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Relações Étnico Raciais

Luciene Maria Pires Pereira


INFORMAÇÕES SOBRE O AUTOR

Luciene Maria Pires Pereira

● Graduada em História

● Especialista em História Econômica]

● Mestre em História]

Sobre o Autor

Graduada em História pela Universidade Estadual de Maringá (UEM). Especialista em História


Econômica pela Universidade Estadual de Maringá (UEM). Especialista em Educação Especial
pela Faculdade América do Sul e Instituto Paranaense de Ensino. Especialista em Psicopedagogia
Institucional pela Faculdade América do Sul e Instituto Paranaense de Ensino. Especialista em
Atendimento Educacional Especializado pela Unicesumar. Mestre em História pela Universidade
Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho-UNESP/FCL de Assis/SP. Doutoranda no Programa de
Pós-graduação em História da Universidade Estadual de Maringá (UEM). Docente no curso de
História, modalidade EAD, da Unicesumar. Membro do Grupo de Apoio à Pesquisa e Docência
em História (GAPDH Unicesumar). Membro do Laboratório de Estudos do Império Português
(LEIP-UEM).
INTRODUÇÃO DO LIVRO

Prezado(a) acadêmico(a),

Apresentamos a você um material cuja proposta é compreender as relações étnico-


raciais que marcaram e ainda marcam o processo de formação da sociedade brasileira.
Para tanto, discorreremos acerca de conceitos importantes como raça, etnia, grupos
étnicos e etnicidade a fim de levá-los a um maior entendimento das questões que
envolvem a diversidade cultural no Brasil.
Dessa forma, na primeira unidade deste livro, abordaremos o processo de formação
das sociedades brasileira e africana, buscando evidenciar as semelhanças e diferenças
entre esses processos. Na segunda unidade, percorreremos o desenvolvimento das
relações entre Brasil e África, com o intuito de identificar as conjunturas que
caracterizaram tais relações, além de identificar como o contato entre os dois países
ocorre na atualidade. Na terceira e última unidade, discutiremos o contexto educacional
brasileiro na perspectiva da pluralidade cultural, uma vez que a educação é, ou ao menos
deveria ser, instrumento por meio do qual a superação das diferenças e preconceitos
chegará ao fim.
Esperamos que você aproveite as discussões apresentadas e contribua com a ampliação
do debate sobre a temática.

Bons estudos!
UNIDADE I

Uma Breve História Da África E Do Brasil:


Diferenças E Semelhanças Nos Processos De
Formação
Professora Me. Luciene Maria Pires Pereira
INTRODUÇÃO

Caro(a) aluno(a),
Iniciemos a nossa discussão destacando que o processo de formação e
desenvolvimento da sociedade brasileira está intimamente ligado com a história da
África, uma vez que muito dos elementos que são inerentes ao povo brasileiro, hoje são
herança do nosso passado colonial, período no qual a presença do africano foi
fundamental para a formação da nossa sociedade.
O contato entre os africanos, europeus e indígenas permitiu a formação de uma
sociedade com elementos diferentes do que era possível observar nas sociedades
europeias e que atribuíram o caráter único do povo brasileiro. Por esta razão, nesta
unidade, conheceremos um pouco sobre a história de formação e desenvolvimento do
Brasil e da África, com o objetivo de entender os elementos e conjunturas que
embasaram as relações entre os dois países.
Bons estudos!
1. A EXPANSÃO MARÍTIMA PORTUGUESA: PORTUGAL, ÁFRICA E
AMÉRICA PORTUGUESA

Caro(a) aluno(a), parte da historiografia acerca da colonização do Brasil por


Portugal fundamentam as análises nas relações comerciais características da Europa no
período de tempo que inicia-se no século XIV e vai até século XVI. Nesse contexto, a
necessidade de ampliação dos mercados possibilitou o processo histórico conhecido
como Era das Navegações, período no qual as principais nações europeias lançaram-se
ao mar em busca de novas rotas para o Oriente e em busca de novos mercados
consumidores e fornecedores de matérias-primas.
De acordo com Ramos (2006), a Era das Navegações representou para Portugal a
possibilidade de aumentar seus recursos e enfrentar a grave crise econômica que atingia
o país desde o século XIV. A organização de Portugal sob a dinastia de Avis e o contato
com os muçulmanos foi essencial para que o país criasse condições para liderar o
processo das Grandes Navegações, visto que essas características colocaram Portugal
em contato com técnicas de navegação desconhecidas por outras nações europeias
(FONSECA, 1949).

SAIBA MAIS
A dinastia portuguesa de Avis iniciou-se com o governo de D. João, filho
ilegítimo do rei D. Pedro (1357-1367). D. João assumiu o trono português após a morte
de D. Fernando (1367-1383), que não deixou herdeiros do sexo masculino. A única
filha de D. Fernando casou-se com o rei de Castela e para evitar que Portugal fosse
governado por Castela, D. João buscou apoio em setores da sociedade portuguesa para
conseguir assumir o trono português. O contexto que marcou a briga de D. João para
ascender ao trono de Portugal ficou conhecido como Revolução de Avis.
Para saber mais sobre a Revolução de Avis e suas consequências, acesse:
<http://www.uesc.br/revistas/especiarias/ed18/13_miriam_coser.pdf>.
Fonte: Adaptada pela autora.
A região do norte da África foi a primeira a ser conquistada por se tratar de uma
região estratégica, próxima a centros comerciais importantes. Segundo Godinho,

[...] Ceuta, chave do mediterrâneo, nos abriria a entrada nesse


mundo onde se degladiavam os estados comerciais de Aragão,
Veneza e Gênova. Em Ceuta abria-se o caminho do Levante, o
mercado das especiarias, e o caminho da Barbaria, o mercado
do ouro. (GODINHO, 1944, p. 53).

A experiência africana serviu de base para as demais experiências marítimas e


domínios de outros territórios por Portugal, incluindo o modelo de colonização a ser
implantado nas regiões conquistadas, cujos resultados econômicos foram satisfatórios
para os objetivos portugueses.

Figura 1.1 - Primeiras Experiências Marítimas Portuguesas (século XV)


Fonte: Cabral Voyage / Wikipedia.

Diante dos resultados obtidos com as primeiras experiências marítimas e


domínio de regiões na África e alcance das índias, a coroa portuguesa investiu em uma
nova expedição marítima com destino à Índia, cujo objetivo era estreitar as relações
comerciais com esta região e expandir o cristianismo (CHANDEIGNE, 1992). Esta
expedição foi liderada por Pedro Álvares Cabral e teve como um dos resultados mais
significativos o alcance das terras brasileiras, em abril de 1500.

PENSE NISSO
Durante muito tempo a historiografia tratou a chegada da frota portuguesa
liderada por Pedro Álvares Cabral ao Brasil como o “descobrimento do Brasil”. Debates
mais atuais confrontam essa ideia – que esteve presente nos livros didáticos durante
décadas – na medida em que desconsideram a história e os indivíduos que viviam neste
território desde muito antes da chegada dos portugueses.

2. FORMAÇÃO DA SOCIEDADE BRASILEIRA: A AMÉRICA PORTUGUESA

A ocupação e colonização do Brasil inicia-se de maneira sistemática a partir de


1530. Até essa data, Portugal adotou o sistema de feitorias para o reconhecimento e
estudo de sua nova possessão americana, analisando as potencialidades destas terras
dentro do contexto de relações comerciais no qual estava inserido.
De acordo com Vera Ferlini (2003), diante do assédio de outros países europeus
e da possibilidade de exploração de metais preciosos, Portugal optou, a partir de 1530,
por promover a colonização efetiva deste território. Para tanto, visando a maior
obtenção de recursos possíveis de sua nova possessão – e considerando que a atenção
do Reino Português estava voltada para o Oriente –, a coroa portuguesa entregou a
tarefa de ocupação, colonização e desenvolvimento destas terras a particulares.
Muitos portugueses estavam dispostos a empreender seus esforços e recursos no
Brasil, atraídos pela possibilidade de enriquecimento mediante o desenvolvimento da
produção açucareira. Dessa forma, parte da população portuguesa veio para o Brasil em
busca de enriquecimento, o que pode ser um indicativo das mudanças que ocorriam na
Europa a partir das Grandes Navegações e da política econômica mercantilista, voltada
para a obtenção de lucro e estabilidade da balança comercial (MENDES, 1996).
SAIBA MAIS
A opção pelo desenvolvimento da produção do açúcar em terras brasileiras por
parte de Portugal deveu-se às características do solo e clima brasileiro e também devido
ao fato de que essa produção já havia sido implantada em outras regiões de domínio
português com resultados positivos, aumentando os lucros e os recursos portugueses.
Para conhecer mais sobre o processo de colonização do Brasil e o
desenvolvimento da economia açucareira colonial, acesse: A história do Brasil por Bóris
Fausto - Parte 1 - Colônia: Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=Bp5f4X8-1es>.

O desenvolvimento da produção açucareira no Brasil demandava grande soma


de recursos por parte dos donatários e também de mão de obra para o cultivo da cana-
de-açúcar. Os portugueses que vieram para o Brasil não estavam dispostos a dedicar-se
diretamente ao trabalho nos canaviais, pois vieram para o Brasil para serem senhores de
terras, e não trabalhadores. Diante disso, foi preciso buscar alternativas para a obtenção
da mão de obra necessária para o desenvolvimento das terras e da produção.

Figura 1.2 - Paisagem com plantação (O Engenho), por Frans Post (1668).
Fonte: Luiz Geraldo Silva / Repositório digital da UFPR.
A primeira opção para resolver o problema da mão de obra foi a escravização
indígena, que não teve o sucesso almejado pelos portugueses. Assim, os portugueses
optaram pela utilização da mão de obra escrava dos negros africanos, que acabaram por
constituir-se como a base da economia brasileira naquele período (BOXER, 1969).
É a partir desse ponto, prezado(a) acadêmico(a), que a história do Brasil se
entrelaça com a história da África, visto que podemos perceber a importância e
influências do negro africano para o desenvolvimento do Brasil.

3. OLHARES SOBRE A SOCIEDADE COLONIAL BRASILEIRA


Dando continuidade ao nosso resgate histórico, é importante ressaltarmos que a
maneira como se organizou e desenvolveu a sociedade brasileira é constantemente
revisada e discutida, sobretudo no que diz respeito aos seus aspectos econômicos e
sociais. Isso porque é importante conhecermos os aspectos que caracterizaram a
formação do povo brasileiro para embasarmos as discussões acerca das relações entre
grupos étnicos e culturais diversos tão em voga em nosso contexto atual. Por esta razão,
é interessante conhecermos alguns autores importantes na historiografia brasileira e que
contribuíram para uma análise da sociedade colonial no Brasil.
Gilberto Freyre, autor de Casa Grande e Senzala (1998), é um destes autores.
Nesta obra, publicada originalmente em 1933, o autor aborda questões relacionadas aos
elementos sociais do Brasil colonial, dado que, no momento em que escreve, está sobre
a influência das discussões sobre a questão racial que permearam o contexto brasileiro a
partir de 1930.

SAIBA MAIS
Entre o final do século XIX e início do século XX, com o aumento da imigração
europeia para o Brasil, houve um processo de “branqueamento” da sociedade brasileira,
que trouxe ao centro das discussões sociais naquele momento, a questão racial.
Para saber mais sobre os debates em torno da questão racial no Brasil e a teoria do
braqueamento entre final do século XIX e início do século XX, acesse:
<http://www.scielo.br/pdf/er/v34n68/0104-4060-er-34-68-253.pdf>.
Fonte: Adaptada pela autora.
A partir da leitura das obras de Gilberto Freyre, é possível observar sua
preocupação com as relações étnicas e culturais dos indivíduos do período colonial
brasileiro e com o significado e peso que essas relações tiveram no processo de
mestiçagem da sociedade do período.
Como dito em outro momento, a presença do negro africano no Brasil
possibilitou o contato e o desenvolvimento de relações entre os europeus e indígenas
que caracterizaram a sociedade brasileira e atribuíram a ela o seu sentido. Por isso, de
acordo com Freyre (1998), as relações sociais desenvolvidas no Brasil colonial podem
ser entendidas como o ponto principal da sociedade do período e como um elemento
positivo no processo de formação de nossa identidade. O processo de mestiçagem do
brasileiro no período colonial permitiu que a sociedade que se formava não sofresse os
mesmos problemas encontrados em sociedades europeias resultantes dos conflitos entre
etnias distintas.

Figura 1.3 - Relações entre culturas e etnias diversas


Fonte: Wavebreak Media Ltd / 123RF.

PENSE NISSO
“Em tudo que é expressão sincera de vida, trazemos quase todos a marca da
influência negra”.
Fonte: Freyre (1998. p. 283).
Olhando para a nossa história a partir do olhar de Gilberto Freyre (1998),
entende-se que a presença de culturas diferentes contribuiu para que as contradições
oriundas dessas culturas diversas fossem mais facilmente equilibradas, o que refletiu até
mesmo nas questões econômicas do país.
Diante das análises empreendidas pelo autor, evidencia-se o protagonismo do
negro como elemento essencial para a formação da identidade brasileira, destacando
suas influências no desenvolvimento da economia e da cultura de nossa sociedade. Esse
esforço do autor deveu-se ao entendimento de que o Brasil, na década de 1930, não
deveria fechar os olhos para seu passado e negar ou encarar como algo negativo a
participação dos negros no seu processo de formação. Pelo contrário, era necessário
compreender que a força do Brasil diante das sociedades europeias residia justamente
no fato de que poder contar com as contribuições dos africanos ao longo de sua história,
tornando-o mais avançado e culturalmente superior às demais, tornando sem sentido a
política do branqueamento levada adiante no período em que escreve.

Figura 1.4 - Gravura de Zacharias Wagener, c. 1630


Fonte: A escravidão... (2018, on-line).
PENSE NISSO
Casa Grande e Senzala foi criticada por ser considerada uma visão
preconceituosa e conservadora da sociedade brasileira, uma vez que expressava a
compreensão da história do nosso país a partir da classe dominante. E você, o que acha?

Outro autor importante é Sérgio Buarque de Holanda, que em 1936, publicou a


obra Raízes do Brasil, na qual analisou os elementos mais importantes da sociedade
brasileira desde o período colonial.
Sérgio Buarque de Holanda, ao escrever Raízes do Brasil, esteve sob a influência
dos acontecimentos preconizados pelo golpe de 1930 e as consequências oriundas deste
golpe. Dessa forma, diante da inquietação política e econômica do período, o autor
pretendeu esboçar uma análise do modo de pensar do brasileiro, analisando o “homem
brasileiro”, que derivou o conceito ou a ideia de “tipos ideais – que utilizou para
descrever o brasileiro.
De acordo com Holanda (1995), a formação da sociedade brasileira foi marcada
por contradições resultantes da presença de culturas variadas no interior de nossa
sociedade. Dessa maneira, o contato entre estas culturas e as relações estabelecidas entre
as mesmas e o fato de o Brasil tratar-se de um território com características diferentes
daquelas conhecidas, sobretudo pelos europeus, criou uma realidade distinta nos
trópicos e fez com que os indivíduos que aqui viviam, buscassem diferentes maneiras de
conciliar seus conhecimentos e sua cultura com a realidade a que estavam expostos.
Essa situação acabou por evidenciar as diferenças entre as culturas dos europeus,
africanos e índios.
Como consequência dessa contradição originada a partir da convivência de
povos e culturas distintos, segundo Holanda (1995), o Brasil não foi capaz de superar as
características coloniais e se modernizar. Portanto, para o autor, a miscigenação –
valorizada por Gilberto Freyre – não teve efeitos positivos na história do Brasil. Ao
contrário, foi fator decisivo para que o país não encontrasse o caminho do progresso
como ocorrera em outros países da Europa.
Perceba, caro(a) aluno(a), que a visão que o autor construiu do Brasil em sua
obra tem por objetivo enfatizar a presença de elementos e instituições portuguesas em
uma realidade distinta e ao tipo de relação que se desenvolveu entre o europeu e o
africano, que aqui estava na condição de escravo. Assim, para Holanda, o Brasil nascido
a partir da miscigenação não deu certo e comprometeu o desenvolvimento da sociedade.
O brasileiro nascido dessa inter-relação possuía características que não condiziam com
as necessidades do país naquele momento.
Não podemos esquecer que Sérgio Buarque de Holanda pretendeu, ao escrever
sua obra, desenvolver uma crítica ao cenário brasileiro na década de 1930, um cenário
marcado pela instabilidade política e econômica e que, portanto, buscou compreender o
desenvolvimento da mentalidade rural-patriarcal da elite brasileira que comandava o
país naquele momento.
Como pudemos observar, caro(a) aluno(a), as obras citadas permitem traçar um
panorama de como se formou a sociedade brasileira no período da colonização, a partir
das exigências do contexto da expansão ultramarina e da ampliação das relações
comerciais entre Portugal e outras regiões da Europa e Oriente. De acordo com Mota,
em relação a estes autores e suas análises sobre a sociedade brasileira,
não se trata apenas da reconstrução do passado, ou do possível
avanço positivo da ciência histórica; está-se, mais do que isso,
em presença de textos de crise, de documentos que registram a
trepidação da ordem social em que as oligarquias pontificavam
nas diferentes regiões. (MOTA, 1980, p. 63).

Para entendermos um pouco mais sobre as estruturas políticas e econômicas da


sociedade brasileira no período colônia, recorremos às obras de autores como Ciro
Flamarion Cardoso e Jacob Gorender. Estes autores, ao analisarem o processo de
formação do Brasil, fundamentaram seus estudos em aspectos inerentes às relações
internas do país, embora não deixem de abordar as relações externas que marcaram o
desenvolvimento do Brasil no período colonial.
Ciro Flamarion Cardoso buscou a compreensão da organização interna das
sociedades coloniais, focando seu olhar na questão do escravismo colonial e afirmando
que estas sociedades devem ser vistas “como elementos integrantes (e até mesmo
complementares e dependentes) da economia europeia” (FRAGOSO; FLORENTINO,
2001, p. 32) ao mesmo tempo em que desenvolviam estruturas próprias e que atribuíam
significado à sua organização e desenvolvimento.
De acordo com o autor, no Brasil, houve o desenvolvimento de atividades que
não foram diretamente influenciadas pelos elementos do contexto externo e que
caracterizava sua organização para além das relações comerciais europeias. Dentre estas
atividades – que o autor chamou de “brecha camponesa” – encontram-se as atividades
de economia independente e de subsistência desenvolvidas pelos quilombolas e os
pequenos lotes de terra concedidos em usufruto nas fazendas aos escravos não-
domésticos.

SAIBA MAIS
Podemos concluir que o conceito de “brecha camponesa” retrata o papel
fundamental do escravo para o desenvolvimento da sociedade brasileira, uma vez que
seu trabalho era essencial para a manutenção da produção exportadora ao mesmo tempo
em que possibilitava a organização de uma estrutura interna que garantia a formação e
desenvolvimento da sociedade.
Sobre a escravidão no Brasil, acesse:
<https://www.youtube.com/watch?v=yjNRnvijlQU>.

Assim como Cardoso, os estudos de Jacob Gorender também nos permitem


analisar elementos característicos da formação brasileira que toma como centro o papel
do negro africano escravizado no Brasil. Dessa forma, é possível apreender das análises
de Gorender (1978) as atividades internas desempenhadas pelos indivíduos no Brasil.
Assim, Gorender (1978) elaborou o conceito de modo de produção escravista colonial,
visando destacar o escravo enquanto agente do processo de trabalho e sua existência no
contexto das atividades econômicas do período colonial.
Figura 1.5 - Negras Vendendo Quitutes
Fonte: A escravidão… (on-line).

Partindo, então, da ideia de um modo de produção escravista colonial, o autor


definiu as atividades realizadas pelos escravos como plantagem, conceituando-a como:
uma organização econômica voltada para o mercado. Sua
função primordial não consiste em prover o consumo imediato
dos produtores, mas abastecer o mercado mundial. Este é que a
traz à vida e lhe dá razão de existência. Baseado no trabalho
escravo, o modo de produção, que com ela se organiza, não
oferece à plantagem um mercado interno de dimensões
compatíveis com sua produção especializada em grande escala.
(GORENDER, 1978, p. 89).

Portanto, caro(a) aluno(a), a partir das análises dos autores e obras apresentadas
nessa unidade, entendemos que o desenvolvimento social do Brasil no período colonial
ocorreu de maneira complexa, sendo que pessoas e instituições do âmbito político,
econômico e sociocultural constituíram-se e entrelaçaram-se em relações cujas
influências externas e internas transformaram o Brasil em um país com características
próprias e diferentes das sociedades europeias.
4. FORMAÇÃO DA SOCIEDADE AFRICANA: OS PRIMEIROS POVOS

O continente africano é formado por uma diversidade de povos e culturas sendo


necessário, para a compreensão do seu processo de formação e desenvolvimento,
considerar uma série de referências e conjunturas que precisam ser analisadas
cuidadosamente e a partir de um olhar que fuja da visão eurocêntrica, característica de
muitos estudos sobre a África em nossa história.
De acordo com Macedo,

parece-nos sumamente injusto periodizar a sua história


dividindo-a, como se costuma fazer, em três períodos: pré-
colonial (até o século XIX), colonial (até meados do século
XX) e independente (até o presente). Adotar essa periodização
significa continuar a olhar para o passado africano com os
olhos dos colonizadores, significa considerar a colonização e o
imperialismo europeu o elemento central dos processos
históricos que ali se desenvolveram. É preciso, na medida do
possível, olhar para a África com o olhar dos africanos,
construir o conhecimento histórico e narrar a História a partir
de uma perspectiva propriamente africana (2008, p. 13).

Dessa forma, caro(a) aluno(a), ao apresentarmos a você um pouco a história


africana, pretendemos mostrar uma história que zela pela perspectiva africana e por um
novo olhar acerca das relações estabelecidas entre africanos, europeus e brasileiros.

SAIBA MAIS
Por etnocentrismo podemos entender uma compreensão da realidade na qual
nossos princípios, valores, modelos e definições são o centro de tudo. A partir dessa
compreensão da realidade, torna-se difícil perceber e analisar as diferenças entre
sociedades e indivíduos. Para se aprofundar na discussão sobre etnocentrismo, acesse:
<http://www.fucamp.edu.br/editora/index.php/cadernos/article/view/414>.
Fonte: Adaptada pela autora.
Segundo o historiador José Nunes Pereira (2006), o continente africano é
dividido em África do Norte (África Setentrional), África Ocidental, África Central,
África Oriental, África Austral (África Meridional) e África do Oceano Índico.

Figura 1.6 - Divisão Política do Continente Africano


Fonte: Fsolda / Wikimedia Commons.

A sociedade africana constitui-se a partir da experiência de diferentes


organizações sociopolíticas que viveram no continente desde a antiguidade. Segundo
Santos (2017), o continente africano contou com impérios, reinos, cidades-estado e
povos organizados em aldeias ou clãs que foram chamadas pelos estudiosos de
comunidades tradicionais africanas. Estes povos e organizações sociopolíticas que
habitavam o continente africano na antiguidade desenvolveram-se tendo o rio Nilo
como intermediário das relações entre culturas diversas, devido, sobretudo, à sua
localização geográfica e importância para o desenvolvimento das civilizações naquele
período.
Entre as primeiras civilizações que se formaram no território do continente
africano desde a antiguidade, destacamos os povos das regiões do Egito, Núbia, Axum,
Cartago, Gana, Mali, Songai e Guiné que, cada um a seu tempo, constituíram impérios
e/ou desempenharam papéis importantes e deixaram um importante legado tanto para a
história da África quanto para a história de povos que com eles tiveram algum tipo de
contato.
Essa relação entre diferentes povos e culturas no território africano desde a
antiguidade possibilitou a formação de uma sociedade cujas características e
organizações não podem ser entendidas de uma única maneira, mesmo na atualidade.
Segundo Santos,
de acordo com dados da ONU (2016), em seus 30 milhões de
km2 (extensão territorial quase três vezes maior que a da
Europa) era possível encontrar, em 2015, um total de mais de
um bilhão pessoas vivendo nos 55 países independentes que
nesse momento compunham o continente.
Na África contemporânea são faladas mais de 2.000 línguas,
existem diversas religiões e as diferenças físicas entre os
africanos podem ser tão grandes como as encontradas entre um
português e um dinamarquês (ambos europeus), ou entre um
canadense e um boliviano (ambos americanos) (SANTOS,
2017, p. 12).

5. A ÁFRICA NA MODERNIDADE: MERCANTILISMO E ESCRAVIDÃO


Como vimos anteriormente, caro(a) aluno(a), entre os séculos XIV e XVI, os
países europeus buscaram romper os limites de suas fronteiras, lançando-se ao mar e
dando início à chamada Era das Navegações, influenciados, dentre outros motivos, pelo
desenvolvimento do mercantilismo. Nesse contexto, a nação portuguesa foi pioneira no
processo de exploração dos oceanos em busca de rotas alternativas para o Oriente,
região com a qual pretendia estreitar os laços comerciais. Nessa busca por novos
caminhos, Portugal chegou ao continente africano onde desenvolveu uma intensa
relação com os povos africanos, relação esta que, por vezes, significou a submissão dos
africanos aos europeus.

Embora os portugueses tenham sido os primeiros a estabelecerem relações com


povos africanos a partir do século XV, no mesmo período outras nações europeias
também desenvolveram relações comerciais com povos africanos (SANTOS, 2017).
Figura 1.7 - Expedições Portuguesas na Costa Africana (século XV)
Fonte: A viagem... (on-line).

A organização das sociedades africanas dificultou o acesso dos portugueses aos


metais preciosos existentes na região. Por esta razão, os portugueses direcionaram seus
esforços para a aquisição do escravo africano, que serviria como mão de obra tanto em
suas possessões como para outros países da Europa. Assim, Portugal passou a ser
também fornecedor de escravos para outras nações da Europa, interessadas em mão de
obra barata. Segundo Santos,
no início, os africanos escravizados eram comercializados
como outra mercadoria qualquer. As elites das sociedades
africanas que habitavam regiões próximas ao litoral começaram
a trocar os escravos que já possuíam por produtos vindos da
Europa que lhe interessavam, como o veludo e armas de fogo
(SANTOS, 2017, p. 129).

Como podemos observar na citação anterior, caro(a) aluno(a), a escravidão era


uma instituição existente no continente africano mesmo antes da chegada dos
portugueses. Embora possuísse algumas características distintas, não podemos esquecer
que a essência desta instituição é a mesma, ou seja, a privação da liberdade individual e
a submissão de um indivíduo a outro.
SAIBA MAIS
Para conhecer mais sobre o desenvolvimento da escravidão africana antes do contato
com os europeus, acesse:
<http://essentiaeditora.iff.edu.br/index.php/vertices/article/view/127>.

O desenvolvimento do comércio de escravos entre Portugal – e outros países


europeus – e a África representou uma importante fonte de lucro para os envolvidos.
Para os portugueses e outras regiões da Europa envolvidas em processos de
colonização, a escravidão africana significou um investimento que proporcionou o
desenvolvimento das atividades econômicas em suas colônias a baixo custo em relação
à mão de obra e com retorno positivo em relação aos lucros. Diante disso, o comércio de
escravos entre África e Europa desenvolveu-se entre os séculos XIV e XIX,
dinamizando a economia do período e possibilitando que a cultura africana
influenciasse outras regiões do globo terrestre.

6. NEOCOLONIALISMO NO SÉCULO XIX: A PARTILHA DA ÁFRICA


Podemos observar que o século XIX caracterizou-se pelos processos de
independências de países do continente americano que, até então, estavam submetidos a
relações e ações políticas e econômicas de países europeus. Chegava ao fim uma era –
iniciada como consequência, sobretudo, da expansão marítima dos séculos XIV a XVI –
conhecida como a época do colonialismo.
Enquanto as transformações políticas, econômicas e sociais que assolavam a
Europa e outras partes do globo terrestre se desenvolviam entre o final do século XIX e
início do século XX, fazendo com que antigos regimes coloniais desaparecessem, essas
mesmas transformações lançaram as bases para que uma nova disputa de mercado e
busca por novos fornecedores de matérias-primas e mercados consumidores tivesse
início. Era o início do período conhecido como neocolonialismo ou neoimperialismo.
Essa nova era fundamentou-se, então, na ideologia burguesa do liberalismo que
impulsionou o desenvolvimento e consolidação do capitalismo desde meados do século
XVIII. Acompanhando a consolidação das práticas capitalistas, desenvolveu-se o
chamado imperialismo econômico, prática que ganhou forma no início do século XX.
O continente africano foi afetado por essas mudanças tanto quanto o restante do
mundo. O advento do liberalismo, o fim da escravidão em muitos países e a crescente
produção de manufaturados em detrimento do artesanato jogaram a África em uma nova
realidade marcada, dentre outros aspectos, por uma crise generalizada
(CHAGASTELLES, 2008). Desde o século XVIII, nações como França e Inglaterra
realizaram expedições no interior do continente africano que permitiram adquirir
informações relevantes para as nações europeias interessadas na região, sobretudo, por
razões econômicas (SOUZA, 2014).
Entre fins do século XIX e início do XX, mais países europeus empreenderam
no processo de reconhecimento e ocupação do território africano, utilizando-se de
justificativas políticas, econômicas e religiosas para alcançar seus objetivos de
exploração econômica. Diante da rivalidade crescente entre as diversas nações
europeias presentes no território africano, entre 1884 e 1885, realizou-se a Conferência
de Berlim, na qual as potências europeias discorreram acerca da organização da
empreitada das outras nações às regiões africanas.

Figura 1.8 - Conferência de Berlim


Fonte: Dcoetzee / Wikimedia Commons.
A Conferência de Berlim foi organizada e liderada pelo chanceler da Alemanha
Otto Von Bismarck e contou com a presença de representantes da França, Grã-Bretanha,
Portugal, Bélgica, Itália, Espanha, Áustria-Hungria, Países Baixos, Dinamarca, Rússia,
Suécia, Noruega, Estados Unidos e Turquia e seus objetivos foram expostos como
sendo a necessidade de organizar e regulamentar as relações comerciais entre os
envolvidos.
A partir da realização da Conferência de Berlim, abriu-se caminho para que a
África fosse dividida entre nações europeias, desconsiderando-se as necessidades
próprias do povo africano. A presença dos europeus na África deixou marcas e
consequências que o tempo ainda não apagou.

Figura 1.9 - África no início do século XX

Fonte: How… (on-line).

Caro(a) aluno(a), como pudemos observar no decorrer desse capítulo, a


formação e desenvolvimento das sociedades brasileira e africana foram marcados pelo
contato entre diferentes povos e culturas, contato esse que deixou marcas indeléveis em
ambos territórios.
No caso do Brasil, a presença dos indígenas que já habitavam o território e dos
africanos que vieram para trabalhar como escravos nos engenhos, possibilitaram uma
troca cultural cujos resultados podemos observar em nossa língua, comida, canções, arte
e religião. Por essa razão, não é raro encontrarmos estudiosos que defendem que as
características comuns a nossa sociedade são resultados da diversidade cultural que
compôs a nossa sociedade no início do período colonial.
Com relação ao continente africano, vimos que também se formou a partir da
presença e contato de diferentes povos. Além disso, no decorrer de toda a história da
sociedade africana, foi constante a presença de outros povos no território. Embora essa
presença do outro, muitas vezes, tenha submetido ou ao menos tentado submeter a
cultura africana, devemos destacar que o contato entre esses e outros povos também
contribuiu para o desenvolvimento da sociedade africana.
Sendo duas regiões que em diferentes momentos foram entendidas apenas como
fornecedoras de produtos, serviços e homens, Brasil e África, no decorrer dos séculos,
desenvolveram laços que se mantém ainda hoje e que refletem elementos do caráter de
ambos os povos.

DICA DE LEITURA

Nome do Livro: Casa Grande e Senzala: formação da família brasileira sob o regime
da economia patriarcal
Editora: Global Editora
Autor: Gilberto Freyre
ISBN: 8526008692
Comentário: A obra apresenta uma discussão acerca da constituição do Brasil sob a
ótica sociocultural de seus indivíduos.

Nome do Livro: História da África e do Brasil Afrodescendente


Editora: Pallas
Autor: Ynaê Lopes dos Santos
ISBN: 9788534705417
Comentário: A autora faz um resgate da história da África desde os primeiros povos
que viveram no continente, evidenciando as contribuições de cada grupo para a
formação da África. Abordando as relações entre os povos africanos e a sociedade
brasileira, a obra é essencial para o conhecimento da importância e influência da cultura
africana no Brasil.
ATIVIDADE OBJETIVA

1. A expansão marítima iniciada no século XIV representou uma alternativa para os


países europeus ampliarem a rede de comércio com o Oriente, além de contribuir
para o controle de crises econômicas em determinados países. Com relação ao
processo conhecido como Era das Navegações, assinale a alternativa correta:

a. Os italianos foram os pioneiros nesse processo, uma vez que já dispunham de


conhecimento e experiência nas atividades marítimas.
b. A expansão marítima resultou na chamada Era dos Descobrimentos.
c. O contato com outras culturas impediu que os europeus liderassem o processo de
expansão marítima.
d. O primeiro território a ser conquistado por Portugal a partir das navegações foi o
Brasil.
e. As relações comerciais entre o Ocidente europeu e Oriente ficaram abaladas após
a descoberta de novas rotas para o Oriente.

2. Muitos portugueses vislumbraram na América Portuguesa uma oportunidade de


enriquecimento. Analise as afirmativas a seguir e assinale a que apresenta uma das
razões para o interesse dos portugueses em transferir-se para a América
portuguesa no século XVI:
a. O território americano não possuía possibilidades de aproveitamento de recursos
naturais.
b. A América Portuguesa foi vista como uma possibilidade de enriquecimento.
c. O interesse dos portugueses em relação às terras brasileiras era desenvolver pecuária.
d. As características climáticas do Brasil foram um obstáculo para o desenvolvimento
da produção.
e. A produção do açúcar foi a única atividade comercial empreendida no Brasil pelos
portugueses no período colonial.
3. A partir da compreensão da teoria de Gilberto Freyre acerca do processo de
colonização do Brasil, analise as afirmativas abaixo:
I. A miscigenação é um aspecto importante da sociedade brasileira colonial.
II. O autor primou por uma análise pautada nos estudos econômicos da sociedade
colonial.
III. O papel do negro e sua influência na sociedade brasileira está diretamente
relacionada à sua condição de escravo.
IV. O contato entre diferentes culturas no período colonial brasileiro permitiu o
equilíbrio das contradições.

Estão corretas apenas:


a. I.
b. II.
c. III.
d. I, II e IV.
e. I, III e IV.

4. O continente africano, desde a antiguidade, foi habitado por povos de diferentes


culturas e organizações. Com relação a esse processo, assinale a alternativa
correta:
a. O continente africano teve suas características moldadas por um grupo específico,
qual seja, os Egípcios.
b. É possível conhecer a história da África a partir de uma única visão, uma vez que os
diversos povos que formaram essa região possuíam uma mesma organização e
cultura.
c. Os estudos baseados na historiografia europeia são os que melhor apresentam a
história da África.
d. Todos os povos que habitaram o continente africano desde a antiguidade tinham
como modelo político a organização em grandes impérios.
e. Atualmente entende-se que os estudos sobre a África e os africanos devem evitar a
tendência eurocêntrica e primar por análises que contemplem o olhar do próprio
africano acerca da sua história.
5. Os séculos XIX e XX caracterizaram-se pela corrida imperialista resultante do
contexto de desenvolvimento e consolidação do capitalismo. O interesse por novas
regiões fez com que o colonialismo – que extinguira-se na América há poucas décadas –
ressurgisse. Com relação ao colonialismo desenvolvido entre o final do século XIX e
início do século XX, assinale a alternativa correta:
a. As nações europeias buscaram conquistar novos territórios com o objetivo de
aprender e absorver novas culturas.
b. Uma das características das práticas neocoloniais foi o reconhecimento do
continente africano antes da dominação efetiva.
c. O aumento do tráfico de escravos contribuiu significativamente para o início
das práticas neocoloniais em fins do século XIX.
d. Não se pode afirmar que a presença europeia no continente africano durante o
século XX caracterizou uma forma de imperialismo, uma vez que não houve a
exploração de recursos das regiões africanas ocupadas.
e. Apenas após a Conferência de Berlim, os países europeus puderam penetrar
no território africano e realizar missões de reconhecimento do mesmo. Justificativa:
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