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FRANCIVAN RODRIGUES DOS SANTOS

Resumo do texto “UM POUCO DE HISTÓRIA EXTERNA DA LÍNGUA


PORTUGUESA” de José Mario Botelho, disponível pelo Círculo
Fluminense de Estudos Filológicos e Linguísticos, com foco nos principais
aspectos históricos que influenciaram a emergência da Língua Portuguesa.

1. Introdução

O português é uma língua neolatina falada na península ibérica com sua


origem na língua latina. O latim vulgar é a origem imediata da língua
portuguesa. Onde as línguas românicas são formas modificadas da língua
portuguesa, ou seja, muitos elementos linguísticos do período de formação
das línguas românicas fundamentam a história da língua portuguesa.

Partindo da descrição desses elementos, estabelece-se um alinha do


tempo com os períodos pré-histórico, proto-histórico, juntos a período um
histórico. Portanto desde a queda do império romano até a fundação de
Portugal não havia mais uma língua latina única e homogênea, mas sim a
dialetação do latim vulgar. Assim muitos dados gramaticais do português
de hoje podem ser entendidos pelo estudo da história externa da língua.

2. O início da história externa da língua portuguesa.

O latim era uma língua rude falada no Lácio região da Itália central. O
latim vulgar foi quem deu origem às línguas românicas inclusive ao
português, embora a língua portuguesa não se origine apenas do latim, mas
se constitui a principal, particularmente quanto ao léxico.

A língua latina, faz parte da história do português, denominado período


pré-histórico se entendendo até o século IX, quando se inicia o período
proto-histórico.
A península ibérica onde se deu a evolução do latim vulgar, do qual se
origina a língua portuguesa os romanos chegaram no século III a.C.
portanto é natural que a linguagem adotada pelos soldados romanos se
diferenciasse daqueles que mantinham contato mais estreito com Roma.
Com a expansão do império e o contato com as linguagens dos habitantes
de cada região conquistada contribui com a criação de novos padrões
linguísticos. Assim as línguas dos povos conquistados influenciaram o
latim vulgar na península.

3. A romanização da península ibérica

Os romanos impuseram o Latim aos povos conquistados por meio das


transações comerciais e nos documentos oficiais, restando a esses povos
adotarem o latim como língua oficial, prestigiada em detrimento das
demais. Não obstante esse latim não era o clássico, mas sim o vulgar
influenciado pelas línguas peninsulares.

4. A queda do império romano e a dialetação do latim

Com a queda do império romano pela invasão dos bárbaros contribuiu


para a dialetação do latim, os bárbaros essencialmente guerreiros e de
cultura diferente dos romanos, adotaram os elementos da civilização.
Adotaram a língua latina e novos elementos culturais foram agregados, a
romanização chega ao fim, mas a latinização se faz presente.

No séc. VIII, a península, já sob o domínio visigótico, sofre a invasão

dos árabes pelo Sul, que embora oficializassem a língua árabe, não
coibiram a língua latina. Em algumas regiões surge o “moçárabe” mistura
da dialetação do latim vulgar com o árabe.

5. A reconquista da península ibérica e estabelecimento do Reino de


Portugal
O domínio árabe anão conseguiu destruir o movimento de resistência
cristã que se organizaram para a reconquista. Esse movimento dos cristãos
conquistando o território e expulsão dos mouros, levam consigo um
romanço latino cristão, e desse contato surge a língua portuguesa.

Ao Norte da península, surgem a Galiza e o Condado de Portu Cale.


Dessas duas regiões a língua falara era o romanço galaicoportuguês. Com a
morte de D. Henrique o seu filho, D. Afonso Henriques, já senhor daquele
condado, a tomar o poder e se proclamar rei do condado, que ele denomina
reino de Portugal.

6. O Reino de Portugal e fundação da nacionalidade portuguesa

A língua falada na Galiza se diferenciava daquela falada em Portugal.


Com a fundação da nacionalidade portuguesa e da delimitação do seu
território. A língua portuguesa apresentava uma língua literária, o galego-
português.

No período denominado “proto-histórico”, que vai até o século XII, já


que se verificam muitos vocábulos portugueses em documentos escritos em
latim bárbaro desde o século IX. De modo que a língua portuguesa mais
tarde substituiu o latim bárbaro e o galego-português mais tarde.

7. Síntese da história externa do português

A história da língua portuguesa é dividida em fases da seguinte maneira:


Época Pré-Histórica (primeiros documentos latino-portugueses, escritos
num latim estranho); Época Proto-Histórica (textos redigidos em latim
bárbaro, surge o romance galaico-português); Época Histórica (textos
redigidos em português.) a fase é dividida em 2 fases, a arcaica e a
moderna.
Na época histórica a língua portuguesa se apresenta na escrita poética
em forma de galego-português. Também é dessa época a cantiga de amigo,
atribuída ao rei D. Sancho I, “Cantiga da Ribeirinha”. Também pode ser
considerado o 1º texto em português a cantiga de escárnio atribuída a Joam
Soares de Paiva “Ora faz ost’o senhor de Navarra”.

Na prosa, o primeiro texto escrito em português foi o Testamento de D.


Afonso II, o terceiro rei de Portugal. Esse texto em prosa não artística foi
escrito em 1214. Já Segundo Coutinho (1976), o primeiro texto em prosa
não-artística da língua portuguesa é o Auto da Partilha, que também é um
testamento, de 1192.

Além desse documento, de 1192, há também outro, o “Testamento de


Elvira Sanches”, que seria de 1193, e a “Notícia do Torto”, que seria de
1206 ou 1211, sendo, portanto, os documentos mais antigos. O padre
Avelino de Jesus da Costa, traz em seu estudo de 1979, a datação de todos
os textos tomados como os mais antigos textos escritos em português, e
afirma que são do final do século XII os seus originais, escritos em latim,
língua utilizada na elaboração dos documentos da época, e que as versões
em galego-português são do século XIII

8. Conclusão

Nessa linha do tempo da formação da língua portuguesa que vai da


queda do Império Romano até a fundação do Reino de Portugal com a
trajetória do latim vulgar. Nesse longo período de sete séculos observamos
uma serie de fatos históricos e muitos fenômenos linguísticos e formação
das línguas românicas e mudanças linguísticas de naturezas diversas,
contribuindo com a compreensão sólida da língua portuguesa.

Portanto a língua portuguesa originou-se do romance galaico-português,


constituído por um conjunto de evoluções do latim vulgar, uma língua
essencialmente falada com poucos registros em escrito. E muitas
semelhanças e diferenças são percebidas entre ambas. De fato, o léxico do
português é basicamente o do latim vulgar, que sofreu profundas
mudanças;

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA

BOTELHO, JOSÉ MARIO. UM POUCO DE HISTÓRIA EXTERNA. DA LÍNGUA


PORTUGUESA. Cadernos do CNLF, Vol. XVII, Nº 09. Rio de Janeiro: CiFEFiL,
2013.

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