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Unidade I

FILOSOFIA, COMUNICAÇÃO
E ÉTICA

Prof. Dr. Vladimir Fernandes


Conteúdos da primeira aula

Unidade I: Linguagem, Razão e Comunicação


 O uso da linguagem
 O uso da razão
 A lógica clássica
 A atitude científica
 As luzes e as sombras da razão
 Os meios de comunicação de massa
 O mundo globalizado
O uso da linguagem

Falar é próprio dos seres humanos. Segundo Aristóteles:


 Os animais expressam dor ou prazer por meio de sons.
 O homem é o único que possui linguagem simbólica.
 A linguagem possibilita nomear as coisas, estabelecer regras.
 Segundo Ernst Cassirer: a linguagem possibilita o verdadeiro
“abre-te, Sésamo” da cultura.
 Permite o acesso e o desenvolvimento da cultura humana.
O que é linguagem?

 A linguagem é um meio que os seres humanos usam para


se comunicar.
 Há comunicação entre os animais?
 Por exemplo: as abelhas dançam para indicar que encontraram
o pólen.
 As formigas demarcam o caminho até o alimento.
 O cachorro emite sons que identificamos como dor,
prazer, medo.
 Há diferença entre a linguagem animal e a linguagem humana?
Linguagem animal

 A linguagem animal reconhece apenas índices ou sinais


e não os símbolos.
 O que são índices? Os índices indicam alguma coisa
de forma fixa.
 Como o cachorro reconhece que seu dono está chegando
em casa?
 Por meio dos índices: o barulho dos passos, o cheiro etc.
Também são índices as frases usadas para adestrar animais:
 “Vamos passear”. “Fique quieto”.
 Os animais entendem o sentido simbólico da linguagem?
Linguagem humana

 A linguagem é um meio de comunicação por meio de signos


articulados, próprios da espécie humana.
 A linguagem é composta por um sistema de signos.
 O que é um sistema?
 É um conjunto de elementos organizados. Neste caso,
os elementos são os signos.
 O que são signos?
 Os signos são elementos que designam outros elementos.
 Por exemplo, a palavra livro está no lugar do objeto livro, o
número 8 está no lugar da quantidade real de oito coisas.
Linguagem humana

Os seres humanos
 Produzem uma linguagem simbólica, que lhes permite
representar o mundo.
 Desenvolvem a inteligência abstrata.
 Transformam o seu meio de modo intencional.
 Inter-relação: linguagem, pensamento e ação
Linguagem humana

Caso de Helen Keller (1880-1968)


 Nasceu em 1880, no Alabama (EUA).
 Com 19 meses de vida, contraiu uma doença que a deixou
cega, surda e, consequentemente, muda.
 Até os sete anos não compreendia o significado das coisas.
 Passou a ter aulas com a Profa. Anne Sullivan.
Helen Keller e Anne Sullivan (1887)

Fonte: https://www.awesomestories.com/asset/view/ Helen-Keller-and-Anne-Sullivan


Livro publicado em 1902 – Filme lançado em 1962

Fonte: https://www.google.com
O uso da razão

 O ser humano é um ser racional, um ser que faz uso da razão.


O que é razão?
 A palavra razão tem origem em duas fontes: o termo latino
ratio e o termo grego logos.
 Segundo CHAUÍ, “Lógos vem do verbo legein, que quer dizer:
contar, reunir, juntar, calcular. Ratio vem do verbo reor, que
quer dizer: contar, reunir, medir, juntar, separar, calcular”.
 E o que fazemos quando medimos, juntamos, separamos,
contamos e calculamos? Pensamos com medida
e proporção, pensamos de forma ordenada.
O uso da razão

Dessa forma:
“Lógos, ratio ou razão significam pensar e falar ordenadamente,
com medida e proporção, com clareza e de modo compreensível
para os outros. Assim, na origem, a razão é a capacidade
intelectual para pensar e exprimir-se correta e claramente,
para pensar e dizer as coisas tais como são.” (CHAUÍ, 1997).
O uso da razão

Razão – modo de organizar e compreender a realidade, fazendo-a


inteligível. Opõe-se:
 Ao conhecimento ilusório, que não penetra na realidade
das coisas, o conhecimento da mera aparência, da aceitação
imediata das coisas tais como aparecem e tais como
parecem ser.
 As emoções, os sentimentos e as paixões, que são caóticas,
cegas e contraditórias. A razão é vista como atividade ou ação
(intelectual e da vontade) oposta à paixão ou à passividade
emocional.
O uso da razão

 À crença religiosa, pois nesta a verdade nos é dada pela


revelação divina, não dependendo do trabalho de
conhecimento realizado pelo nosso intelecto.
Implica em aceitação pela fé.
 Ao êxtase místico, que implica em um abandono de si mesmo
e da atividade intelectual. A razão ou consciência se opõe à
inconsciência do êxtase.
Imaginação, Verdade e Razão –
“O jovem”, de Charles-Nicolas Cochim

Fonte: http://en.wikipedia.org/wiki/Charles-Nicolas_Cochin
Interatividade

De acordo com os conteúdos estudados, assinale a alternativa


correta.
a) A linguagem humana só reconhece índices ou sinais.
b) Os animais compreendem a linguagem simbólica.
c) A linguagem simbólica não é criação humana.
d) Só os seres humanos produzem linguagem simbólica.
e) Não se pode provar que a linguagem simbólica
é uma criação humana.
Lógica formal

 A lógica faz parte do nosso cotidiano?


 Quando você ouviu pela última vez a palavra lógica, ou lógico?
 É lógico que gosto de pizza!
 É lógico que vou assistir aula de Filosofia hoje!
 Lógica vem do grego logos.
 Significa: pensamento, discurso, razão.
 Preocupação com as regras do correto pensar.
 Examina se os argumentos são válidos ou inválidos.
Lógica formal - conceitos

 Argumento: encadeamento de proposições que chega


a uma conclusão.
 Proposições são sentenças que podem ser declaradas
verdadeiras ou falsas.
Exemplo: Todo homem é mortal. O gato é um animal.
O cachorro mia.
 Conclusão: é a proposição conclusiva do raciocínio.
Exemplo:
 Todos os paulistas são brasileiros.
 João é paulista.
 Logo, João é brasileiro.
É uma disciplina propedêutica.
Lógica formal – dedução

 Dedução – “concluir a partir de”, “extrair de algo”, “diminuir”.


 A partir de uma proposição geral, se conclui outra, geral
ou particular.
Exemplo:
 Todo homem é mortal.
 Sócrates é homem.
 Logo, Sócrates é mortal.
Exemplo:
 Toda estrela tem luz própria.
 Alfa é uma estrela.
 Logo, Alfa tem luz própria.
A conclusão não excede o conteúdo das premissas.
Lógica formal – indução

 Indução : “estender”, “conduzir”, induzir, “ação de levar”.


 A partir de dados singulares, inferimos uma verdade
universal.
Exemplo:
 Avista-se no Polo Norte um urso branco. Depois outro, e
outro, e outro... Logo, todo urso do Polo Norte é branco.
Exemplo:
 O ferro, o cobre e o zinco dilatam com o calor. Logo, todo
metal dilata como o calor.
O conteúdo da conclusão excede o das premissas.
Lógica formal – analogia

 É uma espécie de indução parcial.


 Compara-se dois (ou mais) objetos diferentes, mas que
apresentam pontos de semelhança.
 Infere-se uma conclusão particular.
Exemplo:
 Pedro curou suas dores de estômago com chá de boldo.
Logo, João também há de sarar.
Exemplo:
 O planeta Marte possui semelhanças com a Terra.
Logo, deve haver vida também em Marte.
Falácias

 Argumentos que parecem corretos, mas que são incorretos.


Argumento contra o homem.
 Ataca-se a pessoa e não o seu argumento.
 “Ele costuma ir ao bar, logo, tudo o que ele diz é mentira”.

Argumento de autoridade.
 Usa-se o prestígio de alguém para outro âmbito que não é da
sua competência.
 “Esse remédio para emagrecer é ótimo, pois quem fez a
propaganda foi aquela atriz” Ou “Vou votar nesse candidato,
pois meu cantor favorito está apoiando ele”.
Falácias

Falácia de acidente.
 O acidental é considerado essencial.
 “Ele nunca estudou e se deu bem. Logo, o estudo não serve
para nada”.
 Ou “A primeira vez que meu tio foi ao hospital não voltou
mais. Logo, toda medicina é inútil”.

Falácia de falsa causa.


 Toma-se como causa para um fato algo que não é
a verdadeira causa.
 “Ele tirou boa nota porque usava sua camisa
vermelha predileta”.
O conhecimento científico

 Os primeiros filósofos foram os descobridores do lógos,


da razão.
 Eles já estavam fazendo ciência?
 Depende de como entendemos o que é ciência.
 Se entendermos no sentido moderno, em que as teorias
resultam de observações e experimentos, a resposta é não.
 Mas se entendermos como busca de explicação racional
para o existente, sem preocupação com a experimentação,
a resposta é sim.
O conhecimento científico

 Nessa perspectiva, os pré-socráticos foram os primeiros a


adotar uma postura científica, uma vez que o conhecimento
científico resulta de uma atividade racional.
 Os filósofos entendiam que era necessário passar
da opinião (doxa) para a ciência (episteme), entendida
como conhecimento racional e objetivo.
 De um modo geral, a ciência grega permaneceu contemplativa,
separada da prática e sem o interesse de intervir na realidade.
A ciência moderna

 A partir do século XVII, com Galileu Galilei, tem início


a moderna concepção de ciência.
 Galileu, em seus estudos de astronomia e nas suas
investigações de física, recorre ao uso de matematização
e experiências.
 Busca-se explicar, em linguagem matemática, como os
fenômenos se comportam.
 Enquanto os gregos perguntavam por que um corpo cai,
os modernos passam a perguntar como um corpo cai.
 A ciência grega era qualitativa e contemplativa, já a ciência
moderna é quantitativa e experimental.
Galileu Galilei (1564-1642)

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Galileu_Galilei
Senso comum e ciência

 O senso comum produz um conhecimento: superficial,


fragmentado, impreciso, acrítico. Permeável às manipulações
ideológicas.
 A ciência busca um conhecimento: preciso e objetivo, que
possa ser comprovado.
 Utiliza um método, do grego meta, “através de” e hodós,
“caminho”.
 Busca de procedimentos adequados para atingir determinado
objetivo.
 Etapas do método experimental: observação do problema,
hipótese, experimentação, generalização.
Interatividade

Todos os alemães são europeus.


Kant era alemão.
Logo, Kant era europeu.

Trata-se de qual tipo de argumento?


a) Indução.
b) Dedução.
c) Analogia.
d) Falácia de acidente.
e) Argumento contra o homem.
As luzes e sombras da razão

 O século XVIII é conhecido como o século do Iluminismo


ou do Esclarecimento.
 Para Immanuel Kant, o lema do Esclarecimento é: Ousa saber!
 Período de valorização da razão e do conhecimento científico.
 Crença no poder da razão em produzir um mundo mais
esclarecido, um mundo melhor.
 As promessas do Iluminismo se cumpriram?
 Segundo Adorno e Horkheimer, não.
Theodor Adorno (1903-1969) e
Max Horkheimer (1895-1973)

Fonte: www.consciencia.org
As luzes e sombras da razão

Segundo Adorno e Horkheimer:


“[...] a terra totalmente esclarecida resplandece sob o signo de
uma calamidade triunfal" (1985).
Acontecimentos
 A Primeira Guerra Mundial, a ascensão do nazismo, a ditadura
stalinista, o desenrolar da Segunda Guerra mundial.
 O mundo esclarecido torna-se desencantado, despido de seus
aspectos míticos e sagrados.
As luzes e sombras da razão

 A razão burguesa entendeu que conhecer a natureza é,


sobretudo, dominá-la.
 O esclarecimento torna-se uma dominação cega, que não se
preocupa mais com a essência, apenas com a eficiência.
 Tudo se transforma em mercadoria, em objeto quantificável,
que deve gerar lucro.
 Ao se recusar a pensar o próprio processo do pensar, esse
pensamento regride à mitologia.
Entrelaçamento entre o mito e o esclarecimento

 Atribui-se a Homero as obras Ilíada e Odisséia.


 A Ilíada retrata a guerra de Tróia (dura dez anos).
 A Odisséia retrata o retorno de Ulisses (Odisseu, em grego)
para Ítaca (dura dez anos).
 Ulisses – mais astucioso guerreiro, idealizou o “cavalo de
Troia”, que selou a vitória dos gregos.
 A Odisséia (parte XII) retrata o encontro de Ulisses com as
sereias.
Para ouvir o canto das sereias sem sucumbir, Ulisses:
 pede para ser amarrado fortemente ao mastro do navio;
 e seus companheiros têm os ouvidos tampados com cera.
“Ulisses e as sereias”,
de Herbert James

Fonte: www.pt.wikipedia.org
Entrelaçamento entre o mito e o esclarecimento

 A volta de Ulisses para Ítaca simboliza a constituição


do sujeito racional.
 A viagem metafórica do sujeito racional, que calcula e domina
a natureza, pressupõe a renúncia de si mesmo, o sacrifício.
 Para ouvir o canto das sereias sem sucumbir foi necessário
reprimir os instintos e sacrificar-se.
 O domínio da natureza externa implica no domínio
da natureza interna.
Entrelaçamento entre o mito e o esclarecimento

 Mito e esclarecimento: buscam controlar as desconhecidas


forças da natureza.
 Mito – uso de rituais, práticas mágicas e de mimetização.
 Ciência – recorre ao princípio de identidade, busca
de conceitos imutáveis e universais.
 O controle rígido ao qual submete a natureza converte
a desmitologização numa nova mitologia.
Entrelaçamento entre o mito e o esclarecimento

 O que importa é dominar e subjugar a natureza e os homens,


visando ao poder e ao lucro.
 Tudo aquilo que foge ao campo da utilidade e do cálculo foge
também aos interesses do esclarecimento.
 Reabilitar o pensamento que pensa sobre si mesmo;
eis o caminho alternativo ao totalitarismo da razão.
Esclarecimento e antissemitismo

 Nesse tipo de sociedade, o pensar reflexivo é abolido e as


pessoas seguem a ideologia dos líderes políticos.
 Dessa forma, muitos aceitaram o antissemitismo dos regimes
totalitários do século XX.
 O antissemitismo é uma postura de discriminação em relação
aos judeus.
 Segundo Adorno e Horkheimer: “não existe um genuíno
antissemitismo”, porque as vítimas são intercambiáveis
e podem ser substituídas por outras: mendigos, imigrantes,
idosos etc.
Educação após Auschwitz

 Segundo Adorno, a questão primordial para a educação é


“a exigência de que Auschwitz não se repita [...]” (1995).
 Auschwitz-Birkenau – grupo de campos de concentração
localizados no sul da Polônia.
 Eram utilizados para trabalhos forçados e extermínio
dos prisioneiros.
 Representam a barbárie contra a vida, a coisificação
de seres humanos.
 Como é possível projetar uma câmara de gás para funcionar
com precisão e não se preocupar com o destino das vítimas?
Educação após Auschwitz

É fundamental buscar entender os mecanismos que geraram


a barbárie, para evitar outras. Alguns elementos:
 Ausência de autorreflexão.
 A profunda indiferença com relação às outras pessoas.
 Os interesses particulares colocados acima dos coletivos.
 A educação só faz sentido enquanto instrumento que
possibilite uma autorreflexão crítica, com o objetivo de evitar
a repetição da barbárie.
Interatividade

De acordo com Adorno e Horkheimer:


a) As promessas de um mundo melhor, feitas pelo Iluminismo,
se cumpriram.
b) A razão burguesa soube respeitar a humanidade
e a natureza.
c) A ciência é um saber supremo, que não precisa
ser repensada.
d) O mito deve substituir a ciência.
e) A razão burguesa entendeu que conhecer a natureza
é sobretudo dominá-la.
Os meios de comunicação de massa

 São aqueles capazes de atingir um grande número de pessoas


de diferentes lugares e classes sociais.
 Esses meios são objetos tecnológicos, como o rádio,
o cinema, a imprensa, a televisão.
 É por meio desses objetos tecnológicos que as mensagens
são propagadas.
 E quais são os conteúdos transmitidos? São informações
sob diferentes formas: novelas, notícias, jogos, música,
debates etc.
 Entre esses meios, a televisão conta com maior público.
A televisão

 O filósofo Cortella reflete sobre a chegada do aparelho de TV


em sua casa, há 30 anos:
 Na sala havia quatro poltronas, uma de frente para a outra.
Havia também uma mesa para que todos almoçassem juntos.
 À noite, os familiares, parentes e vizinhos se reuniam e
conversavam, dialogavam.
 Dialogar significa “diá” = entre, + “lógos” = palavra, razão.
 É uma “fala em que há a interação entre dois ou mais
indivíduos” (HOUAISS).
 No diálogo, as palavras são faladas e escutadas entre duas
ou mais pessoas.
A televisão

Quando seu pai trouxe a TV, ocorreram algumas mudanças:


 “Primeira modificação: saiu a imagem
de Nossa Senhora Aparecida e em seu lugar entrou a
Telefunken. Segunda modificação: as poltronas mudaram
de lugar, ficaram todas de frente para aquilo. Terceira
modificação: nunca mais nós conversamos”.
 “O erro está na televisão? [...] O erro
está na tecnologia que nos faz correr? Não. [...] Tecnologia
é ferramenta, não é finalidade”.
A linguagem televisiva

 Uma característica é a apresentação do conteúdo como


espetáculo.
 O espetáculo atrai e prende a atenção pela beleza,
grandiosidade etc.
 A realidade é transformada em simulacro.
O que é simulacro?
 O “simulacro intensifica e embeleza o
real, que se torna ‘hiper-real’ e, portanto, mais atraente”
(Aranha, 2006).
 As imagens se tornam mais belas e sedutoras do que
a própria realidade.
 Na imagem, a comida parece mais atraente. A guerra parece
menos violenta.
Guerra do Golfo (1991)

Fonte: http://www.globalsecurity.org/
Guerra do Golfo (1991)

Fonte: http://www.dw.de/cnn
A linguagem televisiva

 Outras características são a fragmentação e o ritmo acelerado.


 Os programas são apresentados divididos em capítulos,
episódios, separados por comerciais.
 O ritmo deve ser rápido para manter a atenção.
 Nos telejornais isso leva a uma fragmentação das notícias.
Sabe-se de tudo o que acontece no mundo de forma diluída
e superficial.
 Costuma-se criticar a televisão por criar um conhecimento
superficial e fragmentado.
A linguagem televisiva

 Outra característica importante é a instantaneidade.


 É possível apresentar os acontecimentos no tempo em
que acontecem.
 Ter contato com acontecimentos de diferentes lugares
do mundo.
 Problema – confusão entre realidade e representação.
 Por exemplo, um noticiário é neutro, imparcial?
 O que será mostrado? Em qual sequência? Por quanto tempo?
Tudo isso envolve escolhas.
A linguagem televisiva

 Os canais de TV, no Brasil, são concessão do Estado.


 A televisão é um meio comercial privado, sustentada por
anunciantes e que visa ao lucro.
 Sofre influências dos interesses envolvidos: empresas que
fazem anúncios, Estado, dirigentes do canal.
 É necessário ter uma postura ativa e crítica diante da TV.
 Pensar meios de uso alternativo e produtivo da TV: discussão
de filmes e documentários, buscar por informações mais
contextualizadas etc.
O mundo globalizado

Uma cena do mundo globalizado


 Hermes vai com Dafne ao cinema assistir a um filme
norte-americano.
 Quando saem do cinema, estão com fome e resolvem comer
uma pizza em uma cantina italiana. No cardápio, optam por um
vinho chileno.
 Quando saem está chovendo, abrem um guarda-chuva
fabricado na China. Resolvem tomar um táxi. Fazem o sinal e o
veículo para: é um carro de tecnologia coreana, dirigido por um
imigrante.
 É uma situação típica de um mundo globalizado.
O que é globalização?

Mas como pode ser definida a globalização? Segundo Barbosa


(2003, p. 8):
 A globalização é uma realidade presente, que se manifesta
nos planos econômico, político e cultural, a partir de uma
aceleração do intercâmbio de mercadorias, capitais,
informações e ideias entre os vários países, ocasionando
uma redução das fronteiras geográficas.
 O que isso significa?
Características da globalização

 No campo da comunicação, as informações são transmitidas


em tempo real, como jogos esportivos, enchentes, acidentes,
protestos etc.
 No âmbito da economia ocorre uma grande oferta de produtos
importados, como produtos eletrônicos, alimentos, roupas,
carros etc.
 No campo da cultura, cada vez mais ocorre uma maior e mais
rápida oferta de filmes, CDs, livros etc.
 Na esfera da política há uma tendência à universalização dos
valores políticos democráticos, assim como da defesa dos
direitos humanos e sociais.
Características da globalização

 A globalização vem acompanhada da ideologia política


do neoliberalismo.
 O liberalismo surge no séc. XVII e exprime os anseios da
burguesia frente ao Estado.
O neoliberalismo é a reafirmação dos valores liberais. Defende:
 abertura de mercados;
 corte dos impostos;
 privatizações;
 “Estado mínimo”;
 fortalecimento da iniciativa privada.
Características da globalização

 Todos os países são afetados igualmente pela globalização?


Países “globalizadores”
 Desenvolvem tecnologia, possuem multinacionais em outros
países, controlam as decisões internacionais.
 Exemplo: países desenvolvidos.
Países “globalizados”
 Menos desenvolvidos tecnologicamente, recebem empresas
multinacionais, importam mais do que exportam.
 São mais vulneráveis aos efeitos negativos da globalização.
 Exemplo: países subdesenvolvidos.
Interatividade

Sobre a televisão, de um modo geral, pode-se afirmar que:


a) a televisão é negativa por si só.
b) o noticiário veiculado na tevê é neutro e imparcial.
c) o simulacro apresenta a realidade tal como é de fato.
d) a programação da tevê não sofre influências econômicas.
e) o simulacro embeleza o real, tornando-o mais atraente.
ATÉ A PRÓXIMA!

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