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Ética e Bioética

Comumente, as palavras ‘moral’ e ‘ética’ são empregadas como


sinônimas. Conforme Barbosa (2020) aponta no vídeo aula, a Moral pressupõe
escolhas enquanto indivíduos sob o prisma de um conjunto de crenças
impostos pelo contexto o quais estamos inseridos. Já ética é a parte da filosofia
que estuda esta moral, pois reflete e questiona sobre as suas regras. A palavra
“ética” também pode ser definida como um conjunto de conhecimentos
extraídos da investigação do comportamento humano na tentativa de explicar
as regras morais de forma racional.
Até os dias de hoje, as discussões teóricas sobre a moral são
determinadas pelo confronto entre três posições: as argumentações
transcorrem entre Aristóteles, Kant e o utilitarismo. Ambas as perspectivas,
apontam para o entendimento da ética enquanto convivência, normas e regras
que pressupõe um agir individual regido por uma contratualidade coletiva.
Trazendo a discussão da ética para o cotidiano do residente, torna-se
necessário inclui-lo numa categoria profissional que delimita o seu agir por
meio de princípios éticos. O Serviço Social como profissão está diretamente
ligado a diferentes contextos históricos, sua história perpassa nas relações
econômicas e das classes, ou seja, no contexto geral presente na sociedade
Podemos concordar com Barroco (2005) que a natureza da ética profissional
não é algo estático, pois no âmbito do Serviço Social, o qual é uma profissão
inserida nos movimentos e tensões da dinâmica capitalista – e nas relações
sociais que esta implica – a ética em si é algo mutável de acordo com o
contexto histórico no qual a profissão está inserida, levando em conta os
aspectos culturais, morais e ideológicos de cada época. O exercício de abordar
as discussões de cada código de ética do Serviço Social ao longo dos anos
nos faz refletir sobre como a moral de cada época e o nível de conscientização
política refletem nos princípios éticos profissionais, e consequentemente, no
projeto profissional como um todo.
O projeto ético-político, atualmente hegemônico, aborda como princípio
central o reconhecimento da liberdade como valor ético central e das
demandas políticas a ela inerentes - autonomia, emancipação e plena
expansão dos indivíduos sociais.
Como o próprio princípio afirma, a liberdade de ser compreendida como
valor ético central, isso quer dizer que o residente, assistente social, deve
tomar a liberdade como princípio fundante do exercício profissional e dos
desafios que são colocados no cotidiano de trabalho. A liberdade é central para
a superação dos desafios cotidianos e deve ser exercida por meio do respeito
pelos usuários, suas angústias, necessidades e potencialidades. Do
posicionamento crítico e munido de referencial teórico prático para impedir que
o exercício profissional se frustre com a falta de recursos públicos, descaso dos
agentes públicos, falta de estrutura de trabalho e de equipe técnica que
acabam limitando o assistente social e tornando a prática profissional pontual e
imediatista.
A liberdade como construção coletiva pode então ser considerada um
desafio para o alcance do exercício profissional, mas também é uma
possibilidade e deve ser reconhecida como valor ético central do assistente
social ético, político e competente no atendimento às demandas da classe
trabalhadora e de questionamento da ordem social vigente.

REFERÊNCIAS CONSULTADAS

BARBOSA, A. J. Ética e Bioética. 2020. (1h44m31s). Disponível em <


https://www.youtube.com/watch?v=EN2kac0Thv8> Acesso em: 29 jul. 2020.

BARROCO, M. L. S. Ética e Serviço Social: fundamentos ontológicos. 3. ed.


São Paulo: Cortez, 2005.

CFESS. Conselho Federal de Servico Social. Código de Ética Profissional do


Assistente Social, 15 mar. 1993. Disponivel em: <http://www.cfess.org.br(a)
rquivos/CEP_1993.pdf>. Acesso em: 05 nov. 2015.

SILVA, M. O. da S. e. Formação Profissional do Assistente Social: inserção


na realidade social e na dinâmica da profissão. 2. ed. São Paulo: Cortez, 1995.

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