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“Dez Lições Direito Bancário Angolano”

11/27/2018 1

Por Miguel da Costa António Carvalho


Centro do Poder Financeiro Angolano

Miguel Carvalho, Mestre em Direito 11/27/2018 2


Programa- Parte I

1. Introdução- 2. Noção e 3. Fontes de Direito


Origem e Função características do Bancário.
Económica da Banca. Direito Bancário.

4. Sistema financeiro 5. A supervisão


angolano: bancária: Aspectos
Enquadramento institucionais relativos
jurídico. à criação dos bancos

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Programa-Parte II

6. Visão sobre 8. Deveres 10.Meios


os Produtos e 7. Contratos Bancários e 9.Governação Bancários de
Serviços Bancários. protecção do Bancária. composição
Financeiros. consumidor. de litígios.

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A Moeda e Suas Funções:

Meio de Meio de
Meio Troca. Comparação do Constituição de
Valor dos Bens. Poupança.

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Função Económica e Financeira da Banca
Risco de
Incumprimento:

Banco CRÉDITO Clientes


DEPÓSITO
Risco: Falta de
Liquidez e
Insolvência

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Risco de Incumprimento da Contraparte

Falta ou Seleção
Risco Moral Assimetria de Adversa
Informação

Riscos Legais Riscos


Operacionais
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Riscos de Falta de Liquidez e Solvabilidade
das I.F
Falta ou Selecção
Risco Moral assimetria de Adversa
informação

Riscos de Risco Legal(


Mercado falta de Risco Moral
compliance)
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2. Direito Bancário: Noção e características

A delimitação do âmbito do - A delimitação objectiva,


Direito bancário enquanto que aponta para o objecto
ramo jurídico deve realizar- da disciplina;
se através da combinação
de dois métodos distintos:

- A delimitação subjectiva,
que se liga aos sujeitos
jurídicos por ela regulados.

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Delimitação Objectiva
Objectivamente três actividades nucleares caracterizam
a actividade bancária:
Recepção do e a emissão de
público de meios de
Concessão de
depósitos ou pagamento sob a
crédito;
outros fundos forma de moeda
reembolsáveis; electrónica.

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O objecto do Direito Bancário

a recepção de
Portanto o a emissão de fundos
Direito a concessão de meios de reembolsáveis e
bancário define crédito, pagamento, todos os
regras sobre: serviços que lhe
estão conexos.
Delimitação Subjectiva
Do lado subjectivo, o sistema financeiro
funciona como objecto e critério de
demarcação do Direito bancário.

Atenção: este sistema não se


reduz aos bancos, abarca
tambem outras sociedades
financeiras.
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Âmbito do Direito Bancário

Quanto ao Objecto
é importante reter a
Contraposição entre:

• Vertente
material: • Vertente
Contratos e institucional:
operações Organização do
bancárias Sistema
Financeiro
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Delimitação subjectiva: Shadow banking

Outras entidades Todos devem


Actualmente é financiadoras: compreender-se
muito patente o Traditional hedge funds ou nas fronteiras do
alargamento das banking- narrow sociedades de Direito bancário.
fronteiras das banking. titularização O Direito bancário
entidades (shadow banks ou não é, portanto, o
financiadoras. non-bank lenders). Direito dos
bancos.

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Quanto ao âmbito da supervisão bancária

Direito bancário Direito prudencial: este


comportamental – liga-se à prevenção e
Deveres gerais de conduta gestão do risco das
das pessoas ligadas aos instituições bancárias.
bancos

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Quanto ao tipo de relação:
Dupla Relações com consumidores de
dimensão
consoante produtos e serviços bancários.
regule:

Relações entre bancos (mercado


interbancário, sindicatos bancários,
financiamento a institucionais).
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Direito Bancário e Finanças pessoais,

Soluções de Soluções de Serviços de


Poupança e de Investimentos: Pagamento:
Custódia: Credito a Habitação; Cheques; Cartões de
Depósitos a ordem, Crédito automóvel; Débito;
Depósitos a Prazo Credito pessoal Transferências

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Direito Bancário e Finanças Empresariais

Soluções de Poupança Soluções de Serviços: Gestão de


e Custódia: Depósitos à Investimento: Crédito a Tesouraria( Contas,
Ordem; Depósitos a Curto Prazo; Garantias; pagamentos e
prazo( aplicações Investimento ( project cobranças); Pagamentos
financeiras) finance, Internacionais; -TPA,
App Net

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Direito Bancário e Finanças Públicas

Soluções de Serviços:Arrecadação
Soluções de Poupança: Investimento: Crédito de Receitas Públicas;
Depósitos; Depósitos à Público de Curto Prazo; Liquidação e pagamento
Ordem Garantias ; Investimento de despesas públicas;
Público Pagamentos
Internacionais

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Características do Direito Bancário

• Massificação
• Tutela do consumidor bancário
• Informatização
• Internacionalização
• Relevo (macro- e micro) sistémico
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Diferentes Tipos e Estruturas de Bancos
Banca Universal

Grupos Bancos de
Económicos Investimentos.

Grupos
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Fontes Tradicionais:

Lei Jurisprudência Doutrina Costume.

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3. Fontes de Direito Bancário

Direito Interno:

Lei
Jurisprudência
Doutrina
Costume.
Direito Internacional.
Convecções e tratados
Acordos Bilaterais

Rede de Supervisores Internacionais


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Enquadramento Legal do Sistema Financeiro
Constituição: Art. 99.º e 100.º C

Lei / Decreto Presidencial Legislativo

Decreto Presidencial

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Avisos do Banco Nacional de Angola
Características das Fontes do Direito Bancário

Dispersão Instabilidade Pluralidade Elevado Influências


Tecnicismo Internacionais)

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Fontes de Carácter Geral

Constituição de Angola, Código Comercial,


aprovada pela Aprovado por Carta de Lei n.º 1/04 de 13 de
Assembleia Constituinte Lei de 28 de Julho de Fevereiro, das
em 2010. 1988, e alterado pela Lei Sociedades Comerciais.
n.º 6/03 de 3 de Março.

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Fontes de Carácter Geral Essencial.
Constituição.

Estado democrático e de direito ( artigo 2.º)

Propriedade privada ( ver artigo 14.

Direitos do Consumidor : ( ver artigo 78.º=

Organização Económica e Financeira( Ver artigos 89.º os artigo 99.º e 100.º)

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Legislação Ordinária Sectorial Essencial

Lei n.º 12/15, de 17 de Lei 16/10, de 15 de Julho -


Junho Setembro – Bases Estatuto Orgânico do Banco Lei n.º 5/05, de 29 de Julho
das Instituições Nacional de Angola. – Sistema de Pagamentos.
Financeiras.

Lei n.º 34/11, de 12 de


Dezembro, sobre o
Branqueamento de Capitais,
e Combate e Prevenção ao
Financiamento do Terrorismo

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Constituição, Requisitos de Capital e Governo dos Bancos:

Requisitos sobre a Registo e Inscrição


Constituição de Fusões e Aquisições Especial das
Bancos-Aviso n.º 9/13, dos Bancos-Aviso n.º Instituições Financeiras-
8 de Julho –. 10/13, 9 de Julho -. Aviso n.º 11/13, de 10
de Julho.

Alteração ao Estatuto Requisito de Capital


dos Bancos- Aviso n.º Governo dos Bancos- dos Bancos aAviso .n.º
12/13, de 11 de Aviso n.º 1/13 – de 19 14/13 de 2 de
Julho. de Abril . Dezembro- A.O
2.500.000.000,00)
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Legislação sobre Sobre a Supervisão Financeira:

Supervisão em Base Auditoria dos Bancos-Aviso Protecção do Consumidor de


Consolidada- Aviso n.º 3/13, n.º 4/13 de 22 de Abril –. Produtos Financeiros-Aviso
de 22 de Abril –. n.º 5/12, de 29 de Março_

Lei n.º 34/11, de 12 de


Dezembro, sobre o
Aviso n.º 14/12, de 3 de Branqueamento de Capitais,
Abril – Código de Conduta e Combate e Prevenção ao
Interbancário. Financiamento do Terrorismo.

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B. Contratos Bancários-Crédito:

Aviso n.º 01/07 de 21 de Aviso n.º 2/14, de 28 de


Aviso nº 3/12, de 28 de Março, que regulamenta a Março- Requisitos Mínimos de
Março - Graduação do Risco actividade dos cartões Informação sobre serviços e
de Crédito. Bancários (Cartões de produtos Financeiros.
Crédito).

Aviso n.º 10/14, de 10 de


Aviso n.º 9/14, de 10 de Dezembro- Requisitos de
Novembro- Requisitos de Garantias que as IF
Publicidade dos Produtos e Beneficiarias, bem como os
Serviços Financeiros. garantes, a fim de serem
elegíveis para efeitos
prudenciais.

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Créditos Especiais

Decreto Executivo
Decreto Presidencial n.º Decreto Presidencial n.º Conjunto n.º 256/12, de
259/11 de 30 de 265/11 de 14 de 9 de Agosto – Linhas de
Setembro Crédito à Outubro. Conta – Crédito Bonificado, para,
Habitação. Poupança a habitação Micro e Pequenas
Empresas.

Decreto executivo
Conjunto n.º 16/10, de
28 de Setembro –
Crédito Agrícola

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Lei n.º 12/15, de 17 de Junho- Lei de Bases das instituições Financeiras.

Autorização das Actividade no Actividade em


Disposições gerais Instituições Financeiras Estrangeiro de Angola de Intituições Registo
Bancárias com sede Intituições financeiras financeiras com sede
em Angola com sede em Angola. no Estrangeiro

Intituições Finaceiras Processo de


Supervisão. não Bancária Intervenção em Infracções e Sanções
Instituições Bancárias.

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Lei n.º 16/10, de 15 de Julho – Banco Nacional de Angola

Natureza, Capital e Emissão Funções de


Sede e Fins. Reservas Monetária Banco Central

Governo, Contas e
Administração Pessoal Balanços.
e Fiscalização
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Avisos do Banco Nacional de Angola

Principais Avisos:
• Aviso n.º 5/12, de 29 de Março- Protecão
dos consumidores de produtos e Serviços
financeiros
• Aviso n.º 1/13, de 19 de Abril- Governo
dos Bancos.
O Aviso do BNA é o acto Tem força de Decreto Executivo. • Aviso n.º 3/13- Supervisão Prudencial em
normativo do goverandor do BNA Base Consolidada.
• Aviso n.º 9/13, de 8 de Julho-Autorização
da Constituição de Bancos.
• Aviso 10/13- Fusão dos Bancos.
• Aviso n.º 4/13- Capital Social dos Bancos.

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Soft Law

Instrucções e Relatórios e Outros actos que


Directivas e outros a ctos por Lei devam
Circulares do informativos do ser publicados.
BNA BNA

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Fontes Internacionais.

Acordos de Basileia:
Conjunto de medidas
proposta pelo Comitê de
Basileia de Supervisão
Bancária do Banco
Internacional de
Compensações ( Bank of Acordos de Basileia I Acordos de Basileia II Acordos de Basileia III.
Interantional Settlements)
que têm como principal
objetivo reforçar a
confiabilidade e
estabilidade do Sistema
Financeiro Internacional.

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Organizações Financeiras Internacionais

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Fontes complementares

Lei das Sociedades Regras de


sociedades Anónimas. Constituição, e
comerciais Financiamento.

Código Código Civil


Comercial
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4. Sistema Financeiro Angolano: Os Bancos em geral

Princípio da Exclusividade:
Captação de poupanças através
da recepção pública de depósitos
O Conceito Legal de Banco. Operações dos Bancos. ou outros fundos reembolsáveis,
para utilização por conta própria
e exercer a função de
intermediário na liquidação de
operações de pagamento.

. Críticas: É uma Tendência:Shadow Outras Operações: Ver a


Banking Redacção do Artigo 4.º da Lei das
Instituições Financeiras

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Sistema Financeiro-Referência Constitucional

- Vertente
O Sistema Financeiro institucional-
–Sestema Estruturado Conjunto das
de Instituições, instituições financeiras.
Públicas e Privadas
vocacionas à captar e - Vertente material:
afectar as poupanças Mercado de produtos
ao investimento. e serviços financeiros.

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5. Supervisão Bancária:

Fundamentos:
Riscos das
operações
bancarias: Vertentes:
Modalidades :
1- Autorização;
1. Comportamental
Incumprimento/falta Regulação,
de liquidez e 2. Prudencial Regulador:
Instrução,
solvabilidade. Banco Central
Fiscalização,
2-Informação
Sancionatória.
3- Risco Moral
4- Sel. adversa
5- Sistémico

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Supervisão Comportamental

Deveres Conflitos de Segredo Defesa da


Gerais de Interesses. Profissional concorrência
Conduta

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Momentos da Supervisão Comportamental

I- Constituição II- Auditoria


dos Bancos dos Bancos

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Supervisão Prudencial

Ambito: Momentos:
• Micro-Prudencial- . • Constituição e Autorização dos
Objecto: • Macro-Prudencial: Bancos.
• Fusões e Aquisições de Bancos.
Acautelar os Rácios de • Durante o Exercício da
Liquidez e Solvabilidade. Actividade.
• Processo de Extinção dos Bancos:
Regras de Saneamento.

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Modelos de Supervisão Financeira

Modelo Monista Modelo Dualista Modelo


(twin Peaks) Tripartido.

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O Modelo Tripartido em Angola: Elogios e Críticas

Agencia
Banco Angolana de Comissão de
Nacional de Regulação e Mercado de
Angola Supervisão Capitais.
de Seguros
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Comité de Estabilidade Financeira
6. Visão Geral sobre os Produtos e serviços Bancários.

Classificação:
1- Operações Comerciais/
Operações de Investimentos
2- Operações Fundamentais/
Operações Bancárias. Operações Acessórias
3- Operações
Activas/Operações Passivas

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Natureza Jurídica das Operações Bancárias

Negócios Meros actos


Contratos Juridicos Involuntários.
Unilaterais

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Natureza Juridca das Operações Bancárias: Teoria Geral

Operações bancárias
compreendem também Ex: O simples Processo obrigacional
actos praticados pelos cumprimento de ordens que se formaliza no Actos preparatórios.
bancos que não se do cliente. contrato:
formalizam no contrato:

As expressões
Actos executivos, Actos Principais ou operações bancárias e
acessórios. contratos bancários são
sinónimas,

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7.Contratos Bancários-Características

Padronização- Contratos
Autonomia Contratos de formais: forma Complexidade
Privada Adesão. escrita ou Estrutural
electrónica

Sigiloso Pecuniariedade. Contratos


Comerciais

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Autonomia Privada

Contudo, há limites
A Regra Regras sobre a a liberdade
do Artigo Formação e contratual, pois não Pois é uma
405.º do Conclusão do há livre indústria em
C.C. Contratos. negociabilidade dos rede.
termos e condições
do contrato.

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Padronização: Contratos de Adesão

Limites à autonomia privada:


Proteção pelo órgão de Supervisão:
A Proteção dos Consumidores de
produtos Financeiras. Lei das Instituições Financeiras:
Dignidade Constitucional- artigo 78.º Aviso n.º 5/12, de 29 de Abril-
da Constituição.
Proteção dos Consumidores Financeiros.
Proteção contratual
Aviso n.º 2/14, de 28 de Março-
Lei n.º 4/03, das Cláusulas contratuais Deveres de Informação sobre os
gerais. Produtos e Serviços Financeiros
Lei n.º 15/03 – Defesa do Consumidor.

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Forma Escrita

Contratos Influência
Formulários de Adesão do Direito
comercial

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Complexidade Estrutural

A Estrutura dos Contratos Bancários implica sempre uma relação a


longo prazo.

Pressupões a existencia de contratos principais e acessórios

Ex: O Contrato de depósito, implica a abertura de conta,


subscriçãode cartões bancários, contrato de conta corrente

Quanto as partes pode implicar terceiros. O casoa da fiança


bancária, as garantias bancárias autónoma, crédito documentário.
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Natureza Sigilosa dos Contratos bancários

Decorre do dever de Segredo


Profissional dos membros do
conselho de administração e dos
funcionários Bancários.
PECUNIARIEDADE

Os contratos Bancários são


remunerados quer por via
de taxas, comissões e juros.
Natureza comercial

Noção de actos de Comércio


é aplicável aos contratos
bancários.
Principais Contratos: Abertura de Conta

Abertura de Conta
Bancária Contratos Acessórios:
Depósito.
1- Ver- Aviso n.º 18/07 de 28 de Novembro-
modelo de contrato de Abertura de Conta Conta Corrente.
Bancária; Convenção de Cheque.
2- Aviso n.º 6/15 de 20 de Abril-Identificação da Emissão de Cartões Bancários
Contas de Depósito)

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Contrato de Abertura de Conta

Características da
Regime
Noção: Jurídico: Âmbito do RJ: Modalidades:
relação bancária:
Clausulas contratuais Criação (abertura de Singulares/
Constitui, disciplina e Duradoura e Conta); Condições de Colectivas;
delimita a relação Multifacetada e Gerais e Usos
Movimentação ,
jurídica bancária entre Contrato Bancário Bancários e 1165ºCC Solidárias/ e
o Banco e o Cliente. suspensão e Extinção.
Matriz. Prestação de conjuntas
Serviços..
Conta Corrente Bancária

Efeitos:
Reporte a movimentos em dinheiro.
Noção: É acessório ao abertura de conta.
Contrato celebrado entre Banqueiro e o seu cliente Postula a emissão contínua de saldos;
nos termos do artigo 344.º do C. Com. aplicado O Banqueiro nunca é o credor,
analogicamente.
O saldo deve ser igual a zero;
O Banqueiro deve organizar e a apresentar, por via
de extractos
Depósito
Noção: o Cliente entrega ao Banco uma quantia pecuniária, e este fica investido no direito de dispor livremente e no
dever de restituir outro tanto da mesma espécie e qualidade

Características: entrega material ou eletrónica de quantia em dinheiro ao banco que passa a ser o proprietário e
assume o risco inerente; a Restituição de igual quantia nos termos acordados.

Modalidades: Ordem; Com pré-aviso; e a prazo.

Regime: aplicação analógica do regime do depósito civil e mercantil, eo regime das cláusulas contratuais , e regras
de supervisão.

Legislação: Lei das Instituições Financeiras, Lei que Cria o Fundo de Garantia de Depósito
Convenção de Cheque
O Cheque é um documento normalizado do qual consta uma ordem de pagamentos dada por um
cliente(sacador) ao seu banqueiro (sacado)de efectuar um determinado pagamento a um terceiro
(beneficiário-portador).

Regime aplicável : Convenção de Genebra que aprova as Leis Uniformes Relativas ao Cheque.

Elementos: a palavra Cheque,


O mandato puro e simples de pagar uma quantia; O nome de quem deve pagar(sacado); Indicação do lugar
em que o pagamento se deve efectuar, Indicação da data em que o cheque é passado e do lugar onde
sucede; a assinatura de quem passa o cheque.
Contratos de Crédito (LOANS)

Actividade Clientes: Vantagens :


ACTIVO: flexibilidade quanto
central dos principal fonte de
Estado- Finanças Públicas;
Empresas- Finanças ao volume,prazo e
Bancos recursos dos Bancos . empresarias;
Famílias/Indivíduos –
promove relações
fortes.
Finanças pessoais
Critérios de Classificação de crédito
bancário
Finalidades:
aquisições de bens e Prazo : Numero dos mutuantes.:
serviços, Invenstimentos, Crédito de curto, Medio e Simples ou Sindicados.
Imobiliário, Credito ao longo praz (Sindicated loans)
consumo

Reembolsos: Juros
Garantias:
total, a prestações, Remuneratórios/Moratórios,
caucionados ou a prestações com uma
descoberto; pessoais ou Nota – Financiamento
reais prestação final superior às Islámico- dispensa a
restantes cobrança de juros.
Risco de Crédito
Ver o Aviso n.º 11/14 de 17 de Dezembro- Estabelece os requisitos específicos para operações de crédito.

Critério para aferir a capacidade de reembolso do devedor.

Avaliação é feita quer pelo próprio banco ou por agências de notação de risco ou financeira.

Quanto pior o rating, maiores são os juros e mais restritivas são as condições de financiamento.

Pessoas singulares: risco de crédito é avaliado com base na história de crédito através de agências de informação.

Estados : avaliação é feita por agências de rating: standard’s and poor, Moody’s ou Fitch.
Empréstimo( Mútuo) Bancário
Contrato celebrado por um Banqueiro e o seu cliente ,agindo aquele no exercício da sua
profissão.
Forma Escrita: qualquer seja o seu valor, exceto tratando-se de modalidade especial.

Modalidade especial do contrato de empréstimo. Ver os artigos 1142. C.C e Segs. C.C;
e artigo 394.º e seguintes do C.com.
Objecto contratual: dinheiro legal ou escriturário.

Finalidade: fins legais ou contratuais.

Regime aplicável: disperso e heterogéneo.


Modalidades especiais de Empréstimos
Bancários.

Abertura de Desconto Antecipação


Crédito. Bancário Bancária

Crédito ao Crédito à Crédito


Consumo Habitação Documentário
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Introdução aos contratos de Financiamento
Noção contratos de financiamento. –São operações em que uma uma instituição financeira fornece
recursos ao seu cliente com a finalidade de o aplicar ao propósito específico de acordo as cláusulas
contratuais.

Regra geral não são empréstimos propriamente dito. Pois não ocorre uma disponibilidade financeira
a favor do cliente.

Na realidade Instituição financeira se propõe a prestar um conjunto de serviços financeiros a favor


do cliente.

Uma das vantagens é certamente a panóplia de garantias a disposição da instituição financeira em


caso do incumprimento por parte do cliente.

Estas podem resultar de cláusulas de garantia patrimonial (COVENANTS)ou garantias especiais


(pessoal ou real) constituídas para assegurar o reembolso.
Efeito dos covenants na vida dos contratos
de financiamento.
Implicam uma Obrigações de prestação de facto negativo
intervenção da
Instituição Clausula Pari Passu
financeira na
vida do cliente Obrigações financeiras
na decorrência
da celebração Obrigações de informação
do contrato de
finaciemtno do Vencimento antecipado
cliente.
Incumprimento cruzado( cross defautl)
Contratos de Financiamento

- Locação
Financeira

Cessão Titularização Monetarização Project Finance


Financeira de Créditos de Créditos

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1. Locação Financeira

A locação financeira pode


referir-se a um contrato ou a
uma atividade financeira.
Locação Financeira enquanto atividade
financeira
Noção: consiste na prática habitual de celebrar contratos de locação
financeira.

Apenas os Bancos e as sociedades de locação financeira tem autorização legal


para exercer tal actividade.

As bases da regulação está contida na Lee de Bases das instituições


financeiras , no Regulamento do exercício das Sociedades de locação
financeira
Sociedades de locação financeira
Tem por objecto exclusivo o exercício da actividade locação financeira.

Regime: Lei de Bases das Instituições Financeiras, Regulamento da actividade das sociedades de locação
financeira.

Operações vedadas as sociedades de locação financeira: Aquisição de acções próprias acções ou partes
de capital de quaisquer sociedades financeira; Aquisição e posse de bens imóveis para além dos
necessários as suas intalações; prestação de serviços complementares de actividade de locação
operacional, manutenção e existência técnica.
Contrato de locação financeira
Locação Financeira é o contrato pelo qual uma das partes (locador)
Noção: se obriga, mediante retribuição, a ceder à outra(locatário) o gozo
temporário de uma coisa, móvel ou imóvel.
adquirida ou construída por indicação do locatário.

o locatário poderá comprar, decorrido o período acordado, por um


preço nele determinado ou determinável mediante simples
aplicação dos critérios nele fixados.”
Locação financeiro: Esquema Contratual

Locador( Bem
Cliente:
financia Locatário

Fornecedor
do Bem
Figuras Afins

Contrato de
compra e A locação
venda a Contrato de restitutiva A locação
Locação prestações mútuo (sale and operacional
/com reserva lease back)
de
propriedade.
Efeitos Jurídicos

Locador: Locatário:
Adquirir ou mandar construir o bem; Pagar rendas;
Conceder o gozo do bem para os fins Facultar ao locador o exame da coisa
que se destina; locada;
Vender o Bem ao locatário caso este Aplicar o bem o fim a que se destina;
queira findo o contrato. Assegurar a conservação do bem e não
fazer dele uma utilização imprudente.
CONTRATO DE CESSÃO FINANCEIRA

1. NOÇÃO
2. TRAÇOS ESSENCIAIS
3. ESQUEMA CONTRATUAL
4. REGULAÇÃO DO EXERCÍCIO DA ACTIVIDADE DE CESSÃ FINANCEIRA
5. O CONTRATO DE CESSÃO FINANCEIRA ENQUANTO INSTRUMENTO DE FINANCEIRO.
6. CONTÉUDO DO CONTRATO
7. NATUREZA JURÍDICA
8. REGIME JURÍDICO
9. REGIME SUPLETIVO.
10. DIREITO E OBRIGAÇÕES DAS PARTES.
Contrato de Cessão Financeira

A Cessão Financeira ou (Factoring);


Operação mediante a qual o factor adquire, a
título oneroso, de uma pessoa física ou jurídica,
denominada aderente, instrumentos de conteúdo
creditício, prestando, nalguns casos, serviços
adicionais, em troca de uma retribuição, assumindo
o factor o risco de cobrança dos créditos cedidos,
relativamente aos devedores do Aderente.
Os Traços Essenciais do contrato de Cessão Financeira

1. O contrato nasce com 3. Com a aquisição de


a aquisição, pelo factor, 2. Mediante a aquisição instrumentos creditícios
dentro de um prazo de créditos não em dívida e de
determinado, de cobrados, o factor cobrança não certa, o
créditos existentes na assume-se como uma factor assume os riscos
esfera jurídica do entidade que adianta económicos e de
aderente ou de meios financeiros ao actividade adstritos aos
prestação de serviços; Aderente; devedores dos créditos
cedidos
Esquema do Contrato de Cessão Financera.
$
Financiamento

Cessionário( Cedente(Aderente)
Factor)

Terceiro(Devedor
Facturas e títulos
de crédito
Regulação do exercício da actividade de
Cessão Financeira

Objecto da Sujeitos regulados:


regulação: Bancos e Sociedades Âmbito da
de cessão financeira regulação: Òrgão regulador:
A celebração de ( ver o artigo 3.º e o Prudencial ; e Banco nacional de
contratos de cessão 6.º e 7.º da lei de Comportamentais. angola.
financeira a título bases das instituições Ver
profissional financeiras
A Cessão Financeira como contrato financeiro
Forma de financiamento a curto prazo do aderente; confere maior liquidez; incrementa a rentabilidade;
impulsiona expansão; limita o endividamento; favorece o balanço e aumenta o fundo de meneio.

Transferência de risco para o factor:

Implica prestação de serviços.

Implica pagamento de juros por antecipação de capital.


Conteúdo do Contrato de Cessão financeira
Identificação das partes
Objecto do contrato
Forma: escrita
Valor ou forma do cálculo das comissões de factoring , dos juros e das comissões degarantia
Datas de início e termino da execução do contrato
Data do vencimento dos créditos adquiridos
Declaração da modalidade de cessão( com recurso e cessão sem recurso
Forma de pagamento
Montante dos créditos adqueiridos
Total das transações que envolvem o contrato
Outras informações.
Natureza Jurídica
características estruturante do contrato de
factoring:

bilateral Consensual. Típico Nominado Contrato


Comutativo, oneroso,

,
Regime Jurídico
Lei n.º 12/15, de 17 de Junho:
Define o objecto da actividade das Sociedades de Cessão Financeira.

Decreto Presidencial n. 95/11, de 28 de abril:


Regula o Exercício da Actividade de Cessão financeira.

Aviso n.º 16/12, de 3 de Abril:


Regula os contratos de cessão financeira

Aviso 15/12 de 3 Abril:


Regula o processo de constituição das sociedades de cessão financeira factoring
Regime Supletivo
O Credor pode ceder a terceiro,
uma parte ou a totalidade do
crédito independentemente do
consentimento do devedor,
Cessão de Créditos contanto que a cessão não seja
previsto no no artigo interdita por determinação da lei,
577.º do Código Civil ou convenção das partes e o
crédito não esteja, pela própria
natureza, ligado a pessoa do
devedor.
Direito das partes

Direitos do Cessionário ou (Factor):


Cobrar ao Devedor os valores Direitos do aderente( cedente):
referentes aos créditos adquiridos; Receber do factor por antecipaão os
Manter para si os títulos relacionados valores sobre créditos cedidos.
aos ´créditos adquiridos.
Obrigação das partes
Obrigações do Aderente:
Obrigação do Cessionário Factor: Pagar comissão de gestão cobrança, em relação aos créditos
cedidos;
Gerir e cobrar os créditos que lhe foram cedidos; Adiantar os Pagar a remuneração contratualmente definida pelo
fundos , total ou parcialmente ao aderente; adiantamento e outros serviços especializados;
Dar a conhecer ao devedor sobre o direito de crédito que Garantir o risco de crédito dos devedores nas operações com
tenha sobre o mesmo, resultante do contrato de cessão risco;
financeira.
Comunicar ao devedor a cessão ode créditos. No caso de
título de crédito será efetuado por endosso.
Exercício prático.
1- Aa AA, S.A.” no exercício da sua atividade, celebrou com a sociedade Construtora CC, Lda., em 28 de
Maio de 1999, um contrato de factoring, nos termos do qual adquiriu a tal sociedade créditos sobre
terceiros, nomeadamente, os créditos sobre a BB Lda., no valor global de KZs 156.910,51, titulados em
facturas.
2- BB Lda. notificada da celebração desse contrato, aceitou fazer os pagamentos à autora e chegou
mesmo a liquidar algumas facturas. Contudo, relativamente às supra aludidas, não o fez, sendo, por isso
devedora da quantia de KZS € 156.910,51, referente aos aludidos créditos titulados pelas mesmas
facturas, ainda que seja esse o montante total em divida.
3- BB lda. alega que o contrato de factoring invocado – e a cessão de créditos que o mesmo encerra – é
nulo ou inválido, pois que o cedente não podia ceder à AA S.A por a tal estar vedado nos termos do
contrato de empreitada de obras públicas celebrado e que esteve na base da constituição dos créditos em
causa.
Titularização de Créditos
Noção
Fases da Operação de Titularização
Operação Financeira Subjancente
Esquema Contratual
Requisitos dos Créditos Titularizáveis
Entidades Cedentes
Regime Juridico
Regulação e Supervisão
Unidades de titularização.
Obrigações titularizadas
Noção de Titularização de Créditos
Operação de cessão de direitos aptos a gerar fluxos financeiros , com objectivo destes servirem de garantia a situações
jurídicas representadas por valores mobiliárias.

Trata-se de uma operação complexa que consiste na transformação massiva de créditos em valores mobiliários.

Implica a agregação de créditos pelo originador ou cedente a uma entidade adquiriente ou cessionaria, a qual vai emitir
valores mobiliários representativos da dívida, garantidos pelos créditos adquiridos, geralmente colocados por investidores
institucionais.

Os valores mobiliários liquidam capital e juros aos investidores á medida que os créditos adquiridos pleea SPV são
cobrados.
Fases da operação de titularização

Fase I: Fasse III-


Fase da selecação Fase II-
e avaliação dos Fase de Cessão de Fase da Emissão
créditos; Notação Créditos. de valores
de riscos mobiliários.
Operação Financeira subjacente
A entidade que titulariza os créditos não contrati empretimo, antes vende um conjunto de c´reditos.

Ex: Uma empresa tem no balanço um conjunto de créditos que representam que os devedores vão pagando ao longo do
tempo. Esta vai identificar um conjunto de c´reditos que satisfazem determinadas caracterisiticas que permitem as sua
titularização

Os activos passam a constituir uma pool que é transferida para sociedade veiculo tendo em conta o valor nominal dos
créditos e para pagar essa pool a sociedade veiculo procede a emissãi de valores mobiliários.

Estes valores são alvos de rating.


Esquema contratual da titularização de
créditos

Cliente Originador
Sociedade Veículo -
(Dívida) ( Cedente) SPV(Cessionária)
Investidores junto
Titular dos Activos Adquire os créditos e Emite VM do mercados de
devem ser Regra geral são fundos ou valores mobiliários.
noficados ( direitos Créditos) de sociedades financeiras
longo prazo
Requisitos dos Créditos titularizáveis
Devem ser presentes ou futuros resultadntes de relações já consituidas de mntnate conhecido determinável ou
estimável

Serem de natureza pecuniária

Não existirem quaisquer limitações , de caracter legal ou contratual a sua trnas missibilidade

Existencia não se contratar sujieta à condição ou a tero

Nõ serem litigiosos, nem tem sido dados em garantia, penhorados ou sujeitos a qualquer onis. Ou encarg.
Entidadades cedentes de créditos
Instituições
ESTADO Bancos financeiras não
bancárias

Empresas de Sociedades
seguros e fundo gestoras de
de pensões fundos de
pensões
Regime Jurídico da Titularização da créditos

Decreto Legislativo Presidencial n.º 6/15, de 16 de


Novembro:
Regula a cessão de direitos para efeitos de
titularização, bem como a constituição e o
funcionamento dos organismos de Investimento
colectivo de titularização
Regulação e supervisão das Sociedades
veículos Essenciais

Objecto da Sujeitos Regulados:


Regulação: Âmbito:
Fundos de investimento de
titularização e AS Supervisão prudencial e
Orgão
As operações de
Titularização: aquisição SOCIEDADES DE comportamental regulador: CMC
de activos para efeitos INVESTIMENTO DE (Governo)
de titularização. TITULARIZAÇÃO;:
Fundos de investimento de Titularização
São patrimónios autónomos cujas unidades de participação podem ser subscritas ou
adquiridas por investidores institucionais ou por quaisquer categorias de investidores ,
incluindo o público. Não tem personalidade jurídica

São geridos por entidades gestoras de organismos de investimento Colectivo

O capital dos FIT é representado por partes sem valor


Unidades de titularização
Valores mobiliários sob a forma escritural emitidos pelos fundos de titularização de créditosque
conferem os seguintes direitos:

Direito ao pagamento de rendimentos periódicos;


Direito de reembolso do valor nominal das unidades de titularização;
Direito no termo de processo de liquidação e partilha do fundo a parte que proporcionalmente lhe
competir do montante que remanescer depois de pagos os rendimentos periódicos e todas as demiais
despesas e encargos do funo
Sociedades de Investimento de Titularização

Reguladas pelo disposto no regime jurídico dos organismos


de investimento coletivo.

A Firma ou denominação das SIT deve incluir alem da


expressão sociedade anónima ou S.A a expressão
sociedades de investimento de titularização.
Obrigações Titularizadas
Valores mobiliários representativos de dívida emitidos por SIT que
beficiam de um prvilegio creditório especial sobre os c´reditos ou
direitos não creditórios especificamente afectos à cada emissão.

Requisitos gerais: garantias estabelecidas; taxas de


remuneração;(fixas ou variáveis, grau de preferência, devendo ter
datas de vencimento adequadas ao prazo dos c´reditos subjacentes.
Registo da Emissão

A Emissão de OPAS está


sujeita ao registo na CMC.
Deveres de informação À CMC
Das práticas de gestão e
Grau de liquidez e Riscos que incorrem controlo dos riscos a que
solvabilidade estão sujeitos ou possam
vir a estar sujeitos

Das metodologias
adoptadas na avaliação Do cumprimento das
dos seus activos em normas legias
particulara daqueles que
não são trnasacionados
Monetarização de Créditos( Forfaiting)
Monetarizar ou Monetização: significa transformar algo em dinheiro.

Forfaiting termo francês que significa , abandonar um direito.

Com este sentido a Monetarizaçãão de créditos é um Instrumento financeiro apto a gerar


liquidez imediata.
Consiste basicamente na transmissão a um banco de determinados créditos pecuniários de
longo prazo incorporados em títulos de credito que o titular tem sobre um terceiro.
É um instrumento financeiro desenvolvido no comércio internacional como mecanismo de
financiamento do c´redito á exportação.
Exemplo
Vendedor ou exportador de determinados bens e serviços,
tendo aceite que o comprador ou importador lhe pague em
títulos de c´redito de médio ou longo prazo Letras ,Livranças
etc) mas querendo obter a lqiquidez imedata ou evitar o
risco do incumprimento, acorda com este último o recurso a
um banco a que mtais títulos serão transmititdos a título
definitvo contra o seu pagamento imediato.
Project Finance
Operação de financiamento de projectos de infraestrutura de longo prazo em que cash flow
gerado pelo projecto é a fonte principal ou exclusiva do reembolso do capital e divida
tilizados no seu financiamento..

O fluxo de caixa do projecto serve para reembolsar

Os recursos e activos do projecto servem de garantia)


Definição de Project Finance
“Is a contractual bid in which “banks provide finance for a single
project and take a large part of the risk of the success or failure of
that project. The project can be an oil and gas field; a mine; a mobile
telephone or cable network; a toll tunnel, bridge or highway; a
refinery, power station or pipeline; or offices or shops, or any venture
involving construction or engineering”. ByEdward R. Yescombe
InProject Finance, Subordinated Debts, and State Loans, 1995, p 3.
Natureza dos projectos
Capital intensivo: infraestruturas( estradas, pontes, refinarias, plantas de produção de electricidade, plantas de
liquefação o regasificação de gás, gasodutos, oleodutos);

Concessão de Serviços públicos

Exploração de recursos naturais.

Construção

engenharia
Operação financeira complexa
Regime jurídico disperso e perfunctório.

Emvolve pluralidade de sujeitos: Promotores do projecto; autores


da inciativa, financiadores, projectistas e a criação de uma SPV
Centro de gravidade das relações negociais: concessão
construção, financiamento, garantias e gestão.

Financiadores
Riscos avultados
CPF é um contrato de alto risco cujo insucesso pode resultar em perda total por parte dos financiadores de todo o
capital investido.

Implica variados tipos contratuais e modelos de gestão mitigação de riscos bastantes complexos

E elegível apenas para projectos de grande envergadura.

Para alem dos riscos de mercado, o risco político também pode ser relevante na decisão de optar por esse contrato.

Mundialmente 67% desses contratos são realizados no sector de exploração de pet´roleo e gás.
Modalidades operacionais

BOT BOO BOOT DBFO


( Buld Buld Build Own Desing , Bult
Operate operate Operate ,Finance,
Transfer) Own and Transfer Operate.
Contratos de Garantia
Negócios Jurídicos celebrados entre
instituições financeiras e seus clientes
destinados a regular as garantias especiais
do cumprimento de obrigações,
relativamente a garantia geral.
Contratos de Garantia

Fiança, Garantia Garantias


Aceite Aval Cartas de Bancária Penhor Mandato de das
Bancário Conforto Autónoma Bancário Crédito Operações
de Crédito

Miguel Carvalho, Mestre em Direito 11/27/2018 118


Garantia das obrigações
Não sendo a obrigação voluntariamente cumprida, tem o
credor o direito de exigir judicialmente o seu cumprimento
e de executar o património do Devedor.

O Património do devedor constitui Garantia Geral das


Obrigações. Ver artigo 601.º do Código Civil.
Garantia especial

Destinam a assegurar de
modo, particular a satisfação
dos direitos do credor.
Modalidades de garantia especiais

Pessoais: aquelas em que outra ou outras pessoas, para além do


devedor, respondem com o seu património pelo cumprimento da
obrigação. Ex. Fiança, aval.

Reais- aquelas que constituem (investem) o credor no direito de


se fazer pagar com preferência sobre os demais credores, pelo
valor ou pelos rendimentos de certos bens móveis ou imóveis.
Garantias pessoais

Fiança AVAL
Regime, na Lei Uniforme Letras e livranças artigo
Regime:artigo 627.º ss do Código Civil 30.º a 32.º
Garantias Reais
Consignação Penhor, Hipoteca Privilégios
de rendimentos Creditórios
659. CC. 666.º CC 686.º CC. 733.º

direito de Arrolamento Penhora Arresto


retenção 421.ºCPC
754.º ( fim cautelar) 821.CPC 402. ss CPC(Cautelar )
Garantia Bancária autónoma
Origem: Comércio internacional e as debilidades de garantias pessoais e reais.

Função: uma garantia de natureza pessoal prestada por uma entidade financeira
sólida e que gozasse de autonomia em relação à obrigação principal.

Os Bancos e outras instituições financeiras como garantes dos seus clientes.


Noção de garantia bancária autonoma

Contrato celebrado entre o garante,( instituição


financeira) e um seu cliente pelo qual o primeiro assegura
o pagamento de soma pecuniária por ordem do último a
um terceiro credor (garantido ou beneficiário), sem que a
este possam ser opostas quaisquer exceções fundadas nas
suas relações negociais com o mandante.
Garantia On first Demand
BANCO

CREDOR, DEVEDOR
Regime Jurídico
Relações jurídicas triangulares:

1- Contrato Base- celebrado entre duas partes.

2- Contrato Celebrado entre o devedor principal e o Banco- ( mandato)

3- contrato autónomo de garantia celebrado entre o garante e o credor- beneficiário-


Características
Natureza Atípica Causal Autónoma

Finalidade:
Não confundir com
Modalidades: oferta, boa execução, outras figuras como
Simples ou automática ou de reembolso de Standby Letterof credit
pagamentos Eo seguro caução
antecipado
Figuras próximas.
Garantias de Subsistencia de Ofertas (Bid Bonds)

Performance Bonds Garantia de boa execução)

Repaymente Bonds (Garantia de Reembolso)

Stand By Letter of Crédit- Cartas de crédito


Cartas de conforto
As cartas de conforto são documentos escritos
através dos quais uma empresa se dirige a um
banco, a fim de este conceder, ou mesmo manter ou
renovar, um crédito a uma sociedade-filha, sem que
esta última tenha de prestar uma garantia típica. .
Esquema

Holding Afililada
(Entidade (Entidade Banco
Filha)
mãe)
Origem das cartas de conforto
Cruzamento entre participações sociais e o das garantias atípicas.

As Garantias atípicas são resultado dos fluxos económicos internacionais

Grupo de sociedades.

Reputação da holding.
Tipos de Cartas de conforto

Conforto Conforto Conforto


fraco médio forte
Tipos de declaração
Declaração de simples conhecimento.
Declaração de participação
Declarações de estabilidade da participação
Declarações de Policy
Declarações de vigilância e influência
Declarações de solvência
Declarações de pagamento
Juridicidade

Questão é saber se sendo uma carta de conforto ela tem efeitos


jurídicos?

Não será um mero acordo de cortesia?

Será um negócio jurídico unilateral?


Regime Jurídico
Atípico

Autonomia da vontade

Estrutura Unilateral: Carta no verdadeiro sentido.

O contéudo depende do tipo


Contratos de Pagamento.
.

Convenção Transferência Emissão de


de Cheque Bancária Cartões
Bancários

Porta- Traveller’s Crédito


Moedas Cheques Documentário
Eletrónico
Miguel Carvalho, Mestre em Direito 11/27/2018 138
Outros Contratos:
Contratos Contratos à Futuros e Serviços
cambiais. Vista e a Opções Acessórios:
Prazo Cambiais

Guarda de Cofre-Forte Depósito


Valores Escrow.

Miguel Carvalho, Mestre em Direito 11/27/2018 139


8. Deveres Bancários Gerais

Deveres gerais de boa conduta

Deveres de lealdade e boa-fé

Diligência e competência

Dever de Informação

Protecção dos dados pessoais e sigilo bancário

Publicidade não enganosa

Atendimento cordial

Reclamações

Miguel Carvalho, Mestre em Direito 11/27/2018 140


9.O Governo dos Bancos

A forma da sociedade determina o seu modelo de Governo.

Os Bancos por força de Lei são sociedades anónimas

Modelo normal de governo nas sociedades anónimas:

Assembleia-geral

Conselho de Adminstração

Conselho Fiscal e ou Fiscal Único


Miguel Carvalho, Mestre em Direito 11/27/2018 141
10.Modelo Governo de Bancos

Modelo Anglosaxónico:

Assembleia-geral

Conselho de Adminstração

Presidente do Conselho de Administração

Comissão Executiva, incluindo oseu presidente

Comissão de Auditoria-Administradores Independentes

Conselho Fiscal ou ROC

Miguel Carvalho, Mestre em Direito 11/27/2018 142


Modelo Germánico

Assembleia -geral

Conselho de AdminsitraçãoExecutiva

Administradores Executivos

Administradores não executivos

Comissões especialziadas

Conselho geral e de Supervisão


Miguel Carvalho, Mestre em Direito 11/27/2018 143
Regime de Governo de Bancos –Aviso 1/13.

Estrutura de
Disposições Capital, Estrutura Política de
Gerais Estratégia e Organizacional Remunerações
Gestão de Risco.

Código de Transparência e
Conduta e Divulgação de Prestação de Regime
Conflito de Informação Informação Sancionátorio
Interesses
Miguel Carvalho, Mestre em Direito 11/27/2018 144
Resolução de Litígios

Composição Litigiosa:
• Tribunais Comuns-
• Transgressões Administrativas ( contrordenações)
• Reclamação
• Recursos Hieraquico
• Recursos Contencioso

Miguel Carvalho, Mestre em Direito 11/27/2018 145


Composição Amigável

A negociação,

A conciliação,

A mediação

A arbitragem
Miguel Carvalho, Mestre em Direito 11/27/2018 146
Sequência:

• MUITO OBRIGADO

Miguel Carvalho, Mestre em Direito 11/27/2018 147

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