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A SOMATERAPIA

Desenvolver uma nova prática psicológica que auxiliasse os homens na


busca de sua liberdade. Foi assim que Roberto Freire rompeu com a psicanálise
e criou a SOMATERAPIA ou apenas SOMA, durante o regime militar no Brasil.

Baseada nas idéias iniciais de Wilhelm Reich, discípulo dissidente de


Freud, a SOMA considera a neurose fruto das organizações sociais autoritárias.
Numa sociedade onde a liberdade de ser é impedida através de mecanismos
repressores presentes na família tradicional burguesa, na pedagogia escolar
autoritária e nas religiões castradoras, a neurose surge como um processo de
ajustamento dos indivíduos.

Além de ser um fenômeno social, que se forma de fora para dentro, a


neurose se instala em todo o corpo das pessoas, impedindo sobretudo a
expressão livre da espontaneidade, da afetividade e da sexualidade. Assim, a
SOMA é uma terapia corporal, utilizando-se de exercícios próprios que, além de
agirem sobre a couraça neuromuscular do caráter (tensões crônicas da
musculatura voluntária, que retém a neurose no corpo das pessoas), também
informam como a repressão atua no cotidiano.

A SOMA funciona em grupos (em torno de 20 pessoas) e com duração de 1 ano


a 1 ano e meio, evitando assim a formação de dependência terapeuta-cliente.
Nesse período os grupos fazem 3 viagens para vivências em campo, onde há um
crescimento nas dinâmicas dos grupos, por uma maior percepção individual, seja
no contato com outros grupos, seja no contato direto com a natureza, com
exercícios em locais que ainda preservam ecossistemas com pouca interferência
humana tecnológica, como Visconde de Mauá-RJ (grupos Sul/Sudeste) e Lençois-BA
(grupos Nordeste).

A SOMA utiliza-se também de técnicas da Gestalterapia, sobretudo no


desenvolvimento da autonomia e criatividade individuais para solucionar
situações de vida, e conseqüentemente não desperdiçar energia. Como terapia
libertária, buscou na Antipsiquiatria o entendimento de como a neurose é
produzida por defeitos na comunicação humana, que geram dependência e culpa.

A mais recente pesquisa da SOMA é a introdução da Capoeira Angola para


efeitos terapêuticos. Numa mistura de dança, luta e arte, a Capoeira Angola
surgiu no Brasil para auxiliar no processo de libertação do negro à escravidão
imposta pelos brancos. Hoje, na SOMA, ela está sendo utilizada tanto como
terapia corporal quanto para auxiliar o homem escravo da neurose que o impede
de ser livre e criativo.

Adotando a ideologia anarquista, a SOMA se propõe a facilitar a busca da


liberdade a nível pessoal e social. O Socialismo Libertário proposto pelo
Anarquismo torna objetiva a luta contra qualquer forma de autoritarismo,
permitindo o surgimento da originalidade única das pessoas. O Anarquismo é
hoje a única ideologia que se opõe ao capitalismo burguês, uma das principais
fontes de manutenção da dominação, do autoritarismo e das injustiças sociais.
Na SOMA esses mecanismos de poder são discutidos e combatidos gerando uma
dinâmica autogestiva, onde o que se busca são relações sinceras e solidárias.

Há quase 30 anos a SOMA vem pesquisando alternativas novas no combate a


qualquer forma de poder coercitivo que atue sobre o ser humano.
Atuando em vários estados, a SOMA possui três sedes: em São Paulo, no Rio
de Janeiro e em Belo Horizonte, onde realizam-se palestras, maratonas, grupos
e cursos. Há cinco anos, o Coletivo Anarquista Brancaleone vem realizando o
Curso de Pedagogia Libertária, um espaço aberto para discussão das
possibilidades de uma vida libertária. Sem dominador ou dominado, uma
sociedade nova onde uma nova ética, a ética libertária, possa existir e
impedir as mazelas que o capitalismo e outras formas de autoritarismo vem
produzindo na humanidade.

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