor, o prefente, ouo oAl-
tar oue fanéfifica a o prefente? 37-
10 Por tanto o que jurar poio Altar, jura por elle, e por tudo o 1 8*
que fobre elle [ z cl;an_ 6.
-1 p E o que jurar polo Templo, jura por elle, e polo que’nelle ij2.
abita. 7 2 Chron.
22 7 E o que jurar polo Ceo, jura polo Throno de Deus, e polo 6: 33-
que lobre elie aflentado eftá.
23 r Ay de Vos outros Efcribas e Pharifeos, hypocritas: porque A a
dezimaes a orcelaã, e o endro, e o cominho, / e deixaesomaisgra-
ve da Ley, \_towvem a faber ] o juizo, e a mifericordia, ea fé: r Ifto ri_,uc. H;
era necefiario fazer, e naó deixar o outro. 42.
*4 Guias cegas, que coaes o mofquito, e engolis o camelo. fiSam.Vil
« Ay de vos outros Efcribas e Pharifeos, hypocritas: porque a- 22-
limpaes o exterior do copo , ou do prato 5 mas de dentro eitáó che-
jos de roubo e intemperança. , _ tMatth.r.
2o Phariíeo cego, alimpa primeiro * o que [eftá] de dentro do
copo, e do prato, pera que também o exterior delles limpo fique. £>12:7.
27 Ay de vos outrosEfcribasePharifeos, hypocritas; porquefois uLuc. n;
femelhantes y a os fepulchros cayados, que por de fora, em verdade, 3 ?•
parecem fermofos, mas por de dentro cltaõ cheyos de oífosdemor-
tos, e de toda immundicia. J
2S Afli também vos outros, por de fora, em verdade, pareceis
juftos a os homens, porem por de dentro eftaes cheyosde hypocrifia
e iniquidade.
29 Ay de vos outros Efcribas e Pharifeos, hypocritas ; porque
edificaes os fepulchros d’osProphetas, e adornaes os monumentos
dos juftos: a Aã.yt^i,
3° E dizeis: Se foramos em os dias de nofibs Paes, com elles’no 1 2-:
fangue d’os Prophetas naõ ouveramos comunicado. .
V xAfli [contra] vosmefmosteilificaes, * que iois filhosd’aquelles 0
que a os Prophetas mataraõ. cyfuc Ir
' 32 Enchei [pois] vos também a medida de vofios P*'A. 4^
33 ^Serpentes, raça de biboras, como efeaparieis vos d’a conde- dMatt.izt
naçaó d’inferno ? I6«
34 c Portanto vedes aqui vos mando Prophetas , e Sábios, e
Efcribas ; e d^elles [ a huns ] matareis e crucificareis , e d’elles
[a outros] e em volfas Synagogas açoutareis, e de cidade em cidade
perfeguireis.
G 2 Pera-^r. ç:4e.
OS. EUANGELHO
35 Peraque venha fobre vos outros todo o fangue jufto, que foy
derramado fobre a terra, fdefd’o fangue dc Abelo jufto, atéxofan-
H^-;il:4. gue deZacharias, filho de Barachias, aoqualmataftes entreoTem-
glChron.
* au
pio e o Altar.
13: Em verdade vos digo, que tudo ifto virá fobre efta geraçaó.
34. ?7 Jerufalem , Jerufalem , que matas a os Prophetas, e 1 ape-
drejasa os que te faó enviados. * Quantas vezes quis eu ajuntar teus
I 3^ 36 filhos, como a galinha ajuntaa feus pintaós debaixo de [fuas] afas,
e naó quifeftcs.
*r2<?
ZP/6 38 Z Vedes aqui voflá cafa fe vos deixa deferta.
IJay, 1:7. * 19 Porque eu vos vos digo, quedefd’agora [mais] me naó vereis,
ler. 7:34. até que digaes: ™ Bendito aquelle que vem em o nome d’o Senhor.
Mich.y. 12.
Act. I; 20. Capitulo XXIV
wP/iis:
26. 1 Profetiza Chrifto a deftruiçao do Templo e de Jerufalem , relatando os trabalhos e fi-
naes que a ifto aviao de preceder , e por aquelle tempo a viao de acontecer. 1 $■ Ap on-
tando a profecia de Daniel acerca d" a mcjma defrusfao, e exhortando juntamente afe
aparelhar a hua apreffada fugida, para a dl d’ efta grande afíliçaõ efcapar. 2 3 Avifa
nos, que nos guardemos do engano dosfalfos Chriftos-, efalfos Prophetas 29 Proyhe -
tiza ainda 0 fim do mundo, efua derradeira vinda a 0 Juizo-, cuja gloria e Certeza
deícrevSf apontando os finaes » queentam aviao de acontecer. 36 /dam fendo 0 dia
nem a hora a ninguém notorio, fenaõ fo a Deus. 3 7 Compara os tempos defta vinda com
os tempos de Noè antes de Diluvio. 42 Poloque exhorta a vigiar com a parabola ajft d»
pae defamílias ; 45 Como dofiel , e do maofervo.
«Marc.iy.
I. faindo feTefus hia fe d’o Tem pio: e chegaraó fe a elle feus Difci-
JLw.ai: ç. cipulos, pera lhe moftrarem os edifícios do Templo.
b I Rey. 9; * E aifle lhes Jefus: Naó vedes tudo ifto? Em verdade vos digo,.,
7, 3- b[ 7 — j naó ferá deixada aqui pedra fobre pedra, que naÓ feja der-
[que]
M;ch. 3:12, ribada.
2>c. í- j J
* Marc. 13: 1 í E aflentandofe ’no monte das oliveiras , chegarao fe a elle os
pulos a parte, dizendo: d Dizenos quando feraó eftas coulàs,
Z,vc.2i:7. e 4*'^ ’ [averá] de tua vinda, e d’a confurhaçam d’o mundo?
dA^.i-6. + E rcipon kndo Jefus, diflelhes : e Olhae que ninguém vos
ejcr.z^. engane,
ó. $ /Porque viraõ muytos em meu nome, dizendo, EufouoChri-
2 fto ’ T? a muytos enganaráó.
1 loaõ\\ 1. 6 £ ouvireis de guerras, ede rumores de guerras: olhae naó vos
f ferias 4 efpantcisj porque he neceífario que tudo aconteça: mas ainda
rxj.-ç. naó he o fim.
5'.43. 7 X Po^
SEGUNDO S. MATTHEUS. Cap. XXIV n
7 £ Porque fe levantará gente contra gente, c< Reyno
~ contra Rey- glfay. 19 :2;
noj e averá fomes, epeftiiencias, eten-emotosemdiverfoslusares
3 Mas todas eftas coufas principio de dores. 17:
9 b Entonces vos tatregaraõ * pera lerdes afftigidos,e matarvos haõ)
e fereis aborrecidos de toa as gentes por caufa de meu nome. 12.
loau i$:2o»
10 E muytos entonces ícraõ efeandalizados; c entregarfeháõ huus e IÓ: 2.
* os outros, e hunsa os outros fe aborreceráõ. ^/w.2;io +
11 » E muytos faifos Prophetas fe icvantaráõ, e a muytos enga­ * Ou j cm
narão. affíiçoea.
11 E £por a iniquidade fe multiplicar , a charidade de muytos íe i 1 Peei 2:1.
esfriará. k 2 Tim. J:
I.&c.
13 / Mas o que preíeverar até o fim, efteferafalvo. iMatt. 10;
14 E pregarfe ha efte Euangelho d?o Reyno em todo o mundo em 22.
tciiimunho a todas as gentes, e entonces virá o fim. Mtn. 13:
iç m Portanto quando virdes a abominaçaõ d’o afiolamento , de 13-
que foy dito por « Daniel o Propheta , que eftá ’no lugar fando, Luc. 21:1?.
(quem lé, advirta.) ^>^.2:7^
lo.
16 Entonces os que eftiverem em Judca, fujaõ pera os montes. e 3:10.
17 O que eftiver lobre o telhado , naõ deça a tomar alguã coufa mSíarc.l^
de fua cafa. 14.
18 E o que eftiver ’no campo, naõ torne a tras a tomar feus ve- Luc. 21:20.
ftidos. - n Da?z. 9 :
19 Mas ay das prenhes,
es, ed
eerasauc naquelles dias
’asouc’maquelles * criarem. * Ou dtá
fugida
voflá fug
20 Orae porem que vcfta ’ naõ aconteça em inverno , nem de mamar*
• em de Sabbado. o/iã.i.n,
21 ? Porque averá entonces grande affliçaó, qual nunca houve des-
d’o principio d’o mundo até agora, nem taõ pouco averá.
22 E fe aquelles dias naõ Iodem abreviados , nenhuá carne fe
falvaria; mas por caufa d?os efeolhidos , leraõ abreviados aquelles
dias.
t _

23 Entonces fe alguém vos difièr: 7 Eifaqui [ej?a] oChrifto, ou


ali, naõ [ J creaes.
24 r Porque fc levantaraõ falfos Chriftos, e fallos Prophetas) e
taõ grandes finaes e prodígios faraó , (que fe pofiivel fora) até a os r
efeolhidos enganariaõ. 2 2:
27 Vedes aqui volo tenho dito d’antes. ii;
26 f Aftiquefevosdiflèrem: Eilo aqui eftá’nodeferto, naõfayaes)/E&<-17;
Eilo aqui em as camaras, naó J creaes?
27 Porque como o relampago que fae d’o Oriente , c aparece
V 3 ate
w OS. EUANGELHO
até o Occidente, afii ferá também a vinda d’o Filho do homem.
tlob.my 28 t Porque a onde quer que eidver o corpo morto, alifeajunta-
Luc. 17 37. rao as aguias.
uJfay. ?*'°- 29 logo defpoisd’aaffliçaód’aquelles dias, oSolfeefcurecerá,
Ezech 32:
7- e a Lua naó dará feu reíplandor, e as Eftrellas cairaó d’o ceo , e as
loel. 1: 31. forças d’os ceos fe commoveraõ.
f 3: IV 30 x Entonces aparecerá ’no ceo o final d’o Filho d’o homem; e
Marc 13 5 entaó y todas * as tribus da terra lamentaraõ, ea o Filho do homem
24 veraõ, que vem fobre as nuveis do ceo com grande potência e glo­
Z//í.2I:2$
x Dau. 9: ria.
10. 31 E mandará a feus Anjos com * grande voz de trombeta , e a-
Matth.i6' juntaraõ a feus efcolhidos dela'os quatro ventos, deld’o \_hum] cabo
27. dos ceos até o outro.
e 25: 30. 32 a E d’a figueira aprendei a comparaçaõ; quando jafeus ramos
e 26; 64. fe enverdecem, e as folhas brotaó, íabei que ja o veraõ [e//a] per­
Marc ,13:
26. to.
e 14: 62. Afli também vos outros, quando virdes todas eftas coufas, ía­
Luc 11 '.27. bei que ja ellá [bem] perto ás portas.
Aã. 1: li. H Em verdade vos digo, [?ue] naópaflaráeftageraçaó, ate que
ZThe/J i; todas eílas coufas naó aconteçaõ.
lo. 35^0 ceo e a terra paífaram , mas minhas palavras em maneira
Apoc 1:7.
*Òu><Wge>- nenhuã paflàraõ.
raçoens > ou 3» c Porem d’aquelle dia e hora, ninguém fabe, né os Anjos
itaçoens. do ceo, íenaó fo meu Pae.
*.-].
y Apocl -37 4 E como [forao] os dias de Noê, afli ferá também a vinda do
1 Cor 15: Filho do homem.
1 TW> Porque como em os dias antes do diluvio * andavaõ comendo,
16. e bebendo, cafando, e dando em cafamento, e ate o dia que Noê
<Marc.iy. na arca entrou.
28. 39 Enaó o conhecerão, atéqueveyo o diluvio , e os levou a to-
Luc 21 ->9, dos; Afli ferá também a vinda do Filho do homem.
b PJal iqz: 4o f Entonces eftaraódous ’no campo, o hum ferá tomado , e o
27. outro ferá deixado.
Ifay. 51:6,
Marc 13: 4‘ Duas eftaraõ moendo a \_hun2~\ moinho, a hua íerá tomada, c
V- a outra ferá deixada.
Hebr.l'il. _ 42- â Vigiae pois, porque naó fabeis a que hora hade vir voífo
c Marc. 13: Senhor.
. 43 h Po-
7 i/Gw. 6: 2. Lm. 17: 26 1 Pedr. 3: 20. 2 Pedr. 2.5. * Ou, crw. eGcx. T.T.fLuc.l"/.^
1 Lf-ejj *4-17. g Matth. 25:13. Marc. 13:33. Luc. j2.40. e 21: 36.
SEGUNDO S. MATTHEUS. Cap. XXV K
t 4? A Porem ifto fabei, que fe o pae de famílias foubeflea que vela h Ldut. 12 i
da noiteo ladraõ aviadevir, vigiaria, efua cafa minar naõ deixaria. 39.
4J- Por tanto também vos outros eftae apercebidos, porque áho­ i Thcffc .1.
ra que naó cuidaes ha o Filho do homem de vir. lPed>f.lO.
45 / Quem pois he o lervo fiel e prudente, a o qualfeu Senhor pos ^poc.y. 3*
fobre feus fervidores, pera fufte.nto a feu tempo [lhes ] dar. e 16: iç.
/ Matt, 2$;
46 Bemaventurado aquelle fervo, a o qual, quando feu Senhor 21
vier, [0] achar fazendo alli. Luc. 12 42.
4"’ Em verdade vos digo, que fobre todos feus bens o porà.
4i23*5678 Porem fe aquelle fervo mao em feu coraçaõ diífer: Meu Senhor
tarda em vir j
49 E começar aa [/èus] confervosefpanquear, eacomer, e a be­
ber com os borrachos :
<0 Virá o Senhor d’aquelle fervo o dia que naõ efpéra , e á hora
que naõ fabe.
51 E feparaloha, e fua parte com os hypocritas porá: k ali feráo k Matth S:
pranto, e o ranger de dentes. 12. ' ’
e 13:42.
Capitulo XXV. *22:13.
1 Pelaparabola das cinco Virgens avijadas > e das cinco parvoas, torna Chriffc a exhor- Luc 12
*28
tar a boa vigia ter acerca de (iia vinda. 14 E pela parabola dos Cervos que de feu
Senhor recebido tinhaó os talentos > para com elles negociar • exhorta a fielmente
tifar a os dons , que Deus a cadahum diflribue. 31 Entam defcreve jua derra­
deira vinda a 0 juizo j afepararaÕ das ovelhas d'entre os cabroens a ultima Centen-
ça a ji dos huns como dos outros , ejua execução,
i T? ntonces o Reyno dos ceos terá femelhantea dez virgens, que
tomando fuas lampadas, lahiraõ a o encontroa o Elpofo.
2 E cinco d’ellas eraõ prudentes, e cinco parvoas.
3 As que [erao] parvoas, tomando fuas lampadas , naõ tomaraõ
azeite com figo.
• 4 Mas as prudentes tomaraõ azeite em feus vafos com fuas lampa­
das.
5 E tardando o Efpofo, tosquenejaraõ todas , e adormeceraõ fe.
6 E á meya noitefe fez hum clamor, dizia} Eifaqui vem o
Efpofo, fahilhe a o encontro.
7 Entonces todas aquellas virgens fe levantáraõ , e aparelháraõ
fuas lampadas.
8 E as parvoas differaõ a as prudentes: Daenos d’o vofiò azeite,
porque as noflas lampadas fe apagaõ.
9 Ma$
já OS. EUANGELHO
? Mas as prudentes refpondcraõ , dizendo, [Em maneira ne»hua\i
pera que por ventura nao nos * falte a nós nem a vós; ide antes a os
que [oJ vendem, e comprae pera vos outras.
10 E idas ellas a comprar, veyo o Efpofo$ e as quc[yfeavao}
aparelhadas entráraõ com elle a as bodas, e fechou fe a porta.
11 E defpois vieraó também as outras virgens, dizendo, Senhor,
Senhor, abre nos.
a N.attb.T. jx E refpondendo elle, difie: Em verdade vos digo, * que naõ
23.
1^.13:25. vos conheço.
b Matt.14'. 13 * Vigiae pois, porque naõ fabeis o dia, nem a hora , em que
o Filho d’o homem ha de vir.
Marc. 13: 14 c Porque [isto he} como hum homem, que partindofepara fo­
33-35- ra d;a terra, chamou a feus fervos, e entregoulhes feus bens.
c Luc. 19: 15 E a o hum deu cinco * talentos, e ao outro dous, e a o ter­
12. a cada hum conforme a fua * poflibilidade, e pãrtiofelo-
*•valia hum ceiro hum, ,
talento al- g° Pe™ longc- ..............
guns feia- J Entaõ^foy o que tinha recebido cinco talentos, e negociou
ce7itosc7u- com elles, e grangeou outros cinco talentos.
zador. ~ "
\J7 Semelhantemente também, o que \jmfca recebido} dous, gran-
* faculdade. geou também outros dous.
* Ou , ca- 18~ Mas o que tinha recebido -
- - hum, foy, e * enterrou o ’nochaó,
vou em ter­
ra. e efeondeu o dinheiro de feu Senhor.
19 E defpois de rnuyto tempo, veyo o Senhor d’aquelles fervos,
e fez contas com elles.
20 E chegando o que tinha recebido cinco talentos , trouxelhe
outros cinco talentos, dizendo, Senhor, cinco talentos me deíle,
eifaqui outros cinco talentos tenho grangeado de mais.
dMatt.z^ 2i E feu Senhor lhe diífe: Bem p^J, bom fervo e fiel: d fobre
4S. pouco folie fiel, fobre muyto te porei 5 entra em o gozo de teu
Luc. 12:4.2. Senhor.
22 E chegando também o que tinha recebido dous talentos, difle:
Senhor, dous talentos me entregaíle , eiiaqui outros dous talentos
tenho grangeado de mais.
23 Seu Senhor lhe difie : Bem bom fervo e fiel: fobre
pouco foíle fiel , fobre muyto te porei 5 entra em o gozo de teu Se­
nhor.
24 Porem chegando também o que tinha recebido hum talento,
difle: Senhor, cu te conhecia que es homem duro, que fegas aonde
naõ femeaíte, e apanhas aonde naõ derramaíle:
25 E
SEGUNDO S. MATTHEUS Cap. XXV
E atemorizado, fuy, e cfcondi teu talento, em terra5 veia-
qui tens o teu.
Porem refpondendo feu Senhor, difTelhe: Servomalinoene- e
gligente, fabias que fego aonde naó íemeei, e apanho aonde naó 21^4-2^,
derramei. . LtíC s:‘lS,
17 Portanto te convinha dar meu dinheiro a os cambiadores , e e 1926.
vindo eu, receberia o meu com utura. fMatth. 8;
18 Tiraelhe pois o talento , e dae oa o que os dez talentos tem. 12
19 e Porque a qualquer que tiver, ferlhehadado, eteráemabun-
dancia j porem a o que naó tiver, até o que tem lhe ferá tirado.
3° E a o fervo inútil, lançae [0] nas trevas exteriores: / ali ferá o Luc 13:28
pranto, e o ranger de dentes. *
gMatt.16
3( S E quando o Filho do homem vier em fua gloria, e todos os
fanctos Anjos com elle, entonces feaflèntaráfobreh o throno de fua *2d:
gloria. ... \ 61
31 E íeraõ ajuntadas diante delle todas as gentes , * eapartalosha £«01:27.
a huns dos outros, como aparta o paítor as ovelhas dos câbroens. Aã. i; n.
33 E pora as ovelhas a fua f/z/^J direita, porem os câbroens a f Cua "I
ezquerda. 16.
34 Entonces. dira o Rey aos que [efòverem'] á fua direita: 2
Vinde benditos de meu Pae, poífui por herança o Reyno £ que
defd:a fundaçaó do mundo vos eílá aparelhado. hMatt.iy,
35 t Porque tive fome, edeltefmede comer5 tive fede, e deílef- 28
me de beber 5 fuy eítrangeiro, e recolheíles me. iEzech.^:
36»Nuo, eveftiftesmej enfermei, e vifitáftes me 5 0 eftive na
prifaó, e vieíles a my. JvWr-13:
37 Entonces osjuílos lhe refponderaó, dizendo, Senhor, quan-£^j/2o:
do te vimos faminto, e [n?J luftentamosj ou fedento , e Qr<?J de- 23.
mos,de beber ? Marc. 10:
38 E quando te vimos eftrangeiro, e recolhemos5 ou nuo, 4o.
eteveílimos?
39 E quando te vimos enfermo, ou na prifaó, e viemos aty?'6^ lS;
40 E relpondendo o Rey, dirihesha : Em verdade vos digQ,
p que em quanto [ ] fizeílesahumdeites de meus minimosirmaõs, 2
a my * [ 0 j 6zeíles. nijay 5 S 7»
41 Entonces dira também a os que \_efliverem~\ á [maõ] ezquerda: 2:1^
q Apartaevos de my, malditos, a o r fogo eterno, para o diabo e Ií’;
feus Anjos aparelhado. H 42 Por- 01 Io» I:
pPynv i9 <7 Io: 42 Marc 9:4.1, 1^.13:20. lCor.^,6- qPf. ^atth,q
,l\
* -
Luctiy.2!)J27, r I/Ly^o: 33.
$s O S. E U A N G E L H O
42 Porque tive fome, e naó me deftes de comer j tive fede, e
naõ me deftes de beber.
Foy eftrangeiro, e naõ me recolheftes ; nuo, e nao meve-
ÍlÍíFcs j enfermo, e naprifaó, e naõ me vifitaftes.
44 Entonces também elles lhe refponderaõ , dizendo, Senhor,
quando te vimos faminto, ouíedento, ou eftrangeiro, ounuo, ou
enfermo, ou na prifaÕ, e naõ te fervimos?
fProv. 14: 45 Entaõ lhes rcfpondcrá, dizendo, Em verdade vos digo, fque
31-
ei?:?. emquanto a hum deites minimos [0] naõ fizeftes , nem a my [/]
Zach. 2.- S. fizeftes.
tDan.ll:!. 46 t E iraõ eftes a o tormento eterno , porem os juftos á vida c-
loaoy, 29. terna<

Capitulo XXVI.
I Profetiza Chriflo fim morte. 3 Sobre a qual 0$ Anciãos do povo tomao confelhs.
6 Unge 0 bua mulher em Bethania. Io Cujo feito defende e louva, 14 Judas
vende a Chriflo. 17 Chrifo manda aparelhara Pafchoa^ come a comfeus Difci-'
pulos 3 e prediz a treiçao de Judas. 26 Inflituefua fagrada Cea. 31 Prediz a
feus Difcipulos 0 averem de jer derramados > e a Pedro fua caida. 3Ó Começa
fua paixao em huã horta com grande angufia e ardente oraçao, exhortando jun­
tamente a feus Difcipulos 3 que ja dormindo eflavao a vigiar e a orar. 47 Ju­
das 0 entrega com hum beyo3 e os Judeos 0 prendem, 51 Reprende a Pedro que
a 0 jervo de Summo Pontiflce hua orelha cortava. ^7 Fie levado a Cajaphaspe­
rante 0 confelho. F'alfas teflinv.mhas 0 acufao. 63 Confejfa que elle he 0 Chri­
flo, 65 Polo que como Blafphemo he condenado 3 e vilmente maltratado. 69 Nega
0 Pedro. 75 Mas tornando emfy 3 chora amargamente fua caida.

1 E aconteceo clue como Jefus teve acabado todas eftas palavras,


difie a feus Difcipulos:
a Marc, 14: 2 Bem làbeis que d’aqui a dous dias he a Pafchoa, e o Filho do
I, homem ferá entregue pera ler crucificado.
L>uc. 22:1.
Ioao 13:1. 3 1 Entonces os Princepes dos Sacerdotes, e os Efcribas, e os An­
b Pfal. 2;2. ciãos do povo fe ajuntaraõ ’nafalado Sumo Pontifice, o qual fe cha­
Ioao 11:47. mava Cayphas.
Ali. 4: 2,7. 4 E confultaraõ huns com os outros de com cautela por a Jefus
c Marc. 14; prenderem, e matarem.
P 5 Porem diziaõ: Naõ ’na fefta , porque fe naõ faça alvoroço en­
L^.7’. 37. tre o povo.
Ioao 11:2.
e 12:3. 6 E eftando Jefus em Bethania, em cafa de Simaõ o Leprofo:
7 í Veyo a elle huã mulher * com hum vafo de alabaftro de un­
guento
SEGUNDO S. MATTHEUS. Cap.XXVI.
guento de grande preço, e derramoulho fobre a cabeça, eftando
elle aflentado [á
8 E vendo [o"] feus Difcipulos, indignaraô fe, dizendo. De que
[Arve ] e fta -perdi çaó ?
? Porque efte unguento fe podia vender por muyto, edarfe o di­
nheiro a os pobres.
ío Porem entendendo [o] Jefus, diflelhes : Porque'moleftacs a
efta mulher ? pois me fez huã boa obra.
11 Porque a os pobres, fempre com vofco os tendes j porem [ a dDet<t. 15:
wy] fempre me naó tendes. mLVi4-~
12 Porque derramando ella efte unguento fobre meu corpo, para
\j>réparaçaõ de~] meu enterramento o tez.
*3 Em verdade vos digo , que aonde quer que efte Euangelho
em todo o mundo for pregado, também o que efta fez ferá dito pe­
ra fua memória.
14. c Entonces hum d’os doze, chamado Judas Ilcariota, fe foy a eMarc. 14:
os Princepes dos Sacerdotes. 10^
15 E diífe: Que me quereis dar, e eu volo entregarei ? E elles 22,4*
lhe aflinalaraóy trinta [wWím] de prata. fZad\ 11;
E defd’entonces bufeava oportunidade pera o entregar. 12.
17 g E o primeiro [dia dá fefia^ dos h [faens~\ afmos vieraó os Dif- S^rc.14:
cipulos a Jefus, dizendolhes, Aonde queres que te aparelhemos pe-
ra comer a Pafchoa ? /7 £
18 E elle difle: Ide á cidade a hum tal, edizeilhe: O Meftre diz:
Meu tempo eltá perto 5 comtigo tarei a Palchoa [juytamente\ com
meus Difcipulos.
19 E os Difcipulos fizeraô como Jefus lhes mandara, e aparelhá-
raó a Pafchoa.
20 1 E vinda a tarde, aflentoufe \ámefa\ com os doze. ZJ/4W.14:
21 E comendo elles, difle: Em verdade vos digo, que k hum de
vos outros me ha de trahir. iXí iv^i
22 E entriftecendofeelles em grande maneira, começou cada hum kA3.i“ij.
delles a lhe dizer: Porventura fou eu, Senhor?
23 E refpondendo elle, difle: ZO que comigo a maó ’no prato ZP/?4i:i«
molha, eflè me ha de trahir. . 22:21.
24 Em verdade o Filho do homem vae como d’elle eferito efta: 1^13:18.
mas ay d’aquelle homem por quem o Filho do homem he trahido j
bom lhe fora a o tal homem fe naó ouvéra nacido.
2f E refpondendoJudas, oqueotrahia,difle: Porventurafoueu,
Rabbi? Ellelhedifle: Tuodiflefte. H 2 26 Mi.
te O S. E U’A N G E L H O
wMarcA 41 26 m E comendo elles, tomou Jefus o paõ, e bendizendo pardo
22. o, e deu o a os Difcipulos, e difle: Tomae, comei, ifto heomeu
*J9
L«r.22
I Cor, 11: corpo.
27 E tomando o copo, e dando graças, deulh’o, dizendo, Be-
nExodzi' ^ei d’elle todos.
3. 28 Porque ifto he o meu fangue, n o Jjawgue] donovoTeftamen-
to, o qual por muytos he derramado, pera remifláõdos pecados.
*9 E digovos que deid’agora naõ beberei [mais] defte fruito de
vide, até aquelle dia quanao com voíco o beber novo em o Reyno
de rneu Pae.
9 Marc. 14: 30 0 E avendo cantado o hymno, fahiraõ fe a o monte das Oliveiras.
26. _
3* Entonces Jefus lhes diiTe: Todos vos outros vos eleandalizareis
Lhc 39. 2** • em my eitaefta noite
noite ; porque eferito eftá: p Ferirei a o paftor, e as ovel-
laa. iS: I. . has do j_ _i__ u_
rebanho feraõ derramadas. -
p
7- 3* y Mas defpois do eu aver refufeitado, irvosei diante a Galilea.
loa. 16: 32. 33 Porem refpondendo Pedro, diflelhe : r Ainda que todos em ty
y Marc. 14: fe efcandalizem1, eu nunca me efeandalizarei.
2S. 34- Diflelhe Jefus: / Em verdade te digo, queneftamefmanoite,
916:7. antes que o galo cante, me negarás tres vezes.
rLuc. 22:
n- 35 Diflelhe Pedro: Ainda que com tigo morrer me importe, em
f loa. Ij: maneira nenhuá te negarei. E todos os Difcipulos difleraõ da mef-
;8. ma maneira.
f Marc. T4- %6 t Entonces veyo Jefus com elles a hum lugar chamado Gcth-
femane, e difle a os Difcipulos: ?kflèntae vos aqui, até que vá, e
£^22.39. a]i ore t.
loa. IS: I.
37 E tomando com figo a Pedro, e a os dous filhos do Zebedeo,
começoufe a entriltecer e a anguftiar em grande maneira.
n loa, 12: 3S u Entonces lhes difle: Minha alma eftá .* totalmente trifte até a
27. morte 5 ficaevosaqui, e vigiae comigo.
*O\i>de to­
das as ban­ 39 E indofe hum pouco mais a diante, poftroufefobrefeurofto,
das. orando, e dizendo, x Pae meu, fehepoflivel, paflè de my efte
x Luc. 22: y" copoj z,~ n Porem,j naõ como eu quero, mas como tu
41. , 4,0- —»• nCyo «a x^v.o
t PifcjPulos* ve dLuuu
feus lynvi^u^o, achou <>5 dormindo, e difle a Pe-
os uormmuo,
yNatt. 20: aro: Baila que nem huá hora comigo pudeftes vigiar?>
x 1*7 63 8 Vijfiae, e orae, pera aue que naõ entreis em ;^nr^
tentaçaõ: a o efpi-
aGal 3;-17. rito em verdade preftes, mas a carne [>] fraca.
4: LJJ toniádojegunda vez, orou, dizendo, Paemeu, fe naõ
poete ede copo paíTar de my, fem que eu o beba, façaie: a tua von-
/

43 E
SEGUNDO S. MATTHEUS Cap.XXVI. &
4$ E vindo [a dles~\) achou os outra vez dormindo, porque feus
olhos eftavaó carregados.
44 E deixando os, tornou, e orou terceira vez, dizendo as mef-
mas palavras.
4T Entonces vevo a feus Difcipulos, e diífelhes: Dormi jacdef-
canfae-, Vedeíaqui chegada he a hora, e o Filhod’o homem heen­
tregue em maós dos pecadores.
4ó Levantae vos, vamos nos, vedes aqui chegado he o que me
trahe. ,M
47 £ E Faltando elle ainda, eis que vem Judas, hum d’os doze, ‘‘y** 4'
ecom elle huã grande companha, com elpadas ebaftoeos, [de parte] ^2247^
dos Princepes dos Sacerdotes, edos Anciaõs do povo. 4
4$ Eo que o trahia lhes tinha dado final, dizendo, a o que eu
beijar, effe he, prendei o.
4$ E logo chegando a J efus , difie: Ajas gozo, Rabbi, e < bei- c 2 Sam.i
*'.
jou o.
5© Porem Jelus lhe difie: Amigo, a que vens aqui? Entonces
chegáraõ, e lançáraó maó de Jelus, e prenderão o.
E eis que hum dos que [ efavae ] com Jefus , eftendendoamaõ,
puxou de fua efpada, e ferindo a oíervodo Summo Pontífice, cor-
toulhe huã orelha.
*
72, Entonces Jefuslhedifie: Torna tua efpada a feu lugar: í/por- dGen.y.6
que todos os que efpada tomarem, á efpada perecerão. A^oc. 13:
53 Ou cuidas tu que naó poflã eu agora orar a meu Pae, e elle lo*
me daria mais de doze legioens de Anjos?
54 Como pois e fe cumpririaó as Efcrituras, [que dizem] que afli ePC 22:7»
convém que fe faça? * 69.2,10.
55 ’Naquella mefma hora difle Jefus a as companhas : Como a
falteador laiftes com efpadas e baftoens a me prender: cadadia me
aflentavacom vofco , enlinando ’no Templo, e naô me prendeftes.
^6 Mas tudo ifto íe fez , pera que as Efcrituras dos Prophetas
cumpraõ. f Entonces todos os Difcipulos fugiraõ, deixando o a elle. jy; SS: 9.
57 ç E os que prenderão a Jefus, trouxeraóp] a Cayphas, o Summo gM^.14:
Pontifico, aonde osEfcribase os Anciaõs eftavaó congregados. $3
58 E Pedro o feguia de longe até a fala do Summo Pontífice: e t.w.22:$4,
entrando dentro, afièntoufe com os criados, para ver o fim.
59 h E os Princepes dos Sacerdotes, c os Anciaõs, etodooCon-J J *
cílio buícavaõ [algum] falfo teftimunho contra Jefus, pera o pode-
rem matar, e naó P] achavaõ.
H 3 *0 E
te OS. EUANGELHO
6a E ainda que muytas falias teftimunhasfe aprefentavaõ, [comtudôl
naõ[Q achavaó.
61 Mas por derradeirovieraõduas falias teftimunhas , e difleraõ:
I9« ; £u poflò derribar o Templo de Deus, e edificalo em
tres dias.
k Marc. 14: 61 k E lcvantandofe oSummo Pontifice, diflelhe: Naõ refpondes
59- nada? Que teftificaõ eftes contra ty?
/W.537. 63 / Porem Jefus calava. E refpondendo oSummoPontifice, dif-
Matth. 27:
12,14. felhc: Efconjuro te polo Deus vivente, quehnos digas , le tu es o
Chrifto, o Filho de Deus?
m PjZ 110: 64 Jefus lhe difle: Tuo diflefte. w Porem digo vos, quedefd’agora
1.
Dan. 7:13. vereis a o Filho do homem aflentado a [maoj direita da potência
Matth. 16 *. [ de Dev.s , ] e vir em as nuveis dó ceo.
27. 6^ Entonces o Summo Pontifice rasgou feus veftidos, dizendo,
<*24: 30. Blafphemou , que mais ncceflitamos de teftimunhas? Vedes aqui '
Marc. 14; agora ouviftes fua Blasfémia.
62. 66 Que vos parece? E refpondendo elles, difleraõ: » Culpado he.
Aã, 1: it. morte.
Row.I4:io. 67 Entonces lhe cofpiraõ’no rofto, e lhe deraõ dc punhadas.
I TheJ]'. 4: 65 0 E outros lhedavaõ de bofetadas, dizendo, p Prophetizanos,
16. o Chrifto, quem he o que te ferio?
Apcc. 1:7. 6() 7 E Pedro eftava aflentado fora ’na laia 5 e chegoufe a elle huã
S .7. 1 •
nLcv.i^. criada, dizendo, Também tu eftavas com Jefus o Galileo.
Io. ■ * .. • -
lfay. 50: 6. 70 Mas elle o negou diante de todos, dizendo, Naõ lei o que
0 íoí>16:lo. dizes.
loa. 19; 3. 71 E faindoá anteporta, vioo outra, e difle a os que ali
p Luc. 22:: Também efte eftava com Jefus o Nazareno.
64. 72 í^gou 0 outra vez com juramento, [dizendo, ] Naõ conhe-
$ Marc. 14: ço a [ejje \ homem.
66. , —
73 E d’ali a hum pouco chegando os que ali eftavaõ , difleraõ a
Ioa.i^63Pedro :n Verdadeiramente também tu deíles e$: porque tua falia te
25. manifefta.
' n
*Ou,^w^Z- 74 Entonces [jÇ] começou elle a * anatematizar , e a jurar,
diçoar. [dizendo,] Naõ conheço a [ejje~\ homem.
*.
r ^Aatt.16 75 E logo o galo cantou. E lembrou fe Pedro da palavra de Jefus,
64.
Marc, 14: que lhe diflera: r Antes que o galo cante, me negarás tres vezes. E
30. faindofe pera fora chorou amargofamente.
Luc. 22:61.
7^,13:38.
C4PI-
SEGUNDO S. MATTHEUS. Cap. XXVIL

Capitulo XXVIL
I Entregao os Judecs Chrijlo a Pilatos, 3 Arrependido Judas lança 0 dinheiro
'no Templo 3 e enforcafe. 6 Com 0 qual dinheiro comprao o campo do0leiro3 como
predito fora. II Examina Pilatos a Chrifto acerca das acujações que contra elle
fe trazido, 19 Sua mulher 0 avifa. 20 Declara a Chrifto por inocente eprocura
joltalo. 24 O que nao aproveitando lava as maos 3 e â inffancia dos Judeos ,• 0
entrega a os Soldados > pera fer crucificado. 27 Os quaes avendo 0 efcamecido, 0
levaoa crucificar. 32 E a Simaõ Cyrenio 0brigaò a que fua cruz, lhe ajude a levar,
3> Crucifcad aChriJio, 3S E a dous falteadores ccm elle. 39 Os quepaffaõ 3 ao
injuriaõ 3 e dellezombao 4$ Vem trevas fobre terra 3 daõ lhe a beber fel 3 e bra­
dando em fua extrema anguflia a feu Pae 3 da 0 efpirito. 51 Sucedem diverfas
maravilhas a 0 temqo de fua morte. 54 Polo que 0 Centuriaii polo -filho de Deus
0 confeffa. 5 7 JoJeph de Arimathea ojepulta 3 e he 0fepulchro d petição dos Prin­
cepes dos Sacerdotes 3 com guardas fortalecido.
1 a p vinda a manhaã,tomaraõ juntamente confelho todos os Prin- aPfal.v.i.
cepes dos Sacerdotes e Anciãos do povo, contraJefus, pera
o matarem. Luc, ii-Aí.
1 E amarrado o, levaraóo, e entregáraóo a b Poncio Pilatos , o /2*:?-
Preíidente. ’ bfff
3 Entonces Judas, o que o avia trahido, vendo que jaeílavacon- J
denado, tornou, arrependido, as trinta [ moedas] 'de prata a os Prin­
cepes dos Sacerdotes e a os Anciãos:
4 Dizendo, Pequei, trahindo o fangue innocente. Porem elles
difleraó: Que nos toca [ iffo] a nos? Ve o tu.
5 E lançando elle as [moedas] de prata ’no Templo, partiofe, c
c foy, e * enforcou [fè]. c 2 Satn.lj;
6 E os Princepes dos Sacerdotes, tomando as [moedas] de prata, 28.
difleraó: Naó he licito polas "no cofre das oflertas, porquanto pre­’ Aã.i
* 13.
ço de fangue he. ~ *
O u,^-
gou fe com
7 E tomando juntamente confelho, compráraõ com ellas o d cam­ humbaraço.
po do Oleiro, para lepultura d’os eftrangeiros. dAfi.i;!?,
S Polo que foy aquelle campo chamado, campo de fangue, até o
dia de hoje.
9 Entonces fe cumprio o que foy dito e pelo Propheta Jeremias, eZach. 11 *
que difle: E tomáraó as trinta [moedas] de prata, preço do apreça­ 12.
do pelos filhos de Ifraêl, a o qual elles apreçáraõ. * Ou, enco­
10 E deraõ as polo campo do Oleiro, legundo o que o Senhor me mendou.
* 1 - fMarc. 1$:
* mandou. z 1
11 /E Jefus eíteve diante do Preíidente, e o Preíidente pergun- Lw’23:
tou, loa, 18:33.
w OS. EUANGELHO
tou, dizendo, Es tu o Rey d’os Judeos? E Jefuslhedifie. TufoJ
dizes / ,
12 E fendo acufado pelos Princepes d’os Sacerdotes e Anciaós,
nada refpondeu. ,r
f MaitAÓ', 13 c Pilat os entonces lhe difle: Nao ouves quantas L^^Jteltin-
62. caó contra ty ? .
14 h E naó lhe refpondeo nem huã fó palavra , de maneira que o
7. Prefldente fe maravilhava muyto.
^.8:32. 1$ t E ’na fefla coftumava o Prefldente foltar hum prezo a o povo,
i Marc. 16:
6. ‘ qual que quifeflem. .
Luc. 23:17. ió k E tinhaó entonces hum prefo bem conhecido chamado Ba-
loa. 18 39. rabbas.
AMaras: 17 Juntos pois elles, Diflelhes Pilatos : Qual quereis que vos
. 7J ( folte? a Barabbas, ou a Jefus, que hechamadoChrifto?
18 Porquefabia que por enveja o entregáraó.
â i$> E cftando dieaflentado no Tribunal, fua mulher enviou a elle,
dizendo, Naó tenhas que fazer com aquelle jufto j porque hoje pa­
deci muytas coufas em íonhospor amor d’elle.
/Marc,i^t 10 l Mas os Princepes dos Sacerdotes e os Anciaõs perfuadiraó ás
11. companhas que pedifle a Barabbas, e a Jefus mataflem.
jL«í27:i8. 21 E refpondendo o Prefldente, diflelhes: Qual d’eftes dous que-
loa 18:40.reis que vos folte? E elles difleraõ: A Barabbas.
^.3:14. 22 Pilatos lhes difle: Que pois farei Jefus, quehechamado
Chrifto? Difleraõ lhe todos: Seja crucificado.
23 Porem o Prefldente difle: Pois que mal tem feito ? E elles cla-
mavaó mais, dizendo, Seja crucificado.
24 Vendo pois Pilatos que nada aproveitava, antes fe fazia mais
alvoroço, tomando agoa, lavou as maos diante da companha, di­
zendo, Innocente eftou do langue defte jufto: Vede o vos outros.
2)’ E refpondendo todo o povo, dille: m Seu fangue fe­
bre nos, e fobre noflòs filhos.
16 Entonces foltoulhes à Barabbas: porem avendo açoutado a
V Marc .1$; Je^us’ entregou o pera fer crucificado.
vMarc.iy
16. 27 n Entonces os toldados do Prefldente, * levando a Jefus com-
loa. 19:2. figo á audiência, ajuntaraó a elle toda a quadrilha.
* Ou to- E defpindoo, cobriraõ o com huã capa de graa.
tnando. 2 7 E tecendo huã coroa de efpinhos, puíèraõ lhafobre a cabeça,
e huã cana em fua [ mao J direita, e poftrandofe de juelhos diante delle,
zoni^avad delle, dizendo, * Ajas gozo, Rey d’os Judeos.
SEGUNDO S. MATTHEUS. Cap.XXVII. <5
30 E cofpindo nelle, tomaraó a cana, e davaó lhe ellã\ ’na
cabeça.
51 E desque o ouveraó efcarnecido, defpiraólhe a capa, e vefti-
raó o com feus veftidos, e levaraõ o a crucificar. oMarc. 15:
32 <? E faindo, acharaõahumhomemCyreneo, por nome Simaó: -
a efte conftrangeraõ a que levaífe lua cruz.
33 p E chegando a o lugar chamado Golgotha, que fe diz o lu- M^rc *
gar da Caveira: , 22.
34 Deraó lhe a beber vinagre mefturadocomfele goftando p j, £"<-.23:33.
naó quis beber. 1G^ I?: *7-
35 2 E defque o ouveraó crucificado, repartiraófeusveftidos, lan-
çando fortes: peraque fe cumprifle o que foy dito pelo propheta:
r Entre fi meus veftidos repartiraó, eíobre minha túnica fortes lan- rpf^19\
çaraÓ. JMarc. 15-
$6 E aflcntado fe, guardavaõ o ali. 26:
37 /E puferaó por em cima de fua cabeça fua * caufa efcrita: Luc. 2^3.
ESTE HE JESUS, O REY DOS JUDEOS. lo 77^
íS t Entonces fóram crucificados com elle dous falteadores, hum uJf,' í‘c
-i .. . , j ou^acujaçao
mag] direita, e outro a ezquerda. tlfay. 53:
39 «E os que paflavaõ blafphemavaó d’elle meneando fuas cabe- I2,t
ças, . ttP/22: S.
40 E dizendo, xTu, que derribas o Templo, eemtresdias*69:21.
reedificas, falvate a ty mefmo. Se es Filho de Deus, defcende da-^ -
* 1^
J 29.
cruz. • Ljíc 23 *3 ç
41 E d"a mefma maneira também os Princepes dos Sacerdotes x M^‘26:
com os Eícribas, e Anciaõs, ePharifèosefcarnecendod’ellediziaõ: ói.
42 A outros falvou, a fi mefmo naó fe pode falvar. Se he o Rey loa. 2:19.
de Ifraèl, defcenda agora da cruz, e creloémos.
43 y Confiou em Deus, livreoagora, fe lhcquer. Porque 7 PA22’9»
difle: Filho de Deus fou.
44 E o mefmo lhe lançavaó também em rofto os falteadores que
com elle eftavaó crucificados.
4y z E defda hora feifta, ouve trevas fobre toda a terra até a hora
nona. , 23:44.
46 E perto da hora nona clamou Jefus com grande voz, dizen- a pç 22: 2,
do, ELI, ELI, LAMA SABACHTHANI: ifto he,Deus #^.5:7.
meu, Deus meu, porque me defemparafte?
47 E alguns d’os que ali eftavaó, ouvindo p], diziaó : A Elias
chama efte.
48 b E
66 O S. EUANGELHO
íPf.6^22- 48 £ E logo correndo hum deíles, tomou huã efpònja, cenchen­
loa. 19:29 do de vinagre, póla em hua cana, e davalhe de beber.
49 Porem os outros, diziaõ: Deixa, vejamos íe Elias vemati-
vraío.
c Luc. 23: $0 c E Jefus clamando outra vez com grande voz, deu o elpirito.
46» 51 d E eis que o véo do templo ferafgou em dous de riba até baixo,?
d 2 Chron.
TH. e a52terra tremeo, e as pedras fe fendéraõ.
E os fepulcros fe abriraõ , e muytos corpos de fanétos , que
Marc.i^:
38. dormirão, foraõ refufeitados.
Luc.23:45. 53 _ ______
E iaidos dos fepulcros, defpois de * fua refurreiçaõ, vieraõ á
&n<^-a cidade,
_ _ _ _ e_ apareceraõ
_ a muytos.*
$4 e E o Centuriaõ, e os que co elle a Jefus guardavaõ, vendo o
e Marc. 15: terremoto, e as coufas que aviao fucedido, temeraõ em grande ma-
39.
íu, dizendo, Verdadeiramente Filho de Deus era efte.
Luc. 23:47. neira,
fMarc. 1$: 55 t E eftavaõ ali muytas mulheres £ olhando de longe, as quaes
40 defde Galilea aviao feguido a Jefus, h fervindo o.
Luc.23'49 56 Entre as quaes eftava Maria Magdalena, e Maria maé de Jaco-
^P/28 12. bo, e de Jofe, e a maé dos filhos de Zebedeo.
h Luc, S: 2
i Marc. 15: 57 /'E vinda ja a tarde, veyo hum homem rico de Arimathea, por
42.
nome Jofeph, o qual também era Difcipulo de Jefus.
Luc .23-50. 5S Èfte chegou a Pilatos, e pedio o corpo de Jefus. Entonces
loa. 19:38- Pilatos mandou que o corpo fe (_/AeJ deífe.
59 E tomandojofeph o" corpo, embrulhou o em hum limpo len­
çol fino.
k Marc.15: 60 k E polo em feu fepulcro novo, que tinha lavrado em hua pe-
e revolvendo huã grande pedra á porta do fepulcro, foy fe.
w-23-53
* 61 E eftava ali Maria Magdalena, e a outra Maria, aífentadas
defronte do fepulcro.
62 E oíeguinte dia, que he defpois da preparaçaõ ajuntaraõ fe
os Princepes dos Sacerdotes, e os Pharifeos a Pilatos,
63 Dizendo , Senhor, lembramosnos que aquelle enganador,
lllíatt. ió: vivendo ainda difle: Z Defpois de tres dias refufeitarei.»
^17-23 64. Manda pois que o fepulcro fe legure até o dia terceiro, por-
^4
e 2o-19. flue Por ventura naõ venhaõ leus Difcipulos de noite, e o furtem, e*
Marc.s-.31. digaõ a o povo, dos mortos reíufcitou: e [afí] ferá o derra-
e 10; 34: deiro erro peyor que o primeiro.
Luc. 9? 22. 65 Diflelhes Pilatos: A guarda tendes 5 ide fegurae o como o en­
^iS-33- tendeis. .
e,24; 6.
66 E indo elles, feguraraõ o fepulcro com a guarda, fcllando a
pedra. C a p 1-
SEGUNDO S. MATTHEUS. Cap.XXVIII.

Capitulo XXVIII.
X lrein as mulheres a o fepulcro. 2 Informa as o Anjo que dofepulcro a pedra revol­
vera y acerca de fua refurreiçaó, 7 Vam a dar as novas a feus Difcipulos. 9 A-
parecelhes Chrifo no caminho. II Dam os guardas as ?nefmas novas a os Prin­
cepes dos Sacerdotes 3 porem fubornados com dinheiro. divulgao que feus Dtjcipu-
los do fepulcro 0 furtarao. 16 Aparece a feus Difcipulos em Galilea. 19 E
manda os a pregar e a bautizar a iodas as gentes. Zo Prometendolhesfua conti*.
rua afftflencia.
1 * F * tarde \ffíoiQ do Sabbado quando ja * começava efclarecer aMarc.16:
pera o primeiro da femana, veyo Maria Magdalena, eaou- i«
tra Maria, a ver o fepulcro. 24:1.
2 E eis que fe fez hum grande terremoto ? porqueo Anjo do Se- Íq’20^'
nhor defcendendo do ceo, chegou, e revolveo a pedra da porta e
eftava aflentado fobre ella.
como neve. ’
4 E de medo delle ficaraó os guardas muy aflombrados, c torna-
raó fe como mortos. cMarc 16
5 Porem refpondendo o Anjo, difle a as mulheres : Naõ temaes 6
vos outras , c porque eu fei que bufcaes aJefus, o que foy crucifi- Luc.z^:^
cado. dAfatt.lt
6 Naóeftáaqui, d porquejarefufcitou, comodifle, vinde, vede u.
o lugar a onde jazia o Senhor. €>17:23.
7 E ide preito, dizei a feus Difcipulos , que ja refufcitou d’os MarcS-r.!
„ r 1 ’
^2°:O19' j- 1 J • -rr
mortos j e vedes aqui, vos vae adiante a Galilea, e alio vereis. Vc-
des aqui volo tenho dito. eioi-M.
de gozo, correram a denuncialo a feus Difcipulos. 18:33.
9 E indo ellas a denuncialo a feus Difcipulos, eis queg Jefus lhes e24‘6*
------------- ---------------------------------------- -- - - — .— £------------ J ------ >-> J--------------

íae a o encontro, dizendo, Ajaesgozo. E chegando cilas, pegáraó


fôno ~~— ‘ _______ 3 2-

11 E indo ellas, eis que huns da guarda viéraó á cidade, e denun* l°a ao:iS.
ciáraõ a os Princepes dos Sacerdotes todas as coufas que tinhaõ
contecido. T 9’
12 E congregados elles com os Ançiaós, e tomado confelho entre
li? deraó muyto dinheiro a os foldados j e 13:31?
I 2 13 Di-1 Ctfr.is:^
OS. EUANGELHO
i? Dizendo, Dizei: Seus Difcipulos vieraõ de noite, e o furtaraó,
♦ Ou, con­ dormindo
14 Efe
nos outros.
ifto vier a ferouvido doPrefldente, nos o * perfuadiremos,
tentaremos.
* Ou, fora‘ c * feguros vos faremos.
de cuidado 15 E elles tomando o dinheiro, fizeraõ como eftavaõ inftruidos.
•vos pore­ E foy efte dito divulgado entre os Judeos até o dia de hoje.
mos. 16 E os onze Difcipulos fe foraõ â Galilea, a o monte i aonde
iMatt 26 *. Tefus ]]ies tinha ordenado.
32. .
J 17 E como o viraõ, adoraraõ o, porem alguns duvidavaó.
Marc. 14:
2S. iS E chegando
_ Jefus a elles, falloulhes, dizendo, Z’Todapote-
kPjdl.S:7. ftade me he dada ’no ceo e na terra.
Matth. II- 19 l Por tanto ide, enílnae a todas as gentes, bautizando as em
27. nome do Pae, e do Filho, e do Elpirito Sanéfo: Eníinandólhes que
Luc. 10:22. guardem todas as coufas que vos tenho mandado.
loaõy.tf' 20 m E vedefaqui eu eftou com vofco todos os dias até a confumaçaõ
e 17:2.
I Cor, iy: do mundo. Amen.
27’
Ephef i: £2. Hcbr. 2;S. IMarc. 16:15. loaol^: 16. m Ioao I4:lS.

O SAN-
O S ANCTO
EUANGELHO
De nofío
SENHOR

JESU CHRISTO
SEGUNDO

S. MARCO s.
Capitulo I.
I Começa a pregaçao do Euangelho com o Mhftfierio de Joao que no deferto prega e
bautiza com grande concorrência do povo. 9 Chrifto he delle bautizado, e do Ceo
fe lhe da teftimunho que 0 muy amado Filho de Deus he. II He atentado 'no
deferto. 14 Prega em Galilea. 16 E chama a Simao e a André. 19 Como tam­
bém a Jacobo e Joao. 21 Enfna em Capernaum. 23 Lança fora hum efpirito
immundo. 29 Sara da febre a Jogra de Pedro. 32 E a toda forte de enfermos 3
e endemoninhados. 35 Retira fe a hum lugar deferto a orar. 3S Sae dali a pre­
gar pelas' aldeas vizinhas. 4.0 Purifica a humleprofo, manda 0 calar > emojlrar
fe a 0 facerdote.
1 rincipio do Euangelho de Jefu'Chrifto, Filho dc Deus.
2, Como eftá efcrito em os Prophetas: * * Eis que eu envio ^M^Z 3.1.
meu Anjo diante de tua face, que teu caminho diante ií:
ty preparará.^ , 27>
3 b Voz dó que clama em o deferto : Aparelhae o caminho dó blfayÀo-i.
Senhor, * endereçae fuas veredas. Matt. 3:3.
4 c Eftava Joaó bautizando ’no deferto, e pregando o Bautifmo de Luc. 3; 4.
* converfaó pera remiftaó dos pecados. . ^oa51: 2 J-
5 d E fahia a elle toda a província de Judea, e os de Jerufalem-} Qwndi-
e eraó todos bautizados d’elle ’no rio Jordaõ, confeílàndo feus pc- /q* ' ejrl~
CadoS. enda 3 ou 3
I 3 6 f E arrependi­
mento. c Matth. 3:1. Luc. 3: Ioao 3:13 ♦ dMatth. 3:5. Luc 3; 7.
T., 7e OS. EUANGELHO
fiPeyV.s,' - 1 .
Matt.y.4. 6 * EJoaÓ * andava veílido de pelos de camelo, c com hum cinto
*Ou,í/M- de couro a o redor de feus lombos 5 e comia/'gafanhotos , e mel
Da. d’o mato.
fLeD. í 1: 7 g E pregava, dizendo, Apos my vem o que hc mais forte que
22,
g Matth.y. e—y ?( ao qual eu naó fou digno de encorvado delatar a correadefuas
II. alparcas..
Luc. 3:16. 8 h Bé vos tenho eubautizado có agoa, mas elle vosbautizará'com
Ioaõ 1:27. Efpirito Sanéto.
bMatth.y. 9 E acontecco ’naquelles dias , que veyo Jefus de Nazareth de
II.
Aci. 1: f. Galilea, e foy bautizado de Joaó no Jordaõ.
eli: 16. >0 k E logo, fobindo da agoa, vio abriremíe os ceos, e a oEfpi­
el9‘.4- rito, que, comopomba, defeendia fobre elle.
7 ljay 44:3. 11 E * ouvio fe hua voz d’os ceos \_que dizia J : l Tu es meu amado
loel.2:2S« Filho, em quem me agrado.
Aã. 1. 4: 12 m E logo o Efpirito o empuxou a o deferto.
AVeVa ht3 E eíleve rali no deferto
kMatth.V. a ■ r ■dias,
quarenta - atentado de Satanás; c
J eltava com as reras, e os Anjos o íerviao.
Luc. 3:21’ n E defpois que Joaó foy entregue, veyo Jefus a Galilea pre­
ito 1:32. gando o Evangelho do Reyno de Deus :
*Ou,fez/è, 1$ E dizendo, O tempo he cumprido, e o Reyno dc Deus efta
lPf.z\7. perto5 0 Arrependeivos, e crede a o Euangelho.
? E andando junto a o mar de Galilea, vio a Simaó e a André
feu irmaó, que lançavaõ a rede a o mar ( porque eraõ pefeadores).,
Marc,z‘ . i* 7 E diilèlhes Jefus: Vinde apos my, e farei que fejaes pelcado-
Luc. 3:22,. res <7 de homens.
18 r E deixando logo fuas redes, o íêguiraó.
Co/. 1:13. J9 /E paliando d’ali hum pouco mais a diante, vio a Jacobo
2 Ped 1:17. [fi/bo] de Zebedeo, e a Joaó feu irmaó, que no barco con­
m M/ftfb. certando fuas redes.
4:1.
Luc 4:1, 20 E logo os chamou ,5 e elles deixando a feu pae Zebedeo no
»M4/^4: barco com os jornaleiros, foraõ apos elle.
í 2. - - ' " em Capernaumj
?21’ * TE' entráraó * e 1logo em o Sabbado, entrando
Luc. 4:14, na Synagoga, eníinava.
7^04:43. .22 u È efpantavaó 7 - fua
fe- uc
de - - -
- doétrina, porque os enfinava como
olía <6 *1 ulFailLUV*xu 1C 1UU> ^uumuu., pv.
*
pMattb.4 tend° autoridade, e naó como os Efcribas.
IS. - - - T? _ n
23 x E eftava em fua Synagoga delles hum homem com hum efpi-
qlere-n.xCy rito immundo, E clamou
l6* ' 24. Di_
xer;47‘. IO. r Mattk. 19: 27, Narc.lo'A%. Luc.^AI. e 18:2S./ Mãtth, 4: 21. tMatth. 4:13.
*.•.4:31
* » M.atth.7: 28. Luc. 4; 32. x Luc^ 4\^.
SEGUNDO S. MARCOS. Cap. L 7r
24 Dizendo, Ah, que temos com tigo, Jefus Nazareno? Viefte
a deftruir nos? * Bem fei quem es, o Sanéto de Deus.
25 E reprendeo o Jefus, dizendo, cala te, efaed’elle. hep te,
26 E deípedaçando o o elpirito immundo, e clamando com gran­
de voz, fahio delle.
27 E de tal maneira fe efpantaraõ todos , que perguntavaõ en­
tre fi, dizendo, Que he iíío ? Que nova doétrina he efta? Que
com poteftadç até a os efpiritos immundos manda, e lhe obede­
cem ?
28 E logo fua fama fahio por toda a Província d’o redor de Ga­
lilea.
29 7 E faindo logod'a Synagoga, vieraõ a cafa de Simaó, edeAn- ,, M + 7 «
dré, com Jacobo e Joaó. 7 7^’S;
3° E a fogra de Simaó eftava deitada com febre , e difleraõ lhe Luc. 4:3S.
logo d’ella.
31 Entonces, chegando fe a ella tomou a pela maó, e levantou a,
e logo a febre a deixou, e fervia os. ,
3- *E vinda a tarde, quando ja o foi fe punha, traziaõlheatodososz Matth
*'.
que fe achavaõ mal, e a os endemoninhados. 16.
33 E toda a cidade fe ajuntou á porta. Luc. 4:40.
34 E curou a muytos que fe achavaó mal de diverfas enfermida­
des; e lançou fora muytos demonios; e naõ deixava fallar a os de­
mónios, porquanto o conheciaõ.
35 E levantandofe muy de manhaã, ainda bem de noite, fahio,aLuc4:42-
e foyfe a hum lugar deíerto, b e ali orava. b Matt 14:
36 E feguio o Simaó, e os que com elle [eftavaò] ; 23»
37 E achando o, difleraõ lhe: todos te buícaõ.
38 E elle lhes difle: c Vamosaas aldeasvizinhas, peraquepregue cLuc 443.
também ali, porque para iflo lahi. dljay.ci',
39 E pregava em luas Synagogas deíles por toda Galilea , e lan- E
caya
^3 fora a os Demonios. 18>
40 e E veyo hum leprofo a elle , rogandolhe , e poftrandofe de e Matth.
*'.
juelhos diante d’elle, e dizendolhe, Se quiferes, bem me podes 2,
alimpar. L?z<r.5:i2.
41 E Jefus movido de intima compaixaõ, eftendeo a maõ , e to­
cou o, e diflelhe: Quero, fé limpo.
42 Eavendo elle dito logo a lepra fe foy d'elle, e ficou
limpo.
43 E ameaçando o, logo o defpedio de fi.
44 E
OS. EUANGELHO
44 Ediflelhe: Olha que nada a ninguém digas j fenaõ vae, moftra-
te a o Sacerdote, e offerece por tua limpeza o que/Moyfes man-
el4'A- dou, peraque lhes * confte.
*Ou>r/y^ Mas elle fahido, começou a apregoar muytas coufas, e a'di-
vu^gar ° negocio 5 de maneira que ja naó podia entrar publicamen»
te ’na cidade, mas eftava fora em lugares defertos, e de todas as
partes vinhaô a elle.

Capitulo Ií.
I Prega Chrifto em Capernaum com grande concorrência do povo, j Trazemlhe
hum paralytico3 aquém os pecados perdoa e o fara 3 provando ajji contra os Ef­
cribas j que também autoridade tinha para os pecados perdoar, 13 Chama a Mat-
theus da Alfândega, iq Come e bebe com os publicanos 3 0 que jerlhe licito prova,
iS Da razao 3 porque feus Difcipulos entonces -nao jejumavao 3 como os defoad,
e os dos Pharifèos faziao. 23 E andando os Difcipulos arrancao efpigas em Sab­
bado j Chrifto os defende contra a calumnia dos Pharifèos.
aMatth 9: j J7 ^defpois de [alguns] dias entrou outra vez em Capernaum, c
I.
Euc. $117. ouvio fe que eftava em cafa.
2- E logo fe ajuntáraó tantos, que nem ainda , ’nos lugares jun­
to á porta cabiaó : e fallavalhes a palavra.
bMatth.^\ 3 b E vieraõ a elle [huns] que traziaó hum paralytico , ás coftas
*i8 9uatro* '
uc'^' * 4 E naó podendo chegar a elle por caufa da companha, defcobri-
raõ o telhado de adonde eftava, e fazendo hum buraco, deceraó
[por elle] o leito, em que o paralytico jazia.
5 E vendo Jefus fua fé, difle a o paralytico: Filho, teus peca­
dos te faõ perdoados.
6 E eftavaó ali aflentados alguns d’os Efcribas, que arrezoavaó em
feus coraçocns, [dizendo]^
c 7 Porque falia efte afli blasfémias ? c Quem pode perdoar pecados,
^^.fenaófóDeus?
s E conhecendo logo Jefus em feu efpirito, que aflientrefi arre­
zoavaó, diflelhes: Porque arrezoaes d’eftas coufas cm voflos cora-
çoens ?
9 Qual he mais facil? Dizer a o paralytico: [ Teus] pecados te faó
perdoados? Ou dizer [lhe] : Levantate, e toma teu leito, e anda?
10 Pois peraque faebaes que o Filho d’o homem tem poder na ter­
ra pera perdoar pecados, (difle a o paralytico):
11 A ty digo, Levantate, c toma teu leito , e vaete pera
tuaeafa. £
SEGUNDO S. MARCOS. Cap. IL
12 E logo fe levantou , e tomando o leito, íahio fe em prefença
Métodos; de talmaneira que todos íe efpantaraõ, e glorificáraõ a
Deus, dizendo, Nunca tal vimos.
13 E tornoufe a fair pera o mar, e toda a companha vinha a elle,
e eníinava os. 9*
L#í.5:27.
14 E paliando elle, vio a Levi, filho} de jAlpheo , aflentado
na Alfandega, e diflelhe: Segue me •, e levantando fe, feguio o.
15 E aconteceo que eftando elle aflentado [á mefa} em lua cafa,
muytos publicanos e pecadores eftavaó também afientados [dn?e/à}
com Jeíus e feus Difcipulos; porque eram muytos, e o tinhaó fe-
_ guido.
ió E os Efcribas e os Pharifeos, vendo o comer com os publica-
nos e pecadores, difleraõ a feus Difcipulos: Que [quer dizer} que
come e bebe com os publicanos e pecadores ?
17 E ouvindo [0] Jefus, diflelhes: Os íaõs naõ neceflitaõ de me­
dico, fenaõ os que ellaõ doentes: e Eu naó vim a chamar a os juftos, e Matt h^\
íênaó a os pecadores â converfaõ. I3*
iS /E os Difcipulos de Joaó, e os d’os Pharifeos, jejumavaõ ; e Luc. e 21:31.
5: 32.
vieraõ, e difleraõ lhe: Porque os Difcipulos de Joaõ e os dos Pha­ e 19: lo.
rifeos iejumaõ, e teus Difcipulos naõ jejumaõ?
19 E Jefus lhes difle: g Podem por ventura os filhos de bodas je- fMatth^x
iumar em quanto o Efpofo com elles eftá? Entre tanto que tem com
ligo a o Eípolo, nao podem jejum ar. pifâWi
20 Mas dias viraõ, quando o Efpofo lhes for tirado; e entonces f cor ii-2.
’naquelles dias jejumaráõ.
21 E ninguém * deita remendo de pano * novo em veftido velho; * Ou
d’outra maneira o mefrno remendo novo rompe o velho, efazfepe- ?or
yorrotura.
22 h E ninguém deita vinho novo em odres velhos; d’outra ma- hMatth.y.
neira o vinho novo rompe os odres, e derramafe o vinho, e os odres J7*
fe danam: mas o vinho novo em odres novos fe ha de deitar.
23 > E aconteceo que paflàndo elle * por huns paens em Sab- 1
bado, e, indo feus Difcipulos andando, começáraõ a arrancar efpi- 11:I>
gas. LwXsi.
24 E.difleraõ lhe os Pharifeos: Vés [ift.o} ? Porque faze k o que *Ou,/»í7<w
em Sabbado naõ he licito? femeados.
2$ E elle lhes difle : Nunca leftes l o que fez David , quando hExod. 20:
teve neceflidade, e fome, elle e os que com elle \_efiavao} ? iisam 0 !•
26 Como entrou ’na cafa de Deus, em tempo de Abiathar Summo 6
K Pon-
74 O S. E U A N G E L H O
Pontífice, e comeo os paens da propofiçaõ, quenaó he licito co-
vLev 24'. mer, « fenaõ a os Sacerdotes , e também deu a os que com elle
eftavaó ?
27 E dizialhes: O Sabbado por caufa d’o homem foy feito, naó
o homem por caufa d’ o Sabbado.
’7 iS « Afli que o Filho d5 homem até do Sabbado he Senhor.
5.
Ca p. 1 t u l o III.
I Sara Chrifto a hum home de hua mao Jeca} e prova que 0 Sabbado com a talo-
bra fenaõprofana. 6 Tem os 'Pharifèos e Herodianos contra elle conjelho j de cu­
jas ciladas fe ejcapa, e acode a elle hua grande multidão de todas as bandas , de
que a muytos fara > e lançando a os Demonios fora J lhes defende, que 0 nao ma-
nifeflem. 13 Elege doze Apoflolost 16 Cujos nomes fe relatam. 21 Seus pa­
rentes por fora de fi ò tem. 11 BlasfemaÕ os Efcribas de feus milagres > dizen­
do ■> yue por JBeelzebulos fazia 3 o que com diverjas parabolas refuta. 28 Enfina
que a blasfémia contra 0 Efpirito Sanhto nunca perdoadaferá. 31 E declara quem
Jua Mae j jeus irmaõs > e jiias irmaas fejao.
1 a entrou outra vez em a Synagoga: e eftava ali hum homem
que tinha hua maõ feca.
2 E atentavam para elle, fe em Sabbado o curaria, pera o acu»
farem.
3 E difié a o homem que tinha a maõ feca: Levantate "no meyo.
4 E difielhes: He licito fazer bem em Sabbado, ou fazer mal ?
Salvar huã pefioa , ou matala ? E elles calavaõ.
5 E olhando pera elles a oredorcomindignaçaõ, condolecendofc
d’a dureza dc feu coraçao, difié a o homem : Eftende tua maõ:
b iRcy.if. E cllea eftendeo: £ e foy fua maõ reftituida faã como a outra.
O• “
cMatt. 12: 6 c E faindofe os Pharifèos, tiveraõlogo confelho juntamente com
14 os Herodianos contra elle, como o matarião.
loa.io'.^qt 7 E retiroufe Jefus com feus Difcipulos para o mar: d E feguio
<? 11:53, o huã grande multidaõ de Galilea, e de Juclea.
d Matt. 4: 8 Jerufalem, e de Idumea, e d’alem do Jordaõ ; e grande
T„r -5 muIti(Jaõ d’os de perto de Tyro e deSidon, ouvindoquam grandes
coufas fazia, vieraõ a elle. 1 S
9 E diífe a feus Difcipulos que o barquinho de contino perto d’cl-
le eftivefié, por caufa d as companhas j porque naó o oprimifiém.
ío Porque tinha curado a muytos, de tal maneira que todos quan­
tos tinhaõ mal cahiaõ fobre elle, polo tocar.
11 E os efpiritos immundos, vendo o, fe pollravaõ diante d’elle,
e cia-
SEGUNDO S. MARCOS. Cap. III. 7Í
c clamavam, dizendo, Tu es o Filho de Deus.
12 E elle * os ameaçava muyto, que o naõ manifeftafiem. * Ou lhes
e E fubio a o monte, e chamou a fi a os que quis , e vieraõ mandcvvã.
a elle. ejiretia-
mente.
J4 E ordenou a os doze, pera que eftivefiem com elle, e pera os e Matt* IO’
mandar a pregar: I.
15 E pera que tivefiem poder pera curarem as enfermidades, e 212^.6:7.
lançarem fora a os Demonios. Luc
* 6:13-
I^ [convém a Jabe/\ a Simaõ , [a quem~] pos por nome
Pedro.
17 E a Jacobo [fi/to] de Zebedeo, e a Joaõ irmaõ de Jacobo , c
pos lhes por nome Boanerges, que he , filhos do trovaõ.
E a André, eaPhilippe, e a Bartholomeo, eaMattheus, c
a Thomas, e a Jacobo de Alpheo, e a Thaddeo, ea Simaõ
o Cananita.
19 E a Judas Ifcariota, o que também o trahio.
20 E vieraõ pera cafa, e outra vez fe ajuntou acompanha, de tal
maneira f que nem ainda podiaõ comer paõ. fMarc.6'.
21 E como ifto ouviraõ os feus, fairaõ a pegar delle5 porque di- 31*
ziaõ: Eftá fora de fi.
22 E os Efcribas que aviaõ defcendido de Jerufalem , diziaõ :
g A Beelzebul tem, e pelo Princepe d’os Demonios lança fora a os g Matth.)';
Demonios. ° e^.24
2 3 E chamando os afi, difielhes por parabolas: Como pode Sa-
tanás lançar fora a Satanás ? loa. 8:48.
24 E fe algum Reyno contra fi mefrno eftiver divifo, naõ pode o h Matt.11;
tal Reyno fubfiftir.
2$ E fe alguã cafa eftiver divifa contra fi mefma, naõ pode a tal *^d. ctca-
cafa fubfiftir. bafe.
2^ E fe Satanás fe levantar contra fi mefrno, eeftiver divifo, naõ i^tt.12;
pode fubfiftir, porem * tem fim. O 7’ Os
*
27 i Ninguém pode roubar * o fato d’ovalente, entrando em fua 05
cafa, k fe antes naõ amarrar a o valente : c entonces roubará kCol.z;i^.
Câfâ. . llSam.2:
28 Em verdade vos digo, lque todos os pecadosferaõperdoados 2$.
a os Filhos d’os homens, e toda forte de blasfémias com que blas- Matth.iz\
femarem: 3E
29 m Porem qualquer que blasfemar contra o Efpírito Sancto, pera x
fempre naõ tem perdaõj mas culpado he do eterno juizo.
K 2 3o Por- 16,
OS. EUANGELHO
30 Porque diziaõ: Efpirito immundo tem.
*.
vMatt.VL 31 n Vieraó pois feus irmaõs efua maé 5 eeltando de fora, * man-
46. dáraó o chamar.
Euc.%: I?» 32 E a companha eftava aflentada a o redor d’elle j e difleraó lhe:
*Ou. envi­
ara^ a elle.e Vefaqui tua maé, e teus irmaõs te buícaõ lá fora.
chamaraõ 0. 33 E elle lhes refpondeo, dizendo, Quem he minha maé, ou
meus irmaõs?
34 E olhando d’o redor pera os que a o redor d’elle aflèntados efla-
0 loao 15: vaõ, difle: Vedes aqui minha maé, e meus irmaõs:
14.. 35 0 Porque qualquer que fizer a vontade de Deus, efle he meu
2 Cor. y: irmaó, e minha irmãa, e \_minha~\ maé.
16,17.
Capitulo IV
I Declara Chrifo com diwerfas parabolas 0 eftado do Reyno dos Ceos, primeiramen -
te com a do femeador ■> cuja femente cahio em diverfos lugares, I o Da razaõ por­
que por parabolas fala9 14 E explica em particular a feus Difcipulos a precedente
parabola, 21 Defpois com a da candea, que fe poemfobre 0 candieiro. 24 Com a
da medida com que fe mede. 2.6 Coen a da femente que pouco a pouco madurece^
30 E com a do graÕ da moftarda. 35 Raffa com feus Difcipulos 0 mar y e dor­
mindo elle no barco, 0 defpertao, e aplaca atormenta.
*
aMatt.lX
It 1 * E começou outra vez a enfinar junto a o mar, eajuntoufe aelle
Euc. 8:4. grande companha, de tal maneira que entrando em huní
barco, 1'e afléntou no mar5 e toda a companha ellavaemterrajun-
to a o mar.
2 E enfinava lhes por parabolas muytas coufas? c dizialhesemfua
doétrina:
3 Ouvi, Vedes aqui o femeador fahio a lemear.
4 E aconteceoquefemeandoelle, cahiohuã\_parte da femente'}jun­
to a o caminho, e vieraó os paflaros d’o ceo, e comeraó a.
5 E outra cahio em^pedregaes, ondenaótinhamuytaterra5 elo-
go naceo, porque naó tinha terra funda.
6 Mas faindo o foi, queimoufe 5 e porque naó tinha raiz , fe-
coufe.
7 E outra cahio entre efpinhos, e crecéraõ os efpinhos c afo( *a-
raó a, e naó deu fruito.
8 E outra cahio em boa terra, edeufruito, quefobio, ecreceo:
bMatt 13: c deu hum trinta, e outro feflenta, e outro cento.
ío. 9 E diflelhes: Quem tem ouvidos pera ouvir, ouça.
Xí/o S:?. ,o b E quando efteve fó , perguntarão lhe os que junto a elle
[ esta-
SEGUNDO S. MARCOS. Cap. IV
com os doze, acercada parabola.
11 E diflelhes: Avos outros hedado’faberosmyílcriosd’o c Matt.ir.
Reyno de Deus: mas a os que \_ejtaõ'_] de tora, todas ellas coufas 2$.
por parabolas fe * dizem. 2 Cor,2:14.
12 e Peraque vendo, vejaõ, e naõ advirtaõ j e ouvindo, ouçaõ,^2C<7r’
e naó entendaõj porque por ventura fe naõ convertaõ, e lheslejaõ tra
perdoados os pecados. 3
13 E diflelhes: Naõ íabeis eíla parabola? E como entendereis eifay. 6:9.
todas as parabolas ? Matth. 13:
14. f O femeador [he 0 que] femea a palavra. 14
15 E eftes laõ os de junto a o caminho, em os que a palavra fe Luc-8: Io‘
femea j mas avendo a ouvido, vem logo Satanás, e tira a palavra
que em feus coraçoens foy femeada. R .§*
16 E femelhantemente eftes íaõ os que em pedregaes fe femeaõj/M^r.13:
os que avendo ouvido a palavra, logo com gozo a recebem. 19.
17 E em fi mefmos raiz naõtem: antesfaõtemporaes. Defpois le-^-§'• n*
vantando fe tribulaçaõ, ou perfeguiçaó por caufa da palavra, logo
fe efeandalizaõ.
iS E eftes faõ os que fe femeaõ entre efpinhos, [a faher] os que
ouvem a palavra:
«9 g E os cuidados defte mundo, e o engano das riquezas , e
cobiças acerca das outras coufas, entrando, affogaõ a palavra, e
nca ínltructirera.
20 E eftes faõ os que foraõ femeados em boa terra 5 os que ouvem Luc. 1S .24.
a palavra, e a recebem, edaõ fruito, hum trinta, e outro feflen-1 T/Xó:?.
ta, e outro cento. h Matth v
h E diflelhes: Vem por ventura a candea pera fe pór debaixo
do alqueire, ou de baixo da cama? Naõ [wa antes] pera fe pórfo- Lz/c. 8- ió:
bre o candieiro? eu.33.
n 1 Porque naõ ha nada encuberto, que naõ aja de fer manifeíloj ^^.12:22.
nem nada fe faz [para] encuberto [ficar] : mas para a dclcuberto Io:
vir . Luc26‘8- 17
23 Se alguém tem ouvidos pera ouvir, ouça. ^12:2 '
24 E diflelhes: Oíhae o que ouvis: k Com a medida que medir- k Matth.?:
des , vos mediraõ 5 c fer vos ha acrecentado a voloutros, os que 2.
ouvis. Luc. 6:3$;
25 /Porque a o que tem, ferlheha dado5 e a o que naõ tem, até
o que tem lhe ferá tirado.
26 E dizia: Afli he o Reyno de Deus, como fe o homem lançafle rf ô. Tê
femente’na terra. 27 E
7? OS. EUANGELHO
27 E dormi (Te, e fe levantafle noitee dia, e a femente brotafle»
c creccfle, naó fabendo elle como.
28 Porque de fi mefma fruétifica a terra, primeiro erva, defpois
efpiga, defpois graó cheyo ’na efpiga.
29 E quando ja o fruito * [fe ] moftra, logo lhe envia a fouce ,
* Ou 3 he
produzàdo. porquanto chegada he a fega.
m Matth, 30 ?zzE dizia: A que aflemelharemos o Reyno de Deus ? ou com
13 3*- que parabola o compararemos ?
Luc. 13:18, 31 Com o gram da moftarda, que quando fe femea em terra, he
o mais pequeno de todas as fementes que ’na terra [ haf
31 E fendo ja lemeado, fobe, e fazfe a mayor de todas as hor­
taliças, e cria grandes ramas, de talmaneira que os paflaros d’o ceo
debaixo de fua fombra aninhar fe poflaó.
«Mrfí.13: 33 » E com muytas taes parabolas lhes fallava a palavra, fegundo
34
* o que ouvir podiam.
34 E fem parabola naó lhes fallava5 mas a feus Difcipulos decla­
rava tudo em particular.
tMatth. Si 35 <?E diflelhes aquelle dia, vinda ja a tarde : Paliemos á outra
*3-
Luc, 8:22, banda.
36 E deixando a companha, tomaraó o com figo, como eftava
no barco, e avia também com elle outros barquinhos.
37 E levantoufe huã grande tempeftade de vento, c davaó as on­
das por cima do barco, de talmaneira que ja fe enchia.
58 E elle eftava ’na popa dormindo fobre huã almofada , e def-
pertaraó o, e difleraó lhe: Meftre , naó fe te dá de que nos per­
demos? !
flob. 26: 36 E defperto elle , P reprendeo a o vento , e difle a o mar:
*
12 Càlate, aquietate. E quietou fe o vento , e fezfe grande bonan­
Lf. 107:29. ça.
IJay 51:10
* 40 E [_aeUes~\ lhes difle: Porque fois tam timidos ? Como, naó
tendes fé ?
41 E teméraó com grande temor, ediziaóhunsa os outros: Mas
quem he efte, que até.o vento e o mar lhe obedecem?

C A PI-
SEGUNDO S. MARCOS. Cap.V 7?
Capitulo V
í Lança Chrifío fora de hum homem hua legiaò de Demonios. 12 E permitelhes
entrar nos porcos. 13 Os quaes todGs fe ajfogaõ no mar. 14 De que os pafto-
res dao avifo a os Gadarenos, 17 Os quaes lhe rogao que de feus termos Je vá.
iS O que logo faz 3 e a 0 que dos Demonios liuiara manda que ali je fique ■, e
efte beneficio maràfefte. 21 Vae Chrifto com Jairo a /ararJua filha, 24 Livra
de caminho a hua mulher de hum ftuxo do Jangue 3 que avia doze annos padecida„
36 Erejtifeita a filha de jairo.
1 a E vieraõ á outra banda do mar , á provinciad’os Gadarenos. aMatthàx
1 E faindo elle do barco, logo lhe lahio a o encontro hum 2S.
homem das fepulturas com hum elpirito immundo, Luc. 8:26,
3 Que tinha rnanida ’nas fepulturas , e nem ainda com ca-
deas o podia ninguém liar.
4 Porque muytas vezes fora liado com grilhoens e cadeas, e as
cadeas foraõ por elle feitas em pedaços, e os grilhoens em migalhas,
e ninguém o podia amanfar. *
5 E fempre dia e noite andava clamando pelos montes , e pelas
fepulturas, e ferindofe com pedras.
6 E como vio a Jelus de longe, correo e adorou o.
7 E clamando com grande voz, difle: Que tenho eu comtigo Je­
fus, Filho do Deus Altiflimo? Elconjurote por Deus, que naõ me
atormentes.
S (Porque lhe dizia: Sae d^efté homem , efpirito immundo.)
9 E perguntoulhe: Qual he teu nome ? E refpondeo, dizendo,
Legiaõ meu nome he : porque muytos fomos.
10 E rogavalhe muyto que os naõ enviafle fora d’aquella pro­
víncia.
11 E eftava ali junto a os montes huã grande * manada de porcos
pafeendo.
ii E rogaraõ lhe todos [aquelles"] Demonios, dizendo, Mandanos
a aquelles porcos, pera que nelles entremos.
13 E permitiolho logo Jefus. Efaindoaquelles eípiritos immundos,
entráraó ’nos porcos: e a manada fe lançou d’o alto abaixo’nomar;
(e eraõ quafi dous mil) e aftbgaraó fe no mar.
14 E os que apalcentavaõ os porcos fugiraõ, e deraõ aviío ’na ci­
dade, e nos campos j e íairaõ a ver que era aquillo que tinha acon­
tecido.
15 E vieraõ a Jefus, e viraõ a o endemoninhadoaflentado, e ve-
ilido, e em feu filo, a o que tivera a legiaõ: e temeraõ,
16 E
to OS. EUANGELHO
16 E contaraó lhes os que aquillo tinhaó vifto, o que acontecc^-
ra a o endemoninhado, e [também] acerca dos porcos.
b A&. l6 * 17 E começáraó a rogarlhe, que ie fofle de feus termos.
39- 18 t E entrando elle ’no barco, rogavalhe o que fora endemoni­
c'Lí/í.S:3S
nhado, que [0 deixafie] eftarcom elle.
19 Mas Jelus naó lho permitio, fenaó diflelhe: Vaete a tua caía
a os teus, e denuncia lhes quam grandes coufas o Senhor te fez,
e [cuia] de ty mifericordia teve.
xo E foy fe, e começou a denunciar em Decapolis, quam gran­
des coufas Jefus lhe fizera: e todos fe maravilhavaó.
/LkgS:4o. 21 d E paflàndo Jefus outra vez em hum. barco pera a outra ban-'
da, ajuntoufe a elle grande companha5 e elle citava junto a o mar.
eMatth. 9: 21 e E cis que veyo hum dos Princepes d’a Synagoga, por nome
18. Jairoj e vendo o poítroufe a feus pees.
■L#c.S;4i. 23 E rogavalhe muyto, dizendo, Minha filhinha eftá ’na extre­
midade, [wgo te] que venhas, e ponhas as maós fobre ella, peraque
fare e vivirá.
24 E foy com elle , e feguia o grande companha, c aper-
tavaó o.
fLev.is: 25 fE huã certa mulher que tinha fluxo de fangue , doze annos
J^tt 2 av^a?
Lhc S’43° 2,6 E avia Padecido muyto de muytos médicos , e gaitado tudo
quanto tinha, e nada lhe aproveitara, antes lhe hia peyor.
27 [Efta] Ouvindo dc Jefus, veyo entre a companha por detrás,
e tocou feu veítido.
28 Porque dizia: Se taó fomente tocar feu veítido, fararei.
29 E logo a fonte de feu fangue fe fecou j e fentio em [feu] cor­
po que ja d’aquelle açoute farára.
2-Luct6:i9. qo E conhecendo Jefus logo em fi mefmo ga virtude que deíle
faira, virandofe’na companha, difle: Quem meus veftidos tocou?
31 E difleraó lhe feus Difcipulos: Vês que a companha te aperta,
e dizes: Quem me tocou?
32 E elle olhava a o redor por ver a que ifto fizera.
53 Entonces a mulher temendo, e tremendo, fabendo o que em
fi fora feito, veyo, e poítroufe diante delle, e diflelhe toda a ver­
dade.
9 34 E elle lhe difle: Filha, tua fé tefalvou, vaete em paz,, efá-
ío: ra teu aÇ°ute-
pf ’ 35 ; Eftando elle ainda fallando, vieraó [a/giw] dó Princepe da
9 Luc. 8:49, Syna-
SEGUNDO S. MARCOS. Cap.VI. 8r
Synagoga, dizendo, Tua filha he morta5 peraque enfadas mais a
o Meftre ?
36 E Jefus logo em ouvindo efta palavra que fe dizia, difie a o
Princepe dá Synagoga: Naõ temas, cré fomente.
37 E naõ permitio que alguém o feguifle, fenaõ Pedro, e Jaco­
bo, e Joaõ o irmaõ de Jacobo.
38 E veyo á cafa d’o Princepe d’a Synagoga , e vio o alvoroço,
[/] os que muyto choravam e pranteavaó.
39 E entrando, diflelhes: Porque vos alvoroçacs, cchoraes?
menina naõ he morta, mas dorme. IX*
40 E riaõ fe d’clle, mas elle avendo os lançado a todos fora, to­
mou comfigo a o pae, e á maé da menina , e a os que cõ elle
vaõ] j e entrou a onde a menina, eftava deitada.
41 E tomando a maó da menina, diflelhe: Talitha cumij que,
traduzido he, Filhinha, (a ty [tejdigo,) levantate.
41 E logo a Filhinhafe levantou, e andava, porquejaeradedoze
annos: e efpantáraó fe com grande efpanto.
43 E mandou lhes encarecidamente que ninguém o foubefle : c
difle que de comer lhe deflem.

Capitulo VI.
I Enfina Chrifto em fua patria 3 aonde he defprezado, 7 Envia feus Difcipulos a
pregar j e a com milagres fua Doutrina confirmar» 14 Das diverfas opinioes a-
cerca de Chrifto > affi dos ftideos > como de Herodes > quepor JoaÒ bautifta 0 tem.
17 De quem d efiaoccafiao fe conta a prifaõ , degolaçao e enterro. 50 Tornaoos
Apoflolos a Chriflo > que com elles a hum lugar deferto fe vae. 3 3 Aonde hua
grande multidão de até cinco mil homens 0 fegue3 e com cincopaens, e dous peixes
osfarta. 45 Faz embarcar afeus Difcipulos j e ora entre tanto no monte. 48 Vem
despois a elles de noite andando fobre mar □ e aplaca o vento, ^4 E chegando a
terra j fara toda forte de enfermidades.
1 * f partio fe d’ali, eyeyoá fua Patria , e feguiraõ o feus Difci- A Matt.x
pulos. 53.
2 E chegado o Sabbado, 'começou a enfinar ’na Synagoga 5 e
muytos, ouvindo o, fe efpantavaõ, dizendo, Donde lhe [vem] a
efte eftas coufas ? E que fabedoria he efta que lhe he dada ? E taes
maravilhas que per fuas maos fe fazem.
3 Naõ heefte o carpenteiro, filho de Maria, e irmaõde Jacobo, bloa»6 -42.
ç de Jofes, e de Judas, e de Simaõ ? E naõ ellaõ aqui com nofco fua s
irmaãs? E efeandalizavaõ fe ’nellc.
I 4 E
OS. EUANGELHO
15:, 4 E Jefus lhes dizia: fNaó ha Propheta fem honra, fenaõcm íua
57- . Patria, e entre [/èw] parentes, e em fua cafa.~
, 4:24, 5 d E naó podia ali fazer nenhuã maravilha 5 fenaõ, pondo as maós
:fobre huns poucos de entermos, os curou.
’ * 6 E cílava maravilhado de íua.incredulidade. e E rodeava as aldeai
s»Matth.9
* d’o redor, eníinando.
35» 7 fE cíiamou afiaos doze, e começou os a enviar de dous cm
dous: e deulhes poder fobre os efpiritos immundos.
f PLitt. lo: S Emandoulhes que naó tomaífem nada pera o caminho, fenaõ
I.
Luc. 6:13» fomente hum bordaõ, nem alforge, nem paõ, nem dinheiro na
ey.L. cinta.
gAti.IlS. 9 g Mas que calçalfem alparcas 5 e naõ fe veftiífem de duas tu *
h Matt. Io: nicas.
14. 10 E dizialhes: Aonde quer que em cafa alguã entrardes, ficae
Luc. 9:5.
•-iAã. 13: ali, até que d’ali fayaes.
51. 11 h E quaes quer que vos naõ receberé, nem vos ouvirem 5 fain­
do d’ali5 i lacudi o pó que eítiver debaixo de voífos pees, emtefli-
*Ou,4eÍM. munho * contra elles k Em verdade vos digo, que mais tolerável-
mente feram [tratados os de -- -
J Sodoma “
ou Gomorra ......................
’no dia d’o juizo,
15.
Luc. 10:12. do que aquella cidade.
llac. $: 14. 12 E, faindo elles, prégavaó que fe arrependeífem.
W Matth. 13 E lançavaõ fora a muytos Demonios, / e ungiaõ com azeite a
14:1. muytos enfermos, e curavaó os.
Luc. 9: 7. 14 m E ouvio [0] el Rey Herodes (porque ja feu nome eça noto-
* Gr. vir­■ rio), e diífe: Joaó, o que bautizava, relufcitado hedos mortos5 e
tudes , OU , portanto ellas * maravilhas obraõ ’nelle.
poderes, ou,
Outros diziaõ: Elias hej e outros diziaõ: Propheta he r, ou
nMattw, comojlgum _ d "os
1 Prophetas.
3- 116\ Porem ouvindo Herodes, diífe : Elle he Joaó, o que eu dc-
Lu-. 319. golei: refulcitado he dos mortos.
17 n Porque o mefmo Herodes enviara e prendera a Joaó, eo ti­
oLev. 18: nha liado’na prifaó, por caufa de Herodias, mulher de Philippe
16.
e 20; 21. feu irmaó, por quanto com ella fe caiara.
*Ou,0frJ- 15 Porque Joaó dizia a Herodes: 0 Maó te he licito ter a mulher
zãadeolho, de teu irmaó.
- - —----------- ---- í

ou, lhe ar­ 19 E Herodias o * efpiava, e o queria matar, e naó podia.


mava. cila­ 20 Porque Herodes temia a Joaó, fabendo quep era varaó juíle
das,
pMatt.14 , eíanéto, e ^ellimavaoj e ouvindo o, faziamuytascoufas, c ouvi’4
5‘ ‘ o de boamente. 2,1 E
e2I:2ó. * Ou , tinha lhe rejpeito.
SEGUNDO S. MARCOS. Cap. VI. ??
n E vindo hum diaoportuno, emqueHerodes, q ^nodia de feu qGen.^>\
nâcimento, dava huã cea a feus Grandes, e Tribunos, e aosprin-' 20>
cipaes de Galilea: Matt.x^.6,
12 E entrando a filha da mefma Herodias, e dançando’, e agra­
dando a Herodes, e aos que juntamente [a mefa J eftavaõ; difle el Rey
a menina: Pedeme quanto quiferes, e dart’ohei.
13 r E juroulhe: Tudo o que me pedires te darei, até a metade rludAK
áe meu Reyno. 5o *
-4 E faindo ella, difle a fua maé: Que pedirei ? E ella difle: A
cabeça de Joaó Baptifta.
^5 E entrando ella logo aprefuradamente aél Rey, pedio [Z&i, J
dizendo, Quero que agora logo me des em hum prato a cabeça de
Joaó Baptifta.
*6 E entriftecendo fe el Rey muyto : [toda víaj por caufa dos
juramentos , e dos que juntamente á mefa eftavaõ , naõ lha quis
negar.
17 / E logo el Rey, enviando o executor, mandou trazer ali fuapjf^/,14^
cabeça. E indo elle degolou o ’na prifaõ. 10.
18 E trouxe fua cabeça em hum prato, e deu a á menina ; e a
menina a deu a fua maé.
19 E ouvindo leus Difcipulos, vieraõ, e tomaraõfeu corpo,
e puferaõ o em hum fepulcro.
3° t E os Apoftolos fe [tor?tarao 1 a ajuntar a Jefus, e denunciáraõ tLucv.iv.
lhe tudo, afli o que tinhaó feito, como o que tinhaó enfinado. uMarc.y,
31 E elle lhes difle: Vindevos outros aqui aparte a hum lugar de- x^'tt
ferto, e repoufae hum pouco : porque avia muytos que hiaõ, e x
vinhaõ, u e naõ tinhaó lugar de comer. Luc.ç: io
32 x E foraõfe em hum barco a hum lugar deferto á parte. ioa. 6: i. *
3? E viraõ os ir as companhas, e muytos o conhecerão , e con-yMarc, 9:
corréraõ lá a pé de todas as cidades, e vieraõ antes que elles, e che- 36-
gavaõ fe a elle. € I4:
34 E faindo Jefus, y vio huã grande companha, e moveofe a ín-
tima mifericordia deíles; z porque eraõ como ovelhas que naó tem \ ‘ **
paftor, * e começoulhes a enfinar muytas coufas. *£^.9:11;
35 E * como ja o dia fofle muy entrado , vieraõ feus Difcipu- JZ^/í.14;
los a elle, c difleraõ: O lugar he deferto , e o dia he ja muy en-
trado: 1 £^.9:11:
3^ Defpedeos, para que vaõ a os lugares ealdeasd’o redor, ecom- *Ou. ’w^
piem pera íi pao: porque nao tem que comer. iafoíTewiw
E 2 37 Po- tarde.
OS. EUANGELHO
37 Porem refpondendo elle, diflelhes: Daelhes vos outros de co­
mer. E elles lhe difleraó : Iremos e compraremos duzentos
dinheiros de paó, e dar lhes hemos de comer?
cMatt. 14 *. - 38 E elle lhes difle: Quantos paens tendes? Ide e vede [0. ] c E
17» elles fabendo o, difleraó: Cinco, e dous peixes.
Luc. 9113. 39 E mandou lhes que fizeflem aflentar a todos por ranchosfobre
loa. 6: 9.
a erva verde.
40 E aflèntaraó fe repartidos de cento em cento, e de cincoenta
loa. 17:1. em41cincoenta.
E tomando elle os cinco paens e os dous peixes, levantou
^O^olhan­
do para 0 os olhos a o ceo, e benzeo, e partio os paés, e deu os a feus Difci­
ÍÉC. pulos, paraque diante lhos puleflem: E os dous peixes repartio a
€ 1 Sam. 9: todos.
*3- 41 E comeraó todos, e fartaraó fe.
43 E levantaraó dos pedaços doze ceflos cheyos, e dos peixes
Q também J.
44 E eraó os que os paens comeraó, quafl cinco mil homens.
fMatt.i^'. 45 /"E iOgO conftrangeo a feus Difcipulos a fobir ’no barco, e ir
, a "a- t'7 diante à outra banda em [fronte de} Bethfaida, entre tanto que elle
defpedia a companha.
gMatt. 14: 46 g E avendo os defpedido, foy/e a o monte a orar.
47 h E vinda a tarde, eftava o barco ’no meyo do mar , e elle fó
íátlC• 6. IX»
cm terra-
* 48 E vio que fe fadigavaó muyto remando, (porque oventolhe3
era contrario): c perto da quarta vela da noite, veyo a ellesandan­
do fobre o mar, e queria paflar por elles [de largo.}
49 E vendo o elles andar fobreo mar, cuidaraóqueerafantafma,
e deraó grandes gritos.
$0 Porque todos o viaó, e turbaraó fe : e logo fallou com elles,
e diflelhes: Tende bom animo, eu fou, naó temaes.
fi E fobio a elles ’no barco, e o vento quietou: e tanto mais
entre íi fe efpantavaó e fe maravilhavaõ.
Porque [ainda} naó tinhaó entendido [o milagre} d’os paens:
* porque feu coraçao eftava endurecido.
: 541 * E quando ja foraó da outra banda, vieraó á terra de Genneza-
*Ou * fur- reth ’ e * tomaraõ ali porto.
girao ali, Í4 E faindo elles d’o barco, logo o conhecerão.
$5 [£] correndo toda a terra a’oredor, começaraó a trazer os-
que mal fe achavaó, em camas, aonde quer que ouviaó que eftava.
56 E
SEGUNDO S. MARCOS. Cap.VII.
< tf E aonde quer que entrava, em lugares, ou cidades, oualdeas,
punhaõ nas praças a os enfermos, e rogavaõ lhe que ÍÓ tocaflem a
borda de feu veftido j e todos os que o tocávaõ, fáravaó.

Capitulo VIL
I Reprendem os Pharifeos e Efcribas a os Difcipulos de Chrifto por comerem com as
maos por lavar. 6 Aos attaes Chrifto defende > e reprende a hypocrifia dos Pharifeos ,
em fuas exteriores lavaduras. 9 Regeita as tradiçoens humanas > principalmen-
te na explicaçaõ do quinto mandamento, 14 Enfina que he 0 que propriamente a
0 homem contamine ou nao. 24 Lança a hum Demonio fora da filha de hua
mulher Syrcphenija. 31 E fara a hum furdo e tartamudo. 3 7 Polo que he muy
louvado.
1 * E ajuntáraó fe a elle os Pharifeos, e alguns dos Efcribas, que aMatt.zç;
^tinhaó vindo de Jerufalem.
z E vendo que alguns de feus Difcipulos comiaó pam com maós
comuas (ifto he por lavar), reprendiaó
3 Porque os Pharifeos, e todos os Judeos, jretendo a tradiçaõ d’os
Antigos, fe muytas vezes fe naó lavaó os maós,*■ , naó comem.
4 E [tornando] da praça, fe naó fe lavarem , naó
: comem: e ou-
tras muytas coufas ha que tomaraõ pera guardar, [como] olavard’os
copos , e d’os picheis, e dos vafos de metal, e d’as camas.
5 Defpois lhe perguntaraõ os Pharifeos e os Efcribas : Porque
teus Difcipulos naó andaó conforme á tradiçaõ d’os Antigos? mas g y#?’
comem paõ com as maós por lavar? 13.
6 Porem refpondendo elle, diflelhes: Bem profetizou Ifayas de Ezech.n
*
vos outros hypocritas, como eftá eferito: b Efte povo com os beiços 31*
me honra, mas feu coraçaõ longe eftá de my. tMatt. 15:
7 í Porem em vaõ mehonraõ, eníinando, [/w] doutrinas, man-c^'2; l5
damentos de homens. 20.
8 Porque deixando o mandamento de Deus, retendes a tradiçaõ Tit.D.14,
dos homens: [como] o lauar dos picheis, e d’os copos, e fazeis ou- dExod.z®
*
tras muytas coufas femelhantes a eftas. - I2'-
9 Edizialhes: Bem invalidaes o mandamento de Deus, p era voflá
tradiçaõ guardardes. eExod.zu
10 Porque Moyfes difle: «/Honra a teu pae, eatuamaé. E^quem 17.
ao pae, ou á maé maldiflèr, dé morte morrerá. £^.20:9;
• 1 Porem vos outros dizeis: Se o homem difleraõ pae ou ámaé: x7í
Corban (ifto he, ofterta) tudo o que de my aproveitar te puder ,
£ desobrigado fica J, ro,t*20 •
L 3
16 O S. EU A N G E L H O
12 E naó lhe deixaes mais nada fazer por feu pae, ou por fua
maé.
fMatt. 1$' 13 f Invalidando a palavra de Deus por voíTa tradiçaõ, que
6.
*.^
I Tim.4 4 vos ordenaftes ■, e muytas coufas fazeis femelhantes a eftas.
1 Tim 3 14 g E chamando a fi toda a companha, difielhes: Ouvi me todos,
iMatt 15: e entendei :»»
10 15 h Naó ha fora do homem nada que ’nelle entre , que o pofla
h Aã. ío: contaminar 5 mas o que delle fae , iíTo he o que .a o homem conta­
15. mina.
Rom. I4: 16 Se alguém tem ouvidos pera ouvir, ouça.
17,20.
Tif i:I$. 17 * E entrandoíe d^acompanha em cafa, perguntaraólhe feus Di­
iMatt. I$‘ fcipulos [á cerca] da parabola.
35- 18 E elle lhes difle: Tam ignorantes fois ainda? Naó entendeis
! que tudo o que de fora entra no homem, naõ o pode contaminar?
e
19 Porque naõ entra em feu coraçao , fenaõ ’no ventre, e fae á
privada purgando todas as comidas.
20 E dizia : O que do homem fae , iflo contamina a o ho­
mem.
k Gen 2.1 k Porque dc dentro do coraçao dos homens faem osmaos pen-
P^2J.'i4 famentos, os adultérios, as forni caçoens, os homicídios,
Itr, 17: 9. 22 Os furtos, as avarezas, as maldades, o engano, adifloluçaõ,
o mao olho, a blasfémia , a foberba, a louquice.
2-3 Todos eftes males de dentro procedem , e contaminaó a o
homem.
iMatt. 15: 24 l E levantandofe d’ali, foyfe a os termos de Tyro e de Sidon;
21. e entrando em hua cafa, naõ quis que ninguém o foubefle, e [/o-
davia] naõ fe pode efeonder.
25 Porque huã mulher , cuja filhinha tinha hum efpirito immun-
do, ouvindo d’clle, veyo, e lançoufe a feus pees.
E era efta mulher Grega, Syrophenifla de naçaõ; e rogava­
lhe que lançaflè fora de fua filha a o Demonio.
27 Mas Jefus lhe difle: Deixa primeiro fartar a os filhos; porque
naõ he bem tomar o paõ dos filhos, e lançalo a os cachorrinhos.
2-8 Porem ella reípondeo , e diflelhe : Si Senhor : mas tam­
bém os cachorrinhos comem , debaixo da mefa, das migalhas dos
filhos.
29 Entonces lhe difle elle: Por efta palavra, vae, ja o Demonio
fahio de tua filha.
30 E vindo ella a fuacafa, achou que ja o Demonio era faido, e
a filha deitada fobre a cama 31 E
SEGUNDO S. MARCOS. Cap. VJIL
51 m E tornando elle a ir dos termos de Tyro e de Sidonveyo a mMattb.

34 E levantando os olhos a o ceo, fõfpirou, e difle: Ephphata,


ifto he, abrete.
V E logo feus ouvidos fe abriraó, e a atadura d’a lingoa fe lhe
foltou, e falava bem.
36 E mandoulhes que a ninguém o difleflem; mas quanto [mais]
lh’o mandava, tanto mais o divulgavaõ.
37 E fobre maneira muyto feeípantavam, dizendo, 0 Tudo bem oGen.i 31.
fez5 e a os lurdos faz ouvir, e a os mudos fallax.
Capitulo VIII.
I Dá Chrifto de comer a quatro mil homens comfete paens e huns poucos de peixinhos.
II Refuja dar a os Pharifeos fnal algum do ceo. 14 Avijà a feus Difcipulos
dos Pharijeos e do de Herodes. 22 Dá viítaahuin
cego. 27 Diverfas opinioes dos Judeos a cerca de Chrifto > e a confifldo de Pedro>
de como Jefus era 0 Chriflo. 31 Prophetiza fua paixao > morte e refurreicao.
32 Reprende a Pedro , polo querer definar de padecer. 34 Exhorta a todos os que
jeguir 0 quiferem j a que fua cruz, Johrefl tomem 3 afimejmos fe neguem e 3 por
temor nenhum 3 d’elle 3 nem de fua doutrina fe envergonhem.
'NJ'aquelles dias, avendo muy grande companha, e naó tendo
que comerem, chamouJefus a feus Difcipulos afi, e difle­
lhes :
x A intima mifericordia da companha, me movo, porque ja ha
tres dias qui eftaó comigo , e naó tem que comer.
$ 3 E fe os deixar ir cm jejum pera fuas cafas, defmayaraõ’no cami­
nho; porque alguns delíes tem vindo de longe.
4 E íêus Difcipulos lhe refponderaó: Donde poderá alguém fartar
a eftes de pam aqui ’no deferto?
$ E perguntoullies: Quantos paens tendes ? e elles difleraõ :
Sete.
6 E mandou á companha que fe aflentaflem pelo cham. E to­
mando os fete paens, e avendo dado graças, partio os, e deu os
a feus Difcipulos, para que diante lhos pufçflèm, e puferaó os dian­
te á companha.
7 E tinhaó huns poucos de peixinhos; e, avendo dado graças?
diífe que também diante lhos pufeflem.
J 8 E comméraõ, e fartaraó fe; e levantáraó do fobejo dos peda­
ços, fete alcofas.
9 E eraó os que comeraó quaíi quatro mil; e defpedio os.
ío b E logo entrando ’no barco com feus Difcipulos, veyo a as
• Mat 12- Partes de Dalmanutha.
L \8 ' * .Ir E fairaõ os Pharifèos, e começaraó a porfiar com elle, ^pe-
*
ei6:i dindolhe final de ceo, atentando o.
Luc.11129. 12 E * fufpirando elle profundamente em feu efpirito, difle: Por-
^.6:30. que pede final efta geraçaó? ^Em verdade vos digo , que final fe-
*Ouj ge- naõ Jará a efl-a geraçaó.
^Matr 16- E deixando os, tornou a entrar ’no barco, e foyfe pera a ou-
4 ’ tra banda.
14 E [feus 'Difcipulos] fe tinhaó efquecido de tomar paõ , e naó ti-
nhaõ fenaõ hum paõ comfigo ’no barco.
eMatt. 16: Emandoulhes, dizendo, Olhae, guardaevos d’o formento
6. d’os Pharifèos, e do formento de Herodes.
Luc. 12:1. 16 E arrezoavam huns com os outros, dizendo, [iftohe] porque
naõ temos pam.
17 E entendendo o Jeíus, diflelhes: Que arrezoaes, quenaóten-
fNiarc.6: des paõ? Naó confideraes ainda, nem entendeis?/Ainda tendes
5 2* voífo coraçao endurecido ?
18 Tendo olhos, naó vedes? E tendo ouvidos, naó ouvis?
• t9 E naõ
• « vos lembraes,Z1 g quando
1 parti
1 os -w—•entre— -os
< cinco paens
lAar 6** c*nco 5 quantos ceftos cheyos de pedaços levantaftes ? Dizem lhe
elles:: Doze.
: elles
38» . - - -[parti] os lete entre os quatro mil, quantas■
L«r, $>; 13. ‘20 E quando 1 uz _j 1 .- x t alco-
Ita.ó:?. fas cheyas de pedaços levantaftes? E elles difleraó: Sete.I
h MattiV)\ 21 ..................... - : Como
E elle lhes diífe - naó entendeis ?
36,37. 22 E veyo á Bethfaida, e trouxéraõ lhe hum cego, erogaraõlhe
que o tocafle.
23 E tomando * a o cego pela maó, tirou o fora da aldea, /e
ce£Q- cofpindo lhe’nos olhos, e k pondo lhe as maós em cima, pergun-
íMarc^x toulhe, fe via alguá coufa ?
kMarc 7* 24 E levantando elle os olhos, diífe: Vejo os homens; porque
32, ’ * vejo que andam como arvores,
2Ç Defpois tornou lhe a pór as maós fobre os olhos, efez lhos le­
vantar, e ficou reftaurado, e vio de longe e claramente a todos.
26 E
SEGUNDO S. MARCOS. Cap. VIII.
26 E mandou o pera fua cafa, dizendo, Naõ entres ’na aldca,
nem ’na aldea o digas a ninguém.
27 ZE fahio Jefus e feus Difcipulos para as aldeas de Cefarea de Matt.itt
Philippe. E ’nocaminho perguntou afeus Difcipulos, dizendolhes, ,
Quem dizem os homens que eu fou? m Matth *
28 E ellesrefponderaõ: m Joaõbaptifta5 eoutrosElias5 e outros I4.2J
algum dos Prophetas. »M4ím6:
2.9 E elle lhes difle: Porem vos outros, quem dizeis que eu fou? 16.
E refpondendo Pedro, diflelhe: « Tu es o Chrifto. hw d: 69.
30 E ameaçou os que d’elle a ninguém [aquiUo'} difleflem. oMatt. 16:
31 0 E começou a eníinar lhes, que importava que o Filho do ho- e
mem padecefle muyto, e fofle reprovado d’os Anciaõs, ed’osPrin- e2^. Ig*
cepes d’os Sacerdotes, e d’os Efcribas, e fofle morto, e defpoisde Marc 2:3'1
tres dias refuícitafle. e 1033.
32 E livremente dizia efta palavra. E tomando Pedro comfigo Luc, 9:22.
começou o a reprender. e 18-31.
33 Mas virandofe elle, e olhando pera feus Difcipulos, repren-
deu a Pedro, dizendo, Arreda te de diante de my, Satanás: por-^X22tW‘ °*
que naõ comprendes as coufas que faõ de Deus , fenaó as que faõ
dos homens. 38,
34 E chamando afia companha [juntamente ] com feus Difcipulos, ^16: 24»
difle lhes : 7 Qualquer que quifer vir apos my, neguefe a fi mefrno, Luc- 9:2T
c tome fua cruz, c figame.
35 r Porque qualquer que quifer falvar fua vida, perdelaháj mas '
qualquer que perder fua vida por amor de my , e d’o Euangelho,
efle a falvará. ' Luc. 9:24.
36 Porque, que aproveitaria a o homem, fe grangeafle todo o *I7- ’3S-
mundo, e perdeflè fua alma? 12:25-.
37 Ou que dará o homem /por * refgate de fua alma?
38 t Porque qualquer que ’nefta geraçaõ adulterina e pecadora tura
de my e de minhas palavras fe envergonhar , também o Filho do compevfa. 'a.
homem d’elle fe envergonhará, quando em a gloria de feuPae com tMatt, 10:
os fanétos Anjos vier. 32
*
Luc, 9: 26.
e 12:8.
277w,2:I2.
3 z^.2n?í
M Ca?p
OS. EUANGELHO
Capitulo IX.
1 Tratafigura fe Chrifio no monte em prefença de Mofes e^Elias> e ddfetefttmunho
de como elle he 0 Pilho de Deus» II Enfina que Joao baptifta he 0 Elias que
avia de vir. 14 Lança fora a hum Demonio mudo efurdo. 18 O que feusDi-
fcipulos fazer nao puderao. 28 A caufaporque nao» 31 Prophetiza fuapaixad»
morte > e refurreiçaó» 33 Exhorta a feus Difcipulos d humildade, com 0 exem­
plo de hum menino. 38 Nao quer que impidam a hum que em feu nome lan­
çava fora aos Demonios. 41 Promete gaíardaó a os que a os feus o minimo bene­
ficio fizerem» 41 Ameaça com grandes cafigos a os que a alguém efcaeidalizarem.
43 Enfina que tudo evitar devemos quanto nos pode efcandaltzar e a falva-
çam impedir. 5o E amoefla a em nos tnefinos fal termos» e paz os huns com os
outros.
I <* 'Tjizialhes também: Em verdade vos digo,^que alguns ha dos
U que aqui eftaõ, que a morte naõ goftaráó, até que vifto naó
a Matt. 16:ajam que o Reyno de Deus com potência vem.
28. ‘ 2 b E feis dias defpois, tomou Jeíus com figo a Pedro, eajacobo,
' Luc. 9:17. e a Toa5 c ievou os a parte foos a hum monte alto: e transfiguroufe
diante d’elles.
Lw.?-28- 5 & feus veftidos fe tornaraó refplandecentes, muy brancos como
a neve, quaes lavandeiro os naó pode branquear na terra.
4 E* apareceu lhes Elias com Moyfes, e fallavaó com Jefus.
5 E refpondendo Pedro, difle a Jefus: Meftre, bom he que nos
* Ou )foy eftejamos aqui, e façamos tres cabanas, pera ty huã, e pera Moy-
dellesvifio. fes huã, e pera Elias huã.
*0\iffora 6& Porque Poraue naónaõ fabia o que dizia, que eftavaó * aftombrados.
de fi ■> ou j 7 E * decco hua nuvem que os cobrio com fua fombra , e veyo
muy atemo­ huã voz d’a nuvem que dizia: c Efte he o meu amado Filho 3 d a
rizados.
*Gr.foy elle ouvi.»
feito. /S E olhando
" logo a o redor, naó viraó mais a ninguém fenaó
c ifay.^.i.íó a Jefus com elles.»
Matt.y.iy. 9 e Edecendo elles d’o monte, mandoulhes que a ninguém contas-
e 17: $. fcm o que tinhaó vifto , fenaó quando o Filho do homem dos mor­
Marc.x :il.
Luc. 3:22. tos reluícitafle.
10 E elles retivéraó * o cafoentre fi, perguntando huns a os ou-
Col. 1:13. tros , que feria aquillo, refuícitar dos mortos ?
2 Ped.l:i7. 11 E perguntarão lhe, dizendo, Porque dizem os Efcribas, /*que
d Deut. 18:^ neceffario que Elias venha primeiro?
19. u E refpondendo elle , diflelhes : Em verdade primeiro Elias
e Matth.
17:9.
vira, e todas as coufas reftaurará , [/], g, como d’o Filho d’o ho­
Luc. 9: 36. mem
* Oib apalavra. fMah 4: 5. Matt. II; 14. Luc. v. íy.gPfzi^. Ifay.W»4< Dan. ?: 26.
SEGUNDO S. MARCOS. Cap. IX. ?i
mem eftá efcrito, [convém ] que muyto padeça , e aniquilado feja.
i; Porem eu vos digo, que ja Elias he vindo, efizeraõlhe tudo
o que quiferaõ, /’ como d’elle eftá efcrito.
14 E como veyo a os Difcipulos, vio grande companha a o redor
d’elles, e [algums] Efcribas que com elles porfiavaõ.
15 E logo toda a companha, vendo o, fe efpantou , e correndo
a elle faudaraõ o.
16 E perguntou a os Efcribas: que com elles porfiaes?
17 > Erefpondendohumd’acompanha, difie: Meftre, trouxe te IMatt. 17:
meu filho, que tem hum efpirito mudo. ' t

e range os dmtes, e fe vae fecando: e difle a teus Difcipulos, que 5


o lançafiem fora, e naó pudéraõ.
19 Erefpondendolheelle, difle: Ogeraçaõincrédula! atéquan-
do eftarei ainda com vofco ? Até quando vos hei ainda de fofrer ?
Trazeimo.
20 E trouxeraõ lh’o; ^ecomoovio, logo o efpirito o defpeda- £M^c.r.
*
çou, e caindo em terra, efpojavafe eícumando [pela boca]. * Ou
* ator
1 í E perguntou a feu pae: Quanto tempo ha que ifto lhe fobre- me^Q^ r~
veyo? E elle lhe.difle: Defde [jua] meninice.
22 E muytas vezes o lançou também ’no fogo, e ’na agoa, pera
odeftruir; mas íe podes alguã coufa, ajuda nos, movendo te a in­
tima mifericordia de nos.
*3 E jefus lhe difle: Se podes crer , ho que crc tudo he pof- ZL«gI7:6.
fivel.
24 E logo o pae d’o menino clamando , com lagrimas, difle:
Creyo, Senhor, ajuda minha incredulidade.
25 E vendo Jefus que a companha concorria, reprendeuao eípi-
rito immundo, dizendolhe, Efpirito mudoefurdo, eu te mando,
íae d’elle, e naõ entres ’nelle mais.
26 E clamando5 e defpedaçando o muyto, fahio; e ficou me-
nmo] como morto, de tal maneira que muytos diziaõ que eftava
moito. XI
2-7 E tomando o Jefus pela maõ, ergueu o, e elle fe levantou. ^17:22.
2S w E como entrou em cafa, feus Difcipulos lhe perguntáraõ á *20: iS.
OS. EUANGELHO
31 Porque eníinavaa feus Difcipulos, e dizialhes: O Filho do ho­
mem ferá entregue em maós dos homens, e mataloaõj e mortoel­
le, refufeitará a o terceiro dia.
32 Mas elles naõ entendiaõ efta palavra, c temiam perguntar
, lhe.
f Matt E veyo a Capernaum, e entrando em cafa, perguntoulhes:
Luc *-a6 Q-ue arrezoavcis entre vos outros pelo caminho?
f-22- 24.
* 3 • Mas elles fe calaraó j porque os huns corn os outros aviao con­
tendido pelo caminho de qual [d *elles] o mayor [avia de Jèr],
y Matt. 2o: 3) E lentandole elle, chamou a os doze , e diíTelhes : p Se al­
27. guém quifer fer o primeiro, o derradeiro de todos ferá, ede todos
Marc. Io; o miniftro.
43- 36 E lançando maó de hum menino, polo ’no meyo d’elles, q c
16. ' tomando o entre leus braços, diflelhes:
r Matth. r Qualquer que em meu nome a hum d’ostaes meninos receber,
IS: $. a my [me] recebe j e qualquer que a my [me] receber , naó [me]
X»g$>:4S. recebe a my, fenaó a o que me enviou.
7^.13:20. 3S/ E refpondeulhe Joaõ, dizendo, Meítre, temos viíloahum,
fLuc 2-49» qUe em teu nome lançava fora a os Demonios, oqualnaónos fegue,J
e defendemos lho, porque nos naõ fegue.
11 Cor. 12: 39 ? Porem Jefus difle : Naõ lho defendaes 5 porque ninguém
3- ha que faça * milagre em meu nome , e logo de my mal fallar
poflà.
40 Porque quem naó he contra nos, por nos he.
uMatt.ic: 41 Porque « qualquer que hum púcaro de agoa em meu nome a
42; beber vos der, porque [Di/cipu/os] de Chrifto lbis, em verdade vos
digo que nam perderá feu galardaõ.
x Matt.1$: 42 x E qualquer que efcandalizar a hum deftes pequenos, que cm
6.
Luc. 17-2. my• crem j melhor . lhe
1 fora
*A/- que a o pefcoço huã * mó lhe puferaó,
*Oii, pedra c flue no mar lanÇado í°ra-
de moer. ‘43 y E fe tua maó te efcandalizar, corta a ; melhor te he entrar,
y Deut.iy, ’na vida aleijado, do que tendo duas maós, ir a o inferno, ao fogo
. z- X X X CJ 1

ó. que nunca le apaga.


44 * Aonde feu bicho-’naõ morre, e feu fogo nunca fe a-
e iS: S. paga.
x \fay. 66;
24.
4; E fe teu pé te efcandalizar, corta 05 melhor te he entrar na
vida manco, do que tendo dous pés, fer lançado ’no inferno, ’no
fogo qne nunca íe apaga.
4á Aonde feu biclio naõ morre, e o fogo nunca fc apaga.
47 E
SEGUNDO S. MARCOS. Cap.X.
47 E fe teu olho teu efeandalizar, lança o fora; melhor teheen­
trar ’no Reyno de Deus com hum olho, do que tendo dous olhos,
fer lançado no fogo d’o inferno.
4S Aonde feu bicho naõ morre, e o fogo nunca fe apaga.
49 Porque cadaqual ferá lalgado com fogo, a e cada facrificiofe- aLev.z
*

dubareis ? c Tende lai em vos mefmos , e paz os huns com os ou- L c


tros. c Rom. 12,;
1$.
U L O Hebr. 12:

I Refponde Chrifto ápregunta dos Pharifèos ■, fe era licito ao homem despedir a fua
mulher. I; ^uer que a elle os meninos deixem vir . e abençoa os. 17 Refpon­
de a hum mancebo rico > que lhe perguntava , que avia de fazer pera po/fuir a
vida eterna. 2; E enfina quam difficilmente os ricos entraÕ no Reyno dos ceos.
28 Promete a os que por amor d' elle tudo deixao temporal e eterno gaíardaó.
22 Prophetiza fua paixaÕ 3 morte > e refurreiçaó. 35 Re/ponde a petição dos fi­
lhos de Zebedeo acerca de a fua mao direita e ezquerda fe affentarem 3 exhorta os
a padecerem e fe humilharem« 46 E dã vifta a 0 cego Bartimeo.

1 a T7 levantandofe d’ali, foyfe a os termos deJudeapord’alemd’o aMatth.


'■“‘fordaói e tornaraõ as companhas a ajuntar a elle, e tornou I9:I°
os a eníinar, como de coílume tinha.
a E vindo a elle os Pharifèos, perguntaraõ lhe, fe era licito a o
homem deixar a [jua] mulher? atentando o.
3 Mas refpondendo elle , diflelhes: Que vos mandou Moy-
fes ?
4 E elles difleraó, b Moyfes permitio eferever f carta de def- bDeut.^x
quite, e deixala. 1.
5 E relpondendoJelus, diflelhes: Pola dureza dc volíoscoraçoés ler. 5:1.
vos efereveo elle eflè mandamento. Matt.q'.^,
6 c Porem deld’o principio da criaçaó , macho
Matt -I9;4.
Deus.
* iflo, deixará o homem a feu pac e a
7 d P01
garfeha a fua mulher.
M 3 S E
OS. EUANGELHO
S E feraõ os dous huã [mefima} carne : afli que ja naó faó dous 5
fenaó hua [mefina} carne.
e IC^7: 9 e portanto o qUe Deus ajuntou, naó p] aparte o homem. .
fMatth 5: 10 E em caía lhe torn^raô os Difcipulos a perguntar acerca d’ifto
51. ’ mefmo.
€19:9. 11 E diflelhes : Qualquer c(ue deixar a fua .mulher, e fe cafar
Luc. ió:i8. com outra, contra elia adultera.
1 Cor.y.io. i2’/E fe a mulher deixar a feu marido, e fe cafarcom outro, a-
* Matt.19: dultéra.
xJ/1815 H £ E traziam lhe meninos, peraque os tocafle; e osDifcipulos
* Ou. /»- reprendiaó a os que lhos traziaó.
dignoufe. J4 Porem venao p] Jefus, * tomou o muyto a mal, e diflelhes:
hMatt.i^: Deixae vir os meninos a my , c naó os impidaes : k> porque d’os
1 € x9n4- taes he o Reyno de Deus.
iCor. 14: verdade vos digo, que qualquer que naó receber o Rey-
1 Pedrz'2 no de Deus como menino, em maneira nenhua nelle entrará.
iMatt. 19: z E tomando os entre feus braços, p] pondo as maós fobre el-
1$, les, os abençoou.
Marc.9-36. 17 E faindo elle a o caminho, correu a elle hum; epondofede
19: juelhos diante delle, perguntoulhe: Meftre bom , que farei pera
l6, herdar a vida eterna?
«ei .1 . jg E Jefus lhe difle: Porque me chamas bom ? Ninguém ha bom
fenaó hum, [a faáer] Deus?
t Exod. 20 i 19 Os mandamentos fabes; /Naóadulteraras, Naõ mataras, Naó
IJ.
í>2i: 12. furtaras, Naõ daras falfo teftimunho, Naó defraudaras a ninguém,
Deut.^: 17, Honra a teu pae, e a [tua] mac.
Rom> 13:9. 20 Porem refpondendo elle, diflelhe: Meftre, tudo ifto guar­
dei defde minha mocidade.
w Matt. 6; 21 E olhando Jefus pera elle, amou o, e diflelhe: m Hua coufa
19. te falta; vae, vende tudo quanto tens, e da o a os pobres, eteras
Luc.hum thefouro 'no ceo : E vem, legueme, tomandofobre pj/] a
iTim ó 17 cruz-
7' 22 Mas elle pefarofo d’efta palavra, foyfetrifte; porque tinha muy­
tas pofleífoens.
*3 Entonces Jefus, olhando a o redor, difle a feus Difcipulos:
vProv. 11:» Quam difíicilmente entraraó os que tem fazenda ’no Reyno de
Deus!
Matth,19\ 24 E os Difcipulos fe efpantaraó d’eftas fuas palavras: Mas tor-
2nãdo Jefus a refponder, diflelhes: Filhos, quam difíicil he entrar
Luc. 10:24. >QO
.SEGUNDO S. MARCOS. Cap. X.
’no Rcyno de Deus os que em fazenda confiaõ.
25 Mas facii he paliar hum * camelo pelo olho de hua agulha, *Ou,^Zk-
do que entrar o rico ?no Reyno de Deus. bre-) cu > a-
26 E elles fe efpantavaó ainda mais, dizendo huns para os outrosj marra.
Quem pois fe poderá falvar?
27 Porem olhando Jefus pera elles, diíle: Quanto a os homens,
impoflivel he; mas quanto a Deus, naó: 0 porque todas as coufas o Iob,^2‘. 2.
faõ pofliveis quanto a Deus. ler, 32:17,
28 p E começou Pedro a dizerlhe : Veíaqui nos outros tudo dei­ Zach. S: 6,
Luc, 1:37.
xamos, e te feguimos. p Matth 4;
29 E refpondendo Jefus, difle: Em verdade vos digo, que naõ ha 20.
ninguém que aja deixado cafa, ouirmaõs, ouirmaãs, ou pae, ou ^19:27.
maé, ou mulher, ou filhos, ou campos, por amor de my e d’oE- u.
uangelhoj ? 18:23.
30 Que naõ receba cem vezes tanto, agora ’nefte tempo, caías,
eirmaõs, eirmaãs, emaés, efilhos, ecampos,comperfeguiçoens,
e ’no feculo vindouro a vida eterna.
31 q Porem muytos primeirosferaõderradeiros, z[_muyto$~\ derra- qMatt.V)
*
deiros, primeiros. 3°-
32 r E hiaõ de caminho, fubindo a Jerufalem5 e Jefus hia diante É>2o:
d’elles, e efpantavaó fe, e leguiaõ o atemorizados. E tornando a
tomar com figo a os doze, começoulhes a dizer as coufas que lhe ,r ‘
aviaõ de fobrevir: 17:22.
33 [D/zenfo], Vedes aqui fubimos a Jerufalem , e o Filho d’o e2o:iS,
homem fera entregue a os Princepes d’os Sacerdotes, e a os Efcri- ^^♦8:31.
bas, á morte o condenaram, e a ás gentes o entregarão. *9:31.
34 E efcarneceloam, eacoutaloam, e nelle colpiraõ, e matalo-
hao; e a o terceiro aia relulcitara. ^24-7
35 /E vieraõ a elle Jacobo e Joaõ, filhos de Zebedeo, dizendo, fMatt ío-
Meftre, [ bem J quileramos que nos fizefles o que pedirmos. 20,
E elle lhes difle: Que quereis que vos faça?
37 E elles lhe difleraõ: Danos que, em tua gloria, nos^aflènte-
mos, humá tua direita, e outro á tua ezquerda?
3S Mas Jefus lhes difle: Naõ fabeis o que pedis5 podeis vos be­
ber o copo que eu bebo, e fer bautizados com obautifmot com que tMathiw
eu fou bautizado? 22.
39 E elles lhe difleraõ: Podemos. Porem Jefus lhes difle : Em Luc‘
verdade, o copo que eu bebo, bebereis 5 c com o bautifmo com que
eu bautizado fou, bautizados fereis.
4° Mas
96 OS. EUANGELHO
40 Mas adentrar fe à minha [maoj direita, ou á minha ezquerda,
uVxatt 25: naõ he meu dalo,_ fenaó «aos que aparelhado eftá.
34. 41 x E como os dezouviraõ iíto, começáraõa * de Jacobo ejoaõ
x Matt 20: mUyto a maj o tomarem.
*Ou in 41 Mas chamando os Jefus a fi, diflelhes: Ja fabeis^ que os que
dignarfe fe eftimaó das gentes Princepes fer d’ellas fe enfenhoreaó : E os
contra. Grandes d’elles lobre ellas de autoridade ufam.
y Matt.20: 4? k Mas entre vofoutros afli naõ ferá: antes qualquer que entre
vos grande quifer fer, voflo miniítro ferá.
Lw.22.25. p qualquer que de vofoutros o primeiro fer quifer, de todos
zlPedr.V. ferl 4 F .
a loa. 13: 45 Porque também naó veyo o Filho d’o homem a a fervido fer,
14. fenaó a fervir, e b dar fua * vida reígate por muytos.
Ehil. 2:7. 46 íE vieraõ a Iericho. E faindo elle, e feus Difcipulos, e huã
*Gr.^/zzw. grande companha, dejericho, eftava Bartimeo o cego, filho de
c5^ri *7’ ^meo’ aflentado junto a o caminho mendigando.
1 2*6 47 ouvindo 4^ era Je^us 0 Nazareno, começou a clamar, eu
2*14. ‘d^er- Jefus) Filho de David, tem mifericordia de my.
*.
cMatf.io 48 E muytos o reprendiaó, paraque fecallaflè: mas elle clama-
29. va tanto mais: Filho de David, tem mifericordia de my.
Lw.i$:35. 49 E parando Jefus, difle que o chamaílem^ e chamáraõ a o ce­
go, dizendolhe: Tem bom animo, levantate, te chama.
50 E lançando elle fi~\ fua capa, levantoufe, e veyo a Jefus.
# 5’1 E refpondendo Jefus, diflelhe: Que queres que te faça? Eo
*
3'
' Me- CCg0 difle: # Rabboni, que veja.
dMatthefi E Jeíus lhe difle: Vaete, Tua fé te falvou. E logo vio; e
22, ‘feguia a Jefus pelo caminho.
Marci^',^.
Capitulo XI.
I Eaz Chriflo fua entrada em Jerufalem affentado fobre hum afho. 8 Ile accom-
panhado e recebido com parabéns do povo, como Meffias. 12 Amaldiçoa hua fi­
gueira por nao ter fruito. I5 Lança fora a os que no Templo vendiaó e compra-
vaõ. 20 Louva a força da fé. 24 Amoefla a que orando creamos , e ao próxi­
mo perdoemos. 27 Refponde d pregunta dos Efcribas acerca de com que au-
thoridade aqueUas coufas fazia > ferguntandolhes 0 que do Bautifmo de Jodi

aMatth. 1 * E ^omo ja chegaraõ perto de Jerufalem, em Betphage e Be-


21.1. thania, a o monte das oliveiras, mandou dousdefeusDifci-
Lw. 19:29. pulos.
a E
SEGUNDO S. MARCOS. Cap.XI. 97
2 E difielhes: Ide á aldea que em fronte de vos efta> e logo, cm
?nella entrando, achareis hum poldro liado , fobre o qual nenhu
homem fe tem aflentado; foltae o, e trazei o.
3 E fe alguém vos difler: Porque fazeis ifio? Dizei, que o Senhor
o ha mifter, e logo o mandará para cá.
4 E foraó, e acháraó o poldro liado á porta, fora, entre * dous 5 twf
caminhos, e foltáraó o. _ _ _
$ E alguns dos que ali eftavaó lhes difleraó 5 Que fazeis foltando
a o poldro ?
6 Porem elles lhes difleraó, como Jefus [lhes] tinha mandado, c
deixáraó os ir.
7 E trouxeraõ b o poldro a Jefus, c lançáraõ c fobre elle feus ve- ^1^.12:
ftidos, c aflentoufe fobre elle. ‘ 14.
8 E muytos eftendiaó feus veftidos pelo caminho, e outros corta- cxRey. 9:
Taó ramos d’as arvores, e efpalhavaõ os pelo caminho.
9 E os que hiaó diante, e os que feguiaó, clamavaõ, dizendo,
Hofanna, bendito o que vem em o Nome d’o Senhor.
10 Bendito o Reyno de noífo Pae David, que vem em o Nome
d’o Senhor j Hofanna em as alturas.
ir e E entrou Jefus em Jerufalem, c ’noTemplo; eavendo vifto eMatt. 21:
tudo a o redor , e fendo ja tarde , fahiofe pera Bethania com os _ I2j 141
doze- . Kit
/E o dia feguinte, faindo elles de Bethania, teve fome. fMatt. 21
*.
13 E vendo de longe huá figueira que tinha folhas, veyo [a ver]
fe nella alguã coufa acharia: E chegando a ella , naõ achou fenaó
folhas j porque naõ era tempo de figos.
14 E refpondendo Jefus, diflelhe: Nunca de ty coma ninguém
mais fruito pera fempre. E ifto ouviraõ feus Difcipulos..
15 E vieraó a Jerufalem : g e entrando Jefus ’noTemplo, come- gMatt.zi;
çou a lançar fora a os que ’no Templo vendiaõ e comprávaõ: e I2-
traftornou as mefas d’oscambiadorcs, eas cadeiras d’os que vendiaõ
pombas. bMatt.zi:
16 E naó confentia que alguém vafo [algum] pelo Templo levafle. 13.
17 h E enfinava, dizendolhes, Naõ efta elerito , / Minha caía, Luc. 19-4^.’
cafa de oraçaõ fera chamada dc todas as gentes ? k Mas vos outros a '1 Rey- 8*
tendes feito cova de falteadores. 29-
18 E ouviraõ [í/lo] os Efcribas e os Princepesd’osSacerdotes, c ^er^ii
*
Zbufcavaõ como o matariaój porque o temiaõ , porquanto toda a
companha eftava eípantada acerca de fua doutrina.
N 19 E
9? OS. EUANGELHO
19 E como ja foy tarde, fahio fe fora da cidade.
20 E paíTando pela manhaã, viraõ que a figueira eftava feca des-
das raizes.
* <7. Me- 21 E lembrando re Pedro, diflelhe: * Rabbi, vefaqui a figueira,
ftre.
que amaldiçoafte, íe íccou.
* Ou 7 de az E refpondendo Jefus, diflelhes: Tende fé * em Deus.
Deus, ii, m Porque em verdade vos digo, que qualquer que difler a efte
m Matth. monte; Alçate, e lançate 5no mar: e naó duvidar em leucoraçao,
17:20.
e 2l:2í. mas crer que íe fará o que diz, tudo o que difler, fe lhe fará.
Luc. 17:6» 24 Portanto vos digo, « tudo o que orando pedirdes, cre­
n ler. 29: de que [o] recebereis, e * vir vos ha.
12. 25 E quando * cftiverdes orando, operdoae, fe tendes alguãcou-
Matt, 7: 7," fa contra alguém, peraque voíTo Pae, que [efliQ ’nos ceos, voflas
Luc. 11:9.
loa. 14:13 * oftcnfas vos perdoe.
f i $í 7» 26 p Mas íe vos outrosnaó perdoardes , também voflo Pae, que
e 16:24. [e/?d] ’‘ nos ceos, voflas oftenlas vos naõ perdoará.
lac. 1: 5 5 6. 27 q E tornáraõ a Jerufalem: E andando elle pelo Templo, vie-
I loa. 3:22 raõ a elle os Princepes dos Sacerdotes, e os Efcribas , c os An­
e 5:14. ciãos.
* Gr.farfe
voska. 2S E difleraó lhe : r Com que autoridade fazes eftas coufas ? E
‘ Ou j vos quem te deu efta autoridade, pera eftas coufas fazeres ?
puferdes a 29 Mas refpondendo Jefus, diflelhes: Também cu huã palavra
orar. vos perguntarei, e refpondci me; e [então] vos direi có que auto-
« Matth. 61 eftas couías faço:»>
l6. “ Bautifmo
;30 O - ■“ de ‘ Joaó
~ era d’o ceo , ou d’os homens? Refpon-31
Col.y.iz.
•ou«/A.dci me-
j
p Matt.lZt 31 E elles arrezoávaó entre íi, dizendo , Se diflermos d’o ceo,
35- dir [nos] ha: Porque pois o naó creftes?
q Matt..21
* : 32 Porem fe diflermos d’os homens, tememos a o povo: /porque
23’ todos * tinhaó de Joaó, que verdadeiramente era Propheta.
Luc. 20:1. ?<E refpondendo, difleraó a Jefus : JNaó fabemos. E refpon­
rExod. 2:
14. dendo Jefus, diflelhes: Também eu vos naó direi com que autori-
Aã. 4:7. dade eftas coufas fàço.
*7:27.
fMatt. 14:
5.
Marc 6 2o.
*Oll> cr/ao. Ca pi-
SEGUNDO S. MARCOS. Cap. XIL

Capitulo XII.
I Com 4 parabola da vinha arrendada a hums lavradores j que a os fervos e
do Senhor delia maltratao e mataõ , denuncia Chrifto a os judeos Jua reprovaçac3
e total ruyna, 1} Refponde d pregunta 3 fe era licito a Cefar tributo dar. iS Co­
mo também á dos Sadduceos, acerca da mulher que fete maridos tivera 3 e prova
contra elles , a verdade da refurreiçao dos mortos, 28 Declara qualfeja omayor
mandamento da Ley, 35 Enfna que 0 Mefftas he, nao fo 'Filho porem também
Senhor de David. 38 Avija a Jeus ouvintes que fe guardem da ambiçaò e hy-
pocrifa dos Ejcribas, 41 E leuva a pequena ejmola da huã pobre viuva,
1 * E Co™çoulhes per parabolas a dizer : b Prantou hum homem
huã vinha, c cercou a com valado, e cavou [lhe] hum lagar, 23.
e edificou [lhe] huã torre, e arrendou a a huns lavradores: E par- £^.20:9.
tio fe pera fora d’a terra.
2 E chegado o tempo, mandou hum fervo a os lavradores ,
raque d’os lavradores do fruito d’a vinha recebefie. Je^'t £
3 Mas elles tomando o, ferirão [0], e mandarao [0] vazio.
4 E tornou a mandarlhes outro fervo; e elles apedrejando o, fe­
rirão p] ’na cabeça, e [tomárao 0] a mandar afrontado.
5 E tornou a mandar outro, e áquelle matáraõ; e a outrosmuy­
tos, e a huns feriraó, e a outros matáraõ.
6 Tendo pois elle ainda hum feu filho amado, mandou lhes tam­
bém por derradeiro a elle, dizendo, Polo menos a meu filho re-
fpeitarám.
1 — w __________ *
111 1 . _ J • A
* * . /
* r-'
* n 1 1 1. — Z-. V

ftruirá, e a vinha a outros dará. ’


10 Nem ainda efta eícritura tendes lido? c Apedra que os edifica- eP/?iiS*
dores reprováraó, ella por cabeça da efquina foy feita. 12,.
11 Pelo Senhor foy feito iíto, e he coufa maravilhofa em noflos

12- E procuravaó prendelo, mas temiaó a companha; porque en-T 42


tendiaó que d’elles dizia aquella parabola : E deixando o, fo-

13 /E mandarao lhe alguns dos Pharifeos, e dos Herodianos, pe- TPedr'z\6.


-ipo OS. EUANGELHO
homem dc verdade, e naó fe te dade'ninguem, porquenao aten-
dadci.ro. ta$ pera aparência dos homens, antes com verdade ^eníinas o ca­
minho de Deus: He licito dar tributo a Cefar, ounaõ? Daremos,
ou naó daremos ?
15 E entendendo elle, fua hypocriíia, diflelhes : Porque me a-
tentaes ? Trazeime a moeda, peraque Ç/J veja.
ió E elles trouxeraõ. E diflelhes: Cuja he efta image, c
a infcripçaõ? E elles lhe difleraó: De Celar.
17 E refpondendo Jelus, diflelhes : g Dae pois a Cefar o que
he de Cefar, e a Deus o que he de Deus. E maravilháraó fe
^22:21. d’e]le#
^13; 7. l8 h E vjera5 a elle os Sadduceos, que dizem que naóharefurrei-
V Matt,11: „ . r»
- 11
prrrnntnmr»
j-
Ihp
j<"11 7PF1 (!<"».

Att.23:8. morrefle, e deixafle mulher, e filhos naõ deixafle, que feu irmaó
iDeut. 25; fua mulher tomafle, e femente a íeu irmaó defpcrtaflè.
20 Houve pois fete irmaõs, e o primeiro tomou mulher, e mor­
rendo, naó deixou femente.
21 Tomou a também o fegundo, e morreo j e nem efte deixou
femente j e o terceiro d’a mefma maneira.
22 E tomaraõ a \_todos~\ os fete , e tampouco deixáraó femente:
Finalmente , defpoisde todos, morreo tambem a mulher.
23 Na refurreiçaó, pois, quando refufeitarem, mulher de qual
d.’eftes ferá? porque os fete a tivéraõ por mulher.
24 E refpondendo Jefus , diflelhes : Por ventura naó erraes vos
outros, porquanto naó fabeis as Efcrituras , nem- a potência de
Deus?
M Porque quando refufeitarem d’os mortos, nem íe cafaráó ,
*.
kMatt.n
0
nem em calamento fe daráõ j mas feraó k como os Anjos, que ’nos
___ —. —.

Ceos QeffaÕ~\.
26 E acerca dos mortos, que ajaó de refufeitar; naó tendes lido
?no livro de Moyfes, como Deus lhe fallou em a çarça , dizendo,
lExod.y.6.1 Eu fou o Deus de Abraham , e o Deus de-Ilaac , e o Deus de

Act.y: 32. 27' Deus naó he [Dew] de mortos , íenaõ Deus de vivos. Afli
Hekr. 11: fluc muyto erraes.
?n Mattb. bendo que lhes tinha bem refpondido, perguntoulhe: Qual de todos
22; 34. he o primeiro mandamento ?
Lz/í-.iojxj. 29
SEGUNDO S. MARCOS. Cap. XII. »°s
D E Jefus lhe refpondeo: O primeiro de todos os mandamentos,
: 7/ Ouve Ilraèl, o Senhor noflo Deus he o unico Senhor. h Deut.6-,4.
3° Amarás pois a o Senhor teu Deus de todo teu coraçaõ , e de eio:iz.
toda tua alma, e de todo teu entendimento, e de todas tuas forças: ^uc’
Elle he o primeiro mandamento.
31 E o lêgundo, a [<?£'<?] femelhante efte : 0 Amarás a teu 0 Lrv. 19:
proximo como a ty mefrno: Naó ha outro mandamento mayorque l8«
e^es< Mattb. ll\
3Z E o Efcriba lhe difle: Muy bem , Meftre, com verdade pj^9* *
diflefte, que hum fo Deus ha, e outro naó ha fenaó elle. Qa> <j.
33 E [jw] amálo de todo coraçaõ, e de todo entendimento, e iactz.S.
de toda a alma, e de todas as forças, e amar a oproximocomo aíi
mefrno, mais he que todos os holocauftos e lacrificios.
34 E vendo Jelus que aviarefpondidolabiamente, diftelhe: Naõ/>M^í22;
eftas tu longe do Reyno de Deus. E ja ninguém lhe oufava mais 4i.
perguntar. £^.20:41.
35 í> E refpondendo Jefus dizia, enfinando ’no Templo : Como^JZ V°
dizem os Elcribas que o Chrifto he Filho de David ? I Cor2’*I^.’
3 ’ Porque <7 o mefrno David difle pelo Efpirito Sancto: Diíle o 25.
Senhor a meu Senhor, aflentateá minha [maõ] direita, atéquepo- Hebr.i:ij,
ilha a teus inimigos por efcabello de teus pés. eiorij.
37 Pois David mefrno [/èu ] Senhor o chama, como he logo feu rMtfí.23:
filho? E a multidaõ da companha o ouvia de boa vontade.
38 rE dizia lhes em fua doutrina: Guardae vos dos Efcribas, que
folgaó de andaré * vefiidos a comprida j e das faudaçoens nas praças: * on’, em
39 E das primeiras cadeiras ’nas Synagogas , e dos primeiros" af- vertidos
fentos ’nas ceas. compridos.
40/’Que devóraó as caías d’as viuvas, e [ffi] com pretexto dc/-4^
fazerem larga oraçaõ. Eftes receberão mais grave condenaçaõ. r 14
41 * E eílando Jefus aflentado de fronte *d' ,o u cofre do thefouro, ,
atentava como a companha lançava dinheiro no cofre do thefouro: Tz/ r ii.’
e muytos ricos lançavaó muyto. tLuc 21:1.
42 E vindo huã pobre viuva, lançou dous minutos que faõ dous *Ou> d’»
reys. eeP°-
43 E chamando a fi feus Difcipulos, diflelhes : Em ver-
dade vos digo, que * efta pobre viuva lançou mais, que todos os 97 c.
que no corre d o thefouro lançarao. I2
44 Porque todos [nfa] do que lhes fobeja lançáraó; mas efta, *Ou,/àZf^
* pobreza, lançou \jnelle _ tudo o que tinha, todo feu fuftento. ou, nece/fe
de fua
N 3 C A^-dade.
C a-
I©t OS. EUANGELHO
Capitulo XIII.
X Prophetiza Chrifo a defiruiçao do Templo e Ta cidade de Jerufalem, Ç Acre-
centando os trabalhos e finaes que antes e perto ddquelle tempo aviao âe acontecer,
lo Confolando entre tanto os Jèus com 0 profpero fuceflo de Euangelho» e ajuda
do EJpirito San&o e exhortando os d perfeverancia. 14 Aponta lhes a prophe-
tia de Daniel > e acconfelha os a com tempo fugir » e a defa grande affliçae e(ca­
par. 2o Avifa que fe guardem dos enganos e milagres dos falfos Chriflos e Pro­
phetas, 24 Defcreve os finaes To fim de mundo e de fua vinda a 0 juizo; Cujo
a Matth
* dia jo a feu pae notorio he * 33 Poloque a continuamente vigiar , e orar»
14:1. exhorta,
Luc. 21: $.
b I Rey. 9: j a 1} Saindo elle d’o Templo diflelhe hum de feus Difcipulos:
7^. ^Meftre, olha que pedras, e que edifícios!
Mich.$ 12.
Luc,19:44- a E refpondendoJeíus,
x, , - . diflelhe: Ves eftes grandes
j 1 edifícios
1 ? Naó
«Mtfr.24: ferá deixada pedra lobre pedra, que nao íeja derribada.
3* 3 c E aflentandofe elle ’no monte das oliveiras, em fronte do Tem-
Luc. 21-•7> pio, perguntáraó lhe a parte Pedro, e jacobo, ejoaó, e Andre:
d Att 1:6.‘Z 4 d Dize nos, quando feráó eftas coufas j e que final averá de quan­
* Ou, con- do todas eftas coufas fe haó de * acabar.
fumar.
e ler 29. 8. 5 E refpondendo lhes Jefus, começou a dizer: * Olhae que nin-
EphefS' 6, guem vos èngane:
2 Thejf 2: 6 Porque viraõ muytos/cm meu nome, dizendo eufou [0 chrifo] 5
2,3. e a muytos enganaráó.
I loa 4‘ I. 7 E quando ouvirdes de guerras, e de rumores de guerras, naó
fler.14 14. vos turbeis j porque [afí] emportafazerfe : Mas ainda naó feráó
£>23:21.
fim.
2. 8 g Porque gente fe levantará contra gente, e Reyno contra Rey-
kMatt 10: no, e averá terremotos de lugar em lugar, e averá fomes, e alvo-
17. roços. Princípios de dores íeraó cftes.
e24’9* 9 h Mas olhae por vos mefmos j porque vos entregaráó em Con-
j^'fJ.:P‘cilios, e em Synagogas : Sereis açoutados, e ante Prefidentes c
/ió-2. Reys fereis aprefentados, por amor de my, para que lhes confte.
10 E entre todas as gentes importa fe pregue primeiro o Euan-
iMatt, 10: gelho.
19 11 ; Porem quando a entregar vos levarem, naõ eftejaes dantes fo-
L"c 11 n- lícitos do que aveis de dizer, nem o penfeis : mas o que naquella
e2l. 14
* „„„ .. .J. .J _ ' rr\ rXic xr/-»c ziii#» Cnll-ir»r
h Ezech hora vos for dado, iífo fallae. Porque naó fois vos os que falhes,
38:21. fenaó o Efpirito Sanéto.
Llich. 7; 6. 12 k E o irmaó a o irmaó a morte entregará, c o pae a o filho :
e le-
SEGUNDO S. MARCOS. Cap. XIII. Io?

c levantarfehaó os filhos contra os paes, e matalos haõ.


• 3 E fereis aborrecidos de todos por amorde meu nome: ZMasZ\W.io.
qué perfeverar até o fim, eflé ferá íalvo. 22 •
14 rn Afli que quando virdes a abominaçaó do aflblamento , que
foy dito pelo » Propheta Daniel, que efta a onde naó deve, (quem ^^2:7^
le, advirta) 0 entonces os que eftiverem em Judea, fujaój para os io.
montes. m Matth.
15 E o que eftiver fobre o telhado, naódefcendaa cafa, nemen- 24:15.
tre a tomar algua coufa de íua cafa. 21 2®*
16 E o que eftiver ’no campo, naó torne a tras, a tomaríeuw^ * 9;
veftido. oLuc. 21;
17 Mas ay das prenhes, e das que * criarem naquelles dias. 2I,”
iS Orae porem que naó íuceda voífa fugida em inverno. *Ou,<z/f-
19 Porque feraó aquelles dias de tal affliçaó, qual nuncafoy des- tar derem.
do principio da criaçaó das coufas que Deus criou, até agora, nem
tampouco ferá.
20 E fe o Senhor naó abreviafle aquelles dias , nenhuá carne fe ..
falvaria: Mas por caufa dos efeolhidos, que efeolheo, abreviou
quelles dias. . - Lac.ií-S.
21 p E entonces fe alguém vos difler: Vedes aqui eftá o Chrifto $ Deutxy.
ou vedelo ah eftá, naó o creaes. 1.
2i q Porque fe levantaráó falíos Chriftos, e falfos Prophetas, e fa- 2 Theff. 2:
raó finaes e prodígios, pera enganar, fe poflivel fora, até a os [ mefmos ] * b
efeolhidos. r i?';
2 3 Mas vofoutros olhae, vedes aqui tudo d^antes dito vos tenho. £zec^
24 r Poremnaquellesdias, defpois d’aquella affliçaó, ofolfecfcu- 7.
recerá, e a lua feu refplandor naó dará. W2;ji.
2f E as eftrellas d’o ceo cairáó, e as forças que \efiaf\ ’nos ccos 15.
abalarám. Matth. 24:
24/ E entonces a o Filho d’o homem verám vir cm as nuvens,Luc9*zl.z^
com grande potência e gloria. Apoc.6-.12.
27 E entonces enviara feus Anjos e ajuntará feus efeolhidos dos y Da». 7*.
quatro ventos, des do cabo da terra, até o cabo do eco. 10,
28 t E da figueira aprendei a femelhança: quando ja feu ramo fe Matth.16 *.
vae fazendo tenro, c orota folhas, bem fabeis que ja o veraó eftá 27«
perto. ’ J/24
29 Afli também vofoutros, quando eftas coufas fuceder virdes, 14?
fabei que ja * efta perto a as portas. " Luc.2v.27,
30 Em Aã.v. 11.
1:7. tMatt. 24: p.Lwc. 21:29. * Afaber. 0 Reyno de Deu
Jo4 os. EUANGELHO
jo Em verdade vos digo que naõ paflaraeftageraçaõ, ateqUeto-
das eftas coufas naó aconteçaó.
u Q ceo e a terra paftaráó, mas minhas palavras em maneira
rf?v7Ào-S nenhuá paflàraó.
' P x Porem daquelledia, e hora, ninguém fabe, nem os Anjos
Hebr.i.vc que eftaó no ceo, nem o Filho, íenaõ o ^ae. ,
x Matt.14'. ?; y Olhae, vigiac , e orae ; porque naó fabeis quando fera o
36- tempo.
^.i: 7 . 0omo o homem que, partindofe para fora da terra , fua cafa
^M^í.24-jejxou^ e a íeus fervos autoridade deu, e a cada hum fua obra , c
«>2$: i; ao porteiro mandou que vigiaflè.
Lw 12.40. Vigiae pois, (porque naó fabeis quando virá o Senhor da cafa;
e21:36. á tarde, fe á meya noite, fe a o canto da galo, fe pela ma-
iThef.^.6. nhaã)
36 Porque naó venha dhmprovifo, e vos ache dormindo.
37 E as coufas que a vos outros vos digo , a todos ] digo:
Vigiae.
Capitulo XIV
1 Bufcao os Princepes dos Sacerdotes e os Efcribas oportunidade para matar a Qhrh
JlOi, 3 Unge o hua mulher em Bethania , 0 que em jeu favor Chrifto defende.
Io Judas 0 vende por certaforna de dinheiro a os Princepes dos Sacerdotes. 12 paz
aparelhar a Pafchoa > e juntamente com feus Dtj cipulos come. 18 Defcobre a trel-
çao de Judas. 22 Inflitue fua Sandia Cea. 3.1 Prediz a feus Difcipulos feu
efpargemento _> e a Pedro fua caida. 32 Começa fua paixaó com grajide atigufiia
em hua horta> e ora a feu eterno Pae. $7 Exhortahdo juntamente a feus Di­
fcipulos a vigiar. 43 Judas 0 entrega com hum fingido beijo. 46 E os Judeos 0 pren­
dem. 47 Polo que Pedro a orelha a hum d’elles corta, 70 He dos feus defem-
parado. $3 Perante 0 conjelho dos Judeos levado. 56 De faljos tefimunhos ac-
cufado» 60 Do Summo Pontifce examinado. 63 Como hum Blasfemo á morte
condenado e injuriofamente tratado. 66 Pedro tres vezes 0 nega3 e amargo]a-
mente fua caiada lamenta.
• 1 4 T<
* d’ali a dous dias era a Pafchoa , e [a fefia dos paens“] afmos,
*1.
Luc 22 e bufcavaõ os Princepes dos Sacerdotes e os Efcribas [modo em~j
*
loa.iv.^ C(yínÇ) Por com cautela o prenderiaõ e matariáõ.
^13:1 2 Diziaõ porem : Naõ na fefta, porque por ventura naõfe faça
b Matth. alvoroço entre o povo.
26:6 3 b E eftando elle em Bethania em cafa de Simaõ o Leprofo, af-
loa ii^i fentado [d mefáj^ veyo huã mulher que tinha humvafode alabaftro
e 12:3. de unguento de nardo puro dc muyto preço , e quebrando o valo
de alabaftro, derramoulho íobre a cabeça. 4 E
SEGUNDO S. MARCOS. Cap.XlV ío?
4 E houve alguns que [d’aquillo} emíimefmos fe indignáraõ, e dif-
feraõ: Peraque le fez ella perdição d’o unguento-?
5 Porque ’ bem} fe podia ifto vender por mais de trezentos dinhei­
ros, e darfe a os pobres., E bramávaó contra ella.
6 Porem Jeíus difle: Deixae a5 porque a moleílaes ? Boa obra
me tem feito.
7 c Que pobres, fempre cõ vofco [w] tendes; e quando quifer- cDeut.1^
des, lhes podeis fazer bem : Porem a my, fempre me naõ tendes.
8 Efta, o que podia fez: A ungir meu corpo fe adiantou , pera
\_preparaçao de minha} leptlltura.
9 Em verdade vos digo, que aonde quer que em todo o mundo
efte Euangelho íe pregar, também o que efta fez, emfuamemória
dito ferá.
10 d E Judas Ifcariota, hum dos doze, fe foy a os Princepes dos ^M^.26:
Sacerdotes pera lh’o entregar. I4‘
11 E elles ouvindo [0], folgáraõ; e prometerão de lhe dar di- tíC* ‘
nheiro; e buícava como a tempo oportuno o entregaria.
HeEo primeiro dia f d^os \_paens} afmos, quando facrifiçávaõ e
£0 cordeiro da} Pafchoa, feus Difcipulos lhe diíferaõ: Aonde queres L^ * zz»7
que [te j vamos aparelhar pera comeres a Pafchoa? fExod 12:
1? E mandou dous de feus Difcipulos, e diflelhes: Ide á cidade, 17t
e encontrarvos há hum homem , que leva hum cantaro de agoa,
fegui o.
14 E a onde quer que entrar, dizei a o Senhor da cafa: O Meftre
diz; Onde eftá o apoufento a onde hei de comer a Paíchoa com
meus Difcipulos?
is E elle vos moftrará hum grande cenáculo, ornado, apa­
relhado; ali nos aparelhae.
16 E fairaõ feus Difcipulos, e vieraó á cidade, e acháraõ como
lhes tinha dito, e aparelháraõ a Pafchoa.
17 g E vinda a tarde, veyo com os doze. gMatt.zói
15 E como fe aflentaflem [d mefa,} ecomeflèm, difle Jefus: Em L^QZZ.T
verdade vos digo, b que hum de vos outros, que comigo come,
me ha de trahir. ~ Áti. I: I7.‘
19 E elles fe começáraõaentriftecer, e a dizer lhe hum apos ou­
tro : Por ventura fou eu ? E outro: Por ventura fou eu ?
10 Porem refpondendo elle, diflelhes: Hum dos doze [hé], que
comigo ’no prato molha.
21 Em verdade o Filho d’o homem vae como d’elleefcrito eftá:
O mas
OS. EUANGELHO
mas ay d’aquellc homem porquem o Filho do homem he trahido:
Bom lhe fora a o tal homem naó aver nacido.
^Iatt.26: 2i / E comendo elles, tomou Jefus o paõ j ebendizendo, partio
- • comei, ifto1 he4 .o meu« corpo.
e deu lho, ' e. difle: Tomae, 1 f *
23 E tomando o copo, e dado graças, deu lho5 e bebéraõdelle
todos.
24 E difielhes: Ifto he o meu fangue, [a fangue'} d’onovoTefta-
mento, que por muytos he derramado.
25 Em verdade vos digo , que naó beberei mais d’o fruito de
vide , até aquelle dia , quando novo o beber em o Reyno de
Deus.
2Ó E como cantáraõ o Hymno , fairaõ íe a o monte das Oli­
veiras.
Z’7in^ 2ó: £ E Jefus lhes difié: Todos vos outros efta noite em my vos
31* Hrnnítali™reis•. norque efcrito eftá: /Aopaftor ferirei, e as ovelhas

7‘ ‘ 28 w Mas des que aja refufcitado, vos irei diante a Galilea.


mMatth. 29 E Pedro lhe dific : Ainda que todos fe efcandalizaflém, naó
2ó: 32. porem eu.
ezS-.io. 30 » EdiflelheJefus: Em verdade te digo, quehoje, ’neftanoite,
Af4rr.i6.-7. es e o ’0 juas vezes Cante, me negarás tu tres.
Si
»jf4íí26:
310 sMas
-
elle _
muyto c
mais dizia: oe com tigo ______
morrer me impor-
L«r.22-34. tara, em maneira ncnhuã te negarei. E todos diziaõ também da
loa. 13.38. mefrna maneira.
doa. 13: 32/> E vieraó a o lugar, cujo nome eraGethfemane, e difle afeus
37- Difcipulos: Aflentaevos aqui até que ore.

34. E difle lhes: 7 #Totalmente eftá minhaalmatrífte até a morte.

ou, que, fe fofle poflivel, paflaflé d’elle aquella hora.


3<> E difié: Abba, Pae, todas as coufas te faõ pofliveis; Tras-

floa6-$S. 37 *E veyo, e achou os dormindo 5 cdifleaPedro: Simaó, dor-


t Matt.tí*' mes ? Huã hora vigiar naõ podes ?
, paraque naõ entreis em tentaçaõ: « o eípirito

32 E
SEGUNDO S. MARCOS. Cap. XIV 107
U E cornandofe a ir, orou, dizendo as mefmas palavras.
4® E tornando, achou os outra vez dormindo 5 porque feus olhos
eftavaõ carregados, e naó fabiaõ que refponder lhe.
41 E veyo a terceira vez, e diflelhes: Dormi jae defcanfae. Ba-
fta, vinda he a hora. Eis aqui o Filho d’o homem he entregue em
maós dos pecadores.
42 Levantae vos, vamofnos : Eis que o que me trahe , eftá
perto.
42 x E logo, fallando elle ainda, veyo Judas, que era hum dos xMatt.zfo
doze, e com elle muyta companha , com eípadas e baftoens , de 47.
parte d’os Princepes d’os Sacerdotes, e dos Efcribas, e d’os An-
í-,
ciaos.- 1^. iS;j. ’
44 E o que o trahia, lhes tinha dado hum comum final, dizendo,
A o que eu beijar, efle he : prendei o, e levae o a bom recado.
45 E como veyo, foy fe logo a elle, e diflelhe: Rabbi, Rabbi,
j e beijou o. yZSam,
45 E lançáraó fuas maós ’nelle, e prenderão o. 20‘ 9’
47 E hum dosquealipreienteseftávaó, puxando da eípada, ferio
a o fervo d’o Summo Pontifice, e cortoulhe a orelha.
4S E refpondendo Jefus, diflelhes: Como afalteador, comefpa-
das e baftoens, a prender me faiftes?
49 Cadadia com vofco ’no Templo enfinando eftava, e naó me
prendeftes-, mas fe faz"] - pera que as Elcrituras fc cumpraó. xP/n.-y.
50 a Entonces deixando o todos fugiraõ. Io.
E hum certo mancebo o feguia, envolto em hum lençol fo- 24:2$.
bre o • J nuo. E pegáraó d’elle os mancebos. al°é J9:
52 E-elle, largando o lençol, fugiod’ellesnuo. p/ço.
5? £ E leváraõ a Jefus a o Summo Pontifice 5 e ajuntáraó fe a elle ?<>•
todos os Princepes dos Sacerdotes, e os Anciaõs, e os Efcribas.
54 E Pedro o leguio de longe até dentro d’a fala d’o Summo Luc.22:54.
Pontifice, e eftava aflèntadojuntamente com os fervidores, eaquen- loa. iSuj,-
tandofe a o fogo. 2 4-
55 c E os Princepes d’os Sacerdotes, e todo o Concilio bufeávaõ
teftimunho contra Jefus , pera o matarem , e naó [0] a-
chávaó. *' ’
56 Porque muytos teftificávaÓ falíamente contra elle, mas os te-
ftimunhos naó eraó conformes.
5/ E levantandole huns teftificávaÓ falfamenté contra elle, di­
zendo,
O 2 58 Nos
xoS O S. EUANGELHO
d Marc, 15: 58 Nos lhe ouvimos dizer: d Eu derribarei efte Templo feito de
29. maós, e em tres dias edificarei outro, feito fem maós.
loa. 2:I9. 59 E nem afli era feu teftimunho conforme.
e Matt. 2(5
* 60 e E levantandofe o Summo Pontífice ’no meyo, perguntou a
62.
fVay 53: Jefus, dizendo, Naó refpondes nada ? Que teftificaõ elles contra
7- ty?
Aã. S; 32. 61 /Mas elle calava, enada refnondeo. O Summo Pontífice lhe
g Da». 7; tornou a perguntar, e diflelhe: És tu o Chrifto, o Filho do [DeutJ
*
M bendito?
Mattb. 16: Ó2 E Jefus difie: Eu o fou: g E vereis a o Filho d’o homem af-
27.
e 24: 30. fentado á direita d’a potência \_de Deus~^ e vir em as nuveis
e 25: 31. d’o Ceo.
'Luc 21127. 63 E rafgando o Sumo Pontífice feus veftidos, difie: Que mais
Aã. I; 11. necefiitamos de teílimunhas?
I 64 Ouvido tendes a blasfémia 5 que vos parece ? E todos o conde-
16.
náraó por culpado de morte.
65 E alguns começáraó a cofpir ’nelle, e a cobrir lhe o rofto, e
.1 11 1 *
..3 1. 1 . • T-> Z- "1

Apoc. 1:7. a h darlhe de punhadas, e a dizerlhe: Prophetiza, E os fervidores


hiob. 16: lhe davaó de bofetadas.
ío. 66 i1 E eftando Pedro em baixo ’na fala, veyo huãdas criadas d’o
tfay- 50: 6. Summo Pontífice j
E ven^° a Pedro que fe eftava aquentando, atentou peraelle,
$8 69 * e Também tu eftavas cõ Jefus o Nazareno.
Lar. 22:5 5. óS Mas elle o negou, dizendo, naó conheço, nemfei oque
loa. 18: iój dizes. E fahiofe fora a o * alpendre 5 e cantou o galo.
17» 69 k E a criada vendo o outra vez, começou a dizer a os que ali
eftavaó: Delles he efte.
*kMatt 26 * ~° ^as eAe 0 negou outra vez. E poucodefpois difleraó os que ali
7I ' ’ eftavaó outra vez a Pedro: Verdadeiramente delles es, pois também
*2:58.
£«(-.2 es Galileo, e tua falia he femelhante
*.
loa 18:25. 71 E elle [A ] começou a* anatematizar, e a jurar, £ dlz.cndo~\, Naó
*Olm7W. conheço a eífe homem que dizeis.
dtçoar. 72 £ cantou o galo a íegunda vez. E Pedro fe lembrou da pala-
lMatt.i6\ vra qUe jefus lhe tinha dito: Z Antes que o galo duas vezes cante, 1
Luc.ii\6i.me ncgarás tu'tres. E retirando [/ ]
* d’ali, chorou.
loa. ij 38.
e 18; 17.
C API-
SEGUNDO S. MARCOS. Cap. XV

Ca t iTu l o XV
I EntregaÕ os Judeos Chrislo a Pilatos, e perante elle oacufao, fobre o quefen­
do examinado > nao refponde. 6 Procura Pilatos foltalo", mas d inffancia dopovo,
folta a Barabbas > e entrega a Cbrijio pera fer crucificado. 16 Os foldados o
cfcarnecem e afrontao 24. E a Simaó Cyreneo obrigaò , a quefua cruz, leve. 23 Dao
lhe de beber vinho mirrado. 24 He crucificado com dous Jalteadores. 29 E dos
que paffao blasfemado. 33 lrem trevas fobre terra, 34 Bradando Chrifio a feu
Pae < he efcarnecido, 36 E aprefentando lhe vinagre > da 0 efpirito. 38 O véo
do Templo rcfga, 40 Alguas mulheres efle fucejfo de longe vendo efiao. 42 E
Jofeph de Arimathea a 0 Senhor fepulta.
1 T7 4 Logo em amanhecendo tiveraõ conCelho os Sumos Pontífices aPfal.m.
^cõ os Anciaõs, e cõ os Efcribas, e cõ todo o Concilio 5 e a- M *tt.27:i.
marrando a Jefus, Q0] levaraõ, b e entregáraõ a Pilatos. Lw.22.-66
2 c E peruuntoulhe Pilatos: Es tu o Rey.dos Judeos? E refpon- ** a
dendoelle, diflelhe: Tu o dizes.
3 E acufavaõ o os Princepes dos Sacerdotes de muytas [coufaf] j íM^í.27:
porem elle nada refpondia. 11.
4 ^E perguntoulhe outra vez Pilatos, dizendo, Naõ refpondes
nada? Olha quantas [coufas'] tellificaõ contra ty! Lw. 18:33.
5 Mas Jefus nada mais refpondeo 5 de maneira que Pilatos fe ma-
ravilhava. loa. 19:10.
6 e E ’no [dia d’a] feita lhes foltava hum prefo , qualquer queel- eMatt.27:
les pediflem. 15.
7 f E avia hum chamadoBarabbas, prefocom [outros] * amotina- Lw. 23:17.
dores, que em hú motim * huã morte aviaõ cometido. ’
8 E a companha, dando gritos, começou a pedir, [quefizeffe] '
como fempre lhes tinha feito. t^uc
9 E Pilatos lhes refpondeo, dizendo, Quereis que vos folte a o ioa. 18:40.
Rey d’os Judeos ? * Ou, com-
10 (Porque bem fabia elle, que porenveja o entregáraõ os Prin-?^-
cepes d’os Sacerdotes). *
11 g Mas os Princepes dos Sacerdotes incitáraõ ácompanha, que .
lhes foltafle antes a Barabbas. *
12 E relpondendo Pilatos, diflelhes outra vez: Que pois quereis Luc.23:18.
que faça d’o que chamaes Rey dos Judeos ? loa, 18; 4o.
13 E elles tornáraõ a clamar: Crucificao. .4??. 3:14-
14 Mas Pilatos lhes difle: Pois que mal fez ? E elles clamavaõ
tanto mais: Crucifica o.
O 3 15 h Que-
I10 O S. EU AN GEL HO
l4> A Querendo porem Pilatosfatisfazer acompanha , foltoulhes a
26. Barabbas , e entregou a Jefus açoutado, peraquefoflecrucificado.
loa 19: i- 16 i E os foldados o leváraó dentro á fala , que he a Audiência $ e
* M^'2’7» convocáraó toda a quadrilha.
*7- 17 E veftiraó o de purpura, e tecendo huã coroa de efpinhos,
lOA. I 2.
puferaô lha [na cabeça J.
18 E comcçáraó a faudálo : [Dizendo"} Ajas gozo, Rey dos Ju­
deos.
19 E feriaó o ’na cabeça có hua cana, e cufpiaó nclle, e poftra-
dos de juelhos, adorávaó o.
20 E avendo o eícarnecido, defpiraó lhe a purpura, c vefti­
raó o de leus proprios veftidos, e leváraó o fora, pera o crucifi-
è Matt.17 : carem.
32.
£^.23:2^. 21 k E conftrangéraó a hum SimaóCyreneo, que [por a!i~\ pafla-
iMatt. 17; ■"Va ,j e vinha do campo, 0 pae de Alexandre e de Rufo, quelevafie
33. r.
fua cruzS
^23:33. 22 l E leváraó o a o lugar de Golgotha, que traduzido, he, O
loa. 19.17. lUgar dá Cáveíra. »

* q* d. me- ^3 . — ' “ lhe


E deraó " a beber vinho * mirrado: mas elle naõ [0] to­
Jt urado com
mirra. mou.
m Maith, 24 m E avendo o crucificado, n repartiraó feusveftidos, lançan­
27: do fortes fobre elles, que levaria cada hum.
Luc. 23:34. 25 E era a * hora terceira, e crucificaraó o.
loa. 19:23, 26 0 E __o titulo de fua cau a eftava por em cima [deffe] eferito:
»p/.u.i9.o REY DOS JUDEOS.
Ou j as 27 E crucificáraõ - ■ - com elle dous - falteadores, humá fua [maõ ]di.
nove horas
antes dó reita, e outro á ezquerda.
meyo dia. 28 p E cumprioie a Elcritura, que diz: E com os malfeitores foy
• Matt. iT- contado.
_ _ . _ ._ - *

37. :29. q E
____ r... paffavaó
os que :: y
... d"’elle ./_____ z
blasfemavaõ , _______ :______
meneando '
fuas cabe-
23:78 s e dizendo, rAh! tu que o Templo derribas, e em tres dias»
.19: <9 I 5 u t
? W-sr» o edificas:'
12. 30 Salva te a ty mefmo, e defeende da cruz.
22'37. 31 E da mefma maneira também os Princepes d’os Sacerdotes,
yP/ 22.8. com os Efcribas, diziaõ huns pera os outros zombando: A outros
í-69-,2i_ falvou, a fi mefmo ialvarfe naó pode.
Matthz-
* G Chrifto, o Rey de Ifraêl , defeenda agora da cruz, pera
^9'‘ ''que o vejamos, e [creamos. Também os que com elle eftávaó
Luc 23:3,. crucificados, o injuriavaó.
r loa. 2:19, 33 /E
SEGUNDO S. MARCOS. Cap. XV u*
33 /E vinda * a hora fexta, foraõ feitas trevas fobre toda a terra,/Ato. 27:
até a * hora nona. 4>-
34 E á hora nona exclamou Jefus com grande voz, dizendo ,
íELOI, ELOI, LAMMÀ SABACHTHAN1 ; que,^Ào
* traduzido, he, Deus meu, Deus meu, porque me defempa- o
* u, ás
raíle ? tres da tar-
*ali
37 E ouvindo [0] huns d’os que eftavaõ, diziaõ : Eis que a^>
Elias chama.
j 6 u E correo hum, e encheo de vinagre huã efponja, e pondo a
em huã cana, davalhe de beber, dizendo, Deixae, vejamos fe vi- ^o^decla-
ra Elias a tiralo. rado, que?
37 E Jefus, dando huã grande voz, efpirou. dizer.
35 - Eovéo do Templo le rafgou em dous d’alt’abaixo. uPf 69-22.
39 ? E o Centuriaõ que ali em fronte d’elle eftava, vendo que afli r<to9-’2-9»
clamando efpirára, dille: Verdadeiramente Filho de Deus era efte x 2
homem. , Matth.27'.
40 z E também ali eftavaõ [altyds] mulheres a olhando de longe, 51.
entre as quaes eftava também Maria Magdalena., eMariamaéde Ja- ^.23:4^,1
cobo o menor e de Joles, e Salome. y Matt.27 *
41 As quaes também, eftando elle em Galilea, o feguiaõ, cho
fervi aõ, e outras muytas, que com elle tinhaófobido a Jerufalem. fXto47*
4- * E vinda ja a tarde, porquanto era a preparaçaõ, quehco~ çç/’*7*
ante Sabbado: * Luc.iy^.
43 Veyo Jofeph de Arimathea, Senador honrado, que também d-P/38:12.
efperava o Reyno de Deus, e oufado entrou a Pilatos, e pedio o Lw.8:2,
corpo de Jefus. 3
44 E Pilatos fe maravilhou de que ja fofle morto. E chamando e Matt 2^'
a fi a o Centuriaõ, perguntoulhe fe ja era morto muyto avia. L„c72 ?;$0;
45 E avendo o entendido d’o Centuriaõ, deu o corpo a Jofeph. 104.19*38.
46 O qual comprou hum lençol fino, e tirando o [da cruz]9 en­
volveu o ’no lençol fino, <1 e polo cm hum fepulcro lavrado em huã^/lVto.ii:
penha, e revolveo huã pedra a porta do fepulcro. 4o.
47 E Maria Magdalena, eMaria [waê] aejofes, olhavaõ a onde ^26:I2'

Ca pi-
Capitulo XVI.
I Vem mulheres # o fepulcro u ungir a o Senhor. 4 -Achad a pedra revolvida.
Ç Hum Anjo as informa como ja dos mortos refufcitára. 9 Aparece a Maria
Magdalena. Io Aqual da as novas a os Difcipulos porem elles nao 0 crem,
12 Aparece também a dous delles no caminho, 14 E finalmente também a os onze,
a os quaes manda a pregar e bautizar por todo 0 mundo. 17 Promete que a es
crentes vários fnaes jeguiriao. 19 Sobe a 0 ceo. 2Q E executaõ es Apoftolos
projperamente 0 que Chrifo lhes mandara.
aMatt.iV. i a 1} paflado o Sabbado, Maria Magdalena, e Maria [mae] de
I. ^Jacobo, e Salome, compráraõ efpeciarias, pera virem , c
24:1. o ungirem.
lsa. 20:1. .2 E muy de manhaã, o primeiro da femana, vieraó a oíepulcro,
faindo ja o foi.
3 E diziaõ huãs ás outras: Quem nos revolverá a pedra da porta
do fepulcro ?
4 (E atentando \ víraó que ja a pedra revolta eftava) porque era
muy grande.
*M
* íA2S: y £ entrando ’no fepulcro , viraõ hum mancebo aflentado da
1^20-12 «direita, veftido de huã roupa comprida branca : E efpan-
t Matt. 28 *
5, 6 Mas elle lhes difle : Naó vos efpanteis j bufcaes a Jefus Naza-
Euc.24-5. reno crucificado: Ja refufcitou, Naõ efta aqui: Eis aqui o lugar a
dAã. 1:3. onde o puféraõ.
eiy.^I. 7 Porem idey»dizei a feus Difcipulos, ea Pedro, que elle d vos
1 Cor.ltfâ. vae diante a Galilea5 ali o vereis, e como elle vos difle.
e Matt. 26:
32. 8 f E faindofe ellas aprefuradamente, fugiraõ do lepulcroj e te­
e2S:lo. mor e efpanto as avia tomado5 e naó diziaõ nada a ninguém, por-
Marc. 14: que temiaõ.
9 EE como \ffefus~\ refufcitou
como [ffefus~} pelamanhaã, ooprimeiro
refufcitou pelamanhaã, primeirodd’a’afemana,
femana,
fM^tt. 2$:^ primeiramcnte apareceo a Maria Magdalena, h da qual tinhalan-
Lwí.24: 9, çado fete Demonios.
1^.20:18» 10 Efta indo, denunciou o a os que aviao eftado com elle, os
g loa.iot quaes eftavaó triftes e chorando. »

14; 16. E ouvindo elles que vivia, e delia avia fido vifto , naõ o
11 ~
h V.uc. 8:2. créraõ.
iLuc, 24; 11 i E defpois fe manifeftou, em outra forma, a dous delles, que
hiaõ de caminho para o campo.
15 E indo eftes, denuncíaraó o a os outros $ porem nem ainda a
cftes créraõ. 14 k Fi-
SEGUNDO S. MARCOS. Cap.XVl. n3
i4 k Finalmente fe manifeftou a os onze, eftando elles juntamente k Luc. 24:
afientados, e deitou em rofto fua incredulidade e dureza de
coraçaõ, por naõ averem crido a os que ja refufeitado vifto o ti--í^-2o:
1 * I C 07* • IÇ «•
nhao. IM.ãtt 28’
1$ E diflelhes: l Ide por todo o mundo, prégac o Euangelho a
toda criatura. . - loa. 15:16.
16 Quem crer e for bautizado, ferá falvo: mas quem naõ crer, 3*.
ferá condenado. 6-12:48.
17 E eftes íinaes feguiráõ a os que crerem: * em meu Jnome lan-
çaráõ fora a os Demonios, 0 fallaráõ novas lingoas,
*8 p Tiraráó ferpentesj e fe beberem coufaalguãmortífera, naõ fS:7 * ’
lhes fará dano nenhum, q Sobre os enfermos poraõ as maós, e fa- í>ió:i8.
rarám. ^19:12.
19 O Senhor pois, defpois de lhes aver fallado, r foy * recebido
a riba ’no ceo, e aflentoufe a [maõj direita de Deus.
20 E, / faindo elles, prégaraõ por todas as parfes, t obrando com
elles o Senhor, e confirmando a palavra com os finaes que fe fe- I9‘
guiaõ. Amen.
Fim do Sanfto 'Evangelho fegundo S. Marcof. 8.
r Luc. 24;
ÇQjÇl, Aã. 1:9, tomado,ou,enlevada t

P O SANCTO
114 OS. EUANÇELHO

O S AN CTO
euangelho
De noíTo
SENHOR

JESU CHRISTO
SEGUNDO

S. LUCAS.
Capitulo I.
I O prologo de Lucas tocante a feu Euangelho $ A linhagem e vida de Tacha­
rias e Elifabeth. 8 Aparece hum Anjo a Zacharias’no Templo. IJ O qual lhe
prediz a conceição e nacimento de faò, cujo miniferio defcreve. 18 Emmudece
Zacharias em pena de fua incredulidade» 2-4 Concebe Elifabeth. 2Ó Denuncia
o Anjo Gabriel á virgem Maria que por obra do Efpirito Sanhio a o Filho de Deus
conceberia e pariria. 3 9 Vifita a Elifabeth que com alegria a recebe>a louva,e a bendiz.
46 Da Maria graças a 0 Senhor com hum Cântico de louvores. $ 7 Pare Etija-
beth hum filho. $9 A 0 qual circuncidado chamao Joao 64 Dejèmmudece
o Zacharias e canta a 0 Senhor hum Cântico , Prophetizando do Miniferio de
Chrifto, ede Joao Jeu Precurfor. 80 no deferto crece j e em Efpirito he
confortado.
1 "W~> orquanto muytos emprendéraó pór em ordem a relaçaõdas
couías que entre nos tivéraó fua inteira certeza,
JL 2 Como nos entregàraó os mefmos que dcfdo principio
as viraõ , e miniílros d’a palavra foraó:
3 Pareceome também a my bem, avendome des d’o principio ja
de tudo muy bem informado, efcrevcFas por ordem a ty , ó ex-
ccllentiflimo Theophilo.
*Ou, Z 4 Peraque conheças a certeza das coufas , de que ja cilas * in­
flruido. formado,
5 Hou-
SEGUNDO S. LUCÁS.Cap.I. rf$
$ Houve em os dias de Herodes, Reydejudea, hum Sacerdote? ai chtou.
por nome Zacharias, a da * ordem de Abias, e fua mulher, das fi­ 2410.
lhas de Aaron, e feu nome Elilabeth. * Ou, vtz»
6 E eram ambos juftos diante de Deus , andando em todos os
mandamentos e direitos do Senhor fem :m reprenenlao.
reprehenfaó. miíta*
7 E naó tinhaó filhos, porquanto Elifabeth
‘____________
era efteril, e ambos
craõ ja vindos em altos dias. 1
8 E aconteceo, que adminiftrando elle o Sacerdócio diante de
Deus, em ordem de fua vez,
9 Comforme a o coftume Sacerdotal, lhe cahio cm forte £ entrar bHebr.
cm o Templo do Senhor a c- offerecer o perfume.
to E toda a multidaó do povo eftava fora orando, á hora do C^X9^‘ 30:
Perfume. . Lev.l6.l7.
11 E apareceulhe o Anjo do Senhor, eftando da direita
d’o altar do perfume.
12 E turboufe Zacharias vendo e cahio temor fobre elle.
i? Mas o Anjo lhe difle, Zacharias, naó temas, porque tuaora-
çaõ foy ouvida, e tua mulher Elifabeth te parirá hum filho, e d cha- dLitc.itío.
.marás feu nome Joaõ.
14 E terasgozo e alegria , e muytos e fe alegraráõ de feu naci- $S.
mento.
i$ Porque ferá grande diante do Senhor , e f naõ beberá vinho, fludjy. 4*
nem cidra, e ferá cheyo do Efpirito Sanóto , até defd’o ventre de
fua maé.
16 E^ a muytos dos filhos de Ifraêl converterá a o Senhor feu g Mala-. 6,
Deus deíles. Matth. n:
17 E h irá. diante delle em o efpirito c virtude de Elias , 1 pera
converter os coracoens dos paes a os Filhos , e os rebeldes á pru- ?, a *? ’ •
dencia d osjultosi pera preparar a o Senhor hum povo \_bem J aper- 6,
cebido.
18 E difle Zacharias a o Anjo: Em que conhecerei ifto ? Pois £ Ge®. 17:
eu ja fou velho, e minha mulher vinda em altos dias. 17.
19 E refpondendo o Anjo, diflelhe: Eu fou Gabriel, que aflifto
diante de Deus, e fuy mandado a fallar te , e a dar te eftas alegres
novas.
2© E eis aqui que callado te ficarás, e fallar naó poderás, até o
dia em que eftas coufas acontéçaõ, porquanto naõ crelte a minhas
palavras, as quaes a feu tempo fe cumpriráó.
21 E o povo eftava efperando a Zacharias, e maravilhávaó fe de
que tanto tardava ’no Templo. P 2 22 E
,15 OS. EUANGELHO
xz E faindo elle, naó lhes podia fallar : e entenderão que tinha
vifto alguã vilaó ’no Templo. E * [jallaw] por acenos, e ficou
mudo.
13 Efucedcoque, cumpridos os dias de feu minifterio , veyo fc
pera fua cafa.
24 E defpois d’aquellcs dias concebeo fua mulher Elifabeth , e
encubriafe por cinco mezes, dizendo,
iXUV/ me
25 * Porque ifto Senhor cm os dias cm que atentou ^cm
XXJV, fez o_______
nfouSenhor min|ia affrOnta entre os homens.
comigo.
I Gen. Jo; E ’no feifto més foy o Anjo Gabriel enviado dc Deus a hua cidade
23- de Galilea, chamada Nazareth:
ljay. 4:1. 27 A huã virgem defpofada com hum varaó, cujo nome eraJo-
m rAatt. I : feph, da cafa de David 5 e o nome da virgem era Maria.
18. 28 E entrando o Anjo a ella, diífe: * Gozo ajas em graça aceita,
* Ou .Déw
teftlve. o Senhor [/^] com tigo, bendita tu entre as mulheres.
29 E vendo [/] ella, turboufe muyto de fuas palavras , e confi-
derava que ‘audaçaõ feria efta.
3° E diflelhe o Anjo: Maria, naó temas, .porque achafte graça
diante de Deus.
nl/ay^A^. 31 n E vefaqui conceberas em o ventre , e parirás hum filho , c
0 Matth I:
21. 0 chamarás feu nome Jefus.
Pr z > 32 p Efte ferágrande, cFilho do Altiflimoferáchamado5 E^dar-
q 2 Sam. 7; lhe ha o Senhor Deus o trono de David feu pae.
tl4. • 3? r E reynará em a cafa de Jacob eternamente, e de feu Reyno
PJ. 132:11. naõ aVerá fim.
í/íZ)'.9;6.
34 E difle Maria a o Anjo: Como fc fará ifto? porquanto varaó
r I Ckron.
22: Io. naó conheço.
PZ45J7. 35 E refpondendo o Anjo, diflelhe: O Efpirito Saného fobre ty
S9:37. virá, e a virtude do Altiflimo com fua fombra te cobrirá. Polo que
ler 23: 5. também o fanéto que de ty ha dc nacer , Filho de Deus chamado
14 ferá.
I\lích ' vefaqui Elifabeth tua prima também tem concebido hum
39 E vefequi
1-icbr i*s ^lho cm fua velhice5 e efte he o feifto més d’aquella, que a efteril
7'7^42:2. chamada éra.
ler. 32: 17. 37 / Porque nenhuã coufa ferá a Deus impoflivel.
"Zach. 8:6. 38 Entonces difle Maria: Eifaqui a ferva d’o Senhor ; * cumprafc
.Múí.19.26 cm my fegundo tua palavra. E o Anjo íe partio d’ella.
Lfc. 18:27.
-C J 39 E levantandofe Maria naquelles dias, foyfe aprefuradamente
1 v-’ v UHldimUIl, 1V1 dl lít lldL^LLVllk.

fe me. montanhas a huã cidade dc Juda,


4q E
SEGUNDO S. LUCAS. Cap. f. n7
E entrou cm cafa de Zacharias., e íaudou a Elifabeth.
41 E aconteceo que como Elifabeth ouvio a íaudaçaó de Maria,
faltou a criança em feu ventre, c foy Elilab.eth chea d?o Efpirito
Sanéto.
42 E exclamou com grande voz , e difle : Bendita tu entre as
mulheres, e bendito o fruito de teu ventre.
43 E donde me J iíto a my , que a maé de meu Senhor a
my venha !
44 Porque vefaqui que em a voz ue tua íaudaçaó chegando a meus
ouvidos, faltou a crianca de aleeria em meu ventre.
45 * E bemaventurada [^J que creo ; pois fe haõ de cumprir as
coufas que parte} d’o Senhor lhe foraõ ditas. 28.
46 E difle Maria: Minha alma engrandece a o Senhor:
47 E meu efpirito fe alegra em Deus meu Salvador.
43 Porquanto pera a baixeza de fua ferva atentou : pois eiíaqui
deidagora bemaventurada todas as geraçoens mc chamaram.
49 Porque grandes coufas me fez o Poderoio , e fanéto feu No- ^-ExoíZ.20:
me „ xlfay.^l:
50 u E fua mifericordia he de geraçaõ em geraçaõ, pera com os
que o temem. e 52: io.
5 i x Com feu braço valeroíamcnte obrou , a os foberbos do 7Ú?33:io.
penfamento dc feu coraçaõ;' diflipou. I PeJr.<j ;5.
52 Dos tronos a os poderofos tirou , e s aos humildes levan­ I Sam.x
S.
tou. ' ' . . . P/. II3: 6.
53 a A os famintos de bens encheo, e a os ricos vazios enviou. aP/^4:ii.
$4 b A Ifraêl feu fervo * alçou , lembrandofe de [fua} mife- * Ou ,fo-
ricordia, correo.
55 (Como fallou a noflos paes, <“ a Abraham ; e a fua femente) pc- blfay,
rafempre.
56 E ficoufe Maria cõ ella quafi tres mefes 5 e tornoufe pera fua
C3.1a. . ler. 3 I
57 E a Elifabeth fe lhe cumprio o tempo de parir, c pario 20.
hum filho. cGen. 17:
5S E ouviraõ os circunvezinhos, e feus parentes, que tinha Deus
ufado de grande mifericordia com ella; e yalegraraõfe com ella. prVxrii
59 E aconteceo que e a o oitavo dia vieraõ pera circuncidarem a Jlucvii
o menino ; e chamavaõ o do nome de íeu pae, Zacharias. eGen, 17;
6c E refpondendo fua maé, dillè: Naõ, fenaó/Joaõ ferá cha- 12.
mado. l>v. 12:3»
Pi 61
118 OS. EUANGELHO
61 E difleraó lhe: Ninguém ha em tua parentela, que defteno­
me fe chame. .
* Ou ? «e- 62 E * fallaraó por acenos a feu pae, como queria que lhe cha-
narao. maflem?
62 E pedindo elle a taboinha de efcrever, eícreveo, dizendo,
Joaó he feu nome. E todos fe maravilháraõ.
64 E logo a bocafe lhe abno e alingoafe lhe \joltou] 5 e fallava,
louvando a Deus.
65 E veyo hum temor fobre todos feus circunvezinhosj e em to­
das as montanhas de Judea foraó divulgadas todas eftas coufas.
66 E todos os que ouviaó, [>J punhaóem feus coraçoens,
dizendo: Quem ferá ora efte menino ? E a maó do Senhor era có
elle.
67 E Zacharias feu pae foy cheyo do Efpirito Sanólo, eprofeti-
* Ou j y^zou, dizendo
redemça.0 ÓE Bendito o Senhor Deus de Ifraêl, porque vifitou c * redemio
de &. a feu povo.
69 £ E nos levantou o corno da falvaçaó , ’na cafa de David feu.
17-
hPj 72:12 * fervo.
70 Z Como fallou por boca de feus fanctos Profetas , que deído
6°"principio d’o mundo \_houve'}.
e 30: lo. 7( f^z/í]de noífos inimigos livraria , cda maó de todos os
Dm 9:17. que nos aborrecem.
iGen. 22; ‘ 71 " Pera mifericordia a noífos paes fazer, e de feufanétoconcerto
16. fe lembrar:
P/
* 105: 9. 73 1 [e] do juramento que a Abraham noífo pae jurou , que nos
ler. 31-33♦
Hebr.6;l$,* avia de dar:
17. 74 * Que libertados d’a maó de noflos inimigos, fem temorofer-
k Hebr. 9: viriamos,
í4. 75 / Em fanótidade e juftiça, diante d’elle, todos os dias de nof-
/i Pedr. I. pa
m Mal 4 5. 76 w E tu , ó menino, Propheta d’o Altiflimo ferás chamado:
Luc i; 17. porque diante d’a face d’o Senhor has de ir a feus caminhos apa-
nLuc 3:3. relhar.
o Mal. 4:2. 77 n Para a feu povo conhecimento da lalvaçao dar, em remiliao
^Dx^ejcla- (Je (eus pecados.
re.er,
re.er. 7S -Pelas
- entranhas d’a mifericordia de noífo Deus, com que o
pPf-9'. I. 0 Oriente do alto nos vidrou.
e 42; 7.
<¥)'■ 9. 79 í> Pera * aparecer a os que em trevas, e em fombra de morte
e 6c: I. aífen-
SEGUNDO S. LUCAS. Cap. II. n?
afientados cftaõj pera endereçar nofios pés pelo caminho da paz.
? E crecia o menino, e era confoiradoem Elpirito. E efteve ^£«^.2:40.
cm os defertos até o dia em que a líraèl fe moftrou.
ít
Capitulo II.
I Nace Chrifto em Rethlebem. 8 E he feu nacimento per hum Anjo a os paflores
denunciado. IJ Poio que os exércitos celefliaes a Deus com hum cântico /ouvao. 1$
Pajfaõ os pajt ore- ate Bethlehem a ver a 0 menino; e divulgando 0 que lhes fora
dito, fe tornao. 21 He 0 menino circuncidado > chamado JESUS, 22 E W
Templo aprefentado. 2$ Aonde Simeao emfeus braços 0 toma > e louvando a Deus,
delle prophetiza. 36 Como também Anna a Prophetijfa 41 Pae Chriflo, Jen-
do de idade de doze annos , com feus paes a Jerufalem. 45 Achaõ 0 entre com
os Doutores 'no Templo. 51 Torna fe a Nazareth, efla Jugeito a feus paes e
vae crecendo em jabedoria , em ejtatura , e em graça.
1 T? aconteceo’naquelles dias, que fahio hum mandado de parte de
Gelar Augufto, que todo o mundo fe matriculaffe.
I (Ella primeira matricula foy feita fendo Prefldente d’a Syria
Cyrenio.)
3 E hiam todos a fe matricular, cada qual a fua própria cidade.
4 E fobio também Jofeph de Galilea, da cidade de Nazareth â
Judea, * á cidade deDavid, quefechama b Bethlehem 5 (porquan- a loa.7-42»
to era da c cafa e * familia de David.) biSam.xU.
f Pera fe matricular com Maria fua mulher, com elle defpofada, fp T „
a qual eitava prenhe. . , «Ou,^-
6 E aconteceo que , eftando elles ali, le cumprirão os dias em ^ou, li-
que avia de parir. nbagem.ou,
7 d pario a feu filho o primogénito, e envolveo o em cueiros,parentela,
c deitou o ’na manjadoura j porque naõ avia pera elles lugar na dMatth.u,
cftalagé. , 2<*‘
8 E avia paftores’naquella mefma comarca, que eftavaõ’nocam­
po, e guardávaõ as vigias da noite fobre leu rebanho.
9 E eis que o anjo do Snor veyo lobre elles, ea gloria do Senhor
os cercou de relplàndor, e teméraõ com grande temor.
10 E o Anjo lhes difie: Naõtemaes-, porque, vedes aqui vos dou
novas de grande gozo, que ferá para todo o povo :
II Que hoje vos he nacido o Salvador, que he Chrifto o Senhor,
’na cidade de David.
E ifto vos lerá final: Achareis a o menino envolto em
cueiros, deitado na manjadoura,
Jj E
1
120' OS. EUANGELHO
f Dah f*. 13 E ’no meímo inftante houve com o Anjo e huã multidão de
lo. exercitos celeftiaes, que louvavaõ a Deus e diziaõ:
^^5:11. 14 Gloria em as alturas a Deus, f e na terra paz, [e] a os ho­
flfivhW mens boa vontade.
19. E aconteceo que como os Anjos fe partiraõ delles para o ceo,
Ephef 2:
17. difleraó os paftores huns a os outros: Paliemos pois até Bethlehem c
* Gr. efta vejamos * ifto que fucedeo, e o Senhor nos notificou.
palavra. I
16 E vieraó aprefuradamente, e acháraõ a Maria, ea Jofeph, e
a o menino deitado ’na manjadoura.
17 E vendo [<»], divulgáraó a palavra que acerca d’o menino lhes
avia fido dita.
18 E todos os que a ouviraó, fe maravilháraõ d’o que os paftores
lhes diziaõ.
19 Mas Maria guardava todas eftas palavras, conferindo [4;] em
feu coraçao.
2-0 E tornáraó fe os paftores glorificando , e louvando a Deus,
por todas as coufas que ouvido e vifto tinhaó 5 como lhes avia fido
dito.
g Gen. 17: 21 E g cumpridos os oito dias pera circuncidar a o menino, foy
IX.
Lev. 12: hque feu nome chamado Jefus j o qual d’o Anjo * lhe foy pofto antes
loa.']-. 22. ’no ventre foíTe concebido.
hMattto.V. 22 E cumprindofe os dias de fua i punficaçaõ d’ella , fegundo
21. a Ley de Moyíes, trouxeraõ o aJerufalcm, pera[/] aprefentárem
Luc.i', 13. a o Senhor.
fcOu,^- : (Como ~ k em a Ley d’o Senhor eftácícrito:__"í______ Todo macho que
mado foy. abrjr a madre, lerá chamado fanébo a o Senhor.)
iLev.11.6. 24 — E pera daré a offerta , fegundo o que em a Ley d’o-Senhor
kExod.l^X
2. * eftá dito, / hum par de rolas, ou dous pombinhos.
Num. 3:13. 25 E eis que avia hum homem em Jerufalem, cujo nome era
f•8:
c V, 16,17. Simeaõ, e era vul
v>
* /» uiuivau, v via homem
efte iivjihl .hi jufto, e a.a Deus temente, e efperava a
juilvj, v j.JLUd LC111C11LC, C Cl|

Z 11^.12.8 • coníolaçaõ O ’
Ifrael'; e o ------
de ------ Efpirito
f
Sanéto eftava
------------ ----
fobre elle.
26 E fora lhe feita divina revelaçaõ polo Efpirito Sanéto, que a
morte naõ veria, antes que viífe a o Chrifto d’o Senhor.
27 E veyo pelo Efpirito a o Templo: e como os paes introdu­
zirão ao menino Jefus pera com elle fegundo o coftumc da Ley fa­
zerem :
*. 4óC 28 Entonces o tomou elle em feus braços, c louvou a Deus . c
m Ge
3°> difle :
* Ou, dti' 29 Agora * w defpedes, Senhor, empazateufervidor, fegundo
iras fr. a tua palavra j 30 Pois
SEGUNDO S. LUCAS. Cap. IL m
Pois jameus olhos tem « vifto tua falvaçaõ. *P/. 98:2^
31 0 Aqual aparelhafte perante a face de todos os povos. lJay^.iQ,
32 p Luz pera illuminaçaõ das gentes, e pera gloria de teu povo

3+ E Simeaó os abcndiçoou, e diíle a fua maé Maria: Vés aqui ?(Ay.S:i4.


que q efte he pofto pera queda, e levantamento de muytos em Ifraêlj
e pera final v que contradito ferá. rAAii' *
35 (E também huã efpada tua própria alma traípaílàrá), peraque 22‘
de muytos coraçocns fc manifeftem os peníàmentos.
36 E eftava ali Anna Prophetifla , filha de Phanuel da tribu de
Afer; Efta tinha ja vindo cm grande idade, e aviavividocom [/«/]
37 E era viuva de quafi oitenta e quatro annos , e naó fe apar-
tava d’o Templo em jejuns, eoraçoens, /fervindo [a Deus} denoi--'
te e de dia.
38 E fobrevindo efta em a mefma hora, confefiava juntamente a
o Senhor, c fallava delle a todos os que efperávaõ a redemçaó cm
Jerufalem.
39 E como acabáraó dc cumprir todas as coufas que fegundo a
Ley do Senhor [fe deviaõ fazer} , tornáraõ fe a Galilea, perafua ci­
dade de Nazareth.
40 t E crecia o menino, e era confortado em efpirito , e cheyo íLwc.i:?®.'
de fabedoria; e a graça de Deus cftáva fobre elle.
41 E hiaó ícus paes todos os anos a Jerufalem , á fcfta da « Pa- «EW.23:
15^7-
Lev. 23: $.
4t E fendo ja de doze aiios , fobiraó a Jerufalem, fegundo o co- Deu't fáí
ítume do dia da fefta :
43 E acabados ja aquelles dias, tornandofe elles, ficou fc o me­
nino Jefus em Jerufalem, e naó o foube Jofeph nem fua maé.
44 Porem cuidando elles que vinha de caminho na companhia,
andáraõ caminho de hum dia: e bufeávaó o entre os parentes, e en­
tre os conhecidos.
4$ E como naó o achaílêm , tornáraõ' em bufca delle a Jcru-
x Matth.'/ i
46 E aconteceo que, defpois de tres dias, o acháraó ’noTemplo 28.’j i»
aflentado ’no meyo dos Doutores, ouvindo os, e perguntandolhes. Luc.^11
*,
47 x E todos os que1 o ouviaõ pafmavam de feu entendimento e
48 E loa. 7:15.
in O S. EUANGELHO
4.8 E vendo o elles, efpantáraõ fe ; e diíTelhe fua maé : Filho,
porque afli com nolco o fizefte? Vefaqui teu pae, e eu , que com
ancia te bufcavamos.
4? E elle lhes diífe: Que porque mebufcaveis? Naó fa-
bieis que em os negocios de meu Pae me convém eftar?
ylawtf. 50 y E elles naó cntendéraó as palavras que lhes dizia.
<18:34. 51 E defcendeo có elles, e veyo a Nazareth, c eralhes fugeito.
E lua maé guardava todas eftas coufas em feu coraçao.
*,
ziSam.z creciajefus em fabedoria, e emeftatura, e em graça pera
r o com Deus, e [pera os homens.

Capitulo III.
I D# tempo em que joao Baptifa começou a pregar e a bautizar. 3 A matéria
de fua pregaçaõ 7 Exhorta a converfaõ a todos os que fahiao a delle ferem bau-
tizados. Io Refponde a pergunta das Companhas > dos Publicanos e dos Soldados j
acerca d'o que devtam fazer-, 1$ Dotefimunho que da, de Chrifo , e de feu
Bautifmo. 19 Sua prijaõ. 31 Bautiza Joao a Chrifo. 23 E relata je jua
linhagem dejde Jofeph até Adam.
I 17 ’No anno quinze do império de Tiberio Cefar, fendo Poncio
Pilatos preíidente de Judea, e Herodes Tetrarcha de Galilea,
e feu irmaó Philippe Tetrarcha de lturea e da Província de Tracho-
nite, e Lyfania Tetrarcha de xAbylenia;
^C^Sob. 1 * Sendo a Annás e Caiphas Sumós Pontífices, foy feita palavra
<^-4:»6. de £)eus a Joaó, filho de Zacharias, em o deferto.
íMatt.y.i. 3 £ E veyo por toda aterra d’o redor do Jordam, pregando o bau« *
Marc, 1.4. tifmo de converfaõ, pera perdaó dos pecados.
<1/740:3. + Como eftá efcrito no livro das palavras c do Propheta Ifayas,
Matt. 3:3.que diz: Voz d’o que clama em o deferto 5 Aparelhae o caminho
Marc i-, 3. d’o Senhor, enderençae fuas veredas.
loa. 1:23. 5 Todo vale le encherá, e todo monte, e outeiro feabaixará; e
os [caminhos'] torcidos fe endireitaráõ ; e os caminhos afperos fe a-
prainaráó.
^P/?9S-.2. 6. d E verá toda carne a falvaçaó de Deus.
Ifay.sT-wo» 7 Dizia pois a as companhas que fahiaõ a d’elle ferem bautizadas:
e iv xx'e ^aÇa biboras; quem vos * enfinou a fogirdes da ira que eftá
* Ou , mo- Pei a ' d ?
frou. 8 Dae pois fruitos dignos de converfaõ, e naõ comeceis a dizer
fMatt 39 em vos mefmos: A Por Pae temos a Abraham. Porque cu vos di-
loa. S: 39. go, que até delias pedras pode Deus defpertar filhos a Abraham.
^4^.13 9 p- p'
SEGUNDO S. LUCAS. Cap.III. n5
9 gE também ja o machado eftá pofto á raiz das ardores; por^MrrMj:
tanto toda arvore que naó dá bom fruito , le corta e lança ’no Io-
fogo. Í>7.’I9-
10 E as companhas lhe perguntávaó , h dizendo , Que faremos hAcl.z\^.
logo?
11 E refpondendo elle , diflelhes : i Quem tiver duas túnicas, *Iac 2
parta com o que naó tem; e quem tiver alimentos, faca d’amefma 1<’*
Lmaneira. A ô I11^.3.17.
Tea 2' T 7
12 E viéraó também [T elle] os publicanosperaferembautizadosj
e difleraõ lhe: Meftre que faremos ?
H E elle lhes difle: Naó peçaes mais do que vos eftá ordenado.
14 E perguntáraõ lhe também os foldados, dizendo, Enofoutros
que faremos? E elle lhes difle: Naó trateis mal a ninguém, nem a
ninguém defraudeis 5 e contentaevos com voflòs foldos.
15 E eftando o povo efperando, e imaginando todos de Joaó em k Matth
feus coraçoens , fe por ventura o Chrifto fofle j n.
16 Refpondeo Joaó a todos, dizendoj k Bem vosbautizoeucom
agoa, mas [//] vem quem mais forte que eu he , a quem eu naõ loa' I;2^*
fou digno defatar lhe a correa das alparcas j ^Efte vosbautizará com V
Efpirito Sanéto e com fogo. *4
ei9
17 w Cuja pá eftá em fua maó, e alimpará fua eira, e ajuntará o
trigo em feu celleiro, porem a palha queimará com fogo que nunca loelz. 28.
fe apague. -<#?. 2:4.
18 Afli que amoeftando também outrasmuytascoufas, denuncia- e
va o Euangelho a o povo. mMatt. 3.-
19 « Porem fendo Herodes Tetrarchad’ellereprendido, porcau-
fa de Herodias mulher defeuirmaóPhilippe, e por todas as [demais] 14-3 *
maldades que Herodes feito tinha, Marc,6:iS.
20 Acrecentou ainda ifto fobre tudo o de mais , que a Joaõ ’no 0 Matth. 3-
cárcere encerrou. .
21 0 E aconteceo que como todo o povo fe bautizava, e Jefus rc\ i:9‘
[também ] bautizado fofle, e orafle, o ceo fe abrio : 42:1
22 E defcendeo o FJpirito Sanéto fobre elle em forma corporal,
como pomba 5 e fez fc hua voz do ceo que dizia : f Tu es o meu Marc. 9: 7.
amado filho, cm ty muyto me agrádo. Lw,$> 3,.
23 E o mefrno Jefus começava a fer como de trintaannos, fendo c°t 1:
(como fe cuidava, q filho de Jofeph, L Jofeph] de Heli. 2
24 [e Heli] de Matthat, Matthaf] de Levi, [eLevi] de Mel- Matt.iy
chi, [_e Melchi] dejanna, \_e Janw] de Jofeph.
' Q^2 25 [E ioa.6.42*
im OS. EUANGELHO
*8 [e Jofiph] de Mattathias., Mattathias] dc Amos-, Amos]
de Naú, [e Nau] de Efli, [e Effi] de Naggai.
2-6 [E Naggai] de Maath, [ e Maath ] de Mattathias , [e Mattathias]
deSemei, Semei] de Jofeph, [<? Jofeph] de Juda.
27 [e Juda] de Johanna , [e Johanna] de Rhefa , [ e Rhefa] dc
Zorobabel, [ e Eorobabel] de Salathiel, ]e Salathiel] de Neri.
28 [E deMelchi, Mehhi] deAddi, [e Addi] dcCofam,
[e Co/arn] de Elmodam , [_e Elmodam] de Er.
*9 [EErJdeJofe, [e Jofe] de Eliezer , [e Eliezer] de Jorim,
[<? Jorim] de Matthat, Matthat] de Levi.
30 [E Levi] deSimeon, [e Simeon] de Juda, [e Juda] deJofeph?
D Jofeph] de Jonan, Jonan ] de Eliacim.
31 [E Eliacim] de Melea, [e Melea] de Mainan , [e Mainan] dc
Matthatha, |\ Matthatha] de Nathan, [e Nattan] de David.
32 [e David] de Jeífe , faífa] de Obed , [e Obed] de Booz,.
[e Booz] de Salmon, [<? Salmon] de NaaíTon.
33 [E Naaffon] de Aminadab, [3 Aminadab] de Aram, [e Aram]]
de Efrom, [í> Efrom] de Phares, Phares] de Juda.
Jacob _ de Ifaac
34 £e Juda] dê Jacob, e Jacob [\ ifaac]
Ifaac,, |\ Ifaac dc Abraham?
Fe Abraham] r de Thare, e Thare] de Nachor.
10?
10? &C. Nachor] de Saruch , \_e Saruch] de Ragau , [e
35- & J dcw
_ Ragau]
Phalegh, [ePhqlegh] de Heber, [<? Heber] de Sala.»
33^6 [E Sala] de Cainan,
£e de Arphaxad , [<? Arphaxad]
[A Cainan] uv
Cainan, [«■
de Sem, [\ Sem] de Noê, [e AW] de LamecL.
37 r.E Lamech]2 de Mathufala,.1[e Mathufala]2 de Henoch , £e He-
wch] ae Jared, [e Jared] de_Maleleel, [\? Maleleel] deCainan.
?S [E Cai,
'ainan J deHenos, Jtazw]deSeth, [e Seth]/de Adam?
jGfB-5:3' [e^/LjdeDêus.

' Capitulo IV
I Jejuma Chrifto quarenta dias ‘no deferto j e he atentado do Diabo. 14 Torna
Jè a Galilea 3 e enflna em Nazareth provando com cap.61 de lfayas que elle era
o Mejfias prometido 23 E mostra com os exemplos âe Eha e Elijeo a razao
porque ali nao fazlÁ milagres. 28 Do que os ovintes irandofe, procurao matálo.
31 Enfna em Capernaum em os Sabbados. 3 3 E lança ali fora a hum Demo-
nio. 3 8 Sara da febre a fogra de Pedro 3 e a outros muytos enfermos e endemoni­
nhados, 42 Sae d’ali. e prega também em as outras cidades de Galilea.
a Matth.^t I E a Jefus cheyo do Efpirito Sanéto, tornoufe do Jordão, e foy
_ *3 levado pelo Efpirito a o deferto.
Marc.l.iz^ p
SEGUNDO S. LUCAS. Cap. IV
1 x E quarenta dias,foy atentado do Diabo: b E naó coineo coufa bExod.n
*
nenhuá naquelles dias j e acabados elles, finalmente teve fome.
- 3 E diflelhe o Diabo : Se tu es Filho de Deus, dize a ella pedra,
que íe faça pam.
4 E Jeius lhe refpondeo, dizendo, c Efcrito eftá , que naó com cDeut.S:^.
fó paõ vivirá o homem , mas com toda palavra de Deus. 4; 4-
5 E levando o o Diabo a hum alto monte, moftrou lhe todos os
Reynos do mundo em hu momento de tempo.
6 E diflelhe o Diabo: A ty te darei todo efte poder, e fua gloria:
porque a my me eftá entregue, e a quem quero o dou.
7 Portanto fe tu me adorares, tudo ferá teu.
S E reipondçndo Jefus, diflelhe: Arredate de my Satanás 5 por­
que elerito eftá: a Ao Senhor teu Deus adorarás, c a elle íó fervirás. dDetit,. 6:
9 E levou o a Jerufalem, e polo fobre o pináculo do Templo, e D;
diflelhe: Se tu es o Filho de Deus, lançate d’aqui a baixo. *73.
10 Porque efcrito eftá, e que a feus Anjos mandará acerca de ty, eP/.yv.ii.
que te guardem.
11 E que ’nas maós te tomaráõ , pera que nunca tropeces com
teu pc em alguã pedra.
E refpondendo Jefus, diflelhe: Dito eftá: /Naó atentarás a o/D?»?. 6:
Senhor teu Deus. 164
1; E acabado o Diabo toda a tentaçaó, fe foy d’elle por algum
tempo.
14 g E tornoufe Jefus, em virtude do Efpirito, pera Galilea,
fahio fua fama por toda a terra d’o redor. Marc.1-14.
15 E enfinava em fuas Synagogas, e de todas era louvado. 1^.4; 43/
16 h E veyo a Nazareth, aonde fora criado , e entrou , fegun- Ad. 10 37.
do feu coftume, hum dia de Sabbado, na Synagoga^ i e levantou
íe a ler. 54.
17 E foy lhe dado o livro do Propheta Ilayasj e como abria o li- . ‘Ie
vro, achou o lugar aonde eftáva efcrito:
iS k O Efpirito do Senhor fobre my, portanto me ungioj 6'* ‘ ’
l pera euangelizar a os pobres me enviou, pera curar a os contritos z>z/áy.6ri.
de coraçaõ lMatt.ii'
19 m Pera apregoar alforria a os cativos, e vífta a os cegos, pera $•
enviar em liberdade a os quebrantados: Pera pregar o annoagradá- m
vel do Senhor. eói:i
20 E cerrando o livro, e tornando o a dar a o Miniftro, aflentou- ' 341
fe^ c os olhos de todos os que ’na Synagoga eftavaõ fitos ’nelle.
Qj 21 E
O S. EUANGELHO -
21 E começoulhes a dizer : Hoje fe cumprio efta efcritura eni
voflòs ouvidos.
»TJrfy.$o
*4- 22 E todos lhe davaõ teftimunho, » e fe maravilhávaó das pala- *
Matthay vras de graça que de fua boca fahiaó: e diziaõ, 0 Naó he efte o fi-
1110 cte Jofeph?
Luc 2:47. Z7> e^e lhes d^e: $em duvida e^e provérbio me direis : Me-
0loa. 6.42. dico, cura te a ty mefrno; [je] todas quantas coufasouvimos p fo-
fMatth.4\ ram feitas em Capernaum , faze também aqui [a/guas] em tua
patria.
q Matt.iy. M E difle: Em verdade vos digo, 7 que nenhum Propheta he a-
57-
Marc. 6; 4. gradavel em fua patria.
25 Porem em verdade vos digo , ** que muytas viuvas avia em
ri 2^17: Ifraêl em dias de Elias, quando o ceo fe cerrou por tres annosefeis
7- mefes; de modo que em toda a terra houve grande fome.
lac. 5:17. E a nenhuá delias foy enviado Elias, fenaó a Sarepta de Sidon,
a huã mulher viuva.
fi Rey. $: 17 E/ muytos leprofos avia em Ifraêl, em tempo do Propheta E-
14- lifco; e nenhum deíles foy limpo, fenaó Naáman o Syro.
28 E todos fe enchéraó de ira , na Synagoga, ouvindo eftas
coufas.
29 E levantandofe, lançáraõ o fora da cidade, e leváraó o até o
cume do monte, cm quefuacidade eftavaedificada, perad’ali d’alt’a
baixo o lançarem.
30 Mas paflando elle por meyo deíles, foyfe.
t Matth 4: 31 t E defcendeo aCapernaum, cidade de Galilea 5 e [a/i] osen-
13• finava em os Sabbados.
klarc.i:2i. 32 » E pafmavam de fua doutrina, porque fua palavra era com
" M^7: autoridade.
Marc i-22, x E eftava na Synagoga hum homem que tinha hum efpirito de
xMíty/-. 1; hum Demonio immundo, e clamou com grande voz,
23. 34 Dizendo, * Ah; que temos com tigo, Jelus Nazareno? Vie-
*Gr. Dei- fte a nos deftruir? Bem fei quem es; o Sanéto de Deus.
35 E Jefus o reprendeo , dizendo: Cala te, elaetedelle. Eder­
ribando o o Demonio ’no meyo , fahiofe delle, fem lhe fazer dano
algum.
3^ E veyo eípanto fobre todos; e fallávaó entre fi huns com os
outros, dizendo, Que palavra he efta? que até a os efpiritos im-
mundos manda com autoridade e potência, e faem ?
37 E fua fama fe divulgava cm todos os lugares d’o redor d’aquel-
la comarca. 38 y E
SEGUNDO S. LU.CAS. Cap. V 127
y E levantandofe [ffefus~] da Synagoga, entrou em cafa de
maõ; ca fogra de Simaõ eftáva * enferma de huã grande febre, e l4‘
rogaraõ lhe por ella. í q"
3? E inclinandofe fobre ella , reprendeo a febre ; e f afebre"\ a ’ fn
aeixou. E levantando le logo, iervia os. mada.
40 » E pondole ja o foi, todos os que tinhaó enfermos de varias iMatt. 8;
doenças, lhos traziaõ ; a e pondo as maós lobre cada hum delles, i6 *
curava os. Afarri.32.
4t h E também os Demonios íahiam de muytos, clamando, QaMarc'1-
dizendo, Tu es o Chrifto, o Filho de Deus: E reprendendo Qw] * 8*2^2$
elle, naó os deixava fallar, porque íabiaó que elle era o Chrifto. bMarc. 1;
4’- c E fendo ja de dia, fahioíe, e foyfe a hum lugar deleito; eas 34
companhas o bufcávaó, e vieraó até \_chegar a] elle : e detinhaõ o, cla­
que delles fe naõ foflé. c Marc. 1;
43 Porem elle lhes difle: Também he neceflario que a outras ci-
dades denuncie o Euangelho do Reyno de Deus; porque pera iíTo
fou enviado.
44 E pregava ’nas Synagogas de Galilea.
Capitulo V
I Enflna Chrifto ás companhas defdo barco de Pedro. 4 E defpois de hua mira-
culoza pefca de peixes> lhe promete a elle e a feus companheiros fazelos pescadores
de homens. 12 Purifica a hum leprofo. 17 Sara a hum paralytico > e affi prova
que tinha poder pera perdoar os pecados. 27 Chama a. Mattheus Jna afandega.
29 Come com elle e com outros publicanos. 31 E dtffo da a razao. 33 Defen­
de contra os calumniadores a feus Difcipulos com diverfas parabolas acerca de
nao jejuarem.
I * T? aconteceo que, derribando fe as companhas fobre elle, por^Afo^,
ouvirem a palavra de Deus, eftava elle junto a o lago de *3 *•
Genezaret. Marc. 4:1»
2 E vio eftar dous barcos junto praya~} do lago : e avendo os
pefcadores deícendido d’elles, eftavaó lavando as redes.
3 E entrando em hum d’aquelles barcos , que era o de SimaÕ,
pediolhe que o desviafte hum pouco de terra: e aflentando fe, eníi-
náva as companhas desd’o barco.
4 E como deixou de fallar, difle a Simaõ: b Leva em alto mar, cbloa.zi’.^
lançae voflas redes pera pelcar.
$ E refpondendo Simaó, diflelhe: Meftre, avendo trabalhado
toda a noite, nada tomamos; mas em tua palavra lançarei a rede.
6 E
x-s OS. EUANGELHO’
•Ou,;/?». 6 E fazendo * o affi, colhéraõ grande multidão de peixes, efua
rede fe rompia.
7 E tapeáraó a os companheiros queeftàvao no outro barco, que
viefiem ajudar. E viéraó, c enchéraõ ambos os barcos, de tal mo­
do que quafi fe hiaó a pique.
*Gr« jue- 8 E vendo Simaó Pedro derribouíe a os * pês de Jefus,
Ibos. dizendo: Saete de my. Senhor, que fou homem pecador.
9 Porque efpanto o tinha tomado, e a todos os que comelleeftá­
vaó, pola prefa d’os peixes que tornáraõ.
10 E femelhantemente também a Jacobo e a Joaõ, filhos de Ze-
bedeo, que eraõ companheiros de Simaõ. E difie Jefus a Simaó:
c Ier>16, Naó temas; c Defd’agora tomarás homês.
16» 11 E como leváraõ á terra os barcos, deixando tudo, fegui-
Ezech.tf: raõ o.
9-
Matt. 4:19. 12 e E aconteceo que eftando cm huã d’aquellas cidades , eis
£4:17.’ hu homem cheyo de lepra , e vendo a Jefus, poftroufe fobre o ro-
'dMatth.í fto, erogoulhe, dizendo, Senhor, fe quiferes, bem me podes
20, alimpar.
«>19:27» H E, eftendendoelleamaó, tocou o, dizendo, Quero, fé lim­
Marc. lo: po. E logo a lepra fe foy delle.
28
* 14 E mandou lhe que
J í o naõ difiefle a ninguém; masvae,- _ __
e Matth. 8: m°ftrate a o Sacerdote, e offerece por tua limpeza, /como mandou
2, Moyfes, peraque lhes * confte.
*rr.i:4o.
M< 15 Porem fua fama andava tanto mais : e ajuntárao fe muytas
/Le-v.ijiZ» companhas a [0] ouvir, e a por elle ferem curados de fuas enfer­
eI4-2. midades.
Matt. 8:4-
* Ou j Jeja 16 Mas elle fe retirava a os defertos, e [afij orava.
em tefti- 17 E aconteceo hum d’aquelles dias , que eftava enfinando , c
munho. eftavaõ [a/í] afientados Pharifeos e Doutores d’a Ley, que tinhaó
vindo de todas as aldeas de Galilea, e dejudea, e de Jerufalem; e
a virtude d’o Senhor eftava pera os curar.
{Matt.çti. 18 g E eisaqui £ hwts~\ homens que traziaõ em huã cama a hum
Marc 2:3. homem
Marc. homem,, que e: eftava paralytico; e procurávaó levalo dentro, e pô-
^^»99:334 lo diante aelle.
19 E naó achando por onde dentro o poder levar , por caufa da
companha, fobiraó em cima do telhado, e pelas telhas o abaixáraó
com o catre a o meyo, diante de Jefus.
2® E vendo elle fua fé deíles, diflelhe : Homem , teus pecados
»’ te faó perdoados.
21 E
SEGUNDO S. LUCAS. Cap.V. n?
21 E os Efcribas e os Pharifèos começáraõ a * imaginar , dizen- * Ou3arrs-
do, Quem he efte que falia blasfémias ? h Quem pode perdoar pe- ZQar*
cados fenaó fó Deus?
Porem conhecendo Jefus feuspenfamentos, refpondeo, edif- 5.
felhes : Que imaginaes em volfos coraçoens?
x3 .Qual he mais facil, dizer : Teus pecados te faó perdoados?
Ou dizer: Levantate, eanda?
24 Ora pera que laebaes que o Filho do homem tem poder pera
’na terra perdoar pecados, (diífe a o paralytico:) A ty te digo, le­
vantate, e tomando teu catre, vaete pera tua cafa.
E levantandofe elle logo diante delles , [/] tomando o em
que deitado eftava, foyfe pera fua cafa glorificando a Deus.
E tomou efpanto atodo$, eglorificavaóaDeusj eforaõcheyos
de temor, dizendo, Hoje vimos coufas incriveis.
27 > E defpois deftas coufas , fahio fe •> e vio a hum publicano, i Matt.9:9;
por nome Levi, aíléntado * na alfandega, ediífelhe: Segueme. ^rí2;i4»
28 E deixando elle tudo, levantoufe , e feguio o. <XS-
2? E fez lhe Levi hum grande banquete em fua cafa 5 k e eftava ? Ou J ™
ali} muyta companha de publicanos, e de outros que com elles * dot
[i ] aflentados eftávaó.
30 E murmuravaõ feus Efcribas delles , e os Pharifèos , contra 6 Matt. 9:
feus Difcipulos, dizendo, Porque comeis e bebeis com publicanos Io-
e pecadores? Marc.2:15;
3 • E refpondendo Jefus, diflelhes: Os que eftaó faós, naó necef- *•
fitaó de medico, fenaõ os que eftaó enfermos.
I2 l Naõ vim eu a chamar a os juftos, fenaõ a os pecadores ácon- IMatth.y,
verfaõ. 13.
33 w Entonces lhe difleraó elles: Porque osDifcipulosdeJoaó je- £«5-19:10.
jumaó muytas vezes, e fazem oraçoens , como também j dos
Pharifèos-, porem os teus comem e bebem? m Matt,9.
31- Mas elle lhes difle: » Podeis vos outros fazer jejumár a os que nljay,6z:^
eftaó de bodas, em quanto o efpofo com elles eftá? zCor.iwz'
35 Porem diasviráõ, quando o efpofo lhes ferá tirado, [e] enton­
ces ’naquelles dias jejumaráõ.
E dizialhes também huã parabola: Ninguém deita remendo de
pano novo em veftido velho5 d’outra maneira, o novo rompe \_a 0
velho} j e a o velho naõ convém remendo do novo.
37 E ninguém deita 0 vinho novo em odres velhos-, d’outra0 Matt. y.
maneira romperá o vinho novo os odres, e derramarfehá Tovmho}.
c os odres íe danaràõ. R 38 MasMí!rcMZ'-
O S. EU A N G E L H O
38 Mas o vinho novo, em odres novos fe ha de deitar5 e amboj?
juntamente fe confervaó.
39 E ninguém que o velho beber, quer logo o novo 5 porque diz:
Melhor he o velho.

Capitulo VI.
1
Arrantao os Difcipulos efpigas em Sabbado, e Chrifto os defende contra os Phari­
feos» 6 Sara a hum homem de Pua mao feca em Sabbado 3 e defende feu feito.
12 Ora na montanha, e elege dentre feus Difcipulos doze Apoflolos. 17 Sara a
diverfos doentes e endemoninhados» 2o Enfina quem fejao os bemaventurados»
e quem nao. 27 Encomenda a caridade até para com os mefmos inimigos $6 Co­
mo também a mifericordia e benignidade prohibindo juntamente os juizos teme­
rários. 41 Enfna que antes que a outros reprendamospara nos mefmos atentemos.
43 E que pelos fruitos fe conhece a arvore. 46 Pinalmente com a parabola da
cafa fobre rocha, ou fobre area edificada, enfina também , que nao bafta confef-
fálo fa com a boca, mas que também fua vontade fazer devemos.
aconteceo que paíTou por huns * paens, o fegundo Sabbado
AÁ7zr.2:23.mendo, esfregando as com as maós.
*Ou,/íw£>- 2 E alguns aos Pharifeos lhes difleraõ: porque fazeis b o que naõ
*d°s. he licito fazer em Sabbados ?
<^£W.2o: 3 E refpondendo lhes Jeíus, difle : Nem ainda iíto leites,
0 que David quando teve fome, elle, e os que com elle
’ eítávaõ ?
4 Como entrou na cafa de Deus , e tomou e comeo os paes da
propofiçaó, e deu também a os que eltávaó comelle: os quaes naõ
dLev.24't Iicito comer5 dfenaó a fós os Sacerdotes?
eM^í.12: 6 /E aconteceo também em outro Sabbado, que entrou na Syna-
s- <wa, e enlinava: E eltava ali hum homem, que .tinha a maó di-

7 E atentavaó os Efcribas e osPharifeos paraelle, fe em Sabbado


curaria: Por acharem de que o acufar.
8 Porem bem fabia elle feus penfamentosj e difle a o homem que
tinha a maó feca: Levantate, e poem te empe no meyo. E levan-
tandofe elle, pós fe em pé.
9 Entonces Jefus lhes difle: Huã coufavos hei de perguntar: Que
he licito em Sabbados ? Bem fazer, ou mal fazer ? Salvar hua pef-
foa, oumatála?
10 E
SEGUNDO S. LUCAS. Cap.VI. 131
Io E olhando pera todos a o redor , difle a o homem : Eftende
tua maõ. E elle o fez afli: g e foy lhe a maó reftituida faam como g1
a Outra- . . O f
*
i* E ficáraócheyosde * louquicej e praticávaõ juntamente huns
com os outros, que fariaõ a Jelus. vario.3
!- h E aconteceo que ’naquelles dias fe fahio a o monte a orar 3 e
paflbu a noite * orando a Deus. 23.
* E como ja foy de dia , chamou afia feus Difcipulos, cefco- * Gr. eme-
Iheo doze d’elles, a quem também chamou Apoftolos. raçao de
I4 £ Convém a /aber~\ a Simaõ, a o qual também chamou Pedro, e Deus.
a André feu irmaó 5 ajacobo, eajoaój a Philippe , e a Bartho- i Matt I.
lo:
lomeo. Marc.y.l^
A Mattheus, e aThomas, ajacobo de Alpheo j c a e 6; 7.
Simaõ, chamado Zelote. Luc. 9; I.
16 A Judas [irmau'] de Jacobo, e a Judas Ifcariota, omefmo que
o trahidor foy.
17 E delcendendo com elles , parou em hú lugar praino , c kMatthJt
Qcom e!/e] a companha de feus Difcipulos, e grandemultidaõdepo-
vo de toda Judea, e de Jerufalem , e da cofta marítima de Tyro, arc,$'7*
e de Sidon.
18 Que tinhaó vindo a o ouvir, e a fer curados de fuas enfermi­
dades, como também os atormentados de efpiritos immúdos, e ,,,
_
erao curados. r IMarc.v.
30
19 E toda a companha procurava tocaio 5 Z porque fahia d’elle
virtude, e curava os a todos. mMatt. 7:
20 w E levantando elle os olhos pera feus Difcipulos, dizia: Be-
maventurados vos.pobres, porque voíTo he o Reyno de Deus.
21 n Bemaventurados vos, os que agora tendes fome, porque fe- oljay. 6it
jreis fartos. 0 Bemaventurados vos, os que agora choraes, porque 3.
rireis. edí.-io.
22 p Bemaventurados fereis quando <os homens vos aborrecérem, f
e quando vos fepararem, evos injuriarem, e voíTo nome, como mao I Pedr.Z9 .
regeitarem, por amor do Filho d’o homem.
7 Gozaevos’naquelledia., ealegraevos
" ,porquevedefaquigran- 0^*14.
de he ’nos ceos voíTo gaíardaó > r porque aífi faziaó feus paes a os
Prophetas. x 7 ^.5:41.
-4 7 Mas ay de vos outros ricos, porque ja tendes voíTa conlo-
iaçaó. - JAmos 6:
1,8.
2-7 t Ay de vos outros, os que eftaes fartos 3 porqueavereisfome, tifay
^'.
*
I< 2 Ay de 13.
132 OS. EUANGELHO
Ay dc vosoutros, os que agora rides, » porque lamentareis, echo-
xExod,!^: iaieis.
4 26 Ay de vosoutros, quando todos os homens de vos outros bem
Prov,i^\ diflerem; porque afli faziaõ feus paes a os falíos Prophetas.
2I> 27 Mas a vos outros, os que ouvis, digo: * Amae a voflos
Rom. 12; inimigos, fazei bem a os que vos aborrecem.
2o. 28 Bendizei a os que vos maldizem, ey oraepolos que vos * vio-
I Cor 4:12. lentaó.
y Luc. 23: 29 z A o que te ferir em huã face, offerecelhe também a outra j 1
.34. e a o que te tirar a~capa, nem a roupeta f /he] * impidas.
•À&. 7’. 60. $° Ea
* qualquer que te pedir, dá j e a o que o teu te tomar,
* Ou , ca-
ca~ naõ [/ho] tornes a pedir.
lumniao.
« 'Í.Cor.fy,'] . 31 E como vos quereis que vos façaõ os homens, fazeilhes vos­
* Ou 5 pro- outros também d’a mefma maneira.
hibast 3321 c E fe amardes a os que vos amaó , que grado tereis ? porque
<£>^.15: também os pecadores amaó a os que os amaó.
7- 33 E fe bem fizerdes a os que bem vos fazem, que grado tereis?
^Matt4142Porclue os pecadores fazem o mefrno.
* * 7‘ 34 d E fe empreftardes a aquelles de quem efperaes tornar a rece-
eMatth. 5: ^er’ Aue grado tereis ? porque também os pecadores empreftaõ a
46. os pecadores, pera outro tanto a receber tornarem.
dDeut. 1$: 3$ Amae pois a voflos inimigos, e fazei bem, e empreftae , fem
8» eíperar 5 e ferá grande voflo
diflò nada efperar voífo galardaõ, e e* fereis filhos do
•^tfM’42» Altiflimoj porque he benigno [até] pera com os ingratos e maos.►
4$ 36 Sede pois mifericordiofos, como também voflb voflo Pae he mife-
fMàtt.-j 1. ricordiofo.
Kom. 2:1. 37 fE julgados,> naõ condeneis, cnaõ
naõ julgueis, ce naó fereis julgados
f E naó enaõ
1 Cor.4: 5. fereis condenados 5 foltae e foltarvosham.»
g Prov. lo: 38 g Dae, e fervos ha dado, medida boa, recalcada, facudida, c
22. tresboi dando vos daraõ em voflo regaço: k Porque com a mefma me­
"9:17- dida que medirdes, vos tornaráó a medir.
hMatt
Mavc.tfH. 39 E dizia lhes huã parabola: i Pode por ventura o cego guiar a
ilfay. 42: o cego? Naõ cairáó ambos na cava?
Í9. 40 k Naõ he o Difcipulo fobre feu Meftre 3 mas perfeito ferá qual-
Matth. 1$: quer que como feu meftre ffr],
14. 41 / E porque atentas tu para o argueiro que eftá no olho de teu
£M^z.io:
■* ’ irmaõ5 e a trave que eftá em teu proprio olho, naõ advirtes.
24
loa. 13:16. 42 Ou como podes dizer ateu irmaõ: Irmaõ, deixame tirar oar-
e 15.20. gueiro que eftá em teu olho 3 naõ atentando tu mefrno para a tra-c
iMattSfâ. que
SEGUNDO S. LUCAS. Cap. VIÍ.
que em teu olho eftá ? Hypocrita, m tira primeiro fora a trave de wProv.i.9:
teu olho, e entonces atentarás em tirar o argueiro que eftá no olho J7-
de teu irmaó.
43 » Porque naó he boa a arvore que dá mao fruito , nem má a n ^att' 7'-
arvore que dá bom fruito.
44 Porque cada arvore fe conhece por feu proprio fruito: o que oMauh^jx
naõ colhem figos dos elpinheiros, nem vendimaó uvas dos abrolhos. itf.
45 /> O bom homem, do bom thefourode feu coraçao tira o bem , p Matt.n
*.
e o mao homem , d’o mao thefouro de feu coraçao tira o mal5 35 *
q porque da abundancia d’o coraçao falia fua boca. ? Afarr.12;
4'j r E porque me kchamaes Senhor, Senhor, e naõ fazeis o que
dig°? . ^.7.21.
47 / Qualquer que a my vem, e minhas palavras ouve, e as faz j ^25: n.
cu vos moftrarei aquem he femelhante. Luciy.z^,
48 Semelhante he a o homem que edificou huã cafa, e cavou, e Rom 2:1
abrio bem fundo, e pós o fundamento fobre penha 5 e vindo a en- í2'* .
chente , deu a corrente com impeto’naquella cala, e naó a pode-' ^h'7‘>
abalar, porque eftava fundada fobre penha.
49 Mas o que as ouvir, e naó fizer, femelhante he a o ho­
mem que edificou [fua] cafa fobre terra tem fundamento, ’na qual
a corrente deu com impeto, e logo cahio 5 e foy grande a caidada-
quella Cafa.
Capitulo VII.
I Sara Chriflo a 0 fervo d’o Centuriao > cuja fé fobre a de todos louva. II Rtfu-
feita dos mortos a o filho de hua viuva. l8 Refponde á pergunta dos Difcipulos
de Joao, e prova com Jua própria doutrina _> e obras que elle he o Mefias. 24 Da
hum exellente tefiimunho acerca da pe/foa e mini ferio de Joao 29 O que ouvindo
0 povo j louva a Deus > mas os Pharifèos regeitao 0 confelho de Deus. JI Deita
*
a os Judeos em rodo /uaimpenitenciacom a parabola dos meninos nas praças 36 Co­
me com Simaõ 0 Pharifeo emfua cafa, aonde hua pecadora lhe rega os pés com fuas
lagrimas, d’oque Simaõ fie eJcandaliza ; porem Chriflo a defende com a parabola de
dous devedores,
1.
1 17 defpoisdeacabartodasfuaspalavras emouvidosdo povo, * en- aMatt^.%,
trou em Capernaum.
2, E eftando o íervo de hum certo Centuriao, aquem muyto efti
*
mava, enfermo, hiafe ja morrendo.
3 E, como ouvio de Jefus , envioulheos AnciaõsdosJudeos, ro-
gandolhe que vieflè, e curaífe a leu fervo.
4 E vindo elles a Jelus, rogaraõ lhe encarecidamente, dizendo,
que digno he de ifto lhe concederes. 5 Por-
I34 OS. EUANGELHO
5 Porque a nofla naçaõ ama, e elle mefrno a Synagoga nos edi­
ficou.
ó E foy Jefus com elles como ja naó eftivefle longe da cafa, man-
doulhe o Centuriaõ [ huns ] amigos , dizendolhe ? Senhor
Senhor , naó
naõ
tomes trabalho , que naó fou digno que entres debaixo de meu
telhado.
7 Polo que nem ainda me tive por digno de a ty vir 5 mas dize
huã f/o] palavra, e meu criado farará.
8 Porque também eufou homem * fugeito ápoteftade [de outros]^
J'^tiu que tenho de baixo de my toldados, e digo a efte, Vae, e vae; ea
a ' cftoutro, Vem, e vem; e a meu fervo, Faze ifto, e falo.
9 Eouvindo Jefus ifto, maravilhoufe d’elle; e virandofe, difie á
companha que o feguia: Digo vos, [7^] nem ainda em Ifraêl tenho
achado tanta fé.
10 E tornandofe pera cafa os que foraõ enviados , acháraó faõ a
o fervo enfermo.
ti E aconteceo o fegtiinte , que hia a hua cidade chama­
da Nain , e hiaõ com elle muytos de feus Difcipulos , e grande,
companha.
12, E como chegou perto da porta da cidade, eisquelevávaóhum
defunto, filho unigénito de fua maé, que [era] viuva: e [avia]
com ella grande companha da cidade.
E vendo a o Senhor, moveu fe a intima compaixaó delia, c
diflelhe: Naõ chores.
14- E chegandofe, tocou a tumba; (eos que a levávaópararaó) e
difie: Mancebo, a ty te digo, b levantate.
f Luc. 24
*. 15 E o defunto fe aflentou , e começou a fallar: e deu o a fua
19.
loa 4: 19. maé.
f 14. 16 E tomou temor a todos, e glorificavaõ a Deus , dizendo ,
^9: 17- c Grande Propheta entre nos fe levantou, e Deus a feu povo vi-
— — — —»
e Matt.ir. 17 E fahio efta fama delle por toda Judea, e por toda a terra
2.
*OujaJoaa% d’o redor.
denun ia- iS e E * os Difcipulos de Joaó lhe denunciaraõ todas eftas coufas.
raõfèusDi- x9 E chamando Joaõ a certos dous de feus Difcipulos, mandou
Jcipulos ele os a Jefus, dizendo, Es tu aquelle que avia de vir, ou eíperamos a
todas eftas O utro?
outro?
coufas.
- ‘ 10 -p
E rnmn aquelles varnens
como armelles elle vieraõ-
varoens aa elle difleraõ: Joaõ
vieraõ, rliíleraõ
* o Bau-
Tnaõ n Ran-
tifta nos mandou a ty, dizendo, Es tu aquelle que avia de vir, ou
efperamos a outro ? 2i E
SEGUNDO S. LUCAS. Cap. VIL in
21 E na mefma hora curou a muytos de enfermidades , e males,
e efpiritos maos, e a muytos cegos a vifta deu.
2 2 E refpondendo Jelus, diflelhes: Ide, erenunciaeaJoamascou­
fas que tendes vifto, e ouvido, [ Wuwm a faber ] t Que os’ cegos veem, flfay. 2?:
os mancos andam , os lepro.os faó limpos , os furdos ouvem , os 18.
mortos refuicitaó, a os pobres le denuncia o Euangelho. *5-
e 35
2 3 E bemaventuraao aquelle, que em my fe naõ efcandalizar. e6l:x*
24 g E como íe foraõ os menlageirosdejoaõ, começou a dizer de gMatt.ir.
Joaó a as companhas: Que laiítes a ver a o delerto? AÍguã cana que 7-
d’o vento he abalada?
25 Mas que laiftes a ver? Algum homem veftido de veftidos bran­
dos? Eis que os que com preciofos veftidos, e em delicias andam,
nos paços Reaes eftaó ?
26 Mas que faiftes a ver? Algum Propheta? Também vos digo,
c muyto mais que Propheta.
17 Efte he aquelle, de quem efcrito eftá: h Eis que a meu Anjo dian- h Mal.y.i.
te de tua face envio, o qual teu caminho diante de ty aparelhará. Marc. i;z.
28 Porque eu vos digo, que entre os nacidos de mulheresnaó ha
mayor Propheta que Joaó o Bautifta 5 mas o menor em o Reyno d’os
ceos, he mayor que elle.
29 E ouvindo [0] todo o povo, e os publicanos que com o bau-
tifmo de Joaó foraõ bautizados, juftificáraõ a Deus.
30 Mas os Pharifèos eos Doutores da Ley, regeitan õ o confelho
de Deus contra fi mefmos, naó fendo bautizados delle.
31 t E difle o Senhor: Aquem pois compararei os homens defta/M^r.ii:
geraçaó? E a quem femelhantes lam?
32 Semelhantes faó a os rapazes aflentados na praça, e huns a os
outros clamam, e dizem : Tangemos vos com frautas, e naõ ba-
lhaftes j cantamos vos lamentaçoens, e naõ choraftes.
33 Porque veyoJoaóoBautifta, que nem comia pam, nem bebia :4.
vinho, e dizeis: Demonio tem. Marc,
34 Veyo o Filho do homem, quecomeebebe, edizeis: Vedes-
aqui hum homem comilão, e bebedor de vinho, amigo de publi­
canos e de pecadores.
35 Mas de todos feus filhos foy a fabedoria juftificada.
36 l E rogoulhe hum dos Pharifèos que comefle com elle $ e en- /Matt. 26:
trando em cafa do Pharifeo, aífentoufe 0.
37 E eis huã mulher que ’na cidade era pecadora , entendendo ^^.14:3;
que eftava U meja\ em cafa d’o Pharifeo, trouxe hum vafo de ala-
baftro de unguento. 38 E
H6 OS. EUANGELHO
3S E eftando de tras a feus pees, começou, chorando, a regar
lhe os pés com lagrimas e alimpavalhos com os cabellos de fuaca­
beça; e beijava lhe os pees, e ungialhos com o unguento.
K’2 39 & como vi° ° Pharifeo que convidado o tinha , fallava
** 'com figo, dizendo, Se efte fora Propheta, bem foubera quem,
e qual he a mulher que o toca : porque pecadora he.
4o E refpondendo Jefus, diflelhe: Simaó, huã coufa tenho que
te dizer; e elle difle: Dize a Meftre.
4‘ f Dize Jefus] Hum certo acredor tinha dous devedores; o hum
[/be] devia quinhentos dinheiros, e o outro cincoenta,
E naó tendo elles com que pagar, quitou lhes [a divida]
a ambos. Dize pois, qual deftes o amará mais?
4] E refpondendo Simaõ , difle : Para my tenho que aquelle a
quem mais quitou. E elle lhe difle: [Bem ej direitamente julgafte.
44 E virandofe pera a mulher, difleaSimaõ: Vestu eftamulher?
Em tua cafa entrei, [/] agoa a os pees me naõ defte ; e efta os
pees com lagrimas me regou, e com os cabellos de fua cabeça £ mos J
alimpou.
4f Beijo me nam defte; eefta, defde que entrou, demebeijaros
pees naõ ceflou.
46 A cabeça com oleo me naó ungifte , e efta os pees com un­
guento me ungio.
47 Polo que te digo, que feus muytos pecados perdoados [/6e]
faõ , porque muyto amou : Mas a o que pouco fe perdoa, pou­
co ama.
»Matt.<)\i> 48 E aella lhe difle: n Teus pecados fam perdoados.
49 E os que juntamente [á mefa] aflentados eftavaõ, começá-
•Matth.y. raõ a dizer entre fi: o Quem he efte, que também perdoa pecados?
3*4. jo E difle á mulher: Tua fé te falvou; vaete em paz.

Cafi-
SEGUNDO S. LUCAS. Cap.VIII., !

Capitulo VIII.
1 jínda Chrifto for todas as cidades e aldcas pregando o Euovgelho acompanhada
de alguãs mulheres , que com fuas fazendas o ferviao. 4 Propoem a companha
a parabola do femeador cuja femente em divcrfas lugares cae, 9 E particularmente
a explica a feus Difcipulos. 16 Compara fua palavra com á candea» que t para
alumiar fobre 0 candieiro je poem. 18 Enfina, que a qualquer que tiver 3 mais
ainda lhe ferá dado. 19 Como lambem quem feqatifua mae efeus irmaõs. 22 _/f~
J>laca a tempeflade no mar. 16 Dança fora hua legião de Demonios. 31 Eper­
mite lhes entrar em huns porcos. 41 Vae com Jairo a remediar fuà filha. 43
Sara no caminho a hua mulher de hum fluxo de fangue. 49 E vindo á cafa de
"fairo i refufcita d’os mortos a fua filha.
J J7 aconteceo defpois difto, que andava de cidade em cidade , c
de aldea em aldea, pregando e denunciando o Euangelho do
Reyno de Deus: e os doze [eflavaf} com elle.
2 a E \jambem~\ alguãs mulheres que aviao fido curadas de eípiri- a Matt.17'.
tosmalinos, e dc enfermidades, \_comvem afaberj Maria, chamada
Magdalena, b da qual fete Demonios fàiram. bMarc.i6\
3 E Joanna a mulher de Chufas, * Procurador de Herodes, e *qu RSn_
Sufanna, e outras muytas, que com fuas fazendas lhe ferviam. ^>0/
4 c E ajuntandofe huã grande companha, e vindo a elle de todas cMatt.iy.
as cidades, diífe por parabola: 3.
$ Sahio hum femeador a femear fua femente: e Semeando elle,Marc.4:2.
cahio huã T parte~\ junto a o caminho, e foy pifada, e as aves do ceo
a comeraó. - dMatt.n.
Io.
6 Eoutra [_parte~\ cahiofobrepedra5 enacida, fecouíe, porquan- mJt4-io
to naó tinha humidade. eiCor.p.s.
7 E outra[parte"] cahioentreefpinhos, enacendoosefpinhos jun-/"frWr.n;
tamente, affogáraó a. 25»
8 E outra [_parte~\ cahio em boa terra, e nacida deu fruito a ccn- 2 ^.3:14.
to por hum. Dizendo elle eftas coufas, clamava: Quem tem ou-
vidos pera ouvir, ouça. 2
9 dE feus Difcipulos lhe perguntáraõ, dizendo. Que parabolaMa'tth. 13:
ihe efta? 14.
10 E diífe elle: e A vosoutros vos he dado entender os myfteriosMw
*M;i2.
do Reyno de Deus: /'mas a os outros por parabolas, gperaquevcn-Jc^12‘4o-
do naó vejaó, e ouvindo naõ entendaõ. ». •
11 h Efta he pois a parabola: A femente he a palavra de.Deus. hMatt\y.
k X2 E os de junto a ó caminho, eftes íàõ os que ouvem 5 defpois
S vem jiwc.4.13
*
n< OS. EUANGELHO
vem o Diabo, e tira lhes a palavra d’o coraçaõ , para que crendo
fe naõ íalvem.
iMatt, 13: i £ os de fobre pedra, eftes faõ os que ouvindo , recebem a
2O- x palavra com gozo, e eftes naõ tem raiz, que por hum tempo crem,
1?. e a o tempo da tentaçao le delviao.
23. * 14 E o que cahio entre efpinhos, eftesfaÕos queouviraõ5 eidos,
Marc. 10: k fe aftogaõ com os cuydados, e riquezas, e deleites da vida, enaõ
23. daõ [fruto] em perfeiçam.
X«ciS:24. Eo que em boa terra [cahio, ] eftes faõ os que "ouvindo a pa-
♦ ^avra5 em hum honefto e bom coraçaõ a retem, e daõ fruito em
L22{a' * perfeverança. >

I Matth 16 ZE ninguém, acendendo a candea, a cobre com algum vaio,


IÇ* * a poem de baixo d’a cama; mas poem a no candieiro , peraque
ou
Man 411 os que entraõ vejaó a luz.
Lwr.11.33. 17 m ~ Porque naõ ‘ha coufa oculta , que naõ aja de fer manifefta;
mlob, 12: nem coula efeondida, que fenaó aja de faber, e a publico vir.
22.
io: »8 Olhae pois como ouvis: » porque a qualquer que tiver, fer lhe
26. -w’ ha dado 5 e a qualquer que naó tiver, até o que lhe parece que tem,
Marc.4:21. Ihc ferá tirado.
I

L.UC 12: 2í 119~ 0 E vieraõ a elle fua maé, e [fas] irmaõs, e naõ podiaõ che-
*Matt,i%; gara _ eiie por caufa d
elle ’a companha.
d'a
~ 20 E foylhe denunciado [por a/guns], dizendo, Tuamaé, eteuf
e 25:29. irmaõs eftam fora, que te querem ver.
.£^^19
*26 21 Porem
21 Porem refpondendo
refpondendo elle diflelhes:: pp Minha
elle ,, diflelhes maé ee meus
Minha maé meus ir-
ir-
9Matt, 12: maós, faõ aquelles que ouvem a palavra de Deus e a fazem.
46. 22 ? E aconteceo hum daquelles dias, que entrou em hum barco,
[eHe] e feus Difcipulos; e diflelhes: Paliemos daoutra bandadola-
go. E partiraõ fe.
23 E navegando elles, adormeceofe: e defeendeo huã tempefta-
de de vento no lago, e enchiao le [de agoa], c pengavao.
23, 24 E chcgandole a elle, defpertáraó o, dizendo, Meftre, Me-
Matc.4:^j ftre, que perecemos. E levantandoíe elle, reprendeo a o vento,
56- e ás ondas da agoa; e ceflaraó, e fez fe bonança.
2S E diflelhes: Que de voflá fé? Mas temendo elles, maravilha-
r7^26:12.raõ fe, dizendo huns a os outros: r E quem he efte? que até a os
^C,107i2g‘ ventos, e áagoa manda, e lhe obedecem?
** * ’ 26 y E navegaraõ pera a terra dos Gadarenos, que eftá de fronte
Marc. Galilea.
2 7 E faindo elle â terra, vejo lhe da cidade a o encontro hum
homem
SEGUNDO S. LUCAS. Cap.VIII.
homem, que ja de muytos tempos a tras, * tinha os Demonios * u ,r/>-
O
, e naõ andava veftido, e nam parava em cafa nenhuá, fenaó vaendemo-
PcI *
ninhado
28 E vendo a Jefus, e exclamando, poítroufe diante delle, e
difle com grande voz: Que tenho eu com tigo , Jefus , Filho do
Deus Altiflimo? Peço te que me naõ atormentes.
19 Porque mandava a o efpirito immundo que fahifie d’aqueile
homem 5 porque ja de muytos tempos a tras, oarrebatava. Eguar-
davaõ o prefo com cadeas e grilhoens 5 mas quebrando elle as prifoens
era empuxado do Demonio a os deíertos.
?° EperguntoulheJefus,dizendo,Qual he teu nome? Eelledifle>
Legiaôporque muytos Demonios tinhaó entrado ’nelle.
31 E rogavaó lhe, que os naõ mandaffe ir pera o abyfmo.
3 2 E avia ali huã manada de muytos porcos, que pafeia no mon­
te; e rogáraó lhe, que lhes concedefle entraré nelles : E conce-
deulh’o.
33 E faidos os Demonios daquelle homem, entráraõ ’nos por­
cos; c a manada fe arrojou * de humdefpenhadeironolago, eaffo-
Poufe. abaixo.
34 E vendo, os que os pafeiam, o que acontecera, fugirão: E in­
do, o denunciáraõ na cidade, e ’nos campos.
37 E íairaõ a ver o que acontecera, e vieraõ a Jefus; e acháraõ
a o homem, do qual tinhaó faido os Demonios , veftido e cm feu
filo, aflentado a os pés de Jefus; e teméraõ.
36 E contaraõ lhes também os que o tinhaó vifto, como aquelle
endemoninhado avia fido falvo. .
37 E toda a multidaõ da terra d’os Gadarenos a o redor lherogá-
raõ, * que d’ellesferetirafle; porque grande temor tomado os tinha.
E entrando elle no barco, tornoufe.
35 « E aquelle homem, do qual aviaõ faido os Demonios, lhero-
gou que com elle eftar pudefie: Mas Jefus o defpedio, dizendo, 18.
39 Tornate pera tua cafa, e conta quam grandes coufas Deus te
'*
fez. E elle fe foy apregoando por toda a cidade , quam grandes cou­
fas Jefus lhe tinha feito.
40 E aconteceo que tornando Jefus, a companha o recebeo; por­
que todos o eftavaõ efperando.
4t x E eis que veyo hum varaõ, cujo nome era Jairo, eeraPrin- xMaft. 9.
cepe da Synagoga, e derribando fe a os pees de Jefus, rogavalhe 1S-
aue entraflè em íua Marc. .
S X Por-
ué .
I
OS. EUANGELHO
*4 Porque huã filha unica tinha, como de doze annose, efta *
y Jfatth. 9: va á morte. E indo elle apertávaõ o as companhas.
4? y E huã mulher que tinha hum z fluxo de fangue doze annoa
a qual ja com médicos todo feu alimento gaftado _ tinha1, e de
a Leu 1$: nenhú avia podido fer curada,
3$. 44 Chegandofe a elle por detrás, tocou a borda dc feu veítido 5 c
logo o fluxo de feu íangue eftancou.
4v E difle Jefus: Quem he o que me tocou ? E negando todos,
difle Pedro, e os que com elle eftavaó: Meftre, as companhas te
apertaó e oprimem, e dizes: Quem he o que me tocou?
46 E difle Jefus: Alguém me tocou 5 porque bem conheci que
de my virtude fahio.
47 Vendo a mulher entonces que naõ fe lhe ocultava, veyo tre­
mendo, e poftrando fe diante delle, declaroulhc diante de todo o
povo a caufa porque o avia tocado, e como logo farára.
48 E elle lhe difle: Tem bom animo filha, tua fete falvou j vae
em paz.
'» Marc. 5; 49 a Eftando elle ainda faUando, veyo hum d’oPríncepe d’a Sy­
*
35 nagoga, dizendo lhe, Tua filha he ja morta , naõ moleftes ao
Meftre.
5°^ Porem ouvindo Jefus, refpondeulhe, dizendo: Naõ ternas^
cré fomente, e ferá falva.»

Si E entrando em cafa, a ninguém deixou entrar , fenaõ a Pc-


dro, e ajacobo, e a Joaó, e a o pae, e á maé da menina.
*Gr .lattao fi E choravaõ todos, * e pranteavaõ a: E elle difle: Naõ cho
'»« peitos reis, naõ he morta, b mas dorme.
por ella. 53 E riam fe delle, bem fabendo. que mortaeftava.
filoaÕ II;
II. 54 Porem lançando os ----- ---a----------
-- elle todosa, fora,
w
* UUUe ,travando a da maõ
clamou, dizendo, Levantate, menina.
55 E tornou feu efpirito, e logo fe levantou: c mandou que lhe
deflem de comer.
0 E feus paes fe cfpantavaõ, c elle lhes mandou que a ninguém
difleflem o que aviafucedido.

Capi-
SEGUNDO S. LUCAS. Cap.IX.

Capitulo IX.
K Envia Chrifto feus Apofiolos a pregar, e os informa como fe ajao de averpelo caa
minho. 7 Ouvindo Herodes fallar de Chriflo, procura velo, lo Tornaõ os A-
poflolos, II Da Chriflo de comer a cinco mil homens, com cinco paens e dous peixes
*
iS A opiniam que 0 povo e os Apofiolos acerca de fua pefoa tinhaó, 22 Ero-
phettzaa jua morte e refurreiçdo. 23 E exhorta a perjeverar ’na confiffaodefua
ffé. 28 Transfigurafè 'no monte diante de tres aejeus Apostolos, e em prefença
de Mofes e Elias. Lança fora a hum cruel efpirito immundo, 46 Enfina
qual dentre feus Difcipulos feria 0 mayor. 49 Erokibelhes que naõ impidiffem a
hum que emfeu nome lançava fora aos Demonios. $1 Indo caminhando para Jo-
rufalem> os Samaritanos lhe negaò poufada, do que Apojoios querendo tomar vin-
^gança, 0 Senhor d'iffo os reprende, 'ff E a tres que jeguir o queriao dá fua de •
’ vida e particular repofla.
1 * P convocando feus doze Difcipulos, deulhes virtude c poder Ie
fobre todos os Demonios, c para curarem enfermidades. Marc 3:13.
i b E mandou os a pregar o Reyno de Deus , c a curar a os en- e 6:7.
fer mos. Ew. 6:13»
3 E diflelhes: c Naó tomeis nada com vofco pera o caminho, nem Matí*1Q»
bordoens, nem alforge, nem pam , nem dinheiro, nem nenhum c Jfatt lQ.
de vos duas túnicas tenha. 9
4 E em qualquer cafa que entrardes, ficae ali, e fahi d’ali. Marc.&.Z,
5 d E quaesqucr que vos naó receberem , faindovos d’aquella ci- £«<7.22:37.
dade , até o pó facudi de voflos pés, em teftimunho contra elles. dMatt.w
*.
6 E faindo elles, paflavaó por todas as aldeas, denunciando oE-
uangelho, e curando [a os enfermos ] em todas as partes. zJTio’11*
7 e E ouvia Herodes o Tetrarcha todas as coufas que fazia j celta-
va em duvida, porquanto alguns diziaõ, que Joaó dos mortos refu- e 1*8. id.
ícitára. e Matt, 14$
8 E outros, que Elias avia aparecido j e outros, que algum Pro-
pheta dos antigos avia refufcitado.
9 E difle Herodes: A Joaõ, eu o * degolei, quem pois he efte,^
de quem taes coufas ouço? E procurava velo. Màrc>6'
10 /E tornados os Apofiolos, contaraó lhe todas as coufas que ?0,
tinhaó feito, g E tomando os com figo, retiroufe â parte a humlu- g Matt.14 *
gar deferto da cidade chamado Bcthlaida.
11 E entendendo [0] as companhas feguiraõo: eelleosrecebeo,Marc-
e lhes fallava do Reyno de Deus j e a os que de cura neceflitávaó,
curava. ‘
p h E ja o dia começava a declinar ; c chegandofc a elle os Marc.6*4$.
S ? doze lQ(k 6; <4
doze, difleraólhc: Defpede a companha, pera que indo a os luga­
res e aldeas dó redor, fe agafalhem, e achem que comer j porque
aqui eftamos em lugar deferto.
iMatt.14: 13 i Porem elle lhes difle: Daelhes vosoutros de comer. E elles
16' difleraó: Naó temos mais que cinco paens , e dous peixes j íalvo
jrmos nos a comprar de comer pera todo efte povo.
1^.6:9. i4 porqUe avia ali quafi cinco mil homens. Entonces difle a feus
Difcipulos: Fazei os aflentar por ranchos, de cincoenta cm cin-
coenta. >
k 1 Sam 9: 15 E fizeraó o afli, e a todos aflentar [w] fizeraó.
13. 16 E tomando os cinco paens e os douspeixes, [/] olhando para
iMatt. 16: Q ceo, k kenceo o$9 e partio os, e deu os a feus Difcipulos , pera
AfJr/s-27 diante de comPanha J porem.
fiMaàh. ’7 E coméraõ todos, e fartaraó fc; e levantáraó do que dos pe-
14:2.’ daços lhes fobejou, doze ceftos.
ftlaa.6:69» 18 ZE acontèceo que eftando elle fó orando, eftavaó com elle os
0-Z^fM6: Difcipulos j e perguntoulhes, dizendo, Quem dizem as companhas
2I\ que eu fou?
MarcZ^x 19 E refpondendo elles, difleraó: w \_Alguns~\ JoaÓ oBautiftaj é
outros, Elias 5 e outros, que algum Propheta dos Antigos relu-
*10:33. feitou.
Lw. 18:31. 20 E diflelhes: E vosoutros quem dizeis que eu fou? E reípon-
*24:7. dendo Pedro, difle: » O Chrifto de Deus.
pMídt. 10. xl p ameaçando os elle, mandoulhes que a ninguém o difleflem:
*24
*16 22 Dizendo, oNeceflariohequeoFilhodohomemmuytascou-
Af^.8; 34. í"as padeça, e feja reprovado dos Anciaõs. e dós Princepes dos Sa-
JLwc.14^27 cerdotes , c dos Efcribas 5 e feja morto , e a o terceiro dia refu-
q Matt.lo feite.
23 E dizia a todos: p Se alguém quer vir a pos my, negucfe a íí
Marc.%:^, mefmo,7?- e tome cadadia fua cruz, e figame.
24 7 Porque qualquer que quifer íalvar fua vida, perdela ha ;
*
jX?i2:2$ Porcm qualquer que por amor de my perder fua vida, efle a fal-
r-Mrfír.io; vará.
33- 2 5 Porque, que aproveita a o homem grangear todo o mundo,
Marc&tf. perdendo fe a fi mefmo, ou a fi mefmo perjudicando?
9 r P°ra.ue qualquer que de my, e de minhas palavras fe enver-
g°uhar, do tal fe envergonhará o Filho do homem, quando em fua
1 loa 2'22 *
/M^M6:S^ona5 e em a] do Pae, e dos fanétos Anjos vier.
2S. 7/E digovos
* _ em verdade: , que alguns ha dos que aqui eftaõ
Marc. 9:1, <P
SEGUNDO S. LUCAS. Cap.IX.
que a morte naõ goftaráõ , até que o Reyno de Deus vejam.
/ E aconteceo que quaíi oito dias defpois deftas palavras, com tMatt. 17:
figo a Pedro , e a Joaõ , e a Jacobo tomou, e a o monte a orar i»
íobio. Marc.
29 E eftando elle orando, a aparência de feu rofto fe transfigu­
rou, c feu veftido branco [/J muy refplandecente \je tornou'].
30 E eis que dous varoens eftavaõ fallando com elle, que eraõ
Moyfes e Elias.
31 Os quaes * aparecéraõ em gloria, efallavaõ [de J fua íãida, a-
Gr. forri
*
qual avia de cumprir em Jerufalem. vijlos.
E Pedro e os que com elle [_eftavaõy ] eftavaõ carregados de
fonoj e como deípertáraõ, viraõ fua gloria, ea aquelles dous va­
roens, que com elle eftavaõ.
33 E aconteceo que apartandofe elles delle, difle Pedro a Jefus:
Meftre, bom he que nos eftejamos aqui, e façamos tres cabanas,
para ty huã, e para Moyfes huã, e huãpara Elias: naõ fabendo o
que dizia.
34 E dizendo elle ifto, veyo huã nuvé que com fua fombra os
cobrio; e temeraõ, indo elles entrando ’na nuvem.
35 « E veyo huã voz da nuvem que dizia: Efte he o meu amado
Filhoj * a elle ouvi. ^^.3:17.
* dada aquella voz, Jefus foy achado fó: e elles fe caláraõ,
36 E
e por aquelles dias naõ contáraõ a ninguém nada do que tinhaó ev7
vifto. Luc.y.zz.
37 y E aconteceo o dia feguinte, quedefeendendo elles do monte, Col. 1:13.
lhe fahio huã grande companha a o encontro. a Peda.17.
38 E eisque hum homem da companha clamou, dizendo , Me- xDeut.1% *.
ílre, peço te que vejas a meu filho, que tenho unigénito. ^9*-22
39 E eis aqui hum elpirito o toma, e de repente clama, e odef-
pedaça até [pela 6oca] efeumar, e apenas fe aparta delle , quebran- y Matt.17;
tando o. 14.
40 E roguei a teus Difcipulos que [l/So] lançaflèm fora, e naõ Marc.9.17,
puderaó.
41 E refpondendo Jefus, difle : O geraçaõ incrédula eperverfa,
até quando eftarei ainda com vofco, e vos íofrerei? Traze aqui teu
filho.
42- E como ainda [_a elle] vinha chegando, o Demonio o defeon-
juntou, e defpedaçou; mas Jeíus reprendeu a oelpirito immundo,
c curou a o menino, e tornou o a feu pae.
4? E
OS.EUANGELHO <'
43 E todos fe efpantavam pola magnificência de Deus. E nu *
ravilhandole todos de todas as coufas que Jefus fazia; difie afeusDi­
fcipulos:
z Matt.17 * 44 Ponde vosoutros em vofios ouvidos eftas palavras ; z porque
22, o Filho do homem ferá entregue em maós d’os homens.
Marc,9’.^I, 45 * Mas elles naó entendiaó efta palavra, e era lhes tam encu-
< Luc^.jo
e 18:34. berta, que a naó comprendiaó: e temiaó perguntar lhe acerca defta
palavra.
à Mto.iS: 46 E levantoufe entre elles huã conferencia, a faber , de qual
1, delles feria o mayor ?
Marc. 9*.^. 47 Mas vendo Jefus o penfamento de feus coraçoes, tomouahum
^Mat^
* menin°’ C P°l° a Par de
ce Matt, li; 48 c E difielhes: qual quer que receber efte menino em meu no-
5.
Mw.9‘.37. mc, a my me recebe: d e qualquer que a my me receber, recebe a
* 0 Aue me enviou: e Porque o que entre todos vosoutros o menor for,
loa, 13 «2o
/Luc. 10: efie o grande ferá.
16- 49/E refpondendo Joaó, difie: Meftre, temos vifto a hum,
1^.13:20, q 9ue cm teu nome ançava fora a os Demonios, e defendemoslho,
nome llançava
e 2Fp°rque com nofco naõ fegue.
£w.i4:ir4 50 Naõ lho defendaes ;•, g porque quê naõ he
50 E Jefus lhe difie: Naó
eiS: 14.‘contramos, por nos he.»
fMarc. 9: 51 E aconteceo que £ cumprindofe os dias de fua aflumpçaõ ,
38. * endereçou feu rofto a ir a Jerufalem.
r Ato. 12: $1 E mandou menfageiros diante de fua face; E indoellesentrá-
3o.
Luc 11123. raõ em huã aldea de Samaritanos , pera [ali poufada~] lhe prepa-
h Marc,*,16 i rarem.
19. 53 E naõ o recebéraó; * porquanto feu roftoera [como dequem"\ hia
^.1:2. a Jerufalem.»
i7/w.3:i^. 54 E vendo feus Difcipulos Jacobo e Joaó
$4. dificraõ: Se-
j nhor, queres que digamos, que defeenda fogo d’o ceo, e os con-
^^rJ^fuma, coma também k Elias fez?
ir^Í.°em 55 85 Porem virandofe elle, reprendeuos, edific: Vosoutrosnaó
íloa 4:9 fabeis de que efpirito fois.
k 2 Rey. I: 56 l Porque o Filho do homem naó ve^ío a deftruir as almas dos ho­
10,12 mens, mas a falvalas. E foraõ fe â outra aldea.
llfayy.17. 57 m E aconteceo que indo elles pelo caminho, lhe difie hum:
mMatt7Í' $enh°r: a°nde quer que fores, te feguirei.
19. * 58 E difielhes Jefus: As rapofas tem covis, e as aves do ceo ni­
nhos; mas o Filho do homem naõ tem aonde recline a cabeça.
59 » E
* .t " SEGUNDO S. LU.CAS. Cap.X. m»
SP « E difle a outro: Seçueme. Porem elle difle : Senhor , dei- n Matth . $:
2T.
xame que va, e enterre primeiro a meu pae. o Matth «.S:
60 o Mas Jefus lhe difle: Deixaaos mortos enterrar a feus mortos; 22.
porem tu vae, e denuncia o Reyno de Deus. ?iJty.iPJ
6« E difle também outro: Senhor, eu te feguirei; imas deixa- 20.
me defpedir primeiro dos que em minha cafa eítaó. q Prev. 2ui
61 E Jefus lhe difle: q Ninguém que fua maó do arado lançar, e Phil. II.
3:14.
para tras olhar, he abil para o Reyno de Deus. Hebr. 6; 5.
2 Pedr. 2:
Capitulo X. 20.
2 Envia Chriflo ainda Jetenta Difcipulos a pregar . e os informa de como para 0 ca­
minho fe haÕ de aparelhar, e para com os ouvintes aver. 13 Ameaça com gran­
des cafhgos ds ciaades de Chorazim j Bethjaida e Capernaum , por caufa de fia
incredulidade. 17 Tornao os alegres fetenta contando 0 que fizeraõeo Senhor lhes
enfina 0 de que muyto mais alegrar fe deviam. 21 Da graças a feu Pae e en~
fina de quem a falutariajciencia proceda. 2$ Rejponde a pergunta de hurm Doutor a Matth.y.
da Ley j acerca do que fazer devia para pofluir a vida eterna. 29 Dd outra,
de quem fofle feu proximo com a parabola de hum , que em maos defalteadores cairay loa.V-4:
e hum Samaritano o focorréra. 38 He hofpedado de duas irmaas > Martha e Ma­ blTheflfi'.
ria > e louva mais a devaçam de Maria. do que 0 cuydado de Martha.
cMatt. Io.’
1 p defpois d’ifto ordenou o Senhor ainda outros fetenta, e man­ 16.
dou os de dous em dous diante de lua face , a toda cidade e ãMaít iot
lugar aonde elle avia de vir. 9,10.
2 E dizialhes: a Grande he em verdade a fega , mas os"obreiros Maraà-. $♦
faõ poucos; b portanto rogae a o Senhor da lega, que empuxe obrei- Luí 9;f
ros a fua fega. . <2^/4:
3 c Andae; vedes aqui vos mando como a cordeiros em meyo de 29; ’
lobos. fMatt. io:
4 d Naõ leveis bolfa, nem alforge, nem alparcas; ec a ningué i*.
íaudeis pelo caminho. Marc.6:io.
5 fE em qualquer cafa que entrardes, dizei primeiro: Paz [feja] £1Cor-JO*
27.
?nefta caía. hLev. 19:
, 6 E fe ali algum filho de paz ouver, voflá paz fobre elle repoufa- D-
rá; e íe naó, a vos outros le tornará. *
Deut.24'
7 g E ’na mefma cafa vos ficae , comendo , e bebendo do que 14.
tiverem: h Pois digno he o obreiro de feu falario. Naó vos paflèis
de cafa em cafa.
8 E em qualquer cidade que entrardes, c vos receberem, comei lC^r 9: 4»
o que diante vos puferem. I4>
i46 o s. eu a n g el h o,
9 E curae os enfermos que’nellaouver, edizeilhes: Chegado he
a vosoutros o Reyno de Deus.
i Matt. ío: i o i mas em qualquer cidade que entrardes, e vos naó receberem J
faindo por fuas ruas, dizei
11 Até o pó que de voíla cidade fe nos pegou , facudimos fobre
kA&liy. vosoutros: todavia fabei, que ja o Reyno de Deus avos outros
$i. chegado he.
_ ei8;6. 12 E digo vos, que maistoleravelmente feraó \jratados~\ ’naquel-
le dia [os Sodoma, do que aquella cidade.
i? Ay de ty Chorazin, ay de ty Bethíaida; que feemTyro eetn
1°’Sidonforaõ feitas as maravilhas, que em vosoutras feitas foram,
em cinza ,
loa. is '20,pendido.
miTeej]'. H Portanto Tyro e Sidon feraó mais toleravelmente [tratadas^
4:8. em o juizo, do que vos outras.
nApoc. i2: E tu Capernaum, que até o ceo eftas levantada, até o infer-
<9Max I6,no ferás baixada.
lS' ’ * 16 l Quem a vosoutros ouve, a my me ouve ; e quem a vosou-
AEí is: ç. tros engeita, a my me engeita; m e quem a my me engeita , en-
$>Exod. pigeita a o que me enviou.
32. 17 E tornáraõ os tetenta com alegria, dizendo, Senhor, ate os
JJay-4-3. Demonios fe nos fugeitaõ em teu nome.
Dan. 12:1. p diflelhes : to Rem via en a Satanás - mie rnmn ravn nqhío

* tes muyto mais vos alegrae ? de que volfos nomes eítaõ eleritos ’nos

tedety. tedou, o Pae, Senhor do ceo eda terra, r que efcondefte eftas cou-
jPj.Zi 7- fas a os fabios e entendidos, e as revelafte a as crianças; afti he , o

iCor\\‘ 22 / Todas as coufas me foram entregues de meu Pae; e ninguém


X7‘ ' fabe quem feja o Filho, fenaõ o Pae, nem quem feja o Pae , fenaó
P'Ã.2: ío 0 Filho ; e a quem o Filho o quifer revelar.
P\Z>.2:8. 13 E virandofe para feus Difcipulos, diífe [^es] aparte: »Bem-
t ior. 1; 18. aventurados os olhos que vem o que vos vedes.
14 * Por-
SEGUNDO S. LUCAS. Cap.X. 147
24 x Porque vos digo, quemuytosProphetaseReys defejáraó ver xiP^r.i:
o que vos vedes, e naó o virão, e ouvir o que ouvis, e naó o ou- io«
E eis que hum certo Doutor da Ley fe levantou , atentando
o, e dizendo, Meftre, que couíafazendo, herdarei a vida eterna?
*6 E elle lhe difle: Que eftá elerito na Ley ? Comolés?
27 E refpondendo elle difle: y Amarás a o Senhor teu Deus de

todo teu entendimento ~ e a teu proximo como a ty mefrno. zi(Vi l9:

a9 Mas querendo fe elle juflzificar a ii melmo , difle a Jefus: E 13 7.


quem he meu proximo?
3o E refpondendo Jefus, homem defeendia
rufalem a Jericho , e cahio em [_maos de~\ falteadores, os quaes
também o defpojaraõ, e dando \jhe muytas~\ pancadas foraófe, dei­
xando meyo morto.
31 E a cafo decendeo hum certo Sacerdote pelo mefrno caminho,
e vendo o, paflòu de largo.
Ji E femelhantemente também hum Levita , chegando junto a
aquelle lugar, veyo, e vendo Qoj paflou de largo.
33 Porem hum certo Samaritano, que hia de caminho , veyo íe
junto a elle, e vendo o, moveofe a intima compaixaó.
34 E chegando fe, atoulhe as feridas, deitandolhe ’nellas :azeite
e vinho i e pondo o lobre fua cavalgadura, levou o ahuãeftalagem,
e teve cuydado d’elle.
E partindofe a o outro dia, tirou dous dinheiros, e deu os a o
hoípede, e diflelhe: Tem d’elle cuydado > e tudo o que demais
gaitares, quando tornar, t’o pagarei.
2 0 Quem pois deíles tres te parece que foy o proximo daquelle
que em [ maos dos~\ falteadores cahio?
37 E elle difle : Aquelle que com elle ufou de mifericordia. Po-
loque Jefus difle: Vaé, e faze da melma maneira.
38 E aconteceo que indo elles caminhando, entrou em huã aldea;
e huã certa mulher, por nome Martha, o recebeo em fua cafa.
39 Efta tinha huã irmaã, chamada Maria: aqual, a aflèntandofe
também a os pees de Jefus, ouvia fua palavra.
40 Martha porem andava muy ocupada em muytos ferviços : e
* fobre vindo, difle: Senhor, naó fe te da de que minha irmaãme *Ou ^che-

41 Re-
148 OS. EUANGELHO
4i E refpondendo Jefus, diflelhe: Martha, Martha, cuydadoía
e fadigada andas com muytas coufas.
4* Mas huã couía he neceflaria: Porem Maria efcolheo a boa par
*
^P/2714 te, b a qual lhe naó ferá tirada.

Capitulo XI.
£ Prescreve Chriflo a feus Difcipulos o formulário de orar, $ E com as parabolas
de hum amigo, e de hum pae, enfina que Deus ouve a os que em orar perfeveram.
14 Lança fora a hum Demonio mudo, e reprende a blafphemia dl os que diziaõ ,
qub em virtude de Beelzebul fora 0 lançara. 24 Propoe 0 miferavel efiado da-
queUe em quem 0 efpirito imundo a entrar torna. KJ Aclama hua mulher por
bemaventurada 0 ventre que a 0 Senhor trouxe- 29 Declara 0 Senhor que a os
Judeos ferá dado 0final de fonas. 3I Contrapõem lhes â fua contumácia 0 exem­
plo da Rainha do Sul, e 0 dos de Ninive, 33 Enfina com a parabola da can-
dea, que a luz do Euangelho fe nao deve encubrir. 37 Reprende a hypocrifia,
ambiçao e crueldade de que os Efcribas e Pharifeos ufavtâ contra todos os Pro­
phetas e Apofiolos > e os ameaça com 0 caPtigo de Deus. $3 Polo que os Pharh
feos novas ciladas lhe armao,
< E acontcceo fluc eftando elle orando em hum certo lugar, como
ceflòu, lhe difle hum de feus Diícipulos: Senhor, enfina no»
a orar, como também Joam a feus Difcipulos enfinou.
tMattá-7 * E elle lhes difle: * Quando orardes, dizei: Pae noflo que [efids]
’nos ceos, fanétificado feja o teu nome: Venha o teu Reyno: Seja
feita a tua vontade, afli na terra conao ’no ceo.
3 Da nos cadadia noflo paó cotidiano.
4 E perdoanos noflòs pecados, pois também nos perdoamos»
£*'• qualquer que nos deve. E naó nos * metas emtentaçaõ, mas livra-
nos do malino.
. S Diflelhes também: Qual de vosoutros hum amigo terá , c a
elle á meya noite irá , e lhe dirá: Amigo, empreftamc tres paens.
bMatt * 6 Porquanto [hum] amigo meu a my de caminho veyo, c naõ
ff ’?* tenho que lhe aprefentar.
<•21:22. 7 E elle de dentro, refpondendo, diga: Naõ me dés moleftia,
11: ja a porta eflá fechada, e,meus filhos eílaõ comigo ’na recamara,
24. naõ poflo. levantar me a dar t’os.
loa. 14:13. s Digo vos, que ainda, que fe naÕ levante a lh’os dar, por ler
íi6-74 feua™g°’ com tudo, por lua importunação fe levantará, e tudo
lac /• s 6 fluanto ouver mifter lhe dará.
xi'?.-. 3:i2. 9 E eu vos digo a vosoutros: b Pedi, cdarfevosha: Bufcar, e
achareis: batei, e abrir fe vos ha. 10
SEGUNDO S.. LUCAS. Cap.XII.
ío Porque qualquer que pede, recebe $ e quem bufca achaj ea
quem bate, íe lhe abrirá.
ii c E que pae de vosoutros, a quem o filho paõ pedir, lhe dará
* *
Matt,?:)
huãpedra? Ou, le também peixe, por peixe, lhe dará huaferpente?
11 Ou fe também pedir hum ovo, lhe dará hum eicorpiaõ?
13 Pois fe vosoutros, lendo maos, fabeis dar boas dadivas a vof-
fos filhos, quanto mais dará [vo/fo ] Pae celeftial o Efpirito Sanébo
a aqudles que lh o pedirem?
14 d E eftava lançando fora a hum Demonio, e era o tal mudo/^
^
*
E aconteceo que, iàido o Demonio , o mudofallou, e as compa- 5 *
ilhas fe maravllháraõ.
is Porem alguns delles diziaõ : e Por Beelzebul, Princepe dos eMatth.n
Demonios, lança fora a os Demonios. 34.
16 E outros, atentando pediaõ lhe final do ceo. e 12:24.
Marc.z.l J
17 Mas conhecendo elle feus penfamentos , diífelhes :
Reyno divifo contra fi meímo, he aífolado, e cae a cala contra íi 1.
7* ]. gMatt.XZl
18 E fe também Satanás contra fi meímo eftá divifo, como fub- 1$.
filtirá leu Reyno ? Porquanto dizeis , que por Beelzebul lanço fora
a os Demonios.
19 E fc eu por Beelzebul a os Demonios fora lanço 5 voífos filhos
por quem os lançaó? Portanto elles íeráõ voífos juizes.
20 Mas fe eu polo dedo de Deus lanço fora a os Demonios, cer­
tamente chegado he a vosoutros o Reyno de Deus.
2 í Quando o valente armado guarda feu paço, em paz efta [tudo ]
quanto tem.
22 h Mas fobrevindo outro mais valente que elle,e vencendo o,toma bCol.z\i$l
£ 7Ae] todafua armadura em que confiava, e reparte íeus delpojos.
2? 1 Quem comigo naõ he, contra my he> e qué comigo naõ a-
panha, derrama.
2.4 k Quando o efpirito immundo tem faido do homem, anda por k Matt.izi
lugares íecos, bulcando repoulo-, e naõ achando , diz : Tor- 4J«
narmehei a minha cala d'onde íahi.
25 E vindo acha a barrida e adornada.

derradeiras, peyores que as primeiras. e lQ


27 E aconteceo que, dizendo elle eftas couías, huã mulher da2pe^
companha, levantando a voz, lhe diífe : Bcmavcnturado o ventre 20,
te trouxe, e os peitos que mamafte. 28 Mas
Ho OS. EUANGELHO
mMatt, 7*. 2S Mas elle difle: w Antes bemaventurados os que ouvem a pala-
vradeDeus, c a guardaõ.
29 E ajuntandoíe as companhas, começou a dizer : Malina he
*
ulon 1:17 e^a geraçaó-, final bufca, e final lhe naó lerá dado, fenaõ » o final
12; 10. de Jonas o Propheta.
30 Porque como Jonas foy final para os Ninivitas , afli [0] ferá
também o Filho do homem para efta geraçaó.
31 A Rainha do Sul fe levantará em juizo com os homés defta
*1 Rey.io: geraçaó , e os condenará ; 0 pois até dos fins da terra veyo a
ouvir a fabedoria de Salamaó : E eis que mais que Salamaõ eftá
2C^-?:aqui.
Matth. 12: l2 Os homens de Ninive fe levantaráó em juizo com eftageraçaó,
42, e a condenaráõ j p pois com a pregaçaõde Jonas fe converterão: E
plon. eifque mais que Jonas eftá aqui.
33 q E ninguém, acendendo a candea, poem em o-
culto, nem de baixo do alqueire j fenaó’no candieiro, paraque os
zS: ViV
* que entrare? a luz vejam.
rMatth.6', 34 r A candea do corpo he o olho. Sendo pois teu olho fimple,
22, * também todo teu corpo ferá luminofo: Porem fefor mao 5 também
teu corpo ferá tenebrofo.
35 Olha pois que a luz que em ty ha, naó fejaõ efcuridades.
[Marc.yvi. Afli que íendo teu corpo todo luminofo, naõ tendo parte al-
t Matt.iy, guã efcura, todo ferá luminolo, como quando a candea com [/eu]
25‘ refplandor te alumia.
*Ou Eeftando elle fallando, rogoulhehúPharifeoquevief-
rAnt^n°~ a jantar com elle j e entrando aífentoufe [á me/a].
Kijay^.7. E vendo [*] o Pharifeo, maravilhoufe, / de quenaõfe lavara
Dan. 4:27, antes de jantar.
^.12:33. 39 E o Senhor lhe diífe: t Agora vosoutros, os Pharifèos, oex-
? Matt.iy, terior do copo e do prato alimpaes j « Porem voífo interior, de ra-
z,iSam i Pina e maldade eftá cheyo.
22. 40 * Parvos, o que fez o exterior, naõ fez também o interior?
OJe. 6\6 41 Porem dae de efmola o que tendes5 e eis aqui tudo vos ferá
limpo.
KWr.9:i3. 42 y Mas ay de vosoutros Pharifèos, que dezimaes a ortelaam, e
4 a ar-rU<^a’ e to^aortahça i z e pelo juizo e caridade de Deus [de largo]
* 6^ ’23’ paífaes. Eftas coufas importava fazer , e as outras naõ deixar.
Marc. 12: a Ay de ty vos outros Pharifèos, que amaes os primeiros aflen-
38. tos ’nas Synagogas, e as faudaçoens nas praças.
20:46. 44 £ Ay
SEGUNDO S. LUCAS. Cap. XI. Ki
44 Ay de vosoutrosEfcribas ePharifeoshypocritas, que foisco-
mo as fepulturas que naó aparecem, e os homens, que fobre elles an- 17.
daõ, o naó fabem.
4v E refpondendo hum dos Doutores daLey, diflelhe: Meftre,
quando dizes ifto, também a nós nos afrontas.
45 c Porem elle difle: Ay de vosoutros também Doutores da Ley, i0'1,
que carregaes a os homens com cargas difficeis de levar j e vosmef-
mos nem ainda com hum de voflos dedos as [ ditas J cargas tocaes.
47 d Ay de vosoutros, queedificaesosfepulcrosdos Prophetas, e dMatt.iy
matáraó os voflòs paes.
48 Bem teftificaes pois que também * confentis ’nas obras de vof- * Ou, w;
fos paes: porque elles os matáraó, e vosoutros íeus fepulcros edi- ^adaes
íicaes. °^ras-
49 Portanto diz também a fabedoria de Deus : e Prophetas e A- e Matt. io:
poftolos lhes mandarei j e deíles , a mataráó , e a [eutrvs]
fora lançaraõ: ^uc Io:
5° Paraque defta geraçaó feja requerido o fanguedetodososPro-
phetas, que defda fundaçaó do mundo derramado foy. Hebr ii
*
'
51 f Desd’o fangue de Abel , g até o langue de Zacharias, que
foy morto entre o altar, e a cafa [de Deus:~\ afli vos digo, fera defta 8.
geraçaó requerido. Hebr. 1:4.
52 h Ay de vosoutros Doutores da Ley, que tomaftes a chave da£2,t^rW!í*
fapiencia; vos mefmos naó entraftes , e a os que entravaõ impe- , ?.4:21,
diítes. bMatt.ii.
53 E dizendolhes eftas coufas, os Efcribas e os Pharifeos come­
çarão a fortemente o apertar, e a de muytas coufas o fazer fallar:
5í- Armandolhe ciladas, e procurando caçar alguã coufa de fui
boca, pera o poderem acufar.
10 O S. EU A N G EL HO

Capitulo XII.
I .Avifa Chriflo a feus Difcipulos que fe guardem doformento dos Tharlfeos. 4 Ezt”
fina a quem mais devemos temer. 6 Exhorta a confiar na providencia de Deus^
e afeu Nome confejfar-, e avija nos que nos guardemos da blajphemia contra o Efpirito
Sanilo. 1 3 Refuja fer Juiz de herança algua entre irmãos« I $ Com aparabola de hum
rico que queria acrecentar feus ceUeiros , nos avija que da avareza nos guardemos,
22 Enfina com o exemplo dos corvos > e dos lírios que encomendando o cuydado
defta vida a Deus bujquemos fobre tudo feu Reyno. 3 3 Exhorta a dar esmola *
3 $ £ 4! vigiar ejperando fua vinda, 41 Dejcreve 0 Jerviço e galardaõ de hum
Jervo fiel, 45 Como também 0 ferviço e caftigo do infiel. 42 Diz que veyo a
padecer e a fogo na terra meter. 54 Reprende a os Judeos de que para o tem­
po de fua vifitaçao nao atentávaõ, 5 8 £ exhorta a com 0 adverfario fie recon­
ciliar.
6« 1 * A juntandofe entretanto muytos milhares d’a companha, tan-
Marc.Z-.i^, to que huns a os outros fe atropelavaó, começou a dizer a
feus Difcipulos: Primeiramente, guardae vos d’o formento dos Pha-
^7^ 1 • r^eos 5 9UC he hypocriíia.
22J x b E nada ha encuberto, que naõ aja de fer defcuberto j nêo-
culto 5 que naõ aja de fer labido.
26. 3 Portanto tudo o que em trevas difleíles, á luz ouvido lerá: c
Marc.4 22. o que a o ouvido nas recamaras fallalles , lobre os telhados fe
8:17. pregará.
lerem^í' 4 digovos, amigos meus, c naõ temaes a os que o corpo ma-»
Matth io'e defpois naõ tem mais que fazer poflam.
2,8. * 5 Mas eu vos moílrarei a quem aveis de temer3 temei á aquelle,
dNiatt.io'. que defpois de matar, também tem poder pera ’no inferno lançar:
29. Afli vos digo, a elle temei.
ei&w».i4: ó d Naõ fe vendem cinco^paflarinhos por dous ceitis? e nem hum
xSam deíles eílà efquecido’diante de Deus.
^.14. q e E [^ainda^ até os cabellos de voflá cabeça todos eílaõ conta-
1 #«71:52 dos: Naõ temaes pois 5 mais valeis vos outros que muytos pafla-
Luc. 21:18. rinhos.
f Matt. 10: 8 fE digovos , que todo aquelle que me confeíTar diante dos
31- homens, também o Filho do homem o confeífará diante dos Anjos
10: de Deus.
mIV8 28. ' 9 sMas quem me negar diante dos homens , ferá negado diante
7Lwf 9:36^ dos Anjos de Deus.
an»..2-i2. 10 È a todo aquelle que palavra \jdguã J contra o Filho do ho-
mem
SEGUNDO S. LUCAS. Cap. XII. 1,3
inem difler, ferlhe ha perdoado: Z’Mas a o que blasfemar contra o Aiím.j;
Efpirito Sanéto, naó lhe ferá perdoado. fMait ío *
ii / E quando vos trouxerem aas Synagogas, c [VJ os Magiftra- ‘
dos e Poteftades, naó eftejaes folicitos, como, ou que em defenfa warCti
[vojfa] ajaes de dizer, ou que ajaes de fallar. n.
ix Porque ’na mefma hora vos enfinará o Efpirito Saneio o que Lm.21:14
convenha fallar.
' 53 E diflelhe hum da companha: Meftre, dize a meu irmaó que
parta comigo a herança.
14Mas elle lhe difle: Homem, quem me pós a my porjuiz, oti
partidor fobre vos outros?-
i? E diflelhes: Olhae, e guardaevos k da avareza; porque *naó
confiftc a vida de ninguém na abundancia dos bens que poflue. confáte ^na
16 E propôs lhes huã parabola, dizendo, A herdade de hum ho- a^n(qan.
mem rico avia bem fruétificado. Cía, queal-
17 E arrezoava entre fi, dizendo, Que farei ? que naó tenho a^w de
onde ajuntar meus fruitos. Jeus bens
18 E difle : Ifto farei; meus celleirosderribarei, emayores [oj] viva.
edificarei, e ali toda efta minha novidade, e eftes meus bens ajun-
tarei.
19 E a minha alma direi : l Alma ,1muytos bens em depofito, lEccI.iv.9.
pera muytos annos tens; defeança, come, bebe, [ej folga. 1 Cor. 15:
20 Porem Deus lhe difle.; m Louco, efta noite te pediráó tua al­ 35-
ma; e o que tens aparelhado, n cujo ferá? lac. $;
7» P/.’52:7,
21 Afli [be] o que para fi enthefoura, e naó he rico cm MDeus.. ler. 17: II.
22 E difle a feus Difcipulos: 0 Por tanto vos digo., nao" eftejaes
j
folicitos por voíla vida, que comereis; nem polo corpo, que ve- 01735:23»
fiáreis.
23 Mais he a vida, o que fuftcnto, c o corpo, que o veítido. PM4-’6.
24 p Confidcrae os corvos, que nemíemeaó, nélegaõ; nem tem J
dcfpenfa, ncmcelleiro; c Deus os alimenta : Quanto mais valeis
vos outros, que as aves? 17^147:9.
25 q E quem de vosoutros pode, com fua folicitidaó, acrecentar Matth.6:
a fua eftatura hum cóvado ? 27.
26 Pois fe nem ainda o que he menos podeis, porque eftacs foli­
citos polo de mais ?
27 Confiderac oslirios, comocrecem: naó trabalhaó, nem fiaó;
e digovos que nem ainda Salamaó, em toda fua gloria, íe
a vcftir çomo hu delles,
v- 2$ e
I$4 OS.EUANGELHO
28 E fc afli vefte Deus a erva que hoje ’no campo eftá , e á ma­
nha-! no forno he lançada 3 quanto mais a vosoutros [_howcns~\ de
pouca fé?
29 Vos outros pois, naõ pergunteis que ajaes de comer, ou que
ajaes de beberj e naó andeis enlevados.
30' Porque todas eftas coufas, as gentes do mundo as^bufeam;
mas voflo Pae fabe, que aveis mifter eftas coufas.
r I Rey. 3; 31 r Mas bulcae o Reyno de Deus, e todas eftas coufas vos feráõ
acrecentadas.
P/.37:iy. 32 Naõ temas, ó pequeno rebanho 5 porque a voflb pae agradou
de a vós o Reyno vos dar.
fMatt.iy. 33/Vendei o que tendes, e dae efmola. t Fazei vos bolías que
2I* naó fe envelheçaõ j thefouro’nos ceos,, que nunca desfaleça 5 aonde
haéraõ na° chega, nem traça nada gafta.
’ 34 Porque aonde eftiver voflo thefouro, ali eftará também voflb
^19:21. coraçaõ.
Lice.i6‘.9. 35 « Eftejaõ cingidos voflos lombos, c acéfasas candeas.
17zw.6:í9. 36 E fede vosoutros fcmeihantes a os homens que.a feu Senhor
uEphef.6\ efpcram, quando das bodas ha de tornar, peraque quando vier, e
iPe^ • hater, logo abrir lhe poflàõ.
e ’IJ3* 37 Bemavcnturados aquelles fervos , os quaes, quando o Snor
vier, [w] achar vigiando: Em verdade vos digo, que fe cingirá,
e [a meCa] aífentar os fará, e chegandofe os fervirá.
* Afatt.24: 38 x E ainda que venha á fegunda vigia ; e [ainda que“ ] venha á
42. ’ terceira vigia, c afli [w] achar, bemaventurados faõ os taesfervos.
7 Matt. 24: 39 y Ifto porem fabei, que fe o pae de familiasfoubefle a que hora
o ladraõ avia de vir, vigiaria, e fua cafa minar naõ deixaria.
12 Ped,^ :io 4© x Vosoutros pois também eftae apercebidos; porque a a hora
■sfyoc. 3:3. que nao ímaginacs, vira o rilho do homem.
15. 41 E Pedro
■----- -------lhe difle: Senhor, dizes nos efta parabola a nosou-
xMatt.14-, tros, ou também a todos?
44» 42 E difle o Senhor: a Qual he pois o mordomo fiel c prudente,
*25:I3- a quem o Senhor pufer fobre leus lervos, pera que a tempo raçaõ
^•>3; [/L]dé?
33- . - fervo
- , a o qual- , quando _ .
. Senhor
. feu
Luc. 21:34. . 43 Bemaventurado aquelle 1 - -
i Vlcr3 afli fazendo o achar.
xytoí.2.4: 44 Em verdade vos digo, que fobre todos feus bens o porá.
*
45 diífer: Meu Senhor tar-
45 Mas fe aquelle fervo cm feu coraçaõ diífer:
iCor' em v*r’ e a os criados e criadas começar a efpanquear , ca co-
xner3 e a beber, e a íe emborrachar:
SEGUNDO S. LUCAS. Cap.XTI.
*4$ Virá daquelle fervo o Senhor, o dia que elleonaó efpera, eá
Tiora que elle naõ labc 3 c fcparalohá , e porá fua parte com os
dcíleaes.
47 b E o fervo que Íoube a vontade dc feu Senhor, e naó [fè] a- ÍUc.4‘11
*
perccbeo, nem fez conforme alua vontade, com muytas [pancadas]
ferá efpanqueado.
4$ Mas o que naó foube, e [coufas] dignas de pancadas fez,
com poucas [pancadas] efpanqueado ferá. E a qualquer que muyto
for dado, muyto fe lhe pedirá , e ã o que muyto fe lhe confiou,
muyto mais lhe pediráó.
49 Fogo vim a lançar ’na terra 5 e que [mais] quero, fc ja acefo
eftá?
50 c Porem de hum bautifmo me importa fer bautizado , e como

c porem antes diflenfam. dMatt ío-


Porque daqui em diante eftaráõ cinco divifos cm huã cafa , 54. •’
tres contra dous, e dous contra tres. eMichjú,
5$ O pae cftará divifo contra o filho , eo filho contra o pae : A
maé contra a filha, c a filha contra a maé: A fogra contra lua nora,
c a nora contra fua fogra.
54 E dizia também a as companhas : /Quando vedes a nuvemf^^.ié:
que vem do occidente, logo dizeis: Lá vem chuva5 e afli fucede. 2-
5$ E quando fopra o fui, dizeis: calma averá, e [afí] fucede.
56 Hypocritas, fabeis * examinar a face do ceo e da terra: ecfte
Gr.
*
tempo, como naõ [<?] examinaes?
51 E porque também de vosoutros mefmos naõ julgaes o que
jufto he?
58 g Pois quando com teu adverfarioa o Magiftradovas, procuragProv, 1$:
de ’no caminho d’elle te livrares, porque por ventura te naõ leve a s*
o Juiz, e o Juiz te entregue a o meirinho, c o meirinho te lance

59 Digo te, que d’ali naõ fairás, até que naópagues o derradei­
ro ccitih

Ca pi-
1
OS. EUANGELHO

Capitulo XIII.
I Cem as novas que a o Senhor dao j de como Pilatos o fangue de alguns Galtleof
com feus facrifeios mefiu^ára , e com o exemplo dos dezoito, fobre os quaes a tor­
re de Siloé caíra , toma o Senhor ocafiao de ás companhas d penitencia exhortar.
£ E propoe também a efte fim a. parabola da figueira fem fruito, Io Sara em
Sabbado a hua mulher • que dezoito annos avia tinha hum efpirito de enfermidade.
14 O que por bem feito defende contra humPrincepe da Synagoga. iS Compara
o Reyno dos ceos com ograo damoflarda^ e com o formento. 23 Perguntado hum
Je fao poucos os que fe Jalvaõ, exhorta a entrar pela porta efireita, 31 Refpon-
de a os Pharifèos 3 que 0 avifavaò 3 que de Herodes je guardaffe. 34 Queixafe
da crueldade e contumácia dos de Jerufalem, e prophetiza fua destruição.
*Ou? de~ 1 jn ’naquelle mefmo tempo eftavaó ali prefentcs alguns , que lhe
miavau^ COntavaõ [acerca] dos Galileos, cujo languePilatos comfeus
facrificios mefturára.
2 E refpondendo Jefus, diflelhes: Cuidaes vosoutros que eftes
Galileos ajam fido mais pecadores, que todos [demais] Galileos,
por tal padecido averem ?
3 Naó,vos digo j antes fe vos naõ * arrependerdes; todosfeme-
veitenes. jjiantemente perecereis.
4 Ou aquelles dezoito, fobre os quaes a torre em Siloé cahio, e
os matou 5 cuidaes que mais devedores foflem , que todos quantos
homens em Jerufalem habitaõ?
5 Naó, vos digoj antes fe vos naõ arrependerdes , todos feme-
Ihantcmente perecereis.
6 E dizia efta parabola: Tinha hum certo [homemf, prantada huã
figueira em fua vinha, e veyo a ella a bufear fruito , e naõ Qo]
achou.
7 E difle a o vinheiro: Vés aqui tres annos ha que venho a buf­
ear fruito a efta figueira, e naõ [0] acho: Corta a , porque ainda
ocúpa inutilmente a terra.
8 E refpondendoelle, diflelhe: Senhor, deixa a [ainda] eftean-
no, até que eu a eícave, e a efterque.
9 E fe der fruito [deixa a ficar] 9 quando naõ, cortalahás deípoiX
10 E enfinava em huã das Synagogas hum Sabbado j
11 E eis que eftava ali huã mulher que avia dezoito annos que hum
efpirito de enfermidade tinha e andava corcovada , e em maneira
nenhuã endereitar fe podia.
i* E vendo a Jefus, chamou a a fi, e diflelhe : Mulher, livre
eftas dc tua enfermidade.
15 E
SEG.UNDO S. LUCAS. Cap. XIII. í$7
13 E pós asmaósfobre ella, e logo fe tornou a endereitar, e glo­
rificava a Deus. Ou, to-
*
14 E refpondendo o Princepe da Synagoga, * indignado de que Je- mando a
fus ouveíle curado em Sabbado, difle
‘ ~ “
diífe á companha : * Seis dias ha rna^
• - * -• 7"» - _ / —
em que obrar he mifter: Neftespois vinde, e curar vos deixae , e aEx0^> 2o«‘
naõ em dia de Sabbado. 9
Dcut.iy^,
í5 Porem o Senhor lhe refpondeo, e difle: Hypocrita, ^naódc- Ezech. 20;
flia em Sabbado cadahum de vos outros feu boy, ou [/eu] afno, da 12.
mangadoura, e a lhe dar de beber [^1 leva? bExoday.
16 * E naõ convinha foltar d’efta liadura em dia de Sabbado a efta 5-
que he filha de Abrahaó, a qual, eis, que Satanás a avia liado ja Deut.H‘*,4
dezoito annos ha? Luc. 14: 5.
*Ou> Ea
17 E dizendo elleeftascoufas, todos * feus adverfariosfe confun- e'fíayqued-
diaôj e todo o povo fe alegrava detodas as gloriofas coufas , que ih a de A-
ihade
por elle eraõ feitas. _ 1 brahamhe^
18 c E dizia: A que he femelhante o Reyno de Deus? e a que o e e!í que
compararei? Satanás >]4i
19 Semelhante he a o gram da moftarda , que tomando o o ho­ dex,oito an­
nos ha, li­
mem, o lançou em fua horta j ecreceo, e fez fe arvore grande, e gado a ti­
as aves dos ceos em luas ramas fe aninháraõ. 1 nhanai
20 E difle outra vez: d A que compararei o Reyno de Deus? convinha
Semelhante he a o formento, que tomando o a mulher, o efcon- defta liga-
deu em tres medidas de farinha, até que tudo fe levedarfe. dura em aia
22 e E andava de cidade em cidade, e de aldea em aldea enfinan- ' Sa^ad»
do, e caminho pera Jerufalem endereçando.
2 2 E diflelhe hum : Senhor, íaõ também poucos os quefe íàlvaõ ?/ç,//d, ÍC*
E elle lhes difle: ?
24 /Porfiae por entrar pela porta eftreita: Porque (eu vos digo), cMatt. 13;
que muytos procuraráõ entrar, e naõ poderáõ. V-
25 \_Como cfvando~\ avendofe o pae deramiliaslevantado, egaporta Marc. 4:30.
cerrar, e a de fora começardes a eftar, e a porta bater, dizendo,
Senhor, Senhor abre nos-, erefpondendoelle, vosdiífer: Naóvos e Matth. 33-
9*,
conheço [nem fei’] à donde fejaes: 3í‘ ,
2<LEntonces começareis a dizer: Em tua prefença comido e be­ Marc. 6*. 6*
bido aremos, e em noflas ruas enfinado tens. fMiatth.yx
27 1 E elle diífer: Digovos que naõ vos conheço [nem [e'Q donde 13-
fejaes: k Apartae vos de my, vos todos os obradores de iniquidade. ^rr-2^;
2S / Ali ferá o choro, e o ranger de dentes: m Quando virdes a 6:46.
Abrahaó, ealíaac, e a Jacob, e a todos os Prophetas ’no Reyno de h Matt .2^
Deus 5 porem a vosoutros lançados fora. 29 n E 12.
kPf. 6\$9MattlMattà;i2<e 1342^24:51.
vS OS. EUANGELHO
* ffav. VL. 20 u E viráó do oriente, e do occidente, c do norte, c doíul,
Maí,V. II. e aflèntarfehaõ £<* ’no R-eyno de Deus.
Matt.2'.11,■ 30 0 E eis aqui que derradeiros ha, que feráó primeiros , e pri-
o Matt. 19:: meiros ha, que feráó derradeiros.
3°’ 31 Aquelle mefmo dia chegáraó huns Pharifèos , dizendolhe :
e 20:1(í.
M-zrc. Io: Sae te, e vae te d^aoui j porque Herodes te quer matar.
31. 32 E difielhes: ide, e dizei a aquella rapoía: Eis aqui lanço fora
Demonios, e effeituo curas, hoje, cámanhaã, e ao terceiro [
fou coafumado.
33 Porem importa que hoje, e á manhaã, e o [dia] fcguinteca-
rninhe: Porque naõ fucede morrer Propheta algum fora dejeru-

*^91-4 * 34 p Jerufalem, Jerufalem, que matas aos Prophetas , capedre-


rP/.69:'z6. jas a os que te faó enviados 5 7 quantas vezes quis cu ajuntar teus
lfay. 1:7. filhos, como a galinha feus pintaõs debaixo de fuas afas, enaõqui-
7:34 feftes?
MzlZ-.z.-ii. 35 r eís aqui vofià cafa fc vos deixa deferta. E digovosem verda-
Mtf^.23: qLie naõ mc vereis, até que venha tempo], quando digaes:
M Bendito aquelle que vem em o nome do Senhor.
fYfal. 118:
26. Capitulo XIV
I Sara Chriflo em Sabbado a hum hydropico 3 0 que contra os Pharifèos 'por bem
feito defende. 7 Reprende a ambiçao dos que nos convites os primeiros affentos
procuravao■> e exhorta a humildade e beneficencia para com os pobres. 1$ Coma
parabola de hua grande cea , a que os convidados fe efeufárao dc vir 3 deita a os
Judeos em roflo fua ingratidão , e prediz feu regeitamento 3 e a vocaçao dos Gen­
tios em feu lugar. 2$ Enflna que quem feu Dijcipulo quifer fer , a fl mefmo e a
tudo quanto tem3 deve renuwtar. 28 Com 0 exemplo do que edificar huã torre
quer, e 0 ae hum Rey que fazer guerra a outro Rey intenta, amoeffa afeusDi-
joipulos a d'antes bem Juas contas fazer. 34 E enflna que 0 jal enfoffo pera na­
da prefia
*
1 T? aconteceo que entrando elle hum Sabbado a comer paó em
cafa de hum dos Princepes dos Pharifèos , elles o eftavaó
eípiando.
2 E eifque hum certo homem hydropico eftavaali diante d’cllc.
3 E refpondendo Jefus, fallou a os Doutores da Ley, c aosPha-
rifeos, dizendo, He licito fárar cm Sabbado?
4 Porem elles caláraó: E tomando elle, curou o , c deípe-
dio ]. 1
s E
SEGUNDO S. LUCAS. Cap. XIV
SE refpondendo lhes, difle: De qual de vosoutros cairá o^Ex^j:
afno , ou o boy cm algum poço , que logo em dia de Sabbado o Ç.
naõ tire? 3 'Deut.iz:4.
ó E nada a cilas coufas lhe podiaõ replicar. 14^.13:1$.
7 E difle a os convidados huã parabola , atentando como efeo-
lhiaõ os primeiros aílèntos , dizendolhes j
S Quando de alguém a as bodas fores convidado , naó te aífentes
no primeiro aflento; porque por ventura outro mais digno que ty
delle convidado naó efteja:
9 E vindo o que a ty e a elle te convidou, te diga : Dá lugar a
efte 5 e entonces com vergonha comeces a * te ficar com oderradei-
ro lugar. derradeira
10 t> Mas quando fores convidado, vae, e aflentateno derradeiro ^Pròv 2<‘
lugar: paraque quando o que te convidou, vier, te diga: Amigo, ^7. *
fube mais pera riba. Entonces fer te ha honra diante dos que com-
tigo afientados eftiverem.
11 <■ Porque qualquer que a fi mefrno fe exalçar, ferá humilhado 5 21:
c aquelle que a fi mefrno le humilhar, ferá exalçado. ' Prov
12 E dizia também a o que o tinha convidado: d Quando fizeres 2f.”
hum jantar, ou huã cea, naó chames a teus amigos , nem a teus ^^.23:
irmaõs, nem a teus parentes, nem a [tem] vezinhos ricos ; para- I2>
que também elles em algum tempo te naõ tornem a convidar, e tc ^uc‘I:
feja * recompenlado.
» 13 Mas quando fizeres convite , chama a os pobres , aleijados, /pít
mancos, cegos. _
14 E lerás bemaventurado, porquanto naó tem com que Eo rc- Prov. 32S.
compeníar : Porque recompenfado te ferá em a refurreiçaõ dos
juftos. recompeitjit.
E ouvindo ifto hum dos que juntamente \_á we/â] afientados
eftavaõ, diflelhe: Bemaventurado aquelle que em o Reyno de Deus
pam comer.
16 Porem elle lhe difle: e Hum certo homem fez huã grande cea, e'Ifaw.í,
c convidou a muytos. Matt.zz-.z,
x7 Eá hora dá cea mandou a feu fervo a dizer a os convidados:
Vinde, que ja tudo eftá aparelhado.
jS E â huã [/ê] começáraó todos aefeufar. O primeiro lhedifle:
Comprei hú campo, c importa me fair a vel’o 5 rogoteque me ajas
por efeuíado.
1 9 E outro difle: Comprei cinco juntas de boys, e vou a proválosj
rogote que me ajas por elcufado.4 to E
ííe O S. EU ANÔELH O
20 E outro difle: Efpofei me com huã mulher , e portanto naó
poíTo vir.
21 E tornando aquelle fervo, denunciou cilas coufas a feu Snor.
Entonces indignado o pae de famílias, difie a feu ícrvo: Sac afinha
pelas ruas, e bairos da cidade, e traze aqui a os pobres , c aleija­
dos, e mancos, c cegos.
22 E difle o fervo: Senhor, feito eftá como mandafte 5 c ainda
_ ha lugar.
*Ou>fevesi 23 E difle o Senhor ao fervo: Sae te pelos caminhos, e * valados,
e força os a entrar, peraque minha cafa fe encha.
24 Porque eu vos digo, que nenhú daquelles varocns, que con­
vidados foram, minha cea goftará.
25 E muytas companhas hiaõ com elle; e virando fe, difielhes:
fDeut.i^' 26 f Se alguém a'my vier, e a feu pae, e maé , e mulher , c fi-
6* lhos, c irmaõs, e irmaãs, e ainda também lua própria vida naõ a-
* borrecer, naõ pode fer meu Difcipulo.
Matth. 10
37. * 27 g E aquelle que fua cruz ás coílas naõ trouxer , c a pós my
lMatt.io
*. [naõ] vier, naõ pode fer meu Difcipulo.
38. 28 Porque qual de vosoutros, querendo edificar huã torre, íe
í 16:24. na5 afíenta primeiro a fazer as contas dos gaftos, fe tem com que a
^.8:34. acabar?
29 Porque por ventura defpois dc aver poílo o fundamento, c
naõ [4] podendo acabar, naõ comecem todos os que o virem adel­
le efcarnecer, •
30 Dizendo , Eílc homem começou a edificar , e naõ pode
acabar.
31 Ou qual Rey, indo á guerra a contra outro Rey pelejar , fc
naõ afienta primeiro a confultar, fe com dez mil a o encontro pode
fair, a o que com vinte mil contra elle vem ?
32 D’outra maneira, eftando o outro ainda longe, manda [lhe]
embaixadores, e polo que á paz [convém lhe] roga.
3? Afli pois, qualquer de vosoutros que a tudo quanto tem naó
renuncia, naõ pode fer meu Difcipulo.
h Matth.ç: 34. h Bom heofal; Porem fe o fal fe desbotar 5 com que fc adubará?
35 Nem pera a terra, nem pera o monturo prefta: Fora o lan-
çao. t^uem tem ouvidos pera ouvir, ouça.

CA P K
SEGUNDO S. LUCAS. Cap.XV i6r

Capitulo XV
i Murinurao os Pharifeos de porque Chriflo a os pecadores recebe. 3 O que Chrit
Jio contra os Pharifeos por bem feito defende com a parabola da ovelha dejgar-
rada. 8 Com a da drachmaperdida. II E com a do filho predigo > que tornando
arrependido 0 pae com alegria 0 recebe. 25 O que por bem feito defende contra
a murmuração do trmao mais velho.
x a p chegavaó fe a elle todos os publicanos, e pecadores a ^a^Aatth.^.
► ’ OUVir. *
Narci '
z E murmuravaó os Pharifeos, e os Efcribas , dizendo : Efte a
os pecadores recebe, e com elles come.
3 E elle lhes propôs efta parabola, dizendo,
*.
4 L> Que homem de vosoutros tendo cem ovelhas, e perdendo huã bMatt.iZ
delias, naõ deixa ’no delerto as noventa e nove, e após a perdida 12‘
íe vae, até que a achar a venha?
5 E achando a, a [naõ] ponhafobre feusombrosgozofo?
6 E vindo a caía, [naõ] convoque a os amigos, e vezinhos , di-
zendolhes, alegraevos comigo , porque ja minha ovelha c perdidac 1 Ped,a
achei ? Io*
7 Digo vos, que afli averá [mais] alegria ?no ceo por hum peca- ,
dor que íe arrepende, do que por noventa e nove juftos, que de
arrependimento naõ neceflitaõ.
8 Ou que mulher tendo dez drachmas , fe a huã * drachma per- *q*d. hum
der, naó acende a candea, e barre a caía, e [a j bufqua com dili- rea^
gencia até acha [*] ? ^doi^vbi^
9 E achando [a, naõ] convoque as amigas e as vezinhas, dizen-
do,, Alegraevos comigo, porque ja a drachma perdida achei.
xa Afli vos digo, que ha alegria diante os Anjos de Deus , por
hum pecador que le arrepende.
E difle: Hum certo homem tinha dous filhos.
li E difle o mais moço deíles a o pae: Pae, dame a parte da fa­
zenda que [me] pertence-, e elle lhes repartio a fazenda.
13 E defpois de naó muytos dias, ajuntando o filho mais moço tu­
do, partioíè para huã terra [mujj longe, e ali defperdiçou lua fa­
zenda, vivendo diflòlutamente.
14 E avendo elle ja tudo gaftado, houve huã grande fome naqueL
la terra, e começou a padecer ncceflidade.
15 Efoy, eachcgouícahumdos cidadaós. d’aquella terra 5 e man­
dou o a leus campos a os porcos apacentar.
X 16 E
OS. EUANGELHO
*0\iJofo- 16 E defejava encher feu ventre * d’as mondaduras que comiaõ os
lhelho>o\i> porcos, e ninguém lhas dava.
da vianday yy E tornando em fi, difle: Quantos jornaleiros de meu pae tem
latasabundancia de paõ, e eu [a^ui] pereço de fome.
18 Levantarme hei, e irme hei a meu pae , e dirlhe hei: Pae,
contra o ceo, e perante ty pequei.
19 E ja naõ fou digno de fer chamado teu filho: Fazeme como a
hum de teus jornaleiros.
^4/7.1:39. 20 E levantandofc, foy fe a feu pae. E e como aindaeftivefle de
^172 12j l°nSe 9 yi° 0 feu Pae5 e moveu fe a intimacompaixaõ j e correndo,
lançou fe lhe a o pefcoço, e beijou o.
21 E o filho lhe difié: Pae, contra o ceo, e perante ty pequei 3
e ja naõ fou digno de fer chamado teu filho.
22 Mas o pae difie a feus fervos: Trazei \_me aqui~\ o melhor vefti-
do, e vellilhoj e dae [ lhe] hum anel para fua maõ, e alparcas pa­
ra pés.
23 E trazei o bezerro cevado, emataeoj e comamos, e ale-
icemos. gremos nos.
*+ Porque elle meu filho morto era, e reviveo j tinha fe perdi­
do, e he achado. E começaraõ fe a alegrar.
25 E feu filho o mais velho eftava no campo 5 e como veyo , c
chegou perto da caia, ouvio a mufica, e as danças.
*6 E chamando a fi a hum dos fervos, perguntoulhe, que eraa-
quillo?
27 E elle lhe difie: Teu irmaõ he vindo •> e teu pae o bezerro
cevado matou, porquanto laõ e falvo o recuperou.
^Ou3da~ 2S P°rem elle le indignou, e naõ queria entrar. Afli que faindo
vnavao, O pae, * rogavalhe \_que entvafíe].
19 Mas relpondendo elle, difie aopae: Eifaqui, tantosanõs [ha
te firvo, e nunca teu mandamento trafpaflei, e nunca hum ca­
brito me delle, peraque com meus amigos me alegrafle.
30 Porem vindo efte teu filho, que com mudanas tua fazenda
delperdiçou, o bezerro cevado lhematafte.
31 E elle lhe difie: Filho, tu fempre comigo eftás, e todas mi­
nhas couías tuas faõ.
32 Polo que alegrar fe, e folgar convinha 5 porque efte teu irmaõ
morto era, e reviveo3 e tinha fe perdido, e he achado.

I
Ca pi-
SEGUNDO S. LUCAS. Cap.XVI.

Capitulo XVI.
í. Pela parabola d’a prudência d'o injtiflo mordomo enfina Chriflo a grangear amigos
com o injufo Mamon. 1$ E a MàraÕn naõfervir. 14 Reprende a avareza? hy-
pocrifla, e foberba dos Pharifeos. Ió Enfina que a Lev e os Prophetas atefoao
durado tem 3 e que ate 0 minimo til délla comprir fe deve. l8 Trata d'o divor­
cio. I? E propoem a parabola do Rico avarento > e do pobre Lazaro 3 eodiffe-
rente eftado de ambos, affi 'nesta 3 como 'na outra vida.
1E também a feus’Difcipulos: Avia hum certo homem rico,
o qual tinha hum mordomo 5 e elle foy perante elle acufado,
como que de íeus bens diflipava.
1 E chamando o elle, dillelhe: Comoifto de ty ouço? Dácon-
ta de tua mordomia $ porque ja naõ poderás fer mais mordomo.
3 E difle o mordomo entre fi: Que farei, pois meu Senhor a mor­
domia me tira? Cavar naõ poflò, mendigar tenho vergonha.
4 Eu fei o que hei de fazer, peraque quando d’a mordomia, def-
apoflado for, em fuas cafas me recébaõ.
5 E chamando a fi a cadahum dos devedores de feuSenhor, difle
ao primeiro: Quanto deves a meu Senhor?
6 E elle difle: Cem
* aimudes de azeite. E diflelhe: Toma teu *Ouyv<í/2tf t
conhecimento, e aflentandote efcreve logo cincoenta.
7 Defpois difle a outro: E tu quanto deves? E elle difle : Cem
alqueires de trigo. E difle lhe: Toma teu conhecimento, e ef­
creve oitenta.
S E louvou aquelle Senhor a o injufto mordomo por prudentemen­
te aver feito: porque mais prudentes fam os filhos defte mundo,

10 Quem he fiel no minimo, também ’no muytohefielj cquem iTzw.óíip.


mo minimo he injufto, também ’no muyto injufto he. - *Gx.Vazei
11 Pois íe mo injufto Mammon fieis naõ folies 3 quéo verdadeiro?ara VOí*
vos confiará ?
E fe ’no alheyo fieis naõ foftes j quem o voflb, vos dará?
c Nenhum lervo pode fervir a dousjfenhores 3 porque ou hade c Matth.6*
aborrecer a o hum, e amar a outro 3 ou fe ha de achegar a o hum, 24‘
e deíprezar a o outro. Naõ podeis fervir a Deus, e a Mammon.
J4 E todas eftas couías ouviaõ também os Pharifeos, a que eraõ dMatt.23:
elle.
tí4 O5.EUANGELHO
1$ E diflelhes: Vosoutros lois os que avos melmos diante dos ho-
#P/.7:10. mens vos juftificaes: e mas Deus conhece voflòs coraçoens. /'Porque
fiSam.16: o que entre os homens he lublime, he perante Deus abominaçaó.
7. 16 g A Ley, e os Prophetas atéJoaó : deid’entonceshe
£ Aforr.n; o Reyno £)eus denunciado, e quemquer força lhe faz.
12313. 17 h E mais facil he paliar o cco e a terra, d"o que cair hum til
kPJT’ Io2:
T’
*7- da Ley.
I/-7.4o:S. 18 i Qualquer que fua mulher * deixa, e có outra fecâfa, adulté-
rajj e qualquer
qi que com á do marido deixada le cala , \jambem~\ a-
■^^•S^S-dultéra.
i Matth. 5: 19 Avia porem hum certo homem rico, eveftia fede purpura, e
32. dc linho finiflimo, e cadadia vivia regalada e esplendidamente.
«-19:9.
Marc. ío: 2-0 Avia também hum certo mendigo, por nome Lazaro, o qual
II. jazia á fua porta cheyo de chagas.
lC<?r.7:lo. 21 E defejava fartarfe das migalhas _ que da mefa do rico cahiaój
*0^^" vinhaó porem também os caens,( e lambiaó lhe as chagas.
de.>ou>repu- 22 ~ E aconteceo que morreo o mendigo’ ’ , e foy levado pelos Anjos
tlia.
*Ou, [eyo a o * regaço de Abraham.
23 E morreo também o rico, e foy fepultado. E levantando’no
inferno feus olhos, eftando nos tormentos, vio a Abraham de lon­
ge, e a Lazaro em leu regaço.
^4 E clamando elle , difle: Pae Abraham, tem mifericordia de
; mv, e manda a Lazaro que a ponta de feu dedo ’na agua molhe, e
k ljay.66.’ a lingoa me refrefque 5 * porque atormentado ’nefta flama ellou.
24.
3/477.9:44. 25 rorcni/iuraiiainuiiic; / Filho, icinuraic
Porem^Abrahamdiífe: »riiiio, lembrate queem tuaviuarecc-
tuavidarece-
llob^zi
* befte teus bens, e Lazaro femelhantemente males: e agora efte he ’
13. confolado, e tu atormentado. ~
* Olb^íT- 26 E, de mais de tudo ifto, hum grande * abyímo entre
tura. nos outros, e vosoutros eftabelecido eftá , que os que daqui para
vosoutros paflar quifeífem, naó poderiaój nem taó pouco os de lá,
paflar para cá.
27 E difle elle: Rogo te pois, 6 pae, que a cafa de meu pae o
mandes.
28 Porque tenho cinco irmaõs, para que lhes protefte?
mlfay.Zz paraque também a efte lugar de tormento naó venhaó.
20. 29 Difle lhe Abraham: m A Moyfes, c a os Prophetas tem, ou-
e $4: 16. caõ os.
loa 5:39. 30 E^difle e^e: Naó pae Abraham 5 mas fe algum dos mortos a
Act.17.11. elles foflc, arrependerlehiaó.
31 Po-
SEGUNDO S. LUCAS. Cap. XVII.
Porem \_Ahraham] lhe diílè : Se a Moyfes e a os Prophetas
naó ouvem j tampouco perfuadir fe deixarão, ainda que algum dos
mortos refulcite..

Capitulo XVII.
I Enfa/i o Senhor, quanto impo/te evitar os efcandalos. $ E a o irmão perdoar
quantas vezes Je arrepender. $ Pedem os Difcipulos que afé lhes acrecente 3 cu­
ja virtude e força defcreve. 7 Pela parabola do fervo que do campo torna-, enfina. que
nada diante de Deus merecemos fazendo 0 que devemos. II Sara adez leprofos»
dos quaes fó hum lh'o agradece. 2o Enfina 0 modo da vinda de feu Reyno. 16
£ defcreve os últimos tempos 3 comparando os com os de Noé. e de Lot *

1 a E a OS ^fclPulos : * Impoflivel he que efcandalos naó aMatt.\%\


venhaõj mas ay [_d’aquelle] por quem vierem. 7<
2 Melhor lhe fora, porem lhe a o pefcoço huã mó de atafona, e Marc.y.41.
fer lançado no mar, do que a hum deíles pequenos efcandalizar. * Ou,lW
3 Olhae por vos outros. fe teuirmaócontraty pecar, repren- ^efer<lue
de o 5 ele lhe pelar, perdoalhe. bL°v
4 c E fe fete vezes contra ty a o dia pecar, e fete vezes a o dia a I7^‘I9’
ty tornar, dizendo, pefame, perdoarlheás. Prov.17:
5 E differaó os Apoftolos a o Senhor, Acrecentanos a fé. 10.
6 E diífe o Senhor: d Se [tanta] fé como hum graó de moftarda
tiveífeis, a efta moreira dirieis: Delarraegatedaqui, eprantate’no
mar, e obedecervos hia. /jXV/iè-
7 E qual de vosoutros terá hum fervo, que lavrando, ou apacen-
tando [gado] ande, que tornando do campo, logo lhe diga: Che- dMatt.in
ga, e \_á meja] te aífenta. 2o«
8 E naó lhe diga antes: Aparelha me que cear, c arreman- í’2I;2'1*
gate, e lerveme até que comido, e bebido aja5 e defpois, comec^M,n:
tebe tu.
9 Por ventura dá graças a o tal fervo, porque fez o que manda­
do lhe fora? Cuido que naó.
10 Afii também vos outros, quando fizerdes tudo o que manda­
do vos fo-r, dizei: Servos inutiles fomos5- porque [fomente] o que
deviam os fazer, fizemos.
i' E aconteceo que indo elle a Jerufalem , paliou por meyo de
Samaria e Galilea.
12 E entrando em huã certa aldea , fairaó lhe a o encontro dez
homens leprolos, os quaes paráraó de longe.
X 3 13 E
OS. EUANGELHO
1? E lcvantàraõ a voz, dizendo, Jefus, Meftre, temmifericor­
dia de nos.
eLev.it:!. 14 E vendo os elle, diflelhes: Ide, e moftrae vos e aosSacerdo-
ei4:2,. tes. E aconteceo que indo elles, ficáraó limpos.
8:4. vendo hum delles que eftava fam , tornou , glorificando a
w. 5» 14* £)eus * gran(je voz.
16 E derriboufe fobre [fa] rofto a feus pees, dandolhe as graças:
e era efte Samaritano.
17 E relpondendo Jefus, difle: Naõ foraõ dez os limpos? Eaon-
de eftaó os nove.
18 Naõ fe acháraõ nenhums que a dar gloria a Deus tornafiem,
fMatt 24: fenaõ efte eftrangeiro ?
toir 19 E diflelhe: Levantate, e vaete5 tua fé te falvou.
J 2I’ * E perguntado dos Pharifèos, quando o Reyno de Deus aviado
Luc.iv.y, vir; refpondeulhes, e difle: O Reyno de Deus naõ vem com apa-
S. rencia exterior.
çMatt.24'. 2I Nemdiraó: AEiloaqui, oueiloalij porque eis que o Reyno
1 • Deus entre vos outros eftá.
22 E difle a os Difcipulos: Diasviráô, quando defejareis ver hum
hdias do Filho do homem, e naó [oj vereis.
2r. 2 3 g E dir vos haõ: Eilo aqui, ou eilo ali eftá , naó vades, nem
ri7:22. figaes.
e 20:18.
é>2o:iS. 24 Porque como o relampago, relampagueando, desd’ahuãf/^r-
M^.S.31.^^ jc bajxo Jq ceo? ate a outra de baixo do ceo replandcce , afli
f Io 2 2 ’ ferá também o Filho do homem em feu dia.
Luc. r. 11. h Mas primeiro convém padecer muyto, e ferreprovadodefta
mS: 31.‘geraçaó.
/ 24 6,7 26 z E como aconteceu’nos dias de Noe , afli ferá também ’nos
iGen. 6; 2. dias do Filho do homem.
mS?//2 27 Comiaõ, bebiaó, tomavaõ [/J davaó em cafamento , até o
3 7j 3 g4’dia em que Noê’na Arca entrou j e veyo o diluvio, a todos os con-
I Ped.y.lv,fumio. >
kGen,i?
*. 28 Como também d’a mefma maneira em os dias de Lot aconte-
24. ceu, comiaõ, bebiaó, compravaõ, vendiaõ, prantavaõ, [/]cdi-
Deut. 29: fleavaó.
2° k ^as 0 em flue Dot de Sodoma fahio, fogo e enxofre do
ler. $o: 4olce° c^oveo, e a todos os confumio.
Hof. 11; 8. 3° Afli ferá [também] ’no dia em que o Filho d’o homem fe hade
^oy.4:ii.manifcftar,
lud. ver. 7.t 31 ’Na-
%
SEGUNDO S. LUCAS. Cap. XVII.
V ’Naquelle dia, o que eftiver ’no telhado, c fuas alfayas em
cafa, naõ defcenda a tomalas: E o que no campo, femelhantemcn- 26.
te a o que a tras [yfrjJ naõ torne. *.
mMatt.Io
31 / Lembraevos da mulher de Lot. 39-
e 16; 2<^.
3? ™ Qualquer que procurar ialvar lua vida , perdelahá; e qual­ Marc3'^ S'.
quer que a perder, * lalvalahá. L.uc 9:24.
34 n Digovos, que ’naquella noite eftaráõ dous em hua cama, o loa. I2’.2$»
hum ferá tomado, e o outro ferá deixado. * Gr. em
35 Duas eftaráõ juntas moendo, e huã ferá tomada, e a outra fe­ vida a con-
rá deixada. fervará,ou,
, contará,ou,
3^ Dous eftaráõ no campo j o hum ferá tomado, e o outro ferá■ a vivifica­
deixado. rá.
37 E refpondendo, differaõlhe: Aonde Senhor ? E elle lhes difle:: nMatt.H\
0 Aonde o corpo eftiver, ali fe ajuntaráõ as aguias. 4o,4I.
I
Capitulo XVIII. ,17'
I Enfina Chrifto com aparabola de hua viuva J e hum injufto Juiz 5 aneceffidade de 33 *
*na oraçaô perfeverar. 9 E com outra de hum Pharijeo e hum Publicano ,. que ^Aatth.T.^
*.
Deus ouve e juftifica a 0 pecador penitente 3 e nao a os que em feus merecimentos
confiam. 1$ Wanda que a os meninos a elle vir deixem. 18 Rejponde ápergunta
de hum Princepe, acerca do que faria para alcançar a vida eterna e apontalhe
a guarda dos mandamentos 24. E enfina quam dificilmente os ricos fe jalvarám.
2S Promete 'nefta e na outra vida galardaõ a os que tudo por amor delle deixa­
rem. 31 Prophetiza /ua paixao, morte} e rcjurrefaõ. 35 E dá vifia a hum
cego junto a Jerichó.
1E huã parabola : a [ácercaj dequefempreim- aRom. 12:
porta orar, e nunca desfalecer. 12#
2 Dizendo, avia hum certo Juiz em huã cidade, quenemaDeus *
Eph.6 1$;
temia, nem a homem nenhum refpeitava. Colof 4:2t
I Thef. 5:
3 Avia também ’naquella mefma cidade huã certa viuva, e a elle 17.
vinha, dizendo, Fazeme juftiça acerca de meu adverfario.
4 E por \_muyto~j tempo naõ quis : Mas defpois dillo , difle
entre fi : Ainda que nem a Deus temo , e a homem nenhum
refpeito:
5 Toda via, porque efta viuva me he molefta , lhe hei de fazer
juftiça: Porque em fim naõ venha, e me quebre a cabeça.
6 E difle o Senhor: Ouvi o que diz o injufto Juiz.
7 b E naõ fará Deus juftiça a feus efeolhidos, que dia e noite a bApoc.61
elle clamaõ, ainda que longanimo para com elleíeja? io.
168 OS. EUANGELHO
♦Gr. ;/<?, 8 Digovos que deprefla julliça lhes fará. Porem quando o Filhei
ou , ejíasdo homem vier, achará por ventura té na terra?
coujas. 9 £ difle também a huns, que de fi mefmos que eraõ juftos con--
cW i:i5-fiavaõ, e a os outros em nada tinhaó, eíta parabola :
€>78 2 10 Dous homens lobiraó a o Templo a orar, o hu Pharifeo, e o
^-.3:17? outro Publicano.
18.
dlob. 22: 11 O Phariíeo efiando em pé , orava entre fi * d’efta maneira ;
29. c ó Deus, graças te dou, que naó fou como os de mais homens,
Prov. 29: roubadores, injuftos, adúlterosj nem ainda como eíle Publicano.
12 Jejúo duas vezes na íemana, dou dizimos de tudo quanto

Luc.1411 13 E o Publicano, eftando em pé de longe, nem ainda queria


*4; 6,10. levantar os olhos a o ceo, mas batia em íeu peito, dizendo, óDeus,
1^
1 Pedr.j^tem mifericordia de my pecador.
e Matt. 19; 14 ~Digo vos que juítificado defeendeu efte a fua caía , do
D
* que aqueíloutro: ^Porque qualquer que a fi melmofe exalça, ferá
Marc. Io;’ humilhadoj e qualquer que a fi mefmo le humilha , ferá exalçado.
D-
/Mtf/.ií; *5 e E traziaó lhe também meninos, peraque os tocaífej e ven­
3 do [0] os Difcipulos, reprendiaó os.
e 19:14. 16 Mas chamando Jelus aos [_meninos~\ afi, difie: Deixaeviramy
I Cor. 14: a os meninos, e naõ os empeçaesj f porque d’os taesheoReynode
20. Deus.
I Pedr.Z‘1. 17 Em verdade vos digo , que qualquer que o Reyno de Deus
I Matt,19: como menino naó receber, naó ha nelle de entrar.
16.
Marc. lo: 18 g E perguntoulhehum certoPrincepe, dizendo, Bommeftre,
17- que fazendo, a vida eterna herdarei?
h E xod.2o\ 19 E Jefus lhe difle: Porque mc chamas bom? ninguém ha bom
13 fenaõ hum, [aJaber~\ Deus.
P>eut. 5:17. 20 Os mandamentosfabes: A Naõadulterarás , naõmatarás, naõ
om 9. furtarás naõ darás falfo teftimunhoj * Honra a teu pae , e a tua
iEph.6'.l. ’ r 7
Col. ?: 20. ntae.
kMatth‘(>\ 21 E difie elle: Todas eftas coufas tenho guardado defde minha
19. mocidade.
e 19:21. 22 Porem ouvindo Jefus ifto, diflelhe: Ainda huã coufa te falta:
iT/w. 6.19,6 Vende tudo quanto tens, e reparte o entre os pobres, e terás hum
2S.’ thefouro’no ceo j evem, fcgueme.
Matt. 19: 23 Mas ouvindo elle ifto , ficou totalmente trifte , porque era
*3. muy rico.
Marc. Io; 24 E vendo Jefus que totalmente triíleficara, difie: ^Quam dif-
23. ficil-
SEGANDO S. LUCAS. Cap. XVIIL ió?
ficilmente entraráõ ’no Reyno de Deus os que fazenda tem!
Porque mais facil coula he entrar hum camelo pelo olho de
huã agulha, do que entrar hum rico ’no Reyno de Deus.
16 E os que \jjto’} ouviraõ, difleraõ: quem fe pode logo falvar.
17 E elle difle: w As couias que acerca dos homens faõ impoíli- mloí.41^
veis, pofliveis faõ acerca de Deus. 1^.23:17.
18 n E difle Pedro ; Eifaqui que tudo deixamos , e te avemos
feguido. n^iatth^
2-9 E elle lhes difle: Em verdade vos digo, 0 que ninguém ha, 2o,
que cafa, ou paes, ou irmaõs, ou mulher, ou filhos, polo Reyno ^19:27.
de Deus aja deixado, Marc. ioj
3° p Que muyto mais ’nefte tempo naõ aja de tornar a receber, 2S-
e ’no feculo vindouro a vida eterna. **
oi^ 1*.
31 7 E tomando com figo a os doze, diflelhes: Vedes aqui fobi* 0 ™
mos a Jerufalem, e cumprirfeha ’no Filho d’o homem r tudo o que p 42.
pelos Prophetas efcrito 12.
31 / Porque ás gentes entregue ferá, e efcarnecido , e injurioíà-
mente tratado, e cofpido. 2I-
r • 33 /E avendo [odaçoutado,
i__J3 7 mataloháõ: E a o terceiro dia refu- eloe 17’17*2'x*
i ci tara. Marc S-31.
24 E elles nada deftas coufas entendiaõ , e efta palavra lhes era ^9-31
*.
cncuberta: E naõ entendiaõ o que fe [fres] dizia. e io; 32.
35 1 E aconteceo , que chegando elle perto de Jericho, eftava Lm' 21.
hum cego aflentado junto a o caminho, mendigando. <’24-7-
36 E ouvindo efte paflar acompanha, perguntou que craaquillo ? ’
37 E * difleraõ lhe, que Jelus Nazareno paflãva. íMattx-jX
25 Entonces clamou, dizendo, Jefus, Filho deDavid, temmi-
fericordia de my. Luc,23: t.
39 E os que hiaõ paflando o reprendiaõ, peraquecalafle: Porem loa. 18.-2S»
elle clamava tanto mais, Filho de David, tem mifericordia de my. ^<^.3:13.
40 Jelus, entonces, parandofe, mandou o trazer a fi: echegan-?
do elle, perguntoulhe, _ mÍX'.io:
41 Dizendo, Que queres que te faça? E elle difie: Senhor, 4<5.
que veja. ' Ou, <!e-
*
42 E Jefus lhe difle: Vé, tua fé te falvou. 1 nunciárao.
43 Elogovio, eíeguiao, glorificando a Deus. E vendo todo o
povo [jjio]9 dava louvores a Deus.

V C A PI-
t;qi O S. EUANGELHO

Capitulo XIX.
t Procura Zacheo ver a Chrifto. 6 Recebe o em fua cafa. 8 Dá mcfíras de fua
emenda •> e o Senhor o confia. II Pela parabola d'a repartição das minas e?i-
fma que os dons que cada hum tem , os deve empregar em com elles efpirituabnente
negocear. 29 Faz Jua entrada em Jerufalem 3 afentado Jobre hum afno» yg
E as companhas com aplaufo 0 recebem 41 Chora fobre a cidade de Jerufalem 9
ePropbetzza fua deftruiçaõ. 4$ Daneafora do Templo os que nelle vendiaõ ecom-
právao. E os Princepes dos Sacerdotes e os Ef ribasprocuraomatalo.
1 J7 entrando [JefusJ foy paliando por Jericho.
2 E eis que avia ali hum varaó chamado por nome Zacheo,
e era efte Princepe dos publicanos, e era rico.
3 E procurava ver a Jefus, quem fofle, e naó podia , por cauía
da companha, porquanto era pequeno de eftatura.
'*0\.\>ahum 4 E correndo diante, fobiole a * huã figueira brava, pera o ver;
fycomoro. porque avia de paflar por ali.
5 E como Jefus chegou a aquelle lugar, olhando para riba , vio
o, e diflelhe: Zacheo aprefla te, e delcende; porque hoje meim-
* Oufcar. porta * poufar em tua cafa.
6 E apreflãndofe , defeendeu, e recebeu o gozofo.
7 E vendo todos [iflojj murmuravaó, dizendo, Que entrara a
poufar com hum homem pecador.
*Gr.eftan- 8 E * levantandofe Zacheo, difle a o Senhor: Senhor, eis aqui
do empé. a metadede meus bens dou a os pobres; e fe em alguã coufa a al-
aVuc • guem defraudei, o rendo có os quatro tantos.
* i?1^" 9 E Jelus lhe difle: Hoje houve falvaçaõ ’nefta cafa , porquanto
também a efte he filho de Abraham.
6» 10 b Porque o Filho do homem veyo a bufear, e a falvaro que íe
24. avia perdido.
eiS;ii. u E ouvindo elles eftas coufas, profleguio, ediflehuãparabola,
Porcluanto eftava perto de Jerufalem, e cuidavaõ que logooReyno
f 14 de Deus fe avia de manifeftar.
Marc. 13: 12 c Difle pois: Hum certo homem nobre fe partio a huã terra
34. Cwl l°nge a tomar * para fi hum Reyno, e tornar.
*Õu3rece- i? E chamando a dez fervos feus9 deulhes dez * minas, c difle-
lhes: Negoceae ate que eu venha:
14 E feus cidadaõs o aborreciaó; e mandáraó a pós elle embaixa-
-,.m fyêr dores , dizendo, Naõ queremos que efte fobre nos outros reyne.
Idhudez b' E, aconteceo que tornando elle, avendo tomado o Reyno,
trados
* difle
SEGUNDO S. LUCAS. Cap.XIX. m
difle que lhe chamaflèm a aquelles fervos. a quem avia dado o di­
nheiro, pera faber o que cada hum , negoceando, ganhado avia.
16 E veyo o primeiro, dizendo, Senhor, tua mina tem ganhado
outras dez minas.
17 E elle lhe difle: bem, bom fervo 5 pois ’no minimo
fofte fiel, fobre dez cidades tem poteftade.
iS E veyoofegundo, dizendo, Senhor, tuajminagrangeoucin­
co minas.
19 E também a elle difle : E tu eftá \jambem~\ fobre cinco ci­
dades.
20 E veyo outro, dizendo, Senhor, eis aqui tua mina, que cm
hum lenço * guardei. * j em-
Porque tive temor de ty, que es homem riguroío, que tomas burulhei >
o que naõ pufefte, e fegas o que naõ femeafte. 011?
a Porem elle lhe difle: d Servo malino, por tua boca te julga- i-
rei; fabias que eu era homem rigurofo, que tomo o que naõ pus, e 16. * *
que fego o que naõ lemeei: Matth,121
23 Porque pois naõ defte meu dinheiro a o banco; e vindo eu, 37»
o demandára com onzena?
24 E difle a os que com elle eftavaõ: Tiraelhe a mina, e dae a a
o que as dez minas tem.
25 E elles lhe difleraõ: Senhor, dez minas tem. 1
26 e Porque eu vos digo, que a qualquer que tiver, fer lhe ha da- e Matt. 13;
do; mas a o que naõ tiver, até o que tem lhe lerá tirado. ,
27 Porem a aquelles meus inimigos , que naõ quiferaõ que eu
fobre elles reynaflé , trazei Qw ] aqui, e matae [wj diante de my.
28 Edito ifto, hia caminhando diante, fobindo a Jerufalem.
29 /E aconteceo que chegando perto de Bethphage, e deBetha-
nia, a o monte chamado das Oliveiras, mandou a dous de feus Di- 1.
fcipulos, *Marc
u:i
30 Dizendo, Ide áaldea, que de fronte eftá; aonde, entrando,
achareis hum poldro liado, em que homem nenhum ja mais fe af-
fentou, foltaeo, e trazei [* ].
31 E fe alguém vos perguntar , porque [0] foltaes ? dirlheheis
afli: Porque o Senhor o ha mifter. z
32 E indo os que aviaõ fido mandados, acharaõ como lhes
difle.
33 E foltando o poldro, feus * donos lhes difleraõ: Porque foi- * Ou,
tacs o poldro ? nhvreh
Y ? 34 E
OS. EUANGELHO
34 E elles difleraõ: O Senhor o ha mifter.
glM.n: 35 g E trouxeraõ o a Jefus: h E lançando feus vertidos fobre o
*4- poldro, puferaó em cima a Jefus.
kzRey. 9: £ indo eqe andando, eftendiaó feus vertidos de baixo [<MeJ
pelo caminho.
37 E como ja chegafle perto da decida do monte das Oliveiras,
começou toda a multidaõ dos Difcipulos, gozandofe, a com gran­
de voz louvar a Deus, por todas as maravilhas que virto tinhaó,
Dizendo, i Bendito o Rey que vem em o nome do Senhori
*.
£//;. 2:14 Eaz no ceo, e Gloria em as alturas.
39 E alguns dos Pharifeos da companha lhe difleraõ : Meftre,
reprende a teus Difcipulos.
40 E refpondendo elle, diflelhes: Digo vos que fe ertes fe cala-
IHaL 2:11. rem, Z logo as pedras clamaráõ.
41 E indo ja chegando, e vendo a cidade, chorou fobre ella,
»Ou.mw. 42 Dizendo, Ah fe também conhecefles , ao menos ’nefte teu
* Om te a- dia o qUe £ tua pa2 r pertence 1J Mas agora ante teus olhos encuber-
pertarao. t<>
^Oib^rr- Porque dias fobre ty viráõ, em que teus inimigos com * tran-
"w i Rey. 9; queiras te cercaráõ, e a o redor te íitiaráõ, e de todas as bandas
7j8. * cm * eflreito te porám.
Mich.3:12. 44 m E a ty, e a teus filhos em ty, â terra te derribarão;’ e pe-
Matth. 24: dra fobre pedra em ty naõ deixaráõ , porquanto naõ conhecefte o
Marc x -2 temP° de tLia vifitaçaó.
LucC .zi\6. 4,51 E entendo ’no Templo, começou a lançar fora a todos os que
w 1 Rey'. S: hielle vendiaó e compravaó:
29« 46 Dizendolhes, » Efcrito ertá: Minha cafa, cafa he de oraçaõ:
Ifay. 56:7. Mas vosoutros cova de falteadores feito a tendes.
ÍT7:.X1,, 47 E enfinava cadadia ’no Templo: 0 E os Princepes dos Sacer-
dotes e os Efcribas, e os Princepes do povo, procuravaõ matalo. -
Marcai'. 48 E ua^ achavaó que lhe fazer , porque todo o povo * pendia
I7’ ’ d’elle, ouvindo o.
0 Nkrí.ll: f
18.
loa. 7:19:
e 8; 37.
* Ou > efta- J

•va ftftpen-
fo j drr. Ca pi-
f *r f
SEGUNDO S. LUCAS. Cap. XX. Ví
Capitulo XX.
X Perguntando os Efcribas a o Senhor com que authoridade aquellas cotizasfiaziayrefpon"
delhes > perguntando lhes d? onde o bauttjmo de Joao era. 9 Com a parabala da vi­
nha arrendada a huns lavradores que a os criados de feu .Amo maltratáraõ e a
o filho matáraó y os ameaça com o cafiigo de Deus. 2o refponde á pergunta d<?
Je licito era tributo a Ce]ar dar. ly Refpondendo a pergunta dos Sadduceos <z-
cerca de fete irmaõs que a hua mejina mulher hum apos outro por mulher tiverao
prova pela Ley de Moyfes e a rejurreiçao dos mortos» 41 Propoem a quefiaoy de
como 0 Mef/ias filho de Davidjèrpojfa y chamando 0 David feu Senhor. 45 E a-
rvifa a 0 povo , q fe guarde da ambiçao e hypocrifia dos Efcribas.
1 a J7 aconteceo hum d’aquelles dias, que eftando elle enfinando aMatt.n *
’no Templo a o povo, e denunciando o Euangelho, fobre- 23‘
vieraó os Princepes dos Sacerdotes, e os Efcribas com os Ânciaós. Marc' n»
2 E fallaraó lhe, dizendo, Dize nos , com que autoridade eftas ^7 *
coufas fazes? Ou quem he o que efta autoridade te deu? eyXy»
3 E refpondendoelle, diflelhes: Tambémeuvosperguntareihuã ' *
palavra5 e dizei me:
4 O bautifmo de Joaó era do ceo, ou doshomés?
5 E elles arrezoavaõ entre fi, dizendo, Se diflermosdoceo5 dir-
nos ha: porque pois o naó creftes ?
ó Efe diflermos, Dos homens $ todo o povo nos apedrejará: Pois
por certo tem que Joaó era Propheta.
7 E refpondéraõ, que naõ fabiaõ d’onde [era.]
8 E Jefus lhes difle: Nem taó pouco eu vos direi, com que au­
toridade eftas coufas faço,
9 b E começou a dizer a o povo efta parabola: Hú certo homem bPfZQ\ f
prantou-huã vinha, e arrendou a a [huns] lavradores , e partio fe ifay.y.L»
para fora da terra por muyto tempo. ler 2:21.
10 E a [/eu] tempo mandou hum fervo a os lavradores , peraque el2:,lo‘
lhe deflem do fruito da vinha3 mas efpanqueando o os lavradores, Mu *th. 21;
[0] mandáraó vazio. Marc.izul
11 E tornou ainda a mandar outro fervo: mas elles efpanqueando
e affrontando també a efte, [0 j mandáraó vazio.
12 E tornou ainda a mandar a o terceiro: mas elles ferindo tam­
bém a efte, [0] lançáraõ fora. cPfalm.i#'»
13 E diífe o fenhor da vinha: Que farei? Mandarei a meu filho Hebr.i: 2O
amadoj por ventura vendo o, [0] refpeitaráó. dGen.^y;
14 Masvendo o os lavradores, arrezoáram entre fi, dizendo, c Efte
he o herdeiro, vinde, matemolo, paraque a herdade noífa feja. Mattz6-£
17 E lançando o fora da vinha, matáraó [0]. Que pois lhes fará ^27:1.
o fenhor da vinha? Y 3 16 Viriíoa.ií'.^
174 O S. EU A N G EL H O
*6 Virá e a eftes lavradores deftruirá, e a vinha a outros dará.
*Oin 77?/E ouvindo elles [ifto] difleraõ: * Guarda!
^aõaja.ouj 17 Mas olhando elle para elles, difle: Que pois he iíloqueefcri­
Deus nos to e eftá? A pedra que os edificadores reprováraõ, eflá por cabeça
livre.
eF/iíS: da efquina foy feita.
22,. 18 /'Qualquer que fobre
Liv 1 viLie a.L|U.Vlia, pedra
1UULL aquella ^vi-no. cair y, ferá quebrantado5
vau
___ __ _ 1 | /
jfay, S: 14. S e aquelle fobre quem ella cair, efmeuçalohá.»
19 E procuravaó os Princepes dos Sacerdotes, e os Efcribas, de
Matth. 21: ’naquella mefma hora d’elle maõ lançarem; mas teméraõ az o povo; . j
. .42‘ . porque [ hem ] entenderão que contra elles efta parabola diflera.
Mare.12. 20 h E trazendo [0] de fobre olho, mandaraoefpiasquefe
io mandarao efpias quefe fingif-
Aã 4:11. fem juft°s> pera em palavra [alguf] o apanharem, e a o Senhorio1
Pow.V:33« e P°der do Prcfidente o entregarem.
I p^r.2;4> E perguntaraõ lhe, dizendo, Meftre, nós íabemos que bem
"
e direitamente falias, ecníinas; e que para a [aparência da j peflòa
flJay.Zn^. naó atentas , antes com verdade o caminho de Deus enfinas.
Zachtl2‘. 3. 22 He nos licito . _
. tributo
dar - -
a Cefar, ou naó ?
gDan.4 34. 23 E entendendo elle fua aftucia, diflelhes : Porque me aten-
h Matt 22:
16. taes ?
Marc 12: 14 Moftraeme huã moeda; de quem tem imagem, ea inferip-
13- çaõ ? E refpondendo elles, difleraõ: De Cefar.
í Matt, 17: 2 5 Entonces lhes difle: Dae pois a Cefar o que [he] de Cefar, e
2$.
e22:2l. a Deus o que [he] de Deus.
^3
*7 E naó o ■*.pudéraó apanharem
1 palavra
* alguã
~ diante do *■povo; ma-
k Mtf/í.22: ravilhados de fua repofta, caláraõíe.■
23. : 27 k E chegandofe
_ lhe alguns dos Sadduceos, que contradizendo
Marc. 12: [dizem] naõ aver refurreiçaõ, perguntaraõ lhe,
18. < *8 21 __
Dizendo, Meftre, l Moyfes nos efcreveo, quefe o irmaõ de
^Deut^' al£Um ^ecerJ tendo [ainda] mulher, e fem filhos morrer ; tome
eut.2^. feu irmaõ a mulher,( e a feu irmaõ femente delperte.
TT
29 Houve • f irmaõs,
poisfete “ e tomou o primeiro mulher " “ , e mor-
reo fem filhos.
30 E tomou a o fegundo; e [também] efte morreo fem filhos.
31 E tomou a o terceiro, e afli mefrno também os letc , e naõ
deixáraõ filhos, e morrerão.
32 E por derradeiro defpois de todos, morreo também a mu­
lher.
33 Em a refurreiçaõ pois, mulher de qual deíles ferá ? Pois os
íete por mulher a tivéraõ,
34 E
SEGUNDO S. LUCAS. Cap.XX. i;r
Vr E refpondendo Jefus, diflelhes: Os filhos deite fécula fe ca-
faõ, e fe daõ em cafamento.
35 Mas os que por dignos ávidos forem de aquelle feculo , e a re­
furreiçaó dos mortos alcançarem, nem fe haõde cafar, nemferda­
dos em cafamento.
3* Porque ja naó podem mais morrer-, porque faõ w iguaes a os Io * 3:2.
Anjos. E faõ filhos de Deus, pois faõ filhos da refurreiçaó.
37 E que os mortos ajaõ de refufcitar; também Moyfes junto a o
çarçal o moítrou, quando r. a o Senhor chama, o Deus de Abraham,
e Deus de Ifaac, e o Deus dc Jacob.
38 Ora f Deus j naõ he Deus de mortos , mas de vivos j porque l6*
todos vivem [quanto] a elle. . ~ oMatt.zz;
39 E refpondendo hús dos Efcribas, difleraó : Meftre, bem 14.
diflelle. * IVW.u;
40 E naõ oufavaõ perguntarlhe mais coufa alguã. 35-
41 0 E elle lhes difle : Como dizem que o Chriflo he filho de mc^o
David? . . <viddiz.
42 * Dizendo o mefmo David’no livro dosPfalmos; p Difleo Se-p pf.iio-i
*
nhor a meu Senhor, afleiita te á minha [mao] direita, Act- 2: 34.
43 Até que a teus inimigos ponha por efcabellode teus pees. I Cor. 1$:
44 Afli que David o chama [jeu] Senhor ; e como he feu Hebr.\' 25
tl£
filho? , r ,r. , elo: 1 3.
47 q E ouvindo o todo o povo, difle a feus Difcipulos: q Matt .2^
46 Guardae vos dos Efcribas, que querem andar veflidos á com­ 5> 6.
prida; e amaõ as faudaçoens ’nas praças, e as primeiras cadeiras Marc. 12:»
^nas.Synagogas, e os primeiros afléntos ’nos convites. 38,39.
47 Que as cafas das viuvas devóraõ, e em aparência de larga ora- Luc. 11:43.
r Matt. 2^
*.
caõ ufaõ. Eftes receberão mayor * condenaçaõ. 14.
■1
Marc. 12:
40.
2 Tim 3 • 6»
Tit. 1:11.
J7<5 OS. EUANGELHO

Capitulo XXI.
I Louva o Senhor a pequena offerta de hua pobre viuva» $ Prophetiza a deftrui
*
fao do Templo e d’a cidade de Jerufalem 7 E relata os finaes que lhe aviao de
I preceder. 12 E as perfeguiçoens que a os feus aviao defobrevir contra as quaes
os conjola tom fua ajuda e defenja. 2o Aconfelha que vendo a Jerufalemcer-
tada > fujao aprejfadamente > pera tamanha desaventura evitar. 25 Prediz, os
finaes de fua ultima vinda s c com a parabola das arvores que brotao 3 exhorta a
obfervála 34 E a efperdia com temperança 3 vigia e oraçoens. tf Enfina
a 2 Rey.19: também a 0 povo cada dia 'no Templo.
9-
Marc. 12:
41- 1 E °lhand° elle, vio a os ricos lançar fuas oftertas ’no cofre d’o
bíCor.S; ' thefouro.
12. 1 E vio também a huã pobre viuva lançar ali dous minutos.
*Gr. falta. 3 E difle: Em verdade vos digo, b que mais que todos lançou
c Matt. 24.- efta pobre viuva. ;
x* . 4 Porque todos aquelles, d’co que _ 11. of-_
lançáraó pera as V7i
lhes fobeja1„..^.1.._
diR^ -7 feftas de Deus: mas efta, de lua * pobreza tudo quanto fuftento
Mich\'.n. rinha, lançou.
Luc 19:4.4. 5 c E. dizendo alguns d’o Templo, que com fermofas pedras eda-
eler.iy-.S divas adornado eftava, difle:
Afarr24 4. 6 Eftas coufas que vedes: </diasviráó, em que fe naõ deixarápe-
1 ^ra f°bre pedra, que naó ieja derribada.
2T^//282 7 E perguntáraõ lhe, dizendo, Meftre quando pois feráó eftas
It loa. 4'. 1. 'coufas? E que final averá, quando eftas coufas ajaõ de acontecer?
*Ou>^- $ e Entonces difle elle: Olhae que naõ vos * enganem, f porque
xeis viráó muytos em meu nome, dizendo, Eu fou [0 chriflo~\. _ E já o*
nar. tempo efta perto: Portanto naõ vades apos elles.
fler.14:14. 9 E quando ouvirdes de guerras, e de. fediçõens, naõ vosefpan-
*23:21. teis. Porque neceflario he que eftas couías aconteçaõ primeiro 5
gIAy.l9.-2.’ mas nem logo [/W j o fim.
h Matt. Lo:
17 10 Entonces lhes difle: g Levantarfehá gente contra gente , e
O'

*24: 9. Reyno contra Reyno :


Marc. 12:9.
J ' . Ir E. avera' em vários lugares Ç-J terremotos
grandes------ e fomes
----- --- ----- - , e pe-—
toa. 16:2, ftilencias : averá também coufas efpantofas , e grandes finaes do
Apoc.2\Iq ceo. 0
ÍA&.4-. 3.
eq-. 183 12 h Mas antes de todas eftas coufas, maó de vosoutroslançaráõ,
c 12:4. e _[twJ perfeguiráõ, _ , entregando
_ [vo-
_ J em Synagogas,
, _ „ , ezprifoens,t ___7
* 24. [/] trazendo vos £ diante de Reys,
116. . _ ePrefidentes,. ,por amor de meu -J
Nome.
>3 E
SEGUNDO S. LUCAS. Cap.XXI. 177
*3 E fobrevir vos ha [íflo] por teftimunho. IMatt. io;
14 l Proponde pois em voflòs coraçoens de naõ premeditar como
* em <vojja defenja ] ajaes de refponder.
[. irJ
15 w Porque boca e fabedoria vos darei, a que contradizer nem * Ou J por
reíiftir poderáõ todos quantos fe vos opuferem. w ajaes t x
16 n E até de paes, e irmaõs, e parentes, e amigos fereisentre-
guesj e [_u/kwzzíD de vos * mataráõ. mExod.^x
17 p E de todos fereis aborrecidos por amor de meu nome. $4-17
*
18 q Mas nem hum cabello de voflá cabeça perecerá. Matth,iq*;
19 Em voflá paciência voflás almas pofluí. 19.
20 v Porem quando a Jerufalem de exercitos cercada virdes, íábei 6:io»
entonces que ja fua aflolaçaõ chegada he. nMich.7\6.
xí Entonces os que efliverem em Judea, fu jaõ a os montes 5 eos0^:7^9,
que em meyo delia eftiverem, fayaõ fe5 eos que’nos campos, nel- pMattão*
la naõ entrem. 22. *
21 Porque dias de vingança faõ eftes : f para que todas as coufas, Marc. 13:
que eftaó efcritas, fe cumpraõ. 13.
23 Mas ay das prenhes, e das que ’naquelles dias criarem : Por- ?
que grande * aperto na terra averá, e ira fobre efte povo.
24 E a fio de eípada cairao, e por todas as gentes cativos os le- IT
varáõ: E Jerufalem pifada dos Gentios lerá, t até que os tempos dos

•* •♦
Gentios le cumpraõ. Matth. io
25 « E averá finaes ’no Sol, e Lua, e[’%as] Eftrellas: e’na So­
terra aperto de gentes pola confufaõ, bramando o mar e as ondas: ríh%-9'-27-
2Ó Defmayando os homens por caufa do temor, e da efpéra das
coulas que á redondeza d’a terra fobreviráõ. Porque as forças d’o .
ceo fe abalaráõ. ■ I4‘
27 x E entonces a o Filho do homem vir em huã nuvé veráõcom [Dan. 9:
grande poder e gloria. 26., 27.
28 Ora quando eftas coufas começarem a acontecer , olhae para M^^.24:
riba, e levantae voflás cabeças, y porquanto perto vofláredemçaó eftá.
29 x E diflelhes huã parabola: Olhae a figueira , e todas as ar- arc,1l'
vores: . m-,
30 Quando ja brotam, evos [0] vedes, de vos mefmos fabeis que ceflidade.
ja o veráõ perto eftá. tRom. n:
31 Afli também vos outros, quando que eftas coufas acontecer 2^-
virdes, lábei que ja o Reyno de Deus perto eftá. uljay.iy.
3- Em verdade vos digo, que naõ paflárá efta geraçaõ, até que Ez°j, „2.
tudo naõ aconteça. Z 33 ^E 7. 3
3-. Matth. 1^*. 29. Marc 13:24 Apoc 6:12. x Dau. 7: Io. Matt.l6-.17 ei^-.^o.
s 25:3 i e 26 6+. Marc. 13:26. e 14:62..A5< i; 12.2 Thefl'. i:io. Apoc, 1:7.7 Kw. S.-23. z Matt. 241
yi.Marc. 13; 2$.
O S. EU A N GEL H O
33 O ceo e a terra paíTaráõ, mas minhas palavras cm maneira
27. nenhuá paíTaráõ.
ifay. 51: .<♦ 34 b E olhae por vosoutros , que por ventura voífos coraçoens fe
h/iatthA4' na5 carreguem de glotonaria, c borrachice , e dos cuidados deita
fíX
in
* v^a > e fot>re vosoutros dhmproviío aquelle dia venha.
bR^n i“:* c Potque como hum laço ha dc vir fobre todos os que * habi-
iv ° taõ fobre a face de toda a terra.
'LThef.^.S. 36 </Vigiae pois cm todo tempo, orando que fejaes ávidos por di~
1 Pedr.4
*7» gnos de evitar todas eftas coufas que haõ de acontecer, ede eftarem
ciTheJf.S : pé diante d’o Filho do homem.
*d
zP • 37 * E enfinava entre dia’noTemplo; Poremfaindo ásnoites, as
Aplc.y 3 Pafàva no monte chamado o das Oliveiras.
i5:15. 38 E todo o povo vinha pela manhaã cedo a elle a o Templo, a
* Gr. eflao O ouvir.
affentados.
d Matt. 24: Capitulo XXII.
42.
I Confultaõ os Princepes dos Sacerdotes e os Efcribas como a 9 Senhor mataria#.
Marc. Io: 3 Concerto de Judas cora elles para lho entregar. 7 Manda Chriflo aparelhar
33- a Pafchoa T 4 E come a comfeus doze Apoflolos. 19 Inflitue defpoisfua Sandia.
Luc. I2:4o. Cea. 21 Prediz a treiçaõ de Judas. 24 Amoeffa a feus Difcipulos a fe guar­
lTheffs.6. dar da ambiçao e domínio mundano. 2S Yrometendolkes a comunicação defeu Rcyz
e loa, 8; 2. no. 31 Avifa a os Apoflolos e principalmente a Pedro contra a tentaçaõ de Sa­
tanás. 34 E prediz lhe fiia caida 3 e a todos os outros > os trabalhos 3 que affl
a elle j como a elles 3 em breve os efperavam. 3 9 Ora no monte das Oliveiras ,
e em fua mayor angufliapor hum An]o he confortado. 4$ Exhorta a feus Di­
fcipulos que dormindo eflavao, a vigiar , e a orar., 47 Judas 0 trahe com hum
beifo ■) e os Judeos 0 prendem, $o Cura a orelha cortada a hum fervo. 54 He
levado a cafa d’0 Sumo Pontifice > aonde Pedro tres vezes 0 néga 61 Sobre 0
que olhando 0 Senhor para elle chora amargamente fua caida. 63 He 0 Senhor
mal tratado; e perante 0 Concilio dos Judeos aprefentado y confe/fa fer 0 Filho
a Exod. 12: de Deus.
T*

Matt.26:2. j
Marc. T4;l, * p eftava perto a feita dos [paens] afmos, chamada a Pafchoa, '
b Pf. 2* 2- b E os Princepes
* r
*
dos Sacerdotes,
_ • w
e os Efcribas, procu-
loa. 11:47.ravam comoomatariaõ: Porque temiaõ a o povo.
Afl. 4:27. 3■ c E ~ entrou Satanás em Judas, o que tinha por fobre nome Ifca-
c Matt. 2 6', riota, qual x
era do numero dos doze.* <
14, - - ■ '
5 E foy, e fallou com os Princepes dos Sacerdotes, e [com] os
Marc. 14:• Capitaens, de como lho entregaria.
Io.
loa. 13:27. tf * Os quaes folgáraõ, e concertáraó de lhe dar dinheiro.
*Ou, E 7 E premeteu [lh] o, e buícava oportunidade pera lh’o entregar
folgárao. em alvoroço. 7 àE
SEGUNDO S. LUCAS. Cap.XXII. T79
7 E veyo o dia dos \_paens] asmos, em que importava facrificar ^M^‘2í:
o cordeiro £/] a Pafchoa.
8 E mandou a Pedro, e a Joaó , dizendo : Ide , aparelhac nos
cordeirod’~} a Pafchoa, peraque [o] comamos. ’ á*
9 E elles lhe difleraó: Aonde queres que [o] aparelhemos?
iq E elle lhes diíTe: Eifque como na cidade entrardes, vos en­
contrará hum homê que leva hú cântaro de agoa: fegui o até a cafa
aonde entrar.
ii E direis a o pae de famílias da cafa: O Meftre te diz; Onde
eftá o apoufento , aonde com meus Difcipulos a Pafchoa hei de
comer ?
Entonces elle vos moftrará hum grande cenáculo ja preparado;
sparelhae a ali.
13 E indo elles, acháraó como lhes tinha dito 5 e aparelháraó a
Pafchoa.
1+ e E vinda a hora , afientoufe [_d e com elle os doze A-
20.
ei de com vofco efta Pafchoa comer,
antes que padeça.
ií> Porque vos digo , que delia mais naõ comerei, até que no
Reyno de Deus fe cumpra.
17 E tomando o copo, e avendo dado graças, difie: Tomae o,
•e reparti [0] entre vosoutros.
18 Porque vos digo, que do fruito de vide naõ beberei, até que
o Reyno de Deus naó venha.

fazei ifto em memória de my. xx I4‘


20 Semelhantemente também o copo, defpois d’a cea, dizendo, 1cor.u*
Efte copo [_be] o Novo Teftamento em meu fangue, que por vos- 23,24*
outros he derramado.

eftá: Porem ay d’aquelle homem por qué trahido he. ,


23 Começáraõ a perguntar entre fi, Qual delles feria o que ifto

fer 0 mayor ?
1S0 OS. EUANGELHO
i Matt.20
* 2$ E elle lhes difle: i Os Reys das gentes fe enfenhoréaõ dellasrj
^íárc • C °S que febre ellas tem poteftade, faõ chamados bemfeitores.
26 k Mas vosoutros naõ afli: l Antes o mayor entre vosoutros, feja
k como 0 menor 5 e o que precede', como o que ferve.
ZLW9.43. 27 Porque qual he mayor? o que [á mefa J fe aflenta, ou o que
ferve ? Porventura naõ heoque [á mefa] íe aflenta? m Porem eulou
18. entre vosoutros, como aquelle que ferve.
I4e 28 E vosoutros fois os que comigo em minhas tentaçoens perma-
necido tendes-
p’ * 29 n E eu vos ordeno o Reyno, como meu Pae m’o ordenou.
oMatt.xy. 3o Peraque em meu Reyno à minha mefa comaesebebaes 5 e oío-
28, bre tronos vos aflenteis, julgando a as doze tribus de Ifrael.
Apoc. 3:21. 31 Difle também o Senhor: Simaõ, Simaõj vedes aqui que p Sa-
piPea 5:8» tanás vos pedio muyto, pera como a trigo vos joeyrar.
3 2 Mas eu roguei por ty, que tua fé naõ desfaleçaj, e tu quando
algúa vez te convertércs, conforta a teus irmaõs.
39 E elle lhe difle: Senhor, aparelhado eftou peracomtigo atéá
Pr, e á morte ir.
* 34, 2 * 34 Mas elle difle: q Pedro, digo te que naõ cantará hoje o galo,
Marc. *14 antes que tres vezes negues, que me conheces.
30. 3í E a elles difle: r quando vos mandei fem bolfa, e^yíwjalfor-
2^.13:38. ge, e [fem ] alparcas, porventura faltou vos alguã coufa? Edifleraó
*
rMw.io; Nada.
9. Diflelhes pois: Agora porem o que bolfatem, tome a, como
Marc. í- 8.
Lí/r. 9:3. também o alforgej e o que naõ tem, venda feu veítido, e compre eípada.
fljay-w 37 Porque vos digo, que ainda importa que em my fe cumpra
12. aquillo que eftá efcrito: J E com os malfeitores foy' contado. Por­
Marc.l^Z que o que de my [eftá efcrito feu] fim tem.
28. 38 E elles difleraó: Senhor, eisaqui duas efpadas. E elle lhes
t M^«.2ó: difie: Bafta.
36.
Marc. 14: 39 tE faindo, foyfe, comofohia, a o monte das Oliveiras 5 e íê-
32. guiraõ o também feus Difcipulos.
loa. 8:1. 4<> E como chegou a aquelle lugar, diflelhes: Orae, que naó en-^
e 18:1. treis em tentaçaõ.
ff Matt. 2,6 : 4i u Eapartoufe delles como hum tiro de pedra. Epondofedejue-
39. Ihos, orava,
Marc. 14:
41 Dizendo, Pae? fe queres, pafla efte copo demy5 poremnaó
xícw.ójjS. feça minha vontade, * fenaõ a tua.»
43 E apareceo lhe hum Anjo do ceo, que o confortava.
44 y E
SEGUNDO S. LUCAS. Cap. XXII. m
7 E pofto em agonia, orava mais intenfamente. E fez fe feu yloaAitiyl
firor como gotas grandes de fangue, que corriaõ até o chaõ. Hebr, $ ;7»
45 E levantandofe da oraçaõ, veyo a feus Dilcipulos, e achou os
dormindo de trifteza.
45 E diflelhes : Que eftaes dormindo ? Levantae vos , c orae,
para que naõ entreis em tentaçaõ.
47 - E eftando elle ainda fallando , eifaqui a companha ; c hum 2jMj«.26:
dos doze, que Judas fe chamava, hia diante deíles, e chegoufe a 4? * „
Jefus, para o beijar. * 14’
42
4S E Jefus lhe difle: Judas, com beijo a o Filho do homem trahes? &
49 E vendo os que com elle eflávaõ o que avia de fuceder, difle­
raõ lhe: Senhor, feriremos á efpada?
yo a E hum deíles ferio a o lervo do Princepe d’os Sacerdotes, e a Matt.16:
cortou lhe a orelha direita. 51.
E refpondendo Jefus, difle: Deixae os até aqui: E tocando Marc-
lhe a orelha, curou o.
52 b E difle Jelus a os Princepes d’os Sacerdotes, eaosCapitaens M4/Í.2&
do Templo, e a os Anciaõs, que contra elle tinhaó vindo: Como
a falteador, com efpadas e baftoens faiftes L _ . X14*
53 Eftando com vofco cadadia no Templo, contra my as maos
naõ eftendeftes : Mas efta he a voflá hora, e a poteftade das
trevas.
54 c E prendendo o, trouxéraõ [ ], emetéraõo em cafadoPrin-
cepe dos Sacerdotes. E Pedro [/ J feguia de longe. *
AfZv 1 •
5$ d E avendo acendido fogo ’no meyo da fala, e aflentandofe
juntamente, aflentoule Pedro entre elles. 1^. 18/12,
56 E vendo o huã certa criada eftar aflentado a o fogo , c poftos 24.
os olhos nelle, difle: Também efte com elle eftava. í/J/^.26:
57 Porem elle o negou, dizendo: Mulher, naõ o conheço. í19,
yS E hum pouco defpois, vendo o outro, difle: Também tu del-
leses. Porem Pedro difle, Homem, naó fou'. 2^. i8;i6
$9 E como ja quaíi huã hora paflada, aftirmava outro, dizendo, 25. ’
Verdadeiramente também efte eftava com elle, porque também he
Galileo.
60 E Pedro difle: Homem, naó fei o que dizes. E logo, eftan- e
do elle ainda fallando, cantou o galo. *4,57
61 E virandofe o Senhor, olhou para Pedro; e Pedro fe lem-I4:
brou d’a palavra d’o Senhor, como lhe tinha dito : e Antes que o T -
galo cante, me negaras tres vezes.
1S2 OS. EUANGELHO
61 E faindo Pedro para fora, chorou amargofamente.
fMatt.2b\ 63 f Eoshomcsquetinhaó aJelus, zombavaõ d’elle, gfe­
6y. rindo p] 5
Marc. I4i 64 E cobrindo o, feriaõ o ’no rofto; e perguntávaó lhe, dizen­
óÇ.
g lob. 16‘. do, Prophetiza quem he o que te ferio?
IO. 65 E outras muytas couías contra elle diziaó, blasfemando.
Jfa)'.^9:6. 66 .h E como ja , foy_ de dia, ajuntáraó fe os Anciaõs do povo , c
loa.iT. 3. os Princepes
~ dos Sacerdotes,
' e os Efcribas
......... , e trouxeraõ o a feu
hPf2\2. Concilio.
^^27:1. Dizendo, Estuo Chrifto? Dize nolo. E diíTelhes : Se volo
J^.i8;28.dlírer5 nao o crereis:
*Ou, ou. 68 E tambémle vos perguntar, naomerefpondereis, * nem fol-
i Dan.y. 9. tareis.
Matth. Ió: 69 l Defdagorafe aflentará o Filho do homem á [mao] dercita da
27. potência de Deus.
e24:3<>. 70 E difleraó todos: Es tu logo o Filho de Deus? Eellelhesdif-
*25:31.
e 26:64. fe: Vosoutros dizeis que eu fou.
Marc. 14: 71 E difleraó elles: Que mais dc teftimunho neceflitamos ? Pois
62. nos meírnos de fua boca o ouvimos.
Aft.it n«
I Theff.lt Capitulo XXIII.
Io.
Apoc. 1:7. 1 He Chrifto perante Pilatos levado , perante elle acufado 3 e d*elle por innocentt
declarado. 7 Envia 0 Pilatos a Herodes, 0 qual d'elle efcarnece , e a Pilatos a
mandar 0 torna. 13 O qual procura foltalo, mas d inftancia do povo , folta a
Earrabbas 3 e entrega a Chrifto pera fer crucificado. 26 Simaõ Cyreneo leva fua
cruz após elle» 27 As mulheres de Jerufalem 0 lamentam. a as quaes prediz a
a Matt.iy: affliçaÓ que a ellas e a feus filhos avia de fobrevir. 32 He crucificado entre dous
10. falteadores, e ora pòr feus inimigos. 35 He blafphemado e efcarnecido na cruz.
Marc.I 38O titulo da cruz. 3 9 Hum dos falteadores delle blafphema 3 e 0 outrofe con­
loa. IS.-28. verte 3 e elleo confola. 44 trevas fobrea terra» O veo do Templo fe rafga,
b Matt.I?; e Chrifto efpira». 47 O CenturiaÓ , como também a companha 3 0 confejfaopor ju-
2^. fto. $0 Jofeph de Arimathea 0 fepulta» 54 Ef as mulheres vém a onde 0 poem^
e 22:211 e compram efpecierias para 0 ungir.
61arc. 12:
I7> 1 E levantand°fe toda a multidão delles, leváraó o a Pilatos.
Ettc. 20:2$. 2- E começaram acufalo, dizendo, A efte avemos achado,
-Rflw.13:7.• que perverte a naçaó, e b prohibe dar tributo a Cefar , c dizendo,
cAft.lT.yt! que elle mefmo he Chrifto [/] Rey.
d Matt.21'.
11. -3 dE Pilatos lhe perguntou,
1 o - , dizendo,
— Es tu o Rey dos Judeos?
Marc.i^i. E refpondendo lhe elle diífe; Tu o dizes,
1^,18- 33. 4 E
SEGUNDO S. LUCAS. Cap. XXIII.
4 E difle Pilatos a os Princepes dos Sacerdotes, e as compa­
nhas : Culpa nenhuá acho nefte homé.
5 Mas elles tanto mais infiftiam, dizendo , alvoroça a o povo,
enfinando por roda Judea, começando delde Galilea até aqui.
6 Entonces Pilatos, ouvindo de Galilea, perguntou, fe aquelle
homem era Galileo?
7 e.E entendendo que da jurdiçaõ de Herodes era , remeteu eLuc.y, i;
o a Herodes: O qual também ’naquelles dias eftava em Jerufalem.
8 /E vendo Herodes a Jefus, folgou muyto: porque avia muyto9• 7*
que o defejava ver, porquanto d’elle muytas coulas ouvia: e eípc-
rava que algú final fazer lhe veria.
9 E perguntavalhe com muytas palavras , mas elle nada lhe re-
ía :
E eftavaõ os Princepes dos Sacerdotes, e os Efcribas , acu-
fando o * com grande vehemencia.
11 E Herodes, com feus toldados, defprezandoo, ed’elleefcar- ™ ** ieJhen~
necendo, o veftio de huã roupa refplandecente, e o tornou a enviar
a Pilatos.
12 g E ’no mefrno dia fe fizéraó Pilatos c Herodes entre fi ami-^^7.4:27.
gos: porque d’antes em inimizade hum contra o outro andavaó.
13 E convocando Pilatos a os Princepes dos Sacerdotes , e a os hMatt.iji
Magiftrados, e a o povo, difielhes: 3-
14 Aveis me apreícntado a efte homem, como que * perverte a Marc.

nenhuáculpa, das de que o acufaes, ’nefte homé acho. ^19-4


15 E nem ainda Herodes; porque a elle vos remeti: eeifaquique *
nenhuã coufa digna de morte tem feito. via >
16 Caftigálohei pois, e foltálohei.
17 i E era lhe neceífario foltarlhes a hum pela Fefta.
18 Porem toda a multidão clamouâhuã, dizendo: k Forad’aqui
com efte, e foltanos a Barrabbas.
19 O qual por huã fediçaõ na cidade feita, e por huã morte ’na/^
prifaõ lançado fora. *Ou', cia-
20 * Fallou [ lhes ] pois outra vez Pilatos, querendo foltar a Jefus. mou [lhes].
21 Mas elles çlamavaõ em contra, dizendo, Crucificado], cru­
cifica o.
22 E elle lhes difie a terceira vez : Pois que mal fez efte ? Ne-
nhuã culpa de morte ’nellc achei. Caftigalohei pois , e folta-
lohei.
Mas
«4 OS. EUANGELHO
mltavao com grandes gritos, pedindo que fofle
2; Mas elles inftavaõ fofl cfú
*
*Ou> cre- cificado. E “ feus gritos, e■ [_o:Tj dos Princepes dos Sacerdotes,
Sacerdotes * fc
est®rçavaó [aW
esforçavaõ * J mais.
2^. 24 l Entonces julgou Pilatos que fe fizefle * o que pediaõ.
Marc. 1$: 25 E loltoulhes a o que na prifaõ por huã fediçaõ e morte lança­
15. do fora,. que
. [era] o que pediaó: Porem a Jefus [/Pes] entregou á
loa. 19; 16. fua vontade.
* Ou > pe­ 26 m E indo o ja levando, tornáraõ a hum Simaõ Cyreneo, que
tição. vinha do campo, e puíeraõ lhe ás coifas a cruz, pera que apos Je-
JZ.
Marc. 1$: 27 Efeguia o grande multidão de povo, cdemulheres, asquaes
também * batiaõ "nos peitos e o lamentavaõ.
* Ou j cho- 28 E virandofe Jelus para ellas , difle: Filhas deJerufalem,
ravao. naõ choreis por my , mas chorae por vos mefmas , e por voflos
«Ipy.vi9. filhos.
--------- — +
Hof.i: 8.
-Apoc.6’.l6. 29 Porque vedes aqui, que dias vem , em que diram : Berna-
e 9:6. venturados as eíteriles, e os ventres que naõ paríraõ , e os peitos
iier.25.-29, que nao criáraõ.
1 P^.4:i7. 4o n Entonces começaráõ a dizer a os montes: Cahy fobre nosou-
ploa 191 tros j e a os outeiros: Cobrinos.
18. 3‘ 0 Porque fe ifto a o madeiro verde fazem , a o feco que fe
far'á?
33- 38.
Marc. 1$: leváraõ também outros dous, [por] malfeitores, a matar
22. cõ elle.
loa. 19:18. 33 7 E como vieraõ a o lugar, chamado a Caveira , crucificarão
r^ói. 7:60. o ali , e a os malfeitores , hum a [wao] direita , e outro á ez-
querda.
/P/;22:i9.
Matt. 2?: 34 E Jefus dizia: ^Pae, perdoalhes, porque naõ fabem o que
*35 fazem. / E repartindo leus veífidos, lançáraõ fortes.
Marc. I$ 35 E o povo eftavaolhando: E t zombavaõtambémdelle osPrin­
24
* cepes juntamente com elles,dizendo, A outrosfalvou, lalvefeago-
loat 19:23. ra a fi mefrno, fe he o Chriflo, o efeolhido de Deus.
J ------- . ---------------------- 7 — ---
t Matt. 27; “
E efcarneciaõ d’elle também os foldados, chegandofe a elle,
39-
llarc. 15: c aprefentandolhe vinagres
29. 37 E dizendo, Se tu es o Rey dos Judeos, falvate a ty mefrno.
u Matt.17
*. 38 « E eftava também por cm cima delle hum rotulo efcrito com
3 7- _ e Romanas, e Hebraicas: ESTE HE O REY
letras^Gregas,
M^.ip DOS JUDEOS.
16.
loa.!?;!?. 39 E hum dos malfeitores , que pendurados eftavaõ, blasfemava
delle
SEGUNDO S. LUCAS. Cap.XXlIÍ.
delle, dizendo, Se tu es o Chrifto, íalvate a ty mefmo , e a nos-
outros.
40 Porem refpondendo o outro reprendia o, dizendo, Nem ainda
tu a Deus temes, eftando ’na mefma condenaçaõ?
4t E nosoutros em verdade juftamente: Porque o que noíTos fei­
tos mereciaô, [ recebemos mas efte coufa nenhuã indecente fez.
41 E difle a Jefus: Senhor, lembrate de my quando vieres em
teu Reyno.
41 E Jelus lhe difle: Em verdade te digo, que hoje eftarás co­
migo ’no Parayfo.
44 x E era ja quaíi a hora fexta, e houve trevas em toda a terra, até x Matt.zy.
a hora nona. 45.
45 Eo Solfeefcurecco, jreoveodoTemplo feraígou \j>elo] meyo. Marc^ *.
46 E clamando Jefus com grande voz difle: « Pae, em tuas maós 33-
encomendo meu efpirito. E avendo dito ifto, efpirou. ?
47 a E vendo o CenturiaÓ o que avia acontecido, deu gloria a aJJ * .
j- 1 H n 1 ° Marc. 1,:

49 E eftavam de longe todosfeusconhecidos, easmulheres, que 5°


juntamente defde Galilea o aviaó feguido, vendo eftas coufas. Marc. 15:
50 b E eis que hum varaó por nomejoíeph, Senador, homem de Loa
* 19:30»
51 (Que [ nvn~\ em feu confelho, nem em [/eusj feitos avia con- 54,
fentido) de Arimathea, cidade dos Judeos, e que também o Reyno M^rí.15:
de Deus efperava. 39»

feguiraó, e o fepulcro víraó, e como feu corpo foy pofto.


$6 E tornadas ellas, aparelháraó efpecierias e unguentos 5 e repou-
faraó o Sabbado, conforme a 0 mandamento. 5’
Luc. S: lo

Aa C API-
JS« O S. EUANGELHO
Capitulo XXIV
I Vem as mulheres a 0 fepttlchro > e achao 0 vazio. 4 Dous Anjos lhes denunciai
a refurreiçaó de Chrifo. 9 D’o que as novas a os Apoftolos , e a os demais Di-
jcipulos a dar vam > porem elles 0 naocrem. 12 Corre Pedro a 0 fepulchro, Ij
Aparece Chrifto a dous Difcipulos - que hiao a Emaus , e ’no partir do pam 0 co­
nhecem, 33 A quem 0 mefmo Senhor aparece, as maós e os pés lhes moftra, e
em fua prefencia come. 44 O Jentido das Efcrituras lhes abre ■ e por fuas teffi-
munhas entre todas as gentes os conftittie > e feu Efpirito Sanflo lhes promete. $0
E abençoado os, delles fe defpede, e ao ceo fobe.
*Matt.iZ\ 1 a T7 O primeiro [dia] da femana , muy de madrugada foraõ a o
1. ’ fepulchro levando [com figo] as efpecierias que aparelhado ti-
Marc,i6fi. nhaõ, e alguãs [mais] com ellas.
1^.20; 1. 2 £ acháraõ a pedra ja revolta do fepulcro.
3 E entrando, naõ acháraõ o corpo do Senhor Jefus.
4 E aconteceo que eftando ellas difto perplexas; eis quedousva-
roens fe paráraõ junto a ellas com veftidos refplandecentes.
5 E eftando ellas muy atemorizadas, e abaixando o rofto para o
chaõ, lhes dificraõ elles : Porque a o vivente entre os mortos buf-
caes?
b Matt.16; Naõ eftá aqui, porem ja refufcitou. b Lembraevos de como vos
ei7-22 Eallou, eftando ainda em Galilea:
e2o”iS* 7 Dizendo, Convém que o Filho do homem feja entregue em
^^,8:31. maós de homens pecadores, e [que] íeja crucificado, e a o tercei-
ro dia refufcite.
e lo: 33. S E c lembráraõ fe de fuas palavras. • /
Luc. 92 9, 9 d E tornando do fepulcro , denunciáraó todas eftas coufas a os
22.
ei8:31. onze, e a todos os de mais.
ío E eraó Maria Magdalena, e Joanna, e Maria [mae] de Jaco-
bo, e as de mais [que] com ellas [eftavam], as que eftas coufas a os
8. Apollolos diziaõ.
Alarc, 16; ii E a elles [lhes] pareciaõ como defvarios fuas palavras: E naõ
Ia. as créraõ.
e loa, 20: ix e Porem levantandofe Pedro, correo a o fepulcro; eabaixan-
36. dofe, vio foos os lençoes poftos [a huã banda] e foyfe maravilhado
f-Matt 16: entre fi defte fuceífo.
12 13 /'E eis que dous d’elles hiaõ o mefmo dia a huã aldea , que
* Ch/e vem eftava dejeruíalem feflenta * eftadios; cuja nome era Emmaus:
a /er duas
léguas e n E hiam fallando entre fi dc todas aquellas coufas, que aviao
rnea. fucedido. E
SEGJjNDO S. LUCAS. Cap. XXIV 187
E aconteceo que indo elles entre fifallando, e perguntandofe
hum a o outro , go mefrno Jefus fe \_lhes"\ achegou, e com elles gM^/.iS:
hia. 20t
16 Mas feus olhos eraõ reteudos, para que o naó conheceflem. Luc.2 ^6.
17 E diflelhes: Que praticas faõ ellas que, indo andando, entre
vosoutros trataes, e triftes eftaes?
iS E refpondendo o hum, cujo nome era Cleophas , diflelhe:
‘Tu fó es peregrino cm Jerufalem, e naõ fabes as coufas que ’nella
eftes dias fucedido tem ? 1: Luc 7:16.
19 E elle lhes difle: Quaes? E elles lhe difleraõ, As tocante a 4;ç19*
Jefus-Nazareno, h o qual foy varáõ Propheta, poderofo em obras i a&.18. e6:
1:6.
e em palavras diante de Deus, e de todo o povo. k Matt.13'.
20 E como os Princepes dos Sacerdotes, enoflos Princepes a con­ 8.
denação de morte o entregáraõ, c o crucificáraõ: Marc. 16:
21 E nosoutros efperavamos que elle era i o que a Ifraêl avia de lo.
redemirj Porem ainda de mais de tudo ifto, hoje he ja o terceiro loa. 2o- 18.
dia deíde que eftas coufas fucedido tem. / J'<77.50:6.
22 k Ainda que também alguas mulheres d’entre nosoutros nos e- Lhil.i-,e S3'.S-
7.
fpantaram, as quaes de madrugada a o fepulcroforaõ : Hebr.it 2.
2J E naõ achando feu corpo, vieraõ, dizendo, Que também tin- 1 Ped.i.u,
haõ vifto'viíaõ de Anjos, què dizem que vive. w Gen.y,
24 E foraõ alguns dos que com nofcoeftam a o fepulcro, e acháraõ 1$
[/er] afli como as mulheres tinhaó dito: Poremaelle, naõ[/]víraõ. e26\4 e 21:18.
2-5’ E elle lhes difle: O nefeios, e tardios de coraçaõ , pera crer e 4$>: lo.
a tudo o que os Prophetas falláraó! Deut, 18:
26 /Por ventura naõ convinha padecer o Chrifto eftas coufas, e IS.
em fua gloria entrar? »p/. 132:
27 rn E começando de Moyfes, e n de todos os Prophetas , lhes ii.
declarava em todas as Elcrituras o que delle [ejcAto] eftava.
28 E chegáraõ á aldea a onde hiam j e elle fe houve como que ^9:5. «’4o: 10;
^ainda'] hia mais longe. ler. 23:5.
29 ò Eellesoconftrangéraõ, dizendo, /•Ficatecónofto; porque e3V 14.
ja vae fendo tarde, e ja o dia fe abaixou: E entrou pera com elles Ezech. 34;
fe ficar. 23.
30 E aconteceo queeftandocom elles mefa} aflentado, toman-
doopaõ, [ojbenceo; e partindo [0], lho deu. ji/S~2o*
31 E os olhos fe lhes abriraõ, e conhecerão 05 c elle fe lhes de- oGeni^ 3*.
fapareceo. * fAã.i6;'
32 E diziaõ hum a o outro: Por ventura naõ eftava noflo cora- 15.
I$i OS. EUANGELHO
çaõ em nos ardendo, quando pelo caminho nos fallava , e quando
as Efcrituras nos abria?
33 E levantandofc na mefma hora, tornáraó fe a Jerufalem, c
acháraõ congregados a os onze, e a os que com elles eftavaó.
51 Cor. 15.- 34 Que diziaõ: Verdadeiramente o Senhor refufcitou , ?ejaa
Simaõ apareceu.
35 E elles contáraõ as coufas que no caminho \_lhes fucedérao'}: c
como delles ’no partir do pam conhecido fora.
rMarc.ió: 36 r j? foliando elles d’eftas couías, o mefmo Jefus no meyodVlles
19 fe P°s’ c Hies difle • Paz feja com v°fc°-
1 Cor. *15:5 37 E efpantados elles, e muy atemorizados , penfávaõ que viaõ
algum efpirito.
38 E ellelhesdifle: Porque eftaes turbados, eporquefobem [taes]
penfamentos em voflos coraçoens?
39 Vede minhas maõs, e meus pees, que eu mefmo fou. Apal-
pae me, e vede, que o efpirito naõ tem carne nem oíTòs, como vos
floa. 2i: vedes que eu tenho.I
10. 40 “ '
E dizendo '■
' ifto, lhes moflrou as maõs, e os pees.
*Ou, dé- 41 E naõ o crendo elles ainda de gozo , e.maravilhados , difle­
vau,
lhes: ./ Tendes aqui alguá coufa que comer?
t 4i Entonces elles lhe * apreíentáraõ parte de hú peixe aflado, c
11. de hum favo de mel.
e 17: 22» 43 O que elle tomou, e diante de feus olhos [0] comeu.
elo: 18.
Marc.81$ 1. 44 E diflelhes: t Ellas faõ as palavras que vos difle, eftando ainda
*9‘. 31. 'com volco: que convinha fe cumpriflem todas as coufas que na Ley
«>10:33. de Moyfes, e [W 2 3 Prophetas, e[ I ’«w]" Pfalmos;, de my eferitas
Luc, 9:22. eftáõ.
e 18:?i. 47 Entonces lhes abrio o fentido, pera que as Efcrituras enten-
el4: 6 deflém.
u P/, 22:7.
17: 3. 46 E diflelhes: » Afli eftá efcrito, e afli convinha que o Chrifto
x Aã, j 3: padecefle, e a o terceiro dia dos mortos refulcitafle:
48. 47 E em feu nome arrependimento * e remifláõ de pecados em
11^2:12, todas as gentes fe prégaflé 3 y começando de Jerufalem.
y.48- E 1 - couías fois
- deftas ' - vosoutros teftimunhas.
X loa, 14: 49 ~ E vedes aqui, a promefía de meu Pae fobre vosoutros envio:
24.
f 1$. 24. a Porem vosoutros
. ’na, cidade
. de Jerufalem vosficae, atéquedoalto
e 16:7. com PotenCia reveíhdos lepes.
Aã. 1:4, 150 E levou os fora até Bethania j e levantando fuas maõs, os
1:8. abendiçoou.
4^1:12. 5i c E
SEGUNDO S. LUCAS. Cap. XXIV 1S9
Çi c E aconteceu que, abendiçoando os elle, deíles íe apartou, c Marc. 16:
e foy recebido a riba ’no ceo. 19.
5- E adorando o elles, tornaraÕ fe com grande gozo a Jeru-
falem.
Ou, W
fempre ’no Templo, louvando e bendizendo a Deus. *
5} E eftavaõ * *
Amen. o tempo.
Fim do SanEto Euangelho Segundo S. Lucas.

O S A N C T O
EUANGELHO
De noflo ■<
SENHOR

E S U C H R I S T O
SEGUNDO
S. JOAÓ.
Capitulo I.
I Defcreve fe a peffoa de Chrifto 3 e moElra fe fer elle a eterna Palavra de Deus 3
verdadetro Deus 3 Criador de tudo > e a vida e luz dos homes _> principalmente dos
que 'nelle crem. 14 E de como efta Palavra encarnou-) 1$ DáfoaÕ Bautiffa te-
ftímunho da dignidade de fua pejfoa e,officio. 2 3 Como também de fua própria vo-
caçao. 29 Moflra ainda como Chrifto'he 0 Cordeiro , e 0 Filho de Deus, $1 O
que fe lhe notificou pela defcença do Efpirito SanEto fobre elle. “tf Porcujotefli-
manho dous Difcipulos de JoaÕofeguem, 41 Dos quaes André > hum deíles 3 tam-
bem a Simaó feu irmaõ a Chrifto traz, 43 O qual 0 nome de Pedro lhe da. 44
E chama a Philippe 3 q a Nathanaél lhe traz} Nathauaél por Filho de Deus o
confejfa, e 0 Senhor por feu Difcipulo o aceita.
£
1 a XJ o principio era a Palavra, e a Palavra eftava a par de Deus, 22>*
e a Palavra era Deus. i loa. i; i;
Aa 3 1* Efta£iiMi:i.
O S. EUANGELHO
oloã 17! 2 c Efta eftava ’no principio a par de Deus.
iGcn. 1:3. 3 ^Por efta foraõ feitas todas as coufas, e femellafcnaofezcoufa,.
F/. 33-6. nenhuá do que feito foy.
£^7.3:9. 4 e ’Nella eftava a vida, c f a vida era a luz dos homés.
Col, I z 6
Hebr. I*. 2. , 5 ~g E a luz nas trevas refplandece: c as trevas naõ a comprehen-
e loa. 5:26. deiao.
6 h Houve hum homem enviado de Deus, cujo nome era Joaõ.
floa 8:12. 7 Efte veyo por teftimunho, pera que da luz teftificafle, peraque
*9- T- todos por elle creflcm.
«> i2:4í. 8 Naõ era elle a luz: fenaõ peraque da luz teftificafle.
f loa. 3:19. 9 i era a luz verdadeira, que atodo homem, que’no mundo
hMal.f.l - .
Matt. 3:1. vem, alumia.
Marc. I: 2, 10'’No mundo eftava, k e por elle foy feito o mundo 5 eomundo
4. o naõ conheceo.
Luc. 3:3. 11 Ao[/?«] proprio veyo, e os feus o naõ recebéraõ.
r 7:27. 12 / Mas a todos quantos o recebéraõ , lhes deu poteftade de
loa. 1:33. ferem feitos filhos de Deus, \_convem aJaber~^ a os que em feu nome
i loa. 8:12
<>9:5> crem.
_e_____
1214^- 13 Os quaes naõ faõ gerados de fangue, nem de vontade de car-
iHeír.ii.ne, nem de vontade de varáõ, fenaõ de Deus.
<>11:3. 14 wE aquella Palavra * encarnou, e entre nos habitou: » (efua
/7/ày.$ó:5 gioria vimos, gloria como do unigénito do Pae) 0 cheyo de graça
e dede verdade.
vci‘dade.
ifedr. .4. 1$ delle teftificou , e clamou, dizendo, Efte era aquel­
Gal. 3:26
1 loa. 3:1. le de quê eu dizia: O que após my vem, antes de my he : porque
mlfay.T- primeiro que eu éra.
14. ’ 16 E í de fua plenidaõ recebemos todos também graça por
MattS‘\(> graça.
* 1:31
Luc * 17 r porque a Ley por Moyfes'foy dada : A graça e a verdade,
* Ou', foy Por Jefu Chrifto foy feita.
feita carne, ifi"A A Deus,. nunca ninguém .. o vio-, o unigénito Filho t queeftá
«^íí.17: ’no regaço do Pae, elle \_nolo} declarou.
2. 19 “Ê efte he « o teftimunho de Joaõ , quando os Judeos alguns
2 PeJr,I: Sacerdotes e Levitas de Jerufalem mandáraô, que lhe perguntaflèm :
17.
tColojf. 1: Tu20quem es?
E x confeflou, e naõ negou, c confeflbu, Eu naõ fou o Chri­
19.
e 2: 9. flo.
y Matth.y, to E
II. Marc.” - 1: 7. Luc. .3:16 loa. I! 2^ .Jo. a. Col. 2! Io> ExoJ. 20‘. I. &c. fExoJ. 33:20. Deat.
4; 12* loa. 6l 46.1 Ti;n. 6 ;16.1 loa. 4:12. t Matt. 11: 27.» loa. 5:3.x loa. 3:28. A:t. 13:29.
SEGUNDO S. JOAO. Cap.I. r9i
2T E perguntáraõ lhe: Que pois? Es tu Elias? E difle: Naõ lou. r Deut, ig»
Es tu y o Propheta? Erefpondeit: Naó. iS.
22 Difleraó lhe pois: Quem es? pera que demos repofta a os que
nos enviáraó: Que dizes de ty mefmo ?
i? Difle: * Eu fou a vóz do que clama ’no deferto ; enderéçaeo ~y*Mo;3-
caminho do Senhor, como difle o Propheta Ifayas. r
24 E os enviados, eraõ dos Pharifèos. Luc^’^'
25 E perguntáraõ lhe, e difleraó lhe: Porque pois bautizas , fe
tu naõ es o Chriflo, nem Elias, nem a o Propheta? aDeut. iS:
26 Joaó lhes refpondeu, dizendo, b Eu bautizo com agoax; mas , A8* ,
*
cm meyo de r
1 vosoutros n' quem vosoutros nao- conheceis.
elta, 1 bMattb.l:
If 3
27 Efte he aquelle que após my vem, o qual ja antes de my foy, Marc, 1:7.
do qual cu naõ fou digno de a correa da alparca lhe defatar. Luc.y. ié.
28 Ellas coufas acontecéraõ em Bethabara, da dalem do Jordaó, 1:5.
aonde Joaó bautizando ertava. eii:iá»
29 O feguinte dia vio Joaó a Jefus a elle vir, e difle : c Vedes a- Cl9:4‘.
qui o Cordeiro de Deus, que o pecado do mundo * tira. c
30 Efte he aquelle d’o qual eu difle : Após my vem hum varaó,
que ja antes de my foy: Porque ja era primeiro que eu. * Oib/o^
31 E eu naó o conhecia mas paraque a Ifraèl manifeflo foíle,/ toma.
por ifto vim eu bautizando com agoa.
32 d E Joam teftificou, dizendo, Eu vi a o Efpirito como pom- dMatth.y.
ba defeender do cco, e fobre elle * repoufou. *

H E eu naó o conhecia, mas aquelle que com agoaa bautizarme
mandou, efle me difle: Sobre aquelle que a o Efpirito delcender LlíC- E 2Í<
vires, c fobre elle repoufar , e elfe he o que com Efpirito fanélo *
bautiza. -
34 EeuJAJvi, e teflificado tenho , que efleoFilhõde Deus he.
35 O feguinte dia, eftava outra vez [4?//] Joaó , e dous de feus
Difcipulos.
36 E vendo [por ali] andar a Jefus, difle: f Vedes aqui o Cordei-/EW. ix-s
ro de Deus.' 3.
'37 E ouviraõ [Me] os dous Difcipulos dizer [aquiUo]^ e feguiraõ W * S3‘
ajefus.
38 E virandofe Jefus, e vendo os feguir, diflelhes: d,aZ"
- 39 Quebufcaes? E elles lhedifleraó : Rabbi, (que traduzido,
quer dizer, Meftre) aonde moras?
40 Diflelhes elle: Vinde, evede[»Q, Vieraó, e víraõ aonde
morava, c fleáraó fe com elle aquelle dia: Eja era quali a hora de­
cima. 41 E-
I5>J O S. EU A N G ÊL H O
41 Era André, o irmaõ de Simaõ Pedro, hum dos dous que a-
quillode Joaõouviram e íeguido o aviam.
41 Efte achou primeiro a feu irmaõ Simaõ, e diflelhe : Ja achamos
a o Meífias, que traduzido, he o Chrifto.
43 E levou o a Jefus. E olhando Jefus para elle, difle: TuesSi-
g Matt 16: maó o filho de Jonas j tu lerás g chamado Cephas 5 que fe interpreta,
iS. Pedro.
44 O dia feguinte quiz Jefus ir a Galilea, e achou a Philippe , c
diflelhe: Segueme.
h loa. 12: 45 h E era Philippe de Bethfaida , d’a cidade de André e dc
21.
1 loa. 21:2. Pedro.
46 Philippe achou a i Nathanael, c diflelhe: Achado avemos
tf 22:18. euelle~\ k de quemMoyfesna Ley eícreveo, e osProphetas, \_afaber]
tf 26: 4‘ ajefus, o filho de Jofeph, de Nazareth.
tf 49: IO- 47 E diflelhe Nathanael: Pode de Nazarethavercoufaalguãboa?
Deut.Và'. Diflelhe Philippe: Vem, evé[oj.
IS, 48 Vio Jefus vir afia Nathanael, e difle delle: Vedes aqui ver-
2 Sam. 1'. dadeiramente hum Ifraêlita, em quem engano naõ ha.
12.
Iffty. 4: 2. 49 Diflelhe Nathanael: Donde me conheces tu a my? Refpon-
tf 7= *4- deu Jefus, e diflelhe: Antes que Philippe te chamara , eftando tu
tf 9: 5* de baixo da figueira, te vi eu.
tf4o:lo>ll» 5°_ Refpondeu Nathanael, e diflelhe: Rabbi, tu es o Filho de
e 53: i,^« peus? tu es o RCy Ifraêl.
3^
*14. Refpondeu Jefus, e diflelhe: Porque te difle: Dc baixo da fi-
£2^,34: gueira te vi, crés: Coufas mayores que eftas verás.
33. 5123 E diflelhe: Em verdade, em verdade vos digo, l que d’aqui
Dan.9: X4< em diante vereis aberto o Ceo, e a os Anjos de Deusfubiredefccn-
ZtfíA.óJix.^ep fobre 0 Fflho d’o homem.
e 9:
ZGen. 2S.’
12. « Capitulo II.
* Muda Chrifto *nas bodas de Cana de Galilea a agoa em vinho. II Gfue he o
principio de feus milagres. 11 Vae a Capernaum. 13 E d'ali a JeruJalem a
Fefta da Pafchoa. 14 Lanç a fora do Templo a os que ’nelle vendiaõ J e a os
cambiadores. IS Pedem lhe os Judeos finaly e elle lhes dá a desfeita e reflaura-
fao do Templo de feu corpo. 23 Vendo muytos feus milagres, crem’nelle
* 24 Po­
rem d’elles fenaó confia , porque bem os conhecia.
1 E a 0 terce^ro dia íe fizeraó huãs bodas cm Cana de Galilea:
e eftava ali a maé de Jefus.
a E foy também convidado Jefus, e feus Difcipulos, a as bodas.
3 E
SEGUNDO S. JÒAa Cap. II. 19?
\ E faltando [0] vinho , a maé de Jefus lhe dific: 'Vinho naó
tem.
4 Diflelhes Jefus: Que tenho eu com tigo, mulher? Ainda mi­
nha hora naó he vinda.
5 Difle fua maé a os fervidores : Tudo quanto elle vos difler
fazei.
6 E eftavaó ali poftas feis talhas dc pedra, a conforme á purifica- a^iatt.7 3.
,çaó dos Judeos, em cada huã [das quaes] cabiam dous ou tres al-
:mudes.
7 Diflelhes Jefus: Enchei eftas talhas de agoa. E enchéraõ as
até riba.
8 E diflelhes: Tirac agora, ea o Meftrefala as levae, E apre-
fcntáraõ [&a].
9 E como o Meftrefala goftou a agoa feita vinho (c naõ fabia d’on-
*de era, porem os fervidores , que a agoa aviaó tirado , o fabiaó)
chamou o Meftrefala a o efpofo:
E diflelhe : Todo homem póem primeiro o bom vinho , c
quando ja tem bem bebido, entonces o fomenos j tu guar-
• dafte o bom vinho até agora.
> i Efte principio de finaes fez Jefus em Cana de Galilea , e ma-
niféftou fua gloria5 e créraõ feus Difcipulos ’nelle.
Defpois difto defcendeu a Capernaum, elle e fua maé, e feus bMatt.zw
irmaõs, e feus Difcipulos, e ficáraõ.ali naõ muytos dias. 12.
1? E-eftava perto a Pafchoa dosJudeos, e fobio Jefus a Jeru-^rf-lI:
falem.
14 b E achou ’no Templo aos que boys , c ovelhas , e pombas
vendiaõ, e a os cambiadores afléntados. *ou>ne-
cado,
i$~E feito hum açoute de cordéis, a todos fora do Templo oslan-gw/o.»
çou, [cemej também as ovelhas, e os boys; e o dinheiro doscam-mercancia.
biadores derramou, e as meias traftornou. 10,
E a os que vendiaõ as pombas diífe: Tirae d’aqui ifto , e naõ
façaes cafa de * venda, a cafa de meu Pae. 1 *d
>7 E lembráraõfe feus Difcipulos,
>tua cafa me comeu. Luc. 11:29.
18 Refpondéraõ pois os Judeos, e difleraó lhe: d Que final nos La, 6:^0,
'ínoftras de que eftas coufas fazes? eMatt.26
19 Refpondeu Jefus, E diflelhes: Derribae efte Templo , e em
itres dias o levantarei.
Difleraó pois os Judeos: [Em] quarenta c feis annos foy efte Çs’
Tem- e 15:29,
O S. EUANGELHO
Templo edificado, e levantalohás tu em tres dias?
2i Porem-elle fallava do Templo de feu corpo. .
21 Portanto, quando dos mortos refufcitou, /'fe lembraraóíèu»

P/ 7:10. 24 Mas o mefmo Jefus a li mefmo delles fe naó confiava, porquan*


eioj: 14 to a todos os conhecia.
2<* E na<> neuefiitava de que alguém do homé [fbe] teftificafie,
*20*12. £ Porque bcm fabia elle o.que ’no homem avia.
Isaa6:C4. ~“
i Enjeita Chrifo a PC/codemtts acerca da necefjidade e maneira da regeneraqao 9 E
reprende 0 de fua ignorância. 14 Com 0 exemplo da ferpente enfma que era
netejjario fer elle le vantado , pera falvar a todos os que 'nelle crerem. 18 E que
todos ôs que’nelle nao crerem, Jeráò condenados* 22 Eautiza elle e Joai no mef­
mo tempo, 25 IndignaÕ Je os Difcipulos dc Joao por verem que todos concorriao
Jlo > e fua dignidade. f E que he 0 que, afz feis, como infeis de Cbrrjl&
tem que efperar.
*.
a loa. 19 x -p avia hum homem dos Pharifèos, cuío nomé era a Nicodemus
2 9- XuJ T» ’____ J._
Princepe dos Judeos. J
2 b Efte veyo a Jefus de noite, e diflelhe: Rabbi, bem fabemos
doa. 9.16, que Meftre es de Deus vindo : porque c ninguém pode fazer elles
33. finaes que tu fazes, fe Deus com elle naó for.
d^d.io: 3 Refpondeu Jefus édifielhe: Em verdade, em verdade, tedigo,
38. * nue aquelle que naó tornar a nacer , naõ

guem tor- 4 Dificlhe Nicodemus: Como pode o homem nacer, fendo [pj
nar&c. velho ? Por ventuia pode tornar a entrar ’no ventre de fua maé, e
nacer ?
tTit.3:5. 5 Refpondeu Jefus: Em verdade, em verdade te dígo, e que a-
quelle que de agoa e de Efpirito naó nacer, naó pode entrar ’ne>
Reyno de Deus.
6 f O que he nacido de carne, carne hei e o que he nacido de
Efpirito, Efpirito he.
' 7 Naó tc maravilhes, de que te difie: Neccfiario vos he tornar
z nacer.
S O
segundo s/joao. Cap.TIr;
3 O vento a cTonde quer fopra, e ouves feu foido 5 Porem naõ ía-
bes d’onde vem, nem pera onde vae, afli he todo aquelle que hc
naeido do Efpirito.
9 Refpondeu Nicodemus, e diflelhe: g Como fe podeifto fazer? g Joao, 6'
10 Refpondeu Jefus, e diflelhe: Es tu Meftre de lfracl, e ifto 5*.
■naõ labes?
11 ^Emverdade, em verdade te digo, queo que fabemos, j 6,
falíamos-, e o que vifto temos, telíificamos; e naõ aceitaes ee 12: 8 : 28.
47.
noflo teftimunho. e 14: 24.
12 Sc coufas terreaes vos difle, c naõ credes; como crereis fe as 1 Joaõ. $ ;
cceleftiaes vos diífer? P»
13 E^ ninguém a o ceo fobio, fenaõ o que d’o ceo defeendeu; Joaõ. 6*.
o Filho d’o homem, que ’no ceo eftá. 62.
14 / E como Moyfes levantou aferpente’no deferto, w afli impor- /_Epkefa: ?.
...... 21:
ta que o Filho do homem levantado feja. 9/
1$ Peraque todo aquelle que ’aelle crer , naõ pereça , n mas a 2Z?^.tS:4.
•vida eterna tenha. mjoaõ. 8:
, 16 0 Porque de tal maneira amou Deus a o mundo , que deu a 2S*
feu Filho unigénito.; ? pera que todo aquelle que’nelle cré, naõpe-
.reça mas a vida eterna tenha. n ’
117 ? Porque naõ mandou Deus a feu Filho a o mundo, pera que <,2^.5: s.
/a o mundo condenafle; mais peraque o mundo por elle falvo fofle: f>s : jr»
18 r Quem ’nelle crer, naõ he condenado; mas quem naõ cré, iJoaÕAW.
ia eftá condenado: porquanto naõ creu’no nome do unigénito Filho ? Luc. 19 •
de Deus. 6
19 E/efta he a condenação , que a luz veyo a o mundo, e os •'’.
homens amáraõ mais as trevas que a luz ; porque eraõ más fuas *lo 4
obras. q Luc 9:56.
20 Porque todo aquelle que mal faz, aborreccaluz, c naõ vem á
luz, paraque fuas obras naõ fejaõ redarguidas. c i*:47«
21 í Mas quem obra verdade, vem á luz, para que fuasobras fe-
jaó manifeftas, que faõ feitas em Deus. f óufo
*
22 Despois d’ifto , veyo Jefus com feus Difcipulos â terra de Ju- ‘
dea; e eftava fe ali com elles, u e bautizava. ^20:31.
23 %E bautizava também Joaõ em Enon , junto a Salim , por-
«quanto avia ali muytas agoas; c vinhaõ ] e eraõ bautizados.
24 y Porque ainda Joaõ nao fora lançado na prifaõ. u Joa. 4:1.
27 Houve pois queftaõ £‘«uuáZzJ d’os Difcipulos de Joaõ , com
osJudeos, fobre a purificaçaõ< Luc.^ ,
Bb 2,2 XE
OS.ÈUANGELHO
z Matt. 3: 16 z E viéraõ a Joao, e difleraó lhe: Rabbi, aquelle que comtíJ
II<- go dalem do Jordaó eftava , a o qual tu teftimunho défte , ves aquf
Marc. i :7‘bautiza, e todos a elle vem.
~ 27 Refpondeu Joam, e difle: Naó pode o homé coufa alguã re-
J 26.34.. * ceber, fe d’o ceo dado lhe naó for.
ajoa.v.io. i8 Vosoutros mefmos me íois teftimunhas, que difle: a Eu naó
b Mal. fou o Chrifto j b mas que diante delle fou enviado.
Matth. 11: 29 Aquelle que a efpola tem, he o efpofo 5 mas o amigo doefpow
Marc 1 -2 9ue aflifte e o ouve, com alegria fe goza pola voz do efpo-.-
* Aflipois ja efte meu gozo he cumprida.
LucC\ • 17. ^°
27. 3o A elle convém crecer, porem a my diminuir.
Joa. i :2I. V c Aquelle que de riba vem , fobre todos he 5 aquelle que da1
23. terra [ww,] da terra he , e da terrafalla. Aquelle que vem do ceo3?
sJoa.Z'.^- fobre todos he.
d^caX-2O. ."2 d E afluVl° 9ue viu*c ouviu? iíTo teftificay e ninguém feu tc-
e 8: 26* ftimunho aceita.
fi2:49
* 3 3 Aquelle que feu teftimunho aceitou , efle fellou e que Deus;
e 14:10. verdadeiro he.
eRom.^4. Porque aquelle que Deus enviou , as palavras de Deus falia j.
PorAue f na° dá Deus o Efpirito por medida.
£ att .11. o Paeama a o Filho, g e todas as coufasem fuamaó [/he]deu.,
e28:18. 3^ h Aquelle que’no Filho cre , vida eterna tem 5 mas aquelle
Lw.io:22. Aue a 0 Filho defobedece, a vida naõ verá, mas a ira de Deus fobre
Joa. $: 22, elle * efta.
* 1 Joa- 5 • !©• * Gr» permanece.
€ 17 Z 2. Hebr. 2; 8. h Joa. 3:16, e 6 : 47

Capitulo IV
I Raz e bautiza Chriflo em Judea mais Difcipulos que Joao. Vae fe d*ali a
Galilea pafldndo por Samaria, e canfado do caminho defcanfa a par da hua fon­
te. 7. Pede de beber a Samaritana > e trata com ella da agoa viva. 16. Moflra lhe
como de fua vida pafladafobe > donde ella conclue > fer elle Propheta, 20. E elle
a informa acercada verdadeira adoraçam. 16. E de cemo elle era 0 Mefliasqut
avia de vir. 28. Do que ella dá parte a os moradores de fua cidade -> que logo a
elle fahem. 31. Declaya a feus Difcipulos qual era fua principal comida, e
que ja 0 tempo da efpiritual féga chegando vinha. 39. Muytos dos Samaritanot
crem nelle , pola palavra da mulher, porem principalmente pola fua própria.
43. Torna fe a Cana de Galilea > aonde da Jaude a 0 filho de hum Regulo.
I 0omo pois o Senhor entendeu que os Pharifèos ouviraõ , que
tjoa.y. 26. Jefus fazia e bautizava * mais Difcipulos que Joaó ;
2 (Ainda
SEGUNDO S. JOAÓ. Cap.IV
i (Ainda que Jefus mefrno naõ bautizava , lenaõ feus Difci­
pulos)
3 Deixou a Judea', e foyfe outra vez a Galilea.
4 E era mifter que paflafle por Samaria.
$ Veyo pois a huã cidade ae Samaria, chamada Sichar, juntoá
herdade que Jacob deu a Jofeph feu filho; 33’t
ó E eftava ali a fonte de Jacob. Jefus pois canfado do caminho, l9‘ .
fe aflentou afli junto á fonte: Era ifto quafi á hora fexta. yv^Vsx
7 Veyo huã mulher de Samaria a tiraragoa: Difle lhejefus: Da ~ ’**
'
me de beber.
8 (Porque feus Difcipulos eraõ idos á cidade , a comprar de co­
mer.)
9 Difle lhe pois mulher Samaritana: Como, fendo tu Judeo, me
pedes a my de beber, que fou mulher Samaritana ? c porque osjude- c ^-uc 9‘.‘fi»
os naõ fe communicaõ com os Samaritanos. .53
ío Refpondeu Jefus, e diflelhe: Se tu o dom de Deus conhece-
ras, e quem he o que te diz, Da me de beber j tu [a elle] lhe pe­
dirias, e elle [/ r/} agoa viva te daria.
n d Difle lhe a mulher: Senhor,’^ tu naõ tens com que tirar , dJevem.T.',.
e o poço he fundo: d’onde pois a agoa viva tens? 13.
ix Es tu mayor que noflopaeJacob, que o poço nos deu? e elle
mcfmo delle bebeu, e feus filhos, e feu gado?
B Refpondeu Jefus, e diflelhe: e Qualquer que d’efta agoa be-ejoa.6',3S»
ber, a ter fede tornará;
14 f Porem aquelle que beber da agoa que eu lhe der , para fem- fjoa.yjit,
pre fede naõ terá, Mas a agoa que eu lhe der, fe fará nelle fonte e 6 : 27-
<de agoa, que falte pera vida eterna. 35-54.
15 Difle lhe a mulher : Senhor, da me efla agoa, peraque
[mais] lede naõ tenha ,> nem aqui a tirar venha.
16 Difle lhejefus: Vae, chama a teu marido, e vem cá.
17 Refpondeu a mulher, e difle: Naõ tenho marido. Diflelhe
Jefus: Bem diflefte, Marido naõ tenho.
18 Porque cinco maridos tivefte, e o que agora tens, naõheteu
marido j ifto com verdade diflefte.
19 Diflelhe a mulher: Senhor, h vejo que Propheta es. hLutrr
20 Noflòs paes’neftemonteadoráraõ, evofoutrosdizeis, queem ?24:1o.
i Jerufalem he o lugar, aonde adorar importa. loa. 6 14 *
zí Diflelhe jefus: Mulher, creme, que a hora vem , quando 112»
nem’nefte monte, nem em Jerulalem, a o Pae adorareis.
Bt»5 « i Vos-írf’9'3-
íiJleyA.71 li k Vosoôtros adoraes o que naó fabeis; nos outros adoramos o
rí7z.ii:3. 2$ Porem a hora vem , e agora he, quando os verdadeiros ado-
ri2’iS rad°res a o Pae adoraráõ em efpirito e em verdade: Porque também
25 ; 4* o Pae a taes bufca que o adorem. ■ 11
Hsbr.jti^ *4 m Deus he Efpirito , e osque o adóraõ, em efpirito e em ver-
* Gr. he. dade importa que [/>] adorem.
mi. Cor. 3: 2$ Diflelhe a mulher: Eu fei que o Meflias vem, (que o Chriflo
fe chama;) quando elle vier; todas as coufas nos denuciará.
26 Diflelhe Jefus: » Eu fou, o que com tigo fallo.
27 E niflo viéraõ feus Difcipulos: e maraviíháraó fe de que com
huã mulher falaflè: I oda via ninguém [bhej difle : Que pergun­
tas ? ou, Que com ella falias ?
*9Uj aos 28 Deixou pois a mulher feu cântaro, e foy á cidade, e difle * á

*9 Vinde , vede hum homem , que me difle tudo quanto feito


tenho; Naõ he efle porventura o Chriflo? .
Sahíraõ pois [os] d’a cidade, e vieraõ a elle.
31 E entre tanto lhe rogavaõ os Difcipulos, dizendo, Rabbi, cóme.
32 Porem elle lhes difle: Hua comida tenho que comer, quevos-
outros naõ fabeis.
33 Diziaõ pois os Difcipulos huns a os outros: Porventuratrou-
xelhe alguém de comer?
34 Diflelhes Jefus : Minha comida he , que a vontade faça d*a-
auelle aue me enviou, e fua obra cumnra.

37. 36 E o que fega, recebe galardaõ, e ajunta fruito pera vida eter-
Luc, 10:2, na; pera que ambos fc gozem, afli o que feméa, como o que fega.
37 Porque’nifto he o dito verdadeiro; que hum he o que feméa,
e outro o que fega.
38 Eu vos enviei a fegar [0] em que vosoutros naõ trabalhafles; ou­
tros trabalháraõ, c vosoutros em leu trabalho entraftes.
39 Emuytosdos Samaritanosd’aquellacidade créraô’nellepolapa­
lavra da mulher, queteflificava, dizendo, Tudo quanto tenho feito
me difie.
40 Vindo pois os Samaritanos aelle, rogáraõ lhe que fc ficaflc cooa
elles; e ficou íe ali dous dias.
I

SEGUNDO S. JOAO. Cap. IV* o*


! 4i E créraõ ainda muytos mais por íua palavra d’elle.
42 E diziaõ á mulher: Ja naõ cremos por teu dito; ?porque nos? 1^.17:85
mefmos temos ouvido , e fabemos que verdadeiramente elle he
O-Chriílo o Salvador d’o mundo.
4? E defpois de dous dias, partio dali, e foyfe a Galilea,
44 Porque o mefmo Jefus tellificou , ? que naõ tem o Propheta<1 Matta5’
honra em fua própria patria.
45 Vindo pois a Galilea, os Galileos
coufas que em Jerufalem ’no [dia~] da Feila fizera ; porque também ' ’
elles a o ua Feita foraõ.
4$ Veyo pois Jefus outra vez r a Cana de Galilea, aonde da agoa ? loa. 2.: 1*
fizéra vinho. E ellava ali hum regulo , cujo filho eítava enfermo JI*
em Capernaum.
47 Ouvindo elle que Jefus de Judea a Galilea vinha, foy ter com
elle, e rogavalhe que defcendelle, e a feu filho curafle , porque ja
á morte ellava.
48 Difle lhe pois Jefus : /Se finaes e milagres naõ virdes , naõ/1 Cor. xi..
aveis de crer.
49 O regulo lhe difié : Senhor , defeende, antes que meu filho
morra.
50 Diflelhe Jefus: Vae, teu filho vive. E creu o homem a a pa *
lavra que Jefus lhe difié, e foyfe.
E defeendendo elle ja , feus fervos lhe fàíraõ a o encontro, e
denunciáraõ , dizendo, Teu filho vive.
$2 Perguntou lhes pois, a que hora melhorfe achara: Edifleraó
lhe: Honté a as fete horas o deixou a febre.
$3 Entendeu pois o Pae que aquella eraa mefmahora, em que Je­
fus lhe diiTe: Teu filho vive. E creu elle, e toda fua cafa.
$4 Elle fegundo final tornou Jefus afazer, quando de Judea a Ga
*
lilea veyOi

1
Zdô O S. EUANGELHO
Capitulo V
I Torna fe Chrifto a Jerufalem^ e fara. em Sabbado a hum home que avia trinta t
fito annos que efava enfermo. 8 E tomando elle jua cama efaindo fecom ella, como
o Senhor lhe mandara , osfudeos o reprendem, do que elle com Chrifto fe defende,
16. Polo que a Chrifto matarprocurao, como aquelle que o Sabbado quebrantava, e a
Deus igual fe fazia. 19. Defende 0 Senhor feu feito > e teftifica como em todas
fuas obras he igual a feu Pae , como em dar a vida * 22 Em julgar. 23 Em
divina honra aceitar. 24 Em falvar. 2$ E em aos mortos refufcttar. 31 Apela
a 0 teftimunho de feu pae. Ao de loao. 36 Eaode fuas maravilhas. 38 Re~
prende a incredulidade dos ludeos. 3 9 E remite os a que as Efcrituras esquadri­
nhem. 45 Até a as ddo mefmo Moyfes.
uLev.^XI. T^espois d’ifto, era \hum dia de} * Fefta dos Judeos , e fobio Je­
Deut.\6’.r. fus a Jerufalem.
* Ou, vi­ 2 E ha em Jerufalem á [porta~\ das ovelhas hú * tanque , que em
veiro. Hebreo fe chama Bethefda, [ej tem cinco * alpendres.
* Ou, ca­
garas. 3 Neftes jazia grande multidão de enfermos, cegos, mancos, [V]
deífecados, aguardando o movimento da agoa.
4 Porque hum Anjo deícendia a certo tempo a o tanque , e re­
volvia a agoa5 e o primeiro que nelle deícendia, defpois do movi­
mento da agoa, farava de qualquer enfermidade que tivefle.
5 E eftava ali hum certo homem, que avia trinta epito annos que
enfermo eftava.
6 Vendo Jefus a efte deitado ,-e fabendo que ja avia muyto tem­
po quê Lz/fJ jazia, diflelhe: Queres fárar?
7 Refpondeu lhe o enfermo: Senhor, naó tenho homem nenhum,
que quando a agoa fe revolve, no tanque me meta: Eem quanto eu
venho, outro antes.de my defeende.
ÍMatt.9'6. g Diflelhe Jefus: ^Levantate, toma teu catre, e anda.
7^.2:11. 9 E logo aquelle homem faro.u j e tomou feu catre , e hiafe. cE
< loa\- i4«cra Sabbado aquelle dia.
dExod.zo: 10 Difleraó pois os Judeos a aquelle que curado fora: ^ Sabbado
ío. he, naõ te he licito levar o catre.
DeuWAÍ' u Refpondeulhes elle: Aquelle que me curou, efle me difle:
ler. 17:21. qpoma teu catre, e anda.
u
*
Narci 11 Perguntáraõ lhe pois: Quem he homem quetc difle: Toma
Luc fr. 2 ’teucatre e anda?
13 E o que curado fora naó fab^a quem foflej porquejcfusfeavia
retirado, porquanto’naquelle lugar avia huã [grande} companha.
• J4 Defpois achou o Jefu$’no Templo e diflelhe: Velaqui ja eftas
faõ 5
SEGUNDO S. JOAO. Cap.V *>oi
faõ 3 e nao peques mais , porque te naó fuceda alguã coufa peyor.
15 Foy aquelle homem, e denunciou a osJudeos, que Jefus era ^4<b T
<© que o curara.
16 E por iíTo perfeguiaó os Judeos a Jefus, e procuravaó matálo,
porque fazia eftas coufas em Sabbado.
17 E Jefus lhes refpondeu: f Meu Pae’ate agora obra > e eu \tain- f joat I4.
íf»] obro. io.
18 g Poriftopois tanto mais procuravaó os Judeos matálo , por-gioa,Z'tn<>
-que naõ fó quebrantava o Sabbado , mas também dizia, que Deus
feu proprio Pae era, fazendofe igual aDeus.
19 Refpondeu pois Jefus, ediffelhes: Em verdade, em verdade hloa^o.
vos digo., que h naõ pode o Filho coufa alguã de per íi mefrno fa- e 8 •. 3 8.
zer, fe o naõ vir fazer a o Pae : * Porque tudo quanto elle fiz, o 9:4.
faz também íemelhantemente o Filho.
10 Porque o Pae ama a o Filho, e k todas as coufas que faz, lhe 1GíK 10 3o*
-■moftra: e mayores obras que eftas lhe moftrará, para que vosoutros e 14 * 9’
^17:
•vos maravilheis. kloa. 1:2.
21 Porque como a Pae a os mortos refuscita, e vivifica 5 aífi 35.
Xambem o Filho, a os que quer , vivifica. z’7; 5.
22 Porque também o Pae a ninguém julga , Z mas todo o juizo a e S 2S.
íO Filho deu. el4‘. 14'
23 Pera que todos honrem a o Filho , como honraõ a 0 Pae. m l Watt.
Quem naõ honra a o Filho, naõ honra a o Pae, que o enviou.
24 n Em verdade, em verdade vos digo , <que quem ouve minha w i.ioa. 2 :
' ' em1 23
palavra, e cre a o que me enviou, tem vida eterna,. e 0* naõ' virá
.condenaçaõ, mas paliou da morte á vida. « loa 3.18.
25 Em verdade, em verdade vos digo, que á hora vem , e ago­ e(>: 4®.
ra he , p quando os mortos ouviráõ a voz do Filho de Deus , e os 47-
*8: $1.
que a ouvirem, viviráõ. - 0 Í>UC. 2$ ;
26 Porque como oxPae tem vida em fi mefrno , afii deu também 43-
a o Filho que tiveflè vida em fi mefrno. 1- Lpbef. 2:
27 E deu lhe poder para juizo fazer , por quanto o Filho do* ho- JI.f.
mem he. 1 Tirn\ <
28 Naõ vos maravilheis difto: Porque á hora vem , 7 em que to-1
.dos os <que em os fepulcros eftaõ, íua voz ouviráõ.
29 *E fairáõ os que fizeraõ bem , á refurreiçaõ de vidaj
vida 5 e os r^».iz:2.
que fizfraõ mal, á refurreiçaõ de condenaçaõ.
30 Maõ poífo eu de per my mefrno alguã coufa fazer. Como 34 4í.
.ouço , julgo : e meu juizo he jufto 5 / porque naõ bufco/7^.6;3$.
** ~ Cc minha
201 O S. EU A N GE L HO
minha vontade , mas a vontade do Pae que me enviou.
t íw.S: 14. t Se eu de my mefmo teftifico , meu teftimunho naõ he ver *
dadeiro.
Matth. 3 I 32 u Outro ha que de my teftifica, c fei que o teftimunho , que­
17- de my teftifica, he verdadeiro.
^17: 5. 3 3 x Vos outros enviaftes a Joao , e elle teftimunho á verdade
xlw.1-.15. deu.
*
19.27 34 Porem eu naõ tomo teftimunho de homem : Mas digo iftor
y I.Ioa.y.y. pera que vos falvcis.
z loa. 10 ;
35 Elle era huã candea ardente e refplandecentc: e vosoutros vos
quifeftes por hum pouco de tempo cm fua luz alegrar.
3^ y Mas eu tenho mayor teftimunho que [/»] de Joaó. ~ Porque
as obras que o Pae me deu que cumprifie , as mefmas obras que eu
faço, teftificam dc my, que o Pae me enviou.
a Matt. 3' V a E o Pae que me enviou, elle mefmodemyteftificou. Nun­
17. ca fua voz ouviftes, nem feu parecer viftes.
e 17: 5- 38 E fua palavra cm vosoutros permanecente naõ tendes 5 por-
Marc.V.ll. qíle a o qlie epc enviou1, a efte vosoutros naõ credes.
e 9 .-7.
W7* ‘ ‘ ‘
39 c ~Efquadrinhae as Efcrituras porque vosoutros cuidaes que
Luc. 3:22. ’ncllas a vida eterna tendes, d e ellas faõ as que de my teliificaõ.
*91 35-
loa. I33. 40 E naõ quereis vir a my, pera que vida tenhaes.
e 6 : 27. 41 Honra de homens naõ tomo-:
es: 18. 41 Mas bem vos conheço , que o amor de Deus em vos rnefmos
2. Pedr. I : naõ tendes.
17. 43 Eu em nome de meu Pae vim , e vosoutros me naõ aceitaesj.
b Exod.i 3: r£ outro em feu proprio nome vier, a efte aceitareis.
20. 44 e Como podeis vosoutros crer, honra huns dos outrostoman-
Deut.4'T-Z. -
l.Tiw.fi.v do? e a honra que de íó Deus he, naõ buscaes?
I. tw.4: I 2. 45 Naõ cuideis que pàra com o Pae vos aja eu de acufar : o que-
cijai 34:16. vos acufa he Moyles, em quemvosoutros esperaes.
X/<í.i6:29. 45 ~ Porque fe vosoutros a Moyfes crereis , [tawbení] a my me cre-
rieis: f Porque de my efereveu elle.
d Deut. 1S: 47 Porem fe a feus eferitos naõ credes , como a minhas palavras
18.
Z.^-,24'2/.- crereis?
loa. 1: 45. e loa. 12; 43. fGev. j,; 1$. e 22; 1S-. e26;^ e 28 ; 14, e 18 :18^

!
SEGUNDO S. JOAO. Cap. VI.
Capitulo VI.
Tarta Chriflo com cinco paens e dous peixes a cinco mil homens"
*, 14 Que por iff
*
por Rey levantar 0 querem > porem elle fe retira* 16 Vem de noite a pé jcbre 9
mar a feus Difcipulos a 0 barco. 22 A companha 0 busca > e em Capcrnaum 0
ãii:a. 16 A qual amoefla que a comida incorruptível busque > que Jó pela fé fe
aJsa. 41 Do que os Judeos murmurae, 43 £ refpondendo Jefus > que a fé
>nelle de feu Pae vem > enfina que fua carne he a verdadeira comida e feu
fangue a verdadeira bebida que comer e beber fe deve , peva alcançar a
vida eterna. 59 Da qual doutrina muytos de feus Difcipulos em Capernaum fe
efcandalix>ao. 61 Polo que 9 Senhor 0 verdadeiro fentido de juas palavras lhes
explica, 66 Muytos de feus Difcipulos 0 deixao, 67 Pedro e os de mais Apo~
ídolos fe ficao com elle , e confeffaõ que elle tem as palavras de vida
* 70 De­
clara porem que hum d'elles era Diabo,
5 Pi espois difto partiu fe Jefus da outra banda do mar de Galilea.?
■^~que he Qo] de Tibcrias.
2 E feguia o grande companha 5 porque viaõ os finaes que ’nos
enfermos, fazia.
3 E fobio Jefus a o monte, e aífentoufe ali com feusDifcipulos.
$ b Levantando pois Jefus os olhos, e vendo que huagrande com
zn>i* zimrulri^ Num. 2S:

7 Relpondeulhe Philippe : Duzentos dinheiros de paõ lhes naó 14.


bailarão , peraque cada hum deíles hum pouco tome. Marc.
S Diflelhe hum dc feus Difcipulos , [a faber André, o irmaõ de
Simaõ Pedro:
9 Hum menino eftá aqui, que tem cinco paens de cevada, c
dous peixinhos j mas c que he ifto entre tantos? ci.Rey-4\
jo E difle Jefus : Fazei afléntar os homens 5 e avia muyta erva 43.
naquellc lugar. Aftcntáraó fe pois os homens como numero de cin­
co mil.
11 E tomou Jefus os paens, c avendo dado graça?, repartioos
a os Difcipulos, e os Difcipulos a os queafléntados eftavam j feme-
lhantemente também dos peixes, quanto queriaõ.
iz Ecomoja eftivéraõ fartos, difle a leus Difcipulos : Recolhei
os pedaços que fobejaram, peia que nada fe perca.
OS. EUANGELHO
B Recolherão os pois, e enchéraõ doze ceftos dos pedaços dV#
cinco paens de cevada,, que a os que comeram fobejáraó.
14 Vendo pois aquelles homens, o final que Jefusfizéra,difleraó
*
eLuc 7:16. e Efle he verdadeiramente o Propheta que a o mundo avia de vir.
<?24:í9. Sabendo pois Jelus que aviaó de vir , e arrebatálo , para o*
12. faZer Rey, tornou fe elle fo a retirar a o monte.
f Matt, 14:. 16 f E como ja fe fez tarde, defeendéraõ feus Difcipulos a o mar.
23- 17 E entrando no barco, vieraó da outra banda do mar a Caper-
J^3/r.ó:47. naum. E era ja efeuro, e [ainda] Jefus naó tinha vindo a elles.
18 E o mar fe levantou porquanto hú grande vento íoprava.
19 E avendo ja navegado quafi vinte e cinco, ou trinta eftadios,.
viraó a Jefus [zw-J andando fobre o mar , e chegandole a o barco
e temeraõ.
20 Mas elle lhes diífe: Eu fou, naó temae.ç.
2-i Elles pois o recéberaó de boa mente no barco > elogo oBarcó’’
chegou á terra a onde hiaõ.
22 O dia íeguinte vendo a companha , que eftava da outra banda:
do mar, que naó avia ali mais que hum barquinho, em que feus
Difcipulos entráraõ y e que Jefus naó entrara com feus Difcipulos-
?naquelle barquinho, mas feus Difcipulos, fós fe aviaó ido:
2 3 (Porem [que] outros barquinhos vieraó de Tiberias perto-do
lugar aonde o paó comeraó avendo o Senhor dado graças.)
24 Vendo pois a companha que Jefus ali naó eftava • /
, nem íèus>
Difcipulos, entráraõ elles tambem’nos barcos , e vieraó a Caper-
naum em bufça de Jefus.
25 E achando o da outra banda do mar , diíféraõ lhe : Rabbi 3»?
quandn cá chegafte?'
20 Refpondeulhes Jefus, e diífe: Em verdade , em verdade vos
•Oin/w-digo, que me bufcaes, naõ polos finaes que viftes, mas * polo panx
quedos q Ue comeftes, e vos fartaftes.
que fàrtaftes.
paens co- • — . _ _ - - -
27 g Obrae naó [po/a] comida que perece, mas [po/a] comida que-
r Ioa^\i6. Pera V^a eterna permanece> ,- aqual aqual oo Filho do homem
Filho do homem vos vos dará:
dará:
e4: 14. Porque a efte íellou Deus Pae.
f 6: 40. aS Diíféraõ lhe pois: Que faremos para obrarmos as obras de Deus ?
44- 29 Refpondeu Jefus, e diflelhes: t Efta he a obra de Deus , que
bMatt.
I7>
3: crcaes-------
’naquelle que elle
_ ..1 -
enviou.
- -
el7: $.
3 0 Diíféraõ lhe pois: ^Que final poisfazes tu, peraque o vejamos,
Marc.l: II. e te cr eam os? Que obras? V Nof-
e9t 7- Luc ; : 22. e 9 : 3 laa. 1:33. e S • 37- e S : 18. 2 Pcdr I : 17. i I. Im„ 3 : 2
kMatt, 12:38. e 16 : í. Marc, 8 ; IL, Luc. 11: 29. 1. Cor. 1:22,
SEGUNDO S. JOAO. Cap. VT.
- 31 l Noflbs paes coméraó o Mana’no deferto, cornoeftáefcrito: /ew.i<5j
w Pam do ceo a comer lhes deu. 4.14.
31 Difle lhes pois Jelus: Em verdade, em verdade vos digo, que Ni/wii:?;
naó vos deu Moyfes o paó do ceo 5 mas meu Pae vos dá overdadei-7* ^ 78
ro paó do ceo. i.O.io.^
33 Porque o paó de Deus he aquelle que d’o ceo defcende, ei
mundo vida dá.
34 Difleraõ lhe pois: Senhor, dá nos fempre [V] efte pam.
35 E Jefus ihes difle: Eu fou o paó da vida ; n quem a my vem ,
cm maneira nenhuá terá fome j e quem em my cré, nunca terá lede»4: i4»
36 Mas ja vos tenho dito, que também, meviftes, enaõcredes. e7»
37 Tudo o que o Pae me da , a my virá 5 e a o que a my vem,
em maneira nenhuá fora o lançarei.
38 Porque eu defeendi do ceo , 0 naó para minha vontade fazer, 01
fenam a vontade d’aquelle que me enviou» M^r‘ j «.
39 E efla he a vontade do Pae que me enviou , p que de tudo ;6 *
quanto me deu, nada perca, mas que’no ultimo dia o refufeite. £^.22:42,
4° E ella he a vontade d’aquelle que me enviou , 7 que todo ^5^ 3°«
aquelle que a o Filho vé , e’nelle cré , vida eterna tenha j e eu o 10 1
refufcitarefno ultimo dia. , r
41 Murmuravaó pois d’elle os Judeos, porque diflera : Eu fou o ei8i\‘
paó que d’o ceo delcendeu. qiOa
42 E diziam: r Naó he efte Jefus, o filho de Jofeph, * cujospae m: 14.
e maé-nosoutros conhecemos ? Como pois diz eíte : D’o ceo def- * 6:27;
cendido tenho ? 84
43 Refpondeu pois Jefus, e difielhes: Naõ murmureis entre vos- r
outros, , . J/Xcó:?.
44 J Ninguém pode vir a my , fe o Pae que me enviou , o naõ *Gr. Cujo.
puxar: e eu o relulcitarei’no ultimo dia.
45 Efcrito eftá’nos Prophetas: t E feráõ todos enfinados de Deus. loa. 6-. ó$\
Afli que , todo aquelle que do Pae [jQ ouvio , e aprendeu , efle a1 ^at- 54 >
myyem. ~ ~
4$ u Naõ que alguém a o Pae vifie , fenaó aquelle que de Deus
he j efle a o Pae vifto tem, eioútf;
47 Em verdade, em verdade vos digo,, * que aquelle em my cré u Matt,11;
tem vida eterna. 27.
48 Eu fou o paó da vida. -Lw.iojxz.1
' - - - ~ '
49 j> Voflos paes coméraó o Mana’no deferto, e morréraõ. - loa. 1: 18.
Cc 3 $o Efte *7: 2 9»
xjoa, j; ló; 36. y Exod, ió Num
* II: 7. 'Pjalm, 78 ; 24,
OS.ÊUANGÉLHO
Èfte he o pam que d’o ceo defcende,. pera que o homem delle
coma, e naó morra.
si Eu fou o paõ vivo, que d’o ceo defcendeu5 z fe alguém deite
26 .paó comer, para fempre ha de viver, a- E o paó que cu hei de dar,
carne, aqual hei de dar pola vida do mundo.
52 Contendiaõ pois os Judeos entre fi, dizendo, b Como nos
pode efte dar [fta] carne a comer?
53 Jefus pois lhes difle: Em verdade, em verdade vos digo, que
fe a carne d'o Filho do homem naó comerdes , e feu fangue [vao]
beberdes, naõ tereis vida em vos mefmos.
è Ioa. 3:10. c Quem come minha carne , e bebe meu fangue , tem vida
14. eterna, e eu o refufcitarei’no ultimo dia.
: -7. $5 Porque minha carne verdadeiramente he comida; c meu fan-
40, gue verdadeiramente he bebida.
0 Quem come minha carne, e bebe meu fangue-, cm my per *
manece, e eumelle:.
57 Como o Pae vivente me enviou , c eu vivo pelo Pae ;
quem a my me come, também por my ha de viver.
^1^3:13. 5s Efte he o paó que do ceo defcendeu. Naõcomo voífospacs,
que comeraó o Mana, emorreraó; quem efte paõcomer, parafem­
pre ha dc viver.
59 Eftas coufas difleelle’naSynagoga, enfinandoemCapernaum.
60 Muytos pois de feus Difcipulos, ouvindo [z/0, ] difleraó:'
Dura he efta palavra; quem a pode ouvir?
6í Sabendo pois Jefus em fi mefmo que feus Difcipulos difto
murmuravaô, diflelhes: Ifto vos efeandaliza?
eMarc,i6; 6z e \f£ue feria] pois fe vifleis a o Filho do homem fobira onde
Luc -y • c^ava primeiro ?
loa. *1313 Efpirito he o que vivifica , a carne para nada aproveita j
Aã. 1:9. as palavras que cu vos digo , efpirito e vida faõ.
Ephef4:8. 64 Mas alguns de vosoutros ha , que naõ crem. g Porque bem
fi.Cory.ó. * •
fabia Jefus ja desdo principio, quem eraõ os que naõ criaõ , h e
g loa.x\ 25. quem era o que o avia de entregar.
9 ÍT’ E dizia- 1 P°r iflb vos tenho dito, que ningue a mypode vir,
?I^
6
* ,44 de meu Pae lhe naó for dado.
4 ' ' 66 Desd’entaó fe tornaraõ muytos de feus Difcipulos a tras e ja
naõ andavaó com elle.
67 Aífi que difle Jefus a os doze: Por ventura quereis vos vosou­
tros também ir?
*
9 Rcfpon
SEGUNDO S. JOAÕ. Cap.VIL ío7
63 Refpondeulhe pois Simaõ Pedro : Senhor, a quem iremos ?
Tu as palavras da k vida eterna tens.
69 E ja nos outros cremos, e conhecemos, /que tu csoChriilo, bMatt. ió;
o Filho do Deus vivente. i<s.
70 Jefus lhes refpondeu: m Naõ vos efeolhi eu doze j e hum de
vosoutros Diabo he? tTin°
*
71 E \jfio~] dizia elle de Judas de Simaõ Ifcariota j porque eilc wL/íf.6:iL
o avia de entregar, o qual era hum dos doze.

Capitulo VII.
5. Andado lefius em Galilea amocflaÕ 0 fins irmãos ■> que a lerufalem á Pcfla das
Cabanas va. 6 O que por entonces recufa. Io Mas fiegue defpois de alguns dias
em figredo. 14 Enfina no Templo, e defende por boa fua doutrina, como tam­
bém jeu milagi e feito em Sabbado. 25 Das diverfas opinioens que 0 povo delle
tinha. 30 Polo que alguns procurao prendélo , mas nao podem. 32 Mandam
es Princepes dos Sacerdotes > ? os Phardeos ■> feus fervidores a 0 prender, 33 Ame-
aça a os incrédulos Judeos ■> que defpois 0 nao achariao. 37 Convida a fi a todos
os fiedentes 3 e promete 0 Efpirito Saneio a os quenclle crerem. 40 t)o que nu
companha dijfienjaò nace. 45 Tomaò fie os fervidores fem prefo 0 trazer, e lo»-
vao fiua doutrina. 47 Indignados dliffo os Pharifeos, iiquriao a Chrislo, e a o
povo. 5 o Nicodemus os contradiz., e avendo difienfiao entre elles, vaõ fi.

2 P despois d’iílo , andava Jefus em Galilea ; que ja naõ queria


andar em Judea, por quanto os Judeos procuravaó matálo.
a E citava ]a perto, a Feita das a Cabanas dos Judeos. aEev.z^
3 Difleraõ lhe pois feus irmaõs: Paflâ te daqui, c vaete a Judea, 341
pera que também teus Difcipulos vejaõ * as obras que fazes. *Qu>tuas...
4 Que ninguém , que procura fer fallado , faz alguã couía em
oculto. Se ellas coufas fazes, manifelta te a o mundo.
5 Porque b nem ainda feus irmaõs ’nellc criaõ. b Marc. 3 ♦
"6 Diffelhes pois Jelus : Meu tempo ainda naõ he chegado 5 mas -*♦
voflo tempo íempre eftá prelles.
7 c Naõ vos pode o mundo aborrecer a vosoutros , mas a my me 1^.14:17»
aborrece, porquanto d’elle teílifleo, que fuas obras d faõ más. <? 15:
S Vosoutros fubi a eíta Feita: Eu naõ luboaindaa ella Feita, dloa.y.i
* porque ainda meu tempo naõ he cumprido. *
eloaSiZQ
ç E avendolhes dito iíto, fleoufe em Galilea.
10 Mas avendo Ices irmaõs ja fubido, entoncesfubiu elle também
á Feita, naõ manifellamente, mas como em oculto.
n Bulcávaõo pois osJudeos’naFeita, ediziaó: /Aonde eílá elle?/í^,n:$^
Ui E
M OS. EUANGELHO
12 £ E avia grande murmuraçaõ d’elle’nas companhas. Alguns
eio: 19- diziaõ: b Bom he ; e outros diziaõ : Naõ , antes engana a com-
b-Matt.iv, panha,
4^- ’ h Toda via ninguém fallava delle abertamente, í com medo dos
Luc. 7: 16- juc|g0s
^7: 40. *4 P°rem ?no meyo da Fefta fobiu Jefus a o Templo, c enfinava.
iloa.i:n- *5 E maravilhavaõ fe os Judeos, dizendo, Como fabe efle * as
<> 12:41- Efcrituras, naõ as avendo aprendido?
e 19138. 16 Refpondeulhes Jefus, e difle: k Minha doutrina naõ he mi-
* Ouj /<?- nha, fenaõ d’aquelle que me enviou.
iloa^'ii 17 $e aISuem Qu^er Lizer fua vontade, da \r»efma\ doutrina con-.
r S ♦ 28. hecerá, íe de Deus he, ou fe eu de my mefmo fallo.
e 12:49. lS Quem falia de fi mefmo, fua própria honra bufca; masquem
€ 14:10. bufca a honra d’aquelle que o enviou, eífe he verdadeiro, e naõha
a4. hielle injuftiça.
/E^.20.1. Naõ vos deu Moyfes a Ley , c ninguém de vosoutros aLèy
<>24: 3.faz? w Porque me procuraes matar?
-^.7:53. 20 Refpondeu a companha, e diífe: « O Demonio tens ; quem
mMatt.n. £e procura matar?
Marc v6 21 ReÍPondeu Jefus, e diífclhes: Huã obra fiz, e todos vos ma-
18. ravilhaes.
<>10:39. 22 P°r Moyfes vos 0 deu a circuncifaõ (naõ porque de Moy-
c n: 53. fes feja, mas p dos paes) e em Sabbado a o homem circuncidaes.
is? Joao. 8: 23 Se o homem em Sabbado a circuncifaõ recebe, peraqueaLey
48. 52. de Moyfes quebrantada naõ feja; indignaes vos comigo, porque em
rio:20. ga5baJ0 a tojo hum homem curei?
P Gen. 17 ; 24 ? Naõ julgueis fegundo a aparência, mas julgae juílo juizo.
lo. * Diziaõ pois alguns dos de Ierufalem: Naõ he efte aoquepro-
$ Deuti i ♦ curaõ matar ?
16,17. 26 E eiíaqui livremente falia, e nada lhe dizem: Porventura fabé
Prov. 24: verdadeiramente os Princepes, que efte o Chrifto he?
7^2-i 27 r Mas bem fabemos d’onde he: Porem quando o Chri-
vMatt 13- v^r9 ninguém faberá d’onde he.
2,8 Clamava pois Jefus’no Templo, enfinando , e dizendo : Ea
Marc. 6:3. my me conheceis, e d’onde fou fabeis ? E/eu de my mefmo naõ
Luc. 4 22. vim > t mas aquelle que me enviou , he verdadeiro , a o qual vos-
/7^-S:43- outros naõ conheceis.
t 7^1s:2ó'. 29 Porem u eu o conheço , porque d’elle fou , c elle me en-
Pom. 3.: 4. VÍOU.
x
SEGUNDO S. JOAO. Cap.VII.
30 x Procuravaó pois prendélo, mas ninguém d^elle maólançou, xMaw.Tii
porque ainday fua hora vinda naõ‘era. " 18. I
31 - E da companha muytos ’nelle créraÕ , e diziaõ : Qiian- £'/CI9:*47
do o Chriflo vier, fará ainda mais finaes do que os que efte feito 1Qeaz°
íem? 1 /s 37 *
3* Ouviráõ os Pharifeos que a companha d’elle eftas coufas mur- y
rnurava: emandarao os Pharifeos , e os Princepes dos Sacerdotes, zloaà 30.
fervidores a prendélo.
33 Difle lhes pois Jefus: Ainda hum poucodetempo ccm vofco^Z^iénó.
-eftou, e [entaõ] me irei a aquelle que me enviou.
34 b Bufcarmeheis, e naó [me] achareis 3 e a onde eu eftou, vos- £>loa. 8 21.
■outros vir naõ podeis. * *3 ‘ 3E
35 Difleraõ pois os Judeos huns para os outros: Aondefeiráefte,
-que naõ o acharemos ? Porventura ir fe ha a os efpargidos entre os
Gregos, e a os Gregos eníinar?
36 Que dito he efte que difle : Bufcarmeheis , e naõ [me] acha-
íeis; e aonde eu eftou, vosoutros vir naõ podeis?
37 E ’no c ultimo e grande dia da Fefta , fe pós Jefus empe , e cLevit.i^
clamou, dizendo, Se alguém tem fede, venha a my, e beba. 3^-
38 Quem cré em my, como e a Efcritura diz, rios de agoa viva^*
'^ :I.
de feu ventre manarao. . ^022-i7«
39 (E ifto difle elle f do Efpirito que aviao de receber aquelles eifai.VL-. 3.
que’nelle creflem. Porque ainla o Efpirito fan&o naõ era [vindo,] flfoi.w-3
*
por quanto ainda Jefus naõ era glorificado. íoèl. 2:28»
40 Afli que muytos da companha, ouvindo efte dito, diziaõ: J7»
g Verdadeiramente efte o Propheta he. gMatt.iv.
41 Outros diziaõ: h Efte he o Chrifto : E outros diziaõ : Vira T
pois de Galilea o Chrifto ? . 7; l4‘
42 Naõ diz a Efcritura , que k da femente de David, e da aldeahioaÀ 42.
de /Betlehem, j/’J onde era David, ha de vir o Chrifto ? iloa, 1.47»
43 Afli que avia diflènfaõma companha por amor d’elle. kPjal. 132.
44 E alguns d’elles o queriaõ prender, mas ninguém maõ delle II*
lançou.
4$ Vieraõ pois os fervidores a os Pontífices e Pharifeos; e elles
lhes difleraõ: Porque o naõ trouxeftes?
46 Refpondéraõ os fervidores : Nunca homé nenhú afli fallou,
como efte homem.
47 Refpondéraõ lhes pois os Pharifeos: Eftaes vosoutros também
enganados?
<8 in Por
OS. EUANGELHO
48 m Por ventura cretfnelle algum dos Princepes , ou dos Pha.-
18. rifeos ?
Joa.12:42. 49 Senaó efta companha, que naó fabe a Ley, maldita he.
X. Cor.i :2O. 50 Diflelhes Nicodemus , o que n a elle de noite viera , que era
02:8.
0loa.3 : 2. hum delles..
51 0 Porventura julga nofla Ley a o homem , fem primeiro o
oExa^i. ouviry e o que faz entender?
Levit. 19 ; 52 Refpondéraõ elles, e difleraó lhe: Es tu também de Galilea.?
15. Efquadrinha, e vé, que nenhum Propheta de Galilea fe levantou^.
Deut 1:17. 5 > E foy fe cada hum para fua caza *
e 17 : 8.
<? 1£; 1$.-
Capitulo VIII.
1 Enffna Chrifto pelamanhaa cedo ’no Templo♦ 3. Aonde os Escribas e Phari/êot
huã mulher achada em adultério lhe trazem
* 7 Porem elle os confunde escrevei
do^iochao J e amoe/lando á mulher , a despede
* 12 Enffna Jer elle a luz do mundo,.
13 E defende fe contra os Pharifèos y affi com feu proprio teftimunhocomo com
0 de feu Pae, 21 Protefta a os Judeos que de balde 0 bujcaráo, e que em jèus
pecados morreráõ, fe ,nelle nao crerem
* 2Ç. -Mostra de quem he, e de quem en-
liado. 31 Promete a os que nelle crem a noticia da verdade , e a liberdade da-
firvidao dopecado. 37 Prova que os incrédulos Judeos injuftamente fe gloriao
de filhos de Deus e de Abraham ferem-, e lhes denuncia , que filhos do Demonio
fam, porquanto feus defe\os cumprem. 4b Reprende fua incredulidade. 48 So­
bre 0 que os Judeos 0 infuriao, chamando lhe de Samaritano , e de que 0 De~
wonio tinha. 49 O que ellene^a e refuta. $0 E teftiffcaíque Abraham feu.
dia vira. e que ja antes dl elle era.. 59 Polo que apedrejar 0 querem
*

i "porem Jefus fe foy a o monte das Oliveiras.


2 E pelamanhaã cedo tornou a o Templo > e todo o povo
Veyo a elle: e aflèntando fe, cníinava os.
3 E trouxéraõ lhe os Efcribas e Pharifèos huã mulher tomada em
adultério :
4 E pondo a’no meyo, différaó lhe: Meftre, eftamulher foy to-
mada’no mefmo feito, adulterando.
jt Lev> 20 i 5 * E’na Ley nos mandouMoyfes,que as taes apedrejadas fejaõj
10. Tu pois que dizes?
Deut. 22; 6 E ifto diziaõ elles, atentando o, para que tivefté de que o acu-
22.
far. Mas inclinando íe Jefus, efcrevia com o dedo em terra.
7 E como perfeveraflem perguntandolhe, endereitoufe, e difle»
bDeut.v?\ lhes: h Aquelle que de vosoutros fempecado eftáx 0 primei»
*-
A? ro aue pedra contra ella atire»,
4 i*v ' S-E
SEGUNDO S. JOAO. Cap. VIII.
3 E tornandofe a inclinar, efcrevia em terra.
9 Porem ouvindo elles e redarguidos da confciencia, fai-
raõ fe hum a hum , começando dos mais velhos até os últimos 5 e
flcou ló Jefus, e a mulher que’1.0 meyo eftava.
'* * Ou, dct-
10 E endereitando fe Jelus, enaõ vendoaningue mais que a mu­ xárao a JeJu^
Ja
lher, diflelhe: Mulher, aonde eftaõ aquelles teus acufadores? Nin­ Gr. foi
guém te condenou? deixado
11 E difle ella : Ninguém, Senhor. E difle lhe Jefus : Nem fó Jefus.
eu também te condeno j vae te, e 0 naó peques mais. c Ioa.<)\ l^
12 Falloulhes pois Jefus outra vez , dizendo, d Eu fou a luz do d IJai, 42 í
mundo j quem me feguir, naõ andará em trevas , mas terá lume loa.16,1:9.
>de vida. e 9 : Ç.
H Difleraõ lhe pois os Pharifeos : Tu de ty'mefrno teftiíicas, e 12: 357
teu teftimunho naõ he verdadeiro. 3^.
14 Refpondeu Jefus , e diflelhes : s Ainda que eu de my mefrno eloa'
teftifico, meu teftimunho he verdadeiro ; porque fei d’onde vim,
e para onde vou : porem vosoutros naõ fabeis donde venho, nem
para onde vou.
15 Vosoutros fegundo a carne julgaes , eu naõ julgo a ninguém.
16 E íe eu também julgo, meu juizo he verdadeiro: Porque naõ
fou eu fó, mas eu, e o Pae que me enviou.
17 f E também em voflá Ley eftá eícrito, que o Teftimunho de/Nm. 3V.
dous homens he verdadeiro. 3o-
18 Eu fou o que de my mefrno teftifico,e [também] de g my tefti- j *
■fica o Pae que me enviou. , Matfh. 18;
19 Difleraõ lhe pois: Aonde eftá teu Pae? Refpondeu Jefus: I($. ’
h Nem a my me conheceis, nem a meu Pae: * Se vos a my me co- z,Cor.iy,i}
nhecéreis, também a meu Pae conheceríeis. HeA.io:28.
20 Eftas palavras fallou Jefus junto a o cofre d’o thefouro , enfl- S Matt. 3»
nando ’no Templo; e ninguê o préndeo , porque ainda fua hora
naõ era chegada. Marc.iwi.
21 Diflelhes pois Jefus outra vez: ZEu me vou, e bufcarmeeis, e
cm voflo pecado morrereis: Aonde eu vou, naõ podeis vosoutros vir. iwr.j .-22.
22 Diziaõ pois os Judeos: Porventura ha fe de matar a flmefmo, *9 :
^juediz: Aonde eu vou, vosoutros naõ podeis vir? loa-1; 33 *
23 Edizialhes: m Vosoutros fois de baixo, eu fou de riba5 vos-
outros fois d’efte mundo, eu naõ fou d’efte mundo. loa
v 24 Por ifto vos difle, n que em voflos pecados morrereis j porque ijoa, 14:9.
Dd 2 fe kjoa^^
3F e 13 :i3« mjoa,y. 31. njoa, S
OS.EUANGEL-HO
fe nao crerdes que eu fou , em voífos pecados morrereis.
25 Difleraó lhe pois : Tu quem es? Jefus lhes difle : O^que ja
desdo principio também vos digo.
Muytas couías tenho que dizer e julgar de vosoutros : Mas
»loa"'. 28. o verdadeiro he aquelle que me enviou 5 p e eu o que d elle tenho
Rom. 3:4- ouvido ? iflo fallo a o mundo.
ploa.i: 27 naó entenderão que lhes fallava do Pae.
^Num.zv. 2S Diflelhes pois Jefus : 7 Quando levantardes a o Filho do ho-

' ’ 4, fmo: r Mas iflo digo como meu Pae m’o enflnou.
Joa. 3: i4- 29 fE aquelle que me enviou , comigo eflá. Naó me tem o
eix: 32. Pae deixado fó, porque fempre faço o que lhe agrada.
rJoa.y.11. go Fallando elle ellas couías, t créraõ muytosVielle.
f 7-’ gi Dizia pois Jefus a os Judeos que elle criaó : Se vosoutros
g i4-io.’em minha palavra permanecerdes, verdadeiramente meus Difcipu-
24. * los fereis.
Joa. 14: $2 E a verdade entendereis, » e a verdade vos libertara.
ioí 33 Refpondéraó lhe: * Semente de Abraham fomos, e nunca a
ei6
*. 32. ninguém íervimos; como dizes tu Libertos lereis?
/^.7:31. 34 RcfpOndeu ]hes Jefus : Em verdade , em verdade vos digo
* R°'n* • que todo aquelle que pecado faz, }' fervo do pecado he.
Galat.^: i. h E o lervo naó fica em cafa para lempre , o filho pera fem
J. Pcdr. 2: pre fica. .
o Filho vos libertar, verdadeiramente libertos
Matt .3*9 • fereis.
-y Rom. 6 ; 37 Bem fej qUe femente de Abraham fois> Porem procuraes ma-
2.P°72-i9 tarme, porque minha palavra em vos naõ cabe.
z,Rom.8:2. a Eu, o que junto a meu Pae vi, fallo 3 e vosoutros, o
4 Joa.y.u. que também junto a voflo pae vifles, fazeis.
í7:’i6. 39 Refpondéraó, e difleraó lhe: Noífo pae he Abraham. Difle-
<11:49 lhes Jefus : Se filhos de Abraham fôreis , as obras de Abraham
ei4.10 fizereis.
4o Porem agora procuraes matarme, homem c que vos tenho
fallado a verdade, que de Deus ouvido tenho : Naó fez iflo
<>9:7. Abraham. '
*1^.17:17. 41 Vosoutros fazeis as obras de voflo pae. Difleraó lhe pois: Nos-
outros naõ fomos nacidos de fornicaçaõ j hum Pae temos, [a/àkr]
Deus.
42 Diífe lhes pois Jefus; Se Deus voífo Pae fora, verdadeiramen
te
SEGUNDO S. JOAO. Cap. VIII. 2^
te me amaríeis : Porque eu de Deus fahi, c venho $ d que de my djoa.<\^
mefrno naó vim , porem elie me enviou. *• *7 :
43 Porque naõ entendeis minha lingoagem ? Porquanto minha
palavra ouvir naõ podeis.
44 e Vosoutros de pae Diabo fois , eos defejos de voflb pae fa- evioa.3 $.
zer quereis: / Elle homicida dcfdo principio foy, e g na verda-/Gw. 3:1.
de naõ permaneceo ; porque’nelle verdade naõ ha ; quando falia z.Cor.n:^,
mentira, d’o feu proprio falia : Porque he mentirofo , e pae d’a 3
\rnentiva~\ g lud.vs.6
*
45 Porem a my, porque digo a verdade, naõ [me] credes.
4$ Quem de vosoutros me convence de pecado ? E fe a verdade
digo, porque me naõ credes?
47 h Quem de Deus he, as palavras de Deus ouve; portanto h 10^6.37.
naõ ouvis vosoutros, porquanto de Deus naõ fois/ e l0:Z<^
4S Refpondéraõ pois osJudeos, e difleraõ lhe: Naõ dizemos nos
bem, que Samaritano es, i e o Demonio tens? \doa ~
49 Refpondeu Jefus : Eu naõ tenho Demonio , k antes honro a eio:io. *
meu Pae ; e vosoutros me deshonraes. k loa 7: iS.»
$0 Eu porem minha gloria naõ busco 3 ha quê a bufque , e a
julgue.
51 Em verdade, em verdade vos digo , / que fe alguém minha lloa. 5:24.
palavra guardar, para fempre a morte naõ verá. 11:25.
$2 Difleraõ lhe pois os Judeos: Agora conhecemos que o Demo­
nio tens. Morreo Abraham , e os Prophetas 3 e dizes tu : Se al­
guém minha palavra guardar, para fempre a morte naõ golfará?
53 Es tu mayor que noflo pae Abraham, ™ o qual morreo?
morrerão os Prophetas: Quem te fazes a ty mefrno? Hebr. 11;
54 Refpondeu Jelus: Se eu a my mefrno me glorifico, nada mi-
nha gloria he; meu Pae he o que me glorifica , o qual vos dizeis
que he voflb Deus.
55 E vos outros naõ o conheceis, mas eu o conheço : efedifler,
que o naõconhéço, lerei, como vosoutros, mentirolo; mas conhe­
ço, o, e lua palavra guardo.
56 Abraham voflo pae faltou de prazer ?por » ver meu dia ; e vío^ç^ l7;
[o,] e alegroufe 17»
57 Difleraõ lhe pois os Judeos: Ainda naó tens cincoentaannos, £0010:24.
c viíte a Abrahaõ ? Hebr, 11 •
58 Diflelh es Jefus: Em verdade, em verdade vos digo, queaii-
tes flue Abraham fofle, fou eu.
Dd ? p 0 To-
O S. EUANGELHO
tLtc.4-‘*'-9 59 0 Tomaraõ pois pedras para lhe atiraré. Mas Jefus fe cscondeoT
loa. 10:31 e fahio do Templo5 atraveftàndo por meyo deíles, e afli fe foy.
39.
9 11: S
Capitulo IX.
I Untando Chriflo em Sabbado com lama os olhos de hum rego de nacimento, e man-
dandolhes lavar nas aguas de Siloé, lhe dá vifca. 8 O que 0 cego a feus vizi­
nhos pontualmente conta. 13 Como também a os Pharifeos a quem levado foy+
ra d'efte cego duvidaÕ. 18 £ a efta cauja a os paes do cego chamaõ 3 os quaes
bem confefjáõ que cego nacéra, porem no de mais a 0 teftimunho de feu fllho fs
remitem, 24 A quem outra vez chamao > e 0 examinao, 17 E elle lhes refpon-
de. e por eftao bra lhes tf 1fica que Chriflo nao he pecador ■ flenao de Deus
vindo. 34 Polo que affrontofamente fora 0 lançaõ. 35 Sendo 0 cego aindamais
claramente por Chrifto informado *nelle cré 5 e 0 adora, 40 Denuncia Chrifto a
os Pharifeos 3 que espiritualmente jao cegos e que em feu pecado permanecem ,
por afli 0 naõ confeflaretn,

1 T? indo [Jefus~\ paliando, vio a hum homé cego defde naci­


mento.
1 E perguntáraõlhc feus Difcipulos , dizendo , Rabbi, quem
pecou? efte, ou feus paes, peraque nacelTe cego?
* loa. 11:4.. 3 Refpondeu Jefus : Nem efte pecou , nem feus paes 5 * mas
\affl he] peraque as obras de Deus’nelle fe manifeftem.
bloa.s.-i^, 4 y A my me convém obrar as obras d’aquelle que me enviou,
entretanto que de dia he : a noite vem, quando ninguém obrar
clfai.^.éi. £m qUanto 5no mundo eftou, c do mundo eu a luz fou.
2:32.
0
*.
1 1 em terra , J e fez lodo do cufpo , e untou
Ifto dito, 1 d cofpio
eS’*i2 com aquelle lodo os olhos a o cego.
e 12:354 7 E diflelhe: Vae, lava te’no tanque de Siloé, (que Enviado fe
46, interpreta.) Foypois, e lavoule-, e * tornou vendo.
^.13:47. 8 Afli que os vizinhos , e os que d’antes o viraó que era cego,
d Matt
* S - diziam: Naõ he efte aquelle que aflentado eftava, e e mendigava?
9 Outros diziaõ: Efte he. E outros: Parece fe com elle. Elle

10 Diziam lhe pois: Como fe te abríraõ os olhos?


11 Refpondeu elle e difle: Aquelle homem chamado Jefus , fez
iodo, e me untou os olhos , e me difle : Vae a o tanque de Siloé,
lavate. Efui, e laveime, e ví.
12, Difleraõ lhe pois: Aonde eftá elle ? Difle elle: Naõ o fei.
i 3 Le •*
SEGUNDO S. JOAO. Cap. IX.
33 Leváraó o Qwí] a os Pharifèos, [a. faber] a o d’antes cego.
i4 f E era Sabbado quando Jefus o lodo fez, e os olhos lhe abriu. fMaíf*lz»
1$ Tornárao lhe pois também os Pharifèos a perguntar , como
vira? E elle lhes difle: Pós me lodo fobre os olhos , e laveime , evcjo, 6’*i *
16 Afli que alguns dos Pharifèos diziaõ : Efle homé naõ he de 5; * 9.
Deus 5 pois o Sabbado naõ guarda. Outros diziaõ. g Como pode gjo^a. 3 : 2.
hum homem pecador tacsllnacs fazer? b E avia d iflenlaõ entre elles.
17 Tornaõ [/wj a dizer a o cego: Tu, que dizes d’elle, pois os hJoa\?:I2.
olhos te abriu? Eelle difle; * Que he Propheta. e lo: 19.
i Luc 1^»
18 Afli que os Judeos d’elle naõ criaõ que cego ouvefle íldo , e e 24'. f 9.
[agora] vifle 5 até que chamáraó a os paes do que [açora] via. loa. 4: 19.
19 E perguntáraõ lhes dizendo, He efle voflo filho, aquelle que ç 6 * 14»
dizeis que cego naceu ? Como pois agora vé?
20 Refpondéraó lhesfeus paes, e difleraó: fabemosque eflenoflo
£lho he, e que cego naceu :
21 Mas como agora veja, naõ [/] fabemos 5 ou, qué lhe aja
aberto os olhos, naõ fabemos j idade tem , perguntaelhe a elle
mefmo, elle poríi mefmo fallará.
22 Iflo difleraó feus paes, * porque temiaõ a os Judeos. Z Por- bloa,j:r^,
quanto ja os Judeos a huã concluido tinhaó , que, ie alguém con- e 12:42. ”
feflafle fer elle o Chriflo, lançado da Synagoga fofle. I Joa, 12,;
2; Por iflo difleraó feus paes : Idade tem , perguntaelhe a elle 41.
mefmo.
24 Chamáraó pois fegunda vez a o homem que cego fora, e dif-
féraõ lhe : ™ Dá gloria a Deus > nos labemos que efle homem he mjofuê.ix
pecador. 19.
27 Refpondeu pois elle, e difle: Se he pecador, naõ o fei j hua
coufa lei, que, avendo eu íido cego, agora vejo.
26 E tornáraõ lhe a dizer: Que te fez? Como os olhos te abriu?
27 Refpondeulhes : Ja volo tenho dito, e ainda o naó ouvifles:
que quereis tornar a ouvir ? Por ventura quereis vos também fazer
feus Difcipulos ?
28 Afli que o injuriáraõ, e difleraó: Tu feuDifcipulo fejas j que
nosoutros Difcipulos de Moyfes fomos.
29 Bem fabemos nosoutros que Deus a Moyfes fallou 5 mas efle
nem de donde he labemos.
30 Reípondeu aquelle homem, e diflelhes: Na verdade que ma-
ravilhofa coufa he efla! que vosoutros naó fabeis de donde efle lejal
e a my os olhos me abriu
*
ji n £
OS. EUANGELHO
31 773*E bem labemos que Deus a os pecadores naõ ouve ; mas fe
29. ’ alguém he temente a Deus, e fua vontade faz, a efte ouve.
e28: 9. 32 Des de [todos] os leculos fe naõ ouvio , que alguém os olhos
Ifai. 1: i$. abriflè a hum que cego naceu.
Mich. 3:4, ge efte «je Deus vindo naõ fora, nada fazer pudera.
34 Refpondéraõ elles e difleraõ lhe: Em pecados es todo nacido,
e nos eníinas a nos? E lançáraô o fora.
35 Ouvio Jefus que fora lançado o aviam, c achando o,[diflelhe:
Ores tu’no Filho de Deus?
36 Refpondeu elle, e difle: Quem he, Senhor, peraque ’nelle
crea ?
«1^4:26. 37 E diflelhe Jefus : Ja o tens viflo 1 0 e o que com tigo falia,
efle he.
38 E elle difle: Creyo, Senhorj e adorou o.
^7^3:17. 8? E difle Jefus: p Eu pera juizo a efte mundo vim , 7 peraque
í e iz;47. os que naó vém, vejaõ , eosquevém, ceguem.
13: 4o £ ouviráõ ifto [alguns] dos Pharifeos, que com elle eftavaõ3
c difleraõlhe: Somos nosoutros também cegos?
41 Diflelhes Jefus : Se cegos fôreis, pecado naõ tivereis 3 mas
agora dizeis: Vemos, por tanto voflb pecado permanece.
Capitulo X.
I Com a parabola das propriedades do fel paftor prova Chrifto, que elle he o ver­
dadeiro paftor de fuas ovelhas. 7 Conio tamhem a verdadeira porta do curral,
12, E naõ jornaleiro, 14 Pois fua vida por fuas ovelhas voluntariamenie poem,
19 Polo que diffençao entre os Judeos ha. 22 Eftando Chri(to em Jerufalem
fia fefta da renovaçao do Templo , os Judeos 0 rodeaõ 3 e lhe perguntao _ fe
elle era 0 Chrifto, 2% O que per fuas obras teflifica 3 e invencivelmente prova.
2 6 Diz que ’nelle nao crem 3 por quanto de fuas ovelhas naõ fao. 27 Masque
*nelle
fuas ovelhas crem e que elle > e feu Pae para a vida eterna as guardao.
31 Querem 0 os Judeos como a blafphemo apedrejar, 34 Porem com a Efcritu­
ra 3 e com fuas obras fe defende> provando que juftamente Filho de Deus fe cha­
mou. I? E faindofe de fuas maos fe retira a 0 Jordam.

i T? m verdade , em verdade vos digo , que aquelle que5no curral


^das ovelhas pela porta naõ entra , mas por outra parte fobe,
ladraõ he, e falteador.
2 Mas aquelle, que pela porta entra, o paftor das ovelhas he.
3 A efte o porteiro, e as ovelhas fua voz ouvem, e afuasovelhas
nome por nome chama, e fora as leva.
4E
SEGUNDO S. JOAO. Cap. X rt7
4 E quando fora fuas ovelhas tira, diante d’ellasvae, e as ovelhas
o feguem, porquanto fua voz conhecem.
5 Mas a o eftranho em maneira nenhuã feguiráó , antes d’elle fo«
giráó; porquanto a voz dos eílranhos naõ conhecem.
ó Ella parabola lhes diífe Jefus j porem elles naó entendéraõ, que
era o que lhes fallava.
7 Tornoulhes pois Jefus a dizer : Em verdade , em verdade vos
digo, que eu a porta das ovelhas fou.
8 Todos quantos antes de my vieraó, ladroens e falteadores faõ:
mas naõ os ouviraõ as ovelhas.
9 a Eu fou a porta j Se alguém por my entrar , falvarfeha: e
entrará, e fairá, e pafto achará.
ío O Ladraõ naõ vem fenaõ a roubar , e matar, e deftruir : eu
vim pera que tenhaõ vida, e abundancia tenham.
ii 6 Eu íou o bom Paftor: o bom Paftor, polas ovelhas fua vida b
poem. . , „ n . Eztch, 3 p
ii c Mas o jornaleiro, e que naõ he o paftor, cujas naó faõpro- 23.
prias as ovelhas, vé vir a o lobo , e deixa as ovelhas , e foge: e o Hebr, 13 :
lobo as arrebata, e as ovelhas diflipa.
13 E o jornaleiro foge, porquanto jornaleiro he, e das ovelhas
cuidado naó tem. b 'll*
14 Eu fou o bom Paftor, d e as minhas conheço , e d’as minhas di.Tim.v
•conhecido fou. 19.
. 15 e Como o Pae me conhece a my , (j?/7jconheço eu também ao eMatt.ut
Pae : e minha vida polas ovelhas ponho. 27.
16 Ainda tenho outras ovelhas, que defte curral naõ faó; a eftas ^c'10:22t
também me convém trazer, e ouviraõ minha voz, f e farfeha * huã
grey, [<] hum paftor. . . fEzech.^-
17 Por iífo me ama o Pae, porquanto g minha vida ponho, para 22.
tornála a tomar. * Ou > hum
18 Ninguém m’a tira a my, mas eu de my mefmo a ponho: rebanho.
I poder tenho para a pór, e poder tenho pera a tornar a tomar. Efte £
mandamento de meu Pae recebi. h loa.i'^
19 i Tornou pois a aver diífe nfaó entre os Judeos, por caufa d’eftas
palavras. ep: 16.
20 E muytos d^elles diziaõ, k O Demonio tem, e eftáfora de fi j kjoa.y:z^
pera 'que o ouvis? es:
11 Diziaõ outros: Eftas palavras naó faõ de endemoninhados^2’; ,
fpode porventura o Demonio abrir os olhos a os cegos? ?4. J*
Ee nE 7i4ó’;s;
21S OS. EUANGELHO
22 E era a Fefta d’a renovaçaõ [do Templo] em Ieruíàlem, e era in­
verno.
* 23 E andava Jefus pafleando’no Templo, w’no alpendre de Sa-
^<7.3: ii.lamaó.
«>5; 12. 24 Rodeáraõ o pois os Judeos, e diíféraõ lhe : Até quando em
fufpenfo nofla alma terás ? Se tu esoChrifto, dizenololívremente ?
25 Rcfpondeuihes Jefus , dito volo tenho ja, e naõ o credes.
nloaA^.n As obras que eu em "nome de meu Pae faço, eflas teftificam demy.
26 Mas vosoutros naõ credes, porque de minhas ovelhasnaõfois,
como ja dito volo tenho.
í Joa.Z'47- 27 0 Minhas ovelhas ouvem minha voz, e eu as conheço, e ellas
p 10 7.6:3 9. me fep-ucm.
e 17:12. 28- -É eu lhes dou a vida eterna , p e pera fempre naõ perecerão,
elS : 9
’ e ninguém as arrebatará de minha maõ.
loa. <í: 19. 29 Meu Pae que m’as deu , mayor que todos he; e ninguém as
e 14: 9- pode arrebatar da maó de meu Pae.
el7‘. 5- 30 7 ~ Eu e o Pae hum fomos.
rjoa.^9. 31 r Tornaraõ pois os Judeos a tomar pedras, pera o apredejarc.
e 11: S * 32 Relpondeulhes Jefus : Muytas excelentes obras de meu Pac
moftrado vos tenho; por qual obra d’eftas me apedrejaes?
33 Refpondéraõ lhe os Judeos , dizendo, Por boa obra [algua]
[loa. 5: iS. te naó apedrejamos, J fenaõ pola blasfémia; e porque fendo tu ho­
mem, a timesmo te fazes Deus.
zP/^/.82.6. 34 Refpondculhes Jefus 5 Naõ eftá em voflá Ley efcrito, t Eu
difle, Deufesfois?
3$ Pois fe [a Ley] Deufes a aquelles chamou, a quem a palavra de
Deus endereçada foy, e a Efcritura quebrantado naõ pode ler:
u loa 6:17. 36 [A my,] «a quem o Pae fanétificou , e a o mundo enviou,
y loa. 15 : dizeis vosoutros, Blasfemas; x porque difle, Filho de Deus fou?
24-
’ 37 v Se as obras de meu Pae naõ faço, naõ me creaes.
x loa. I4. 38 Porem fe as faço , e a my me naõ credes , crede a as obras;
II, pera que conheçaes e creaes , * que o Pae eftá em my, e eu’nelle.
17 : 21. 39 a Procuravaó pois outra vez prendélo 5 e elle fe fahio de fuas
ízLmí 4 29. maós.
loa. 8 : 5-9. 40 E tornou fe a ir d’aoutra banda do Jordão , a o lugar b aonde
b loa.I:28.
e$'. 23. Joam primeiro bautizava; e ficou le ali.
4f E muytos vinhaó a elle , e diziaõ : Em verdade que nenhum
final fez Joaõ; mas tudo quanto Joaõ defte difle, era verdade.
i2 E muytos ali ’uelle créraõ.
Ca.
SEGUNDO S. JOAO. Cap. XI. 2I9
Capitulo XI.
£ Lazaro' enfermo em 'Bethania. 3 Suas irmaas mandao avtfar a 0
Senhor. 7 Que a Galilea vae * II Entretanto falece Lazaro. 17 E •vae 0
Senhor a Bethania a refuscitálo. 2o Aonde Martha a 0 encontro lhe fae-) e com
ella trata da refurreiçaó de fu irmão , e da dos de mais feis. 28 Segue também
lego apos ella Maria. 35 Chora 0 Senhor, e •vem á jepultura. 39 Acha 0 ]a
de qnatro dias enterrado. 41 Invoca a Jeu eterno Pae , e refuscita õ- 45 Pelo
que muytos 'nelle crem. 46 E outros dao as novas a os Sumos Pontífices, 47 Que
a ejla coufa feu Concilio congregao. 50 Aonde Cayphas . fem Jaber 0 que di­
zia 3 profetiza do fruito da morte de Chrifio. 53 E concluem matálo. 54 Po,
rem elle fe retira á cidade de Ephraim 55 Bujcao 0 na Pefta da Pafhoa. ^7 Eos
Princepes dos Sacerdotes, dao mandamento de que Je algucm foubefle aonde efiava *
9 denuueiajfe.

1 E e^ava enfermo hum certo fjwmem, chamado] Lazaro, deBetha­


nia, da aldea de Maria, e de Martha fua irmaã.
2 * (E era Maria a que a o Senhor com o unguento ungiu, ecom a Matt .tufa
feus cabellos os pés lhe alimpou 5 cujo irmaõ Lazaro era o que en- &
fermo eftava.) ^^.13:3.'
3 Enviáraõ pois fuas irmaas a elle , dizendo , Senhor, vésaqui £“'7 07-
aquelle que amas, enfermo efta. - $
4 E ouvindo pj Jefus diífe : Efta enfermidade naõ he para mor­
te? b mas para gloria de Deus 5 paraque o Filho de Deus por ella b
glorificado íeja. e 11:40.
5 E amava Jefus a Martha, c a fua irmaã, e a Lazaro.
6 Ouvindo pois que eftava enfermo , ficoufe entam ainda dous
dias ’no lugar aonde eftava.
7 Defpois difto * tornou a dizer a os Difcipulos : Vamos outra *Ou> difi
vez a Judea. fe mai^
8 Dizem lhe os difcipulos , Rabbi, c ainda agora \_pouco ha] te c loa.%:
procuravaõ os Judeos apedrejare tornas te para la? í ío: 31.
9 Refpondeu Jeíus : Naõ ha doze horas ’no dia ? Se alguém de
dia anda, naõ tropeça, por quanto a luz defte mundo vé.
10 Mas fe alguém de noite anda, tropeça 5 porquanto’nelle luz
naõ ha.
11 Ifto fallou j e difielhes defpois: Lazaro, noífo amigo, dor- dMatt.9:
xne j mas vou a do lono o despertar.
12 Diíféraõ pois feus Dilcipulos: Senhor, fe dorme , falvo ferá.
-r

13 Mas \_ifto] dizia Jeíus de fua morte5 porem elles cuidavaõ que *qu ]
fallava do * repouíò d’o dormir. dormir d o
Ec 2 En-
42A os, euangelho
14 Entonces pois lhes difle Jefus claramente: Lazarohe morto.
15 E folgo, por amor de vosoutros, que eu lá naõ eftiveffe, pa­
ra que creaes: porem vamos ter com elle. , *
16 Difle pois Thomas, chamado o Didvmo, a os condifcipulos:
Vamos nosoutros também, pera que com elle morramos.
17 Vindo pois Jelus,, achou que ja avia quatro dias que’na fepul-
tura eftava.
18 (E Bethania. eftava como quaíi quinze eftadios [perto] de Je­
rufalem.)
19 E muytos dos Judeos tinhaó vindo â Martha’ , e â Maria, a
confolálas acerca de íeu irmaõ.
20 Ouvindo pois Martha que Jefus vinha, fahio lhe a o encontro
mas Maria fe ficou aflentada em cafa.
21 Difle pois Martha a Jefus: Senhor, fe tu aqui eftivéras , naõ
morrera meu irmaó.
22 Porem também fei agora , que tudo quanto a Deus pedires,,
t’o dará Deus.
23 Diflelhe Jefus: Teu irmaõ ha de refufcitar.
24 Martha lhe difle : Eu fei que ha de refulcitar , e ’narefurrei-
Xr/r. 14:14. çaõ, em o ultimo dia.
7^. 5 :29. Diflelhe Jefus: f Eu fou a refurreiçaõ , e a vida 5 g quem em,
/ Joa 1.4. Cré, ajnc}a qUe morto efteja, ha de viver.
ei4’2ó 2Ó” k E todo aquelle que vive , e em my cré , para fempre naõ
it.ba, de morrer. Crés ifto?
36. 27 Difle lhe ella,. Si fenhor; í Ja cri que tu es o Chrifto, o Filho
eó: 47« dè Deus, que a o mundo avia de vir.
11^5:10. 28 E dito ifto , foyfe ,. e chamou em fegredoSa Maria fua irmaa,
jMatt dizendo, Aqui efta o Meftre, e te chama.
j att. ió, Ouvindo ella [jft0^] logo fe levantou, e foy ter com elle.
Afa? 08-29. 3o (Que ainda Jefus naõ era chegado á aldea; mas eftava ’no lu-
L»c. 9 :2o
* gar, aonde Martha a o encontro lhe faíra.)
6:69. 31 Vendo pois os Judeos, que com ella em cafaeftavaõ, eacon-
folavaõ, que Maria apreluradamente fe levantára , e faíra, feguí-
raó a, dizendo afepultura vae, a lá chorar.
?2 Vindo pois Maria aonde Jefus eftava-, e vendo o, derriboufc
a feus pees, dizendolhe ,. Senhor, fe tu aqui eftivéras , naó mor-
réra meu irmaõ.
33 Vendo a pois Jefus chorar, e a os Judeos que com ellé [tam~
&em] chorando vinhaõ; moveu fc muyto em efpirito , e turbou fc
fi mefrno. 34 E
SEGUNDO S. JOAO. Cap. XI.
44 E difle: Aonde o puleftes? Difleraó lhe: Senhor, vemevé o.
35 k [£] chorou Jefus. kLuc. 19:
36 Difleraó pois os Judeos: Vede como o amava? 4 ’
37 E alguns d’elles dificraõ: Naõ podia efte, Z que os olhos a o 9: &
cego abriu, fazer que também efle naó morrefle?
3S Movendo fe pois Jefus outra vez muyto em fl mesmo, veyo a
fepultura : e era huã caverna , e eftava huã pedra lobre ella
pofta.
39 Difle Jefus: Tirae a pedra. Martha, a irmaã do defunto, lhe
difle: Senhor, ja fede, que ja he de quatro dias.
4q Jefus lhe difle , Naó te tenho dito , que fc creres , a gloria
de Deus veras.
4* Tiráraó pois a pedra d’onde o defunto jazia. E levantou Je­
fus pera riba os olhos ^e diífe : Pae, graças te dou , que ja ouvido
me tens.
42 Porem bem fabia eu, que fempre me ouves 5 m mas por amor mjoa. n ?
da companha, que a o redor eflá, (jQ difle j pera que creaó que tu 30.
me enviáfle.
43 E avendo dito iflo , clamou com grande voz : Lazaro, fae
fora.
44 E fahio o defunto liadas as maós e os pees com fayxas, e feu
rofto envolto « em hum fudario. Diflelhes Jefus: Deíliae o, e dei- n
xae o ir.
45 Polo que muytos dos Judeos , que a Maria tinhaó vindo , e o
que Jefus fizera aviam vifto, créraó’nelle.
4í Mas alguns d’elles foraõ a os Pharifèos, e difleraó lhes o que
Jelus tinha feito.

diziaõ: p Que faremos? que efte homem faz muytos finaes!


48 Se afli o deixamos, todos’nelle creráó, e viráõ os Romanosy L/Z^4 z*
e tomarnos haõ afli o lugar como a naçaõ. Ad. 4:27
*
49 E Cayphas, hum d’elles, que Sumo Pontífice d’aquelle annopioa.12.19.
era, lhes difle: Vosoutros nada fabeis:
50 Nem confideraes q que nos convém, que hum homem polo qloa. 18:
povo morra, e toda a naçaõ naó pereça.
51 E ifto naõ difle elle de íi melmo j fenaõ, quecomoeraoSum-.
moPontíficed’aquelleanno, prophetizou, que polo povoaviajeíus
de morrer.
52 E naõ fomente por aquelle povo, mas também peraque r em rEph.2^4,
Ee 3
iu OS. EUANGELHO
hum ajuntaíTe a os filhos de Deus , que espargidos ahdavaó.
53 Afti que defd’aquelle dia confultavaõ juntos de o matárem.
5+ Damaneira que ja Jefus naõ andava mais manifeftamenteentre
os Judeos, mas foy fe dali á terra, junto a o deferto, a huã cidade
chamada Ephraim; e ali andava com feus Difcipulos.
5 " E eftava perto a Pafchoa dos Judeos 5 e muytos d’aquella terra
fobiraõ a Jerufalem antes da Pafchoa , pera fe punficárem.
fJoa.f.M. / Buícavaó pois a Jefus; e diziaõ huns a os outros eftando ’no‘
Templo: Que vos parece? Que a Fefta naõ virá?
5 ■ E os Pontifices , e os Pharifeos , tinhaó dado mandamento,
que fe alguém foubefte aonde eftava, o notificafiè, pera que pren­
der o pudefiem. r

Capitulo XII.
Efando Chrifto com Lazaro á mefa affentado. g Maria 0 Ume'. 4 D'o aae
Judas a reprende. 7 Mas Chrifto a defende. 9 Muytos Judeo's vem a ver a
Lazaro. io Polo que também os Princepes dos Sacerdetes 0 procur.ao matar.
11 Entra Chrifto cavalgando fobre hum cjno en\Jerujalem > e da companha com
alegria e parabéns , como a Rey de lfrael, le recebido. 2o E defefao aleurs
Gregos de a Chriflo ver, febre 0 que a Philippe faliam. 23 Do que Chriílo oca.
fiaõ toma de do fruito de fua morte tratar comparando a , com 0 graode trioo.
XJ Turba fe em fua alma , ora a feu Pae e com hud voz do ceo he clarificado
*.
26 Informa de novo a companha dcerca do fruito e maneira de fua morte e
amoejla a em fua luz andar, Do qut os Judeos mais fe endurecem , como "por
IJavas predito eflava. 42 Porem muytos dos Princepes 'nclle crem , mas nao fe
atrevem a conflfjalo. 44 Amoefla de novo á fê , e a conflflao delta J

aMatt.tái * Tfeyo pois Jefus feis dias antes da Pafchoa a Bethania, aon-
dd de Lazaro 0 9ue falecera citava, a quem dos mortos refu-

2 Fizeraõ lhe pois ali huá cea, e Martha fervia ; e Lazaro era
hum dos que juntamente com elle [d me(a~\ eftavaõ afientados.
3 Tomando pois Maria hum arratel de unguento de nardo puro
de muyto preço, ungiu os pees a Jefus, e alimpou lhe os peescom
feus cabellos 5 e encheo fe a cala do cheiro do unguento.
4 Entam difie Judas de Simaõ Ifcariota, hum de feus Difcipulos
o que o avia de trahir: 1 ’
*Ou,reys. 5 Porque fe naõ vendeo efte unguento por trezentos * 'dinhei
bMarc. 14: ros, e fe deu a os pobres?
6 & difie elle, naõ polo cuidado que dos pobres tivefie 5 mas
por-
SEGUNDO S. JOAO. Cap XII. ZZ3
porque era ladraõ , c e tinha a bolfa , e trazia o que [xedd] fccloa.i$ 29.
lançava.
7 Difle pois Jefus: Deixa a ; para d o dia de meu enterro guar- dMarc.141
dou ilto. s-
8 Porque a * os pobres fempre com vofco os tendes, poremamy eDent. 15:
fempre me naõ tendes. 1X*
9 Entendeu pois muyta companha dos Judeos, que elle ali efta- Matt. 261
va: e viéraõ , naõ iomente por amor de Jefus, mas também por n’
ver a Lazaro, fa quem dos mortos refuícitára. f^oa tZ *
10 E confultáraõ os Princepes dos Sacerdotes de também aLaza- 44/
ro matarem.
ií Porque muytos dos Judeos por amor d'elle hiaõ , e em Jefus
criam.
ix g O feguinte dia , ouvindo huã grande companha , que a Matt.211
díaj da Fefta viera, que Jefus a Jerufalem vinha. ,g
1? Tomáraó ramos de palmas, e a o encontro lhe fairaõ , e cia- ^6.
mavaõ; Hoíana: k Bendito aquelle que vem em o nome d’o Senhor, h Pjat.vrt,
o Rey de líraèl. 26.
14 L achou Jefus hum afninho , e aftentoufe fobre elle , como
eftá efcrito:
15 j Naõ temas ó filha de Siaõ 5 eisaqui teu Rey vem aftentado1 Ifa?' •
fobre o poldro de huã atna.
16 Porem ifto naõ entenderão feus Difcipulos a o principio: mas
fendo Jelus ja glorificado, entoncesfelembráraõqueiftod ’elleefta- !
va efcrito, e ifto lhe fizeraó.
17 A companha pois que com elle eftava, teftificava que d’a fe-
pultura a Lazaro chamara, e dos mortos o refuícitára.
18 Polo que também a companha ao encontro lhe fahio, por
quanto ouvira que efte final fizera.
19 Difleraó pois os Pharileos entre fi; k Vedes que nada aprovei- kjoa'. 115
taes? Eis que o mundo a pós elle fe vae. 47.
20 E avia alguns Gregos d’os que fubido aviaõ a ’na (dia)deFefta /^tò.s 27,
adorárem :
21 Eftes pois viéraõ a Philippc, m que era de Bethfaida de Gali- m Joa. 1:
lea, erogáraõlhe, dizendo, Senhor, queríamos ver a Jefus. 4J.
2i Veyo Philippe, e diífe o a André; e André entam e Philippe,
o difleraó a Jefus.
2? Porem Jefus lhes refpondeu, dizendo, Vinda he a hora, «que vjoa 1$ j
o Ftiho d?o homem ha de fer glorificado» 3x.
X4 Em el7*
OS, EUANGE L H O
ffi.Ct7r.15: 24 Em verdade, em verdade vos digo, 0 Se o.graõdetrigo, que
36- ’na terra cae, naó morrer, elle ío íe fica; porem fe morrer, muy<
p Matt.iv.to fruito dá.
39. 2$ p Quem fua vida ama , perdelaha ; e quem’nefte mundo fua
€ 16: *5- vida aborrece, para a vida eterna a guardará.
^7^8:35. ló Se alguemme ferve, figame; e q aonde-eu eftivér , ali eftará
também meu fervidor. E fc alguém me fervir , o Pae o ha dc
q loa. 14 3. honrar. .
e 17-24. 27 r Agora eftá turbada minha alma; e que direi? Pae, falvame
r^rr.26:d’cfta hora: Mas por iflo a efta hora vim. ' /
27-3S:39- 28 Pae, glorifica teu Nome. Veyo pois hua voz d’o ceo; [q di-
Man, i4:2jrfJ g ja p] tenho glorificado, e outra vez'p] glorificarei.
L^i2-4± 29 A companha pois que ali eftava , e p] ouviu, dizia, Que avia
J Íoà.ii-42.’ trovão. Outros diziaõ: Algum Anjo lhe tem fallado.
♦ Ou, foy 3o Refpondeu Jefus e difle: / Naó * veyo efta voz por amor de
feita, my , fenaõ por amor de vosoutros.
tjoa. 16 : 31 t Agora he d’efte mundo o juizo: u agora ferá lançado fora 0
IU . Princepe d’efte mundo.
«Ou%or x E eu, quando d’a terra levantado for, * a todos a my trarei.
todos a wy 13 (E ift° dizia fignificando dc que morte avia de morrer.)
puxarei. 3+ Refpondeullie a companha ; D’a Ley temos ouvido , y que
ujoa, 14: pera fempre o Chrifto permanece; e como dizestu que convém que
o Filho do homem feja levantado? Quem he efte Filho do homem ?
.Coloff.v,\s^ £)jfpe i]ies pois Jelus : Ainda por hum pouco de tempo z> eftá
xNww.21. CQm vopco a iuz. a anflae em quanto luz tendes , peraque as trevas
18:4 vos naõ apanhem. E qué em trevas anda, naõ lábe a onde vae.
loa.^x 14. 36 Em quanto luz tendes , crede na luz , peraque filhos da luz
^8 ; 28.fejaes. Eftas coufas fallou Jefus, e indo fe, efeondeule d^elles.
y 2 Sam- 7: 37 E ainda que perante elles tantos finaes tinha feito , nem [por
ff0'] ’nelle criaõ.
i.Chron.n, paraqUe fe cumprifle a palavra d’o Propheta Ifayas que difle:
27^/45 7.^ Senhor, quem noflá pregaçaõ creo? e a quem o braço do Senhor,
e 89; 37. revelado foy ?
e 110:4. V) Por iflo naõ podiaõ crer, porquanto outra vez Ifayas difle:
J/y 9:5. 4o c Os olhos lhes cegou, e o coraçao lhes endureceu ; paraque
‘ 6.‘dos olhos naó vejaó, ede coraçaõ [ãàõ] entendaó, e fe convertaõ,
e eu os cure’ d lft°
2?í?».2:44, c7', 14- 27. Mich.4 * 7- I : 8. zloa.l
*,?. eS;i2. £9:5. e 12 : 46.’
a ler. 13: 16. EphefS'. 8. 'L.Theff'.') !4. bljay, 53: I. Rom. 10: íó. clfay.6
Ezech, 1212. Matt. 13; 14. Marc. 4:12.L^. 8: lo. Aã. 28: 26. Row. 11: 8.
SEGUNDO S. JOAO. Cap.XlIT.
-O d Tilo difle Ifayas, quando fua gloria vio, e delle fallou. dlfay.ip.í'.
42 Comtudo ainda até dos Princepes créraõ muytos tainbcm
3nelle: mas naõ o confeífavaõ por amor dos Pharifeos 5 fpordaf48‘
Synagoga naõ ferem lançados. • joa.9.22.
43 g Porque amavaõ mais a gloria dos homens, do que a glorias1qí>.5-44»
de Deus.
44 E clamou Jefus, e difie: Quem em my cré, naõ cré em my,
fenaõ n a quelle que me enviou:
4$ h E quê a my me vé, vé a aquelle que me enviou. joa r0.
46 i Eu lou a luz que a o mundo vim, para que todo aquelle que 30.
em my cré , em trevas naõ permaneça. e 14:
47 E fe alguém minhas palavras ouvir, e naõ crer, naõ o z J/3>'»42:6»
iulgo eu. k Porque naó vim a julgar a o mundo, mas a o mundo „ e 49 : *
íãlvar. 7Me^\Z
48 / Quem a my me engeitar, e minhas palavras naõ receber, ja e 2':
quem o julgue tem \ m a palavra que fallado tenho, efia o ha dejul- eii- 3$.
gar’no ultimo dia. ^7.13:47
49 n Porque naõ tenho eu fallado dc my mefrno : porem o VztkJoa 3:I~-
que me enviou , elle me deu mandamento do que hei de dizer , e , J9 :
do que hei de foliar.
$0 E fei que feu mandamento he vida eterna. Afli que o que cu;«
fallo, como o Pae dito m’|/] tem, aíli fallo. 16.
vDeut. 18:18. Joã. 3:11. e$.2o. 6-7:16. e 8 : 28. e 14: Io. 24, e 16; 13.
Capitulo XIII.
Levantando fe Chrifo da cea> cinge fe> e lava ost pees * 'feus Difcipulos. 6 O
que Pedro'710 principio recufa > porem despois conjente- 12 Exorta os a feguirem
efte exemplo de fua humildade e fubmijfao. 18 Prediz, lhes que hum deíles 0
Avia de trahir, contra 0 que os confola, 22 E moftra a JoaÒ com hum bocado
molhado > que era Judas a quem 0 dava. 27 O qual 3 avendo 0 Diabo'nelle en­
trado > fe fae. 31 Fala 0 Senhor despois com feus de mais Dijcipulos acerca de Jua
glorificação. 34 Exhorta os a huns a os outros fe amarem. $7 E blafonanda
Pedro, que fua vida por elle poria, 0 Senhor lhe prediz. .. que tres vezes 0 ne-
gararia.
I P antes a da Fefta da Pafchoa, fabendo Jefus que ja fua hora era
vinda, peraque defte mundo pafiàfiè a o Pae , avendo amado 2.
a os feus, que’no mundo eftavaõ, até o fim os amou.
- i ' . Marc.w.i.
4a E acabada a Cea (avendo ia o Diabo mctido’no coraçaõ de Ju- Luc. 22:1.
das de Simaõ Ifcariota, v que o tràhiífe
J - — ,)') 3 Z-L^.223,
Ff 3 Sa-1M'liz?'
n4 OS. EUANGELHO
cMatt.lV. 3 Sabendo Jefus c que ja o Pae todas as coufas em as maos dad©
27» lhe tinha, e que de Deus avia faido, e a Deus fe hia,
loa. 3:35. 4 Levantouíc da Cea, e tirou os veftidos , e tomando huã toa­
d Joa. 16 :
18. lha, cingio fe:
5 Despois deitou agoa em [hua] bacia, e começou a lavar os pees
a os Difcipulos, e alimpar [lhos] com a toalha com que cingido
eftava.
e Matt. 3 : 6 Veyo pois a Simaó Pedro3 e elle lhe difie: Senhor, e tu a my
14.
me lavas os pees?
7 Refpondeu Jefus, e difie lhe : O que cu faço , naó o fabes tu
agora; mas defpois o entenderás.
S Diflelhe Pedro: Nunca jamais os pees me lavarás. Refpondeu
lhe Jefus: Se eu te naó lavar, parte comigo naõ terás.
9 Diflelhe Simaó Pedro: Senhor, naó fó meus pees , mas ainda
as maós e a cabeça.
10 Diflelhe Jefus: Aquelle que eftá lavado, naó necefiita fenaõ
floa 15:de lavar os pees, mas todo eftá limpo, f E vosoutros limpos eftaes,
porem naó todos.
gloa.6-.64. u g Porque bem fabia elle quem o avia de trahir: por ifio difle 3
todos limpos naó eftaes.
h Matt.iy. 12 Afli que avendo lhes lavado os pees , e tomado [feus veftidos,
8.10. tornou fe aflentar p e diflelhes: Entendeis o que vos tenho
l.Cflr.S: 6.feit0?
Phil.z-.v. h Vosoutros me chamaes Meftre, e Senhor, e bem dizeisj
i GW 6:*i .2*. que eu H fou:
k \.Pedr.2-L 1+ Pois fe eu , o Senhor , e o Meftre, vos tenho lavado os pés,
21. i também vosoutros vos deveis lavar os pees huns a os outros.
iAoa.2-. 6. 15 k Porque exemplo vos tenho dado, paraquecomo eu vos tenho
iMatt- io: feito, façaes vosoutros também.
Uic.6 :4o. 16 Em verdade, cm verdade vos digo, l [que] naó he o fervo ma-
Ioa 15:20. y°r que feu Senhor; nem o embaixador mayor, que aquelle que o
wPf4Vio. enviou.
Matt. 26 : r? Se eftas coufas fabeis, betnaventurados fereis, íe as fizerdes.
2b . iS Naõ digo de todos vosoutros ; bem fei eu a os que efeolhido
^t^oa- iA - tenh°’ mas peraque fecumpra a Efcritura , [que dizf] m Oqueco-
2^ ’ migo corne, contra my feu calcanhar levantou.
eió : 4. n Desd’agora, antes que fe faça, volo digo, peraque, quan-
oMatt. io; do fe fizer, creaes que eu [0] fou.
40. 20 Em verdade, em verdade vç>s digo, 0 [que] fe alguém receber
aq
//eu . SEGUNDO S. JTOAO. Cap1 XIII. «7
ao que enviar ,a my me recebe: e quem a my me receber , recebe a
aquelle que me enviou.
p Avendo Jefus dito ifto, turbou fe emefpirito , c teílificou,
e diífe; Em verdade, em verdade vos digo, que hum de vosoutros’ Marc. 21.
14 J
me ha de trahir. 18.
Polo que os Difcipulos fc olhavaõ huns para os outros , duvi» Lwr.22‘21.
dando de quem dizia. Att, 1: 17.
23 7 E hum de feus Difcipulos, a quem Jefus amava, eftavaafièn- I. loa 2:191
tado L* 'nefa rccofiaàòy ’no regaço de Jefus. q loa 2o'.2.
A efte pois * fez final Simaõ Pedro, que perguntaífe , quem e2o.21 i 7.
era aquelle de quem [iflo] dizia? * Ou, Ace­
2) jE derribando fe efle a o peito deJefus, diflelhe : Senhor, nou.
quem he?
26 Refpondeu
" Jefus: Aquelle he, a quem eu o bocado molhado
der. E molhando o bocado, deu o a judas de Simaõ llcariota.
27 E após o bocado , entrou’nelle Satanás. Diífe lhe pois Je-
fus: O que fazes, faze o deprefia.
28 E nenhum dos que j/ mefa^ aflentados eílávaõ entendeu a que
[propofitn] lh’o difiera.
Judas tinhaa
29 Porque alguns cuidavaõ, ?r que por quanto judas tinha a bolfa,
boiia, '
lhe diziu Jelus: Compra o que pera di J da Feita nos he necefla-
rio: ou , que alguã couía a os pobres deffe.
30 Avendo elle pois tomado abocado, logo fe fahio. Eeraja
noite.
Saido elle pois, difle Jefus: Agora he o Filho do homem glo­
rificado , e Deus glorificado’nelle he.
32 Se Deusmelle he glorificado , também Deus o glorificará em
fi mefmo, / e logo o ha de glorificar. ‘ 12'
33 Filhinhos, ainda hum pouco eílou com vofeo. t Bufcarme-
heis; e, como a os Judeos difle, Aonde eu vou, naõ podeis vos-/ 7^7/34,
outros vir: [afi] volò digo eu agora também. eS: 21.
34 « Hum mandamento novo vos dou, que vos ameis huns a os «Z^v. 19:
outros: Como eu vos amei a vos, que também vos huns a os outros l8-
1 Matt, 22 :
vos ameis. . -9
35 x ’Niíto conhecerão todos que meus Difcipulos fois , fe amor
huns entre os outros vos tiverdes. EpheJ s.-2
36 Difle lhe Simaõ Pedro: Senhor, aonde vas ? Refpondeu lhe 1.77'^49-
Jefus: Aor.de eu vou, menaõ podestu agora feguir; y porem defpois 1 P^r 4:8,
uic ieguirás. Ff i 37 Difié- u Joa' 3 *
e 4; 21. xI.Joa.2i1), #4: lo» y Jw. 21: z.Pe<frt I; 14,
22$ OS. EUANGELHO
?7 Diflelhe Pedro : Senhor , porque agora te naõ poflo íeguir?
zAfaíMtf porty minha vida porei.
3- ~ - * - *
Marc. 14.1 3S Refpondeu lhe Jeíus: Por my tua vida porás? a Emverdade,
2. o # em verdade te digo, que o galo naó cantará, ate que tres vezes me
Luc.ii:^. nao negues.
a Matt.16. I

34. C A P I T U L o XIV
Marc. 14:
30. 1 Confola Ckrifo a feus Dfcipulos acerca de Jua ida a 0 Pae com apromcffa de em
L«<»22,34. a caja de Jcu Pae lugar lhes ir aparelhar. $ Declara a Thomé que elle be 0
caminho s a verdade. e a vida. 7 E a Philippe que quem a elle vé j 0 Paevé»
12 Prometelkes, que grandes milagres fariam 3 e 0 que em feu nome pediffem ,
alanqariam. 16 E que a 0 Espirito San fio Confolador receberiao. 21 Exhor­
ta os a feu amor e a obediência de feus mandamentos 3 com prGmeffa de que elle
e feu Pae com elles morariam. 16 E de que 0 Efpirito fanfto tudo lembrar lhes
faria, ly Deixalhes a fua paz. 28 Declara lhes que por a 0 Pae fe ir , fe
deviam alegrar. 30 Mofira Jua promptidao em > ate ’no padecer a 0 Pae
obedecer.
I KJ aõ íe turbe voflo coraçaõ : credes em Deus , crede também
em my.
2 Em cafa de meu Pae muytas moradas ha5 quando naõ , eu vo­
lo diria 5 a vos aparelhar lugar vou.
3 E quando eu for, e lugar vos aparelhar, outra vez virei, eco-
12 : migo vos tomarei, “ peraque aonde cu eftiver , vosoutros também
2 tf. " ‘
eflejaes.
e 17: *24 4 E ja fabeis aonde vou, e o caminho fabeis.
5 Diflelhe Thomas: Senhor , naõ íabemos aonde vas 5 e como
o caminho podemos faber?
bllebr $> S- 6 Jeíus lhe difle: b Eu fou o caminho, c e a verdade, d e a vida.
í loa. 1:17.
d loa. 1 : 4. Ninguém vem a o Pae fenaõ por my.
eD:2$- . 7 Se vos a myj me -- conhecereis, também a-meu Pae conheceríeis;
------------- -j ------------
tloa.io: 9. eja djesdagora o conhecéis, e vifto o tendes:
8 Difle íhe Philippe: Senhor,, moftra nos a o Pae, e baflanos.
baftanos.
9 Jefus lhe difle: Tanto tempo [ha que] com vofcoeftou, e [ai'»-
fjoa. 10:^] conhecido me naõ tens Philippe ? f Quem a my vifto me tem
ja tem vifto a o Pae j e como dizes tu; Moftranos a o Pae ? ’
gjoa. IO :
3S. Naõ cres tu g que eu [eftou] ’no Pae, equeoPae eftáem my?
hloa.y:^. ^As ^- palavras que eu vos fallo, naõ as falló uc UJ mefrno , i mas o
de my
e S : 28 1 ae 4ue em my efta, elle [he 0 que] as obras faz.
e 10: 38. Ji Cre-
eii;49. e 14: 14. e 16 ; 13. e 17; 21. ly.
SEGUNDO S. JOAO. Cap. XIV 22Q
t1 Credeme que ’no Pae [eftou,] e [que] o Pae eftá em my: e quan­
do naó, crede me polas mefmas obi *as. kMattzi'
12 £ Em verdade, em verdade vos digo, queaquelleque em my 2I ‘
cré, as obras que eu faço, também elle as fará: emayores que eftas l/zí. ’i7:6,
fará. Porque eu a meu Pae vou. 5:12.
U ' E tudo quanto em meu nome pedirdes, eu o farei: peraque e 19: li:
o Pae em o Filho glorificado feja. Iler 29:12»
14 Se alguá couía em meu nome pedirdes, falahei. .Matt 7 : 7,
e 2i:2? .
15 Semeamaes, meus mandamentos guardae. Marc. 1 I .*
ió E eu rogarei a o Pae, e elle vos dará outro Confolador , pe­ 24.
raque para fempre com vofeo fique: L.uc. 11 :
17 Ao Efpirito de verdade, a quem o mundo receber naõ pode jj Joa. 15 7.
porque nam o vé , nem o conhece mas vosoutros o conheceis e 16: 24»
porque com vofeo habita, e em vosoutros hade eftar. Jacob. 1: <y,
18 n Orfaõs vos naó deixarei5 [outra vez] a vos virei. l.Ioa.$:22.
m Joa. 14:
19 Ainda hum pouco, e mais o muudo me naóverá: masvosou­ 2I.2J.
tros me vereis: porquanto eu vivo, e vosoutros vivireis. e 1$: ioj
20 Naquelle dia conhecereis que em meu Pae [effouy ] c VOSOU- 1-Ioa. 5:3.
tros em my, e eu em vosoutros. v Matt.2$;
21 Quem tem meus mandamentos e os guarda, efle he o que me 2Qt
ama: e quem a my me ama, ferá amado de meu Pae , e eu o ama-
rei, e a elle me manifeftarei.
22 Difle lhe Judas, naõ o Ifcariota: Senhor , que ha, porque a
nosoutros te has de manifeftar, e naó a o mundo?
23 Relpondeu Jelus, e diflelhe: Se’alguém me ama, minha pa­
lavra guardará, e meu Pae o amará , e a elle viremos , e com elle
morada faremos.
24 Quem me naó ama, minhas palavras naó guarda. 0 E a pala- oloa.y, 17; -
vra que ouvis, naó he minha, fenaõ do Pae que me enviou. <? S : 28.
27 Eftas coufas vos tenho dito, eftando [ainda] com vofeo. eI2.-49.
16 /> Mas aquelle Confolador, o Efpirito faného, a o qual o Pae eJ4: e 16 13.
Io.
em meu nome hade enviar, ? efle tudo vos enfinará, e tudo quanto
dito vos tenho, lembrar vos fará. +*
27 r A paz vos deixo , minha paz vos dou: naõ como o mundo loa. 1^:26.
[V| dá, vola dou. Naõ fe turbe voflo coraçao nem fe atemorize. í’16- 7.
28 Ja ouviftes que dito vos tenho : Vou , e venho a vosoutros. 2:
Se me amáreis , verdadeiramente vos gozaríeis , porquanto dito
tenho, a o Pae vou: pois mayor
* he meu Pae que eu, yr/J ,1
23© OS. EUANGELHO
x9 E ja agora volo difle antes que fe faça , t peraque quando fe
c 16 ; /4‘ fizer, [jf) creaes.
tojoa. 12 ;
30 Ja com vofeo muyto naó fallarei ; « pois ja o Princepe d’efte
3r-
e 16:II. inundo vem, e nada em my-tem.
EpheJ’,1: 2. 3 í Mas pera que o mundo faeba , que eu á o Pae amo ; c como
xjoa. Io ; O Pae me * mandou afli faço. Levantae vos, vamos nos d’aqui.
iS.
Capitulo XV
I Compara Chrifto a fi mefmo com huã videira e a feus .Apoflolos com as vides
que eftando’nelle por elle muyto fruito dao
* $> Teftifica lhes Jeu ejpccial amor
para com elles > e exhorta os a feus mandamentos guardarem-, e a huns a os ou­
tros fe amarem. 13 Efle feu amor lhes moftra com fua vida por elles pór , e
por feus amigos e eleitos os nomeaf. 18 Confola os contra a inveja do mundo ,
com Jeu exemplo. 22 Moflra que por fua pal.ivra e obras fe tira a os Judeos
todo pretexto de escufa. 26 £ que affi o Efpirito Sanfto > como também jeus
yipofiolos d’elle teftificarsao.
I J7 u fou a verdadeira vide, e meu Pae he o lavrador.
áf Matt. I $: 2 a Todo farmento que em my fruito naõ dá tira o: e todo
bjoa. 13 : o que dá fruito, alimpa o, para que mais fruito dé.
IO.‘ 3 b Ja vosoutros eftaes limpos pela palavra que fallado vos tenho.
4 Eftae em my, e eu em vosoutros: como o farmento de fi mef­
mo dar fruito naõ pode, fe’na vide naõ cftiver , afli taõ pouco vos- •
outros, fe em my naõ eftiverdes.
5 Eu fou a vide, vosoutros os farmentos: quê em my eftá, e eu
’nelle, efle muito fruito dá; porque fem my nada podeis fazer.
c Ezech.iy, 6 r Se alguem'em my naõ eftiver, fora fe lança, como oíarmen-
2. to3 e fecafe: e colhem os, e lançaõ os 'no fogo, e ardem.
d Matt. 3 : 7 Se vos em my eftiverdes, e minhas palavras em voseftiverem,
lo. e tudo o que quiferdes pedireis, e ier vos ha feito.
*7: 19- 8 ’Nifto he glorificado meu Pae , em que muyto fruito deis; e
C»<1:23. r ] meus Difcipulos fereis.
eler.ly 12. L
7: 7. ? 9 Como o Pae me amou, também eu a vosoutros vos amei, eftae
^21:22. nelle meu amor.
Marc. 11 • 10 f Se meus mandamentos guardardes , em meu amor eftareis.
2g como eu (também) os mandamentos de meu Pae guardado tenho,
"Luc. 11:9. e em leu amor eftou.
2^.14: 13.
e 16 '. 24. H Eftas coufas vos tenho dito , peraque meu gozo em vos efte-
lacob- íiZÇ. ja, e voflo gozo cumprido íeja.
I-loa. 3:22. II £ Efte
«*5: 14. fjoa. 14:15.2i.23. i.Joa^: 3.
SEGUNDO S. JOAO. Cap. XV. 231
12 g Efte he meu mandamento, que vos ameis hons a os outros,;g Levit.lit
afli como eu vos amei. 18.
13 h Ningtiem tem mayor amor que efte , que por amor de feus '
Matt. 22:
39.
amigos
~ alguém
~ fua vida ponha.
- loa.xy 34.
104.13:34.
14 1 Meus amigos fois íois vosoutros, fe o que eu vos mando, fizerdes. Epfejs-. 2.
15 Ja vos naõ chamo mais fervos-, porque o fervo naó labe o que iSTfeJf.4:
feu Senhor faz : Mas tenho vos chamado amigos, k porque tudo 9.
quanto de meu Pae ouvi, vos tenho feitonotorio. 1.Pedr.4'.S.
16 l Naó me elegeftes vosoutros a my , porem eu vos elegi a vos­ l.Ioa 3:23.
e 4: 2r.
outros, e vos‘tenho pofto, peraque vades, e fruito deis; evoílò h Rom.^.y,
fruito permaneça; peraque tudo quanto a o Pae.em meu nome pe­ Epfe/.f,'. 1,
dirdes, elie volo dé. I Ioa.^:i6,
17 Ifto vos mando, para que huns a os outros vos ameis. i Matt. 12 :
18 n Se o mundo vos aborrece, labeique, antesqueavosousros
me aborreceu a my. 2. Cor. $ :
16.
19 0 Se vós do mundo fôreis, o mundo a o feu amaria: mas por- Qafet ^6.
quanto do mundo naõ fois, antes eu do mundo vos elegi , por iílo e6'. 1$.
vos aborrece o mundo. Coiof. 3:
20 Lembraevos da palavra que dito vos tenho: ? Naõ he o fervo 11.
mayor que feu Senhor, q Se a my me perfeguíraó , também a vós k Ioa.S: 16I
vos perfeguiráó; fe minha palavra guardáraõ, também a voffaguar- lloa 13:18.'
EpheJ. 1:4.
daráó. m Matt.li-.
21 r Mas tudo ifto vos faraó por amor de meu nome: porquanto 19.
naó conhecem a aquelle que me enviou. Maic. l6 :
22 f Se eu naó viera, nemfallado lhes ouvéra, pecado naó teriaõ;
mas ja de feu pecado agora efeuía naó tem. Coloff. It 6.
23 Quem a my me aborrece, também a meu Pae aborrece, n I. loa. 3 :
24. t Se eu entre elles obras naó fizera , quaes nenhum outro fei­ 0 loa. 13-
17;
to tem ,. pecado
. naõ
, Mteriaõ ; mas agora
- ja as tem vifto , e a my, e I4'
a meu Pae aborreceraõ. Galat 1:10.
2$ Porem \jflo fe,] peraque fe cumpra a palavra que em fua Ley p Matt.10:
eftá efcrita: « Sem caufa me aborreceraõ.
26 v Mas quando viér o Conlolador , y que eu d’o Pae vos hei *

de enviar, Jafer] aquelle Efpirito de verdade , que do Pae fae,
elle de my teftificará. 9.
27 * E também vosoutros teftificareis, pois comigo defd’oprin- ^.16:2.
cipio eftivcftes. rMatt. 10?
Joa. 16 : 3. fRom.4'. tf e : 2o. t ffoa. lo : 37. u Pfalm tf ; 19. e 69 *.
xjoa. 14:16. A&tf: 32, y Lw. 24: 49, % Aèi.V.Z.ll. e : 32-
5J2 OS. EUANGELHO

Capitulo XVI.
I 'Prophetiza Chrifto a feus Difcipulos que perfeguidos feriao $ í confola os com
a promeffa do Efpirito Sanfto 3 que a o mundo de pecado , juftifa d e juizo, re~
*
et'arguiria 12 E a elles cm toda verdade os guiaria? 16 Declara que cedo
d elles tirado íerta > mas que pouco tempo despois a ver o tornariao. 2o E que
prefa fua trifieza, como as dores da mulher despois de parir j em gozo fe tornaria.
23 Exhorta os a em feu nome orarem , com promeffa de ouvidos ferem. 28 E
abertAmente > e fem parabolas declara , que a 0 mundo deixa, 31 Avifa os de

1 p ftas coufas vos tenho dito, peraque vos naõ efcandalizcis.


a loa.r. 32. 2 Lançarvos haõ fora das Synagogas : antes a hora vem,
r 12-42.9uando qualquer que vos matar, cuidará a Deus ferviço fazer.
* J UA.A') .
% b E eftas coufas vos faraó,a porquanto
k nem a o Pae, nem amy
A

21. me conhecerão.
l.Cor.nS. 4 c Porem ifto vos tenho dito, peraque quando aquella hora vier,
c Joa. 13: diíTb vos lembreis, que ja dito volo tenho : mas ifto vos naõ dific
eu desd’o principio, porquanto com vofeo eftava.
5 E agora vou a aquelle que me enviou 5 e nenhum de vosoutros
me pergunta: Aonde vas?
6 Antes, porque eftas coufas dito vos tenho, trifteza voflocora-
çaõ encheo.
7 Porem a verdade vos digo , que vos convém , que eu me vá:

l<?x,i4!2ó. S E vindo elle, a o mundo ha de convencer de pecado, edeju-


juizo.
9 De pecado, porquanto em my naõ crem :
ío Edejuftiça, porquanto a meu Pae vou, c mais me naõaveis
de vér :
• ... epe d’efte mundo eftá jul

Coloff. 2: as naõ podeis foportar.


Z7^T4 guiará em toda verdade, g Porque de fi mefmo naõ ha de fallar
26‘ mac rnd^ r. ™ie ouv|r fallará: e as coufas que ham de vir , vos ha

14- Elle
' SEGUNDO S. JOAÕ. Cap. XVI. ! *31
V4 Elle me ha de glorificar, porque d’o meu ha dc tomar, evoí
lo ha de denunciar.
>5 h Tudo quanto o Pae tem , mcuhe : por iflò difle , que d’o £ Joa. 17
meu ha de tomar, e volo ha de
10 t Hum pouco, e naó me vereis; e outra vez, hum pouco, e
vérmeheis: porquanto a o Pae vou.
17 Difleraõ pois [alguns^ defeusDifcipuloshuns a os outros: Que
he ifto que nos diz ? Hum pouco , e naõ me vereis; e outra vez:
Hum pouco, e vérmeheis; c, porquanto a o Paevou?
18 Afli que diziam: Que he iíto que diz? Hum pouco? Naõ fa-
bemos o que diz.
19 Conheceu pois Jefus que lhe queriaõ perguntar, e diflelhes:
Perguntaes entre vosoutros acerca d’ifto, que cliflè : Hum pouco,
c naõ me vereis; e outra vez: Hum pouco, e vérmeheis ?
20 Em verdade , cm verdade vos digo, quevosoutros chorareis,
e lamentareis, e o mundo fe alegrará , e vosoutros trilhes eftareis:
Mas em gozo voflá trifteza fe tornará.

Vinda he: mas avendo parido a criança, ja da ancia fe naõ lembra,


polo gozo de que hum homem ’no mundo nacido aja. z
22 Afli que também vosoutros agora ’na verdade trifteza tendes:
mas outra vez vos verei, c gozar fe ha voflo coraçaõ , e ninguém / joat 20
voflo gozo de vosoutros tirará. 20.*
23 E’naquelle dia nada me perguntareis, m Em verdade, cmver- mjer. 29:
dade vos digo , que tudo quanto a meuPae em meu nome pedir- Ix-
des, volo ha de dar. Matt. 7-, 7.
24. Até agora nada em meu nome pediftes ; pedi, erecebereis,
peraque voflb gozo fe cumpra. 2 *
25 Eftas couías por parabolas vos fallei: porem a hora vem quan- Luc. 11:9.
do por parabolas mais vos naõ fallarei 5 mas abertamente acerca do 1^.14:15.

27 Pois o mefrno Pae vos ama, porquanto vosoutros meamaftes, -,-s


® c que de Deus fahi creftes. *13:3
07^
28 0 Do Pae fahi, caomundovim, outra vez ao mundo deixo,
c a o Pae vou.
29 Difieramlhe feus Difcipulos : Eisaqui abertamente agora fal­
ias, e nenhuá parabola dizes.
o s. e u a n g e l h o
pjoa. 21; 30 Agora fabemos p que todas as couías fabes ; e naõ has miíler
que ninguém te pergunte. Por iflo cremos que de Deus faiíle.
31 Relpondeulhes Jefus: Agora credes?
qZach. IJt Vedes aqui a hora vem , e ja he vinda , quando cada hum
7- por leu [cabo] espargidos fereis , e ló me deixareis. E r [com tudo] 1Õ
Matt. •’ naõ ellou, pois comigo o Pae ellà.
Marc. I4. 3; Ellas coufas vos tenho dito , f peraque em my paz tenhaes:
*7' em o mundo affliçaõ tereis 3 porem bom animo tende, ja eu a a
rloa.%'. 29. mundo venci.
* 14.1C. fljaj. 9 ; y. Joa. 14 ; 27. Rom. 5 : I. Ephf. 2:13. Colojf, 1; 20.

Capitulo XVII.
I Preparandofe Chrifio3 como nofio Sumo Pontífice , para fua morte e paixao , a
Jeu Pae roga, que 0 glorifique, pa^aque a os que 0 conhecem a vida eterna dé.
4 Relata quam fielmente, e com que gozo, a obra cumprira que encomendado fe-
• lhes tinha. Qra a 0 Pae por Jcus Apoftolos, que os conjerve na uniac da cari­
dade. 1$ Do matina os guarde. 17 E em fua verdade os fanftifique. 2o Ora
também por todos os de mais que , por Jua palavra d‘elles nelle aviao de crer.
21 Paraqne todos hum fe]ab. 24 £ com elle efiejao aonde elle eftiver 3 para-
que Jua gloria vejao.

1 JP fias couías ífallou Jefus, c levantou feus olhos a o Ceo, e difle r


a Joa. 12 : JPae, a vinda he a hora, glorifica a teu Filho, peraque tam­
23, bém teu Filho te glorifique a ty.
c 13:31 2 b Como fobre toda carne poder lhe delle, peraque a tudo quan­
l> Pjalm. 8;
7. to lhe delle, a vida eterna lhes dé.
Matt. 11: } E ella he a vida eterna , que te conheçaõ a ty fó Deus verda­
2/: deiro, e a Jelu Chriílo.a quem enviado tens.
f2S:iS 4 d Ja eu ’na terra te glorifiquei, e confumado tenho a obra oue
Lw. 10:22. me delle, que fizefle.• •
5 E agora glorificame tu $ oPae acerca dc ty mefmo, comaquel-
1. Cor. is - acerca cy tinha, antes que o mundo fofle.
25. '6 Ja teu nome manifellei a os homens, que d’o mundo medeíle
Phil.z\ ío. Teus eraõ, e tu m’os deite , e tua palavra guardáraõ.
Hebr/i'.^. 7 Agora Agorajai conhecido tem,que tudo quanto me deite , de tyhe.
<ljdv. $3 : 8, Porque as palavras que me delle , lhes tenho dado a elles , e
11.
Jerem. 9: * Ja elles as recebéraõ, g e verdadeiramente tem conhecido , que dc
’ ty laido tenho, e créraõ que me enviaíle.
d. Joa. 13 : 9 Eu
eI4 í !£• eloa. 4; 3 4. f lu. X :l,2, c Iq ; 30. e 14: 9, g loa. 16:27.
SEGUNDO S. JOAO. Cap.XVH.
\ Eu por elles rogo; naó rogo polo mundo , fenaõ por aquelles
que me defte, porque teus faõ.
10 E b todas minhas coufas, íaõ tuas; e tuas coufas faõ minhas -J3Joa* ♦
c ’nelles fou glorificado.
11 E eu ja’no mundo naõ eftou : porem eftes [ainíã] ’no mundo
eftaó, e eu a ty venho. Pae lancto , guarda os em teu nome , [_*
faber] a aquelles que me tens dado, peraque hum fejaõ, como
bem] nos.
12 i Quando eu ’no mundo com elles eftava, cm teu nome eu os; joa.6:^9
guardava, k A aquelles que tu me defte , guardado os tenho; ene- «ioiS.
nhú d’elles fe perdeu, fenaõ ofilhodeperdiçaõ, peraque l a Efcri- eiS .-9,
lura fe cumpra. l/ày.S:iS:
1? Mas agora venho a ty, e fallo ifto’no mundo, peraque em fi Io?:
mefmos cumprida minha alegria tenhaõ. <
14 Tua palavra lhes dei, »» e o mundo os aborreceu , porquanto m Joa. iç:
domundo naõ faõ, como cu do mundo naõ fou. I9-
i$ Naõ rogo que do mundo os tires , fenaõ que * do malino os * Ou ,
guardes. • I
mal.
16 Naõ faõ do mundo, como eu do mundo naõ fou.
verdade;; n tua palavra he a verdade.
17 Sanctifica os em tua verdade n
IS o Como tu a o mundo me enviafte , [ajjí] eu a o mundo os» Joa, 20’.
enviei. 21 •
19 p E por elles a my mefrno me fanétifico , para que também í 1*
elles em verdade fanétificados fejaõ. I.Tbejft:
20 E naõ fomente por eftes rogo , fenaõ também por aquelles 7-
que em my, por fua palavra, haõ de crer.
11 Paraque todos q hum fejam ; como tu , [T| Pae , em my: e q loa. 3S.
lo ;
eu em ty, que também elles em nos hum fejaõ : paraque o mundo eI4:U»
crea que tu enviado me tens. Galat. 5:
21 E eu a gloria que a my me defte , lhes tenho dadoaelles: pa­ zS.
raque hum fejaõ , como nos [também] hum fomos.
2$ Eu’nelles , e tu em my ; para que perfeitos em hú fejaõ : e
para que o mundo conheça que tu me enviafte a my, e a elles ama­
do os tens, como a my me amafte. r Joa. 12 •’
24 t Pae, aquelles que me tens dado, quero que aonde eueftou, 16.
eftejaõ elles comigo também; para que vejaõ minha gloria que me e!4'. 3-
tens dado, pois tu me amafte desd’antes da fundaçaõ do mundo. floa.i^.ll. ció: 3.
25 Pae jufto, /o mundo te naõ tem conhecido ; inas eu conhe­ tjoa. 16 :
cido te tenho, t e eftes conhecido tem que tu a my mc enviafte.
Gg 2 - 26 c 17: s»
35 OS. EUANGELHO
*>2t E eu teu nome notorio lhes fiz, e notorio [l^J farei j pera-'
que q amor com que me amafte, ’nelles elleja, e eu’nelles.

Capitulo XVIII.
I Vae Chriflo com fluí Difcipulos a hua horta, a onde Judas 3 com hum efquadraõ
a prendélo vem. 4 E tom a palavra de Chriflo cae em terra o esquadrao. lo Pe­
dro corta a orelha a Malco do que Chrifto o reprende. 12 He Chrifto prejo ,
e primeiramente levado a Annas ■> e despois a Cayphas. IÇ Pedro o fegue e
0 nega. 19 Cayphas 0 examina acerca de feus Discípulos e doutrina. 22 Hum
dos criados d fere e elle diflo 0 reprende. 2$ Nega 0 Pedro ainda duas vezes»
28 He levado a Audiência a cafa de Pilatos, que acerca de fua acufaçaõpergun­
ta y e a juizo dos Judeos entregar 0 querer. 33 Pergunta lhe acerca de feu
Reyno 3 0 qual 0 Senhor teftifica que d’effe mundo nao he. 38 Por innocente 0
declara , e como tal joltar 0 quer. 4o Mas os Judeos a Barabbas pedem.

al.SamA^'. I a A vendo Jefus dito eftas coufas , fahiofe com feus Difcipulos
d’alem do ribeiro de Cedro , aonde eftava huã horta , em
Matt. 26 : qUe entrou elle e feus Difcipulos.
36. t ~E também Judas, o que o trahia , fabia aquelle lugar j por­
Marc. 14 ' quanto muytas vezes fe ajuntara ali Jelus com feus Difcipulos.
32.
X»c.22:3% 3 h .Judas pois
t tomando o efquadraõ
. J e flguns
[_de foldados^— --- d’osj
b Matt.26: miniítros dos Pontífices c dos Pharifeos, veyo ali com lanternas, e
47. fachas, e armas.
Marc. 14 : 4 Sabendo pois Jefus todas as coufas que fobre elle aviao dc vir,
4r * fe adiantou, e lhes difie: A quem buícaes?
Luc 22:47- $ Refpondéraõ lhe: A JefusNazareno. Difielhes Jefus: Eufou.
**Grf
biu
E Judas, o que o trahia, também com elles eftava.
6 Como pois lhes difle: Eufou, tornáraõ pera tras, ecairaõem
terra.
7 Tornoulhes pois a perguntar: A quem bufcaes? E elles difle­
raõ: A Jefus Nazareno.
doa. 6:39. 8 Refpondeu Jefus: Ja vos tenho dito que cu fou. Por tanto fe
^io: 18. a my me bufcaes, a cites, ir dcixac.
ei7:12 2 Peraque fc cumprific a palavra , que dito tinha: c Dos queme
iMatt.Xb'. d£ftc , a nenhum d>1Ies pCrdi.
Marc. 14: 10 d Simap Pedro , pois que tinha efpada, puxoud’ella, c ferio
47.’ ’ a o fervo do Pontifice, c cortoulhe a orelha direita. E era o nome
Luc.22:$0. do fervo Malco.
e Matt.20: 11 Difie pois Jefus a Pedro : Mctc tua efpada na bainha : r Naõ
22- beberei cu o copo 'í o. Pac dado mc tem ?
r que q
*
SEGUNDO S. JOAO. Cap. XVIII. 2V
ti O efquadraõ pois, e o Tribuno , c os fervidores dos Judeos
juntamente a Jelus tomáraó e amarráraó o.
i? f E leváraó o primeiramente 2. g Annás , porque era fogro de^^7/?í-2<$»
Caípfi ás, o qual era Pontificc d’aquelle anno.
14 b E era Caiphás o que a os Judeos aconfclhára, que convinha I^’
que hum homem polo povo morre fie. , Luc.22: $4;
15 * E feguia a Jefus Simaõ Pedro , e outro Difcipulo. E eragLuc.y.z.
efle Difcipulo conhecido do Pontífice , e entrou com Jefus na fala hjoa, u ;
do Pontífice. . 5°-
16 E Pedro eftava fora á porta. Sahiu pois o outro Difcipulo, íAíatt'16>
que era conhecido do Pontífice, e fallou á porteira, c meteu den- war* 4.
tro a Pedro. * s,
17 Diífe pois a criada porteira a Pedro : Naõ es tu tambem dos L«r.zi:ç4.
Difcipulos d’efte homem ? Difie elle, Naõ fou. kMatt.26:
18 E eftavaó [ah] os íervos, c os miniftros, que aviaó feito bra- 59 *
fas, porquanto fazia frio, e aquentavaõ fe. k Eftava [também] com Ma?c* 14•'
elles Pedro e aquentava íe. Luc,22:<<.
19 Perguntou pois o Pontífice a Jefus acerca de feus Difcipulos,
de fua doutrina.
20 Jefus lhe refpondeu: / Eu abertamente a o mundo fallei 5 eu lloa.-g: zí.
fempre ’na Synagoga e’no Templo enfinei , aonde os Judeos de
todos os lugares fe ajuntaõ, e nada em oculto fallei. m ler.20:2.
21 Que me perguntas amy? Pergunta a os que o ouviraõ? que he ^^3:2.
o que fallado lhes tenha? vés aqui elles labem que he o que dito tenho.n
22 E dizendo elle ifto, hum dos miniftros, que ali eftava, m deu ^'rc
a Jefus huã bofetada, dizendo. Afii relpondcs ao Sumo Pontifice
xj Rcfpondeulhe Jelus 5 Se mal fallei, da teftimunho do mal 5 Luc.22^4,
c fe bem, porque me feres? oMatt.261
24 n ([^fá] pois marrado o mandara Annás a o Sumo Pontifice 7i»
Caiphás:)' „ M"‘- 14 ••
2$ n E eftava Simaõ Pedro ali , e aquentavafe : difleraó lhe pois
NaóestutambemdefeusDifcipulos? Negouelle, edifie: Naõfou.^ joat I
26 Difie hum dos fervos do Pontifice, parente d’aquelle a quem 38.
Pedro a orelha cortara: Naó te vi eu na horta com elle? ^Matt^x
27 Negou pois Pedro outra vez, p e logo o galo cantou. i*
28 7 Leváraó pois de Caiphás a Jefus á Audiência. E era pela ^IarcA^\
fnanhaã: e naõ entráraó na Audiência, r por naófecontaminarem, r’
nas que pudeflem comer a Pafchoa. rAtt. ío ♦
29 Sahiu pois Pilatosaellesfora, cdifle:Queaculaçaõcontraefte 2s.
homem trazeis? Gg 3 3o Re- eix; $>.
2.s O S. EUANGELHO
30 Refpondéraõ, e difleraõ lhe: Se efte malfeitor naõfora, naõ
t’o entregaríamos.
31 Dilfélhcs pois Pilatos: Tomae o vosoutros , e fegundo voflá
ley o julgae. Difleraõ lhe pois os Judeos : A nos naõ nos he licito
a alguém matar.
fMatt. lo'. 32 / Paraque fe cumprifle a palavra de Jefus , que tinha dito,
19. fignificando de que morte avia de morrer.
loa.11
*. 32. 53 t Afli que Pilatos tornou a entrar ’na Audiência , e chamou a
t Matt. 17'.: Jefus, e diflelhe: Es tu o Rey dos Judeos.
II. 34 Refpondeulhe Jeíus: Dizes tu iflò de ty mefrno , ou difleraõ
Marc.l^’.
Luc 23: 3 t’o outros de my ?
3$ Pilatos refpondeu: Por ventura fou eu Judeo? Tua gente, e
os Princepes dos Sacerdotes a my te entregáraõ , que fizefte?
uT.oa.6'.iS' 36 Refpondeu Jefus: * Meu Reyno naõ hed’efte mundo: Semeu
1. Tim. 6 : Rcyno d’efte mundo fora, meus fervidores pelejáraõ , peraque eu
*
13 a os Judeos entregue naõ fofle : porem agora meu Rcyno d’aqui
naõ he.
37 Diflelhe pois Pilatos: L.ogo Rey es tu? Refpondeu Jefus: Tu
dizes que eu Rey fou. Eu pera iíto fou nacido, e pera iíto a o
mundo vim, pera dar teftimunho á verdade. Todo aquelle quehc
da verdade, minha voz ouve.
38 Diflelhe Pilatos: Que coufa he verdade? E avendo dito ifto,
x Matt >17 . tornou a fair a os Judeos , e diflelhes , x Nenhum crime ’nelle
14. acho.
Luc. 23; 4. 39 Mas vosoutros tendes y por coftume , que eu hum pela Pa-
Y Matt..17
* fchoa vos folte. Quereis pois que a o Rey dos Judeos vos folie ?
iÇ. í
40 Tornáraõ " pois todos a clamar, dizendo, x Naõ a efte, fenaõ
Marc.^:^ a Barabbas< a £ cra
T" a a. ....
I
Barabbas hum faltcador.
-A 1*^ aA a*A *
L »1 fTl I ai /4

Lwc.23:17.
z M.^.14. a Matt. 27 : 16. Marc. IÇ : 7. Lwí.23 ; 19.
SEGUNDO S. JOAO. Cap.XIX.

Capitulo XIX. f

I Mania Pilatos a o Senhor af ootar, e os /oldados delle efiarneeem e o snnlira-


tao 4 A/Jl a os judeos he mefirado. 6 Os Prsncepes dos Sacerdotes lhes
bradao que o crucifique. mas Pilatos por innocente o declara. 7 (h Judeos a
fua Ley apelao. Z Polo que Pilatos a Jefus mais eflreitamente examina. IX £
eutra vez. procuraJaltalo mas os Judeos 0 ameaçao com 0 disfavor de Ccfr.
16 Lolo que a Chriflo entrega pera fer crucificado. 17 Leva ds cosias fua cruz.
1S He crucificado em meyo de dous falteadores. I9 O Titulo da cruz. 23 Re­
partem os foldados Jeus vejiidos. 25 Encomenda Jua mae a oDifcipuiOy a quem
amava. 2S Tem Jede 3 e dao lhe a beber vinagre- 30 Efpirana cruz- 21 dve-
braõ as pernas a os falteadores. 34 Abrem 0 lado a Chriflo. 38 E ^ojeohde-
Arimathea e Nicodemos . com permffao de Pilatos j 0 enterrao. JJ J

1 17 entonces tomou Pilatos a Jefus, e açoutou [0] aMatt.iy:


2 E entretecendo os toldados huã coroade°efpinhos, pufé- 2Ó>
raÕ lha fobre a cabeça, e veftíraõ o de huã vefte de graã. * Marc' ;
3 E diziaõ: Ajaes gozo , Rey dos Judeos. E davaó lhe de bo-
fetadas.
4 Sahio pois Pilatos outra vez fora , c diflelhes : Vedes aqui
volo trago fora, peraque faebaes que nenhum crimehielle acho.
5 Sahio pois Jelus fora, levando a coroa de efpinhos , e a vefte
de graã. E diflelhes [pilatos: ] Vedes aqui o homem.
6 Vendo o pois os Princepes dos Sacerdotes 5 e os fervidores
clamáraõ, dizendo, Crucifica [0,] Crucifica [y.J DiflelhesPilatos:
Tomae o vosoutros , e crucificae : J porque eu nenhum crime
?nelle acho.
7 Relponderaõ lhe os Judeos: b NosoutrostemosLey , efegun- bLev.24j
do nofla Ley deve morrer: c porque Filho de Deus fe fez. ló-
S Como pois Pilatos ouvio eftapalavra , ficou mais'atemorizado.
9 E entrou outra vez na Audiência , e difle a Jefus: D’onde es
tu? Mas Jefus naõ lhe deu repofta.
10 Difle lhe pois Pilatosj A my me naõ falias ? Naõ-fabes que
tenho poder pera te crucificar, e tenho poder pera te foltar?
11 Refpondeu Jefus: Nenhum poder contra my terias, fe de ri­
ba dado te naõ foflè5 por tanto o que a tyme entregou, mayorpe-
cado tem.
12 Desd’entonccs procurava Pilatos foltálo ; mas os Judeos cia-
mavaõ, dizendo,^ Se a efte foltas, de Cefar naõ es amigo5 </qual-
á|ucr que Rey fe faz, a Cefar contradiz.
3 O u»
OS. EUANGELHO
i; Ouvindo pois Pilatos efte dito, levou fora â Jefus, eaflcn-
toufe ’no Tribunal, ’no lugar chamado Lithoftrotos, c em Hebrai­
co Gabbatha.
14 E era a prcparaçaõ da Pafchoa , c quafi á hora fexta , e difle
a os Judeos: Vedesaqui voflb Rey.
iy Mas elles bradáraõ: Tira, tira, crucifica o. Diflelhes Pila­
tos : A voflb Rey hei de crucificar ? Refpondéraõ os Princepes dos
e Gen. ' Sacerdotes: * Naõ temos [outro] Rey, fenaõ a Cefar. ~
lo.
fMatt. 27: 16 f Entonces lho entregou , pera que fofle crucificado. E to-
26. máraõ a Jefus, c leváraõ |b.J
Marc. 1$ : 17 g É levando elle ás coftas fua cruz fahiu a o [fygtr] chamado a
Cáveira, que em Hebraico fe chama Golgotha.
Luc 23:24. 18 Aonde o crucificáraõ, c com elle outros dous, dc cada banda
2$. . hum, c a Jefus’no meyo.
£ Matt.VJ'. 19 h E efereveu também Pilatos hum * rotulo, c polo cm cima da
V-H-
Mai c, ] • cruz , e eftava [ ’»<-//<-J efcrito: JESUS NAZARENO, REY
22. DOS JUDEOS.
L//C23126, 20 Léraõ pois muytos dos Judeos efte rotulo; porque o lugar
n- aonde Jefus eftava crucificado, era perto da cidade; c eftava eícrito
h Matt .17:;em Hebraico, cm Grego, [/] em Latim.
37»
Marc. 1$:, 21 Diziaõ pois os Princepes dos Sacerdotes dos Judeos a Pilatos:
26. ‘ Naõ eferevas, Rey dos Judeos , fenaõ que difle : Rey fou dos Ju-
1^.23:38. deos.
* Ou. le- Rcfpondcu Pilatos: Oqucefcrevi, eferevi.
treiro. i Avendo pois os foldados crucificado a Jefus , tornáraõ feus
iMatt.i7‘. veftidos, (e fizéraõ quatro partes , a cada fofdado huã parte) e a I

35- - ■ " ’
Marc. l£ . túnica. E era a túnica fem coftura , toda tecida defde riba [até
24.
* baixo. J
Lucci}',^. 24. Difleraõ pois huns a os outros: Naõ a partamos fenaõ lancemos
« .
fortesfobre ella, a cuja ferá: Paraque fe cumpriflèaEfcritura, que
■ ——- X-
* / *■ «r /T • 1 Z"" 1 • •• »
kPfal.xi: . k Entre fi partíraõ meus veftidos , e fobre minha vefte lançá-I
raõ fortes. Ifto pois fizeraõ os foldados.
l Matt. 17‘. 2y l E eftavaõ junto á cruz de Jefus , fua maé , c a irmaa de fua
S$. maé, Maria [mulher] de Cleopa, e Maria Magdalena.
Marc. 26 E vendo Jefus a \fia] maé, e a o Difcipulo a qué amava;’que
40. ali eftava, difle a fua maé: Mulher, vés ahi teu filho.
27 Despois difle a o Diícipulo: Vés ahi tua maé. E dcsd’aquella
hora a recebeu o Difcipulo em fua [cx/ã.]
Despois fabendo Jefus que ja todas as coufas eftavaõ cum­
pridas,
E SEGUNDO S. JOAO. Cap.XIX. 24?
pridas, m para que a Efcritura fe cumprifte, difie: Sede tenho. míjai.tr»
19 n Eftava pois ali hum vafo cheyo de vinagre , e huã efponja 2X4»*
de vinagre enchéraó , e envolvendo a com hyfopo , chegáraõ lha n
á boca. 40'
30 Como pois Jefus tomou o vinagre , difie : 0 Confúmado he; 0
e abaixando a cabeça , deu o Elpirito.
31 Os Judeos pois , porque os corpos naõ ficafiem o Sabbado’na
cruz, porquanto entaõ era a preparaçaõ, (porque era o grande dia
do Sabbado) rogáraõ a Pilatos, que fe lhes quebrafiem as pernas, e
foliem tirados.
jt Vieraõ pois os foldados, e ’na verdade quebráraõ as pernas t
o primeiro , e a o outro que com elle fora crucificado.
33 Mas vindo a Jefus, [e] vendo o ja morto , naõ lhe quebráraõ
is pernas.
34 Mas hum dos foldados lhe furou com huã lança o lado , e lo­
go p íahio langue e agoa. P i.Jea. ç:
35 E o que ifto vio, oteftificou; e feu teftimunho he verdadei-
ro, e labe que verdade he o que diz , paraque vosoutros também
creaes.
36 Porque eftas coufas acontecéraõ, q paraque fe cumprifle aEf-
critura [que diz>\] Ofib d’elle quebrantado naõ ferá.
37 E outra vez diz outra Efcritura: r Veráõ a o quetraspaflaraõ. •
3S J E despois rogou aPilatos Jofeph de Arimathea, (que eraDi- Io. ‘
fcipulo de Jefus, porem oculto t por medo dos Judeos)quepudefie/M?íM7:
tirar o corpo de Jefus; e Pilatos [/h’o] permitio. Veyo pois e tirou 57-
o corpo de Jefus. Marc. 15:
' 39 E u veyo também Nicodemos, (aquelle qúc d’antes de noite a 42^ e q
Jefus tinha vindo) trazendo húcompofto demyrrha calões, dequafi
cem arrateís. ~
40 Tornáraõ pois o corpo de Jefus, e envolvéraõ o em lençoes ujoa. ;.*i.
com as efpeciarias, como he coftume dos Judeos fepultar. eiW
41 E avia huã horta ’naquelle lugar , aonde fora crucificado; e
’na horta hum fepulchro novo , em que ainda nunca alguém avia
íido pofto.
42- Ali pois (por caufa da preparaçaõ \_aa Pafchoa} dos Judeos , e
porque aquelle fepulchro eftava perto) puféraõ a Jefus,
Í4t ■ OS. EUANGELHO
Capitulo XX.
I Fae Maria Magdalena a 0 fepulchro , e achando 0 vazio> dá as novas a Pedra
e a Joao. Que ambos juntos a 0 fepulchro correm , e affi 0 achao. n Vi
Maria 'no fepulchro a dous Anjos, 14 Chrifto lhe aparece , e as novas de fua
refurreiçaó a feus Difcipulos dar lhe manda._ 1 9 A os quaes também á tarde
aparece. 22 Da lhes 0 Efpirito Sanfto, e poder pera os pecados perdoare e re-
t-ere. 24 A 0 que Thomé naõ quer dar credito, por fe nao aver achado prefen-
le 26 Ate que oito dias despois a Chrifio vé e 0 confejfa, 30 E declara
foaÕ, porque de muytos outros finaes > /o eftes efritos efiaõ.
» Matt.iS; a P o primeiro [dia] da femana veyo Maria Magdalena de madru-
j gada," fk,-,
fendo efeuro, aa o fpmilrhrn
,4rx ainda pírurn viu aa nenra
fepulchro 5.• f*e viu pedra jado
ia
•• *
Mw.i6:i. fepulchro tirada.'
ítílC • 24 « I ■ 2 Ç^eu pois, e veyo a Simaõ Pedro , e a outro Difcipulo a
bfoa. 13: quem Jefus amava , e diflelhes , Do fepulchro a o Senhor toma­
*3-
e 21:7.20. ram , e naõ fabemos aonde o puleraõ.
0 Luc. 24: 3 c Sahiu pois Pedro e o outro Difcipulo, e.viéraõ a o fepulchro.
12. 4 E corriaõ eftes dous juntos: e o outro Difcipulo correu, diante
mais deprefla que Pedro, e veyo primeiro a o fepulchro.
d 'Joa. 19: $ E abaixandofe, vio d eftar os lençoes: toda via naõ entrou.
40. 6 Veyo pois Simaõ Pedro leguindo o, c entrou’no íepulchro,e
*
vio eftar os lençoes.
t loa 11-44. 7 E e o fudario que fobre fua cabeça fora [pofio,] naõ [ 0 vio] eftar
com os lençoes, fenaõ envolto em hum lugar á parte.
8 Entonces pois entrou também o outro Difcipulo, que primei­
ro a o fepulchro viera, evio, e creu.
fPfil. 16 : 9 Porque ainda naõ íabiajõf a Efcritura , que era neceflario que
10. dos mortos refufeitafle.
Aft.z'. 2$. 10 Tornáraõ fe pois os Difcipulospara * caía.
11 g E Maria eftava fora chorando junto a o fepulchro. Eftando
♦ Gr. dia Pois chorando, abaixoufe a o fepulchro. '
feus, 12 E vio a dous Anjos [veftidos] de branco aflentados, hum a * ca-
* Gr. ca- beceira, e o outro a os pees, - aonde o corpo de Jefus jouvéra.
beça. 13 E diíféraõ lhe elles: Mulher, porque choras? Diflelhes ella-:
í M4//.2S: Porquanto, a meu Senhor leváraõ, e naõ fei aonde o puféraõ.
14 h E avendo dito ifto, viroufe pera tras, e vio eftar a Jefus, t
Luc Zé.-4. nao ^a^ia que era Jelus.
b Nfctt.iS: Difle lhe Jefus: Mulher porque choras ? aquembufeas? Ella
9. cuidando que era o hortelão, diflelhe: Senhor, fe tu o levafte, di-
Marc.16:^ zeme aonde o pufefte, e cu o levarei.
16 Dif-
/ __
SEGUNDO S. JOAO. Cap. XX. ■’
16 Diflelhe Jefus: Maria? Virandofe ella diflelhe ; Rabboni,
^ue fe diz Meftre.
17 Diflelhe Jefus: Naõ me toques; porque ainda naõ fubia meu
Pae: porem vae Z a meus irmaõs, e dizelhes : k Subo a meu Pac,f f/V 32 :
c a voflb Pae; {/J meu Deus, e [/] voflb Deus. . _
iS l Veyo Maria Magdalena , e denunciou a os Difcipulos, que ~ •
a o Senhor vira , e eftas coufas lhe difléra. /iW.2:ii4
19 m Vinda pois ja a tarde o primeiro dia da femana, e cerradas as k Joa, 16 ;
portas, aonde os Difcipulos por medo dos Judeos fe tinhaó ajunta- 28.
*
do, veyo Jefus, e pós
.A...
íe ’no meyo,, , e diflelhes
J,rr”---- :Matt.iM.
Paz ajaes.
2’0 E^izendo’ifto, moftrou lhes fuas maós, e [fèu] lado. » Afli 16:
~ ___ ~
que os Discípulos fe gozáraõ, vendo a o Senhor.
' 21 Diflelhes pois Jefus outra vez: Paz ajaes •> o como o Pae me }nMarc^6\
enviou, afli vos envio eu a vosoutros. . I+.
21 R avendo dito ifto, foprou \Jbbre elles, J e diflelhes : Recebei £«02436,
o Efpirito íànéto. i.Cor. i$:
25 P A quem quer que perdoardes os pecados lhes faõ perdoa-
dos; [/] a quem quer que os retiverdes, [ZA«] faõ reteúdos.
24 E Thomé, hum dos doze , dito o Didymo , naõ eftava com <, £I;r;
elles quando Jefus veyo. Matt. 28 <
2f Difleraõ lhe pois os outros Difcipulos : A o Senhor vimos. 19.
Porem elle lhes difle : Se em íuas maós o final dos cravos naõ vir, 16:
e meu dedo’no iuçar dos cravos naõ meter, e em íeu lado naõ me- I<’‘
ter minha mao, em maneira nenhuá [_°J crerei. I7<
16 E oito dias despois, eftavaõ feus Difcipulos outra vez dentro, ? Mattpiúz
QJ com elles Thomé; e veyo Jefus, fechadasja as portas, e posle 10.
5nomeyo, e difle: Paz ajaes. . , . ei8:i8.
27 Despois difle a Thomé: ? Chega teu dedo aqui , e ve mi- ^i.ioa.ui,
nhas maõs; e chega tua maõ , e mete a em meu lado ; e naõ fejas *
incrédulo, fenaõ * fiel. te"
28 E respondeuThomé e diflelhe: Senhor meu, e Deus meu.
29 Diflelhe Jefus: Porque me vifte, (*) Thomé, creftej rbema-ri Ped. ic
venturados aquelles que naõ virem , e crérem.
30 f Outros muytos finaes fez Jefus também ainda em prefença/ fa' n:
de feusDifcipulos, que’nefte livro eferitos naõ eftao: . *5-
Porem eftes eftaõ eferitos, peraquecreaesqueJefusheoChri-
fto, o Filho dc Deus j e peraque , crendo., tcrthaes vida em feu
iiomc.
Hh 2
144 OS. EUANGELHO
Capitulo XXI.
I Eftando alguns d'os Difcipulos pcfando , o Senhor lhes torna a aparecer, 6 E
com Jua bençao alcançaõ hua grande preja de peixes por onde o conhecem. 7 Dan­
ça Je Pedro a 0 mar •> pera a elle ir > e es outros com 0 barco 0 fegttem
* 9 Jan­
ta com elles. tf E a Pedro tres vezes pergunta fe 0 ama e que fuas ovelhas
apajcente lhe encomenda. >l8 Profetiza lhe a morte comque a Deus avia de glo­
rificar. 2o Reprende fua pergunta acerca de Joao. 24 E conclue 0 Euangpelfta

ois difto fe manifeftou Jefus outra vez a os Difcipulos junto


mar de Tiberiasj e manifeílou [/èj afli.
*.46.
aloa.i 2 Eftavaó juntos Simaõ Pedro, e Thomé , ditooDidymo, a e
b Matt. 41 jqathanaél, o de Cana deGalilea, b e os [filhosf\ do Zebedeo, e ou­
Trlarc.t: 19. tros dous de feus Difcipulos.
-
*&
*Ou, l Diflelhes Simaõ Pedro: vou._ Dizem lhe elles: Tam-
hiraõ„ bem nos vamos comtigo. * Foraõ, e fobíraõ logo , ’no barco j
e aquella noite nada tomáraó.
4 E fazendole ja manhaã , Jefus fe pós na praya: poremosDifci­
pulos naõ iabiaõ que era lefus.
* Conduto- 5 Afli que Jefus lhes difie: Filhinhos , tendes [algud ct>uja~\ * que
comer? Refpondéraõlhe: Naõ.
sDuc. 5:4. 6 E elle lhes difle: c Lançae a rede da banda direita do barco, e
6,7‘ achareis. Lançáraõ a pois , eja a naõ podiaõ tirar pola multidão
s peixes.
7 Difle pois aquelle Difcipulo, d a quem Jefus amava, a Pedro:
elo: i.O Senhor he. Ouvindo pois Simaõ Pedro que era o Senhor, cin-
giule o capote, (porque eftava nuo,) e lançou fe a o mar.
8 E os outros Difcipulos viéraõ com o barquinho , (porque naõ
eftavaó, lenaõ como duzentos covados , longe de terra) trazendo
[apos fi\ a rede de peixes.
9 Como pois defeéraó â terra, viraó ja as' brafas poftas , e hum
peixe pofto 3nellas, e mais pam.
Dtit. 24: Io e Diflelhes Jefus: Trazei dos peixes que agora tomaftes.
n Sobiu Simaõ Pedro, e puxou pola rede a terra, cheya de cen­
to e cincoenta e tres grandes peixes5 e fendo tantos, a rede naõíe
rompeu.
12 Diflelhes Jefus : Vinde, jantae. E nenhum dos Difcipulos
lhe oufava perguntar, Tu quem es? fabendo que era o Senhor.
J3 Afli
SEGUNDO S. JOAO. Cap. XXI.
; 13 Afli que veyo Jeíus, e tomou o pam, edeulhoj efemelhau *
temente do peixe.
14. E ella era ja a terceira vez que Jefus a feus Difcipulos femani»
feílou, despois de dos mortos aver refufcitado.
15 Avendo elles pois jajantado, difle Jelus a Simaó Pedro : Si-
maó C/í/ÁoJ de Jonas , amas me mais do que elles ? Diflelhe elle:
Si Senhor , tu labes que te amo. Diflelhe : Apacenta meus cor»
d ei r os.
16 Tornoulhe a dizer a fegunda vez : Simaó , [filho j de Jonas,
amas me? Difle lhe: Si Senhor , tu labes que te amo. Diflelhe:
Apacenta minhas ovelhas.
17 Diflelhe a terceira vez: Simaó, [filho} de Jonas , Amas me?
Entriíleceufe Pedro de que ja pela terceira vez lhe difleflè : Amas
me? E diflelhe: f Senhor, tu labes todas as coufas, tufabesqueeu f Joa.
te amo. Difle lhe Jelus: Apacenta minhas ovelhas. 30.-
18 g Em verdade , em verdade te digo , que quando eras mais g Joa. 13 •
moço, tu mesmo te cingias, e andavas por onde querias 5 mas 16.
quando ja velho tores, tuas maós eílenderás, e outro te cingirá, e, Ix’ 3-
aonde tu naó quileras, te levará. 2.Pedr. 1:
19 h E ifto difle fignificando com que morte a Deus avia de glo- } , T.
rificar. Edito iílo, diflelhe: Segue me. 3 j/’ r'
20 E virandofe Pedro , vio 1 que [y] feguia aquelle Difcipulo a i Joà. 13•
quem Jefus amava , o que também ’na cea * a feu peito fe recoílá-
ra, ediflera: Senhor, quem he o que te ha de trahir? . : 2’
eia
*
czo:
2,1 Vendo Pedro a efte, difle a Jefus: Senhor, e efte que? *1e.21 : 7.
<=
22 Diflelhe Jefus : Se eu quero que elle fique até que eu venha 5 *Ou >fobre
feu peita
que te importa a ty ? Segue me tu. caíra.
2; Sahio pois efte dito entre os irmaõs , que aquelle Difcipulo
naõ avia de morrer. Jefus naõ lhe difle, que naõmorreria, fenaõ,
Se eu quero que elle fique até que eu venha , que te importa a ty ?
24 Elle he o Difcipulo, que delias couías tellifica , e ellas cou-
fasefcrevcuj e fabemos que feu teftimunho k he verdadeiro. k Joa. I?:
l Ainda porem ha outras muytas coufas que Jefus fez , que fe 35-
cada huã de por fi fe efereveflem , nem ainda o mesmo mundo , Joa' 20 ♦
çuido que comprender poderia os livros, [delias} eferitos. Amen.
/

Fim do fanElo Euangelho fegundo S, Jaao,

Hh 3 AC- .
A C T O S
DOS

S. APOSTOLOS
ESCRITOS'
/

PELO EUANGELISTA-
S. LUCAS.
Capitulo I.
í Prologo de'S. Lucas com que efle feu fegundo livro a feu Euangelho une. 3 Avcn-
d.t Chriflo refu/citado dos mortos converfa com feus Apoftolos quarenta dias,
4 Manda lhes que em Jerujalem a miffaõ do Efpirito JanUo esperem. 6 Re-
(ponde lhes a pergunta de quando 0 Reino a ljrael restauraria. 9 A Vifla
dlelles j a 0 Ceo fobe. 10 O que dous Anjos teStiflcaò , predizendo também fua
tornada. 12 Tornaõ fe os Apoftolos a Jerufalem. 13 Perfeverao concordemen-
te em oraçoens > com alguas mulheres , e com a mae dc Chriflo. 1$ Relata Pe­
dro a predicçao acerca de Judas , e Jeu fim, 21 E ex/cortando a ordenar outro
cm feu lugwr dous para iffo faõ aprefentados, 24 E avendo feito orapao he
Matthias por fortes 5 eleito Apoflolo.

primeiro livro o Theophilo , fiz eu, acerca de todas as couías


que Jefus começou afli a fazer como a enfinar:
■»' ALty.ió: 2 ci Ate o dia em que a riba recebido foy, despois de pelo Efpi-
19 rito fancto b aver dado mandamentos a os Apoftolos que efeolhera.
Luc. 9 : $ i. V Aos quaes também, despois de aver padecido, feaprefentou
I. Tim. 3 : vivo com muytas Q?] infalíveis provas j fendo d’elles vifto por qua­
M.
bjoa. 20 : renta dias, e fallando \lhes das coufas\ que a o Reyno de Deus per­
*21. tencem.
ié: 4 d E ajuntado os, lhes mandou que fc naõ apartaflem de Jcru.
i^i *r. ís;ç« dLuc. 24 .-48, 49.
7(?«.2o; 19- e2l: I. I. C •
falei»
S. APOS TOLOS. Cap. I. 147
falem, mas que efperaflem a prometia do Pae, e que (difle) de my e Jm- 14»
ouviftes. 26.
5 f Porque bem bautizou Joaõ com agoa, ç porem vosoutros fc-
reis bautizados com o Efpirito fanéto , naó muytos dias despois /ÍÂ/ 71
d’eftes. } f 5*
6 Aquelles pois que ajuntado fe aviaó , lhe perguntaraõ, dizen- Marc a :8»
do, /> Senhor, reftaurarás tu’nefte tempo o Reyno a Ifraêl ? Lac.^ii6,
7 E dilfelhes : i Naó he voflo faber os tempos , ou as * fazoés,Ioa-1:
que o Pae em feu proprio poder pós. ^t?.irTé.
8 * Mas recebereis a virtude do Efpirito fanéto , que fobre vos- 7^19: .í*
outros ha de vir 5 / e fermeheisteftimunhasafliemjerulalem , como^j^V
em toda Judea, e Samaria, e ate o cabo da terra. ^ 2 :*4.
9 m E avendo dito eflas coufas, vendo o elles, foylevantado em <?ii:i$.
alto5 e huã nuvem o tirou de feus olhos. ^M^r.2^:
10 E eftando elles com os olhos poftos’no Ceo, entre tanto que .
elle [fobindo] hia , eis que dous varoens » em veftidos brancos, jun- 1 24:
to a elles fe puféraó. * ^u’
11 Os quaes também difleraõ: Varoens Galileos, que eftaes olhan- tmMes.9
do pera o ceo.? 0 Efte Jefus que de vosoutros a riba a o ceo toma- ouy ocaÇi-
. do foy, afli virá como a o Ceo ir o viftes. °em.
12 Entonces tornáraõ fe a Jerufalem do monte que fe chama das +•
Oliveiras, o qual eftá perto de Jerufalem, diftante caminho de hum }* ay' 2:
Sabbado. - _ 4S4'47'
1? E entrando, fobíraõ a o cenáculo , aonde fe ficáraõ, loa. 1$:27,
a faber] Pedro e Jacobo , e Joaõ, e André, Philippe e Thomé, AH. 2 .32.
Bartholomeo e xMatheus , (/j Jacobo [filho] dc Alpheo , e Simaõ wM^rr.ió:
Zclotes, e Judas [irmaõ] de Jacobo.
14 Todos eftes perfeverávaó concordemente em orações e fupli-Vl
caçoens, com as mulheres , e [com] Maria a maé de Jefus , e com^ " ’2 *
feus irmaõs. ^.7:13.
if E levantandofe Pedro, ’naquelles dias , em meyo dos Difci- Matt. 24;
pulos , difle : (e era a companha junta como de quaíi cento c vin- 3® *
te pefloas.) Marc. ip
16 Varoens irmaõs , convinha que fe cumprifle efta Efcritura, L*6fv
1 que o Efpirito fanéto pela boca dc David predifleacercadcJudas, i^rbe/fai-
r que foy o guia d’aquelles que a Jefus prendéraõ. ’ io.
17 f Porque com nosco contado foy, e forte * ’nefte miniftério
alcançou. 18 Efte Io*
t Matt. 13 : 7 Pfat. 41; lo. Matt. 26 ! 23. Joa. 13 : 18. r Matt. 26 : 47. 1 ’’
•Marc. 14 HE Joa. 18 ; $.J'Matt. !•:4. Marc. 3 : 39. Luc. 6: 16. * Gr.
248 ACTOSDOS
n.lam.vy. iS Efte pois o campo do gaíardaó de iniquidadeaquirio , te pre-
13- Jcipitandole, pelo meyo arrebentou, e todas fuas entranhas fe der-
Jil<?ír.27:5. ramáraó.
19 E foy notorio a todos os que em Jerufalem habitam; demanei-
& Matt.17 *. ra que aquelle campo u íe chama, em fua própria lingoa , Acelda-
8> ma 5 ifto he, campo de fangue.
x Pfal.úy. 20 Porque’no livro dos Píalmos eftá efcrito : * Sua habitaçaó
26. deferta fe faça> e quem’nella habite naó aja. y E Outro feu bif-
y Pfal.109: pad0 tome.
zAã 6’Z 21 z * s necc^ari°? que d’osvarocns, que com noíçoèonver-

’ fáraó todo o tempo, em que o'Senhor Jefus entre nosoutros entrou
e fahio,
«AH. 1:9. 22 Começando defdo b^utifmo de Joaó , ate o dia em que a de
nos a riba recebido foy , fe faça hum d’elles còm nofco tcftimunha
de fua refurreiçaó.
*
bAã.fr.b E aprefentáraó dous, a Jofeph, chamado Barfabas, que ti­
nha por fobrenome [0] Jufto, e a Matthias.
c i.Sam.16'. 24 E orando, difleraó: c Tu Senhor, dos corações de todos Co-
7*
I.1Chron.lt•. nhecedor, moftra aqual d’eftes dous efeolhido tens.
9. 25 Pera que » . a forte tome d’efte minifterio e Apoftolado, » j do qual
í—
e 29:17. Judas fe defviou, para a feu proprio lugar fe ir. t
4

Pfal.y'. 10. 2(> E lançáraõ lhes as fortes ; é cahio a forte fobre Matthias. E
Jer.ii: 20. por.voto commum [de todés] com os onze Apoftolos contado foy.
^17:10. J
e2o; 12.
Aã. 1$: 8. Capitulo IL
Apoc.l'.!^ I Com vtfiveis finaes fe derrama o Efpirito fanão 3 no dia de Pentecofie y fobre os
** Apofiolos. 4 Or quaes cheyos de feus dons s as grandezas de Deus em todas as
hngoas fallaõ. $ Do que em Jerufalem entre todas as naçoens grande confufai
refulta: huns maravilhandofe, e outros efcarnecendo. 14 Redargue Pedro a os
zombadores, e moftra que affi fe compria a profecia do Propheta Jdél. 22 Pro­
» va cem os Pfalmos de David que lejus j a quem crucificado aviao 3 dos mortos re-
fufcitára á mao direita de Deus fe afientára ; e de lá efles dons derramara»
36 E que portanto 0 Mefias prometido era. 7 D’o que os ouvintes compungi­
dos , e por Pedro a penitencia amaefiados _> tres mil dlellesfam bautizados. 42 Os
quaes 3na doutrina dos Apostolos, 3no exercicto do culto Divino, e da caridade
perfeverando , todos feus bens entre fi comuns tem. 47 E a Igreja cada dia
multiplicando fe vae.

4 Aã.l\ 14. * Ou> em hum'


S. APOSTOLO S. Cap. IT. 24$
•i E de repente fe fez humíòido doceo, como de hum vento ve-
hemente [/] impetuofo, e encheo toda a cafa aonde afientados cfta-
vaõ.
. 3 E foraõ d’elles viftas lingoas repartidas como de fogo , e fobre
cada hum d’elles fe pós.
4 í E foraõ todos cheyos do Efpirito fanóto , e começáraõ a fal- c Matt, 3:
lar dcm outras lingoas, como o Elpirito fanéto lhes dava que fallafiem. 11 •
ç E avia Judeos, que em Jeruíalem habitavam, varoens religio- Marc I: &•
fos, de toda a gente dos que de baixo do Ceo eftáõ. ' ioai^zá'
6 E feita efta voz , ajuntoufe a multidaõj e eftáva confufa, por- e
que cada hum os ouvia fallar em fua própria lingoa. eió: 13.
7 E todos pasmávaõ, e fe maravilhávaó, dizendo os huns a os ou- Aã 11; 1 $:
trosi Vedes aqui, naõ faõ todos eftes, quefallando eftáõ, Galileos?
5 Como póis os ouvimos cada hum em noffa próprialingda, em - ^Marc'
que nacidos íòmos? . ___
9 Parthos e Medos, e Elamitas , e os que habitamos em
potamia , eJudea, eCappadocia, Ponto, e Afia.
10 E Phrygia , e Pamphylia, Egypto, e partes de Libya , que
junto a Cyrene , e Romanos eftrangeiros , afliJudeos como
Profelytos, v
11 Cretenfes e Arábios , os ouvimos em nofias próprias lingoas
as grandezas de Deus, fallar.
11 E todos pasmávaõ e íuspenfos eftavaõ , dizendo os huns para
os outros, Que quererá ifto [yir a\ fer.
13 E outros zombando, diziaõ: Cheyos de vinho doce eftáõ.
14 Porem-Pedro, pondofe empe com os onze, levantou fua voz,
efaloulhes, [dizendo], Varoens Judeos, e todos os que em Jerufa­
lem habitaes, feja vos ifto notorio, e minhas palavras em voflòs ou­
vidos ponde:
17 Porque eftes naõ eftáõ bêbados , como vosoutros pera vos r
tendes, fendo a * hora terceira do dia. Querai^
16 Mas ifto he o que foy dito pelo Propheta Joêl: ve horas da
17 e E feráem os últimos dias, [diz Deus] que/ de meu Efpirito njanfaa^
fobre toda carne derramarei , e voflòs filhos e g voflas' filhas pro- e ifay 43:3.
fetizaráõ, e voflòs mancebos vifoens veráõ , e voflòs velhos fonhos Ezecb. 11:
fonharáõ. 19

les di;
11 19 E 10.
Im. 7 :38. f Aã.lc\ 4$. g Lut,i: 36. zftí 21 : 9,
2$o ACTOSDOS
19 E prodígios a riba ’no Ceo darei, e finaes a baixo ’na terra,
fangue, efogo, e vapor defumo.
10 O foi fe converterá em trevas , e a lúa em fangue , antes que
o dia grande e illuílre do Senhor venha.
hloelv.yi. 21 h E ferá , que todo aquelle que o nome do Senhor invocar
£07/7.10:13. ferá falvo.
22 Varoens Ifraelitas, ouvi eftas palavras: Jefus o Nazareno, va-
raõ entre vosoutros de Deus aprovado com maravilhas, e prodígi­
os, e firfaes, que Deus por elle em meyo de vosoutros fez , como
também vos meímos bem labeis:
;^^.4‘.2S. 23 Elle, fendo entregue í pelo determinado confelho e preícien-
k Aã.^o. cia dê Deus, k tomando 0] vosoutros, por maõs dos injultos * [0]
* <Ou, [na crucificaítes, e mataftes. ,
cruz. » ] 24 / z\ o qual Deus refulcitou,foltas as dores da morte5porquan­
pufeftes. to poflivel naó era, que d’ella reteudo foflè.
lAã 10:4.
w P(al. 16 : 27 Porque delle diz David : m Sempre diante de my a o'Senhor
8. via, porque á minha [maõ] direita eftá, paraquecomovido naófeja.
* (>u 2(> Polo que meu coraçao alegre eftá , e minha lingoa fe goza,
* O11, ,(e- e ainda minha carne ha de repoufar em efperança.
fulchro. 2- Pois minha * alma ’no * inferno naó deixarás, nem ateu fanélo
entregarás, paraque corrupção veja.
28 Os caminhos da vida notorios me fizefte: com tua face dego-
zo me encherás.
29 Varoens irmaõs , licito me he dizervos livremente acerca do
rA. Re?.2: Patriarcha David , n cjue morreo , c foy fepultado , e \_ainda\ fua
l!>. 'fepulturacomnofco ate o dia de hoje eftá.
^.13:36. 30 Afli que fendo Propheta, c fabendo 0 que com juramento lhe
oz.Sam. 7: avia Deus jurado , que do fruito de feus lombos , quanto á carne,
pz.1?* a o Chrifto levantaria , para fobre feu trono [y] aflentar:
ij I32, 3' Vendo [y] d’antes , fallou da refurreiçaó de Chrifto , y que
Luc. i: 32. f°a ‘dma naó aja fido deixada’no inferno, nem fua carne corrupção
-r4c7.13:23. vifto aja.
Rom. 1: 3. 32 A elle Jefus refufcitou Deus 5 q do que todos nosoutros tefti-
2.77^.2:8. munhas --- fomos.
- - -__ „ J
pPA/.ió: 3? Afli que 1 exalçado ja pela direita de Deus , c Crece­
IQ.
bendo do Pae a promeflà do Efpirito fanélo , t derramou ifto que
-^•Í3-3V- agora vedes,? e ouvis.
qjoa. & ’
17- 34 Porque naó fobiu David a os Ceos y antes diz : « Difle o Se-
Aã. 1: 8. r nhor
r ^7.5:31. f Aã. i: 4. t Aã.lQ'- 4$»' « 15; 25»
Ephef. I ; 20. Hebr. I : 13.
S. APOSTOLO S. Cap. II,
nlior a meu Senhor, Aflentate á minha direita:
3$ Até que a teus inimigos ponha por efcabello de teus pés.
36 Saeba pois certamente toda a cafa de Ifraêl, que Deus Senhor
c Chrifto o fez, faber} a efte Jefus , que vosoutros crucificaftcs.
37 x E ouvindo elles [eftas coifas f} foraõ compungidos de cora-
çaõ, e difleraõ a Pedro, e a os de mais Apoftolos: y Que faremos, í* ' ’
varoés irmaõs ? L.w. 3 :10.
3S E Pedro lhes difle: Arrcpendeivos , e bautizefe cada hum de Aft 9 : 6.
vosoutros em o nome de Jefu Chrifto , pera perdaõ dos pecados 5 ej^õ?. 16:
o recebereis. 3°-
39 Porque a vós vos pertence a promefla , e a voflos z filhos , e ~
a todos a os que [ainda} longe eftáõ , a tantos quantos Deus noflo “Ephef 1’
Senhor chamar.
40 E com outras muytas palavras teftificava , e J exhortava,
dizendo, Salvaevos defta perverfa geraçaõ.
41 Afli que os que de boamente recebéraõ fua palavra , foraõ
bautizados, e acrecentáraõ fe n’aquelle dia [á Igreja} quafi tres mil
almas.
4- E perfeverávaõ ’na doutrina dos Apoftolos, e ’nacomunhão, e
’no partir do paó, e’nas oraçoens. ' ,
43 E em toda alma temor avia , e b muytas maravilhas e fi-£ Marc. 161
naes pelos Apoftolos
44 c E todos os que criaõ juntos eftavaõ , e todas as coufas cõ- C’ IJ«
muas tinhaó. cveur'^
4) E [fuas} pofleflbens e fazendas vendiaó, c d com todos as re-
partiaõ, fegundo cada hum mifter avia. d ifay* 5 8:
46 E e perfeverando cada dia concordemente’no Templo, epar- 7.
rindo o pam de cafa em cafa , comiaó juntos com alegria , e com -^#.4:3$.

Ií 1
actos dos

Capitulo III.
I Indo Pedro e Joao a o Templo , faraó a hum coixo de nacimento, J D» que
espantandofe o povo e concorrendo * 12 Pedro o informa que aquillo nao por Jua
virtude, fenaõ por fò a virtude de Chrifto feito fora. 14 biquem elles morto
tinbaõ > porem elle dos mortos-refuscitára. 17 Confolaos > e exhorta que fe emen
daffem» 20 Pera conforme 0 tejiimunho de Moyjes - e de todos os Prophetas
a bençdõ de Abraham receberem.

i "D fobiaõ Pedro e Joaó juntos a o Templo á hora da oraçaó,


* d. ás (que éra) * a nona.
treshoras 2 a Ê traziaó a hum certo varaó, que era coixo defdo ventre de
d"a tarde. pua ma£, a o qual cada dia punhaó á porta do Templo , chamada a
fermoia, b pera pedir efmola a os que ’no Templo entrávaó.
Ou 9e/la- 3 O qual vendo aPedro e a Joaó, que * vinhaó entrando ’noTem-
vao pa- pl° 5 pedio que * lhe deflèm hua efmola.
raentrar 4. E fitando Pedro com Joaó ’nelle os olhos , difle : Atenta pera
&c. nós.
•Ou.rw- £ pós olhos^ "nelles, efperando receber d’elles alguã coufa.
*
btft 6 1? Pedro: Prata e ouro naó tenho ; mas o que tenho iflo
te dou : * Em o nome de Jeiu Chrifto o Nazareno te levanta, e
anda.
7 E tomando o pelamaódireita, levantou [oj, elogo feus pees e
artelhos fe affirmáraó.
8 E faltando elle, pós fe em pé, e andou, e com elles’noTem­
plo entro'u, andando, e faltando, e a Deus louvando.
9 E todo o povo o vio andar, e a Deus louvar.
ío E conheciaõ o, que era o que á efmola á porta fermofa do Tem­
plo fe aflentava $ e ficáraõ cheyos de pafmo, e de efpanto , polo
que lhe acontecera.
11 E apegandofe o coixo, que curado fora, de Pedro e de Joaó,
todo o povo concorreu atonito a elles a o alpendre, que fe chama de
Salamaó.
1* E vendo Pedro ifto, refpondeu a o povo: Varoens Ifraelitas
*
porque difto vos maravilhaes ? Ou porque para nós tanto atentaes
^Ou,força. como fe por nofla própria
* virtude, ou fanétidade, a efte andarfi-
zeflemos ?
13 O Deus de Abraham,4 e deIfaac, e de Jacob , o Deus deflKflos
paes a feu filho Jefus glorificou, a o qual vosoutros entregaftes , c
d perante
S. A P O S T O L O S. Cap. III. aq
Operante a face dePilatos o negallcs, julgando elle quefolto ouverá ^^ ^.27:
*
de fer. 2c-
■ 4 Alas vosoutros a o fanóbo, e a o jufto negaftes, e pediftes que ^ía?c H •
'hum homem homicida fe vos deflè. Luc * tIg
5 K Eao Princepe da vida mataftes, a o qual Deus dos mortos 7^.i8: *4 o.*
,refuscitou, <? do que nós teftimunhas fomos. e Aã. i:8.
16 E pela fé em feu nome.confirmou feu nome a efte que vedese p»
conhéceis j e a fé que por elle he , deu a efte efta perfeita faude
em prefença de todos vosoutros.
17 E agora, irmaõs, eu lei que por ignorância o fizeftes, como
também voflos princepes.
iS Mas Deus cumprio afli o que f ja d’antes por boca de todos
feus Prophetas avia denunciado, que o Chrifto avia de padecer.
19 g Emendac vos pois , e arrependei vos , peraque voflòs peca-Z.«c24-27.
dos fejaõ * apagados , quando os tempos do refrigério da prefença gAã.z^.
do Senhor viérem : * Ou „ ris-
20 E elle enviar a Jefu Chrifto , que ja d’antes prégado vos foy. Caí^'
21 A o qual convém que o Ceo * receba até os tempos d’areftau- *qu
raçaõ de todas as coufas , que Deus por boca de todos feus fanétos ^ete*
Prophetas, deíde \jodo] feculo fallou.
22 Porque a os Paes difle Moyfes: t De voflos irmaõs vos levantará h Deut.iS:
o Senhor voflo Deus hum Propheta como a my , a elle ouvireis, i$.
cm tudo quanto vos fallar. _ e 18:19?
23 E ferá que toda alma que a efte Propheta naõ ouvir , dopo- Io“‘1’46-
vo defarraigada ferá. «r#?. 7:37.
24 E também todos os Prophetas defde Samuel, e * em diante, * Ou JÍ7í>r-
todos quantos fallado tem , também d’antes eftes dias denunciáraõ. foisd^Ue.
25 Vosoutros íois os filhos dos Prophetas , e do Concerto que
Deus com noflòs Paes contratou , dizendo a Abraham , t Em *tua G>» 22:
femente ferám benditas todas as * famílias da terra. 18.
26 Refufcitando [_pois] Deus a íeu Filho Jefus, primeiro a vos o Gal. 3
enviou para que ’nifto vos bendiflefle
* que a cada qual vosoutros] * Ou , na.
foeí, cu
de voflàs maldades vos desviafle. geraçoe^

11 3 CA-
ACTOSDOS
Capitulo IV.
I Encarcerao os Princepes dos Judeos a Pedro e Joao. Ç Ajuntafi todo o Con *
Jelho > examinando os fobre a cura feita acerca do coixo, S Teftifica Pedro que
fora feita em o nome de Jefus > e acrecenta que efte he a Pedra reprovada dos
edificadores, e o unico Salvador. I] O Confelho , ainda que convencido, lhes

e bençaõ de Deus fobre a pregaçao, da palavra. $1 £ ouve os Deus com terre­


moto. A concordia e caridade dos fieis j que vendem fuas pojfeffoes para
foftento dos necejfitados. 36 Pelo também JSarnabas
*

I T? eftando elles fallando a o povo, viéraõ fobre elles os Sacerdo­


tes, e o Capitaô do Templo, e os Sadduceos:
2 Muy enfadados de que a o povo eníinafiem , e em R? nome] de
Jefus a refurreiçaó dos mortos denunciafiem.
3 E lançáraõ maõ d’elles , e puieraõ os em guarda ate o dia íe-
guinte, porquanto ja era a tarde.
4 E muytos dos que a palavra ouviraõ, créraõ: e fez fe o nume­
ro dos varoens quafi até cinco mil.
$- E aconteceu o dia feguinte que feus Princepes , e Anciaõs, e
Efcribas, fe ajuntáraõ em Jerufalem :
6 E Annás, o Sumo Pontifice, e Cayphas, e Joam , e Alexan­
dre, e todos quantos, da linhagem Pontifical avia.
aExod.z: 7 E pondo os no meyo, perguntáraõ [lhes:] a Com que poder,
14. ou em cujo nome fizeftes ifto ?
Matt. 21: S Entonces Pedro, cheyo do Efpirito fanélo, lhesdifle: Prince-

*Òuèx^- 9 Pois P° 9ue hoje


* s que acercad
hqje juridicamente * demandados fomos acerca d’obe-
minados. neficio a hum homem enfermo [feito, ] * como curado aja fido:
10 Seja vos notorio a todos, e a todo o povo de Ifraêl , que em
que. o nome de Jefu Chrifto, o Nazareno, aquelle que vosoutros cruci-
ficaftes, a o qual Deus dos mortos refufcitou , ’nelle eftá efte pe­
rante vosoutros faõ e falvo.
bPfal.n3\ 11 Efte he a pedra que de vosoutros b os edificadores deprezada
ii» foy, aqual por cabeça da efquina foy feita.
Ifay.z3:i6. 12 c £ em nenhum outro ha falvaçaõ : Porque também nenhum
21 ’ outro nome ha debaixo do ceo , entre os homens dado , em
Marc. I2-íalvos ler devamos.
13 Ven-
I. Tim, 2:
S. APOSTOLO S. Cap. IV ítf
x 13 Vendo elles entonces a oufadia de Pedro, e de Joaó, e infor­
mados de que eraõ homens fem letras e idiotas, maravilháraó fe: e
bem os conheciaó, que com Jefus eftado aviaõ.
14 E vendo eftar com elles a o homem , que curado fóra , nada
em contrario que dizer tinhaó.
H E mandando os fair fora do Confelho, conferiaõ entre fi,
16 Dizendo,’ Que hemos de fazer a eftes homens? Porque que ^7^. u s
hum notorio final por elles foy feito , manifefto he a todos os que 47»
em Jerufalem habitaõ, e naõ o podemos negar.
17 Mas para que de mais em mais entre a povo fe naõ divulge,
ameacemólos eftreitamente, que á homem algum ’nefte nome mais
naõ fallem.
(8 E chamando os, difleraõ lhes, que totalmente [má] naófal-
laflem, nem eníinaflem , em o nome de Jefus.
19 Porem refpondendo Pedro, e Joaõ , difleraõ lhes: e Julgae e
vós fe he jufto diante de Deus, ouvir vos mais a vos, do que a Deus?
Porque naõ podemos deixar de fallar o que vifto e ouvido te­
mos.
2L Mas elles ainda mais os ameaçáraõ, nada achando * porque os
caftigar e ir os deixáraõ, f por caufa do povo: porque todos a Deus26.
glorificávaó acerca do que acontecera. 3:7.
11 Porque de mais de quarenta annos era o homem , em quem
efte * milagre de faude, fe fizera.
23 E íoltos elles, h vieraõ a os feus, e-contáraõ [Mes] tudo quanto b iz:
os Princepes dos Sacerdotesy c os Anciaõs lhes difleraõ. 12,
24 E ouvindo elles levantáraõ unanimes a voz a Deus, e
difleraõ: Senhor, tu es o Deus que fizefte o Ceo, e a terra , e o
mar, e todas as coufas que nelles ha.
15 Que pela boca de-David teu fervo diflefte : i Porque bramaõ
* ^*£2:1.1.
as gentes, e os povos penfáraó coufas vans ?
26 OsReys da terra huã~\ fe levantáraõ, e osPrincepesem hum
ajuntáraõ contra o Senhor, e contra feu Ungido.
‘ 27 k Porque verdadeiramente contra teu Sanfto Filho Jefus, a o é Matt.ib. '
qual tu ungifte , fc ajuntáraõ afli Herodes como Poncio Pilatos, 3*
com as Gentes e os povos de líraêl.
28 Pera fazerem tudo o que tua maó, e teu confelho, ja d’antes22'2’
tinha determinado, que fe avia de fazer.
29 Agora pois, o Senhor, * poem os olhos cm fuas ameaças , e *qu oh
dá a teus lervos que com toda oufadia tua palavra fallem. çarajuas
30 l Eften- ameaças
*
ACTOSDOS
l Marc. 16; 3® l Eftendendo tua maó para curas, e que finaes , e prodígio
*
17- fc façaõ pelo nome de teu Sanéto filho Jelus.
m Ali. 16: 31 E avendo orado, m moveu íe o lugar em que ajuntados eftavaó,
26. e foraó todos cheyos do Efpirito Sanéío , e fallavaó a palavra de
Deus com ouladia. ,<
1 Pedri‘3 l2 E* multidão dos que criaó , era » hum coraçaó e [hud] al-
* ’ * *ma j e ninguém dizia fer feu proprio coula alguã uo que tinha,
mas todas as couías lhes eraõ comuas.
33 E os Apoftolos davaó teftimunho da refurreiçaó do Snor Je­
fus com grande esforço 5 e em todos elles avia grande graça.
3+ Porque também nenhum neceflitado entre elles avia 5 porque
todos os que pofluiaó herdades , ou cafas , vendendo as , traziaó
o preço do vendido , e depoíitávaó j/J a os Pees dos Apoftolos.
0 7/ày.çS.’7. 3$ 0 E a cada hum fe repartia fegundo cadaqualneceflidade tinha.
» 36 Entonces Jofes, dos Apoftolos por fobre nome chamadoBar-
nabé (que traduzido , he filho de confolaçaó) Levita , natural de.
Cypro.
37 Como \tambem\ tiveífe huã herdade , vendeof/], c trouxe o
o preço, e depofitou o a os pees dos Apoftolos.
/
Capitulo V
J Rcprende Pedro a os dous hypocritas > Ananias e Sapphira s e Deus cafliga a am­
bos com a morte repentina. 1Z Fazem os Apoftolos muitos milagres , e , lan­
hados na prizao3 foraõJòltos por hum ^njo. ZI Envia 0 Confelho dos fudeos
a traze los, mas achac 0 cárcere vazio, 16 LevaÕ os do Templo perante oCon-
felho. 29 E ali fe defendem > etejiificaõ de Chriflo e de fua refurreiçaó. 33 C'o/r-
Julta 0 Confelho pera os.matar. 34 Porem folta os á advertência de Gamahei,
fendo primeiro açoutados. 40 AlegraÕfe elles fobre iffo t e’nopregar oujadamen-
te adiantaÕ.

x T? hum certo varaó por nome Ananias, com Sapphira'fua mulher,


vendeo huã poflèflaó.
*O\i,rete- 2 E * defraudou do preço, fabendo [0] também fua mulher 5 e
trazendo huã parte \_d'elle^ depofitou a os pees dos Apoftolos.
3 E difle Pedro: Ananias, porque Satanás teu coraçaó encheo,
peraque a o Etpirito fancto mentifles , e do preço da herdade de-
íraudafles ?
4 Ficando \_fete^~] naó [/ê] te ficava? E vendida, em teu poder
naó eftava? Que ha que em teu coraçaó propufefte ? iNaó mentifle
aoshomes, lenaõ a Deus. _ 5 £
S. APOSTOLO S. Cap. V iS7
ç E ouvindo Ananias eftas palavras , cahio, e efpirou. E veyo
hum grande temor fobre todos os que o ouviráõ.
6 E levantandofe os mancebos , tornáraõ o, e levando M fora,
fepultáraõ p].
7 E paflàdo ja efpaço como de tres horas, entrou também fua
mulher, naõ fabendo o que avia acontecido.
$ E Pedro lhe * difTe: Dizeme, vcndeftes por tanto aquella her­ * G r. rei -
dade: E ella difle: Si, portanto. Çonde u»
9 E Pedro lhe difle : que ha que entre vós vos concertaftes de a
o Efpirito do Senhor atentar? Vés aqui á porta os pés dos que ateu
marido fepultáraõ, e a ty te levaráõ.
10 E logo a íeus pees cahio , e efpirou. E entrando os mance­
bos, acháraõ a morta $ e fora a leváraõ , e junto a feu marido [VJ
fepultáraõ.
11 E veyo hum grande temor em toda a Igreja , e em todos os
que eftas coulas ouviráõ.
12 « E por maõs dos Apoftolos fe faziãõ muytos finaes e prodí­
gios entre o povo. E eftavaõ todos unanimes’no alpendre de Sa- * Marc.16'
17.
lamaõ. ^.2:43.
13 E dos de mais, ninguém fe oufava a ajuntar com elles5 porem
o povo em grande eftima os tinha.
14 E a muitidaõ dos que * em o Senhor criaó , afli de varoés co- ^Gr.ae.
mo de mulheres, fe augmentava de mais em mais.
... 15 De maneira, que a os enfermos ás ruas traziaõ , e em camas
c catres os punhaõ , peraque , vindo Pedro , a o menos também
[fua ] fombra a algum d’elles cubrifle.
16 E até das cidades circumvizinhas concorria a muitidaõ a Jeru­
falem > trazendo enfermos, * e atormentados de efpiritos immun- b Marc. 16:
dos 5 os quaes todos eraõ curados. 17.
17 E levantandofe o Sumo Pontifice , e todos os que com elle 8 ‘ 7.
eftavaõ, (que era a Seéta dos Sadduceos) enchéraõ fe de inveja. € l6: lS-
15 E lançáraõ mâõ d’os Apoftolos, e puféraó os na prifaõ publica. * 1$>: lz*
19 c Mas o Anjo do Senhor abrio de noite as portas da prifaõ, e c A&- 12;
tirando os fora, difle: 17.
20 Ide, e pondovos empé , falláe ’no Templo a o povo todas as
palavras d’efta vida.
21 E ouvindo elles , entráraõ pela manhaa cedo’no Templo,
e enfinávaõ. Vindo porem o Sumo Pontifice , e os que com elle
eftavaõ, convocarão o Concilio , e a todos os Anciaõs dos filhos de
Kk Iftael,
ACTOSDOS *1

lfracl 9 c mandáraó a o cárcere, peraque os trouxeflem.


22 Alas como lá viéraõ os Servidores , naó os acháraõ na prifaó 5
e tornandole, denunciáraó EZz/c/J.
Dizendo , Bem achamos nos o cárcere com toda fegurãça
fechado, e as guardas que de fora ás portas eftavaój mas como^J
abrimos, a ninguém dentro achamos.
24 Ouvindo entaó eftas palavras o [silmo] Pontifice, e o Capitaõ
d’o Templo, e os Princepes dos Sacerdotes, duvidávaõ d^elles, d’o
que aquillo a ler viria.
25 E vindo hum, denunciou lhes, dizendo, Vedes aqui os varoens
que na prifaó pufeftes, eftáõ’no Templo, e enfinaõ a o povo.
26 Entonces foy o Capitaõ com os Servidores, e trouxe os, [pt-
jMatt.il'. rem} naõ com violência,'(</porque a o povo temiaó de queapedre-
26. jados naõ foflem.)
^.4:21. 27 E como os trouxéraõ , aprefentáraõ os a o Concilio. E o
Sumo Pontifice lhes perguntou, dizendo,
*Act.^wS. 1S e Naõ vos denunciamos nos encarecidamente , que [mais]
’nefte nome naõ enfinafléis? E vedes aqui ja aJerufalem d efta voíTa
doutrina encheftes, e fobre nosoutros o fangue dYlte homem tra­
zer quereis.
29 Porem refpondendo Pedro, e os Apoftolos, difleraó: /Mais
importa obedecer a Deus, d’o que a os homens.
f AEÍ.y. 15. 30 O Deus de noflos Paes refufcitou a Jefus , a o qual vosou-
kDeut. 21: j-ros mataftes, h pendurando [/] ’no madeiro.
3 r A e^e 1 exalS°u Deus com fua [maõ] direita Princepe e
í-i^: 29* Salvador, pera a líraêl dar converfaõ e remiflaõ de pecados.
lAedr. 2: 32 E nosoutros k fuas teftimunhas acerca d’eftas palavras fomos ,
24. e também o Eípirito lanéto , o qual Deus l tem dado a aquelles
í^7.2:23 que lhe obedecem.
*>•
*•/ 33 E ouvindo elles [i/to], arrebentávaõ [de rayva], e confultávaõ
17M.i<’;deosmatar-
27. 34 Levantandofe porem ’no Concilio hum certo Pharifeo por
IA&. 2:4. nome Gamaliêl, Doutor da Ley, de todo o povo venerado, man­
dou que hum pouco fora a os Apoftolos levaflem.
3$ E diflelhes : Varoens lfraclitas , olhae por vosoutros, que
acerca d’eftes homens aveis de fazer.
'toAtt. 21: m Porque antes d’eftes dias fe levantou Theudas , dizendo,
jS, que algo era j ao qual, numero de quafi quatrocentos homés, fe ache­
gou j O qual foy morto , e todos os que ouvidos lhe deram foraÓ
xdiflipados, e em nada tornados. 3 7 Dcs-
S. APOSTOLOS; Cap. VI. 20
57 Defpois d’efte fe levantou Judas o Galileo, cm os dias da ma­
tricula, e perverteu muyto povo após fi : e pereceu também efte,
e todos os que ouvidos lhe déraõ diflipados foraõ.
38 E agora, digovos, dae de maó a eftes homens, e deixae
os j n porque 1'e de homens efte confelho , ou efta obra he , desfar-
fehá. _ 3 o*
39 Mas fe he de Deus, naõ a podereis desfazer: porque porven-
tura achados naó fejaes 0 que também a Deus repugnaes. 5*
40 E déraõ lhe ouvidos. E chamando a fi a os Apoftolos, e aven- 0 Aft. 9 :
do açoutado , mandarao [fhes] que em o nome dc Jefus [mais] ^23 : 9.
naó falaflèm; e deixáraõ os ir. ? NWz. v
41 Foraõ fe pois de diante da face do Concilio, p gozofos de que
foflem ávidos por dignos de por feu nome affronta padecerem.
42 E todos os dias ’no Templo, e pelas cafas, naõceflavaõdeen-
finar, e a Jefu Chrifto denunciar.

Capitulo VI.
I Efcolhe a Igreja pola murmuração dos Gregos fete Diáconos , que pelos
Apoftolos fe confirmao. 7 Muytos dao fe a Igreja y também Sacerdotes. 8 Efte-
•vao > hum dos Diáconos > faz. muitos milagres^ e os da Synagoga dos Libertinos
e outros fe levantaõ contra elle, lo Pois como nao podiaõ refiftir a feu Efpirito
e fabedoria} levao 0 perante 0 Confelho, 13 E fobornao falfas teftimunhas > que
acufao 0 de blasphemias contra 0 Templo e a Ley, 15 Refplandece feu rofto co-
mo 0 de hum Anjo,

1 E Naquelles dias, multiplicando fe os Difcipulos , houve huã * Gr. HeL


murmuraçaó dos * Gregos contra os Hebreos , de que fuas leniftai 7.
viuvas eraõ defprezadas ’no minifterio quotidiano. faõ, Ju­
2 E convocando os doze afia muitidaõ dosDifcipulos, difleraõ: deus que
a Naõ he razaõ que nosoutros a palavra de Deus deixemos , e ás entre os
mefas firvamos. Gregos
3 Olhaepois irmaõs, porfetevaroens d’entrevosoutros, deque emorávao
dalingoa
>
[bom] teftimunho aja , cheyos do Efpirito fanéto e de fabedoria , a Grega
os quaes fobre efte importante negocio , conftituamos. ufivao,
4 Nos porem ’na oraçaõ , e ’no minifterio da palavra perfeve- a Exod.iS:
rarémos. I/.
5 E contentou efta palavra a toda a muitidaõ, e elegeraõ aEfte- l}eut, i:
vaõ 9 varaó < cheyo dc fé c do Efpirito fanóto , c a Philippe, e a #
Kk i Pi-o-
3:7. (Aã. II: 14. d Aã. 21', S.
16o A C-T O S D O 8
Prochoro, eaNicanor, e a Timon , eaParmenas, e a Nicolao
- o profelyto de Antiochia.
Vó? T?!’ 6 A osquaes r aprefentáraó ante os Apoftolos $ e orando eftes,
' ei\: 3. f puféraó as maós fobre elles.
1. Tim. 4: 7 g E crefcia a palavra de Deus , e o numero dos Difcipulos fe
14. multiplicava muyto em Jerufalem , e grande companha'dos bacer-
* S • 22. dotes á fé obedecia.
2 Tim 1:6. 8 £ Eftevaó cheyo de-fé, c de potência, fazia prodígios, e finaes
l9’' grandes entre o povo.
9 E levantáraó fe huns, que [erao] daSynagoga, chamada a d’os
Libertinos, e Cyreneos, e Alexandrinos, e d’os que eraõ de Cili­
cia, e de Afia, e com Eftevaó contendiaó.
hExod. 410 h E naó podiaõ refiftir á fabedoria, e a o Efpirito, com que
T2- . fallava.
11 1 Entonces * fobornáraõ a huns homens, que difleflem : Pa-
;M^.2ó
*
J avras blasfemas lhe ouvimos fallar contra Moyfes , e [a&rra]
59. Deus.
*Ou, «n- 12 E * commovéraó a o povo , ea os Anciaõs , e a os Efcri-
^fwre-bas 5 e arremetendo edej arrebatáraõ o, c leváraó [0] a oCon-
7776 • C111O

E aPrefentaraõ teftimunhas falfas , que diziaõ : Efte homem


naõ ceflá de fallar palavras blasfemas contra efte faného lugar, e
^contra~\ a Ley.
14 Porque nos lhe ouvimos dizer, que efte Jefus Nazareno hade
deftruir efte lugar, e mudar os coftumes que Moyfes nos entre-
gou-
>5 Entonces todos' os que ’no Concilio aflèntados eftavaó , pon­
do ’nelle os olhos, viraó feu rofto como o rofto de húAnjo.

Ca-
S. APOSTOLO S. Cap. VII.
Capitulo VII.
I Relata Eftevafifua defenfo perante o Conjelho j de como Deus fézfua alianç*
com Abrabam e fua femente > prometendo lhe a terra de Canadn; 9 E de com»
Jofeph em Egypto foy vendido, e Jacob com fua linhagem fe partio para lá, e
Jua defcendencta ali fe multiplicou , e cruel-mente tratou, 2o De como Moyfes
nacido . regeitado , e tomado e criado da Rilha de Pkarao em toda fabedoria dos
Egypcios, vifitau a feus irmãos , e matou a 0 Egypcio , que a hum d'elles agra­
vava, 1? O qual fe lhe deita ‘no rofto , e poriffo foge para Madian , aonde-
Deus 'nhum çarçal ardente lhe aparece •> e envia a Egypto a livrar a feu povo»
37 Qfe prophetiz>a de Chrifto, e recebe a Ley, ^9 De como fe fz 0 bezerro
de ouro e com iffo , e juntamente também com Wloloch fe comete idolatria»
44 De como 0 Tabernáculo Je levantou > e ejleve entre elles até os tempos de Sa­
iamao , que edificou 0 Templo. 5í Da lhes também ‘no rofto . q*e em contumá­
cia, e crueldade fao iguaes a feus Paes
* 54 Amargaò fe contra elle fobre ijfo,
e 0 apedréjao} mas elle vendo 0 ceo aberto 3 encomenda fua alma a Chrifto , roga
por elles} e ejpira
*

I T? difle o Princepe dos Sacerdotes: Como, he iílo afli?


2 E elle difle: Varoens irmaõs, e paes, ouvi: AnofloPae
Abraham apareceu o Deus da gloria , eftando [ainda] em Mefopo-
tamia, antes que em Charran habitafle.
3 E difle lhe: a Sae te de tua terra , e de tua parentela , e vem aGen.iz\i.
á terra que eu te moítrarei.
4 Entonces fe íahio da terra dos Chaldeos, e habitou em Charran.
É d’ali, despois que feu pae falecey, o traípaflõu a ella terra , em
que agora habitaes.
5 E naõ lhe deu ’nella herança, nem ainda a pegada de hum pé 5
b e prometeu [lhe] que em pofleflaõ lh’a daria, e a luafemente des9­ 'bGen.li:y,
pois d’elle, naõ tendo elie L<wW
*J filho. c Gen. Bi
6 E fallou Deus afli j c Que fua femente em terra alhea peregri-
na feria, e em fervidaõ a fogeitariáõ, e d [/w] quatro centosannos dGen. H:
a maltratariáõ. 16.
7 E a gente a quem ferviré , eu a julgarei, difle Deus. e E des- 12:
pois dilto fe fairáõ, fe neíle lugar me lerviráõ. 4°*
8 E deulhe o Concerto g da ciruncifaõ • e afli h gerou a Ifaac, cc e Gen.3:17.
Gal
15 ;
a o oitavo dia o circuncidou 5 e Iíaac / [gerou] a Jacob , e Jacob a 16.
h os doze Patriarchas. fExod. Jj
9 E l invejofos os Patriarchas, m vendéraõ a Jofeph para Egypto
_5JFUM•,» J2°
e Deus era com elle. Kk 3 . iQ“ E£Ge”- VI
h Gen 21 : 2. i Gen. 2$ : 2.4. £ Gen. 29 : 32. e 30 : lo.
I Gen. 37 ♦ 4. II. m Gen, y] \ 2S. PJalm 10$. 17. ' 35 •' *
33
ACTOSDOS
IO E o livrou de todas fuastribulaçoens, e lhe deu ^>ra.ça e fabe-
«Gí-w.4i:4.doria diante ” ’ Pharao ,? Rey de Egypto, » e o pós por Governa-
de
P/<?/. io$: dór fobre Egypto, e toda fua cafa.
16. ii o “ E veyo fome em toda a terra de Egypto, e de Chanaan, c
0 Gen. 41 : grande * tribulaçaój e noflos paes naó achávaó alimentos.
54-
*Oiij aper­ ii p Porem ouvindo Jacob que em Egypto avia trigo , mandou
to. a nofiòs paes a primeira vez.
Pjal. I05: 13 7 E ’na fegunda foy Jofeph de feus irmaós conhecido, e foy
16. manifefta a Pharao a linhagem de Jofeph.
p Gen.41:i. 14 E enviou Jofeph, e mandou chamar a feu pae Jacob, e a toda
^Gen 4.5:4. fua parentéla , fetenta e cinco almas [por todos].
f Gen. 49 I E defcendeu Jacob a Egypto , e f morreu, elle, c noflos
paes.
t Gen. 50 : 16 * E foraõ traspaflados a Sichem , e poftos na fepultura u que
Abraham por certa forna de dinheiro comprou d’os filhos dc Era-
Exed. 13 : mor, [pae] de Sichem.
19.
19- 17 Mas como ja .
. fe- chegafie o tempo da promefla, que Deus a
l°Gen. ii ’: Abraham jurado tinha ,( x creceu o povo , c multiplicou fe em
16. Egypto.'
*9- 18 Até que fe levantou outro Rey, que a Jofeph naó conhecera.
x Exod.i 7. 19 Efte, ufando de aftucia com nofla linhagem, maltratou anof-
PJal. 105: fos paeS5 lhes fazer engeitar fuas crianças, peraque naõ * [fe]
24 ’ raf muftíplicaftem-
r^ou, 20 y 7^T° qual tempo naceu Moyfes, e era * muy fermofo, e foy
’ vida criado tres mefes em cafa de feu pae.
ficaffem. 21 E fendo engeitado, a filha de Pharao o tomou , e para fi por
★(Jr.aDeus feu filho o criou.
fermofo. 21 £ fOy Moyfes inftruido em toda a fabedoria dos Egypcios j c
yExod.i^ era pOderofo em ditos e feitos.
nJw * 16: x E como íe lhe cumpriu o tempo de quarenta anos, veyolhe
«ç9‘ ’ a o coraçaó ir vifitara feus irmaós, os filhos de líraêl.
í.Parahy. a È vendo agravar a Eú [delles] 2 defendeu [*J j e vingou a
13. o agravado, matando a o Egypcio.
Hebr. ii; £ elle cuidava que feus irmaõs entendeflem , que Deus lhes
*
d? t avia de dar liberdade por fua maõ ; porem elles naõ o entenderão.
z. ^0II.
• it 26 E o dia feguinte, pelejando elles, foy delles vifto , e con-
mEW. 2: ftrangia os á paz, dizendo, Varoens, irmaós fois 5 porque hum a
11. o outro vos agravaes?
bExod. 2: 27 E o que a feu proximo agravava , o rempuxou, dizendo,
* c Quem
Vp.VH.
S. APOSTOLOS. Cap.Vir. , iíj
/

vãv luauíuiv . 22
19 Ea ella palavra fogiu Moyfes , e foy peregrino em terra de ?
Madiam, aonde gerou dous filhos. ^7: 35
30 d E cumpridos quarenta anos , o Anjo do Senhor lhe apare- dVx^d.\\z.
ccuno deferto do monte de Sina , cm huá flama dc fogo de hum
çarçal.
31 Entonces Moyfes vendo [y] , maravilhoufe da vifaó 5 e che-
gandole a ver, a voz do Snor lhe foy feita,
32 \_Diz,endo~\ , eEuíou o Deus de teus paes, o Deus de Abraham, eExod y.6
eoD eus de Ilaac , e o Deusde Jacob j e Moyfes todotremendo-, Matt. 22 :
33 E difle lhe o Senhor: f Descalça as alparcas deteuspeesj por-fít^ 11
que o lugar em que eftas, terra lanéia he. fior\- is
34 * Âtentamente vifto tenho a affliçaó de meu povo, que em
Egypto eftá, e feu gemido ouvi, e deicendi a os livrar 5 agora pois tenho^vif^
vem, enviartehei a Egypto. tenho.
3^ A efte Moyfes [pois J , a o qual negado aviaó, dizendo, Quem
por Princepe e Juiz te pós ? A efte enviou Deus por Princepe , c
Libertador, por maó do Anjo, que ’no çarçal lhe aparecera.
36 g Efte fora os tirou , fazendo prodigios e íinaes na terra de?^xo^‘
Egypto , e ’no Mar vermelho , e ’no delerto , [/w] quarenta
anos. 13
*14.
37 Efte he aquelle Moyfes, que a os filhos de Ifraêl difle : i Hú hExod.i6
*
Propheta vos levantará o Senhor voflo Deus d’entrc voflos irmaõs, 1.
comoamy, k a elle ouvireis. Veut. 1:3-
38 / Eft^ he annelle oue efteve’na coneresa.caó f de povo~\ em o 1 ^eut‘18;•

noflos paes 5 o qual as palavras viventes recebeu, para a nos nolas dar.
39 A o qual noflos paes naõ quiféraó obedecer 3 antes engei- kMdtívp'.
táraó, e de coraçaõ a Egypto fe tornáraõ.
40 Dizendo a Àaraó: » Fazenos Deufes , que diante de nos vaõ. lExod. 19:

céraõ, e ’nas obras de fuas maós fe alegráraõ.


42 E Deus [A] tornou, e os entregou a que a o exercito doceo
ferviflem, como eftá efcrito no livro dos Prophetas: 9 OfiFèreceftes- 0 AmOí 5:
me 25.
264 ACTOSDOS
me por ventura viélimas, c facrificios ’no deferto , por quarenta
anos, [o] cafa de Ifraèl?
p Amos.\: 43 p Antes o tabernáculo de Moloch [a os ombros] tomaftes, e a
zó«27« eftrella de voflo Deus Remphan, figuras que vós fizeftes, peraado-
rálas; traíportar vos hei pois pera d’alem de Babylonia.
44 ’No deferto eftava entre noflos Paes o tabernáculo do teftimu­
nho , como aquelle ordenára , que a Moyfes difle , que o fizcflè
^'Exod.i^-q fegundo a forma que vifto tinha.

5 iSam Paes lan20U ’ até os dias de David.


j 46 s O qual achou graça diante de Deus , c t pedio que achafle
F7^/.S9:2i.* tabernáculo para o Deus de Jacob.
^<^.13712. 47 u E Salamaõ cafa lhe edificou.
♦Oibwortf- 48 x Mas o Altiflimo naó abita em templos feitos demaõ, como

P/W. 13 2:5 • 51 a Duros de *


pefcoço, e incircuncifos de coraçaó, edeou-
ux.^eg ótyidQs j fempre vos a o Efpirito fanéto refiftis 5 como voífos Paes
1. também vos outros.
I. Parab
I. A qual dos Prophetas naó perfeguíraóvoflòsPaes? E matáraó
xi.Reg. 8: os que d’antes denunciáraó a vinda do Jufto, do qual vosoutros
27. agora os trahidores e homicidas foftes.
-^.17:24. 53 b Que a Ley por difpofiçaõ dos Anjos recebeftes , e naó [o]
12- ^ar‘6: guardaftes.
ljay. 66.1. - W-j E ouvindo eftas coufas,
n rebentávaó em feuscoracoens,
a ’ eran-
*
^^.5:34 giaõ os dentes contra elle.
e 23: 22. 55 Mas elle eftando cheyo do Efpirito fanélo, poftos os olhos
c Gen.m. no Ceo, vio a gloria de Deus , c a Jefus que eftava a [maõ] direita
aNebem.Çidc Deus.
16 • I7- 56 E difle: Eis que os Ceos abertos vejo , e a o Filho do home
íên7‘6JI°,<Tue a [maõ] direita de Deus.

•7*’ Gal, 3 :19. Hebr< 2:2, c I. Reg. 21:13. Luc, 13 : 31. e 2o : 1$. d Aã.il: 2o.
S. A P O S T O L O S. Cap. VIII.
áutinhas puféraõ feus veftidos a os pees de hum mancebo', chama-
do Saulo.
59 E apedrejáraõ a Eftcvaõ, invocando elle , e dizendo : e Se-epJ^-V'^
nhor Jefus, recebe meu efpirito. £1^.23:46.
óo E pondofe de joelhos , clamou com grande voz : f Senhor,/frWz.
nao lhes imputes efte pecado. E avendo dito ifto, adormeceu. 44«
Xac.23:34.
Capitulo VIII.
I. He perfeguida , e espargida a Igreja de Jerufalem, 2 £ Eflcvao fepultadf,
Ajfola Saulo a Igreja. $ Préga Philippe em Samaria e faz muitos fnaes.
9 Embelecdra ali Simaõ por fua arte Magica a 0 povo , aff que todos penàial
d'elle 3 pois pelas pregações de Philippe muitos crem e Je bautizao até 0 mesm»
Simaõ. 14 Enviaó fe Pedro e Joaõ a Samaria ; 15 Por cuja oraçao , c impo-
fçaõ das maos os crentes recebem 0 Espirito janhto. 18 ®ue poder Simaõ
quis comprar com dinheiro. 2q Mas reprende 0 Pedro rigurojamente} eamoefla
• para converfao. 26 Manda fe Philippe a 0 Ethiope 3 que affcntado em feu
carro 3 lia a 0 Propheta IJayas 3 e fendo inftruido de Philippe . e avendo feitt
corffao de (ua fé, foy bautizado, 39 Arrebatou 0 Efpirito do Senhor 4 Pbi *-
Uppey e fe acheu em Azoto,

i T7 a * confentia também Saulo em fua morte. E ’naquelle dia 12 „


foy feita huã grande perfeguiçaõ contra a Igreja, que emje* 20.’ *
rufalem eftava ; b e todos espargidos foraõ pelas terras de Judea, * Ou, te-
e de Samaria, excepto os Apoftolos. mava
2 E [alguns] varoens pios leváraó juntos [a. enterrar] a Eftevaõ, , Pr(1zer'
c e fizeraõ fobre elle grande pranto. 0 11:
3 E d Saulo aflolava a Igreja , entrando pelas cafas 5 e puxando •
por homés e mulheres, entregava os na prifaõ. 10*
4 Os que pois espargidos andávaõ , e hiaõ paflando pela [terra] z.Sam. 3 ♦
e * denunciando a palavra. 31.
5 E defeendendo Philippe á cidade de Samaria , pregavalhes a
Chrifto. 22:4.
*
6 E as companhas eftavaõ concordemente atentas as coufas que j coriw
Philippe dizia, porquantoouviaõ, e viaõ os finaes que fazia.
7 f Porque os efpiritos immundos fahiaõ de muytos que os tinhaó, 1.77^.1:13.
clamando â grande voz 5 e muytos * paraly ticos c coixos eraõ cura- *Ou,E^zt.
dos. gelizando
$ E avia grande gozo’naquellacidade. a palavra.
? E avia hum certo varaõ, por nome Simaõ, qued’antes’naquella e
1 cidade
.fMarf 14,17
* ddfi, 5116
* ? ftleijadvtdçwttibff
AC TOS DOS
2 z#?. 13:6. cidade £ da arte magica, ufára, e a gente deSamaria, embelecado
♦ Ou,avia, dizendo dc fi, fer * algum grande.
al^uã^ 10 D’o qual todos pendiaô, desdo mais pequeno até o mais gran­
de, dizendo, Efte he a grande virtude de Deus.
n E pendiam d’ell'e, porque com [/àas] ar^s magicas os aviaja
• de muyto tempo embelecado.
ix Mas como créraõ a Philippe, que o Euangelho do Reyno de
Deus, e nome de Jefu Chrifto lhes denunciava , bautizávaõ fe afli
varoens, como mulheres.
E até o mefmo Simaõ creu; e fendo bautizado , ficou fe de
contino com Philippe: e vendo os finaes , e as grandes maravilhas
que fe faziaó, eftava atonito.
? 14 Ouvindo pois os Apoftolos , que eftávaõ em Jerufalem , que
Samaria a palavra de Deus recebera, enviáraõ lhes aPedro e ajoaõ.
iç Os quaes avendo descendido 5 oráraõ por elles , pera que o
Efpirito Sanéto recebeflèm.
16 (Porque ainda íobre nenhum d’elles defceudéfa , mas fomen­
te craõ bautizados em o Nome do Senhor Jv XisJ
h Att. 6:6. 17 h Entonces puféraó as maõs íobre elles , è recebéraõ o Efpi-
f • 3-rjto Sandio.
1 4 18 E como Simaõ vio, que pela irhpofiçaõ das maõs dos Apofto-
’ e ç; u\ los fe dava o Efpirito Sanélo, offereceu lhes dinheiro,
19 Dizendo, Daeme também a my efte poder , que fobre qual­
quer que eu as maõs pufer, o Efpirito Saneio recéba.
20 Porem Pedro lhe difle: Teu dinheiro feja com tigo para per-
íMa/t. 10. djçaõ , 1 que cuidas te que o dom de Deus por dinheiro fe al­
cance.
21 Naõ tens tu parte nem forte ’nefta palavra 5 Porque teu cora-
) çaõ naõ he reéto diante de Deus.
22 Arrependete pois d’efta tua maldade , e óra a Deus , fe por­
ventura efta imaginaçaõ de teu coraçao fe te perdoe.
23 Porque em fel de [grande] amargura , e em travadura dc mal­
dade, vejo que eftas.
kNim,21: Refpondendo porem Simaõ,1 difle: & Orae vos outros pormy
7« ao Senhor , para que nada d’o que difleftes fobre my venha.
25 Avendo elles pois teftificado e fallado a palavra do Senhor,
tornáraõ fe a Jerufalem , e [ew] muytas aldeas dos Samaritanos o
Euangelho denunciáraõ.
*6 É o Anjo do Snor fallou a Philippe,' dizendo, Levantate, c
vaG
S. APOSTOLO S. Cap. VIII. ^7
vae pera a banda do Sul, a o caminho que defcendc de Jerufalcm
pera Gaza, a qual he deferta.
27 E levantou fe , e foy , e eis hum varaó Ethiope, Eunucho,
* Mordomo mor de Candace, Rainha dos Ethiopes , o qual eftava *Ou> &?-
nhorde ti~
pofto íobre todos feus thefouros , /* e a Jerufalem a adorar viera: tulo J ou
2S E tornava fe, e aífentado em feu carro , lia a o Propheta podtrojo.
Ifayas. I loa 12:20,
29 E difie o Efpirito a Philippe : Chcgate , e ajuntate a efte *Ou 3^.
carro.
30 E correndo Philippe , ouvio que lia a o Propheta Ifayas , e
diífe: Entendes tu também o que lés?
31 E elle diífe: E como poderia , fe alguém me * naõ enfinaífe? *
E rogou a Philippe que fobiífe , e com elle íe aífentaflè. minhome
32 m E o lugar d’a Efcritura que lia , era efte : Como ovelha á ~n9'
o matadeiro foy levado, e como o cordeiro diante do que o tofquia Z' e’,.
mudo eftá , afli fua boca naõ * ábriu. **
33 Em feu abatimento foy leu juizo tirado ; e fuageraçaó quem *Ou J^re.
a contará? porque da terra he fua vida tirada.
34 E refpondendo o Eunucho a Philippe, difle: Rogote, de I
quem diz ifto o Propheta? De fi mefmo, ou de outrem alguém?
37 E abrindo Philippe fua boca , e começando d’efta Efcritura,
n euangelizoulhe aJefus. n^Luc. 24.:
36 E indo elles * caminhando , chegáraõ a huã certa agoa ; e 45-
diífe o Eunucho: Eifaqui agoa, o que me empede fer bautizado? ’* ^ Uj
37 E Philippe diífe: Sc de todo coraçaó crés , licito he. Ere-^^
fpondendo elle, difie: Creo que Jefu Chrifto he o Filho de Deus.
35 E mandou parar o carro: e decéraõ ambos á agoa, afli Phi­
lippe, como o Eunucho 5 e bautizou o.
39 E como fobíraó da agoa, o Efpirito do Senhor arrebatou a
Philippe , e naõ o vio mais o Eunucho porque fe foy feu caminho
gozofo.
■40 Mas Philippe fe achou em Azoto; e indopaífando, [pela terra]
denunciava o Euangelho [em] todas as cidades, até qu£a Cefarea
veyo.

L1 * C A-1-
ACTOS DOS

Capitulo IX.
I Parte fe Saulo para Damasco 3 para também ali perfeguír a os fieis, 3 He cer
*
cado no caminho de hum refplandor.de luz do ceo 3 lançado no chao e do mes­
mo Chriflo reprendido , e com cegueira ferido, Io Envia o Senhor a Anania*
a elle > que, 710 principio temendo ir, despois foyfe, fez 0 tornar a ver, insirue.
e bautiza 0, 23 Préga Saulo a Chriflo e os Judeos ciladas lhe armai,
que escapa, guindado da muralha ‘nhum ceflo, 26 Vem a Jerufalem, e Barna-
bé 0 leva a os Apoftolos, e préga ali também a Chrislo. 30 Parte fe a Tar-
fo , pera evitar as ciladas dos Judeos. 31 As Igrejas tem paz e crecem.
3 3 Chega Pedro a Lydda 3 e fára a Enéas , como também em Joppe a Dabith^
dos mortos 'refuscita. 42 Polo que muitos crcm.

I "p a Saulo afioprando ainda ameaças e mortes contra osDifcipu


*
*í’2'4 * 1os Senhor, foy a o Princepe dos Sacerdotes.
* 26- 9* 2 E pediulhe cartas pera Damafco, para as Synagogas, peraque
1,Cor. 15 achaífc alguns , * d’eílc caminho , afli homens como mulheres
9. W trouxefiè prefos a Jerufalem.
G.il. 1:13- 3 b E indo ja de caminho , aconteceu que chegou perto de Da-
1. Tim. 1: mafco
* c fubitamente o cercou d hum reíplandor de luz do ceo.
n 4 E caindo em terra, ouvio huã voz, que lhe dizia : Saulo,
baulo, porque me perfegues?
lAã. 22 : $ E elle difle: Quem es Senhor ? E diílc o Senhor : Eu fou Jc-
6. fus a quem tu perfegues. e Dura coufa te he dar couces contra os
-< i.Cor, 15: aguilhões.
8- 6 E elle tremendo,' e atonito difie : Senhor , fque queres que
&Ça E o Senhor lhe Levantate , e entra ’na cidade e
* dir fe te há [*7/] o que fazer te conve.
e ^7.5:39. 7‘ S E os varoens que de caminho hiaó com elle , fe paráraõ ato-
fEuc.^.10. nitos, ouvindo bem a voz, porem naó vendo a ninguém.
Ací. 2:37. S E levantou fe Saulo da terra, c abrindo feus olhos , naó via a
tf 16:30. ninguém. E guiando o pela maó, leváraó o a Damafco.
X an.iQ.q. E eftqye tres dias fem vérj e naó comeu, nem bebeu.
10 E avia cm Damafco hum certo Difcipulo, por nome Ananias •
c difie lhe o Senhoi
* cm vifaó : Ananias. E elle refpondeu : Eis
me aqui, Senhor.
n E o Senfior lhe ] Levantate , e vae á rua chamada a
iv Direita, c pergunta em cafa de Judas por hum , chamado Saulo,
2^/ ’ h de Taifo j porque vesaqui que ora.
tf 22; 3, u E
S. AP O S T OL O S. Cap. IX. z<h
ia E tem vifto em vifaó , que hum varaó por nome Ananias en­
trava, e fobre elle a maó punha, pera que a vér tornafle.
ij E refpondeu Ananias : Senhor , a muytos d’efte varaó ouvi,
i quantos males tem feito a teus ianétos em Jerufalem. i Acl. $ ; r,
14 E aqui poder dos Princepes dos Sacerdotes tem, para prender a •
todos os que teu nome invocam.
15 Porem o Senhor lhe diíle : Vae, k porque vafo efeolhido me 1“
he elle , pera meu nome levar diante das gentes, e dos Reys , e k
dos filhos de Ifraêl. e 22:21.
16 l Porque eu lhe moftrarei quanto por meu nome padecer deva. Rom-1 •
17 E foy xAnanias e entrou nacafa, e pondo as maõs fobre elle, Ga[‘1 *
difle: Saulo irmaó, o Senhor (convém a faber Jefus, que’nocami- l,“ „ £■2:8.
e,2'; 8-
Ephef.V.
nho, por onde vinhas , te apareceu,) me enviou , peraque a ver
tornes, e cheyo do Efpirito fancto fejas. »■ Z.Tun.v.lI.
18 E logo lhe caíraõ dos olhos como efeamas, e d improvifo a l Att. it;
vér tornou, e levantandofe, foy bautizado. 11.
19 E * como comeu, ficou confortado. E ~ efteve Saulo alguns2^’11*
dias com os Difcipulos, que em Damafco eftavam. 2}.
20 E logo ’nas Synagogas pregava a Chrillo : que aquelle era o 12. 22 ;m Aci.
Filho dc Deus. * Ou , to-
21 E todos os que o ouviaó, eftavaó atonitos, e diziaõ: Naõhc mando al-
efte aquelle que em Jerufalem afio lava a os que efte nome invoca- gMa CQllÚ-
vaó? e a ifto aqui veyo , pera prelos os levar a os Princepes dos Sa­ rnida, ou y
cerdotes ? refeição.
22 Mas Saulo muyto mais fe esforçava, e confundia a os Judeos,
que em Damafco habitavam, provando que aquelle o Chrifto era.
13 E como paflaraó muytos dias, tiveram os Judeos entrefi con­
felho, para o matarem.
24 Mas fuas ciladas * vieraó á noticia de Saulo 5 n e elles guarda- # q. r-
vaó, afli de dia como de noite, as portas, pera matar o poderem. fabidas
*
25 Porem tomando o os Difcipulos de noite, 0 guindáraõ pe- 7z2.C0r.1i:
lo muro abaixo em hum cefto. - 32.
E como Saulo veyo a Jerufalem , procurava ajuntarfe com os 0 J°fuê
Difcipulosj porem todos d’ellc fe temiaó , naó crendo que Difci-
pulo foffe. 19;
27 p Mas tomando 0 Barnabé com figo , trouxe a os Apo-ix ♦
ftolos, e contou lhes como ’no caminho a o Senhor vira, e lhe fal- 25J *
lára, e como em Damafco fallára ouladamente em o nome de Jefus.
48 E andava com elles entrando, e faindo em Jerufalcm.
Llj E
170 A C T O S D O S
29 E fallando oufadamente em o nome do Snor Jefus ; faltava e
difputava também contra os Gregos , porem elles procurávaõ ma­
tálo.
30 Entendendo [<?] porem os irmãos , acompanháraó o até Ce-
farea, e enviáraô o a Tarfo.
31 As Igrejas pois por toda Judea , e Galilea, e Samaria, paz
tinhaó , e edificadas eram 3 e andando em o temor do Senhor , e
[’na] confolaçaó do Efpirito fanéto, fe multiplicávaõ.
32 E aconteceu que paflàndo Pedro por * todas partes~\, veyo
* Ou, To- também a os fanétos que em Lydda habitávaó.
dor. 33 E achou ali a hum certo homem, por nome Enéas , que avia
oito annos cjue em huã cama jazia , qual era paralytico.
34 E diflelhe Pedro: Enéas, Jefu Chrifto laude te dá , levanta­
te, e faze tua \_cama]. E logo fe levantou.
35 E viraó o todos os que em Lydda, c Sarona habitávaó, os
quaes a o Senhor fe convertéraõ.
36 E avia em Joppe huã certa Difcipula, por nome Tabitha,
' * JLXe0r- que traduzido, fe diz * Dorcas. ' Efta eftava cheya de boas obras,
ou3 ca­ e efmolas que fazia.
bra.
37 E aconteceu ’naquclles dias , que enfermando ella , morreu;
e avendoa lavado, puíéraó a ’no cenáculo.
3S E como Lydda eftava perto de Joppe , ouvindo os Difcipu­
los que Pedro ali eftava, mandáraõlhedous varoens, rogando [lhe]
que naó fe detiveflé em a elles vir.
39 E levantandofe Pedro foy com elles ; o qual como chegou,
leváraó o a cenáculo, e todas as viuvas o rodeáiaS , chorando e
moftrando [Me] as túnicas, e os veftidos que Dorcas fizéra
quando com ellas eftava.
40 Porem lançando as Pedro fora a todas, pós fe de juelhos , e
orou; e virandole para o corpo, difle: Tabitha, levantate; Eella
abriu feus olhos, e vendo aPedro, aflentoufe.
41 E dandolhe elle a maó , levantou a; e chamando a os fanétos4
e ás viuvas, aprefentou viva.
4* E foy [í/M] notorio por todo Joppe , c créraó muytos em o
Senhor.
43 E aconteceu que fe ficou muytos dias em Joppe , com hum
certo Simaó curtidor.

Ca-
S. A P O S T O L O S. Cap. X.

Capitulo X.
I Aparece hum Anjo a Cornelio o Centuriaõ, em Cefarea, ocupado em jejums e
oraçao, e manda lhe chamar a Pedro de Joppe, pera d’elle fer inilruido. 7 ffue
envia feus fervos. <) Pedro entretanto por hua vi/ao , d3 hum lençol, com toda
.forte de animaes, alji mundos como imundos 3 do ceo defendido, e por falia ceie-
ftial j he inftruido que a differença entre os Judeos e Gentios era tirada.
17 Chegaõ os fervos de Cornelio a Pedro} que . amoefado de Deus j foyfe com
elles a Ce'area. 24 Aonde Cornelio eftá ajuntado, com feus parentes > e 0 rece­
be com grande reverencia. 2S Relata Pedro 0 que Deus lhe revelara como
também faz. Cornelio. 3 4. Préga Pedro a Cornelio e a os feus a Chrislo. 44 E
todos recebem 0 Ejpirilo San fio. 46 Fallao lingoas eftranhas. 47 E bauti-
zao fe.

1 E avia hum certo varaõ em Cefarea, por nomeCornelio, Cen­


turiaõ, * cfoesquadraõ chamado o italiano. * Ous re~
2 Pio, e temente a Deus, com toda fua caía , e que fazia muy- gimento.
tas eímolas a o povo, e de contino a Deus orava.
3 vio claramente em vifaõ , quafi á hora nonadodia, a
hum Anjo de Deus, que a elle entrava, e lhe dizia: Cornelio.
4 E elle poftos ’nelle os olhos , e muy atemorizado, difie : Que
he Senhor? Edifielhe: Tuas oraçoens , e tuas eímolas , tem lo«
bido em memória diante de Deus.
Envia pois agora [alguns] varoens a Joppe , e manda chamar a
Simaõ , que tem por fobrenome Pedro.
ó Efte pouía em cafa de hum Simaõ curtidor, que tem [fua] ca­
fa juntoa o mar; efte te dirá o que deves fazer.
7 E ido o Anyo , que com Cornelio fallava , chamou a dous de
feuscriados, eahumloldado pio, d’os que decontino * lheafliftiam. *
Ou, com
5 E avendo lhes contado tudo, enviou os a Joppe. elleeftá-
9 E o dia feguinte , indo elles ja de caminho , e chegando per-
to da cidade, a fobio Pedro a o * terrado a orar, quafi áhorafexta.
1 to E tendo elle fome , quis comer ; eftando []lho] aparelhando,
cahio fobre elle hum arrebatamento de fentidos.
11 E vio o ceo aberto , e que defcendia a elle hum certo vafo, raíp9%
como hum grande lençol atado pelas quatro pontas, e abaixando fc
a terra.
12 Em que avia de todos os [animaes] da terra de quatro pés , e
fer$s, e reptiles, e aves do Ceo.
J3 E foy lhe feitahuã voz: Levantate Pedro , mata, e come.
14
ACTOSDOS
ZLítzV.ii: 14 Porem Pedro diííe: Em maneira nenhuã, Senhor 5 Z porque
coufa nenhuã comua, nem immunda, comi nunca.
15 E tornoulhe a voz fegunda vez [a dizer] : c O que Deus purifi-
n cou, nao o faças tu comum.
14 • 16 E aconteceu ifto por tres vezes3 e tornoufe o vafo a recolhdr
17.20. ariba a o ceo.
í.7zw.4:4. 17 E eftando Pedro duvidando entre fi , que feria aquella vifaõ,
Ta, 1:15. qUe vira, eis que os varoens, que de Cornelio enviadosforaõ, per­
guntando pela cafadc Simaõ, á porta paráraõ.
18 E chamando perguntáraõ, fe Simaõ, que tinha por fobreno-
mc Pedro , ali pouíava?
19 E penfando Pedro ’naquella vifaõ , diflelhe o Efpirito i Eis
que tres varoens te bufeaõ.
^^7.15:7. ío d Levantate pois, e defeende , e vae com elles naõ duvidan­
do 5 porque eu os enviei. ' •
21 E defeendendo Pedro a os varoens, que dc Cornelio lheforaõ
enviados , difle : Eis que, eu fou o que bufcaes \ qual he a caufa
porque aqui eítacs?
22 Eelles dificraõ: CorneliooCenturiaÓ, varaójufto, ctemente
fOu^a Deus, e que [bom] teftimunho de toda a * naçaõ dosJudeos tem,
ou-) gente, por divina rcvelaçaõ foy de hum fanéto Anjo amoeltado que a fua
*chamar
cafa te mandafle, edety palavras [_dc jalvaçcti] ouvifle.
23 Chamando os pois dentro , recebeu «os em cafa. Porem o
dia feguinte fe foy Pedro com elles 3 e foraõ com elle alguns dos ir­
mãos de Joppe.
24 E o dia feguinte viéram a Cefarea. E Cornelio os eftava efpe-
rando , avendo ja convocado a feus parentes, c a os amigos mais
* 9U >far~ * familiares.
—--- --------- --- *
ticulares. 2 5 E fuccdeu que entrando Pedro, Cornelio * 0 fahio a receber,
* Ou, lhe e derribandofe a [feus] pés, adorou
jahio a o
encontro. 16 PoremPedrô o levantou, dizendo, e Levantate , [$ue] tam-
e^?.~i4
* ;bem eu meímo homem fou.
14. 27 E fallando com elle, entrou 3 c achou a muytos que [* #] fe
■styw.io. ajuntaram.
9'. 2S E* difielhes: /Bem fabeis vosoutros, como naõ he licito a
‘ A * ’ 23* hum varaó Judeo ajuntarfe , ou achegarfeaeftrangciros: aporem
Deus me moftrou que a nenhum homem comum ou immundo
Deut.7 - 2, chame.
^•4:2/ íiLxS. Ephef.i: 6i
S. APOSTOLO S. Cap. X. 273
29 Polo que fendo chamado, vim fem contradizer. Afli que per­
gunto, porque razaõ chamar me mandaftes?
30 E difle Cornelio : Quatro dias ha que ate eftas horas em meu
jejum eftava, e á hora nona em minha cafa orava.
31 E eis que hum varaõ fe pós diante de my h com hum veftido hMatt.iZ:
refplandecente, e difle: Cornelio, tua oraçaó he ouvida, e * tuas 3-
eímolas tem vindo em memória diante de Deus.
32 Envia pois a Joppe , c manda chamar a Simaó, que tem por
fobrenome Pedro; efte poufa em cafa de Simaó o curtidor , junto de tuas es
ornar; o qual vindo, te fallará. m0[as j-e
33 Afli que logo aty enviei ; e bem fizefte cm aqui vir. Agora lembrou,
pois [aqui] eftamos todos preíentes diante de Deus, pera ouvir tu- '
do quanto de Deus te he mandado.
34 E abrindo Pedro a*boca, difle: Por verdade acho i que Deus iiw.io:
aceitador aparência] de pefloas naó he. 17.
35 k Senaó que aquelle que cm toda naçaó o teme , e de jufti- 2 ^.19:7.
ça obra, lhe he agradavel. RovJ4-' 9*
36 [Efta he] á palavra que a os filhos dc Ifraêl enviou , l denun- z’^
ciando a paz por Jefu Chrifto: Efte o Senhor de todos he. Ephef.
*fa,
37 Bem labeis vosoutros a palavra que por toda Judea veyo,Colojfa-.z<^
m começando defde Galilea, despois do bautifmo que Joam pregou. i.Pedr. 1

♦•
3$ '[Acerca de] Jefus de Nazareth , n como Deus com o Efpirito
fanéto, e com virtude o ungiu: o qual [pela terra] andou , bem fa-^-^M6/6'
zendo, c a todos os do diabo violentados curando 5 porque Deus
com elle era.
39 E nos teftimunhas fomos de todas as coufas que fez afli cm a Rom, 5:1.
terra dc Judea, como em Jerufalem 3 a o qual matáraó, penduran- CoIoJJaiiq.
do Qf] dc hum madeiro. ™ ]fay- 3 ;
40 0 A efte refufeitou Deus a o terceiro dia, e * fez que mani-
íefto fofle: , Matt.'412
4t Naó a todo o povo , fenaó a as teftimunhas que Deus d’antcs
* ordenara; a nosoutros, que juntamente com elle comemos, 3S.39.
c bebemos, despois que d’os mortos refufeitou. Luc.4:14.
42 ? E nos mandou a o povo pregar, e teftificar que elle hc aquelle »P/^45:S.
que qde Deus ordenado foy [por] Juiz dos vivos e dos mortos. Iby.61:1.
4P A efte dam teftimunho todos os Prophetas, /que todos os ^'*’*$.
' Mm que
* Ou > deu. * Ou , elegera. Luc, 24- 3 4. Joa. 2o; 19, Att. 2: 24Í I. Cor, 15:5.
p Matt. 28 :I9.- Marc. \6 ; 15. ^.15:16
* q Aã. 17:31. r Gen. 3:15.
e 22 l 18. e 26: 4. c 49 : Io. Devi. 18 : 15. Pftalm. 132 : 15. \ 2.
tf 7: 14- * 9-’ 5. e 40 ♦ lo- J trem.2} ; 5 e tf: 24. Dan. 9 ; 24. Mich.y ; 2o#
274 -ACTOSDOS
que ?nelle crerem por feu nome perdão de pecados receberão.
41. t E fallando Pedro ainda ellas palavras , cahiu 'o Efpirito
faného fobre todos os que a palavra ouviaó.
45 E os fieis que eraó da circuncifaõ, tantos quantos tinhaó vin-
do com Pedro, íè efpantáraõ de que também fobre as gentes o dom
do Efpirito fanéto fe derramafié.
uMavc. ió: 46 u Porque em lingoas [eftranhas] os ouviam fallar, e a Deus
i7- magnificar. Entonces refpondeu Pedro :
x^.836. 47 x Pode por ventura alguém a agoa impedir, que naõ fejaã.
á>n : 17.bautizados eftes, que também como nos o Efpirito fanéto receberam?
48 E mandou que foíTem bautizados em o nome do Senhor. En-
tam lhe rogáraõ que com por alguns dias fe ficafiè.

Capitulo XI.
J Vem Pedro a Jerufalem ? e fendo ali avifado de que communicdra com os gen-
tios fe defende , e relata tudo 0 que em quanto a iffo acontecia, 1$ Accepta
fe Jua defenfaõ. 19 PrégaÒ os fieis esparfidos a Chrifto em Phenicia e Cypro
até Antiochia. 21 Polo que muitos trem. 22 Entendendo 0 a Igreja dejeru-
Jalem , envia a Rarnabé para Antiochia pera confortálos. 2$ £>ue fe parte a
Tarfo 3 em buscar a Saulo 3 e achando 0 , traz, 0 a Antiochia, 26 Aonde os Difci­
pulos primeiramente fe chamao ChriftaÕs, 27 Prediz Agabo a careftia, 29 Po-
lo que os Irmaõs por Saulo e Bamabé focorro enviaõ a os irmãos em Jerufalem,

1 J7 ouviraõ os Apoftolos e os irmaõs que eftavaó em Judea, que


também as gentes a palavra de Deus recebéraõ.
2 E fubindo Pedro a Jerufalem , contendiam contra elle os que
eraó d’a circuncifaõ,
*Exod. 23: 1 Dizendo, a A varoens que tem prepucio entrafte, e com elles
32. comefte. ,
e ?4:15- 4 Porem comecando Pedro, contou lhes [tudo] por ordem , di-
S“Ts-7:1'zendo’

Eftando eu orando em a cidade de Joppe, vi, arrebatado


y dos fentidos, hua vifaõ , [a faber] hum certo valo que como hum
grande lençol deícendia, pelas quatro puntas des do ceo abaixado,
e até junto á my vinha.
<s ’No qual pondo eu os olhos, confiderei, e vi [animaes] d’aterra
de quatro pés,, e feras, e reptiles, e aves do ceo.
7 E ouvi huã voz que me dizia: Levantate Pedro, mata, ecome.
cLev.iv.4. 8 Porem eu diífe: Em maneira nenhuã, porque nunca c coufa
Deut,i4:7.alguã comua, nem immunda, em minha boca entrou.
9 Mas
S. APOSTOLO S. Cap.XT.
9 Mas a voz fcgunda vez me refpondeu do ceo: O que Deus pu­
rificou , naõ o faças tu comum.
10 E fucedeu iíto por tres vezes 5 c tornoufe tudo a recolher a
riba a o ceo.
11 E eis querna mefma [tora] tres varoens, enviados a my de Ce-
farea, junto á caía aonde eu eftava paráraõ.
_ 12- d E o Efpirito me difie , que com elles me fofle , naõ duvi-^^w Io
dando, etambémeftes feis irmaõscomigo foraõ, e em cafad’aquelle 12.
varaõ entramos. i$ « 7*
13 E contou nos como vira eftar hum Anjo, em fua cafa , e lhe
diflera: Envia [alguns] varoés a Joppe, e manda chamar a Simaõ,
que tem poi* fobrenome Pedro.
14 O qual te fallará palavras , com que tu , e toda tua cafa te
falves.
J5 E como comecei a fallar, cahiu o Efpirito fanclo fobre elles,
copio também a o principio fobre nosoutros.
E lembrei me do dito do Senhor como diflera : e Bem bauti- e Matt, $
oaõ com agoa , f mas vosoutros fereis bautizados com o Efpi- Marc. r i: $S.
t. uc ■ 3 • 1 6 •
17 g Afli que fc Deus lhes deu igual dom , como também a nos- loa^ L ; 26'
outros, que ja em o Senhor Jefu Chrifto avemos crido 5 quem era ^7.1:25.
cu pois, que a Deus eftorvar pudefie? ^2:4.
iS E ouvidas eftas coufas, apaziguáraõ fe, e glorificarão a Deus, ei9‘4.'
dizendo, De maneira que também á as gentes deu Deus arrependi-/7-^ *
mentr' 3- 9
via de Eftevaõ fucedeu, pafiaraõ [pela terra] até Phenicia, eCypro,^#.8; 1.
e Antiochia, naõ fallando a ninguém a palavra , fenaõ a fós os Ju- 4-
deos.
20 E avia d’elles huns varoens Cyprios, e Cyrenenfcs , os quaes
entrando em Antiochia , falláraõ a os Gregos , denunciando a o
Senhor Jefus.
21 > E a maõ do Senhor com elles éra, e muyto numero creu z:47«
e a o Senhor fe converteu. , e 5 : 14»
22 E chegou a fama d’elles a ouvidos da Igreja que em Jerufalem
eftava; e enviáraõ aBarnabé, que [pela terra] até Antiochia paflàfiè.
23 O qual como chegou, e a graça de Deus viu, gozoufe;
k e a todos os exhortou , que com propofito do coraçaõ em o Snor^^- ’
permaneceflem. 43-
í>i< 22.
*
Mm Por-
276 ACTOSDOS
;^
*
7^.4. 24 Porque era homem dc bem , e 7 cheyo do Efpirito íancto , c
dc fé j e muyta companha a o Senhor fe achegou.
w Aã, 9 : m £ partíufe Barnabé a Tarfo, a buícar a Saulo 5 e achando o,
trouxe o a Antiochia.
26 E fucedeu que todo hum anno ’naquella Igreja, fe congregá-
raó , e á muyta companha eníináraõ ; e que os Difcipulos primei­
ramente em Antiochia Chriftaôs fe chamáraó.
2-7 E 'naquelles dias defeendéraó de Jerufalem [js/gím] Prophetas
a Antiochia.
vAã. 21: 2S’ E levantandofe hum d’elles, por nome n Agabo , dava a en-
jo. tender, pelo Efpirito, que avia dc aver hua grande fome em todo
a mundo: a qual também veyo em tempo de Cláudio Cefar.
[al- *9 E cada qual d’os Difcipulos determináraó dc cada hum , con-
gí/J para forme a o que pudefle, * algo mandar para íerviço d’os irmaõs, que
Jerviço em Judea habitávaó.
3o O que também fizeraó , 0 enviando o a os Anciaõs por maõ
9 Aã. 12: je j3arnab£ e je Saulo.
2.$.

Capitulo XII.
I Perfegue Herodes a Igreja. 2 Mata ajacobo. 3 Encarcera a Pedro 3 e
da o guardar com forte vigia. $ A Igreja roga a Deus por elle, 7 E elle ?
encaminhado milagrofamente do cárcere por hum Anjo II Chega a cafa de
Maria 3 bate a porta 3 Je lhe abre 3 e entra elle relatando fualivraçao a os
que ali congregados eftáv&o. l8 Herodes manda fazer inquiriçao juridica das
guardas e leva os prejos 3 e parte fe para Cefarea. 20 Faz paz com os de Tyro
e Sydon. 21 E} ferido em Jua jbberba por q Anjo-) he comido de bichos. 2,5 Bar-
nabê e Saulo fe tomao a Antiochia,

i p por aquelle mefmo tempo pós el Rey Herodes as maõs cmal-


gús da Igreja, pera os maltratar.
aMatt. 4' 2 E matou a Jacobo , a o irmaó de Joaó, á efpada.
3 E vendo que ifto a os Judeos agradara , paífou a diante, pera
também aPedro prender, (e eraó os dias d’os [paens] asmos.)
bjoa, 21: 4 b D’oqual também pegando, lançou o na prifaó , entregando
-l8* Q/j a quatro quatrenas de foldados , que o guardaífem 5 querendo
tirálo a o povo despois da Pafchoa.
5 Afli que Pedro era guardado na prifaõ. Porem a Igreja conti­
nua oraçaõ por elle a Deus fazia,
f E
S. APOSTOLO S. Cap.XII. *77
6 E quando Herodes o avia de tirar ,• aquella mefma noite eftava
Pedro dormindo entre dous foldados, com duas cadeas hado $ e as >
guardas diante da porta a prifam guardávaõ.
7 c E eis que fobreveyo o Anjo do Snor , e huã luz * ’na pri-
íaó refplandeceu $ e dando a Pedro’na ilharga, defpertou o , di­
zendo , Levantate aprefuradamente 5 e 'as cadeas fe ihe caíraõ
d’as maós.
8 E diflelhe o Anjo: Cingete, e átate tuas alparcas 5 e feio afli.
E diflelhe : Lança ás coíbas tua capa, e fegueme.
9 E taindo, fcguia o -, e naó fabia que tolfe verdade o que pelo
Anjo íe fazia, mas cuidava que alguã vifaó via.
10 E como a primeira e legunda guarda pafláraõ, vieraõ á porta
de ferro, que para a cidade vae, d a qual por fl mefma fe lhes abriu 5 d Atl, :
E íàhidos paflãraó huã rua, e logo o Anjo d’elle fe apartou. 2($*
11 E tornando Pedro em fi , difle : Agora verdadeiramente fei
e que o Senhor feu Anjo enviou , e d’a maó de Herodes me li- eDan.6.12.
vrou , e de tudo o que o povo dos Judeos, [acerca de w/J espe-
rava. t
12 Econíiderando elle , f foyfe á cafa de Maria, a maé
Joaõ, que tinha por fobrenome Marcos, aonde muytos juntos , e
orando eftávaõ.
1? E batendo Pedro á porta do páteo , fahiu huã * menina por *Oibíw-
nomeRode, a efcutar. d*,
14 E conhecendo a voz dc Pedro , de gozo , naõ abriu a porta
d’o páteo, fenaõ correndo para dentro, denunciou que Pedro efta­
va fora á porta d’o páteo.
-15 E difleraõ lhe: Eftás fora de ty. Mas ella afíirmava. que afli
era. E diziaõ: Seu Anjo he.
16 Porem Pedro perfeverava em bater 5 e como abríraó , víraõ
o, e efpantáraõ fe.
17 E g acenando lhes elle com a maó, que calaflem, contoulhes gAtt< 13:
como o Senhor d’a prifaõ o tiráraj e difle: Denunciae ifto a Jaco­ 16.
bo e a os irmaõs. E faindo fe, partiufe para outro lugar.
15 E fazendofe ja de dia, avia naõ pouco alvoroço entre os folda­ e 21: 40.
dos, que fe ouvefle feito de Pedro.
19 E como Herodes o bufcou, e naõ o achou , feita inquirição
juridica d’as guardas , mandou os levar prefos. E partindo fe de
Judea para Cefarea, ficoufe
ío-E intentava Herodes fazer guerra a os de Tyro, e
Mm 3 de
278 ACTOSDOS
de Sydon5 porem vindo elles de hum comum acordo a elle, e per-
íuadindo a Blafto , que era o Camareiro del Rey , pediaó pazj
porquanto fua terra d’a d'El Rey fe fuftentava.
21 E hum dia aftinalado , vellindofe Herodes de veftidos Reaes,
c aflentado ’no tribunal fez lhes hua pratica.
n Eo povo aclamava: Voz de Deus, e nao de homem.
2; E ’no mefmo inftante o Anjo do Senhor o feriu , porquanto
a gloria a Deus naó deu 5 e comido de bichos efpirou.
hlfay. ^4 ij E a palavra de Deus crecia, e fe multiplicava.
M 6- 7 E Barnabé e Saulo, avendo cumprido aquelle ferviço, fetor-
* náraõ de Jerufalem, tomando também comfigo ,a Joaó , o que ti­
nha por íobrenome Marcos.

Capitulo XIII.
I Envia 0 Espirito a Saulo e Barnabé a pregar 0 Euangelho a os Gentios, 4 Que 3
defcendendo a Seleucia e d'ali navegando para Cypro 3 em Salamina e Papho
prégaõ. 7 Aonde o Proconful Sérgio Paulo quer ouvilos. 8 O que procurando
Bar Jefus o Encantador efforvar 3 de Paulo com cegueira he ferido 3 e 0 Procon­
ful convertido. 13 Dali vétn aPerges e despois a Antiochia emPifidta. 1^ Aon­
de } pregando Paulo em Synagoga , relata os benefícios de Deus a os ljraelitas
feitos até á David. 23 £ prova que a promeffa d’a femente de David fe cum­
pria em Jefu Chrifto 3 que em JeruJalem foy crucificado j e d’os mortos rejufcita-
do 3 como de David predito fora. 38 E que por elle fe juftifiquem todos os que
3nelle crem. 41 Alguns dos Judeos crem-, mas outros contradizem. 46 Polo
que elles fe tornao a as Gentes . d3as quaes crem todos aquelles que pera a vida
eterna ordenados efiávao. 50 Os Judeos levantao perjeguiçao contra Paulo e
Barnabé y que facudem 0 pó de feus pés j e fe retirao a Lcomo.

„ 1 T7 avia,a em Antiochia n’a Igreja que [alf| eftava , alguns Pro-


a 2^' phetas e Doutores [a faber} Barnabé eSimeaó , chamado Ni-
ger, e Lucio Cyreneo , e Manahen, que com Herodes o Tetrar­
cha criado fora, e Saulo.
2 E fervindo elles a o Senhor , e jejumando , difte o Efpirito
b Aã 9-i<ç ^andto : b Apartaeme a Barnabé , e a Saulo , pera a obra peraque
ezi :2i/ chamados os tenho.
Rom. 1; 1. 3 d Entonces jejumando, e orando, e e pondofobre ellesasmaós
Gal 1: 1$. despedirão os.
4- Eftes pois enviados pelo Efpirito fanéto, defcendéraó a Seleu-
1 Dm 2- C1*a’ e navegáraõ para Cypro. • s
2. Tim ‘i‘ E chegados a Salamina, denunciávàó a palavra de Deus em as
‘ii. ‘ ’ Syna-
t Matt. 9: 3 S. Rom. 10:1 $. Hebr. 5:4. d Aã. 6:6. e 8:1$. e Aã. 14 ; z6>
S. APOS TOLOS. Cap.XIIT. V?
Synagog^s dos Judeosj e também a/Joaõ por miniftro tinhaó. f 12:
6 E avendo atravefiado a ilha até Papho , acháraõ a# hum certo 2Ç-
* encantador, falfo Propheta, Judeo, cujo nome era Bar Jeíus. £^-8:9»
7 O qual eftava com o Proconful Sérgio Paulo, varaõ * pruden-
te. Elle chamado a li a Barnabé, e aSaulo, procuravamuyto ou- * Oin/«7/-
vir a palavra de Deus. ceiro,
S b Mas reliílialhes Elymas o encantador , (que afii fe interpreta
* Ou, <?.v-
feu nome) procurando apartar d’a fé a o Proconful. tendido.
9 Porem Saulo, (que também \je chawa~] Paulo) cheyodoEfpiri-
tofanébo, c pondo’nelle os olhos, difie: 2 •$
O filho do Diabo cheyo de todo enganoede todamalicia, ini- ‘ im^'
migo de toda julliça, naõ cellàrás de perverter os reétos caminhos
do Senhor?
11 Agora pois vés aqui a maó do Senhor contra ty, e cego feras,,
naõ vendo o foi por algum tempo. E’no mefrno inftantecahio’nelle
elcuridade, e trevas5 e andando a o redor, bufcava quem pela maó
guiafle.
12 Entonces vendo o Procunful o que avia fucedido, creu, pas­
mado da doutrina do Snor.
13 E partidos de Papho, Paulo, e os que com elleeftávaõ, vié-
raó a Perges [ezdade] de Pamphylia. * Porem Joaõ , apartandofe/^.%191^
d’elles tornoufe a Jerufalem.
14 E elles paflando de Perges, vieraõ a Antiochia \_cldade~\ de Pi-
fidia j e entrando 5na Synagoga hum dia de Sabbado , afiéntá-
raõ fe.
1$ E despois da liçaõ da Ley e dos Prophetas, os Princepes
* IVLz-
da Synagoga enviáraó a elles dizendo: Varões irmaõs , fe em vos-
outros [_alguã] palavra de confolaçaõ pera o povo ha , fallae. kAd, 12 :
16 E levantandofe Paulo, £ e * feito filencio com a maó , difie: J7-
Varoens Ifraèlitas, e os que a Deus temeis, ouvi: * 19:33.
17 O Deus d’efte povo delfraêl a nofiòs Paes 1 elegeu, eaopovo^Q^1,40*
exalçou, fendo elles eftrangeiros em terra de Egypto, e com braço nando.~
levantado d’ella os tirou. - ‘ lExod.i-.i.
15 m E por tempo de quafi quarenta annos , feus coftumes ’no^EW. 16:
deferto foportou. *
35
19 E a fete gentes ’na terra de Chanaán deftruindo , n por forte ^U7n- 14 *
fua terra lhes repartiu. t
20 E despois d iíto , quafi quatro centos e cincoenta annos Jui-7/;<yI4./
zes [/bes] deu 0 até o Propheta Samuel, oiud.i\ i<f
21 p Edes- ^3:9.^/
iSo ACTOSDOS
i: 2r E desd’entonccs pedíraô Rey, edeulhesDeusa ? Saul., filho
5- , de * Cis varaó d’a tribu deBenjamin, \j>or ejpaço de~\ quarenta annos.
1$ n.‘ 22 E * tirãdo a efte, levantoulhes rpor Rey a David 5 a o quàl
.^am. tambem teftimunho deu, e difte : s A David \jilho~\ de Jeífe achei,
e 10 : 1.varaó conforme a meu coraçaó, que toda minha vontade fará.
*OuJK/x. 23 D’a femente d’efte, conforme á promeftà , levantou'Deus.a
v i.£aw.ió.Jeíus por Salvador de Jfraêl.
*2}
* r 24. t Avendo Joaó primeiro , antes de fua vinda , a todo o povo
U/Tde Ifraei pregado o Bautifmo de arrependimento.
s\.Sam.\y. Mas como Joaó [fi/a] carreira cu mprifte, difte: Quem cuidaes
14, ‘ vós que eu fou? » Eu naó fou o [cArz/^J, mas eis que após my vem
P/al. 89:21. aquelle, -vaquem eu as alparcas d’os pees naõ fou digno defatar.
■^•7:4$. 26 Varoens irmaõs , filhos d’a geraçaó de Abraham, e os que
entre vosoutros a Deus temem , y a vosoutros he enviada a palavra
^•i:M’eftafalvaçaõ.
loa. 22 17 Porque z naõ conhecendo os que habitávaõ em Jerufalem, nem
u loa. 1:20 feus Princepes a efte5 condenando [<?], affi as vozes dos Prophetas,
xMatt.j; que todos os Sabbados , fe lém, cumpríraõ.
-11, 28 £ caufa nenhuã de morte achando , pedíraõ a Pilatos que
y Matt. lo.' morto fofle.
M %'"!(> 29 aven<^° e^es cumprido todas as coufas que d’elle eferitas
/i*346 cftávaõ, tirando [0] d’o madeiro, ’na fepultura [V] puféraõ.
x 7^.163. 3° Porem Deus, d’os mortos o refuscitouí
AR. 3:17. 3T c O qual por muytos dias vifto d’os que com elle de Galilea
i.Cfir, 2:8. a Jerufalem fubiraõ, * e fuas teftimunhas para com o povo faõ.
i.Tz/zz.uij. gt g nosoutros vos euangelizamos d a promeffa , que a os Paes
aMatt. 27‘foy fcita. a qUa} f)eus ja nos cumpriu a nosoutros feus filhos a Jefus

Xz^.23’18. 53 Como também ’no e Pfalmo fegundo efcrito eftá : Meu Filho
J^.19 : 6. cs tu, hoje te gerei.
bMatt.iS- 34 E que dfos mortos refufeitafle pera nunca mais â corrupção
tornar, afti o difte: f As * fieis beneficencias de David vos darei.
35 Polo que também em outro [p/afoo] diz : g A teu fanéto nao
J/4r7ú;darás Para <lue corrupção veja.
14. 36 b Por-
lea. 20:19, e2I:I. Aft. 1: 3. 1. Cor. : $, * Ou, osquaes. 3 í I5h *22 :18. *26 j 4.
e 49 : lo. Deut. 18 : 1$. i.Sam. 7 \ 12. Pfàlm. I32 : II. I/47.4: 2. e 7 :’i4.
e 9 • 5» e 40 : lo» Jerem. 23 : e 33 : 14. Ezech. 34 : 23. e tf : 24- Dan. 9;
24.2$. ePJalvtf, Hebr.V^, f * Ou,firmes. gP/al.itm.
Ati. 2. 27. 3t»
9. A P O S T O L O S. €ap. XIII. aSx
36 h Porque na verdade, avendo David em feu tempo a o confe-
lho de Deus fervido, dormiu, c junto a feus paes pofto foy, c
corrupção vio. ’ Arf.zn^
37 Mas aquelle que Deus refufeitou, corrupção nenhuá vio.
3S Seja vos pois notorio, Varoens irmaõs , / que por efte remis- i Lw. 24:
faõ 3’os pecados fe vos denuncia. 4.7.
39 k E de tudo o de que pela Ley de Moyfes juftificados ‘12
fer naõ pudeftes, l ’nefte hejuftificado rodo aquelle que cré. * R°™' ‘
40 Vede pois que fobre vosoutros naõ venha o que ’nos Prophe-
tas dito eftá: . Gal. 2: 16.
41 w Vede, ó defprezadores, eadmiraevos, e efvaeceivos; por-
que obra em voflos dias obro , obra que naõ a crereis, fe alguém
vola contar. _ ' *
mljay.2%
42 E faidos da Synagoga os Judeos , rogáraõ as gentes
gentes,, „¥' .
que o Sabbado feguinte as meímas palavras fe lhes falaflem. a ac'
43 E acabada aSynagoga, muytos d’os Judeos, e dos Religiofos
profelytos , feguiraõ a Paulo .e a Barnabé os quaes fallandolhes,
» os amoeftávaõ que ’na graça de Deus permaneceflem. nAtt. ir •
44 E o Sabbado feguinte ajuntoufe quaíi toda a cidade , a ouvir 23.’ /
a palavra de Deus. e 14:22^
45 Porem vendo os Judeos as companhas, enchéraõ fe de inveja;
e contradiziaõ a o que Paulo dizia, contradizendo, e blasfemando.
46 Mas Paulo e Barnabé, ufando dc oufadia , difleraõ : 0 A vos- oMaítAv.
outros era mifter , que primeiro a palavra de Deus fe vós fallafle; 6.
p mas pois a engeitaes , e d’a vida eterna dignos vósnaõ julgaes, ^1.3: 26.
vedes aqui que ás Gentes nos tornamos. ^13:24.
47 Porque afli nolo mandou o Senhor [dizendo^ : 7 Por luz
Gentes te pus, peraque por falvaçaõ foflés até o cabo d’a terra.
4S E ouvindo as Gentes, alegráraõ fe, e glorificávaõ a pa-
lavra do Senhor; e créraõ todos quantos pera a vida eterna ordena- e 21/43:
dos eftávaõ. Rom. ia :
49 E divulgava fe a palavra do Senhor por todaaquella província. I?-
50 Mas os Judeos incitáraõ alguãs mulheresreligiofasehonradas, 2 W-42:£.
e a os principaes da cidade, r e levantáraõ perfeguiçaõ contra Pau-
lo e Barnabé, e fora de feus termos os lançáraõ. rt. 3;
51 Porem facudindo contra elles o pó de feus peés, vieraõ fe a 11.
Iconio.
fi E cnchiaõ fe os Difcipulos dc alegria , c do Efpirito faného.
A C T O S DOS

Capitulo XIV ,
I Prègao Paulo e 'Barnabé ■> e-fazemt prodígios em Iconio j e muitos affi Gentios
como Judeos crem. 4 Levantafe fobre i/fe grande difcenfao e revolta , e elles a ,
Lyftra e Derbes fe acolhem
* S Sára Paulo em Eyfira a hum coixo. 11 Polo
que 0 povo por Deufes os teve e quer lhes facrificar 0 que j anunciandolhes a
converfaõ a 0 Deus vivo , apenas impedem. 19 fobrevindo huns Judeos
de Antiochia e Iconio perfuadem a multidão > que apedrejem a Paulo, lo Mas
elle levantafe e parte (e com Barnabé pera Derbes, 20 Exhortaó a os irmãos a
perfeverança. 2 3 E elegem Anciaõs em todas as Igrejas. 24 E paffiados ja
alguas terras e cidades, 26 Tornaõ fe a Antiochia * 27 E relátaõ 0 que Deus
for elles fizera.

que 1 p aconteceu * em Iconio que juntos ’na Synagoga dos Judeos en-
em Iconio tráraó , e de tal maneira falláraó , que huã grande multidão
ffc 1 creu, afli de Judeos , como de Gregos.
2 Porem os Judeos incrédulos, incitáraó e irritáraõ os ânimos
d’as Gentes contra os irmaós.
3 Detivéraó fe pois [“IQ muyto tempo fallando oufadamente em
aMarc. id: o Senhor, a o qual dava teftimunho á palavra de fua graça , dan-
20. ~
’ que finaes
do ~ maós fe fizeflèm.
e prodígios por fuas
Ali. 19:11. 4 E a multídaó d’a cidade fe dividiu 5 e os huns eraó polos Jude­
3 :4.
os, e os outros polos Apoftolos.
$ E fazendo fe huã revolta , afli d’os Judeos como d’as Gentes,
^juntamente^ com feus Princepes, peraosafrontaré, eapedrejarem:
* Ou,f^7- * Entendendo o elles, b acolhéraó fe a as cidades deLycaonia,
derando. Lyftra, e Derbes, e a província d’o redor.
b Matt. ío; 7 E ali o Euangelho denunciávaó,
*3- 8 E hum certo varaó em Lyftra , c eftava aflentado , impotente
X1?. S: r.
t Ali. j dos pés, coixo defd’o ventre de fua maé , que nunca tinha andado.
#Q ' 9 Efte ouviu fallar a Paulo j o qual pondo os olhos ’nelle, even-
íblvò"er d° 9ue tin^a fé pera * íarar,
10 Difle com grande voz: Levantate direito fobre teus pés:
dlfay.^5:6 J £ e]]e fa]tou * e andou.
11 E vendo as companhas o que Paulo fizéra, levantáraõ fuas
vozes , dizendo em lingoa Lycaonia , ■ Os Deufcs fe tem” feito fe-
*Ou me^antcs a os homens, e a nosoutros defeendéraó.
lavraguL 11 a Barnabé chamávaó Júpiter5 e a Paulo Mercúrio, porque
*va Ou,a e^c era 0 que * fallava.
praticafia. j] E o Sacerdote de Júpiter , que diante de fua cidade eftava,
tra-
S. APOSTOLOS. Cap. XIV 2*3
trazendo touros e grinaldas á * entrada d’a porta com as companhas *0u,4«^-
facrificar [lhes] queria. * , _ ‘ porta,
14 Porem ouvindo [0] os Apoftolos Barnabé e Paulo, feus vcfti-
dos rasgáraõ e entre a companha faltaram , clamando,
ij *
iç E dizendo, Varoens j f porque eftas coufas fazeis ? Também/^? 10:
fugeitos,- 2<^’ .
nos homens fomos, como vos outros, ás mefmas paixões fugeitos
c vos denunciamos que d’eftas vans [coujas] vosconvertaesa o Deus
vivo, g que fez oCeo, e a terra, e o mar, ctudo quanto ’nelles ha? el2 ___ ,9.

16 h (f) qual ’nos tempos paflàdos deixou andar a todas as Gentes


*- Gen. 1:1.
[da huã] em feus caminhos d*ellas. ±jal. J 3 • 6.
l Ainda que com tudo a fi mefrno fem teftimunho fenaõ deixou •, ^ e l24
bemfazendo desd’oceo, dando nos chuvas e tempos fruétiferos,5 L jJ L - D/' }147«
r e 1 styoc,
Çt •
enchendo de mantimento e de alegria noflos coraçoens. '
18 E dizendo ifto, apenas detivéraõ as companhas, que lhes naõ;
facrificaflem.
19 Porem fobreviéraõ [huns] Judeos de Antiochia, e delconio, c
perfuadiraõ a muitidaõ, e * apedrejando aPaulo, trouxéraõ ar-*2'Cor>115
raftrando fora d’a cidade, cuidando que era morto.
20 Mas rodeando o os Difcipulos, levantoufe, e entrou’nacida­
de j e o dia feguinte fe fahiu com Barnabé para Derbes.
21 E avendo denunciado o Euangelho á aquella cidade , e feito
muytos Difcipulos, tornáraõ fe a Lyftra , e a leonio , e a Antio­
chia :
22 Confirmando * os ânimos d’os Difcipulos , l exhortando os a*0u,4/4Z-
que ’na fé permaneceflem, ™ e [adwtindo w] que por muytas tribu-
iaçoens nos importa entrar em o Reyno de Deus. ' 1‘
23 E avendolhes, * por comum confentimento eleito Anciaõs
cm cada Igreja, orando com jejums, encomendáraõ os a o SenhorimMatkiv.
cm o qual crido aviaõ. t* $8.
24 E paflando por Pifidia, viéraõ a Pamphylia. H ^24.
25 E avendo fallado a palavra em Perges, defeendéraõ a Attalia. £^-24:26;
26 E d’ali navegáraó » para Antiochia , d’onde á graça de Deus 2i 3•
encomendados foraõ, pera a obra que ja cumprido aviaõ. « Ou’ z
27 E como [*IQ viéraõ, e a Igreja ajuntáraõ, relatáraõ quam gran- iefVan'tar
des coufas Deus com elles fizéra 5 e * como a as Gentes a porta da d* as maos *
fé abrira. »«<4/?.i3:i.
28 E ficáraõ fe ali naõ pouco tempo com os Difcipulos, Ou,^e s
*
ACTOS DOS
I

C A P 1 T U L O XV
I Plouve diffenfao 'na Igreja de Antiochia acerca da guarda da "Ley e circtdtcifav
- de Moyfes. 2 Sobre o que Paulo e Barnabé a Jerufalem faõ enviados. $ Aon­
de relátaõ a converfaõ das Gentes e o eliado de controverfa. 6 Declara Pedro
’na congregação dos Apofolos e Anciaõs > que nao convenha encarregar ás gentes
com o jugo da Ley. IJ O mesmo vota Jacobo , e o confirma com a Escritura
Sagrada. 19 £ conclue que nao lhes convenha impor Jenaõ quatro coufas neces-
Jarias. 22 O que toda a Congregação avendo achado por bem efcreve a as lg'e-
£jas e por Barjabas e Silas enviados juntamente com Paulo e Barnabé , lhes
' notifica, $1 6jue iffo com alegria aceitárao. $6 Chegando Paulo e Barnabé
em contenda por amor de Joao de Marco ■> apartaõ fe hum do outro, 39 Bar-
?iabé e Marco para Cypro _> e Paulo com Sylas para Syria e Cilicia.

áGaléfi\2. * P ‘^g'uns que dc Judea aviao defeendido enfinávaõ aosirmaõs,


b Gen. iy; [dizendo], a Se conforme a o b ufo de Moyfes vosnaõ circunci-
10. dardes, naõ vós podeis falvar.
■£>^.12:3. 2 Feita pois por Paulo e Barnabé naõ pequena refiftencia e con-
2 tenda contra elles , ordenáraõ c que Paulo , e Barnabé , e alguns
outros d’elles , a os Apoftolos , e a os Anciaõs a Jerufalem fobre
efta queftaõ fubiftem.
3 Afti que acompanhados elles [*lgum tanto’] da Tgreja, paftaraõ
por Phenice, e Samaria, contando a converfaõ d’as Gentes: e gran-
* fa~ de alegria a todos os irmaõs * davaó.
ztao. 4 £ vindos a Jerufalem , foraõ recebidos da Igreja, e dos Apo»
-ftolos, e dos Anciaõs y e denunciáraõ lhes quam grandes coufas
Deus com elles tinha feito.
5 Porem [que] alguns da feéla dos Pharifèos , que crido aviaõ,
fe levantáraõ, dizendo, Que he necefiãrio circuncidálos , e man­
dar [7^] 9ue a Ley de Moyfes guardem.
C E congregáraõ fe os Apoftolos , c os Anciaõs, pera ’nefte ne­
gocio atentarem.
7 E avendo grande contenda , Pedro fe levantou, e lhes difte:
d Aff, 10: Varoens irmãos, bem fabeis como ja vae por muyto tempo , que
20. Deus entre nos [me] elegeu, paraque por minha boca as Gentes a
e ii: 12. palavra do Euangelho ouviftèm, e creftem.
e !• Parai. 8 E Deus , e que os coraçoens conhece, lhes deu teftimunho ,
28:9. dandolhes o Efpirito fanéto, como também a nosoutros. -
■,T>n9:i7* E nenhuã difterença fez entre nosoutros c ellas, purificando
ler irioí Pe^a féjcus coraçoens. 10 Ago-
ely.lQ. e2o: 12. f AU. lo : 34-44.^»
S. APOSTOLOS. Cap. XV. 2!;
i® Agort pois, porque 'a Deus atentaes g hum jugo fobre o pe- g Matt. zj;
fcoço dsos Difcipulos pondo, que nem noflos paes, nemnosoutros 4.
levar pudemos?
h Antes cremos que pela graça do Snor Jefu Chrifto falvos fc- b E^bef, ii
remos, como também elles. 8.
12 E toda a muitidaõ calou; c ouvíraõ a Barnabé e aPaulo, que ^.3 ‘4'*
contávaõ quam grandes finaes e prodígios , Deus por meyo d’elles
entre as Gentes fizera.
1? E avendo fe eftes calado , refpondeu Jacobo , dizendo, Va« *
roens irmaõs, ouvime.
14 Simeaõ contou como primeiro Deus as Gentes vifltou, pe­
ra [delias] hum povo pera feu nome tomar.
E com ifto concordaõ as palavras d’os Prophetas, como efcri­
to eftá:
16 1 Despois d’ifto tornarei, e o tabernáculo deDavid, que cai-
do eftá, reedificarei, e reedificarei fuas ruinas, e a levantar o tor-
narei:
17 Peraque o refto d’os homens a o Senhor busque , e todas as
[decaís] Gentes, fobre as quaes meu nome invocado he, diz o Se­
nhor, que todas eftas coufas faz. ~
15 Notorias faõ a Deus desd’ab eterno todas fuas obras.
19 Poloquejulgo, que os que d’as Gentes a Deus fe convertem,
naõ devem fer perturbados.
20 Senaõ efereverlhes , que fe abftenhaõ k d’as contaminaçoens kExod. ió;
d’os ídolos, e l de fornicaçaõ, e de afíbgado, m e de Langue/ 3-
21 Porque Moyíes , defdos tempos antigos,,em cada cidade I,Cí'r*$ :Ií
quem o pregue tem , e ’nas Synagogas cada Sabbado lido he.
22 Entonces pareceu bem a os Apoftolos, e a os Anciaõs, com
toda a Igreja, d’elles [al^us] varoens eleger, e com Paulo e Barria- mGen.w^
bé a Antiochia os enviar : [a faber] ajudas , que tinha por fobre
nome Barfabas, e a Silas; varoens * principaes entre os irmaõs. Ou,£«/-
*
2? E eferevéraõ com elles o [feguinte] : Os Apoftolos , e os An- as.ouxou-
ciaõs, c os irmaõs, a os irmaõs das Gentes , que em Antiochia, e atores.
Syria, e Cilicia eftáõ , fiaude.
24 Por quanto ouvimos n que alguns, que d’entre nosoutros faí- nGalatsifz
raõ5 com palavras vos perturbáraõ, e voflás almas titubear fizeraõ, 4.
dizendo [yue] circuncidar vos, c a Ley guardar deveis 5 a'os quaes
[iaí] naõ mandamos:
$5 Pareceu nos bém de concordémente ajuntados [alguns] varoens
N 11 ? eleger
2^ ACTOSDOS
eleger, c enviarvolos com noflos amados Barnabé, e Paulo.
e Âfí. 13: 26 Homens 0 que ja fuas * vidas polo nome de noflò Senhor Jefu
5°’ Chrifto * entregáraõ.
*Ou4:«/ 27 Afli que enviamos a Judas, e a Silas, os quaes também de bo-
* "ca o mefrno [-iwj denunciaráõ.
*Ou,^/?- Porque a o Efpirito fanéto, e a nosoutros, pareceu bem , dc
rao,ou ar- nenhuá mais carga vos impor fenaó eftas coufas neceflárias:
ríscàraõ. 29 p [convém a faber} Que vos abftenhaes das coufas a osidolos fa-
í20: cri ficadas, 7 e de fangue , e de aflogado , e r de fòrnicaçaõ 5 das
1 cò S‘i fluacs c°utas, fe vos guardardes, bem fareis. Bem vos vá.
^Gen 9'4 t>efpedidos pois elles, viéraõa Antiochia, e ajuntando amul-
Lev.xy i4.tidam, entregáraõ a carta.
r„i Thejf.^. 31 E lendo alegráraõ fe acerca d’a confolaçaõ.
3. 32 Judas pois, e Silas, como tambémeraõProphetas, commuy-
tas palavras a os irmaõs exhortáraõ, e confirmáraõ.
33 E detendo fe [fli] algum tempo , os deixáraõ os irmaõs a os
Apoftolos em paz tornar.
34 Porem a Silas lhe pareceu bem ficar fc ali.
3) E Paulo e Barnabé fe eftivéraõ em Antiochia, enfinando e
euangelizando, com outros muytos, a palavra d’o Senhor.
3ó E defpois de alguns dias, difle Paulo a Barnabé : Tornemos
nos a vifitar a noflos irmaõs por cada cidade , em que ja a palavra
do Senhor denunciamos, '[a <vêr} como eftáõ.
s ii.- 57 E Barnabé aconlelhava que a Joaõ, chamado * Marcos, com
12.25. figo tomaflem.
Colojf 4’ 10. Mas a Paulo lhe parecia razaõ que com figoaquellenaõ tomaflem,
2. Tim. 4: que defde Pamphylia d’elles fe apartara, c com elles a aquella obra
naõ fora.
versZÁ Houve pois [entre elles} tal azadume , que hum do outro fe
e 4‘ apartaram : e tomando Barnabé com figo a Marcos , navegou para
Cypro.
40 Porem Paulo efeolhendo a Silas, partiu fe, encomendado dos
irmaõs á graça de Deus.
41 E foy paliando por Syria e Cilicia, confirmando as Igrejas.
1

*
CA
S. APOSTOLO S. Cap.XVj. ^7

Capitulo XVI.
I Circuncida Paulo, chegado a Derbes e Lyftra, a Timotheo, e toma 0 comfigo 'na
viagem. 4 E entréga a as Igrejas , que paffa > as ordenanças d’os Apoftolos
pera as guardarem, 6 He impedido do Efpirito Santto de pregar 0 Euangelho
em Afia e Wyfa. 9 E por vijao para Macedonia chamado. 13 Préga fora
da cidade de Pbilippos > aonde Lçydia 3 ouvindo 0} cré em Chriflo e com jua famí­
lia fe bautiza. l5 Lança fora a hum Espirito adevinhador de huãferva. 19 Po­
lo que elle e Sylas Los Senhores da ferva perante 0 Magiflrado forao acufados.
22 E polos do Governo açoutados e 'na prizaò lançados. 25 Que dda noite com
terremoto fe abrê. ‘1’] Polo que 0 Carcereiro acordado quer matar a (i mesmo
2S Mas pella advertência e inftruiçaò de Paulo cré em Chrifo 3 com os feus fe
bautiza e lhes moftra toda amizade. 37 Os de Governo mandao por feus alcai­
des foltálos ; 37 Alas Paulo tefiificando que era cidadaõ da cidade de Roma quer
d elles mesmos Jer t irado 3 39 O que despois fi cede > e fairaÓ fe da cidade,

1 T7 veyo até Derbes eLyftra: e eis que eftava ali hum certo Difci-
pulo, por nome Timotheo , filho de huã mulher Judea fiel,
mas de pae Grego. •
2 a D’o qual davaó [bom] teftimunho os irmaós que eftavaó em aAtt.fr
Lyftra, e em Iconio.
3 Efte quis Paulo que fofle com elle: e tomando o, circuncidou
o, l> por caufa dos Judeos que ’naquelles lugares eftavaó : porque b 1 Cor- 9 ;
todos feu pae conheciaõ, que era Grego. 20.
4 E indo paflàndo pelas cidades, lhes entregávaó as ordenanças Gal,z
c que pelos Apoftolos e Anciaõs em Jerufalem, determinadas foram, c Att, 15 ;
peraque guardaflém. f.
s Afii que as Igrejas eram confirmadas ’na fé , e cada dia em nu-
mero fe augmentavam.
6 E paliando por Phrygia, e pela província dc Galacia, impediu
fe lhes pelo Efpirito fanéto fallarem a palavra cm Afia.
7 [eJ como viéraõ a Myfia, intentávaõ ir a Bethynia 5 e naõ
lh’o permitiu o Efpirito.
8 E paliando [de largo a] Myfia, ddefeendéraó a Troas. d\. Cor.z:
9 E viu Paulo de noite huá vifaõ, foy que hum varaó Mace- 12.
donio [diante] fe, \J^e] pôs, rogando lhe, edizendo: PafiãaMa-
cedonia, e ajudanos.
«o E como a vifaõ viu, logo procuramos partir pera Macedonia,
concluindo [fali] que Deus nos chamava, pera o Euangelho lhes
denunciarmos.
n Na-
ACTOS DOS
11 Navegando pois desde Troas viemos coffendo caminho di­
reito a Samothracia, e o feguinte a Ncapoles.
12 E dali a Philippos , qu-e he a primeira cidade d’efta parte de
Macedonia , [ehe] huã Colonia : e eftivemos ’naquella cidade al­
guns dias.
H E o dia do Sabbado fahimos fora da cidade a o rio , aonde fe
coílumava fazer a oraçaó: c aflentandonos , falíamos a as mulheres
que [<?#] fe ajuntaram.
14 E huã certa mulher, por nome Lydia, vendedora de purpu­
ra, da cidade de Thyatira , que a Deus fervia, ouviu, oco­
raçaó da qual o Senhor abriu, peraque eftivefle atenta a o que Pau­
lo dizia.
15 E como foy bautizada e fua cafa, rogou [«wj, dizendo,
Se aveis julgado que eu a o Senhor fiel feja , em minha cafacntrae^
* e ali ficae. e E conftrangeu nos.
e'G^.T9:^. 16 E aconteceu que indo nosoutros á oraçaó , nos fahiu a o en-
í’3: ii-contrO huã moça f que tinhaefpirito * Pythonico: aqual £ comade-
I9: vinhar grande ganancia a feus Senhores trazia.
£,^.24:29. 17 Efta feguindo a pós Paulo e a nosoutros , clamava, di-
H^r.i jn.zendo, Eftes homens faó^fervos do Deus Altiflimo, que o caminho
/i.to?,28;da falvaçaõ nos denuncíaó.
7. 18 E ifto fazia ella por muytos dias. Porem defeontentando
a Paulo, virou fe, e difle a o efpirito : Em nome de Tefu Chrifto

I? E vendo feus Senhores que a efperança de fua ganancia cra

21 E prégaó * ritos que naó nos he licito receber, nem fazer vi-

E a companha fe levantou juntamente contra elles5 e rasgan-


1716, dolhes os Capitaens os veftidos, l mandáraó os açoutar.
♦Ou,í//w> 23 E avendolhes dado muytos açoutes, lançáraó os na prifaó í

E
S. APOSTOLOS. Cap.XVI.
q.6 E de repente hum taõ grande terremoto fc fez , que os ali-
ccílcs do cárcere fe moviaõ : « e logo todas as portas fc abríraõ,
as prifoens de todos fe foltáraõ. e Lz * 7»
27 E acordando o Tronqueiro, c vendo abertas as portas da pri-
foõ, tirando da efpada, fe ouvéra de matar, cuidando que ja os pre­
los fugidos éraõ.
Porem Paulo clamou com grande voz , dizendo , Naõ te fa­
ças mal nenhum, que todos eftamos aqui.
29 E pedindo luz, faltou dentro , e grandemente tremendo, j/
&s /-eeí] de Paulo e Silas fe derribou.
30 E tirando os fora, difie: 0 Senhores , que me he ncccfiário oL,uc^:io'.
fazer, para me falvar ? 2:57.
31 E elles [lhe} difieraõ : p Cré em o Senhor Jefu Chrifto, e eS>: S
íalvarteas, tu, e tua cafa. - ploa^.i .
32 E falláraõ lhe a palavra do Senhor , e a todos os que em fua
cafa eftávaõ.
qj E tomando os elle comfigo , ’naquella mefma hora da noite,
lavou os * açoutes , e logo foy bautizado [<?&], e todos os ♦Otijwr-
feus. gões.
34 Elevando os a fua cafa , 7 pós [lhes} a.mefa ; e gozoufe de qLuc.^i^
que com toda fua cafa a Deus crefie. e 19 ; 6.
E fendoja de dia, mandarao os Capitaens a os quadrilheiros,
dizendo , folta a aquelles homens.
36 E o Tronqueiro denunciou eftas palavras a Paulo, [dizendo}^
Mandado tem os Capitaens que vós foltem : afli que agora fahi, e
em paz vos ide.
37 Porem Paulo lhes difie: Açoutando nos publicamente, c fem
fentenciados fer, fendo homens Romanos, nos lançáraõ ’na prifaõ,
e agora encubertamente fora noslançaõ? Naõ [ha de Jer} afli, fenaõ
[<?&?} venhaõ elles mesmos, e fora nos tirem.
38 E tornáraõ os quadrilheiros a dizer a os Capitaens eftas pala­
vras: e teméraõ, ouvindo que eraõ Romanos.
39 E vindo rogáraõ lhes , e tirando os fora, r pedíraõ lhes que r Matt.l"
da cidade fe faifiem. $4-
40 E faindo da prifaõ , entráraõ cafa} de Lydia , e vendo a
<©s irmaõs, confoláraõ os5 c [da cidade} fe faíraõ.

Oc C A*
ACTOS DOS

Capitulo XVII.
I Préga Paulo a Chriflo em Thejfalonica. 4 Alguns Judeos e vniytos Gregos crenti
5 Outros alvoroçao contra elles e arrebátao a Jafon ante os Magistrados da
cidade- I o Porem Paulo e Sylas escapao e fe partem a Berea t aonde também
v prégao. II E muytos > esquadrinhando diligentemente as Escrituras , crem. 13 Os
Judeos deTheffalonica também ali 0 perfeguem, alvoroçando a opovo. 14 Mas
»s irmaõs levao a Paulo até Athenas. I 6 Aonde perturbado fobre a idolatria
disputa com alguns Philofophos dos Epicureos e dos Efloicos, e escarnecido d’elles >
be levado d Audiência e ali inquirido de fua doutrina. 22 Poloque os inftrue
da vaidade dos idolos e do conhecimento e culto do Deus verdadeiro , que criou e
governa 0 ceo e a terra , a quem fem 0 conhecer , levantáraõ hum altar.
30 Amoefta os entaõ para converfaõ e fé em Chrifo . que dos mortos refuscitou ,
e Por Juiv do mundo determinado he. ^2 O que huns z,ombávao e alguns criao j
entre os quaes eraõ taõbem Dionyfo Areopagita e Damaris.

_i p? [fu] caminho por Amphipolis e Apollonia tomando , vieraõ


a TheíJàlonica, aonde huã Synagoga de Judeos avia.
2 E entrou Paulo a elles , como de coílume tinha , e por tres
* Ou Ara- Sabbados com elles pelas Efcrituras * disputava.
trava. 3 * Declarando [^], c propondo [ihes]^ a que convinha que o
* Ou, A- Chrifto padeceílé, e dos mortos refufcitaffc : e que cite Jefus he o
^pTali
* 9ue eu [J™
* elíe] vOs denuncio.
* 7 21 • 4 b E alguns d’elles créraõ, e com Paulo e Silas fe ajuntáraõ ; e
Matt. 16: d’°s Gregos Religiofos grande muitidaõ 5 c mulheres principaes
21. naõ poucas.
L«c.24:4í. 5 Porem os Judeos desobedientes movidos de invejatomáraÕ com
bAFt. 2S : figo alguns homens malinos d’os maganos , e ajuntando a o povo,
24« alvoroçáraõ a cidade : e acometendo a cafa de Jafon , procurávaõ
tirálos a o povo.
6 E naõ os achando, trouxéraõ [com vidência] a Jafon, e a alguns
irmaõs, a os Mayoraes da cidade, clamando, c Elles que a omun-
c Att. ió :do alvoroçado tem, [até] aqui viéraõ também.
2o* 7 A os quaes Jafon tem recolhido, c todos eftes contra osmadan-
dEuc.2v.2- dos de Cefar fazem, d dizendo , Que ha outro Rey, f a que] Jefus
l^y.ll.[chamaõ].
8 E alvoroçáraõ a companha , e a os Mayoraes da cidade , que
eftas coufas ouviaõ.
9 Porem recebida fatisfaçaõ de Jafon-, e dos de mais, foltá-
raõ os.
10 E
S. APOSTOLO S. Cap.XVIf. m
ío E logo os irmaós enviáraõ e de noite-a Paulo, c a Silas, a e A^l.^i^.
Berea: os quaes chegando lá, foram fe á Synagoga dos Judeos.
11 E foraó eftes mais nobres que os [jaz/w] , que em Theflãlo-
nica eftavaó, [como] aquelles que a palavra com toda * boa affeiçaó * Om
recebéraó, f elquadrinhando cada dia as Efcrituras , fe eftas coufas^r<w'^/£^*
aftieraó. de animo. .
12 Afli que muytos d’elles créraõ, e d’as mulheres Gregas hone-
ftíès, e d ’os varoens, naópoucos. £^.16:29.
13 Mas como os Judeos de Theflàlonica entenderão que também j9a. 5:39.
cm Berea por Paulo a palavra de Deus denunciada era, viéraõ fe
também lá, g e comóvéraõ as companhas. gi.Tkefat
* 14 Porem ’no mesmo inftante mandáraó os irmaõs a Paulo , que
fe foflè como a o mar: Mas Silas e Timotheo fe ficáraó ali.
15 E os que a Paulo acompanháraõ, até Athenas o leváraó; e
b recebendo mandado pera Silas e Timotheo , que vieflém a elle 1S:
mais cedo ptMTem J, fe partíraõ. $•
*6 E emquanto Paulo cm Athenas os esperava, feu efpirito fe
cncendia ’nelle, vendo a cidade tam dada â idolatria.
17 'Afli que difputava ’naSynagoga com os Judeos, e com osRe-
iigiofos; e ’na praça * cada dia, com os que [/Zv] occorriaõ.
18 E alguns d’os Philofophos Epicureos , e Eftoicos , conten- os
diaõ com elle: e huns diziaõ ' Que quer dizer efte Paroleiro ? E
outros: Parece que he pregador de Deufes eftranhosj porquanto a
Jefus, e a refurreiçaó lhes euangelizava.
19 Etomando o, trquxéraó [0] ao * Areopago, dizendo, [aW] * £^e,‘ di­
poderemos faber, que doutrina nova feja efta de que falias? zer >a Ca/a
de Jufli-
10 Porque a os ouvidos coufas eftranhas nós trazes : queremos Ça,ou Au­
pois íaber, que ifto quererá [vir a] fer. diência.
21 (Entonces todos os Athenienfes , e os hofpcdes eftrangeiros, mayor.
em nenhuã outra coufa fe ocupávaó, fenaõ em dizer , e em ouvir ,
coufa alguã de novo).
2’ E eftando Paulo ’no mcyo do Areopago, difle : Varoens A-
thenienfes, em tudo vos vejo como mais * Religiofos. * Ou, Ju^
23 Porque paflando eu [pela cidade e vendo voflòs Sanchiarios, PerJiic^
achei também hum altar, em que escrito eftava: AO DEUS J°s'
NAO CONHECIDO. A efte pois que vosoutros naõ conhe­
cendo fervis, [a ejfe] vos denuncio eu.
24 ; O Deus q»e fez o mundo e todas as coufas que ’nelle ha;lj”rj/ %
O o 2, elk; Sq/Z‘6>
r/tfZw. 33: 6. e 124: S, e 146: 6. ljay. 66; !♦ Afi-14: 15, ApocA^: 7»
2?2 A C_T O S D O S
efte, fendo Senhor do Çeo e da terra, k naó habita em templos fei-
tos de maos.
Nem tam pouco'por maós de homens fervido he 5 [mm] de *
*-;.
iGefi.i coufa alguã neceflltando: / pois elle fó a todos a vida , e arefpira-
çaó , e todas coufas dá.
*6 E de hum fangue toda a geraçaó dos homens fez , pera fobre
mDeut.^i: toda a face da terra habitarem, m determinando os tempos jad’antes
ordenados, e os termos de fua habitacaõ.
27 Peraque a o Senhor bufcaflem, fe/'porventura apalpar e achar o
pudeflem : ainda que naó eftá longe de cada hum de nosoutros.
28 Porque ’nelle vivemos, e nos movemos, e fomos 5 como ;
também alguns de voflòs Poetas difleuaó : Porque também fua ge-
racaó fomos. <
& Ifay.40
* 29 n Sendo pois geraçaó de Deus , naó avemos de cuidar que a
Divindade feja lemeíhante â ouro, ou â prata, ou â pedra efculpi-
da por artificio e imaginaçaõ de homens.
• ^uc' 34 • 20 Afli ciue * diflimulando Deus os temnos de ipnorancia. 0 uo-n.

los tem- o mundo ha de julgar, por varaõ , p que £para


fos» tem ordenado 5
ío: mortos.
22
32 E F como ouvíraó da refurreiçaõ dos mortos , alguns zombá-
vaó •> e outros diziaõ: Outra vez acerca d’ifto te ouviremos.
33 E afli fe fahiu Paulo d’o meyo d’elles.
34 Porem achegando fe alguns varoens a elle, créraó : entre os
quaes foy também Dionyfio d Areopagita, e huã mulher por nome
Damaris, e outros [wà] com elles.

C A ®
s: APÓSTOLOS. Cap. XVIII. tf??

Capitulo XVIII.
I Paulo a Corintho acha ali a Aqui la e Prijcilla e poufa com elles fazevd»
tendas. 4 Enfina 'na Synagoga que Jefus he o Chrifo, 6 Sacude o pó de
Jeas veftidos contra os blasfemadores. 7 Crispo e muytos Corinthios crem e fi
bautizaõ. 9 O Senhor em vifaõ amoefa a Paulo de ficar fc ali. 12 Acufaó 0
cs Judeos perante 0 Proconjul Gallio porem em vaó. 17 Ferem os Gregos a
Sof Penes diante do tribunal. iS Farte je PatFo para Syria 3 chega a Ephejo, de-
Jpois a Antiochia. 2] Atraveffa por toda a Provinda de Galada e Phrygiai
24 Enfina Apollos 0 bautismo de Joaó em Ephejo > e fendo mais pontualmente
dislruido de Aqui la e Prijcilla . parte fe para Achaya» e prova das Escriture
*
que Jefus he o Christo.
T T? defpois d’ifto fe partiu Paulo de Athenas , e fe veyo a Co-
rintho.
2 E achando a hum certo Judeo, por nome a Aquila, natural de aRom-16:
Ponto, que avia pouco que tinha vindo de Italia , c a Prifcilla fua 3.
mulher, (porquanto Cláudio mandara que todos osJudeosdeRoma ^Cor. 16:
fe lahiflem) veyofe a elles. I9’
3 E porque era do mefmo officio , ficoufc com elles, e £ traba-^T4y9.’
lhava: porque tinhaó por officio fazer tendas. “°*
4 E difputava ’na Synagogaçada Sabbado5 e aJudeos^ e aGre- i.c<?M:i2.
gos [d ff] períuadia. 2.Cor.ii:9.
5 E como Silas e Timotheo c de Macedonia defeendéraõ , foy *12:13-
Paulo conftrangido do Efpirito, tellificando a os Judeos que Jefus Ta T/<i:
o Chrifto éra. '2
6 Porem refiftindo, e blasfemando elles, facudio [/<?] d os vefti- 8
dos, e difie lhes: Vofiò langue fobre voflacabeça fejaj Limpo eftou cAft.wf
*
eu: e defdagora á as Gentes me irei. dMatt.\Q-,
7 E partindo d’ali, entrou em cafa de hum, por nome Jufto, que M-
a Deus fervia , cuja cala a par d'a Synagoga eftava.
S E' Crifpo, o Mayoral d’a Synagoga , creu a o Senhor com ei.Cor. 1;
toda fua caía j e ouvindo [y] muytos dos Corinthios, créraõ, e fo-
ram bautizados.
9 f E difle o Senhor em vifaõ de noite a Paulo: Naó temas, fenaõ 7^- 2 5•
falia, e naõ cales. ‘ n*
ío Porque comtigo eftou eu, e ningué de ty [maó] lançará pera
mal te fazer: porque muyto povo ’nefta cidade tenho.
n E ficou íe [íz/jjhum anno e íeis meles, enfinando entre elles a
palavra de Deus.
i
Oo Po-
11 Porem fendo Galliõ Proconful de Achaya , fc alevantáraÕ os
Judeos concordemente contra Paulo , e trouxéraó o a o Tribunal,
1? Dizendo , Elle a os homens perfuade a contra a Ley a Deus
fervir.
14 E querendo Paulo a abrir a boca, diífe Galliõ a os Judeos :
25 , g 3e a]gUm agraVo, ou crime enorme ouvéra, ó Judeos , com ra-
zaõ vos fofrería:
15 Mas fe a queílaõ he de palavras, c [W] nomes , e que en­
tre vos ha Ley, vede o vos mesmos : porque d’cflas coufas naõ que­
ro eu fer juiz.
16 E lançou os do Tribunal.
17 Porem tomando todos os Gregos a Soílhenes, o Mayoral d’a
Synagoga, feriaõ diante do Tribunal5 e a Galliõ nada de ne-
nhuã delias coufas fe lhe dava.
iS E ficandofe Paulo ainda ali muytos dias, defpediu fe dos ir­
maõs , e dali navegou pera Syria e com elle Prifcilla e Aquila:
bNum. 6: avendo fe [primeiro] h tofquiado a cabeça em Cenchras, porque tinha
IS. [feito] voto. r
A3.Z1-. i9 e chegou a Epheíò, e deixou os ali: porem elle entrando ’na
Synagoga, difputava com os Judeos.
20 E rogando [lhe] elles que com elles por mais algfi tempo fc
* Ou j tmú ficaífe, * naõ veyo niífo.
q/USu , ou 2,1 AntesJe defpediu d’elles, dizendo, Neceífario mc he em to-
Jentra.
l°n~ do cafo ter a fefta 9ue vem em Jerufalem: Mas outra vez, / queren­
i I. Cor. 4: do Deus, a vosoutros tornarei; e * partiufe de Ephefo.
19. , r2 vindo a Cefarea, fubio [a Jerufalem] , c laudando a Igreja,
Hebr. 6:3. úeícendeu a Antiochia.
ImoI?4.i6> 23 E eílando ali] algum tempo, partiufe, paliando a rcyo pela
*
Ou, deu província de Galacia e Phrygia, confirmando a todos os Difcipulos.
z tCnr^ 24 a Ephefo hum certo Judeo , por nome k Apollos ’

1Z.
natural dc Alexandria, varaõ eloquente, poderoío cm as Efcri-
turas. _
25 Efte era ja inílruido’no caminho do Senhor ; e fervente dc
efpirito, fallava e enfinava diligentemente as coufas do Senor : la-
bendo fomente o bautifmo dc Joam.
E começou elle a fallar oufadamente’na Synagoga; c ouvin-
00 Prifcilla c Aquila , tornáraõ o com figo , c decláraõ lhe mais
pontualmente o caminho de Deus.
27 E querendo elle paflar a Achaya , cxhortando p] os irmaõs,
cícre-
S. APOSTOLOS. Cap. XIX.
eícrevéraõ a os Difcipulos que o recebeflèm j o qual vindo, Zapro- Zi, Cor.31

2S Porque com grande vehemenciapublicamente aos Judeoscon­


vencia, * mollrando pelas Efcrituras, que Jelus o Chrifto era. * Ou 3pro-
vando.
Capitulo XIX.

confirmando fua doutrina com fingulares prodígios 3 que fe faziaõ até por feus len­
çoes. 1} Sete filhos de hum Sceva 3 Judeo 3 Princepe dos Sacerdotes , esconju­
rando pello Nome de Jefus a huns endemoninhados , d’os Espíritos malinos JaÔ
enfenhoreados e feridos. 18 Muytos cenfiefiando feus feitos trazem e ajuntao
os mefmos livros de fuas vaas artes e queimaÔ os. 21 Paulo propôs de partir
Je para JeruJalemt 23 Pois Demetrio 3 hum ourivezfuflentando je pello fazer
de Templinhos de Diana levanta hum alvoroço contra elle. 3 o Paulo quer
fair a 0 povo pera apazigualo, mas je In0 dejuade- 3 3 Alexandre , querendo
fazei' defenfaÔ 3 nao he ouvido 3 porquanto'era Judeo. 35 Porem 0 EfcrivaÕ da
Cidade ultimamente apaziguou efia fediçaõ
*

I J7 em quanto * Apollos em Corintho eftava *, fucedeu que,ai Cor. i:


avendo Paulo pafiado por todas as £ regioens ] fupcriores, veyo J1-
a Ephefo: e achando [alf\ alguns Discípulos,
2 Difielhes : Recebeftes vós ja o Efpirito fanéto quando creftes?
E elles lhe difleraó i Antes nem ainda ouvimos , fe aja Efpirito
íanéfo.
3 E elle lhes difie : Em que poisfoisbautizados? E elles difleraó:
’No bautifmo de Joaó»
4 Porem Paulo difle: Bem bautizou Joaó [com] Z o bautifmo de 6 Matt. 3:
arrependimento , dizendo a o povo , que creflem em o que a pós 11.
elle avia dc vir, ifto he, emJefu Chrifto. Marc. 1; 4.
$ E os que ouviraõ , foraõ bautizados cm o nome do Snor 6*
U5‘ . Ali 1: $.
6 íE impondo lhes Paulo as maõs, veyo fobre elles o Efpirito /n/itf’
fanéto, e cm lingoas [eflranhas] fallávaõ , e profetizávaõ. cAfi.S: 17.
7 E eraó todos eftes como até doze varoens. viijiy.
3 E entrando elle ’na Synagoga, fallava oufadamente porefpaço
de tres meies, difputando, e perfuadindo as couías do Reyno de
Deus.
9 Mas
256 actosdos
dz.T1rn.1t 9 d Mas endurecendofe alguns , e naõ obedecendo , e perante
15» a multidão d’o caminho \_do Senhor~\ mal fallando, desviouíe d’clles5
e apartou a os Difcipulos , difputando cada dia na efcola de hum
certo Tyranno.
*Ou,y«^- 10 E * durou iílo por efpaço de dous annos 5 de tal maneira que
todos os que em Afia habitávaó, a palavra d o Senhor Jefus ouviraó,
afli Judeos, como Gregos.
eMarc.16: n e E fazia Deus maravilhas extraordinárias por maós de Paulo:
*°- , 12 De tal maneira que até os lenços e cendaes de feu corpo fe le-
3* vavaj-Q fobre os enfermos, c d’elles as enfermidades fehiaó, eosef-
piritos malinos fe fahiaó.
*Ou, w- I3 £ alguns exorciftasdosJudeos, vagabundos, intentáraõ * in-
mear' vocar o nome do Senhor Jefus fobre os que efpiritosmalinostinhaó,
dizendo, Por Jefus, que Paulo préga, vós eíconjuramos.
14 E eraó fete filhos de Sceva, Judeo, Princepe dos Sacerdotes,
os que iílo faziam.
15 Porem refpondendo o efpirito malino , difle: A Jefus conhe­
ço, e bem fei Paulo j porem vosoutros quem fois?
16 E faltando ’nelles o homem em quem o efpirito malino efta­
va) e enfenhoreandole d’elles, pode mais que elles 5 de tal manei­
ra que nuos, e feridos, d’aquella cafa fugiraó.
17 E foy iílo notorio a todos os que em Ephefo habitávaó, afli a
Judeos como a Gregos ;• e temor fobre todos elles cahiuj e [afl]
era engrandecido o nome do Senhor Jefus.
f Matt.$*.6. 18 f E vinhaõ muytos dos que criaõ, confeflando, e * publican-
* Ou j dc- feus feEos.
”™ctan“°* 19 Também muytos dos que [artes J curiofas * feguiaõ, [jeus] li-
citdvad 'VY°S trouxéraó, e em prefença de todos os queimáraô 5 e lançáraó
a conta dc feu preço, e acháraó [%ue montava^} cincoentamil
de prata.
gjfay. 55; 20 g Afli crecia, c prevalecia poderofamente a palavra do Senhor.
11. * 21 E cumpridas eftas coufas, propôs Paulo em Efpirito, de
bRomt 15: pafiando por Macedonia , e Achaya, irfe a Jerufalem, dizendo,
2S- Defde que lá ouver eftado, me importa também vér a Roma.
2:1. 21 £ enviando a Macedonia dous d’aquelles que o ferviam,
[a faber} a Timotheo e a Erafto , fe ficou elle por tempo
em Afia.
í2Oi-$ 25 i P°rem ’naquelle mefrno tempo houve hum alvoroço naó pc-
' '* queno acerca do caminho [d’o Senhor~\.
-4 Por»
S. APO S TOLOS. Cap. XIX. 297
14 Porque hum certo ourivezda prata, por nome Demetrio, que
de prata templos de Diana fazia 5 k dava a os artífices naó pouca£ A&. tf;
ganancia. 16-
25- A os quaes, avendo os ajuntado com os officiaes de femelhan-
tes coufas, difie: Varoens, bem fabeis vos que d’efte * officionofia
*Ou,^«/^.
prosperidade temos.
26 E bem vedes, e ouvis, que efte Paulo , naõ fomente em
Ephefo , mas até quafi em toda Afia , perfuadido e apartado tem
huã grande multidão, dizendo , que naó faó Deufes os que Z com ZP/ *Z. iiçí
as maós fe fazem. 4*
27 E naó fomente ha perigo de que * ifto em defprezo fe [dw J
torne, porem também que [até] o [mefmo} templo da grande Deu- • otne&s
fa Diana cm nada eftimado feja ; e que fua Magcftade , a quem parte.
toda a Afia, e o mundo [univer/o] venera, a fer deftruida venha.
15 E ouvindo [efias coufas}^ enchéraó fe de ira, e clamáraõ , di­
zendo, Grande he a Diana d’os Ephefios.
2.9 E toda a cidade fe encheu de confufaó, e unanimes arremete­
rão a o Theatro, arrebatando com figo a Gayo , e a AriftaYcho 5 w Att.
Macedonios, companheiros de Paulo ’na viagem. 4.
30 E querendo Paulo * fair a o povo, os Difcipulos lh’o naõ per-
mitíraó. Colffw
.
*
31 E também alguns d’os *
Mayoraes de Afia, que eraó feus ami- ^ar.
gos, enviáraõ a elle, rogando que ’no Theatro fe aprefen-
* Gr.L^-
íafie. archoi
*
*32 Clamávaó pois, [huns de hua} outros de outra maneira : Por­
que o ajuntamento era confufo.5 e os mais naõ labiaõ porque caufa
fe ajuntáraó.
35 E tiráraó fora d’a Companha a Alexandre , empuxando o os
Judeos para diante: e acenando Alexandre com a maõ , queria dar
* razaó [d’fíe] a o povo. *Ou^escufas
34 Porem entendendo que era Judeo , * levantoufe huã voz de façaõ. ou faiis~
todos , clamando por quafiefpaçode duas horas, Grande he aDia-
j v r r " ' O uj fe^
*
na dos Ephefios. ’ ‘
je
37 E apaziguando o Efcrivaõ [da Cidade'} a companha, difie : Va- houve. ’
roens Ephefios, e qual he o homé que naõ faeba, que a cidaded’os
Ephefios he a guardadora do Templo da grande Deufa Diana, e
da [imagem} que * do Ceo defeendeu.
Afli que pois ifto naõ pode fer contradito, convém que vós
aplaqueis, e que nada temerariamente façaes.
?P 27 Por
I
A C T O S DOS
37 Porque trouxcftcs [aqui] a eftes homens, que nem fao íacri-
legos, nem de voflá Deufa blasfémaõ.
3S Que fe Demetrio , e os artífices que com elle eftáõ , contra
alguém negocio tem; Audiências fe dam, e Proconfulos
ha, huns a os outros fe acufem.
39 E fe algo de coufas outras alguãs demandaes , em legitimo
ajuntamento fe averiguará.
40 Que perigo corremos de que por hoje de fediçam acufados
fejamos: naõ avendo caufa nenhuá porque d’efte concurío alguã ra-
zaõ dar poflamos. E avendo dito ifto, deípediu a o ajuntamento.

Capitulo XX.
1 Parte fe Paulo para Macedonia e Grécia com alguns de Afia. 6 Paffa alem de
Philippos para Troas. 7 Aonde préga e parte 0 paõ ’nòprimeiro dia da femana
com os Difcipulos, efiendendo feu Jermao até a meya noite. 9 Hum mancebo
por nome Eutycho polo jono cae da janella a baixo morto } e por Paulo he re-
(uscitado. 13 Porfegue Paulo fua viagem para ferifalem e chega a Mi-
ieto. 27 Manda chamar ali comfgo os Anciaõs de Ephefo. 18 A os quaes
propoem Jua fieIdade e feus trabalhos em feu minifierio entre elles. 22 Prediz 0
que lhe fobreviria em Jerufalem. 26 E tefiifica que lhes denunciara todo 0 con­
felho de Deus. 2S Amoefia os de atentar a 0 rebanho, 29 E de vigiar con­
tra os lobos cruets que fe levantariaó entre elles. 32 Toma fua despedida com
elles j tefiificando que com Juas maos a fi > e a os feus > fuftentára. 56 Enjuelha e
era com elles 3 que acompanhaõ 0 com grande trijleza até 0 navio.

1 T7 despois de o alvoroço fe aplacar , chamando Paulo a fi os


fii.Trm, 1; Difcipulos, e abraçando os, * fahiu fe pera a Macedonia fc ir.
3- 2 E avendo andado por aquellas partes, e exhortando os com
muytas palavras, veyo a Grécia.
3 E paliando [ali] tres mefes, e fendo lhe pelosJudeos poftas ci-
* Ou, foy ladas , avendo de navegar para Syria , * fe determinou a tornar por
de pare- Macedonia.
fir. ou3 4 E acompanhou o até Afia Sopater Beroenfe; e dosTheflaloni-
atentou.ccnfes y Ariftarcho, e Segundo, e c Gayo Derbeo, e ^Timotheo5.
19 : c dos Afianos e Tychico, e f Trophimo.
2 Eftes, indo fe diante, nos efperáraõ em Troas.
Coáyfj^O' E despois dos dias dos [paens] asmos, navegamos de Philippos,
c A&. . e em cinco dias viemos ter com elles a Troas, aonde fete dias elti-
29. vemos.
i.Cor. 1:14. 7 E o primeiro d’a femana, ajuntandofe os Difcipulos a partir o
d Ahi. 16 .* 1 pam
'Ephef ó ; 21, Coloff. 4:7. f Aã. 21 ; 29. 2, Tim. 4 •* 20. ’
S. APOSTOLO S. Cap.XX.
pam, praticava Paulo com elles, avendofe de partir o dia feguinte 5
e alargou a pratica até a meya noite.
8 E avia muytasluzes em o cenáculo, aonde juntos eítávam.
9 E eftando hum certo mancebo , por nomeEutycho, aflèntado
em huã janella, tomado de hum fono profundo, como Paulo [ainda,
lhes] eilivefle largamente fallando, foy derribado do fono , e cahiu
defdo terceiro lobrado a baixo , e levantáraõ o morto.
çando [<?] difle : Naõ vós alvoroceis, que fua alma’nelle 21? 7
. 2. Reys 4;
11 E [tornando] a fubir, e partindo e golfando o paõ , e fallando 34»
lhes largamente até a alva do dia, afli fe partiu.
co vi o tiouxerao, e naõ pouco confolados foraõ.
Porem adiantandonos nosoutros a o navio , navegamos ate
Aflòn, d’onde aviamos de receber a Paulo j porqueaflio ordenara,
e elle avia de ir a pé.
14 E como com nofco em Aflon fe ajuntou, tomamólo com nos-
co, e viémos a Mitylene.
15 E navegando d’ali, viémos o [dia] feguinte em fronte de Chio,
ca o outro [dia] nós aportamos a Samo: eficandonos em Trogyl-
lio, o [dia] feguinte viémos a Mileto.
16 Porque ja Paulo avia determinado de paflar mais a diante de
Ephefo, por em Afia o tempo naõ gaitar, h Porque fe aprefurava a h AH. 21:
(fe poflivel lhe fofle) o dia de Pentecoíle em Jerufalem eltár. 4.12.
17 Enviou porem delde Mileto a Ephefo, e [mandou] chamar os
Anciaõs d’a Igreja."
18 E como a elle viéraõ , diflelhes : Bem fabeis vós i defdo pri- i 48. 19:
meiro dia que em Alia entrei, o modo como todo [aquelle] tempo Io«
com vofeo eílive :
19 Servindo a o Senhor com toda humildade , e com muytas la­
grimas , e tentaçoens, que pelas ciladas dos Judeos fobrevindo
me tem.
20 Como nada, que util fofle, deixei de publicamente, e
pelas caías, vós denunciar, e enflnar.
21 Tcítificando, afli a Judeos, como a Gregos, k a converfaõ a

TOWEWDAW NOVA DE USBOA


po ACTOS DOS
ca, dizendo, queprifoens, e tribulaçoens me cfpéram.
l Aci. 21: 24 Z Mas de nenhuã coufafaço cafo , nem minha vida por precí-
ofa tenho, peraque com alegria minha carreira cumpra, e ominifte-
mGal.i
* 1. fi° 9ue w d° Senhor Jefus recebi, pera tellificar do Euangelho da>
Tit. 1:3. graça de Deus.
2$- E agora vedes aqui que bem fei , que todos vosoutros , por
quem pregando o Reyno de Deus paflèi, mais meu roílo naõ vereis.
* Ou,teili- 16 Por tanto o dia de hoje vos * protefto, que d’o langue de to­
fica. dos [yosoutroi ] limpo eftou.
27 Porque naõ deixei de vos denunciar todo o confelho de
Deus.
n i.Pedr 5: 25 n Por tanto atentae por vosoutros , e por todo o rebanho,
2.

fobre que o Elpirito Sanéto por Bispos vos pós , pera apacentardes
• 1 y - a - y- - . .. ..

pUjOiíj a Igreja
IgleJa de ne Deus, aqual com feu íangue * 0 aquiriu.
íeu proprio fangue
resgatou. 19 *9 Porque ifto fei eu, eu, que, defpois de minha partida , entraráõ
cu:..;.
» Ehef. 1; entre vosoutros p lobos * cruéis, que a o rebanho naõ perdoaráõ.
/• j - - d’entre vosoutros mesmos fe levantaráõ homens, que
>.3° ? E que
CclojJ\ 1 : fallem coulàs perverfa. ' is, pera após li a os Discípulos atraherem.
14. - r
I. Pedr. I : 31 Per tanto vigiae , lembrando vos como , por efpaço de tres
19. anos, noite e dia naõ ceifei de a cadahum de vosoutros, comlagri-
*
Apoc $: 9 , mas [xw J amoeftar.
p2.Pedr.2\ E agora irmaõs , a Deus, c á palavra de fua graça vos enco­
I. mendo 5 que poderofo he pera vos fobreedihcar, e herança entre
*Ou, tra- todos os fanétifleados f wí”! dar.
^aitíojos, n r j)e njngUcm a prata , nem o ouro , nem o veftido cobicei.
34 AntesJ vos mesmos fabeis que , pera o que a my, e a os que
? comigo eftam, neceífario me era, r me fervíraõ eftas maós.
y Pfal.i^ ; 35 Em tudo moftrado vós tenho que trabalhando afli , he necef-
10. fario lobrelevar a os enfermos : e lembrar fe das palavras do Snor
26: Jefus , que difle : Mais bemaventurada coufa he, dar, do que re-
2I- ccber.
36 E avendo dito ifto , t pondo fe de juelhos , com todos elles
: °rOU-
’J2. ’ ’ 37 E houve hum grande pranto de todos ; e derribandofe fobre
2, Cor. ii : o pcfcoço de Paulo , beijávaõ o:
9. 3S Entriftecendofemuyto, mayormente polapalavra quediflera,
* 12:13. qUe mais feu rofto naõ veriam : e até o navio o acompanháraõ.
ÇT S ’ 1

Ca-

- "'--a ar.
S. A P O S T O L O S. Cap. XXI.
Capitulo XXI.
I Parte /? Paulo de Mileto para Syria e vem a Tyro. 4 Defuadem lhe ali os
Difcipulos a viagem de J 'rufalem > porem em vau. $ Profegue Jeu caminho pa­
ra Ptolemaida e dali para Cejarea } aonde ficafe huns dias em cafa de Philippe &
Euangeiifia 5 cujas quatro filhas prophetizávao- Io Prediz, lhe Agabo fuasata­
duras em Jerufale n J polo que também os irmãos com lagrimas lhe rogao que nao
fubiffe para lá. 13 Mas entendendo , que efiava prefies também pera morrer
por amor de Chrifo ■> Jobmetem Jè á vontade de Deus. IÇ Chega elle a Jerufa-
lem pou/ando em cafa de Mnajon. IS Despois vaé a Jacobo e conta, lhe , e a os
Anciaõs 0 que Deus por elle fizera, 20 For cujo confelho entra9no Templo ■> jun­
tamente com quatro varões, que fobre fi tinhaõ feito voto , fanfltficando Je com
€lles j 27 Aonde he vifio de huns Judeos de Afia, que alvoróçao a todo 0 po­
vo e buscaõ de matálo. 30 Mas he livrado pello Tribuna Romano e levado a e
Arrayafi achando d'elle licença pera fallar a 0 povo.

1 17 como aconteceu que d’elles nos arrancamos, e navegamos,


fomos correndo caminho direito e viémos a Coos , e o [dia]
feguinte a Rhodas, e d’ali a Patara.
2 E achando hum navio que paliava a Phenice , embarcamos nos
’nelle, e partimos.
- 3 E indo ja á viíla de Cypro, e deixando a á [mao] ezquerda,
navegamos pera Syria , e viémos a Tyro 5 porque o navio avia de
delcarregar ali fua carga.
os; os quaes
pelo Efpirito diziaõ a Paulo } * que a Jerufalem naõ íubiíTe. a 20 *
$ E avendo [ali] paliado aquelles dias , faimos nos , e feguimos
noífo caminho , acompanhando nos todos com [fúas] mulheres e
filhos até fora da cidadee poíios de juelhos na praya oramos.
6 E faudando nos huns a os outros , fubimos a o navio ; e elles
fe tornáraõ para fuas cafas.
7 E nosoutros, acabada a navegaçaõdeTyro, viémos aPtolemai-
da; e avendo faudado a os irmaõs , ficamos nos com elles hum dia.
8 E o [dia] feguinte , pai tindofe d’ali Paulo , e nos os que com
rlle eftavarnos, viémos a Cefarea 5 c entrando em caía de b Philio-

ío E ficandonos [ati] por muytos dias, delcendeu de Judcahum fiteDiaco.


Propheta, por nome d Agabo: nos que os
11 E vindo elle a nosoutros, e tomando a cinta de Paulo , e li- s.Ayofla-
andofe
3oz ACTOSDOS
* 10 ;andoíe os pés e as maós, difle: Ifto diz o Elpirito fanélo: * Afli lia-
e Att
23. ráó os Judeos cm Jerufalem a o varaó cuja efta cinta he, e em maós
f2I‘33-das gentes o entregaráõ.
ii E ouvindo nosoutros ifto , [lhe] rogamos , afli nos , como
os que d’aquelle lugar eraõ, que a Jerufalem naófubiflc.
fAtf< 10: Porem Paulo"refpondeu : f Que fazeis chorando, e magoan-
2 4» dome o coraçaõ? Porque eu, naó lo a fér liado, mas ainda a mor­
rer em Jerufalem eftou preftes, polo nome do Senhor Jelus.
14 E como perfuadir fe naõ deixou , aquietamos nos, dizendo,
gMatt. 6 :g Façafe a vontade do Snor.
15 E despois d’aquelles dias, apercebemos nos, e fubimos a Je-
Luctii: 2*rufalem.
16 p foraõ também com nofco [alguns] d’os^Difcipulos de Ceía-
rea, trazendo [com figo] a hum certo Mnafon, Cypro, Difcipuloan­
tigo, com o qual aviamos de poufar.
17 E como chegamos a Jerufalem , os irmaõs nos recebéraõ dc
muy boa vontade.
18 E o [dia] feguinte entrou Paulo com nofco a Jacobo , e to-
* Oiu de dos os Anciaõs ali viéraõ.
fonto em 19 E avendo os faudado, contou [lhes] * por meudo o que Deus
tonto, entre as gentes por feu minifterio fizéra.
10 E ouvindo [/] elles, glorificáraó a o Senhor; e difleraõlhe:
Bem vés irmaõ, quantos milhares de Judeos ha que crém : e todos
zeladores da Ley faõ.
11 E ja acerca de ty informados foraõ , que a todos os Judeos,
que entre as gentes eftám , eníinas a de Moyfes fe apartarem, di­
zendo, que naõ haõ de circuncidar [fus] filhos, nem andar fegun­
do os coftumes [da Ler]
2* Que ha pois ? Em todo cafo he neceflario que a muitidaõ fe
ajunte; porque ouviráõ que vindo es.
1? Faze pois ifto que te dizemos : Quatro varoens temos , que
*Ou, fo»-voto fizéraó.
trlbuecom 24 Toma com tigo a eftes , fanétificate com elles , e * faze com
e//eí. elles os gaftos , pera que a cabeça fe rapem, e todos faebam que
naõ ha nada do que acerca de ty informados foram, mas [^ue] tam-
hAã. 15 :bem tu mesmo a Ley guardando andas.
iExôd 20 * P°rem quanto a os que das gentes crém , h ja nosoutros ave-
$ ' ’ mos escrito, e por bem achado, que nada d’ifto guardaflem; i fe-
í.Cor. i;$. naõ que fomente fe guardem do que a os idolos fe facrifica , e £ de
4Gí%.9:4.fangue, e deaffogado, e de tornicaçaõ.
16 En-
S, APOSTOLO S. Cap. XXI. 305
26 l Entonces tomando Paulo com figo a aquelles varoens, e L/<í?.24:£
íanétificado com elles o dia feguinte, entrou ’no Templo, denun­
ciando ferem ja cumpridos os dias da íanélificaçaó , [.ficando fe ah^
até por cada hum d’cUes a ofterta fe offerecer.
27 E indo fe ja os fete dias acabando , vendo o os Judeos de Afia
’no Templo, alvoroçáraó a todo o povo, e lançáraó maõ d’elle:
*S Clamando: Varoens Ifraèlitas , acudi 5 Elle he o homem,
que por todas as partes a todos contra o povo, e [contra] a Ley, e
[cor/tra] efte lugar enfina •, e de mais d'ifto também ’no Templo a
os Gregos introduziu, e efte fanéfo lugar profanou.
29 Porque d’antes tinhaó vifto com elle ’na cidade a '«Trophimo mAfí. 20;
o Ephefio, a o qual penlávaó que Paulo ’no Templo introduzira. 4.
30 E toda a cidade fe alvoroçou , e fez fe hum concurfo do po- 4Í
V05 e pegando de Paulo, trouxéraó o para fora do Templo: e lo- 20,
go as portas fe fecháraõ.
3 1 E procurando elles matálo , veyo a nova a o Tribuno d’o es­
quadram, que toda Jerufalem eftava em confufaõ.
32 O qual, tomando logo com figo.foldados eCenturioens, cor­
reu a elles. E vendo elles a o Tribuno, e a os foldados , cefiaraó
de a Paulo ferir.
33 Entonces chegando o Tribuno, prendeu o, e mandou [0] n Aft.m
amarrar com duas cadeas: e perguntoulhe quem era, e que tinha feito? n?
34 E ’na companha clamávaó [Zwzx d'efta, e] outros de outra ma­
neira: porem como por caufa d’o alvoroço ’nada de certo faber po­
dia, mandou o levar a o arrayal.
35 E chegando ás efcadas , fucedeu que por caufa d’a violência
d’a companha o leváraó ás coftas os foldados.
3< Porque a multidaó d’o povo o feguia , clamando : 0 ForaoLwo 23,:
com elle.
37 E avendo de levar a Paulo a o arrayal, difie a o Tribuno: -J** 1?* 1?*
He me licito fallar te alguã coufa? E elle difie : Grego fabes? Aft.22.22,
3S Naó es tu por ventura aquelle Egypcio, que antesd’eftesdias
huã fediçaó levantou, e a o deferto os quatro milfalteadoreslevou^?
39 Porem Paulo lhe difie : ’Na verdade que hum homem Judeo
fou , cidadam ? de Tarfo , cidade naó pouco celebre de Cilicia 5 ? Aft.vi-.f,
rogote porem, que me permitas a o povo fallar.
40 E avendo permitido, pondo fe Paulo empe ’nas efcadas,
fez final com a maó a o povo 3 e feito grande filencio , fallou lhes
em lingoa Hebrea, dizendo:
Ca-
ACTOS DOS
Capitulo XXII.
1 Defendeje Paulo perante o povo. 3 E relata que era Judea j crtado a os pés de
Gam aliei, 4 E que, zelando pola Ley, perfeguiu a os ChriffaÕs até Damasco.
6 Acrecenta pois quam maravilhofamente de Chriflo do ceo he chamado e converti­
do , e de Anemias, fendo d’eUe mais pontualmente informado de fua vocaçaõ a 0
Ap oitolado, bautizado. 17 E como Chrihío outra vez lhe apareceu em vifao
’no Templo e enviou a os Gentios., 22 Ouvindo os Judeos ejfas palavras de no­
vo alvoroçávaõ j clamando que naõ convinha que mais viveffe. 14 Polo que 0
Tribuno 0 manda liar peraque açoutado fofle. 2Ç Mas porquanto fe apella a feu
juro de fer cidadao de Roma) tflo fe deixa e he aprejentado perante 0 Concilio
dos Judeos.

1 XT aroens irmaõs , c Paes, ouvi agora minha defenfa para com


* volco.
2 (E como ouviráõ que cm lingoa Hebrea lhes fa liava, tanto
mais filencio lhe déraõ ; EdiíTe:)
aAtt.yxi. 3 Quanto a my, varaõ Judeo fou, cm Tarfo de Cilicia nacidô,
^21:39.6 ’nefta cidade a os pees de ^Gamaliêl criado, conforme a mais puro
2‘£* r‘ II: m°d° Ley Paterna eníinado , p] de Deus zelador, comotodos
bAli,y^ vosoutros hoje [0] fois.
eAa.i\; 3. 4 c Que até a morte efte caminho perfeguido tenho , afli a va-
eq: 1. rocns, como a mulheres amarrando, e em prifoés entregando.
e2ó: 9. 5 Como também o fufno Pontifice me he teftimunha , c todo o
1. Cor.x5:9.Confelho dos Anciaõs : dos quaes ainda tomando letras para os ir-
iTim V * maõs? fuy a Damasco a também amarrados a Jerufalem trazer a os
‘jj * ’ que ali eftiveífem, peraque caftigados foífcm.
dAfi. 9:3. 6 d Porem aconteceu me, que, indo eu ja de caminho , eperto
ei. Cor. 15; de Damasco chegando, quafi a o meyo dia, e de repente me rodeou
S. huã grande luz do Ceo.
2.Cor.\i\z q E em terra cahi, c huã voz ouvi, que me dizia: Saulo, Sau­
lo, porque me perfegues?
8 E refpondi eu; Quem es Senhor ? E diflème : Eu fou Jefus o
Nazareno, aquem tu perfegues.
fDan.x^.-j. 9 E os que comigo eftávaõ, em verdade a luz varaõ , fe'muito
fe atemorizáraõ: porem'a voz do que comigo fallava, naõ ouviráõ.
10 E difie eu: que farei, Senhor? E o Senhor me difle: Levan-
* Ou J te tate, e vae a Damasco, e ali * fe te dirá tudo o que fazer te h.c or-
fallaráõ de denado.
tudo (flc.
n e
S. APOSTOLO S. Cap.XXIT. 3«?
ii E como cu ja naó via , por caufa da gloria d’aquellaluz , fuy
levado pela maõ d’os que comigo eftavaó , e a Damafco vim.
n g E hum certo Ananias , varaó pio , conforme a Ley , que $ Aã.y.v?*
tinha teftimunho de todos os Judeos que [/?//] morávaõ;
i? Vindo amy, e aprefentandofe [w], medifle: Sauloirmaõ,
recobra a vifta: E 'naquella mcíma hora o vi.
14 E difle : O Deus de noflos Paes d’antes te ordenou peraque
fua vontade conheças , e aquelle Jufto vejas , e a voz de fua boca
ouças.
15 Porque teftimunha para com todos os homens lhe has de fer,
do que vifto, e ouvido tens.
16 E agora , porque te detens ? Levantate , c bautizate, e la­
va teus pecados, o nome d’o Senhor invocando.
17 h E aconteceume, tornando a Jerufalem , que orando eu no
Templo, fuy arrebatado fora de my.
18 E vi o, que me dizia, i Daté prefla, e fae te aprefuradamen-
te de Jerufalem : porque teu teftimunho acerca de my naó rece-
beráó.
19 E eu difle: Senhor, bem fabem elles k que eu em prifamlan- 22:
Çava, e ’nas Synagogas açoutava a os que cm ty criam. 4.
20 / E quando o fangue de Eftevaó , tua teftimunha , fe derra-
mava, também eu prelente eftava, e cm fua morte confentia, e os eS ♦
veftidos dos que o matávaõ guardava.
21 E difle me : Vae , m porque longe á as Gentes te hei de en- m Aã. 9;
viar. © ií-
eir. 2.
» Foia da terra com tal porque naõ convém que viva. 5 Ga/. I ; 5.
pei* o e2:8. g»
23 E clamando elles , e lançando de 11 os veftidos , e pó va
peia
ar deitando, , i.riw.2.7
*
24 Mandou o Tribuno que a o arrayal o levaflem, dizendo, que
com açoutes o examinaflem , pera faber porque caufa contra elle » Aã. 11;
afli clímávaõ. 3^-
E eftando o amarrando com corrcas, difle Paulo a o Centu-
riaõ, que ali eftava: He vos licito açoutar a hum homem Romano,
fem [ primeiro ]íer condenado ?
26 E ouvindo o CenturiaÓ foyc dcnunciouoaoTribuno,
dizendo, Olha o que has de fazer: porque eite homem he Romano.
27 E vindo o Tribuno , diflelhe: Dizemc , es tu Romano? E
-elle difle: Si.
ACTOSDOS
2S E refpoudeu o Tribuno: Com muyta fomma [de dinheiro'] al­
cancei eu o direito dc cidadaó d’efta cidade. E Paulo difle: E eu
o fou de nacimento.
29 Afli que logo d’elle fe apartáraó os que o aviao de examinar :
e até o Tribuno teve temor, entendendo que era Romano , e que
liado o avia.
;o E o dia feguinte, querendo faber de certo a caufa porque dos
Judeos acuíado.era, foltou o das priloens, e mandou vir a os Prin­
cepes dos Sacerdotes, e a todo feu Confelho 5 e trazendo a Paulo,
aprefentou [ej diante d’elles.

Capitulo XXIII.
I Pzrz/Z? começando fua defenfao 'no Concilio por mandado d'o Summo Positifice h&
ferido. Polo que elle efficazmente o reprende _ nao fàbendo que era o Silmo
Pontifice. 6 E vtfío que 0 Concilio confiava de Sadduceos e Pharifèos ■> declara
elle que era Pharifeo, e fora acufado por cauza da refurreiçaó dos mortos. fEclo
que ambas as partes em contenda vem e elle dos Pharifèos por inocente he de­
clarado e do Senhor c.nfolado. J2 Confpirad quarenta varões contra Paulo t
maldizendo a fi mefmos que nao comeriao nem beberiao até que o mataffem.
16 O que Paulo > advertido d iflo por feu fobrinho} notifica a o Tribuno.
o} acompanhado de Soldados 3 envia de noite para Ce/area a o Prefidente Pelix >
com hua carta em que a caufa fe relata. 34, Pelixlida a carta manda guardar a
Paulo na Audiência de Herodes.
/

1 p pondo Paulo os olhos’no Confelho, diflh : Varoens irmaõs,


* Ali. 24 : a com toda boa confciencia tenho andadWhante de Deus até
16. o dia de hoje.
b 1 Rey.1V. 2 b Porem o Sumo Pontifice Ananias mandou a os que com elle
24. eftavaó, que ’naboca o feriflèm.
Jer. 2o : 2. 3 Entonces Paulo lhe difle : Ferirtehá Deus , parede cayada :
loa. 18: 22.
c Deut. 17 :/ Eftas tu-tambem [aqui~\ aflèntado para conforme aLey me julgar £
9. ’e contra a Ley ferir me mandas ?
4 E os que ali eftavaó difleraó : A o Summo Pontifice de Deus
injurias ?
5 E Paulo difle: Naó fabia, irmaós, que o Sumo Pontifice era.
dExod.iv. Porque efcrito eftá : d A o Princepe de teu povo naó maldirás.
6 E fabendo Paulo, que a huã parte era de Sadduceos , e a ou-
e AH. 24:tra de Pharifèos, clamou’no Confelho: Varoensirmaõs, ^euPha-
2T- rifeo fou, filho de Pharifeo, -pola efperança e refurreiçaó dos mor-
Fkílffz 5.t0S f0U >’jISado-
- E
S. APOSTOLOS. Cap.XXHT. 307
7 E avendo dito ifto , houve diflcnçaõ entre os Pharifeos e os
Sadduceos: e a muitidaõ fe dividiu.
S f Porque os Sadduceos dizem quenaõharefurreiçaõ, nem An- fMatt.21:
jo, nem Efpirito: mas os Pharifeos confeflaõ ambas as coufas. 23-
9 E fez fe huã grande grita-, e levantandofe os Efcribas da parte Marc' 12 •
dos Pharifeos, contendiaõ dizendo5 f Nenhum mal achamos’nefte L 1S' .
homem : e fe algum Efpirito, ou Anjo, lhe fallou , naõ repugne-£
mos a Deus. * 2<C *
10 E avendo grande diflençaõ , temendo o Tribuno que Paulo e 26.51.
por elles naõ fofle defpedaçado , mandou defeender a foldadesca ,
c arrebatalo do meyo d’elles, e leválo a o arrayal.
11 Ea noite feguinte aprefentandofe lheo Senhor, difle: Tem hAã,iZ;^
bom animo Paulo ; porque como de my em Jerufalem teftificafte ,
afli te importa teftificar também cm Roma.
12 1 E vindo o dia', fizeram alguns dos Judeos huã confpiraçaõ, iA&, 23 :
e fe conjuráraõ, dizendo, que nem comeriaõ, nem beberiaõ/até 2I-29-3®<
que a Paulo naõ mataflem.
'3 E eraõ mais de quarenta os que efta conjuraçaõ fizeraõ.
/4 Os quaes fe foraó a os Princepes dos Sacerdotes , e a os An­
ciãos, e difleraõ: Conjurando nos conjuramos , que nada goftaré-
mos, até que a Paulo naõ matemos.
H Agora pois vosoutros, [juntamente] com oConfelho, fazei ía-
ber a o Tribuno que á manhaá volo traga, como que defeusnegó­
cios alguã coufa mais [certa] quereis íaber 5 e antes que chegue,
apare.hados eftamos pera o matar.
16 E ouvindo o filho da irmaã de Paulo eftas ciladas, veyo, cen­
trou ’no arrayal, e denunciou o a Paulo.
>7 E chamando Paulo afia hum dos Centurioens, difle : Leva
efte mancebo a o Tribuno, porque tem que lhe denunciar.
18 Tomando o elle pois, levou p] a o Tribuno, e difle : Cha-
mandome á fi o prelo Paulo , [me] rogou que tc trouxefle efte
mancebo, que tem que te dizer.
19 Eo Tribuno, tomando o pela maõ, eapartandofe ahuãban­
da, perguntou [//v] : que tens que me denunciar?
20 E elledifle: Os Judeos He concertáraõ derogartc,queáman-£ AFt. 2^
haã a Paulo a o Confelho leves , como que d’elle ajaõ dc inquirir ii.
alguã COUfà mais [certa].
2‘ Porem tu naó os créas. Porque mais dc quarenta homens
ePcllcs o andaõ armando ciladas , os quaes fob pena de maldicaõ fc
0.9 2 oGrigá^
W ACTOSDOS
obrigaram a nem comerem nem bebéré, até que morto o nao ajam *
e ja apercebidos eftam, efperando de ty a promeífa.
«i Entonces o Tribuno defpediu a o mancebo, mandando [Me]
que a ninguém mais difièfle’, que aquillo lhe manifeftára.
13 E chamando afia certos dous d’os Centurioés, difie: Aper­
cebei duzentos foldados que vaó até Cefarea , e fetenta de cavalo,
* Ou, Fre- e duzentos * archeiros, para * as tres horas d’a noite.
^cheiro;, 24 E aparelhem cavalgaduras, peraque pondo ’nellas a Paulo, o
va^terceí ^cvem cm Felix o Preíidente.
'rãt Efcrevendo [/£#] huã carta, que [em Stimt] ifto continha:
26 Cláudio Lyfias, a Felix, potentiflimo Preíidente, faude.
^<7. 21: 27 / Prefo efte varaó pelos Judeos , e eftando ja em ponto de o
matarem, fobrevim eu com afoldadesca, etomei [M’0] informado
que era Romano.
2S E querendo faber a caufa porque o acufávaó , lcveilho a leu
Confelho.
29 (J qual aclrci que o acufávaó de alguãs queftoens de fua Ley;
mas que nenhum crime digno de morte, ou de prifaó , contra elle
avia. 7
30 E fendome notificado que os judeos a efte varaó ciladas aviao '
armar~\ , logo t’o enviei : mandando também a os acufadores,
que perante ty digam o que contra elle tiverem. Bem ajas.
31 Tomando pois os foldados, como mandado lhes fora, aPatilo,
trouxéraó o de noite a Antipatris.
32 E o dia feguinte, deixando ir com elle a os de cavalo, terna-
Taófe a o arrayal.
33 Os quaes como chegáraó a Cefarea, e a carta a o Preíidente
entregáraó, aprefentáraó lhe também a Paulo.
$4 E o Preíidente , lida a [carta] perguntou , de que Província
- eraj e entendendo que de Cilicia ,
* _ 35 Ouvir te hei, difié, quando também aqui teus acufadores'
. Ou , viérem. E mandou que o guardaíTem * ’na Audiência deHerodes.
S-. APOSTOLOS. Cap. XXIV. 3»S>?

Capitulo XXIV
f Comp (ttete o Sumo Sacerdote Ananias , juntamente com os Anciãos do povo e o
Orador Tertullo ante o Prefdente Felix contra Paulo, $ Levantao graves acu-
façoens contra elle. 10 Elle fe defende fazendo juntawente confjfao de fua fé <?
religião. 11 Dilata Felix a caufa até a vinda de Lyfas, dando lhe entretan­
to mayor liberdade. 24 Paulo inftrue a Felix e a Jua mulher em huns artigos
da fé. 16 E muytas vezes fe chama d’elle esperando que Ibe algum dinheiro
daria ■> 27 E deixeu 0 pre/o pera comprazer a os Judeos.

1 J7 cinco dias despois , defeendeu a o Sumo Pontifice Ananias, aAttx^.


com os Anciaõs , e hum certo Orador Tertullo 5 os quaes
comparecéraó ante o Prefidentc contra Paulo.
2 E fendo citado, começou Tertullo a [a] acufar, dizendo,
? \Como ajft que tanta paz por ty tenhamos , e que por tua
prudência, a efte povo \ muytos louváveis ferviços fc fãçaõ , to-
talmente e em todo lugar , o potcntiflimo Felix , com todo agra­
decimento o * reconhecemos. * Ou,^-
4 Porem porque muyto te naõ detenha , rogo [íe] que breve- t^1,l0s'
mente, conforme a tua equidade, nos ouças.
$ Porque temos achado que efte homem he huã pefte , e levan-
tadór de fediçoens entre todos os Judeos, pelo [_unàverjo~\ mundo,
e o principal defenfór da fcéta dos Nazarenos.
6 b O qual também a o Templo
A /TVprofanar
T r* 1 : aoqualtam- bAa *21 ♦
• 1intentou
bem prendemos, e conforme â noífa Ley julgar f°] quifemos. 28.
7 Porem íòbrevindo o Tribuno Lyíias , com grande violência
d’cntre as maõsnolo tirou:
S Mandando a feus acufadores, que a ty vieflem : doqualtumef-
mo, examinando [* ], poderás entender tudo o dequeoacufamos.
9 E também os Judeos ['nijffj confentíraõ , dizendo ferem eftas
coufas affi.
10 Paulo porem , fazendo lhe o Prefidente final que fallafie, re-
fpondeu : Porquanto bem íei que ja vae pormuytos annos que d’efta
gente Juiz es, com tanto melhor animo por my refpondo.
11 Pois bem podes entender , que naõ ha mais de doze dias que
a Jerufalem a adorar fubi :
11 c E nem com alguém ’no Templo fallando me acháraõ , nem
’nas Synagogas, nem ’na cidade , * a o povo amotinando.

* Ou; entre opovoalgua confpiraçao faw?ido>


3io ACTOSDOS
13 Nem taó pouco provar podem as coufas de que agora m«

14 Ifto porem te confcfio , que conforme a aquelle caminho, a


que Seéla chamaõ, afli a o Deus dos paes firvo, crendo tudo quan-
to’na Ley e’nos Prophetas eftá efcrito.
♦Ouiífw I$. Tendo em Deus efperança , * como cftes mefmos também
&c. efperaQ qUe frade aver relurreiçaó d’os mortos, afli dos juftos , co­
mo dos injuftos.
iAít.iy.i. I($ d E ’nifto me exercito, em que, afli para com Deus , como
para com os homens, fempre huã conlciencia fem oflenfa tenha.
e Aft. H :’ 17 Porem muytos annos despois, vim 0 a fazer efmolas c oftertas
19.
Rom. 1$ * a minha naçaõ.
2^. 18 f ’Nifto Fja fanétificado ’no Templo me acháraõ , naõ com
fAã, 11: gente , nem com alvoroço, huns certos Judeos de Afia.
17. ~ 19 Ósquaesconvinha, "queperante ty prefentes eftiveflem,
e [me] acufaflem, fe alguã coufa contra my tiveflem.
10 Ou digaõ elles mefmos, íe em my iniquidade alguã acháraõ,
quando perante o Confelho eftava.
21 Senaõ fó d’efta palavra , [com] que, entre elles eftando, cla-
jfyíc1?.23:6. mei: g Pola refurreiçaó dos mortos lou eu hoje de vosoutros juL
,1S;i0-gado.
22 Entonces avendo Felix ouvido eftas coufas, pós lhes diíaçaõ,
♦Ou,7>«- dizendo, * Avendome melhor d’efte caminho informado , cuando
ÂO melhor o Tribuno Lyfias delcender, [entam] de voífos negociosinleirano-
noticia tomarei.
171 E mandou a o CenturiaÓ que a Paulo guardaflem , e com
<?2
*8; i6Í [alg«“] liberdade eftivefle , h e que a ninguém dos feus prohibifle
fervilo, ou á elle vir.
24 E alguns dias despois , vindo Felix com Drufilla fua mulher,
que era Judia, mandou chamar a Paulo, e ouviu o acerca d’a fé em
Chrifto.
25 E tratando elle d’a Juftiça, e d’a temperança, e [<To] Juizo
vindouro: efpavorecido Felix, refpondeu: Vaete por agora j e,
em tendo oportunidade, te chamarei.
26 Efperando também juntamente que Paulo lhe defle [al^u] di­
nheiro, paraque o foltaflc : Poloque também muytas vezes o man­
dava chamar, c com elle fallava.
27 Porem cumpridos dous annos , teve Felix por fuceflor a Por-
s A!f. 2$; cio Fefto. E i querendo Felix comprazer a osJudeos, aPauloprc-
íò deixou. Ca '
S. APOSTOLOS. Cap.XXV.

Capitulo XXV
I Sucede Fefio em lugar de Felix > a quem o Sumo Pontifice e o Concilio Judaico
roga o , que a Paulo para Jerufalem vir faça , pois com intento de matálo 'no
caminho. 4 Mas Feilo quer que juntamente com figo a Cefarea dejeendaõ. j O
que fizem , e acujaõ 0 gravemente 3 porem fiem prova, 9 Paulo entendendo que
Fejto inclinava pera enviar lhe a Jerufalem} apella a Cefar, 13 ChegaÕ os Rey:
adgrippa e Bernice aCeJarca > e Fe[lo 0 negocio de Paulo lhes relata, 22 Agrip-
pa quer ouvilo e ouve 0 0 dia feguinte. 24 Relata Fefio 0 que 'na cauza
de Paulofizéra j e como culpa nenhuá 'nelle achara,
í ntrando pois Fefto ’na Província , fubiu d’ali a tres dias de
'^Cefarea a Jerufalem.
I E comparecéraó ante elle o Sumo Pontifice , e os principaes
dos Judeos, contra Paulo, e rogáraõ lhe,
3 Pedindo contra elle favor , paraque o fizefie vir a Jeruíalcm 5
armando [lhe} ciladas, para ’no caminho o matarem.
4 Porem Feiro refpondeu , que em Cefarea eftava Paulo gu­
ardado e que elle prefto [para lá} fe partiria.
5 Os que pois , difie, d’entre vosoutros podem, defeendaõ jun­
tamente [comigo} •> e fe ’nefte varaõ coufa alguã indecente ouver,
acuiem o.
6 E naõ fe avendo entre elles detido mais de dez dias, defeendeu
a Cefarea ; e afièntandolè ’no Tribunal o dia feguinte , mandou
que trouxeflem a Paulo.
7 E vindo elle, rodeáraõ [/] os Judeos, que de Jerufalem aviao
defeendido ; trazendo contra Paulo muytas e graves aculaçoens,
que naõ podiaõ provar.
S Polo que em [fua} defenfa difie, * Eu, nem contra a Ley dos *
^?. 24•’
Judeos, nem contra o Templo , nem contra Cefar, em coufa al- I2-
gua pequei.
9 Porem querendo Fefto a os Judeos comprazer, refpondendo a
Paulo, difie: Queres tu fubir a Jerufalem, e fer lá perante my acer­
ca deftas coufas julgado?
10 E Paulo difie: Perante o Tribunal de Cefar eftou, aonde con­
vém que julgado feja : a os Judeos nenhum agravo lhes fiz , como
também tu muy bem o fabes.
II h Porque fe agravo algum fiz , ou coufa alguã digna de mor- 6 Att. iS;
te cometi , naõ refufo morrer : Porem fe nada das coufas de que 14,
eftes me acufaõ, ha, ninguém por lhes comprazer a elles entregar
xi Er
SI1 ACTOSDOS
ii Entonces, avendo Feito fallado com o Confelho, refpondeu:
A Cefar apellaíte ? A Cefar irás.
13 E pafiâdos alguns dias , viéraõ el Rey Agrippa , e Bernicc,
a Cefarea a faudar a Feito.
14 E como ali fc detivéraó muytos dias , contou Feito a el Rey
0 Aã. 24: os negocios de Paulo, dizendo, c Hum certo varaó foy deixado por
Felix prefo:
15 Por cuja via, eftando eu em Jerufalem , os Princepes dos Sa­
cerdotes , e os Anciaõs dos Judeos [perante w/J compareceram ,
pedindo COntra elle fentéça [de condenaJ.
iDetttW a os quaes reípondi, naó fer coitume dos Romanos d de por a
alguém comprazer, a homem [algum"} a morte entregar, antes que
o acufado prefentes feus aculadores tenha , e lugar aja de da acufa-
çaõ fc defender.
17 Afii que, chegando elles juntos aqui, fem dilaçaõ alguã fa­
zer , o [d/a] feguinte, afiéntado’110 Tribunal, ao homem mandei
trazer.
18 D’o qual osacufadores [*?ui] prefentescitando, nenhuã coufa
apontáraó d’aqucllas que eu fu (peitava.
íOu,^- 19 Tinhaó porem contra elle alguãs queítoens acerca dc fua * fu-
perítiçaõ , e de hum certo Jeíus delunto, que Paulo affirmava viver.
20 E duvidando eu acerca da inquirição d’eíta caufa, difle, fe
queria ir a Jerufalem , e lá acerca d’eítas coufas fer julgado ?
21 E apellando Paulo a fer refervado a o conhecimento de Au-
guíto, mandei que o guardaífem, até que a Cefar o enviaífe.
22 E difle Agrippa a Feito : Bem quiféra eu também a eife ho­
mem ouvir. E elle difié : A manhaã o ouvirás.
23 Afii que o dia feguinte , vindo Agrippa , e Bernice, Com
muyto aparáto, e entrando ’no Auditorio com os Tribunos, e va­
roens mais principaes d’a cidade, trouxéraõ por mandado de Feito
a Paulo.
24 E difié Feito : Rey Agrippa , e todos os varoens que J
com nofco prefentes eitaes , aqui vedes aquelle , de quem toda a
multidaõ dos Judeos , afli em Jerufalem , como aqui, fallado me
tem, clamando , que naõ convém que mais viva.
eAã.iy/)- 2 7 Porem achando eu e que nenhuã coufa digna de morte fizera,
r 26:31- c apellando elle mefmo também a Auguíto, tenho determinado c.Qw
viarlho.
& D’o qual naõ tenho coufa alguã certa que a o Senhor eferm,
polo
S. APOSTOLOS. Cap. XXVI
polo que perante vosoutros o trouxe ; c mormente perante ty , o
Rey Agrippa, peraque, feita informaçaó , couía alguá que efere-
ver tenha.
27 Porque contra razaó me parece, enviar ahumpr
mente as aculações contra elle naó notificar.

Capitulo XXVI.
I Paulo tendo ja licença pera fe defender , relata perante el Rey ^dgrippa e toda
a congregação jua vida antes de fua converfaõ ; 12 £ juntamente a hijloria d*
Jua converfaõ e vocaçac a 0 ^dpoitolado. 19 E também fua 'tida despois de jua
* converjaõ. 2o O que fez,■> padeceu, e doutrinou. 24 Feflo ouvindo aquella de-
fenfao julga que Paulo tresvalie , 0 que Paulo nega. 27 Agrippa por pouco he
perfuadido , a que Je faça Chriftao. 30 E juntamente com todos julga que elle
innocente l:e. 3 2 Como também que joltar Je podia Je a Cejar apellado nau
ouvéra.
I p difle Agrippa a Paulo : Permitcfe te por ty mefrno fallar.
Paulo entonces eftendendo a maó , \_ajf\ cm iua defenfa res-

2 Por venturofo me tenho , ó Rey Agrippa, de que perante ty


me aja hoje de defender de todas as coufas de que d’ósjudeos acufa-
do lou.
3 Mormente fabendo eu, que noticia tens de todos os coftumes,
e quefioens que entre os Judeos ha : poloque te rogo que com pa­
ciência me ouças. (
4 Minha vida pois até defda mocidade, qual defdo principio en­
tre os de minha naçaó cm Jerufalem aja fido , todos os Judeos [/]
fabem:
5 [como] aquelles que jade muyto antes me conhecéraó (fe \_he
quf} tcftificaro querem), que conforme á mais perfeita feda de noflà
Religião, vivi Pharifeo :
’ 6 E agora pola efperança da promefla, que de Deus a os Paes a Gen
feitafov, [^"'J eftou, e julgado fou. <>22:18.
7 A á qual noflas doze Tribus , fervindo continuamente de dia e e 26 -
de noite [/íDfwJ ,eípéraó chegar: Pola qual eíperança, ÓReyAgrip-
pa, fou eu dos Judeos acuíado.
8 Que? julgafe por caula incrível entre vosoutros, que Deus aos 2. Sam. 7 ;
m-
314. ACTOSDOS
9 h Bem me tinha eu imaginado , que contra o nome de Jefus
e9; i. Nazareno devia eu muytas contrariedades ufar.
c^r i 4‘ lo O que tam^em em Jeruíalem fiz ; e avendo recebido poder
j. or*l5 • dos Princepes dos Sacerdotes, a muytos dos Sanétosem prifoens en-
Gaí.x: 13. cerrei: e quando os matávaõ, \jambem~\ eu meu voto dava.
I. Tim. i: 11 E caftigando os muytas vezes por todas as Synagogas, a blas-
femar os forcei. E enfurecido demafiadamente contra elles , até
5nas cidades eílranhas os perlegui. •
ti A o que indo ainda a Damasco , com poder e comiíTaó d’os
Princepes d’os Sacerdotes:
13 ’Na metade do dia, vi nocaminho, óRey, chuãluz doceo,
que a o refplandor do foi fobrepujava , e a my, c a os que comigo
hiaõ, com fua claridade rodeou.
14 E caindo nos todos em terra, ouvi huã voz que me fallava, e
em lingoa Hebraica dizia : Saulo , Saulo, porque me perfegues ?
Dura coufa te he dar couces contra os aguilhoens.
3 5 E diífe eu: Qtiemes, Senhor? E elle difle: Eu fou Jefus, &
quem tu perfegues.
16 Mas levantate, e poemte fobre teus pees, porque para ifto te
apareci, pera por miniftro e teftimunha te pôr , afii das coufas que
ja tens vifto, como d’asemque [ainda"] te hei de aparecer:
17 Livrandote d’efte povo, c J Gentes, aquem agorate en­
vio.
*S Para d os olhos lhes abrires, e das efeuridades á luz, cdopo-
der de Satanás a Deus converteres: peraque, remifiàõ dos pe­
cados, e forte entre os fanétificados em my pela fe reccbaõ.
19 Poloque, óRey Agrippa, á vifam ccleftial desobediente naõ
fuy :
*•^9:19. 20 * Antes primeiramente a os que cm Damasco, e cm Jerufalcm
e por toda a terra de Judea eftaó , e a as Gentes denunciei que fe
í 2,2 *17. emmendaflem, e a Deus fe convertcflem, fazendo obras dignas de
converfaõ.
f Afh 21: 21 Por caufa difto f pegaram dc my os Judeos ’no Templo , c
30, [w? J procuráraõ matar.
Porem, alcançando focorro de Deus , ainda até o dia dc hoje
permaneço, teftificando , afii a pequenos, como a grandes : naó
dizendo nada dc mais do que osProphetas e Moyfes difleraó que
avia de acontecer.
a? a/àber] que o Chrifto devia padecer , c o primeiro

S. APOSTOLOS. Cap.XXVt
d’a refurreiçaõ dos mortos fendo, a luz a efte povo , c a as gentes,’
avia de denunciar.
24 E dizendo elle ifto em [/ua] defenfa, difie Fefto cm alta voz:
Trefvalias, Paulo, as muytas letras te fazem tresvaliar.
2? Porem elle: Naõ tresvalio, difie, ó potentifiimo Fefto; po­
rem fallo palavras de verdade, c de hum faaõ juizo.
*
26 Porque el Rey, a quem uíandode oufadia fallo, fabe \muybem"\
cTeftas coufas; pois naó creyo que nada d’ifto fe lhe oculte : g que gJ0** 18 ;
naõ fe fez ifto cm algum canto. 2o*
27 Crcs tu , ó Rey Agrippa , a os Prophetas ? Bem fei que os
crees.
25 E difie Agrippa a Paulo : Por pouco me * perfuadirás a que * Gr. fer-
ene faça Chriftaõ.
29 É diífe Paulo: b * Prouvera a Deus que , ou por pouco , ou i- Ccr.y;

50 E dizendo elle ifto , levantoufe cl Rey , e o Preíidente , e Deus


Bernice, e os que com elles afientados eftávaõ.
? 1 E apartandofe a huã banda, fallávaõ huns com os outros,
dizendo, i Nada efte homem faz, de morte, ou de prifoens
digno. £*25:25.
32 E difie Agrippa a Fefto; Bem fe podia efte homem foltar, fe
a Cefar apellado naõ ouvéra.
Jlfc' AC TOS DOS

Capitulo XXVII.
I Leva o Cenfuriao Júlio a Paulo juntamcrrte com outros prefos pera Roma; 2 Ej
embarcado com elles em hua nao Adramy tina e acompanhado d&Ariflarcho} chega
a Sidon. 4 E paffando á baixo de Cypro vem a i\lyra. 6 Navégaõ d’Ai
com hua nao Alexandrina J paffaõ - apenas em fronte de Cnido e a baixo
de Creta e chegao a os Bons portos. 9 Aonde Paulo aconfelha a 0 Cen~
turiao de invernar pela importunidade do tempo. II Mas 0 CenturiaÓ dando
mais credito a 0 Meftre e Piloto y navega mais avante. 13 PAfaõ aCreta 3 a~hao
hua grande tempeftade e andaõ cojleando a ilha que íe chama Clauda. 17 E
confrangidos pela tempefade lanpao da nao a armaç. u-> 21 Amoefta Paulo a
todos de ter bom animo porquanto Deus por hum Anjo lhe avifado tinha, que
nenhum d’elles pereceria. 29 Lançao da popa quatro ancoras. 30 Procuraõ
os marinheiros fogir da nao com 0 batel. 31 O que Paulo impede , e exhorta
atados que comefem alguã' couz,ay como também faz,em. 38 LtmpaÕ o trigo a o
mar. 41 A nao perece. 41 Os Jòldados querem matar a os prefos 0 que 9
CenturiaÓ impede". 4 5 E todos nadao para terra e fe jalvao.

I |7 como fc determinou, que aviamos de navegar pera Ttalia, cn-


tregáraó a Paulo, e a alguns outros prelos, a hum CenturiaÓ,
por nome Julio, do esquadraõ Imperial.
í?2.c<?r.ii: 2 a E embarcandonos em hú navio Adramytino, avendo denave-
25- gar por junco a os lugares de Alia , nos partimos , eftando \funta~
mevte^ com nolco Ariftarcho, o Macedonio de Theílàlonica.
b Acl. 24: 3 E o [dia] feguinte chegamos a Sidon : E Julio b tratando hu-
manamente a Paulo , permitiu \_lhe] que fofle a os amigos , para
MS; l6< cuidado [terem].
4 E partindo d’ali , fomos navegando a baixo de Cypro, por­
quanto os ventos eraó contrários.
5- E avendo paliado o Mar d’o longo de Cilicia ePamphylia, vié­
mos a Myra em Lycia.
6 E achando ó CenturiaÓ ali hú navio Alexandrino , que para
Italia navegava, nos fez ’nelle embarcar.
7 E indo ja por muytos dias vagarolamente navegando , e aven­
do a penas em fronte de Cnido chegado , naó nolo permitindo o
vento, navegamos a baixo de Creta, em fronte de Salmone.
5 E anonas cofteando a , chegamos a hú certo lugar, chamado
os Bons portos, perto do qual eftava a cidade de Lafea.
9 E paífado muyto tempo, e fendo a navegaçaó ja perigofa, por
quanto também ja o jejum paliado eraz, Paulo os amoeftava,
1© Di-
S. APOSTOLOS. Cap. XXVII. V7
io Dizendo lhes : Varoens , bem vejo que com incomodo , e
hiuyto dãno, naõ ÍÕ d’a carga, e d’o navio, porem também de no(- >
ias vidas, averá de fer a navegaçaõ.
n Porem o Centuriaõ cria mais a o Piloto e a o Meftre, do que
ao que Paulo dizia.
12 E naõ lendo aquelle porto acomodado pera invernar , foraõ
os mais de parecer de ainda d’ali paliar, a ver fe a Phenix chegar pu-
deílém, a invernarem ali, que he hu porto dcCreta que atenta pa­
ra a banda do.vento Africo , e do Choro.
E ventando ja brandamente o lul , pareceu lhes que ja tinhacÕ
o que intentavaõ , e dando á vela , foraõ de bem perto cofteandu
á Creta.
14 Porem naõ muyto despois deu ’nella hum * pé de vento, cha-
mâdo Euroclydon.
1,- E fendo o navio d’clle arrebatado , e naõ podendo navegar
contra o vento, dando de maó a tudo, nos [de/.xawos] ir á tóa.
16 E correndo a baixo de huã pequena ilha , chamada Clauda,
apenas pudemos ganhar o batel.
17 O qual tomado a riba , uíáraõ de [todos^ os remedios , cin­
gindo o navio , e temendo darem á cofta em Syrte , amainadas as
velas , fe [ deixárso] afli ir á tóa.
15 E andando ja vehementemcnte balanceados , de huã tempc-
ftade, o dia leguinte aleviáraõ [ráj.
19 E a o terceiro nos mefmos com noflas próprias maós
lançamos d'o navio a armaçaõ.
20 E naõ aparecendo ainda foi nem .eftrellas ja muytos dias avia,
e oprimindo f huã tempeftade naõ pequena , jatoda aefperan-
ça de a falvamento irmos fe nos tirou.
21 E avendo ja muyto que íe naõ comia, entonces pondofe Pau­
lo em pé no meyo d’clles ,. diftè : Em verdade que razam ouvera
fido, ó varoens, averme ouvido a my, e naõ partir fe de Creta, e
evitar [ .// ] efte incomodo, e efta perdição.
21 Porem agora vos amoéfto que bom animo tcnhaes > porque ne-
nhuã perdá averá da vida \de de vosoutros , íenaõ fomente
d'o navio.
Porqe efta mefma noite efteve comigo o Anjo d’o Deus, cujo
fou, e a quem íirvo,
24 Dizendo, Paulo naõ temas : Importa que a Cefar fejas apre-
fentado: e vés aqui Deus te tem dado a todos quantos comtigo na-
végaõ. Rr 3 25 Por-
3iS A C T O S D O S
V Portanto , ó varoens, tende bom animo ; porque a Deuà
creyo, que afli ha de fer, como a my dito me foy.
í^/?.28‘r. 26 Porem he neceífario que c vamos dar em huá ilha.
27 Vinda pois a catorzena noite, fendo ’no mar Adriático 5 dc
huã para a outra banda a toa lançados , lá pela meya noite fuspcitá-
raó os marinheiros que alguã terra fe lhes chegava.
28 E lançando o prumo , acháraõ vinte braçasj e paliando hum
pouco mais a diante, tornando a lançar o prumo , acháraõ quinze
braças.
29 E temendo ir dar em alguns lugares afperos, lançáraõ da po­
pa quatro ancoras, defejando que ja.o dia vieíTe.
30 Procurando porem os marinheiros fogir do navio, cguindan­
do o batel a o mar, como que queriaó largar as ancoras da proa
*,
31 DiíTe Paulo a o Centuriaõ, e a os foldados: Se elles’no navio
naõ ficarem, naõ vos podeis vosoutros falvar.
31 Entonces os foldados cortáraõ os cabos do batel, e deixáraó
o cair.
33 E entre tanto que o dia vinha , exhortava Paulo a todos que
comeílem * alguã coufa, dizendo: Hoje he ja o catorzeno dia que
■manti- ainda efperando, * fem comer permaneceis, naõ avendo nada * pro-
mento, vado.
1 em 34 Por tanto amoeílo vos que alguã coufa comaes, pois para
*Outoma- ^au<^c importa ; que né d hum cabello da cabeça de nenhum
do^ou,go- vosoutros ha de cair.
fiado. 35 E avendo dito ifto , e tomando o paõ , « deu graças a Deus
dMatt.ic', em prefença dc todos: e partindo [0] começou a comer.
3 o’ 36 E tendo ja todos com animo, puféraõ fe também a comer.
e 1. Sam. 9: 37 E éramos por todos, ’no navio , duzentas e fetenta e fcis al-
mas-
i.Tzw.4: 3*. 38 E abaftados ja de comer, aleviáraõ o navio, lançando o trigo
a o mar.
39 E vindo ja o dia , naõ conhcciaõ a terra : enxergáraõ porem
huã enfeada que tinha praya , ’na qual foraõ de parecer, fc pudcs-
fem, de com o navio irem dar.
40 E levantando as ancoras , deixáraõ o ir a o mar, largando
também as amarras dos lemes , e alçando a vela mayor a o vento,
foraõ fe a dar com elle ’na praya.
fl.C0r.11: 41 f Dando porem em hum lugar de dous mares, encalháraõ ali
o navio: e fixa a proa, ficou immovel, porem a popa fe abria com
a força das ondas» 42 Eu-
S. APOSTOLOS. Cap. XXVTII, 31»
■4- Entonces foy o confelho dos foldados, que a os prefos matas-
fem, peraque nenhum eicapando â nado, fugiflè.
43 Porem querendo o CenturiaÓ lalvar a‘Paulo, eftorvou lhes
efte intento : e mandou que os que pudeflem nadar , primeiro [a a
fe lançaflem, e a terra faiflem.
44 E os de mais, huns em taboas, e outros em coufas d’o navio.
E aíli aconteceu, que todos em terra fe falváraõ.
Capitulo XXVIII.
I Chega Paulo com feus companheiros falvamente a Ilha que fe chama. Mclita
aonae todos humanamente faõ recebidos. 3 Sahiu do fogo acendido hua bibora,
acometeu a maõ de Paulo , fcou dependurada d'ella , pois , facudindo elle a befta.
*no fogo 3 naõ padeceu nenhum mal,• 6 Polo que os da Ilha 3 admirando fe 3 tem
o por Deus. 7 Sara Paulo a 0 pae de Publio de febres e defenteria3 e 4 muitos
dos da Ilha de fuas enfermidades, 11 Sendo pois ah tres mefes bem agafalha-
dos9 navegaõ para Italia alem de Sy racufa 3 a Regio ■> d’ali a Puteolos e pafan~
do a praça de Appio e a das tres Vendas 3 chegao a Roma, 16 Aonde Paulo
a 0 Geral dos exercitos he entregado e de hum Soldado guardado. 17 Convoca
elle a os Principaes dos Judeos e conta lhes porque ajf prezo a Roma enviado
era. 2L Elles, naõ avendo d’ijfo recebido novas nenhuas defejaõ de entender
feu parecer da Religião. 23 O que Paulo em grande congregação dos Judeos j
des de pela manhaa até atarde 3 declara , provando de Moyjes e dos Prophetas
que Jefus era 0 Chrifo. 24 O que huns crem e outros nao. 2$ A os quaes
Paulo com a palavra de Deus reprende e lhes prediz que feriaõ engeitados e os
Gentios em feu lugar aceitados. 30 Fica/e Paulo ali dous annos pregando oufa­
da mente e fem impedimento algum a doutrina do Senhor Jefus Chrifo.

X 17 avendo efeapado, entonces entendéraó que < a Ilhafe chama- a A&,zt'


va Melita.
2 E ufáraõ os Barbaros com nofco de naó comua humanidade.
Porque acendendo hum grande fogo , nos recolhéraó a todos, por
caufa d’a chuva que fobrevinha, e por amor do frio,
3 E avendo Paulo achegado cantidade de vides, e pondo as ’nc
fogo , faindo da quentura huã bibora , lhe acometeu á maó.
4 E vendolhe os Barbaros a befta dependurada da maó , diziam
huns a os outros : Certamente homicida he efte homem, a o qual
d’o mar efeapando, a vingança viver naó deixa.
5 Porem facudindo elle abefta ’nofogo, b nenhum mal padeceu, bMarc.ifa
6 E elles efperávaó que fe avia de inchar , ou cair morto dc rc- 18.
pente. Porem avendo ja efperado muyto, e vendo que nenhum Luc-Io: $>•
incomodo lhe_fobrevinha , mudados [fe parece/]^ c diziaó, que erat Aã. 14;
Deus, 7 E U.
310 A C T O 5 D O S
7 E. ali perto d’aquelle mefrno lugar tinha huas hei Jades o piin-
cipal d’a ilha , por nome Publio 5 o qual nos recebeu , c poi ties
dias benignamente nos hoipedou. t
dMattSt; 8 E aconteceu que citava o pae de Publio de cama, enfeimoue
14. febres, e delenteriaj a o qual Paulo entrou5 c avendo oiado, pos
as maós fobre elle, e curou o. ?
9 Feito pois iílo , vieraõ também a elle os de mais que na ilha
tinhaó enfermidades, e faráraó.
10 Os quaes também nos honráraõ com muytashonras: eavendo
de navegar, [«w J provéraõ das couías neceíTarias.
n E tres mefes despois , nos partimos em hu navio Alexandri­
no , que ’na ilha invernára : a qual tinha por infignia, Caftor, e
Pollux.
12 E chegando â Syracufa, ficamos nos [ali j tres dias. .
15 D’onde indo cofteando, viemos a Rhegio j e hum diadespois
* Oli/ú»- * ventando o fui, viemos o fegundo dia a Puteolos.
do, oufei- 14 Aonde achando [alguns] irmaõs, rogáraõ nos quepor fetedias
To‘ com elles nos ficaíTemos, e afli a Roma viemos.
1$ E ouvindo os irmaõs novos de nosoutros, desde lá a o encontro
nos faíraõ até a praça de Appio , e a as tres Vendas, e vendo os
Paulo , deu graças a Deus, e tomou animo.
o AH. 24 Z 16 E como chegamos a Roma , entregou o Centuriaõ os prelos
~ * ao Geral dos exércitos: e porem a Paulo fe lhe permitiu morar fo-
e bre fi â parte, com o foldado que o guardava.
17 E aconteceu que, tres dias despois, convocou Paulo a os que
os principaes .dos Judeos craõj e juntos elles , difielhes : Varoens
f AH. 24: irmaõs , /naõ avendo eu feito nada contra o povo , ou contra os
12- e ritos paternos, vim [ comtudo ] prefo defde Jerufalem, entregue em
€ * *’maõs dos Romanos.
18 Os quaes, avendome examinado , [mej queriaõ foltar , por
em my nenhú crime de morte avér.
19 Porem contradizendo [0] os Judeos , me foy forçofo apellar
a Cefar: naó [porem] como que tenha de que aminhanaçaó acufar.
20 Afii que por efta caufa a my chamado vos tenho , pera
r.AH iy.6. vér e fallar: g porque pola efperança de Ifraêl eftou eu d’cfta cadea
<>24'. 21. rodeado.
21 Porem elles lhe difiéraõ : Nosoutros nem de Judea cartas al-
guãs acerca de ty recebemos , nem vindo aqui algum dos irmaõs,
de ty mal algum fw *
] denunciou nem íallou,
Po-
S. APOSTOLO S. Cap. XXVIII.
22 Porem bem quiferamos ouvir -dc ty o que fintes : porque ,'
quanto a efta leíta , notorio nos he , que em todo lugar fe lhe con­
tradiz.
25 E avendolhe elles aflinalado hum dia , vieraó a elle muytos á
poufada 5 a os quaes , teftificando o Reyno de Deus, declarava ,
e á fe de Jefus perfuadilos procurava , h afii pela Ley de Moyfes,!’ Gen* 3 *
como Prophetas, defde pela manhaã até a tarde.
24 / E bem criaó alguns o que fc dizia 5 porem os outros naõ
citam.. . „ j M9sio»
25 E como ficáraõ entre fi difeordes , dcfpediraõ fe, dizendo18;
Paulo efta palavra : Que bem fallou o Efpirito Sandio por Ifayas o 15.
Propheta a noflos paes, i.Sam. n
26 Dizendo: k Vae a efte povo, edize: De ouvido ouvireis , e 12‘
em maneira nenhuã entendereis : c vendo , vereis , c cm maneira
^;
*
nenhuã enxergareis. , 2>
27 Porque engroflado eftá d’eftc povo o coraçaó , c dos ouvidos ey :
pefadamente ouviraõ, e os olhos fècháraó-, paraque nunca d’osolhos 5.
vejaó, nem d’os ouvidos ouçaõ , nem d’o coraçaó entendaõ , e fe Mo: ío.
convertaõ, e eu os cúre. 7^.23 :$»
28 Seja vos pòis notorio, que a as Gentes he enviada eftafalvaçaõ pe D: I4.‘
de Deus j e ellas ouviráó.
29 E avendo elle dito ifto, foraõ fe osJudeos, tendo entre fi
muyta contenda. 9:24.
30 E Paulo fe ficou dous annos inteiros em feu proprio aluguer: Mich.7. 2o-
e recebia a todos quantos a elle vinhaõ: lAft. 17 ;
31 Pregando o Reyno de Deus , c enfinando com toda oufadia^ 4’
as coufas a o Senhor Jefu Chrifto pertencentes , fem impedimento
aigum.
Matt. 13 *. 14- Marc.^'. 12. Luc 8 : lo. 7^.12:40. Rom, II: 8«
Fim dos Aclos dos jantfos Apoflolos,

Sf EPIS-

EPISTOLA
D O

APOSTOLO S. PAULO
AOS

ROMANOS.
■— - - r .---------- - - T - ~ ----------------- '

Capitulo I.
3 A introdução defta Epistola , em que fe declarU J que he e Escrivão d.'ella, d
faber Paulo, que feu oficio, vocaçao , e a doutrina da peffoa de Chrifto breve
*'
mente aponta» 6 As pefloas a quem efireve e o louvor de fua fé d,'ellas , 9 Sua
afeiçad pera vir a elles, e lhes pregar 0 Euangelho também como a outros, pera
confirma los e d’ellcs fer confirmado» 16 Despois propoem a verdadeira doutrina
da jufiificaçao dos homens diante de Deus pela fé, provando a com hum paffa
da Efcritura Sagrada. 18 Redargue a pevveifa opinião de outros , e prova que
os Gentios pella luz, de natureza nao pofao fer juftificados diante de Deus»
19 Porquanto oprimem a effa luz , e 0 conhecimento que de Deus tem , para
idolatria abufao. 24. Polo que fio entregados em hum fentido perverfo, 29 E
eftáõ cheyos em [eu viver de todas as abominaçoens . que em hua longa indice
relata.
tf A(l. ?: I aulo fervo de Jefu Chrifto , chamado Apoílolo a feparado
15- a o Euangelho de Deus,
e 13: 2.
Gal. 1:15 2 (Que dantes h por leus Prophetas em ás fanótas Efcrí-
b Gen. g ’ tur-as avia prometido).
IS- 3 Acerca dc feu Filho (que foy feito t da femente de David fegundo
e 22: iS. a carne:
e 26: 4- 4 [£] declarado [/w] d Filho de Deus em potência, fegundo o
?4$>: io.< Efpi-
Dcut, 18 :
15. 2. Sam. 7 ; 12. Pfal. 132 111» 7/^7- 4! 2 e 7 114» e 9 ’» Ç. e 4o : Io. ferem. 23 j ç,
e 3 2: I-4 Ezech. 34: 23. ^37:24. Dan. 9' 24. Mich.qtxa. c Matt.i; 1. Luc.it
Aã. 2 : ;o. e n .‘23. 2. Tim. 2 ; 8. d lfay. 9 \ . e 44 : 6. e 54: 5. Joa, 2 :19.
Rom. 9 ; 5, I- Joa. 5 : 2o>
AOS ROMANOS. Cap. T. 32J
Efpirito de fanétificaçaõ , pela refurreiçam dos mortos) [fwDew &
faber] Jefu Chrifto Senhor noífo.
5 (Pelo qual recebemos a graça, e o Apoftolado, pera a obediên­
cia da fé entre todas as gentes, por feu nome.
6 Entre as quaes fois vos também, chamados deJefu Chrifto.)
7 A todos os que eftaes em Roma, amados de Deus, [>J e cha- e i.Cor
mados fanéhos: Graça e paz de Deus noífo Pae , e do Senhor Jefu
Chrifto ajaes. * Ou, Pre-
8 Primeiramente dou graças a meu Deus por Jefu Chrifto acerca £^’ou>
de todos vosoutros , [de] que voíla fé he * denunciada em todo o nomefíiaf
mundo.
9 Porque f minha teftimunha he Deus , g a quem ílrvo em meu fèRom,y. i.
efpirito ’no Euangelho de feu Filho , como fem ceifar de vos me ~ Cor.iit^
lembro. pii.-p.
ío h Rogando fempre em minhas oraçoês, fe porventura em al- Gal*1: 2o-
gum tempo boa ocafiamfe me dé, pela de vontade de Deus, avos-P^’ V 8‘
tros [poder] vir. , ''iTiml'-
. ii i Porque defejo de vos vér , k pera algum dom efpiritual vos^ *
repartir, peraque confortados fejaes. hRom. i?:
ia Iftohe, peraque juntamente com vofeo confolado feja, pela
fé mutua, afti voíla, como minha. ii.Tbejfi:
13 Porem irmaõs , naõ quero que ignoreis , Zque muytas vezes , l0,
propus de a vosoutros vir (fuy porem até agora eftorvado), peraque *
também algum fruito entre vosoutros tiveílè , como também entreli.Theff.i'.
as de mais Gentes. jg,
, 14 m Afli a Gregos como a Barbaros , afli a fabios como a naõ mx.Cor. 9:
fabios, devedor fou. ’ 16.
Aflique, quanto amy, preftes eftou , pera também a os que
cm Roma eftaes , o Euangelho vos denunciar.
16 n Porque naõ me envergonho do Euangelho de Chrifto,» W-4«:
o pois he a potência de Deus para falvaçaõ * de todo aquelle que cré, ío.
d’o Judeo primeiramente, e [também] d’o Grego. 5 S.
o
17 p Porque ’nelle íe defeobre a Juftiça de Deus de fé em fé: co­ 18.I Cor. I;
mo eftá efcrito: q Mas o jufto vivirá d’a fé. re 1$
1$ :• 2
iS Porque a ira de Deus fe manifefta d'o Ceo fobre toda a *
^W^
impic-
dade e injuftiça dos homens, que a verdade em injuftica detem. P RGm' 3 ’
19 r Porquanto o que de Deus conhecer fe pode, ’nellesmanifefto 2L
eftá : porque Deus lh o manifeftou. 3•
Sfx i lo, Por-
Joa. 3 <aa/. II, Zlebr, lo: r
P4 EPISTOLA DE S. PAULO
19 : 20 s Porque fuas coufas invifiveis, afli fua eterna potência, como
2> fua divindade, pelas criaturas, défdacriaçamdomundo , fe enten­
dem, e claramente fe vém, peraque inexcufaveis fiquem.
21 Porquanto conhecendo a Deus , como a Deus [oj naó glori-
t Deut.13: ficáraó nem graças \_lhe~] déraõ: t antes em íeus dilcuriòs le elvae-
2^‘ céraõ, e leu necio coraçaõ fe entenebreceu.
22 * Publicando fe por fabios, fe tornáraõ loucos.
jeu^ião 23 u £ mudáraõ a gloria d’o Deus incorruptível em femelhanca
vzRey.i-: ^e^magem de homem corruptível, c de aves, e de [animaeí de}
29. ' quatro pees , e de reptiles.
24 Polo que também Deus os entregou ás concupifcenciasdefeus
coraçoens em immundicia , pera feus corpos entre fi envilecerem.
2<j [Cow&] aquelles que mudáraõ a verdade de Deus em mentira,
e honráraõ e fervíram a a criatura mais que a o Criador , que ben­
dito deve fer eternamente, Amen.
.vZ>w7.i$: 26 Polo que Deus os entregou * a affeétos * infames. Porque ate
* Oi 2J' ^UaS mu^ieres mudáraõ o uio natural, ’no contrario á natureza.
honeíios 27 E íemelhantementetambém os machos, deixando o ufo natu-
J ' rald’a mulher, fc acendéram em fua fenfualidade huns para com os
outros, cometendo torpeza machos com machos, e a * recompen-
•uenim-te fa> qUe a feu erro convinha, em fi mesmos recebendo.
re ompen- £ como a elles bem lhes naõ pareceu de a Deus reconhecerem
erroemli^ os entregou Deus em hum perverfo fentido , pera coufas faze-
jr.estnos J rcin que naõ convém.
recebendo, W Ateftados de toda iniquidade, fornicaçaõ, malicia, avareza,
maldade: cheyos de inveja, homicídio, contenda, engano, ma­
lignidade.
30 Malfins, detraótores, aborrecedores de Deus, injuriadores
foberbos , prefuntuofos , inventores de males , desobedientes a
paes e a maês:
31 Sem entendimento, quebfantadores de concertos , fem affe-
éto natural, irreconciliáveis, fem mifericordia.
32 Que fabendo o juro de Deus, ([a /àber] que os que taes cou-
fasfazem, fam dignos de morte,) xiaõ fomente as fazem, 7 mastam- '
y bemd’os que as fazem fe agrádaõ.

Ca-
AOS ROMANOS. Cap. II. 32;
Capitulo II.
I Redargue Paulo a os que porijfo Je efiimávaõ jujlos , porquanto taes abomina'.
çoens publicamente naõ cometiao, mas em outros condenávao 3 E a os quecui-
ddvaõ que 'na graça de Deus ■> efávaÒ porquanto Deus lhes bem fazia 'nefte mun.
do. 5 Declara a o contrario , que Deus fem .-ceitaçaõ de pe/foas a todos os ho­
mens ha de julgar , naõ fegundo o exterior aparecer ou ejlado^ mas Jegundo fuas
obras ajjt externas como internas. 11 E iílo naõ fome?cte a os Judeos que tinhaõ
a L?v efcrita . mas também a os Gentios que a nao tinhaó» 17 Nega que os
• Judeos pelo conhecimento da Ley e informaçaõ dos ignorantes 'nella , ou pela
circuncijaõ e outras prerogativas externas JeriaÕ rujlificados. 28 EnfnancO quaes
Jejaõ os verdadeiros Judeos e a verdadeira circuncijaõ»
1 portanto inexcufavel es , ó homem, quemquer que fejas, que
[aos outros] julgas. a Porque n’aquillo que a o outro julgas ^rtz.Sam.izx
ty mesmo te condenas•, pois tu que [a os outros] julgas , as meirnas
coufas fazes. fcodlj
z-E bem fabemos que o juizo de Deus he fegundo verdade , fo- ’
bre aquelles que taes coufas fazem.
3 E cuidas tu, ó homé, que a os, que taescoufasfazem, julgas,
que, fazendo as tu , d’o juizo de Deus escaparás?
4 Ou defprezas tu as riquezas de fua benignidade, e paciência,
e ^longanimidade, c ignorandoque a benignidade de Deus * a arre- biPedr.^
*
pedimento te encaminha? 15
$ Mas fegundo tua dureza, eteu coraçaó impenitente, ^teathe- * Ou ,con-
fouras ira para o dia da ira , e da mamfeftacaõ do juílo juizo de JerJa0-
Deus. / . J J
6 e O qual rccompenfará a cada hum fegundo fuas obras: j j^0Tnt
7 A faberaosque, comperfeverançaembemfazcr, gloria, ehon- 22.
ra, e incorrupçaó procúraõ j a vida eterna: ePfal. 62:
5 f Mas a os que lam contenciolos , e desobedientes á verdade, ]3*
c obedientes á injuftiça indignaçaõ, eira. 7^.17:10.
9 Tribulacaõ c anguítia fobre toda alma d’o homem que o mal
obra, d’o Juáeo primeiramente, e [também] d’o Grego:
10 Porem gloria , e honra, c paz a qualquer que o bem obra: a Rom. 14;
o Judeo primeiramente, e [também] a o Grego. 12.
11 g Porque naõ ha aceitaçaó de peífoas acerca de Deus. i.Cor. 3:8.
12 Porque todos os que fem Ley pecaram, fem Ley também pe-^c*ryioí
recerám: e todos os que debaixo da Ley pecaram, pela Ley julgados
ferám, Si j Ó h Por- Jv.d.
f 2. Thejfi 1:8 •. g Deut.lQ
*. 17. 1. Parai. W Z 7• 7^J4ZI9- ^.10:34-
Gal.Zió. EpheJ.óty. ColoJJ.^:2^. l.Pedr. 1:17.
326 EPISTOLA DES. PAULO
h Matt. h (Porque naó os ouvidores d’aLey fam juftos diante de Deus ?
2I- Mas os obradores d’a Ley haó de fer juftificados.
7^1:22. 14 porque qUando as Gentes, quê naó tem a Ley , fazem natu-
i-ra]mente as coufas que fam da Ley: eftas, naó tendo Ley , pera fi
mefmas Ley fam.
[ComoJ aquelles que a obra da Ley, em feus coraçoens efcrita
moftraõ, teftificando juntamente fua confciencia , e acufandole ,
ou também efcqlandofe entre fi [Aw] pcnfamentos.)
iMatt.i^. 10 i ’N° dia em que Deus ha de julgar os íecretos doshoméspor
p. Jefu Chrifto , fegundo meu Euangelho.
kRom.y.4. 17 Vés aqui tu te chamas por fobrenome Judeo , * e te repoufas
na Ley, e em Deus te glorias:
iSE vontadefabes, e as coufasdiscordantes * provas, fen-
ininas. do pela Ley inftruido.
19 E confias que es guia dos cegos, luz dos que em trevaseftam
20 lnftruidór dos necios , Meftre dos ignorantes , [/J que tens
a forma d’a fciencia, e d’a verdade ’na Ley.
21 O que pois enfinas a outro , a ty mesmo te naõ enfinas ? O
que pregas que naó fe ha de furtar, furtas?
22 O que dizes, que naó fe ha de adulterar, adulteras'? O que
os idolos abominas , facrilegio cometes ?
23 O que ’na Ley te glorias, pela transgreflàm d’a Ley, a Deus
deshonras?
24 Porque blasfemado he o nome de Deus por caufade vosoutros
llfay.$2:$. entre as Gentes, / como eftá efcrito.
Ez,ech. 36: 27 Porque bem he a circuncifaó proveitofa, fe tu a Ley * guar-
23* dáres : porem fe tu daLey transgreflor es, em prepucio tua circun-
*°“’#s'-cifaófe torna.
26 Pois fe o prepucio os direitos da Ley guardar, naó ferá por
ventura feu prepucio por circuncifam reputado ?
27 E fe o que de natureza he prepucio, a Léy cumpre, [ui]
te julgará por ventura [aty] 9 que pela letra e circuncifam trans-
greflor da Ley es ?
25 ™ Porque naõ heJudeo, o que em publico ohej nem circun-
Rom. 9 .• 7.cifaó, a que em publico o he ’na carne :
29 Mas Judeo he, o que em oculto o he, « e circuncifam, a que
de coraçaõ , em efpirito , R] naó [ letra o he : cujo louvor
t.3. naó ^'"1 dos hc”5 fenaó de Deus. J

C A ••
AOS ROMANOS. Cap. III. PT
Capi.tulo III.
I
X Moflra o Apofiolo a avantagem que os Judeos tem» J E refponde a alguat
blasphemas objeiçoens , que por ventura alguém de fua antecedente doutrina tirar
poderia. 9 E prova com claros tefiimunhos do Velho Tefiamento, que bem e di­
reitamente dife que também os mesmos Judeos Jaó grandes transgrefiores da Ley
de Deus, lo Por iffo conclue que ninguém pelas obras da Ley Jerá jufiificado
diante de Deus. 21 Mas que Deus em fua palavra revelou outro modo de jufi-
ficaçaõ-, 22 A faber a jufiificaçao de graca pela fé em Chrifto Jefu, que por
feu fangue he feito noffa reconciliação com Deus. 27 Polo que a gloriaçao he
excluída i 29 Affi [era os Judeos , ccmo também pera os Gregos ou Gentios»

I /'A uai he logo a avantagem d’o Judeo ? Ou qual a utilidade d’a


^X^circunciíaó ?
2 Muyta em toda maneira: Porque, «quanto a o primeiro, as pala- aPfal-U?;
vras de Deus confiadas lhes foraó. 19.
2 Pois que ? Se alguns foraõ incrédulos , £ aniquilará fua incre- ^0?n'9 :
dulidade a fé de Deus ? bNum.i$»
4 * Em maneira nenhuã: c Seja Deus antes verdadeiro , Método Roj£* 9 .
homem mentirofo 5 como eftá efcrito : e Paraque fejas juftificado 2
em tuas palavras, e venças quando julgares. D»
5 E fe nofla injuftiça a juftiça de Deus encarece , que dirémos? ♦OmDew
Será por ventura Deus injufto trazendo irafobre [»«]? (Comoho­ nos livre,
mem fallo.) o\i.-tal nao
aja.
6 Em maneira nenhuã : d’outro módo , como julgará Deus a o c 33»
mundo? dP/al.116:
7 Porque fe a verdade de Deus , por minha mentira, para fua II.
gloria mais abundante foy , porque ainda também como pecadorePja/^v.6»
julgado fou?
*8 E naó [dizemos nos antes~\, (como blasphemados fomos, e como
alguns dizem que dizemos:) Façamos males, peraque venham
bens? cuja condénaçaó he jufta.
9 Pois que? Somos nos mais excellentes ? em maneira nenhuã5
porque ja d’antes aculado temos , affi a Judeos , como a Gregos,
/que todos debaixo de pecado eftaó: fGal.y.n',
10 Como eftá efcrito: ^Naóhajufto, nem ainda hum. */.
gP/i 14:
ti Naó ha ninguém que entenda , naó ha ninguém que a Deus 3»
busque. *45»3
12 Todos fe apartáraó, [e] juntamente foram feitos inúteis: naó
ha Que bem faça, naó ha nem [ainda^ até hum,
13 h Se»
I

EPISTOLA DE S. PAULO
h Pfal $: 13 h Sepulcro aberto he fua garganta : Com fuas lingoas tratao
IO- enganofamente: 'í Peçonha de aípides eftá debaixo de feus beiços:
iPJal. 140: j4 £ Cuja boca efta cheya de maldiçaõ e amargura.
4.
kPJdl. Io: 7. IS / Seus pees fam ligeiros pera derramar fangue.
I PrOV.Iló. 16' Deftruiçaó e miferia ha em feus caminhos.
l/aj.S9:7. 17 E o caminho de paz naõ conheceram.
m PJal. 56: 18 m Naõ ha temor de Deus diante de feus olhos.
2. 19 Ora nos fabemos que tudo o quca Ley diz, a os que eftám
♦ Ou>Cul- debuxo d’a Ley o diz, peraque toda boca fe tape, etodo o mundo
pave. * condenável [_diante\ de Deus feja.
nGal 2:16*
• Rom 7: 7. k20° n Poloque T * nenhuá carne ferá juftificada diante dVlle pelas
H^r.7;i8. obras da Ley., 0 Porque pela Ley he o conhecimento d’o pecado.
p Rom. I Z 21 Mas agora p fe manifeftou a juftiça de Deus fem a Ley, ten­
- 17. do teftimunho d^a Ley, e d’os Prophetas.
Phil. 3: 9. 12 Convém a faber a juftiça de Deus pela fc de JefuChrifto, pe­
ra todos, e fobre todos os que creem : porque naõ ha difterença.
23 Porque todos pccáram, c d’a gloria de Deus deftitufdos eftám.
24 q Sendo juftificados * gratuitamente por fua graça , pela re-
eraca ou demçam que cm Chrifto Jeíu eftá:
por nsdà, 25 r A o qual Deus propôs s [/w] reconciliação pela fé em feu
rj Cor- 5 ; fangue, pera demoftraçaõ de fua juftiça, pela remiflam dos pecados
19. d’antes cometidos , fob a paciência de Deus.
Colfíjf.v.iG. 26 Pera demoftraçaõ de lua juftiça ’nefte prefente tempo , pera-
#^•4:16. qUe ellejufto feja, e o que juftifica a o que cPa fé de Jefus he.
I 27 Aonde eftá logo a jaétancia ? Excluída he. Por qual Ley?
sExod 25- -Das obras? Naõ: fenaõ pela Leyd’afé.
27. ’ 28 t Afli que concluímos, que o homéhe juftificadopelafé, fem
t Aft. 13; as obras d’aLey.
3S. 29 He Deus por ventura fomente d’os Judeos ? E naõ o
^om }.he também d’as Gentes? certamente que também d’as Gentes
-IÓ P°rfluanzto hum Deus ha, o qual d’a fé acircuncifaõjuftifi-
e r,7'2^’ cará, e pela fé a o prepucio.
31 Desfazemos logo a Leypela fé? Em maneira nenhuá ; Antes
aLey, eílabelecémos. <
AOS ROMANOS. Cap. IV
Capitulo IV
I Adianta o Apofiolo e prova que o homem fe juStifique pela fé com o exemplo de
Abraham. 6 E o exemplo e teftimunho de David. 9 Declara pela circunfldn~
ciadéo tempo , em que Abraham recebeu 0 final d'a circuncifaõ 3 que nao fomente
a os Judeos, mas taobem a os Gentios a jtiffiça fe imputa pela fé. I3 Prova
também o mesmo d'a origem e firmeza d’a promefia feita a Abraham ,, que feria
herdeiro d'o mundo. 17 Defcreve despois a virtude e as propriedades d’a fé de
Abraham, 22 E tefiifica que a jufiiça , por efia fé lhe foy imputada. 1] E
que fegundo feu exemplo também imputarjeha a os que por Chrifto em Deus
crerão.

1 O Ue diremos l°g° ? a Quc Abraham noífo pae fegundo a carne aifay. .


^Xalcançou ? 2.
2 Porque fe Abraham pelas obras juftificado foy, gloria tem, mas
naó acerca de Deus.
3 Porque, que diz a Efcritura? b E creu Abraham a Deus , c foy b Gen
lhe imputado por juftiça. Gal. 3 : 6.
4 Ora a aquelle que obra, naõ lhe he o gaíardaó imputado fegun-
do graça, mas fegundo divida.
y Porem a aquelle que naõ obra, mas cré n’aquelleque a oimpio
juftifica , fua fé lhe he imputada por juftiça.
6 Como também David por bemaventurado pronuncia a o homem,
a quem Deus imputa a juftiça fem as obras:
7 [Dizendo], c Bemaventurados aquelles, cujas maldades faõ per- c praj
doadas, e cujos pecados fam cubertos: J *
8 Bemaventurado o homem, a quem o Senhor o pecado naóim­
puta.
. 9 Pois eftá efta pronunciaçaõ de bemaventurança [fomente] ’na
circúcifaó, ou também ’no prepucio? Porque dizemos que a fé foy
imputada por juftiça a Abraham.
10 Como pois [lhe] foy imputada ? eftando’na circuncifaõ , ou
’no prepucio ? Naó ’na circuncifaõ, fenaõ ’no prepucio.
11 E recebeu o final d’a circunciíàó [por] fello d’a juftiça d^dGen. 17-
fe, aqual [imputada lhe foy], peraque folie pae de todos os que crém II.
eftando ’no prepucio , a fim que também a juftiça imputada lhes
feja: 1
ii E Pae a’a circuncifam , [a faber ] ‘d’aquelles que naõ fomente
fam d’a circiincifam, mas que também andam em as pifadas da fé de
noífo pae Abraham, que ’no prepucio fora.
Tt i? Por-
n* EPISTOLA DE S. PAULO
1; Porque naõ pela Ley [fay] a Abraham, ou a fuafcmente [fei­
ta] a promefia que herdeiro do mundo feria , mas pela juftiça
d’a fé.
eGaf^is. 14 0 Porque fe os que fam da Ley , herdeiros faõ , esvaecida hc
logo a fé, e aniquilada he a promefia.
1$: 15 PorqueaLey obra ira. f Porque aonde naõ haLey, também
. naõ ha tranfgrefiàõ,
16 Portanto he pela fé, peraque feja fegundo graça 5 a fimquea
G<Z. 3’: i’9. promefia firme a toda a femente feja , naõ fomente a a que he d’a
gIfay. 51: Ley, mas também a a que d’a fé de Abrahamhe, g o qual hePae de
2. nos todos:
kGen, 17: I7 (Como eftá efcrito: Por Pae de muytas gentes te pus) pe-
rante aquelle a o qual creu [_a faber] Deus, que a os mortos vivifica,
e a as coufas que naõ lam chama, como que fe ja fofiém.
iS O qual contra eíperança , com efperança creu , que Pae de
z^.iç.3. muytas Gentes feito feria : conforme a o que dito [/be] fora; /Afii
perá tua feméte.
19 E naõfe enfraquecendo’na fé, perafeupropriocorpoja amor­
tecido naõ atentou, pois ja de quaficemannosera, [nem] tampou­
co que a madre de S,ara ja amortecida eftava.
k Joa. S ; 20 k E naõ duvidou d’a promefia de Deus por defconfiança; Mas
foy esforçado ’na fé, dando gloria a Deus :
Hebr, 11: 21 / E eftando certiflimo de que o que prometido tinha também
ii. 18. poderolo era pera o fazer.
IPfal. II5. 21 Polo que também imputado por juftiça lhe foy.
3•
w Rotn. 1$: 23 m Ora naõ fó por elle efcrito eftá, que imputado lhe fofie:
4» 24 Mas também por nos , a os quaes [também] imputado ferá ,
[a faber] a os que creem ’naquelle , que d’os mortos a Jefus nofiò
Senhor refufeitou.
25 O qual foy entregue por nofibs pecados , e refufeitou pera
nofiajuftificaçaõ.
A O S R O-M ANOS. Cap. V
Capitulo V-
I "Enfina Paulo > que fruitos procedem em nos pela justificação d'a fè, a faber >
paz com Deus 3 paciência , efperança e certeza d'o amor de Deus. $ Declara,
despois os fundamentos d'efta efperança e certeza a faber o teftimunho d’o
EJpirito Sanfio em nofios coraçoens , e a meditaçao que Deus entregou a Chrifto
’na morte por nos , fendo nos ainda inimigos. 9 E d'ifio conclue que deza mos
eftar certificados de nofia perjèverança , e que pofiamos d’ella gloriar em Deus.
11 Faz despois. huã contrapofirao entre Adam e Chrifto, e teftifica que como
pela transgrejfao de Adam 0 pecado e a morte viéraõ fobre todos os homens, afii
também a juftiça e a vida virdo fobre muytos pela obediência de Chrifto, 20 Fz-
nalmente declara por qual fim a Ley he dada.
i a Çendo pois juftificados pela fé, temos paz pera com Deus por
° noífo Senhor Jefu Chrifto. *
a b Pelo qual também temos entrada pela fé a efta graça , em
qual c firmes eftamos, e d nos gloriamos ’na efperança da gloria ázEphefx^L
Deus. ° bloa.W.^
3 E naõ fomente * mas também nos gloriamos Jnastribula- el±:
çoés : fabendo que a tribulaçaó obra paciência: Ephefi 2 •
4 E a paciência experiencia, e a experiencia efperança: ,■
5 E a efperança naó confunde , porquanto o amor de Deus eftá Hebr.' iq;
derramado em noífos coraçoés pelo Efpirito Sanóto que nos he dado. 19^
6 f Porque Chrifto , eftando nos ainda infirmos , morreu a feuc 1*0.15 :
tempo polos impios. 1.
7 Porque apenas morrerá alguém por hum jufto : porque polo ^ebr ^,
bom poderá fer que alguém oufará também morrer. 1 fE°h / 2 *
~S Mas Deus * encarece fua charidade pera com nofco , em que V.
Chrifto g por nos morreu, fendo nos ainda pecadores. Colòfitn^
9 Logo muyto mais agora , fendo ja juftificados em feu fangue, Hebr.9:i^,
ferémos por elle laivos d'a ira. “ 1. pedr. 3 ♦
10 Porque fe fendo nos [ainda] inimigos , fomos reconciliados
com Deus pela morte de feu Filho j muyto mais, fendo ja reconci-^H^r’ 9 :
liados, ferémos falvos por fua vida. r
11 E naó fomente [ifto] , mas também nos gloriamos em Deus 18 5 *
por noífo Sííor Jcíu Chrifto; pelo qual agora a reconciliação alcan- * Ou *, co«-
çamos. firma,
11 Poloque, como Apor humhomé entrou o pecado’no mundo,
e pelo pecado / a morte , * afii também a morte pafiòu a todos os &
homés, [fnaqueUe] cm que todos pecáraõ. E Ccr-1!> :
Tt 2 13 Por- , Qeiii'.
f 3: 17.18.19. 2?^,6:23. * Ou,
;;2 EPISTOLA DE S. PAULO
i; Porque até a Ley , eftava o pecado ’no mundo : porem o pe­
cado naõ he imputado, naõ avendo Ley.
14 Mas a morte reynou defde Adam atéMoyfes, até fobre aquel-
lcs que naó pecáraõ á femelhança d’a transgreflam de Adam, o
qual he figura d’aquelle que avia de vir.
iç Mas naõ he o dom gratuito , como a offenfa. Porque fe pe­
la offenfa de hum muytos morréraõ , muyto mais a graça de Deus,
e o dom pela graça, que de hum homem Jefu Chrifto he, fobre muy­
tos abundado tem.
16 E naõ he o dom como [a offenfa] por hum que pecou. Porque
bem he a culpa de huã fó [offenfa] pera condenaçaõ : Mas o dom
gratuito he de muytas offenfas pera juftificaçaõ.
17 Porque fe pela offenfa de hum, a morte por aquelle hum rey­
nou j muyto mais os que recebem a abundanciad’a graça, e do dom
da juftiça , reynaráõ em vida por effoutro hum , [convém a faber]
Jefu Chrifto.
18 Afli que como por huã offenfa [veyo a eufaa] fobre todos os ho­
mens pera condenaçaõ , afli também por huã juftiça [vem a graça]
lobre todos os homens para juftificaçaõ de vida.
19 Porque como pela defobedienciad’aquellehum homem, muy­
tos foram feitos pecadores 5 afli pela obediência deftoutro hum, muy­
tos ferám feitos juftos.
kfoa. 15 : 20 k Porem de mais d’ifto entrou a Ley, peraque aoffeníaabun-
daflé: /Masaonde o pecado abundou, [ahi] fobreabundou agraca.
4:^1$. 2I peraqUe como o pecado reynou pera morte, afli reynaflè tam-
g/Zj : 19. kcm a graça por juftiça pera vida eterna , por Jefu Chrifto Senhor
l Luc.fA’]. n°flo.

C A-
AOS ROMANOS. Cap. VI. m

Capitulo VI.'
I Enfina o Apoflolo desd’aqui por diante , que os que pela fé em Chriflo faojufi-
ficados também fe renovem e fanEilfquem pela virtude d’a morte e refurreiçaõ
de Chrifto, provando o pela fgnificaçao de noffo bautismo , $ Como também por
noffa união com Chriflo, polo que fomos mortos a o pecado com elle , e refitscita-
dos para hua vida nova, 9 Teflifica alem ddflo-, que , como Chriflo morreu fo­
mente hua vez» e por adiante fempre vive em gloria, nos também affi, fe cre­
mos y morremos a 0 pecado , pera por adiante viver janbtamente. 12 Tira ddiffo
bua exhortaçaò comum, a faber , que 0pecado naofe deva enfenhorearfobre nos, mas
nos fobre 0 pecado. 15 E dtdara que a graça de Deus e a liberdade , em que
eflámos também para iffo mover nos deva, 21 Finabnente conforta efla fua
amoeflaçao, pela meditaçaõ do fruito d’o pecado, que he a morte; e do fim d’a
faneiificaçaõ, que he a vida eterna, nos de graça por Cdriblo dada.
! Que diremos logo ? Permaneceremos em pecado, peraque a
v>\ffraça abunde?
2 Em maneira nenhuá. Nos que a o pecado mortos eftamos ,
como ainda ’nelle vivirémos? aGalat. 3:
3 Ou naõ fabeis a que todos quantos em Jefu Chrifto fomos bau- 27-
tizados em fua morte bautizados fomos? bColoffi ;
4. b Afli que eftamos fepultados com elle pelo bautifmo’na morte : T>12 _
peraque como Chrifto c reíufcitou d os mortos pera gloria d o Pae, lo.
afii d andemos nos também em novidade de vida. n. ’
5 e Porque fe com elle huã mefma pranta feitos fomos ’naconfor- dEphefi:
midade de fua morte, também [fna conformidade dc fua~\ relurreiçaõ o -3;
leremos. . \
6 Sabendo ifto , que noflo velho homem fcom [<?//«?] crucifica-
do foy , peraque o corpo d’o pecado desfeito feja: Paraque mais aLpJril’.^
o pecado naõ firvamos. eRom&u.
7 g Porque o que ja he morto , juftificado eftá d’opecado. Coloff.y.i»
8 h Ora fe ja com Chrifto morremos, cremos que também com/G^/.?:2o.
elle vivirémos. *
p-Aí 4*
9 i Sabendo que avendo Chrifto refufeitado d’os mortos, ja mais
naõ morre: ja a morte d’elle mais fe naõ enfenhoréa. ’'
10 k Porque que morreu, a o pecado huã vez morreu : e que vi- r upedr .4:
ve, a Deus vive. 1.
11 Afli também vosoutros, fazei conta que em verdade ja a o hi Tim. 2:
recado mortos eftaes; Mas a Deus vivendo em Jefu ChriftoSenhor TI-
p k l.Pedr.i;
Tt j 12 Por 14.
354 EPISTOLA DE S. P A UL O
ri Por tanto nain reyne o pecado em voíTo corpo mortal, pera
lhe obedecer em fuas'concupiiccncias.
i? Nem tampouco apreíenteís voíTos membros a o pecado por
iLuc.v.y^. inftrumentosde iniquidade: /Mas aprefentaevos a Deus, comofen-
jR(7w.i2: i. do de mortos [feitos] vivos, e voílos membros por armas de juftiça
Galai
* 2 . Deus £ aprefentae J.
2o; . 14 porqUe o pecado naó fe eníenhoreará de vos outros; pois naõ
i IWr 4*2'. e^aes de baixo d’a Ley, fenaõ de baixo d’a graça.
15 Pois que ? Pecaremos , porquanto naó elíamos de baixo d’a
Ley fenaó de baixo d’a graça? Em maneira nenhuã. ,
w7^ 8:34. Nam fabeis vos , m que a quem vos aprefentardes por fervos
1'i9 1Spera [//^O obedecer, fois fervos d’aquelle a quê obedeceis, ou d’o
pecado pera morte , ou d’a obediência pera juftiça?
17 Porem graças a Deus que [bem] éreis vos fervos d’o pecado:
Mas [que agora] dc coração obedeceftes a a forma d’a doutrina, a
que entregues eftaes:
nloa.S-.yi. ig 71 E fendo libertos d’o pecado, fervos d’a juftiça feitos eftaes.
iP^2‘ 19 Como homem fallo, pola fraqueza de voflà carne. Que co-
’ * * mo aprefentaftes voífos membros ferviré á immundicia e á
maldade pera maldade: Afliapreíentaeagora voftòsmembros [pera]
fervirem á juftiça em fanétificaçaõ.
• 34. 20 0 Porque quando éreis fervos de pecado, livres eftáveis d’a ju­
ftiça.
21 Pois que fruito tinheis entam d’as coufas de que agora vos en-
vergonhaes? Porque o fim d’el)as he a morte.
22 Mas agora, libertos d’o pecado, efeitos fervos de Deus, ten­
des voflo fruito cm íanétificaçaõ , e [por] fim á vida eterna.
/>Gé>«.2‘.i;. 23 p Porque o falario d’o pecado, he a morte: q Mas o domgra-
12. tuito de Deus, he a vida eterna, por Jefu Chrifto Senhor noílò.
I. Cor. 15:21. Jacob.l'. 1$. q l.Pedr. I : 3.

Cl-
AOS ROMANOS. Cap. VII.
Capitulo VII.
I Avendo ja o Apofolo 'no Capitulo precedente declarado , que o pecado nao mais
fe enfenhoree Jobre os que em Chrifto eftaõ , como fe enjenhorea jobre osqueefaõ
de baixo d’a Ley, prova ijfo pelo exemplo da joltitra de hua mulher do Senho­
rio de feu marido pela morte do mando. 4 E aplica 0 a os regenitos. 7 Enfina
tdobem por qual fim Jerve a Ley , e prova que a Ley nao he cauÇadora do pe­
cado em os irregenitos ainda que 0 pecado je enjenhoree Jobre elles pela Ley.
14 Defcreve dejpois a batalha entre a carne e 0 Ejpirito } e moftra 0 poder que »
refto d’a carne tem ainda contra 0 Espirito em os fieis. 24 Conclue efa deda-
raçaõ com queixa e dejejo de totalmente fer livre d'efa batalha J dando junta-
mente graças a Deus pola redemçao ja feita.

1 'Njaõ fabeis vos, irmaõs, (porque com os que a Ley entendem


fallo) que a Ley fe enfenhorea d’o homé todo o tempo que
vive ?
* * Porque a mulher que fob o marido eftá , vivendo o marido, i.Cor.p:
eftá lhe b obrigada pela Ley: porem morto o marido, livre eftá da 39.
Ley d’o marido. , bi.Cor.q',
3 c Afti que vivendo o marido, ferá chamada adultera, fe de-ou- 2*lo-
tro marido for •> mas morto o marido , livre eftá d’a Ley : de ma- c Matt' 15:
neira que naõ ferá adultera, fe de outro marido for.
4 Afii que, irmaõs meus , d também vos mortos a a Ley eftaes dGalz-.i9-
pelo corpo de Chrifto, peraque d’outro fejaes, [a jaber] d’aquelle i* Redr.^.v
que d’os mortos refufeitado foy, peraque a Deus fruétifiquemos.
Porque quando ’na carne ellávamos , os afFeétos d’os pecados,
que faõ pela Ley , em noflos membros obi-ávaó, pera para a morte
fruõtificarem.
6 Mas agora livres d’a Ley eftamos, fendo mortos aaquella, em
que reteudos eftávamos: afli que firvimos e cm novidade dc Efpiri- e Rom- 1:
to e naõ [em] velhice de letra. . 29-
7 Que diremos logo ? He a Ley pecado ? Em maneira nenhuã: 2*Cor’3:6,
f Antes eu naõ conheci o pecado, fenaõ pela Ley. Porque taõpou-y Rom, ? .
co foubéra eu [que] concupifcencia [pecado era] , fe aLey naõ diflera: 1O.
g Naõ cobiçarás. Hebr.y\i3.
8 h Mas o pecado, tomado ocafiam pelo mandamento , em my gExod.zo:
toda concupifcencia obrou. Porque fem a Ley morto eftá o pecado. V-
9 E fem a Ley , vivia eu * algurn tempo: Mas vindo o manda-
mento reviveo o pecado , porem eu morri. *
10 E 4:15;
f 5: zq. Gal.j: 19. * Ou^ antlgamente ou, 0 tempo paflddo»
^<5 EPISTOLA DE S. PAULO
10 E o mandamento que era pera vida, me foy achado pera
morte.
11 Porque o pecado tomando ocaíiaõ pelo mandamento, me en­
ganou, e por elle [me] matou.
H.Tzw.iiS. n / Afli que a Ley fan&a he, e o mandamento fan&o , ejufto,
e bom.
13 Logo tornoufe me o bom em morte ? Em maneira nenhuá.
Mas o pecado [/e me tornou em morte}, peraque fe moftrafle [/er] pe­
cado , obrandome a morte pelo bem : a fim que o pecado, pelo
mandamento, fe fizefle exceflivamente pecante.
14 Porque bem fabemos que a Ley he efpiritual: Mas eu foucar-
:nal, k vendido debaixo de pecado.
*O c P°rAue 0 9ue faÇ°5 naõ o * aprovo. Z Pois o que quero iflo
, U/ C°~ na° faÇ°’ mas 0 que aborreço, iflo faço.
iGal.yiy. 16 E fe o que naõ quero faço, confinto com a Ley, que he boa.
17 De maneira que agora ja cu mais aquillo naõ faço , fenaõ o
pecado que em my habita.
m Gen, 6 : 18 m Porque eu fei que em my, iflo he cm,minha carne, naõha-
$. bita bem algum : porque o querer em my eftá: porem efteituar o
«>8: 21. bem, naõ o * alcanço.
G)\x,acho, 19 Porque o bem que quero naõ o faco; mas o mal que naõ que­
ro, efle faço.
20 Ora fe eu o que naó quero faço , ja eu o naõ faço , fenaõ o
pecado que em my habita.
21 Afli que efta Ley [em acho, que quando o bem fazer que-
* Ou j eflá ro, o mal * me he proprio.
. 21 n Porque prazer 5na Ley de Deus tenho fegundo o homem in-
* 3vterior.
oGaiw. 0 Mas vejo outra Ley em meus membros, que batalha contra
*Ou,w-a Ley de meu * entendimento , e me prende debaixo d’a Ley d’o
mo. pecado, que em meus membros eftá.
24 Miferavel homem de my ! Quem me livrará d’o corpo d’efta
morte?
25 Graças dou a Deus por Jefu Chrifto Senhor noflo.
*Ouj ani- 26 Afli que eu mefrno com o * entendimento íirvo a a Ley de
mot Deus, com a carne a a Lev d’o pecado.
AOS ROMANOS. Cap. VIII, 337
Capitulo VIII.
I toufas atè agora declaradas tira o Apoftolo efta confolasao . a faber , que
nenhuá condenas ai ha pera os fieis. 4 E amoefta os com diverfos motivos de
que naõ andem fegunào a carne > mas fegundo o Espirito
* 17 Declara que a forte
dos fieis he padecer com Chrifto ’nefta vida , mas juntamente conforta os com a
grandeza d’a gloria que despois ha de feguir, 19 E propoem lhes 9 exemplo de
toda criatura 3 a qual tem defejo natural d'ella, 2] Conjola os taõhem com a
efperansa que elles mesmos d'ella tem. 26 E com a ajuda d’o Efpirito Sanf/o
3na orasalh 28 E juntamente com a certeza que naõ obftante Juas paixoens >
tem de fua eleisaÕ , vocaçao 3 juftificaçaõ , e glorificação. I Conclue efta con­
fiola çaõ com a gloriaçaÕ em Chrifto contra toda a acujasaÕ e impedimento. tf E
os affegura que em tudo hao de vencer por Chrifto.

1 A flique agora nenhuá condenaçaõ ha pera os que em Chrifto^ [9a^.


Jefu eftám , que naó andaõ fegundo a carne , mas fegundo ,8’
Efpirito. 22. *
2 a Porque a Ley d’o Efpirito de vida , em Chrifto Jefu, me li- Galat.tf.i.
vrou d’a Ley d’o pecado, e d’a morte. b Aft.x^;
3 b Porque o que era impoflivel a a Ley, porquanto pela carne in- ?9-
firma eftava 5 enviando Deus a feu Filho em lemelhança de carne^X *
Auí'
de pecado, e \_iJF>~\ polo pecado, c condenou a o pecado em a carne.
4 Peraque o juro d’a Ley fc cumprifle em nos, que naõandamos i9,
fegundo a carne, mas fegundo o Elpirito. ci.Cor.^;
5 Porque os que fegundo a carne lam, as coufas d’a carne * ima- *1.
ginaó: mas os que fam fegundo o Efpirito , as coufas d’o Efpirito.
6 Porque a * imaginaçaó d’a carne , he morte j mas a imagina-
çaõ d’o Efpirito, he vida e paz. Tj °r'
7 Porquanto a imaginação d’a carne he inimizade contra Deus: * Ou, fa-
Pois á Ley de Deus íe naõ fugeita : porquanto também naõ podor bem.
S Portanto os que ’na carne eftáõ, a Deus agradar naõ podem. * Ou , fa-
9 Porem vosoutros naõ eftaes’na carne , lenam ’no Efpirito, fe ^oria»
he que o Efpirito de Deus e em vos habita. Mas fe alguém o Efpi- e í‘Cf)r*V
rito de Chrifto naó tem, o tal naó * he feu. * qJ
10 E fe Chrifto em vosoutros eftá, morto em verdade eftá o cor- pertence,
po por caufa d’o pecado ; mas o Elpirito he vida por caufa d’a
ftiça. 5.
11 E fe o Efpirito d’aquclle que d’os mortos a Jefus refufeitou cm t-c^/:t4.
vos habitaj f aquelle que a Chrifto d’osmortosrefufeitou, também2* Cor' 4*
a voflòs corpos mortaes refuscitará , por feu Elpirito , que cm vos c
habita. Vv "■Dedfiff
p* EPISTOLA DE S. PAULO
12 De maneira, irmaós, que devedores fomos, naõ a a carne,
peta viver fegundo a carne.
13 Porque fe fegundo a carne viverdes , morrereis : Mas fepelo
Efpirito as operaço-ns d’o corpo mortificardes, vivireis.
: 14 £ Porque todos quantos fam guiados pelo Efpirito de Deus,
fam filhos de Deus.
: 15 h Porque nam rccebeftes o Efpirito de fervidam , para outra
vez em temor j i porem recebeftes o Efpirito de adopçaõem
■ filhos, pelo qual clamamos , Abba, Pae.
16 k O mefmo Efpirito teftifica com noífo efpirito , que fomos
’ filhos de Deus.
17 E fe fomos filhos, fomos logo também herdeiros 5 herdeiros
de Deus, e coherdeiros de Chrifto: He porem com [elle] padece­
S. mos, peraque também com [eZk] glorificados iejamos.
1 : iS m Porque para my por certo tenho que as affliçoés d’eftc pre-
r4.’ 50 fente tempo naõ faó * pera contrapefar com a gloria que revelada
Z2.7/W.2 nos ha de fer.
11.12. 19 Porque efperando , [como] com cabeça levantada, espéraacri-
w Matt. j atura a manifeftaçaó d’os filhos de Deus.
12. 20 Porque a criatura fugeita á vaidade eftá, naó porfuavontade,
2. Cor, 4 mas por caufa d’o que [a vaidade]'! fugeitou.
17. 21 Com efperança que também a meíma criatura ferá liberta d’a
Philip. 3
20. fervidam de corrupção , pera a liberdade d’a gloria d'os filhos dc
I. Pedr.4 Deus.
U- 22 Porque bem fabemos que toda a criatura â huã fufpíra, ejun-
I. loa, 3: I. tamente até agora [como] com dores de parto eftá.
23 E naó fomente [ella], mas também nos mefmos , que as pri­
'* Ou, con- mícias d’o Elpirito temos , nos mefmos [digo] em nos mefmos fus-
dtçnas d‘a
gloria J^c. puamos, cfperando a adopçaó em filhos [<.onvem aJaber] n a redem-
OU . çara çam de noífo corpo.
comparar 24 Porque em efperança falvos fomos. Ora a efperança que fe
&c. vé, naó he efperança : Porque o que alguém vé, porque também
n Luc. 21 • o efperará?
28. 25 Mas fe o que nam vémos esperamos , com paciência o cfpe-
ramos.
2ó E d’a mefma maneira também o Efpirito a noífas fraquezas
« Matt 2o- [v^tamente] ajuda : o Porque naó fabemos , como convém, o que
22. ‘ orar devemos; Mas o meímo Efpirito por nos com fufpiros incffa-
Jacob.4', 3. veis intercede.
27 E
AOS ROMANOS. Cap. VIII. *
33
±7 F o que os corações efquadrinha, fabe qual a intenção d’o
Efp irito feja: Porquanto polos fanétos, fegundo Deus, intercede.
2S E bem fabemos , que a os que a Deus amaõ todas as coufas
juntamente em bem [lhes] ajudam , [convém aJaber~\-) a os que fc-
gundo propofito fam chamados.
29 Porque a os que d\mtes conheceu , também os predeftinou,
para conformes a a imagê de feu Filho ferem , peraque p o primo-p^/.i:
genito entre muytos irmaós leja.
30 E a os que predeftinou , a efles também chamou : c a os que
chamou, a eífestambém juftificcu: e aosquejuftificou, aellestam­
bém glorificou.
31 Pois que á eftas coufas diremos? q Se Deushe por nos, quem qNum. 14:
ferá contra nos ? s-
32 Aquelle que nem até a r feu proprio Filho perdoou, antes por rGen. 22:
nos todos o entregou: Como também com elle todas as coufas nos
naõ dará? !/
*/•/3
33 Quem acufaçaõ contra os efeolhidos de Deus * intentará
/Deus he o que juilifica. ,
34 Quem he o que condenará ? Chrifto he o que morreu , e o
que mais he, o que também refufcitou : o que também á [wò] di- '
reita de Deus [wo] ; t o que também por nos intercede. * ’
37 Quem nos apartará d’o amor de Chrifto? Tribulaçaõ, ouan- ’’
guftia , ou períeguiçam , ou fome, ou nueza, ou perigo, ou
efpada ?
36 (Como eftá efcrito: u Porque por amor de ty todo o dia fomos u pfal, 445
mortos j como ovelhas d’a * carniçaria eftimados fomos). 23.
37 Antes em todas eftas coufas lomos mais que vencedores, por i.Cor. 4:9.
aquelle que nos amou. 2 Cor 4:11.
38 Porque certo eftou, que nem morte, nem vida, nem Anjos,*
nem Principados, nemPoteftades, nem o prefente, nemoporvir.
39 Nem altura, nem profundeza, nem alguáoutra criatura apar­
tar nos poderá d’o amor de Deus, que em Chrifto Jefu Senhor
nollò eftá.
EPISTOLA DE S. PAULO
Capitulo IX.
Teftifica o Apoftolo fua grande trifteza fobre o endurecimento d'os ftdeos contra
Chrifto e fua doutrina antecedente, 4 E relata a avantagem que Deus lhes deu
’no Pelbo Teftamento fobre outras nações j 6 Prova que as promeffas de Deus
toda via naõ faõ inefficaz.es > porquanto nao a os filhos d a carne mas a os d'a
promeffa , ifto he , a os eleitos } faõ feitas: provando o primeiramente com o
exemplo de Ifmael e lfaac. Io E despois com o de Efau e Jacob. 14 Declara,
pelo exemplo de Moyfes e PharaÕ . que Deus 3 elegindo a hum e regeitando a
outro t fempre he jufto. 19 Refponde a buas objeiçoes d’a carne e moftra com
n femelhança de' hum oleiro que Deus tem poder pera affi fazer. 24 Declara
juntamente que elles eleitos também efficazmente fe chamao de Deus , affi d*os
Judeos > como principalmevte d’os Gentios. 2Ç E prova ifto por diverfos tefti-
munhos dlos Prophetas. 30 Finalmente explica a próxima caufa por que os Gen-.
tios alcançdraõ a juftiça pelo Meffias e a mór parte d’os Judeos d*clla alienados
fao.

dRom.l'. 9.1 a TTerdade digo em Chrifto, naó minto, (dando me minha con-
Z.Cor.V,!^. * fciencia juntamente teftimunho pelo Efpirito ia neto).
eir.il. 2 Que grande trifteza e continuo tormento cm meu coraçaõ tenho»
Galat.v.io. 3 b Porque [bem] delejára eu mefrno de Chrifto feparado * fer
• /

Philip.M. por meus irmaõs, que meus parentes fegundo a carne iam :
l.TZ<2/ 4 c Qye lam Ifraèlitas, - - ■ '
d’os quaes he a adopçaõ em filhos , e a
5- gloria , d e os concertos , e a data d’a Ley , e o culto £ divino], e
<5 : 27.»’as promeflas:
.bExod.yi
*
32. 5 D’os quaes. fam os paes , e d’os quaes he Chrifto quanto á
Rmio: 1. carne, c o qual he Deus fobre todos bendito eternamente : Amen. »

*Oib^z- 6 [o [d?go]f como fe a palavra de Deus descahi-


o que] porem naó [^j/como
tkema. ouveíle : & Porque nem todos, os que faõ de Ifraêl, [por iffio]
fDout.y:ó.jf rã
Ifraêl^[ ffam.
artE
Rom. 2:17. 7 pb jq Nemerh por femente de Abraham ferem , por iflo todos filhos
aVj r' fam ( : i mas, em lfaac te ferá chamada femente.
»
dEphef.2\
12» ‘ 8 Ifto he, naó os filhos d’a carne,- fam os filhos de Deus: k mas
tjer.iyd). os filhos d’a promefia , por femente contados fam.
Joa. I: I. < 9 Porque efta he a palavra d’a promefia: /Perto d’efte tempo vi-
-/#?.2o;xS.rei, e Sara hum filho teráL
Rom. 1:4. 10 E naó íomente [ffi«:] m mas também Rebeca [prova ^iftohe]^
Hebr. 1; S. quando de hum concebeu , [a faber de] noíTo pae lfaac.
9. Io.
fNum. 23; 11 Porque naó fendo ainda [ os meninos ] nacidos, nem bem 5 nem
19. mal
R°m. 3 : 3.2. Tim. 2 ; 13. gjoa. 8: 39. Rom. 2:28’ h Galat. 4: 23. tGen, 21:12, Gal-\ 13 9,
Hebr. II: l8« k Gal, 4; zS» l Gen. 18 ; Io. m Gen. 25 ; 21»
AOS ROMANOS. Cap. IX. Hl
mal avendo feito , peraque o propolito de Deus , que he fegundo
a eleiçaõ , \_firme] ficafle , naõ pelas obras, mas por aquelle que
chama :
ii Lhe foy dito : » O mayor fcrvirá a o menor. nGen. 2$ ;
13 Como eftá efcrito: * A Jacob amei, e a Efau aborreci. 23-
14 Pois que diremos ? p Que há injuftiça acerca de Deus ?
maneira nenhuã. pDeut.ii'.
1$ Pois a Moyfes diz: q Compadecer me hei d’o que me compa- 4 ’5
-decer, e mifericordia terei d’o que mifericordia tiver. i.Chroni^
16 Afli que naõ d’o que quer , nem d’o que corre , fenaõ 7»
de Deus quefe compadece. * 4: io.
37^
17 Porque a Efcritura diz a Pharao : r Para ifto mefmo te levan- 3P
tei, para em ty minha potência moftrar, e para que meu nome em,.
toda a terra denunciado feja. *
jS Afli que d’o que quer fe compadece, e ao que quer endurece.
Dirme has logo: Porque [pozjJ ainda 1'e queixa? Porque quem
a fua vontade refiftio?
20 Mas antes , ó homem, quem es tu , que contra Deus conte-
ftes? / Porventura dirá a coufa formada a o que a formou , Porque 186.
afli me fizefte ?
21 Ou naó tem o oleiro poder fobre o barro , pera de huã mes­
ma mafla fazer t hum vafo pera honra, e outro pera desh cria? ti.Tim, 2:
22 E fe Deus, querendo moftrar [/úa] ira, e dar a conhecer fua zo*
potência , fuportou com muyta paciência os vafos de ira, peraper-
diçam preparados :
23 E para dar a conhecer as riquezas de fua gloria ’nos vafos de
mifericordia, que para gloria ja d’antes preparou?
2^ A os quaes também chamou , [convém * faber} a nos outros,
naõ fomente d’entre os Judeos, mas também d’entre as Gentes? uHof2:22,
25 Como também em Ofeas diz : u A o que meu povo naõ éra :
meu povo chamarei: e a a que amada naõ era , amada
26 E ferá, que ’no lugar , aonde dito lhes foy : x Vosoutros * pe^r Io.’
meu povo naó fois, ahi filhos d’o Deus vivente chamados, feráó. ’ Io,
27 E tainbem Ifayas clama acerca de lfracl: y Aindaqueonume-^ijay, io:
ro d’os filhos de Ifraèl como a area d’o mar fofle , o reftante falvo 22.
ferá. * Ou,corta»
28 Porque o Senhor dá fim , c o negocio em juftiça * abrevia: * ° L? cor"
Pois hum negocio * abreviado fobre a terra fará.
22 E como Ifayas d’antcs difle: % Se o Senhor * Zebaoth femente
VV 3 nos exercitof.
34i EPISTOLA DES. PAULO
n€ex'. l?:nos naó deixára, a comoSodoma feitos foramos, e a Gomortha fe-
24- melhantes feriamos.
-o pois que diremos ? Que as gentes que a juftiça naó bufeávaõ,
^70W‘S°:* juftiça alcançáraó? [S/.J Porem a juftiça que he^pela fé.
: 51 Mas Ifraêl, b que aLey d’a juftiça buscava, a aLeyd’a juftiça
46. naõ chegou.
bRom. 10: 32 Porque? Porque [a bufcdvao'} naó pela fé, mas como pelas
2- obras d’a Ley: porque ’na pedra de tropeço tropeçáraó.
p 11: 33 Como eftá efcrito : <- Eis que em Siaó ponho a pedra de tro -
* 11 PeÇ° ’ e a rocha de efcandalo :
d 22 todo aquelle que ’nclla crer,
IfayÀ : 14. confundido naó ferá.
Matt. 21:41. df/al. 2 *. 12.' Pm/. 16:20. Ifay. 2$ : 16. 17:7.
Capitulo X.
I Despois que 0 Apofiolo tefiificou de fua boa affefaò para os Judeos j trata mais
largamente d’a próxima cauza de Jua contumácia d3elle$ contra Chriflo. Pro-
poem então com a mefma palavra de Moyfes a dijferença entre a juftiça d’<i
Ley j que os Judeos abraçavab, e a jufliça d'a fé j que regeitávaõ e defcreve
a ambas com fuas propriedades. 12 Declara que Deus agora chame pela pre­
gação d’o Euangelho j em todo 0 mundo } á fé em Chriflo} aff os Judeos 3 como
os Gregos. 16 Mas que a mór parte d’os Judeos eraõ desobedientese os Gentios
a 0 contrario obedientes a efle chamamento. 19 E prova que iflo ajfl pelos Pro-
phetas predito era
*
I Trmaós, [quanto a] á boa afteiçaõ de meu coraçaõ , c á oraçaó
Aflzi-x ^que a Deus por líraèl pera [tua] falvaçaó he.
Rom 9- 31. * Porque teftimunho lhes dou, de que a zelo de Deus tem, mas
Galat.4 17. naó com entendimento.
*O\iJugei- 3 Porque naó conhecendo a juftiça de Deus , e procurando fua
tos nao propria juftiça eftabelecer, a juftiça de Deus * fe naó fugeitaõ.
/*>
'fláv. 4 h porque o fim d’a Ley he Chrifto, pera juftiça de todoaqueL
bMatt. $ . ]e que Cré.
xài
2
* ‘.3S. 5 Porque Moyfes defcreve á juftiça que he pela Ley [dizendo f\
2. Cor. 3°:c O homem que eftas coufas fizer, por ellas vivirá.
13. 6 Mas a juftiça que he pela fé, diz afli: d Nam digas em teu co-
Galat 3:24.raçaó, quem a o Ceo fubirá? iflo he [de riba"] a Chrifto trazer.
cLevjS:^ 7 Ou, quem a o abysmo defeenderá? iflo he d’os mortos aChri-
£2^- 20 ‘ fto a trazer tornar.
Galat^m- 8 Poreir 9ue diz? Junto a ty a palavra eftá cm tua boca e cm teu
dDeut \o't coraçam. Ella he a palavra d’a fe, que pregámos»
J2. ’ 9 [a
AOS RO M ANOS. Cap. X.
ç [yíSe com tua boca a o Senhor Jefus confeffáres, e em
teu coracam creres, que Deus d’os mortos o refufcitou, falvoíerás.
10 Porque com o coraçaó fe cree pera juftiça , e com a boca fe
faz confiílam para falvaçam.
Porque a Efcritura diz : * Todo aquelle que’nelle crer , con-2$ ;
fundido naõ ferá- 3^«
11 t Porque naó ha diftcrença , nem de Judeo , nem de Grego: &om‘ 9:33 *
Porque hum mcimo he o Senhor de todos, rico pera com todos os/b^.i?:?.
que o invócaõ. 3; 22.
g Porque todo aquelle que invocar o nome d’o Senhor , ferá gloel.i^z
*
falvo. .Afô. 2; 2i»
14 Como invocaram logo [a aquelle] em quem nam créram ? E
como creram [ naqueUe] de quem naõ ouviraõ? E comoouviraõ fem
[aver] quem [Z/w] pregue?
E como pregaráõ fc enviados naõ forem? Como eftá efcrito:
h Quam fermofos fam os pés d’osque a paz denunciaõ, d’os que as^ IZ7. $1:
Couías boas denunciaõ! ?•
16 Mas naó todos a o Euangelho obedecerão: Porque Ifayas diz: 1 •’
iSenhor, quem a nofta pregaçaõ creu?
17 Afli que a fc he pelo ouvir , e o ouvir pela palavra de Deus. Joa.iv
15 Mas digo: Porventura naó [< *] ouviraõ? Antes certo k por
toda a terra leu foydo lahiu , c fuas palavras até os cabos d’o
inundo.
19 Mas digo : Porventura naõ [0] conheceu Ifraèl ? Primeira- iDeut. 32;
mente Moyfes diz : / A ciúmes vos provocarei com [aquelles] que 21.
povo naõ f/jõ: ] com gente ignorante â ira vos provocarei. ml[ay. 6;:
20 E llayas fe atreve, e diz: mAchado fuy d’osquemenaõbufcá-
vam: maniíefto fuy a os que por mim naó perguntávaõ. » JAr.65.2.
21 Mas contra Ifraèl diz : « Todo o dia minhas maõs eftendi á
hum povo rebelde e contradizente.
54*1 EPISTOLA D'E S. PAULO

Capitulo XI.
i Avendo o Apo/lolo fallado d'o regeitamento d'os Judeos e d'o chamamento ddos
Gentios enfina que efie regeitamento nao he univerfal de todos os Judeos ■> •
que prova com feu proprio exemplo. 1 Como também com a immutabilidade d’a
divina eleição , e com o exemplo d’os tempos de Elias, Porem que os que d'elles
fe falvao, nao por Juas obras mas pela graça 3 fe falvem. 7 Eque os outros por
feu endurecimento pereçaÕ. S O qual fe prova d'a Efcritura
* 11 Defpois amo-
ella a os Gentios que nao fe exalcem contra os Judeos , porquanto feu regeita-
mento (delles , deu ocafiaÕ a 0 chamamento d'os Gentios pelo qual os Judeos
também > feguindo 0 exemplo dos Gentios , feráó despertados pera crer juntamen­
te com elles, porquanto pertencem a 0 concerto. I7 D’o qual os Gentios j antes
que fe chamavao, eraõ alienados 4 Jendo de pura grasa chamados a elle. 19 Polo
que os Gentios bem devem atentar . que também nao fejao regeitados por amor de
fua desobediencia. 2$ Para mesmo fim revela elle hum myfierio , a faber que
despois d’a converfam d’os Gentios também os fudeos convertidos Jerám confir­
mando 0 pela Escritura Sagrada , e pelo amor que Deus ainda tinha pera com
elles por via d os paes, 30 Affi que efife mefmo Deus que fez grasa a os Gentios 9
quererá também faze la a os Judeos. 33 Einalmente fe espanta d’a profunda
Jabedoria de Deus que refplandece em Jeu governo acerca ala falvasao d’os ho­
mens. 36 Cujo principio y procejfo e fim lhe fó fe atrtbue.

aferem.i T\igopois, * Porventura regeitou Deus a feu povo ? Em manei-


37. ra nenhuã: h porque também eu fou Ifraèlita, d’a fementede
bz.Cor.iv. Abraham, d’a tribu de Benjamin.
2 Deus naó regeitou a feu povo, a o qual d’antesconheceu. Ou
* naõ fabeis o que a Efcritura de Elias diz? Como á Deus contra lf-
raèl falia, dizendo,
e í.ReysA?: 3 c Senhor, a teus Prophetas matáraó, e a teus altares derribáraó:
lo. e eu fó fiquei, e * a morte me procúraó.
* Gr. mi­ 4 Mas que lhe diz a divina repofta ? d [Ainda'] fete mil varoés
nha alma
buscao. me refervei, que os juelhos diante de Baal naó dobráraõ.
d I. Reys 3 T e Afii que também agora ’nefie tempo ficou hum reftante, fc-
19:: ”18. gundo a eleiçaó d’a graça.
e Rom. 9 ; 6 fE fe he por graça, ja pelas obras naõ he : d’outra maneira ja
f n7’. . a SraÇa na° graça/ E fe he pelas obras , ja naó he [por] graça:
T eut.%4, d’outra maneira ja a obra naõ he obra.
I Rom. 9 : 7 Pois que? g O que Ifraèl bufca, naõ o alcançou : Mas os elcí-
31. tos o alcançáraõ, e os outros endurecidos foraõ,
29; ? (Como eftá efcrito : h Deulhes Deus Efpirito de profundo fo-
l€>’ no;
AOS ROMANOS. Cap. XI. 34?
no : i olhos pera nam veré , e ouvidos pera naõ ouvirc) até o div W. 6:9:
•de hoje. .
9 E David diz : k Sua meia fe lhes torne cm laço, c emarmadi- ** "
lha, e em tropeço, e por fua retribuiçam. *4
^/m ‘i2.
10 Seus olhos fe eícuréçam pera naõ verem, e as coílas continu- g.Io.
amente lhes encorcóvem. loa. 12:40.
11 Digo pois: Porventura tropeçáraó peraque cayflem? Emma- -4£.2S:26.
neira nenhuá: mas por fua cayda [veyo] a falvaçaõ a as Gentes, pe- kPjaL 6y:
ra a ciúmes os provocar. 2^‘
12 E fe fua cayda a riqueza d’o mundo he , e fua diminuição a* ,
riqueza d’as Gentes, quanto mais * fua plenidam? v>jeu,
13 Porque com volco fallo, Gentes, / por em quanto d as Gentes t
Apoftolo fou , meu miniflerio * illuftro. lÀft.y. iç.
14 [Per ver] fe em maneira alguã a [w de] minha carne a ciúmes e 13:2.
provocar pofla, e á alguns d?elles falvar. <?2i.-2i.
iç Porque fe feu regeitamento he d’o mundo a reconciliação, Galat.1:16. •
qual ferá o recebimento, fe naõ vida d'entre os mortos?
16 E fe as primicias fam fanéhas , também a maíTa [0] he : e fe
a raiz he fancta, também os ramos [0] fam. 7^ 1 :
17 E fe alguns d’os ramos quebrados foraõ , e fendo tu azambu- n.
geifo, em [fagar] d'elles enxertado folte, e d’arayz, e d’agrolTu- * Ou >glo-
ra m d’a oliveira participante feito: rífico.
18 Naõ te glories contra os ramos: E fe contra [elles] te gloriá- w 11:
res 5 naõ es tu o que a raiz * fuítentas, fenaõ a raiz a ty. *Ou ’áscoí
19 Dirás pois: Os ramos foram quebrados pera que eu enxertado fias tra-
fofle. z>es.
20'Bem •, por incredulidade quebrados foram , e tu por fé em­
pe eflás: Naõprefumas, mas teme.
21 Porque fe Deus a os ramos naturaes naõ perdoou , [olha] que
porventura também a ty te naõ perdoe.
22 Olha pois a benignidade e feveridade de Deus : [/na] feveri-
dade fobre os que caíraó, porem [/na] benignidadefobre ty, fe ’na
benignidade permanecércs: d’outra maneira também tu cortado
lerás.
23 nPorem também elles, fe’na incredulidade naõ permanecerem, «2. Cor. 3:
enxertados feráó : porque poderofo he Deus pera os tornar a en- Ié’
xertar.
24 Porque fe tu d’o natural azambugeiro cortado fofle, e con­
tra natureza, ’na boa oliveira enxertado j quanto mais éfles, que
X X OJ
348 EPISTOLA DE S. PAULO
p ffal- 97: 9 O amor feja naó fingido, p Aborrecei o mal, e apegaevos a
IO.
o bem.
q Pphef.4: 10 7 Huns a os outros cordialmente vos amae com fraternal cari­
2. dade : r Prevenindovos com honra huns a os outros.
Hebr.iy.l. 11 ’No cuidado naõ fejaes * vagarofos. Sede ardentes de efpi-
I. Pedr. i ;, rito.. Servi a o Senhor:
22. ii / Gozaevos ’na efperança. t Sede pacientes ’na tribulaçaó.
e 2 :17.' « Perfeverae ’na oraçaõ.
r Phil.i’. 3.
I Pedr.^. 13 x Comunicae a as neceífidades d’os fanõfos : y- Segui a hofpe- x
*Ou,^r-dagem.
guiçcfos. i4 * Bendizei a os que vos perfeguem : bendizei , e naõ amaldi-
fPom. 15: çoeis.
iy Alegraevos com os que fe alegram: e chorae com os que cho-
: raõ.
16.
tílebr. Io: ní a Sede * unanimes entre vosoutros. b Naó affeéfeis coufas al­
tivas : Mas acomodaevos a as baixas. Naó fejaes fabios em vos
e 12 : 1. mefmos.
lacob. 5 : 7« 17 í Naó torneis a ninguém mal por mal. d Procurae as coufas
^"c-l8:I; honeftas perante todos os homés.
Vs.
* * 18 e Se pofilvel for , quanto em vos he , com todos os homens
Colofl\4t\ 2. tende.
1. Thejf.y. ‘9 / Nam vos vingueis a vos mefmos, amados , antes dae lugar
17. a a ira. Porque efcrito eftá : g Minha [he] a vingança : eu o re-
xi.Cor.j6:}. compenfarei, diz o Senhor.
yHebr.13; 20 h Por tanto fe teu inimigo tiver fome, dalhe de comer: fe ti-
i.Pedr 4’0. ver ^c<^e’ da^e de beber. Porque fazendo ifto, brafas de fogofo-
zMatt. $ • kre a cabeça lhe amontoarás. '
44 21 Naó * te deixes vencer d’o mal : Mas vence a o mal com o
1 Cor.4:12 bem.
iCor.luo. Phil.2*2, 03:16. I.Foí/r. 3 : S. * Ou, de hum mefmo fentid».
bProv yy. Ifay.^.21. c Prov.2Q:22. Matt.^1^9, I, Cor. 6:7. j .Theff.^X IÇ«
d2. Cor. 8: 21. \.Pedr. 2* 12. e Marc 7: 50. Hebr. 12: 14. fMatt.^.y) Luc.6 29.
g Deut. 32: 3 5. H.ebr. Io; 30. h Prov. 2j : 21. Matt. $ ; 44. * Ou , Seias venci-
cto a 0 mai. J

Ca-
AOS ROMANOS. Cap. XIII. 34?
Capitulo XIII.
1 Amoefta o Apofiolo a os fieis que com devida obediência a os Superiores Je fu-"
geitem } porquanto de Deus ordenados Jae , e os que lhes desobedecem cafiigos
fobre fi trazem , e fuas confidencias agrdvao. 6 Manda por ijfo também lhes
pagar tributo y e moftrar toda reverencia. 8 Entaõ amoeda os exercitara cari­
dade irmanai> e propoem os mandamentos d'a Jegunda taboa dla Ley. 11 E fi-
nalmente exhorta, que > porquanto a noite d‘a ignorância hepajfiad.a } e o dia d'o
Euangelho he chegado fie guardem d’a borrachice , fornicação, odio . pendên­
cias e Jemelhantes pecados. 14. E que por efte fim fe vifilaõ d’o Senhor Jefu
Chriflo y deixando 0 cuidado d’a carne para dejejos.

1 a "Toda alma efteja fugeita a as Poteftades fuperiores. b Porque a Tit. 3: r,


x naõ ha Poteftade , fenaõ de Deus j e as Poteílades que ha, i.Pedr. 2,
ordenadas de Deus fam. L-
2 Poloque quem refifte á Poteftade , a a ordenaçaõ de Deus •
fifte: e os que [lhe] reíiftem, fobre fi mefmos*
condenaçaõ traráõ. D^n 41 »z
3 PQrque os * Magiftrados naõ faõ para temor d’as boas obras,*O U.'Juizo,
fenaõ d’as más. Queres tu pois aPoteftadenaõ temer? faze o bem,
e d’ella lou¥or terás.
4. Porque fervidora de Deus he, pera teu bem. Mas íe malfizé-
res, teme: porque de balde a efpada naõ traz. Porque fervidora de *Ou>Prin-
Deus he, vingadora, para caftigo d’o que mal faz. cepes.
5 Portanto neceflàrio he eftar fugeitos , naõ fomente polo cafti-
go, mas também pola confciencia.
6 Porque por iílo também tributos pagaes : porque miniftros de
Deus fam, ’nifto mefrno perfeverando.
7 c Portanto dae a cadahum o que deveis: Aquem tributo, tri- * Matt. 22:
buto: Aquem renda, renda: Aquem temor, temor: Aquem hon- 2I-
ra, honra.
8 A ninguém nada devaes, fenaõ que huns a os outros vos ameis: dGalat.<f
d Porque quem a outro ama, a Ley cumpriu. \4-
9 Porque ifto: * Naõ adulterarás: Naõ matarás: Naõ furtarás:
Naõ dirás fallo teftimunho : Naó cobiçarás: E fe outro algum e x° ’ 2q£
mandamento ha, ’nefta palavra fumariamentefe comprende, [aja- Tyeut^\\y
ber] áiefte, / Amarás a teu proximo como a ty mefrno. Matt. 19 •
10 A charidade naõ faz mal a o proximo. Aífique ocumprimen- «8
to d’a Ley he a charidade. fLevit.191
11 E ifto í tanto mais J, S fabendo o tempo , que ja he ora de d’o
Xx 5 fono
Marc, 11:31. Galai. 5 ; 14. lacob. 1:8. g PLphef $ : 14. i.Tzw. J : 6’
EPISTOLA DE S. PAULO
fono nos despertarmos: porque mais perto eftá agora de nos afalva»
çaõ, d’o que quando Iprimeiro] cremos.
hi.Theff.S'. ii h A noite he paíláda, e o dia he chegado, i Lancemos pois
[/e nós] as obras d’as trevas, e viftamos nos d’as armas d’a luz.
i.Coloff. 3: 13 £ Andemos honeftamente , como de dia: l Naó em glotona-
k Phi! 4*8 r*as’ nem em borrachices : m Naõ em * camas, nem em diíTolu-
1.7^ 4:12 çoens: » Naõ em pendências, nem em inveja:
/jLw.2i 34. I4 0 Mas veftivos d’o Senhor lefu Chrifto , ? e naõ tenhaes cui-
i.Theff\.6. dado d’a carne em [juas] concupifcencias.
m I. Cor. 6 : lo. Ephej. 5; 5. n lacob. 3 ; 14. * Ou, recamaras- 0 Galat. 3 ; 27.
p I. Pedr. 2; II.

Capitulo XIV.
I Enfina 0 Apoftolo, como os fieis fie havem de aver pera com os fracos , que n
doutrina d'a liberdade d'os Cbrifiaos ■> principalmente tocante a differenpa d’os
manjares e dias ainda bem nao entendiaõ , a jaber } que devem aceitar a
os fracos nem por via d’eftas coufas contender com elles 3 e que os fracos nao de­
va ò julgar a os outros. $ Qfiie convinha que affi. os fracos com os fortes te-
nhaõ 0 mefmo fim, a faber y pera com iffo á Deus fervir. 7 Cuja honra fem­
pre *na vida e 'na morte procurar devemos. 9 Como também Chfifto por iffo
morreu e refuscitou j pera que a elle, como a ncffo Senhor e Juiz 3 dariamos conta
de todas noffas obras. 13 Vigiem pois os fortes que nenhum efcandalo dem a os
fracos. 14 Porque ainda que a diferença d'os manjares e dias agora emverda-
de bem ceffe > contudo efta liberdade nao je deve ufar pera entriflecer e enfra­
quecer a outros , por quem também Chrifto morreu. 17 Vifto que a Religião
Chrifiaa nao confifie em comida ou bebida. 19 Que ’niffo fempre devamos pro-
feguir a paz,. 2o E antes nao comer nem beber 0 que a os fracos efeandalizar
poffa. 22 ’No de mais que nem os fracos nem os fortes ’nifto aviao de fazer
algua coufa com confidencia duvidofia, porque iflo pecado he.

1 ra quanto a o que he enfermo ’na fé, recebei o, [porem] naõ


em contendas de dilputas.
2 Porque o hum cré que de tudo comer fe pode, e o outro, que
he enfermo, come * ortaliça.
* Ou j Er­ 3 0
* que come, naõ defpreze a o que naó come : E o que naó
vas. Ou, come, naõ julgue „ a o que. come :■ Porque Deus [por feu] o tomou.
legumes. ~
4 b Quem es tu, que a o fervo alheyo julgas ? Para leu proprio
a Coloff. 2;
Senhor empé eftá, ou cae: porem afíirmado ferá j porque podero-
16.
b lacob. 4.; fo he Deus pera o afíirmar.
IX. 5 c Bem faz o humdiíferença entre dia, e dia, mas o outro todos
, os
t Galat. 4: lo. ColofJ'. 2: iC
AOS RO M A NOS. Cap. XIV
os dias eftima. Cadahum em feu proprio animo inteira»
mente feguro efteja.
6 Aquelle que cafo d’o dia faz , pera o Senhor o faz ; e o que
cafo d’o dia naõ faz, pera o Senhor o naõ faz. O que come, pera
o Senhor come , d porque graças a Deus da : e o que naõ come, di.Cor.lv.
pera o Snor naõ come, e da graças a Deus. V-
7 e Porque nenhum de nos para 11 vive : e nenhu pera íi morre. 3»
8 Porque feja que vivamos, pera o Senhor vivemos : feja que ez,^or'S^
morramos , pera o Snor morremos. Aflique feja que vivamos, fe- Gzr/^ *2o.
ja que morramos, d’o Senhor fomos.
9 Porque pera iílo também Chrifto morreu , e refufeitou , e a io.
viver tornou , para alli d’os mortos , como d’os vivos fe enlenho-
rear-
10 Mas tu, porque julgas a teu irmaõ? Ou tu também , porque
defprezas a teu irmaõ ? f Porque todos ante o Tribunal de Chrillo fMatt.i^
avemos de fer aprclentados. 31-
11 Porque efcrito eftá: g Vivo eu, diz o Senhor, que todo jue-
Iho diante de my íe dobrará : e toda lingoa a Deus confeflàrá. 23-
12 h De maneira que cada hum de nos de íi mefrno a Deus conta PA//. 2:10.
dará. h Pfal. 6 2 :
13 Afli que mais huns a os outros nosnaó julguemos : mas antes D-
iftojulgae, afaber, * que nenhum tropeço, ou elcandalo a oirmaõ ler. 17: io.
ponhaes. *32; 19.
Matt, 16 :
14 A Eu fei, e certo eftou em o Senhor Jefus, que nenhuá coufa 27-
de íi meíma immunda he , fenaó [_que~\ para aquelle que alguã cou- Rom. 2: 6.
fa immunda fer eftima , para efle immunda he. i.Cwq; g.
15 Mas fe teu irmaõ por amor d’a comida fe contrifta, jaconfor- z Cor-5'- fo­
me a a charidade nam andas. / Naõdeftruas com tua comida aquel-
le porquem Chrifto morreu. ^2z:n’
16 Naõ feja pois voflb bem blafphemado. /i.c^iõ
*
17 m Porque o Reyno de Deus naõ he comida nem bebida 5 fe- 32,
naõ juftiça, e paz, e alegria pelo Efpirito Sanéto. i.Cor, 6:3.
18 Porque quem ’nifto a Chrifto ferve , a Deus agradavel he , t^Matt. 15 ;
a os homens * aceito. *
19 Sigamos pois as coufas que para a paz , e para edificaçaõ d’os 1 Q>Tr°g! * ’
huns pera com os outros \Jirvm ].
20 Naõ deftruas a obra de Deus por amor d’a comida, n Ver- / i.o. s 5
dade he que todas as coufas limpas iam, mas mao he para o homem 11.
^ue com * efcandalo come. 21 Bom m i-Cor. S:
* Qr. aprovado, n Tit. 1: 1$. * Ou j tropeço,
W EPISTOLA DE S. PAULO
íi.Cor. S ; 0 Rorn he carne naõ comer, nem vinho beber , nem [coufa ou-
la- tra alguã fazer] em que teu irmaõ tropece 5 ou fc cfcandalize, ou
enfraqueça.
Tens tu fé? Em ty mefmo diante'de Deus tem. Bcma-
* Ou julga. vcnturado aquelle que a fi mefmo, em o que aprova, fe naõ * con-
dena.
23 Mas o que duvida, fe come, ja condenado eftá , porque por
fé naõ [come]: E tudo o que naõ he de fé, pecado he.

Capitulo XV
1 Amoefla 0 Apoflolo a os fortes acomodarfe á fraqueza de feus irmãos > 3 Pelo
exemplo de Chriflo, que nati fè buscou a f mesmo , porem noffo proveito, 0 que
confirma pelas Escrituras d’o Velho Teflamento , que também forao escritas para
noffa confolaçao, $ E fervir concordemente a Deus e a 0 Senhor Jefu Chrifo,
7 Declara mais largamente 0 exemplo de Chrifto 3 como miniflrou ajjt a os Ju­
deos i 9 Como a os Gentios , 0 que também dás mesmas Escrituras prova, 31 Acre-
ccntando hum voto que vaõ crecendo em todas virtudes Chriflaas 3 e conhecimen­
to. 14 Despois d'iflo começa concluir efla carta, efcufando fiia Uberdade ’no efcre-
ver, I; E relatando quam efficazmente Deus abençoou feu mtniflerio , e quam
fielmente elle 0 adminifrou. 22 Promete que partindofe pera Efpanha á Roma
virá, 2$ E da a entender que primeiro partirje ha para Jerufalem , pera lá le­
var as esmolas dias Igrejas de Macedonia c Achaya, 30 Pede que queirao orar
por elle 3 e por feu mimflerio. 33 E defeja que Deus lhes dé tudo bem.

a t for. j ; 1 a M as nosoutros 9 que f°mos fortes, devemos fuportar as fra­


22. nquezas d’os * fracos, e naõ a nos mefmos nos agradar.
Galat.S' I. 1 Portanto cada qual de nos a [fu] proximo em bem agrade,
* Ou, im­ pera edificaçaõ.
poffantes. 3 Porque também Chrifto a fi mefmo fe naõ agradou; mas como
n : b Sobre my as injurias d’os que te injuriam caíraõ.
6?; efcrito eftá
10. 4 c Porque todas as coufas que d’antes elcritas foraõ , pera noífo
enfino efcritas foraõ: Peraque por paciência e confolaçam d’as Ef­
c Rom.4‘,2$. crituras , efperança tenhamos.
5 Ora o Deus de paciência e confolaçaõ vos dé d que entre vos
dRom. 12 .-huã mefma coufa fintaes, fegundo Chrifto Jefu.»
16. (6 _Pera que concordamente
* . _ .boca glorifiqueis
com huã . a o Deus"
** i;I0, e Pae de noífo Senhor Jefu Chrifto.
Í£T
rhihp,2\x. -
7 Portanto recebei huns a os outros , como também Chrifto nos
\€pedr> 3 ; recebeu pera gloria de Deus.
s. * S Digo pois, que Chrifto Jefus foy miniftro d’a çirçuncifaó, por
caufa
AOS ROMANOS. Cap. XV 353
caufa d?a verdade de Deus, pera ratificar as promeflas a os paes

9 E [_pa?a que] as Gentes por caufa d’a mifericordia a Deus glori­


fiquem 5 como eftá efcrito : e Portanto entre as Gentes te confefla-
rei, e a teu nome * Pfalmodearei. P/IZ18’
10 E outra vez diz: f Alegraevos Gentes com feu povo. . * OllF/Í/-
11 E outra vez : g Louvae a o Senhor todas as Gentes, e ceie- can~
brae o todos os povos. *
tarei
12 E outra vez diz Ifayas : A [AuaJ raiz de Jeffé ha de aver, ç. fDentai \
pw] que fe alevantará pera as Gentes reger: ’nelle as Gentes es- *43
peraráõ. gl>/.ii7:
13 Ora o Deus de efperança vos encha de todo gozo, epaz, em^1/ I#
* a fé , peraque em efperança abundeis pela virtude d’o Efpirito j*.
fanéfo. ^ipoc. 5:5.
14. Porem, irmaõs meus, certo eftou também de vosoutros, que e 22:16»
também cheyos de bondade eftaes, recheyos de todo conhecimen- *Qu>oarer<.
to, p] poderofos pòw] para também hús aosoutrosvosamoe-
ftardes.
15 Mas, irmaõs, em parte mais atrevidamente vos efcrevi, como
trazendo vos outra vez [</?<?] á memória , pola graça que de Deus
me foy dada:
16 Peraque feja miniftro de Jefu Chrifto entre as Gentes , admi-
, niftrando o Euangelho de Deus, peraque aoffertad’asGentesagra-
’ davelfeja, pelo Efpirito Sanóto lanftificada.
17 Afli que gloria em Jefu Chrifto tenho, ’nas coufas que a Deus
pertencem.
18 Porque naõ oufaria alguã coufa dizer , que Chrifto por my
feito naõ tenha , pera obediência d’as Gentes, por palavra e por
obra:
19 Com potência de finaese prodígios, p] pela virtude d’o Efpi-
to de Deus: de maneiraquedefde lerufalem, re­
dor, até 1 llyrico, o Euangelho de Chrifto cumpri.
20 E afli affeétuoiamente me efforcei a o Euangelho denunciar ,
naõ aonde Chrifto nomeado fe ouveflé , peraque lobre fundamento
alheyo naõ edifr/afic :
21 Antes , como eftá efcrito, / Os aquem d’elle denunciado naõ'W' W
foy, overáõ; e os que o naó ouviráõ, o entenderám. *
Po
22 Polo que cambem muytas vezes k impedido fuy de avosoutros
* 1•
vir. i.rz-e/i;
Y y 23 Mas iS-
■J
EPISTOLA DE S. PAULO
23 Mas agora, ’neftas partes mais lugar naó tenho 5 ejapornauj^
rRtftfMiio. tos annos / grande defejo de a vosoutros vir tive:
14 Quando para Efpanha me parta, a vosoutros virei: porque
1 10 $: e^Pero Alle de paflagem vos verei, e para lá de vos outros acompa-
2. Tim. 1 -4 nhado ferei, despois dc primeiro em parte de voíla [prefença] me fartar.
mAã. 19 2 5 ™ Mas por agora á Jerufalem me vou, *[para lá; J a os fanélos
2i. adminiftrar.
*24
*. i/» 26 Porque afoU?] Maccdonia e Achaya pareceu bem, fazerem
* Ouj aos huã contribuição pera os pobres d’entre os íanftos , que em Jeru-
admiri ^em e^áÕ.
firantío. 2 7 Porque [qfí] bem lhes pareceu , [/] também devedores lhes
vi.Cor. 9: faõ. 71 Porque fe as Gentes foraõ participantes de feus [bens] efpiri-
11» tuaes, também lhes devem adminiftrar os carnaes.
Galat.fr. 6. 2g Afii que concluído ifto , c avendo lhes efte fruito confígnadoi,
de Já, por vosoutros [paflando’], & Efpanha irei.
»Rom.i.n. 0 g foem qUe a vosoutros vindo, com plenidam d’a bendi-
çam d’o Euangelho de Chrifto virei.
30 E rogovos }, 11irmaõs
JLJ lU^UVUO 111CIV , por noífo Senhor Tefu Chrifto, e pela
fi Cor. i: charidade d’o Efpirito ,> p que em oraçoés a Deus comigo por my
1I • _ __ j
combataes.
^TkeJTy. V 7 Peraque livre feja d’os rebeldes que em Judea eftaó, e que
z. efta minha adminiftraçam, que a Jerufalem [fapo] aceita a os fàn-
ctos feja.
r Rom. 1: p. >■ Peraque , pela vontade de Deus , com alegria a vosoutros ,
Io. venha, e com vofeo * recrear me pofla.
* Ou, zne 33 E o Deus de paz feja com todos vosoutros. Amen.
recree.
Capitulo XVI.
I Encomenda 0 Apoftolo a Pbebe á Igreja de Roma _> e fauda por nomes a huns
d’os principaes irmaõs e irmaas dlefta Igreja louvando fita piedade d’elles.
17 Amoefla os Romanos que fe guardem d’os authores d'as dijfençoens e d’es
efcandalos j e que fejao fabios em o bem. 20 Prometendo que Deus pifaria a
Satanás de baixo de Jeus pés. 21 Saúda a Igreja por parte de alguns irmaõs
que comflgo eftávaõ. 24 E ultimamente coticlue efta epiflola com hum defejo , e
*om louvor de Deus pola abundante revelação d’o Euangelho.

*O\ifervi- i y encomendovos a Phebe noífa irmaã , aqual he * miniftra d’a


dora, ou, Igreja que em Cenchrea eftá.
diaconeja. 2 Peraque em o Senhor a recebaes , como a ós fanclos convém;
e lhe'
AOS ROMANOS. Cap. XVI. 3V;
e lhe afliftaes em qualquer coufa que de vos neceflitar. Porque * a «Ou, de
muytos hofpedado tem , como também a my mefrno. muytos
3 & Saudae a Prifcilla , e a Aquila, meus cooperadorescmChri- <tyenfo~
fto Jefu: ra
4 Que feu pefcoço por minha vida puféraõ; a os quaes naõ fó eu* 2 *
as graças dou, mas também todas as Igrejas d’as Gentes.
$ [Saudae] também a a Igreja [jue] em fua cafa [eftd]. Saudae
a Épeneto meu amado, que he as primícias de Achaya em Chrifto.
ó Saudae a Maria, que muyto por nos trabalhou,
7 Saudae a Andronico , e ajunia, meus parentes, c meus com­
panheiros ’na prifam, que infignes entre os Apoftolos faõ , e tam­
bém antes de mim em Chrifto foraõ.
5 Saudae a Amplias meu amado em o Senhor.
9 Saudae a Urbano noífo cooperadór em Chrifto , e a Stachys
meu amado.
10 Saudae a Apelles, aprovado em Chrifto. Saudae a os que [faí
d'a família] de Ariftobulo.
íi Saudae a Herodiaõ , <meu parente. Saudae a os que [fac d’&
família] de Narciífo, [a faber] a os que em o Senhor eftáõ.
iz Saudae a Tryphena, c a Tryphofa , as quaes em o Snor tra-
balhaõ. Saudae a Pérfida, a amada [írmaã] , a qual muyto em o
Snor trabalhou.
i? Saudae a Rupho o eleito em o Senhor , e a fua maé e minha.
14. Saudae a Afyncrito, aPhlegonte, a Hermas , aPatrobas, a
Hermes, e a os irmaõs que com elles eftáõ.
15 Saudae a Philologo e a julia, a Ncreo , eafuairmaã, e a
Olympa, e a todos os fanótos que com elles eftáõ.
16 b Saudae vos huns a os outros com fancto beijo. As Igrejas de bi Cor^xG:
Chrifto vos faudam. 20-

Elles VOS UCòVldc.


2Ó. 26.

is Porque os taes naõ fervem a noflo Senhor Jefu Chrifto, e fe- ifPedr.
Pear, $ J
naõ a feu ventre : E com luaves palavras e lifonjas f os coraçoés 14-

AHI q»-4V- iUV > 6 VjUlVAV» Vj (.1W AVJM.VO 1ÍIM1VO U111 V JQ


bem, porem fimplcs em o mal. dMatt.iZx
30 EPISTOLA DES. PAULO
io E o Deus de paz quebrantará preito a Satanás debaixo devos-
íbs pés. A graça de noflo Snor Jefu Chrifto feja com volco.
Amen.
21 p, Saudaõ vos Timotheo meu cooperadór, c/‘Lúcio, e^Ja-
r i* f°n’ e z boflpater, meus parentes.
i.The/f ^z, 11 Eu Tercio, que [esfa] carta efcrevi, vos faudo em o Senhor.
i.Tzw,i:x. 23 Gayo meu hofpede, e de toda a Igreja, vos fauda. m Erafto
iAfl. 13:1.0 * procurador d’a cidade vos fauda, e mais Quarto o irmaõ.
kAã^\^. 24 a graça denoflo SenhorJefuChrifto feja com todos vosoutros.
Ia& 20:4. Amen.
mAã. 19: Qra a aqUene que poderofo” he pera vos confirmar fegundo
2 7zw*4:2 o. meu Euangelho , e \_fe$undo~\ a pregaçam de Jefu Chrifto , 0 Con-
*0u, Ren- forme a a revelaçam d’o myfterio , que [dejdos] temposd’osfeculos
deiro. calado foy:
çEpheJ. 1: 26 Mas agora fe manifeftou, e pelas Efcrituras Propheticas , fe-
t gundo o mandado d’o Deus eterno , pera obediência d’a fé, entre
Coíoff ?i6 t0<^as as Gentes fe notificou :
17 A o fó Deus fabio feja gloria por Jefu Chrifto pera
Tz7.1’: 2. * t°do fempre. Amen.
l.Pedr. 1; Efcrita de Corintho a os Romanos [e enviada] por Phebe miniftra d\
20* Igreja de Cenchrea.
Fim d’a Epiflola d*o Açofiolo S. Paulo a os Romanos
*

PRI-
P R I M EJ R A EPISTOLA
D O

APOSTOLO S. PAULO
AOS
CORINTHIOS.
Capitulo I.
I 3Na introdução 3 que fe eflende até o verfo decimo poem o ylpofolo 3no princi­
pio Jeu nome como efcrivaõ d efta carta ■> e juntamente o nome d'aquelles a quem
efcreve , com as cofiumadas faudaçoes Apofiolicas. 4 Dá graças a Deus polos
benefeios que ja a efta Igreja feito tinha. S E os affegura cTa fieldade de
Chrifo ’no cumprir de fua obra começada. Io Paffa então a a mesma cauja , e
teflifica como entendeu que avia diffencaõ entre elles } e que hum dizia , Eu fou
de Paulo 3 e outro y Eu fou de Cephas 3 &c. TJ Polo que os reprende com di-
verfas razoens■> e moflra que pera final d3a união fomente em 0 Nome de Chriflo
bautizados foraõ, l8 Trata entaõ contra os que je gloriavaõ 'na eloquência mun­
dana , e declara que Deus naõ por ella JenaÕ pela fngeleza dia pregaçao do
Chrifto crucificado potentemente obrara entre elles. 26 E que efa potência jé
mamfeflára 'no convertimento nao de muytos fabios e poderojos entre elles mas
d’os vils e loucos fegundo 0 mundo. 29 Peraque nao fe gloriarem em fi mesmos 3
mas unicamente em Chrifto 3 em quem tinhaõ tudo quanto he necejfar10pera falvaçao»

I aulo chamado Apoftolo de Jefu Chrifto pela vontade de


Deus, e o iimaõ Softhenes:
2 A a Igreja de Deus que eftá em Corintho , * a os fan- ajoa. 17;
ftificados em Chrifto Jefu, ^chamados íanétos , c com todos os 19.
que em todo lugar invocam o nome de nolTo Senhor Jefu Chrifto , Aft i ç: 9.
[Senhor] d’elles, e nofTo: I. Thejfti
3 á Graça e paz de Deus noífo Pae , e d’o Senhor Jefu Chrifto 7,
ajaes. b Rom.V. 7,
Ephef.l^u
Yy 3 4 Sem- c 1. Tim. 2*
dRom, I; 7. 2,G?r?i;2, Ephef.l-.z. l.Pedr»l:z. 22»
35S I. EPISTOLA DE S. PAULO
4 Sempre a meu Deus graças dou por caufa dc vosoutros , acer­
ca dá graça de Deus que vos he dada em Chrifto Jefu.
eCoIoff.v.9. $ e Que em todas as coufas enriquecidos ’nelle eftaes , em toda1
palavra, e em todo conhecimento :
6 Como o teftimunho de Jefu Chrifto entre vosoutros confirma­
do foy.
/>p,7 _ 7 De maneira que nenhum dom vos falta , f efperando a manife-
Tit 2 * 1/ íUaçaó de noflo Senhor Jefu Chrifto.
Zi.ThejJ'.? 8 £ E [Dm] também até o fim vos confirmará , [para] irrepre-
13. henfiveis [/erdes] em o dia de noflo Senhor Jefu Chrifto.
5:23. 9 h Fiel he Deus, por quem chamados foftes a a i comunham dc
k i.Cor.io:feu Filho Jefu Chrifto noflò Senhor.
1 jÍ/Ta- 10 R°g° vos Porcm 9 irmaõs, pelo nome dc noflo Snor Jefu
24,
24. 5 Chrifto, k que todos huã mefma coufa falíeis , e diflençoés entre
ijerem^z.vos outros naõ aja: antes conjuntos cftejaes em hum mefrno fentido,
&c.ee em hum mefrno parecer.
40. dw.
JéM.iç: 5. n Porque, irmãos meus, de vos me foy notificado pelos [d’a fa-
Gala^. 2 :'• de Chloés, que contendas entre vosoutros ha.
20. 12 E ifto digo, que cadahum de vos diz: / Eu íou de Paulo , e
k Rom. 12 ;i eu de m Apollos, e eu de Cephas, e eu de Chrifto.
16. . 13 Eftá Chrifto [porventuraJ divifo? Foy_ Paulo por vosoutros cru-
e 15:5. cificado ? Ou foftes vos outros em nome de Paulo bautizados ?
P/^7.2 : 2. 14 Graças dou a Deus, que a nenhum de vos bautizei , fenaó a
6-3:16. n Crifpo, e a o Gayo.
I.Pedr.^iS.
l i.Cor,^ .4. 15 Peraque ninguém diga, que eu em meu nome bautizado aja.
m AEt. 1S : 16 Porem também a familia de p Eltephanas bautizei : ’No dc
24. mai$ naó fei fe a outrem alguém bautizado aja.
1. Cor. 16 : 17 Porque Chrifto naõ me enviou a bautizar, fenaõ a Euannelí-
12. zar: 7 Naó com fabedoria de palavras , peraque a cruz de Chrifto
n Act. iS_: fe na<5 esyaéca.
3-
» Rom. 16 : 18 Porque bem he a palavra d’a cruz loucura pera os que pere­
13- cem : ' mas pera nos os que fe falvam, he potência de Deus.
p l.Cor 16: 19 Porque efcrito eftá: /A fapiencia d’os fabios deftruirei, eain-
15. 17. telligencia d’os entendidos aniquilarei.
7 I. Cor. 2: 20 t Qu’hedo Sabio? qu’hedo Efcriba? qu’hedo Inquiridor d’eftc
1.4.
2. Pedr. i: feculo > ? Porventura naõ enlouqueceu Deus a fabedoria d’efte-mun-
16 •
rROm.1:i6. ” «u Porque pois,
11 Jna fabedoria
pois,'na Ç". ‘..l. de
J------- o mundo rporfabedoria
Deus,,........ .......„........ .
sjob s 12. a Deus nao conheceu, agradou a Deus íalvar a os crentes pela lou-
lfay 29:14, cura d’a pregaçaó: :22 7 _
Por-
33 •’ 13. u Matt. u ; 25. Luc.
AOS CORINTHIOS. Cap. 11.
21 Porquanto x os Judeos íinal pedem, e os Gregos fabedoria x Mattti*l

jUULUd ueiii Litanuaiu, c jua uo vji iulilui a. Matt.11


24• Porem a os que ! iam chamados ,* afli f'Judeos como Gregos,a \J<$.»
[lhes prégamos nos'] a Chrifto potência de Deus, ze fabedoriade Deus. Joa.6 : 6©}
25 Porque a loucura de Deus, he mais fabia que os homens: e a 66.
zColoJJ.2:3.

muytos fabios fegundo o carne, nem muytos poderofos, nem muy- ’ •>
*
tos nobres.
27 Mas Deus efcolheu o louco d’efte mundo , pera a os fabios
confundir: e o fraco d’efte mundo efcolheu Deus, pera; confundir
a o forte.
2S E o vil d’efte mundo, e o desprezívelefcolheuDeus, e o que
naõ he, pera a o que he aniquilar.
29 Peraque nenhuã carne perante elle fe glorie.
30 Mas d’elle fois vos em Jefu Chrifto , b o qual de Deus feito £1^.23:$.
nos foy fabedoria, e juftiça, e fanétifícaçaõ, eredemçam: 1^.17:19.
31 Peraque , como eftá efcrito j * Aquelle que fe gloria, em o c 67 :
Senhor fe glorie. I6-
Capitulo II. 24-
2.Cor. io:
Moftra 0 Apoftolo com feu exemplo 3 que 0 Euangelho de Chrifto , nao com fapienr
cia ou eloquência humana 3 mas com fingeleza e 'virtude efpiritual propor jedeva
*
6 Declara tatnbem qual fabedoria celeilial ‘nelle comprehendida eftá. 10 E co-
wio a pelo Efpirito de Deus e nao pela prudência humana revelada he- I3 Tor­
na a dizer com que palavras pronunciar fe deva. 14 E como fe nao pofla di­
nem yulgar d’o homem animal3 Jenaò d’o efpiritual.
a 1. Cor. I;
P eu irmaõs , quando a vosoutros vim , a naõ vim com excel- 17.
lencia de palavras , ou defabedoria, denunciando vos o tefti- 4.
Linho de Deús. , ~
2 Porque naõ propús coufa alguã entre vosoutros faber , fenaõ a c Afl.it:3.
Chrifto, e efte crucificado. 2. Cor. io;
b E com vofeo eftive eu c em fraqueza , e em temor, e em Io-
m íyto tremor. dl. CorAi
4 E minha palavra , e minha pregaçao , d naõ foy em palavras
pefqaforias de fabedoria humana, mas em demoftraçaõ de efpiri- 2Pedrtí;
tóeie potência, 20 Pe- ‘ic
360 I. EPISTOLA DE S. PAULO
<2.0.4: t' Peraque voflá fé naõ fofle em íabedoria de homens , e mas em
*7; potência de Deus.
/Jt? . 28 : £ / E fabedoria entre os perfeitos falíamos : Porem huã fabedoria
^lucob 3;Snaõ d’efte mundo, nem d’os Princepes d’efte mundo, b quefe
iy, aniquilaó:
h 1.0.15: 7 Mas falíamos a fabedoria / de Deus , k em myfterio efcondida,
24. aqual Deus antes d’os feculos pera nofla gloria ordenou.
iRom. 16: g Z Aqual nenhum d’os Princepes d’efte mundo conheceu, m Por-
k *Cor 41 Sue a conhecéram, nunca a o Senhor d’a gloria crucificáraõ.
iMatt. 11 * 9 Mas comoeftá efcrito : n As coufas que olho naõ vio, eouvido
naõ ouvio, e em coraçaõ de homemnaõfobíraõ, [/ào] as que Deus
joa. 7 :48. pera os que o amam preparou.
13:27. 10 0 porem Deus nolas revelou por feu Efpirito. Porque oEfpi-
i<Cor 3.14.rito efquadrinha todas as couías , até as profundezas de Deus.
11 ^O1 flue Auem d’os homens fabe as coufas que d’o homem fam,
*^ena^ ° efpMto d’o homé que ’nelle eftá? Afli também ninguém as
i- Tim. 1 ;coulas de Deus fabe, fenaõ o Efpirito de Deus.
jj. 12 Porem nos naõ recebemos o efpirito d’o mundo, <7 maso Efpi»
nljay. 64:rito que he de Deus: peraque faebamos as coufas quede Deus dadas
4- nos faõ.
oMatt. 13: As quaes também falíamos, r naõ com palavras que a fabedo-
iCorvxZ r*a humana enfina , fenaõ com que o Efpirito fanéto enfina,
p Prov as colflas efpirituaes a as efpirituaes * acomodando.
19. 14 Mas o homem * animal naõ comprehende as coufas que fam
i4
Jer. 17:9.0’0 Efpirito de Deus. Porque loucura lhe fam : e naó as pode en-
1 Rom.
IS
8 ;tender,--
porquanto---------
efpiritualmente
.. .
fe difcernem.
_ ...
»

I5’ f Porem o efpiritual bem todas as coufas difcerne, mas elledc


Tl,C(r. :1 - ninguém difcernido he.
17- *6 t Porque quem a intenção d’o Senhor conheceu , paraque in-
e2:4.
2. Pedr. i: ftruir o pofla ? Nos porem a intenção de Chrifto temos.
* Ou, comparando3 ou, apropriando. * Oujnatural. / Prov.1%: 5. t Ifay. 4c •, IJ.
Rom. II.- 34.
AOS CORINTHIOS. Cap. III.
Capitulo III.
X Da 0 Apofolo ainda outras razoens 5 porque o Euangelho entre elles em toda
fngeleza pregou a faber ? porque eraó meninos ’no conhecimento e carnaes em
Juas contendas, $ Declara também qual refpeito fe deve a os Doutores e de cc-
mo o louvor de fua obra naõ fe deve atribuir a os que prantao e regao, fenaó a
Deus j que dá o crecimento. Io Que Jeu officio he edificar fobre Chrifo o fun­
damento > nao feno} palha , ou madeira > mas ouro 3 prata , e pedras precio/às»
13 E que a obra de cada hum pelo fogo Jèrá provada , quando receberão golar-
daÕ fegundo a natureza d'ella. 16 fffue 0 Templo de Deus por diffenfoens nao
profanar fe deve 1S Porquanto a Jabedoria humana he louquice diante de Deus.
21 Polo que ninguém fe deve gloriar ’nes homens porquanto nos de Chrifto
fomos.
I 17 cu, irmaós, naó vos pude fallar como a efpirituaes , mas co­
mo a carnaes, como a meninos em Chrifto. aHebr
1 a Com leite vos criei, e naó com manjar ; porque [ainda] naó 11.
podieis; nem tam pouco ainda agora podeis. i.P^r.2:2.
3 Porque ainda carnaes fois. £ Porque como entre vosoutros b 1. Cor. 1:
inveja , e contendas , e diflençoés aja , porventura carnaes Ir-
naó fois, e [ainda] fegundo * os homens andaes? Galat. 5:
4 Porque dizendo o hum : c Eu fou de Paulo : e o outro, Eu de 1<s.
Apollos, porventura naó fois carnaes? *
Ou 3oho-
. $ Quem pois he Paulo , e quem he d Apollos, fenaó miniftros mem.
pelos quaes créftes , e [ijfo] conforme o Snor a cadahum deu? c í.Cor, x:
6 Eu prantei, e Apollos regou : mas Deus o crecimento deu. I2«
7 Poloque nem o que pranta he algo , nem o que rega: Senaõ lS ‘
Deus que o crecimento dá. 24-
l.Cor.v.Il.
8 E o que pranta, e o que rega, hum fam; /mas cadahum rece­ e 16:12 *
berá feu gaíardaó fegundo feu trabalho. e Aft. 18 :
9 Porque gcooperadores de Deus fomos: vosoutros ha lavoura de 26.
Deus, [e] de Deus o edifício fois. e 19 : 1.
10 Segundo a graça de Deus que dada me foy , pus eu como 61:
bio archite&o o fundamento; e outro fobre elle edifica : Mas olhe lere^ .
cadahum como íobre elle edifica. lo>‘
11 Porque ninguém pode pór outro fundamento, [demais] d’o rpjip.
que i ja pofto eftá, o qual he Jefu Chrifto. Matt. 16 ;
12 E fe alguém fobre efte fundamento edificar ouro, prata, pe- 27-
dras preciolas, madeira, feno, palhiço. Jfw. 2:6.
7 zZ 12
13 AA 2,Cor 5:10,
Galat. 6 Afoc.t ‘.23. e22:l2. g 2. Cor. 6:1. h Ephcfl; 20. Coloff^t:^ 0
i. Pedr.,2 : 5. 1 ifay. 28 :16. Matt. 16: IS.
3ói I. EPISTOLA DE S. PAULO
13 A obra de cadahum fe manifeflará : k Porque o dia a declara
*
rá-, porquanto por fogo fe defcobre: equal a obra de cadahum he,
o fogo a prova tara.
14 Se a obra de alguém , que fobre elle edificou , permanecer 5
galardaõ receberá.
iv Se a obra de alguém fe queimar detrimento padecerá: falvar- . *
fehá porem o tal, todavia corno por fogo.
Í r. Cor. 6 ♦ 16 / Naó fabeis vos, que o templo de Deus fois 5 e o Efpiri­
to dc Deus em vos habita?
2.Cor.6:ió. 17 Se __ alguém o templo de _Deus violar , \_tambem~\ _Deus a o tal
3: 6. violará: Porque o templo de Deus fanéto he, o qualvosoutrosfois.»
l.Pedr.i'^. t ‘ - J
m Prov. 3 ; 18 m Ninguém fe engane a fi mefrno : fe alguém entre vosou­
7. tros ’nefte mundo cuida fer íabio , façafe louco , peraque fabio
#7.vn. feja.
I Porque a fabedoria d’efte mundo hc loucura áccrca dc Deus»
19
«^.$‘.13. Porque efcrito eftá: n A os fabios em fua aflucia apanha.
94: 20 E outra vez: 0 Conhece o Senhor os difcurfosd’oslabios, que
31. vaós faõ.
21 Polo que ninguém cm homensfe glorie: porquetudo voflb he.
22 Seja Paulo , feja Apollos , feja Ccphas , feja o mundo , feja
^vida, feja a morte, feja o prefente, feja o porvir 5 tudo he voflb:
23 Porem vosoutros [foisJ de Chriflo , e Chriflo dc Deus»

Capitulo IV.
I Bnfina o Apoftolo tomo fe devem eftimar os miniftros d'a Igreja, e que fe reque­
re d^ elles, 3 Bem pouco eftima 0 juizo d’os homens j e mofira com feu exemplo
que principalmente dardo conta de feu miniferio a Deus. 6 Amoeflanaò fomen­
te a os Doutores _> mas também a todos os fieis fentir temperadamente de fi mes­
mos. 7 Vifto que Deus os dfierne por feus dons e naõ ellestjior f mefmos^
S Poem huã diferença entre 0 grande Jèntimento que elles tinhaó de fi mesmos t
e 0 vil e mijeravel eflado dos últimos Apofiolos >nefle mundot 14 Pera que
também por efta comparaçaõ tive(fem menor Jentimento de fi mesmos. 17 Tefii-
fica que lhes também por efle fim enviara a Timotheo. l8 Reprende outra vez
jua arrogancia} e os ameaça com fua vinda. 20 Pera que a bom tempo de fi 0
mal tirajfem, e a vara escapaffem. 1

* Ou j efti- 1 _A A* nos * eftimem os homens a como a miniflros de Chriflo, e


me ho- X defpenfeiros d’os myfterios de Deus.
rnem. 2 E
■fiMattAJpAS' Cor<6X4. ColoflXV). Tit.l-.J. b Luc. 12 ; 42,
AOS CORINTHIOS. Cap. IV- 3^
2 E ’no demais, requerefe ’nos deípenfeiros, h que cadahum fiel b Luc. 12
fe ache. 42.
3 Porem a my, muy pouco fe me dá de de vosoutros julgado fer, cEx°^ 34-
©u de juizo algum humano: nem eu tampouco'a my mefmo me julgo. ~ 7‘
_ 4 Porque em nada culpável me finto: c mas né por iflo juftificado 9j4,\
eftou:'antes o que me julga , o Senhor he. 2. *
5 d Afli que nada antes de tempo julgueis, até que o Senhor ve- dMatt.y.i.
nha, e o qual também â luz trará as coufas ’nas trevas ocultas, e os Rom. 2-: 1.
confelhos d’os coraçoés manifeftará : c entonces cadahum louvor sDaK.y.io.
de Deus terá. z.Co-r.y.io.
6 E eftas coufas, irmaós, me acomodei eu, por femelhança , a 20'
my e a Apollos por amor de vosoutros : peraque em nos aprendaes fpro'v 3.7 *
a /'naõ prefuinir mais d’o que efcrito eftá : Peraque hum por amor Romtn\^
d?outro, o hum contra o outro vos naõ incheis.
7 Porque quem te difeerne a ty ? g E que tens tu que recebido ^7^.3:27.
naõ ajas ? E fe o recebefte , porque te glorias, como fe recebido iacob. 1:17.
o naõ ouvéras ?
8 Ja eftaes fartos, ja eftaesricos, fem nosreynaftes j e oxalarey-
neis, peraque também nos com vofeo reyncmos.
9 Porque j>ara my tenho, que Deus a nós que os últimos Apofto­
los fomos, a moftra pofto nos tem , Romo ja a a morte condena- 44:
dos: pois i espeétaculo feitos eftamos ao mundo , e a os Anjos, e 2*' n x
aos homens. 2.O.411.
10 k Nos loucos por amor de Chrifto , mas vos fabios em Chri- i tiebr. 10;
fto: Nos fracos , mas vos fortes: vos * illuftres, mas nos viis. p,
11 Até efta prefente hora fome e fede padecemos , e nuos efta- k i.Cor.^x
mos,, e /apunhados fomos, e certa poufada naõ temos. 2.
12 m E trabalhamos, obrando com noflás próprias maõs : fomos * Out , gZo-
injuriados, e » bendizemos: fomos perleguidos, e fofremolo: riofos.
lAã.iy/i.
1; Somos blasfemados , e rogamos : Somos feitos como o cisco ■mAã
d’o mundo, como a rapadura de todos, até o prefente. e 20: j4.
14 Naó eferevo eftas coufas pera vos envergonhar: mas 0 como a uTheJf 2:9.
meus amados filhos [w] amoéfto. 2. Thelj- 3;
15 Porque ainda que dez mil ayos em Chrifto tivéreis , com tu­ S.
do muytos paes naó [tendes']. í> Porque eu em Chrifto Jeíu pelo nMatt. $ I
Euangelho vos gerei. 44»
Luc 6'. 28 •
16 Portanto vos amoefto, f que meus imitadores fejaes. e2p 34;
Zz 2 .. I Aã. 7,__
17 Por :<>©•
2 : II. P Aã. 1$: II. GW.4: 19. Philem. ver: Iq, 1^. I : 18:
Philip. 3 :17.
L EPISTOLA DE S. PAULO
17 Por efta caufa vos mandei a Timotheo , que he meu amado
e fiel filho em o Senhor : o qual meus caminhos em Chrifto vos
lembrará, como por todas as partes em cada Igreja eníino.
*0u,E-?4u. iS Mas alguns * inchados andam, como fe’eu. a vosoutros naõ
ouveíle de vir.
iS : 19 Porem prefto a vosoutros virei, r fe o Senhor quifer: e [então]
entenderei, naó as palavras, fenaõ d’osque inchados andaó, a vir-
Hebr. 6 : > tude.
20 /P°rclue 0 Rcyno de Deus naó [couffte] em palavras, fenaõ
i. tZ/i : virtude.
5. 21 Que quereis? Virei a vosoutros com vara , ou com caridade e
z<Pedr. 1: efpirito de manfidam?
16,
Capitulo V
> I Adianta 0 Apoflolo e prova d’as faltas , que ainda fe achavao *na Igreja d'ot
Corinthios , que elles tinhaó mayor razao humilharfe > d'o que gloriarfe e exal­
asarfe , e primeiramente porquanto toleráraõ entre fl 0 incefto. 2 Amoefta os
rigurofamente que a 0 que 0 cometia tirajfern de feu meyo, e a Satanás 0 entre-
gajfem, 6 Polo que ufa de varias razoens > e em particular de hua tomada d'0
formento 3 0 qual em celebrar d’a Pafchoa 'no Velho Testamento je avia de alim­
par. 9 Defpois infirue os mais largamente acerca d os quaes efa difciplmaTcle-
fafica fe avia de exercitar. W A faber acerca ddos que fe chaneaõ irmãos ■> 0
entretanto femelhantes efcandalos davaÕ; 12 Deixando a os que efávao fora
d’a Igreja a 0 juizo de Deus.1*7

1 '"Totalmente fe ouve [que] entre vosoutros fornicaçaó , e


x tal fornicaçaó, qual nem ainda entre as gentes íe noméa : dc
^Lev. 18 : maneira que hum a á mulher de feu pae tenha.
8. 2 E [ainda] inchados eftaes, enaóvos entriftcceftes, [antes] muy-
Deut. 27: to mais pera d’o meyo de vosoutros fe tirar , o que tal feito co-
20- meteu ?
bCdloffzz 3 b Porem eu como de corpo aufente, mas de efpirito prefente,
ç- ja como íe prefente [efhveffe] determinei , que o que tal afti come-
* Ou com teu ,
a força, Eftando vos e meu efpirito juntos , em nome de noífo Senhor
Jefu Chrifto, * em virtude de noífo Senhor Jefu Chrifto,
ci-Trm.i: 5 c De a o tal a Satanás, entregar, pera deftruiçaó d’à carne £
20. peraque o efpirito falvo feja em o dia d’o Senhor Jefus.
uGal.q;^. 6 Naó he boa voífa jaótancia. d Naó fabeis que hum pouco dc
formento toda a mafla levedar faz?
7 Alim
*
AOS CORINTHIOS. Cap. V
7 Alimpae pois o velho formento, peraque nova mafta fejaes,
como fem formento eftaes. Porque e ChriftonoflaPafchoa, por nose{A/-$?7-
facrificado foy. ^°còr'^'
8 Poloque f fefta façamos, naó em o g velho formento, nem em
o formento de maldade , e de malícia , fenaõ em [paens] asmos de7 “*
íinceridade e de verdade. gDeut- 16’.
9 Ja ’na carta escrito vos tenho , h que com os fornicadores vos J-.
naõ mefturasleis: h Dcut.^.z.
10 Naõ porem de todo com os fornicadores d’efte mundo, * ^
ou :
com os avarentos, ou com os roubadores , ou com os idolatras: 2
Porque d’outra maneira neceftãric vos feria d’o mundo fair. ÈphefÀii.
11 Mas agora vos elcre vi , que naõ vos mcftureis, [quero dizer] 2. Theff. 3:
que5 fe algum, chamandofe irmaó , fornicador, ou avarento, ou 14.
idolatra, ou maldizente, ou bebarraõ , ou roubadór for, ' com IMcm. íz :
o tal nem ainda comaes. í4-
12 Porque , que tenho eu também que julgar d’os que dc fora *
eftam? Naõ julgaes vos d’os que eftam de dentro? *
z.Theff.'
13 Mas a os que de fora eftáõ, Deus os julga, k Tirae poisd’en- 14. ’v
tre vosoutros a efte mao. z ioa.vs.\o.
kDent.iy.).
Capitulo VI.
3 Redargue 0 Apoãolo aqui ainda alguãs faltas entre os Corinthios d3as quaes a
primeira he-, que as demandas que Je achávaÕ entre elles fobre as coufas munda­
nas nao ajufávao amigavelmente entre fi, mas que as traziao perante os Magi-
frados infiéis. 2 Prova que lílo nao convinha a os fieis , porquanto 0 mundo e
es An]os por elles julgados feriaõ. 7 Aponta despois a origem d’onde effas de­
mandas procediaÕ } a faber, d a falta de charidade ■> tolerância ejufiiça. 9 Teftifica
que os injuflos e outros efcandalofos nao haõ de herdar 0 Reyno d’os ceos. 11 E
que lhes era indecente igualar fe por adiante a elles , porquanto pelo Efpirito de
Deus d'o Senhorio ãefies pecados livrados foraõ, 12 Redargue ainda huã outra
falta ’nelles confiflindo *no abufo d3os mpnjares e de outras coufas tocantes 0 ven­
tre •> mas principalmente reprende a fornicação. IV Prova com muytas razoes
quam indecente ella he para os ChrislaÕs. 19 Cujos corpos faõ Templos d'd EJpi­
rite Sauito que caros comprados foraõ e que devem glorificar a Deus em feu
corpo c Efpirito,,

1 A") ufa algum de vosoutros, tendo algum negocio Contra outro, a


juizo perante os injuflos ir, e naõ perante os íanétos? 28.
2 4 Naó fabeis vos que os lanctos a o mundo ham de julgar ? E Lmcw 59
Zz 3 fe
366 1 EPISTOLA DES. PAULO
* Ou , de fe o mundo por vos julgado he, fois porventura indignos * de jul-
Tninimos gar coufas minimas?
jírzw. 3 Naó fabeis vos que a os Anjos avemos de julgar ? Quanto mais
as coufas a efta vida pertencentes ?
4 Affi que fe negocios de juizo tiverdes a efta vida pertencentes,
ponde ’na cadeira a os que de menos eftima ’na Igreja fam.
$ Pera vos envergonhar [/] digo. Naó ha pois entre vosoutros
fabio , nem ainda hum , que entre feus irmaõs julgar poflã?
6 Mas irmaõ com irmaõ a juizo vae, e ifto perante infiéis.
7 Afli que totalmente ja entre vosoutros ha falta , pois entre vos
*Ouj jwi- * demandas tendes. £ Porque naõ fofreis antes a fem razaó ? Por-
zoí. que naõ fofreis antes o dano?
ÍProv. 201 § Mas vos fazeis a fem razaõ, c o dano fazeis , e ifto a
22' os irmaõs.
qu na- f^bicis qUe os injuftos naõ ham de herdar o Reyno de
/íí>w.12.I7« J J J
15. 10 Naõ erreis: * nem os fornicadores, nem os idolatras, nem
os adúlteros, nem os affeminados, nem os que com machos fedei-
cGalat. 5 : tam, nem os ladroes, nem os avarentos, nem osbebarroens j nem
Is>- os maldizentes, nem osroubadores haõ de herdar o Reyno dcDeus.
A'oc 111 11 E ifto éreis alguns : Mas [f*
] eftaes e lavados , mas [faj
eftaes fanétificados , mas [ia] eftaes juftificados em o nome d’o Se-
«lE.phef.21 nhor Jefus, e pelo Efpirito de noflo Deus.
2. 12 / Todas as coufas me fam licitas, mas nem todas as coufas con-
Colojf. 3'7. Vcm : todas as coufas me fam licitas, porem eu a o poder de nin-
V • gucm fngeitar me naõ deixarei.
eH^ r13 Os manjares fam pera o ventre, e o ventre pera os manjares:
fi.côr.io: mas Deus os aniquilará, afli a o hum como a osoutros. Porem o
23. ’ corpo naõ he pera a fornicaçaó, fenaõ para o Senhor, c o Senhor
pera o corpo.
X Rom. 8 : 14 g Ora também Deus a o Senhor refuscitou, e [também] por
II’ fua potência a nós nos refufeitará.
2.C«m:I4. I(í jqaó fabeis vos qUC voflòs corpos membros de Chrifto faõ?
Tomarei pois os membros de Chrifto , e falos hei membros de huã
folteira? Tal naó aja.
, . 16 Ou naõ fabeis que o que com a folteira fe ajunta , hum corpo
24?Z’ 2 ’ Lcom eUal he : h Porque os dous, diz , huã [mefma] carne feráõ"feráõ,.
>7 Mas o que com o Senhor fe ajunta, [comel/e] hum [mefmo]
Efpirito he.
FUgi
AOS CORINTHIOS. Cap. VII. ^7
18 Fugi d’a fornicaçaô: Todo pecado que o homem fizer , fora
dfo corpo he : mas o que fornica , contra feu proprio corpo peca.
19 Ou naó fabeis , i que voífo corpo he templo d’o Efpirito fan-
élo , o qual em vosoutros eftá , o qual de Deus tendes, e [que] il.Cor. 3;
voífos proprios naõ fois ?
20 k Porque caros folies comprados •’ glorificae pois a Deus era
'voflo corpo 5 e em voflo eípirito, os quaes iam de Deus. Hebry\
laPedr,Z\q. k i.C<?r. 7:23. Galat. 3:13- Hebr. $>:I2. l.Pe/r. I: l8.
Capitulo VII.
1 Responde 9 Apof o lo d pergunta, fe ke bom tomar mulher. 3 Manda a os cafa-
dos que nao defraudem hum a 0 outro , $ Se naõ for por mutuo confentimento
de ambos, por algum tempo, pera fe ocuparem em \e\um e orafaõ. $ Declara a
es jolteiros e a as viuvas que he bom fcarfe fem cafar , a faber pera os taes
que tem 0 dom para iffo e nao pera outros. Io Ordena a os gafados que nao fe
apartem hum de outro. 12 Nem ainda os feis d’os infiéis , a faber fe effes eftao
contentes em ficar fe com os fieis, ly Mas fe os infiéis fe querem apartar, te-
fzfica que os fieis em tal cafo naõ eftáõ fugeitos a fervidao. iS Declara
também que cada hum com 0 efiado cm que foy chamado d Chriflo fe deve con­
tentar affi os circuncidados como os que eftaó 'no prepucio. 21 Affi os fervos
como os livres. 2$ Trata despois d'as virgens que efláo Job poder de outros, e
moftra em que cafo he bom de as cafar ou nao. 30 Acrecenta a iffo hua amoefta-
paõ geral, de como 0 matrimonio e outras coufas d’efte inundo devem fer ufadas.
32 E que avantagem os folteiros tem fobre os cafados pera melhorment e a 0 Se­
nhor je ajuntar. 36 Teda via naõ pecaò que cafaõ fuas virgens, 39 E declara
outra vez que os cafados eflejao liados hum a outro todo 0 tempo que vivem.

2 ra tocante ás coufas dc que me efereveíles , bom he a o ho-


mem naõ tocar mulher.
2 Mas por caufa d’as fornicações , tenha cada hum fua própria
mulher, e cada huã feu proprio marido tenha.
3 a Pague o marido a a mulher a devida benevolencia, c feme- ai.Ped.$ :
lhantem-ente a mulher a o marido.
4 A mulher naó tem poder fobre feu propriocorpo, fenaõ o ma­
rido.
* e também, d’a mefma maneira, o marido naó tem poder fo­
bre feu proprio corpo, fenaó a mulher..
5 b Naõ vos defraudeis hum a o outro , fenaõ for por confenti- bl<relz\l6.
mento [de ambos'} por algum tempo , peraque vos desocupeis para
o jeium, e para a oraçaó: e tornae vos outra vez a ajuntar , pera­
que Satanás vos naó atente, por caufa de voíla incontinência.
6 Iílo porem digo por permiífam, naó por mandado.
7 ‘ POK-
3í8 I. EPISTOLA DES. PAULO
c aí{l. 16 • 7 c Porque quiféra que todos os homens como eu mefmo foftcm:
.
éMatt.Xy. mas cadahum tem feu ~ proprio
i dom de Deus,7 o hum em verdade
afli 5 porem o outro afli.
i,cor. n: 8 Digo porem a os folteiros, e a as viuvas, que bom lhes he, fc
íi. como eu íe ficarem.
f i-T/w. $: 9 e Mas fe conter fe naó podem, cafemfe: Porque melhor heca»
I4« farle, que abrafarfe.
fMalach.n io Porem a os calados mando, naó eu, fenaó o Senhor, fque a
mulher d’o marido fe naó aparte.
• 11 Efe apartar, por cafar íe fique, ou com o marido fereconci-
Matc, io: e cluc ° mariáo á niulher naó deixe.
íi. 11 Mas aos outros digo eu, naó o Senhor: Se algum irmaõ mu-
Luc.i6;i8. lher infiel tem, e ella confente em com elle habitar , naó á deixe.
13 E fe alguã mulher marido infiel tem, e elle confente em com
elle habitar , naõ o deixe.
>4 Porque o marido infiel he fanélificado pela mulher : c a mu­
lher infiel he fanóíificada pelo marido. Que d’outra maneira feriaó'
voflòs filhos immundos: porem agora fam landos.
Mas feo infiel fe apartar , apartefe. Em tal \_caft] o irmaó,
ouaimaã naoeftáófujeitos á fervidam : mas Deus nos chamou â paz.
gi.Pedr.it 16 $ Porque, que fabes tu mulher, fe a o marido falvarás? Ou
v que fabes tu marido, fe a a mulher falvarás?
17 Porem cadahum como Deus lhe repartiu , cadahum como o
Senhor o chamou, afli ande: e afli em todas as Igrejas ordeno.
18 He algum chamado eftando ja circuncidado ? naõ eftenda |>
prepucio']. He algum chamado eftando [4W4] ’no prepucio ? naõ fe
circuncide.
19 A circuncifaó nada he, c o prepucio nada he , fenaõ a guar­
da d’os mandamentos de Deus.
hEpheJ.4\ -o h Cadahum fe fique na vocaçaõ em que chamado he.
Krf*„n. r 2-1 Es rhamarlr»
11 E.ç A r[</^l
chamado fendo fervo? naó fe te dé masr.fe.___
A,irn~\ :. __ também
t

Co/oj7i:ió' forrar te Podes * Plocura W mais.


1. Thefl'. i\ 11orque o que em o Senhor he chamado fendo fervo, forro he
12, d o Snor : d’a mefma maneira também , o que he chamado lendo
* Ou, vfa. livre fervo de Chrifto he.
ii.Cor. 6; 23 ' Caros foftes comprados, naó vos façaes fervos d’os homens
chamado^he’’ ^b1™ aCC1Ca DeUS’ ’naqUÍ1‘° fc fiqUC) cm <3UC
IS. *1 Ora tocante a as virgens , mandado d’o Senhor naõ tenho:
dou
AOS CORINTHIOS. Cap. VII. 3^
íou porem [&eu] parecer , como aquelle que milericordia d’o Se­
nhor alcançado tenho pera fer fiel.
Tenho pois ifto por bom , por caufa d’a necefiidade inftante,
que bom he a o homem eftárfe afii.
27 Eftás liado â mulher ? naõ busques foltura. Efiás folto dc
fnulher, naõ busques mulher.
28 Mas fe também te cafares , naõ pecas : e fe a virgê fe cafar,
naõ peca. Toda via teraõ os taes ’na carne tribulaçam. Porem eu
vos
29 Ifto porem digo, irmaõs, que o tempo, que refta, he breve:
para que também os que mulheres tem , fcjam como fe as naõ ti­
ve fiem :
30 E os que choram, como fe naõ choraflem ; e os que folgam ,
como fe naõ folgaflé j e os que compram, como fe naõ pofluiffem,
. 31 E os que d’efte mundo ufaõ , como fe naõ abulaflé.
k Porque a aparência d’efte mundo
32 Ê bem quiféra eu, que fem cuidado eftivefieis. ZO * folteiro
tem cuidado d’as coufas d'o Senhor, como a o Senhor hade agra- 1:io­
dar : * ^^4.
33 Mas o que he cafado , tem cuidado d’as coufas d’o mundo,
como á mulher hade agradar. i.ioa. 2:17.
34. A mulher calada, e a virgem eftaõ divifas. A por cafar tem Zi. Tim. 5 :
cuidado d’as coufas d’o Senhor , pera fer fanéta , afii d’o corpo 5-
como de Efpirito: masacafada, tem cuidado d’as coufasd’o mun-
do, como a o marido ha de agradar. ca'a
37 Ifto porem digo pera voflo proprio proveito ; naõ para laço 2
vos lançar, fenaõ pera [vos guiar] , a o que decente e conveniente
he5 pera fem alguã diftraiçaõ bem a o Senhor vos apegar.
36 Mas íe alguém lhe parece que indecentemente com fua virgem
trata , fe a flor d’a idade paflar , e afli convém fazer fe: faça o tal
o que quifer, naó peca, cafemle.
37 Porem o que firme em [jèu] coraçaó eftá, necefiidade naõ
tendo, mas poder fobre fua própria vontade tem, e ifto em feuco-
raçaô determinou, de fua virgem guardar, bem faz.
38 Afli que o que em cafamento [a ] dá, bem faz: Mas o que em
cafamento a naõ dá, melhor faz.
39 m A mulher calada pela Ley liada eftá todo o tempo que feu mRoinr^
marido vive : mas íe feu marido falecer, livre fica, pera, com 7
37® I. EPISTOLA DE S. PAULO
quem quifer, fe calar; com tanto [que] em o Senhor [/êja].
40 Porem mais bemaventurada he , fe afli fe ficar, fegundo meu
csi.Thef.4: parecer. E também eu cuido, n que o Elpirito de Deus tenho.

Capitulo VIII.
I Refponde 0 Jlpofolo d outra pergunta , tocante 0 comer d as coufas facrificadas a
os idolos e mostra que para iffo naõ basta que fabemos que o ídolo nada he *
5 E que naõ temos mais que hum fó Deus e Senhor, 7 Porquanto muytos fra­
cos hao j que por caufa d isto padeceriaò efcandalo. J o E feguindo feu exemplo
d’elles, facilmente tomariaõ Uberdade pera commaa confciencia fazer 0 mesmo, para
fua própria perdição- 12 Testifica que os taes pecaò contra Chriflo} 13 Porque
a ninguém convém efcandalizar a feu irmaõ por ufo de algum comer.

ra tocante a as coufas a os idolos facrificadas : [Bem] fabemos


que todos fciencia temos. A fciencia incha , mas a caridade
edifica.
2 E fe algum cuida coufa alguã faber, ainda nada conhecido tem
como convém conhecer.
3 Mas fe algum a Deus ama, o tal d’elle conhecido he.
tRom. 14: 4 a Afli que quanto a o comer d’as coufas a os idolos facrificadas•
14. [Bem] fabemos b que o idolo nada he ’nomundo, c e que naó ha ou-
Pi.cor.iQ. çro algum Deus , fenaó hum.
t 4: Porc)ue ainda 9ue também [>Z^] aja, que Deufes fechamem
39. ’ feja ’no ceo > feja ’na terra (como muytos Deufes e muytos Senho-
Bpheft'. 6. i'es ha).
dMalach.z: 6 d Toda via nos [nam] temos [mais que] hum O']-Deus, o Pae
10. e do qual T f-,0] todas as coufas, e nosoutros pera elle: t e hum fJó f
Ephef4\ 6. eSenhor
eRom.Ii: ]]c Jefu Chrifto , rpelo qual
-1 u[fam] todas as coufas 5, ve uuò nnr
nos por

fj™. 13 : 7 Mas naõ em todos [efia] fciencia ha: g alguns porem até ago-
13. ra com confciencia d’o idolo comem , como [de coufas] a os idolos
1.Cor. 12:3.facrificadas: e íendo fua confciencia fraca, fica contaminada.
Phíl. 2:11. 8 h Qra o manjar naó nos faz agradaveis a Deus. Porque feja
g i.Cor.io-.que comamos, nada de mais temos ; e leja que naõ comamos na
I4-da nos falta.
17.
17- * ‘ 9 í Mas olhae que efte voflo poder , naõ feja em alguã maneira
iGalat. $ :efcandalo para os fracos.
13. , 10 Porque fe algum te vir a ty, que [efta] fciencia tens, [d mefa]
no templo dos idolos aflentado , naó ferá a confciencia d’o que he
fraco
AOS CORINTHIOS. Cap. IX. 371
fraco * induzida a comer d’as coufas a os idolos facrificadas ?
11 k E perecerá afli, por tua fciencia, o irmaó fraco , polo qual cada.
Chrifto morreu ? k Rom. 14:
12 Porem afli contra os irmaós pecando, e fua fraca confciencia
ferindo contra Chrifto pecaes.
>3 / Poloque , fe o manjar a meu irmaó eícandalizar , nunca ja iRom. 14?
mais carne comerei, peraque a meu irmaó naó efcandalize. xi-
2. Cor. Ii’
C A P I T U L o IX.

E Propoem õ Apoftolo feu proprio exemplo a os Corinthios pera melhormente tra~


Z>élos u legitimo ufo d’as coufas ináijferentes , e por efte fim juntamente aqui tra­
ta do foftento d’os miniftros dia Igreja e tefiifica que também elle como outros
.Apoftolos tinha poder de tomar /ostento. 7 Produz, diverfas razoes pera pro-~
•var ido j tomadas d’os que fervem ’na guerra , que prantao a vinha , e apacentaõ
0 gado. 9 D'oboy que trilha , II D'o femeador. 13 D’os que adminiftraõ 0
Templo ou Altar. 15 Todavia declara que naõ ufiou nem também ainda quis
ufar dlefta potestade porquanto julgava que isto entre elles naõ ferviria para
'■ edificaçaõ , e que naõ convinha abujar jua poteftade, 19 Mas que em coufas
indifferentes Je acomodou a os fracos Chrifiaõs, affi a Judeos como Gentios > pe­
ra melhormente ganhálos. 24 Exhorta finalmente afii por feu proprio exemplo»
çomo. pelas compara(oens _> d os que correm em 0 corro» e combatem ou lutaõ» pera
temperança e diligente adiantamento ’na piedade.

* N aõ fou eu [por ventura] Apoftolo ? Naó fou livre ? a Naó vi aAtt 9:•
eu a Jefu Chrifto Senhor noífo ? b Naó íois vosoutros minha e 22 ; 14.
obra em o Senhor? 18.
2 Se para os outros naõ fou Apoftolo , a o menos para vosoutros eiy. II.
o fou. Porque vos fois o iello de meu Apoftoladoem o Senhor. S.
z.Cor. 1
3 Efta he minha defenfa pera com os que * me condénaõ. b I. Cor.4 I
4 c Nao temos nos poder de comer e de beber? IS-
5 Naó temos nos poder de [comnofco j hu-ã mulher irmaã trazer , * 011,^^
como também os de mais Apoftolos , <e os irmaõs d’o Senhor, e demy\ul-
d Cephas ? gaò.
6 Ou ló eu,x e Barnabas ,z naó temos poder
r- — de naó
— trabalhar?
wv • X > x ■
c I _ Cor, 9 ;
7 Quem jamais a leu proprio loldo milita ? f Qué a vinha pran-
P 1-,-nirA
ta, e de feu fruito naó come? ^,-^3
Oug quem o gado apacenta , 1e dJ ■>’o 1x.’ 1ThefiZ ’ y
C\..„______________ 4____________

leite d’o gado naó come? 9-


8 Digo eu ifto íegundo os homens? Ou naó diz a Ley também o d Matt. 8 :
mefmo? 14.
f.’ EPISTOLA DÈ S. PAULO
bDeut.i^. 9 Pofque ’na Ley de Moyfes eftá efcrito ; b A o boy que trilha
4 a boca naó liarás. Porventura tem Deus cuidado dos boys?
Io qu totalmcnte pOr nosoutros [<?] diz ? Porque por nos eftá
[ifio] efcrito: porquanto o que lavra , com efperança deve lavrar;
e o que com efperança trilha, de fua esperança participante [der
Tí>] fer.
15 : n i Se nos as coufas efpirituaes vos femeamos , he muyto que as
^a^at t ( v0^as carnaes feguémos?
12 Se outros d’efte poder fobre vos. participantes faó, [porque]
k Aã ■'o* na° tanto mais nosoutros? k Mas nos d'eftc poder naõ ufamos: antes
‘ ' tudo foportamos, peraque algum impedimento a o Euangelho d!e
Cor.n:9. Chrifto naó demos.
2. *
^12:13. 13 Naó fabeis vos, Z què os que as coufas fagradas admimftraó,
ZZW.i8.-i. d’o fagrado comem ? [fi qu?] os que junto ao altar de contino
eftám, com o altar participajjn ?
wLw. 19: 14 m Afil ordenou também o Senhor , a os que o Euangelho de-
nunciaó, que d’o Euangelho vivaõ.
1^ Lotem eu dc nenhuá d’eftas coufasufei; E nem ifto eferevi,
eZ<j: 4. peraque affi comigo fe faça : Porque melhor me fora morrer , d’o
Matt. io; que algué efta minha gloriaçaó esvaecer.
io- 16 Porque fe o Euangelho denunciar, para mygloriaçaónaóhe,
TLz/r.io.- 7. „ pOjs necefiidade me he impofta. E ay de my, íeo Euangelho naó
i.7z/z?.5:i8. denunciar.
n Rom. J~ •‘
14. * mente, 17 Porque fe de boamente o faço, prémio tenho: Mas fede má­
[toda via] a difpenfaçaó me he confiada.
iS Que prémio tenho logo? [a faber efte] que Euangelizando,
* Ou je o Euangelho de Chrifto * de balde proponha , pera de meu poder
’no Euangelho naó abufar.
19 Porque eftando eu de todos livre, fervo de todos me fiz, por
[ai?tda] a mais ganhar.
^#.16:3. 20 0 E fiz me a os Judeos , como Judeo, por ganhar a osJudeos:
* 18; 18. a os que eftáõ debaixo d’a Ley, como fe de baixo d?a Ley eftives-
<21 pOr ganhar a os que dc baixo d’a Ley eftám.
f> Galat. i: 21 p A os que eftám fem Ley como fe íem Ley eftivefie fnaõ eftan-
3. do [porem] para com Deus fem Ley; mas para com Chrifto debaixo
d’a Ley) por ganhar a os que fem Ley eftám.
$Rom.i<;:i. 22 q Fiz me como fraco a os fracos, por a os fracos ganhar: tudo
1. 10: a todos me fiz, pera por todas as vias a alguns vir a falvar.
Galat ci 13 E Ç° eu Por caufad’oEuangelho, peraquetambémd’el-
’ ie participante feja, 24 Naõ
9
A>O S CORINTHIOS. Cap. X. ?7!
. 2,4 Naõ fabeis vos que os que em o r corro correm, todos em ver- rGalat.nt,
dade correm j mas hum o prémio leva? Correi de tal manei- p^‘7<
ra, que alcanceis. PZ/z. 2:16.
25 / E todo aquelle que [por premio~] luta, de tudo fe abfté:
que aquelles, por fó huã coroa corruptível receber, f 0 fazem']; po-/i
rem nos O] huã {incorruptível. 5 L J r
~6 Corro pois afli, naõ como á coufa incerta: afli combato, naõ i-Pedr.v^
como a o ar ferindo. e$ : 4»
27 Antes meu corpo fojugo , e a fervidam o reduzo , peraque a
os outros pregando , eu meímo em alguã maneira reprovado naõ
fique.

Capitulo X.
I Declara 0 Ãpofiolo que todos os Ifraèlitas 'no deferto ‘na nuvem e "‘no mar bati-
f tizados for ao. 3 E que todos de hum mesmo manjar e beber efpiritual comerão
e bebèrao. $ Mas que toda via de Deus calligados forao ; 7 Quando em ido­
latria ou fornicapaÕ caíraõ e á Chrifo atentárao , ou contra elle murmurdrao.
II Testifica que ifto ferve para nojfo avifo . pera nao cometer taes pecados.
13 Promete a ajuda de Deus ‘nas tentações, e juntamente a boa faida, 14 Ex­
horta os outra vez a fugir d‘a idolatria, i $ Porquanto pelo ufo d’a San&a Cea
tem comunhão com 0 corpo e fangue de Chrifo , mas pela idolatria com os Dia­
bos , cujas mefas porijfo avem de evitar 12 Nem de baixo de nenhuã capa irri­
tar a Deus, ou ejeandalizar a feu proximo. 2$ Toda via permite de fem fe in­
quirir comer de tudo 0 que fe vende ‘nacarnicaria, 27 E que fe lhes , convida­
dos d'o infiel, ‘na meza aprejenta, fe naõ for que algum 0 notificar. 31 E con-
clue elle negocio com amoefiaçao univerjal de fazer tudo pera honra de Deus
e edificaçaõ de nojfo proximo.
. — . . . a Elxod. I?»
O ra, irmãos, nam quero que ignoreis, a que noflospaes todos 2i» J
de baixo d’a nuvem eftivéraõ, e b todos pelo mar paliaram: AW/iS.
2 E todos em Moyfes ’na nuvem, e ’no mar bautizados foraõ: Deutsv.M *
3 c E todos de hum mefmo manjar efpiritual comeram: Neh. 9:12.
4 d Jj todos de hum mefmo beber efpiritual beberam. Porque ,9<
bebiam d’a pedra efpiritual que [w] feguia 5 e a pedra era Chrifto.
$ Mas d’a mayor [parte'] d’elles fe naó agradou Deus: e porque hExod i4>
em o deferto poftrados foraõ. 22,
6 E eftas coufas em exemplos feitas nos foraõ , peraque coufaslojúé.^ 13.
roins naõ cobicemos, como/elles cobiçaram. P//.78:i3.
A aa 3 7 j^cExod. 16:

dExod. 17: 6. ’ Nujth 2o: Ii. Pfal, 78:15. e.fcto.'2ó: 65. f Num * Ii :4 33
*
PJal. I06; 14.
' 1 ;•
37Í I. EPISTOLA DE S. P A U LO
7 E naõ vos façaes idolatras , como alguns d’elles , como eftá
f EW.sx- efcrito: g Aflentoufe o povo a comer, e a beber, e levantáraõfe a
6.
h Num. 2$:t folgar.
I 9«
8 E nam forniquemcs, h como alguns d’elles fornicáram, e em
fjdl. icó: hum dia vinte e tres mil caíraó.
9 E naõ atentemos a Chrifto , * como também algús d’elles foi
iNum. 21; atentáraõ, e pelas ferpentes perecerão.
5- 10 E naó murmureis , b como também alguns d’elles murmura-
Tjal. 106 : raó, e pelo deftruidór perecerão.
14-
k Exod 161 11 E todas eftas coufas em figura lhes fobreviéraó, Z e eftám efcri-
lo. tas pera * avifo noflo, m em quem ja os fins d’os íèculos chegados
<•17:2. fam.
Num. 14 I 12 O que pois cuida que cmpé eftá, olhe que nam caya.
36. 13 Naõ vos tomou tentaçaõ , fenaõ humana : porem n fiel he
p/;?/. 106:
Deus, que mais d’o que podeis vos naó deixará atentar, antes com
l Rom I $’4 a tentaçaõ também a iáyda dará, peraque foportar a poflães.
14 Portanto, meus amados, fugi d?a idolatria.
* Ou , a- 15 Como a entendidos fallo: Julgae vos \_mefmos~] o que digo.
tnoefla. 16 O copo de bendiçam , a o qual \_dando gra^í~\ bendizemos
naõ he porventura a comunham d’o fangue deChrifto? O pam que
TíV io - Part^mos naõ he por ventura a comunham d’o corpo de Chrifto?
\r' IO‘ 17 Porque hum pam , afli nos muytos 0 hum corpo
n i.côr.i:S.fomos: porquanto todos de hum pam participámos.
1. Tbejj 5 : 18 Vede a Ifraêl fegundo a carne: Naó fam porventura , os que
24. os facrificios comem, d"© altar participantes ?
2 Pedr.1-.9- 19 Que digo logo ? í> Que o idolo coufa alguã he ? ou que o fa-
0.ROZW.13 5» crificio idolatrico coufa alguã feja?
I,27?i2; 10 Antcs Aue as couias que as Gentes íacrificaó, 7 a os
p 1 c<ir.8.-4. Demonios as íacrificaó , e naõ a Deus. E naõ quero que d’os De-
7 Lev.17.7. monios participantes fejaes.
Deut. 32: 21 Naó podeis beber o copo d’o Senhor , e o copo d’os Demo-
*7- nios : Naó podeis fer participantes d'a mefa d'o Snor, e d’a meia
d’os Demonios.
22 Ou irritamos a o Senhor? Somos nos mais fortes que elle?
r I.iCor. 6: r Todas as coufas me fam licitas, mas nem todas as coufas con­
12,
vém : todas as coufas me fam licitas , mas nem todas a.s couias edi­
ficam.
fUCor.xy. 14 /Ninguém bufque o feu proprio , antes cadahú o que he d’o
5- outro.
25 De
AOS CORINTHIOS. Cap. XI. 37f
27 De tudo quanto ’no açougue fe vende, comei, fem vos inqui­
rir por caula d’a conlciencia.
20 t Porque d’o benhor he a terra, e [toda] fua plenidam. tExod, i?:
27 E fe alguém d’os infiéis vos convidar, cquiferdes> ir, 11 **« uuuin
comei />•>
de tudo o que diante de vos le •pTiler, fem vos inquirir x [por caula d’a ^al 24: T*
conlciencia. 1 e $0: 12.
_ u Luc. Io ;
28 Mas le alguém vos difler: Iflo facrificio idolatrico he , nao J7-
comaes, por caula d’aquelle que [vo?o'_j advirtio, e ~[por caufa] d"’av 1 CorZ-.y,
conlciencia. Porque d’o Senhor he a terra, e [toda] lua plenidam./ Rom. 14 :
29 Digo porem a conlciencia, naó tua, lenaó a d’o outro. Por­
que pois minha liberdade de outra conlciencia julgada he? l.Tim» 4:3.
30 Ele eu, por graça participo, porque blafphemado
fou ’naquillo 7 de que graças dou?
z. Colojf. 3 :
31 * Afii que feja que comaes, feja que bebaes, ou que qualquer
[outra] coufa façaes , tudo pera gloria de Deus fazei. V-
a Rom. 14 •
32 a * Sede [taes] que efcandalo naó deis, nem a Judeos, nem B-
a Gregos, nem a a Igreja de Deus.
33 Como também eu a todos em tudo agrado , naõ bufcando fem efcan-
* minha própria comodidade, fenaõ a de muytos, peraque afii £fal- dalo dar
a Judeos 9
var le poilàô.
* Ou j meu proprio proveito
* b 1. Cor. 9:22. 'nnh &c-

, Capitulo XI.
I Amoesla 0 Apofolo a os Corinthios de ferem feus imitadores louvando os que
Juas ordenanças guardávaõ. 3 Emmenda alguns abufos que em fuas congregações
Je achaveõ ; primeiramente 5 que os varões em orar e prophettzar Juas cabeias
cobrirão, e as mulheres as dejcobrírac. 4 O que prova Jer indecente, ajji a os
varões 5 porquanto Jaó a cabeia d*as mulheres , como a as mulheresque > por­
quanto ejiáò de baixo do varaó pera final d‘ijjo devem cobrir fuas cabeças»
cu de outra maneira ambos deshonrao fuas cabeias. 14 E fazem contra a natu­
reza, iS E despois que ha dijfencoes em juas congregações. 2o E alem d3iffo,
que a Ce a d3o Senhor naõ /<? celebrava entre elles direitamente . porquanto os ri­
cos d'antes faziao convites em particular , polo que alguns bêbados d Cea fe ache-
gdvaÕ. 23 Pois pera emmendar efjes abufos propoem a inftituiçaõ c fignificaçao
d'a Cea. 26 E enfina pera qual fim , e de como 3 a Cea fe deve celebrar. 29 E
que cafligos avem de esperar, e ja enviados foraõ de Deus Jcbie alguns quenaõ
ujávaó bem d3ella. Finalmente enfina como avem de emnendar effes abujos.

i a Cede meus imitadores, como eu também de Chriflo. ai.Cor.if


* 2 E louvo vos irmaós, de que em tudo de my voslembraes,
376 I. E P I S T O L A D E S. P A U L O
e ordenanças retendes, afli como volas entreguei.
b T.phef» $ *. 3 Mas quero que faebaes , £ que a cabeça de todo varaõ he Chri­
2^. fto 5 e a cabeça d’a mulher, o varaõ; c e a cabeça de Chrifto, Deus.
t loaA4'.lZ.
I Cor.y.. 4 Todo varaõ que ora , ou profetiza tendo [algua couja^ fobre a
€ 1$: z. cabeça, lua própria cabeça deshonra;
$ Mas toda mulher que ora, ou profetiza, com a cabeçadescu-
berta, fua própria cabeça deshonra : porque o mefmo he que fe fe
rapalfe.
d Num. $: ó Porque fe a mulher fe naõ cobre, tofquiefe também : z/mas fc
1$. para a mulher coufa torpe he tofquiarfe, ou raparfe, cubrafe.
7 Porque o varaõ naõ deve cubrir a cabeça, e pois a imagem e a
e Gen.1',16 * gloria de Deus he: mas a mulher he a gloria d’o varaõ.
27.
e $ • I* 8 / Porque naõ *vem o varaõ d’a mulher, fenaõ a mulher d’ova­
e 9: 6. raõ.
fGen&. 1S. 9 Porque também naõ foy o varaõ criado por amor d’a mulher,
21. fenaõ a mulher por amor d’o varaõ.
* Olb/ttgí7-
10 Portanto deve a mulher fobre a cabeça íinal de * poderio ter,
por caufa d’os Anjos.
11 Toda via nem o varaõ, he fem a mulher , nem a mulher fem
* Ou, he. o varaõ, em o Senhor.
íi Porque como a mulher d’o varaõ * vem, aftl he também o va­
raõ pela mulher: porem tudo de Deus [vem].
B Julgae vos entre vos mefmos : He decente que a mulher a
Deus descuberta ore ?
14 Ou naó vos enfina a mefma natureza, que trazer o varaõ ca-
belleira, ignominia lhe he?
h7;w6' 15 Mas que trazer a mulher cabelleira, lhe he honra , porquan-
* 4 *7 ’to a cabelleira por cubertura dada lhe he?
16 g Porem fe algum contenciofoferparece, nos tal coftume naõ
temos, nem as Igrejas de Deus.
17 Ifto porem [w] denuncio, que naõ louvo de que ,
naõ para melhor, fenaó para peyor vos ajuntaes.
18 Porque primeiramente, quando ’na Igreja vos ajuntaes, ouço
hMatt.\Z\ que diflènçoés entre vos ha: e em parte o creyo.
7» . 19 h Porque até heregias importa que i entre vosoutros aja , pe-
* OuracIue os Aue * ftnceros fam, entre vos fe manifeftem.
«rJw. " 20 Aífi Aue quando em hum vos ajuntaes, [// ]
* naõ he aCead’o
i AN. 20: Senhor comer.
30. 21 Porque cadahum, comendo d’antes fua própria cea toma : c
1 ioa,i;i9. hum tem fome, e outro eftá bêbado. «
2i Por-
AOS.CORINTHIOS. Cap. XI. y?7
11 Por ventura naó tendes caías pera comer e pera beber ? Ou
á Igreja de Deus desprezaes ? e a os que naó tem envergonhaes ?
Que vos direi? Louvarvos hei? ’Nifto naó [w] louvo.
23 Porque eu d’o Senhor recebi , o que também vos entreguei,
k que o Senhor Jefus ’na noite em que foy trahido, tomou o pam : k Matt.16
*
24 E avendo dado graças, opartio, edific: Tomae, comei:
ifto he o meu corpo, que por vosoutros he partido : fazei ifto em Marc* Ij4 i
memória de my.
25 Semelhantemente também, despois de cear, [tomou] o copo,
dizendo Efte copo he o novo Teftamento em meu fangue. Fazei
ifto todas as vezes que [0] beberdes, em memória de my.
26 Porque todas as vezes que comerdes efte pam, ebeberdesefte
copo, a morte d’o Senhor denunciae l até que venha. _
* «9
4 j»

27 ™ Afli que qualquer que comer efte pam , ou beber efte copo^ ^jIr;
d’o Senhor indignamente, ferá culpado d5o corpo e fangue
Senhor. 7^.6
28 n Portanto provefe o homem a fi mefmo , c afli coma d’efte 63.64.
pam, e beba d’efte copo. «>13:27»
29 Porque o que indignamente come e bebe , para fi mefmo jui-1 Cor'11 *
zo come e bebe, naõ difcernindo o corpo d’o Senhor. nVcor 1
30 Por efta caufa muytos fracos e doentes entre vos ha , e muy-
*
^. °r'
tos dormem. . oPfal. 32:
D 0 Porque fe nos a nos mefmos nos julgáramos, julgados naó $•
feriamos. JProv.iS:ij.
32 Mas quando julgados fomos, * reprendidosd’o Senhor fomos *5 9U’/?Z"
peraque com o mundo condenados naó fejamos. ruí
33 Portanto, meus irmãos, quando a comer vos ajuntaes , hus a gados.
os outros [w] esperae.
34. Porem fe algum fome tiver , em [fua] cafa coma ; peraque
para * juizo vos naó ajunteis. Quanto as de mais coufas, quando dtnataõ,
vier, as ordenarei.

Bbb C A"
I. EPISTOLA DE S. PAULO
Capitulo XII.
a diffençaõ entre os Corinthios > procedida d’a diverfidade
dos dons espirituaes , e d os miniferias ecclefiafiicts > e enfina que por amor dei­
tes nao fe devem enfoberbecer , nem desprezar á outros > porquanto todos d'antes
forao Gentios , e do Espirito Santio os recebiaõ. 4 o mesmo Efpirito obra
eftes dons diverfamente > e em os huns menos e em os outros mais , fegundo
jua vontade 3 á fim que fe empreguem para o ufo commum 3 e utilidade de toda a
Igreja} os quaes dons reláta até nove. 12 Explica iflo pela comparaçaõ d os di­
verfos membros de hum corpo y com que enfina 3 que os mmirnos dons também
fua utilidade e necefltdade tenhao > e que por iflo os que recebéraõ os mais excel-
lentes dons y nao aviaõ de desprezar a os que tem os menores. 25 -Mas que
çada qual feus dons para proveito de outros e de todo 0 corpo da Igreja empre-
dons , como de tni&ifterios
diverfos. 3 l Porem que cada qual deve procurar os melhores dons.

x p tocante a os [dons] efpirituaes, naõquero, irmaõs, queigno-


^rantes fejaes.
2 Bem fabeis vos que Gentios ereis, a os idolos mudos empuxa­
dos, fegundo guiados ercis.
3 Por iílo notorio vos faço , o que ninguém pelo Efpirito de
Deus fallando , a Jefus anathema chama : e ninguém dizer pode

1. Cor.S:6. 5 E variedade ha de adminiftraçoens: e o mefmo Senhor he.


c Rom.\z-6. 6 E variedade ha de operaçoés : porem o mefmo Deus he , que
i.Pedr. 4: íuc]o ern todos obra.
Io' 7 Mas a cadahum he a manifeftaçaõ d’o Efpirito dada, pera o
♦ Ou, «ri/. que * decente fór.
8 Porque á hum he dada, pelo Efpirito, palavra de fabedoria: e
á outro palavra de fciencia, pelo o mesmo Espirito.
9 E á outro fé pelo mefmo Efpirito: e á outro dons de curas,
* Queila- peio mefmo Efpirito:

e 1. Cor. 7: i» d Mas todas eftas coufas obra hum e o mefmo Efpirito ' repar-
7. tindo particularmente á cadahú como quer.
2. Cor. 10: 12 yPorque como o corpo he hum , e tem muytos membros, e
. todos os membros d’eftehum corpo, fendomuytos, [todavia
Rom. 12 . [fij corpQ pam . afE [0 he] também Chrifto.
1
AOS CORINTHIOS. Cap.XlL w
13 Porque também todos nosoutros cm hum Efpirito, pera hum
corpo bautizados fomos, gquer Judeos, quer Gregos, quer fervos, gGalat. y.
quer livres; e todos pera hum Efpirito abeberados eftámos. 28»
14 Porque também o corpo hum [/o ] membro naõ he , fenaõ
muytos.
15 Se o pé difler : Pois que maõ naõ fou , d’o corpo naõ fou 5
Por iflo d’o corpo naõ he?
16 E fe a orelha difler: Pois que olho naõ fou, d’o corpo naõ íou;
Poriflod’o corpo naõ he?
17 Se todo o corpo olho fora, aonde [eftaría] o ouvido? Se todo
[fora] ouvido, aonde [e&aría] * o olfato? »Oiu^P
18 Mas agora pós Deus a os membros ’no corpo a cada qual d’el- ro.
les como quis.
19 Que fe todos hum [fó] membro foraõ, aonde [efaría] o corpo?
20 Mas bem ha agora muytos membros , porem [fomente] hum
corpo.
21 E nam pode o olho a a maõ dizer; Neceflidade de ty naõ te­
nho: ou ainda a cabeça a os pees ; Neceflidade de vos naó tenho:
22 Antes até os membros d’o corpo, que os mais fracosfer [nos]
parecem [muyto mais] neceflarios faõ.
23 E os que cuidamos que d’o corpo os menos honrados faõ, a
efles muyto mais honramos : e os noflos * mais feos muyto mais ata- *Oib/We-
vio tem. cefites.oiii
24 Porem os noflos [mais] fermofos d’ifto neceflidade naõ tem: de menor
decoro.
mas [a/fi] Deus o corpo conjuntou , muyta mais honra dando ao
que falta [delia] tinha.
25 Peraque divifaõ em o corpo naõ aja , porem que os membros
huns d’os outros igual cuidado tenhaó.
26 E feja que hum membro padeça [também] os membros junta­
mente padécem : feja que hum membro he honrado , todos os
membros juntamente fe gozaõ. kRom 12'
h E vos fois o corpo de Chrifto, e membros em particular.' ' '
28 E Deus a huns ’na Igreja pós, í primeiramente Apoftolos, E^hef 1:
k fegundamente Prophetas, terceiramente Doutores : despois Po- 25.
teftades, despoisDons de curas, Socorros, Governos, Variedades m; 12.
de lingoas. c/V
29 Sam porventura todos Apoftolos? Saõ todos Prophetas ? Saõ
todos Doutores? Saõ todos Poteftades ? *
20 Tem todos Dons de curas?' Faliam todos [varias] lingoas, k Ephef. 2 :
Interpretam todos ? *
Bbb p Pro- 20.
jsa I. EPISTOLA DE S. PAULO
31 Procurae porem affe&uofamente os melhores dons j e cu Vos
moílro ainda o mais excellente caminho.

Capitulo XIII.
I O que 0 Apoftolo 'no fim ao Capitulo precedente prometeu a os Corinthios > afa­
ber , que lhes moflraria ainda hum taminho mais exceliente - iílo faz. 'nefle Ca­
pitulo , enfinando que a caridade he 0 excellentil/imo dom pera os Chriflaõs, o que
prova pela comparaçao de outros grandes dons como faõ . diverfas lingoas t
propkecia-) fciencia > fazer prodigios , /ocorrer liberalmente a os pobres, e padecer
animofamente a morte por nome de Chriflo ; E moflra que todos e/fes e Jeme-
Ihantes dons fem a caridade aproveitai nada. 4 E louva a caridade por via
de fuas excellentes propriedades e eperaçoes. 8 Como também porquanto fempre
ha de durar e permanecer , pois que os outros dons haõ de ce/far. 9 Porquanto
faõ imperfeitos ‘nefla vida. lo O que declara com as comparações d'o conheci­
mento de hum menino e adulto , e da vifla ’nhum espelho e ’na face mesma.
3 ' E finalmente porquanto a caridade he maqor e mais excellente que a fé e es­
perança.

1 A inda 9ue eu as lingoas d’os homens, e [asjcfos Anjos fallafle,


e caridade naõ tiveífe, como o metal que tine ou como a cam­
painha que retine leria.
« Matt. 7: í a E ainda que [0 dom] de profecia tiveífe , e todos os myfteri-
. os, e toda a fciencia foubeífe : e ainda que toda a fé tiveífe, de tal
que b os montes trafpufeífe , e caridade naõ tiveífe, nada
20. ' ’íeria- . J .
e 21:21. 3 E ainda que toda minha fazenda pera mantimento [dos pobres]
Marc. 11: deftribuiílè , e ainda que meu corpo a queimado fer entregaíle, e
13• caridade naõ tiveífe, nada me aproveitaria.
Luc. 17:6. 4 c A caridade he * longanime : he benigna: a caridade naõ he
C 12^ IO ’envejofa: a caridade naõ trata levianamente, naõ fe incha.
f Naõ trata indecentemente; d naõ fe bufca a íi mefma : naõ fe1
*Gib/o/r/-irrita: mal naõ cuida.
da>o\i.>pa- 6 Naó folga d’a; injuftiça: e porem d’a verdade folga.
ciente. 7 Tudo encobre, tudo cré, tudo efpéra, tudo fopórta.
dl.Cor.io: 8 A caridade nunca * fe perde: Porem fejaõ profecias, aniquila-
Phil.i-â. dasferáõ: Sejam lingoas, ceífaráõ: Seja fciencia, aniquilada ferá.
e 2. joa. 9 Porque
_ em parte conhecemos, e em parte profetizámos:
vers 4. 110 Mas quando o perfeito vier, entonces o que cm parte he,
• Ou,pere- aniquilado ferá.
11 Quando eu era menino 9 fallaya como menino , fentia como
cae.
menino,
AOS CORINTHIOS. Cap. XIV
menino, aiscurria como menino: mas como homem me fiz, o que
de menino era, aniquilei.
11 / Porque agora vemos por efpelho em enigma, mas entaó cz-fi. Cor, 51
ra a cara [veremos] : Agora em parte conheço, mas entaóconhece- 18.
rei como também conhecido fou.
- 13 E agora permanece a fé , a efperança, [ej a caridade eílai
tres; Porem a mayor d’eilas a caridade he.

Capitulo XIV
I Confluindo 0 Jlpoffolo a exhortaiao precedente pera caridade , adianta e enfina.
que os que apetecem os dons efpirituaes principalmente devem apetecer 0 dom depro-
phecia. $ Toda via que 0 dom d’as lingoas effranhas naõ he pera desprezar}
mas que fe deve ufar com interpretação d ellas. 7 O que prova com as feme-
Iham asd’a frautaj citara; e trombeta , lo E moffra que ba contra a natureza ,
e 0 mefmo como fe fallajfemos com os barbaros. 1} Enfina também que oremos
naõ fomente com 0 espirito , mas também com 0 entendimento. IÓ Porque d'ou-
tra maneira 0 que a lingoa efiranba nao entende , á tal ora<ao nao pode dizer
jdmen iS Confirma ifio com [eu proprio exemplo > e amoeffa de imitálo 21 E
prova d‘a Escritura que as lingoas efiranhas faõ as ver.es mais caffigo d’o que
dom. 2J Enfina também que jeria pera zombar fe todos Jna congregaraõ faf-
laffem com lingoas eff ranhas > mas pera edificar Je todos prophetizajfem. 26 Des­
pois poem alguas regras , que fe devem feguir 'no u[o d os dons trafordinarios,
a faber - que tudo fe faça para edificaçaõ. 27 Que outro interprete o que fè
falia em lingoas efiranhas. 29 Que 0 prophetizar fe fa<.a por vezes, 32 E
que os outros Prophetas julguem dijfo. 34 Que as mulheres c ffem fe'na congre­
ga saõ. 37 Que efias Juas ordenanças Jaõ mandamentos d'o Senhor. 40 Final­
mente que tudo façaje honeffamente e com oraem 'na Igreja,

1 Çegui a caridade, e apetecei os [dons] efpirituaes: porem mayor-


‘‘J mente que profetizeis.
2 Porque o que lingoa [effranha] falia , a os homés naó falia, fe-
naõ á Deus : porque ninguém p] entende , porem em Efpirito
falia myfterios.
3 Mas o que profetiza , a os homens falia [para] edificaçaõ, c
exhortaçaó, e confolaçaó.
4 O que lingoa [efiranha] falia, á íi mefmo fe edifica: mas o que
profetiza, á Igreja edifica.
$ E bem quero eu que todos vosoutros lingoas [efiranhas] falíeis,
mais [muyto] mais que profetizeis : porque o que profetiza he ma­
yor que o que lingoas [effranha' j folia, fe naó for que [juntamente]
interprete, peraque a Igreja edificaçaõ receba.
Bbb 3 6 E
3Si T. EPISTOLA DE S. PAULO
6 E agora, irmaõs, fe eu a vosoutros vieíTe lingoas [e/lranfets]
fallando, que vos aproveitaria, fe ou por revelaçaõ, ou por fcien-
cia, ou por profecia, ou por doutrina vos naó fallaflè?
7 E de feito [até] as coufas inanimadas , que foydodam, feja
frauta, feja citara, fe diftinçaõ de fons naõ derem, como íeíaberá
õ que com a frauta, ou com a citara fe tange?
8 Porque também fe a trombeta foydo incerto dér, quem pera a
guerra fe aperceberá ?
9 Afli também vosoutros , fe com a lingoa palavra bem íignifi-
cante naó derdes , como fe entenderá o que fe diz ? porque a o ar
fallando eftareis.
tantos generos de vozes ’no mundo ha, ene-

ii Pois fe eu a força d’a voz naõ fouber , barbaro a o que falia


ferei: e o que falia barbaro a my [™] ferá.
ii Afli também vosoutros , pois [tanto] os dons efpirituaes ape­
teceis, procurae de [Mw] abundar, para edificaçaõ d’a Igreja.
ij Poloque o que em lingoa [ejlranha] falia, ore que interpretar

14 Porque fe eu em lingoa [ eftranha ] orar , [fem] meu efpirito


ora9 mas meu entendimento fem fruito fica.
Que ha pois? Orarei com o efpirito, mas também orarei com
aEphefo0 entendimento: a Cantarei com o efpirito , mas também cantarei
19. com o entendimento.
16 D’outra maneira fe tu com o efpirito bendifleres , como o
qUe lugar de idiota * ocupa fobre tua bendiçaõ Amen dirá ? Pois o
que dizes naó fabe.
17 Porque bem em verdade tu graças dás 5 mas o outro edifica­
do naó he.
18 Graças dou a meu Deus, que mais lingoas [efiranhas] que to­
dos vosoutros fallo:
19 Porem [mais] quero eu ’na Igreja cinco palavras com meu en­
tendimento fallar , peraque também a os outros inftruir pofla, d’o
que dez mil palavras em lingoa [eflranha.]
IMatt.rt: 10 £ Irmaós naõ fejaes meninos ’no entendimento, mas fede me-
3- ninos Jna malicia, e ’no entendimento * adultos.
eftá efcrito : gente de outras lingoas, e por
outros beiços a efte povo fallerei: E ainda afli me naõ ouviráõ, diz
*Oiij per- o Senhor.
feitos. 22 Affi
< Deut, 2,8: 4.9. Ifay, 2o *. II.
AOS CORINTHIOS. Cap. XIV 385
íi Afli que as lingoas [eftranfoas] por íínal fam, naõ pera os cren­
tes, fenaõ para os infiéis : e a profecia naõ para os infiéis , fenaõ
para os crentes.
13 Se pois toda a Igreja a huã fe ajuntar , e todos em lingoas
^ejlranhas] fallárem, eidiotas, ou infiéis [a/guvs] entrarem, naõdi-
rám porventura que desvariaes?
24 Mas fe todos profetizarem, e algum infiel, ou idiota entrar,
de todos he convencido, [e] de todos he julgado.
27 E affi os fecretos de feu coraçam manifeítos ficaõ , e afli Jan-
çandofe fobre [/eu] rofto, a Deus adorará , * publicando que ver- * Ou, de
dadeiramente Deus entre vosoutros eftá.
26 Que ha pois, irmaõs ? Quando vos ajuntaes , tem cadahum
de vos plàlmo , doutrina , tem lingoa [efíranha] y tem revela-
caõ , tem interpretação, tudo pera edificaçaõ fe faça:
27 E fe algum lingoa [ejlranha] fallar, [façaJe tjjo] por dous,
ou a o mais por tres, e por vezes, e hum interpréte.
iS Mas fe interprete naõ ouver, cale fe ’na Igreja , falle porem
comfigo mefmo, e com Deus.
29 E fallem dous ou tres Profetas, e os outros julguem.
;o Porem fe a outro, que aflentado eftiver , [couja alguã] revela­
da fór, cale fe o primeiro.
31 Porque todos hum após o outro profetizar podeis, peraque
todos aprendam, e todos confolados fejaõ.
E os efpiritos d’os Profetas fugeitos a os Profetas eftám.
33 Porque Deus naõ he [£> *«<] de confufám, fenaõ de paz , co­
mo em todas as Igrejas d’os fanétos.
34 d Voflas mulheres calem fe ’nas Igrejas : Porque naõ lhes he di.Tiw. 2:
permitido [’nella$] fallarem, mas [7^] íugeitaseítejam: comotam- 12.
bem * a Ley [0] diz. eGen.y.it.
35 E fe alguã coufaaprenderquiferem, a feus proprios maridos em

mente á vos chegou?


37 Se algum cuida que heProfeta, ou efpiritual, reconheçaquc
as coufas que vos efcrevo, mandamentos d’o Senhor fam.
3S Porem fe algum ignora, ignore.
39 Portanto, irmaõs , apetecei o profetizar, enaõ impidaesoem
lingoas [ejtranhas] fallar.
4q Façafc tudo decentemente, e com ordem,
3*4 I. EPISTOLA DE S. PAULO

Capitulo XV-
X Trova o Apoftolo a verdade d’a refurreiçaó d'os mortos com muytas firmes ra-
zoens i a primeira he tomada d*a refurreiçaó de Chriflo, que confirma d'a fumma
de fua doutrina, que fegundo as Escrituras lhes propofio tinha. 4 E dos tefii-
munhos de Pedro. 6 .Demais que quinhentos irmaõs. 7 De Jacobo, e de todos
os Apoflolos. 8 E de fi mesmo. Ij Conclue que d'outra maneira Chriflo tam-
bem naõ fora rejufcitado. 14 O que prova fer abfurdo} porquanto com iffo feriao
aniquilados feus tefiimunhos , os fundamentos d’a fé Chrijlaa e a esperança
dos Chriflaõs. 11 Enfina que Chrifto he 0 que refu/citará a os mortos . e que
iflo acontecerã em fua vinda, quando desfará a todos Jcus inimigos e tudo fu-
geitàrá á Deus. 29 Que doutra maneira também 0 bautismo polos mortos de­
balde ufado he. 30 Qfue os fieis como também elle mesmo, tantos perigos em
vaÕ padecejfem ; e que os Epicureos razaõ tiveffem- 3 5 Despois enfina que os
fieis mortos refuscitaráo com os mesmos corpos , porem veftidos de qualidades
espirituaes ■> a faber ■> da incorrupçaô , gloria , e immortalidade. 4.7 E que os
fieis teráo corpos nqo como Adam tinha y mas como Chrifto 0 Senhor tem de pre­
fente. $[ Revela também hum myfterio ■> que os vivos 'na vinda de Chriflo
nao morreráÕ mas transformados feráõ. ^4 E que entonces a morte ferá traga­
da : fobre que triumpha : e a Deus agradece» 58 Com hua amoeflapaõ a os
Corinthios que queiraõ ficar confiantes 'na fé.

aGal.v.Ti. 1 •qpambem , irmaõs, vos notifico o Euangelho, a que ja denun-


x ciado vos tenho, o qual também recebeftes, em o qual tam­
bém eftaes.
bRom.i:i6. 2 b pelo qual também falvos fois, fe ’naquella maneira oretiver-
1. c<?r,i:2i. jes * em qUe denunciado volo tenho: Se naõ he que em vam cre-
ftes.
3 Porque primeiramente vos entreguei o que também recebi,
Dan. 9.24. c que Chrifto morreu por noflos pecados, fegundo as Efcrituras:
26. 4 E que foy d fepultado, e que a o terceiro dia e refuscitou , fe-
i.Cor. 5:7. gundo as Efcrituras:
P" * 2;
1.* Pedr. * ' $ E que foy vifto de Cephas, /despois d’os doze.
24.
d Pfal.lú' 6 Despois gfoy vifto huã vez de mais de quinhentos irmaõs, d’o$
IO. ’ quaes ainda a mayor [parte] * vive , e também ja alguns dor-
lfay. $3: 9. mem.»
Jon 1:17. 7 “Despois foy vifto de Jacobo, despois de todos os Apoftolos.
Matt. 12: 8 E por derradeiro de todos, como de hum abortivo, h também
40.
ePfal. 16 . de my vifto foy.
10. 9 Por-
53 ; 8. Afí/íL 12: 40 f Luc, 24: 34 Aã. 10:4L 2o:l9
* * Ou > ate 0prefente refiá.
b Aã. 9: 17, e 23; u, 1, Cor. 9; I. 2. Cor. 12:12
*
AOS CORINTHIOS. Cap. XV gSr
9 Porque eu i o menor d’os Apoftolos fou, que naõ fou digno de iEphef.y,
Apoftolo chamado fer, * porquanto á Igreja de Deus perfegui. Z’ Acl. S: 3.
10 Mas pela graça de Deus fou o que íou : e fua graça para co­ e 9: I»
migo , vaã naõ foy : / Antes muyto mais que todos elles trabalhei: e2ó: e 22 : 4*

toda via naõ eu, fenaõ a graça de Deus que comigo eftá. Galat.xw^.
11 Affique, feja eu, fejam elles, affi pregamos, e affi créftes. I. Tim. 1 :
12 Ora fe fe prega que Chrifto d’os mortos refufeitou, como di­ 13-
zem alguns d’entre vosoutros, que refurreiçaõ d’os mortos naõ ha. Z2. Cor.nt
13 E fe refurreiçaõ d’os mortos naõ ha, também Chrifto naõ re­ 23-
fufeitou. e 12:II *
14 E fe Chrifto naõ refufeitou , "vaã he logo nofla pregaçaõ , e
vaã he também voflá fé.
iç E affi fomos também achados falfas teftimunhas de Deus: pois
de Deus teftificamos , que a Chrifto refufeitou , a o qual [porem]
naõ refufeitou, fe ’na verdade os mortos naõ refufeitam.
16 Porque fe os mortos naõ refufeitam , também Chrifto naõ re­
fufeitou.
17 E fe Chrifto naõ refufeitou, vaã hc voflá fé , [/] ainda em
voflos pecados eftaes.
15 Como também perdidos faõ os que em Chrifto dormíraõ.
e 19 Se haefta vida fomente em Chrifto efperamos $ os mais mifera-
veis de todos os homés lomos. m T. Ped.lt
20 m Mas agora [ja] Chrifto d’os mortos refufeitou, as pri­
mícias d’os que dormíraõ foy feito. n Coloj[. I:
21 Pois porquanto »a morte [vejo] por hum homem , também o Gen.lt 18»
por hum homem a refurreiçaõ d’os mortos [vejo], I7«
e 3 : 6.
22 Porque affi como em Adam todos morrem , affi também em Rom. 5: 12.
Chrifto todos vivificados feráõ. iS.
23 Mas cadahum em fua ordem : Chrifto as primícias : Defpois, eó; 23.
os que fam de Chrifto, em fua vinda.
24 Despois ferá o fim, quando a Deus, e a o Pae o Reyno entre- P1 cfr-2*^»
gar , [/] quando todo império, e toda poteftade , e força p ani- ?
quilar. , - Aã.nu,
25 Porque convém que reyne até que a todos os inimigos de- 2’:2O’
baixo de feus pés pofto aja. Colôfiy. 1.
26 O ultimo inimigo, que aniquilado ferá , a morte.
27 r Porque todas as coufas debaixo de feuspés fugeitou. Po- e 10:12.
rem quando diz , que todas as coufas fugeitas [Me] eftám , claro r^-S:7-
. Ccc eftá^;u:
?28;i8r Epbe/'.1',22< Hebr,2\Zt
I. EPISTOLA DE S. PAULO
eftá que fe exceptua aquelle que todas as coufas lhe lugeitou.
28 E quando todas as couías fugeitas lhe forem , entam também
o mefmo Filho a aquelle fe fugeitará, que todas as coufas lhefugei-
tou, peraque Deus tudo em todos feja.
29 D’outra maneira , que faráó os que polos mortos fe bautizaó,
~*O\i>tam- fe totalmente os mortos naó refufeitam ? Porque * pois polos mor­
tos fe bautizaõ?
30 Porque também nos â toda ora em perigo eftámos?
31 Cada dia morrendo ando por nofia gloriaçaó, a qual em Chri­
fto Jefu Senhor noífo tenho.
* Ou , fe- p se * como homem em Ephefo contra as beftas combati , que
mortos nao Comamos ebebamos,
32 Naõ erreis. As más converfaçoens corrompem os bons co-
ftumes.
* Q\i>-mor- 24 Despertae juftamente, e naó pequeis: Porque alguns
remos. naõ tem o conhecimento de Deus. Para vergonha voíTa o digo.
35 Mas dirá alguém : t Como reiufcitaráó os mortos ? È com

0a.U:24 „ Louco, «o que tu femeas , naõ he vivificado, fe [prime/ra]


36
Ou^ual. nao morrer.
v Joa. 11: 37 E o que femeas, naó femeas o corpo que ha de fair, fenaó o
24. graó nuo, * como o de trigo, ou de outro qualquer [graõ].
Onfegun- 38 Mas Deus lhe dá o corpo como quer , e a cada femente feu
teCeaC°n' ProPrio corP°-
3? Toda carne naõ he a mefma carne: mas * huã he a carne d’o$
* Ou, bc- b°mens, e outra a carne d’os * animaes , e outra a d’os peixes , e
ftas. outra a d’as aves.
40 E corpos celeftiaes, e corpos terreaes ha : mas huã he a glo­
ria d’os celeftiaes, e outra a d’os terreaes.
41 Outra he a gloria d’o Sol, e outra a gloria d’a Lua , e outra
a gloria d’as Eftrellas : porque [ w] eftrella diftere em gloria Qy<-
outra^ eftrella.
xDan. 12: 4z x Afii também ha de fer a refurreiçaó d’os mortos. Semea fe
em corrupção, refufeitará em incorrupçaó.
13, 4J Semea íe em desnonra , refufeitará em gloria. Semea fe em
fraqueza, refufeitará em força.
*O\^natu- 44 Semea fe corpo * animal , refufeitará corpo efpiritual. Cor-
ral. po animal ha, e ha corpo eipiritual.
45 Afli
AOS CORINTHIOS. Cap. XV
Afli eftá também efcrito : y O primeiro homem Adam em al- yGfn> a; 7;
ma vivente feito foy: O ultimo Adam em efpirito vivificante.
46 Mas naó he primeiro o Efpiritual, fenaó o animal, despois o
efpiritual.
47 O primeiro homé d’aterra, terreno: O fegundo homem,
\_que o Senhor , d’o Ceo
4S Qual [Zv] o terreno, taes [/àm] também os terrenos: E qual
o celeftial, taes também os celeftiaes.
49 E z, como a imagem d’o terreno trouxemos , também a z2.Cer.41
imagem d’o celeftial traremos. n*
50 Porem iíto digo, irmaõs, a que a carne e o fangue o Reyno a
de Deus herdar naó podem , nem a corrupção herda a incor-
rupçaó.
51 Vedes aqui, hum Myfterio vos digo: ^Nem todos em verdade
dormirémos: porem todos * transformados ferémos. *6' m
52 Em hum momento , em hum abrir e cerrar de olhos , c a a
ultima trombeta: Porque a trombeta foará, e os mortosincorrup- cwatt

53 Porque convém que ifto corruptível vifta a incorrupçaó , e i.TZ'^4:


ifto mortal * a immortalidade vifta.
54 E quando ifto corruptível veftir a incorrupçaó , e ifto mortal
a immortaiidade veftir, entonces fe cumprirá a palavra que eftá

he a Ley.
57/Mas graças a Deus , que nos dá viétoria por noífo Senhor
Jefu Chrifto.
58 Aflique, amadosirmaósmeus, fedeconftantes, immoveis, [>]
fempre abundantes em a obra d’o Senhor, fabendo que voífo traba­
lho em o Snor vaó naõ he.

cc 2 C A*
I. EPISTOLA DE S. PAULO
Capitulo XVI.
I Exhorta o Apojlolo d Igreya de Corintho de fazer colheita pera os pobres feis
I ‘

ralái aprefentando a iffo Jeu proprio Jerviço. $ Promete que por Macedonia virá
a elles , e Je ficará por algum tempo com elles. 8 Da razaõ porque ficarjeha
em Ephefo até o Pentecofe. Io Amoefta os que humanamente a Timotheo
pouco dilata
•vinda. 13 Acrecenta a iffo hua unrv.vfal amoeffaçaõ j pera perjeverar ‘ita fe
e caridade. 1$ E particularmente , que a família de Effephanas em eSlima ajaÕ,
porquanto elle Juntamente com Portunato e Achaico muyto Jeu espirito recreara.
J 9 Saúda a Igreja de Corintho d'a parte d’as Igrejas de Afia , e elpecialmente
de Aquila e Prijcilla, i1 Sauda os também com fuaprópria maõ 22 Denuncia
a to.os os que nao amac verdadeiramente a Chrijio j a maldiçao. 23 Dejeja a
os feis a graça de Deus} e promete lhes fua caridade.
i ra tocante a colheita, que pera os fan&os \_fefazf\, fazei
vos também como a as Igrejas de Galacia ordenei.
a A^í. ii: 2/7 Cada primeiro \_dia~] d’a lemana ponhacadahum de vos [alguã
29. coufa~j * a parte, enthefourando [para ijfo^ conforme a profperidade
i.Cí»r.S;4« que alcançado tiver, paraque, quando eu vier , entam as colheitas
fe naó façam.
3 E quando eu viér, a os que por cartas aprovardes, a eíTes envia­
rei, para que á Jerufalem voíla dadiva levem.
4 E fe neceífario fór que eu [mefmo'] també vá , comigo irám.
bi.Cor.i
*. $ b Virei porem a vosoutros, avendo por Macedonia paílàdo:
JS» (Porque por Macedonia hei de paflar.)
6 Ê bem pode fer que com vosco me ficarei, ou também inver-
harei: peraque me acompanheis aonde quer que eu fór.
7 Porque naõ vos quero ver agora de paílagem: mas efpéro ficar
com volco algum tempo , fe o Senhor o permitir.
8 Ficarei porem em Ephefo até o Pentecofte.
9 Porque huã grande e efficaz porta fe me abriu , e muytos ad-
verfarios ha. <
10 E fe Timotheo viér , olhae que fem temor com vofeo cfteja:
porque também, como eu, a obra d’o Senhor obra.
11 Portanto ninguém o despreze : mas acompanhae o em paz,
peraque a my venha: porquç ^om os irmaõs o efpéro.
12 E acerca d’o irmaó Apollos, muyto lhe roguei que com os
irmaõs a vosoutros vieílè: mas totalmente vontade naó teve de por
agora
AOS CORINTHIOS. Cap. XVI.
agora vir: porem, ofterecendofe lhe boa ocafiaõ , virá.
13 Velae , ’na fé [firmes] eftae, varonilmente vos avei, [* ] vos
esforçae.
14 Todas voflas coufas em caridade fe façaó.
15 Rogovos porem, irmaõs, fabeis que acafa de Eftepha-
nas as primícias de Achaya he, e que a o minifterio d’os fanétosde­
dicado le tem •,
16 Que também a os taes vos lugeiteis, ea todo aquelle que jun­
tamente obra e trabalha.
*7 Folgo porem d’a vinda de Eilephanas, e deFortunato , e de
Achaico; pois elles íupríraó o que de voflá [parte me] faltava.
18 Porque recrearam meu efpirito , e [também] o voflo. Reco­
nhecei pois a os taes.
19 As Igrejas de Afia vos faudam. Saudaõ vos affcéluofamente
em o Senhor , Aquila e Prifcilla, com a Igreja que em lua cafa
eltá.
20 Todos os irmaõs , vos faudam. c Saudae vos huns a os outros cRom-16:
com fancto beijo. ló-
21 Saudaçaõ de minha [própria] maõ, de Paulo. 2. C<?r. 13:
22 Se alguém a o Senhor Jefu Chrifto nam ama, * anathema _ li * m .
Maranatha feja. . _ 26
23 A graça d’o Senhor Jefu Chrifto feja com vofeo. j. pejr. 5 ♦
24 Minha caridade feja com todos vosoutros em Chrifto Jefu. 14.
Amen. *Ou Jw^Z«*
dito j ou j
A primeiraEpiílola a os Corinthios > foy cícrita de Philippos j [e enviada] remaldit»,
por Eilephanas, Fortunato, Achaico, e Timotheo.
Fim d’a primeira Epifiola d’o Apoftolo S, Yaulo a os Corinthios
*

CCC 3 S E-
3?e

. SEGUNDA EPISTOLA
DO

APOSTOLO S. PAULO
AOS
CORINTHIOS.
Capitulo I.
I Despois d'a coftumada infcripçan d’a Epiflola, 3 Agradece Paulo a Deus pola
confolaçaõ, que por Cbrifto em todas Juas affliçoens recebia, a outros por exem­
plo. S E então vem a contar a grande perfeguipao que em Afia lhe fobrevinhai
Io D*a qual todavia por Juas oraçoens d’elles livrado era. 12 Teftifica que fin-
ceramentefto mundo , mas principalmente entre elles, converfára. 1$ E que também
Jincero propoftto tomara de tornarfe a elles. 17 Ainda que iffo até agora naõ
fizera. iS Nao porque fua palavra era Si e Nao. 20 Sendo todas as pro-
meffas de Deus em Chriflo Si e Amen , 21 E pelo Efpirito Sandio em nos con­
firmadas ; 23 A/as tedifica com juramento que naõ dilatara fua vinda fenaí
pera poupálos.
I aulo Apoftolo de Jefu Chrifto , pela vontade de Deus, e
aPhil.V. V.
bRom.Wj.
P ao irmaó Timotheo, a a Igreja de Deus que em Corintho
eftá, com todos os fanélos que em toda Achaya eftáõ:
I. Cor. 1:3. i £ Graça e paz de Deus noífo Pae , e d’o Senhor Jefu Chrifto.
Ephef.i: 2. 3 c Bendito feja o Deus e Pae de noífo Senhor Jefu Chrifto 3 o
I.Pé>^. I: 2. Pae d’as mifericordias, e o Deus de toda confolaçaõ:
*^.
eEphef.l
4 d Que em toda noífa tribulaçaõ nos confóla , peraque também
*Ou ttáa *- os que em tribulaçaõ *alguã eftivérem confolar poífamos, com a
ou > qual-
< confolaçaõ com que nos mesmos de Deus conlolados fomos.
quer. 5 e Porque como em nos as affliçoens de Chrifto abundam , afli
dx Cor.7:<<. abunda também por Chrifto noífa coníolaçaó.
e Pf$4‘.lX9 6 Porem feja que atribulados fejamos, he para vofla confolaçaõ
*
*94:19 e lai-
AOS CORINTHIOS, Cap. I. j9 i
e falvaçaõ , fa qual fe obra ’na tolerância d’as mefmas affliçoens ft^Cor.42
que nos também padecemos: feja que coníolados fejamos [também] *?•
para voffa confolaçaõ e falvaçaõ
7 E noíTa efperança de vosoutros he firme , como bem fabendo,
que como participantes d'as affliçoens fois , afli [0 fois] também d’a
confolaçaõ.
S Porque , irmaõs , naõ queremos que ignoreis nofla tribula­
ção, g que em Afia nosfobrevevo, que fobre maneira agravados 1b- T .
mos, mais d’o que fuportar podiamos, de tal modo que até d’a vida b 23. *
em grande duvida eftivemos.
9 Em tanta maneira, que ja em nos mefmos a fentença de mor­
te tinhamos, h peraque em nos mefmos naõ confiemos , fenaõ em hIer.17; ç.
Deus, que a os mortos refufcita: 7.
10 i O qual de tamanha morte nos livrou , e [ainda nos] livra: /Cor iç»
em o qual efperámos que também ainda [nos] livrará: 31, ’ *
11 £ Trabalhando vos também juntamente com oraçaõ por nos kRom ir
outros, / peraque pela mercê, que por muytas peflòas [nos foy feita] 30.'
por muytas [também] fejam dadas graças por nos. Phit. i; 19.
11 Porque efta he nofla gloriaçaó, [a /«ber], o teftimunho de nos- Cor- 4:
fa confciencia, que com fimplicidade e finceridade de Deus , naó
com fabedoria carnal, mas com a graça de Deus , * nos ouvemos *Ou>anda-
em o mundo, e mayormente com vofco. mos ou,
• 3 Porque nenhuãs outras coufas vos efcrevemos , fenaõ as que tratamos ,
ja * fabeis , ou também reconheceis : e elpero que também até o OU > vive­
mos.
fim as reconhecereis.
14 Como também ja em parte reconhecido nos tendes, quevofla
gloriaçaó fomos , como também vos a nofla fois ’no dia d’o Se- mPhilip.z-
nhor Jefus. ió,
is n E com efta confiança quis primeiro vir a vosoutros, pera-
que huã iegunda graça tivefleis:
16 E por vosoutros paflàr a Macedonia 5 e de Macedonia vir ou- n x'Cor1^
tra vez a vosoutros j e de vosoutros a Judea * guiado fer. *qu a
17 Afli que deliberando ifto, ufei porventura de leviandade? Ou panfcad»
o que delibero , porventura fegundo a carne o delibéro , peraque fer.
em my aja Si fi, e Naó naõ?
18 Antes Deus he fiel, que nofla palavra para com vofco , 0 naõ 0 Matt.^z
foy Si e Naõ. 37.
19 Porque o Filho de Deus JefuChrifto, que por nos entre vos- ^^.5:12?
outros pregado foy , [a faber] por my , e Silvano , e Timotheo,
naó foy Si e Naõ, mas foy Si ’nelle. 20 Por-
39* II. EPISTOLA DE S.PAULO
20 Porque todas quantas promeflas de Deus ha, ’nelleSi, e’nellc
Amen [/um] , pera gloria de Deus por nosoutros.
21 Mas o que com vofeo em Chrifto nos confirma , e o que nos
unSiu’ Deus.
*
2. cZ- 5:y. zi ? O qual também nos fellou, e as arras d’o Efpirito em noflos
E/>Z></7i:i3.coraçoés [nos] deu.
<?4: 30. 23 7 Porem a Deus por teftimunha fobre minha alma invoco, que,
qRom 1:9.por vos * escufar, até agora a Corintho naó vim.
e 9 ’• T-. 24 r Naó que de vofla fé nos enfenhoreémos ; poré de voflo go-
c^r. 11.2O cooperadores fomos : Porque pela fé
l. eftaes.
Philip. i;8. l.Theffz'. $• I. Tim» 5 : 21. z.Tim. 4; I, * Ou 5 perdoar 3 ouJ
poupar r I. Pedr. $ i 3.
Capitulo II.
I Adianta 0 Apoftolo *no declarar d'as razoens porque até 0 prefente fua vinda di- .
latára, a Jaber . porque nao com trifteza mas com alegria com elles eftar queria.
4 Protefta que 0 que d’antes ddo incefto lhes efcrito tinha , com lagrimas e por
caridade fizera. 6 Manda que por caufa de feu pezar outra vez 0 recébaò e
confolem 3 pera que por demafiada trifteza em defeperaçao naõ caya. 12 Relata
também como fó 0 Euangelho em Troas ■> e despois em Macedonia , pregara. 14 E
teftifica que fua pregaçao em toda parte he juave cheiro a Deus , a(Ji em os que
fe falvaõi como em os que fe percaõ 3 17 Porquanto em toda parte finceramente
0 propoem.
i Dorem ifto comigo mesmo deliberei, de mais a vosoutros com
trifteza naó vir.
* Porque fe eu vos contriftar , quem ferá logo o que me alegra­
rá, fenaó aquelle que por mim contriftado foy ?
3 E ifto mesmo vos eferevi , paraque quando viér , trifteza
42.Ctfr. 8:na- ten|ia d’osque me avia de alegrar: a de vos todos confiando,
meu g°zo de todos ™s°utro.s Hhe- . J
4 Porque em muyta tribulaçaõ e angultia de coraçaó com muy­
tas lagrimas vos eferevi, naõ peraque vos contriftafleis , mas pera­
que a caridade entendefleis, que em abundancia pera com vofeo
tenho.
5 Porem fe alguém [me] contriftou , naó me contriftou [amy]
fenaó em parte a vos todos, paraque [ao tal] naó agrave.
b i,Cor. 5: 6 b Bafta [lhe] a o tal efta repreníaó por muytos [feita. J
3- 7 De maneira que antes , a o contrario , [lhe aveisde] perdoar,
e confolar , para que d’a demafiada trifteza o tal em maneira alguã
•devorado naó feja, 8 Po-
AOS CORINTHIOS. Cap. III. 393
$ Poloque vos rogo que pera com elle a caridade confirmeis.
9 Porque também para iífo vos efcrcvi, pera vofia provaçaõ fia»
ber, fe em tudo obedientes fois.
10 E a o que coufa alguã perdoardes , também eu [lhe perdoo’.]
Porque fe também eu [cou/a alguã] perdoei , aquem perdoado [* ]
tenho, por amor de vos em prefença de Chrifto [o fi]
* : Paraque *
* de Satanás vencidos naõ lejamos. násfobre
íi Porque feus * penlàmentos naõ ignoramos. nos nada
12 ’No demais, c como a Troas vim pera o Euangelho deChrifto ganhe.
[pregar J, e abrindoíc me porta em o Senhor , em meu elpirito re- * Ou, ar-
naõ tive, por a Tito meu irmaõ naõ achar. dys.
Porem defpedindome d’clles, me parti pera Macedonia. r
14 E graças a Deus , que fempre em Chrifto triunfar nos faz,
d c por nosoutros em todo lugar o cheiro de íeu conhecimento ma- dcohff. i:
nifefta. . .
Porque para Deus hum bom cheiro de Chrifto fomos , em os
que fe falvam, e em os que fe perdem.
ió e Para eftes certamente cheiro de morte , pera morte : mas
para aquelles cheiro de vida, pera vida. E pera eftas coufas quem eEuc- 2! 5 4
* Ou , juf-
he * idóneo ?
Porque, como muytos , a vender a palavra de Deus naó tra­
zemos, antes como de íinceridade, antes como de Deus, em pre­
fença de Deus, cm Chrifto a falíamos.

Capitulo IIL
j 'Dá o Apostolo razao porque o miniftcrio do Euangelho 'no fim d3o Capitule,
precedente affi exalçara , e apella primeiramente a experiencia dos mesmos Co­
rinthios, que por efle feu minifierio convertidos foraõ. $ E acrecenta, que ella
virtude naõ fora de fi, mas de Deus. 6 O que prova pela comparaçaõ d'o mi-
nifterio de Moyfes, o qual chama letra matante, imprcffa em taboas de pedras,
e minifierio de condenaçaõ, que nao permanece > E do minifierio dlos Apoftolos
0 qual chama minifierio do Efpirito , da vida e juftiça que fempre permanece.
Declara que fobre a face de Moyfes eflava hum véo-> e também 'na lição dia
Eey, affi que os Judeos o fim d’ella naõ entendiaõ. 16 fois efie véo (e tirara
deíles , quando a Deus convertidos ferem. 17 Pias que 0 minifierio do Novo
claro, e 0 meyo pelo qual 0 Efpirito d’o Senhor eftá efficaz pera

3a omeçamos por ventura a [para com vofco] outra vezanosmes- ai.Ccr. 5:


mos nos louvar ? Ou neccífitamos como alguns, de cartas 12-
594 II. EPISTOLA DE S. PAULO
de recomendação pera vosoutros , ou de recomendação de Vos-
outros?
2 Vosoutros noflà carta fois, em noflos coraçoésescrita, conhe­
cida e lida de todos os homens.
? Como ja manifeftos eftaes, que a carta de Chrifto fois , admi-
> Exod. 24". niftrada por nos, p] efcrita, naó com tinta, fenaõ com o Efpiri­
li. to d’o Deus vivente, naó b em taboas de pedra , c fenaõ em taboas
de carne d'o coraçaó.
c fer, 31 t 4 E tal confiança temos por Chrifto pera com Deus.
33- 5 Naó que idoneos fejamos pera pcnlar alguã coufa de nos , co­
Ezech- II: mo de nosmefmos, d mas que idoneos fomos , de Deus ww] :
*
19
e 36: 26- 6 O qual também idoneos nos fez [para] miniftros /d’© Novo
Teftamento [Jer] naó d’a Letra , fenaõ do Efpirito. Porque a
I?/‘ 'Letra
• Letra mata, Efpirito vivifica.
mas oo Efpirito
mata, mas vivifica.
ez.Cor. $ :; 7 E fe o minifterio de morte em letras letras , g em pedras impreflo.
impreflo,
18. para gloria
para gloria foy
foy ,, hh de
de maneira que os
maneira que os filhos de Ifraèl
filhos de Iiraèl ** os olhos ’’na
os olhos na
fHebrS',6. pace je ]\]Oyfcs fitar naó podiam, por caufa da gloria de feu rofto,
ÇExocUzÇ.. que aniquilada avia de fer:
12. 8 Como naó ferá tanto mais para gloria o minifterio d’o Efpi-
e 34:12. rito ?
9 Porque fe o minifterio de condénaçaõ gloria foy , muyto mais
hExod.^" fobrepuja em gloria o minifterio de juftiça.
30. 10 Porque também o que glorificado foy ’nefta parte glorificado
* Ou ,para* naõ foy, por caufa d’efta excellente gloria.
a face dc
Moyfes de 11 Porque fe o que fe aniquila , para gloria foy , muyto mais o
perto ci­ [he] em gloria o que permanece.
lhar ,ou 12 Afli que tendo tal efperança , de muyta oufadia ’no fallar ufa-
atentar mos.
naõ podi- 13 E naó [fazemos] l como Moyfes, [<?ue] hum véo fobre fua fa­
aõ.
íExod. 54: ce punha, paraque os filhos de llraèl os olhos naófitaflcm k ’nofim
35- d’o que fe aniquila:
kRran.10:4. 14 / Porem feus fentidos foraó endurecidos. Porque até [0 dia de]
l If y.6:10. hoje fica o mefmo véo por delcubrir ’na liçaó d’o Velho.Tcftamen-
Ezech. ix: to, o qual por Chrifto he aniquilado:
15 Antes até [0 dia de] hoje, quando Moyfes he lido , eftá ovéo
Matt. 13 . fofi— eu coracaó
re pfeu coraçaó pofto.
pofto.
11»
«6 w Porem quando a o Senhor fe converterem, [então] o véo fe
Rom. 11 •_ 8. tirará.
mMatt. I j: n Qra
li. 11:23, j. Cor. 2:10.
AOS CORINTHIOS. Cap. IV W
"V n Ora o Senhor lie o Efpirito : e aonde o Efpirito d’o Snor73
eftá, ahi liberdade ha. oi.Cor. 13:
* 18 0 E atentando nos todos com cara descuberta , como em hum
cfpelho, para a gloria d’o Senhor de gloria em gloria transforma- 2'
dos fomos , [fegundo] á mefma imagem , como pelo Efpirito d’o
Senhor.

Capitulo IV
I Tefiifica 0 Apostolo que fineera e laram ente propoem e Euangelho de Chrlffo «
as confciencias de todos os homens. 3 Affi que fie a alguém eftá encuberto , encu­
berto efiâ a os que perecem> e cujos Jentidos 0 Satanás cegou-, 5 Qie toda via efta
'virtude naõ he d'os miniftros , mas de Cbrifto e de Deus que alumia os cora-
çoes. 8 Que também efta 'virtude maravilhofiamente fi manifefta em os mesmos
Apoftolos de Chrifto, 'no 'vencer de qualquer tribulações , que lhes cada dia fio-
brevinhao. J j Despois poem 'varias razoes de confolaçoes , com que a fi mes­
mos e a outros confortai) ■, tomadas d’o exemplo de David -, 14 D'a falutaria
■ refurreiçaõ i 1$ D’a gratidao por taes livramentos -, 16 D’a renovaçaõ d'o ho­
mem interior^ 17 E ultimamente d’a grandeza d'a gloria eterna que a iffio ha
fitguir.
I T)olo que efte minifierio tendo, fegundo a mifericordia quefei-
. ta nos foy, naó desfalecemos.
2 Antes ja as cuberturas de vergonha regeitamos, a naó andando 4 2:
com aílucia, nem a palavra de Deus falíificando, mas b pela mani- *7-
feftaçaó d’a verdade gratos a nos mesmos nos fazendo a toda con-^ ^T’^
fciencia de homens, em a prefença de Deus. 15
3 Porem fe também noífo Euangelho eftá encuberto, para os i.Thejfi.z'.
c que fe perdem encuberto ella: io.
4. Em os quaes o Deus d’efte feculo d os entendimentos cegou, dlfiay,10,
[a fiaher os 1 d’os incrédulos, peraque lhes naó refplandeça a illumi- í<,4-l2‘4o.
naçaó d?o Euangelho d’a gloria de Chrifto , que a imagern de p/^/’
Deus he. Coloff.'\-
5 Porque naó nos pregamos a nos mesmos, fenaó aChrifto Jefu, i^. *
o Senhor: e a nos mefmos, [que] voflòs fervos, por amor de JefusHebr. 1:3.
[fomos ].
6 Porque o Deus f que difle, que d’as trevas a luz refplandecefle, fGen. 1:3.
he g o que em noflos coraçoés relplandeceu , pera illuminaçaó d’o£1f^'
conhecimento d’a gloria de Deus em a face de Jefu Chrifto. hz^Cor
7 Porem efte thelouro h em vafos de barro temos, peraque a ex- ' I.' °r'
ccllencia d’a eflicacia feja i de Deus, e naõ de nos. i ícorit
Ddd x 8 fC?-
II. EPISTOLA DE S. PAULO
8 [Ctw] aquelles que em tudo atribulados fomos , porem nam
cftreitâdos: duridofos, porem naó desmayados.
9 Perfeguidos, porem naó defemparados: abatidos, porem naõ
perdidos:
k Rom. 8: io k Sempre por todas as partes a mortilicaçaõ d’o Senhor Jefus
^no corpo trazendo , peraque também a vida de Jefus em noífos

2. Tim. 2: 11 Porque fempre nos, os que vivemos , por amor de Jefus en-
ii. ii. tregues a a morte fomos , m peraque também a vida de Jelus em
I. Pedr.^: noífa carne mortal fe manifefte.
mn n 1 1- n nnp nnrr»i ibrz\n n *- zw»

49. 14 0 Sabendo que o que a o Senhor Jefus refufcitou , também a


CoíoJT.y. 4- nos por Jefus nos refufeitará^ c com vofeo nos porá.
nPjal.1161 15 Porque todas eftas coufas fam por amor de vosoutros, p pera-
vRom S-u que a coPiofií^ma graÇa5 Pcio fazimento de graças de muytos, para
i.o.kn. &Ioria de Deus a^undS*
pi.Cor.i_: 16 Por íífo naó desfalecemos: antes, aindaque noífo homem ex-
11. terior fe corrompa, todavia o interior de dia cm dia fe renova.
1 Vf. 30: 6. 17 q Porque noífa leve e momentânea tribulaçaõ , hum pefo eter*
no de gloria excellentiílima nos * produz.
Zvojw.8: iS. lg Porquanto naõ atentamos nara as ronfasque fevém , fenaõ pa-

Ca-
AOS CORINTHIOS. Cap. V- P7
Capitulo V
2 Adianta o Apofiolo 'na defcripçaõ a'a efperança d'a falvaçaõ pela qual fomos
aflegurados , que fe efte corpo _ que he o tabernáculo terreftre, fe quebranta te­
mos hua habitaçaõ eterna em o ceo. 4 Com que defeyamos de ferem jobreveslidos ;
6 Idfto que até quando habitamos diefte corpo, peregrinamos d’o Senhor, 9 Se\a
pois cadaqual diligente pera lhe agradar, lo Vifio que nos todos devemos com­
parecer perante 0 tribunal de Chrifto
* u Por iflo também teftifica fua dili­
gencia entre elles. 11 Naõ pera louvar a fi mesmo > mas pera lhes dar matéria
de gloria\aõ contra os faljos Apoftolos, 1$. Enfina que Chrifto por todos mor­
reu e rejufcitou > peraque todos lhe vivefem. 16 Poloque a ninguém por adiante
conhece mais fegundo a carne. 17 Mas fegundo a nova criaiaõ , que he de Deus
gm Chrifto. 19 Paraque elles > como Embaixadores de Deus, faÓ ujados , pera-
os homens com Deus em Chrifto reconciliar.

i TJorque bem fabemos que, fc nofla a cafa terreílre d'eíle taber- 42.C0r.47.
naculo fe desfizer, hum edifício de Deus temos, huã cafa naõ
feita de maós, [porem] eterna em os ceos.
2 h Porque por iflo também gememos , defejando fobreveílidos b Rom. 8 :
fer de nofla habitaçaó que d’o ceo he. 2J.
3 c Se também veflidos, [/] naõ nuos, achados formos. c Apoc. 3;
4 Porque também nos, os que’nelte tabernáculo eftamos, de car­ e18.16 : ç.
regados gememos : porquanto naó defpidos , fenaó fobreveílidos dRom 8;II.
ler queremos : d peraque o mortal, d'a vida devorado feja. I • Cor. 15 ;
ç Ora o que para iflo meimo nos preparou , he Deus , e o qual 33 *
também as arras d’o Efpirito nos deu. e Rom.3'.] 4,
6 Poloque fempre bom animo temos , c fabemos que ’no corpo 1 Cor 1,22.
habitando d’o Senhor * auíentes andamos. I 23.
7 f (Porque por fé andamos [ej naó por vifla.) *Ou, pere-
8 Porem bom animo temos , e mais nosapráz fora d’o corpo pe- grifamos
regrinar, e com o Senhor habitar. f‘ I Cor.
" 13;
V Poloque também muyto dcíejamos, de , ou prefentes, ou au- 12.
fentesj agradaveis lhe lermos. 2- Cor. 3 :
10 g Porque todos devemos * cõparecer ante o Tribunal deChri- 18,
fio, h pera que cada hum ’no corpo leve fegundo o que feito tiver,
ou bem , ou mal. uÂ.I4;k>.
11 Afli que fabendo o terror d’o Senhor , aos homens á féperfua- *O llw4»z-*
dimos, e a Deus manifeflos fomos : porem também efpcro que em feftosfer.
voflas confciencias manifeflos eflamos. b Pfal. 62;
1 Ddd 3 12 i Por- ICV*3 T • 7 A
<>32:19. Matt. 16:27» Rom. 2:6. «I4>:i2» L.Cor. Galaf.ó:'). Apoc.z: *
23. e 22: 12.
II. EPISTOLA DE S. PAULO
iiCory.Y. ti / Porque para com vofeo outra vez nos naõ encomendamos:
eio: 8. Mas damos vos ocafiaó de de nos vos gloriar: peraque tenhaes
rejponder] a os que ’na face, e naõ [ coraçaó fe gloriam.
•-< •1$ Porque feja que trefvaliemos , para Deus [trejvaliamos^: feja
que em bom fifo eftejamos, para vosoutros [0 eflámos^.
14 Porque a caridade de Chrifto nos conftrange.
1? Tendo ifto por refolvido, que fe hum por todos morreu, lo-
kRom. 14 : g° [fl^bem'] todos morrerão. E por todos [0 taQ morreu , *k p e.
pe-
7. raque os que vivem, naó vivaó mais pera fi, fenaõ pera aquelleque
Galat.110. por elles morreu e refufcitou.
1.27^5: 1 Afli que d’aqui por diante a ningué fegundo a carne conhe-
1 Pedr 4‘2 ccmos ’ e aindaque também a Chrifto fegundo a carne conhecido
* ajamos, todavia ja agora [fegundo a carne « J naõ conhecemos.
iMatt. 12
$0/ ’ 17 Afli que fe alguém em Chrifto eftá, nova criatura he: m ja as
loa iç: 14 coufas velhas paflaraõ, eis que tudo feito novo eftá.
Galat.^h. 18 E tudo ifto [vem'] de Deus, »o qual por Jefu Chrifto com fi-
í 6: 15. gO nos reconciliou, e o minifterio d’a reconciliação nos deu.
wlía '^' • -9 ° PorAue Ueus eftava em Chrifto com figo a o mundo recon-
C
m 3 ’ ciliando , feus pecados naõ lhes imputando j e em nos a palavra d’a
^Zii:s.reconciliaÇaó PÓS-
nColoff. 1: 20 Afli que p embaixadores d’a parte de Chrifto fomos, como fe
20. Deus por [weyo] noífo rogaflè : Rogamos [vos pois] d’a parte dc
i.Ioa. 2:2 Chrifto , que com Deus vos reconcilieis.
' 4: \°.’ 11 7 Porque a o que pecado naó conheceu, r pecado por nos M fez •
24^2$^ * Peraque nos ’nelle juftiça de Deus feitos foflemos.
ColojJ\ 1 : 20 P 2. Cor. 3 : 6. 7 ifay. 53 : 9. I. Pedr. 2 ; 22. I. loa. 3 ; e r Ifav. « ♦ iv
Rom. 8; 3. Galat. 3 :13. '

Capitulo VI.
I AmoePia Paulo a os Corinthios > que a graça , que como Embaixador de Chri-
Pioy lhes denunciara , em vaõ recebido nao ajac. 3 E relata quam -fielmente»
no meyo também de todas aS molePilas e affiiçoes , jeu miniflerio cowprira; 6 E
íuntamente com que virtudes e eflicacias d’o Efpirito feu trabalho acompahado
fóra. 12 Declara também fua grande affeiçaõ pera com elles. Y^ E pede a
mefrna <£elles pera com figo. I4 Amoejla os que nao fe ajuntem em jugo com os
infleis. 16 Nem tenhaõ communicaçaõ com os ídolos , porquanto os fieis templo de
V Mas 1uefe afartem delles. 18 Porquanto Deus he pae delles»
e elles jao feus filhos.
aY Cor.$'.9
bHebr,12; I T7 nos [como] a com [el/ej obrando , rogamos que a gra-
çade Deus cm vaõ recebido naõ ajaes, icPor-
A-OS CORINTHIOS. Cap.VI.
2- f Porque diz: Em tempo agradavel te ouvi, e ’no dia d’afalva-cJfay.4%t.
çaó te locorri ; vedes aqui agora o tempo agradavel , vedes aqui
agora o dia d’a falvaçaõ :
1 <Z Elcandalo nenhum em coufa alguã damos , paraque o mini-dRom.14.*
fterio vituperado naõ feja. ' 13.
4 Antes e em tudo como miniftros de Deus aprazíveis nos faze- T’ Cfír 10:
mos, f em muyta tolerância , em atfliçocs, em neceflidades, emetp’4.r
anguftias. \T
$ Em * açoutes , em pnloes , em revoltas, em trabalhos, em 2?.
ó Em * pureza , em fciencia , em longanimidade , em benigni- Cadas,
7 Em palavra de verdade ; em potência de Deus , por armas de
juftiça, ás direitas, e ás ezquerdas.
S Por honra e por deshonra, por infamia e por boa fama : como
enganadores, e [toda via] verdadeiros:
9 Como ignorados, erWmt] conhecidos: g como morrendo,gpyàZn8
c vedes aqui vivemos: como caftigados, e [ainda~\ naõ mortos. 18.
10 Como contriftados , porem fempre alegres : como pobres, 26:19.
porem a muytos enriquecendo: como nada tendo, e [todavia'] tudo
pofluindo.
11 Para com vofco, ó Corinthios, eftá aberta nofla boca, noífo
coraçaõ dilatado eftá.
12 Em nos eftreítos naõ eftaes, mas eftaes eftreitos em voífas en­
tranhas.
13 Ora em recompenfa d’ifto , (A como a filhos fallo) vos dila-Z? 1,Cor.y.
tac vosoutros também. 14.
14 i Naõ * vos ajuntei em outro jugo com os infleis. * Porque J^^.7.2.

w Porque vosoutros fois o templo d’o Deus vivente , como Deus 1 z-


difle: n ’Nelles habitarei, e entre [eZfe/J andarei: e euleuDeusfe-í-Ríyí,lS:
rei , e elles meu povo feráõ. ZI*
17 Poloque 0 d’o meyo d^elles fahi , e vos apartae , diz o Snor*’10*
coufaimmunda naõ toqueis, e eu vos * aceitarei. £pZ?.á:ii.
Zl. Cor. to: 7. 14. n I.Cor, 3 : 16. e 6 : T9. Et>h. 1: 11. Hebr. ‘ 6. t-Pedri^. junfaõi
71 Exod. 29: 45. Levit. 16’. 11. Ezech. $7:16 0 IJdy.^v. u. slpoc. 18:4, *Ouj
receberei ►
tfttfVERSIDADE NOVA DE LISBOA
4^0 II. EPISTOLA DE S. PAULO
fler, 31:1. 18 /> E eu vos ferei por Pae , e vos por filhos e filhas me fereis,
diz o Snor Todopoderofo.

Capitulo VII.
X Tira 0 Apoftolo d'as precedentes promeffas de Deus hua nova exhortapao part
fanftificaçaõ. 2 £ torna a defender fua converjaçao entre elles. 3 Teftifica
fua fingular ajfeiçaÕ para com elles ’no meyo também de todas as tribulações,
affégurando juntamente a fi mefmo de fua pera com figo * 6 E "neste feu pa­
recer com a vinda e teftimunho de Tito confirmado he. 8 E ainda que os por
fua rigurofa reprenfai, d3antes contrifiára, com tudo confeffa que efta trifteza fó-t.
ra tnfteza fegundo Deus. Io O que prova d'os fruitos d efta trifteza. 13 £
d?a alegria de Tito despois de fua tomada, 14 O qual tudo affi em elles expe-
rimentára i como 0 Apoftolo d’elles confiara.

1 O raamados, pois taes promeífas temos, alimpemos nos de to-


♦Ou,C«w- ^-da contagiam d’a carne e d’o efpirito, * aperfeiçoando afan-
/r/W<?,ou,dtificaÇaõ em o temor de Deus.
acabando, 2 Dae nos lugar; a ninguém agravámos, a ninguém corrompe­
mos, de ninguém noflò proveito buscámos.
42.Cflr.6i 3 Naó digo [ifto]<, pera [vojfa] condénaçaõ. Porque ja a d’an-
11.i2.13.tes diífe, que em noífos coraçoés eftaes , pera juntamente morrer
e viver.
4 Muyta confiança pera com vofeo tenho 5 muyta glcríaçaó de
1» Matt. 5 -.vos tenho; cheyo de confolaçaõ eftou ; b fobreabundo de gozo em
12. todas noífas tribulações.
5 Porque até quando á Macedonia viémos, nenhum repouío
*
^1'% I7.’noífa carne teve: c antes em tudo atribulados fomos: combates por
^oojf 1 .fora5 temores por dentro.
cAft 16 : 6 d Mas Deus, que a os abatidos confóla , com a vinda de Tito
19.23. nos confolou.
dz.Cor.v.^ 7 E naó fomente com fua vinda , mas também com a confolaçaõ
com que acerca de vos confolado foy , contando nos voífas fauda-
des, voífo choro, [e] voífo zelo por mim , de maneira que tanto
mais me gozei.
8 Porque aindaque com a carta vos contriftei, naó me arrepen­
do: Aindaque me arrependi; porque vejo que aquella carta , pofto
que por pouco tempo, vos contriftou.
9 Agora folgo, naõ porque foftes contriftados, mas porque para
converlaô contriftados foftes. Porque foftes contriftados fegundo
Deus j
AOS CORINTHIOS. Cap. VIII. 401
Deus ; de maneira que em coufa nenhuá dano algum por nos pa»
deceftes.
10 e Porque a trifteza fegundo Deus, obra converfaõ pera falva- e i.Sam .12?
çaõ , de que ninguém fe arrepende : Mas a trifteza d’o mundo, J3-
obra morte. Matt. 16
11 Porque eis que , ifto mefmo , que fegundo Deus contriftados Luc. 75-
i S: t 3«
foftes, quanta diligencia em vos obrou? ainda defenfaó, ainda * in­ * Ou, des~
dignação , ainda temor , ainda íaudades , ainda zelo , ainda vin­ golto *
gança: em tudo vos moftraftes puros eftár ’nefte negocio.
íi Afli que aindaque vos efcrevi , naõ [for] por caufa d’o que o
agravo fez , nem por coufa d’o que o agravo padeceu 5 mas para­
que nofla diligencia por vosoutros, diante de Deus, manifefta vos
folie.
13 Portanto coníolados fomos acerca de vofláconfolaçaõ: emuy-
to mais nos alegramos acerca d’a alegria de Tito, de que feu efpi­
rito de todos vosoutros recreado foy.
- 14 Porque fe em alguã coufa pera com elle de vosoutros me glo­
riei, envergonhado naõ fiquei: antes como tudo com verdade vos
diflemos j aflitambém nofla gloriaçaó [de que] paracomTito [ufeí}
verdadeira fe achou:
15 E luas entranhas mais abundantes pera com vofcoeftáõ, lem­
brando fe d’a obediência de todos vosoutros, de como com temor c
tremor o recebeftes.
16 Afli que me gozo , de que em tudo de vosoutros confiar inc
poflo.
Capitulo VIII.
I Propoem Paulo a os Corinthios o exemplo d’a Igreya de Macedonia, que fizér&
efmola liberal a os pobres fieis em Jerufalem. 6 E declara que a Tito ordem
déra pera com elles também promover hua tal efmola. 9 Propoem lhes também
0 exemplo de Chriflo que empobreceu pera com Jua pobreza nos enriquecer. Io E
amoefla os de bem cumprir t 0 que pajfado hum anno bem começáraÕ. 15 Porem
nao asff que outros fejaõ aleviados e elles mesmos atropelados mas que de fua
abundancia dém pera encher a falta de outros ; 15 Como ’no colher d’o manna
acontecia. 16 Testifica também que Tito fc partia para elles pera transportála.
18 Juntamente com outro irmaõ, d’a Igreja para iffo elegido; 20 Pera prevenir
toda calumuia, 11 E também com outro terceiro cuja fieldade muytas vezes
provado fora > affi de fi mesmo 3 como d"a Igreja.
1 ''pambem, irmaõs, faber fazemos a graça de Deus, dada a as
** Igrejas de Macedonia.
Ecc 2 Que
40 Z II. EPISTOLA DE S. PAULO
2 Que em muyta provaçaõ de tribulaçaõ redundou a abundan-
cia de feu gozo, e fua profunda pobreza, cm riquezas dc fuabene­
ficência.
3 Porque fegundo [feu] poder (o que eu [mesmo] teftifico), e
ainda fobre [fu J poder , voluntários foraõ.
11: 4 • Pedindonos com * muytos rogos, que aceitaflemos a merce e
29 a comunicaçaó d’efte ferviço,, que pera os fanéhos [fe fazia].
jR <7722.1
i.Cw.i 6:2.
e*

Ou^zzzíyi Pe^a vontade de Deus.


*

tasamoe- 6 De maneira que a Tito exhortamos , que, affi como d’antes


fiações. começara, affi também efta merce entre vosoutros acabaftè.
7 Portanto affi como em tudo abundaes, em fé, e em palavra, e
em íciencia, e em toda diligencia , e em voíla caridade pera com
nofco j [olhae] que também ’nefta graça abundeis.
8 Naõ digo como mandando: Senaõ [/><?r] também pela
diligencia d’os outros, a íinceridade de voíla caridade provar.
^L«í.9;$S. 9 Porque ja íabeis a graça de noílo Senhor Jefu Chrifto , ^que,
fendo rico, por amor de vos pobre fe fez: peraque com fua pobre­
za ciiriqueceíléis.
10 E ’nifto [meu] parecer dou: Porque ifto vos convém , como
aquelles , que naõ fomente * af mas também * a querelo,
*0^’ defdo anno paftado começaftes.
T I Agora
ii A porem XA .A ZA também
«« zAacabae ZA 1"^ Zfl o * ja começado : peraque affi
* Ou ,0/*-como o animo foy prompto em o querer, affi o feja também em,
z.erj oib 0 d’o que tendes, o acabar.
ja feito. 12 c Porque fe primeiro promptidam de animo ouvér , d ferá al-
n: ^um aceito fegundo o que tem , f^dnaõ fegundo o que naõ tem.
13 Porque naõ [_digo ifto] peraque outros alivio tenhaõ, e vosou-

T.Ptv/r. 4:dancia a falta d’os outros [fupra] , peraque também lua abundancia
io. [Jupra] voíla falta, peraque igualdade aja.
Como eftá efcrito: e O que muyto [colheu], naõ teve mais: e
hvfcçaõ Sue pouco, naõ teve menos.
eExod. 16: 56 Porem graças a Deus, que por vosoutros a mcfma diligencia
iS. ’no coraçaó de Tito * pós :
♦OujA’#. 17 Pois a exhortaçaó aceitou, e muy diligente para vosoutros
voluntariamente fe partiu.
18 E
AOS CORINTHIOS. Cap. VIII. 403
i$ E [ também] com elle enviamos a o irmaõ , que louvor ’no
Euangelho por todas as Igrejas tem.
19 E naõ lomente , mas também foy efcolhido d’as Igrejas
por companheiro de nofla viagem com efta merce, que por nosou-
rros he adminiftrada pera gloria d’o mefmo Snor, e promptidaõ de
voflb animo.
20 Evitando iílo , que ninguém nos vitupere ’neíla abundancia,
que por nos adminiílrada he.
f Como aquelles, que o que honeílo he procuramos , naõ fo-/r^5W> *2^
mente diante d’o Senhor , mas também diante d’os homens.
22 Com elles enviamos também a noflo irmaõ , a o qual muytas
vezes em muytas coufas ja provamos, que he diligente , e agora
ainda muyto mais diligente pola muyta confiança que para com
vofco [tem],
23 Seja Tito , meu companheiro d cbbperadór pera com
vofco he : Sejam noflos irmaõs, embaixadores d’as Igrejas, [/]
gloria de Chrifto fam.
24 Portanto , a prova de voflá caridade , e de nofla gloriaçaó
acerca de vos, perante a face d’as Igrejas, para com elles moftrae.

Capitulo IX.
Z Tefifica 0 Apoflolo que afaz eftá afegurado dá affeiçao d'os Corinthios pera
promover efa colheita. 3 E dá razac porque os ditos irmaõs adiante enviou 9
a faber - peraque todos em fua vinda preftes efiàrem. 6 ^ámoefia os a dar
liberal e voluntariamente com diverfas razoens > tomadas d’a liberal bençaò ca­
ridade e graça de Deus fobre os que liberalmente femearáõ. 11 E dás graças
que fe por amor d'ifo daràõ Deus dás que Jeraõ participantes de Jua liberali­
dade. 14 E d'as oraçoes ■> que elles farão a Deus por elles.

1 a porque d’a adminiftraçaõ que pera os fanétos [fe faz] , nao aálfl. n .
neceflito, eferevervos. 29.
2 Porque bem fei a promptidaõ de voflb animo , d’o qual para Rom.\S'-z6>
com os Macedonios acerca de vos me glorio , que ja Achaya deldo i-^16-* 24
anno paflado prelles efta5 e o zelo que de vos [começou] a muytos z,Cor‘
provocado tem.
3 Porem a eftes irmaõs enviei, paraque noflagloriaçaó acerca de
vosAiefta parte vaã naó leja : peraque (como ja difle) preftes eftar
poflaes.
4 Paraque fe a cafo comigo os Macedonios vierem, e defaperce-
Eee z bidos
404 II. EPISTOLA DE S. PAULO
bidos vos acharem , naõ nos envergonhemos a nós, (por a vos naõ
dizer) ’nefte firme fundamento de gloriaçaó.
5 Portanto tive por coufa neceflaria exhortara eftes irmaõs, que
primeiro a vosoutros vieífem, e primeiro voflá bendiçaó , ja d’an-
tes denunciada aparelhaflèm , peraque preftes efteja afli como ben-
. diçaó, e naõ como efcafleza.
bProv,!!, Ifto pOrem , b que o que efcaflamente feméa , também
Gatât 6‘ y.efcaflamente fegará; e o que em bendiçoens feméa, também em
s Deut. 15 -.bendiçoés fegará.
7 7 Cada qual [fapj como em [feuj coraçaõ propóé, * naõ com
JRow.n: 8. trifteza, ou * por neceflidade. d Porque Deus ama a o dador alegre.
♦Ou,§ £ poderolo he Deus pera toda graça em vos fazer abundar ,
^Exld^i0fempre , em tudo , toda iufficiencia tendo , em toda boa
obra abundeis.
9 Como eftá efcrito; e Derramou, a os pobres deu : fua juftiça
e Tfal. 112: permanece pera fempre.
9. 10 Ora aquelle que a femente a o que feméadá, também pam pe-
*Ou,comi-ríl * comer [wr] dé' ,- Le voflá fcmenteira multiplique , e os fruitos
da^ ou, de voflá juftiça augmente:• -J
manti- t
II
T 3
Peramie em rimo
-- Peraque j
tudo em
enriqueçaes em toda beneficencia, a qual
mento
*
• Ou, por * por nos obra [yue] graças a Deus [fe
kos para i~ Porque a adminiftraçaõ d’efte ferviço , naõ fomente a falta
tom Deus tf os fanétos fupre , mas també * abunda em [yae] muytas graças a
fazimevto DeUS [ fe ddm ].
graças 13 Porquanto pela prova d’efta adminiftraçaõ a Deus glorificaõ
*°Ou acerca d’a fubmiflaó de voflá confiflaó a o Euangelho de Chrifto, e
beneficencia d’a communicaçaõ pera com elles e pera com
fazámen- todos :
ttsdegra- 14. E por fua oraçaõ por vosoutros , tendo de vos faudades, por
{aspara caufa d?a excellente graça de Deus fobre vosoutros. :
rT ^SUS ^ra 8raÇas a Deus por feu ineftabil dom.

CA
*
AOS CORINTHIOS. Cap. X: +oj
I
Capitulo X.
1 Paulo, por caufa que alguns falfos Apoftolos entre elles diziaõ, que feu efc?ever
era bem autoritativo , mas Jua prefença de bem pouca autoridade; J Trata d*a
poteftade Apoftolica, que Deus lhe dera , pera confranger a os desobedientes em
Jua Igreja 4 Pois naõ por armas carnaes mas espirituaes que para iffo faõ
ejfcazes por Deus. 8 Porem que efa potefade lhe fora dada para edificaçaõ enaõ
para dtjlruicaõ. Io Que naõ Jomente eftando aufente por cartas , mas também
~ efando prefente por obras moftrará. 11 Que fortificado d’efa potefade 9
Euangelho até ali dilatara. 15 Aonde outros d1antes naõ trabalháraõ. 16 E
que ifto ainda cuidava fazer naõ Jó entre elles , para confortálos mas também
dias terras alem dlelles ftuadas, 17 Pois que diz ifo naõ pera a fi mefmo , fe*>
naõ pera gloriar a graça de Deus entre elles,
1 A lem d’ifto eu Paulo meímo, pela manfidam e benignidade de
k Chrifto, vos rogo , que prefente em verdade entre vos baixo
fou , porem aulente pera com volco atrevido:
2 Rogo pois, que quando preiente eftiver , atrevido naõ venha
a {er.com a confiança de que oufadamente * ellimado fou ufar com * Ou,cuida»
alguns, que nos eftimaó como íe fegundo a carne andafiemos. queufo,
3 Porque andando em a carne , naó militamos fegundo a carne.
4 Porque as armas de nofiã milicia naõ fam carnaes , fenaõ po- aEphef 6:
derofas por Deus, pera deftruiçaõ de fortalezas. T3- &c'
5 Pois deftruimos confelhos, e toda alteza que contra o conheci-
mento de Deus fe levanta, e a obediência de Chrifto a todo enten­
dimento preío levamos.
6 E eftamos preftes para toda defobediencia vingar , quando ja
vofia obediência cumprida for.
7 Atentaes vos para o que diante d’os olhos eftá ? Se alguém de
fi mefmo confia que de Chrifto he , penfe c tal outra vez ifto com
figo mefmo, que como elle de Chrifto he, afii nos também de Chri­
fto fomos.
8 Porque fe eu também ainda mais gloriar ne quifer de coufa al­
guã de noífo poder , o qual o Senhor c pera edificaçaõ nos deu , e ci. Cor.iy,
naõ pera vofia deftruiçaõ, naõ me envergonhtrei: io.
9 Peraque naó pareça como fe por cartas espantar vos quiféra.
10 Porque as cartas (dizem) Iam em verdade graves e fortes, mas
a prefença d’o corpo he fraca, e a * palavra desirezivel. *O\i>faHa
11 Ifto penfe o tal , que quaes fomos em a palavra por cartas au-
fentes5 taes fomos também por obra prefentes.
Ece ? ii </Por-
4^ II. EPISTOLA DE S. PAULO
di-Cor.y.i. 12 Porque naõ oufamos a nos * contar , ou comparar com al-
ey: íi- guns, que a fi mefmos fe louvam: mas naõ entendem eftes que a fi
* Oif, cn- meímos com figo melmos fe medem , e a fi meimos com figo mes-
tiemeter. mos fe coirjpáraõ.
eEphef^, ij Porem nos naó gloriaremos fora de medida: <? fenaõque, con-
forme a a medida d’a regra d’a medida que Deus nos repartiu, tam­
bém até vosoutros chegamos.
14 Porque naó nos eftendemos a nos mefmos mais d’o que con­
vém , como fe até vosoutros naó ouveflèmos de chegar : pois tam­
bém ja até vosoutros, em o Euangelho de Chrifto, chegamos.
i$ Naó nos gloriando fora de medida em trabalhos alheyos : an­
tes tendo efperança , que, vindo voflá fé a crecer abundantemente
entre vosoutros engrandecidos feremos conforme â nofla regra:
16 Pera o Euangelho denunciar nos [lugaresJ que d’alem de vos­
outros eíláó : J naó para em regra alheya nos gloriar acerca d’o
que ja aparelhado eftá.
fljay. 6$ : 17 /Porem o que fe gloria, em o Senhor fe glorie.
. 18 £ Eorque naó o que a fi melmo fe louva, fenaõ o a quem louva
i cÂr.i.-ju 0 Senhor, efle o aprovado he.
g Prov, 27;
a. Capitulo XI.
I Teflifica 0 Apofiolo feu zelo acerca dos Corinthios pera conferválos Jna fimplici-
dade que em Chrifto eftá. j E 0$ amoefta que nao fe deixem dc sviar d'ella,
como Eva pelo Satanás enganada he, 4 Porquanto nao Somente nenhuns falfos
Apoftolos, mas também nenhum outro Apofiolo de Chrifto, lhes denunciar podia
algua outra couza que d’elle recebido nao tinhaó. 6 Porque naó-, como efies - a
fi mesmo entre elles gloriara, mas humilhara e nem ainda fofttnto tomára , como
todavia de outras Igrejas fizera. II Pois iflo naó fizera como fe naó tivera amor
pera com elles , 11 Mas jera privar os falfos Apoftolos de fua gloriaçaó, que
fe transfigurdvaÕ em Anjcs d’a luz, 16 E ainda que a demafiada gloriaçaó naó
convenha com a fabedoria, 18 Com tudo prova que ninguém d'eftes de coufa al­
guã gloriar fe poffa, d‘a qual elle também Je gloriar naó poderia. 23 Antes ‘no
padecer e trabalhar por cauza de Chriflo a todos pajfava, 28 Alem d’o cui­
dado que tinha de todas'as Igrejas, $1 E d’as mo/efiias que ‘no principio de
feu minifterio em Damaço fiiportára aonde fobre os muros d‘a cidade ‘nhum
cefio efcapdra.

1 O Uxa^ hum poico em [minha] necedade me fuportareis : po­


rem fuportaene ainda.
2 Porque zelofo eftou de vosoutros com zelo de Deus. Porque
^Levit 21; preparado vos tenha para a [como] a huã virgem pura , a hum ma-
I3‘ rido
AOS CORINTHIOS. Cap. XI. 407
rido [ aprefentar, [convém a faber J a Chrifto.-
3 Mas temo que b como -a ferpente com fua aftucia a Eva enga-^£<?MH«
nou, também afii cm alguã maneira voífos. fen tidos fe naó corrorti- Joa s ;44«
pam, [dejvianãf>le\ d’a iimplicidade que em Chrifto eftá.
4 c Porque fe aquelle que vem , a outro Jefus prégalfe que nos cGalat.v.3.
naõ pregamos, ou outro efpiritorecebeffeisque naórecebeftes: ou
outro Euangelho que naó aceitaftcs, com rezáó fofreríeis.
Porque penlo que em nada inferior fuy a os mais excellçntes
Apoftolos.
6 E fe também * rude em a * palavra fou, com tudo naó o fou * -0^/'
’na fciencia 5 mas em. tudo ja totalmente entre vos manifeftos efta- Ou*
mos. * Ou falia.
exalçados folieis? Porquanto d dc graça o Euangelho de Deus vos de- di-Cor. 9:
nunciei?
S Outras Igrejas despojei eu , [4'cllasj falario recebendo , pera
a vós vos fervir : e eftando com vofeo preíente , e tendo ncceflida-
de, e a ninguém * em cargo fuy. e 20
9 / Porque minha falta iupríraó os irmaós que de Macedonia vié- ,
raó: e em tudo me guardei de pelado vos fer, e [ainda ajji me] guar- * j, *
darei.
10 A verdade de Chrifto em my eftá, que efta gloriaçaó’nas par- 9.
tes de Achaya impedida me naó lerá.
Porque? Porque vos naó amo? Deus o fabe. 8
12 Mas o que faço, ainda o farei, para a ocafia
ocafiaó querem : peraque, ’naquillo em
achados fejam.
13 Porque taes falfos Apoftolos fam obreiros fraudulentos, trans­
figurando fe em Apoftolos de Chrifto.
14 E naó he maravilha: porque o mefmo Satanás em Anjo de luz
fe transfigura.
15 AíTi que naó he muyto, fe também feus miniftrosfetransfigú-
raõí como [f>] miniftros de juftiça [foraõ] : d’os quaes o fim con­
forme a luas obras ferá.
16 Outra vez digo, que ninguém cuyde que nefeio fou: Ou, fe­
naó, como a nefeio me recebei , peraque também hum pouco me /
glorie,
17 O que digo, naó fegundo o Senhor o digo ; fenaó como por
necedade,* ’nefte firme fundamento de glonaçaó, A •
iS g Pois
4e8 II. EPISTOLA DES. PAULO
£t.Cor io: is g pois muytos fegundo a carne fe gloriaó: também eu meglo»
H- riarei.
19 porqUe de boamente a os necios toleraes, porquanto fabios.
fois.
20 Pois toleraes fe alguém em fervidam vos poem , fe alguém
[w] devora, fe alguém [coufa alguã -zw] toma , fe alguém fe exal­
ça fe alguém ’no rofto vos fére.
bPhil.3',4- 2I por afronta [0] digo •, como fe fracos ouveflemos fido: h an­
tes ’no que outro atrevido he (neciamente fallo), também eu atre­
vido fou.
*
ÍAãn\3 21 Sam Hebreos ? * também eu: Sam Ifraêlitas ? também eu:
Sam femente de Abraham ? também eu.
k i.Cor.Ip 2^ Sam miniftros de Chrifto? (neciamente fallo) k eu mais
lo. elles] : Zem trabalhos , muyto mais : em pancadas , mais que elles:
lAã 9-IÓ. em prifoens, muyto mais: em [peãgo de] morte, muytas vezes.
e21: 11 24 D’os Judeos ™cinco quarentenas [de açoutes] menos hum , re-
1- Cor. 6:4
m Deut iS'-. cebido tenho.
25 n Por tres vezes com vergas açoutado fuy , 0 huã vez fuy ape-
nÀã. 16: drejado , p tres vezes naufragio padeci , huã noite e hum dia 'no►
21. abiímo paflci.
9 Aã. 14 *. 2ó Em viagens muytas vezes , em perigos de rios , em perigos
19. ,de falteadores, em perigos dos d’a naçaó, em perigosd’asGentes,
p Aã, 27:‘ em perigos ’na cidade , em perigos ’no deferto , em perigos ’no
9.41.
mar, em perigos entre falfos irmaõs:
27 Em trabalho e fadiga , em vigílias muytas vezes, em fome e
em fede, em jejuns muytas vezes, em frio e nueza.
Aã. 20: 28 sem as coufas de fora, cadadia 7 o cuidado de todas as Igrejas
18. me fobrevem.
ri.Cor.3 : 29 r Quem enfraquece, que eu também naó enfraqueça ? Quem
13. fe cfcandaliza, que eu me naó queime?
30 Se gloriarfe convém , das coufas de minha fraqueza me glo­
riarei.
fRom. 1.9. 31 j O Deus e Pae de noflo Senhor JefuChrifto, que eternamen-
<?9;1, te bendito he, fabe que naõ minto.
* Damafco tinha o Governador de parte d’el Rey Aretas dc
PhU i • s'cerco a cidade d’os Damafcenos, querendo me prender.
i.Thejf.i^. 33 E em hum cefto , por huã janella, d’o muro decido fuy : e
tAã.jMtt [4^] de fuas maõsefcapei. t

Ca«
AOS CORINTHIOS, Cap. XIL 4o*
Capitulo XII.
1*0 Apoftolo querendo moftrar quam grande razao tem pera gloriar fobre outros 3
relata como foy arrebatado a o terceiro ceo , e ali ouviu o que nenhum homem
pronunciar pode. 7 Que por ifto hum Anjo de Satanás lhe para fua humilha-
- paõ dado fora } que lhe dava de punhadas ; 8 Contra quem tres vezes orara a
Deus j e cobrara repofta que a graça de Deus lhe baftante avería de fer. 10 Q)ue
por ifto antes gloriava em fua fraqueza e humildade- 11 Dxcufa a fi mejmo que
tornava a gloriar d3as verdadeiras marcas de feu Apoftolado entre elles. 12 Que
toda via elles cm verdade baftantemente experimentaraÕ. 14 Testifica que ago­
ra a terceira vez virá a elles Jem fer lhes em maneira nenhuã em cargo,
IÓ Como outros d?elle enviados j nem também Tito , em coifa nenhuã lhes em
cargo foraõ. 20 Avifa os finalmente que as faltas de contendas , altiveza > for­
nicação j &c. entre fi emmendem antes de fua vinda 3 pera que pera feu pezar
nao ferá necesfitado de ufar fobre os taes de fua poteftade Apojlolica.
i tm verdade que gloriar me naõ convém. Porque virei ás vi-
^foens e revelaçoens d’o Suor.
2 a Hum homem em Chrifto conheço cu , que, antes de cator- a Aã. 9: 5,
ze annos (fe ’no corpo , naõ o fei : íe fora d’o corpo , naó o fei: *7°
Deus o fabe) foy arrebatado até o terceiro Ceo. i.Cw.15: 8O
3 E fei que o tal homem (fe ’no corpo, fe fora d’o corpo, naõ o
fei: Deus o fabe):
4 Foy arrebatado a o parayfo, e ouvio palavras ineffaveis, que a
o homem naõ he licito fallar.
5 De hum tal me gloriarei eu, mas de my mefmo naõme gloria­
rei, fenaó em minhas fraquezas.
6 Porque fe gloriar me quifer , necio naõ ferei : Porque a ver­
dade direi: Porem * deixo porque ninguém demycuidemais *
d’o que em my vé, ou de my ouve. []•
/*
7 E porque pela excellencia d’as revelações me naõexalçafle, me
foy dado hú eipinho ’na carne , ff/ábefj hum Anjo de Satanás,
b pera me abofetear, peraque me naõ exalçafle. blob.w, 6.
8 Sobre o que tres vezes a o Senhor orei, para que de myfedcs-
viafle,
< 9 E difle me: Minha graça te bafta: porque minha potência em
a fraqueza fe cumpre. Afli que de melhormente antes em minhas
fraquezas me gloriarei, peraque a potência de Chriflo em my habite.
10 Portanto prazer tenho em fraquezas, em injurias, em necefli-
dades, em perfeguiçoés, em anguftias por amor de Chriflo. Por­
que quando eflou fraco, entonces poderofo fou.
Fff xi Necio
4i« IT. EPISTOLA DE S. PAULO
íi Nccio fuy em me gloriar: vos me conftrangeíles ; que dc
ci.Cor.1^ vosoutros avia eu dc fer louvado , c pois em coufa nenhuá interior
io fuy a os mais excellentcs Apoftolos, ainda que nada fou.
d i.Cor.9:1. íi d Effeituadas foraó entre vosoutros em toda paciência as mar­
cas de Apollolo, com íinaes, prodígios, e maravilhas.
*.
ei.Cor.9 Porque que ha, em que as outras Igrejas inferiores foftes, e fe-
x naõ [ew] que cu mefmo em cargo vos naó fuy, perdoaeme efle
^11.9. agravo.
14 Vedes me aqui preltes eftou pera a terceira vez a vosoutros
fAfi. 20 : vir, e em cargo vos naó lerei. /Porque naó bulco o voflo , fenaõ
3L a vós. Porque naó devem os filhos entefo urar pera os paes , fenaõ
os paes pera os filhos.
15 Eu porem de muy boamente gaitarei, e por voflas almas ga-
Z 2. Cor. 6 : ftar me deixarei , ainda que g amando vos tanto mais , feja amado
lis menos.
16 Porem feja afli, que em cargo vos naõ fuy : mas como era
*Ou>^w- aítuto, por engano vos * tomei.
’7 Porventura, por algum d’os que vos enviei , de vos me apro­
veitei.
«8 A Tito roguei, e com elle a o irmaõenviei; porventuraTito
de vosle aproveitou? Porventura naó andámos em o mefmo efpiri­
to? cm as mefmas pifadas?
19 Cuidaes * ainda que com vofco nos defeulpámos ? Perante
iv's" Deus em Chrifto falíamos : E tudo iíto, ó amados, pera vofláedi­
ficação.
20 Porque temo que quando viér , vos naó ache em maneira al­
guã taes, quaes eu quifera : c cu de vos achado leja tal , qual vos­
outros naó quifereis: para que em maneiraalguãpendências, enve-
jas , iras , porfias , detraeçoés, mexericos , inchaçoens , c fedi-
çoês naó [aja].
21 Paraque outra vez, quando vier, me naó humilhe meu Deus
pera com vofco, e chore por muytos d’os que d’antes pccáraó , e
[aitida] fe naó arrependéraó d’a immundicia , e fornicaçaó , e des-
boneíiidade, que cometéraõ.

C A-
AOS CORINTHIOS. Cap. XIII. 414

C.4PITULO XIII.
I Teftific* o Apoftolo outra vez. 3 fe os pecados precedentes naõ fe emmendem , que
fem algua dilapaõ pera cafligar a os obradores d3elles virá. 3 £ pera por obras
lhes rnauifefto fazer quam efficaz Chrifto 'nelle eftava, 5 Amoefia os, que es­
quadrinhem a fi rnejmos fe Chrifto áielles eftá. 7 Dezena outra vez que com
bem fazer 0 cafiigo prevenhaò. <) E declara que entonces d'elles fe gozaria.
10 Jãftoque fua potefiade deve Jervir naopara deftruiçaõ> fenaó para edificaçaõ.
11 Conclúe entac aEpiftola com huã amoefiapaõ pera diverfas virtudes Chriftaãs;
12, Com a cofiumada jaudapaõ3 13 Ecom a orapaõ por elles a Deus Pae 3 rillo 3
e Efpirito Sanfto.

1 17 fta he a terceira vez [que~] a vosoutros venho : a Em boca de a' Num


^duas ou tres teftimunhas coníiftirá toda palavra., 3o-
Deut iy.6.
2 Ja d’antes tenho dito , e d’antes como prefente a fegunda vez e 19:1$.
o digo, e agora aufente o eftrevo a os que d’antes pecáraó, e a to­ Matt. 1S :
dos os de mais, que fe outra vez venho, naó [ZZwj perdoarei: 16.
3 Pois prova buícaes de Chrifto que em my falia , o qual em vos loa. S : 17.
fraco naó he, antes he poderofo entre vosoutros. Hebr. Io Z
4 Porque ainda que'por fraqueza crucificado foy. com tudo vive 28»
pela potência dc Deus.. Porque també nos ’nelle fracos fomos, po­
rem com elle vivirémos pela potência de Deus em vosoutros.
5 b Esquadrinhae vos a vos mefmos, fe ’na fé eftaes: provaevos a b l.Cor.VDi
vos mefmos. Ou naó vos conheceis a vos mefmos, que JefuChriílo 28.
em vos eíla? Senaó he que ja em maneira alguã reprováveis fejaes.
6 Eípero porem que entendereis que reprováveis naó fomos.
i7 * E bem folgará eu de Deus [abancar] , que nenhum mal fa- *Ouj,£/>e->
__- naó
çaes: - _______
peraque_____ ____ rachados
aprovados •___________
fejamos , __ ______ vos o rante
mas peraque Deus de~
bem façaes, e nos como reprováveis fejamos. fejo.
8 Porque nada contra a verdade, fenaó pola verdade podemos.
9 Pois nos gozamos quando fracos eltamos , e vos fortes eftaes:
E ifto também defejamos , [a faberj vofia * confummaçaó. *
Gr. R?~
10 Por iflo efcrevo eltas coufas aufente: paraque eftando prefen­ ftaurapaÕ.
te de rigor naó ufe, fegundo o poder < que o Senhor dado me tem , c x.Cor.lG'.
para edificaçaõ, e naó para deftruiçaõ. 8.
11 ’Nodemais, irmaõs, gozaevos, fede perfeitos, eftae confola-
dos, fede de hum [mesmo].parecer , e vivei cm paz5 e o Deus de ã Rom, 12:
caridade e dc paz com vofeo ferá. 16.
F ff 2 ii /Saudae- f 1$: q»
l.Cor.r.iQ»
Phftíp.2\2. itPedr. 3:8. eRom. Ii; 1S. Hebr. n; 14'
411 EPISTOLA DE S. PAULO
fRom. 16: íi f Saudaevos huns a os outros com fanfto beijo. Todos os ían-
Ió. ótos vos faudam.
I. Cor. 16 : ij A graça d’0 Senhor Jelu Chrifto , c a caridade de Deus, ea
20.
l.TheJf. $ : comunicação d’o Efpirito íanéto, feja com todos vosoutros. Amen.
26.
I Pedr. $: A fegunda [ Epiftola ] a os Corinthios foy eícrita de Philippis, em Ma­
cedonia, fe enviada J por Tito e Lucas.
14.
Fim d'a fegunda Epiílola d'o Apofiolo S. Paulo a os Corinthios.

• .A

EPISTOLA
/

D O

APOSTOLO S. PAULO

Capitulo I.
X Despois a* a infcripçáõ d’a Epiílola 3 $ Cofumada faudaçao , 4 E agradeci­
mento a Deusj 6 Reprende 0 Apofiolo ás Igrejas de Galada^ que taõ preflo *
d'a doutrina Apojlolica desviarão, 7 Fora d‘a qual toda via nenhuá outra pera
falvaçaõ ha. 8 Seja que Je pregajfe d hum Anjo. lo A qual elle também nao
de alguns homens, fenaõ d10 mesmo Senhor Jefus Chriíto aprendeu. I3 O que
prova de feu primeiro eflado e zelo *no Judaísmo j 16 E de Jua maravilhofa
converfaõ e vocaçaõ a 0 ApoítolAo \ 17 E ]untamente também porquanto Jen-
do ja chamado com os de mais Apojtolos, fobre a doutrina nao fallou 3 mas logo
para Arabia fe partiu. 11 E naõ viu a nenhum d'os Apojlolos • fenaõ a Pedro
e Jacobo ■> pajfados ja tres annos em feu minislerio- 21 E que despois outra
vez foy Je para Syria e Cilicia , nao fendo conhecido a as Igrejas de Judea fe­
naõ de fama.
1 "H X aulo Apoftolo (naó [de parte"\ d’os homens , nem por ho-
«TifAAi. a mas por Jefu Chrifto, e Deus o Pae, qued’os
JL mortos o refufeitou). 2 E
AOS G A L A T A S. CaP. I. 41;
t E todos os irmaós que comigo eftam , ás Igrejas de Gala-
cia :
3 b Graça e paz de Deus Pae, e [A>] noífo Senhor Jefu Chrifto: b Rom v. 7.
4 c O qual fe deu a fi meímo por noflos pecados , pera nos tirar 1 <dor.\\z.
d’efte prefente mao mundo , fegundo a vontade de noífo Deus e
Pae. l.Pedr i;2.
$ A o qual feja gloria * para todo fempre. Amen. c Matt. 20;
28.
6 Maravilhome de que d’aquelle que á graça de Chrifto vos cha­ Galat,l:Zo,
mou , tam prefto a outro Euangelho traspaflados foftes. Ephejo 2.
7 Sendo que outro naó ha , fenaó que ha alguns d que vos in- Tit 2 . 14.
' quietam, e o Euangelho de Chrifto trastornar querem. Hebr.91 14,
8 e Porem ainda que nos, ou hum Anjo d’o Ceo, [coaja outra algud'} * Ou j por
vos Euangelizar de mais d’o que ja Euangelizado vos temos * ana- fectilos todos os
d’ot
thema ieja. ftculos.
9 Como d’antes temos dito , torno também agora a dizer ; Se dAdl 15: r.
alguém [coufa outra algud~\ vos Euangelizar de mais d’o que ja rece- eZ.Cor. 11;
belles, anathema feja. 4.
10 / Porque * prego eu agora a homens, ou a Deus ? g Ou pro­ fJfV mal-
curo a homens comprazer? Porque fe ainda a homens comprazera, dição, ou,
fervo de Chrifto naõ fora. amaldi­
çoado.
11 h Mas faço vos laber , irmaõs , que o Euangelho que por my f^Theffz *.
denunciado foy, fegundo *os homens naõ he. 4-
12 1 Porque de homem algum o naó recebi, nem aprendi, fenaó * Ou, Per-
por revelaçaó de Jefu Chrifto. Juado eu
13 h Porque ja ouviftes qual antigamente meu trato em o Judaís­ agora a os
mo foy, que fobre maneira a Igreja de Deus perleguia, e a afloláva. ahomensyou Deus ?
• 4 E [cnm] ’no Judaifmo ventagem a muytos de minha idade em g lacob.44;
minha naçaõ levava : Sendo extremamente zelolo * d’as tradições h 1 Cor 15:
de meus paes. I.
15 / Mas quando prouve a Deus (que defdo ventre de minha maé * Oiij 0 ho­
me íeparou, e por fua graça me chamou). mem,
De em my a feu Filho revelar , « peraque entre as Gentes o i Ephef 3 |
euangelizaflè, logo contelho n com carne e fangue naó tomei: 3•
k Adi. S: J.
7 Nem a Jerufalem tornei a os que ja antes de my Apoftolos e 9 : 1.
eram : antes a Arabia me fuy, e outra vez a Damafco me tornei. e 22: 4.
18 Defpois paífados tres annos, tornei a Jerufalem por a Pedro ei6: 9.
* vér, e com elle quinze dias fiquei. Phihp 36.
I. Tim. i ;
Fff 3 '19 E
u-
♦ Ou , de minhas tradiçõespaternaes. I Adi- 9 ' 1 f- e T 3 • 2. m Adi. 9! T$. e 13 : 2.
e22;2i. GAat.z 8. EpkeJ, 3:3. n Math IÓU7, * tvijiiar.
4i4 EPISTOLA DE S. PAULO
19 E a nenhum outro d’os Apoftolos vi, fenaó a Jacobo, 0 ír-
maõ d’o Senhor.
e j9’ 20 Ora d’as coufas que vos efcrevo, eis que 0 diante de Deus [vos
1 Cor.v.ii. teftlfico^ que naó minto.
*11:31, 21 Despois ás partes de Syria e de Cilicia vim.
uTheffzx. 22 E naó era conhecido de * vifta d’as Igrejas de Judea, que em
1. Tim, 5 : Chrifto eftám.
21.
l.Tim 4- 1. 23 Mas fomente tinham ouvido : Que aquelle qued’antcs
*oZroftô nos Per^eglda, agora a fé denuncia, a qual d’antes aflòláva.
24 E a Deus em my glorificavaó.
•>
i
Capitulo II.
1 Relata o Apoftolo que em Jerufalem com os principaes Apoftolos, Jacobo, Pe­
dro, e Joaõ, fobre fiia doutrina conferira , eque elles a em todas fuas partes apro-
váraõ > fem tirar d’ella ou acrecentar a ella coufa algua. 3 Que a'Tito contra os
falfos irmaõs defendéra, pera que nao fojfe circuncidado- q &ue os Apoftolos para,
final d’a uniaõ ’na doutrina, a elle e a Barnabé a dextra de parçaria déraõ»
9 Com condição que elles entre as Gentes j e os outros Apofiolos entre os Judeos
pregafiem. Io Somente que entre as Gentes d’os pobres Judeos cuidado tive/fem.
12 Teflifica também que despois em Antiochia a 0 Apofiolo Pedro reprendeu,
porque avendo antes entre as Gentes ufado da liberdade Chriflaa . por amor de
alguns Judeos 0 deixou j e affi com {eu exemplo os Gentios a 0 Judaísmo levou.
IJ Despois prova que 0 homem naõ he yuflificado pelas obras d’a Ley fenaó
pela fé de Chriflo; 17 Pois que Chrifto por iffo naõ fe faz mimfiro de pecado;
19 Porquanto a fé em Chrifto também enfina e requere a mortificação ddos pe­
cados e a vida nova. 21 E prova também que fe a juftiça foffe pela Ley > Chri­
fto de balde morto feria.

a Aft.vfA» 1 T\Efpois, paffados catorze annos , a outra vez a Jerufalem com


^Barnabé fobi, tomando também comigo a Tito.
bAft.xW', 2 E fobi b por revelaçaó , e propús lhes o Euangelho que entre
as Gentes prego , e particularmente a os que em eftima eftavaõ :
peraque em maneira alguã em vaó ftaócorreflè, ou corrido ouveíle.
c Aftsc.%. t c Porem também nem ainda Tito , que comigo eftava , fendo
i.Cor.9.21. Grego, foy conftrangido a circuncidárfe.
dAft. 15 : 4 d É [pífio j por caufad’os falfos irmaõsque entremetidofc tinhaó,
e fecretamente fe entraraó a efpiar noílàliberdade, que em Chrifto
Jefus temos, para em fervidam nos porem.
$ A os quaes nem ainda por huã hora com fugeiçaó alguã cede­
mos, peraque a verdade d’o Euangelho em vosoutros permaneccHè.
ó E
AOS G A L A T A S. Cap. H. W
6 E d'aquelles que em cftimaeftávaóde coufaalguã ferem, quaes
antes ajam fido , naó fe me da ; <? Deus naó aceita a [aparência d’a] eDeut. io:
pelfoa d’o homem: porque os que em cftimaeftavaõ, nadamecon- I7<
tribuiram. *«CZ>r. 19:
7 Antes a o contrario, como viraó que o Euangelho d’o prepu- 7^. 5+:I9.
cio confiado me ellava , como a Pedro o d’a circuncilam : ^<7.10:3/.
8 (Porque aquelle que emPcdro com efticacia ’no Apoftolado d’a Rom. 2:11.
circuncilam obrou , /'elfe obrou também com efficacia por my en- -Ep^/'6:9.
tre as Gentes). Colojfa.i^.
9 E como Jacobo , e Cephas, e Joaó , que em eftima de as co- ** Pedr‘1:
lunas ferem eftavam, a graça que dada me era conhecerão, a my e
a Barnabé a [maõ] direita dc * parçaria [^] deraó: peraque nós a7 ? 13 : 2.
ás Gentes e elles á circuncifaõ [nos fojjemos]. e22 :21.
10 Somente [nos pedíraõ] que d’os pobres nos lembraflemos : g o Galat.i-.i6.
que também com diligencia fazer procurei. EfheJ-/ 3-■:S.
o
*
11 E vindo Pedro a Antiochia, cm a cara lhe refifti, porquanto municaçao. Ou 3 com-
de reprehender éra. g Aã. i I ;
12 Porque antes que alguns de parte de Jacobo viéífem , também 3o-
com as Gentes comia : mas como viéraõ , [/<?] retirou, e [d'elles] e 14:27.
le apartou, temendo a os que d’a circuncilam eram. Rom. 15 ;
13 E também os outros Judeos com elle límulavaó , de maneira 15.
oue até Barnabé levar fe deixava de fua fimulaçaó. 1. Cor.16:1.
2. Cor. 8:1.
14 Mas quando vi que bem e direitamente conforme á verdade d’o £>9:1.
Euangelho naó andavaó, diífe em prelença de todos aPedro: b Se h Aã. Io ;
ru^ lendo Judeo , vives como Gentio, e naõ comojudeo, porque 28.
ás Gentes * conílrahges a como Judeos viverem ? * Ouj a ju­
iç Nosoutros de naturezaJudeosfomos, e naó pecadores d’entre daizar
as Gentes : confiran-
16 i Sabendo [porem] que o homem naõ he juftificado pelas obras i■ Aã. ges?
13:
d’a Ley, fenaó pela fé de Jefu Chrifto ; também em Chrifto Jelu 38.
crido avemos , peraque juítificados foífemos , pela fé de Chrifto , Rom. 3- 2$.
e naó pelas obras d’a Ley: b porquanto pelas obras d’a Ley nenhuã ^8:3.
carne juftificada lerá. Hebr.y:iS.
17 Mas le nos , os que em Chrifto procuramos juítificados fer , k Rom' $ :
também nos mefmos pecadores achados fomos , he por iffo Chrifto
miniftro de pecado? Em maneira nenhuã.
15 Porque fe as coufas que ja deftrui, as mefinas a edificar torno,
a my mefmo por tranfgrefiÕr me conílitúo.
>9 / Por-
416 EPISTOLA DES. PAULO
/R.w,7;4. 19 / Porque pela Ley a Ley morto cílou 5 tn peraque para Deus
m Rom. 14 •viva. :
£ 20 Com Chrifto ja crucificado eftou. E vivo, naómais eu, mas"-
1 Thefir Chrifto vive em my: e o que agora ’na carne vivo, pela fé d’o Fi-
’ IO.J lho de Deus o vivo , « o qual me amou, e a íi mefmopormy fe en-
Hebr.9-14- tregou.
i.Pedr.v.i- 21 A graça de Deus naõ aniquilo : porque, ofe a juftiça pela
^Galat.i^. Ecv he, logo de balde Chrifto morreu.
Ephej $:í. J &
T/M:i4. _ ttt
C A P I T U L O 111.
I Despois de huã aspera rep^nfao d'os Gaiatas , prova 0 Apofiolo que 0 homem nai
he juftificado pelas obras a a Ley, fenaõ pela fé em Chrifio. 2 porquantoelleS
mesmos experimentarão, que os dons d'o Efpirito naõ pela Ley , Jenaò pela fe
recebéraõ. 6 Prova 0 também pelo exemplo de Abraham que he 0 pae de to­
dos os crentes, lo E por alguns claros teftimunhos da Escritura Sagrada *
IJ Tefiifica que Chrifio da maldiçaÕ d’a Ley nos resgatou, e a bendiçaõ nos al­
cançou, 15 a ã-,ey por efla doutrina naõ fe desfaz „ nem fe invalida, nem
contra a promefia de Deus he $ 19 Mos que ella 0 pecado nos moftra 24 E
como nofio Ayo a Chrifio nos leva. 25 Despois enfina de como a Ley de Moy­
fes , por Chrifto polos fieis desfeita he ■> 18 Sem diferença das nações ou qua­
lidades } 29 Vifto que todos efies a femente de Abraham fao.

♦Ou,^-T OGalatas * í* em fito ’ a Auem vos enfeitiçou pera á verdade


variados. naõ obedecerdes? a os quaes Jefu Chrifto ja d’antes perante
aGalat.w.os olhos retratado foy, entre vos crucificado fendo.
2 Ifto fó de vos aprender quiíéra-, Recebeftes vos o Efpirito pe­
las obras d’a Ley, ou pela pregaçaõ d’a Fé?
3 Tam fem filo eftaes , que avendo começado com o Efpirito ,
agora com a carne acabaes ?
4 Tanto em vaõ padeceftes? Se que também cm vaõ
5 Logo aquelle que o Efpirito vos dá , e maravilhas entre vos
obra, \_falo] pelas obras d’a Ley, ou pela pregaçaõ d’a Fé?
bGen.^A. y Como Abrahaincreu a Deus, e foy lhe imputado â juftiça.
^•4:3. 7 ue 5em C11tendeis ja, que os que fam d’a fé , filhos de
^•1:13'Abrahamfaó.
8 E vendo a Efcritura d’antes , que Deus pela fé as Gentes avia
f^^J^Fde juftificar, d’antes oEuangelhoá Abrahamdenunciou, \_dizendo~\^
e 18;18.
eT2'. j8.
c Todas as gentes em ty benditas feráõ.
e 16 : 4. 9 Afil que os que faõ d’a fé, benditos faõ com o crente Abraham.
«>49: Io. 10 Porque todos quantos d’asobras d’aLey faõ, debaixo de mal-
3H5. diçaõ
AOS GALATAS. Cap. III. +i7
íiçaó eftáó. Porque efcrito eftá: d Maldito todo aquelle que naõ JDe^t. 17-,
permanecer em tudo quanto eftá efcrito ’no livro d’a Ley , pera o 26»
fazer.
11 * E que pela Ley ninguém diante de Deus juftificado feja , he e Rom. 3 ;
manifefto: /'porque o jufto pela fc vivirá. 20.
12 Porem a Ley naõ he d’a fé : & mas o homem que eftas coufas G^r.2:is.
fizer, por ellas vivirá. fHabac.n
1? h Chrifto nos refgatou d’a maldiçaõ d’a Ley , feito por nos ri7
maldiçaõ. Porque efcrito eftá: i Maldito todo aquelle que em ma- Hebr. 10:
deiro pendurado fór. 3S.
14 Peraque a bendiçaõ dc Abraham a as gentes em Chrifto Jefu gLevit iS:
viéflè, [* ] peraque nos pela fé a promefla d’o Efpirito recebeflemos. *> ’
1$ Irmaõs, como homem fallo : £ até o * concerto de hum homem ,
ja confirmado, ninguém o aniquila, ou [jhe~\ acrecenta. *
Pow.io ç»
Z A Abraham pois , e á fua femente , foraõ as promeflas ditas, h Rom i:
Naõ diz: E ás fementes , como de muytos , fenaõ como de hum: 2.c *r.$:2r.
E âtua femente, aqual he Chrifto. iDeut.nz
17 Ifto porem digo, o concerto d’antesporDeusemChri- *?•
fto confirmado, pela Ley que»? quatrocentos etrinta annosdespois 9•
veyo, invalidado naõ he, pera a promeífa aniquilar. /<í-
*
*OtbT
18 n Porque fe aherança pela Ley he , ja naõ he mais pela pro- mento, mento.
mefla: porem Deus pela promefla a Abraham graciofamente a deu. IGalat.y.l.
19 Peraque pois he a Ley? 0 Ordenada foy por caufa d’as trans- m Gen. 15;
grefloês, até què vieflc a femente , á quem a promeífa fe fez 5 /> e IS-
pelos Anjos em a maõ q d’o Medianeiro foy * pofta. Exod. 12 •
40.
20 E naõ he de hum o Medianeiro, Deus porem he hum. ^.7:6.
21 He logo a Ley contra as prometias de Deus? Em maneira ne- nRom,4w 4.
nhuãj porque fe a Ley fora dada para podér vivificar , verdadeira­ ojoa. Ij ;
mente pela Ley a juftiça fora. 22.
22.r Mas a Efcritura tudo debaixo de pecado encerrou , peraque Rom. 4: IÇ.
a promefla a os crentes? pela fé de Jefu Chrifto, dada fofle. e $ : 2og
23 Porem antes que a fé viéfle, eftavamos guardados debaixo d’a *7:8.
.Ley, e encerrados atéaquella fé que fe avia de manifcftar. $3-
24/'De maneira que a Ley foy noflòayopcra aChrifto \_no$ levar], ^Deut.7:^.
peraque pela fé juítificados foflemos: Joa. 1: 17O
Mas vinda a fé, ja debaixo de ayo naõ eftámos. ^<?.7:3S.
26 t Porque todos filhos de Deus fois pela fé em Chrifto Jefu. * Ou> orde_
nadadafa„
Ggg 27 u Por- bev a Ley^
*11:32 ^#.13:38. Rom
* Io 14. tlfyf.tf-.S'
*^,1 ;I2. Rom.
7
413 EPISTOLA DES. PAULO
uRomdf.y 27 u Porque todos quantos em Chrifto bautizados foftes, ja de
Chrifto vos veftiftes.
2S ’Nifto nem Judeo nem Grego ha ; naó ha fervo nem livre ;
xjoa. 17: nam ha macho nem femea. x Porque todos vosoutros íoishum em
21. Chrifto Jefu.
y Gen. 21: 29 j E fe deChriftofois, logo femente deAbraham fois, e, con­
12.
Rom. 9: 7 forme á promefia, herdeiros.
Hebr. u :
IS. Capitulo IV-
I Declara 0 Apofiolo 0 que ’no precedente d,’a Ley , como de noffo Ayo, dlfjèra, com
a comparaçae tomada d’o menino que ainda de baixo d’os tutores efiá. 4 £ tefti-
fua que nos agora pela vinda d’o 'filho de Deus *na carne d’os tutores e d’a fervi-
dao cPa Ley resgatados fomos, 6 Affi que agora fomos filhos de Deus , que fen­
do feitos adultos peffoalmente noffa herança poffuir podemos, S Redargue a os
Gaiatas, que fendo ja convertidos d'a idolatria d’os Gentios . tornavaÕ de darfe
a a fervidao d'as ceremonias exteriores. 12 Amoefla os que perfevérem ’no zelo
e em a boa affeiçao pera com figo com que primeiro a 0 Euangelho receberão 3
1? Avifando os dlo perverfo zelo d'os falfos Doutores. 19 Amanfa despois
Jua reprenfaõ com hua fuave falia j tefii ficando que bem queria efiar com elles.
XX Prova também d’a Ley mefma , que á fua fervidao nao mais fugeitos eftamos 3
nem por ella jufiificados fer podemos , pela aplicaçaò d’as figuras d'os dous filhos
de Abraham a faber» de lfaac e Ismael e de fuas maes Sara e Agar.
24 Como também d’o monte de Sina e d’a cidade de Jerujalem poloque os
dous concertos fe fignificao. xS Enfina que a herança com lfaac pela promeffa d'9
Euangelho fe alcança , aindaque com perfeguiçao. 30 E que os que pela Ley
bustaõ a falvarfe com lfmaèl d’a herança regeitados Jeráo.

1 T)’g°Porem5 que todo o tempo que o herdeiro he menino, em


nada differe d’o fervo, aindaque de tudo Senhor feja.
2 Mas eftá debaixo de tutores e procuradores, até o tempo dan­
tes pelo pae determinado.
3 Afli também nosoutros: quando éramos meninos , â fervidao
’ re^uz^os eftávamos debaixo d’os primeiros * eníinos d’o mundo.
a Gin.^9 : ,4 a Mas vindo a pjenidam d’o tempo , enviou Deus a feu Filho,
Io. feito de mulher, feito fugeito a a Ley :
Dan, 9:24. 5 Peraque a os que eftavaõ debaixo d’a Ley redemifle : c [>] nós
b Matt.s - a adopçaô de filhos alcançaflemos.
J7'. 2 6 d E porquanto filhos fois, enviou Deus o Efpirito de feu Fi-
Galat cm voflos coraçoés, o qual clama. Abba, Pae.
26. ’ 7 Afli que ja naõ és mais fervo, fenaõ filho: Efe filho, também
d Rom. S : herdeiro de Deus por Chrifto.
15- S Porem
AOS G A L A T A S: Cap. IV- 419
8 Porem quando d’antes a Deus naõ conhecíeis, a os ? quede na-? 1. :
tuveza Deufes naó fam fervíeis. 4.
9 E agora , a Deus conhecédo , antes muyto mais de Deus co­
nhecidos fendo •> fcomo outra vez aos primeiros fracos^ pobresfColoJf. z*
enlinos vos tornaes , a os quaes outra vez * de novo fervir quereis? 2o-
10 g Guardaes dias, e meles , e tempos, e annos.
11
r
Temo
1
de j vosoutros,
- •
que
71
em maneira alguã
D
em vaó 1para com Ouantí
> *
desde
volco trabalhado nao aja.
ix Sede como eu : porque também eu fou como vosoutros 3 ir- g Rom.14:
maõs, rogo vos: nenhum agravo me fizeftes. _ $.
13 E vosoutros fabeis , que com fraqueza de carne primeiro o
Euangelho vos denunciei:
1+ E a tentaçaó , que em minha carne naõ regeitaítes
nem desprefaíles: antes h como a hum Anjo de Deus, z como a ■ ^att 1Q.
£ 0 mefh‘o J Chriltojefu, me recebeftes. 4o *
15 Qual era logo a eftima de voíTa bemaventurança? Porque teíti- loa.iy. 20,
munho vos dou, de que, fe poílivel fora, voíTos olhos arrancaríeis,
e mós daríeis.
16 Fiz me logo voíTo inimigo, dizendovos a verdade?
J7 k Como convém , de vos zelo naõ tem: Mas a nos excluir nos 10:
querem , peraque vos d’elles zelo tenhaes. *•
18 Bom he porem fempre em bem zelo tér: e naó fó quando com 2 Co?' 11 ’
vofeo prefente eftou:
19 l Meus filhinhos , d’os quaes de parto a eftar torno , até que * k Cor'4 *
Chrifto em vos formado feja. Phtt vs 10.
10 Bem quifera eu porem agora com vofeo prefente eílár , e mi- íacoba.i^'.
nha voz mudar: porque de vos, em duvida eltou.
21 Dizeime , os que debaixo d’a Ley eftar quereis 5 naõ ouvis
vosoutros a Ley ? m Gen. 16 :
22 Porque efcrito eftá , que Abraham dous filhos tinha , m hum I5-
d’a criada , » e hum d’a livre.
2? 0 Mas o que d’a criada era , fegundo a carne naceu , porem o n’.
que era d’a livre, pela promefla.
24 O que por * allegoria fe entende: porque eítes os dous con- cjoa.s-.
certos fam: num d’o monte de Sina, gerando pera fervidam , que $>:7.
he Agar. *
2$ Porque efta Agar Sina, hum monte em Arabia , e qua-
dra com a que agora he Jerufalem , e ferve com feus filhos.
2ó p Mas a Jerufalem que a riba eítá , eíTa livre he : aqual he a fenttdo.
maé de tedos nosoutros, Ggg 1 27 Por-pApoc.^xz.
EPISTOLA DE S. PAULO'
27 Porque efcrito eftá: 7 Alegrate efteril, a que naó páres : Es-
forçate e clama tu , que de parto naõ eftás : porque muytos mais
iaó os filhos d’a folitaria , que [ar J d’a que marido tem.
rRom.%^. r Nos porem irmaõs , como lfaac, filhos d’a promefia fomos.
. 29 Porem como entonces , aquelle que fegundo a carne gerado
/ ra.21.9. £ora , y perfeguia a o que fegundo o efpirito [gerado era], afii
também agora.
r 21; 3O Mas qUe a Efcritura ? t Lança fora a criada, e a feu filho,
Xo‘ porque em maneira nenhuá o filho d’a chada com o filho d’a livre
herdará.
31 De maneira, irmaõs, que naõ fomos filhos d’a criada , fenaõ
d’a livre.

Capitulo V
5 Avendo 0 Apofiolo declarado e provado a Uberdade d’os Chriftaòs d'o jugo d'a
Ley ) amoefla a os Gaiatas que ’nefla liberdade permaneçao , e perfeverem.
2 Que d1 234567*outra maneira Chriflo lhes naõ he proveitofo , y £ que a juftiça nao
fe alcança fenaõ pela fé operante pela caridade. 7 Protefta que a opinião d’os
falfos Doutores nao de Deus he ■> fenaó como o formento : e que. de Deus caftiga-
dos feráõ. Ii Que também inquflamente d’o nome d'o Apofiolo ufavao. 13 En­
fina que (defta liberdade fe deve ufar com caridade d o proximo fem contenda.
ifAmoefta os que as concupifcencias d'a carne pela virtude d’o Efpirito ven-
fao. 17 Defcreve por iffo a batalha d’a carne contra 0 Efpirito em os fieis.
I9 Relata os fruitos d’a carne , 11 E d’o Efpirito. 24 Moflrando que effes
faõ os verdadeiros Chriftaòs que a carne pelo Espirito vencem.
« loa/S: 32.
Rom.6'.l8, 1 a J7 ftae pois firmes ’na liberdade com queChrifto nos libertou,
I. Pedr. 2 : e naõ torneis a b * embaraçar com o jugo de fervidam.
ló. 2 Vedes aqui, eu Paulo , vos digo , c que fe circuncidar vos
blfay. 9‘3’ deixardes, nada Chrifto vos aproveitará.
* Ou j dei­ ; E a proteftar torno a todo homem que circuncidar fe deixar
xar pren­
der. que * obrigado eftá a toda a Ley * guardar. 9
cAft. I$:i. 4 Vazios eftaes de Chrifto, os que pela Leyljuftificar vos [quereis]
*O\A->deve- d á: graça cahido tendes.
dor he. 5 Porque pelo efpirito d’a fé a efperança d’a juftiça * aguarda-
*Q\i->fazer. mos.
* Our espe­ 6 ^Porque em Chrifto Jefu, nem a circuncifam temalguãvirtu-
a vjuv viu 1 uiu 11 v 111 cl Lll L U11C 11 ctlll ICIII dlg
ramos. j

I2« ^e’ nem P prepucio: Senaõ a fé, que e obra por caridade
d Matt. 12:
50. 7 Corríeis bem ■, f quem vos impediu de a verdade naó obede­
loa. I$:i4« cerdes ? 8 *Efta
z.C<r.5:i7. G^.áil5. O/o/ijrii. e1. Thejf. I: 3. fGalat. 3:1.
AOS GALATAS. Cap. V
S * Efta perfuaíam naõ [ww] d’aquelle que vos chama. * Ou, Efle
9 g Pouco formento toda a maflã levéda. fentido.
10 h Confio de vos em o Senhor , que nenhuã outra coufa fenti-£
* c°?
reis : Mas aquelle que vos inquieta, o juizo levará, leja ellequem- ’ hz.Cor.z ’:
quer que fór. r
e 8 : 22.
11 Eu porem , irmaõs, fe ainda a circuncifam prégo , porque
logo perfeguido fou? z Aniquilado eftá ja logo oeícandalo d’acruz. i I. Cor* i•
ix k Oxalá também cortadosfoflèm os que inquietando vos andaõ!^ .JV
13 Porque vosoutros irmaós r â liberdade chamados foftes : l So-
mente d’a liberdade naó [«/*„] para ocafiaó á carne [dar], porem/. i.Cw.8;
por caridade huns a os outros vos fervi. 9.
14 m Porque toda a Ley em huã [fó] palavra fe * cumpre 5 [a 1* Pedr. 2:
faber] ’nefta; » Amarás a teu.proximo como a ty mefmo. I(í-
15 Porem 0 fe huns a os outros vos mordeise [wj devoraes,
olhae que também huns a os outros vos naõ confumaes. ™
16 Digo porem , pandae em Efpirito. E a concupifcencia
carne naó cumpraes. ra.
17 7 Porque acarne cobiça contra o Efpirito , e o Efpirito con- nEev. 19 ;
tra a carne: e eftes hum a o outro fe opoem 5 de maneira que o que 18-
querieis naõ façaes. Matt. 22:
18 Porem fe pelo Efpirito guiados fois , debaixo d’a Ley naõ Ix .
eftáes. *
gj
’9 r Ora manifeftas fam as obras d’a carne que fam adultério, lacob. 2:8.
fornicaçaó, immundicia, * difloluçaõ, *,
oz.Cor.u
20 Idolatria, * empeçonhamento ,, inimizades , porfias, emu- 2o-
laçoés , iras, pelejas, diflençoés, heregias, p Rom. 131
21 Envejas, homicídios, bebedices, glotonarias , e coufas fe- j 2.
melhantes a eftas : / d’as quaes d’antes vos digo, como ja também ' ’
d’antes vos difle, que os que taes coufas fazem , o Reyno de Deus^7?^ri<
naó herdaráõ. 2 &c.
ZZ t Mas o fruito d’o Efpirito he caridade, gozo, paz, longani- ri.Cor.y,
midade, benignidade, bondade, fé, manfidam, temperança. L
23 u Contra os taes naõ he a Ley. 3:i4«
14 x Porem os que deChrifto faõ, acarne crucificáraó com r /?«d
affeftos e concupilcencias. Ou'f e'it>.
*
_ 25 Se em Efpirito vivemos, também cm efpirito andemos. fdú.
Naõ fejamos cobiçofos de vaã gloria , huns aos outros 6:
tando, huns d’os outros enveja tendo. Io-
. SR} C a- colofa-.í.
Apoc.n:l<;. ul.Tm.l'.}. x Rom.6:6. elii 14. Galat- 2:10.
I. Pedr. 2; u.
iEPISTOLA DES. PAULO

Capitulo VI.
I 'Exhorta o Apoftolo a os Gaiatas para diverfas 'virtudes Chriftaas , a faber» pa.
ra manfdab 3no reprender d3os que por fraqueza pecaõ-, 2 Para mutua tolerân­
cia ; 3 Para exame e fentimento humilde de fi mesmos j 6 Para foftentapao
Pos pajlores j 7 Pera atentar a o que femeamos ; 9 E para liberalidade a
os pobres > principalmente a os féis- II Despois d3iflo conclue a carta» mofran-
do como os ama c eftima. 11 E avifando os d3os falfos Apoftolos , cu\a ambi-
pao e hypocrifa defcreve , 14 £ feu proprio exemplo lhes opoem. Iy Enfina
brevemente em que confifle 0 verdadeiro Chrifliamfmo , e 0 que efte tem por efpe-
rar. Yq Amoefla que ninguém d3aqui por diante lhe enfade » 18 E acaba com
a coftumada faudapao.
a Rom. 14’. 1 a Jrmaõs, fe também algum homem em offenfa alguã fobrcfal-
** teado fór , vos que efpirituaes fois , a o tal com elpirito de
x' maníidaõ encaminhaej atentando para ty mefmo , porque também
1. Cor. 9 ii, x r 1
atentado naõ fejas.
b Matt.11: 2 'b Os huns as cargas d‘os outros levae : c affi a Ley de Chrifto

Rom I $:1. 3 Porque fe alguém coufa alguã fer cuida, nada fendo, a íi mef-
I. Theff. 5 : mo em * [fua] fantafta fe engana.
14. 4 Mas cadahum fua própria obra prove, e entoncesem íi fó meí-
* Ou, feu mo gloriaçaó terá e naõ em outro.I
iwwíbOU) 5 c Porque— ' própria carga levará.
cadaqual fua
penfamen- 6 í/Eo que ’na palavra inftruido he, de todos [feus] bens reparta
to»Q\iÂfua
imagina- com aquelle que [0] inftrue.
fao, ou , 7 e Naõ erreis : Deus naó fe deixa efcarnecer: f porque [tudo]
opinião. o que o homem femeár, iílo também fegará.
c Pj. 62: 13. 8 Porque o que em fua carne femeár j d’a carne corrupção fega-
Jer.\q 10 • rá: porem o que em o Efpirito femeár j d’o Efpirito a vida eterna
«>31: 19.‘ fegará.
Matt. 16:
17. 9 g Porem ’no bem fazer, naõ desfaleçamos , porque a feu tem-
Rom.2\ 6. po fegarémos, fe nos naõ * deleixarmos.
e 14’ 11. 110 Affi que entre tanto que tempo temos , a todos bem faça-
1. Cor. 3: s. mos: porem h mayormente a os domeílicos d’a fé.
l.Cor.Ç:10.
11 Olhae quam larga carta de minha maõ vos efcreví.
Apoci:i^, 11 Todos os que em a carne boa aparência moftrar querem , effes
e 11:11.
d Rom. 1 ç ;• a vos circuneidar vos conftrangem, por íomente , a caufa d’a cruz
27; ’ de Chrifto
Chrilto perfeguidos naõ ferem.
lerem. 13 Por-
I.Cor.9:n, e Cor, 6:10. fLuc. 16 ; 1$. g Theff. 3:13. * Ou»enfraquecermos, h 1. Tim. 5; $•
AOS GALATAS. Cap. VI. 423
13 Porque nem ainda os mefmos que fe circuncidaõ, a Ley guar­
dam : mas querem que vos circuncideis, por em voífa carne feglo­
riarem.
14 Mas longe efteja de my gloriarme , fenaõ em a cruz de noífo
Senhor Jefu Chrifto , pelo qual o mundo me he crucificado a my,
c eu a o mundo.
i) i Porque em Chrifto Jefu , nem a circuncifaõ virtude alguã ; Matt. ix:
tem, nem o prepucio, lenaõ a nova criatura. ^o.
16 k E todos quantos conforme a efta regra andáré, paz e miferi- loa. 15:14.
cordia íobre elles, e fobre o líraêl de Deus [averd]. 2 Cor 5.16.
17 ’No de mais ninguém moleftia me dé: l porque as marcas d’o Gaíat'5'6 *
Senhor Jefus em meu corpo trago. Colojj. 3.
18 A graça de noífo Senhor Jefu Chrifto feja, irmaós, com vof- kP/al.n^
ío efpirito. Amen.
ll.Cor. 4 :
Eícrita de Roma a os Gaiatas. 10,
Fim d’a Efiftola do Apoftolo S. Paulo a os Galatasi
T
114

E P I S T O L A
D O

APOSTOLO S. PAULO
AOS

E 2 H E S I O s. 1

C A P I T .U L o I.
I Defpois d’a coftumada infcripçao . Agradece o Apofiolo a Deus por todas ac
bendiçoes efpirituaes com que em Chrifto abençoados fomos
* 4 A faber que
*nelle desd'ábeterno xeleitos, 5 £ pera adopçaÕ em filhos predeftinados, 7 E
por feu fangue com Deus reconciliados fomos. 8 Que pelo Euangelho nos cha­
mou > Io E que todos os efeolhidos por elle em hum ajuntados eftáõ, ajfi os que em
os ceos . como os que efiao em a terra. 13 Que também os Epheftos que crém
em Chrifto entre elles eftáõ5 avendo s pera certeza d iffo^ recebido as arras d’o
■Efpirito. j 5 Roga entaõ a Deus que 'niffo de mais em mais feu entendimento
illuminar queira > I? E por feu Espirito dar a fentir qual feja a força d*a po­
tência de fua operaçaõ em tudo ifio; lo Que he a mefma pela qual a Chrifto
d’os mortos refufeitado e a fua dlextra exalçado tem-, 22 Pera Jer a cabeça de
fua Igreja.
aRom.i: 7 1 "í 'l aulo Apoftolo de Jefu Chrifto pela vontade de Deus , ** a
l.Cor. 1: 2, os fanétos que eftáõ em Ephefo, e fieis em Chrifto Jefu:
ZCor. 1:1. 2 ^Graça e paz de Deus noflo pae , e d’o Senhor Jefu
b Galat. I;
3* Chrifto ajaes.
l.Pedr.TM. 3 Bendito feja <o Deus e Pae de noflo Senhor Jefu Chrifto, o
c 2. Cor. 1 : qual nos bendífle com toda bendiçaõ efpiritual em o Ceo em
3* Chrifto.
1.j Pedr.UZ
* e 4 d Como ’nelle nos élegeu antes d’a fundaçaõ d’o mundo,, * pe-
kJVIÃJV/ 4JV11V- xxvcr — — —-------------------------- ~’J *
" ;

* J™'15 ’ raque foflemos fanétos e irreprehenfiveis diante d’elle em caridade.


2. 77^ i» 5 E nos predeftinou em adopçaó de filhos por Jefu Chrifto em
ip. ’ ’ fi mefmo , fegundo o beneplácito de fua vontade»
eEuc. 1:7$, 6. Pera
Eph. ç; 27. Coloffu 22. 2. Tim. X : 9. 75/.1 ; X2.
I
AOS E P H E S I O S. Cap. 1. 42Ç
6 Pera louvor d’a gloria dc fua graça , pela qual a fi agradaveis
nos fez fem o Amado. f Matt. 3 •
7 g Em o qual temos redempçaõ por feu fangue J^er^ a re- I7«
miflam d’as oftenfas, fegundo as riquezas de fua graça: f 2o:
2S
8 Com aqual em nos abundou em toda fabedoria c prudência.
9 Notificandonos h o myfterio de lua vontade fegundo feu bene­ Heb 9:12.
plácito, o qual em fi mefmo propuféra. I./W.KlS.
10 Pera em a * difpcnfaçaó i d’o complemento d’os tempos cm 19.
Chrifto todas as coufas tornar a congregar , afii as que ’nos Ceos, 16 :
como as que’na terra \_ejlám~\-
11 ’Naquelle em quem * k também herança feitos fomos, avendo coiojr, 1 ;
fido predeftinados conforme aópropofito d aquelle que todas as cou­ 26.
fas obra fegundo o confelho de fua vontade. l.Ttm.V. ?.
12 Peraque pera louvor de fua gloria foliemos , nos os que pri­ Tit. 1 :2.
meiro em Chrifto esperámos. Y.Pedr. I J
- 13 Em quem vos também defpois que a palavra d’a ver­ 20.
dade ouviftes, [a faber] o Euangelho de vofia falvaçaõ : em quem * Ou _> zr-
também, avendo crido, l com o Efpirito fanéto d’a promefla fella- i Gen. partiçaÕ.
40 ;
dos foftes. io.
14 O qual * as arras de noífa herança he, até m a * redempçaõ al­ Dan. 9: 24.
cançar, pera louvor de fua gloria. Galat. 4: 4.
iy n Poloque ouvindo eu também a fé, que ’no Senhor Jefus en- * Om/or/e
trevos há, e a caridade pera com todos os fanctos: temos»
16 Naõ ceifo de por vosoutros graças [a peus] dár , lembrando I Rom.8:i$. tRom.8:}?.
me de vos em minhas oraçoés: 2,Cor.i:22.
17 Peraque o Deus de noífo Senhor Jefu Chrifto, o Pae d’a glo­ *5: 5-
ria, vos dé o Efpirito de fabedoria , e dc revelaçaõ em feu conhe- Epz/4:30,»
cimento: * Ou, 0 pe­
18 [ A faber] illuminados olhos de voflo entendimento , peraque nhor.
faebaes qual feja aefperança de fua vocaçaõ, e quaes as riquezas d’a m Exod.19:
gloria de fua herança em os fanótos: Deut. 7: 6.
19 E qual feja a fobreexcellente grandeza dc fua potência em nós ei4: 2.
os que cremos, 0 fegundo a operaçaõ d’a força de fua potência: e 26:IS.
20 Aqual em Chrifto obrou, reíufcitando o d’os mortos j /> e a 1 Pedr.2'.^.
fua [maõ] direita em os Ceos o collocou. Rom> S; 23.
11 Muv mais alto que todo Principado , c Poteftade, e Poten- Ou7, aei-
Cia ? e Senhorio , e que todo nome que íe nomea , nao iomente dempçaÕ. quirida re-
’nefte mundo, fenaõ também ’no vindouro. nPktl.y, 2.
Hhh 12 E Colojj'.!'' 3.
l.Thejf.VA. 2.TheJf.v.%. oColoff.illl. pPf.Mo:!. ^.2:34. I. Cor. 15.25.
Cílojf. 3 : J. Hebr. I; 3. e lo: 12. l.Ptír. 3 : 22,
EPISTOLA DE S. PAULO
7 P/ S : 7- 21 q E todas as coufas a feus pees fugeitou , c por cabeça fobre
Matt. 28: tojas as Coufas á Igreja o deu.
I Cor ic • r Aqual he feu corpo , o * cumprimento d’aquelle , que
’ ’ em todos tudo * cumpre.
Hebr. 2; S. r Rom. 12: 5. I.Cor. 12:27. Ephefi 4:16. *5:23. * Ou, Enchimento. * Ou. enchei

Capitulo II.
I O Apoftolo pera mofirar * grandeza d'o beneficio que Deus nos faz em noffa re-
ftauraçaò, relata 0 miferavft eflado d’0 qual livrados fomos, 4 E declara que
Deus > de pura graça , efiando nos ainda mortos em pecado , juntamente com
Chrifto nos vivificou, e em os ceos affentar fez. 8 Que pois falvos fomos pela
fé, e nao pelas obras. To Mas que Deus'nos em Chrifto pera obras boas criou,
II Teftifica também que os Gentios fora d’o concerto de Deus eftávaõ efemejpe-
rança d’a falvaçaõ. 1$ Mas que agora em Chrifio , que a parede d’o aparta­
mento e a Ley d'as ordenanças tirou, d'efta graça participantes eraõ. 17 Polo
que affi os Judeos como os Gentios pelo Euangelho fe chamoÕ > e por hum Efpi­
rito a Deus entrada tem. 19 D'onde conclue que elles juntamente fobre 0 fun­
damento d'os Prophetas e Apoftolos edificados jaÕ^ cuja pedra de esquina Chriflo
he. 21 E iffo para hum Templo e habitaçao de Deus*

a Rom y.6. 1 a p [também vos vivificou] eftando vos mortos em offenfas e peca-
Coloff. 2 : dos,
12. * Em que cPantes andaftes fegundo o feculo d’efte mundo, fe-
b 1. Cor. 6: gundo o j Príncipe d’a poteftade d’o ar■ , d’o efpirito que agora em
11. . ...................................
os filhos de delobediencia .....óbra.
Coloff 3:7. 3 Entre os quaes também todos nos outros d’antes andavamos em
Tit 3 : 1. os defejos de nofla carne , fazendo a vontade d’a. carne e d’os pen-
cloa. 11 3 I.
e 14’. 30. famentos j e dc natureza éramos filhos de ira, como também os de
e 16: ri. mais.
Eph.6'. 12. 4 Porem Deus, que he rico em mifericordia, por fua muy ta ca­
ridade, com que nos amou,
d Rom.6 8. 5 Eftando nos ainda mortos em [noffas] offenfas , d juntamente
ê>S : 11. com Chrifto nos vivificou, ( e dc graça falvos eftaes).
Coloff. 3:1. 6 E juntamente [nos] refufeitou , e afientar [nos] fez em os
2.
* Aft. 1$ : Ceos * em Chrifto Jelu.
II. 7 Pera que ’nos feculos vindouros as abundantes riquezas de fu<
Tit. 3:«>. graça moftraflè, por [fua] benignidade pera com nofco em Chrifto
♦Ou, jun- jeiu.
tamente 3 Porque de çrraça eftaes falvos pela fé, c iftonaõdevos;
com Chri- 11 A 1 * L Z. d
ftojefu. dom dc DeUS he‘ 9 Naõ
f Matt. 16 17. Ephef. I : 17.
AOS EPHESIOS. Cap. TL
$ Naõ por obras, g peraque ninguém íe glorie. g Rom. 3:
Porque feitura íua fomos, criados em Chrifto Jefu pera boas
obras, as quaes Deus preparou peraque’nellas andaffemos. 1 *
11 Portanto lembraevos de que vos , que d’antes Gentios em a
carne éreis , e chamados prepucio d’os que em a carne fc charnaó 17-
circunciiam, que com a maõ fe faz: £/>/v/.i!4.
11 Que "naquellc tempo fem Chrifto eftaveis, alienados d’’a re- ^4:14.
publica de Ifraèl, e eftrangeiros * d’os concertos d'as prometias, T'd.2: 14,
naó tendo efperança, e lem Deus cm o mundo. iRom 9:4
13 Mas agora em Chrifto Jefu , vos que d’antes longe eftaveis,
ja pelo langue de Chrifto perto chegaftes.
14 f Porque elle he noífa paz, que d^eftes ambos hum fez 5 e k lfay- 9 5.
derribando a leparaçam d’a parede d’entre meyo, Matt. 4
‘5 Em fua carne as inimizades desfez, [a faber] a Ley d’os man­ loa.16: 3J.
í o: j 6.
damentos, [que] em tradições [con/ijlia] : pera em 11 mefmo a os Rom. 5 : i.
dous em hum novo homem criar, fazendo a paz- * Colojfv.lo.
16 E a ambos, pela cruz, com Deus em hum corpo reconciliar, * Ou j que-
’nella as inimizades matado. brando.
17 / E vindo elle , a paz vos Euangelizou, a vos os que longe ,
e a os que perto eftávam.
18 m porque por elle ambos entrada temos por hum [mefmo] Efpi- lfay- 57 :
rito a o Pae. ~ Epfc.\ 12
19 Adi que ja nem eftrangeiros nem forafteiros fois , fenaó con- w io ‘
cidadaós d’os íanétos, e » domefticos de Deus. 9,
20 0 Edificados p fobre o fundamento d’os xA.poftolos, c d’osPro- e 14: 6.
phetas, 7 de que Jefu Chrifto a fumma pedra d’a efquina he. Rom. 5 : 2.
21 r Em quem todo o edifício benrajuftado, / pera templo fanéto 3’1X-
cm o Senhor crece. 10 *
22 -Em quem também vos juntamente edificados eftaes pera mo- nyfàiat &
rada de Deus em efpirito. 10t
Dl, Cor. 3:9 IO. p lfay. 28 í ió. Matt. 16 : 18. I.Cer. ?: 10. a4poc.}l14
*
q I. Pedr. It 4 r Ephef 4:16. f l.Cor. 6 : 1Q- 2. Cí»7? 6 :

Hhh 1 Ca-
•0$ EPISTOLA DE S. PAULO

Capitulo III.
X Testifica Paulo que por caufa de fua condianda *na doutrina d’a votaf ao gratui­
ta d os Gentio? prefo efiaw, 3 Que pela particular revelapaò de Deus tinha,
5 E que ella ^uos Jeculos precedentes de tal maneira a os homens nunca notificada,
éra. 7 Que por níinifiro d o Euangelho confiituido fora pera a mefma doutrina
entre os Gentios denuniar. lo E pela Igreja notificar a multiforme fabedoria
de Deus > até a os mefmos Anyos d'os ceos. IJ Amoefla os que naõ fc desmayem
em fuas affiiçoes 3 14 £ roga a Deus que de mais em mais os conforte > 17 Pera
que Gthrtflo por fé em feus coraçoes habite > iS E a largura > longura } pro-
fundura e altura defta graça e amor de Chriflo > comprender pojfao. 20 £ con-
clue com agradecimento a Deus
*

tA&. 21:1 Dor efta caufa [fou] eu Paulo <* o prifioneiro de Jefu Chrifto,
~ por vosoutros os Gentios.
z"x r> ^""2, 1-» ♦" « /"x r*
a

Ephef 4.‘ I. 2 Se porem tendes ouvido a difpeníaçaõ d’a graça de Deus, \


Philip. 1: 7» c que para com voíco me foy dada: ■5
13.14 16. 3 O qual d por revelaçaõ * efte myílerio me notificou , (como
Coloff. 4: 3 •
2. Tim.V.g-.’ d’antes em breve [w] eícrevi: -1
Philem. 4 D’o que lendo entender podeis minha fciencia’ncfte myfterio de
vers I. Chrifto),
b Rom i: $• $ O qual em outros feculos a os filhos d’os homens notificado nao '
c Act.ifl:1- foy 5 /como agora pelo Elpirito revelado he a íeus fanétos Apofto-
$ l°s c Prophetas.
* ’2j2," <> [a faber’} , que as Gentes coherdeiras, e dc hum mefmocorpo
ei6' 16. ^arn, e confortes de fua promefia em Chrifto pelo Euangelho:
17. 7 De que feito miniftro fou pelo dom d’a graça de Deus , que
Galat.v.n. dado me foy g fegundo a operaçaó de fua potência. "
n* S A my , h o minimo de todos os fanétos , he dada efta graça,
eRom. 16: para j enti'e as Gentes pelo Euangelho as imperveftigaveis riquezas
f Aci. Io: de Chrifto denunciar:
228.
ge 9 E a todos alumiar [pera - - entender poffdõ] qual feja a commu-
que
g Ephef. 1: nhaõ k d’o myfterio, que defdc [ todos] os feculos escondido eílcvc
I9« em ~Deus, o qual l por Jefu Chrifto todas as coufas criou.
Colof. 2 ; 10 m Peraque agora , pela Igreja a os Principados c Poteftades
12. cm os Ceos notificada feja a multiforme fabedoria dc Deus:
li i.Cor.i^:
9- 11 Sc-
VTim.u.i^, iAã. 9:15. e 13: r. e\2 : 2r. Galat. I : 16. e 2 ; S. I. Tim. 2 ; 7. 2 Tim. 1: 11.
kRom. Ió; 2$ Ephef. Ii 9. Coloffil : 26. 2. Tim. 1To. Tit. Ii 8. I. Pedr. 1:20.
I Gen. I: 3. Pfalm> 33 : 6. Joa. I ; 3. Coloff. I: 16. Hebr, I j 1. m L,Pèdrt 1: 12»
AOS EPHESIOS. Cap. III. 42,
ii Segundo o eterno propofito , que em Chrifto Jefu Senhor
noílo fez.
n Em o qual temos oufadia c entrada com confiança pela fé«^Zio: 9.
’nelle. eh; 6.
Portanto [w] peço, que naõ desfaleçaes em minhas tribu- ^7 *
Iaçoés? por vosoutros, que vofia gloria he. Hebr'
*! •
<4 Por efta caufa dejuelhos me ponho perante o Pae de nofio i?.
Senhor Jefu Chrifto 5 0 Phlip. 1;
15 D’o qual * todo o parentefco em os Ceos. e em a terra feno- *4.
méa: i.Theff.^x
16 Paraque, fegundo ás riquezas de fua gloria , vos dé que com c 'i ir
esforço q corroborados fejaes por feu Efpirito em o homem interior ‘ '
17 Peraque por fé Chrifto em vofios coraçoens habite: e vos cm »Ou,W4
caridade r arraigados e fundados eftejaes: a família.
iS Peraque por em cheyo com todos os fanétos comprehender 7 0;
pofiaes , qual feja a largura , ealongura, e a profundura , e a al- Io*
tura : r Colojfi;
19 E conhecer a caridade de Chrifto , que [a todo~\ entendimen- 7’
to fobrepuja: peraque cheyos fejaes de toda plenidam de Deus.
20/Ora a aquelle , que poderofo he para tudo muy mais abun- fROW :
dantemente fazer d’o que pedimos ou penlamos, fegundo a poten- 25.
cia que em nos obra,
ii A elle feja a gloria em a Igreja, por Chrifto Jefu , em todas
as gerações para todo fempre. Amen.

Hhh $ C A-
430 EPISTOLA DE S. PAULO

Capitulo IV
I Despois que 0 Apoftolo 'nos tres Capítulos precedentes a Doutrina d'o Euange­
lho brevemente propofo tinha > propoem , fegundo feu cofiume em todas Juas Ep>i-
folas , a amoeftaçaõ para piedade : e exhorta os primeiramente em geral pera huã
vida feu chamamento decente ; 2 E fegundamente em particular pera toierancia
sna caridade ; 3 E terceiramevte pera paz, e concordia j e efa amoeftaçaõ com
muytas razoes confirma. 7 Teftifica entaõ que Chrifo despois de Jua ajeenjaõ a
0 ceo j a os homens vários dons deu; 11 £ diverjos ojficios como os de Apojlo-
los j Prophetas, Doutores, &c. infiituiu\ 12 Mas que todos firvaò para edi­
ficaçaõ dda Igreja e conjèrvaçaõ d3ella 'na unidade d’a fé contra todos os erros j
16 tt}da 'v,a efla falutaria virtude de Chrifo , como d’a cabeça em todos
os membros emana. 17 Terna então a as amoeftaçoes geraes : e avja os que
nao andem como coftumavaõ quando ainda Gentios foraõ, 22 Mas queje despojem
d‘o Velho y 23 E fe viftaõ d'o novo homem. iq fftiie também deponhao as
mentiras 16 Nem deixem que 0 Jol fe ponha (obre Jua ira-, 28 Que naõ
furtem 29 Que evitem 0 torpe fallar , polo que 0 Efpirito Sanfto Je entrifle-
ce. 31 E toda forte de malicia , 32 Mas que perdoem huns a os outros co­
rno também Deus em Chrifo nos perdoou.

a Gen.iy\l. 1 T) ogovos pois, eu o prefoem o Senhor, a que andeis como di-


I.Cor 7:20. "^gno he d’a vocaçam com que chamados fois:
Phil. 1:27. 2 b Com toda humildade e maníidam : com longanimidade , fu-
Colojfl’.10.> portandovos huns a os outros em caridade:
I Thejf.i: 3 Procurando guardar a uniaó d’o Efpirito pelo vinculo d’a paz.
12. 4 Hum corpo e hum Efpirito ha , como também chamados fois
b Colojf. I : ar huã efperança de voíTa vocaçaó:
II- 5 c Hum Senhor, huã fé, hum bautilmo.
e 3 ‘. 12. 6 Hum Deus e Pae de todos , o qual fobre todos , e por todos,
I. Thejf, q : e em todos vosoutros eftá.
14-
c Deut. 4 *. 7 Porem a cadahum de nos he dada a graça fegundo á medida
39- d’o dom de Chrifto.
Malach. 2: 8 Poloquediz: e A o alto fubindo, cativa a catividade levou , c
10. a os homens dons deu.
l.Cor. 8; 4. 9 f Ora ifto que fubiu , que he , fenaõ que também primeiro ás
6.
d Rom. 12:. mais baixas partes d’a terra defeendeu.
10 Aquelle que defeendeu, he também o mefmo, que muy mais
í.Cor. 12: alto que todos os cecs fubiu, para todas as coufas cumprir.
11. 11 g E o mefmo deu a huns para Apoftolos, e a outros para Pro-
2 Cor. 10: p^tag ? e a outros para Euangeliftas , ’ea outros para Paftores c
i.&.4:Doutores- n Para
jo. eP/?6S:i9. fjoa 3:13. e6\61. g l.Cor-U\l%,
AOS EPHESIOS. Cap. IV 4;I
Para complemento d’os fanétos , para a obra d'o minifierio ,
pAra a edificaçaó f- d’o corpo de Chrifto. hRom.ir^.
13 Até que todos venhamos á unidade d’a fé, e d’o conheaimen- i.Cor. 12:
to d'o Filho de Deus , em varam perfeito , á medida d'a eftatura *7-
d’a plenidam de Chrifto. ^e ^.'
14 / Paraque mais meninos naó fejamos fluéluantes , e a o redor colo/f1:2,4 *
levados com todo vento de doutrina pelo engano d’os homés com M CorA^\
aftucia, pera cautelofamente a o erro atrahérem: 20.
15 Antes feguindo a verdade em caridade, creçamos em tudo k Matt. 11:
’naquelle he l a cabeça, \_convem a faber <?w j Chrifto. 7*
ió m D’o qual todo o corpo bem aiuftado e affirmado juntamente l Ephef. $:
por todas as conjuncturas d’a iubminiftraçam , fegundo a operaçaõ Coloff. i :
de cada parte [ fu?~} medida , augmento de corpo alcança, parafua 18.
mefma edificaçaó em caridade. m Rom.12",
17 Afli que ifto digo » e teftifico em o Snor, 0 que naõ andeis S-
mais como as outras Gentes andaó em a vaidade de feu fentido: I. Cor. n:
iS Entenebrecidos ’no entendimento , alheyos d’a vida de Deus 27.
p pela ignorância que ’nelles ha, pela dureza de feu coraçaõ. Ephef. 2 t
21.
19 Os quaes tornando fe inleníiveis , fe entregáraõ â diflòluçaó, n P cr V.
pera affeétadamente toda immundicia cometerem. 0 Rom, 1 :.
io Mas vós afli a Chrifto naó aprendeftes. 18.
' 21 Se porem ouvido o tendes, e por elle enfinados foftes, como ^•Fedr.y.^.
a verdade em Jefu eftá: ? 4:
*2 \_Afabef] , que quanto a o trato paflado 7 vos defpojeis d’o q tflfr
velho homem, que pelas concupifcencias d’o engano fe corrompe: *
23 E vos renoveis em o elpirito de voflo fentido : PLebv. 12 1,
24 r E vos viftaes d’o novo homem, que fegundoDeus he criado i.P^.2'1.
cm verdadeira juftiça e em lanéhidade. r Rom.6’.^,
25 Poloque a mentira deixae, f e a verdadecadahum com feu pro­ Colojf
ximo fallae: porque membros huns d’os outros fomos. I Pedr.4',2,
24 t Iraevos, e naó pequeis: naó fe ponha o foi fobre voflá ira. fZach. 16.
8 :
27 u Nem a o diabo lugar deis.
furtava , naó furte mais:
25 O que furtava,
2S mais : * antes trabalhe, obrando «1^4:7.
com
< fuas maós o que he bom , pera que tenha que repartir çom o i« Fedr. 5 •
que neceflidade tiver. 9.
29 De voflá boca nenhuá palavra torpe faya : fenaó a que boa fór xA^- *0:
pera utilidade de edificaçaó j peraque graça dc a os que a ouvem.
1. W?4;
3® E 11.
1.Theff. 3 ; 8, 12. y Matt. 12 : 56. Ephef 5: 3.4,
43* EPISTOLA DE S. PAULO
z Pom. 8; 30 E naõ contrifteis a o Efpirito fancto de Deus , z pelo qua!
16.
2. Cor. I : eftaes fel lados pera o dia a d’a redempçaõ.
22. 31 b Toda amargura , e ira , e cólera , e grita , e blasfémia fc
es : $. tire de vos outros, com toda malícia.
Ephef. 1 : 3* c Antes fede huns pera com os outros benignos , mifericordio-
J3- fos , d perdoandovos huns a os outros , como também Deus em
a Luc. 21 ; Chrifto vos perdoou.
28.
Rom.^'.2^. Ephef 1 : 14. b Coloff. 3 : 19. c Phil. 2 J I. Coloff. 3 t I2. d Matt 6 j 14.
Marc. 11; 25. Coloff $ ; 13.

Capitulo V
X Adianta, 0 Apoftolo >nas exhortapoes , e primeiramente para mutua caridade,
fegundo 0 exemplo de Deus e de Chriflo. 3 Amoefta os também de dár de mao
a toda deshoneflidade j avareza , que he idolatria, chocarrice > &c. e declara
que os taes 0 reyno d’os ceos naõ pojfuiráo. 8 E porquanto elles agora ’na luz
eftao , que andem como filhos d?a luz-, II Nem mais com as obras ddas trevas
comunhão tenhao, mas antes as reprendaõ. 1$ Que andem prudentemente 3 apro-
veitandofe como fabios d’o tempo. 18 Que nao fe embebedao d’o vinho , maâ
onchaõ fe do Efpirito. 2o Que cantem e pfalmodiem a 0 Senhor. 2( Exhor­
ta geralmente que huns a os outros fe fugeitem em 0 temor de Deus. 22 Mas
efpecialmente as mulheres a feus maridos , como a Igreja a Chriflo fe fugeita.
Semelhantemente exhorta a os maridos - que amem a fuas mulheres como
Chriflo amou a fua Igreja, 28 E como alguém a feu proprio corpo ama. 29 Pro­
va também d’a inflituiçae de Deus que marido e mulher faõ hua carne , apli­
cando 0 juntamente a Chriflo e a fua Igreja} 33 E conclue com huã amoefla^
faõ a marido e mulher.
1 Ç ede pois imitadores de Deus como amados filhos:
0 Joa. 13 : 2 a E andae em caridade b como também Chrifto nos amou,
34. c c a fi mefmo por nos fe entregou em ofterta e facrificio a Deus ,
eI5:i2. cm fuave cheiro.
I. Thejf. 4: 3 d Mas fornicaçaó e toda immundicia, ou avareza , nem ainda
9. entre vos fe nomée, como a fanéhos convém :
.i.> 3:
*
23. 4 Nem * torpezas, nem parvoíces, nem chocarriccs , que naõ
*4: 21 convém : mas antes fazimentos de graças.
b Galat. 2*. 5 e Porque bem ifto fabeis, que nenhum fornicario, ou immun-
20. do, ou avarento, queheidolatra, tem herança?no Reyno deChri­
Tit. 2: 14 fto e de Deus.
l.Pedr. 3 :
IS. 6 f Nin-
Hebr.l.l *9‘.I4. d Marc. 7: 21. Ephef.4 29.' Colojf. % ‘.5. * Ou , DeshwflMç
*
e l.Cor. 6 *,lo. Galahy.l?. Coloff . Apoc>22I123456},
AOS EPHESIOS. Cap. V 4B
- 6 7Ninguém vos engane com palavras vâas ; porque por eftas/^’ 2$:
coufas vem a ira de Deus fobre os filhos de defobediencia. ^íatt
7 Portanto íeus companheiros naõ fejaes. VA’!*
8 g Porque d’antes trevas éreis, mas agora fois luz em o Senhor: cnff(r%-
andae como filhos dc luz: jS.
9 (Porque o fruito d’o Efpirito em toda bondade, e juftiça, c i. Theff".a.’
verdade \_confij?e~\. ' y
1° Provando o que he agradavel a o Senhor. i.J^.4‘ i.
íi i E naõ comuniqueis com as obras infruétuofasd’as trevas, mas * ‘
antes também as redargui. Qalat. $ :
i1 Porque o que eftes em oculto fazem 5 torpe coufa he também 22.
dizélo. íMatt. 18:
13 h Mas todas eftas coufas fe manifeftaõ , d’a luz redarguidas 17-
fendo : porque tudo o que [_coufa a!gua~\ manifefta, luz he. i.CX 5*.
14 Poloque diz : /Defperta tu o que dormes, e levantate d’os r/°z.20'
mortos, e Chrifto te esclarecerá. 2 Theír
*''
15 m Portanto olhae como prudentemente andeis , naõ como ne- ’ I4. 5 ’
cios j fenaõ como fabios. k loa. 3:2o.
. 16 Redimindo o tempo: porquanto os diasfam maos. 21.
17 Poloque naõ fejaes imprudentes , 0 mas entendei qual feja a^^ * B•
vontade d’o Senhor.
18 p E naõ vos embebedeis com vinho , em que ha diflbluçaó , T’
mas encheivos d’o Efpirito: w c'o[ojj- 4.
19 q Fallando entre vos compfalmos, e hymnos, e cânticos efpi-
rituaes: cantando e pfalmodiando a o Senhor em voflb coraçaõ. nRom. 13
20 r Dando fempre graças por todas as coufas a [00/0] Deus e n-
Pae, em o nome de noflo Senhor Jefu Chrifto: oRom. 12:
21 Sugeitandovos huns a os outros em o temor de Deus. 2* ~
22/Vos mulheres fugeitaevos a voflòs proprios maridos , como 11
a o Senhor: pProv.iy.
23 t Porque o marido he a cabeça d’a mulher , « como também 29.
Chrifto a cabeça d’a Igreja : e elle [zw/zw] he o Salvador * cfo 1/7. ç:U.
corpo. 22,
24 Afli que como a Igreja fugeita a Chrifto eftá , afli [0 effejad'] L"c í^4'.
também ás mulheres a feus proprios maridos em tudo. ’
25 y Vos maridos amae a voflàs próprias mulheres, como também
lii Chri- i7.
I. Theff. iS. [Gen. 3: 16. 1 Cor. 14:34 Coloff". 3: 18. 7z?.2.
*$. I. Pear. 3: 1.
rt.C0r.Il: 3. uEphef.V.Zl. «-4: 1$ ■ Coloff \\iS. xRom. Ij;$. l.Cor iz; 27.
\ li- Coloff. 1124. y Coloff. $ ; 191
zGaht.i: Chrifto a fua Igreja amou, * e a fi mefmo por ella fe entregou:
4* . 2ó Peraque a lanétificafle, * purificando com o lavatorio d’a
agoa pela palavra.
i. Pedr. 3: Pera a fi mefmo a aprefentar fpor] Igreja gloriofa , que ma-
21. cuia, nem ruga, nem coufa lemelhantetiveflè: Mas fanéta e irre-
bQoloff i: prehenfivel folie.
22. 2& Afli •
“ devem os maridos amar a fuas próprias mulheres , como
a feus proprios corpos. Quê alua própria mulher ama , a fi mef­
mo fe ama:
29 Porque ninguém jamais fua própria carne aborreceu , antes
* Ou j íow- a alimenta e * loltenta, como também o Senhor á Igreja.
Arz/J.
cR om.12:1). 3° c Porque membros de feu corpo, de fua carne , e de feus os-
1. Cor. 12 ; fos fomos.
27- 3 ’ d Portanto deixará o homem a feu pae e a fua maé , e * ajun-
/ Gen, i: tarfeha com fua mulher : E feraó os e dous em huã carne. -- --— 4
24- 32 Grande he efte myfterio: [o quel porem digo [ em refpeito] de
Chrift „ - . >
io e d’a Igreja.
^Ou^ 33 Afli também vosoutros cadahum em particular, cada qual n
garfeha a ^ua ptopria mulher como a íi melmo ame , e que a mulher a o ma-
fua mu­ rido tema.
lher. e I. Cor, 6 ; ló«

Capitulo VI.
I Procede 0 Apoftolo d devida obrigaçaõ fos "filhos acerca de feus paes > 4 E d^os
paes acerca de feus filhos. $ Entaõ d’os fervos acerca de Jeus Senhores, 9 E
d’os Senhores acerca de Jeus fervos. Io Exhorta os finalmente em geral de fe­
rem fortes em 0 Senhor; 12 E defereve a aftucia e potência de Satanás , con­
tra quem elles a batalha tem Ij Arma os contra elle com toda a armadura
de Deus , relatando a pontualmente. 18 Amoefta os alem d*iffo d continua ora-
fao. 19 E iffo também por elle para que em fua cadea 0 Euangelho Uvremen-
te fallar pojfa 21 Teftifica que para iffo mefmo a Tychico envia > para todos
Jeus negocios lhes notificar. 2 3 E conclue a Epijlola com defejo de paz e carida­
de j com fé e graça.
a Colojf. 3 t
20 1 a TTosoutros filhos fede obedientes a voífos paes em o Senhor:
*.
kExod.iv porque ifto he jufto.
12- 2 Iíonrac a teu pae, e [atua] maé (que he o primeiro manda-
• mento com promefla).
3 Peraque te vá bem, c vivas muyto tempo fobre a terra.
&larc.~\ 1 q. 4 E
AOS EPIIESIOS. Cap. VI. 4??
’4 E vos paes naó provoqueis á ira a voflos filhos, t mas criaé os cDevt.6'.’j*
cm a * doutrina e amoeftacaó d’o Senhor. 20-
$ d Vos fervos obedecei a Senhores fegundo a carne, P/4/. ?S: 4.
Prov. 19 :
óom temor e tremor , em fimplicidade de voíTo coracaõ , como a 1S
• Chrifio. e 29: 17.
6 Naó fervi nd o a o olho, como a os homens comprazendo , fe- * Ou,t/z/u-
naó como fervos de Chrifio , fazendo de coraçaõ a vontade de plina.
Deus. d Coloff. 3 :
-7 Servindo de boa vontade a o Senhor , e naó a os homens. 22.
I. Ttm.6'. T.
S Sabendo que cadahum receberá d’o Senhor todo o bem que Tit. 2: 9.
fizer, feja fervo, feja livre. I. Pedr. 2 :
9 e E vos Senhores fazei o mefmo pera com elles , deixando as 1S-
ameaças 3 fabendo também que voflo * Senhor e o feu , ’nos Ceos e Coloff. 4X
efia , e j f pera com elle aceitaçaó de pefloas naó ha. I.
10 ’No de mais, irmaõs meus, esforçae vos em o Senhor, e em * mffrno Ou>voff9
Se­
a força de fua potência. nhor j OUj
11 g Vefií vos.de toda a armadura de Deus, peraque \_firmes^\ efiár o Senhor
poffaes contra as aftutas ciladas d’o diabo. de vos
11 Porque naó temos a luta contra carne e fangue, fenaõ contra mesmos.
os principados , h> contra..... as poteftades , contra ...os poderofos d’o fDeut.io
* Iy
mundo, d’as trevas d’efte feculo, contra as malicias efpirituaes em
os * áres. Z.Chron.\t)'.
13 Portanto tomae i toda a armadura de Deus, peraque em o dia lob.7- 34: 19.
mao reíifiir poflàes, e avendo tudo effeituado, ficar [firmes~\.
14 k Efiae pois \_firmes~\ , cingidos voífos lombos com a verdade, Ron. 2: II.
l e veftidos com as couraças de juftiça: Galat. 2: 6.
15 E calçados os pés com a promptidaõ d’o Euangelho de paz. Coloff. 3 :
16 Tomando fobre tudo o efcudo d’a fé , com o qual todos os I. Pedr. I ;
dardos inflamados d’o maligno apagar poflaes. 17-
17 w Tomae também o capacéte d’a falvaçaõ 5 » e a efpada d’o g coiofff 3:
Efpirito, que he a palavra de Deus : íi.
18 Orando 0 em todo tempo com toda \_frte de~\ oraçaó, e fupli- LTheff.^'.
caçaó em Efpirito, e velando ’nifto com toda perfeverança , e fu-
plicaçaõ por todos os fanétos: h Eph.iyi.
* Ou j ceos.
19 E p por my, peraque palavra dada me feja cm abertura de mi­ i z£2or. io;
nha boca com confiança, pera notorio fazer o myfterio d’o Euan­ 4.
gelho. Iii 2 2o q ~Po- kLuc. íi;
I. Pedr. 1*$. llfay.W.17. Z.Cor.6'.7. ml/ay.^W l.Theff.ff.Z. nHebr.^wi. 35»
Apoc.z :íó. o Luc. 1S ; I. Rom, iz; 12. ColofJ. 4; 2. i.Thfff.5:17. p Ali. 4:29.
EPISTOLA DE S. PAULO
5: 10 7 Polo que embaixador fou r em huã cadea : peraque d’elle
20. confiadamente fallar pofla, como fallar me convém.
r Aã. 2$: 21/E peraque também vosoutros meus negocios faber poflaes j
fCol'ofl\4' W 0 9ue faÇ° j tu^° * Tychico, o irmaõ amado e fiel miniftro em
’ ’ o Senhor, vos notificará:
t Aã. 20: 11 O qual pera o mefmo fim « vos enviei, paraque noflos nego-
4 cios íaebaes, e elle voflos coraçoens confóle. •
Coiof.^, 23 Paz [feja] com os irmaós , e caridade com fé , de [parte de]
Tzr. j: 12. j)eus pae e d’o Senhor Jefu Chrifto.
ii. 5 14 A graça [/èja]9 com todos os que a noflo Senhor Jefu Chrifto
em incorrupçaó amaó. Amen.
Efcrita de Roma a os Ephefios, [<? enviada. J por Tychico
*
Fim da Epiftola <do Apoftolo S. Faulo a os Ephefios,

EPIS-
437

EPISTOLA
D O

APOSTOLO S. PAULO
AOS

PHILIP PENSES.
Capitulo I.
I Despois d’a infcripçao d*efta Epiftola e coflumada faudaçati 3 Declara 0
Apoftolo ■> que a Deus por caufa d'a comunicafaõ d,3os Philippenfes com 0 Euange­
lho agradeça, 6 Confiando que 3nella, como também em todas as virtudes Chri-
ftaas, de mais em mais aviaõ de crecer. 12 Defcreve fuas affliçoes e prifoes,
que por amor d’o Euangelho padecia, e 0 fruito d’ellas. 1$ Enfina que 0 Euan­
gelho de alguns de boa vontade e amor fe prega para feu alivio e d outros de
enveja e contenda para feu agravo em fuas prifoes; 19 Porem confia que ifto
para Jua falvaçaõ e engrandecimento de Qhrifto rejultará (eja por vida ou
por morte» 21 Teftifica que affi á hum como á outro aparelhado eftá, porquan­
to 0 hum e 0 outro proveitofo éra, 0 eftdr 3navidai pola Igreja; 0 morrer, por
fi mefmo« 2$ E que espéra que por algum tempo ainda 3na vida ficará , para
ferviço da Igreja» 27 Acrecenta outra vez hua amoeftaçaè pera untai, per *
animofidáde e paciência 3nas affliçoes y 30 Seguindo feu exemplo»

i JpA aulo e Timotheo , fervos dc Jefu Chrifto , a todos os fan-


ótos em Chrifto Jefu , que em Philippos eftaó , com os
_■ * Bifpos e Diáconos:
2 a Graça e paz ajaes de Deus nofloPae, e d’o Senhor Jefu Chri­ fitadòres»
fto. a Rom. 1:7,
3 b Graças dou a meu Deus todas as vezes que de vos me lembro, I Pedr.V.2,.
b Eph.V.l^.
4 (Sempre em todas minhas oraçoens com gozo , por todos vos­
Colojf.lt
outros oraçaõ fazendo). 1. TheJf. 1;
$ Por voíTa comunicaçaó com o Euangelho defd’o primeiro dia 2.
até agora : 2. Thejf. I*
Iii 3 4 Ifto 3*
4$s EPISTOLA DES. PAULO
£i°í 6/r1?' Iílo me^mc confiado, que aquelle que em vos c a boa obra co-
í-E meçou, a o cabo [«»] levará até o dia de Jefu Chrifto:
7 Como por juíto tenho, que iíto de vos todos finta, porquanto
d Fph $:I em [meu] coraçaõ retenho, que afli cm minhasprifoés, como [em
e 4: I. * minha] defenfa e confirmaçaõ d’o Euangelho _ , todos também de
Colojf.^. 3. minha graça participantes foftes.
18. '8 e ~Porque ~
Deus me he teílimunha d’as muytas faudades que de
2.7W i:S. todos * vos tenho, com entranhavel afFeiçaó de Jefu Chrifto.
9 E iíto Deus] peço, que voíTa caridade ainda demaisem mais
0 9:1. em reconhecimento c em todo fentido abunde.
l.Cor.V.l^
£>11:31- 10 Para as coufas dilcrepantes provardes, peraquefinceros fejaes,
Galat.V.lo. e fem eicandalo algum dardes até o dia de Chriíto :
l.TheJJ'.!'. 11 Cheyos de fruitos de juitiça , que por Jefu Chriíto pera glo­
5- ria e louvor de Deus fam.
I. Tim, 5 : n E quero irmaõs, que faebaes, que as coufas que me [acontece­
21.
l Tim.4\ I. rão,] pera [tanto] mayor promoçam d’o Euangelho * foraõ:
*Ouí<Z? vos 13 De maneira que minhas prifoés em Chriíto manifeítas foraõ
Jaudades em toda a Audiência, e a todos os demais:
tenho. 14 JE [?ue] a mayor [parte] d’os irmaõs em o Senhor , confian­
* Oibive- ça com minhas prifoens tomando, mais abundantemente , fem te­
raõ. mor, a palavra fallar oufaõ.
fEphef.l : 15 Verdade he que também alguns por inveja e porfia a Chriíto
l,Theff. 3 : pregaõ, mas outros também de boa mente.
5- 16 Huns em verdade a Chriíto por porfia denunciaõ , naõ pura­
mente, cuidando a minhas prifoens affliçaó acrecentar:
17 Mas outros por caridade, fabendo que pera a defenfa d’o Euan­
gelho poíto eftou.
* Ou, pre* 18 Pois que? Todavia em toda maneira , ou com * fingimento ,
texto, ou em verdade, Chriíto denunciado he: e ’niílo me gozo , e tam­
bém me gozarei. „
X 1. Cor. i ♦ *9 g Porque fei que iílo me refultará em falvaçaõ por voflá ora-
II. çaõ, e pelo lbcorro d’o Efpirito de Jefu Chrifto',
A Rom. 5: ç 20 Segundo minhaintenfaexpeétaçam, e efperança, hque em na­
da confufo ferei : antes com toda confiança, como fempre , [aff]
também agora Chriíto em meu corpo engrandecido íerá, feja por
vida, feja por morte.
21 Porque o viver me he Chriíto, e o morrer [me] he ganançia.
22 Mas le o viver em a carne util me feja , e que he o que eíco-
Iher deva, naõ o fei.
23 Por-
AOS PHILIPPE NSES. Cap. II. 439
23 Porque de ambas [<?.<• W«í] apertado eftou, tendo defejo de
fér delliado , e com Chrifto eftar» Porque he ainda muyto
melhor.
2+ Mas ficar em a carne, he mais neceflario por amor de vosou­
tros.
25 E ifto confio e fei , que [ainda] ficarei , e com todos vosou­
tros perfeverarei, pera voíTa promoçam , e gozo d’a fé.
26 Peraque vofia gloriaçaõ em Chrifto Jefu em my abunde , por
[com] minha prelença a vosoutros tornar.
* Tam lomence dignamente vos avei , [como] a o Euangelho
de Chrifto [convém] : peraque, feja que venha, evos veja, ou que I.C«7r.7.-2o,
~ ”
Ephef.
aulente efteja, de voflòsnegociosouça, queemhum [ meímo ] Eípi- Colojj', 1 :
rito eftaes, com hum mefmo animo juntamente pela fé d’o Euange­ Io.
lho combatendo. I. Theft. 2;
28 E que em coufa nenhuã d’os que refiftem vos efpantaes •, o que 12.
para elles em verdade * indicio de perdição he, mas para vosoutros <?4: I.
ae falvaçaó j e ifto de Deus [vem]. * Ou, pro­
29 Porque a vosoutros em o negocio de Chrifto gratuitamente juizo. 1va j ou
dado vos foy , naõ fomente det ’nelle crer , mas também de por ?
elle padecer :
30 O mefmo combate tendo, qual ja em my viftotendes, eago-
ra em my ouvis.

Capitulo II.
I Exhorta 0 Apoftolo a os Philippenfes muy tenramente pera concordia. 3 E pera,
humildade e mutuo obfequio. 5 Propondo lhes por ifto 0 exemplo do Senhor Je­
fu Chrifto j 6 0 qual fendo 0 verdadeiro Deus, de tal maneira fe aniquilou 3
que tomou nofta natureza humana e por nos ’na cruz morreu \ 9 E despois muy
eminentemente exalçado foy. 12 Acrecenta a ifto hua amoestaçao geral para
obediência, temor de Deus e qualquer virtudes Chriftaas. 1$ Pera como lu­
minárias entre meyo d'os infiéis fe mostrarem. 17 Declara . fe em Roma ave-
ria de fer morto, que fobre ifto fe alegraria ? e que convenha que elles 0 mesmo
fzeftem. 19 Promete de prefto a Timotheo lhes enviar. 24 E espera de mes­
mo vir a elles» 2$ Encomenda lhes muy intenfadamente feu pafór Epaphrodito,
que efta carta lhes levava, 26 Teftifica que 0 mefmo muy doente eftivêra po­
rem que outra vez dl0 Senhor confortado fora, 29 Amoefta a os Philippenfes
que alegremente 0 recébaõ , viílo que por amor de feu ferviço ’no perigo de fua
vida estivera.
1 A fii que fe alguã confolaçaõ em Chrifto , fe algum * alivio de * Ou ,con-
^caridade, le alguã comunicaçaó de Efpirito, 1c alguns entra-
nhaveis afteétos e compaixoés ha. z Meu
*
44 EPISTOLA DE S. PAULO
aHom, ix: 2, Meu gozo cumpri, em que a o mefmo fintaes , amefmacarida-
l6, de tendo , de hum mefmo animo fendo > huã mefma coufa fen-
i.cVk/;tind°-
*
io. * 3 Nada por contenda, ou por vaã gloria [fafaet]: ^masporhu-
PAz/.jiió. mildade hum a o outro por maisexceljente que a fi proprio eftimc.
i. Ped.^:S. 4 c Naõ atenteis cadahum para o que he feu, mas cada qual [^z-
n : ;eJ também para o que d’os outros he.
y d Porque \awvein que\ elle fentido em vos aja , o qual também
í i cír io * em Chrifto Jefu.
kp. ' e Que fendo em forma de Deus, por rapina naõ teve , igual a
r 13: 5. Deus fér:
dMatt.n: 7 / Mas a fi mefmo fe aniquilou , g tomando forma de fervo, fei-
*
J9 to femelhante a os homens:
E achado cm forma como homem, a fi mefmo / fe humilhou,
1íi T Z * fend° obediente até a morte, e \_ejfa~] morte de cruz.
i. Iodi:ó. 9 k Poloque também Deus fupremamente o exalçou, e /hum
e í.Cer 4:4. nome lhe deu, que fobre todo nome he.
Coloflfiw1). 10 m Peraque a o nome de Jefus todo juelho fe dobre d’aquelles
Hebr.v. 13. que ’nos Ceos , e ’na terra, e debaixo d’a terra eftáõ :
fPJdl.v.6. 11 n £ toja lingoa confefle que Jefu Chrifto o Senhor he , pera
gloria de Deus Pae.
loã. 13:14. 11 Afli que , amados meus, como fempre obedeceftes , naõ fo-
hHebr. 2: mentc em minha prefença , mas muyto mais agora em minha au-
14.17. fencia, \_afli também} com temor e tremor voflá falvaçaõ obrae.
e 4: 15. 13 0 Porque Deus he o que em vos obra afli o querer , como o
iHebr.i:?. cffeituar, fegundo [/ica] boa vontade.
t Todas as coufas 7 fem murmurações e contendas fazei.
lHebr i\. Perac]ue irreprehenfiveis e fincéros fejaes, filhos dcDeus, in-
w j/iy.45: culpaveis em meyo de huã geraçaõ * avefla e perverfa: r entre os
23. quaes como luminárias ’no mundo refplandeceis.
Pom. 14 : 16 Levando diante a palavra d’a vida, / por gloriaçaõ minha cm
o dia de Chrifto, de que em vaõ corrido nem trabalhado tenho.
» Joa. 13: 17 E fe he que também por offerta de afperfam fobre a ofterta c
1 Q^g.^ ferviço de voífa fé offerecido fór , t folgo , e comvofco todos me
tf 12:3. gozo.
• i.Cor. 3: J8 E vós tambcm d’o mefmo vos gozae , c também comigo vos
í- alegrae. £
a II *
17 ’ * Peíír- 2; Ix- f T- 4’ 9. * Ou, torcida. rProv.j
*, 18. Matt. 5; 14.
z* f 1. Cor. 1 : 14. l.ThejJ. 2 : 29. tltCor. 7:4.
AOS PHILIPPENSES. Cap; II. 44*
19 E em o Senhor Jefus espero dc preito u a Timotheo vos man­ uARAfrA
*
'Rom. 16 ;
dar , peraque também cu bom animo tenha, voflòs negocios en­ 21.
tendendo. I. Theff. 3 :
20 Porque a ninguém de taó igual animo tenho, que finceramçn- 2.
te de voflbs negocios cuide.
21 x Porque todos o feu bufcam, naó o de Chrifto Jefu. x I^Cor. lo:
21 Mas bem fuaprovafabeis, que, como o filho a opae, comigo 24-
’no Exiangelho ferviu. eij : 5.
23 Aífi que bem a efte Jogo enviar [w J efpéro , cm a meus ne­
gocios provido avendo.
24 Porem em o Senhor confio, que também eu mefmo em breve
fi? w] virei.
25 Alas por neceflario tive mandarvos a Epaphrodito , meu ir­
maó, e cooperadór, e comguerreiro, e voflo * enviado , e admi-
niftradór de minha neceflidade: fiolo.
26 Porquanto muytas faudades de vos todos tinha , e muy angu-
ftiado eftava, de que ouvido tiveflèis que doente eftivêra.
17 E de feito doente ate á morte eftéve : Porem Deus d’clle fe
apiedou, e naó d’elle fomente , mas também de my : peraque eu
trifteza Íobre trifteza naó tivefle.
2S Afli que tanto mais depreda o enviei, peraque vendo o, a re­
gozijar vos torneis, e eu tanto menos trifteza tenha.
29 Recebei o pois em o Senhor com todo gozo: j e a os taes em y I Cor. 9 :
eftima tende. 14.
Galat. 6:6.
30 Porque pola obra de Chrifto até bem perto d’a morte che­ I. Thefí'. 5:
gou, d’a vida cafo naó fazendo, por para comigo a falta de voflo fer- jz.
viço fuprir. l.Tim.f) 17.
Hebr. 13 t
V-

Kkk C A-
EPISTOLA DE S. PAULO
f■
Capitulo III. f

1 Avifa o Apoftolo a os Philippenfes contra o engano d’ os falfos Doutores , que 4 '


Ley e o Euangelho mefiurávaõ. 3 E enfina a o contrario que a circuncifaõ exte-
riór naõ he neceffaria para falvaçaõ , jenaõ a interior ■ 4 O qual com Jeu pro~
prio exemplo e fé confirma. $ E para efie fim relata, que também as mesmas
avantages tinha, d'as quaes elles je gloriávaõ, 7 Mas que eftas coufas nao efti-
mava, nem ^vellas confiava, porem fomente em Chrtftoj 9 NaÕ efiribando em
fua própria jufiiça j que d’a Ley he . fenaõ em a jufiiça de Chtifio , a qoal
com feus fruitos defcréve. II Confejfa toda via fua imperfeição . naõ obfiante
que muy ardentemente a perfeição profeguia- IÇ E amoefia a os Philippevjes
que também façao 0 mefmo, fegundo efta regra, e fegundo feu exemplo. 18 A *-
darguíndo a os que 0 contrario faziaò e denunciandolhes a eterna perdição. 20 Con~
Jóla pois a os verdadeiros feis com a gloria, até d’o mefmo corpo, que 0 Senhor
(Chrifto nos dará.
< P&/.4:4.1 D efta , irmaós meus , [que] * em o Senhor vos gozeis. Efcre-
lacob. 1:2. xxver vos as melinas coufas molefto me naó he, e a vosoutros
I. Pedr. 4 : r^f] he feguro.
12.
blfay. 52 : 2 b * Guardae vos d’os caens , guardae vos d’os maos obreiros ,
lo. ‘ guardae vos d’a * cortadura.
* Ou,4f». 3 í Porque a circuncilam fomos nos, d os que a Deus em Efpiri­
fae p.tra to fervi mos, e em Chrifto Jelu nos gloriamos, e ’na carne naõ con­
os caens, fiamos :
&c. OU , 4 Aindaque também tenho de que em a carne confiar: Se outrem
Tende
fentido alguém cuida que em a carne tenha de que fe confiar - e eu ainda
*nos caes mais:
5 Circuncidado'a o oitavo dia , d’a linhagem de /Ifraèl, d’a
Oibw/- tribu de g Benjamin , Hcbreo de Hebrcos , legundo á Ley h Pha-
/A?w. rifeo:
c Deut. 10 ; 6 Segundo o zelo, i yerfeguidór d’a Igreja: Segundo a juftiça
16.
e 30 : 6. que ’na Ley ha, irreprehenfivel lendo.
lerem 4:4 _ 7 k Mas o que pera my ganancia éra , por perda , por amor dc
P.om, 2; 29, Chrifto,j o tive.
Colofpiwi. 8 E L- • ___ _____
’na verdade ...—. as coufas por perda tenho ,, l pola
_ todas
também
dloa.414 excellencia d’o conhecimento de Chrifto Jelu Senhor meu , por
e 2. Cor.l I amor d’o qual por perda todas eftas coufas contei, e por 1efterco
21.
f 1.Cor. II.: as tenho, paraque a Chrifto ganhar polia:
22. J> E
gGen. 49; 27. h Aft.^'. 6. i Aft 8: 9:1
* 22:34. Galat. I : 13. l.Tim. T • i?
* *
kMatt.I^\ 44. I lfay, 53; 11. Jirem. 9:23. 7
*
4.17:3. Coloff.ix 2/
A OS PHILIPPENSES. Cap. III. 443
> E ’nelle achado feja, naõ tendo minha juftiça que he d’a Ley,
mas a que pela fé de Chrifto he, [ a faber} a juftiça m que de Deus m Rom. I Z
he pela fé: 17-
10 Pera o conhecer elle} , e a virtude de fua refurreiçaõ , n e Rom. 2St-",
*3:
«
a comunicaçaõ de fuas affliçoés, â fua morte * conformado: 17.
11 \Vendo} fe em maneira alguã á refurreiçaõ d’os mortos 1, Cor. 4 •
chegar pofla : 10»
12 Naó que ja alcançado o tenha , ou que ja perfeito feja : mas 1. Tim. 2 •
profigo [para vér~\ fe aprehender o pofio , para o que também de II, 12.
Chrifto Jefu aprehendido eftou. f. Pedr. 4 Z
J3 Irmaõs para my naõ tenho que ja aprehendido o aja.
14 Porem
*huã coufa [faço}y efqueccndome d’as coufas que a tras gurado.
ficam, e * adiantandome ás que adiante eftám < profigo até o alvo, *
a o prémio d’a foberana vocaçaó de Deus em Chrifto Jefu.. dendome.
ij Poloque todos quantos ja perfeitos fomos , ifto [mefno} finta- 0 i-c°r- 9J
. _ 24.
mos : e fe coufa alguã d’outra maneira fentirdes , também Deus
volo revelará. 2. T/w,4i7
*
16 Porem ’naquillo a que ja chegamos, p fegundo a mefma regra p Galat. 6 :
andemos, 7 e o mefmo fintamos. 16.
y Rom. 12 2
17 Sede também r meus imitadores , irmaõs , e tende fentido 16.
’nos que afli andam, como / por exemplo nos tendes. el^\
18 t Porque muytos andam £ dloutra maneira} , d’os quaes muytas ve­ I. Cor. I:
zes vos difle , e agora também chorando digo , que inimigos d’a Io.
cruz de Chrifto fam. Philip. 2:2.
19 Cujo fim he a perdiçaõ, cujo Deus he o ventre , e glo­ I. 8.Fedr. 3 :
ria em lua confulaõ [confijte} : os quaes coufas terrenas imaginam. r I. Cor. 4:
20 u Mas noífo trato he em os Ceos., x d’onde também a o Salva­ 16.
dor efperamos, faber} a o Senhor Jefu Chrifto: e 11 : I.
21 y O qual noflo corpo * abatido transformará , peraque con-
forme a feu corpo gloriofo feja, fegundo a efficacia, pela qual tam- f 6' _
bem a fi todas as coufas fugeitar pode. f^Tbejf 3:
I. Po^r. 5 : 3. t Rom. 16'.17. u Hebr. 1^:14- xl. Cor. 1:7. l.Theff. 1: Iq,
Zfr. 2 : 13. j I. Cor. 15 : $1» Coloff y. 4. l.Joa.y.l. *Ou, humilde.

K. k k t (J A-
+4'4 EPISTOLA DE S. PAULO

Capitulo IV
I Exhorta 9 Apoftolo a os Philippenfes pera conftancia *na fé; 2 E a duas mu­
lheres entre elles pera concordia; 4 ’No de mais pera gozo Chrijlao, 5 Equi­
dade , 6 Defcanço do animo , S E pera outras diverfas virtudes Chriftaas,
lo Despois agradece a os Philippenfes polo fojiento que por Epaphrodito lhe en­
viarão. (I Que iffo por avareza nao tomara 3 porquanto aprendera padecér ne-
ces[idade. 14 Que ’nijfo bem fizeraõ _ e mais que todas as outras Igrejas,
iS Que bem de Epaphrodito 0 recebera 3 19 E que Deus 0 galardoaria. 20 Fz-
nalmente conclue efà Epiftola com louvores a Deus , costumadas faudapoes, e
defeqos,

1 A que meus amados e muy queridos irmaõs , minha alegria


< i.TZv^2: a e coroa, afli firmes em o Senhor eftáe, amados.
I5>. 2 Amoello a Euodias, e amoello a Syntycho , que o mefmo em
o Senhor fintam.
3 E peço te também a ty, [meu] verdadeiro companheiro , que
ajudes a eíTas [mulheres], que comigo ’no Euangelho combatéraó,
í Exod. 51; como também com Clemente, e [com] os de mais meus cooperado-
res , cujos nomes h ’no livro d’a vida [eftdõ].
32- 4 < Regozijaevos fempre em o Senhor : Outra vpz digo , rego­
P/ Ó9 '.29.
Ãpoc. 3:5. zijaevos.
e 20:12. v Seja voífa * modeftia a todos os homés notoria. d Perto o Se­
<?n: 27. nhor eftá.
* Gr. equi­ 6 e De nada folicitos eftejaes : antes em tudo voflãs petições a
dade.
Deus notorias fejarn, pororaçaõ, efuplicaçaó, com fazimentode
• l.Thef^- graças.
16.
d I Cer.lQ'. 7 f E a paz dc Deus , que todo entendimento fobrepuja , voflos
II. coraçoés e vofios íentidos cm Chriíto Jefu guardará.
Hebr. lo'. 5 Refta, irmaõs , [.que] tudo o que he verdadeiro, g tudo o ho-
2<E
ePJ'.^'.i$. nefto , tudo o jufto , h tudo o puro , tudooamavel, tudo o que
Matt.6M%, * bem tóa, fc alguã virtude, e íe algum louvor ha, iífo penfae.
I. Tim. 6 ; 9 O que também aprendeftes , e recebeftes , e ouviftes , e em
S. 17, my viftes, iffo fazei; e o Deus dc paz com vofco lerá.
J Pedr.<^7. 10 Ora grandemente em o Senhor me gozei, de que finalmente
fj°“. i+: vos reverdeceftes iem de my vos lembrardes : d’o que também vos
^7.
Rom. ; 1 lembraftes, mas a oportunidade naó tivcftes.
Eph. 2: 14 i; Naõ que [iflo] diga cm refpeito de [alguã 1 neceflidade: por­
g Rom. 15- que ja * aprendi a com o que fou me contentar.
’ “ 12 E
h, 1 I3
Theff j 4-5. *<D\iíde bom nomeou, fama hé
* i2 Cor. U ; 9 kl Tim. 6 A,
AOS PHILIPPENSES. Cap. IV 44<
12 E bem fei / eftár abatido , também fei tér abundancia: 4:
em toda maneira, e em todas as coufas inftruido eftou , afli a eftár
farto, como a fome tér: afli a tér abundancia, como a neceflidade ' '
pauecer.
H Todas as coufas poífo em Chrifto, que me fortaléce.
14 Todavia bem fizeftes de a minha afflicaó comunicar.
15 w E bem labeis vos também, Philippenfes, que a o principio m2.C0r.il;
d’o Euangelho , quando de Macedonia parti, nenhuã Igreja , em 9.
razaó de dar e recebér \_coufa alguã~\ me comunicou , fenaó iós vos­
outros.
10 Porque também, a Theflalonica, o neceflario , huã e outra
vez me mandáftes.
17 Naó que dádivas procure, mas procuro o fruito , que á vofla
conta abundante he.
18 Mas tudo recebido tenho, e abundo; cheyo eftou , de Epa-
phrodito recebendo o que de voffa parte \_envíadone foy, n ezzzjchei- nHeír.iy,
ro de fuavidade, e lãcrificio a Deus agradavel e aprazível.
19 Porem meu Deus, fegundo fuas riquezas , toda voflã necefli­
dade em gloria, por Chrifto Jelu, iupiirá.
20 Ora a noflò Deus e Pae feja a gloria pera todo fempre.
Amen.
21 Saudae a todos os fanctos em Chrifto Jefu. Os irmaós , que
comigo eftam, vos iàudam.
2-1 Todos os fanélos vos faudam , e mayormente os que d’a cafa
de Cefar fam.
2? A graça de noflo Senhor Jefu Chrifto feja com todos vosou
*
tros. Amen.
Efcrita de Roma a os Philippenfes [e enviada} por Epaphrodito»
Fim d'a Epiflola d’o Apoflolo S, Paulo a os Philippenfes.

Kkk 3 EPIS-
EPISTOLA
Do
APOSTOLO S. PAULO
7 ' AOS

COLOSSENSES.
Capitxjlo I.
I Despois d'o coflumado titulo , 3 Agradece "Paulo a Deus 5 que os ColoJJenfes
a fé em Chriflo receberão j $ Pela pregaçao d’o 'Euangelho > que agora em todo
9 mundo ; 7 Como também entre elles frufiificava 9 fegundo 0 tcflimunho de
Epaphra feufiél Doutor. 9 Roga a Deus que em todas as virtudes Chriftaas
de mais em mais corroborados fejaÓ» 12 Pem despois a tratar d'a doutrina > e
declara como d'a poteflade das trevas pelo fangue de Chriflo livrados foralf
15 Cuja pefloa defcréve j a faber> que he a imagem de Deus invifivel; 16 Que
todas as coufas por elle criadas forao : 18 Que elle he a cabeça dia Igreja j
2o Que pelo fangue de jua cruz, tudo quanto 'no ceo e ’na terra eftá reconciliado
he. 23 Amoefla os de perfeverar ’nefla fé; 24 Polo que também a paixao de
Chriflo por elles cumpre > 2$ Porquanto he chamado pera entre os Gentios efle
• myfterio denunciar, 28 E a todos os homens em fó Chrifto perfeitos aprefentar
fegundo a operaçao de Deus em elle.

aulo Apoftolo de Jefu Chrifto pela vontade de Deus, e o

aRom i‘7 * p *
irmaõ Timotheo :
2 A os fanélos e fieis irmaós em Chrifto , que em Colof-
Gal. 1:3. ^as eftáõ: * Graça e paz ajaes de Deus noflo Pae, e d’o SenhorJe-
Ephef.i-. 1. fti Chrifto.
i.Pedr.i:i. 3 b Graças damos a o Deus e Pae de noflo Senhor Jefu Chrifto,
b Eph.v.x^, fempre por vosoutros orando:
4 Porquanto de vofla fé em Chrifto Jefu ouvimos, c d’a caridade
ZTheíf\' qUe Pera C°m tO^OS 0S £an&os \_tendes~j :
‘ j. ’ * 5 Pola efperançv iue em os ceos depofitada vos eftá , d’a qual
c\.Ped.\\4. d’antes
A OS COLOSSENSES. Cap. I. 447
«Pantes ja ouviítes pela palavra d’a verdade d’o Euangelho.
6 O qual ja a vosoutros chegou, como também em todo o mun­ dMatt. 8.
4.;
do ; d e ja frutificando vae , como também em vosoutros , deld’o
dia que
_____ a graça
_ de Deus em verdade ouviítes e conheceítes: Philem.
7 Como também aprendeítes de; e Epaphra ~ noífo amado confer- ver$ 23»
vo, <que para vosoutros hum fiel mimílro de Chriíto he: eColiJf 4:
• - • ■
8 O qual também nos declarou voífa caridade em o elpirito. _ _ ' ; _ 11.
9 t Portanto também deld’o dia que o ouvimos ,. naó ceifamos de
por vosoutros orar , e pedir g que fejaes cheyos com o conheci­ h Gen. 17 ;
mento de fua vontade, em toda fabedoria e intelligenciaefpiritual: I.
10 h Peraque dignamente em o Senhor andar poífaes, * agradan- 1. cOr. 7:
dolhe em tudo, z frutificando em toda boa obra, e crefcendo em o 20.
conhecimento de Deus. Ephef. 4:1.
11 Corroborados em toda fortaleza, fegundo a força de fua glo-
ria, em toda paciência e longanimidade com gozo: * í2 * *
11 Dando graças a o Pae , que idoneos nos fez para parte [tér] * o Uj^ro=.
’na herança d’os fanétos em a 1 UZ. da graça «
1? k O qual d’a poteítade d’as trevas nos tirou, ea o Reyno Zd’o ou,««r0-
Filho de feu amor nos transportou. dpapra..
14 Em o qual temos a redempçaõ m por feu fangue , if a /àher *! a
remmao dos pecados. kEph 2-4
is ?z O qual he a imagem d’oDeus invifivel, 0 o primogénito de Thef\x\
toda criatura. n.
16 p Porque por elle foraõ criadas todas as coufas que ’nos Ceos, iMatt. 3;
e que ’na terra ha , vifiveis e invifiveis , fejarn thrcnos , fejarn do- *?•
minaçoês , fejarn principados, íejam poteítades : todas as coufas pJ7‘
por elle, c pera^elle criadas foraõ: r’10
17 E elle ante todas as couías he,ctodas as coufas porelleconfiftem. mM&.zo •
7 E elle he a cabeça d’o corpo d’a Igreja , lendo o principio 28.
r [/] o primogénito d’os mortos, peraque entre todos * 0 primado Ephef v. 7.
tenha. £Mr.p:i4.
19 Porque o bom prazer [d'o Pae] foy, queJtoda plenidam ’nel- X-Ee<ír- 1 •
lehabitafiè: r «/L 4-
f E que avendo por elle u feito a paz pelo fangue de fua cruz, °r' *
por elle todas as coufas com figo mefmo reconciliaífe , feja as que Phuip.i-.x.
’na terra, feja as que ’nos ceos eítam. Hebr. i.- 3,
21 E0 AP0C- 3 >
p Gen. 1: 3. Vfal Joa. T : 3 Eph. 3 : 9. Hebr 1:2. <7 Eph I : 22«
e 4 • 15• e 5 12? r 1. Cor. I 5 20. Apoc. I : 5 * Ou > o prhnetro feja'
f joa. I : 14. 16. Coloff 1 : 9 t 2. Cor 5: iS. l.Joa 4: 10. u Ifay.y \ 6‘
Joa. Ió ; 33, Ati. IO . 36. Rpm. y : 1. Ephef. i; 14.
4+s EPISTOLA DE S. PAULO
n E a vos que d’antes alienados eftáveis e ’no entendimento ini­
migos éreis, em obras más, todavia agora vos reconciliou:
x£&.i-:7Ç. Em o corpo de fua carne, pela morte, * pera [porj fanétos, c
I;4-irreprehcníiveis, e inculpáveis perante fi vos apreíentar:
i y Se Porern permanecerdes fundados e firmes ’na fé, e naõ vos
Tír. 2 : i. moverdes d’a efperança d’o Euangelho, que ouvido tendes, o qual
<yloã-i$'6. prégado he entre toda criatura que debaixo d’o Ceo ha : d’o qual
zt.Cor.7:4.eu Paulo feito miniftro eftou:
*Ou> mt- 24 z, [eJ agora me gozo em * o que a por vosoutros padeço , e
nha$ af- em mcarne o refto d’as affliçoés de Chrifto cumpro, b por feu
étEphva corP°’ °lue he a lgreja:
Phil. 2:17 2<> D’a qual eu feito miniftro eftou fegundo a difpenfaçaó de
2.75^.2:10. Deus, c que pera vos dada me foy, pera a palavra de Deus cumprir:
bRom. 12: *6 [Convém a/àber] o myfterio que defde [toam ] os feculosedefde
$• as gerações oculto foy : d mas agora a feus fanétos mani-
1. Cor. 12: fe(|o feito he.
~ V e A os quaes Deus notorio fazer quis , quaes fejaõ as riquezas
e $ ; 23. u a gloria d efte myfterio entre os Gentios , que entre vosoutros he
<Rom. 16 : Chrifto, f a efperança d’a gloria:
2$. 28 A o qual denunciamos, amoeftando a todo homé, e enfinan-
Ephef.i'.?- do a todo homem , em toda fabedoria : peraque a todo homem ,
em ChriftoJefu, perfeito apreíentemos.
2. Tim. i: 19 £m o qUe tambem trabalho, combatendo fegundo fua * eftE
cacia, que em mym com potência obra.
1. Pedr. 1 ♦lc- d Matt.1$ *11. e 2. Cor,2'. 14» f l.Tim.l ; 1, * Ou, Operaçai,

Ca-
A OS COLOSSENSES. Cap. II. 44?

Capitulo II.
I Testifica o Apoftolo quam folicito he acerca dás Coloffenfes e outros 3 a os quaes
•nunca pregara , peraque de mass em mais em o verdadeiro conhecimento de Deus
e de Chrifto 3 em quem todos os thefouros de fapiencia ejcondidos esiáb, corrobo­
rados foftem. 4 Amoefia os que por nenhuá aparência d’as razoes defia recebi-

dade corporalmente em Chrifto habita 3 II £ nos também em elle efpiritualmen-


te circuncidados fomos', 12 E o bautismo d’ifto o fello he. IJ Tisto que Chri­
fto também a Ley d’as cerimonias 3 como cédula ’na cruz 3 desféz3 e 'nelle também,
jobre o Satanás triunphou. IÓ Trata também contra a diferença d'os manjares
e tempos 3 i8 Contra o ferviço d’os Anjos ; 2o E contra todas as tradições d’os
homens e culto voluntário.

iT)orque quero que faebacs quam grande combate por vos tenho,
e polos que emLaodicea eftám, e quantos meuroftoem
carne naõ viram :
2 Peraque feus coraçoés confolados fejarn , e juntos em caridade
eftejam, e [ifto] em todas as riquezas d’a inteira certeza de intelli-

3 b Em quem todos os thefouros de fabedoria c de noticia escon- - 3-


dos eftám. vhilip.y.^
4 E ifto digo, ( peraque ninguém vos engane com palavras em bs.cor, i:
em aparência perfuaforias.
5 Porque d ainda que com * corpo aufente efteja, todavia com o cLphA' ^*
efpirito com vofco eftou , gozandome e vendo voflá e ordem , e a Colojf.iw^-
firmeza de voflá fé em Chrifto. dx.CorS, 3-
6 Como pois a o Senhor Chrifto
’nelle andae: e (Cor.i4t
7 f ’Nelle arraigados e fobre edificados , e ’na fé confirmados, 40.
como ja enfinados foftes, g ’nella abundando com fazimento de/£/^5:I7-
graças. <r l,Cor. I ‘
S h Olhae que ninguém vos
engano , fegundo a tradiçaõ d’os homens , fegundo os primeiros
enfinos d’o mundo, e naõ fegundo Chriflo.
9 / Porque ’nclle habita corporalmente toda
dade.
10 k E perfeitos eftaes ’nelle j o qual he a cabeça de todo princi- 19.
11
4^ EPISTOLA DE S. PAULO
7 Deut. io; 11 / Em o qual tambem circuncidados eftaes com huã circuncifaõ
16. feita fem maõ , em o deípojamento d5o corpo d os pecados d a car­
7'rr07/7.4:4.

Rom. 2: 29. ne, pela circuncifaõ de Chrifto:


Phil. 3:3. 12 m Sepultados com elle em o bautifmo, em quem tambem com
ni Rom. 6 *. refufcitaftes n pela fé d’a operaçaõ de Deus , que d’os mor­
4- tos o refufcitou.
Galat. 3 :’ i*? o E eftando vos mortos em o ^enlas c [’no prepucio de vofia
27.
27- carne, juntamente com elle vos vivificou , perdoandovos gratuita-
» mente todas . ,r 1 oítenías.
cr r
»
»Eph. 2:1. 14 Avendo~riícado a * cédula que contra nos em ordenanças avia,
* Ou, co- aqual em alguã maneira contraria nos éra,( e d’o meyo a tirou,
nhecimen- encravando a ’na cruz.
to. p [E] defpojãdo a os principados e poteftades , publicamentc
/Gívjriç. a *15vergonha os pós, e Jnella d’elles triunfou.
Matt. 12 :
29. 16 q Portanto ninguém vos julgue em comer, ou elff beber , ou
Ltf.1r.22. cm refpeito f[de dia] de fefta, ou de lua nova, ou de Sabbados.
loã. 12:31. 17 Que fam / a fombra d’as coufas futuras , mas o corpo he dc
* e 16: ii. Chrifto.
Ou jwo- ís t jçjnguem [/>ok] a feu prazer vos fenhoreye em humildade c
Lfv un ferviçode Anjos, metendofe em couías que nunca viu , de balde
Rom 14:2. inchado * d’o íentido de fua carne.
Galat.^wo. 19 E naó retendo a cabeça , d’a qual todo o corpo , pelas con-
rLf2’.23:2. junturas e liaduras provido e conjunto, em augmento divino crece.
/20 Se pois a os u primeiros enfinos d’o mundo mortos com Chri-
íIo: J-fto eftaes,’ porque
/7fr.29:S.___ - * r 3
ainda,’ como fe’no mundo vivefièis ’, de tradi-
- 5
.. ~ L
Matt •» „ *r vos carreçao?
24 4. coes -1 ri a. n
EpheJ $-6. 21 LComo-> J nao * pegues, nem goltes, nem toques.
22 As quaes couías todas pelo [mefmo] ufo perecem , [* introduzi-
das] fegundo os mandamentos e doutrinas d’os homens.
1.70^4:1. 25 y j\s quaes em verdade alguã aparência de fabedoria tem , em
*O\iyenten- * voluntária dfcvaçam , e humildade , e [ em] a o corpo naõ per-
doarem j naõ fam [porem] de alguã * ellima [jenaõfi] para fartu-
*O\i,carre- 1a d a caine.
çar vos déixaes. x I/ay.zy, 1$. Matt ^'9. Tit.l'.i4. * Ou . comas, y I. Tim. 4: S.
* Uu, voluntário culto [divino J. * Oiij valia. zl.Tim. $ ; 23.
;A 05 COLOSSENSES. Cap.III, 45 \

Capitulo III.
I Avendo 0 Apoftolo fegundo feu coflume até ali et fundamentos d*a doutrina pr»~
pofio} vémem os dous Capítulos Jeguintes a as amoeflaçoes pera piedade > e fo­
bre tudo amoefta os em geral que o que 3no ceo eflá busquem. $ Do qual agora
bem tem alguns princípios, mas a perfeita pojfejfaõ 3na manifeflaçao de Chrifio
espéraõ. $ Propoem lhes despois o caminho que a iffo encaminha a faber j
a mortificação d’o velho homem com Jeus membros ou imptedades, que rela­
ta ; lo E o veftir do Novo homem ■> que Jegundo a imagem de Deus criado
he , com fuas virtudes efpirituaes. 16 Acrecenta alguns meyos proveitofós
para iffo, como fao > a rica habitaçao d'a palavra de Deus em elles o cantar
d’os Pfalmos ■> e jemelhantes outros mais, 17 Amoefa os que tudo diriga#
para honra de Deus. l8 Eem despois a as obrigações particulares j a faber
d3as mulheres e maridos entre fi; 2o D’os filhos acerca de Jeus paes , e d3os
paes acerca dc feus filhos. 22 £ ultimamente dos fervos acerca de feus Se-°
nhores.
i "portanto fe ja com Chriíto refufcitaftcs , bufcae as coufas que
a ribaeftáõ, * aonde Chrifto eftá aflentado a [maõ] direita de * £/AI;i**
Deus.
2 ’Nas coufas que a riba eftáõ penfae, naõ’nas que’na terra eftám.
3 b Porque mortos eftaes ia , e voflá vida com Chrifto c efcondi-
da em Deus eftá. /
y d Quando Chrifto, que nofla vida he , fe mamfeftar, dPhilip. y
entonces também vos com elle em gloria vos manifeftareis. 21.
5 e Mortificae pois f voflos membros J que fobre aterra eftáõ, 1-100.3:2.
[a faber] fornicaçaó, immundicia, * g apetite [defordenado,] roim * 11.
concupifcencia, e avareza, h que he idolatria. * *> * \-
6 i Polas quaes coufas vem a ira dc Deus fobre os filhos de desobe- 2°w’7*
diencia: , * Ou, mo-
7 k ’Nas quaes também d’antes andaftes, quando ’nellas vivíeis.
8 l Mas agora dcspojac vos também de todas eftas coufas, [ag i.Theff^
faber y de] cólera , ira, malicia , maledicência, torpes palavras de $♦
voflá boca.
9 m Naõ mintaes huns a os outros, pois.ja vos defpiftesd’o velho * j 6:
homem com feus feitos: . _ G«Z. $:if.
10 n E de novo vos veftiftes, que para conhecimento fe renova, 5*. y.
t fegundo a imagem d’aquelle que o criou.- ^f/>^-.22.-iç.
Lll 1 11 p Em hl.Cor»6t
Ephef 2 11. Tit. 3:3. I Ephef 4 í 22. Hebr. 12 JI. Jacob. 11 21. I. Pedr. 2:1.
n Rom.b: 4. 9 Gen. I;26. e 5 :1. r 9 ;4. I. Cor.II: 7.
4$i EPISTOLA DE S. PAULO
11 p Em que naó ha Grego, nem Judeo , [%ew] circuncifaõ ,
e $: 6. nem prepucio, f^wj Barbaro, [*ew] Scytha , [%ew] 7 fervo,
e6: 1$.\ [_nem~ livre: mas Chrifto he tudo, e em todos.
y I. Cor, 7 ; 12 f Por iflo veftivos (/como eleitos de Deus, fanétos, e ama *
21.22
* ,
r Ephef 4 : ^°s) entranhas de mifericordia, benignidade, humildade, man-
32. fidaó, longanimidade:
e6: 11. 13 Suportandovos huns a os outros , t e perdoandovos huns a os
ji.Thejfv. outros, fe algum contra outro queixa [alguã] tiver: afli como Chri-
t Matt, 6*6 I
tMatt VOS Peid°ou5 [0 fazei] vos tambem.
j ‘ * 14 « E fobre tudo ifto, [veftivos de] caridade , que % he o vincu-
Marc II; lo de perfeição.
25. 15 E a paz de Deus em voflos coraçoés fenhoréye , a aqual tam-
£/>A.4-’32. bem cm hum corpo chamados fois: e agradecidos fede.
* Joã. 13: 16 A palavra de Chrifto em vos abundantemente em toda fabedo­
34. ria habite; y enfinandovos e amoeftandovoshúsaosoutroscom Pfal-
6-15:11. mos, Hymnos, e Cânticos efpirituaes , cantando a o Senhor com
Ephefo: 2.
X. graça em voflo coraçaó.
9- 17 E tudo quanto por palavras ou por obras fizerdes , [fazei]
T. loã,}\1}. tudo em nome d’o Snor Jefus , ~ dando graças a Deus c a o Pae
e áf : 21
* por elle.
Coloíf. ( convém 18 a Vos mulheres fede fugeitas a voflos proprios maridos, como
y Epb.VL?, em o Senhor.
z Ephef. 5: 19 b Vos maridos amac a voflas mulheres, e naó vos irriteis con­
20. tra ellas.
I. Thejf. 5: 20 ( Vos filhos obedecei em tudo a [vofôs] paes: porque ifto he
iS. aprazível a o Senhor.
a Ge»,j:ló.
1. Cor. 14:• caõ.
21 Vos pacs naó irriteis a voflos filhos, peraque o animo naõ per-
34.
Eph. $::I2. 22 d Vos fervos obedecei em tudo a [ voffos] Senhores fegundo a
T/í. 2:5. carne, naó íervindo a o olho, como para a os homens comprazer,
i.Pedr.y.i. mas com fimplicidade de coraçaó, temendo a Deus.'
b Ephef 5 : 23 E tu do quanto fizerdes, fazei o de coraçaó,
tudo coraçaó como a o Senhor,
t c na° a os homens.
‘jEph.ót 5* 24 Sabendo que d’o Senhor aveis de receber o galardam d’a he-
i.7z^.6:i. rança: porque a Chrifto o Senhor fervís.
77Z.2.-9... 15 Porem quem agravo fizer, o agravo que fizer levará: e excép-
1. Pedr. 2: çam dc pefloas naó ha, r
13,
A .Gi-
A OS COLOSSENSES. Cap. IV

Capitulo IV
I Exhorta o Apofiolo a os Senhores á equidade acerca de feus fervos i Ea
cadaqual á perfeverança na oraçaÕ, $ E efpecialmente por elle > peraque por
fuas cadeas em a obra d’o Evangelho nao impedido feja. 5 Amoefla os que Jd-
bitamente andem ej fallem pera com os que jaõ de fora. 7 Teflifica que a Ty-
chico e Qneflm» lhes envia pera con/òldlos e de todos feus negocios inftruir. Io Sau-,
da os d’a parte de Ariflarcho, e outros muytos , cujo z,eiopor elles louva» 15 Man-
da que a os Irmaõs em Laodicea faudem , e façao que também d'elles efla carta
je léa-f 17 E dição 0 Archippo que feu minifleno cumpra. 18 E conclue ejia
carta com jua própria faudaçaõ»

1 4 Vos Senhores 5 [fazei] o jufto e de razaõ para com [voflos] aEph.6\%


y fervos, fabendo que também hum Senhor em os ceos tendes.
2 b * Perlevcrae em oraçaõ, velando ’nella com fazimento de í'wf lS:I
graças: £
3 ^Orando também juntamente por nos , peraque Deus nos abra ^T^jf,
a porta da palavra, c pêra fallar d’o myfterio de Chrifto, polo qual 17.
também * prefo eftou : * Ou, in-
4. Peraque o manifefte , como me convém fallar. ftae.
5 d Andae com fabedoria pera com osquedcfora-f effdõ] , e òtem-
po oportuno redimindo. *Ou l^do
6 f Voflá palavra feja fempre * aprazível, com fal adubada , pe- j Eph?
raque faebaes como a cadahum refponder vos convenha. *
7 g Todos meus negocios vos fará faber Tychico o amado irmaõ,e Eph. 5 :
c fiel miniftro, e confervo em o Senhor: . 16.
8 A o qual pera o mefmo fim vos enviei, peraque de voflos nego- f Marc'9 :
cios faeba, e voflos coraçoés conlóle: * Ou
* e
9 [Juntamente] com h Onefimo , o fiel e amadoirmaõ, que d’os ^çada'
voflos he, eLles faber vos faraó tudo o que por cá páflà? ' ou,
10 Saúda vos i Ariftarcho que comigo prefo eftá , e k Marcos o aprazi-
fobrinho de Barnabé , acerca d’o qual ja mandamentos recebeftesj mento,
fc a vosoutros vier, recebey o: gA&io^.
11 E Jefus dito Jufto, os quaes fam d’a circuncifaó : eftes fós 21.
[wwí] cooperadóres em o Reyno de Deus fam, [e] pera my con- 4:
folaçaõ foraõ. h Ehilem
íi Saúda vos Z Epaphras, que d’os voflos he , fervo de Chrifto, versié.
combatendo fempre por vosoutros em oraçoés, peraque fiqueis fir- i APi.zq\i,
mes, perfeitos, e * confumados em toda a vontade de Deus. k '
L i! 3 í3 Por- 2
lColojf. i: j. Ehilem» vers 23. « Ou j cheyos > ou > cumpridos > ou > plenos, '
»
4í4 L EPISTOLA DE S. PAULO
*3 Porque ,eu lhe dou teíhmunho , de que por vos grande zele
tem, e polos que em Laodicea , c polos que em Hierapolis cftáõ.
wi.T5/m: 14 Saúda vos m Lucas o medico, o amado, e « Demas.
Saudáe a os irmaós que em Laodicea eftáõ , eaNympha, c
á Igreja que em fua cafa eftá.
16 E quando efta Epiftola entre vosoutros lida
* fór, fazei que
tambem ’na Igreja d’os Laodicenfes fe léa, eque a que de Laodicea
[wyo]9 a léaes tambem vosoutros.
17 E dizei a Archippo : Atenta para o minifterio que cm o Se­
nhor' recebefte 5 paraque o cumpras.
1 18 0 Saudaçaõ de minha maõ., de Paulo. í> Lcmbraevos de mi-
Amen.
Efcrita de Roma a os Coloífenfes, [ e enviada ] por Tychico j e Oneílmo,
Hw d’a 'Efijlola d’o Apoftolo Yaulo a os Coloffenjes,

P R I-
4$S
primeira epistola
D O

APOSTOLO S. PAULO
AOS

THESSALONICENSES.
Capitulo I.
I Despois d*1245a cofumada. infcripçao > "L Agradece o Apofiolo a Deus fobre fua fé ,
Caridade > e efperança cTelles em Chrifio $ 4 Affegurando fe que fua eleiçaõ d’el-
les éra de Deus- $ O que prova dtaefficacia que Deus por feu Efpirito com a pa­
lavra ajuntou. 6 E de fua obediência a o Euangelho. 8 O qual também em
todo lugar divulgado eftá , 9 E ainda cadadia fe divulga > como elles d os idolos
a 0 Deus vivo convertidos foraõ; Io Pera a 0 Filho de Deus > que nos redi­
miu j d’o ceo eíperar.

1 IT'"']
* aulo , e Silvano , e Timotheo , á Igreja d’os Theflaloni-
cenícs, em Deus o Pae , e em o Senhor Jefu Chriflo [con-
6 gr -çada J ' a Graça e paz ajaes de Deus noífo Pae, e d’o Se­ a Rom.l'.y.
nhor Jefu Chriflo. Ephef 1:2.
2 b Sempre graças a Deus damos acerca de todos vosoutros , fa­ I.Pedr.1:2,
zendo mençaó de vos em noífas oraçoês. b Ephef i;
j Lembrandonos fem ceifar * d’a obra de voflá fé, e d’o trabalho 16.
d’a caridade , e d’a tolerância d’a efperança em noífo Senhor Jefu Phil TjJ.
Chriflo, diante de noífo Deus e Pae: ColoffA'.^
2- Theff. 1:
4 Sabendo, amados irmaõs, voífa eleiçaó de Deus: r
5 Porque noífo Euangelho entre vosoutros naõ foy fomente em c loa.6 * 29.
palavras, mas também em potência , e em Elpirito fanébo, e em i* C°r* 2:
muyta certeza : e como bem fabeis quaes entre vos, por amor de 4-
vosoutros, fomos. 20.
,6 f E vos imitadoresnoflos, ed’oSenhor, feitosfofles, recebédo 9
* *,
fl.Cor.4
» III I. Philip. ; 17. 2. Theff. 3 : 9. 14,
*
41 I. EPISTOLA DE S. PAULO
a palavra em muyta tribulaçaõ, com gozo d’o Efpirito San&o.
7 De maneira que para todos os fieis em Macedonia e Achaya
exemplos folies.
8 Porque por vosoutros foóu a palavra d’o Senhor , naõ fomente
em Macedonia e Achaya , mas tambem ja em todo lugar voíla fc
pera com Deus de tal maneira íaido tem, que ja [d’ella] nos naõhe
neceflario coufa alguã fallar.
9 Porque elles mefmos de nos denunciaõ qual entrada para com
vofeo temos, e como d’os idolos a Deus vos converteftes , pera a
o Deus vivo e verdadeiro íervir:
gAtt i.ii. io g E pera d’os ceos efperar a feu Filho, a quem d’os mortos re-
Phil. 3:20. fufcitou rconvém a faber] a Jefus, que d’a ira futura nos livra.
*.
Z.Theff.l ~ ’ L 7 J J a
^.1:7; Capitulo II.
I Adianta Paulo Jno declarar de fua finceridade e conftanela em denunciar d’o Euan-
'gelho entre elles; 6 Nenhuã honra humana ou proveito pera com elles bujean­
do , ainda que 3 como Apoftolo de Chriflo > bem lhes em cargo Jér podia, io Pro-
poem lhes quam humana e fanfiamente com elles tratara, pera movélos avidade-
cente a 0 Euangelho. IJ E de como fua palavra nac como a palavra de ho­
mens 3 mas como a palavra de Deus recebérao , 14 Sendo feitos imitadores d’a
Igreja em Judea, que tambem d’os Judeos pertinàces feus concidadoens perfegui-
dos JaÕ. 1$ E ejfes Judeos, avendo matado a Chrifto , feus pecados cumprem 3
e fobre elles a ira de Deus até 0 cabo vinda he. 17 Teftifica defpois feu gran­
de defe\o de os outra vez vér i 19 Porquanto elles fua gloria e coroa , em a vin­
da de Chriflo fav.

ai.Theff.Vi i a porque bem fabeis vos mefmos, irmaõs, que nofia entrada
pera com vofeo , vaã naõ fuy.
bAã. 16 : ± Antes, aindaque em b Philippos ja d’antes padecemos, e tam-
c Aci 17' bem agravados fomos, como vosoutros [bem] fabeis , ufamos [com
z,&c. * tudo] de oufadia em noífo Deus, pera c com grande combate o Euan­
gelho de Deus vos fallar.
3 Porque naõ foy noífa exhortaçaõ com engano , nem com im-
mundicia, nem com fraudulência:
4 Mas como provados de Deus fomos, peraque o Euangelho
; dGalat. 1; confiado nos foífe, afli falíamos 3 d naõ como a os homens compra-
10* zendo, fenaõ a Deus que noflos coraçoens prova.
5 Porque nunca de palavras lifongeiras, como bem fabeis, ufamos,
eRomA
*.?. nem de pretexto dc avareza; e Etous he teftimunha.
f 9:1. 6 Nem
2-. Cjr. 1; 23. e 11: 3 r. Galai, I: iq. Phil, I; 8, 1. Tim. $ : 21. 2. Tim.4\ I.
AOSTHESSALONICENSES.Cap.il . w
é Nem gloria de homens, nem de vos , nem de outros buscan­
do , f aindaque carga iér [«uwj podíamos, como Apoftolos de f i.C<?r.?:;
Chriíto: 2* 3 •*
m
7 Antes•
entre vosoutros brandos fomos, como a * ama que
J
afeus Uu9' > ay a
nlnos cria. J
8 Afli que , eftando vos nós tam afteiçoados , de boa vontade
comunicar vos quiféramos , naó fomente o Euangelho de Deus,
mas também até noflas próprias almas , porquanto [raà] queridos
nos éreis.
9 g Porque bem vos lembraes , irmãos , de noflo trabalho e can-
feira : pois de noite e de dia trabalhando , por a nenhum d’entre e 20:34-
vos pefados íér, o Euangelho de Deus vos pregámos. i-Cor.y, 12.
10 Vos, c Deus teftimunhas fois , de quam fanéta , c jufta , c
irreprehenfivelmente pera com volco , os que créftes , nos ouvé- 2
mos. ‘
11 Como bem fabeis como a cadahum de vos, como o pae a feus
filhos,J ML- —J exhortávamos e confolávamos, 2 _ j fi %
11 E proteftávamos £ que dignamente andafleis para com Deus, ^qot -lq
que pera feu Reyno e gloria vos chama.
D Poloque também, fem ceifar, a Deus graças damos, deque, i:i7.
avendo de nos recebido a palavra d’a pregaçaõ de Deus , a rece- cW^.r.io.
beftes, naó [como] â palavra dc homens, mas (como em verdade o
he) [como] â palavra de Deus , aqual também em vosoutros , os
que credes, obra.
14 Porque vós, irmaõs , imitadores feitos fois d’as Igrejas de
Deus, que em Judea eftám, em Chrifto Jefu: porquanto também
de voflòs * proprios cidadaós as mefmas coufas padeceftes, como 1 T7 :
também elles d’os Judeos. f.13.
15 Os quaes também a o Snor Jefus matáraó, /e a feusproprios kAff.
Prophetas, e a nós nós perfeguiraó , e a Deus naó agradam , e a / Matt. 23 J
todos os homens contrários fam. 37«
Luc. 13
*34.
16 m E nos impédem que ás Gentes fallemos , peraque falvar fe m Att. 17 í
poflaõ: pera fempre [a medida feus pecados encherem. E vinda >3-
he ja fobre elles a ira até o fim.
17 Mas, irmaõs, fendo nos por hum momento de tempo , dc
vifta, naó d’o coraçaõ, dc vosoutros privados , tanto mais procu­
rámos de com grande defejo voflo rofto [tornar a] vér.
18 n Poloque bem quifemos nos a vosoutros vir (polo menos cu n T.om. I ♦
Paulo) huã c outra vez: mas impediu nolo Satanás. >?•
Mmm 19 o Por. 15:21»
e
I. EPISTOLA DE S. PAULO
19 o Porque qual he noífa efperança, ou gozo, ou coroa de glo-
I4« riacam ? Porventura nao o fois tambem vosoutios diante dc noflo
Phil.i:i6. senl1Or Jefu Chriflo em lua vinda?
*4; x- 2o Porque vós noífa gloria e gozo fois.

Capitulo IIL
I Declara • Apojlolo que y eftando folicito por elles , enviara a Timotheo pera
confortalos 'na fé _> $ E conjolar 3nas affliçoens . a que os feis pojlos eftdõ.
6 Pois que pela tornada de Timotheo (e alegrara muyto entendendo Jua con-
Jtancia e projperidade d elles. <) Polo que agradece a Deus > e roga que pera aper­
feiçoar Jua fé Deus lhe dé ocafiaõ de outra vez a elles chegar. II E conclue
efte Capitulo e parte primeira d’a Epistola com fervorofd oraçao a Deus3 que em
caridade eJanclifuaçe-õj ’na vinda de Chriflo com todos Jeus Sanèlos^ abundem.

I poloque naó o podendo mais fofrer, de boamente nosquifemos


A deixar ficar fós em Athenas:
j*AR. 16 ;r. 2 E enviamos a *Timotheo noífo irmaõ, eminiftro de Deus , c
Rom.16.11
Phil.V.ly.t noífo cooperadór
. cm o Euangelho de Chrillo, pera vos confortar,
bEph.y.i^. e vos exhortar acerca de voíla té:
Phíl. 1:14. 3 b Peraque ninguém ’neítas tribulações fc mova : Porque vos
cActwii. mefmos fabeis, c que pera ífio ordenados citámos.
2. Tim. 3: 4 -Porque tambem ' quando comvofco~ citávamos, vos predizíamos
12. que affiigidos aviamos de ler, como tambem [ajjl] fuccdéu , e vos
o fabeis.
'5 Portanto tambem cu, naó podendo mais fofrer, [0] mandei a
de voíla fé faber , fc porventura o Atentadór vos naó atentaífe , e
noífo trabalho a íér em vaõ [naõ] viéfié.
6 Porem tornando Timotheo agora de vosoutros a nosoutros , c
trazendonos boas novas acerca de voíla fé e caridade , c de como
fempre boa lembrança de nos tendes, defejando muyto vér nos,
como tambem nos á vosoutros:
7 Poloque, irmaós, nos confolámos acerca dc vos em toda noífa
affliçaó e necefiidade, por voíla fé:
5 Porque agora vivemos, fe ’no Senhor [frmes] eftaes.
9 Porque, que fazimento dc graças podemos nos a Deus, por
vosoutros retribuir , acerca de todo o gozo , comquc diante dc
dRom rio no^° Lcus, por vofia caufa, nos gozamos:
ir.' * 10 Orando abundantemente de noite c de dia , peraque voífo
e 15:23.rofto vér polfamos, c o que a vofia fé falta fupramos ?
II Ora
A OS THESSALONICENSES. Cap. IV
itOra noíTo mefmo Deus e Pae, e noflo Snor Jefu Chrifto,
nofla viagem a vosoutros encaminhe.
ix E o Senhor vos augmente , e abundar faça em caridade huns
pera com os outros , e pera com todos, como também pera com
VofCO [ abundámos J :
13 e Pera voflos coraçoês confortar, peraque irreprehenflveis em et.Cor.v.l,
fanàificaçam fejaes diante de noflo Deus e Pae, ’na vinda de noflo *•
Senhor Jefu Chrifto com todos feus ianétos» 2 Theff
17.
Capitulo IV
T AmoeSta os 0 Apofiolo em geral á vida pia , E em particular a cafidade e
honedl idade , 6 A juftiça em feus negocios 9 A caridade irmanaf II A
viver quieto i e a 0 faz.er de feus proprios negocias. 13 Ameefa os também de
moderar fua trifféz.a jobre os que falecéraõ; 14 Porquanto por Cbrifo rejajei­
tados feráo. 1$ d’o ceo com grande clamor e voz. d’o Archanjo defenderá .
pera primeiro rejujcttar a os que mortos foraõ . 17 E pera despois arebatálos
comfgo j juntamente com os outros que ainda 3na vida tfará o-

r Afli que 5 irmaõs, ’no de mais vos rogamos e amoeftamos em o


^Senhor Jefus, que afli como de nos rccebeftes , a como vos * rheíTi,' *-
convenha andar, e a Deus agradar, afli [fnífto'} mais abundeis. * l2f '
1 Porque bem fabeis vos que mandamentos vos demos pelo Senhor
Jefus. ,
^ zzz-12:
3 b Porque efta he a vontade de Deus , [4 faber j voflá fanétifica- *
çaõ, que vos abftenhaes de fornicaçaó : Eob.^ il *
4 Que cadahum de vos faeba pofluir feu vafo em fanébiflcaçaõ e p^il.Âx S.
honra:
5 Naó em fenfualidade de concupifcencia , como as Gentes, ,
c que a Deus nao conhecem.
6 Ninguém oprima nem engane em negocio algum a feu irmaõ: EphÁ'. iS.
Porque vingador he o Senhor de todas eftas coufas, como ja tam­
bém d’antes dito e teftificado volo temos.
7 Porque naó nos chamou Deus â immundicia , fenaó â 17'
ficaçaõ. I.Cor. 1:2.
8 % Poloque quem a
engeita , 1 homem nenhum engeita,? Luc, 10;
fenaó a Deus, fo qual também leu Efpirito fanéto * nos deu. ’ 16.
9 g E quanto á caridade fraternal, naó neceflitaes de que [dAla’] f^Cor.-z
vos eferéva: porque
*ja vos mefmos de Deusinftruidos eftaes, ahuns *4°
a os outros vos amardes. Mmm 2 io Por-
gLevit. 19:18- Mí/L2x:$9. loa 13;$^ *15:12. E/h- 5 : 2. I.Pe4>\ 4:$.
l'lod\ 3 :2$. e4 ; 21,
462 I. EPISTOLA DE S. PAULO
10 Porque tambem ja vos * afli o fazeis pera com todos os irmaóâ
que em toda Macedonia eftam. Exhortamos vos porem , irmaós ,
que ainda mais abundeis:
11 h E procureis de quietos andar, e voífos proprios negocios fa­
zer, ~* e com voflas próprias maós trabalhar , como ja mandado vo-
lo temos:
12 Peraque honeftamente andeis para com os que de fora eftáo,
e de coufa nenhuã neccfliteis.
13 Naó quero porem, irmaós, que ignorantes fejaes acerca d’os
k Lev. i?: que ia dormem ; k paraque vos naó entníleçaes , como tambem os
28. de mais, que efperança naõ tem.
Pe«f.T4‘J«
14 Porque íe cremos queJefusmorreu, e refufcitou, aflitambem
2. Sam. 12: a os que em Jefus dormem, Deus com elle a trazer os tornará.
20.
I l.Cor iç: if Porque ifto pela palavra d’o Senhor vos dizemos , l que nos-
22. yi. outros os que vivos pera a vinda d’o Senhor reftarmos, a os que
dormem naõ precederemos.
mMatt.iap. 16 m Porque o mefmo Senhor com * algazáres , e com voz de
Archanjo , e com a trombeta de Deus d’o ceo delcenderá : e os
X. Cor. 15: que em Chrifto morréraó, primeiro refufcitarám:
Si. 17 Defpois nós outros , os que vivos flearmos , juntamente com
1. Theff. I :
7. elles em as núveis arrebatados ferémos \_faindo~] a o encontro a o Se­
* Ou, cla­ nhor cm o ár: e afli fempre com o Snor eftaréinos.
mor de ex~ 18 Afli que huns a os outros com eftas palavras, vos confolae.
hortacám.
Capitulo V-
I Enflna 0 Apoftolo que Chriflo de improvifo a 0 juizo vira , como oladraode noi­
te, e como as dores de parto fòb>-e a mv!!'er. 4 Amoefla os por iffo de fempre
efi rirem alertos e fobrios. 8 -E armados da couraça d3a fé j e d3a caridade> e
d’o capacete d3a efperança d’a jalvaçaõ. 12 Roga que a os que fobre elles pre-
fidem em honra tenhaÕ. 14 Amoeila os pera diverfas virtudes Chriftads ;
17 Tambem pera orar e agradecer I9 E objervar d’o Efpirito , ed’as propheci-
as > pera retér 0 que he bom > 23 Rega então a Deus que os irreprehenflveis até
a vinda de Chrifto guarde •> com promeffa que elle tambem 0 fará, zq Amoefta,
os que rogoem por elle e huns a os outros faudem. _zy E efeonjura os que efta
Epiftola Je léa perante todos.
1 J)orem , irmaós, acerca d’os tempos ed’as faezoés, naó necefli-
taes de que fe vos eferéva.
, 3. 2 Porque vo« mefmos fabeis muy bem , a que o dia d’o Senhor,
afli como o ladram de noite, vira. 3 Por-
2.Pedr. 3 ’♦ io. Apoc.$: e 16 ,1$» ~
A OS THESS ALONICEN SES. Cap. V 4«s
; Porque quando diflerem , paz, e fegurança [Zm] ; b entonces
repentina dellruiçaó Ihesfobrevir-á, como as dóres de parto a aquel-
la que prenhe eftá , e em maneira nenhuã escaparão. ( cEph, 5: 3.
4 c Mas vos , irmaõs , ja em trevas naõ eitaes , peraque aquelle g’
dia como ladram vos apanhe. eRomiz *
5 Todos vosoutros d filhos d’a luz, e filhos ^d’o dia fois: nem nos I2/
d’a noite, nem d’as trevas fomos. fRom. 15:
6 / Afii que naõ dórmamos , como os demais 5 mas g velemos e 11-13.
h fobrios fejamos. 5 :14-
7 Porque os que dormem, de noite dormem ; c os que fe embe- & Lu^' 2,1 *
bédam, de noite fe embebedam. hl Cor
8 Mas nos que d’o dia fomos, fobrios fejamos,'veílindo nos d’acou-
raçad’afé, ed’acaridade, e [por] capccéte‘, a efperança d’afalvaçaó. iljay,
9 Porque Deus naó nos tem ordenado pera ira, fenaõ pera *
aqui- 17.
riçaõ d’a falvaçaõ por nofiò Snor Jefu Chrifto: -E#. 6:14»
3 10 O qual por nosoutros morreu, £ peraque , quer velemos',
quer dórmamos, juntamente com elle vivámos. u a~
ii- Poloque huns a os outros vos exhortae , e hús a os outros vos b Rn™
çaihcaej como tambem o razeis. - x.Cor.^^.
12 ZE rogamos vos, irmaõs, quereconheçaesaosque entrevosou- Galai 2:20.
tros trabalham, e*fobre vos em o Senhor prefidem, e vos amoeftam :
13 E eftimae os em muyto com caridade , por caufa de fua obra. 15 :
27-
Sede pacificos entre vosoutros.
I Cor.^.II.
14 Rogamos vos tambem, irmaõs, que a os defordenadosamoe- el6llSt
íleis, a os de pouco animo confoleis, a os fracos fuftenteis , GtlatXzó.
pera com todos longanimes fejaes.' phíl. 2:29.
'15 m Olhae que ninguém a * outrem mal por mal torne, mas fempre i- Tim' 5;
o Bem fegui, afii os huns pera com os outros, como pera com todos. I7,
16 n Sempre vos regozijae. Hebr. 13;
17 0 Sem ceifar orae. #qu
18 /> Em tudo [a Deus ] graças dae. Porque efta he a vontade de defajó-*
Deus cm Chrifto Jefu pera com vofeo. , OL1,
19 q O Efpirito naõ apagueis. protefid-
c 10 As prophecias naó defprezeis. resfad.
21 r Todas ascoufas provae: o bom retende.
22 /De toda aparência de mal vos abítende. p
*3 t E o mefmo Deus de paz em tudo e totalmente vos fanétifi-
Mmm 3 que e 24; 1%
Matt-W- Rom. 12:17. l.Cor.6'.-. l.Pedr.y.?. * Ou, nlguem» «21/^.$: 12.
Luc. fo :2o. Rom. 12: 12. PZ»//. 4: 4. oLuc. 18 :i. Rom. 12:12. ColoJJ.f.t,
pEph.r.io. <q l<Cor. 14: 3q. rHoa. 4; I. fPhil,^ 8. tl. Cor.i; S.Phil.^.?.
LThefl',^ 13.
4<4 II. EPISTOLA DE S. PAULO
que: e todo voflo flncero efpirito , e alma , e corpo , feja confer-
vado irrepreheníivel em a vinda dê noflo Senhor Jefu Chriflo.
i: 24 « Fiel he o que vos chama, o qual também o fará.
2$ Irmaõs, por nosoutros orae.
f 2^ * A todos os irmaõs com fahéto beijo faudac.
2? P°l° Senhor vos efeonjuro , que a todos os fanétosirmaósefla
2-WA3.Ep]ftokfeléa_
xRom. *.16 2S A graça de noflo Senhor Jefu Chriflo feja com vofco. Amen.
IÓ. I. Cor, Ió: 20. l.Cor. i;: 12. i. Pedr $: 14,
A primeira [-E/z/Wxj a os Theflalonicenfes foy eferita de Athénas,
Eim d'a primeira Epiflola cT0 Apoflolo S. Paulo x os Tkeflfalonicenfes
*
a - - - - -- ■ ■ 1 . — -. - _ _ _. . . _. _ . _

SEGUNDA EPISTOLA
D O

APOSTOLO S. PAULO
AOS

THESSALONICENSES.
Capitulo I.
I Despois da coftumada infcripçaõ . 3 Agradece 0 Apoftolo a Deus fobre feu
abundante crecer d eíles ’na fé, caridade •) e paciência 9nas affiiçoens. 6 Teflifica
que Deus a feus oprejfores cafligará , mas a elles livrará e repoufo dará ino dia
da gloriofa vinda de Chriflo, que largamente dejeréve. Ir Roga a Deus quede
mais em mais, em 0 que he bom, os corrobore ’9 11 Peraque 0 nome de Chriflo
tanto mais glorificado feja.

I "W aulo s e Silvano , c Timotheo , á Igreja d’os Theflaloni-


cenles [que'] em Deus noflo Pae, c cm o SenhorJeluChri-
Jsl flo eftá:
» * Gra-
A OS THESSALONICENSES. Cap. I. 4C
* * Graça e paz de Deus noflo Pae , e d’o Senhor Jefu ai.Cor, x:
Chriflo. 3»
J b Sempre a Deus dar graças devemos por vosoutros , irmaõs, •'
como [_tamJ>em~\ he razaó , porquanto voflá féygrandemente créce, r p ^
*
c a caridade de cadahum dc vos todos, de huns pera com os outros bEph?vi-
abunda:- _ PZ7Z.1:?/
4 De maneira que nos mefmos <-'de vos nos gloriamos em as Igre- CelojJ'. i:
jas de Deus, por coufa de voflá paciência c fc, em todas voflas per- i-
feguiçoés e * ajfliçoens que fuportaes. 2-
5 d Prova clara d’o juflo juyzo de Deus , peraque fejaes ávidos cl*
por dignos d'o Reyno de Deus, t polo qual também padeceis: *?0/-1^0/
6 / Pois juflo he diante de Deus , pagar com tribulaçaõ a os que fòe’Sj OUj
vos atribulaõ: tnbula-
7 E a vos os que atribulados fois , refrigério [juntamente] com çoes.
nofco, g em a revclacaód’oSenhorjeíus, deld’o ceo com os Anjos djud.vs.fi.
de fua potência, e
S h Com lavaréda de fogo , tomando vingança / d’os'quc a Deus fZachi-3
naõ conhecem , c d'os que a o Euangelho de noflo Senhor Jefu „
Chriflo naó obedecem : 16.
9 b Os quaes * por cafligo padeceráõ a eterna perdiçam , desd’a hi.Pedr.it
face d’o Snor, e d’a gloria dc iua força: /•
10 1 Quando vier a em feus lanchos glorificado fér , c a ’naquelle S-.'
dia em todos os que crém admiravel íe fazer , (porquanto noflo te-
flimunho entre vosoutros crido foy). Ifay.i-.i9.
11 Poloque tambémfemprepor vosoutrosrogamos,quenoflo Deus z^zz i:u.
dignos dc [jua"] vocaçaõ vos faça, e todo o bom prazer de [/ua] l.Thejj~.it
bondade, eaobrad’afé, * poderofamente [em wyj cumpra. Io-
ix Peraque o nome dc noífo Senhor Jefu Chriflo em vos glorifi-1:
cado feja, c vos hiclle, fegundo a graça dc noflo Deus, e d’o Sc- com
nher Jeiu C>iiriltoa
4i6 II. EPISTOLA DE S. PAULO

Capitulo II.
I Declara o a4poflolo que a vinda de Chriflo a o juizo nao acontecerá tao de preffa
como alguns a perfuadir lhes bufcavao ; % Mas que a Apoflajia e o Antichríjlo
antes avem de vir cuyas marcas defcreve. $ Teftifica que ijjo ja d’antes lheç
différa 3 como tambem o que éra o que o retinha, 8 Declara que despois certa­
mente virá 3 e fcará até que o Senhor o difiruira. 9 aívifa os d a efficaoia de feu
engano em os que perecem. Ii £ iflo por ojtifto juizo de Deus t jobre a ingra-
tidaõ ddos homens. 1$ .Affegura pois a os Thejjalonicenjes de jua eleição para
falvaçaõ em fé e fanélifcaçao. iç Amoejla os de ’niffo firmes eflár , Ió £
roga a Deus que os confole e conforte»

1 R ògamos vos porem, irmaós, pela vinda de nofio Senhor Jefu


Chrifto, e nofto recolhimento a elle,
*, $• 2 * Que facilmente d’o entendimento vos naó movaes, nem per­
a ler.19
Matt.1414, turbeis, nem por efpirito, nem por palavra, nem porEpiftola co­
' 5:6. mo de nos [ejcrita], como fe o dia de Chrifto ja perto eftivêra.
' /• • « 3 Ninguém vos engane em maneira nenhuã : porque [naõ virá]
^até que primeiro a * apoftafia naõ venha , e fe revele o homé dc
b Matt 24:
pecado , o filho de perdiçaó.
*3- 4 O qual fe opoem, e le levanta fobre tudo o que Deus fe chama,
ou [como Deus] fe adora j afii que, comoDeus, ’no templo de Deus
1.Joã.ih8. fe afientará , c * fazendo fe parecer Deus.I
*Q\iyrevol- 5 Naõ vos lembra que, eftando eu ainda com vofeo , eftas cou­
ta, ou j fas vos dizia?
descaida, 6 E agora [bem] fabeisvos que he o que [0] retenha, peraque
OU, apar­
tamento. a feu proprio tempo fe revéle.
cDan. II: 7 Porque ja o myfterio de injuftiça fe obra : fomente o que ago­
ra o retém , [0 reterá] até que d’o meyo [tirado] feja.
• Quedando 8 E entonces fe revelará aquelle injufto, d a o qual o Senhor pe­
a entender lo Efpirito de fua boca desfará , e pelo aparecimento de fua vinda
que Deus o aniquilará:
he . ou
dando mo- 9 Aquelle [digo] , cuja vinda he 0 fegundo a eflícacia de Sata­
firas de nás, f com toda potência, e finaes, e prodigios de mentira.
que elle 10 E com todo engano de iniquidade g em os que perécem: por­
mefmo he quanto o amor d’a verdade naõ receberão , pera fe falvárem.
Deus» 11 h E por tanto Deus cfiicacia dc error lhes enviará, i peraqueá
dlob.41 9. mentira, créam.
lfay. II.'4.
e Ioá- 8:41 • ix Pera-
i.Cor» 4:4. Eph»t:t» fDeut.l^w. 13 í 1$. g X.C>. X J15. e4; 3. £
11» Tivi. 4 • I.
A OS THESSALONICENSES. Cap. ÍI. 46. _
12 Peraque condenados fejarn todos os que a verdade naó créraõ,
antes prazer ’na iniquidade tivéraõ.
13 Mas fempre graças a Deus dar devemos por vosoutros irmãos 9
que d’o Senhor amados lois, de que Deus defd’o principio pera fal­
vaçaõ vos elegeu, em fanétificaçaõ d’o Efpirito , e fé d’a verdade:
14 Para o que por noífo Euangelho vos chamou , pera aquiricaõ
d’a gloria de noífo Senhor Jefu Chriíto.
15 Poloque, irmaõs, [fomes] efláe , * e as tradições retende,
que eníinados vos foram , íeja por palavra, ou por Epiílola nofla. <1*
16 E noflo Senhor |efu Chriflo mefmo , e noífoDeus ePae, que
nos amou, e huã eterna confolaçaõ, e boa efperança em graca nos
deu ,
17 Voflòs coraçoés confóle, e em toda boa palavra e obra Z vos li.Theff.^
conforte. 10.

Capitulo III.
I Amoefla 0 Apoftolo a os Thejfalonicenfes que orem por elle ; % E teftifica fua
confiança que o Senhor os confortará. $ Roga a Deus por elles. 6 E manda
que fe apartem de todo irmaõ que anda íLsordenadamente. 7 Prova ccm jeu
proprio exemplo que cadaqual deve trabalhar pera a f Jofentar ; lo Ow que
a outra maneira comer naõ deve. IJ Amoefla os que em bem fazer naõ desfale-
pam j 14 Mas antes notem e caftiguem a os que a feu mandamento 'nijfo nao
obdecem. 16 Conclue com a coftumada faudaçaõ , 17 gue com jua própria
maó em todas fuas Epiflolas ajunta.

1 ’xjo de mais, irmaõs, a rogae por nos , peraque a palavra d’o a Matt. 9 *.
Senhor curfo tenha, e glorificada feja, como também 3S-
entre vosoutros: — *.
Eph.6 if
1 b E para que de homens * diflòlutose maos livres fejamos, ^por-
- 1 \ .4 „ í:'
que nao he de todos a te.
j J r *<Du>desor-
denados
3 d Mas fiel he o Senhor , que vos confortará , e e d’o malino b Rom. 15:
guardará. 31.
4 E de vos em o Senhor confiamos, que, o que vos mandámos/.7^-<5-44.
também [/] fazeis , e fareis. ‘■h-Theflf;
< Ora o Senhor voflòs coraçoés enderece á caridade de Deus , e
a paciência de Chriíto. z*
6 f Mandamos vos porem, irmaõs, em nomede noífoSenhorJe- fi. cor.5 .
fu Chriflo, que vos aparteis de todo irmaõ que defcrdenadamente r'-
N nn anda,e.T3
4<t II. EPISTOLA DE S. PAULO
lí^TheU'.!'. anda, e naõ fegundo g a tradiçaõ que de nos outros recebeu.
, W 7 Porq ue vos mefmos fabeis h como convém imitar nos : i pois
hi.Cor.iw defor3enacJamente entre vós nos naó ouvémos:
i TheíT. i ♦ 8 b Nem de graça o pam de alguém comentos 9 mas com traba-
*6. 7. * lho e canleira, noite e dia trabalhando: por a nenhum de vosoutros
* pefados fér.
10. 9 1 Naõ porque authoridade naõ tenhamos, fenaó porque nós
lS 3- mefmos m [/wj exemplo a vosoutros nos déflemos, pera nos
1 e“ cor 4^‘ imitardes.
* 10 Porque tambem quando com vofeo eftávamos , ifto vos man-
I.Cor 11:9. dávamos, que fe alguém trabalhar naõ quifér, tambem naõ coma,
eu: 131 11 Porque ouvimos que alguns entre vosoutros desordenadamente
l.The/ft. 2; andam, naó trabalhando, fenaó couías vans fazendo.
12 n A os taes porem , por noflo Senhor Jefu Chrifto, mandamos
* ^donbo e amoeftamos , que com quictaçaõ 0 trabalhando, feu proprio pam
/i.Sr^-.^ómaõ- rómaõ
3. 6. 13 E vos, irmaõs, p naõ desfaleçaes em bem fazer.
I- Tbejft 2*. 14 Porem fe alguém ânofia palavra , * ’neftaEpiftola \_eÇcrita] naó
6. obedecer , notae a o tal, e q com elle vos naõ meftureis , peraque
m x.Cor. 4: vcrgonha tenha :
i . naõtenhaes, mas como a irmaõ [0]
e 11: I. i$ E como a inimigo
Phil. 3: 17. amoeftae.
I. Thrjft i; 16 r Ora o mefmo Senhor de paz fempre em toda maneira paz
6. vos dé. O Senhor feja com todos vosoutros.
n i.Theff4'. 17 / A faudaçaõ de minha própria maó de Paulo, que final
II- em cada Epiftola he : afii eferévo.
oE 4’28. 15 A graça de noflo Senhor Jefu Chrifto feja com todos vosou­
p Gal. 6*. 9.
♦ Ou por tros. Amen.
tjla. q Matt. 18:17. i.Cor. 5:9. i.Thefl' 3:6. rRom. iç: 33. eló«2o. 1. Cor. 14: 33^
2. Cor. 15:11. Pkil. 4 ’. 9. I. Thejft 5 : 23. /I. Cor. 1 ó : 21. Colojft. 4; II.
A fegunda a os Theffalonicenfes foy eferita de Athenas»
Eim d'a fecunda Epiftola d’o Apoftolo 5. Paulo a os Tkejjalonicenfes»

PRI-
primeira epistola
D O

APOSTOLO S. PAULO
A

TIMOTHEO.
Capitulo I.
I Defpois fo cofiumado titulo , 3 Declara o Apofiolo que a Timotheo em Ephefe
deixara , pera tér cuidado que nenhuã doutrina estranha ou vaa em a Igreja
introduzida fofie. $ Moftra também qual feja 0 verdadeiro fim da Ley.
8 gwe nao pera os juftos fenaõ pera os mjuftos pofta he. II Pois que lhe o
*
Euangelho confiado fóra. 13 Cujo breve fu mano propoem, relatando juntamen
te a grandijfima graça lhe de Chrifio feita. 17 Sobre que a Deus agradece ;
18 Eí Timotheo encomenda a efiár firme ‘niffo. 20 Teftifica que . Hymeneo
e Alexandre > que fizéraõ naufragio d’a fé > por iffo a Satanas entregara.

1 T"lauío APoftol° de Jefu Chrifto, a fegundo o mandado de^^n-.e'


*
V- Deus noflo Salvador, e d’o Senhor Jefu Chrifto , b efpe- bCol i: 27.
JL rança nofla,
2 c A Timotheo [meu] verdadeiro d filho em a fé, e graca , mi- cA& 16:1;
íericordia , paz de Deus noflo Pae , e de Chrifto Jefu Senhor * 1 Theíl' 3-
noflo. i-
3 Como, quando f pera Macedonia hia , te amoeftei , que em d l34'Cor'V*
Epheíò te ficaflés [afli 0 fa(o amda]^ paraque a alguns mandes , que JJ/ T.:
outra doutrina naõ enfinem : e“j ’5’
4 g Nem ã rabulas le dém nem a genealogias infinitas 9 que mais ^^^.20 *1.
prodúzem h queftoés, d’o que edificaçaó de Deus, que ’na fé con- g LTim.4 *.
fifte. 7.
5 i Mas o fim d’o mandamento he a caridade de hum coraçaõ pu- e 6: 2o;
TO , c huã boa confciencia, e huã fé naõ fingida. * 2’ 2:
Nnn2 6 D'o Tit.ii 14.
f 3 ; <?♦ hl. Tim. 6; 4. iRom. IJ-.S. Galat. 5 ; 14.
I. EP I S T O L A DE S. P A U LO
<5 D’o que desviando fe alguns , fc tornaram a vaidade de pala­
vras :
7 Querendo fér doutores d’a Ley , [/] naõ entendendo , nem
oquedLcm, nem o que affirmaõ.
kRom.yji. 8 ....................
B( m labemos porem k que a Ley he boa , fe alguém d’ella le-
pitimamente ufa:
*<Ju,quea 9 Sabendo ifto 3 Zque a Ley pera o jufto pofta naó he, fenaõ pe-
paes e
wiaes 7ra~ra os injuftos e obftinados, pera os impios e pecadores , pera os
taõ. profanos e irreligiofos, pera os * patricidas e matricidas , pera os
* Ou > que homicidas:
com ma- 10 Pera os fornicadores, pera os * fodomitas, pera os ladroes de
ch>s fe homés , pera os mentirofos, pera os perjuros, e fe coufa outra al­
dçitaõ. guã ha á faã doutrina contraria:
m I. Tim.fc
11 Segundo o Euangelho d’a gloria « d’o Deus bemaventurado,
i$.
»x.Theffz. n que confiado me he.
4. ii E graças dou a o que confortado me tem , [a faber"] a Chrifto
*^•8:3. Jefu Senhor noflo , de que por fiel me teve, pondo ’no mi-
nifterio:
0 wy~\ fluc d’antes hú blasfemo, e perfeguidór , e opreflor
i.C<?r.i5 9* fuy: porem foy me feita mifericordia , ? porquanto ignorantemen-
Gal. i:ij. tcem \_mlnha~\ infidelidade o fiz:
ploa. 9:39. 14 Mas a graça de noflo Senhor foy ainda mais abundante , com
41. ' a fé e amor, que cm Chrifto Jefu ha.
Pa^avraficl, e de toda aceitaçaõ digna , q que Chrifto Jefu a
q ^att. 9 . Q munjo veyO) pera a os pecadores falvar , d’os quaes eu o * prin-
iVíW.2,;i7t cipal lou.
Luc.S : 31. 16 Mas Por iflo mifericordia feita me foy , peraque Jefu Chrifto
e 19:10.em my, que o principal fou, toda [jua] longanimidade moftraflè ,
1 loa.3:5. pera exemplo d’os que para vida eterna ?nelle ouvérem de crer.
Ou’ 0 17 Ora a o Rey d’os ieculos , * incorruptível , invifivel, a o fó
*^OuJw Deus fabio , fejahónra, e gloria, pera todo fempre Amen.
mortal. ~ 18 Efte mandamento te encomendo, filho \_meuJ Timotheo, que
ri Tim. 6:fegundo as profecias , que d’antes acerca de ty houve, y’nellasboa
ii. milícia milites :
íi.Ttm. 3: 19 / Retendo a fé, e a boa confciencia , a qual alguns regeitan-
do, naufragio acerca d’a fé fizéraõ.
17 W ’ 20 ’entre os quaes he t Hymeneo , e « Alexandre, x que a Sa-
w2.zíw.4;tanas entreguei, peraque a [ ] naõ blasfemar aprendaõ.
A TIMOTHEO, Cap. II, 471
Capitulo II.
I Manda Paulo que fe façaÕ oraçoes por todos os homens , porem particularmente
polos Reys e outros fuperiores. 3 Porquanto ifto a Deus agradavel , e Ebriffo
0 Medianeiro de todos he ; S AIanda que os varoens fanftas maos em todos os
lugares levantem ; 9 Mas a as mulheres que em trajo honefto > e em ftlencio
enfinar fe deixem; 11 Naõ permitindo lhes que em publico a outros enftnem, ou
de Senhorio fobre 0 marido ujem. 1$ Porquanto Adam primeiro criado, eamu-
lher primeiro enganada foy : 15 Todavia tettiftca que parindo filhos falvarfe-
há pela fé.

I moefto pois ante tudo, que fe façaõ deprecaçoés, oraçoés,


interceflòés , [e] fazimentos de graças por todos os homens:
2 a PolosReys , e [por] todos os que em eminenciaeftáõ, pera- a ler.t^y
raque huã vida quieta e foflcgada tenhamos, em toda piedade e
honeftidade.
3 Porque ifto he bom e agradavel diante de Deus nofiò Salvador:
4^0 qual quer que todos os homens fe falvcm, e a o conheci- bEzcck.il-,
mento d’a verdade-venhaõ. 23,
5 c Porque hum fó Deus, e ^hum fó Medianeiro ha entre Deus, iTedr.^,
c os homens, o homem Chrifto Jefu:
e O qual fe ’deu a ft mefmo [em] preço de redempçaõ por to- Rom.y. 3a.
_dos , [para] teftimunho a feu proprio tempo [ fer] : dGal.3-.i9.
Hebr. 9.1^.
1 Pera o que/pofto eftou por Pregador e Apoftolo , (g verdade e Matt.lo *.
digo em Chrifto, naõ minto) Doutor d’asgentes em fé e[em] 2§.
verdade. Eph. I : 7.
S Quero pois que os varoés h orem em todo lugar , í levantando Colo0'1'1^I
as maós * lanchas fem ira nem contenda.
9 k Semelhantemente também , que as mulheres fe ataviem de c*13: *.2 t.
22
2.
trajo honefto, com vergonha e modeftia , naó com encrespamento Gal. 1 ♦ 18.
[de cabellosJ ou ouro , ouperolas, ou veftidos preciofos: - eiú.
10 Mas (como he decente a mulheres que d’a * virtude profiftaõ .3- s-
fazem) com boas obras. a. Tim. 1:
11 A mulher aprenda em ftlencio, com toda fugeiçaõ.
12 ^Naõ permito porem que a mulher enfine, m nem * de auto-gRo^1^'
ndade fobre o mando ufe, mas que * cm ftlencio eftéja. hloã.w.
13 » Porque primeiro foyformado Adam, fe] despois Eva
Nnn 3 io E
* Ou , limpas ou, puras, h Tit. 2: 3. 1 Pedr. 3:3. * Ou, de fervir a Deus.
1A ~or. I4: 34. mGen.y 16. Eph. $ : 14. * Ou, demando fe enfenhoreye.
UUj quieta, ou, calada, n Gen.f.iy, e2\ 22,
47° I. EPISTOLA DE S. PAULO
0 Gen. 3: d. _____
14 «Enaõjby _ J......enganado : masamulher, fendo eríganadaj
Adam
em tranfgreflaô * cahiu.I
WjOlb - -
caufa d’a 1$ Salvarfeha porem filhos * parindo , fe em a fé, e caridade,
transgres- e fanclificaçaó , com modeília permanecer.
Jdõ foy.
* Ou j ge­ Capitulo III.
rando.
I "Declara e Apoftolo a propriedade d’o officio de hum pastor 5 2 E defereve as
•virtudes e qualidades que 'nede fe requere e os vicios de que avei de fér livre.
8 O mefmo faz, d'es Diáconos. II E de Juas mulheres. 12 funtamente tam­
bém como fuas familias aver fe devem. 14 Mojlrao fim porque ijto a Timotheo
eferéve, 1$ E declara a dignidade cTa Igreja de Deus fendo a coluna e firmé-
z,a d'a verdade. Ió Comprehende então Jumariamente os principaes myjierios d’a
fé tocante a pejfoa e 0 officio de Qhrcfto.

palavra fiel: fe alguém * Bispado defeja, excellente obra defeja.


fício de * a Convém- pois que o Bispo feja irrepreheníivel , mando’
Bifpo, ou. de huã mulher , vigilante , temperado , honefto , hofpedadór .
apto pera enfinar: F ’
£a Igreja ? Na° dado a 0 vinho > naó feridór , naõ cobiçofo de torpe ga.
deDeus, nancia: mas moderado, naõ pelejador, naõ * avarento:
aTit. 1:6. 4 Que governe bem fua própria cafa , tendo a [jeus] filhos em
bz. Tim. 2: fugeiçaõ com toda modeília. • **
* Â4‘ /■ (Porque fe alguém fua própria cafa governar naõ fabe , como
ofodedi d a Igreia de Deus cuidado terá?).
nheiro.
*" 1 Naõ noviço: porque, inchandofe , ’na condenaçaõ d’o diabo
naõ caya.
7'_Convem tambem que bom teftimunho tenha d’os que dc fora
♦ Ou.^- eftáõ, porque em * aftronta, e laço d’o diabo , naõ caya.
prefo. 8 C Semelhantemente os Diáconos, *[jejaô] honeftos , naõ’ de
duas lingoas , naõ dados a muyto vinho , naõ cobiçofos de torpe
ganancia: r
di.Tlm. 1: 3 d Tendo o myfterio d’a fé em huã pura confciencia.
7 r 1° E tanaben! eftes primeiro provados fejam, defpois firvaõ,
U ~ * irrePreben^veis forem.
. 11 Semelhantemente as mulheres, [Jêjao] honeftas, naõ maldi-
Ou,dili- zentes , * fobrias, [e] fieis em todas as coufas.
gentes. 12 Qs Diáconos fejam maridos de hua mulher, que governem
bem [jeus] filhos, e fuas próprias cafas.
eADtt.zq; 15 e Porque os que bem fervírem , pera fi hu bom grao
aqui»
A TIMOTHEO. Cap. IV 471
iquirem , e muyta confiança emafé, que em Chrifio Jefu ha.
14. Efias coufas te elerévo, eíperando de bem prefio a ty vir:
15 Mas fe tardar , peraque iaebas como f* andar convém em a f2 Tim. z:
cafa de Deus, que he a Igreja d’o Deus vivo , a colúna e firmeza 10.
d’a verdade. *Oli3‘W‘Ví,*>
QWáratar,
‘ ió E fem duvida nenhuã , grande he o Myfterio d’a *Lpie- * Ou, vir­
chJe: f Deus le manifeftou em a carne, foy juftificadoem Efpirito, tude.
vifto d’os Anjos , b pregado a os Gentios, crido ’no mundo, i [e] gloa.m4,
recebido a riba em gloria. h Eph 3: j.
6.
iMarc.
Capitulo IV I?»
I Prediz Paulo a Apofiafia de alguns em os últimos dias 3 ffue o matrimonio e Euc-
Aã.
9/ cl.
i; 1.
o ufo de alguns mancares aviai) de prohibir 6 Exhorta a Timotheo de a ver­
dadeira doutrina propô^t e regeitar ás fabulas j SE fobre tudo de exercitarfe
fna piedade e de em todas as injurias fegundo feu exemplo em Deus esperar,
12 Encomenda que je\a exemplo de todas as virtudes. 1$ E que inãando em
tér, 14. Naõ defpré^e 0 dom que recc-béu : 15 Mas acrecente e -rfevére em
bem. Ió Com promefia que fazendo ajfi , a fi rnejmo e a feus ouvintes jalvará.
1 a Ç\ Efpirito porem diz expreflamente , que ’nos últimos tem- a l.Tim. 3;
pos b defeairáó algús d’a fé , dando fe a efpiritos enganado­ I.
res , e a doutrinas de Demonios. t.Pedr. 3: J.
2 Pela hypocrifia de faladores de mentiras , tendo cauterizada lud. vs. 1S.
fua própria confciencia : b Matt, 24:
3 Prohibindo cafarfe , [/ mandando} abfterfe d’os manjares que
23.
Deus pera os fieis criou, e para os que a verdade conhecéraó, pera 2 Thefi-Z'.^,
d’elles í com fazimento de graças d ufárem. cRom.14‘6.
4 e Porque toda criatura de Deus he boa, e naõ ha nada que en-
1. Cor. io:
geitar, tomandole com fazimento de graças. 3 o-
5 Porque pela palavra de Deus e \_pela] oraçaõ he fan&ificada. dGen.V.19.
6 Eftas coufas a os irmaõs propondo, bom miniftro de JefuChri­ *9 : 3-
fto íerás , f criado ?nas palavras d’a fé, e d’a boa doutrina, quefe- eGex 1:31.
guifte. Aã. io;i$.
Rom 14: ,4.
7 g Mas regeita as fabulas profanas e d’as velhas : e exercitate a f 2 Tim j;ç,
ty melmo em * piedade. '3:14 I-).
S b Porque o exercicio corporal pera pouco aproveita ; porem pulcUi ag i.Tim i;
piedade pera tudo he proveitofa , tendo as promeflas d"efta prelen- 4.
te, e d’a * outra vida. e 6 : 2o.
2. T77ZJ 2»
9 Pa- 16.
T/r. I; 14. e ; : 9, * Ou „ virtude, h l.Cdofi.i-.z^. » 011,futura.
474 I. EPISTOLA DE S. PAULO
9 Palavra fiel, e digna de toda aceitaçaõ.
10 Porque para ifto tambem trabalhamos , e injuriados fomos ,
porquanto efperamos cm o Deus vivente , que he o coníervadórde
todos os homens, mayormente d’os fieis.
H Eftas couías encomenda e enfina.
12 / Ninguém despreze tua mocidade $ mas fé exemplo d’os fieis,
£Tjr.2.-7‘em palavra , em trato, em caridade, em efpirito, em fé , [/J em
i.Pfí/. $: 3- pureza.
13 5No ler , exhortar , e enfinar infifte, até que eu venha.
* Ou , te J4 Naó * desprezes o dom que em ty eftá, o qual te foy dado pola
dejcuides profecia , / com a impofiçaó d’as maós d’a Anciania.
d'o dom. 15 Medita eftas coufas , ’nellas te * ocupa : peraque teu apro-
^'veitamento * a todos feja manifefto.
'h1?’ 16 Tem cuidado de ty meímo, e d’a doutrina: ’neftas coufas
ei$>: Z perfevéra. Porque fazendo ifto , te lálvarás afii a ty mefmo , co-
i.Tzw. 5 ; mo a os que te ouvem.
2X<’ 2.Tim, 1: 6, * Oiij efid. * Ou , em tudo.

Capitulo V
I Enfina 0 Apoftolo de como as amoeftaçoens a os velhos e mancebos fazer fe de­
vem. 3 Manda honrar a as viuvas verdadeiras. 4 Mas a os filhos e netos
encomenda que a juas viuvas e paes juftentem 9 Defcréve entaõ a ida­
de e outras qualidades d’as viuvas que a o ferviço d’a Igreja aptas jao > II Mas
quer que as viuvas moças a ijfo nao Je admitao. 14 E que je cajem. 17 Vém
defpois a os Anciaõs j e aponta que honra lhes devamos, 19 Que taõbem acufa-
çoes contra elles nao recebamos jenaõ com teftimunhas. 21 Requeire diante de
Deus e jeus An] os fanfios que ’nifto nada faça por ajfeiçaõ. 23 &luer tao-
bem que naõ béba mais fomente agoa. 24 E conclue ■> com a declaraçao de como
os Anciacs pojfaÕ jer conhecidos
*
*Omove- I a A"
* os velhos asperamente naó reprendas , mas amoefta for]
lho. x como a paes: a os mancebos, como a irmaós :
a Lev. 19 : 2 A as velhas , como a maés: a as moças , como a irmaas , em
toda pureza.
3 Honra a as viuvas, que verdadeiramente viuvas fam.
4 Mas fe alguã viuva filhos , ou netos tivér, aprendam primeiro
10 : a exercitar piedade para com fua própria cafa , b e a recompenfar a
Matt. i5:4.^eus paes. Porque ifto he bom e agradavel diante de Deus.
*
A^rc.y.To. J e Ora a que verdadeiramente he viuva, e fó deixada , d cm
' Eph. i;i.2. Deus
cl, Cor. J *32. dLuc, 2 *,^6 .
A TIMOTHEO. Cap. V 4;ç
Deus espera, c de noite e de dia cm fuplicaçoés, rogos e oraçoes
perfevéra.
6 Mas a que fua fenfualidade fegue, vivendo morta cila.
7 Encomenda pois ellas coufas, peraque irreprehenfiveís fejaõ.
S e Porem fe alguém d’os feus cuidado naõ tem, eprincipalmen- eGaL6;ivt
te de [feus] domeílicos, a fe negou, e peyor que infiel he.
9 A viuva fe elega naõ menos quede íeífenta annos, [e] que mu­
lher de hum marido aja fido:
10 Tendo teilimunho de boas obras, fe filhos criou, f fe [de f ifPedM:
loamevte] hofpedou , g fe os pés a os fanélos lavou , fe a os affligi-
dos focorreu , fe toda boa obra feguiu. s '**
íi Mas as viuvas moças naõ admitas : porque avendo fido lasci-
vas contra Chriílo, calar fe querem : 44
12 Tendo j a [fia] * condenaçaõ, por [/ua] primeira fé aniquila- * Ou , jui-
do avérem.
H E juntamente também aprendem a ouciofas de cafa em cafa
andárem : e naõ fomente ouciofas , mas também h paroleiras, e hTit.it j.
curiofas, fallando o que naõ he decente.
14 Quero pois que as [viuvas] moças * fe cafem, filhos gerem, a *i.Cor.y:^.
cafa governem, [e] nenhuã ocafiaõ de maldizer, a o adverfario
dém.
15 Porque ja alguãs após Satanás fe desviáraõ.
16 Se algum fiel, ou alguã fiel , viuvas tem , focorra as, e naõ
fe carregue a Igreja , peraque lullentar pofla a as que verdadeira­
mente viuvas fam.
17 k Os Anciaõs que bem governaõ, fejarn eílimados por dignos i$t
de dobrada honra, principalmente os que em a palavra e doutrina *
trabalham. . Galai i. 6.
18 Porque a Efcritura diz : A o boy que trilha , Za boca nao p^i. 1:29
amararás. E , m digno he o trabalhador de leu falario. 1 Thejf^ :
19 Contra o Anciaõ acufaçaõ naõ aceites, «fenaõ com<duas ou 12.
tres teílimunhas. , Hel>r. 13:
A os que pecarem , em prefença de todos osredargúe, pera- .
que também os outros temor tenhaõ. 4
21 0 Conjuro [te] diante de Deus , e d’o Senhor Jefu Chriílo, itcor.9:^
e d’os Anjos eleitos , que p fem prejuízo [algum] ellas coulas guar- mL.ev, 19 *
des , nada por afieicam fazendo.
Ooo íi A 24
14»
Mattilo : Io. L,uc. Io ‘.7. » Deut. 19 ■ oRov. 1:9. 19:1- 1:2?.
,11:31. Galat.i:2a. Fhilip. i;S, 5:27. !• T.m. 6 113.
5. *
p Devi. 17't 4-
*
47 I. EPISTOLA DE S. PAULO
qAfí.6'.6. ti q A ninguém _ aprefuradamente as maõs imponhas, nemempe-
: 17. cados alheyos comuniques : a ty mefmo puro te conferva.
rij: V 23 Naó bebas mais [_jomente~\ agoa, mas ufa [ tambern ] de hum
e 19:
1. Tim. 4 :; pouco de vinho, r por caufa de teu eftamago, e de tuas frequentes
14. enfermidades.
2. Tim, i: 24 / Manifeftos famd’antes de alguns homens os pecados, efe adi-
6. antaõ para fua condénaçaõ : e em alguns leguem tambem despois.
rPfal. 104: 2$ Semelhantemente tambem as boas obras d’antes femanifeltaõ :
iv c as que d’outra maneira fam , efcondér fe naõ podem.
fGal.y. 19.
Capitulo VI.
X Airrfefa 9 Apofolo a os fervos que a feus Senhores obedeças. % Defcreve 0S
Doutores falfos e enganadores e manda fugilos. 6 Exhorta para piedade > con­
tentamento > fugir d’a avareza j II E outras diverfas virtudes Chriflaãs
*
13 Requeire diante de Deus e de Jefu Chrifo •> que ifio affi guarde, 1$ E
confderando a vinda de Chrifo a 0 juizo, e a gloria de Deus , exalça os louvores
de Deus. 17 Faifna a os ricos como fe avem de aver para com Deus e os ho­
mens ; 20 Avifa 0 outra vez com grande infancia d’a doutrina falfa e engana­
dora, 21 E conclue a carta com a costumada Jaudaçab,

aEph-6: ç. 1 a s fervos tantos quantos debaixo de jugo eftaó, a feus Se-


Colojf. 3 : nhores por dignos de toda honra eftimem 5 peraque o no-
22. me de Deus , e a doutrina, blasfemados naõ fejaó.
Tit. 2:9.. 2 E os que Senhores fieis tem , naó os defprezem , por irmaós
I*i8 T' 2 ’ lerem : antes tanto mais os íirvaõ, porquanto fieis e amados fam,
como \_tambenf\ d’efte beneficio participantes. Iftoenfina e ^exhorta.
3 Se alguém doutrina outra \^alguã~\ enfina , e com ás faãs pala­
vras de noífo Senhor Jefu Chrifto, e com a doutrina que he confor­
me á piedade, fe naõ conforma:
4 Inchado he, e nada fabe , porem tresvalía acerca de queftoés
bl.Tm. i:. e contendas de palavras: b d’as quaesnacemenvejas, porfias, blas-
4- ’ femias , roins fofpeitas.
a.T/w. 2: $ c Perverfas contendas de homens corruptos de entendimento ,
23. e privados d’a verdade , cuidando que a * piedade ganancia feja :
Tit. 3 I 9<• Apartate d’os taes.
< l,Cor.lV, 6 d Grande ganancia he porem a piedade com contentamento.
16. 7 e Porque nada a o mundo trouxemos , e manifcfto hc que nada
• Ou > vir­ d’elle levar podemos.
*
tude
d?rov. 1$: * Tcn-
e 27:14. ^.49:18
*
A TIMOTHEO. Cap. VI. ‘4-7
? f Tendo porem fuftento , c * com que nos cubramos , g com *,Cu , (u~
iflo contentes eftejámos. bertura.
9 h Mas os que enriquecer fe querem, caem cm tentaçaõ, e /Pr^.27:
laço, c [m] muytas loucas e nocivas concupilccncias, que a osho-
mens em perdição e rui na anégam. *j/tfr.6
2$
10 i Porque o amor d’o dinheiro he a raiz de todos os males: O LP^r.y.7.
que apetecendo alguns d’a fé fedefviáraó, e a fi mefmos com muy- hProv.11:
tas dores fe traspaflaraó. *8.
11 k Mas tu, o homem dc Deus , foge d’eftas coufas : c fegue a Matt' I5*
juftiça , a piedade, a fé, a caridade, a paciência, [f] amanlidaõ.
12 / Milita a boa milicia d’a fé: lança maó d’a vida eterna., pera íeXocI. 23:
aqual também chamado es, c ja a boa confiflàó diante de muytas S.
teftimunhas confeíTafte. Dent- 16 \
1? w Mandote diante de Deus, « que todas ascoufas vivifica, ede *9-
Chrifto Jefu, o que diante de Poncio Pilatos a boa confiflàó teftificou : Prov' !
14 Que efte mandamento guardes fem macula reprenfaó, <»•
até o aparecimento dc noífo Snor Jefu Chrifto: ***
15 A o qual a feu tempo moftrará p o bemaventurado e fó pode- Zr. Tim. 1:
rofo Senhor, Rey d’os reys , e Senhor d’os Senhores: 18.
16 O qual fó immortalidade tem, e em huã luz inacceflivel habi- wi.Tíw.ç:
ta: r aquem nenhum d’os homens viu, nem vér pode: a o qual feja 2I*
honra, e potência fempiterna. Amen. nDeut. 32:
17 A os ricos ’nefte mundo manda, que altivos naõ fejaõ, /nem
[ /ua] 'esperança ’na incerteza d’as riquezas ponhaó , fenaó em 00Matt- 27 \
Deus'vivo , que todas as coufas abundantemente , nos dá , para n.
\_d’ellas'} gozar:
iS Que bem façaõ, em boas obras enriquéçaõ, dc boamentere- :
partaõ, [/] comunicáveis fejaõ: '
19 t Enthcfourando perafi mefmos hum bom fundamento pera em * '*
o por vir, paraque a vida eterna alcançar poflaó. <>19:16.
20 <) Timotheo, guarda o depofito, « tendo horror d^os profanos rExtá. 35:
e vaós clamores, e d’as opoíiçoés d’a fallamente chamada fciencia: 2o*
11 A qual alguns profeflàndo , d’a fé fe defviáraó. A graça feja rw*4 :l2‘
comtigo. Amen.
A primeira a Timotheo foy eferita de Laodicea que he iS.
a Metropoli d’a Phrygia Pacaciana. Luc S : 14.
Fim cfa primeira Epijlola cto apofiolo S. Paulo a Timotbes- t Matt. 6:
°001
# 16 : 9, ul. Tim. 1:4. e4:7. 2. Tim. 2; 16. Tit. 1:14» e 3 ; 9.
I
SEGUNDA EPISTOLA
D O

APOSTOLO S. PAULO
A

TIMOTHEO.
Capitulo I.
I Defpois d3a infcripçaõ e coftumada faudaçao, 3 Declara 0 Apoftolo feu grande
amor que para com Timotheo tem e com fuas oraçoes por elle moftra > 4 Como
tambem a razaõ porque 0 ama, a faber , por amor de fua piedade em que de(de
Jua meninice de fua avó e mae criado fora. 6 Amoefta 0 de a feus dons desper­
tar. 7 E naõ temer ou envergonharfe de oufadamente a 0 Euangelho preçár> e
por via d isto ajfliçoens padecer. 9 Defcreve por iffo a exceliencia de noffa voca-
pao e a utilidade d3effa doutrina. Iz E tambem feu proprio exemplo. lhe pro-
poem, 13 Amoefta 0 tambem que a mefmo. doutrina por exemplo reter . e 3nella
firme eftár queira. IÇ Teftifica que todos os que de Afia em Roma com elle
eftáÓ fe d3elle apartáraõ j 13 Pois que Qnefiphoro fielmente com elle ficara,
1S E por iffo roga a Deus que graciofamente lh3 0 galardar queira,

1 aulo Apoftolo de Jefu Chrifto , pela vontade de Deus, fe-


gundo a promefia d’a vida, que em Chrifto Jefu eftá:
< Gal.1:3. JL 1 A Timotheo [meu] amado filho j a graça , mifericor­
I.T/w 1:2. dia ? [/] Paz de Deus Pae , e de Chrifto Jefu Senhor noflo.
i.Pedr 1:2. 3 Graças dou a Deus, a o qual defde [meus] * antepaflàdoscom
Rom. 1:9. hua pura confcicncia firvo , < como fem ceflàr lembrança de ty cm
* Ou ^pro­ minhas oraçoes noite e dia tenho.
genitores, 4 Defejando muyto vér te, lembrandome de tuas lagrimas , pe­
ol.Theff.V. ra de gozo me encher:
2, 5 Trazendo á memória a fé naõ fingida que em ty eftá , aqual
♦ 3: io- primeiro em tua avó Loyda, c cm tua maé Eunice habitou: e cer-
cftou, que tambem em ty [habita].
6 Pola-
A TIMOTHEO. Cap. I. 47,
6 Pola qual caufa te lembro, que defpertesodomdeDeus , d que d Aã. 6\ 6.
em ty eftá pela impofiçaõ de minhas maós. 08: 17.
7 e Porque naõ nos deu Deus efpirito de temor, fenaõ [/J es“ eJ3: 3.
forço , e de amor , ede moderaçaõ. e 19 : 6.
S f Portanto naó te envergonhes d’o teftimunho de noflo Senhor, 1. T/w. 14.
4:
/
nem de my, g que leu prifioneiro fou : antes participa em padecer 'V : 22.
affliçoés com o Euangelho fegundo a potência de Deus: e P.otn. 8:
9^0 qual nos lalvou e com huã lanéta vocaçaó chamou : naõ IÇ.
fegundo noflas obras, nns fegundo leu proprio propofito, egraca, A
f Rom. má.
que em Chrifto Jelu dada nos foy antes d’os tempos d’os feculos: gAã, 21:
10 i Mas agora he manifeita pelo aparecimento de noflo Salvador E?/3. 33-
? : 1.
Jefu Chrifto j k o .qual a morte aniquilouy e a vida e aincorrupçaó, m: 1.
pelo Euangelho, â luz trouxe, Col, 4: 18.
11 / Para o que pofto eftou por Pregador , e Apoftolo , c Doutor P£//W
d’as Gentes. w. 1.9.13.
1.9. i$.
12 Pola qual caufa também eftas coufas padeço : _ porem
r.... ..........
naó......
. me rr,,v ~. a i-í-
~ í.
envergonho. Porque cu lei aquem críe certo eftou que podero-
fo he pera meu depohto ate aquelle dia guardar. lc.
m Retem o exemplar d’as faás palavras que de my ouvido tens, £/>A \ • 9
em a fé e caridade que em Chrifto Jefu eftá. , ? ?: 9.
i4 Guarda o bom depoíito pelo Efpirito fanélo , que em nosou- Colojf.v.it.
tros habita. ’ . Hr. 1:2.
1? [Bem] Sabes ifto, n que os que em Afia eftáõ, de my todos fe
apartáraõ: entre os quaes he Phygello e Hermogenes.
16 Dé o Senhor mifericordia a cafa de Onefiphoro y porque Heh.z: 14.
muytas vezes'me recreou , e de minha cadéa fe naõ envergonhou: lAã.9 1^.
17 Antes yindo elle a Roma, com muyto cuidado me bulcou , e H-•
£ J achou. t e22;2r»
18 O Senhor lhe dé que para com o Senhor ’naquelle dia miferi-
cordia ache5 e quanto em Ephefo [me~\ ajudou, melhor o fabes tu. . *
I.Tiw, 2:7. m 2, T;X 3 :14- n Aã. 19x10. 0 2’ Tá. 4 :17.

Oo e t G A”
II. EPISTOLA DE S. PAULO

Capitulo II.
I Amocfa o Apoflolo a Tiinotkeo , que por homens feis o 'Euangelho promover,
3 E affliçoens por amor d’o mefmo padecer queira ; 4 Conjolando 0 contra ellas
com a comparaçaò de hum foldado , combatedor ■ e lavrador. 7 Amoejla 0 que
fuas amoeflaçoens bem conftderar . e 0 artigo a a refurreiçaó d’a carne bem enfinar
queira. 9 Propoem lhe taõbem para Jua confolaçaõ feu proprio exemplo J e 0 2n-~
falivel gaíardaó, que, despois d’a paixaÕ de Chriflo dado fera. 14 Amoefla
0 que a palavra de Deus bem corte e reprima as contendas em palavras, os
vaós clamores , e doutrinas d'os Apofáticos , e especialmente as de Hymeneo e
Phileto . que a refurreiçaó ncgávaõ. 19 Pois ainda que alguns descayaõ d’a
fé, todavia teflifica que 0 fundamento d’a eleição eterna firme efldj e juntamen­
te aponta donde de noffa eleiçaõ certos eflár poffamos. 22 Amoefla 0 ultima-
mente quefoga d’os de/ejos d’a mocidade d’as quejloens loucas e contendas y e
procure diverfas virtudes Chrijlaãs que ’nhum Pafór nece(farias faõ.

1 TL1 pois , meu filho , esforçate em a graça que em Chrifto Je-


fu eftá:
a Tit» 1:5. 2 E o que de my entre muytas teftimunhas ouvifte, * * encomen-
* OllCow- da o a homens fieis , que forem idoneos pera tambem a outros en-
ra °* finárem.
3 Tu pois, asaffliçoesfofre, como bom foldado de Tefu Chrifto.
b 1. Cor. y. 4 è Ninguém que milita em negocios d’a vitualha íe embaraça\
. por agradar a aquelle que para a guerra [0] regiftou.
y E fe tambem alguém milita, naó hecoroado, íelegitimamen»
te naó militar.
c I. Cor. 9: 6 c Trabalhando o lavrador, entaó primeiro d’os fruitos gozar
Io. deve. &*
7 Advirte o que digo: dé te porem o Senhor entendimento em
tudo.
it.Sm.y. 8 Lembrate que Jefu Chrifto d’os mortos refufcitou , J o qual he
P/liiin “ a ferncnte de David > fegundo meu Euangelho :
lÃ.iiii’. 9* e Pol° 4ue f até as prifoens , como malfeitor , opreflbés padé-
11
Matt. i: 1. Ç° : mas a palavra de Deus naó eftá prefa.
Afl. 2:30. Portanto tudo por amor d’os efeolhidos fofro , peraque tam-
e 13:23. bem elles a falvaçam alcancem , que em Chrifto Jefu com gloria
Rom. 1:3. eterna eftá. ô
11 Palavra fiel, g que fe com morrermos, tambem com
Lf*J viviremos:
fEph y.l, líb SC
« 41 X» Phil. 1:7«1 g Rom» 6;
A TIMOTHEO. Cap. ii.
11 k Se fofrermos, também com reynarémos : i fe [>] ne- h Rom. J;
garmos, também elle nos negará: 17.
U *'Se infiéis formos, elle fiél fe fica : a fi mefmo negar fe naõ xXW-4' I0‘
pode. & Phtl
14 Eftas coufas a memória traze , proteftando diante d’o Snor, I. Pedr. 4;
pUe contendas de palavras naótenhaõ, [$ue~] pera nada aproveitam , i Mutt.D-
10;
.\_fenao] para perveriaõ d’os ouvintes. 3?-
.Procuia de a Deus apiovado te aprcfentares , ^comoj obreiro Marc.^%,
que naó ?«] te envergonhar, que bem e direitamente a pa- Luc. 9 : lí.
lavra d a verdade corta. _ r e iz ; 9.
- 16 /Mas a os profanos [,] vaós clamores te opoem : porque k Num. 23:
x[amla] em [miyta] mais impiedade profeguiráõ; . 19.
Rom. 3 : 3.
17 E fua palavra como câncer comendo irá; d’entre os quaesfam c 9: 6.
Hymcneo e rhileto : 71 II. Tim.v.4.
15 Os quaes d’a verdade fe defviáraõ , dizendo que ja a refurrei- ^417-
çao feita he; efa Fe dc alguns pervertem. e 6 :20.
i9 Todavia o firme fundamento de Deus [em fé] eftá, tendo Tit. 1: 14.
efte fello: m O Senhor conhece os que feus fam ; e , qualquer que mloa, e 3J 9-
lai
o nome de Chrifto noméa, de iniquidade fe aparte. 14.
io « Em a grande cafa porem naó fomente ha vafos de ouro e de n Rom. 9 i
piata, mas também de pao e de barro 5 e huns pera honra , porem 21.
outros pera deshonra. r 1
21 Afli que fe alguém d’eftas coufas fe purifica , ferá vafo pera
honra fancbficado e idoneo pera ufo d’o Senhor , [/] pera toda boa
obra preparado.
22 0 Mas foge dos defejos d’a mocidade; e fegue a juftiça, a fé
a caridade , a paz com os que de puro coraçaõ a o Senhor in­
vocam.
P E regeita as queftoés loucas e fem inftruçaõ , fabendo que P i:
contendas prodúzem. . 4.
24 E naó convém a o fervo d’o Senhor contender : fenaó manfo Tí6 :+’
pera com todos fer, j apto pera enfinar, a aos maos fuportár: *
15 r Com manfidao inftruindo a os que refiftem : fe porventura 2 3
Deus arrependimento lhes dé pera a verdade conhccérem : rQ^l 6-I.
26 E a eípertar tornarem d’o laço d’o diabo , cm que á fua von-
tade prefos eftáõ.
II. EPISTOLA DE S. PAULO

, Capitulo III.
I Prediz ♦ Apoflolo quaes homens e' enganadores 'nos últimos tempos fe levantarài 3
e amoefla a 'Timotheo a evitar d’elles. $ Enfina de como a os homens e efpeci-
atinente a as mulherinhas enganaráo > 8 E que em refiflir a verdade a Jan-
,ncS e fiambres femelhantes feráó, lo Amoefla o pera imitar feu exemplo em
fuportar d’as perjeguiçoens .. que todos os pios tem por ejperar ; 14 E pera
ficar cenftantemente em a doutrina pura, que d’elle aprendido tinha > 15 Apon­
tando juntamente a perfeição , divindade e multiforme utilidade d’a Efcritura
Sagrada y que desde fua meninice aprendera 3 ’na qual e$ia doutrina fundada eflá»

ai. Tím, 4:1 * T fto porem faebas, que em os últimos dias fobreviráó tempos
1. trabalhofos.
i.Pedr.nT 1 Porque averá homens amadores de íi mefmos , * avarentos,
lud,vs. i8.prefuntuofos, foberbos, blasfemos, desobedientes a paes eamaés,
* Ou,^4- ingratos? profanos:
dores dtt Z-. 1 • 1*
* 1 • j/ •
dinheiro 5 bem affecto natural, irreconciliáveis, calumniadores , incon­
tinentes, cruéis, fem amor pera com os bons:
4 Trahidores, temerários, inchados, mais amadores d’os delei­
tes, d’o que amadores de Deus:
♦Ou.T/r- 5 Tendo a aparência d’a * piedade, mas negando a cfficacia d’cl-
tude. la. b Tambem horror d’eftes tem.
b Matt.il
*, 6 c Porque d’eftes faõ os que pelas cafas fe entram, e cativas levam
Ho?»' 16 ♦ as mu^erinhas carregadas de pecados , levadas de varias concupi-
f fcencias :
a. Thefl. 31 7 Que fempre aprendem, e nunca a o conhecimento d’a verdade
6. chegar podem.
T;'r.j:io. 8 E como [anncs e Jambres a Moyfes refiftíraõ , afli tambem
x. lodivers eftes á verdade refiftem : homens corruptos de entendimento,
reprováveis quanto a fé.
I4 9 Forem mais avante nao irao: porque a todos leu defvano ma-
T;r 1: ii. nifefto ferá, como tambem o d’aqueiles [0] foy.
dExod» 71 10 Porem tu feguido tens minha doutrina , modo de viver, in-
11, tençaõ, fé, longanimidade, caridade, paciência:
tAH. 13: 11 e \_Minhas~\ perfeguiçoens , [e] minhas affliçoés , taes quaes
$0. me acontecéraõ» em Antiochia , 1 em/Iconia , em g Lyftra :
fAtt.xtxi. quaes perfeguiçoés padeci j h e o Senhor de todas me livrou.
g AcL 14: ix / £ tambem todos os que piamente em Chrillo Jefu viver qui-
h tfàl. 34 • ^rem, perfeguiçaõ padeceráõ.
20. 13 Mas
l.Cor.ino. iMatt, 16 124. Luc. 24 : 26 . loa. 17 : 14. z^.I4;22, l.Thef. $
A TIMOTHEO. Cap. IV <ts
Jj Mas os homens maos, c enganadores, em peyor avante iráõ»
enganando, e enganados fendo.
14. Porém tu _’nas coufas que aprendefte te fica, e [/«.»„]
inteirado folte, iabendo de quem aprendido as tens:
15 E que defde tua meninice as fagradas letras foubefte: as quaes
te podem fazer fabio para falvaçaõ pela té que em Chriíto Je-
fu ha. J
16 k Toda a Efcritura he divinamente infpirada, e proveitofape­
ra doutrina , pera redarguiçaó pera correiçam , [e 1 para inltru- k \.Pedr.\\
çam em juftiça: r 20.
* Otb Pre­
17 Paraque o.homem de Deus feja perfeito , [ej pera toda boa parado »
obra perteitamente * ínltruido. OUj4/-W^»
do.
Capitulo IV.
I Exhorta Paulo outra véz com grande zelo a Timotheo pera feu officio em to­
das fuas partes > fiél e. confiantemente cumprir. 3 Mofirando quam necejfario o
he por caufa dia malícia d os homens que em os tempos 'vindouros averá- 6 Pre­
diz que de preffa morto ferá , q E conjòla a fi mefmo com fua boa confciencia> e
com 0 galardão que elle com todos os de mais fieis d’0 Senhor eípéra. 9 Amoefia
0 também de virje a elle, porquanto' alguns 0 deixãrac. u E de a Marcos com
figo trazer, 13 Como taõ bem fua maléta e livros. 14 Avifa 0 dlhum Alexan­
dre 0 Latoeiro , que muytos males lhe fizera. 16 gueixa Je d'os irmaõs que em
fua primeira, defenfa, lhe defemparáraí. 17 Mas que 0 Senhor lhe ajifiíra , e
por efta véz livrara 3 18 Confiando que por diante lhe auxiliaria. E
mandando faúdar a alguns , 22 Conclue efia epiílola com a cofiumada faudaçao.
I a r^onjuro pois diante de Deus, e d’oSenhor JefuChriílo,
que a os ^ívos e a os mortos ha de julgar emfeuaparccimen- ^9 • i*
to e O] feu Reyno: ô H 1 2. Cor. 1:
2 Prega a palavra, infiíle em tempo c fora dc tempo: redaroue, eii-u
reprende, 0J exhorta com toda longanimidade e doutrina. * Gal. 1 J©.
3 Porque aveia tempo quando a iaã doutrina nao íofreráõ: antes Phil. 1; S.
tendo ’nas orelhas comicham, doutores fegundo fuas próprias con- i- Thejf.zx
cupifeencias fe amontoaráõ: $.
4 E ouvidos d’a verdade desviaráõ , e ás fabulas fe torna- r rim' s:
rao. ,
5 Porém tu vela era todas as coufas, fofre as affliçoés , cumpre *
a obra de Euangeliíla, £^Jiaze que de teu nnniíteno inteira cer-
za aja.
P PP $ b Por-
II. EPISTOLA DE S. PAULO
b zPedr.l: 6 Porque * a my ja agora por afperfam de facriíicio me offerc
*
14- ccm , e ja o tempo da minha íoltura perto eftá.
0.1, eu ja 7 Bom combate combati, a carreira acabei , [/] a fé guardei.
agora por s í’No de mais, a coroa de juftiça guardada me eftá, a qual o
luperjaõ
X>r;>Scn‘lor? aquelle julio juiz, ’naquelíe dia me dará : e naõ fomen-
~ te a my , porem tambem a todos os que feu aparecimento amarem.
cio ojfere-
cido fou. 9 Procura de preito a my te vir.
c I. Cor. 9 I 10 Porque ^Démas me deíèmparou, o prefente fcculo amando,
1$. e a Thcflàlonica fe foy 3 Crelccnte a Galacia , [e] Tito a Dal-
r Pedr.VA. macia.
d Colofl ,4 :
14. H e Lucas ío comigo eftá : Toma juntamente a f Marcos, e
Pkilem. com tigo [* J traze: Porque pera o minifterio muy util me he.
•vers 24. 11 g Mas a Tychico a Ephefo (/] enviei.
e Coloff. 4 I 13 Quando vieres , traze \_com tigo~] a maleta , que em Troas em
14. caía de Carpo deixei , e os livros , particularmcnte os pergami-
f 15 :’ nhos.
37»
Colof.^lo, 14 h Alexandre o * Latociro me * ocafionou muytos males : pa­
Pkilem. gue lhe o Senhor fegundo fuas obras.
'icrs 24. 15 I)’o qual tu tambem te guarda , porque muyto a noftas pala-
$zftf.2o:4. vras refiftiu.
- - — — — ~ —- 9
Colnjf. 4; 7. j16 Em minha primeira defenfa ninguém * me aíliftiu , antes to-

dos me defemp >araraõ. [Ow/á] imputado lhes naó feja.
* Ou.Cal­ 17 Mas o Senhor me aíhftiu , e me esforçou ; peraque por my
deireiro. d’a pregaçao inteira certeza tiveífe, e todas as gentes ouviflem:
* Ou, w> e d’a boca d’o leaó livre fuy.
firouy ou j iS E o Senhor de toda má obra me livrará, e pera feu Reyno ce-
fez.. leftial me guardará : a o qual [/*/< “] gloria * para todo fempre.
* Ou.comi- Amen.
go eftéve.
19 Saúda a i Prifca e a Aquilla, e á cafa de Onefiphoro.
Ou, por
feculos de 20 ErafLo ficou cm Corintho , e a Trophimo dixei doente em
feculos. Mileto.
n Procura vir antes d’o inverno. Eubulo, e Pudens , c Lino,
Rom.i6\ 5. e Claudia , e todos os irmaós te faúdaó.
22 O Senhor Jefu Chrifto com teu Efpirito feja. A graça feja
com vofeo. Amen.
A fegunda Epiftola a Timotheo (o primeiro Bifpo eleito em Ephefo) foy ef-
crita de Roma, quando Paulo a fegunda vez a Jefar Nero aprefentado foy.
Fim dd fegunda Epiftola do Apoftolo d. Paulo a Timotheo.
EPIS-
■ - á5l

EPISTOLA
DO

APOSTOLO S. PAULO
A

TITO.
*... r-....... - ■ ■ ■— ------ ■- ..... ■■ j __ _____________________________________ _

Capitulo I.
í Defpois d\i infcripçaÕ d'efla> em que 'Paulo a dignidade de feu Apofiolado descre­
ve j- $ Declara por que fim a Tito 'na Ilha de Creta deixara , 6 E defcreve
as qualidades e os dons que fe em bom Doutor ou Bispo requerem» lo Amoefla
o que a os falladóres de vaidades e enganadores refisla > e a boca lhes tape, li £
que a os Cretenfies > fendo homens maos , fegundo o teflimunho d'hum de feus
proprios Poetas , rigurofamente reprenda. 14 £ os amoesle a fugir d'as fabulas
Judaicas e tradiçoens humanas • IÇ Principalmente tocantes a diverfidade d’os
manjares. 16 É defcréve a. hypocrifia d’eftes enganadores pera melhormente
fugilos.

I aulo fervo de Deus, e Apoftolo de Jefu Chrifto , fegundo


a fé d’os eleitos de Deus , c o conhecimento d’a verdade , t
que he fegundo piedade:
z Em efperança d’a vida eterna, a qual Deus, a que mentir naó aNum. 23;
pode, b antes d’os tempos d'os feculos prometeu, mas a feu tempo 19.
a manifeftou. i-Tzw.uij,
3 [a fua palavra , pela pregaçaõ que confiada me he íe- bRom. 16 :
gundo o mandamento de Deus noífo Salvador: A ^Tito [meu] ver- E ~ff
dadeirofiiho, lègundo a comúm fé: fi
4 e Graça, mifericordia , J paz dc DeusPae, c d’oSenhorJe- Coloff
fu Chrifto, Fioílo Salvador. 1.Pedr. 1:
5 Por efta caufa tc deixei em Creta, peraque profcguiflcs em boa 2o.
Ppp 2 ordem ^24
dl Cer.v.n. ^7:14. el.Gfíii GaUt.l-Ay eEph.l;!, Coloff.i;z. i.Tim.V.z. “ “
1. Pedr. I; 19
W EPIS TOLA DE S. PAULO
f i. Ttm.i
*. ordem pôr as coufas que [4W4] reílam , f e de cidade cm cidade
2. Anciaõsellabelecefiés, como ja te encomendei:
Tim. j! é s Se algum for irreprenfivcl, marido de huã mulher , que te-
2. nha filhos fieis, que naó pofiaó fer acufadosdedifiõluçaó, ou defo-
bedientes.
h Matt.*.14 7 Porque convém que o Bifpo feja irreprenfivel, h como difpen-
*
fl- feiro d’a cafa de Deus , naõ cabeçudo , nam iracundo, 'namvino-
1 T * 1* lento, nam efpanqueadór, £ nem de torpe ganancia cobiçoio:
’ 3 ♦ 8 Mas Zhofpedadór, amador d’os bons, moderado, juílo, íanólo,
iLev.u>:9. continente:
Eph. 5: is. 9 Retendo firme a fiél palavra que he conforme a doutrina , pe-
k 1. Tim 5: raque feja poderofo , afii pera com a faã doutrina amoeílar , como
x- para aos contradizentes * convencer.
i.Pedr. ç: IO m porqUe tambem ha muytos desordenados, falladores devai-
Zi *Tim 2.^ades, e enganadores d’os fentidos, particularmente os d’acircun-
3 ’3 * cifam :
* Ou,^«- 11 A os quaes convém a boca tapar 5 que « as cafas inteiras tras-
futar,ou,tornaó, enfinando o que naõ convém, por torpe ganancia.
refutar. 12 Difie hum d’elles, feu proprio Propheta : Os Cretcnfes fem-
Pre mentir°l°s 9 beílas roins , ventres priguiçofos.
n 14^ *3 Efte teílimunho he verdadeiro. Portanto redargúe osaípera-
mente, peraque fejam faós ’na fé:
• 4^7.29: 14 0 Naó fe dando a fabulas Judaicas, ea mandamentosdehomehs,
13/ que d’a verdade fe defviaó.
MattAw. P Bem fam todas as coufas púras a os puros : 7 mas a os conta-
CW0/C2 22.minados e infleis nada purohe $ antes feu entendimento econfciGn-
i.Tim, 114.cia ambos contaminados eíláó.
r6-72o Uonfefiam que a Deus conhecem, mas com as obras [«] ne-
P Matt.iv £am5 Pois abomináveis, e defobedientes, e pera toda boa obra
11. ** inúteis.
Iy. Rem. 14:20. 7 Matt. 23 ; 1$. 14 • 23. * Ou • represadof

0A *
A TITO. Cap. II.

Capitulo II.
I Amoefia Paulo a Tito que a faa doutrina bem propunha , e enflne _> 1 A ès
Velhos , 3 Velhas. 4 £ fintamente por elles a as moças e aos mancebos j co­
mo Je avem de avér ■ exhortando os para iffo affi por palavras 7 Como por
Jeu proprio exemplo, em andar e viver. 9 Defpois taõbem a os fervos fieis co-
mo fe avem de avér. 11 E acrecenta razoens que a cada qual pera piedade e
todas virtudes Chriflaãs mover devem > tomadas affi d’o fim, para que Deus feu
Euangelho nos manifefiou , 13 Como a a efperança d’o galardaõ ’na vinda de
Chrifto, 14 E d’a grandeza , fruito e fim dos beneficies de Chrifio nos fei-
tos j 1$ Querendo que ifio fervorofamente falle e eufine.
I
1 Tu, porém , falia o que á faa doutrina convém :
- 1 A os velhos que Íejam fobrios, graves, prudentes , faós
’nafé, ’na caridade , ’na paciência.
3 A as velhas d’a mefma maneira , a que [andem'] em hábito co- el .
mo a fanétas convém, naó b calumniadoras, naõ dadas a muyto vi- p.
nho , Oorem ] meílras d’o bem [fêjam]: i.Pedr.$:$.
4 Peraque a as moças enfinem a prudentes ferem, a feus maridos & 1. 5.
amarem, a amarem a feus filhos; J3-
5 A lerem temperadas, caíias, * cafeiras boas , c fugeitas a feus
maridos : paraque a palavra de Deus blaíphemada naõ leja. g^r-
6 Exhorta femelhantemente a os mancebos que moderados fejaõ. eGen.yi6.
7 d Em tudo te dá por exemplo de boas obras , em a doutrina i.Cor. 14 ;
incorrupçaó , gravidade, finceridade: 34.
S Palavra faã [ej irreprenfivel: * peraque o adverfario fe enver-
gonhe, naó tendo mal nenhú que de vosoutros dizer: ' CoÍT-3
9 f A os fervos [amoefla _ , que a feus Senhores fefugeitem s em tu- ^7^/4’
<do agradem , naõ contradizendo:
10 Naõ defraudando , antes toda boa lealdade moílrando : pe- i.Pedr.^'^.
raque em tudo a doutrina de Deus noflo Salvador adornem. e 1.Pedr.22
ir Porque a graça falutifera de Deus fe manifeílou a todos osho- i2- B-
mens: f 3 •’
11 Enfinandonos, $ que renunciando á impiedade, e £ a as con-5»
cupifcencias mundanas, vivamos ’neítc prefente mundo fobria, ju~ j
11a, e piamente. 1.1
i i i Aguardando a bemaventurada efperança , e o aparecimento i.Pedr, 2:
d’a gloria d’o grande Deus e Salvador noflo Jefu Chriíto: io.
Ppp 3 . 14. I-Ottylw
Colofl‘22.
•i. Tim. 19. h l.Joa, 2; 16. i2. Qor. I : 7. Phil. 3:20»
EPISTOLA DE S. PAULO
>C?zf7.1:4. 14 k O qual a fi mefmo por nosoutros fe deu , pera de toda ini-
ez\ 20. quidade nos redimir , e para fi mefmo purificar hum povo * parti-
£/>A. 5 ■ 2. cu}ar 5 / zelador de boas obras.
HcAr.9:i4. jfl-o fa][a , c exhorta , c redarguc * com toda autoridade',
prio. m Ninguém
& te defpréze.
r
lEph.z;i»< * Ou, ew todas veras, m I. Tim 4: 12.

C A P I T U. L O III.
X Anoesla aTito > que < feus ouvintes ef azmente enfine > que a os fuperiores obedè-
pai. 2 De ninguém blasfemem nem penderciofs fefrõ , mas que pera com todos os
homens de maiffidaò ufem ; 3 Propondo pera eite fim 0 eftado corrupto , em que an­
tes de fua converfaõ efivéraõ, 4 E de como, e por qual fim y dlellepor Ckr/fo
livrados foraõ. 8 Que de veras os amoefe de procurar as obras boas, lo Eaos
homens heréges regeite. 12 Manda lhe devir a elle a Nicopolis. IJ E de tom
muyto cuidado a Ztnas acompanhar. 14 Que os feis fe enfnem de procurar as
obras boas, 15 £ conclue a epistola com a costumada faudaçaõ.

a Ro?n. : I<? A moeftaosque a os Principados ePoteftades fefugeitem, [lhes]


I. &c. obedéçaõ , f< ] aparelhados pera toda boa obra efiéjaó:
I. Pedr. 1 : * De ninguém blasfemem , pendenciofosnaó fejaó, ^mo-
D- deftos, c moftrando toda manfidam pera com todos os homens.
b Vhil.^, 5. 3 d Porque tambem nos d’antes éramos nefeios , desobedientes,
c 2. Tim, 2; errados 3 fervindo a varias concupifcencias c delicias , vivendo em
*4.2$.
di^Cor 6- uuilicia e enveja, aborreciveis , [<•] huns a os outros aborrecendo.
ir> ’ 4 Mas quando a benignidade e caridade de Deus noflo Salvador
Eph. 2:1. pera com os homens apareceu,
colojfl'7. e Naó pelas obras de jufiiça , que ouveflemos feito, finas fe-
I gun^° i* ua mifericordia ? nos falvou pelo lavatorio d’a regeneraçaó,
€ Ro™ £ ’ e d’a renovaçaó d’o Efpirito fancto:
e 4:2. 6. 6 h A o qual cm nosoutros abundantemente derramou por Jefu
e 9 ; II. Chrifto noflo Salvador:
e 11: ó. 7 Peraque fendo juítificados por fua graça , fejamos feitos her-
Gel 2: lá. deiros íegundo a efperança d’a vida eterna.
Eph. 29. 8 ~Palavra ‘ ' quero que de veras a^rmes , peraque o«
fiel , e ifto
fAã. 15; que a Deus crém , procurem dc a boas obras fe aplicarem 5 eftas
Epb 14 coufas laó boas e proveitoíás a os homens.
£ Eph. 1:4. r9 *-'Mas r refifte as queftoés ioucas, c ás genealogias ccontcnçoésj
2.7zwj. 1» j.c aos debates u’a Ley: poique faó inúteis e vaós.
isEzech. Jí. i.o k £
2S. il.Tint. 1 .'4‘ p4:;. TdOil.i^
à TITO. Cap. III. ^9
10 l A o Homem herege , defpois de huã , e outra amoeftaçaõ , k
* regeita o:
11 Sabendo que o tal pervertido eftá , e peca , ja em fi mefmo
condenado. 1234* 66. '
12. Quando a Artemas, ou a /Tychicote enviar, procura vir
te_a my a Nicopolis , porque lá deliberei invernar. 2. joa.
*3 A Zenas Doutor d’a Ley , e a ™ Apollo com muyto cuidado -iwio»
acompanha, para que nada lhes falte. «Ou,^-
E aprendam os noflos também a aboasobrasfcaplicarem, pe-
ra os ufos neccflàrios, peraque i nfruétu o fos’ naõ fejaõ. ’iO^‘
is Todos os que comigo eftáõ te iaúdam. Saúda tu a os que nos 2 Tzw. 4.:
amaó em a fé. A graça feja com todos vosoutros. Amen. I2/
mAft. IS:
\_A Eftjtela'] a Tiro, o primeiro Bifpo eleito d’a Igreja d’os Crcteníes5
foy elcrita de Nicopolis em Macedonia» nOr.r.lic,
Fim ía Epifiola do Apofiolo S, Paulo a Tito,

*x

E P I S T o L A
D O

APOSTOLO s. PAULO
P H I L E M O N.
1 aulo * prifioneiro de Chrifto Tefu , e o irmaõ Timotheo, &
Ê—& a Phiiemon o amado , c noflo cooperadór: <?4:i.
JS_ i E á amada Apphia, e a b Archippo noflo companheiro 4:
d’armas , e á Igreja c que em tua caía eftá: I?-
3 Graça e paz ajaes de Deus nofloPae, c d’o Senhor Tefu Chrifto/
4 d Graças dou a meu Deus, de ty lempre em minhas oraçoens i, çõr. iá ;
me lembrando; 5 Ou- 19..
Wi.T/^UZ. ilThejfi 1:3.
r
4J* EPISTOLA DE S. PAULO
$ Ouvindo tua caridade, c a fé que tens pera com o Senhor Je­
fus, e pera com todos os fanctos:
6 Paraque acomúnica-çaõ de tua fcYeja eflicaz ’na notificação de
todó o bem , que em-vosoutros há por Chriflo Jelu.
/ Porque temos grande gozo e confolaçaõ de tua caridade, de
que por ty, ó irmaõ , as entranhas d’os lanétos recreadas foraõ
*
8 Poloque ainda que em Chrifto grande confiança tenha para o
que te convém te mandar:
9 [Todavia Zf] peço antes por caridade, ainda que tal eu feja , a
faber, Paulo o velho, e tambem agora o prefo de Jefu Chrifto.
eCololf±\% Io e Peço te [/w] por meu filho Oneíimo, /'que em minhaspri-
f i. Cor. 4 :foés gerado tenho.
*Galat.^9 o qUa] a enviar tornei:
♦Ou, ifto ii Tu porém, * como a minhas entranhas, a recebér o torna:
13 Bem ó quiíéra eu comigo retér , peraque por. ty ’nas prifoens
d’o Euangelho me fervifle:
14 Porém nada fem teu parecer fazer quis , peraque tua benefi­
cência naõ foflé como por,força, mas como de livre vontade.
15 Porque bem pode fér que por iflo elle por algum tempo [de
//*] fe apartou, peraque-pera fempre o retivefles:
16 Naó ja como a fervo, porém mais que a fervo, [a faber como a]
amado irmaõ , 'particularmente de my , e quanto mais de ty , afli
cm a carne, como em o Senhor?
«7 Afli que fe por companheiro me tens , como a my mefmo o
recebe.
*Ou, amy 18 E fe algum dano te fez , ou [coufa alguf] te deve , * á minha
« imputa, conta o poêm.
Eu Paulo * de minha [própria] maõ o eferevi, eu o pagarei :
naõ dizer , que tambem ainda tu a ty mefmo a my te me
deves.
Afli irmaõ, goze cu de ty [’»i#o] efle * prazer em o
Senhor: minhas entranhas em o Senhor recréa.
Confiado de tua obediência te efcreví<fabendoqueaindamais
d’o que digo farás. 1

H k Mar-
A P H I L E M O N. Cap. T. 4t>í
& Marcos, Z Ariftarcho, m Demas , » ] Lucas, meus coo- £ AH. I í. ;
pcradórcs. 12. 1$.
25 A graça de noflo Senhor Jefu Chriílo feja com voflo efpirito. '* $!37.
Amen. Celofi.^-j o,
2 77w.4!l I.
Efcrita de Roma a Philemon, enviada"] pelo fervo Oneíiruo»
I Pedr- $ :

Fim d'a Fpiflola do Apofiolo S. Paula a Pfylemon. lAíl. 19:29.


e!9'. 4»
127:1. Coloff, 4:10. mColoffA: 14 i.T/w.4:io, «Coloff. 4:14. 2. 77X4:11’

epistola
DO

APOSTOLO S. PAULO
AOS

HEBREOS. -
Capitulo I. '
I Teftifica o Apofiale qut Deus axtigamente hem fallou peles prophetas a os paes,
,n‘sfi"' agora nos faltou a nos por Jeu Fslho. í Cuja dsvsndade , maeeftode e
officso brevemente dejcríve. 4 Prova despois Je varies paffos d’o Veíí-o Teíla-
mento a glorsa d'o Ftltto muyto a d’os Anjos Jobrepaffa. 8 &ue throno
Jsvsno e eterno tem, e Jobre todos jeus eomp.onkesros untado loe. 1 o tam-
tem que o ceo e a terra por elle crsadosj.i, e Je acabarao, mos que elle naitem
prsnctpto nem fim , 1J E que Já á dextra de feu Pae Je ajfenta. 14 Poreru
jue toaos ts Anjos efptritos adminifiradores faõ.
í
’ A vendo Deus'ant'gamente muytasvezes, e em muvtasma-
ZJA neiras , pelos Prophetas a.os paes fallado , nos fallou a
«fc. Jk nos em cites últimos dias pelo Filho:
Qa 9 » A
4<n EPISTOLA DE S. PAULO
ãMatt.iv, 2 A o qual * por herdeiro de todas as 'coufas conftituiu , b pelo
3$
* qual tambem o mundo tez.
Gíw.i: 3. CQ ! lendo o refplandór de [fca] gloria, e a *expreflaima-
YJal. 33 ;6.gem je iua # pefl-oa , e fuílentando todas as coufas pela palavra de
3^9 iua Potcncia •> avendo feito por íi mefmo a purgaçaó de noflos pe-
Ctí&jJ.v. 16. cados, fc aflentou á dextra d’a Mageftade cm as alturas :
ci.Cor.44. 4 Feito tanto mais excelente que os Anjos, quanto d mais difte-
"Phil.ix 6. rente nome d’o qu£ elles herdou.
Co/o#íi:j$. Porque a qual d’os Anjos difle jamais : * Tu es meu Filho,
* Ou >.^hoie tc gerei ? E outra vez: /Eu por Pae lhe fereí, e elle por Fi-
marcA im- r ' * »
^rejfa. lho me lera.
♦Ou,Sub- 6 E introduzindo outra vez ’no mundo a o primogénito , diz :
fifienáa3 g E adorem o todos os Anjos de Deus.
c\i>hypo- 7 E quanto a os Anjos, bemdizelle: Que aíeus Anjoscípiritos
jlafe. faz c a feus Miniftros lavaréda de fogo:
^PÁf/ Z-9* S Porem a ° Fdho [<#«] : >O Deus, teu throno por fc-
Aãxy 33 cul°s dc feculos [<fara] , Ceptro de dircitéza hc o Ceptro de teu
Hebr.^is Reyno.
fi.Samq-. 9 Amafte a juftiça, caborreccftca iniquidade: Poriflo, oDeus,
i4- teu Deus tc ungiu com oleo dc alegria mais d*o que a teus compa-
1. Chr. ii: nheiros.
p1?' io E: *Tu Senhor, ’no principio a terra fundafte, e os ceos
Íp/’9©P4 °bfas de tuas maós faó:
iVf. 45 vj. 11 Elles perecerão, porem tu \_(empre~\ permaneces: e todosel-
k P/i 102 : les como * roupa fe envelhecerão:
26. 12 E como a manta os envolverás, c mudar fc haõ : porem tu es
mefmo, e teus annos naõ ceíTaráõ.
2" 7 io * * *3 E a 9ual d’os Anjos difle jamais : « Aflentate â minha dextra,
*Ou,°Vr. ate que ponha a teus inimigos por cfcabello de teus pés?
(tido. Porventura naó fam todos efpiritos * adminiftradores, envia-
^P/iiojdos a fervir , por amor d’aquellcs que a falvaçam ham de herdar?
J’ -X#. 2:34. I. Ctfr.ijuj. Efh.l ;2o. 0u ?ymypw.
Io:ll. *

,C A-
A OS HEBREOS. Cap. IL 4^

Capitulo II.
j -Tira o Apofiolo} d’a doutrina Za excellencia da pejfoa de Chrifto, 'no precedente
capitulo propofia j hum avifo 3 que nos cutdadofamente para Jua palavra atentar
- devemos. $ Adianta entaõ e prova primeiramente a humildade , e despois a
dignidade a a natureza humana de Chrislo j com hv.m pojjo d’o Pflmo oitavo „
$ E aplica o a Chrifio» II Prova de outros mais lugares d’o Velha Teftaments>
que elle d}ame/ma natureza e d'os mejmos movimentos com nofco participa , 16 E
naõ com os Anjos. 17 E iflo pera que fiél e mijèricordiojo pontifice por nos
fojfe.

1 T) ortanto nos convém atentar com tanta mais diligencia para as


1 coufas que ja ouvido [.temos] , peraque em tempo algum a cf-
correr nos naõ venhamos.
2 Porque fe * a palavra pelos Anjos pronunciada firme foy, c ^to- aAfí.7\63',
dá tranfgrefiam e desobediencia jufta rctribuiçam recebeu: Gal. 3:1?.
3 c Como efcaparémos nosoutros, fe para huã tam grande falva- £ Gen. 19:
çaó naó atentarmos? d A qual começando a pelo Senhor denuncia- i7*
da íér, confirmada nos foy pelos que [a elle'] ouviráõ: ^26
4 «■ Teltificando Deus ainda demais d’ifto juntamente [ tom
elles] com finaes, e milagres, e varias maravilhas , e deílribuiçoês 25.’
d’o Elpirito fanéto, fegundo fua vontade. dMatt. 4:
$ Porque a os Anjos o mundo futuro naõfugeitou, d’o qual f *7-
ra] falíamos. 1:
6 Porem em certa parte teftificou alguém, dizendo, f Que he o ££
homem , qued’elle te lembres? ou o Filho d’o homem , que o vi- 2o/‘
fites? , . ^.14
*
5.
7 Hum pouco menor que os Anjos o fizefte, de gloria c de honra *19: il
o coroálte , e fobre as obras de tuas maõs o cílabeiecelte. 8 • 5-
$ g Todas as coufas de baixo d’os pés lhe fugeitalle. Porque por ;
em quanto todas as coufas lhe fugeitou , nada deixou que lugeito 1 ‘
lhe naõ leja: porem agora ainda naõ vemos que todas as coufas fu- ^-cor. ij •
gcitas lhe eftéjaõ: 27.
9 Vemos porem b coroado de gloria e de honra a [aquelle] Jefus, ^ph. 1:21.
i que hum pouco menor que os Anjos fora feito , por caufa d’a pai- b AP.z-.i^
xam d’a morte: peraque pela graça de Deus por todos a morte go-
ílaffe.
io- Porque convinha, que aquelle por cuja caufa fam todas as
coufas , c por quem todas as coufas faõ , rpois] á gloria a muytos
Q.q 9 z filhos
494 EPISTOLA DE S. PAULO
* Ou><w- filhos trazia, por atfliçocs a o Príncipe de fua falvaçaõ *
.confa-
grafie.
ou j fin- íi Porque afli o que fanélifica , como os que fam fanéti ficados,
ftificajfe.
k AQ.lj;; * todos de hum faõ: Por cuja caufa fe naó envergonha de irmaõs os
26. chamar :
ZP/12:23. i* Dizendo, l A meus irmaõs teu nome denunciarei , no mey®
m Pf. 1S: 3. d’a Congregaçaó louvores te cantarei.
i? E outra vez: w’Nelle minha confiança porei. E outra vez:
& Eis [me] aqui a my, e a os filhos que Deus me deu.
14 Afli que por quanto os filhos d^a carne cd’o fangue participaõ,
olod.i: 15. * também elle d’os mesmos participou , p peraque pela morte ani-
Phil.i\7. quilafle a o que o império d’a morte tinha, iíto he, a o Diabo:
p I/ây.2<)^> iy E livraflc a todos os que com medo d’a morte por toda a vida
t
1, C»r. 151 ? fageitos á fervidao eftávaõ.
16 Porque ’na verdade a os Anjos naõ toma, mas á femente de
2. i : Abraham toma.
IO. 17 r Poloque convinha que em tudo a os irmaõs femelhante fofle9.
Rcw.8;I$. pera mifericordiofo e fiel Summo Pontifice fér ’nas coufas que pera
rPhil. *z,er fe devud,] pera os pecados d’o povo expiar.
Hebr. 4- 1$. com Deus [f
f Hebr. 4 : 15 /Porque ’naquillo que elle mefmo, fendo atentado, padeceu,
15.16» focorrerpode a os que atentados forem.

Capítulo III.
.Adianta 0 Apofiolo a os offiaos de Q>hrtfto > efpecialmente a 0 Prophetico e Sa­
cerdotal, toda via de caminho juntamente fallando de feu officio Rcdl e começa
d 0 Prophetico 3 e-nfinando que elles a jua palavra obedócer devem. 2 Compara
a Chrifio com Moyfes-, e declara qtte efte he tanto mayor que Moyfes j quant»
mais mayor o edificador da cafa he j qu: a cafa 5 E 0 filho d'a cafa , que 9
fervo. , 7 Conforta fua amoeftaçaõ com a igual amoeftaçaõ de David a os IJrae-
htas do Pfalmo xcv. 12 E avija a os Hebreos que a feus coraçoés também
naõ enduréçaí, 14 Mas conftantemente 3na fé fiquem. 15 Explica 0 paftb ale­
gado do Pfalmo e a os Hebreos o aplica. 17 F, avifa os que 0 Exemplo de
fua desobediencia. deíles na» ftgaÕ, pera que taòbem do mefmo caftigo com elles
naõ participem.
poloque, fanétos irmaõs, [e] participantes d’a vocaçaõ ccle-
< Hebr. 4: ltial , confiderae a o Apoftolo c a Summo Pontifice dc nofla
14. confifláõ, Chiiíto Jeíus:
16:
1. , a Fiel fendo a o que oconílituiu, b como também Moyfes em to-
o: n.da fua cafa.
3 Por-
A OS H E B R. E O S. Cap. III. 49*
; Porque eftimado he efle por digno de tanto mayor gloria que
Moyfes, quanto mais honra tem, que a cafa, aquelle que a edificou.
4 Porque toda cafa por alguém edificada he : c porem o que to * c2-f •
das eftas coufas edificou ,' he Deus. _ a ▼ io
-A A> * ii
ZTEf>h. a .
d Deut. I8;
teftimunho d’as couías que [de/poi. J fe aviaó de dizer: jg
6 Mas Chrifto, como Filho, fobre fua própria cafa ; e cuja cafa e i.Cor. 3:
nos fomos , f fe tam fomente a confiança , e a gloriaçaõ d’a elpe- ió.
ranca, firme até o fim retivermos. e6:
7 JPortanto, como diz o Efpirito fanéto , g:Hoje, fe fqa voz ou- 2
virdes :
¥ Nam cndureçaes
dia d’a tentaçaõ , em
9 Aonde voífos paes me atentáraó: meprováraõ, c minhas obras hExod. 17:
por quarenta annos víraó.
10 Por onde contra efta geraçaó me indignei ,
cm feu coraçaó érraó, e meus caminhos naó conhecerão.
11 i Afii que em minha ira jurei, * Que em meu repoufo naó en- iNum. 14 :
traráõ. XL
11 Olhae, irmaós, que nunca em nenhum de vosoutros hum
mao e infiel coraçaó aja , pera d’o Deus vivo fe apartar: er^meu S
13 Antes cadadia huns a os outros vos exhortae , entretanto que rep0úfo
Hoje fe noméa : paraque nenhum de vos fe endureça por engano entrarem.
d’o pecado.
14 Porque participantes de Chrifto feitos eftámos, fe porem ate
o fim o principio d’efte firme fundamento firmemente retivermos:
1$ Entretanto que fe diz: k Hoje le fua voz ouvirdes, naó endu- kELebr.3 7.
reçaes vofiòs coraçoés , como em a irritaçaó.
16 Porque avendo a alguns ouvido , p] irritáraó j porem naó
todos os que por Moyfes dc Egypto Íahíraó.
17 Mas com quaes por quarenta annos fc indignou? Naó foypor
ventura com os que pecaram , / cujos corpos’no deferto cahíraó ? 141
36.
18 m E as quaesjurou que cm leu rc entrariam , fenaó a P/.106:16.
os que desobedientes foram ? I, Cor. Io ;
19 E vemos que entrar naó pudéraó por lo.
íidade. lud. wf. $.
m Deut. I ;

Q_qq 5 Ca-
4rt EPISTOLA DE S. PAULO

Capitulo IV
I Adianta o Apoftolo ’na exhortaçaò pera obediência d’o Euangell:» , e avifa os
com o antecedente exemplo d1os lfraehtas , que por caufa de fua desobediencia ’no
repoufo de Deus naõ entrdraí. 4 Prova que o paffo d*o Pfalwo xcv. d’o re-
terra de Canaan , 9 Porem de outro repoufo 9 que pelo precedente prefigurado
foy. 12 Conforta Jua amoeffafaõ, deferevendo a penetrante efficacia dfa palavra
de Deus , 15 E a omnifciencia de Chriflo. 14 E vifio que Chriflo he 0 Filho
de Deus j t 0 grande e fièl Sumo Pontifice > 16 Exhorta os que com firme con­
fiança feu acolhimento a elle tomem,

1 T* ’emámos pòis que , deixada em algum tempo a promefla de


* em feu repoufo entrar , naó pareça que algum de vosoutros
atrás fe fique.
1 Porque tambem a nos euangelizado nos foy , como tambem a
elles: mas pregaçao nada lhes aproveitou, porquanto
com a fé mefturada naõ eíláva ’naquelles que a ouviraõ.
3 Porque nos , os que ja cremos , ’no repoufo entramos , como
4 PfAS> II. difle : o Portanto em minha ira jurei, que em meu repoufo naó en­
trarão : pofto que ja [fuas ] obras defd’afundaçaõ d’o mundo acabadas
eftiveflèm.
bGtn. 2:2. 4 Porque afli, em certo lugar , d’o fetimo [dia] difle : b E re-
Exod. 20 : poufoú Deus de todas fuas obras a o fetimo dia.
$ E [ainda] outra vez ’nefte [lugar] : Em meu repoufo naõ en-
6 Afli que pois refta, que alguns ’nelle entraõ , e que aquelles,
a os quaes primeiro euangelizado foy , por caufa d’a defobediencia
naõentráraõ:
7 Outra vez hum certo dia determina, f a faber\ Hoie . dizendo

. 8 Porque fe * Jefus a o repoufo introduzido os ouvéra , defpois


— d’iflb de outro dia naõ fallára.
9 Afli que ainda hum repoufo pera o povo de Deus refta.
10 Porque aquelle que em feu repoufo entrou, o mefmo tambem
de fuas obras repoufou, como [tambem] Deus d’as fuas.
11 Procuremos pois de ’naquelle repoufo entrar ; paraque nin­
guém ’no mefmo exemplo dc desobediência caya.
12 Por-
Jl OS HEBREOS. Cap. IV 4,7
íi Porque a palavra de Deus he viva e efficáz , e mais * pene- *,Ou, fe­
irante V d’o que efpada alguã de dous cortes, e * penetra até adivi- tad°r**
faõ d’a alma e d’o efpirito , e d’as conjunturas , e d’os tutanos, e ^clefix1;
he juiz d’os penfamentos e imaginações d’o coraçaõ. •z
13 í E naõ ha criatura alguã * encuberta diante d’clle : antes to- Eph 2:17J
das as coufas nuas e patentes eftám a os olhos d’aquelle com quem * Ou,i-
o negocio avémos. g^ou^/-
14/Afii que pois ja hum SummoPontifice temos, [afibcr} a Je-
fus , o Filho de Deus , que pelos ceos penetrou, firmemente cita
confifiaó retenhamos. .
15 f Porque [í^z] Summo Pontifice naõ temos , que de nofias fHebr.y.i,
fraquezas compadecér le naõ pofia : £ antes [hum tal} que , como e6: 20 *
nos, em tudo atentado foy, excepto 'pecado. eS: r.
16 Cheguemos nos pois com confiança £ a o throno d’a graca, : ir.
peraque mifericordia alcançar pofiàmos, e graça achemos pera em f Hebr. z:
tempo oportuno focorridos fermos. 18.
h PfaLf. 7,
i lfay. 53 ; 9. l.Cor. 5 :11- I. P#7r.2 ; 22. l.Jod. 3 : $. k Rom. 3 : 25.

CapituloV
1 Avendo 9 Apoftolo declarado 0 officio prophetico de Chriílo, adianta em declarar
feu officio Sacerdotal e relata as propriedades que ’no Sumo Pontifice fe necesff-
taõ ; 4 Como ede taebem legitimamente a iffo deve fér chamado. 5 Te/ltfica
que Qhriffo a tffo Jegundo a ordem de Melchffedec de feu Pae chamado hé. 7 E
que em os dias de fua carne oracoens e fuplicaçoens offerecéu- 9 E que affi 9
Autor de noffa falvaçaõe 0 Sumo Pontifice feito he. II E vifo que d’o my»
fterio de Melchifedec mais largamente tratar queira , desperta para iffo feus co­
raçoens dl elles j 12 Porquanto muytos deíles ainda ignorantes eraõ j e como me­
ninos mais de leite, que de mantimento firme , como perfeitos, necesfitávao,

J J) orque todo Summo Pontifice d’entre os homens tomado , -


* em lugar d’os homens fe conftitue ’nas coufas que pera com * Da,polos
Deus [fehav de fazer} , peraque prefentes , dons e facrificios polos homens.
pecados offeréça.
2 que convenícntementc d’os ignorantes e errados compa­
decér fe pofia : pois também elle mefmo de fraqueza rodeado eftá.
3 E por cauía d’efta [fraqueza} deve elle, * afii polo povo, como <£^9:7.
também por fi mefmo, polos pecados oftcrecer. e u; 6.
OEH^.7.-2$.
W EPISTOLA DE S. PAULO '
il.Ckr.lèx 4 í E ninguém efta honra fe toma , ienaó o que dc Deus he cha­
16. mado , c d‘o mefmo modo que Aaron.
t~Exod> 1$; 5 Afii tambem Chrifto a ft mefmo fe naõ glorificou , para Sum-
I.
I.Cbr. 23 ; mo Pontifice fc fazer 5 mas aquelle que lhe difie : Tu es meu Fi­
lho , hoje te gerei.
dFJtl:7. 6 Como tambem em outro [ lu™ diz : rTu es Sacerdote eter-
namente fegundo a ordem de Melchiíedcc. :. «s
Hetr. 115. 7/0 qual cm os dias de fua carne oftereccndo com grande cla­
e Pf 110:4. mor e lagrimas oraçoes c luplicaçoés a o que d’a morte livrar o
f M.tt. xó: podia , 0 >‘endo ouvido [^ac-rc.iJ de .[/eu] medo,
3s>. •8 g Ainda que o Filho" era [todavia] aprendeu obediência pelas
e : 4ó. coufas que padeceu: »
50. 9 E lendo elle confagrado , caufa d’a eterna falvaçaõ feito foy a
“Joã 17 1 todos os que lhe obedecem :
g Phil.i ó 10 E nomeado dc Deus [/w] Summo Pontifice fegundo a ordem
de Melchifedec.
11 D’o qual temos muyto que dizer, c difficil dc declarar : por-.
quanto negligentes pera ouvir vos fizeftcs. ?
h I. Cor. 3: 12 h Porque avendo ja de ler meftres , vifto o tempo , ainda ne-
I*3- cefiitaes de que a enfinar fe vos torne quaes fejam os primeiros pnn-
cipios d’as palavras de Deus: e vos tendes feito que [amda]
de leite necefiitaes , e naõ de lolido mantimento.
Porque qualquer que [ainda] d’oleite participa, experimenta­
do ’na palavra d’a juftiça naó eftá: porque [ainda] menino he. /
14 Mas o mantimento folido he d’os perfeitos , os quaes polo
- coftume, ja os fentidos exercitados tem, para diftinçaõ afii dno bem
como d’o mal.
A OS HEBREOS. Cap. VI. 4-W

Capitulo VI.
I Teftifica 0 Apofiolo que á perfeição adiantar quere > e nao tratar a 0 prefente
d os primeiros principios d a doutrina Chiiflaa cujos prmcipaes pontos breve­
mente relata. 3 Mas que toda via em outra ocafiaõ naõ deixará d’e facélo.
4 Porquanto impoffivel he que os que vem a dejcair d’elles , despois que os
dons do Efpirito gofidraõ, outra vez, para converfaõ renovados fejaõ. 7 O que
declara pela comparaçaõ d:a terra fértil e efteril. 9 Tejlifica que d’os fruitos de
fua caridade melhor fentido d eíles tem. 11 Porém que iflo diz pera dejpertá
*
los para diligencia 3 e mais firme efperança em as promeffas de Deus j 13 Por­
quanto Deus naõ fomente as deu por palavras , mas taÕbem por juramento a
Abraham e fua femente , as confirmou > 16 O qual juramento entre os ho­
mens he o fim de toda contradiçaõ s quanto mais pois para com Deus que men­
tir naõ pode. 19 Poloque que nos noffa efperança , como a ancora dda alma
3no ceo afirmar devemos. 20 Aonde Chriflo noflo 'Summo Pontifice por nosou-
tros entrou.

1 poloque deixando o * principiod’a doutrina de Chriílo, profii- ^fd.OSpTi-


x gamos a diante até a perfeição j naó tornando a pór o funda­ meivcs
mento d’a converfaõ d’as obras mortas, e d’a fé em Deus : funda­
mentos d a
2 D’a doutrina d’os Bautifmos, e d’a ímpofiçaõ d’as maós, e doutrina
d’a refurreiçaõ d’os mortos, e d’o juizo eterno. Chrifiaa.
3 E iílo [tambem~\ farémos , « fe [he qite~\ Deus o permitir. a Aã. 1$ í
4 b Porque impofiivcl he , que os que ja huã vez illuminados fo­ 21.
raõ, o dom celeítial goítáram , e d’o Efpirito lando participantes I.Cí?r.4.’l9«
feitos foraõ: l&cobA'. J 5 •
y E a boa'palavra de Deus, e as potências d’o fcculo futuro go- b Matt.Ui
ftáraó: ?!•
Hebr. Io
6 E a recair vierem, fejarn outra vez renovados para converfaõ ■, 26.
pois afliJ * quanto a elles, outra vez a o Filho dcDeus crucificaó,
c * a vitupério o expõem. *
7 Porque a terra que a chuva , que muytas tezes fobre ella vem?, *Ofiu>publi- mesmos.
embébc , c erva acomodada produz pera aquelles porquem também1 camente 0
lavrada he, a bençaõ de Deus recébe. infamas:
8 Mas a que eipinhos e abrolhos produz, reprovável [he~] 5 c
perto d’a maldiçaõ cujo fim para a queima he.
5> Porem de vos, ó amados, melhores coufas confiamos, e che­
gados á falvaçaõ, ainda que afii falíamos.
10 ( Porque naõ he Deus injuíto, pera de vofia obrafe esquecer, c Prov. 13 :
R. r r . c d’o n t *
3
Matt. io ; 42. e 25 : 40. Marc. 9 ; 14. Joã. 13:2o'
5:00 EPISTOLA DE S. P A U L O
e d’o trabalho d’a caridade , que pera com feu nome moftraftes,
em quanto a os íanclos miniftraftcs , e [aMt] miniftraes.
11 Mas deíejamos que cada qual de vosoutros o meímo cuidado
moftre, pera inteira certeza d?a efperança, até o fim :
* froi­ 12- Peraque * negligentes vos naó façaes , mas imitadores fejítes
xos j ou: d’os que por fé e * paciência as promefiàs herdam.
ferguiço- 13 Porque quando Deus a promefla a Abraham fez , porquanto
Jes.
* Ou , l07S-
outro mavor, porquem jurafie naó tinha , por fi mefmo jurou :
ganimida- 14 Dizendo, d Certamente abençoando tc abençoarei, e multi­
de, ou, plicando te multiplicarei.
paciente 15 E afii, efperando com paciência , a promefia alcançou.
espéra. ió Porque bem juraó os homens por ["IguwJ mayor [yie elles J, e
d Gen« 12 ; e o juramento pera confirmaçaó , lhes he o fim de toda contradi-
3- çam.
e T7 : 4>
eiz: 16. 17 Em o que , querendo Deus mais abundantemente a immuta-
Pf. T05:9- bilidade de feu confelho a os herdeiros d’aptomefia moltrar, fe en-
Luc. 1:7 3 . trepós com juramento1
r Exnd. 22:
18 Peraque por duas coufas immudaveis , cm que he impoflivel
II.
que Deus minta , firme confolaçaõ tenhamos , [zz fafo- w] os que
nofio refugio tomamos em a propofta efperança reter:
19 A qual como [por] huã fegura e firme ancora d’a alma temos9
e que até dentro d’o véo entra:
fHeh^.l. 20 Aonde por nos entrou [voflo] prccurfór Jefus 9 f eternamente
M'. ’4 Summo Pontifice feito fegundo a ordem dc Melchifedcc.
*s: 1. eg: II.
A OS HEBREOS. Cap. VIL

Capitulo VII.
I Telata e Apejlelo primeiramente * hifloria de Melchijedec ; 2 funtamente com
alguas Outras propriedades em que a o Filho de Deus femelhante foy, 4 Exalça
0 Jobre Abraham 3 porquanto Abraham e por conjeguinte taibem Levi dizimos lhe
deu > e elle a Abraham abençoou. 11 Pro vt que a perfeição em 0 Sacerdoeic Levitico
naõ ejieve j porquanto Jegundo a Profecia de David , outro Sacerdote fegundo a
ordem de Melchijedec Je avia de levantar. 14 A Jaber, nofo Senhor ■> que naõ
he d’a T/ibu de Levi , porem d3d de Juda. Ió Cuya Ley naõ Jcria fraca nem
rnudavel-, mas immudavel e perfeita. 2o Cwjfl Sacerdócio por iffo taõbem com
juramento confrmado foy. 23 E Jempre dura , porquanto elle fempre vive.
25 Polo que tacbern a os feus perfest&mente falvar pode. 16 E de tudo iffs con-
clue a gloria e aignidade de nojfo Summo Pontifce. 17 E a perfeição de feu
facrijicio hua vez feite.

1 * p°rAuc eftc Melchiíedec éra Rey de Salem , Sacerdote d’o^ Gen. x4:
Deus altifiimo , o qual a Abraham a o encontro íahiu , tor- 18.
nando elle * d’o eftrago d’os Reys, e o abençoou: * , d9a
2 A o qual tambem Abraham os dízimos de tudo repartiu j epri- maía^ía»
meiramente fe interpreta Rey dejuftiça j e defpois tambem Rey
de Salem , que he , Rey dc paz :
3 Sem pae, fem maé, fem genealogia, nem tendo principio de
dias , nem fim de vida : mas fendo feito lemclhantc a o Filho de
Deus, pera fempre Sacerdote fe fica.
4 Confiderae agora quam grande fuy efte, a o qual até Abraham
o Patriarcha tambem os dizimos d’o defpojo deu.
$ E os qued’entre os filhos de Levi o Sacerdociorecebem, b bem
tem elles preceito de a o povo fegundo a Ley dezimárem , ifto he,
a feus irmaõs, ainda que ífos lombos de Abraham fahifiém. Deut.iV.L
6 Mas aquelle que \jua ] genealogia d’elles naó tinha, ca Abraham lofufiqA-
dezimou , c a o que as promefiàs tinha abençoou. 'L.chr.^i-.y.
7 Ora, fenrcontradiçam alguã, o menor d’o mayor bendito he.cGen‘
8 E bem tomaõ aqui os dizimos os homens que morrem : mas lá 2<3‘
aquelle, d’o qual fe teftifica que vive.
9 E, por afii fallar , tambem Levi, que os dizimos toma , cm
Abraham dezimado foy:
10 Porque ainda elle ’nos lombos d’o pae eftava , quando Mel-
chifedec a o encontro lhe fahiu.
11 f Afii que fe em verdade a perfeição pelo Sacerdócio Levitico v
fora: (porque debaixo d’clle recebeu o povo a Ley.) que mais ne- 2Io
? Rt r 1 , cefiidade
W EPISTOLA DE S. PAULO
ceflidade avia de que outro Sacerdote fegundo a ordem de Melchi-
fedec fc lcvantafle, e que fegundo a ordem de Aaron dito naó fofle ?
íi Porque mudando fe o"Sacerdócio , neceflãriamente também
mudança d’a Ley fe faz.
i; Porque aquelle de quem eftas coufas fe dizem , a outra tribu
pertence, d’a qual ningué a o altar fe achegou.
14 Vifto fér notorio, e que noflo Senhor de Juda procedeu , fo-
a ' ’b.re a qual tribu nada Moyfes d’o íacerdocio fallou.
15 E ainda [//o] muyto mais notorio he, feoutro facerdoteá fe-
melhança de Melchifedec íe levantar.
16 O qual fegundo a Ley d’o mandamento carnal feito naõfoy,
fenaõ fegundo a virtude d’a vida incorruptível.
fpf.110'^ 17 Porque teftifica elle: /Tu es Sacerdote eternamente
Htbr. 5:6. fegundo a ordem de Melchifedec.
18 Porque à anulaçaó d’o mandamento precedente, por caufadc
fua fraqueza e inutilidade fe faz.
* Aft. 15: 19 g Porque a Ley nenhuã coufa aperfeiçoou : h fenaõ a introdu-
39
* cam de huã melhor efperança , pela qual a Deus nos chegamos,
2o £ [também] porem quanto fem juramento [feito] naõ [foy]:
Gal (porque bem foram aquelles fem juramento Sacerdotes feitos:
bloaw;. 21 Mas efte com juramento, por aquelle que lhe difle: t Jurou o
Rom 3:21. Senhor , e naó fe arrependerá , Tu es Sacerdote eternamente fc-
iP/.no:4. gundo a ordem de Melchiledec).
22 De tanto melhor concerto foy Jefus feito fiador.
23 E aquelles em verdade muytos Sacerdotes foraõ , porquanto
pela morte fe lhes impedia o permanecerem :
24 Mas efte, porquanto eternamente permanece , tem hum Sa­
cerdócio intranfitorio.
25 Portanto também perfeitamente falvar pode a os que por elle
kl- Tim.2: a £)eus fe achegam, vivendo fempre k pera por elles interceder.
. 16 Porque tal Summo Pontifice nos convinha, fanébo, innocen-
1. joa. 2.E te 5 immaculado , apartado d’os pecadores, efeito mais íublime
que os ceos:
ILev yy. 27 Que, como os Summos Pontífices , naõ neceflítafle de lca-
e I6-6- dadia facrificios por feus proprios pecados primeiramente offerccér,
Hebr. 5 r 3. r f~i defpojs polos d’o povo : porque ifto fez elle huã vez offcrcccn-
• Ou, yte 4 A- r r à
fa a dole a h meimo.
28 Porque a Ley por Summos Pontífices a homens * fracos con-
ftitue: mas a palavrad’ojuramento, quedefpois d’aLey [_ feitafoy],
a o Filho [jonslitiíe], que pera fempre confagrado"foy.
Ca-
A OS H E B R E O S. Cap.VIII.

Capitulo VIII.
I Relata â jípoftolo > d'o que ja provado he y quam excellente ftummo Pontifice te­
mos. 3 E qual facrificio lhe neceffario éra. 4 Prova que (eu ministério nao
avia de jér mttig o d’os outros Sacerdotes, que d Jombra aqui 'na terra Jerviaò >
mas que avia de eftár 'no ceo fegundo a 0 molde celeftial. 6 Deftcréve despois
a excelievcia 4”0 concerto novo , d e qual elle Medianeiro he. S E relata d30
Cap. xxxi. de ferem. a inftituiçaó» e as promejjas d’elle. IJ & conclue d'ahi
que 0 hrelho desfeito he.

1 ra a fumma d’o que falíamos he, a hum tal SummoPon- a Hebr.y.i.


tifice temos, b que aiTentado eítá á dextra d’o throno d’a ^4:14.
Mageftade em os ceos , <?6 : 20.
2 Miniftro d’o Sanébuario, e verdadeiro Tabernáculo , o qual o e 9*. h.
Senhor Fundou , e naõ o homem. *1
3 Porque todo Summo Pontifice he conftituido pera prefentes e ^z.z
facrificios ofterecér: <■ poloque neceffario era que tambem elle ti- CEph. 5. z.
vefte coula alguã que offereceflè
4 Porque le [ainda ] ’na terra eftiveíTe , nem tam pouco Sacerdo­
te feria , avendo ainda Sacerdotes que fegundo a Ley prclent.es of-
fereçaó:
5 d Os quaes a o exemplar e á fombra d’as coufas celeftiaes fer- dColoffiz
vem 9 como Moyfes divinamente avilado foy , * eftandoja para o 17.
tabernáculo acabar. Porque olha , diz , que tudo faças conforme He Ir lo’I.
e Exod,. zj:
* á forma que* ’no monte fe te moftrou.. ... 40,
6 fMas agora tanto mais excelente minifterio alcançou , quanto :44.
Medianeiro he de hum melhor concerto , que em melhores pro-* Ou>
mefias confirmado eftá. ou, mol-
7 Porque fe aquelle primeiro irreprehenfivcl fora, nunca lugar de.
pera o fegundo fe bufeára. ^£or'^\
8 Porque reprendendo [w] lhes diz: g Eis que dias vem , diz o *
Senhor, e fobre a cafa dc Ifraèl, e fobre a cafa de Juda', hum novo 34.
concerto ellabelecerei:
9 Naó fegundo o concerto que com feus paes fiz ’no dia que pe­
la maó os tomei , pera d’a terra dc Egypto os tirar : porque ’na-
quelle meu concerto naó permanecéraó, e eu * para elles naóaten-
tei , diz o Senhor. saf9 **
9
10 Porque efte he o concerto , que defpois d’aquellcs dias com a /;z-
cafa dc Ilrael farei, diz o Senhor: h Minhas Leys cm leu entendi- ler‘
Rrr 3 mento
fo4 EPISTOLA DE S. PAULO
•Ou, Zi-mento * porei, e em feu coraçaõ as efcreverci; í e eu por Deus
rei. lhes lerei, e elles por povo me feraó.
/Z^A.SjS. u k E, cada hum a leu proximo naó eníinará , nem cada hum a
k i.foã-T peu -rma5 ? dizendo , Conhece a o Senhor : porque todos me co-
27‘ nheceráó defd’o menor d’elles até o mayor:
íi Porque para com fuas itijuftiças mifericordiofoferei, c de feus
pecados, e de fuas prevaricaçoens mais me naó lembrarei.
13 Dizendo Novo , ao primeiro envelheceu: ora o que envelhe­
cido foy, e le envelhece, perto eftá de le elvaecer.

Capi.tulo IX.
I O Apoftolo pera declarar a exceliencia d’o Sacerdócio de Chrifto Jobre 0 "Lcvlti
*
co , defcreve a forma d'0 Tabernáculo exterior, 'e d’as coufas que 'nelle ejlavao,
6 Como também 0 ministério d’os Sacerdotes 'nelle. S Declara que todas eftas
coufas eraó Jombras e figuras - como também as purificaçoens que "nelle fe faz.iaõ-
II Mas que Chriflo por feu facrificio e entrada 'no verdadeiro Janftuario ifto
cumpriu, e redempçaõ eterna ejfeituou. 15 Teftifica que por fua morte 0 Novo
Teftamento confirmado hé ió Como a morte d'o Tefiadór a todos os Teftamen-
tos confirma. iS Volo que taobem "no Telho Teftamento todas as coufas com
fangue fe borrifávao, e fem derramamento de fangue nenhuã remiffaõ fe fazia
23 Votem que as coufas celefhaes por melhores facrificios purificar fe aviaõ.
24 Chrifto por iffo "no ceo entrou, pera ali por 'nos perante Deus compare­
cer, 2$ Despois que hua Vez "na terra fe offerecéra, 27 £ que tornará d'o
ceo pera livrar a os que a elle efperaõ.

jicaçoes □ 1 A flique bem tinha também o primeiro * ordenanças de Culto


ceremoni- x [divino], e o fanótuario mundano.
as. 2 a Porque preparado foy o Tabernáculo : [a fber] o primeiro,
a Exod.261 em que eftava o candieiro, e a mefa , e b os paens d’a propoficaó,
1. que o Sanétuario fe chama.
1.
e^6: í. j após o fegundo véo eftavaõ Tabernáculo , que o Sanéto
í d’os Sa„aos fe cha‘ma.
eExod. 25: * Que tinha 0 encenfario de ouro, e * a Arca d’o concerto, toda
io, a o redor de ouro cuberta: em que eftava d a talha de ouro , aonde
dExod.16. eftava o manna, e f a vara de Aáron , queflorecéra, efas taboas
d’o concerto.
eNum. 17: 5 3 £ de fobre á [^™a] os Cherubins de gloria, que fombra a
fExòd. ? Propiciatorio faziam 3 d’as quaes coufas agora pontualmente naó
29í ’5 fallarémos. 6 Ora
j Revs.S.q. 2, Chren. 5 ; io. g Exod.l1) *.22.
AOS H E B R E O S. Cap. IX. 505
<ç Ora eílando eftas couías adi preparadas, h bem a rodo tempo Z-AW.2S:
entravaó os Sacerdotes ’nó primeiro Tabernáculo, pera os lervi- 3-
ços [divinos} cumprir:
7 1 Mas ’no fegundo fó o Summo Pontifice , Jhuã vez ’no anno,iExoã. 30:
naõ fem langue , o qual ofFerecia por fi mefmo , e ^0/^] * culpas j©.
d’o povo : Lev. 16: 2,
8 Dando o Efpirito fanéto ifto a entender , / que ainda o cami­ 34.
nho d’o Sanétuario defcuberto fe naó tinha , em quanto o primeiro * Ou , des­
Tabernáculo ainda * empe eftáva: cuidos ,ou,
9 O qual figura era para o tempo prefente d^entaõ, emquefeofte- igncranci~
reciaõ prefentes, e làcrificios, que em quanto a conlciencia , fan- , OU ,
étificar naõ podiaõ ao que o ferviço fazia. necedades.
10 QPwJ fomente [conjifíiaõ} em manjares, e beberes, w evarios kjoa. 14:
lavamentos , e juftificaçoés d’a carne , até o tempo d ’ a correicaõ * 6.’..
A
• /i
impoítas. 15 Utl; Je/er
OU) f}^1
11 Mas vindo Chrifto , « o Summo Pontifice d’os bens futuros , dotinhZ
por hum mayor e mais perfeito Tabernáculo , naó feito de maós ,z u:
ifto he , naõ d’efta feitura: 2.
11 Nem por langue de bodes e bezerros , * mas por feu proprio '
fangue huã vez em o San&uariq entrou , avendo * efteituado huã ^Hebr
eterna redempçaõ. n er'*
13 P Porque fe o fangue d’os touros e bodes, e a cinza d’a bezer- 14.
ra fobre os immundos efparzida , pera limpeza d’a carne r^J fan-
étifica: fS:i.
14 Quanto mais q o fangue de Chrifto, r que pelo Efpirito eter- 2e:
no a fi meímo imaculado a Deus fe ofterecéu , vofiàs confcíencias Eph\-• / • •
r
*

d’as obras mortas purificará, J pera a o Deus vivo fervi rd es ? - ColofT.v.\4 '
15 E por ifto Medianeiro d’o Novo Teftamento he, t pera que, Hebr. 10:
[entre} vindo a morte, pera reconciliação d’as transgreffoés que io-
debaixo d’o primeiro Teftamento avia, os chamados a promefiàd’a L
herança eterna recebam.
(6 Porque aonde teftamento ha , neceffario he que a morte d’o
teftadór [nrrr] venha. .óu,X-
17 «Porque o Teftamento ’no$ mortos fe confirma: porquanto <6,011,4/-
valido naõ he, em quanto o tefts-dór vive. cançado.
18 Poloque tambem o primeiro fem langue confagrado naõ foy.PLíV-16»
wI4< 19:4..
iyPor-Num,
Nebr. To ’ 4. f Tear. I : T? T. Joa. I 1 7. I t $. r Gal. T • 4. Eph 5 2.
7^2114 1 : 74 Rom, 6; 13. Gal. l ; 20. 1. Ptdr.^; 2. t Rem. 5 ; 6.
l.&dr.lllti. uGal j ; If.
EPISTOLADES. PAULO
19 Porque avendo Moyfes a todo o povo todos cfc mandamentos
fegundo a Ley pronunciado, o fangue tomoud’os bezerros, e d’os
. r bodes, com agoa, e laam purpurea , e hyfopo , e aíli a o mefmo li­
vro, como a todo o povo, aspergiu,
«EW.1S: 20 Dizendo , x Efte he o fangue d’o Teftamento , que Deus
g, mandado vos tem.
Matt, 26:- 2i E femelhantcmente também a o Tabernáculo, e a tcdos os
18» vafos d’o ferviço com o.fangue afpergiu.
- 22 E quafi todas as coufas , fegundo a Ley, com fangue fe puri­
ficam 5 e fem derramamento de fangue naõ fe faz remiftàõ.
23 Afti que bem era neceífario. que as figuras d’as coufas que nos
ceos eftáõ , com eftas coufas fe purificaífem 5 porém as mesmas ce-
leftiaes, com melhores facrificios que eftes.
24 Porque Chrifto naõ entrou ’no San&uario feito de maõ , fi­
gura d’o verdadeiro j porém ’no mefmo Ceo , pera agora por nos
perante a face de Deus comparecer.
j Ex^.30: Nem também pera muytas vezes a fi mefmo feofferecer, y co-
_ 1110 0 fummo Pontifice com fangue alheyo cada anno ’no Sanctuario
Ti- Cntl’a :
Hebr, 26 (D’outra maneira neceífario lhe fora muytas vezes defd’a fun-
daçaõ d’o mundo padecér) mas agora’na confummaçaõ d’os fecu­
los huã vez fe manifeftou, pera, pelo facriíicio de li mefmo, o pe­
cado aniquilar.
2 7 E como a os homens ordenado eftá huã vez morrer, e deípois
p^jojuizo:
jRcw.'.6• 28 z Afli também Chiifto, offeiecendo hua vez pera os pc-
g, i cados de muytos tirar , a fegunda vez fem pecado vifto ferá d aquel-
3; les que para falvaçaõ o efpéraõ.
A OS HEBREOS. Cap. X.

Capitulo X.
I Declara 0 Apoftolo que a Ley naõ tinha fenaó fombra d3os bens futuros , e pela
multidai de jeus facrificios cada anno repetidos nenhuã'coufa conjiímar podia. 5 Po_
loque David no Pjalmo xl. tefiifca que Chrifte 3no mundo de vir avia pera a
vontade de Deus fazer . Io £ nos pela única oblaçaõ de feu corpo pera fempre
tonjumar. 1 5 O que prova outra vez d3 0 fumarto d’o Conrerto novo , 3na pro­
fecia de ferem. Cap. XXXI. em que 0 perfeito desfazimento d'f> pecado fe prome­
te » iS £ por iffo conclue que mais vrnhuã oblaçac polo pecado necejfaria he.
19 Adianta entaõ'0 Apofiolo a outra parte d'efia Epiftola , a faber . a as amoe-
fiaçeens de Jua devida obrigaçaõ d’elles j e primeiramente amoefla a os Hebreos
pera 3na liberdade d a fe a Deus achegar pelo caminho que Chriflo nos confagrout
23 Defpois amoefla os pera confiancia 3na profiffe.0 d3efa efperança e mvariavel
tariaade> 2q Como taõbem pera perfeverança em fuas congregaçoens. 26 Pro­
poem lhes pera efte fim, affi o horrível \uizo de Deus que os apoftáticos tem por
efperar; Como jua antecedtnte tolerância e compaixao com as afligidos , ainda
até com fuas prifoens. 36 Juntamente taõbem as promeffas^ que os confiantes
hao de levar, tf Prova ambas eftas coufas com hum paffo d’o Cap. II; I V * "
de Habacuc . que relata e aplica.

1 a T) orque tendo a Ley a fombra d’os bens futuros , naó a mefma a Coloff. 2 *
x imagem d’as coufas, nunca pelos mefmos facrificios, que ca­ 17-
da anno continuamente fe offerécem , * fanétifícar pode a os que a Hebr. 81 q.
elles fe achegam. ♦Ou, aper­
feiçoar.
2 D’outra maneira ceffaríaõ de feofferecer, porquanto, purifi­
cados huã vez os miniílrantes, mais nenhuã confciencia de pecado
teriam.
3 Porem [*gora] ’neftes cada anno recommemoraçaód’os pecados

4 b porque impoífivel he , que o fangue d’os touros e d’os bodes b Lev. 16 t X

os pecados tire. 14.


5 Poloque, entrando ’no mundo, diz : c Sacrifício e offerta naõ Num. 9 ’. 4.
quifefte, mas o corpo me preparafte: Hebr.9'- 1 3«
"6 Holocauítos e [oblacoes] polo pecado te naõ agradãraõ: cPf 40:7-
lfay. 1 Z II.
7 Entonces difie : Eis aqui venho, (’no principio d’o livro eílá fer. 6: 2o-
efcrito de my.J ó Deus, para tua vontade fazer. Amos.5
8 Dizendo d’antes: Sacrifício, cofferta, e holocauftos, e [obla­
ções] polo pecado naó quifefte, nem te agradãraõ: (osquaesfegun­
do a Ley fe offerécem).
5 Entonces difie: Eis aqui venho, o Deus, para tua vontadefa-
S ff zer.
*
EPISTOLA DE S. PAULO
zer. [4$? qus~\ o primeiro tira , pera o fegundo eftabelecér.
Jtíebr, 9: 10 Em a qual vontade fanétificados fomos pela oblaçaó d’o cor-
i2* po de Jefu Chrifto huã vez Q/Çzm].
11 E bem aífiftia todo Sacerdote cadadia adminiftrando e offere-
cendo muytas vezes os meimos facrificios , que nunca os pecados
/. tirar podem:
Síá-*2°4- 11 Mas efte avendo offerecido hum facrificio polos pecados, <?eftá
i.Cor. 15 ; afléntado pera fempre a dextra de Deus:
25', 1? Efperando o reftante , até que leus inimigos fejam poftos por
Eph. 1:20. efcabello de feus pés.
Colojf.y.i. I4 Porque com huã oblaçaó * confumou pera fempre a os que
fanétificados.
E* tambem o Efpirito fanébo nolo teftifica.
ou,J/>f-r- Porque despois de aver d’antes dito: /'Efte he o concerto que
feirou. com elles defpois d’aquelles dias farei, diz o Senhor, minhas leys
fler.yi 31 em feus coraçoés porei, e em feus entendimentos as efcreverei:
32.33.34, 17 E de leus pecados , e de fuas iniquidades , mais me naõ lem-
Rom. 11:27. órarei.
18 Oraaonded‘ifto remiftam ha, naó ha mais oblaçaó polo pecado.
£^10:9. 19 Afii que irmaós, pois ja ouladia temos, g pera pelo langue de
Jeíus ’no Sanébuario entrar,
Eph 2' u 20 Pel° recente e vivo caminho, que elle pelo véo nos coníagrou,
ey.11. convém a faber, fua carne:
21 E [pois J o grande Sacerdote fobre a cafa de Deus [remos] :
22 Acheguemos nos com verdadeiro coraçaó em inteira certeza
deféj ja d’a maa conlciencia os coraçoés purificados, eo cor-
í>Ezech.^6tpo h com agoa limpa lavado:
25. 23 Retenhamos a invariávelconfifiaód^aefperança: (por­
que fiel he o que o prometéu ).
*4 E huns para os outros atentemos, para â caridade e a boas
obras [nos] provocarmos:
2$ Naó deixando nofia mútua congregaçaó , como alguns ja dc
coftume tem: antes amoeftando nos [hum a os outros]-. c [ifto] tan-
1$: to mais , quanto vedes que aquelle dia fe vae chegando.
1*-
Matt. 12: 2ó 1 Porque fc , defpois de ja o conhecimento d’a verdade rece­
I. bido awiuiua^ vuil
avérmos, voluntariamente pecarmos , ja polos pecados mai$
Hebr. 6:4. facrificio naó refta :» »
2. Pedr. 2, : 27 Senaó huã horrenda expeétaçaó de juizo, c hum ardor de fo­
2o. go 5 que aos adverfanos ha de deyorár.
28 # Que-
A OS HEBREOS. Cap. X.
28 * Quebrantando alguém a Ley de Moyfes , fem mifericordia
E nenkua J, k por £/£ o tejttwnho duas ou tres teftimunhas, morre: quilando 3
2 9 Dè quanto mayor caftigo cuidacs vos, ferá julgado por digno Oib des­
aquelle que os pés ] a o Filho de Deus pifar , e por profano tiver prezando,
o langue d?o Teftamento, com que fanctificado foy 3 e a o Efpirito k Num. 30.
d’a graça agravo [a/gum] fizer? Deut.iy-. 6.
3o Porque bem conhecemos a o que difie: l Minha a vingança <?I9‘. IÇ»
he, eu a recompenfa darei, diz o Senhor. E outra ___ vez_ __: ™ Of Se- Matt. 18 :
nhor a leu povo julgará. 16.

3 • Horrenda couía he em as maós d’o Deus vivente cair. Joa.V.vp}


32 Lembraevos porem d’os dias paliados ,. em que defpois de il-jí
luminades lerdes , grande combáte de affliçoés fuportaftes. 3L
33 Quando em parte , com vitupérios e tribulações * a públicos Rom. 12 ;
theatros tirados foftes: c em parte comunicando com os queafiitra­ 19.
tados foraõ. in Deut.^il
Porque também » de minhas prifoens vos compadeceftes, e 36.
com gozo o roubo de voflos bens reccbeftes , bem fabendo que em tQUsplibli- cos thea­
vos mefmos 0 hú melhor e permanecente bem em os Ceos tendes. tros feitos
35 Naõ regeiteis pois voflá confiança , que grande remuneraçaõ jfy?, _ '~eí*

de galardaõ tem. 21;


3 6 p Porque de paciência necefiitaes t peraque avendo feito a von­ 3L
tade de Deus a promefia * alcançar poflaes. & Matt, 5 \
37 7 Porque ainda hum poucochinho, [e] o que ha devir, virá 12.
e naõ tardará. 5 p Luc. 21;
3S r Mas o jufto d’a fé vivirá: e fe \_algueni\ fe retirar , minha al- *Ç)\i yleruar.
ma ’nelle prazer naõ tem. <J Abac.z.-.^.
39 Mas nós naõ fomos ;
ios d’aquellcs que pera perdiçaõ fe retiraõ , Aggeo^.
fenaõ * d’aquelles que crém pera confervaraõ d’a alma.
nera a * confervaçaõ i- M’* K
Ou s 6»
#5510. r Mbac, 2; q0 Rotn. 1:17. Gal, 3: II» * Ou jíAí d’a fe para &ca *
fabvaçav.

S ff a Ca"
EPISTOLA DE S. PAULO

Capitulo XI.
I O Apoftolo pera melhormente a os Elebreos para constância ’na fé despertar 3 de­
fereve lhes a fe com fuas propriedaaes e operacoens. 4 E pera efle fim propoem
os exemplos d’a fé d‘os Patriarchas d’o Velho Teftamento ■> e primeiramente de
Abel. $ Enoch. 7 E Ncé. S Despois de Abraham. II £ Sara. 13 flue
com fua femente a promeffa da terra de Canaan bem recebéraõ , porém 0 cumprimento
d‘eUa naõ ‘na terra, fenaõ 3no ceo alcancárao. 17 Relata taobem 0 exemplo d’a
fé de Abraham ‘no oferecer de feu filho Ifaac. 20 £ de l/ãac'‘na abençoar de
feu filho Jacob. 21 E de Jacob 'no abençoar d‘os filhos de Jofeph , 22 £ de
Jtfeph eftando pera morrer. 23 Despois a3 os Paes de Moyfes. 24 £ dfo Moy­
fes mefmo ‘no desprezar de fua própria honra e comodidade 3na Corte de Pharao.,
27 E ‘no deixar a Egypto > celebrar d3a Pafchoa , e pafar 0 mar 'vermelho.
30 Despois de Jofue e l\achab3no tomar de Jericho. 33 Como tambem d? os
Juízes e Reys - que coufas grandes pela fé effeituáraõ. 35 Despois de alguas
mulheres que grandes moleftias pela fé Juportáraõ. 36 Como taobem outros di-
'verfos Prophetas e Mártires. 39 Conclue que todos effes ^na fé morrerão, aiu»
daque a coufa prometida fem nos nao receberão.
i ra a fé he o firme fundamento d’as coufas que fe efpérao , [/]
a prova d’as couías que fe naó veé.
2 Porque por ella os antigos teftimunho alcançáraó.
»Gen. i; i. 5 Por fé entendemos a que o mundo pela palavra de Deus com-
P/.’ 3P 6- pofto foy j b de maneira que as coufas que fe veé, feitas naó foraõ
Jca. i: io. d’as que fe vec.
Eph. j1x9.
: 9. 4 -por fé --
-- c offereceu Abel -
- - mayor facrificio a Deus, d’o queCaim
CoIo(TY'\Í l'------- * V74 KÍV, U1C1U u , <U V t|UC UU1UJ ;

4 >
*

Pela qual d alcançou teftimunho de que juílo era , porquanto Deus
/ • fp4l IVI linl-irk a Czi. . r. .4 „C. . . .-í „ C. ’ - J _ II <-11
OZo/lió* teftimunho de feus prefentes déu: e * defunto, ainda por ella falia.
t Gen. s íe foy e Enoch transportado, pera a morte naõ vér: e acha-
d Matt.2$. do naõ foy , porquanto Deus o tranfportára : porque antes de
3$. fua tranfportaçam teftimunho alcançou de que a Deus agradava.
Ou>mor. 6 Sem fé porém impoftivel he agradar [J^]. Porque neceftàri-o
he ’ 9ue a9uelle 9ue a Deus fe achega , créa que o ha, e que d’os
924 que o bufcaó galardoadór hé.
* Noê, divinamente advertido d ’as coufas que ainda fe
7 Por fé/
iGrw.óiij. naó viam, teméu, [/] pera falvamento de fua familia a Arca fabri­
cou : pela qual a o mundo condenou , e herdeiro feito foy d’a ju­
ftiça que he fegundo a fé.
S Por fé g Abraham, fendo chamado, obedecéu, pera a o lugar fair
g Gen,12:4. que por herança avia de receber 5 e, naõ fabendo aonde viria, fe fahiu
* Por fé habitou ’na terra de promiflaõ, como em [terra] alheya ’
mo-
A OS HEBREOS. Cap. XI. $u
morando em cabanas com lfaac e com Jacob , herdeiros com elle
d’a mefma promefia.
io Porque elperava a cidade que fundamentos tem, d’aqual Deus
o artífice e o fabricadór he.
íi Por h fé recebeu Sara mefma também virtude de femente dár,.
i e ja fora d’o tempode[/w] idade pariu, porquanto por fiél a h Gen.iyx
aquelle teve, que prometido tinha. 19.
12 Poloque também de hum , e efiè ja amortecido , em e 21 : 2.
multidam nacéraó, * como aseftrellas d’oCeo, e como a innumera- i Luc.lt .
vel aréa que ’na praya d’o mar eftá. b Gen-1
ij / Todos eftes ’na fé morréraó as promefias naõ recebendo, fe­ e 22: i7o.
naõ, vendo asdelonge, e crendo [jj] , e abraçando , confef- iS.I
faraó w que eltrangeiros e peregrinos ’na terra éraõ. / T'*- 53.
/ loa.%'.
14 Porque os que ifto dizem, claramente moftraõque [outra] pa- mGen-
tria bufeaõ. 4.
15 E fe draquella fe lembráraõ , de que faido aviaõ , que tempo <?47- ?•
j teriam pera [a ella] fe tornarem.
16 Mas agora defejam huã melhor , ifto he, a celeftial. Poloque
também Deus d’elles fe naó envergonha para » feu Deus fe chamar:
porque ja huã cidade aparelhado lhes tinha. Matt. 22:
17 0 Por fé ofterecéu Abraham a lfaac , quando atentado foy ; e 32-
aquelle que as promefias recebéra, a [/eu] unigénito offerecéu; -4/?. 7:32.
18 (Sendo lhe dito: p Em lfaac feméte fe te chamará) confideran- d^‘22:1®*
do que poderofo éra Deus paia até d’os mortos o refufcitar: 21 *
19 Poronde também em íemelhança a cobrar o tornou. ^«
9
* r*. 1
20 ? Por fé abençoou lfaac a Jacob e a Elau , tocante ás coufas Gal 3129.
futuras. qGen, 27:
21 r Por fé morrendo Jacob , a cada hum d’os filhos de Jofeph 1S-3?« .
abençoou: /c, a a ponta de leu bordam [encofM] adorou. rGcn. 4S •
22 1 Por fé, morrendo Jofeph, d’a iaida d’os filhos de Ifraêl men- ♦
çaõ fez, e acerca de feus ofios * ordem déu. z '
23 « Por fé Moyfes , ja nacido , tres mefes por feus paes efeon-1 Gen. ço:
dido foy, porquanto viram que hum fermofo menino era, e o man- 24*
damento d’el Rey naõ teméraõ. Ou^« ’
*
24 Por fé Moyfes , lendo ja grande, filho d’a filha dePharaócha- dado deu*
mar fe refufou: man~
25 x Eícolhendo antes com o povo de Deus maltratado fér, d’o «EW. 2:
que por hum [peuro de J tempo o gozo d’o pecado tér. 2.
26 Tendo por mayores riquezas o vitupério de Chrifto , d’o que
os tefouros * dc Egypto : porque pera a recompcnfa d’o galardaõ x
atentava. S ff l 17 Por *Ou ’ e*
EPISTOLA DE S. PAULO
27 Por fé a Egypto deixou, n ira d’el Rey naõ temendo : Por-
*Oibyzr^í’ que * fe esforçou, como a o inviiivel vendo.
2- 28 y Por & & Paíchoa * celebrou , e o derramamento dc fangue ,
jV 2i» ' * peraque o dellruidór d'os primogénitos os naó tocalfe.
*Ou,fi?s
* 29 ~ Por fé o mar vermelho , como por [tern/j feca paflãraõ, o
zExod.14.: que os Egypcios intentando , le affogáraó.
22. 30 a Por fé os muros de Jericho caíraõ , por fete dias rodeados
x lofuéj 6: fendo.
, Iojue> J z6 : 31 b Por fé Rachab . a..foltciracom
, os * desobedientes naõ pcrccétu
r
c em paz as elpias recolhendo.
IxzíÀhiç. 31 E que mais direi? Que o tempo me faltará , contando d de
♦Ou, incre- Gcdeon , e e de Barac , e f dc Sampíòn , e^dejephte, e h dc
dulos» David, e* de Samuel, e d’os Prophetas :
eifíjué^.x. (js quaespor féReynos vcncéraõ, jufiiça exercitarão, as pro-
6 : mefpas alcançáraó , * as bocas a os leoês taparaó :
t híiz 4- 6. 54- z A força d’o fogo apagáraó , w d’o fio d’a efpada efeapáraõ,
fluiz., 13 \n d’a fraqueza forças tiráraõ, cm batalha le esforçáraó , em fugida
24. a os exercitos d’os eílranhos puféraó:
^lMzs.ii:r. 3$ 0 As mulheres por refurreiçaó leus mortos a receber \jovndraõ‘\ z
e *2 ♦ 7-e? outros eílirados tóraó , a [ ejferecida J foltura naó aceitando , por
b melhor refurreiçaó alcancárem.
■ 1 sàm 12* 56 E outros efearnios e açoutes, e ate cadeas e priíòés experi-
20t ’ mentáraó:
klutz. 14: 37 r Foraõ apedrejados , ferrados, atentados., a o fio d’a efpa-
6. da mortos j de pelles de ovelhas [/] de cabras.andáram j
i-I7-defemparados , affligidos, [/] maltratados:
Dau 61 58 (D’os quaes o mundo digno naó éra) pelos defertos , c mon-
iDan 3-25 tes’ e covas5 c cavcrnas d’a terra * perdidos.
wi.5mo: E todos elles tendo teílimunho pela fé, a promeífa naó alcan-
1. çáraõ:
1. Keyx.ir. 4® Provendo Deus alguã coufa melhor pera nosoutros, peraque
5» fem nos aperfeiçoados naó foífem.
2. Reys^ 6 ; °
Xé. n Job» 41: !©• Pfal. 6* 9. lfay. 38 : 21. 0 I. Reys , 17 23. 2. Reys > 4: $6.
p Aêt.22'.x^. $ lerem Ao; 2. r I. Reys j2i; 13. / 2. Reys, 1: 8. Mttt» 3: 4.
MU- Oiu errantes^

C
I Avwfa 0 Apoftolo a os Hebreos feios exemplos d'o capitulo precedente pera
perjeverança na efperança Chrifiaa > e paciência 'nas affliçoens. 2 Propoem9lhes
pera efte fim 0 exemplo de Chrifio , que por paixoens em fua gloria entrou. 5 Co­
mo taõbem 0 exemplo de todos os -filhos legítimos ■> que fem cafiigonaõha. 9 Mo.
fira 3lhes os fruitos cTos castigos. 12 Desperta os despois em °fua fioxidaõ pera
•Vigilancta. I4 £ ^untamente pera paz. e Janftidade. IÇ Avtfa os contra a
Apofiafia > fornicaçaó e profimdade com 0 exemplo de E/àu. iS’ polo que'lhes
propoem a dignidade d'a Congregação que eftá 'no ceo e 'na terra a que elles i
chegados Jab , com a contrapofiça» d’a terribilidade de todas as coufas 'no dár
da Ley. 25 Avija os outra vez contra a Apofiafia com hum lugar tomado de
Hagg II: VII. 1S E amae sta os de firmemente reterem a graça de Deus ,
propondo 0 casiigo que os Apofiáticos fobrevirá.

I portanto nos também,, pois de huã tam grande nuvem de tefti­


munhas rodeados eftamos, a deixemos toda carga , e o peca­ a
do , que facilmente [w] rodéa , e b corramos c com paciência a Eph. 4: 22»
carreira que propofta nos eftá: Colojfi. 3 •
z Olhando pera Jelus, * Príncipe e confummadórd’afé: í/oqual I. Pedr. 1 ♦
polo gozo que propofto lhe eftava, a cruz fuportou, a afronta des­ I. 2.
prezando, c á dextra d’o throno de Deus fe aflentou. b l» Cor. 9X
24.
3 Porque confiderae aquelle que contra fi mefmo huá tal contra­ c Rom. 12 x
dição d’os pecadores fuportou: peraque naó enfraqueçaes, emvos- 12.
fos ânimos desfalecendo. Hebr. Io :
4/ Aindaaté o fangue naó refiftiftes, contra o pecado combatendo: 36.
5 E ja d’a exhortaçaô vos esquecefte3 que com volco , como a * Om Guta
mayor.
filhos vos falia : g Filho meu , em pouco a * difeiplina d’o Senhor dLw 24:
naóeftimes, nem defmayes quando d’elle reprendido fores. 26.
6 Porque o Senhor a o que amacaftiga, e a qualquer, que por fi­ Phil. 2: 8.
lho recébe, açouta. 9'<&c.
7 Se a difeiplina fuportaes, Deus * como a filhosfe vosaprefenta: I. Pedr. I ;
(porque que filho ha a quem o pae naõcaftigue?) II.
e Hebr 1:3.
8 Mas fe fem difeiplina eftaes , d’aqual todos participantes fei­ e 8 1 I.
tos fam, baftardos fois logo, e naõ filhos. fi. Cor. lo:
9 Também em verdade por caftigadores a os paes de nofla carne D-
tivemos, e reverenciávamofos: naó nosíugeitarémos
—r‘—[pois] r ■ n muyto
■ ■ '
mais a o Pae d’os eípiritos, e vivirémos? " . Prov. 2 : 1.
10 Porque aquelles em verdade, por hum pouco tempo , Co™ Apoc. ‘Ou VI,
2:19.
a elles fiigo.
*Oin esmo a filhos vos trata, OIL como com filhos com vofco fe comporta.
W EPISTOLA DE S. PAULO
a elles bem lhes parecia , caftigáraó •» porem efte para [wfíJ
proveito 9 peraque de fua fanétidade participantes fejamos.
*Ou)Wo ii E * toda dilciplina em verdade , a o prefente, naõ parece fer
caíligo. de gozo, fenaõ de trifteza5 mas defpois hum fru-ito pacifico
* dcjuftiça de fi dá a os por ella exercitados.
1X Portanto as maõs * canfadas , e os juelhos * defeonjuntados
*Ou/^5 a levantar tornae:
o\i3foltos. 13 E reétas veredas para voflos pés fazei: peraque o que manqueija
iRom. 12; fe naó torça, mas \_que antes] muyto mais fáfe.
lS- 14 i Segui a paz com todos, e k a fanétificaçaó , fem a qual nin-
2. Tim. 1: guem a o Senhor verá:
kMatt.^.l. 15 1 Atentando que ninguém d’a graça de Deus * desfaleça: que
h.Cor6:i. m alguã de amargura * brotando » * [w] naõ perturbe, e por
cila muytos fe contaminem.
fique 16 0 Que ninguém fornicador feja , ou profano, pcomoEfau,
descaya. que por hú manjar feu direito de primogenitura * déu.
mDeut.i^x J7 Porque bem fabeis que ainda defpois a bençaõ herdar que-
♦ Gr’ bro- rendo, regeítado foy: porque lugar de arrependimento naó achou,
tarporri- ainda que com lagrimas * a buícou.
bat 18 Porque naõ chegaftes r a o monte que tocar fe podia , feao
n Aã. 17 : fogo encendido, e á efeuridaó, e ás trevas , e á tempeftade:
19 Eji o foydo d’a trombeta, e á voz d’as palavras: a qual osque
a °UVÍaÓ ’ f Pedíraó que * mais fe lhes naõ fallafle.
turbJaò' 20 (for9uc naõ podiaõ fu portar o que fe [zMj mandava: [£uej
AguS fa- u fe at<= huâ befta a o monte tocaflè, apedrejada feria , ou com huã
frecha paflãda.
0 Eph. $■ 3* E tam tei nvel a vifaõ era, ^que J difle .Moyfes: Todo * asfom-
Colojfi 3:5-. brado e tremendo eftou).
ÍgT 2^ * 22 Antes chegaftes a o monte de Siam , e á cidade d’o Deus vi-
23. vente , x a Jerufalem celeftial, e a os muytos milhares de Anjos:
23. A a univei fal congregaçaõ e Igreja d’os primogénitos , que
deu. efcritosy nos Ceos eftám, e a Deus o Juyz de todos, e a os efpiri-
qGen. 27: tos , d’os ja perfeitos juftos:
# J/tá V E a Jelus 0 Medianeiro d’o Novo Teftamento, c a o fangue
*
aben/aí d ° cíParg’ment0 5 9ue melhores coufas que f p de] a Abel falia.
rExod. 19: *5 & Olhae
lo« e 20. 2I« f Exod. 19 •' i(J. Deut. $ » 22. t Exod, 20:19. Deut. : 2Ç. e 18 : i(5«
*Ou> a palavra mais Je lhesnac endere enfie* u Exod. 19 • ó * Ou * ate
"TT x <W. 4 : 16. 3: XI . Io. &c - } Lu( *
£
% Hebr. Io . 22, 1, Pedr«1:2, a Gen> 410. liebr. Ii:
A OS HEBREOS. Cap.XIII. ní
2? b Olhae que a o que falia naó regeiteis: porque fe aquellesque b Ilebr.i:^
a o que ’na terra divinas repoltas dava regeitaraó , naó eleapáraõ,
muyto menos [efcaparémos J nosoutros 5 íe d’aquelle que d’os Ceos
nos desviarmos:
20 A voz d’o qual entaõ a terra moveu : porém agora denunciou,
dizendo , ‘ Ainda huã vez commovereí, naõ fó á terra, ienaõtam- cAggeo. i*
bem a o Ceo. 7»
27 E o que [diz] : Ainda huã vez , moftra a mudança d’as cou­
fas moviveis , como aquellas que feitas foraõ , peraque as ímmovi-
veis permanéçaõ.
iS Poloque recebendo o Reyno immovel , retenhamos a graça,
4/com que a Deus agradavelmente com reverencia e * piedaue íir-
vamos. OU,re-
29 e Porque noflo Deus he hum fogo confumidór. U<?i«o.
e Deut. 4 i
Capitulo XIII.
I Exhorta os 0 Apofiolo pera caridade fraternal, 2 Hofpedagem _ 3 E alenr-
fo-ança d3 os prejos. 4 Declara que 0 matrimonio entre todos honefto he- q Avi-
fa os contra a avareza , e amoefla pera contentamento. 7 E propoem lhes o
exemplo de feus pafiores. 9 Avifa os também contra as falfas doutrinas e
em particular contra a d3a dijferença d’os manjares. Io Poloque lhes propoem
0 typo d os facrificios propiciatórios > d’os quaes nmgurm comer podia, If Exhor-
)a os pera facrificios de agradecimento } principalmente pera confisJaÕ d’o nome de
Deus j e beneficencia , 17 Como taõbem pera obediência a Jeus pafiores•
l8 Amoefla os que roguem por elle pera feu livramento, 2o E roga a Deus que
em toaa obra boa os aperfeiçoe. 22 Conclue a Carta com nova exhortaçaó ;
2J E prométe que prefto a os vér com Timotheo tornará > e poem aIguas mutuas
Jauáa^oens,

i 4 A caridade fraternal permaneça. a Rom, I1‘


2 * Naó vos elqueçaes d’a hofpedágem : c porque por ella io.
hoípedáraõ alguns a os Anjos , naó ojabendo. Ep/j. 4 : 3 •
$ á Lembraevos d’os prefos, como fe juntamente prefos eflivé- I. Pedr. I I
reis: [ d’os maltratados , como fendo vos meimos também ’no 22. e z:D7.
COrpO [maltratadis]. e 4:8.
4 * Venerável [he] entre todos o matrimonio, e a cama fem ma­ b Rom, 12 t
cula: porém a os fornicadores, e a os adúlteros, Deus os hade jul­ J3’
gar. I» Pedr 4 i
Ttt 5 e [Ptyfa] 9.
c Gen, lS:I>
*
ti?;! d Matt, 212*4): $6. Ou, honrojò.
EPISTOLA DE S. PAULO
e Exod. 13'. 5 e[ * vivenda feja fem * avareza, fcontenrandovos com o
8- prefente. Pois difle: $ Naó te deixarei, nem te defempararei.
Deut. 16: 6 pe mancira- que Com confiança dizer oulêmos: b O Senhor he
Prov iç • mCl1 ail^;l<^ór, e naó temerei o que o homem fazer me [poífa].
1/, 5 * 7 Lembrae vos / de voífos * paftores , que a palavra de Deus vos
falláraó: d’os quaes a féimitae, paia a íahidade [fia] vivendaaten­
di. tando.
* Ou.amor 8 Jefu Chrifto he hontem c hoje e eternamente o mefmo.
de dinhei­ 9 k Naõ vos deixeis levar a o redor com varias e efiranhas dou-»
ro. trinas. Porque bom he que o coraçaó com graça le fortifique,
f^Tim.^. 1naó com manjares, os quaes de nada aproveitáraõ a os que * [a el-
8• le> j fe déraõ.
£ Deut. 31; 10 Hum altar temos , d’o qual poder naõ tem para comerem os
6.8. que a o Tabernáculo fervem.
lofué. 1:$. 11 Porque os corpos d"os animaes, cujo fangue polo pecado ao
I* Chr 2Í ; Sanétuario pelo Summo Pontifice fe trazia , fora d’o arrayal quei­
20.
h PJ56:5. mados éram.
«■118:6- «2 Portanto tambem Jefus, peraque a o povo , por feu proprio
iHebr. 13: fangue fanétificaífe , n fora d’a porta padecéu.
17. '
13 Sayamos ...
pois a elle fora d’o arrayal- , feu vitupério levando.
* Ou j Gui­ 14 0 Porque naó temos aqui cidade pcrmanecente , mas a futura
as, ou.' bufeamos.
Guiado­
res. 15 Portanto
. offereçamos
, fempre
.... por elle a Deus facrificiodclou-
kJer.içzZ. vor, ifto he, p o fruito d’os beiços, que feu nome confeífcm.
ddatt.z^ 4. 116 E naó vos clqueçaes d’a beneficencia e communicaçaó: ^por-
Rom. 16 : que em taes facnficios toma Deus contentamento.
17. 17 r Obedecei a voífos * Paftores, e a elles vosfugeitae. Porquê
^.4:14'• por voflas almas vélaó , / como aquelles que conta ham de
e 5:6.
Colofl\ 2 ; dar: peraque com alegria o façam , e naõ gemendo : porque naó
16. VOS [leria] iffo Útil.
1. Thejf. 2: 18 Rogae por nos : porque confiamos , que boa confidencia
2. temos , como aquelles que em tudo honeílamente tratar queremos.
2. Tim.^.ç. 19 E tanto mais [vos j rogo que o façaes, peraque cu tanto
♦Ou,[W- mais preito rellituido vos fieja.
les] rvrjé- 20 Ora o Deus d’apaz, que pelo fangue d’oTeftamento eterno,
T* ~° > OUj tao
txdárae. lrJoa.(i\i9. Rom. 14:17. m "Exod. 19 14- Levit. 4. 2t. tfdíjo. e 16:27.
Num. 19:23.- n Joa. í 9 .* 18. 0 Philip- 3:20. p Ofeas > 14 ; 3. y Phil. 4 ; 18.
rPhil.z;i9. i.Tée/.f.iz, l.Tim.'): 17. * Ou, guias, ou. guiadores.
fEzecfa- 3; 18. e 33 ; 8»
A OS HEBREOS. Cap.XIII. çt7
i a o grande Paftor d’as ovelhas , noflo Senhor Jefu Chrifto d’os 4o:
mortos a trazer tornou : ik
i£ Efte u em toda boa obra vos aperfeiçoe , pera fua vontade fa- Ezec^- 341
zerdes, obrando cm vos o que perante elle he agradavel por Chri- T
liojeíu: a o qual leja a gloria pera todo iempre. Amen. i.P^r^:4.
n Rogovos porém irmaõs, a palavra d’efta amoeftaçaó ui.C«r- 3;
fuporteis: porque em breve vos efcreví.
2? Sabei que ja o irmaõ Timotheo folto eftá, com o qual (fepre-
fto vier) vos verei.
24 Saúdae a todos voflos Paftores , e a todos os fanétos. Os de
Italia vos faudam.
A graça com todos vosoutros. Amen.
Efcrita de Italia a os Hebreos 3 [<? enviada] por Timotheo.
Fim £aEpiftela d’e Apojhlo S. Paul» a 0$ Heíreeí»
4it

EPISTOLA
CATHOLIC A, ou, UNIVERSAL
D O

APOSTOLO S:. JAGO.


Capitulo I.
I Defpois dá infcripçao■> 1 Exhorta o Apoftolo a os fieis e defpalhados 'Judeos
de ás tentaçoens de Çua fé pela cruz, pacientemente fuportar ; 3 Por amor d’os
fruitos que a ahi procedem. 5 E enfina a os que efla fabedoria naõ tem que
a peçaõ pera com Deus , ó Pois com fé , porquanto d’outra maneira a naõ re­
ceberão. 9 Conjola a os humildes, io Amoejta a os ricos pera humildide > por
caufa d3a mconfloncia d3as riquezas > e d3a vida. 13 Enfina que fe alguern para
pecado fe atenta > ifto naõ vem de Deus j mas de fua própria concupi/cencia, que
0 pecado concebe e páre. 17 Que todo bem de Deus defende ■> e principalmente a
regenerapaò. 16 Exhorta pera longanimidade , 21 E manfidaõ > 22 E pera
nao fomente ouvir . mas taõbezn pera a palavra de Deus fazer porquanto dlou~
tra maneira em vaõ fe ouve ; 1; O que declara com a comparacaõ de alguém
que em 0 ejpelho a fi mejmo fe vé. 26 Ultimamente enfina que 0 exercício d’a
verdadeira Religião principalmente em refrear de fua língua, 17 E exercitar
dia caridade , ejpecialmente acerca d3os orfaõs e viuvas} e viver fanèto, conffe.

♦Ou,Jago, 1 * T acobo fervo de Deus e d’o Senhor Jefu Chriílo , ás doze


♦Ou, Li- I * tribus * que efpargidos andaõ, faude.
nhagens. 2 b Meus irmaõs, tende por grande gozo, quando cm
a Aft 8: 1. varjas tentações cairdes :
\ 11‘ * c 9ue a Prova de voífa fé obra paciência.
^att. 5. 4 Tenha porém a paciência a obra perfeita , peraque perfeitos c
Rom.\ : 3. toralmcnte finceros fejaes , em nada falrando.
i.Pedr:i6. 5 E fe algum de vosoutros falta de fabedoria tem, aDeusapc-
cRom.s: 3. ça , que a todos liberalmentc da , e cm rofto naõ deita:
i.Pedr»i’.7. e e dada lhe ferá.
d Prov.l:1^.
e 7ir.29.-i2. * Po-
Matt, 7; 7. e 2i; 22. Marc, II; 24. Joa. 16; 24. I. Joã, 3 ; 22. e 5 ; 14.
DE St. J A G O. Cap. I.
6 Porém peça a em fé , naó duvidando : porque o que duvida,
femelhante he á onda d’o mar, que d’o vento he levada , e d’huã á
outra,parte lançada.
7 Porque naó penfe o tal homem que coufa alguã d’o Senhor, re­
ceberá.
8 O homem de dobrado coraçam em todos feus caminhos [£ ]
*
inconftante. > Ou,
*
9 Porém o irmaó * abatido em fua alteza fe glorie. , milhado,
10 E o rico , em leu * abatimento : porque como a flor d’a erva * Ou > Hu-
fe paflárá. mtldaae,
11 f Porque com ardor o foi fahiu , e a erva fecou, e fua flor ca-,
hiu , e a fermoía aparência de feu aípeéto perecéu : afli tambem o
rico em feus caminhos íe murchará. 3 j.
íz g Bem-aventurado o varaó que a tentaçaó fofre: porquequan- 24.
do provado fór, Z? a coroa d’a vida receberá , aqual 1 o Senhor pro- 1.
metido tem a os que o amaó. ^7^5:17.
13 Ninguém, fendo atentado , diga-, De Deus atentado fou : T*™ 4 •
porque Deus naó pode fer atentado d’os males , e [tampouco] a nin- i
guem atenta. - . ^4poc 2:10.
14 Porém cadahum atentado he , quando de fua própria concu- tMatt. 10:
pifcencia he atrahido e engodado. 22.
15 Defpois avendo a concupifcencia concebido , pare o pecado > *19.: 2,8.
e fendo o necado confumado, géra a morte. , _/9- ,
x, - • -
16 Nao erreis, irmãos meus amados.
1 k
T ProT.2
Cor 6,
17 k Toda boa dádiva , e todo dom perfeito he d’o alto, que d’o / +14':
Pae d’as luzes defcende : Z em quem mudança naó ha , nem fom- 27.
bia de variaçaó. e 4<: io.
iS w Segundo fua [proprio] vontade nos gerou elle pela palavra Madch. 3:
d’a verdade: peraque [como] primícias de fuas criaturas foliemos.
19 Aflique , meus amados irmaós, » todo homé fejaprompto pa-
ra ouvir, tardio para fallar, tardio * pera fe irar. r’4’
20 Porque a ira d’o varam naó obra a juftiça de Deus. Gal.4-, 19.
21 0 Poloque regeitando toda immundicia e fuperfluidade de ma- 1. Pedr, 1:
licia , recebei com manfidaó a palavra em enxertada , aqual
voflas almas íalvar pode. nVrov. 17:
22 p E fede obradores d’a palavra, enaó fomente ouvidores, com
falfos discurfos vos enganando. *Ou,/>4r4
2i ? Porque fe alguém d’a palavra he ouvidor, c nao obradór,
Ttt J fe- 0 Rom 13:
C9lojJ\ 3: S, p Matt, 7; xi. Luc, Ii:x8. 1. Joa, 3 : 7. j Luc, 6: 47. I2"
fio EPISTOLA UNIVERSAL
melhantc he a o varam que a o efpelho feu rofto natural confidera.'
14. Porque a fi mefmo íè confiderou , c foy fe, e logo qiie taléra
fe esqueceu.
Matt. 5: 25 r Porem que bem para a perfeita Ley de liberdade atenta , e
*9
* ’niíTo perfevéra, naõ fendo ouvidor efquecediço , fenaõ fazedor d’íi
obra: efte tal em feu feito bem-aventurado lerá.
'i°/'31‘J4- J Se alguém entre vosoutros religiofo fér cuida, e fua língua,
Jacob. 3:6 naõ refréa, antes feu coraçaõ engana , vaã a religião d’o tal he.
i.lWr.3? 27 A religiaõ pura e immaculada peia com \^aoflc~\ Deus e Pae,
l0‘ he efta: A os orfaõs e ás viuvas em fuas tribulações vifitar, [/J im-
maculado d’o mundo fe guardar.

Capitulo II.
2 Redargue 9 .Apoftolo 0 aceitar d’as pejfoas entre os Chriftaòs ; 2 Nao quis que
0 rico /emente por caufa de fuas riquezas e 'veftidos preciofos fe honre, 5 Nem
0 fél por caufa de Jua pobreza e vefiido ftngélo [e despréze. $ Prova que iflo
nao he decente 3 por via d* a dignidade dos fieis paro com Deus 3 ed’a perverftda-
de de muitos ricos. 3 E porquanto taõbem batalha com 0 amor d o proximo, ea 0
homem trànsgreffor d’a Ley faz ’, Io Ainda que atados os outros mandamentos
guardaffe, 13 Declara que os taes nao tem por efperar fenaõ juizo fem mijer:-
cordia. 14 Ênfina entaõ , contra os que fe dizem Chriftaòs 3 que a fé que nao
produz obras boas nao he falutifera ; 1$ Como a caridade naõ he fincera que
fomente por palavras e naõ por obras fe moftra. iq Vifto que tal fe morta h?<,
18 E fe moftrar naõ pode > 19 E em es Diabos je acha. 20 Poloque teftifica
que por ella naõ podemos fer juftificados 3 0 que prova com os exemplos de Abra~
ham 25 E de Rachab , 16 E com a comparaçaõ cf 0 corpo morto que fècn
alma ha.
I VJeus irmaõs , naõ tenhaes a fé de noflo Senhor Jefu Chrifto ,
a Lev. I $ J [0 Senhor~\ d’a gloria, « cm aceitaçaõ de pefloas.
l$.
Deut. 16: 2 Porque fe em voflb ajuntamento algum homem com anél de
19. ouro ’no dedo , preciolos entra j e cntrc-tambem
com veftidos *
Prov. 24 ;algú pobre * íingélamente veftido:
13- 3 E para o que o veftido preciofo traz atentardes, e lhe difler-
Matt. 21 ‘des: Aflentate tu aqui honradamente: e a o pobre diflerdes : Eftá
• Ou > re
_ te tu ali empe3 ou, Aflentate a baixo de meu eftrado:
fplandc- 4 Porventura naõ fizeftes differença cm vos mefmos, ejuizesde
centes. maos penfamentos vos fizeftes:
* Ou, com 5 b Ouvi, meus amados irmaõs, por ventura naõ cfcolhéu Deus
veftido a os
Vil» bfoa.qwZ. I,Or. i;2í. &c.
DE S^. J AGO Cap. II. ,
3 os pobres d’eftc inundo , ricos em fé [/èrM], c herdeiros
d’o Reyno, que c a os que o amaó promete? cExoJ, io:
9 Porém vosoutros a o pobre deshonraftes. Porventura naõ vos 6.
* oprimem os ricos com tyrania, e a os tribunacs por vos puxaó ? I. Sam. 2 *
7 Porventura naó blafphcmaõ elles o bom nome que íobre vos­ Prov.%: 3®-
17.
outros invocado foy ? Matt f : 3.
$ Todavia, fe , conforme á Efcritura, cumprirdes a Ley reál : * Ou , 'vio­
« Amarás a teu proximo como a ty mefmo , bem fazeis: lentais.
9 Porém fc aparência pcfiòa aceitaes, pecado cometeis 5 e ^Lev. 19:
d’aLcy, como transgreflòres, redarguidos fois. IS,
-io e Porque qualquer que toda a Ley guardar , c em hum \_Js Matt, 21 ;
ponto] ofténder, culpado de todos he. 39-
Marc. 12:
11 Porque aquelle que difié: /Naõ cometerás adultério, tambem 31. '
difie: Naó matarás. Pois fe tu adultério naó cometeres , mas ma­ Rom.1%: 9.
tares, transgrefior d’a Ley feito eftás. Ga!
— Ç> : 14
12 Afii fallae, e afii obrac, como aquelles que pela Ley d’aliber- ; : 2.
dade juigados aveis de ler. I. Theff 4.:
9.
13 g Porque jnizo fem mifericordia fobre aquelle [ 'wnsQ, que mi­ eDíí/í.27:
fericordia naó fez: e a mifericordia contra o juizo fe gloria. 2 6.
14 b Meus irmaós, que aproveita, fe alguém difier que a fé tem, Ga!. 3: io.
e as obras naó tiver ? por ventura pode o a [ta/] fé falvar? fExod. 10:
15 i E fc o irmaó , ou a irmaã nuos eftivérem , e falta d’o man- I4-
timento quotidiano tiverem : Tio’
16 E algum de vos lhes difier: Ide em paz, aquentaevos, e far-
tae vos: c as coufas neceflàrias pera o corpo lhes naó derdes, que iy. '
proveito lhes j virá d'ahi ? -
17 Afii tambem a fé, fe as obras naó tiver, em fi mefma mor- Marc, u ■
ta eftá. 2$.
18 Porém dirá alguém: Tu tens a fé, c cu tenho as obras: mo­
h Matt. 7 :
ftra me tua fé * por tuas obras , e cu te moftrarei minha fé por mi­ 26.
nhas obras.
19 Tu crés que ha hum fó Deus : bem fazes y * tambem os De­ iEuc.y. 11.
monios o crém, c eftreméccm. IJo/.j:I7.
20 Mas, ó homem vaó , queres < tu faber que a fé fem as obras *011, fem
tuas obras,
eftá morta? k Marc, 1 x
21 Por ventura naó foy Abraham nofio pae pelas obras juftificado, 24.
l quando a feu filho Ifaac fobre o altar offerccéu? I Gen, 12;
22 Vés tu que a fé com fuas obras cooperou , c que pelas io.
obras a fc aperfeiçoada foy ?
E
$n EPISTOLA UNIVERSAL’
23 E a Efcritura fe cumpriu aqual diz, creu Abraham a
Rom. 4: 3 Deus ', e foylhe * contado por juftiça , e amigo de Deus chama-
Gal. 5:6. do foy. (
*Ou,z«- 24 Vedes logo agora que o homem he juftificado pelas obras, e
iã/íjof
* naõ Emente pela fé ?
nlo/ifé.i 1. E femelhantemente » Rachab a folteira , por ventura naõ foy
ff 6:23. também juftificada pelas obras , quando a os menfageiros recolheu,
Hebr. 11; e por outro caminho os despediu?
31- 16 Porque afli como o corpo fem o efpirito morto ella, afli tam­
bém a fé fem as obras eftá morta.

Capitulo III.
I Redargue 0 Apofiolo taõbem a os que como Meftres a outros facilmente refren­
dem y fazendo elles mefmos muytas vezes perverfamente. 2 Enfina que 0 que
a fua língua refrear pode , taõbem a todos os outros membros bem governar po­
de. 3 Q.omo os cavallos com freyo . 4 E as naos com leme fe governai. 5 Mas
fe a lingua nai fe refréa, que entonces he como fogo , 0 qual ainda que muy pe­
queno , toda via grande bo/que encender pode. 7 Que 0 refrear d’a lingua muy­
to mais difficil he , que 0 amanfar de qualquer bejta fera e que a língua desre­
freada caufadóra de muytos males he. 9 Que naõ he conveniente > que com hua
e mejma lingua a Deus bendizemos e a 0 proximo maldizemos. 11 Como a fonte
naõ deita \untamente agoa Jalgada e doce > nem a arvore fruitos diverfos. 13 Des­
pois amoefa pera manfidaõ e pera depor a enveja e contenda. 15 E aepreve
a natureza e propriedade d'a terrena e celejlial fabedoria. 18 Como taõbem 9
fruito que por eUas fe alcança.
a Matt.23: 1 a M eus *rma°s3 naõ fejaes muytos meftres, £ fabendo que tan-
8 A to mayor * condenaçaõ recebéremos.
b Matt'TA. 2 Porque todos em muytas coufas tropeçamos, c Se alguém em
Luc. 6:37.
* Ou itiizo. palavra naõ tropéça , o tal varam perfeito [ , poderoío para tam­
tPf34\ 14. bém todo o corpo refrear.
lacob.1.16. 3 Vedes aqui nosoutros a os cavalos frevos ’nas bocas pomos,
peraque nos obedéçaõ, f aff] todo feu corpo viramos.
• Ou,p7<?- + Vedes aqui também as naos, fendo tam grandes, e de impetu-
téa. ofos ventos levadas , [com tudo] com hum bem pequeno leme ie vi-
dProv 12: raõ para onde quer que a vontade quifer d’aquelle que as * governa.
1S- 5 d Afli também a lingoa he hum [bem] pequeno membro, e dc
*1S: zf grandes coufas fe gloria. Vedes aqui hum pequçnofogoquamgran-
de bof<luc encendc.
í A
DE St. J A GO. Cap. HL W
ri AJingoa tambem he hum fogo , hum mundo de iniquidade:
afli eflá a lingoa entre noflos membros pofla , e todo o corpo con­
tamina , e inflama * a roda n&ffa] nacença , c d’o inferno *Oib<!?Aí^
le inflama. - rara de
7 Porque toda a natureza, afli debeflas feras como de aves, aflide n0^A
reptiles como de animaes d’o mar , fe amanfa , c pela natureza hu-
mana amanfada fov:
$ Mas nenhum homem a lingoa amanfar pode. Hum mal que fc
naõ pode refrear: cheya de peçonha mortal.
9 Com ella a [noflo J Deus ePae bendizemos, e com ella a os ho­
mens, e feitos a femelhànça de Deus, maldizemos. eGen.ni^
10 De huâ mefma boca procede bendiçaõ , e maldiçaõ. Meus
irmaõs, naõ convém que iflo afli fe fáça.
11 Por ventura deita alguã fonte pçr hum mefmo manancial o
doce, e o amargofo?
11 Meus irmaõs, pode tambem a figueira azeitonas, ou a videi­
ra figos produzir? Afli [tambem] nenhuã fonte agoa ialgada, e do­
ce produzir
H Quem he fabio e entendido entre vosoutros? f Por [feu] bom/£/>£•
trato íuas obras em maníidam de fabedoria moflre.
14 g Porém fe enveja amarga , e contenda em voflo coraçaó ten- q:
des, naõ vos glorieis nem contra a verdade mintaes. *
U
H b Naó he efla a fabedoria que d’o alto decendc 5 fenaõ terré- h 1. Cor. 2:
na, animal, e diabólica. 6.7.
16 i Porque aonde ha enveja c contenda, ahi ha perturbaçaó, e íi.Cor.y^.
* toda obra perverfa. y G
*/. 5:20.
17 Mas a fabedoria que he d’o alto, primeiramente he pura,
defpois pacifica, moderada, tra&avel, cheya demifericordia, e de maotrato-
bons fruitos, parcialmente naõ julgando, c naõ fingida.
15 Ora o fruito de jufliça fe ieméa em paz , pera os que * paz
cxercitaó. fazem.

V V V C A«
EPISTOLA universal
$2|
Capitulo IV
X Relata o ^poflolo os remedios contra os pecados precedentes > e amoefla os que as
çoncupijcenáas carnaes, fendo a origem d1elles ■> deponhaÕ , apontando pera este
fim os perniâojos fruitos d’e!las , como faõ contendas - 2 Embaraço que naõ re­
cebem o -que dejeyih e pedem > 4 fi inimizade contra Deus. $ O que com as
Ercrituras prova. 7 Exhortando que je a Deus jugeitem , e a 0 Diabo reflflaõ.
j Ajunta a iflo hua fervorfla amoejtaeaò paía converfaõ> que com fuas partes
defcreve'. II fi principalmente pera nao falgar a feu proximo , porquanto iflo
a jó Deus compete. 1; Redargue os taõbem que em jeus negocios que começaõ
naõ conflderaõ a providencia de Deus >-nem a faqueza da vida. E conclue
que 9 que fabe 0 que fazer deve J e iflo naõ faz > mas gravemente peca.

1 TVonde guerras e pelejas entre vosoutros [vem] ? Porventura


aR0m.7-.23. ^naõ [vem] d’aqui, [> faber] de voflos deleites, * que em vos- ,
1. Pedr. 2: fos membros guerréam ?
IX* 2 Cobicaes , e * nada tendes: fois cnvejoíbs e *
cobiçofos, e al­
» Ou
cançar nao podeis: combateis e guerreaes, e nada tendes, porque

3 Pedis, e naõ recebeis: £ porque mal pedis, peraem voflos de-


12. leites gaitardes.
Rom.l'.z6' 4 Adúlteros, e adulteras, naõ fabeis vos que a amizaded’omun­
ir lo/. 15:19. do , he inimizade contra Deus? Por tanto qualquer qued’omundo
Gal. l -. 10. amigo fér quifer, por inimigo dc Deus fe conftitúe.
i.W.2:i$. s\)u cuidaes vos que a Efcritura em vaõ diz : d Porventura de-
dNum. H-fejo de enveja tem o Elpirito que em nos habita?
e Pròv ‘ 6 Antes [ainda] dá mayor graça., Portanto diz [a Ef
e i™’ ? ‘ e Deus-reflfte a os foberbos, porém d’a graça a os humildes
1 ?*dr 7 Sugeitaevos pois a Deus : t refifti a o diabo , e fugirá de vos-
f Eph.4:27- outros.
i.Pedrs.9- s Chegaevos a Deus, e elle fe chegará a vosoutros..£ Alimpae as
í- maós pecadores : e vos dobrados de coraçam , purificac os cora-
*Ou, Ten- 9 A * Senti voflás miferias, c lamentae e chorae: voflbrifofe con-
de vos por verta em pranto, e [vo/fa] gozo em trifteza.

«7^.22:19 ga. E fe tu a Ley julgas , ja naó es fazedor d’a Ley , fenaõ juiz.
Prov. 29 ; ** Hum
2J. Matt. 23 ; 12. Luc. 14: II. e 1S ; !<, I. P<^. 5 í * •
DE St. J A GO. Cap. V
ii Hum fó Legifladór ha , que lalvar e deftruir pode. 12k Porém kRom. 14:
quem es tu que a outro julgas? 4»
/ Luc. il Z
ij Ea pois agora vos, os que dizeis : ''Hoje, ouamanhaã, a 1$.
huã tal cidade iremos, c lá hum anno paliaremos, e contrataremos,
c ganharemos :
14 Vos, que naõ fabeis o que amanhaã [ acontecerá J : wPor- m lfay. 4.0:
que, que he voíTa vida? Pois hum vapor he , que por hú pouco ó.
aparece, e delpois fc efvaéce. i.Cor.y 3r.
15 Em lugar que dizer devieis: « SeoSenhorquifer, e vivermos, lacob.1\ Io.
l.Pear. 1 ;
ifto ou aquillo taremos.
16 Mas agora em voflas * prefunçoés vos gloriacs: toda atai glo- 1 2 c/. 2:17.
riaçaó he malina. n Aff. 18 ;
17 0 Affi que aquelle, que fazer o bem fabe, e naó [0] fáz, * pe­ li.
cado comete. 1 .Ct/r.4:i9»
/ »
*
* Ou > joberbias } ou y Arrogâncias. 9 Luc. 11; 47. * Q\i> para 0 tal lhe he pecado ' ‘*
OU, féca>

Capitulo V
j Adianta 9 Apoftolo nas exhortaçoens para vivenda Cfcriflaa e aponta as
mtjerias que fobre os ri os vêm. 4 A faber . fobre os que a os pobres de feu
jornal fruftraõ. 5 E d’as riquezas abujaõ pera deleites , 6 E a os pios oprimem,
y Amoefla a os oprimidos pera paciência longanime > com a venda de Chrifto ■> e
com os exemplos d’hum lavrador, lo E dos Prophetas e ejpecialmente de fob.
12 Amoejia os de deixar 0 leve \urar% IJ Enfna como nos avemos nos de aver ,
affi 'na profperidade, como 3na adverfdade. 14 Como taõbem 0 que os doentes
fazer devem > e 0 que nos lhes fazer devemos ■> prm ipalmente untando os e orando
por elles. 17 Meftrando com 0 exemplo de Elias quam efficdza oraçaõ d’os fieis
he. 19 & ultimamente amoefla de a os dejencaminlados converter, e a 0 ver­
dadeiro caminho levar. 2o E enfina quam excedente ,obra ifto feja.

pranteae por voflas mife- aVrov. n;


1 a Ea pois agora, vos ricos, chorae e *
“rias , que fobre vos haó de vir. 8.
2 Voflas riquezas eftám apodrecidas e voflos veftidos comidos Am<>s. 6 :
d’a traça eftam: , 1•
5 Voflo ouro c prata eftá ferrugento : e fua ferrugem em tefti- t ,<CT^
munho vos ferá, e voffia carne com fogo comerá; * pera os últimos q.
dias cnthefouraftcs. - uu Ji7/-
*
VVV a 4 Ve- vae.
bRocn.
EPISTOLA UNIVERSAL
4 Vedesaqui c o jornal d’os trabalhadores, que voflas terras fegá-
raó , [e] por vos íe diminuiu , clama : e os clamores d’os
Deut. 24: qUc |-UÍ j legáraó em os ouvidos d’o Senhor * Sabaoth entraram.
14. d,o 5 Delicioíamente fobre a terra viveftes, e vos deleitaftes : vos-
*Ou,
exercitos.05 fos coraçoens como em dia de matança cevaftes.
J Job> 11 • 6 A o’jufto condenaftes p] mataftes : p] elle vos naô * refiftiu.
7 Sede pois, irmaõs, pacientes até á vinda d’o- Senhor.
c'* ’ Eis aqui
77
.Lzr.16:19. o lavrador o fruito preciolo d’a terra espera,* aguardando
— o com
2S. ‘
paciência, até que a chuva - ' ' receba.
temporaã‘ e íoródea
* Ou . ;-í/7- 5 Vos também pacientes fede, p] voflos coraçoés esforçae: por­
fie. que ja a vinda d’o benhor chegando vem.
9 Irmaõs , naó luspireis huns contra os outros , peraque conde­
nados naó fejaes. Eis que o Juiz á porta eftá.
10 Meus irmaõs , tomae por exemplo de affliçaó e de paciência
a os Prophetas, que [fm] nome d’o Senhor falláraõ.
f Matt. 5: 11 Vedes aqui por bem-aventurados temos a os que fofrem.
II. Bem f a tolerância deJob ouviftes, e o fim d’oSenhorviftesj f que
flob, 1:21. muy milericordiolo c piedolo o Senhor he.
21.
I Num, 14: Porém fobre tudo, irmaõs meus, b naõ jureis pelo Ceo, nem
18. pela terra , nem qualquer outro juramento : mas voflo fi , feja fi,
P/Ac] : ?.e [w/õl naô, naõ: peraque em * condenaçaõ naõ cayaes.
“ j naó:
b Matt. -
>3 Eftá alguém entre vosoutros affligido ? Ore: eftáalguém con­
34-
I. Cor. 1:17, tente? * ‘ Pialmodíe.
15. 14 Eftá entre vosoutros alguém doente ? A fi a os Anciaõs d’a
* Ou^w- Igreja chame , e * lobre elle orem , k ungindo o com azeite em o
zo. nome d’o Senhor.
*Ou, P/al- 15 E a oraçaó de fé a o doente falvará , e o Senhor o levantará:
mos cante. e fe ouver cometido pecados, perdoados lhe feráó.
iEph 5:19. 16 Confeflae culpas huns a os outros , e huns polos ou­
C.0I0JJ'. 3 :
16. tros orae, peraque fareis. Muyto pode a oraçaó eflicaz d’o jufto.
* Ou j Por 17 /Homem era Elias * pw^zíoj ás mefmas paixões que nos, e
tUe. orando, pediu que naô chovefle: e fobre a terra por tres annos e feis
k Marc. 6 ; meles naó chovéu.
B- 18 m E outra vez orou , c o Ceo chuva déu , e a terra feu fruito
II. Reys.V?'.: produziu.
I.
Zr/r. 4:2$. 19 , Irmaõs, » fe alguém entre vosoutros a’a verdade errado tem,
♦Ou^/r- c al£uern 0 converter:
melhantes 20 Saeba taí] que aquelle que a hum pecador d’o erro de feu
paixões. cami-
m 1. Rçr, 18: 4.5. nMatt. lS J 15.
.DE St. J A G O. Cap. V. ■
pe«dt°cuS.tCr ’ d’a m°rte hUá alma falVa,'á ’ ° C Q,UkÍdAÕ
12.
Fim fa Epiftola d9 o Apoftolo St. Jago.

primeira epistola
CATHOLICA, ou, UNIVERSAL
D O

APOSTOLO S. PEDRO.
Capitulo I.
I Defpois do titulo d>a carta3 ; Agraddce 0 Apoftolo a Deus que pera a heran
fa incorruptível nos regenerou. Como tambem que pela fé para falvaçaõ nos
guarda 3 6 E no meyo d as tentacoens alégra. 8 Polo que taõbcm com gozo
. o amamos ainda que e nao vemos. Jo Teftifica entaõ que a doutrina d'efta gra­
fa nao he nova nem vil 3 mas que 0 Eípirito de Chrifto pelos Prophetas antiw
delia orophetizou, Iz E os An]os de neUa vér defejaõ. 13 Propoem despois
dtverfas amoeftaçoens, fbre tudo pera firme efperança 'nefta graça, f a, pera
janftid^de , 17 E depoftçac de toda vaã cenverfaçaõ , d’a aua! -h»ln Je
tone deid abeterno bem elegeu , mas que agora por amor de nosoutros mamfeftado
foy. 12 Tira d ahi outra vez hua amoefttfaò pera mutua caridade fraternal.
23 Porquanto pela incorruptível femente d'o Euangelho para iffo regenerados
JI

1 fi 1 e^ro Apoftolo de JefuChrifto, a os eftrangeiros * emPon- alacob.v.i,


& to , Galacia, Cappadocia, Afia, e Bythinia espargidos:
**- _ *1*&Eleitos fegundo a prefciencia de Deus Pae, em fan&i-
ficaçaõ de Efpirito, para a obediência e ^afperfam d’o langue de le- bHebr.iv
Li r ~ „„„_____ í ’ _ J 1'11 « J *
52S I. EPISTOLA UNIVERSAL
et Cor 1.3. 3 ' ______ Bendito feja o Deus e Pae de noflo Senhor Jefu Chriílo , fo
Eph. i: 3. | fegundo fua grande mifericordia para huá viva efperançai , nos
f Rom. ó’’ regenerou & , g pela refurreiçaõ- de - - Chriílo
' Jefu • -> d'■>’entre1 os mortos:
J
lacob 1:1S. ‘4 Pera a herança incorruptível , c incontaminavel, e que mur-
l í.Cor.i^. char fe naó pode, h guardada em os Ceos pera vosoutros.I
10. 5 Que " pela .
• fé' em a virtude . de „
, Deus guardados eftaes, pera a fal­
k Colof.i: vaçaõ, ja preftes pera em o ultimo tempo fe revelar.
i Rom. ç 3 6 i Em que vosoutrosvos alegraes, k eftando por agora (fe he que *
lacob. 1; 1 afliámporta) por hum pouco contriftados com varias tentações :
2. Tim. I1 7 / Peraque a prova de voflá fé , muyto mais preciofa que o ouro
II- que perece, e pelo fogo he provado, íe ache em louvor, e honra,
kHebr. 10. e gloria , ’na revelaçaó
a ml n rx de z> Tfefu L I-, íl-rv
zz» I i » Chrifto.
37. 8' m A o qual naó o avendo vifto , o amaes ; em o qual, naõ o
I. Pedr. q : vendo agora, porém crendo , com gozo ineffabil e gloriolò vos
$0.
I ljay. 48 : alegraes.
IO» 9 Alcançando o fim de voflá fé, [a faber] a falvaçaõ d’as al­
I. Cor. 3: mas.
h- 10 [ Acerca] d’a qual falvaçaõ «inquirirão e esquadrinháraõ os
lacob. 1:3. Prophetas, que d’a graça que [dada] vos [ftyj, proferizáraõ.
l.Pedr. I : íi o Efquadrinhando quando , ou em qual tempo , o Efpirito de
IX.
enjoa, 20 . Chrifto , que ’nelles eftava , fignificaflé e d’antes teftificafle ? as
* affliçoés a Chrifto [aviaõ de vir], e as glorias que [/e lhe aviai
« Gen 49 I de fervir].
Io. ]íi A os quaes revelado foy, que naõ para fi mefmos , fenaõ pera
Tlan.x\^ nosoutros ,j adminiftravaõ eftas coufas , que agora denunciadas vos
-
./fg^ x.S.’ foraõ pelos que, q pelo- — Efpirito fanéto ~ ~ d-’1o Ceo - enviado , o Euan-
0 Dan. 9 : g _ elho vos pregarao
_ : r para
e as quaes coufas,j até o mais interior, os
Anjos olhar defejam.
p PJ. 22:7. i F Portanto cingindo os lombos de voflb entendimento, fe]
13
fobrios , cfperae inteiramente’na graça, que’na revelaçaó deje-
• Gr. pai- fu Chrifto fe vos offerecéu.
aAél 2‘.4- Como filhos obedientes, naõ vos conformando com as concu-
r Eph. 3 : pHcencias, que d’antes em voflá ignorância avia.
10. Mas como aquelle que vos chamou, fanéto he, t íede vos ou-
f Luc, 12.• tros também fanétos em toda [voflá] vivenda.
V
* 16 Porquanto efcrito eftá : « Sede lanélos, porque eu fou
EfA.6:>4-ranao. r
f Lwí.i;75.
Íi Lev 11: 17 E
44.45. 19:2.
* eio;;,
-D E S. P E D R Ò. Cap. I. 529,
J7 E fe por Pae invocaes a aquelle x que , íem aceitaçao de pes- xDé^r.io:
foas, 'fegundo a obra de cadahum julga 3 em temor * andae o tem- I7-
po de vofla habitaçaó : z.Chr. 19.
iS y Sabendo que de voíla vaã vivenda , que * por tradiçaó d’os
paes recebeftes , refgatados folies ,' naõ com coufas corruptíveis , 10:34.
[como, corf] prata ou [<^«3 ouro: Rcm.l. 11.
19 Senaó - com o preciolo fangue deChrifto, como de hum im- Gal 2: 6.
maculado e incontaminado cordeiro : *
Eph 6: 9»
20 O qual bem <■ ja d’antes conhecido foy desd’antesd’afundaçaó Colojf. 3 :
d’o mundo , porém ’neftes últimos tempos manifcfto por amor dc * Cu 15.
, tra-
vosoutros: tae.
íí Que por elle credes em Deus, o qual d’os mortos o refus- y 1. Cor. 6 :
citou, e b gloria lhe deu, peraque vofla fe c efperança cm Deus efti- 20.
vefle. eT- 13-
22 [ Portarfto~\ purificando pelo Efpirito voflas almas em a obediên­ * Paes Ou, d’os
en­
cia d’a verdade , c para caridade fraternal naó fingida 5 amae vos ar­ tregue vos
dentemente huns a os outros de hum puro coraçaó:
23 d Sendo ja regenerados , naó de ? fementecorruptível, fenaó z. Aã.20:
incorruptível, pela viva palavra de Deus , c que para fempre per­ iS. -
manece. Hebr 9 12.
24 / Porque toda carne he como a erva , c toda a gloria d’o ho­ Apoc. I : 5*
mem como a flor d’a erva. Sècoufe a erva , e lua flor cahiu: aRom 16:
V)-
25 Mas a palavra d’o Senhor permanece para lempre: e efta he a Eph. i:9.
palavra que entre vos Euangelizada foy. e3 « p.
CqIojT i,.-26. 2. Tim I : 9 Tit. I : 2. b Aã. 2 ! 3;. Phil. 2: 9. c Rom I2‘. Io-
Ephef 4: J. Hebr 13: I. I Pedr, 2:17. d Jacob. I: lS. e I. Jea. Ji
/ ljay. 40; ó. I. Cor. 7:31. Jatob. I: io. e 4. i 14. 1. Jog. 2:17,
f

‘ C A-
ÍS® I. EPISTOLA UNIVERSAL

Capitulo II.
j Amoefla os ainda 6 Apofiolo pera depofipao de diverfos vícios > 2 E pera defefe
dl o leite d’a palavra de Deus que fern engano he j pera 'no bem crecer j E a
benignidade de Deus gofiar. 4 Exhorta os despois que , como pedras vivas em
Chrifio pera cafa e facerdocie efpiritual edificados fèjaé; 6 Vfâo que Chrifio empe­
dra dia esquina de Deus pofio he , preciofa pera os fieis., mas tropeço pera os
desobeaientes. ,9 Tefiifica que elles agora effa gerai a õ eleita e povo de Deus
faõ , d3os quaes mijericordia tem. II Polo que os amofila pera converfaçai
fanffa-) pera por ella a Deus glorificar. 13 Como taõbem pera obediência a os
Juperiores. iS E es fervos pera a de feus Senhores , aindaque rigurojos.
21 Propoem lhes pera elle fim a paixaÕ e pacien>ia de Chrsslo } 24 £ conjola
os com os fruitos d'efia paixaÕ j como a dufa de fua converfaõ d3elles.

*.
aMatt.1% I a TXeixando pois toda malícia , e todo engano , e fingimentos,
3- e envejas, e todas murmurações,
Rom- 6 : 4« 1 Delejae affeétuofamente , como meninos novamenre nacidos,
I.Cor. 14: leite racional, * naõ falfificado , peraque por elle creccndo va­
10.
Eph.fi- 23- des :
Coloff y.S. * i Se porém ja b gofiaftes que o Senhor benigno he.
Hebr. 12:1. 4 f A o qual chegandovos , [como a] huã pedra viva , d’os ho-
' Incor-
*h IOu ’ mens em verdade reprovada, porém para com Deus eleita [<• J pre-
rapto-, ou, ci qí a:
rupto-,
fem enga- 5 qp am^cm como pedras vivas , d [por] cafa efpiritual e e fanéto
Também
b Pf. 34: 9. Sacerdócio vos edificae, pera/facrificios eípirituaes, a Deus agra-
c Eph.1 20. daveis por Jefu Chriíto, offerecer.
dHebr.yó. 6 Poloque também ’na Efcritura fe contem : g Eis que em Siaõ a
e^Apoc 1:6. principal pedra d’a efquina, eleita, preciofaponho: e, Quem
fRom. íi - ’nella crer confundido naõ ferá.
I.
Hebr. 11Z 7 Affique para vos os que credes * preciofa [w] he : mas para os
* rebeldes [/è diz]: h A pedra que os edificadores reprováraó eíTa
e 1*3: 15.Por cabeça d’a efquina feita foy ,, e por t pedra de tropeço , e por
16. penha de efeandaío:
glfoy. 28 S 8 [ A faber] para aquelles que em a palavra tropéçaõ, rebeldes fen­
16. do, pera o que também * ordenados foraõ.
* Ou, hon­ 9 k Mas vosoutros a geraçaõ eleita, l o Sacerdócio Reál, agen.
rofia.
• Ou ^incré­ te fanéta, [e] o povo aequirido fois: peraque as virtudes denunci­
dulos eis d’aquelle que d’as trevas pera fua maravilhojã luz vos chamou".
iPf 118 ; 10 m Vos’
II.
^«.21:42. ^.4:11. í7/^.S:i4. 12^.9:33. * Ou,p/^. kExod.iy.q.
Deut.71 6. e 14 : 2. ei6 ; iS. Eph. 1114» iApoc. 1:6. e $ ; io
DE S. PEDRO. Cap. II. ni
!• m Vos, que d’antes povo naõ éreis, mas agora o povo de Deus m Ofeas^ i;
fois: que [ dantes] milericordia naõ alcançareis, mas agora mileri- Io«
cordia alcançaftes. f2; 22.
ii Amados, como a peregrinos e forafleiros amoèfto ,Ro™-9'-
n que vos abltenhacsd as concupiicencias carnaes, que contra a alma I4 s
militam. G*?/. sikÇ»
ií o Vofla vivenda entre as Gentes honefla tendo : ? peraque em o Rom. n :
oquedevos, como de malfeitores , mal faliam , 7 a Deus, pelas 1-Cor 8;2i.
boas obras que em vos virem , r ’no dia d’a vifltaçaó glorifiquem. 2: Tí*
15 / Portanto íugeitaevos a toda ordenaçaó humana por amor d’o^Itf'? 5*
Senhor: feja a o Rey, como a Superior : I# •
14 Seja a os Governadores , como a os que d’elle fam enviados, Matt. •
para caftigo em verdade d’os malreitores , mas [pera] louvor d’os 16.
que bem fazem. rLac.r.68.
15 Porque afli he a vontade de Deus, t que bem fazendo, aboca eí9H4-
á ignorância de homens loucos tapeis: <- fRom.iy.i.
10 u Como libertos, c naó como tendo a liberdade por cubertu- fpj/ * ■
ra de malícia, fenaõ como fervos de Deus. uioSz 'xi
17 x Honraeatodos: y amae a fraternidade: temeia Deus: shon- Rom 6: 1$ *
rae a o Rey. Ga/. 7:^
18 * Vosoutros fervos, fugeitaevos com todo temor a [woffos] xRom. 12;
Senhores, naõ fomente a os bons e * humanos, mas tambem a os lo’
rigu rolos. 1 Rom 11 *
19 £ Porque * coufa agradavel he, fealguem, por caufa d’acon-^ TIO. ^’
fciencia. pera com Deus, moleítias fofre , injuílamente padecendo. Eph. 4: 3.
ío Porque , que louvor he, fe pecando , abofeteados fois , C O Hebr.\$:ia
fofreis ? c Mas fe fazendo bem , affligidos fois, e * ó fofreisj iíTo >. Pedr. I :
he a Deus agradavel. 22.
2< Porque pera ifto fois chamados , pois tambem Chriftopor n0S « Matt-211 21.
padeceu, d deixandonos exemplo, peraque fuas piladas figaes. _ a Eph 6:f.
11 e O qual naó cometeu pecado , nem engano em lua boca fe Colofl\ "j’:
achou. 22.
fO qual quando o injuriavaó, naó tornava a injuriar: e quan- 1.^. 6:1.
do padecia, naó ameaçava: mas a aquelle que juftamente julga: fe Tít' 2- 9
remetia. Ou^affa-
veis, ou 5
24 5 O qual mefmo noflos pecados em feu corpo fobre o madeiro modera­
Xxx levou dos.
• Ou j tâo gf1i.a & Matt. $: To. c I. Pedr. 3:14. e 4:14. • Ou , padé-ds.
djoa.l$ 1$. PZv/.2:Ç. I Joa 2:6. e lfay. 9 2, Cor.j : 21. j. Loa. 3;
f Matt. 27: 39. Joa. $ . 42. í ifay> 5S 4» Matt, S 17.
W I. EPISTOLA UNIVERSAL
hRom. 6 :levou: £ peraque mortos para os pecados, para a juftiça vivamos:
• / r\ por cuía ferida faráites.
V. 25 Porque / como ovelhas desgarradas éreis: mas agora Qpjcon-
34 vertidos eftaes a o Paftor e * Biipo de voílas almas.
Luc. i $: 4.
•Ou/íM^r.
Capitulo III.
I Amoefla Pedro as mulheres pera obediência a feus maridos. % E enfeite nao
d’o homem exterior mas d3o interior. $ Poloque lhes- propoem os exemplos
d3as matronas janétas d o Velho Teftamento, efpecialmente de Sara. Amoefla
i taõbem a os maridos que discretamente com fuas mulheres habitem. S Torna fe
despois a as amoeffaçoens pera mutua caridade
* 9 E principalmente pera tole­
rância e paz , com promejfa d’a bençao de Deus cfo Pfalmo XX X 1 V. I j Moftra
que temer naõ devem quando fem culpa padecem , e que Jempre pera ad razaõ
d3a efperança que 3nelles ha aparelhados esidr devem. l8 Propoem lhes o exem­
plo d3a paixaÕ de Chriflo e de fua fahida d^ella. I9 Como taõbem 0 exemplo
contrario d os caftigos , d’a desobediencia d o primeiro mundo em os Dias deNoe»
e d'a Uvraçao de Noe pela arca d3a agoa, quando com paciência a efperáta *
21 Cu]O correspondente exemplar agora 0 bautismo he > que nos encaminha á rejur­
reiçaõ e gloria de Chrifto,

* Gen. 3 :1 4 Cemelhantemente [w] mulheres, [fede] fugeitasavoflos pro-


1 Cor *14 / Pr-j°$ maridos : peraque também fe alguns a palavra naó obe-
‘ ’ décem, pelo trato d’as mulheres, iem palavra, ganhados Íejam,
Eph. 5:22. 1 Voflo caíto trato em temor coníiderando.
Coloff. 3 : 3 b O enfeite d’as quaes feja, naõ o exterior, em encrefpamento
iS. de cabellos , ou atavio de ouro , oucompoíturadeveítidós:
4 Senaó o homem encuberto d’o coraçaõ , em o incorruptível
ívrim. 2. de hum efpirito manfo e quieto : que preciofo diante dc
Tit.i-.y Deus he.
5 Porque afli fe enfeitávaõ também antigamente as fanétas mulhe­
res , que cm Deus esperavam , c a feus proprios maridos fugeitas
eraõ:
lS : 6 c Como Sara obedecia a Abraham, chamandolhe Senhor ; d’a
qual vosoutras filhas feitas íois , bem fazendo , e nenhum efpanto
temendo.
7 Semelhantemente vos maridos, </habitaecom [^Jcom enten-
Coloff .Z- dimento , dando honra á mulher , como â vafo mais fraco , como
* aquelles que juntamente [com ellas] herdeiros d’a graça d’a vidaíois:
peraque voflas oraçoés impedidas naõ fejaõ.
t E
DE S. PEDRO. Cap. 11T.
? E finalmente, e fede todos * de hum mefmo confentimento, e Ro™-12 ♦
compaflivos, amando a os irmaõs, cntranhavelmentemifcricordio- 3^-
fos, [d affaveis: ............................ p/,//. 2:2.
9 f Naó tornando mal por mal, ou injuria por injuria: antes, i6.
a o contrario, bendizendo: íabendoque a iftochamadosfois, g pe- *Ou JL7^<?-
raque bendiçaõ em herança alcanceis : nimes.
10 h Porque quem a vida amar quer, e os dias bons vér, fua lin- 19:
goa de mal refréye, e feus beiços, que engano naõ fallem. iS.
11 í Aparte fe d’o mal, e faça o bem : bufqueapaz, e figa a. Prov. 2o ,
22.
12 Porque os olhos d’o Senhor fobre os juftos eftáõ, e feus ouvi­ r 24: 2 9«
dos a fuas oraçoes [atentos] : mas o rofto d’o Senhor he contra os que Matt.^V,
males fazem. Rom. 12 :
1; E qual he aquelle que mal vos fará 5 fe imitadores d’o bem 17-
I. Cor At 7.
fordes ?
14 k Mas fe tambem por amor d’a juftiçapadecerdes, bem-aven­ i Thejf. J5-
turados fois: l e por temor d’elles naõ temaes, nem vos turbeis: g Matt.Z^t
15 m Antes a o Senhor Deus em voífos coraçoés fanéfificae: «e fem­ 34.
pre aparelhados eftae, pera com manfidaõ e temor refpondcr àcada ].7>w.4- 8.
Aiy.’i4-I3.
qual que razaó vos pedir d’a efperança que em vos há.
16 Tendo hua boa confciencia, 0 peraque em o que de vos , co­ &r.
lacob .1.16.
mo de malfeitores , fallaó mal, confundidos fiquem osque de voífo 1PJ- 37^7-
bom trato em Chrifto blasfémaõ. lfay. Ii 16.
17 Porque melhor he que fazendo bem (fe a vontade de Deus ;• J™-
[afí] 0 quer) d’o que fazendo mal, padeçaes. vers II.
iS p Porque tambem Chrifto huã vez polos pecados padecéu , o k Matt. 5 :
jufto polos injuftos : peraque a Deus nos levaífe , mortificado em io.
verdade ’na carne, porem vivificado peio Efpirito: I Pedr. 2 :
20.
19 ’No qual tambem indo, aos elpiritos 7 cm prifam [poflos] é-4 : M-
pregou. l lfayr S-.12,
20 r Os quaes antigamente rebeldes foraõ , / quando a longani- Jer.x. 8.
midade dc Deus huã vez em os dias de Noè aguardava, aparelhan- mlob.i 21.
dofe a Arca : cm a qual poucas, t (iftohcoito,)almas, pela agoa fc 119: ■
46.
falvaraõ. . a ff 4 8.
*4:8.
21 u A cujo correfpondentc exemplar , o bautifmo tambem ago- Aff. oTj't z \ 3
ra nos falva, naõ o d’o despojamento d’a immundicia * d’o corpo, I. Pe^«1 •
Xxx 2 - mas 12.IS
*
p Rom. 7 : 6. Hebr. 9 : 1$. 18. I» Pedr. 4; 6» r Gen. 61 Ç. f Gen, 6: 3. 14,
Matt. 24. $7. Luc.l~:i6, Rom,i\4» t Gen. 8:i>. 1. Pedr, 2; 5. «£^,5:20.
• Ou j sf a carne»
I. EPISTOLA UNIVERSAL
•OuJw^/d- nias o d’a * queftam de huã boa confciencia para com Deus , pela
riçdo, ou, refurreiçaõ de Jefu Chriílo:
interroga» x (j qUai a dextra de Deus eftá, fendo a o ceo fubido : aven-
fai- dofelhe os Anjos, e as poteftades , e as potências fugeitado.
xE/Z>.I;20. j

Capitulo IV
I Tira o Apoftolo d’a eoitfideraçfiõ d'a paixaõ de Chrifto hua amoeftaçaõ que nao
fegundo as concupi/cendas d’a caj^ie •> fenaõ fegundo a 'vontade de Deus avérn de
viver ; 4 E enfina que os que o contrario fazem j ou outros a iffo levaÕ> a Deus
tonta darác > 6 Sendo taõbem por iffo o Euangelho a os mortos pregado. 7 Ex­
horta os despois pera fobriedade > oraçaó J caridade e outras virtudes. Io Cem»
taõbem pera 0 bom empregar d* os dons e adminiftraçoens que cada hum recebido
tem. 12 Enfina outra vez que « forte d’os fieis he padecer affiicoens , e que
iffo lhes faudavel he ; I? Eavifa que ninguém como malfeitor . fenaó como Chri-
fiaó padeça } V] Porquanto 0 juizo de Deus de fua cafa começa. iS Pois qut
os outros defpois defta vida mais grave juizo tem por efperar.

a Hebr. 12; 1 ra pois ja que Chrifto por nos em a carne padeceu, a vos tam­
I.
b Rom.6: 7.
c Rom. 14; -
7» O bém com efte mefmo penfamento vos armae , b [a jaber]
que aquelle que em a carne padecéu, ja d’o pecado ceifou :
2 c Pera ja o tempo que \_ainda}
_
a. Cor. $ : fegundo as concupifcencias d^os
iS- de Deus.
em a carne refta , mais naõ viver
’ homens , fenaõ fegundo a vontade
Gal. 2'20. ? d Porque bem nos bafta que o tempo paflado d’a vida a vonta-
?^r/
■f TP4e/r cumprimos , v,e v<.i
/r+'. de ~d’os Gentios vuuij/iiiuvu em diftòluçoés , concupilcencias ,
’ 10 S borrachices , glotonarias, beberronias , e abomináveis idolatrias
Heór.y 14. andamos.
dEph^.i'/. 4- O que \_em vos outros'} eftranhaõ , por com elles naõ correrdes
’no mefmo defenfreamento de difiòluçaõ, de vos blasfemando:
5 Os quaes conta haõ de dar a o que aparelhado eftá pera a os vi­
vos, e a os mortos julgar.
e loa. 6 e Porque para ifto também a os mortos euangelizado foy , pe-
1 Redr. 3 : raqUe ern verdade fegundo os homens em a carne julgados foflem,
9’ porém fegundo Deus cm Efpirito viveflem.
2 : 7 r E ja o fim de todas as coufas eftá perto : g Portanto fede fo-
Luc 21 • brios, e vigiae em oraçoés.
;4. ‘ 8 Mas ante tudo huns para com os outros ardente caridade ten-
hVrov. 10; de- h porque a caridade cubrirá muitidaõ de pecados.
Vi Hoípc-
DE S. PEDRO. Cap. IV.
9 i Hofpedaevos huns a os outros, Z fem murmurações. /7?^. 12
*
10 l Cadahum como o dom recebeu, P/7] a os outros o admini- 13.
íire, como bons difpenfciros d’a varia graça de Deus. Hebr. 13 ;
11 m be alguém fallar, [fM] como as palavras de Deus : fe al- ,
guem admimltrar , [admmifire ] como d’a [ p*rte das] forças que * \ktí' 1 '
Deus dá j peraque em tudo feja Deus glorificado por Jefu Chri-/p^^g.
fio: aquem pertence a gioria e a potência pera todo fempre jamais. Rom, 12: 6.
Amen. i.Cor.S-.u.
12 Amados, » naõ eftranheis o ardor [d?a affl'içao"\ , que para vos m'Jer- 2 3:
atentar vos fobrevém , como fe f al^ud coufa 1 eftranha vos aconte- 21‘
cefle: *
1/^48:
13 Antes afii como ás affiiçoés de Chrifto comunicaes, [afl? tambem 1 q0 '^
delias'} vos alegrae: peraque tambem em a reveiaçam de fua gloria i.Pedr.u.j,
vos gozeis e alegreis.
’4 0 Se polo nome de Chrifto fois vituperados , bemaventurados 0 Matt. 5:
fois : porque o Efpirito d’a gloria e [0] de Deus íobrevos outros lo.
repoufa: o qual, quanto a elles, blasfemado he, mas quanto a vos I. Pedr. 2;
glorificado. 20.
is Porém nenhum de vos padeça como homicida, ouladram,ou 'DM-
malfeitor , ou como o que em negocios alheyos fe entremete:
16 Mas fe como Chriitam [padéce], naó fe envergonhe , antes a
Deus ’nefta parte glorifique.
17 p Porque ja he tempo que o juizo desd’a Cafa de Deus comé- pier.is i?4
cc : e fe primeiro dc nos ^começa'}, 7 qual ferá o fim d’aquelies, que Luc.z^. 31.
a o Euangelho dc Deus desobedientes faó ? q Luc. 10:
iS r E fe o julio apénas fe falva , aonde aparecerá o impio e pe­ 12.
cador ? rPrw. Ii;
i9 Portanto tambem os que fegundo a vontade de Deus padé- 3i-
cem, fuas almas, como a o fiel criador , encomendem, bem
fazendo.
I
1. EPISTOLA UNIVERSAL

Capitulo V
I Amoefla Pedro a os Anciãos que a o rebanho de Deus bem apacentem. 4 E pa­
ra galardaõ a coroa d'a gloria lhes promete. $ Amoefla despois a os mancebos
pera fogeiç ao e humildade . 7 E a cada qual que feu cuidado fobre Deus deite.
8 Propoem lhes a aflucia e potência d’o diabo , e exhorta os a vélar contra elle.
io Roga a Deus que os conforte. II E louva 0. 12 Declara a razaõ porque
em breve lhes efcrevéu. 13 E conclue a carta com mutua faudapaõ e defofo
d3a paz.

1 A os Anciaõs, que entre vosoutros eftám , amoefto eu , que


juntamente com elles Anciaõ fou, e teftimunha d’as affliçoés
de Chrifto, c participante d’a gloria que fe ha de revelar:
a AH. 20: 2 a Apacentae o rebanho de Deus que entre vosoutros eftá, ten-
18. do cuidado \d'elle]^ naõ por força, mas voluntariamente : b nem
b i.Tim. 3: pOr torpe ganancia, mas de hum animo prompto:
# 3 c Nem como fenhorio fobre as herdades [d'0 Senhor] tendo,
aCori * fenaõ de exemplos a o rebanho fervindo.
24. * * 4 E quando e o Summo Paftor aparecer, f a coroa * incorruptível
d Phil. 3: d’a gloria alcançareis.
17- 5 Semelhantemente vos mancebos, fede fugeitos a os Anci-
1. Tim. 4: aõ$ : g c todos huns a os outros fugeitos fede : de humildade vos
viftí : h porque Deus reíifte a os foberbos , mas dá graça a os hu-
^‘74o.mildes.
* 11. * 6 z Humilhaevos pois debaixod’a potente maó de Deus, peraque
Ezech.H'. a feu tempo vos exalce:
13. 7 h Sobre elle toda voíTa folicitidaõ lançando : l porque elle dc
lod. 10: íi. vos cuidado tem.
Debr. 13 : 8 m Sede fobrios , [/] vélae : » porque voflo adverfario , o Dia-
I Pedr. 2 • k° •> anda como Leam bramindo a o redor [de vosoutros J, bufeando
' ‘ aquem devorar poflà.
f 1. Cor. 9: 9 0 A o qual refiftí firmes ’na fé : fabendo que as mefmas affliçoés
15 em voflá irmandade’no mundo fe cumprem.
2.T/W.4-8- _
lacob.v.iz. 10 Ora
X.Pfdr.I,'4« • Ou 1 que murchar fe nao pode ■> ou > immurchavel. g Rom. 11
* 10. Phil. 2:3.
Z? Prov. 3 : 34. Jacob. 4:6. i Job. 11 ; 29. Prov. 1? J 23. Matt. 23:11.
14: II. Jacob. 4 : lo. k Pfalm.^: 23. Matt. 6; 2$. Luc. 11: 11,
Philip. 416. 1. Tim. ô’8. I I. Cor. 9 : 9. Hebr. 13:$. ml. Theff. : 6.
Pfdr.i: J3. <4:7. n Job. x; 7. Luc^i\\i, eEph.Wfo lacob. 4'. "Jt
l.
DE S. PEDRO. Cap. V- w
10 Ora o Deus dc toda graça , que em Chrifto Jefu á fua eterna
gloria nos chamou, despois de p hum pouco padecido avermos , o pHe&r. íe:
mefmo vos aperfeiçoe, confirme, fortifique, [e] * eftabeléça. 37«
11 A elle leja a gloria , e a potência pera fempre jamais. Amen. 11
i^ PorSilvano, voflofielirmaõ, comocuido, brevemente 3 * ou,
eferevi, exhortando [w] e teftificando , que ella he a verdadeira 1
graça de Deus em que eftaes.
13 Saúda vos a £que coèleita em Babylonia eftá , e Mar­
cos meu filho t
*4 Saúdae vos huns a os outros 7 com beijo de caridade. Paz^R^.i^;
feja cora todos vosoutros, os que em Chrifto Jefu eftaes. Amen. 16.
X. Cor. 13:11. I. Thejf. 5 : 26. i.Cor. 16 ;20.
Fim ia primeira Epifíola univer/al d’0 Apoftolo S, Pedro»

S E 6 U N-
53’
SEGUNDA EPISTOLA'
UNIVERSAL
D O

APOSTOLO S. PEDRO.
Capitulo I.
I O Apoftolo Pedro despois d’a infcripçaõ e ftudacao , ; Relata primelramevte
quam muy grande grata e benefícios Deus a os fieis Judeos para fua falvaçaõA
feito tem. 5 Poloque os amoefla pera de mais em mais 'na fé e piedade crecer ,
ei fua fé outras virtudes acrecentar; 8 Enlinando que entonces verdadeiramen­
te frudiferos Io E de mais em mais de fua eleição e entrada 'no Reyno de
Chriflo affegurados íerdõ. IX Declara, que ainda que elles efias coufas bem faebam
toda via quis desperta los por esta amoeamai) , 14 Vifto que brevemente d3efta
vida tirado [eria fegundo a Profecia de Chrislo , peraque despois de fua morte
dlfto Je alembraffcm. 16 Teftifica que a doutrina àe Chrifto e de fua vinda
lhes pregada, fabulofa nao era mas que elle mefmo juntamente corri dous outros
Apoftolos fua gloria 3no monte vira, e 0 teftimunho d’o Pae d'elle d3 0 ceo ouvi­
ra , 19 D'a qual tabbem pelas Efcrituras proféticas fe teftifica j 2o ffifie pelo
Efpirito de Deus injpiradas JaÕ.

* 1 irneaó Pedro , fervo c xApoftolo de Jefu Chrifto, a os que


1 ÊT
com nolco igual preciofa fé alcançáraó pela juftiça de noflo
Deus e Salvador Jefu Chriflo:
aR0m.1t7. 2 Graça e paz vos ieja b multiplicada c pelo conhecimento de
i.Pedr.i:x.Deus, e de Jelus noflo Senhor:
b 1 Pedr.\t Como fua divina potência nos deu tudo o que á vida e * pie-
x- dade [pertence] , pelo conhecimento d^aquelle que ágloriae virtude
2 nos c^amou :
ir.?.' 4 Pelas quaes grandiflimas e prcciofas promeflas dadas nos fam,
/m&,ou « peraque por ellas participantes d a natureza Divina fiqueis, avendo
fervico ^efcapado d’a corrupção , que pela concupifcencia ’no mundo ha.
Deus. 5 £
1-JZ. Rom
* 8:15. Qal. 3 •. 2$,
DE S. PEDRO. Cap. I.
$ E vos outros também ’nifto mefmo toda diligencia pondo ,
acrecentae á voflá fé virtude, e á virtude noticia,
6 E á noticiatempcrança, e á temperança paciência, e á paciên­
cia piedade, e Tit.y T4.
Ou in-
7 E á piedade amor fraternal, e a o amor fraternal caridade [pe­ *fruffuojòf^
ra com todos~\, OU > Jem
S Porque fe eftas coufas em vosouver, eabundarem, nemoucio- fruito.
fos , nem e * efteriles, ’no conhecimento de noflo Senhor Jefu Chri-j’ ijay. $9:
fto vos deixarão. 10
9 Porque aquelle em quem eftas coufas naõ ha , f cego he , de SeP^7i' 1 •
longe nada vendo , avendoie elquecido d’a purificaçaó de feus an- lr ‘
tigos pecados.
10 Portanto , irmaõs , tanto mais procurae de firme voflá voca-
çaõ e eleiçaõ fazer: Porque fazendo ifto nunca ja mais tropeçareis.
ií Porque afli vos fera abundantemente fornecida a entrada em
o Revno eterno de noífo Snor e Salvador Jeíu Chrifto.
ix Poloque naõ deixarei de fempre a eftas coufas vos exhortar,
ainda que bem as faebaes, c ’na verdade prefente confirmados efte-
jaes.
13 E por jufto tenho , de em quanto ’nefte tabernáculo eftiver, 2 pedry
14 h Sabendo que brevemente efte meu tabernáculo hei dc deixar, ^Ou.amoe-
i como tatnbem noflo Senhor Jefu Chrifto ja revelado m’o tem. jtafnm.
15 Mas também eu em toda ocafiaõ procurarei , que delpois de huTim.^x
meu tranfito d’eftas coutas lembrança tenhaes. . ,
16 í? Porque a virtude e vinda de noífo Senhor Jefu Chrifto faber
vos naõ fizemos íeguindo fabulas artificialmentc compoftas , 1 mas ♦j.cor. i:
nos [ mefmos ] * fua Mageftade vimos. 17.
17 Porque de Deus Pae honra e gloria recebeu , quando huã tal <?z:i.4.
voz d’a magnifica gloria enviada lhe foy, w Efte he meu amadoFi- e4: lo-
lho , cm quem meu bom contentamento tenho.
, 18 E eftar voz n enviada d’o Ceo ouvimos ’, eftando nos com elle aoa. _ J 1.14.
5no monte íanóto. , i.ioa. 1:1.
19 E temos a palavra d’os Prophetas, muy firme : a aqual bem *
fazeis de atentos eftardes, « como a huã luz que em lugar elcuro alu­ Plagefl a-
mia , até que o dia eíclaréça , e 0 a eftrella d’alva cm voflòs cora­ de tejii-
çoés faya. MUjilídS de
<vi$la fo­
Yyy 20 Sa- mos.
19
18
17
16
15
14
m, Matt. 3 ! 17. e 17: ç. Man. 1:11. 9 :7. Luc. 3:11 e 9 :3 $• £<"'<#. 1:13.
02. Cw-4.6. 0 j4po<\z : li
*
54o II. EPISTOLA UNIVERSAL
20 Sabendo primeiramente ifto, que nenhuã propheciad’aEfcri-
*Oin pri- tura he de * particular interpretação.
W^ou, 21 Porque naó foy a prophecia antigamente por vontade de ho-
propna. mem algum produzida , mas os íãnélos homens de Deus a falláraó,
t Eipirito fanéto * inípirados.
*0u? movidos> cu. empuxados»

Capitulo II.
I Avifa o Apoftolo as feis d'os falfos Doutores que heYegias de perdição 3na Igreja
introduzirão, e a muytos enganardo. J E pera melhormente fugi? delles descre­
ve fua avareza , e a perdição 3 na qual por elles levados Jèráo. 4 O que confir­
ma com os exemplos d’os Anjos que pecáraõ, d30 mundo antigo, e d3os de Sodóma
e Gomorra7 Contra que poem 0 fixlvamento de Lot , como d3antes 0 de Noe.
Io Aponta taobem acarnalidade, intemperança, enganos, e outros pecados d3eftes
enganadores , em que a os animaes irracionaes femelhantes fao, avendo por iffo de
receber 0 bem merecido gaíardaó d o ca ftgo; J$ Como Bileam , cuja in juftiça por
hum mudo animal reprendida foy. 17 Compara os com fontes enuveis fem agoa.
IS Defere ve Jua arrogancia d’elles > e de como a os Chriftaõs enganai , e liberdade
lhes prometem . Jendo elles mesmos ejeravos dyo pecado. 2o Enfina que 0 eftado
d’os Chriftaõs que d’elles enganar fe deixaõ peyor he que je nunca a Christo co­
nhecefem. 21 E compara os com caens, que íe tornao a Jeu proprio vomito 3 e
com porcas lavadas que a 0 espo\adouro d’o lamaçal Je tornaõ.
a Deut.iy.
I. 1 T7 tambem a falfos Prophetas entre o povo houve , b como tam­
b Aíatt>24: bem entre vos falfos Doutores avera , que heregias de perdi­
II. ção encubertamentc introduzirão , e a o Senhor que os comprou
Aã.2^, 29 fnegarão, trazendo fobre fi mefmos * repentina perdicaõ.
2 E muytos fuas perdições feguiráó , pelos quaes o caminho d’a
2. Timt$: I.‘ verdade blafphemado lera.
* Ou->Ace-
lerada,oUy} 3 E por avareza, de vosoutros , com palavras contrafeitas mer-
apreffada. cadoria farãó : c fobre os quaes ja dc largo tempo * a condénaçaó
íe iud.vs. 4. ouciota. naó eftá, c fua perdiçaó naó tosquenéja.
‘r‘- 0- jui
**Ou, • •­ 4 Porque fc Deus d a os Anjos que pecáraó naó perdoou , antes
zo. avendo os ’no inferno lançado , a as cadéas dc efeuridaó os entre­
d lud.vs.6.
Apoc.zç>\^. gou, para o juizo refervádos ficando:
0 Gen 7:2;. 5 E [tambem} a o mundo antigo naó perdoou, mas a e Noê oita­
J. Tedr. 3 : vo , o pregoeiro de juftiça guardou, o dçluvio fobre o mundo d’os
impios trazendo:
t E
DE S. PEDRO. Cap. IT.
ff E as cidades f de Sodoma e Gomorra â fubveiTaõ condenou 19:
reduzindo as a cinza , e pondo [•'* 1 por exemplo a os que impia- 24>
mente viveflèm : 19 ♦
7 E a o jufto Lot , g ja d’a difloluta vivenda d’os * abomináveis I9,
homens enfadado, ] livrou.’ 50^0.
8 (Porque, habitando elle jufto entre elles, cada dia [fita] h al- Ezech, 16 :
ma jufta atfligia , [/wáí] injuftas obras vendo e ouvindo). 49-
9 i Afli íabc o Senhor a os pios d’as tentações livrar, e a os inju- ®íe‘,s' 11 •
ftos pera o dia d’o juizo refervar , para caltigados ferem.
'io Porém mayormente a os que fegundo a carne em concupifcen-
cia de immundicia andam , e as dominaçoés desprézaó, atrevidos, jUí{. w.y,
agradandole a íi mefmos , nam arreceando de d?as dignidades blas- ^Gen. 19 :
fem arem: 7-s«
íi Como querque os Anjos, mayores cm força e potência fendo, * ' ne~
contra ellas parante o Senhor juizo blasfemo naõ * produzaõ. ,ta,n .
i1 * Mas eltes, comoanimaes irracionaes, que a natureza leguem ; Isg
* feitos pera prefos e mortos férem, l blasfemando d’o que naó en- Ccr.io:
tendem , em lu$ corrupçaó pereccráó : 13.
13 Recebendo o galardaõ de iniquidade [por] prazer as quotidi- * Ou,pi­
anas delicias tendo, lendo tachas e maculas , deleitando íe em íeus ™nciem>
enganos, com vofco banqueteando: „
' 14 Ós olhos cheyos de adultério tendo, e nunca de pecar ceflan- ^ido7'
do: as almas inconftantes engodando, o coraçaõ cm avareza exerci- Hud.vsÀ*.
tado tendo , filhos de maldiçaó:
1$ Que, deixando o caminho direito, erráraõ, ™ feguindooca- m Num.221
minho de Balaam, [filho] de Bolor , que o galardaõ de iniquidade 7 Cl­
amou: lud.vs, 11.
16 Porém a reprenfaó de fua [mefma] transgreflaõ teve: [Porque]
n o mudo [ammal] de jugo , em voz dc homem fallando, a louqui- nNum.22:
ce d’o Propheta impediu. 2l-
17 0 Eftes fam fontes fem agoa , nuveis d’o redemoinho de vento 0Iud.vs.12
levadas : pera os quaes a eleuridaó d’as trevas eternamente fe re-
lcrva.
18 Porque fallando coufas muy arrogantes de vaidade , com as
concupilcencias d’a carne, c com diflòiuçoés engodam, a os que
ja de véras efeapado tinhaó d’aquelles que em error andam :
19 Prometendolhes liberdade, fendo elles mefmos lérvos de cor­
rupção. p Porque d’aquclle de quem alguém vencido he , d’o tal 8.-34.
também fervo 1c faz.
Yyy 1 , I
ao Por-
1
$4i II. EPISTOLA UNIVERSAL
qHebr 6: 2O ? Porque fe defpois de ja , pelo conhecimento d’o Senhor e
4‘ . ç Salvador Jelu Chrifto , d'as çugidades d’o mundo efeapárem , e
r Ma°tt 12: tornando Ye ’nellas a envolver vencidos forem r ip&yoYCs lhes fam
4$, * as ultimas , d’o que as primeiras couías.
ii Porque melhor lhes fora o caminho d’a juftiça nam conhece­
rem , d'o que conhecendo , desviarem fe d?o íanclo mandamento
que entregue lhes tora.
2i Porem íobreveyo lhes o que por hum verdadeiro provérbio
fProv. 16 : [/? : / Tornou feocaó afeu proprio vomito; c A porca lavada,
u. * a o espojadouro d’a lama.
* Ou j a o lamaçal d'o lado.

Capitulo III.

I Declara o Apoftolo que efta fegunda carta eferevéu pera despertalos ao guardar
d’a doutrina d’ds Prophetas e Apoftolos. ] E avifa os contra os ejcarnecedores >
que em os últimos tempos, a vinda de Chrifto a o juizo e a confumaçao d’o mun­
do negarão'. <; E refuta os com razoens tomadas d’a criafaõ e conjèrvaçao a‘o
■mundo „ 6 E do diluvio. 7 E enfina que como o primeiro mundo pelas agoas
pereceu affi efte pelo fogo perecerá. S Que a vinda de Chrifto a o juizo por
amor d’os eleitos bem fe dilata ? Io Mas que de improvijo virá 11 D onde
tira hua amoeftaçaô pera procurar a ftncera piedade, E enfina que ceo novo
e terra nova eftaráo. I<j E tudo ifto confirma com o teftimunho *d o Apoftolo
Paulo cujas cartas alguns torcem. 17 Pinalmente condue com amoeftaçaó de
que ddos falfos doutorei e efcarnecedores Je guardem, e com glorificação de Chrifto.

ai.Pedr.v.1 A mados , agora efta fegunda carta vos eferévo , em [ambas]


1$. * x as quaes a com [efta] exhortaçaó voflo flnccro animo des­
perto :
1 Peraque vos lembreis d’as palavras que d’antes pelos fancftos
Prophetas foraõ ditas, e de noflo mandamento , que Apoftolos d’o
bi. Tim.4' Senhor e Salvador iomos.
1. 3 b Ifto primeiro fabendo , que em * os últimos dias efcarnece-
2 Tim y. 1. dores virám fegundo fuas próprias concupifcencias andando :
jud.vs.18. 4 E dizendo, c Aonde eftá a promefla de fua vinda ? Porqucdes-
♦ Ou, ulti- Jeque os pacs dormíraõ , todas as coufas perfevéraô como defd’o
2^ °s principio d’a criaçaõ.
C Ezech.ll; 5 Porque voluntariamente ifto ignóraõ, que pela palavra dc Deus
221 ja
DE S. PEDRO. Cap. III. 54?
ja defda antiguidade os Ceos foraõ , d c [também] a terra, que d’a^Gr«i:9.
agoa c ’na agoa confifte. P/ 24 : 2.
1
6 e Pelos quaes
T,
o mundo d’cnconces ’, comasacoasd
O
’odcluviocu-e Gen ' 7•
1O II.
berto, pereceu. fp/. ioi:
7 t Mas os Ceos e a terra que agora faõ , pela mefma palavra en- 27<
thefourados eftám, g e pera o fogo fe relervamatéodia de juizo, c i/dy.^i: 6-
d’a perdiçaó d’os homens impios. Hebr.x: n.
S Porém, amados , huã coufa naó ignoreis, h que hum dia pe- 2- ^edr. 3 *
ra com o Senhor , he como mil annos , e mil annos , como hum 10,r
dia. _
9 * Naõ retarda o Senhor [bua] promefia , como alguns por/,p^9o.4>
tardança [<] tem) : / mas longanime pera com nofco he , m naó i Habac. 2:
querendo que algús fe percaõ, fenaõ que todos a fe arrepender ve- 3.
nham. hl.Pedr^t
10 Mas o dia do Senhor «como o ladraó em a noite virá, ’no 2o-
qual os ccos com [grande] eftrondo paliaráó , c os elementos ar- 2‘ ?e^r' $ *
dendo fc desfaráó , e a terra , e as obras que ’nella ha , fe quei- /
maráõ. iS?
11 Avendo pois todas eftas coufas de perecer, quaes vos convém Rom. 2: 4.
a vosoutros em fanétos tratos e piedade ler. mEzech.il',
11 Aguardando eaprefurando [w] pera a vinda d’o diadcDeus, 32,
0 em que os ceos encendidos fe desiaráó, e os elementos ardendo fe í,?*:Tr-
fundirão?
15 Porem, p fegundo lua prometia , novos ceos , e nova terra, 4^44.
em que a juftiça habita, aguardamos. 1. Theff, 5:
14 Poloque , amados ,' aguardando eftas coufas, procurae que 2.
d’elle imaculados e irreprenfiveis em paz achados lejaes: Apec. 3 : 3.
15 7 E tende por falvaçaõ a longanimidade de noífo Senhor: co- * Ió;
mo também noflo amado irmaõPaulo, fegundo a iabedoria que da- °
da lhe he, vos eferevéu: 1,^1:
16 Como também r em todas [fuas] Epiftolas d’eftas coufas ’ncl-p ijay, 0$:
las falia: entre as quaes ha alguãs difficeis de entender , que os in- 17.
doutos e inconftantes torcem, como também as demais Eicrituras, 22.
pera fua própria perdiçaó. ^poc.21:1.
17 Portanto vosoutros, amados, fabendo [j^ iflo~] d’antes, guar- J
daevos de que, pelo engano d’os * abomináveis, juntamente arre- ■* ip *A *
batados nam lejaes, e de voflá firmeza [naõ] descayaes: 1.Ccr, ;
1* Antes crefceí em a graça e conhecimento de noflo Senhor e 24..
Yyy 3 Sal-1. Theff. 4.3
* Ouj nefandos,
,44 II. EPIST UNIVERSAL DE S. PEDRO. Cap. III.
Salvador Jefu Chrifto. A elle feja a gloria , afli agora, como em o
dia d’a eternidade. Amen.
Fim da fegunda Epiflola univerfal cTo S. Pedro,

PRIMEIRA EPISTOLA

CATHOLICA, ou, UNIVERSAL


D O
APOSTOLO S. JOAO.
Capitulo. I.
I Declara o Apoftolo que a doutrina que elle denuncia muy certa e excedente he ;
3 E que a propoem pera que os fèe>is por ella cõmunhai com Deus tenhaõ, e feu
gozo perfeito feja. q Que com Deus , que a luz he comunhão trcer nao po­
demos fe 'nas trevas andamos, 7 Porém que noffos pecados pelo fangue de Chri-
fio fao purificados fe 'na luz andamos.' $ Qfue nos imaginar naõ devemos que
pecadores naõ fomos > 9 Mas que perante Deus noffos pecados confeffar devémos t
quando de Deus nos perdoados feráó.
afoa. r.I. T que * defd’o principio éra , o que ouvimos , o que com
* Olb 0 qtte
contem­ noflos olhos vimos , o * h paraque bem atentamos , c c
plamos. --- noflas maõs tocáraõ, d’a palavra d’a vida:
hlod.t\i4' 1 (Porque manifcfta he ja a vida, c nos a vimos,
vimos , <c teftificamos,
1. Pedr. 1: c vos denunciamos a vida eterna , que com o Pae eftava ,, c mani-
* 39' o que vimos c ouvimos , iflo vos denunciamos, pc-
W.2o:z7. rafluc tambem com noícocommunhaó tenhaes, e eftanoflàcommu-
nhaó tambem com o Pae, e com feu Filho Jefu Chrifto
4 E eftas coufas vos eferevémos, peraque voflo gozo fe cumpra,
5" E efta he a dcnunciaçaõ que d’cllc ouvimos , e vos denuncia­
mos,
DES. JOAO. Cap. II. 5^
mos, d que Deus he luz, c ’nelle trevas nenhuás naõ ha. dloá. T • 9,
6 Sc difiermos que com elle communhaó temos, c cm trevas an­ e 8 '.míi.
darmos, mentimos, e verdade naõ * tratamos.
7 Porém te cm a luz andarmos , ' como elle em a luz eftá, com- ell’. 37.
munhaó huns com os outros temos , c o fangue de Jefu Chrifto leu * Ou3^í. faze­
Filho nos purga de todo pecado. mos.
S f Se difiermos que * pecados naõ temos * a nos mefmos nos en­ e Hebr. 9 ;
ganamos, e a verdade em nos naô eftá. 14.
9 X Sc noflos pecados confcfiàrmos, fiel e jufto he elle, pera que I. Pedr-1 :
os pecados nos perdoe, e dc toda iniquidade nos purgue. 19.
10 Se difiermos que naõ pecamos menciroío o fazemos, e fua pa­ f I Reys> Apoc. 1; ç.
8.
lavra cm nos naó eftá. 46.
*
Z.Chron. 6: 36. jW. 9; 2. Pft. 143 ;x. Prov.6\<). Ecclef. 7: 20. * Ou> pecado
g PJal. J2: J. Prov.lZ : 13.

Ca. pitulo II.


I Declara 0 Apoftolo que a promejfa d'o perdaõ d1 23os pecados propofio tem , nao
pera d*ella abufar para pecado, Jenao para con/olaçac d’os pegadores. 3 E amoefla.
a os que a Chrifto conhecem que a Jeus mandamentos guardem \ 7 Enflnando
que iílo em diverfos repeitos he mandamento novo e velho. 9 Despois que a
proximo amem. 13 £ effa amoeflaçaõ a os paes ■> mancebos e filhos aplica,
1$ Enflna que os Chriftaòs a 0 mundo , e a 0 que ’nelle eftá J amar naõ devem.
1S Mas Je guardar d’o engano d’os falfos Apoftolos e Antichriftos. 29 Moftra
lhes que a unção d3*0 Efpirito Sandio que tem > os guardará afii d’as concupi-
Jcencias d’0 mundo , como d3 o engano d”os Antichriftos , 22 Que de/creve. 2$ Pro-
poem lhes a promejja cTa vida eterna , 27 E a virtude d3a unção d3 0 Efpirito
Sunfto j que recebéraõ J deferéve. 2S E amoefta os de conftant em entedia doutrina
de Chrifto flc&r pera que em leu aparecimento livremente Jubftftir pojfao
29 E de exercitar juftiça j em teftimunho de Juaregeneraçai.

1 V< Eus filhinhos, eftas coufas voseferévo, peraque naó pequeis:


e íe alguém pecar , « hum Avogado temos para com o Pae, * i-Tíar.2:
a Jefu Chrifto o jufto. $•
2 E elle he a propiciaçaõ por noflos pecados : e naó fomente J^r,7;2í-
polos noflos, mas também polos c de todo o mundo. Rom' * *
' 3 E ’nifto fabemos que conhecido o temos, fc leusmandamentos 2. ;
guardarmos. 18,
4 d Aquelle que diz : Eu o conheço , e feus mandamentos naó Colofift-xo.
guarda, 4;
floá^‘.^2, I.Ioa.4:I4. d 1. Io/,4 ;io. i0*
W I. EPISTOLA UNIVERSAL
guarda, mentirofo he , e a verdade ’nelle naó eftá.
v t 5 Mas qualquer que fua palavra guarda , ’nelle veruadeiramente
e Ua. 13: o amor dc Deus aperfeiçoado ertá : e ’nirto conhecemos que ’nelle
35-
* Gr. fica eftamos.
f loa. 13 : * Aquelle que diz que ’nelle * eftá , f tambem andar deve como
elle andou.
I. P edr. 1: 7 Irmaós, f mandamento novo vos naó efcrévo, fenaó o manda­
21. mento antigo , que ja desd’o principio ti vertes. Erte mandamento
£ 2. Joa. antigo he a palavra que defd’o principio ouvirtes.
'uersç, ..... ‘-------- ----------------- - - -....... ,
hjoã. 13 ♦. 8 Outra vez h hum mandamento novo vos elerevo : [que J o que:
34. nelle — y1--»-’ - ’he,
verdadeiro - — tambem em vos outros r[o Jeja]
, . 2-: - ----
porque -
as tre-
tf 15:12. vas paífaó , e ja a verdadeira luz alumia.
9 Aquelle que diz que em a luz ertá, e a feu irmaõ aborrece, até
agora em trevas ertá.
ll.Joa. 3: 10 í Aquelle que a feu irmaõ ama k em a luz eftá , e ’nellc efean-
I+- dalo naó ha.
kjna. Ii: 11 Mas aquelle que a feu irmaõ aborrece , em trevas eftá , e em
3S- trevas anda , e pera onde va naó fabe: porque as trevas os olhos lhe
cegáraó.
47’ 12 /Filhinhos, efcrévo vos, porque porfeu nome os pecados vos
,1
* ■ ‘ 24; faó perdoados.
13 Paes, efcrévo vos , porque ja aquelle] conheceftes que des-
d’o principio he. Mancebos , efcrévo vos , porque ja ao malino
vencertes. Filhos, efcrévo vos, porque ja a o Pae conheceftes.
]+ Paes, eferevívos, porque ja conheceftes que defd’o
principio he. Mancebos, eferevívos, porque fortes fois , e a pa­
lavra de Deus em vos eftá , e ja a o malino vencertes.
nRojif. 12: 15 w Naõ ameis a o mundo , nem as coufas que ’no mundo ha:
2. ” fe alguém a o mundo ama , o amor d’o Pae ?nelle naó eftá.
iXÍ1*- 10 •>16 ^orclue tudo o que ’no mundo ha, [como] a concupifcencia
acc .4.4. d’a^carne , e a concupifcencia d’os olhos, e a arrogancia d’a vida,
*
9P/ço 10 naó hc d’° Pae, mas he d’o mundo.
lfay. 40: éi 17 0 E o mundo paíTa , e fua concupifcencia : mas aquelle que
í.Cor.y.^i. a vontade de Deus faz, para fempre permanéce.
lacib i: 10. ’8 Filhinhos , ja a ultima hora he : p e como ja ouvirtes que o
* 4: 14. Antichrifto vém , [a/fi] tambem ja agora muytos Antichriftos feito
i.Ptf r.4. fe tem : por onde conhecémos que ja a ultima hora he.
* Matt.iv De nos fc faíraó , porém de nos naó eraó : porque fe de nos
f. ’ fora®
z.T/jef.2:^. fP/?4i:io. a&.20:30»
DE S. JOAO. Cap. II.
foraõ , com nofco fe ficariaõ r mas [ifto /»<?] peraquefemanifcflas- ri.Cor.n:

20 J Mas vos outros a unçaõ d’o Sanélo tendes, e todas as coulas fffas ‘
fabeis. <rI?3»2*
ii Naó vos cfcreví porque a verdade naõ foubefleis j mas por-
quanto a labeis, e porque nenhuã mentira d’a verdade he. e r. . .
22 Quem he o mentirofo , fenaó aqueile que nega que Jefus o
Chrifto he ? Aquelle hc o Antichrifto , que a o Pae , c a o Filho
nega.
23 t Qualquer que a o Filho nega, também a o Pae naõ tem.
24 Portanto o que defd’o principio ouviftes , em vosoutros per- *• Tim. i;
manéça. Se o que defd’o principio ouviftes , em vosoutros per- lz*
manecer , também em o Filho e em o Pae permanecereis.
2f E efta a promefia hc , que elle nos prometeu , [a ftafor] a vi­
da eterna.
20 Eftas coufas vos cfcreví [mm] d’os que vos engánaõ. „
27 u E a unçaõ que vos d’elle recebeftes , em vos fica, c necefli-
dade naõ tendes dc que alguém vos eníine : antes como a mefma Hí^/.8;u;
unçaõ [acerca] de todas as coufas vos enfina, [affi] tambem hc
verdadeira, c mentiranaõ hcj ecomoellavos enfinou, [* fl] ’ncllc
ficareis.
E agora, filhinhos, ’nclle permanecei: * peraque, quando fe xMarc. 8 :

naó fejarnos.
29 bc fabeis que elle he jufto , [
juftiça * obra , d’clle nacido he.

Zzz C A-
L EPISTOLA UNIVERSAL

Capitulo III.
x I Aponta 0 Apoftolo a dignidade d’os fieis que filhos de Deus fao 5 ainda que fua
gloria naõ ferá perfeitamente manifesta fenaõ em a vinda de Chriflo. ; £
amoefta es que a fi mesmos purifiquem. q Pelo qual fim Chriflo fe manifestou.
7 Por ffi
* eoufa tíí filhos de Deus e os filhos de Diabo je difierenciao,
9 Porquanto os filhos de Deus a 0 pecar naõ fe entrégao. ii Amoefla os tii-
bem que huns a os outros amem > Ii E 0 exemplo de Caim fugao ; 14 Enfina
que a caridade he 0 verdadeiro final que dda morte livrados lomos , e que 0 que
a feu proximo aborrece perante Deus homicida he * 16 Propoem 0 amor de Chri­
fto pera com nosco, e amoefla nos de imitalo ; 17 Naõ fó com palavras fenaó
com obras e verdade ; 19 Enfinando que d'dhi de mais em mais je nos ajjegura
que verdadeiros Chriftaõs fomos IV E que nojfas orapoens de Deus ouvidas
jeráõ. fihie efte he 0 fumario d* os mandamentos de Chrifto > crerem elle e a jeu
proximo amar. 24 Nos faz.endo ifto temos cõmunhaõ com elle e dlijfo por jeu
Efpirito Sanfto ajfegurados fomos.

«10/1:12;1 * ("A lhae quam grande caridade o Pae nos déu , que filhos de
Deus chamados foflemos. Por iflo nos naõ conhece o mun­
do, porquanto a elle [*"] naõ conhéce.
blfay.tfz 2 Amados, agora filhos dc Deus fomos , * c o que avemos de
5. fér , ainda manifefto naó he. d Porém fabemos que quando elle fe
Jod. 1:12. manifcílar , a elle fcmclhantcs ferémos : porque, afli como he, o
Gí7 veremos.
^ 4*6. * & qualquer que ’nellc efta efperança tem, a fi mefmo fepurifi-
cMatt. 5 :ca? como [tambem] elle puro he.
12. 4 Qualquer que pecado faz, tambem * iniquidade cométc: ePor-
Rom.8:18. que o pecado * iniquidade he.
2. Cor. 4 : $ f E bem fabeis que elle fe manifeftou , pera noflos pecados ti­
17-
d Phil. 1: rar : f e ’nclle pecado naõ ha.
21. 6 Qualquer que ’ncllc permanéce , naõ peca : qualquer que pe-
Colojf. 3:4.ca-> narn 0 V]O5 nem o conheceu.
*Ou,alty 7 Filhinhos,
Filhinhos , ninguém vvos engane, h Quem juftiça obra, jufto
traspajfa i he , afli como elle he juílo. »

ou,™»/™ 1 Quem iaz pecado, d’o diabo he : porque o diabo defd’o prin-
* 72^7’ C*P 10 peca- Fara 0 Filho de Déus fe manifeftou, perà as obras
d’o diabo desfazer. ‘
“Ou.trms- 9 ' Qualquer que de Deus nacido hc , pecado naó faz: '* porque
Vejfaòfda fUa
Ley> fVj2?' H * i2‘ T‘ Tim- 1:1$. g lfay. $3 : 9. 2.Cor. $; 21. L Pedr. 2: 22'
bl.loa.2\lS. 1 k l.Pedr.l
* t2}.
DE S. JOAO. Cap. III.

fua Temente’nclle permanece j e pecar naó pode, porque nacido


Deus he.
10 Nifto fam os filhos de Deus e os filhos d’o diabo marjifeftos.
Qualquer que juftiça naõ obra , e a feu irmaõ naó ama , de Deus
naõ he.
11 Porque efta he a denunciaçaõ que defd’o principio ouviftes
Zque huns a os outros nos amemos. ’ l Joa. 13:
11 Naó como ™ Caim, [_yueJ d’o malino era, e a feu irmaõ ma­ 3 4»
tou. E porque caufa o matou ? « Porque fuas obras maas eraõ , eI eJ°x. iç: 12.
3:
as de feu irmaõ, juftas. »3-
0 Meus irmaõs, naõ vos maravilheis fe o mundo vos aborrece. mGenÂ'l.I
’4 ? Bem fabemos que ja d’a morte á vida paflàmos, porquanto a n Hebr. II!
os irmaõs amamos. Quem a [yZ?J irmaõ naó ama , ’na morte fica. 4.
15 Qualquer que a feu irmaõ aborrece , homicida he. \q E bem *
fabeis vos que nenhum homicida cm fi permaneccnte a vida eterna 18.
tem. lo.
^10 r ’Nifto a caridade conhecemos, cm quefua vida por nos pós: :
e nos ^tambemj as vidas polos irmaõs pór devemos. 21.
17 / Quem pois o bem d’o mundo tiver, e a feu irmaõ vir necefli- Ga^'Í :lI°
dade * paliar , c fuas entranhas lhe cerrar, como a caridade de Deus r^oa' •
’nellceftá?
Meus filhinhos, naõ amemos de palavra, nem de lingoa, fc- /Deut'\\\
naõ de obra e de verdade. 7-
E ’nifto conhecemos que d’a verdade fomos , c diante d’elle Luc- 3’ TI.
nofiòs coraçoés aflegurarémos. lacob. 2. IÇ»
20 Que fc noflo coraçaõ condena, mayor he Deus que * Ou tév. j

noflo coraçaõ , c todas as coufas conhece.


21 Amados , fc noflo coraçaõ nos naõ condena , confiança
pera com Deus temos. , _
22 t E qualquer coufa que pedimos d’ellc a recebemos: porquanto f Jer- 29:
feus mandamentos guardamos , c as coufas perante elle agradaveis
fazemos. Matt. 7:8.
23 « E efte feu mandamento hc, que em o nome dcfeuFilho Jefu Marc. 11 ;
t Chrifto creámos , x e huns a os outros nos amemos , como o man­ 24
damento nos deu. Luc I I ; 9.
24 y E aquelle que feus mandamentos guarda, ’nelle eftá , e elle lí*- 14 .3. 3‘
Zzz 2 ’nelle c -TÓ; 24.
lacob. I ; y,
l.loã. $ : 14. u loa. 6 e 17 : 3. x Lev. I? : iS. Matt.11: 39. Eph. $ : 2.
Is ThejJ4; 9. l.Pe^r»4:S, I. Joa. 4: 21, y Joa. 14: 23. i.Joii' 4? L2,
I. EPISTOLA UNIVERSAL
’nelle. E ’nifto conhecemos que elle em nos eftá , fabtr"\ pelo
Efpirito que dado nos tem.

Capitulo IV.
I Avifa o .Apoftolo outra vez a os fieis dos falfos doutores, 1 Que defcreve
4 E confòla os contra o engano d’elles com o dom d’a regeneração que recebéraõ .
6 Amoefiando os de 'na doutrina d’os Apoftolos confiantemente ficarem. 7 Des­
pois outra vez. v&rn a as amoeftaçoes pera mutua caridade , que he 0 verdadeiro
final d’a verdadeira regeneração. 9 -E pera efte fim lhes propoem 0 exemplo de
Deus e feu mais grande amor 'pera com nofco. 12 Enfina qued>ahi por feu Efpi­
rito de nofia comunhão com Deus afiegurados fomos- 14 Como taóhem quando
confefiamos que Jejus 0 Salvador d’0 mundo e 0. Filho de Deus he, 16 Que pe­
la caridade em Deus ficamos 3 e oufadia em 0 dia de juizo temos. l8 Que ella 0
medo d’a condenaçaõ > e 0 tormento d’o animo > fora de nos lança, 20 Que a t)eus
amar naõ podemos > fe a nofio proximo naõ amamos , 2i Porquanto ambos efies
mandamentos juntamente nos dados faõ.

aler.içti.1 A madosnaõ creaes a todo efpirito , b mas provae a os efpi-


Afárí.24 4’. ritos fe faõ de Deus : c porque ja muytos falfos prophetas ’no
Eph. 5; 6. mundo faido tem.
Colofi.iwZ. 2 ’Nifto a o Efpirito de Deus * conhecereis. Todo efpirito que
bAíatt. 7; confeífa que Jefu Chriflo em a carne veyo , de Deus hc:
1 Cor114 ‘ J k t0t^° eíPir’to Aue na° confcíTa que Jefu Chriíto em a carne
17 1 ’vcy°? de Deus naó he: d c * tal he o [_e/pirito~\ d’o Antichrifto, e d’o
I. Thefi. 5: qual ,1a ouviítes que ha de vir, c f ja agora ’no mundo eftá.
2i. 4 Filhinhos, de Deus fois , e ja vencido os tendes : porque ma-
eMatt. 14: yor he o que eftá cm vos d’o que o que ’no mundo eftá.
5 D’o mundo fam , por ifto d’o mundo faliam , co mundo os
Zlo^vs1 0L1Ve-
*ke'-
*Ou'co 6 £ Nosoutros de Deus fomos. Aquelle que a Deus conhece,
cei^ nos ouve : aquelle que de Deus naõ he , nos naõ ouve. ’Nifto co-
di. Jodi \ nheccinos nos a o Elpirito d’a verdade, e a o efpirito d’o error.
7 Amados , amemos nos huns a os outros : porque a caridade
he de Deus : c qualquer que ama , he nacido de Deus , e a Deus
eIjj ,2:conhéce.
fz.Thefi.x\ 8 Aquelle que naõ ama, a Deus conhecido naõ tem ; porque
7. ‘ Deus caridade hc.
r 7oSS;47. 9 h ’Nifto fe manifeftou a caridade de Deus pera com nofco, que
a^:17 , Deus
DE S. JOAO. Cap. IV
Deus a feu Filho unigénito a o mundo enviou , peraque por elle
vivcflemos.
io ’Nifto eftá a caridade , naõ que nos a Deus amado ajamos ,

pornoífos pecados enviou. c


ii Amados , íe Deus afli nos amou, tambem hús a os outros
amar nos devemos. i.Joã.2' 2,
ii / Ninguém a Deus ja mais viu: w fe huns a os outros nos ama- lExod. $3;

14 E vimólo , e teftificamos quç o Pae a [/eu] Filho [/w] Sal- ** 1*


vadór d’o mundo enviou. 16.
15 Qualquer que confeflar que Jefus o Filho de Deus he , Deus m i.JoX 3;
’nelle efta, e elle em Deus. 24.
16 E ja conhecemos e cremos o amor que Deus nos tem. Deus
he caridade : c quem em caridade eftá , em Deus eftá , e Deus

17 ’Nifto he a caridade para com nofco perfeita , peraque em o


dia d’o juizo confiança tenhamos, [a /ater] que qual elle he, [taes]
fomos nos tambem ’nefte mundo.
18 ’Na caridade naõ ha temor , antes a perfeita caridade a o te­
mor fora lança : porque o temor pena tem , e o que teme , per­
feito em caridade naõ eftá.
19 Nos o amamos a elle, porquanto elle primeiro nos amou. nx.JoX. 1:
20 n Se alguém diz : Eu amo a Deus , e a feu irmaõ aborrece , 4.
mentirofo he. Porque quem naó ama a feu irmaõ , a o qual viu,
como pode amar a Deus, a o qual naõ viu? aLev. 1,;
21 0 E d’clle efte mandamento temos , que quem a Deus ama, 18.
a feu irmaõ tambem ame.
Matt 12:19. W.13.J4. l.The/faX).
!• 3* 23.

Zzi 1
I z

I. EPISTOLA UNIVERSAL
Capitulo V
1 Prova ainda o Apoftolo que e amor d; Deus e d’os filhos de Deus fempre
ajuntar fe devem. 3 £ enfina que 0 amor de Deus fe moftra pelo guardar de
feus mandamentos e vencer d’o mundo , 0 que os regenerados pela fe em Jefus
Chrifto fazem. 6 Prova que effe he e Filho de Deus e Salvador dfo mundo por
dous laya de teflimunhos 3 ’no ceo > d’o d’a Trindade 8 Na terra •> cto dJa
Efpirito , d’a agoa e d’o fangue ; 9 JS enfina que effes teftimunhos aceitar de­
vemos , ou que outra maneira a Deus mentirofo fazemos, II Mas que os que os
aeeitaõ por Jefu Chrifo a vida eterna tem-, 14 Como taõbem a confiança que
por fuas orafoens de Deus alcançardõ, tudo quanto lhes para falvaçaõ neceffario
he. 16 E iffo naõ fomente pera fi mesmos, mas tavbem pera feu irmaõ que
pera morte naõ peca. 18 Enfinando que os regenerados ’nefte pecado naõ cayao >
porquanto bem e direitamente a Deus > e a jeu Filho Jefu Chrifto, (onkécem e
'nelle eftáõ. 21 Finalmente amo efta a os fieis que d? os idolos fe guardem.

alod.iin. 1 a T^odo aquelle que cré que Jefus o Chrifto he, dc Deus he na-
eido: e todo aquelle que ama a o que gerou , tambem ama
a o que d’elle nacido he.
2 5Nifto conhecemos que a os filhos de Deus amamos, quando a-
mamos a Deus, e feus mandamentos guardamos:
bjea, 14: 3 b Porque efta he a caridade de Deus , que feus mandamentos
1<5- guardemos: ' e feus mandamentos * difticeis naõ fam.
eMrínv 4 P°r9ue tud° 0 que nacido de Deus he, a o mundo vence : de
‘ ’ efta he a vitoria que a o mundo vence, [convém a faber] nofla fé.
♦ ? e Quem he aquelle que a o mundo vence 9 f fenaõ aquelle que
dos. cré que Jefus o Filho de Deus he?
djod. 16: 6 Efte he aquelle que por agoa e fangue veyo , faber] Jefus o
3V Chrifto: naõ fó por agoa , fenaõ por agoa e [por] fangue. Eo
e i.Cor.15. Efpirito he o que teftifica , que o Efpirito a verdade he.
fi^joX.À’ 7 Porque tres fam os que teftificam’no ceo , o Pae, a Palavra, e
’ o Efpirito Sanéto : e eftes tres faõ hum.
8 E tres fam os que teftificam 5na terra , o Efpirito , ca Agoa,
c o Sangue : c eftes tres * em hum convém.
* Chapara 9 g Se o teftimunho d’os homens recebemos, o teftimunho dc
humjao. Deus fce mayor : porque efte he o teftimunho de Deus, que dc feu
37. Filho teftificou.
hloã.y.^6. 10 h Quem ’no Filho dc Deus cré, em fi mefmo teftimunho tem :
8;ié. quem a Deus naõ cré , menrirolo o féz : porquanto o teftimunho
G^/. 4: í paõ créu , que Deus de feu Filho teftificou.
U E
DE S. JOAO. Cap. V 755
11 E efte he o teftimunho, {a faber} , que Deusa vida eterna
nos déu: ' e efta vida em feu Filho eftá.
12 Quem tem a o Filho , a vida tem : quem a o Filho de Deus
naõ tem , a vida naó tem.
15 k Eftas coufas vos efcreví {a w], osque em o nome d’o Filho kJoX. 20 {
de Deus credes: peraque laebaes que a vida eterna tendes , e pera
que em o nome d'o Filho de Deus creaes :
14 E efta he a confiança que pera com elle temos , /que fe al- lier.2yA2>
guá coufa fegundo fua vontade lhe pedirmos , elle * nola outorga. Matt- 7:S.
1$ E fe-fabemos que tudo o que {/be} pedimos nos outorga, e21:22.
{também} fabemos que as petições , que lhe pedimos , as alcança- 11:
Hl OS. Luc
* 11 *9»
16 Se alguém a feu irmaõ pecar vir , pecado {$ue} pera morte 14 ♦ I

naó {be.a Deus} orará, c a vida lhe dará, a aquelles {dígc>} que pera 13.
morte naó pecarem, m Pecado ha pera morte , polo qual naõ digo e1$: 7»
que ore. , eí6:.2^
17 «Toda iniquidade he pecado : porem pecado ha {^ue} para r* ~
morte nao
« Bem fabemos que todo aquelle que de Deus nacido he , naó * Ou, nos
peca: mas o que de Deus he gerado , a íi mefmo fe conlcrva , e o ouve»
Malino lhe naó toca. m Numty\
19 Bem fabemos {também} que de Deus fomos , c que todo o 30.
mundo * em a maldade jaz. I. Sam. 2 :
20 'Porém {também} fabemos que ja o Filho de Deus vindo he.’ Mattt 12 J
p e entendimento nos deu , pera a o Verdadeiro conhecer $ c ’noJ 31.
Verdadeiro eftamos, *}
fabe cm feu FilhoJefuChrifto. ? Efte hc Marcai?»
q verdadeiro Deus, e a vida eterna. Luc.n: 10.
2í Filhinhos, guardae vos a vos mefmos * d’as imagens. Amen.
Fim d’a primeira Epiftola Univerfal d’o Apofiolo S. Joaõ' ^tdr. 2 :
I 20.
Ol-Joa. 3:9. * Ou , W mal, ou ■> ’no malino. p Luc. 24: AS- lfay.9:
e 44; e Sf-S- J°“- 2«:28. Rom. ?:$. X.Tim. * Ou > d’ os ído­
los > ou, JomeIban^as,
554

SEGUNDA EPISTOLA
D’ o

APOSTOLO S. JOAO.
I Anciaó á Senhora eleita , c a feus filhos, a os quaes em
verdade amo : e naó fomente eu , mas tambem todos os
que a verdade conhecido tem :
í Por amor d’a verdade que em nos eftá, e com nofco pera fem-
pre eftará:
3 Graça, mifericordia , paz de Deus Pae , e d’o Senhor Jc<
fu Chrifto , o Filho d’o Pae , com vofeo cm verdade e caridade
feja.
4 Muyto me alegrei por achar que [alguns} dc teus filhos cm a
verdade andam, como o mandamento d’o Pae recebemos.
4i.lM.17. ç agora , Senhora, te rogo , * naó como eicrevcndo tc hum
. ncvvo mandamento, mas o que deíd’o principio tivemos , [a (aber}
u' *3 • b que huns a os outros nos amemos.
eiç.-ii, ( E eftá he a caridade , que fegundo feus mandamentos andé-
£/>£.$ • 2. mos. Efte he o mandamento , como ja deld’o principio ouviftes ,
i. Tzv/?4 9. [x faber} que ’nellc andeis.
j. Pedr. 4: 7 d Porque ja muytos enganadores ’no mundo entráraõ, os quaes
8\ naõ confeífaõ que Jefu Chrifto em a carne veyo. Efte [m/J he o
x* ** ?’* i ’ Enganador e o Antichrifto.
elod L 8$ Olhae por vos meímos, meímos , peraque o que ja trabalhamos,
trabalhamos , naõ
dMaft.m percamos ; antes o inteiro gaíardaó recebamos.
5.24. 9 Todo aquelle guc * prevarica , ce ’na doutrina de Chrifto naõ
1. Pedr.i
*.i. r_ ' , a 7A
perfevéra J
Deus naó• tem : quem 5’na doutrina • de ✓ i • Z1 z» Z i
1 Chriftoperfeve-
1.7^4 1 ra, ra oo tatal| aafli
fl] aa oo p como aa oo Filho
ae , como
Pae Filho tem.
tem.
tfjfou.je ío e Se alguém
algucm a vosoutros vem vem,, c efta doutrina naó traz, cm
dfviat [v0^a] cala o na5 recebaes , * nem taó pouco o faúdeis.
e Rom. : Ij Porque quem o faúda, com fuas más obras communíca.
17. >2 Muytas coufas tenho que vos efcrcvcr, porem com papeie tin­
2. hm^: 5^ ta
Ttt. J : I® • .* Ou, ainda, Deus te (tive» lhe diçaes.
DE S. JOAO. HT
ta naõ quis : mas a vosoutros efpero vir , e dc boca a boca ]
fallar , peraque noflo gozo iè cumpra.
31 Os filhos de tua irmaã , a eleita , te laúdam. Amen.
* Epijtola do Apoftolo S, Joao:
fim d’a jegund*

TERCEIRA EPISTOLA
D’ O

APOSTOLO S. JOAO.
i Anciaõ a o amado Gayo, aquem cm verdade amo:
■ Sx Amado , ante tudo deléjo que bem te vá , e faúdc
* tenhas, como ^também ] a tua alma bem lhe vae.
3 Porque muyto me alegrei quando os irmaõs viéraõ , e dc tua
verdade teílificáram , como tu cm a verdade andas.
4 Mayór gozo naõ tenho d’o que ’nifto , que ouço que meus fi­
lhos em a verdade andam.
5 Amado , fiélmente fazes em tudo o que pera com os irmaõs,
c pera com os eítranhos fazes.
6 Os quaes de tua caridade cm prefença d’a Igreja teílificáraó:
a os quaes , fc como para com Deus dignohc, [wjacompanhares,
bem farás.
7 Porque por feu nome fe faíraõ , nada d’as Gentes tomando.
8 Portanto a os taes receber devemos, peraque coopcradóres d’a
verdade fejamos.
9 Efcrito á Igreja tenho: porém Diotrcphes, que entre elles ter *
o primado * procura, naó nos recebe.
10 Poloque fe eu vier, á memória * as obras que faz trarei, * <5r Juas
contra nos com maliciofas palavras palrando : e naõ contente com
ifto, a os irmaõs naõ recébc, e a os que \_receber wj querem ímpé-
de, e fora d’a Igreja os lança.
Aaaa ií Ama-
EPISTOLA UNIVERSAL
mP/T-V- íi Amado, * naõ figas o mal, fenaõ o bem. Quem bem faz,
W 1: IÓ; de Deus he: mas quem mal faz , b a Deus naõ viu.
3: Todos a Demetrio teftimunho daõ , até a mefma verdade : e
j,/. 3: também nos teftimunhamos , e bem íabeis vos que nollò teftimunho
6. verdadeiro he.
c i- *Joa 13 c Muyto que clcrevér tinha , porem com tinta e penaefcrevéç
ví. iz. te naó quero :
14 Mas efpéro brevemente vér te, e de boca a boca fallarémos.
15 Paz feja comtigo. Os amigos te faúdaõ. Saúda a os amigos
[vow] por nome.
'Fim da terceira Fpijlola d30 Apofiolo S. Joao,

EPISTOLA UNIVERSAL
D’ O

APOSTOLO S. JUDAS.
1 T udas fervo de Jefu Chrifto , e irmaõ de Jacobo , a os ia cha-
I mados, por Deus Pae fanétificados, e Jelu Chrifto
J * confervados.
lados. 2 Mifericordia , e paz , c caridade j feja multiplicada.
3 Amados , procurando eu com toda diligencia de acerca d’a
commum falvaçaõ vos eferever , por neceífario tive eferevérvos, e
exhortar [w] a batalhar pola fé , que huã vez a os fanólos entre­
gue foy. . , ,
m.Pedr.2: 4 u Porque alguns fe introduzirão , b que ja d’antcs pera eftames-
1. ma condenaçaõ eferitos eftávaõ , homens impios , que a graça de
ài.Pedr.i-. Deus em difiòluçaõ convertem, c a o fó DominadórDcus cSenhor
2 Pedr 2 • n°fl° Chrifto negam.
3, ’ * * Porém lembrar vos quero, como a os que ja huã vez ifto fa­
beis ,
D E S. J U D A S.
t
W
beis 9 que avendo o Senhor a [ [feu] povo d’a terra de Egypto li­
vrado, * c defpois a os que naõ criam deftruiu. * Ov^outra ,
6 d E a os Anjos que * lua origem naó guardáraõ, antes fua pró­ vez.
pria habitaçaõ deixáraó, e debaixo d’a eícuridaõ 5 e em priiòenseter­ c Num. 14 *
nas até o juizo d’aquelle grande dia reíervou. 19-
e 16: 64.
7 / Como Sodoma e Gomorra , e as cidades circunvizinhas , 65-
que a o modo d’aquellas avendo fornicado, e após outra carne ido, P/. 106:26.
por * escaramento propoftas foraõ, a pena d’o togo eterno levando. I.Cor.loiÇ.
8 E comtudo tambem 'eftes femelhantemente adormecidos , a Hebr .3:17.
carne contaminaõ , c a Dommaçaó regeitaõ , e d’as Dignidades j» Z.Pedr.l *
blasfémaó. 4-
* õu 3 feu
9 Porém £ Michaêl o Archanjo, quando com o diabo contendia, principio.
c d’o corpo dc Moyfes tratava , h naó oufou a contra [dle ] juizo e 1 ledr.Z *
de * maldiçaõ pronunciar : porém [_./o] difle : i O Senhor te redar­ 4*
gua. " fGen. 19 I
10 k Porém eftes , d^o que naó iabem blasfémaó; e o que, como 24.

animaes irracionaes natuialmente conhécem ’nifl'o fe corrompem. Deut. 29 •


23.
11 Ayd’ellesj porque pelo caminho / de Caim entráraó , e pelo 7/j^\ *^. t9>
»» engano d’o gaíardaó de Balaam ie derramáraõ , » ce pela -1' contra- yér 50 í 4.
diçaó de Coré perecéraó. E-zech. Ió:
11 Eftes em voflos convites de caridade 0 manchas faõ , com 47-
vofeo banqueteando , a fi mefmos fem temor fe apacentam : faó Ojeas I I:S,
p nuveis fem agoa , d’os ventos de huã a outra parte levadas : iaõ Amos. 4;
] I.
como arvores murchas , infruéhi feras, duas vezes mortas , [ ] de- Lucas. 17 ;
íarraigadas : 29.
13 7 Ondas * feras d’o mar , fuas mcfmas confufoens escumando: 2 P^r.2 jí.
eftrellas errantes , pera os quaes a cfcuriuaó d as trevas eternamen- *
te refervada efta. p'o.
14 E d^ftes prophetizou tambem r Enoch , o fetimo defde de^^72' 10 *
Adam , dizendo , / Eis que vindo he o benhor com leus ianétos e 12 : l.
dez milhares. Apoc II; 7.
* 15 Pera çontra todos juizo fazer , c a todos os impios d’entre el­ hz.Pedr. 2:
les * caftigar , portodas fuas obras que de impiedade impiamente 11.
cometéraó , t e por todas as duras [palavras] que contra elle os im­ * Ou, blas­
fémia.
pios pecadores falláraó. i ^ach.^'1»
xó Eftes faó murmuradores , de feu eftado queixoíos , fegundo k i-Pedr.Z:
A aaa 1 fuas 12.
lGen.4'.^. l.foã. 3 : 12. m Num. it: 7. 21. 2; Pedr. 2: Tç. n Num. 16 :1•
e 2. Pfí/r. 2 : 13. p 2 Pedr 2; 17. <77/^7,57:20. * Ou .bravas. rGen $: iS.
fDan.^WQ. AS.V.D. l.TheJf. lo. Thejf. 1: LQ. Apoc. 1.7. * Uu;ceu-
vencer, t AlAtt.li:
EPIST. UNIVERSAL DE S. JUDAS.
«í.r^/r.nfuas conçupifcencias andando : u e fua boca coufas muy arrogantes
iS. ffalia : por caufa de proveito, as peflòas admirando.
17 Mas vosoutros , amados , lembraevos d’as palavras que pelos
Apoítolos de noífo Senhor Jefu Chriílo preditas foraõ:
*Ou, 1S # Como vos diziaõ , * Que "no ultimo tempo efcarnecedores
avcr^a ’ clue l'cguri^G luas imP’as concupifcencias andariaõ.
X ‘ 19 Eílcs fam os que a íi mefmos fe ícpáraõ , \_Kontm J * fenfuaes,
i.7h«.4:i.que o Efpirito naó tem.
i.r«w. 20 Mas vosoutros, amados , a vos mefmos fobre voífa íanétiflimã
*4:3- fé vos ediíicae , em oElpirito Sanéto orando.
Z.Pedr.z: I. ii A vos mefmos cm a caridade de Deus vos confervae , a mife­
* Ou , ?ia~
ricordia de noflo Senhor Jefu Chriíto pera a vida eterna elperando,
turxes ■> 21 E d’os huns afli vos apiedae , * ufando de diferiçaõ:
OU . ani- 23 Mas a os outros por temor falvae , c d’o fogo os arrebatae 5,
Tnaes. C até a roupa d’a carne manchada aborrecei.
*Ou, dif- 24 Ora a aquelle que poderofo he pera dc tropeçar vos guardar>
ferença c com alegria perante fua gloria irreprenfiveis vos aprefentar:
fazexao. 2$ A y o fó labio Deus noífo Salvador , feja gloria e mageflade ò
y Rom» IóJ força c potência , afli agora como pera todo íempre. Amen.
27.
i.r/w.iuy.
Fim d’a Eçifiola univerfal d’o A^oítolo S. Judas.

A PO-
APOCALIPSEo^REVELACAO

D’ O

APOSTOLO S. JOAO,
O THEOLOGO.

X Avendo‘Joaó relatado de quem e por quem efia revelaçao recebera 3 3 E quant


bemaventurados faõ os que a lém e guardaõ 4 De/eja graça e paz a as Jete
Jgrejas em Afia de Deus > d’os fete Efpiritos 3 e de feju Chriflo, cuja pejfoa ,
benefícios vinda para 0 juizo 3 (com qualefie livro fe acabará} mais largamente
defiréve. 9 Vropoem despois a revelaçaí mefma 3 e declara feu nome e aonde
eftava quando efta revelaçaõ lhe feita foy ; II E relata a voz d'aquelle que
efcrever lhe mandou. IX De/créve despois a primeira vifaõ a os fete caftiçaes
de ouro, Ij E a a pejfoa de Chrifto cm hua gloriofljfima forma. V? Relata
Jeu efpanto Jobre efia vi/áÓ, e 0 conforto lhe por Chrifto feito. 19 Recebe or~
dem pera ejcrtver; xo £ declaraçaõ que Je pelas fete efirellas e Jete cafiiçaes
fignifica.
j evelaçaõ de Tefu Chrifto , a qual Deus lhe deu , pera a
feus fervos molhar as coutas que brevemcte devem acon-
R \ tecer : e por feu Anjo as enviou , e a joaó leu fervo as
* notificou : ‘ *Ou </^~
2 O qual d’a Palavra de Deus e d’o teftimunho de Jefu Chrifto, nificou.
e de tudo quanto viu , teftificotu
3 a Bemaventurado aquelle que lé , e os que ouvem as palavras a Apoc, xx:
cPefta Prophecia , c guardam as coufas que ’nella eftam clcritas: 7-
b Porque o tempo efta perto. b ApocAi\
4 Joaó ás iete Igrejas que em Afia eftáó : Graça e paz feja com Io*
vofeo d’a parte d’aquclle Quehe eQue éra eQue hade vir: c d’os cExoj. 3:
fete Efpiritos que diante de leu throno eftam: 14
5 E de Jelu Chrifto, que he a fiel teftimunha , e o primogení- Apo<- r: 8.
to d’os mortos 9 e o Princepc d’os Reys d’a terra. A aquelle que
Aaaaj nos
tf*] 55» 4*. A£Oi' 5 • * i» Qr. X5»
*** K&
tfo APOCALIPSE
f Aã. 20 : nos amou, e de noflos pecados f em feu fangue nos lavou,
1S- 6 E g Reys e h Sacerdotes para Deus e ieu Pae nos fez : A elle
9;11, feja a gloria e a potência para todo fempre. Amen.
1 Pedr j:S9. 1 Èisque * com as nuveis vem , e rodo olho 0 verá , até os mes-
* mos * -que o * traspaflaram: e todas as tribus d’a terra lobre elle la-
1. loa. 1;7
Apoc. $ . 9. mentaráõ : Si, Amen.
g í.Pedr.i: 8 / Eu íou o * Alpha e Omega , o principio , e o fim , diz o Sc-
9- # nhor, Que he e Que éra e Que ha de vir, o Todopoderofo.
ír^zÍO* 9 Eu Joaõ, que também voflb irmaõ, e * companheiro íou , ’na
1 p/X 2-Y 9 e'no Reyno, e [wj paciência de Jefu Chriflo, eftava
i1X70.7:16.’na ilha chamada Patmos, pola palavra de Deus, e polo teftimunho
Matt. 14 ; de Jeíu'Chriflo.
30. 10 [£] hum dia d’o * Senhor, » em efpirito [arrebatado"} fuy 5 e
f 2s: $!• de tras de my huã grande voz, como de trombeta, ouvi,
ír/v/Tr 11 Qfiedlzia: Èu fou o Alpha e Omega , o primeiro e o derra-
’ io ‘ * deiro: e O que vés em hum livro o elcréve, e ás lete Igrejas , que
i.TE?/'. 1: em Afia eftáõ o envia, faber} a Ephefo, e a ^myrna, e a Perga-
io. mo, e a Thyatira , e a Sardo, e a Philadelphia, e a Laodicea.
lud. vs. 14. 12 E virei me pera vér a voz que comigo tállara : e virandome,
kZah, 12: fe(;e cafticaes A de ouro ví:
Io.
1; E ’no meyo d’os fete cafticaes hum n a o Filho d’o homem íe-
loã. 19:37. melhante, veftido até os pés de hu veftido comprido, e 0 pelos pei­
* Ou. tra­
vei]ára õ. tos com hum cinto de ouro cingido:
lljayAw^ 1+ E fua cabeça e [feus] cabellos eraõ brancos como /> laãbranca,
<?4+: 6. como a neve: q e feus olhos como flama de togo:
Apoc.n: 6 ]15 “ " pés femelhantes a lataô reluzente, e ardentes como em
E feus
eu: 13 £ornalha:
* Ejcas pa ______ : e fua voz, r como voz de muytas agoas.
lavras fac 16 E em lua [mao] direita lete eftreilas tinha : ede fua boca / huã
es nomes efpada aguda de dous fios fahia: e leu rofto era como [q^jo] o 10I
d’a pri­ <?m fua força relplandéce.
meira e 17 E quando eu o ví, a feus pés como morto cahi : e elle fobre
ultima my lua [mó] direita pós, dizendo me, Naó temas.; t Eu Íou o pri­
letra d’o meiro e o derradeiro :
A, B> C ,
Qreao, lS u E o que vivo , c morto fuy : e eis aqui vivo * pera todo
* Ou , par­ lempre.
ticipante. w Apoc. 4:2. * Ou , Domingo, queS. Paulo■> I. Cor, 16: 2. chama 0ph-uàrv dia
da {emana y e chamaf domingo (que quer dix>er d3o Snor) porque 'welle o Senhor
refufeitou. n Ez,ech. 1:16. Dm. 7: I 3. Apoc. 14:14. 0 Aooc 15 6. p Dan 7: 9.
q Apoc. 19:12. r Apoc 14: 2 f lfay. 49: z. Eph. 6:17. Hebr. 4. i. z. Apo 1: 16.
tljay.^l ; 4.. f44;6. etf\ 12. u Rom. ó ; * Ou, por ioda eter­
nidade.
DE S. JOAO. Cap. II ,
fempre. Amen. * E as chaves d’o inferno e d’a morte tenho. xjob. u:
19 Elcréve as coufas que vido tens , casque fam, e as que des- de­
pois d’edas ham de acontecer:. 1/^7.iz 21
*
20 o * mvderio d'as fete edrellas , que em minha [maõ] direita ‘A
vide, e os fete cadiçaes de ouro. As fete edrellas fam y os Anjos * Ou.//w-
d’as fete Igrejas: e os fete cadiçaes que vide, as fete Jgrejas faõ. r^oin/è-
gredo.
yMalach.^'
Capitulo II. 7.
I Manda Chrifto a 'Joao efcrever primeiramente a 0 Anjo d?a Tgreja de Ephefo ;
2 Cuja Jolicitidaõ em naõ fofrindo a os maos > e outras diverjas virtudes > louva
*
4 Reprende toda via feu deixar de feu primeiro zelo e caridade. 7 Promete
pois que a os vencedores dará de comer d a urvore a a vida. 8 Segundamevte a
0 d'a de Smyrna > louvando 0 juntamente porvia de muytas virtudes lo Porém
avifa 0 d? as afflipoes que lhes aviao de febre vir > com promeffa d’a coroa d’a vida
a os vencedores. 12 Tçrceiramente a 0 d? a de Pergamo 3 cuja cenftancia ’nas af-
fliçoens louva , toda via reprende jua floxiàaõ contra os que a doutrina de Baladm
e d’os Nicolaitas feguiaõ ■, I7 Promete pois a os vencedores'0 mana ejcondido, e
0 feixinho branco. 18 ^uartamente a 0 d’a deThyatira ■> cujo acrecentamento ’no
bem louva 2o Porém reprende que a mulher Jezabel profetizar deixava 3
22 Ameaçando a com feus difcipulos e filhos com grandes caftigos. 24 Avifa
despois a os que eftas profundezas de Satanás nao feguiao , que retenhaõ 0 que
tem 16 E promete a 0 que vence que lhe poder fobre as gentes e a eftrella
d’a alva dará.
1 t? fcreve a o Anjo d’a Igreja de Ephefo : Ido diz aquelle que as
£>íete edrellas em lua [maõ] direita tem, que ’no meyod’osfete
cadiçaes de ouro anda:
2 Tuas obras , e teu trabalho , e tua paciência fei , c que a os
maos fofrer naó podes: e a os que Apollolos fe dizem fér , e o naó
faõprovade: e mentirofos os achade: ,
3 E fofrede , e paciência tens : e por meu nome trabalhade, e
naõ te canfade.
4 Porém tenho contra ty , que tua primeira caridade deixade.
5 Lembrate pois d’onde descaide, e te arrepende , e as primei-
ras obras faze : e fenaó , prefto a ty virei, e de feulugar teu cafti-
cal defviarcí, fe te naó arrependeres.
* 6 Ido porém tens, que as obras * d’os Nicolaitas aborréces , as aApoc, 2:
quaes eu tambem aborréço. . . , I5’*
7 Quem ouvidos tem , ouça 0 quç 0 Efpirito ás Igrejas diz : A
o que
0
* APOCALIPSE
2:9. o qUÇ vencer darlhehei a comer d'a b arvore d’a vida, que ’no meyo
Z1'X’ d’o parayfo de Deus eftá.
*Jay 4K4. s E a o Anjo d’a Igreja d’os de Smyrna efcréve : Ifto diz * o pri-
*4..
^ 7 meiro e 0 derradeiro , que morto foy , e reviveu :
«v- Tuas obras, etribulaçaó, e pobreza fei, (tu porém rico es) e
a blafphemia d’os que fe dizem Judeos ferem , e naó o fam , fenaó
a Synagoga de Satanás.
10 Nada temas d’as coufas que has de padecer. Eis que o Diabo
[*/g£s] de vosoutros em prilam lançará , peraque atentados fejaes:
e tribulaçaó de dez dias tereis. Sé fiel ate a morte , e a coróa d’a
vida te darei.
JMstt.iy. 11 d Quem ouvidos tem ouça o que o Efpirito ás Igrejas diz : O
9> que vencer , d’a morte fegunda dano naõ receberá.
11 E a o Anjo d’a Igreja que em Pergamo eftá, efcréve: Ifto diz
e ^4poc.
ló. 1 ’ aquelle que e a efpada aguda de dous fios tem :
e2; 16. 13 Tuas obras fei , e aonde habitas, [ * p<ber] aonde o throno de
Satanás eftá: e meu nome retens , e minha fé naõ nçgafte , até
* Ou már­ ’nos dias em que Antipas minha fiel * teiiimunha [vivia], o qual en­
tir. tre vosoutros morto foy , aonde Satanás habita.
14 Porém [ a/guár] poucas coufas contra ty tenho, que lá tens a
/ 22. Qs que a (joutrjna de f Balaam tem , o qual a Balac enfináva a tro-
r24'i4.P^Ç° diante d’os filhos de Ifraêl lançar, peraque d’os facrificios
- E idolatricos comedem , e fornicaflèm.
e31:16. iy Afii tens também a os que a doutrina d’os Nicolaitas tem : o
que eu abòrréço.
16Arrependete: e fenaõ, a ty prefto virei, e contra elles g com
Eph. 6:17. a efpada de minha boca batalharei.
r 16 1 Qyem ouvidos tem , ouça o que o Efpirito ás Igrejas diz : A
’ o que vencer, darlhe hei a comer d’o Mana elcondido , e hum lei-
xo branco lhe darei, e ’no feixo hum nome novo eicrito , o qual
ninguém conhece , fenaõ aquelle que o recebe.
hj4poc i’ E a o Anjo d’a Igreja que em Thyatira [es7a] efcréve : Ifto
14,1’5.' diz o Filho de Deus , h que feus olhos como flama de fogo tem , c
14.1$.
feus pés lemelhantes a o lataó reluzente:
is> Tuas obras, e caridade , e ferviço , e fé , e tua paciência
fei,> e- tuas obras-
uumu, <c [<?»?] as derradeiras mais faó que as primeiras.
2o Porém [a/gaas] poucas coufas contra ty tenho : que a mulher
?’• /Jezabel, que Prophetifla fe diz,diz. enfinar deixas , e a meus fervos
2,. Reys. 9 «enganar, para que forniquemi,, e edd’’os facrificios idolatricos comaõ.
21 E
DE S. JOAO. Cap. III. vx
ii E dei lhe tempo peraque de fua fornicaçaó íe arrependcde; e
naó fe arrependeu.
22 Eis que ’na cama a deito, e a os que com ella adultéraó , em
grande tribulaçaõ , fe de fuas obras fe naó arrependérem.
E a leus filhos de morte matarei : e todas as Igrejas faberáó,
k que eu aquelle fou , que os rins e os coraçoés efquadrinho. I E k í.Samjó:
a cadahum de vosoutros fegundo voflas obras darei.
24 Mas eu vos digo a vosoutros , e a os de mais que cm Thyati- I. Chr. 28:
ra eftam, a todos quantos efta doutrina naó tem , e as profundézas 9-
de Satanás, como dizem , naó conheceram 5 outra carga vos naó P/.e’7:io. 29: 17.
porei. ler. 11; 10.
24 Porém o que tendes, ™ até que eu venha o retende. Aéi. I : 24
*
26 E a o que vencer ,. c minhas obras até o fim guardar, n fobre ZP/62H3.
as Gentes poder lhe darei : ler. 17: lo.
17 E com vara de ferro as apaccntará : [/J como vafos dc oleiro <?31: 19.
quebrantadas feráó: como tambem de meu Pae recebi: Matt. 16 ;
iS E a eftrella d’a manhaã lhe darei. 17-
Rom- z : 6.
2-9 Quem ouvidos tem, ouça o que o Efpirito ás Igrejas diz. e 14. Iz>
2. Cur. 5 : 10. Gal. 6 ; f. Apoc. 20 : 12. m Apoc. 3 ; X1. n Pj. 2 ; 8»

Capitulo III.
I Manda Chrifto que a quinta carta a 0 Anjo di2
a Igreja de Sardo fe efcrévdi
2 A quem desperta pera mayor vigilância e folicitidaõ. 3 D’outra maneira
ameaça de vir a elle como 0 ladrai d‘a noite. 4 Prométe a os que feus vestidos
contaminados naõ tem > que com elle andaráb e que jeus nomes d’o livro d3a vida
yiaõ Ifcará. j Manda despois a feifta carta a 0 An]O d'a Igreja de Philadelphia
efrever , 8 Cuja conftancia louva 9 E promete que Judeos virão e diante '
de leus pés adorarác^ e que elle 0 'na tentapaõ guardara. 12 Promete que a o
•vencedor coluna em 0 Templo de Deus e morador d3a nova Jerujalem fará.
14 Manda ultimamente a fetvma carta eferever a 0 Anjo de Laodicea } 17 Cu­
ja mornidao 7 17 E vaa gloria d'as riquezas reprende. l8 E aconjelha 0 de
comorar ouro pelo fogo provado e veftidos e cofrio. 20 Teftifica que bate á
porta j e promete a 0 vencedor que lhe de affentar a fua mela e em Jeu throno
dará.
i E a o Anjo d’a Igreja , que em Sardo eftá , eferéve : Ifto diz o
*^quc a os feteEipiritos de Deus, e ^as fete eftrellas tem : Tuas a Apoc. v.^.

obras lei-, que nome de que vives tens, e morto eftás. £ :
2 Sé vigilante , e confirma o refto que pera morrer eftava : por-
que tuas obras inteiras diante de Deus naó achei.
Bbbb 3 Lcm»
564 apocalipse
c Apoc. % : 3 Lembrate pois d’o que recebido e ouvido tens, e guarda o, e
í te arrepende. Qiic fenaó velares , fobre ty d como ladraó virei,
dMatt.1 a qUe p}ora po5rc ty virei 9 naó íaberás.
I 'rhejf. • 4 P°rcm tambem cm Sardo \_atguã$ ] * poucas peflòas tens , que
’ ^feus veftidos naócontamináraó, e comigo em [ vefidos} brancosan-
2. Pedr. 3; daráó : porquanto [_diijjo~\ dignos fam.
io- $ O que vencer , de veftidos brancos veftido ferá : e e d’o livro
*6 : d’a vida feu nome em maneira nenhuã rifeareí , e /diante de meu
♦ Ou ou Pae’ c diante de feus Anjos feu nome confeflareí.
so^nomes 6 Quem ouvidos tem, ouça o que o Efpirito ás Igrejas diz:
eExod.^ix 7 E a o Anjo d’a Igreja , que em Philadelphia eftá efcréve 5 Ifto
32. diz o Sanéfo , g o Verdadeiro , b que a chave de David tem : que
jy. 69 :29. abre , e ninguém cerra: e cerra, c ninguém abre;
Phil. 4:3. s Tuas obras fei: cisque a porta aberta diante de ty te * pús , e
Apoc^ 20 ; níngUCm ccrrar a pode: porque pouca forÇa tens, c minha palavra
*2#21
7 guardafte , e mqu nome naó negafte.
fMatt.ic: 9 Eis aqui [ alguns^ 1 d’a Synagoga de Satanás [/#] dou, d’os que
32. Judeos fe dizem ler , c naõ o fam , mas mentem : eisque eu farei
Luc. 12:S. que venham, cdiante dc teus pés adorem, e que eu teamofaebam.
g Apoc. 3: 10 Porquanto a palavra de minha paciência guardafte , tambem
JJ4, . eu te guardarei d^a hora d’a tentaçaõ , que lobre todo o mundo ha
1 * de vir, pera atentar a os que ’na terra habitam.
7/7.2222. 11 Eisque prefto venho: k guarda o que tens , peraque ninguém
Apoc.i\i3.tua coroa tome.
♦ Ou, dei. 11 A quem vencer , l coluna cm o templo dc meu Deus o farei,
C ^,e^e ma’s naó íahirá : e fobre elle m o nome de meu Deus , e o
i Apo-. 2 :
'lt'nr ” : nome d’a cidade de meu Deus eferevereí, \_a faber, 0] »d’anovaje-
15.
11. Reys >7',.rufalem, que d’o cco de meu Deus defcende, e [_tambem~\ meu no *
21. ’ vo nome.
m Apoc^z\ J? Quem ouvidos tem, ouça o que o Efpirito ás Igrejas diz:
4. J4 E a o Anjo d’a Igreja d’os Laodicenfes efcréve: Ifto diz 0 O A-
» Apoc.i\ \ men ,> a teftimunha fiél e verdadeira , p o principio d’a criacaõde
2: IO.
• Apoc. 45. Deus:
6. 15 Tuas obras fei, que nem és frio , nem quéte : ouxalá frio,
P Cofojf 1 . ou quente forás !
íó Afli que , porquanto morno , e nem frio, nem quente és,
dc minha boca te vomitarei.
17 Porque dizes: Rico (ou, eenriquecido eftou , e de nada fal­
ta tenhoe naó fabes que miíeravcl, c coitado, c pobre e cego,
c nuo eftas» ’18 Ac*n.
V

D JOAO. Cap. IV JÍ5


iS Aconfelho te que de my ouro compres, que d’o fogo prova­
do vém, peraque te enriqueças : ? e veftidos brancos , peraque te f 2-0. y:
viftas , e a vergonha de tua nuéza naó apareça : e teus olhos com 3*
* colyrio unge, peraque vejas. Apoc.']'. f 3.
‘9 r A todos quantos cu amo, a efles reprendo e caftigo: fc pois ee 19 16: 15,
; 8.
Zelofo , c te arrepende. Ou j u/í^
2o Eisque a porta eftou , e báto: fe alguém minha voz ouvir , e guento
a porta abrir, a elle entrarei elle cearei , c elle comigo.
.rarei , ce com ene z> '
a/oso^os.
-1 2A* o4 que
* * *vencer
* ■ ” • y que comigo em meu throno fe r7í^-S: *7«
, / darlheheí
aflente : Aíli como cu venciencís5 c com meu Pae em feu throno me as- Prvv 5: V2‘
fenteí. ( 1
xx Quem ouvidos tem, ouça o que o Efpirito ás Igrejas diz. ’ ’9’
l.Or.
Capitulo IV.
I Desd'aqui até 0 fetimo capitulo a fegunda vifo fe deferéve . e comprende em fi
a primeira profecia dai coujas que por adiante aviao de acontecer. 2, Em que
fe prtmeiramente reprejenta a 0 Apoftolo hum throno real ‘no ceo aberto , J fí
a gloria de Deus que fe (obre 0 throno afintava ; 4, Despois vinte e quatro
Anciaõs coroados e afientados a 0 redór do throno com trovoens , relâmpagos
t lampadas ardentes. 6 E hum mar de vidro , e quatro animaes com muytos
olhos e a/as. 9 Finalmente fe relata a cantiga que os quatro animaes e vinte e
quatro Anciãos a Deus cantdrao.

I p\efpois d’eftas coufas olhei , -e eifaqui huã porta aberta cm o


^"ceo: e a primeira voz, que, como de huã trombeta, comigo
fallar ouvira, difie: Sobe aqui, e ascoufas, quedefpoisdelias acon­
tecer devem , te moftrareí.
2 E logo em efpirito [_arrebatado~] fuy : e eisque hum throno ’no
ceo pofto eftava , e fobre o throno [_hum~] aflentado.
j Eo que [ íobre elle] aíTentado eftáva, éra , a o parecer , feme­
lhante á pedra jafpe c Sardonia : e o arcoceleftc a o redór d’o thro­
no eftáva, a o parecer á efmeralda femelhante.
4 E a o redór d’o throno avia vinte e quatro thronos : c vi fobre
os thronos vinte e quatro Anciaõs alentados , de veftidos brancos
veftidos : e fobre luas cabeças coroas dc ouro tinhaó.
$ E d’o throno relâmpagos , e trovoés , e vozes fahiaõ : e fete
lampadas de fogo diante d’o throno ardiam , as quaes os fete Efpi­
ritos dc Deus iam.
Bbbb 1 4 E
APOCALIT^SE
* Apoc, 15 6 E diante d’o throno « hum mar de vidro avia, a o criftal feme-
2« lhante. E ’no meyo d’o throno , e a o redór d’o throno , quatro
t •
animaes por diante, e por dc tras, de olhos chcyos.
7 E éra o primeiro animal lemelhante a hum Jeaó , e o fegundo
animal femelhante a hum bezerro, e tinha o terceiro animal orolio
como de homem , e éra o quarto animal femelhante a huã aguia
volante.
8 E os quatro Animaes cadahum de por íi feis afas a o redór ti­
nhaó , e por dentro cheyos de olhos eftavaó : e repoufo dia nem
£ (Ay-fc 3* noite naõ tem, dizendo, b Sanéto , Sanéto , Sanéto he o Senhor
c Apoca: 4. £)eus, o Todópoderofo, c Que éra c Que he e Que ha de vir.
9 E quando os Animaes gloria , e honra , e fazimento de graças
e 16 ’ 5' davam a o que fobre o throno aíTentado eftáva , a o que pera todo
fempre vive:
10 [Entam] os vinte e quatro Anciaõs fe poftrávaõ diante d’o que
fobre o throno aíTentado citava , e a o que pera todo fempre vive
adoravam, e íuas coroas diante d’o throno lançávam , dizendo,
d Apoc. s: Digno es, Senhor, de gloria , e honra, e potênciarecebé-
I2* res: porque tu todas as coufas criaftc , e por tua vontade fam , e
criadas foram.

Capitulo V
1 Despois d’a deferipeeb d* 0 que eftava ajfentado [obre 0 throno^ relata 0 Apofto-
lo as propriedades d'o livro [eílalo que em [ua mao eftáva 3 E vifto que ne~
nhud criatura nem 3no ceo nem ‘ni terra podia 0 abrir > Eis que 0 leao d’a
tribu de Juda [0 para iflo digno fe declara ; 7 gue 0 livro de /ua maó toma ,
8 Polo que os quatro animaes com os vinte e quatro Anciaõs fua dignidade lou-
vaõ. II fljue u multidão a"os Anjos com Jeu cântico taobemrecont-écem. 13 E
todas as criaturas afli 'no ceo como ’na terra yuntamente com elles apróvaÕ.

t 17 ví ’na [maõ] direita d^o que fobre o throno aíTentado eftáva,


aEzech.f. a hum livro por de dentro c por de fora cícrito, [e] com fete
it>. fcllos fellado.
i E ví hum forte Anjo , com grande voz apregoando , Quemhe
digno de o livro abrir , e feus fellos deíliar ?
b Phil.uto. 3 E ninguém b ’no ceo, nem ’na terra , nem de baixo d’a terra
13- podia o livro abrir, nem [para] elle olhar.
4 E eu chorava muyto , porque ningué digno achado fora de o
livro abrir, nem de o lér, nem de elle olhar.
5 E
I
DE S. J O A O. Cap. V $'67
ç E hum d’os Anciaõs me difle : Naó chores •, c veCaqui o Leaó c Gen. 49:
d\ Tribu de Juda , d a raiz de David venceu , pera o livro abrir, 9-10.
c ièus fete feilos uefliar. dlfay. 11:
6 E olhei , e eisaqui ’no meyo d’o throno , e d’os quatro ani- i t

maes , e ’no meyo d’os Anciaõs , hum Cordeiro que como morto
eftava , e iete cornos, e e fete olhos tinha : que lam os-/ lete Efpi- ^0Ct ♦

ritos de Deus em toda a terra enviados. 16.


7 E veyo , e o livro d’a [maó] direita tomoud’o quefobreo thro- e^arh.^.y.
no aflentado eftava. e 4: 1O-
8 E avendo tomado o livro , os quatro animaes , e os vinte e í
quatro Anciaõs diante d’o Cordeiro fe poftrai aó , tendo cada hum u> 1 *
*g harpas, e * falvas de ouro de perfumes cheyas, que Z?as oraçoés , ^0Ct I4*
d’os fanétos fam. ô 1,
9 E i hú cântico novo cantavaõ , dizendo, k Digno és de o livro * Ou J£4r-
tomáres , e feus feilos abrires: porque morto folte, e com teu lan- vàfas.
gue pera Deus nos /comprafte, de toda Tribu, e lingoa, e povo,
e naçaõ: c Apoc. 14
10 « E pera noflo Deus Reys e Sacerdotes nos flzefte : e fobre a j^poc 4:
terra reynarémos. u.
íi E olhei, e huã voz dc muytos Anjos a o redor d’o throno , c l a&. 20 :
d’os animaes, e d’os Anciaõs ouvi : » e éra d’elles o numero mi- 28.
Ihoens de nylhoés , c milhar de milhares. Eph. 1 : 7.
íi Que com grande voz diziaõ : 0 Digno he o Cordeiro , que
morto foy, de potência, e riquezas, efabedoria, eforça, e honra, lo'
c gloria , e fazimento de graças receber. ' 1# peay x;
13 E a toda criatura que’no ceo eftá , e’na terra, e debaixo d’a 19.
terra , e que ’no mar eftáõ, e a todas as coufas que ’nellas ha dizer 1.70X1:7.
ouvi: A o que fobre o throno aflentado eftá , c ao Cordeiro , leja mExod.iyi
fazimento de graças , e honra , e gloria , c potência , pera todo
fempre ia mais.
14 E os quatro animaes diziam , Amen. E os vinte c quatro Apòc.i\6.
Ancitás le poltráraõ , c a o que pera todo fempre vive adoráraó. « Dan. 7;
10.
Hehr illi‘
o Apoc. 4’
11.

Bbbb 3 C á* t* -
jóí APOCALIPSE

Capitulo VI.
I
I Abre fe o primeiro [eilo e hum cavallo branco [e vé > [obre o qual hum quf
vence ajfentado eftá. j Despois o Jegundo Jello fe abre e hum cavallo verme­
lho fae , Jobre o qual hum , que tira a paz. dia terra , affentado eftá»
5 Abre fe c ttrceiro Jello > e hum cavallo preto fe vé fobre o qual hum
tom hua balança ‘na maõ ajfentado eftá. 7 Abreje o quarto Jello e hum cavado
amarello fae [obre o qual a morte affentada eftá. 9 Despois Je abre 0
quinto [eilo , e as almas de baixo d?0 altar a Deus bradaõ e Je conjólão.
12 Ultimamente fe abre o feifto fello e grandes finaes affi ‘no ceo como ‘na
terra Jeguem. 15 D‘os quaes toda forte de homens Je efpantao e pede que as
rochas d?a ira d‘o cordeiro os ejcondai.
i avendo o Cordeiro hum d’os fellos aberto, olhei, e a hum
d’os quatro Animaes ouvi, que como [com] voz dc trovaô di­
zia: Vem, c vé.
aApoc. ?:c 2 E olhei , c eis * hum cavallo branco : e o que fobre clleaflen-
*.
ii tado eftava, hum arco tinha: e huã coróa dada lhefoy, c vitftorio-
fo , e pera que venceífe fahiu.
3 E avendo aberto o fegundo fello , a o fegundo Animal dizer
ouvi : Vem, e vé.
4 E fahiu outro cavallo, vermelho : e a o que fobre elle aíTentado
eftava le lhe deu que a paz d^a terra tirafte , e que huns a os outros
fe mataífem : e huã grande efpada le lhe deu.
5 E avendo aberto o terceiro fello, a o terceiro animal dizer ou­
vi : Vem, e vé. E olhei , e eis hum cavallo preto , e o ,que íobre
elle aflentado eftáva, huã voz ’no meyo d’os quatro Animaes ouvi,
*Gr.Che- que dizia: Huã * medida de trigo por hum dinheiro , e tres medi-
wzs. das cevada por hum dinheiro : e a o azeite e a o vinho b nam

7 E avendo aberto o quarto fello , a voz d’o quarto animal ouvi,


que dizia: Vem, e vé.
S E olhei, e eis hum cavallo amarello: e o que fobre elle aftèn-
*Ou, éra tado eftáva, * tinha por nome , Morte ; co Inferno o feguia E
feunome. deu fc lhes poteftade para a quarta [parte] d’a terra matarem , com
efpada, e com fome, c com morte, e com as ferasd’a terra.
rApec.ioí 7 *9 E avendo aberto o quinto lello, debaixo d’o altar ví c as almas
4. d os que por amor d’a palavra de Deus mortos foraõ , e ^por amor
dApoc. ij; d’o teftimunho que tinham.
10 E
D E S. J O A O. Cap. VII.
io E com grande voz clamávaõ, dizendo, Até quando, ófaného
e verdadeiro Dominador, noífo languenaõ julgas e vingas d’os que
lobre a terfa habitaõ ?
íi E déraõ fe lhes a cadahum veftidos brancos compridos j e foy *
lhes dito , que ainda hum pouco de tempo repoufalíem , até que
tambem léus conlervos e feus irmaõs fe cumpriílcm , que [ainda]
como elles mortos aviaõ de ler.
ix E avendo aberto o fexto fello, olhei, e eisque húgrandetre- '
mór de terra fe féz : <? e o Sol le tornou preto como faco dccilicio, e
c a Lua como fangue íe tornou.
13 E as eftrellas d’o ceo lobre a terra cahíraõ , como quando a
figueira feus figos verdes de fi lança, de hum grande vento abaláda.
14 E o ceo como hum livro que fe envolve fe retirou: e todos os
montes , c ilhas de feus lugares fe movéraõ.
15 E os Reys d’a terra , e os Grandes , e os Ricos, e os Tribu­
nos, e os Poderofos , e todo fervo , e todo livre’nas cavernas, c
5nas rochas d’as montanhas fe escondéraõ.
16 E a os montes , c ás rochas diziaõ: f Sobre nosoutros cahí, ef^-2:^
d’o rofto d’aquelie que fobre o throno aífentado eftá , e d’a ira d’o
Cordeiro , nos efcondei : . .
17 Porque vindo hc o grande dia dc fua ira : e quem fubfiftir po- r
derá.

Capitulo VII.
X Joa^ quatro Anjos , a quem éra dada potestade pera pelo reter cíos ventos -
' a terra dano fazer i 2 E outro Anjo tendo o fello de Deus, que lhes o irnpéde y
ate que todos os fervos de Deus afjlnálados foraõ ; 4 Cujo numero he cento e
quarenta e quatro mil de todas as tribus de IJrael. 9 Despois ve hua muitidaõ
innumeravel de todas as naçoens que eftavaõ diante d’o throno e d o cordeiro.
10 a l^eus louvores cantaõ, II O que taõbem os Anjos e os quatro ani­
maes e os vinte e quatro Anciaõs com fua cantiga fazem. 13 Joaõ de hum d’os
vinte e quatro Anciaõs informaçaõ recebe quem fao os que em veftidos brancos
apareciaõ i Iy E em que Jua bemaventurança d’elles conftfte
*

1 *C defpois d’eftas coufas quatro Anjos ví cftár fobre os quatro


cantos d’a terra, que os quatro ventos d’a terra retinhaõ, pe­
raque vento nenhum fobre a terra , nem fobre o mar , nem contra
arvore alguã * vcntafic. * Ou, fi
APOCALIPSE
* Ou , d’« ! E outro Anjo ví d’a banda * d’o Sol nacentc fobir , que o Tei­

mou, a os quaes poder dado fora pera á terra e a o mar danificar,


3 Dizendo, <« Ã a terra naó danifiqueis, nem a o mar , nem ás
tEzech 9 arvores , até que a os fervos de noflo Deus b em fuas teftas *
aflinala-
* Oli,/?/^- 4. E o numero d’os aflinalados ouvi: c e cento equarentae quatro

5 D’a tribu de Juda, doze mil aflinalados : d’a tribu de Rubem,


doze mil aflinalados: d7a tribu de Gad, doze mil aflinalados:
6 D’a tribu de Aler, doze mil aflinalados: d’a tribude Nephtha-
li, doze mil aflinalados : d’a tribu de Manafle , doze mil aflinala­
dos :
7 D’a tribu de Simeon, doze mil aflinalados: d’a tribu de L,evi,
doze mil aflinalados : d’a tribu de Ifafchar, doze mil-aflinalados:
8 D’a tribu de Zabulon, doze mil aflinalados : d’a tribu de [o-
fcph , doze mil aflinalados : d’a tribu de Benjamin, doze mil afli­
nalados.
9 Defpois d’eftas coufas olhei, e eisaqui huã grande companha,
* Ou > toda a qual ninguém contar podia, de * todas as naçoés, e tribus e po-
naía0* vos, e ]ingOas , qUC diante d’o throno , e perante o Cordeiro eftá-
vaó , veftidos de veftidos brancos compridos, c \_com ramos de] pal­
mas em fuas maós.
10 E com grande voz clamavaó , dizendo , a Salvaçaõ feja para
noflo Deus, que fobre o throno aíTentado eftá , e [tambem] para o
Cordeiro.
11 E todos os Anjos a o redór d’othrono, e d’os Anciaõs, e d’os
quatro Animaes eftávaõ : e fobre feus roftos diante d’o throno fe
poftráraõ, e a Deus adoráraó,
12 Dizendo , Amen. Louvór , e gloria , e fabedoria , e fazi-
mento de graças, e honra, e potência , c força feja a noflo Deus,
pera todo íempre. Amen.
13 E hum d’os Anciaõs refpondeu , dizendo me , Eftes que de
veftidos brancos compridos veftidos cftám , quem fam , e d’onde
viéraõ ?
14 E eu lhe difle: Senhor, tu o fabes. E elle me difle: Eftes
faõ os que de grande tribulaçaõ viéraõ : e ’no fangue d’o Cordeiro
feus compridos veftidos lavaram , e feus compridos veftidos bran-
Iqueáraõ.
15 Por
DE S. JOAO. Cap. VIII. m
H Por iflo diante d’o throno dc Deus eftáõ , e dia e noite em
feu templo o lervem : e aquelle que lobre o throno aflentado eftá,
com fua lombra os cobrira.
16 ^'Nem mais fome, nem mais fedeteráó 5 nem^Sol, nem cal- 49»
ma alguá 3 lobre elles cairá. e^fvzi'6
17 Porque o Cordeiro , que ’no mevo d’o throno eftá, f os apa- yp/AV
/
*
centara, c ás fontes vivas d’as agoas * dc Guia lhes fervirá: e Deus * ou> os
dc leus olhos toda lagrima & alimpará. guiará'
g 77^.25:8. Apoc, 21:4.
Capitulo VIII.
I Abrefe 0 fetimo fello, e fegue filencio em 0 ceo, 2 E despois d3efle filencio fete
Anjos cem Jete trombetas^ fe vém. 3 Aparece pois primeiro outro Anjo
que perfumes Jobre 0 Altar de ouro junto ás oraçoens d’os Sanélos poem. $ En~
' che despois 0 thuribulo do fogo do Altar e fobre a terra 0 lança, q Feito
ifto y toca 0 primeiro Anjo a trombeta 8 E 0 fegundo e feguem cou/as
horríveis- Io Despois 0 terceiro Anjo toca a trombeta e hua Eft relia chamada
Abjynthio cae do ceo 3nas agoas. 12 Ultimamente toca 0 quarto Anjo a trom­
beta e a terceira parte d3o Sol d3a Lua e dás eftrellas fe ejcuréce. 1$ E des­
pois d3ifio outro Anjo brada Ay por caufa d3as plagas d’as tres jeguintes
trombetas.
t
1 T? avendo aberto o fetimo fello-, filencio em o ceo, quafi por
mcya hora, fe fez.
2 E a os fere Anjos ví, que diante de Deus eftávaõ: c fete trom­
betas le lhes déraõ.
3 E veyo outro Anjo, c junto a o altar fe pós , [W maô] hum
* thuribulo de ouro tendo : c muytos perfumes fe lhe déraõ , pera * Ou > en-
[com] a as oraçoés de todos os fanétos os pór lobre o altar de ou- cenfario.
ro , que diante d’o throno eftá. a Apoc. q:
4 b E o furrio d’os perfumes [juntam ente com] as oraçoés d’os fan- pf ,2
étos , defcfa maó d’o Anjo até diante dc Deus lubiu. *
' 5 E o Anjo o thuribulo tomou , e d’o fogo d’o altar o encheu,
e fobre a terra o lançou : c vozes , e trovoens , c relâmpagos , c
terremotos le fizéraõ.
6 E os fete Anjos , que as fete trombéi;as tinhaó , pera as toca­
rem fe preparáraõ.
7 E o primeiro Anjo fua trombeta tocou, e faraíva c fogo meftu-
rado com langue houve , c 'na terra lançados foraõ : c a terceira
[parte] d’as arvores fe queimou , c toda a erva verde queimadafoy.
. Cccc SE
57* APOCALIPSE
8 E o fegundo Anjo fua trombéta tocou : e [hua coufa'] , como
hum grande monte cm fogo ardendo ’no mar lançada foy : e a ter *
ceira [parte] d’o mar em fangue fe tornou.
9 E a terceira [parte] d’as criaturas que ’no mar vidatinhaó mor-
réu : c a terceira [parte] d’as naos fe perdeu.
10 E o terceiro Anjo fua trombeta tocou , e d’o ceo cahiu huã
grande eftrella como huá tocha ardendo , e ’na terceira [parte] d’os
rios , e ’nas fontes d’as agoas , cahiu.
* Ox^Lof- ii E o nome d’a eftrella fe chama * Abíynthio, e a terceira [par­
ti*. d’as agoas em Abíynthio íe tornou : e muytos homens pelas
agoas morréraõ, porque amargas fe tornáraó.
iz E o quarto Anjo fua trombeta tocou : e a terceira [parte] d’o
Sol, e a terceira [parte] d’aLua, e a terceira [parte] d’as Eftrellas
feridafoy: peraque a terceira d’elles fe efcurecefte, e a ter­
ceira [parte] d’o dia naó alumiafle , e femelhantemente d ’a
noite.
i? E olhei, e a hum Anjo pelo meyo d’o ceo voar ouvi, dizen-
do^com grande voz : Ay, ay , ay d’os que fobre a terra habitam .
* Ou, d’a polas de mais vozes * d’as trombetas d^os tres Anjos , que
trombeta, de tocar>

Capitulo IX.
i “ ‘ A ’ ‘ ’ “ ’ " ” " ”

rio de Euphrates fe foltaõ , e grande multidão d’os de cavallo aparece - que <
terceira parte d'os homens mata. 2o Todavia despois a3iffo nem ainda os ho­
mens de Jua idolatria e outros pecados fe convertem.

i E o poço d’o abyfmo abriu : e d’o poço fumo , como o fumo

? E d’o fumo gafanhotos fobre a terra faíraõ : e poder fè lhes


deu como o poder que os efcorpioés d’a terra tem.
4 E
DE S. JOAO. Cap.IX. m
4 E foy lhes dito, que £ nem a erva d’a terra , nem verdura al- sfyoc.6:6.
guã, nem a arvore alguã danificaflém : fenaó fomente a os homens,
que em fuas teftas o final de Deus naõ tem. *
Ou,/^.
5 E foy lhes dado , naó que os mataílem , fenaõ que por cinco c E,zecls' 9 ♦
meles os atormentallem : e feu tormentoéra femelhantea otormen- Ap'0( .
to d’o eleorpiaó , quando a o homem fére. ' ’
ó E ’naquelles dias os homens a morte bufearám , e naó a acha- Ify- í*
ráô : c morrer delejarám , e d’elles a morte fugirá. _
7 e E * o parecer d’os gafanhotos éra lemelhante a o de cavallos oL/io S
pera a guerra aparelhados: e fobre fuas cabeças, como coroas,.a o £W<2’??O*
ouro lemelhantes avia , e feus roftos como roftos de homens éraó.
8 E^cabellos como cabellos dc mulheres tinhaó; e leus dentes e Exoa. io;
como \_ãer.t?s~\ dé leoés éraó. 4.
9 E couraças como couraças de ferro tinhaó : e o ruido de fuas
afas como o ruído de carros éra , quando muytos cavallos a o com­ receres ,
ou,aj/Àr-
bate correm. mas. '
10 E rabos femelhantes a os d’os efeorpioés, e agulhoés em feus
rabos tinhaó : c feu poder éra de por cinco meles, a os homens
- 'danificarem.
íi E fobre fi, por Rey , a o f Anjo d’o abyfmo tinhaó) [e] éra/h-f/w. 9:1.
feu nome em Hebreo Abaddon, c em Grego por nome tinha Apol-
lyon.
11 g Paliado heja hum ay ) cisque ainda, defpois d’ifto, dousg^?^- 8:
aysvém. ,
13 E o fexto Anjo fua trombéta tocou , c ouvi huã voz d’os qua­
tro cornos d’o altar de ouro , o qual diante de Deus eftava,
14 Que a o fexto Anjo , que a trombéta tinha , dizia: h A os h q:
quatro Anjos folta , que junto a o grande rio de Euphrates pre- x?
fos cftáó.
1$ E foltos os quatro Anjos fóram , que preftes pera á hora , c
dia , e més, e anno eftávaõ , pera a terceira {j>arte~\ d’os homens
matarem.
16 E o numero d’os exercitos d’os de cavallo vinte mil dezenas
de dezérias de milhares éra, e o numero d’elles ouvi.
17 E aíli a os cavallos ’nefta vifaõ ví ; e os que fobre elles caval-
gavaó , couraças de fogo , e de * hyacinto , e dc enxofre tinham: * Ou, azul
c as cabeças d’os cavalloscomo cabeças de leoéséraó: c de fuas bo- celejle,
casfogo, e fumo , e enxofre fahia.
15 Por eftes tres a terceira [?arte~\ d’os homens morta foy , [ f
CCC 2 Jaber J
57+ APOCALIPSE
faber] pelo fogo, c pelo fumo , c pelo enxofre , que de fuas boca»
fahia.
Porque feu poder em'fua boca , c em feus rabos eftá. Por­
que feus rabos temei hantes a ferpentes faó , e cabeças tem , e com
cilas danificam.
20 E os de mais homens , que por eftas plagas mortos naõ foraõ,
d’asobras de luas maós fe naó arrependéraó, peraaos Demonios, e a
ÍP/IIV4./ os idolos de ouro , c dc prata, e de lataó, e de pedra, e de ma-
5.6.7. dcjra na5 adorarem , que nem vér, nem ouvir, nem andar podem:
21 £ nem de feus homicídios, nem dc fuas feitiçarias, nem dc
fua fornicaçaó , nem de fuas
*ladroices, fe arrependeram.

Capitulo X.
t Sendo \a relatadas as placas que de baixo d’a feifba trombéta fobre a Chrlflan-
dade d* 0 Oriente " Poente aviaõ de vir relata fe *nefle Capitulo 0 que para
Confolaçao d a Igreja de baixo d a mefma trombeta ainda de feguir avia. E pri­
meiramente fe vé hum Anjo que com grande gloria do ceo defeende com hum li­
vrinho aberto 'na mao. J Que com grande voz. brada> e logo fe ouvem fete
trovoens , 5 E jura poloque vive pera todo fempre > que mais tempo naõ ave-
ria despois que as Jete trombetas tocado aviao. 8 Dá despois 0 livrinho aber­
to a 0 Apojtolo pera comélo ; Io O qual em fua boca bem doce mas em jeu
ventre amargo éra
* u Declara despois a 0 Apostolo que importava que outra
vez proftizaffe.
I J7 outro forte Anjo ví, que d’o ceo defeendía , de huã nu­
vem veftido : e por cima de Q/«/] cabeça o arco celefte
tMatt.iy'. eftáva : c feu rolio como <* o Sol éra , e leus pés como b colunas de

*
Apoc 1: 2 £ cm pua maõ hum livrinho aberto tinha : e feu pé direito fo­
bre o mar , e o ezquerdo fobre a terra pós.
3 E com grande voz clamou , como quando o leaó brama: e
avendo clamado , os lete trovoés fuas vozes difléraó.
4 E avendo os lete trovoés fuas vozes dito, eu as ouvérade efere-
<Dan 8 26. ver : e huã voz d'o ceo ouvi , que me dizia: c Sella as coufas que
e 11 : 4. os fete trovoés fallaraó , e naó as eferévas.
dDan. ii: ç d E o Anjo que fobre o mar e fobre a torra eftar ví, fua maó a
7* *
o ceo levantou^
6 E por Aquelle jurou , que pera todo fempre jamais vive , o
qual o ceo e as couías que ’nçllc ha, e a cerra c as coutas que ’nelh
ha,
DE S. JOAO. Cap. XI. w
ha, c ó mar e as coufas que ’nelle ha criou , <? que mais tempo naõ^/w. n;
avera :
7 Porém [que] ’nos dias d'a voz d’o (etimo Anjo , quando fua
trombeta tocai; , o fecreto de Deus fe cumprirá , como a leus ler-
vos os Prophetas [/] denunciou. .
8 E a voz que eu d’o ceo ouvido tinha , comigo a fallar tornou,
e difie : Vae , e o livrinho aberto toma d’a maó d’o Anjo , que
fobre o mar e lobre a terra eftá.
9 E fuy me a o Anjo,, dizendo lhe, Dame o livrinho. E elle me
difle : f Toma o , e come o: c amargo teu ventre fará , porém em fEzecb j :
tua boca doce como mel ferá. 1»
10 E o livrinho d’a maõ d’o Anjo tomei, e o comi: c em minha
boca doce como mel era : e avendo o comido, meu ventre amargo
ficou.
íi E elle me difie: [ Ainda] outra vez a muytos povos, enaçoésp
c lingoas, e Reys te importa profetizar. '

Capitulo XI.
I Dafe a o Anjo hua cana pera medir o Templo 2 E naõ o patio. } Dá
Chrifio a Juas duas tefiimunhas poder pera profetizar e pl<gas fobre feus inimi­
gos enviar, y A Eefia d’o abysmo fóbe e ás Te/timunhas mata ; $ Poloque os
povos fe alégraÕ, 11 Mas despois de tres dias e meyo revificaõ. 12 £ a o ceo
fóhem, IJ £ entaõ tremor de terra e dano /obre a cidade grande fegue. 7$ To­
ca o fetimo An]O a trombéta e os Reynos fe reduzem a Deus e ^hri/to, ió Po­
loque os vinte e quatro Anciaõs louvai a D us ; iS £ a ira de Deus fobre as
naçoens vém mas o preparado galardaõ a os Sanftos fe dá, I? £ o Templo
de Deus 3no ceo fe abre,

i a "p huã cana femelhante a huã vara [de medir] dada me foy : e aEzeeb.io;
o Anjo fe chegou, e difie: Levantate, e o templo de Deus, 3-&-
e o altar , e os que ’nelle adoram , mede. HU 41.
2 Porém dc fora deixa a o patio que fora d’o templo eftá, c naõ
o medas : porque ás Gentes dado he : c a fanófa cidade por b qua- b Apoc. ip
rentá c dous meles pifaráõ.
3 E [poder] á minhas duas teftimunhas darei, e por mil eduzen-
tos e íefienta dias, de facos veftidos, profetizarão.
4 Eftas-faõ as duas oliveiras, e os dous caftiçaes , que diante cZach
d’o Deus d’a terra clUõ. *
M
S16 APOCALIPSE
* Ointóo $ E fe alguém * empecer lhes quifer, fogo de fua boca fairá , e
afgum fa- a feus inimjaOS devorará: ': e fe alguém empecer lhes quifer, afiiim-
zer lhes _________
quijer, porta que morto feja.
d l.Rey 17: 6 ^Eftes poder tem pera o ceo cerrar, paraque em os dias de fua
1. prophecia chuva naó chóva : e poder íobre fobre as agoas tem pera e em
1 j _ r* . . _ J ~ _ 1 -___ /
e Exod.y-S. fangue as tornarem, e pera a terra com toda forte de plaga ferirem,
1
ç.io.il. todas quantes vezes quiíérem.
/p^7;2i. 7 fE f E como feu teftimunho acabarem , a Befta, quegd’oabys-
Apoc.jy.y. - - ■ - J
gApoc. 1;: mo íóbe , guerra lhes fará, e os vencerá, e os matará.
II. 8 E feus corpos mortos [jazerdo] ’na praça d’a grande cidade,
b Apoc. 17: que efpiritualmente Sodóma e Egypto íe chama , aonde noíló Se­
2. ç. nhor tambem crucificado foy.
e 18:10. 9 E d’os povos, e tribus, e lingoas, e naçoés , feus * cor­
• Gr. cor­ pos por tres dias e meyo veraõ , e naó permitiráó que feus corpos
pos mor- poftos em fepulcros fejaõ.
t9S
*
10 E os que ’na terra habitam, fobre elles fe gozaram , e fe ale-
graráó , e prefentes huns a os outros fe mandaráó: porquanto eftes
dous Prophetas , a os que fobre a terra habitam, atormentaráó.
ti E defpois d’aquelles tres dias e meyo, ’nelles o elpirito de vi­
da de Deus entrou , e íobre léus pés fe puleraó , e grande temor
fobre os que os viraó cahiu.
11 E huã grande voz d’o ceo ouviraõ, que lhes dizia : Subi cá.
E a o ceo cm huã nuvem fubiraó: e feus inimigos os viram.
13 E ’naquella mefma hora hum grande terremoto íè féz, e ade-
^Oii, no- cima [porte] d’a cidade cahiu , e ’no terremoto fete mil * homens
mesdsho de nomc mortos foram : e os dc mais muy atemorizados ficáraõ ,
inens.
i Apoc. $: e gloria a o Deus d’o ceo deraó.
*3- 14 Paftado he o fegundo ay: eisque I o terceiro ay prefto vém.
#9: Ii. E o fetimo Anjo fua trombeta tocou, e grandes vozes ’no ceo
<15; 1. houve, que diziaõ: Os Reynos d’o mundo a noflo benhor, e a íeu1
Chrifto reduzidos fam, e pera todo fempre ja mais rcynará.
*6 E os vinte e quatro Anciaõs, que diante de Deus em feus
thronos aífentados eftám, fobre feus roftos fc poftráraó , e a Deus
adoráraõ,
J7 Dizendo, Graças te damos , Senhor Deus Todopoderofo ,
kApoc. 1: k Que he e que éra e Que ha de vir , de que tua grande potência
tomafte, ereynafte:
18 E as naçoés íe iráraõ , eja tua ira vinda he , e o tempo d’os
mortos, peraque julgados fejam , e pera o galardam dares a teus
ícr-
DE S.JOAO. Cap. XII. 577
fervos os Prophetas , c a os Sanélos , e a os que teu nome temem,
a pequenos e a grandes : e pera deftruir a os que a terra deftruem.
19 E o templo de Deus ’no ceo > fe abriu , e a Arca de feu con- i Apoc. \ j ♦
certo em feu templo íe víu: e relâmpagos, e vozes , e trovoés , e
terremotos , e grande faraiva houve.

Capitulo XII.
I Aparece a o Apofiolo hua vifaõ de hua Mulher que com dores de parto eftd.
$ E de hum Dr igto vermelho que Je parava diante d3ella peraque em parindo
devoraffe a feu Filho; $ Mas o filho pera o Throno de Deus arrebatado be , e a
*
Mulher pera o deferto foge , aonde fe lhe lugar aparelha mil e duzentos e feffen-
ta dias. 7 Faz je batalha ’no ceo entre Michael e o DragaÓ. 9 O Dragas
pois vencido e em a terra lançado he j Io £ fegue cântico 'no ceo. IJ P^r—
fégue 0 Dragaõ d mulher > que recebe afas de Águia, pera a 0 deferto fugir.
1$ Dança 0 Dragac após ella rios de agoa , que a terra traga. iq E 0 Dra­
gaõ faz> guerra contra os de mais de jua femente. IS E Joao 3na borda ad
mar fe para.

1 X? hum grande final ’no ceo fe víu : [4 faber] huã Mulher d’<j
Sol veftida, e a Lua debaixo dc feus pés , e fobre fua cabeça
hu ã coroa de doze eftrellas:
-z E prenhe eftava , e com dores de parto , e ancias de parir gri­
tava.
3 E outro final ’no ceo fe víu ; e eis que éra hum grande Dra-
gaó vermelho , que fete cabeças c dez cornos tinha , e fobre fuas
cabeças fete * Diadémas. * Ou>Cha-
4 E feu rabo a terceira [parte] d’as eftrellas d’oceoapós fi levava,
e fobre a terra as lançou: E o Dragam diante d’a Mulher, que avia aes'
de parir fe pós: peraque, em parindo , a feu filho devoraffe.
5 E hum Filho macho pariu , a que com vara de ferro todas as aPf.it 3.
Gentes avia de apacentar j e feu Filho pera Deus , e [pera] feu Apoc.i\iq,
throno arrebatado foy.
6 E a Mulher pera o deferto fogiu, aonde ja lugar preparado de
Deus tinha , peraque lá b mil e duzentos e íefienta dias a manti- yApoc.ir,
vefiem. j,
7 E batalha ’no ceo houve : Michael e feus Anjos contra o Dra­
gam batalhavam : c batalhava [tambem contrafilés] o Dragam e feus
Anjos.
8 Mas
I

57* APOCALIPSE
f Dan. 2 ♦ $ Mas naõ prevalecerão , c nem feu lugar mais em os ceos fe
35- o.ach°u:
dllc
lS. 10 *
iS? 9 E lançado foy o grande Dragaõ, a Serpente antiga, chama-
° Diabo eSatanás, que a todo o mundo engana, lançado [digo]
em a terra foy , c {^taméem’] leus Anjos com elle lançados foraõ.
10 E huá grande voz ’no ceo ouvi, que dizia: ja agora a falvaçaõ,
e a força , e o Reyno de noífo Deus , e a potência de leu Chrifto
feita eftá : porque ja o acufadór de noflos irmaõs , que diante de
noflo Deus dia e noite os acufava , derribado he.
11 E elles pelo fangue d’o Cordeiro , e pela palavra de feu tefti­
munho o vencéraõ , e até á morte fuas vidas naó amáraõ.
ii e Polo que alegraevos ceos, e os que’nelles habitaes.. fAyd’os
^y-49 I3.que ’na terra 9 c ?no mar habitam j porque o Diabo a vosoutros
' Apoc. «defeendeu, c tcm grande ira, íabendo que ja pouco tempo tem.
3’ ij E quando o Dragaõ viu que em terra lançado fóra , a Mulher
perfeguiu que a o \_Filho~\ macho parira.
g Apoc.m 14 g £ á Mulher duas afas de grande aguia fe lhe déraõ, peraque
b Apoc. ii;a ° deferto a feu lugar voafle, aonde luftentada he , h por tempo , e
6. ’ a metade de tempo, fora d’a vifta d’a Serpente.
E a Serpente de fua boca após a Mulher agoa como [dej
hum rio lançou, peraque pelo rio arrebatar a fizefle.
16 E a terra á Mulher ajudou, e a terra fua boca abriu, e a o rio
tragou , que o Dragaõ de fua boca lançára. ' >
17 E o Dragam contra a Mulher íe irou , e guerra a fazer fe foy
contra os demais dc fua femente, que os mandamentos dcDeus gu­
ardam , e o teftimunho dc Jefu Chrifto tem.
I? E eu fobre a aréa d’o mar me pús.

Ca-
DE S. JOA O. Cap. XIII. V?

[C A P I T V L O XIII. f
I Moflrafe a o Apoftolo em huã vifao hua Befta com fete cabeças e dez cornos-t
3 E hua cTas cabeças ferida de morte Je cura. 4. Adora toda a terra á Befla
e a 0 Dragaõ quarenta e dous mefes. 6 Blasféma a Befta a Deus e feus Smi-
ãtos : e guerréa contra elles. S E vence a todos os cu\os nomes *no livro 4 6
Cordeiro eferitos naõ eftáõ. Io Arneaçaõfe os perfeguidores com e galardaõ de
femelhantes cajtigos. II Despois outra Befla d’a terra fobe j avendo dous cor­
nos como 0 Cordeiro , mas fazendo as obras d'a primeira Befta. IJ Effa faz,
grandes finaes e a os moradores d’a terra engana 3 qus fazem huã imagem a qual
todos adorar devem. 16 Faz ella taõbem que todos hum final, eu 0 nome da
Befla j ou feu numero, que he Jeis centos e Jeffenta e feis 3 tomem,,

1 p d’o mar * huã Befta fobir ví, que fete cabeças e dez cornos a ^an.
tinha , c fobre ícus cornos dez Diademas : e lobre luas cabe- 2o-
ças hum nome dc blasfémia. Apo,.^. 3.
2 E a Befta que ví, femelhante a o leopardo era , e feus pés co- '
mo de urfo^ e fua boca como boca de leaó: e o Dragaó fua potên­
cia, e feu throno , e grande poder lhe deu.
3 E huã de fuas cabeças como ferida de morte ví, e fua chaga
mortal curada foy: e toda a terra após aBefta fc maravilhou.
4 E a o Dragaó adoráraõ que á Befta [jeu'] poder dera ; e \_tam-
- bem } á Befta adoráraõ dizendo, Quem b femelhante a Befta he ?
ouem contraella batalhar poderá?
5 E boca le lhe déu, pera grandezase blasfémias fallar > e poder
fe lhe deu, para [_affi} c quarenta e dous mefes o fazer. c Apoc. li;
6 E fua boca em blasfémias contra Deus abriu , pera de feu No­ x.
me , e dc feu Tabernáculo , c d’os que ’no ceo habitam , blasfe-.
mar.
7 E d[poder} fe lhe déu pode guerra a os fanétos fazer, c os ven- d Dan. y;
cer: c poder fobre toda tribu , c lingoa, e gente fc lhe déu. 21.
S E todos os que fobre a terra habitaó a adoraráó , e cujos nomes Apoc a 1:7.
eferitos naõ eftám ’no livro d’a vida d’oCordeiro, que /‘dcfd'afun- e ^xod.^
daçaó d’o mundo morto foy. p;-/4-
9 Se alguém ouvidos tem, ouça. . Apoc\'\.
10 Se alguém cm cativeiro leva , em cativeiro ira : g fe alguém \2o';
á efpada matar , neceífario he que á efpada morto feja. h Xqui a e 21; 27.
paciência e a fc d’os lanélos eftá. fApoc. 17:
D ddd 11 E ò'(
gGen. 9:6, Matt .16:52. h Apoc. 14:11.
APOCALIPSE
ii E outra Beíla’/ d’a terra fobir ví, e dous cornos femelhantes
7» a os d’o Cordeiro tinha: e como Dragaõ falláva.
k Apoc.\y. ii E todo o poder d’a primeira Beíla, * em fua prefença exerci­
to. ta : e faz que a terra , c os que ’nella habitam á primeira beíla adó-
: rcm , cuja Z chaga mortal curada fora.
3- G E faz w grandes finaes, de maneira que ate logo d’o ceo á ter­
w 2. TkejJ‘,1.: ra , diante d’os homens, defcender faz.
9.
ylpoc. ió : 14 E n a os que ’na ren a habitam , com os finaes engana , que
14. em prefença
. d’a Beífa fe lhe deraó que fizefle-, dizendo a os que ’na
n Deut.iy. terra habitam1 , que a Beíla, que a ferida d’a eípada recebera , e a
1. viver [tornara'}., huã imagem fizcflem.
Matt. 24: 15 E foy lhe dado que efpirito á imagem d’a Beíla deífe , para *
?’4t' 16: , que ? tambem a imagem d’a Beíla fallafle , e fizefle que todos os que
.Apoc. 2 „ .
* 0 a imagem d’a beíla naó adoraífem , mortos loflem.
14. 16 E 9UC a todos , pequenos c grandes , ricos e pobres , li-
e 19:20.
» Jtyw.YpTvres e fervos , ? hum final em fua maõ direita , ou em fuas teftas
20. * ponha :
17 E que ninguém comprar ou vender pofla, fe naõ aquelle
20. que o final , q ou o nome d’a Beíla , ou o numero de feu nome
• Ou
A , dé. .•
.tiver.
* f°c' ‘ 18 Aqui eftá a fabedoria : aquelle que entendimento tem , o
rApfíc. 17 inúmero d’a Befta conte : porque numero dc homem he, e he feu
9. numero feis centos c feflenta [/] feis.

C A
DES. J O A O. Cap. XIV. 5'1

C A P I T V L O XIV
I Jré fi Apoffolo em bua vifao a 0
Cordeiro e ffando fobre o monte de Siac com
Jeus I44000. affinalados. 2 Canta fe em 0o ceo cântico n-ovo
novo que mn^uem
mnçtiem , jenao
elles > aprender pode. 4 EJfes faõ virgens que Jeguem <2 ocoraeiro para onde quer
que fór. 6 Evtab hum An\o pelo meyo d’o ceo voa 3 e 0 Euangelho eterno denun­
cia
* S E Je&ue outro ^n]° (Jue a caida d3a grande IZabylonia profetiza. 9 E
0 terceiro que a os que a Bejia adóraõ ou feu Jlnal recebem com os cajiigos eter­
nos ameaça, 12 Exhortaõfe os Sanffos pera paciência 3 e os que em 0 Senhor
morrem de fua falvaçaõ fe ajfegúrao, 14 Despois aparece hum jobre huã nuvem
branca com coroa 3 na cabeça e fouce ‘na maõ, que fe amoefla lançar jua- fouce ‘na
Je<rada madura. 17 Ultimam ente ainda outro Anjo d3 0 Templo ■> que effd ‘no
ceo ■ Jae . taõbem com fouce > que fe amoefla vendimar os cachos d’a terrd.
19 G)ue os lança 3no lagar d'a ira de Deus , que fe pifa} e fae 0 fangue até os
freyos d3os cavallos por mil e jeis centos efladws.

I 17 olhei , c eis que o Cordeiro fobre o monte de Siaó eftava , ,c


com elle a cento e quarenta c quatro mil , que o nome dc feu a Apoc.7:4.
Pae em fuas tcftas efcrito tinhaó:
2 E huá voz d’o ceo ouvi como L> a voz de muytas agoas , e co­ b Apoc. I I
Js-
mo a voz de hum grandetrovaó: e huã voz c de arpiftas ouvi, {que c ApocA'.^.
com fuas arpas tangiaõ.
3 E como d hú cântico novo diante d’o throno , c diante d’os dApoc.<p.?.
quatro animaes , e d’os Anciaõs cantavaõ : e ninguém aquelle cân­
tico aprender podia , fenaó os cento e quarenta e quatro mil, que
d’a terra comprados fôram.
4 Eftes faó os que com mulheres contaminados naó eftáõ : e por- ei C0r.11;
que virgens faó. Eftes fam os que a o Cordeiro leguem para onde 2.
quer que vaé. Eftes fam os que d^entre os homens [_por] primícias
pera Deus , c pera o Cordeiro, comprados foraõ.
5 f E engano em fua boca fc naõ achou : porque g irrepreníiveis fsophon.y.
diante d’o throno de Deus faó. , 13.
6 E outro Anjo pelo meyo d’o ceo voar ví, c o Euangelho eter-g^M;*7
no tinha , peraque a os que fobre a terra habitam , e a toda naçaó, .
e tribu , e lingoa , c povo [> j euangelizaftè. ,
7 Dizendo com grande voz, A Deus temei, e gloria lhe daè :
porque vinda he a hora de feu juizo. E, a aquelle adorae, que ho hGen.it i.
ceo e a terra , e o mar, e as fontes d’as agoas fez. 3 3 '■ 6*
D ddd 2 SE "M.s-
*
e 145:7
Aff. 14: IS- e I7H4.
5U APOCALIPSE
ÍT/Sy.iu?. S E feguiu outro Anjo, dizendo, /Caydahe, Cayda he Babylo-
3er 51 n]a? k aquella grande cidade , porquanto porquante a todas as nações d’o vi-
1S. 2. |’ua fornicaçaó a beber deu.
kApCC.lt: -r, . A . __ ... J.___ 4
19. 9 E o terceiro Anjo os feguiu, dizendo com grande voz , Se ai-
e 17:• , guem
... a Befta c a fua imagem adorar, e o final em lua tefta>, ou ern
e 1$: io. lua maó receber,
* Ou , fem 10 Tambem o tal d’o vinho d’a ira de Deus , que * puro Z’na,
nteftura. taça de fua ira m fe deitou, bebeiá . e n com fogo e enxofre diante
i Apoc, 1$ ; _?os
j,
fanébos Anjos , c diante d’o Cordeiro , » atormentado ferá.
19.
w Apoc.1%-, 11 p E o fumo de feu tormento pera todo fempre ja mais fobe: e
6. dia e noite repoufo naó tem , os que á Befta e a lua imagem adóraó,
*ApOC. Jj; c lc alguém o finai de feu nome recebe.
1* 7 Aqui a paciência d’os fanéfos eftá: aqui eftáó os que os man-
* Apoc. 2o : damentos dc Deus ,? e a fé de Jefus guardam.
10. ij E huã voz d’o ceo ouvi, que me dizia: Efcrévc , Bem-aven­
? A/w. i$:
turados os mortos , que desd’agora em o Senhor morrem : Si, diz
Apoc. 13 ♦ o Efpirito : peraque dc íeus trabalhos defeanfem 5 e fuas obras * os
le feguem.
•Ou.cwr 14 E olhei, olhei, c eis
cis huã nuvem branca , e hum , r femelhante a o
Filho d'o homem íobre a nuvem aíTentado ; que fobre fua cabeça
. huá CO5coroa 'óa dc ouro, e em fua maó huã fouce aguda tinha.
E outro Anjo d’ o templo fahiu , com grande voz clamando a
y. o que fobre a nuvem aíTentado citava : / Tua fouce envia , c féga :
porque ja a hora de legar vinda voshc , porquanto ja a fega d’a ter-
fleèl. ^ri^ra madura eftá.
13 : 16 E aquelle que fobre a nuvemaíTentado eftáva, fua fouce á tcr-
ra enviou , e a terra fegada foy.
17 E d’o templo , que ’no ceo eftá , outro Anjo fahiu , o qual
tambem huã fouce aguda tinha.
18 E d’o altar outro Anjo fahiu , que poder fobre o fogo tinha,
e com grande voz a o que tinha a fouce aguda clamou, dizendo,
Tua fouce aguda envia , e os cachos d’a vinha d’a terra vendima:
porque ja fuas. uvas maduras cllám.
19 E o Anjo fua fouce á terra enviou, e[^r uvas ] d’a vinhad’ater-
t Apoc. 19; ra vendimou, e 5no grande lagar t d’a ira de Deus as lançou.
iç. . 10 E « foy o lagar fora d’a cidade pifado , e fangue d’o lagar ate
W. : os freyos d’o$ «avallos, por mil c feis centos eftadios, fahiu.
«J

Ci-
DE JOAO. Cap. XV

Capitulo XV.
I Veemfe fete Anjos y yie as ultimas plagas tem-, z E hum mar de vidro yante
a o qual os vencedores Ta Befta com arpas eftávaõ ; 3 gfy hum Cântico cán~
tA e 'nelle a Deus e a feus juízos louvaõ. $ Despots 0 Templo ’?i» ceo fe
abre ,• 6 D’onde fete Anjos veftidos de veftidos refplandecentes faem, 7 ^ue
de hum d’os quatro animaes fete jalvas cfaeyas d'a ira de Deus recebem. S E?s-
taõ 0 Templo d’o fumo Ta gloria de Deus fe enche.

1 T? outro grande e admiravel final ’noceoví, [a /aberj9 fete An­


jos , a que as fete ultimas plagas ti.nhaó perque ’iiellas a ira a ^poc..ni
de Deus confumada eftá. *
...M
i E b como hum mar de vidro mefturado com fogo ví: c a os que bApoc.qfa
vióroria d’a Befta , e de fua imagem, e de feu final, [e] d’o nume­
ro de feu nome tivéraõ , que junto a o már de vidro eftávaõ , e as
arpas dc Deus tinhaó:
$ E o cântico de Moyfes, o fervo de Deus, e o cântico d’oCor­
deiro cantavam , dizendo, c Grandes e maraviihoías tuas obras faó,e ?fIT K2 *
Senhor Deus Todopodercfo : Juftos e verdadeiros faó teus cami- e
nhos , ó Rey d’os fanétos. Y’ *
4 e Quem te naõ temeria, 6 Senhor, e teu Nome naó magnificaria? e ler.io •♦ </9
Porque tu fó fanéto es: porque todas as gentes viráó , e diante dc
ty adoraráó: porque ja teus juizos manifeftos fam.
s E defpois dhlio olhei, e eisque / o templo d’o Tabernáculo d’o fApoc. u;
teftimunho em o ceo le abriu, iy.
6 E os fete Anjos, que as fete plagas tinhaó, d’o templo fajraõ,
dc linho puro c refplandccente veftidos , eg com cintos de ouro agApoc. i ;
o redor de feus peitos cingidos. 13.
7 E hum d’os quatro Animaes a os fete Anjos fete falvas dc ouro
déu, chcyas d’a ira de Deus, que peia todo fempre jamais vive.
I E o templo h com o fumo d’a gloria de Deus, c de fua poten- hExod.wt
cia fc encheu: e ninguém’na templo entrar podia , ate que as fete
plagas d’os fete Anjos fe naó confumaíTcm. i.Reys-8:

D d d d 5 C A-
$84 APOCALIPSE

Capitulo XVI.
J "Rctébem os fobreditos Anjos mandado de fuas falvas derramar. 2 E a pri­
metr a d'ellas fobre a terra fe derrama. 3 A fegunda em 0 mar. 4 A ter­
ceira em os rios : poloque a jufiiça de Deus com huã cantiga fe louva ; 8 A
quarta fobre 0 Sol. 10 A quinta fobre o throno d^a Besta, toda via os homens
que ’na terra efldõ nem ainda fe convertem. Ii A jtifia fobre 0 grande rio
Euphrates. 13 Tres efpiritos immundos femelhantes á raas Jaém a os Reys d3a
terra 3 a os ajuntar pera a batalha d'o grande dia 3 1$ Poloque cadahum a ve­
lar despertado he > 17 Ultimamente a fetima falva em 0 ár fe derrama 3 e to­
das as coufas ate a mefma grande Babylonia 3 Jeu fim tem. 21 E cae despois
hua grande faraiva jobre os homens , que por via d,3iffo a Deus blasfémaó.

I "P huã grande voz d’o templo ouvi , que a os fete Anjos dizia:
■^Ide, e as [fete] falvas d’a ira de Deus fobre a terra dcrra-
mae.
, i E foy o primeiro , e fua falva fobre a terra derramou : e hua
aExod. 9: má e malina a chaga em os homens íe fez , que ^o íinal d’a beíla ti-

J J <7 * IvC^UJiUV ÍA.


2 X 11 | M 1 d<4 1 <41 V 111 V/ 11 1 <41 '~’\^11<4L11V7U4^ V V 111 1 <» I (_4

e Apoc. 13 : como de morto fe tornou,j e toda alma vivente em o mar morréu.


1y/i/t • 4 j •

14. 4 E o terceiro Anjo fua falva em os rios, e ’nas fontes d’as agoas
dExod. 7 : derramou , e em fangue fc tornáraó.
5 E ao Anjo d’as agoas ouvi, que dizia, Juílo es tu, óSenhor,
eApoc. 1: e Que he , e Que éra, e Que ha de fér, que ellas coufas julgaíle.
4. 8. 6 Porquanto / o fangue d’os Sanélos , e d’os Prophetas derramá-
raõ , tambem tu langue a beber lhes delle. Porque d’iíTo di-

7 E a outro g d’o altar ouvi, que dizia : ’Na verdade , ó Se-


gApoc.i1) . nh°r Deus Todopoderolo , verdadeiros e juílos iam teus juizos.
3» 8 E o quarto Anjo fua falva fobre o foi derramou ; c le lhe deu,
que a os homens com fogo abrafaílè.
9 E os homens com grandes calmas abrafados foram, e h d’ono-
1 ■ • me de Deus blasfemáraô , que Íobre eftas plagas poder tem: e naõ
fe arrependéraó, pera gloria lhe dárem.
10 E o quinto Anjo lua falva Íobre o throno d’a Befta derramou,
* Ou }ma- e feu reyno tenebroío fc fez , c de dór as lingoas * fe merdiaõ.
figAvaQ) n ]£ pOr caufa dc fuas Jóres 5 c pOr cauia jc fuas chagas , d’o
I^cus a5° cco blasfemáraô : c dc fuas obras fc naô arrependéraó.
11 E
DE S. JOAÕ. Cap. XVI.
íi E o feifto Anjo lua Calva Cobre o grande rio Euphrates derra­
mou j e lua agoa Ce Cccou paraque o caminho d’os Reys d’o Sol na-
cente Ce preparaíTe.
15 E d’a boca d’o Dragaó , e d’a boca d’a Befta , e d’a boca d’o
fallo Propheta , tres elpiritos immundos, , iemelhantes a raãs,

14 Porque eCpiritos de Demonios fam , e i íinaes fazem , os quaes ii.TkeJJ*,’.!


a os Reys d'a terra , e de todo o mundo * fe vaõ , £ pera a batalha 9.
d’aquelle grande dra d’o Deus Todopoderofo os congregar. Apoc. 1% :
15 Eisque I como ladraó venho. Bem-aventurado aquelle que vé-
Ia , e feus veftidos guarda , peraque m nuo naó ande , e fuas ver-
gonhas le vejam. ' kApccAT
*
16 E "no lugar , que emHebreo Armageddon fe chama, os con- 14.
gregáraó. f *19:19»
17 E o fetimo Anjo fua Calva ’no ár derramou : e huã grande voz e2o:8'
d’o templo d’o ceo , d’o throno iahiu , dizendo, « Feito he. iMatt. 24:
18 E * vozes , e trovoés , e relâmpagos houve : e hum grande
terremoto fe fez , qual nunca feito foy desde que homens fobre a k 5;
terra houve : tal [/ J tam grande [</?
*] terremoto [foy]. 2.
19 E p a grande cidade em tres partes fe fendeu, eas cidades d’as 2. Pedr. 3:
Gentes cairaó : e a grande Babylonia 7 em memória diante de Io»
Deus veyo , pera r a taça d’o vinho d’a indignaçaõ de fua ira lhe ***[
dar. 18. *
20 E toda ilha fugiu , e os montes fe naõ acháraõ. w^w.21:
21 E d’o ceo huã grande/faraíva , como de pelo de hum talento 6.
fobre os homens cahiu: t e por caufa d’a plaga d’a faraívade Deus os 0 Apoc .4:$.
homens blasfemarem : porque lua plaga muy grande éra. :5-
p Apoc.l^.‘ 8. Apoc. 18 : 5. r Jer.it 1 1$. Apoc.H'. lo. fApoc.lll I?.
f Apoc. 16 : 9» li»
$36

Capitulo XVII.
X Leva hum a os fete precedentes Anjos a o Apoftolo a hum deferto . 9 wftra
lhe et vrande Fornicadora de Babylonia > affentada jobre hua Befta vermelha ,
que fete cabeças e dez cornos tem. 4 E dejcrevefe fua veftidura, atavio., titu­
les e fanguinolencia. y Declara o Anjo a Joaó> primeiramente o ?nyfferto~ d^a
Befta $ Despois o de fuas fete cabeças e d'o oitavo Rey que avia de feguir ;
jt E o dos dez cornos que affi tantos Reys fao , que fua potência d3a Befta to­
mai ; 14 Que com o cordeiro combatem , pois d3elle vencidos faõ. 1$ Decla­
ra « Anjo o myfterio das agoas fobre as quaes a Fornicadora ajfentada effd,
16 E de como os Reys fua potência d’a Befta a tomar tornará
*. *
18 Ultima
mente explica quem a Fornicadora feja.

i F veyo hum d’os fete Anjos, que as fete falvas tinhaõ , c comi-
zo. d’a grande Fornicadora , que fobre muytas agoas aífentada eftá :
a Apoc.\^>: 2 a Com a qual os Reys d’a terra fornicáraó , e os que ’na terra

3 E em efpirito a hum deferto me levou , e huã Mulher fobre


b Apoc. i;: huã Befta de cór de graã aífentada ví, que de nomes de blafphc-
i. . mia cheya eftava , c fete cabeças e dez cornos tinha.
«• V- 8. 4 E a Mulher c veftida dc purpura e dc graa eftava, e com ouro,
c pedras prcciofa.< , e pérolas adornada , e em fua maõ huã taça de
ouro tinhad’as abominações e d’açugidade
___ .1 -J -Z
de fua fornicaçaó cheya:
« J.-J

di.Thejftix 5 E cm fua tefta efcrito o nome, d Myfterio, A grande Babylo-

e Atw.iS : 6 E ví que a Mulher eftava bêbada d'o e fangue d’os Sanétos, e


24. d’o fangue * d’as teftimunhas dc Jefus. E vendo a eu , com gran-
*Oa,^Í4r-dc admiraçaõ me admirei
7 E o Anjo me diífe: Porque te admiras? Eu tc direi o myfterio
d’a Mulher , e d’a Befta que a traz , aqual as lete cabeças e os dez
cornos tem.
8 A Befta que vifte, era, e ja naõ he: c ha de fobir d’o abyfmo,
fExod. 32: e irfe a perdiçaõ : c os que ’na terra habitam , ff cujos nomes no

*Óã,enten. 9 A9ui ha * fentido , g que fabedoria tem; h As fete cabeças


dimento. ^ctc montes fam, fobre os quaes a Mulher aftentada eftá.
D E S. J 0 A O. Cap. XVIII.
íô E [tambem] fete Reys faõ : os cinco fam caydos : e o hum ja
he , o outro ainda naõ he vindo5 e quando vier, convém que hum
pouco \_de tempo] dure.
11 E a Befta que éra , e ja naõ he , efta hc tambem o oiravo
e d’os fete he, c á perdiçaó fe vae.
íi E 1 os dez cornos que vifte , dez Reys faõ, que ainda o Rcyno <•' Dan 7 20;
naõ recebéraõ : porém poder como Reys cm huã hora [juntamente] A^oc.ijzi*
com a Befta rcccberáõ.
15 Eftes hum mefmo intento tem , e fua^potencia e authoridade
á Befta entregaràõ.
14. k Eftes contra o Cordeiro combateráõ , e o Cordeiro os ven- k Apoc. 16:
cerá : (^porque he o Senhor d’os fenhores , e o Rey d’os^14’.
reys) e os que com clle eftàó, oschamados, e eleitos, e fieis [/dm]. 1^Tif79-6 *
15 E diíle me w As agoas que vifte , a onde a Fornicadora íe .
aflenta, povos , e companhas, e naçoés , e lingoas faõ. 16.
16 E os dez cornos que ’na Befta vifte, eftes a Fornicadora abar- mlfcy.V-7
*
receráõ , e aílolada , e nua a faráõ: e fua carne comeráõ, e » com 18:
fogo a queimaráõ. ' $•
17 Porque Deus cm feus coraçoés [ZZw] déu, que feu intento
* cumpraõ, c que hum mefmo intento * tenham, e que feu Reyno *(]ufaçao.
á Befta dem , ate que as palavras de Deus * íe cumpraõ. fàmddas
18 E a Mulher que vilie , 0 a grande cidade he , que o Reyno
fobre os Reys d’a terra tem. 9 ^Oc. K:
19.
Capitulo XVIII.
1 Defcende hum Anjo d’o ceo, t ffe de novo a cayda d3a grande Babyloniapor
via de jua fornicaçaó e luxuria aenuncia. 4 Poloque 0 povo de Deus de Jair
d^eUa fe amoefta , 6 E de lhe pagar em dobro je manda. 7 E ainda que ella
J' gloria que viuva naó ferá , toda via feus caftigos juntamente Hfta fobreviráõ,
9 Oí Reys d3 a terra Jobre jua cayda a*ella prantéaò > II Como taõbem os mer­
cadores i que toda forte de mercancias preciojas’nella avenderpropuférao, 17 Se-
melhantemente taõbem os pilotos e marinheiros. 2o Porém 0 Ceo }untarnente com
es Sanftos Apoftolos e Prophetas pera gozo fazer Je amoefta. H Lança hum
Anjo forte huã muy grande pedra ’no mar, pera a ultima cayda d‘ejia grande
Babylonia reprefentar. 1Z-E declara que nenhuns inftrumentos de alegria 3nella
mais ouvidos jeráo; 23 Porquanto a iodos os povos enganara J e 0 Jangue d os
Sanftos 3nella fe achou.
i P defpois d’cftas coufas outro Anjo d’o ceo deíccnder ví, que
■^grande poder tinha, e a terra de fua gloria alumiada foy.
Eecc 1 E
588 APOCALIPSE
alfay.iv.f). 2 E fortemente com grande voz clamou, dizendo, * Cayda he,
Jer si : S.Qayda he a grande Babylonia, e feitu he morada de demonios, c
^>^.14:8.^ /epairõ dè todo elpirito immundo , e repairo de toda ; ave im-
b lfay. ) 2 1 • , • f
Jfa 3 munda e aborrecivel.
êii 14. 3 Porquanto todas as gentps d’o Avinho d’a ira de fua fornicação
Jer. $039. beberaó, 0 os Reys d’a terra com ella fornicáraó , e os mercadores
* Oibgz^r- d’a terra d "a rorça de fuas delicias fe enriquecerão.
*
fa 4 E outra voz d’o ceo ouvi , que dizia , t Saí d’ella povo meu,
f 34 : para que $ Je feus pecados participantes naõ fejaes, e para que dc
d Apoc 14- uas plagas naó recebacs.
5 Porque ja feus pecados até o ceo íe acumuláraõ, e Deus de fuas
eApoc 17.1 iniquidades ç fe lembrou.
/Gen. 19: 6 Rendei lhe como ella rendido vos tem, e conforme a fuas obras
em dobro lhe duplicae: ’na taça h em que de beber [vos] dèu , a
lfay.48:20. e|ja em dobro pne dae.
e JI.
Jer SUÓ. 7 Quanto cila fe glorificou, c em delicias eftéve , tanto de tor­
45» mento e pranto lhe dae. Porque em feu coraçaó diz: [z Por] Ray-
2. Cor. 6:17 • nha aífentada eitou, e viúva naó fou , e pranto nenhum verei.
* Cu , com 8 £ Portanto em hum dia luas plagas viráó , [a faber] morte, e
feus peca­ pranto , e fome , e com íogo queimada fera : porque forte he o
dos naõ Senhor Deus , que a julga.
comifni-
cjueis. . 9 , w E os Reys
. d, ’a terra, que com ella fornicáraó, e *
em delicias
l Apoc. ió: viverão, a choraram ' ,> e fobre ella prantearão, « quando o fumo de
19. ieu incêndio virem :
b Apoc. 14: 10 Eftando de longe polo temor de feu tormento, dizendo,
lo. 0 Ay, ay d’aquella grande cidade de Babylonia, aquella forte cida-
i Ifay-47fa> de! pois em huã hora teu juizo veyo.
* 2g8. je“z' 11 E fobre ella choraram e lamentarão os mercadores d’a terra,
(Apoc. • Porquanto ninguém mais fuas mercancias compra:
16. ’ 12 Mercancia de ouro , e de prata , e de pedras preciofas , ede
w Apoc, 17:pérolas , e de linho fino , e de purpura , e de feda , e de graam :
2. e de todo pao odorífero, e de todo vafo de marfim, e de todo vafo
5/de pao preciofiílimo , ede lataó, c de ferro , ede mármore:
13 E canela, e perfumes , e unguento odorífero , e encenfo,
raó. e vinho ’ c azeire 5 e flor de farinha , e trigo , e cavalgaduras , e
nApoc. 18. ovelhas 3 e de cavailos , e de * carros , e de corpos , c p almas de
18. homens.
9 lfay. 21 :
14 E
Jer, 51; 8, Apoc, 14; 8. ♦ Ou, codoet, p Ezcch.l?; 13.
DE S. JOAO. Cap. XVIIL
E o fruito d’o defejo de tua alma de ty fe foy: e todas as cou­
■/
fas goftofas e excelentes de ty le foraõ: e mais as naó acharás.
15 Os mercadores dVftas coufas , que d’eila fe enriquecerão , de
longe eftaráõ polo temor de feu tormento, chorando e lamentando:
16 E dizendo, Ay, ay d’aquella grande cidade , 7 que de linho 717-
fino, e purpura, e graam veftida eftava e com ouro, e [««]
pedras preciolás , e [cm] pérolas adornada : porque cm huã hora
tantas riquezas aílòladas fóram.
17 E todo piloto , e todo em naos navegante , e todo marinhei­
ro t e todos os que por már contratam, de longe fe puleraó:
1S E vendo r o fumo de feu incêndio, clamáraõ , dizendo ,r 54:
/Que femelhante a efta grande cidade \_houve] ? ,
19 E pó lobre luas cabeças lançáraó, e clamáraõ , chorando , e
lamentando: dizendo, Ay, ay d’aquella grande cidade , em que 4>
todos os que ’no màr naos tinhaó , de lua * opulência fe enriquece- * Ou, ri-
raõ : porque em huã hora afiolada foy. yueza.
20 Alegrate lobre ella , ó ceo , e vos [também] fanótos Apoftolos
c Prophetas : porque ja t Deus d’ella * vofta caufa julgado tem. t Apoc. 19:
21 E hum forte Anjo huã pedra, como huã grande mó levantou,
e’no mar[* ] lançou, dizendo, «Com tanto impetofer^Babylonia,
aquella grande cidade lançada , c mais achada naó ferá. ttjc~ :
21 x E voz de arpiftas
*, e de mulicos , e de gaiteiros, c de 64.
trombeteiros , em ty mais le nao ouvna: e nenhum artífice de arte xyer. 2^:
alcruã , em ty mais íe achará : e y roído de mó em ty mais fe naõ io.
J Ezecb.iGz
OUVirâ - • -
23 E luz de candéa em ty mais nao alumiara : « e voz de efpofo 12 .
1 • ' J r r
c de efpofa em ty mais le naó ouvirá : porque teus mercadores os7Jfó. ‘
Grandes d a terra eraõ , porque por tuas feitiçanas tonas as gentes z^^7:34.
enganadas fóram. «? 16 : 9»
24 E’nella o fangue d’os Prophetas, e d’os Sanétos 5 c de to- * 2s:io,
dos os que ’na terra mortos fóraó, fe achou. - aApoc.iy
*.

Eccc A
59® APOCALIPSE

Capitulo XIX.
I

1 Cantafe 3no ceo Hallelu-jah for caufa d3o juizo d3a grande Fornicadora. $ Ex­
horta outra voz d’o throno a todos os fervos de Deus pera alegria , porque as bodas
d’o Cordeiro vindas jaó3 e Jua Noiva com refpiandecente linho finifimo fe vefiu.
9 Bemaventurados fe dizem os que a ejlas bodas chamados Jaõ lo Lançou/e
o Apojlolo a os pés d3o Anyo polo que reprendido he , e lhe mandado adorar a
Deus II Dé Joao em nova vifaõ hum cavallo branco e hum que Jobre elle af-
fentado eftáva ■, cuja justiça j olhos de flama } vejlido enjunguentado , nome ejcon-
dido > tropas , ejpada > e vara de ferro fe dejcréve. 1$ Effe pifa o lagar aa
ira de Deus > e he o Rry d‘os Reys. 17 Chama hum outro Anjo a todas as aves
pera a carne d’os Capitaos , e ae todos os outros Jna grande matança de Deus cu-
ihérem. 19 Que Je ajuntàraÕ pera contra 7 que Jobre 0 cavallo branco ajfentado
ejtáva guerra fazerem. 2o Mas a Beíla juntamente com 0 fal/o Propheta 3no
lago d30 fogo Je lanhou i 21 E toaos Jeus companheiros á ejpada mortos fao.

i 17 defpois d?eftas coufas , como huã grande voz de huã grande


' companha em o ceo ouvi, que dizia, Hallelu-jah: Salvaçaó,
e gloria, e honra, e potência a o Senhor noflo Deus [jèja].
s» Apoc. 1 Porque * verdadeiros c juítos leus juizos faó : pois a grande
5- Fornicad^a julgou , que com lua fornicaçaó corrompida a terra
tCm ’ c lua ma° b ° lan£uc lcus fervos vingou.
‘ * 3' E fegunda vez difleraó: Hallelu-jah. c E leu fumo pera fcm-
Ajoc. iS : prc ja mais íobe.
20. 4 E os vinte e quatro Anciaõs, e os quatro Animaes fepoftráraõ,
»lfay. ^4* e a Deus, ’no throno aíTentado , adoraraó, dizendo, Amen, Hal-
Io- lelu-jah.
*
^iS-Vs * £ voz d*o throno fahiu , que dizia: Louvae a no.flò Deus
'vosoutros todos leus íervos , e vos os que o temeis , afli pequenos
como grandes.
6 E como a voz de huã grande companha , e como a voz de
muytas agoas , e como a voz de grandes trovoés ouvi, que diziaõ:
dApoc. n:Hallelu-jah: pois ja o Senhor Deus Todopoderofo d reynou.
. 7 Gozémos nos , e alegremos nos , e gloria lhe demos: ^porque
e Matt.n: vindas faó as bodas d'o Cordeiro , e ja fua mulher fe aparelhou.
i^’.i4:iá. 8 ,E dado lhe foy , que de linho fino puro c refplandeccntc fe
‘veftifle : porque o linho fino as juilificaçoés d’os Sanétos fam.
9 E difle me : Elcréve : Bem-aventurados aquelles , que á cea
fApoc.zi :d’as bodas d’o Cordeiro chamados fam» E difle me; f Ellas asver-
dadeiras palavras de Deus lam»
*°s.E
DE S. JOAO. Cap. XIX. 5»r
10 g E a feus pés me lancei pera o adorar : c elle me diflb: h O- g Ayw. íi:
Ihi que o naó [faças ], teu conlervo fou , e de teus irmaõs , que 8.
o tellimunho de Jefus tem. A Deus adora. Porque o teftimunho hio:
de Jefus o elpirito dc profecia he. 2ó
h E o ceo aberto ví; e eis i hum cavallo branco : e o que fobre * 14' I4t
elle aflentado eftava , le chama Fiél e Verdadeiro , c cm juíhça
julga e guerrea.
12 E feus olhos como k flama dc fogo eram : c fobre fua cabeça
muytas Diademas avia : c hum nome efcrito tinha , que ninguém,
lenaó elle mefmo , fabia.
13 E de hú veftido / em fangue tingido veftido eftava, e feu no- *1.
.63
me, w a Palavra de Deus fe chama. mioã. 1:1.
E os exércitos ’no ceo em cavallos brancos o feguiaõ, dc n li- 1. loã 1:1.
nho fino branco e puro veftidos. uMattjfr.
15 0 E de fua boca huã efpada aguda fahia, pera com ellaás Gen- 3-
tes ferir: e /> com vara de ferro as apalcentará: 7 e elle o lagar pifa •4<
d’o vinho d’o furor e d’a ira d*o Todopoderolo Deus. Q
16 E em Qffw] veftido e em fua coixa efte nome efcrito tem ,
7 Rey d’cs reys , c Senhor d’os fenhores. <-i9:ir.
17 E ví hum Anjo que ’no Sol eftava: e.com grande voz clamou , /> P/. 2: 9.
dizendo a todas as aves que pelo meyo d’o ceo voavam , / Vinde,
e á cea d’o grande Deus vos ajuntae: *
2
iS Peraque a carne dVs Reys , e a carne d’osTribunos , e acar- I4 .
ne d’os fortes, c a carne d’os cavallos e d’os que fobre elles fe aflen- l9’ 2O ’
taõ ; e a carne de todos livres e lervos , e pequenos c grandes co- r Iw Tim. 6;
maes. 15-
19 E a Befta H e a os Reys d’a terra , e a feus exércitos juntos ^poc, 17 ;
ví , pera guerra contra o que fobre o cavallo aflentado eftava , e 14-
contra feu exercito , fazerem. fler.lt: 9.
Ezech. 39 :
/io E a Befta prela foy, c com ella o falfo Propheta, t que diante 17-
d’ella os finaes fizera , com que enganara a os que o final d’a Befta t Deut. Ij:
u recebéraõ , c lua imagem x adoraram. Eftes dous y vivos lança­ I.
dos fóram em o lago d’o fogo z que em enxofre arde. Matt, 24 Z
21 E os dc mais mortos fóram com a elpada que d’a boca fahia 24.
d’o que fobre o cavallo aflentado eftava , c dc luas carnes todas as Ap»c. 13 :
12. 13*
aves ic fartáraõ. e 16:14>
u Apoc. 13 : R. x Aycç. 13 :15. y Dan. 7; ir. ^/íMo:io, sA/w.I4:Io»

Eece 3 C A-
APOCALIPSE

Capitulo XX.
I Defcende hum Anjo d’o ceo avendo a chave d’o abysmo , e ali d Satanás por
mil anos amarrou. 4 Oí San fios Mar tires , e os que a Befta naõ adoráraõ y fò-
bre thronos Je ajfcntaò e com Chrifto mil anos reynaõ. 5 Os outros pois ’na
morte ficaõ. 6 Bemaventurados Je diz,em todos os que 'na primeira refurreiçaó
parte tem. y Sendo os mil aiíos compridos > Satanás fe folta. S E outra vez, a
os povos engana } e a Gog e Magog pera a guerra desperta. 9 Gjue a cidade
amada cercão, mas 0 fogo os devora. Io E 0 Diabo ’no lago d‘o fogo fe lança<
Ii Jdefe hum throno branco 3 e hum ajfentado fobre elle - de cuja face 0 ceo e a
terra foge. 11 Aparecem os mortos afft grandes como pequenos diante de Deus,
e os livros jaõ abertos e cada hum Jegundo /uas obras julgado Jsè. 14 A mor­
te e 0 inferno ’no lago d^o fogo fe lançaõ • funtarnente com todos os que em 0 li­
vro d‘a vida naõ efcritos estáó.
a Apoc. I I T? a hum Anjo d’o ceo defcendcr ví , <* que a chave d’o Abyfmo,
18. e hua grande cadéa em lua maó tinha:
b 2. Pedr.2: 2 b E prendeu a o Dragam , a Serpente antiga , que o Diabo c
4- Satanás he, e por mil annos o amarrou.
Apoc. 12: 9. 3 E em o abyfmo o lançou , e alí o encerrou , e íobre elle [G]
c Ápoc. 16: fcllou: c peraque mais as Gentes naó engane ,( até que os mil annos
14 ió. fe' acabaílèm.‘ - ' • • importa
- defpois
E ’ que por hum pouco de tempo fol-
tf 20. 8.
d Apoc. 6 : to feja.
10. 4 E thronos ví c fobre elles le aífentáraó, ft o juizo dado lhes
eApoc.t
I_ _ c)z foy: e e as almas ví d^aquellcst , polo teftimunho de Jefus, c po-
que
f Apoc. 13 : ia palavra de Deus degolados foram 5, e que nem/a nem f a Befta , nem a
ii- ê fua imagem adoráraõ , e que [/èu] h linal em fuas tcftas , e em
g Apoc. 13: iuas ma5$ naó receberaó : 1 c mil annos com Chrifto viveráô e rey-
J5-
h Apoc, 13 naráõ.
16. Mas os de mais d’os mortos naõ revivéráõ , até que os mil an-
5 ......
i Apoc. 6; nos ie nao acabarao. Efta a refurreiçaó primeira he.
11. <6 "Bem-aventurado e lanéto aquelle , que parte ’na primeira re­
furreiçaó tem: fobre eftes naó tem a fegunda morte poder: porém
klfay. 6i :de Deus e de ’ Chrifto h Sacerdotes
.............. . ' feráó, e com elle mil annos rey-
6. narám.
1. Pedr. 2: 7 E quando os mil annos fe acabarem , Satanás de fua prifam foi *
Apoc. 1:6. to ferá.
<? ? : 10. S E a enganar a as gentes fairá , que fobre os quatro cantos d’a
lEzech.^: terra eftam , l a Gog , e a Magog , pera cm batalha ™ os ajuntar:
d’os
tf 3? ; I. m Apoc. 16 ; 14.
DE S. JOA Oi Cap. XXI.
(Tos quaes o numero como a aréa d’o mar he.
9 E lobre a largura~d’a terra fobiraõ , eo arraval d’os fan&os >
e á cidade amada cercáraõ : e fogo de Deus d’o ceo defcendéu 5 c
os devorou.
10 E o Diabo, que os enganava , » ’no lago de fogo e enxofre « Dan. 7;
lançado foy, aonde 0 a Befta e o falfo Propheta eftáõ: e dia e noi­ II.
te pera fempre jamais p atormentados íeráõ. A/w. •
11 E hum grande throno branco ví , e a o que fobre elle aftènta- o Apoc. 20.
i ?:
do eftava j de'cujo rofto a terra e o ceo fogiu, c para elles lugar fe 20.
naõ achou. p Apoc. 14:
12 E a os mortos , grandes , e pequenos ví, que diante de Deus I O.
eftavám : e os livros fe abríraó: e outro livro fe abriu , ? que o d’a í^xo^-
vida he : e os mortos julgados foraõ , pelas coufas que ’nos livros P/?6? 32.
: 2».
eferitas eftávaõ, r fegundo fuas obras. Phil. 4: 3.
13 E déu o mar os mortos que ’nelle avia ; e déraõ a morte e o Apoc. 3 > 5.
inferno os mortos que ’nelles avia : e cadahum fegundo íuas obras e 21 :27.
jul gados foraõ. r PJ61:17^
14 E a morte e o inferno ’no lago de fogo foraõ lançados: efta a ler. 17: lo.
morte fegunda he. e 32:1?.
Matt.
15 E aquelle que naó foy achado efcrito ’no livro d’a vida 5 em o 27. 16 :
lago de fogo lançado foy. Rom. 2:
<•14:12. 2. Cor. 10. Ga/. Apoc. 2.-23,

Capitulo XXI.
1 Té Joai hum novojco , e hua nova terra j 2 Junta mente com a nova Jcru-
jalem > ataviada como „ Noiva de Chriflo. 3 Ouve hua voz. d’o ceo, pela qual
Deus promete > que ferá feu Deus d’eUes■> e alimpará toda lagrima de feus olhos
e lhes a herdança de todos dará, S Mas ameaça que todos os medrofbs , e outrot
pecadores que fe naõ arrependem , terdõ fua parte *no_ lago d3o fogo. 9 Leva hum
a os Anjos dás fete falvas a Joaõ a hum monte alto j e mofralhe mais clara­
mente toda a forma d’a Nova "Jerufalem t a faber, u Sua gloria _ 91 Seu
muro com doze portas , fegundo os nomes d'os filhos de Ifraêl > 14 Seus doze
fundamentos, fegundo os nomes d'os doze Npofiolos; 16 Sua longura e largura.
iS Sua matéria de ouro, 19 Seus doze fundamentos de doze pedras preciofas;
21 Suas portas de doze pérolas 21 Seu Templo que he Deus mefmo e 0 Cor­
deiro ; 23 A gloria de Deus ’no lugar d30 Sol e Lua, 24 Seus moradores que
faõ todos os povos bemaventurados e taõbem os Reys mesmos. 25 Suas portas
fempre abertas ejtdõ, 27 Mas ninguém que^faz immundicia 3nella entra.
I a p hum novo ceo , e huã nova terra ví. Porque ja o primeiro a rfay- :
'Lj ceo e a primeira terra paflára, e ja már naó avia, l7‘
P i*?66:22
2.Ped.J:[
*D4 APOCALIPSE
* Apcc. 3: 2 E eu Joaõ £ a fanéta cidade ví, a nova Jerufalem, que de Deus
ix. d’o ceo defeendia , adereçada como a efpofa pera leu marido ata-
e11; viada.
c E huã grande voz d’o ceo ouvi, que dizia : c Eilaqui o Taber-
'* naculo de Deus com os homens eftá , c com elles habitará, c elles
feu povo íerám, e Deus mefmo com elles eftará [e] feu Deus d’el-
les
dlfay, 25: 4 ã E Deus toda lagrima dc feus olhos alimpará ; e naó averá
S. mais morte j nem pranto nem clamor , nem trabalho maisaverá :
A/w.7! 17- porque ja as primeiras coufas paflãraó.
e Apoc. 4 : 5 e E o que fobre o throno afientado eftava, difle : Eis f que tó-
2- , das as coufas novas faço. E diílême : Efcréve 5 porque eftas pala-
f Ifa *43 ♦ vras verdadeiras e fieis faõ.
' 19. * E difie me: Feito hc: ? Eu fou o Alpha e o Omega, oprin-
2 Or.$: 17. cipio c o fim. Aquem fede tiver, de graça d’a fonte d’a agoa
g \poc. 19; d’a vida lhe darcí.
9« 7 Quem vencer , todas as coufas herdará : l c cu feu Deus fereí,
hÁpoc ió: c ci]e meu fcrá.
íj/Z\i-4 8 Mas a os tímidos , e a os incrédulos, caosabomina-
e44:6.vc’s’ e a os homicidas, e a os fornicadores, c a os feiticeiros, ea
hjoc. 1 :8.°s idolatras , e a todos os menti rolos, fua parte ferá’no lago, »quc
e 22:13.com fogo c enxofre arde : que a morte fegunda he.
W-5V’• 9 E a my hum d’os fete Anjos veyo, 0 queasfete(alvas cheyasd’as
1 fete ultimas plagas tinhaó , e comigo fallou, dizendo, Vem, [<>]
o8’ a efpofa, a mulher d’o Cordeiro , te moftrareí.
Jf, zl- ,o E /> em elpirito a hum grande c alto monte me levou : c
15. grande cidade, a fanéta Jerufalem, que d'o ceo dc Deusdefeendia,
n Apoc. 20: me moftrou:
14. i$- n E a gloria dc Deus tinha c fua luz femelhante éra a huã pe-
9 Apoc. 1$: dra preciofifiima , como a pedra dc Jaípe , como criftal refplande-
cente.
p Apoc. I:
11 E hú grande e alto muro com doze portas tinha , c ’nas por-
*He&r I2:tas doze Anjos, a
e~ nomes ’ncllas eferitos , qUe QS (- nontes -j £am j’as
" 22. — _ _„:i
doze __ d’os
tribus ru
. filhos j Ifraêl.
de ir
A/0í.21!2. ij D’a banda d’o Levante tres portas tinha , d’abanda d’oNorte
tres portas , d’a banda d’o Meyo dia tres portas, d’a banda
d’o Poente tres portas.
rEp^,2:io. 14 r E o muro d’a cidade doze fundamentos tinha , c ’nelles os
nomes d’os doze Apoftolos d’o Cordeiro.
ij E
DE S. J O A O. Cap. XXI.
i- E aquelle que comigo falláva , / hua cana de ouro tinha, pe-
ra a cidade , e fuas porras, e feu muro medir.
E a cidade em quadro íituada ellava, e lualongura tantaquan- i»
ta [íua] largura éra. E a cidade com a cana até doze mil eiladios
mediu :-e lua longura , largura, e altura, iguaes éram.
I- E feu muro de cento e quarenta e quatro covados mediu, [fe~
gundo] medida de homem, que-(/J d’0 Anjo éra.
18 E a fabrica de feu muro éra Jalpe: e a cidade [_de] ouro
puro , â vidro puro femelhante.
19 E os fundamentos d’o muro d’a cidade com toda pedra precio *
fa adornados eílávaõ. O primeiro fundamento éra Jafpc : o legun-
do, Saphira : o terceiro, Chalcedonia : o quarto, Efmeralda:
20 O quinto, Sardonix: o feiílo , Sardio: o fetimo , Chryfoli-
to : o oitavo, Beryl : o nono, Topázio: o decimo, Chrifopralo:
0 undécimo, Hyacintho : o duodécimo , Amethyílo.
21 E as doze portas doze pérolas éraó : cadahuã d’as portas de
huã pérola éra: ca* praça d’a cidade de ouro puro , como vidro * Ou *'**
transparente.
21 E ’nella templo naó ví , porque d’ella o Senhor Deus Todo-
poderofo , e o Cordeiro , o templo he.
23 r E a cidade [nem] de foi , né de lua neceílita peraque ’nella tlfay. 6g;
refplandeçam : porque a gloria de Deus alumiado a tem, « e o Cor- 19.
deiro lua candea he. Zach. 14:7.
24 x E as gentes que fe falvárem , em fua luz andarão : e a ella
fua gloria e honra os R.eys d’a Eerra traráó. x ,
25 y E fuas portas de dia fe naõ fecharam: x porque noite ali naó
averá.
26 E a ella a gloria , e honra d’as gentes traráó. 11.
27 E coufa alguã que contamine, e abominaçaó faça, e mentiras z 22:
[Jiga] ’nella naó entrará : fenaó os que *’no livro d’a vida d’o Cor-
deiro eferitos eíiãm. - a
P/? 69: 29. Phtl. 4:3. yí/w. 3:5. rio: 12

Ff ff Ca.
Ví APOCALIPSE

Capitulo XXII.
1 Moftrafe a o Apoftolo hum rio de agoa d’a vida , em cujas bordas a arvore d^a
vida -eftava♦ 3 Defcreve Je alguãs outras propriedades d'os moradores d9a no­
va Jerufalem. 6 Despois d’ifto Je faz a conclufaô j e fe teftifica d7a verdade e
firmeza d'eftas vifoens e prophecias. 8 Lança fe Joao outra vez a os pés d’o
Anjo , poloque taõbem outra vez reprendido he. Io Recebe então mandado
de as palavras dl efte livro nao fellar , aindaque alguns d"ellas pera feu mayor
eaftigo aviao de abufar. 13 Declara Chrifto que elle he 0 Alpha e 0 Qmega e
diz bemaventurados a os que feus mandamentos guardaõ : e malaventurados a os
que abominaçoens cometem. 16 E teftifica que a feu Anjo enviou pera efta re­
velação a fua Igreja fazer. 17 Dejeja a E/pofa a vinda de Chrifto. 8 E con-
cide fe eftá revelaçac com ameaças contra os que alguãcoufa a ella aviao de acre-
centar ou d’ella tirar. 2o Teftifica Chrifto outra vez que prefto avia de vir \ e
concilie Joaó feu livro com a Jaudaçaõ Apojlolica.

4 Ezech 47:1 P a o rio puro d’a agoa d’avida me moftrou, claro comocriftal,
I. que d’o throno dc Deus , e d’o Cordeiro, procedia.
Zach-T4: 8. 2 ’No meyo de fua praça , e de huã e outra banda d’o rio , b a
À^/></í.2:7.arvore vida eftáva , que doze fruitos prodúz ,> de més em més
*Ou, cura, feufruito dahdo : e as folhas d’a arvore pera a * faúde d’as Gentes
fam.
3 E nenhuã maldiçaõ [aZi] contra [alguém] mais averá : e’nella
o throno de Deus c d’o Cordeiro eftará , e feus fervos o ferviráõ:
0 Apoc 3 : 4 E feu rofto veráó , e c leu Nome em fuas teftas eftará.
12. 5 dE~ ali mais noite naõ averá, e de candea, nem de luz de Sol
d lfay. 60'. na£ nccc{fitarám : porque o Senhor Deus os alumia : e pera todo
Zachajç'. 7.fempre ja mais reinaram.
Apoc. 21 : 6 E difte me: e Eftas palavras fieis e verdadeiras fam: e o Senhor
*3- o Deus d’os Sanétos Prophetas a feu Anjo enviou , / para a feus ler-
9 Apoc. 19: vos moftrar as couías que prefto ham de acontecer.
9. .7 FJsaqui que prefto venho : g bem-aventurado aquelle que as
f Apoc i-V PaÍavras Prophecia d’efte livro guarda.
8 E eu Joao aquelle fou , que eftas coufas ví e ouvi. E avendo
[aS ] OUV1UO e Vlito , poftreimc
| pera adorar ante os pés d’o Anjo ,
que eftas coufas me moftráva.
h A&. 10; 9 E difte me : b Olha que o naõ [faças] : porque teu confervo
26. fou , e< de teus irmaõs os Prophetas , e d’os que as palavras d’eftc
e i4‘ 14. livro guardam. A Deus adora.
Apoc 15); f o. 10 E
DE S. joao; Cap. XXII. 557
1® E difleme : í As palavras d’a Prophccia d’efte livro naó fellcs: i‘Oí,K-S;i<í'
porque k perto o tempo eftá. e 1Z ' 4>
11 Quem * injufto he , ainda injufto feja : e quem cujo he, cu- • Ou^Vf
gefe ainda : e quem jufto he, ainda juftificado feja : e“quem fan&o vfn,
he , ainda fanétificado ícja. amda
12 E eisque prefto venho, e comigo meu galardaõ , /pera a ca- aèra™
dahumrendér, como fua obra fór. faÇa-
13 m Eu fou oAlphaeoOnlega, oprincipio e o fim, « o primei-
ro e o derradeiro. r 7 'i*
14 Bem-aventurados aquelles que feus mandamentos * guardaõ, Matt. 16 :
peraque 5na arvore d’a vida * poder tenhaó , c ’na cidade pelas por- 27-
tas entrar poflam.- Rom. 2:6.
15 0 Porém de fóra eftaráõ os caens, e os feiticeiros , e os forni- e I4:I2‘
cadores , e os homicidas , e os idolatras , e qualquer que mentira 2
ama e * comete, ó/ó • s *
16 f Eu Jeius a meu Anjo enviei, pera eftas coufas ’nas Tgrejas
vos teftificar : 7 Eu a raiz e geraçam de David fou , r a refplande-
cente eftrclla d’a * alva. e2i;6.
17 E o Efpirito e a Efpofa dizem : Vém. E quem o ouve , di-n1^ 4' ;4*
ga : Vém. C E quem fede tem , venha : e quem quifer, de eraca %44’ é’
d’a agoa d’a vida tome. ’ ô * Aoci\
iS Porque eu protcfto a cada qual que as palavras d’a Prophecia /21:6. *
d’efte livro ouvir, [?ue] fe alguém a eftas coufas acrccentar , Deus * Ou, fa-
as plagas lhe acrecentará que ’neftc livro eferitas [eftdm] ;
19 1 Efe alguém d’as palavras d’o livro d’efta Prophccia * diminuir - * Ou
~'—**
*
- MU1HUUU a / ’ /• •
Deus fua parte « d’o livro d’a vida [/he] tirará e d”’a fanfta ’ ~ cidade, //
> 0 I. Cor. 6 :
c u__._)coufas , -- ’nefte
--------------que livro
------------- eferitas[effaoj.
------------------- [ Jo
20 Aquelle que eftas coufas teftifica, diz: certamente prefto ve- Eph ç-ç.
nho. Amen. Õra vem Senhor Jefus. Coloff'.'
ii A graça de noflo Senhor Jefu Chrifto [ffja] com todos vosou- ’ Ou.j^z.
tros. Amen.
7 7/ày. II:
jR^. 15:12. 4>«.Ç|Ç r i.Pedr. I‘ l9. * Ou , manhaa. IQ.
W.71J7. t Deuf. 4:2. <?I2; p. Prov. 30; ó. Uu, tirar. uApoc.i^.í, ^17:8.

Fim (Po Apocalipfe ou Revelaçaó de S. JO AO ■> e de todo 0


Novo Teflamento.

JJNWEESroAIBE NOVA.DEUSBOA
j Aa r,iÂnría& Sociais e Humanas
^açulda^^ygro qrieNTAL

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