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Ponto dos funcionários

A frequência deve ser acompanhada diariamente e eventuais


alterações precisam ser anotadas a fim de evitar mal-entendidos

POR:
Aurélio Amaral
01 de Abril de 2012

Não importa se feito em relógio eletrônico ou mecânico ou em


livro, o registro do horário de entrada e saída dos funcionários é
praxe nas escolas. A responsabilidade sobre o ponto fica a cargo
do diretor da instituição. Por isso, ele precisa tomar alguns
cuidados para evitar erros. Afinal, a frequência anotada no
documento está diretamente relacionada ao pagamento no fim do
mês. A primeira medida consiste em instalar o relógio ou dispor o
livro em local próximo à entrada da escola para evitar diferença
entre o horário em que o funcionário chegou e o que ele
assinalou.

Caso o controle seja feito manualmente, o correto é anotar a hora real de entrada. As regras para os
servidores públicos variam de acordo com as leis federais, estaduais e municipais. Porém, no caso dos
trabalhadores regidos pela Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), a súmula 338 desautoriza o
chamado ponto britânico - no qual se anota o profissional chegando todos os dias exatamente no
mesmo minuto. "Trata-se de um documento oficial, que deve condizer com a realidade. Afinal, nada
há de anormal em chegar alguns minutos mais cedo num dia e um pouco mais tarde em outro. Não há
por que arredondar horários", diz João Batista Berthier, professor de Direito da Universidade Estadual
do Rio de Janeiro (Uerj) e membro do Ministério Público do Trabalho (MPT). Veja a seguir quatro
pontos importantes para acompanhar adequadamente a entrada e a saída dos funcionários.

1 Controlar diariamente

Para garantir a legitimidade do


documento, é importante que o gestor supervisione a assinatura dos funcionários ou delegue essa
função ao secretário da escola. Alguns podem ocasionalmente se esquecer de bater o ponto. Por isso, a
pessoa encarregada deve checar, logo no começo do dia, se os espaços em branco correspondem de
fato a ausências para que eventuais equívocos sejam corrigidos no mesmo dia. É até possível retificar
os dados retroativamente. Contudo, se feito o controle diário, fica mais fácil apresentar evidências de
que a pessoa de fato chegou no horário. Ainda assim, vale a pena observar por escrito cada
modificação, como você verá nos itens a seguir.

2 Explicitar as alterações

Embora cada secretaria


estabeleça as próprias regras para faltas e atrasos, o bom funcionamento da instituição de ensino
pressupõe uma organização de horários e o mínimo possível de faltas. É interessante, portanto, criar
uma cultura de comunicação de forma que todos avisem quando vão se atrasar ou não vão trabalhar.
Justificativas como um atestado médico devem ser apresentadas o mais rápido possível para que o
ponto seja atualizado, com uma observação - de preferência em cor de caneta diferente - sobre o
motivo da ausência ou do atraso. No caso de dispensas com reposição e compensação de horas extras,
as mudanças precisam aparecer de forma clara no livro, ainda que a rede de ensino aceite apenas um
acordo verbal entre as partes. "As anotações evitam dúvidas e ajudam o gestor a programar a melhor
data para que o funcionário compense as horas não trabalhadas ou seja liberado pelo horário extra já
acumulado", explica Virginia Nascimento, diretora adjunta de recursos humanos da Secretaria Estadual
de Educação do Rio Grande do Sul.

3 Respeitar as normas

As regras devem ser claras: se


não é permitido deixar horas para serem compensadas no mês seguinte, não pode haver exceção. A
folha de pagamento do mês terá como base o tempo de trabalho computado. Logo, faltas não
justificadas dentro do prazo - ou que ultrapassarem a cota de injustificadas, quando existente - e o
tempo de trabalho não reposto serão descontados dos vencimentos. Além de prejudicar o
planejamento, o jeitinho para permitir o rolamento das pendências do banco de horas pressupõe
adulterar o ponto. "Isso configura fraude de documento público", afirma Jane Granzoto, professora de
direito da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Se comprovada a alteração, o gestor poderá,
dependendo da legislação local, receber uma advertência, ser suspenso ou até mesmo demitido por
justa causa.
4 Revisar e fechar o ponto

No fim do mês, o diretor tem por


hábito conferir o livro-ponto ou os cartões batidos nos relógios antes de encaminhar os dados para a
rede de ensino. A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, por exemplo, recomenda que o
responsável rubrique todas as páginas do registro. Para atestar a autenticidade das informações, ele
deve ainda assinar e carimbar ao fim do fechamento. Em muitas redes, como a do estado de Santa
Catarina, os dados são repassados para a supervisão por meio de formulários online. De toda forma, as
escolas devem manter o livro arquivado em local seguro para ser conferido em caso de auditoria ou
checagem posteriores.

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