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HISTÓRIA DA QUÍMICA

Destilação: a arte
de
“extrair virtudes”
Maria Helena Roxo Beltran

Neste número, a seção “História da Química” dá destaque à Possíveis origens da arte da


destilação, uma técnica muito antiga e ainda hoje importante destilação
nas indústrias e laboratórios químicos. A destilação também
Pode-se considerar que a destila-
é um tópico muito presente nos programas de cursos de nível
ção foi um dos desenvolvimentos
médio, embora seja raro professoras e professores discutirem
promovidos pelos alquimistas alexan-
a história desse processo químico. Neste artigo são
drinos nas técnicas de se operar sobre
apresentadas algumas idéias atuais sobre as origens e o
a matéria. Tal consideração baseia-se
desenvolvimento do processo de destilação. São enfocadas
nos estudos realizados sobre os textos
algumas concepções acerca desse processo elaboradas em
produzidos na Antigüidade que che-
diferentes épocas até o século XVI, bem como aspectos
garam até os dias de hoje. Conforme
relativos a sua utilização, especialmente na obtenção de
tais estudos, termos como ambix,
medicamentos.
lopas ou cucurbita e mesmo desenhos
de alambiques estariam presentes
destilação: prováveis origens, concepções até o século XVI, utilização do
apenas nos escritos dos alquimistas
24 processo alexandrinos1. De fato, nas principais
fontes dos textos alquímicos alexan-
drinos que sobreviveram até nossos

A
lambiques, retortas e fornos que a destilação é empregada na dias em cópias manuscritas feitas en-
estão sempre presentes em indústria. Além disso, a destilação é tre os séculos XI e XV, estão algumas
imagens para caracterizar um dos principais métodos de purifi- figuras de instrumentos que os
alquimistas e químicos em seus cação de substâncias utilizados em químicos de hoje podem facilmente
laboratórios. Isso indica que tais instru- laboratório. Assim, a importância des- associar com aparatos destilatórios.
mentos, utilizados no processo de se processo tão bem conhecido e Entretanto, apesar das semelhan-
destilação, têm papel destacado no claramente interpretado por meio de ças observadas entre essas figuras e
imaginário relativo tanto à alquimia modelos sobre as partículas que cons- os instrumentos atualmente utilizados,
quanto à química. Essa idéia não deixa tituem a matéria justifica sua inclusão o processo de destilação era realizado
de ter fundamento, pois em qualquer curso de naquela época num contexto muito di-
a destilação há muito Desde as suas origens e química de nível mé- ferente do atual. A destilação era uma
tempo vem sendo uti- durante um longo dio. operação alquímica, relacionada por-
lizada tanto nas artes período, a destilação Entretanto, nem tanto a um corpo conceitual originário
que envolvem o trata- estaria ligada à sempre a destilação de hibridizações entre idéias mágicas,
mento e a transforma- preparação de poderosas foi considerada uma religiosas e filosóficas, associadas aos
ção de materiais quanto ‘águas’ e à obtenção da operação tão trivial. conhecimentos envolvidos nas prá-
por estudiosos que ‘pedra filosofal’, do Desde suas origens e ticas artesanais egípcias.
buscavam afirmar ou maravilhoso ‘elixir’ que durante um longo pe- No laboratório, o alquimista procu-
elaborar idéias sobre a promoveria a cura de ríodo, a destilação es- rava operar sobre a matéria de modo a
composição da maté- todas as doenças dos taria ligada à prepa- aperfeiçoá-la, imitando o que se acre-
ria. metais e dos homens ração de poderosas ditava ocorrer na natureza. Admitia-se
Hoje em dia, a des- ‘águas’ e à obtenção que os metais seriam originados no inte-
tilação, processo baseado nas diferen- da ‘pedra filosofal’, do maravilhoso rior da terra e se aperfeiçoariam por um
ças entre o pontos de ebulição das ‘elixir’ que promoveria a cura de todas processo análogo à gestação. Assim,
substâncias, é adequadamente expli- as doenças dos metais e dos homens. a transmutação que ocorreria natural-
cada pela idéia de que a matéria é Seria também por meio da destilação mente, mas num tempo muito longo,
formada por partículas que se movi- que os iniciados extrairiam as ‘quin- poderia ser acelerada pelas operações
mentam e interagem. O fracionamento tessências’ de vegetais, minerais e alquímicas. Dessa forma, admitia-se
do petróleo, a obtenção de álcoois e partes de animais, obtendo-se dessa que os conhecimentos alquímicos
a extração de essências são apenas forma puríssimos e poderosos medi- permitiam ao adepto controlar as forças
alguns exemplos de processos em camentos. naturais. Por isso, esses poderosos

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diretamente de suas fontes originais.
Florescendo dentro de uma civilização
em expansão, a alquimia árabe não
seria uma simples continuação das
Figura 1: Desenhos presentes no elaborações alexandrinas. Isso pode
manuscrito Parisinus graecus 2327 (séc. ser evidenciado pela introdução da
XV), conforme Marcellin Berthelot em idéia de ‘elixir’, ausente naquelas fon-
seu Collection des Anciens Alchimistes
Grecs. Paris: G. Steinheil, 1887-88, p.
tes. Essa idéia teria suas origens nas
163. concepções chinesas sobre o equilí-
brio da natureza. O elixir seria um me-
dicamento universal, um poderoso
agente capaz de equilibrar as quali-
dades dos corpos, tornando-os perfei-
tos. Entretanto, em textos como os
atribuídos a Razes e os pertencentes
conhecimentos eram considerados ve-se ressaltar que o termo destilação
ao corpus Jabiriano encontram-se
divinos e sagrados, devendo portanto seria empregado só muito tempo de-
referências a “elixires” específicos que
ser mantidos em segredo. Além disso, pois para identificar exclusivamente
seriam utilizados em diferentes ope-
referências a um momento de revelação esse processo específico. Mesmo no
rações. Na busca desses ‘elixires’,
em que o adepto recebia esses início da idade moderna, o termo desti-
muitas vezes foram obtidos novos ma-
conhecimentos podem ser notadas em lar abrangia todos os processos em que
teriais, bem como produtos que encon-
muitos dos textos alquímicos. se observava gotejamento, incluindo,
traram utilizações diferentes das preten-
Concepções filosóficas sobre a portanto, fusões e mesmo filtrações4. didas, inclusive como remédios. Nos
composição e as transformações da Os aparatos destilatórios atribuídos textos árabes também são freqüente-
matéria também faziam parte dos a Maria Judia seriam naquela época mente mencionadas certas ‘águas
fundamentos da alquimia. A possibili- empregados, por exemplo, na obten- agudas’, as quais podem ser hoje rela- 25
dade de transmutar um metal em outro ção de ‘águas sulfurosas’. Entre as cionadas especialmente a reagentes de
podia ser justificada com base na idéia ‘águas’ — termo durante muito tempo caráter básico. Entre as poderosas
aristotélica de que a matéria fosse um empregado com referência a líquidos ‘águas’ também encontravam-se o
‘substrato amorfo’ impregnado de — destacava-se uma ‘Água Divina’, vinagre e sucos de frutas destilados5.
qualidades. Assim, adequando-se as provavelmente uma solução de A destilação também era utilizada
qualidades do metal de partida, seria polissulfetos que seria empregada no em manufaturas, como por exemplo
possível obter prata ou ouro. Uma for- processo de imprimir as propriedades na preparação de perfumes, arte para
ma de se fazer isso seria através da do ouro, tais como a cor amarelada, a qual os árabes muito contribuíram.
eliminação das qualidades do metal ao material em transmutação. Tam- Havia grandes centros onde eram
comum para se obter aquele ‘substra- bém na separação de ‘espíritos’ a par- extraídos os aromas de rosas, violetas,
to amorfo’, aque- tir de diferentes materiais, a jasmins e de outros materiais. Para
la matéria primor- A destilação também era destilação passaria a ser isso, as flores eram maceradas em
dial sobre a qual utilizada em vista como processo funda- água e, em seguida, esse material era
seriam então im- manufaturas, como por mental. destilado. Tal processo não era
pressas as quali- exemplo na preparação Nota-se que aí já pode utilizado na Antigüidade, predominan-
dades da prata de perfumes, arte em ser percebida a origem da do então o método de extração de es-
ou do ouro. Para que os árabes muito idéia da possibilidade de se sências pela infusão de flores em
realizar as opera- contribuíram preparar um agente capaz óleos ou gorduras6.
ções necessári- de transmutar qualquer
as, o alquimista contava com um gran- metal em ouro, que viria a ser A aqua vitae e outras ‘águas’
de acervo de conhecimentos técnicos chamado ‘pedra filosofal’, ‘tintura’ ou medicinais
que tiveram sua origem nas práticas ‘elixir’ e cuja busca viria a caracterizar Transmitida ao ocidente medieval
artesanais egípcias mas aos quais a alquimia em todo o seu desenvolvi- através das fronteiras árabes na
somaram-se os métodos desenvolvi- mento. Península Ibérica, a alquimia teria
dos pelos próprios alquimistas, nos novos desenvolvimentos. Os primeiros
Desenvolvimentos e
quais utilizavam poderosas ‘águas’ e textos alquímicos foram traduzidos do
2
‘espíritos’ . empregos da destilação árabe para o latim a partir do século
O processo de destilação provavel- entre os árabes XII e, já no século seguinte, estudiosos
mente foi concebido nesse contexto. A As idéias e as práticas dos alqui- europeus escreviam textos relativos à
invenção dessa técnica e dos instru- mistas alexandrinos seriam incorpora- “Grande Arte”. Pensadores renoma-
mentos nela envolvidos é atribuída à das e transformadas na formulação da dos como Alberto Magno e Roger Ba-
alquimista Maria Judia, que teria vivido alquimia árabe, para a qual também con dedicaram-se ao estudo da
no início da era cristã3. Entretanto, de- contribuíram idéias orientais tomadas alquimia, embora tivessem visões

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divergentes quanto à possibilidade de analogias. Assim, ao se extrair as chwig, cirurgião de Estrasburgo, e
reproduzir, por meio dela, operações quintessências dos diferentes materi- publicado pela primeira vez em 1500.
próprias da natureza — uma discus- ais, procurava-se uma aproximação Brunschwig considerava que remédios
são que, no mais, já estava presente com as marcas de origem divina. obtidos por destilação seriam mais
no mundo árabe7. eficientes que as decocções tradicio-
Na alquimia medieval, a destilação Os livros de destilação nalmente empregadas. De acordo
também teria papel destacado, A arte da destilação viria a ser com ele, nos medicamentos destila-
estando envolvida particularmente na amplamente difundida pela nova arte dos estaria a parte mais pura do mate-
obtenção de ‘águas’ medicinais, en- da imprensa. Em tratados de rial de partida, já que a destilação seria
tre as quais se encontra a aqua vitae. mineração e metalurgia, tais como
...simplesmente separar o impuro a
Tal medicamento, obtido pela Pirotechnia (1540), escrito por
partir do sutil e o sutil a partir do im-
destilação do vinho, e Vanoccio Biringuccio e
puro, cada qual separadamente do
que hoje seria Um dos mais difundidos De re metallica (1556),
outro, com o propósito de poder
considerado uma livros de destilação foi de Georgius Agricola,
tornar o corruptível incorruptível, e de
bebida alcoólica, já o Liber de arte encontram-se descri-
fazer o material imaterial, e de que o
estava em uso quando, distillandi..., escrito por ções de instrumentos e
ao final do século XIII, espírito vivo seja feito mais vivaz,
Hieronymus métodos para se obter
se passou a exaltar Brunschwig, cirurgião as “águas de partir” pois, pela virtude da grande bonda-
suas virtudes, espe- utilizadas por metalur- de e da força que nele é mergulhada
de Estrasburgo, e
cialmente nas obras publicado pela primeira gistas e ourives. Mas e escondida, ele deve penetrar
atribuídas a Arnaldo de vez em 1500 seria especialmente rapidamente, para concepção de
Vilanova, Johannes de nos chamados ‘livros sua saudável operação no corpo do
Rupescissa e Raimundo Lulio . 8
de destilação’ — nos quais, além de homem10.
Nos textos atribuídos a Raimundo se descrever instrumentos e fornos Embora o Liber de arte distillandi...
Lulio, o produto obtido por sucessivas destilatórios, se discorria sobre as possa ser considerado como um
26
destilações da aqua vitae era tido virtudes das plantas, minerais e partes “manual técnico”, a concepção sobre
como um remédio tão poderoso que de animais considerados curativos — destilação expressa no trecho citado
poderia ser considerado como um que as vantagens da arte da destila- está relacionada com a idéia da extra-
análogo dos céus na terra. Esse ção viriam a ser enaltecidas. ção das virtudes do material, de sua
remédio era chamado quintessência, Um dos mais difundidos livros de pura quintessência. Uma outra evidên-
numa alusão ao quinto elemento aris- destilação foi o Liber de arte distillan- cia da presença de concepções
totélico constituinte dos céus. Assim, di..., escrito por Hieronymus Bruns- alquímicas nos livros de destilação é
essa quintessência era também deno-
minada “o céu dos filósofos”. Nesse
‘céu’ poderiam ainda ser fixadas ‘es-
trelas’, ou seja, as ‘virtudes’ que se
acreditava fossem extraídas dos vege-
tais, minerais e partes de animais
considerados curativos9. Isso era feito
destilando-se o material previamente
macerado em aqua vitae. Podia-se
também obter as quintessências puras
dos materiais fazendo com que
fossem inicialmente ‘putrificados’, ou
seja, fermentados, e em seguida
destilados.
Essa idéia de que cada material te-
ria uma ‘virtude’ passível de ser
extraída por destilação tem fundamen-
to numa concepção do universo como
rede de relações. A consideração de
que, na criação do mundo, Deus teria
deixado marcas em cada coisa encon-
trada sobre a terra foi bastante difun-
dida a partir do Renascimento. Dentro
dessa visão, caberia ao estudioso da
natureza saber como conhecer essas Figura 2: Uma das ilustrações do livro de destilação de Hieronymus Brunschwig, Das Buch zu
marcas e relacioná-las por meio de Distilieren die zusamen gethonen ding: Composita genant: durch die einzigen ding, vn das buch
Thesaurus pauperum genant... Strassburg: B. Grüninger, 1532.

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exemplo, em ‘extrair essências’. Mas das criações dessa alquimista.
essa expressão pode ser considerada 4
R.J. Forbes, A short history of the
apenas um vestígio, uma remota lem- art of distillation. Reimpresso, 1ª ed.,
brança que ficou dos ‘espíritos’, ‘virtu- 1948. Leiden: E.J. Brill, 1970. p. 15.
des’ ou ‘quintessências’ que faziam 5
Sobre a composição e os desen-
parte das concepções alquímicas/quí- volvimentos da alquimia árabe ver A.M.
micas elaboradas no passado. Há ain- Alfonso-Goldfarb, op. cit., p. 77-109.
da outros termos de uso corrente que 6
R. J. Forbes, op. cit., p. 48-52.
também trazem em si reminiscências 7
Sobre a introdução da alquimia no
de concepções hoje abandonadas. medievo europeu e, especialmente
Um exemplo é a palavra inglesa sobre as idéias de Roger Bacon, ver
whisky, derivada de usquebaugh, que A.M. Alfonso-Goldfarb, op. cit., p. 113-
significa literalmente ‘água da vida’, ou 156
seja, aqua vitae. 8
Sobre a receita para obtenção do
Entretanto, a destilação, enquanto que hoje chamamos álcool, tida por mui-
processo de laboratório, não é só uma tos como a primeira, veja nossa “Pitada
reminiscência. De fato, essa arte, tal- de História da Química”: “Álcool: uma
vez tão antiga quanto a própria alqui- antiga receita guardada em Mappae cla-
mia, sobreviveu ao abandono daquela vicula” em Boletim da SBQ, ano XIV, n.
forma ancestral de investigação da 9, p. 2, set. de 1996.
9
matéria, estando ainda hoje presente Sobre a idéia de quintessência nos
em laboratórios e indústrias químicas. textos lulianos ver F. Sherwood Taylor,
Porém, a destilação foi incorporada “The Idea of the Quitessence”, em Sci-
pela química moderna apenas en- ence, Medicine and History...”, org. por
E.A. Underwood. Londres/ N. York, Ox-
quanto técnica e passou a ser inter-
ford Univerty Press/ Geoffrey Cumber- 27
pretada dentro de uma outra concep-
lege, 1953, vol. 1, p. 247-265, especial-
ção de natureza e de ciência. mente p. 254-259.
10
Maria Helena Roxo Beltran é doutora em Hieronymus Brunschwig, Book of
comunicação e semióticana área de História da Distillation. Edição facsimilar da tradu-
Ciência pela Pontifícia Universidade Católica de São ção inglesa de Lawrence Andrew, Lon-
Paulo e pesquisadora em regime de pós-doutora- dres, [1530]; organização e introdução
mento, com apoio da FAPESP, junto ao CESIMA/PUC
de Harold J. Abrahams. Nova York/
- SP vinculado ao recém-criado Programa de Estudos
Pós-Graduados em História da Ciência. E-mail: Londres: Johnson Reprint Corporation,
lbeltran@exatas.pucsp.br 1971. p. 9.
Figura 3: Trecho extraído da tradução inglesa
de 1530 do Liber de arte distillandi...de Notas Para saber mais
Hieronymus Brunschwig, reproduzido a partir 1
da edição facsimilar citada. O termo ambix designava a parte ALFONSO-GOLDFARB, Ana Maria.
superior do aparato; a parte inferior era Da alquimia à química. São Paulo: Nova
chamada inicialmente lopas, nome gre- Stella/ EDUSP, 1987.
obtida quando se consideram as go dado a um tipo de vasilha; entretanto BELTRAN, Maria Helena Roxo. En-
semelhanças entre a descrição das o termo cucurbita que, em latim, tre o simbolismo e os diagramas da
virtudes da aqua vitae por descrições significa abóbora viria a ser utilizado razão: imagens de magia e de ciência.
das propriedades do ‘elixir’ apresen- predominantemente para designar a Tese de Doutorado. São Paulo: PUC-SP,
tadas em textos alquímicos. Assim, por parte inferior do aparato destilatório; a 1996.
mais ‘técnicos’ que esses livros de palavra “alambique” só tempos depois Várias edições do Liber de arte
destilação possam parecer aos nos- é que viria a ser usada com referência a distillandi... de Heironymus Brunschwig,
sos olhos, as concepções que tinham todo o conjunto. Uma interessante abor- publicadas durante o século XVI, podem
por traz de si estavam ligadas à idéia dagem sobre esses termos é dada por ser consultadas no Setor Multimídia de
alquimíca da extração das virtudes dos F. Sherwood Taylor em seu “The evolu- Documentação do Centro Simão Ma-
materiais, da separação de ‘espíritos’ tion of the still.”, Annals of Science, vol. thias de Estudos em História e Ciência
a partir de materiais impuros, e das 5, n. 3, p. 185-202, julho de 1945. (CESIMA/PUC - SP). Nesse Setor, criado
2
Um estudo detalhado sobre a forma- com apoio da FAPESP, estas edições e
idéias sobre o ‘elixir’.
ção da alquimia alexandrina encontra-se muitos outros textos originais microfil-
Algumas reminiscências em Da Alquimia à Química de Ana Maria mados estão em fase de digitalização.
Alfonso-Goldfarb, p. 50-68, que serviu de A sede do CESIMA fica no campus Mar-
A idéia da destilação como proces- quês de Paranaguá da PUC-SP e visitas
so que permite extrair as ‘virtudes’ dos base para o resumo aqui apresentado.
3
via Internet podem ser feitas acessando
materiais aparentemente continua a Supõe-se que o “banho-maria” te-
www.pucsp.br/cesima.
vigorar ainda hoje, quando se fala, por nha recebido tal nome por ter sido outra

QUÍMICA NOVA NA ESCOLA Destilação N° 4, NOVEMBRO 1996

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