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CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL

SENADORJESSÉ PINTO FREIRE

2ª ATIVIDADE DE LÍNGUA PORTUGUESA/2 B. REMOTA – 1ª SÉRIE


ALUNO (A) Sammyra Cristina Xavier Da Silva
PROFESSORA Risomar Costa Coelho
TURMA I1V10 DATA 18/07/2021 NOTA

Leia o texto e responda às questões de 1 a 5.

EU

Eu coberto de pele coberta de pano coberto de ar e debaixo do meu pé cimento e


debaixo do cimento terra e sob a terra petróleo correndo e o lento apagamento do sol
por cima de tudo e depois do sol outras estrelas se apagando do sol por cima de tudo
e depois do sol outras estrelas se apagando mais rapidamente que a chegada de sua
luz até aqui.

(Arnaldo Antunes)

1. Você conhece muitos poemas e talvez até saiba alguns de cor. que diferenças
mais nítidas você percebe entre eles e o texto de Arnaldo Antunes? Na
maioria dos poemas que conheço, também não é tão comum o uso de
vírgulas, mas eles são escritos em versos ao invés de prosa. Isso facilita
a leitura quando não há pontuação.

2. O poema é composto de um único parágrafo, mas podemos identificar três


segmentos, correspondentes aos conjuntos de camadas que envolvem o eu no
Universo.

a) Divida o texto e indique as palavras iniciais e finais dos três segmentos.


Explique sucintamente cada conjunto de camadas.

Primeiro segmento: “Eu… ar”;

Segundo segmento: “e debaixo… correndo”;

Terceiro segmento: “e o lento…aqui”.


O primeiro segmento se refere às camadas relacionadas ao corpo (pele, roupas,
ar);

O segundo segmento se refere às camadas que estão abaixo do corpo, na Terra


(cimento, terra, petróleo);

O terceiro segmento se refere às camadas que estão acima, no Universo (sol,


estrelas, luz)

b) A sucessão das camadas que envolvem o eu é marcada pela repetição de


palavras e pelo uso de preposições. Identifique essas ocorrências em cada
segmento do texto.
Primeiro segmento: Coberto de (3 vezes);
Segundo segmento: Preposições: debaixo de (2 vezes) e sob (1 vez);
Terceiro segmento: Preposições: por cima de e depois de.

c) Que conjunção foi utilizada de forma repetitiva pelo poeta?


A conjunção coordenativa aditiva “e”.

d) Que sentido a repetição enfática dessa conjunção atribui ao poema?


A repetição enfatiza a sucessão ou o acréscimo de camadas que
envolvem o eu lírico.

3. O pronome eu é a palavra central do texto.


a) Interprete e explique como o eu lírico se vê em relação ao mundo.
O eu lírico se vê como o centro do mundo envolvido, por baixo e por
cima, pelo mundo, como se dispusesse em torno dele, em camadas cada
vez mais distantes, desde a sua pele até as estrelas mais longíquas.

b) A palavra eu é a primeira do poema. Que outra palavra retoma o significado


desse pronome? Que interpretação se pode dar à localização do pronome e
dessa palavra no texto?
A palavra é o advérbio “aqui”. O poema se inicia com o eu e se encerra
com o aqui. Ao mesmo tempo que o eu encerrado mundo, cercado por
infinitas camadas, ele também encerra o mundo e é o centro para qual
tudo converge, até a luz das estrelas mais distantes.
4. A expressão das emoções na poesia lírica não é necessariamente direta e
explícita. Que sentimentos do eu lírico em relação ao “ser/estar no mundo”
podemos interpretar em nossa leitura? Podemos interpretar o sentimento de
solidão e as sensações de encerramento de pequenez. Até a luz do sol e
das estrelas se apaga, impedida de transpor tantas camadas que
envolvem o eu lírico.

5. Faça o que se pede.


a) Experimente copiar o texto, dividindo-o em versos. Faça a divisão que você
achar mais expressiva.

Eu coberto de pele

Coberta de pano

Coberto de Ar

e debaixo do meu pé cimento

e debaixo do cimento terra

e sob a terra petróleo correndo

e o lento apagamento do sol por cima de tudo

e depois do sol outras estrelas se apagando

mais rapidamente que a chegada de sua luz

até aqui.

b) Observe o resultado. o que você considera que mudou, no que se refere aos
efeitos pretendidos pelo autor? O poema agora está em versos e perdeu um
tanto do seu impacto sobre o leitor.

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