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Vito Lepeque, Thursday, June 24, 2021

Introdução a Matemática Financeira

Alguns conceitos básicos

O rendimento que as pessoas dispõem pode ser destinado para o consumo ou aforro (poupança).
Juro é o custo pela utilização de recursos alheios
Consumo consiste na compra de bens para o consumo final.
Aforro consiste em manter na sua forma líquida ou colocar a render juros.
Capital monetário é a parte do rendimento que é mantida na sua forma líquida.
Investimento financeiro é o processo de manter o capital a render juros.
Capital financeiro é o rendimento colocado a render juros.
Dito isto, podemos definir também o Juro como sendo o preço do capital financeiro.
O capital monetário torna-se improdutivo, isto é, não produz rendimento adicional e o objectivo principal deste é suportar as despesas correntes.
Esse processo de manter o rendimento improdutivo é designado por entesouramento.
O objecto de estudo da Matemática Financeira é o tratamento matemático do juro e as suas várias aplicações.

Condições Básicas para a existência do juro


Para que exista o juro é necessário que haja existência de Capital, Tempo e Taxa de Juro; esses valores devem ser positivos e maiores que zero.

Regras da Matemática Financeira


Vito Lepeque, Thursday, June 24, 2021

1. Presença de capital e presença de tempo e ausência de juro é uma impossibilidade no cálculo financeiro.
Ausência de capital ou ausência de tempo e presença de juro é outra impossibilidade.
Isto é: o juro zero pode ocorrer se e só se o capital for zero ou/e o prazo for zero.

2. Qualquer operação matemática sobre 2 ou mais capitais requer a sua homogeneização (equivalência) no tempo.
Ou seja, C1 + C2; C1 – C2; C1 = C2, etc., só pode fazer-se se e só se esses capitais estiverem referidos ao mesmo momento, ou data focal
(ou seja, quando esses capitais estiverem localizados no mesmo momento).

3.  O juro em cada período de capitalização é igual ao capital do início do período multiplicado pela taxa de juro a vigorar nesse período.

Processo e Período de Capitalização


Processo de capitalização (PrC) consiste em fazer render um determinado capital ao fim de um determinado período. Um processo de
capitalização é composto por vários subprocessos de capitalização também designados por períodos de capitalização (ou períodos de formação
de juro) (PeC).
Em cada subprocesso de capitalização (período de capitalização), encontramos o capital inicial periódico, juro periódico e o capital final
periódico.
O capital inicial periódico é o rendimento colocado a render juros; o juro periódico é o rendimento produzido num determinado período e o
capital final periódico é a soma do capital inicial periódico e o juro periódico.
Se considerarmos CIK como capital inicial do período K e JK o juro do período K e CFK o capital final do período, então:

CFK = CIK + JK

CIK CFK
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JK

No período k (ou qualquer outro período), o capital final desse período (CF K) será igual ao capital no início desse período (CI K) mais o juro produzido
nesse período (JK).

Casos notáveis de Processos de Capitalização


O juro periódico produzido pode manter-se no processo ou retirado do processo, daí que existem dois casos notáveis:
1º- Os juros periódicos saem do processo - aqui o capital inicial periódico permanece o mesmo e o juro periódico será constante se a taxa de juro for
a mesma ao longo do processo. Este tipo de processo é designado por processo de capitalização simples.
2º- Os juros periódicos permanecem no processo - aqui os juros periódicos permanecem no processo e tem efeitos na produção de outros juros. O
capital inicial periódico será composto por capital mais juro. Este tipo de processo é designado por processo de capitalização composto. Os capitais
iniciais periódicos são diferentes e crescentes e os juros periódicos também crescentes.

Interpolação linear

Imaginemos que num dado exercício, não conseguimos isolar o valor da nossa taxa de juro (r), pela complexidade dos cálculos. Como encontrar
uma taxa de juro que poderá satisfazer as nossas condições? Podemos usar vários métodos, mas um dos mais comuns em Matemática Financeira
é a Interpolação Linear que consiste em encontrar o valor médio entre dois valores conhecidos. Assim podemos ver o seguinte:

Estamos a calcular a nossa taxa de juro e nos deparamos com a seguinte expressão
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3 2
45090,24=20000 ( 1+r ) +17500 ( 1+ r )

Bem difícil de resolver para r, mas podemos usar a interpolação para achar o valor, primeiro vamos construir uma tabela de correspondências,
assumindo valores de r inventados. O valor de r que satisfazer a equação, é o nosso valor procurado.

0,075 45069,38
r 45090,24
0,076 45176,42

A ideia é encontrar dois valores de r que irão corresponder a dois valores que estarão entre o nosso valor procurado e quanto menor a diferença
absoluta entre eles e o nosso valor da equação, melhor será a interpolação.

Usando a fórmula da interpolação

Y 2−Y 1 Y −Y 1
=
X 2− X 1 X −X 1

Onde geralmente os dados são dispostos assim:

Y2 – 0,075 Y1 – 0,076 Y–r


X2 – 45.069,38 X1 – 45.176,62 X – 45.090,24
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0,075−0,076 r −0,076
=
45.069,38−45.176,42 45.090,24−45.176,42
r =0,0751948804185

Regimes de capitalização

Simples (Regime Puramente Simples)

 O juro sai do processo de capitalização, ou seja, é entregue ao credor.


 Capital mantém-se constante em todo o processo de capitalização, com exceção no último período (constante em cada período de
capitalização e igual ao investido no início do processo).

C 0=C 1=C k =…=Ć

Onde: k – período qualquer (k =1 ,2 , …)


Ck – capital inicial no período k
Cn – capital final do processo (capital do período n)
C0 – capital inicial do processo (capital do período 0)

 Em cada período de capitalização, o juro é constante e incide sobre o capital do processo.


 O montante recebido em cada período de capitalização é o juro produzido nesse período.
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J 0=J 1=J k =…=J n =J́

J́=Ć ∙i

 O capital final Cn é igual ao capital inicial C0 mais o juro final do processo Jn (o juro do último período)

C n=C 0+ J n=Ć+ Ć ∙i

C n=Ć (1+ i)

 Neste processo os juros são pagos no final de cada período de capitalização.


 Este processo não acumula juro (não existe um Juro Total).

Composto

 Tem juro periódico, permanece no processo de capitalização, indo acrescer ao capital inicial, produzindo juros de juros, verificando-se
anatocismo (produção de juros de juros).
 Os juros são acumulados e capitalizados.
 Os juros não saem do processo de capitalização, mantém-se no processo e são adicionados ao capital para calcular o juro do período
seguinte.
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 O capital inicial do período é igual ao capital final do período anterior.

CI k =CF k−1

 O juro produzido em qualquer período é diferente do juro produzido no período anterior.


 O juro começa a ser produzido depois do primeiro período de capitalização, ou seja, não existe J0.

J1≠ J2 ≠ J k ≠ … ≠ J n

 O juro periódico incide sobre o capital em dívida no início desse período

J k =CI k ∙i=CF k−1 ∙ i

J k =C0 ∙ ( 1+i )k−1 ∙ i

 Os juros produzidos ao longo do processo são entregues juntamente com o capital inicial no final do processo, isto é, o capital final do
processo é igual ao capital inicial mais o juro total do processo.
C n=C 0+ JT
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 Nós podemos encontrar o capital final (capital acumulado) ou o capital de qualquer período pela seguinte fórmula (com taxa de juro
constante durante todo o processo).

C n=C 0 ∙ ( 1+ i )n

CF k =C0 ∙ ( 1+i )k

Onde: (1 + i) n – fator de capitalização composto porque permite o incremento do capital período por período.

 O capital final do processo é composto por 3 parcelas, o capital inicialmente investido, o juro produzido com base no capital inicialmente
investido e o juro produzido pelo juro capitalizado (juro do juro).

JT =C0 ( 1+i )n−C 0

JT =C0 ∙ [ (1+i )n−1 ]

 O juro do juro é igual ao capital final menos capital inicial e menos a soma dos juros simples produzidos em cada período.

JJ =Cn−C0−n∙ C 0 ∙ i

Se tiver taxas de juro variáveis.


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n
C n=C 0 ∙ ∏ (1+i k )
k=1

Para calcular a taxa de juro média

n 1

í= [∏ ( ) ]
k=1
1+i k
n
−1

Dito simples (Regime de juro simples)

 O capital inicial do período é igual ao capital final do período anterior. (Regime composto)

CI k =CF k−1

 Em cada período de capitalização, o juro é constante e incide sobre o capital investido no início do processo. (Regime simples)

J 1=J 2 =J k =…=J n= J́
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J́=C 0 ∙i

 O juro total do processo é igual a soma dos juros produzidos ao longo do processo.
JT =n ∙C 0 ∙ i

 O capital final do processo é igual ao capital inicial mais o juro total.


C n=C 0+ JT

C n=C 0 ∙(1+i ∙n)

 Quando são dadas várias taxas ao longo do processo de capitalização


n

(
C n=C 0 1+∑ i k
k=1
)
n
JT =C0
(∑ )k=1
ik

 Não existe montante recebido periodicamente, uma vez que neste regime os juros são acumulados e entregues no final do processo.
 Neste regime não há produção de juros de juros (anatocismo).
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Misto

Acontece quando ou funcionam os regimes composto e simples ou funcionam os regimes dito simples e simples. Implica que uma parte de juros
seja retirado do processo e o remanescente seja recapitalizado ou simplesmente acumulado.
Duas hipóteses podem acontecer neste tipo de regime
1. Tratar-se de levantamento de uma parte de juros e a parte remanescente ser recapitalizado ou acumulado; o processo continuará até ao
penúltimo período e sendo que no último período levantar-se-á a totalidade dos juros juntamente com o montante acumulado no
início desse último período.

2. Tratar-se de pagamento de imposto pela retenção na fonte – implica que apenas serão recapitalizados ou acumulados uma parte de juros
até ao final do processo de capitalização.

Se considerarmos:
α − percentagem dos juros pagos ouretirados ( que saem do processo )
β− percentagem dos juros retidos ou mantidos ( remanescentes do processo )

α + β=1 α + β=100 %
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Fórmulas para a 1ª hipótese

Regime composto, com pagamentos periódicos de parte de juros

Capital Final−C n=C 0 (1+i) ( 1+ β ∙ i )n −1

Juro períodico produzido−J k =C 0 ∙ i ( 1+ β ∙i )k−1

Juro períodico pago−J kα =α ∙ C 0 ∙ i ( 1+ β ∙ i )k−1=α ∙ J k

Juro períodico retido−J βα =β ∙ C 0 ∙ i ( 1+ β ∙ i )k−1=β ∙ J k

Regime Dito Simples, com pagamentos periódicos de parte de juros

Capital Final−C n=C 0 [ 1+i ( ( n−1 ) β +1 ) ]

Juro períodico produzido−J k =C 0 ∙ i

Juro períodico pago−J kα =α ∙ C 0 ∙ i=α ∙ J k

Juro períodico retido−J βα =β ∙ C 0 ∙ i=β ∙ J k

Fórmulas para a 2ª hipótese

Nesta hipótese apenas a fórmula de cálculo do capital final (ou acumulado) é que muda, o resto mantém-se inalterado.
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Para o Regime Composto, com pagamentos periódicos de parte de juros

C n=C 0 ( 1+ β ∙ i )n

Para o Regime Dito Simples, com pagamentos periódicos de parte de juros


C n=C 0 ( 1+n ∙ β ∙ i )

 Para se determinar o capital final (ou acumulado) neste regime misto é necessário considerar que em todos os períodos (exceto o último),
a taxa de juro será multiplicada pela percentagem de juros que ficam retidos no processo β. No último período, o juro é calculado com
base na totalidade da taxa de juro.

J n=C n−1 ∙ i

J n=C n−1 ∙ i (1+ β ∙i )n−1

Contínuo

A produção de juros ocorre k vezes ao longo de cada período n considerado.

C n=C 0 ∙ e n ∙i
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Quadro resumo dos Regimes de Capitalização

Regime de capitalização Simples Composto Dito simples

Capital inicial do período k C 0=C 1=C k =Ć CI k =CF k−1 CI k =CF k−1
(Ck)

J1 ≠ J2 ≠ J k ≠ J n
J 1=J 2 =J k = J́
J 1=J 2 =J k = J́
Juro do período k J k =CI k ∙i
(Jk) J́=Ć ∙i
J́=Ć ∙i
k−1
J k =C0 ∙ ( 1+i ) ∙i

C n=C 0 ∙ ( 1+ i )n
Capital final do período ou
C n=Ć (1+ i)
processo C n=C 0 ∙(1+i ∙n)
(Cn) CF k =C0 ∙ ( 1+i )k

Juro total ou acumulado JT =C0 ∙ [ (1+i )n−1 ] JT =n ∙C 0 ∙ i


Não acumula juro
(JT)
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Juro de juro
Não há anatocismo JJ =Cn +C 0 (n ∙i−1) Não há anatocismo
(JJ)

 O tempo e a taxa de juro devem vir expressos na mesma unidade de tempo que é o período de capitalização, ou seja, se o período de
capitalização for mensal, n e i, deverão vir expressos em meses; se o período for anual, n e r, deverão vir expressos em anos…
Cálculo do juro quando o tempo vem dado em dias:

C 0∙ t ∙ i
J=
365
t
Onde, n= para o ano civil e dividir por 360 para o ano comercial
365

Cálculo do juro quando o tempo vem dado em meses:

C 0∙ t ∙ i
J=
12
t
Onde, n=
12

Deve-se utilizar o ano comercial somente quando for indicado.


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 Se não nos derem o período de capitalização, subentende-se que coincide com o período da taxa de juro, se a taxa de juro for anual o
período será anual, se for trimestral o período também será trimestral.
 Se não nos derem o período da taxa de juro, subentende-se que o período é anual

 Os regimes simples e dito simples são usados no curto prazo (processo de capitalização inferior a um ano), se a taxa de juro dada for
anual. Mas, se tivermos um processo de capitalização de 9 meses (inferior a um ano) e dada uma taxa de juro trimestral de 5% (inferior a
um ano), usaremos o regime composto (com 3 períodos trimestrais inteiros) e dada uma taxa de 9 meses (inferior a um ano), usaremos o
regime composto (com um período inteiro).

Equivalência de taxas de juro

Duas taxas de juro referidas a períodos diferentes (anual e subanual) dizem-se equivalentes quando aplicadas ao mesmo capital inicial e para a
mesma duração do processo de capitalização produzirem o mesmo valor acumulado. O que isto significa?

Vamos considerar que, aplicamos 10.000 MT em regime composto, a taxa de 10% ao ano, mas com capitalização semestral e durante um ano.
Neste caso, a taxa de juro dada é de período anual e a capitalização é semestral (este é o caso da disparidade entre o período da taxa de juro e o
período da capitalização).
A questão que se coloca é de como capitalizar ao semestre com uma taxa anual?

A disparidade entre o período de capitalização e o de referência da taxa de juro, leva-nos a questão de equivalência de taxas de juros e
considerando o nosso exemplo, teríamos que procurar uma taxa de juro de período semestral (período de capitalização) que fosse equivalente a
taxa anual de 10%.
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Por instância, poderíamos elaborar:


Se 1 ano corresponde a taxa de 10% 6 meses é metade de 1 ano então 5% corresponde a taxa semestral

Matematicamente seria ilustrado com uma básica regra de 3 simples:


10 % → 1 ano
1
x → ano
2
1
x= ∙ 10 %
2
x=5 % ao semestre

No entanto, se formos a aplicar as duas taxas, vamos encontrar os seguintes capitais acumulados:

Para o período de 1 ano, a taxa de 10%, capitalização anual.


C 1=10.000∙ (1,1)
C 1=11.000 MT

Para o período de 1 ano, a taxa de 5%, capitalização semestral.

C 2 semestres=10.000 ∙ (1,05 )2

C 2 semestres=11.025 MT
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Vemos, pois, que os capitais acumulados são diferentes, pelo que, podemos concluir que os 5% ao semestre não são equivalentes ao 10% ao ano.
Exposto isso, qual seria então a taxa de juro semestral equivalente a taxa de juro anual de 10%?
Considerando o conceito de equivalência de taxas, vamos representar a taxa que queremos encontrar por i’ (taxa semestral equivalente a taxa
anual de 10%).

C 1=C2 semestres
2
10.000 ∙(1+0,1)=10.000 ∙ ( 1+i ' )
2
1,1=( 1+i ' )

i ' =√ 1,1−1

i ' =0,048808848 ≈ 4,88 %

4,88% seria a taxa semestral equivalente a taxa anual de 10%.


Então, se 4,88% é a taxa equivalente, o que seria a taxa de 5% previamente encontrada pela regra de 3 simples?

Repare que, ao aplicar a regra de 3 simples, estaríamos a usar proporcionalidade, pelo que a taxa de 5% é chamada de taxa proporcional. Assim
podemos concluir:
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Entre duas taxas referidas a períodos diferentes, podemos encontrar dois tipos de relação: relação de equivalência e relação de
proporcionalidade.
Simbologia

r – Taxa anual (ou maior) equivalente


r(m) – Taxa anual (ou maior) nominal, composta m vezes durante o ano. Esta é a taxa proporcional

Exemplos:
r (2)=taxa anual nominal , composta semestralmente ( duas vezes ao ano)

r (4) =taxaanual nominal ,composta trimestralmente (quatro vezes ao ano)

r (2)=taxa anual nominal , composta mensalmente (doze vezes ao ano)

rm – taxa subanual reportada ao período que corresponde a 1/m do ano


Exemplos:
r 2=taxasemestral

r 3=taxaquadrimestral

r 4 =taxatrimestral

r 6 =taxabimestral

r 12=taxa mensal
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Taxas equivalentes

Considerando que entre a taxa r e a taxa rm existe uma relação de equivalência e tomando em atenção o conceito de equivalência de taxas,
teremos:

1+r= ( 1+ r m )m

Onde:
m – Número de vezes que o período da taxa subanual cabe no período da taxa anual

período maior
m=
períodomenor
O período maior deve ser expresso na mesma unidade que o período menor.

Taxas proporcionais

Considerando que entre a taxa r e a taxa rm existe uma relação de proporcionalidade teremos:
r
rm=
m

Outros tipos de taxas de juros


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Taxas efetivas e nominais

Taxa efetiva é aquela cujo período coincide com o período de capitalização. Ex.: 3% anual com capitalização anual.
Taxa nominal é aquela que é declarada (nomeada) num processo de capitalização. Ex.: 2% anual com capitalização mensal
As taxas nominais são nomeadas enquanto que as taxas efetivas têm influência na produção de juros.

r nom m
(
r efet = 1+
m ) −1

1
[ m
r nom= ( 1+ r efet ) −1 ]

Taxas ilíquidas e taxas líquidas

Chama-se taxa ilíquida (ou bruta) à taxa que não leva em consideração a existência de impostos sobre os juros produzidos e a taxa líquida que já
reflete o efeito da fiscalidade. Regra geral, sempre que há juro, há imposto. Este imposto é normalmente determinado aplicando uma taxa (t) ao
montante do juro produzido, pelo que o beneficiário fica apenas com o restante do juro periódico produzido (a outra parte vai para o Estado).
Simbologia

rliq – Taxa de juro líquida


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riliq – Taxa de juro ilíquida (ou bruta)


t – Taxa de imposto (ou liberatória)
r liq =r iliq ( 1−t )

Taxas correntes e taxas reais

Chama-se taxa corrente à taxa que não leva em consideração o efeito da inflação e a taxa real aquela que já reflete esse efeito.

Simbologia

i – Taxa de juro corrente (anual)


iz – Taxa de juro real (anual)
z – Taxa de inflação

1+i
iz = −1
1+ z

Se as taxas forem variáveis período a período. Deve-se determinar a taxa real média para o prazo da aplicação. Esta taxa se reporta a todo o
prazo da aplicação, assim para calcular o montante total dos juros Jz (juro real) é simplesmente.
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∏ ( 1+ ik )
i z = k=1
n
−1
∏ ( 1+ z n )
z =1

J z=i z ∙ C0

Determinar o capital final real líquido implica considerar, em simultâneo, os efeitos da fiscalidade e da inflação. Assim os juros capitalizam à
taxa líquida e o capital final real líquido é obtido da forma

∏ ( 1+ik )
k=1
CF RL=C 0 ∙ n

∏ ( 1+ z n )
z=1

Dada uma taxa de juro anual efetiva, como podemos obter uma taxa de juro nominal referida para o mesmo período, ou seja, como
podemos obter a taxa de juro anual nominal?
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Para se obter uma taxa de juro anual nominal, primeiro temos que achar a taxa de juro em que o seu período coincide com o período de
capitalização. Ou seja, se a capitalização for ao semestre, então, devemos achar a taxa de juro semestral.
Como as equações de equivalência e de proporcionalidade apenas aceitam taxas de períodos diferentes (uma maior e outra menor), então não vai
ser possível calcular taxa anual nominal directamente da taxa anual efectiva (pois ambas tem o mesmo período, são ambas anuais). Assim, dada
uma taxa de juro anual efectiva, para se obter uma taxa de juro anual nominal, primeiro temos que achar a taxa de juro em que o seu período
coincide com o período de capitalização (conforme a figura imediatamente acima). Ou seja, se a capitalização for ao semestre, então, devemos
achar primeiro a taxa de juro semestral.

Portanto:
1. Se a taxa dada for anual efectiva, primeiro temos que calcular a taxa subanual usando a equação de equivalência. E depois a partir
dessa taxa subanual podemos calcular a taxa anual nominal usando a equação de proporcionalidade;

2. Mas, se a taxa dada for anual nominal, primeiro temos que calcular a taxa subanual usando a equação de proporcionalidade. E
depois a partir dessa taxa subanual podemos calcular a taxa anual efectiva usando a equação de equivalência.

 As taxas efetivas tendem a ser maiores que as taxas nominais quanto menores for o PRC e isso acontece devido ao anatocismo.
NOTA:
A relação de equivalência é aplicável para os casos de regime de capitalização puramente simples e regime de capitalização composto,
pois que no caso do regime dito simples e considerando o conceito de equivalência de taxas leva-nos a situação de proporcionalidade
entre taxas.
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Taxa de juro nominal ⇌ Taxa de juro efetiva

Para fazer as conversões, nós só iremos usar duas fórmulas, das quais poderemos modificar de acordo com o que se pede.

 Relação de proporcionalidade entre duas taxas.


r (m)=m∙ r m

 Relação de equivalência entre duas taxas.


1+r=(1+r m )m

1. De uma taxa de juro efetiva subanual rm (m é o # de capitalizações durante o ano) para uma taxa de juro efetiva anual. (Efetiva – Efetiva)
período maior
m=
períodomenor
Usamos a relação de equivalência

1+r=(1+r m )m
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Exemplo:
Dada taxa efetiva semestral de 4%, encontre a taxa efetiva anual correspondente:
12 meses
m= =2
6 meses
r 2=0.04

1+r=(1+0.04)2 r =0.0816=8.16 %

2. De uma taxa de juro nominal anual capitalizada m vezes ao ano r(m) para uma taxa efetiva anual r. (Nominal – Efetiva)

Vamos prosseguir usando dois passos.

Primeiro, transformar r(m) em rm usando a relação de proporcionalidade. Segundo transformar rm em r usando a relação de equivalência.

Exemplo:
Dada taxa nominal anual de 6% com capitalização trimestral, encontre a taxa efetiva anual correspondente.

Como tem capitalização trimestral, e são 4 trimestres em um ano, o capital será capitalizado 4 vezes ao ano. Assim
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12 meses
m= =4
3 meses

r (m )
r (4) =0,06 Usando a relação de proporcionalidade rm=
m
0,06
rm= =0,015
4
Depois de transformar a taxa anual nominal, composta 4 vezes durante o ano r (4) em uma taxa subanual (trimestral) r4 usando a relação de
proporcionalidade, devemos transformar a taxa trimestral em uma taxa anual efetiva usando a equivalência, assim,

r =( 1+r m )m −1

r =( 1+ 0,015 )4−1=0,0614=6,14 %

3. De uma taxa de juro efetiva anual r para uma taxa de juro nominal capitalizada m vezes ao ano r(m). (Efetiva – Nominal)

Vamos seguir o caminho inverso, isto é, primeiro achar a relação de equivalência entre a taxa de juro efetiva anual r e a taxa de juro subanual r m.
Depois achar a relação de proporcionalidade entre a taxa de juro subanual rm e a taxa de juro nominal, composta m vezes durante o ano r(m).

Exemplo:
Qual é a taxa nominal com capitalização mensal que corresponde a taxa efetiva anual de 12,6825%
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12 meses
m= =1
1mês

r =0,126825 r (12) =?

Devemos transformar a taxa efetiva anual em uma taxa subanual rm usando a equivalência, assim,

1
r m =( 1+ r ) m −1
1
12
r 12=( 1+0,126825 ) −1=0,0099999977493

Usando a relação de proporcionalidade r (m)=m∙ r m

r (m)=12 ∙ 0,0099999977493=0,1199999729916

4. De uma taxa de juro nominal anual capitalizada m vezes ao ano para uma outra taxa de juro nominal capitalizada n vezes ao ano
(Nominal – Nominal)
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Aqui vamos utilizar 3 passos. Primeiro a relação de proporcionalidade, depois a relação de equivalência e daí a relação de proporcionalidade
novamente.
Exemplos:
Qual é a taxa anual nominal com capitalização trimestral correspondente a taxa anual nominal com capitalização diária de 12,6%

r (360) =0,126

r (4) =?

360 dias
m=
1 dia

Usando a relação de proporcionalidade vamos encontrar a taxa diária a partir da taxa anual nominal com capitalização diária.

r (m )
rm=
m
0,126
r 360 = =0,00035
360

Agora, usando a relação de equivalência vamos encontrar a taxa efetiva trimestral a partir da taxa diária.
90 dias
m= =90
1 dia
Vito Lepeque, Thursday, June 24, 2021

m
1+r= ( 1+ r m )

90
r =( 1+ 0,00035 ) −1=0,032

Depois de encontrar a taxa efetiva trimestral vamos ter que encontrar a taxa nominal trimestral através da proporcionalidade.

m∙ r m =r (m )
4 ∙0,032=0,128

 Dada taxa de juro anual nominal de 8,4% calcule a taxa de juro mensal nominal correspondente.

12 meses
m= =12 0,084=r (12) ×12
1mês
r (1)=0,084 r (12) =0,007=0,7 %

r (12) =?

5. De uma taxa de juro efetiva capitalizada m vezes ao ano rm para uma outra taxa efetiva capitalizada n vezes ao ano rn. (Efetiva – Efetiva)
Vito Lepeque, Thursday, June 24, 2021

Exemplo:
 Dada taxa de juro efetiva semestral de 5%, encontre a taxa mensal, trimestral e anual.

r 2=0,05 r 12=? r 4 =? r =?
Para calcular as nossas taxas, o passo importante é calcular sempre o m que é o número de vezes que a taxa que eu quero cabe na taxa que eu
tenho (equivalentemente, quantos períodos menores cabem no período maior), assim para a taxa mensal.

6 meses
m= =6 1+r 2=( 1+ r 12)6 1+0,05=( 1+r 12 )6
1 mês
r 12=0,816485 %

Seguindo a mesma ideia vamos encontrar as outras taxas.

6. De uma taxa de juro efetiva capitalizada m vezes ao ano r m para uma outra taxa nominal capitalizada n vezes ao ano r (n). (Efetiva –
Nominal)

Exemplos:
Da taxa efetiva semestral de 6%, calcule as taxas nominais anuais capitalização semestral e capitalização mensal.

r 2=0,06 r (2)=? r (12) =?


Vito Lepeque, Thursday, June 24, 2021

Para a taxa nominal anual com capitalização semestral, vamos apenas usar a relação de proporcionalidade.
m∙ r 2=r(2) 2 ∙0,06=0,12

Para a taxa nominal com capitalização mensal, vamos usar a relação de equivalência para achar a taxa efetiva mensal e depois usar a relação de
proporcionalidade para achar a taxa nominal mensal

12
1+r 2=( 1+ r 12) 2 r 12=0,975879 %

m∙ r 12 =r (12)
12 ∙0,975879 %=11,7106 %

7. De uma taxa de juro efetiva anual ranual para uma taxa de juro efetiva bienal rbienal. (Efetiva – Efetiva)

Vamos usar a relação de equivalência

1+r=(1+r m )m

Exemplo:
Dada taxa efetiva anual de 5%, encontre a taxa efetiva bienal correspondente:
Vito Lepeque, Thursday, June 24, 2021

2 anos
m= =2
1 ano
r anual =0.05

1+r bienal =(1+ 0.05)2 r bienal =0.1025=10,25 %

8. De uma taxa de juro nominal bienal de 12% com capitalização semestral para uma taxa de juro efetiva anual. (Nominal – Efetiva)

Vamos deixar:

r b(4) −taxade juro nominal bienal semestral=0,12

r a −taxade juro efetiva anual=?

r b4 −taxa de juro efetivabienal semestral

b
O primeiro passo será converter r (4) em r b4 . Resolver isso é simples, é só usar a relação de proporcionalidade e já está.

m∙ r b4=r b(4)

r b4 =0,03
Vito Lepeque, Thursday, June 24, 2021

O segundo passo é converter r b4 em r a . Para fazer vamos usar a relação de equivalência e o nosso m será quantos semestres cabem em 1 ano.
2
(1+ r b4 ) =1+ r a
( 1+0,03 )2=1+r ar a =0,0609

9. De uma taxa de juro nominal anual r(m) para uma taxa anual efetiva capitalizada m vezes ao ano. (Nominal – Efetiva)

Primeiro passo é encontrar a taxa subanual correspondente usando proporcionalidade, depois usar a equivalência para encontrar r.

Exemplo:
Dada taxa anual nominal de 20%, encontre a taxa anual efetiva com capitalização trimestral

r (m)=0,2

r =? ( Capitalizaçãotrimestral )

Usando proporcionalidade vamos encontrar r4 que é a taxa trimestral, assim.


Vito Lepeque, Thursday, June 24, 2021

r (m )
rm=
m
0,2
r4 = =0,05
4

Achada taxa subanual correspondente, vamos usar equivalência para encontrar a taxa anual efetiva com capitalização trimestral

4
1+r= ( 1+ r 4 ) 1

1+r=1,054
r =21,55 %

10. De uma taxa de juro efetiva para um período de k para uma taxa nominal com capitalização l referida a um período n. (Efetiva –
Nominal)

Exemplo: Qual é a taxa nominal, com capitalização ao trimestre, referente a um período de 15 meses considerando a existência de uma taxa
efetiva de 3,75% para um período de 8 meses? (2020, AP3 – 6)

Como o exercício pede uma capitalização trimestral, o primeiro passo é converter a taxa efetiva de 8 meses para uma taxa efetiva de 3 meses.
Fazer isso é simples, vamos usar a relação de equivalência.
Vito Lepeque, Thursday, June 24, 2021

8
r 8 meses =0,0375 1+r 8 meses =( 1+r 3 meses ) 3

3
1,0375 8 −1=r 3 meses

r 3 meses =0,013900972

r 3 meses =?

Tendo a taxa efetiva dos 3 meses, podemos usar a relação de proporcionalidade para ter a taxa nominal capitalizada trimestralmente referida a 15
meses. Assim

m∙ r 3 meses =r (15 meses)

15
m= =5
3

r (15meses )=5 ∙ 0,013900972

r (15meses )=0,069504861
Vito Lepeque, Thursday, June 24, 2021

Processos de capitalização com um número não inteiro de períodos de capitalização

Regime composto

Seja um processo de capitalização com n períodos inteiros de capitalização, mais uma fração x cuja duração é inferior o período p de
capitalização.

Expressando o período não inteiro x em fração de período inteiro p, teremos x/p e para o nosso processo de capitalização n + x/p períodos de
capitalização.

No período de capitalização p (período inteiro) vigora a taxa r, e se o nosso processo tivesse só n períodos inteiros, o valor acumulado seria
obtido com base na fórmula Cn = C0 (1 + r) n, mas acontece que para além dos n períodos, temos um período não inteiro x/p, donde que o valor
acumulado do processo será igual ao valor acumulado dos n períodos inteiros mais o juro do período não inteiro x/p. Ou seja,

C n+ x/ p =C n+ J x/ p

J x/ p=CI x/ p ∙ r x/ p

CI x/ p=C n

C n+ x/ p =C 0 ( 1+r )n (1+r x/ p)

Que tipo de relação existe entre a taxa de período inteiro r e a taxa de período não inteiro r x/p? Por outras palavras, que taxa de juro usaremos no
período não inteiro?
Vito Lepeque, Thursday, June 24, 2021

1. Relação de equivalência (solução teórica)

Neste caso, toma-se que no período não inteiro vigora uma taxa efetiva ou equivalente, donde a taxa subanual (não inteira) é obtida por recurso a
equação de equivalência de taxas.

x
p
r p/ x=( 1+r ) – 1

C n+ x/ p =C 0 ( 1+r )n +x / p

Onde:
r – Taxa do período inteiro
rp/x – Taxa do período não inteiro
m = p/x – (onde p é o período da taxa inteira ou maior e x é o período da taxa não inteira, ou menor)

2. Relação de proporcionalidade (solução prática)

Neste caso, toma-se que no período não inteiro vigora uma taxa nominal ou proporcional, donde a taxa subanual (não inteira) é obtida por
proporcionalidade.
Vito Lepeque, Thursday, June 24, 2021

rx
r x/ p=
p

rx
(
C n+ x/ p =C 0 ( 1+r )n 1+
p )

Regime puramente simples

No regime simples, o juro é pago no final de cada período da sua produção e no final do processo o devedor tem a pagar o capital inicialmente
obtido mais o juro do último período. O último período, é neste caso período não inteiro x/p. donde:

C n+ x/ p =C 0 ( 1+r x/ p )

1. Relação de equivalência (solução teórica)

x/ p
A taxa subanual será r x/ p=( 1+r ) −1

C n+ x/ p =C 0 ( 1+r ) x/ p
Vito Lepeque, Thursday, June 24, 2021

2. Relação de proporcionalidade (solução prática):


r∙ x
A taxa subanual (ou taxa de período não inteiro) será r x/ p=
p

rx
(
C n+ x/ p =C 0 1+
p )
NOTA: Em todas as relações, devemos assegurar que o período da taxa r seja igual ao período de capitalização. Desse modo, a taxa r
será uma taxa de juro efetiva e nominal, pelo que com essa taxa é possível usar a relação de equivalência como a relação de
proporcionalidade.

Descontos

Até aqui, temos analisado processos de capitalização que vão do início até ao vencimento dos mesmos, mas nem sempre isso ocorre, situação há
em que por necessidade do devedor como do credor os processos são interrompidos antes do seu vencimento, quando faltam t períodos do
processo por cumprir.

Perante esta situação, quanto é que o devedor terá que pagar na data da antecipação? Ou ainda, do ponto de vista do credor, quanto ele irá
receber na data da antecipação?

C n=valor nominal da dívida

C n−t=valor atual da dívida


Vito Lepeque, Thursday, June 24, 2021

n−t=momento da antecipação da dívida


t=número de períodos que faltam por vencer

Na data da antecipação, o devedor irá pagar o valor atual da dívida C n-t, isto é, o valor nominal da dívida atualizado ou descontado para o
momento da antecipação.
Designado por Desconto, o encargo que o credor suporta pelo recebimento antecipado da dívida e representado por D, podemos concluir que o
valor atual da dívida é igual ao valor nominal da dívida deduzido do montante de desconto.
C n−t=C n−D

Operações de Atualização ou Desconto

Atualização ou Desconto consiste em determinar o valor presente de um capital (valor atual) com vencimento num dado momento futuro, sendo:

D=C n−C n−t

Para fazer atualização ou desconto teremos de pressupor a existência de um PSC implícito que vai correr do momento do vencimento da
dívida (n) e o momento da antecipação (n – t).
Esta capitalização poderá ser feita recorrendo ao regime dito simples ou ao regime composto. O caso de regime puramente simples, deixa de ter
relevância dado que neste regime o capital em dívida em qualquer momento corresponde ao valor inicialmente cedido mais o juro do período
vencido.
Ao Desconto realizado com base no Regime Dito Simples, designa-se por Desconto Simples e ao realizado com base no Regime Composto
designa-se por Desconto Composto.
Vito Lepeque, Thursday, June 24, 2021

Desconto em Regime de Juros Dito Simples

Corresponde ao juro dito simples referente aos t períodos que faltam por cumprir, e pode ser calculado com base no valor atual da dívida C n-t ou
com base no valor nominal da dívida Cn.
Aqui temos duas modalidades, desconto por dentro (racional) e desconto por fora (comercial).

Desconto por dentro (racional)

Neste caso o Desconto corresponde ao juro dito simples calculado com base no valor atual da dívida.
D D=C n−t ∙ t ∙i=J DS

Acontece que no momento da atualização, não conhecemos o valor atual da dívida C n-t, pelo que devemos determinar o valor do desconto com
base no valor nominal da dívida Cn, daí vem a fórmula de cálculo do valor atual com base no valor nominal.

Cn
C n−t=
1+t ∙ i
Tendo a fórmula do valor atual da dívida podemos encontrar a fórmula do Desconto por dentro (racional).
C n ∙ i∙ t
D D=
1+i ∙t
Vito Lepeque, Thursday, June 24, 2021

Desconto por fora (comercial)

É o que mais se pratica e toma como base o valor nominal da dívida, ou seja, o desconto corresponde ao juro dito simples calculado com base no
valor nominal Cn.
D F=C n ∙i∙ t=J DS

C n=C 0 (1+ i∙ n)

Para calcular o valor atual com base no valor nominal usamos a fórmula.
C n−t=C n (1−i ∙t )

NOTA: Tanto o desconto por fora (comercial) como por dentro (racional) são utilizados para períodos de tempo curtos, geralmente
inferiores a 1 ano. Normalmente a taxa de juros que é dada é de período anual pelo que nos casos em que o tempo vem dado em meses
deve-se dividir o t por 12 e quando o tempo vem dado em dias por 360 ou 365.

Desconto em Regime de Juros Composto

O valor atual é calculado com base na atualização do valor nominal.


Vito Lepeque, Thursday, June 24, 2021

−t
C n−t=C n (1+i )

D c =C n ∙ [ 1− (1+i )−t ]

Às vezes o i pode ser considerado como d (taxa de desconto).

Geralmente acontece o seguinte


D D > DC > DF

Desconto de títulos de crédito

A emissão de títulos de crédito (letras e livranças) ocorre, no contexto da atividade comercial, essencialmente devido a duas razões:

1. Ausência de confiança entre devedor e credor. Em caso de incumprimento, a posse do título permite ao credor mover uma ação contra o
devedor.
2. Mesmo havendo confiança, a existência de um título de crédito possibilita a sua apresentação a desconto junto de uma instituição
bancária (desconto bancário), que adianta ao credor os fundos correspondentes à divida titulada. Acresce ainda que os títulos podem ser
endossados (desse modo, os próprios títulos funcionam como meios de pagamento, uma vez que o direito ao crédito é transferido pra
outrem).
Letra

A letra é um título de crédito pelo qual uma pessoa (sacador/credor) ordena a outra (sacado/devedor) que lhe pague a si próprio ou a um terceiro
(tomador/beneficiário) uma determinada importância, em determinada data.
Para além dos intervenientes mencionados – sacador, sacado e tomador ou beneficiário – outros poderão surgir na negociação de uma letra:
Vito Lepeque, Thursday, June 24, 2021

- Aceitante: o sacado após ter reconhecido o saque e assinado a letra;


- Endossante: pessoa que transfere os seus direitos por intermédio do ato de endosso
- Endossado: aquele a quem são transmitidos os direitos pelo endossante;
- Cedente: pessoa que apresenta a letra ao banco para desconto.
- Avalista: pessoa que se responsabiliza pelo pagamento da dívida de todo ou em parte (pouco usual).

Desde a emissão da letra até ao seu vencimento, duas situações podem ocorrer:
1. A letra pode permanecer na fonte, isto é, na posse do sacador ou daquele a quem o título foi endossado até ao vencimento. No
vencimento, compete ao devedor proceder à liquidação do montante em dívida junto do beneficiário (ou sacador), sem que haja
intervenção direta de uma entidade bancária;

2. A letra pode ser apresentada a desconto junto de uma entidade bancária, nos casos em que o sacador (ou beneficiário) necessite de
fundos antes do vencimento. A entidade bancária credita na conta à ordem do cedente o valor líquido da operação, já deduzidos os
encargos inerentes ao desconto.

Desconto de letras (desconto bancário)

No desconto de letras, designaremos por Desconto Bancário a totalidade de encargos a deduzir ao valor nominal do título. Esses encargos são:

 O juro (DF) ou o desconto propriamente dito (calculado segundo regras do desconto comercial simples ou desconto por fora).
D F=C n ∙t ∙ d
Vito Lepeque, Thursday, June 24, 2021

 A comissão de cobrança (C) é uma percentagem α que incide, em regra, sobre o valor nominal da letra. No fundo é o preço de um
serviço prestado pelo banco e varia de banco para banco.
C=α ∙ C n

 Imposto de selo (I) é um encargo fiscal, imposto por lei (ao contrário do juro, comissão de cobrança e portes que são receita do banco, o
imposto de selo é receita do Estado). Incide sobre o somatório do montante dos juros (do desconto por fora) e da comissão de cobrança.
O IS é a percentagem que vai incidir sobre o somatório dos juros
I =IS ∙ C n ( DF + C)

 Portes (P) à semelhança do que sucede com as comissões de cobrança, o valor de portes depende do banco. Destinam-se a cobrir
despesas de correio e/ou comunicação associadas ao desconto da letra. O seu montante é fixo por letra, sendo também a isenção do
pagamento para determinados segmentos da clientela.

NOTA: A prática bancária permite que as letras sejam liquidadas nos 2 dias posteriores ao seu vencimento.
Com tudo exposto podemos chegar a fórmula do Desconto Bancário.
DB = Juros + Comissão de Cobrança + Imposto de Selo + Portes
DB = DF + C + I + P
DB=C n ( α +i∙ t )( 1+ IS ) + P

Geralmente o t para ser calculado em dias tem a seguinte fórmula (para ano comercial)
t+2
360
Vito Lepeque, Thursday, June 24, 2021

As vendas a crédito e o cálculo do valor nominal da letra

As vendas quanto a modalidade de pagamento podem ser a pronto ou a crédito e no caso das vendas a crédito poderão levar a emissão de letras
e/ou livranças. Na emissão desses títulos de crédito em geral, e da letra em particular, um dos princípios a que se deve obedecer é a inclusão do
valor da dívida a pagar na data do vencimento. Na determinação deste montante, temos que ter em conta um dos dois pressupostos, como vimos
atrás:

1. A letra é emitida pressupondo o seu imediato desconto junto ao banco. Neste caso quem concede efetivamente o crédito é o banco,
pois que o vendedor/sacador realiza de imediato por recurso ao desconto bancário o valor do preço de pronto pagamento. Nesta opção
podemos encontrar duas alternativas:

a) Emissão de uma só letra – neste caso o crédito é representado por uma letra aceite pelo comprador/sacador e na determinação do valor
nominal dessa letra, o vendedor inclui para além do preço de pronto pagamento (é divida para o comprador e representamos por PPP) o valor do
encargo do desconto da mesma junto ao banco:
C n=PPP+ DB

PPP + P
C n=
1−(i ∙t +α )(1+ I )
(PPP−Pagamento Parcial )+ P
C n=
1−(i∙ t+ α )(1+ I )
No caso em que o vendedor procede ao pagamento de uma parte do PPP.
Vito Lepeque, Thursday, June 24, 2021

b) Emissão de várias letras – Neste caso a dívida é representada por várias letras de vencimentos distintos. Quanto ao valor nominal, este
poderá ser constante ou variável e essa variação poderá obedecer uma lei específica (PA, PG) ou não.
Na determinação do valor nominal de cada letra, o somatório dos valores nominais das letras será igual a PPP (valor em dívida) mais o
somatório do desconto bancário das letras.

∑ C n=PPP + ∑ DB

∑ C n=( PPP−Pagamento Parcial )+∑ DB

2. A letra é emitida pressupondo a sua retenção pelo credor até ao vencimento. Neste caso na determinação do valor nominal este para
além da PPP (dívida) irá incluir o juro relativo ao crédito pelo tempo que vai da emissão até ao vencimento do título:

C n=PPP (1+ i∙ t)

C n=(PPP−Pagamento Parcial)(1+i∙ t)

A reforma da letra e o cálculo do valor nominal da nova letra

Chegada a data de vencimento da letra, uma das duas situações pode ocorrer: o devedor paga ou o devedor não paga. Nesta segunda situação, ele
pode negociar com o vendedor a prorrogação do prazo, pois uma das condições essenciais da letra é a inclusão da data de vencimento e esta não
pode ser rasurada. Esta situação leva a emissão de uma nova letra com um novo prazo de vencimento – a esta substituição de uma letra vencida
por uma nova de vencimento posterior designa-se por reforma da letra.
Vito Lepeque, Thursday, June 24, 2021

Os procedimentos para o cálculo do valor nominal da nova letra (C n+t) são os mesmos que vimos anteriormente, mas só que o preço de pronto
pagamento PPP é substituído pelo valor nominal da antiga letra Cn.
Há reforma integral/total quando na data de vencimento do devedor/comprado não efetua qualquer amortização.
PPP=C n

No caso da reforma parcial, o devedor líquido certa percentagem do valor em dívida, havendo lugar à emissão de uma nova letra
correspondente à quantia remanescente.
PPP=C n−Pagamento Parcial

Livrança

É um título de crédito negociável, através do qual o subscritor se compromete a pagar ao beneficiário, ou à ordem deste, uma dada importância,
numa data futura. As livranças são utilizadas, na maioria dos casos, para titular financiamentos bancários de curto prazo, em que o beneficiário é
uma instituição bancária, apesar de existirem livranças em que ambos os intervenientes são particulares.
A livrança distingue-se da letra, na medida em que a primeira se trata de uma promessa de pagamento, a segunda se trata de uma ordem de
pagamento. Por outro lado, a letra surge na sequência de uma transação comercial, sendo que a livrança se associa a financiamentos diretos.

Na livrança intervirão o subscritor ou emitente, quem emite o título e que pela sua assinatura se obriga a pagar uma determinada importância no
futuro e o beneficiário ou tomador, aquele a quem ou à ordem de quem, o título é pagável.

Desconto de livranças (Desconto por financiamento)


Vito Lepeque, Thursday, June 24, 2021

No desconto de livranças são devidos juros calculados de modo idêntico ao caso das letras, isto é, considerando os dois dias adicionais para o
pagamento. Porém, estando as livranças na posse do banco que realiza a operação de financiamento, não são devidas as quantias referentes a
comissões de cobrança e portes. Mas, é cobrado o imposto de selo.
Assim sendo, nos descontos por financiamento, os encargos são relativos aos juros, determinados em função do montante de crédito
efetivamente concedido e ao imposto de selo. Às vezes o capital mutuado C0 também é chamado de Produto Líquido do Desconto por
financiamento PLDf.

Existem 3 possibilidades que podem acontecer na concessão de crédito titulado por livranças:

1. O valor nominal da livrança corresponde ao capital concedido, sendo os encargos decorrentes da operação de desconto tratados
autónoma e postecipadamente.

Aqui o valor nominal da livrança será o capital mutuado C 0, quantia que a instituição bancária creditará na conta do subscritor da livrança na
data da operação e que deverá ser restituída até ao último dia de pagamento, juntamente com o montante dos encargos.

VN =C 0

VL=Valor a liquidar na data do vencimento


VL=C 0+ DD + IS

D D=C 0 ∙ t ∙ i

IS=D D ∙ I
Vito Lepeque, Thursday, June 24, 2021

VL=VN [ 1+ t ∙i ( 1+ I ) ]

2. O valor nominal da livrança inclui o montante de capital mutuado, bem como os respetivos encargos

Nesta opção, uma vez que o valor nominal da letra engloba os encargos da operação de desconto, na data da emissão, a conta à ordem do
subscritor será credita pelo capital mutuado C0, devendo a mesma ser debitada, no vencimento, pelo valor nominal da livrança.

VN ≠C 0

VN =C 0 + D D + IS

VN=VL

VN =C 0 ¿

3. O valor nominal da livrança corresponde ao capital mutuado, sendo os juros pagos antecipadamente pelo seu valor atual.

Aqui o valor nominal vai corresponder à quantia a liquidar no vencimento e o valor a creditar na conta à ordem do subscritor na data de emissão
será menor que o valor do título e a diferença corresponderá aos encargos atualizados de acordo com a modalidade do desconto por dentro.

VC =Valor a creditar na contado subscritor


VC =VN −D D−IS
Vito Lepeque, Thursday, June 24, 2021

VC =VN −D D (1+ I )

Mas como os encargos são pagos antecipadamente, existe a necessidade de atualizar esses encargos para o momento presente, nos moldes do DD.

DD (1+ I )
VC =VN −
1+t ∙i
Os encargos do desconto, são calculados, através do montante efetivamente emprestado. Neste caso, como os encargos são pagos
antecipadamente, e pese embora o montante que será creditado na conta do devedor seja menor, o valor do empréstimo é o valor nominal C0 =
VN, pelo que os encargos incidirão sobre o valor nominal da livrança. Assim, D D=VN ∙t ∙i

Pelo que teremos


C 0=VN

t ∙i ( 1+ I )
VC =VN 1−[ 1+t ∙ i ]
NOTA: O tempo t e a taxa de desconto d ou taxa de juro deverão estar na mesma unidade. Muitas vezes, para t dado em dias, fazer a
conversão em anos é apenas:
t+2
360
Vito Lepeque, Thursday, June 24, 2021

A reforma da livrança letra e o cálculo do valor nominal da nova livrança

Os procedimentos na reforma da livrança são os mesmos que da reforma da letra. Pode existir a reforma total ou a reforma parcial. Vamos ver as
reformas caso por caso.

1. O valor nominal da livrança corresponde apenas ao capital mutuado.

VN =C 0
VL=VN [ 1+ t ∙i ( 1+ I ) ]

a) Reforma total
PLD r=VN

D f =PLD r ∙t ∙ i(1+ I )

PLD r=Produto liquido do descontoapós a reforma

D f =Desconto por financiamento

VN =Valor nominal

b) Reforma parcial

PLD r=VN −PP


Vito Lepeque, Thursday, June 24, 2021

D f =( VN −PP) ∙t ∙i(1+ I )

PP=Pagamento Parcial

Rendas

Renda é um conjunto de capitais que vencem em intervalos de tempos iguais.


O operador an e sn serão muito usados no cálculo de rendas.
¿ ¿

Rendas de amortização com prestações constantes

1. Valor atual é para Rendas de amortização


2. Quando a 1.ª prestação vence no final do 1. ° período é postecipada e imediata

Com isso tudo combinado temos

Renda de amortização postecipada imediata

1−(1+ i)−n
R ( 0 )=C ∙
i
Vito Lepeque, Thursday, June 24, 2021

3. Quando a 1. ª prestação vence no final do segundo período, temos diferimento total no primeiro ano e será

Para determinar o período de diferimento (quando é que foi feita a primeira prestação) vamos usar a fórmula de rendas de amortização com

diferimento total (assumindo que o diferimento foi total)

1−(1+i)−n
R ( 0 )=C × ×(1+i)−w
i

4. Quando a 1. ª prestação vence no início do primeiro período, temos uma renda antecipada.

1−(1+r )−n
Renda Antecipada=C × ×(1+r )
r

1−(1+i)−n
Onde C × =Renda Postecipada
r
Vito Lepeque, Thursday, June 24, 2021

Esta equação nos diz que a renda antecipada é igual a renda postecipada capitalizada por um período.

Rendas de acumulação com termos constantes

1. Quando queremos acumular um certo montante a partir de depósitos no início de períodos vamos usar a Renda de acumulação antecipada
com a fórmula:

(1+ i)n−1
R ( n )=C ( 1+ i ) ∙ R ( n )=C ( 1+ i ) ∙ ¿
i

2. Quando queremos acumular um certo montante a partir de depósitos no final de períodos vamos usar a Renda de acumulação postecipada
com a fórmula:
Vito Lepeque, Thursday, June 24, 2021

(1+i)n−1
R ( n )=C ∙ R ( n )=C ∙¿
i

Rendas perpétuas de termos constantes

A. Renda de amortização postecipada (com a primeira prestação no fim de cada período)

C
R ( 0 )=
i

B. Renda de amortização antecipada (com a primeira prestação no início de cada período)


C
R ( 0 )= ∙(1+i)
i

C. Renda de amortização diferida postecipada


Vito Lepeque, Thursday, June 24, 2021

−w
C (1+i)
R ( 0 )=
i

D. Renda de amortização diferida antecipada

C (1+i)1−w
R ( 0 )=
i

Rendas de termos variáveis

1. Quando os termos variam em Progressão Aritmética

Com o termo geral (termo de ordem n) de uma PA sendo:

T n=T k + ( n−k ) r

A. Renda de amortização postecipada

r
(
R ( 0 ) = C 1+
i)∙¿
Vito Lepeque, Thursday, June 24, 2021

Onde:
C 1 – Primeira prestação (primeiro termo da PA)

r – Razão da PA
i – Taxa de juro ¿
n - # de períodos

B. Renda de acumulação postecipada

r
(
R ( n ) = C 1+
i)∙¿

2. Quando os termos variam em Progressão Geométrica

Com o termo geral (termo de ordem n) de uma PG sendo:


Vito Lepeque, Thursday, June 24, 2021

T n=T k ∙ q n−k

A. Renda de amortização postecipada

1−q n (1+i)−n
R ( 0 )=C 1 ∙
1+ i−q

Com casos de taxa de inflação (z) a razão da PG será dada

q=1+z

B. Renda de acumulação postecipada

(1+i)n−q n
R ( n )=C 1 ∙
1+i−q
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Locação financeira (leasing financeiro)

É um contrato através do qual a locadora (a empresa que se dedica à exploração de leasing) adquire um bem escolhido pelo seu locatário para,
em seguida, aluga-lo a este mesmo locatário, por um prazo determinado. O valor do contrato, das prestações e do valor residual podem ser
relacionados com a seguinte fórmula (com prestações constantes).

Leasing com prestações constantes e normais (antecipadas)

1−( 1+r )−n


R ( 0 )=C ∙ + R ( 1+r )−n
r
Tempo ou Prestação n Capital em Prestação Capital em
Juro Amortização
momento dívida inicial (Ck) dívida final
(Jk) (Mk)
(k) (Dk-1) (Dk)
1 1
2 2
… …
n n R
Valor residual R R R -
Total - - -

1−( 1+r )−n


Se for antecipada R ( 0 )=C ∙ ∙(1+r )+ R ( 1+r )−n
r
Vito Lepeque, Thursday, June 24, 2021

Onde:
R – Valor residual

Tempo ou Prestação n Capital em Prestação Capital em


Juro Amortização
momento dívida inicial (Ck) dívida final
(Jk) (Mk)
(k) (Dk-1) (Dk)
0 1
1 2
2 3
… …
n-1 n R
n Valor residual R R R -
Total - - -

 Para encontrar o montante em dívida (final do momento k-1 e inicial do momento k) vamos usar a seguinte fórmula para as operações de
leasing:

1−( 1+r ) k−n


D k =C ∙ + R ( 1+ r )k−n
r

Amortização de empréstimos
Vito Lepeque, Thursday, June 24, 2021

Empréstimo é uma operação financeira através da qual uma pessoa/entidade (sujeito ativo, credor) cede a outra (sujeito passivo, devedor) uma
certa quantia C0, por um dado período de tempo n, obrigando-se o devedor a devolução ao credor essa quantia, de uma só vez ou em montantes
fracionados (constantes ou variáveis) acrescendo juros calculados a taxa convencionada entre ambas partes.

Sujeito ativo – mutuante; credor


Sujeito passivo – mutuário; devedor

Classificação de empréstimos

 Quanto ao processo de amortização, isto é, liquidação do empréstimo.

Reserva (reserva matemática) é o montante que a cada momento t, restabelece as equivalências entre as obrigações dos dois sujeitos. Podemos
ter 2 tipos de reservas.
 Reserva ativa/retrospetiva: é referente às prestações já reembolsadas.
 Reserva passiva/prospetiva: é referente às prestações ainda não efetuadas.

Sistemas de amortização de empréstimos

Distinguem-se através do modo de reembolso do capital ou do modo de pagamento de juros.


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1. Sistema de amortização não sistemática

2. Sistema de amortização única (americano)


- Com pagamento periódico de juros simples (americano puro)
- Com pagamento antecipado de juros compostos (americano antecipado)
- Com acumulação de juros compostos (americano postecipado)

3. Sistema de amortização fracionada


- Sistema de amortização progressiva ou sistema de pagamentos constantes (sistema francês)
- Sistema alemão (idêntico ao sistema francês, mas com pagamento antecipado de juros)
- Sistema de amortização constante (sistema italiano ou inglês)

Sistema de amortização não sistemática

 Ocorre sem qualquer regra


 Com amortização irregular
 Menos usual e mais provável quando há maior proximidade entre as partes.

Usando juros compostos podemos encontrar o total de juros pela seguinte fórmula

n
J t =∑ C k [ (1+i)n−1 ]
k=1
Vito Lepeque, Thursday, June 24, 2021

Sistema de amortização única (sistema americano)


Puro (juros simples periódicos)

No tempo intermédio apenas se paga os juros, no tempo de vencimento é que se paga o capital emprestado acrescido dos juros. Os juros são
constantes.
O capital emprestado C0 tem sinal positivo e os pagamentos periódicos de amortização Jk = C0*i tem o sinal negativo no esquema.

C n=C 0 (1+ i)
J t =C 0 ∙ i∙ n

J k =C0 ∙i

Exemplo: A quantia de 5000 MT foi emprestada por 1 ano, tendo sido acordado que seriam pagos juros mensais a taxa de 9% ao ano e que o
capital seria devolvido no final do prazo. Calcule o montante a entregar em cada mês, o montante do total pago a título de juros e o montante
total na última prestação

C 0=5000 J k =C0 ∙i ∙n=5000 ( 0.09


12 )
( 1 )=37.5 MT

i=0.09
Vito Lepeque, Thursday, June 24, 2021

n=1 ano J k =C0 ∙i ∙n=5000 ( 0.09


12 )
( 12 )=450 MT

Jk =? 5000+37.5=5037.5 MT

O montante a entregar em cada mês é de 37.5 MT. O montante do total de juros pagos foi de 450. O montante total na última prestação foi de
5037.5 MT.

Antecipado (juros compostos antecipados)

Aqui não há pagamentos intermédios. Os juros são pagos no acto do recebimento do capital e no final só paga o capital emprestado. Dito doutro
modo, no acto do recebimento do capital apenas recebe C0 – J0.
E – Capital emprestado
C n=E

J 0=C 0 ∙ [ 1−(1+i)−n ] J0 – juros antecipados

Juros postecipados=C 0 ∙ [ ( 1+i )n−1 ]

Exemplo: Devido a necessidades de tesouraria, uma empresa pretende dispor no imediato de 16 mil meticais. De quanto deverá ser o montante
de capital mutuado, sabendo que a instituição bancária que vai realizar a operação cobra juros à cabeça a uma taxa anual de 7,5% e propôs que o
capital fosse liquidado na integra daqui a um ano.
Vito Lepeque, Thursday, June 24, 2021

C n=16.000 C n=C 0 (1+ i)−n

i=0,075 por ano 16000=C 0 (1+0,075)−1

n=1 ano C 0=17.200 MT

O capital mutuado deve ser de 17.200 MT para que passado um ano a empresa tenha 16.000 no imediato
É considerado (-n) porque o Cn já conta com o desconto do juro.

Postecipado (juros compostos postecipados)

Aqui não há pagamentos intermédios. No vencimento paga o capital mutuado (emprestado) acrescidos de todos os juros acumulados.
A prestação final, os juros serão dados por:

C n=C 0 (1+ i)n


J k =Ck ∙i

J t =C 0 [( 1+i )n−1]
Vito Lepeque, Thursday, June 24, 2021

Exemplo: Uma empresa contraiu hoje um empréstimo no montante de 50.000 meticais, destinado a aquisição de um novo equipamento fabril,
daqui por 4 anos liquidará o montante de capital bem como o montante de juros acumulados de acordo com regime de capitalização composta.
Taxa de juro de 6%. Calcule o montante a entregar.
C 0=50.000 MT C n=C 0 (1+ i)n

n=4 anos ¿ 50.000 ( 1,06 )4 =63.123,85 MT


i=0,06 por ano

Fundo de amortização é um fundo poupança que o mutuário (devedor) constrói com o objetivo de vir a acumular no futuro o montante
suficiente para cobrir todos os encargos decorrentes do empréstimo.

Tempo ou Entregas/ Acumulado/


Saldo inicial Juros
períodos Depósito Saldo final

Continuando com o exemplo anterior:


Para fazer face a esse montante a liquidar por 4 anos (C 4 = 63.123,85 MT), quantas entregas anuais ao fim desses 4 anos, poderei fazer para
poder pagar esse valor.
Vito Lepeque, Thursday, June 24, 2021

n
(1+i) −1
R ( n )=C ∙ Usando a fórmula de Renda de acumulação postecipada encontramos o valor do fundo de amortização = R(n).
i

(1+ 0,04)4−1
63.123,85=C ∙
0,04

C=14.865,04 MT

Saldo inicial Acumulado/


Tempo (anos) Entregas (MT) Juros (MT)
Saldo final (MT)
1 0 14.865,04 −¿ 14.865,04
2 14.865,04 14.865,04 594,6 30.324,68
3 30.324,68 14.865,04 1212,99 46.402,71
4 46.402,71 14.865,04 1856,11 63.123,86

 Os juros são calculados usando a fórmula de juros adequada

J k =Ck [(1+i)n−1 ]

 No primeiro ano não há juros, sendo que no segundo ano o juro será J1, no terceiro ano será J2 e assim por diante.

 O valor acumulado é Valor Acumulado Anterior + Entrega Atual + Juro Atual


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Sistema de amortização francês (fracionada no tempo)

Puro e com diferimento total/parcial

Possui pagamentos fracionados:


Ć=J k + M k

Ć – Pagamento; montante da prestação


Jk – valor do juro
Mk – montante da amortização

Os juros são decrescentes, os pagamentos são constantes. O montante da amortização é crescente.

1−(1+i)−n
C 0=Ć ∙
i
Se tiver diferimento total em w períodos vamos multiplicar pela componente (1+i)−w. Se for diferimento parcial vamos multiplicar por (1+ βi)−w

M k =M 1 (1+i)k −1

M k+ j=M k (1+i) j
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m - # de prestações que ainda falta por pagar


p - # de prestações que já foram pagas
n - # total de prestações
m+p=n

Nós podemos encontrar o capital em dívida DP e o capital já amortizado AP após ter pago p prestações.

1−(1+ i)−m
D p=Ć ∙
i

A p =C0 −D p

Os juros periódicos (intermédios) são calculados pela fórmula:

J k =Ć ∙[1−( 1+i )(k−n−1) ]

O primeiro juro é calculado pela fórmula


J 1=i ∙C 0
Vito Lepeque, Thursday, June 24, 2021

O último juro é calculado pela fórmula


J n=i ∙ M n

Exemplos: 1. Um empréstimo no montante de 500 mil meticais vai ser liquidado nos próximos 3 anos através de prestações semestrais
constantes de capitais e juros. Sabendo que foi praticada uma taxa anual nominal de 13%, indique qual é o montante das prestações.

0,13
i=0,13 por ano= =0,065 por semestre
2

1−(1+i)−n
n=3 anos=3 ∙2=6 semestres C 0=Ć ∙
i
C 0=500.000 MT

Ć=?

1−(1+ 0.065)−6
500.000=Ć ∙
0.065

Ć=103.284,16 MT
Vito Lepeque, Thursday, June 24, 2021

2. Relativamente a um empréstimo que se encontra a ser amortizado através de prestações anuais constantes de capital e juros (sistema francês),
sabemos que a quota de capital (amortização) contida na oitava prestação, corresponde a 1,26247696 da quota de capital contida na quarta
prestação e que a diferença entre ambas é de 185,31 MT determina a taxa de juro praticada na operação e o montante da primeira amortização.

M 8=1,26247696 M 4 M 8−M 4 =185,31

M 8=M 4 ( 1+i )4 M k+ m=M k (1+i)m i=?

M 1=?

1,26247696 M 4=M 4 ( 1+i )4

i=0,06
M 8−M 4 =185,31

M 1 ( 1+i )7−M 1 (1+i )3=185,31

M 1 (1,06 ¿ ¿ 7−1,063)=185,31¿
M 1=592,78 MT
Vito Lepeque, Thursday, June 24, 2021

3. Um empréstimo no montante de 500 mil meticais vai ser amortizado ao longo dos próximos 10 anos, através de prestações mensais à taxa de
8,4% nominal anual. Qual é o montante em dívida após pagamento da septuagésima oitava prestação

n=10 anos=120 meses i=0,084 por ano=0,007 por mês


C 0=500.000 MT m=n− p=120−78=42
p = 78

D78=? 1−(1+i)−m
D78=Ć ∙
i

1−(1+i)−n
C 0=Ć ∙
i

1−(1+ 0,007)−120
500.000=Ć ∙ Ć=6172,58 MT
0,007

1−( 1+0,007 )−42


DP 78=6172,58 ∙ =22.394,02 MT
0,007
Vito Lepeque, Thursday, June 24, 2021

4. Retomemos os dados do exemplo anterior e agora calculemos o capital amortizado, mas após o pagamento da quinquagésima quinta
prestação.

p = 55
n=10 anos=120 meses i=0,084 por ano=0,007 por mês
C 0=500.000 MT m=n− p=120−55=65

(1+i) p−1
AP=M 1 ∙
i
Ć=M 1+ J 1=M 2+ J 2=M k +J k

J 1=i ∙C 0=0,007 ( 500.000 ) =3500 MT

M 1=¿ Ć−J 1

M 1=6172,58−3500=2672,58 MT
Vito Lepeque, Thursday, June 24, 2021

( 1+0,007 )55−1
AP=2672,58 ∙ =178.545,35 MT
0,007

Com carência

1−(1+i)−n
E=C0 =Ć ∙
i

Sistema de amortização alemão

Os juros são decrescentes, os pagamentos são constantes. O montante da amortização é crescente. Os juros são pagos antecipadamente.
Aqui paga-se o juro do período seguinte no período atual

1−( 1+ i )−n
C 0=Ć ∙
i

Se tiver diferimento em w períodos vamos multiplicar pela componente (1+i)−w.

Ć=J k +1+ M k

No momento que recebe o capital, paga o primeiro juro. No primeiro período vai pagar o segundo juro mais a primeira amortização. Assim no
último período, não há mais juros a pagar e a prestação será igual a última amortização Ć=M n
Vito Lepeque, Thursday, June 24, 2021

No momento 0: J 1=C 0 ∙ d d – taxa de desconto

i
d=
1+i
Usamos a taxa de desconto porque estamos a pagar antecipadamente

No momento 1:
J 2=(C 0−M 1)d

No momento k:
k
J k +1=(C 0−∑ M j)d
j=1

O valor das prestações é constante, é igual ao valor da última amortização (onde não há juros) e pode ser calculado pela fórmula.
k

(
Ć=M n= C0 −∑ M j d+ M k
j=1
)
Podemos calcular o capital mutuado dessa seguinte maneira usando a taxa de desconto
Vito Lepeque, Thursday, June 24, 2021

n
1−( 1−d )
C 0=Ć ∙
d

M k+ j=M k ( 1+ i ) j

M k+ j=M k (1−d)− j

C0∙ i C0 ∙ d
M 1= =
( 1+ i ) −1 ( 1−d )1−n + d−1
n

d
i=
1−d

Sendo m o # de prestações por pagar

( 1+i ) p−1
A p =M 1 ∙
i

Fórmula referente ao capital já amortizado AP para P períodos


Vito Lepeque, Thursday, June 24, 2021

D p=C 0− A p

( 1+i )n−( 1+i ) p


D p=M 1 ∙
i

Dp é o capital em dívida (por amortizar)

Exemplos: 1. Um empréstimo no montante de 200 mil meticais vai ser amortizado ao longo dos próximos 5 anos através do sistema alemão
sendo praticado uma taxa de juro de 5% ao ano calcula o montante das prestações bem como o montante dos juros correspondentes a primeira
prestação.

C 0=200.000 MT Ć=?
n=5 anos J 1=?

i=0,05 por ano

1−( 1−d )n
C 0=Ć ∙
d
Vito Lepeque, Thursday, June 24, 2021

0,05
d= =0,047619
1+0,05

1−( 1−0,047619 )5
200.000= Ć ∙
0,047619

Ć=43995,19

J 1=C 0 ∙ d

J 1=200.000 ∙ 0,047619=9523,8 MT

2. Qual o capital que se encontra em dívida após o pagamento da décima quinta prestação, no caso de um empréstimo no montante de 20.000
meticais que se encontra a ser amortizado através de 48 mensalidades, calculadas de acordo com o sistema alemão de reembolso a taxa de juro
anual nominal de 9,6%.

C 0=20.000 MT ( 1+i )n−( 1+i ) p


D p=M 1 ∙
i
n=48 meses
C0∙ i
i=0,096 por ano=0,008 por mês M 1=
( 1+ i )n −1
D p=?
Vito Lepeque, Thursday, June 24, 2021

200.000(0,008)
m = 33 prestações por pagar M 1= =343,42
( 1+0,008 )48−1
p = 15 prestações pagas

( 1+0,008 )48−( 1+0,008 )15


D 15=343,42 ∙ =14.550,08 MT
0,008

Sistema de amortização italiano/inglês

Puro

Aqui as prestações já não são constantes, as amortizações é que são constantes. Temos os juros e prestações decrescentes.

C0
C k =J k + Ḿ Ḿ =
n

J k =[ n−( k−1 ) ] ∙ Ḿ ∙i

J k =[C0 −( k −1 ) ∙ Ḿ ]∙ i
Vito Lepeque, Thursday, June 24, 2021

Para calcular o capital já amortizado


A p =p ∙ Ḿ

Para calcular o capital em dívida

D p= ( n− p ) ∙ Ḿ =m∙ Ḿ

m – # de prestações por pagar


p - # de prestações pagas

Exemplo: Certo empréstimo vai ser amortizado através de 10 prestações anuais constantes de capital (amortização constante), o juro é de 6%
anual, sabendo que os juros que compõem a oitava anuidade ascendem a 630 MT, determina o montante de empréstimo, bem como o montante
da quinta anuidade.

C0
n=10 anos Ḿ =
n
i=0,06 por ano J k =[ n−( k−1 ) ] ∙ Ḿ ∙i

J 8=630 MT J 8= [ 10−( 8−1 ) ] ∙ Ḿ ∙ 0,06=630

C 0=? 630=0,18 Ḿ Ḿ =3.500 MT


Vito Lepeque, Thursday, June 24, 2021

C0
C 5=? 3.500= C 0=35.000 MT
10

C k =J k + Ḿ J 5= [ 10−( 5−1 ) ] ∙ 3500∙ 0,06=1.260 MT

C 5=1.260+3.500=4.760 MT

Com diferimento total e parcial

As amortizações continuam constantes, mas são calculadas com a capitalização de juros do período de diferimento.

C0 ( 1+i )w C0 ( 1+ βi )w
Ḿ = =M k Ḿ = =M k
n n
A primeira é relativa ao diferimento total e a segunda ao diferimento parcial.

No final do período de diferimento, teremos o Empréstimo (C 0) + juros capitalizados, ou seja, os juros do período de diferimento são
capitalizados. Por causa disso, a amortização será maior que no sistema italiano puro.
Vito Lepeque, Thursday, June 24, 2021

Com diferimento de capital (com carência)

C0
Ḿ =
n

O valor em dívida no final do período de carência coincide com o valor do empréstimo, uma vez que, no período de carência os juros são pagos
na totalidade (não há capitalização de juros)

Quadros de amortização aplicados a sistemas de amortização fracionada

Objetivo: dar conta da evolução de um determinado empréstimo, indicando os valores periódicos de montantes de capital em dívida, quota de
juro, amortização da dívida (quota de amortização) e a prestação a pagar.

Capital em Prestação Capital em


Tempo Juro Amortização
dívida inicial (Ck) dívida final
(k) (Jk) (Mk)
(Dk-1) (Dk)

Exemplo: Um empréstimo no montante de 50 mil meticais, vai ser amortizado durante os próximos 5 anos, sendo juros, calculados a taxa anual
de 7,5% constrói o respetivo quadro de amortização para cada uma das possibilidades:
Vito Lepeque, Thursday, June 24, 2021

a) O empréstimo é amortizado através de prestações constantes de capital e juros (sistema francês puro).
b) Sistema alemão
c) Sistema italiano

a) Como não diz que há juros antecipados, vamos partir do princípio que é sistema francês. Quando se referir o sistema alemão vai mencionar
(prestações constantes de capital e juros antecipados). Quanto ao sistema italiano são as quotas de capital que são constantes (amortizações) e
não as prestações.
C 0=50.000 MT i=0,075 por ano
n=5 anos

Prestação Capital
Capital em
Tempo Juro Amortização (Ck) em
dívida inicial
(k) (Jk) (Mk) dívida
(Dk-1)
final (Dk)
12.358,24 41.391,7
1 50.000 3.750 8.608,24
6
2 41.391,76 3.104,38 9.253,86 12.358,24 32.137,9
3 32137,9 2.410,34 9.947,9 12.358,24 22.190
12.358,24 11.496,0
4 22.190,00 1.664,25 10693,99
1
5 11.496,01 862,2 11.496,01 12.358,24 0

1−(1+i)−n
C 0=Ć ∙
i
Vito Lepeque, Thursday, June 24, 2021

−5
1−( 1+0,075 )
50.000=Ć ∙ → Ć=12.358,24 MT
0,075

 No sistema francês e alemão as prestações são constantes.

J k =i∙ D k−1

J 1=0,075 ∙ 50.000=3.750 MT

 O juro é igual ao capital em dívida inicial multiplicado pela taxa de juro

M k =Ć−J k
M 1=12.358,24−3.750=8.608,24 MT

 A amortização é igual a diferença entre a prestação (constante) e o juro do mesmo período.

D k = D k−1−M k−1

D2=50.000−8.608,24=41.391,76 MT

 O capital em dívida é igual a diferença entre capital em dívida anterior e a amortização anterior
 O último capital em dívida deve ser igual a última amortização, mas por problemas de arredondamento pode não ser por casas decimais.
Vito Lepeque, Thursday, June 24, 2021

b) No Sistema alemão o pagamento de juros é antecipado, pelo que vamos ter o tempo zero.

C 0=50.000 MT i=0,075 por ano


n=5 anos

Capital em Prestação
Tempo Juro Amortização
dívida (Ck)
(k) (Jk+1) (Mk)
(Dk)
*0 50.000 3.488,372093 - 3.488,372093
1 50.000 2.887,78 8.608,26 11.496,04
2 41.391,74 2.242,18 9.253,86 11.496,04
3 32.137,86 1.548.12 9.947,92 11.496,04
4 22.189,94 802,03 10.694,01 11.496,04
5 11.495,93 - 11.496,04 11.496,04

 No momento 0 não há amortização, mas há juros.

i 0,075
J 1=C 0 ∙ d d= = =0,069767441
1+i 1,075

J 1=50.000 ∙ 0,069767441=3.488,372093
Vito Lepeque, Thursday, June 24, 2021

 O primeiro juro é calculado pelo produto do capital em dívida e a taxa de desconto. No primeiro momento (momento 0) o juro é igual a
prestação.

1−( 1−d )n
C 0=Ć ∙
d

1−( 1−0,069767 )5
50.000=Ć ∙ → Ć=11.496,04 MT
0,069767
 A partir do segundo momento (momento 1) as prestações são constantes.

 No segundo momento, o capital em dívida mantém-se, porque apenas se pagou os juros e não houve nenhum pagamento da amortização.

C0∙ i 50.000 ∙ 0,075


M 1= n
= =8.608,26
( 1+ i ) −1 ( 1+0,075 )5 −1

 Essa é a fórmula do cálculo da primeira amortização com base na taxa de juro. Pode ser calculado com a taxa de desconto e também
usando a fórmula da prestação que diz que a prestação é a soma do juro seguinte e a amortização do período atual. Ć=J k +1+ M 1
k
J k +1=(C 0−∑ M j)d
j=1

 Para encontrar o juro é só fazer o produto da diferença entre o capital mutuado com as amortizações já acumuladas e a taxa de desconto.
Vito Lepeque, Thursday, June 24, 2021

J 2=( C 0−M 1 ) d= (50.000−8.608,26 ) 0,069767=2.887,78

Dk = Dk−1−M k−1

D 2=D 1 −M 1 =50.000−8608,26=41.391,74

 Para encontrar o capital em dívida do momento 2, é só ir ao capital em dívida anterior e subtrair a amortização anterior.

M k+ j=M k ( 1−d )− j

M 2=M 1 (1−d )−1=8.608,26 ( 1−0,069767 )−1=9.253,8751

 Podemos encontrar qualquer montante de amortização conhecendo o montante de amortização do momento k.


 Os juros seguintes podem ser calculados usando Ć−M k =J k
 Na última prestação não se paga juro. Pode existir diferenças entre a última prestação e última amortização (devem ser iguais) por
problemas de arredondamentos.

c) No sistema italiano não há pagamentos antecipados pelo que não temos o momento 0.

C 0=50.000 MT i=0,075 por ano


n=5 anos
Vito Lepeque, Thursday, June 24, 2021

Capital em Prestação
Tempo Juro Amortização
dívida (Ck)
(k) (Jk+1) (Mk)
(Dk)
1 50.000 3.750 10.000 13.750
2 40.000 3.000 10.000 13.000
3 30.000 2.250 10.000 12.250
4 20.000 1.500 10.000 11.500
5 10.000 750 10.000 10.750

C0 50.000
Ḿ = = =10.000
n 5
 As amortizações são constantes.

J k =Dk−1 ∙ i=50.000 ∙0,075=3.750


Vito Lepeque, Thursday, June 24, 2021

Quadro resumo dos sistemas de amortização sistemática

Sistema de Americano
Americano Francês Inglês/Italiano Alemão Americano postecipado
amortização antecipado

Crescente
M k+ j=M k (1+i) j
M k+ j=M k ( 1+ i ) j Constante
Amortização C0
- - C0∙ i -
(Mk) C0∙ i Ḿ =
n M 1=
M 1= ( 1+ i )n −1
( 1+ i )n −1
k
Constante ( k −n −1 ) Decrescente
Juro Ć ∙[1−( 1+i ) ] J k +1=(C 0−∑ M j)d Ck∙ i
C 0∙ i J k =[C0 −( k −1 ) ∙ Ḿ ]∙ i -
(Jk) j=1

Constante Constante
C0∙ i C0∙ i
Ć= Ć=
Prestação 1−( 1+i )
−n
Decrescente 1−( 1+i )
−n
- - -
(Ck) C k =J k + Ḿ
C k =J k + M k C k =J k + M k
Postecipada Antecipada
Prestação final C 0 (1+i)
Ck C0 C n=C 0 (1+ i)n
Ć Ć
(Cn)
Vito Lepeque, Thursday, June 24, 2021

Juro inicial C 0∙ i No momento 0


Jk C 0∙ i C 0 ∙ [ 1−(1+ i)−n ] Jk
(J1) C 0∙ d
Juro final Mn∙ i Jk J k +1 Jk
Jk -
(Jn)
Vito Lepeque, Thursday, June 24, 2021

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