Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
tfJTIGA E WMICÍ<
/
*
-flMX U a< jE APoU^r >- '
*«»•
UWOVÃH Ae/wq£«•<■ l»e>«
1 |l |a 'ifi
a k huiuM J« JeJ"# * Ealrir
I ‘" mHlX! i ra Jiie «»
ai! gcl«i ««<•/=’
Sw-iraaw
-------- ------------- —jj
|-^a»~ - =±- - iq||
| NovoTe stamen to
írjl T Ifto kc IL:’IiH;T íll
Todos 05 .Livrei cto JMovo {hP-W Ife.^
Concerto cto nofío "fiel -Senhor
_. JBLeuCmpHr
Jesu Christo
Iradúitde na Zjirtcua Jfiriú e'útíci 11 elo Jx.everCiy
T —* Padre J 1
JOAÕ TERREIRA
dAlmeidtv
Tf' t^a^or'
Java Mayor
f!
Reverenda Congregação ?
Ecclcfiaftica d’a cidade de '
B AT AVIA, . 1 *
••
•V '* _ *
'•X. ' I
ARGUMENTO
D' O
NOVO TESTAMENTO.
palavra Tefiamento he palavra Latim , com que
wS ie rralada a palavra Grega ^Diathêke d’a qual os
Tradutores Gregos ufaõ pera exprinvr a palavra
ÍNDICE
<De todos os Livros, Capítulos e Vaginas d'o
NOVO TESTAMENTO.
Cap. Pag. Cap* Pag»
XXVIII Euangelho de S. Mattheus. 1 VI. I. A Timotheo. 4S9
XVI. Euangelho de S,. Marcos. 6? IV. II. A Timotheo. 47 í
XXIV. Euangelho de S. Lucas. 114. III. A Tito. 4?5
XXI. EuangelhodeS Joaô. 1S9 I. A Philemon. 4§9
XXVIII. Aétosd’os Apoílolos. 246 XIII. Aos Hebreos, 4?I
SENHOR
J ES U C II R I S T O,
SEGUNDO
S. M À T T H E u S.
Capitulo I.
I A Linhagem de JESU C H R IS T O d’os Paes fegundo * carne desde
Abraham 3 até Jofeph. IS Sua conceição d’o Efpi^ito Sanffo 3 e nacimento d1a
Virgem Maria. 22 Como pelo Rropheta predito fora,
•
^^7 c Jacob gerou a Judas , e a feus irmaós. c Gen. 25
♦♦
3 e EJudas gerou de Thamar a Phares e a Zara. e 16,
fPhares gerou a Efrom. g e Efrom gerou a Aram. dGen. 29 ;
4 E Aram gerou a Aminadab. e Aminadab gerou a Naaflòn. e eQ^ ?S:
Naaftbn gerou a Salmon. 27.29
V E Salmon gerou de Rachab a Booz. e Booz gerou de Ruth zfRuth, 4:
Obed e Obcd gerou a Jcfle. 18.
6 E h Jeífe gerou a o Rey David. e o Rey David gerou a Sala- i-c^r£'5í-2:
maó d'a que \_fora mulher'] de Urias. Ruth, 4?
7 E 1 Salamaõ gerou ,a Roboam. eRoboam gerou a Abia. e Abia^
gerou a Ala. i.Chron.ix
8 E Afa gerou a Jofaphat. c Jofaphat gerou a Joratn. c Joram 9.
gerouaOzias, A 9 QhRuth.
16; i. *17:12- LCkron, 2: 1$. *12; 1S i1. Rey. u:43 i-Chron. lo. 2t'
, O S. EUANGELHO
9 E Ozias gerou a Joatham. e Joatham gerou a Achaz, c Achaz
gerou a Ezechias.
• o E Ezechias gerou a Manafie. c IVIanaflc geiou a Amon. c
Amon gerou a Jofias.
]T E é Jofias gerou a Jechonias , c a feus irmãos na transporta
çaõ Babylonica.
h.chrcny. n E delpois d’a transportaçaõ Babylonica ^Jechonias gerou a
*7- Salathiel, e Salathiel gerou a Zorobabel.
£ Zorobabel gerou a Abiud. e Abiud gerou a Eliacim. e Elia-
cim gerou a Azor.
14 E Azor gerou a Sadoc. c Sadoc gerou a Achim. e Achim ge
rou a Eliud.
15 E Eliud gerou a Eleazar. e Eleazar geroti a Matthan. e Mat-
than gerou a Jacob.
16 E Jacob gerou a Jofeph, o marido de Maria , d’a qual naceu
Jeíus , dito o Chrifto.
17 De maneira que todas as geraçoens desde Abraham até David
[/àfi] catorze geraçoens , e desde David até a transportaçaõ Baby
lonica catorze geraçoens, e desd’a transportaçaõ Babylonica até
Chrifto catorze geraçoens.
»L«í.r:i7. iS E o nacimento de Jefu Chrifto foy afli ; n que eftando Maria
34» fua maé defpofada com Jofeph, antes que feajuntaflem, foy achada
prenhe d’o Efpirito Saneio.
19 Entaõ Joíeph feu marido, como érajufto , e publicamente a
naõ quilefie infamar, quila deixar iecretamente.
20 E intentando elle ifto , eis que o Anjo d’o Senhor lhe apare-
céu em fonhos, dizendo, Jofeph , filho de David , naõ temas re
ceber a Maria tua mulher , porque o que ’nella eftá gerado , d’o
Efpirito Sanéto he.
n E parirá hum filho, e o chamarás feu nome J E S U S : por-
/X??.4;í2. que p elle falvará a leu povo de léus pecados.
12 Tudo ifto aconteceu , para que fc cumpriflè o de que o Se
nhor fallou pelo Propheta , quedifiè:
f V^ 7:I4. 2} 7 Eis que a virgem conceberá, e parirá hum filho , e chama
rás leu nome Emmanuel, que traduzido, he, Deus com nofeo.
24 E defpertando Jofeph d’o iono , fez como o Anjo d’o Senhor
' lhe mandara, e recebeu a fua mulher.
25 E naõ a conheceu até que pariu a eftc feu filho o primogeni-
to 5 c r pós lhe por nome JESUS.
Ca-
SEGUNDO S. MATTHEUS. Cap.IL §
CAPITULO II;
I Vèm os Magos d?o Oriente a Jerufalcm. 2 Perguntaõ acerca do Rey /os ludeos ho-
uamente nacido. 4 E bemmformados acerca 0 lugar de /eu n-acimento, em Eethle-
hem 0 achai) eadoraõ, 11 Tornaõ Je pera jua terra
* TJ Eoge JoJeph com 0 menino
para Egypto. 16 Herodes manda matar a os meninos. 19 Torna fe Jofeph para
Judea. li Mas temendo a -rlrchelao , retira Je aGalilea^ e habita em Nazaretb,
i J7 Sendo Jefusja * nacido cm Bethlehem de Judea , em dias d’eU Luc.i: 4.
Rey Herodes, eis queviéraó Sábios d’oOriente a Jeru-
íalem.
2 Dizendo, Aonde eíla o Rey d os Judeos £ novamente J nacido?
Porque vimos fua cílrella em Oriente, e viemos a o adorar.
3 E ouvindo el Rey Herodes [íflo] turboufe , e com elle toda
Jerufalcm.
4 E congregados todos os Princepesd’os Sacerdotes, e osEfcri-
bas d’o povo , perguntou lhes a onde o Chriíto avia de nacer.
$ E elles lhe diíferaõ: Em Bethlehem de Judea, porque affi cílá
efcrito pelo Propheta :
6 b E, tuBethlehem, terra dejuda, em maneira ncnhuá es ame-yMich.^xi.
nor entre os Princepes de Juda , porque de ty fairá, o Guia , que Joã. 7.22»
a meu povo lfraol ha de apacentar.
7 Herodes entaõ, chamando fecretamentea os Sábios, informou
fe diligentemente d’ellcs [acerca] d’o tempo que a cílrella [lhes]
aparecera.
8 Eenviando os aBethlehem, diffie: Ide, cperguntaediligente
mente polo menino, c como o achardes denunciae m’o, paraque cu
também venha e o adore.
9 E avendo elles ouvido a el Rey, fóraõ fe. E eis que a cítrel-
la, que tinhaõ viftoem Oriente, hia diante d’ellcs, ate que, che
gando, fe pós fobre aonde eítava o menino.
10 E vcndoellesaeílrella, alegráraófemuyto com grande alegria.
11 E entrando ’na caia, acháraó a o menino, com fua macMa
ria, e pollrandoie o adoráraõ. E abrindo feusthefouros, lhe offc-
recéraó dons, ouro, ccnccnfo, e mirra.
12 E fendo por Divina revelaçaó avifados em fonhos quenaõ tor-
naflcm a Herodes, partiraó fe para íua terra por outro caminho.
13 E partidos elles, eis que o Anjo d’o Senhor aparece a Jofeph
em fonhos, dizendo , L evantate , c toma a o menino , c a fua
mac , c foge para Egypto, e fica te lá até que eu Po diga. Porque
Herodes ha de buicar a o menino para o matar.
4 OS. EUANGELHO
E desertando elle, tomou a o menino, e a fua maé de noite
e foy fc para Egypto.
iç E cftcve lá até a morte de Herodes , para que fe cumpriíTc o
■s Hof.i f.i, dê que o Senhor fallou pelo ^Propheta, qucdiílc: De Egypto cha
mei a meu Filho.
* Gr-/WZ- 16 Vcndofe entaõ Herodes efcarnccido d’os Sábios, * indignoufe
gnoufirem cm tanta manejra> qUe mandou matar a quantos meninos [avia] em
Bethlehem , c em todos feus termos, de [ idade dous annosabai-
e , contorme a o tempo que d os Sabiosdiligentementc inquirira.
r matosa 17 Entaõ fc cumpriu o que fov dito pelo Prophetajcremias,que difle:
todos OS is a h uã voz fe ouviu em Rama, lamentaçaõ, choro, e grande
pranto: chorava Rachel feus filhos, e naõ quis fér confolada, por-
que ja naõ faõ.
19 Porem morto Herodes , eis que o Anjo d’o Snor aparece cm
Egypto a Jofeph cm fonhos,
20 Dizendo j Levantate, c toma a o menino, e a fuamaé, e vae
fGr.4 4/- te Pc’'a terra delfrael, que mortos faõ ja os queprocurávaóa j-mor-
ma > ou a te a o menino.
vidad’o ti Entaõ fc levantou elle, e tomou a o menino, ca fua maé, e
mejisn». vcyofc pera terra de llraèl.
21 E ouvindo que Archelao reynava em Judea, em lugar de He
rodes feu pae, receou ir pera lá j mas, amoeílado por Divina reve-
laçaó cm fonhos, foy fe para as partes de Galilea.
*3 E vindo [ah ] habitou em a cidade chamada Nazareth j para
e 1/7.11:1. que fc cumprifle o que pelos ^Prophetas foy dito5 que Nazareno fe
? chamará.
Zach-6\lh
Capitulo III.
I PregafoaoHautlfia Penitencia. 3 Seu nfficio» veflido » e comida. $ Bautizaeom
grande concorrência de povo- 7 Reprende a os Phirifeos e Sadduceos. II Mojlra
a dignilade da peffoa e d* 0 bautifino de Chri/to > a quem bautiza , e de quem 9
Pae desd’o ceo testifica jer Jeu muy amado filho.
aMarc.vt. i T} ’naqucllesdias^veyoJoaóBautiílapregando’nodefertodejudea.
V-2 E dizendo , * Arrependeivos , porque chegado he o Rcy-
veZTs n° d’°S CCOS-
bifa 4-y 3 Porque eílc he aquelle d’o qual foy dito pelo Propheta Ifayas,
Marc. i:?.que dific : b Voz d’o que clama em o deferto 5 Aparclhae o caminho
Lu .3:4. d’o Senhor, enderençae luas veredas.
Joã. í:2j. 4 E tinha cite Joaõ icuvcltido (de pelos de camelo, chumcintode
í Marc. 1;6. COUIO
SEGUNDO S. MATTHEUS. Cap. IV $
couro a o redor de feus lombos, e feu fullento éra gafanhotos e *Ou’ ír4'
mel * d’o mato.
5 Entaó fahia a elle Jerufalem, c toda Judea, e toda a província
d’o redor d’o Jordaó.
6 < Eéraód’cllebautizadoscmo Jordaó ,confeífando feuspecados. *Marc'v-t-
7 E vendo elle a ' muytosd’osPharifeos, e d’os Sadduceos , que f3'7‘
vinhaó a feu bautifmo , dizia lhes : f Raça de biboras , quem, vos IX‘*
f enfinou a fugir d’a ira que eílá para vir/ rH-
S g Dae pois fruitos dignos de converlaó. f Ou/wí-
9 E naó preiumaes , dizendo em vos mesmos , £ A Abraham te- finu.
mos por pae. Porque eu vos digo, que até d'eílas pedras pode Deus gLuc'
despertar filhos a Abraham. hioh.%\\).
10 E ja agora cftà também o machado pofto á raiz d’as arvores / 7 12
aílique 'toda arvore que naó dá bom fruito cortafe, elançafe’nofogo. :<í.
it Bem vos bautizo eu com agoa para converfaó •, ^mas aquellef Mm.ii
que apos my vem, mais poderolo he que eu, cujos alparcas naó fou Luc j: 16.
digno levar., Elle vos bautizará com Efpirito banéto e com fogo. loã. i: i$.
ealimpará
ii Cujapátem jaem fua maó,I------------------ íuaeira, c’nocellcirore 26.
HUtCHClIUlC-
colherá leu trigo., ca palha queimara com fogo que nunca fe apague. Ati. i: $.
l
e II: 16»
13 / Entaó veyo Jelus dc Galilea a Joaó ao Jordaõ , para d’elle ílç: 4.
fér bautizado. Z Marc.l.^.
14 Mas Joaó lhe reíiftia muyto, dizendo5 Eu heimifter fér bau- Luc21.
tizado de ty, e vens tua mv ? w Ifay 11:
15 Porém refpondendo Jelus, diífclhe: Deixaporagora, porque 2í
affi nos convém cumprir toda juftiça. Entaó elle o deixou. í4]1:1\
16 E fendo Jelus bautizado , íubiu logo d’a agoa. E eis que os ni/ay.^z^
ceos fe lhe abriraó , e viu ™ a o Efpirito de Deus, que delcendia Matt. 12 •
como pomba, e vinha fobre elle. iS
17 E eis huã voz d’os ceos , que dizia: » Efte he o meu amado ?•
Filho cm quem me agrado. *.
Lw 9:35.
2 JW1117.
Col.i
Capitulo IV.
I Avendo Chrifloje]umadoJno deferto quarenta dias ■> atentado rTo Diabo , \XQsan\os
«fervem. 11 E deixando Nazaretb vae]e a habitar em Capernaum. 17 Começa apre
gar. 18 C^ama a Pedro e a André. 11 A facobo e a Joao que deixando tudo y 0je,
gttem. 2 3 E rodeando a Galilea > e enfinando 'nas Synagogas , Jara toda enfermidade
1 p ntaó * foy Jefus levado d’o Efpirito a o dçferto, para d’o Dia- aMarc. 1 •
bo fér atentado. 12.
2 E avendo jejumado quarenta dias e quarenta noites 5 porderra-
deiro tere fome, A 3 3 £
O S. EUANGELHO
3 E chegandofe á elle o Atentadór , difle : Se tu es Filho de
Deus , dize que eftas pedras íe façaõ paês. - ,z
bDeut.Z^- 4 Porém refpondendo elle difle : Eícrito efta ; £ Naõ com ío o
paó vivirá o homem, mas com toda palavra que d a boca de Deus fae.
’ H U. W ***
**
>»■ -J ------- —----------------- ~ | J z —
t Deut. 24 *
3° E fe tua maó direita te efcandalizar, corta a, e lança adetyj I.
que melhor te heque hum de teus membros, fe perca, do°que todo uMutth,
teu corpo feja lançado ’no inferno. *
19:7
V Também foydito: t Qualquer que deixar fua mulher, dé lhe ^^.10:4,
carta de defquite. II,
Luc,i6\i3,
32 « Porem eu vos digo, que qualquer que deixar fua mulher fora I Cor.'] Io.
de cauía defornicaçaõ , faz que ella adultere j e qualquer que coma ÍeW.xo:
deixada fe cafar, adultera. 7'
3 3 Outro fi, Ouviífes que foy dito |V| os Antigos: * Naó te per- £^.19:12
jurarás, mas pagarás a o Senhor teus juramentos. Dsut.
T'"'" 5:11.
34 Porem eu vos digo, y que em maneiranenhuãjureis , nem polo ? la.c
Ceo, porque he o Throno de Deus. 7 í z,ljay6(r.l
35 Nem poli Terra, ? porque he o efcabello de feus pés: nemnornempor * ^ 4S:3-
Jerufalem, a porque he a cidade do graó Rey. r * Ou, h d 0
milino
Nem por tua cabeça jurarás, pois nem hum cabellobranco, ou y Fxod.21 •
preto, fazer podes. 24.
3 7 Mas feja voífo fallar, fi, íi, naó, naó 5 porque o que difto paíla, Lew 24 ■2O.
* de mal procede. 1 Deut.
~ ip;
•38 Ouviítes que foy dito: Olho por olho, e dente por dente. 21.
32 Mas eu vos digo, c que naó reíiílaes a o mal 5 antes a qualquer c Prov. 29.
24:
que te der em tua Etce direita, virá lhe também a outra. Pom 11 *2^
4' E a oquecom tigopreitearquifer, e tua roupeta te tomar, lar I Cor 6: 7.
ga lhe também a capa. I Thes.
41 E qualquer que te obrigar a caminhar hua legoa, vae com elle 15
duas. 1 ped. 3: 9.
42 í/Daa quem te pedir, e a quem de ty tomar empreíladoquifcr d Deut.i^\ 8.
nfcte desvies. r jLUC. 6. %<y,.
43 Ouvíftes que foy dito: e Amarás a teu proximo, e aborreceras a e Lev. 19;
teu inimigo. iS.
44 Pojs eu vos digo: /Amae a voílos inimigos, Bendizei a os que t
vos maldizem , fazei bem a os que vos aborrecem, eg rogac polos 0
que vos * mal trataó, evos perfeguem. g^llc 23»
45 Para que fejaes filhos de voífo Pae que [y/?.?] nos ceos: porque 34.
faz que feu foi fáia fobre maos e bons , -<e cnove-riobre
1 • h
juitos e ín- 1^.4113.
7:<5'o.
juílos. 1 Ped. 2:23
46 h Porque fe amardes a os que vos amaó, quegalardaõ avercis? *Ou> Ca-
Naó fazem os publicanos também o meímo ? limiao,
B 47 E feZi''c'6:r-
Io O S. EUANGELHO
47 E fe fomente faudardes a voflos irmãos, que fazeis de mais? Naõ
fazem os publicanos também afli?
48 Sede pois vosoutrosperfeitos, como voflo Pae, que [efíd] nos
ceos, he perfeito.
CapituloVI.
I Enfna Ckrifo comofe ha de dar efmola. 5 Orar. 16 Je]umar> 19 ^uaesthefou^
ros ajuntar. 22 Corno 0 intendimento fe ha de governar. 24 Como a douspenhores
fervir (e naopode. Que a Deus fe ha de deixar 0 cuidado das coufas d' efba vida.
3 j E primeiro 0 Reyno de Deus bufar.
ti A tentae que naõ façaes voflá efmola perante os homens, para que
^d’ellesfejaes viflos: d’outra maneira, naõ avereis galardaõ a-
cerca de voflo Pae que [eftd] ’nos ceos.
aRom. 12: 2 a Portanto quando fizeres efmola, naõ faças tocar trombeta diante
8. dety, como fazem’nas Synagogas, e ’nas ruas os hypocritas, para
dos homens ferem honrados : Em verdade vos digo, quejatemleu
galardaõ.
3 Mas quando tu fizeres efmola , naõ íáfba tua [tnaõ] ezquerda o
que faz a tua direita.
4 Para que tua efmola feja em oculto, e teuPac que ve em oculto,
íLuc. 14:
elle to b renderá cm publico.
14 $ E quando orares, naõ fejas como os hypocritas; porquefolgaõ
de orar empe ’n as fynagogas,. e ’n os cantos das ruas, para dós homens
ferem viftos. Em verdade vos digo, que ja tem feu galardaõ.
oiRey. 4: 6 Mas tu, quando orares, c entra em tua camara, e cerrando tua
P- porta,
- z Pae que py?Z] em oculto, e teu Pae que vé cm oculto
> ora a teu
Aã. io.-4. elle tó renderá em publico.b
7 E orando, <^naõ * paroleeis como os gentios, que cuidaõ que
28.
Ifay. 1:1$. por feu muyto fallar haõ de fer ouvidos. *
* Ou j Jè- 8 Naõ vos fáçaes pois femelhantes a elles ; que voflo Pae fabe o
jaer pro* que vos he neceflário ~ », antes que vos lho peçaes.
lixos, !9 Vos outros pois orareis afli: e Pae noflo , que {eftds} ’nos ceos,
eL«í.ii:2. fanétificadofeja o teu nome.
10 Venha o teu Reyno. Seja feita a tua vontade * [afli} ’nn terra
* Ou > co- como ’no ceo.
j rio ceo 3 11 O paõ noflo de cadadia nos dá hoje.
f/7^] tam
bém eia 12 E perdoanos noflás dividas, afli como nos perdoamos aocnoíá
rerra. fos devedores.
T ■» í3 E naõ nos metas em tentaçaõ, niaslivranosd’o/malino: por *
■5
que?-
SEGUNDO S. MATTHEUS. Cap. VI. n
que teu he o Reyno, e a potência, e a gloria, para todo fempre,
Amen.
14 £ Porque fe a os homens perdoardes fuas offenfas, também voflo çMan.li:
Pae cclellialvos perdoará a vos.
17 £ Mas fe a os homens naó perdoardes fuas offenfas, taó pouco vos h ™aif '
perdoará voflo Pae voflas offenfas. 7^/ 2: j
ió i E quando jejuardes, naó vos moflreis triftonhos, como os hy- ; 7^58:3;
pocritas: porque desfiguraó feus rollos, para a os homens parecerem Matth,y.
quejejuaó. Em verdade vos digo, queja tem feu galardaõ. 14.
17 Porem tu , quando jejuares, unge tua cabeça , e lava teu Afwr.iS»
rollo. £-«1.5.33.
15 Para a os homens naó pareceres que jejúas, fenaó a teu Pae que
[eftd] em oculto: e teu Pae que veem oculto, elle to renderá em pu
blico. kífôij 13 *
19 k Naó vos ajunteis thefouros’n a terra, aonde a traça e a ferru-
gem gafta, e aonde os ladroens'minaõeroubaó. 77^.13:3,
20 íMas ajuntaevos thefouros ’n o ceo, aonde nem a traça nem a fer- lac. 5:1.
rugem nada gafta, e aonde os ladroens naõ minaõ nem roubaõ: ILuc. 12:
21 Porque aonde voflo theíouro effiver , ali eftará também voflo 33-
coracao.
22 A candea do corpo he o 7» olho: Afli quefe teu olho for fincero, mLuc. 11:
todo teu corpo fera luminofo- 34.
23 Porem fe teu olho for malino, todo teu corpo ferá tenebrofo.
Afli que fe a luz que em ty ha, trevas faó 5 quantas as [mefinas} tre-
vas feraõ.
24 n Ninguém pode fervir a dous fenhores: pois ou hade aborrecer
a o hum, e amar a o outro j ou fe hade chegar a o hum, edefprezar 13.
a o outro. Naó podeis fervir a Deus e a * Mammon. * quer di-
iq 0 Portanto vos digo, naó eftejaes folicitos por voflá vida, que zer>Rique
*
aveis de comer, ou que aveis de beber j nem porvoflò corpo, com que zas*
vos aveis de veftir. Naó he avidamais que o mantimento, e o corpo
Mqueoveftido? .
26 p Olhae para as aves do ceo, que nem femeaó, nem fegaó, nem I2.
ajuntaÓ em celleiros •, e [com tudo] voífo Pae celeflial as alimenta, pp//
Naó fois vos muyto melhores que ellas ? 1 Tim. 6:8<
27 Mas qual de vos outros poderá com [toda] fua folicitidaó acre- 1 Pedr.^:?,
centar hum covado a fua eftâtura ? P ^ 3 9*
25 E polo veftido, porque eltaesfolicitos? Atentae paraoslyrios
do campo, comocrecen: Nem travalhaó3 nemfiaó. **
B 2 W E
u O S. EU A N G EL HO
29 E digo vos, que nem ainda Salamaõ, em toda fua gloria, foy.
Vefiido como hum delles.
30 Pois, fe Deus affi vede a erva do campo, que hoje he, eáma-
nhaã felan^a no forno ; Naó vos [yefirã] muyto mais a vós, [fomevs]
de pouca fe.
31 Naóeftejaes pois foiicitos, dizendo, Que comeremos, ou que
beberemos, ou com que nos vef iremos ?
32 Porque todas eítas couías bufcao os Gentios .* que bem fabe vo.To
Pae celeítial que de todas eftas coufas neceílitaes.
yiJby. 3: 7 Masbufcae primeiro o Reyno de Deus, efuajuftiça, e todai
P D eftas coufas vos fcraõ acrecentadas.
iys^ 23^* 34 Naó cftejaes pois folicitos polo d'ámanhaã; porque á manhaa
* Ou, tcra cuidado * de fi mefrna. Balta a \_cad * ] dia feu mal.
feu.
Capitulo VIL
I Ehfina Cbrifto mais como fe ha de iufar do proximo, e reprendelo. 6 ffue nabfe dcveni
dar ascoufas Santtas aosdefprez.adores 'J ^hiefe dev? inflar n a orapaó 12 Ponofe
deve tratar com oproxino 13 Da porta eflreita e larga 15 D 0 evitar os faljos
Prophetas. 2o ffienao todos os, que exteriormente a Deusfervem, fe hao deJalvar,
aLtn.Ctu 24 E que nao fomente a palavra de Deus devemos ouvir - mas também per obra 'apor,
Ror.'? >i.i.
I Cír.4 3,5 1 a julgueis, >peraque nao fejaes julgados.
b Ivlarc 4: 2 b Porque com o juízo que julgardes, fereis julgados; e
com a medida que medirdes, vos tornaram a medir.
lax 6; jS. 3 t E porque atentas tu pera o argueiro que [efiá] no olho de teu ir-
CL'í(.6 4U
42 maó, e a trave naó enxergas que cm teu olho [eítd] ?
d Prov iS: 4 Ou como diras tu a teu irmaõ: Deixame tirar de' teu olho efte ar
17 gueiro-, e eis aqui huãtrave em teu olho?
cProv 9-.8. 5 # Hypocrita, tira primeiro a trave de teu olho, e entam atentarás
elj: 9 em tirar o argueiro do olho de teu irmaó.
fAlatth. /> e Nam deis as coufas fan&as aos caens, nem lanceis voffas pérolas
21.22 d ante dos porcos, para que porventura com feus pees as naó pilem, e
aU rc. II;
24 virando fe, vos defpedacem.
11 9 7 Fedi, /e darvosham ; bufeae, e achareis 5 batei, e abrir ves-
IcaÕ 1413. bam.
e 16: 24 8 e Porque
lac I: s 6 a o que -bate - qualquer • ’ pede, recebe; eoquebufca, acha; e
que
, íe lhe abre.
I 3:22
9 E qual de vos he o homem , que , pedindo lhe feu filho pao.
gPm^S: Ik- dará huã pedra?
17 ao E pedindo lhe peixe, lhedara huã ferpeate?
ler zp;ix^ <1 Foi«
I
SEGUNDO S. MATTHEUS Cap. VIL ?s
11 Poisfevos, /-fendo maos, fabeis daiToas dadivas a vofiòs filhos:
quanto mais dará vofib Pae , que [ettá~\ nos ccos 3 bens a os que lhos pe e 8; II.
direm.
’2 t Por tanto tudo o que vós quiferdes que os homes vos façaó, fa- iLuc.6 31,
zeilho vos também afii: porque citaheaLey, c osProphetas.
12 h Enti ac pela portacílreita: porque largahea porta, e efpaciofo kLfi.c. 13:
o caminho, que levaá perdição j e muytos iam os que por elle en 24.
tram. l AR 14:
J4 'Porque eftreira he a porta, e apertado o caminho, que levaá 22
vida: c poucos há que o acham.
rn Deut.l J:
15 ™ Porem guardae vos dos faKos Prophetas, que vem a vos outros 3
com vellidos de oveihas, mas por dentro farn lobos arrebatadores. L,. 23:16.
1 « por feus fruitos os conhecereis. Por ventura colhemlè uvas dos . 24.
eípinheiros, ou figos dos abrolhos? 24.
*7 * Affi toda boa arvore dá bons fruitos: mas a* má arvore dá maos m. 16'17
Ro
fruitos. 5.6í
( 0!. 2: S.
18 Naó pode a boa arvore dar maos fruitos:. nem a má arvore dar I loac 41.
bons fruitos. n Malte 3 ;
19 Todaaivore que nac dabomfruito, fe corta ,efe lança no fogo. lo.
20 Afii que por leus fruitos os conhecereis. e 12:33:
21 0 Naó qualquer quemediz, Senhor, Senhor, entrara moRey- IA r. UI
’no dos ceos: mas aquelie que faz a vontade de meu Pae que Q/Z/j hi os 10.3:8. 13
ceos. * Ou cor-
22 p Muytosrnediramhiaquelle dia: Senhor, Senhor, naó pro- ritfta j ou»
phetizamosnoscmteunome?'Eem teu nome lançamos tora os De - Rodre.
monios ? E cm teu nome ficemos muvtas* Maravilhas ? 0 Matth»
23 5 E entonces claramente lhes direi: Nunca vos conheci: r A 2$ 11.
partac vos de my, obradores de maldade. Luc & 46,
24 / Por tanto qual quer que me ouve cilas palavras, e as faz , com- AR fi3 2$
1913.
paraloei ao varam prudente, que edificou lua cafafobrepenha. liom 2 13.
2 E deceo a chuva, e vieram rios, c afiopraraó ventos, * e com- lac. I; 22.
bateram aquedía cala , c naó cahio , porque eitava fundada fobre t ler 14 14
penha. t 27.
2< t Mas qualquer que me ouve eítas palavras, enaó as faz, com- Luc. 13 2Í.
paraloei a o varaó pano, que edificou lua cala febre area. * G r i ir-
tkdes.
27 E deceo a chuva, c vieram rios, eafiopraram ventos, ecom- q :c [al 6 9;
- bateram aquella caía, c cahio, c foy grande fua caiua. L»^ttc 2ç;
B 3 28 E 12.
Luc. 13-27 27 r Mattb 2$ • 41 Luc 13: 2$ > 27. '* Ou , w que obracr (iaade./Lr 17; S •
Luc. 6.-47 13 Lu. 1.2$ >u, edwawc» Ímpeto L hí vcy 27.
LAácú 1 j. 11. 2; 1 j lac.L 2p
14 O S. EUANGELHO
28 E aconteceo que , acabando Jefus eftas palavras , pasmavam
as companhas de fua doutrina.
29 Porque os enfinava como tendo autoridade , e nam como os
Efcribas.
Capitulo VIII.
I Purifica Ckrriflo a hum leprofo. $ Sara a o moço doCenturlaõ. 14 A fògra de Pedro.
16 e ainda a outros nwytos. iS Manifeji afuapobreza a humEjcriba^ que 0 queria
feguit 21 Emanda a outro quefèm dilaiçao 0figa 23 Aplaca atempeitaae no mar.
- 28 Lança a os Demonics fora de dous endemoninhados 3 e permite lhes entrarem os
porcos.
1 T7 decendoelledo monte, feguiraó o muytas companhas.
eis que vejo hum leprofo, eo dizendo, Senhor,
40. fe quiferes, bem me podes alimpar.
.Lítf.5.12. Eeftendendojefusamao, tocou o, dizendo, Quero, fé limpo: e
logo fua lepra limpo ficou.
b Luc $ :i4. 4 Entam lhe difié Jelus: Olha que a ninguém o digas: mas vae,
íLvc.i3;2 moftratc a o Sacerdote, e offereceo prefente que
* Moyfes mandou,
Capitulo XV
I Defende Chrifo a os Difcipulos da acufacao dos Pharifeos e 'Efcribas > por come
remfem fe lavarem as maos > reprende fua hypocrifa , e regeita as tradiçoens de
domes. io Enfna} que d'o efandalo tomado 3 fe nao deve fazer cajo > e que he
o que a 0 homem 'verdadeiramente contamine. 22 Livra do Demo-aio a filha de
kua mulher Cananea. ]o Efara toda enfermidade> 3 2 O milagre dosfete paens t
e hums poucos de peixes3
a a 17 ntonces fe chegáraõa Jefus [certos] EfcribasePharifeosdeJe- aLfarc.f.ii
^“Tuíalcm, dizendo, 1 Por-
OS. EUANGELHO
2- Porque teus Difcipulos trafpaflaõ a tradiçaodos anciaos? pois íe
naó lavaõ as maós quando comem pam.
3 Porem relpondendo elle, diflelhes : Porque trafpaíTaes vos tam-
, , ,bem o mandamento de Deus, por voíTa tradiçaó?
o, 4 £ Porque Deus mandou, dizendo, Honra a teu pae, e a maé:
e, ^quem mal difler a o pae, ouámáe, morrade morte. I
Ephef,6'. 2 5 Alas vos outros dizeis: Qualquer que a o pae, ouá maé difler,
c Exod. 21 * Offerta he tudo o que dc my aproveitar te puder 5 e em maneira
4
Capitulo XVII.
i Trau'figurafe Chriílo em hum monte diante defeus Difcipulos 3 aonde desdo Ceoporfilhe
de Deus he declarado, \ Enfina que Joao he 0 Elias que avia de vir. 14 Sara hu alud~
do a quem os Difcipulos nao podiao Jarar. 2o Relata a virtude da fé e da oraçao,
22 Revela fua morte e refurefaó. 24 E por fi e por Pedro 0 tributo paga.
x Marc 9:2.1 17 a defpois de feis dias tomou Jefus com figo a Pedro eajacobo,
Lwc 9:28. e a Joaõ feu irmaõ, elevou os a hum monte alto a parte.
Z Ped 1:27. I E transfiguroufe diante d’ellesj e refplandeceo feu rofto como
o foi, e feus veftidos fe tornavaõ brancos como a luz.
? E eis que lhes apareceraó Moyfes e Elias fallando com elle.
4 E refpondendo Pedro, difiea Jefus: Senhor, bom he ellarmos
nos aqui; fe queres, façamos aqui tres cabanas, para ty huã, epa-
ra Moyfes hua, e huã para Elias.
b ifa^ £ 5 Eitando elle ainda fallando, eis que huã nuvem resplandecente
Matth. 3 ? os cobrio com lua fombra. E eis huã voz da nuvem que difie: b Efte
17- he o meu amado Filho, em quem me agrado: c a elle ouvi.
Marc. 6 E ouvindo os Difcipulos , cahiraõ fobre feus roftos , e te
c9\7. merão em grande maneira.
Luc. 3:22. 7 E chegando fe Jefusaelles, tocou os, e difie: Levantaevos, e
*9:35
Col 1:13. naõ temaes.
2 Pedr I: 8 E levantando elles os feus olhos a ninguém viraõ , fenaõ fó a
17. Jefus.
cDeut. IS: 9 d E como decenderaõ do monte, mandoulhes Jefus , dizendo,
19. A ninguém digaes a vifaõ, até que o Filho d’o homem dos mortos
3: zi. naõ refufcite.
a Marc. 9 9.
Luc 9: 36. 10 e E preguntaraõ lhe feus Difcipulos , dizendo , Porque di
e Marc 9; zem logo os Efcribas , que he neceflãrio que f Elias venha primei-
li. ro?
fMal 4: ç II E refpondendo Jefus, difielhes: Em verdade Elias vira primei-
Matth. 11: ro , e reftaurará todas as coufas.
14 y Mas digo vos que ja veyo Elias, e naõ o conhecerão 5 antes fizé-
Marc .9 ;n
• raõ d’elle tudo o que quiferaõ. Afii padecerá também delles o Filh©
do homem.
B Entonces entenderão os Difcipulos, que \ifto acerca~} de Toam
g Marc. 9*. Baptifta lhes diflera.
16. <4 g E como chegáraõ acompanha, veyo hum homem aelle, pon-
Imc 9J3JL dole de juelhos diante d’elle, e dizendo, r
*F Sc«
SEGUNDO S. MATTHEUS. Cap. XVIÍL v
Senhor tem mifericordia de meu filho , que he aluado, c pa
dece muyto mal: porque muytas vezes cae ’no fogo , e muytas ve
zes ’na agoa.
jó E trouxe o a teus Difcipulos, e naó o puderam curar.
17 E refpondendoJefus, difle: Ogeraçaóincrédula, eperverfa!
ate quando com vofco hei de ainda eftar ? Ate quando vos hei ainda de
fofrer? Trazeim’o aqui.
iS E reprendeo o Jefus, e fahioo Demoniodelle, e farou o me
nino deld aquella hora.
19 k Chegandoíe entonces os Difcipulos a Jefus a parte, diíferaó :
Porqueo naó pudemos nos lançar fora?
20 E Jelus lhes difle: Por vofia incredulidade : i porque em ver- iMattb 21:
dade vos digo, que fetiveffeis [janta~\ fécomohumgramdemoílar- 2I-
da, a elle monte direis: Pafiàte d’aqui pera acolá , e pafiàrfehiaj 17Jj'
e nada impoflivel vos feria. *21.
16
* 21 k Mas elle genero naó fae, fenaó por oraçaõ e jejum. *:iS«
e2o
22 E andando elles em Galilea, difielhes Jelus : O Filho do ho-
mem ferá entregue em mãos d’os homens. £>9:31.
23 E mataloham e a o terceiro dia refufcitará. E elles fe entri- eIo;3F
ílecéraó em grande maneira. ^uc
24 E como entraram em Capernaum , viéraó a Pedro os que co- .
bravaõ as didragmas, edifièraõ: Naó pagavofiòmellreasdidragmas? ’:
25- Difie elle: /Si. E entrando em cafa, Jefus fe lhe anticipou, di- tMarthzv.
zendo, Que te parece, Simaõ? De quem cobraõ os Reys da terra
os tributos, ou o cenfo? De feusfilhos, ou dos alheyos?
aóPedro lhe difie:Dos alheyos.Difie]hejefus:Logo livres faõ os filhos?
27 Mas porque os naó efeandalizemos , vae a o mar , e lança o * hua mos-
enzol, e o primeiro peixe que fubir, toma [ 0], e abrindolhe a boca, da, que va-
acharás hum * ellatero j toma o, e dalho por my e por ty. bafeis, ou
Capitulo XVIII. "vvzttt JJ~etc ^LintCflí
I Enfna Chriflo com 0 exemplo de hum menino quem 0 majorfeja no Reyno dos ceos,
6 De que cajligofao dignos os que a algum ejeandalizaõ. 8 O muyto que nos devemos
guardar de nao efandalizar a os pequenos, dos quaes até os mefinos ^4njos cuidado temi
jl E Chrifo veyo a os [alvar , como afji o declara pela parabola de ovelha perdida.
I $ Dc como nos avemos de aver na correiçao fraterna,e qualfeja nefla matéria a obriga--
çao e autoridade da Igreja, 19 ffiam eficazfeja a oraçao dos fieis em comum. 21 fue
Jempre effemosprejlesperaperdoar ; 0 queJe declara com aparabola de hum Rey , que
contas com feusfervosfez,.
■f. a aquella mefmahora fechegáraóos Difcipulosajefus, dizen- a
do, Quemhe hora o mayor em o reyno dos ceos? j_,vc 9-46,
E 3 4 E e22:24,
gs O S. EUANGELHO
I Matth 2 E chamando Jefus a fe hum menino, pólo ’no meyod elles,
19'-14- 3 E diífe: Em verdade vos digo , que Me vos nao tornardes, e fi
I Cor. 14:
20. zerdes como meninos, em maneira nenhuá entrareis ’no Reyno dos
í iFed.^:6. CCOS.
cl Marc. 9. 4 c AíJi que qualquer que fe abaixar como efte menino, efte he 0
37- c mayor em o Reyno dos ceos.
Lao 9* 4S. 5 d E qualquer que a hum tal menino receber em meu nome , a
Icao 13.20
e Marc. 9: my me recebe.
6 e Mas qualquer q'ue efcandalizar a hum d’eftes pequenos que em
. 17: 2. my crem, melhor lhe tora que huã * mo de atalona a o pefcoço
*' Ou j wo fe lhe pendurara, e ’no profundo do mar fe anegâra.
lllV IVi ui <X1 U y V 1ÃV/ V/L VIA v/ MV 111Í41 AN-'
Capitulo XX.
I Pela parabola dos trabalhadores alugados á vinha a trabalhar enviados e nt
falario igualados , enfina Chriffocomo na outra vida ha defalariar a os que nefla o
ferviraõ. 17 Prophetiza ainda fua paixao-, morte 3 erefirretçao. 2o Refponde
á petição da ntae dos filhos deZebedeo. 24 Amoeíía afeus 'Difcipulos quefe guar
dem da antbiçao e do Demonio mundano. 29 E dd vifia a dous cegos"perto da cidade
de Jericho,
1 p orque femelhante he o Reyno dos ceos a hum homem pae dc
famílias, que lahio de madrugada a alugar trabalhadores pera
fua vinha.
2 E concertandofe com os trabalhadores por hum dinheiro a o dia,
mandou os á fua vinha.
* Ou, cinco 3 E faindo perto da hora terceira, vio outros queeílavaÓna pra
(d atarde. ça ouciofos.
Procede
efia diver- - 4 . E diífelhe: Ide vos outros também a vinha, e darvos hei oqúe
fidade de for juíto., E forao.
horas do $ Saindo outra vez perto da hora fexta e nona, fez o meímo.
dlfferente ’ 6 E faindo perto da hora * undécima, achou outros que ellavaó
cojíume de ouciofos, e difielhes: Porque eílaes aqui todo o dia ouciofos?
as contar 7 Diíferaó lhe .. : —Porque ninguém nos alugou. Difle lhes
elles
entre nos c
os Hebreos. elle: Ide vos outros também à vinha , e recebereis o que for juílo.
Porque 5 E vinda ja a tarde , diífe o Senhor da vinha a feu Mordomo :
quando 71 os Chama a os trabalhadores, e pagalhes o jornal, começando dos
pela man~ derradeiros até os primeiros.
had conta-’■ 9 E vindo os de perto da hora __ ____
undécima , receberão cada hum
mos asfets, dinheiro.
CeUesVas°do- Io v^nc^0 os primeiros, cuidaraõ que aviaó de receber maisj e
ze-,equando tambem elles receberão cadahum hum dinheiro.
nosaomeyo 11 E tomando [<?] murmuravaó contra o pae de famílias.
dia conta- Dizendo, Eílcs derradeiros [nao] trabalharaó [wais que] huã
mosasdoze> hora, e igualaíle os com nofco , que levamos a carça e a calma do
còntavaõ 0
^aftam- I? Porcmrefpondendo elle, difié ahumdelles: Amigo, naó te •
bem as de- aSravo 5 naó te concertaílc tu comigo por hum dinheiro ?
tnais em *4 Tomao teu, c vaete 5 E quero dar a eíle derradeiro [tanto]
conjèguinte. COIDO a ty.
*Rom.?.11, 17 Ou naó me he a my licito fazer do meu o que quifer? Ouhc
• teu olho mao, porque eu fou bom ?
16 b Afli
SEGUNDO S. MATTHEUS. Cap. XX. 43
16 b Afli feraó os derradeiros primeiros; e os primeiros derradei í Matth}
ros: c porque muytos faó chamados, porem poucos efeolhidos. 19: $0.
17 ^E lobinho Jefus a Jerufalem, tomou com figo a os doze Dif Marc. Io:
cipulos aparte ?no caminho, e difielhes: 31*
Luc. 13:30.
'• iS Vedes aqui fobimos a Jerufalem, e o Filho do homem feráen c Matt. ZZ\
tregue a os Princepes dos Sacedotes, e a os Efcribas, e a morte o 41.
condenaráõ. dMarc. Io:
19 e E a as gentes o entregaraó, peraque delle efearneçaó , e o 3*.
açoutem, e crucifiquem: e a o terceiro aia dia refuteitará.
refutei tará. *7
Lac 18:31
20 / Entonces fe chegou a elle a maé dos filhos do Zebedeo, com çMa^
feus filhos, adorando £0],
_ _ coula.•
e pedindolhe alguã 27:2.
27:2.
21 E elle lhe difie: Que queres? Diflelhe ella: Dize que eftes Luc. 23: 1.
meus dous filhos fe afièntem, hum á tua [mao] direita, e outroá l°a° 18:2S,
tua ezquerda em teu Reyno.
22 Porem refpondendo Jefus, difle: g Naõ fibeis o que pedis; fiarei®*
fMarc. lo:
podeis vos beber o copo que eu hei de beber 5 e fer bautizados b có 7 ‘
o bautifmo com que eu iou bautizado? Diflcraó lhe elles: Pode- gRom.S:
mos.
23 E difielhes elle: Em verdade que meu copo bebereis , e com h Luc. 12:
o bautifmo com que eu fou bautizado, fereis bautizados; masafien-
tarfe á minha direita, e a minha ezquerda, naõhemeudalo,
fenaó a os que í de meu pae eftá aparelhado. i Matt.
24 E como os dezouviraó indignáraõ fe contra os dous ir- 34» ✓
maõs.
24 Entonces, chamando os Jefus a fi, difle: £Bem fabeis que os tMarc.iv>,
Princepes das gentes íe enfenhoreaõ lobre ellas, e os Grandes uíaóío- 42.
bre ellas de poteftade. Lut.zz\z<$,
llPedy.^
26 l Mas entre vos outros naó ferá afli) mas qualquer que entre
vos outros fe quifer fazer grande, feja voflb miniftro. m Marc. 9:
27 w E qualquer que entre vos outros quifer fer o primeiro , feia e 35-10.43.
voflb fervo. nLuc.zZX
28 n Como o Filho do homem naó veyo a ferfervido, fenaóafer 27.
vir, e a dar 0 fua vida J refgate por muytos. 1^013:14.
29 ?E faindo elles de Jericho, feguio o grande companha. Phil. z*. 7.
30 E eis que dous cegos aflentados junto a o caminho , ouvindo oEph. I.- 7.
quejefuspaflava, clamaraô, dizendo, Senhor, filho de David, tem II Ped Tim. 2:6*
1:19.
mifericordia de nos. /> Marc. Io:
31 E a companha os reprendia, pára que fe calaflem 3 mas elles 4ó,
clamavaó tanto mais, dizendo, Senhor, filho de David, tem mife- Luc. 18:3^
ricordia de nos. F 2 32 E
44 OS. EUANGELHO
jt E parando Jefus, chamou os, e difle: Que quereis que vos
£3. ca. ?
3 3 Difleraó lhe elles: Senhor, que noflos olhos fejaó abertos.
34 E movendofe Jefus a intima compaixaó c’elles , tocoulhes os
olhos j e logo feus olhos viram, e íeguiraó o.
Capitulo XXI.
I Entra Chnflo em Jerufalem affentadofobre bua burra. 12 Lança fora do Templo a
os quenelle vendiao e compravaõ 14 Efaraali a cegos e acoixos. 1$ Defende 0 cla
mar dos meninos contra ainvej a dos Princepes dos Sacerdotes. 19 Amaldiçoa hua fi
gueira, que logo fiefeca. 21 díofiraaforçadafé. 2] Refponde apergunta dos Pnn-
cepes dos Sacerdotes, e dos Anciãos do povo de comyue authoridade ifiofazia > fa-
zendolhcs outra pergunta acerca de bautifimo dejoao. 2S Convence de lua desobe
diência com hna parabola de dous filhos^ 33 E ameaça os de fua total dePtruigao
com a parabola dofenhor de hua vinha, cujos fervos e filho os lavradores maltra
tarao e matardo.
aMarc.xv. i p a como chegáraó [perto] de Jerufalem, e vieraóaBethphage,
1. ^a o monte das oliveiras 5 entonces mandou Jefus dous Difci-,
Luc. 19:29.’ pulos, dizendolhes,
2 Ide á aldea que defronte de vos e logo achareis huã bur
ra liada, e hum poldro com ella; defliaea, e trazeim’os.
3 E fe alguém vosdifler alguã coufa, direis: Que o Senhor os ha
mirter, e logo os enviará.
4 Ora tudo irtoaconteceo, paraque fe cumprifle o que foy dito pelo
Propheta, que difle:
Jfà)’. 62: b Dizei á filha de Siaô: VesaquiteuRcy tevemmanfo, eaflèn-
Zach 9*. taddoo fobre huã burra, e hum poldro, filho de [burra de] jugo.
“
loaõ 12:15. 6 E indo os Difcipulos, e fazendo como ojelus lhes mandara,
€2 Rey. 9: 7 Trouxeraó a burra e o poldro , c e puferaó fobre elles feus ve
U- rtidos, e d aflentaraõ o fobre elles.
dloao 12J S E a mais d’a companha eftendiaôpelo caminho feus vertidos, c
14.
ePfal. 11S:. outros cortavaó ramos das arvores, e efpalhavaõ os pelo caminho.
25,26. 9 Das companhas que hiaó diante, e as que feguiam , clamavao,
dizendo, Hofanna a o filho de David 5 e bendito o que vem em o
nome do Senhor, Hofannaem as alturas.
fDeut. 14: 10 E entrando elle em Jerufalem, toda a cidade fe alvoroçou, di
26.
Marc. II: zendo, Quem heefte?
IS- 11 E as companhas diziaó: Erte he Jefus, o Propheta de Naza-
Z/Y. 19’45. reth de Galilea.
loao 2; 14. 12 / E entrou Jefus’no Templo de Deus, e lançoufora a todos os
que
SEGUNDO S. MATTHEUS. Cap. XXI. 47
que vendiaó e compravaó ’noTemplo, e traftornouas meias dos cam-
biadores, e as cadeiras dos g ue vendiaó pombas.
13 E difielhes: Efcritoeítá: g Minhacafa,cafadcoraçaóferácha- s *
tnada; mas vos outros a tendes feito cova de falteadores. ifay
*4 E vieraõ a elle cegos e coixosa o Templo, ecurouos. ler 7:11.
15 h Vendo cntam osPrincepes dosSacerdotes eos Efcribasas mara- L«f.i 9:4^.
vilhasque fazia, e os meninos clamando’no Templo, e dizendo, Ho-
fanna a o filho de David, indignáraõ fe. 2"’
16 Edifièraõlhe: Ouves o que eftes dizem? E Jefus lhes difie, Si:
Nunca leftes: * Dabocados meninos, e dos que mamaõ aper-
feiçoafte o louvor?
17 E deixando os fahiofe fora da cidade pera Bethania , e pafiou
ali a noite.
iS k E pela manhaã, tornando pera a cidade, teve fome. k Marc II;
ix.zo.
19 E vendo huã figueira perto do caminho, veyo a ella , e nao
achou nella fenaó folhas fomente. E difie lhe: Nunca de ty mais na-
ça fruito pera fempre. E logo a figueira fe fecou.
20 E vendo os Difcipulos [//o], maravilharaófe, dizendo, Co
mo fe fecou logo a figueira?
21 Porem refpondendo Jefus, difielhes: Em verdade vos digo, I Matt. 17:
fe fé tivéreis, e naó duvidareis, naóló ifto á figueira fãrieis, mas fe 20.
até a efte monte difiéreis: Alçate, e lançateno mar ; fàriehia. Luc, 17:6,
22 m E tudo o que na oracaó pedirdes , crendo, £0] recebereis. mMatt.
2; n E como veyo a o Templo, chegaraóa elle, eftando ja enfi- Marc. 7-
11:
nando, os Princepes dos Sacerdotes, e os Anciaõs do povo, dizendo, 24.
0 Comque autoridade fazes ifto? E quem te deu efta autoridade? Luc. ii; 9.
24 E refpondendo Jefus, difielhes : Também eu vos prcguntarei loa. 1413.
hua palavra; a qual íe m’a diflerdes, também eu vos direi com que *16:24.
autoridade ifto faço.
2$ O Bautifmo de Joaó donde era? Do ceo , ou dos homens? E ^Marcir
jpenfavaó em fi mcfmos , dizendo, Se difiermos do ceo, dirnosha:
Porque poiso naó creftes? Luc.io-, 1.
z6 E fe difiermos, dos homens, tememos a companha: p Porque 0 Exod. 2:
todos tem a Joaó por Propheta. M.
27 E refpondendo a Jefus, difieraõ : Naó fabemos. E elle lhes
difie: Nem eu tampouco vos * direi comque autoridade ifto faço pjw^r/14
*
28 Mas que vos paiece ? Hum homem tinha dous filhos ; c che-
gandofe a o primeiro, difie: Filho, vae hoje a trabalhar á minha Marc.6.10,
vinha.
F 1 29 Po-
OS. EUANGELHO
- 19 Porem refpondendo elle, difle- Naóquero; edespois, arre
*
pendido, foy.
?o E chegando fe a o fegundo, difle [Jhe] damefma maneira: E
fE^ecbrefpondendo elle, difle: ?Eu, fenhor vou,] e naó foy.
0 AA
rMatt.y.l. 31 Qual dos dous fez a vontade de pae ? dizemlhe eíles; O pri-
AT llíi .lxl— 4- y^ -4 A Z
*1 A *■> A / I « **
T /A *"V^ I 1^ I f Z
fp[.z<y.<?. meiro.. Diz lhes Jefus: Em verdade vos digo, que os publicanose’ ’
asfolteiras fe vos vaó diante a o Reyno de Deus.
lerem 2:21. 32 r Porque veyo avos outros Joaó, por via de juftiça, e naó o
e 12.- ío creftes; mas os publicanos, e as folteiras o creraó : Porem vofou-
A/í7rc.i2:i. tros, vendo [z/0], nem despois vosarrependeftes pera o crer.
Luc 2o; ?.
33 Ouvi outra parabola. / Houve hum homem pae de famílias, o
* Ou,ch«>0 qual prantou húa vinha, e cercou a com valado , e * fundou nella
hum lagar, e edificou húa torre, e arrendou a ahunslavradores, e
12 chr. 24: partiofe pera fora [ d'a terra].
21. 34 E" chegandofe o tempo dos fruitos, mandou feus fervos a os la
u PJal. 2;8 vradores , pera receberem feus fruitos.
Hebr. I- 2. 37 E os lavradores tomando a feus fervos, a hum feríraó, e a ou
x Gen. 37: tro matáraó, e a outro t apedrejáraó.
18.
Pfàl. 2:1, 3^ Outra vez mandou a outros fervos mais que os primeiros, c
fizeraõ lhes o mesmo.
37 E por derradeiro lhes mandou a feu filho, dizendo, teraóre-
11.53.fpeito a meu filho.
jP/z/.iiS; 3^ Mas os lavradores vendo a o filho, difleraó entrefl: u Efle hc
22.
Ifay. S: 14. o herdeiro, x vinde, matemolo, efiquemos nos com fua herdança.
e 28:16, 39 E tomando, lançáraõ [/] fora da vinha, e matáraó [<?].
Marc 12; 40 Pois, quando vier o Senhor da vinha, que fará a aquelles la
Io. vradores ? 1
Luc. 20:17. 4< Dizem lhe elles: A os maos má morte dará , e a vinha a ou-
^•4’ii. tros lavradores arrendará, que os fruitos a feus tempos lhe dem.»
I Pcfí?'2.6, 42 NTnn/'n leftes nas Efcrituras:. y.. AA pedra
42 Diz lhes Jefus :• Nunca _~ J_ que
*.
zExod.^z
lo. ‘os edificadores regeitáraó , efta foy feita por cabeça da efquina?
Matt 8.12<* Pelo Senhor foy feito ifto, e he maravilholo em noflos olhos.
4W$5 5- 4] Portanto vos digo, _ . que o Reyno de Deus fe vos tirará a vos
blfay 8:1$. outros, * e fe dará a gente que feus fruitos renda.»
2.ach, 123. 44 44 bz’E
Eq ____cair
quem '
___fobre -
eftapedra, -
feráquebrantado ; 'efobrequem
I>G2o.i8. ella cairesmiucaloha.
fzAzzí.2:34
d Luc. 2o: 45 d E ouvindo os Princepes dos Sacerdotes, c os Pharifèos eftas
19 fuas parabolas, entenderão que delles filiava.
L//í 7:16. 46 E procurando prendelo, temeraó ás companhas; porquanto o
loaõ 7; 4q. .tinhaó e por Propheta. G A-
SEGUNDO S. MATTHEUS Cap, XXII. 47
C a p i t u l o. XXII.
I A parabola das bodas a que os primeiros convidados vir recufao. 8 Polo que outros
a ellas emfett lugar convidarfe manda. 11 Entre os quaes vindo humfem vestido de bc~
das o [ançaõforá. I $ Refponde Chrifto a pergunta dos Pharifeos 3 e Herodianos ,fe era
1tr-iP í\ A Sít tvlLutn si Oní/iv *1 Tf Atrif+mM si J - O ~ f l. , - _ .
Capitulo XXIII.
I Exhorta ChriPio feus ouvintes, a que guardem tudo 0 que conforme a Moyfes e%~
fnao os Efcribas e Pberifeos > rnas que conforme fuas obras naõ façam 5 Defcrc-
ve fua hypocrlfa e ambiçao. 8 -E amoefiaosf uc > a que dijfo fe guardem 3 e humil
des fer procurem. 13 Encarece per oito vezes a miferia dos Pharifeos e Efcribas 3 a
caufa defvas diverjas maldades 3 convém afaber , por quanto 0 Reyno dos ceos a os
homes cerravaõ. 14 As caf»s das viuvas enguliao. 15 Maos profelytos faziao 16 Per-
verfamentepolo Templo , Altar e Ceo a jurar enfnavam. 23 As coufas pequenas de-
zimavaõ, ornais grave da Ley deixando. 2$ Alimpavas 0 que efta de fora > e nao
0 coraçad. 27 Sendo aftfemelhantes a os Jepulchres cayados. 29 Edifavaõ os fe-
pulchros dos Propketas antigos 3 eaos modernos matar procuravam, 37 ffteixa fe
também de contumácia da cidade de Jerufalem J e Prophetiznjua total d;fruição.
Capitulo XXVI.
I Profetiza Chriflo fim morte. 3 Sobre a qual 0$ Anciãos do povo tomao confelhs.
6 Unge 0 bua mulher em Bethania. Io Cujo feito defende e louva, 14 Judas
vende a Chriflo. 17 Chrifo manda aparelhara Pafchoa^ come a comfeus Difci-'
pulos 3 e prediz a treiçao de Judas. 26 Inflituefua fagrada Cea. 31 Prediz a
feus Difcipulos 0 averem de jer derramados > e a Pedro fua caida. 3Ó Começa
fua paixao em huã horta com grande angufia e ardente oraçao, exhortando jun
tamente a feus Difcipulos 3 que ja dormindo eflavao a vigiar e a orar. 47 Ju
das 0 entrega com hum beyo3 e os Judeos 0 prendem, 51 Reprende a Pedro que
a 0 jervo de Summo Pontiflce hua orelha cortava. ^7 Fie levado a Cajaphaspe
rante 0 confelho. F'alfas teflinv.mhas 0 acufao. 63 Confejfa que elle he 0 Chri
flo, 65 Polo que como Blafphemo he condenado 3 e vilmente maltratado. 69 Nega
0 Pedro. 75 Mas tornando emfy 3 chora amargamente fua caida.
43 E
SEGUNDO S. MATTHEUS Cap.XXVI. &
4$ E vindo [a dles~\) achou os outra vez dormindo, porque feus
olhos eftavaó carregados.
44 E deixando os, tornou, e orou terceira vez, dizendo as mef-
mas palavras.
4T Entonces vevo a feus Difcipulos, e diífelhes: Dormi jacdef-
canfae-, Vedeíaqui chegada he a hora, e o Filhod’o homem heen
tregue em maós dos pecadores.
4ó Levantae vos, vamos nos, vedes aqui chegado he o que me
trahe. ,M
47 £ E Faltando elle ainda, eis que vem Judas, hum d’os doze, ‘‘y** 4'
ecom elle huã grande companha, com elpadas ebaftoeos, [de parte] ^2247^
dos Princepes dos Sacerdotes, edos Anciaõs do povo. 4
4$ Eo que o trahia lhes tinha dado final, dizendo, a o que eu
beijar, effe he, prendei o.
4$ E logo chegando a J efus , difie: Ajas gozo, Rabbi, e < bei- c 2 Sam.i
*'.
jou o.
5© Porem Jelus lhe difie: Amigo, a que vens aqui? Entonces
chegáraõ, e lançáraó maó de Jelus, e prenderão o.
E eis que hum dos que [ efavae ] com Jefus , eftendendoamaõ,
puxou de fua efpada, e ferindo a oíervodo Summo Pontífice, cor-
toulhe huã orelha.
*
72, Entonces Jefuslhedifie: Torna tua efpada a feu lugar: í/por- dGen.y.6
que todos os que efpada tomarem, á efpada perecerão. A^oc. 13:
53 Ou cuidas tu que naó poflã eu agora orar a meu Pae, e elle lo*
me daria mais de doze legioens de Anjos?
54 Como pois e fe cumpririaó as Efcrituras, [que dizem] que afli ePC 22:7»
convém que fe faça? * 69.2,10.
55 ’Naquella mefma hora difle Jefus a as companhas : Como a
falteador laiftes com efpadas e baftoens a me prender: cadadia me
aflentavacom vofco , enlinando ’no Templo, e naô me prendeftes.
^6 Mas tudo ifto íe fez , pera que as Efcrituras dos Prophetas
cumpraõ. f Entonces todos os Difcipulos fugiraõ, deixando o a elle. jy; SS: 9.
57 ç E os que prenderão a Jefus, trouxeraóp] a Cayphas, o Summo gM^.14:
Pontifico, aonde osEfcribase os Anciaõs eftavaó congregados. $3
58 E Pedro o feguia de longe até a fala do Summo Pontífice: e t.w.22:$4,
entrando dentro, afièntoufe com os criados, para ver o fim.
59 h E os Princepes dos Sacerdotes, c os Anciaõs, etodooCon-J J *
cílio buícavaõ [algum] falfo teftimunho contra Jefus, pera o pode-
rem matar, e naó P] achavaõ.
H 3 *0 E
te OS. EUANGELHO
6a E ainda que muytas falias teftimunhasfe aprefentavaõ, [comtudôl
naõ[Q achavaó.
61 Mas por derradeirovieraõduas falias teftimunhas , e difleraõ:
I9« ; £u poflò derribar o Templo de Deus, e edificalo em
tres dias.
k Marc. 14: 61 k E lcvantandofe oSummo Pontifice, diflelhe: Naõ refpondes
59- nada? Que teftificaõ eftes contra ty?
/W.537. 63 / Porem Jefus calava. E refpondendo oSummoPontifice, dif-
Matth. 27:
12,14. felhc: Efconjuro te polo Deus vivente, quehnos digas , le tu es o
Chrifto, o Filho de Deus?
m PjZ 110: 64 Jefus lhe difle: Tuo diflefte. w Porem digo vos, quedefd’agora
1.
Dan. 7:13. vereis a o Filho do homem aflentado a [maoj direita da potência
Matth. 16 *. [ de Dev.s , ] e vir em as nuveis dó ceo.
27. 6^ Entonces o Summo Pontifice rasgou feus veftidos, dizendo,
<*24: 30. Blafphemou , que mais ncceflitamos de teftimunhas? Vedes aqui '
Marc. 14; agora ouviftes fua Blasfémia.
62. 66 Que vos parece? E refpondendo elles, difleraõ: » Culpado he.
Aã, 1: it. morte.
Row.I4:io. 67 Entonces lhe cofpiraõ’no rofto, e lhe deraõ dc punhadas.
I TheJ]'. 4: 65 0 E outros lhedavaõ de bofetadas, dizendo, p Prophetizanos,
16. o Chrifto, quem he o que te ferio?
Apcc. 1:7. 6() 7 E Pedro eftava aflentado fora ’na laia 5 e chegoufe a elle huã
S .7. 1 •
nLcv.i^. criada, dizendo, Também tu eftavas com Jefus o Galileo.
Io. ■ * .. • -
lfay. 50: 6. 70 Mas elle o negou diante de todos, dizendo, Naõ lei o que
0 íoí>16:lo. dizes.
loa. 19; 3. 71 E faindoá anteporta, vioo outra, e difle a os que ali
p Luc. 22:: Também efte eftava com Jefus o Nazareno.
64. 72 í^gou 0 outra vez com juramento, [dizendo, ] Naõ conhe-
$ Marc. 14: ço a [ejje \ homem.
66. , —
73 E d’ali a hum pouco chegando os que ali eftavaõ , difleraõ a
Ioa.i^63Pedro :n Verdadeiramente também tu deíles e$: porque tua falia te
25. manifefta.
' n
*Ou,^w^Z- 74 Entonces [jÇ] começou elle a * anatematizar , e a jurar,
diçoar. [dizendo,] Naõ conheço a [ejje~\ homem.
*.
r ^Aatt.16 75 E logo o galo cantou. E lembrou fe Pedro da palavra de Jefus,
64.
Marc, 14: que lhe diflera: r Antes que o galo cante, me negarás tres vezes. E
30. faindofe pera fora chorou amargofamente.
Luc. 22:61.
7^,13:38.
C4PI-
SEGUNDO S. MATTHEUS. Cap. XXVIL
Capitulo XXVIL
I Entregao os Judecs Chrijlo a Pilatos, 3 Arrependido Judas lança 0 dinheiro
'no Templo 3 e enforcafe. 6 Com 0 qual dinheiro comprao o campo do0leiro3 como
predito fora. II Examina Pilatos a Chrifto acerca das acujações que contra elle
fe trazido, 19 Sua mulher 0 avifa. 20 Declara a Chrifto por inocente eprocura
joltalo. 24 O que nao aproveitando lava as maos 3 e â inffancia dos Judeos ,• 0
entrega a os Soldados > pera fer crucificado. 27 Os quaes avendo 0 efcamecido, 0
levaoa crucificar. 32 E a Simaõ Cyrenio 0brigaò a que fua cruz, lhe ajude a levar,
3> Crucifcad aChriJio, 3S E a dous falteadores ccm elle. 39 Os quepaffaõ 3 ao
injuriaõ 3 e dellezombao 4$ Vem trevas fobre terra 3 daõ lhe a beber fel 3 e bra
dando em fua extrema anguflia a feu Pae 3 da 0 efpirito. 51 Sucedem diverfas
maravilhas a 0 temqo de fua morte. 54 Polo que 0 Centuriaii polo -filho de Deus
0 confeffa. 5 7 JoJeph de Arimathea ojepulta 3 e he 0fepulchro d petição dos Prin
cepes dos Sacerdotes 3 com guardas fortalecido.
1 a p vinda a manhaã,tomaraõ juntamente confelho todos os Prin- aPfal.v.i.
cepes dos Sacerdotes e Anciãos do povo, contraJefus, pera
o matarem. Luc, ii-Aí.
1 E amarrado o, levaraóo, e entregáraóo a b Poncio Pilatos , o /2*:?-
Preíidente. ’ bfff
3 Entonces Judas, o que o avia trahido, vendo que jaeílavacon- J
denado, tornou, arrependido, as trinta [ moedas] 'de prata a os Prin
cepes dos Sacerdotes e a os Anciãos:
4 Dizendo, Pequei, trahindo o fangue innocente. Porem elles
difleraó: Que nos toca [ iffo] a nos? Ve o tu.
5 E lançando elle as [moedas] de prata ’no Templo, partiofe, c
c foy, e * enforcou [fè]. c 2 Satn.lj;
6 E os Princepes dos Sacerdotes, tomando as [moedas] de prata, 28.
difleraó: Naó he licito polas "no cofre das oflertas, porquanto pre’ Aã.i
* 13.
ço de fangue he. ~ *
O u,^-
gou fe com
7 E tomando juntamente confelho, compráraõ com ellas o d cam humbaraço.
po do Oleiro, para lepultura d’os eftrangeiros. dAfi.i;!?,
S Polo que foy aquelle campo chamado, campo de fangue, até o
dia de hoje.
9 Entonces fe cumprio o que foy dito e pelo Propheta Jeremias, eZach. 11 *
que difle: E tomáraó as trinta [moedas] de prata, preço do apreça 12.
do pelos filhos de Ifraêl, a o qual elles apreçáraõ. * Ou, enco
10 E deraõ as polo campo do Oleiro, legundo o que o Senhor me mendou.
* 1 - fMarc. 1$:
* mandou. z 1
11 /E Jefus eíteve diante do Preíidente, e o Preíidente pergun- Lw’23:
tou, loa, 18:33.
w OS. EUANGELHO
tou, dizendo, Es tu o Rey d’os Judeos? E Jefuslhedifie. TufoJ
dizes / ,
12 E fendo acufado pelos Princepes d’os Sacerdotes e Anciaós,
nada refpondeu. ,r
f MaitAÓ', 13 c Pilat os entonces lhe difle: Nao ouves quantas L^^Jteltin-
62. caó contra ty ? .
14 h E naó lhe refpondeo nem huã fó palavra , de maneira que o
7. Prefldente fe maravilhava muyto.
^.8:32. 1$ t E ’na fefla coftumava o Prefldente foltar hum prezo a o povo,
i Marc. 16:
6. ‘ qual que quifeflem. .
Luc. 23:17. ió k E tinhaó entonces hum prefo bem conhecido chamado Ba-
loa. 18 39. rabbas.
AMaras: 17 Juntos pois elles, Diflelhes Pilatos : Qual quereis que vos
. 7J ( folte? a Barabbas, ou a Jefus, que hechamadoChrifto?
18 Porquefabia que por enveja o entregáraó.
â i$> E cftando dieaflentado no Tribunal, fua mulher enviou a elle,
dizendo, Naó tenhas que fazer com aquelle jufto j porque hoje pa
deci muytas coufas em íonhospor amor d’elle.
/Marc,i^t 10 l Mas os Princepes dos Sacerdotes e os Anciaõs perfuadiraó ás
11. companhas que pedifle a Barabbas, e a Jefus mataflem.
jL«í27:i8. 21 E refpondendo o Prefldente, diflelhes: Qual d’eftes dous que-
loa 18:40.reis que vos folte? E elles difleraõ: A Barabbas.
^.3:14. 22 Pilatos lhes difle: Que pois farei Jefus, quehechamado
Chrifto? Difleraõ lhe todos: Seja crucificado.
23 Porem o Prefldente difle: Pois que mal tem feito ? E elles cla-
mavaó mais, dizendo, Seja crucificado.
24 Vendo pois Pilatos que nada aproveitava, antes fe fazia mais
alvoroço, tomando agoa, lavou as maos diante da companha, di
zendo, Innocente eftou do langue defte jufto: Vede o vos outros.
2)’ E refpondendo todo o povo, dille: m Seu fangue fe
bre nos, e fobre noflòs filhos.
16 Entonces foltoulhes à Barabbas: porem avendo açoutado a
V Marc .1$; Je^us’ entregou o pera fer crucificado.
vMarc.iy
16. 27 n Entonces os toldados do Prefldente, * levando a Jefus com-
loa. 19:2. figo á audiência, ajuntaraó a elle toda a quadrilha.
* Ou to- E defpindoo, cobriraõ o com huã capa de graa.
tnando. 2 7 E tecendo huã coroa de efpinhos, puíèraõ lhafobre a cabeça,
e huã cana em fua [ mao J direita, e poftrandofe de juelhos diante delle,
zoni^avad delle, dizendo, * Ajas gozo, Rey d’os Judeos.
SEGUNDO S. MATTHEUS. Cap.XXVII. <5
30 E cofpindo nelle, tomaraó a cana, e davaó lhe ellã\ ’na
cabeça.
51 E desque o ouveraó efcarnecido, defpiraólhe a capa, e vefti-
raó o com feus veftidos, e levaraõ o a crucificar. oMarc. 15:
32 <? E faindo, acharaõahumhomemCyreneo, por nome Simaó: -
a efte conftrangeraõ a que levaífe lua cruz.
33 p E chegando a o lugar chamado Golgotha, que fe diz o lu- M^rc *
gar da Caveira: , 22.
34 Deraó lhe a beber vinagre mefturadocomfele goftando p j, £"<-.23:33.
naó quis beber. 1G^ I?: *7-
35 2 E defque o ouveraó crucificado, repartiraófeusveftidos, lan-
çando fortes: peraque fe cumprifle o que foy dito pelo propheta:
r Entre fi meus veftidos repartiraó, eíobre minha túnica fortes lan- rpf^19\
çaraÓ. JMarc. 15-
$6 E aflcntado fe, guardavaõ o ali. 26:
37 /E puferaó por em cima de fua cabeça fua * caufa efcrita: Luc. 2^3.
ESTE HE JESUS, O REY DOS JUDEOS. lo 77^
íS t Entonces fóram crucificados com elle dous falteadores, hum uJf,' í‘c
-i .. . , j ou^acujaçao
mag] direita, e outro a ezquerda. tlfay. 53:
39 «E os que paflavaõ blafphemavaó d’elle meneando fuas cabe- I2,t
ças, . ttP/22: S.
40 E dizendo, xTu, que derribas o Templo, eemtresdias*69:21.
reedificas, falvate a ty mefmo. Se es Filho de Deus, defcende da-^ -
* 1^
J 29.
cruz. • Ljíc 23 *3 ç
41 E d"a mefma maneira também os Princepes dos Sacerdotes x M^‘26:
com os Eícribas, e Anciaõs, ePharifèosefcarnecendod’ellediziaõ: ói.
42 A outros falvou, a fi mefmo naó fe pode falvar. Se he o Rey loa. 2:19.
de Ifraèl, defcenda agora da cruz, e creloémos.
43 y Confiou em Deus, livreoagora, fe lhcquer. Porque 7 PA22’9»
difle: Filho de Deus fou.
44 E o mefmo lhe lançavaó também em rofto os falteadores que
com elle eftavaó crucificados.
4y z E defda hora feifta, ouve trevas fobre toda a terra até a hora
nona. , 23:44.
46 E perto da hora nona clamou Jefus com grande voz, dizen- a pç 22: 2,
do, ELI, ELI, LAMA SABACHTHANI: ifto he,Deus #^.5:7.
meu, Deus meu, porque me defemparafte?
47 E alguns d’os que ali eftavaó, ouvindo p], diziaó : A Elias
chama efte.
48 b E
66 O S. EUANGELHO
íPf.6^22- 48 £ E logo correndo hum deíles, tomou huã efpònja, cenchen
loa. 19:29 do de vinagre, póla em hua cana, e davalhe de beber.
49 Porem os outros, diziaõ: Deixa, vejamos íe Elias vemati-
vraío.
c Luc. 23: $0 c E Jefus clamando outra vez com grande voz, deu o elpirito.
46» 51 d E eis que o véo do templo ferafgou em dous de riba até baixo,?
d 2 Chron.
TH. e a52terra tremeo, e as pedras fe fendéraõ.
E os fepulcros fe abriraõ , e muytos corpos de fanétos , que
Marc.i^:
38. dormirão, foraõ refufeitados.
Luc.23:45. 53 _ ______
E iaidos dos fepulcros, defpois de * fua refurreiçaõ, vieraõ á
&n<^-a cidade,
_ _ _ _ e_ apareceraõ
_ a muytos.*
$4 e E o Centuriaõ, e os que co elle a Jefus guardavaõ, vendo o
e Marc. 15: terremoto, e as coufas que aviao fucedido, temeraõ em grande ma-
39.
íu, dizendo, Verdadeiramente Filho de Deus era efte.
Luc. 23:47. neira,
fMarc. 1$: 55 t E eftavaõ ali muytas mulheres £ olhando de longe, as quaes
40 defde Galilea aviao feguido a Jefus, h fervindo o.
Luc.23'49 56 Entre as quaes eftava Maria Magdalena, e Maria maé de Jaco-
^P/28 12. bo, e de Jofe, e a maé dos filhos de Zebedeo.
h Luc, S: 2
i Marc. 15: 57 /'E vinda ja a tarde, veyo hum homem rico de Arimathea, por
42.
nome Jofeph, o qual também era Difcipulo de Jefus.
Luc .23-50. 5S Èfte chegou a Pilatos, e pedio o corpo de Jefus. Entonces
loa. 19:38- Pilatos mandou que o corpo fe (_/AeJ deífe.
59 E tomandojofeph o" corpo, embrulhou o em hum limpo len
çol fino.
k Marc.15: 60 k E polo em feu fepulcro novo, que tinha lavrado em hua pe-
e revolvendo huã grande pedra á porta do fepulcro, foy fe.
w-23-53
* 61 E eftava ali Maria Magdalena, e a outra Maria, aífentadas
defronte do fepulcro.
62 E oíeguinte dia, que he defpois da preparaçaõ ajuntaraõ fe
os Princepes dos Sacerdotes, e os Pharifeos a Pilatos,
63 Dizendo , Senhor, lembramosnos que aquelle enganador,
lllíatt. ió: vivendo ainda difle: Z Defpois de tres dias refufeitarei.»
^17-23 64. Manda pois que o fepulcro fe legure até o dia terceiro, por-
^4
e 2o-19. flue Por ventura naõ venhaõ leus Difcipulos de noite, e o furtem, e*
Marc.s-.31. digaõ a o povo, dos mortos reíufcitou: e [afí] ferá o derra-
e 10; 34: deiro erro peyor que o primeiro.
Luc. 9? 22. 65 Diflelhes Pilatos: A guarda tendes 5 ide fegurae o como o en
^iS-33- tendeis. .
e,24; 6.
66 E indo elles, feguraraõ o fepulcro com a guarda, fcllando a
pedra. C a p 1-
SEGUNDO S. MATTHEUS. Cap.XXVIII.
Capitulo XXVIII.
X lrein as mulheres a o fepulcro. 2 Informa as o Anjo que dofepulcro a pedra revol
vera y acerca de fua refurreiçaó, 7 Vam a dar as novas a feus Difcipulos. 9 A-
parecelhes Chrifo no caminho. II Dam os guardas as ?nefmas novas a os Prin
cepes dos Sacerdotes 3 porem fubornados com dinheiro. divulgao que feus Dtjcipu-
los do fepulcro 0 furtarao. 16 Aparece a feus Difcipulos em Galilea. 19 E
manda os a pregar e a bautizar a iodas as gentes. Zo Prometendolhesfua conti*.
rua afftflencia.
1 * F * tarde \ffíoiQ do Sabbado quando ja * começava efclarecer aMarc.16:
pera o primeiro da femana, veyo Maria Magdalena, eaou- i«
tra Maria, a ver o fepulcro. 24:1.
2 E eis que fe fez hum grande terremoto ? porqueo Anjo do Se- Íq’20^'
nhor defcendendo do ceo, chegou, e revolveo a pedra da porta e
eftava aflentado fobre ella.
como neve. ’
4 E de medo delle ficaraó os guardas muy aflombrados, c torna-
raó fe como mortos. cMarc 16
5 Porem refpondendo o Anjo, difle a as mulheres : Naõ temaes 6
vos outras , c porque eu fei que bufcaes aJefus, o que foy crucifi- Luc.z^:^
cado. dAfatt.lt
6 Naóeftáaqui, d porquejarefufcitou, comodifle, vinde, vede u.
o lugar a onde jazia o Senhor. €>17:23.
7 E ide preito, dizei a feus Difcipulos , que ja refufcitou d’os MarcS-r.!
„ r 1 ’
^2°:O19' j- 1 J • -rr
mortos j e vedes aqui, vos vae adiante a Galilea, e alio vereis. Vc-
des aqui volo tenho dito. eioi-M.
de gozo, correram a denuncialo a feus Difcipulos. 18:33.
9 E indo ellas a denuncialo a feus Difcipulos, eis queg Jefus lhes e24‘6*
------------- ---------------------------------------- -- - - — .— £------------ J ------ >-> J--------------
11 E indo ellas, eis que huns da guarda viéraó á cidade, e denun* l°a ao:iS.
ciáraõ a os Princepes dos Sacerdotes todas as coufas que tinhaõ
contecido. T 9’
12 E congregados elles com os Ançiaós, e tomado confelho entre
li? deraó muyto dinheiro a os foldados j e 13:31?
I 2 13 Di-1 Ctfr.is:^
OS. EUANGELHO
i? Dizendo, Dizei: Seus Difcipulos vieraõ de noite, e o furtaraó,
♦ Ou, con dormindo
14 Efe
nos outros.
ifto vier a ferouvido doPrefldente, nos o * perfuadiremos,
tentaremos.
* Ou, fora‘ c * feguros vos faremos.
de cuidado 15 E elles tomando o dinheiro, fizeraõ como eftavaõ inftruidos.
•vos pore E foy efte dito divulgado entre os Judeos até o dia de hoje.
mos. 16 E os onze Difcipulos fe foraõ â Galilea, a o monte i aonde
iMatt 26 *. Tefus ]]ies tinha ordenado.
32. .
J 17 E como o viraõ, adoraraõ o, porem alguns duvidavaó.
Marc. 14:
2S. iS E chegando
_ Jefus a elles, falloulhes, dizendo, Z’Todapote-
kPjdl.S:7. ftade me he dada ’no ceo e na terra.
Matth. II- 19 l Por tanto ide, enílnae a todas as gentes, bautizando as em
27. nome do Pae, e do Filho, e do Elpirito Sanéfo: Eníinandólhes que
Luc. 10:22. guardem todas as coufas que vos tenho mandado.
loaõy.tf' 20 m E vedefaqui eu eftou com vofco todos os dias até a confumaçaõ
e 17:2.
I Cor, iy: do mundo. Amen.
27’
Ephef i: £2. Hcbr. 2;S. IMarc. 16:15. loaol^: 16. m Ioao I4:lS.
O SAN-
O S ANCTO
EUANGELHO
De nofío
SENHOR
JESU CHRISTO
SEGUNDO
S. MARCO s.
Capitulo I.
I Começa a pregaçao do Euangelho com o Mhftfierio de Joao que no deferto prega e
bautiza com grande concorrência do povo. 9 Chrifto he delle bautizado, e do Ceo
fe lhe da teftimunho que 0 muy amado Filho de Deus he. II He atentado 'no
deferto. 14 Prega em Galilea. 16 E chama a Simao e a André. 19 Como tam
bém a Jacobo e Joao. 21 Enfna em Capernaum. 23 Lança fora hum efpirito
immundo. 29 Sara da febre a Jogra de Pedro. 32 E a toda forte de enfermos 3
e endemoninhados. 35 Retira fe a hum lugar deferto a orar. 3S Sae dali a pre
gar pelas' aldeas vizinhas. 4.0 Purifica a humleprofo, manda 0 calar > emojlrar
fe a 0 facerdote.
1 rincipio do Euangelho de Jefu'Chrifto, Filho dc Deus.
2, Como eftá efcrito em os Prophetas: * * Eis que eu envio ^M^Z 3.1.
meu Anjo diante de tua face, que teu caminho diante ií:
ty preparará.^ , 27>
3 b Voz dó que clama em o deferto : Aparelhae o caminho dó blfayÀo-i.
Senhor, * endereçae fuas veredas. Matt. 3:3.
4 c Eftava Joaó bautizando ’no deferto, e pregando o Bautifmo de Luc. 3; 4.
* converfaó pera remiftaó dos pecados. . ^oa51: 2 J-
5 d E fahia a elle toda a província de Judea, e os de Jerufalem-} Qwndi-
e eraó todos bautizados d’elle ’no rio Jordaõ, confeílàndo feus pc- /q* ' ejrl~
CadoS. enda 3 ou 3
I 3 6 f E arrependi
mento. c Matth. 3:1. Luc. 3: Ioao 3:13 ♦ dMatth. 3:5. Luc 3; 7.
T., 7e OS. EUANGELHO
fiPeyV.s,' - 1 .
Matt.y.4. 6 * EJoaÓ * andava veílido de pelos de camelo, c com hum cinto
*Ou,í/M- de couro a o redor de feus lombos 5 e comia/'gafanhotos , e mel
Da. d’o mato.
fLeD. í 1: 7 g E pregava, dizendo, Apos my vem o que hc mais forte que
22,
g Matth.y. e—y ?( ao qual eu naó fou digno de encorvado delatar a correadefuas
II. alparcas..
Luc. 3:16. 8 h Bé vos tenho eubautizado có agoa, mas elle vosbautizará'com
Ioaõ 1:27. Efpirito Sanéto.
bMatth.y. 9 E acontecco ’naquelles dias , que veyo Jefus de Nazareth de
II.
Aci. 1: f. Galilea, e foy bautizado de Joaó no Jordaõ.
eli: 16. >0 k E logo, fobindo da agoa, vio abriremíe os ceos, e a oEfpi
el9‘.4- rito, que, comopomba, defeendia fobre elle.
7 ljay 44:3. 11 E * ouvio fe hua voz d’os ceos \_que dizia J : l Tu es meu amado
loel.2:2S« Filho, em quem me agrado.
Aã. 1. 4: 12 m E logo o Efpirito o empuxou a o deferto.
AVeVa ht3 E eíleve rali no deferto
kMatth.V. a ■ r ■dias,
quarenta - atentado de Satanás; c
J eltava com as reras, e os Anjos o íerviao.
Luc. 3:21’ n E defpois que Joaó foy entregue, veyo Jefus a Galilea pre
ito 1:32. gando o Evangelho do Reyno de Deus :
*Ou,fez/è, 1$ E dizendo, O tempo he cumprido, e o Reyno dc Deus efta
lPf.z\7. perto5 0 Arrependeivos, e crede a o Euangelho.
? E andando junto a o mar de Galilea, vio a Simaó e a André
feu irmaó, que lançavaõ a rede a o mar ( porque eraõ pefeadores).,
Marc,z‘ . i* 7 E diilèlhes Jefus: Vinde apos my, e farei que fejaes pelcado-
Luc. 3:22,. res <7 de homens.
18 r E deixando logo fuas redes, o íêguiraó.
Co/. 1:13. J9 /E paliando d’ali hum pouco mais a diante, vio a Jacobo
2 Ped 1:17. [fi/bo] de Zebedeo, e a Joaó feu irmaó, que no barco con
m M/ftfb. certando fuas redes.
4:1.
Luc 4:1, 20 E logo os chamou ,5 e elles deixando a feu pae Zebedeo no
»M4/^4: barco com os jornaleiros, foraõ apos elle.
í 2. - - ' " em Capernaumj
?21’ * TE' entráraó * e 1logo em o Sabbado, entrando
Luc. 4:14, na Synagoga, eníinava.
7^04:43. .22 u È efpantavaó 7 - fua
fe- uc
de - - -
- doétrina, porque os enfinava como
olía <6 *1 ulFailLUV*xu 1C 1UU> ^uumuu., pv.
*
pMattb.4 tend° autoridade, e naó como os Efcribas.
IS. - - - T? _ n
23 x E eftava em fua Synagoga delles hum homem com hum efpi-
qlere-n.xCy rito immundo, E clamou
l6* ' 24. Di_
xer;47‘. IO. r Mattk. 19: 27, Narc.lo'A%. Luc.^AI. e 18:2S./ Mãtth, 4: 21. tMatth. 4:13.
*.•.4:31
* » M.atth.7: 28. Luc. 4; 32. x Luc^ 4\^.
SEGUNDO S. MARCOS. Cap. L 7r
24 Dizendo, Ah, que temos com tigo, Jefus Nazareno? Viefte
a deftruir nos? * Bem fei quem es, o Sanéto de Deus.
25 E reprendeo o Jefus, dizendo, cala te, efaed’elle. hep te,
26 E deípedaçando o o elpirito immundo, e clamando com gran
de voz, fahio delle.
27 E de tal maneira fe efpantaraõ todos , que perguntavaõ en
tre fi, dizendo, Que he iíío ? Que nova doétrina he efta? Que
com poteftadç até a os efpiritos immundos manda, e lhe obede
cem ?
28 E logo fua fama fahio por toda a Província d’o redor de Ga
lilea.
29 7 E faindo logod'a Synagoga, vieraõ a cafa de Simaó, edeAn- ,, M + 7 «
dré, com Jacobo e Joaó. 7 7^’S;
3° E a fogra de Simaó eftava deitada com febre , e difleraõ lhe Luc. 4:3S.
logo d’ella.
31 Entonces, chegando fe a ella tomou a pela maó, e levantou a,
e logo a febre a deixou, e fervia os. ,
3- *E vinda a tarde, quando ja o foi fe punha, traziaõlheatodososz Matth
*'.
que fe achavaõ mal, e a os endemoninhados. 16.
33 E toda a cidade fe ajuntou á porta. Luc. 4:40.
34 E curou a muytos que fe achavaó mal de diverfas enfermida
des; e lançou fora muytos demonios; e naõ deixava fallar a os de
mónios, porquanto o conheciaõ.
35 E levantandofe muy de manhaã, ainda bem de noite, fahio,aLuc4:42-
e foyfe a hum lugar deíerto, b e ali orava. b Matt 14:
36 E feguio o Simaó, e os que com elle [eftavaò] ; 23»
37 E achando o, difleraõ lhe: todos te buícaõ.
38 E elle lhes difle: c Vamosaas aldeasvizinhas, peraquepregue cLuc 443.
também ali, porque para iflo lahi. dljay.ci',
39 E pregava em luas Synagogas deíles por toda Galilea , e lan- E
caya
^3 fora a os Demonios. 18>
40 e E veyo hum leprofo a elle , rogandolhe , e poftrandofe de e Matth.
*'.
juelhos diante d’elle, e dizendolhe, Se quiferes, bem me podes 2,
alimpar. L?z<r.5:i2.
41 E Jefus movido de intima compaixaõ, eftendeo a maõ , e to
cou o, e diflelhe: Quero, fé limpo.
42 Eavendo elle dito logo a lepra fe foy d'elle, e ficou
limpo.
43 E ameaçando o, logo o defpedio de fi.
44 E
OS. EUANGELHO
44 Ediflelhe: Olha que nada a ninguém digas j fenaõ vae, moftra-
te a o Sacerdote, e offerece por tua limpeza o que/Moyfes man-
el4'A- dou, peraque lhes * confte.
*Ou>r/y^ Mas elle fahido, começou a apregoar muytas coufas, e a'di-
vu^gar ° negocio 5 de maneira que ja naó podia entrar publicamen»
te ’na cidade, mas eftava fora em lugares defertos, e de todas as
partes vinhaô a elle.
Capitulo Ií.
I Prega Chrifto em Capernaum com grande concorrência do povo, j Trazemlhe
hum paralytico3 aquém os pecados perdoa e o fara 3 provando ajji contra os Ef
cribas j que também autoridade tinha para os pecados perdoar, 13 Chama a Mat-
theus da Alfândega, iq Come e bebe com os publicanos 3 0 que jerlhe licito prova,
iS Da razao 3 porque feus Difcipulos entonces -nao jejumavao 3 como os defoad,
e os dos Pharifèos faziao. 23 E andando os Difcipulos arrancao efpigas em Sab
bado j Chrifto os defende contra a calumnia dos Pharifèos.
aMatth 9: j J7 ^defpois de [alguns] dias entrou outra vez em Capernaum, c
I.
Euc. $117. ouvio fe que eftava em cafa.
2- E logo fe ajuntáraó tantos, que nem ainda , ’nos lugares jun
to á porta cabiaó : e fallavalhes a palavra.
bMatth.^\ 3 b E vieraõ a elle [huns] que traziaó hum paralytico , ás coftas
*i8 9uatro* '
uc'^' * 4 E naó podendo chegar a elle por caufa da companha, defcobri-
raõ o telhado de adonde eftava, e fazendo hum buraco, deceraó
[por elle] o leito, em que o paralytico jazia.
5 E vendo Jefus fua fé, difle a o paralytico: Filho, teus peca
dos te faõ perdoados.
6 E eftavaó ali aflentados alguns d’os Efcribas, que arrezoavaó em
feus coraçocns, [dizendo]^
c 7 Porque falia efte afli blasfémias ? c Quem pode perdoar pecados,
^^.fenaófóDeus?
s E conhecendo logo Jefus em feu efpirito, que aflientrefi arre
zoavaó, diflelhes: Porque arrezoaes d’eftas coufas cm voflos cora-
çoens ?
9 Qual he mais facil? Dizer a o paralytico: [ Teus] pecados te faó
perdoados? Ou dizer [lhe] : Levantate, e toma teu leito, e anda?
10 Pois peraque faebaes que o Filho d’o homem tem poder na ter
ra pera perdoar pecados, (difle a o paralytico):
11 A ty digo, Levantate, c toma teu leito , e vaete pera
tuaeafa. £
SEGUNDO S. MARCOS. Cap. IL
12 E logo fe levantou , e tomando o leito, íahio fe em prefença
Métodos; de talmaneira que todos íe efpantaraõ, e glorificáraõ a
Deus, dizendo, Nunca tal vimos.
13 E tornoufe a fair pera o mar, e toda a companha vinha a elle,
e eníinava os. 9*
L#í.5:27.
14 E paliando elle, vio a Levi, filho} de jAlpheo , aflentado
na Alfandega, e diflelhe: Segue me •, e levantando fe, feguio o.
15 E aconteceo que eftando elle aflentado [á mefa} em lua cafa,
muytos publicanos e pecadores eftavaó também afientados [dn?e/à}
com Jeíus e feus Difcipulos; porque eram muytos, e o tinhaó fe-
_ guido.
ió E os Efcribas e os Pharifeos, vendo o comer com os publica-
nos e pecadores, difleraõ a feus Difcipulos: Que [quer dizer} que
come e bebe com os publicanos e pecadores ?
17 E ouvindo [0] Jefus, diflelhes: Os íaõs naõ neceflitaõ de me
dico, fenaõ os que ellaõ doentes: e Eu naó vim a chamar a os juftos, e Matt h^\
íênaó a os pecadores â converfaõ. I3*
iS /E os Difcipulos de Joaó, e os d’os Pharifeos, jejumavaõ ; e Luc. e 21:31.
5: 32.
vieraõ, e difleraõ lhe: Porque os Difcipulos de Joaõ e os dos Pha e 19: lo.
rifeos iejumaõ, e teus Difcipulos naõ jejumaõ?
19 E Jefus lhes difle: g Podem por ventura os filhos de bodas je- fMatth^x
iumar em quanto o Efpofo com elles eftá? Entre tanto que tem com
ligo a o Eípolo, nao podem jejum ar. pifâWi
20 Mas dias viraõ, quando o Efpofo lhes for tirado; e entonces f cor ii-2.
’naquelles dias jejumaráõ.
21 E ninguém * deita remendo de pano * novo em veftido velho; * Ou
d’outra maneira o mefrno remendo novo rompe o velho, efazfepe- ?or
yorrotura.
22 h E ninguém deita vinho novo em odres velhos; d’outra ma- hMatth.y.
neira o vinho novo rompe os odres, e derramafe o vinho, e os odres J7*
fe danam: mas o vinho novo em odres novos fe ha de deitar.
23 > E aconteceo que paflàndo elle * por huns paens em Sab- 1
bado, e, indo feus Difcipulos andando, começáraõ a arrancar efpi- 11:I>
gas. LwXsi.
24 E.difleraõ lhe os Pharifeos: Vés [ift.o} ? Porque faze k o que *Ou,/»í7<w
em Sabbado naõ he licito? femeados.
2$ E elle lhes difle : Nunca leftes l o que fez David , quando hExod. 20:
teve neceflidade, e fome, elle e os que com elle \_efiavao} ? iisam 0 !•
26 Como entrou ’na cafa de Deus, em tempo de Abiathar Summo 6
K Pon-
74 O S. E U A N G E L H O
Pontífice, e comeo os paens da propofiçaõ, quenaó he licito co-
vLev 24'. mer, « fenaõ a os Sacerdotes , e também deu a os que com elle
eftavaó ?
27 E dizialhes: O Sabbado por caufa d’o homem foy feito, naó
o homem por caufa d’ o Sabbado.
’7 iS « Afli que o Filho d5 homem até do Sabbado he Senhor.
5.
Ca p. 1 t u l o III.
I Sara Chrifto a hum home de hua mao Jeca} e prova que 0 Sabbado com a talo-
bra fenaõprofana. 6 Tem os 'Pharifèos e Herodianos contra elle conjelho j de cu
jas ciladas fe ejcapa, e acode a elle hua grande multidão de todas as bandas , de
que a muytos fara > e lançando a os Demonios fora J lhes defende, que 0 nao ma-
nifeflem. 13 Elege doze Apoflolost 16 Cujos nomes fe relatam. 21 Seus pa
rentes por fora de fi ò tem. 11 BlasfemaÕ os Efcribas de feus milagres > dizen
do ■> yue por JBeelzebulos fazia 3 o que com diverjas parabolas refuta. 28 Enfina
que a blasfémia contra 0 Efpirito Sanhto nunca perdoadaferá. 31 E declara quem
Jua Mae j jeus irmaõs > e jiias irmaas fejao.
1 a entrou outra vez em a Synagoga: e eftava ali hum homem
que tinha hua maõ feca.
2 E atentavam para elle, fe em Sabbado o curaria, pera o acu»
farem.
3 E difié a o homem que tinha a maõ feca: Levantate "no meyo.
4 E difielhes: He licito fazer bem em Sabbado, ou fazer mal ?
Salvar huã pefioa , ou matala ? E elles calavaõ.
5 E olhando pera elles a oredorcomindignaçaõ, condolecendofc
d’a dureza dc feu coraçao, difié a o homem : Eftende tua maõ:
b iRcy.if. E cllea eftendeo: £ e foy fua maõ reftituida faã como a outra.
O• “
cMatt. 12: 6 c E faindofe os Pharifèos, tiveraõlogo confelho juntamente com
14 os Herodianos contra elle, como o matarião.
loa.io'.^qt 7 E retiroufe Jefus com feus Difcipulos para o mar: d E feguio
<? 11:53, o huã grande multidaõ de Galilea, e de Juclea.
d Matt. 4: 8 Jerufalem, e de Idumea, e d’alem do Jordaõ ; e grande
T„r -5 muIti(Jaõ d’os de perto de Tyro e deSidon, ouvindoquam grandes
coufas fazia, vieraõ a elle. 1 S
9 E diífe a feus Difcipulos que o barquinho de contino perto d’cl-
le eftivefié, por caufa d as companhas j porque naó o oprimifiém.
ío Porque tinha curado a muytos, de tal maneira que todos quan
tos tinhaõ mal cahiaõ fobre elle, polo tocar.
11 E os efpiritos immundos, vendo o, fe pollravaõ diante d’elle,
e cia-
SEGUNDO S. MARCOS. Cap. III. 7Í
c clamavam, dizendo, Tu es o Filho de Deus.
12 E elle * os ameaçava muyto, que o naõ manifeftafiem. * Ou lhes
e E fubio a o monte, e chamou a fi a os que quis , e vieraõ mandcvvã.
a elle. ejiretia-
mente.
J4 E ordenou a os doze, pera que eftivefiem com elle, e pera os e Matt* IO’
mandar a pregar: I.
15 E pera que tivefiem poder pera curarem as enfermidades, e 212^.6:7.
lançarem fora a os Demonios. Luc
* 6:13-
I^ [convém a Jabe/\ a Simaõ , [a quem~] pos por nome
Pedro.
17 E a Jacobo [fi/to] de Zebedeo, e a Joaõ irmaõ de Jacobo , c
pos lhes por nome Boanerges, que he , filhos do trovaõ.
E a André, eaPhilippe, e a Bartholomeo, eaMattheus, c
a Thomas, e a Jacobo de Alpheo, e a Thaddeo, ea Simaõ
o Cananita.
19 E a Judas Ifcariota, o que também o trahio.
20 E vieraõ pera cafa, e outra vez fe ajuntou acompanha, de tal
maneira f que nem ainda podiaõ comer paõ. fMarc.6'.
21 E como ifto ouviraõ os feus, fairaõ a pegar delle5 porque di- 31*
ziaõ: Eftá fora de fi.
22 E os Efcribas que aviaõ defcendido de Jerufalem , diziaõ :
g A Beelzebul tem, e pelo Princepe d’os Demonios lança fora a os g Matth.)';
Demonios. ° e^.24
2 3 E chamando os afi, difielhes por parabolas: Como pode Sa-
tanás lançar fora a Satanás ? loa. 8:48.
24 E fe algum Reyno contra fi mefrno eftiver divifo, naõ pode o h Matt.11;
tal Reyno fubfiftir.
2$ E fe alguã cafa eftiver divifa contra fi mefma, naõ pode a tal *^d. ctca-
cafa fubfiftir. bafe.
2^ E fe Satanás fe levantar contra fi mefrno, eeftiver divifo, naõ i^tt.12;
pode fubfiftir, porem * tem fim. O 7’ Os
*
27 i Ninguém pode roubar * o fato d’ovalente, entrando em fua 05
cafa, k fe antes naõ amarrar a o valente : c entonces roubará kCol.z;i^.
Câfâ. . llSam.2:
28 Em verdade vos digo, lque todos os pecadosferaõperdoados 2$.
a os Filhos d’os homens, e toda forte de blasfémias com que blas- Matth.iz\
femarem: 3E
29 m Porem qualquer que blasfemar contra o Efpírito Sancto, pera x
fempre naõ tem perdaõj mas culpado he do eterno juizo.
K 2 3o Por- 16,
OS. EUANGELHO
30 Porque diziaõ: Efpirito immundo tem.
*.
vMatt.VL 31 n Vieraó pois feus irmaõs efua maé 5 eeltando de fora, * man-
46. dáraó o chamar.
Euc.%: I?» 32 E a companha eftava aflentada a o redor d’elle j e difleraó lhe:
*Ou. envi
ara^ a elle.e Vefaqui tua maé, e teus irmaõs te buícaõ lá fora.
chamaraõ 0. 33 E elle lhes refpondeo, dizendo, Quem he minha maé, ou
meus irmaõs?
34 E olhando d’o redor pera os que a o redor d’elle aflèntados efla-
0 loao 15: vaõ, difle: Vedes aqui minha maé, e meus irmaõs:
14.. 35 0 Porque qualquer que fizer a vontade de Deus, efle he meu
2 Cor. y: irmaó, e minha irmãa, e \_minha~\ maé.
16,17.
Capitulo IV
I Declara Chrifo com diwerfas parabolas 0 eftado do Reyno dos Ceos, primeiramen -
te com a do femeador ■> cuja femente cahio em diverfos lugares, I o Da razaõ por
que por parabolas fala9 14 E explica em particular a feus Difcipulos a precedente
parabola, 21 Defpois com a da candea, que fe poemfobre 0 candieiro. 24 Com a
da medida com que fe mede. 2.6 Coen a da femente que pouco a pouco madurece^
30 E com a do graÕ da moftarda. 35 Raffa com feus Difcipulos 0 mar y e dor
mindo elle no barco, 0 defpertao, e aplaca atormenta.
*
aMatt.lX
It 1 * E começou outra vez a enfinar junto a o mar, eajuntoufe aelle
Euc. 8:4. grande companha, de tal maneira que entrando em huní
barco, 1'e afléntou no mar5 e toda a companha ellavaemterrajun-
to a o mar.
2 E enfinava lhes por parabolas muytas coufas? c dizialhesemfua
doétrina:
3 Ouvi, Vedes aqui o femeador fahio a lemear.
4 E aconteceoquefemeandoelle, cahiohuã\_parte da femente'}jun
to a o caminho, e vieraó os paflaros d’o ceo, e comeraó a.
5 E outra cahio em^pedregaes, ondenaótinhamuytaterra5 elo-
go naceo, porque naó tinha terra funda.
6 Mas faindo o foi, queimoufe 5 e porque naó tinha raiz , fe-
coufe.
7 E outra cahio entre efpinhos, e crecéraõ os efpinhos c afo( *a-
raó a, e naó deu fruito.
8 E outra cahio em boa terra, edeufruito, quefobio, ecreceo:
bMatt 13: c deu hum trinta, e outro feflenta, e outro cento.
ío. 9 E diflelhes: Quem tem ouvidos pera ouvir, ouça.
Xí/o S:?. ,o b E quando efteve fó , perguntarão lhe os que junto a elle
[ esta-
SEGUNDO S. MARCOS. Cap. IV
com os doze, acercada parabola.
11 E diflelhes: Avos outros hedado’faberosmyílcriosd’o c Matt.ir.
Reyno de Deus: mas a os que \_ejtaõ'_] de tora, todas ellas coufas 2$.
por parabolas fe * dizem. 2 Cor,2:14.
12 e Peraque vendo, vejaõ, e naõ advirtaõ j e ouvindo, ouçaõ,^2C<7r’
e naó entendaõj porque por ventura fe naõ convertaõ, e lheslejaõ tra
perdoados os pecados. 3
13 E diflelhes: Naõ íabeis eíla parabola? E como entendereis eifay. 6:9.
todas as parabolas ? Matth. 13:
14. f O femeador [he 0 que] femea a palavra. 14
15 E eftes laõ os de junto a o caminho, em os que a palavra fe Luc-8: Io‘
femea j mas avendo a ouvido, vem logo Satanás, e tira a palavra
que em feus coraçoens foy femeada. R .§*
16 E femelhantemente eftes íaõ os que em pedregaes fe femeaõj/M^r.13:
os que avendo ouvido a palavra, logo com gozo a recebem. 19.
17 E em fi mefmos raiz naõtem: antesfaõtemporaes. Defpois le-^-§'• n*
vantando fe tribulaçaõ, ou perfeguiçaó por caufa da palavra, logo
fe efeandalizaõ.
iS E eftes faõ os que fe femeaõ entre efpinhos, [a faher] os que
ouvem a palavra:
«9 g E os cuidados defte mundo, e o engano das riquezas , e
cobiças acerca das outras coufas, entrando, affogaõ a palavra, e
nca ínltructirera.
20 E eftes faõ os que foraõ femeados em boa terra 5 os que ouvem Luc. 1S .24.
a palavra, e a recebem, edaõ fruito, hum trinta, e outro feflen-1 T/Xó:?.
ta, e outro cento. h Matth v
h E diflelhes: Vem por ventura a candea pera fe pór debaixo
do alqueire, ou de baixo da cama? Naõ [wa antes] pera fe pórfo- Lz/c. 8- ió:
bre o candieiro? eu.33.
n 1 Porque naõ ha nada encuberto, que naõ aja de fer manifeíloj ^^.12:22.
nem nada fe faz [para] encuberto [ficar] : mas para a dclcuberto Io:
vir . Luc26‘8- 17
23 Se alguém tem ouvidos pera ouvir, ouça. ^12:2 '
24 E diflelhes: Oíhae o que ouvis: k Com a medida que medir- k Matth.?:
des , vos mediraõ 5 c fer vos ha acrecentado a voloutros, os que 2.
ouvis. Luc. 6:3$;
25 /Porque a o que tem, ferlheha dado5 e a o que naõ tem, até
o que tem lhe ferá tirado.
26 E dizia: Afli he o Reyno de Deus, como fe o homem lançafle rf ô. Tê
femente’na terra. 27 E
7? OS. EUANGELHO
27 E dormi (Te, e fe levantafle noitee dia, e a femente brotafle»
c creccfle, naó fabendo elle como.
28 Porque de fi mefma fruétifica a terra, primeiro erva, defpois
efpiga, defpois graó cheyo ’na efpiga.
29 E quando ja o fruito * [fe ] moftra, logo lhe envia a fouce ,
* Ou 3 he
produzàdo. porquanto chegada he a fega.
m Matth, 30 ?zzE dizia: A que aflemelharemos o Reyno de Deus ? ou com
13 3*- que parabola o compararemos ?
Luc. 13:18, 31 Com o gram da moftarda, que quando fe femea em terra, he
o mais pequeno de todas as fementes que ’na terra [ haf
31 E fendo ja lemeado, fobe, e fazfe a mayor de todas as hor
taliças, e cria grandes ramas, de talmaneira que os paflaros d’o ceo
debaixo de fua fombra aninhar fe poflaó.
«Mrfí.13: 33 » E com muytas taes parabolas lhes fallava a palavra, fegundo
34
* o que ouvir podiam.
34 E fem parabola naó lhes fallava5 mas a feus Difcipulos decla
rava tudo em particular.
tMatth. Si 35 <?E diflelhes aquelle dia, vinda ja a tarde : Paliemos á outra
*3-
Luc, 8:22, banda.
36 E deixando a companha, tomaraó o com figo, como eftava
no barco, e avia também com elle outros barquinhos.
37 E levantoufe huã grande tempeftade de vento, c davaó as on
das por cima do barco, de talmaneira que ja fe enchia.
58 E elle eftava ’na popa dormindo fobre huã almofada , e def-
pertaraó o, e difleraó lhe: Meftre , naó fe te dá de que nos per
demos? !
flob. 26: 36 E defperto elle , P reprendeo a o vento , e difle a o mar:
*
12 Càlate, aquietate. E quietou fe o vento , e fezfe grande bonan
Lf. 107:29. ça.
IJay 51:10
* 40 E [_aeUes~\ lhes difle: Porque fois tam timidos ? Como, naó
tendes fé ?
41 E teméraó com grande temor, ediziaóhunsa os outros: Mas
quem he efte, que até.o vento e o mar lhe obedecem?
C A PI-
SEGUNDO S. MARCOS. Cap.V 7?
Capitulo V
í Lança Chrifío fora de hum homem hua legiaò de Demonios. 12 E permitelhes
entrar nos porcos. 13 Os quaes todGs fe ajfogaõ no mar. 14 De que os pafto-
res dao avifo a os Gadarenos, 17 Os quaes lhe rogao que de feus termos Je vá.
iS O que logo faz 3 e a 0 que dos Demonios liuiara manda que ali je fique ■, e
efte beneficio maràfefte. 21 Vae Chrifto com Jairo a /ararJua filha, 24 Livra
de caminho a hua mulher de hum ftuxo do Jangue 3 que avia doze annos padecida„
36 Erejtifeita a filha de jairo.
1 a E vieraõ á outra banda do mar , á provinciad’os Gadarenos. aMatthàx
1 E faindo elle do barco, logo lhe lahio a o encontro hum 2S.
homem das fepulturas com hum elpirito immundo, Luc. 8:26,
3 Que tinha rnanida ’nas fepulturas , e nem ainda com ca-
deas o podia ninguém liar.
4 Porque muytas vezes fora liado com grilhoens e cadeas, e as
cadeas foraõ por elle feitas em pedaços, e os grilhoens em migalhas,
e ninguém o podia amanfar. *
5 E fempre dia e noite andava clamando pelos montes , e pelas
fepulturas, e ferindofe com pedras.
6 E como vio a Jelus de longe, correo e adorou o.
7 E clamando com grande voz, difle: Que tenho eu comtigo Je
fus, Filho do Deus Altiflimo? Elconjurote por Deus, que naõ me
atormentes.
S (Porque lhe dizia: Sae d^efté homem , efpirito immundo.)
9 E perguntoulhe: Qual he teu nome ? E refpondeo, dizendo,
Legiaõ meu nome he : porque muytos fomos.
10 E rogavalhe muyto que os naõ enviafle fora d’aquella pro
víncia.
11 E eftava ali junto a os montes huã grande * manada de porcos
pafeendo.
ii E rogaraõ lhe todos [aquelles"] Demonios, dizendo, Mandanos
a aquelles porcos, pera que nelles entremos.
13 E permitiolho logo Jefus. Efaindoaquelles eípiritos immundos,
entráraó ’nos porcos: e a manada fe lançou d’o alto abaixo’nomar;
(e eraõ quafi dous mil) e aftbgaraó fe no mar.
14 E os que apalcentavaõ os porcos fugiraõ, e deraõ aviío ’na ci
dade, e nos campos j e íairaõ a ver que era aquillo que tinha acon
tecido.
15 E vieraõ a Jefus, e viraõ a o endemoninhadoaflentado, e ve-
ilido, e em feu filo, a o que tivera a legiaõ: e temeraõ,
16 E
to OS. EUANGELHO
16 E contaraó lhes os que aquillo tinhaó vifto, o que acontecc^-
ra a o endemoninhado, e [também] acerca dos porcos.
b A&. l6 * 17 E começáraó a rogarlhe, que ie fofle de feus termos.
39- 18 t E entrando elle ’no barco, rogavalhe o que fora endemoni
c'Lí/í.S:3S
nhado, que [0 deixafie] eftarcom elle.
19 Mas Jelus naó lho permitio, fenaó diflelhe: Vaete a tua caía
a os teus, e denuncia lhes quam grandes coufas o Senhor te fez,
e [cuia] de ty mifericordia teve.
xo E foy fe, e começou a denunciar em Decapolis, quam gran
des coufas Jefus lhe fizera: e todos fe maravilhavaó.
/LkgS:4o. 21 d E paflàndo Jefus outra vez em hum. barco pera a outra ban-'
da, ajuntoufe a elle grande companha5 e elle citava junto a o mar.
eMatth. 9: 21 e E cis que veyo hum dos Princepes d’a Synagoga, por nome
18. Jairoj e vendo o poítroufe a feus pees.
■L#c.S;4i. 23 E rogavalhe muyto, dizendo, Minha filhinha eftá ’na extre
midade, [wgo te] que venhas, e ponhas as maós fobre ella, peraque
fare e vivirá.
24 E foy com elle , e feguia o grande companha, c aper-
tavaó o.
fLev.is: 25 fE huã certa mulher que tinha fluxo de fangue , doze annos
J^tt 2 av^a?
Lhc S’43° 2,6 E avia Padecido muyto de muytos médicos , e gaitado tudo
quanto tinha, e nada lhe aproveitara, antes lhe hia peyor.
27 [Efta] Ouvindo dc Jefus, veyo entre a companha por detrás,
e tocou feu veítido.
28 Porque dizia: Se taó fomente tocar feu veítido, fararei.
29 E logo a fonte de feu fangue fe fecou j e fentio em [feu] cor
po que ja d’aquelle açoute farára.
2-Luct6:i9. qo E conhecendo Jefus logo em fi mefmo ga virtude que deíle
faira, virandofe’na companha, difle: Quem meus veftidos tocou?
31 E difleraó lhe feus Difcipulos: Vês que a companha te aperta,
e dizes: Quem me tocou?
32 E elle olhava a o redor por ver a que ifto fizera.
53 Entonces a mulher temendo, e tremendo, fabendo o que em
fi fora feito, veyo, e poítroufe diante delle, e diflelhe toda a ver
dade.
9 34 E elle lhe difle: Filha, tua fé tefalvou, vaete em paz,, efá-
ío: ra teu aÇ°ute-
pf ’ 35 ; Eftando elle ainda fallando, vieraó [a/giw] dó Princepe da
9 Luc. 8:49, Syna-
SEGUNDO S. MARCOS. Cap.VI. 8r
Synagoga, dizendo, Tua filha he morta5 peraque enfadas mais a
o Meftre ?
36 E Jefus logo em ouvindo efta palavra que fe dizia, difie a o
Princepe dá Synagoga: Naõ temas, cré fomente.
37 E naõ permitio que alguém o feguifle, fenaõ Pedro, e Jaco
bo, e Joaõ o irmaõ de Jacobo.
38 E veyo á cafa d’o Princepe d’a Synagoga , e vio o alvoroço,
[/] os que muyto choravam e pranteavaó.
39 E entrando, diflelhes: Porque vos alvoroçacs, cchoraes?
menina naõ he morta, mas dorme. IX*
40 E riaõ fe d’clle, mas elle avendo os lançado a todos fora, to
mou comfigo a o pae, e á maé da menina , e a os que cõ elle
vaõ] j e entrou a onde a menina, eftava deitada.
41 E tomando a maó da menina, diflelhe: Talitha cumij que,
traduzido he, Filhinha, (a ty [tejdigo,) levantate.
41 E logo a Filhinhafe levantou, e andava, porquejaeradedoze
annos: e efpantáraó fe com grande efpanto.
43 E mandou lhes encarecidamente que ninguém o foubefle : c
difle que de comer lhe deflem.
Capitulo VI.
I Enfina Chrifto em fua patria 3 aonde he defprezado, 7 Envia feus Difcipulos a
pregar j e a com milagres fua Doutrina confirmar» 14 Das diverfas opinioes a-
cerca de Chrifto > affi dos ftideos > como de Herodes > quepor JoaÒ bautifta 0 tem.
17 De quem d efiaoccafiao fe conta a prifaõ , degolaçao e enterro. 50 Tornaoos
Apoflolos a Chriflo > que com elles a hum lugar deferto fe vae. 3 3 Aonde hua
grande multidão de até cinco mil homens 0 fegue3 e com cincopaens, e dous peixes
osfarta. 45 Faz embarcar afeus Difcipulos j e ora entre tanto no monte. 48 Vem
despois a elles de noite andando fobre mar □ e aplaca o vento, ^4 E chegando a
terra j fara toda forte de enfermidades.
1 * f partio fe d’ali, eyeyoá fua Patria , e feguiraõ o feus Difci- A Matt.x
pulos. 53.
2 E chegado o Sabbado, 'começou a enfinar ’na Synagoga 5 e
muytos, ouvindo o, fe efpantavaõ, dizendo, Donde lhe [vem] a
efte eftas coufas ? E que fabedoria he efta que lhe he dada ? E taes
maravilhas que per fuas maos fe fazem.
3 Naõ heefte o carpenteiro, filho de Maria, e irmaõde Jacobo, bloa»6 -42.
ç de Jofes, e de Judas, e de Simaõ ? E naõ ellaõ aqui com nofco fua s
irmaãs? E efeandalizavaõ fe ’nellc.
I 4 E
OS. EUANGELHO
15:, 4 E Jefus lhes dizia: fNaó ha Propheta fem honra, fenaõcm íua
57- . Patria, e entre [/èw] parentes, e em fua cafa.~
, 4:24, 5 d E naó podia ali fazer nenhuã maravilha 5 fenaõ, pondo as maós
:fobre huns poucos de entermos, os curou.
’ * 6 E cílava maravilhado de íua.incredulidade. e E rodeava as aldeai
s»Matth.9
* d’o redor, eníinando.
35» 7 fE cíiamou afiaos doze, e começou os a enviar de dous cm
dous: e deulhes poder fobre os efpiritos immundos.
f PLitt. lo: S Emandoulhes que naó tomaífem nada pera o caminho, fenaõ
I.
Luc. 6:13» fomente hum bordaõ, nem alforge, nem paõ, nem dinheiro na
ey.L. cinta.
gAti.IlS. 9 g Mas que calçalfem alparcas 5 e naõ fe veftiífem de duas tu *
h Matt. Io: nicas.
14. 10 E dizialhes: Aonde quer que em cafa alguã entrardes, ficae
Luc. 9:5.
•-iAã. 13: ali, até que d’ali fayaes.
51. 11 h E quaes quer que vos naõ receberé, nem vos ouvirem 5 fain
do d’ali5 i lacudi o pó que eítiver debaixo de voífos pees, emtefli-
*Ou,4eÍM. munho * contra elles k Em verdade vos digo, que mais tolerável-
mente feram [tratados os de -- -
J Sodoma “
ou Gomorra ......................
’no dia d’o juizo,
15.
Luc. 10:12. do que aquella cidade.
llac. $: 14. 12 E, faindo elles, prégavaó que fe arrependeífem.
W Matth. 13 E lançavaõ fora a muytos Demonios, / e ungiaõ com azeite a
14:1. muytos enfermos, e curavaó os.
Luc. 9: 7. 14 m E ouvio [0] el Rey Herodes (porque ja feu nome eça noto-
* Gr. vir■ rio), e diífe: Joaó, o que bautizava, relufcitado hedos mortos5 e
tudes , OU , portanto ellas * maravilhas obraõ ’nelle.
poderes, ou,
Outros diziaõ: Elias hej e outros diziaõ: Propheta he r, ou
nMattw, comojlgum _ d "os
1 Prophetas.
3- 116\ Porem ouvindo Herodes, diífe : Elle he Joaó, o que eu dc-
Lu-. 319. golei: refulcitado he dos mortos.
17 n Porque o mefmo Herodes enviara e prendera a Joaó, eo ti
oLev. 18: nha liado’na prifaó, por caufa de Herodias, mulher de Philippe
16.
e 20; 21. feu irmaó, por quanto com ella fe caiara.
*Ou,0frJ- 15 Porque Joaó dizia a Herodes: 0 Maó te he licito ter a mulher
zãadeolho, de teu irmaó.
- - —----------- ---- í
Capitulo VIL
I Reprendem os Pharifeos e Efcribas a os Difcipulos de Chrifto por comerem com as
maos por lavar. 6 Aos attaes Chrifto defende > e reprende a hypocrifia dos Pharifeos ,
em fuas exteriores lavaduras. 9 Regeita as tradiçoens humanas > principalmen-
te na explicaçaõ do quinto mandamento, 14 Enfina que he 0 que propriamente a
0 homem contamine ou nao. 24 Lança a hum Demonio fora da filha de hua
mulher Syrcphenija. 31 E fara a hum furdo e tartamudo. 3 7 Polo que he muy
louvado.
1 * E ajuntáraó fe a elle os Pharifeos, e alguns dos Efcribas, que aMatt.zç;
^tinhaó vindo de Jerufalem.
z E vendo que alguns de feus Difcipulos comiaó pam com maós
comuas (ifto he por lavar), reprendiaó
3 Porque os Pharifeos, e todos os Judeos, jretendo a tradiçaõ d’os
Antigos, fe muytas vezes fe naó lavaó os maós,*■ , naó comem.
4 E [tornando] da praça, fe naó fe lavarem , naó
: comem: e ou-
tras muytas coufas ha que tomaraõ pera guardar, [como] olavard’os
copos , e d’os picheis, e dos vafos de metal, e d’as camas.
5 Defpois lhe perguntaraõ os Pharifeos e os Efcribas : Porque
teus Difcipulos naó andaó conforme á tradiçaõ d’os Antigos? mas g y#?’
comem paõ com as maós por lavar? 13.
6 Porem refpondendo elle, diflelhes: Bem profetizou Ifayas de Ezech.n
*
vos outros hypocritas, como eftá eferito: b Efte povo com os beiços 31*
me honra, mas feu coraçaõ longe eftá de my. tMatt. 15:
7 í Porem em vaõ mehonraõ, eníinando, [/w] doutrinas, man-c^'2; l5
damentos de homens. 20.
8 Porque deixando o mandamento de Deus, retendes a tradiçaõ Tit.D.14,
dos homens: [como] o lauar dos picheis, e d’os copos, e fazeis ou- dExod.z®
*
tras muytas coufas femelhantes a eftas. - I2'-
9 Edizialhes: Bem invalidaes o mandamento de Deus, p era voflá
tradiçaõ guardardes. eExod.zu
10 Porque Moyfes difle: «/Honra a teu pae, eatuamaé. E^quem 17.
ao pae, ou á maé maldiflèr, dé morte morrerá. £^.20:9;
• 1 Porem vos outros dizeis: Se o homem difleraõ pae ou ámaé: x7í
Corban (ifto he, ofterta) tudo o que de my aproveitar te puder ,
£ desobrigado fica J, ro,t*20 •
L 3
16 O S. EU A N G E L H O
12 E naó lhe deixaes mais nada fazer por feu pae, ou por fua
maé.
fMatt. 1$' 13 f Invalidando a palavra de Deus por voíTa tradiçaõ, que
6.
*.^
I Tim.4 4 vos ordenaftes ■, e muytas coufas fazeis femelhantes a eftas.
1 Tim 3 14 g E chamando a fi toda a companha, difielhes: Ouvi me todos,
iMatt 15: e entendei :»»
10 15 h Naó ha fora do homem nada que ’nelle entre , que o pofla
h Aã. ío: contaminar 5 mas o que delle fae , iíTo he o que .a o homem conta
15. mina.
Rom. I4: 16 Se alguém tem ouvidos pera ouvir, ouça.
17,20.
Tif i:I$. 17 * E entrandoíe d^acompanha em cafa, perguntaraólhe feus Di
iMatt. I$‘ fcipulos [á cerca] da parabola.
35- 18 E elle lhes difle: Tam ignorantes fois ainda? Naó entendeis
! que tudo o que de fora entra no homem, naõ o pode contaminar?
e
19 Porque naõ entra em feu coraçao , fenaõ ’no ventre, e fae á
privada purgando todas as comidas.
20 E dizia : O que do homem fae , iflo contamina a o ho
mem.
k Gen 2.1 k Porque dc dentro do coraçao dos homens faem osmaos pen-
P^2J.'i4 famentos, os adultérios, as forni caçoens, os homicídios,
Itr, 17: 9. 22 Os furtos, as avarezas, as maldades, o engano, adifloluçaõ,
o mao olho, a blasfémia , a foberba, a louquice.
2-3 Todos eftes males de dentro procedem , e contaminaó a o
homem.
iMatt. 15: 24 l E levantandofe d’ali, foyfe a os termos de Tyro e de Sidon;
21. e entrando em hua cafa, naõ quis que ninguém o foubefle, e [/o-
davia] naõ fe pode efeonder.
25 Porque huã mulher , cuja filhinha tinha hum efpirito immun-
do, ouvindo d’clle, veyo, e lançoufe a feus pees.
E era efta mulher Grega, Syrophenifla de naçaõ; e rogava
lhe que lançaflè fora de fua filha a o Demonio.
27 Mas Jefus lhe difle: Deixa primeiro fartar a os filhos; porque
naõ he bem tomar o paõ dos filhos, e lançalo a os cachorrinhos.
2-8 Porem ella reípondeo , e diflelhe : Si Senhor : mas tam
bém os cachorrinhos comem , debaixo da mefa, das migalhas dos
filhos.
29 Entonces lhe difle elle: Por efta palavra, vae, ja o Demonio
fahio de tua filha.
30 E vindo ella a fuacafa, achou que ja o Demonio era faido, e
a filha deitada fobre a cama 31 E
SEGUNDO S. MARCOS. Cap. VJIL
51 m E tornando elle a ir dos termos de Tyro e de Sidonveyo a mMattb.
I Refponde Chrifto ápregunta dos Pharifèos ■, fe era licito ao homem despedir a fua
mulher. I; ^uer que a elle os meninos deixem vir . e abençoa os. 17 Refpon
de a hum mancebo rico > que lhe perguntava , que avia de fazer pera po/fuir a
vida eterna. 2; E enfina quam difficilmente os ricos entraÕ no Reyno dos ceos.
28 Promete a os que por amor d' elle tudo deixao temporal e eterno gaíardaó.
22 Prophetiza fua paixaÕ 3 morte > e refurreiçaó. 35 Re/ponde a petição dos fi
lhos de Zebedeo acerca de a fua mao direita e ezquerda fe affentarem 3 exhorta os
a padecerem e fe humilharem« 46 E dã vifta a 0 cego Bartimeo.
Capitulo XII.
I Com 4 parabola da vinha arrendada a hums lavradores j que a os fervos e
do Senhor delia maltratao e mataõ , denuncia Chrifto a os judeos Jua reprovaçac3
e total ruyna, 1} Refponde d pregunta 3 fe era licito a Cefar tributo dar. iS Co
mo também á dos Sadduceos, acerca da mulher que fete maridos tivera 3 e prova
contra elles , a verdade da refurreiçao dos mortos, 28 Declara qualfeja omayor
mandamento da Ley, 35 Enfna que 0 Mefftas he, nao fo 'Filho porem também
Senhor de David. 38 Avija a Jeus ouvintes que fe guardem da ambiçaò e hy-
pocrifa dos Ejcribas, 41 E leuva a pequena ejmola da huã pobre viuva,
1 * E Co™çoulhes per parabolas a dizer : b Prantou hum homem
huã vinha, c cercou a com valado, e cavou [lhe] hum lagar, 23.
e edificou [lhe] huã torre, e arrendou a a huns lavradores: E par- £^.20:9.
tio fe pera fora d’a terra.
2 E chegado o tempo, mandou hum fervo a os lavradores ,
raque d’os lavradores do fruito d’a vinha recebefie. Je^'t £
3 Mas elles tomando o, ferirão [0], e mandarao [0] vazio.
4 E tornou a mandarlhes outro fervo; e elles apedrejando o, fe
rirão p] ’na cabeça, e [tomárao 0] a mandar afrontado.
5 E tornou a mandar outro, e áquelle matáraõ; e a outrosmuy
tos, e a huns feriraó, e a outros matáraõ.
6 Tendo pois elle ainda hum feu filho amado, mandou lhes tam
bém por derradeiro a elle, dizendo, Polo menos a meu filho re-
fpeitarám.
1 — w __________ *
111 1 . _ J • A
* * . /
* r-'
* n 1 1 1. — Z-. V
Att.23:8. morrefle, e deixafle mulher, e filhos naõ deixafle, que feu irmaó
iDeut. 25; fua mulher tomafle, e femente a íeu irmaó defpcrtaflè.
20 Houve pois fete irmaõs, e o primeiro tomou mulher, e mor
rendo, naó deixou femente.
21 Tomou a também o fegundo, e morreo j e nem efte deixou
femente j e o terceiro d’a mefma maneira.
22 E tomaraõ a \_todos~\ os fete , e tampouco deixáraó femente:
Finalmente , defpoisde todos, morreo tambem a mulher.
23 Na refurreiçaó, pois, quando refufeitarem, mulher de qual
d.’eftes ferá? porque os fete a tivéraõ por mulher.
24 E refpondendo Jefus , diflelhes : Por ventura naó erraes vos
outros, porquanto naó fabeis as Efcrituras , nem- a potência de
Deus?
M Porque quando refufeitarem d’os mortos, nem íe cafaráó ,
*.
kMatt.n
0
nem em calamento fe daráõ j mas feraó k como os Anjos, que ’nos
___ —. —.
Ceos QeffaÕ~\.
26 E acerca dos mortos, que ajaó de refufeitar; naó tendes lido
?no livro de Moyfes, como Deus lhe fallou em a çarça , dizendo,
lExod.y.6.1 Eu fou o Deus de Abraham , e o Deus de-Ilaac , e o Deus de
Act.y: 32. 27' Deus naó he [Dew] de mortos , íenaõ Deus de vivos. Afli
Hekr. 11: fluc muyto erraes.
?n Mattb. bendo que lhes tinha bem refpondido, perguntoulhe: Qual de todos
22; 34. he o primeiro mandamento ?
Lz/í-.iojxj. 29
SEGUNDO S. MARCOS. Cap. XII. »°s
D E Jefus lhe refpondeo: O primeiro de todos os mandamentos,
: 7/ Ouve Ilraèl, o Senhor noflo Deus he o unico Senhor. h Deut.6-,4.
3° Amarás pois a o Senhor teu Deus de todo teu coraçaõ , e de eio:iz.
toda tua alma, e de todo teu entendimento, e de todas tuas forças: ^uc’
Elle he o primeiro mandamento.
31 E o lêgundo, a [<?£'<?] femelhante efte : 0 Amarás a teu 0 Lrv. 19:
proximo como a ty mefrno: Naó ha outro mandamento mayorque l8«
e^es< Mattb. ll\
3Z E o Efcriba lhe difle: Muy bem , Meftre, com verdade pj^9* *
diflefte, que hum fo Deus ha, e outro naó ha fenaó elle. Qa> <j.
33 E [jw] amálo de todo coraçaõ, e de todo entendimento, e iactz.S.
de toda a alma, e de todas as forças, e amar a oproximocomo aíi
mefrno, mais he que todos os holocauftos e lacrificios.
34 E vendo Jelus que aviarefpondidolabiamente, diftelhe: Naõ/>M^í22;
eftas tu longe do Reyno de Deus. E ja ninguém lhe oufava mais 4i.
perguntar. £^.20:41.
35 í> E refpondendo Jefus dizia, enfinando ’no Templo : Como^JZ V°
dizem os Elcribas que o Chrifto he Filho de David ? I Cor2’*I^.’
3 ’ Porque <7 o mefrno David difle pelo Efpirito Sancto: Diíle o 25.
Senhor a meu Senhor, aflentateá minha [maõ] direita, atéquepo- Hebr.i:ij,
ilha a teus inimigos por efcabello de teus pés. eiorij.
37 Pois David mefrno [/èu ] Senhor o chama, como he logo feu rMtfí.23:
filho? E a multidaõ da companha o ouvia de boa vontade.
38 rE dizia lhes em fua doutrina: Guardae vos dos Efcribas, que
folgaó de andaré * vefiidos a comprida j e das faudaçoens nas praças: * on’, em
39 E das primeiras cadeiras ’nas Synagogas , e dos primeiros" af- vertidos
fentos ’nas ceas. compridos.
40/’Que devóraó as caías d’as viuvas, e [ffi] com pretexto dc/-4^
fazerem larga oraçaõ. Eftes receberão mais grave condenaçaõ. r 14
41 * E eílando Jefus aflentado de fronte *d' ,o u cofre do thefouro, ,
atentava como a companha lançava dinheiro no cofre do thefouro: Tz/ r ii.’
e muytos ricos lançavaó muyto. tLuc 21:1.
42 E vindo huã pobre viuva, lançou dous minutos que faõ dous *Ou> d’»
reys. eeP°-
43 E chamando a fi feus Difcipulos, diflelhes : Em ver-
dade vos digo, que * efta pobre viuva lançou mais, que todos os 97 c.
que no corre d o thefouro lançarao. I2
44 Porque todos [nfa] do que lhes fobeja lançáraó; mas efta, *Ou,/àZf^
* pobreza, lançou \jnelle _ tudo o que tinha, todo feu fuftento. ou, nece/fe
de fua
N 3 C A^-dade.
C a-
I©t OS. EUANGELHO
Capitulo XIII.
X Prophetiza Chrifo a defiruiçao do Templo e Ta cidade de Jerufalem, Ç Acre-
centando os trabalhos e finaes que antes e perto ddquelle tempo aviao âe acontecer,
lo Confolando entre tanto os Jèus com 0 profpero fuceflo de Euangelho» e ajuda
do EJpirito San&o e exhortando os d perfeverancia. 14 Aponta lhes a prophe-
tia de Daniel > e acconfelha os a com tempo fugir » e a defa grande affliçae e(ca
par. 2o Avifa que fe guardem dos enganos e milagres dos falfos Chriflos e Pro
phetas, 24 Defcreve os finaes To fim de mundo e de fua vinda a 0 juizo; Cujo
a Matth
* dia jo a feu pae notorio he * 33 Poloque a continuamente vigiar , e orar»
14:1. exhorta,
Luc. 21: $.
b I Rey. 9: j a 1} Saindo elle d’o Templo diflelhe hum de feus Difcipulos:
7^. ^Meftre, olha que pedras, e que edifícios!
Mich.$ 12.
Luc,19:44- a E refpondendoJeíus,
x, , - . diflelhe: Ves eftes grandes
j 1 edifícios
1 ? Naó
«Mtfr.24: ferá deixada pedra lobre pedra, que nao íeja derribada.
3* 3 c E aflentandofe elle ’no monte das oliveiras, em fronte do Tem-
Luc. 21-•7> pio, perguntáraó lhe a parte Pedro, e jacobo, ejoaó, e Andre:
d Att 1:6.‘Z 4 d Dize nos, quando feráó eftas coufas j e que final averá de quan
* Ou, con- do todas eftas coufas fe haó de * acabar.
fumar.
e ler 29. 8. 5 E refpondendo lhes Jefus, começou a dizer: * Olhae que nin-
EphefS' 6, guem vos èngane:
2 Thejf 2: 6 Porque viraõ muytos/cm meu nome, dizendo eufou [0 chrifo] 5
2,3. e a muytos enganaráó.
I loa 4‘ I. 7 E quando ouvirdes de guerras, e de rumores de guerras, naó
fler.14 14. vos turbeis j porque [afí] emportafazerfe : Mas ainda naó feráó
£>23:21.
fim.
2. 8 g Porque gente fe levantará contra gente, e Reyno contra Rey-
kMatt 10: no, e averá terremotos de lugar em lugar, e averá fomes, e alvo-
17. roços. Princípios de dores íeraó cftes.
e24’9* 9 h Mas olhae por vos mefmos j porque vos entregaráó em Con-
j^'fJ.:P‘cilios, e em Synagogas : Sereis açoutados, e ante Prefidentes c
/ió-2. Reys fereis aprefentados, por amor de my, para que lhes confte.
10 E entre todas as gentes importa fe pregue primeiro o Euan-
iMatt, 10: gelho.
19 11 ; Porem quando a entregar vos levarem, naõ eftejaes dantes fo-
L"c 11 n- lícitos do que aveis de dizer, nem o penfeis : mas o que naquella
e2l. 14
* „„„ .. .J. .J _ ' rr\ rXic xr/-»c ziii#» Cnll-ir»r
h Ezech hora vos for dado, iífo fallae. Porque naó fois vos os que falhes,
38:21. fenaó o Efpirito Sanéto.
Llich. 7; 6. 12 k E o irmaó a o irmaó a morte entregará, c o pae a o filho :
e le-
SEGUNDO S. MARCOS. Cap. XIII. Io?
32 E
SEGUNDO S. MARCOS. Cap. XIV 107
U E cornandofe a ir, orou, dizendo as mefmas palavras.
4® E tornando, achou os outra vez dormindo 5 porque feus olhos
eftavaõ carregados, e naó fabiaõ que refponder lhe.
41 E veyo a terceira vez, e diflelhes: Dormi jae defcanfae. Ba-
fta, vinda he a hora. Eis aqui o Filho d’o homem he entregue em
maós dos pecadores.
42 Levantae vos, vamofnos : Eis que o que me trahe , eftá
perto.
42 x E logo, fallando elle ainda, veyo Judas, que era hum dos xMatt.zfo
doze, e com elle muyta companha , com eípadas e baftoens , de 47.
parte d’os Princepes d’os Sacerdotes, e dos Efcribas, e d’os An-
í-,
ciaos.- 1^. iS;j. ’
44 E o que o trahia, lhes tinha dado hum comum final, dizendo,
A o que eu beijar, efle he : prendei o, e levae o a bom recado.
45 E como veyo, foy fe logo a elle, e diflelhe: Rabbi, Rabbi,
j e beijou o. yZSam,
45 E lançáraó fuas maós ’nelle, e prenderão o. 20‘ 9’
47 E hum dosquealipreienteseftávaó, puxando da eípada, ferio
a o fervo d’o Summo Pontifice, e cortoulhe a orelha.
4S E refpondendo Jefus, diflelhes: Como afalteador, comefpa-
das e baftoens, a prender me faiftes?
49 Cadadia com vofco ’no Templo enfinando eftava, e naó me
prendeftes-, mas fe faz"] - pera que as Elcrituras fc cumpraó. xP/n.-y.
50 a Entonces deixando o todos fugiraõ. Io.
E hum certo mancebo o feguia, envolto em hum lençol fo- 24:2$.
bre o • J nuo. E pegáraó d’elle os mancebos. al°é J9:
52 E-elle, largando o lençol, fugiod’ellesnuo. p/ço.
5? £ E leváraõ a Jefus a o Summo Pontifice 5 e ajuntáraó fe a elle ?<>•
todos os Princepes dos Sacerdotes, e os Anciaõs, e os Efcribas.
54 E Pedro o leguio de longe até dentro d’a fala d’o Summo Luc.22:54.
Pontifice, e eftava aflèntadojuntamente com os fervidores, eaquen- loa. iSuj,-
tandofe a o fogo. 2 4-
55 c E os Princepes d’os Sacerdotes, e todo o Concilio bufeávaõ
teftimunho contra Jefus , pera o matarem , e naó [0] a-
chávaó. *' ’
56 Porque muytos teftificávaÓ falíamente contra elle, mas os te-
ftimunhos naó eraó conformes.
5/ E levantandole huns teftificávaÓ falfamenté contra elle, di
zendo,
O 2 58 Nos
xoS O S. EUANGELHO
d Marc, 15: 58 Nos lhe ouvimos dizer: d Eu derribarei efte Templo feito de
29. maós, e em tres dias edificarei outro, feito fem maós.
loa. 2:I9. 59 E nem afli era feu teftimunho conforme.
e Matt. 2(5
* 60 e E levantandofe o Summo Pontífice ’no meyo, perguntou a
62.
fVay 53: Jefus, dizendo, Naó refpondes nada ? Que teftificaõ elles contra
7- ty?
Aã. S; 32. 61 /Mas elle calava, enada refnondeo. O Summo Pontífice lhe
g Da». 7; tornou a perguntar, e diflelhe: És tu o Chrifto, o Filho do [DeutJ
*
M bendito?
Mattb. 16: Ó2 E Jefus difie: Eu o fou: g E vereis a o Filho d’o homem af-
27.
e 24: 30. fentado á direita d’a potência \_de Deus~^ e vir em as nuveis
e 25: 31. d’o Ceo.
'Luc 21127. 63 E rafgando o Sumo Pontífice feus veftidos, difie: Que mais
Aã. I; 11. necefiitamos de teílimunhas?
I 64 Ouvido tendes a blasfémia 5 que vos parece ? E todos o conde-
16.
náraó por culpado de morte.
65 E alguns começáraó a cofpir ’nelle, e a cobrir lhe o rofto, e
.1 11 1 *
..3 1. 1 . • T-> Z- "1
Ca t iTu l o XV
I EntregaÕ os Judeos Chrislo a Pilatos, e perante elle oacufao, fobre o quefen
do examinado > nao refponde. 6 Procura Pilatos foltalo", mas d inffancia dopovo,
folta a Barabbas > e entrega a Cbrijio pera fer crucificado. 16 Os foldados o
cfcarnecem e afrontao 24. E a Simaó Cyreneo obrigaò , a quefua cruz, leve. 23 Dao
lhe de beber vinho mirrado. 24 He crucificado com dous Jalteadores. 29 E dos
que paffao blasfemado. 33 lrem trevas fobre terra, 34 Bradando Chrifio a feu
Pae < he efcarnecido, 36 E aprefentando lhe vinagre > da 0 efpirito. 38 O véo
do Templo rcfga, 40 Alguas mulheres efle fucejfo de longe vendo efiao. 42 E
Jofeph de Arimathea a 0 Senhor fepulta.
1 T7 4 Logo em amanhecendo tiveraõ conCelho os Sumos Pontífices aPfal.m.
^cõ os Anciaõs, e cõ os Efcribas, e cõ todo o Concilio 5 e a- M *tt.27:i.
marrando a Jefus, Q0] levaraõ, b e entregáraõ a Pilatos. Lw.22.-66
2 c E peruuntoulhe Pilatos: Es tu o Rey.dos Judeos? E refpon- ** a
dendoelle, diflelhe: Tu o dizes.
3 E acufavaõ o os Princepes dos Sacerdotes de muytas [coufaf] j íM^í.27:
porem elle nada refpondia. 11.
4 ^E perguntoulhe outra vez Pilatos, dizendo, Naõ refpondes
nada? Olha quantas [coufas'] tellificaõ contra ty! Lw. 18:33.
5 Mas Jefus nada mais refpondeo 5 de maneira que Pilatos fe ma-
ravilhava. loa. 19:10.
6 e E ’no [dia d’a] feita lhes foltava hum prefo , qualquer queel- eMatt.27:
les pediflem. 15.
7 f E avia hum chamadoBarabbas, prefocom [outros] * amotina- Lw. 23:17.
dores, que em hú motim * huã morte aviaõ cometido. ’
8 E a companha, dando gritos, começou a pedir, [quefizeffe] '
como fempre lhes tinha feito. t^uc
9 E Pilatos lhes refpondeo, dizendo, Quereis que vos folte a o ioa. 18:40.
Rey d’os Judeos ? * Ou, com-
10 (Porque bem fabia elle, que porenveja o entregáraõ os Prin-?^-
cepes d’os Sacerdotes). *
11 g Mas os Princepes dos Sacerdotes incitáraõ ácompanha, que .
lhes foltafle antes a Barabbas. *
12 E relpondendo Pilatos, diflelhes outra vez: Que pois quereis Luc.23:18.
que faça d’o que chamaes Rey dos Judeos ? loa, 18; 4o.
13 E elles tornáraõ a clamar: Crucificao. .4??. 3:14-
14 Mas Pilatos lhes difle: Pois que mal fez ? E elles clamavaõ
tanto mais: Crucifica o.
O 3 15 h Que-
I10 O S. EU AN GEL HO
l4> A Querendo porem Pilatosfatisfazer acompanha , foltoulhes a
26. Barabbas , e entregou a Jefus açoutado, peraquefoflecrucificado.
loa 19: i- 16 i E os foldados o leváraó dentro á fala , que he a Audiência $ e
* M^'2’7» convocáraó toda a quadrilha.
*7- 17 E veftiraó o de purpura, e tecendo huã coroa de efpinhos,
lOA. I 2.
puferaô lha [na cabeça J.
18 E comcçáraó a faudálo : [Dizendo"} Ajas gozo, Rey dos Ju
deos.
19 E feriaó o ’na cabeça có hua cana, e cufpiaó nclle, e poftra-
dos de juelhos, adorávaó o.
20 E avendo o eícarnecido, defpiraó lhe a purpura, c vefti
raó o de leus proprios veftidos, e leváraó o fora, pera o crucifi-
è Matt.17 : carem.
32.
£^.23:2^. 21 k E conftrangéraó a hum SimaóCyreneo, que [por a!i~\ pafla-
iMatt. 17; ■"Va ,j e vinha do campo, 0 pae de Alexandre e de Rufo, quelevafie
33. r.
fua cruzS
^23:33. 22 l E leváraó o a o lugar de Golgotha, que traduzido, he, O
loa. 19.17. lUgar dá Cáveíra. »
37. :29. q E
____ r... paffavaó
os que :: y
... d"’elle ./_____ z
blasfemavaõ , _______ :______
meneando '
fuas cabe-
23:78 s e dizendo, rAh! tu que o Templo derribas, e em tres dias»
.19: <9 I 5 u t
? W-sr» o edificas:'
12. 30 Salva te a ty mefmo, e defeende da cruz.
22'37. 31 E da mefma maneira também os Princepes d’os Sacerdotes,
yP/ 22.8. com os Efcribas, diziaõ huns pera os outros zombando: A outros
í-69-,2i_ falvou, a fi mefmo ialvarfe naó pode.
Matthz-
* G Chrifto, o Rey de Ifraêl , defeenda agora da cruz, pera
^9'‘ ''que o vejamos, e [creamos. Também os que com elle eftávaó
Luc 23:3,. crucificados, o injuriavaó.
r loa. 2:19, 33 /E
SEGUNDO S. MARCOS. Cap. XV u*
33 /E vinda * a hora fexta, foraõ feitas trevas fobre toda a terra,/Ato. 27:
até a * hora nona. 4>-
34 E á hora nona exclamou Jefus com grande voz, dizendo ,
íELOI, ELOI, LAMMÀ SABACHTHAN1 ; que,^Ào
* traduzido, he, Deus meu, Deus meu, porque me defempa- o
* u, ás
raíle ? tres da tar-
*ali
37 E ouvindo [0] huns d’os que eftavaõ, diziaõ : Eis que a^>
Elias chama.
j 6 u E correo hum, e encheo de vinagre huã efponja, e pondo a
em huã cana, davalhe de beber, dizendo, Deixae, vejamos fe vi- ^o^decla-
ra Elias a tiralo. rado, que?
37 E Jefus, dando huã grande voz, efpirou. dizer.
35 - Eovéo do Templo le rafgou em dous d’alt’abaixo. uPf 69-22.
39 ? E o Centuriaõ que ali em fronte d’elle eftava, vendo que afli r<to9-’2-9»
clamando efpirára, dille: Verdadeiramente Filho de Deus era efte x 2
homem. , Matth.27'.
40 z E também ali eftavaõ [altyds] mulheres a olhando de longe, 51.
entre as quaes eftava também Maria Magdalena., eMariamaéde Ja- ^.23:4^,1
cobo o menor e de Joles, e Salome. y Matt.27 *
41 As quaes também, eftando elle em Galilea, o feguiaõ, cho
fervi aõ, e outras muytas, que com elle tinhaófobido a Jerufalem. fXto47*
4- * E vinda ja a tarde, porquanto era a preparaçaõ, quehco~ çç/’*7*
ante Sabbado: * Luc.iy^.
43 Veyo Jofeph de Arimathea, Senador honrado, que também d-P/38:12.
efperava o Reyno de Deus, e oufado entrou a Pilatos, e pedio o Lw.8:2,
corpo de Jefus. 3
44 E Pilatos fe maravilhou de que ja fofle morto. E chamando e Matt 2^'
a fi a o Centuriaõ, perguntoulhe fe ja era morto muyto avia. L„c72 ?;$0;
45 E avendo o entendido d’o Centuriaõ, deu o corpo a Jofeph. 104.19*38.
46 O qual comprou hum lençol fino, e tirando o [da cruz]9 en
volveu o ’no lençol fino, <1 e polo cm hum fepulcro lavrado em huã^/lVto.ii:
penha, e revolveo huã pedra a porta do fepulcro. 4o.
47 E Maria Magdalena, eMaria [waê] aejofes, olhavaõ a onde ^26:I2'
Ca pi-
Capitulo XVI.
I Vem mulheres # o fepulcro u ungir a o Senhor. 4 -Achad a pedra revolvida.
Ç Hum Anjo as informa como ja dos mortos refufcitára. 9 Aparece a Maria
Magdalena. Io Aqual da as novas a os Difcipulos porem elles nao 0 crem,
12 Aparece também a dous delles no caminho, 14 E finalmente também a os onze,
a os quaes manda a pregar e bautizar por todo 0 mundo. 17 Promete que a es
crentes vários fnaes jeguiriao. 19 Sobe a 0 ceo. 2Q E executaõ es Apoftolos
projperamente 0 que Chrifo lhes mandara.
aMatt.iV. i a 1} paflado o Sabbado, Maria Magdalena, e Maria [mae] de
I. ^Jacobo, e Salome, compráraõ efpeciarias, pera virem , c
24:1. o ungirem.
lsa. 20:1. .2 E muy de manhaã, o primeiro da femana, vieraó a oíepulcro,
faindo ja o foi.
3 E diziaõ huãs ás outras: Quem nos revolverá a pedra da porta
do fepulcro ?
4 (E atentando \ víraó que ja a pedra revolta eftava) porque era
muy grande.
*M
* íA2S: y £ entrando ’no fepulcro , viraõ hum mancebo aflentado da
1^20-12 «direita, veftido de huã roupa comprida branca : E efpan-
t Matt. 28 *
5, 6 Mas elle lhes difle : Naó vos efpanteis j bufcaes a Jefus Naza-
Euc.24-5. reno crucificado: Ja refufcitou, Naõ efta aqui: Eis aqui o lugar a
dAã. 1:3. onde o puféraõ.
eiy.^I. 7 Porem idey»dizei a feus Difcipulos, ea Pedro, que elle d vos
1 Cor.ltfâ. vae diante a Galilea5 ali o vereis, e como elle vos difle.
e Matt. 26:
32. 8 f E faindofe ellas aprefuradamente, fugiraõ do lepulcroj e te
e2S:lo. mor e efpanto as avia tomado5 e naó diziaõ nada a ninguém, por-
Marc. 14: que temiaõ.
9 EE como \ffefus~\ refufcitou
como [ffefus~} pelamanhaã, ooprimeiro
refufcitou pelamanhaã, primeirodd’a’afemana,
femana,
fM^tt. 2$:^ primeiramcnte apareceo a Maria Magdalena, h da qual tinhalan-
Lwí.24: 9, çado fete Demonios.
1^.20:18» 10 Efta indo, denunciou o a os que aviao eftado com elle, os
g loa.iot quaes eftavaó triftes e chorando. »
14; 16. E ouvindo elles que vivia, e delia avia fido vifto , naõ o
11 ~
h V.uc. 8:2. créraõ.
iLuc, 24; 11 i E defpois fe manifeftou, em outra forma, a dous delles, que
hiaõ de caminho para o campo.
15 E indo eftes, denuncíaraó o a os outros $ porem nem ainda a
cftes créraõ. 14 k Fi-
SEGUNDO S. MARCOS. Cap.XVl. n3
i4 k Finalmente fe manifeftou a os onze, eftando elles juntamente k Luc. 24:
afientados, e deitou em rofto fua incredulidade e dureza de
coraçaõ, por naõ averem crido a os que ja refufeitado vifto o ti--í^-2o:
1 * I C 07* • IÇ «•
nhao. IM.ãtt 28’
1$ E diflelhes: l Ide por todo o mundo, prégac o Euangelho a
toda criatura. . - loa. 15:16.
16 Quem crer e for bautizado, ferá falvo: mas quem naõ crer, 3*.
ferá condenado. 6-12:48.
17 E eftes íinaes feguiráõ a os que crerem: * em meu Jnome lan-
çaráõ fora a os Demonios, 0 fallaráõ novas lingoas,
*8 p Tiraráó ferpentesj e fe beberem coufaalguãmortífera, naõ fS:7 * ’
lhes fará dano nenhum, q Sobre os enfermos poraõ as maós, e fa- í>ió:i8.
rarám. ^19:12.
19 O Senhor pois, defpois de lhes aver fallado, r foy * recebido
a riba ’no ceo, e aflentoufe a [maõj direita de Deus.
20 E, / faindo elles, prégaraõ por todas as parfes, t obrando com
elles o Senhor, e confirmando a palavra com os finaes que fe fe- I9‘
guiaõ. Amen.
Fim do Sanfto 'Evangelho fegundo S. Marcof. 8.
r Luc. 24;
ÇQjÇl, Aã. 1:9, tomado,ou,enlevada t
P O SANCTO
114 OS. EUANÇELHO
O S AN CTO
euangelho
De noíTo
SENHOR
JESU CHRISTO
SEGUNDO
S. LUCAS.
Capitulo I.
I O prologo de Lucas tocante a feu Euangelho $ A linhagem e vida de Tacha
rias e Elifabeth. 8 Aparece hum Anjo a Zacharias’no Templo. IJ O qual lhe
prediz a conceição e nacimento de faò, cujo miniferio defcreve. 18 Emmudece
Zacharias em pena de fua incredulidade» 2-4 Concebe Elifabeth. 2Ó Denuncia
o Anjo Gabriel á virgem Maria que por obra do Efpirito Sanhio a o Filho de Deus
conceberia e pariria. 3 9 Vifita a Elifabeth que com alegria a recebe>a louva,e a bendiz.
46 Da Maria graças a 0 Senhor com hum Cântico de louvores. $ 7 Pare Etija-
beth hum filho. $9 A 0 qual circuncidado chamao Joao 64 Dejèmmudece
o Zacharias e canta a 0 Senhor hum Cântico , Prophetizando do Miniferio de
Chrifto, ede Joao Jeu Precurfor. 80 no deferto crece j e em Efpirito he
confortado.
1 "W~> orquanto muytos emprendéraó pór em ordem a relaçaõdas
couías que entre nos tivéraó fua inteira certeza,
JL 2 Como nos entregàraó os mefmos que dcfdo principio
as viraõ , e miniílros d’a palavra foraó:
3 Pareceome também a my bem, avendome des d’o principio ja
de tudo muy bem informado, efcrevcFas por ordem a ty , ó ex-
ccllentiflimo Theophilo.
*Ou, Z 4 Peraque conheças a certeza das coufas , de que ja cilas * in
flruido. formado,
5 Hou-
SEGUNDO S. LUCÁS.Cap.I. rf$
$ Houve em os dias de Herodes, Reydejudea, hum Sacerdote? ai chtou.
por nome Zacharias, a da * ordem de Abias, e fua mulher, das fi 2410.
lhas de Aaron, e feu nome Elilabeth. * Ou, vtz»
6 E eram ambos juftos diante de Deus , andando em todos os
mandamentos e direitos do Senhor fem :m reprenenlao.
reprehenfaó. miíta*
7 E naó tinhaó filhos, porquanto Elifabeth
‘____________
era efteril, e ambos
craõ ja vindos em altos dias. 1
8 E aconteceo, que adminiftrando elle o Sacerdócio diante de
Deus, em ordem de fua vez,
9 Comforme a o coftume Sacerdotal, lhe cahio cm forte £ entrar bHebr.
cm o Templo do Senhor a c- offerecer o perfume.
to E toda a multidaó do povo eftava fora orando, á hora do C^X9^‘ 30:
Perfume. . Lev.l6.l7.
11 E apareceulhe o Anjo do Senhor, eftando da direita
d’o altar do perfume.
12 E turboufe Zacharias vendo e cahio temor fobre elle.
i? Mas o Anjo lhe difle, Zacharias, naó temas, porque tuaora-
çaõ foy ouvida, e tua mulher Elifabeth te parirá hum filho, e d cha- dLitc.itío.
.marás feu nome Joaõ.
14 E terasgozo e alegria , e muytos e fe alegraráõ de feu naci- $S.
mento.
i$ Porque ferá grande diante do Senhor , e f naõ beberá vinho, fludjy. 4*
nem cidra, e ferá cheyo do Efpirito Sanóto , até defd’o ventre de
fua maé.
16 E^ a muytos dos filhos de Ifraêl converterá a o Senhor feu g Mala-. 6,
Deus deíles. Matth. n:
17 E h irá. diante delle em o efpirito c virtude de Elias , 1 pera
converter os coracoens dos paes a os Filhos , e os rebeldes á pru- ?, a *? ’ •
dencia d osjultosi pera preparar a o Senhor hum povo \_bem J aper- 6,
cebido.
18 E difle Zacharias a o Anjo: Em que conhecerei ifto ? Pois £ Ge®. 17:
eu ja fou velho, e minha mulher vinda em altos dias. 17.
19 E refpondendo o Anjo, diflelhe: Eu fou Gabriel, que aflifto
diante de Deus, e fuy mandado a fallar te , e a dar te eftas alegres
novas.
2© E eis aqui que callado te ficarás, e fallar naó poderás, até o
dia em que eftas coufas acontéçaõ, porquanto naõ crelte a minhas
palavras, as quaes a feu tempo fe cumpriráó.
21 E o povo eftava efperando a Zacharias, e maravilhávaó fe de
que tanto tardava ’no Templo. P 2 22 E
,15 OS. EUANGELHO
xz E faindo elle, naó lhes podia fallar : e entenderão que tinha
vifto alguã vilaó ’no Templo. E * [jallaw] por acenos, e ficou
mudo.
13 Efucedcoque, cumpridos os dias de feu minifterio , veyo fc
pera fua cafa.
24 E defpois d’aquellcs dias concebeo fua mulher Elifabeth , e
encubriafe por cinco mezes, dizendo,
iXUV/ me
25 * Porque ifto Senhor cm os dias cm que atentou ^cm
XXJV, fez o_______
nfouSenhor min|ia affrOnta entre os homens.
comigo.
I Gen. Jo; E ’no feifto més foy o Anjo Gabriel enviado dc Deus a hua cidade
23- de Galilea, chamada Nazareth:
ljay. 4:1. 27 A huã virgem defpofada com hum varaó, cujo nome eraJo-
m rAatt. I : feph, da cafa de David 5 e o nome da virgem era Maria.
18. 28 E entrando o Anjo a ella, diífe: * Gozo ajas em graça aceita,
* Ou .Déw
teftlve. o Senhor [/^] com tigo, bendita tu entre as mulheres.
29 E vendo [/] ella, turboufe muyto de fuas palavras , e confi-
derava que ‘audaçaõ feria efta.
3° E diflelhe o Anjo: Maria, naó temas, .porque achafte graça
diante de Deus.
nl/ay^A^. 31 n E vefaqui conceberas em o ventre , e parirás hum filho , c
0 Matth I:
21. 0 chamarás feu nome Jefus.
Pr z > 32 p Efte ferágrande, cFilho do Altiflimoferáchamado5 E^dar-
q 2 Sam. 7; lhe ha o Senhor Deus o trono de David feu pae.
tl4. • 3? r E reynará em a cafa de Jacob eternamente, e de feu Reyno
PJ. 132:11. naõ aVerá fim.
í/íZ)'.9;6.
34 E difle Maria a o Anjo: Como fc fará ifto? porquanto varaó
r I Ckron.
22: Io. naó conheço.
PZ45J7. 35 E refpondendo o Anjo, diflelhe: O Efpirito Saného fobre ty
S9:37. virá, e a virtude do Altiflimo com fua fombra te cobrirá. Polo que
ler 23: 5. também o fanéto que de ty ha dc nacer , Filho de Deus chamado
14 ferá.
I\lích ' vefaqui Elifabeth tua prima também tem concebido hum
39 E vefequi
1-icbr i*s ^lho cm fua velhice5 e efte he o feifto més d’aquella, que a efteril
7'7^42:2. chamada éra.
ler. 32: 17. 37 / Porque nenhuã coufa ferá a Deus impoflivel.
"Zach. 8:6. 38 Entonces difle Maria: Eifaqui a ferva d’o Senhor ; * cumprafc
.Múí.19.26 cm my fegundo tua palavra. E o Anjo íe partio d’ella.
Lfc. 18:27.
-C J 39 E levantandofe Maria naquelles dias, foyfe aprefuradamente
1 v-’ v UHldimUIl, 1V1 dl lít lldL^LLVllk.
Z 11^.12.8 • coníolaçaõ O ’
Ifrael'; e o ------
de ------ Efpirito
f
Sanéto eftava
------------ ----
fobre elle.
26 E fora lhe feita divina revelaçaõ polo Efpirito Sanéto, que a
morte naõ veria, antes que viífe a o Chrifto d’o Senhor.
27 E veyo pelo Efpirito a o Templo: e como os paes introdu
zirão ao menino Jefus pera com elle fegundo o coftumc da Ley fa
zerem :
*. 4óC 28 Entonces o tomou elle em feus braços, c louvou a Deus . c
m Ge
3°> difle :
* Ou, dti' 29 Agora * w defpedes, Senhor, empazateufervidor, fegundo
iras fr. a tua palavra j 30 Pois
SEGUNDO S. LUCAS. Cap. IL m
Pois jameus olhos tem « vifto tua falvaçaõ. *P/. 98:2^
31 0 Aqual aparelhafte perante a face de todos os povos. lJay^.iQ,
32 p Luz pera illuminaçaõ das gentes, e pera gloria de teu povo
Capitulo III.
I D# tempo em que joao Baptifa começou a pregar e a bautizar. 3 A matéria
de fua pregaçaõ 7 Exhorta a converfaõ a todos os que fahiao a delle ferem bau-
tizados. Io Refponde a pergunta das Companhas > dos Publicanos e dos Soldados j
acerca d'o que devtam fazer-, 1$ Dotefimunho que da, de Chrifo , e de feu
Bautifmo. 19 Sua prijaõ. 31 Bautiza Joao a Chrifo. 23 E relata je jua
linhagem dejde Jofeph até Adam.
I 17 ’No anno quinze do império de Tiberio Cefar, fendo Poncio
Pilatos preíidente de Judea, e Herodes Tetrarcha de Galilea,
e feu irmaó Philippe Tetrarcha de lturea e da Província de Tracho-
nite, e Lyfania Tetrarcha de xAbylenia;
^C^Sob. 1 * Sendo a Annás e Caiphas Sumós Pontífices, foy feita palavra
<^-4:»6. de £)eus a Joaó, filho de Zacharias, em o deferto.
íMatt.y.i. 3 £ E veyo por toda aterra d’o redor do Jordam, pregando o bau« *
Marc, 1.4. tifmo de converfaõ, pera perdaó dos pecados.
<1/740:3. + Como eftá efcrito no livro das palavras c do Propheta Ifayas,
Matt. 3:3.que diz: Voz d’o que clama em o deferto 5 Aparelhae o caminho
Marc i-, 3. d’o Senhor, enderençae fuas veredas.
loa. 1:23. 5 Todo vale le encherá, e todo monte, e outeiro feabaixará; e
os [caminhos'] torcidos fe endireitaráõ ; e os caminhos afperos fe a-
prainaráó.
^P/?9S-.2. 6. d E verá toda carne a falvaçaó de Deus.
Ifay.sT-wo» 7 Dizia pois a as companhas que fahiaõ a d’elle ferem bautizadas:
e iv xx'e ^aÇa biboras; quem vos * enfinou a fogirdes da ira que eftá
* Ou , mo- Pei a ' d ?
frou. 8 Dae pois fruitos dignos de converfaõ, e naõ comeceis a dizer
fMatt 39 em vos mefmos: A Por Pae temos a Abraham. Porque cu vos di-
loa. S: 39. go, que até delias pedras pode Deus defpertar filhos a Abraham.
^4^.13 9 p- p'
SEGUNDO S. LUCAS. Cap.III. n5
9 gE também ja o machado eftá pofto á raiz das ardores; por^MrrMj:
tanto toda arvore que naó dá bom fruito , le corta e lança ’no Io-
fogo. Í>7.’I9-
10 E as companhas lhe perguntávaó , h dizendo , Que faremos hAcl.z\^.
logo?
11 E refpondendo elle , diflelhes : i Quem tiver duas túnicas, *Iac 2
parta com o que naó tem; e quem tiver alimentos, faca d’amefma 1<’*
Lmaneira. A ô I11^.3.17.
Tea 2' T 7
12 E viéraó também [T elle] os publicanosperaferembautizadosj
e difleraõ lhe: Meftre que faremos ?
H E elle lhes difle: Naó peçaes mais do que vos eftá ordenado.
14 E perguntáraõ lhe também os foldados, dizendo, Enofoutros
que faremos? E elle lhes difle: Naó trateis mal a ninguém, nem a
ninguém defraudeis 5 e contentaevos com voflòs foldos.
15 E eftando o povo efperando, e imaginando todos de Joaó em k Matth
feus coraçoens , fe por ventura o Chrifto fofle j n.
16 Refpondeo Joaó a todos, dizendoj k Bem vosbautizoeucom
agoa, mas [//] vem quem mais forte que eu he , a quem eu naõ loa' I;2^*
fou digno defatar lhe a correa das alparcas j ^Efte vosbautizará com V
Efpirito Sanéto e com fogo. *4
ei9
17 w Cuja pá eftá em fua maó, e alimpará fua eira, e ajuntará o
trigo em feu celleiro, porem a palha queimará com fogo que nunca loelz. 28.
fe apague. -<#?. 2:4.
18 Afli que amoeftando também outrasmuytascoufas, denuncia- e
va o Euangelho a o povo. mMatt. 3.-
19 « Porem fendo Herodes Tetrarchad’ellereprendido, porcau-
fa de Herodias mulher defeuirmaóPhilippe, e por todas as [demais] 14-3 *
maldades que Herodes feito tinha, Marc,6:iS.
20 Acrecentou ainda ifto fobre tudo o de mais , que a Joaõ ’no 0 Matth. 3-
cárcere encerrou. .
21 0 E aconteceo que como todo o povo fe bautizava, e Jefus rc\ i:9‘
[também ] bautizado fofle, e orafle, o ceo fe abrio : 42:1
22 E defcendeo o FJpirito Sanéto fobre elle em forma corporal,
como pomba 5 e fez fc hua voz do ceo que dizia : f Tu es o meu Marc. 9: 7.
amado filho, cm ty muyto me agrádo. Lw,$> 3,.
23 E o mefrno Jefus começava a fer como de trintaannos, fendo c°t 1:
(como fe cuidava, q filho de Jofeph, L Jofeph] de Heli. 2
24 [e Heli] de Matthat, Matthaf] de Levi, [eLevi] de Mel- Matt.iy
chi, [_e Melchi] dejanna, \_e Janw] de Jofeph.
' Q^2 25 [E ioa.6.42*
im OS. EUANGELHO
*8 [e Jofiph] de Mattathias., Mattathias] dc Amos-, Amos]
de Naú, [e Nau] de Efli, [e Effi] de Naggai.
2-6 [E Naggai] de Maath, [ e Maath ] de Mattathias , [e Mattathias]
deSemei, Semei] de Jofeph, [<? Jofeph] de Juda.
27 [e Juda] de Johanna , [e Johanna] de Rhefa , [ e Rhefa] dc
Zorobabel, [ e Eorobabel] de Salathiel, ]e Salathiel] de Neri.
28 [E deMelchi, Mehhi] deAddi, [e Addi] dcCofam,
[e Co/arn] de Elmodam , [_e Elmodam] de Er.
*9 [EErJdeJofe, [e Jofe] de Eliezer , [e Eliezer] de Jorim,
[<? Jorim] de Matthat, Matthat] de Levi.
30 [E Levi] deSimeon, [e Simeon] de Juda, [e Juda] deJofeph?
D Jofeph] de Jonan, Jonan ] de Eliacim.
31 [E Eliacim] de Melea, [e Melea] de Mainan , [e Mainan] dc
Matthatha, |\ Matthatha] de Nathan, [e Nattan] de David.
32 [e David] de Jeífe , faífa] de Obed , [e Obed] de Booz,.
[e Booz] de Salmon, [<? Salmon] de NaaíTon.
33 [E Naaffon] de Aminadab, [3 Aminadab] de Aram, [e Aram]]
de Efrom, [í> Efrom] de Phares, Phares] de Juda.
Jacob _ de Ifaac
34 £e Juda] dê Jacob, e Jacob [\ ifaac]
Ifaac,, |\ Ifaac dc Abraham?
Fe Abraham] r de Thare, e Thare] de Nachor.
10?
10? &C. Nachor] de Saruch , \_e Saruch] de Ragau , [e
35- & J dcw
_ Ragau]
Phalegh, [ePhqlegh] de Heber, [<? Heber] de Sala.»
33^6 [E Sala] de Cainan,
£e de Arphaxad , [<? Arphaxad]
[A Cainan] uv
Cainan, [«■
de Sem, [\ Sem] de Noê, [e AW] de LamecL.
37 r.E Lamech]2 de Mathufala,.1[e Mathufala]2 de Henoch , £e He-
wch] ae Jared, [e Jared] de_Maleleel, [\? Maleleel] deCainan.
?S [E Cai,
'ainan J deHenos, Jtazw]deSeth, [e Seth]/de Adam?
jGfB-5:3' [e^/LjdeDêus.
' Capitulo IV
I Jejuma Chrifto quarenta dias ‘no deferto j e he atentado do Diabo. 14 Torna
Jè a Galilea 3 e enflna em Nazareth provando com cap.61 de lfayas que elle era
o Mejfias prometido 23 E mostra com os exemplos âe Eha e Elijeo a razao
porque ali nao fazlÁ milagres. 28 Do que os ovintes irandofe, procurao matálo.
31 Enfna em Capernaum em os Sabbados. 3 3 E lança ali fora a hum Demo-
nio. 3 8 Sara da febre a fogra de Pedro 3 e a outros muytos enfermos e endemoni
nhados, 42 Sae d’ali. e prega também em as outras cidades de Galilea.
a Matth.^t I E a Jefus cheyo do Efpirito Sanéto, tornoufe do Jordão, e foy
_ *3 levado pelo Efpirito a o deferto.
Marc.l.iz^ p
SEGUNDO S. LUCAS. Cap. IV
1 x E quarenta dias,foy atentado do Diabo: b E naó coineo coufa bExod.n
*
nenhuá naquelles dias j e acabados elles, finalmente teve fome.
- 3 E diflelhe o Diabo : Se tu es Filho de Deus, dize a ella pedra,
que íe faça pam.
4 E Jeius lhe refpondeo, dizendo, c Efcrito eftá , que naó com cDeut.S:^.
fó paõ vivirá o homem , mas com toda palavra de Deus. 4; 4-
5 E levando o o Diabo a hum alto monte, moftrou lhe todos os
Reynos do mundo em hu momento de tempo.
6 E diflelhe o Diabo: A ty te darei todo efte poder, e fua gloria:
porque a my me eftá entregue, e a quem quero o dou.
7 Portanto fe tu me adorares, tudo ferá teu.
S E reipondçndo Jefus, diflelhe: Arredate de my Satanás 5 por
que elerito eftá: a Ao Senhor teu Deus adorarás, c a elle íó fervirás. dDetit,. 6:
9 E levou o a Jerufalem, e polo fobre o pináculo do Templo, e D;
diflelhe: Se tu es o Filho de Deus, lançate d’aqui a baixo. *73.
10 Porque efcrito eftá, e que a feus Anjos mandará acerca de ty, eP/.yv.ii.
que te guardem.
11 E que ’nas maós te tomaráõ , pera que nunca tropeces com
teu pc em alguã pedra.
E refpondendo Jefus, diflelhe: Dito eftá: /Naó atentarás a o/D?»?. 6:
Senhor teu Deus. 164
1; E acabado o Diabo toda a tentaçaó, fe foy d’elle por algum
tempo.
14 g E tornoufe Jefus, em virtude do Efpirito, pera Galilea,
fahio fua fama por toda a terra d’o redor. Marc.1-14.
15 E enfinava em fuas Synagogas, e de todas era louvado. 1^.4; 43/
16 h E veyo a Nazareth, aonde fora criado , e entrou , fegun- Ad. 10 37.
do feu coftume, hum dia de Sabbado, na Synagoga^ i e levantou
íe a ler. 54.
17 E foy lhe dado o livro do Propheta Ilayasj e como abria o li- . ‘Ie
vro, achou o lugar aonde eftáva efcrito:
iS k O Efpirito do Senhor fobre my, portanto me ungioj 6'* ‘ ’
l pera euangelizar a os pobres me enviou, pera curar a os contritos z>z/áy.6ri.
de coraçaõ lMatt.ii'
19 m Pera apregoar alforria a os cativos, e vífta a os cegos, pera $•
enviar em liberdade a os quebrantados: Pera pregar o annoagradá- m
vel do Senhor. eói:i
20 E cerrando o livro, e tornando o a dar a o Miniftro, aflentou- ' 341
fe^ c os olhos de todos os que ’na Synagoga eftavaõ fitos ’nelle.
Qj 21 E
O S. EUANGELHO -
21 E começoulhes a dizer : Hoje fe cumprio efta efcritura eni
voflòs ouvidos.
»TJrfy.$o
*4- 22 E todos lhe davaõ teftimunho, » e fe maravilhávaó das pala- *
Matthay vras de graça que de fua boca fahiaó: e diziaõ, 0 Naó he efte o fi-
1110 cte Jofeph?
Luc 2:47. Z7> e^e lhes d^e: $em duvida e^e provérbio me direis : Me-
0loa. 6.42. dico, cura te a ty mefrno; [je] todas quantas coufasouvimos p fo-
fMatth.4\ ram feitas em Capernaum , faze também aqui [a/guas] em tua
patria.
q Matt.iy. M E difle: Em verdade vos digo, 7 que nenhum Propheta he a-
57-
Marc. 6; 4. gradavel em fua patria.
25 Porem em verdade vos digo , ** que muytas viuvas avia em
ri 2^17: Ifraêl em dias de Elias, quando o ceo fe cerrou por tres annosefeis
7- mefes; de modo que em toda a terra houve grande fome.
lac. 5:17. E a nenhuá delias foy enviado Elias, fenaó a Sarepta de Sidon,
a huã mulher viuva.
fi Rey. $: 17 E/ muytos leprofos avia em Ifraêl, em tempo do Propheta E-
14- lifco; e nenhum deíles foy limpo, fenaó Naáman o Syro.
28 E todos fe enchéraó de ira , na Synagoga, ouvindo eftas
coufas.
29 E levantandofe, lançáraõ o fora da cidade, e leváraó o até o
cume do monte, cm quefuacidade eftavaedificada, perad’ali d’alt’a
baixo o lançarem.
30 Mas paflando elle por meyo deíles, foyfe.
t Matth 4: 31 t E defcendeo aCapernaum, cidade de Galilea 5 e [a/i] osen-
13• finava em os Sabbados.
klarc.i:2i. 32 » E pafmavam de fua doutrina, porque fua palavra era com
" M^7: autoridade.
Marc i-22, x E eftava na Synagoga hum homem que tinha hum efpirito de
xMíty/-. 1; hum Demonio immundo, e clamou com grande voz,
23. 34 Dizendo, * Ah; que temos com tigo, Jelus Nazareno? Vie-
*Gr. Dei- fte a nos deftruir? Bem fei quem es; o Sanéto de Deus.
35 E Jefus o reprendeo , dizendo: Cala te, elaetedelle. Eder
ribando o o Demonio ’no meyo , fahiofe delle, fem lhe fazer dano
algum.
3^ E veyo eípanto fobre todos; e fallávaó entre fi huns com os
outros, dizendo, Que palavra he efta? que até a os efpiritos im-
mundos manda com autoridade e potência, e faem ?
37 E fua fama fe divulgava cm todos os lugares d’o redor d’aquel-
la comarca. 38 y E
SEGUNDO S. LU.CAS. Cap. V 127
y E levantandofe [ffefus~] da Synagoga, entrou em cafa de
maõ; ca fogra de Simaõ eftáva * enferma de huã grande febre, e l4‘
rogaraõ lhe por ella. í q"
3? E inclinandofe fobre ella , reprendeo a febre ; e f afebre"\ a ’ fn
aeixou. E levantando le logo, iervia os. mada.
40 » E pondole ja o foi, todos os que tinhaó enfermos de varias iMatt. 8;
doenças, lhos traziaõ ; a e pondo as maós lobre cada hum delles, i6 *
curava os. Afarri.32.
4t h E também os Demonios íahiam de muytos, clamando, QaMarc'1-
dizendo, Tu es o Chrifto, o Filho de Deus: E reprendendo Qw] * 8*2^2$
elle, naó os deixava fallar, porque íabiaó que elle era o Chrifto. bMarc. 1;
4’- c E fendo ja de dia, fahioíe, e foyfe a hum lugar deleito; eas 34
companhas o bufcávaó, e vieraó até \_chegar a] elle : e detinhaõ o, cla
que delles fe naõ foflé. c Marc. 1;
43 Porem elle lhes difle: Também he neceflario que a outras ci-
dades denuncie o Euangelho do Reyno de Deus; porque pera iíTo
fou enviado.
44 E pregava ’nas Synagogas de Galilea.
Capitulo V
I Enflna Chrifto ás companhas defdo barco de Pedro. 4 E defpois de hua mira-
culoza pefca de peixes> lhe promete a elle e a feus companheiros fazelos pescadores
de homens. 12 Purifica a hum leprofo. 17 Sara a hum paralytico > e affi prova
que tinha poder pera perdoar os pecados. 27 Chama a. Mattheus Jna afandega.
29 Come com elle e com outros publicanos. 31 E dtffo da a razao. 33 Defen
de contra os calumniadores a feus Difcipulos com diverfas parabolas acerca de
nao jejuarem.
I * T? aconteceo que, derribando fe as companhas fobre elle, por^Afo^,
ouvirem a palavra de Deus, eftava elle junto a o lago de *3 *•
Genezaret. Marc. 4:1»
2 E vio eftar dous barcos junto praya~} do lago : e avendo os
pefcadores deícendido d’elles, eftavaó lavando as redes.
3 E entrando em hum d’aquelles barcos , que era o de SimaÕ,
pediolhe que o desviafte hum pouco de terra: e aflentando fe, eníi-
náva as companhas desd’o barco.
4 E como deixou de fallar, difle a Simaõ: b Leva em alto mar, cbloa.zi’.^
lançae voflas redes pera pelcar.
$ E refpondendo Simaó, diflelhe: Meftre, avendo trabalhado
toda a noite, nada tomamos; mas em tua palavra lançarei a rede.
6 E
x-s OS. EUANGELHO’
•Ou,;/?». 6 E fazendo * o affi, colhéraõ grande multidão de peixes, efua
rede fe rompia.
7 E tapeáraó a os companheiros queeftàvao no outro barco, que
viefiem ajudar. E viéraó, c enchéraõ ambos os barcos, de tal mo
do que quafi fe hiaó a pique.
*Gr« jue- 8 E vendo Simaó Pedro derribouíe a os * pês de Jefus,
Ibos. dizendo: Saete de my. Senhor, que fou homem pecador.
9 Porque efpanto o tinha tomado, e a todos os que comelleeftá
vaó, pola prefa d’os peixes que tornáraõ.
10 E femelhantemente também a Jacobo e a Joaõ, filhos de Ze-
bedeo, que eraõ companheiros de Simaõ. E difie Jefus a Simaó:
c Ier>16, Naó temas; c Defd’agora tomarás homês.
16» 11 E como leváraõ á terra os barcos, deixando tudo, fegui-
Ezech.tf: raõ o.
9-
Matt. 4:19. 12 e E aconteceo que eftando cm huã d’aquellas cidades , eis
£4:17.’ hu homem cheyo de lepra , e vendo a Jefus, poftroufe fobre o ro-
'dMatth.í fto, erogoulhe, dizendo, Senhor, fe quiferes, bem me podes
20, alimpar.
«>19:27» H E, eftendendoelleamaó, tocou o, dizendo, Quero, fé lim
Marc. lo: po. E logo a lepra fe foy delle.
28
* 14 E mandou lhe que
J í o naõ difiefle a ninguém; masvae,- _ __
e Matth. 8: m°ftrate a o Sacerdote, e offerece por tua limpeza, /como mandou
2, Moyfes, peraque lhes * confte.
*rr.i:4o.
M< 15 Porem fua fama andava tanto mais : e ajuntárao fe muytas
/Le-v.ijiZ» companhas a [0] ouvir, e a por elle ferem curados de fuas enfer
eI4-2. midades.
Matt. 8:4-
* Ou j Jeja 16 Mas elle fe retirava a os defertos, e [afij orava.
em tefti- 17 E aconteceo hum d’aquelles dias , que eftava enfinando , c
munho. eftavaõ [a/í] afientados Pharifeos e Doutores d’a Ley, que tinhaó
vindo de todas as aldeas de Galilea, e dejudea, e de Jerufalem; e
a virtude d’o Senhor eftava pera os curar.
{Matt.çti. 18 g E eisaqui £ hwts~\ homens que traziaõ em huã cama a hum
Marc 2:3. homem
Marc. homem,, que e: eftava paralytico; e procurávaó levalo dentro, e pô-
^^»99:334 lo diante aelle.
19 E naó achando por onde dentro o poder levar , por caufa da
companha, fobiraó em cima do telhado, e pelas telhas o abaixáraó
com o catre a o meyo, diante de Jefus.
2® E vendo elle fua fé deíles, diflelhe : Homem , teus pecados
»’ te faó perdoados.
21 E
SEGUNDO S. LUCAS. Cap.V. n?
21 E os Efcribas e os Pharifèos começáraõ a * imaginar , dizen- * Ou3arrs-
do, Quem he efte que falia blasfémias ? h Quem pode perdoar pe- ZQar*
cados fenaó fó Deus?
Porem conhecendo Jefus feuspenfamentos, refpondeo, edif- 5.
felhes : Que imaginaes em volfos coraçoens?
x3 .Qual he mais facil, dizer : Teus pecados te faó perdoados?
Ou dizer: Levantate, eanda?
24 Ora pera que laebaes que o Filho do homem tem poder pera
’na terra perdoar pecados, (diífe a o paralytico:) A ty te digo, le
vantate, e tomando teu catre, vaete pera tua cafa.
E levantandofe elle logo diante delles , [/] tomando o em
que deitado eftava, foyfe pera fua cafa glorificando a Deus.
E tomou efpanto atodo$, eglorificavaóaDeusj eforaõcheyos
de temor, dizendo, Hoje vimos coufas incriveis.
27 > E defpois deftas coufas , fahio fe •> e vio a hum publicano, i Matt.9:9;
por nome Levi, aíléntado * na alfandega, ediífelhe: Segueme. ^rí2;i4»
28 E deixando elle tudo, levantoufe , e feguio o. <XS-
2? E fez lhe Levi hum grande banquete em fua cafa 5 k e eftava ? Ou J ™
ali} muyta companha de publicanos, e de outros que com elles * dot
[i ] aflentados eftávaó.
30 E murmuravaõ feus Efcribas delles , e os Pharifèos , contra 6 Matt. 9:
feus Difcipulos, dizendo, Porque comeis e bebeis com publicanos Io-
e pecadores? Marc.2:15;
3 • E refpondendo Jefus, diflelhes: Os que eftaó faós, naó necef- *•
fitaó de medico, fenaõ os que eftaó enfermos.
I2 l Naõ vim eu a chamar a os juftos, fenaõ a os pecadores ácon- IMatth.y,
verfaõ. 13.
33 w Entonces lhe difleraó elles: Porque osDifcipulosdeJoaó je- £«5-19:10.
jumaó muytas vezes, e fazem oraçoens , como também j dos
Pharifèos-, porem os teus comem e bebem? m Matt,9.
31- Mas elle lhes difle: » Podeis vos outros fazer jejumár a os que nljay,6z:^
eftaó de bodas, em quanto o efpofo com elles eftá? zCor.iwz'
35 Porem diasviráõ, quando o efpofo lhes ferá tirado, [e] enton
ces ’naquelles dias jejumaráõ.
E dizialhes também huã parabola: Ninguém deita remendo de
pano novo em veftido velho5 d’outra maneira, o novo rompe \_a 0
velho} j e a o velho naõ convém remendo do novo.
37 E ninguém deita 0 vinho novo em odres velhos-, d’outra0 Matt. y.
maneira romperá o vinho novo os odres, e derramarfehá Tovmho}.
c os odres íe danaràõ. R 38 MasMí!rcMZ'-
O S. EU A N G E L H O
38 Mas o vinho novo, em odres novos fe ha de deitar5 e amboj?
juntamente fe confervaó.
39 E ninguém que o velho beber, quer logo o novo 5 porque diz:
Melhor he o velho.
Capitulo VI.
1
Arrantao os Difcipulos efpigas em Sabbado, e Chrifto os defende contra os Phari
feos» 6 Sara a hum homem de Pua mao feca em Sabbado 3 e defende feu feito.
12 Ora na montanha, e elege dentre feus Difcipulos doze Apoflolos. 17 Sara a
diverfos doentes e endemoninhados» 2o Enfina quem fejao os bemaventurados»
e quem nao. 27 Encomenda a caridade até para com os mefmos inimigos $6 Co
mo também a mifericordia e benignidade prohibindo juntamente os juizos teme
rários. 41 Enfna que antes que a outros reprendamospara nos mefmos atentemos.
43 E que pelos fruitos fe conhece a arvore. 46 Pinalmente com a parabola da
cafa fobre rocha, ou fobre area edificada, enfina também , que nao bafta confef-
fálo fa com a boca, mas que também fua vontade fazer devemos.
aconteceo que paíTou por huns * paens, o fegundo Sabbado
AÁ7zr.2:23.mendo, esfregando as com as maós.
*Ou,/íw£>- 2 E alguns aos Pharifeos lhes difleraõ: porque fazeis b o que naõ
*d°s. he licito fazer em Sabbados ?
<^£W.2o: 3 E refpondendo lhes Jeíus, difle : Nem ainda iíto leites,
0 que David quando teve fome, elle, e os que com elle
’ eítávaõ ?
4 Como entrou na cafa de Deus , e tomou e comeo os paes da
propofiçaó, e deu também a os que eltávaó comelle: os quaes naõ
dLev.24't Iicito comer5 dfenaó a fós os Sacerdotes?
eM^í.12: 6 /E aconteceo também em outro Sabbado, que entrou na Syna-
s- <wa, e enlinava: E eltava ali hum homem, que .tinha a maó di-
Cafi-
SEGUNDO S. LUCAS. Cap.VIII., !
Capitulo VIII.
1 jínda Chrifto for todas as cidades e aldcas pregando o Euovgelho acompanhada
de alguãs mulheres , que com fuas fazendas o ferviao. 4 Propoem a companha
a parabola do femeador cuja femente em divcrfas lugares cae, 9 E particularmente
a explica a feus Difcipulos. 16 Compara fua palavra com á candea» que t para
alumiar fobre 0 candieiro je poem. 18 Enfina, que a qualquer que tiver 3 mais
ainda lhe ferá dado. 19 Como lambem quem feqatifua mae efeus irmaõs. 22 _/f~
J>laca a tempeflade no mar. 16 Dança fora hua legião de Demonios. 31 Eper
mite lhes entrar em huns porcos. 41 Vae com Jairo a remediar fuà filha. 43
Sara no caminho a hua mulher de hum fluxo de fangue. 49 E vindo á cafa de
"fairo i refufcita d’os mortos a fua filha.
J J7 aconteceo defpois difto, que andava de cidade em cidade , c
de aldea em aldea, pregando e denunciando o Euangelho do
Reyno de Deus: e os doze [eflavaf} com elle.
2 a E \jambem~\ alguãs mulheres que aviao fido curadas de eípiri- a Matt.17'.
tosmalinos, e dc enfermidades, \_comvem afaberj Maria, chamada
Magdalena, b da qual fete Demonios fàiram. bMarc.i6\
3 E Joanna a mulher de Chufas, * Procurador de Herodes, e *qu RSn_
Sufanna, e outras muytas, que com fuas fazendas lhe ferviam. ^>0/
4 c E ajuntandofe huã grande companha, e vindo a elle de todas cMatt.iy.
as cidades, diífe por parabola: 3.
$ Sahio hum femeador a femear fua femente: e Semeando elle,Marc.4:2.
cahio huã T parte~\ junto a o caminho, e foy pifada, e as aves do ceo
a comeraó. - dMatt.n.
Io.
6 Eoutra [_parte~\ cahiofobrepedra5 enacida, fecouíe, porquan- mJt4-io
to naó tinha humidade. eiCor.p.s.
7 E outra[parte"] cahioentreefpinhos, enacendoosefpinhos jun-/"frWr.n;
tamente, affogáraó a. 25»
8 E outra [_parte~\ cahio em boa terra, e nacida deu fruito a ccn- 2 ^.3:14.
to por hum. Dizendo elle eftas coufas, clamava: Quem tem ou-
vidos pera ouvir, ouça. 2
9 dE feus Difcipulos lhe perguntáraõ, dizendo. Que parabolaMa'tth. 13:
ihe efta? 14.
10 E diífe elle: e A vosoutros vos he dado entender os myfteriosMw
*M;i2.
do Reyno de Deus: /'mas a os outros por parabolas, gperaquevcn-Jc^12‘4o-
do naó vejaó, e ouvindo naõ entendaõ. ». •
11 h Efta he pois a parabola: A femente he a palavra de.Deus. hMatt\y.
k X2 E os de junto a ó caminho, eftes íàõ os que ouvem 5 defpois
S vem jiwc.4.13
*
n< OS. EUANGELHO
vem o Diabo, e tira lhes a palavra d’o coraçaõ , para que crendo
fe naõ íalvem.
iMatt, 13: i £ os de fobre pedra, eftes faõ os que ouvindo , recebem a
2O- x palavra com gozo, e eftes naõ tem raiz, que por hum tempo crem,
1?. e a o tempo da tentaçao le delviao.
23. * 14 E o que cahio entre efpinhos, eftesfaÕos queouviraõ5 eidos,
Marc. 10: k fe aftogaõ com os cuydados, e riquezas, e deleites da vida, enaõ
23. daõ [fruto] em perfeiçam.
X«ciS:24. Eo que em boa terra [cahio, ] eftes faõ os que "ouvindo a pa-
♦ ^avra5 em hum honefto e bom coraçaõ a retem, e daõ fruito em
L22{a' * perfeverança. >
L.UC 12: 2í 119~ 0 E vieraõ a elle fua maé, e [fas] irmaõs, e naõ podiaõ che-
*Matt,i%; gara _ eiie por caufa d
elle ’a companha.
d'a
~ 20 E foylhe denunciado [por a/guns], dizendo, Tuamaé, eteuf
e 25:29. irmaõs eftam fora, que te querem ver.
.£^^19
*26 21 Porem
21 Porem refpondendo
refpondendo elle diflelhes:: pp Minha
elle ,, diflelhes maé ee meus
Minha maé meus ir-
ir-
9Matt, 12: maós, faõ aquelles que ouvem a palavra de Deus e a fazem.
46. 22 ? E aconteceo hum daquelles dias, que entrou em hum barco,
[eHe] e feus Difcipulos; e diflelhes: Paliemos daoutra bandadola-
go. E partiraõ fe.
23 E navegando elles, adormeceofe: e defeendeo huã tempefta-
de de vento no lago, e enchiao le [de agoa], c pengavao.
23, 24 E chcgandole a elle, defpertáraó o, dizendo, Meftre, Me-
Matc.4:^j ftre, que perecemos. E levantandoíe elle, reprendeo a o vento,
56- e ás ondas da agoa; e ceflaraó, e fez fe bonança.
2S E diflelhes: Que de voflá fé? Mas temendo elles, maravilha-
r7^26:12.raõ fe, dizendo huns a os outros: r E quem he efte? que até a os
^C,107i2g‘ ventos, e áagoa manda, e lhe obedecem?
** * ’ 26 y E navegaraõ pera a terra dos Gadarenos, que eftá de fronte
Marc. Galilea.
2 7 E faindo elle â terra, vejo lhe da cidade a o encontro hum
homem
SEGUNDO S. LUCAS. Cap.VIII.
homem, que ja de muytos tempos a tras, * tinha os Demonios * u ,r/>-
O
, e naõ andava veftido, e nam parava em cafa nenhuá, fenaó vaendemo-
PcI *
ninhado
28 E vendo a Jefus, e exclamando, poítroufe diante delle, e
difle com grande voz: Que tenho eu com tigo , Jefus , Filho do
Deus Altiflimo? Peço te que me naõ atormentes.
19 Porque mandava a o efpirito immundo que fahifie d’aqueile
homem 5 porque ja de muytos tempos a tras, oarrebatava. Eguar-
davaõ o prefo com cadeas e grilhoens 5 mas quebrando elle as prifoens
era empuxado do Demonio a os deíertos.
?° EperguntoulheJefus,dizendo,Qual he teu nome? Eelledifle>
Legiaôporque muytos Demonios tinhaó entrado ’nelle.
31 E rogavaó lhe, que os naõ mandaffe ir pera o abyfmo.
3 2 E avia ali huã manada de muytos porcos, que pafeia no mon
te; e rogáraó lhe, que lhes concedefle entraré nelles : E conce-
deulh’o.
33 E faidos os Demonios daquelle homem, entráraõ ’nos por
cos; c a manada fe arrojou * de humdefpenhadeironolago, eaffo-
Poufe. abaixo.
34 E vendo, os que os pafeiam, o que acontecera, fugirão: E in
do, o denunciáraõ na cidade, e ’nos campos.
37 E íairaõ a ver o que acontecera, e vieraõ a Jefus; e acháraõ
a o homem, do qual tinhaó faido os Demonios , veftido e cm feu
filo, aflentado a os pés de Jefus; e teméraõ.
36 E contaraõ lhes também os que o tinhaó vifto, como aquelle
endemoninhado avia fido falvo. .
37 E toda a multidaõ da terra d’os Gadarenos a o redor lherogá-
raõ, * que d’ellesferetirafle; porque grande temor tomado os tinha.
E entrando elle no barco, tornoufe.
35 « E aquelle homem, do qual aviaõ faido os Demonios, lhero-
gou que com elle eftar pudefie: Mas Jefus o defpedio, dizendo, 18.
39 Tornate pera tua cafa, e conta quam grandes coufas Deus te
'*
fez. E elle fe foy apregoando por toda a cidade , quam grandes cou
fas Jefus lhe tinha feito.
40 E aconteceo que tornando Jefus, a companha o recebeo; por
que todos o eftavaõ efperando.
4t x E eis que veyo hum varaõ, cujo nome era Jairo, eeraPrin- xMaft. 9.
cepe da Synagoga, e derribando fe a os pees de Jefus, rogavalhe 1S-
aue entraflè em íua Marc. .
S X Por-
ué .
I
OS. EUANGELHO
*4 Porque huã filha unica tinha, como de doze annose, efta *
y Jfatth. 9: va á morte. E indo elle apertávaõ o as companhas.
4? y E huã mulher que tinha hum z fluxo de fangue doze annoa
a qual ja com médicos todo feu alimento gaftado _ tinha1, e de
a Leu 1$: nenhú avia podido fer curada,
3$. 44 Chegandofe a elle por detrás, tocou a borda dc feu veítido 5 c
logo o fluxo de feu íangue eftancou.
4v E difle Jefus: Quem he o que me tocou ? E negando todos,
difle Pedro, e os que com elle eftavaó: Meftre, as companhas te
apertaó e oprimem, e dizes: Quem he o que me tocou?
46 E difle Jefus: Alguém me tocou 5 porque bem conheci que
de my virtude fahio.
47 Vendo a mulher entonces que naõ fe lhe ocultava, veyo tre
mendo, e poftrando fe diante delle, declaroulhc diante de todo o
povo a caufa porque o avia tocado, e como logo farára.
48 E elle lhe difle: Tem bom animo filha, tua fete falvou j vae
em paz.
'» Marc. 5; 49 a Eftando elle ainda faUando, veyo hum d’oPríncepe d’a Sy
*
35 nagoga, dizendo lhe, Tua filha he ja morta , naõ moleftes ao
Meftre.
5°^ Porem ouvindo Jefus, refpondeulhe, dizendo: Naõ ternas^
cré fomente, e ferá falva.»
Capi-
SEGUNDO S. LUCAS. Cap.IX.
Capitulo IX.
K Envia Chrifto feus Apofiolos a pregar, e os informa como fe ajao de averpelo caa
minho. 7 Ouvindo Herodes fallar de Chriflo, procura velo, lo Tornaõ os A-
poflolos, II Da Chriflo de comer a cinco mil homens, com cinco paens e dous peixes
*
iS A opiniam que 0 povo e os Apofiolos acerca de fua pefoa tinhaó, 22 Ero-
phettzaa jua morte e refurreiçdo. 23 E exhorta a perjeverar ’na confiffaodefua
ffé. 28 Transfigurafè 'no monte diante de tres aejeus Apostolos, e em prefença
de Mofes e Elias. Lança fora a hum cruel efpirito immundo, 46 Enfina
qual dentre feus Difcipulos feria 0 mayor. 49 Erokibelhes que naõ impidiffem a
hum que emfeu nome lançava fora aos Demonios. $1 Indo caminhando para Jo-
rufalem> os Samaritanos lhe negaò poufada, do que Apojoios querendo tomar vin-
^gança, 0 Senhor d'iffo os reprende, 'ff E a tres que jeguir o queriao dá fua de •
’ vida e particular repofla.
1 * P convocando feus doze Difcipulos, deulhes virtude c poder Ie
fobre todos os Demonios, c para curarem enfermidades. Marc 3:13.
i b E mandou os a pregar o Reyno de Deus , c a curar a os en- e 6:7.
fer mos. Ew. 6:13»
3 E diflelhes: c Naó tomeis nada com vofco pera o caminho, nem Matí*1Q»
bordoens, nem alforge, nem pam , nem dinheiro, nem nenhum c Jfatt lQ.
de vos duas túnicas tenha. 9
4 E em qualquer cafa que entrardes, ficae ali, e fahi d’ali. Marc.&.Z,
5 d E quaesqucr que vos naó receberem , faindovos d’aquella ci- £«<7.22:37.
dade , até o pó facudi de voflos pés, em teftimunho contra elles. dMatt.w
*.
6 E faindo elles, paflavaó por todas as aldeas, denunciando oE-
uangelho, e curando [a os enfermos ] em todas as partes. zJTio’11*
7 e E ouvia Herodes o Tetrarcha todas as coufas que fazia j celta-
va em duvida, porquanto alguns diziaõ, que Joaó dos mortos refu- e 1*8. id.
ícitára. e Matt, 14$
8 E outros, que Elias avia aparecido j e outros, que algum Pro-
pheta dos antigos avia refufcitado.
9 E difle Herodes: A Joaõ, eu o * degolei, quem pois he efte,^
de quem taes coufas ouço? E procurava velo. Màrc>6'
10 /E tornados os Apofiolos, contaraó lhe todas as coufas que ?0,
tinhaó feito, g E tomando os com figo, retiroufe â parte a humlu- g Matt.14 *
gar deferto da cidade chamado Bcthlaida.
11 E entendendo [0] as companhas feguiraõo: eelleosrecebeo,Marc-
e lhes fallava do Reyno de Deus j e a os que de cura neceflitávaó,
curava. ‘
p h E ja o dia começava a declinar ; c chegandofc a elle os Marc.6*4$.
S ? doze lQ(k 6; <4
doze, difleraólhc: Defpede a companha, pera que indo a os luga
res e aldeas dó redor, fe agafalhem, e achem que comer j porque
aqui eftamos em lugar deferto.
iMatt.14: 13 i Porem elle lhes difle: Daelhes vosoutros de comer. E elles
16' difleraó: Naó temos mais que cinco paens , e dous peixes j íalvo
jrmos nos a comprar de comer pera todo efte povo.
1^.6:9. i4 porqUe avia ali quafi cinco mil homens. Entonces difle a feus
Difcipulos: Fazei os aflentar por ranchos, de cincoenta cm cin-
coenta. >
k 1 Sam 9: 15 E fizeraó o afli, e a todos aflentar [w] fizeraó.
13. 16 E tomando os cinco paens e os douspeixes, [/] olhando para
iMatt. 16: Q ceo, k kenceo o$9 e partio os, e deu os a feus Difcipulos , pera
AfJr/s-27 diante de comPanha J porem.
fiMaàh. ’7 E coméraõ todos, e fartaraó fc; e levantáraó do que dos pe-
14:2.’ daços lhes fobejou, doze ceftos.
ftlaa.6:69» 18 ZE acontèceo que eftando elle fó orando, eftavaó com elle os
0-Z^fM6: Difcipulos j e perguntoulhes, dizendo, Quem dizem as companhas
2I\ que eu fou?
MarcZ^x 19 E refpondendo elles, difleraó: w \_Alguns~\ JoaÓ oBautiftaj é
outros, Elias 5 e outros, que algum Propheta dos Antigos relu-
*10:33. feitou.
Lw. 18:31. 20 E diflelhes: E vosoutros quem dizeis que eu fou? E reípon-
*24:7. dendo Pedro, difle: » O Chrifto de Deus.
pMídt. 10. xl p ameaçando os elle, mandoulhes que a ninguém o difleflem:
*24
*16 22 Dizendo, oNeceflariohequeoFilhodohomemmuytascou-
Af^.8; 34. í"as padeça, e feja reprovado dos Anciaõs. e dós Princepes dos Sa-
JLwc.14^27 cerdotes , c dos Efcribas 5 e feja morto , e a o terceiro dia refu-
q Matt.lo feite.
23 E dizia a todos: p Se alguém quer vir a pos my, negucfe a íí
Marc.%:^, mefmo,7?- e tome cadadia fua cruz, e figame.
24 7 Porque qualquer que quifer íalvar fua vida, perdela ha ;
*
jX?i2:2$ Porcm qualquer que por amor de my perder fua vida, efle a fal-
r-Mrfír.io; vará.
33- 2 5 Porque, que aproveita a o homem grangear todo o mundo,
Marc&tf. perdendo fe a fi mefmo, ou a fi mefmo perjudicando?
9 r P°ra.ue qualquer que de my, e de minhas palavras fe enver-
g°uhar, do tal fe envergonhará o Filho do homem, quando em fua
1 loa 2'22 *
/M^M6:S^ona5 e em a] do Pae, e dos fanétos Anjos vier.
2S. 7/E digovos
* _ em verdade: , que alguns ha dos que aqui eftaõ
Marc. 9:1, <P
SEGUNDO S. LUCAS. Cap.IX.
que a morte naõ goftaráõ , até que o Reyno de Deus vejam.
/ E aconteceo que quaíi oito dias defpois deftas palavras, com tMatt. 17:
figo a Pedro , e a Joaõ , e a Jacobo tomou, e a o monte a orar i»
íobio. Marc.
29 E eftando elle orando, a aparência de feu rofto fe transfigu
rou, c feu veftido branco [/J muy refplandecente \je tornou'].
30 E eis que dous varoens eftavaõ fallando com elle, que eraõ
Moyfes e Elias.
31 Os quaes * aparecéraõ em gloria, efallavaõ [de J fua íãida, a-
Gr. forri
*
qual avia de cumprir em Jerufalem. vijlos.
E Pedro e os que com elle [_eftavaõy ] eftavaõ carregados de
fonoj e como deípertáraõ, viraõ fua gloria, ea aquelles dous va
roens, que com elle eftavaõ.
33 E aconteceo que apartandofe elles delle, difle Pedro a Jefus:
Meftre, bom he que nos eftejamos aqui, e façamos tres cabanas,
para ty huã, e para Moyfes huã, e huãpara Elias: naõ fabendo o
que dizia.
34 E dizendo elle ifto, veyo huã nuvé que com fua fombra os
cobrio; e temeraõ, indo elles entrando ’na nuvem.
35 « E veyo huã voz da nuvem que dizia: Efte he o meu amado
Filhoj * a elle ouvi. ^^.3:17.
* dada aquella voz, Jefus foy achado fó: e elles fe caláraõ,
36 E
e por aquelles dias naõ contáraõ a ninguém nada do que tinhaó ev7
vifto. Luc.y.zz.
37 y E aconteceo o dia feguinte, quedefeendendo elles do monte, Col. 1:13.
lhe fahio huã grande companha a o encontro. a Peda.17.
38 E eisque hum homem da companha clamou, dizendo , Me- xDeut.1% *.
ílre, peço te que vejas a meu filho, que tenho unigénito. ^9*-22
39 E eis aqui hum elpirito o toma, e de repente clama, e odef-
pedaça até [pela 6oca] efeumar, e apenas fe aparta delle , quebran- y Matt.17;
tando o. 14.
40 E roguei a teus Difcipulos que [l/So] lançaflèm fora, e naõ Marc.9.17,
puderaó.
41 E refpondendo Jefus, difle : O geraçaõ incrédula eperverfa,
até quando eftarei ainda com vofco, e vos íofrerei? Traze aqui teu
filho.
42- E como ainda [_a elle] vinha chegando, o Demonio o defeon-
juntou, e defpedaçou; mas Jeíus reprendeu a oelpirito immundo,
c curou a o menino, e tornou o a feu pae.
4? E
OS.EUANGELHO <'
43 E todos fe efpantavam pola magnificência de Deus. E nu *
ravilhandole todos de todas as coufas que Jefus fazia; difie afeusDi
fcipulos:
z Matt.17 * 44 Ponde vosoutros em vofios ouvidos eftas palavras ; z porque
22, o Filho do homem ferá entregue em maós d’os homens.
Marc,9’.^I, 45 * Mas elles naó entendiaó efta palavra, e era lhes tam encu-
< Luc^.jo
e 18:34. berta, que a naó comprendiaó: e temiaó perguntar lhe acerca defta
palavra.
à Mto.iS: 46 E levantoufe entre elles huã conferencia, a faber , de qual
1, delles feria o mayor ?
Marc. 9*.^. 47 Mas vendo Jefus o penfamento de feus coraçoes, tomouahum
^Mat^
* menin°’ C P°l° a Par de
ce Matt, li; 48 c E difielhes: qual quer que receber efte menino em meu no-
5.
Mw.9‘.37. mc, a my me recebe: d e qualquer que a my me receber, recebe a
* 0 Aue me enviou: e Porque o que entre todos vosoutros o menor for,
loa, 13 «2o
/Luc. 10: efie o grande ferá.
16- 49/E refpondendo Joaó, difie: Meftre, temos vifto a hum,
1^.13:20, q 9ue cm teu nome ançava fora a os Demonios, e defendemoslho,
nome llançava
e 2Fp°rque com nofco naõ fegue.
£w.i4:ir4 50 Naõ lho defendaes ;•, g porque quê naõ he
50 E Jefus lhe difie: Naó
eiS: 14.‘contramos, por nos he.»
fMarc. 9: 51 E aconteceo que £ cumprindofe os dias de fua aflumpçaõ ,
38. * endereçou feu rofto a ir a Jerufalem.
r Ato. 12: $1 E mandou menfageiros diante de fua face; E indoellesentrá-
3o.
Luc 11123. raõ em huã aldea de Samaritanos , pera [ali poufada~] lhe prepa-
h Marc,*,16 i rarem.
19. 53 E naõ o recebéraó; * porquanto feu roftoera [como dequem"\ hia
^.1:2. a Jerufalem.»
i7/w.3:i^. 54 E vendo feus Difcipulos Jacobo e Joaó
$4. dificraõ: Se-
j nhor, queres que digamos, que defeenda fogo d’o ceo, e os con-
^^rJ^fuma, coma também k Elias fez?
ir^Í.°em 55 85 Porem virandofe elle, reprendeuos, edific: Vosoutrosnaó
íloa 4:9 fabeis de que efpirito fois.
k 2 Rey. I: 56 l Porque o Filho do homem naó ve^ío a deftruir as almas dos ho
10,12 mens, mas a falvalas. E foraõ fe â outra aldea.
llfayy.17. 57 m E aconteceo que indo elles pelo caminho, lhe difie hum:
mMatt7Í' $enh°r: a°nde quer que fores, te feguirei.
19. * 58 E difielhes Jefus: As rapofas tem covis, e as aves do ceo ni
nhos; mas o Filho do homem naõ tem aonde recline a cabeça.
59 » E
* .t " SEGUNDO S. LU.CAS. Cap.X. m»
SP « E difle a outro: Seçueme. Porem elle difle : Senhor , dei- n Matth . $:
2T.
xame que va, e enterre primeiro a meu pae. o Matth «.S:
60 o Mas Jefus lhe difle: Deixaaos mortos enterrar a feus mortos; 22.
porem tu vae, e denuncia o Reyno de Deus. ?iJty.iPJ
6« E difle também outro: Senhor, eu te feguirei; imas deixa- 20.
me defpedir primeiro dos que em minha cafa eítaó. q Prev. 2ui
61 E Jefus lhe difle: q Ninguém que fua maó do arado lançar, e Phil. II.
3:14.
para tras olhar, he abil para o Reyno de Deus. Hebr. 6; 5.
2 Pedr. 2:
Capitulo X. 20.
2 Envia Chriflo ainda Jetenta Difcipulos a pregar . e os informa de como para 0 ca
minho fe haÕ de aparelhar, e para com os ouvintes aver. 13 Ameaça com gran
des cafhgos ds ciaades de Chorazim j Bethjaida e Capernaum , por caufa de fia
incredulidade. 17 Tornao os alegres fetenta contando 0 que fizeraõeo Senhor lhes
enfina 0 de que muyto mais alegrar fe deviam. 21 Da graças a feu Pae e en~
fina de quem a falutariajciencia proceda. 2$ Rejponde a pergunta de hurm Doutor a Matth.y.
da Ley j acerca do que fazer devia para pofluir a vida eterna. 29 Dd outra,
de quem fofle feu proximo com a parabola de hum , que em maos defalteadores cairay loa.V-4:
e hum Samaritano o focorréra. 38 He hofpedado de duas irmaas > Martha e Ma blTheflfi'.
ria > e louva mais a devaçam de Maria. do que 0 cuydado de Martha.
cMatt. Io.’
1 p defpois d’ifto ordenou o Senhor ainda outros fetenta, e man 16.
dou os de dous em dous diante de lua face , a toda cidade e ãMaít iot
lugar aonde elle avia de vir. 9,10.
2 E dizialhes: a Grande he em verdade a fega , mas os"obreiros Maraà-. $♦
faõ poucos; b portanto rogae a o Senhor da lega, que empuxe obrei- Luí 9;f
ros a fua fega. . <2^/4:
3 c Andae; vedes aqui vos mando como a cordeiros em meyo de 29; ’
lobos. fMatt. io:
4 d Naõ leveis bolfa, nem alforge, nem alparcas; ec a ningué i*.
íaudeis pelo caminho. Marc.6:io.
5 fE em qualquer cafa que entrardes, dizei primeiro: Paz [feja] £1Cor-JO*
27.
?nefta caía. hLev. 19:
, 6 E fe ali algum filho de paz ouver, voflá paz fobre elle repoufa- D-
rá; e íe naó, a vos outros le tornará. *
Deut.24'
7 g E ’na mefma cafa vos ficae , comendo , e bebendo do que 14.
tiverem: h Pois digno he o obreiro de feu falario. Naó vos paflèis
de cafa em cafa.
8 E em qualquer cidade que entrardes, c vos receberem, comei lC^r 9: 4»
o que diante vos puferem. I4>
i46 o s. eu a n g el h o,
9 E curae os enfermos que’nellaouver, edizeilhes: Chegado he
a vosoutros o Reyno de Deus.
i Matt. ío: i o i mas em qualquer cidade que entrardes, e vos naó receberem J
faindo por fuas ruas, dizei
11 Até o pó que de voíla cidade fe nos pegou , facudimos fobre
kA&liy. vosoutros: todavia fabei, que ja o Reyno de Deus avos outros
$i. chegado he.
_ ei8;6. 12 E digo vos, que maistoleravelmente feraó \jratados~\ ’naquel-
le dia [os Sodoma, do que aquella cidade.
i? Ay de ty Chorazin, ay de ty Bethíaida; que feemTyro eetn
1°’Sidonforaõ feitas as maravilhas, que em vosoutras feitas foram,
em cinza ,
loa. is '20,pendido.
miTeej]'. H Portanto Tyro e Sidon feraó mais toleravelmente [tratadas^
4:8. em o juizo, do que vos outras.
nApoc. i2: E tu Capernaum, que até o ceo eftas levantada, até o infer-
<9Max I6,no ferás baixada.
lS' ’ * 16 l Quem a vosoutros ouve, a my me ouve ; e quem a vosou-
AEí is: ç. tros engeita, a my me engeita; m e quem a my me engeita , en-
$>Exod. pigeita a o que me enviou.
32. 17 E tornáraõ os tetenta com alegria, dizendo, Senhor, ate os
JJay-4-3. Demonios fe nos fugeitaõ em teu nome.
Dan. 12:1. p diflelhes : to Rem via en a Satanás - mie rnmn ravn nqhío
* tes muyto mais vos alegrae ? de que volfos nomes eítaõ eleritos ’nos
tedety. tedou, o Pae, Senhor do ceo eda terra, r que efcondefte eftas cou-
jPj.Zi 7- fas a os fabios e entendidos, e as revelafte a as crianças; afti he , o
41 Re-
148 OS. EUANGELHO
4i E refpondendo Jefus, diflelhe: Martha, Martha, cuydadoía
e fadigada andas com muytas coufas.
4* Mas huã couía he neceflaria: Porem Maria efcolheo a boa par
*
^P/2714 te, b a qual lhe naó ferá tirada.
Capitulo XI.
£ Prescreve Chriflo a feus Difcipulos o formulário de orar, $ E com as parabolas
de hum amigo, e de hum pae, enfina que Deus ouve a os que em orar perfeveram.
14 Lança fora a hum Demonio mudo, e reprende a blafphemia dl os que diziaõ ,
qub em virtude de Beelzebul fora 0 lançara. 24 Propoe 0 miferavel efiado da-
queUe em quem 0 efpirito imundo a entrar torna. KJ Aclama hua mulher por
bemaventurada 0 ventre que a 0 Senhor trouxe- 29 Declara 0 Senhor que a os
Judeos ferá dado 0final de fonas. 3I Contrapõem lhes â fua contumácia 0 exem
plo da Rainha do Sul, e 0 dos de Ninive, 33 Enfina com a parabola da can-
dea, que a luz do Euangelho fe nao deve encubrir. 37 Reprende a hypocrifia,
ambiçao e crueldade de que os Efcribas e Pharifeos ufavtâ contra todos os Pro
phetas e Apofiolos > e os ameaça com 0 caPtigo de Deus. $3 Polo que os Pharh
feos novas ciladas lhe armao,
< E acontcceo fluc eftando elle orando em hum certo lugar, como
ceflòu, lhe difle hum de feus Diícipulos: Senhor, enfina no»
a orar, como também Joam a feus Difcipulos enfinou.
tMattá-7 * E elle lhes difle: * Quando orardes, dizei: Pae noflo que [efids]
’nos ceos, fanétificado feja o teu nome: Venha o teu Reyno: Seja
feita a tua vontade, afli na terra conao ’no ceo.
3 Da nos cadadia noflo paó cotidiano.
4 E perdoanos noflòs pecados, pois também nos perdoamos»
£*'• qualquer que nos deve. E naó nos * metas emtentaçaõ, mas livra-
nos do malino.
. S Diflelhes também: Qual de vosoutros hum amigo terá , c a
elle á meya noite irá , e lhe dirá: Amigo, empreftamc tres paens.
bMatt * 6 Porquanto [hum] amigo meu a my de caminho veyo, c naõ
ff ’?* tenho que lhe aprefentar.
<•21:22. 7 E elle de dentro, refpondendo, diga: Naõ me dés moleftia,
11: ja a porta eflá fechada, e,meus filhos eílaõ comigo ’na recamara,
24. naõ poflo. levantar me a dar t’os.
loa. 14:13. s Digo vos, que ainda, que fe naÕ levante a lh’os dar, por ler
íi6-74 feua™g°’ com tudo, por lua importunação fe levantará, e tudo
lac /• s 6 fluanto ouver mifter lhe dará.
xi'?.-. 3:i2. 9 E eu vos digo a vosoutros: b Pedi, cdarfevosha: Bufcar, e
achareis: batei, e abrir fe vos ha. 10
SEGUNDO S.. LUCAS. Cap.XII.
ío Porque qualquer que pede, recebe $ e quem bufca achaj ea
quem bate, íe lhe abrirá.
ii c E que pae de vosoutros, a quem o filho paõ pedir, lhe dará
* *
Matt,?:)
huãpedra? Ou, le também peixe, por peixe, lhe dará huaferpente?
11 Ou fe também pedir hum ovo, lhe dará hum eicorpiaõ?
13 Pois fe vosoutros, lendo maos, fabeis dar boas dadivas a vof-
fos filhos, quanto mais dará [vo/fo ] Pae celeftial o Efpirito Sanébo
a aqudles que lh o pedirem?
14 d E eftava lançando fora a hum Demonio, e era o tal mudo/^
^
*
E aconteceo que, iàido o Demonio , o mudofallou, e as compa- 5 *
ilhas fe maravllháraõ.
is Porem alguns delles diziaõ : e Por Beelzebul, Princepe dos eMatth.n
Demonios, lança fora a os Demonios. 34.
16 E outros, atentando pediaõ lhe final do ceo. e 12:24.
Marc.z.l J
17 Mas conhecendo elle feus penfamentos , diífelhes :
Reyno divifo contra fi meímo, he aífolado, e cae a cala contra íi 1.
7* ]. gMatt.XZl
18 E fe também Satanás contra fi meímo eftá divifo, como fub- 1$.
filtirá leu Reyno ? Porquanto dizeis , que por Beelzebul lanço fora
a os Demonios.
19 E fc eu por Beelzebul a os Demonios fora lanço 5 voífos filhos
por quem os lançaó? Portanto elles íeráõ voífos juizes.
20 Mas fe eu polo dedo de Deus lanço fora a os Demonios, cer
tamente chegado he a vosoutros o Reyno de Deus.
2 í Quando o valente armado guarda feu paço, em paz efta [tudo ]
quanto tem.
22 h Mas fobrevindo outro mais valente que elle,e vencendo o,toma bCol.z\i$l
£ 7Ae] todafua armadura em que confiava, e reparte íeus delpojos.
2? 1 Quem comigo naõ he, contra my he> e qué comigo naõ a-
panha, derrama.
2.4 k Quando o efpirito immundo tem faido do homem, anda por k Matt.izi
lugares íecos, bulcando repoulo-, e naõ achando , diz : Tor- 4J«
narmehei a minha cala d'onde íahi.
25 E vindo acha a barrida e adornada.
Capitulo XII.
I .Avifa Chriflo a feus Difcipulos que fe guardem doformento dos Tharlfeos. 4 Ezt”
fina a quem mais devemos temer. 6 Exhorta a confiar na providencia de Deus^
e afeu Nome confejfar-, e avija nos que nos guardemos da blajphemia contra o Efpirito
Sanilo. 1 3 Refuja fer Juiz de herança algua entre irmãos« I $ Com aparabola de hum
rico que queria acrecentar feus ceUeiros , nos avija que da avareza nos guardemos,
22 Enfina com o exemplo dos corvos > e dos lírios que encomendando o cuydado
defta vida a Deus bujquemos fobre tudo feu Reyno. 3 3 Exhorta a dar esmola *
3 $ £ 4! vigiar ejperando fua vinda, 41 Dejcreve 0 Jerviço e galardaõ de hum
Jervo fiel, 45 Como também 0 ferviço e caftigo do infiel. 42 Diz que veyo a
padecer e a fogo na terra meter. 54 Reprende a os Judeos de que para o tem
po de fua vifitaçao nao atentávaõ, 5 8 £ exhorta a com 0 adverfario fie recon
ciliar.
6« 1 * A juntandofe entretanto muytos milhares d’a companha, tan-
Marc.Z-.i^, to que huns a os outros fe atropelavaó, começou a dizer a
feus Difcipulos: Primeiramente, guardae vos d’o formento dos Pha-
^7^ 1 • r^eos 5 9UC he hypocriíia.
22J x b E nada ha encuberto, que naõ aja de fer defcuberto j nêo-
culto 5 que naõ aja de fer labido.
26. 3 Portanto tudo o que em trevas difleíles, á luz ouvido lerá: c
Marc.4 22. o que a o ouvido nas recamaras fallalles , lobre os telhados fe
8:17. pregará.
lerem^í' 4 digovos, amigos meus, c naõ temaes a os que o corpo ma-»
Matth io'e defpois naõ tem mais que fazer poflam.
2,8. * 5 Mas eu vos moílrarei a quem aveis de temer3 temei á aquelle,
dNiatt.io'. que defpois de matar, também tem poder pera ’no inferno lançar:
29. Afli vos digo, a elle temei.
ei&w».i4: ó d Naõ fe vendem cinco^paflarinhos por dous ceitis? e nem hum
xSam deíles eílà efquecido’diante de Deus.
^.14. q e E [^ainda^ até os cabellos de voflá cabeça todos eílaõ conta-
1 #«71:52 dos: Naõ temaes pois 5 mais valeis vos outros que muytos pafla-
Luc. 21:18. rinhos.
f Matt. 10: 8 fE digovos , que todo aquelle que me confeíTar diante dos
31- homens, também o Filho do homem o confeífará diante dos Anjos
10: de Deus.
mIV8 28. ' 9 sMas quem me negar diante dos homens , ferá negado diante
7Lwf 9:36^ dos Anjos de Deus.
an»..2-i2. 10 È a todo aquelle que palavra \jdguã J contra o Filho do ho-
mem
SEGUNDO S. LUCAS. Cap. XII. 1,3
inem difler, ferlhe ha perdoado: Z’Mas a o que blasfemar contra o Aiím.j;
Efpirito Sanéto, naó lhe ferá perdoado. fMait ío *
ii / E quando vos trouxerem aas Synagogas, c [VJ os Magiftra- ‘
dos e Poteftades, naó eftejaes folicitos, como, ou que em defenfa warCti
[vojfa] ajaes de dizer, ou que ajaes de fallar. n.
ix Porque ’na mefma hora vos enfinará o Efpirito Saneio o que Lm.21:14
convenha fallar.
' 53 E diflelhe hum da companha: Meftre, dize a meu irmaó que
parta comigo a herança.
14Mas elle lhe difle: Homem, quem me pós a my porjuiz, oti
partidor fobre vos outros?-
i? E diflelhes: Olhae, e guardaevos k da avareza; porque *naó
confiftc a vida de ninguém na abundancia dos bens que poflue. confáte ^na
16 E propôs lhes huã parabola, dizendo, A herdade de hum ho- a^n(qan.
mem rico avia bem fruétificado. Cía, queal-
17 E arrezoava entre fi, dizendo, Que farei ? que naó tenho a^w de
onde ajuntar meus fruitos. Jeus bens
18 E difle : Ifto farei; meus celleirosderribarei, emayores [oj] viva.
edificarei, e ali toda efta minha novidade, e eftes meus bens ajun-
tarei.
19 E a minha alma direi : l Alma ,1muytos bens em depofito, lEccI.iv.9.
pera muytos annos tens; defeança, come, bebe, [ej folga. 1 Cor. 15:
20 Porem Deus lhe difle.; m Louco, efta noite te pediráó tua al 35-
ma; e o que tens aparelhado, n cujo ferá? lac. $;
7» P/.’52:7,
21 Afli [be] o que para fi enthefoura, e naó he rico cm MDeus.. ler. 17: II.
22 E difle a feus Difcipulos: 0 Por tanto vos digo., nao" eftejaes
j
folicitos por voíla vida, que comereis; nem polo corpo, que ve- 01735:23»
fiáreis.
23 Mais he a vida, o que fuftcnto, c o corpo, que o veítido. PM4-’6.
24 p Confidcrae os corvos, que nemíemeaó, nélegaõ; nem tem J
dcfpenfa, ncmcelleiro; c Deus os alimenta : Quanto mais valeis
vos outros, que as aves? 17^147:9.
25 q E quem de vosoutros pode, com fua folicitidaó, acrecentar Matth.6:
a fua eftatura hum cóvado ? 27.
26 Pois fe nem ainda o que he menos podeis, porque eftacs foli
citos polo de mais ?
27 Confiderac oslirios, comocrecem: naó trabalhaó, nem fiaó;
e digovos que nem ainda Salamaó, em toda fua gloria, íe
a vcftir çomo hu delles,
v- 2$ e
I$4 OS.EUANGELHO
28 E fc afli vefte Deus a erva que hoje ’no campo eftá , e á ma
nha-! no forno he lançada 3 quanto mais a vosoutros [_howcns~\ de
pouca fé?
29 Vos outros pois, naõ pergunteis que ajaes de comer, ou que
ajaes de beberj e naó andeis enlevados.
30' Porque todas eftas coufas, as gentes do mundo as^bufeam;
mas voflo Pae fabe, que aveis mifter eftas coufas.
r I Rey. 3; 31 r Mas bulcae o Reyno de Deus, e todas eftas coufas vos feráõ
acrecentadas.
P/.37:iy. 32 Naõ temas, ó pequeno rebanho 5 porque a voflb pae agradou
de a vós o Reyno vos dar.
fMatt.iy. 33/Vendei o que tendes, e dae efmola. t Fazei vos bolías que
2I* naó fe envelheçaõ j thefouro’nos ceos,, que nunca desfaleça 5 aonde
haéraõ na° chega, nem traça nada gafta.
’ 34 Porque aonde eftiver voflo thefouro, ali eftará também voflb
^19:21. coraçaõ.
Lice.i6‘.9. 35 « Eftejaõ cingidos voflos lombos, c acéfasas candeas.
17zw.6:í9. 36 E fede vosoutros fcmeihantes a os homens que.a feu Senhor
uEphef.6\ efpcram, quando das bodas ha de tornar, peraque quando vier, e
iPe^ • hater, logo abrir lhe poflàõ.
e ’IJ3* 37 Bemavcnturados aquelles fervos , os quaes, quando o Snor
vier, [w] achar vigiando: Em verdade vos digo, que fe cingirá,
e [a meCa] aífentar os fará, e chegandofe os fervirá.
* Afatt.24: 38 x E ainda que venha á fegunda vigia ; e [ainda que“ ] venha á
42. ’ terceira vigia, c afli [w] achar, bemaventurados faõ os taesfervos.
7 Matt. 24: 39 y Ifto porem fabei, que fe o pae de familiasfoubefle a que hora
o ladraõ avia de vir, vigiaria, e fua cafa minar naõ deixaria.
12 Ped,^ :io 4© x Vosoutros pois também eftae apercebidos; porque a a hora
■sfyoc. 3:3. que nao ímaginacs, vira o rilho do homem.
15. 41 E Pedro
■----- -------lhe difle: Senhor, dizes nos efta parabola a nosou-
xMatt.14-, tros, ou também a todos?
44» 42 E difle o Senhor: a Qual he pois o mordomo fiel c prudente,
*25:I3- a quem o Senhor pufer fobre leus lervos, pera que a tempo raçaõ
^•>3; [/L]dé?
33- . - fervo
- , a o qual- , quando _ .
. Senhor
. feu
Luc. 21:34. . 43 Bemaventurado aquelle 1 - -
i Vlcr3 afli fazendo o achar.
xytoí.2.4: 44 Em verdade vos digo, que fobre todos feus bens o porá.
*
45 diífer: Meu Senhor tar-
45 Mas fe aquelle fervo cm feu coraçaõ diífer:
iCor' em v*r’ e a os criados e criadas começar a efpanquear , ca co-
xner3 e a beber, e a íe emborrachar:
SEGUNDO S. LUCAS. Cap.XTI.
*4$ Virá daquelle fervo o Senhor, o dia que elleonaó efpera, eá
Tiora que elle naõ labc 3 c fcparalohá , e porá fua parte com os
dcíleaes.
47 b E o fervo que Íoube a vontade dc feu Senhor, e naó [fè] a- ÍUc.4‘11
*
perccbeo, nem fez conforme alua vontade, com muytas [pancadas]
ferá efpanqueado.
4$ Mas o que naó foube, e [coufas] dignas de pancadas fez,
com poucas [pancadas] efpanqueado ferá. E a qualquer que muyto
for dado, muyto fe lhe pedirá , e ã o que muyto fe lhe confiou,
muyto mais lhe pediráó.
49 Fogo vim a lançar ’na terra 5 e que [mais] quero, fc ja acefo
eftá?
50 c Porem de hum bautifmo me importa fer bautizado , e como
59 Digo te, que d’ali naõ fairás, até que naópagues o derradei
ro ccitih
Ca pi-
1
OS. EUANGELHO
Capitulo XIII.
I Cem as novas que a o Senhor dao j de como Pilatos o fangue de alguns Galtleof
com feus facrifeios mefiu^ára , e com o exemplo dos dezoito, fobre os quaes a tor
re de Siloé caíra , toma o Senhor ocafiao de ás companhas d penitencia exhortar.
£ E propoe também a efte fim a. parabola da figueira fem fruito, Io Sara em
Sabbado a hua mulher • que dezoito annos avia tinha hum efpirito de enfermidade.
14 O que por bem feito defende contra humPrincepe da Synagoga. iS Compara
o Reyno dos ceos com ograo damoflarda^ e com o formento. 23 Perguntado hum
Je fao poucos os que fe Jalvaõ, exhorta a entrar pela porta efireita, 31 Refpon-
de a os Pharifèos 3 que 0 avifavaò 3 que de Herodes je guardaffe. 34 Queixafe
da crueldade e contumácia dos de Jerufalem, e prophetiza fua destruição.
*Ou? de~ 1 jn ’naquelle mefmo tempo eftavaó ali prefentcs alguns , que lhe
miavau^ COntavaõ [acerca] dos Galileos, cujo languePilatos comfeus
facrificios mefturára.
2 E refpondendo Jefus, diflelhes: Cuidaes vosoutros que eftes
Galileos ajam fido mais pecadores, que todos [demais] Galileos,
por tal padecido averem ?
3 Naó,vos digo j antes fe vos naõ * arrependerdes; todosfeme-
veitenes. jjiantemente perecereis.
4 Ou aquelles dezoito, fobre os quaes a torre em Siloé cahio, e
os matou 5 cuidaes que mais devedores foflem , que todos quantos
homens em Jerufalem habitaõ?
5 Naó, vos digoj antes fe vos naõ arrependerdes , todos feme-
Ihantcmente perecereis.
6 E dizia efta parabola: Tinha hum certo [homemf, prantada huã
figueira em fua vinha, e veyo a ella a bufear fruito , e naõ Qo]
achou.
7 E difle a o vinheiro: Vés aqui tres annos ha que venho a buf
ear fruito a efta figueira, e naõ [0] acho: Corta a , porque ainda
ocúpa inutilmente a terra.
8 E refpondendoelle, diflelhe: Senhor, deixa a [ainda] eftean-
no, até que eu a eícave, e a efterque.
9 E fe der fruito [deixa a ficar] 9 quando naõ, cortalahás deípoiX
10 E enfinava em huã das Synagogas hum Sabbado j
11 E eis que eftava ali huã mulher que avia dezoito annos que hum
efpirito de enfermidade tinha e andava corcovada , e em maneira
nenhuã endereitar fe podia.
i* E vendo a Jefus, chamou a a fi, e diflelhe : Mulher, livre
eftas dc tua enfermidade.
15 E
SEG.UNDO S. LUCAS. Cap. XIII. í$7
13 E pós asmaósfobre ella, e logo fe tornou a endereitar, e glo
rificava a Deus. Ou, to-
*
14 E refpondendo o Princepe da Synagoga, * indignado de que Je- mando a
fus ouveíle curado em Sabbado, difle
‘ ~ “
diífe á companha : * Seis dias ha rna^
• - * -• 7"» - _ / —
em que obrar he mifter: Neftespois vinde, e curar vos deixae , e aEx0^> 2o«‘
naõ em dia de Sabbado. 9
Dcut.iy^,
í5 Porem o Senhor lhe refpondeo, e difle: Hypocrita, ^naódc- Ezech. 20;
flia em Sabbado cadahum de vos outros feu boy, ou [/eu] afno, da 12.
mangadoura, e a lhe dar de beber [^1 leva? bExoday.
16 * E naõ convinha foltar d’efta liadura em dia de Sabbado a efta 5-
que he filha de Abrahaó, a qual, eis, que Satanás a avia liado ja Deut.H‘*,4
dezoito annos ha? Luc. 14: 5.
*Ou> Ea
17 E dizendo elleeftascoufas, todos * feus adverfariosfe confun- e'fíayqued-
diaôj e todo o povo fe alegrava detodas as gloriofas coufas , que ih a de A-
ihade
por elle eraõ feitas. _ 1 brahamhe^
18 c E dizia: A que he femelhante o Reyno de Deus? e a que o e e!í que
compararei? Satanás >]4i
19 Semelhante he a o gram da moftarda , que tomando o o ho dex,oito an
nos ha, li
mem, o lançou em fua horta j ecreceo, e fez fe arvore grande, e gado a ti
as aves dos ceos em luas ramas fe aninháraõ. 1 nhanai
20 E difle outra vez: d A que compararei o Reyno de Deus? convinha
Semelhante he a o formento, que tomando o a mulher, o efcon- defta liga-
deu em tres medidas de farinha, até que tudo fe levedarfe. dura em aia
22 e E andava de cidade em cidade, e de aldea em aldea enfinan- ' Sa^ad»
do, e caminho pera Jerufalem endereçando.
2 2 E diflelhe hum : Senhor, íaõ também poucos os quefe íàlvaõ ?/ç,//d, ÍC*
E elle lhes difle: ?
24 /Porfiae por entrar pela porta eftreita: Porque (eu vos digo), cMatt. 13;
que muytos procuraráõ entrar, e naõ poderáõ. V-
25 \_Como cfvando~\ avendofe o pae deramiliaslevantado, egaporta Marc. 4:30.
cerrar, e a de fora começardes a eftar, e a porta bater, dizendo,
Senhor, Senhor abre nos-, erefpondendoelle, vosdiífer: Naóvos e Matth. 33-
9*,
conheço [nem fei’] à donde fejaes: 3í‘ ,
2<LEntonces começareis a dizer: Em tua prefença comido e be Marc. 6*. 6*
bido aremos, e em noflas ruas enfinado tens. fMiatth.yx
27 1 E elle diífer: Digovos que naõ vos conheço [nem [e'Q donde 13-
fejaes: k Apartae vos de my, vos todos os obradores de iniquidade. ^rr-2^;
2S / Ali ferá o choro, e o ranger de dentes: m Quando virdes a 6:46.
Abrahaó, ealíaac, e a Jacob, e a todos os Prophetas ’no Reyno de h Matt .2^
Deus 5 porem a vosoutros lançados fora. 29 n E 12.
kPf. 6\$9MattlMattà;i2<e 1342^24:51.
vS OS. EUANGELHO
* ffav. VL. 20 u E viráó do oriente, e do occidente, c do norte, c doíul,
Maí,V. II. e aflèntarfehaõ £<* ’no R-eyno de Deus.
Matt.2'.11,■ 30 0 E eis aqui que derradeiros ha, que feráó primeiros , e pri-
o Matt. 19:: meiros ha, que feráó derradeiros.
3°’ 31 Aquelle mefmo dia chegáraó huns Pharifèos , dizendolhe :
e 20:1(í.
M-zrc. Io: Sae te, e vae te d^aoui j porque Herodes te quer matar.
31. 32 E difielhes: ide, e dizei a aquella rapoía: Eis aqui lanço fora
Demonios, e effeituo curas, hoje, cámanhaã, e ao terceiro [
fou coafumado.
33 Porem importa que hoje, e á manhaã, e o [dia] fcguinteca-
rninhe: Porque naõ fucede morrer Propheta algum fora dejeru-
CA P K
SEGUNDO S. LUCAS. Cap.XV i6r
Capitulo XV
i Murinurao os Pharifeos de porque Chriflo a os pecadores recebe. 3 O que Chrit
Jio contra os Pharifeos por bem feito defende com a parabola da ovelha dejgar-
rada. 8 Com a da drachmaperdida. II E com a do filho predigo > que tornando
arrependido 0 pae com alegria 0 recebe. 25 O que por bem feito defende contra
a murmuração do trmao mais velho.
x a p chegavaó fe a elle todos os publicanos, e pecadores a ^a^Aatth.^.
► ’ OUVir. *
Narci '
z E murmuravaó os Pharifeos, e os Efcribas , dizendo : Efte a
os pecadores recebe, e com elles come.
3 E elle lhes propôs efta parabola, dizendo,
*.
4 L> Que homem de vosoutros tendo cem ovelhas, e perdendo huã bMatt.iZ
delias, naõ deixa ’no delerto as noventa e nove, e após a perdida 12‘
íe vae, até que a achar a venha?
5 E achando a, a [naõ] ponhafobre feusombrosgozofo?
6 E vindo a caía, [naõ] convoque a os amigos, e vezinhos , di-
zendolhes, alegraevos comigo , porque ja minha ovelha c perdidac 1 Ped,a
achei ? Io*
7 Digo vos, que afli averá [mais] alegria ?no ceo por hum peca- ,
dor que íe arrepende, do que por noventa e nove juftos, que de
arrependimento naõ neceflitaõ.
8 Ou que mulher tendo dez drachmas , fe a huã * drachma per- *q*d. hum
der, naó acende a candea, e barre a caía, e [a j bufqua com dili- rea^
gencia até acha [*] ? ^doi^vbi^
9 E achando [a, naõ] convoque as amigas e as vezinhas, dizen-
do,, Alegraevos comigo, porque ja a drachma perdida achei.
xa Afli vos digo, que ha alegria diante os Anjos de Deus , por
hum pecador que le arrepende.
E difle: Hum certo homem tinha dous filhos.
li E difle o mais moço deíles a o pae: Pae, dame a parte da fa
zenda que [me] pertence-, e elle lhes repartio a fazenda.
13 E defpois de naó muytos dias, ajuntando o filho mais moço tu
do, partioíè para huã terra [mujj longe, e ali defperdiçou lua fa
zenda, vivendo diflòlutamente.
14 E avendo elle ja tudo gaftado, houve huã grande fome naqueL
la terra, e começou a padecer ncceflidade.
15 Efoy, eachcgouícahumdos cidadaós. d’aquella terra 5 e man
dou o a leus campos a os porcos apacentar.
X 16 E
OS. EUANGELHO
*0\iJofo- 16 E defejava encher feu ventre * d’as mondaduras que comiaõ os
lhelho>o\i> porcos, e ninguém lhas dava.
da vianday yy E tornando em fi, difle: Quantos jornaleiros de meu pae tem
latasabundancia de paõ, e eu [a^ui] pereço de fome.
18 Levantarme hei, e irme hei a meu pae , e dirlhe hei: Pae,
contra o ceo, e perante ty pequei.
19 E ja naõ fou digno de fer chamado teu filho: Fazeme como a
hum de teus jornaleiros.
^4/7.1:39. 20 E levantandofc, foy fe a feu pae. E e como aindaeftivefle de
^172 12j l°nSe 9 yi° 0 feu Pae5 e moveu fe a intimacompaixaõ j e correndo,
lançou fe lhe a o pefcoço, e beijou o.
21 E o filho lhe difié: Pae, contra o ceo, e perante ty pequei 3
e ja naõ fou digno de fer chamado teu filho.
22 Mas o pae difie a feus fervos: Trazei \_me aqui~\ o melhor vefti-
do, e vellilhoj e dae [ lhe] hum anel para fua maõ, e alparcas pa
ra pés.
23 E trazei o bezerro cevado, emataeoj e comamos, e ale-
icemos. gremos nos.
*+ Porque elle meu filho morto era, e reviveo j tinha fe perdi
do, e he achado. E começaraõ fe a alegrar.
25 E feu filho o mais velho eftava no campo 5 e como veyo , c
chegou perto da caia, ouvio a mufica, e as danças.
*6 E chamando a fi a hum dos fervos, perguntoulhe, que eraa-
quillo?
27 E elle lhe difie: Teu irmaõ he vindo •> e teu pae o bezerro
cevado matou, porquanto laõ e falvo o recuperou.
^Ou3da~ 2S P°rem elle le indignou, e naõ queria entrar. Afli que faindo
vnavao, O pae, * rogavalhe \_que entvafíe].
19 Mas relpondendo elle, difie aopae: Eifaqui, tantosanõs [ha
te firvo, e nunca teu mandamento trafpaflei, e nunca hum ca
brito me delle, peraque com meus amigos me alegrafle.
30 Porem vindo efte teu filho, que com mudanas tua fazenda
delperdiçou, o bezerro cevado lhematafte.
31 E elle lhe difie: Filho, tu fempre comigo eftás, e todas mi
nhas couías tuas faõ.
32 Polo que alegrar fe, e folgar convinha 5 porque efte teu irmaõ
morto era, e reviveo3 e tinha fe perdido, e he achado.
I
Ca pi-
SEGUNDO S. LUCAS. Cap.XVI.
Capitulo XVI.
í. Pela parabola d’a prudência d'o injtiflo mordomo enfina Chriflo a grangear amigos
com o injufo Mamon. 1$ E a MàraÕn naõfervir. 14 Reprende a avareza? hy-
pocrifla, e foberba dos Pharifeos. Ió Enfina que a Lev e os Prophetas atefoao
durado tem 3 e que ate 0 minimo til délla comprir fe deve. l8 Trata d'o divor
cio. I? E propoem a parabola do Rico avarento > e do pobre Lazaro 3 eodiffe-
rente eftado de ambos, affi 'nesta 3 como 'na outra vida.
1E também a feus’Difcipulos: Avia hum certo homem rico,
o qual tinha hum mordomo 5 e elle foy perante elle acufado,
como que de íeus bens diflipava.
1 E chamando o elle, dillelhe: Comoifto de ty ouço? Dácon-
ta de tua mordomia $ porque ja naõ poderás fer mais mordomo.
3 E difle o mordomo entre fi: Que farei, pois meu Senhor a mor
domia me tira? Cavar naõ poflò, mendigar tenho vergonha.
4 Eu fei o que hei de fazer, peraque quando d’a mordomia, def-
apoflado for, em fuas cafas me recébaõ.
5 E chamando a fi a cadahum dos devedores de feuSenhor, difle
ao primeiro: Quanto deves a meu Senhor?
6 E elle difle: Cem
* aimudes de azeite. E diflelhe: Toma teu *Ouyv<í/2tf t
conhecimento, e aflentandote efcreve logo cincoenta.
7 Defpois difle a outro: E tu quanto deves? E elle difle : Cem
alqueires de trigo. E difle lhe: Toma teu conhecimento, e ef
creve oitenta.
S E louvou aquelle Senhor a o injufto mordomo por prudentemen
te aver feito: porque mais prudentes fam os filhos defte mundo,
Capitulo XVII.
I Enfa/i o Senhor, quanto impo/te evitar os efcandalos. $ E a o irmão perdoar
quantas vezes Je arrepender. $ Pedem os Difcipulos que afé lhes acrecente 3 cu
ja virtude e força defcreve. 7 Pela parabola do fervo que do campo torna-, enfina. que
nada diante de Deus merecemos fazendo 0 que devemos. II Sara adez leprofos»
dos quaes fó hum lh'o agradece. 2o Enfina 0 modo da vinda de feu Reyno. 16
£ defcreve os últimos tempos 3 comparando os com os de Noé. e de Lot *
V C A PI-
t;qi O S. EUANGELHO
Capitulo XIX.
t Procura Zacheo ver a Chrifto. 6 Recebe o em fua cafa. 8 Dá mcfíras de fua
emenda •> e o Senhor o confia. II Pela parabola d'a repartição das minas e?i-
fma que os dons que cada hum tem , os deve empregar em com elles efpirituabnente
negocear. 29 Faz Jua entrada em Jerufalem 3 afentado Jobre hum afno» yg
E as companhas com aplaufo 0 recebem 41 Chora fobre a cidade de Jerufalem 9
ePropbetzza fua deftruiçaõ. 4$ Daneafora do Templo os que nelle vendiaõ ecom-
právao. E os Princepes dos Sacerdotes e os Ef ribasprocuraomatalo.
1 J7 entrando [JefusJ foy paliando por Jericho.
2 E eis que avia ali hum varaó chamado por nome Zacheo,
e era efte Princepe dos publicanos, e era rico.
3 E procurava ver a Jefus, quem fofle, e naó podia , por cauía
da companha, porquanto era pequeno de eftatura.
'*0\.\>ahum 4 E correndo diante, fobiole a * huã figueira brava, pera o ver;
fycomoro. porque avia de paflar por ali.
5 E como Jefus chegou a aquelle lugar, olhando para riba , vio
o, e diflelhe: Zacheo aprefla te, e delcende; porque hoje meim-
* Oufcar. porta * poufar em tua cafa.
6 E apreflãndofe , defeendeu, e recebeu o gozofo.
7 E vendo todos [iflojj murmuravaó, dizendo, Que entrara a
poufar com hum homem pecador.
*Gr.eftan- 8 E * levantandofe Zacheo, difle a o Senhor: Senhor, eis aqui
do empé. a metadede meus bens dou a os pobres; e fe em alguã coufa a al-
aVuc • guem defraudei, o rendo có os quatro tantos.
* i?1^" 9 E Jelus lhe difle: Hoje houve falvaçaõ ’nefta cafa , porquanto
também a efte he filho de Abraham.
6» 10 b Porque o Filho do homem veyo a bufear, e a falvaro que íe
24. avia perdido.
eiS;ii. u E ouvindo elles eftas coufas, profleguio, ediflehuãparabola,
Porcluanto eftava perto de Jerufalem, e cuidavaõ que logooReyno
f 14 de Deus fe avia de manifeftar.
Marc. 13: 12 c Difle pois: Hum certo homem nobre fe partio a huã terra
34. Cwl l°nge a tomar * para fi hum Reyno, e tornar.
*Õu3rece- i? E chamando a dez fervos feus9 deulhes dez * minas, c difle-
lhes: Negoceae ate que eu venha:
14 E feus cidadaõs o aborreciaó; e mandáraó a pós elle embaixa-
-,.m fyêr dores , dizendo, Naõ queremos que efte fobre nos outros reyne.
Idhudez b' E, aconteceo que tornando elle, avendo tomado o Reyno,
trados
* difle
SEGUNDO S. LUCAS. Cap.XIX. m
difle que lhe chamaflèm a aquelles fervos. a quem avia dado o di
nheiro, pera faber o que cada hum , negoceando, ganhado avia.
16 E veyo o primeiro, dizendo, Senhor, tua mina tem ganhado
outras dez minas.
17 E elle lhe difle: bem, bom fervo 5 pois ’no minimo
fofte fiel, fobre dez cidades tem poteftade.
iS E veyoofegundo, dizendo, Senhor, tuajminagrangeoucin
co minas.
19 E também a elle difle : E tu eftá \jambem~\ fobre cinco ci
dades.
20 E veyo outro, dizendo, Senhor, eis aqui tua mina, que cm
hum lenço * guardei. * j em-
Porque tive temor de ty, que es homem riguroío, que tomas burulhei >
o que naõ pufefte, e fegas o que naõ femeafte. 011?
a Porem elle lhe difle: d Servo malino, por tua boca te julga- i-
rei; fabias que eu era homem rigurofo, que tomo o que naõ pus, e 16. * *
que fego o que naõ lemeei: Matth,121
23 Porque pois naõ defte meu dinheiro a o banco; e vindo eu, 37»
o demandára com onzena?
24 E difle a os que com elle eftavaõ: Tiraelhe a mina, e dae a a
o que as dez minas tem.
25 E elles lhe difleraõ: Senhor, dez minas tem. 1
26 e Porque eu vos digo, que a qualquer que tiver, fer lhe ha da- e Matt. 13;
do; mas a o que naõ tiver, até o que tem lhe lerá tirado. ,
27 Porem a aquelles meus inimigos , que naõ quiferaõ que eu
fobre elles reynaflé , trazei Qw ] aqui, e matae [wj diante de my.
28 Edito ifto, hia caminhando diante, fobindo a Jerufalem.
29 /E aconteceo que chegando perto de Bethphage, e deBetha-
nia, a o monte chamado das Oliveiras, mandou a dous de feus Di- 1.
fcipulos, *Marc
u:i
30 Dizendo, Ide áaldea, que de fronte eftá; aonde, entrando,
achareis hum poldro liado, em que homem nenhum ja mais fe af-
fentou, foltaeo, e trazei [* ].
31 E fe alguém vos perguntar , porque [0] foltaes ? dirlheheis
afli: Porque o Senhor o ha mifter. z
32 E indo os que aviaõ fido mandados, acharaõ como lhes
difle.
33 E foltando o poldro, feus * donos lhes difleraõ: Porque foi- * Ou,
tacs o poldro ? nhvreh
Y ? 34 E
OS. EUANGELHO
34 E elles difleraõ: O Senhor o ha mifter.
glM.n: 35 g E trouxeraõ o a Jefus: h E lançando feus vertidos fobre o
*4- poldro, puferaó em cima a Jefus.
kzRey. 9: £ indo eqe andando, eftendiaó feus vertidos de baixo [<MeJ
pelo caminho.
37 E como ja chegafle perto da decida do monte das Oliveiras,
começou toda a multidaõ dos Difcipulos, gozandofe, a com gran
de voz louvar a Deus, por todas as maravilhas que virto tinhaó,
Dizendo, i Bendito o Rey que vem em o nome do Senhori
*.
£//;. 2:14 Eaz no ceo, e Gloria em as alturas.
39 E alguns dos Pharifeos da companha lhe difleraõ : Meftre,
reprende a teus Difcipulos.
40 E refpondendo elle, diflelhes: Digo vos que fe ertes fe cala-
IHaL 2:11. rem, Z logo as pedras clamaráõ.
41 E indo ja chegando, e vendo a cidade, chorou fobre ella,
»Ou.mw. 42 Dizendo, Ah fe também conhecefles , ao menos ’nefte teu
* Om te a- dia o qUe £ tua pa2 r pertence 1J Mas agora ante teus olhos encuber-
pertarao. t<>
^Oib^rr- Porque dias fobre ty viráõ, em que teus inimigos com * tran-
"w i Rey. 9; queiras te cercaráõ, e a o redor te íitiaráõ, e de todas as bandas
7j8. * cm * eflreito te porám.
Mich.3:12. 44 m E a ty, e a teus filhos em ty, â terra te derribarão;’ e pe-
Matth. 24: dra fobre pedra em ty naõ deixaráõ , porquanto naõ conhecefte o
Marc x -2 temP° de tLia vifitaçaó.
LucC .zi\6. 4,51 E entendo ’no Templo, começou a lançar fora a todos os que
w 1 Rey'. S: hielle vendiaó e compravaó:
29« 46 Dizendolhes, » Efcrito ertá: Minha cafa, cafa he de oraçaõ:
Ifay. 56:7. Mas vosoutros cova de falteadores feito a tendes.
ÍT7:.X1,, 47 E enfinava cadadia ’no Templo: 0 E os Princepes dos Sacer-
dotes e os Efcribas, e os Princepes do povo, procuravaõ matalo. -
Marcai'. 48 E ua^ achavaó que lhe fazer , porque todo o povo * pendia
I7’ ’ d’elle, ouvindo o.
0 Nkrí.ll: f
18.
loa. 7:19:
e 8; 37.
* Ou > efta- J
•va ftftpen-
fo j drr. Ca pi-
f *r f
SEGUNDO S. LUCAS. Cap. XX. Ví
Capitulo XX.
X Perguntando os Efcribas a o Senhor com que authoridade aquellas cotizasfiaziayrefpon"
delhes > perguntando lhes d? onde o bauttjmo de Joao era. 9 Com a parabala da vi
nha arrendada a huns lavradores que a os criados de feu .Amo maltratáraõ e a
o filho matáraó y os ameaça com o cafiigo de Deus. 2o refponde á pergunta d<?
Je licito era tributo a Ce]ar dar. ly Refpondendo a pergunta dos Sadduceos <z-
cerca de fete irmaõs que a hua mejina mulher hum apos outro por mulher tiverao
prova pela Ley de Moyfes e a rejurreiçao dos mortos» 41 Propoem a quefiaoy de
como 0 Mef/ias filho de Davidjèrpojfa y chamando 0 David feu Senhor. 45 E a-
rvifa a 0 povo , q fe guarde da ambiçao e hypocrifia dos Efcribas.
1 a J7 aconteceo hum d’aquelles dias, que eftando elle enfinando aMatt.n *
’no Templo a o povo, e denunciando o Euangelho, fobre- 23‘
vieraó os Princepes dos Sacerdotes, e os Efcribas com os Ânciaós. Marc' n»
2 E fallaraó lhe, dizendo, Dize nos , com que autoridade eftas ^7 *
coufas fazes? Ou quem he o que efta autoridade te deu? eyXy»
3 E refpondendoelle, diflelhes: Tambémeuvosperguntareihuã ' *
palavra5 e dizei me:
4 O bautifmo de Joaó era do ceo, ou doshomés?
5 E elles arrezoavaõ entre fi, dizendo, Se diflermosdoceo5 dir-
nos ha: porque pois o naó creftes ?
ó Efe diflermos, Dos homens $ todo o povo nos apedrejará: Pois
por certo tem que Joaó era Propheta.
7 E refpondéraõ, que naõ fabiaõ d’onde [era.]
8 E Jefus lhes difle: Nem taó pouco eu vos direi, com que au
toridade eftas coufas faço,
9 b E começou a dizer a o povo efta parabola: Hú certo homem bPfZQ\ f
prantou-huã vinha, e arrendou a a [huns] lavradores , e partio fe ifay.y.L»
para fora da terra por muyto tempo. ler 2:21.
10 E a [/eu] tempo mandou hum fervo a os lavradores , peraque el2:,lo‘
lhe deflem do fruito da vinha3 mas efpanqueando o os lavradores, Mu *th. 21;
[0] mandáraó vazio. Marc.izul
11 E tornou ainda a mandar outro fervo: mas elles efpanqueando
e affrontando també a efte, [0 j mandáraó vazio.
12 E tornou ainda a mandar a o terceiro: mas elles ferindo tam
bém a efte, [0] lançáraõ fora. cPfalm.i#'»
13 E diífe o fenhor da vinha: Que farei? Mandarei a meu filho Hebr.i: 2O
amadoj por ventura vendo o, [0] refpeitaráó. dGen.^y;
14 Masvendo o os lavradores, arrezoáram entre fi, dizendo, c Efte
he o herdeiro, vinde, matemolo, paraque a herdade noífa feja. Mattz6-£
17 E lançando o fora da vinha, matáraó [0]. Que pois lhes fará ^27:1.
o fenhor da vinha? Y 3 16 Viriíoa.ií'.^
174 O S. EU A N G EL H O
*6 Virá e a eftes lavradores deftruirá, e a vinha a outros dará.
*Oin 77?/E ouvindo elles [ifto] difleraõ: * Guarda!
^aõaja.ouj 17 Mas olhando elle para elles, difle: Que pois he iíloqueefcri
Deus nos to e eftá? A pedra que os edificadores reprováraõ, eflá por cabeça
livre.
eF/iíS: da efquina foy feita.
22,. 18 /'Qualquer que fobre
Liv 1 viLie a.L|U.Vlia, pedra
1UULL aquella ^vi-no. cair y, ferá quebrantado5
vau
___ __ _ 1 | /
jfay, S: 14. S e aquelle fobre quem ella cair, efmeuçalohá.»
19 E procuravaó os Princepes dos Sacerdotes, e os Efcribas, de
Matth. 21: ’naquella mefma hora d’elle maõ lançarem; mas teméraõ az o povo; . j
. .42‘ . porque [ hem ] entenderão que contra elles efta parabola diflera.
Mare.12. 20 h E trazendo [0] de fobre olho, mandaraoefpiasquefe
io mandarao efpias quefe fingif-
Aã 4:11. fem juft°s> pera em palavra [alguf] o apanharem, e a o Senhorio1
Pow.V:33« e P°der do Prcfidente o entregarem.
I p^r.2;4> E perguntaraõ lhe, dizendo, Meftre, nós íabemos que bem
"
e direitamente falias, ecníinas; e que para a [aparência da j peflòa
flJay.Zn^. naó atentas , antes com verdade o caminho de Deus enfinas.
Zachtl2‘. 3. 22 He nos licito . _
. tributo
dar - -
a Cefar, ou naó ?
gDan.4 34. 23 E entendendo elle fua aftucia, diflelhes : Porque me aten-
h Matt 22:
16. taes ?
Marc 12: 14 Moftraeme huã moeda; de quem tem imagem, ea inferip-
13- çaõ ? E refpondendo elles, difleraõ: De Cefar.
í Matt, 17: 2 5 Entonces lhes difle: Dae pois a Cefar o que [he] de Cefar, e
2$.
e22:2l. a Deus o que [he] de Deus.
^3
*7 E naó o ■*.pudéraó apanharem
1 palavra
* alguã
~ diante do *■povo; ma-
k Mtf/í.22: ravilhados de fua repofta, caláraõíe.■
23. : 27 k E chegandofe
_ lhe alguns dos Sadduceos, que contradizendo
Marc. 12: [dizem] naõ aver refurreiçaõ, perguntaraõ lhe,
18. < *8 21 __
Dizendo, Meftre, l Moyfes nos efcreveo, quefe o irmaõ de
^Deut^' al£Um ^ecerJ tendo [ainda] mulher, e fem filhos morrer ; tome
eut.2^. feu irmaõ a mulher,( e a feu irmaõ femente delperte.
TT
29 Houve • f irmaõs,
poisfete “ e tomou o primeiro mulher " “ , e mor-
reo fem filhos.
30 E tomou a o fegundo; e [também] efte morreo fem filhos.
31 E tomou a o terceiro, e afli mefrno também os letc , e naõ
deixáraõ filhos, e morrerão.
32 E por derradeiro defpois de todos, morreo também a mu
lher.
33 Em a refurreiçaõ pois, mulher de qual deíles ferá ? Pois os
íete por mulher a tivéraõ,
34 E
SEGUNDO S. LUCAS. Cap.XX. i;r
Vr E refpondendo Jefus, diflelhes: Os filhos deite fécula fe ca-
faõ, e fe daõ em cafamento.
35 Mas os que por dignos ávidos forem de aquelle feculo , e a re
furreiçaó dos mortos alcançarem, nem fe haõde cafar, nemferda
dos em cafamento.
3* Porque ja naó podem mais morrer-, porque faõ w iguaes a os Io * 3:2.
Anjos. E faõ filhos de Deus, pois faõ filhos da refurreiçaó.
37 E que os mortos ajaõ de refufcitar; também Moyfes junto a o
çarçal o moítrou, quando r. a o Senhor chama, o Deus de Abraham,
e Deus de Ifaac, e o Deus dc Jacob.
38 Ora f Deus j naõ he Deus de mortos , mas de vivos j porque l6*
todos vivem [quanto] a elle. . ~ oMatt.zz;
39 E refpondendo hús dos Efcribas, difleraó : Meftre, bem 14.
diflelle. * IVW.u;
40 E naõ oufavaõ perguntarlhe mais coufa alguã. 35-
41 0 E elle lhes difle : Como dizem que o Chriflo he filho de mc^o
David? . . <viddiz.
42 * Dizendo o mefmo David’no livro dosPfalmos; p Difleo Se-p pf.iio-i
*
nhor a meu Senhor, afleiita te á minha [mao] direita, Act- 2: 34.
43 Até que a teus inimigos ponha por efcabellode teus pees. I Cor. 1$:
44 Afli que David o chama [jeu] Senhor ; e como he feu Hebr.\' 25
tl£
filho? , r ,r. , elo: 1 3.
47 q E ouvindo o todo o povo, difle a feus Difcipulos: q Matt .2^
46 Guardae vos dos Efcribas, que querem andar veflidos á com 5> 6.
prida; e amaõ as faudaçoens ’nas praças, e as primeiras cadeiras Marc. 12:»
^nas.Synagogas, e os primeiros afléntos ’nos convites. 38,39.
47 Que as cafas das viuvas devóraõ, e em aparência de larga ora- Luc. 11:43.
r Matt. 2^
*.
caõ ufaõ. Eftes receberão mayor * condenaçaõ. 14.
■1
Marc. 12:
40.
2 Tim 3 • 6»
Tit. 1:11.
J7<5 OS. EUANGELHO
Capitulo XXI.
I Louva o Senhor a pequena offerta de hua pobre viuva» $ Prophetiza a deftrui
*
fao do Templo e d’a cidade de Jerufalem 7 E relata os finaes que lhe aviao de
I preceder. 12 E as perfeguiçoens que a os feus aviao defobrevir contra as quaes
os conjola tom fua ajuda e defenja. 2o Aconfelha que vendo a Jerufalemcer-
tada > fujao aprejfadamente > pera tamanha desaventura evitar. 25 Prediz, os
finaes de fua ultima vinda s c com a parabola das arvores que brotao 3 exhorta a
obfervála 34 E a efperdia com temperança 3 vigia e oraçoens. tf Enfina
a 2 Rey.19: também a 0 povo cada dia 'no Templo.
9-
Marc. 12:
41- 1 E °lhand° elle, vio a os ricos lançar fuas oftertas ’no cofre d’o
bíCor.S; ' thefouro.
12. 1 E vio também a huã pobre viuva lançar ali dous minutos.
*Gr. falta. 3 E difle: Em verdade vos digo, b que mais que todos lançou
c Matt. 24.- efta pobre viuva. ;
x* . 4 Porque todos aquelles, d’co que _ 11. of-_
lançáraó pera as V7i
lhes fobeja1„..^.1.._
diR^ -7 feftas de Deus: mas efta, de lua * pobreza tudo quanto fuftento
Mich\'.n. rinha, lançou.
Luc 19:4.4. 5 c E. dizendo alguns d’o Templo, que com fermofas pedras eda-
eler.iy-.S divas adornado eftava, difle:
Afarr24 4. 6 Eftas coufas que vedes: </diasviráó, em que fe naõ deixarápe-
1 ^ra f°bre pedra, que naó ieja derribada.
2T^//282 7 E perguntáraõ lhe, dizendo, Meftre quando pois feráó eftas
It loa. 4'. 1. 'coufas? E que final averá, quando eftas coufas ajaõ de acontecer?
*Ou>^- $ e Entonces difle elle: Olhae que naõ vos * enganem, f porque
xeis viráó muytos em meu nome, dizendo, Eu fou [0 chriflo~\. _ E já o*
nar. tempo efta perto: Portanto naõ vades apos elles.
fler.14:14. 9 E quando ouvirdes de guerras, e de. fediçõens, naõ vosefpan-
*23:21. teis. Porque neceflario he que eftas couías aconteçaõ primeiro 5
gIAy.l9.-2.’ mas nem logo [/W j o fim.
h Matt. Lo:
17 10 Entonces lhes difle: g Levantarfehá gente contra gente , e
O'
•* •♦
Gentios le cumpraõ. Matth. io
25 « E averá finaes ’no Sol, e Lua, e[’%as] Eftrellas: e’na So
terra aperto de gentes pola confufaõ, bramando o mar e as ondas: ríh%-9'-27-
2Ó Defmayando os homens por caufa do temor, e da efpéra das
coulas que á redondeza d’a terra fobreviráõ. Porque as forças d’o .
ceo fe abalaráõ. ■ I4‘
27 x E entonces a o Filho do homem vir em huã nuvé veráõcom [Dan. 9:
grande poder e gloria. 26., 27.
28 Ora quando eftas coufas começarem a acontecer , olhae para M^^.24:
riba, e levantae voflás cabeças, y porquanto perto vofláredemçaó eftá.
29 x E diflelhes huã parabola: Olhae a figueira , e todas as ar- arc,1l'
vores: . m-,
30 Quando ja brotam, evos [0] vedes, de vos mefmos fabeis que ceflidade.
ja o veráõ perto eftá. tRom. n:
31 Afli também vos outros, quando que eftas coufas acontecer 2^-
virdes, lábei que ja o Reyno de Deus perto eftá. uljay.iy.
3- Em verdade vos digo, que naõ paflárá efta geraçaõ, até que Ez°j, „2.
tudo naõ aconteça. Z 33 ^E 7. 3
3-. Matth. 1^*. 29. Marc 13:24 Apoc 6:12. x Dau. 7: Io. Matt.l6-.17 ei^-.^o.
s 25:3 i e 26 6+. Marc. 13:26. e 14:62..A5< i; 12.2 Thefl'. i:io. Apoc, 1:7.7 Kw. S.-23. z Matt. 241
yi.Marc. 13; 2$.
O S. EU A N GEL H O
33 O ceo e a terra paíTaráõ, mas minhas palavras cm maneira
27. nenhuá paíTaráõ.
ifay. 51: .<♦ 34 b E olhae por vosoutros , que por ventura voífos coraçoens fe
h/iatthA4' na5 carreguem de glotonaria, c borrachice , e dos cuidados deita
fíX
in
* v^a > e fot>re vosoutros dhmproviío aquelle dia venha.
bR^n i“:* c Potque como hum laço ha dc vir fobre todos os que * habi-
iv ° taõ fobre a face de toda a terra.
'LThef.^.S. 36 </Vigiae pois cm todo tempo, orando que fejaes ávidos por di~
1 Pedr.4
*7» gnos de evitar todas eftas coufas que haõ de acontecer, ede eftarem
ciTheJf.S : pé diante d’o Filho do homem.
*d
zP • 37 * E enfinava entre dia’noTemplo; Poremfaindo ásnoites, as
Aplc.y 3 Pafàva no monte chamado o das Oliveiras.
i5:15. 38 E todo o povo vinha pela manhaã cedo a elle a o Templo, a
* Gr. eflao O ouvir.
affentados.
d Matt. 24: Capitulo XXII.
42.
I Confultaõ os Princepes dos Sacerdotes e os Efcribas como a 9 Senhor mataria#.
Marc. Io: 3 Concerto de Judas cora elles para lho entregar. 7 Manda Chriflo aparelhar
33- a Pafchoa T 4 E come a comfeus doze Apoflolos. 19 Inflitue defpoisfua Sandia.
Luc. I2:4o. Cea. 21 Prediz a treiçaõ de Judas. 24 Amoeffa a feus Difcipulos a fe guar
lTheffs.6. dar da ambiçao e domínio mundano. 2S Yrometendolkes a comunicação defeu Rcyz
e loa, 8; 2. no. 31 Avifa a os Apoflolos e principalmente a Pedro contra a tentaçaõ de Sa
tanás. 34 E prediz lhe fiia caida 3 e a todos os outros > os trabalhos 3 que affl
a elle j como a elles 3 em breve os efperavam. 3 9 Ora no monte das Oliveiras ,
e em fua mayor angufliapor hum An]o he confortado. 4$ Exhorta a feus Di
fcipulos que dormindo eflavao, a vigiar , e a orar., 47 Judas 0 trahe com hum
beifo ■) e os Judeos 0 prendem, $o Cura a orelha cortada a hum fervo. 54 He
levado a cafa d’0 Sumo Pontifice > aonde Pedro tres vezes 0 néga 61 Sobre 0
que olhando 0 Senhor para elle chora amargamente fua caida. 63 He 0 Senhor
mal tratado; e perante 0 Concilio dos Judeos aprefentado y confe/fa fer 0 Filho
a Exod. 12: de Deus.
T*
Matt.26:2. j
Marc. T4;l, * p eftava perto a feita dos [paens] afmos, chamada a Pafchoa, '
b Pf. 2* 2- b E os Princepes
* r
*
dos Sacerdotes,
_ • w
e os Efcribas, procu-
loa. 11:47.ravam comoomatariaõ: Porque temiaõ a o povo.
Afl. 4:27. 3■ c E ~ entrou Satanás em Judas, o que tinha por fobre nome Ifca-
c Matt. 2 6', riota, qual x
era do numero dos doze.* <
14, - - ■ '
5 E foy, e fallou com os Princepes dos Sacerdotes, e [com] os
Marc. 14:• Capitaens, de como lho entregaria.
Io.
loa. 13:27. tf * Os quaes folgáraõ, e concertáraó de lhe dar dinheiro.
*Ou, E 7 E premeteu [lh] o, e buícava oportunidade pera lh’o entregar
folgárao. em alvoroço. 7 àE
SEGUNDO S. LUCAS. Cap.XXII. T79
7 E veyo o dia dos \_paens] asmos, em que importava facrificar ^M^‘2í:
o cordeiro £/] a Pafchoa.
8 E mandou a Pedro, e a Joaó , dizendo : Ide , aparelhac nos
cordeirod’~} a Pafchoa, peraque [o] comamos. ’ á*
9 E elles lhe difleraó: Aonde queres que [o] aparelhemos?
iq E elle lhes diíTe: Eifque como na cidade entrardes, vos en
contrará hum homê que leva hú cântaro de agoa: fegui o até a cafa
aonde entrar.
ii E direis a o pae de famílias da cafa: O Meftre te diz; Onde
eftá o apoufento , aonde com meus Difcipulos a Pafchoa hei de
comer ?
Entonces elle vos moftrará hum grande cenáculo ja preparado;
sparelhae a ali.
13 E indo elles, acháraó como lhes tinha dito 5 e aparelháraó a
Pafchoa.
1+ e E vinda a hora , afientoufe [_d e com elle os doze A-
20.
ei de com vofco efta Pafchoa comer,
antes que padeça.
ií> Porque vos digo , que delia mais naõ comerei, até que no
Reyno de Deus fe cumpra.
17 E tomando o copo, e avendo dado graças, difie: Tomae o,
•e reparti [0] entre vosoutros.
18 Porque vos digo, que do fruito de vide naõ beberei, até que
o Reyno de Deus naó venha.
fer 0 mayor ?
1S0 OS. EUANGELHO
i Matt.20
* 2$ E elle lhes difle: i Os Reys das gentes fe enfenhoréaõ dellasrj
^íárc • C °S que febre ellas tem poteftade, faõ chamados bemfeitores.
26 k Mas vosoutros naõ afli: l Antes o mayor entre vosoutros, feja
k como 0 menor 5 e o que precede', como o que ferve.
ZLW9.43. 27 Porque qual he mayor? o que [á mefa J fe aflenta, ou o que
ferve ? Porventura naõ heoque [á mefa] íe aflenta? m Porem eulou
18. entre vosoutros, como aquelle que ferve.
I4e 28 E vosoutros fois os que comigo em minhas tentaçoens perma-
necido tendes-
p’ * 29 n E eu vos ordeno o Reyno, como meu Pae m’o ordenou.
oMatt.xy. 3o Peraque em meu Reyno à minha mefa comaesebebaes 5 e oío-
28, bre tronos vos aflenteis, julgando a as doze tribus de Ifrael.
Apoc. 3:21. 31 Difle também o Senhor: Simaõ, Simaõj vedes aqui que p Sa-
piPea 5:8» tanás vos pedio muyto, pera como a trigo vos joeyrar.
3 2 Mas eu roguei por ty, que tua fé naõ desfaleçaj, e tu quando
algúa vez te convertércs, conforta a teus irmaõs.
39 E elle lhe difle: Senhor, aparelhado eftou peracomtigo atéá
Pr, e á morte ir.
* 34, 2 * 34 Mas elle difle: q Pedro, digo te que naõ cantará hoje o galo,
Marc. *14 antes que tres vezes negues, que me conheces.
30. 3í E a elles difle: r quando vos mandei fem bolfa, e^yíwjalfor-
2^.13:38. ge, e [fem ] alparcas, porventura faltou vos alguã coufa? Edifleraó
*
rMw.io; Nada.
9. Diflelhes pois: Agora porem o que bolfatem, tome a, como
Marc. í- 8.
Lí/r. 9:3. também o alforgej e o que naõ tem, venda feu veítido, e compre eípada.
fljay-w 37 Porque vos digo, que ainda importa que em my fe cumpra
12. aquillo que eftá efcrito: J E com os malfeitores foy' contado. Por
Marc.l^Z que o que de my [eftá efcrito feu] fim tem.
28. 38 E elles difleraó: Senhor, eisaqui duas efpadas. E elle lhes
t M^«.2ó: difie: Bafta.
36.
Marc. 14: 39 tE faindo, foyfe, comofohia, a o monte das Oliveiras 5 e íê-
32. guiraõ o também feus Difcipulos.
loa. 8:1. 4<> E como chegou a aquelle lugar, diflelhes: Orae, que naó en-^
e 18:1. treis em tentaçaõ.
ff Matt. 2,6 : 4i u Eapartoufe delles como hum tiro de pedra. Epondofedejue-
39. Ihos, orava,
Marc. 14:
41 Dizendo, Pae? fe queres, pafla efte copo demy5 poremnaó
xícw.ójjS. feça minha vontade, * fenaõ a tua.»
43 E apareceo lhe hum Anjo do ceo, que o confortava.
44 y E
SEGUNDO S. LUCAS. Cap. XXII. m
7 E pofto em agonia, orava mais intenfamente. E fez fe feu yloaAitiyl
firor como gotas grandes de fangue, que corriaõ até o chaõ. Hebr, $ ;7»
45 E levantandofe da oraçaõ, veyo a feus Dilcipulos, e achou os
dormindo de trifteza.
45 E diflelhes : Que eftaes dormindo ? Levantae vos , c orae,
para que naõ entreis em tentaçaõ.
47 - E eftando elle ainda fallando , eifaqui a companha ; c hum 2jMj«.26:
dos doze, que Judas fe chamava, hia diante deíles, e chegoufe a 4? * „
Jefus, para o beijar. * 14’
42
4S E Jefus lhe difle: Judas, com beijo a o Filho do homem trahes? &
49 E vendo os que com elle eflávaõ o que avia de fuceder, difle
raõ lhe: Senhor, feriremos á efpada?
yo a E hum deíles ferio a o lervo do Princepe d’os Sacerdotes, e a Matt.16:
cortou lhe a orelha direita. 51.
E refpondendo Jefus, difle: Deixae os até aqui: E tocando Marc-
lhe a orelha, curou o.
52 b E difle Jelus a os Princepes d’os Sacerdotes, eaosCapitaens M4/Í.2&
do Templo, e a os Anciaõs, que contra elle tinhaó vindo: Como
a falteador, com efpadas e baftoens faiftes L _ . X14*
53 Eftando com vofco cadadia no Templo, contra my as maos
naõ eftendeftes : Mas efta he a voflá hora, e a poteftade das
trevas.
54 c E prendendo o, trouxéraõ [ ], emetéraõo em cafadoPrin-
cepe dos Sacerdotes. E Pedro [/ J feguia de longe. *
AfZv 1 •
5$ d E avendo acendido fogo ’no meyo da fala, e aflentandofe
juntamente, aflentoule Pedro entre elles. 1^. 18/12,
56 E vendo o huã certa criada eftar aflentado a o fogo , c poftos 24.
os olhos nelle, difle: Também efte com elle eftava. í/J/^.26:
57 Porem elle o negou, dizendo: Mulher, naõ o conheço. í19,
yS E hum pouco defpois, vendo o outro, difle: Também tu del-
leses. Porem Pedro difle, Homem, naó fou'. 2^. i8;i6
$9 E como ja quaíi huã hora paflada, aftirmava outro, dizendo, 25. ’
Verdadeiramente também efte eftava com elle, porque também he
Galileo.
60 E Pedro difle: Homem, naó fei o que dizes. E logo, eftan- e
do elle ainda fallando, cantou o galo. *4,57
61 E virandofe o Senhor, olhou para Pedro; e Pedro fe lem-I4:
brou d’a palavra d’o Senhor, como lhe tinha dito : e Antes que o T -
galo cante, me negaras tres vezes.
1S2 OS. EUANGELHO
61 E faindo Pedro para fora, chorou amargofamente.
fMatt.2b\ 63 f Eoshomcsquetinhaó aJelus, zombavaõ d’elle, gfe
6y. rindo p] 5
Marc. I4i 64 E cobrindo o, feriaõ o ’no rofto; e perguntávaó lhe, dizen
óÇ.
g lob. 16‘. do, Prophetiza quem he o que te ferio?
IO. 65 E outras muytas couías contra elle diziaó, blasfemando.
Jfa)'.^9:6. 66 .h E como ja , foy_ de dia, ajuntáraó fe os Anciaõs do povo , c
loa.iT. 3. os Princepes
~ dos Sacerdotes,
' e os Efcribas
......... , e trouxeraõ o a feu
hPf2\2. Concilio.
^^27:1. Dizendo, Estuo Chrifto? Dize nolo. E diíTelhes : Se volo
J^.i8;28.dlírer5 nao o crereis:
*Ou, ou. 68 E tambémle vos perguntar, naomerefpondereis, * nem fol-
i Dan.y. 9. tareis.
Matth. Ió: 69 l Defdagorafe aflentará o Filho do homem á [mao] dercita da
27. potência de Deus.
e24:3<>. 70 E difleraó todos: Es tu logo o Filho de Deus? Eellelhesdif-
*25:31.
e 26:64. fe: Vosoutros dizeis que eu fou.
Marc. 14: 71 E difleraó elles: Que mais dc teftimunho neceflitamos ? Pois
62. nos meírnos de fua boca o ouvimos.
Aft.it n«
I Theff.lt Capitulo XXIII.
Io.
Apoc. 1:7. 1 He Chrifto perante Pilatos levado , perante elle acufado 3 e d*elle por innocentt
declarado. 7 Envia 0 Pilatos a Herodes, 0 qual d'elle efcarnece , e a Pilatos a
mandar 0 torna. 13 O qual procura foltalo, mas d inftancia do povo , folta a
Earrabbas 3 e entrega a Chrifto pera fer crucificado. 26 Simaõ Cyreneo leva fua
cruz após elle» 27 As mulheres de Jerufalem 0 lamentam. a as quaes prediz a
a Matt.iy: affliçaÓ que a ellas e a feus filhos avia de fobrevir. 32 He crucificado entre dous
10. falteadores, e ora pòr feus inimigos. 35 He blafphemado e efcarnecido na cruz.
Marc.I 38O titulo da cruz. 3 9 Hum dos falteadores delle blafphema 3 e 0 outrofe con
loa. IS.-28. verte 3 e elleo confola. 44 trevas fobrea terra» O veo do Templo fe rafga,
b Matt.I?; e Chrifto efpira». 47 O CenturiaÓ , como também a companha 3 0 confejfaopor ju-
2^. fto. $0 Jofeph de Arimathea 0 fepulta» 54 Ef as mulheres vém a onde 0 poem^
e 22:211 e compram efpecierias para 0 ungir.
61arc. 12:
I7> 1 E levantand°fe toda a multidão delles, leváraó o a Pilatos.
Ettc. 20:2$. 2- E começaram acufalo, dizendo, A efte avemos achado,
-Rflw.13:7.• que perverte a naçaó, e b prohibe dar tributo a Cefar , c dizendo,
cAft.lT.yt! que elle mefmo he Chrifto [/] Rey.
d Matt.21'.
11. -3 dE Pilatos lhe perguntou,
1 o - , dizendo,
— Es tu o Rey dos Judeos?
Marc.i^i. E refpondendo lhe elle diífe; Tu o dizes,
1^,18- 33. 4 E
SEGUNDO S. LUCAS. Cap. XXIII.
4 E difle Pilatos a os Princepes dos Sacerdotes, e as compa
nhas : Culpa nenhuá acho nefte homé.
5 Mas elles tanto mais infiftiam, dizendo , alvoroça a o povo,
enfinando por roda Judea, começando delde Galilea até aqui.
6 Entonces Pilatos, ouvindo de Galilea, perguntou, fe aquelle
homem era Galileo?
7 e.E entendendo que da jurdiçaõ de Herodes era , remeteu eLuc.y, i;
o a Herodes: O qual também ’naquelles dias eftava em Jerufalem.
8 /E vendo Herodes a Jefus, folgou muyto: porque avia muyto9• 7*
que o defejava ver, porquanto d’elle muytas coulas ouvia: e eípc-
rava que algú final fazer lhe veria.
9 E perguntavalhe com muytas palavras , mas elle nada lhe re-
ía :
E eftavaõ os Princepes dos Sacerdotes, e os Efcribas , acu-
fando o * com grande vehemencia.
11 E Herodes, com feus toldados, defprezandoo, ed’elleefcar- ™ ** ieJhen~
necendo, o veftio de huã roupa refplandecente, e o tornou a enviar
a Pilatos.
12 g E ’no mefrno dia fe fizéraó Pilatos c Herodes entre fi ami-^^7.4:27.
gos: porque d’antes em inimizade hum contra o outro andavaó.
13 E convocando Pilatos a os Princepes dos Sacerdotes , e a os hMatt.iji
Magiftrados, e a o povo, difielhes: 3-
14 Aveis me apreícntado a efte homem, como que * perverte a Marc.
Aa C API-
JS« O S. EUANGELHO
Capitulo XXIV
I Vem as mulheres a 0 fepttlchro > e achao 0 vazio. 4 Dous Anjos lhes denunciai
a refurreiçaó de Chrifo. 9 D’o que as novas a os Apoftolos , e a os demais Di-
jcipulos a dar vam > porem elles 0 naocrem. 12 Corre Pedro a 0 fepulchro, Ij
Aparece Chrifto a dous Difcipulos - que hiao a Emaus , e ’no partir do pam 0 co
nhecem, 33 A quem 0 mefmo Senhor aparece, as maós e os pés lhes moftra, e
em fua prefencia come. 44 O Jentido das Efcrituras lhes abre ■ e por fuas teffi-
munhas entre todas as gentes os conftittie > e feu Efpirito Sanflo lhes promete. $0
E abençoado os, delles fe defpede, e ao ceo fobe.
*Matt.iZ\ 1 a T7 O primeiro [dia] da femana , muy de madrugada foraõ a o
1. ’ fepulchro levando [com figo] as efpecierias que aparelhado ti-
Marc,i6fi. nhaõ, e alguãs [mais] com ellas.
1^.20; 1. 2 £ acháraõ a pedra ja revolta do fepulcro.
3 E entrando, naõ acháraõ o corpo do Senhor Jefus.
4 E aconteceo que eftando ellas difto perplexas; eis quedousva-
roens fe paráraõ junto a ellas com veftidos refplandecentes.
5 E eftando ellas muy atemorizadas, e abaixando o rofto para o
chaõ, lhes dificraõ elles : Porque a o vivente entre os mortos buf-
caes?
b Matt.16; Naõ eftá aqui, porem ja refufcitou. b Lembraevos de como vos
ei7-22 Eallou, eftando ainda em Galilea:
e2o”iS* 7 Dizendo, Convém que o Filho do homem feja entregue em
^^,8:31. maós de homens pecadores, e [que] íeja crucificado, e a o tercei-
ro dia refufcite.
e lo: 33. S E c lembráraõ fe de fuas palavras. • /
Luc. 92 9, 9 d E tornando do fepulcro , denunciáraó todas eftas coufas a os
22.
ei8:31. onze, e a todos os de mais.
ío E eraó Maria Magdalena, e Joanna, e Maria [mae] de Jaco-
bo, e as de mais [que] com ellas [eftavam], as que eftas coufas a os
8. Apollolos diziaõ.
Alarc, 16; ii E a elles [lhes] pareciaõ como defvarios fuas palavras: E naõ
Ia. as créraõ.
e loa, 20: ix e Porem levantandofe Pedro, correo a o fepulcro; eabaixan-
36. dofe, vio foos os lençoes poftos [a huã banda] e foyfe maravilhado
f-Matt 16: entre fi defte fuceífo.
12 13 /'E eis que dous d’elles hiaõ o mefmo dia a huã aldea , que
* Ch/e vem eftava dejeruíalem feflenta * eftadios; cuja nome era Emmaus:
a /er duas
léguas e n E hiam fallando entre fi dc todas aquellas coufas, que aviao
rnea. fucedido. E
SEGJjNDO S. LUCAS. Cap. XXIV 187
E aconteceo que indo elles entre fifallando, e perguntandofe
hum a o outro , go mefrno Jefus fe \_lhes"\ achegou, e com elles gM^/.iS:
hia. 20t
16 Mas feus olhos eraõ reteudos, para que o naó conheceflem. Luc.2 ^6.
17 E diflelhes: Que praticas faõ ellas que, indo andando, entre
vosoutros trataes, e triftes eftaes?
iS E refpondendo o hum, cujo nome era Cleophas , diflelhe:
‘Tu fó es peregrino cm Jerufalem, e naõ fabes as coufas que ’nella
eftes dias fucedido tem ? 1: Luc 7:16.
19 E elle lhes difle: Quaes? E elles lhe difleraõ, As tocante a 4;ç19*
Jefus-Nazareno, h o qual foy varáõ Propheta, poderofo em obras i a&.18. e6:
1:6.
e em palavras diante de Deus, e de todo o povo. k Matt.13'.
20 E como os Princepes dos Sacerdotes, enoflos Princepes a con 8.
denação de morte o entregáraõ, c o crucificáraõ: Marc. 16:
21 E nosoutros efperavamos que elle era i o que a Ifraêl avia de lo.
redemirj Porem ainda de mais de tudo ifto, hoje he ja o terceiro loa. 2o- 18.
dia deíde que eftas coufas fucedido tem. / J'<77.50:6.
22 k Ainda que também alguas mulheres d’entre nosoutros nos e- Lhil.i-,e S3'.S-
7.
fpantaram, as quaes de madrugada a o fepulcroforaõ : Hebr.it 2.
2J E naõ achando feu corpo, vieraõ, dizendo, Que também tin- 1 Ped.i.u,
haõ vifto'viíaõ de Anjos, què dizem que vive. w Gen.y,
24 E foraõ alguns dos que com nofcoeftam a o fepulcro, e acháraõ 1$
[/er] afli como as mulheres tinhaó dito: Poremaelle, naõ[/]víraõ. e26\4 e 21:18.
2-5’ E elle lhes difle: O nefeios, e tardios de coraçaõ , pera crer e 4$>: lo.
a tudo o que os Prophetas falláraó! Deut, 18:
26 /Por ventura naõ convinha padecer o Chrifto eftas coufas, e IS.
em fua gloria entrar? »p/. 132:
27 rn E começando de Moyfes, e n de todos os Prophetas , lhes ii.
declarava em todas as Elcrituras o que delle [ejcAto] eftava.
28 E chegáraõ á aldea a onde hiam j e elle fe houve como que ^9:5. «’4o: 10;
^ainda'] hia mais longe. ler. 23:5.
29 ò Eellesoconftrangéraõ, dizendo, /•Ficatecónofto; porque e3V 14.
ja vae fendo tarde, e ja o dia fe abaixou: E entrou pera com elles Ezech. 34;
fe ficar. 23.
30 E aconteceo queeftandocom elles mefa} aflentado, toman-
doopaõ, [ojbenceo; e partindo [0], lho deu. ji/S~2o*
31 E os olhos fe lhes abriraõ, e conhecerão 05 c elle fe lhes de- oGeni^ 3*.
fapareceo. * fAã.i6;'
32 E diziaõ hum a o outro: Por ventura naõ eftava noflo cora- 15.
I$i OS. EUANGELHO
çaõ em nos ardendo, quando pelo caminho nos fallava , e quando
as Efcrituras nos abria?
33 E levantandofc na mefma hora, tornáraó fe a Jerufalem, c
acháraõ congregados a os onze, e a os que com elles eftavaó.
51 Cor. 15.- 34 Que diziaõ: Verdadeiramente o Senhor refufcitou , ?ejaa
Simaõ apareceu.
35 E elles contáraõ as coufas que no caminho \_lhes fucedérao'}: c
como delles ’no partir do pam conhecido fora.
rMarc.ió: 36 r j? foliando elles d’eftas couías, o mefmo Jefus no meyodVlles
19 fe P°s’ c Hies difle • Paz feja com v°fc°-
1 Cor. *15:5 37 E efpantados elles, e muy atemorizados , penfávaõ que viaõ
algum efpirito.
38 E ellelhesdifle: Porque eftaes turbados, eporquefobem [taes]
penfamentos em voflos coraçoens?
39 Vede minhas maõs, e meus pees, que eu mefmo fou. Apal-
pae me, e vede, que o efpirito naõ tem carne nem oíTòs, como vos
floa. 2i: vedes que eu tenho.I
10. 40 “ '
E dizendo '■
' ifto, lhes moflrou as maõs, e os pees.
*Ou, dé- 41 E naõ o crendo elles ainda de gozo , e.maravilhados , difle
vau,
lhes: ./ Tendes aqui alguá coufa que comer?
t 4i Entonces elles lhe * apreíentáraõ parte de hú peixe aflado, c
11. de hum favo de mel.
e 17: 22» 43 O que elle tomou, e diante de feus olhos [0] comeu.
elo: 18.
Marc.81$ 1. 44 E diflelhes: t Ellas faõ as palavras que vos difle, eftando ainda
*9‘. 31. 'com volco: que convinha fe cumpriflem todas as coufas que na Ley
«>10:33. de Moyfes, e [W 2 3 Prophetas, e[ I ’«w]" Pfalmos;, de my eferitas
Luc, 9:22. eftáõ.
e 18:?i. 47 Entonces lhes abrio o fentido, pera que as Efcrituras enten-
el4: 6 deflém.
u P/, 22:7.
17: 3. 46 E diflelhes: » Afli eftá efcrito, e afli convinha que o Chrifto
x Aã, j 3: padecefle, e a o terceiro dia dos mortos refulcitafle:
48. 47 E em feu nome arrependimento * e remifláõ de pecados em
11^2:12, todas as gentes fe prégaflé 3 y começando de Jerufalem.
y.48- E 1 - couías fois
- deftas ' - vosoutros teftimunhas.
X loa, 14: 49 ~ E vedes aqui, a promefía de meu Pae fobre vosoutros envio:
24.
f 1$. 24. a Porem vosoutros
. ’na, cidade
. de Jerufalem vosficae, atéquedoalto
e 16:7. com PotenCia reveíhdos lepes.
Aã. 1:4, 150 E levou os fora até Bethania j e levantando fuas maõs, os
1:8. abendiçoou.
4^1:12. 5i c E
SEGUNDO S. LUCAS. Cap. XXIV 1S9
Çi c E aconteceu que, abendiçoando os elle, deíles íe apartou, c Marc. 16:
e foy recebido a riba ’no ceo. 19.
5- E adorando o elles, tornaraÕ fe com grande gozo a Jeru-
falem.
Ou, W
fempre ’no Templo, louvando e bendizendo a Deus. *
5} E eftavaõ * *
Amen. o tempo.
Fim do SanEto Euangelho Segundo S. Lucas.
O S A N C T O
EUANGELHO
De noflo ■<
SENHOR
E S U C H R I S T O
SEGUNDO
S. JOAÓ.
Capitulo I.
I Defcreve fe a peffoa de Chrifto 3 e moElra fe fer elle a eterna Palavra de Deus 3
verdadetro Deus 3 Criador de tudo > e a vida e luz dos homes _> principalmente dos
que 'nelle crem. 14 E de como efta Palavra encarnou-) 1$ DáfoaÕ Bautiffa te-
ftímunho da dignidade de fua pejfoa e,officio. 2 3 Como também de fua própria vo-
caçao. 29 Moflra ainda como Chrifto'he 0 Cordeiro , e 0 Filho de Deus, $1 O
que fe lhe notificou pela defcença do Efpirito SanEto fobre elle. “tf Porcujotefli-
manho dous Difcipulos de JoaÕofeguem, 41 Dos quaes André > hum deíles 3 tam-
bem a Simaó feu irmaõ a Chrifto traz, 43 O qual 0 nome de Pedro lhe da. 44
E chama a Philippe 3 q a Nathanaél lhe traz} Nathauaél por Filho de Deus o
confejfa, e 0 Senhor por feu Difcipulo o aceita.
£
1 a XJ o principio era a Palavra, e a Palavra eftava a par de Deus, 22>*
e a Palavra era Deus. i loa. i; i;
Aa 3 1* Efta£iiMi:i.
O S. EUANGELHO
oloã 17! 2 c Efta eftava ’no principio a par de Deus.
iGcn. 1:3. 3 ^Por efta foraõ feitas todas as coufas, e femellafcnaofezcoufa,.
F/. 33-6. nenhuá do que feito foy.
£^7.3:9. 4 e ’Nella eftava a vida, c f a vida era a luz dos homés.
Col, I z 6
Hebr. I*. 2. , 5 ~g E a luz nas trevas refplandece: c as trevas naõ a comprehen-
e loa. 5:26. deiao.
6 h Houve hum homem enviado de Deus, cujo nome era Joaõ.
floa 8:12. 7 Efte veyo por teftimunho, pera que da luz teftificafle, peraque
*9- T- todos por elle creflcm.
«> i2:4í. 8 Naõ era elle a luz: fenaõ peraque da luz teftificafle.
f loa. 3:19. 9 i era a luz verdadeira, que atodo homem, que’no mundo
hMal.f.l - .
Matt. 3:1. vem, alumia.
Marc. I: 2, 10'’No mundo eftava, k e por elle foy feito o mundo 5 eomundo
4. o naõ conheceo.
Luc. 3:3. 11 Ao[/?«] proprio veyo, e os feus o naõ recebéraõ.
r 7:27. 12 / Mas a todos quantos o recebéraõ , lhes deu poteftade de
loa. 1:33. ferem feitos filhos de Deus, \_convem aJaber~^ a os que em feu nome
i loa. 8:12
<>9:5> crem.
_e_____
1214^- 13 Os quaes naõ faõ gerados de fangue, nem de vontade de car-
iHeír.ii.ne, nem de vontade de varáõ, fenaõ de Deus.
<>11:3. 14 wE aquella Palavra * encarnou, e entre nos habitou: » (efua
/7/ày.$ó:5 gioria vimos, gloria como do unigénito do Pae) 0 cheyo de graça
e dede verdade.
vci‘dade.
ifedr. .4. 1$ delle teftificou , e clamou, dizendo, Efte era aquel
Gal. 3:26
1 loa. 3:1. le de quê eu dizia: O que após my vem, antes de my he : porque
mlfay.T- primeiro que eu éra.
14. ’ 16 E í de fua plenidaõ recebemos todos também graça por
MattS‘\(> graça.
* 1:31
Luc * 17 r porque a Ley por Moyfes'foy dada : A graça e a verdade,
* Ou', foy Por Jefu Chrifto foy feita.
feita carne, ifi"A A Deus,. nunca ninguém .. o vio-, o unigénito Filho t queeftá
«^íí.17: ’no regaço do Pae, elle \_nolo} declarou.
2. 19 “Ê efte he « o teftimunho de Joaõ , quando os Judeos alguns
2 PeJr,I: Sacerdotes e Levitas de Jerufalem mandáraô, que lhe perguntaflèm :
17.
tColojf. 1: Tu20quem es?
E x confeflou, e naõ negou, c confeflbu, Eu naõ fou o Chri
19.
e 2: 9. flo.
y Matth.y, to E
II. Marc.” - 1: 7. Luc. .3:16 loa. I! 2^ .Jo. a. Col. 2! Io> ExoJ. 20‘. I. &c. fExoJ. 33:20. Deat.
4; 12* loa. 6l 46.1 Ti;n. 6 ;16.1 loa. 4:12. t Matt. 11: 27.» loa. 5:3.x loa. 3:28. A:t. 13:29.
SEGUNDO S. JOAO. Cap.I. r9i
2T E perguntáraõ lhe: Que pois? Es tu Elias? E difle: Naõ lou. r Deut, ig»
Es tu y o Propheta? Erefpondeit: Naó. iS.
22 Difleraó lhe pois: Quem es? pera que demos repofta a os que
nos enviáraó: Que dizes de ty mefmo ?
i? Difle: * Eu fou a vóz do que clama ’no deferto ; enderéçaeo ~y*Mo;3-
caminho do Senhor, como difle o Propheta Ifayas. r
24 E os enviados, eraõ dos Pharifèos. Luc^’^'
25 E perguntáraõ lhe, e difleraó lhe: Porque pois bautizas , fe
tu naõ es o Chriflo, nem Elias, nem a o Propheta? aDeut. iS:
26 Joaó lhes refpondeu, dizendo, b Eu bautizo com agoax; mas , A8* ,
*
cm meyo de r
1 vosoutros n' quem vosoutros nao- conheceis.
elta, 1 bMattb.l:
If 3
27 Efte he aquelle que após my vem, o qual ja antes de my foy, Marc, 1:7.
do qual cu naõ fou digno de a correa da alparca lhe defatar. Luc.y. ié.
28 Ellas coufas acontecéraõ em Bethabara, da dalem do Jordaó, 1:5.
aonde Joaó bautizando ertava. eii:iá»
29 O feguinte dia vio Joaó a Jefus a elle vir, e difle : c Vedes a- Cl9:4‘.
qui o Cordeiro de Deus, que o pecado do mundo * tira. c
30 Efte he aquelle d’o qual eu difle : Após my vem hum varaó,
que ja antes de my foy: Porque ja era primeiro que eu. * Oib/o^
31 E eu naó o conhecia mas paraque a Ifraèl manifeflo foíle,/ toma.
por ifto vim eu bautizando com agoa.
32 d E Joam teftificou, dizendo, Eu vi a o Efpirito como pom- dMatth.y.
ba defeender do cco, e fobre elle * repoufou. *
ió
H E eu naó o conhecia, mas aquelle que com agoaa bautizarme
mandou, efle me difle: Sobre aquelle que a o Efpirito delcender LlíC- E 2Í<
vires, c fobre elle repoufar , e elfe he o que com Efpirito fanélo *
bautiza. -
34 EeuJAJvi, e teflificado tenho , que efleoFilhõde Deus he.
35 O feguinte dia, eftava outra vez [4?//] Joaó , e dous de feus
Difcipulos.
36 E vendo [por ali] andar a Jefus, difle: f Vedes aqui o Cordei-/EW. ix-s
ro de Deus.' 3.
'37 E ouviraõ [Me] os dous Difcipulos dizer [aquiUo]^ e feguiraõ W * S3‘
ajefus.
38 E virandofe Jefus, e vendo os feguir, diflelhes: d,aZ"
- 39 Quebufcaes? E elles lhedifleraó : Rabbi, (que traduzido,
quer dizer, Meftre) aonde moras?
40 Diflelhes elle: Vinde, evede[»Q, Vieraó, e víraõ aonde
morava, c fleáraó fe com elle aquelle dia: Eja era quali a hora de
cima. 41 E-
I5>J O S. EU A N G ÊL H O
41 Era André, o irmaõ de Simaõ Pedro, hum dos dous que a-
quillode Joaõouviram e íeguido o aviam.
41 Efte achou primeiro a feu irmaõ Simaõ, e diflelhe : Ja achamos
a o Meífias, que traduzido, he o Chrifto.
43 E levou o a Jefus. E olhando Jefus para elle, difle: TuesSi-
g Matt 16: maó o filho de Jonas j tu lerás g chamado Cephas 5 que fe interpreta,
iS. Pedro.
44 O dia feguinte quiz Jefus ir a Galilea, e achou a Philippe , c
diflelhe: Segueme.
h loa. 12: 45 h E era Philippe de Bethfaida , d’a cidade de André e dc
21.
1 loa. 21:2. Pedro.
46 Philippe achou a i Nathanael, c diflelhe: Achado avemos
tf 22:18. euelle~\ k de quemMoyfesna Ley eícreveo, e osProphetas, \_afaber]
tf 26: 4‘ ajefus, o filho de Jofeph, de Nazareth.
tf 49: IO- 47 E diflelhe Nathanael: Pode de Nazarethavercoufaalguãboa?
Deut.Và'. Diflelhe Philippe: Vem, evé[oj.
IS, 48 Vio Jefus vir afia Nathanael, e difle delle: Vedes aqui ver-
2 Sam. 1'. dadeiramente hum Ifraêlita, em quem engano naõ ha.
12.
Iffty. 4: 2. 49 Diflelhe Nathanael: Donde me conheces tu a my? Refpon-
tf 7= *4- deu Jefus, e diflelhe: Antes que Philippe te chamara , eftando tu
tf 9: 5* de baixo da figueira, te vi eu.
tf4o:lo>ll» 5°_ Refpondeu Nathanael, e diflelhe: Rabbi, tu es o Filho de
e 53: i,^« peus? tu es o RCy Ifraêl.
3^
*14. Refpondeu Jefus, e diflelhe: Porque te difle: Dc baixo da fi-
£2^,34: gueira te vi, crés: Coufas mayores que eftas verás.
33. 5123 E diflelhe: Em verdade, em verdade vos digo, l que d’aqui
Dan.9: X4< em diante vereis aberto o Ceo, e a os Anjos de Deusfubiredefccn-
ZtfíA.óJix.^ep fobre 0 Fflho d’o homem.
e 9:
ZGen. 2S.’
12. « Capitulo II.
* Muda Chrifto *nas bodas de Cana de Galilea a agoa em vinho. II Gfue he o
principio de feus milagres. 11 Vae a Capernaum. 13 E d'ali a JeruJalem a
Fefta da Pafchoa. 14 Lanç a fora do Templo a os que ’nelle vendiaõ J e a os
cambiadores. IS Pedem lhe os Judeos finaly e elle lhes dá a desfeita e reflaura-
fao do Templo de feu corpo. 23 Vendo muytos feus milagres, crem’nelle
* 24 Po
rem d’elles fenaó confia , porque bem os conhecia.
1 E a 0 terce^ro dia íe fizeraó huãs bodas cm Cana de Galilea:
e eftava ali a maé de Jefus.
a E foy também convidado Jefus, e feus Difcipulos, a as bodas.
3 E
SEGUNDO S. JÒAa Cap. II. 19?
\ E faltando [0] vinho , a maé de Jefus lhe dific: 'Vinho naó
tem.
4 Diflelhes Jefus: Que tenho eu com tigo, mulher? Ainda mi
nha hora naó he vinda.
5 Difle fua maé a os fervidores : Tudo quanto elle vos difler
fazei.
6 E eftavaó ali poftas feis talhas dc pedra, a conforme á purifica- a^iatt.7 3.
,çaó dos Judeos, em cada huã [das quaes] cabiam dous ou tres al-
:mudes.
7 Diflelhes Jefus: Enchei eftas talhas de agoa. E enchéraõ as
até riba.
8 E diflelhes: Tirac agora, ea o Meftrefala as levae, E apre-
fcntáraõ [&a].
9 E como o Meftrefala goftou a agoa feita vinho (c naõ fabia d’on-
*de era, porem os fervidores , que a agoa aviaó tirado , o fabiaó)
chamou o Meftrefala a o efpofo:
E diflelhe : Todo homem póem primeiro o bom vinho , c
quando ja tem bem bebido, entonces o fomenos j tu guar-
• dafte o bom vinho até agora.
> i Efte principio de finaes fez Jefus em Cana de Galilea , e ma-
niféftou fua gloria5 e créraõ feus Difcipulos ’nelle.
Defpois difto defcendeu a Capernaum, elle e fua maé, e feus bMatt.zw
irmaõs, e feus Difcipulos, e ficáraõ.ali naõ muytos dias. 12.
1? E-eftava perto a Pafchoa dosJudeos, e fobio Jefus a Jeru-^rf-lI:
falem.
14 b E achou ’no Templo aos que boys , c ovelhas , e pombas
vendiaõ, e a os cambiadores afléntados. *ou>ne-
cado,
i$~E feito hum açoute de cordéis, a todos fora do Templo oslan-gw/o.»
çou, [cemej também as ovelhas, e os boys; e o dinheiro doscam-mercancia.
biadores derramou, e as meias traftornou. 10,
E a os que vendiaõ as pombas diífe: Tirae d’aqui ifto , e naõ
façaes cafa de * venda, a cafa de meu Pae. 1 *d
>7 E lembráraõfe feus Difcipulos,
>tua cafa me comeu. Luc. 11:29.
18 Refpondéraõ pois os Judeos, e difleraó lhe: d Que final nos La, 6:^0,
'ínoftras de que eftas coufas fazes? eMatt.26
19 Refpondeu Jefus, E diflelhes: Derribae efte Templo , e em
itres dias o levantarei.
Difleraó pois os Judeos: [Em] quarenta c feis annos foy efte Çs’
Tem- e 15:29,
O S. EUANGELHO
Templo edificado, e levantalohás tu em tres dias?
2i Porem-elle fallava do Templo de feu corpo. .
21 Portanto, quando dos mortos refufcitou, /'fe lembraraóíèu»
guem tor- 4 Dificlhe Nicodemus: Como pode o homem nacer, fendo [pj
nar&c. velho ? Por ventuia pode tornar a entrar ’no ventre de fua maé, e
nacer ?
tTit.3:5. 5 Refpondeu Jefus: Em verdade, em verdade te dígo, e que a-
quelle que de agoa e de Efpirito naó nacer, naó pode entrar ’ne>
Reyno de Deus.
6 f O que he nacido de carne, carne hei e o que he nacido de
Efpirito, Efpirito he.
' 7 Naó tc maravilhes, de que te difie: Neccfiario vos he tornar
z nacer.
S O
segundo s/joao. Cap.TIr;
3 O vento a cTonde quer fopra, e ouves feu foido 5 Porem naõ ía-
bes d’onde vem, nem pera onde vae, afli he todo aquelle que hc
naeido do Efpirito.
9 Refpondeu Nicodemus, e diflelhe: g Como fe podeifto fazer? g Joao, 6'
10 Refpondeu Jefus, e diflelhe: Es tu Meftre de lfracl, e ifto 5*.
■naõ labes?
11 ^Emverdade, em verdade te digo, queo que fabemos, j 6,
falíamos-, e o que vifto temos, telíificamos; e naõ aceitaes ee 12: 8 : 28.
47.
noflo teftimunho. e 14: 24.
12 Sc coufas terreaes vos difle, c naõ credes; como crereis fe as 1 Joaõ. $ ;
cceleftiaes vos diífer? P»
13 E^ ninguém a o ceo fobio, fenaõ o que d’o ceo defeendeu; Joaõ. 6*.
o Filho d’o homem, que ’no ceo eftá. 62.
14 / E como Moyfes levantou aferpente’no deferto, w afli impor- /_Epkefa: ?.
...... 21:
ta que o Filho do homem levantado feja. 9/
1$ Peraque todo aquelle que ’aelle crer , naõ pereça , n mas a 2Z?^.tS:4.
•vida eterna tenha. mjoaõ. 8:
, 16 0 Porque de tal maneira amou Deus a o mundo , que deu a 2S*
feu Filho unigénito.; ? pera que todo aquelle que’nelle cré, naõpe-
.reça mas a vida eterna tenha. n ’
117 ? Porque naõ mandou Deus a feu Filho a o mundo, pera que <,2^.5: s.
/a o mundo condenafle; mais peraque o mundo por elle falvo fofle: f>s : jr»
18 r Quem ’nelle crer, naõ he condenado; mas quem naõ cré, iJoaÕAW.
ia eftá condenado: porquanto naõ creu’no nome do unigénito Filho ? Luc. 19 •
de Deus. 6
19 E/efta he a condenação , que a luz veyo a o mundo, e os •'’.
homens amáraõ mais as trevas que a luz ; porque eraõ más fuas *lo 4
obras. q Luc 9:56.
20 Porque todo aquelle que mal faz, aborreccaluz, c naõ vem á
luz, paraque fuas obras naõ fejaõ redarguidas. c i*:47«
21 í Mas quem obra verdade, vem á luz, para que fuasobras fe-
jaó manifeftas, que faõ feitas em Deus. f óufo
*
22 Despois d’ifto , veyo Jefus com feus Difcipulos â terra de Ju- ‘
dea; e eftava fe ali com elles, u e bautizava. ^20:31.
23 %E bautizava também Joaõ em Enon , junto a Salim , por-
«quanto avia ali muytas agoas; c vinhaõ ] e eraõ bautizados.
24 y Porque ainda Joaõ nao fora lançado na prifaõ. u Joa. 4:1.
27 Houve pois queftaõ £‘«uuáZzJ d’os Difcipulos de Joaõ , com
osJudeos, fobre a purificaçaõ< Luc.^ ,
Bb 2,2 XE
OS.ÈUANGELHO
z Matt. 3: 16 z E viéraõ a Joao, e difleraó lhe: Rabbi, aquelle que comtíJ
II<- go dalem do Jordaó eftava , a o qual tu teftimunho défte , ves aquf
Marc. i :7‘bautiza, e todos a elle vem.
~ 27 Refpondeu Joam, e difle: Naó pode o homé coufa alguã re-
J 26.34.. * ceber, fe d’o ceo dado lhe naó for.
ajoa.v.io. i8 Vosoutros mefmos me íois teftimunhas, que difle: a Eu naó
b Mal. fou o Chrifto j b mas que diante delle fou enviado.
Matth. 11: 29 Aquelle que a efpola tem, he o efpofo 5 mas o amigo doefpow
Marc 1 -2 9ue aflifte e o ouve, com alegria fe goza pola voz do efpo-.-
* Aflipois ja efte meu gozo he cumprida.
LucC\ • 17. ^°
27. 3o A elle convém crecer, porem a my diminuir.
Joa. i :2I. V c Aquelle que de riba vem , fobre todos he 5 aquelle que da1
23. terra [ww,] da terra he , e da terrafalla. Aquelle que vem do ceo3?
sJoa.Z'.^- fobre todos he.
d^caX-2O. ."2 d E afluVl° 9ue viu*c ouviu? iíTo teftificay e ninguém feu tc-
e 8: 26* ftimunho aceita.
fi2:49
* 3 3 Aquelle que feu teftimunho aceitou , efle fellou e que Deus;
e 14:10. verdadeiro he.
eRom.^4. Porque aquelle que Deus enviou , as palavras de Deus falia j.
PorAue f na° dá Deus o Efpirito por medida.
£ att .11. o Paeama a o Filho, g e todas as coufasem fuamaó [/he]deu.,
e28:18. 3^ h Aquelle que’no Filho cre , vida eterna tem 5 mas aquelle
Lw.io:22. Aue a 0 Filho defobedece, a vida naõ verá, mas a ira de Deus fobre
Joa. $: 22, elle * efta.
* 1 Joa- 5 • !©• * Gr» permanece.
€ 17 Z 2. Hebr. 2; 8. h Joa. 3:16, e 6 : 47
Capitulo IV
I Raz e bautiza Chriflo em Judea mais Difcipulos que Joao. Vae fe d*ali a
Galilea pafldndo por Samaria, e canfado do caminho defcanfa a par da hua fon
te. 7. Pede de beber a Samaritana > e trata com ella da agoa viva. 16. Moflra lhe
como de fua vida pafladafobe > donde ella conclue > fer elle Propheta, 20. E elle
a informa acercada verdadeira adoraçam. 16. E de cemo elle era 0 Mefliasqut
avia de vir. 28. Do que ella dá parte a os moradores de fua cidade -> que logo a
elle fahem. 31. Declaya a feus Difcipulos qual era fua principal comida, e
que ja 0 tempo da efpiritual féga chegando vinha. 39. Muytos dos Samaritanot
crem nelle , pola palavra da mulher, porem principalmente pola fua própria.
43. Torna fe a Cana de Galilea > aonde da Jaude a 0 filho de hum Regulo.
I 0omo pois o Senhor entendeu que os Pharifèos ouviraõ , que
tjoa.y. 26. Jefus fazia e bautizava * mais Difcipulos que Joaó ;
2 (Ainda
SEGUNDO S. JOAÓ. Cap.IV
i (Ainda que Jefus mefrno naõ bautizava , lenaõ feus Difci
pulos)
3 Deixou a Judea', e foyfe outra vez a Galilea.
4 E era mifter que paflafle por Samaria.
$ Veyo pois a huã cidade ae Samaria, chamada Sichar, juntoá
herdade que Jacob deu a Jofeph feu filho; 33’t
ó E eftava ali a fonte de Jacob. Jefus pois canfado do caminho, l9‘ .
fe aflentou afli junto á fonte: Era ifto quafi á hora fexta. yv^Vsx
7 Veyo huã mulher de Samaria a tiraragoa: Difle lhejefus: Da ~ ’**
'
me de beber.
8 (Porque feus Difcipulos eraõ idos á cidade , a comprar de co
mer.)
9 Difle lhe pois mulher Samaritana: Como, fendo tu Judeo, me
pedes a my de beber, que fou mulher Samaritana ? c porque osjude- c ^-uc 9‘.‘fi»
os naõ fe communicaõ com os Samaritanos. .53
ío Refpondeu Jefus, e diflelhe: Se tu o dom de Deus conhece-
ras, e quem he o que te diz, Da me de beber j tu [a elle] lhe pe
dirias, e elle [/ r/} agoa viva te daria.
n d Difle lhe a mulher: Senhor,’^ tu naõ tens com que tirar , dJevem.T.',.
e o poço he fundo: d’onde pois a agoa viva tens? 13.
ix Es tu mayor que noflopaeJacob, que o poço nos deu? e elle
mcfmo delle bebeu, e feus filhos, e feu gado?
B Refpondeu Jefus, e diflelhe: e Qualquer que d’efta agoa be-ejoa.6',3S»
ber, a ter fede tornará;
14 f Porem aquelle que beber da agoa que eu lhe der , para fem- fjoa.yjit,
pre fede naõ terá, Mas a agoa que eu lhe der, fe fará nelle fonte e 6 : 27-
<de agoa, que falte pera vida eterna. 35-54.
15 Difle lhe a mulher : Senhor, da me efla agoa, peraque
[mais] lede naõ tenha ,> nem aqui a tirar venha.
16 Difle lhejefus: Vae, chama a teu marido, e vem cá.
17 Refpondeu a mulher, e difle: Naõ tenho marido. Diflelhe
Jefus: Bem diflefte, Marido naõ tenho.
18 Porque cinco maridos tivefte, e o que agora tens, naõheteu
marido j ifto com verdade diflefte.
19 Diflelhe a mulher: Senhor, h vejo que Propheta es. hLutrr
20 Noflòs paes’neftemonteadoráraõ, evofoutrosdizeis, queem ?24:1o.
i Jerufalem he o lugar, aonde adorar importa. loa. 6 14 *
zí Diflelhe jefus: Mulher, creme, que a hora vem , quando 112»
nem’nefte monte, nem em Jerulalem, a o Pae adorareis.
Bt»5 « i Vos-írf’9'3-
íiJleyA.71 li k Vosoôtros adoraes o que naó fabeis; nos outros adoramos o
rí7z.ii:3. 2$ Porem a hora vem , e agora he, quando os verdadeiros ado-
ri2’iS rad°res a o Pae adoraráõ em efpirito e em verdade: Porque também
25 ; 4* o Pae a taes bufca que o adorem. ■ 11
Hsbr.jti^ *4 m Deus he Efpirito , e osque o adóraõ, em efpirito e em ver-
* Gr. he. dade importa que [/>] adorem.
mi. Cor. 3: 2$ Diflelhe a mulher: Eu fei que o Meflias vem, (que o Chriflo
fe chama;) quando elle vier; todas as coufas nos denuciará.
26 Diflelhe Jefus: » Eu fou, o que com tigo fallo.
27 E niflo viéraõ feus Difcipulos: e maraviíháraó fe de que com
huã mulher falaflè: I oda via ninguém [bhej difle : Que pergun
tas ? ou, Que com ella falias ?
*9Uj aos 28 Deixou pois a mulher feu cântaro, e foy á cidade, e difle * á
37. 36 E o que fega, recebe galardaõ, e ajunta fruito pera vida eter-
Luc, 10:2, na; pera que ambos fc gozem, afli o que feméa, como o que fega.
37 Porque’nifto he o dito verdadeiro; que hum he o que feméa,
e outro o que fega.
38 Eu vos enviei a fegar [0] em que vosoutros naõ trabalhafles; ou
tros trabalháraõ, c vosoutros em leu trabalho entraftes.
39 Emuytosdos Samaritanosd’aquellacidade créraô’nellepolapa
lavra da mulher, queteflificava, dizendo, Tudo quanto tenho feito
me difie.
40 Vindo pois os Samaritanos aelle, rogáraõ lhe que fc ficaflc cooa
elles; e ficou íe ali dous dias.
I
1
Zdô O S. EUANGELHO
Capitulo V
I Torna fe Chrifto a Jerufalem^ e fara. em Sabbado a hum home que avia trinta t
fito annos que efava enfermo. 8 E tomando elle jua cama efaindo fecom ella, como
o Senhor lhe mandara , osfudeos o reprendem, do que elle com Chrifto fe defende,
16. Polo que a Chrifto matarprocurao, como aquelle que o Sabbado quebrantava, e a
Deus igual fe fazia. 19. Defende 0 Senhor feu feito > e teftifica como em todas
fuas obras he igual a feu Pae , como em dar a vida * 22 Em julgar. 23 Em
divina honra aceitar. 24 Em falvar. 2$ E em aos mortos refufcttar. 31 Apela
a 0 teftimunho de feu pae. Ao de loao. 36 Eaode fuas maravilhas. 38 Re~
prende a incredulidade dos ludeos. 3 9 E remite os a que as Efcrituras esquadri
nhem. 45 Até a as ddo mefmo Moyfes.
uLev.^XI. T^espois d’ifto, era \hum dia de} * Fefta dos Judeos , e fobio Je
Deut.\6’.r. fus a Jerufalem.
* Ou, vi 2 E ha em Jerufalem á [porta~\ das ovelhas hú * tanque , que em
veiro. Hebreo fe chama Bethefda, [ej tem cinco * alpendres.
* Ou, ca
garas. 3 Neftes jazia grande multidão de enfermos, cegos, mancos, [V]
deífecados, aguardando o movimento da agoa.
4 Porque hum Anjo deícendia a certo tempo a o tanque , e re
volvia a agoa5 e o primeiro que nelle deícendia, defpois do movi
mento da agoa, farava de qualquer enfermidade que tivefle.
5 E eftava ali hum certo homem, que avia trinta epito annos que
enfermo eftava.
6 Vendo Jefus a efte deitado ,-e fabendo que ja avia muyto tem
po quê Lz/fJ jazia, diflelhe: Queres fárar?
7 Refpondeu lhe o enfermo: Senhor, naó tenho homem nenhum,
que quando a agoa fe revolve, no tanque me meta: Eem quanto eu
venho, outro antes.de my defeende.
ÍMatt.9'6. g Diflelhe Jefus: ^Levantate, toma teu catre, e anda.
7^.2:11. 9 E logo aquelle homem faro.u j e tomou feu catre , e hiafe. cE
< loa\- i4«cra Sabbado aquelle dia.
dExod.zo: 10 Difleraó pois os Judeos a aquelle que curado fora: ^ Sabbado
ío. he, naõ te he licito levar o catre.
DeuWAÍ' u Refpondeulhes elle: Aquelle que me curou, efle me difle:
ler. 17:21. qpoma teu catre, e anda.
u
*
Narci 11 Perguntáraõ lhe pois: Quem he homem quetc difle: Toma
Luc fr. 2 ’teucatre e anda?
13 E o que curado fora naó fab^a quem foflej porquejcfusfeavia
retirado, porquanto’naquelle lugar avia huã [grande} companha.
• J4 Defpois achou o Jefu$’no Templo e diflelhe: Velaqui ja eftas
faõ 5
SEGUNDO S. JOAO. Cap.V *>oi
faõ 3 e nao peques mais , porque te naó fuceda alguã coufa peyor.
15 Foy aquelle homem, e denunciou a osJudeos, que Jefus era ^4<b T
<© que o curara.
16 E por iíTo perfeguiaó os Judeos a Jefus, e procuravaó matálo,
porque fazia eftas coufas em Sabbado.
17 E Jefus lhes refpondeu: f Meu Pae’ate agora obra > e eu \tain- f joat I4.
íf»] obro. io.
18 g Poriftopois tanto mais procuravaó os Judeos matálo , por-gioa,Z'tn<>
-que naõ fó quebrantava o Sabbado , mas também dizia, que Deus
feu proprio Pae era, fazendofe igual aDeus.
19 Refpondeu pois Jefus, ediffelhes: Em verdade, em verdade hloa^o.
vos digo., que h naõ pode o Filho coufa alguã de per íi mefrno fa- e 8 •. 3 8.
zer, fe o naõ vir fazer a o Pae : * Porque tudo quanto elle fiz, o 9:4.
faz também íemelhantemente o Filho.
10 Porque o Pae ama a o Filho, e k todas as coufas que faz, lhe 1GíK 10 3o*
-■moftra: e mayores obras que eftas lhe moftrará, para que vosoutros e 14 * 9’
^17:
•vos maravilheis. kloa. 1:2.
21 Porque como a Pae a os mortos refuscita, e vivifica 5 aífi 35.
Xambem o Filho, a os que quer , vivifica. z’7; 5.
22 Porque também o Pae a ninguém julga , Z mas todo o juizo a e S 2S.
íO Filho deu. el4‘. 14'
23 Pera que todos honrem a o Filho , como honraõ a 0 Pae. m l Watt.
Quem naõ honra a o Filho, naõ honra a o Pae, que o enviou.
24 n Em verdade, em verdade vos digo , <que quem ouve minha w i.ioa. 2 :
' ' em1 23
palavra, e cre a o que me enviou, tem vida eterna,. e 0* naõ' virá
.condenaçaõ, mas paliou da morte á vida. « loa 3.18.
25 Em verdade, em verdade vos digo, que á hora vem , e ago e(>: 4®.
ra he , p quando os mortos ouviráõ a voz do Filho de Deus , e os 47-
*8: $1.
que a ouvirem, viviráõ. - 0 Í>UC. 2$ ;
26 Porque como oxPae tem vida em fi mefrno , afii deu também 43-
a o Filho que tiveflè vida em fi mefrno. 1- Lpbef. 2:
27 E deu lhe poder para juizo fazer , por quanto o Filho do* ho- JI.f.
mem he. 1 Tirn\ <
28 Naõ vos maravilheis difto: Porque á hora vem , 7 em que to-1
.dos os <que em os fepulcros eftaõ, íua voz ouviráõ.
29 *E fairáõ os que fizeraõ bem , á refurreiçaõ de vidaj
vida 5 e os r^».iz:2.
que fizfraõ mal, á refurreiçaõ de condenaçaõ.
30 Maõ poífo eu de per my mefrno alguã coufa fazer. Como 34 4í.
.ouço , julgo : e meu juizo he jufto 5 / porque naõ bufco/7^.6;3$.
** ~ Cc minha
201 O S. EU A N GE L HO
minha vontade , mas a vontade do Pae que me enviou.
t íw.S: 14. t Se eu de my mefmo teftifico , meu teftimunho naõ he ver *
dadeiro.
Matth. 3 I 32 u Outro ha que de my teftifica, c fei que o teftimunho , que
17- de my teftifica, he verdadeiro.
^17: 5. 3 3 x Vos outros enviaftes a Joao , e elle teftimunho á verdade
xlw.1-.15. deu.
*
19.27 34 Porem eu naõ tomo teftimunho de homem : Mas digo iftor
y I.Ioa.y.y. pera que vos falvcis.
z loa. 10 ;
35 Elle era huã candea ardente e refplandecentc: e vosoutros vos
quifeftes por hum pouco de tempo cm fua luz alegrar.
3^ y Mas eu tenho mayor teftimunho que [/»] de Joaó. ~ Porque
as obras que o Pae me deu que cumprifie , as mefmas obras que eu
faço, teftificam dc my, que o Pae me enviou.
a Matt. 3' V a E o Pae que me enviou, elle mefmodemyteftificou. Nun
17. ca fua voz ouviftes, nem feu parecer viftes.
e 17: 5- 38 E fua palavra cm vosoutros permanecente naõ tendes 5 por-
Marc.V.ll. qíle a o qlie epc enviou1, a efte vosoutros naõ credes.
e 9 .-7.
W7* ‘ ‘ ‘
39 c ~Efquadrinhae as Efcrituras porque vosoutros cuidaes que
Luc. 3:22. ’ncllas a vida eterna tendes, d e ellas faõ as que de my teliificaõ.
*91 35-
loa. I33. 40 E naõ quereis vir a my, pera que vida tenhaes.
e 6 : 27. 41 Honra de homens naõ tomo-:
es: 18. 41 Mas bem vos conheço , que o amor de Deus em vos rnefmos
2. Pedr. I : naõ tendes.
17. 43 Eu em nome de meu Pae vim , e vosoutros me naõ aceitaesj.
b Exod.i 3: r£ outro em feu proprio nome vier, a efte aceitareis.
20. 44 e Como podeis vosoutros crer, honra huns dos outrostoman-
Deut.4'T-Z. -
l.Tiw.fi.v do? e a honra que de íó Deus he, naõ buscaes?
I. tw.4: I 2. 45 Naõ cuideis que pàra com o Pae vos aja eu de acufar : o que-
cijai 34:16. vos acufa he Moyles, em quemvosoutros esperaes.
X/<í.i6:29. 45 ~ Porque fe vosoutros a Moyfes crereis , [tawbení] a my me cre-
rieis: f Porque de my efereveu elle.
d Deut. 1S: 47 Porem fe a feus eferitos naõ credes , como a minhas palavras
18.
Z.^-,24'2/.- crereis?
loa. 1: 45. e loa. 12; 43. fGev. j,; 1$. e 22; 1S-. e26;^ e 28 ; 14, e 18 :18^
!
SEGUNDO S. JOAO. Cap. VI.
Capitulo VI.
Tarta Chriflo com cinco paens e dous peixes a cinco mil homens"
*, 14 Que por iff
*
por Rey levantar 0 querem > porem elle fe retira* 16 Vem de noite a pé jcbre 9
mar a feus Difcipulos a 0 barco. 22 A companha 0 busca > e em Capcrnaum 0
ãii:a. 16 A qual amoefla que a comida incorruptível busque > que Jó pela fé fe
aJsa. 41 Do que os Judeos murmurae, 43 £ refpondendo Jefus > que a fé
>nelle de feu Pae vem > enfina que fua carne he a verdadeira comida e feu
fangue a verdadeira bebida que comer e beber fe deve , peva alcançar a
vida eterna. 59 Da qual doutrina muytos de feus Difcipulos em Capernaum fe
efcandalix>ao. 61 Polo que 9 Senhor 0 verdadeiro fentido de juas palavras lhes
explica, 66 Muytos de feus Difcipulos 0 deixao, 67 Pedro e os de mais Apo~
ídolos fe ficao com elle , e confeffaõ que elle tem as palavras de vida
* 70 De
clara porem que hum d'elles era Diabo,
5 Pi espois difto partiu fe Jefus da outra banda do mar de Galilea.?
■^~que he Qo] de Tibcrias.
2 E feguia o grande companha 5 porque viaõ os finaes que ’nos
enfermos, fazia.
3 E fobio Jefus a o monte, e aífentoufe ali com feusDifcipulos.
$ b Levantando pois Jefus os olhos, e vendo que huagrande com
zn>i* zimrulri^ Num. 2S:
Capitulo VII.
5. Andado lefius em Galilea amocflaÕ 0 fins irmãos ■> que a lerufalem á Pcfla das
Cabanas va. 6 O que por entonces recufa. Io Mas fiegue defpois de alguns dias
em figredo. 14 Enfina no Templo, e defende por boa fua doutrina, como tam
bém jeu milagi e feito em Sabbado. 25 Das diverfas opinioens que 0 povo delle
tinha. 30 Polo que alguns procurao prendélo , mas nao podem. 32 Mandam
es Princepes dos Sacerdotes > ? os Phardeos ■> feus fervidores a 0 prender, 33 Ame-
aça a os incrédulos Judeos ■> que defpois 0 nao achariao. 37 Convida a fi a todos
os fiedentes 3 e promete 0 Efpirito Saneio a os quenclle crerem. 40 t)o que nu
companha dijfienjaò nace. 45 Tomaò fie os fervidores fem prefo 0 trazer, e lo»-
vao fiua doutrina. 47 Indignados dliffo os Pharifeos, iiquriao a Chrislo, e a o
povo. 5 o Nicodemus os contradiz., e avendo difienfiao entre elles, vaõ fi.
' ’ 4, fmo: r Mas iflo digo como meu Pae m’o enflnou.
Joa. 3: i4- 29 fE aquelle que me enviou , comigo eflá. Naó me tem o
eix: 32. Pae deixado fó, porque fempre faço o que lhe agrada.
rJoa.y.11. go Fallando elle ellas couías, t créraõ muytosVielle.
f 7-’ gi Dizia pois Jefus a os Judeos que elle criaó : Se vosoutros
g i4-io.’em minha palavra permanecerdes, verdadeiramente meus Difcipu-
24. * los fereis.
Joa. 14: $2 E a verdade entendereis, » e a verdade vos libertara.
ioí 33 Refpondéraó lhe: * Semente de Abraham fomos, e nunca a
ei6
*. 32. ninguém íervimos; como dizes tu Libertos lereis?
/^.7:31. 34 RcfpOndeu ]hes Jefus : Em verdade , em verdade vos digo
* R°'n* • que todo aquelle que pecado faz, }' fervo do pecado he.
Galat.^: i. h E o lervo naó fica em cafa para lempre , o filho pera fem
J. Pcdr. 2: pre fica. .
o Filho vos libertar, verdadeiramente libertos
Matt .3*9 • fereis.
-y Rom. 6 ; 37 Bem fej qUe femente de Abraham fois> Porem procuraes ma-
2.P°72-i9 tarme, porque minha palavra em vos naõ cabe.
z,Rom.8:2. a Eu, o que junto a meu Pae vi, fallo 3 e vosoutros, o
4 Joa.y.u. que também junto a voflo pae vifles, fazeis.
í7:’i6. 39 Refpondéraó, e difleraó lhe: Noífo pae he Abraham. Difle-
<11:49 lhes Jefus : Se filhos de Abraham fôreis , as obras de Abraham
ei4.10 fizereis.
4o Porem agora procuraes matarme, homem c que vos tenho
fallado a verdade, que de Deus ouvido tenho : Naó fez iflo
<>9:7. Abraham. '
*1^.17:17. 41 Vosoutros fazeis as obras de voflo pae. Difleraó lhe pois: Nos-
outros naõ fomos nacidos de fornicaçaõ j hum Pae temos, [a/àkr]
Deus.
42 Diífe lhes pois Jefus; Se Deus voífo Pae fora, verdadeiramen
te
SEGUNDO S. JOAO. Cap. VIII. 2^
te me amaríeis : Porque eu de Deus fahi, c venho $ d que de my djoa.<\^
mefrno naó vim , porem elie me enviou. *• *7 :
43 Porque naõ entendeis minha lingoagem ? Porquanto minha
palavra ouvir naõ podeis.
44 e Vosoutros de pae Diabo fois , eos defejos de voflb pae fa- evioa.3 $.
zer quereis: / Elle homicida dcfdo principio foy, e g na verda-/Gw. 3:1.
de naõ permaneceo ; porque’nelle verdade naõ ha ; quando falia z.Cor.n:^,
mentira, d’o feu proprio falia : Porque he mentirofo , e pae d’a 3
\rnentiva~\ g lud.vs.6
*
45 Porem a my, porque digo a verdade, naõ [me] credes.
4$ Quem de vosoutros me convence de pecado ? E fe a verdade
digo, porque me naõ credes?
47 h Quem de Deus he, as palavras de Deus ouve; portanto h 10^6.37.
naõ ouvis vosoutros, porquanto de Deus naõ fois/ e l0:Z<^
4S Refpondéraõ pois osJudeos, e difleraõ lhe: Naõ dizemos nos
bem, que Samaritano es, i e o Demonio tens? \doa ~
49 Refpondeu Jefus : Eu naõ tenho Demonio , k antes honro a eio:io. *
meu Pae ; e vosoutros me deshonraes. k loa 7: iS.»
$0 Eu porem minha gloria naõ busco 3 ha quê a bufque , e a
julgue.
51 Em verdade, em verdade vos digo , / que fe alguém minha lloa. 5:24.
palavra guardar, para fempre a morte naõ verá. 11:25.
$2 Difleraõ lhe pois os Judeos: Agora conhecemos que o Demo
nio tens. Morreo Abraham , e os Prophetas 3 e dizes tu : Se al
guém minha palavra guardar, para fempre a morte naõ golfará?
53 Es tu mayor que noflo pae Abraham, ™ o qual morreo?
morrerão os Prophetas: Quem te fazes a ty mefrno? Hebr. 11;
54 Refpondeu Jelus: Se eu a my mefrno me glorifico, nada mi-
nha gloria he; meu Pae he o que me glorifica , o qual vos dizeis
que he voflb Deus.
55 E vos outros naõ o conheceis, mas eu o conheço : efedifler,
que o naõconhéço, lerei, como vosoutros, mentirolo; mas conhe
ço, o, e lua palavra guardo.
56 Abraham voflo pae faltou de prazer ?por » ver meu dia ; e vío^ç^ l7;
[o,] e alegroufe 17»
57 Difleraõ lhe pois os Judeos: Ainda naó tens cincoentaannos, £0010:24.
c viíte a Abrahaõ ? Hebr, 11 •
58 Diflelh es Jefus: Em verdade, em verdade vos digo, queaii-
tes flue Abraham fofle, fou eu.
Dd ? p 0 To-
O S. EUANGELHO
tLtc.4-‘*'-9 59 0 Tomaraõ pois pedras para lhe atiraré. Mas Jefus fe cscondeoT
loa. 10:31 e fahio do Templo5 atraveftàndo por meyo deíles, e afli fe foy.
39.
9 11: S
Capitulo IX.
I Untando Chriflo em Sabbado com lama os olhos de hum rego de nacimento, e man-
dandolhes lavar nas aguas de Siloé, lhe dá vifca. 8 O que 0 cego a feus vizi
nhos pontualmente conta. 13 Como também a os Pharifeos a quem levado foy+
ra d'efte cego duvidaÕ. 18 £ a efta cauja a os paes do cego chamaõ 3 os quaes
bem confefjáõ que cego nacéra, porem no de mais a 0 teftimunho de feu fllho fs
remitem, 24 A quem outra vez chamao > e 0 examinao, 17 E elle lhes refpon-
de. e por eftao bra lhes tf 1fica que Chriflo nao he pecador ■ flenao de Deus
vindo. 34 Polo que affrontofamente fora 0 lançaõ. 35 Sendo 0 cego aindamais
claramente por Chrifto informado *nelle cré 5 e 0 adora, 40 Denuncia Chrifto a
os Pharifeos 3 que espiritualmente jao cegos e que em feu pecado permanecem ,
por afli 0 naõ confeflaretn,
13 Mas \_ifto] dizia Jeíus de fua morte5 porem elles cuidavaõ que *qu ]
fallava do * repouíò d’o dormir. dormir d o
Ec 2 En-
42A os, euangelho
14 Entonces pois lhes difle Jefus claramente: Lazarohe morto.
15 E folgo, por amor de vosoutros, que eu lá naõ eftiveffe, pa
ra que creaes: porem vamos ter com elle. , *
16 Difle pois Thomas, chamado o Didvmo, a os condifcipulos:
Vamos nosoutros também, pera que com elle morramos.
17 Vindo pois Jelus,, achou que ja avia quatro dias que’na fepul-
tura eftava.
18 (E Bethania. eftava como quaíi quinze eftadios [perto] de Je
rufalem.)
19 E muytos dos Judeos tinhaó vindo â Martha’ , e â Maria, a
confolálas acerca de íeu irmaõ.
20 Ouvindo pois Martha que Jefus vinha, fahio lhe a o encontro
mas Maria fe ficou aflentada em cafa.
21 Difle pois Martha a Jefus: Senhor, fe tu aqui eftivéras , naõ
morrera meu irmaó.
22 Porem também fei agora , que tudo quanto a Deus pedires,,
t’o dará Deus.
23 Diflelhe Jefus: Teu irmaõ ha de refufcitar.
24 Martha lhe difle : Eu fei que ha de refulcitar , e ’narefurrei-
Xr/r. 14:14. çaõ, em o ultimo dia.
7^. 5 :29. Diflelhe Jefus: f Eu fou a refurreiçaõ , e a vida 5 g quem em,
/ Joa 1.4. Cré, ajnc}a qUe morto efteja, ha de viver.
ei4’2ó 2Ó” k E todo aquelle que vive , e em my cré , para fempre naõ
it.ba, de morrer. Crés ifto?
36. 27 Difle lhe ella,. Si fenhor; í Ja cri que tu es o Chrifto, o Filho
eó: 47« dè Deus, que a o mundo avia de vir.
11^5:10. 28 E dito ifto , foyfe ,. e chamou em fegredoSa Maria fua irmaa,
jMatt dizendo, Aqui efta o Meftre, e te chama.
j att. ió, Ouvindo ella [jft0^] logo fe levantou, e foy ter com elle.
Afa? 08-29. 3o (Que ainda Jefus naõ era chegado á aldea; mas eftava ’no lu-
L»c. 9 :2o
* gar, aonde Martha a o encontro lhe faíra.)
6:69. 31 Vendo pois os Judeos, que com ella em cafaeftavaõ, eacon-
folavaõ, que Maria apreluradamente fe levantára , e faíra, feguí-
raó a, dizendo afepultura vae, a lá chorar.
?2 Vindo pois Maria aonde Jefus eftava-, e vendo o, derriboufc
a feus pees, dizendolhe ,. Senhor, fe tu aqui eftivéras , naó mor-
réra meu irmaõ.
33 Vendo a pois Jefus chorar, e a os Judeos que com ellé [tam~
&em] chorando vinhaõ; moveu fc muyto em efpirito , e turbou fc
fi mefrno. 34 E
SEGUNDO S. JOAO. Cap. XI.
44 E difle: Aonde o puleftes? Difleraó lhe: Senhor, vemevé o.
35 k [£] chorou Jefus. kLuc. 19:
36 Difleraó pois os Judeos: Vede como o amava? 4 ’
37 E alguns d’elles dificraõ: Naõ podia efte, Z que os olhos a o 9: &
cego abriu, fazer que também efle naó morrefle?
3S Movendo fe pois Jefus outra vez muyto em fl mesmo, veyo a
fepultura : e era huã caverna , e eftava huã pedra lobre ella
pofta.
39 Difle Jefus: Tirae a pedra. Martha, a irmaã do defunto, lhe
difle: Senhor, ja fede, que ja he de quatro dias.
4q Jefus lhe difle , Naó te tenho dito , que fc creres , a gloria
de Deus veras.
4* Tiráraó pois a pedra d’onde o defunto jazia. E levantou Je
fus pera riba os olhos ^e diífe : Pae, graças te dou , que ja ouvido
me tens.
42 Porem bem fabia eu, que fempre me ouves 5 m mas por amor mjoa. n ?
da companha, que a o redor eflá, (jQ difle j pera que creaó que tu 30.
me enviáfle.
43 E avendo dito iflo , clamou com grande voz : Lazaro, fae
fora.
44 E fahio o defunto liadas as maós e os pees com fayxas, e feu
rofto envolto « em hum fudario. Diflelhes Jefus: Deíliae o, e dei- n
xae o ir.
45 Polo que muytos dos Judeos , que a Maria tinhaó vindo , e o
que Jefus fizera aviam vifto, créraó’nelle.
4í Mas alguns d’elles foraõ a os Pharifèos, e difleraó lhes o que
Jelus tinha feito.
Capitulo XII.
Efando Chrifto com Lazaro á mefa affentado. g Maria 0 Ume'. 4 D'o aae
Judas a reprende. 7 Mas Chrifto a defende. 9 Muytos Judeo's vem a ver a
Lazaro. io Polo que também os Princepes dos Sacerdetes 0 procur.ao matar.
11 Entra Chrifto cavalgando fobre hum cjno en\Jerujalem > e da companha com
alegria e parabéns , como a Rey de lfrael, le recebido. 2o E defefao aleurs
Gregos de a Chriflo ver, febre 0 que a Philippe faliam. 23 Do que Chriílo oca.
fiaõ toma de do fruito de fua morte tratar comparando a , com 0 graode trioo.
XJ Turba fe em fua alma , ora a feu Pae e com hud voz do ceo he clarificado
*.
26 Informa de novo a companha dcerca do fruito e maneira de fua morte e
amoejla a em fua luz andar, Do qut os Judeos mais fe endurecem , como "por
IJavas predito eflava. 42 Porem muytos dos Princepes 'nclle crem , mas nao fe
atrevem a conflfjalo. 44 Amoefla de novo á fê , e a conflflao delta J
aMatt.tái * Tfeyo pois Jefus feis dias antes da Pafchoa a Bethania, aon-
dd de Lazaro 0 9ue falecera citava, a quem dos mortos refu-
2 Fizeraõ lhe pois ali huá cea, e Martha fervia ; e Lazaro era
hum dos que juntamente com elle [d me(a~\ eftavaõ afientados.
3 Tomando pois Maria hum arratel de unguento de nardo puro
de muyto preço, ungiu os pees a Jefus, e alimpou lhe os peescom
feus cabellos 5 e encheo fe a cala do cheiro do unguento.
4 Entam difie Judas de Simaõ Ifcariota, hum de feus Difcipulos
o que o avia de trahir: 1 ’
*Ou,reys. 5 Porque fe naõ vendeo efte unguento por trezentos * 'dinhei
bMarc. 14: ros, e fe deu a os pobres?
6 & difie elle, naõ polo cuidado que dos pobres tivefie 5 mas
por-
SEGUNDO S. JOAO. Cap XII. ZZ3
porque era ladraõ , c e tinha a bolfa , e trazia o que [xedd] fccloa.i$ 29.
lançava.
7 Difle pois Jefus: Deixa a ; para d o dia de meu enterro guar- dMarc.141
dou ilto. s-
8 Porque a * os pobres fempre com vofco os tendes, poremamy eDent. 15:
fempre me naõ tendes. 1X*
9 Entendeu pois muyta companha dos Judeos, que elle ali efta- Matt. 261
va: e viéraõ , naõ iomente por amor de Jefus, mas também por n’
ver a Lazaro, fa quem dos mortos refuícitára. f^oa tZ *
10 E confultáraõ os Princepes dos Sacerdotes de também aLaza- 44/
ro matarem.
ií Porque muytos dos Judeos por amor d'elle hiaõ , e em Jefus
criam.
ix g O feguinte dia , ouvindo huã grande companha , que a Matt.211
díaj da Fefta viera, que Jefus a Jerufalem vinha. ,g
1? Tomáraó ramos de palmas, e a o encontro lhe fairaõ , e cia- ^6.
mavaõ; Hoíana: k Bendito aquelle que vem em o nome d’o Senhor, h Pjat.vrt,
o Rey de líraèl. 26.
14 L achou Jefus hum afninho , e aftentoufe fobre elle , como
eftá efcrito:
15 j Naõ temas ó filha de Siaõ 5 eisaqui teu Rey vem aftentado1 Ifa?' •
fobre o poldro de huã atna.
16 Porem ifto naõ entenderão feus Difcipulos a o principio: mas
fendo Jelus ja glorificado, entoncesfelembráraõqueiftod ’elleefta- !
va efcrito, e ifto lhe fizeraó.
17 A companha pois que com elle eftava, teftificava que d’a fe-
pultura a Lazaro chamara, e dos mortos o refuícitára.
18 Polo que também a companha ao encontro lhe fahio, por
quanto ouvira que efte final fizera.
19 Difleraó pois os Pharileos entre fi; k Vedes que nada aprovei- kjoa'. 115
taes? Eis que o mundo a pós elle fe vae. 47.
20 E avia alguns Gregos d’os que fubido aviaõ a ’na (dia)deFefta /^tò.s 27,
adorárem :
21 Eftes pois viéraõ a Philippc, m que era de Bethfaida de Gali- m Joa. 1:
lea, erogáraõlhe, dizendo, Senhor, queríamos ver a Jefus. 4J.
2i Veyo Philippe, e diífe o a André; e André entam e Philippe,
o difleraó a Jefus.
2? Porem Jefus lhes refpondeu, dizendo, Vinda he a hora, «que vjoa 1$ j
o Ftiho d?o homem ha de fer glorificado» 3x.
X4 Em el7*
OS, EUANGE L H O
ffi.Ct7r.15: 24 Em verdade, em verdade vos digo, 0 Se o.graõdetrigo, que
36- ’na terra cae, naó morrer, elle ío íe fica; porem fe morrer, muy<
p Matt.iv.to fruito dá.
39. 2$ p Quem fua vida ama , perdelaha ; e quem’nefte mundo fua
€ 16: *5- vida aborrece, para a vida eterna a guardará.
^7^8:35. ló Se alguemme ferve, figame; e q aonde-eu eftivér , ali eftará
também meu fervidor. E fc alguém me fervir , o Pae o ha dc
q loa. 14 3. honrar. .
e 17-24. 27 r Agora eftá turbada minha alma; e que direi? Pae, falvame
r^rr.26:d’cfta hora: Mas por iflo a efta hora vim. ' /
27-3S:39- 28 Pae, glorifica teu Nome. Veyo pois hua voz d’o ceo; [q di-
Man, i4:2jrfJ g ja p] tenho glorificado, e outra vez'p] glorificarei.
L^i2-4± 29 A companha pois que ali eftava , e p] ouviu, dizia, Que avia
J Íoà.ii-42.’ trovão. Outros diziaõ: Algum Anjo lhe tem fallado.
♦ Ou, foy 3o Refpondeu Jefus e difle: / Naó * veyo efta voz por amor de
feita, my , fenaõ por amor de vosoutros.
tjoa. 16 : 31 t Agora he d’efte mundo o juizo: u agora ferá lançado fora 0
IU . Princepe d’efte mundo.
«Ou%or x E eu, quando d’a terra levantado for, * a todos a my trarei.
todos a wy 13 (E ift° dizia fignificando dc que morte avia de morrer.)
puxarei. 3+ Refpondeullie a companha ; D’a Ley temos ouvido , y que
ujoa, 14: pera fempre o Chrifto permanece; e como dizestu que convém que
o Filho do homem feja levantado? Quem he efte Filho do homem ?
.Coloff.v,\s^ £)jfpe i]ies pois Jelus : Ainda por hum pouco de tempo z> eftá
xNww.21. CQm vopco a iuz. a anflae em quanto luz tendes , peraque as trevas
18:4 vos naõ apanhem. E qué em trevas anda, naõ lábe a onde vae.
loa.^x 14. 36 Em quanto luz tendes , crede na luz , peraque filhos da luz
^8 ; 28.fejaes. Eftas coufas fallou Jefus, e indo fe, efeondeule d^elles.
y 2 Sam- 7: 37 E ainda que perante elles tantos finaes tinha feito , nem [por
ff0'] ’nelle criaõ.
i.Chron.n, paraqUe fe cumprifle a palavra d’o Propheta Ifayas que difle:
27^/45 7.^ Senhor, quem noflá pregaçaõ creo? e a quem o braço do Senhor,
e 89; 37. revelado foy ?
e 110:4. V) Por iflo naõ podiaõ crer, porquanto outra vez Ifayas difle:
J/y 9:5. 4o c Os olhos lhes cegou, e o coraçao lhes endureceu ; paraque
‘ 6.‘dos olhos naó vejaó, ede coraçaõ [ãàõ] entendaó, e fe convertaõ,
e eu os cure’ d lft°
2?í?».2:44, c7', 14- 27. Mich.4 * 7- I : 8. zloa.l
*,?. eS;i2. £9:5. e 12 : 46.’
a ler. 13: 16. EphefS'. 8. 'L.Theff'.') !4. bljay, 53: I. Rom. 10: íó. clfay.6
Ezech, 1212. Matt. 13; 14. Marc. 4:12.L^. 8: lo. Aã. 28: 26. Row. 11: 8.
SEGUNDO S. JOAO. Cap.XlIT.
-O d Tilo difle Ifayas, quando fua gloria vio, e delle fallou. dlfay.ip.í'.
42 Comtudo ainda até dos Princepes créraõ muytos tainbcm
3nelle: mas naõ o confeífavaõ por amor dos Pharifeos 5 fpordaf48‘
Synagoga naõ ferem lançados. • joa.9.22.
43 g Porque amavaõ mais a gloria dos homens, do que a glorias1qí>.5-44»
de Deus.
44 E clamou Jefus, e difie: Quem em my cré, naõ cré em my,
fenaõ n a quelle que me enviou:
4$ h E quê a my me vé, vé a aquelle que me enviou. joa r0.
46 i Eu lou a luz que a o mundo vim, para que todo aquelle que 30.
em my cré , em trevas naõ permaneça. e 14:
47 E fe alguém minhas palavras ouvir, e naõ crer, naõ o z J/3>'»42:6»
iulgo eu. k Porque naó vim a julgar a o mundo, mas a o mundo „ e 49 : *
íãlvar. 7Me^\Z
48 / Quem a my me engeitar, e minhas palavras naõ receber, ja e 2':
quem o julgue tem \ m a palavra que fallado tenho, efia o ha dejul- eii- 3$.
gar’no ultimo dia. ^7.13:47
49 n Porque naõ tenho eu fallado dc my mefrno : porem o VztkJoa 3:I~-
que me enviou , elle me deu mandamento do que hei de dizer , e , J9 :
do que hei de foliar.
$0 E fei que feu mandamento he vida eterna. Afli que o que cu;«
fallo, como o Pae dito m’|/] tem, aíli fallo. 16.
vDeut. 18:18. Joã. 3:11. e$.2o. 6-7:16. e 8 : 28. e 14: Io. 24, e 16; 13.
Capitulo XIII.
Levantando fe Chrifo da cea> cinge fe> e lava ost pees * 'feus Difcipulos. 6 O
que Pedro'710 principio recufa > porem despois conjente- 12 Exorta os a feguirem
efte exemplo de fua humildade e fubmijfao. 18 Prediz, lhes que hum deíles 0
Avia de trahir, contra 0 que os confola, 22 E moftra a JoaÒ com hum bocado
molhado > que era Judas a quem 0 dava. 27 O qual 3 avendo 0 Diabo'nelle en
trado > fe fae. 31 Fala 0 Senhor despois com feus de mais Dijcipulos acerca de Jua
glorificação. 34 Exhorta os a huns a os outros fe amarem. $7 E blafonanda
Pedro, que fua vida por elle poria, 0 Senhor lhe prediz. .. que tres vezes 0 ne-
gararia.
I P antes a da Fefta da Pafchoa, fabendo Jefus que ja fua hora era
vinda, peraque defte mundo pafiàfiè a o Pae , avendo amado 2.
a os feus, que’no mundo eftavaõ, até o fim os amou.
- i ' . Marc.w.i.
4a E acabada a Cea (avendo ia o Diabo mctido’no coraçaõ de Ju- Luc. 22:1.
das de Simaõ Ifcariota, v que o tràhiífe
J - — ,)') 3 Z-L^.223,
Ff 3 Sa-1M'liz?'
n4 OS. EUANGELHO
cMatt.lV. 3 Sabendo Jefus c que ja o Pae todas as coufas em as maos dad©
27» lhe tinha, e que de Deus avia faido, e a Deus fe hia,
loa. 3:35. 4 Levantouíc da Cea, e tirou os veftidos , e tomando huã toa
d Joa. 16 :
18. lha, cingio fe:
5 Despois deitou agoa em [hua] bacia, e começou a lavar os pees
a os Difcipulos, e alimpar [lhos] com a toalha com que cingido
eftava.
e Matt. 3 : 6 Veyo pois a Simaó Pedro3 e elle lhe difie: Senhor, e tu a my
14.
me lavas os pees?
7 Refpondeu Jefus, e difie lhe : O que cu faço , naó o fabes tu
agora; mas defpois o entenderás.
S Diflelhe Pedro: Nunca jamais os pees me lavarás. Refpondeu
lhe Jefus: Se eu te naó lavar, parte comigo naõ terás.
9 Diflelhe Simaó Pedro: Senhor, naó fó meus pees , mas ainda
as maós e a cabeça.
10 Diflelhe Jefus: Aquelle que eftá lavado, naó necefiita fenaõ
floa 15:de lavar os pees, mas todo eftá limpo, f E vosoutros limpos eftaes,
porem naó todos.
gloa.6-.64. u g Porque bem fabia elle quem o avia de trahir: por ifio difle 3
todos limpos naó eftaes.
h Matt.iy. 12 Afli que avendo lhes lavado os pees , e tomado [feus veftidos,
8.10. tornou fe aflentar p e diflelhes: Entendeis o que vos tenho
l.Cflr.S: 6.feit0?
Phil.z-.v. h Vosoutros me chamaes Meftre, e Senhor, e bem dizeisj
i GW 6:*i .2*. que eu H fou:
k \.Pedr.2-L 1+ Pois fe eu , o Senhor , e o Meftre, vos tenho lavado os pés,
21. i também vosoutros vos deveis lavar os pees huns a os outros.
iAoa.2-. 6. 15 k Porque exemplo vos tenho dado, paraquecomo eu vos tenho
iMatt- io: feito, façaes vosoutros também.
Uic.6 :4o. 16 Em verdade, cm verdade vos digo, l [que] naó he o fervo ma-
Ioa 15:20. y°r que feu Senhor; nem o embaixador mayor, que aquelle que o
wPf4Vio. enviou.
Matt. 26 : r? Se eftas coufas fabeis, betnaventurados fereis, íe as fizerdes.
2b . iS Naõ digo de todos vosoutros ; bem fei eu a os que efeolhido
^t^oa- iA - tenh°’ mas peraque fecumpra a Efcritura , [que dizf] m Oqueco-
2^ ’ migo corne, contra my feu calcanhar levantou.
eió : 4. n Desd’agora, antes que fe faça, volo digo, peraque, quan-
oMatt. io; do fe fizer, creaes que eu [0] fou.
40. 20 Em verdade, em verdade vç>s digo, 0 [que] fe alguém receber
aq
//eu . SEGUNDO S. JTOAO. Cap1 XIII. «7
ao que enviar ,a my me recebe: e quem a my me receber , recebe a
aquelle que me enviou.
p Avendo Jefus dito ifto, turbou fe emefpirito , c teílificou,
e diífe; Em verdade, em verdade vos digo, que hum de vosoutros’ Marc. 21.
14 J
me ha de trahir. 18.
Polo que os Difcipulos fc olhavaõ huns para os outros , duvi» Lwr.22‘21.
dando de quem dizia. Att, 1: 17.
23 7 E hum de feus Difcipulos, a quem Jefus amava, eftavaafièn- I. loa 2:191
tado L* 'nefa rccofiaàòy ’no regaço de Jefus. q loa 2o'.2.
A efte pois * fez final Simaõ Pedro, que perguntaífe , quem e2o.21 i 7.
era aquelle de quem [iflo] dizia? * Ou, Ace
2) jE derribando fe efle a o peito deJefus, diflelhe : Senhor, nou.
quem he?
26 Refpondeu
" Jefus: Aquelle he, a quem eu o bocado molhado
der. E molhando o bocado, deu o a judas de Simaõ llcariota.
27 E após o bocado , entrou’nelle Satanás. Diífe lhe pois Je-
fus: O que fazes, faze o deprefia.
28 E nenhum dos que j/ mefa^ aflentados eílávaõ entendeu a que
[propofitn] lh’o difiera.
Judas tinhaa
29 Porque alguns cuidavaõ, ?r que por quanto judas tinha a bolfa,
boiia, '
lhe diziu Jelus: Compra o que pera di J da Feita nos he necefla-
rio: ou , que alguã couía a os pobres deffe.
30 Avendo elle pois tomado abocado, logo fe fahio. Eeraja
noite.
Saido elle pois, difle Jefus: Agora he o Filho do homem glo
rificado , e Deus glorificado’nelle he.
32 Se Deusmelle he glorificado , também Deus o glorificará em
fi mefmo, / e logo o ha de glorificar. ‘ 12'
33 Filhinhos, ainda hum pouco eílou com vofeo. t Bufcarme-
heis; e, como a os Judeos difle, Aonde eu vou, naõ podeis vos-/ 7^7/34,
outros vir: [afi] volò digo eu agora também. eS: 21.
34 « Hum mandamento novo vos dou, que vos ameis huns a os «Z^v. 19:
outros: Como eu vos amei a vos, que também vos huns a os outros l8-
1 Matt, 22 :
vos ameis. . -9
35 x ’Niíto conhecerão todos que meus Difcipulos fois , fe amor
huns entre os outros vos tiverdes. EpheJ s.-2
36 Difle lhe Simaõ Pedro: Senhor, aonde vas ? Refpondeu lhe 1.77'^49-
Jefus: Aor.de eu vou, menaõ podestu agora feguir; y porem defpois 1 P^r 4:8,
uic ieguirás. Ff i 37 Difié- u Joa' 3 *
e 4; 21. xI.Joa.2i1), #4: lo» y Jw. 21: z.Pe<frt I; 14,
22$ OS. EUANGELHO
?7 Diflelhe Pedro : Senhor , porque agora te naõ poflo íeguir?
zAfaíMtf porty minha vida porei.
3- ~ - * - *
Marc. 14.1 3S Refpondeu lhe Jeíus: Por my tua vida porás? a Emverdade,
2. o # em verdade te digo, que o galo naó cantará, ate que tres vezes me
Luc.ii:^. nao negues.
a Matt.16. I
34. C A P I T U L o XIV
Marc. 14:
30. 1 Confola Ckrifo a feus Dfcipulos acerca de Jua ida a 0 Pae com apromcffa de em
L«<»22,34. a caja de Jcu Pae lugar lhes ir aparelhar. $ Declara a Thomé que elle be 0
caminho s a verdade. e a vida. 7 E a Philippe que quem a elle vé j 0 Paevé»
12 Prometelkes, que grandes milagres fariam 3 e 0 que em feu nome pediffem ,
alanqariam. 16 E que a 0 Espirito San fio Confolador receberiao. 21 Exhor
ta os a feu amor e a obediência de feus mandamentos 3 com prGmeffa de que elle
e feu Pae com elles morariam. 16 E de que 0 Efpirito fanfto tudo lembrar lhes
faria, ly Deixalhes a fua paz. 28 Declara lhes que por a 0 Pae fe ir , fe
deviam alegrar. 30 Mofira Jua promptidao em > ate ’no padecer a 0 Pae
obedecer.
I KJ aõ íe turbe voflo coraçaõ : credes em Deus , crede também
em my.
2 Em cafa de meu Pae muytas moradas ha5 quando naõ , eu vo
lo diria 5 a vos aparelhar lugar vou.
3 E quando eu for, e lugar vos aparelhar, outra vez virei, eco-
12 : migo vos tomarei, “ peraque aonde cu eftiver , vosoutros também
2 tf. " ‘
eflejaes.
e 17: *24 4 E ja fabeis aonde vou, e o caminho fabeis.
5 Diflelhe Thomas: Senhor , naõ íabemos aonde vas 5 e como
o caminho podemos faber?
bllebr $> S- 6 Jeíus lhe difle: b Eu fou o caminho, c e a verdade, d e a vida.
í loa. 1:17.
d loa. 1 : 4. Ninguém vem a o Pae fenaõ por my.
eD:2$- . 7 Se vos a myj me -- conhecereis, também a-meu Pae conheceríeis;
------------- -j ------------
tloa.io: 9. eja djesdagora o conhecéis, e vifto o tendes:
8 Difle íhe Philippe: Senhor,, moftra nos a o Pae, e baflanos.
baftanos.
9 Jefus lhe difle: Tanto tempo [ha que] com vofcoeftou, e [ai'»-
fjoa. 10:^] conhecido me naõ tens Philippe ? f Quem a my vifto me tem
ja tem vifto a o Pae j e como dizes tu; Moftranos a o Pae ? ’
gjoa. IO :
3S. Naõ cres tu g que eu [eftou] ’no Pae, equeoPae eftáem my?
hloa.y:^. ^As ^- palavras que eu vos fallo, naõ as falló uc UJ mefrno , i mas o
de my
e S : 28 1 ae 4ue em my efta, elle [he 0 que] as obras faz.
e 10: 38. Ji Cre-
eii;49. e 14: 14. e 16 ; 13. e 17; 21. ly.
SEGUNDO S. JOAO. Cap. XIV 22Q
t1 Credeme que ’no Pae [eftou,] e [que] o Pae eftá em my: e quan
do naó, crede me polas mefmas obi *as. kMattzi'
12 £ Em verdade, em verdade vos digo, queaquelleque em my 2I ‘
cré, as obras que eu faço, também elle as fará: emayores que eftas l/zí. ’i7:6,
fará. Porque eu a meu Pae vou. 5:12.
U ' E tudo quanto em meu nome pedirdes, eu o farei: peraque e 19: li:
o Pae em o Filho glorificado feja. Iler 29:12»
14 Se alguá couía em meu nome pedirdes, falahei. .Matt 7 : 7,
e 2i:2? .
15 Semeamaes, meus mandamentos guardae. Marc. 1 I .*
ió E eu rogarei a o Pae, e elle vos dará outro Confolador , pe 24.
raque para fempre com vofeo fique: L.uc. 11 :
17 Ao Efpirito de verdade, a quem o mundo receber naõ pode jj Joa. 15 7.
porque nam o vé , nem o conhece mas vosoutros o conheceis e 16: 24»
porque com vofeo habita, e em vosoutros hade eftar. Jacob. 1: <y,
18 n Orfaõs vos naó deixarei5 [outra vez] a vos virei. l.Ioa.$:22.
m Joa. 14:
19 Ainda hum pouco, e mais o muudo me naóverá: masvosou 2I.2J.
tros me vereis: porquanto eu vivo, e vosoutros vivireis. e 1$: ioj
20 Naquelle dia conhecereis que em meu Pae [effouy ] c VOSOU- 1-Ioa. 5:3.
tros em my, e eu em vosoutros. v Matt.2$;
21 Quem tem meus mandamentos e os guarda, efle he o que me 2Qt
ama: e quem a my me ama, ferá amado de meu Pae , e eu o ama-
rei, e a elle me manifeftarei.
22 Difle lhe Judas, naõ o Ifcariota: Senhor , que ha, porque a
nosoutros te has de manifeftar, e naó a o mundo?
23 Relpondeu Jelus, e diflelhe: Se’alguém me ama, minha pa
lavra guardará, e meu Pae o amará , e a elle viremos , e com elle
morada faremos.
24 Quem me naó ama, minhas palavras naó guarda. 0 E a pala- oloa.y, 17; -
vra que ouvis, naó he minha, fenaõ do Pae que me enviou. <? S : 28.
27 Eftas coufas vos tenho dito, eftando [ainda] com vofeo. eI2.-49.
16 /> Mas aquelle Confolador, o Efpirito faného, a o qual o Pae eJ4: e 16 13.
Io.
em meu nome hade enviar, ? efle tudo vos enfinará, e tudo quanto
dito vos tenho, lembrar vos fará. +*
27 r A paz vos deixo , minha paz vos dou: naõ como o mundo loa. 1^:26.
[V| dá, vola dou. Naõ fe turbe voflo coraçao nem fe atemorize. í’16- 7.
28 Ja ouviftes que dito vos tenho : Vou , e venho a vosoutros. 2:
Se me amáreis , verdadeiramente vos gozaríeis , porquanto dito
tenho, a o Pae vou: pois mayor
* he meu Pae que eu, yr/J ,1
23© OS. EUANGELHO
x9 E ja agora volo difle antes que fe faça , t peraque quando fe
c 16 ; /4‘ fizer, [jf) creaes.
tojoa. 12 ;
30 Ja com vofeo muyto naó fallarei ; « pois ja o Princepe d’efte
3r-
e 16:II. inundo vem, e nada em my-tem.
EpheJ’,1: 2. 3 í Mas pera que o mundo faeba , que eu á o Pae amo ; c como
xjoa. Io ; O Pae me * mandou afli faço. Levantae vos, vamos nos d’aqui.
iS.
Capitulo XV
I Compara Chrifto a fi mefmo com huã videira e a feus .Apoflolos com as vides
que eftando’nelle por elle muyto fruito dao
* $> Teftifica lhes Jeu ejpccial amor
para com elles > e exhorta os a feus mandamentos guardarem-, e a huns a os ou
tros fe amarem. 13 Efle feu amor lhes moftra com fua vida por elles pór , e
por feus amigos e eleitos os nomeaf. 18 Confola os contra a inveja do mundo ,
com Jeu exemplo. 22 Moflra que por fua pal.ivra e obras fe tira a os Judeos
todo pretexto de escufa. 26 £ que affi o Efpirito Sanfto > como também jeus
yipofiolos d’elle teftificarsao.
I J7 u fou a verdadeira vide, e meu Pae he o lavrador.
áf Matt. I $: 2 a Todo farmento que em my fruito naõ dá tira o: e todo
bjoa. 13 : o que dá fruito, alimpa o, para que mais fruito dé.
IO.‘ 3 b Ja vosoutros eftaes limpos pela palavra que fallado vos tenho.
4 Eftae em my, e eu em vosoutros: como o farmento de fi mef
mo dar fruito naõ pode, fe’na vide naõ cftiver , afli taõ pouco vos- •
outros, fe em my naõ eftiverdes.
5 Eu fou a vide, vosoutros os farmentos: quê em my eftá, e eu
’nelle, efle muito fruito dá; porque fem my nada podeis fazer.
c Ezech.iy, 6 r Se alguem'em my naõ eftiver, fora fe lança, como oíarmen-
2. to3 e fecafe: e colhem os, e lançaõ os 'no fogo, e ardem.
d Matt. 3 : 7 Se vos em my eftiverdes, e minhas palavras em voseftiverem,
lo. e tudo o que quiferdes pedireis, e ier vos ha feito.
*7: 19- 8 ’Nifto he glorificado meu Pae , em que muyto fruito deis; e
C»<1:23. r ] meus Difcipulos fereis.
eler.ly 12. L
7: 7. ? 9 Como o Pae me amou, também eu a vosoutros vos amei, eftae
^21:22. nelle meu amor.
Marc. 11 • 10 f Se meus mandamentos guardardes , em meu amor eftareis.
2g como eu (também) os mandamentos de meu Pae guardado tenho,
"Luc. 11:9. e em leu amor eftou.
2^.14: 13.
e 16 '. 24. H Eftas coufas vos tenho dito , peraque meu gozo em vos efte-
lacob- íiZÇ. ja, e voflo gozo cumprido íeja.
I-loa. 3:22. II £ Efte
«*5: 14. fjoa. 14:15.2i.23. i.Joa^: 3.
SEGUNDO S. JOAO. Cap. XV. 231
12 g Efte he meu mandamento, que vos ameis hons a os outros,;g Levit.lit
afli como eu vos amei. 18.
13 h Ningtiem tem mayor amor que efte , que por amor de feus '
Matt. 22:
39.
amigos
~ alguém
~ fua vida ponha.
- loa.xy 34.
104.13:34.
14 1 Meus amigos fois íois vosoutros, fe o que eu vos mando, fizerdes. Epfejs-. 2.
15 Ja vos naõ chamo mais fervos-, porque o fervo naó labe o que iSTfeJf.4:
feu Senhor faz : Mas tenho vos chamado amigos, k porque tudo 9.
quanto de meu Pae ouvi, vos tenho feitonotorio. 1.Pedr.4'.S.
16 l Naó me elegeftes vosoutros a my , porem eu vos elegi a vos l.Ioa 3:23.
e 4: 2r.
outros, e vos‘tenho pofto, peraque vades, e fruito deis; evoílò h Rom.^.y,
fruito permaneça; peraque tudo quanto a o Pae.em meu nome pe Epfe/.f,'. 1,
dirdes, elie volo dé. I Ioa.^:i6,
17 Ifto vos mando, para que huns a os outros vos ameis. i Matt. 12 :
18 n Se o mundo vos aborrece, labeique, antesqueavosousros
me aborreceu a my. 2. Cor. $ :
16.
19 0 Se vós do mundo fôreis, o mundo a o feu amaria: mas por- Qafet ^6.
quanto do mundo naõ fois, antes eu do mundo vos elegi , por iílo e6'. 1$.
vos aborrece o mundo. Coiof. 3:
20 Lembraevos da palavra que dito vos tenho: ? Naõ he o fervo 11.
mayor que feu Senhor, q Se a my me perfeguíraó , também a vós k Ioa.S: 16I
vos perfeguiráó; fe minha palavra guardáraõ, também a voffaguar- lloa 13:18.'
EpheJ. 1:4.
daráó. m Matt.li-.
21 r Mas tudo ifto vos faraó por amor de meu nome: porquanto 19.
naó conhecem a aquelle que me enviou. Maic. l6 :
22 f Se eu naó viera, nemfallado lhes ouvéra, pecado naó teriaõ;
mas ja de feu pecado agora efeuía naó tem. Coloff. It 6.
23 Quem a my me aborrece, também a meu Pae aborrece, n I. loa. 3 :
24. t Se eu entre elles obras naó fizera , quaes nenhum outro fei 0 loa. 13-
17;
to tem ,. pecado
. naõ
, Mteriaõ ; mas agora
- ja as tem vifto , e a my, e I4'
a meu Pae aborreceraõ. Galat 1:10.
2$ Porem \jflo fe,] peraque fe cumpra a palavra que em fua Ley p Matt.10:
eftá efcrita: « Sem caufa me aborreceraõ.
26 v Mas quando viér o Conlolador , y que eu d’o Pae vos hei *
j°
de enviar, Jafer] aquelle Efpirito de verdade , que do Pae fae,
elle de my teftificará. 9.
27 * E também vosoutros teftificareis, pois comigo defd’oprin- ^.16:2.
cipio eftivcftes. rMatt. 10?
Joa. 16 : 3. fRom.4'. tf e : 2o. t ffoa. lo : 37. u Pfalm tf ; 19. e 69 *.
xjoa. 14:16. A&tf: 32, y Lw. 24: 49, % Aèi.V.Z.ll. e : 32-
5J2 OS. EUANGELHO
Capitulo XVI.
I 'Prophetiza Chrifto a feus Difcipulos que perfeguidos feriao $ í confola os com
a promeffa do Efpirito Sanfto 3 que a o mundo de pecado , juftifa d e juizo, re~
*
et'arguiria 12 E a elles cm toda verdade os guiaria? 16 Declara que cedo
d elles tirado íerta > mas que pouco tempo despois a ver o tornariao. 2o E que
prefa fua trifieza, como as dores da mulher despois de parir j em gozo fe tornaria.
23 Exhorta os a em feu nome orarem , com promeffa de ouvidos ferem. 28 E
abertAmente > e fem parabolas declara , que a 0 mundo deixa, 31 Avifa os de
21. me conhecerão.
l.Cor.nS. 4 c Porem ifto vos tenho dito, peraque quando aquella hora vier,
c Joa. 13: diíTb vos lembreis, que ja dito volo tenho : mas ifto vos naõ dific
eu desd’o principio, porquanto com vofeo eftava.
5 E agora vou a aquelle que me enviou 5 e nenhum de vosoutros
me pergunta: Aonde vas?
6 Antes, porque eftas coufas dito vos tenho, trifteza voflocora-
çaõ encheo.
7 Porem a verdade vos digo , que vos convém , que eu me vá:
14- Elle
' SEGUNDO S. JOAÕ. Cap. XVI. ! *31
V4 Elle me ha de glorificar, porque d’o meu ha dc tomar, evoí
lo ha de denunciar.
>5 h Tudo quanto o Pae tem , mcuhe : por iflò difle , que d’o £ Joa. 17
meu ha de tomar, e volo ha de
10 t Hum pouco, e naó me vereis; e outra vez, hum pouco, e
vérmeheis: porquanto a o Pae vou.
17 Difleraõ pois [alguns^ defeusDifcipuloshuns a os outros: Que
he ifto que nos diz ? Hum pouco , e naõ me vereis; e outra vez:
Hum pouco, e vérmeheis; c, porquanto a o Paevou?
18 Afli que diziam: Que he iíto que diz? Hum pouco? Naõ fa-
bemos o que diz.
19 Conheceu pois Jefus que lhe queriaõ perguntar, e diflelhes:
Perguntaes entre vosoutros acerca d’ifto, que cliflè : Hum pouco,
c naõ me vereis; e outra vez: Hum pouco, e vérmeheis ?
20 Em verdade , cm verdade vos digo, quevosoutros chorareis,
e lamentareis, e o mundo fe alegrará , e vosoutros trilhes eftareis:
Mas em gozo voflá trifteza fe tornará.
Capitulo XVII.
I Preparandofe Chrifio3 como nofio Sumo Pontífice , para fua morte e paixao , a
Jeu Pae roga, que 0 glorifique, pa^aque a os que 0 conhecem a vida eterna dé.
4 Relata quam fielmente, e com que gozo, a obra cumprira que encomendado fe-
• lhes tinha. Qra a 0 Pae por Jcus Apoftolos, que os conjerve na uniac da cari
dade. 1$ Do matina os guarde. 17 E em fua verdade os fanftifique. 2o Ora
também por todos os de mais que , por Jua palavra d‘elles nelle aviao de crer.
21 Paraqne todos hum fe]ab. 24 £ com elle efiejao aonde elle eftiver 3 para-
que Jua gloria vejao.
Capitulo XVIII.
I Vae Chriflo com fluí Difcipulos a hua horta, a onde Judas 3 com hum efquadraõ
a prendélo vem. 4 E tom a palavra de Chriflo cae em terra o esquadrao. lo Pe
dro corta a orelha a Malco do que Chrifto o reprende. 12 He Chrifto prejo ,
e primeiramente levado a Annas ■> e despois a Cayphas. IÇ Pedro o fegue e
0 nega. 19 Cayphas 0 examina acerca de feus Discípulos e doutrina. 22 Hum
dos criados d fere e elle diflo 0 reprende. 2$ Nega 0 Pedro ainda duas vezes»
28 He levado a Audiência a cafa de Pilatos, que acerca de fua acufaçaõpergun
ta y e a juizo dos Judeos entregar 0 querer. 33 Pergunta lhe acerca de feu
Reyno 3 0 qual 0 Senhor teftifica que d’effe mundo nao he. 38 Por innocente 0
declara , e como tal joltar 0 quer. 4o Mas os Judeos a Barabbas pedem.
al.SamA^'. I a A vendo Jefus dito eftas coufas , fahiofe com feus Difcipulos
d’alem do ribeiro de Cedro , aonde eftava huã horta , em
Matt. 26 : qUe entrou elle e feus Difcipulos.
36. t ~E também Judas, o que o trahia , fabia aquelle lugar j por
Marc. 14 ' quanto muytas vezes fe ajuntara ali Jelus com feus Difcipulos.
32.
X»c.22:3% 3 h .Judas pois
t tomando o efquadraõ
. J e flguns
[_de foldados^— --- d’osj
b Matt.26: miniítros dos Pontífices c dos Pharifeos, veyo ali com lanternas, e
47. fachas, e armas.
Marc. 14 : 4 Sabendo pois Jefus todas as coufas que fobre elle aviao dc vir,
4r * fe adiantou, e lhes difie: A quem buícaes?
Luc 22:47- $ Refpondéraõ lhe: A JefusNazareno. Difielhes Jefus: Eufou.
**Grf
biu
E Judas, o que o trahia, também com elles eftava.
6 Como pois lhes difle: Eufou, tornáraõ pera tras, ecairaõem
terra.
7 Tornoulhes pois a perguntar: A quem bufcaes? E elles difle
raõ: A Jefus Nazareno.
doa. 6:39. 8 Refpondeu Jefus: Ja vos tenho dito que cu fou. Por tanto fe
^io: 18. a my me bufcaes, a cites, ir dcixac.
ei7:12 2 Peraque fc cumprific a palavra , que dito tinha: c Dos queme
iMatt.Xb'. d£ftc , a nenhum d>1Ies pCrdi.
Marc. 14: 10 d Simap Pedro , pois que tinha efpada, puxoud’ella, c ferio
47.’ ’ a o fervo do Pontifice, c cortoulhe a orelha direita. E era o nome
Luc.22:$0. do fervo Malco.
e Matt.20: 11 Difie pois Jefus a Pedro : Mctc tua efpada na bainha : r Naõ
22- beberei cu o copo 'í o. Pac dado mc tem ?
r que q
*
SEGUNDO S. JOAO. Cap. XVIII. 2V
ti O efquadraõ pois, e o Tribuno , c os fervidores dos Judeos
juntamente a Jelus tomáraó e amarráraó o.
i? f E leváraó o primeiramente 2. g Annás , porque era fogro de^^7/?í-2<$»
Caípfi ás, o qual era Pontificc d’aquelle anno.
14 b E era Caiphás o que a os Judeos aconfclhára, que convinha I^’
que hum homem polo povo morre fie. , Luc.22: $4;
15 * E feguia a Jefus Simaõ Pedro , e outro Difcipulo. E eragLuc.y.z.
efle Difcipulo conhecido do Pontífice , e entrou com Jefus na fala hjoa, u ;
do Pontífice. . 5°-
16 E Pedro eftava fora á porta. Sahiu pois o outro Difcipulo, íAíatt'16>
que era conhecido do Pontífice, e fallou á porteira, c meteu den- war* 4.
tro a Pedro. * s,
17 Diífe pois a criada porteira a Pedro : Naõ es tu tambem dos L«r.zi:ç4.
Difcipulos d’efte homem ? Difie elle, Naõ fou. kMatt.26:
18 E eftavaó [ah] os íervos, c os miniftros, que aviaó feito bra- 59 *
fas, porquanto fazia frio, e aquentavaõ fe. k Eftava [também] com Ma?c* 14•'
elles Pedro e aquentava íe. Luc,22:<<.
19 Perguntou pois o Pontífice a Jefus acerca de feus Difcipulos,
de fua doutrina.
20 Jefus lhe refpondeu: / Eu abertamente a o mundo fallei 5 eu lloa.-g: zí.
fempre ’na Synagoga e’no Templo enfinei , aonde os Judeos de
todos os lugares fe ajuntaõ, e nada em oculto fallei. m ler.20:2.
21 Que me perguntas amy? Pergunta a os que o ouviraõ? que he ^^3:2.
o que fallado lhes tenha? vés aqui elles labem que he o que dito tenho.n
22 E dizendo elle ifto, hum dos miniftros, que ali eftava, m deu ^'rc
a Jefus huã bofetada, dizendo. Afii relpondcs ao Sumo Pontifice
xj Rcfpondeulhe Jelus 5 Se mal fallei, da teftimunho do mal 5 Luc.22^4,
c fe bem, porque me feres? oMatt.261
24 n ([^fá] pois marrado o mandara Annás a o Sumo Pontifice 7i»
Caiphás:)' „ M"‘- 14 ••
2$ n E eftava Simaõ Pedro ali , e aquentavafe : difleraó lhe pois
NaóestutambemdefeusDifcipulos? Negouelle, edifie: Naõfou.^ joat I
26 Difie hum dos fervos do Pontifice, parente d’aquelle a quem 38.
Pedro a orelha cortara: Naó te vi eu na horta com elle? ^Matt^x
27 Negou pois Pedro outra vez, p e logo o galo cantou. i*
28 7 Leváraó pois de Caiphás a Jefus á Audiência. E era pela ^IarcA^\
fnanhaã: e naõ entráraó na Audiência, r por naófecontaminarem, r’
nas que pudeflem comer a Pafchoa. rAtt. ío ♦
29 Sahiu pois Pilatosaellesfora, cdifle:Queaculaçaõcontraefte 2s.
homem trazeis? Gg 3 3o Re- eix; $>.
2.s O S. EUANGELHO
30 Refpondéraõ, e difleraõ lhe: Se efte malfeitor naõfora, naõ
t’o entregaríamos.
31 Dilfélhcs pois Pilatos: Tomae o vosoutros , e fegundo voflá
ley o julgae. Difleraõ lhe pois os Judeos : A nos naõ nos he licito
a alguém matar.
fMatt. lo'. 32 / Paraque fe cumprifle a palavra de Jefus , que tinha dito,
19. fignificando de que morte avia de morrer.
loa.11
*. 32. 53 t Afli que Pilatos tornou a entrar ’na Audiência , e chamou a
t Matt. 17'.: Jefus, e diflelhe: Es tu o Rey dos Judeos.
II. 34 Refpondeulhe Jeíus: Dizes tu iflò de ty mefrno , ou difleraõ
Marc.l^’.
Luc 23: 3 t’o outros de my ?
3$ Pilatos refpondeu: Por ventura fou eu Judeo? Tua gente, e
os Princepes dos Sacerdotes a my te entregáraõ , que fizefte?
uT.oa.6'.iS' 36 Refpondeu Jefus: * Meu Reyno naõ hed’efte mundo: Semeu
1. Tim. 6 : Rcyno d’efte mundo fora, meus fervidores pelejáraõ , peraque eu
*
13 a os Judeos entregue naõ fofle : porem agora meu Rcyno d’aqui
naõ he.
37 Diflelhe pois Pilatos: L.ogo Rey es tu? Refpondeu Jefus: Tu
dizes que eu Rey fou. Eu pera iíto fou nacido, e pera iíto a o
mundo vim, pera dar teftimunho á verdade. Todo aquelle quehc
da verdade, minha voz ouve.
38 Diflelhe Pilatos: Que coufa he verdade? E avendo dito ifto,
x Matt >17 . tornou a fair a os Judeos , e diflelhes , x Nenhum crime ’nelle
14. acho.
Luc. 23; 4. 39 Mas vosoutros tendes y por coftume , que eu hum pela Pa-
Y Matt..17
* fchoa vos folte. Quereis pois que a o Rey dos Judeos vos folie ?
iÇ. í
40 Tornáraõ " pois todos a clamar, dizendo, x Naõ a efte, fenaõ
Marc.^:^ a Barabbas< a £ cra
T" a a. ....
I
Barabbas hum faltcador.
-A 1*^ aA a*A *
L »1 fTl I ai /4
Lwc.23:17.
z M.^.14. a Matt. 27 : 16. Marc. IÇ : 7. Lwí.23 ; 19.
SEGUNDO S. JOAO. Cap.XIX.
Capitulo XIX. f
35- - ■ " ’
Marc. l£ . túnica. E era a túnica fem coftura , toda tecida defde riba [até
24.
* baixo. J
Lucci}',^. 24. Difleraõ pois huns a os outros: Naõ a partamos fenaõ lancemos
« .
fortesfobre ella, a cuja ferá: Paraque fe cumpriflèaEfcritura, que
■ ——- X-
* / *■ «r /T • 1 Z"" 1 • •• »
kPfal.xi: . k Entre fi partíraõ meus veftidos , e fobre minha vefte lançá-I
raõ fortes. Ifto pois fizeraõ os foldados.
l Matt. 17‘. 2y l E eftavaõ junto á cruz de Jefus , fua maé , c a irmaa de fua
S$. maé, Maria [mulher] de Cleopa, e Maria Magdalena.
Marc. 26 E vendo Jefus a \fia] maé, e a o Difcipulo a qué amava;’que
40. ali eftava, difle a fua maé: Mulher, vés ahi teu filho.
27 Despois difle a o Diícipulo: Vés ahi tua maé. E dcsd’aquella
hora a recebeu o Difcipulo em fua [cx/ã.]
Despois fabendo Jefus que ja todas as coufas eftavaõ cum
pridas,
E SEGUNDO S. JOAO. Cap.XIX. 24?
pridas, m para que a Efcritura fe cumprifte, difie: Sede tenho. míjai.tr»
19 n Eftava pois ali hum vafo cheyo de vinagre , e huã efponja 2X4»*
de vinagre enchéraó , e envolvendo a com hyfopo , chegáraõ lha n
á boca. 40'
30 Como pois Jefus tomou o vinagre , difie : 0 Confúmado he; 0
e abaixando a cabeça , deu o Elpirito.
31 Os Judeos pois , porque os corpos naõ ficafiem o Sabbado’na
cruz, porquanto entaõ era a preparaçaõ, (porque era o grande dia
do Sabbado) rogáraõ a Pilatos, que fe lhes quebrafiem as pernas, e
foliem tirados.
jt Vieraõ pois os foldados, e ’na verdade quebráraõ as pernas t
o primeiro , e a o outro que com elle fora crucificado.
33 Mas vindo a Jefus, [e] vendo o ja morto , naõ lhe quebráraõ
is pernas.
34 Mas hum dos foldados lhe furou com huã lança o lado , e lo
go p íahio langue e agoa. P i.Jea. ç:
35 E o que ifto vio, oteftificou; e feu teftimunho he verdadei-
ro, e labe que verdade he o que diz , paraque vosoutros também
creaes.
36 Porque eftas coufas acontecéraõ, q paraque fe cumprifle aEf-
critura [que diz>\] Ofib d’elle quebrantado naõ ferá.
37 E outra vez diz outra Efcritura: r Veráõ a o quetraspaflaraõ. •
3S J E despois rogou aPilatos Jofeph de Arimathea, (que eraDi- Io. ‘
fcipulo de Jefus, porem oculto t por medo dos Judeos)quepudefie/M?íM7:
tirar o corpo de Jefus; e Pilatos [/h’o] permitio. Veyo pois e tirou 57-
o corpo de Jefus. Marc. 15:
' 39 E u veyo também Nicodemos, (aquelle qúc d’antes de noite a 42^ e q
Jefus tinha vindo) trazendo húcompofto demyrrha calões, dequafi
cem arrateís. ~
40 Tornáraõ pois o corpo de Jefus, e envolvéraõ o em lençoes ujoa. ;.*i.
com as efpeciarias, como he coftume dos Judeos fepultar. eiW
41 E avia huã horta ’naquelle lugar , aonde fora crucificado; e
’na horta hum fepulchro novo , em que ainda nunca alguém avia
íido pofto.
42- Ali pois (por caufa da preparaçaõ \_aa Pafchoa} dos Judeos , e
porque aquelle fepulchro eftava perto) puféraõ a Jefus,
Í4t ■ OS. EUANGELHO
Capitulo XX.
I Fae Maria Magdalena a 0 fepulchro , e achando 0 vazio> dá as novas a Pedra
e a Joao. Que ambos juntos a 0 fepulchro correm , e affi 0 achao. n Vi
Maria 'no fepulchro a dous Anjos, 14 Chrifto lhe aparece , e as novas de fua
refurreiçaó a feus Difcipulos dar lhe manda._ 1 9 A os quaes também á tarde
aparece. 22 Da lhes 0 Efpirito Sanfto, e poder pera os pecados perdoare e re-
t-ere. 24 A 0 que Thomé naõ quer dar credito, por fe nao aver achado prefen-
le 26 Ate que oito dias despois a Chrifio vé e 0 confejfa, 30 E declara
foaÕ, porque de muytos outros finaes > /o eftes efritos efiaõ.
» Matt.iS; a P o primeiro [dia] da femana veyo Maria Magdalena de madru-
j gada," fk,-,
fendo efeuro, aa o fpmilrhrn
,4rx ainda pírurn viu aa nenra
fepulchro 5.• f*e viu pedra jado
ia
•• *
Mw.i6:i. fepulchro tirada.'
ítílC • 24 « I ■ 2 Ç^eu pois, e veyo a Simaõ Pedro , e a outro Difcipulo a
bfoa. 13: quem Jefus amava , e diflelhes , Do fepulchro a o Senhor toma
*3-
e 21:7.20. ram , e naõ fabemos aonde o puleraõ.
0 Luc. 24: 3 c Sahiu pois Pedro e o outro Difcipulo, e.viéraõ a o fepulchro.
12. 4 E corriaõ eftes dous juntos: e o outro Difcipulo correu, diante
mais deprefla que Pedro, e veyo primeiro a o fepulchro.
d 'Joa. 19: $ E abaixandofe, vio d eftar os lençoes: toda via naõ entrou.
40. 6 Veyo pois Simaõ Pedro leguindo o, c entrou’no íepulchro,e
*
vio eftar os lençoes.
t loa 11-44. 7 E e o fudario que fobre fua cabeça fora [pofio,] naõ [ 0 vio] eftar
com os lençoes, fenaõ envolto em hum lugar á parte.
8 Entonces pois entrou também o outro Difcipulo, que primei
ro a o fepulchro viera, evio, e creu.
fPfil. 16 : 9 Porque ainda naõ íabiajõf a Efcritura , que era neceflario que
10. dos mortos refufeitafle.
Aft.z'. 2$. 10 Tornáraõ fe pois os Difcipulospara * caía.
11 g E Maria eftava fora chorando junto a o fepulchro. Eftando
♦ Gr. dia Pois chorando, abaixoufe a o fepulchro. '
feus, 12 E vio a dous Anjos [veftidos] de branco aflentados, hum a * ca-
* Gr. ca- beceira, e o outro a os pees, - aonde o corpo de Jefus jouvéra.
beça. 13 E diíféraõ lhe elles: Mulher, porque choras? Diflelhes ella-:
í M4//.2S: Porquanto, a meu Senhor leváraõ, e naõ fei aonde o puféraõ.
14 h E avendo dito ifto, viroufe pera tras, e vio eftar a Jefus, t
Luc Zé.-4. nao ^a^ia que era Jelus.
b Nfctt.iS: Difle lhe Jefus: Mulher porque choras ? aquembufeas? Ella
9. cuidando que era o hortelão, diflelhe: Senhor, fe tu o levafte, di-
Marc.16:^ zeme aonde o pufefte, e cu o levarei.
16 Dif-
/ __
SEGUNDO S. JOAO. Cap. XX. ■’
16 Diflelhe Jefus: Maria? Virandofe ella diflelhe ; Rabboni,
^ue fe diz Meftre.
17 Diflelhe Jefus: Naõ me toques; porque ainda naõ fubia meu
Pae: porem vae Z a meus irmaõs, e dizelhes : k Subo a meu Pac,f f/V 32 :
c a voflb Pae; {/J meu Deus, e [/] voflb Deus. . _
iS l Veyo Maria Magdalena , e denunciou a os Difcipulos, que ~ •
a o Senhor vira , e eftas coufas lhe difléra. /iW.2:ii4
19 m Vinda pois ja a tarde o primeiro dia da femana, e cerradas as k Joa, 16 ;
portas, aonde os Difcipulos por medo dos Judeos fe tinhaó ajunta- 28.
*
do, veyo Jefus, e pós
.A...
íe ’no meyo,, , e diflelhes
J,rr”---- :Matt.iM.
Paz ajaes.
2’0 E^izendo’ifto, moftrou lhes fuas maós, e [fèu] lado. » Afli 16:
~ ___ ~
que os Discípulos fe gozáraõ, vendo a o Senhor.
' 21 Diflelhes pois Jefus outra vez: Paz ajaes •> o como o Pae me }nMarc^6\
enviou, afli vos envio eu a vosoutros. . I+.
21 R avendo dito ifto, foprou \Jbbre elles, J e diflelhes : Recebei £«02436,
o Efpirito íànéto. i.Cor. i$:
25 P A quem quer que perdoardes os pecados lhes faõ perdoa-
dos; [/] a quem quer que os retiverdes, [ZA«] faõ reteúdos.
24 E Thomé, hum dos doze , dito o Didymo , naõ eftava com <, £I;r;
elles quando Jefus veyo. Matt. 28 <
2f Difleraõ lhe pois os outros Difcipulos : A o Senhor vimos. 19.
Porem elle lhes difle : Se em íuas maós o final dos cravos naõ vir, 16:
e meu dedo’no iuçar dos cravos naõ meter, e em íeu lado naõ me- I<’‘
ter minha mao, em maneira nenhuá [_°J crerei. I7<
16 E oito dias despois, eftavaõ feus Difcipulos outra vez dentro, ? Mattpiúz
QJ com elles Thomé; e veyo Jefus, fechadasja as portas, e posle 10.
5nomeyo, e difle: Paz ajaes. . , . ei8:i8.
27 Despois difle a Thomé: ? Chega teu dedo aqui , e ve mi- ^i.ioa.ui,
nhas maõs; e chega tua maõ , e mete a em meu lado ; e naõ fejas *
incrédulo, fenaõ * fiel. te"
28 E respondeuThomé e diflelhe: Senhor meu, e Deus meu.
29 Diflelhe Jefus: Porque me vifte, (*) Thomé, creftej rbema-ri Ped. ic
venturados aquelles que naõ virem , e crérem.
30 f Outros muytos finaes fez Jefus também ainda em prefença/ fa' n:
de feusDifcipulos, que’nefte livro eferitos naõ eftao: . *5-
Porem eftes eftaõ eferitos, peraquecreaesqueJefusheoChri-
fto, o Filho dc Deus j e peraque , crendo., tcrthaes vida em feu
iiomc.
Hh 2
144 OS. EUANGELHO
Capitulo XXI.
I Eftando alguns d'os Difcipulos pcfando , o Senhor lhes torna a aparecer, 6 E
com Jua bençao alcançaõ hua grande preja de peixes por onde o conhecem. 7 Dan
ça Je Pedro a 0 mar •> pera a elle ir > e es outros com 0 barco 0 fegttem
* 9 Jan
ta com elles. tf E a Pedro tres vezes pergunta fe 0 ama e que fuas ovelhas
apajcente lhe encomenda. >l8 Profetiza lhe a morte comque a Deus avia de glo
rificar. 2o Reprende fua pergunta acerca de Joao. 24 E conclue 0 Euangpelfta
Hh 3 AC- .
A C T O S
DOS
S. APOSTOLOS
ESCRITOS'
/
PELO EUANGELISTA-
S. LUCAS.
Capitulo I.
í Prologo de'S. Lucas com que efle feu fegundo livro a feu Euangelho une. 3 Avcn-
d.t Chriflo refu/citado dos mortos converfa com feus Apoftolos quarenta dias,
4 Manda lhes que em Jerujalem a miffaõ do Efpirito JanUo esperem. 6 Re-
(ponde lhes a pergunta de quando 0 Reino a ljrael restauraria. 9 A Vifla
dlelles j a 0 Ceo fobe. 10 O que dous Anjos teStiflcaò , predizendo também fua
tornada. 12 Tornaõ fe os Apoftolos a Jerufalem. 13 Perfeverao concordemen-
te em oraçoens > com alguas mulheres , e com a mae dc Chriflo. 1$ Relata Pe
dro a predicçao acerca de Judas , e Jeu fim, 21 E ex/cortando a ordenar outro
cm feu lugwr dous para iffo faõ aprefentados, 24 E avendo feito orapao he
Matthias por fortes 5 eleito Apoflolo.
Pfal.y'. 10. 2(> E lançáraõ lhes as fortes ; é cahio a forte fobre Matthias. E
Jer.ii: 20. por.voto commum [de todés] com os onze Apoftolos contado foy.
^17:10. J
e2o; 12.
Aã. 1$: 8. Capitulo IL
Apoc.l'.!^ I Com vtfiveis finaes fe derrama o Efpirito fanão 3 no dia de Pentecofie y fobre os
** Apofiolos. 4 Or quaes cheyos de feus dons s as grandezas de Deus em todas as
hngoas fallaõ. $ Do que em Jerufalem entre todas as naçoens grande confufai
refulta: huns maravilhandofe, e outros efcarnecendo. 14 Redargue Pedro a os
zombadores, e moftra que affi fe compria a profecia do Propheta Jdél. 22 Pro
» va cem os Pfalmos de David que lejus j a quem crucificado aviao 3 dos mortos re-
fufcitára á mao direita de Deus fe afientára ; e de lá efles dons derramara»
36 E que portanto 0 Mefias prometido era. 7 D’o que os ouvintes compungi
dos , e por Pedro a penitencia amaefiados _> tres mil dlellesfam bautizados. 42 Os
quaes 3na doutrina dos Apostolos, 3no exercicto do culto Divino, e da caridade
perfeverando , todos feus bens entre fi comuns tem. 47 E a Igreja cada dia
multiplicando fe vae.
les di;
11 19 E 10.
Im. 7 :38. f Aã.lc\ 4$. g Lut,i: 36. zftí 21 : 9,
2$o ACTOSDOS
19 E prodígios a riba ’no Ceo darei, e finaes a baixo ’na terra,
fangue, efogo, e vapor defumo.
10 O foi fe converterá em trevas , e a lúa em fangue , antes que
o dia grande e illuílre do Senhor venha.
hloelv.yi. 21 h E ferá , que todo aquelle que o nome do Senhor invocar
£07/7.10:13. ferá falvo.
22 Varoens Ifraelitas, ouvi eftas palavras: Jefus o Nazareno, va-
raõ entre vosoutros de Deus aprovado com maravilhas, e prodígi
os, e firfaes, que Deus por elle em meyo de vosoutros fez , como
também vos meímos bem labeis:
;^^.4‘.2S. 23 Elle, fendo entregue í pelo determinado confelho e preícien-
k Aã.^o. cia dê Deus, k tomando 0] vosoutros, por maõs dos injultos * [0]
* <Ou, [na crucificaítes, e mataftes. ,
cruz. » ] 24 / z\ o qual Deus refulcitou,foltas as dores da morte5porquan
pufeftes. to poflivel naó era, que d’ella reteudo foflè.
lAã 10:4.
w P(al. 16 : 27 Porque delle diz David : m Sempre diante de my a o'Senhor
8. via, porque á minha [maõ] direita eftá, paraquecomovido naófeja.
* (>u 2(> Polo que meu coraçao alegre eftá , e minha lingoa fe goza,
* O11, ,(e- e ainda minha carne ha de repoufar em efperança.
fulchro. 2- Pois minha * alma ’no * inferno naó deixarás, nem ateu fanélo
entregarás, paraque corrupção veja.
28 Os caminhos da vida notorios me fizefte: com tua face dego-
zo me encherás.
29 Varoens irmaõs , licito me he dizervos livremente acerca do
rA. Re?.2: Patriarcha David , n cjue morreo , c foy fepultado , e \_ainda\ fua
l!>. 'fepulturacomnofco ate o dia de hoje eftá.
^.13:36. 30 Afli que fendo Propheta, c fabendo 0 que com juramento lhe
oz.Sam. 7: avia Deus jurado , que do fruito de feus lombos , quanto á carne,
pz.1?* a o Chrifto levantaria , para fobre feu trono [y] aflentar:
ij I32, 3' Vendo [y] d’antes , fallou da refurreiçaó de Chrifto , y que
Luc. i: 32. f°a ‘dma naó aja fido deixada’no inferno, nem fua carne corrupção
-r4c7.13:23. vifto aja.
Rom. 1: 3. 32 A elle Jefus refufcitou Deus 5 q do que todos nosoutros tefti-
2.77^.2:8. munhas --- fomos.
- - -__ „ J
pPA/.ió: 3? Afli que 1 exalçado ja pela direita de Deus , c Crece
IQ.
bendo do Pae a promeflà do Efpirito fanélo , t derramou ifto que
-^•Í3-3V- agora vedes,? e ouvis.
qjoa. & ’
17- 34 Porque naó fobiu David a os Ceos y antes diz : « Difle o Se-
Aã. 1: 8. r nhor
r ^7.5:31. f Aã. i: 4. t Aã.lQ'- 4$»' « 15; 25»
Ephef. I ; 20. Hebr. I : 13.
S. APOSTOLO S. Cap. II,
nlior a meu Senhor, Aflentate á minha direita:
3$ Até que a teus inimigos ponha por efcabello de teus pés.
36 Saeba pois certamente toda a cafa de Ifraêl, que Deus Senhor
c Chrifto o fez, faber} a efte Jefus , que vosoutros crucificaftcs.
37 x E ouvindo elles [eftas coifas f} foraõ compungidos de cora-
çaõ, e difleraõ a Pedro, e a os de mais Apoftolos: y Que faremos, í* ' ’
varoés irmaõs ? L.w. 3 :10.
3S E Pedro lhes difle: Arrcpendeivos , e bautizefe cada hum de Aft 9 : 6.
vosoutros em o nome de Jefu Chrifto , pera perdaõ dos pecados 5 ej^õ?. 16:
o recebereis. 3°-
39 Porque a vós vos pertence a promefla , e a voflos z filhos , e ~
a todos a os que [ainda} longe eftáõ , a tantos quantos Deus noflo “Ephef 1’
Senhor chamar.
40 E com outras muytas palavras teftificava , e J exhortava,
dizendo, Salvaevos defta perverfa geraçaõ.
41 Afli que os que de boamente recebéraõ fua palavra , foraõ
bautizados, e acrecentáraõ fe n’aquelle dia [á Igreja} quafi tres mil
almas.
4- E perfeverávaõ ’na doutrina dos Apoftolos, e ’nacomunhão, e
’no partir do paó, e’nas oraçoens. ' ,
43 E em toda alma temor avia , e b muytas maravilhas e fi-£ Marc. 161
naes pelos Apoftolos
44 c E todos os que criaõ juntos eftavaõ , e todas as coufas cõ- C’ IJ«
muas tinhaó. cveur'^
4) E [fuas} pofleflbens e fazendas vendiaó, c d com todos as re-
partiaõ, fegundo cada hum mifter avia. d ifay* 5 8:
46 E e perfeverando cada dia concordemente’no Templo, epar- 7.
rindo o pam de cafa em cafa , comiaó juntos com alegria , e com -^#.4:3$.
Ií 1
actos dos
Capitulo III.
I Indo Pedro e Joao a o Templo , faraó a hum coixo de nacimento, J D» que
espantandofe o povo e concorrendo * 12 Pedro o informa que aquillo nao por Jua
virtude, fenaõ por fò a virtude de Chrifto feito fora. 14 biquem elles morto
tinbaõ > porem elle dos mortos-refuscitára. 17 Confolaos > e exhorta que fe emen
daffem» 20 Pera conforme 0 tejiimunho de Moyjes - e de todos os Prophetas
a bençdõ de Abraham receberem.
11 3 CA-
ACTOSDOS
Capitulo IV.
I Encarcerao os Princepes dos Judeos a Pedro e Joao. Ç Ajuntafi todo o Con *
Jelho > examinando os fobre a cura feita acerca do coixo, S Teftifica Pedro que
fora feita em o nome de Jefus > e acrecenta que efte he a Pedra reprovada dos
edificadores, e o unico Salvador. I] O Confelho , ainda que convencido, lhes
Capitulo VI.
I Efcolhe a Igreja pola murmuração dos Gregos fete Diáconos , que pelos
Apoftolos fe confirmao. 7 Muytos dao fe a Igreja y também Sacerdotes. 8 Efte-
•vao > hum dos Diáconos > faz. muitos milagres^ e os da Synagoga dos Libertinos
e outros fe levantaõ contra elle, lo Pois como nao podiaõ refiftir a feu Efpirito
e fabedoria} levao 0 perante 0 Confelho, 13 E fobornao falfas teftimunhas > que
acufao 0 de blasphemias contra 0 Templo e a Ley, 15 Refplandece feu rofto co-
mo 0 de hum Anjo,
Ca-
S. APOSTOLO S. Cap. VII.
Capitulo VII.
I Relata Eftevafifua defenfo perante o Conjelho j de como Deus fézfua alianç*
com Abrabam e fua femente > prometendo lhe a terra de Canadn; 9 E de com»
Jofeph em Egypto foy vendido, e Jacob com fua linhagem fe partio para lá, e
Jua defcendencta ali fe multiplicou , e cruel-mente tratou, 2o De como Moyfes
nacido . regeitado , e tomado e criado da Rilha de Pkarao em toda fabedoria dos
Egypcios, vifitau a feus irmãos , e matou a 0 Egypcio , que a hum d'elles agra
vava, 1? O qual fe lhe deita ‘no rofto , e poriffo foge para Madian , aonde-
Deus 'nhum çarçal ardente lhe aparece •> e envia a Egypto a livrar a feu povo»
37 Qfe prophetiz>a de Chrifto, e recebe a Ley, ^9 De como fe fz 0 bezerro
de ouro e com iffo , e juntamente também com Wloloch fe comete idolatria»
44 De como 0 Tabernáculo Je levantou > e ejleve entre elles até os tempos de Sa
iamao , que edificou 0 Templo. 5í Da lhes também ‘no rofto . q*e em contumá
cia, e crueldade fao iguaes a feus Paes
* 54 Amargaò fe contra elle fobre ijfo,
e 0 apedréjao} mas elle vendo 0 ceo aberto 3 encomenda fua alma a Chrifto , roga
por elles} e ejpira
*
vãv luauíuiv . 22
19 Ea ella palavra fogiu Moyfes , e foy peregrino em terra de ?
Madiam, aonde gerou dous filhos. ^7: 35
30 d E cumpridos quarenta anos , o Anjo do Senhor lhe apare- dVx^d.\\z.
ccuno deferto do monte de Sina , cm huá flama dc fogo de hum
çarçal.
31 Entonces Moyfes vendo [y] , maravilhoufe da vifaó 5 e che-
gandole a ver, a voz do Snor lhe foy feita,
32 \_Diz,endo~\ , eEuíou o Deus de teus paes, o Deus de Abraham, eExod y.6
eoD eus de Ilaac , e o Deusde Jacob j e Moyfes todotremendo-, Matt. 22 :
33 E difle lhe o Senhor: f Descalça as alparcas deteuspeesj por-fít^ 11
que o lugar em que eftas, terra lanéia he. fior\- is
34 * Âtentamente vifto tenho a affliçaó de meu povo, que em
Egypto eftá, e feu gemido ouvi, e deicendi a os livrar 5 agora pois tenho^vif^
vem, enviartehei a Egypto. tenho.
3^ A efte Moyfes [pois J , a o qual negado aviaó, dizendo, Quem
por Princepe e Juiz te pós ? A efte enviou Deus por Princepe , c
Libertador, por maó do Anjo, que ’no çarçal lhe aparecera.
36 g Efte fora os tirou , fazendo prodigios e íinaes na terra de?^xo^‘
Egypto , e ’no Mar vermelho , e ’no delerto , [/w] quarenta
anos. 13
*14.
37 Efte he aquelle Moyfes, que a os filhos de Ifraêl difle : i Hú hExod.i6
*
Propheta vos levantará o Senhor voflo Deus d’entrc voflos irmaõs, 1.
comoamy, k a elle ouvireis. Veut. 1:3-
38 / Eft^ he annelle oue efteve’na coneresa.caó f de povo~\ em o 1 ^eut‘18;•
noflos paes 5 o qual as palavras viventes recebeu, para a nos nolas dar.
39 A o qual noflos paes naõ quiféraó obedecer 3 antes engei- kMdtívp'.
táraó, e de coraçaõ a Egypto fe tornáraõ.
40 Dizendo a Àaraó: » Fazenos Deufes , que diante de nos vaõ. lExod. 19:
•7*’ Gal, 3 :19. Hebr< 2:2, c I. Reg. 21:13. Luc, 13 : 31. e 2o : 1$. d Aã.il: 2o.
S. A P O S T O L O S. Cap. VIII.
áutinhas puféraõ feus veftidos a os pees de hum mancebo', chama-
do Saulo.
59 E apedrejáraõ a Eftcvaõ, invocando elle , e dizendo : e Se-epJ^-V'^
nhor Jefus, recebe meu efpirito. £1^.23:46.
óo E pondofe de joelhos , clamou com grande voz : f Senhor,/frWz.
nao lhes imputes efte pecado. E avendo dito ifto, adormeceu. 44«
Xac.23:34.
Capitulo VIII.
I. He perfeguida , e espargida a Igreja de Jerufalem, 2 £ Eflcvao fepultadf,
Ajfola Saulo a Igreja. $ Préga Philippe em Samaria e faz muitos fnaes.
9 Embelecdra ali Simaõ por fua arte Magica a 0 povo , aff que todos penàial
d'elle 3 pois pelas pregações de Philippe muitos crem e Je bautizao até 0 mesm»
Simaõ. 14 Enviaó fe Pedro e Joaõ a Samaria ; 15 Por cuja oraçao , c impo-
fçaõ das maos os crentes recebem 0 Espirito janhto. 18 ®ue poder Simaõ
quis comprar com dinheiro. 2q Mas reprende 0 Pedro rigurojamente} eamoefla
• para converfao. 26 Manda fe Philippe a 0 Ethiope 3 que affcntado em feu
carro 3 lia a 0 Propheta IJayas 3 e fendo inftruido de Philippe . e avendo feitt
corffao de (ua fé, foy bautizado, 39 Arrebatou 0 Efpirito do Senhor 4 Pbi *-
Uppey e fe acheu em Azoto,
L1 * C A-1-
ACTOS DOS
Capitulo IX.
I Parte fe Saulo para Damasco 3 para também ali perfeguír a os fieis, 3 He cer
*
cado no caminho de hum refplandor.de luz do ceo 3 lançado no chao e do mes
mo Chriflo reprendido , e com cegueira ferido, Io Envia o Senhor a Anania*
a elle > que, 710 principio temendo ir, despois foyfe, fez 0 tornar a ver, insirue.
e bautiza 0, 23 Préga Saulo a Chriflo e os Judeos ciladas lhe armai,
que escapa, guindado da muralha ‘nhum ceflo, 26 Vem a Jerufalem, e Barna-
bé 0 leva a os Apoftolos, e préga ali também a Chrislo. 30 Parte fe a Tar-
fo , pera evitar as ciladas dos Judeos. 31 As Igrejas tem paz e crecem.
3 3 Chega Pedro a Lydda 3 e fára a Enéas , como também em Joppe a Dabith^
dos mortos 'refuscita. 42 Polo que muitos crcm.
Ca-
S. A P O S T O L O S. Cap. X.
Capitulo X.
I Aparece hum Anjo a Cornelio o Centuriaõ, em Cefarea, ocupado em jejums e
oraçao, e manda lhe chamar a Pedro de Joppe, pera d’elle fer inilruido. 7 ffue
envia feus fervos. <) Pedro entretanto por hua vi/ao , d3 hum lençol, com toda
.forte de animaes, alji mundos como imundos 3 do ceo defendido, e por falia ceie-
ftial j he inftruido que a differença entre os Judeos e Gentios era tirada.
17 Chegaõ os fervos de Cornelio a Pedro} que . amoefado de Deus j foyfe com
elles a Ce'area. 24 Aonde Cornelio eftá ajuntado, com feus parentes > e 0 rece
be com grande reverencia. 2S Relata Pedro 0 que Deus lhe revelara como
também faz. Cornelio. 3 4. Préga Pedro a Cornelio e a os feus a Chrislo. 44 E
todos recebem 0 Ejpirilo San fio. 46 Fallao lingoas eftranhas. 47 E bauti-
zao fe.
♦•
3$ '[Acerca de] Jefus de Nazareth , n como Deus com o Efpirito
fanéto, e com virtude o ungiu: o qual [pela terra] andou , bem fa-^-^M6/6'
zendo, c a todos os do diabo violentados curando 5 porque Deus
com elle era.
39 E nos teftimunhas fomos de todas as coufas que fez afli cm a Rom, 5:1.
terra dc Judea, como em Jerufalem 3 a o qual matáraó, penduran- CoIoJJaiiq.
do Qf] dc hum madeiro. ™ ]fay- 3 ;
40 0 A efte refufeitou Deus a o terceiro dia, e * fez que mani-
íefto fofle: , Matt.'412
4t Naó a todo o povo , fenaó a as teftimunhas que Deus d’antcs
* ordenara; a nosoutros, que juntamente com elle comemos, 3S.39.
c bebemos, despois que d’os mortos refufeitou. Luc.4:14.
42 ? E nos mandou a o povo pregar, e teftificar que elle hc aquelle »P/^45:S.
que qde Deus ordenado foy [por] Juiz dos vivos e dos mortos. Iby.61:1.
4P A efte dam teftimunho todos os Prophetas, /que todos os ^'*’*$.
' Mm que
* Ou > deu. * Ou , elegera. Luc, 24- 3 4. Joa. 2o; 19, Att. 2: 24Í I. Cor, 15:5.
p Matt. 28 :I9.- Marc. \6 ; 15. ^.15:16
* q Aã. 17:31. r Gen. 3:15.
e 22 l 18. e 26: 4. c 49 : Io. Devi. 18 : 15. Pftalm. 132 : 15. \ 2.
tf 7: 14- * 9-’ 5. e 40 ♦ lo- J trem.2} ; 5 e tf: 24. Dan. 9 ; 24. Mich.y ; 2o#
274 -ACTOSDOS
que ?nelle crerem por feu nome perdão de pecados receberão.
41. t E fallando Pedro ainda ellas palavras , cahiu 'o Efpirito
faného fobre todos os que a palavra ouviaó.
45 E os fieis que eraó da circuncifaõ, tantos quantos tinhaó vin-
do com Pedro, íè efpantáraõ de que também fobre as gentes o dom
do Efpirito fanéto fe derramafié.
uMavc. ió: 46 u Porque em lingoas [eftranhas] os ouviam fallar, e a Deus
i7- magnificar. Entonces refpondeu Pedro :
x^.836. 47 x Pode por ventura alguém a agoa impedir, que naõ fejaã.
á>n : 17.bautizados eftes, que também como nos o Efpirito fanéto receberam?
48 E mandou que foíTem bautizados em o nome do Senhor. En-
tam lhe rogáraõ que com por alguns dias fe ficafiè.
Capitulo XI.
J Vem Pedro a Jerufalem ? e fendo ali avifado de que communicdra com os gen-
tios fe defende , e relata tudo 0 que em quanto a iffo acontecia, 1$ Accepta
fe Jua defenfaõ. 19 PrégaÒ os fieis esparfidos a Chrifto em Phenicia e Cypro
até Antiochia. 21 Polo que muitos trem. 22 Entendendo 0 a Igreja dejeru-
Jalem , envia a Rarnabé para Antiochia pera confortálos. 2$ £>ue fe parte a
Tarfo 3 em buscar a Saulo 3 e achando 0 , traz, 0 a Antiochia, 26 Aonde os Difci
pulos primeiramente fe chamao ChriftaÕs, 27 Prediz Agabo a careftia, 29 Po-
lo que os Irmaõs por Saulo e Bamabé focorro enviaõ a os irmãos em Jerufalem,
Capitulo XII.
I Perfegue Herodes a Igreja. 2 Mata ajacobo. 3 Encarcera a Pedro 3 e
da o guardar com forte vigia. $ A Igreja roga a Deus por elle, 7 E elle ?
encaminhado milagrofamente do cárcere por hum Anjo II Chega a cafa de
Maria 3 bate a porta 3 Je lhe abre 3 e entra elle relatando fualivraçao a os
que ali congregados eftáv&o. l8 Herodes manda fazer inquiriçao juridica das
guardas e leva os prejos 3 e parte fe para Cefarea. 20 Faz paz com os de Tyro
e Sydon. 21 E} ferido em Jua jbberba por q Anjo-) he comido de bichos. 2,5 Bar-
nabê e Saulo fe tomao a Antiochia,
Capitulo XIII.
I Envia 0 Espirito a Saulo e Barnabé a pregar 0 Euangelho a os Gentios, 4 Que 3
defcendendo a Seleucia e d'ali navegando para Cypro 3 em Salamina e Papho
prégaõ. 7 Aonde o Proconful Sérgio Paulo quer ouvilos. 8 O que procurando
Bar Jefus o Encantador efforvar 3 de Paulo com cegueira he ferido 3 e 0 Procon
ful convertido. 13 Dali vétn aPerges e despois a Antiochia emPifidta. 1^ Aon
de } pregando Paulo em Synagoga , relata os benefícios de Deus a os ljraelitas
feitos até á David. 23 £ prova que a promeffa d’a femente de David fe cum
pria em Jefu Chrifto 3 que em JeruJalem foy crucificado j e d’os mortos rejufcita-
do 3 como de David predito fora. 38 E que por elle fe juftifiquem todos os que
3nelle crem. 41 Alguns dos Judeos crem-, mas outros contradizem. 46 Polo
que elles fe tornao a as Gentes . d3as quaes crem todos aquelles que pera a vida
eterna ordenados efiávao. 50 Os Judeos levantao perjeguiçao contra Paulo e
Barnabé y que facudem 0 pó de feus pés j e fe retirao a Lcomo.
Xz^.23’18. 53 Como também ’no e Pfalmo fegundo efcrito eftá : Meu Filho
J^.19 : 6. cs tu, hoje te gerei.
bMatt.iS- 34 E que dfos mortos refufeitafle pera nunca mais â corrupção
tornar, afti o difte: f As * fieis beneficencias de David vos darei.
35 Polo que também em outro [p/afoo] diz : g A teu fanéto nao
J/4r7ú;darás Para <lue corrupção veja.
14. 36 b Por-
lea. 20:19, e2I:I. Aft. 1: 3. 1. Cor. : $, * Ou, osquaes. 3 í I5h *22 :18. *26 j 4.
e 49 : lo. Deut. 18 : 1$. i.Sam. 7 \ 12. Pfàlm. I32 : II. I/47.4: 2. e 7 :’i4.
e 9 • 5» e 40 : lo» Jerem. 23 : e 33 : 14. Ezech. 34 : 23. e tf : 24- Dan. 9;
24.2$. ePJalvtf, Hebr.V^, f * Ou,firmes. gP/al.itm.
Ati. 2. 27. 3t»
9. A P O S T O L O S. €ap. XIII. aSx
36 h Porque na verdade, avendo David em feu tempo a o confe-
lho de Deus fervido, dormiu, c junto a feus paes pofto foy, c
corrupção vio. ’ Arf.zn^
37 Mas aquelle que Deus refufeitou, corrupção nenhuá vio.
3S Seja vos pois notorio, Varoens irmaõs , / que por efte remis- i Lw. 24:
faõ 3’os pecados fe vos denuncia. 4.7.
39 k E de tudo o de que pela Ley de Moyfes juftificados ‘12
fer naõ pudeftes, l ’nefte hejuftificado rodo aquelle que cré. * R°™' ‘
40 Vede pois que fobre vosoutros naõ venha o que ’nos Prophe-
tas dito eftá: . Gal. 2: 16.
41 w Vede, ó defprezadores, eadmiraevos, e efvaeceivos; por-
que obra em voflos dias obro , obra que naõ a crereis, fe alguém
vola contar. _ ' *
mljay.2%
42 E faidos da Synagoga os Judeos , rogáraõ as gentes
gentes,, „¥' .
que o Sabbado feguinte as meímas palavras fe lhes falaflem. a ac'
43 E acabada aSynagoga, muytos d’os Judeos, e dos Religiofos
profelytos , feguiraõ a Paulo .e a Barnabé os quaes fallandolhes,
» os amoeftávaõ que ’na graça de Deus permaneceflem. nAtt. ir •
44 E o Sabbado feguinte ajuntoufe quaíi toda a cidade , a ouvir 23.’ /
a palavra de Deus. e 14:22^
45 Porem vendo os Judeos as companhas, enchéraõ fe de inveja;
e contradiziaõ a o que Paulo dizia, contradizendo, e blasfemando.
46 Mas Paulo e Barnabé, ufando dc oufadia , difleraõ : 0 A vos- oMaítAv.
outros era mifter , que primeiro a palavra de Deus fe vós fallafle; 6.
p mas pois a engeitaes , e d’a vida eterna dignos vósnaõ julgaes, ^1.3: 26.
vedes aqui que ás Gentes nos tornamos. ^13:24.
47 Porque afli nolo mandou o Senhor [dizendo^ : 7 Por luz
Gentes te pus, peraque por falvaçaõ foflés até o cabo d’a terra.
4S E ouvindo as Gentes, alegráraõ fe, e glorificávaõ a pa-
lavra do Senhor; e créraõ todos quantos pera a vida eterna ordena- e 21/43:
dos eftávaõ. Rom. ia :
49 E divulgava fe a palavra do Senhor por todaaquella província. I?-
50 Mas os Judeos incitáraõ alguãs mulheresreligiofasehonradas, 2 W-42:£.
e a os principaes da cidade, r e levantáraõ perfeguiçaõ contra Pau-
lo e Barnabé, e fora de feus termos os lançáraõ. rt. 3;
51 Porem facudindo contra elles o pó de feus peés, vieraõ fe a 11.
Iconio.
fi E cnchiaõ fe os Difcipulos dc alegria , c do Efpirito faného.
A C T O S DOS
Capitulo XIV ,
I Prègao Paulo e 'Barnabé ■> e-fazemt prodígios em Iconio j e muitos affi Gentios
como Judeos crem. 4 Levantafe fobre i/fe grande difcenfao e revolta , e elles a ,
Lyftra e Derbes fe acolhem
* S Sára Paulo em Eyfira a hum coixo. 11 Polo
que 0 povo por Deufes os teve e quer lhes facrificar 0 que j anunciandolhes a
converfaõ a 0 Deus vivo , apenas impedem. 19 fobrevindo huns Judeos
de Antiochia e Iconio perfuadem a multidão > que apedrejem a Paulo, lo Mas
elle levantafe e parte (e com Barnabé pera Derbes, 20 Exhortaó a os irmãos a
perfeverança. 2 3 E elegem Anciaõs em todas as Igrejas. 24 E paffiados ja
alguas terras e cidades, 26 Tornaõ fe a Antiochia * 27 E relátaõ 0 que Deus
for elles fizera.
que 1 p aconteceu * em Iconio que juntos ’na Synagoga dos Judeos en-
em Iconio tráraó , e de tal maneira falláraó , que huã grande multidão
ffc 1 creu, afli de Judeos , como de Gregos.
2 Porem os Judeos incrédulos, incitáraó e irritáraõ os ânimos
d’as Gentes contra os irmaós.
3 Detivéraó fe pois [“IQ muyto tempo fallando oufadamente em
aMarc. id: o Senhor, a o qual dava teftimunho á palavra de fua graça , dan-
20. ~
’ que finaes
do ~ maós fe fizeflèm.
e prodígios por fuas
Ali. 19:11. 4 E a multídaó d’a cidade fe dividiu 5 e os huns eraó polos Jude
3 :4.
os, e os outros polos Apoftolos.
$ E fazendo fe huã revolta , afli d’os Judeos como d’as Gentes,
^juntamente^ com feus Princepes, peraosafrontaré, eapedrejarem:
* Ou,f^7- * Entendendo o elles, b acolhéraó fe a as cidades deLycaonia,
derando. Lyftra, e Derbes, e a província d’o redor.
b Matt. ío; 7 E ali o Euangelho denunciávaó,
*3- 8 E hum certo varaó em Lyftra , c eftava aflentado , impotente
X1?. S: r.
t Ali. j dos pés, coixo defd’o ventre de fua maé , que nunca tinha andado.
#Q ' 9 Efte ouviu fallar a Paulo j o qual pondo os olhos ’nelle, even-
íblvò"er d° 9ue tin^a fé pera * íarar,
10 Difle com grande voz: Levantate direito fobre teus pés:
dlfay.^5:6 J £ e]]e fa]tou * e andou.
11 E vendo as companhas o que Paulo fizéra, levantáraõ fuas
vozes , dizendo em lingoa Lycaonia , ■ Os Deufcs fe tem” feito fe-
*Ou me^antcs a os homens, e a nosoutros defeendéraó.
lavraguL 11 a Barnabé chamávaó Júpiter5 e a Paulo Mercúrio, porque
*va Ou,a e^c era 0 que * fallava.
praticafia. j] E o Sacerdote de Júpiter , que diante de fua cidade eftava,
tra-
S. APOSTOLOS. Cap. XIV 2*3
trazendo touros e grinaldas á * entrada d’a porta com as companhas *0u,4«^-
facrificar [lhes] queria. * , _ ‘ porta,
14 Porem ouvindo [0] os Apoftolos Barnabé e Paulo, feus vcfti-
dos rasgáraõ e entre a companha faltaram , clamando,
ij *
iç E dizendo, Varoens j f porque eftas coufas fazeis ? Também/^? 10:
fugeitos,- 2<^’ .
nos homens fomos, como vos outros, ás mefmas paixões fugeitos
c vos denunciamos que d’eftas vans [coujas] vosconvertaesa o Deus
vivo, g que fez oCeo, e a terra, e o mar, ctudo quanto ’nelles ha? el2 ___ ,9.
♦
C A P 1 T U L O XV
I Plouve diffenfao 'na Igreja de Antiochia acerca da guarda da "Ley e circtdtcifav
- de Moyfes. 2 Sobre o que Paulo e Barnabé a Jerufalem faõ enviados. $ Aon
de relátaõ a converfaõ das Gentes e o eliado de controverfa. 6 Declara Pedro
’na congregação dos Apofolos e Anciaõs > que nao convenha encarregar ás gentes
com o jugo da Ley. IJ O mesmo vota Jacobo , e o confirma com a Escritura
Sagrada. 19 £ conclue que nao lhes convenha impor Jenaõ quatro coufas neces-
Jarias. 22 O que toda a Congregação avendo achado por bem efcreve a as lg'e-
£jas e por Barjabas e Silas enviados juntamente com Paulo e Barnabé , lhes
' notifica, $1 6jue iffo com alegria aceitárao. $6 Chegando Paulo e Barnabé
em contenda por amor de Joao de Marco ■> apartaõ fe hum do outro, 39 Bar-
?iabé e Marco para Cypro _> e Paulo com Sylas para Syria e Cilicia.
*
CA
S. APOSTOLO S. Cap.XVj. ^7
Capitulo XVI.
I Circuncida Paulo, chegado a Derbes e Lyftra, a Timotheo, e toma 0 comfigo 'na
viagem. 4 E entréga a as Igrejas , que paffa > as ordenanças d’os Apoftolos
pera as guardarem, 6 He impedido do Efpirito Santto de pregar 0 Euangelho
em Afia e Wyfa. 9 E por vijao para Macedonia chamado. 13 Préga fora
da cidade de Pbilippos > aonde Lçydia 3 ouvindo 0} cré em Chriflo e com jua famí
lia fe bautiza. l5 Lança fora a hum Espirito adevinhador de huãferva. 19 Po
lo que elle e Sylas Los Senhores da ferva perante 0 Magiflrado forao acufados.
22 E polos do Governo açoutados e 'na prizaò lançados. 25 Que dda noite com
terremoto fe abrê. ‘1’] Polo que 0 Carcereiro acordado quer matar a (i mesmo
2S Mas pella advertência e inftruiçaò de Paulo cré em Chrifo 3 com os feus fe
bautiza e lhes moftra toda amizade. 37 Os de Governo mandao por feus alcai
des foltálos ; 37 Alas Paulo tefiificando que era cidadaõ da cidade de Roma quer
d elles mesmos Jer t irado 3 39 O que despois fi cede > e fairaÓ fe da cidade,
1 T7 veyo até Derbes eLyftra: e eis que eftava ali hum certo Difci-
pulo, por nome Timotheo , filho de huã mulher Judea fiel,
mas de pae Grego. •
2 a D’o qual davaó [bom] teftimunho os irmaós que eftavaó em aAtt.fr
Lyftra, e em Iconio.
3 Efte quis Paulo que fofle com elle: e tomando o, circuncidou
o, l> por caufa dos Judeos que ’naquelles lugares eftavaó : porque b 1 Cor- 9 ;
todos feu pae conheciaõ, que era Grego. 20.
4 E indo paflàndo pelas cidades, lhes entregávaó as ordenanças Gal,z
c que pelos Apoftolos e Anciaõs em Jerufalem, determinadas foram, c Att, 15 ;
peraque guardaflém. f.
s Afii que as Igrejas eram confirmadas ’na fé , e cada dia em nu-
mero fe augmentavam.
6 E paliando por Phrygia, e pela província dc Galacia, impediu
fe lhes pelo Efpirito fanéto fallarem a palavra cm Afia.
7 [eJ como viéraõ a Myfia, intentávaõ ir a Bethynia 5 e naõ
lh’o permitiu o Efpirito.
8 E paliando [de largo a] Myfia, ddefeendéraó a Troas. d\. Cor.z:
9 E viu Paulo de noite huá vifaõ, foy que hum varaó Mace- 12.
donio [diante] fe, \J^e] pôs, rogando lhe, edizendo: PafiãaMa-
cedonia, e ajudanos.
«o E como a vifaõ viu, logo procuramos partir pera Macedonia,
concluindo [fali] que Deus nos chamava, pera o Euangelho lhes
denunciarmos.
n Na-
ACTOS DOS
11 Navegando pois desde Troas viemos coffendo caminho di
reito a Samothracia, e o feguinte a Ncapoles.
12 E dali a Philippos , qu-e he a primeira cidade d’efta parte de
Macedonia , [ehe] huã Colonia : e eftivemos ’naquella cidade al
guns dias.
H E o dia do Sabbado fahimos fora da cidade a o rio , aonde fe
coílumava fazer a oraçaó: c aflentandonos , falíamos a as mulheres
que [<?#] fe ajuntaram.
14 E huã certa mulher, por nome Lydia, vendedora de purpu
ra, da cidade de Thyatira , que a Deus fervia, ouviu, oco
raçaó da qual o Senhor abriu, peraque eftivefle atenta a o que Pau
lo dizia.
15 E como foy bautizada e fua cafa, rogou [«wj, dizendo,
Se aveis julgado que eu a o Senhor fiel feja , em minha cafacntrae^
* e ali ficae. e E conftrangeu nos.
e'G^.T9:^. 16 E aconteceu que indo nosoutros á oraçaó , nos fahiu a o en-
í’3: ii-contrO huã moça f que tinhaefpirito * Pythonico: aqual £ comade-
I9: vinhar grande ganancia a feus Senhores trazia.
£,^.24:29. 17 Efta feguindo a pós Paulo e a nosoutros , clamava, di-
H^r.i jn.zendo, Eftes homens faó^fervos do Deus Altiflimo, que o caminho
/i.to?,28;da falvaçaõ nos denuncíaó.
7. 18 E ifto fazia ella por muytos dias. Porem defeontentando
a Paulo, virou fe, e difle a o efpirito : Em nome de Tefu Chrifto
21 E prégaó * ritos que naó nos he licito receber, nem fazer vi-
E
S. APOSTOLOS. Cap.XVI.
q.6 E de repente hum taõ grande terremoto fc fez , que os ali-
ccílcs do cárcere fe moviaõ : « e logo todas as portas fc abríraõ,
as prifoens de todos fe foltáraõ. e Lz * 7»
27 E acordando o Tronqueiro, c vendo abertas as portas da pri-
foõ, tirando da efpada, fe ouvéra de matar, cuidando que ja os pre
los fugidos éraõ.
Porem Paulo clamou com grande voz , dizendo , Naõ te fa
ças mal nenhum, que todos eftamos aqui.
29 E pedindo luz, faltou dentro , e grandemente tremendo, j/
&s /-eeí] de Paulo e Silas fe derribou.
30 E tirando os fora, difie: 0 Senhores , que me he ncccfiário oL,uc^:io'.
fazer, para me falvar ? 2:57.
31 E elles [lhe} difieraõ : p Cré em o Senhor Jefu Chrifto, e eS>: S
íalvarteas, tu, e tua cafa. - ploa^.i .
32 E falláraõ lhe a palavra do Senhor , e a todos os que em fua
cafa eftávaõ.
qj E tomando os elle comfigo , ’naquella mefma hora da noite,
lavou os * açoutes , e logo foy bautizado [<?&], e todos os ♦Otijwr-
feus. gões.
34 Elevando os a fua cafa , 7 pós [lhes} a.mefa ; e gozoufe de qLuc.^i^
que com toda fua cafa a Deus crefie. e 19 ; 6.
E fendoja de dia, mandarao os Capitaens a os quadrilheiros,
dizendo , folta a aquelles homens.
36 E o Tronqueiro denunciou eftas palavras a Paulo, [dizendo}^
Mandado tem os Capitaens que vós foltem : afli que agora fahi, e
em paz vos ide.
37 Porem Paulo lhes difie: Açoutando nos publicamente, c fem
fentenciados fer, fendo homens Romanos, nos lançáraõ ’na prifaõ,
e agora encubertamente fora noslançaõ? Naõ [ha de Jer} afli, fenaõ
[<?&?} venhaõ elles mesmos, e fora nos tirem.
38 E tornáraõ os quadrilheiros a dizer a os Capitaens eftas pala
vras: e teméraõ, ouvindo que eraõ Romanos.
39 E vindo rogáraõ lhes , e tirando os fora, r pedíraõ lhes que r Matt.l"
da cidade fe faifiem. $4-
40 E faindo da prifaõ , entráraõ cafa} de Lydia , e vendo a
<©s irmaõs, confoláraõ os5 c [da cidade} fe faíraõ.
Oc C A*
ACTOS DOS
Capitulo XVII.
I Préga Paulo a Chriflo em Thejfalonica. 4 Alguns Judeos e vniytos Gregos crenti
5 Outros alvoroçao contra elles e arrebátao a Jafon ante os Magistrados da
cidade- I o Porem Paulo e Sylas escapao e fe partem a Berea t aonde também
v prégao. II E muytos > esquadrinhando diligentemente as Escrituras , crem. 13 Os
Judeos deTheffalonica também ali 0 perfeguem, alvoroçando a opovo. 14 Mas
»s irmaõs levao a Paulo até Athenas. I 6 Aonde perturbado fobre a idolatria
disputa com alguns Philofophos dos Epicureos e dos Efloicos, e escarnecido d’elles >
be levado d Audiência e ali inquirido de fua doutrina. 22 Poloque os inftrue
da vaidade dos idolos e do conhecimento e culto do Deus verdadeiro , que criou e
governa 0 ceo e a terra , a quem fem 0 conhecer , levantáraõ hum altar.
30 Amoefta os entaõ para converfaõ e fé em Chrifo . que dos mortos refuscitou ,
e Por Juiv do mundo determinado he. ^2 O que huns z,ombávao e alguns criao j
entre os quaes eraõ taõbem Dionyfo Areopagita e Damaris.
C A ®
s: APÓSTOLOS. Cap. XVIII. tf??
Capitulo XVIII.
I Paulo a Corintho acha ali a Aqui la e Prijcilla e poufa com elles fazevd»
tendas. 4 Enfina 'na Synagoga que Jefus he o Chrifo, 6 Sacude o pó de
Jeas veftidos contra os blasfemadores. 7 Crispo e muytos Corinthios crem e fi
bautizaõ. 9 O Senhor em vifaõ amoefa a Paulo de ficar fc ali. 12 Acufaó 0
cs Judeos perante 0 Proconjul Gallio porem em vaó. 17 Ferem os Gregos a
Sof Penes diante do tribunal. iS Farte je PatFo para Syria 3 chega a Ephejo, de-
Jpois a Antiochia. 2] Atraveffa por toda a Provinda de Galada e Phrygiai
24 Enfina Apollos 0 bautismo de Joaó em Ephejo > e fendo mais pontualmente
dislruido de Aqui la e Prijcilla . parte fe para Achaya» e prova das Escriture
*
que Jefus he o Christo.
T T? defpois d’ifto fe partiu Paulo de Athenas , e fe veyo a Co-
rintho.
2 E achando a hum certo Judeo, por nome a Aquila, natural de aRom-16:
Ponto, que avia pouco que tinha vindo de Italia , c a Prifcilla fua 3.
mulher, (porquanto Cláudio mandara que todos osJudeosdeRoma ^Cor. 16:
fe lahiflem) veyofe a elles. I9’
3 E porque era do mefmo officio , ficoufc com elles, e £ traba-^T4y9.’
lhava: porque tinhaó por officio fazer tendas. “°*
4 E difputava ’na Synagogaçada Sabbado5 e aJudeos^ e aGre- i.c<?M:i2.
gos [d ff] períuadia. 2.Cor.ii:9.
5 E como Silas e Timotheo c de Macedonia defeendéraõ , foy *12:13-
Paulo conftrangido do Efpirito, tellificando a os Judeos que Jefus Ta T/<i:
o Chrifto éra. '2
6 Porem refiftindo, e blasfemando elles, facudio [/<?] d os vefti- 8
dos, e difie lhes: Vofiò langue fobre voflacabeça fejaj Limpo eftou cAft.wf
*
eu: e defdagora á as Gentes me irei. dMatt.\Q-,
7 E partindo d’ali, entrou em cafa de hum, por nome Jufto, que M-
a Deus fervia , cuja cala a par d'a Synagoga eftava.
S E' Crifpo, o Mayoral d’a Synagoga , creu a o Senhor com ei.Cor. 1;
toda fua caía j e ouvindo [y] muytos dos Corinthios, créraõ, e fo-
ram bautizados.
9 f E difle o Senhor em vifaõ de noite a Paulo: Naó temas, fenaõ 7^- 2 5•
falia, e naõ cales. ‘ n*
ío Porque comtigo eftou eu, e ningué de ty [maó] lançará pera
mal te fazer: porque muyto povo ’nefta cidade tenho.
n E ficou íe [íz/jjhum anno e íeis meles, enfinando entre elles a
palavra de Deus.
i
Oo Po-
11 Porem fendo Galliõ Proconful de Achaya , fc alevantáraÕ os
Judeos concordemente contra Paulo , e trouxéraó o a o Tribunal,
1? Dizendo , Elle a os homens perfuade a contra a Ley a Deus
fervir.
14 E querendo Paulo a abrir a boca, diífe Galliõ a os Judeos :
25 , g 3e a]gUm agraVo, ou crime enorme ouvéra, ó Judeos , com ra-
zaõ vos fofrería:
15 Mas fe a queílaõ he de palavras, c [W] nomes , e que en
tre vos ha Ley, vede o vos mesmos : porque d’cflas coufas naõ que
ro eu fer juiz.
16 E lançou os do Tribunal.
17 Porem tomando todos os Gregos a Soílhenes, o Mayoral d’a
Synagoga, feriaõ diante do Tribunal5 e a Galliõ nada de ne-
nhuã delias coufas fe lhe dava.
iS E ficandofe Paulo ainda ali muytos dias, defpediu fe dos ir
maõs , e dali navegou pera Syria e com elle Prifcilla e Aquila:
bNum. 6: avendo fe [primeiro] h tofquiado a cabeça em Cenchras, porque tinha
IS. [feito] voto. r
A3.Z1-. i9 e chegou a Epheíò, e deixou os ali: porem elle entrando ’na
Synagoga, difputava com os Judeos.
20 E rogando [lhe] elles que com elles por mais algfi tempo fc
* Ou j tmú ficaífe, * naõ veyo niífo.
q/USu , ou 2,1 AntesJe defpediu d’elles, dizendo, Neceífario mc he em to-
Jentra.
l°n~ do cafo ter a fefta 9ue vem em Jerufalem: Mas outra vez, / queren
i I. Cor. 4: do Deus, a vosoutros tornarei; e * partiufe de Ephefo.
19. , r2 vindo a Cefarea, fubio [a Jerufalem] , c laudando a Igreja,
Hebr. 6:3. úeícendeu a Antiochia.
ImoI?4.i6> 23 E eílando ali] algum tempo, partiufe, paliando a rcyo pela
*
Ou, deu província de Galacia e Phrygia, confirmando a todos os Difcipulos.
z tCnr^ 24 a Ephefo hum certo Judeo , por nome k Apollos ’
•
1Z.
natural dc Alexandria, varaõ eloquente, poderoío cm as Efcri-
turas. _
25 Efte era ja inílruido’no caminho do Senhor ; e fervente dc
efpirito, fallava e enfinava diligentemente as coufas do Senor : la-
bendo fomente o bautifmo dc Joam.
E começou elle a fallar oufadamente’na Synagoga; c ouvin-
00 Prifcilla c Aquila , tornáraõ o com figo , c decláraõ lhe mais
pontualmente o caminho de Deus.
27 E querendo elle paflar a Achaya , cxhortando p] os irmaõs,
cícre-
S. APOSTOLOS. Cap. XIX.
eícrevéraõ a os Difcipulos que o recebeflèm j o qual vindo, Zapro- Zi, Cor.31
confirmando fua doutrina com fingulares prodígios 3 que fe faziaõ até por feus len
çoes. 1} Sete filhos de hum Sceva 3 Judeo 3 Princepe dos Sacerdotes , esconju
rando pello Nome de Jefus a huns endemoninhados , d’os Espíritos malinos JaÔ
enfenhoreados e feridos. 18 Muytos cenfiefiando feus feitos trazem e ajuntao
os mefmos livros de fuas vaas artes e queimaÔ os. 21 Paulo propôs de partir
Je para JeruJalemt 23 Pois Demetrio 3 hum ourivezfuflentando je pello fazer
de Templinhos de Diana levanta hum alvoroço contra elle. 3 o Paulo quer
fair a 0 povo pera apazigualo, mas je In0 dejuade- 3 3 Alexandre , querendo
fazei' defenfaÔ 3 nao he ouvido 3 porquanto'era Judeo. 35 Porem 0 EfcrivaÕ da
Cidade ultimamente apaziguou efia fediçaõ
*
Capitulo XX.
1 Parte fe Paulo para Macedonia e Grécia com alguns de Afia. 6 Paffa alem de
Philippos para Troas. 7 Aonde préga e parte 0 paõ ’nòprimeiro dia da femana
com os Difcipulos, efiendendo feu Jermao até a meya noite. 9 Hum mancebo
por nome Eutycho polo jono cae da janella a baixo morto } e por Paulo he re-
(uscitado. 13 Porfegue Paulo fua viagem para ferifalem e chega a Mi-
ieto. 27 Manda chamar ali comfgo os Anciaõs de Ephefo. 18 A os quaes
propoem Jua fieIdade e feus trabalhos em feu minifierio entre elles. 22 Prediz 0
que lhe fobreviria em Jerufalem. 26 E tefiifica que lhes denunciara todo 0 con
felho de Deus. 2S Amoefia os de atentar a 0 rebanho, 29 E de vigiar con
tra os lobos cruets que fe levantariaó entre elles. 32 Toma fua despedida com
elles j tefiificando que com Juas maos a fi > e a os feus > fuftentára. 56 Enjuelha e
era com elles 3 que acompanhaõ 0 com grande trijleza até 0 navio.
pUjOiíj a Igreja
IgleJa de ne Deus, aqual com feu íangue * 0 aquiriu.
íeu proprio fangue
resgatou. 19 *9 Porque ifto fei eu, eu, que, defpois de minha partida , entraráõ
cu:..;.
» Ehef. 1; entre vosoutros p lobos * cruéis, que a o rebanho naõ perdoaráõ.
/• j - - d’entre vosoutros mesmos fe levantaráõ homens, que
>.3° ? E que
CclojJ\ 1 : fallem coulàs perverfa. ' is, pera após li a os Discípulos atraherem.
14. - r
I. Pedr. I : 31 Per tanto vigiae , lembrando vos como , por efpaço de tres
19. anos, noite e dia naõ ceifei de a cadahum de vosoutros, comlagri-
*
Apoc $: 9 , mas [xw J amoeftar.
p2.Pedr.2\ E agora irmaõs , a Deus, c á palavra de fua graça vos enco
I. mendo 5 que poderofo he pera vos fobreedihcar, e herança entre
*Ou, tra- todos os fanétifleados f wí”! dar.
^aitíojos, n r j)e njngUcm a prata , nem o ouro , nem o veftido cobicei.
34 AntesJ vos mesmos fabeis que , pera o que a my, e a os que
? comigo eftam, neceífario me era, r me fervíraõ eftas maós.
y Pfal.i^ ; 35 Em tudo moftrado vós tenho que trabalhando afli , he necef-
10. fario lobrelevar a os enfermos : e lembrar fe das palavras do Snor
26: Jefus , que difle : Mais bemaventurada coufa he, dar, do que re-
2I- ccber.
36 E avendo dito ifto , t pondo fe de juelhos , com todos elles
: °rOU-
’J2. ’ ’ 37 E houve hum grande pranto de todos ; e derribandofe fobre
2, Cor. ii : o pcfcoço de Paulo , beijávaõ o:
9. 3S Entriftecendofemuyto, mayormente polapalavra quediflera,
* 12:13. qUe mais feu rofto naõ veriam : e até o navio o acompanháraõ.
ÇT S ’ 1
Ca-
- "'--a ar.
S. A P O S T O L O S. Cap. XXI.
Capitulo XXI.
I Parte /? Paulo de Mileto para Syria e vem a Tyro. 4 Defuadem lhe ali os
Difcipulos a viagem de J 'rufalem > porem em vau. $ Profegue Jeu caminho pa
ra Ptolemaida e dali para Cejarea } aonde ficafe huns dias em cafa de Philippe &
Euangeiifia 5 cujas quatro filhas prophetizávao- Io Prediz, lhe Agabo fuasata
duras em Jerufale n J polo que também os irmãos com lagrimas lhe rogao que nao
fubiffe para lá. 13 Mas entendendo , que efiava prefies também pera morrer
por amor de Chrifo ■> Jobmetem Jè á vontade de Deus. IÇ Chega elle a Jerufa-
lem pou/ando em cafa de Mnajon. IS Despois vaé a Jacobo e conta, lhe , e a os
Anciaõs 0 que Deus por elle fizera, 20 For cujo confelho entra9no Templo ■> jun
tamente com quatro varões, que fobre fi tinhaõ feito voto , fanfltficando Je com
€lles j 27 Aonde he vifio de huns Judeos de Afia, que alvoróçao a todo 0 po
vo e buscaõ de matálo. 30 Mas he livrado pello Tribuna Romano e levado a e
Arrayafi achando d'elle licença pera fallar a 0 povo.
Capitulo XXIII.
I Pzrz/Z? começando fua defenfao 'no Concilio por mandado d'o Summo Positifice h&
ferido. Polo que elle efficazmente o reprende _ nao fàbendo que era o Silmo
Pontifice. 6 E vtfío que 0 Concilio confiava de Sadduceos e Pharifèos ■> declara
elle que era Pharifeo, e fora acufado por cauza da refurreiçaó dos mortos. fEclo
que ambas as partes em contenda vem e elle dos Pharifèos por inocente he de
clarado e do Senhor c.nfolado. J2 Confpirad quarenta varões contra Paulo t
maldizendo a fi mefmos que nao comeriao nem beberiao até que o mataffem.
16 O que Paulo > advertido d iflo por feu fobrinho} notifica a o Tribuno.
o} acompanhado de Soldados 3 envia de noite para Ce/area a o Prefidente Pelix >
com hua carta em que a caufa fe relata. 34, Pelixlida a carta manda guardar a
Paulo na Audiência de Herodes.
/
Capitulo XXIV
f Comp (ttete o Sumo Sacerdote Ananias , juntamente com os Anciãos do povo e o
Orador Tertullo ante o Prefdente Felix contra Paulo, $ Levantao graves acu-
façoens contra elle. 10 Elle fe defende fazendo juntawente confjfao de fua fé <?
religião. 11 Dilata Felix a caufa até a vinda de Lyfas, dando lhe entretan
to mayor liberdade. 24 Paulo inftrue a Felix e a Jua mulher em huns artigos
da fé. 16 E muytas vezes fe chama d’elle esperando que Ibe algum dinheiro
daria ■> 27 E deixeu 0 pre/o pera comprazer a os Judeos.
Capitulo XXV
I Sucede Fefio em lugar de Felix > a quem o Sumo Pontifice e o Concilio Judaico
roga o , que a Paulo para Jerufalem vir faça , pois com intento de matálo 'no
caminho. 4 Mas Feilo quer que juntamente com figo a Cefarea dejeendaõ. j O
que fizem , e acujaõ 0 gravemente 3 porem fiem prova, 9 Paulo entendendo que
Fejto inclinava pera enviar lhe a Jerufalem} apella a Cefar, 13 ChegaÕ os Rey:
adgrippa e Bernice aCeJarca > e Fe[lo 0 negocio de Paulo lhes relata, 22 Agrip-
pa quer ouvilo e ouve 0 0 dia feguinte. 24 Relata Fefio 0 que 'na cauza
de Paulofizéra j e como culpa nenhuá 'nelle achara,
í ntrando pois Fefto ’na Província , fubiu d’ali a tres dias de
'^Cefarea a Jerufalem.
I E comparecéraó ante elle o Sumo Pontifice , e os principaes
dos Judeos, contra Paulo, e rogáraõ lhe,
3 Pedindo contra elle favor , paraque o fizefie vir a Jeruíalcm 5
armando [lhe} ciladas, para ’no caminho o matarem.
4 Porem Feiro refpondeu , que em Cefarea eftava Paulo gu
ardado e que elle prefto [para lá} fe partiria.
5 Os que pois , difie, d’entre vosoutros podem, defeendaõ jun
tamente [comigo} •> e fe ’nefte varaõ coufa alguã indecente ouver,
acuiem o.
6 E naõ fe avendo entre elles detido mais de dez dias, defeendeu
a Cefarea ; e afièntandolè ’no Tribunal o dia feguinte , mandou
que trouxeflem a Paulo.
7 E vindo elle, rodeáraõ [/] os Judeos, que de Jerufalem aviao
defeendido ; trazendo contra Paulo muytas e graves aculaçoens,
que naõ podiaõ provar.
S Polo que em [fua} defenfa difie, * Eu, nem contra a Ley dos *
^?. 24•’
Judeos, nem contra o Templo , nem contra Cefar, em coufa al- I2-
gua pequei.
9 Porem querendo Fefto a os Judeos comprazer, refpondendo a
Paulo, difie: Queres tu fubir a Jerufalem, e fer lá perante my acer
ca deftas coufas julgado?
10 E Paulo difie: Perante o Tribunal de Cefar eftou, aonde con
vém que julgado feja : a os Judeos nenhum agravo lhes fiz , como
também tu muy bem o fabes.
II h Porque fe agravo algum fiz , ou coufa alguã digna de mor- 6 Att. iS;
te cometi , naõ refufo morrer : Porem fe nada das coufas de que 14,
eftes me acufaõ, ha, ninguém por lhes comprazer a elles entregar
xi Er
SI1 ACTOSDOS
ii Entonces, avendo Feito fallado com o Confelho, refpondeu:
A Cefar apellaíte ? A Cefar irás.
13 E pafiâdos alguns dias , viéraõ el Rey Agrippa , e Bernicc,
a Cefarea a faudar a Feito.
14 E como ali fc detivéraó muytos dias , contou Feito a el Rey
0 Aã. 24: os negocios de Paulo, dizendo, c Hum certo varaó foy deixado por
Felix prefo:
15 Por cuja via, eftando eu em Jerufalem , os Princepes dos Sa
cerdotes , e os Anciaõs dos Judeos [perante w/J compareceram ,
pedindo COntra elle fentéça [de condenaJ.
iDetttW a os quaes reípondi, naó fer coitume dos Romanos d de por a
alguém comprazer, a homem [algum"} a morte entregar, antes que
o acufado prefentes feus aculadores tenha , e lugar aja de da acufa-
çaõ fc defender.
17 Afii que, chegando elles juntos aqui, fem dilaçaõ alguã fa
zer , o [d/a] feguinte, afiéntado’110 Tribunal, ao homem mandei
trazer.
18 D’o qual osacufadores [*?ui] prefentescitando, nenhuã coufa
apontáraó d’aqucllas que eu fu (peitava.
íOu,^- 19 Tinhaó porem contra elle alguãs queítoens acerca dc fua * fu-
perítiçaõ , e de hum certo Jeíus delunto, que Paulo affirmava viver.
20 E duvidando eu acerca da inquirição d’eíta caufa, difle, fe
queria ir a Jerufalem , e lá acerca d’eítas coufas fer julgado ?
21 E apellando Paulo a fer refervado a o conhecimento de Au-
guíto, mandei que o guardaífem, até que a Cefar o enviaífe.
22 E difle Agrippa a Feito : Bem quiféra eu também a eife ho
mem ouvir. E elle difié : A manhaã o ouvirás.
23 Afii que o dia feguinte , vindo Agrippa , e Bernice, Com
muyto aparáto, e entrando ’no Auditorio com os Tribunos, e va
roens mais principaes d’a cidade, trouxéraõ por mandado de Feito
a Paulo.
24 E difié Feito : Rey Agrippa , e todos os varoens que J
com nofco prefentes eitaes , aqui vedes aquelle , de quem toda a
multidaõ dos Judeos , afli em Jerufalem , como aqui, fallado me
tem, clamando , que naõ convém que mais viva.
eAã.iy/)- 2 7 Porem achando eu e que nenhuã coufa digna de morte fizera,
r 26:31- c apellando elle mefmo também a Auguíto, tenho determinado c.Qw
viarlho.
& D’o qual naõ tenho coufa alguã certa que a o Senhor eferm,
polo
S. APOSTOLOS. Cap. XXVI
polo que perante vosoutros o trouxe ; c mormente perante ty , o
Rey Agrippa, peraque, feita informaçaó , couía alguá que efere-
ver tenha.
27 Porque contra razaó me parece, enviar ahumpr
mente as aculações contra elle naó notificar.
Capitulo XXVI.
I Paulo tendo ja licença pera fe defender , relata perante el Rey ^dgrippa e toda
a congregação jua vida antes de fua converfaõ ; 12 £ juntamente a hijloria d*
Jua converfaõ e vocaçac a 0 ^dpoitolado. 19 E também fua 'tida despois de jua
* converjaõ. 2o O que fez,■> padeceu, e doutrinou. 24 Feflo ouvindo aquella de-
fenfao julga que Paulo tresvalie , 0 que Paulo nega. 27 Agrippa por pouco he
perfuadido , a que Je faça Chriftao. 30 E juntamente com todos julga que elle
innocente l:e. 3 2 Como também que joltar Je podia Je a Cejar apellado nau
ouvéra.
I p difle Agrippa a Paulo : Permitcfe te por ty mefrno fallar.
Paulo entonces eftendendo a maó , \_ajf\ cm iua defenfa res-
Capitulo XXVII.
I Leva o Cenfuriao Júlio a Paulo juntamcrrte com outros prefos pera Roma; 2 Ej
embarcado com elles em hua nao Adramy tina e acompanhado d&Ariflarcho} chega
a Sidon. 4 E paffando á baixo de Cypro vem a i\lyra. 6 Navégaõ d’Ai
com hua nao Alexandrina J paffaõ - apenas em fronte de Cnido e a baixo
de Creta e chegao a os Bons portos. 9 Aonde Paulo aconfelha a 0 Cen~
turiao de invernar pela importunidade do tempo. II Mas 0 CenturiaÓ dando
mais credito a 0 Meftre e Piloto y navega mais avante. 13 PAfaõ aCreta 3 a~hao
hua grande tempeftade e andaõ cojleando a ilha que íe chama Clauda. 17 E
confrangidos pela tempefade lanpao da nao a armaç. u-> 21 Amoefta Paulo a
todos de ter bom animo porquanto Deus por hum Anjo lhe avifado tinha, que
nenhum d’elles pereceria. 29 Lançao da popa quatro ancoras. 30 Procuraõ
os marinheiros fogir da nao com 0 batel. 31 O que Paulo impede , e exhorta
atados que comefem alguã' couz,ay como também faz,em. 38 LtmpaÕ o trigo a o
mar. 41 A nao perece. 41 Os Jòldados querem matar a os prefos 0 que 9
CenturiaÓ impede". 4 5 E todos nadao para terra e fe jalvao.
Sf EPIS-
3«
EPISTOLA
D O
APOSTOLO S. PAULO
AOS
ROMANOS.
■— - - r .---------- - - T - ~ ----------------- '
Capitulo I.
3 A introdução defta Epistola , em que fe declarU J que he e Escrivão d.'ella, d
faber Paulo, que feu oficio, vocaçao , e a doutrina da peffoa de Chrifto breve
*'
mente aponta» 6 As pefloas a quem efireve e o louvor de fua fé d,'ellas , 9 Sua
afeiçad pera vir a elles, e lhes pregar 0 Euangelho também como a outros, pera
confirma los e d’ellcs fer confirmado» 16 Despois propoem a verdadeira doutrina
da jufiificaçao dos homens diante de Deus pela fé, provando a com hum paffa
da Efcritura Sagrada. 18 Redargue a pevveifa opinião de outros , e prova que
os Gentios pella luz, de natureza nao pofao fer juftificados diante de Deus»
19 Porquanto oprimem a effa luz , e 0 conhecimento que de Deus tem , para
idolatria abufao. 24. Polo que fio entregados em hum fentido perverfo, 29 E
eftáõ cheyos em [eu viver de todas as abominaçoens . que em hua longa indice
relata.
tf A(l. ?: I aulo fervo de Jefu Chrifto , chamado Apoílolo a feparado
15- a o Euangelho de Deus,
e 13: 2.
Gal. 1:15 2 (Que dantes h por leus Prophetas em ás fanótas Efcrí-
b Gen. g ’ tur-as avia prometido).
IS- 3 Acerca dc feu Filho (que foy feito t da femente de David fegundo
e 22: iS. a carne:
e 26: 4- 4 [£] declarado [/w] d Filho de Deus em potência, fegundo o
?4$>: io.< Efpi-
Dcut, 18 :
15. 2. Sam. 7 ; 12. Pfal. 132 111» 7/^7- 4! 2 e 7 114» e 9 ’» Ç. e 4o : Io. ferem. 23 j ç,
e 3 2: I-4 Ezech. 34: 23. ^37:24. Dan. 9' 24. Mich.qtxa. c Matt.i; 1. Luc.it
Aã. 2 : ;o. e n .‘23. 2. Tim. 2 ; 8. d lfay. 9 \ . e 44 : 6. e 54: 5. Joa, 2 :19.
Rom. 9 ; 5, I- Joa. 5 : 2o>
AOS ROMANOS. Cap. T. 32J
Efpirito de fanétificaçaõ , pela refurreiçam dos mortos) [fwDew &
faber] Jefu Chrifto Senhor noífo.
5 (Pelo qual recebemos a graça, e o Apoftolado, pera a obediên
cia da fé entre todas as gentes, por feu nome.
6 Entre as quaes fois vos também, chamados deJefu Chrifto.)
7 A todos os que eftaes em Roma, amados de Deus, [>J e cha- e i.Cor
mados fanéhos: Graça e paz de Deus noífo Pae , e do Senhor Jefu
Chrifto ajaes. * Ou, Pre-
8 Primeiramente dou graças a meu Deus por Jefu Chrifto acerca £^’ou>
de todos vosoutros , [de] que voíla fé he * denunciada em todo o nomefíiaf
mundo.
9 Porque f minha teftimunha he Deus , g a quem ílrvo em meu fèRom,y. i.
efpirito ’no Euangelho de feu Filho , como fem ceifar de vos me ~ Cor.iit^
lembro. pii.-p.
ío h Rogando fempre em minhas oraçoês, fe porventura em al- Gal*1: 2o-
gum tempo boa ocafiamfe me dé, pela de vontade de Deus, avos-P^’ V 8‘
tros [poder] vir. , ''iTiml'-
. ii i Porque defejo de vos vér , k pera algum dom efpiritual vos^ *
repartir, peraque confortados fejaes. hRom. i?:
ia Iftohe, peraque juntamente com vofeo confolado feja, pela
fé mutua, afti voíla, como minha. ii.Tbejfi:
13 Porem irmaõs , naõ quero que ignoreis , Zque muytas vezes , l0,
propus de a vosoutros vir (fuy porem até agora eftorvado), peraque *
também algum fruito entre vosoutros tiveílè , como também entreli.Theff.i'.
as de mais Gentes. jg,
, 14 m Afli a Gregos como a Barbaros , afli a fabios como a naõ mx.Cor. 9:
fabios, devedor fou. ’ 16.
Aflique, quanto amy, preftes eftou , pera também a os que
cm Roma eftaes , o Euangelho vos denunciar.
16 n Porque naõ me envergonho do Euangelho de Chrifto,» W-4«:
o pois he a potência de Deus para falvaçaõ * de todo aquelle que cré, ío.
d’o Judeo primeiramente, e [também] d’o Grego. 5 S.
o
17 p Porque ’nelle íe defeobre a Juftiça de Deus de fé em fé: co 18.I Cor. I;
mo eftá efcrito: q Mas o jufto vivirá d’a fé. re 1$
1$ :• 2
iS Porque a ira de Deus fe manifefta d'o Ceo fobre toda a *
^W^
impic-
dade e injuftiça dos homens, que a verdade em injuftica detem. P RGm' 3 ’
19 r Porquanto o que de Deus conhecer fe pode, ’nellesmanifefto 2L
eftá : porque Deus lh o manifeftou. 3•
Sfx i lo, Por-
Joa. 3 <aa/. II, Zlebr, lo: r
P4 EPISTOLA DE S. PAULO
19 : 20 s Porque fuas coufas invifiveis, afli fua eterna potência, como
2> fua divindade, pelas criaturas, défdacriaçamdomundo , fe enten
dem, e claramente fe vém, peraque inexcufaveis fiquem.
21 Porquanto conhecendo a Deus , como a Deus [oj naó glori-
t Deut.13: ficáraó nem graças \_lhe~] déraõ: t antes em íeus dilcuriòs le elvae-
2^‘ céraõ, e leu necio coraçaõ fe entenebreceu.
22 * Publicando fe por fabios, fe tornáraõ loucos.
jeu^ião 23 u £ mudáraõ a gloria d’o Deus incorruptível em femelhanca
vzRey.i-: ^e^magem de homem corruptível, c de aves, e de [animaeí de}
29. ' quatro pees , e de reptiles.
24 Polo que também Deus os entregou ás concupifcenciasdefeus
coraçoens em immundicia , pera feus corpos entre fi envilecerem.
2<j [Cow&] aquelles que mudáraõ a verdade de Deus em mentira,
e honráraõ e fervíram a a criatura mais que a o Criador , que ben
dito deve fer eternamente, Amen.
.vZ>w7.i$: 26 Polo que Deus os entregou * a affeétos * infames. Porque ate
* Oi 2J' ^UaS mu^ieres mudáraõ o uio natural, ’no contrario á natureza.
honeíios 27 E íemelhantementetambém os machos, deixando o ufo natu-
J ' rald’a mulher, fc acendéram em fua fenfualidade huns para com os
outros, cometendo torpeza machos com machos, e a * recompen-
•uenim-te fa> qUe a feu erro convinha, em fi mesmos recebendo.
re ompen- £ como a elles bem lhes naõ pareceu de a Deus reconhecerem
erroemli^ os entregou Deus em hum perverfo fentido , pera coufas faze-
jr.estnos J rcin que naõ convém.
recebendo, W Ateftados de toda iniquidade, fornicaçaõ, malicia, avareza,
maldade: cheyos de inveja, homicídio, contenda, engano, ma
lignidade.
30 Malfins, detraótores, aborrecedores de Deus, injuriadores
foberbos , prefuntuofos , inventores de males , desobedientes a
paes e a maês:
31 Sem entendimento, quebfantadores de concertos , fem affe-
éto natural, irreconciliáveis, fem mifericordia.
32 Que fabendo o juro de Deus, ([a /àber] que os que taes cou-
fasfazem, fam dignos de morte,) xiaõ fomente as fazem, 7 mastam- '
y bemd’os que as fazem fe agrádaõ.
Ca-
AOS ROMANOS. Cap. II. 32;
Capitulo II.
I Redargue Paulo a os que porijfo Je efiimávaõ jujlos , porquanto taes abomina'.
çoens publicamente naõ cometiao, mas em outros condenávao 3 E a os quecui-
ddvaõ que 'na graça de Deus ■> efávaÒ porquanto Deus lhes bem fazia 'nefte mun.
do. 5 Declara a o contrario , que Deus fem .-ceitaçaõ de pe/foas a todos os ho
mens ha de julgar , naõ fegundo o exterior aparecer ou ejlado^ mas Jegundo fuas
obras ajjt externas como internas. 11 E iílo naõ fome?cte a os Judeos que tinhaõ
a L?v efcrita . mas também a os Gentios que a nao tinhaó» 17 Nega que os
• Judeos pelo conhecimento da Ley e informaçaõ dos ignorantes 'nella , ou pela
circuncijaõ e outras prerogativas externas JeriaÕ rujlificados. 28 EnfnancO quaes
Jejaõ os verdadeiros Judeos e a verdadeira circuncijaõ»
1 portanto inexcufavel es , ó homem, quemquer que fejas, que
[aos outros] julgas. a Porque n’aquillo que a o outro julgas ^rtz.Sam.izx
ty mesmo te condenas•, pois tu que [a os outros] julgas , as meirnas
coufas fazes. fcodlj
z-E bem fabemos que o juizo de Deus he fegundo verdade , fo- ’
bre aquelles que taes coufas fazem.
3 E cuidas tu, ó homé, que a os, que taescoufasfazem, julgas,
que, fazendo as tu , d’o juizo de Deus escaparás?
4 Ou defprezas tu as riquezas de fua benignidade, e paciência,
e ^longanimidade, c ignorandoque a benignidade de Deus * a arre- biPedr.^
*
pedimento te encaminha? 15
$ Mas fegundo tua dureza, eteu coraçaó impenitente, ^teathe- * Ou ,con-
fouras ira para o dia da ira , e da mamfeftacaõ do juílo juizo de JerJa0-
Deus. / . J J
6 e O qual rccompenfará a cada hum fegundo fuas obras: j j^0Tnt
7 A faberaosque, comperfeverançaembemfazcr, gloria, ehon- 22.
ra, e incorrupçaó procúraõ j a vida eterna: ePfal. 62:
5 f Mas a os que lam contenciolos , e desobedientes á verdade, ]3*
c obedientes á injuftiça indignaçaõ, eira. 7^.17:10.
9 Tribulacaõ c anguítia fobre toda alma d’o homem que o mal
obra, d’o Juáeo primeiramente, e [também] d’o Grego:
10 Porem gloria , e honra, c paz a qualquer que o bem obra: a Rom. 14;
o Judeo primeiramente, e [também] a o Grego. 12.
11 g Porque naõ ha aceitaçaó de peífoas acerca de Deus. i.Cor. 3:8.
12 Porque todos os que fem Ley pecaram, fem Ley também pe-^c*ryioí
recerám: e todos os que debaixo da Ley pecaram, pela Ley julgados
ferám, Si j Ó h Por- Jv.d.
f 2. Thejfi 1:8 •. g Deut.lQ
*. 17. 1. Parai. W Z 7• 7^J4ZI9- ^.10:34-
Gal.Zió. EpheJ.óty. ColoJJ.^:2^. l.Pedr. 1:17.
326 EPISTOLA DES. PAULO
h Matt. h (Porque naó os ouvidores d’aLey fam juftos diante de Deus ?
2I- Mas os obradores d’a Ley haó de fer juftificados.
7^1:22. 14 porque qUando as Gentes, quê naó tem a Ley , fazem natu-
i-ra]mente as coufas que fam da Ley: eftas, naó tendo Ley , pera fi
mefmas Ley fam.
[ComoJ aquelles que a obra da Ley, em feus coraçoens efcrita
moftraõ, teftificando juntamente fua confciencia , e acufandole ,
ou também efcqlandofe entre fi [Aw] pcnfamentos.)
iMatt.i^. 10 i ’N° dia em que Deus ha de julgar os íecretos doshoméspor
p. Jefu Chrifto , fegundo meu Euangelho.
kRom.y.4. 17 Vés aqui tu te chamas por fobrenome Judeo , * e te repoufas
na Ley, e em Deus te glorias:
iSE vontadefabes, e as coufasdiscordantes * provas, fen-
ininas. do pela Ley inftruido.
19 E confias que es guia dos cegos, luz dos que em trevaseftam
20 lnftruidór dos necios , Meftre dos ignorantes , [/J que tens
a forma d’a fciencia, e d’a verdade ’na Ley.
21 O que pois enfinas a outro , a ty mesmo te naõ enfinas ? O
que pregas que naó fe ha de furtar, furtas?
22 O que dizes, que naó fe ha de adulterar, adulteras'? O que
os idolos abominas , facrilegio cometes ?
23 O que ’na Ley te glorias, pela transgreflàm d’a Ley, a Deus
deshonras?
24 Porque blasfemado he o nome de Deus por caufade vosoutros
llfay.$2:$. entre as Gentes, / como eftá efcrito.
Ez,ech. 36: 27 Porque bem he a circuncifaó proveitofa, fe tu a Ley * guar-
23* dáres : porem fe tu daLey transgreflor es, em prepucio tua circun-
*°“’#s'-cifaófe torna.
26 Pois fe o prepucio os direitos da Ley guardar, naó ferá por
ventura feu prepucio por circuncifam reputado ?
27 E fe o que de natureza he prepucio, a Léy cumpre, [ui]
te julgará por ventura [aty] 9 que pela letra e circuncifam trans-
greflor da Ley es ?
25 ™ Porque naõ heJudeo, o que em publico ohej nem circun-
Rom. 9 .• 7.cifaó, a que em publico o he ’na carne :
29 Mas Judeo he, o que em oculto o he, « e circuncifam, a que
de coraçaõ , em efpirito , R] naó [ letra o he : cujo louvor
t.3. naó ^'"1 dos hc”5 fenaó de Deus. J
C A ••
AOS ROMANOS. Cap. III. PT
Capi.tulo III.
I
X Moflra o Apofiolo a avantagem que os Judeos tem» J E refponde a alguat
blasphemas objeiçoens , que por ventura alguém de fua antecedente doutrina tirar
poderia. 9 E prova com claros tefiimunhos do Velho Tefiamento, que bem e di
reitamente dife que também os mesmos Judeos Jaó grandes transgrefiores da Ley
de Deus, lo Por iffo conclue que ninguém pelas obras da Ley Jerá jufiificado
diante de Deus. 21 Mas que Deus em fua palavra revelou outro modo de jufi-
ficaçaõ-, 22 A faber a jufiificaçao de graca pela fé em Chrifto Jefu, que por
feu fangue he feito noffa reconciliação com Deus. 27 Polo que a gloriaçao he
excluída i 29 Affi [era os Judeos , ccmo também pera os Gregos ou Gentios»
EPISTOLA DE S. PAULO
h Pfal $: 13 h Sepulcro aberto he fua garganta : Com fuas lingoas tratao
IO- enganofamente: 'í Peçonha de aípides eftá debaixo de feus beiços:
iPJal. 140: j4 £ Cuja boca efta cheya de maldiçaõ e amargura.
4.
kPJdl. Io: 7. IS / Seus pees fam ligeiros pera derramar fangue.
I PrOV.Iló. 16' Deftruiçaó e miferia ha em feus caminhos.
l/aj.S9:7. 17 E o caminho de paz naõ conheceram.
m PJal. 56: 18 m Naõ ha temor de Deus diante de feus olhos.
2. 19 Ora nos fabemos que tudo o quca Ley diz, a os que eftám
♦ Ou>Cul- debuxo d’a Ley o diz, peraque toda boca fe tape, etodo o mundo
pave. * condenável [_diante\ de Deus feja.
nGal 2:16*
• Rom 7: 7. k20° n Poloque T * nenhuá carne ferá juftificada diante dVlle pelas
H^r.7;i8. obras da Ley., 0 Porque pela Ley he o conhecimento d’o pecado.
p Rom. I Z 21 Mas agora p fe manifeftou a juftiça de Deus fem a Ley, ten
- 17. do teftimunho d^a Ley, e d’os Prophetas.
Phil. 3: 9. 12 Convém a faber a juftiça de Deus pela fc de JefuChrifto, pe
ra todos, e fobre todos os que creem : porque naõ ha difterença.
23 Porque todos pccáram, c d’a gloria de Deus deftitufdos eftám.
24 q Sendo juftificados * gratuitamente por fua graça , pela re-
eraca ou demçam que cm Chrifto Jeíu eftá:
por nsdà, 25 r A o qual Deus propôs s [/w] reconciliação pela fé em feu
rj Cor- 5 ; fangue, pera demoftraçaõ de fua juftiça, pela remiflam dos pecados
19. d’antes cometidos , fob a paciência de Deus.
Colfíjf.v.iG. 26 Pera demoftraçaõ de lua juftiça ’nefte prefente tempo , pera-
#^•4:16. qUe ellejufto feja, e o que juftifica a o que cPa fé de Jefus he.
I 27 Aonde eftá logo a jaétancia ? Excluída he. Por qual Ley?
sExod 25- -Das obras? Naõ: fenaõ pela Leyd’afé.
27. ’ 28 t Afli que concluímos, que o homéhe juftificadopelafé, fem
t Aft. 13; as obras d’aLey.
3S. 29 He Deus por ventura fomente d’os Judeos ? E naõ o
^om }.he também d’as Gentes? certamente que também d’as Gentes
-IÓ P°rfluanzto hum Deus ha, o qual d’a fé acircuncifaõjuftifi-
e r,7'2^’ cará, e pela fé a o prepucio.
31 Desfazemos logo a Leypela fé? Em maneira nenhuá ; Antes
aLey, eílabelecémos. <
AOS ROMANOS. Cap. IV
Capitulo IV
I Adianta o Apofiolo e prova que o homem fe juStifique pela fé com o exemplo de
Abraham. 6 E o exemplo e teftimunho de David. 9 Declara pela circunfldn~
ciadéo tempo , em que Abraham recebeu 0 final d'a circuncifaõ 3 que nao fomente
a os Judeos, mas taobem a os Gentios a jtiffiça fe imputa pela fé. I3 Prova
também o mesmo d'a origem e firmeza d’a promefia feita a Abraham ,, que feria
herdeiro d'o mundo. 17 Defcreve despois a virtude e as propriedades d’a fé de
Abraham, 22 E tefiifica que a jufiiça , por efia fé lhe foy imputada. 1] E
que fegundo feu exemplo também imputarjeha a os que por Chrifto em Deus
crerão.
C A-
AOS ROMANOS. Cap. VI. m
Capitulo VI.'
I Enfina o Apoflolo desd’aqui por diante , que os que pela fé em Chriflo faojufi-
ficados também fe renovem e fanEilfquem pela virtude d’a morte e refurreiçaõ
de Chrifto, provando o pela fgnificaçao de noffo bautismo , $ Como também por
noffa união com Chriflo, polo que fomos mortos a o pecado com elle , e refitscita-
dos para hua vida nova, 9 Teflifica alem ddflo-, que , como Chriflo morreu fo
mente hua vez» e por adiante fempre vive em gloria, nos também affi, fe cre
mos y morremos a 0 pecado , pera por adiante viver janbtamente. 12 Tira ddiffo
bua exhortaçaò comum, a faber , que 0pecado naofe deva enfenhorearfobre nos, mas
nos fobre 0 pecado. 15 E dtdara que a graça de Deus e a liberdade , em que
eflámos também para iffo mover nos deva, 21 Finabnente conforta efla fua
amoeflaçao, pela meditaçaõ do fruito d’o pecado, que he a morte; e do fim d’a
faneiificaçaõ, que he a vida eterna, nos de graça por Cdriblo dada.
! Que diremos logo ? Permaneceremos em pecado, peraque a
v>\ffraça abunde?
2 Em maneira nenhuá. Nos que a o pecado mortos eftamos ,
como ainda ’nelle vivirémos? aGalat. 3:
3 Ou naõ fabeis a que todos quantos em Jefu Chrifto fomos bau- 27-
tizados em fua morte bautizados fomos? bColoffi ;
4. b Afli que eftamos fepultados com elle pelo bautifmo’na morte : T>12 _
peraque como Chrifto c reíufcitou d os mortos pera gloria d o Pae, lo.
afii d andemos nos também em novidade de vida. n. ’
5 e Porque fe com elle huã mefma pranta feitos fomos ’naconfor- dEphefi:
midade de fua morte, também [fna conformidade dc fua~\ relurreiçaõ o -3;
leremos. . \
6 Sabendo ifto , que noflo velho homem fcom [<?//«?] crucifica-
do foy , peraque o corpo d’o pecado desfeito feja: Paraque mais aLpJril’.^
o pecado naõ firvamos. eRom&u.
7 g Porque o que ja he morto , juftificado eftá d’opecado. Coloff.y.i»
8 h Ora fe ja com Chrifto morremos, cremos que também com/G^/.?:2o.
elle vivirémos. *
p-Aí 4*
9 i Sabendo que avendo Chrifto refufeitado d’os mortos, ja mais
naõ morre: ja a morte d’elle mais fe naõ enfenhoréa. ’'
10 k Porque que morreu, a o pecado huã vez morreu : e que vi- r upedr .4:
ve, a Deus vive. 1.
11 Afli também vosoutros, fazei conta que em verdade ja a o hi Tim. 2:
recado mortos eftaes; Mas a Deus vivendo em Jefu ChriftoSenhor TI-
p k l.Pedr.i;
Tt j 12 Por 14.
354 EPISTOLA DE S. P A UL O
ri Por tanto nain reyne o pecado em voíTo corpo mortal, pera
lhe obedecer em fuas'concupiiccncias.
i? Nem tampouco apreíenteís voíTos membros a o pecado por
iLuc.v.y^. inftrumentosde iniquidade: /Mas aprefentaevos a Deus, comofen-
jR(7w.i2: i. do de mortos [feitos] vivos, e voílos membros por armas de juftiça
Galai
* 2 . Deus £ aprefentae J.
2o; . 14 porqUe o pecado naó fe eníenhoreará de vos outros; pois naõ
i IWr 4*2'. e^aes de baixo d’a Ley, fenaõ de baixo d’a graça.
15 Pois que ? Pecaremos , porquanto naó elíamos de baixo d’a
Ley fenaó de baixo d’a graça? Em maneira nenhuã. ,
w7^ 8:34. Nam fabeis vos , m que a quem vos aprefentardes por fervos
1'i9 1Spera [//^O obedecer, fois fervos d’aquelle a quê obedeceis, ou d’o
pecado pera morte , ou d’a obediência pera juftiça?
17 Porem graças a Deus que [bem] éreis vos fervos d’o pecado:
Mas [que agora] dc coração obedeceftes a a forma d’a doutrina, a
que entregues eftaes:
nloa.S-.yi. ig 71 E fendo libertos d’o pecado, fervos d’a juftiça feitos eftaes.
iP^2‘ 19 Como homem fallo, pola fraqueza de voflà carne. Que co-
’ * * mo aprefentaftes voífos membros ferviré á immundicia e á
maldade pera maldade: Afliapreíentaeagora voftòsmembros [pera]
fervirem á juftiça em fanétificaçaõ.
• 34. 20 0 Porque quando éreis fervos de pecado, livres eftáveis d’a ju
ftiça.
21 Pois que fruito tinheis entam d’as coufas de que agora vos en-
vergonhaes? Porque o fim d’el)as he a morte.
22 Mas agora, libertos d’o pecado, efeitos fervos de Deus, ten
des voflo fruito cm íanétificaçaõ , e [por] fim á vida eterna.
/>Gé>«.2‘.i;. 23 p Porque o falario d’o pecado, he a morte: q Mas o domgra-
12. tuito de Deus, he a vida eterna, por Jefu Chrifto Senhor noílò.
I. Cor. 15:21. Jacob.l'. 1$. q l.Pedr. I : 3.
Cl-
AOS ROMANOS. Cap. VII.
Capitulo VII.
I Avendo ja o Apofolo 'no Capitulo precedente declarado , que o pecado nao mais
fe enfenhoree Jobre os que em Chrifto eftaõ , como fe enjenhorea jobre osqueefaõ
de baixo d’a Ley, prova ijfo pelo exemplo da joltitra de hua mulher do Senho
rio de feu marido pela morte do mando. 4 E aplica 0 a os regenitos. 7 Enfina
tdobem por qual fim Jerve a Ley , e prova que a Ley nao he cauÇadora do pe
cado em os irregenitos ainda que 0 pecado je enjenhoree Jobre elles pela Ley.
14 Defcreve dejpois a batalha entre a carne e 0 Ejpirito } e moftra 0 poder que »
refto d’a carne tem ainda contra 0 Espirito em os fieis. 24 Conclue efa deda-
raçaõ com queixa e dejejo de totalmente fer livre d'efa batalha J dando junta-
mente graças a Deus pola redemçao ja feita.
dRom.l'. 9.1 a TTerdade digo em Chrifto, naó minto, (dando me minha con-
Z.Cor.V,!^. * fciencia juntamente teftimunho pelo Efpirito ia neto).
eir.il. 2 Que grande trifteza e continuo tormento cm meu coraçaõ tenho»
Galat.v.io. 3 b Porque [bem] delejára eu mefrno de Chrifto feparado * fer
• /
Philip.M. por meus irmaõs, que meus parentes fegundo a carne iam :
l.TZ<2/ 4 c Qye lam Ifraèlitas, - - ■ '
d’os quaes he a adopçaõ em filhos , e a
5- gloria , d e os concertos , e a data d’a Ley , e o culto £ divino], e
<5 : 27.»’as promeflas:
.bExod.yi
*
32. 5 D’os quaes. fam os paes , e d’os quaes he Chrifto quanto á
Rmio: 1. carne, c o qual he Deus fobre todos bendito eternamente : Amen. »
Capitulo XI.
i Avendo o Apo/lolo fallado d'o regeitamento d'os Judeos e d'o chamamento ddos
Gentios enfina que efie regeitamento nao he univerfal de todos os Judeos ■> •
que prova com feu proprio exemplo. 1 Como também com a immutabilidade d’a
divina eleição , e com o exemplo d’os tempos de Elias, Porem que os que d'elles
fe falvao, nao por Juas obras mas pela graça 3 fe falvem. 7 Eque os outros por
feu endurecimento pereçaÕ. S O qual fe prova d'a Efcritura
* 11 Defpois amo-
ella a os Gentios que nao fe exalcem contra os Judeos , porquanto feu regeita-
mento (delles , deu ocafiaÕ a 0 chamamento d'os Gentios pelo qual os Judeos
também > feguindo 0 exemplo dos Gentios , feráó despertados pera crer juntamen
te com elles, porquanto pertencem a 0 concerto. I7 D’o qual os Gentios j antes
que fe chamavao, eraõ alienados 4 Jendo de pura grasa chamados a elle. 19 Polo
que os Gentios bem devem atentar . que também nao fejao regeitados por amor de
fua desobediencia. 2$ Para mesmo fim revela elle hum myfierio , a faber que
despois d’a converfam d’os Gentios também os fudeos convertidos Jerám confir
mando 0 pela Escritura Sagrada , e pelo amor que Deus ainda tinha pera com
elles por via d os paes, 30 Affi que efife mefmo Deus que fez grasa a os Gentios 9
quererá também faze la a os Judeos. 33 Einalmente fe espanta d’a profunda
Jabedoria de Deus que refplandece em Jeu governo acerca ala falvasao d’os ho
mens. 36 Cujo principio y procejfo e fim lhe fó fe atrtbue.
Ca-
AOS ROMANOS. Cap. XIII. 34?
Capitulo XIII.
1 Amoefta o Apofiolo a os fieis que com devida obediência a os Superiores Je fu-"
geitem } porquanto de Deus ordenados Jae , e os que lhes desobedecem cafiigos
fobre fi trazem , e fuas confidencias agrdvao. 6 Manda por ijfo também lhes
pagar tributo y e moftrar toda reverencia. 8 Entaõ amoeda os exercitara cari
dade irmanai> e propoem os mandamentos d'a Jegunda taboa dla Ley. 11 E fi-
nalmente exhorta, que > porquanto a noite d‘a ignorância hepajfiad.a } e o dia d'o
Euangelho he chegado fie guardem d’a borrachice , fornicação, odio . pendên
cias e Jemelhantes pecados. 14. E que por efte fim fe vifilaõ d’o Senhor Jefu
Chriflo y deixando 0 cuidado d’a carne para dejejos.
Capitulo XIV.
I Enfina 0 Apoftolo, como os fieis fie havem de aver pera com os fracos , que n
doutrina d'a liberdade d'os Cbrifiaos ■> principalmente tocante a differenpa d’os
manjares e dias ainda bem nao entendiaõ , a jaber } que devem aceitar a
os fracos nem por via d’eftas coufas contender com elles 3 e que os fracos nao de
va ò julgar a os outros. $ Qfiie convinha que affi. os fracos com os fortes te-
nhaõ 0 mefmo fim, a faber y pera com iffo á Deus fervir. 7 Cuja honra fem
pre *na vida e 'na morte procurar devemos. 9 Como também Chfifto por iffo
morreu e refuscitou j pera que a elle, como a ncffo Senhor e Juiz 3 dariamos conta
de todas noffas obras. 13 Vigiem pois os fortes que nenhum efcandalo dem a os
fracos. 14 Porque ainda que a diferença d'os manjares e dias agora emverda-
de bem ceffe > contudo efta liberdade nao je deve ufar pera entriflecer e enfra
quecer a outros , por quem também Chrifto morreu. 17 Vifto que a Religião
Chrifiaa nao confifie em comida ou bebida. 19 Que ’niffo fempre devamos pro-
feguir a paz,. 2o E antes nao comer nem beber 0 que a os fracos efeandalizar
poffa. 22 ’No de mais que nem os fracos nem os fortes ’nifto aviao de fazer
algua coufa com confidencia duvidofia, porque iflo pecado he.
Capitulo XV
1 Amoefla 0 Apoflolo a os fortes acomodarfe á fraqueza de feus irmãos > 3 Pelo
exemplo de Chriflo, que nati fè buscou a f mesmo , porem noffo proveito, 0 que
confirma pelas Escrituras d’o Velho Teflamento , que também forao escritas para
noffa confolaçao, $ E fervir concordemente a Deus e a 0 Senhor Jefu Chrifo,
7 Declara mais largamente 0 exemplo de Chrifto 3 como miniflrou ajjt a os Ju
deos i 9 Como a os Gentios , 0 que também dás mesmas Escrituras prova, 31 Acre-
ccntando hum voto que vaõ crecendo em todas virtudes Chriflaas 3 e conhecimen
to. 14 Despois d'iflo começa concluir efla carta, efcufando fiia Uberdade ’no efcre-
ver, I; E relatando quam efficazmente Deus abençoou feu mtniflerio , e quam
fielmente elle 0 adminifrou. 22 Promete que partindofe pera Efpanha á Roma
virá, 2$ E da a entender que primeiro partirje ha para Jerufalem , pera lá le
var as esmolas dias Igrejas de Macedonia c Achaya, 30 Pede que queirao orar
por elle 3 e por feu mimflerio. 33 E defeja que Deus lhes dé tudo bem.
is Porque os taes naõ fervem a noflo Senhor Jefu Chrifto, e fe- ifPedr.
Pear, $ J
naõ a feu ventre : E com luaves palavras e lifonjas f os coraçoés 14-
PRI-
P R I M EJ R A EPISTOLA
D O
APOSTOLO S. PAULO
AOS
CORINTHIOS.
Capitulo I.
I 3Na introdução 3 que fe eflende até o verfo decimo poem o ylpofolo 3no princi
pio Jeu nome como efcrivaõ d efta carta ■> e juntamente o nome d'aquelles a quem
efcreve , com as cofiumadas faudaçoes Apofiolicas. 4 Dá graças a Deus polos
benefeios que ja a efta Igreja feito tinha. S E os affegura cTa fieldade de
Chrifo ’no cumprir de fua obra começada. Io Paffa então a a mesma cauja , e
teflifica como entendeu que avia diffencaõ entre elles } e que hum dizia , Eu fou
de Paulo 3 e outro y Eu fou de Cephas 3 &c. TJ Polo que os reprende com di-
verfas razoens■> e moflra que pera final d3a união fomente em 0 Nome de Chriflo
bautizados foraõ, l8 Trata entaõ contra os que je gloriavaõ 'na eloquência mun
dana , e declara que Deus naõ por ella JenaÕ pela fngeleza dia pregaçao do
Chrifto crucificado potentemente obrara entre elles. 26 E que efa potência jé
mamfeflára 'no convertimento nao de muytos fabios e poderojos entre elles mas
d’os vils e loucos fegundo 0 mundo. 29 Peraque nao fe gloriarem em fi mesmos 3
mas unicamente em Chrifto 3 em quem tinhaõ tudo quanto he necejfar10pera falvaçao»
muytos fabios fegundo o carne, nem muytos poderofos, nem muy- ’ •>
*
tos nobres.
27 Mas Deus efcolheu o louco d’efte mundo , pera a os fabios
confundir: e o fraco d’efte mundo efcolheu Deus, pera; confundir
a o forte.
2S E o vil d’efte mundo, e o desprezívelefcolheuDeus, e o que
naõ he, pera a o que he aniquilar.
29 Peraque nenhuã carne perante elle fe glorie.
30 Mas d’elle fois vos em Jefu Chrifto , b o qual de Deus feito £1^.23:$.
nos foy fabedoria, e juftiça, e fanétifícaçaõ, eredemçam: 1^.17:19.
31 Peraque , como eftá efcrito j * Aquelle que fe gloria, em o c 67 :
Senhor fe glorie. I6-
Capitulo II. 24-
2.Cor. io:
Moftra 0 Apoftolo com feu exemplo 3 que 0 Euangelho de Chrifto , nao com fapienr
cia ou eloquência humana 3 mas com fingeleza e 'virtude efpiritual propor jedeva
*
6 Declara tatnbem qual fabedoria celeilial ‘nelle comprehendida eftá. 10 E co-
wio a pelo Efpirito de Deus e nao pela prudência humana revelada he- I3 Tor
na a dizer com que palavras pronunciar fe deva. 14 E como fe nao pofla di
nem yulgar d’o homem animal3 Jenaò d’o efpiritual.
a 1. Cor. I;
P eu irmaõs , quando a vosoutros vim , a naõ vim com excel- 17.
lencia de palavras , ou defabedoria, denunciando vos o tefti- 4.
Linho de Deús. , ~
2 Porque naõ propús coufa alguã entre vosoutros faber , fenaõ a c Afl.it:3.
Chrifto, e efte crucificado. 2. Cor. io;
b E com vofeo eftive eu c em fraqueza , e em temor, e em Io-
m íyto tremor. dl. CorAi
4 E minha palavra , e minha pregaçao , d naõ foy em palavras
pefqaforias de fabedoria humana, mas em demoftraçaõ de efpiri- 2Pedrtí;
tóeie potência, 20 Pe- ‘ic
360 I. EPISTOLA DE S. PAULO
<2.0.4: t' Peraque voflá fé naõ fofle em íabedoria de homens , e mas em
*7; potência de Deus.
/Jt? . 28 : £ / E fabedoria entre os perfeitos falíamos : Porem huã fabedoria
^lucob 3;Snaõ d’efte mundo, nem d’os Princepes d’efte mundo, b quefe
iy, aniquilaó:
h 1.0.15: 7 Mas falíamos a fabedoria / de Deus , k em myfterio efcondida,
24. aqual Deus antes d’os feculos pera nofla gloria ordenou.
iRom. 16: g Z Aqual nenhum d’os Princepes d’efte mundo conheceu, m Por-
k *Cor 41 Sue a conhecéram, nunca a o Senhor d’a gloria crucificáraõ.
iMatt. 11 * 9 Mas comoeftá efcrito : n As coufas que olho naõ vio, eouvido
naõ ouvio, e em coraçaõ de homemnaõfobíraõ, [/ào] as que Deus
joa. 7 :48. pera os que o amam preparou.
13:27. 10 0 porem Deus nolas revelou por feu Efpirito. Porque oEfpi-
i<Cor 3.14.rito efquadrinha todas as couías , até as profundezas de Deus.
11 ^O1 flue Auem d’os homens fabe as coufas que d’o homem fam,
*^ena^ ° efpMto d’o homé que ’nelle eftá? Afli também ninguém as
i- Tim. 1 ;coulas de Deus fabe, fenaõ o Efpirito de Deus.
jj. 12 Porem nos naõ recebemos o efpirito d’o mundo, <7 maso Efpi»
nljay. 64:rito que he de Deus: peraque faebamos as coufas quede Deus dadas
4- nos faõ.
oMatt. 13: As quaes também falíamos, r naõ com palavras que a fabedo-
iCorvxZ r*a humana enfina , fenaõ com que o Efpirito fanéto enfina,
p Prov as colflas efpirituaes a as efpirituaes * acomodando.
19. 14 Mas o homem * animal naõ comprehende as coufas que fam
i4
Jer. 17:9.0’0 Efpirito de Deus. Porque loucura lhe fam : e naó as pode en-
1 Rom.
IS
8 ;tender,--
porquanto---------
efpiritualmente
.. .
fe difcernem.
_ ...
»
Capitulo IV.
I Bnfina o Apoftolo tomo fe devem eftimar os miniftros d'a Igreja, e que fe reque
re d^ elles, 3 Bem pouco eftima 0 juizo d’os homens j e mofira com feu exemplo
que principalmente dardo conta de feu miniferio a Deus. 6 Amoeflanaò fomen
te a os Doutores _> mas também a todos os fieis fentir temperadamente de fi mes
mos. 7 Vifto que Deus os dfierne por feus dons e naõ ellestjior f mefmos^
S Poem huã diferença entre 0 grande Jèntimento que elles tinhaó de fi mesmos t
e 0 vil e mijeravel eflado dos últimos Apofiolos >nefle mundot 14 Pera que
também por efta comparaçaõ tive(fem menor Jentimento de fi mesmos. 17 Tefii-
fica que lhes também por efle fim enviara a Timotheo. l8 Reprende outra vez
jua arrogancia} e os ameaça com fua vinda. 20 Pera que a bom tempo de fi 0
mal tirajfem, e a vara escapaffem. 1
Capitulo VIII.
I Refponde 0 Jlpofolo d outra pergunta , tocante 0 comer d as coufas facrificadas a
os idolos e mostra que para iffo naõ basta que fabemos que o ídolo nada he *
5 E que naõ temos mais que hum fó Deus e Senhor, 7 Porquanto muytos fra
cos hao j que por caufa d isto padeceriaò efcandalo. J o E feguindo feu exemplo
d’elles, facilmente tomariaõ Uberdade pera commaa confciencia fazer 0 mesmo, para
fua própria perdição- 12 Testifica que os taes pecaò contra Chriflo} 13 Porque
a ninguém convém efcandalizar a feu irmaõ por ufo de algum comer.
fj™. 13 : 7 Mas naõ em todos [efia] fciencia ha: g alguns porem até ago-
13. ra com confciencia d’o idolo comem , como [de coufas] a os idolos
1.Cor. 12:3.facrificadas: e íendo fua confciencia fraca, fica contaminada.
Phíl. 2:11. 8 h Qra o manjar naó nos faz agradaveis a Deus. Porque feja
g i.Cor.io-.que comamos, nada de mais temos ; e leja que naõ comamos na
I4-da nos falta.
17.
17- * ‘ 9 í Mas olhae que efte voflo poder , naõ feja em alguã maneira
iGalat. $ :efcandalo para os fracos.
13. , 10 Porque fe algum te vir a ty, que [efta] fciencia tens, [d mefa]
no templo dos idolos aflentado , naó ferá a confciencia d’o que he
fraco
AOS CORINTHIOS. Cap. IX. 371
fraco * induzida a comer d’as coufas a os idolos facrificadas ?
11 k E perecerá afli, por tua fciencia, o irmaó fraco , polo qual cada.
Chrifto morreu ? k Rom. 14:
12 Porem afli contra os irmaós pecando, e fua fraca confciencia
ferindo contra Chrifto pecaes.
>3 / Poloque , fe o manjar a meu irmaó eícandalizar , nunca ja iRom. 14?
mais carne comerei, peraque a meu irmaó naó efcandalize. xi-
2. Cor. Ii’
C A P I T U L o IX.
* N aõ fou eu [por ventura] Apoftolo ? Naó fou livre ? a Naó vi aAtt 9:•
eu a Jefu Chrifto Senhor noífo ? b Naó íois vosoutros minha e 22 ; 14.
obra em o Senhor? 18.
2 Se para os outros naõ fou Apoftolo , a o menos para vosoutros eiy. II.
o fou. Porque vos fois o iello de meu Apoftoladoem o Senhor. S.
z.Cor. 1
3 Efta he minha defenfa pera com os que * me condénaõ. b I. Cor.4 I
4 c Nao temos nos poder de comer e de beber? IS-
5 Naó temos nos poder de [comnofco j hu-ã mulher irmaã trazer , * 011,^^
como também os de mais Apoftolos , <e os irmaõs d’o Senhor, e demy\ul-
d Cephas ? gaò.
6 Ou ló eu,x e Barnabas ,z naó temos poder
r- — de naó
— trabalhar?
wv • X > x ■
c I _ Cor, 9 ;
7 Quem jamais a leu proprio loldo milita ? f Qué a vinha pran-
P 1-,-nirA
ta, e de feu fruito naó come? ^,-^3
Oug quem o gado apacenta , 1e dJ ■>’o 1x.’ 1ThefiZ ’ y
C\..„______________ 4____________
Capitulo X.
I Declara 0 Ãpofiolo que todos os Ifraèlitas 'no deferto ‘na nuvem e "‘no mar bati-
f tizados for ao. 3 E que todos de hum mesmo manjar e beber efpiritual comerão
e bebèrao. $ Mas que toda via de Deus calligados forao ; 7 Quando em ido
latria ou fornicapaÕ caíraõ e á Chrifo atentárao , ou contra elle murmurdrao.
II Testifica que ifto ferve para nojfo avifo . pera nao cometer taes pecados.
13 Promete a ajuda de Deus ‘nas tentações, e juntamente a boa faida, 14 Ex
horta os outra vez a fugir d‘a idolatria, i $ Porquanto pelo ufo d’a San&a Cea
tem comunhão com 0 corpo e fangue de Chrifo , mas pela idolatria com os Dia
bos , cujas mefas porijfo avem de evitar 12 Nem de baixo de nenhuã capa irri
tar a Deus, ou ejeandalizar a feu proximo. 2$ Toda via permite de fem fe in
quirir comer de tudo 0 que fe vende ‘nacarnicaria, 27 E que fe lhes , convida
dos d'o infiel, ‘na meza aprejenta, fe naõ for que algum 0 notificar. 31 E con-
clue elle negocio com amoefiaçao univerjal de fazer tudo pera honra de Deus
e edificaçaõ de nojfo proximo.
. — . . . a Elxod. I?»
O ra, irmãos, nam quero que ignoreis, a que noflospaes todos 2i» J
de baixo d’a nuvem eftivéraõ, e b todos pelo mar paliaram: AW/iS.
2 E todos em Moyfes ’na nuvem, e ’no mar bautizados foraõ: Deutsv.M *
3 c E todos de hum mefmo manjar efpiritual comeram: Neh. 9:12.
4 d Jj todos de hum mefmo beber efpiritual beberam. Porque ,9<
bebiam d’a pedra efpiritual que [w] feguia 5 e a pedra era Chrifto.
$ Mas d’a mayor [parte'] d’elles fe naó agradou Deus: e porque hExod i4>
em o deferto poftrados foraõ. 22,
6 E eftas coufas em exemplos feitas nos foraõ , peraque coufaslojúé.^ 13.
roins naõ cobicemos, como/elles cobiçaram. P//.78:i3.
A aa 3 7 j^cExod. 16:
Jç
dExod. 17: 6. ’ Nujth 2o: Ii. Pfal, 78:15. e.fcto.'2ó: 65. f Num * Ii :4 33
*
PJal. I06; 14.
' 1 ;•
37Í I. EPISTOLA DE S. P A U LO
7 E naõ vos façaes idolatras , como alguns d’elles , como eftá
f EW.sx- efcrito: g Aflentoufe o povo a comer, e a beber, e levantáraõfe a
6.
h Num. 2$:t folgar.
I 9«
8 E nam forniquemcs, h como alguns d’elles fornicáram, e em
fjdl. icó: hum dia vinte e tres mil caíraó.
9 E naõ atentemos a Chrifto , * como também algús d’elles foi
iNum. 21; atentáraõ, e pelas ferpentes perecerão.
5- 10 E naó murmureis , b como também alguns d’elles murmura-
Tjal. 106 : raó, e pelo deftruidór perecerão.
14-
k Exod 161 11 E todas eftas coufas em figura lhes fobreviéraó, Z e eftám efcri-
lo. tas pera * avifo noflo, m em quem ja os fins d’os íèculos chegados
<•17:2. fam.
Num. 14 I 12 O que pois cuida que cmpé eftá, olhe que nam caya.
36. 13 Naõ vos tomou tentaçaõ , fenaõ humana : porem n fiel he
p/;?/. 106:
Deus, que mais d’o que podeis vos naó deixará atentar, antes com
l Rom I $’4 a tentaçaõ também a iáyda dará, peraque foportar a poflães.
14 Portanto, meus amados, fugi d?a idolatria.
* Ou , a- 15 Como a entendidos fallo: Julgae vos \_mefmos~] o que digo.
tnoefla. 16 O copo de bendiçam , a o qual \_dando gra^í~\ bendizemos
naõ he porventura a comunham d’o fangue deChrifto? O pam que
TíV io - Part^mos naõ he por ventura a comunham d’o corpo de Chrifto?
\r' IO‘ 17 Porque hum pam , afli nos muytos 0 hum corpo
n i.côr.i:S.fomos: porquanto todos de hum pam participámos.
1. Tbejj 5 : 18 Vede a Ifraêl fegundo a carne: Naó fam porventura , os que
24. os facrificios comem, d"© altar participantes ?
2 Pedr.1-.9- 19 Que digo logo ? í> Que o idolo coufa alguã he ? ou que o fa-
0.ROZW.13 5» crificio idolatrico coufa alguã feja?
I,27?i2; 10 Antcs Aue as couias que as Gentes íacrificaó, 7 a os
p 1 c<ir.8.-4. Demonios as íacrificaó , e naõ a Deus. E naõ quero que d’os De-
7 Lev.17.7. monios participantes fejaes.
Deut. 32: 21 Naó podeis beber o copo d’o Senhor , e o copo d’os Demo-
*7- nios : Naó podeis fer participantes d'a mefa d'o Snor, e d’a meia
d’os Demonios.
22 Ou irritamos a o Senhor? Somos nos mais fortes que elle?
r I.iCor. 6: r Todas as coufas me fam licitas, mas nem todas as coufas con
12,
vém : todas as coufas me fam licitas , mas nem todas a.s couias edi
ficam.
fUCor.xy. 14 /Ninguém bufque o feu proprio , antes cadahú o que he d’o
5- outro.
25 De
AOS CORINTHIOS. Cap. XI. 37f
27 De tudo quanto ’no açougue fe vende, comei, fem vos inqui
rir por caula d’a conlciencia.
20 t Porque d’o benhor he a terra, e [toda] fua plenidam. tExod, i?:
27 E fe alguém d’os infiéis vos convidar, cquiferdes> ir, 11 **« uuuin
comei />•>
de tudo o que diante de vos le •pTiler, fem vos inquirir x [por caula d’a ^al 24: T*
conlciencia. 1 e $0: 12.
_ u Luc. Io ;
28 Mas le alguém vos difler: Iflo facrificio idolatrico he , nao J7-
comaes, por caula d’aquelle que [vo?o'_j advirtio, e ~[por caufa] d"’av 1 CorZ-.y,
conlciencia. Porque d’o Senhor he a terra, e [toda] lua plenidam./ Rom. 14 :
29 Digo porem a conlciencia, naó tua, lenaó a d’o outro. Por
que pois minha liberdade de outra conlciencia julgada he? l.Tim» 4:3.
30 Ele eu, por graça participo, porque blafphemado
fou ’naquillo 7 de que graças dou?
z. Colojf. 3 :
31 * Afii que feja que comaes, feja que bebaes, ou que qualquer
[outra] coufa façaes , tudo pera gloria de Deus fazei. V-
a Rom. 14 •
32 a * Sede [taes] que efcandalo naó deis, nem a Judeos, nem B-
a Gregos, nem a a Igreja de Deus.
33 Como também eu a todos em tudo agrado , naõ bufcando fem efcan-
* minha própria comodidade, fenaõ a de muytos, peraque afii £fal- dalo dar
a Judeos 9
var le poilàô.
* Ou j meu proprio proveito
* b 1. Cor. 9:22. 'nnh &c-
, Capitulo XI.
I Amoesla 0 Apofolo a os Corinthios de ferem feus imitadores louvando os que
Juas ordenanças guardávaõ. 3 Emmenda alguns abufos que em fuas congregações
Je achaveõ ; primeiramente 5 que os varões em orar e prophettzar Juas cabeias
cobrirão, e as mulheres as dejcobrírac. 4 O que prova Jer indecente, ajji a os
varões 5 porquanto Jaó a cabeia d*as mulheres , como a as mulheresque > por
quanto ejiáò de baixo do varaó pera final d‘ijjo devem cobrir fuas cabeças»
cu de outra maneira ambos deshonrao fuas cabeias. 14 E fazem contra a natu
reza, iS E despois que ha dijfencoes em juas congregações. 2o E alem d3iffo,
que a Ce a d3o Senhor naõ /<? celebrava entre elles direitamente . porquanto os ri
cos d'antes faziao convites em particular , polo que alguns bêbados d Cea fe ache-
gdvaÕ. 23 Pois pera emmendar efjes abufos propoem a inftituiçaõ c fignificaçao
d'a Cea. 26 E enfina pera qual fim , e de como 3 a Cea fe deve celebrar. 29 E
que cafligos avem de esperar, e ja enviados foraõ de Deus Jcbie alguns quenaõ
ujávaó bem d3ella. Finalmente enfina como avem de emnendar effes abujos.
27 ™ Afli que qualquer que comer efte pam , ou beber efte copo^ ^jIr;
d’o Senhor indignamente, ferá culpado d5o corpo e fangue
Senhor. 7^.6
28 n Portanto provefe o homem a fi mefmo , c afli coma d’efte 63.64.
pam, e beba d’efte copo. «>13:27»
29 Porque o que indignamente come e bebe , para fi mefmo jui-1 Cor'11 *
zo come e bebe, naõ difcernindo o corpo d’o Senhor. nVcor 1
30 Por efta caufa muytos fracos e doentes entre vos ha , e muy-
*
^. °r'
tos dormem. . oPfal. 32:
D 0 Porque fe nos a nos mefmos nos julgáramos, julgados naó $•
feriamos. JProv.iS:ij.
32 Mas quando julgados fomos, * reprendidosd’o Senhor fomos *5 9U’/?Z"
peraque com o mundo condenados naó fejamos. ruí
33 Portanto, meus irmãos, quando a comer vos ajuntaes , hus a gados.
os outros [w] esperae.
34. Porem fe algum fome tiver , em [fua] cafa coma ; peraque
para * juizo vos naó ajunteis. Quanto as de mais coufas, quando dtnataõ,
vier, as ordenarei.
Bbb C A"
I. EPISTOLA DE S. PAULO
Capitulo XII.
a diffençaõ entre os Corinthios > procedida d’a diverfidade
dos dons espirituaes , e d os miniferias ecclefiafiicts > e enfina que por amor dei
tes nao fe devem enfoberbecer , nem desprezar á outros > porquanto todos d'antes
forao Gentios , e do Espirito Santio os recebiaõ. 4 o mesmo Efpirito obra
eftes dons diverfamente > e em os huns menos e em os outros mais , fegundo
jua vontade 3 á fim que fe empreguem para o ufo commum 3 e utilidade de toda a
Igreja} os quaes dons reláta até nove. 12 Explica iflo pela comparaçaõ d os di
verfos membros de hum corpo y com que enfina 3 que os mmirnos dons também
fua utilidade e necefltdade tenhao > e que por iflo os que recebéraõ os mais excel-
lentes dons y nao aviaõ de desprezar a os que tem os menores. 25 -Mas que
çada qual feus dons para proveito de outros e de todo 0 corpo da Igreja empre-
dons , como de tni&ifterios
diverfos. 3 l Porem que cada qual deve procurar os melhores dons.
e 1. Cor. 7: i» d Mas todas eftas coufas obra hum e o mefmo Efpirito ' repar-
7. tindo particularmente á cadahú como quer.
2. Cor. 10: 12 yPorque como o corpo he hum , e tem muytos membros, e
. todos os membros d’eftehum corpo, fendomuytos, [todavia
Rom. 12 . [fij corpQ pam . afE [0 he] também Chrifto.
1
AOS CORINTHIOS. Cap.XlL w
13 Porque também todos nosoutros cm hum Efpirito, pera hum
corpo bautizados fomos, gquer Judeos, quer Gregos, quer fervos, gGalat. y.
quer livres; e todos pera hum Efpirito abeberados eftámos. 28»
14 Porque também o corpo hum [/o ] membro naõ he , fenaõ
muytos.
15 Se o pé difler : Pois que maõ naõ fou , d’o corpo naõ fou 5
Por iflo d’o corpo naõ he?
16 E fe a orelha difler: Pois que olho naõ fou, d’o corpo naõ íou;
Poriflod’o corpo naõ he?
17 Se todo o corpo olho fora, aonde [eftaría] o ouvido? Se todo
[fora] ouvido, aonde [e&aría] * o olfato? »Oiu^P
18 Mas agora pós Deus a os membros ’no corpo a cada qual d’el- ro.
les como quis.
19 Que fe todos hum [fó] membro foraõ, aonde [efaría] o corpo?
20 Mas bem ha agora muytos membros , porem [fomente] hum
corpo.
21 E nam pode o olho a a maõ dizer; Neceflidade de ty naõ te
nho: ou ainda a cabeça a os pees ; Neceflidade de vos naó tenho:
22 Antes até os membros d’o corpo, que os mais fracosfer [nos]
parecem [muyto mais] neceflarios faõ.
23 E os que cuidamos que d’o corpo os menos honrados faõ, a
efles muyto mais honramos : e os noflos * mais feos muyto mais ata- *Oib/We-
vio tem. cefites.oiii
24 Porem os noflos [mais] fermofos d’ifto neceflidade naõ tem: de menor
decoro.
mas [a/fi] Deus o corpo conjuntou , muyta mais honra dando ao
que falta [delia] tinha.
25 Peraque divifaõ em o corpo naõ aja , porem que os membros
huns d’os outros igual cuidado tenhaó.
26 E feja que hum membro padeça [também] os membros junta
mente padécem : feja que hum membro he honrado , todos os
membros juntamente fe gozaõ. kRom 12'
h E vos fois o corpo de Chrifto, e membros em particular.' ' '
28 E Deus a huns ’na Igreja pós, í primeiramente Apoftolos, E^hef 1:
k fegundamente Prophetas, terceiramente Doutores : despois Po- 25.
teftades, despoisDons de curas, Socorros, Governos, Variedades m; 12.
de lingoas. c/V
29 Sam porventura todos Apoftolos? Saõ todos Prophetas ? Saõ
todos Doutores? Saõ todos Poteftades ? *
20 Tem todos Dons de curas?' Faliam todos [varias] lingoas, k Ephef. 2 :
Interpretam todos ? *
Bbb p Pro- 20.
jsa I. EPISTOLA DE S. PAULO
31 Procurae porem affe&uofamente os melhores dons j e cu Vos
moílro ainda o mais excellente caminho.
Capitulo XIII.
I O que 0 Apoftolo 'no fim ao Capitulo precedente prometeu a os Corinthios > afa
ber , que lhes moflraria ainda hum taminho mais exceliente - iílo faz. 'nefle Ca
pitulo , enfinando que a caridade he 0 excellentil/imo dom pera os Chriflaõs, o que
prova pela comparaçao de outros grandes dons como faõ . diverfas lingoas t
propkecia-) fciencia > fazer prodigios , /ocorrer liberalmente a os pobres, e padecer
animofamente a morte por nome de Chriflo ; E moflra que todos e/fes e Jeme-
Ihantes dons fem a caridade aproveitai nada. 4 E louva a caridade por via
de fuas excellentes propriedades e eperaçoes. 8 Como também porquanto fempre
ha de durar e permanecer , pois que os outros dons haõ de ce/far. 9 Porquanto
faõ imperfeitos ‘nefla vida. lo O que declara com as comparações d'o conheci
mento de hum menino e adulto , e da vifla ’nhum espelho e ’na face mesma.
3 ' E finalmente porquanto a caridade he maqor e mais excellente que a fé e es
perança.
Capitulo XIV
I Confluindo 0 Jlpoffolo a exhortaiao precedente pera caridade , adianta e enfina.
que os que apetecem os dons efpirituaes principalmente devem apetecer 0 dom depro-
phecia. $ Toda via que 0 dom d’as lingoas effranhas naõ he pera desprezar}
mas que fe deve ufar com interpretação d ellas. 7 O que prova com as feme-
Iham asd’a frautaj citara; e trombeta , lo E moffra que ba contra a natureza ,
e 0 mefmo como fe fallajfemos com os barbaros. 1} Enfina também que oremos
naõ fomente com 0 espirito , mas também com 0 entendimento. IÓ Porque d'ou-
tra maneira 0 que a lingoa efiranba nao entende , á tal ora<ao nao pode dizer
jdmen iS Confirma ifio com [eu proprio exemplo > e amoeffa de imitálo 21 E
prova d‘a Escritura que as lingoas efiranhas faõ as ver.es mais caffigo d’o que
dom. 2J Enfina também que jeria pera zombar fe todos Jna congregaraõ faf-
laffem com lingoas eff ranhas > mas pera edificar Je todos prophetizajfem. 26 Des
pois poem alguas regras , que fe devem feguir 'no u[o d os dons trafordinarios,
a faber - que tudo fe faça para edificaçaõ. 27 Que outro interprete o que fè
falia em lingoas efiranhas. 29 Que 0 prophetizar fe fa<.a por vezes, 32 E
que os outros Prophetas julguem dijfo. 34 Que as mulheres c ffem fe'na congre
ga saõ. 37 Que efias Juas ordenanças Jaõ mandamentos d'o Senhor. 40 Final
mente que tudo façaje honeffamente e com oraem 'na Igreja,
Capitulo XV-
X Trova o Apoftolo a verdade d’a refurreiçaó d'os mortos com muytas firmes ra-
zoens i a primeira he tomada d*a refurreiçaó de Chriflo, que confirma d'a fumma
de fua doutrina, que fegundo as Escrituras lhes propofio tinha. 4 E dos tefii-
munhos de Pedro. 6 .Demais que quinhentos irmaõs. 7 De Jacobo, e de todos
os Apoflolos. 8 E de fi mesmo. Ij Conclue que d'outra maneira Chriflo tam-
bem naõ fora rejufcitado. 14 O que prova fer abfurdo} porquanto com iffo feriao
aniquilados feus tefiimunhos , os fundamentos d’a fé Chrijlaa e a esperança
dos Chriflaõs. 11 Enfina que Chrifto he 0 que refu/citará a os mortos . e que
iflo acontecerã em fua vinda, quando desfará a todos Jcus inimigos e tudo fu-
geitàrá á Deus. 29 Que doutra maneira também 0 bautismo polos mortos de
balde ufado he. 30 Qfue os fieis como também elle mesmo, tantos perigos em
vaÕ padecejfem ; e que os Epicureos razaõ tiveffem- 3 5 Despois enfina que os
fieis mortos refuscitaráo com os mesmos corpos , porem veftidos de qualidades
espirituaes ■> a faber ■> da incorrupçaô , gloria , e immortalidade. 4.7 E que os
fieis teráo corpos nqo como Adam tinha y mas como Chrifto 0 Senhor tem de pre
fente. $[ Revela também hum myfterio ■> que os vivos 'na vinda de Chriflo
nao morreráÕ mas transformados feráõ. ^4 E que entonces a morte ferá traga
da : fobre que triumpha : e a Deus agradece» 58 Com hua amoeflapaõ a os
Corinthios que queiraõ ficar confiantes 'na fé.
he a Ley.
57/Mas graças a Deus , que nos dá viétoria por noífo Senhor
Jefu Chrifto.
58 Aflique, amadosirmaósmeus, fedeconftantes, immoveis, [>]
fempre abundantes em a obra d’o Senhor, fabendo que voífo traba
lho em o Snor vaó naõ he.
cc 2 C A*
I. EPISTOLA DE S. PAULO
Capitulo XVI.
I Exhorta o Apojlolo d Igreya de Corintho de fazer colheita pera os pobres feis
I ‘
ralái aprefentando a iffo Jeu proprio Jerviço. $ Promete que por Macedonia virá
a elles , e Je ficará por algum tempo com elles. 8 Da razaõ porque ficarjeha
em Ephefo até o Pentecofe. Io Amoefta os que humanamente a Timotheo
pouco dilata
•vinda. 13 Acrecenta a iffo hua unrv.vfal amoeffaçaõ j pera perjeverar ‘ita fe
e caridade. 1$ E particularmente , que a família de Effephanas em eSlima ajaÕ,
porquanto elle Juntamente com Portunato e Achaico muyto Jeu espirito recreara.
J 9 Saúda a Igreja de Corintho d'a parte d’as Igrejas de Afia , e elpecialmente
de Aquila e Prijcilla, i1 Sauda os também com fuaprópria maõ 22 Denuncia
a to.os os que nao amac verdadeiramente a Chrijio j a maldiçao. 23 Dejeja a
os feis a graça de Deus} e promete lhes fua caridade.
i ra tocante a colheita, que pera os fan&os \_fefazf\, fazei
vos também como a as Igrejas de Galacia ordenei.
a A^í. ii: 2/7 Cada primeiro \_dia~] d’a lemana ponhacadahum de vos [alguã
29. coufa~j * a parte, enthefourando [para ijfo^ conforme a profperidade
i.Cí»r.S;4« que alcançado tiver, paraque, quando eu vier , entam as colheitas
fe naó façam.
3 E quando eu viér, a os que por cartas aprovardes, a eíTes envia
rei, para que á Jerufalem voíla dadiva levem.
4 E fe neceífario fór que eu [mefmo'] també vá , comigo irám.
bi.Cor.i
*. $ b Virei porem a vosoutros, avendo por Macedonia paílàdo:
JS» (Porque por Macedonia hei de paflar.)
6 Ê bem pode fer que com vosco me ficarei, ou também inver-
harei: peraque me acompanheis aonde quer que eu fór.
7 Porque naõ vos quero ver agora de paílagem: mas efpéro ficar
com volco algum tempo , fe o Senhor o permitir.
8 Ficarei porem em Ephefo até o Pentecofte.
9 Porque huã grande e efficaz porta fe me abriu , e muytos ad-
verfarios ha. <
10 E fe Timotheo viér , olhae que fem temor com vofeo cfteja:
porque também, como eu, a obra d’o Senhor obra.
11 Portanto ninguém o despreze : mas acompanhae o em paz,
peraque a my venha: porquç ^om os irmaõs o efpéro.
12 E acerca d’o irmaó Apollos, muyto lhe roguei que com os
irmaõs a vosoutros vieílè: mas totalmente vontade naó teve de por
agora
AOS CORINTHIOS. Cap. XVI.
agora vir: porem, ofterecendofe lhe boa ocafiaõ , virá.
13 Velae , ’na fé [firmes] eftae, varonilmente vos avei, [* ] vos
esforçae.
14 Todas voflas coufas em caridade fe façaó.
15 Rogovos porem, irmaõs, fabeis que acafa de Eftepha-
nas as primícias de Achaya he, e que a o minifterio d’os fanétosde
dicado le tem •,
16 Que também a os taes vos lugeiteis, ea todo aquelle que jun
tamente obra e trabalha.
*7 Folgo porem d’a vinda de Eilephanas, e deFortunato , e de
Achaico; pois elles íupríraó o que de voflá [parte me] faltava.
18 Porque recrearam meu efpirito , e [também] o voflo. Reco
nhecei pois a os taes.
19 As Igrejas de Afia vos faudam. Saudaõ vos affcéluofamente
em o Senhor , Aquila e Prifcilla, com a Igreja que em lua cafa
eltá.
20 Todos os irmaõs , vos faudam. c Saudae vos huns a os outros cRom-16:
com fancto beijo. ló-
21 Saudaçaõ de minha [própria] maõ, de Paulo. 2. C<?r. 13:
22 Se alguém a o Senhor Jefu Chrifto nam ama, * anathema _ li * m .
Maranatha feja. . _ 26
23 A graça d’o Senhor Jefu Chrifto feja com vofeo. j. pejr. 5 ♦
24 Minha caridade feja com todos vosoutros em Chrifto Jefu. 14.
Amen. *Ou Jw^Z«*
dito j ou j
A primeiraEpiílola a os Corinthios > foy cícrita de Philippos j [e enviada] remaldit»,
por Eilephanas, Fortunato, Achaico, e Timotheo.
Fim d’a primeira Epifiola d’o Apoftolo S, Yaulo a os Corinthios
*
CCC 3 S E-
3?e
. SEGUNDA EPISTOLA
DO
APOSTOLO S. PAULO
AOS
CORINTHIOS.
Capitulo I.
I Despois d'a coftumada infcripçan d’a Epiflola, 3 Agradece Paulo a Deus pola
confolaçaõ, que por Cbrifto em todas Juas affliçoens recebia, a outros por exem
plo. S E então vem a contar a grande perfeguipao que em Afia lhe fobrevinhai
Io D*a qual todavia por Juas oraçoens d’elles livrado era. 12 Teftifica que fin-
ceramentefto mundo , mas principalmente entre elles, converfára. 1$ E que também
Jincero propoftto tomara de tornarfe a elles. 17 Ainda que iffo até agora naõ
fizera. iS Nao porque fua palavra era Si e Nao. 20 Sendo todas as pro-
meffas de Deus em Chriflo Si e Amen , 21 E pelo Efpirito Sandio em nos con
firmadas ; 23 A/as tedifica com juramento que naõ dilatara fua vinda fenaí
pera poupálos.
I aulo Apoftolo de Jefu Chrifto , pela vontade de Deus, e
aPhil.V. V.
bRom.Wj.
P ao irmaó Timotheo, a a Igreja de Deus que em Corintho
eftá, com todos os fanélos que em toda Achaya eftáõ:
I. Cor. 1:3. i £ Graça e paz de Deus noífo Pae , e d’o Senhor Jefu Chrifto.
Ephef.i: 2. 3 c Bendito feja o Deus e Pae de noífo Senhor Jefu Chrifto 3 o
I.Pé>^. I: 2. Pae d’as mifericordias, e o Deus de toda confolaçaõ:
*^.
eEphef.l
4 d Que em toda noífa tribulaçaõ nos confóla , peraque também
*Ou ttáa *- os que em tribulaçaõ *alguã eftivérem confolar poífamos, com a
ou > qual-
< confolaçaõ com que nos mesmos de Deus conlolados fomos.
quer. 5 e Porque como em nos as affliçoens de Chrifto abundam , afli
dx Cor.7:<<. abunda também por Chrifto noífa coníolaçaó.
e Pf$4‘.lX9 6 Porem feja que atribulados fejamos, he para vofla confolaçaõ
*
*94:19 e lai-
AOS CORINTHIOS, Cap. I. j9 i
e falvaçaõ , fa qual fe obra ’na tolerância d’as mefmas affliçoens ft^Cor.42
que nos também padecemos: feja que coníolados fejamos [também] *?•
para voffa confolaçaõ e falvaçaõ
7 E noíTa efperança de vosoutros he firme , como bem fabendo,
que como participantes d'as affliçoens fois , afli [0 fois] também d’a
confolaçaõ.
S Porque , irmaõs , naõ queremos que ignoreis nofla tribula
ção, g que em Afia nosfobrevevo, que fobre maneira agravados 1b- T .
mos, mais d’o que fuportar podiamos, de tal modo que até d’a vida b 23. *
em grande duvida eftivemos.
9 Em tanta maneira, que ja em nos mefmos a fentença de mor
te tinhamos, h peraque em nos mefmos naõ confiemos , fenaõ em hIer.17; ç.
Deus, que a os mortos refufcita: 7.
10 i O qual de tamanha morte nos livrou , e [ainda nos] livra: /Cor iç»
em o qual efperámos que também ainda [nos] livrará: 31, ’ *
11 £ Trabalhando vos também juntamente com oraçaõ por nos kRom ir
outros, / peraque pela mercê, que por muytas peflòas [nos foy feita] 30.'
por muytas [também] fejam dadas graças por nos. Phit. i; 19.
11 Porque efta he nofla gloriaçaó, [a /«ber], o teftimunho de nos- Cor- 4:
fa confciencia, que com fimplicidade e finceridade de Deus , naó
com fabedoria carnal, mas com a graça de Deus , * nos ouvemos *Ou>anda-
em o mundo, e mayormente com vofco. mos ou,
• 3 Porque nenhuãs outras coufas vos efcrevemos , fenaõ as que tratamos ,
ja * fabeis , ou também reconheceis : e elpero que também até o OU > vive
mos.
fim as reconhecereis.
14 Como também ja em parte reconhecido nos tendes, quevofla
gloriaçaó fomos , como também vos a nofla fois ’no dia d’o Se- mPhilip.z-
nhor Jefus. ió,
is n E com efta confiança quis primeiro vir a vosoutros, pera-
que huã iegunda graça tivefleis:
16 E por vosoutros paflàr a Macedonia 5 e de Macedonia vir ou- n x'Cor1^
tra vez a vosoutros j e de vosoutros a Judea * guiado fer. *qu a
17 Afli que deliberando ifto, ufei porventura de leviandade? Ou panfcad»
o que delibero , porventura fegundo a carne o delibéro , peraque fer.
em my aja Si fi, e Naó naõ?
18 Antes Deus he fiel, que nofla palavra para com vofco , 0 naõ 0 Matt.^z
foy Si e Naõ. 37.
19 Porque o Filho de Deus JefuChrifto, que por nos entre vos- ^^.5:12?
outros pregado foy , [a faber] por my , e Silvano , e Timotheo,
naó foy Si e Naõ, mas foy Si ’nelle. 20 Por-
39* II. EPISTOLA DE S.PAULO
20 Porque todas quantas promeflas de Deus ha, ’nelleSi, e’nellc
Amen [/um] , pera gloria de Deus por nosoutros.
21 Mas o que com vofeo em Chrifto nos confirma , e o que nos
unSiu’ Deus.
*
2. cZ- 5:y. zi ? O qual também nos fellou, e as arras d’o Efpirito em noflos
E/>Z></7i:i3.coraçoés [nos] deu.
<?4: 30. 23 7 Porem a Deus por teftimunha fobre minha alma invoco, que,
qRom 1:9.por vos * escufar, até agora a Corintho naó vim.
e 9 ’• T-. 24 r Naó que de vofla fé nos enfenhoreémos ; poré de voflo go-
c^r. 11.2O cooperadores fomos : Porque pela fé
l. eftaes.
Philip. i;8. l.Theffz'. $• I. Tim» 5 : 21. z.Tim. 4; I, * Ou 5 perdoar 3 ouJ
poupar r I. Pedr. $ i 3.
Capitulo II.
I Adianta 0 Apoftolo *no declarar d'as razoens porque até 0 prefente fua vinda di- .
latára, a Jaber . porque nao com trifteza mas com alegria com elles eftar queria.
4 Protefta que 0 que d’antes ddo incefto lhes efcrito tinha , com lagrimas e por
caridade fizera. 6 Manda que por caufa de feu pezar outra vez 0 recébaò e
confolem 3 pera que por demafiada trifteza em defeperaçao naõ caya. 12 Relata
também como fó 0 Euangelho em Troas ■> e despois em Macedonia , pregara. 14 E
teftifica que fua pregaçao em toda parte he juave cheiro a Deus , a(Ji em os que
fe falvaõi como em os que fe percaõ 3 17 Porquanto em toda parte finceramente
0 propoem.
i Dorem ifto comigo mesmo deliberei, de mais a vosoutros com
trifteza naó vir.
* Porque fe eu vos contriftar , quem ferá logo o que me alegra
rá, fenaó aquelle que por mim contriftado foy ?
3 E ifto mesmo vos eferevi , paraque quando viér , trifteza
42.Ctfr. 8:na- ten|ia d’osque me avia de alegrar: a de vos todos confiando,
meu g°zo de todos ™s°utro.s Hhe- . J
4 Porque em muyta tribulaçaõ e angultia de coraçaó com muy
tas lagrimas vos eferevi, naõ peraque vos contriftafleis , mas pera
que a caridade entendefleis, que em abundancia pera com vofeo
tenho.
5 Porem fe alguém [me] contriftou , naó me contriftou [amy]
fenaó em parte a vos todos, paraque [ao tal] naó agrave.
b i,Cor. 5: 6 b Bafta [lhe] a o tal efta repreníaó por muytos [feita. J
3- 7 De maneira que antes , a o contrario , [lhe aveisde] perdoar,
e confolar , para que d’a demafiada trifteza o tal em maneira alguã
•devorado naó feja, 8 Po-
AOS CORINTHIOS. Cap. III. 393
$ Poloque vos rogo que pera com elle a caridade confirmeis.
9 Porque também para iífo vos efcrcvi, pera vofia provaçaõ fia»
ber, fe em tudo obedientes fois.
10 E a o que coufa alguã perdoardes , também eu [lhe perdoo’.]
Porque fe também eu [cou/a alguã] perdoei , aquem perdoado [* ]
tenho, por amor de vos em prefença de Chrifto [o fi]
* : Paraque *
* de Satanás vencidos naõ lejamos. násfobre
íi Porque feus * penlàmentos naõ ignoramos. nos nada
12 ’No demais, c como a Troas vim pera o Euangelho deChrifto ganhe.
[pregar J, e abrindoíc me porta em o Senhor , em meu elpirito re- * Ou, ar-
naõ tive, por a Tito meu irmaõ naõ achar. dys.
Porem defpedindome d’clles, me parti pera Macedonia. r
14 E graças a Deus , que fempre em Chrifto triunfar nos faz,
d c por nosoutros em todo lugar o cheiro de íeu conhecimento ma- dcohff. i:
nifefta. . .
Porque para Deus hum bom cheiro de Chrifto fomos , em os
que fe falvam, e em os que fe perdem.
ió e Para eftes certamente cheiro de morte , pera morte : mas
para aquelles cheiro de vida, pera vida. E pera eftas coufas quem eEuc- 2! 5 4
* Ou , juf-
he * idóneo ?
Porque, como muytos , a vender a palavra de Deus naó tra
zemos, antes como de íinceridade, antes como de Deus, em pre
fença de Deus, cm Chrifto a falíamos.
Capitulo IIL
j 'Dá o Apostolo razao porque o miniftcrio do Euangelho 'no fim d3o Capitule,
precedente affi exalçara , e apella primeiramente a experiencia dos mesmos Co
rinthios, que por efle feu minifierio convertidos foraõ. $ E acrecenta, que ella
virtude naõ fora de fi, mas de Deus. 6 O que prova pela comparaçaõ d'o mi-
nifterio de Moyfes, o qual chama letra matante, imprcffa em taboas de pedras,
e minifierio de condenaçaõ, que nao permanece > E do minifierio dlos Apoftolos
0 qual chama minifierio do Efpirito , da vida e juftiça que fempre permanece.
Declara que fobre a face de Moyfes eflava hum véo-> e também 'na lição dia
Eey, affi que os Judeos o fim d’ella naõ entendiaõ. 16 fois efie véo (e tirara
deíles , quando a Deus convertidos ferem. 17 Pias que 0 minifierio do Novo
claro, e 0 meyo pelo qual 0 Efpirito d’o Senhor eftá efficaz pera
Capitulo IV
I Tefiifica 0 Apostolo que fineera e laram ente propoem e Euangelho de Chrlffo «
as confciencias de todos os homens. 3 Affi que fie a alguém eftá encuberto , encu
berto efiâ a os que perecem> e cujos Jentidos 0 Satanás cegou-, 5 Qie toda via efta
'virtude naõ he d'os miniftros , mas de Cbrifto e de Deus que alumia os cora-
çoes. 8 Que também efta 'virtude maravilhofiamente fi manifefta em os mesmos
Apoftolos de Chrifto, 'no 'vencer de qualquer tribulações , que lhes cada dia fio-
brevinhao. J j Despois poem 'varias razoes de confolaçoes , com que a fi mes
mos e a outros confortai) ■, tomadas d’o exemplo de David -, 14 D'a falutaria
■ refurreiçaõ i 1$ D’a gratidao por taes livramentos -, 16 D’a renovaçaõ d'o ho
mem interior^ 17 E ultimamente d’a grandeza d'a gloria eterna que a iffio ha
fitguir.
I T)olo que efte minifierio tendo, fegundo a mifericordia quefei-
. ta nos foy, naó desfalecemos.
2 Antes ja as cuberturas de vergonha regeitamos, a naó andando 4 2:
com aílucia, nem a palavra de Deus falíificando, mas b pela mani- *7-
feftaçaó d’a verdade gratos a nos mesmos nos fazendo a toda con-^ ^T’^
fciencia de homens, em a prefença de Deus. 15
3 Porem fe também noífo Euangelho eftá encuberto, para os i.Thejfi.z'.
c que fe perdem encuberto ella: io.
4. Em os quaes o Deus d’efte feculo d os entendimentos cegou, dlfiay,10,
[a fiaher os 1 d’os incrédulos, peraque lhes naó refplandeça a illumi- í<,4-l2‘4o.
naçaó d?o Euangelho d’a gloria de Chrifto , que a imagern de p/^/’
Deus he. Coloff.'\-
5 Porque naó nos pregamos a nos mesmos, fenaó aChrifto Jefu, i^. *
o Senhor: e a nos mefmos, [que] voflòs fervos, por amor de JefusHebr. 1:3.
[fomos ].
6 Porque o Deus f que difle, que d’as trevas a luz refplandecefle, fGen. 1:3.
he g o que em noflos coraçoés relplandeceu , pera illuminaçaó d’o£1f^'
conhecimento d’a gloria de Deus em a face de Jefu Chrifto. hz^Cor
7 Porem efte thelouro h em vafos de barro temos, peraque a ex- ' I.' °r'
ccllencia d’a eflicacia feja i de Deus, e naõ de nos. i ícorit
Ddd x 8 fC?-
II. EPISTOLA DE S. PAULO
8 [Ctw] aquelles que em tudo atribulados fomos , porem nam
cftreitâdos: duridofos, porem naó desmayados.
9 Perfeguidos, porem naó defemparados: abatidos, porem naõ
perdidos:
k Rom. 8: io k Sempre por todas as partes a mortilicaçaõ d’o Senhor Jefus
^no corpo trazendo , peraque também a vida de Jefus em noífos
2. Tim. 2: 11 Porque fempre nos, os que vivemos , por amor de Jefus en-
ii. ii. tregues a a morte fomos , m peraque também a vida de Jelus em
I. Pedr.^: noífa carne mortal fe manifefte.
mn n 1 1- n nnp nnrr»i ibrz\n n *- zw»
Ca-
AOS CORINTHIOS. Cap. V- P7
Capitulo V
2 Adianta o Apofiolo 'na defcripçaõ a'a efperança d'a falvaçaõ pela qual fomos
aflegurados , que fe efte corpo _ que he o tabernáculo terreftre, fe quebranta te
mos hua habitaçaõ eterna em o ceo. 4 Com que defeyamos de ferem jobreveslidos ;
6 Idfto que até quando habitamos diefte corpo, peregrinamos d’o Senhor, 9 Se\a
pois cadaqual diligente pera lhe agradar, lo Vifio que nos todos devemos com
parecer perante 0 tribunal de Chrifto
* u Por iflo também teftifica fua dili
gencia entre elles. 11 Naõ pera louvar a fi mesmo > mas pera lhes dar matéria
de gloria\aõ contra os faljos Apoftolos, 1$. Enfina que Chrifto por todos mor
reu e rejufcitou > peraque todos lhe vivefem. 16 Poloque a ninguém por adiante
conhece mais fegundo a carne. 17 Mas fegundo a nova criaiaõ , que he de Deus
gm Chrifto. 19 Paraque elles > como Embaixadores de Deus, faÓ ujados , pera-
os homens com Deus em Chrifto reconciliar.
i TJorque bem fabemos que, fc nofla a cafa terreílre d'eíle taber- 42.C0r.47.
naculo fe desfizer, hum edifício de Deus temos, huã cafa naõ
feita de maós, [porem] eterna em os ceos.
2 h Porque por iflo também gememos , defejando fobreveílidos b Rom. 8 :
fer de nofla habitaçaó que d’o ceo he. 2J.
3 c Se também veflidos, [/] naõ nuos, achados formos. c Apoc. 3;
4 Porque também nos, os que’nelte tabernáculo eftamos, de car e18.16 : ç.
regados gememos : porquanto naó defpidos , fenaó fobreveílidos dRom 8;II.
ler queremos : d peraque o mortal, d'a vida devorado feja. I • Cor. 15 ;
ç Ora o que para iflo meimo nos preparou , he Deus , e o qual 33 *
também as arras d’o Efpirito nos deu. e Rom.3'.] 4,
6 Poloque fempre bom animo temos , c fabemos que ’no corpo 1 Cor 1,22.
habitando d’o Senhor * auíentes andamos. I 23.
7 f (Porque por fé andamos [ej naó por vifla.) *Ou, pere-
8 Porem bom animo temos , e mais nosapráz fora d’o corpo pe- grifamos
regrinar, e com o Senhor habitar. f‘ I Cor.
" 13;
V Poloque também muyto dcíejamos, de , ou prefentes, ou au- 12.
fentesj agradaveis lhe lermos. 2- Cor. 3 :
10 g Porque todos devemos * cõparecer ante o Tribunal deChri- 18,
fio, h pera que cada hum ’no corpo leve fegundo o que feito tiver,
ou bem , ou mal. uÂ.I4;k>.
11 Afli que fabendo o terror d’o Senhor , aos homens á féperfua- *O llw4»z-*
dimos, e a Deus manifeflos fomos : porem também efpcro que em feftosfer.
voflas confciencias manifeflos eflamos. b Pfal. 62;
1 Ddd 3 12 i Por- ICV*3 T • 7 A
<>32:19. Matt. 16:27» Rom. 2:6. «I4>:i2» L.Cor. Galaf.ó:'). Apoc.z: *
23. e 22: 12.
II. EPISTOLA DE S. PAULO
iiCory.Y. ti / Porque para com vofeo outra vez nos naõ encomendamos:
eio: 8. Mas damos vos ocafiaó de de nos vos gloriar: peraque tenhaes
rejponder] a os que ’na face, e naõ [ coraçaó fe gloriam.
•-< •1$ Porque feja que trefvaliemos , para Deus [trejvaliamos^: feja
que em bom fifo eftejamos, para vosoutros [0 eflámos^.
14 Porque a caridade de Chrifto nos conftrange.
1? Tendo ifto por refolvido, que fe hum por todos morreu, lo-
kRom. 14 : g° [fl^bem'] todos morrerão. E por todos [0 taQ morreu , *k p e.
pe-
7. raque os que vivem, naó vivaó mais pera fi, fenaõ pera aquelleque
Galat.110. por elles morreu e refufcitou.
1.27^5: 1 Afli que d’aqui por diante a ningué fegundo a carne conhe-
1 Pedr 4‘2 ccmos ’ e aindaque também a Chrifto fegundo a carne conhecido
* ajamos, todavia ja agora [fegundo a carne « J naõ conhecemos.
iMatt. 12
$0/ ’ 17 Afli que fe alguém em Chrifto eftá, nova criatura he: m ja as
loa iç: 14 coufas velhas paflaraõ, eis que tudo feito novo eftá.
Galat.^h. 18 E tudo ifto [vem'] de Deus, »o qual por Jefu Chrifto com fi-
í 6: 15. gO nos reconciliou, e o minifterio d’a reconciliação nos deu.
wlía '^' • -9 ° PorAue Ueus eftava em Chrifto com figo a o mundo recon-
C
m 3 ’ ciliando , feus pecados naõ lhes imputando j e em nos a palavra d’a
^Zii:s.reconciliaÇaó PÓS-
nColoff. 1: 20 Afli que p embaixadores d’a parte de Chrifto fomos, como fe
20. Deus por [weyo] noífo rogaflè : Rogamos [vos pois] d’a parte dc
i.Ioa. 2:2 Chrifto , que com Deus vos reconcilieis.
' 4: \°.’ 11 7 Porque a o que pecado naó conheceu, r pecado por nos M fez •
24^2$^ * Peraque nos ’nelle juftiça de Deus feitos foflemos.
ColojJ\ 1 : 20 P 2. Cor. 3 : 6. 7 ifay. 53 : 9. I. Pedr. 2 ; 22. I. loa. 3 ; e r Ifav. « ♦ iv
Rom. 8; 3. Galat. 3 :13. '
Capitulo VI.
I AmoePia Paulo a os Corinthios > que a graça , que como Embaixador de Chri-
Pioy lhes denunciara , em vaõ recebido nao ajac. 3 E relata quam -fielmente»
no meyo também de todas aS molePilas e affiiçoes , jeu miniflerio cowprira; 6 E
íuntamente com que virtudes e eflicacias d’o Efpirito feu trabalho acompahado
fóra. 12 Declara também fua grande affeiçaõ pera com elles. Y^ E pede a
mefrna <£elles pera com figo. I4 Amoejla os que nao fe ajuntem em jugo com os
infleis. 16 Nem tenhaõ communicaçaõ com os ídolos , porquanto os fieis templo de
V Mas 1uefe afartem delles. 18 Porquanto Deus he pae delles»
e elles jao feus filhos.
aY Cor.$'.9
bHebr,12; I T7 nos [como] a com [el/ej obrando , rogamos que a gra-
çade Deus cm vaõ recebido naõ ajaes, icPor-
A-OS CORINTHIOS. Cap.VI.
2- f Porque diz: Em tempo agradavel te ouvi, e ’no dia d’afalva-cJfay.4%t.
çaó te locorri ; vedes aqui agora o tempo agradavel , vedes aqui
agora o dia d’a falvaçaõ :
1 <Z Elcandalo nenhum em coufa alguã damos , paraque o mini-dRom.14.*
fterio vituperado naõ feja. ' 13.
4 Antes e em tudo como miniftros de Deus aprazíveis nos faze- T’ Cfír 10:
mos, f em muyta tolerância , em atfliçocs, em neceflidades, emetp’4.r
anguftias. \T
$ Em * açoutes , em pnloes , em revoltas, em trabalhos, em 2?.
ó Em * pureza , em fciencia , em longanimidade , em benigni- Cadas,
7 Em palavra de verdade ; em potência de Deus , por armas de
juftiça, ás direitas, e ás ezquerdas.
S Por honra e por deshonra, por infamia e por boa fama : como
enganadores, e [toda via] verdadeiros:
9 Como ignorados, erWmt] conhecidos: g como morrendo,gpyàZn8
c vedes aqui vivemos: como caftigados, e [ainda~\ naõ mortos. 18.
10 Como contriftados , porem fempre alegres : como pobres, 26:19.
porem a muytos enriquecendo: como nada tendo, e [todavia'] tudo
pofluindo.
11 Para com vofco, ó Corinthios, eftá aberta nofla boca, noífo
coraçaõ dilatado eftá.
12 Em nos eftreítos naõ eftaes, mas eftaes eftreitos em voífas en
tranhas.
13 Ora em recompenfa d’ifto , (A como a filhos fallo) vos dila-Z? 1,Cor.y.
tac vosoutros também. 14.
14 i Naõ * vos ajuntei em outro jugo com os infleis. * Porque J^^.7.2.
Capitulo VII.
X Tira 0 Apoftolo d'as precedentes promeffas de Deus hua nova exhortapao part
fanftificaçaõ. 2 £ torna a defender fua converjaçao entre elles. 3 Teftifica
fua fingular ajfeiçaÕ para com elles ’no meyo também de todas as tribulações,
affégurando juntamente a fi mefmo de fua pera com figo * 6 E "neste feu pa
recer com a vinda e teftimunho de Tito confirmado he. 8 E ainda que os por
fua rigurofa reprenfai, d3antes contrifiára, com tudo confeffa que efta trifteza fó-t.
ra tnfteza fegundo Deus. Io O que prova d'os fruitos d efta trifteza. 13 £
d?a alegria de Tito despois de fua tomada, 14 O qual tudo affi em elles expe-
rimentára i como 0 Apoftolo d’elles confiara.
T.Ptv/r. 4:dancia a falta d’os outros [fupra] , peraque também lua abundancia
io. [Jupra] voíla falta, peraque igualdade aja.
Como eftá efcrito: e O que muyto [colheu], naõ teve mais: e
hvfcçaõ Sue pouco, naõ teve menos.
eExod. 16: 56 Porem graças a Deus, que por vosoutros a mcfma diligencia
iS. ’no coraçaó de Tito * pós :
♦OujA’#. 17 Pois a exhortaçaó aceitou, e muy diligente para vosoutros
voluntariamente fe partiu.
18 E
AOS CORINTHIOS. Cap. VIII. 403
i$ E [ também] com elle enviamos a o irmaõ , que louvor ’no
Euangelho por todas as Igrejas tem.
19 E naõ lomente , mas também foy efcolhido d’as Igrejas
por companheiro de nofla viagem com efta merce, que por nosou-
rros he adminiftrada pera gloria d’o mefmo Snor, e promptidaõ de
voflb animo.
20 Evitando iílo , que ninguém nos vitupere ’neíla abundancia,
que por nos adminiílrada he.
f Como aquelles, que o que honeílo he procuramos , naõ fo-/r^5W> *2^
mente diante d’o Senhor , mas também diante d’os homens.
22 Com elles enviamos também a noflo irmaõ , a o qual muytas
vezes em muytas coufas ja provamos, que he diligente , e agora
ainda muyto mais diligente pola muyta confiança que para com
vofco [tem],
23 Seja Tito , meu companheiro d cbbperadór pera com
vofco he : Sejam noflos irmaõs, embaixadores d’as Igrejas, [/]
gloria de Chrifto fam.
24 Portanto , a prova de voflá caridade , e de nofla gloriaçaó
acerca de vos, perante a face d’as Igrejas, para com elles moftrae.
Capitulo IX.
Z Tefifica 0 Apoflolo que afaz eftá afegurado dá affeiçao d'os Corinthios pera
promover efa colheita. 3 E dá razac porque os ditos irmaõs adiante enviou 9
a faber - peraque todos em fua vinda preftes efiàrem. 6 ^ámoefia os a dar
liberal e voluntariamente com diverfas razoens > tomadas d’a liberal bençaò ca
ridade e graça de Deus fobre os que liberalmente femearáõ. 11 E dás graças
que fe por amor d'ifo daràõ Deus dás que Jeraõ participantes de Jua liberali
dade. 14 E d'as oraçoes ■> que elles farão a Deus por elles.
1 a porque d’a adminiftraçaõ que pera os fanétos [fe faz] , nao aálfl. n .
neceflito, eferevervos. 29.
2 Porque bem fei a promptidaõ de voflb animo , d’o qual para Rom.\S'-z6>
com os Macedonios acerca de vos me glorio , que ja Achaya deldo i-^16-* 24
anno paflado prelles efta5 e o zelo que de vos [começou] a muytos z,Cor‘
provocado tem.
3 Porem a eftes irmaõs enviei, paraque noflagloriaçaó acerca de
vosAiefta parte vaã naó leja : peraque (como ja difle) preftes eftar
poflaes.
4 Paraque fe a cafo comigo os Macedonios vierem, e defaperce-
Eee z bidos
404 II. EPISTOLA DE S. PAULO
bidos vos acharem , naõ nos envergonhemos a nós, (por a vos naõ
dizer) ’nefte firme fundamento de gloriaçaó.
5 Portanto tive por coufa neceflaria exhortara eftes irmaõs, que
primeiro a vosoutros vieífem, e primeiro voflá bendiçaó , ja d’an-
tes denunciada aparelhaflèm , peraque preftes efteja afli como ben-
. diçaó, e naõ como efcafleza.
bProv,!!, Ifto pOrem , b que o que efcaflamente feméa , também
Gatât 6‘ y.efcaflamente fegará; e o que em bendiçoens feméa, também em
s Deut. 15 -.bendiçoés fegará.
7 7 Cada qual [fapj como em [feuj coraçaõ propóé, * naõ com
JRow.n: 8. trifteza, ou * por neceflidade. d Porque Deus ama a o dador alegre.
♦Ou,§ £ poderolo he Deus pera toda graça em vos fazer abundar ,
^Exld^i0fempre , em tudo , toda iufficiencia tendo , em toda boa
obra abundeis.
9 Como eftá efcrito; e Derramou, a os pobres deu : fua juftiça
e Tfal. 112: permanece pera fempre.
9. 10 Ora aquelle que a femente a o que feméadá, também pam pe-
*Ou,comi-ríl * comer [wr] dé' ,- Le voflá fcmenteira multiplique , e os fruitos
da^ ou, de voflá juftiça augmente:• -J
manti- t
II
T 3
Peramie em rimo
-- Peraque j
tudo em
enriqueçaes em toda beneficencia, a qual
mento
*
• Ou, por * por nos obra [yue] graças a Deus [fe
kos para i~ Porque a adminiftraçaõ d’efte ferviço , naõ fomente a falta
tom Deus tf os fanétos fupre , mas també * abunda em [yae] muytas graças a
fazimevto DeUS [ fe ddm ].
graças 13 Porquanto pela prova d’efta adminiftraçaõ a Deus glorificaõ
*°Ou acerca d’a fubmiflaó de voflá confiflaó a o Euangelho de Chrifto, e
beneficencia d’a communicaçaõ pera com elles e pera com
fazámen- todos :
ttsdegra- 14. E por fua oraçaõ por vosoutros , tendo de vos faudades, por
{aspara caufa d?a excellente graça de Deus fobre vosoutros. :
rT ^SUS ^ra 8raÇas a Deus por feu ineftabil dom.
CA
*
AOS CORINTHIOS. Cap. X: +oj
I
Capitulo X.
1 Paulo, por caufa que alguns falfos Apoftolos entre elles diziaõ, que feu efc?ever
era bem autoritativo , mas Jua prefença de bem pouca autoridade; J Trata d*a
poteftade Apoftolica, que Deus lhe dera , pera confranger a os desobedientes em
Jua Igreja 4 Pois naõ por armas carnaes mas espirituaes que para iffo faõ
ejfcazes por Deus. 8 Porem que efa potefade lhe fora dada para edificaçaõ enaõ
para dtjlruicaõ. Io Que naõ Jomente eftando aufente por cartas , mas também
~ efando prefente por obras moftrará. 11 Que fortificado d’efa potefade 9
Euangelho até ali dilatara. 15 Aonde outros d1antes naõ trabalháraõ. 16 E
que ifto ainda cuidava fazer naõ Jó entre elles , para confortálos mas também
dias terras alem dlelles ftuadas, 17 Pois que diz ifo naõ pera a fi mefmo , fe*>
naõ pera gloriar a graça de Deus entre elles,
1 A lem d’ifto eu Paulo meímo, pela manfidam e benignidade de
k Chrifto, vos rogo , que prefente em verdade entre vos baixo
fou , porem aulente pera com volco atrevido:
2 Rogo pois, que quando preiente eftiver , atrevido naõ venha
a {er.com a confiança de que oufadamente * ellimado fou ufar com * Ou,cuida»
alguns, que nos eftimaó como íe fegundo a carne andafiemos. queufo,
3 Porque andando em a carne , naó militamos fegundo a carne.
4 Porque as armas de nofiã milicia naõ fam carnaes , fenaõ po- aEphef 6:
derofas por Deus, pera deftruiçaõ de fortalezas. T3- &c'
5 Pois deftruimos confelhos, e toda alteza que contra o conheci-
mento de Deus fe levanta, e a obediência de Chrifto a todo enten
dimento preío levamos.
6 E eftamos preftes para toda defobediencia vingar , quando ja
vofia obediência cumprida for.
7 Atentaes vos para o que diante d’os olhos eftá ? Se alguém de
fi mefmo confia que de Chrifto he , penfe c tal outra vez ifto com
figo mefmo, que como elle de Chrifto he, afii nos também de Chri
fto fomos.
8 Porque fe eu também ainda mais gloriar ne quifer de coufa al
guã de noífo poder , o qual o Senhor c pera edificaçaõ nos deu , e ci. Cor.iy,
naõ pera vofia deftruiçaõ, naõ me envergonhtrei: io.
9 Peraque naó pareça como fe por cartas espantar vos quiféra.
10 Porque as cartas (dizem) Iam em verdade graves e fortes, mas
a prefença d’o corpo he fraca, e a * palavra desirezivel. *O\i>faHa
11 Ifto penfe o tal , que quaes fomos em a palavra por cartas au-
fentes5 taes fomos também por obra prefentes.
Ece ? ii </Por-
4^ II. EPISTOLA DE S. PAULO
di-Cor.y.i. 12 Porque naõ oufamos a nos * contar , ou comparar com al-
ey: íi- guns, que a fi mefmos fe louvam: mas naõ entendem eftes que a fi
* Oif, cn- meímos com figo melmos fe medem , e a fi meimos com figo mes-
tiemeter. mos fe coirjpáraõ.
eEphef^, ij Porem nos naó gloriaremos fora de medida: <? fenaõque, con-
forme a a medida d’a regra d’a medida que Deus nos repartiu, tam
bém até vosoutros chegamos.
14 Porque naó nos eftendemos a nos mefmos mais d’o que con
vém , como fe até vosoutros naó ouveflèmos de chegar : pois tam
bém ja até vosoutros, em o Euangelho de Chrifto, chegamos.
i$ Naó nos gloriando fora de medida em trabalhos alheyos : an
tes tendo efperança , que, vindo voflá fé a crecer abundantemente
entre vosoutros engrandecidos feremos conforme â nofla regra:
16 Pera o Euangelho denunciar nos [lugaresJ que d’alem de vos
outros eíláó : J naó para em regra alheya nos gloriar acerca d’o
que ja aparelhado eftá.
fljay. 6$ : 17 /Porem o que fe gloria, em o Senhor fe glorie.
. 18 £ Eorque naó o que a fi melmo fe louva, fenaõ o a quem louva
i cÂr.i.-ju 0 Senhor, efle o aprovado he.
g Prov, 27;
a. Capitulo XI.
I Teflifica 0 Apofiolo feu zelo acerca dos Corinthios pera conferválos Jna fimplici-
dade que em Chrifto eftá. j E 0$ amoefta que nao fe deixem dc sviar d'ella,
como Eva pelo Satanás enganada he, 4 Porquanto nao Somente nenhuns falfos
Apoftolos, mas também nenhum outro Apofiolo de Chrifto, lhes denunciar podia
algua outra couza que d’elle recebido nao tinhaó. 6 Porque naó-, como efies - a
fi mesmo entre elles gloriara, mas humilhara e nem ainda fofttnto tomára , como
todavia de outras Igrejas fizera. II Pois iflo naó fizera como fe naó tivera amor
pera com elles , 11 Mas jera privar os falfos Apoftolos de fua gloriaçaó, que
fe transfigurdvaÕ em Anjcs d’a luz, 16 E ainda que a demafiada gloriaçaó naó
convenha com a fabedoria, 18 Com tudo prova que ninguém d'eftes de coufa al
guã gloriar fe poffa, d‘a qual elle também Je gloriar naó poderia. 23 Antes ‘no
padecer e trabalhar por cauza de Chriflo a todos pajfava, 28 Alem d’o cui
dado que tinha de todas'as Igrejas, $1 E d’as mo/efiias que ‘no principio de
feu minifterio em Damaço fiiportára aonde fobre os muros d‘a cidade ‘nhum
cefio efcapdra.
Ca«
AOS CORINTHIOS, Cap. XIL 4o*
Capitulo XII.
1*0 Apoftolo querendo moftrar quam grande razao tem pera gloriar fobre outros 3
relata como foy arrebatado a o terceiro ceo , e ali ouviu o que nenhum homem
pronunciar pode. 7 Que por ifto hum Anjo de Satanás lhe para fua humilha-
- paõ dado fora } que lhe dava de punhadas ; 8 Contra quem tres vezes orara a
Deus j e cobrara repofta que a graça de Deus lhe baftante avería de fer. 10 Q)ue
por ifto antes gloriava em fua fraqueza e humildade- 11 Dxcufa a fi mejmo que
tornava a gloriar d3as verdadeiras marcas de feu Apoftolado entre elles. 12 Que
toda via elles cm verdade baftantemente experimentaraÕ. 14 Testifica que ago
ra a terceira vez virá a elles Jem fer lhes em maneira nenhuã em cargo,
IÓ Como outros d?elle enviados j nem também Tito , em coifa nenhuã lhes em
cargo foraõ. 20 Avifa os finalmente que as faltas de contendas , altiveza > for
nicação j &c. entre fi emmendem antes de fua vinda 3 pera que pera feu pezar
nao ferá necesfitado de ufar fobre os taes de fua poteftade Apojlolica.
i tm verdade que gloriar me naõ convém. Porque virei ás vi-
^foens e revelaçoens d’o Suor.
2 a Hum homem em Chrifto conheço cu , que, antes de cator- a Aã. 9: 5,
ze annos (fe ’no corpo , naõ o fei : íe fora d’o corpo , naó o fei: *7°
Deus o fabe) foy arrebatado até o terceiro Ceo. i.Cw.15: 8O
3 E fei que o tal homem (fe ’no corpo, fe fora d’o corpo, naõ o
fei: Deus o fabe):
4 Foy arrebatado a o parayfo, e ouvio palavras ineffaveis, que a
o homem naõ he licito fallar.
5 De hum tal me gloriarei eu, mas de my mefmo naõme gloria
rei, fenaó em minhas fraquezas.
6 Porque fe gloriar me quifer , necio naõ ferei : Porque a ver
dade direi: Porem * deixo porque ninguém demycuidemais *
d’o que em my vé, ou de my ouve. []•
/*
7 E porque pela excellencia d’as revelações me naõexalçafle, me
foy dado hú eipinho ’na carne , ff/ábefj hum Anjo de Satanás,
b pera me abofetear, peraque me naõ exalçafle. blob.w, 6.
8 Sobre o que tres vezes a o Senhor orei, para que de myfedcs-
viafle,
< 9 E difle me: Minha graça te bafta: porque minha potência em
a fraqueza fe cumpre. Afli que de melhormente antes em minhas
fraquezas me gloriarei, peraque a potência de Chriflo em my habite.
10 Portanto prazer tenho em fraquezas, em injurias, em necefli-
dades, em perfeguiçoés, em anguftias por amor de Chriflo. Por
que quando eflou fraco, entonces poderofo fou.
Fff xi Necio
4i« IT. EPISTOLA DE S. PAULO
íi Nccio fuy em me gloriar: vos me conftrangeíles ; que dc
ci.Cor.1^ vosoutros avia eu dc fer louvado , c pois em coufa nenhuá interior
io fuy a os mais excellentcs Apoftolos, ainda que nada fou.
d i.Cor.9:1. íi d Effeituadas foraó entre vosoutros em toda paciência as mar
cas de Apollolo, com íinaes, prodígios, e maravilhas.
*.
ei.Cor.9 Porque que ha, em que as outras Igrejas inferiores foftes, e fe-
x naõ [ew] que cu mefmo em cargo vos naó fuy, perdoaeme efle
^11.9. agravo.
14 Vedes me aqui preltes eftou pera a terceira vez a vosoutros
fAfi. 20 : vir, e em cargo vos naó lerei. /Porque naó bulco o voflo , fenaõ
3L a vós. Porque naó devem os filhos entefo urar pera os paes , fenaõ
os paes pera os filhos.
15 Eu porem de muy boamente gaitarei, e por voflas almas ga-
Z 2. Cor. 6 : ftar me deixarei , ainda que g amando vos tanto mais , feja amado
lis menos.
16 Porem feja afli, que em cargo vos naõ fuy : mas como era
*Ou>^w- aítuto, por engano vos * tomei.
’7 Porventura, por algum d’os que vos enviei , de vos me apro
veitei.
«8 A Tito roguei, e com elle a o irmaõenviei; porventuraTito
de vosle aproveitou? Porventura naó andámos em o mefmo efpiri
to? cm as mefmas pifadas?
19 Cuidaes * ainda que com vofco nos defeulpámos ? Perante
iv's" Deus em Chrifto falíamos : E tudo iíto, ó amados, pera vofláedi
ficação.
20 Porque temo que quando viér , vos naó ache em maneira al
guã taes, quaes eu quifera : c cu de vos achado leja tal , qual vos
outros naó quifereis: para que em maneiraalguãpendências, enve-
jas , iras , porfias , detraeçoés, mexericos , inchaçoens , c fedi-
çoês naó [aja].
21 Paraque outra vez, quando vier, me naó humilhe meu Deus
pera com vofco, e chore por muytos d’os que d’antes pccáraó , e
[aitida] fe naó arrependéraó d’a immundicia , e fornicaçaó , e des-
boneíiidade, que cometéraõ.
C A-
AOS CORINTHIOS. Cap. XIII. 414
C.4PITULO XIII.
I Teftific* o Apoftolo outra vez. 3 fe os pecados precedentes naõ fe emmendem , que
fem algua dilapaõ pera cafligar a os obradores d3elles virá. 3 £ pera por obras
lhes rnauifefto fazer quam efficaz Chrifto 'nelle eftava, 5 Amoefia os, que es
quadrinhem a fi rnejmos fe Chrifto áielles eftá. 7 Dezena outra vez que com
bem fazer 0 cafiigo prevenhaò. <) E declara que entonces d'elles fe gozaria.
10 Jãftoque fua potefiade deve Jervir naopara deftruiçaõ> fenaó para edificaçaõ.
11 Conclúe entac aEpiftola com huã amoefiapaõ pera diverfas virtudes Chriftaãs;
12, Com a cofiumada jaudapaõ3 13 Ecom a orapaõ por elles a Deus Pae 3 rillo 3
e Efpirito Sanfto.
• .A
EPISTOLA
/
D O
APOSTOLO S. PAULO
Capitulo I.
X Despois a* a infcripçáõ d’a Epiílola 3 $ Cofumada faudaçao , 4 E agradeci
mento a Deusj 6 Reprende 0 Apofiolo ás Igrejas de Galada^ que taõ preflo *
d'a doutrina Apojlolica desviarão, 7 Fora d‘a qual toda via nenhuá outra pera
falvaçaõ ha. 8 Seja que Je pregajfe d hum Anjo. lo A qual elle também nao
de alguns homens, fenaõ d10 mesmo Senhor Jefus Chriíto aprendeu. I3 O que
prova de feu primeiro eflado e zelo *no Judaísmo j 16 E de Jua maravilhofa
converfaõ e vocaçaõ a 0 ApoítolAo \ 17 E ]untamente também porquanto Jen-
do ja chamado com os de mais Apojtolos, fobre a doutrina nao fallou 3 mas logo
para Arabia fe partiu. 11 E naõ viu a nenhum d'os Apojlolos • fenaõ a Pedro
e Jacobo ■> pajfados ja tres annos em feu minislerio- 21 E que despois outra
vez foy Je para Syria e Cilicia , nao fendo conhecido a as Igrejas de Judea fe
naõ de fama.
1 "H X aulo Apoftolo (naó [de parte"\ d’os homens , nem por ho-
«TifAAi. a mas por Jefu Chrifto, e Deus o Pae, qued’os
JL mortos o refufeitou). 2 E
AOS G A L A T A S. CaP. I. 41;
t E todos os irmaós que comigo eftam , ás Igrejas de Gala-
cia :
3 b Graça e paz de Deus Pae, e [A>] noífo Senhor Jefu Chrifto: b Rom v. 7.
4 c O qual fe deu a fi meímo por noflos pecados , pera nos tirar 1 <dor.\\z.
d’efte prefente mao mundo , fegundo a vontade de noífo Deus e
Pae. l.Pedr i;2.
$ A o qual feja gloria * para todo fempre. Amen. c Matt. 20;
28.
6 Maravilhome de que d’aquelle que á graça de Chrifto vos cha Galat,l:Zo,
mou , tam prefto a outro Euangelho traspaflados foftes. Ephejo 2.
7 Sendo que outro naó ha , fenaó que ha alguns d que vos in- Tit 2 . 14.
' quietam, e o Euangelho de Chrifto trastornar querem. Hebr.91 14,
8 e Porem ainda que nos, ou hum Anjo d’o Ceo, [coaja outra algud'} * Ou j por
vos Euangelizar de mais d’o que ja Euangelizado vos temos * ana- fectilos todos os
d’ot
thema ieja. ftculos.
9 Como d’antes temos dito , torno também agora a dizer ; Se dAdl 15: r.
alguém [coufa outra algud~\ vos Euangelizar de mais d’o que ja rece- eZ.Cor. 11;
belles, anathema feja. 4.
10 / Porque * prego eu agora a homens, ou a Deus ? g Ou pro fJfV mal-
curo a homens comprazer? Porque fe ainda a homens comprazera, dição, ou,
fervo de Chrifto naõ fora. amaldi
çoado.
11 h Mas faço vos laber , irmaõs , que o Euangelho que por my f^Theffz *.
denunciado foy, fegundo *os homens naõ he. 4-
12 1 Porque de homem algum o naó recebi, nem aprendi, fenaó * Ou, Per-
por revelaçaó de Jefu Chrifto. Juado eu
13 h Porque ja ouviftes qual antigamente meu trato em o Judaís agora a os
mo foy, que fobre maneira a Igreja de Deus perleguia, e a afloláva. ahomensyou Deus ?
• 4 E [cnm] ’no Judaifmo ventagem a muytos de minha idade em g lacob.44;
minha naçaõ levava : Sendo extremamente zelolo * d’as tradições h 1 Cor 15:
de meus paes. I.
15 / Mas quando prouve a Deus (que defdo ventre de minha maé * Oiij 0 ho
me íeparou, e por fua graça me chamou). mem,
De em my a feu Filho revelar , « peraque entre as Gentes o i Ephef 3 |
euangelizaflè, logo contelho n com carne e fangue naó tomei: 3•
k Adi. S: J.
7 Nem a Jerufalem tornei a os que ja antes de my Apoftolos e 9 : 1.
eram : antes a Arabia me fuy, e outra vez a Damafco me tornei. e 22: 4.
18 Defpois paífados tres annos, tornei a Jerufalem por a Pedro ei6: 9.
* vér, e com elle quinze dias fiquei. Phihp 36.
I. Tim. i ;
Fff 3 '19 E
u-
♦ Ou , de minhas tradiçõespaternaes. I Adi- 9 ' 1 f- e T 3 • 2. m Adi. 9! T$. e 13 : 2.
e22;2i. GAat.z 8. EpkeJ, 3:3. n Math IÓU7, * tvijiiar.
4i4 EPISTOLA DE S. PAULO
19 E a nenhum outro d’os Apoftolos vi, fenaó a Jacobo, 0 ír-
maõ d’o Senhor.
e j9’ 20 Ora d’as coufas que vos efcrevo, eis que 0 diante de Deus [vos
1 Cor.v.ii. teftlfico^ que naó minto.
*11:31, 21 Despois ás partes de Syria e de Cilicia vim.
uTheffzx. 22 E naó era conhecido de * vifta d’as Igrejas de Judea, que em
1. Tim, 5 : Chrifto eftám.
21.
l.Tim 4- 1. 23 Mas fomente tinham ouvido : Que aquelle qued’antcs
*oZroftô nos Per^eglda, agora a fé denuncia, a qual d’antes aflòláva.
24 E a Deus em my glorificavaó.
•>
i
Capitulo II.
1 Relata o Apoftolo que em Jerufalem com os principaes Apoftolos, Jacobo, Pe
dro, e Joaõ, fobre fiia doutrina conferira , eque elles a em todas fuas partes apro-
váraõ > fem tirar d’ella ou acrecentar a ella coufa algua. 3 Que a'Tito contra os
falfos irmaõs defendéra, pera que nao fojfe circuncidado- q &ue os Apoftolos para,
final d’a uniaõ ’na doutrina, a elle e a Barnabé a dextra de parçaria déraõ»
9 Com condição que elles entre as Gentes j e os outros Apofiolos entre os Judeos
pregafiem. Io Somente que entre as Gentes d’os pobres Judeos cuidado tive/fem.
12 Teflifica também que despois em Antiochia a 0 Apofiolo Pedro reprendeu,
porque avendo antes entre as Gentes ufado da liberdade Chriflaa . por amor de
alguns Judeos 0 deixou j e affi com {eu exemplo os Gentios a 0 Judaísmo levou.
IJ Despois prova que 0 homem naõ he yuflificado pelas obras d’a Ley fenaó
pela fé de Chriflo; 17 Pois que Chrifto por iffo naõ fe faz mimfiro de pecado;
19 Porquanto a fé em Chrifto também enfina e requere a mortificação ddos pe
cados e a vida nova. 21 E prova também que fe a juftiça foffe pela Ley > Chri
fto de balde morto feria.
Capitulo V
5 Avendo 0 Apofiolo declarado e provado a Uberdade d’os Chriftaòs d'o jugo d'a
Ley ) amoefla a os Gaiatas que ’nefla liberdade permaneçao , e perfeverem.
2 Que d1 234567*outra maneira Chriflo lhes naõ he proveitofo , y £ que a juftiça nao
fe alcança fenaõ pela fé operante pela caridade. 7 Protefta que a opinião d’os
falfos Doutores nao de Deus he ■> fenaó como o formento : e que. de Deus caftiga-
dos feráõ. Ii Que também inquflamente d’o nome d'o Apofiolo ufavao. 13 En
fina que (defta liberdade fe deve ufar com caridade d o proximo fem contenda.
ifAmoefta os que as concupifcencias d'a carne pela virtude d’o Efpirito ven-
fao. 17 Defcreve por iffo a batalha d’a carne contra 0 Efpirito em os fieis.
I9 Relata os fruitos d’a carne , 11 E d’o Efpirito. 24 Moflrando que effes
faõ os verdadeiros Chriftaòs que a carne pelo Espirito vencem.
« loa/S: 32.
Rom.6'.l8, 1 a J7 ftae pois firmes ’na liberdade com queChrifto nos libertou,
I. Pedr. 2 : e naõ torneis a b * embaraçar com o jugo de fervidam.
ló. 2 Vedes aqui, eu Paulo , vos digo , c que fe circuncidar vos
blfay. 9‘3’ deixardes, nada Chrifto vos aproveitará.
* Ou j dei ; E a proteftar torno a todo homem que circuncidar fe deixar
xar pren
der. que * obrigado eftá a toda a Ley * guardar. 9
cAft. I$:i. 4 Vazios eftaes de Chrifto, os que pela Leyljuftificar vos [quereis]
*O\A->deve- d á: graça cahido tendes.
dor he. 5 Porque pelo efpirito d’a fé a efperança d’a juftiça * aguarda-
*Q\i->fazer. mos.
* Our espe 6 ^Porque em Chrifto Jefu, nem a circuncifam temalguãvirtu-
a vjuv viu 1 uiu 11 v 111 cl Lll L U11C 11 ctlll ICIII dlg
ramos. j
I2« ^e’ nem P prepucio: Senaõ a fé, que e obra por caridade
d Matt. 12:
50. 7 Corríeis bem ■, f quem vos impediu de a verdade naó obede
loa. I$:i4« cerdes ? 8 *Efta
z.C<r.5:i7. G^.áil5. O/o/ijrii. e1. Thejf. I: 3. fGalat. 3:1.
AOS GALATAS. Cap. V
S * Efta perfuaíam naõ [ww] d’aquelle que vos chama. * Ou, Efle
9 g Pouco formento toda a maflã levéda. fentido.
10 h Confio de vos em o Senhor , que nenhuã outra coufa fenti-£
* c°?
reis : Mas aquelle que vos inquieta, o juizo levará, leja ellequem- ’ hz.Cor.z ’:
quer que fór. r
e 8 : 22.
11 Eu porem , irmaõs, fe ainda a circuncifam prégo , porque
logo perfeguido fou? z Aniquilado eftá ja logo oeícandalo d’acruz. i I. Cor* i•
ix k Oxalá também cortadosfoflèm os que inquietando vos andaõ!^ .JV
13 Porque vosoutros irmaós r â liberdade chamados foftes : l So-
mente d’a liberdade naó [«/*„] para ocafiaó á carne [dar], porem/. i.Cw.8;
por caridade huns a os outros vos fervi. 9.
14 m Porque toda a Ley em huã [fó] palavra fe * cumpre 5 [a 1* Pedr. 2:
faber] ’nefta; » Amarás a teu.proximo como a ty mefmo. I(í-
15 Porem 0 fe huns a os outros vos mordeise [wj devoraes,
olhae que também huns a os outros vos naõ confumaes. ™
16 Digo porem , pandae em Efpirito. E a concupifcencia
carne naó cumpraes. ra.
17 7 Porque acarne cobiça contra o Efpirito , e o Efpirito con- nEev. 19 ;
tra a carne: e eftes hum a o outro fe opoem 5 de maneira que o que 18-
querieis naõ façaes. Matt. 22:
18 Porem fe pelo Efpirito guiados fois , debaixo d’a Ley naõ Ix .
eftáes. *
gj
’9 r Ora manifeftas fam as obras d’a carne que fam adultério, lacob. 2:8.
fornicaçaó, immundicia, * difloluçaõ, *,
oz.Cor.u
20 Idolatria, * empeçonhamento ,, inimizades , porfias, emu- 2o-
laçoés , iras, pelejas, diflençoés, heregias, p Rom. 131
21 Envejas, homicídios, bebedices, glotonarias , e coufas fe- j 2.
melhantes a eftas : / d’as quaes d’antes vos digo, como ja também ' ’
d’antes vos difle, que os que taes coufas fazem , o Reyno de Deus^7?^ri<
naó herdaráõ. 2 &c.
ZZ t Mas o fruito d’o Efpirito he caridade, gozo, paz, longani- ri.Cor.y,
midade, benignidade, bondade, fé, manfidam, temperança. L
23 u Contra os taes naõ he a Ley. 3:i4«
14 x Porem os que deChrifto faõ, acarne crucificáraó com r /?«d
affeftos e concupilcencias. Ou'f e'it>.
*
_ 25 Se em Efpirito vivemos, também cm efpirito andemos. fdú.
Naõ fejamos cobiçofos de vaã gloria , huns aos outros 6:
tando, huns d’os outros enveja tendo. Io-
. SR} C a- colofa-.í.
Apoc.n:l<;. ul.Tm.l'.}. x Rom.6:6. elii 14. Galat- 2:10.
I. Pedr. 2; u.
iEPISTOLA DES. PAULO
Capitulo VI.
I 'Exhorta o Apoftolo a os Gaiatas para diverfas 'virtudes Chriftaas , a faber» pa.
ra manfdab 3no reprender d3os que por fraqueza pecaõ-, 2 Para mutua tolerân
cia ; 3 Para exame e fentimento humilde de fi mesmos j 6 Para foftentapao
Pos pajlores j 7 Pera atentar a o que femeamos ; 9 E para liberalidade a
os pobres > principalmente a os féis- II Despois d3iflo conclue a carta» mofran-
do como os ama c eftima. 11 E avifando os d3os falfos Apoftolos , cu\a ambi-
pao e hypocrifa defcreve , 14 £ feu proprio exemplo lhes opoem. Iy Enfina
brevemente em que confifle 0 verdadeiro Chrifliamfmo , e 0 que efte tem por efpe-
rar. Yq Amoefla que ninguém d3aqui por diante lhe enfade » 18 E acaba com
a coftumada faudapao.
a Rom. 14’. 1 a Jrmaõs, fe também algum homem em offenfa alguã fobrcfal-
** teado fór , vos que efpirituaes fois , a o tal com elpirito de
x' maníidaõ encaminhaej atentando para ty mefmo , porque também
1. Cor. 9 ii, x r 1
atentado naõ fejas.
b Matt.11: 2 'b Os huns as cargas d‘os outros levae : c affi a Ley de Chrifto
Rom I $:1. 3 Porque fe alguém coufa alguã fer cuida, nada fendo, a íi mef-
I. Theff. 5 : mo em * [fua] fantafta fe engana.
14. 4 Mas cadahum fua própria obra prove, e entoncesem íi fó meí-
* Ou, feu mo gloriaçaó terá e naõ em outro.I
iwwíbOU) 5 c Porque— ' própria carga levará.
cadaqual fua
penfamen- 6 í/Eo que ’na palavra inftruido he, de todos [feus] bens reparta
to»Q\iÂfua
imagina- com aquelle que [0] inftrue.
fao, ou , 7 e Naõ erreis : Deus naó fe deixa efcarnecer: f porque [tudo]
opinião. o que o homem femeár, iílo também fegará.
c Pj. 62: 13. 8 Porque o que em fua carne femeár j d’a carne corrupção fega-
Jer.\q 10 • rá: porem o que em o Efpirito femeár j d’o Efpirito a vida eterna
«>31: 19.‘ fegará.
Matt. 16:
17. 9 g Porem ’no bem fazer, naõ desfaleçamos , porque a feu tem-
Rom.2\ 6. po fegarémos, fe nos naõ * deleixarmos.
e 14’ 11. 110 Affi que entre tanto que tempo temos , a todos bem faça-
1. Cor. 3: s. mos: porem h mayormente a os domeílicos d’a fé.
l.Cor.Ç:10.
11 Olhae quam larga carta de minha maõ vos efcreví.
Apoci:i^, 11 Todos os que em a carne boa aparência moftrar querem , effes
e 11:11.
d Rom. 1 ç ;• a vos circuneidar vos conftrangem, por íomente , a caufa d’a cruz
27; ’ de Chrifto
Chrilto perfeguidos naõ ferem.
lerem. 13 Por-
I.Cor.9:n, e Cor, 6:10. fLuc. 16 ; 1$. g Theff. 3:13. * Ou»enfraquecermos, h 1. Tim. 5; $•
AOS GALATAS. Cap. VI. 423
13 Porque nem ainda os mefmos que fe circuncidaõ, a Ley guar
dam : mas querem que vos circuncideis, por em voífa carne feglo
riarem.
14 Mas longe efteja de my gloriarme , fenaõ em a cruz de noífo
Senhor Jefu Chrifto , pelo qual o mundo me he crucificado a my,
c eu a o mundo.
i) i Porque em Chrifto Jefu , nem a circuncifaõ virtude alguã ; Matt. ix:
tem, nem o prepucio, lenaõ a nova criatura. ^o.
16 k E todos quantos conforme a efta regra andáré, paz e miferi- loa. 15:14.
cordia íobre elles, e fobre o líraêl de Deus [averd]. 2 Cor 5.16.
17 ’No de mais ninguém moleftia me dé: l porque as marcas d’o Gaíat'5'6 *
Senhor Jefus em meu corpo trago. Colojj. 3.
18 A graça de noífo Senhor Jefu Chrifto feja, irmaós, com vof- kP/al.n^
ío efpirito. Amen.
ll.Cor. 4 :
Eícrita de Roma a os Gaiatas. 10,
Fim d’a Efiftola do Apoftolo S. Paulo a os Galatasi
T
114
E P I S T O L A
D O
APOSTOLO S. PAULO
AOS
E 2 H E S I O s. 1
C A P I T .U L o I.
I Defpois d’a coftumada infcripçao . Agradece o Apofiolo a Deus por todas ac
bendiçoes efpirituaes com que em Chrifto abençoados fomos
* 4 A faber que
*nelle desd'ábeterno xeleitos, 5 £ pera adopçaÕ em filhos predeftinados, 7 E
por feu fangue com Deus reconciliados fomos. 8 Que pelo Euangelho nos cha
mou > Io E que todos os efeolhidos por elle em hum ajuntados eftáõ, ajfi os que em
os ceos . como os que efiao em a terra. 13 Que também os Epheftos que crém
em Chrifto entre elles eftáõ5 avendo s pera certeza d iffo^ recebido as arras d’o
■Efpirito. j 5 Roga entaõ a Deus que 'niffo de mais em mais feu entendimento
illuminar queira > I? E por feu Espirito dar a fentir qual feja a força d*a po
tência de fua operaçaõ em tudo ifio; lo Que he a mefma pela qual a Chrifto
d’os mortos refufeitado e a fua dlextra exalçado tem-, 22 Pera Jer a cabeça de
fua Igreja.
aRom.i: 7 1 "í 'l aulo Apoftolo de Jefu Chrifto pela vontade de Deus , ** a
l.Cor. 1: 2, os fanétos que eftáõ em Ephefo, e fieis em Chrifto Jefu:
ZCor. 1:1. 2 ^Graça e paz de Deus noflo pae , e d’o Senhor Jefu
b Galat. I;
3* Chrifto ajaes.
l.Pedr.TM. 3 Bendito feja <o Deus e Pae de noflo Senhor Jefu Chrifto, o
c 2. Cor. 1 : qual nos bendífle com toda bendiçaõ efpiritual em o Ceo em
3* Chrifto.
1.j Pedr.UZ
* e 4 d Como ’nelle nos élegeu antes d’a fundaçaõ d’o mundo,, * pe-
kJVIÃJV/ 4JV11V- xxvcr — — —-------------------------- ~’J *
" ;
Capitulo II.
I O Apoftolo pera mofirar * grandeza d'o beneficio que Deus nos faz em noffa re-
ftauraçaò, relata 0 miferavft eflado d’0 qual livrados fomos, 4 E declara que
Deus > de pura graça , efiando nos ainda mortos em pecado , juntamente com
Chrifto nos vivificou, e em os ceos affentar fez. 8 Que pois falvos fomos pela
fé, e nao pelas obras. To Mas que Deus'nos em Chrifto pera obras boas criou,
II Teftifica também que os Gentios fora d’o concerto de Deus eftávaõ efemejpe-
rança d’a falvaçaõ. 1$ Mas que agora em Chrifio , que a parede d’o aparta
mento e a Ley d'as ordenanças tirou, d'efta graça participantes eraõ. 17 Polo
que affi os Judeos como os Gentios pelo Euangelho fe chamoÕ > e por hum Efpi
rito a Deus entrada tem. 19 D'onde conclue que elles juntamente fobre 0 fun
damento d'os Prophetas e Apoftolos edificados jaÕ^ cuja pedra de esquina Chriflo
he. 21 E iffo para hum Templo e habitaçao de Deus*
a Rom y.6. 1 a p [também vos vivificou] eftando vos mortos em offenfas e peca-
Coloff. 2 : dos,
12. * Em que cPantes andaftes fegundo o feculo d’efte mundo, fe-
b 1. Cor. 6: gundo o j Príncipe d’a poteftade d’o ar■ , d’o efpirito que agora em
11. . ...................................
os filhos de delobediencia .....óbra.
Coloff 3:7. 3 Entre os quaes também todos nos outros d’antes andavamos em
Tit 3 : 1. os defejos de nofla carne , fazendo a vontade d’a. carne e d’os pen-
cloa. 11 3 I.
e 14’. 30. famentos j e dc natureza éramos filhos de ira, como também os de
e 16: ri. mais.
Eph.6'. 12. 4 Porem Deus, que he rico em mifericordia, por fua muy ta ca
ridade, com que nos amou,
d Rom.6 8. 5 Eftando nos ainda mortos em [noffas] offenfas , d juntamente
ê>S : 11. com Chrifto nos vivificou, ( e dc graça falvos eftaes).
Coloff. 3:1. 6 E juntamente [nos] refufeitou , e afientar [nos] fez em os
2.
* Aft. 1$ : Ceos * em Chrifto Jelu.
II. 7 Pera que ’nos feculos vindouros as abundantes riquezas de fu<
Tit. 3:«>. graça moftraflè, por [fua] benignidade pera com nofco em Chrifto
♦Ou, jun- jeiu.
tamente 3 Porque de çrraça eftaes falvos pela fé, c iftonaõdevos;
com Chri- 11 A 1 * L Z. d
ftojefu. dom dc DeUS he‘ 9 Naõ
f Matt. 16 17. Ephef. I : 17.
AOS EPHESIOS. Cap. TL
$ Naõ por obras, g peraque ninguém íe glorie. g Rom. 3:
Porque feitura íua fomos, criados em Chrifto Jefu pera boas
obras, as quaes Deus preparou peraque’nellas andaffemos. 1 *
11 Portanto lembraevos de que vos , que d’antes Gentios em a
carne éreis , e chamados prepucio d’os que em a carne fc charnaó 17-
circunciiam, que com a maõ fe faz: £/>/v/.i!4.
11 Que "naquellc tempo fem Chrifto eftaveis, alienados d’’a re- ^4:14.
publica de Ifraèl, e eftrangeiros * d’os concertos d'as prometias, T'd.2: 14,
naó tendo efperança, e lem Deus cm o mundo. iRom 9:4
13 Mas agora em Chrifto Jefu , vos que d’antes longe eftaveis,
ja pelo langue de Chrifto perto chegaftes.
14 f Porque elle he noífa paz, que d^eftes ambos hum fez 5 e k lfay- 9 5.
derribando a leparaçam d’a parede d’entre meyo, Matt. 4
‘5 Em fua carne as inimizades desfez, [a faber] a Ley d’os man loa.16: 3J.
í o: j 6.
damentos, [que] em tradições [con/ijlia] : pera em 11 mefmo a os Rom. 5 : i.
dous em hum novo homem criar, fazendo a paz- * Colojfv.lo.
16 E a ambos, pela cruz, com Deus em hum corpo reconciliar, * Ou j que-
’nella as inimizades matado. brando.
17 / E vindo elle , a paz vos Euangelizou, a vos os que longe ,
e a os que perto eftávam.
18 m porque por elle ambos entrada temos por hum [mefmo] Efpi- lfay- 57 :
rito a o Pae. ~ Epfc.\ 12
19 Adi que ja nem eftrangeiros nem forafteiros fois , fenaó con- w io ‘
cidadaós d’os íanétos, e » domefticos de Deus. 9,
20 0 Edificados p fobre o fundamento d’os xA.poftolos, c d’osPro- e 14: 6.
phetas, 7 de que Jefu Chrifto a fumma pedra d’a efquina he. Rom. 5 : 2.
21 r Em quem todo o edifício benrajuftado, / pera templo fanéto 3’1X-
cm o Senhor crece. 10 *
22 -Em quem também vos juntamente edificados eftaes pera mo- nyfàiat &
rada de Deus em efpirito. 10t
Dl, Cor. 3:9 IO. p lfay. 28 í ió. Matt. 16 : 18. I.Cer. ?: 10. a4poc.}l14
*
q I. Pedr. It 4 r Ephef 4:16. f l.Cor. 6 : 1Q- 2. Cí»7? 6 :
Hhh 1 Ca-
•0$ EPISTOLA DE S. PAULO
Capitulo III.
X Testifica Paulo que por caufa de fua condianda *na doutrina d’a votaf ao gratui
ta d os Gentio? prefo efiaw, 3 Que pela particular revelapaò de Deus tinha,
5 E que ella ^uos Jeculos precedentes de tal maneira a os homens nunca notificada,
éra. 7 Que por níinifiro d o Euangelho confiituido fora pera a mefma doutrina
entre os Gentios denuniar. lo E pela Igreja notificar a multiforme fabedoria
de Deus > até a os mefmos Anyos d'os ceos. IJ Amoefla os que naõ fc desmayem
em fuas affiiçoes 3 14 £ roga a Deus que de mais em mais os conforte > 17 Pera
que Gthrtflo por fé em feus coraçoes habite > iS E a largura > longura } pro-
fundura e altura defta graça e amor de Chriflo > comprender pojfao. 20 £ con-
clue com agradecimento a Deus
*
tA&. 21:1 Dor efta caufa [fou] eu Paulo <* o prifioneiro de Jefu Chrifto,
~ por vosoutros os Gentios.
z"x r> ^""2, 1-» ♦" « /"x r*
a
Hhh $ C A-
430 EPISTOLA DE S. PAULO
Capitulo IV
I Despois que 0 Apoftolo 'nos tres Capítulos precedentes a Doutrina d'o Euange
lho brevemente propofo tinha > propoem , fegundo feu cofiume em todas Juas Ep>i-
folas , a amoeftaçaõ para piedade : e exhorta os primeiramente em geral pera huã
vida feu chamamento decente ; 2 E fegundamente em particular pera toierancia
sna caridade ; 3 E terceiramevte pera paz, e concordia j e efa amoeftaçaõ com
muytas razoes confirma. 7 Teftifica entaõ que Chrifo despois de Jua ajeenjaõ a
0 ceo j a os homens vários dons deu; 11 £ diverjos ojficios como os de Apojlo-
los j Prophetas, Doutores, &c. infiituiu\ 12 Mas que todos firvaò para edi
ficaçaõ dda Igreja e conjèrvaçaõ d3ella 'na unidade d’a fé contra todos os erros j
16 tt}da 'v,a efla falutaria virtude de Chrifo , como d’a cabeça em todos
os membros emana. 17 Terna então a as amoeftaçoes geraes : e avja os que
nao andem como coftumavaõ quando ainda Gentios foraõ, 22 Mas queje despojem
d‘o Velho y 23 E fe viftaõ d'o novo homem. iq fftiie também deponhao as
mentiras 16 Nem deixem que 0 Jol fe ponha (obre Jua ira-, 28 Que naõ
furtem 29 Que evitem 0 torpe fallar , polo que 0 Efpirito Sanfto Je entrifle-
ce. 31 E toda forte de malicia , 32 Mas que perdoem huns a os outros co
rno também Deus em Chrifo nos perdoou.
Capitulo V
X Adianta, 0 Apoftolo >nas exhortapoes , e primeiramente para mutua caridade,
fegundo 0 exemplo de Deus e de Chriflo. 3 Amoefta os também de dár de mao
a toda deshoneflidade j avareza , que he idolatria, chocarrice > &c. e declara
que os taes 0 reyno d’os ceos naõ pojfuiráo. 8 E porquanto elles agora ’na luz
eftao , que andem como filhos d?a luz-, II Nem mais com as obras ddas trevas
comunhão tenhao, mas antes as reprendaõ. 1$ Que andem prudentemente 3 apro-
veitandofe como fabios d’o tempo. 18 Que nao fe embebedao d’o vinho , maâ
onchaõ fe do Efpirito. 2o Que cantem e pfalmodiem a 0 Senhor. 2( Exhor
ta geralmente que huns a os outros fe fugeitem em 0 temor de Deus. 22 Mas
efpecialmente as mulheres a feus maridos , como a Igreja a Chriflo fe fugeita.
Semelhantemente exhorta a os maridos - que amem a fuas mulheres como
Chriflo amou a fua Igreja, 28 E como alguém a feu proprio corpo ama. 29 Pro
va também d’a inflituiçae de Deus que marido e mulher faõ hua carne , apli
cando 0 juntamente a Chriflo e a fua Igreja} 33 E conclue com huã amoefla^
faõ a marido e mulher.
1 Ç ede pois imitadores de Deus como amados filhos:
0 Joa. 13 : 2 a E andae em caridade b como também Chrifto nos amou,
34. c c a fi mefmo por nos fe entregou em ofterta e facrificio a Deus ,
eI5:i2. cm fuave cheiro.
I. Thejf. 4: 3 d Mas fornicaçaó e toda immundicia, ou avareza , nem ainda
9. entre vos fe nomée, como a fanéhos convém :
.i.> 3:
*
23. 4 Nem * torpezas, nem parvoíces, nem chocarriccs , que naõ
*4: 21 convém : mas antes fazimentos de graças.
b Galat. 2*. 5 e Porque bem ifto fabeis, que nenhum fornicario, ou immun-
20. do, ou avarento, queheidolatra, tem herança?no Reyno deChri
Tit. 2: 14 fto e de Deus.
l.Pedr. 3 :
IS. 6 f Nin-
Hebr.l.l *9‘.I4. d Marc. 7: 21. Ephef.4 29.' Colojf. % ‘.5. * Ou , DeshwflMç
*
e l.Cor. 6 *,lo. Galahy.l?. Coloff . Apoc>22I123456},
AOS EPHESIOS. Cap. V 4B
- 6 7Ninguém vos engane com palavras vâas ; porque por eftas/^’ 2$:
coufas vem a ira de Deus fobre os filhos de defobediencia. ^íatt
7 Portanto íeus companheiros naõ fejaes. VA’!*
8 g Porque d’antes trevas éreis, mas agora fois luz em o Senhor: cnff(r%-
andae como filhos dc luz: jS.
9 (Porque o fruito d’o Efpirito em toda bondade, e juftiça, c i. Theff".a.’
verdade \_confij?e~\. ' y
1° Provando o que he agradavel a o Senhor. i.J^.4‘ i.
íi i E naõ comuniqueis com as obras infruétuofasd’as trevas, mas * ‘
antes também as redargui. Qalat. $ :
i1 Porque o que eftes em oculto fazem 5 torpe coufa he também 22.
dizélo. íMatt. 18:
13 h Mas todas eftas coufas fe manifeftaõ , d’a luz redarguidas 17-
fendo : porque tudo o que [_coufa a!gua~\ manifefta, luz he. i.CX 5*.
14 Poloque diz : /Defperta tu o que dormes, e levantate d’os r/°z.20'
mortos, e Chrifto te esclarecerá. 2 Theír
*''
15 m Portanto olhae como prudentemente andeis , naõ como ne- ’ I4. 5 ’
cios j fenaõ como fabios. k loa. 3:2o.
. 16 Redimindo o tempo: porquanto os diasfam maos. 21.
17 Poloque naõ fejaes imprudentes , 0 mas entendei qual feja a^^ * B•
vontade d’o Senhor.
18 p E naõ vos embebedeis com vinho , em que ha diflbluçaó , T’
mas encheivos d’o Efpirito: w c'o[ojj- 4.
19 q Fallando entre vos compfalmos, e hymnos, e cânticos efpi-
rituaes: cantando e pfalmodiando a o Senhor em voflb coraçaõ. nRom. 13
20 r Dando fempre graças por todas as coufas a [00/0] Deus e n-
Pae, em o nome de noflo Senhor Jefu Chrifto: oRom. 12:
21 Sugeitandovos huns a os outros em o temor de Deus. 2* ~
22/Vos mulheres fugeitaevos a voflòs proprios maridos , como 11
a o Senhor: pProv.iy.
23 t Porque o marido he a cabeça d’a mulher , « como também 29.
Chrifto a cabeça d’a Igreja : e elle [zw/zw] he o Salvador * cfo 1/7. ç:U.
corpo. 22,
24 Afli que como a Igreja fugeita a Chrifto eftá , afli [0 effejad'] L"c í^4'.
também ás mulheres a feus proprios maridos em tudo. ’
25 y Vos maridos amae a voflàs próprias mulheres, como também
lii Chri- i7.
I. Theff. iS. [Gen. 3: 16. 1 Cor. 14:34 Coloff". 3: 18. 7z?.2.
*$. I. Pear. 3: 1.
rt.C0r.Il: 3. uEphef.V.Zl. «-4: 1$ ■ Coloff \\iS. xRom. Ij;$. l.Cor iz; 27.
\ li- Coloff. 1124. y Coloff. $ ; 191
zGaht.i: Chrifto a fua Igreja amou, * e a fi mefmo por ella fe entregou:
4* . 2ó Peraque a lanétificafle, * purificando com o lavatorio d’a
agoa pela palavra.
i. Pedr. 3: Pera a fi mefmo a aprefentar fpor] Igreja gloriofa , que ma-
21. cuia, nem ruga, nem coufa lemelhantetiveflè: Mas fanéta e irre-
bQoloff i: prehenfivel folie.
22. 2& Afli •
“ devem os maridos amar a fuas próprias mulheres , como
a feus proprios corpos. Quê alua própria mulher ama , a fi mef
mo fe ama:
29 Porque ninguém jamais fua própria carne aborreceu , antes
* Ou j íow- a alimenta e * loltenta, como também o Senhor á Igreja.
Arz/J.
cR om.12:1). 3° c Porque membros de feu corpo, de fua carne , e de feus os-
1. Cor. 12 ; fos fomos.
27- 3 ’ d Portanto deixará o homem a feu pae e a fua maé , e * ajun-
/ Gen, i: tarfeha com fua mulher : E feraó os e dous em huã carne. -- --— 4
24- 32 Grande he efte myfterio: [o quel porem digo [ em refpeito] de
Chrift „ - . >
io e d’a Igreja.
^Ou^ 33 Afli também vosoutros cadahum em particular, cada qual n
garfeha a ^ua ptopria mulher como a íi melmo ame , e que a mulher a o ma-
fua mu rido tema.
lher. e I. Cor, 6 ; ló«
Capitulo VI.
I Procede 0 Apoftolo d devida obrigaçaõ fos "filhos acerca de feus paes > 4 E d^os
paes acerca de feus filhos. $ Entaõ d’os fervos acerca de Jeus Senhores, 9 E
d’os Senhores acerca de Jeus fervos. Io Exhorta os finalmente em geral de fe
rem fortes em 0 Senhor; 12 E defereve a aftucia e potência de Satanás , con
tra quem elles a batalha tem Ij Arma os contra elle com toda a armadura
de Deus , relatando a pontualmente. 18 Amoefta os alem d*iffo d continua ora-
fao. 19 E iffo também por elle para que em fua cadea 0 Euangelho Uvremen-
te fallar pojfa 21 Teftifica que para iffo mefmo a Tychico envia > para todos
Jeus negocios lhes notificar. 2 3 E conclue a Epijlola com defejo de paz e carida
de j com fé e graça.
a Colojf. 3 t
20 1 a TTosoutros filhos fede obedientes a voífos paes em o Senhor:
*.
kExod.iv porque ifto he jufto.
12- 2 Iíonrac a teu pae, e [atua] maé (que he o primeiro manda-
• mento com promefla).
3 Peraque te vá bem, c vivas muyto tempo fobre a terra.
&larc.~\ 1 q. 4 E
AOS EPIIESIOS. Cap. VI. 4??
’4 E vos paes naó provoqueis á ira a voflos filhos, t mas criaé os cDevt.6'.’j*
cm a * doutrina e amoeftacaó d’o Senhor. 20-
$ d Vos fervos obedecei a Senhores fegundo a carne, P/4/. ?S: 4.
Prov. 19 :
óom temor e tremor , em fimplicidade de voíTo coracaõ , como a 1S
• Chrifio. e 29: 17.
6 Naó fervi nd o a o olho, como a os homens comprazendo , fe- * Ou,t/z/u-
naó como fervos de Chrifio , fazendo de coraçaõ a vontade de plina.
Deus. d Coloff. 3 :
-7 Servindo de boa vontade a o Senhor , e naó a os homens. 22.
I. Ttm.6'. T.
S Sabendo que cadahum receberá d’o Senhor todo o bem que Tit. 2: 9.
fizer, feja fervo, feja livre. I. Pedr. 2 :
9 e E vos Senhores fazei o mefmo pera com elles , deixando as 1S-
ameaças 3 fabendo também que voflo * Senhor e o feu , ’nos Ceos e Coloff. 4X
efia , e j f pera com elle aceitaçaó de pefloas naó ha. I.
10 ’No de mais, irmaõs meus, esforçae vos em o Senhor, e em * mffrno Ou>voff9
Se
a força de fua potência. nhor j OUj
11 g Vefií vos.de toda a armadura de Deus, peraque \_firmes^\ efiár o Senhor
poffaes contra as aftutas ciladas d’o diabo. de vos
11 Porque naó temos a luta contra carne e fangue, fenaõ contra mesmos.
os principados , h> contra..... as poteftades , contra ...os poderofos d’o fDeut.io
* Iy
mundo, d’as trevas d’efte feculo, contra as malicias efpirituaes em
os * áres. Z.Chron.\t)'.
13 Portanto tomae i toda a armadura de Deus, peraque em o dia lob.7- 34: 19.
mao reíifiir poflàes, e avendo tudo effeituado, ficar [firmes~\.
14 k Efiae pois \_firmes~\ , cingidos voífos lombos com a verdade, Ron. 2: II.
l e veftidos com as couraças de juftiça: Galat. 2: 6.
15 E calçados os pés com a promptidaõ d’o Euangelho de paz. Coloff. 3 :
16 Tomando fobre tudo o efcudo d’a fé , com o qual todos os I. Pedr. I ;
dardos inflamados d’o maligno apagar poflaes. 17-
17 w Tomae também o capacéte d’a falvaçaõ 5 » e a efpada d’o g coiofff 3:
Efpirito, que he a palavra de Deus : íi.
18 Orando 0 em todo tempo com toda \_frte de~\ oraçaó, e fupli- LTheff.^'.
caçaó em Efpirito, e velando ’nifto com toda perfeverança , e fu-
plicaçaõ por todos os fanétos: h Eph.iyi.
* Ou j ceos.
19 E p por my, peraque palavra dada me feja cm abertura de mi i z£2or. io;
nha boca com confiança, pera notorio fazer o myfterio d’o Euan 4.
gelho. Iii 2 2o q ~Po- kLuc. íi;
I. Pedr. 1*$. llfay.W.17. Z.Cor.6'.7. ml/ay.^W l.Theff.ff.Z. nHebr.^wi. 35»
Apoc.z :íó. o Luc. 1S ; I. Rom, iz; 12. ColofJ. 4; 2. i.Thfff.5:17. p Ali. 4:29.
EPISTOLA DE S. PAULO
5: 10 7 Polo que embaixador fou r em huã cadea : peraque d’elle
20. confiadamente fallar pofla, como fallar me convém.
r Aã. 2$: 21/E peraque também vosoutros meus negocios faber poflaes j
fCol'ofl\4' W 0 9ue faÇ° j tu^° * Tychico, o irmaõ amado e fiel miniftro em
’ ’ o Senhor, vos notificará:
t Aã. 20: 11 O qual pera o mefmo fim « vos enviei, paraque noflos nego-
4 cios íaebaes, e elle voflos coraçoens confóle. •
Coiof.^, 23 Paz [feja] com os irmaós , e caridade com fé , de [parte de]
Tzr. j: 12. j)eus pae e d’o Senhor Jefu Chrifto.
ii. 5 14 A graça [/èja]9 com todos os que a noflo Senhor Jefu Chrifto
em incorrupçaó amaó. Amen.
Efcrita de Roma a os Ephefios, [<? enviada. J por Tychico
*
Fim da Epiftola <do Apoftolo S. Faulo a os Ephefios,
EPIS-
437
EPISTOLA
D O
APOSTOLO S. PAULO
AOS
PHILIP PENSES.
Capitulo I.
I Despois d’a infcripçao d*efta Epiftola e coflumada faudaçati 3 Declara 0
Apoftolo ■> que a Deus por caufa d'a comunicafaõ d,3os Philippenfes com 0 Euange
lho agradeça, 6 Confiando que 3nella, como também em todas as virtudes Chri-
ftaas, de mais em mais aviaõ de crecer. 12 Defcreve fuas affliçoes e prifoes,
que por amor d’o Euangelho padecia, e 0 fruito d’ellas. 1$ Enfina que 0 Euan
gelho de alguns de boa vontade e amor fe prega para feu alivio e d outros de
enveja e contenda para feu agravo em fuas prifoes; 19 Porem confia que ifto
para Jua falvaçaõ e engrandecimento de Qhrifto rejultará (eja por vida ou
por morte» 21 Teftifica que affi á hum como á outro aparelhado eftá, porquan
to 0 hum e 0 outro proveitofo éra, 0 eftdr 3navidai pola Igreja; 0 morrer, por
fi mefmo« 2$ E que espéra que por algum tempo ainda 3na vida ficará , para
ferviço da Igreja» 27 Acrecenta outra vez hua amoeftaçaè pera untai, per *
animofidáde e paciência 3nas affliçoes y 30 Seguindo feu exemplo»
Capitulo II.
I Exhorta 0 Apoftolo a os Philippenfes muy tenramente pera concordia. 3 E pera,
humildade e mutuo obfequio. 5 Propondo lhes por ifto 0 exemplo do Senhor Je
fu Chrifto j 6 0 qual fendo 0 verdadeiro Deus, de tal maneira fe aniquilou 3
que tomou nofta natureza humana e por nos ’na cruz morreu \ 9 E despois muy
eminentemente exalçado foy. 12 Acrecenta a ifto hua amoestaçao geral para
obediência, temor de Deus e qualquer virtudes Chriftaas. 1$ Pera como lu
minárias entre meyo d'os infiéis fe mostrarem. 17 Declara . fe em Roma ave-
ria de fer morto, que fobre ifto fe alegraria ? e que convenha que elles 0 mesmo
fzeftem. 19 Promete de prefto a Timotheo lhes enviar. 24 E espera de mes
mo vir a elles» 2$ Encomenda lhes muy intenfadamente feu pafór Epaphrodito,
que efta carta lhes levava, 26 Teftifica que 0 mefmo muy doente eftivêra po
rem que outra vez dl0 Senhor confortado fora, 29 Amoefta a os Philippenfes
que alegremente 0 recébaõ , viílo que por amor de feu ferviço ’no perigo de fua
vida estivera.
1 A fii que fe alguã confolaçaõ em Chrifto , fe algum * alivio de * Ou ,con-
^caridade, le alguã comunicaçaó de Efpirito, 1c alguns entra-
nhaveis afteétos e compaixoés ha. z Meu
*
44 EPISTOLA DE S. PAULO
aHom, ix: 2, Meu gozo cumpri, em que a o mefmo fintaes , amefmacarida-
l6, de tendo , de hum mefmo animo fendo > huã mefma coufa fen-
i.cVk/;tind°-
*
io. * 3 Nada por contenda, ou por vaã gloria [fafaet]: ^masporhu-
PAz/.jiió. mildade hum a o outro por maisexceljente que a fi proprio eftimc.
i. Ped.^:S. 4 c Naõ atenteis cadahum para o que he feu, mas cada qual [^z-
n : ;eJ também para o que d’os outros he.
y d Porque \awvein que\ elle fentido em vos aja , o qual também
í i cír io * em Chrifto Jefu.
kp. ' e Que fendo em forma de Deus, por rapina naõ teve , igual a
r 13: 5. Deus fér:
dMatt.n: 7 / Mas a fi mefmo fe aniquilou , g tomando forma de fervo, fei-
*
J9 to femelhante a os homens:
E achado cm forma como homem, a fi mefmo / fe humilhou,
1íi T Z * fend° obediente até a morte, e \_ejfa~] morte de cruz.
i. Iodi:ó. 9 k Poloque também Deus fupremamente o exalçou, e /hum
e í.Cer 4:4. nome lhe deu, que fobre todo nome he.
Coloflfiw1). 10 m Peraque a o nome de Jefus todo juelho fe dobre d’aquelles
Hebr.v. 13. que ’nos Ceos , e ’na terra, e debaixo d’a terra eftáõ :
fPJdl.v.6. 11 n £ toja lingoa confefle que Jefu Chrifto o Senhor he , pera
gloria de Deus Pae.
loã. 13:14. 11 Afli que , amados meus, como fempre obedeceftes , naõ fo-
hHebr. 2: mentc em minha prefença , mas muyto mais agora em minha au-
14.17. fencia, \_afli também} com temor e tremor voflá falvaçaõ obrae.
e 4: 15. 13 0 Porque Deus he o que em vos obra afli o querer , como o
iHebr.i:?. cffeituar, fegundo [/ica] boa vontade.
t Todas as coufas 7 fem murmurações e contendas fazei.
lHebr i\. Perac]ue irreprehenfiveis e fincéros fejaes, filhos dcDeus, in-
w j/iy.45: culpaveis em meyo de huã geraçaõ * avefla e perverfa: r entre os
23. quaes como luminárias ’no mundo refplandeceis.
Pom. 14 : 16 Levando diante a palavra d’a vida, / por gloriaçaõ minha cm
o dia de Chrifto, de que em vaõ corrido nem trabalhado tenho.
» Joa. 13: 17 E fe he que também por offerta de afperfam fobre a ofterta c
1 Q^g.^ ferviço de voífa fé offerecido fór , t folgo , e comvofco todos me
tf 12:3. gozo.
• i.Cor. 3: J8 E vós tambcm d’o mefmo vos gozae , c também comigo vos
í- alegrae. £
a II *
17 ’ * Peíír- 2; Ix- f T- 4’ 9. * Ou, torcida. rProv.j
*, 18. Matt. 5; 14.
z* f 1. Cor. 1 : 14. l.ThejJ. 2 : 29. tltCor. 7:4.
AOS PHILIPPENSES. Cap; II. 44*
19 E em o Senhor Jefus espero dc preito u a Timotheo vos man uARAfrA
*
'Rom. 16 ;
dar , peraque também cu bom animo tenha, voflòs negocios en 21.
tendendo. I. Theff. 3 :
20 Porque a ninguém de taó igual animo tenho, que finceramçn- 2.
te de voflbs negocios cuide.
21 x Porque todos o feu bufcam, naó o de Chrifto Jefu. x I^Cor. lo:
21 Mas bem fuaprovafabeis, que, como o filho a opae, comigo 24-
’no Exiangelho ferviu. eij : 5.
23 Aífi que bem a efte Jogo enviar [w J efpéro , cm a meus ne
gocios provido avendo.
24 Porem em o Senhor confio, que também eu mefmo em breve
fi? w] virei.
25 Alas por neceflario tive mandarvos a Epaphrodito , meu ir
maó, e cooperadór, e comguerreiro, e voflo * enviado , e admi-
niftradór de minha neceflidade: fiolo.
26 Porquanto muytas faudades de vos todos tinha , e muy angu-
ftiado eftava, de que ouvido tiveflèis que doente eftivêra.
17 E de feito doente ate á morte eftéve : Porem Deus d’clle fe
apiedou, e naó d’elle fomente , mas também de my : peraque eu
trifteza Íobre trifteza naó tivefle.
2S Afli que tanto mais depreda o enviei, peraque vendo o, a re
gozijar vos torneis, e eu tanto menos trifteza tenha.
29 Recebei o pois em o Senhor com todo gozo: j e a os taes em y I Cor. 9 :
eftima tende. 14.
Galat. 6:6.
30 Porque pola obra de Chrifto até bem perto d’a morte che I. Thefí'. 5:
gou, d’a vida cafo naó fazendo, por para comigo a falta de voflo fer- jz.
viço fuprir. l.Tim.f) 17.
Hebr. 13 t
V-
Kkk C A-
EPISTOLA DE S. PAULO
f■
Capitulo III. f
K. k k t (J A-
+4'4 EPISTOLA DE S. PAULO
Capitulo IV
I Exhorta 9 Apoftolo a os Philippenfes pera conftancia *na fé; 2 E a duas mu
lheres entre elles pera concordia; 4 ’No de mais pera gozo Chrijlao, 5 Equi
dade , 6 Defcanço do animo , S E pera outras diverfas virtudes Chriftaas,
lo Despois agradece a os Philippenfes polo fojiento que por Epaphrodito lhe en
viarão. (I Que iffo por avareza nao tomara 3 porquanto aprendera padecér ne-
ces[idade. 14 Que ’nijfo bem fizeraõ _ e mais que todas as outras Igrejas,
iS Que bem de Epaphrodito 0 recebera 3 19 E que Deus 0 galardoaria. 20 Fz-
nalmente conclue efà Epiftola com louvores a Deus , costumadas faudapoes, e
defeqos,
Kkk 3 EPIS-
EPISTOLA
Do
APOSTOLO S. PAULO
7 ' AOS
COLOSSENSES.
Capitxjlo I.
I Despois d'o coflumado titulo , 3 Agradece "Paulo a Deus 5 que os ColoJJenfes
a fé em Chriflo receberão j $ Pela pregaçao d’o 'Euangelho > que agora em todo
9 mundo ; 7 Como também entre elles frufiificava 9 fegundo 0 tcflimunho de
Epaphra feufiél Doutor. 9 Roga a Deus que em todas as virtudes Chriftaas
de mais em mais corroborados fejaÓ» 12 Pem despois a tratar d'a doutrina > e
declara como d'a poteflade das trevas pelo fangue de Chriflo livrados foralf
15 Cuja pefloa defcréve j a faber> que he a imagem de Deus invifivel; 16 Que
todas as coufas por elle criadas forao : 18 Que elle he a cabeça dia Igreja j
2o Que pelo fangue de jua cruz, tudo quanto 'no ceo e ’na terra eftá reconciliado
he. 23 Amoefla os de perfeverar ’nefla fé; 24 Polo que também a paixao de
Chriflo por elles cumpre > 2$ Porquanto he chamado pera entre os Gentios efle
• myfterio denunciar, 28 E a todos os homens em fó Chrifto perfeitos aprefentar
fegundo a operaçao de Deus em elle.
aRom i‘7 * p *
irmaõ Timotheo :
2 A os fanélos e fieis irmaós em Chrifto , que em Colof-
Gal. 1:3. ^as eftáõ: * Graça e paz ajaes de Deus noflo Pae, e d’o SenhorJe-
Ephef.i-. 1. fti Chrifto.
i.Pedr.i:i. 3 b Graças damos a o Deus e Pae de noflo Senhor Jefu Chrifto,
b Eph.v.x^, fempre por vosoutros orando:
4 Porquanto de vofla fé em Chrifto Jefu ouvimos, c d’a caridade
ZTheíf\' qUe Pera C°m tO^OS 0S £an&os \_tendes~j :
‘ j. ’ * 5 Pola efperançv iue em os ceos depofitada vos eftá , d’a qual
c\.Ped.\\4. d’antes
A OS COLOSSENSES. Cap. I. 447
«Pantes ja ouviítes pela palavra d’a verdade d’o Euangelho.
6 O qual ja a vosoutros chegou, como também em todo o mun dMatt. 8.
4.;
do ; d e ja frutificando vae , como também em vosoutros , deld’o
dia que
_____ a graça
_ de Deus em verdade ouviítes e conheceítes: Philem.
7 Como também aprendeítes de; e Epaphra ~ noífo amado confer- ver$ 23»
vo, <que para vosoutros hum fiel mimílro de Chriíto he: eColiJf 4:
• - • ■
8 O qual também nos declarou voífa caridade em o elpirito. _ _ ' ; _ 11.
9 t Portanto também deld’o dia que o ouvimos ,. naó ceifamos de
por vosoutros orar , e pedir g que fejaes cheyos com o conheci h Gen. 17 ;
mento de fua vontade, em toda fabedoria e intelligenciaefpiritual: I.
10 h Peraque dignamente em o Senhor andar poífaes, * agradan- 1. cOr. 7:
dolhe em tudo, z frutificando em toda boa obra, e crefcendo em o 20.
conhecimento de Deus. Ephef. 4:1.
11 Corroborados em toda fortaleza, fegundo a força de fua glo-
ria, em toda paciência e longanimidade com gozo: * í2 * *
11 Dando graças a o Pae , que idoneos nos fez para parte [tér] * o Uj^ro=.
’na herança d’os fanétos em a 1 UZ. da graça «
1? k O qual d’a poteítade d’as trevas nos tirou, ea o Reyno Zd’o ou,««r0-
Filho de feu amor nos transportou. dpapra..
14 Em o qual temos a redempçaõ m por feu fangue , if a /àher *! a
remmao dos pecados. kEph 2-4
is ?z O qual he a imagem d’oDeus invifivel, 0 o primogénito de Thef\x\
toda criatura. n.
16 p Porque por elle foraõ criadas todas as coufas que ’nos Ceos, iMatt. 3;
e que ’na terra ha , vifiveis e invifiveis , fejarn thrcnos , fejarn do- *?•
minaçoês , fejarn principados, íejam poteítades : todas as coufas pJ7‘
por elle, c pera^elle criadas foraõ: r’10
17 E elle ante todas as couías he,ctodas as coufas porelleconfiftem. mM&.zo •
7 E elle he a cabeça d’o corpo d’a Igreja , lendo o principio 28.
r [/] o primogénito d’os mortos, peraque entre todos * 0 primado Ephef v. 7.
tenha. £Mr.p:i4.
19 Porque o bom prazer [d'o Pae] foy, queJtoda plenidam ’nel- X-Ee<ír- 1 •
lehabitafiè: r «/L 4-
f E que avendo por elle u feito a paz pelo fangue de fua cruz, °r' *
por elle todas as coufas com figo mefmo reconciliaífe , feja as que Phuip.i-.x.
’na terra, feja as que ’nos ceos eítam. Hebr. i.- 3,
21 E0 AP0C- 3 >
p Gen. 1: 3. Vfal Joa. T : 3 Eph. 3 : 9. Hebr 1:2. <7 Eph I : 22«
e 4 • 15• e 5 12? r 1. Cor. I 5 20. Apoc. I : 5 * Ou > o prhnetro feja'
f joa. I : 14. 16. Coloff 1 : 9 t 2. Cor 5: iS. l.Joa 4: 10. u Ifay.y \ 6‘
Joa. Ió ; 33, Ati. IO . 36. Rpm. y : 1. Ephef. i; 14.
4+s EPISTOLA DE S. PAULO
n E a vos que d’antes alienados eftáveis e ’no entendimento ini
migos éreis, em obras más, todavia agora vos reconciliou:
x£&.i-:7Ç. Em o corpo de fua carne, pela morte, * pera [porj fanétos, c
I;4-irreprehcníiveis, e inculpáveis perante fi vos apreíentar:
i y Se Porern permanecerdes fundados e firmes ’na fé, e naõ vos
Tír. 2 : i. moverdes d’a efperança d’o Euangelho, que ouvido tendes, o qual
<yloã-i$'6. prégado he entre toda criatura que debaixo d’o Ceo ha : d’o qual
zt.Cor.7:4.eu Paulo feito miniftro eftou:
*Ou> mt- 24 z, [eJ agora me gozo em * o que a por vosoutros padeço , e
nha$ af- em mcarne o refto d’as affliçoés de Chrifto cumpro, b por feu
étEphva corP°’ °lue he a lgreja:
Phil. 2:17 2<> D’a qual eu feito miniftro eftou fegundo a difpenfaçaó de
2.75^.2:10. Deus, c que pera vos dada me foy, pera a palavra de Deus cumprir:
bRom. 12: *6 [Convém a/àber] o myfterio que defde [toam ] os feculosedefde
$• as gerações oculto foy : d mas agora a feus fanétos mani-
1. Cor. 12: fe(|o feito he.
~ V e A os quaes Deus notorio fazer quis , quaes fejaõ as riquezas
e $ ; 23. u a gloria d efte myfterio entre os Gentios , que entre vosoutros he
<Rom. 16 : Chrifto, f a efperança d’a gloria:
2$. 28 A o qual denunciamos, amoeftando a todo homé, e enfinan-
Ephef.i'.?- do a todo homem , em toda fabedoria : peraque a todo homem ,
em ChriftoJefu, perfeito apreíentemos.
2. Tim. i: 19 £m o qUe tambem trabalho, combatendo fegundo fua * eftE
cacia, que em mym com potência obra.
1. Pedr. 1 ♦lc- d Matt.1$ *11. e 2. Cor,2'. 14» f l.Tim.l ; 1, * Ou, Operaçai,
Ca-
A OS COLOSSENSES. Cap. II. 44?
Capitulo II.
I Testifica o Apoftolo quam folicito he acerca dás Coloffenfes e outros 3 a os quaes
•nunca pregara , peraque de mass em mais em o verdadeiro conhecimento de Deus
e de Chrifto 3 em quem todos os thefouros de fapiencia ejcondidos esiáb, corrobo
rados foftem. 4 Amoefia os que por nenhuá aparência d’as razoes defia recebi-
iT)orque quero que faebacs quam grande combate por vos tenho,
e polos que emLaodicea eftám, e quantos meuroftoem
carne naõ viram :
2 Peraque feus coraçoés confolados fejarn , e juntos em caridade
eftejam, e [ifto] em todas as riquezas d’a inteira certeza de intelli-
Capitulo III.
I Avendo 0 Apoftolo fegundo feu coflume até ali et fundamentos d*a doutrina pr»~
pofio} vémem os dous Capítulos Jeguintes a as amoeflaçoes pera piedade > e fo
bre tudo amoefta os em geral que o que 3no ceo eflá busquem. $ Do qual agora
bem tem alguns princípios, mas a perfeita pojfejfaõ 3na manifeflaçao de Chrifio
espéraõ. $ Propoem lhes despois o caminho que a iffo encaminha a faber j
a mortificação d’o velho homem com Jeus membros ou imptedades, que rela
ta ; lo E o veftir do Novo homem ■> que Jegundo a imagem de Deus criado
he , com fuas virtudes efpirituaes. 16 Acrecenta alguns meyos proveitofós
para iffo, como fao > a rica habitaçao d'a palavra de Deus em elles o cantar
d’os Pfalmos ■> e jemelhantes outros mais, 17 Amoefa os que tudo diriga#
para honra de Deus. l8 Eem despois a as obrigações particulares j a faber
d3as mulheres e maridos entre fi; 2o D’os filhos acerca de Jeus paes , e d3os
paes acerca dc feus filhos. 22 £ ultimamente dos fervos acerca de feus Se-°
nhores.
i "portanto fe ja com Chriíto refufcitaftcs , bufcae as coufas que
a ribaeftáõ, * aonde Chrifto eftá aflentado a [maõ] direita de * £/AI;i**
Deus.
2 ’Nas coufas que a riba eftáõ penfae, naõ’nas que’na terra eftám.
3 b Porque mortos eftaes ia , e voflá vida com Chrifto c efcondi-
da em Deus eftá. /
y d Quando Chrifto, que nofla vida he , fe mamfeftar, dPhilip. y
entonces também vos com elle em gloria vos manifeftareis. 21.
5 e Mortificae pois f voflos membros J que fobre aterra eftáõ, 1-100.3:2.
[a faber] fornicaçaó, immundicia, * g apetite [defordenado,] roim * 11.
concupifcencia, e avareza, h que he idolatria. * *> * \-
6 i Polas quaes coufas vem a ira dc Deus fobre os filhos de desobe- 2°w’7*
diencia: , * Ou, mo-
7 k ’Nas quaes também d’antes andaftes, quando ’nellas vivíeis.
8 l Mas agora dcspojac vos também de todas eftas coufas, [ag i.Theff^
faber y de] cólera , ira, malicia , maledicência, torpes palavras de $♦
voflá boca.
9 m Naõ mintaes huns a os outros, pois.ja vos defpiftesd’o velho * j 6:
homem com feus feitos: . _ G«Z. $:if.
10 n E de novo vos veftiftes, que para conhecimento fe renova, 5*. y.
t fegundo a imagem d’aquelle que o criou.- ^f/>^-.22.-iç.
Lll 1 11 p Em hl.Cor»6t
Ephef 2 11. Tit. 3:3. I Ephef 4 í 22. Hebr. 12 JI. Jacob. 11 21. I. Pedr. 2:1.
n Rom.b: 4. 9 Gen. I;26. e 5 :1. r 9 ;4. I. Cor.II: 7.
4$i EPISTOLA DE S. PAULO
11 p Em que naó ha Grego, nem Judeo , [%ew] circuncifaõ ,
e $: 6. nem prepucio, f^wj Barbaro, [*ew] Scytha , [%ew] 7 fervo,
e6: 1$.\ [_nem~ livre: mas Chrifto he tudo, e em todos.
y I. Cor, 7 ; 12 f Por iflo veftivos (/como eleitos de Deus, fanétos, e ama *
21.22
* ,
r Ephef 4 : ^°s) entranhas de mifericordia, benignidade, humildade, man-
32. fidaó, longanimidade:
e6: 11. 13 Suportandovos huns a os outros , t e perdoandovos huns a os
ji.Thejfv. outros, fe algum contra outro queixa [alguã] tiver: afli como Chri-
t Matt, 6*6 I
tMatt VOS Peid°ou5 [0 fazei] vos tambem.
j ‘ * 14 « E fobre tudo ifto, [veftivos de] caridade , que % he o vincu-
Marc II; lo de perfeição.
25. 15 E a paz de Deus em voflos coraçoés fenhoréye , a aqual tam-
£/>A.4-’32. bem cm hum corpo chamados fois: e agradecidos fede.
* Joã. 13: 16 A palavra de Chrifto em vos abundantemente em toda fabedo
34. ria habite; y enfinandovos e amoeftandovoshúsaosoutroscom Pfal-
6-15:11. mos, Hymnos, e Cânticos efpirituaes , cantando a o Senhor com
Ephefo: 2.
X. graça em voflo coraçaó.
9- 17 E tudo quanto por palavras ou por obras fizerdes , [fazei]
T. loã,}\1}. tudo em nome d’o Snor Jefus , ~ dando graças a Deus c a o Pae
e áf : 21
* por elle.
Coloíf. ( convém 18 a Vos mulheres fede fugeitas a voflos proprios maridos, como
y Epb.VL?, em o Senhor.
z Ephef. 5: 19 b Vos maridos amac a voflas mulheres, e naó vos irriteis con
20. tra ellas.
I. Thejf. 5: 20 ( Vos filhos obedecei em tudo a [vofôs] paes: porque ifto he
iS. aprazível a o Senhor.
a Ge»,j:ló.
1. Cor. 14:• caõ.
21 Vos pacs naó irriteis a voflos filhos, peraque o animo naõ per-
34.
Eph. $::I2. 22 d Vos fervos obedecei em tudo a [ voffos] Senhores fegundo a
T/í. 2:5. carne, naó íervindo a o olho, como para a os homens comprazer,
i.Pedr.y.i. mas com fimplicidade de coraçaó, temendo a Deus.'
b Ephef 5 : 23 E tu do quanto fizerdes, fazei o de coraçaó,
tudo coraçaó como a o Senhor,
t c na° a os homens.
‘jEph.ót 5* 24 Sabendo que d’o Senhor aveis de receber o galardam d’a he-
i.7z^.6:i. rança: porque a Chrifto o Senhor fervís.
77Z.2.-9... 15 Porem quem agravo fizer, o agravo que fizer levará: e excép-
1. Pedr. 2: çam dc pefloas naó ha, r
13,
A .Gi-
A OS COLOSSENSES. Cap. IV
Capitulo IV
I Exhorta o Apofiolo a os Senhores á equidade acerca de feus fervos i Ea
cadaqual á perfeverança na oraçaÕ, $ E efpecialmente por elle > peraque por
fuas cadeas em a obra d’o Evangelho nao impedido feja. 5 Amoefla os que Jd-
bitamente andem ej fallem pera com os que jaõ de fora. 7 Teflifica que a Ty-
chico e Qneflm» lhes envia pera con/òldlos e de todos feus negocios inftruir. Io Sau-,
da os d’a parte de Ariflarcho, e outros muytos , cujo z,eiopor elles louva» 15 Man-
da que a os Irmaõs em Laodicea faudem , e façao que também d'elles efla carta
je léa-f 17 E dição 0 Archippo que feu minifleno cumpra. 18 E conclue ejia
carta com jua própria faudaçaõ»
P R I-
4$S
primeira epistola
D O
APOSTOLO S. PAULO
AOS
THESSALONICENSES.
Capitulo I.
I Despois d*1245a cofumada. infcripçao > "L Agradece o Apofiolo a Deus fobre fua fé ,
Caridade > e efperança cTelles em Chrifio $ 4 Affegurando fe que fua eleiçaõ d’el-
les éra de Deus- $ O que prova dtaefficacia que Deus por feu Efpirito com a pa
lavra ajuntou. 6 E de fua obediência a o Euangelho. 8 O qual também em
todo lugar divulgado eftá , 9 E ainda cadadia fe divulga > como elles d os idolos
a 0 Deus vivo convertidos foraõ; Io Pera a 0 Filho de Deus > que nos redi
miu j d’o ceo eíperar.
1 IT'"']
* aulo , e Silvano , e Timotheo , á Igreja d’os Theflaloni-
cenícs, em Deus o Pae , e em o Senhor Jefu Chriflo [con-
6 gr -çada J ' a Graça e paz ajaes de Deus noífo Pae, e d’o Se a Rom.l'.y.
nhor Jefu Chriflo. Ephef 1:2.
2 b Sempre graças a Deus damos acerca de todos vosoutros , fa I.Pedr.1:2,
zendo mençaó de vos em noífas oraçoês. b Ephef i;
j Lembrandonos fem ceifar * d’a obra de voflá fé, e d’o trabalho 16.
d’a caridade , e d’a tolerância d’a efperança em noífo Senhor Jefu Phil TjJ.
Chriflo, diante de noífo Deus e Pae: ColoffA'.^
2- Theff. 1:
4 Sabendo, amados irmaõs, voífa eleiçaó de Deus: r
5 Porque noífo Euangelho entre vosoutros naõ foy fomente em c loa.6 * 29.
palavras, mas também em potência , e em Elpirito fanébo, e em i* C°r* 2:
muyta certeza : e como bem fabeis quaes entre vos, por amor de 4-
vosoutros, fomos. 20.
,6 f E vos imitadoresnoflos, ed’oSenhor, feitosfofles, recebédo 9
* *,
fl.Cor.4
» III I. Philip. ; 17. 2. Theff. 3 : 9. 14,
*
41 I. EPISTOLA DE S. PAULO
a palavra em muyta tribulaçaõ, com gozo d’o Efpirito San&o.
7 De maneira que para todos os fieis em Macedonia e Achaya
exemplos folies.
8 Porque por vosoutros foóu a palavra d’o Senhor , naõ fomente
em Macedonia e Achaya , mas tambem ja em todo lugar voíla fc
pera com Deus de tal maneira íaido tem, que ja [d’ella] nos naõhe
neceflario coufa alguã fallar.
9 Porque elles mefmos de nos denunciaõ qual entrada para com
vofeo temos, e como d’os idolos a Deus vos converteftes , pera a
o Deus vivo e verdadeiro íervir:
gAtt i.ii. io g E pera d’os ceos efperar a feu Filho, a quem d’os mortos re-
Phil. 3:20. fufcitou rconvém a faber] a Jefus, que d’a ira futura nos livra.
*.
Z.Theff.l ~ ’ L 7 J J a
^.1:7; Capitulo II.
I Adianta Paulo Jno declarar de fua finceridade e conftanela em denunciar d’o Euan-
'gelho entre elles; 6 Nenhuã honra humana ou proveito pera com elles bujean
do , ainda que 3 como Apoftolo de Chriflo > bem lhes em cargo Jér podia, io Pro-
poem lhes quam humana e fanfiamente com elles tratara, pera movélos avidade-
cente a 0 Euangelho. IJ E de como fua palavra nac como a palavra de ho
mens 3 mas como a palavra de Deus recebérao , 14 Sendo feitos imitadores d’a
Igreja em Judea, que tambem d’os Judeos pertinàces feus concidadoens perfegui-
dos JaÕ. 1$ E ejfes Judeos, avendo matado a Chrifto , feus pecados cumprem 3
e fobre elles a ira de Deus até 0 cabo vinda he. 17 Teftifica defpois feu gran
de defe\o de os outra vez vér i 19 Porquanto elles fua gloria e coroa , em a vin
da de Chriflo fav.
ai.Theff.Vi i a porque bem fabeis vos mefmos, irmaõs, que nofia entrada
pera com vofeo , vaã naõ fuy.
bAã. 16 : ± Antes, aindaque em b Philippos ja d’antes padecemos, e tam-
c Aci 17' bem agravados fomos, como vosoutros [bem] fabeis , ufamos [com
z,&c. * tudo] de oufadia em noífo Deus, pera c com grande combate o Euan
gelho de Deus vos fallar.
3 Porque naõ foy noífa exhortaçaõ com engano , nem com im-
mundicia, nem com fraudulência:
4 Mas como provados de Deus fomos, peraque o Euangelho
; dGalat. 1; confiado nos foífe, afli falíamos 3 d naõ como a os homens compra-
10* zendo, fenaõ a Deus que noflos coraçoens prova.
5 Porque nunca de palavras lifongeiras, como bem fabeis, ufamos,
eRomA
*.?. nem de pretexto dc avareza; e Etous he teftimunha.
f 9:1. 6 Nem
2-. Cjr. 1; 23. e 11: 3 r. Galai, I: iq. Phil, I; 8, 1. Tim. $ : 21. 2. Tim.4\ I.
AOSTHESSALONICENSES.Cap.il . w
é Nem gloria de homens, nem de vos , nem de outros buscan
do , f aindaque carga iér [«uwj podíamos, como Apoftolos de f i.C<?r.?:;
Chriíto: 2* 3 •*
m
7 Antes•
entre vosoutros brandos fomos, como a * ama que
J
afeus Uu9' > ay a
nlnos cria. J
8 Afli que , eftando vos nós tam afteiçoados , de boa vontade
comunicar vos quiféramos , naó fomente o Euangelho de Deus,
mas também até noflas próprias almas , porquanto [raà] queridos
nos éreis.
9 g Porque bem vos lembraes , irmãos , de noflo trabalho e can-
feira : pois de noite e de dia trabalhando , por a nenhum d’entre e 20:34-
vos pefados íér, o Euangelho de Deus vos pregámos. i-Cor.y, 12.
10 Vos, c Deus teftimunhas fois , de quam fanéta , c jufta , c
irreprehenfivelmente pera com volco , os que créftes , nos ouvé- 2
mos. ‘
11 Como bem fabeis como a cadahum de vos, como o pae a feus
filhos,J ML- —J exhortávamos e confolávamos, 2 _ j fi %
11 E proteftávamos £ que dignamente andafleis para com Deus, ^qot -lq
que pera feu Reyno e gloria vos chama.
D Poloque também, fem ceifar, a Deus graças damos, deque, i:i7.
avendo de nos recebido a palavra d’a pregaçaõ de Deus , a rece- cW^.r.io.
beftes, naó [como] â palavra dc homens, mas (como em verdade o
he) [como] â palavra de Deus , aqual também em vosoutros , os
que credes, obra.
14 Porque vós, irmaõs , imitadores feitos fois d’as Igrejas de
Deus, que em Judea eftám, em Chrifto Jefu: porquanto também
de voflòs * proprios cidadaós as mefmas coufas padeceftes, como 1 T7 :
também elles d’os Judeos. f.13.
15 Os quaes também a o Snor Jefus matáraó, /e a feusproprios kAff.
Prophetas, e a nós nós perfeguiraó , e a Deus naó agradam , e a / Matt. 23 J
todos os homens contrários fam. 37«
Luc. 13
*34.
16 m E nos impédem que ás Gentes fallemos , peraque falvar fe m Att. 17 í
poflaõ: pera fempre [a medida feus pecados encherem. E vinda >3-
he ja fobre elles a ira até o fim.
17 Mas, irmaõs, fendo nos por hum momento de tempo , dc
vifta, naó d’o coraçaõ, dc vosoutros privados , tanto mais procu
rámos de com grande defejo voflo rofto [tornar a] vér.
18 n Poloque bem quifemos nos a vosoutros vir (polo menos cu n T.om. I ♦
Paulo) huã c outra vez: mas impediu nolo Satanás. >?•
Mmm 19 o Por. 15:21»
e
I. EPISTOLA DE S. PAULO
19 o Porque qual he noífa efperança, ou gozo, ou coroa de glo-
I4« riacam ? Porventura nao o fois tambem vosoutios diante dc noflo
Phil.i:i6. senl1Or Jefu Chriflo em lua vinda?
*4; x- 2o Porque vós noífa gloria e gozo fois.
Capitulo IIL
I Declara • Apojlolo que y eftando folicito por elles , enviara a Timotheo pera
confortalos 'na fé _> $ E conjolar 3nas affliçoens . a que os feis pojlos eftdõ.
6 Pois que pela tornada de Timotheo (e alegrara muyto entendendo Jua con-
Jtancia e projperidade d elles. <) Polo que agradece a Deus > e roga que pera aper
feiçoar Jua fé Deus lhe dé ocafiaõ de outra vez a elles chegar. II E conclue
efte Capitulo e parte primeira d’a Epistola com fervorofd oraçao a Deus3 que em
caridade eJanclifuaçe-õj ’na vinda de Chriflo com todos Jeus Sanèlos^ abundem.
SEGUNDA EPISTOLA
D O
APOSTOLO S. PAULO
AOS
THESSALONICENSES.
Capitulo I.
I Despois da coftumada infcripçaõ . 3 Agradece 0 Apoftolo a Deus fobre feu
abundante crecer d eíles ’na fé, caridade •) e paciência 9nas affiiçoens. 6 Teflifica
que Deus a feus oprejfores cafligará , mas a elles livrará e repoufo dará ino dia
da gloriofa vinda de Chriflo, que largamente dejeréve. Ir Roga a Deus quede
mais em mais, em 0 que he bom, os corrobore ’9 11 Peraque 0 nome de Chriflo
tanto mais glorificado feja.
Capitulo II.
I Declara o a4poflolo que a vinda de Chriflo a o juizo nao acontecerá tao de preffa
como alguns a perfuadir lhes bufcavao ; % Mas que a Apoflajia e o Antichríjlo
antes avem de vir cuyas marcas defcreve. $ Teftifica que ijjo ja d’antes lheç
différa 3 como tambem o que éra o que o retinha, 8 Declara que despois certa
mente virá 3 e fcará até que o Senhor o difiruira. 9 aívifa os d a efficaoia de feu
engano em os que perecem. Ii £ iflo por ojtifto juizo de Deus t jobre a ingra-
tidaõ ddos homens. 1$ .Affegura pois a os Thejjalonicenjes de jua eleição para
falvaçaõ em fé e fanélifcaçao. iç Amoejla os de ’niffo firmes eflár , Ió £
roga a Deus que os confole e conforte»
Capitulo III.
I Amoefla 0 Apoftolo a os Thejfalonicenfes que orem por elle ; % E teftifica fua
confiança que o Senhor os confortará. $ Roga a Deus por elles. 6 E manda
que fe apartem de todo irmaõ que anda íLsordenadamente. 7 Prova ccm jeu
proprio exemplo que cadaqual deve trabalhar pera a f Jofentar ; lo Ow que
a outra maneira comer naõ deve. IJ Amoefla os que em bem fazer naõ desfale-
pam j 14 Mas antes notem e caftiguem a os que a feu mandamento 'nijfo nao
obdecem. 16 Conclue com a coftumada faudaçaõ , 17 gue com jua própria
maó em todas fuas Epiflolas ajunta.
1 ’xjo de mais, irmaõs, a rogae por nos , peraque a palavra d’o a Matt. 9 *.
Senhor curfo tenha, e glorificada feja, como também 3S-
entre vosoutros: — *.
Eph.6 if
1 b E para que de homens * diflòlutose maos livres fejamos, ^por-
- 1 \ .4 „ í:'
que nao he de todos a te.
j J r *<Du>desor-
denados
3 d Mas fiel he o Senhor , que vos confortará , e e d’o malino b Rom. 15:
guardará. 31.
4 E de vos em o Senhor confiamos, que, o que vos mandámos/.7^-<5-44.
também [/] fazeis , e fareis. ‘■h-Theflf;
< Ora o Senhor voflòs coraçoés enderece á caridade de Deus , e
a paciência de Chriíto. z*
6 f Mandamos vos porem, irmaõs, em nomede noífoSenhorJe- fi. cor.5 .
fu Chriflo, que vos aparteis de todo irmaõ que defcrdenadamente r'-
N nn anda,e.T3
4<t II. EPISTOLA DE S. PAULO
lí^TheU'.!'. anda, e naõ fegundo g a tradiçaõ que de nos outros recebeu.
, W 7 Porq ue vos mefmos fabeis h como convém imitar nos : i pois
hi.Cor.iw defor3enacJamente entre vós nos naó ouvémos:
i TheíT. i ♦ 8 b Nem de graça o pam de alguém comentos 9 mas com traba-
*6. 7. * lho e canleira, noite e dia trabalhando: por a nenhum de vosoutros
* pefados fér.
10. 9 1 Naõ porque authoridade naõ tenhamos, fenaó porque nós
lS 3- mefmos m [/wj exemplo a vosoutros nos déflemos, pera nos
1 e“ cor 4^‘ imitardes.
* 10 Porque tambem quando com vofeo eftávamos , ifto vos man-
I.Cor 11:9. dávamos, que fe alguém trabalhar naõ quifér, tambem naõ coma,
eu: 131 11 Porque ouvimos que alguns entre vosoutros desordenadamente
l.The/ft. 2; andam, naó trabalhando, fenaó couías vans fazendo.
12 n A os taes porem , por noflo Senhor Jefu Chrifto, mandamos
* ^donbo e amoeftamos , que com quictaçaõ 0 trabalhando, feu proprio pam
/i.Sr^-.^ómaõ- rómaõ
3. 6. 13 E vos, irmaõs, p naõ desfaleçaes em bem fazer.
I- Tbejft 2*. 14 Porem fe alguém ânofia palavra , * ’neftaEpiftola \_eÇcrita] naó
6. obedecer , notae a o tal, e q com elle vos naõ meftureis , peraque
m x.Cor. 4: vcrgonha tenha :
i . naõtenhaes, mas como a irmaõ [0]
e 11: I. i$ E como a inimigo
Phil. 3: 17. amoeftae.
I. Thrjft i; 16 r Ora o mefmo Senhor de paz fempre em toda maneira paz
6. vos dé. O Senhor feja com todos vosoutros.
n i.Theff4'. 17 / A faudaçaõ de minha própria maó de Paulo, que final
II- em cada Epiftola he : afii eferévo.
oE 4’28. 15 A graça de noflo Senhor Jefu Chrifto feja com todos vosou
p Gal. 6*. 9.
♦ Ou por tros. Amen.
tjla. q Matt. 18:17. i.Cor. 5:9. i.Thefl' 3:6. rRom. iç: 33. eló«2o. 1. Cor. 14: 33^
2. Cor. 15:11. Pkil. 4 ’. 9. I. Thejft 5 : 23. /I. Cor. 1 ó : 21. Colojft. 4; II.
A fegunda a os Theffalonicenfes foy eferita de Athenas»
Eim d'a fecunda Epiftola d’o Apoftolo 5. Paulo a os Tkejjalonicenfes»
PRI-
primeira epistola
D O
APOSTOLO S. PAULO
A
TIMOTHEO.
Capitulo I.
I Defpois fo cofiumado titulo , 3 Declara o Apofiolo que a Timotheo em Ephefe
deixara , pera tér cuidado que nenhuã doutrina estranha ou vaa em a Igreja
introduzida fofie. $ Moftra também qual feja 0 verdadeiro fim da Ley.
8 gwe nao pera os juftos fenaõ pera os mjuftos pofta he. II Pois que lhe o
*
Euangelho confiado fóra. 13 Cujo breve fu mano propoem, relatando juntamen
te a grandijfima graça lhe de Chrifio feita. 17 Sobre que a Deus agradece ;
18 Eí Timotheo encomenda a efiár firme ‘niffo. 20 Teftifica que . Hymeneo
e Alexandre > que fizéraõ naufragio d’a fé > por iffo a Satanas entregara.
Capitulo V
I Enfina 0 Apoftolo de como as amoeftaçoens a os velhos e mancebos fazer fe de
vem. 3 Manda honrar a as viuvas verdadeiras. 4 Mas a os filhos e netos
encomenda que a juas viuvas e paes juftentem 9 Defcréve entaõ a ida
de e outras qualidades d’as viuvas que a o ferviço d’a Igreja aptas jao > II Mas
quer que as viuvas moças a ijfo nao Je admitao. 14 E que je cajem. 17 Vém
defpois a os Anciaõs j e aponta que honra lhes devamos, 19 Que taõbem acufa-
çoes contra elles nao recebamos jenaõ com teftimunhas. 21 Requeire diante de
Deus e jeus An] os fanfios que ’nifto nada faça por ajfeiçaõ. 23 &luer tao-
bem que naõ béba mais fomente agoa. 24 E conclue ■> com a declaraçao de como
os Anciacs pojfaÕ jer conhecidos
*
*Omove- I a A"
* os velhos asperamente naó reprendas , mas amoefta for]
lho. x como a paes: a os mancebos, como a irmaós :
a Lev. 19 : 2 A as velhas , como a maés: a as moças , como a irmaas , em
toda pureza.
3 Honra a as viuvas, que verdadeiramente viuvas fam.
4 Mas fe alguã viuva filhos , ou netos tivér, aprendam primeiro
10 : a exercitar piedade para com fua própria cafa , b e a recompenfar a
Matt. i5:4.^eus paes. Porque ifto he bom e agradavel diante de Deus.
*
A^rc.y.To. J e Ora a que verdadeiramente he viuva, e fó deixada , d cm
' Eph. i;i.2. Deus
cl, Cor. J *32. dLuc, 2 *,^6 .
A TIMOTHEO. Cap. V 4;ç
Deus espera, c de noite e de dia cm fuplicaçoés, rogos e oraçoes
perfevéra.
6 Mas a que fua fenfualidade fegue, vivendo morta cila.
7 Encomenda pois ellas coufas, peraque irreprehenfiveís fejaõ.
S e Porem fe alguém d’os feus cuidado naõ tem, eprincipalmen- eGaL6;ivt
te de [feus] domeílicos, a fe negou, e peyor que infiel he.
9 A viuva fe elega naõ menos quede íeífenta annos, [e] que mu
lher de hum marido aja fido:
10 Tendo teilimunho de boas obras, fe filhos criou, f fe [de f ifPedM:
loamevte] hofpedou , g fe os pés a os fanélos lavou , fe a os affligi-
dos focorreu , fe toda boa obra feguiu. s '**
íi Mas as viuvas moças naõ admitas : porque avendo fido lasci-
vas contra Chriílo, calar fe querem : 44
12 Tendo j a [fia] * condenaçaõ, por [/ua] primeira fé aniquila- * Ou , jui-
do avérem.
H E juntamente também aprendem a ouciofas de cafa em cafa
andárem : e naõ fomente ouciofas , mas também h paroleiras, e hTit.it j.
curiofas, fallando o que naõ he decente.
14 Quero pois que as [viuvas] moças * fe cafem, filhos gerem, a *i.Cor.y:^.
cafa governem, [e] nenhuã ocafiaõ de maldizer, a o adverfario
dém.
15 Porque ja alguãs após Satanás fe desviáraõ.
16 Se algum fiel, ou alguã fiel , viuvas tem , focorra as, e naõ
fe carregue a Igreja , peraque lullentar pofla a as que verdadeira
mente viuvas fam.
17 k Os Anciaõs que bem governaõ, fejarn eílimados por dignos i$t
de dobrada honra, principalmente os que em a palavra e doutrina *
trabalham. . Galai i. 6.
18 Porque a Efcritura diz : A o boy que trilha , Za boca nao p^i. 1:29
amararás. E , m digno he o trabalhador de leu falario. 1 Thejf^ :
19 Contra o Anciaõ acufaçaõ naõ aceites, «fenaõ com<duas ou 12.
tres teílimunhas. , Hel>r. 13:
A os que pecarem , em prefença de todos osredargúe, pera- .
que também os outros temor tenhaõ. 4
21 0 Conjuro [te] diante de Deus , e d’o Senhor Jefu Chriílo, itcor.9:^
e d’os Anjos eleitos , que p fem prejuízo [algum] ellas coulas guar- mL.ev, 19 *
des , nada por afieicam fazendo.
Ooo íi A 24
14»
Mattilo : Io. L,uc. Io ‘.7. » Deut. 19 ■ oRov. 1:9. 19:1- 1:2?.
,11:31. Galat.i:2a. Fhilip. i;S, 5:27. !• T.m. 6 113.
5. *
p Devi. 17't 4-
*
47 I. EPISTOLA DE S. PAULO
qAfí.6'.6. ti q A ninguém _ aprefuradamente as maõs imponhas, nemempe-
: 17. cados alheyos comuniques : a ty mefmo puro te conferva.
rij: V 23 Naó bebas mais [_jomente~\ agoa, mas ufa [ tambern ] de hum
e 19:
1. Tim. 4 :; pouco de vinho, r por caufa de teu eftamago, e de tuas frequentes
14. enfermidades.
2. Tim, i: 24 / Manifeftos famd’antes de alguns homens os pecados, efe adi-
6. antaõ para fua condénaçaõ : e em alguns leguem tambem despois.
rPfal. 104: 2$ Semelhantemente tambem as boas obras d’antes femanifeltaõ :
iv c as que d’outra maneira fam , efcondér fe naõ podem.
fGal.y. 19.
Capitulo VI.
X Airrfefa 9 Apofolo a os fervos que a feus Senhores obedeças. % Defcreve 0S
Doutores falfos e enganadores e manda fugilos. 6 Exhorta para piedade > con
tentamento > fugir d’a avareza j II E outras diverfas virtudes Chriflaãs
*
13 Requeire diante de Deus e de Jefu Chrifo •> que ifio affi guarde, 1$ E
confderando a vinda de Chrifo a 0 juizo, e a gloria de Deus , exalça os louvores
de Deus. 17 Faifna a os ricos como fe avem de aver para com Deus e os ho
mens ; 20 Avifa 0 outra vez com grande infancia d’a doutrina falfa e engana
dora, 21 E conclue a carta com a costumada Jaudaçab,
APOSTOLO S. PAULO
A
TIMOTHEO.
Capitulo I.
I Defpois d3a infcripçaõ e coftumada faudaçao, 3 Declara 0 Apoftolo feu grande
amor que para com Timotheo tem e com fuas oraçoes por elle moftra > 4 Como
tambem a razaõ porque 0 ama, a faber , por amor de fua piedade em que de(de
Jua meninice de fua avó e mae criado fora. 6 Amoefta 0 de a feus dons desper
tar. 7 E naõ temer ou envergonharfe de oufadamente a 0 Euangelho preçár> e
por via d isto ajfliçoens padecer. 9 Defcreve por iffo a exceliencia de noffa voca-
pao e a utilidade d3effa doutrina. Iz E tambem feu proprio exemplo. lhe pro-
poem, 13 Amoefta 0 tambem que a mefmo. doutrina por exemplo reter . e 3nella
firme eftár queira. IÇ Teftifica que todos os que de Afia em Roma com elle
eftáÓ fe d3elle apartáraõ j 13 Pois que Qnefiphoro fielmente com elle ficara,
1S E por iffo roga a Deus que graciofamente lh3 0 galardar queira,
Oo e t G A”
II. EPISTOLA DE S. PAULO
Capitulo II.
I Amocfa o Apoflolo a Tiinotkeo , que por homens feis o 'Euangelho promover,
3 E affliçoens por amor d’o mefmo padecer queira ; 4 Conjolando 0 contra ellas
com a comparaçaò de hum foldado , combatedor ■ e lavrador. 7 Amoejla 0 que
fuas amoeflaçoens bem conftderar . e 0 artigo a a refurreiçaó d’a carne bem enfinar
queira. 9 Propoem lhe taõbem para Jua confolaçaõ feu proprio exemplo J e 0 2n-~
falivel gaíardaó, que, despois d’a paixaÕ de Chriflo dado fera. 14 Amoefla
0 que a palavra de Deus bem corte e reprima as contendas em palavras, os
vaós clamores , e doutrinas d'os Apofáticos , e especialmente as de Hymeneo e
Phileto . que a refurreiçaó ncgávaõ. 19 Pois ainda que alguns descayaõ d’a
fé, todavia teflifica que 0 fundamento d’a eleição eterna firme efldj e juntamen
te aponta donde de noffa eleiçaõ certos eflár poffamos. 22 Amoefla 0 ultima-
mente quefoga d’os de/ejos d’a mocidade d’as quejloens loucas e contendas y e
procure diverfas virtudes Chrijlaãs que ’nhum Pafór nece(farias faõ.
, Capitulo III.
I Prediz ♦ Apoflolo quaes homens e' enganadores 'nos últimos tempos fe levantarài 3
e amoefla a 'Timotheo a evitar d’elles. $ Enfina de como a os homens e efpeci-
atinente a as mulherinhas enganaráo > 8 E que em refiflir a verdade a Jan-
,ncS e fiambres femelhantes feráó, lo Amoefla o pera imitar feu exemplo em
fuportar d’as perjeguiçoens .. que todos os pios tem por ejperar ; 14 E pera
ficar cenftantemente em a doutrina pura, que d’elle aprendido tinha > 15 Apon
tando juntamente a perfeição , divindade e multiforme utilidade d’a Efcritura
Sagrada y que desde fua meninice aprendera 3 ’na qual e$ia doutrina fundada eflá»
ai. Tím, 4:1 * T fto porem faebas, que em os últimos dias fobreviráó tempos
1. trabalhofos.
i.Pedr.nT 1 Porque averá homens amadores de íi mefmos , * avarentos,
lud,vs. i8.prefuntuofos, foberbos, blasfemos, desobedientes a paes eamaés,
* Ou,^4- ingratos? profanos:
dores dtt Z-. 1 • 1*
* 1 • j/ •
dinheiro 5 bem affecto natural, irreconciliáveis, calumniadores , incon
tinentes, cruéis, fem amor pera com os bons:
4 Trahidores, temerários, inchados, mais amadores d’os delei
tes, d’o que amadores de Deus:
♦Ou.T/r- 5 Tendo a aparência d’a * piedade, mas negando a cfficacia d’cl-
tude. la. b Tambem horror d’eftes tem.
b Matt.il
*, 6 c Porque d’eftes faõ os que pelas cafas fe entram, e cativas levam
Ho?»' 16 ♦ as mu^erinhas carregadas de pecados , levadas de varias concupi-
f fcencias :
a. Thefl. 31 7 Que fempre aprendem, e nunca a o conhecimento d’a verdade
6. chegar podem.
T;'r.j:io. 8 E como [anncs e Jambres a Moyfes refiftíraõ , afli tambem
x. lodivers eftes á verdade refiftem : homens corruptos de entendimento,
reprováveis quanto a fé.
I4 9 Forem mais avante nao irao: porque a todos leu defvano ma-
T;r 1: ii. nifefto ferá, como tambem o d’aqueiles [0] foy.
dExod» 71 10 Porem tu feguido tens minha doutrina , modo de viver, in-
11, tençaõ, fé, longanimidade, caridade, paciência:
tAH. 13: 11 e \_Minhas~\ perfeguiçoens , [e] minhas affliçoés , taes quaes
$0. me acontecéraõ» em Antiochia , 1 em/Iconia , em g Lyftra :
fAtt.xtxi. quaes perfeguiçoés padeci j h e o Senhor de todas me livrou.
g AcL 14: ix / £ tambem todos os que piamente em Chrillo Jefu viver qui-
h tfàl. 34 • ^rem, perfeguiçaõ padeceráõ.
20. 13 Mas
l.Cor.ino. iMatt, 16 124. Luc. 24 : 26 . loa. 17 : 14. z^.I4;22, l.Thef. $
A TIMOTHEO. Cap. IV <ts
Jj Mas os homens maos, c enganadores, em peyor avante iráõ»
enganando, e enganados fendo.
14. Porém tu _’nas coufas que aprendefte te fica, e [/«.»„]
inteirado folte, iabendo de quem aprendido as tens:
15 E que defde tua meninice as fagradas letras foubefte: as quaes
te podem fazer fabio para falvaçaõ pela té que em Chriíto Je-
fu ha. J
16 k Toda a Efcritura he divinamente infpirada, e proveitofape
ra doutrina , pera redarguiçaó pera correiçam , [e 1 para inltru- k \.Pedr.\\
çam em juftiça: r 20.
* Otb Pre
17 Paraque o.homem de Deus feja perfeito , [ej pera toda boa parado »
obra perteitamente * ínltruido. OUj4/-W^»
do.
Capitulo IV.
I Exhorta Paulo outra véz com grande zelo a Timotheo pera feu officio em to
das fuas partes > fiél e. confiantemente cumprir. 3 Mofirando quam necejfario o
he por caufa dia malícia d os homens que em os tempos 'vindouros averá- 6 Pre
diz que de preffa morto ferá , q E conjòla a fi mefmo com fua boa confciencia> e
com 0 galardão que elle com todos os de mais fieis d’0 Senhor eípéra. 9 Amoefia
0 também de virje a elle, porquanto' alguns 0 deixãrac. u E de a Marcos com
figo trazer, 13 Como taõ bem fua maléta e livros. 14 Avifa 0 dlhum Alexan
dre 0 Latoeiro , que muytos males lhe fizera. 16 gueixa Je d'os irmaõs que em
fua primeira, defenfa, lhe defemparáraí. 17 Mas que 0 Senhor lhe ajifiíra , e
por efta véz livrara 3 18 Confiando que por diante lhe auxiliaria. E
mandando faúdar a alguns , 22 Conclue efia epiílola com a cofiumada faudaçao.
I a r^onjuro pois diante de Deus, e d’oSenhor JefuChriílo,
que a os ^ívos e a os mortos ha de julgar emfeuaparccimen- ^9 • i*
to e O] feu Reyno: ô H 1 2. Cor. 1:
2 Prega a palavra, infiíle em tempo c fora dc tempo: redaroue, eii-u
reprende, 0J exhorta com toda longanimidade e doutrina. * Gal. 1 J©.
3 Porque aveia tempo quando a iaã doutrina nao íofreráõ: antes Phil. 1; S.
tendo ’nas orelhas comicham, doutores fegundo fuas próprias con- i- Thejf.zx
cupifeencias fe amontoaráõ: $.
4 E ouvidos d’a verdade desviaráõ , e ás fabulas fe torna- r rim' s:
rao. ,
5 Porém tu vela era todas as coufas, fofre as affliçoés , cumpre *
a obra de Euangeliíla, £^Jiaze que de teu nnniíteno inteira cer-
za aja.
P PP $ b Por-
II. EPISTOLA DE S. PAULO
b zPedr.l: 6 Porque * a my ja agora por afperfam de facriíicio me offerc
*
14- ccm , e ja o tempo da minha íoltura perto eftá.
0.1, eu ja 7 Bom combate combati, a carreira acabei , [/] a fé guardei.
agora por s í’No de mais, a coroa de juftiça guardada me eftá, a qual o
luperjaõ
X>r;>Scn‘lor? aquelle julio juiz, ’naquelíe dia me dará : e naõ fomen-
~ te a my , porem tambem a todos os que feu aparecimento amarem.
cio ojfere-
cido fou. 9 Procura de preito a my te vir.
c I. Cor. 9 I 10 Porque ^Démas me deíèmparou, o prefente fcculo amando,
1$. e a Thcflàlonica fe foy 3 Crelccnte a Galacia , [e] Tito a Dal-
r Pedr.VA. macia.
d Colofl ,4 :
14. H e Lucas ío comigo eftá : Toma juntamente a f Marcos, e
Pkilem. com tigo [* J traze: Porque pera o minifterio muy util me he.
•vers 24. 11 g Mas a Tychico a Ephefo (/] enviei.
e Coloff. 4 I 13 Quando vieres , traze \_com tigo~] a maleta , que em Troas em
14. caía de Carpo deixei , e os livros , particularmcnte os pergami-
f 15 :’ nhos.
37»
Colof.^lo, 14 h Alexandre o * Latociro me * ocafionou muytos males : pa
Pkilem. gue lhe o Senhor fegundo fuas obras.
'icrs 24. 15 I)’o qual tu tambem te guarda , porque muyto a noftas pala-
$zftf.2o:4. vras refiftiu.
- - — — — ~ —- 9
Colnjf. 4; 7. j16 Em minha primeira defenfa ninguém * me aíliftiu , antes to-
’
dos me defemp >araraõ. [Ow/á] imputado lhes naó feja.
* Ou.Cal 17 Mas o Senhor me aíhftiu , e me esforçou ; peraque por my
deireiro. d’a pregaçao inteira certeza tiveífe, e todas as gentes ouviflem:
* Ou, w> e d’a boca d’o leaó livre fuy.
firouy ou j iS E o Senhor de toda má obra me livrará, e pera feu Reyno ce-
fez.. leftial me guardará : a o qual [/*/< “] gloria * para todo fempre.
* Ou.comi- Amen.
go eftéve.
19 Saúda a i Prifca e a Aquilla, e á cafa de Onefiphoro.
Ou, por
feculos de 20 ErafLo ficou cm Corintho , e a Trophimo dixei doente em
feculos. Mileto.
n Procura vir antes d’o inverno. Eubulo, e Pudens , c Lino,
Rom.i6\ 5. e Claudia , e todos os irmaós te faúdaó.
22 O Senhor Jefu Chrifto com teu Efpirito feja. A graça feja
com vofeo. Amen.
A fegunda Epiftola a Timotheo (o primeiro Bifpo eleito em Ephefo) foy ef-
crita de Roma, quando Paulo a fegunda vez a Jefar Nero aprefentado foy.
Fim dd fegunda Epiftola do Apoftolo d. Paulo a Timotheo.
EPIS-
■ - á5l
EPISTOLA
DO
APOSTOLO S. PAULO
A
TITO.
*... r-....... - ■ ■ ■— ------ ■- ..... ■■ j __ _____________________________________ _
Capitulo I.
í Defpois d\i infcripçaÕ d'efla> em que 'Paulo a dignidade de feu Apofiolado descre
ve j- $ Declara por que fim a Tito 'na Ilha de Creta deixara , 6 E defcreve
as qualidades e os dons que fe em bom Doutor ou Bispo requerem» lo Amoefla
o que a os falladóres de vaidades e enganadores refisla > e a boca lhes tape, li £
que a os Cretenfies > fendo homens maos , fegundo o teflimunho d'hum de feus
proprios Poetas , rigurofamente reprenda. 14 £ os amoesle a fugir d'as fabulas
Judaicas e tradiçoens humanas • IÇ Principalmente tocantes a diverfidade d’os
manjares. 16 É defcréve a. hypocrifia d’eftes enganadores pera melhormente
fugilos.
0A *
A TITO. Cap. II.
Capitulo II.
I Amoefia Paulo a Tito que a faa doutrina bem propunha , e enflne _> 1 A ès
Velhos , 3 Velhas. 4 £ fintamente por elles a as moças e aos mancebos j co
mo Je avem de avér ■ exhortando os para iffo affi por palavras 7 Como por
Jeu proprio exemplo, em andar e viver. 9 Defpois taõbem a os fervos fieis co-
mo fe avem de avér. 11 E acrecenta razoens que a cada qual pera piedade e
todas virtudes Chriflaãs mover devem > tomadas affi d’o fim, para que Deus feu
Euangelho nos manifefiou , 13 Como a a efperança d’o galardaõ ’na vinda de
Chrifto, 14 E d’a grandeza , fruito e fim dos beneficies de Chrifio nos fei-
tos j 1$ Querendo que ifio fervorofamente falle e eufine.
I
1 Tu, porém , falia o que á faa doutrina convém :
- 1 A os velhos que Íejam fobrios, graves, prudentes , faós
’nafé, ’na caridade , ’na paciência.
3 A as velhas d’a mefma maneira , a que [andem'] em hábito co- el .
mo a fanétas convém, naó b calumniadoras, naõ dadas a muyto vi- p.
nho , Oorem ] meílras d’o bem [fêjam]: i.Pedr.$:$.
4 Peraque a as moças enfinem a prudentes ferem, a feus maridos & 1. 5.
amarem, a amarem a feus filhos; J3-
5 A lerem temperadas, caíias, * cafeiras boas , c fugeitas a feus
maridos : paraque a palavra de Deus blaíphemada naõ leja. g^r-
6 Exhorta femelhantemente a os mancebos que moderados fejaõ. eGen.yi6.
7 d Em tudo te dá por exemplo de boas obras , em a doutrina i.Cor. 14 ;
incorrupçaó , gravidade, finceridade: 34.
S Palavra faã [ej irreprenfivel: * peraque o adverfario fe enver-
gonhe, naó tendo mal nenhú que de vosoutros dizer: ' CoÍT-3
9 f A os fervos [amoefla _ , que a feus Senhores fefugeitem s em tu- ^7^/4’
<do agradem , naõ contradizendo:
10 Naõ defraudando , antes toda boa lealdade moílrando : pe- i.Pedr.^'^.
raque em tudo a doutrina de Deus noflo Salvador adornem. e 1.Pedr.22
ir Porque a graça falutifera de Deus fe manifeílou a todos osho- i2- B-
mens: f 3 •’
11 Enfinandonos, $ que renunciando á impiedade, e £ a as con-5»
cupifcencias mundanas, vivamos ’neítc prefente mundo fobria, ju~ j
11a, e piamente. 1.1
i i i Aguardando a bemaventurada efperança , e o aparecimento i.Pedr, 2:
d’a gloria d’o grande Deus e Salvador noflo Jefu Chriíto: io.
Ppp 3 . 14. I-Ottylw
Colofl‘22.
•i. Tim. 19. h l.Joa, 2; 16. i2. Qor. I : 7. Phil. 3:20»
EPISTOLA DE S. PAULO
>C?zf7.1:4. 14 k O qual a fi mefmo por nosoutros fe deu , pera de toda ini-
ez\ 20. quidade nos redimir , e para fi mefmo purificar hum povo * parti-
£/>A. 5 ■ 2. cu}ar 5 / zelador de boas obras.
HcAr.9:i4. jfl-o fa][a , c exhorta , c redarguc * com toda autoridade',
prio. m Ninguém
& te defpréze.
r
lEph.z;i»< * Ou, ew todas veras, m I. Tim 4: 12.
C A P I T U. L O III.
X Anoesla aTito > que < feus ouvintes ef azmente enfine > que a os fuperiores obedè-
pai. 2 De ninguém blasfemem nem penderciofs fefrõ , mas que pera com todos os
homens de maiffidaò ufem ; 3 Propondo pera eite fim 0 eftado corrupto , em que an
tes de fua converfaõ efivéraõ, 4 E de como, e por qual fim y dlellepor Ckr/fo
livrados foraõ. 8 Que de veras os amoefe de procurar as obras boas, lo Eaos
homens heréges regeite. 12 Manda lhe devir a elle a Nicopolis. IJ E de tom
muyto cuidado a Ztnas acompanhar. 14 Que os feis fe enfnem de procurar as
obras boas, 15 £ conclue a epistola com a costumada faudaçaõ.
*x
■
E P I S T o L A
D O
APOSTOLO s. PAULO
P H I L E M O N.
1 aulo * prifioneiro de Chrifto Tefu , e o irmaõ Timotheo, &
Ê—& a Phiiemon o amado , c noflo cooperadór: <?4:i.
JS_ i E á amada Apphia, e a b Archippo noflo companheiro 4:
d’armas , e á Igreja c que em tua caía eftá: I?-
3 Graça e paz ajaes de Deus nofloPae, c d’o Senhor Tefu Chrifto/
4 d Graças dou a meu Deus, de ty lempre em minhas oraçoens i, çõr. iá ;
me lembrando; 5 Ou- 19..
Wi.T/^UZ. ilThejfi 1:3.
r
4J* EPISTOLA DE S. PAULO
$ Ouvindo tua caridade, c a fé que tens pera com o Senhor Je
fus, e pera com todos os fanctos:
6 Paraque acomúnica-çaõ de tua fcYeja eflicaz ’na notificação de
todó o bem , que em-vosoutros há por Chriflo Jelu.
/ Porque temos grande gozo e confolaçaõ de tua caridade, de
que por ty, ó irmaõ , as entranhas d’os lanétos recreadas foraõ
*
8 Poloque ainda que em Chrifto grande confiança tenha para o
que te convém te mandar:
9 [Todavia Zf] peço antes por caridade, ainda que tal eu feja , a
faber, Paulo o velho, e tambem agora o prefo de Jefu Chrifto.
eCololf±\% Io e Peço te [/w] por meu filho Oneíimo, /'que em minhaspri-
f i. Cor. 4 :foés gerado tenho.
*Galat.^9 o qUa] a enviar tornei:
♦Ou, ifto ii Tu porém, * como a minhas entranhas, a recebér o torna:
13 Bem ó quiíéra eu comigo retér , peraque por. ty ’nas prifoens
d’o Euangelho me fervifle:
14 Porém nada fem teu parecer fazer quis , peraque tua benefi
cência naõ foflé como por,força, mas como de livre vontade.
15 Porque bem pode fér que por iflo elle por algum tempo [de
//*] fe apartou, peraque-pera fempre o retivefles:
16 Naó ja como a fervo, porém mais que a fervo, [a faber como a]
amado irmaõ , 'particularmente de my , e quanto mais de ty , afli
cm a carne, como em o Senhor?
«7 Afli que fe por companheiro me tens , como a my mefmo o
recebe.
*Ou, amy 18 E fe algum dano te fez , ou [coufa alguf] te deve , * á minha
« imputa, conta o poêm.
Eu Paulo * de minha [própria] maõ o eferevi, eu o pagarei :
naõ dizer , que tambem ainda tu a ty mefmo a my te me
deves.
Afli irmaõ, goze cu de ty [’»i#o] efle * prazer em o
Senhor: minhas entranhas em o Senhor recréa.
Confiado de tua obediência te efcreví<fabendoqueaindamais
d’o que digo farás. 1
H k Mar-
A P H I L E M O N. Cap. T. 4t>í
& Marcos, Z Ariftarcho, m Demas , » ] Lucas, meus coo- £ AH. I í. ;
pcradórcs. 12. 1$.
25 A graça de noflo Senhor Jefu Chriílo feja com voflo efpirito. '* $!37.
Amen. Celofi.^-j o,
2 77w.4!l I.
Efcrita de Roma a Philemon, enviada"] pelo fervo Oneíiruo»
I Pedr- $ :
epistola
DO
APOSTOLO S. PAULO
AOS
HEBREOS. -
Capitulo I. '
I Teftifica o Apofiale qut Deus axtigamente hem fallou peles prophetas a os paes,
,n‘sfi"' agora nos faltou a nos por Jeu Fslho. í Cuja dsvsndade , maeeftode e
officso brevemente dejcríve. 4 Prova despois Je varies paffos d’o Veíí-o Teíla-
mento a glorsa d'o Ftltto muyto a d’os Anjos Jobrepaffa. 8 &ue throno
Jsvsno e eterno tem, e Jobre todos jeus eomp.onkesros untado loe. 1 o tam-
tem que o ceo e a terra por elle crsadosj.i, e Je acabarao, mos que elle naitem
prsnctpto nem fim , 1J E que Já á dextra de feu Pae Je ajfenta. 14 Poreru
jue toaos ts Anjos efptritos adminifiradores faõ.
í
’ A vendo Deus'ant'gamente muytasvezes, e em muvtasma-
ZJA neiras , pelos Prophetas a.os paes fallado , nos fallou a
«fc. Jk nos em cites últimos dias pelo Filho:
Qa 9 » A
4<n EPISTOLA DE S. PAULO
ãMatt.iv, 2 A o qual * por herdeiro de todas as 'coufas conftituiu , b pelo
3$
* qual tambem o mundo tez.
Gíw.i: 3. CQ ! lendo o refplandór de [fca] gloria, e a *expreflaima-
YJal. 33 ;6.gem je iua # pefl-oa , e fuílentando todas as coufas pela palavra de
3^9 iua Potcncia •> avendo feito por íi mefmo a purgaçaó de noflos pe-
Ctí&jJ.v. 16. cados, fc aflentou á dextra d’a Mageftade cm as alturas :
ci.Cor.44. 4 Feito tanto mais excelente que os Anjos, quanto d mais difte-
"Phil.ix 6. rente nome d’o qu£ elles herdou.
Co/o#íi:j$. Porque a qual d’os Anjos difle jamais : * Tu es meu Filho,
* Ou >.^hoie tc gerei ? E outra vez: /Eu por Pae lhe fereí, e elle por Fi-
marcA im- r ' * »
^rejfa. lho me lera.
♦Ou,Sub- 6 E introduzindo outra vez ’no mundo a o primogénito , diz :
fifienáa3 g E adorem o todos os Anjos de Deus.
c\i>hypo- 7 E quanto a os Anjos, bemdizelle: Que aíeus Anjoscípiritos
jlafe. faz c a feus Miniftros lavaréda de fogo:
^PÁf/ Z-9* S Porem a ° Fdho [<#«] : >O Deus, teu throno por fc-
Aãxy 33 cul°s dc feculos [<fara] , Ceptro de dircitéza hc o Ceptro de teu
Hebr.^is Reyno.
fi.Samq-. 9 Amafte a juftiça, caborreccftca iniquidade: Poriflo, oDeus,
i4- teu Deus tc ungiu com oleo dc alegria mais d*o que a teus compa-
1. Chr. ii: nheiros.
p1?' io E: *Tu Senhor, ’no principio a terra fundafte, e os ceos
Íp/’9©P4 °bfas de tuas maós faó:
iVf. 45 vj. 11 Elles perecerão, porem tu \_(empre~\ permaneces: e todosel-
k P/i 102 : les como * roupa fe envelhecerão:
26. 12 E como a manta os envolverás, c mudar fc haõ : porem tu es
mefmo, e teus annos naõ ceíTaráõ.
2" 7 io * * *3 E a 9ual d’os Anjos difle jamais : « Aflentate â minha dextra,
*Ou,°Vr. ate que ponha a teus inimigos por cfcabello de teus pés?
(tido. Porventura naó fam todos efpiritos * adminiftradores, envia-
^P/iiojdos a fervir , por amor d’aquellcs que a falvaçam ham de herdar?
J’ -X#. 2:34. I. Ctfr.ijuj. Efh.l ;2o. 0u ?ymypw.
Io:ll. *
,C A-
A OS HEBREOS. Cap. IL 4^
Capitulo II.
j -Tira o Apofiolo} d’a doutrina Za excellencia da pejfoa de Chrifto, 'no precedente
capitulo propofia j hum avifo 3 que nos cutdadofamente para Jua palavra atentar
- devemos. $ Adianta entaõ e prova primeiramente a humildade , e despois a
dignidade a a natureza humana de Chrislo j com hv.m pojjo d’o Pflmo oitavo „
$ E aplica o a Chrifio» II Prova de outros mais lugares d’o Velha Teftaments>
que elle d}ame/ma natureza e d'os mejmos movimentos com nofco participa , 16 E
naõ com os Anjos. 17 E iflo pera que fiél e mijèricordiojo pontifice por nos
fojfe.
Capítulo III.
.Adianta 0 Apofiolo a os offiaos de Q>hrtfto > efpecialmente a 0 Prophetico e Sa
cerdotal, toda via de caminho juntamente fallando de feu officio Rcdl e começa
d 0 Prophetico 3 e-nfinando que elles a jua palavra obedócer devem. 2 Compara
a Chrifio com Moyfes-, e declara qtte efte he tanto mayor que Moyfes j quant»
mais mayor o edificador da cafa he j qu: a cafa 5 E 0 filho d'a cafa , que 9
fervo. , 7 Conforta fua amoeftaçaõ com a igual amoeftaçaõ de David a os IJrae-
htas do Pfalmo xcv. 12 E avija a os Hebreos que a feus coraçoés também
naõ enduréçaí, 14 Mas conftantemente 3na fé fiquem. 15 Explica 0 paftb ale
gado do Pfalmo e a os Hebreos o aplica. 17 F, avifa os que 0 Exemplo de
fua desobediencia. deíles na» ftgaÕ, pera que taòbem do mefmo caftigo com elles
naõ participem.
poloque, fanétos irmaõs, [e] participantes d’a vocaçaõ ccle-
< Hebr. 4: ltial , confiderae a o Apoftolo c a Summo Pontifice dc nofla
14. confifláõ, Chiiíto Jeíus:
16:
1. , a Fiel fendo a o que oconílituiu, b como também Moyfes em to-
o: n.da fua cafa.
3 Por-
A OS H E B R. E O S. Cap. III. 49*
; Porque eftimado he efle por digno de tanto mayor gloria que
Moyfes, quanto mais honra tem, que a cafa, aquelle que a edificou.
4 Porque toda cafa por alguém edificada he : c porem o que to * c2-f •
das eftas coufas edificou ,' he Deus. _ a ▼ io
-A A> * ii
ZTEf>h. a .
d Deut. I8;
teftimunho d’as couías que [de/poi. J fe aviaó de dizer: jg
6 Mas Chrifto, como Filho, fobre fua própria cafa ; e cuja cafa e i.Cor. 3:
nos fomos , f fe tam fomente a confiança , e a gloriaçaõ d’a elpe- ió.
ranca, firme até o fim retivermos. e6:
7 JPortanto, como diz o Efpirito fanéto , g:Hoje, fe fqa voz ou- 2
virdes :
¥ Nam cndureçaes
dia d’a tentaçaõ , em
9 Aonde voífos paes me atentáraó: meprováraõ, c minhas obras hExod. 17:
por quarenta annos víraó.
10 Por onde contra efta geraçaó me indignei ,
cm feu coraçaó érraó, e meus caminhos naó conhecerão.
11 i Afii que em minha ira jurei, * Que em meu repoufo naó en- iNum. 14 :
traráõ. XL
11 Olhae, irmaós, que nunca em nenhum de vosoutros hum
mao e infiel coraçaó aja , pera d’o Deus vivo fe apartar: er^meu S
13 Antes cadadia huns a os outros vos exhortae , entretanto que rep0úfo
Hoje fe noméa : paraque nenhum de vos fe endureça por engano entrarem.
d’o pecado.
14 Porque participantes de Chrifto feitos eftámos, fe porem ate
o fim o principio d’efte firme fundamento firmemente retivermos:
1$ Entretanto que fe diz: k Hoje le fua voz ouvirdes, naó endu- kELebr.3 7.
reçaes vofiòs coraçoés , como em a irritaçaó.
16 Porque avendo a alguns ouvido , p] irritáraó j porem naó
todos os que por Moyfes dc Egypto Íahíraó.
17 Mas com quaes por quarenta annos fc indignou? Naó foypor
ventura com os que pecaram , / cujos corpos’no deferto cahíraó ? 141
36.
18 m E as quaesjurou que cm leu rc entrariam , fenaó a P/.106:16.
os que desobedientes foram ? I, Cor. Io ;
19 E vemos que entrar naó pudéraó por lo.
íidade. lud. wf. $.
m Deut. I ;
Q_qq 5 Ca-
4rt EPISTOLA DE S. PAULO
Capitulo IV
I Adianta o Apoftolo ’na exhortaçaò pera obediência d’o Euangell:» , e avifa os
com o antecedente exemplo d1os lfraehtas , que por caufa de fua desobediencia ’no
repoufo de Deus naõ entrdraí. 4 Prova que o paffo d*o Pfalwo xcv. d’o re-
terra de Canaan , 9 Porem de outro repoufo 9 que pelo precedente prefigurado
foy. 12 Conforta Jua amoeffafaõ, deferevendo a penetrante efficacia dfa palavra
de Deus , 15 E a omnifciencia de Chriflo. 14 E vifio que Chriflo he 0 Filho
de Deus j t 0 grande e fièl Sumo Pontifice > 16 Exhorta os que com firme con
fiança feu acolhimento a elle tomem,
CapituloV
1 Avendo 9 Apoftolo declarado 0 officio prophetico de Chriílo, adianta em declarar
feu officio Sacerdotal e relata as propriedades que ’no Sumo Pontifice fe necesff-
taõ ; 4 Como ede taebem legitimamente a iffo deve fér chamado. 5 Te/ltfica
que Qhriffo a tffo Jegundo a ordem de Melchffedec de feu Pae chamado hé. 7 E
que em os dias de fua carne oracoens e fuplicaçoens offerecéu- 9 E que affi 9
Autor de noffa falvaçaõe 0 Sumo Pontifice feito he. II E vifo que d’o my»
fterio de Melchifedec mais largamente tratar queira , desperta para iffo feus co
raçoens dl elles j 12 Porquanto muytos deíles ainda ignorantes eraõ j e como me
ninos mais de leite, que de mantimento firme , como perfeitos, necesfitávao,
Capitulo VI.
I Teftifica 0 Apofiolo que á perfeição adiantar quere > e nao tratar a 0 prefente
d os primeiros principios d a doutrina Chiiflaa cujos prmcipaes pontos breve
mente relata. 3 Mas que toda via em outra ocafiaõ naõ deixará d’e facélo.
4 Porquanto impoffivel he que os que vem a dejcair d’elles , despois que os
dons do Efpirito gofidraõ, outra vez, para converfaõ renovados fejaõ. 7 O que
declara pela comparaçaõ d:a terra fértil e efteril. 9 Tejlifica que d’os fruitos de
fua caridade melhor fentido d eíles tem. 11 Porém que iflo diz pera dejpertá
*
los para diligencia 3 e mais firme efperança em as promeffas de Deus j 13 Por
quanto Deus naõ fomente as deu por palavras , mas taÕbem por juramento a
Abraham e fua femente , as confirmou > 16 O qual juramento entre os ho
mens he o fim de toda contradiçaõ s quanto mais pois para com Deus que men
tir naõ pode. 19 Poloque que nos noffa efperança , como a ancora dda alma
3no ceo afirmar devemos. 20 Aonde Chriflo noflo 'Summo Pontifice por nosou-
tros entrou.
Capitulo VII.
I Telata e Apejlelo primeiramente * hifloria de Melchijedec ; 2 funtamente com
alguas Outras propriedades em que a o Filho de Deus femelhante foy, 4 Exalça
0 Jobre Abraham 3 porquanto Abraham e por conjeguinte taibem Levi dizimos lhe
deu > e elle a Abraham abençoou. 11 Pro vt que a perfeição em 0 Sacerdoeic Levitico
naõ ejieve j porquanto Jegundo a Profecia de David , outro Sacerdote fegundo a
ordem de Melchijedec Je avia de levantar. 14 A Jaber, nofo Senhor ■> que naõ
he d’a T/ibu de Levi , porem d3d de Juda. Ió Cuya Ley naõ Jcria fraca nem
rnudavel-, mas immudavel e perfeita. 2o Cwjfl Sacerdócio por iffo taõbem com
juramento confrmado foy. 23 E Jempre dura , porquanto elle fempre vive.
25 Polo que tacbern a os feus perfest&mente falvar pode. 16 E de tudo iffs con-
clue a gloria e aignidade de nojfo Summo Pontifce. 17 E a perfeição de feu
facrijicio hua vez feite.
1 * p°rAuc eftc Melchiíedec éra Rey de Salem , Sacerdote d’o^ Gen. x4:
Deus altifiimo , o qual a Abraham a o encontro íahiu , tor- 18.
nando elle * d’o eftrago d’os Reys, e o abençoou: * , d9a
2 A o qual tambem Abraham os dízimos de tudo repartiu j epri- maía^ía»
meiramente fe interpreta Rey dejuftiça j e defpois tambem Rey
de Salem , que he , Rey dc paz :
3 Sem pae, fem maé, fem genealogia, nem tendo principio de
dias , nem fim de vida : mas fendo feito lemclhantc a o Filho de
Deus, pera fempre Sacerdote fe fica.
4 Confiderae agora quam grande fuy efte, a o qual até Abraham
o Patriarcha tambem os dizimos d’o defpojo deu.
$ E os qued’entre os filhos de Levi o Sacerdociorecebem, b bem
tem elles preceito de a o povo fegundo a Ley dezimárem , ifto he,
a feus irmaõs, ainda que ífos lombos de Abraham fahifiém. Deut.iV.L
6 Mas aquelle que \jua ] genealogia d’elles naó tinha, ca Abraham lofufiqA-
dezimou , c a o que as promefiàs tinha abençoou. 'L.chr.^i-.y.
7 Ora, fenrcontradiçam alguã, o menor d’o mayor bendito he.cGen‘
8 E bem tomaõ aqui os dizimos os homens que morrem : mas lá 2<3‘
aquelle, d’o qual fe teftifica que vive.
9 E, por afii fallar , tambem Levi, que os dizimos toma , cm
Abraham dezimado foy:
10 Porque ainda elle ’nos lombos d’o pae eftava , quando Mel-
chifedec a o encontro lhe fahiu.
11 f Afii que fe em verdade a perfeição pelo Sacerdócio Levitico v
fora: (porque debaixo d’clle recebeu o povo a Ley.) que mais ne- 2Io
? Rt r 1 , cefiidade
W EPISTOLA DE S. PAULO
ceflidade avia de que outro Sacerdote fegundo a ordem de Melchi-
fedec fc lcvantafle, e que fegundo a ordem de Aaron dito naó fofle ?
íi Porque mudando fe o"Sacerdócio , neceflãriamente também
mudança d’a Ley fe faz.
i; Porque aquelle de quem eftas coufas fe dizem , a outra tribu
pertence, d’a qual ningué a o altar fe achegou.
14 Vifto fér notorio, e que noflo Senhor de Juda procedeu , fo-
a ' ’b.re a qual tribu nada Moyfes d’o íacerdocio fallou.
15 E ainda [//o] muyto mais notorio he, feoutro facerdoteá fe-
melhança de Melchifedec íe levantar.
16 O qual fegundo a Ley d’o mandamento carnal feito naõfoy,
fenaõ fegundo a virtude d’a vida incorruptível.
fpf.110'^ 17 Porque teftifica elle: /Tu es Sacerdote eternamente
Htbr. 5:6. fegundo a ordem de Melchifedec.
18 Porque à anulaçaó d’o mandamento precedente, por caufadc
fua fraqueza e inutilidade fe faz.
* Aft. 15: 19 g Porque a Ley nenhuã coufa aperfeiçoou : h fenaõ a introdu-
39
* cam de huã melhor efperança , pela qual a Deus nos chegamos,
2o £ [também] porem quanto fem juramento [feito] naõ [foy]:
Gal (porque bem foram aquelles fem juramento Sacerdotes feitos:
bloaw;. 21 Mas efte com juramento, por aquelle que lhe difle: t Jurou o
Rom 3:21. Senhor , e naó fe arrependerá , Tu es Sacerdote eternamente fc-
iP/.no:4. gundo a ordem de Melchiledec).
22 De tanto melhor concerto foy Jefus feito fiador.
23 E aquelles em verdade muytos Sacerdotes foraõ , porquanto
pela morte fe lhes impedia o permanecerem :
24 Mas efte, porquanto eternamente permanece , tem hum Sa
cerdócio intranfitorio.
25 Portanto também perfeitamente falvar pode a os que por elle
kl- Tim.2: a £)eus fe achegam, vivendo fempre k pera por elles interceder.
. 16 Porque tal Summo Pontifice nos convinha, fanébo, innocen-
1. joa. 2.E te 5 immaculado , apartado d’os pecadores, efeito mais íublime
que os ceos:
ILev yy. 27 Que, como os Summos Pontífices , naõ neceflítafle de lca-
e I6-6- dadia facrificios por feus proprios pecados primeiramente offerccér,
Hebr. 5 r 3. r f~i defpojs polos d’o povo : porque ifto fez elle huã vez offcrcccn-
• Ou, yte 4 A- r r à
fa a dole a h meimo.
28 Porque a Ley por Summos Pontífices a homens * fracos con-
ftitue: mas a palavrad’ojuramento, quedefpois d’aLey [_ feitafoy],
a o Filho [jonslitiíe], que pera fempre confagrado"foy.
Ca-
A OS H E B R E O S. Cap.VIII.
Capitulo VIII.
I Relata â jípoftolo > d'o que ja provado he y quam excellente ftummo Pontifice te
mos. 3 E qual facrificio lhe neceffario éra. 4 Prova que (eu ministério nao
avia de jér mttig o d’os outros Sacerdotes, que d Jombra aqui 'na terra Jerviaò >
mas que avia de eftár 'no ceo fegundo a 0 molde celeftial. 6 Deftcréve despois
a excelievcia 4”0 concerto novo , d e qual elle Medianeiro he. S E relata d30
Cap. xxxi. de ferem. a inftituiçaó» e as promejjas d’elle. IJ & conclue d'ahi
que 0 hrelho desfeito he.
Capi.tulo IX.
I O Apoftolo pera declarar a exceliencia d’o Sacerdócio de Chrifto Jobre 0 "Lcvlti
*
co , defcreve a forma d'0 Tabernáculo exterior, 'e d’as coufas que 'nelle ejlavao,
6 Como também 0 ministério d’os Sacerdotes 'nelle. S Declara que todas eftas
coufas eraó Jombras e figuras - como também as purificaçoens que "nelle fe faz.iaõ-
II Mas que Chriflo por feu facrificio e entrada 'no verdadeiro Janftuario ifto
cumpriu, e redempçaõ eterna ejfeituou. 15 Teftifica que por fua morte 0 Novo
Teftamento confirmado hé ió Como a morte d'o Tefiadór a todos os Teftamen-
tos confirma. iS Volo que taobem "no Telho Teftamento todas as coufas com
fangue fe borrifávao, e fem derramamento de fangue nenhuã remiffaõ fe fazia
23 Votem que as coufas celefhaes por melhores facrificios purificar fe aviaõ.
24 Chrifto por iffo "no ceo entrou, pera ali por 'nos perante Deus compare
cer, 2$ Despois que hua Vez "na terra fe offerecéra, 27 £ que tornará d'o
ceo pera livrar a os que a elle efperaõ.
d’as obras mortas purificará, J pera a o Deus vivo fervi rd es ? - ColofT.v.\4 '
15 E por ifto Medianeiro d’o Novo Teftamento he, t pera que, Hebr. 10:
[entre} vindo a morte, pera reconciliação d’as transgreffoés que io-
debaixo d’o primeiro Teftamento avia, os chamados a promefiàd’a L
herança eterna recebam.
(6 Porque aonde teftamento ha , neceffario he que a morte d’o
teftadór [nrrr] venha. .óu,X-
17 «Porque o Teftamento ’no$ mortos fe confirma: porquanto <6,011,4/-
valido naõ he, em quanto o tefts-dór vive. cançado.
18 Poloque tambem o primeiro fem langue confagrado naõ foy.PLíV-16»
wI4< 19:4..
iyPor-Num,
Nebr. To ’ 4. f Tear. I : T? T. Joa. I 1 7. I t $. r Gal. T • 4. Eph 5 2.
7^2114 1 : 74 Rom, 6; 13. Gal. l ; 20. 1. Ptdr.^; 2. t Rem. 5 ; 6.
l.&dr.lllti. uGal j ; If.
EPISTOLADES. PAULO
19 Porque avendo Moyfes a todo o povo todos cfc mandamentos
fegundo a Ley pronunciado, o fangue tomoud’os bezerros, e d’os
. r bodes, com agoa, e laam purpurea , e hyfopo , e aíli a o mefmo li
vro, como a todo o povo, aspergiu,
«EW.1S: 20 Dizendo , x Efte he o fangue d’o Teftamento , que Deus
g, mandado vos tem.
Matt, 26:- 2i E femelhantcmente também a o Tabernáculo, e a tcdos os
18» vafos d’o ferviço com o.fangue afpergiu.
- 22 E quafi todas as coufas , fegundo a Ley, com fangue fe puri
ficam 5 e fem derramamento de fangue naõ fe faz remiftàõ.
23 Afti que bem era neceífario. que as figuras d’as coufas que nos
ceos eftáõ , com eftas coufas fe purificaífem 5 porém as mesmas ce-
leftiaes, com melhores facrificios que eftes.
24 Porque Chrifto naõ entrou ’no San&uario feito de maõ , fi
gura d’o verdadeiro j porém ’no mefmo Ceo , pera agora por nos
perante a face de Deus comparecer.
j Ex^.30: Nem também pera muytas vezes a fi mefmo feofferecer, y co-
_ 1110 0 fummo Pontifice com fangue alheyo cada anno ’no Sanctuario
Ti- Cntl’a :
Hebr, 26 (D’outra maneira neceífario lhe fora muytas vezes defd’a fun-
daçaõ d’o mundo padecér) mas agora’na confummaçaõ d’os fecu
los huã vez fe manifeftou, pera, pelo facriíicio de li mefmo, o pe
cado aniquilar.
2 7 E como a os homens ordenado eftá huã vez morrer, e deípois
p^jojuizo:
jRcw.'.6• 28 z Afli também Chiifto, offeiecendo hua vez pera os pc-
g, i cados de muytos tirar , a fegunda vez fem pecado vifto ferá d aquel-
3; les que para falvaçaõ o efpéraõ.
A OS HEBREOS. Cap. X.
Capitulo X.
I Declara 0 Apoftolo que a Ley naõ tinha fenaó fombra d3os bens futuros , e pela
multidai de jeus facrificios cada anno repetidos nenhuã'coufa conjiímar podia. 5 Po_
loque David no Pjalmo xl. tefiifca que Chrifte 3no mundo de vir avia pera a
vontade de Deus fazer . Io £ nos pela única oblaçaõ de feu corpo pera fempre
tonjumar. 1 5 O que prova outra vez d3 0 fumarto d’o Conrerto novo , 3na pro
fecia de ferem. Cap. XXXI. em que 0 perfeito desfazimento d'f> pecado fe prome
te » iS £ por iffo conclue que mais vrnhuã oblaçac polo pecado necejfaria he.
19 Adianta entaõ'0 Apofiolo a outra parte d'efia Epiftola , a faber . a as amoe-
fiaçeens de Jua devida obrigaçaõ d’elles j e primeiramente amoefla a os Hebreos
pera 3na liberdade d a fe a Deus achegar pelo caminho que Chriflo nos confagrout
23 Defpois amoefla os pera confiancia 3na profiffe.0 d3efa efperança e mvariavel
tariaade> 2q Como taõbem pera perfeverança em fuas congregaçoens. 26 Pro
poem lhes pera efte fim, affi o horrível \uizo de Deus que os apoftáticos tem por
efperar; Como jua antecedtnte tolerância e compaixao com as afligidos , ainda
até com fuas prifoens. 36 Juntamente taõbem as promeffas^ que os confiantes
hao de levar, tf Prova ambas eftas coufas com hum paffo d’o Cap. II; I V * "
de Habacuc . que relata e aplica.
1 a T) orque tendo a Ley a fombra d’os bens futuros , naó a mefma a Coloff. 2 *
x imagem d’as coufas, nunca pelos mefmos facrificios, que ca 17-
da anno continuamente fe offerécem , * fanétifícar pode a os que a Hebr. 81 q.
elles fe achegam. ♦Ou, aper
feiçoar.
2 D’outra maneira ceffaríaõ de feofferecer, porquanto, purifi
cados huã vez os miniílrantes, mais nenhuã confciencia de pecado
teriam.
3 Porem [*gora] ’neftes cada anno recommemoraçaód’os pecados
S ff a Ca"
EPISTOLA DE S. PAULO
Capitulo XI.
I O Apoftolo pera melhormente a os Elebreos para constância ’na fé despertar 3 de
fereve lhes a fe com fuas propriedaaes e operacoens. 4 E pera efle fim propoem
os exemplos d’a fé d‘os Patriarchas d’o Velho Teftamento ■> e primeiramente de
Abel. $ Enoch. 7 E Ncé. S Despois de Abraham. II £ Sara. 13 flue
com fua femente a promeffa da terra de Canaan bem recebéraõ , porém 0 cumprimento
d‘eUa naõ ‘na terra, fenaõ 3no ceo alcancárao. 17 Relata taobem 0 exemplo d’a
fé de Abraham ‘no oferecer de feu filho Ifaac. 20 £ de l/ãac'‘na abençoar de
feu filho Jacob. 21 E de Jacob 'no abençoar d‘os filhos de Jofeph , 22 £ de
Jtfeph eftando pera morrer. 23 Despois a3 os Paes de Moyfes. 24 £ dfo Moy
fes mefmo ‘no desprezar de fua própria honra e comodidade 3na Corte de Pharao.,
27 E ‘no deixar a Egypto > celebrar d3a Pafchoa , e pafar 0 mar 'vermelho.
30 Despois de Jofue e l\achab3no tomar de Jericho. 33 Como tambem d? os
Juízes e Reys - que coufas grandes pela fé effeituáraõ. 35 Despois de alguas
mulheres que grandes moleftias pela fé Juportáraõ. 36 Como taobem outros di-
'verfos Prophetas e Mártires. 39 Conclue que todos effes ^na fé morrerão, aiu»
daque a coufa prometida fem nos nao receberão.
i ra a fé he o firme fundamento d’as coufas que fe efpérao , [/]
a prova d’as couías que fe naó veé.
2 Porque por ella os antigos teftimunho alcançáraó.
»Gen. i; i. 5 Por fé entendemos a que o mundo pela palavra de Deus com-
P/.’ 3P 6- pofto foy j b de maneira que as coufas que fe veé, feitas naó foraõ
Jca. i: io. d’as que fe vec.
Eph. j1x9.
: 9. 4 -por fé --
-- c offereceu Abel -
- - mayor facrificio a Deus, d’o queCaim
CoIo(TY'\Í l'------- * V74 KÍV, U1C1U u , <U V t|UC UU1UJ ;
4 >
*
„
Pela qual d alcançou teftimunho de que juílo era , porquanto Deus
/ • fp4l IVI linl-irk a Czi. . r. .4 „C. . . .-í „ C. ’ - J _ II <-11
OZo/lió* teftimunho de feus prefentes déu: e * defunto, ainda por ella falia.
t Gen. s íe foy e Enoch transportado, pera a morte naõ vér: e acha-
d Matt.2$. do naõ foy , porquanto Deus o tranfportára : porque antes de
3$. fua tranfportaçam teftimunho alcançou de que a Deus agradava.
Ou>mor. 6 Sem fé porém impoftivel he agradar [J^]. Porque neceftàri-o
he ’ 9ue a9uelle 9ue a Deus fe achega , créa que o ha, e que d’os
924 que o bufcaó galardoadór hé.
* Noê, divinamente advertido d ’as coufas que ainda fe
7 Por fé/
iGrw.óiij. naó viam, teméu, [/] pera falvamento de fua familia a Arca fabri
cou : pela qual a o mundo condenou , e herdeiro feito foy d’a ju
ftiça que he fegundo a fé.
S Por fé g Abraham, fendo chamado, obedecéu, pera a o lugar fair
g Gen,12:4. que por herança avia de receber 5 e, naõ fabendo aonde viria, fe fahiu
* Por fé habitou ’na terra de promiflaõ, como em [terra] alheya ’
mo-
A OS HEBREOS. Cap. XI. $u
morando em cabanas com lfaac e com Jacob , herdeiros com elle
d’a mefma promefia.
io Porque elperava a cidade que fundamentos tem, d’aqual Deus
o artífice e o fabricadór he.
íi Por h fé recebeu Sara mefma também virtude de femente dár,.
i e ja fora d’o tempode[/w] idade pariu, porquanto por fiél a h Gen.iyx
aquelle teve, que prometido tinha. 19.
12 Poloque também de hum , e efiè ja amortecido , em e 21 : 2.
multidam nacéraó, * como aseftrellas d’oCeo, e como a innumera- i Luc.lt .
vel aréa que ’na praya d’o mar eftá. b Gen-1
ij / Todos eftes ’na fé morréraó as promefias naõ recebendo, fe e 22: i7o.
naõ, vendo asdelonge, e crendo [jj] , e abraçando , confef- iS.I
faraó w que eltrangeiros e peregrinos ’na terra éraõ. / T'*- 53.
/ loa.%'.
14 Porque os que ifto dizem, claramente moftraõque [outra] pa- mGen-
tria bufeaõ. 4.
15 E fe draquella fe lembráraõ , de que faido aviaõ , que tempo <?47- ?•
j teriam pera [a ella] fe tornarem.
16 Mas agora defejam huã melhor , ifto he, a celeftial. Poloque
também Deus d’elles fe naó envergonha para » feu Deus fe chamar:
porque ja huã cidade aparelhado lhes tinha. Matt. 22:
17 0 Por fé ofterecéu Abraham a lfaac , quando atentado foy ; e 32-
aquelle que as promefias recebéra, a [/eu] unigénito offerecéu; -4/?. 7:32.
18 (Sendo lhe dito: p Em lfaac feméte fe te chamará) confideran- d^‘22:1®*
do que poderofo éra Deus paia até d’os mortos o refufcitar: 21 *
19 Poronde também em íemelhança a cobrar o tornou. ^«
9
* r*. 1
20 ? Por fé abençoou lfaac a Jacob e a Elau , tocante ás coufas Gal 3129.
futuras. qGen, 27:
21 r Por fé morrendo Jacob , a cada hum d’os filhos de Jofeph 1S-3?« .
abençoou: /c, a a ponta de leu bordam [encofM] adorou. rGcn. 4S •
22 1 Por fé, morrendo Jofeph, d’a iaida d’os filhos de Ifraêl men- ♦
çaõ fez, e acerca de feus ofios * ordem déu. z '
23 « Por fé Moyfes , ja nacido , tres mefes por feus paes efeon-1 Gen. ço:
dido foy, porquanto viram que hum fermofo menino era, e o man- 24*
damento d’el Rey naõ teméraõ. Ou^« ’
*
24 Por fé Moyfes , lendo ja grande, filho d’a filha dePharaócha- dado deu*
mar fe refufou: man~
25 x Eícolhendo antes com o povo de Deus maltratado fér, d’o «EW. 2:
que por hum [peuro de J tempo o gozo d’o pecado tér. 2.
26 Tendo por mayores riquezas o vitupério de Chrifto , d’o que
os tefouros * dc Egypto : porque pera a recompcnfa d’o galardaõ x
atentava. S ff l 17 Por *Ou ’ e*
EPISTOLA DE S. PAULO
27 Por fé a Egypto deixou, n ira d’el Rey naõ temendo : Por-
*Oibyzr^í’ que * fe esforçou, como a o inviiivel vendo.
2- 28 y Por & & Paíchoa * celebrou , e o derramamento dc fangue ,
jV 2i» ' * peraque o dellruidór d'os primogénitos os naó tocalfe.
*Ou,fi?s
* 29 ~ Por fé o mar vermelho , como por [tern/j feca paflãraõ, o
zExod.14.: que os Egypcios intentando , le affogáraó.
22. 30 a Por fé os muros de Jericho caíraõ , por fete dias rodeados
x lofuéj 6: fendo.
, Iojue> J z6 : 31 b Por fé Rachab . a..foltciracom
, os * desobedientes naõ pcrccétu
r
c em paz as elpias recolhendo.
IxzíÀhiç. 31 E que mais direi? Que o tempo me faltará , contando d de
♦Ou, incre- Gcdeon , e e de Barac , e f dc Sampíòn , e^dejephte, e h dc
dulos» David, e* de Samuel, e d’os Prophetas :
eifíjué^.x. (js quaespor féReynos vcncéraõ, jufiiça exercitarão, as pro-
6 : mefpas alcançáraó , * as bocas a os leoês taparaó :
t híiz 4- 6. 54- z A força d’o fogo apagáraó , w d’o fio d’a efpada efeapáraõ,
fluiz., 13 \n d’a fraqueza forças tiráraõ, cm batalha le esforçáraó , em fugida
24. a os exercitos d’os eílranhos puféraó:
^lMzs.ii:r. 3$ 0 As mulheres por refurreiçaó leus mortos a receber \jovndraõ‘\ z
e *2 ♦ 7-e? outros eílirados tóraó , a [ ejferecida J foltura naó aceitando , por
b melhor refurreiçaó alcancárem.
■ 1 sàm 12* 56 E outros efearnios e açoutes, e ate cadeas e priíòés experi-
20t ’ mentáraó:
klutz. 14: 37 r Foraõ apedrejados , ferrados, atentados., a o fio d’a efpa-
6. da mortos j de pelles de ovelhas [/] de cabras.andáram j
i-I7-defemparados , affligidos, [/] maltratados:
Dau 61 58 (D’os quaes o mundo digno naó éra) pelos defertos , c mon-
iDan 3-25 tes’ e covas5 c cavcrnas d’a terra * perdidos.
wi.5mo: E todos elles tendo teílimunho pela fé, a promeífa naó alcan-
1. çáraõ:
1. Keyx.ir. 4® Provendo Deus alguã coufa melhor pera nosoutros, peraque
5» fem nos aperfeiçoados naó foífem.
2. Reys^ 6 ; °
Xé. n Job» 41: !©• Pfal. 6* 9. lfay. 38 : 21. 0 I. Reys , 17 23. 2. Reys > 4: $6.
p Aêt.22'.x^. $ lerem Ao; 2. r I. Reys j2i; 13. / 2. Reys, 1: 8. Mttt» 3: 4.
MU- Oiu errantes^
C
I Avwfa 0 Apoftolo a os Hebreos feios exemplos d'o capitulo precedente pera
perjeverança na efperança Chrifiaa > e paciência 'nas affliçoens. 2 Propoem9lhes
pera efte fim 0 exemplo de Chrifio , que por paixoens em fua gloria entrou. 5 Co
mo taõbem 0 exemplo de todos os -filhos legítimos ■> que fem cafiigonaõha. 9 Mo.
fira 3lhes os fruitos cTos castigos. 12 Desperta os despois em °fua fioxidaõ pera
•Vigilancta. I4 £ ^untamente pera paz. e Janftidade. IÇ Avtfa os contra a
Apofiafia > fornicaçaó e profimdade com 0 exemplo de E/àu. iS’ polo que'lhes
propoem a dignidade d'a Congregação que eftá 'no ceo e 'na terra a que elles i
chegados Jab , com a contrapofiça» d’a terribilidade de todas as coufas 'no dár
da Ley. 25 Avija os outra vez contra a Apofiafia com hum lugar tomado de
Hagg II: VII. 1S E amae sta os de firmemente reterem a graça de Deus ,
propondo 0 casiigo que os Apofiáticos fobrevirá.
EPISTOLA
CATHOLIC A, ou, UNIVERSAL
D O
Capitulo II.
2 Redargue 9 .Apoftolo 0 aceitar d’as pejfoas entre os Chriftaòs ; 2 Nao quis que
0 rico /emente por caufa de fuas riquezas e 'veftidos preciofos fe honre, 5 Nem
0 fél por caufa de Jua pobreza e vefiido ftngélo [e despréze. $ Prova que iflo
nao he decente 3 por via d* a dignidade dos fieis paro com Deus 3 ed’a perverftda-
de de muitos ricos. 3 E porquanto taõbem batalha com 0 amor d o proximo, ea 0
homem trànsgreffor d’a Ley faz ’, Io Ainda que atados os outros mandamentos
guardaffe, 13 Declara que os taes nao tem por efperar fenaõ juizo fem mijer:-
cordia. 14 Ênfina entaõ , contra os que fe dizem Chriftaòs 3 que a fé que nao
produz obras boas nao he falutifera ; 1$ Como a caridade naõ he fincera que
fomente por palavras e naõ por obras fe moftra. iq Vifto que tal fe morta h?<,
18 E fe moftrar naõ pode > 19 E em es Diabos je acha. 20 Poloque teftifica
que por ella naõ podemos fer juftificados 3 0 que prova com os exemplos de Abra~
ham 25 E de Rachab , 16 E com a comparaçaõ cf 0 corpo morto que fècn
alma ha.
I VJeus irmaõs , naõ tenhaes a fé de noflo Senhor Jefu Chrifto ,
a Lev. I $ J [0 Senhor~\ d’a gloria, « cm aceitaçaõ de pefloas.
l$.
Deut. 16: 2 Porque fe em voflb ajuntamento algum homem com anél de
19. ouro ’no dedo , preciolos entra j e cntrc-tambem
com veftidos *
Prov. 24 ;algú pobre * íingélamente veftido:
13- 3 E para o que o veftido preciofo traz atentardes, e lhe difler-
Matt. 21 ‘des: Aflentate tu aqui honradamente: e a o pobre diflerdes : Eftá
• Ou > re
_ te tu ali empe3 ou, Aflentate a baixo de meu eftrado:
fplandc- 4 Porventura naõ fizeftes differença cm vos mefmos, ejuizesde
centes. maos penfamentos vos fizeftes:
* Ou, com 5 b Ouvi, meus amados irmaõs, por ventura naõ cfcolhéu Deus
veftido a os
Vil» bfoa.qwZ. I,Or. i;2í. &c.
DE S^. J AGO Cap. II. ,
3 os pobres d’eftc inundo , ricos em fé [/èrM], c herdeiros
d’o Reyno, que c a os que o amaó promete? cExoJ, io:
9 Porém vosoutros a o pobre deshonraftes. Porventura naõ vos 6.
* oprimem os ricos com tyrania, e a os tribunacs por vos puxaó ? I. Sam. 2 *
7 Porventura naó blafphcmaõ elles o bom nome que íobre vos Prov.%: 3®-
17.
outros invocado foy ? Matt f : 3.
$ Todavia, fe , conforme á Efcritura, cumprirdes a Ley reál : * Ou , 'vio
« Amarás a teu proximo como a ty mefmo , bem fazeis: lentais.
9 Porém fc aparência pcfiòa aceitaes, pecado cometeis 5 e ^Lev. 19:
d’aLcy, como transgreflòres, redarguidos fois. IS,
-io e Porque qualquer que toda a Ley guardar , c em hum \_Js Matt, 21 ;
ponto] ofténder, culpado de todos he. 39-
Marc. 12:
11 Porque aquelle que difié: /Naõ cometerás adultério, tambem 31. '
difie: Naó matarás. Pois fe tu adultério naó cometeres , mas ma Rom.1%: 9.
tares, transgrefior d’a Ley feito eftás. Ga!
— Ç> : 14
12 Afii fallae, e afii obrac, como aquelles que pela Ley d’aliber- ; : 2.
dade juigados aveis de ler. I. Theff 4.:
9.
13 g Porque jnizo fem mifericordia fobre aquelle [ 'wnsQ, que mi eDíí/í.27:
fericordia naó fez: e a mifericordia contra o juizo fe gloria. 2 6.
14 b Meus irmaós, que aproveita, fe alguém difier que a fé tem, Ga!. 3: io.
e as obras naó tiver ? por ventura pode o a [ta/] fé falvar? fExod. 10:
15 i E fc o irmaó , ou a irmaã nuos eftivérem , e falta d’o man- I4-
timento quotidiano tiverem : Tio’
16 E algum de vos lhes difier: Ide em paz, aquentaevos, e far-
tae vos: c as coufas neceflàrias pera o corpo lhes naó derdes, que iy. '
proveito lhes j virá d'ahi ? -
17 Afii tambem a fé, fe as obras naó tiver, em fi mefma mor- Marc, u ■
ta eftá. 2$.
18 Porém dirá alguém: Tu tens a fé, c cu tenho as obras: mo
h Matt. 7 :
ftra me tua fé * por tuas obras , e cu te moftrarei minha fé por mi 26.
nhas obras.
19 Tu crés que ha hum fó Deus : bem fazes y * tambem os De iEuc.y. 11.
monios o crém, c eftreméccm. IJo/.j:I7.
20 Mas, ó homem vaó , queres < tu faber que a fé fem as obras *011, fem
tuas obras,
eftá morta? k Marc, 1 x
21 Por ventura naó foy Abraham nofio pae pelas obras juftificado, 24.
l quando a feu filho Ifaac fobre o altar offerccéu? I Gen, 12;
22 Vés tu que a fé com fuas obras cooperou , c que pelas io.
obras a fc aperfeiçoada foy ?
E
$n EPISTOLA UNIVERSAL’
23 E a Efcritura fe cumpriu aqual diz, creu Abraham a
Rom. 4: 3 Deus ', e foylhe * contado por juftiça , e amigo de Deus chama-
Gal. 5:6. do foy. (
*Ou,z«- 24 Vedes logo agora que o homem he juftificado pelas obras, e
iã/íjof
* naõ Emente pela fé ?
nlo/ifé.i 1. E femelhantemente » Rachab a folteira , por ventura naõ foy
ff 6:23. também juftificada pelas obras , quando a os menfageiros recolheu,
Hebr. 11; e por outro caminho os despediu?
31- 16 Porque afli como o corpo fem o efpirito morto ella, afli tam
bém a fé fem as obras eftá morta.
Capitulo III.
I Redargue 0 Apofiolo taõbem a os que como Meftres a outros facilmente refren
dem y fazendo elles mefmos muytas vezes perverfamente. 2 Enfina que 0 que
a fua língua refrear pode , taõbem a todos os outros membros bem governar po
de. 3 Q.omo os cavallos com freyo . 4 E as naos com leme fe governai. 5 Mas
fe a lingua nai fe refréa, que entonces he como fogo , 0 qual ainda que muy pe
queno , toda via grande bo/que encender pode. 7 Que 0 refrear d’a lingua muy
to mais difficil he , que 0 amanfar de qualquer bejta fera e que a língua desre
freada caufadóra de muytos males he. 9 Que naõ he conveniente > que com hua
e mejma lingua a Deus bendizemos e a 0 proximo maldizemos. 11 Como a fonte
naõ deita \untamente agoa Jalgada e doce > nem a arvore fruitos diverfos. 13 Des
pois amoefa pera manfidaõ e pera depor a enveja e contenda. 15 E aepreve
a natureza e propriedade d'a terrena e celejlial fabedoria. 18 Como taõbem 9
fruito que por eUas fe alcança.
a Matt.23: 1 a M eus *rma°s3 naõ fejaes muytos meftres, £ fabendo que tan-
8 A to mayor * condenaçaõ recebéremos.
b Matt'TA. 2 Porque todos em muytas coufas tropeçamos, c Se alguém em
Luc. 6:37.
* Ou itiizo. palavra naõ tropéça , o tal varam perfeito [ , poderoío para tam
tPf34\ 14. bém todo o corpo refrear.
lacob.1.16. 3 Vedes aqui nosoutros a os cavalos frevos ’nas bocas pomos,
peraque nos obedéçaõ, f aff] todo feu corpo viramos.
• Ou,p7<?- + Vedes aqui também as naos, fendo tam grandes, e de impetu-
téa. ofos ventos levadas , [com tudo] com hum bem pequeno leme ie vi-
dProv 12: raõ para onde quer que a vontade quifer d’aquelle que as * governa.
1S- 5 d Afli também a lingoa he hum [bem] pequeno membro, e dc
*1S: zf grandes coufas fe gloria. Vedes aqui hum pequçnofogoquamgran-
de bof<luc encendc.
í A
DE St. J A GO. Cap. HL W
ri AJingoa tambem he hum fogo , hum mundo de iniquidade:
afli eflá a lingoa entre noflos membros pofla , e todo o corpo con
tamina , e inflama * a roda n&ffa] nacença , c d’o inferno *Oib<!?Aí^
le inflama. - rara de
7 Porque toda a natureza, afli debeflas feras como de aves, aflide n0^A
reptiles como de animaes d’o mar , fe amanfa , c pela natureza hu-
mana amanfada fov:
$ Mas nenhum homem a lingoa amanfar pode. Hum mal que fc
naõ pode refrear: cheya de peçonha mortal.
9 Com ella a [noflo J Deus ePae bendizemos, e com ella a os ho
mens, e feitos a femelhànça de Deus, maldizemos. eGen.ni^
10 De huâ mefma boca procede bendiçaõ , e maldiçaõ. Meus
irmaõs, naõ convém que iflo afli fe fáça.
11 Por ventura deita alguã fonte pçr hum mefmo manancial o
doce, e o amargofo?
11 Meus irmaõs, pode tambem a figueira azeitonas, ou a videi
ra figos produzir? Afli [tambem] nenhuã fonte agoa ialgada, e do
ce produzir
H Quem he fabio e entendido entre vosoutros? f Por [feu] bom/£/>£•
trato íuas obras em maníidam de fabedoria moflre.
14 g Porém fe enveja amarga , e contenda em voflo coraçaó ten- q:
des, naõ vos glorieis nem contra a verdade mintaes. *
U
H b Naó he efla a fabedoria que d’o alto decendc 5 fenaõ terré- h 1. Cor. 2:
na, animal, e diabólica. 6.7.
16 i Porque aonde ha enveja c contenda, ahi ha perturbaçaó, e íi.Cor.y^.
* toda obra perverfa. y G
*/. 5:20.
17 Mas a fabedoria que he d’o alto, primeiramente he pura,
defpois pacifica, moderada, tra&avel, cheya demifericordia, e de maotrato-
bons fruitos, parcialmente naõ julgando, c naõ fingida.
15 Ora o fruito de jufliça fe ieméa em paz , pera os que * paz
cxercitaó. fazem.
V V V C A«
EPISTOLA universal
$2|
Capitulo IV
X Relata o ^poflolo os remedios contra os pecados precedentes > e amoefla os que as
çoncupijcenáas carnaes, fendo a origem d1elles ■> deponhaÕ , apontando pera este
fim os perniâojos fruitos d’e!las , como faõ contendas - 2 Embaraço que naõ re
cebem o -que dejeyih e pedem > 4 fi inimizade contra Deus. $ O que com as
Ercrituras prova. 7 Exhortando que je a Deus jugeitem , e a 0 Diabo reflflaõ.
j Ajunta a iflo hua fervorfla amoejtaeaò paía converfaõ> que com fuas partes
defcreve'. II fi principalmente pera nao falgar a feu proximo , porquanto iflo
a jó Deus compete. 1; Redargue os taõbem que em jeus negocios que começaõ
naõ conflderaõ a providencia de Deus >-nem a faqueza da vida. E conclue
que 9 que fabe 0 que fazer deve J e iflo naõ faz > mas gravemente peca.
«7^.22:19 ga. E fe tu a Ley julgas , ja naó es fazedor d’a Ley , fenaõ juiz.
Prov. 29 ; ** Hum
2J. Matt. 23 ; 12. Luc. 14: II. e 1S ; !<, I. P<^. 5 í * •
DE St. J A GO. Cap. V
ii Hum fó Legifladór ha , que lalvar e deftruir pode. 12k Porém kRom. 14:
quem es tu que a outro julgas? 4»
/ Luc. il Z
ij Ea pois agora vos, os que dizeis : ''Hoje, ouamanhaã, a 1$.
huã tal cidade iremos, c lá hum anno paliaremos, e contrataremos,
c ganharemos :
14 Vos, que naõ fabeis o que amanhaã [ acontecerá J : wPor- m lfay. 4.0:
que, que he voíTa vida? Pois hum vapor he , que por hú pouco ó.
aparece, e delpois fc efvaéce. i.Cor.y 3r.
15 Em lugar que dizer devieis: « SeoSenhorquifer, e vivermos, lacob.1\ Io.
l.Pear. 1 ;
ifto ou aquillo taremos.
16 Mas agora em voflas * prefunçoés vos gloriacs: toda atai glo- 1 2 c/. 2:17.
riaçaó he malina. n Aff. 18 ;
17 0 Affi que aquelle, que fazer o bem fabe, e naó [0] fáz, * pe li.
cado comete. 1 .Ct/r.4:i9»
/ »
*
* Ou > joberbias } ou y Arrogâncias. 9 Luc. 11; 47. * Q\i> para 0 tal lhe he pecado ' ‘*
OU, féca>
Capitulo V
j Adianta 9 Apoftolo nas exhortaçoens para vivenda Cfcriflaa e aponta as
mtjerias que fobre os ri os vêm. 4 A faber . fobre os que a os pobres de feu
jornal fruftraõ. 5 E d’as riquezas abujaõ pera deleites , 6 E a os pios oprimem,
y Amoefla a os oprimidos pera paciência longanime > com a venda de Chrifto ■> e
com os exemplos d’hum lavrador, lo E dos Prophetas e ejpecialmente de fob.
12 Amoejia os de deixar 0 leve \urar% IJ Enfna como nos avemos nos de aver ,
affi 'na profperidade, como 3na adverfdade. 14 Como taõbem 0 que os doentes
fazer devem > e 0 que nos lhes fazer devemos ■> prm ipalmente untando os e orando
por elles. 17 Meftrando com 0 exemplo de Elias quam efficdza oraçaõ d’os fieis
he. 19 & ultimamente amoefla de a os dejencaminlados converter, e a 0 ver
dadeiro caminho levar. 2o E enfina quam excedente ,obra ifto feja.
primeira epistola
CATHOLICA, ou, UNIVERSAL
D O
APOSTOLO S. PEDRO.
Capitulo I.
I Defpois do titulo d>a carta3 ; Agraddce 0 Apoftolo a Deus que pera a heran
fa incorruptível nos regenerou. Como tambem que pela fé para falvaçaõ nos
guarda 3 6 E no meyo d as tentacoens alégra. 8 Polo que taõbcm com gozo
. o amamos ainda que e nao vemos. Jo Teftifica entaõ que a doutrina d'efta gra
fa nao he nova nem vil 3 mas que 0 Eípirito de Chrifto pelos Prophetas antiw
delia orophetizou, Iz E os An]os de neUa vér defejaõ. 13 Propoem despois
dtverfas amoeftaçoens, fbre tudo pera firme efperança 'nefta graça, f a, pera
janftid^de , 17 E depoftçac de toda vaã cenverfaçaõ , d’a aua! -h»ln Je
tone deid abeterno bem elegeu , mas que agora por amor de nosoutros mamfeftado
foy. 12 Tira d ahi outra vez hua amoefttfaò pera mutua caridade fraternal.
23 Porquanto pela incorruptível femente d'o Euangelho para iffo regenerados
JI
•
‘ C A-
ÍS® I. EPISTOLA UNIVERSAL
Capitulo II.
j Amoefla os ainda 6 Apofiolo pera depofipao de diverfos vícios > 2 E pera defefe
dl o leite d’a palavra de Deus que fern engano he j pera 'no bem crecer j E a
benignidade de Deus gofiar. 4 Exhorta os despois que , como pedras vivas em
Chrifio pera cafa e facerdocie efpiritual edificados fèjaé; 6 Vfâo que Chrifio empe
dra dia esquina de Deus pofio he , preciofa pera os fieis., mas tropeço pera os
desobeaientes. ,9 Tefiifica que elles agora effa gerai a õ eleita e povo de Deus
faõ , d3os quaes mijericordia tem. II Polo que os amofila pera converfaçai
fanffa-) pera por ella a Deus glorificar. 13 Como taõbem pera obediência a os
Juperiores. iS E es fervos pera a de feus Senhores , aindaque rigurojos.
21 Propoem lhes pera elle fim a paixaÕ e pacien>ia de Chrsslo } 24 £ conjola
os com os fruitos d'efia paixaÕ j como a dufa de fua converfaõ d3elles.
*.
aMatt.1% I a TXeixando pois toda malícia , e todo engano , e fingimentos,
3- e envejas, e todas murmurações,
Rom- 6 : 4« 1 Delejae affeétuofamente , como meninos novamenre nacidos,
I.Cor. 14: leite racional, * naõ falfificado , peraque por elle creccndo va
10.
Eph.fi- 23- des :
Coloff y.S. * i Se porém ja b gofiaftes que o Senhor benigno he.
Hebr. 12:1. 4 f A o qual chegandovos , [como a] huã pedra viva , d’os ho-
' Incor-
*h IOu ’ mens em verdade reprovada, porém para com Deus eleita [<• J pre-
rapto-, ou, ci qí a:
rupto-,
fem enga- 5 qp am^cm como pedras vivas , d [por] cafa efpiritual e e fanéto
Também
b Pf. 34: 9. Sacerdócio vos edificae, pera/facrificios eípirituaes, a Deus agra-
c Eph.1 20. daveis por Jefu Chriíto, offerecer.
dHebr.yó. 6 Poloque também ’na Efcritura fe contem : g Eis que em Siaõ a
e^Apoc 1:6. principal pedra d’a efquina, eleita, preciofaponho: e, Quem
fRom. íi - ’nella crer confundido naõ ferá.
I.
Hebr. 11Z 7 Affique para vos os que credes * preciofa [w] he : mas para os
* rebeldes [/è diz]: h A pedra que os edificadores reprováraó eíTa
e 1*3: 15.Por cabeça d’a efquina feita foy ,, e por t pedra de tropeço , e por
16. penha de efeandaío:
glfoy. 28 S 8 [ A faber] para aquelles que em a palavra tropéçaõ, rebeldes fen
16. do, pera o que também * ordenados foraõ.
* Ou, hon 9 k Mas vosoutros a geraçaõ eleita, l o Sacerdócio Reál, agen.
rofia.
• Ou ^incré te fanéta, [e] o povo aequirido fois: peraque as virtudes denunci
dulos eis d’aquelle que d’as trevas pera fua maravilhojã luz vos chamou".
iPf 118 ; 10 m Vos’
II.
^«.21:42. ^.4:11. í7/^.S:i4. 12^.9:33. * Ou,p/^. kExod.iy.q.
Deut.71 6. e 14 : 2. ei6 ; iS. Eph. 1114» iApoc. 1:6. e $ ; io
DE S. PEDRO. Cap. II. ni
!• m Vos, que d’antes povo naõ éreis, mas agora o povo de Deus m Ofeas^ i;
fois: que [ dantes] milericordia naõ alcançareis, mas agora mileri- Io«
cordia alcançaftes. f2; 22.
ii Amados, como a peregrinos e forafleiros amoèfto ,Ro™-9'-
n que vos abltenhacsd as concupiicencias carnaes, que contra a alma I4 s
militam. G*?/. sikÇ»
ií o Vofla vivenda entre as Gentes honefla tendo : ? peraque em o Rom. n :
oquedevos, como de malfeitores , mal faliam , 7 a Deus, pelas 1-Cor 8;2i.
boas obras que em vos virem , r ’no dia d’a vifltaçaó glorifiquem. 2: Tí*
15 / Portanto íugeitaevos a toda ordenaçaó humana por amor d’o^Itf'? 5*
Senhor: feja a o Rey, como a Superior : I# •
14 Seja a os Governadores , como a os que d’elle fam enviados, Matt. •
para caftigo em verdade d’os malreitores , mas [pera] louvor d’os 16.
que bem fazem. rLac.r.68.
15 Porque afli he a vontade de Deus, t que bem fazendo, aboca eí9H4-
á ignorância de homens loucos tapeis: <- fRom.iy.i.
10 u Como libertos, c naó como tendo a liberdade por cubertu- fpj/ * ■
ra de malícia, fenaõ como fervos de Deus. uioSz 'xi
17 x Honraeatodos: y amae a fraternidade: temeia Deus: shon- Rom 6: 1$ *
rae a o Rey. Ga/. 7:^
18 * Vosoutros fervos, fugeitaevos com todo temor a [woffos] xRom. 12;
Senhores, naõ fomente a os bons e * humanos, mas tambem a os lo’
rigu rolos. 1 Rom 11 *
19 £ Porque * coufa agradavel he, fealguem, por caufa d’acon-^ TIO. ^’
fciencia. pera com Deus, moleítias fofre , injuílamente padecendo. Eph. 4: 3.
ío Porque , que louvor he, fe pecando , abofeteados fois , C O Hebr.\$:ia
fofreis ? c Mas fe fazendo bem , affligidos fois, e * ó fofreisj iíTo >. Pedr. I :
he a Deus agradavel. 22.
2< Porque pera ifto fois chamados , pois tambem Chriftopor n0S « Matt-211 21.
padeceu, d deixandonos exemplo, peraque fuas piladas figaes. _ a Eph 6:f.
11 e O qual naó cometeu pecado , nem engano em lua boca fe Colofl\ "j’:
achou. 22.
fO qual quando o injuriavaó, naó tornava a injuriar: e quan- 1.^. 6:1.
do padecia, naó ameaçava: mas a aquelle que juftamente julga: fe Tít' 2- 9
remetia. Ou^affa-
veis, ou 5
24 5 O qual mefmo noflos pecados em feu corpo fobre o madeiro modera
Xxx levou dos.
• Ou j tâo gf1i.a & Matt. $: To. c I. Pedr. 3:14. e 4:14. • Ou , padé-ds.
djoa.l$ 1$. PZv/.2:Ç. I Joa 2:6. e lfay. 9 2, Cor.j : 21. j. Loa. 3;
f Matt. 27: 39. Joa. $ . 42. í ifay> 5S 4» Matt, S 17.
W I. EPISTOLA UNIVERSAL
hRom. 6 :levou: £ peraque mortos para os pecados, para a juftiça vivamos:
• / r\ por cuía ferida faráites.
V. 25 Porque / como ovelhas desgarradas éreis: mas agora Qpjcon-
34 vertidos eftaes a o Paftor e * Biipo de voílas almas.
Luc. i $: 4.
•Ou/íM^r.
Capitulo III.
I Amoefla Pedro as mulheres pera obediência a feus maridos. % E enfeite nao
d’o homem exterior mas d3o interior. $ Poloque lhes- propoem os exemplos
d3as matronas janétas d o Velho Teftamento, efpecialmente de Sara. Amoefla
i taõbem a os maridos que discretamente com fuas mulheres habitem. S Torna fe
despois a as amoeffaçoens pera mutua caridade
* 9 E principalmente pera tole
rância e paz , com promejfa d’a bençao de Deus cfo Pfalmo XX X 1 V. I j Moftra
que temer naõ devem quando fem culpa padecem , e que Jempre pera ad razaõ
d3a efperança que 3nelles ha aparelhados esidr devem. l8 Propoem lhes o exem
plo d3a paixaÕ de Chriflo e de fua fahida d^ella. I9 Como taõbem 0 exemplo
contrario d os caftigos , d’a desobediencia d o primeiro mundo em os Dias deNoe»
e d'a Uvraçao de Noe pela arca d3a agoa, quando com paciência a efperáta *
21 Cu]O correspondente exemplar agora 0 bautismo he > que nos encaminha á rejur
reiçaõ e gloria de Chrifto,
Capitulo IV
I Tira o Apoftolo d’a eoitfideraçfiõ d'a paixaõ de Chrifto hua amoeftaçaõ que nao
fegundo as concupi/cendas d’a caj^ie •> fenaõ fegundo a 'vontade de Deus avérn de
viver ; 4 E enfina que os que o contrario fazem j ou outros a iffo levaÕ> a Deus
tonta darác > 6 Sendo taõbem por iffo o Euangelho a os mortos pregado. 7 Ex
horta os despois pera fobriedade > oraçaó J caridade e outras virtudes. Io Cem»
taõbem pera 0 bom empregar d* os dons e adminiftraçoens que cada hum recebido
tem. 12 Enfina outra vez que « forte d’os fieis he padecer affiicoens , e que
iffo lhes faudavel he ; I? Eavifa que ninguém como malfeitor . fenaó como Chri-
fiaó padeça } V] Porquanto 0 juizo de Deus de fua cafa começa. iS Pois qut
os outros defpois defta vida mais grave juizo tem por efperar.
a Hebr. 12; 1 ra pois ja que Chrifto por nos em a carne padeceu, a vos tam
I.
b Rom.6: 7.
c Rom. 14; -
7» O bém com efte mefmo penfamento vos armae , b [a jaber]
que aquelle que em a carne padecéu, ja d’o pecado ceifou :
2 c Pera ja o tempo que \_ainda}
_
a. Cor. $ : fegundo as concupifcencias d^os
iS- de Deus.
em a carne refta , mais naõ viver
’ homens , fenaõ fegundo a vontade
Gal. 2'20. ? d Porque bem nos bafta que o tempo paflado d’a vida a vonta-
?^r/
■f TP4e/r cumprimos , v,e v<.i
/r+'. de ~d’os Gentios vuuij/iiiuvu em diftòluçoés , concupilcencias ,
’ 10 S borrachices , glotonarias, beberronias , e abomináveis idolatrias
Heór.y 14. andamos.
dEph^.i'/. 4- O que \_em vos outros'} eftranhaõ , por com elles naõ correrdes
’no mefmo defenfreamento de difiòluçaõ, de vos blasfemando:
5 Os quaes conta haõ de dar a o que aparelhado eftá pera a os vi
vos, e a os mortos julgar.
e loa. 6 e Porque para ifto também a os mortos euangelizado foy , pe-
1 Redr. 3 : raqUe ern verdade fegundo os homens em a carne julgados foflem,
9’ porém fegundo Deus cm Efpirito viveflem.
2 : 7 r E ja o fim de todas as coufas eftá perto : g Portanto fede fo-
Luc 21 • brios, e vigiae em oraçoés.
;4. ‘ 8 Mas ante tudo huns para com os outros ardente caridade ten-
hVrov. 10; de- h porque a caridade cubrirá muitidaõ de pecados.
Vi Hoípc-
DE S. PEDRO. Cap. IV.
9 i Hofpedaevos huns a os outros, Z fem murmurações. /7?^. 12
*
10 l Cadahum como o dom recebeu, P/7] a os outros o admini- 13.
íire, como bons difpenfciros d’a varia graça de Deus. Hebr. 13 ;
11 m be alguém fallar, [fM] como as palavras de Deus : fe al- ,
guem admimltrar , [admmifire ] como d’a [ p*rte das] forças que * \ktí' 1 '
Deus dá j peraque em tudo feja Deus glorificado por Jefu Chri-/p^^g.
fio: aquem pertence a gioria e a potência pera todo fempre jamais. Rom, 12: 6.
Amen. i.Cor.S-.u.
12 Amados, » naõ eftranheis o ardor [d?a affl'içao"\ , que para vos m'Jer- 2 3:
atentar vos fobrevém , como fe f al^ud coufa 1 eftranha vos aconte- 21‘
cefle: *
1/^48:
13 Antes afii como ás affiiçoés de Chrifto comunicaes, [afl? tambem 1 q0 '^
delias'} vos alegrae: peraque tambem em a reveiaçam de fua gloria i.Pedr.u.j,
vos gozeis e alegreis.
’4 0 Se polo nome de Chrifto fois vituperados , bemaventurados 0 Matt. 5:
fois : porque o Efpirito d’a gloria e [0] de Deus íobrevos outros lo.
repoufa: o qual, quanto a elles, blasfemado he, mas quanto a vos I. Pedr. 2;
glorificado. 20.
is Porém nenhum de vos padeça como homicida, ouladram,ou 'DM-
malfeitor , ou como o que em negocios alheyos fe entremete:
16 Mas fe como Chriitam [padéce], naó fe envergonhe , antes a
Deus ’nefta parte glorifique.
17 p Porque ja he tempo que o juizo desd’a Cafa de Deus comé- pier.is i?4
cc : e fe primeiro dc nos ^começa'}, 7 qual ferá o fim d’aquelies, que Luc.z^. 31.
a o Euangelho dc Deus desobedientes faó ? q Luc. 10:
iS r E fe o julio apénas fe falva , aonde aparecerá o impio e pe 12.
cador ? rPrw. Ii;
i9 Portanto tambem os que fegundo a vontade de Deus padé- 3i-
cem, fuas almas, como a o fiel criador , encomendem, bem
fazendo.
I
1. EPISTOLA UNIVERSAL
Capitulo V
I Amoefla Pedro a os Anciãos que a o rebanho de Deus bem apacentem. 4 E pa
ra galardaõ a coroa d'a gloria lhes promete. $ Amoefla despois a os mancebos
pera fogeiç ao e humildade . 7 E a cada qual que feu cuidado fobre Deus deite.
8 Propoem lhes a aflucia e potência d’o diabo , e exhorta os a vélar contra elle.
io Roga a Deus que os conforte. II E louva 0. 12 Declara a razaõ porque
em breve lhes efcrevéu. 13 E conclue a carta com mutua faudapaõ e defofo
d3a paz.
S E 6 U N-
53’
SEGUNDA EPISTOLA'
UNIVERSAL
D O
APOSTOLO S. PEDRO.
Capitulo I.
I O Apoftolo Pedro despois d’a infcripçaõ e ftudacao , ; Relata primelramevte
quam muy grande grata e benefícios Deus a os fieis Judeos para fua falvaçaõA
feito tem. 5 Poloque os amoefla pera de mais em mais 'na fé e piedade crecer ,
ei fua fé outras virtudes acrecentar; 8 Enlinando que entonces verdadeiramen
te frudiferos Io E de mais em mais de fua eleição e entrada 'no Reyno de
Chriflo affegurados íerdõ. IX Declara, que ainda que elles efias coufas bem faebam
toda via quis desperta los por esta amoeamai) , 14 Vifto que brevemente d3efta
vida tirado [eria fegundo a Profecia de Chrislo , peraque despois de fua morte
dlfto Je alembraffcm. 16 Teftifica que a doutrina àe Chrifto e de fua vinda
lhes pregada, fabulofa nao era mas que elle mefmo juntamente corri dous outros
Apoftolos fua gloria 3no monte vira, e 0 teftimunho d’o Pae d'elle d3 0 ceo ouvi
ra , 19 D'a qual tabbem pelas Efcrituras proféticas fe teftifica j 2o ffifie pelo
Efpirito de Deus injpiradas JaÕ.
Capitulo II.
I Avifa o Apoftolo as feis d'os falfos Doutores que heYegias de perdição 3na Igreja
introduzirão, e a muytos enganardo. J E pera melhormente fugi? delles descre
ve fua avareza , e a perdição 3 na qual por elles levados Jèráo. 4 O que confir
ma com os exemplos d’os Anjos que pecáraõ, d30 mundo antigo, e d3os de Sodóma
e Gomorra7 Contra que poem 0 fixlvamento de Lot , como d3antes 0 de Noe.
Io Aponta taobem acarnalidade, intemperança, enganos, e outros pecados d3eftes
enganadores , em que a os animaes irracionaes femelhantes fao, avendo por iffo de
receber 0 bem merecido gaíardaó d o ca ftgo; J$ Como Bileam , cuja in juftiça por
hum mudo animal reprendida foy. 17 Compara os com fontes enuveis fem agoa.
IS Defere ve Jua arrogancia d’elles > e de como a os Chriftaõs enganai , e liberdade
lhes prometem . Jendo elles mesmos ejeravos dyo pecado. 2o Enfina que 0 eftado
d’os Chriftaõs que d’elles enganar fe deixaõ peyor he que je nunca a Christo co
nhecefem. 21 E compara os com caens, que íe tornao a Jeu proprio vomito 3 e
com porcas lavadas que a 0 espo\adouro d’o lamaçal Je tornaõ.
a Deut.iy.
I. 1 T7 tambem a falfos Prophetas entre o povo houve , b como tam
b Aíatt>24: bem entre vos falfos Doutores avera , que heregias de perdi
II. ção encubertamentc introduzirão , e a o Senhor que os comprou
Aã.2^, 29 fnegarão, trazendo fobre fi mefmos * repentina perdicaõ.
2 E muytos fuas perdições feguiráó , pelos quaes o caminho d’a
2. Timt$: I.‘ verdade blafphemado lera.
* Ou->Ace-
lerada,oUy} 3 E por avareza, de vosoutros , com palavras contrafeitas mer-
apreffada. cadoria farãó : c fobre os quaes ja dc largo tempo * a condénaçaó
íe iud.vs. 4. ouciota. naó eftá, c fua perdiçaó naó tosquenéja.
‘r‘- 0- jui
**Ou, • • 4 Porque fc Deus d a os Anjos que pecáraó naó perdoou , antes
zo. avendo os ’no inferno lançado , a as cadéas dc efeuridaó os entre
d lud.vs.6.
Apoc.zç>\^. gou, para o juizo refervádos ficando:
0 Gen 7:2;. 5 E [tambem} a o mundo antigo naó perdoou, mas a e Noê oita
J. Tedr. 3 : vo , o pregoeiro de juftiça guardou, o dçluvio fobre o mundo d’os
impios trazendo:
t E
DE S. PEDRO. Cap. IT.
ff E as cidades f de Sodoma e Gomorra â fubveiTaõ condenou 19:
reduzindo as a cinza , e pondo [•'* 1 por exemplo a os que impia- 24>
mente viveflèm : 19 ♦
7 E a o jufto Lot , g ja d’a difloluta vivenda d’os * abomináveis I9,
homens enfadado, ] livrou.’ 50^0.
8 (Porque, habitando elle jufto entre elles, cada dia [fita] h al- Ezech, 16 :
ma jufta atfligia , [/wáí] injuftas obras vendo e ouvindo). 49-
9 i Afli íabc o Senhor a os pios d’as tentações livrar, e a os inju- ®íe‘,s' 11 •
ftos pera o dia d’o juizo refervar , para caltigados ferem.
'io Porém mayormente a os que fegundo a carne em concupifcen-
cia de immundicia andam , e as dominaçoés desprézaó, atrevidos, jUí{. w.y,
agradandole a íi mefmos , nam arreceando de d?as dignidades blas- ^Gen. 19 :
fem arem: 7-s«
íi Como querque os Anjos, mayores cm força e potência fendo, * ' ne~
contra ellas parante o Senhor juizo blasfemo naõ * produzaõ. ,ta,n .
i1 * Mas eltes, comoanimaes irracionaes, que a natureza leguem ; Isg
* feitos pera prefos e mortos férem, l blasfemando d’o que naó en- Ccr.io:
tendem , em lu$ corrupçaó pereccráó : 13.
13 Recebendo o galardaõ de iniquidade [por] prazer as quotidi- * Ou,pi
anas delicias tendo, lendo tachas e maculas , deleitando íe em íeus ™nciem>
enganos, com vofco banqueteando: „
' 14 Ós olhos cheyos de adultério tendo, e nunca de pecar ceflan- ^ido7'
do: as almas inconftantes engodando, o coraçaõ cm avareza exerci- Hud.vsÀ*.
tado tendo , filhos de maldiçaó:
1$ Que, deixando o caminho direito, erráraõ, ™ feguindooca- m Num.221
minho de Balaam, [filho] de Bolor , que o galardaõ de iniquidade 7 Cl
amou: lud.vs, 11.
16 Porém a reprenfaó de fua [mefma] transgreflaõ teve: [Porque]
n o mudo [ammal] de jugo , em voz dc homem fallando, a louqui- nNum.22:
ce d’o Propheta impediu. 2l-
17 0 Eftes fam fontes fem agoa , nuveis d’o redemoinho de vento 0Iud.vs.12
levadas : pera os quaes a eleuridaó d’as trevas eternamente fe re-
lcrva.
18 Porque fallando coufas muy arrogantes de vaidade , com as
concupilcencias d’a carne, c com diflòiuçoés engodam, a os que
ja de véras efeapado tinhaó d’aquelles que em error andam :
19 Prometendolhes liberdade, fendo elles mefmos lérvos de cor
rupção. p Porque d’aquclle de quem alguém vencido he , d’o tal 8.-34.
também fervo 1c faz.
Yyy 1 , I
ao Por-
1
$4i II. EPISTOLA UNIVERSAL
qHebr 6: 2O ? Porque fe defpois de ja , pelo conhecimento d’o Senhor e
4‘ . ç Salvador Jelu Chrifto , d'as çugidades d’o mundo efeapárem , e
r Ma°tt 12: tornando Ye ’nellas a envolver vencidos forem r ip&yoYCs lhes fam
4$, * as ultimas , d’o que as primeiras couías.
ii Porque melhor lhes fora o caminho d’a juftiça nam conhece
rem , d'o que conhecendo , desviarem fe d?o íanclo mandamento
que entregue lhes tora.
2i Porem íobreveyo lhes o que por hum verdadeiro provérbio
fProv. 16 : [/? : / Tornou feocaó afeu proprio vomito; c A porca lavada,
u. * a o espojadouro d’a lama.
* Ou j a o lamaçal d'o lado.
Capitulo III.
I Declara o Apoftolo que efta fegunda carta eferevéu pera despertalos ao guardar
d’a doutrina d’ds Prophetas e Apoftolos. ] E avifa os contra os ejcarnecedores >
que em os últimos tempos, a vinda de Chrifto a o juizo e a confumaçao d’o mun
do negarão'. <; E refuta os com razoens tomadas d’a criafaõ e conjèrvaçao a‘o
■mundo „ 6 E do diluvio. 7 E enfina que como o primeiro mundo pelas agoas
pereceu affi efte pelo fogo perecerá. S Que a vinda de Chrifto a o juizo por
amor d’os eleitos bem fe dilata ? Io Mas que de improvijo virá 11 D onde
tira hua amoeftaçaô pera procurar a ftncera piedade, E enfina que ceo novo
e terra nova eftaráo. I<j E tudo ifto confirma com o teftimunho *d o Apoftolo
Paulo cujas cartas alguns torcem. 17 Pinalmente condue com amoeftaçaó de
que ddos falfos doutorei e efcarnecedores Je guardem, e com glorificação de Chrifto.
PRIMEIRA EPISTOLA
20 J Mas vos outros a unçaõ d’o Sanélo tendes, e todas as coulas fffas ‘
fabeis. <rI?3»2*
ii Naó vos cfcreví porque a verdade naõ foubefleis j mas por-
quanto a labeis, e porque nenhuã mentira d’a verdade he. e r. . .
22 Quem he o mentirofo , fenaó aqueile que nega que Jefus o
Chrifto he ? Aquelle hc o Antichrifto , que a o Pae , c a o Filho
nega.
23 t Qualquer que a o Filho nega, também a o Pae naõ tem.
24 Portanto o que defd’o principio ouviftes , em vosoutros per- *• Tim. i;
manéça. Se o que defd’o principio ouviftes , em vosoutros per- lz*
manecer , também em o Filho e em o Pae permanecereis.
2f E efta a promefia hc , que elle nos prometeu , [a ftafor] a vi
da eterna.
20 Eftas coufas vos cfcreví [mm] d’os que vos engánaõ. „
27 u E a unçaõ que vos d’elle recebeftes , em vos fica, c necefli-
dade naõ tendes dc que alguém vos eníine : antes como a mefma Hí^/.8;u;
unçaõ [acerca] de todas as coufas vos enfina, [affi] tambem hc
verdadeira, c mentiranaõ hcj ecomoellavos enfinou, [* fl] ’ncllc
ficareis.
E agora, filhinhos, ’nclle permanecei: * peraque, quando fe xMarc. 8 :
naó fejarnos.
29 bc fabeis que elle he jufto , [
juftiça * obra , d’clle nacido he.
Zzz C A-
L EPISTOLA UNIVERSAL
Capitulo III.
x I Aponta 0 Apoftolo a dignidade d’os fieis que filhos de Deus fao 5 ainda que fua
gloria naõ ferá perfeitamente manifesta fenaõ em a vinda de Chriflo. ; £
amoefta es que a fi mesmos purifiquem. q Pelo qual fim Chriflo fe manifestou.
7 Por ffi
* eoufa tíí filhos de Deus e os filhos de Diabo je difierenciao,
9 Porquanto os filhos de Deus a 0 pecar naõ fe entrégao. ii Amoefla os tii-
bem que huns a os outros amem > Ii E 0 exemplo de Caim fugao ; 14 Enfina
que a caridade he 0 verdadeiro final que dda morte livrados lomos , e que 0 que
a feu proximo aborrece perante Deus homicida he * 16 Propoem 0 amor de Chri
fto pera com nosco, e amoefla nos de imitalo ; 17 Naõ fó com palavras fenaó
com obras e verdade ; 19 Enfinando que d'dhi de mais em mais je nos ajjegura
que verdadeiros Chriftaõs fomos IV E que nojfas orapoens de Deus ouvidas
jeráõ. fihie efte he 0 fumario d* os mandamentos de Chrifto > crerem elle e a jeu
proximo amar. 24 Nos faz.endo ifto temos cõmunhaõ com elle e dlijfo por jeu
Efpirito Sanfto ajfegurados fomos.
«10/1:12;1 * ("A lhae quam grande caridade o Pae nos déu , que filhos de
Deus chamados foflemos. Por iflo nos naõ conhece o mun
do, porquanto a elle [*"] naõ conhéce.
blfay.tfz 2 Amados, agora filhos dc Deus fomos , * c o que avemos de
5. fér , ainda manifefto naó he. d Porém fabemos que quando elle fe
Jod. 1:12. manifcílar , a elle fcmclhantcs ferémos : porque, afli como he, o
Gí7 veremos.
^ 4*6. * & qualquer que ’nellc efta efperança tem, a fi mefmo fepurifi-
cMatt. 5 :ca? como [tambem] elle puro he.
12. 4 Qualquer que pecado faz, tambem * iniquidade cométc: ePor-
Rom.8:18. que o pecado * iniquidade he.
2. Cor. 4 : $ f E bem fabeis que elle fe manifeftou , pera noflos pecados ti
17-
d Phil. 1: rar : f e ’nclle pecado naõ ha.
21. 6 Qualquer que ’ncllc permanéce , naõ peca : qualquer que pe-
Colojf. 3:4.ca-> narn 0 V]O5 nem o conheceu.
*Ou,alty 7 Filhinhos,
Filhinhos , ninguém vvos engane, h Quem juftiça obra, jufto
traspajfa i he , afli como elle he juílo. »
ou,™»/™ 1 Quem iaz pecado, d’o diabo he : porque o diabo defd’o prin-
* 72^7’ C*P 10 peca- Fara 0 Filho de Déus fe manifeftou, perà as obras
d’o diabo desfazer. ‘
“Ou.trms- 9 ' Qualquer que de Deus nacido hc , pecado naó faz: '* porque
Vejfaòfda fUa
Ley> fVj2?' H * i2‘ T‘ Tim- 1:1$. g lfay. $3 : 9. 2.Cor. $; 21. L Pedr. 2: 22'
bl.loa.2\lS. 1 k l.Pedr.l
* t2}.
DE S. JOAO. Cap. III.
Capitulo IV.
I Avifa o .Apoftolo outra vez a os fieis dos falfos doutores, 1 Que defcreve
4 E confòla os contra o engano d’elles com o dom d’a regeneração que recebéraõ .
6 Amoefiando os de 'na doutrina d’os Apoftolos confiantemente ficarem. 7 Des
pois outra vez. v&rn a as amoeftaçoes pera mutua caridade , que he 0 verdadeiro
final d’a verdadeira regeneração. 9 -E pera efte fim lhes propoem 0 exemplo de
Deus e feu mais grande amor 'pera com nofco. 12 Enfina qued>ahi por feu Efpi
rito de nofia comunhão com Deus afiegurados fomos- 14 Como taóhem quando
confefiamos que Jejus 0 Salvador d’0 mundo e 0. Filho de Deus he, 16 Que pe
la caridade em Deus ficamos 3 e oufadia em 0 dia de juizo temos. l8 Que ella 0
medo d’a condenaçaõ > e 0 tormento d’o animo > fora de nos lança, 20 Que a t)eus
amar naõ podemos > fe a nofio proximo naõ amamos , 2i Porquanto ambos efies
mandamentos juntamente nos dados faõ.
Zzi 1
I z
I. EPISTOLA UNIVERSAL
Capitulo V
1 Prova ainda o Apoftolo que e amor d; Deus e d’os filhos de Deus fempre
ajuntar fe devem. 3 £ enfina que 0 amor de Deus fe moftra pelo guardar de
feus mandamentos e vencer d’o mundo , 0 que os regenerados pela fe em Jefus
Chrifto fazem. 6 Prova que effe he e Filho de Deus e Salvador dfo mundo por
dous laya de teflimunhos 3 ’no ceo > d’o d’a Trindade 8 Na terra •> cto dJa
Efpirito , d’a agoa e d’o fangue ; 9 JS enfina que effes teftimunhos aceitar de
vemos , ou que outra maneira a Deus mentirofo fazemos, II Mas que os que os
aeeitaõ por Jefu Chrifo a vida eterna tem-, 14 Como taõbem a confiança que
por fuas orafoens de Deus alcançardõ, tudo quanto lhes para falvaçaõ neceffario
he. 16 E iffo naõ fomente pera fi mesmos, mas tavbem pera feu irmaõ que
pera morte naõ peca. 18 Enfinando que os regenerados ’nefte pecado naõ cayao >
porquanto bem e direitamente a Deus > e a jeu Filho Jefu Chrifto, (onkécem e
'nelle eftáõ. 21 Finalmente amo efta a os fieis que d? os idolos fe guardem.
alod.iin. 1 a T^odo aquelle que cré que Jefus o Chrifto he, dc Deus he na-
eido: e todo aquelle que ama a o que gerou , tambem ama
a o que d’elle nacido he.
2 5Nifto conhecemos que a os filhos de Deus amamos, quando a-
mamos a Deus, e feus mandamentos guardamos:
bjea, 14: 3 b Porque efta he a caridade de Deus , que feus mandamentos
1<5- guardemos: ' e feus mandamentos * difticeis naõ fam.
eMrínv 4 P°r9ue tud° 0 que nacido de Deus he, a o mundo vence : de
‘ ’ efta he a vitoria que a o mundo vence, [convém a faber] nofla fé.
♦ ? e Quem he aquelle que a o mundo vence 9 f fenaõ aquelle que
dos. cré que Jefus o Filho de Deus he?
djod. 16: 6 Efte he aquelle que por agoa e fangue veyo , faber] Jefus o
3V Chrifto: naõ fó por agoa , fenaõ por agoa e [por] fangue. Eo
e i.Cor.15. Efpirito he o que teftifica , que o Efpirito a verdade he.
fi^joX.À’ 7 Porque tres fam os que teftificam’no ceo , o Pae, a Palavra, e
’ o Efpirito Sanéto : e eftes tres faõ hum.
8 E tres fam os que teftificam 5na terra , o Efpirito , ca Agoa,
c o Sangue : c eftes tres * em hum convém.
* Chapara 9 g Se o teftimunho d’os homens recebemos, o teftimunho dc
humjao. Deus fce mayor : porque efte he o teftimunho de Deus, que dc feu
37. Filho teftificou.
hloã.y.^6. 10 h Quem ’no Filho dc Deus cré, em fi mefmo teftimunho tem :
8;ié. quem a Deus naõ cré , menrirolo o féz : porquanto o teftimunho
G^/. 4: í paõ créu , que Deus de feu Filho teftificou.
U E
DE S. JOAO. Cap. V 755
11 E efte he o teftimunho, {a faber} , que Deusa vida eterna
nos déu: ' e efta vida em feu Filho eftá.
12 Quem tem a o Filho , a vida tem : quem a o Filho de Deus
naõ tem , a vida naó tem.
15 k Eftas coufas vos efcreví {a w], osque em o nome d’o Filho kJoX. 20 {
de Deus credes: peraque laebaes que a vida eterna tendes , e pera
que em o nome d'o Filho de Deus creaes :
14 E efta he a confiança que pera com elle temos , /que fe al- lier.2yA2>
guá coufa fegundo fua vontade lhe pedirmos , elle * nola outorga. Matt- 7:S.
1$ E fe-fabemos que tudo o que {/be} pedimos nos outorga, e21:22.
{também} fabemos que as petições , que lhe pedimos , as alcança- 11:
Hl OS. Luc
* 11 *9»
16 Se alguém a feu irmaõ pecar vir , pecado {$ue} pera morte 14 ♦ I
naó {be.a Deus} orará, c a vida lhe dará, a aquelles {dígc>} que pera 13.
morte naó pecarem, m Pecado ha pera morte , polo qual naõ digo e1$: 7»
que ore. , eí6:.2^
17 «Toda iniquidade he pecado : porem pecado ha {^ue} para r* ~
morte nao
« Bem fabemos que todo aquelle que de Deus nacido he , naó * Ou, nos
peca: mas o que de Deus he gerado , a íi mefmo fe conlcrva , e o ouve»
Malino lhe naó toca. m Numty\
19 Bem fabemos {também} que de Deus fomos , c que todo o 30.
mundo * em a maldade jaz. I. Sam. 2 :
20 'Porém {também} fabemos que ja o Filho de Deus vindo he.’ Mattt 12 J
p e entendimento nos deu , pera a o Verdadeiro conhecer $ c ’noJ 31.
Verdadeiro eftamos, *}
fabe cm feu FilhoJefuChrifto. ? Efte hc Marcai?»
q verdadeiro Deus, e a vida eterna. Luc.n: 10.
2í Filhinhos, guardae vos a vos mefmos * d’as imagens. Amen.
Fim d’a primeira Epiftola Univerfal d’o Apofiolo S. Joaõ' ^tdr. 2 :
I 20.
Ol-Joa. 3:9. * Ou , W mal, ou ■> ’no malino. p Luc. 24: AS- lfay.9:
e 44; e Sf-S- J°“- 2«:28. Rom. ?:$. X.Tim. * Ou > d’ os ído
los > ou, JomeIban^as,
554
SEGUNDA EPISTOLA
D’ o
APOSTOLO S. JOAO.
I Anciaó á Senhora eleita , c a feus filhos, a os quaes em
verdade amo : e naó fomente eu , mas tambem todos os
que a verdade conhecido tem :
í Por amor d’a verdade que em nos eftá, e com nofco pera fem-
pre eftará:
3 Graça, mifericordia , paz de Deus Pae , e d’o Senhor Jc<
fu Chrifto , o Filho d’o Pae , com vofeo cm verdade e caridade
feja.
4 Muyto me alegrei por achar que [alguns} dc teus filhos cm a
verdade andam, como o mandamento d’o Pae recebemos.
4i.lM.17. ç agora , Senhora, te rogo , * naó como eicrevcndo tc hum
. ncvvo mandamento, mas o que deíd’o principio tivemos , [a (aber}
u' *3 • b que huns a os outros nos amemos.
eiç.-ii, ( E eftá he a caridade , que fegundo feus mandamentos andé-
£/>£.$ • 2. mos. Efte he o mandamento , como ja deld’o principio ouviftes ,
i. Tzv/?4 9. [x faber} que ’nellc andeis.
j. Pedr. 4: 7 d Porque ja muytos enganadores ’no mundo entráraõ, os quaes
8\ naõ confeífaõ que Jefu Chrifto em a carne veyo. Efte [m/J he o
x* ** ?’* i ’ Enganador e o Antichrifto.
elod L 8$ Olhae por vos meímos, meímos , peraque o que ja trabalhamos,
trabalhamos , naõ
dMaft.m percamos ; antes o inteiro gaíardaó recebamos.
5.24. 9 Todo aquelle guc * prevarica , ce ’na doutrina de Chrifto naõ
1. Pedr.i
*.i. r_ ' , a 7A
perfevéra J
Deus naó• tem : quem 5’na doutrina • de ✓ i • Z1 z» Z i
1 Chriftoperfeve-
1.7^4 1 ra, ra oo tatal| aafli
fl] aa oo p como aa oo Filho
ae , como
Pae Filho tem.
tem.
tfjfou.je ío e Se alguém
algucm a vosoutros vem vem,, c efta doutrina naó traz, cm
dfviat [v0^a] cala o na5 recebaes , * nem taó pouco o faúdeis.
e Rom. : Ij Porque quem o faúda, com fuas más obras communíca.
17. >2 Muytas coufas tenho que vos efcrcvcr, porem com papeie tin
2. hm^: 5^ ta
Ttt. J : I® • .* Ou, ainda, Deus te (tive» lhe diçaes.
DE S. JOAO. HT
ta naõ quis : mas a vosoutros efpero vir , e dc boca a boca ]
fallar , peraque noflo gozo iè cumpra.
31 Os filhos de tua irmaã , a eleita , te laúdam. Amen.
* Epijtola do Apoftolo S, Joao:
fim d’a jegund*
TERCEIRA EPISTOLA
D’ O
APOSTOLO S. JOAO.
i Anciaõ a o amado Gayo, aquem cm verdade amo:
■ Sx Amado , ante tudo deléjo que bem te vá , e faúdc
* tenhas, como ^também ] a tua alma bem lhe vae.
3 Porque muyto me alegrei quando os irmaõs viéraõ , e dc tua
verdade teílificáram , como tu cm a verdade andas.
4 Mayór gozo naõ tenho d’o que ’nifto , que ouço que meus fi
lhos em a verdade andam.
5 Amado , fiélmente fazes em tudo o que pera com os irmaõs,
c pera com os eítranhos fazes.
6 Os quaes de tua caridade cm prefença d’a Igreja teílificáraó:
a os quaes , fc como para com Deus dignohc, [wjacompanhares,
bem farás.
7 Porque por feu nome fe faíraõ , nada d’as Gentes tomando.
8 Portanto a os taes receber devemos, peraque coopcradóres d’a
verdade fejamos.
9 Efcrito á Igreja tenho: porém Diotrcphes, que entre elles ter *
o primado * procura, naó nos recebe.
10 Poloque fe eu vier, á memória * as obras que faz trarei, * <5r Juas
contra nos com maliciofas palavras palrando : e naõ contente com
ifto, a os irmaõs naõ recébc, e a os que \_receber wj querem ímpé-
de, e fora d’a Igreja os lança.
Aaaa ií Ama-
EPISTOLA UNIVERSAL
mP/T-V- íi Amado, * naõ figas o mal, fenaõ o bem. Quem bem faz,
W 1: IÓ; de Deus he: mas quem mal faz , b a Deus naõ viu.
3: Todos a Demetrio teftimunho daõ , até a mefma verdade : e
j,/. 3: também nos teftimunhamos , e bem íabeis vos que nollò teftimunho
6. verdadeiro he.
c i- *Joa 13 c Muyto que clcrevér tinha , porem com tinta e penaefcrevéç
ví. iz. te naó quero :
14 Mas efpéro brevemente vér te, e de boca a boca fallarémos.
15 Paz feja comtigo. Os amigos te faúdaõ. Saúda a os amigos
[vow] por nome.
'Fim da terceira Fpijlola d30 Apofiolo S. Joao,
EPISTOLA UNIVERSAL
D’ O
APOSTOLO S. JUDAS.
1 T udas fervo de Jefu Chrifto , e irmaõ de Jacobo , a os ia cha-
I mados, por Deus Pae fanétificados, e Jelu Chrifto
J * confervados.
lados. 2 Mifericordia , e paz , c caridade j feja multiplicada.
3 Amados , procurando eu com toda diligencia de acerca d’a
commum falvaçaõ vos eferever , por neceífario tive eferevérvos, e
exhortar [w] a batalhar pola fé , que huã vez a os fanólos entre
gue foy. . , ,
m.Pedr.2: 4 u Porque alguns fe introduzirão , b que ja d’antcs pera eftames-
1. ma condenaçaõ eferitos eftávaõ , homens impios , que a graça de
ài.Pedr.i-. Deus em difiòluçaõ convertem, c a o fó DominadórDcus cSenhor
2 Pedr 2 • n°fl° Chrifto negam.
3, ’ * * Porém lembrar vos quero, como a os que ja huã vez ifto fa
beis ,
D E S. J U D A S.
t
W
beis 9 que avendo o Senhor a [ [feu] povo d’a terra de Egypto li
vrado, * c defpois a os que naõ criam deftruiu. * Ov^outra ,
6 d E a os Anjos que * lua origem naó guardáraõ, antes fua pró vez.
pria habitaçaõ deixáraó, e debaixo d’a eícuridaõ 5 e em priiòenseter c Num. 14 *
nas até o juizo d’aquelle grande dia reíervou. 19-
e 16: 64.
7 / Como Sodoma e Gomorra , e as cidades circunvizinhas , 65-
que a o modo d’aquellas avendo fornicado, e após outra carne ido, P/. 106:26.
por * escaramento propoftas foraõ, a pena d’o togo eterno levando. I.Cor.loiÇ.
8 E comtudo tambem 'eftes femelhantemente adormecidos , a Hebr .3:17.
carne contaminaõ , c a Dommaçaó regeitaõ , e d’as Dignidades j» Z.Pedr.l *
blasfémaó. 4-
* õu 3 feu
9 Porém £ Michaêl o Archanjo, quando com o diabo contendia, principio.
c d’o corpo dc Moyfes tratava , h naó oufou a contra [dle ] juizo e 1 ledr.Z *
de * maldiçaõ pronunciar : porém [_./o] difle : i O Senhor te redar 4*
gua. " fGen. 19 I
10 k Porém eftes , d^o que naó iabem blasfémaó; e o que, como 24.
A PO-
APOCALIPSEo^REVELACAO
€
D’ O
APOSTOLO S. JOAO,
O THEOLOGO.
Capitulo III.
I Manda Chrifto que a quinta carta a 0 Anjo di2
a Igreja de Sardo fe efcrévdi
2 A quem desperta pera mayor vigilância e folicitidaõ. 3 D’outra maneira
ameaça de vir a elle como 0 ladrai d‘a noite. 4 Prométe a os que feus vestidos
contaminados naõ tem > que com elle andaráb e que jeus nomes d’o livro d3a vida
yiaõ Ifcará. j Manda despois a feifta carta a 0 An]O d'a Igreja de Philadelphia
efrever , 8 Cuja conftancia louva 9 E promete que Judeos virão e diante '
de leus pés adorarác^ e que elle 0 'na tentapaõ guardara. 12 Promete que a o
•vencedor coluna em 0 Templo de Deus e morador d3a nova Jerujalem fará.
14 Manda ultimamente a fetvma carta eferever a 0 Anjo de Laodicea } 17 Cu
ja mornidao 7 17 E vaa gloria d'as riquezas reprende. l8 E aconjelha 0 de
comorar ouro pelo fogo provado e veftidos e cofrio. 20 Teftifica que bate á
porta j e promete a 0 vencedor que lhe de affentar a fua mela e em Jeu throno
dará.
i E a o Anjo d’a Igreja , que em Sardo eftá , eferéve : Ifto diz o
*^quc a os feteEipiritos de Deus, e ^as fete eftrellas tem : Tuas a Apoc. v.^.
■
obras lei-, que nome de que vives tens, e morto eftás. £ :
2 Sé vigilante , e confirma o refto que pera morrer eftava : por-
que tuas obras inteiras diante de Deus naó achei.
Bbbb 3 Lcm»
564 apocalipse
c Apoc. % : 3 Lembrate pois d’o que recebido e ouvido tens, e guarda o, e
í te arrepende. Qiic fenaó velares , fobre ty d como ladraó virei,
dMatt.1 a qUe p}ora po5rc ty virei 9 naó íaberás.
I 'rhejf. • 4 P°rcm tambem cm Sardo \_atguã$ ] * poucas peflòas tens , que
’ ^feus veftidos naócontamináraó, e comigo em [ vefidos} brancosan-
2. Pedr. 3; daráó : porquanto [_diijjo~\ dignos fam.
io- $ O que vencer , de veftidos brancos veftido ferá : e e d’o livro
*6 : d’a vida feu nome em maneira nenhuã rifeareí , e /diante de meu
♦ Ou ou Pae’ c diante de feus Anjos feu nome confeflareí.
so^nomes 6 Quem ouvidos tem, ouça o que o Efpirito ás Igrejas diz:
eExod.^ix 7 E a o Anjo d’a Igreja , que em Philadelphia eftá efcréve 5 Ifto
32. diz o Sanéfo , g o Verdadeiro , b que a chave de David tem : que
jy. 69 :29. abre , e ninguém cerra: e cerra, c ninguém abre;
Phil. 4:3. s Tuas obras fei: cisque a porta aberta diante de ty te * pús , e
Apoc^ 20 ; níngUCm ccrrar a pode: porque pouca forÇa tens, c minha palavra
*2#21
7 guardafte , e mqu nome naó negafte.
fMatt.ic: 9 Eis aqui [ alguns^ 1 d’a Synagoga de Satanás [/#] dou, d’os que
32. Judeos fe dizem ler , c naõ o fam , mas mentem : eisque eu farei
Luc. 12:S. que venham, cdiante dc teus pés adorem, e que eu teamofaebam.
g Apoc. 3: 10 Porquanto a palavra de minha paciência guardafte , tambem
JJ4, . eu te guardarei d^a hora d’a tentaçaõ , que lobre todo o mundo ha
1 * de vir, pera atentar a os que ’na terra habitam.
7/7.2222. 11 Eisque prefto venho: k guarda o que tens , peraque ninguém
Apoc.i\i3.tua coroa tome.
♦ Ou, dei. 11 A quem vencer , l coluna cm o templo dc meu Deus o farei,
C ^,e^e ma’s naó íahirá : e fobre elle m o nome de meu Deus , e o
i Apo-. 2 :
'lt'nr ” : nome d’a cidade de meu Deus eferevereí, \_a faber, 0] »d’anovaje-
15.
11. Reys >7',.rufalem, que d’o cco de meu Deus defcende, e [_tambem~\ meu no *
21. ’ vo nome.
m Apoc^z\ J? Quem ouvidos tem, ouça o que o Efpirito ás Igrejas diz:
4. J4 E a o Anjo d’a Igreja d’os Laodicenfes efcréve: Ifto diz 0 O A-
» Apoc.i\ \ men ,> a teftimunha fiél e verdadeira , p o principio d’a criacaõde
2: IO.
• Apoc. 45. Deus:
6. 15 Tuas obras fei, que nem és frio , nem quéte : ouxalá frio,
P Cofojf 1 . ou quente forás !
íó Afli que , porquanto morno , e nem frio, nem quente és,
dc minha boca te vomitarei.
17 Porque dizes: Rico (ou, eenriquecido eftou , e de nada fal
ta tenhoe naó fabes que miíeravcl, c coitado, c pobre e cego,
c nuo eftas» ’18 Ac*n.
V
Capitulo V
1 Despois d’a deferipeeb d* 0 que eftava ajfentado [obre 0 throno^ relata 0 Apofto-
lo as propriedades d'o livro [eílalo que em [ua mao eftáva 3 E vifto que ne~
nhud criatura nem 3no ceo nem ‘ni terra podia 0 abrir > Eis que 0 leao d’a
tribu de Juda [0 para iflo digno fe declara ; 7 gue 0 livro de /ua maó toma ,
8 Polo que os quatro animaes com os vinte e quatro Anciaõs fua dignidade lou-
vaõ. II fljue u multidão a"os Anjos com Jeu cântico taobemrecont-écem. 13 E
todas as criaturas afli 'no ceo como ’na terra yuntamente com elles apróvaÕ.
maes , e ’no meyo d’os Anciaõs , hum Cordeiro que como morto
eftava , e iete cornos, e e fete olhos tinha : que lam os-/ lete Efpi- ^0Ct ♦
Bbbb 3 C á* t* -
jóí APOCALIPSE
Capitulo VI.
I
I Abre fe o primeiro [eilo e hum cavallo branco [e vé > [obre o qual hum quf
vence ajfentado eftá. j Despois o Jegundo Jello fe abre e hum cavallo verme
lho fae , Jobre o qual hum , que tira a paz. dia terra , affentado eftá»
5 Abre fe c ttrceiro Jello > e hum cavallo preto fe vé fobre o qual hum
tom hua balança ‘na maõ ajfentado eftá. 7 Abreje o quarto Jello e hum cavado
amarello fae [obre o qual a morte affentada eftá. 9 Despois Je abre 0
quinto [eilo , e as almas de baixo d?0 altar a Deus bradaõ e Je conjólão.
12 Ultimamente fe abre o feifto fello e grandes finaes affi ‘no ceo como ‘na
terra Jeguem. 15 D‘os quaes toda forte de homens Je efpantao e pede que as
rochas d?a ira d‘o cordeiro os ejcondai.
i avendo o Cordeiro hum d’os fellos aberto, olhei, e a hum
d’os quatro Animaes ouvi, que como [com] voz dc trovaô di
zia: Vem, c vé.
aApoc. ?:c 2 E olhei , c eis * hum cavallo branco : e o que fobre clleaflen-
*.
ii tado eftava, hum arco tinha: e huã coróa dada lhefoy, c vitftorio-
fo , e pera que venceífe fahiu.
3 E avendo aberto o fegundo fello , a o fegundo Animal dizer
ouvi : Vem, e vé.
4 E fahiu outro cavallo, vermelho : e a o que fobre elle aíTentado
eftava le lhe deu que a paz d^a terra tirafte , e que huns a os outros
fe mataífem : e huã grande efpada le lhe deu.
5 E avendo aberto o terceiro fello, a o terceiro animal dizer ou
vi : Vem, e vé. E olhei , e eis hum cavallo preto , e o ,que íobre
elle aflentado eftáva, huã voz ’no meyo d’os quatro Animaes ouvi,
*Gr.Che- que dizia: Huã * medida de trigo por hum dinheiro , e tres medi-
wzs. das cevada por hum dinheiro : e a o azeite e a o vinho b nam
Capitulo VII.
X Joa^ quatro Anjos , a quem éra dada potestade pera pelo reter cíos ventos -
' a terra dano fazer i 2 E outro Anjo tendo o fello de Deus, que lhes o irnpéde y
ate que todos os fervos de Deus afjlnálados foraõ ; 4 Cujo numero he cento e
quarenta e quatro mil de todas as tribus de IJrael. 9 Despois ve hua muitidaõ
innumeravel de todas as naçoens que eftavaõ diante d’o throno e d o cordeiro.
10 a l^eus louvores cantaõ, II O que taõbem os Anjos e os quatro ani
maes e os vinte e quatro Anciaõs com fua cantiga fazem. 13 Joaõ de hum d’os
vinte e quatro Anciaõs informaçaõ recebe quem fao os que em veftidos brancos
apareciaõ i Iy E em que Jua bemaventurança d’elles conftfte
*
Capitulo IX.
i “ ‘ A ’ ‘ ’ “ ’ " ” " ”
rio de Euphrates fe foltaõ , e grande multidão d’os de cavallo aparece - que <
terceira parte d'os homens mata. 2o Todavia despois a3iffo nem ainda os ho
mens de Jua idolatria e outros pecados fe convertem.
Capitulo X.
t Sendo \a relatadas as placas que de baixo d’a feifba trombéta fobre a Chrlflan-
dade d* 0 Oriente " Poente aviaõ de vir relata fe *nefle Capitulo 0 que para
Confolaçao d a Igreja de baixo d a mefma trombeta ainda de feguir avia. E pri
meiramente fe vé hum Anjo que com grande gloria do ceo defeende com hum li
vrinho aberto 'na mao. J Que com grande voz. brada> e logo fe ouvem fete
trovoens , 5 E jura poloque vive pera todo fempre > que mais tempo naõ ave-
ria despois que as Jete trombetas tocado aviao. 8 Dá despois 0 livrinho aber
to a 0 Apojtolo pera comélo ; Io O qual em fua boca bem doce mas em jeu
ventre amargo éra
* u Declara despois a 0 Apostolo que importava que outra
vez proftizaffe.
I J7 outro forte Anjo ví, que d’o ceo defeendía , de huã nu
vem veftido : e por cima de Q/«/] cabeça o arco celefte
tMatt.iy'. eftáva : c feu rolio como <* o Sol éra , e leus pés como b colunas de
*
Apoc 1: 2 £ cm pua maõ hum livrinho aberto tinha : e feu pé direito fo
bre o mar , e o ezquerdo fobre a terra pós.
3 E com grande voz clamou , como quando o leaó brama: e
avendo clamado , os lete trovoés fuas vozes difléraó.
4 E avendo os lete trovoés fuas vozes dito, eu as ouvérade efere-
<Dan 8 26. ver : e huã voz d'o ceo ouvi , que me dizia: c Sella as coufas que
e 11 : 4. os fete trovoés fallaraó , e naó as eferévas.
dDan. ii: ç d E o Anjo que fobre o mar e fobre a torra eftar ví, fua maó a
7* *
o ceo levantou^
6 E por Aquelle jurou , que pera todo fempre jamais vive , o
qual o ceo e as couías que ’nçllc ha, e a cerra c as coutas que ’nelh
ha,
DE S. JOAO. Cap. XI. w
ha, c ó mar e as coufas que ’nelle ha criou , <? que mais tempo naõ^/w. n;
avera :
7 Porém [que] ’nos dias d'a voz d’o (etimo Anjo , quando fua
trombeta tocai; , o fecreto de Deus fe cumprirá , como a leus ler-
vos os Prophetas [/] denunciou. .
8 E a voz que eu d’o ceo ouvido tinha , comigo a fallar tornou,
e difie : Vae , e o livrinho aberto toma d’a maó d’o Anjo , que
fobre o mar e lobre a terra eftá.
9 E fuy me a o Anjo,, dizendo lhe, Dame o livrinho. E elle me
difle : f Toma o , e come o: c amargo teu ventre fará , porém em fEzecb j :
tua boca doce como mel ferá. 1»
10 E o livrinho d’a maõ d’o Anjo tomei, e o comi: c em minha
boca doce como mel era : e avendo o comido, meu ventre amargo
ficou.
íi E elle me difie: [ Ainda] outra vez a muytos povos, enaçoésp
c lingoas, e Reys te importa profetizar. '
Capitulo XI.
I Dafe a o Anjo hua cana pera medir o Templo 2 E naõ o patio. } Dá
Chrifio a Juas duas tefiimunhas poder pera profetizar e pl<gas fobre feus inimi
gos enviar, y A Eefia d’o abysmo fóbe e ás Te/timunhas mata ; $ Poloque os
povos fe alégraÕ, 11 Mas despois de tres dias e meyo revificaõ. 12 £ a o ceo
fóhem, IJ £ entaõ tremor de terra e dano /obre a cidade grande fegue. 7$ To
ca o fetimo An]O a trombéta e os Reynos fe reduzem a Deus e ^hri/to, ió Po
loque os vinte e quatro Anciaõs louvai a D us ; iS £ a ira de Deus fobre as
naçoens vém mas o preparado galardaõ a os Sanftos fe dá, I? £ o Templo
de Deus 3no ceo fe abre,
i a "p huã cana femelhante a huã vara [de medir] dada me foy : e aEzeeb.io;
o Anjo fe chegou, e difie: Levantate, e o templo de Deus, 3-&-
e o altar , e os que ’nelle adoram , mede. HU 41.
2 Porém dc fora deixa a o patio que fora d’o templo eftá, c naõ
o medas : porque ás Gentes dado he : c a fanófa cidade por b qua- b Apoc. ip
rentá c dous meles pifaráõ.
3 E [poder] á minhas duas teftimunhas darei, e por mil eduzen-
tos e íefienta dias, de facos veftidos, profetizarão.
4 Eftas-faõ as duas oliveiras, e os dous caftiçaes , que diante cZach
d’o Deus d’a terra clUõ. *
M
S16 APOCALIPSE
* Ointóo $ E fe alguém * empecer lhes quifer, fogo de fua boca fairá , e
afgum fa- a feus inimjaOS devorará: ': e fe alguém empecer lhes quifer, afiiim-
zer lhes _________
quijer, porta que morto feja.
d l.Rey 17: 6 ^Eftes poder tem pera o ceo cerrar, paraque em os dias de fua
1. prophecia chuva naó chóva : e poder íobre fobre as agoas tem pera e em
1 j _ r* . . _ J ~ _ 1 -___ /
e Exod.y-S. fangue as tornarem, e pera a terra com toda forte de plaga ferirem,
1
ç.io.il. todas quantes vezes quiíérem.
/p^7;2i. 7 fE f E como feu teftimunho acabarem , a Befta, quegd’oabys-
Apoc.jy.y. - - ■ - J
gApoc. 1;: mo íóbe , guerra lhes fará, e os vencerá, e os matará.
II. 8 E feus corpos mortos [jazerdo] ’na praça d’a grande cidade,
b Apoc. 17: que efpiritualmente Sodóma e Egypto íe chama , aonde noíló Se
2. ç. nhor tambem crucificado foy.
e 18:10. 9 E d’os povos, e tribus, e lingoas, e naçoés , feus * cor
• Gr. cor pos por tres dias e meyo veraõ , e naó permitiráó que feus corpos
pos mor- poftos em fepulcros fejaõ.
t9S
*
10 E os que ’na terra habitam, fobre elles fe gozaram , e fe ale-
graráó , e prefentes huns a os outros fe mandaráó: porquanto eftes
dous Prophetas , a os que fobre a terra habitam, atormentaráó.
ti E defpois d’aquelles tres dias e meyo, ’nelles o elpirito de vi
da de Deus entrou , e íobre léus pés fe puleraó , e grande temor
fobre os que os viraó cahiu.
11 E huã grande voz d’o ceo ouviraõ, que lhes dizia : Subi cá.
E a o ceo cm huã nuvem fubiraó: e feus inimigos os viram.
13 E ’naquella mefma hora hum grande terremoto íè féz, e ade-
^Oii, no- cima [porte] d’a cidade cahiu , e ’no terremoto fete mil * homens
mesdsho de nomc mortos foram : e os dc mais muy atemorizados ficáraõ ,
inens.
i Apoc. $: e gloria a o Deus d’o ceo deraó.
*3- 14 Paftado he o fegundo ay: eisque I o terceiro ay prefto vém.
#9: Ii. E o fetimo Anjo fua trombeta tocou, e grandes vozes ’no ceo
<15; 1. houve, que diziaõ: Os Reynos d’o mundo a noflo benhor, e a íeu1
Chrifto reduzidos fam, e pera todo fempre ja mais rcynará.
*6 E os vinte e quatro Anciaõs, que diante de Deus em feus
thronos aífentados eftám, fobre feus roftos fc poftráraó , e a Deus
adoráraõ,
J7 Dizendo, Graças te damos , Senhor Deus Todopoderofo ,
kApoc. 1: k Que he e que éra e Que ha de vir , de que tua grande potência
tomafte, ereynafte:
18 E as naçoés íe iráraõ , eja tua ira vinda he , e o tempo d’os
mortos, peraque julgados fejam , e pera o galardam dares a teus
ícr-
DE S.JOAO. Cap. XII. 577
fervos os Prophetas , c a os Sanélos , e a os que teu nome temem,
a pequenos e a grandes : e pera deftruir a os que a terra deftruem.
19 E o templo de Deus ’no ceo > fe abriu , e a Arca de feu con- i Apoc. \ j ♦
certo em feu templo íe víu: e relâmpagos, e vozes , e trovoés , e
terremotos , e grande faraiva houve.
Capitulo XII.
I Aparece a o Apofiolo hua vifaõ de hua Mulher que com dores de parto eftd.
$ E de hum Dr igto vermelho que Je parava diante d3ella peraque em parindo
devoraffe a feu Filho; $ Mas o filho pera o Throno de Deus arrebatado be , e a
*
Mulher pera o deferto foge , aonde fe lhe lugar aparelha mil e duzentos e feffen-
ta dias. 7 Faz je batalha ’no ceo entre Michael e o DragaÓ. 9 O Dragas
pois vencido e em a terra lançado he j Io £ fegue cântico 'no ceo. IJ P^r—
fégue 0 Dragaõ d mulher > que recebe afas de Águia, pera a 0 deferto fugir.
1$ Dança 0 Dragac após ella rios de agoa , que a terra traga. iq E 0 Dra
gaõ faz> guerra contra os de mais de jua femente. IS E Joao 3na borda ad
mar fe para.
1 X? hum grande final ’no ceo fe víu : [4 faber] huã Mulher d’<j
Sol veftida, e a Lua debaixo dc feus pés , e fobre fua cabeça
hu ã coroa de doze eftrellas:
-z E prenhe eftava , e com dores de parto , e ancias de parir gri
tava.
3 E outro final ’no ceo fe víu ; e eis que éra hum grande Dra-
gaó vermelho , que fete cabeças c dez cornos tinha , e fobre fuas
cabeças fete * Diadémas. * Ou>Cha-
4 E feu rabo a terceira [parte] d’as eftrellas d’oceoapós fi levava,
e fobre a terra as lançou: E o Dragam diante d’a Mulher, que avia aes'
de parir fe pós: peraque, em parindo , a feu filho devoraffe.
5 E hum Filho macho pariu , a que com vara de ferro todas as aPf.it 3.
Gentes avia de apacentar j e feu Filho pera Deus , e [pera] feu Apoc.i\iq,
throno arrebatado foy.
6 E a Mulher pera o deferto fogiu, aonde ja lugar preparado de
Deus tinha , peraque lá b mil e duzentos e íefienta dias a manti- yApoc.ir,
vefiem. j,
7 E batalha ’no ceo houve : Michael e feus Anjos contra o Dra
gam batalhavam : c batalhava [tambem contrafilés] o Dragam e feus
Anjos.
8 Mas
I
57* APOCALIPSE
f Dan. 2 ♦ $ Mas naõ prevalecerão , c nem feu lugar mais em os ceos fe
35- o.ach°u:
dllc
lS. 10 *
iS? 9 E lançado foy o grande Dragaõ, a Serpente antiga, chama-
° Diabo eSatanás, que a todo o mundo engana, lançado [digo]
em a terra foy , c {^taméem’] leus Anjos com elle lançados foraõ.
10 E huá grande voz ’no ceo ouvi, que dizia: ja agora a falvaçaõ,
e a força , e o Reyno de noífo Deus , e a potência de leu Chrifto
feita eftá : porque ja o acufadór de noflos irmaõs , que diante de
noflo Deus dia e noite os acufava , derribado he.
11 E elles pelo fangue d’o Cordeiro , e pela palavra de feu tefti
munho o vencéraõ , e até á morte fuas vidas naó amáraõ.
ii e Polo que alegraevos ceos, e os que’nelles habitaes.. fAyd’os
^y-49 I3.que ’na terra 9 c ?no mar habitam j porque o Diabo a vosoutros
' Apoc. «defeendeu, c tcm grande ira, íabendo que ja pouco tempo tem.
3’ ij E quando o Dragaõ viu que em terra lançado fóra , a Mulher
perfeguiu que a o \_Filho~\ macho parira.
g Apoc.m 14 g £ á Mulher duas afas de grande aguia fe lhe déraõ, peraque
b Apoc. ii;a ° deferto a feu lugar voafle, aonde luftentada he , h por tempo , e
6. ’ a metade de tempo, fora d’a vifta d’a Serpente.
E a Serpente de fua boca após a Mulher agoa como [dej
hum rio lançou, peraque pelo rio arrebatar a fizefle.
16 E a terra á Mulher ajudou, e a terra fua boca abriu, e a o rio
tragou , que o Dragaõ de fua boca lançára. ' >
17 E o Dragam contra a Mulher íe irou , e guerra a fazer fe foy
contra os demais dc fua femente, que os mandamentos dcDeus gu
ardam , e o teftimunho dc Jefu Chrifto tem.
I? E eu fobre a aréa d’o mar me pús.
Ca-
DE S. JOA O. Cap. XIII. V?
[C A P I T V L O XIII. f
I Moflrafe a o Apoftolo em huã vifao hua Befta com fete cabeças e dez cornos-t
3 E hua cTas cabeças ferida de morte Je cura. 4. Adora toda a terra á Befla
e a 0 Dragaõ quarenta e dous mefes. 6 Blasféma a Befta a Deus e feus Smi-
ãtos : e guerréa contra elles. S E vence a todos os cu\os nomes *no livro 4 6
Cordeiro eferitos naõ eftáõ. Io Arneaçaõfe os perfeguidores com e galardaõ de
femelhantes cajtigos. II Despois outra Befla d’a terra fobe j avendo dous cor
nos como 0 Cordeiro , mas fazendo as obras d'a primeira Befta. IJ Effa faz,
grandes finaes e a os moradores d’a terra engana 3 qus fazem huã imagem a qual
todos adorar devem. 16 Faz ella taõbem que todos hum final, eu 0 nome da
Befla j ou feu numero, que he Jeis centos e Jeffenta e feis 3 tomem,,
1 p d’o mar * huã Befta fobir ví, que fete cabeças e dez cornos a ^an.
tinha , c fobre ícus cornos dez Diademas : e lobre luas cabe- 2o-
ças hum nome dc blasfémia. Apo,.^. 3.
2 E a Befta que ví, femelhante a o leopardo era , e feus pés co- '
mo de urfo^ e fua boca como boca de leaó: e o Dragaó fua potên
cia, e feu throno , e grande poder lhe deu.
3 E huã de fuas cabeças como ferida de morte ví, e fua chaga
mortal curada foy: e toda a terra após aBefta fc maravilhou.
4 E a o Dragaó adoráraõ que á Befta [jeu'] poder dera ; e \_tam-
- bem } á Befta adoráraõ dizendo, Quem b femelhante a Befta he ?
ouem contraella batalhar poderá?
5 E boca le lhe déu, pera grandezase blasfémias fallar > e poder
fe lhe deu, para [_affi} c quarenta e dous mefes o fazer. c Apoc. li;
6 E fua boca em blasfémias contra Deus abriu , pera de feu No x.
me , e dc feu Tabernáculo , c d’os que ’no ceo habitam , blasfe-.
mar.
7 E d[poder} fe lhe déu pode guerra a os fanétos fazer, c os ven- d Dan. y;
cer: c poder fobre toda tribu , c lingoa, e gente fc lhe déu. 21.
S E todos os que fobre a terra habitaó a adoraráó , e cujos nomes Apoc a 1:7.
eferitos naõ eftám ’no livro d’a vida d’oCordeiro, que /‘dcfd'afun- e ^xod.^
daçaó d’o mundo morto foy. p;-/4-
9 Se alguém ouvidos tem, ouça. . Apoc\'\.
10 Se alguém cm cativeiro leva , em cativeiro ira : g fe alguém \2o';
á efpada matar , neceífario he que á efpada morto feja. h Xqui a e 21; 27.
paciência e a fc d’os lanélos eftá. fApoc. 17:
D ddd 11 E ò'(
gGen. 9:6, Matt .16:52. h Apoc. 14:11.
APOCALIPSE
ii E outra Beíla’/ d’a terra fobir ví, e dous cornos femelhantes
7» a os d’o Cordeiro tinha: e como Dragaõ falláva.
k Apoc.\y. ii E todo o poder d’a primeira Beíla, * em fua prefença exerci
to. ta : e faz que a terra , c os que ’nella habitam á primeira beíla adó-
: rcm , cuja Z chaga mortal curada fora.
3- G E faz w grandes finaes, de maneira que ate logo d’o ceo á ter
w 2. TkejJ‘,1.: ra , diante d’os homens, defcender faz.
9.
ylpoc. ió : 14 E n a os que ’na ren a habitam , com os finaes engana , que
14. em prefença
. d’a Beífa fe lhe deraó que fizefle-, dizendo a os que ’na
n Deut.iy. terra habitam1 , que a Beíla, que a ferida d’a eípada recebera , e a
1. viver [tornara'}., huã imagem fizcflem.
Matt. 24: 15 E foy lhe dado que efpirito á imagem d’a Beíla deífe , para *
?’4t' 16: , que ? tambem a imagem d’a Beíla fallafle , e fizefle que todos os que
.Apoc. 2 „ .
* 0 a imagem d’a beíla naó adoraífem , mortos loflem.
14. 16 E 9UC a todos , pequenos c grandes , ricos e pobres , li-
e 19:20.
» Jtyw.YpTvres e fervos , ? hum final em fua maõ direita , ou em fuas teftas
20. * ponha :
17 E que ninguém comprar ou vender pofla, fe naõ aquelle
20. que o final , q ou o nome d’a Beíla , ou o numero de feu nome
• Ou
A , dé. .•
.tiver.
* f°c' ‘ 18 Aqui eftá a fabedoria : aquelle que entendimento tem , o
rApfíc. 17 inúmero d’a Befta conte : porque numero dc homem he, e he feu
9. numero feis centos c feflenta [/] feis.
C A
DES. J O A O. Cap. XIV. 5'1
C A P I T V L O XIV
I Jré fi Apoffolo em bua vifao a 0
Cordeiro e ffando fobre o monte de Siac com
Jeus I44000. affinalados. 2 Canta fe em 0o ceo cântico n-ovo
novo que mn^uem
mnçtiem , jenao
elles > aprender pode. 4 EJfes faõ virgens que Jeguem <2 ocoraeiro para onde quer
que fór. 6 Evtab hum An\o pelo meyo d’o ceo voa 3 e 0 Euangelho eterno denun
cia
* S E Je&ue outro ^n]° (Jue a caida d3a grande IZabylonia profetiza. 9 E
0 terceiro que a os que a Bejia adóraõ ou feu Jlnal recebem com os cajiigos eter
nos ameaça, 12 Exhortaõfe os Sanffos pera paciência 3 e os que em 0 Senhor
morrem de fua falvaçaõ fe ajfegúrao, 14 Despois aparece hum jobre huã nuvem
branca com coroa 3 na cabeça e fouce ‘na maõ, que fe amoefla lançar jua- fouce ‘na
Je<rada madura. 17 Ultimam ente ainda outro Anjo d3 0 Templo ■> que effd ‘no
ceo ■ Jae . taõbem com fouce > que fe amoefla vendimar os cachos d’a terrd.
19 G)ue os lança 3no lagar d'a ira de Deus , que fe pifa} e fae 0 fangue até os
freyos d3os cavallos por mil e jeis centos efladws.
Ci-
DE JOAO. Cap. XV
Capitulo XV.
I Veemfe fete Anjos y yie as ultimas plagas tem-, z E hum mar de vidro yante
a o qual os vencedores Ta Befta com arpas eftávaõ ; 3 gfy hum Cântico cán~
tA e 'nelle a Deus e a feus juízos louvaõ. $ Despots 0 Templo ’?i» ceo fe
abre ,• 6 D’onde fete Anjos veftidos de veftidos refplandecentes faem, 7 ^ue
de hum d’os quatro animaes fete jalvas cfaeyas d'a ira de Deus recebem. S E?s-
taõ 0 Templo d’o fumo Ta gloria de Deus fe enche.
D d d d 5 C A-
$84 APOCALIPSE
Capitulo XVI.
J "Rctébem os fobreditos Anjos mandado de fuas falvas derramar. 2 E a pri
metr a d'ellas fobre a terra fe derrama. 3 A fegunda em 0 mar. 4 A ter
ceira em os rios : poloque a jufiiça de Deus com huã cantiga fe louva ; 8 A
quarta fobre 0 Sol. 10 A quinta fobre o throno d^a Besta, toda via os homens
que ’na terra efldõ nem ainda fe convertem. Ii A jtifia fobre 0 grande rio
Euphrates. 13 Tres efpiritos immundos femelhantes á raas Jaém a os Reys d3a
terra 3 a os ajuntar pera a batalha d'o grande dia 3 1$ Poloque cadahum a ve
lar despertado he > 17 Ultimamente a fetima falva em 0 ár fe derrama 3 e to
das as coufas ate a mefma grande Babylonia 3 Jeu fim tem. 21 E cae despois
hua grande faraiva jobre os homens , que por via d,3iffo a Deus blasfémaó.
I "P huã grande voz d’o templo ouvi , que a os fete Anjos dizia:
■^Ide, e as [fete] falvas d’a ira de Deus fobre a terra dcrra-
mae.
, i E foy o primeiro , e fua falva fobre a terra derramou : e hua
aExod. 9: má e malina a chaga em os homens íe fez , que ^o íinal d’a beíla ti-
14. 4 E o terceiro Anjo fua falva em os rios, e ’nas fontes d’as agoas
dExod. 7 : derramou , e em fangue fc tornáraó.
5 E ao Anjo d’as agoas ouvi, que dizia, Juílo es tu, óSenhor,
eApoc. 1: e Que he , e Que éra, e Que ha de fér, que ellas coufas julgaíle.
4. 8. 6 Porquanto / o fangue d’os Sanélos , e d’os Prophetas derramá-
raõ , tambem tu langue a beber lhes delle. Porque d’iíTo di-
Capitulo XVII.
X Leva hum a os fete precedentes Anjos a o Apoftolo a hum deferto . 9 wftra
lhe et vrande Fornicadora de Babylonia > affentada jobre hua Befta vermelha ,
que fete cabeças e dez cornos tem. 4 E dejcrevefe fua veftidura, atavio., titu
les e fanguinolencia. y Declara o Anjo a Joaó> primeiramente o ?nyfferto~ d^a
Befta $ Despois o de fuas fete cabeças e d'o oitavo Rey que avia de feguir ;
jt E o dos dez cornos que affi tantos Reys fao , que fua potência d3a Befta to
mai ; 14 Que com o cordeiro combatem , pois d3elle vencidos faõ. 1$ Decla
ra « Anjo o myfterio das agoas fobre as quaes a Fornicadora ajfentada effd,
16 E de como os Reys fua potência d’a Befta a tomar tornará
*. *
18 Ultima
mente explica quem a Fornicadora feja.
i F veyo hum d’os fete Anjos, que as fete falvas tinhaõ , c comi-
zo. d’a grande Fornicadora , que fobre muytas agoas aífentada eftá :
a Apoc.\^>: 2 a Com a qual os Reys d’a terra fornicáraó , e os que ’na terra
Eccc A
59® APOCALIPSE
Capitulo XIX.
I
1 Cantafe 3no ceo Hallelu-jah for caufa d3o juizo d3a grande Fornicadora. $ Ex
horta outra voz d’o throno a todos os fervos de Deus pera alegria , porque as bodas
d’o Cordeiro vindas jaó3 e Jua Noiva com refpiandecente linho finifimo fe vefiu.
9 Bemaventurados fe dizem os que a ejlas bodas chamados Jaõ lo Lançou/e
o Apojlolo a os pés d3o Anyo polo que reprendido he , e lhe mandado adorar a
Deus II Dé Joao em nova vifaõ hum cavallo branco e hum que Jobre elle af-
fentado eftáva ■, cuja justiça j olhos de flama } vejlido enjunguentado , nome ejcon-
dido > tropas , ejpada > e vara de ferro fe dejcréve. 1$ Effe pifa o lagar aa
ira de Deus > e he o Rry d‘os Reys. 17 Chama hum outro Anjo a todas as aves
pera a carne d’os Capitaos , e ae todos os outros Jna grande matança de Deus cu-
ihérem. 19 Que Je ajuntàraÕ pera contra 7 que Jobre 0 cavallo branco ajfentado
ejtáva guerra fazerem. 2o Mas a Beíla juntamente com 0 fal/o Propheta 3no
lago d30 fogo Je lanhou i 21 E toaos Jeus companheiros á ejpada mortos fao.
Eece 3 C A-
APOCALIPSE
Capitulo XX.
I Defcende hum Anjo d’o ceo avendo a chave d’o abysmo , e ali d Satanás por
mil anos amarrou. 4 Oí San fios Mar tires , e os que a Befta naõ adoráraõ y fò-
bre thronos Je ajfcntaò e com Chrifto mil anos reynaõ. 5 Os outros pois ’na
morte ficaõ. 6 Bemaventurados Je diz,em todos os que 'na primeira refurreiçaó
parte tem. y Sendo os mil aiíos compridos > Satanás fe folta. S E outra vez, a
os povos engana } e a Gog e Magog pera a guerra desperta. 9 Gjue a cidade
amada cercão, mas 0 fogo os devora. Io E 0 Diabo ’no lago d‘o fogo fe lança<
Ii Jdefe hum throno branco 3 e hum ajfentado fobre elle - de cuja face 0 ceo e a
terra foge. 11 Aparecem os mortos afft grandes como pequenos diante de Deus,
e os livros jaõ abertos e cada hum Jegundo /uas obras julgado Jsè. 14 A mor
te e 0 inferno ’no lago d^o fogo fe lançaõ • funtarnente com todos os que em 0 li
vro d‘a vida naõ efcritos estáó.
a Apoc. I I T? a hum Anjo d’o ceo defcendcr ví , <* que a chave d’o Abyfmo,
18. e hua grande cadéa em lua maó tinha:
b 2. Pedr.2: 2 b E prendeu a o Dragam , a Serpente antiga , que o Diabo c
4- Satanás he, e por mil annos o amarrou.
Apoc. 12: 9. 3 E em o abyfmo o lançou , e alí o encerrou , e íobre elle [G]
c Ápoc. 16: fcllou: c peraque mais as Gentes naó engane ,( até que os mil annos
14 ió. fe' acabaílèm.‘ - ' • • importa
- defpois
E ’ que por hum pouco de tempo fol-
tf 20. 8.
d Apoc. 6 : to feja.
10. 4 E thronos ví c fobre elles le aífentáraó, ft o juizo dado lhes
eApoc.t
I_ _ c)z foy: e e as almas ví d^aquellcst , polo teftimunho de Jefus, c po-
que
f Apoc. 13 : ia palavra de Deus degolados foram 5, e que nem/a nem f a Befta , nem a
ii- ê fua imagem adoráraõ , e que [/èu] h linal em fuas tcftas , e em
g Apoc. 13: iuas ma5$ naó receberaó : 1 c mil annos com Chrifto viveráô e rey-
J5-
h Apoc, 13 naráõ.
16. Mas os de mais d’os mortos naõ revivéráõ , até que os mil an-
5 ......
i Apoc. 6; nos ie nao acabarao. Efta a refurreiçaó primeira he.
11. <6 "Bem-aventurado e lanéto aquelle , que parte ’na primeira re
furreiçaó tem: fobre eftes naó tem a fegunda morte poder: porém
klfay. 6i :de Deus e de ’ Chrifto h Sacerdotes
.............. . ' feráó, e com elle mil annos rey-
6. narám.
1. Pedr. 2: 7 E quando os mil annos fe acabarem , Satanás de fua prifam foi *
Apoc. 1:6. to ferá.
<? ? : 10. S E a enganar a as gentes fairá , que fobre os quatro cantos d’a
lEzech.^: terra eftam , l a Gog , e a Magog , pera cm batalha ™ os ajuntar:
d’os
tf 3? ; I. m Apoc. 16 ; 14.
DE S. JOA Oi Cap. XXI.
(Tos quaes o numero como a aréa d’o mar he.
9 E lobre a largura~d’a terra fobiraõ , eo arraval d’os fan&os >
e á cidade amada cercáraõ : e fogo de Deus d’o ceo defcendéu 5 c
os devorou.
10 E o Diabo, que os enganava , » ’no lago de fogo e enxofre « Dan. 7;
lançado foy, aonde 0 a Befta e o falfo Propheta eftáõ: e dia e noi II.
te pera fempre jamais p atormentados íeráõ. A/w. •
11 E hum grande throno branco ví , e a o que fobre elle aftènta- o Apoc. 20.
i ?:
do eftava j de'cujo rofto a terra e o ceo fogiu, c para elles lugar fe 20.
naõ achou. p Apoc. 14:
12 E a os mortos , grandes , e pequenos ví, que diante de Deus I O.
eftavám : e os livros fe abríraó: e outro livro fe abriu , ? que o d’a í^xo^-
vida he : e os mortos julgados foraõ , pelas coufas que ’nos livros P/?6? 32.
: 2».
eferitas eftávaõ, r fegundo fuas obras. Phil. 4: 3.
13 E déu o mar os mortos que ’nelle avia ; e déraõ a morte e o Apoc. 3 > 5.
inferno os mortos que ’nelles avia : e cadahum fegundo íuas obras e 21 :27.
jul gados foraõ. r PJ61:17^
14 E a morte e o inferno ’no lago de fogo foraõ lançados: efta a ler. 17: lo.
morte fegunda he. e 32:1?.
Matt.
15 E aquelle que naó foy achado efcrito ’no livro d’a vida 5 em o 27. 16 :
lago de fogo lançado foy. Rom. 2:
<•14:12. 2. Cor. 10. Ga/. Apoc. 2.-23,
Capitulo XXI.
1 Té Joai hum novojco , e hua nova terra j 2 Junta mente com a nova Jcru-
jalem > ataviada como „ Noiva de Chriflo. 3 Ouve hua voz. d’o ceo, pela qual
Deus promete > que ferá feu Deus d’eUes■> e alimpará toda lagrima de feus olhos
e lhes a herdança de todos dará, S Mas ameaça que todos os medrofbs , e outrot
pecadores que fe naõ arrependem , terdõ fua parte *no_ lago d3o fogo. 9 Leva hum
a os Anjos dás fete falvas a Joaõ a hum monte alto j e mofralhe mais clara
mente toda a forma d’a Nova "Jerufalem t a faber, u Sua gloria _ 91 Seu
muro com doze portas , fegundo os nomes d'os filhos de Ifraêl > 14 Seus doze
fundamentos, fegundo os nomes d'os doze Npofiolos; 16 Sua longura e largura.
iS Sua matéria de ouro, 19 Seus doze fundamentos de doze pedras preciofas;
21 Suas portas de doze pérolas 21 Seu Templo que he Deus mefmo e 0 Cor
deiro ; 23 A gloria de Deus ’no lugar d30 Sol e Lua, 24 Seus moradores que
faõ todos os povos bemaventurados e taõbem os Reys mesmos. 25 Suas portas
fempre abertas ejtdõ, 27 Mas ninguém que^faz immundicia 3nella entra.
I a p hum novo ceo , e huã nova terra ví. Porque ja o primeiro a rfay- :
'Lj ceo e a primeira terra paflára, e ja már naó avia, l7‘
P i*?66:22
2.Ped.J:[
*D4 APOCALIPSE
* Apcc. 3: 2 E eu Joaõ £ a fanéta cidade ví, a nova Jerufalem, que de Deus
ix. d’o ceo defeendia , adereçada como a efpofa pera leu marido ata-
e11; viada.
c E huã grande voz d’o ceo ouvi, que dizia : c Eilaqui o Taber-
'* naculo de Deus com os homens eftá , c com elles habitará, c elles
feu povo íerám, e Deus mefmo com elles eftará [e] feu Deus d’el-
les
dlfay, 25: 4 ã E Deus toda lagrima dc feus olhos alimpará ; e naó averá
S. mais morte j nem pranto nem clamor , nem trabalho maisaverá :
A/w.7! 17- porque ja as primeiras coufas paflãraó.
e Apoc. 4 : 5 e E o que fobre o throno afientado eftava, difle : Eis f que tó-
2- , das as coufas novas faço. E diílême : Efcréve 5 porque eftas pala-
f Ifa *43 ♦ vras verdadeiras e fieis faõ.
' 19. * E difie me: Feito hc: ? Eu fou o Alpha e o Omega, oprin-
2 Or.$: 17. cipio c o fim. Aquem fede tiver, de graça d’a fonte d’a agoa
g \poc. 19; d’a vida lhe darcí.
9« 7 Quem vencer , todas as coufas herdará : l c cu feu Deus fereí,
hÁpoc ió: c ci]e meu fcrá.
íj/Z\i-4 8 Mas a os tímidos , e a os incrédulos, caosabomina-
e44:6.vc’s’ e a os homicidas, e a os fornicadores, c a os feiticeiros, ea
hjoc. 1 :8.°s idolatras , e a todos os menti rolos, fua parte ferá’no lago, »quc
e 22:13.com fogo c enxofre arde : que a morte fegunda he.
W-5V’• 9 E a my hum d’os fete Anjos veyo, 0 queasfete(alvas cheyasd’as
1 fete ultimas plagas tinhaó , e comigo fallou, dizendo, Vem, [<>]
o8’ a efpofa, a mulher d’o Cordeiro , te moftrareí.
Jf, zl- ,o E /> em elpirito a hum grande c alto monte me levou : c
15. grande cidade, a fanéta Jerufalem, que d'o ceo dc Deusdefeendia,
n Apoc. 20: me moftrou:
14. i$- n E a gloria dc Deus tinha c fua luz femelhante éra a huã pe-
9 Apoc. 1$: dra preciofifiima , como a pedra dc Jaípe , como criftal refplande-
cente.
p Apoc. I:
11 E hú grande e alto muro com doze portas tinha , c ’nas por-
*He&r I2:tas doze Anjos, a
e~ nomes ’ncllas eferitos , qUe QS (- nontes -j £am j’as
" 22. — _ _„:i
doze __ d’os
tribus ru
. filhos j Ifraêl.
de ir
A/0í.21!2. ij D’a banda d’o Levante tres portas tinha , d’abanda d’oNorte
tres portas , d’a banda d’o Meyo dia tres portas, d’a banda
d’o Poente tres portas.
rEp^,2:io. 14 r E o muro d’a cidade doze fundamentos tinha , c ’nelles os
nomes d’os doze Apoftolos d’o Cordeiro.
ij E
DE S. J O A O. Cap. XXI.
i- E aquelle que comigo falláva , / hua cana de ouro tinha, pe-
ra a cidade , e fuas porras, e feu muro medir.
E a cidade em quadro íituada ellava, e lualongura tantaquan- i»
ta [íua] largura éra. E a cidade com a cana até doze mil eiladios
mediu :-e lua longura , largura, e altura, iguaes éram.
I- E feu muro de cento e quarenta e quatro covados mediu, [fe~
gundo] medida de homem, que-(/J d’0 Anjo éra.
18 E a fabrica de feu muro éra Jalpe: e a cidade [_de] ouro
puro , â vidro puro femelhante.
19 E os fundamentos d’o muro d’a cidade com toda pedra precio *
fa adornados eílávaõ. O primeiro fundamento éra Jafpc : o legun-
do, Saphira : o terceiro, Chalcedonia : o quarto, Efmeralda:
20 O quinto, Sardonix: o feiílo , Sardio: o fetimo , Chryfoli-
to : o oitavo, Beryl : o nono, Topázio: o decimo, Chrifopralo:
0 undécimo, Hyacintho : o duodécimo , Amethyílo.
21 E as doze portas doze pérolas éraó : cadahuã d’as portas de
huã pérola éra: ca* praça d’a cidade de ouro puro , como vidro * Ou *'**
transparente.
21 E ’nella templo naó ví , porque d’ella o Senhor Deus Todo-
poderofo , e o Cordeiro , o templo he.
23 r E a cidade [nem] de foi , né de lua neceílita peraque ’nella tlfay. 6g;
refplandeçam : porque a gloria de Deus alumiado a tem, « e o Cor- 19.
deiro lua candea he. Zach. 14:7.
24 x E as gentes que fe falvárem , em fua luz andarão : e a ella
fua gloria e honra os R.eys d’a Eerra traráó. x ,
25 y E fuas portas de dia fe naõ fecharam: x porque noite ali naó
averá.
26 E a ella a gloria , e honra d’as gentes traráó. 11.
27 E coufa alguã que contamine, e abominaçaó faça, e mentiras z 22:
[Jiga] ’nella naó entrará : fenaó os que *’no livro d’a vida d’o Cor-
deiro eferitos eíiãm. - a
P/? 69: 29. Phtl. 4:3. yí/w. 3:5. rio: 12
Ff ff Ca.
Ví APOCALIPSE
Capitulo XXII.
1 Moftrafe a o Apoftolo hum rio de agoa d’a vida , em cujas bordas a arvore d^a
vida -eftava♦ 3 Defcreve Je alguãs outras propriedades d'os moradores d9a no
va Jerufalem. 6 Despois d’ifto Je faz a conclufaô j e fe teftifica d7a verdade e
firmeza d'eftas vifoens e prophecias. 8 Lança fe Joao outra vez a os pés d’o
Anjo , poloque taõbem outra vez reprendido he. Io Recebe então mandado
de as palavras dl efte livro nao fellar , aindaque alguns d"ellas pera feu mayor
eaftigo aviao de abufar. 13 Declara Chrifto que elle he 0 Alpha e 0 Qmega e
diz bemaventurados a os que feus mandamentos guardaõ : e malaventurados a os
que abominaçoens cometem. 16 E teftifica que a feu Anjo enviou pera efta re
velação a fua Igreja fazer. 17 Dejeja a E/pofa a vinda de Chrifto. 8 E con-
cide fe eftá revelaçac com ameaças contra os que alguãcoufa a ella aviao de acre-
centar ou d’ella tirar. 2o Teftifica Chrifto outra vez que prefto avia de vir \ e
concilie Joaó feu livro com a Jaudaçaõ Apojlolica.
4 Ezech 47:1 P a o rio puro d’a agoa d’avida me moftrou, claro comocriftal,
I. que d’o throno dc Deus , e d’o Cordeiro, procedia.
Zach-T4: 8. 2 ’No meyo de fua praça , e de huã e outra banda d’o rio , b a
À^/></í.2:7.arvore vida eftáva , que doze fruitos prodúz ,> de més em més
*Ou, cura, feufruito dahdo : e as folhas d’a arvore pera a * faúde d’as Gentes
fam.
3 E nenhuã maldiçaõ [aZi] contra [alguém] mais averá : e’nella
o throno de Deus c d’o Cordeiro eftará , e feus fervos o ferviráõ:
0 Apoc 3 : 4 E feu rofto veráó , e c leu Nome em fuas teftas eftará.
12. 5 dE~ ali mais noite naõ averá, e de candea, nem de luz de Sol
d lfay. 60'. na£ nccc{fitarám : porque o Senhor Deus os alumia : e pera todo
Zachajç'. 7.fempre ja mais reinaram.
Apoc. 21 : 6 E difte me: e Eftas palavras fieis e verdadeiras fam: e o Senhor
*3- o Deus d’os Sanétos Prophetas a feu Anjo enviou , / para a feus ler-
9 Apoc. 19: vos moftrar as couías que prefto ham de acontecer.
9. .7 FJsaqui que prefto venho : g bem-aventurado aquelle que as
f Apoc i-V PaÍavras Prophecia d’efte livro guarda.
8 E eu Joao aquelle fou , que eftas coufas ví e ouvi. E avendo
[aS ] OUV1UO e Vlito , poftreimc
| pera adorar ante os pés d’o Anjo ,
que eftas coufas me moftráva.
h A&. 10; 9 E difte me : b Olha que o naõ [faças] : porque teu confervo
26. fou , e< de teus irmaõs os Prophetas , e d’os que as palavras d’eftc
e i4‘ 14. livro guardam. A Deus adora.
Apoc 15); f o. 10 E
DE S. joao; Cap. XXII. 557
1® E difleme : í As palavras d’a Prophccia d’efte livro naó fellcs: i‘Oí,K-S;i<í'
porque k perto o tempo eftá. e 1Z ' 4>
11 Quem * injufto he , ainda injufto feja : e quem cujo he, cu- • Ou^Vf
gefe ainda : e quem jufto he, ainda juftificado feja : e“quem fan&o vfn,
he , ainda fanétificado ícja. amda
12 E eisque prefto venho, e comigo meu galardaõ , /pera a ca- aèra™
dahumrendér, como fua obra fór. faÇa-
13 m Eu fou oAlphaeoOnlega, oprincipio e o fim, « o primei-
ro e o derradeiro. r 7 'i*
14 Bem-aventurados aquelles que feus mandamentos * guardaõ, Matt. 16 :
peraque 5na arvore d’a vida * poder tenhaó , c ’na cidade pelas por- 27-
tas entrar poflam.- Rom. 2:6.
15 0 Porém de fóra eftaráõ os caens, e os feiticeiros , e os forni- e I4:I2‘
cadores , e os homicidas , e os idolatras , e qualquer que mentira 2
ama e * comete, ó/ó • s *
16 f Eu Jeius a meu Anjo enviei, pera eftas coufas ’nas Tgrejas
vos teftificar : 7 Eu a raiz e geraçam de David fou , r a refplande-
cente eftrclla d’a * alva. e2i;6.
17 E o Efpirito e a Efpofa dizem : Vém. E quem o ouve , di-n1^ 4' ;4*
ga : Vém. C E quem fede tem , venha : e quem quifer, de eraca %44’ é’
d’a agoa d’a vida tome. ’ ô * Aoci\
iS Porque eu protcfto a cada qual que as palavras d’a Prophecia /21:6. *
d’efte livro ouvir, [?ue] fe alguém a eftas coufas acrccentar , Deus * Ou, fa-
as plagas lhe acrecentará que ’neftc livro eferitas [eftdm] ;
19 1 Efe alguém d’as palavras d’o livro d’efta Prophccia * diminuir - * Ou
~'—**
*
- MU1HUUU a / ’ /• •
Deus fua parte « d’o livro d’a vida [/he] tirará e d”’a fanfta ’ ~ cidade, //
> 0 I. Cor. 6 :
c u__._)coufas , -- ’nefte
--------------que livro
------------- eferitas[effaoj.
------------------- [ Jo
20 Aquelle que eftas coufas teftifica, diz: certamente prefto ve- Eph ç-ç.
nho. Amen. Õra vem Senhor Jefus. Coloff'.'
ii A graça de noflo Senhor Jefu Chrifto [ffja] com todos vosou- ’ Ou.j^z.
tros. Amen.
7 7/ày. II:
jR^. 15:12. 4>«.Ç|Ç r i.Pedr. I‘ l9. * Ou , manhaa. IQ.
W.71J7. t Deuf. 4:2. <?I2; p. Prov. 30; ó. Uu, tirar. uApoc.i^.í, ^17:8.
JJNWEESroAIBE NOVA.DEUSBOA
j Aa r,iÂnría& Sociais e Humanas
^açulda^^ygro qrieNTAL