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Referência: LIONNI, Paolo.

A conexão de Leipzig: a destruição sistemática da educação


americana. Campinas: Vide Editorial, 2020. 111 p. Tradução de: Gabriel Buonpater.

Citação com autor incluído no texto: Lionni (2020).

Citação com autor não incluído no texto: (LIONNI, 2020).

Resenha:

A conexão de Leipizg: a destruição sistemática da educação americana

Por: Adv. Rodolfo Marques Costa, Me., OAB/RS 45.617

Data: ago/2020

. Primeiro período: a implantação (de 1857 até 1897 (fls. 01-40))

Inicialmente, cabe dizer que, em última instância, todos os grandes malefícios feitos à
educação ocidental nos últimos duzentos anos decorreram da infeliz influência do filósofo
francês Jean-Jacques Rousseau (1712-1778). Rousseau, para estes fins ora debatidos, defendia
a subserviência do homem à natureza, ideia esta que, além de ser falsa, foi utilizada ou por
idiotas, ou por loucos ou por tiranetes para os mais variados e daninhos fins, principalmente
para eliminar o indivíduo em detrimento a um tal de bem comum, inexplicado e inexplicável
até hoje. (p. 97)

Pois bem. Foi que em 1857 se fundou, nos EUA, a National Teachers Association –
NTA. Em 1866 a NTA passou a permitir mulheres em seu quadro societário e, em 1870 a
NTA foi transformada na National Education Association – NEA (www.nea.org), então
absorvendo a American Normal School Association, a National Association of School
Superintendents (www.nass.usa) e a Central College Association, e, mais tarde, também a
National Colored Teachers Association (1906-1907) e a National Association of Teachers in
Colored Schools (1907-1937). Atualmente, a NEA é a maior associação americana com quase
três milhões de associados, todos professores e funcionários da rede de educação pública
daquele país.

A NTA foi fundada por Zalmon Richards (1811-1899), um cristão protestante batista
conservador, professor e dono de escola que participou vigorosamente da NTA e da NEA até
1896, ano em que sua segunda esposa faleceu. Porém, após 1896 novos dirigentes se
apossaram do NEA e, com isso, novos rumos foram sendo dados à educação americana,
rumos estes que, com todo respeito aos envolvidos, desembocaram no que hoje se percebe na
figura do chamado analfabeto funcional, um tipo - perigoso - de idiota útil, figura fartamente
presente tanto nos EUA quanto no Brasil e em vários outros países.

E neste processo de destruição da educação americana, além deste novo perfil da NEA
referido, eis que também em destaque surgiu a figura do médico psiquiatra e filósofo alemão
Wilhelm Maximilian Wundt (1832-1920).
Em 1875, Wundt assumiu a cadeira de filosofia na Universidade de Leipzig
(www.uni-leipizig.edu), na Alemanha e, nesta condição mista de médico psiquiatra e filósofo,
Wundt criou a chamada psicologia experimental. De acordo com esta escola da psicologia
experimental qualquer coisa (inclusive o ser humano) só terá sentido se puder ser medida,
quantificada e demonstrada cientificamente (p. 12). Wundt acreditava que o comportamento
humano era todo derivado de reações fisiológicas do corpo, através de um processo que
seguia esta ordem: estimulação, percepção, apercepção, e reação voluntária. A vontade, para
Wundt, era derivada dos estímulos e não da intenção do indivíduo, sendo a pessoa desprovida
de espírito e/ou de autodeterminação. (p. 14)

Wundt – soberbamente - intitulou-se pai da psicologia moderna. E, neste passo, a


educação da pessoa deveria ser direcionada à exposição do estudante a experiências
significativas, estímulos externos, a fim de assegurar a reação (do estudante) desejada. De
acordo com esta linha, a criança é somente a reação ao estímulo dado. (p. 15)

A psicologia experimental de Wundt influenciou quase todo sistema educacional


ocidental moderno, direcionando os estudantes à gratificação dos prazeres sensoriais em
detrimento da responsabilidade e da finalidade humanas (p. 17), tendo seu lado teórico, como
visto acima, e seu lado efetivamente prático porque realmente formou uma primeira geração
de educadores e pesquisadores acadêmicos defensores desse novo pensamento; virou “moda”
ser adepto de Wundt, num típico comportamento de manada; foi um frenesi. (p. 19)

A Universidade de Leipzig, juntamente com Wundt, foram responsáveis pela


formação de milhares de estudantes, professores e pesquisadores de vários países que, ao
retornarem para suas casas, conseguiram ótimos postos de trabalho na área da educação. (p.
21)

Nos EUA em específico, o primeiro pupilo de Wundt de destaque foi o psicólogo


Granville Stanley Hall (1846-1924), fundador do American Journal of Psychology
(www.press.uillinois.edu/journals/ajp), e cofundador da American Psychological Association
(www.apa.org) e da American Society for Psychical Research (www.aspr.com) (p. 21-22).
Hall também era um eugenista convicto, participando ativamente da American Eugenic
Society e da American Eugenic Research Organization, e escrevendo no periódico The
Eugenical News.

O segundo pupilo americano de Wundt que lá obteve destaque foi o pedagogo John
Dewey (1859-1952/www.johndeweysociety.org) (p. 22), o qual inclusive recebeu patrocínio
da família Rockefeller (www.rbf.org) para montar, em 1896, a Escola de Dewey e as
chamadas The Laboratory Schools of Chicago (www.ucls.uchicago.edu), multidisciplinares,
dentre as quais a que primeiro se destacou foi a The Chicago School of Pragmatism (p. 23).
Atualmente, todas as laboratory schools de Chicago estão vinculadas à Universidade de
Chicago (www.uchicago.edu (a universidade de Chicago foi fundada em 1856 como uma
escola cristã protestante batista)) e foram apelidadas de maroons (do francês, marrom) por ser
o marrom a cor oficial desta universidade. Para Dewey, a escola era um lugar “onde suas
teorias da educação poderiam ser postas em prática, testadas e avaliadas cientificamente” (p.
23). Dewey, nesse sentido, defendia que e escola era um campo de provas, um laboratório de
experiências onde pôs em prática três ideias centrais: I) a educação da criança na escola deve
ser ativa e não passiva; II) a escola deve ser coletivista e não individualista; e III) a escola
deve ser um campo de novas experiências e não um campo de repetição de experiências. (p.
23-24)

Dewey também defendia, nesta sua sanha socializante e coletivista, que as diferenças
entre as crianças deveriam ser todas niveladas para que não houvesse qualquer forma de
destaque que não fosse algum eventual destaque de toda a turma em conjunto; ou a turma se
destacava toda ou ninguém o faria individualmente. Dewey, nos EUA, foi quem introduziu a
psicologia (a psicologia como ciência e a psicologia de Wundt) na educação daquele país,
sendo por isso chamado de pai da educação americana. (p. 25)

Além de Hall e Dewey, também surgiu em destaque nos EUA, James McKeen Cattell
(1860-1944/www.cattell.duke.edu), outro pupilo americano de Wundt, o qual criou a chamada
leitura à primeira vista (sight-reading). (p. 35-36)

O sight-reading é um sistema de alfabetização que não ensina nem as letras nem as


palavras enquanto união de letras, mas sim as palavras como se fossem figuras. Cattell fez
experimentos e, no seu entender, as palavras eram aprendidas como se fossem figuras e não
como junção de letras (p. 36). Cattell foi o primeiro, nos EUA, a aplicar testes psicológicos
em grande escala, isto já em 1894, na Universidade de Columbia (www.columbia.edu),
mesmo ano em que organizou a publicação da The Psychological Review
(www.apa.org/pubs/journals/rev) (p. 37). Após, comprou a revista Science
(www.science.mag.org) e, em 1900, criou a Popular Science Monthly (www.popsci.com),
mais tarde renomeada como Scientific Monthly (1915-1957). Em 1900, também, criou outra
revista, a School and Society. (p. 37-38)

Esta nova percepção wundtiana da educação significou um atulhamento de dados


experimentais sobre as crianças em detrimento do incentivo às habilidades cognitivas e
motoras, bem como que transformou o papel do professor de educador e orientador da
criança para o de experimentador e socializador da criança.

Ou seja: foi basicamente através deste cenário que, a partir de 1897, os wundtianos
então organizaram o palco para a consolidação e propagação da psicologia experimental
dentro da educação americana. (p. 40)

. Segundo período: a execução, a consolidação e a expansão (a partir de 1897 (fls. 41-103))

Finda a instalação da psicologia experimental wundtiana na educação americana, seus


defensores então passaram à execução, consolidação e expansão de suas crenças, como não
seria diferente. Nesse passo, James McKeen Cattell uniu-se a outro wundtiano, James Earl
Russell (1864-1945), também na Universidade de Columbia (p. 39), e contrataram outro
wundtiano, Frank Morton McMurry (1862-1936), o qual escreveu um livro, How to Study
and Teaching How to Study, tido como pioneiro na introdução da educação progressiva
moderna no sistema americano. (p. 41)

Mas foi uma outra contratação da dupla Cattell e Russell que fez mais efeito ainda na
destruição da educação americana: Edward Lee Thorndike (1874-1949), mentor da chamada
psicologia animal, criada através de seus estudos com galinhas, segundo a qual a psicologia é
a ciência que estuda a inteligência, o caráter e comportamento dos animais, inclusive do
homem (p. 41-42). E, como resultado da aplicação de suas experiências com animais em
crianças e jovens, Thorndike publicou seu livro, em 1903, Educational Psychology, cujo
princípio nuclear é o mesmo de Wundt, o de que o homem é um animal que apenas reage a
estímulos externos tal qual qualquer outro animal não humano. (p. 43)

Thorndike fazia experiências iguais em ratos, galinhas, crianças e professores, sendo


esta sua crença erradicada por todo sistema educacional americano original. Sua segunda
obra, de 1906, The Principles of Teaching Based on Psychology, propunha tornar a pedagogia
algo científico e prático. Thorndike também criou o conceito de lei do efeito, segundo a qual
os comportamentos que levassem à satisfação e ao prazer deveriam ser consolidados na
educação da criança enquanto que os comportamentos que levassem à insatisfação e desprazer
deveriam ser extirpados da educação da criança; repete-se o “bom” e nega-se o “ruim”. (p. 43-
44)

Esta teoria é bizarra na verdade, por exemplos: uma criança que não goste de somar
não poderá ser induzida a somar, a não ser que o educador encontre uma forma de tornar a
soma prazerosa a esta criança; já uma criança que goste de atirar pedras nos colegas não
poderá ser punida, devendo o educador encontrar uma forma de demonstrar a esta criança que
atirar pedras nos colegas não é prazeroso e, portanto, não sendo prazeroso, então não deve ser
feito. Logo, a lei do efeito retira toda a responsabilidade e o raciocínio da criança, vinculando-
a apenas a uma certa recompensa; a criança fica sempre esperando receber o agradável porque
o agradável é bom. (p. 45)

Em suma, a lei do efeito prega que as condutas aprendidas são aquelas que satisfazem
ou um impulso ou uma necessidade da criança, ou, também, aquelas que evitam algum perigo
à criança, ao passo que as condutas que não são aprendidas são aquelas que impedem a
satisfação ou de um impulso ou de uma necessidade da criança, ou, também, aquelas que
proporcionam algum perigo à criança.

Thorndike também elaborou o conceito dos 3 R`s: reading, writing, arithmetics (ler,
escrever, calcular), segundo o qual até os seis anos de idade não se deve dar ênfase à leitura,
escrita e aritmética, entendimento este oposto ao da educação formal que vigorava até então.
(p. 46)

De acordo com os 3 R`s de Thorndike, além de desprezar a leitura, a escrita e a


aritmética até os seis anos de idade, a escola deveria proporcionar experiências sensoriais às
crianças (experiências geram estímulos que geram reações), detectar as aptidões de cada
criança (testes psicológicos de todos os tipos) e explorar as aptidões detectadas de cada
criança (testados à exaustão, os alunos menos capacitados devem ser então vocacionados para
trabalhos mais rudimentares o mais cedo possível, enquanto que os alunos mais capacitados
devem ser então vocacionados para trabalhos mais sofisticados o mais tarde possível (uma
forma clara de eugenia e de socialismo)). (p. 47-48)

E o resultado de tudo isso, de acordo com o autor referido: “um psicólogo


experimental alemão (Wundt) estava convencido de que os homens são animais que podem
ser compreendidos pela análise de suas experiências. Suas conclusões e métodos foram
importados a um sistema educacional americano em expansão, e, através dele, disseminado a
professores, diretores e administradores. Dentro de meio século a delinquência juvenil
explodiria, hordas de analfabetos transbordariam de nossas escolas, os professores já não
aprenderiam a ensinar e, geração pós geração, os adultos, privados de frutos de uma
educação de qualidade, abandonariam toda a esperança de escapar ao pântano da educação
“moderna”.” (p. 50)

. A patrocinadora da psicologia experimental progressista nos EUA: a Flia. Rockefeller (fls.


51-90)

Foi John Davison Rockefeller (1839-1937), cristão protestante batista, magnata


industrial americano do petróleo, quem primeiro patrocinou com enormes recursos a rápida e
eficaz expansão da psicologia experimental wundtiana sobre o sistema educacional
americano, isto durante um período de quarenta anos (p. 52). Os educadores batistas da batista
universidade de Chicago pediram para o magnata batista Rockefeller recursos para a reforma
e ampliação de sua instituição de ensino, pedido este acatado pelo industrial do petróleo de
bom grado e, para tanto, em 1880, Rockefeller doou US$600 mil a tal instituição (p. 54). Até
o advento da educação wundtiana, o sistema americano era baseado na doutrina protestante
calvinista quaker dos Pilgrims Fathers (Pais Peregrinos ou Pais Puritanos). (p. 58)

Na educação calvinista quaker as crianças deveriam ser desde cedo alfabetizadas lendo
Edmund Burke (1729-1797), Abraham Lincoln (1809-1865), Quinto Horácio Flanco (65a.C.-
8a.C) e Marco Túlio Cícero (106a.C.-46a.C), por exemplos, enquanto que na educação
moderna wundtiana as crianças seriam alfabetizadas somente a partir dos seis anos, lendo
frases pueris (the book is on the table, por exemplo) e histórias em quadrinhos. (p. 59)

À época, o sul rural americano, derrotado na Guerra Civil Americana (1861-1865),


ainda penava sua derrota inclusive tendo um sistema de educação bem pior do que o do
restante do país, razão pela qual recebeu atenção especial dos wundtianos e do filho de
Rockefeller, John Davison Rockefeller Jr. (1874-1960), isto porque Rockefeller Jr. viu na
filantropia uma ótima forma de recuperar a imagem de seu pai da opinião pública que o
achincalhava em virtude de sua rápida e enorme riqueza (p. 59-60). E assim o foi feito. Em
fev/1902, educadores protestantes batistas e Rockefeller Jr. (e sua doação de US$1 milhão à
época), reunidos no sul americano, criaram o General Education Bord. (1902-1964), para
promover a educação dentro dos EUA sem distinção de raça, cor, sexo e credo. E, logo, o
General Education Board absorveu o Southern Education Concilia, o George Peabody
Education Fund (1867-1914) e o John Fox Slater Fund for the Education of Freedmen (1882-
1937). (p. 60-62)

Quanto mais ricos os Rockefeller ficavam, mais odiados eram, mais dinheiro doavam
à filantropia, mais queriam melhor sua imagem pública, mais paz almejavam (p. 63-64).
Quanto mais destacados se tornavam os educadores wundtianos, mais aplaudidos eram, mais
dinheiro recebiam dos Rockefeller, mais queriam controlar a educação americana (p. 64); era
o ciclo perfeito; como se diz no populacho: “juntaram-se a fome e a vontade de comer.”

E o Teachers College (www.tc.columbia.edu) da wundtiana Universidade de


Columbia também recebeu enormes recursos dos Rockefeller, o que ocasionou no
revigoramento do instituto e na formação de milhares de professores wundtianos aptos a
trabalhar em milhares de escolas americanas país afora, tudo isso no que ficou chamado de
educação progressista. (p. 65-67)

Mas, no fundo, os Rockefeller queriam paz para si e para sua fortuna, enquanto que os
wundtianos, como não seria diferente, queriam o controle social (uma nova ordem social)
através do controle da educação de crianças e jovens. Nesse sentido, há um novo e claro
divisor de águas deste processo progressista: o ano de 1917 somado à pessoa do pedagogo
agnóstico Abraham Flexner (1866-1959) (p. 69). Americano, filho de judeus alemães, Flexner
inicialmente fez, com recursos da Carnegie Fund ((www.carnegie.org) Andrew Carnegie
(1835-1919) era o magnata americano do aço), a “germanização” das cento e cinquenta e
cinco faculdades de medicina dos EUA e do Canadá à época, cuja “menina dos olhos” tornou-
se o Johns Hopkins Hospital (www.hopkinsmedicine.org). (p. 70-72)

Então, em 1916, eis que surge a “bíblia” progressista de Flexner, o livro A Modern
School, onde atacou a educação quaker e propôs a ruptura total com este sistema puritano,
através da eliminação do grego, do latim, da leitura dos clássicos gregos, romanos e
medievais, com o abandono do inglês formal, com a suavização do rigor da matemática pura e
com a fusão da história, geografia e educação cívica em uma única nova disciplina chamada
de estudos sociais (p. 91). Estava feita a lambança. (p. 73)

À época, dentre tantos, o The New York Times (www.nytimes.com) criticou


pesadamente a proposta wundtiana de Flexner, por incrível que isto possa hoje parecer (p. 85).
No senado, o senador que liderou o movimento de oposição a Flexner foi George Earle
Chamberlain Sr. (1854-1928), do Democratic Party (www.democrats.org), por incrível que
isto possa hoje também parecer. (p. 87)

A primeira escola moderna feita nas linhas wundtianas de Flexner foi a Lincoln
School, local onde até os filhos de Rockefeller Jr. foram matriculados. E, qual não foi a
surpresa de Rockefeller Jr. ao reclamar da má instrução de seus filhos, anos após, na própria
Lincoln School... Além da péssima educação para os padrões da época e mesmo com o
patrocínio constante da Flia. Rockefeller, a Lincoln School trazia prejuízo financeiro ano após
ano, tendo sido fechada, então, em 1946, como primeira prova do fracasso do sistema
wundtiano imposto à educação americana. (p. 88-90)

. A Nova Ordem Social (fls. 91-103)

Como dito, o objetivo da ideologia educacional wundtiana, nos EUA, era a ruptura
com a formação quaker e a criação de uma nova ordem social. A psicologia educacional
progressista wundtiana, para fins de criação de uma nova ordem social, foi manejada pelos
dirigentes educacionais através das seguintes etapas: 1) desenvolvimento de uma nova
filosofia de vida e de uma nova filosofia educacional compatível com a nova ordem social; 2)
elaboração de um novo plano de criação de novos funcionários na área da educação; 3)
criação de novas disciplinas progressistas e extinção de disciplinas formais; e 4) construção da
nova ordem social pelo próprio professor dentro de sala de aula, com a repressão ao
individualismo e exaltação ao coletivismo (p. 92-93). Aliás, foi graças ao wundtianismo que o
famoso Método Montessori, idealizado pela médica e pedagoga italiana Maria Tecla
Artemisia Montessori (1870-1952), foi excluído do cenário educacional americano, no
mínimo, entre 1914 e 1964. (p. 93)
E o resultado atual de todo esse processo gradativo: abuso de drogas e álcool, aumento
da violência, dos estupros, dos abortos, do número de mães solteiras, da depressão, da
ansiedade, da falta de motivação, da indisciplina etc. (p. 94-95)

. Conclusão

Em suma, de acordo com a fonte utilizada: apesar dos bilhões despejados – pelas
grandes fundações e, agora, pelo Governo Federal – sobre a educação americana, a situação
torna-se pior a cada dia. Apesar dos milhões gastos todos os anos no desenvolvimento
aparente da psicologia, esta nova ciência ainda nos deve uma única solução aplicável aos
problemas da educação, dos quais muitos, se não todos, agora nos parecem causados por ela
própria. (...) A ideia de que o homem seja um ser exclusivamente fisiológico contradiz
diariamente a promessa de um modo de vida concebido por homens livres, e só por eles
alcançável. Esta ideia (de que o homem seja apenas um animal sensível a estímulos) e os
métodos nela implicados desempenharam um papel crucial na transformação do sonho
americano em um pesadelo nacional, tornando nossas casas, escolas, escritórios, lojas e
fábricas os campos de batalha da Terceira Guerra Mundial. (...) Aqueles que desejam decidir
por si mesmos se são animais ou não, bem como seus filhos, e que escolham assim não ser,
devem começar a repudiar publicamente o estrangulamento do futuro de nossas crianças
pela psicologia, e a acordar os outros desse pesadelo. (p. 95-96)

Fim.

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