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Teorias Da Administração: Giselle Pavanelli
Teorias Da Administração: Giselle Pavanelli
Teorias da
Administração
É com satisfação que a Unisa Digital oferece a você, aluno(a), esta apostila de Teorias da Administra-
ção, parte integrante de um conjunto de materiais de pesquisa voltado ao aprendizado dinâmico e autô-
nomo que a educação a distância exige. O principal objetivo desta apostila é propiciar aos(às) alunos(as)
uma apresentação do conteúdo básico da disciplina.
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ciplinares, como chats, fóruns, aulas web, material de apoio e e-mail.
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bem como acesso a redes de informação e documentação.
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SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO.......................................................................................................................................... 5
INTRODUÇÃO................................................................................................................................................ 7
1 AS TEORIAS DA ADMINISTRAÇÃO........................................................................................... 11
1.1 Da Revolução Urbana à Revolução Industrial....................................................................................................12
1.2 A Ênfase nas Tarefas......................................................................................................................................................13
1.3 A Ênfase na Estrutura Organizacional....................................................................................................................14
1.4 A Ênfase nas Pessoas....................................................................................................................................................16
1.5 A Ênfase no Ambiente.................................................................................................................................................17
1.6 O Estágio Atual da Teoria da Administração.......................................................................................................18
1.7 O Futuro das Teorias da Administração, os Temas Emergentes...................................................................18
1.8 A Administração no Brasil..........................................................................................................................................19
1.9 Resumo do Capítulo.....................................................................................................................................................21
1.10 Atividades Propostas.................................................................................................................................................21
6 TEMAS EMERGENTES........................................................................................................................ 79
6.1 Administração Participativa......................................................................................................................................79
6.2 Aprendizagem Organizacional................................................................................................................................80
6.3 Empreendedorismo e Liderança.............................................................................................................................85
6.4 Benchmarking..................................................................................................................................................................91
6.5 Empowerment.................................................................................................................................................................92
6.6 Resumo do Capítulo.....................................................................................................................................................94
6.7 Atividades Propostas....................................................................................................................................................94
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................................................ 95
RESPOSTAS COMENTADAS DAS ATIVIDADES PROPOSTAS...................................... 97
REFERÊNCIAS............................................................................................................................................101
APRESENTAÇÃO
Caro(a) aluno(a),
As mudanças são cada vez mais rápidas e inesperadas, principalmente no campo do conhecimento
e da explosão populacional. Tais mudanças impõem novas e crescentes necessidades. Nesse contexto, o
crescimento das organizações as torna complexas e sem fronteiras. As diversas Teorias da Administração
serão estudadas no decorrer da nossa disciplina, na qual veremos suas contribuições e diferentes enfo-
ques para a melhoria da gestão nas organizações.
As organizações enquanto culturas são vistas como um lugar onde residem ideias, valores, normas,
rituais e crenças que as sustentam como realidades socialmente construídas. Esse enfoque tem recebido
crescente atenção nos últimos anos, especialmente dos estudiosos em cultura organizacional, que de-
fendem administrar e planejar organizações através de valores, crenças e outros padrões de significados
compartilhados que orientam a vida nas organizações.
As discussões sobre os modelos e metáforas organizacionais estão intimamente ligadas ao geren-
ciamento ou gestão das organizações. Os trabalhos que estudam o processo gerencial são inúmeros e os
argumentos de diversas naturezas. Alguns autores defendem a ideia de que se trata de um processo es-
sencialmente objetivo, por outro lado, há uma segunda vertente que defende a ideia da gerência como
essencialmente dinâmica e subjetiva. Entendemos que o gerenciamento não pode ser inflexível a ponto
de adotar uma das duas vertentes excluindo a outra.
Os autores parecem concordar que a organização é um organismo complexo, que precisa ser es-
tudada com profundidade e competência e que simplificações exageradas da realidade prejudicam o
entendimento e a aplicação de ferramentas para condução das situações que envolvem as organizações.
A ferramenta da metáfora favorece o entendimento e as perspectivas do comportamento organizacional
face os diferentes ambientes e sistemas de organização, possibilitando transcender os modelos estereo-
tipados das escolas da administração. Esta apostila, como um todo, busca apresentar todos esses aspec-
tos na sua profundidade, para atender aos seguintes objetivos:
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INTRODUÇÃO
Cada teoria surgiu em resposta a algum Em contraste com Weber, teóricos profis-
problema empresarial da sua época. As teorias sionais em administração da América do Norte e
atenderam e apresentaram soluções aos proble- da Europa estabeleceram as bases daquilo que é
mas encontrados e, de certo modo, todas as teo- agora conhecido como “a Teoria da Administração
rias administrativas são aplicáveis às situações de Clássica” e “Administração Científica”. As Teorias
hoje. da Administração ganharam outros enfoques ao
Segundo Motta (2001), no início do século longo do tempo e procuraram oferecer soluções
XX despontaram as primeiras teorias das orga- universais para todos os problemas e situações vi-
nizações. As teorias são conhecimentos organi- vidos nas organizações. Os enfoques da produção
zados, produzidos pela experiência e prática nas em massa e da eficiência, a Escola do Humanismo
organizações. Organizações são grupos sociais e o foco comportamental das relações sociais no
deliberadamente orientados para a realização de trabalho, a Escola da Qualidade e do Processo Ad-
objetivos ou finalidades. A organização burocráti- ministrativo, o enfoque Sistêmico e Contingencial
ca, sistema social dominante nas sociedades mo- são algumas abordagens desenvolvidas e difun-
dernas, é uma estratégia de administração e de didas pela Administração moderna.
dominação, fruto e berço da burocracia. Segundo Bergamini (1996), a compreen-
Weber (1992) argumenta que o entendi- são das organizações enquanto corporações de
mento das organizações modernas baseia-se em trabalho é uma arte. De acordo com a autora, a
leis, que as pessoas aceitam por acreditarem que obra de Morgan caracteriza as organizações por
são racionais, isto é, definidas em função do in- metáforas, que podem ser utilizadas para enten-
teresse das próprias pessoas e não para satisfa- der os processos organizacionais, enfatizando
zer aos caprichos arbitrários de um dirigente. As que é necessário lançar mão de várias delas e não
pessoas que integram as organizações modernas de uma única para melhorar a nossa habilidade
também aceitam que algumas outras represen- compreensiva de “ler e interpretar” os diferentes
tem a autoridade da lei. A autoridade é a contra- aspectos que coexistem e se complementam
partida da responsabilidade que essas pessoas dentro da realidade organizacional, por mais pa-
têm de zelar pelo cumprimento da lei. radoxal que esta possa parecer.
De acordo com Morgan (1996), Weber esta- Morgan (1996) interpreta as organizações
va interessado nas consequências sociais da proli- a partir de metáforas, comparando-as a imagens
feração da burocracia e assim preocupou-se com que permitem vê-las enquanto máquinas, orga-
o efeito que isso poderia ter sobre o lado humano nismos vivos, cérebros, culturas, sistemas políti-
da sociedade. O cientista alemão viu que o enfo- cos, prisões psíquicas, fluxos e transformações e,
que burocrático tinha potencial para rotinizar e finalmente, enquanto instrumentos de domina-
mecanizar quase cada aspecto da vida humana, ção. O autor busca a integração das metáforas
corroendo o espírito humano e a capacidade de para compreensão da realidade complexa, ambí-
ação espontânea, o que poderia ter graves conse- gua e repleta de paradoxos da organização.
quências políticas ao minar o potencial de formas Para o autor, usando diferentes metáforas
mais democráticas de organização. para entender o caráter complexo e paradoxal da
vida organizacional, somos capazes de adminis-
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trar e planejar organizações de formas não pen- que é aquilo que, na qualidade de seres humanos,
sadas como possíveis anteriormente. Para o autor, todos nós somos.
qualquer abordagem realista da análise organiza- A metáfora dos organismos de Morgan cor-
cional deve ser iniciada a partir da premissa de robora o pensamento de Wheatley, pois o foco
que organizações podem ser muitas ao mesmo da comparação é sua atenção em compreender e
tempo. administrar necessidades organizacionais e as re-
Segundo Wheatley (1999), alguns acredi- lações com o ambiente. Essa metáfora pressupõe
tam que há riscos em brincar com a ciência e em que diferentes tipos de organizações pertencem
abstrair suas metáforas porque, depois de um a diferentes espécies, das quais a burocrática é
certo grau de distensão, as metáforas perdem sua apenas uma.
relação com as rigorosas teorias científicas que as O autor afirma que diferentes espécies são
originaram. Outros, no entanto, alegam que tudo mais talhadas para lidar com as demandas de di-
na ciência é metáfora, uma descrição hipotética ferentes ambientes e, dessa forma, aumenta-se a
de como refletir sobre uma realidade que nunca capacidade de desenvolver interessantes teorias
podemos conhecer plenamente. sobre as relações entre as organizações e os seus
As metáforas de Morgan nos ajudam a ir ambientes. A metáfora analisa as organizações
além das teorias das organizações, facilitando a como organismos que nascem, crescem, desen-
análise crítica e a interpretação das faces organi- volvem-se, declinam e morrem, além de possuir
zacionais, que não estão restritas a explicações a capacidade de se adaptarem a ambientes em
acabadas ou a um conjunto de referenciais defini- mutação. Essa imagem está muito ligada às rela-
dos, mas que transitam entre diferentes maneiras ções entre as espécies e os padrões de evolução
de pensar. encontrados na ecologia interorganizacional, e a
De acordo com a obra do autor, a metáfo- sua perspectiva contribuiu muito para o desen-
ra da máquina ilustra como esse estilo de pensa- volvimento da teoria da administração moderna.
mento alicerçou o desenvolvimento da burocra- A metáfora do cérebro foca a importância
cia. Conforme o autor, quando os administradores do processamento de informações, aprendiza-
pensam nas organizações como máquinas, ten- gem e inteligência nas organizações, permitindo
dem a administrá-las e planejá-las como máqui- ao leitor uma forma de compreensão e avaliação
nas feitas de partes que se interligam, cada uma das organizações modernas sob essa perspectiva.
desempenhando um papel claramente definido Duas linhas de interpretação das organizações
no funcionamento do todo. Enquanto algumas vistas como cérebro são enfatizadas, uma do tipo
vezes isso pode comprovar-se eficaz, outras ve- computador ou processador de informações, e
zes pode ter muitos resultados desastrosos. Um outra do tipo holograma. Segundo o autor, essas
dos problemas mais básicos da administração imagens, especialmente a do holograma, ressalta
moderna é que a forma mecânica de pensar está princípios importantes de auto-organização para
tão arraigada nas nossas concepções diárias de concepção de organizações nas quais um alto
organização que é frequentemente muito difícil grau de flexibilidade e inovação é necessário.
organizá-la de outra forma. Um conhecido especialista em cultura cor-
Wheatley (1999) afirma que à medida que porativa, Schein (1985), afirma que não se pode
deixamos para trás o modelo mecanicista das construir um conceito comum se não houver
organizações, e a ideia de trabalhadores como concordância em como defini-lo, como medi-lo,
engrenagens substituíveis do maquinário de pro- como estudá-lo e como aplicá-lo no mundo real
dução, começamos a ver a nós mesmos em di- das organizações. Para ele, cultura apresenta as-
mensões muito mais ricas, a apreciar a totalidade pectos como estabilidade, compartilhamento,
que somos e, quem sabe, planejar organizações padronização, dinâmica e vida em grupo; resul-
que honrem e façam uso dessa grande dádiva tando em um padrão de suposições básicas, in-
ventadas, descobertas ou desenvolvidas por um
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dado grupo, que aprende a lidar com seus pro- quica convida a examinar a vida organizacional
blemas de adaptação externa e integração inter- para ver se, e de que forma caímos na armadilha
na, que foram suficientemente bem trabalhadas dos processos conscientes e inconscientes da
para serem consideradas válidas e assim deve ser nossa própria criação. Assim a metáfora da “prisão
ensinada aos novos membros do grupo como a psíquica” examina a psicodinâmica e a ideologia
forma correta de perceber, pensar e sentir em re- nas organizações.
lação àqueles problemas. Em complemento à metáfora das “prisões
Segundo Schein (1985), a cultura de um psíquicas”, a metáfora das organizações como
dado grupo refletirá o que aquele grupo apren- “instrumentos de dominação” é interpretada por
deu ao resolver os problemas ao longo de sua Morgan sob a perspectiva dos aspectos poten-
história. A adaptação externa é realizada com a cialmente exploradores das organizações. O au-
definição da missão da empresa e suas funções, tor mostra como as organizações frequentemen-
o estabelecimento das metas, os critérios para a te usam os seus empregados, as comunidades
mensuração dos resultados e os ajustes nas estra- hospedeiras e o mundo econômico para atingi-
tégias caso as metas não estejam sendo alcança- rem seus fins e como a essência da organização
das e a integração interna é realizada pela defini- repousa sobre um processo de dominação em
ção de uma linguagem comum, a delimitação das que certas pessoas impõem os seus objetivos so-
“fronteiras” do grupo e os critérios de inclusão, os bre as outras.
critérios para a atribuição de status, poder e au- Segundo Freitas (2002), existe uma crise
toridade, os critérios para a atribuição de recom- no processo de identificação dos indivíduos das
pensas e punições e conceitos para gerenciar o sociedades modernas e essa crise é fator-chave
não gerenciável (ideologia e religião). na legitimação das organizações atuais e em es-
A cultura nas organizações, segundo Motta pecial nas grandes empresas como ator social
(2001) é um sistema de símbolos e significados central. A crise de âmbito social é resultante de
compartilhados, que serve como mecanismo de mudanças decorrentes das fragilidades apresen-
controle. A ação simbólica necessita ser interpre- tadas pela desagregação da família; o fracasso
tada, lida ou decifrada para que seja entendida. É do Estado como provedor de bens e serviços; a
essa ação simbólica que ocorre em torno da opo- descrença na religião como meio para solucionar
sição mais relevante num dado grupo, instituição os problemas; a ausência de clareza sobre o papel
ou sociedade. da educação; a tecnologia que deixa de ser um
A metáfora da política, discutida por Mor- modo de fazer para transformar-se em um modo
gan (1996), focaliza diferentes conjuntos de inte- de ser; a presença feminina no mercado de tra-
resses, conflitos e jogos de poder que moldam as balho; e a consolidação definitiva do capitalismo
atividades organizacionais. As organizações são como o modo de produção global. Diante desse
vistas como sistemas de governo baseados em contexto, que provoca desorientação, dúvida e
vários princípios políticos que legitimam diferen- confusão, gerando um futuro incerto e crise de
tes tipos de regras assim como fatores específicos identidade, a organização apresenta-se como a
que delineiam a política da vida organizacional. “tábua de salvação”.
De acordo com Morgan (1996), os seres Freitas (2002) afirma que a sedução e o ca-
humanos possuem uma inclinação especial em risma são formas de poder, que convidam as pes-
caírem nas armadilhas criadas por eles mesmos. soas a terem lugar em uma fantasia de rara beleza
Através de uma metáfora mais abstrata, o autor que não se presta a provas da realidade cotidiana
enxerga as organizações enquanto “prisões psí- nem precisa se justificar. Esses elementos estão
quicas”, nas quais pessoas caem nas armadilhas presentes nas organizações modernas, que têm
dos seus próprios pensamentos, ideias e crenças uma enorme capacidade de criar ou despertar
ou preocupações que se originam na dimensão um mundo de ilusões, de lidar com uma série de
inconsciente da mente. A imagem da visão psí- signos vazios e fortuitos, mas que levam o indiví-
duo a defendê-la com grande fanatismo.
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1 AS TEORIAS DA ADMINISTRAÇÃO
Neste capítulo falaremos sobre as Teorias taram de uma imensa produção de livros sobre a
da Administração, bem como suas principais de- ciência da Administração.
finições. Serão cobertos os aspectos e sua impor- Para o entendimento das Teorias da Admi-
tância dentro do contexto organizacional. Vamos nistração, faremos algumas definições de termos
estudar, ainda, os fatores que foram determinan- que serão utilizados no conteúdo desta apostila
tes para passar da Revolução Urbana à Revolução e serão posteriormente aprofundados no estudo
Industrial. da disciplina.
Para finalizar o capítulo, faremos um painel
geral da administração no Brasil. Definições
A atividade administrativa é caracterizada
por seu traço multicientífico e multidisciplinar. a) Teoria é uma representação abstrata
Quase tudo é administração. Qualquer trabalho do que se percebe da realidade;
que seja realizado por duas ou mais pessoas, que
b) Teorias são explicações, interpretações
tenham graus de poder diferentes, contém ele-
ou proposições sobre a realidade;
mentos de administração.
c) Administração é o processo de tomar
e colocar em prática decisões sobre ob-
Atenção jetivos e utilização de recursos;
De nada adianta ter conhecimento, deter ou do- d) Recursos: pessoas, informação, espaço,
minar uma técnica se ao mesmo tempo não esti- tempo, dinheiro, instalações;
ver disponível uma habilidade de gerenciar essa
técnica e esse conhecimento, ou seja, administrá- e) Decisões: planejamento, organização,
-lo. execução e direção, controle (também
conhecidos como Princípios da Admi-
nistração);
O que dificulta o enquadramento teórico da f) Objetivos: resultados esperados;
Administração é o fato de ela transitar livremen- g) Funções Administrativas: planeja-
te entre o senso comum e as teses de mestrado mento, organização, execução e con-
e doutorado. A Administração é praticada não só trole;
entre aqueles que possuem formação acadêmica
h) Teorias da Administração são conhe-
específica, mas também entre administradores
cimentos organizados, produzidos pela
que não são formados e contam somente com a
experiência prática das organizações;
prática em diversas organizações.
i) Escola: é uma linha de pensamento ou
Encarar a Administração como um corpo de
conjunto de autores que usaram o mes-
conhecimentos dotado de um objeto (próprio) de
mo enfoque para analisar e tratar a ad-
estudo, é requisito que a qualifica como ciência. O
ministração;
principal meio de acesso à ciência administrativa
é através das Teorias da Administração, que resul-
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É a abordagem que enfatiza as pessoas den- tuídos por outros, oriundos do desenvolvimento
tro das organizações, relegando a estrutura e as da psicologia do trabalho e sociologia industrial.
tarefas a um segundo plano. Distinguem-se duas Na teoria humanística prevalecem os con-
teorias: das relações humanas e do comporta- ceitos de organização informal, motivação, ne-
mento organizacional. cessidades humanas básicas, dinâmicas de grupo,
comunicação e liderança. Autores: Maslow, Herz-
berg e Lewin, Blake e Mouton.
Teoria Humanística ou das Relações Humanas
A teoria humanística, contudo, ensejou
uma visão inadequada das relações humanas,
A Teoria Humanística (1932) se desenvolveu
uma concepção ingênua do operário e uma aná-
em oposição às teorias centradas nas tarefas e na
lise simplista das relações entre empresário e tra-
estrutura das organizações (Taylor e Fayol). Assim,
balhador.
os conceitos relativos à organização formal, auto-
Apesar de todos os problemas, a teoria re-
ridade e responsabilidade, hierarquia, eficiência,
presentou uma saudável renovação e a abertura
princípios gerais da administração, foram substi-
de novas frentes de estudo na Teoria da Adminis-
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tração. Também explicaremos com mais detalhes e nas tarefas, trazendo muitos tópicos da teoria
essa teoria, logo mais, ainda nesta apostila. burocrática.
A teoria comportamental é uma teoria que
Teoria Comportamental da Administração foca o processo decisório. A tomada de decisão é o
ponto fundamental, sendo considerada mais im-
portante do que a execução. Há um esforço nessa
A Teoria Comportamental (1957) é a reto-
teoria para compatibilizar os objetivos individuais
mada da teoria das relações humanas em novas
e os da organização. O equilíbrio da organização
bases. O trabalho é mais fundamentado em pes-
está intimamente relacionado com a proporção
quisa e há uma tentativa de síntese da teoria an-
da satisfação do indivíduo na organização.
terior. A teoria comportamental surge também
em oposição às teorias com ênfase na estrutura
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Com base no exposto até agora, cabe inda- b) as empresas continuarão a diferenciar
gar a respeito do futuro da teoria da administra- suas atividades, criando maiores pro-
ção. Será possível imaginá-lo? A tarefa é extrema- blemas de integração e coordenação;
mente complexa. Parece razoável esperar que a c) maior destaque será dado à sugestão
teoria da administração sofra mudanças e trans- e à persuasão, e não à coerção basea-
formações de difícil previsão. da no exercício da autoridade, como
Acredita-se que as incertezas acentuar-se- meio de coordenação do trabalho de
-ão, exigindo constantes revisões e, acima de tudo, seus membros, e de coordenação das
muita flexibilidade por parte dos administradores. funções e competências no interior da
As organizações sofrerão inúmeros impactos, en- empresa;
frentando períodos prolongados de turbulência, d) as metas das empresas se ampliarão.
que exigirão a máxima capacidade criativa e todo Dar-se-á maior ênfase à satisfação de
empenho dos administradores. uma série conjunta de objetivos do que
Kast e Rosenzweig (1992) assinalam que as à maximização de qualquer um deles
empresas dinâmicas e flexíveis prevalecerão no isoladamente.
futuro. Algumas das principais causas apontadas
por eles:
Parece evidente que a principal forma para
se vencer esses desafios residirá no fato de se con-
a) as empresas viverão num ambiente tur- tar com administradores, em qualquer nível, ca-
bulento, que delas exigirá alterações e pazes e bem preparados.
ajustamentos contínuos;
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Caro(a) aluno(a), neste capítulo verificamos que o movimento da Revolução Urbana à Revolução
Industrial foi determinante para criar o que conhecemos hoje sobre as organizações.
Também estudamos as teorias da administração de uma forma abrangente, percorrendo a ênfase
nas tarefas, na estrutura organizacional, no ambiente, no estágio atual da teoria e no futuro das teorias
da administração com os temas abrangentes.
Ao final do capítulo, abordamos a evolução da administração no Brasil, apresentando o contexto
nacional que implicou necessidades relevantes, conduzindo à criação dos cursos superiores de Adminis-
tração e à regulamentação da profissão de Administrador.
Vamos identificar, neste momento, seu nível de assimilação ao conteúdo estudado.
1. Em Administração há termos muito importantes e comumente utilizados. São eles: teoria, ad-
ministração, recursos, decisões, objetivos, funções administrativas, teorias da administração,
escolas, modelos de gestão e modelos de organização. Defina todos esses termos.
2. As abordagens das Teorias de Administração, de forma geral, podem ser classificadas quanto
à sua ênfase. Quais são essas ênfases?
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OS PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO E
2 O PAPEL DO ADMINISTRADOR
2.1 Planejamento
Segundo Chiavenato (1997), o planejamen- racionais para que se organize e dirija a empresa
to é a função administrativa que determina ante- ou seus departamentos ou divisões a partir de
cipadamente o que se deve fazer e quais objeti- certas hipóteses a respeito da realidade atual e
vos devem ser alcançados, e visa dar condições futura.
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2.2 Organização
2.3 Direção
Do ponto de vista didático, a função admi- A Direção é a função que envolve a maior
nistrativa de direção vem após o planejamento e interação humana. Como assegura Chiavena-
a organização. Assim, enquanto o planejamento to (1997) assegura que é “a função que exige a
estabelece o que fazer, como fazer e para quem maior dose de flexibilidade, de amortecimento
fazer; a organização estabelece a estrutura, os de impactos e, principalmente, de orientação das
meios para a execução; a direção se preocupa pessoas quanto ao rumo certo no alcance dos
com a execução das operações propriamente di- objetivos pretendidos.”
tas, tendo em vista o alcance dos objetivos. A Direção é extremamente dinâmica, ocorre
em todos os níveis da empresa e está relacionada
ao planejamento, à organização e ao controle.
Atenção
Como a função Direção diz respeito ao processo
A Direção é, inegavelmente, uma das comple- de interação entre pessoas, três assuntos ineren-
xas funções da administração. Isso se deve à sua tes a ela são de capital importância: comunicação,
abrangência e ao fato de estar intimamente rela-
cionada às pessoas.
liderança e motivação.
Assim sendo, para dirigir pessoas são ne-
cessários profundos conhecimentos a respeito
A execução de qualquer ação envolve sem- do processo de comunicação, das teorias de li-
pre pessoas e grupos. Toda a implementação do derança e da motivação. Como nas funções pla-
planejamento e da organização é efetuada por nejamento e organização, a direção pode ser
um conjunto de pessoas, e normalmente são os considerada em função dos níveis da empresa:
recursos mais complexos existentes nas empre- institucional, intermediário e operacional.
sas.
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2.4 Controle
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Caro(a) aluno(a),
Neste capítulo, estudamos os princípios da administração: planejamento, organização, direção e
controle.
Foi possível compreender o papel da administração nas organizações, bem como os seus reflexos
no dia a dia da gestão.
Ao longo dos estudos deste capítulo, também percebemos como o administrador exerce um papel
fundamental dentro das empresas modernas. No exercício desse papel, alinhamos a importância dos
diversos modelos de Teorias da Administração para o administrador.
Vamos agora avaliar seu aprendizado.
3. A utilidade do estudo das Teorias da Administração para o administrador pode ser estabeleci-
da por diversas razões. Comente quais são essas razões.
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3 A MECANIZAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES
Caro(a) aluno(a), neste capítulo você perce- eficaz, outras vezes pode ter muitos resultados
berá que quando os administradores pensam nas desastrosos.
organizações como máquinas, tendem a adminis-
trá-las e planejá-las como máquinas feitas de par- Saiba mais
tes que se interligam, cada uma desempenhando
um papel claramente definido no funcionamento Um dos problemas mais básicos da administração
do todo. moderna é que a forma mecânica de pensar está tão
arraigada nas nossas concepções diárias de organiza-
Segundo Morgan (1996), a metáfora da ção que é frequentemente muito difícil organizá-la de
máquina ilustra como esse estilo de pensamen- outra forma.
to alicerçou o desenvolvimento da burocracia.
Enquanto algumas vezes isso pode comprovar-se
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O sociólogo alemão Max Weber (1864-1920) Capitalismo”, São Paulo, Livrada Pioneira Editora,
foi o criador da Sociologia da Burocracia. Foi pro- 1967.
fessor das Universidades de Friburgo e de Heidel- A Teoria da Burocracia desenvolveu-se den-
berg e ficou famoso pela teoria das estruturas de tro da Administração ao redor dos anos 1940, em
autoridade. Com a tradução de alguns de seus função principalmente dos seguintes aspectos:
livros para a língua inglesa, por Talcott Parsons,
tomou corpo nos Estados Unidos a Teoria da Bu- a fragilidade e a parcialidade tanto da
rocracia em Administração. Sua obra é realmente Teoria Clássica, quanto da Teoria das
muito vasta. Seu principal livro, para o propósito Relações Humanas, ambas oponentes
deste estudo, é “A Ética Protestante e o Espírito de e contraditórias entre si, mas sem pos-
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As causas das disfunções da burocracia re- soas) que necessariamente introduz variações no
sidem basicamente no fato de que a burocracia desempenho das atividades organizacionais. Em
não leva em conta a chamada organização infor- face da exigência de controle que norteia toda a
mal que existe fatalmente em qualquer tipo de atividade organizacional é que surgem as conse-
organização, nem se preocupa com a variabilida- quências imprevistas da burocracia.
de humana (diferenças individuais entre as pes-
Frederick Taylor foi o criador, e participante recompensas, tanto para eles próprios
mais destacado, do movimento da Administra- quanto para a mão de obra;
ção Científica. Nasceu em 1856, na Pensilvânia, havia conflitos entre capatazes e operá-
tornou-se trabalhador manual, apesar de ter sido rios a respeito da quantidade da produ-
aprovado para a Escola de Direito de Harvard. Se- ção.
gundo seus biógrafos, Taylor tomou essa decisão
porque os estudos prejudicaram sua visão.
Taylor procurou resolver esses e outros pro-
Trabalhou para uma empresa fabricante de
blemas que eram e continuam sendo comuns
bombas hidráulicas, onde começou a observar o
nas empresas, desenvolvendo, através de suas
que achava má administração. Em 1878, retomou
observações e experiências, seu sistema de ad-
os estudos, dessa vez em engenharia; obteve o
ministração de tarefas ou também como sistema
título de mestre em 1883. Começou a desenvol-
de Taylor, taylorismo e, finalmente, Administração
ver, também, os primeiros de uma série de muitos
Científica.
aprimoramentos técnicos.
A Administração Científica é um sistema
Foi na Midvale que observou os problemas
que economiza trabalho, produzindo mais em
das operações fabris que podemos encontrar em
menos tempo.
algumas empresas até hoje. Por exemplo:
A primeira fase da Escola da Administra-
ção Científica se caracterizou por problemas de
a administração não tinha noção clara
salários, estudo do tempo, definição de tempo-
da divisão de suas responsabilidades
-padrão e administração das tarefas. Os trabalha-
para com o trabalhador;
dores acreditavam que seu esforço beneficiava
não havia incentivos para melhorar o somente o seu patrão, com isso eles não se empe-
desempenho do trabalhador; nhavam no trabalho, a forma de pagamento fazia
muitos trabalhadores não cumpriam com que eles acreditassem nisso. Para resolver tal
suas responsabilidades; impasse, surgiu a possibilidade de os empregados
as decisões dos administradores basea- começarem a ter participação nos lucros, ganhar
vam-se na intuição e no palpite; bônus da empresa e aumento de salário. Taylor
não havia integração entre os departa- achava que se cronometrasse o tempo máximo
mentos da empresa; de trabalho e medisse o espaço que o homem
os trabalhadores eram colocados em ta- precisa para executar uma tarefa com eficiência,
refas para as quais não tinham aptidão; pouparia mais tempo e assim subiria a produção
e o lucro da empresa. Esse sistema foi a base para
os gerentes pareciam ignorar que a ex-
o começo da administração de tarefas, foi com
celência no desempenho significava
ele que começaram a selecionar trabalhadores,
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dando pagamentos de incentivo. Com a seleção para economizar tempo, obtendo o aumento da
de trabalhadores, estes eram postos nos setores produção e dos lucros na empresa.
adequados com os seus perfis; com isso permitia Na terceira e última fase da Administração
que a administração controlasse a produção, dis- Científica, Taylor enfocou os seguintes pontos:
pondo do trabalho padronizado, que era essen-
cial para a eficiência. consolidação dos princípios;
A segunda fase da Administração Científica proposição de divisão de autoridade e
concentrou a aplicação de escoro da tarefa para responsabilidades dentro da empresa;
a administração e a definição de princípios de
distinção entre técnicas e princípios.
administração do trabalho. Essa fase ficou conhe-
cida como shop management (administração de
operadores fabris). O homem precisa de motiva- Nessa fase Taylor sintetiza os objetivos da
ções para fazer um bom trabalho; tanto o homem Administração Científica: desenvolver uma ciên-
de primeira classe quanto o homem de classe cia para substituir o velho método empírico; sele-
média tornam-se ineficientes, se lhes faltar incen- cionar o trabalhador, treiná-lo e instruí-lo, já que
tivo. O shop management defendia os seguintes no passado eles escolhiam o próprio trabalho;
princípios: cooperar com os trabalhadores, para que o traba-
lho seja feito de acordo com a ciência desenvolvi-
da. No passado, no trabalho, quase toda a respon-
Dicionário sabilidade caía na mão de obra, nessa nova fase a
Escoro: do verbo ‘escorar’, significa pôr escoras, administração tem que estar mais bem preparada
apoiar, amparar. que o trabalhador, para não haver erro novamen-
Fonte: Aulete Digital. te. Taylor também acreditava no incentivo do tra-
balhador individual que significa ganho material,
e estímulo pessoal. Nessa última fase a principal
uma boa administração deve pagar sa- mudança foi a criação de um departamento de
lários altos e ter baixos custos de produ- planejamento. As técnicas desse princípio eram:
ção;
a administração deveria aplicar méto- estudos de tempos e movimentos;
dos de pesquisas, para determinar a padronização de ferramentas e instru-
melhor maneira de executar tarefas; mentos;
os empregados deveriam ser seleciona- padronização de movimentos;
dos, e treinados, de uma maneira qua- conveniência de uma área de planeja-
lificada, e para que as tarefas fossem mento;
compatíveis.
cartões de instruções;
sistema de pagamento de acordo com
Segundo seu precursor, deveria haver uma o desempenho;
relação mais informal entre trabalhador e patrão cálculo de custos.
para garantir um ambiente mais cordial e favo-
rável à aplicação desses princípios, produzindo
ciclos de qualidade. Taylor também tratou de ou- A Administração Científica foi tida como
tros aspectos, como padronização de ferramen- uma revolução mental e uma maneira das pes-
tas e equipamentos, sequência e programação de soas encararem o trabalho de uma forma mais
operações e estudo dos movimentos. Isso tudo cordial. A produtividade é gerada através da efi-
ciência, não da escravização do trabalhador e sim
da inteligência de como se trabalha.
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Outros integrantes do movimento foram dividida em etapas. Cada operário tem uma tarefa
Frank e Lillian Gilbreth, Henry Gantt e Hugo Muns- fixa dentro de um processo predefinido. Isso cau-
terberg. As críticas ao movimento da Administra- sa a especialização do trabalhador.
ção Científica foram largamente difundidas pelas A Linha de Montagem de Henry Ford foi um
comunidades acadêmicas, como, por exemplo: marco para a Administração Científica. No come-
ço, a Ford trabalhava artesanalmente. Cada tra-
com o mecanismo, não houve preocu- balhador estava sempre na mesma área de mon-
pação com o elemento humano; tagem e tinha a responsabilidade de apanhar as
com a superespecialização do operário peças no estoque e levá-las para sua área de tra-
e o fracionamento das tarefas, a execu- balho. Isso tomava um tempo enorme, e o traba-
ção tornou-se totalmente padronizada; lhador tinha que ir atrás do trabalho. Para tornar
com a visão microscópica do homem, esse trabalho mais eficiente, começou a entregar
considerava-se o empregado indivi- as peças em cada posto. Em seguida, decidiu que
dualmente, esquecendo-se que ele é o montador executaria uma única tarefa, indo de
um ser social. um carro a outro. Porém, a movimentação levava
tempo e, como os montadores tinham velocida-
des diferentes, os mais lentos atrapalhavam os
Segundo especialistas, provavelmente o mais rápidos, que perdiam sua eficiência quando
taylorismo tivesse tido sucesso, independente- os encontravam pela frente.
mente do estágio de desenvolvimento da indús- Em 1910, Ford desenvolveu uma planta de-
tria e do contexto ideológico. O taylorismo jun- dicada à montagem final das peças, que continha
tou-se com a indústria e a linha de montagem de plantas distintas de cada uma delas e que faziam
Henry Ford. O princípio de Ford já era conhecido parte de um processo produtivo comum. A linha
mesmo antes do nascimento da Administração de montagem móvel, onde os trabalhadores fi-
Científica. Bicicletas, armas, peças etc. já tinham cam parados e o produto desloca-se ao longo de
sua produção em massa desde a Revolução Indus- um percurso, veio logo depois. Esse conceito, sem
trial; ou seja, a produção em massa de determina- mecanização, foi aplicado à fabricação de moto-
dos produtos já existia. Um exemplo disso eram res, radiadores e componentes elétricos. Em 1914,
os venezuelanos, que dominavam a montagem Ford adotou a linha de montagem móvel, meca-
em série de navios. Thomas Jefferson, em 1785, nizada, na montagem do chassi. Com a imobili-
visitou uma fábrica em Versailles que utilizava o dade do trabalhador, o tempo do ciclo de monta-
conceito de peças intercambiáveis, que consistia gem diminuiu.
em fazer peças semelhantes que pudessem ser
Henry Ford inovou também em outros as-
usadas em todos os mosquetes existentes em ar-
pectos. Duplicou o salário para cinco dólares por
mazém.
dia e adotou o dia de trabalho de oito horas. Quem
Henry Ford criou inúmeros avanços, deixan- comprava o Ford Modelo T, recebia um manual
do sua marca na Teoria e Prática da Administração. com perguntas e respostas que explicavam como
Exalou os dois princípios da produção em massa a usar ferramentas simples para resolver problemas
níveis altíssimos. A figura de Ford está mais asso- que poderiam ocorrer. O Modelo Ford tornou-se
ciada à linha de montagem móvel. Cada peça ou o padrão de organização nas empresas industriais
componente pode ser montado em qualquer sis- americanas. Em contraste com o que acontecia
tema ou produto final. Para a padronização, Ford no sistema manual, o trabalhador tinha apenas
utilizou o mesmo sistema de calibragem para uma tarefa. Ele não comandava componentes,
todas as peças. Procurou também, simplicidade, não preparava ou reparava equipamentos, nem
reduzindo o número de peças de seus produtos. inspecionava a qualidade. Para isso, planejar e
O produto era dividido em partes e sua fabricação controlar as tarefas, surgiu a figura do engenheiro
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Do início do século até aproximadamente A partir dos anos 1970, porém, começaram
a metade dos anos 1970, o mundo das organiza- a tornar-se conhecidas palavras e nomes vindos
ções foi dominado pelos conceitos e técnicas dis- do Japão. Desde então, as ideias vindas do Japão
seminados com a expansão das empresas ame- também começaram a fazer parte do vocabulário
ricanas e europeias. Onde quer que fabricassem e do currículo do estudo de administração.
ou vendessem seus produtos e serviços, essas
empresas levavam junto sua tecnologia e seu vo-
cabulário de administração.
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Ideias Ocidentais Ideias Orientais
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agrega valor ao produto. Segundo os manuais da O sistema Toyota aplica três ideias princi-
Toyota, os desperdícios classificam-se em sete ti- pais para eliminar desperdícios:
pos principais:
Racionalização da força de trabalho;
Tempo perdido em conserto ou refugo; Just in time;
Produção além do volume necessário Produção flexível.
ou antes do momento necessário;
Racionalização da Força de Trabalho
Operações desnecessárias no processo
de manufatura;
Para racionalizar a utilização da mão de
Transporte;
obra, a Toyota agrupou os operários em equipes,
Estoque; com um líder em vez de um supervisor. As equi-
Movimento humano; pes receberam um conjunto de tarefas de mon-
Espera. tagem e a missão de trabalhar coletivamente de
modo a executá-las da melhor maneira possível.
O líder deveria trabalhar junto com o grupo e
Após eliminados ou reduzidos ao mínimo
coordená-lo, substituindo qualquer trabalhador
indispensável os desperdícios, o que resta é ati-
que faltasse. Em seguida, esses grupos receberam
vidade ou esforço para agregar valor ao produto
tarefas simples de manutenção de seus próprios
que se destina ao cliente. Agregar valor significa
equipamentos, consertos de pequenas ferramen-
realizar operações de transformação de materiais
tas e controle de qualidade. A ideia da racionaliza-
e componentes estritamente relacionadas com a
ção da força de trabalho está na raiz de conceitos
elaboração do produto. Um produto fabricado ou
que viriam a ter grande importância na moderna
serviço prestado sem desperdícios tem o máximo
administração: manufatura celular, autogestão,
de valor agregado para o cliente. Assim, a elimi-
trabalho em equipe.
nação de desperdícios diminui os custos de pro-
dução, sem que o valor do produto para o cliente
fique comprometido. Just in Time
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Multimídia
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resolver. Em segundo lugar, os traba- mente pela Toyota. No formato original, o círculo
lhadores deveriam analisar sistematica- da qualidade é um grupo de voluntários de um
mente cada erro, perguntando sucessi- mesmo setor ou área de trabalho, que se reúne
vamente “por quê?” até chegar à causa regularmente para estudar e propor a solução de
fundamental. Essa metodologia foi cha- problemas que estejam comprometendo a qua-
mada de “5 whys”, os cinco porquês. Em lidade e a eficiência dos produtos. Essa ideia dis-
consequência, os problemas caíram seminou-se rapidamente. No começo dos anos
dramaticamente, a ponto de a propor- 1970, começaram no Brasil as primeiras experiên-
ção de veículos fabricados em relação à cias com a implantação de círculos da qualidade.
produção prevista aproximar-se de 100 Johnson&Johnson, Volkswagen, Metal Leve, Ar-
por cento, ou seja, os problemas foram tex, Hering e Fundição Tupy foram algumas em-
virtualmente eliminados. presas que introduziram a técnica em nosso país.
O formato original foi adaptado e modificado
conforme a ideia se disseminou. Por exemplo, al-
Evolução e Disseminação do Sistema Toyota
gumas empresas formaram círculos com pessoas
de diferentes áreas de trabalho.
O sistema Toyota, com suas técnicas básicas Há diferentes tipos de problema de quali-
de eficiência e qualidade, ficou conhecido como dade e eficiência que podem ser atacados pelos
sistema de produção enxuta. O objetivo da pro- círculos da qualidade: qualidade dos produtos,
dução enxuta é fazer produtos de alta qualidade produtividade dos recursos, custos, condições do
e baixo preço. Com o tempo, a ideia de produção ambiente físico de trabalho, racionalização dos
enxuta alcançou as diferentes áreas da empresa: processos produtivos, condições e segurança do
finanças, custos, recursos humanos, vendas, de- trabalho, análise de refugos e reclamações dos
senvolvimento de produtos e manufatura. O sis- clientes. Ao mesmo tempo, os círculos da qualida-
tema Toyota deixou de ser simplesmente sistema de atacam problemas do ambiente de trabalho,
de produção e tornou-se o sistema de administra- relacionados com a segurança, higiene, limpeza,
ção que tem por objetivo fazer a empresa enxuta. ruído e iluminação, que frequentemente são cau-
Da Toyota, o sistema passou para outras em- sadores de insatisfação e reclamações. Por causa
presas japonesas. Destas, para as empresas oci- disso, os círculos de qualidade são entendidos
dentais. À medida que se disseminava e ampliava, também como técnica de administração partici-
o sistema que originalmente pertencera a Toyota pativa.
ficava conhecido como modelo ou sistema japo- O objetivo imediato do círculo da qualidade
nês de administração, englobando os conceitos e – resolver problemas de qualidade e eficiência – é
as técnicas da administração da qualidade. complementado por uma série de outros objeti-
vos explícitos e implícitos, como, por exemplo:
Círculos da Qualidade
envolver os funcionários no processo
Os japoneses não se limitaram a aplicar e de análise e resolução de problemas,
copiar as lições dos especialistas ocidentais, mas alargando seu campo de visão, suas res-
criaram suas próprias soluções no campo da ad- ponsabilidades e, consequentemente,
ministração da qualidade. Uma destas, que des- seu sentido de realização;
pertou grande interesse em outros países, é a me- melhorar a comunicação dentro do pró-
todologia de trabalho dos círculos de qualidade. prio grupo de trabalho que fica prejudi-
A ideia dos círculos da qualidade, ou círcu- cado no sistema tradicional do trabalho
los de controle da qualidade, CCQ, foi desenvol- isolado da linha de montagem;
vida pelo Dr. Kaoru Ishikawa e aplicada pioneira-
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desde o início dos anos de 1950. Quando os pro- Uma empresa fabricante de autopeças
dutos japoneses adquiriram a reputação de alta exemplifica a utilização desse modelo de orga-
qualidade e baixo preço, e começaram a dominar nização. Desde meados dos anos de 1980 desen-
os mercados em todo o mundo, nasceu o inte- volveu e implantou um modelo de organização
resse em conhecer seus métodos de administra- enxuta, formada por células especializadas em
ção. Esse interesse intensificou-se nos anos 1980, produtos. Cada célula tem diversos trabalhadores
quando empresas como Toyota, Honda e Nissan e conta com todas as máquinas necessárias para
se instalaram nos EUA e na Europa, impressionan- a fabricação do produto. As células são autossufi-
do as empresas locais com a superioridade de cientes e formam a base de uma estrutura organi-
seus métodos de produção eficiente e sua manei- zacional especializada. Elas agrupam-se em mó-
ra participativa e igualitária de tratar funcionários. dulos e os módulos, em divisões, que são áreas de
Os americanos observaram com surpresa a estra- negócios especializadas em clientes. As divisões,
tégia de envolver os funcionários no processo de- assim como as células, são autossuficientes, in-
cisório, a técnica do just in time e a abolição das corporando as funções de marketing e tecnolo-
distinções hierárquicas. Em 1986, uma publicação gia. Em vez de uma hierarquia complexa, apenas
mostrou o presidente da Honda americana e seus cinco níveis, para abranger 2.500 funcionários.
funcionários compartilhando o mesmo escritório,
o que contrariava radicalmente a antiga prática Sistema de Gestão da Qualidade
de isolar os executivos e atribuir-lhes símbolos de
importância, para diferenciá-los dos demais fun-
cionários. A International Standards Organization,
mais conhecida como ISO é o organismo que es-
Quanto mais se tornava conhecido, mais
tabelece os padrões internacionais de trabalho
o modelo japonês revelava a simplicidade de
e de garantia de qualidade nas empresas. Desde
seus componentes: eficiência, qualidade e parti-
1987 foi criada uma série de normas, conhecidas
cipação dos funcionários nas decisões. A receita
como ISO 9000, que deram início a um sistema de
era simples, e na verdade, era ocidental. Com o
gestão da qualidade.
tempo, os ocidentais aprenderam a colocá-la em
prática. Nos anos de 1990, o modelo japonês já A ISO 9000, que muitos acreditam tratar-se
havia deixado de ser exclusivamente japonês, tor- do nome do certificado, na verdade apenas esta-
nando-se o padrão das empresas que pretendiam belece as orientações básicas para a correta sele-
alcançar e manter a capacidade de competir em ção e uso das normas, tanto que seus objetivos
escala global. são esclarecer as diferenças e inter-relações entre
os principais conceitos da qualidade e fornecer
As empresas ocidentais imitaram as japo-
diretrizes para seleção e uso de normas que ser-
nesas pela evidência de superioridade dos méto-
vem para gestão da qualidade interna (ISO 9004)
dos de produção e de administração. No modelo
e para garantia da qualidade externa (ISO 9001,
de organização que emergiu do sistema Toyota,
9002 e 9003).
os trabalhadores são poucos especializados e
agrupam-se em equipes autogerenciadas e mul- A ISO 9001 define os sistemas de qualida-
tifuncionais, que incluem os especialistas que de e modelos para garantia da qualidade exter-
antes eram segregados no topo. Os numerosos na, para ser usada quando a conformidade com
escalões hierárquicos da empresa ocidental re- requisitos especificados tiver que ser garantida
duzem-se a três ou cinco, mesmo nas de maior pelo fornecedor, durante vários estágios, que po-
porte. Funções especializadas que se revestiam dem incluir projeto, desenvolvimento, produção,
de grande importância no modelo convencional instalação e assistência técnica. É a mais com-
e estavam próximas da cúpula, distribuem-se nos pleta da série, abrangendo um total de 20 itens.
grupos operacionais. Essa norma especifica requisitos de um sistema
de qualidade para uso onde um contrato entre
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novas alturas com cada problema que é resol- grupos pequenos, que usam várias ferramentas
vido. No entanto, para consolidar o novo nível, estatísticas para resolver os problemas. O enfo-
o melhoramento deve ser padronizado. Assim, que permanente exige o ciclo PDCA total e tam-
o Kaizen também exige a padronização. Termos bém que os membros da equipe identifiquem
como CQ (Controle de Qualidade), CEQ (Contro- as áreas com problemas e as causas, analisem-
le Estatístico da Qualidade), círculos de CQ e TQC -nas, implantem e testem novas contramedidas e
frequentemente aparecem em conjunto com o criem novos padrões e/ou procedimentos.
Kaizen. Um programa bem planejado de Kaizen No enfoque permanente, os membros pas-
pode ser dividido em três segmentos, dependen- sam pelos processos de resolução de problemas
do da complexidade e do nível do Kaizen: e tomada de decisões. É por isso que dizem que
o ciclo PDCA (Plan = planejar; Do = fazer, Control
Kaizen orientado para a administração; = controlar, Act = agir) possui o seu próprio ciclo
Kaizen orientado para o grupo; PDCA no estágio “Executar”. As atividades dos
Kaizen orientado para a pessoa. círculos de CQ e dos outros grupos estão confi-
nadas aos problemas que surgem nas suas pró-
prias áreas de trabalho, mas o moral é melhorado
Kaizen: Orientado para a Administração através das atividades de Kaizen, pois todos do-
minam a arte de resolver os problemas imediatos.
O primeiro pilar do Kaizen é o orientado Quando o trabalho em grupo é um enfoque tem-
para a administração. Ele é o pilar crucial, já que porário, as sugestões são oferecidas por grupos
o Kaizen orientado para a administração se con- de empregados ad hoc, formados para resolver
centra nas mais importantes questões logísticas tarefas específicas. Embora os membros desses
e estratégicas e oferece o incentivo para manter o grupos ad hoc sejam frequentemente treinados
progresso e o moral. no uso de ferramentas estatísticas e analíticas,
os grupos debandam quando o seu objetivo é
Kaizen é tarefa de todos. O gerente deve
alcançado. Tanto no Kaizen orientado para a pes-
envolver-se no melhoramento do seu próprio
soa quanto no Kaizen orientado para o grupo, é
serviço. A administração japonesa geralmente
essencial que a administração entenda adequa-
acredita que o gerente deve dedicar pelo menos
damente a função dos operários no Kaizen e que
50% do seu tempo ao melhoramento. Os tipos de
use todas as oportunidades para apoiá-la.
projetos de Kaizen, estudados pela administra-
ção, exigem experiência sofisticada em resolução
de problemas, bem como conhecimento profis- Dicionário
sional e de engenharia, embora as simples Sete
Ferramentas Estatísticas possam ser suficientes, Adhocracia ou Adocracia (ad hoc = aqui agora): sis-
tema temporário variável e adaptativo, organizado
às vezes. Eles são claramente uma tarefa da admi- em torno de problemas a serem resolvidos por
nistração e com frequência envolvem pessoas de grupo de pessoas com habilidades e profissões
diferentes departamentos, que trabalham juntas diversas e complementares.
nos problemas multifuncionais como equipes de Fonte: Michaelis Digital.
projeto.
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princípio de que a pessoa deve trabalhar com forma que ela parasse automaticamente assim
mais empenho. O melhoramento orientado para que a operação fosse completada.
a pessoa tem oportunidades quase infinitas. Por Depois, foi estabelecido um ciclo para cada
exemplo, nos escritórios que utilizam telefones operária, de forma que ela pudesse trabalhar em
com extensão, um funcionário poderia sugerir a várias máquinas de costura em um ciclo. Isso sig-
colocação da mesma cor de aparelhos em todas nificou que o comportamento das operárias teve
as extensões do mesmo número, para conveniên- de ser alterado para que elas ficassem em pé ao
cia. Muitos dos mecanismos a prova de falhas são lado das máquinas e passassem de uma máqui-
instalados nas máquinas como resultado das su- na para a seguinte junto com o fluxo de trabalho.
gestões dos operários. Atualmente, cada operária cuida de doze máqui-
O ponto de partida do Kaizen é a adoção, nas, andando de uma máquina para a seguinte,
por parte do operário, de uma atitude positiva em trajando um agasalho esportivo. Nas empresas do
relação à mudança e ao melhoramento da manei- grupo Toyota, cada operário pode estar cuidando
ra como ele trabalha. Se um operário que realiza o de até oitenta máquinas diferentes em um ciclo.
seu serviço sentado ao lado de uma máquina mu- Essas designações múltiplas de serviços são pos-
dar o seu comportamento e ficar em pé ao lado síveis porque a administração foi bem-sucedida
dela, isso é um melhoramento, pois ele adquire na mudança do comportamento dos operários.
flexibilidade e pode operar mais de uma máquina. Kaizen orientado para pessoa é frequentemente
Quando Taiichi Ohno, o executivo que ini- visto como incentivador do moral e a adminis-
ciou o Kanban e o “Just in Time” na Toyota, tor- tração nem sempre exige o retorno econômico
nou-se conselheiro da Toyota Shokki (fábrica de imediato de cada sugestão. A atenção e a recepti-
tecidos para automóveis), ele descobriu que as vidade da administração são essenciais se os ope-
operárias estavam operando sentadas as máqui- rários devem se tornar “operários pensantes”, ao
nas de costura. Ele imediatamente inaugurou um se procurar maneiras melhores de realizar o seu
projeto de melhoramento e projetou caracterís- serviço.
ticas especiais para cada máquina de costura, de
Caro(a) aluno(a), ao longo deste capítulo você estudou a mecanização nas organizações: a teoria
clássica, as funções da gerência administrativa, as críticas à teoria clássica. Vimos também aspectos do
estudo da burocracia, o modelo japonês e administração da qualidade.
Vamos, agora, identificar seu nível de assimilação ao conteúdo estudado.
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4 OS ORGANISMOS NAS ORGANIZAÇÕES
Comentaremos neste capítulo sobre os or- O autor afirma que diferentes espécies são
ganismos nas organizações. mais talhadas para lidar com as demandas de di-
A metáfora dos organismos de Morgan ferentes ambientes e, dessa forma, aumenta-se a
(1996) compreende a Administração como um capacidade de desenvolver interessantes teorias
mecanismo para administrar necessidades orga- sobre as relações entre as organizações e os seus
nizacionais e as relações com o ambiente. Essa ambientes. A metáfora analisa as organizações
metáfora pressupõe que diferentes tipos de or- como organismos que nascem, crescem, desen-
ganizações pertencem a diferentes espécies, das volvem-se, declinam e morrem, além da capaci-
quais a burocrática é apenas uma. dade de se adaptarem a ambientes em mutação.
Essa imagem está muito ligada às relações entre
as espécies e os padrões de evolução encontra-
Dicionário
dos na ecologia interorganizacional, e sua pers-
A metáfora pode ser definida como uma trans- pectiva contribuiu muito para o desenvolvimento
ferência de significado que tem como base uma da teoria da administração moderna.
analogia: dois conceitos são relacionados por
apresentarem algum ponto em comum. Aqui, o
termo ‘metáfora’ é usado para fazer analogia entre
as organizações e diversos conceitos, tais como o
corpo humano, uma máquina etc.
A Teoria das Relações Humanas surgiu nos ne, desenvolvida por Elton Mayo e seus colabora-
Estados Unidos como consequência imediata das dores. Foi basicamente um movimento de reação
conclusões obtidas na Experiência em Hawthor- e de oposição à Teoria Clássica da Administração.
Atenção
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Teorias da Administração
Duração
Período Condições experimentais
Semanas
Foi registrada a produção de cada operária ainda no seu local original de serviço, sem
1 2 que soubessem, e estabelecida a sua capacidade produtiva: 2.400 unidades por moça
por semana.
Para verificar o efeito da mudança de local de trabalho, o grupo experimental foi
2 5 isolado na sala de provas, mantendo as condições e o horário de trabalho normais e
medindo-se a produção.
Fez-se uma modificação no sistema de pagamento, no qual as moças eram pagas por
3 8 tarefa em grupo, ou seja, seus esforços repercutiam de forma direta no seu trabalho.
Houve um aumento de produção.
Marca o início da introdução de mudança direta no trabalho. Introduziu um intervalo
4 5 de cinco minutos de descanso no meio da manhã e outro igual no meio da tarde.
Houve aumento da produção.
Os intervalos de descanso foram aumentados para dez minutos cada. Houve aumento
5 4
da produção.
Deram-se 3 intervalos de cinco minutos na manhã e outros três à tarde. A produção
6 4
não aumentou, e as moças reclamavam da quebra de ritmo.
Passou-se novamente a dois intervalos de dez minutos, um pela manhã e outro pela
7 11
tarde, servindo um lanche leve em um deles. Aumento de produção.
Com as mesmas condições do período anterior, o grupo experimental passou a
8 7
trabalhar somente até às 16h30. Houve um acentuado aumento de produção.
Estabeleceu-se uma semana de cinco dias, com o sábado livre. Verificou-se que a
11 9
produção diária das moças continuou a subir.
Voltou-se às mesmas condições do 3º período, tirando-se todos os benefícios dados
12 12 durante a experiência. Verificou-se que a produção diária e semanal atingiu um índice
jamais alcançado anteriormente 3.000 unidades semanais por moça.
As conclusões dessa primeira fase das expe- amizades entre si e essas amizades
riências de Hawtorne foram: estendiam-se para fora do trabalho. As
moças passaram a se preocupar umas
as moças alegavam gostar de trabalhar com as outras. Tornaram-se uma equi-
na sala de provas, porque era divertido pe.
e a supervisão branda, o que lhes per- o grupo desenvolve liderança e objeti-
mitiam trabalhar com mais liberdade e vos comuns.
menor ansiedade;
havia um ambiente amistoso e sem A segunda fase das experiências consistiu
pressões, a conversa era permitida, au- em entrevistas. Seriam entrevistados todos os
mentando a satisfação no trabalho; funcionários da empresa, anualmente. O objetivo
não havia temor ao supervisor; era desvendar os motivos que levavam os funcio-
houve um desenvolvimento social do nários a adotar posturas tão diferentes nos seus
grupo experimental. As moças faziam departamentos e na sala de provas. A partir dessa
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de impulsionador da Teoria das Relações Huma- ção de Administração, trazendo novos conceitos,
nas, com a divulgação do livro de Chester Bar- novas variáveis e, sobretudo, uma nova visão da
nard e, posteriormente, dos estudos de George teoria administrativa baseada no comportamento
Homans sobre sociologia institucional de grupo, humano nas organizações.
culminando com a publicação do livro de Herbert A abordagem comportamental marca a
Simon sobre o comportamento administrativo, mais forte ênfase das ciências do comportamen-
uma nova configuração passa a dominar a teoria to na teoria administrativa e a busca de soluções
administrativa. democráticas e flexíveis para os problemas orga-
Embora as raízes dessa nova abordagem nizacionais. A abordagem comportamental origi-
possam ser localizadas muito mais adiante, é a nou-se das ciências comportamentais, em parti-
partir da década de 1950 que se desenvolve, ini- cular da psicologia organizacional.
cialmente nos Estados Unidos, uma nova concep-
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As Teorias das Relações Humanas e Com- cupação com o bem-estar do trabalhador e com
portamentais permitiram o desenvolvimento de a eficácia organizacional; e a participação dos tra-
conceitos que utilizamos no cotidiano das orga- balhadores nas decisões e problemas do trabalho.
nizações contemporâneas. Entre estes estão a Toda empresa é um conjunto sociocultural
Qualidade de Vida no Trabalho e a Ética nas Or- muito complexo e que tem na organização do
ganizações. trabalho um papel preponderante para a saúde
A Qualidade de Vida no Trabalho pode ser de seus trabalhadores.
definida como uma forma de pensamento envol- Sem qualidade de vida, as pessoas traba-
vendo pessoas, trabalho e organizações, em que lham desmotivadas e o resultado disso é visível
se destacam dois aspectos importantes: a preo- nos níveis de produtividade, nas perdas registra-
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das, nos trabalhos que precisam ser refeitos, na de da produção e na prestação de serviço é uma
desmotivação dos funcionários. consequência natural.
Para que possa existir qualidade de vida
dentro de uma organização é preciso estimular a Dicionário
cooperação e a criatividade, mudando a política
Consumismo é o ato de comprar produtos e/ou
do sucesso a qualquer preço que premia o indivi-
serviços sem necessidade e consciência. O consu-
dualismo e a competição destrutiva. mista diferencia-se em grande escala do consumi-
Segundo a psicóloga Ana Cristina Limongi- dor, pois este compra produtos e serviços necessá-
rios para sua vida, enquanto aquele compra muito
-França (2001, p. 45), coordenadora do Núcleo de
além daquilo de que precisa.
Pesquisa em Gestão de Qualidade de Vida no Tra-
balho (USP),
Pequenos investimentos financeiros
qualidade de vida pode representar o em saúde e segurança, benefícios, co-
resgate da valorização e da humanização municação interna, além de gestão e
da pessoa no trabalho, integrando todos certificação da qualidade têm contri-
os fatores críticos determinantes de uma
boa gestão de pessoas. Esses fatores críti- buído para um acréscimo positivo na
cos são a política de qualidade de vida, a qualidade de vida dos funcionários.
produtividade, a legitimidade, a lideran- A qualidade de vida pode estar dentro
ça, a cultura organizacional e a rede de
de nós. A empresa pode contribuir mui-
competências dos especialistas internos
e externos à empresa, que são capazes de to, mas nada acontecerá se o próprio
oferecer produtos e serviços que geram o funcionário não buscar atitudes que
bem-estar. influenciem sua própria qualidade de
vida.
Limongi-França (2001) acredita que essa
preocupação com a qualidade de vida não é pas- Outro conceito derivado da Teoria Compor-
sageira, pois há uma crescente pressão da socie- tamental é a Ética empresarial, em sua essência,
dade por melhores condições de vida, incluindo- a determinação às pessoas que integram uma
-se o trabalho. organização, de agir sempre em conformidade
Existem empresas que pensando nisso e com os valores da honestidade, verdade e justiça,
verificando que existe um retorno financeiro em em todas as atividades nas quais representem es-
suas ações, promovem atitudes de melhoria na sas entidades jurídicas: nas compras, nas vendas,
qualidade de vida dos seus funcionários. Estão nos empréstimos, nas relações com empregados,
investindo em espaços mais agradáveis, esti- com a concorrência, com o governo e com a co-
mulando a prática de exercícios físicos entre os munidade, e em quaisquer outras.
colaboradores e até realizando campanhas de
combate ao alcoolismo e ao fumo. O importante
nisso tudo é que haja um programa abrangente,
que englobe essas atitudes, não permitindo que
fiquem isoladas, sendo ações superficiais e des-
comprometidas, apenas por “estar na moda falar
de qualidade de vida”. E diferente do que as em-
presas pensam, investir em qualidade de vida não
é caro. O importante é não confundir ações prá-
ticas com consumismo, sofisticação e “imagem
social” para vender seu produto. A questão está
focada nos funcionários. A melhoria na qualida-
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Schein (1985) afirma que não se pode cons- A partir dessa definição, Schein (1985) diz
truir um conceito comum (cultura organizacional) que a cultura se manifesta e pode ser estudada
se não houver concordância em como defini-lo, em diferentes níveis e propõe 3 níveis para a cul-
como medi-lo, como estudá-lo e como aplicá-lo tura organizacional: os artefatos (a estrutura orga-
no mundo real das organizações. Para ele, cultura nizacional visível e os processos que são difíceis
apresenta aspectos como: estabilidade, compar- de decifrar); os valores (estratégias, objetivos, filo-
tilhamento, padronização, dinâmica e vida em sofias) e as suposições básicas (são inconscientes,
grupo resultando em um padrão de suposições crenças dadas como certas, hábitos adquiridos
básicas, inventadas, descobertas ou desenvolvi- por percepção, pensamentos e sentimentos).
das por um dado grupo, que aprende a lidar com Em relação à empresa em análise podemos
seus problemas de adaptação externa e integra- observar que há uma grande ênfase em gerenciar
ção interna, que foram suficientemente bem tra- a cultura organizacional que foi definida e comu-
balhadas para serem consideradas válidas e assim nicada aos demais níveis da empresa pelo funda-
deve ser ensinada aos novos membros do grupo dor e “aperfeiçoada” pelo aprendizado.
como a forma correta de perceber, pensar e sentir O gerenciamento se dá nos três níveis:
em relação àqueles problemas.
A cultura de um dado grupo refletirá o que no primeiro, estão os artefatos, ou seja,
ele aprendeu ao resolver os problemas ao longo a estrutura organizacional que identifi-
de sua história. A adaptação externa é realizada ca os líderes, os empresários e os cola-
com a definição da missão da empresa e suas fun- boradores e suas relações; a definição
ções, o estabelecimento das metas, os critérios dos programas de ação e os critérios
para a mensuração dos resultados e os ajustes operacionais - a Odebrecht catalogou
nas estratégias, caso as metas não estejam sen- 60 temas, como, por exemplo, o desem-
do alcançadas e a integração interna é realizada penho, o domínio do negócio, a educa-
pela definição de uma linguagem comum, a deli- ção pelo trabalho, o fornecimento de
mitação das “fronteiras” do grupo e os critérios de apoio, parceria e partilha, superação de
inclusão, os critérios para a atribuição de status, erros, imagem da organização, saúde,
poder e autoridade, os critérios para a atribuição segurança, qualidade de vida e meio
de recompensas e punições e conceitos para ge- ambiente;
renciar o não gerenciável (ideologia e religião).
o segundo nível trata dos valores e con-
cepções filosóficas da empresa;
e no terceiro e último nível estão os
Dicionário
propósitos empresariais, os conceitos
Ideologia: no senso comum, significa ideal e con- essenciais e as suposições básicas, algu-
tém um conjunto de ideias, pensamentos ou de vi-
mas das quais relacionadas à origem do
sões de mundo de um indivíduo ou de um grupo,
orientado para suas ações sociais. Diversos autores fundador, de descendência germâni-
utilizam o termo sob uma concepção crítica, con- ca e de religião protestante como, por
siderando que ideologia pode ser considerada um
exemplo, a humildade e o trabalho ár-
instrumento de dominação que age por meio de
convencimento. duo.
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Filme: O Aviador
Direção: Martin Scorsese
Sinpose: Howard Hughes (Leonardo DiCaprio) ficou milionário já aos 18 anos, devido à herança que seu pai, um in-
ventor texano, deixou para ele. Pouco depois ele se mudou para Los Angeles, onde passou a investir na indústria do
cinema. Hughes ajudou a carreira de vários astros, como Jean Harlow (Gwen Stefani), e ainda trabalhou em filmes de
grande sucesso, como “Hell’s Angels”, que dirigiu. Paralelamente, Hughes se dedicou a uma de suas maiores paixões,
a aviação, e se envolveu com as atrizes Katharine Hepburn (Cate Blanchett) e Ava Gardner (Kate Beckinsale).
Caro(a) aluno(a), concluímos neste capítulo o estudo das teorias das relações humanas e compor-
tamental. Percorremos os aspectos da hierarquia das necessidades e motivação, qualidade de vida no
trabalho e ética e, por fim, a cultura organizacional.
Neste momento, vamos avaliar seu nível de aprendizagem.
1. A origem da Teoria das Relações Humanas consiste em alguns princípios. Comente quais são
eles.
2. A Teoria das Relações Humanas foi alvo de muitas críticas. Cite quais foram essas críticas e seus
fundamentos.
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5 OS CÉREBROS NAS ORGANIZAÇÕES
O aparecimento da Teoria Geral dos Sis- Assim, como princípios gerais que na ver-
temas forneceu uma base para a unificação dos dade são ideias vinculadas ao desenvolvimento
conhecimentos científicos nas últimas décadas. e ao surgimento da automação e da cibernética,
Ludwig von Bertalanffy (1901-1972) concebeu Bertalanffy propõe uma nova teoria científica, a
esse nome no início da década de 1920, criando Teoria Geral dos Sistemas, que tem leis semelhan-
em 1954 a Societyfor General Systems Research. tes às que governam sistemas biológicos. Nessa
Bertalanffy introduziu esse nome para des- formulação teórica, o autor incorpora os concei-
crever as características principais das organiza- tos fundamentais dos postulados anteriores do
ções como sistemas, pouco antes da Segunda sistema biológico e das matemáticas correlatas.
Guerra Mundial. A Teoria Geral dos Sistemas, se-
gundo o próprio Bertalanffy, tem por finalidade
identificar as propriedades, princípios e leis ca- Dicionário
racterísticos dos sistemas em geral, independen-
temente do tipo de cada um, da natureza de seus Cibernética: é uma tentativa de compreender a co-
municação e o controle de máquinas, seres vivos
elementos componentes e das relações entre e grupos sociais através de analogias com as má-
eles. De acordo com o autor, existem certos mo- quinas eletrônicas. Para alguns autores, do ponto
delos ou sistemas que, independentemente de de vista da transmissão da informação, a distinção
entre máquinas e seres vivos, humanos ou não, é
sua especificidade, são aplicáveis a qualquer área mera questão de semântica.
de conhecimento. Tais modelos impulsionariam
uma tendência em direção a teorias generaliza-
das.
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comportamento esperado na organização) rela- va coincide com o esperado, será obtido o com-
ciona-se com outros indivíduos nos seus respec- portamento desejado.
tivos papéis. É o chamado conjunto de papéis or- Nessa abordagem, as variáveis organiza-
ganizacionais – cada indivíduo com o seu papel. cionais são as que intervêm na relação social, tais
O modelo de sistema de papéis baseia-se como a personalidade dos indivíduos e a relação
na noção do papel social como sendo fundamen- interpessoal. São variáveis que se referem à po-
tal. É a ideia de que, existindo papéis, existem sição, de caráter flexível ou rígido, o que é uma
também funções na organização que alteram ou extração do papel independentemente do papel
reforçam o comportamento desses papéis, con- social no qual o indivíduo está inserido. Esse in-
forme a expectativa de valores percebida, ou seja, divíduo é o chamado Homem Organizacional, so-
o comportamento potencial, no qual cada papel bre o qual a predisposição a atuar encaminhe-se
funciona como um sistema. Quando a expectati- rumo às metas organizacionais.
5.2 Cibernética
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Segundo Cavalcanti (2003), a ideia do Pla- reats = ameaças), define o pensamento estratégi-
nejamento Estratégico surgiu há 40 anos, no auge co preponderante da década.
da expansão e diversificação dos negócios, na O Planejamento Estratégico nos anos 1980
década de 1960. A autora menciona que recen- respondeu à rigidez das décadas anteriores com
temente o Planejamento Estratégico não estava o celebre trabalho de Michael Porter, quando, se-
entre as prioridades mais altas dos executivos, no gundo a autora, as empresas passaram a enfren-
entanto, na passagem do milênio essa situação tar uma concorrência crescente e, portanto, a ne-
mudou e a estratégia está no topo das preocupa- cessidade de testar vantagem competitiva.
ções. Segundo o autor Antonio Vico Mañas (em
A autora traça a evolução do Pensamento Gestão Estratégica de Negócios, 2003), o posicio-
Estratégico, partindo da década de 1960 e iní- namento estratégico conforme um dos maiores
cio de 1970, quando o formalismo e rigidez dos precursores do pensamento estratégico atual,
modelos eram as características marcantes. O Michel Porter, tem uma essência básica que é a
trabalho de H. Mintzberg, com o modelo básico escolha das atividades que sejam diferentes das
de Análise SWOT (Strenghts = forças, Weaknesses dos concorrentes. Isso garante o que se chama de
= fraquezas, Opportunities = oportunidades, Th- diferencial de competitividade, a vantagem com-
petitiva.
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Michael Porter (1989) afirma que muitas e debatidos pelos acadêmicos e executivos, cujo
empresas perderam de vista a vantagem com- interesse é a estratégia.
petitiva em sua luta por crescimento e busca de Ainda segundo o autor, o pensamento es-
diversificação e que o fracasso das estratégias de tratégico no futuro estará voltado para a seguinte
muitas empresas deve-se à incapacidade de tra- pauta:
duzir uma estratégia competitiva geral em etapas
de ação específicas, necessárias para se obter a transformar empregados de tarefas em
vantagem competitiva. profissionais pensantes;
Para Porter, há cinco forças que dirigem a repensar os papéis dos administradores
concorrência na indústria: e dos empregados nas empresas estru-
turadas por processos;
a ameaça de entrada de novas empre- reinventar os sistemas de gestão de re-
sas nesse mesmo mercado; cursos humanos desde os treinamentos
a intensidade da rivalidade entre os até os esquemas de reconhecimento
concorrentes existentes; dos esforços;
a pressão dos produtos substitutivos; fazer com que o aprendizado seja parte
poder de negociação dos compradores; do dia a dia dos negócios da empresa;
poder de negociação dos fornecedores. moldar uma cultura que dê suporte à
nova maneira de trabalhar.
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tratégia empresarial uma forma de administração do. Portanto, representam riscos e oportunidades
orientada para um desempenho superior. para a estratégia empresarial.
O pensamento estratégico voltado para o Ainda segundo Prahalad e Hart (1999), ou-
futuro também deve sofrer os impactos das for- tras questões impactam diretamente na formu-
ças globais de mudança. Segundo os autores lação de estratégias para o futuro. Os autores
mencionados, esse pensamento é considerado a afirmam que há quatro bilhões de pessoas nas
partir de questões como a transformação das re- camadas mais pobres da população mundial (na
lações entre empresa e colaboradores, a criação base da pirâmide), com necessidades humanas
de novos mercados, a reinvenção de sistemas de básicas a serem supridas, quando a sociedade já
gestão, a criação de novos métodos de planeja- pressiona as grandes corporações para o desen-
mento e a administração do conhecimento orga- volvimento de tecnologias, políticas ambientais e
nizacional. produtos sustentáveis. Esse quadro forçará gran-
As forças globais de mudança são explora- des corporações a repensarem suas estratégias
das pelos autores Hodges e Grayson (2003) que de mercado, de escala e modos de produção. Essa
enfatizam a necessidade de uma nova postura questão será aprofundada pelo trabalho quando
estratégica frente à revolução na tecnologia, nos tratarmos das estratégias que buscam o desen-
mercados, na demografia, no desenvolvimento volvimento sustentável.
das sociedades e seus valores. Segundo esses au- A Administração por Objetivos (APO) ou
tores, tais forças têm um impacto significativo na administração por resultados constitui um mo-
formulação das estratégias empresariais, pois te- delo bastante difundido e plenamente identifica-
mas emergentes, decorrentes dessas mudanças, do como o espírito pragmático e democrático da
como a ecologia e o meio ambiente, a saúde e o teoria neoclássica. Seu aparecimento é recente:
bem-estar, a diversidade, os direitos humanos e em 1954, Peter f. Drucker publicou um livro que
a organização das comunidades, são fatores que caracterizava pela primeira vez a APO, tornando-
impõem questões difíceis de prever, difíceis de -se, por isso, o criador da Administração por Ob-
ignorar e muito difíceis de gerir quando dão erra- jetivos.
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Caro(a) aluno(a), finalizamos aqui o aprendizado sobre a teoria contingencial e dos sistemas, os
tipos de sistemas: entropia, equifinalidade, mecanismos de feedback, homeostase, diferenciação, hierar-
quias, fronteiras e inputs e outputs. Cobrimos também a cibernética, administração estratégica e adminis-
tração por objetivos.
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2. A Administração por Objetivos (APO) tem um ciclo que envolve algumas etapas. Cite quais são
essas etapas.
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6 TEMAS EMERGENTES
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ensina, cabe propiciar condições adequadas à O artigo de Oliveira e Vanalle (2001) ainda
aprendizagem. faz um breve resumo acerca das principais teo-
Segundo Fleury e Fleury (1995), a aprendi- rias da aprendizagem que a definem como: a)
zagem é um processo de mudança, resultante de behaviorista (a aprendizagem ocorre através de
prática ou experiência anterior, que pode vir, ou estímulos e respostas que, consequentemente,
não, a manifestar-se em uma mudança perceptí- ocasionarão uma mudança no comportamento);
vel de comportamento. b) cognitiva (a aprendizagem ocorre quando o in-
divíduo busca algo novo em seus conhecimentos
antigos); c) construtivista (a aprendizagem ocorre
Atenção através da relação entre o indivíduo e o meio em
que vive); d) significativa (a aprendizagem ocorre
O autor Peter Senge (2003) afirma que o ser hu-
mano vem ao mundo motivado a aprender, ex- quando o indivíduo estabelece uma relação da
plorar e experimentar. Para o autor “as melhores nova informação com algo relevante para seu co-
organizações do futuro serão aquelas que desco-
nhecimento).
brirão como despertar o empenho e a capacida-
de de aprender das pessoas em todos os níveis Conforme as definições de aprendizagem
da organização.” desses autores, o aprendizado faz parte da natu-
reza humana e os seres humanos (isentos de pa-
O processo de aprendizagem é definido tologia mental ou física que os bloqueie) gostam
através de algumas características básicas, citadas de aprender algo novo, que instigue a mente e
pelo artigo de Oliveira e Vanalle (2001): a alma, que os desafie, desde que o processo de
aprendizagem seja concebido em um ambiente
processo dinâmico: a aprendizagem favorável.
não é um processo de absorção passiva A aprendizagem está relacionada com os
pois é realizada através da atividade do símbolos humanos ou o que “significa” para o ser
aprendiz, envolve a participação total e humano. Portanto, por seu intermédio, nós recria-
global do indivíduo, seus aspectos físi- mos, tornamo-nos capazes de fazer aquilo que
co, emocional, intelectual e social; não fazíamos antes, adquirimos uma nova visão
processo contínuo: desde o início da do mundo e da nossa relação com ele, ampliamos
vida, a aprendizagem está presente no nossa capacidade de fazer parte do processo de
cotidiano do ser humano; desenvolvimento humano.
processo global: a aprendizagem inclui O autor Peter Senge (2003) afirma que as
todos os aspectos motores, emocionais, organizações só aprendem através de indivíduos
ideativos e mentais do indivíduo; que aprendem e o aprendizado individual não
garante o aprendizado organizacional, mas sem
processo pessoal: ninguém aprende
ele não há como ocorrer aprendizado organiza-
por outrem. A aprendizagem é intrans-
cional.
ferível e individual. Cada indivíduo tem
seu ritmo de aprendizagem; A autora Maria C. S. Amorim (2004) faz críti-
ca à expressão “organizações que aprendem”, pois
processo gradativo: a aprendizagem
segundo a autora as pessoas aprendem e não as
não tem um fim em si, pois situações
organizações, mesmo que as primeiras aprendam
e experiências novas trazem outros co-
também a partir das experiências e situações pro-
nhecimentos para o homem;
piciadas pela organização.
processo cumulativo: ensinamentos
Argyris (1992) também traz uma definição
e experiências são acumulados com o
distinta sobre a aprendizagem organizacional.
objetivo de progressiva adaptação e
Para o autor trata-se do processo através do qual
ajustamento social.
os indivíduos da organização detectam erros e os
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trando que o todo pode ser maior que a empatia: aprender a usar habilidades
soma de todas as partes isoladas. de pensar do ponto de vista da outra
pessoa ou examinar novas dimensões a
fim de estabelecer e reestabelecer rela-
O autor Mauro Martens (2002) menciona
cionamentos.
outras abordagens ou modelos do aprendizado
nas organizações. Ele faz referência ao trabalho
de Mcgill e Slocum, o qual aponta para cinco Sob a perspectiva dos parágrafos acima, é
comportamentos de aprendizagens essenciais possível constatar que há uma crescente preocu-
em organizações onde se dá o processo de apren- pação com o “aprender” nas organizações, no en-
dizagem: tanto, implementar modelos organizacionais que
facilitem a aprendizagem não é tarefa fácil, pois o
abertura: aumento da gama de pers- próprio aprender é complexo, além de ser parti-
pectivas, maximizando as experiências cular e individual.
e criando alternativas; Os modelos podem ser úteis e os princípios,
pensamento sistêmico: capacidade pertinentes. Entretanto, as organizações devem
de ver conexões entre eventos, assun- considerar a aprendizagem respeitando a indivi-
tos e detalhes de dados; dualidade e autonomia dos sujeitos no desenvol-
criatividade: sob a ótica da flexibilida- vimento do trabalho.
de ou interesse dos indivíduos em mu- A motivação das pessoas para o aprendiza-
dar comportamentos e situações e libe- do e resolução de problemas complexos é outro
rar a flexibilidade pessoal, sem medo do fator que deve ser levado em conta no proces-
fracasso; so de aprendizado, pois a “vontade” da natureza
eficácia pessoal: comportamento a humana pode mover ou estagnar o processo de
partir do qual os membros da organiza- aprendizagem, inclusive no ambiente organiza-
ção sentem que podem e devem apren- cional.
der a influenciar significativamente seu
mundo;
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forme Covey (2003), está baseada em princípios com certeza, os dois não sejam incom-
e voltada para a eficácia pessoal. O autor acredita patíveis – na verdade, nos dias de hoje,
ainda em oito princípios que tornam as pessoas ambos são cada vez mais necessários
mais eficazes e produtivas: em cargos gerenciais. No fundo, admi-
nistração é processo de planejar, orçar,
ser proativo; organizar e controlar alguma atividade
começar as coisas tendo um fim em através do emprego de técnicas (mais
mente; ou menos) científicas e de autoridade
formal.
estabelecer prioridades – o primeiro, o
segundo...; Esse tipo de liderança é também dife-
rente daquilo que muitas pessoas as-
pensar em ganhar;
sociam a espírito empreendedor. Os
procurar primeiro compreender e de- empreendedores bem-sucedidos são
pois ser compreendido; com frequência (nem sempre) muito
criar sinergia; independentes, obstinados e provincia-
afiar a serra ou preparar-se; nos, e, por isso, não se adaptam bem a
buscar a própria voz e inspirar outros a organizações complexas, exceto como
encontrar a sua independência. diretores-presidentes.
O tipo de liderança discutido pelo autor
não é do domínio exclusivo do diretor-
Kotter (1992) afirma que a liderança é um
-presidente ou da alta administração. É
assunto obscuro em que sobejam as opiniões.
encontrada, e cada vez mais necessária,
Contudo, é possível fazer algumas afirmações
em praticamente todos os níveis da hie-
básicas sobre o que ela é dentro do contexto da
rarquia das organizações. Sem ela, as
complexa organização moderna. As conclusões
empresas parecem ter dificuldade para
básicas do autor assim se resumem:
lidar com o ambiente de negócios com-
plexos e de grande intensidade compe-
A liderança eficaz para qualquer ativi- titiva.
dade em organizações complexas é o
A aparência real dessa liderança – que
processo de criar uma visão do futuro
envolva charutos e vozes ríspidas, can-
que leve em consideração legítimos
ções e cadillacs cor-de-rosa, quer en-
interesses a longo prazo das partes en-
volva algo bem menos importante que
volvidas nessa atividade. Além disso,
qualquer dessas coisas - varia muito
refere-se também ao desenvolver uma
em setores e níveis diferentes da em-
estratégia racional para se mover em
presa. As variações refletem um pouco
direção a essa visão, conquistar o apoio
o contexto específico envolvido – por
dos principais centros de poder cuja
exemplo, o tipo das pessoas, o tipo e a
cooperação, anuência ou trabalho de
escala das atividades. Em certo sentido,
equipe sejam necessários para produzir
a abordagem ou estilo associado à li-
esse movimento e motivar em alto grau
derança eficaz muitas vezes parece “se
esse grupo central de pessoas cujas
adaptar” à situação específica em que é
ações são fundamentais para implantar
encontrado.
a estratégia.
Nesse sentido, liderança em geral não
é a mesma coisa que aquilo a que cha-
mamos de “administração”, embora,
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Segundo Kouzes e Posner (1996), um con- participação desejada e real, as pessoas que têm
junto de estudos de pesquisa sobre liderança mais confiança nos líderes organizacionais são as
vem sendo conduzido nas três últimas décadas. mais satisfeitas com seu nível de participação.
Best-sellers recentes focalizam a liderança e líde- A visão de liderança estrutural reflete um
res. Entretanto, esse campo carece de consenso comportamento organizacional baseado no co-
exatamente sobre o que é liderança, como ela se nhecimento e decisões do líder, que procura
diferencia da gerência e se pode ser medida e de- orientar o processo de liderança pela execução
senvolvida. das tarefas e implementação das suas ideias e
estratégias. A visão estrutural, devido a sua cen-
Maquiavel – Manutenção do Poder tralização na figura do líder e orientação para as
através da Lei e da Força. tarefas, quando não efetiva, pode incorrer em
Teoria dos Traços – Características indi- comportamentos tirânicos e no comando desu-
viduais associadas ao Líder. mano.
Behaviorismo – Estilos de Liderança – A liderança focada nos recursos humanos
Autocrático – Democrático. influencia comportamentos voltados para as pes-
Teorias Situacionais – Contingenciais – soas. Segundo essa perspectiva a produtividade e
Situacional. o sucesso da empresa dão-se através das pessoas.
Os líderes que acreditam nessa visão tendem a
Teorias Transacionais – Influência no re-
gastar mais tempo com seus liderados, buscam
lacionamento entre líderes e liderados.
a participação das pessoas no processo decisório
Teoria Transformacional – Interação e fortalecem o poder de ação dos funcionários,
entre líderes e liderados: Emancipação- tendo-os como parceiros, ou seja, a serviço dos
-Moralidade-Motivação. seus liderados, como facilitadores. A não eficácia
Teoria da Atribuição – Percepção da desse modelo pode estar no fato do líder não ser
mente dos seguidores. responsável e abdicar de suas responsabilidades.
Liderança para o Serviço – bem-estar A visão da liderança como um sistema po-
do grupo – desejo de servir – Greenleaf. lítico entende o comportamento organizacional
como uma arena de persuasão, negociação e
coerção, se necessário. Os líderes políticos valo-
Conforme os autores, a confiança e a par-
rizam a construção de relacionamentos e a troca
ticipação organizacionais na tomada de decisão
de influências. A não eficácia desse modelo se
também estão ligadas. A confiança tem mostra-
dá através de relacionamentos manipuladores,
do ser o “previsor” mais significativo da satisfação
fraudulentos, em que o líder esconde seus reais
dos indivíduos com sua organização. Indepen-
propósitos e coage por palavras ou ações seus li-
dente do nível de participação de uma pessoa na
derados.
tomada de decisões e do ajuste entre os níveis de
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liderança, cujo foco está nas pessoas, é observa- crescimento, inspiração e motivação dos colabo-
da pela criação de visão e estratégias, geração de radores na criação das mudanças.
cultura e valores comuns, colaboração quanto ao
6.4 Benchmarking
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Outra vantagem do benchmarking é a mu- pois essa busca das melhores práticas é um traba-
dança da maneira de uma organização pensar lho intensivo, consumidor de tempo e que requer
sobre a necessidade para melhoria. Benchmar- disciplina. Portanto, benchmarking é uma escola
king fornece um senso de urgência para melho- em que se aprende a aprender.
ria, indicando níveis de desempenho atingidos Saber fazer e adaptar benchmarking no
previamente em um processo de parceiro do es- processo da organização pode nos permitir vis-
tudo. Um senso de competitividade surge à me- lumbrar oportunidades e também ameaças com-
dida que uma equipe reconhece oportunidades petitivas, constituindo um atalho seguro para a
de melhorias, além de suas observações diretas, e excelência, com a utilização de todo um trabalho
os membros da equipe tornam-se motivados a se intelectual acumulado por outras organizações,
empenhar por excelência, inovação e aplicação evitando os erros e armadilhas do caminho.
de pensamento inovador a fim de conseguir sua Mais do que uma palavra mágica, o bench-
própria melhoria de processo. marking é um conceito que está alterando con-
É necessário que as organizações que bus- sideravelmente o enfoque da administração, em
cam o benchmarking como uma ferramenta de que o mesmo é composto de atributos que deter-
melhoria, assumam uma postura de “organiza- minarão o sucesso ou ainda a sobrevivência das
ção que deseja aprender com os outros” para que empresas.
possam justificar o esforço investido no processo,
6.5 Empowerment
O empowerment é uma alternativa geren- Todo o espírito de equipe conseguido até então,
cial com ênfase no comprometimento e engaja- perde-se.
mento do pessoal, que permite contratar, treinar Pode-se concluir que esses dois tipos de ge-
e remunerar funcionários para tomarem decisões rentes estão longe de ser o tipo ideal para qual-
baseadas em informações, recursos e apoio. É dar quer empresa, com ou sem empowerment. O con-
aos mesmos autoridade e habilidade para mudar junto das empresas brasileiras está repleto deles.
a maneira como eles fazem seu trabalho.
O gerente ideal é o gerente institucional.
Para tornar o empowerment uma realida- Esse gerente consegue motivar seus subordina-
de, a empresa deve reconhecer que é necessário dos, dando-lhes responsabilidades e conseguin-
delegar poder de decisão e responsabilidade aos do criar espírito de equipe. Com isso, os funcioná-
funcionários. rios tornam-se leais à empresa e não à sua pessoa
Será que nossos gerentes estão preparados em particular.
para essa nova forma de administração? No Bra- Sobre a ótica do empowerment, o gerente
sil encontramos muitos gerentes paternalistas e institucional é indispensável, pois sua definição
motivados pelo poder pessoal. Enquanto os pa- básica é reconhecer o valor dos funcionários e
ternalistas estão despreocupados com o compor- delegar-lhes suficiente poder de decisão e res-
tamento de equipe e preferem centralizar todo ponsabilidade, para que possam desempenhar
o poder sob suas asas, os motivados pelo poder as suas tarefas e resolver todo tipo de problema
podem gerar um forte espírito de equipe, além por conta própria. Conseguir isso sem trabalho de
de produzir um alto nível de lealdade. Lealdade equipe e sem equipes autodirigidas é impossível.
essa, que não está dirigida a empresa e sim, a si
O empowerment será uma realidade no
mesmos. Quando um gerente desse tipo deixa
Brasil quando houver uma séria reformulação do
o cargo, segue-se uma grande desorganização.
conceito de gerência: acabar com a insegurança
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quanto ao ato de delegar funções, aumentar a ca- têm para influir e afetar a escolha final a
pacidade gerencial, dar maior credibilidade e trei- ser feita pelo tomador de decisão.
namento aos funcionários para que os mesmos O processo se dilui por todas as dire-
se tornem membros participantes da empresa e ções da organização – lateral, de cima
não só mão de obra desqualificada. A ideia de es- para baixo e de baixo para cima. O
trutura hierarquicamente constituída passa a ser executivo pode, por exemplo, compro-
substituída pela de uma célula. Nessa nova estru- meter os membros de sua equipe nas
tura (caótica e organizada), todos se encontram decisões que lhe são afetas. Um cola-
fazendo suas tarefas e ajudando uns aos outros. borador pode influir na percepção que
Equipe autodirigida é isso. tem de determinado problema, ou um
Para que isso se torne realidade, é necessá- outro colaborador pode e deve influen-
ria uma redefinição do poder nas empresas. Seria ciar a decisão que lhe foi delegada por
necessário, também, que a organização investisse sua liderança.
na capacidade da equipe em resolver problemas.
Isso só é possível através da qualificação e treina-
Em qualquer equipe pode haver diferentes
mento dos mesmos – os empresários devem co-
complexos de interação para a tomada de deci-
meçar a pensar em capital intelectual.
são. A decisão pode ser o eu-sozinho, o eu-com-
As organizações dinâmicas estimulam os -alguns, alguns-com-todos, ou mesmo todos-
seus colaboradores a participarem do proces- -com-todos. Tudo vai depender da legitimidade e
so decisório. Isso, no entanto, não significa que do consenso que o decisor ou decisores têm para
eles sempre tenham autoridade para tomar as a tomada de decisão. A equipe, em cada situação
decisões estratégicas. É preciso diferenciar entre específica, é que legitima a decisão tomada, quer
delegação da autoridade para tomar decisões e seja apenas do executivo sozinho, com a partici-
o empowerment dos empregados. O líder de uma pação de alguns, ou de todos. O ambiente de tra-
organização dinâmica deve saber distinguir os balho democrático não decorre de quem decide,
dois conceitos e operar em função deles: mas de como as decisões são tomadas e, portan-
to, qual o seu nível de consenso e legitimidade
Delegação é o ato de transferir a alguém entre os membros da equipe. A natureza da inte-
dentro da organização a autoridade ração entre os participantes da equipe é recípro-
para tomar decisões. Geralmente, é de- ca. Ninguém consegue genuinamente envolver e
legada uma tarefa ou atribuição especí- comprometer outrem em um processo decisório
fica por um determinado tempo a uma sem compreender e discutir as suas opiniões e
pessoa ou equipe particular. Realizada sugestões; assim como ninguém pode se sentir
a delegação, o executivo deve apoiar as envolvido e comprometido com o que for decidi-
decisões resultantes das tarefas delega- do, se o tomador de decisões não estiver aberto e
das, a não ser que a organização corra receptivo às observações que lhe são feitas pelos
sérios riscos, caso não possa absorver demais.
os eventuais equívocos que venham a Construir um ambiente democrático de tra-
ser cometidos. balho, propício à participação, requer o estabele-
Empowerment é o processo pelo qual cimento e a manutenção continuada de atitudes
os colaboradores participam e influen- e comportamentos de mútuo respeito entre as
ciam todo o processo decisório, mas partes. O participante precisa agregar competên-
não se responsabilizam necessariamen- cia à equipe ou exibir uma folha de serviços rele-
te pelas decisões estratégicas. vantes ao processo decisório grupal. O executivo,
O poder dos participantes no processo em contrapartida, precisa valorizar a participação
deriva do valor que suas contribuições
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de cada um e estar disponível para utilizar, sem- Como etapa final de implementação de um
pre que possível, as contribuições recebidas. processo decisório democrático em equipe, os
Desde que o executivo esteja aberto à parti- participantes, naturalmente, não só devem apoiar
cipação, os membros das equipes devem decidir as decisões tomadas, mas também, reafirmar leal-
se estão dispostos e se são capazes de oferecer dade ao executivo e a toda a equipe, fixando no-
reais contribuições ao processo decisório grupal. vas etapas de aprofundamento das interações em
O papel do executivo é ouvir, avaliar as in- jogo.
formações e contribuições que obteve e tomar as Construir um ambiente de trabalho demo-
decisões que lhe competem. Já que tem a última crático e participativo pode ser longe, cansativo
palavra nas decisões estratégicas, o executivo tem e custoso. Frequentemente, requer melhoria dos
a responsabilidade de explicar plena e respeitosa- níveis de educação, treinamento, aconselhamen-
mente aos participantes de sua equipe as razões to, consultoria e gestão do conjunto da equipe
que o levaram a seguir por um caminho em de- e de seus integrantes individualmente. Mas, em
trimento de outros. Se as explicações não forem contrapartida, também oferece excelentes retri-
claras e convincentes, é melhor que o executivo buições e retornos.
se prepare para a perda de participação de seus
subordinados nas tomadas de decisão futuras.
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7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Prezado(a) aluno(a), o intuito desta apostila foi apresentar os conceitos básicos da Administração,
definindo o significado dessa ciência e de seus processos. Analisamos também o papel do administrador
e suas principais atribuições no âmbito da organização.
Verificamos como o advento da Sociedade Industrial influiu na evolução da Teoria Administrativa
e ainda apresentamos os principais autores da Escola Clássica da Administração, destacando como suas
teorias, elaboradas no auge das mudanças ensejadas pela industrialização, conferem às tarefas o status
de questão central para a administração.
Estudamos as teorias e abordagens que não estão incluídas na Escola Clássica da Administração.
Iniciamos essa abordagem com a Escola das Relações Humanas, cujos autores se distinguem de Taylor,
Fayol, Ford e Weber por sua ênfase nas pessoas, e não na tarefa ou na estrutura. Finalmente, vimos o sur-
gimento de novas ideias no campo da Administração, consequência das mudanças ocorridas na década
de 1950, após a Segunda Guerra Mundial.
Espero que você tenha tido um bom proveito. Até a próxima!
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RESPOSTAS COMENTADAS DAS
ATIVIDADES PROPOSTAS
CAPÍTULO 1
1. Prezado(a) aluno(a), foi solicitado que definisse alguns termos importantes em Administração.
Vamos a eles:
Teoria é uma representação abstrata do que se percebe da realidade. São explicações, interpre-
tações ou proposições sobre a realidade.
Administração é o processo de tomar e colocar em prática decisões sobre objetivos e utilização
de recursos.
Recursos: pessoas, informação, espaço, tempo, dinheiro, instalações.
Decisões: planejamento, organização, execução e direção, controle (também conhecidos como
Princípios da Administração).
Objetivos: resultados esperados.
Funções Administrativas: planejamento, organização, execução e controle.
Teorias da Administração são conhecimentos organizados, produzidos pela experiência prática
das organizações.
Escolas: é uma linha de pensamento ou conjunto de autores que usaram o mesmo enfoque
para analisar e tratar a administração.
Modelos de Gestão: conjunto de doutrinas e técnicas, como, por exemplo, modelo japonês de
administração.
Modelos de Organização: produto da adoção de determinado modelo de gestão, por exemplo,
mecanicista, comportamental etc.
2. As abordagens das Teorias da Administração podem ser classificadas quanto a sua ênfase:
nas tarefas;
na estrutura organizacional;
nas pessoas;
no ambiente;
na tecnologia.
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CAPÍTULO 2
1. Prezado(a) aluno(a) os quatro princípios considerados de fundamental importância nas Teo-
rias da Administração são:
a) Planejamento;
b) Organização;
c) Direção;
d) Controle.
2. Uma das definições mais comumente utilizada para “organização” foi feita por Chiavenato
(1997, p. 16):
Uma função administrativa através da qual a empresa reúne e integra os seus recursos, define
a estrutura de órgãos que deverão administrá-los, estabelece a divisão de trabalho através da
diferenciação, proporciona os meios de autoridade e de responsabilidade e, assim por diante.
A organização representa, no fundo, todos aqueles meios que a empresa utiliza para pôr em
prática o planejamento, o controle e a avaliação para atingir os seus objetivos.
CAPÍTULO 3
1. Um dos problemas mais básicos da administração moderna é que a forma mecânica de pensar
está tão arraigada nas nossas concepções diárias de organização que é frequentemente muito
difícil organizá-la de outra forma. Nesta questão você pode explorar fatores como excessiva
burocratização leva a uma situação de engessamento dos processos, das decisões.
2. Dentre várias podemos citar como principais críticas: com o mecanismo, não houve preocu-
pação com o elemento humano; com a superespecialização do operário, e o fracionamento
das tarefas, a execução tornou-se totalmente padronizada e com a visão microscópica do ho-
mem, considerava-se o empregado individualmente, esquecendo que ele é um ser social.
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CAPÍTULO 4
1. Alguns princípios foram fundamentais para originar a Teoria das Relações Humanas, como,
por exemplo: a necessidade de humanizar e democratizar a administração, libertando-a dos
conceitos rígidos e mecanicistas da Teoria Clássica e adequando-a aos novos padrões de vida
do povo americano; desenvolvimento das chamadas ciências humanas, principalmente a psi-
cologia e a sociologia; as ideias da filosofia pragmática de John Dewey e da Psicologia Dinâ-
mica de Kurt Lewin foram capitais para o humanismo na administração; as conclusões da Ex-
periência em Hawthorne, desenvolvida entre 1927 e 1932, sob a coordenação de Elton Mayo.
2. Caro(a) aluno(a), nesta questão você pode citar a Negação do conflito empresa-funcionário;
a restrição de variáveis e da amostra (pesquisa feita em fábricas); a concepção utópica (visão
idealizada de um funcionário feliz e integrado ao ambiente de trabalho); ênfase excessiva nos
grupos informais; ausência de novos critérios de gestão; não apresentou uma visão socioeco-
nômica realista das relações empresa-funcionário.
CAPITULO 5
1. A Teoria Geral dos Sistemas tem por finalidade identificar as propriedades, princípios e leis
característicos dos sistemas em geral, independentemente do tipo de cada um, da natureza
de seus elementos componentes e das relações entre eles. De acordo com o autor, existem
certos modelos ou sistemas que, independentemente de sua especificidade, são aplicáveis a
qualquer área de conhecimento. Tais modelos impulsionariam uma tendência em direção a
teorias generalizadas.
2. A APO envolve as seguintes etapas: fixação dos objetivos globais da empresa; elaboração do
planejamento estratégico; fixação dos objetivos departamentais para o ano; elaboração do
plano tático do departamento; desdobramento do plano tático em planos operacionais; ava-
liação dos resultados alcançados em comparação com os objetivos departamentais; revisão
nos planos ou nos objetivos departamentais; avaliação dos recursos alcançados em compara-
ção com os objetivos departamentais.
CAPÍTULO 6
1. O processo de aprendizagem é definido através de algumas características básicas, citadas
pelo artigo de Oliveira e Vanalle (2001):
processo dinâmico: a aprendizagem não é um processo de absorção passiva pois é reali-
zada através da atividade do aprendiz, envolve a participação total e global do indivíduo,
seus aspectos físico, emocional, intelectual e social;
processo contínuo: desde o início da vida, a aprendizagem está presente no cotidiano do
ser humano;
processo global: a aprendizagem inclui todos os aspectos motores, emocionais, ideativos
e mentais do indivíduo;
processo pessoal: ninguém aprende por outrem. A aprendizagem é intransferível e indivi-
dual. Cada indivíduo tem seu ritmo de aprendizagem;
processo gradativo: a aprendizagem não tem um fim em si, pois situações e experiências
novas trazem outros conhecimentos para o homem;
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