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Análiseergonomica de Trabalho em Uma Farmácia
Análiseergonomica de Trabalho em Uma Farmácia
“A Engenharia de Produção e as novas tecnologias produtivas: indústria 4.0, manufatura aditiva e outras abordagens
avançadas de produção”
avançadas de produção”
1. Introdução
Diversos são os acidentes causados no ambiente de trabalho, porém, nem sempre estes são
associados a quedas e incidentes com equipamentos, muitas vezes o problema encontra-se na
demanda postural adotada pelos funcionários durante o expediente de trabalho. O trabalho
com movimentos repetitivos ou que exige esforços elevados, é capaz de influenciar
diretamente no aparecimento de dores e desconfortos corporais devido a sobrecarga
musculoesquelética, o que pode levar o funcionário a desenvolver problemas mais graves de
saúde, responsáveis pela maioria dos afastamentos de funcionários de sua rotina de trabalho.
Segundo SANTOS (2015, p.02), “Em muitas dessas indústrias, a prescrição rígida de
procedimentos passou a exigir maior destreza das mãos, que apesar de demandar um esforço
relativamente leve, seus movimentos rápidos e repetitivos, aliados a uma postura estática por
tempo prolongado e a sobrecarga dos segmentos do corpo, contribuem significativamente
para o desenvolvimento de distúrbios osteomusculares relacionadas ao trabalho (DORT)”.
Por meio da ergonomia pode-se identificar quais os maiores riscos e quais os setores que
demandam maior atenção dentro de uma empresa, riscos ergonômicos estes, que podem ser
encontrados em diversos campos de trabalho envolvendo trabalhador em seu ambiente e
rotina diária.
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XXXVII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO
“A Engenharia de Produção e as novas tecnologias produtivas: indústria 4.0, manufatura aditiva e outras abordagens
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Este trabalho teve como objetivo utilizar a Análise Ergonômica do Trabalho (AET) no setor
industrial de uma farmácia de manipulação localizada na região central da cidade de Bagé no
Rio Grande do Sul, onde são preparados shampoos e cremes hidratantes para cabelos a serem
comercializados em estabelecimento próprio e para terceirização. Esta análise baseou-se no
acompanhamento de rotina de uma das colaboradoras em um dos processos desenvolvidos em
eu turno de trabalho, o envase.
Um trabalho que exige postura sentada e estática por longo período tem uma carga cumulativa
nas estruturas musculoesqueléticas, incluindo a coluna vertebral e refletindo na forma de
grande prevalência de desconforto e dor em partes diferentes do corpo. (FONSECA DE
PAULA et all. 2016)
Existem métodos de avaliação de postura que se aplicam na área de ergonomia, dentre eles
destacam-se: OWAS, RULA e NIOSHI. Neste estudo aplicou-se o método RULA através do
software Ergolândia, que possibilita uma análise baseada em pontuações para os movimentos
de membros superiores do corpo.
2. Referencial Teórico
2.1 Ergonomia
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Figura 1 - Abordagens da
ergonomia
A ergonomia é regulamentada por uma norma específica, a NR17 que segundo seu item 17.1,
visa a estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho às
características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de
conforto, segurança e desempenho eficiente. Estes parâmetros são estabelecidos com base em
uma análise ergonômica do trabalho. A NR17 vem apresentada no próximo tópico deste
trabalho.
Iida (2005) aborda que a análise ergonômica do trabalho (AET) tem como foco a aplicação
dos conhecimentos da ergonomia para analisar, diagnosticar e corrigir uma situação real de
trabalho.
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Másculo e Vidal (2011) afirmam que esta análise tem ligação direta com as demandas de que
se originam as ações ergonômicas necessárias, que buscam, já na fase inicial, definir a
natureza do problema a partir dessa demanda, e constituir-se em referenciais uteis para a
formulação de um diagnóstico.
“O método AET desdobra-se em cinco etapas: análise da demanda; análise da tarefa; análise
da atividade; diagnóstico; e recomendações (Guérin et al., 2001). As três primeiras constituem
a fase de análise e permitem realizar o diagnóstico para formular as recomendações
ergonômicas” (IIDA, 2005, p.60).
Segundo VIGNAIS et al. (2012 apud SANTOS et al., 2015), “O método RULA foi
desenvolvido por Lynn McAtamney e Nigel Corlett da University of Nottinhgham’s Institute
of Occupational Ergonomics e publicado em 1993, na revista científica Applied Ergonomics.
Este método estima a exposição dos membros superiores ao risco de perturbações
musculoesqueléticas em tempo real, computando uma pontuação de risco global. Esta
pontuação é baseada na observação discreta de posturas, no uso da musculatura, peso de
cargas, duração da tarefa e repetitividade”.
A vantagem desta ferramenta é que permite uma análise rápida de grande número de
trabalhadores e sua análise pode ser feita antes e depois de uma ação para verificar sua
eficiência no processo.
3. Procedimentos Metodológicos
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Figura 2 – Etapas da
AET
Após a de coleta dos dados, realizou-se aplicação do método RULA. “O método foi
desenvolvido para investigar a exposição dos trabalhadores aos fatores de risco associados aos
distúrbios dos membros superiores” (CARDOSO JUNIOR, 2006).
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Fonte: Adaptado McAtamney, & Corlett (1993 apud CARSOSO JUNIOR, 2006).
4. Resultados e Discussões
A coleta de dados iniciais e avaliação dos postos de trabalho, possibilitou identificar que o
processo de envase receberia a aplicação do estudo, por ser a atividade que mais demanda
tempo entre os processos rotineiros, e também pelo fato de que a colaboradora realiza
movimentos repetitivos com a parte superior do corpo, desta forma tornou-se possível aliar a
esta atividade o uso ferramenta RULA, de forma que seu desenvolvimento é apresentado
junto com os devidos resultados nesta seção.
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O processo produtivo divide-se em: pesagem, produção, quarentena para envase, envase,
rotulagem e loteamento. A preparação dos produtos leva mais que um dia de trabalho devido
a alguns passos que devem ser seguidos, como por exemplo a quarentena para envase, após a
pesagem e produção, o produto fica contido em baldes e permanece em repouso por pelo
menos 48h antes de seguir para o envase, que é o processo no qual este trabalho foi focado.
Esta etapa é melhor descrita ao analisar o processo de pesagem, que antecede o envase, pois
neste há um procedimento padrão escrito com as medidas e pesagens dos reagentes a serem
seguidas segundo a composição química de cada produto formulado. De forma ampla pode-se
dizer que o conhecimento dos procedimentos a serem realizados em qualquer um dos
processos é o que diz respeito a tarefa. No que se refere ao processo de envase, que é o foco
deste estudo, toda a tarefa a ser realizada é conhecida pela responsável a realiza-la, nenhum
papel descreve passo-a-passo pois a tarefa é simples e exige apenas agilidade para
movimentar as embalagens até a máquina de envase, e tampá-las ao fim.
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Fonte: Autor
Na análise desta atividade pode-se destacar que as colaboradoras são totalmente instruídas e
corretas quanto ao uso dos equipamentos de proteção, estes que são obrigatórios.
4.4. Diagnóstico
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Iida (2005) afirma que “ diagnóstico procura descobrir as causas que provocam o problema
descrito na demanda”.
A proposta para este trabalho é a aplicação do método RULA, que investiga a exposição dos
trabalhadores aos fatores de risco associados ao membro superior, tais como postura,
contração muscular estática, repetição, força e alcance.
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Na última etapa de análise do software, divide-se a atividade em dois grupos, e para cada
grupo verifica-se o peso das cargas suportadas (figura 6).
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grupos
Os resultados obtidos podem ser verificados na figura 7. O score obtido para o estudo é 4,
representando que devem ser necessárias algumas mudanças na atividade analisada.
Figura 7 - Resultados
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A NR17 apresenta na seção 17.3.5, que para as atividades em que os trabalhos devam ser
realizados de pé, devem ser colocados assentos para descanso em locais em que possam ser
utilizados por todos os trabalhadores durante as pausas, a partir desta norma pode-se sugerir
neste tópico para a prevenção de problemas por trabalho do tipo, que ao trabalhar no envase a
colaboradora tenha um banco ajustado e alto que permita o controle da máquina e não
prejudique na agilidade dos braços para a pega das embalagens a serem levadas até a máquina
e que estes ainda sirvam para uma pausa de 10 minutos de descanso a cada 50 minutos
trabalhados.
5. Conclusões
O estudo aplicou uma análise ergonômica no processo de envase e através do método RULA
e identificou-se que se faz necessária uma intervenção ergonômica na empresa. O tópico 4.5
deste artigo apresenta sugestões de melhorias baseadas na NR17, com o objetivo de evitar
problemas causados pelo tipo de atividade realizada.
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6. REFERÊNCIAS
NR, Norma Regulamentadora Ministério do Trabalho e Emprego. NR-17 - Ergonomia. 2009
IIDA, Ítiro. Ergonomia Projeto e Produção. São Paulo: Edgard Blucher, 1997.
IIDA, Ítiro. Ergonomia: Projeto e Produção. São Paulo - Editora Blucher (2005). 2ª edição.
MÁSCULO, Francisco Soares; VIDAL, Mario César (orgs). Ergonomia: Trabalho adequado e eficiente. Rio
de Janeiro: Elsevier / ABEPRO, 2011.
CARDOSO JUNIOR, Moacyr Machado; Avaliação Ergonômica: Revisão dos Métodos para avaliação Postural.
Revista Produção Online, Florianópolis, v.6, n.3, p133-154, set/dez.,2006.
SANTOS, Viviana Maura; SANTOS, Jose Wendel; ALSINA, Odelsia Leonor Sanchez; MONTEIRO, Luciano
Fernandes. Análise de fatores de riscos para distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho no setor de
envasamento de uma indústria química. In: ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO,
35, 2015, Fortaleza, CE. Anais do XXXV ENEGEP.
PAULA, Adma Jussara Fonseca; SILVA, José Carlos Plácido; SILVA, João Carlos Ricco. Avaliação de risco
ergonômico em indústria de confecção através do método de análise postural RULA Rapid Upper Limb
Assessment. In: SIMPÓSIO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO, 2016, Bauru, SP. Anais do XXIII
SIMPEP.
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