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Índice

Legislação Imobiliária

Aula 1 – O Corretor e suas Atribuições

• Definição de Corretor ................................................................................................................. 5


• As atribuições do Corretor ....................................................................................................... 6
• Locais de Atuação ...................................................................................................................... 8
• Responsabilidade do Corretor ................................................................................................. 9
• Transações Imobiliárias ......................................................................................................... 12
• Veja se Aprendeu ..................................................................................................................... 15
• Aprenda Fazendo .................................................................................................................. 16

Aula 2 – Legislação Imobiliária

• Lei e Direito .............................................................................................................................. 17


• Direito Público e Privado ........................................................................................................... 19
• Bens Móveis e Imóveis ............................................................................................................ 19
• Direitos Reais sobre Bens Imóveis ............................................................................................. 21
• As Ações Reivindicatórias de Propriedade .............................................................................. 25
• Registro do Título de Propriedade ........................................................................................... 26
• Direito do Consumidor ........................................................................................................... 28
• Registros Imobiliários ............................................................................................................ 29
• Veja se Aprendeu ..................................................................................................................... 31
• Aprenda Fazendo .................................................................................................................. 32
• Respostas do Veja se Aprendeu 1 e 2 ....................................................................................... 33
• Aprenda Fazendo – Respostas ............................................................................................. 35

Desenho Arquitetônico e Noções de Construção Civil


Aula 1 – Conceito de Geometria

• Geometria Plana ...................................................................................................................... 39


• Área e Perímetro de Figuras planas ............................................................................................ 41
• Sólidos Geométricos ................................................................................................................ 43
• Normas para Desenho ............................................................................................................. 44
• Caligrafia Técnica .................................................................................................................... 45
• Conceito de Escala .................................................................................................................. 45
• Veja se Aprendeu ..................................................................................................................... 46
• Aprenda Fazendo ....................................................................................................................... 46
Aula 2 – Sistemas de Representação, Escalas e Dimensionamento

• Perspectivas ............................................................................................................................... 47
• Projeção Ortogonal .................................................................................................................... 48
• Escalas ....................................................................................................................................... 51
• Escalas na prática ......................................................................................................................... 53
• Veja se Aprendeu ....................................................................................................................... 57
• Aprenda Fazendo ....................................................................................................................... 58

Aula 3 – Representação de um Projeto

• Planta Baixa ............................................................................................................................... 59


• Símbolos e Convenções ............................................................................................................... 60
• Cortes ou Seções .......................................................................................................................... 61
• Desenho de Detalhes ................................................................................................................. 63
• Veja se Aprendeu ....................................................................................................................... 66
• Aprenda Fazendo ......................................................................................................................... 67

Aula 4 – Noções de Construção Civil I

• Conceitos Básicos ....................................................................................................................... 71


• Orientações sobre Topografia ................................................................................................... 72
• Estruturas Básicas na Construção Civil .................................................................................... 73
• Veja se Aprendeu ....................................................................................................................... 78
• Aprenda Fazendo ....................................................................................................................... 78

Aula 5 – Noções de Construção Civil II

• Recursos e Materiais de Construção ......................................................................................... 79


• Finalização da obra .................................................................................................................... 84
• Projetos Complementares ......................................................................................................... 86
• Rede de Esgoto ......................................................................................................................... 88
• Instalações Elétricas................................................................................................................... 89
• Veja se Aprendeu ....................................................................................................................... 90
• Respostas do Veja se Aprendeu 1, 2, 3, 4 e 5 ......................................................................... 90
• Aprenda Fazendo – Respostas ................................................................................................ 92

• Bibliografia .................................................................................................................................. 95
LEGISLAÇÃO IMOBILIÁRIA

O objetivo do curso de Legislação Imobiliária é conscientizar o corre-


tor das possibilidades e responsabilidades de seus serviços, para que o
exerça com conhecimento e segurança.

A Aula 1 apresenta a regulamentação da função do Corretor e suas Atri-


buições, enfatizando também as responsabilidades advindas desta profis-
são. No final você poderá checar seu aprendizado fazendo alguns exercícios
práticos.

A Aula 2 aborda os principais fundamentos da Legislação Imobiliária que


servirão de base para uma atuação mais segura. Em seguida, apresenta exer-
cícios para verificação dos conteúdos aprendidos.

Acesse o site:
www.imoveisregionais.com.br para pesquisar sobre assuntos relativos a negócios
imobiliários.

Legislação Imobiliária 3 Instituto Universal Brasileiro


Adjudicação: É o ato judicial mediante o qual se declara e se estabelece que a pro-
priedade de uma coisa (bem móvel ou bem imóvel) se transfere de seu primitivo dono
(transmitente) para o credor (adquirente), que então assume sobre a mesma todos os di-
reitos de domínio e posse inerentes a toda e qualquer alienação.
Alienação: Transferência de um bem ou direito para outra pessoa.
Anticrese: É um instituto civil, espécie de direito real de garantia, ao lado do penhor
e da hipoteca, no qual o devedor, ou representante deste, entrega um bem imóvel ao
credor, para que os frutos deste bem compensem a dívida.
Arresto: No Direito Brasileiro, consiste na apreensão judicial dos bens em litígio
(sequestro) ou de bens do devedor como garantia (arresto) da dívida líquida, cuja co-
brança se promove em juizo.
Assinado a rogo: Assinado por prece, pedido ou súplica.
Averbação: Firmar por escrito, registrar.
Coibir: Impedir, impor limites, reprimir (coibição - proibição, impedimento).
Concessão: Licença obtida do Estado para exploração de recurso natural ou ser-
viço público.
Dolo: Conduta fraudulenta de um indivíduo em relação a outro, violação deliberada
e consciente da lei.
Enfiteuse: É o ato jurídico inter vivos ou de última vontade, onde o proprietário atri-
buiu a outrem o domínio do seu imóvel, pagando o adquirente (enfiteuta) uma pensão ou
foro anual, certo e invariável, ao senhorio direto. A enfiteuse também pode ser denomi-
nada aforamento.
Exequível: Que pode ou deve ser executado.
Jus: Direito legal para impor medida, procedimento.
Lícito: Que a lei (o) permite, (o) que é justo, aceitável.
Lide: De origem latina, significa rixa, disputa.
Mora: Atraso, demora.
Ônus: Dever, obrigação.
Reinvidicar: Tentar reaver, recuperar algo ou um bem, reclamar algum direito.
Rescição: Anulação de um contrato.
Trâmite: Procedimento normal para se atingir determinado fim.

Código de Ética Profissional: Uma das grandes preocupações atuais na atuação


Conceito importante!

profissional em qualquer área refere-se à ética. Atuar com responsabilidade, honesti-


dade, lealdade, segurança e preocupando-se com o outro e a sociedade é o objetivo de
todos. Desta maneira, o Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São
Paulo (CRECISP), elaborou um código de ética profissional com o objetivo de fixar a
forma pela qual deve se conduzir o Corretor de Imóveis no exercício profissional.
Legislação Imobiliária 4 Instituto Universal Brasileiro
O exercício da profissão de corretor
de imóveis, em todo território nacional,
somente será permitido:
AULA1
O CORRETOR E SUAS

I - Ao possuidor do título de Técnico


ATRIBUIÇÕES

em Transações Imobiliárias, inscrito no


Conselho Regional do Corretores de Imó-
Definição de corretor veis da Jurisdição - CRECI - ou

II – Ao corretor de imóveis inscrito


O corretor de imóveis, de acordo com o nos termos da Lei nº 4.116/62, desde
dicionário Houaiss, é aquele indivíduo que que requeira a revalidação de sua ins-
vende e compra bens de outrem, em troca de crição.
comissão. A palavra deriva do antigo proven-
çal corratier intermediário e, tão antiga
quanto a palavra é a profissão. Afinal, desde Assim, podemos observar que para o
que o homem começou a ser dono de algum exercício da profissão de corretor, é necessá-
pedaço de terra ou possuidor de mercadoria rio estar inscrito no CRECI que regulariza a
que pudesse ser objeto de troca ou comér- possibilidade de exercer outras atividades que
cio, ele contou com a ajuda de outra pessoa não só comprar e vender, ou seja, apenas in-
que o representasse, ou auxiliasse, na tran- termediar.
sação comercial.
Desta maneira, a profissão de correta-
gem de imóveis, e de outras mercadorias,
data de séculos atrás, porém sua regulamen-
tação no Brasil já não é tão remota. Foi pela
lei n° 4.116 de 27/08/1962 que se iniciou o
processo para a regulamentação desta pro-
fissão.Tal lei, contudo, foi alterada e discipli-
nada pela lei n° 6.530 de 12/05/1978 e,
finalmente, foi regulamentada pelo Decreto
8.171, de 29/06/1978.
A partir de então, a profissão só pode
ser exercida por pessoas habilitadas junto ao
Conselho Regional de Corretor de Imóveis,
ou seja, corretores inscritos no CRECI. Após
a inscrição, você recebe uma carteirinha pro-
visória, com prazo de validade, que lhe dá o
A regulamentação de qualquer profis-
direito de atuar enquanto termina seus estu-
dos. É possível revalidá-la por mais seis são é de suma importância, pois lhe con-
meses para que possa concluir o Curso de fere maior segurança para seu exercício,
Técnico em Transação Imobiliária (TTI) exigindo do profissional formação técnica
quando você recebe a definitiva, após a apre- e experiência prática através de um está-
sentação do certificado do curso e compro- gio participativo e/ou observador com outro
vação de estágio para o CRECI. profissional da área. Em contrapartida,
confere-lhe alguns direitos quanto ao exer-
O artigo 1º da Lei 6.530 diz: cício de sua profissão e, também, alguns
deveres como em toda atividade.

Legislação Imobiliária - Aula 1 5 Instituto Universal Brasileiro


Campos de atuação

São muitas as funções que um Técnico


em Transação Imobiliária pode exercer. Mas,
para todas elas, é necessário ter a sua certifi-
cação de estudo e a carteira do CRECI, defi-
nitiva ou provisória. Verifique as opções:
Todo corretor tem responsabilidade

Corretor de imóveis: Atua na interme-


civil sobre a transação imobiliária em

diação de compra e venda de terrenos ou


que está atuando. Se causar prejuízo ao

imóveis; permuta e locação de imóveis resi-


cliente, responderá pelo dano causado.

denciais, comerciais, industriais, outlet,


Assim sendo, antes de qualquer transa-

shopping center etc.


ção certifique-se de todos os itens, es-

Haverá sempre um terreno a ser ven-


tude todos os detalhes e passos para se

dido, alguém querendo comprar ou vender


sentir mais seguro.

uma casa ou apartamento, sítio, chácara ou


As atribuições do corretor fazenda, alguém querendo investir em um
novo empreendimento imobiliário e, para a
Com a profissão devidamente regulamen- realização destas transações, é necessária a
tada e de posse de sua inscrição junto ao atuação de um corretor de imóveis.
CRECI, pode o corretor atuar em diversas ativi-
dades. É aconselhável, antes de você se deci-
dir em que ramo trabalhar, que conheça suas
funções, local de atuação, público ou clientela
que atenderá e, principalmente, o campo de
ação em que você se sente mais seguro, mais
preparado e à vontade. Para isso, faça um au-
toexame, reflita sobre sua pessoa, suas carac-
terísticas pessoais, facilidades, disponibilidades
de horário, seu jeito de ser, para então escolher
a função mais adequada.

Despachante imobiliário: Para que


uma transação imobiliária ocorra, é preciso
que se apresente uma série de documentos
como certidões pessoais e do imóvel a ser
vendido e/ou adquirido. É neste momento que
o TTI atua como despachante, no levanta-
Qualidades definem área de atuação

mento de toda documentação necessária


Uma pessoa que tem grande facilidade

para que a transação seja satisfatória e reco-


de persuasão, isto é, de convencer outra em

nhecida, na confecção de contratos de com-


aceitar algo por meio de argumentação, gosta

pra, venda, permuta e locação.


de lidar com o público em geral, tem facilidade

Não basta vender ou locar apenas,


de horário e locomoção tem uma grande

deve-se, também, dar atenção ao cliente na


chance de ser um corretor de imóveis espe-

hora de documentar toda negociação reali-


cialista em vendas.

zada. Algumas imobiliárias possuem um de-


Já uma outra pessoa que é menos co-

partamento próprio que organiza e prepara


municativa e persuasiva, porém muito organi-

toda esta documentação e você poderá se


zada, que gosta de trabalhar com documentos,

preparar para trabalhar neste departamento


certidões, gosta de catalogar e organizar pas-

como despachante imobiliário.


tas, deve procurar atuar como despachante,
outra área em que um corretor pode atuar.
Legislação Imobiliária - Aula 1 6 Instituto Universal Brasileiro
Perito imobiliário: O consultor imobi-
liário pode ainda opinar quanto a comercia-
lização imobiliária, isto é, o corretor,
Plantonista: Além destas funções, pode devidamente inscrito no CRECI, pode atuar
o TTI atuar como plantonista no lançamento de como perito imobiliário, junto aos foros da
algum empreendimento imobiliário. Vivemos localidade de atuação em que tem sua ins-
um momento em que muitas construtoras estão crição, porque é o corretor quem conhece os
investindo, construindo novos prédios de apar- valores cobrados em determinadas regiões
tamentos, novos condomínios de casas etc. das cidades, bairros, sítios, fazendas etc.
No lançamento destes empreendimen- Pode, assim, ajudar o juiz a avaliar as pen-
tos, há sempre a montagem de um estande dengas onde houver a divisão de bens a
de vendas, com a maquete do prédio e, às serem partilhados. Atua, também, na avalia-
vezes, um apartamento decorado em exposi- ção de imóveis residenciais, galpões, terre-
ção para que os interessados conheçam o nos e outros tipos de imóveis.
que está sendo vendido. Durante algumas se-
manas, ou até que todas as unidades sejam
vendidas, ou inicie-se a construção, a imobi-
liária, ou grupo imobiliário responsável pela
venda, mantém um plantonista no local para
demonstração e venda.
Nos fins de semanas, quando a procura
é maior, há a necessidade de plantonistas
Em algumas situações, é necessá-
extras. Para tal função, é preciso ser bem
rio que alguém avalie um imóvel que,
comunicativo e persuasivo, sem ser inva- porventura, vá ser desapropriado, ven-
sivo, pois atuará diretamente com o cliente dido ou que é objeto de briga entre her-
e sua família em muitas situações; ter dispo- deiros. Um juiz pede, então, que o
nibilidade de horário, pois a chance nos fins
de semana são bem maiores. Antes de qual-
mesmo seja avaliado. Um engenheiro é a

quer lançamento, há, às vezes, um treina-


pessoa competente para dar o valor da

mento para que os plantonistas conheçam


construção, porém é o consultor imobi-

os detalhes do empreendimento que estarão


liário a pessoa mais indicada para avaliá-

vendendo, as condições de pagamentos etc.


lo comercialmente, pois é conhecedor
Antes de assumir esta função, conheça
dos pontos valorizados em sua cidade,
bem todo o empreendimento comercializado, do valor de cada região, do que favorece
para que possa responder as dúvidas do seu ou desfavorece um imóvel.
cliente.
Legislação Imobiliária - Aula 1 7 Instituto Universal Brasileiro
imóveis, seguros, serviços, financiamentos,
plantões, consultorias etc.

Locais de atuação

O corretor de imóveis não pode mais co-


locar uma placa e ficar aguardando alguém
que venha à procura de um imóvel para com-
prar, vender ou mesmo alugar, como aconte-
cia antigamente. Nos dias de hoje, ele não
mais trabalha com um imóvel apenas, espe-
rando a vinda de um possível cliente
O consultor trabalha em uma imobiliá-
ria, junto às construtoras, em parceria com
engenheiros e arquitetos e, até mesmo, via
Internet, agendando clientes e criando sites
Hoje, o corretor antigo transformou-se no para consultas.
Consultor de negócios imobiliários:

consultor de negócios imobiliários, traba-


lhando com profissionais competentes como
engenheiros, arquitetos, contadores, econo-
mistas, securitários ou profissionais de outros
segmentos. O trabalho em equipe faz o dife-
rencial da empresa imobiliária, atendendo a
clientes de setores amplos e complexos,
sempre agregando novos produtos como se-
Oportunidade de negócio

guros administrativos, investimentos imobi-


Com as muitas atribuições e a correria

liários etc.
do dia-a-dia, várias pessoas que procuram

Os consultores devem encarar o espaço


apartamentos e casas para comprar, ou alu-

da empresa imobiliária como um amplo con-


gar, não têm tempo de ir a uma imobiliária

sultório de geração de negócios onde é possí-


para conversar com um corretor sobre o tipo

vel comercializar imóveis. Mas, não só imóveis


de imóvel que procura. Estas pessoas, então,

são negociados, acima de tudo, serviços imo-


procuram via Internet, selecionando entre os

biliários e de assessoria imobiliária, em que o


anúncios, o imóvel que mais lhe convém. É

consultor tem atuação, podendo e devendo


possível escolher por bairro, valor disponível,

orientar o cliente, prestando-lhe um serviço


tamanho do imóvel (de 1, 2, 3 ou mais dormi-

completo, atendendo-o na sua expectativa e fi-


tórios), flat etc.

delizando os clientes junto à empresa.


Um consultor atualizado não deve per-

Assim, há um leque de produtos e ser-


der mais esta oportunidade de negócio, de-

viços que os consultores, devidamente ha-


vendo assim utilizar-se desta ferramenta em

bilitados e reciclados, poderão oferecer,


seu trabalho. Após a seleção do imóvel, é pos-

atendendo o cliente em todas as suas ex-


sível, inclusive, agendar uma visita com o cor-

pectativas.
retor e receber dele outras sugestões.

O corretor, e agora consultor, deverá Atualmente, não são apenas casas, ter-
sempre estar em busca de novos produtos no renos e apartamentos que são comercializa-
mercado, ampliando assim as opções de dos pelo TTI. Ele pode, também, negociar:
oferta. Com a existência de um potencial salas comerciais e salas em escritórios, hospi-
enorme de produtos e serviços para agregar à tais, lojas em shopping, flats, resort, clube de
atividade de corretagem, basta sair em campo. férias, galpões industriais e até cemitérios.
Haverá sempre alguém precisando de Deste modo, o consultor trabalha em
um consultor de negócios, especializado em muitos lugares como: sala de uma imobiliária,
Legislação Imobiliária - Aula 1 8 Instituto Universal Brasileiro
na rua, pelo computador, via Internet, em plan- Incorporada às novas regras impostas
tões nos lançamentos de loteamentos diversos pelo novo Código Civil, têm-se ainda outras le-
(casas, prédios, sítios) etc. Além da flexibili- gislações inerentes à atividade profissional, as
dade de lugar, o corretor conta, inclusive, com quais possibilitam aos órgãos fiscalizadores da
uma grande flexibilidade de horário, o que faz categoria, aplicar sanções administrativas, das
desta profissão uma opção para aqueles que quais citamos:
gostam de trabalhar com maior liberdade.
1) Lei nº 6.530-/78
2) Decreto 8.1871/78
3) Resoluções COFECI nos 146/82;
199/85; 326/92; 334/92; 458/95

Some, ainda, as disposições inerentes à


comercialização de imóveis, como por exem-
plo: Leis nos. 4591/64; 4.380/64; 6.015/73;
6.766/79; 8.078/90; 9.514/97; 10.257/01.

Após o término do curso de TTI, você tam-


bém poderá trabalhar como um profissional li-
Atualmente, com a vigência da Lei

beral, isto é, sem estar vinculado a nenhuma


8.078/90, conhecida como Código de De-

imobiliária. Estabelecendo-se por conta própria,


fesa do Consumidor, tem se exigido dos

poderá atuar como corretor, despachante, dar


prestadores de serviços qualidade em

consultorias imobiliárias, enfim, exercer todas as


suas atividades, pondo-os como alvos

atribuições de um TTI. Pode ainda escolher um


quando se verificam vícios e defeitos

local próprio para trabalhar, que pode ser sua


quanto à forma da execução dos servi-

casa, uma sala, ou escritório próprio ou alugado.


ços, exigindo-se a específica reparação

Conhecer todas as suas responsabilidades,


dos danos existentes, dependendo da ve-

porém, é imprescindível, bem como manter-se


rificação de culpa.

atualizado e ter seu registro junto ao CRECI. Da Corretagem


O tema ainda requer reflexão em nosso
sistema legislativo que tem um histórico de
Responsabilidade do Corretor
toda a responsabilidade aplicável ao profissio-
perante o novo Código Civil
Com o advento da Lei 10.406/02 vigente nal de intermediação imobiliária, visto que
a partir de 11/01/2003, as modificações intro- estes assumem notável conotação nas altera-
duzidas por este novo código muito nos preo- ções introduzidas, segundo o capítulo XIII, sob
cupam, já que os profissionais do mercado o título: Da Corretagem, arts. 722 a 729.
imobiliário, mais especificamente os corretores
de imóveis, imobiliaristas, consultores e afins, Art. 722 - Pelo contrato de corretagem,
obrigatoriamente, deverão adequar-se à reali- uma pessoa, não ligada a outra em virtude de
dade imposta pela referida Lei, sob pena de mandato, de prestação de serviços ou por
estarem fadados a suportarem ônus advindo qualquer relação de dependência, obriga-se o
da evolução tecnológica e concorrência e, obter para a segunda um ou mais negócios,
ainda, da imposição legal, sob pena de serem conforme as instruções recebidas.
excluídos do mercado.
Legislação Imobiliária - Aula 1 9 Instituto Universal Brasileiro
Estas são algumas responsabilidades
Art. 723 - O corretor é obrigado a exe- que todo profissional liberal deve estar
cutar a mediação com diligência e prudência, ciente ao exercer suas atividades junto à co-
prestando ao cliente todas as informações letividade. Assim, você, consultor imobiliá-
sobre o andamento dos negócios; deve, rio, que também atua junto a um público e,
ainda, sob pena de responder por perdas e como profissional liberal, deve conhecer as
danos, prestar ao cliente todos os esclareci- consequências de uma negociação que
mentos acerca da segurança ou risco do ne- possa causar algum dano ou prejuízo ao
gócio, das alterações de valores e do mais cliente, pois responderá pelos seus atos.
que possa influir nos resultados. Conhecer em profundidade seus direitos e
deveres é importante para que tenha mais
Art. 724 - A remuneração do corretor, segurança durante o exercício de sua profis-
se não estiver fixada em Lei, nem ajustada são. Pesquise e estude sempre. Na dúvida,
entre as partes, será arbitrada segundo a consulte um advogado.
natureza do negócio e os usos locais.

Art. 725 - A remuneração é devida ao


Da Responsabilidade Civil

corretor uma vez que tenha conseguido o re-


Título IX
sultado previsto no contrato de mediação,
Capítulo I
ou ainda que este não se efetive em virtude
Da Obrigação de Indenizar
de arrependimento das partes.
Art. 927 - Aquele que, por ato ilícito, cau-
Art. 726 - Iniciado e concluído o negó- sar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo .
cio diretamente entre as partes, nenhuma
remuneração será devida ao corretor; mas Parágrafo Único – Haverá obrigação de
se, por escrito, for ajustada a corretagem reparar o dano, independentemente de culpa,
com exclusividade, terá o corretor direito à no casos especificados em Lei, ou quando a
remuneração integral, ainda que realizado o atividade, normalmente desenvolvida pelo
negócio sem a sua mediação, salvo se com- autor do dano, implicar, por sua natureza, risco
provada sua inércia ou ociosidade. para os direitos de outrem .

Art. 727 - Se, por não possuir prazo de- Art. 932 - São também responsáveis pela
terminado, o dono do negócio dispensar o reparação civil.
corretor, e o negócio se realizar posterior-
mente como fruto da sua mediação, a cor- III – O empregador ou comitente, por
retagem lhe será devida; igual solução se seus empregados, serviçais e prepostos no
adotará se o negócio se realizar após a de- exercício do trabalho que lhes competir, ou em
corrência do prazo contratual, mas por efeito razão dele.
dos trabalhos do corretor.
Art. 935 - A responsabilidade civil é in-
Art. 728 – E se o negócio se concluir dependente da criminal, não se podendo
com a intermediação de mais de um corre- questionar mais sobre a existência do fato,
tor, a remuneração será paga a todos em ou sobre quem seja o seu autor quando
partes iguais, salvo ajuste em contrário. estas questões se acharem decididas no
juízo criminal
Art. 729 – Os preceitos sobre a corre-
tagem constantes deste código não excluem Art. 942 - (Parágrafo único) - São soli-
a aplicação de outras normas da legislação dariamente responsáveis com os autores os
especial. coautores e as pessoas designadas no art.
932.
Legislação Imobiliária - Aula 1 10 Instituto Universal Brasileiro
Da Indenização Responsabilidade
Capítulo II Extracontratual
Art. 944 - A indenização mede-se pela ex- É verificada pelos agentes, desde que
tensão do dano. seja conhecida e comprovada que esse agiu
ou não com culpa.
Existem, basicamente, três tipos de res-
ponsabilidade: Responsabilidade Criminal
Entende-se a obrigação de sofrer os cas-
tigos ou incorrer nas sanções penais impostas
- Responsabilidade contratual

ao agente do fato ou omissão criminosa.


- Responsabilidade extracontratual

Alguns requisitos são exigidos para a ca-


- Responsabilidade criminal

racterização do dano em concreto, admitindo


também, certas especificações na respectiva
Responsabilidade Contratual
Em sentido amplo, a expressão exprime formulação. Assim, requer-se:
a obrigação assumida pelas partes contratan-
tes, em virtude da qual se acham no dever de A) Dano atual - Não é remoto, mas
fazer, ou cumprir, tudo o que tenham conven- aceita-se o dano futuro, ou a perda de oportu-
cionado ou ajustado. nidade, desde que as consequências certas e
Desse modo, evidenciada a responsabi- previsíveis da ação sejam violadoras.
lidade contratual da parte, quando não cumpre B) Dano Certo - Definido, ou pelo menos,
a obrigação a que está sujeita, pode ser com- determinável, porém, admite-se o damnum in-
pelida pela outra a cumpri-la sob pena de res- fectum e a perda do prêmio face ao acidente.
ponder pelos danos que lhe possam ser C) Dano Pessoal - Refletido na pessoa
causados. do lesado.
D) Dano Direto - Resultante da ação vio-
Responsabilidade contratual: Esta ladora, contudo se acolhe o dano derivado ou
acepção exprime o mesmo que obrigação reflexo.
contratual ou obrigação derivada do con- Faz-se necessário que o dano decor-
trato ou da convenção. rente de outrem, relacionado ou não com o
Neste sentido, entendem-se as ex- lesado, seja traduzido em:
pressões: responsabilidade do devedor, do A) ato ilícito
credor, do cedente, do cessionário, do B) exercício de atividade perigosa
mandante, do mandatário, do fiador, do lo- Dois planos desdobram a teoria da res-
cador, do locatário etc. Revela-se a obriga- ponsabilidade civil: responsabilidade subjetiva e
ção que deve ser cumprida por eles, em objetiva. A ação qualificada pelo direito, faz gerar,
virtude da convenção estabelecida. para o violador, a obrigação de reparação no:
A) Âmbito do ilícito: Consubstancia-se,
Mas, em sentido especial, a responsabi- em fato humano próprio (responsabilidade di-
lidade contratual é a obrigação de indenizar reta) ou de outrem, ou ainda, de coisa inani-
ou de ressarcir os danos causados pela ine- mada (responsabilidade extracontratual) e, do
xecução de cláusula contratual ou pela má outro lado, em retardamento ou descumpri-
execução da obrigação nela estipulada. mento total ou parcial da obrigação ou do con-
Assim sendo, a responsabilidade, além de trato (responsabilidade contratual).
fixar a obrigação que não foi cumprida, deter- Na prática de ilícito, fora ou dentro da re-
mina a obrigação de ressarcir o dano conse- lação contratual, nasce a obrigação de reparar
quente do inadimplemento ou má execução (conforme o sistema das codificações em
da obrigação contratual. nosso Código Civil Art. 159).
Legislação Imobiliária - Aula 1 11 Instituto Universal Brasileiro
Art. 159 - Serão igualmente anuláveis Art. 249 - Se o fato puder ser executado
os contratos onerosos do devedor insol- por terceiro, será livre ao credor mandá-lo
vente, quando a insolvência for notória, ou executar à custa do devedor, havendo recusa
houver motivo para ser conhecida do outro ou mora deste, sem prejuízo da indenização
contratante. cabível.
B) Exercício de atividade perigosa: Há
leis especiais sobre atividades perigosas,
apartadas das codificações que estão em vigor
Transações imobiliárias
e que vêm sendo editadas desde a construção
das estradas de ferro. Estas leis se aplicam Toda transação imobiliária é funda-
atualmente às empresas que desenvolvem ati- mentada em contratos de compromisso,
vidades de risco. de compra, de venda etc. Pois seu con-
trato de trabalho é caracterizado por uma
Análise das ações prestação de serviços (Artigos 593 a 609).

Deve haver vínculo (nexo causal) entre Art. 593 - A prestação de serviço, que
ação e o evento, de sorte a poder-se concluir não estiver sujeita às Leis trabalhistas ou a Lei
que o dano proveio de fato do agente. Em ou- especial, reger-se-á pelas disposições deste
tras palavras, que exista uma relação certa e di- capítulo.
reta entre o fato desencadeador e o resultado
danoso dentro da teoria denominada de equi- Art. 594 - Toda espécie de serviços ou
valência das condições. trabalho lícito, material ou imaterial, pode ser
Cumpre, a propósito, demonstrar-se em contratada mediante retribuição.
concreto essa relação pela análise de subjeti-
vidade do agente e das circunstâncias do Art. 595 - No contrato de prestação de
caso, caracterizando-se a responsabilidade, serviço, quando qualquer das partes não sou-
na hipótese de derivação de ilícito (subjetiva), ber ler, nem escrever, o instrumento poderá
pela demonstração da existência de dolo (von- ser assinado a rogo e subscrito por duas tes-
tade ou consciência) ou de culpa (negligência temunhas.
ou imperícia) do causador e, na decorrência da
atividade perigosa (objetiva) pelo simples im- Art. 596 - Não se tendo estipulado, nem
plemento da relação causal (independente- chegado a acordo as partes, fixar-se-á por ar-
mente da subjetividade do agente). bitramento a retribuição, segundo o costume do
lugar, o tempo de serviço e sua qualidade.
Obrigações do consultor imobiliário
Art. 597 - A retribuição pagar-se-á depois
O consultor imobiliário, podendo atuar de prestado o serviço se, por convenção ou
como profissional liberal, deve, no campo profis- costume, não houver de ser adiantada, ou
sional, na qualidade de autônomo/liberal, assu- paga em prestações.
mir suas responsabilidades (Artigos 247 a 249).
Art. 598 - A prestação de serviço não se
Art. 247 - Incorre na obrigação de in- poderá convencionar por mais de quatro anos,
denizar perdas e danos o devedor que recu- embora o contrato tenha por causa o pagamento
sar a prestação a ele só imposta, ou só por de dívida de quem o presta, ou se destine à exe-
ele exequível . cução de certa e determinada obra. Neste caso,
decorridos quatro anos, dar-se-á por findo o con-
Art. 248 - Se prestação do fato tornar-se trato, ainda que não concluída a obra.
impossível, sem culpa do devedor, resolver-
se-á a obrigação; se por culpa dele, respon- Art. 599 - Não havendo prazo estipulado,
derá por perdas e danos. nem se podendo inferir da natureza do con-
Legislação Imobiliária - Aula 1 12 Instituto Universal Brasileiro
trato, ou do costume do lugar, qualquer das Art. 605 - Nem aquele que os serviços
partes, a seu arbítrio, mediante prévio aviso, são prestados poderá transferir a outrem o di-
pode resolver o contrato. reito aos serviços ajustados, nem o prestador
de serviços, sem concordância da outra parte,
Parágrafo Único - Dar-se-á o aviso: dar substituto que os preste.

I - Com antecedência de oito dias, se o Art. 606 - Se o serviço for prestado por
salário se houver fixado por tempo de um mês, quem não possua título de habilitação, ou não
ou mais. satisfaça requisitos outros estabelecidos em
Lei, não poderá quem os prestou cobrar a re-
II - Com antecipação de quatro dias, se tribuição normalmente correspondente ao tra-
o salário se tiver ajustado por semana, ou balho executado. Mas, se deste resultar
quinzena. benefício para a outra parte, o juiz atribuirá a
quem o prestou uma compensação razoável,
III - De véspera, quando se tenha contra- desde que tenha agido com boa-fé.
tado por menos de sete dias.
Parágrafo Único - Não se aplica a se-
Art. 600 - Não se conta no prazo do con- gunda parte deste artigo, quando a proibição
trato o tempo em que o prestador de serviço, da prestação de serviço resultar de Lei de
por culpa sua, deixou de servir. ordem pública.

Art. 601 - Não sendo o prestador de ser- Art. 607 - O contrato de prestação de ser-
viço contratado para certo e determinado tra- viço acaba com a morte de qualquer das par-
balho, entender-se-á que se obrigou a todo e tes. Termina, ainda, pelo escoamento do
qualquer serviço compatível com as suas for- prazo, pela conclusão da obra, pela rescisão
ças e condições. do contrato mediante aviso prévio, por inadim-
plemento de qualquer das partes ou pela im-
Art. 602 - O prestador de serviço contra- possibilidade da continuação do contrato,
tado por tempo certo, ou por obra determi- motivada por força maior.
nada, não se pode ausentar, ou despedir, sem
justa causa, antes de preenchido o tempo, ou Art. 608 - Aquele que aplicar pessoas
concluída a obra. obrigadas em contrato escrito a prestar ser-
viço a outrem pagará a este a importância
Parágrafo Único - Se, despedir-se sem que o prestador de serviço, pelo ajuste des-
justa causa, terá direito à retribuição vencida, feito, houvesse de caber durante dois anos.
mas responderá por perdas e danos. O mesmo
dar-se-á, se despedido por justa causa. Art. 609 - A alienação do prédio agrícola,
onde a prestação dos serviços se opera, não
Art. 603 - Se o prestador de serviço for importa a rescisão do contrato, salvo ao pres-
despedido sem justa causa, a outra parte será tador opção entre continuá-lo com o adqui-
obrigada a pagar-lhe por inteiro a retribuição rente da propriedade ou com primitivo
vencida, e por metade a que lhe tocaria de contratante.
então ao termo legal do contrato.

Art. 604 - Findo o contrato, o prestador


O profissional deverá responder por

de serviço tem direito a exigir da outra parte a


danos causados no exercício de sua pro-

declaração de que o contrato está findo. Igual


fissão (artigos 402 a 405).

direito lhe cabe, se for despedido sem justa Art. 402 - Salvo as exceções expressa-
causa, ou se tiver havido motivo justo para dei- mente previstas em Lei, as perdas e danos de-
xar o serviço. vidas ao credor abrangem, além do que ele
Legislação Imobiliária - Aula 1 13 Instituto Universal Brasileiro
efetivamente perdeu, o que razoavelmente dei- Art. 108 - Não dispondo a Lei em contrá-
xou de lucrar. rio, a escritura pública é essencial à validade dos
negócios jurídicos que visem à constituição,
Art. 403 - Ainda que a inexecução resulte transferência, modificação ou renúncia de direi-
de dolo do devedor, as perdas e danos só in- tos reais sobre imóveis de valor superior a trinta
cluem os prejuízo do disposto na Lei processual. vezes o maior salário mínimo vigente no país.

Art. 404 - As perdas e danos, nas obriga- Art. 109 - No negócio jurídico celebrado
ções de pagamento em dinheiro, serão pagas com cláusula de não valer sem instrumento pú-
com atualização monetária segundo índices ofi- blico, este é da substância do ato.
ciais regularmente estabelecidos, abrangendo
juros, custas e honorários de advogado, sem Art. 110 - A manifestação da vontade sub-
prejuízo da pena convencional. siste ainda que o seu autor haja feito a reserva
mental de não querer o que manifestou, salvo se
Parágrafo único - Provado que os juros da dela o destinatário tinha conhecimento.
mora não cobrem o prejuízo, e não havendo
pena convencional, pode o juiz conceder ao cre- Art. 111 - O silêncio importa anuência,
dor indenização suplementar, havendo pena quando as circunstâncias ou usos o autoriza-
convencional, pode o juiz conceder ao credor in- rem, e não for necessária a declaração de von-
denização suplementar. tade expressa.

Art. 405 - Contam-se os juros de mora Art. 112 - Nas declaração de vontade se
desde a citação inicial. atenderá mais à intenção nelas consubstanciada
do que ao sentido literal da linguagem.

Art. 113 - Os negócios jurídicos devem ser


O profissional deverá entender sobre

interpretados conforme a boa-fé e os usos do


os negócios jurídicos - Art. 104 à 114.

Art. 104 - A validade do negócio jurídico lugar de sua celebração.


requer.
Art. 114 - Os negócios jurídicos benéficos
I - Agente capaz. e a renúncia interpretem-se estritamente.
II - Objeto lícito, possível, determinado
ou determinável. Diante daquilo que está exposto em toda
III - Forma prescrita ou não na defesa a legislação pertinente a responsabilidade civil
em Lei. do corretor, juridicamente existe ainda as san-
ções disciplinares, que são as resoluções, por-
Art. 105 - A incapacidade relativa de uma tarias e circulares capazes de oferecer aos
das partes não pode ser invocada pela outra em mesmos os meios e mecanismos necessários
benefício próprio, nem aproveita aos cointeres- a coibir uma atividade profissional perniciosa,
sados, salvo se, neste caso, for indivisível o ob- danosa e causadora de um complexo efeito,
jeto do direito ou da obrigação comum. capaz de denegrir toda uma categoria. Isso
pode ir de apenas uma advertência verbal,
Art. 106 - A impossibilidade inicial do ob- censura, multa, suspensão da inscrição ou a
jeto não invalida o negócio jurídico se for rela- apreensão da carteira profissional.
tiva, ou se cessar antes de realizada a Portanto, devemos pautar pelo profis-
condição a que ele estiver subordinado. sionalismo, para que possamos agregar
novos cliente, havendo uma integração tão
Art. 107 - A validade da declaração de von- grande que no futuro, talvez, o chamemos
tade não dependerá de forma especial senão de parceiro.
quando a Lei expressamente a exigir.
Legislação Imobiliária - Aula 1 14 Instituto Universal Brasileiro
Aula 1

1. O que é preciso se fazer para exercer a função de corretor?

R:___________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________

2. Escolha três áreas de atuação de um Técnico em Transação Imobiliária e explique suas


atribuições.

R:___________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________

3. Quais os tipos de imóveis que um consultor imobiliário pode comercializar? Cite, pelo menos,
cinco.

R:___________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________

4. Onde um TTI pode trabalhar, comercializando os imóveis de diversos tipos?

R:___________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________

5. O TTI pode trabalhar como um profissional liberal? O que ele deve fazer?

R:___________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________

6. Questões sobre a Lei 8.078 - Código de Defesa do Consumidor.

a) Esta Lei interfiriu no trabalho de um TTI? Por quê?

R:______________________________________________________________________
____________________________________________________________________________

b) De acordo com o Artigo 723 desta lei, quais as responsabilidades de um TTI?

R:______________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________

Legislação Imobiliária - Aula 1 15 Instituto Universal Brasileiro


c) Explique, com suas palavras, o Artigo 726.

R:______________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________

7. Por que o TTI deve conhecer todos os seus direitos e deveres?

R:______________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________

8. Assinale a alternativa correta:

Responsabilidade Contratual é:
( ) a obrigação de se fazer um contrato redigido com palavras e expressões de difícil com-
preensão.
( ) a obrigação assumida pelas partes contratantes com o dever de cumprir tudo o que foi
convencionado ou ajustado.
( ) a obrigação de uma pessoa apresentar a outra um contrato com suas intenções.

O Corretor e suas atribuições


Leia com atenção esta situação e pesquise antes de respondê-la.

Pedro tem um apartamento de dois dormitórios e resolveu colocá-lo a venda. Procurou


uma imobiliária conhecida, onde Marcos, seu amigo, trabalha, acertando, por escrito, com ele a
exclusividade do negócio e demais detalhes como valor do imóvel, modo de pagamento, horá-
rios de visitas etc.
Marcos se empenhou na venda chegando a levar alguns clientes para visitar o imóvel,
porém não conseguiu efetuar a negociação.
Três meses depois, Ana, uma amiga do escritório onde Pedro trabalha, interessou-se pelo
apartamento e eles acertaram a venda sem comunicá-la ao Marcos, tentando economizar sua
comissão.

Após seus estudos, responda:


Marcos tem direito a receber sua comissão? Justifique sua resposta baseando-se nas leis
estudadas.

R:______________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________

Legislação Imobiliária - Aula 1 16 Instituto Universal Brasileiro


A lei de introdução ao Código Civil é
norma de sobredireito ou de apoio consistente
num conjunto de normas, cujo objetivo princi-
pal é disciplinar as próprias normas jurídicas.
AULA 2
De fato, norma de sobredireito é a que
LEGISLAÇÃO IMOBILIÁRIA
disciplina a emissão e aplicação de outras nor-
mas jurídicas.

Esta lei de introdução cuida de:


Lei e Direito

O direito é um termo derivado do latim ► Normas de direito privado internacional


directum, do verbo dirigere que quer dizer: ► Critérios hermenêuticos
dirigir, ordenar, endireitar. Podemos ainda ► Critérios de integração do ordena-
afirmar que seu significado maior é aquilo mento jurídico
que é reto. ► Conflito de leis no tempo
► Conflito de leis no espaço
A regulamentação jurídica tem por ob- ► Vigência e eficácia das normas jurídicas
jetivo a regulação da vida social, dando-nos
a obrigação de respeitar as normas impos- Esta lei de introdução, no fundo, é uma lei
tas pelo Estado, ou seja, é uma obrigação de introdução às leis, que contém princípios ge-
moral imposta e a cada desvio, poderemos rais sobre as normas sem qualquer discrimina-
responder juridicamente pelos nossos atos ção. Ela é aplicável a todo ramo do direito.
de forma processual.
Lei

A legislação imobiliária é totalmente fun-


damentada dentro do Código Civil (CC).

A lei de introdução ao Código Civil (de- Aquilo que vamos estudar dentro da le-
creto-lei 4.657/142) não faz parte do Código gislação imobiliária específica fica dentro deste
Civil, embora esteja anexada a ele, antece- conceito e regramento jurídico.
dendo-o. Trata-se de um todo em separado. Veremos assim que, enquanto o código
O Código Civil regula os direitos e obri- cria e revoga normas, a consolidação reúne as
gações da ordem privada, ao passo que a lei já existentes, isto é, não cria, nem revoga. De-
de introdução disciplina o âmbito de aplica- vemos salientar, também, que o Código Civil
ção das normas jurídicas. é uno, as suas divisões são apenas para fins
didáticos e nada mais.
Legislação Imobiliária - Aula 2 17 Instituto Universal Brasileiro
As leis são Federais, Estaduais e Munici-
A lei de introdução, em seu artigo 1º,
pais, sempre respeitando a hierarquia na se-
diz que: “Salvo disposição em contrário, a lei
quência apresentada.
começa a vigorar em todo o país em 45 dias
A Lei Maior, Constituição Federal, é de
de sua publicação, o dever de publicar é do
onde, teoricamente, tudo deve emanar.
Estado para que ninguém alegue ignorância
Leis Federais - Código Civil, Código de
a Lei”.
Processo Civil, Código Penal, Código de Pro-
cesso Penal, Consolidação das Leis do Tra-
balho e outras Leis em apartado aos Códigos
vigentes, por exemplo, a Lei do Divórcio, Lei
Vacatio Legis

O período chamado vacatio legis é o dos crimes Hediondos e outras Leis até
tempo entre a publicação da lei e sua entrada mesmo mais antigas que a nossa Constitui-
em vigor e tem a finalidade de que todos tomem ção, que foi promulgada no ano de 1988.
ciência, conhecimento e se preparem para a
sua vigência. Existem duas normas que exigem
obrigatoriamente a vacatio legis, que são:
Direito

► A lei que cria e aumenta a contribuição Com a dinâmica da vida social e o seu
social para a seguridade social: Ela entra em desenvolvimento, as Leis vão se alterando
vigor após noventa dias de sua publicação (art. na tentativa do aprimoramento da socie-
195 parágrafo 6º, Constituição Federal). dade, e assim vão acontecendo as refor-
► Outra Lei obrigatória é aquela que mas de nossos Códigos. Tivemos uma em
aumenta tributos: Só pode entrar em vigor 2002, a reforma do Código Civil, que elimi-
noventa dias de sua publicação (art. 150 III, nou o Código Comercial, que era em apar-
Constituição Federal) e, além do mais, deve tado, e o fundiu em seu bojo, deixando de
ser sempre observado o princípio da ante- ser em apartado para ser integrante e parte
rioridade. do mesmo.
Em contrapartida, existem três hipóteses
em que a vigência é imediata sem que haja o
Direito objetivo: É uma regra social
► Atos administrativos, salvo disposição
vacatio legis:
imposta a todos. Isto está na Lei.
em contrário, entram em vigor na data de sua pu-
blicação (art. 103, Código Tributário Nacional). Direito subjetivo: Significa uma
► Emendas constitucionais, entram em ação assegurada legalmente a toda e
vigor no dia de sua publicação.
► Lei que altera, cria ou reforma o pro-
qualquer pessoa em defesa de seus di-

cesso eleitoral, também tem vigência imediata,


reitos e proteção de seus bens materiais

na data de sua publicação.


e imateriais, podendo ou não agir e usar
a faculdade deste direito.

As hierarquias das Leis

As fontes do Direito são os usos e


costumes e vêm da necessidade do ser
humano ser conduzido, dando a ele os
ordenamentos obrigatórios de conduta e
regramento em geral.

Legislação Imobiliária - Aula 2 18 Instituto Universal Brasileiro


poderão ser ou não utilizadas, reconhecendo
assim a existência de um direito.
Direito Público e Privado
► Direito Público: Regula um conjunto
de normas de interesse da ordem coletiva,
em especial nas instituições públicas e as re-
Quanto à natureza

lações dos poderes públicos entre si e destes Adjetivas: São as leis de forma, que de-
para com os elementos particulares. terminam como serão os trâmites a serem se-
Esta norma tem sempre o dever de re- guidos no ordenamento dos direitos e na
gular algum interesse direto ou indireto do defesa deste direito.
próprio Estado, podendo ainda ser dividido
em interno e externo. Substantivas: São Leis que regulam a
O público interno tem o objetivo de re- relação entre as pessoas, podemos chamar de
gular o Direito de cada Estado, abrangendo Leis de Fundo ou Leis Materiais.
assim o Direito Constitucional, Direito Admi-
nistrativo, Direito Financeiro, Direito Penal, Na legislação imobiliária, iremos estu-
Direito Tributário, Direito Penal e Processual dar praticamente as relações entre as par-
Penal, Direito Civil e Processual Civil. tes nas transações que houverem sobre os
► Direito Privado (interno): É a utiliza- Bens Imóveis e seus direitos (por exemplo,
ção do direito positivo ou objetivo, sendo uti- direito sucessório).
lizado para ser regulador dos interesses do
indivíduo.
Em nossos estudos, nos deteremos no
Bens Móveis e Imóveis
Direito Privado Civil, que regula as relações Bens representam valores materiais ou
particulares ou de interesses civis. imateriais, que servem nas relações jurídicas
e se classificam em imóveis ou móveis.
- Direito das sucessões
- Direito das Obrigações de Fazer e
Não-fazer etc.
Bens Móveis
- Direito das Coisas São bens que podem ser transportados
- Direito de Família de um lugar para outro sem perda ou prejuízo
- Direito Comercial de sua substância ou conteúdo. Os bens mó-
- Direito Trabalhista veis são os que têm movimento próprio (ex.:
animais) ou por auxílio de algo (ex.: veículos,
Como podem ser as leis dinheiro, alimentos).

São considerados bens móveis por dis-


posição legal (art. 83 do CC - Código Civil):
Quanto aos efeitos

Imperativas: Com conteúdo ordenativo,


são aquelas que impõem uma regra, precei- • As energias que tenham valor econô-
tuando um dever ou obrigação. Elas não proí- mico (energia elétrica, energia solar etc).
bem, mas, de modo positivo, objetivam a
prática de um ato. • Os direitos reais sobre objetos móveis e
as ações respectivas (penhor, anticrese etc.)
Proibitivas: Determinam uma abstenção
ou não, permitindo assim que se possam fazer • Os direitos de caráter patrimonial e res-
tal coisa ou se pratiquem tal ato. pectivas ações, direitos autorais, direito credi-
tórios, patentes de invenção.
Facultativas: Sempre sobre determina-
dos atos ou certos fatos, dando certa liberdade Os bens que têm movimento próprio
ou faculdade, instituindo regras e formas que são chamados de semoventes.

Legislação Imobiliária - Aula 2 19 Instituto Universal Brasileiro


Dos Bens Reciprocamente
Considerados

Artigo 92: Principal é o bem que existe


sobre si, abstrata ou concretamente; acessório,
aquele cuja existência supõe a do principal.

Artigo 93: São pertenças os bens que,


não constituindo partes integrantes, desti-
nam-se de modo duradouro, ao uso ou ser-
viço de outro.

Artigo 94: Os negócios jurídicos que


dizem respeito ao bem principal não abrangem
as pertenças, salvo se o contrário, resultar da
lei, da manifestação de vontade, ou das cir-
cunstâncias do caso.

Artigo 95: Apesar de ainda não separa-


dos do bem principal, os frutos e produtos
Bens Fungíveis/Consumíveis
Artigo 85: São fungíveis os bens móveis podem ser objeto de negócio jurídico.
que podem ser substituídos por outros da
mesma espécie, qualidade e quantidade. Artigo 96: As benfeitorias podem ser vo-
luptuárias, úteis ou necessárias.
Artigo 86: São consumíveis os bens mó-
veis cujo uso importa imediata destruição da 1º São voluptuárias as de mero deleite
própria substância, sendo também considera- e recreio, que não aumentam o uso habitual
dos tais os destinados à alienação . do bem, ainda que o tornem mais agradável
ou que sejam de elevado valor.
Artigo 87: Bens divisíveis são os que se
pode fracionar sem alteração de sua substân- 2º São úteis as que aumentam ou faci-
cia, diminuição considerável de valor, ou pre- litam o uso do bem.
juízo do uso a que se destinam.
3º São necessárias as que têm por fim
Artigo 88: Os bens naturalmente divisí- conservar o bem ou evitar que se deteriore.
veis podem tornar-se indivisíveis por determi-
nação da lei ou por vontade das partes. Artigo 97: Não se consideram benfeito-
rias os melhoramentos ou acréscimos sobre-
Artigo 89: São singulares os bens que, vindos ao bem sem a intervenção do
embora reunidos, consideram-se, por si, inde- proprietário, possuidor ou detentor.
pendentes do demais.

Artigo 90: Constitui universalidade de


Bens Imóveis

fato a pluralidade de bens singulares que, per-


tinentes à mesma pessoa, tenham destinação
Imóveis por acessão física

unitária. É aquele imóvel que o homem incorpora


ao solo de forma permanente, assim como as
Parágrafo Único: Os bens que formam plantações, edificações (prédios, casas etc) e
essa universalidade podem ser objeto de rela- as construções (estradas, pontes, ferrovias
ções jurídicas próprias. etc.).
Legislação Imobiliária - Aula 2 20 Instituto Universal Brasileiro
Bem também podem ser fungível, isto é,
quando ele pode ser substituído por outro com
características iguais ou similares: um veículo,
um sapato etc.
Ele é considerado não fungível quando
inexiste a possibilidade de substituição por
outro igual ou equivalente em qualidade e
quantidade. Os bens não fungíveis podem ser
móveis (uma pintura), ou imóveis.

Os Bens se classificam ainda em


Divisíveis e Indivisíveis

Divisíveis: São aqueles que podem ser


divididos em porções distintas e cada qual
forma um todo perfeito (um terreno).
Imóveis por sua própria natureza Indivisíveis: São aqueles que não
podem ser divididos.
O solo, o subsolo e o espaço aéreo
são, pela própria natureza, bens imóveis. Devemos ainda conceituar algumas pa-
Aqui cabe uma explicação: o espaço aéreo lavras comumente utilizadas:
é pertencente à administração do governo
federal e o subsolo pertence a União, só
ela tem o direito de explorar, podendo
Constituem

assim dar concessões para exploração do Pertenças: São bens acessórios que
mesmo. Ex.: exploração de petróleo, minas são parte integrante de outro bem, destinando-
de ouro etc. se de modo duradouro e permanente ao uso,
aformoseamento ou serviço do bem principal.
Civis: São os rendimentos, juros, divi-
dendos obtidos através da utilização do bem
Imóveis por acessão intelectual ou por

(aluguel de um imóvel).
destinação do proprietário

Eles consistem em coisas móveis que Industriais: Produzidos artificialmente


o proprietário de um imóvel imobiliza a fim com a intervenção humana na natureza pela
de aprimorar-se ou explorá-lo industrial- industrialização de algum bem. Exemplo: en-
mente (máquinas, ornamentos, geradores, garrafamento de água mineral.
escadas de emergência, portas corta-fogo, Benfeitorias: São os melhoramentos e
ar-condicionado). reparos para a conservação, aformoseamento
ou aumento de utilidade de alguma coisa.
Existem aqueles bens imóveis, por dis- Podem ser:
posição legal, que garantem direitos: a) Necessárias: Todo e qualquer con-
serto, reforma ou reparo destinado a conserva-
ção, tanto quanto a qualidade como ao uso,
para evitar a deterioração (pintura) de um bem.
Direitos Reais sobre Bens Imóveis e

b) Úteis: Reformas efetuadas com a fina-


as Ações que os asseguram
Trata-se de bens incorpóreos. São coi- lidade de ampliar a utilidade do bem (energia
sas imateriais, abstratas, não palpáveis. Po- solar, reutilização da água, lâmpadas frias etc).
demos citar, entre eles, o Usufruto, o Uso, a c) Voluptuárias: Reparos e modifica-
Propriedade, a Habitação, e ainda os direitos ções feitas no imóvel com a finalidade de em-
reais de garantia, tais como: penhor, hipo- belezá-lo e aumentar sua comodidade
teca, anticrese etc. (construção de uma piscina).
Legislação Imobiliária - Aula 2 21 Instituto Universal Brasileiro
Evicção e Posse

Evicção

A evicção consiste na perda da proprie-


dade ou da sua posse por lide jurídica anterior
à alienação, cujo pedido foi provido, determi-
nando a titularidade e o domínio do bem em
favor de outrem por se tratar de um defeito ju-
rídico, a evicção pode ser total ou parcial. Na
evicção, sempre haverá um conflito de inte-
resses de três partes, que são: evicto, alie-
nante e evictor.

• Evicto: Adquirente do bem


Bens Fora do Comércio
• Alienante: Responde pelos riscos da
São os bens que têm alguma restrição e evicção
não podem ser negociáveis, por serem insus-
cetíveis de alienação por determinação legal • Evictor: É o terceiro beneficiado por
ou judicial. Estes bens carregam um ônus, são sentença judicial.
gravados por cláusulas de inalienabilidade, ou
seja, não podem ser vendidos ou negociados. A seguir, iremos tratar da Posse e seus
aspectos.
Bem de Família

O bem de família consiste na separação ou


Posse
gravação parcial do patrimônio móvel ou imóvel É uma relação de fato entre uma pes-
do casal até o limite máximo de 1/3 destes, com soa e um bem, que pode criar resultados no
o fim específico de garantir o sustento futuro da mundo jurídico, mesmo que o possuidor
família. São bens que deverão estar gravados tenha tão somente o domínio da coisa (lo-
junto ao registro de imóveis. O imóvel pertencerá cador).
sempre aos cônjuges, pois a sua administração é Posse é ter em suas mãos alguma coisa
compartilhada; ele deverá ser instituído por Ins- que pode ou não estar em seu nome, ou seja,
trumento Público ou por testamento. ser o titular do bem.

O bem de família não poderá ser objeto


de penhor em execução de dívidas poste- Posse e propriedade
riores do casal a sua instituição, mas, salvo
exceções, poderá ser penhorado para ga- Um exemplo deste tópico é quando
rantir dívidas fiscais e de condomínio relati- você compra um carro financiado, apenas
vos ao próprio imóvel; esta isenção tem a posse, mas a propriedade é do Banco
perdurará enquanto viver um dos cônjuges. que o financiou. Você só tem o domínio.
O bem de família é regido pelos artigos 1.711 Outro exemplo é quando você mora em
a 1.722 do CC de 2002. uma propriedade que é sua. Neste caso, você
tem a posse e o domínio da coisa.
Legislação Imobiliária - Aula 2 22 Instituto Universal Brasileiro
Os elementos da posse são:

Corpus (corpo): É o exercício de atos


sobre a coisa, caracterizando, assim, a exte-
rioridade da propriedade.

Animus: É visto com a intenção do pos-


suidor de se comportar como se fosse o titular
As invasões do MST são caracterizadas

de direito.
como posse injusta, pois são invasões violen-
tas, posses conseguidas com atos de agres-

Esses dois elementos se sobressaem


são física contra o real dono da terra sem sua

com a concepção subjetiva da posse, embora


permissão nem conhecimento. São também

possamos afirmar que a posse exige os dois


conhecidas como clandestinas porque acon-

elementos.
tecem às ocultas.

Posse de Boa-fé

Na posse de boa-fé, há a convicção do


A Posse Quanto a Sua Classificação

Posse direta ou imediata: Quando a pes- possuidor de que a coisa lhe pertence, igno-
soa tem a coisa em seu poder (locador sobre rando que esteja prejudicando o direito de
o imóvel locado). outra pessoa. O posseiro é portador de um tí-
Posse indireta ou mediata: É a posse tulo, mas ele sabe que não é legítimo por
por ficção, exercida pelo próprio titular do algum vício sobre o tal direito.
bem, quando este está sob o domínio de ou-
trem, por força de contrato (locação) ou tem
a limitação de direito real (usufruto). O usu-
Posse Precária

frutuário sempre exercerá a posse direta, o A posse precária é, sempre, originária


não-proprietário, mantém a posse indireta. do abuso de confiança por parte de quem re-
cebe a coisa a título provisório, com o dever
Posse Justa e Injusta de restituí-la.

Posse justa: Quando exercida sem os Posse Titulada


vícios da violência, da clandestinidade ou da
É chamada titulada quando compreende
precariedade.
aquela que foi adquirida através de contrato,
ou seja, com formalidades, coisa avençada
Segundo o Artigo 1.200 do Código
pelas partes entre o possuidor e o titular, para
Civil, é justa a posse que não seja violenta,
sermos mais explícitos, com a escritura sem o
clandestina ou precária. devido registro.

Posse injusta: A posse é injusta


quando ela é clandestina, sem permissão
Posse Não-titulada
ou conhecimento do verdadeiro proprietá- Trata-se de não-titulada aquela destituída
rio; pecária, ela é caracterizada pelo abuso de qualquer documento, embora possa ser
de confiança do mero detentor ou invasor, justa e de boa-fé.
que se recusa a devolver o bem para o seu
real detentor nos prazos estipulados ou
pode ser violenta , obtida através de atos
Posse Nova e Posse Velha

de agressão física ou moral, contra o real Posse nova é aquela que tem menos de
possuidor. 1 ano, ou seja, menos de 365 dias. A ação de
reintegração da posse será com o pedido de
Legislação Imobiliária - Aula 2 23 Instituto Universal Brasileiro
liminar, e o sucesso será imediato sendo sem-
pre concedida a liminar.
Aquisitiva

Posse velha é aquela com mais de 1 ano Extrajudicial implica na posse contínua e
e 1 dia, ou seja, mais de 365 dias e 1 dia. A pacífica, com ou sem justo título, por um pe-
ação proposta será a mesma de reintegração ríodo determinado por lei, ocorrendo assim,
de posse com pedido de liminar, mas, havendo ao seu término, o direito de propriedade. É im-
prova do posseiro que está na posse mansa e portante que o possuidor tenha o animus de se
pacífica a mais de 1 ano, ele responderá a tornar o proprietário.
ação proposta dentro e no domínio da posse
até sentença final transitada em julgado sem
que não caiba mais qualquer tipo de recurso.
Executiva

A posse por períodos estabelecidos em lei Esta é a etapa judicial em que se requer
encaminhará a aquisição da propriedade pelo ins- o reconhecimento judicial de um direito de uma
tituto do usucapião que veremos mais à frente. propriedade, que será deferido ou não por
sentença judicial transitada em julgado até a
última instância, que julgará se é ou não de
direito o pedido da parte, gerando assim, com
Propriedade
esta sentença, um título de escritura que de-
verá ser levada a registro.
Conceito
Propriedade é o que pertence a alguém,
é um pedaço de terra e/ou imóvel ou um bem
móvel. Pode-se usar, gozar, fruir e dispor deste
Os Tipos de Usucapião

bem, podendo-se reavê-lo de quem quer que EXTRAORDINÁRIO, ORDINÁRIO, UR-


o possua, visto ser o proprietário titular da- BANO, RURAL.
quele bem e do direito.
A propriedade se formaliza no caso de Extraordinário: Todo aquele que exer-
bens móveis com a entrega do bem na forma cer a posse contínua e permanente de um
tradicional e, para os bens imóveis, através bem imóvel como se fosse dono, pelo prazo
de seu registro imobiliário. de 15 anos sem oposição, adquire sua pro-
priedade, ainda que não comprove o justo tí-
A propriedade tem, como característica, tulo e a boa-fé. Este referido prazo será
a exclusividade de direitos, sendo possível reduzido para 10 anos se, nesse imóvel, o
apenas um proprietário para cada objeto, a possuidor houver estabelecido sua residên-
não ser que esteja em condomínio. Sendo cia habitual ou efetuado obras e serviços, tor-
assim, tendo mais de um proprietário, cada nando-se produtivo.
um será dono de uma parcela ou quinhão.
Ordinário: Este tipo de usucapião exige
o decurso de prazo de 10 anos de posse inin-
terrupta, mansa e pacífica, com justo título e
Aquisição da Propriedade Imóvel

Para a aquisição da propriedade imóvel, boa-fé, se o possuidor, além do justo título,


exige-se que o agente seja capaz (maioridade comprovar que comprou o imóvel baseado em
por tempo ou antecipação) e que o objeto seja registro de cartório de imóveis existente à
lícito, isto é, possa cumprir as formalidades le- época da compra e cancelado posteriormente,
gais (contratos, certidões, impostos e futuro re- apresentando inclusive prova dos pagamentos
gistro) nos casos normais; no entanto, pode efetuados. O prazo de prescrição aquisitivo
ainda ocorrer a aquisição de uma propriedade será de 5 anos.
por usucapião, acessão etc.
A aquisição pelo usucapião tem a forma Urbano: É o possuidor que, por uma pe-
originária da propriedade, e ela ocorre em ríodo de 5(cinco) anos ininterruptos, de forma
duas fases: aquisitiva e executiva. mansa e pacífica, sem oposição, ocupa área
Legislação Imobiliária - Aula 2 24 Instituto Universal Brasileiro
urbana de até 250 m² utilizada para moradia verá indenizar o proprietário do imóvel reduzido.
própria e da família. Para fazer jus a este tipo
de usucapião, o requerente não poderá ser
proprietário de nenhum outro bem imóvel. Este leito: Álveo é a parte da superfície recoberta
Acessão por abandono de álveo ou

é o conceito constitucional, e o imóvel não po- pelas águas sem transbordar para o solo en-
derá ter mais que 250 m². xuto. O álveo é considerado público, de uso
comum, porém pode vir a incorporar proprie-
Rural: Tem como requisito também o pe- dade privada, por acessão. O álveo abando-
ríodo de 5 anos de posse ininterrupta de um nado é aquele que já pertenceu a um rio, ou é
imóvel com até 50 hectares situados na zona corrente, cujas águas mudaram de curso.
rural, onde tenha fixado residência e tornado
o imóvel produtivo. Este é o usucapião espe-
cial pró-labore (para o trabalho) em favor dos As construções e plantações efetuadas sobre
Acessão por construção e plantações:

posseiros, concedido apenas para os que um imóvel incorporam-se ao mesmo e pre-


comprovarem não possuir outra propriedade sume-se que foram feitas pelo seu proprietário.
imóvel, seja rural ou urbana. Este tipo de usu- Aquele que semear, plantar ou construir em ter-
capião está totalmente ligado ao homem do reno alheio, perderá, em prol do proprietário,
campo para mantê-lo lá, e que o mesmo possa as sementes, plantações e construções que
sustentar a sua família. houver feito. Porém, se for comprovado que
agiu de boa-fé, terá o direito a indenização do
valor gasto com as obras, mas, se o valor in-
vestido, mesmo que de boa-fé, superar o valor
Aquisições de Propriedade

do terreno onde se efetuaram as benfeitorias


por Acessão

A aquisição de uma propriedade imóvel ele poderá adquirir a propriedade do solo me-
por acessão se dá quando um imóvel, ou parte diante uma indenização fixada judicialmente.
dele, se incorpora a outro. É um modo origi-
nário de aquisição, através da qual o proprie-
tário de um bem imóvel passa a ser titular
As Ações Reivindicatórias
também da porção que lhe for acrescida.
de Propriedade
Ação reivindicatória: Ação que deve ser
Acessão por formação de ilhas: Uma ilha dirigida contra aquele que está de posse ou
pode se formar em um leito do rio, em correntes detém a coisa reivindicada.
comum ou particulares, pertencendo, neste caso,
aos proprietários ribeirinhos e fronteiriços, res- Ação de emissão de posse: Esta ação
peitando sempre o artigo 1.249 do CC. está de conformidade com os pressupostos
do artigo 381 e seguintes do CC que diz:
Acessão por aluvião: São acréscimos “compete a ação de introdução de posse aos
que vão se depositando e aterrando, natural- adquirentes de bens, para haver a respectiva
mente, ao longo das margens das correntes, posse, contra os alienantes ou terceiros que a
ou então, que são trazidos pelo desvio natural detenham”.
das águas. Todo acréscimo pertencerá aos
proprietários dos imóveis marginais acrescidos. Embargos de terceiros: É um remédio
legal, e se aproxima muito das ações inerentes
Acessão por avulsão: Ocorre quando à posse, porque o seu ajuizamento refere-se à
parte considerável de terra é deslocada com a tumulto ou esbulho (privação de bens, espolia-
força das águas de uma margem para a outra. ção) da posse ou da propriedade.
Assim, o imóvel, que sofreu o deslocamento de
terra, ficou reduzido, e o que sofreu o acréscimo As ações de usucapião: Já vimos
foi valorizado. O dono do imóvel acrescido ficará todas as formas de usucapião e tratamos es-
com a propriedade das terras aderidas, mas de- pecialmente de seus aspectos.
Legislação Imobiliária - Aula 2 25 Instituto Universal Brasileiro
Ação de declaração de obra nova: Era * Ao perecimento do bem.
uma ação que posicionava certas doutrinas e ju- * A desapropriação.
risprudências, mas com a mudança do CC, não * Usucapião.
encontra mais, respaldo diante da nova siste- * Arrematação em hasta pública (leilão).
mática imposta à defesa da propriedade. * Adjudicação (falta da entrega legal de
algum documento).

Este tipo de ação tem, basicamente, a finali-


Ações divisórias e demarcatórias:

dade de partilhar alguma coisa em comum


Outras Informações

entre os condôminos, para fixar novos limites


Importantes

entre os proprietários. Do Condomínio

Ação discriminatória: Essa espécie de O novo Código Civil, que alterou a lei n°
ação é disciplinada pela Lei 6.383/76. Tem, 4.591/64 (lei do Condomínio), dedicou os arti-
como objetivo específico, demarcar áreas que gos 1.331 a 1.358 e, em especial o artigo
pertencem ao poder público, visando sempre 1.340 às obras no condomínio; o artigo 1.343
fixar limite, identificar os posseiros para possí- especifica como deverá ser e a forma que
veis assentamentos e encontrar proprietários ocorrerá a aprovação pelos condôminos. Outra
dentro da área, para poder efetuar o registro alteração interessante é a do artigo 1.345, que
do imóvel pertencente ao poder público. diz que o adquirente de unidades responderá
pelos débitos existentes em relação ao condo-
Ação de retrocessão: É uma ação em- mínio. Por isso, a declaração do síndico com
basada no direito que tem o ex-proprietário de firma reconhecida e cópia autenticada da ata
reaver um bem desapropriado. Isto ocorre que o elegeu, é necessária. Assim, sana-se o
quando o Estado que desapropriou desviou o risco de haver débitos.
destino a que tenha feito a desapropriação,
restituindo ao proprietário o valor recebido a tí-
tulo de indenização.
Das Servidões

O artigo 1.378 diz:


“A servidão proporciona utilidade para o
prédio dominante, e grava o prédio serviente,
Registro do Título

que pertence a diverso dono, e constitui-se


da Propriedade
O registro do título da propriedade, tais mediante declaração expressa dos proprietá-
como contrato de compra e venda, alvará judi- rios, ou por testamento, subsequente registro
cial, formal de partilha, adjudicação, declara- no cartório de registro de imóveis”.
tória de usucapião, doação efetiva a aquisição
da propriedade imóvel, torna pública a titulari-
dade do bem imóvel. Este registro tem a fina-
Do Usufruto

lidade de erga omnes, ou seja, torna pública a Conforme exemplifica o artigo 1.390 do
ação, tratando da publicidade do ato. CC, pode recair, em um ou mais bens, imóveis
ou móveis em um patrimônio inteiro ou parte
deste, abrangendo-lhe no todo ou em parte, os
seus frutos e utilidades, com a inscrição obri-
A Perda da Propriedade

O novo Código Civil dá as inúmeras for- gatória no registro imobiliário.


mas da perda da propriedade em seus artigos É fato muito comum no dia-a-dia imobi-
1.275 e 1.276. Exemplificando: liário, a instauração desta medida de proteção
ao patrimônio de alguém com a total respon-
* A alienação (venda). sabilidade do usufrutuário para sua conserva-
* A renúncia ao direito de propriedade. ção e cuidado do bem ou bens, que estão em
* O abandono da propriedade. seu poder.
Legislação Imobiliária - Aula 2 26 Instituto Universal Brasileiro
esclarecendo ainda no parágrafo único que a
hipoteca de navios e aeronaves se regerá pelo
Da Extinção do Usufruto

Pode se extinguir o usufruto, também com disposto em lei especial.


a averbação obrigatória no registro imobiliário A hipoteca e suas nuances estão estabe-
por diversas formas, tais como: lecidas no artigo 1.489 do CC e seus incisos:

- Renúncia ou morte do usufrutuário


- Pelo termo de duração
A lei confere hipoteca:

- Outras disposições nos artigos 1.410 e I - Às pessoas de direito público interno


1.411 do CC. (art. 41) sobre os imóveis pertencentes aos en-
carregados da cobrança, guarda ou adminis-
tração dos respectivos fundos e rendas.
II - Aos filhos, sobre os imóveis do pai ou
Do Uso

O artigo 1.412 do CC diz: da mãe que passar a outras núpcias, antes de


“O usuário usará da coisa e perceberá fazer o inventário do casal anterior.
os seus frutos quando exigirem as necessi- III - Ao ofendido, ou aos seus herdeiros,
dades suas e de sua família “ sobre os imóveis do delinquente, para satisfa-
ção do dano causado pelo delito e pagamento
das despesas judiciais.
IV - Ao co-herdeiro, para garantia do seu
Da Habitação

O direito da habitação está regulamen- quinhão ou torna da partilha sobre o imóvel ad-
tado no artigo 1.414 do CC quando o uso judicado ao herdeiro reponente.
consistir no direito de habitação gratuita em V - Ao credor sobre o imóvel arrematado,
casa alheia (sob a denominação de habita- para garantia do pagamento do restante do
ção), observando que o titular deste direito preço da arrematação.
não pode alugá-la, nem emprestar, apenas e
simplesmente ocupá-la com sua família. Isto
está baseado na Lei n° 6.015/73 no artigo
Para Registro da Hipoteca:

167, inciso I, número 7. A hipoteca, seja ela convencional ou legal,


deve ser registrada junto ao cartório imobiliário e
irá constar na matrícula do imóvel. Os artigos
1.492 e 1.493 esclarecem que os registros e
Do Penhor

É a transferência efetiva da posse em ga- averbações se darão por ordem conforme forem
rantia de um débito ao credor, fazendo com requeridos, quanto ao registro dos imóveis. São
que o devedor disponha de uma coisa móvel disciplinados por lei especial (Lei 6.015/73, Lei
ou imóvel, suscetível de alienação, regulados dos Registros Públicos). Dúvidas profissionais
pelo artigo 1.431 do CC. Existem, basica- poderão ser sanadas junto ao Instituto dos Re-
mente, dois tipos de penhor: o Penhor Rural, gistradores Imobiliários do Brasil - IRIB.
regulado pelos artigos 1.438 e 1.439 do CC e
A hipoteca extingue-se conforme de-
o Penhor Industrial ou Mercantil, regulado
clara o artigo 1.499 do CC:
pelo artigo 1.447 do CC, bem como pelo De-
I - Pela extinção da obrigação principal
creto 413/69 e pela cédula mercantil.
II - Pelo perecimento da coisa
III - Pela resolução da propriedade
Da Hipoteca IV - Pela renúncia do credor
V - Pela remissão, arrematação ou ad-
A hipoteca, de acordo com o artigo 1.473
judicação
do CC, diz que podem ser objeto de hipoteca
Além dos motivos acima, ainda é ne-
os imóveis e seus acessórios, o domínio di-
cessário o cancelamento junto ao registro
reto, o domínio útil, as estradas de ferro, os re-
imobiliário.
cursos naturais, os navios e as aeronaves,
Legislação Imobiliária - Aula 2 27 Instituto Universal Brasileiro
A Lei n° 8.078/90, do Código do Consumi-
dor, combinada com outras leis e institutos:
Direito do Consumidor

Devemos, também, observar o Direito do Constituição Federal; Código de Defesa do Con-


Consumidor, para que possamos prestar um sumidor; Novo Código Civil de 2002; Lei Ação
serviço profissional de relevância. Somos Cor- Civil Pública e o Decreto 2.181/97, definem a re-
retores responsáveis por aquilo que vendemos lação de consumo.
e devemos procurar, sempre, oferecer um aten- O consumidor tem vários direitos: segu-
dimento esclarecedor, agindo de tal forma que o rança, escolha, informação, indenização,
nosso cliente possa utilizar-se de um serviço educação para o consumo, meio ambiente,
que irá primar por sua excelência, pela ética e revisão contratual, melhoria dos serviços pú-
conhecimento técnico. blicos e acesso à justiça e ao órgão de defesa
A transação imobiliária é uma relação de do consumidor. Dentre todos estes direitos,
consumo, em que haverá um código que disci- iremos salientar:
plina está relação.

Consumidor: É toda pessoa física ou


Direito à indenização

jurídica que adquire ou utiliza produtos ou ser- Qualquer consumidor tem o direito a
viços como destinatário final. Numa transação indenização. O fornecedor é responsável civil
imobiliária, consumidor é aquele cliente que e criminalmente pelos danos e defeitos que
utiliza de seus serviços. os produtos e serviços apresentam e por
Produto: É todo bem móvel ou imóvel tudo aquilo que é fornecido e que possa cau-
adquirido pelo consumidor, mediante remu- sar, direta ou indiretamente, qualquer pro-
neração do fornecedor. blema ou dano. Claro que isto terá um
Serviços: É toda atividade profissional período de tempo para a devida reclamação,
fornecida a título oneroso ao consumidor. A expresso no próprio código.
corretagem de imóveis é um exemplo.
Direito à Revisão Contratual

Os consumidores não estão obrigados


a cumprir os contratos dos quais não te-
nham tido um prévio conhecimento e escla-
recimento das cláusulas impostas, com
Para a elaboração de um código, as fon- explicações dos termos técnicos ou frases
tes pesquisadas são: os costumes, a lei, a legíveis. O fornecedor é obrigado a dar ga-
doutrina, a jurisprudência. rantia dos produtos, ou serviços que pres-
Costume é aquilo que disciplina natu- tar ao consumidor. Devemos lembrar
ralmente um comportamento. Ex.: Aguar- sempre que ele poderá exercer o direito de
dar um atendimento em uma fila; não arrependimento pelo período de sete dias
existe na lei, mas todos adotam este com- corridos da assinatura do contrato ou rece-
portamento. bimento do produto.
Lei é uma norma imposta pelo estado,
que tem observância obrigatória e des- Direito à informação
creve e prescreve uma pena pelo seu des-
cumprimento. O fornecedor e o fabricante devem sem-
Doutrina é a interpretação da lei pelos ju- pre apresentar as informações claras e preci-
risconsultores e doutrinadores do direito. sas sobre os produtos e serviços de qualquer
Jurisprudência é um corpo de decisões natureza, nunca omitindo nada. Principal-
junto aos tribunais acerca de fatos e casos mente para que seu cliente não seja induzido
práticos, isto é, a interpretação da lei pelos a um erro por você e pelo fornecedor, no caso
tribunais. explícito à construtora ou construtor.
Legislação Imobiliária - Aula 2 28 Instituto Universal Brasileiro
Atos para se obter a declaração ou
aquisição de propriedade imobiliária

I) Compra e venda.
II) Troca ou permuta.
III) Doação.
IV) Doação em pagamento.
Para intermediar negócios imobiliários

V) Transferência de imóvel à sociedade.


No âmbito imobiliário, quando você inter-

VI) Divisão e demarcação do imóvel.


mediar uma situação de compra e venda entre

VII) Renúncia.
cliente e uma construtora, deve estar ciente de

VIII) Usucapião.
todas as informações que dará ao seu

IX) Desapropriação.
cliente/consumidor. Para tal, deverá obtê-las

X) Incorporação imobiliária e instituição


junto à construtora/fornecedor para que se

de condomínio.
faça uma transação correta, sem reclamações

XI) Desmembramento e loteamento.


judiciais futuras.

XII) Contrato de aquisição da casa própria


pelo SFH (Sistema Financeiro de Habitação).
Registros Imobiliários
Na legislação imobiliária, devemos nos XIII) Incorporação de imóveis do patrimô-
ater ao fato dos registros imobiliários, que têm nio público, para formação de capital de socie-
regras a serem seguidas e observadas quanto dades de economia mista e empresa pública.
ao seu procedimento. Esta legislação é muito XIV) Acessão.
específica e tem leis próprias como a Lei dos
Registros Públicos (Lei 6.015/73) que em seu
artigo 221 dispõe o que pode ou não pode ser
Atos relativos à constituição de um direito

registrado.
real sobre imóveis alheio

I) Enfiteuse ou aforamento.
Através deste artigo somente são admiti- II) Servidão predial.
dos o registro de: III) Usufruto, uso e habitação.
IV) Renda constituída sobre imóveis.
I – Escrituras públicas, inclusive as lavra- V) Hipoteca.
das em consulado brasileiro. VI) Anticrese.
VII) Penhor rural ou industrial.
II – Escritos particulares, autorizado em VIII) Alienação fiduciária em garantia.
lei, assinados pelas partes e testemunhas, IX) Compromisso irretratável de compra
com as firmas reconhecidas, dispensando o e venda e sua cessão.
reconhecimento quando se tratar de atos pra-
ticados por entidades vinculadas ao sistema
da habitação.
Atos para a formação de
patrimônio familiar

III – Atos autênticos de países estrangei- I) Instituição do bem de família


ros, com força de instrumento público, legali- II) Pacto antenupcial
zados e traduzidos na forma da lei, e III) Dote
registrados no cartório de registro de títulos e
documentos, assim como as sentenças profe-
ridas por tribunais estrangeiros após homolo-
Atos provenientes de decisão judicial

gação pelo STF. I) Penhora, arresto e sequestro de imóveis.


II) Citação de ação real ou pessoal re-
IV – Cartas de sentença, formais de par- percutente relativa a imóveis.
tilha, certidões e mandados extraídos dos III) Arrematação e adjudicação em hasta
autos de processo. pública.
Legislação Imobiliária - Aula 2 29 Instituto Universal Brasileiro
IV) Sentença que adjudicar bens reais tenham influência no registro ou nas pessoas
em pagamento dos débitos da herança. nele interessadas.
V) Ato de entrega de legado de imóvel, VI) Dos atos pertinentes a unidades au-
formal de partilha e sentença de adjudicação. tônomas condominiais a que alude a Lei
VI) Inventário ou arrolamento quando 4.591/64, quando a incorporação tiver sido for-
não houver partilha. malizada anteriormente à vigência desta lei.
VII) Das células hipotecárias.
VIII) Da caução ou cessão fiduciária de
direitos relativos a imóveis.
Atos relativos a direito pessoais

IX) Das sentença de separação de dote.


dos imóveis

I) Contrato de locação predial com cláu- X) Do restabelecimento da sociedade


sula de vigência em caso de alienação. conjugal.
II) Empréstimos por obrigação ao porta- XI) Das cláusulas de inalienabilidade, im-
dor ou debêntures. penhorabilidade imposta a imóveis, bem como
a constituição de fideicomisso.
XII) Das decisões, recursos e seus efei-
tos, que tenham por objeto atos ou títulos re-
Atos relativos às limitações constitucionais

gistrados ou averbados.
ou administrativas a imóveis

I) Tombamento. XIII) Ex-ofício, dos nomes dos logradou-


ros, decretados pelo poder público.
XIV) Das sentenças de separação judi-
cial, de divórcio e de nulidade ou anulação de
Atos não registráveis

I) Cessão de direitos hereditários. casamento, quando nas respectivas partilhas


II) Opção de compra de imóvel. existirem imóveis ou direitos reais sujeitos a re-
III) Ocupação de terreno não aforado. gistro.
IV) Protesto contra a alienação de bens. XV) Da retificação do contrato de mútuo
V) Arrendamento. com o pacto adjetivo de hipoteca em favor de
VI) Comodato (contrato gratuito). entidade integrante do sistema financeiro da
habitação, ainda que importando elevação da
dívida, desde que mantidas as mesmas partes
e que inexista outra hipoteca registrada em
Atos averbáveis

I) Das convenções antenupciais e do re- favor de terceiros.


gime de bens diversos dos legais nos registros
referentes a imóveis ou a direitos reais per- Quanto ao registro imobiliário, devemos
tencentes a qualquer dos cônjuges, inclusive ainda ressaltar que todos os procedimentos
os adquiridos posteriormente ao casamento. estão na lei. Existem garantias como, por
II) Por cancelamento, de extinção do exemplo, para que o locatário exerça o seu di-
ônus e direitos reais. reito de preferência na compra do imóvel. O
III) Dos contratos de promessa de com- contrato de locação deverá estar averbado
pra e venda, das cessões e das promessas de junto à matrícula do imóvel, mas isto quase
cessão a que alude o Decreto-lei 58/37, nunca acontece, até por falta de conheci-
quando o loteamento estiver formalizado ante- mento.
riormente à vigência desta lei.
IV) Da mudança de denominação e de
numeração dos prédios, da edificação, da re-
Os regimes de bens, quanto

construção, da demolição, do desmembra-


ao casamento

mento e do loteamento de imóveis. Comunhão parcial de bens (após a lei do


V) Da alteração do nome por casamento divórcio): Todos os bens adquiridos dentro da
ou por separação ou divórcio, ou ainda, das vigência do casamento serão das partes, em
outras circunstância que, de qualquer modo, partes iguais.
Legislação Imobiliária - Aula 2 30 Instituto Universal Brasileiro
Comunhão total de bens (com declara- A nossa constituição reconheceu um fato
ção de vontade): Todos os bens das partes real e, com isso, tenta formalizá-lo com o re-
serão partilhados igualmente, mesmo aqueles conhecimento de entidade familiar, para que
advindos de herança, doação e legados. disto advenha um contrato legal que é o casa-
Separação total de bens (com pacto an- mento jurídico.
tenupcial): Todos os bens que houver das
partes e em seu nome registrado pertencerão As Leis 8.971/94 e 9.278/96 regulam o di-
unicamente a eles, mesmo dentro de vigên- reito dos companheiros a alimentos e suces-
cia do casamento, pois houve um pacto ou sões e impõe certa regras para que isto
acordo antes. aconteça.
As partes têm que estar desimpedidas
para o ato mais solene, isto é, devem estar viú-
vos, solteiros, separados judicialmente ou di-
União Estável

Fato muito comum no dias de hoje, vorciados, convivendo a mais de 5 anos, ou


mesmo porque os fatos e atos são muito mais que tenham filhos; estas condições são funda-
práticos quanto as formalidades legais, prin- mentais para o reconhecimento dos direitos
cipalmente quando já houve uma separação dos companheiros, gerando direitos à suces-
de fato. são dos cônjuges, na cadeia hereditária.
A união estável contemplada e reconhe-
cida por lei veio para justamente proteger as Diante das leis aqui estudadas, aten-
partes, reconhecendo uma sociedade de fato. tamos aos principais fundamentos do tema
A Constituição Federal em seu artigo direito e legislação imobiliária básica, para
226, § 3º. formação de corretores de imóveis, podendo
“ Para efeito de proteção de estado, é haver, futuramente, um aprofundamento
reconhecida a união estável entre homem e quanto às questões jurídicas e trabalhos a
mulher, como entidade familiar, devendo a serem desenvolvidos pelos corretores, de
lei facilitar a sua conversão em casamento”. acordo com suas necessidades.

Aula 2

1. Qual é o objetivo de qualquer regulamentação jurídica e qual a consequência para o


caso de não cumprimento ou desvio?

R:______________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________

2. Quando uma lei começa a vigorar, de quem é o dever de publicá-la e por quê?

R:______________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________

Legislação Imobiliária - Aula 2 31 Instituto Universal Brasileiro


3. Explique o que é e o que garante o “Bem de Família”?

R:______________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________

4. Como se formaliza a propriedade de um bem imóvel?

R:______________________________________________________________________
____________________________________________________________________________

5. Nos casos normais, o que é necessário para se poder adquirir uma propriedade imóvel?

R:______________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________

Legislação Imobiliária

1) Elisa comprou um apartamento de um dormitório, financiando-o em 10 anos pelo Banco


do Povo Amigo. Analisando o caso acima, responda:

a) Quem é o proprietário deste imóvel durante estes 10 anos? Quem possui o domínio
deste bem?

R:______________________________________________________________________
____________________________________________________________________________

b) Após estes 10 anos, uma vez quitado todo financiamento, esta situação muda? Como fica?

R:______________________________________________________________________
____________________________________________________________________________

2) Samuel alugou, por 3 anos, o apartamento de seu amigo de trabalho, Rodrigo.


I- Neste caso, quem tem o domínio do bem é ______________, porém a propriedade é
de ____________.

II- A posse de um bem é classificada em : Direta ou imediata; Indireta ou mediata. No caso


do exercício 2 responda:

a) Quem possui a posse indireta e mediata do apartamento é __________.


b) Quem possui a posse direta e imediata do apartamento é __________.

Legislação Imobiliária - Aula 2 32 Instituto Universal Brasileiro


Respostas

AULA 1

1. O que é preciso se fazer para exercer a função de corretor?

R: Para exercer a função de corretor, é preciso fazer-se um Curso Técnico em Transação


Imobiliária e obter junto ao CRECI a carteira que comprova sua habilitação. Esta carteira pode
ser a provisória, enquanto você estuda, ou a definitiva quando você completar seu curso.

2. Escolha três áreas de atuação de um Técnico em Transação Imobiliária e explique suas


atribuições.

R: Você poderá escolher entre as opções abaixo:


-Corretor de Imóveis: atua na intermediação na compra, venda, permuta e locação de ter-
renos, casas, apartamentos, galpões, lojas, escritórios etc.
-Despachante Imobiliário - atua no levantamento de toda documentação necessária para
que toda transação imobiliária se realize.
-Plantonista- atua no atendimento aos clientes, e na demonstração e venda de um em-
preendimento imobiliário em fase de lançamento.
-Perito Imobiliário - atua com outros profissionais, valorando pendengas, pontos comer-
ciais, imóveis residenciais, enfim, quando houver necessidade de se avaliar um imóvel.
-Consultor Imobiliário- atua com outros profissionais como engenheiros, arquitetos etc.,
atendendo em segmentos como: seguros, investimentos e outros.

3. Quais os tipos de imóveis que um consultor imobiliário pode comercializar? Cite, pelo
menos, cinco.

R: Ele pode comercializar casas, apartamentos, terrenos, flats, galpões industriais ou


comerciais, escritórios, lojas, salas em hospitais etc.

4. Onde um TTI pode trabalhar, comercializando os imóveis de diversos tipos?

R: O consultor imobiliário, ou TTI, pode comercializá-los trabalhando pela Internet, em


plantões, no atendimento direto com o cliente na rua, na sala de sua imobiliária ou sua casa, por
telefone etc.

5. O TTI pode trabalhar como um profissional liberal? O que ele deve fazer?

R: Sim, ele pode trabalhar como um profissional liberal desde que já tenha concluído seu
curso de TTI e tenha seu registro junto ao CRECI, comprovando sua habilitação. Deve, tam-
bém, conhecer suas responsabilidades como TTI e estabelecer-se em um escritório ou sala
para atender seus clientes definitivamente.
Respostas 33 Instituto Universal Brasileiro
6. Questões sobre a Lei 8.078 - Código de Defesa do Consumidor.

a) Esta Lei interfiriu no trabalho de um TTI? Por quê?

R: Sim, pois o TTI é um prestador de serviços, devendo deste modo conhecer o código
e atuar com clareza e qualidade, para que não haja questionamentos por parte dos clientes.

b) De acordo com o Artigo 723 desta lei, quais as responsabilidades de um TTI?

R: Ele deve executar a mediação com diligência e prudência, prestando ao cliente


todas as informações sobre o andamento do negócio, bem como todos os esclarecimen-
tos acerca da segurança ou risco do mesmo, bem como das alterações de valores e do
mais que possa influir nos resultados deste, sob pena de responder por perdas e danos.

c) Explique com suas palavras o Artigo 726.

R: O artigo 726 diz que se o negócio for iniciado e concluído diretamente entre as par-
tes, nenhuma remuneração será devida ao corretor, porém, se por escrito for ajustada a
corretagem com exclusividade ele terá direito à remuneração integral; mesmo que o negó-
cio tenha se realizado sem sua mediação, salvo se comprovada sua inércia ou ociosidade.

7. Por que o TTI deve conhecer todos os seus direitos e deveres?

R: Ele deve conhecê-los para que exerça sua profissão com mais segurança e saiba
que, causando dano ou algum prejuízo ao cliente, responderá pelos seus atos juridicamente.

8. Assinale a alternativa correta:

Responsabilidade Contratual é:
( ) a obrigação de se fazer um contrato redigido com palavras e expressões de difícil
compreensão.
( X ) a obrigação assumida pelas partes contratantes com o dever de cumprir tudo o que
foi convencionado ou ajustado.
( ) a obrigação de uma pessoa apresentar a outra um contrato com suas intenções.

AULA 2

1. Qual é o objetivo de qualquer regulamentação jurídica e qual a consequência para o


caso de não cumprimento ou desvio?

R: O objetivo é a regulação da vida social, dando-nos a obrigação de respeitar as


leis impostas pelo Estado. Em caso de não cumprimento, ou desvio, responderemos ju-
ridicamente pelos nossos atos.

2. Quando uma lei começa a vigorar, de quem é o dever de publicá-la e por quê?

R: A lei começa a vigorar em todo país em 45 dias. O dever de publicá-la é do Estado


para que ninguém alegue ignorância à lei.
Respostas 34 Instituto Universal Brasileiro
3. Explique o que é e o que garante o “Bem de Família”?

R: Bem de Família consiste na separação parcial do patrimônio móvel ou imóvel do


casal até o limite de 1/3 deste patrimônio, com o objetivo de garantir o sustento futuro da
família. Os bens deverão estar gravados junto ao registro de imóveis e pertencerão aos
cônjuges, pois sua administração é compartilhada.

4. Como se formaliza a propriedade de um bem imóvel?

R: A propriedade de um bem imóvel se formaliza através do registro do título da pro-


priedade ou registro imobiliário.

5. Nos casos normais, o que é necessário para se poder adquirir uma propriedade imóvel?

R: É necessário que o agente tenha a maioridade por tempo ou antecipação, e que


seja lícito, isto é, possa cumprir as formalidades legais de contratos, certidões, impostos
e futuro registro.

Respostas

AULA 1

Leia com atenção esta situação e pesquise antes de respondê-la.

Pedro tem um apartamento de dois dormitórios e resolveu colocá-lo a venda. Procurou uma imo-
biliária conhecida, onde Marcos, seu amigo trabalha, acertando, por escrito, com ele a exclusividade
do negócio e demais detalhes como valor do imóvel, modo de pagamento, horários de visitas etc.
Marcos se empenhou na venda chegando a levar alguns clientes para visitar o imóvel,
porém não conseguiu efetuar a negociação.
Três meses depois, Ana, uma amiga do escritório onde Pedro trabalha, interessou-se pelo
apartamento e eles acertaram a venda sem comunicá-la ao Marcos, tentando economizar sua
comissão.

Após seus estudos, responda:


Marcos tem direito a receber sua comissão? Justifique sua resposta baseando-se nas leis
estudadas.

R: Sim, Marcos tem todo direito de receber sua comissão mesmo não tendo mediado
a venda. De acordo com o artigo 726, quando a corretagem for ajustada com exclusividade
e por escrito, mesmo que a negociação ocorra sem a intermediação do corretor, ele terá
direito a sua comissão. Assim, tendo Pedro procurado a imobiliária e acertado, por es-
crito, com Marcos a exclusividade da venda, e tendo Marcos demonstrado interesse le-
vando clientes e tentando efetuar a negociação, ele tem seu direito assegurado e deve
reclamar sua comissão.

Respostas 35 Instituto Universal Brasileiro


Pedro agiu deste modo por desconhecer a legislação imobiliária. Baseando-se neste
exemplo, você percebe o quanto é importante o corretor conhecer seus direitos e deve-
res para que ele não se prejudique, nem aja de má-fé, respondendo juridicamente por
dano ou prejuízo. Antes de qualquer negociação deve o corretor explicar ao seu cliente
os deveres e direitos de cada um, para que não haja mal-entendidos futuros.

AULA 2

1) Elisa comprou um apartamento de um dormitório, financiando-o em 10 anos pelo Banco


do Povo Amigo. Analisando o caso acima responda:

a) Quem é o proprietário deste imóvel durante estes 10 anos? Quem possui o domínio
deste bem?

R: Nestes 10 anos de financiamento, é o Banco o proprietário do imóvel. Quem pos-


sui o domínio do imóvel é Elisa.

b) Após estes 10 anos, uma vez quitado todo financiamento, esta situação muda? Como
fica?

R: A situação muda sim. Após os 10 anos e a quitação do financiamento, Elisa passa


a ser a proprietária do imóvel e a ter a posse e o domínio também.

2) Samuel alugou, por 3 anos, o apartamento de seu amigo de trabalho, RODRIGO.


I- Neste caso, quem tem o domínio do bem é SAMUEL, porém a propriedade é
de RODRIGO.

II- A posse de um bem é classificada em: Direta ou imediata; Indireta ou mediata. No caso
do exercício 2 responda:

a) Quem possui a posse indireta e mediata do apartamento é RODRIGO.


b) Quem possui a posse direta e imediata do apartamento é SAMUEL.

Comentário

Posse direta ou imediata: Quando a pessoa tem a coisa em seu poder (locador sobre
o imóvel locado).

Posse indireta ou mediata: É a posse por ficção, exercida pelo próprio titular do
bem, quando este está sob o domínio de outrem, por força de contrato de locação.

Respostas 36 Instituto Universal Brasileiro


DESENHO ARQUITETÔNICO E
NOÇÕES DE CONSTRUÇÃO CIVIL

Conhecer o produto é um dos fatores que influencia de forma es-


tratégica o fechamento em vendas. Neste sentido, para o corretor de
imóveis, noções básicas de desenho arquitetônico e construção civil
são competências que fundamentam a argumentação, facilitando o pro-
cesso de negociação.

• A Aula 1 traz uma revisão dos Conceitos de Geometria, iniciando pelos traçados da geo-
metria plana, básicos para a leitura e compreensão do Desenho Arquitetônico.

• Na Aula 2 são elencados os Sistemas de Representação, Escalas e Dimensionamento de


uma peça, apresentando o escalímetro como ferramenta funcional para a confirmação de di-
mensão de escalas.

• A Aula 3 especifica o conjunto de projeções, vistas e seções na Representação de um Pro-


jeto de Arquitetura.

• Na Aula 4 são abordadas as primeiras Noções de Construção Civil, explorando os fun-


damentos de base para avaliação de terrenos e construções.

• A Aula 5 aprofunda outras Noções de Construção Civil importantes para que o corretor
possa avaliar, orientar e administrar os imóveis em negócio.

Pesquise sobre os assuntos abordados neste volume no site


http://pt.wikipedia.org/wiki/Desenho_arquitetonico ou Idem/Construção_civil.
Desenho Arquitetônico e Noções de Construção Civil 37 Instituto Universal Brasileiro
Escala: Relação entre as proporções de uma representação e as do objeto repre-
sentado, com graduação de dimensões e medidas.
Escalímetro: É um instrumento na forma de um prisma triangular que possui 6 ré-
guas com diferentes escalas. É utilizado para medir e conceber desenhos em escalas
ampliadas ou reduzidas.
Fundação: Base subterrânea sobre a qual se constroem as edificações. Ponto de
partida para a iniciação de uma obra.
Geometria: Parte da matemática que estuda o espaço e as formas geométricas.
Planta: Representação gráfica da projeção horizontal de um objeto ou peça.
Planta Baixa: Nome que se dá ao desenho de uma construção, feito, em geral, a partir
do corte horizontal da base. Nela devem estar detalhadas, em escala, as medidas das pare-
des (comprimento e espessura), portas, janelas, o nome de cada ambiente e seu respectivo
nível . A partir da planta baixa são feitos os lançamentos dos demais projetos complementa-
res de instalações elétricas, hidráulicas, sanitárias, telefônicas, prevenção e combate a in-
cêndio, sistema de proteção a descargas atmosféricas, sonorização, segurança, assim como
o cálculo estrutural e de fundações de uma obra.
Perspectiva: Arte de desenhar ou pintar com efeito de profundidade, dependendo
do ponto de vista.
Projeção: Em desenho arquitetônico ou construção civil, esse conceito se refere aos
cálculos antecipados, feitos a partir de dados parciais ou totais. Projeção ortogonal: Pro-
cesso de redução de uma figura espacial para o plano. Dá-se através da projeção de cada
ponto da figura (terreno), perpendicularmente a um plano de referência (planta).
Terraplanagem: Execução de operações de escavação ou aterro, necessárias para
se executar determinada construção.
Topografia: Descrição gráfica do relevo de um terreno.

Conceitos Importantes!

Construção Civil: Edificação ou estruturação de obras como casas, edifícios, pon-


tes, estradas, aeroporto etc. Projetos desenvolvidos por um arquiteto ou engenheiro civil.
Inicialmente, a caracterização civil esclarecia que a atividade não era militar. A designa-
ção foi incorporada ao ramo da engenharia que desenvolve projetos de construção.

Arquitetura: Arte e técnica de organizar espaços de construção. Sua história tem


os mesmos desdobramentos da História da Arte. Na verdade, trata-se do conjunto de
construções que caracterizam uma época ou um povo. Cada projeto pode apresentar
um estilo arquitetônico diferente. O traço arquitetônico, muitas vezes, é um fator de va-
lorização do imóvel nos processos de compra e venda.
Desenho Arquitetônico e Noções de Construção Civil 38 Instituto Universal Brasileiro
AULA 1
CONCEITO DE GEOMETRIA

Geometria Plana
Figura 3 – Circunferência e elipse.
Antes de darmos início a informações
básicas sobre estudos introdutórios à capaci-
tação do aluno a ler e interpretar desenhos
arquitetônicos e noções de construção civil,
é necessário uma revisão de conceitos de
geometria plana. Portanto, vamos à revisão.

Linhas

Linha é definida, geometricamente, como


Figura 4 – Linhas paralelas.
sendo uma sucessão de pontos (figura 1).
São perpendiculares duas linhas retas
que se encontram, formando um ângulo de
90º, ou seja, o ângulo reto (figura 5).

Figura 1 - Linha (sucessão de pontos).

As linhas podem ser retas ou curvas. As


retas podem ocupar três diferentes posições no
espaço: horizontal, vertical e inclinada (figura 2).

Figura 5 – Linhas perpendiculares.

Ângulos

Chama-se ângulo a medida do afasta-


mento entre duas linhas retas que mantêm um
ponto comum chamado vértice (figura 6).

Figura 2 – Linhas retas.

Linha mista é composta por partes retas e


curvas. As linhas curvas podem formar a cir-
cunferência e a elipse (figura 3). São conside-
radas paralelas duas linhas que, por mais que
se prolonguem, nunca se encontram (figura 4). Figura 6 – Exemplo de ângulo.

Desenho Arquitetônico - Aula 1 39 Instituto Universal Brasileiro


As linhas que formam os ângulos são cha-
madas lados do ângulo. Os ângulos podem ser:
• Ângulo reto: Ele é criado a partir de
uma linha horizontal e uma vertical perpendi-
cular, formando exatos 90º entre si (figura 7).
O ângulo reto (90º), provavelmente, é
o mais encontrado em aplicações práticas:
encontro da parede com o chão, esqua-
drias das janelas etc.

• Bissetriz do ângulo: É a linha que divide


um ângulo em dois ângulos iguais (figura 10).

Figura 7 – Ângulo reto.

• Ângulo agudo: É o ângulo que mede


menos de 90º, sendo, portanto, um ângulo
menor que o reto (figura 8).

Figura 10 – Bissetriz do ângulo de 60º.

Triângulo

É a figura geométrica formada por três


lados e três ângulos. Os triângulos podem ser:
Figura 8 – Ângulo agudo.
• Triângulo retângulo: Quando possui
• Ângulo obtuso: É o que tem uma um ângulo reto.
abertura maior que 90º, portanto, maior que o • Triângulo isósceles: Os dois lados
ângulo reto (figura 9). têm a mesma medida.
• Triângulo escaleno: A medida dos três
lados é diferente.

Figura 9 – Ângulo obtuso.

O valor do ângulo não depende do com-


primento das linhas que formam os lados, mas
do valor e abertura das mesmas. Figura 11 – Triângulos.

Desenho Arquitetônico - Aula 1 40 Instituto Universal Brasileiro


Circunferência Círculo

É a linha curva fechada situada num É a porção limitada pela circunferência


mesmo plano. Esta linha está equidistante (de (figura 14).
mesma distância) de um ponto chamado centro
(figura 12).
A linha que passa pelo centro da circunfe-
rência e une dois pontos da mesma chama-se
diâmetro. A linha reta que une o centro da cir-
cunferência a qualquer ponto da mesma é o raio.

Figura 14 – Exemplo de um círculo.

Área e Perímetro de
Figuras Planas

Área é a medida de uma superfície. Em


geral, é indicada pela letra S nas fórmulas.
Figura 12 – Representação de uma circunferência com seu cen-
tro, diâmetro e raio.

Portanto, o raio é igual ao diâmetro divi-


dido por dois (r = D ÷ 2), ou o diâmetro é igual
a duas vezes o raio (D = 2 x r).
Após esta definição, vejamos os concei- Toda medida de área é indicada ao
tos dos elementos da circunferência (figura 13): quadrado. Se a unidade empregada for milí-
• Arco: É uma porção qualquer da cir- metro, então será milímetro quadrado (mm2).
cunferência.
• Corda: Linha que une os extremos do arco. Perímetro é a soma dos lados do polí-
• Flecha: É a linha perpendicular que gono, sendo representado pela letra P.
parte do meio da corda até o arco. Segue, abaixo, as fórmulas de área e pe-
• Secante: Linha reta que corta a circun- rímetro dos principais polígonos:
ferência em dois pontos quaisquer.
• Tangente: É a linha que toca a circun- Retângulo (figura 15)
ferência externamente em apenas um ponto • Área: S = largura (B) x altura (h).
chamado ponto de contato. • Perímetro: P = (2 x B) + (2 x h) ou P = B + h + B + h

Figura 13 – Elementos da circunferência. Figura 15– Representação de um retângulo.

Desenho Arquitetônico - Aula 1 41 Instituto Universal Brasileiro


Quadrado (figura 16)
No quadrado, os quatro lados são iguais,
portanto:
• Área: S = B x B
• Perímetro: P = 4 x B ou P = B + B + B + B

Circunferência (figura 19)


Para o cálculo da área e do perímetro da
circunferência, na fórmula, entra um valor de
3,1416, representado pela letra do alfabeto
Figura 16 – Representação de um quadrado.
grego π (lê-se pi)
• Área: S = π x r2 x h x r2
Trapézio (figura 17) • Perímetro: P = 2 x π x r
• Área: S = B + b x h
2
• Perímetro: P = B + h + b + d

Figura 19– Representação de uma circunferência.

Arco – Perímetro circular (figura 20)


Figura 17 - Representação de um trapézio.
No cálculo da área e do perímetro do
arco, entra na fórmula o valor do ângulo, que é
Triângulo (figura 18) representado pela letra grega α (alfa).
• Área: S = B x h • Área: S = π x r x α (sendo α correspondente
2

2 360
• Perímetro: P = B + d + d ao valor do ângulo em graus).
• Perímetro (setor circular): P = r + r + arco

Figura 18– Representação de um triângulo. Figura 20– Representação da área de um setor circular.

Desenho Arquitetônico - Aula 1 42 Instituto Universal Brasileiro


Sólidos geométricos Cone (figura 24)
Para calcular o volume do cone, deve-se
Os sólidos geométricos são formados por agir como no caso da pirâmide, ou seja,
três dimensões: altura, largura e profundidade. primeiro, calcula-se a área da base e multi-
Portanto, ocupam lugar no espaço. Este plica-se este valor pela altura para, depois,
espaço ocupado pelo corpo é chamado de dividir por três.
• Volume: V = π x r x h
2
volume. O volume de um corpo é calculado
3
com as seguintes fórmulas:

Cubo ou Paralelepípedo (figura 21)


• Volume: V = B x C x h

Figura 24 - Representação de um cone.

Resolução de Fórmulas
Figura 21 - Representação de um paralelepípedo.
Vejamos a definição simplificada dos
Pirâmide (figura 22) itens em uma fórmula. Para isto, tomamos,
Para calcular o volume da pirâmide, pri- como base, a fórmula para o cálculo do volume
meiro, devemos calcular a área da base e mul- de um cone:
V= π x r x h
2
tiplicar pela altura para, depois, dividir por três:
Sxh 3
• Volume: V =
3 • π (pi) É uma constante matemática e
seu valor é igual a, aproximadamente, 3,1416.
• r Raio da circunferência.
• r2 Raio da circunferência elevado ao
quadrado (r x r).

Toda fórmula que apresenta o número 2 ou


3 acima e à direita de algum elemento significa:

• 2 Elevado à segunda potência ou ao


Figura 22 - Representação de uma pirâmide. quadrado.
• 3 Elevado à terceira potência ou ao cubo.
Cilindro (figura 23)
• Volume: V = π x r2 x h Assim, r2 representa o valor da medida
do raio ao quadrado. Todo algarismo elevado
ao quadrado corresponde a ele multiplicado
por ele mesmo.
Exemplo:
r = 20 mm
r2 = 202 = 20 x 20 = 400

Logo:
Figura 23 - Representação de um cilindro. r2 = 400 mm2
Desenho Arquitetônico - Aula 1 43 Instituto Universal Brasileiro
Se qualquer item de uma fórmula esti-
vesse elevado ao cubo, bastaria multiplicá-lo Linhas de cotas: Contínuas
por si mesmo três vezes. e finas, terminadas por setas,
traço ou ponto.
Exemplo:
x = 20 mm
x3 = 203 = 20 x 20 x 20 = 8000
Linhas de ruptura. Empre-
Logo: gadas para iniciar a ruptura
x3 = 8000 mm3 (quebra) de peças longas.

• h Altura
• Traço Significa divisão Formato de papéis
• Três (3) Número da divisão
Os formatos de papéis padronizados
A resolução de um problema, usando-se para desenho técnico são da série A:
esta fórmula, obedece a seguinte ordem: subs- Formato Dimensões Margens
titui-se os símbolos (letras) pelos números cor-
A0 841 x 1189 10
respondentes, faz-se as operações de
potência, segue-se com a multiplicação e en- A1 594 x 841 10
cerra-se com a divisão. A2 420 x 594 10
A3 297 x 420 10
Normas para Desenho A4 210 x 297 10
A5 148 x 210 5
Segundo a Associação Brasileira de
A6 105 x 148 5
Normas Técnicas (ABNT), algumas normas
devem ser observadas em desenhos técnicos Observação: No canto inferior direito
e arquitetônicos. das páginas, é aplicada a legenda do dese-
nho técnico, especificando suas caracterís-
Linhas ticas como nome e número do projeto, data,
autoria, aprovação, escala etc.
São usados, em desenhos de arquitetura,
os seguintes tipos de linhas: O formato padrão é o A0, e dele derivam
os demais formatos (figura 25).
Contínua grossa: Contornos
visíveis.

Contínua fina: Hachuras,


esboços e linhas auxiliares.

Tracejada: Contornos invisíveis.

Traço e ponto, fina: Posição


de eixos e linhas de centro.

Traço e ponto, grossa: Planos


de corte. Figura 25 – Formato padrão da série A0.

Desenho Arquitetônico - Aula 1 44 Instituto Universal Brasileiro


Observe, por meio desta figura, que a As letras podem ser maiúsculas ou
proporção entre os tamanhos das folhas no minúsculas, conforme mostra a figura 27.
formato A é a seguinte: Podem, ainda, estar dispostas na horizontal,
vertical ou inclinadas a 75º. Em arquitetura,
Metade do A0 A1 geralmente, usa-se apenas a letra maiúscula.

Metade do A1 A2

Metade do A2 A3

Metade do A3 A4

Metade do A4 A5

Metade do A5 A6

Caligrafia Técnica

A caligrafia técnica está padronizada de


forma que se use um tipo de letra e algarismo
de fácil interpretação. Figura 27 – Tipos de letras padronizadas para desenho
técnico (normal e itálica).
Para que tal padronização seja possível,
adotou-se o emprego dos normógrafos que,
em sua essência, são gabaritos de letras e Conceito de Escala
números que permitem formar, no desenho
técnico, o texto desejado. Escala é a relação constante existente
Nos dias de hoje, os desenhistas dis- entre as dimensões do desenho e as dimen-
põem de uma grande variedade de normó- sões reais do objeto. Desta forma, reduzimos
grafos (figura 26). objetos de grandes dimensões e ampliamos os
de pequenas dimensões.
Para a representação de qualquer objeto
ou peça através do desenho, procura-se que
esta representação seja a mais fiel possível
em suas formas e dimensões. Sempre que
possível, o desenho deverá manter a propor-
Figura 26 – Exemplo de normógrafo.
ção das dimensões do objeto ou peça real.
Assim, para um desenho em tamanho real,
dizemos que a escala usada é de 1:1 (lê-se um
Além da grande variedade de réguas por um). Isso significa que a medida de 1 mm,
para normógrafos, existe, ainda, uma linha no desenho, corresponderá à medida de 1 mm
específica destinada a canhotos. A Trident, da peça real.
por exemplo, desenvolveu uma linha com-
posta de 14 tamanhos diferentes de réguas da Representação das escalas
linha Standard para canhotos.
Atualmente, os desenhos são finalizados Como já foi mencionado, as escalas são
em computadores, mas ainda empregam uma indicadas por números nos desenhos técnicos.
caligrafia técnica, respeitando o princípio das Abaixo, destacamos esta regra para indicação
normas. da proporção de um desenho:
Desenho Arquitetônico - Aula 1 45 Instituto Universal Brasileiro
Natural
1:1 (um por um) O desenho tem o mesmo tamanho da peça
Redução
1:2 (um por dois) Significa que o desenho terá, exatamente, a metade das medidas da peça.
1:5 (um por cinco) O desenho tem um quinto do tamanho da peça.
1:10 (um por dez) Entende-se que o desenho tem um décimo do tamanho da peça.
Ampliação
2:1 (dois por um) O desenho tem o dobro das medidas da peça.
5:1 (cinco por um) Significa que o desenho tem cinco vezes o tamanho da peça.
Essas regras serão aplicadas no decorrer das aulas.

Existem, dentro destas normas, outros tônico e, eventualmente, executar esboços de dis-
itens para a execução de desenhos, tais como tribuição (cômodos) de um imóvel envolvido em
dobra de papel, requisitos mínimos para uma transação de compra e venda. Jamais deve
legenda e outros que são desnecessários ao desenhar e/ou projetar imóveis. Isto é feito pelos
corretor de imóveis, uma vez que este profis- projetistas e desenhistas que hoje se utilizam de
sional deve ler e interpretar o desenho arquite- softwares próprios como o AutoCAD.

Aula 1

1) O ângulo _________________ mede menos de 90º.

2) O ângulo maior que 90º é o ______________.

3) Circunferência e círculo, perímetro e área são a mesma coisa?


( ) Verdadeiro ( ) Falso

Um cliente solicita ao corretor um terreno onde possa construir um armazém com, no mínimo,
180 m2. O corretor, ao consultar seu cadastro, encontra um terreno que se localiza dentro da área
desejada pelo cliente. Como a exigência da Prefeitura, nesta área, permite construir, no máximo 70%
da área do terreno, o corretor deve calcular esta área e se não ultrapassa os 70% exigidos.
20,00 m Calcular:
12,00 m

Área: _____________ m2
25,00 m 70% ______________ m2

O terreno atende às restrições da prefeitura e às necessidades do cliente?


( ) Sim ( ) Não

Desenho Arquitetônico - Aula 1 46 Instituto Universal Brasileiro


AULA 2
SISTEMAS DE REPRESENTAÇÃO,
ESCALAS E DIMENSIONAMENTO

Perspectivas

Perspectiva é o desenho utilizado para


Figura 29 – Perspectiva isométrica.
representar um objeto em suas três dimen-
sões: comprimento, largura e altura.
Em arquitetura, no entanto, a perspectiva
Existem várias maneiras de construir
mais usada é menos técnica e mais artística
uma perspectiva, sendo a metade da perspec-
(mais atraente ao visual). Esta perspectiva tem
tiva isométrica a mais usada no desenho téc-
os seguintes elementos básicos para sua exe-
nico, por ser de execução simples e de maior
cução (figura 30):
aproximação da projeção real.
A perspectiva isométrica é traçada a
• Linha de horizonte: É a linha que se
partir de três linhas que formam entre si ân- situa na altura dos olhos do espectador. É
gulos de 120º chamados eixos isométricos. representada por LH.
Estas linhas podem estar em várias posições,
porém a mais comum está representada • Pontos de fuga: São pontos imaginá-
na figura 28. rios situados na linha de horizonte para onde
convergem os prolongamentos das linhas do
objeto desenhado. Estes pontos são identifi-
cados por PF.

• Fugantes: São as linhas prolongadas


das arestas do objeto desenhado ao ponto de
fuga.

Figura 28 – Representação dos eixos isométricos.

Traçando-se linhas paralelas aos eixos


isométricos, temos a perspectiva isométrica
formada, onde se vê a largura, comprimento
e altura do objeto (figura 29). Figura 30 – Elementos da perspectiva artística.

Desenho Arquitetônico - Aula 2 47 Instituto Universal Brasileiro


Estas perspectivas artísticas podem ser
construídas com um ou dois pontos de fuga e

e Empreendimentos Imobiliários.
Imagem cedida por MBigucci – Comércio
podem se apresentar em três posições dife-
rentes em relação à linha de horizonte (LH),
abaixo e acima da mesma, conforme vemos
na figura 31A e 31B.

Figura 32 – Edifício Exuberance.

e Empreendimentos Imobiliários.
Imagem cedida por MBigucci – Comércio
Figura 31A - Com 1 ponto de fuga.

Figura 33 – Edifícios Celebrations.

Projeção Ortogonal

A perspectiva, como foi visto, é uma


forma de representação. Ela ajuda na inter-
Figura 31B - Com 2 pontos de fuga.
pretação do objeto, porém, não o representa
na sua verdadeira dimensão.
Para ilustrar a beleza da perspectiva A projeção ortogonal é o método empregado
artística usada em arquitetura, que tem muita para representar o objeto em suas verdadei-
influência no ramo imobiliário, apresentamos ras dimensões.
nas figuras 32 e 33 duas fotos de edifícios Para entender bem a projeção ortogonal,
gentilmente cedidas pela MBigucci – Comércio é preciso conhecer seus três elementos: obser-
e Empreendimentos Imobiliários. vador, objeto e plano de projeção (figura 34).
Desenho Arquitetônico - Aula 2 48 Instituto Universal Brasileiro
Figura 34 – Planos da projeção ortogonal.

• Observador: É a pessoa que irá ob-


servar, interpretar e realizar o desenho. Poderá
observar a peça a ser desenhada em três po-
sições diferentes: de frente, de cima e de lado.
• Objeto: É o modelo ou peça que será
representado em projeção em todos os seus
detalhes.
• Plano de projeção: É a superfície sobre
a qual se fará a projeção.

Na prática, o plano de projeção pode ser


a folha de papel, o quadro negro ou qualquer
outra superfície sobre a qual o desenho será
projetado. O plano de projeção poderá estar
em três posições fundamentais: vertical, hori-
zontal e lateral. Figura 35 – Representação das paredes como sendo os pla-
nos de projeção.
O desenho resultante da projeção, con-
forme as posições, recebem os nomes de:
Plano vertical: Elevação ou vista de frente.
Plano horizontal: Planta vista de cima
ou superior.
Plano lateral: Vista de lado.

Para entender bem os planos de projeção,


vamos compará-los com, por exemplo, as pare-
des de sua casa. Vá até a sua sala e posicione-
se de frente para uma das paredes. Essa
parede é o plano vertical (elevação). A parede à
sua direita é o plano lateral e o piso é o plano
horizontal, que é a planta (Figura 35).
Desenho Arquitetônico - Aula 2 49 Instituto Universal Brasileiro
As paredes da sala são parecidas com
os planos de projeção. Elas estão perpendicu-
lares entre si.

Para exemplificar o que foi dito até agora


sobre as três vistas do objeto projetado sobre
os planos de projeção, vamos apresentar as
mesmas, tendo, por base, um objeto muito sim-
ples e bastante conhecido: o dado. Com ele,
temos certeza de que o aluno irá assimilar a
projeção ortogonal das três vistas (figura 36).
Como o aluno deve ter percebido, até
agora foi mostrada a projeção do objeto em
três planos agrupados e em perspectiva. No
entanto, na prática, não é isso que acontece,
mas sim, o rebatimento dos planos. Ele é
usado para definir, em um único plano, as três
vistas do objeto.
Imagine os três planos de projeção uni- Figura 37 - Rebatimento dos planos.

Vimos, até aqui, a projeção ortogonal das


dos por dobradiças. Conservando fixo o plano

três vistas do objeto que, geralmente, são


vertical, giramos em 90º o plano horizontal e o

suficientes para representá-lo. No entanto,


plano lateral em 90º para a direita.

aumentando a complexidade do objeto, torna-


Com esse rebatimento, temos as três

se necessário representá-lo em um número


vistas representadas num único plano (folha

maior de planos de projeção (seis, no caso),


de papel, lousa etc.) com as formas bem

em relação ao observador (figura 38).


definidas do objeto desenhado, neste caso, o
dado (figura 37).

Figura 36 – Projeção das três vistas em um dado.

Desenho Arquitetônico - Aula 2 50 Instituto Universal Brasileiro


Figura 38 – Observador olhando as seis posições. Figura 40 – Seis vistas em um único plano.

Os planos de projeção, para representar Da mesma forma que imaginamos os


o objeto nas seis posições, estão agrupados e planos ligados por dobradiças (conforme a fi-
perpendiculares entre si (figura 39). gura 37), faremos a mesma coisa aqui. Claro
As vistas, representadas nos seis planos, que, na prática, as linhas que representam os
recebem os seguintes nomes: planos são eliminadas, ficando apenas as vis-
1. Elevação tas do objeto (figura 41).
2. Planta
3. Lateral
4. Lateral direita
5. Planta inferior
6. Lateral posterior

Figura 41 – Representação correta na prática.

Escalas

Para a representação gráfica, nem sem-


pre é possível fazê-lo em seu tamanho real,
sendo necessário o uso de uma escala de re-
dução ou de ampliação.
Desta maneira, representam-se, em ta-
manho reduzido, objetos que apresentam
Figura 39 – Os seis planos de projeção. grandes dimensões. No caso do desenho ar-
quitetônico, a escala de redução é a mais
Vimos, anteriormente, sobre o rebati- usada, exceto em detalhes construtivos em
mento dos planos das três vistas. Vejamos que a escala usada é a real, ou seja, o dese-
agora como representar as seis vistas dos seis nho é feito com as dimensões reais da peça
planos de projeção (figura 40). ou objeto desenhado.
Desenho Arquitetônico - Aula 2 51 Instituto Universal Brasileiro
As escalas de redução mais utilizadas, Transformação das medidas
em desenhos arquitetônicos, são:
1:100 e 1:50 Desenho com plantas Interessa-nos analisar duas situações,
a saber:
1:200 e 1:250 Plantas com cobertura
1:500 Plantas de situação 1) A maneira de transformar a medida
1:50 Cortes, seções e fachadas real para a medida do desenho
1:5, 1:10 e 1:20 Detalhes Para efetuarmos a transformação da
medida real para a medida do desenho, basta
A escala natural é representada por 1:1 dividirmos o valor da medida real pelo valor nu-
(um por um), ou seja, as dimensões do dese- mérico da escala, valor esse que não seja o 1.
nho são as mesmas da peça ou do objeto
desenhado. Na figura 42, mostramos a aplicação
de dois tipos de escalas na representação de
desenhos de arquitetura.

Com qual medida deverá ser desenhada


uma parede de um tijolo (25 cm) e compri-
mento de 2,00 m na escala de 1:50?

A escala só terá efeito para o traçado no


desenho. Ao inserir as cotas (medidas), colo-
Solução
cam-se as medidas reais da peça (figura 43).
Antes de aplicarmos a regra, convém,
para efeito de simplificação, transformarmos a
medida real de metros para centímetros. Para
isto, devemos lembrar que:
1,00 metro (m) = 100 centímetros (cm)
100 cm = 1000 milímetros (mm)
Portanto, 2,00 m = 200 cm.
As medidas angulares não sofrem
transformações em escalas. Assim, um ân-
Aplicando esta regra, para transformar a
gulo de 60º permanecerá com 60º, seja qual
medida real em medida do desenho, basta
for a escala empregada.
dividirmos a medida real do objeto (200 cm)
pelo valor da escala, que não seja 1.

Figura 42 – Exemplo de uso das escalas 1:50 e 1:100.

Desenho Arquitetônico - Aula 2 52 Instituto Universal Brasileiro


Utilizaremos, como valor de escala neste
exemplo, o número 50. Assim, teremos:

200 ÷ 50 = 4 cm
25 ÷ 50 = 0,5 cm (5,00 mm)

Desta forma, concluímos que uma pa-


rede com comprimento de 2 m (200 cm) e es-
pessura de 25 cm, na escala de 1:50, será
desenhada apenas com 4 cm de comprimento
e 5 mm de espessura (figura 44). Figura 45 – Janela desenhada na escala de 1:100.

Escala na prática

No desenho de plantas para construção


arquitetônica, o emprego de escalas, princi-
palmente de redução, é muito importante.
Vimos, anteriormente, como fazer os cál-
culos para reduzir ou ampliar as cotas do que
se quer desenhar. Na prática, não será neces-
sário este cálculo, já que existem escalas
(réguas) com graduações já reduzidas em
várias escalas. É o caso, por exemplo, do
Figura 44 – Representação de uma parede com 25 cm de es- escalímetro triangular com seis escalas.
pessura e 2,00 m de comprimento na escala de 1:50.
O escalímetro é fabricado em vários
modelos com diferentes escalas para diversas
2) Transformação da medida do desenho
finalidades. Na arquitetura, o instrumento reco-
para a medida real
mendado é o que possui as escalas de 1:125,
Para efetuarmos a transformação da me-
1:100, 1:75, 1:50, 1:25 e 1:20 (figura 46).
dida do desenho para medida real, multiplica-
mos o valor da medida do desenho pelo valor
numérico da escala. Esta é uma operação
inversa à anterior.

Qual a dimensão real de uma janela que


Figura 46 – Modelo de escalímetro.
foi desenhada com 1,5 cm na escala de

A escala é representada, no desenho, em


1:100?

forma de fração ou, mais comumente, sepa-


rada por dois pontos, assim:
Solução

1:2 – Significa um por dois, que é uma


Para transformar a medida do desenho

escala de redução.
em medida real, multiplicamos a medida do

2:1 – Significa dois por um, escala de


desenho pelo valor da escala (figura 45), logo:

1,5 cm x 100 = 150 cm. ampliação.


Desenho Arquitetônico - Aula 2 53 Instituto Universal Brasileiro
Com o escalímetro, fica mais fácil dese-
nhar, ou mesmo identificar, a escala em que o
desenho foi feito. No caso da escala 1:1
(natural – um por um), significa que o desenho
tem a mesma medida do que se está dese-
nhando.
O escalímetro não só é usado para
desenhar, como também para saber em qual
escala determinada planta foi desenhada,
mesmo quando a planta não possui indicação
da escala.
Quando o desenho não possui indicação
da escala, podemos determiná-la da seguinte
forma (figura 47):
Figura 47 – Ilustrações com as indicações das escalas utilizadas.

Figura 48 – Escalas do escalímetro.

Desenho Arquitetônico - Aula 2 54 Instituto Universal Brasileiro


Na figura 48, é possível verificar o
emprego das diferentes escalas do esca-
límetro. Pela simples observação do de-
senho, concluimos que a referida planta,
com as dimensões de 7,00 x 4,00 m, foi
desenhada em escala de redução alta, Com a escala de ampliação, pode-
entre 1:125 e 1:100. Ao usarmos o esca- mos desenhar as minúsculas peças de
límetro na escala de 1:125 sobre o dese- um relógio de pulso. Com a escala de re-
nho, verificamos que o valor é de 9,30 m, dução, é possível desenhar um transa-
tlântico com ± 250 m de comprimento e
o que não corresponde à medida real de
altura de um edifício de 12 andares.
7,00 m. Já usando o escalímetro sobre o
desenho na escala de 1:100, encontra- Cotas e Indicações
mos os valores de 7,00 x 4,00 m, que
corresponde ao indicado no desenho. Cotar um desenho significa colocar todas
Portanto, esta planta foi desenhada na as medidas e indicações necessárias à sua exe-
escala de 1:100. cução. No desenho arquitetônico, as plantas
Um olhar atento permite identificar o devem conter todas as dimensões dos compar-
valor aproximado da redução, mas o esca- timentos, áreas de circulação, halls, corredores
límetro pode indicar, com exatidão, a pro- etc. Nas elevações e cortes, as alturas de pisos,
porção de escala. peitoris, barras impermeáveis, pé direito (altura
livre do cômodo) etc. (figura 49).

Figura 49 – Colocação das cotas.

Desenho Arquitetônico - Aula 2 55 Instituto Universal Brasileiro


As seções circulares de tubulação, bem c) Outra forma de representar as dimen-
como o perfil de ferros redondos para concre- sões de uma janela é mostrada na figura 53.
tos, grades etc., são indicadas pela medida do O número que está antes do sinal de multipli-
diâmetro antecipado do símbolo Ø (figura 50). cação no numerador, depois do sinal de multi-
plicação no numerador, representa a altura, e
o número no denominador, o peitoril.

Figura 50 – Aplicação do símbolo Ø.

Os vãos de portas e janelas poderão ser Figura 53 – Outra representação para dimensionar janelas.

cotados da seguinte maneira:


a) Por um traço de fração em que o nu-
merador representa a largura da porta, e o
denominador, a altura (figura 51).

As cotas que indicam os diferentes níveis


de pisos são representadas da seguinte ma-
neira (figura 54):
Figura 51 – Representação de medidas de portas e janelas
por um traço de fração.

b) Por um sinal de multiplicação em que


o primeiro número representa a largura, e o se-
gundo, a altura (figura 52).

Figura 54 – Cotas indicadoras de diferentes níveis de piso.

Pode-se acrescentar a estes símbolos,


ainda, as letras NA (Nível Acabado) e NO
(Nível do Osso – contrapiso para receber aca-
Figura 52 – Representação de medidas por um sinal de multiplicação. bamento) entre parênteses.
Desenho Arquitetônico - Aula 2 56 Instituto Universal Brasileiro
A colocação de cotas nas áreas em Os sinais indicativos de diâmetro (Ø) e de
forma de arco deve ser feita como indicada na quadrado ( ) devem ser colocados à esquerda
figura 55. As cotas de raios são indicadas con- do valor da cota.
forme representadas na figura 56.
Exemplo: Ø 30 mm 20 mm

No desenho arquitetônico, a unidade de


medida é o metro, sempre com duas casas
decimais após a vírgula. Como essas duas
casas correspondem aos valores em centíme-
tros, não há necessidade de colocar a letra m
(metro) e nem cm (centímetro).
Figura 55 – Cotação de arco.

Submúltiplos do metro

Decímetro (dm) 10

Centímetro (cm) 100

Milímetro (mm) 1000

Figura 56 – Cotação de raios.

Aula 2

1) O desenho que representa o objeto em suas três dimensões chama-se:


a) planta.
b) elevação.
c) lateral.
d) perspectiva.

2) A perspectiva isométrica parte de quantas linhas?


a) Duas linhas, formando ângulo de 180º.
b) Três linhas, formando ângulo de 120º.
c) Quatro linhas, formando ângulo de 90º.
d) Uma linha de horizonte (LH).

3) Na perspectiva artística, as linhas que formam o objeto convergem para:


a) a linha de terra.
b) eixos isométricos.
c) pontos de fuga.
d) cruzamento da LH com a LT.

4) A projeção ortogonal é o método empregado para representar o objeto em ___________________.


Desenho Arquitetônico - Aula 2 57 Instituto Universal Brasileiro
1) Calcule as medidas reais de uma sala que foi desenhada com 3,5 cm x 4 cm na
escala de 1:100.

Solução:

2) Quais as medidas em centímetros que deveremos colocar no desenho de um salão que


mede 7,8 de largura e 12,5 de comprimento, empregando a escala 1:50.

Solução: 7,80 = _______ cm


1250 = _______ cm

3) Quero fazer um desenho de detalhes na escala de 5:1 de um rebite que será usado na
fixação das paletas de uma das venezeanas de alumínio. O rebite tem as seguintes medidas:

Medidas reais Medidas do desenho


r = 3 mm r = ________ mm
d = 4 mm d = ________ mm
e = 8 mm e = ________ mm

Desenho Arquitetônico - Aula 2 58 Instituto Universal Brasileiro


AULA 3
REPRESENTAÇÃO DE UM PROJETO

Planta Baixa

Os desenhos de arquitetura com-


preendem um conjunto de projeções, vistas
e seções de um edifício ou parte deste, uti-
lizando convenções que facilitam a inter-
pretação do desenho e, consequentemente,
a execução da obra.
É uma seção (corte) obtida ao se fazer Figura 58 – Parte inferior resultante da seção.

passar um plano horizontal, paralelo ao plano


do piso, a uma altura suficiente (± 1,50 m) de
forma que corte janelas, portas, paredes, co-
lunas etc., tornando visíveis os detalhes da
construção (figura 57).
Retirada a parte que fica acima do
plano de seção horizontal, temos, como re-
sultado, a seção da figura 58, que ainda não
é a representação convencional, pois está
em perspectiva.
Olhando essa seção perpendicularmente,
vamos obter a projeção horizontal, que cor-
responde à planta baixa da obra, a qual nos
informa sobre a espessura das paredes, dis-
tribuição dos cômodos e suas dimensões,
localização de portas, janelas etc. (figura 59). Figura 59 – Planta baixa.

Figura 57 - Plano de seção.

Desenho Arquitetônico - Aula 3 59 Instituto Universal Brasileiro


Figura 61 – Representação de parede de meia altura.

Portas

• Portas com pisos iguais e no mesmo


Símbolos e Convenções nível (figura 62).

Daremos, a seguir, os símbolos e con-


venções mais usados em desenho arquitetô-
nico. Mas, convém ressaltar que outras formas
de representação gráfica podem ser utilizadas
com algumas diferenças, porém se asseme-
lham e não deixam dúvidas quanto a sua cor-
reta interpretação.

Paredes

• Paredes altas com representações de


dois traços grossos ou cheios (figura 60). Figura 62 – Representação de porta com pisos iguais.

• Portas com pisos em níveis diferentes


ou de acabamentos ou materiais diferentes
(figura 63).

Figura 60 – Representação de parede alta.

• Paredes de meia altura com represen-


tação de traços médios e indicação da altura Figura 63 – Representação de portas com pisos em níveis
(figura 61). diferentes.
Desenho Arquitetônico - Aula 3 60 Instituto Universal Brasileiro
Janelas Cortes ou Seções

• As representações de janelas podem O desenho em planta baixa não permite


variar conforme o seu tipo (figuras 64): conhecer todas as dimensões de detalhes de
uma construção. Por esta razão, torna-se
necessária a inclusão de mais dois planos de
projeção, mostrando em cortes (seções) vistas
seccionadas por planos verticais (sentido
transversal e longitudinal da planta).

Corte transversal

Obtém-se da mesma forma da anterior,


porém, neste caso, o plano de seção deverá
cortar o edifício no sentido transversal, ou seja,
no sentido da largura (figura 65). Retirando-
-se a parte que fica antes do plano, este corte
é obtido olhando-se, de frente, a vista do corte
transversal (figura 66).
Figura 64 – Representação diversificada de janela.

Representações Diversas

Figura 65 – Plano de seção transversal.

Figura 66 – Corte transversal.

Desenho Arquitetônico - Aula 3 61 Instituto Universal Brasileiro


Corte longitudinal

É o corte obtido por um plano de seção


vertical perpendicular ao piso (planta baixa),
que secciona o edifício no sentido do seu com-
primento (figura 67). Retira a parte que fica
antes do plano de seção e desenha o que se
apresenta, olhando-se exatamente de frente
(como se fosse elevação), conforme apresen-
tamos na figura 68.

Indicação de corte

Os cortes são indicados, nas plantas,


por letras e uma linha grossa (traço e ponto),
terminada por seta ou traço que indica a posi-
ção do observador com relação ao plano de
seção (figura 69). Figura 69 - Indicação do corte sobre a planta.

Figura 67 – Plano de seção longitudinal.

Figura 68 – Corte longitudinal.

Desenho Arquitetônico - Aula 3 62 Instituto Universal Brasileiro


Nem sempre os cortes são executados Planta de localização
por planos de seção retos. Muitas vezes,
somos obrigados a mudar de direção para que É a planta que mostra a posição do
o mesmo passe por lugares que melhor defi- imóvel dentro do terreno de acordo com as
nam os detalhes (figura 70). medidas dos recuos do imóvel em relação às
divisas dos lotes (figura 72).

Figura 72 – Planta de localização.

Desenho de detalhes
Figura 70 – Exemplo de plano de corte não-reto.

Em geral, são plantas ou cortes dese-


Além das plantas baixas e dos cortes, é nhados em escalas menores que 1:100 ou
comum, nos projetos arquitetônicos, vistas do 1:50. Normalmente, emprega-se uma escala
imóvel serem apresentadas de frente, de lado 1:20 de partes das mesmas para que os deta-
e de fundo. O mais encontrado é a vista de lhes fiquem bem claros para o construtor.
frente, conhecida como fachada. Geralmente, O número de plantas baixas, cortes e
a fachada apresenta, ainda que de forma sim- fachadas varia de acordo com a complexidade
plificada, detalhes de acabamento que dão da obra. Por exemplo, para uma casa térrea,
uma ideia ao proprietário da aparência do temos uma única planta e dois cortes. Em so-
imóvel depois de pronto (figura 71). brados, teremos duas plantas: térreo e supe-
rior. Para prédios em geral, teremos a planta
da garagem, do térreo e do andar protótipo,
caso todos os andares sejam iguais. Se hou-
ver diferença, haverá necessidade de uma
planta para cada andar.

Graças a esse conjunto de proje-


ções, vistas e seções, são construídos
edifícios, estações de metrô, usinas e
inúmeras outras obras monumentais.
Figura 71 – Fachada.

Desenho Arquitetônico - Aula 3 63 Instituto Universal Brasileiro


Circulação Vertical O comprimento da rampa deve estar de
acordo com a inclinação. O ideal para rampas
Para melhor aproveitamento dos terrenos de pedestres é de 8%, mas, por ocupar muito
nas grandes cidades, surgiu a verticalização espaço, aumenta-se para 10%.
da construção, ou seja, a sobreposição de pa- Uma forma simples de calcular o com-
vimentos ligados por uma circulação vertical. primento de uma rampa é com a regra de três
Sabemos que a circulação horizontal é feita simples. Os elementos necessários são:
através de corredores, terraços, áreas de cir-
C Comprimento da rampa
culação etc. As três mais importantes circula-
ções verticais são as rampas, as escadas e os h Altura a ser vencida
elevadores. i Percentagem de inclinação

Rampas

A rampa é um plano inclinado, instalado


para a circulação de pessoas, cargas e veícu-
los. Não são utilizadas em residências (salvo Seja a altura a ser vencida de 4 m e a
em casos especiais), mas em hospitais, esco- percentagem, 8%, temos que armar a regra de
las, supermercados, edifícios e construções três assim:
para fins esportivos entre outros.
As rampas podem ser construídas com C = h (altura) x 100 ÷ i (percentagem)
lances retos, combinados retos e curvos e C = 400 x 100 ÷ 8
helicoidal (figura 73). C = 40.000 ÷ 8
C = 5000

Então, 50,00 m é o comprimento da


rampa a ser construída. Se usarmos 10%, o
comprimento cairia para 400 x 100 ÷ 10 =
4000, ou seja, 40,00 m.

Escadas

Não entraremos em detalhes sobre


cálculos e construção de escadas, por ser um
assunto técnico, dispensável ao corretor de
imóveis. Porém, há informações básicas e al-
guns detalhes que devem ser observados na
execução de escadas e que são de conheci-
mentos úteis para a avaliação de imóveis.
A largura para uma escada residencial é
de, no mínimo, 0,90 cm e, pelo Código de
Obras e Edificações da Prefeitura de São
Paulo (COE), 1 m. Para escadas coletivas ou
de prédios de apartamentos com elevador, a
largura é de 1,20 m e seu elevador, 1,30 m. O
espelho deve ter, no máximo, 0,19 cm e o piso,
no mínimo, 27 cm. Observe na figura 74 o de-
Figura 73 – Rampas com lances retos. senho de uma escada detalhado:
Desenho Arquitetônico - Aula 3 64 Instituto Universal Brasileiro
O número de degraus está em função do
pé direito com a distância entre o piso e o teto.
Assim, dividindo-se a medida do pé direito pelo
valor do espelho, teremos o número de degraus.
O número de degraus de uma escada a
ser construída em um hall, com o pé direito
medindo 2,70 m e o espelho, 18 cm é:
Figura 74 – Escada.
2,70 ÷ 18 = 15
Os pisos são planos horizontais e os Portanto, 15 será o número de degraus
espelhos, planos verticais, ambos formam o
degrau. (figura 75).
para esta escada.

Elevadores

O elevador é um dispositivo de transporte


de pessoas e carga em circulação vertical de
um edifício.
Os componentes básicos de um sistema
de elevadores são estes:

• No que diz respeito à estrutura:

a) Casa das máquinas: Em geral, na se-


quência da caixa do elevador, é o local onde,
Figura 75 - Escada de lances retos
normalmente, são instalados os equipamentos
A sequência de degraus é chamada de de tração e o quadro de força responsável pelo
lances. Eles podem ser retos, curvos ou com- acionamento do elevador.
binados de retos. Também podem ser retos e b) Caixa ou Caixa de corrida: É onde o
curvos, caracol etc. (Figura 76). elevador (cabine) se movimenta.
c) Patamar ou Pavimento: É o nível do
piso de parada do elevador.
d) Poço: Está localizado abaixo do andar
térreo. Nele são instalados os dispositivos de
segurança (parachoque) e proteção de limite
de percurso do elevador.

• No que diz respeito ao elevador:

a) Cabine: É o compartimento onde são


transportadas as pessoas ou carga.
b) Contrapeso: É uma peça presa aos
cabos de aço, que contrabalança o peso da
carga transportada, utilizando menos energia
Figura 76 – Lances de escada. na operação.
Desenho Arquitetônico - Aula 3 65 Instituto Universal Brasileiro
Observe na figura 77 o desenho detalhado de um elevador:

Figura 77 – Elevador detalhado.

1) O que significa esta indicação?

R:______________________________________________________________________

2) O desenho resultante do corte feito por um plano horizontal, deixando visíveis detalhes
da construção como janelas, portas, paredes etc., chama-se ___________________ .

3) Os desenhos resultantes de seções feitas por planos verticais são chamados de


________________ e __________________.

4) O desenho que indica o posicionamento da obra no terreno chama-se


__________________.
Desenho Arquitetônico - Aula 3 66 Instituto Universal Brasileiro
Aula 3

Para que você treine a leitura e interpretação de plantas e cortes de desenhos utilizados
na construção civil, acompanhe, nas páginas seguintes, a sequência de figuras de 1 a 6 de um
sobrado e responda às perguntas:

1) Quais as dimensões do terreno?


R:______________________________________________________________________

2) Na planta do primeiro pavimento, o corte BB passa pela _____________________


e o corte AA passa pela _____________________ .

3) Quais as dimensões dos dormitórios?


R:______________________________________________________________________

4) Qual a largura da escada do primeiro para o segundo pavimento?


R:______________________________________________________________________

5) Dê o pé direito (medida da altura):


a) da garagem:___________________________________________________________
b) do muro do terraço:______________________________________________________
c) primeiro e segundo pavimento:_____________________________________________

6) Quais os tipos de piso dos cômodos por onde passa o Corte B-B?
R:______________________________________________________________________

7) Qual a área da peça copa/cozinha?


R:______________________________________________________________________

8) Descreva os cômodos deste projeto nos diversos pavimentos, a começar pelo térreo.

• O térreo tem
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________

• O primeiro pavimento tem


_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________

• O pavimento superior tem


_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
Desenho Arquitetônico - Aula 3 67 Instituto Universal Brasileiro
Figura 1 - Térreo

Figura 2 - Primeiro Pavimento

Desenho Arquitetônico - Aula 3 68 Instituto Universal Brasileiro


Figura 3 - Segundo Pavimento

Figura 4 - Corte A-A

Desenho Arquitetônico - Aula 3 69 Instituto Universal Brasileiro


Figura 5 - Corte B-B

Figura 6 - Fachada

Desenho Arquitetônico - Aula 3 70 Instituto Universal Brasileiro


AULA 4
NOÇÕES DE CONSTRUÇÃO CIVIL - I

Conceitos Básicos

O Técnico em Transações Imobiliárias


não é um profissional que atua na área de
projetos ou construção de imóveis, mas deve
possuir conhecimentos básicos na área de
construção civil, necessários para o vendedor. Terraplanagens são os trabalhos neces-
Estes conhecimentos vão desde o fundamen- sários para alterar o relevo do terreno - aterro,
tal de uma obra, que é o terreno, até o acaba- escavação ou rebaixamento (figura 80).
mento da construção.

Foto cedida por MBigucci – Comércio e Empreendimentos Imobiliários.


Terreno

Primeiramente, seja para vender, com-


prar ou construir, é preciso conhecer a docu-
mentação do lote ou se o loteamento está em
ordem. Os terrenos podem ser planos, super-
fície uniforme ao nível da rua ou não.
Chamamos de aclive o terreno que tem
inclinação ascendente a partir do logradouro
até o fundo (figura 78).

Figura 80 – Terraplanagem.

Consistência do solo

Diz-se que um solo é consistente quando


as suas partículas são pouco escorregáveis,
Figura 78 – Desenho de um aclive.
isto é, quando há bom índice de aderência
Declive é o terreno descendente em entre elas. Toda compressão, exercida pela
relação ao logradouro (figura 79). construção em terreno consistente, fica bem
mais distribuída. Convém não confundir con-
sistência com incompressibilidade (terreno
indeformável que suporta grande carga sem
ceder). As primeiras camadas do solo são,
geralmente, compressíveis, porém, as mais
profundas são menos compressíveis. Estes
dados são de particular importância para o
construtor, no momento em que projetar as
Figura 79 – Desenho de uma declive.
fundações de um edifício.
Noções de Construção Civil - Aula 4 71 Instituto Universal Brasileiro
Orientações sobre Topografia Efetuando um corte AB, o ponto onde a
curva de nível intercepta o plano de corte for-
Para se obter boas condições de insolação nece a cota vertical para este plano. Ligando
e ventilação dos vários cômodos de um imóvel, os vários pontos das respectivas curvas de
é preciso conhecer a posição norte verdadeira, nível, temos o perfil do terreno desejado e, por-
que nos dá a posição do sol e a direção dos tanto, a configuração geral altimétrica.
ventos, como determina o código de obras. As curvas de nível são representadas em
levantamentos topográficos de metro em
Planimetria metro (2,00 m – 2,00 m; 5,00 m – 5,00 m).
Ao observarmos, em um loteamento ou
Para se conhecer a forma de um terreno, planta de um terreno, a distância entre as
é necessário levantar e desenhar o seu perí- linhas de curva de nível, podemos concluir qual
metro, levantar um terreno e medi-lo, isto é, é a inclinação do terreno. Quanto mais próximas
colher, sobre o mesmo, distâncias e ângulos umas das outras, mais íngreme (grande declive)
que possibilitem o desenho de sua configura- é o terreno e quanto mais distante umas das ou-
ção horizontal e seu dimensionamento. A este tras, mais plano é o terreno (figura 82).
tipo de levantamento dá-se o nome de plani-
métrico ou planimetria.

Altimetria

É o levantamento topográfico feito para


se obter as cotas verticais, ou seja, alturas e
diferenças de nível em relação a uma superfí-
cie de nível de comparação.

Curvas de nível

É uma linha imaginária que representa Figura 82 – Distância entre as linhas de curva de nível.
pontos com a mesma cota ou altitude. Na
figura 81, mostramos o levantamento topo-
gráfico de um terreno de 12,00 x 22,00 com
marcação das curvas de nível, com referência
0,00 m no nível da rua como início do aclive,
até o ponto mais elevado (5,50 m). Um corretor, que se encontra de plan-
tão em uma imobiliária, recebe um cliente.

Cliente: Quais os lotes disponíveis e sua


topografia no loteamento da rua IUB?
Corretor (tomando a planta em suas
mãos): Os lotes disponíveis são os de no 3 e 4
do lado direito da rua, e 7 e 8 do lado es-
querdo. Os números 3 e 4 são lotes em de-
clive, que descem em relação ao nível da rua.
Já os lotes 7 e 8 são lotes em aclive, que
sobem em relação ao nível da rua.
Cliente: Muito bom, para mim, são inte-
Figura 81 – Altimetria. ressantes os de número 3 ou 4, pois eu quero
Noções de Construção Civil - Aula 4 72 Instituto Universal Brasileiro
Na depressão, as de maior valor envol-
vem as de menor valor (figura 85).
construir a garagem e a sala de jogos no sub-
solo. Mas, antes de iniciarmos os detalhes do
negócio, permita-me perguntar como você
chegou a conclusão da topografia dos terre-
nos, pois observei que na planta dos lotes,
nada está escrito sobre a mesma?
Corretor: O senhor está vendo essas
linhas e números que estão sobre a planta?
Cliente: Sim, estou.
Corretor: Estas linhas são chamadas
curvas de nível e indicam a variação das cotas
ao longo do terreno. Quando a numeração é
crescente (11, 12, 13 etc.), como nos lotes 7 e
8, o terreno sobe em relação ao nível da rua
e, quando é decrescente (14, 13, 12 etc.) em

Figura 85 – Depressão.
relação ao nível da rua, caso dos lotes 3 e 4, o
terreno desce.

Topografia
Cliente: Muito interessante. Vamos aos
negócios.

Dá-se o nome de topografia (levantamento


topográfico) ao tipo de levantamento planimétrico
e altimétrico (conhecimento das configurações
horizontal e vertical) de uma área de terreno.
O levantamento topográfico visa, por-
tanto, transmitir ao arquiteto informações
quanto à forma do terreno, suas dimensões e
área desenhadas de metro em metro, ou, em
casos especiais de terrenos acidentados, de
meio em meio, como já foi dito.
Todo levantamento é executado com o
Figura 83 - Planta parcial do loteamento. auxílio de instrumentos apropriados.

Na elevação, as curvas de nível que Estruturas Básicas da


têm menor valor envolvem as de maior valor Construção Civil
(figura 84).
Transcrevemos aqui um trecho da intro-
dução do Manual do proprietário à saúde dos
edifícios, editado pelo Instituto Brasileiro de
Avaliações Periciais de Engenharia de São
Paulo (IBAPE) e pelo Conselho Regional de
Engenharia, Arquitetura e Agronomia de São
Paulo (CREA–SP):
Não seria exagero dizer que o homem
criou os edifícios, até certo ponto, a sua ima-

• Assim como o ser humano tem esqueleto,


gem e semelhança.

Figura 84 – Elevação. os edifícios têm ESTRUTURAS.


Noções de Construção Civil - Aula 4 73 Instituto Universal Brasileiro
• Assim como o ser humano tem muscu-
latura, os edifícios têm ALVENARIA.
• Assim como o ser humano tem sistema
circulatório, os edifícios têm INSTALAÇÕES
HIDRÁULICAS E ELÉTRICAS.

Da mesma forma que os indivíduos, tam-


bém as edificações adoecem por fatores inter-
nos, externos ou pela natureza.
Fatores internos, ou endógenos, decor-
rem de deficiências de projeto ou execução da
obra, falhas de utilização ou de sua deteriora-
ção natural pelo esgotamento de sua vida útil,
em geral, estimada em 60 anos, ou seja, por
fatores inerentes ao próprio imóvel. Figura 86A – Força imposta pela gravidade.

Fatores externos, ou exógenos, impostas


por fatores produzidos por terceiros, não pre-
vistos na execução da obra, ou seja, provoca-
dos por ações voluntárias ou involuntárias.

A natureza manifesta-se em falhas decor-


rentes de forças não provocadas diretamente
pela ação humana, previsíveis ou não, mas

Portanto, vamos iniciar este estudo sobre


sobre as quais o homem não exerce controle.

construção civil começando por estruturas.

Estruturas

As estruturas, embora aparentem rigidez, Figura 86B – Força imposta pela natureza.
apresentam um certo grau de movimentação.
Portanto, os imóveis, desde um pequeno
galpão até um imponente edifício residencial, Fundação
comercial, são, na realidade, parcialmente
móveis, por forças impostas pela gravidade ou Assim chamada a estrutura cuja finali-
por outros elementos da natureza. dade é transmitir as cargas de uma edificação
As forças impostas pela gravidade são para a camada resistente do solo. As primei-
verticais como peso da própria estrutura de ras fundações podem ser diretas e indiretas.
alvenaria, do revestimento dos imóveis, e
circulação das pessoas (figura 86A). Fundação direta
Já as forças produzidas pelos elemen-
tos da natureza (terra, água, vento) são Também conhecida como fundações
difusas, ou seja, ocorrem em várias direções rasas, já que são feitas em profundidade
(figura 86B). inferior a 3,00 m. As fundações diretas são
Para receber e absorver esses esforços formadas por sapatas de concreto apoiadas
e cargas da construção e distribuí-las pelo sobre um lastro de concreto magro. Veremos
solo, a estrutura deve estar assentada sobre na figura 87 a parede de uma residência
um conjunto estrutural denominado fundação. apoiada na sapata de uma fundação direta.
Noções de Construção Civil - Aula 4 74 Instituto Universal Brasileiro
Baldrame
É um tipo de fundação muito usada na
construção de casas em terrenos cuja
camada resistente do solo se encontra, no
máximo, 0,60 m de profundidade. Ele dis-
tribui a carga livremente sobre o terreno
(figura 88).

Figura 88 - Baldrame.

Em grandes construções, o baldrame é


feito por cima das fundações, profundas ou
indiretas, conforme vemos na figura 89.

Foto cedida por MBigucci – Comércio e Empreendimentos Imobiliários.

Figura 87 – Fundação direta. Figura 89 - Baldrame por cima da fundação.

Noções de Construção Civil - Aula 4 75 Instituto Universal Brasileiro


Fundação Indireta portadas para a obra. Elas podem ter seção
quadrada ou redonda (figura 92).Tanto estas
As fundações indiretas, também conhe- quanto as anteriores são cravadas no solo com
cidas como fundações profundas, podem ser um equipamento chamado bate-estaca.
feitas por meio de estacas de madeira, aço ou
concreto. Podem, também, ser pré-moldadas
e moldadas no local. Estas fundações são in-
troduzidas no solo até atingirem a camada
mais resistente do solo, que se encontra a
mais de 3,00 m de profundidade (figura 90).

Figura 92 – Estacas com seção quadrada ou redonda.

As moldadas no local da obra são feitas


ao se abrir um buraco no solo, que será preen-
chido com concreto. Podem ter armação de
ferro ou não (figura 93).

Figura 90 - Fundação indireta.

As estacas de madeira (em geral, de eu-


calipto descascado) têm como vantagem a du-
rabilidade quando totalmente submersa, caso
contrário, pode apodrecer. As de aço são cons-
truídas com aço laminado em forma de H. São
estacas fáceis de cravar, emendar e cortar,
além de disponíveis em vários comprimentos
(figura 91).
Foto cedida por MBigucci – Comércio
e Empreendimentos Imobiliários.

Figura 91 - Estacas de madeira e de aço

As estacas de concreto armado podem


ser pré-moldadas ou moldadas no local. As
moldadas são fabricadas em outro local e trans- Figura 93 – Estacas moldadas no local da obra.

Noções de Construção Civil - Aula 4 76 Instituto Universal Brasileiro


É sobre as fundações indiretas que se As lajes podem ser pré-fabricadas, sendo
apoiam as estruturas dos edifícios formadas mais usadas as lajes nervuradas. Consiste na
por pilares, colunas, vigas e lajes (figura 94). colocação de vigotas de concreto com ferro,
Pilar e coluna, embora fabricados da apoiadas nas vigas, intercaladas por lajotas de
mesma forma e com os mesmos materiais, cerâmica (figura 96).
são diferentes na seção. O pilar tem seção
poligonal e a coluna, seção circular. Ambos
apóiam-se verticalmente sobre as fundações.
As vigas são elementos estruturais
apoiados nos pilares horizontalmente, sobre
as quais se assentam as lajes.
As lajes são planos estruturais que
recebem todos os tipos de carga, distri-
buindo-as para as vigas e estas para as co-
lunas e pilares e estes, para as fundações.
Elas podem ser de concreto estrutural, ou
seja, fundidas juntamente com as vigas e pi-
lares (figura 95). Figura 96 - Exemplo de laje nervurada.

Foto cedida por MBigucci – Comércio e Empreendimentos Imobiliários.


Figura 94 - Estrutura de um edifício

Figura 95 - Exemplo de laje, viga e pilar.

Noções de Construção Civil - Aula 4 77 Instituto Universal Brasileiro


Aula 4

1) As linhas que representam pontos com a mesma cota ou altitude se chamam


________________.

2) Se a numeração das linhas de curvas de nível for decrescente, o terreno está


________________ do nível da rua.

3) O levantamento __________________ é o que transmite ao arquiteto informação sobre


a forma do terreno, dimensões, área etc.

4) Os imóveis que são estruturas de aspectos sólidos, na realidade, apresentam um


______________________.

5) As fundações feitas em profundidade inferior a 3,00 m se chamam _______________ e


as em profundidade superior a 3,00 m são as ________________.

Identifique estas fases de uma obra:

Foto cedida por MBigucci – Comércio e Empreendimentos Imobiliários.


Foto cedida por MBigucci – Comércio e Empreendimentos Imobiliários.

1 - ____________________________ 2 - ____________________________

_______________________________ _______________________________
Noções de Construção Civil - Aula 4 78 Instituto Universal Brasileiro
• 4 latas de areia

AULA 5
NOÇÕES DE CONSTRUÇÃO CIVIL - II

Recursos e Materiais de Construção

Continuamos a apresentar mais alguns


Figura 96B – Homem colocando areia na betoneira
conhecimentos na área de construção civil,
importantes e muito úteis para o corretor de • 5 ½ latas de pedra
imóveis.

Concreto

É um dos materiais mais importantes da


construção civil. É composto por uma mistura
de cimento, areia, pedras britadas e água. A
pedra e a areia devem ser puras (sem argila
ou barro) e limpas, sem impurezas (folhas,
gravetos, torrões etc.). A água deve ser pura Figura 96C– Homem colocando pedra na betoneira
(potável) e adicionada na quantidade correta
para a boa qualidade do concreto. Água em • 1 ½ latas de água
excesso diminui a resistência do concreto e,
na falta desta, deixa o concreto com buracos.
A resistência e a durabilidade do con-
creto dependem da proporção dos materiais
constituintes. Esta proporção é chamada de
dosagem ou traço.

Figura 96D– Homem colocando água na betoneira

O traço para o concreto a ser empre-


gado em estruturas (vigas, colunas, lajes e
pré-moldados) é:
• 1 saco de cimento

Figura 96A – Homem colocando cimento na betoneira

Noções de Construção Civil - Aula 5 79 Instituto Universal Brasileiro


O concreto é usado para fazer bases
em fundações rasas e contrapisos (concreto
magro); e em fundações, pisos, paredes e
estruturas como pilares, vigas, lajes e pré-
-moldados em geral. Nestes casos, este
concreto é chamado de concreto armado.
Concreto armado ou estrutural é assim
chamado por receber uma armação metálica
que resiste aos esforços de tração, enquanto o
concreto puro resiste à compressão.

Alvenaria

As paredes nas construções convencio-


nais apenas fecham os vãos entre pilares e
vigas da estrutura que distribui a carga sobre
as fundações. Os elementos mais comuns da
alvenaria são: tijolos maciços, pedras naturais
e blocos de cerâmica ou concreto. Figura 98 – Diferentes tipos de paredes e armações.

Nos grandes edifícios, onde toda a es-


trutura é feita de aço ou concreto, a alvenaria
é de fechamento ou vedação e não estrutural
(figura 99).

Foto cedida por MBigucci – Comércio e Empreendimentos Imobiliários.


Figura 97 – Tipos de tijolos
As paredes podem exercer a função es-
trutural. Os elementos de alvenaria, neste
caso, devem ser resistentes, pois sobre eles
são postas as cargas para serem distribuídas
às fundações. Este tipo de alvenaria é cha-
mado de autoportante ou estrutural.
A autoportante é usada, em geral, nas cons-
truções residenciais térreas e sobrados e também
em hotéis, hospitais, edifícios com até quatro an-
dares. Esta alvenaria dispensa vigas e pilares.
Figura 99 – Alvenaria de fechamento ou vedação.
Independetemente de ser fechado ou
estrutural, o assentamento dos elementos da Na execução da alvenaria, é importante
alvenaria deve ser feito com amarrações que deixar vãos para portas e janelas. Sobre
garantem a resistência, jamais se usa tijolo esses vãos, não devem ser colocadas vergas
sobre tijolo de forma alinhada. A figura 98 pré-fabricadas ou moldadas no local. Estas
apresenta os diferentes tipos de paredes e a vergas devem ser maiores que o vão, no mí-
amarração das fiadas. nimo, 20 cm para cada lado (figura 100).
Noções de Construção Civil - Aula 5 80 Instituto Universal Brasileiro
Revestimento

Revestimento é a camada externa que


se aplica na alvenaria para dar acabamento.
O revestimento mais comum para paredes é o
reboco. Ele é feito em três etapas (figura 103):
1. Chapisco: Feito com cimento e areia
grossa, esta massa é atirada na parede com
certa violência para se fixar rapidamente. Tem
aspecto salpicado e serve de base para rece-
ber o emboço.
2. Emboço: É a camada de argamassa
Figura 100 – Vergas sobre os vãos da janela e porta. que é utilizada para regularizar a superfície da
parede. É também atirada na parede com
Também devem ser chumbados os taru- certa violência como o chapisco, mas de
gos de madeira nas bordas dos vãos para maneira contínua e com maior quantidade de
fixação dos batentes das portas e janelas, massa para, em seguida, se passar a régua
confeccionados em madeira (figura 101). para regularizar a superfície da parede ou teto.
3. Reboco: É aplicado o reboco sobre o
emboço, cuja função é alisar a superfície, pre-
parando-a para receber a pintura. O reboco é
feito de cal e areia bem fina. Pode ser substi-
tuído por massa fina comprada pronta, conhe-
cida como massa corrida.

Figura 101 – Tarugos de madeira chumbados.

As esquadrias de ferro já vêm montadas


com toda a ferragem para fixação (chumba-
das, grapas ou rabo de andorinha). Neste Figura 103 – As três etapas do revestimento (chapisco, emboço
caso, é preciso cortar as paredes nos pontos e reboco).

onde se localizam esses fixadores (figura 102).

Depois do reboco, a parede (ou o teto)


estará pronta para receber a pintura. Outras
argamassas podem ser aplicadas sobre o
reboco para dar diferentes acabamentos
como, por exemplo, aspecto rústico, mar-
morizado, aparência de granito entre outros.
Figura 102 – Esquadrias de ferro montadas.

Noções de Construção Civil - Aula 5 81 Instituto Universal Brasileiro


As argamassas em assentamentos são das águas da chuva, os telhados podem ser
usadas para unir tijolos, blocos, pedras etc., de uma, duas, três ou mais águas (figura 105).
sendo utilizadas em alvenarias e assentamen-
tos de piso, cerâmica, ladrilhos, azulejos etc.
Também permitem a impermeabilização de pa-
redes.
Outros revestimentos decorativos podem
ser aplicados nas paredes:
• Em paredes de copas, cozinhas, lava-
bos, banheiros, área de serviço, o revesti-
mento mais usado é o azulejo cerâmico.
• Nos demais cômodos, pode-se utilizar
madeira, cerâmica, pedra laminada, material
metálico, vidro, pastilha etc.
Figura 105 – Águas no telhado.
Importante: Antes de iniciar o revesti-
mento das paredes, é preciso que estejam Estrutura do telhado
tampados os rasgos feitos para a passagem
dos conduítes e canos das instalações elé- A estrutura é o conjunto de peças estru-
tricas, telefônicas e hidráulicas (figura 104). turais que forma um sistema rígido, geralmente
de madeira, apresentando um certo caimento,
sobre o qual se fixam as peças de revesti-
mento externo (telhas). As principais peças
Foto cedida por MBigucci – Comércio e Empreendimentos Imobiliários.

desta estrutura são as tesouras e a trama.


As tesouras são armações de madeira ou
metal que servem para distribuir a carga do te-
lhado sobre as paredes. Em geral, elas se
apresentam em forma triangular (figura 106).

Figura 104 – Edifício em fase de revestimento.

Telhados

Os telhados de uma edificação não só


protegem a mesma contra intempéries (mu-
danças climáticas), como também podem ser
decorativos. Eles são compostos de estrutura,
revestimento e coletores de águas pluviais.
Existem telhados de diversos tipos e for-
mas, com superfícies planas ou curvas, deno-
minadas águas. Para o destino do escoamento Figura 106 – Tesouras.

Noções de Construção Civil - Aula 5 82 Instituto Universal Brasileiro


Sobre as tesouras são colocadas o ma-
deiramento, o estrado composto por caibros,
ripas etc., onde se fixarão as telhas.

Elementos de um telhado

Observe a seguir os elementos formados


pelas placas (águas) de um telhado (figura 107):

Figura 108 – Tipos de telhas.

Figura 107 – Elementos formados pelas placas (águas).

• Beiral: É a parte do telhado saliente


das paredes.
• Cumeeira: É a linha mais alta da
cobertura paralela às paredes, no sentido da
maior dimensão do edifício.
• Espigão: É a linha que une o extremo da
cumeeira ao vértice (canto do beiral) da cobertura.
• Rincão: Linha originada pelo encontro
de duas águas em coberturas conjugadas. É co-
nhecido, também, pelo nome de água furtada.
• Platibanda: Mureta que esconde total
ou parcialmente o telhado, em geral, na fa-
chada principal do imóvel.

O revestimento dos telhados são as te-


lhas. Elas podem ser encontradas em modelos
tradicionais, tipo colonial ou francesa, de ci-
mento, amianto entre outros (figura 108).
Para coletar e dar vazão às águas de
chuva dos telhados, utilizam-se calhas, rufos
e condutores que podem ser de zinco, plástico,
amianto etc.
Na figura 109, mostramos onde e como
são instalados esses elementos de captação
de água, cuja instalação deve ocorrer antes do
arremate final do telhado. Figura 109 – Instalação dos elementos para a captação de água.

Noções de Construção Civil - Aula 5 83 Instituto Universal Brasileiro


As calhas são as peças que recolhem as
águas da chuva. Os canos condutores devem
ser colocados nas calhas para que levem a
água até o nível do solo (figura 110).

Figura 110 – Instalação da calha.

Finalização da obra

Depois que foi concluído o revestimento Pintura


e o telhado, é dado o início do revestimento
das paredes interna e externa (fachadas), e As tintas para pinturas se dividem em
pisos. Em algumas obras mais simples, o re- látex, esmaltes e vernizes.
vestimento se restringe ao reboco que já foi
feito para receber a pintura. Mas muitas obras • A linha látex pode ser de acetato de
utilizam outros materiais para revestir paredes polivinela (PVA) e acrílica, podendo ser apli-
e pisos como: azulejos, porcelanas, fórmicas, cada em alvenarias internas e externas e em
vidros, pisos laminados, cerâmicas etc. tetos. O látex é lavável com água e sabão. A
Nas fachadas de prédios residenciais, tinta látex acrílica é a mais usada por sua
utilizam-se pastilhas, cerâmicas, massa textu- impermeabilidade, durabilidade e resistência a
rizada e pintura. Para prédios comerciais, além sujeiras e impurezas.
destes acabamentos, temos ainda a pele de
vidro ou a fachada toda de vidro também, sem • Os esmaltes e vernizes são revesti-
que seja vista a estrutura de alumínio que fica mentos com características especiais e visual
oculta na parte interna. brilhante.

• Os vernizes são aplicados sobre es-


quadrias de madeira e concreto aparente (sem
acabamento). Os vernizes são limpos com
água e sabão e podem ser para uso interno e
externo.
Alubond é um tipo de acabamento
com placas de alumínio composto que
• Os esmaltes, que podem ser usados
podem ser fixadas em diversos tipos de
tanto interna como externamente, são aplica-
substratos como estruturas de ferro, aço,
dos em superfícies metálicas, galvanizadas,
alumínio, alvenaria ou concreto.
alumínio, madeira, alvenaria e cerâmica.
Noções de Construção Civil - Aula 5 84 Instituto Universal Brasileiro
Observe na figura 111 a tabela e aplicação das tintas apresentadas:

Para pintar... Usamos...

Alvenaria / Reboco Látex PVA Acrílica

Cerâmica porosa (piso) Acrílica Esmalte (catalizável)


Esmalte sintético e
Cimentados (piso) Acrílica
acrílico
Cerâmica / Azulejo Esmalte (catalizável)
Esquadrias e painéis
Óleo
de ferro / aço
Fibra de vidro

Gesso Látex PVA Acrílica Verniz

Madeira (piso) Verniz

Esquadrias e painéis Verniz Esmalte sintético e


de madeira Poliuretano acrílico
Verniz
Papel de parede
(maleico)
Reboco com cal Látex PVA Acrílica
Tijolos aparentes/
Acrílica Verniz
Concreto

Noções de Construção Civil - Aula 5 85 Instituto Universal Brasileiro


Projetos Complementares A partir daí, a manutenção da água potável
é feita através de projetos e execução das insta-
Complementado os projetos arquitetôni- lações hidráulicas com reservatório, tubulação e
cos, que compreendem o levantamento do aparelhos bem dimensionados, que garantem o
terreno, localização da obra no mesmo, plan- escoamento da água a pressões e velocidades
tas baixas, cortes e fachadas do imóvel e ou- corretas ao bom funcionamento dos aparelhos.
tros projetos, são necessários projetos para as As instalações hidráulicas prediais, de um
fundações e estrutura (concreto), instalações modo geral, são classificadas em sistemas di-
hidráulicas, elétricas, telefônicas e outros de reto e indireto, de acordo com a maneira como
instalações especiais que se fizer necessário. a água é utilizada a partir da rede pública.
Claro que esses projetos complementa-
res são indispensáveis em qualquer tipo de • Sistema direto
obra e são fundamentais para a vivência do É quando a água é utilizada diretamente
ser humano, mas não servem de argumento da rede pública no abastecimento dos pontos
de vendas para o corretor de imóveis. Por isso, de utilização, não havendo, neste caso,
faremos uma descrição básica de cada pro- reserva domiciliar. Podemos observar o es-
jeto, dando conhecimento dos elementos que quema de um sistema direto pela figura 112:
os compõem, e princípios de funcionamento
dos mesmos ao corretor, para que ele saiba
identificar as diferentes fases de uma obra.

Instalações hidráulicas

Fazem parte do projeto hidráulico as ins-


talações de água fria, água quente e rede de
esgotos.
Água fria
Figura 112 – Sistema direto.

A instalação hidráulica de água fria é a Vê-se que a água abastece o prédio, che-
denominação dada a um sistema constituído gando diretamente da rede pública. Não tem reser-
por reservatórios, tubulações, aparelhos etc., vatório, passa pelo medidor (hidrômetro) e abastece
com a finalidade de transportar a água rece- os diversos pontos existentes, tais como: torneiras
bida da rede de distribuição para os diversos de lavatórios, pias, tanques, bacias, chuveiros etc.
pontos de utilização existentes em uma resi- Este sistema apresenta algumas vantagens:
dência, prédios, indústrias, estabelecimentos menor perigo de contaminação da água no abas-
comerciais e outros tipos de construção. tecimento interno; as despesas com encanamen-
A preocupação maior que se deve ter no tos são menores; e não necessita de reservatório.
projeto e na execução da instalação é a
garantia de se obter água potável. • Sistema indireto
A responsabilidade de garantir água Para este sistema, temos a reserva do-
potável cabe aos órgãos públicos através de miciliar, motivada por três fatores:
controle, execução e manutenção dos siste- 1) Grande variação na pressão da rede pú-
mas de captação, adução, reservatórios e blica, devido às variações de horário no con-
redes de distribuição de água. Isto quer dizer sumo, ocasionando o não abastecimento de
que o governo garante água potável desde a pontos de utilização de água nos lugares eleva-
captação até a distribuição desta no hidrômetro. dos do prédio. É evidente que, em determinados
Noções de Construção Civil - Aula 5 86 Instituto Universal Brasileiro
horários do dia, o consumo de água é maior, oca- sendo depositada no reservatório inferior que
sionando menor pressão do líquido na tubulação. interrompe sua entrada quando estiver cheio
Então, a água que vem da rede não “tem força” através do controle de uma boia.
para subir aos pontos mais elevados do prédio. Do reservatório inferior, a água é bombeada
• Nas primeiras horas da manhã, por para o superior por intermédio do conjunto de ele-
volta das 7 horas, por exemplo, o consumo de trobombas. A água bombeada passa pela tubu-
água é maior que às 9 horas por causa da lação que liga o reservatório superior ao inferior.
preparação do café da manhã, banhos etc.
Água quente
• O consumo cai em torno das 9 horas.
Das 11 às 13 horas, ele aumenta (preparação A água quente geralmente é instalada em
das refeições, lavagens). residências ou prédios de alto padrão de aca-
• O consumo volta a cair entre 14 e 16 horas. bamento, devido ao alto custo da instalação.
• A partir das 18 horas, o consumo de Os pontos que recebem água quente, de
água se eleva novamente devido aos banhos modo geral, são: pias de cozinhas, lavatórios,
e refeições noturnos. banheiras, chuveiros e bidês, máquinas de lavar.
2) Elevada altura dos prédios para abas- Para a instalação da água quente, exige-
tecimento. se a execução de, praticamente, duas instala-
3) A continuidade da distribuição não é ções hidráulicas: uma de água fria e a outra de
constante, chegando, às vezes, a faltar água água quente. Os pontos de recebimento deve-
na rede pública. rão ser providos de misturadores.
Nas construções não luxuosas, se utili-
Por estes três fatores, há o emprego do zam aparelhos que aquecem a água no pró-
sistema indireto, quando a água é armazenada prio local de utilização como, por exemplo, os
num reservatório inferior (localizado sob o chuveiros, torneiras e aquecedores elétricos,
prédio). Então, ela é bombeada a um reserva- cujo funcionamento consiste em aquecer uma
tório superior, que se encarrega de suprir todos resistência elétrica por onde a água escoa,
os pontos da instalação predial por gravidade. aquecendo-a. A instalação destes aparelhos é
simples, mas exige manutenção periódica.
Observe as vantagens do sistema indireto: A intensidade do aquecimento é dada
• Sempre há reserva de água, mesmo pela abertura da água; pouca água aquece
em casos de ruptura ou consertos na rede pública. bastante, porém muita água aquece pouco.
• Pressão constante e reduzida nos
encanamentos e peças.
• Abastecimento interno contínuo, devido
aos reservatórios (figura 113).

Observe alguns tipos de aquecedores:

• Aquecedor de passagem
Figura 113 – Sistema indireto.
É o que aquece a água instantaneamente, uti-
O prédio recebe a água da rede pública. lizando a energia elétrica ou a gás (neste caso, ne-
A água passa pelo medidor de consumo, cessita ventilação). Ocupa pouco espaço, pois não
Noções de Construção Civil - Aula 5 87 Instituto Universal Brasileiro
precisa de reservatório de água. Funciona imediata- Rede de Esgoto
mente após a abertura dos registros ou misturadores
de água, distribuindo água somente para todos os Todas as águas servidas de uma residên-
ramais da casa ou apartamento ao qual deve servir. cia, prédio, loja etc. são canalizadas para uma
rede pública chamada rede pública de esgotos.
• Aquecedor central Esta rede recebe, de todas as construções, o
É um sistema de aquecimento que dis- esgoto que deságua em córregos ou rios.
põe de um reservatório para água em forma As redes transportam o esgoto para as es-
de tambor. Nele, a água é aquecida por meio tações de tratamento onde a água será tratada
de gás, energia elétrica ou solar. A água man- e limpa, sendo lançada depois para os rios sem
tida em temperatura constante é distribuída poluir, mantendo a fauna e a flora em ordem.
para vários pontos do imóvel ao mesmo Os elementos sólidos são transformados em
tempo. Necessita de mais espaço para a ins- adubo e o elemento gasoso é aproveitado
talação deste tipo de aquecedor e seu custo é como gás para diversas aplicações.
mais elevado que o aquecedor de passagem.
Instalação predial de esgotos
Deve ser projetada e construída de forma
que funcione corretamente, obedecendo aos
itens abaixo relacionados:
1) Deve permitir rápido escoamento dos
Os aquecedores a gás e elétrico despejos e fácil desentupimento.
apresentam gastos para a aquisição dos 2) É bom vedar a passagem de gases e ani-
equipamentos e nas contas mensais de mais das canalizações para o interior dos edifícios.
gás ou energia elétrica. 3) Não permitir vazamentos ou escapa-
mentos de gases, ou formação de depósitos
• Aquecedor solar no interior das canalizações.
É muito usado para aquecer a água tanto 4) O diâmetro da tubulação deve ser sufi-
para uso interno (torneiras e chuveiros) como ciente para a vazão de cada ramal e canalização.
piscinas. Utiliza-se do sol como fonte de ener- 5) O caimento deve ser adequado para
gia, que é de graça e inesgotável. Este aque- dar escoamento rápido.
cedor é composto por coletores solares 6) É necessária a eliminação, tanto
(placas) e reservatórios térmicos (boiler). O quanto possível, de curvas acentuadas como,
calor do sol é captado pelas placas do aque- por exemplo, de curva de 90º por duas de 45º.
cedor e transferido para a água que circula 7) Deve-se colocar caixas suficientes de
pelos tubos que formam uma serpentina, inspeção para facilitar possíveis desentupi-
aquecendo a água e transferindo-a para o mentos (de preferência, nas curvas).
reservatório térmico (caixa d’água especial 8) É bom assentar a tubulação de esgoto em
que mantém a água armazenada quente). base firme, de preferência, em terreno bem com-
pactado, ou sobre lastro de concreto caso existam
dúvidas quanto à resistência do solo. Assim, evi-
tam-se possíveis recalques na tubulação.
9) Deve-se ter boa conexão (ligação) entre
os tubos e conexões para evitar vazamentos que
podem ocasionar o recalque da rede de esgotos.
10) Coloque uma caixa de gordura na
saída da tubulação da pia da cozinha. Assim,
evita-se que as substâncias gordurosas se
depositem nas paredes internas da tubulação.
Noções de Construção Civil - Aula 5 88 Instituto Universal Brasileiro
Como funciona a coleta dos esgotos
em São Paulo (Sabesp)*
Nos imóveis residenciais, comerciais, ou
nas indústrias, existem ligações com diâmetro
pequeno que formam as redes coletoras. Tais
redes são conectadas aos coletores-tronco (tu-
bulações instaladas ao lado dos córregos) e
que recebem os esgotos de diversas redes.
Dos coletores-tronco, os esgotos vão para os
interceptores, que são tubulações maiores,
normalmente assentadas ao lado dos rios. Daí
o destino será uma Estação de Tratamento,
que tem a missão de devolver a água em boas
condições ao meio ambiente, ou destiná-la ao
reuso para finalidades não-potáveis.
*Companhia de Saneamento Básico do
Estado de São Paulo

Instalações Elétricas

Dos projetos complementares, o elétrico re-


quer que o corretor de imóveis saiba identificar os
pontos de luz, tomadas, arandelas etc. nas plantas
baixas da instalação para passar os dados ao
cliente, para orientar-se na disposição dos eletro-
mésticos etc. Para o projeto de instalações elétri-
cas, existem símbolos próprios (na figura 114,
foram reproduzidos os mais importantes).
Para exemplificar, vamos tomar por refe-
rência o estudo da instalação elétrica da planta
apresentada na figura 115:

Figura 115 – Estudo de uma instalação residencial básica. Figura 114 – Principais símbolos para instalação elétrica.

Noções de Construção Civil - Aula 5 89 Instituto Universal Brasileiro


• Como podemos verificar, o quadro de (3) e um interruptor simples (4). Finalmente, na
distribuição (1) está instalado na sala, na parede oposta, temos uma tomada baixa mo-
parede divisória com o dormitório, logo atrás nofásica com terra (5).
da porta de entrada. Isto é bem comum, já que • Na cozinha, há apenas uma tomada
a porta aberta oculta o quadro. média monofásica (6) ao lado de um interrup-
• No centro da sala, há um ponto de luz tor simples (7) e um ponto de luz no teto (8).
no teto (2), cuja potência, número do circuito e • Temos no banheiro um ponto de luz na
comando não se encontram anotados. parede (9), normalmente sobre a pia para
• Ao lado do batente da porta de entrada, iluminação do rosto, e uma caixa de saída alta
há uma tomada média monofásica com terra bifásica com terra (10) para o chuveiro.

Aula 5

1 - O concreto, material mais usado para estrutura de grandes obras, é feito com a mistura
dos seguintes componentes:

a) ( ) cimento, cal, pedras maciças e água.


b) ( ) cimento, areia, cal e água.
c) ( ) cimento, areia, pedras britadas e água.
d) ( ) cal, areia, pedras britadas e água.

2 - O fechamento dos vãos entre pilares e vigas é feito com tijolos maciços, blocos de con-
creto, blocos de cerâmica etc. Trata-se de materiais de:

a) ( ) alicerce.
b) ( ) alvenaria.
c) ( ) fundação.
d) ( ) revestimento.

Respostas

AULA 1

1) O ângulo agudo mede menos de 90º.

2) O ângulo maior que 90º é o obtuso.

3) Circunferência e círculo, perímetro e área são a mesma coisa?

( ) Verdadeiro ( X ) Falso
Noções de Construção Civil - Aula 5 90 Instituto Universal Brasileiro
AULA 2

1) O desenho que representa o objeto em suas três dimensões chama-se:


a) planta.
b) elevação.
c) lateral.
d) perspectiva.

2) A perspectiva isométrica parte de quantas linhas?


a) Duas linhas, formando ângulo de 180º.
b) Três linhas, formando ângulo de 120º.
c) Quatro linhas, formando ângulo de 90º.
d) Uma linha de horizonte (LH).

3) Na perspectiva artística, as linhas que formam o objeto convergem para:


a) a linha de terra.
b) eixos isométricos.
c) pontos de fuga.
d) cruzamento da LH com a LT.

4) A projeção ortogonal é o método empregado para representar o objeto em verdadeira grandeza.

AULA 3

1) O que significa esta indicação?


R: Parede baixa com 1,40 de altura.

2) O desenho resultante do corte feito por um plano horizontal, deixando visíveis de-
talhes da construção como janelas, portas, paredes etc., chama-se planta.

3) Os desenhos resultantes de seções feitas por planos verticais são chamados de


Arte Longitudinal e Arte Transversal.

4) O desenho que indica o posicionamento da obra no terreno chama-se planta de localização.

AULA 4

1) As linhas que representam pontos com a mesma cota ou altitude se chamam curvas de nível.

2) Se a numeração das linhas de curvas de nível for decrescente, o terreno está abaixo do
nível da rua.

3) O levantamento topográfico é o que transmite ao arquiteto informação sobre a forma


do terreno, dimensões, área etc.

4) Os imóveis que são estruturas de aspectos sólidos, na realidade, apresentam um certo


grau de movimentação.

5) As fundações feitas em profundidade inferior a 3,00 m se chamam diretas e as em pro-


fundidade superior a 3,00 m são as indiretas ou profundas.
Desenho Arquitetônico e Noções de Construção Civil 91 Instituto Universal Brasileiro
AULA 5

1 - O concreto, material mais usado para estrutura de grandes obras, é feito com a mistura
dos seguintes componentes:
a) ( ) cimento, cal, pedras maciças e água.
b) ( ) cimento, areia, cal e água.
c) ( X ) cimento, areia, pedras britadas e água.
d) ( ) cal, areia, pedras britadas e água.

2 - O fechamento dos vãos entre pilares e vigas é feito com tijolos maciços, blocos de con-
creto, blocos de cerâmica etc. Trata-se de materiais de:
a) ( ) alicerce.
b) ( X ) alvenaria.
c) ( ) fundação.
d) ( ) revestimento.

Respostas

AULA 1 - CONCEITO DE GEOMETRIA

Um cliente solicita ao corretor um terreno onde possa construir um armazém com, no mínimo, 180
m . O corretor, ao consultar seu cadastro, encontra um terreno que se localiza dentro da área desejada
2

pelo cliente. Como a exigência da Prefeitura, nesta área, permite construir, no máximo 70% da área do
terreno, o corretor deve calcular esta área e se não ultrapassa os 70% exigidos.

20,00 m Calcular:
12,00 m

Área: 260,00 m2
25,00 m 70% 182,00 m2

O terreno atende às restrições da prefeitura e às necessidades do cliente?


( X ) Sim ( ) Não

AULA 2 - SISTEMAS DE REPRESENTAÇÃO, ESCALAS E DIMENSIONAMENTO

1) Calcule as medidas reais de uma sala que foi desenhada com 3,5 cm x 4 cm na
escala de 1:100.

Solução: 3,50 m x 4,00 m

2) Quais as medidas em centímetros que deveremos colocar no desenho de um salão que


mede 7,8 de largura e 12,5 de comprimento, empregando a escala 1:50.

Solução: 7,80 = 15,6 cm


1250 = 25,0 cm
Desenho Arquitetônico e Noções de Construção Civil 92 Instituto Universal Brasileiro
3) Quero fazer um desenho de detalhes na escala de 5:1 de um rebite que será usado na
fixação das paletas de uma das venezeanas de alumínio. O rebite tem as seguintes medidas:

Medidas reais Medidas do desenho


r = 3 mm r = 15 mm
d = 4 mm d = 20 mm
e = 8 mm e = 40 mm

AULA 3 - REPRESENTAÇÃO DE UM PROJETO

Para que você treine a leitura e interpretação de plantas e cortes de desenhos utilizados
na construção civil, acompanhe, nas páginas seguintes, a sequência de figuras de 1 a 6 de um
sobrado e responda às perguntas:

1) Quais as dimensões do terreno?


R: 20 m x 8 m.

2) Na planta do primeiro pavimento, o corte BB passa pela sala e o corte AA passa pela
sala/cozinha e lavanderia.

3) Quais as dimensões dos dormitórios?


R: 3,90 m x 4,10 m e 3,80 m x 4,10 m.

4) Qual a largura da escada do primeiro para o segundo pavimento?


R: 0,90 m.

5) Dê o pé direito (medida da altura):


a) da garagem: 2,50 m
b) do muro do terraço: 1,80 m
c) primeiro e segundo pavimento: 2,70 m

6) Quais os tipos de piso dos cômodos por onde passa o Corte B-B?
R: Taco e cerâmica.

7) Qual a área da peça copa/cozinha?


R: 16,50 m

8) Descreva os cômodos deste projeto nos diversos pavimentos, a começar pelo térreo.
• O térreo tem garagem e duas escadas, uma externa e outra interna.
• O primeiro pavimento tem laje da garagem (terraço), sala, copa e cozinha, escada da ga-
ragem para a sala, escada para subir ao pavimento superior, lavanderia, quarto, hall e banheiro
de empregada.
• O pavimento superior tem dois quartos com banheiros e armários embutidos, hall da escada.

AULA 4 - NOÇÕES DE CONSTRUÇÃO CIVIL - I

Identifique estas fases de uma obra:

1 - Terraplanagem. 2 - Baldrame sobre as fundações de um edifício.


Desenho Arquitetônico e Noções de Construção Civil 93 Instituto Universal Brasileiro
Bibliografia

ABNT. NBR 6492. Representação de Projetos em Arquitetura. Rio de Janeiro:


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CHAVES, Roberto. Manual do Construtor. 18ª ed. Rio de Janeiro: Ediouro, 1996.

CHING, Francis D. K. Representação Gráfica em Arquitetura. Porto Alegre:


Bookman Editora, 2000.

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MONTENEGRO, Gildo. Desenho Arquitetônico. 4ª ed. São Paulo: Bluches, 2001.

SANTORO, Fátima & GERSTENBERGER Jr, Guilherme. Vade Mecum do Direito


Imobiliário. Rio de Janeiro: Forense, 2006.

NAVY, U. S. Construção Civil – Teoria e Prática. São Paulo: Hemus, 2005.

TEPEDINO, Gustavo. Multipropriedade Imobiliária. São Paulo: Saraiva, 2000.

VENOSA, Silvio. Direito Civil 1: Parte Geral. Editora Atlas, 2001.


Sites Pesquisados

www.oficinadedesenho.com.br
www.wikipedia.com
www.sitedoscorretores.com.br/facilidades/legislação.php
www.soleis.adv.br/imobiliaria
www.saladocorretor.com

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