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Objetivo:
1. O conhecimento do que seja, precisamente, um recurso e o que o diferencia,
por exemplo, de ações autônomas cujo objetivo é, igualmente, impugnar atos,
inclusive judiciais, assim como diferenciá-lo de outros institutos como o
reexame necessário cuja função lhe é, também, bastante próxima;
2. O estudo dos princípios recursais como necessário à compreensão da
regulamentação de toda a matéria recursal, cujo conteúdo, evidentemente,
segue a base por eles (princípios) instituída.
• Voluntariedade;
• Dá-se no curso do processo;
• Nele, traz-se, sempre, uma das seguintes pretensões: reforma, invalidação,
integração ou esclarecimento;
• Trata-se de um instrumento de impugnação.
Avance para entender melhor cada uma das palavras.
Voluntário
Por que voluntário?
Primeira Seção
DIREITO PROCESSUAL CIVIL. PRECLUSÃO DA FACULDADE DE
REQUERER HONORÁRIOS SUCUMBENCIAIS EM PROCESSO
EXECUTIVO. RECURSO REPETITIVO (Artigo. 543-C DO CPC/73 E RES.
8/2008-STJ).
De acordo com essa moldura fática, a parte exequente deveria ter se insurgido,
por meio da via processual adequada, contra a ausência de fixação dos
honorários sucumbenciais.
Ao não agir dessa forma, consolidou-se o fato de não incidência dos honorários
sucumbenciais, configurando-se, dessa forma, o instituto da preclusão, pelo
qual não mais cabe discutir dentro do processo situação jurídica já consolidada.
Ademais, ainda que não se trate propriamente de ação autônoma, por
compreensão extensiva, incide a Súmula 453 do STJ: “Os honorários
sucumbenciais, quando omitidos em decisão transitada em julgado, não podem
ser cobrados em execução ou em ação própria.” REsp 1.252.412-RN, Rel.
Min. Arnaldo Esteves Lima, julgado em 6/11/2013 (Informativo nº
543).
Voluntário e o reexame
O reexame necessário acima lembrado leva, assim como o recurso, à reforma
(por um erro de julgamento) ou invalidação (por um erro de procedimento) de
determinada decisão (sentença), atendida determinadas condições do art. 496
do CPC/2015).
Trata-se de uma imposição legal (tratada como condição) por meio da qual a
sentença (em sentido estrito, isto é, de 1ª instância) cujo conteúdo leve à
sucumbência da fazenda pública (em determinadas condições, por exemplo, em
valor superior a sessenta salários mínimos) deva, obrigatoriamente, ser
reexaminada em 2º grau de jurisdição.
No curso do processo
Barbosa Moreira, como antes dito, advogou o recurso como um instrumento
de impugnação “no próprio processo”, exatamente para diferenciá-lo de
outras formas de impugnação que se fazem presentes por meio uma nova ação
ou inaugurando um novo processo.
Mais uma vez, dizemos que o legislador é quem define o que é recurso, e
poderíamos repetir, neste curso, que, por exemplo, ação rescisória não é
recurso porque não é enquadrada como tal pela ordem jurídica. Mas a questão
é maior: existe espaço, princípio lógico para justificar o conceito. A razão do
Por meio de uma ação rescisória em que se alega que um juiz IMPEDIDO
proferiu determinada sentença, haverá, em caso de procedência (da rescisória),
rescisão da coisa julgada e consequente anulação da referida sentença para
que outra seja proferida (desta vez, por um juiz NÃO impedido);
(ii) Contra aquela mesma sentença (do item “i”), poderia a parte interessada ter
oferecido recurso de apelação cuja consequência (se provido) qual seria?
Praticamente a mesma: seria invalidada, com prolação de nova decisão por um
outro juiz.
Atenção
Há, realmente, o direito de recorrer, porém apenas nos limites expressos em lei
e na própria Constituição.
Não há, necessariamente, o direito ao duplo grau. Veja por meio de alguns
exemplos:
Nos Juizados especiais, não é cabível recurso contra sentença, que seja
direcionado ao Tribunal, ou seja, cabe recurso, porém a ser julgado dentro da
mesma instância (a 1ª instância) (artigos 41 e seguintes da Lei 9.099/95);
Veja a seguir.
A resposta que se impõe é negativa exatamente por conta do princípio ora sob
estudo.
Por esse princípio, a alteração na decisão recorrida faz-se nos limites do recurso
interposto, e não contra o próprio recorrente – salvo quando, por conta da
aplicação da devolutividade recursal (e autorizado pela ordem jurídica
aplicável), impõe-se uma reforma que agrave, na prática, a situação do
recorrente (como quando se anula todo o processo por uma matéria processual
de ordem pública – por exemplo, por incompetência absoluta).
Veja a seguir alguns argumentos utilizados por José Carlos Barbosa Moreira, em
favor do princípio em questão:
Estamos falando, portanto, não apenas do artigo art. 994 do CPC/2015, como
de inúmeros outros dispositivos legais como os artigos 41 e seguintes da Lei
9.099/99 e a Lei 6830/80 (Lei de execução fiscal), que trazem recursos
específicos à matéria que regulam.
Assim ocorre, porém, nos limites da Lei, o que significa dizer que,
excepcionalmente, justamente porque por ela (Lei) admitido, pode-se interpor
mais de um recurso contra a mesma decisão.
Sentença em
sentido estrito
Decisões
interlocutórias em
geral, como
indeferimento de
prova.
Decisões
interlocutórias
expressamente
especificadas (e
destacadas) por
Lei, como
decisões relativas
ao mérito (como
a que rejeita
decadência) ou
que inverte o
ônus da prova.
Decisões
monocráticas, em
sede de Tribunal.
Atos decisórios
em geral em que
se alegue haver
omissão,
contradição ou
obscuridade.
Vejamos:
Não há mais a
Decisões interlocutórias Ao final, por preclusão
em geral, como ocasião da outrora
Recurso de Ao juízo de Tribunal de
indeferimento de prova, prolação da existente no
Apelação ou por Justiça ou
não mencionadas, sentença/inter 1ª instância CPC/73, de
meio de TRF (2ª
expressamente, no art. posição da maneira que a
contrarrazões Art. 1010, instância)
1015 do CPC/2015 ou em (Art. 1009, apelação parte
CPC/2015.
qualquer outro, a respeito CPC/2015) (arts. 1009 e interessada
de agravo de instrumento seguintes, calar-se-á,
CPC/2015) podendo,
oportunamente
, recorrer.
Decisões interlocutórias Forma-se por
expressamente meio de
especificadas (e Recurso de instrumento,
15 dias Tribunal de Tribunal de
destacadas) por Lei, Agravo de obtido por
(PRAZO DOS Justiça ou Justiça ou
como decisões relativas Instrumento cópia de
RECURSOS, TRF (2ª TRF (2ª
ao mérito (como a que (Art. 1015, peças dos
EM GERAL, instância) instância)
rejeita decadência) ou CPC/2015) autos originais
SEGUNDO O
que inverte o ônus da (não sendo
CPC/2015)
prova. eletrônicos, os
autos)
Agravo interno Colegiado Colegiado
Decisões monocráticas, (ou Regimental) 15 dias responsável responsável
Ex.: 1021, pela decisão pela decisão
em sede de Tribunal.
CPC/2015 recorrida. recorrida.
Recurso Especial STJ Somente cabe
Decisão de única ou (art. 105, III, 15 dias Tribunal (Recurso recurso
última instância, em que CRFB/88) e.ou (PRAZO DOS (Presidência especial) especial
Recurso Ex ou Vice- e.ou STF contra
haja violações RECURSOS,
presidência) (Recurso decisões de
específicas, como à Lei EM GERAL, extraordinr
federal e.ou à SEGUNDO O do qual Tribunal,
io)
Constituição (1988). CPC/2015) emanou a enquanto, ao
decisão extraordinário,
recorrida. cabe de
qualquer
Próprio Se os
instancia.
15 dias Próprio juízo juízo que embargos
Atos decisórios em geral Embargos de
declaração a quo proferiu forem
em que se alegue haver
traordinário a decisão considerados
omissão, contradição ou (art. 1022, (art.
102, III,
CPC/2015) recorrida protelatórios,
obscuridade.
CRFB/88) a parte será
multada
(art.1026,
CPC/2015)
Com isso, propõe-se a melhor compreensão de como cada recurso tem não
apenas o seu cabimento como características bem próprias.
Fungibilidade
Um dos requisitos de admissibilidade dos recursos é o CABIMENTO, o que
significa dizer que a apresentação do recurso inadequado (que não atenda, por
exemplo, aos cabimentos acima especificados) gera, em regra, sua
inadmissibilidade.
O Código anterior (de 1939) previa a fungibilidade recursal em seu artigo 810:
Diante de tal realidade, não temos dúvidas de que, muito mais do que no
CPC/73, o atual passa a admitir, expressamente, a fungibilidade, ainda que não
de forma tão generalizada (como no CPC/39), porém de forma um tanto
sistematizada, principalmente do supracitado art. 932 (parágrafo único).
Por meio dessas leituras, concluir-se-á que se tem admitido no Brasil o que vem
sendo chamado de contraditório e ampla defesa mitigadas, mitigadas pela força
quase intransponível da obediência à tempestividade (como garantia
igualmente constitucional), de maneira que o duplo grau de jurisdição, por
exemplo, pode ser limitado na medida em que se perceba a desnecessidade de
se ampliar o debate processual, pela estabilidade que se tenha formado sobre a
questão sob análise.
Por meio dessas leituras, concluir-se-á que se tem admitido no Brasil o que vem
sendo chamado de contraditório e ampla defesa mitigadas, e mitigadas pela
força quase intransponível da obediência à tempestividade (como garantia
Dessa forma, vem se buscando a máxima reunião das impugnações por ocasião
do julgamento do recurso contra sentença, como ocorre nos Juizados
Especiais e, em parte, no processo do trabalho.
Atenção
Referências
DIDIER JUNIOR, Fred e CUNHA, Leonardo José Carneiro, Curso de Direito
Processual Civil, 8 ed. v.3. Salvador: Jus Podium, 2010, p. 19.
CAMARA, Alexandre Freitas. O novo processo civil brasileiro. São Paulo: Atlas,
2015.
DIDIER JUNIOR, Fred. Curso de Direito Processual Civil, 17 ed. v.1.
Salvador: Jus Podium, 2015.
DIDIER JUNIOR, Fred, BRAGA, Paula Sarmo, OLIVEIRA, Rafael Alexandria.
Curso de Direito Processual Civil, 11 ed. v.2. Salvador: Jus Podium, 2016.
DIDIER JUNIOR, Fred, CUNHA, Leonardo Carneiro. Curso de Direito
Processual Civil, 13 ed. v.3. Salvador: Jus Podium, 2016.
DONIZETTI, Elpidio. Curso didático de direito processual civil. 19 ed. São
Paulo: Atlas, 2016.
FLEXA, Alexandre, MACEDO, Daniel, BASTOS, Fabrício. Novo Código de
Processo Civil – temas inéditos, mudanças e supressões.2 ed. Salvador:
Jus Podium, 2016.
MOREIRA, José Carlos Barbosa. Comentários ao Código de Processo Civil.
11. ed. rev. e atual. Rio de Janeiro: Forense, 2003. v. 5. p. 233.
SARLET, Ingo Wolfgang. Curso de direito constitucional. São Paulo: Revista
dos Tribunais, 2014.
SOKAL, Guilherme Jales. A impugnação das decisões interlocutórias no
processo civil. In: FUX, Luiz (Coord.). O novo processo civil brasileiro –
direito em expectativa. Rio de Janeiro: Forense, 2011.
PINHO. Humberto Dalla Bernadina de Pinho. Direito processual civil
contemporâneo – teoria geral do processo. 6 ed. São Paulo: Saraiva,
2016.
THEODORO JUNIOR, Humberto. Curso de direito processual civil. 56 ed.
Vol. I. Rio de Janeiro: Forense, 2015.
Exercícios de fixação
Questão 1
Opte pela alternativa em que não há uma característica elementar ao “recurso”.
a) É voluntário.
b) Dá-se no curso do processo.
c) Nele, traz-se, sempre, uma das seguintes pretensões: reforma,
invalidação ou rescisão da coisa julgada.
d) Trata-se de um instrumento de impugnação.
Questão 2
Analise o julgado abaixo e especifique a característica ausente, ou
seja, aquele que fez com a impugnação não fosse admitida, e marque
a alternativa que corresponde a reposta correta.
“DIREITO PROCESSUAL CIVIL. PRECLUSÃO DA FACULDADE DE
REQUERER HONORÁRIOS SUCUMBENCIAIS EM PROCESSO
EXECUTIVO.
Há preclusão lógica em relação à faculdade de requerer o arbitramento dos
honorários sucumbenciais relativos à execução na hipótese em que a parte
exequente, mesmo diante de despacho citatório que desconsidera o pedido de
Questão 3
Analise as assertivas abaixo para, em seguida, optar pela alternativa correta.
I. Por meio de uma ação rescisória em que se alega que um juiz IMPEDIDO
proferiu determinada sentença, haverá, em caso de procedência (da rescisória),
rescisão da coisa julgada e consequente anulação da referida sentença para
que outra seja proferida (desta vez, por um juiz NÃO impedido).
II. Contra a mesma sentença (do item “i” acima), poderia a parte interessada
ter oferecido recurso de apelação cuja consequência (se provido) seria
praticamente a mesma: seria invalidada, com prolação de nova decisão por um
outro juiz.
III. Existe uma distinção fundamental entre ação rescisória e recurso: enquanto
a ação rescisória é proposta após o transito em julgado e, portanto, caracteriza
um instrumento altamente repressivo, o recurso tenta evitar justamente aquele
trânsito “viciado”, caracterizando o mencionado prolongamento da mesma ação
(e não de uma nova).
a) Apenas a I está correta.
b) Apenas a II está correta.
c) Apenas a III está correta.
d) Todas estão corretas.
Questão 5
Em determinado processo, foi determinada a citação do réu na fase de
conhecimento. Contra este “cite-se”, é cabível:
I. Embargos de declaração, considerando-se caber esta espécie de recurso
mesmo contra despacho.
II. Agravo retido, considerando-se tratar-se de decisão interlocutória;
III. Não é cabível recurso algum, nem mesmo embargos de declaração, por se
tratar de mero despacho, no qual não se enxerga vício, nem mesmo falta de
clareza ou omissão.
a) Apenas a I está correta.
b) Apenas a II está correta.
c) Apenas a III está correta.
d) Todas estão corretas.
Questão 6
Podemos afirmar, exceto:
I – Os recursos existem por conta do direito (que, em regra, faz-se presente) à
revisão das decisões por outros órgãos (que, normalmente, fazem parte,
inclusive, de outras instâncias), ampliando-se os graus de jurisdição – a este
direito, dá-se o nome de duplo grau de jurisdição.
Questão 7
Aprecie o texto abaixo, que está de acordo com a ordem jurídica para, em
seguida, optar pela assertiva correta.
“Como corolário da taxatividade, cada recurso tem uma função e cabimento
específicos, a partir do que se costuma defender, em doutrina, que, salvo raras
exceções, “para cada decisão, existe um (e apenas um) recurso cabível” – é o
que se chama de SINGULARIDADE (UNICIDADE ou UNIRRECORRIBILIDADE)".
a) Podemos concluir, portanto, que contra uma sentença, não seria possível
apresentação simultânea de embargos de declaração e apelação, ainda
que por partes distintas.
b) Podemos concluir, portanto, que contra uma decisão interlocutória, não
poderia a mesma parte interpor agravos de instrumento e agravo retido.
Questão 8
A aplicação da fungibilidade, em caráter excepcional, depende de:
I – Dúvida objetiva.
II – Interposição do recurso no prazo daquele no qual ele poderia ser
convolado.
III – Inexistência de erro grosseiro.
a) Apenas a I está correta.
b) Apenas a II está correta.
c) Apenas a III está correta.
d) Todas as alternativas estão corretas.
Questão 9
A respeito do duplo grau de jurisdição, pode-se dizer, exceto:
a) Trata-se de princípio com garantia constitucional expressa, tal como se
defende pela maioria da doutrina e jurisprudência.
b) Há, de fato, o direito de recorrer, porém apenas nos limites expressos
em Lei e na própria Constituição; não como uma garantia constitucional
fundamental pertencente à base do Direito Processual.
c) Existe, é verdade, determinada visão constitucional, dada, por exemplo,
pela família WAMBIER, segundo a qual o referido princípio é considerado
de caráter constitucional em virtude de estar umbilicalmente ligado à
moderna noção de Estado de Direito, o qual, por sua vez, exige o
controle, em sentido duplo, das atividades do Estado pela sociedade.
d) A referência a “recurso”, no Artigo 5º da Constituição (inciso LV), não se
refere ao sentido estrito do termo, ao sistema recursal processual, mas à
Questão 10
Podemos mencionar como limitações ao duplo grau de jurisdição:
I – O revogado art. 518, com seus parágrafos, do CPC/73 já demonstrava,
mesmo antes do novo CPC, o ímpeto de limitar o direito de recorrer: caso a
sentença estivesse fundada em súmula do STJ ou STF, eventual recurso sequer
deveria ser recebido. Naturalmente, esta decisão estava sujeita ao recurso de
agravo, mas, de qualquer forma, tratava-se de uma autorização legal para NÃO
RECEBER a apelação, mitigando, naturalmente, o chamado duplo grau de
jurisdição;
II – Nos Juizados especiais, não é cabível recurso contra sentença, que seja
direcionado ao Tribunal, ou seja, cabe recurso porém a ser julgado dentro da
mesma instância (a 1ª instância) (artigos 41 e seguintes da Lei 9.099/95);
III – Não é cabível, em regra, recurso contra acórdãos proferidas em 1º grau
de jurisdição, na competência originária dos Tribunais: por exemplo, Mandado
de Segurança de competência originária da Câmara Cível do Tribunal de Justiça
do Estado do Rio de Janeiro. É cabível, como já se disse acima, somente nos
limites do que a Lei e.ou a Constituição permitir: Neste caso, por exemplo, é
cabível somente se a decisão for denegatória.
a) Apenas a I está correta.
b) Apenas a II está correta.
c) Apenas a III está correta.
d) Todas as alternativas estão corretas.
Aula 1
Exercícios de fixação
Questão 1 - C
Questão 2 - B
Justificativa:
Questão 3 - D
Justificativa:
Questão 4 - B
Justificativa:
Questão 5 - C
Justificativa:
Questão 6 - B
Justificativa:
Questão 7 - B
Justificativa:
Questão 8 - B
Justificativa:
Questão 9 - A
Justificativa:
Questão 10 - D
Justificativa:
Podemos defini-los (os precedentes) como uma decisão tomada por órgão
jurisdicional frente a um ou mais casos concretos deduzidos em juízo, cujo
núcleo essencial tem o potencial de servir como paradigma para julgamentos
posteriores em causas análogas.
Tal distinção se mostra fundamental, uma vez que, como dito, o precedente
judicial se forma a partir da análise de um ou mais casos concretos, que podem
ou não apresentar questões de fato distintas, mas que, em sua essência,
demandam uma única reflexão jurídica sobre a aplicação do Direito.
Mas abaixo, verificamos que, anos depois, a força dos precedentes se estendia
a “qualquer Tribunal” e a referência, além das súmulas, incluía “entendimentos
dominantes”.
(b) Art. 557 do CPC/73, alterado pelas Leis nºs 9.139/95 e 9.756/98: admite
que o Relator de recurso em qualquer tribunal negue seguimento a recurso
em confronto com súmula ou com jurisprudência dominante do respectivo
tribunal, do STF ou de Tribunal Superior, bem como dê provimento ao recurso,
monocraticamente, se a decisão recorrida estiver em manifesto confronto com
súmula ou com jurisprudência dominante do STF, ou de Tribunal Superior.
Essa alteração é uma das mais interessantes de todas as que ora analisamos:
limita-se o duplo grau de jurisdição, vedando-se o recebimento do recurso de
apelação já na 1ª instância, o que nos impõe dizer que a força jurisprudencial,
ao longo dos anos, foi “descendo” as instâncias, até aqui chegar. Em outras
palavras, estamos ressaltando que, como vimos, inicialmente somente os
Segunda Seção
DIREITO PROCESSUAL CIVIL. CONHECIMENTO DE AGRAVO DE
INSTRUMENTO NÃO INSTRUÍDO COM CÓPIA DA CERTIDÃO DE
INTIMAÇÃO DA DECISÃO AGRAVADA. RECURSO REPETITIVO (ART.
543-C DO CPC/73 E RES. N. 8/2008-STJ).
“Apesar de se tratar de mera influencia, ela é tão forte que faz a doutrina
duvidar da relevância pratica de se conferir caráter vinculante à súmula: no
período anterior já era fortíssima, na prática judiciária, a propensão dos órgãos
judiciais de primeiro e segundo grau a conformar-se à jurisprudência dos
tribunais mais altos – notadamente à do STF, e não apenas no campo
delimitado pelo foro art. 103-A da Constituição”.
Força jurisprudencial
A força jurisprudencial por meio da aplicação de precedentes, enfim, tornou-se,
definitivamente, uma realidade da ordem jurídica brasileira, que a fez
distanciar-se um pouco da positivação clássica do civil law, e aproximar-se
common law, o que se reforça com as seguintes palavras:
“O papel da jurisprudência, tanto nos países da common law quanto nos países
da civil law está sofrendo alterações.
Encerramos este item, com poucas, porém muito relevantes conclusões. Veja!
O CPC atual, com precisão louvável, toca, exatamente, neste ponto, buscando,
além de reforçar tudo o quanto já existe em prol da maior estabilidade
jurisdicional, estabelecer critérios (ou referências) melhores para se apurar o
que é, efetivamente, dominante e, por conseguinte, ainda que por convenção,
a melhor forma de decidir a matéria.
Se todos têm que agir em conformidade com a lei, ter-se-ia, ipso facto,
respeitada a isonomia. Essa relação de causalidade, todavia, fica comprometida
como decorrência da liberdade que tem o juiz de decidir com base em seu
entendimento sobre o sentido real da norma.”
III - invocar motivos que se prestariam a justificar matéria sob julgamento, como
qualquer outra decisão; se observa, com clareza, nos
Não pode nem mesmo as ditas leis interpretativas prejudicar o ato jurídico
perfeito e a coisa julgada”.
Exercícios de fixação
Questão 1
Questão 2
O juiz, ao fundamentar a decisão, não pode fazer o que segue abaixo. Em uma
das opções, porém, há ato que não está dentre o que o juiz não pode fazer.
Qual?
Questão 3
Questão 4
III – O novo CPC, com precisão louvável, toca, exatamente, neste ponto,
buscando, além de reforçar tudo o quanto já existe em prol da maior
estabilidade jurisdicional, estabelecer critérios (ou referências) melhores para se
apurar o que é, efetivamente, dominante e, por conseguinte, ainda que por
convenção, a melhor forma de decidir a matéria.
Questão 5
Segundo a ordem jurídica processual atual, pode-se dizer que tem força
vinculativa, EXCETO:
a) Súmula vinculante.
b) Súmula do STJ.
c) Súmula do STF.
Questão 6
Questão 7
Questão 8
Questão 9
Aula 2
Exercícios de fixação
Questão 1 - B
Justificativa: Súmulas vinculantes são de competência exclusiva do STF.
Questão 2 - D
Justificativa: Aplicação do art. 489, CPC. Os dispositivos legais não são
essenciais, ao contrário do que é dito na opção.
Questão 3 - D
Justificativa: Não tem relação direta com precedentes, especialmente porque o
(então) 273, CPC/73 tratava de tutela de urgência, especialmente. Hoje, temos
a tutela de evidência (art. 311, CPC) bem esclarecida, que possui relação, em
parte, com precedentes. Mas não no Código anterior.
Questão 4 - D
Justificativa: Desde as possibilidades de julgamentos monocráticos, com
fundamento nos antigos “entendimentos dominantes” até artigos como o 543-A
a C (inaugurados em 2008), passamos exatamente por essa transformação,
narrada das opções.
Questão 5 - D
Questão 6 - D
Justificativa: Leitura dos artigos 926 e 927, CPC.
Questão 7 - B
Justificativa: Deve ser seguida. Leitura dos artigos 926 e 927, CPC.
Adicionalmente, deve ser lembrado que a expressão “livre convencimento” foi
extirpada do estatuto de 2015.
Questão 8 - A, C
Justificativa: Aplicação do art. 932, CPC.
Questão 9 – A
Introdução
Meu caro profissional, pós-graduando, nesta aula, estudaremos o cabimento do
incidente de resolução de demandas repetitivas, uma das grandes (talvez a
maior) novidades previstas pelo Novo Código de Processo Civil, cujo
conhecimento faz-se inteiramente necessária por refletir, em seu mais alto
grau, o modelo de julgamento por meio CASOS-PILOTOS.
Conteúdo
Natureza e cabimento do incidente de resolução de demandas
repetitivas
O princípio da isonomia é um grande fator utilizado como justificativa para
instrumentos, como o que ora buscamos interpretar. A busca por uma
igualdade entre jurisdicionados envolvidos em lides caracterizadas por questões
jurídicas semelhantes (ou mesmo idênticas) tem norteado as últimas demandas
legislativas, especialmente em seus aspectos processuais.
José Carlos Barbosa Moreira, por sua vez, alertou para a atenção aos riscos
de expansão das lides de massa e as formas como o Judiciário trata sobre a
matéria.
Do Artigo 976
Segundo o Artigo 976 do novo CPC, é cabível a instauração do incidente de
resolução de demandas repetitivas quando houver, simultaneamente:
Procedimento-modelo
Foi na Alemanha que, em 2005, foi criado o procedimento-modelo
(musterverfahren), com o propósito de estabelecer uma esfera de decisão
coletiva de questões comuns a litígios individuais para, assim, proporcionar o
esclarecimento unitário de características típicas a várias causas idênticas, com
a possibilidade de abrangência subjetiva para além das partes.
Novo CPC
Da mesma forma, no novo CPC, direciona-se o pedido de instauração do
incidente ao Presidente do Tribunal, mediante requerimento das partes, do
Ministério Público, da Defensoria Pública ou de ofício pelo juiz ou relator, para a
resolução de demandas repetitivas, verificando-se evidente intenção do
legislador de evitar que demandas que versem sobre teses jurídicas
supostamente idênticas fiquem sendo tratadas de modo pulverizado. Canaliza-
se, portanto, a cognição para um órgão específico.
Sim, você pode dizer: então, a ordem jurídica deve providenciar o necessário a
reduzir (eliminar, se possível) os riscos de decisões inadequadas (que
contrariem a ordem jurídica regularmente instalada). Um bom caminho para
isso seria privilegiar o duplo grau de jurisdição, o que eleva o debate jurídico e,
consequentemente, a segurança e estabilidade que se esperam de seu
julgamento.
E não é que justamente esse incidente, que deveria zelar pela maior segurança
jurídica, está com previsão de ser instaurado, diretamente, nos tribunais (2ª
instância) em prol de uma suposta aceleração da atividade jurisdicional?
Atenção
Caso-piloto
Esse sistema de instauração de julgamento por CASO-PILOTO e suspensão dos
demais processos que versem sobre a matéria, para serem atingidos, depois,
pelo decisão proferida no paradigma não é novo nem mesmo no direito
brasileiro. Existia, por exemplo, no art. 543-C, do CPC/73, nos chamados
recursos especiais repetitivos, o que foi mantido pelo CPC/2015, como estamos
vendo, neste conteúdo, em inúmeros artigos (como o art. 932 e 927, ambos
fazendo alusão a recursos repetitivos). A grande distinção, antes levantada, é
que, no caso dos recursos excepcionais, a suspensão dá-se após amplo debate
nas instâncias inferiores, enquanto, no incidente sob estudo, a questão está
ainda sob análise das instâncias primárias.
Esse modelo, enfim, já existe, ainda que não idêntico aos moldes daquilo que
ora está sob análise (com suspensão já na 1ª instância). Citamos, como um
exemplo de instrumento semelhante e anterior ao que ora estudamos, aquele
que, em 2005, foi instituída por uma “Comissão de Especialistas”, pelo Conselho
da Europa.
É que, como visto, o modelo nacional de ações coletivas não retira do titular do
direito material a legitimação para propor a sua própria ação individual, tenha
ou não sido instaurado um processo coletivo. Não necessariamente os efeitos
da decisão proferida na ação coletiva se projetarão para fora do processo,
alcançado os titulares do direito material. As ações coletivas não
necessariamente produzem efeitos externos. Tudo dependerá do sentido como
tenham sido resolvidas as questões de fato e de direito subjacentes à lide
coletiva e do consequente resultado do julgamento do pedido. No incidente, ao
que parece, é diferente, como abaixo passamos a ver.
II – aos casos futuros que versem idêntica questão de direito e que venham a
tramitar no território de competência do tribunal, salvo revisão na forma do
Artigo 998.
(...)
Diga-se, enfim, que a revisão da tese pode ocorrer nos termos do Artigo
998. Far-se-á pelo mesmo tribunal de ofício ou mediante requerimento dos
legitimados mencionados no Artigo 989, inciso II.
Referências
DIDIER JUNIOR, Fred e CUNHA, Leonardo José Carneiro, Curso de Direito
Processual Civil, 8 ed. v.3. Salvador: Jus Podium, 2010, p. 19.
CAMARA, Alexandre Freitas. O novo processo civil brasileiro. São Paulo: Atlas,
2015.
DIDIER JUNIOR, Fred. Curso de Direito Processual Civil, 17 ed. v.1.
Salvador: Jus Podium, 2015.
DIDIER JUNIOR, Fred, BRAGA, Paula Sarmo, OLIVEIRA, Rafael Alexandria.
Curso de Direito Processual Civil, 11 ed. v.2. Salvador: Jus Podium, 2016.
a) Isonomia
b) Efetividade
c) Fungibilidade
Questão 2
d) Tribunal Superior.
Questão 3
Questão 4
Questão 5
d) Recurso de apelação.
Questão 6
II – Em regra, aos casos futuros que versam idêntica questão de direito e que
venham a tramitar no território de competência do tribunal.
Questão 7
Questão 8
c) Reclamação
d) Agravo de instrumento
Aula 3
Exercícios de fixação
Questão 1 - A
Justificativa: Aplicação do art. 976, CPC.
Questão 2 - C
Questão 3 - A
Justificativa: Aplicação do Art. 976, CPC: É cabível a instauração do incidente
de resolução de demandas repetitivas quando houver, simultaneamente: I -
efetiva repetição de processos que contenham controvérsia sobre a mesma
questão unicamente de direito;II - risco de ofensa à isonomia e à segurança
jurídica.
Questão 4 - C
Justificativa: Aplicação do Art. 977, CPC: O pedido de instauração do incidente
será dirigido ao presidente de tribunal.
Questão 5 - A
Justificativa: Aplicação do Art. 987, CPC. Do julgamento do mérito do incidente
caberá recurso extraordinário ou especial, conforme o caso. § 1o O recurso tem
efeito suspensivo, presumindo-se a repercussão geral de questão constitucional
eventualmente discutida. § 2o Apreciado o mérito do recurso, a tese jurídica
adotada pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça
será aplicada no território nacional a todos os processos individuais ou coletivos
que versem sobre idêntica questão de direito.
Questão 6 - A
Justificativa: Aplicação do Art. 985, CPC: Julgado o incidente, a tese jurídica
será aplicada: I - a todos os processos individuais ou coletivos que versem
sobre idêntica questão de direito e que tramitem na área de jurisdição do
respectivo tribunal, inclusive àqueles que tramitem nos juizados especiais do
respectivo Estado ou região; II - aos casos futuros que versem idêntica questão
de direito e que venham a tramitar no território de competência do tribunal,
salvo revisão na forma do art. 986.
Questão 8 - C
Justificativa: Artigos 988 e 985, § 1º, ambos do CPC/15.
Objetivo:
1. Compreender a devolutividade do recurso de apelação, certamente o mais
presente dentre todos os demais recursos e o mais relevante;
2. Analisar outros aspectos relevantes do recurso de apelação, sempre segundo
o Código de Processo Civil/2015.
Não vamos nos alongar neste momento, por não ser o propósito (afinal, o título
menciona a devolutividade, e não o cabimento), mas devemos rapidamente
refletir sobre o conceito desse importante ato.
Pense, por exemplo, nos seguintes atos: (i) indeferimento parcial da petição
inicial por ilegitimidade de um dos litisconsortes ou por decadência em relação a
um dos pedidos; (ii) julgamento do incidente de impugnação à gratuidade de
justiça (Lei nº 1.060/50); (iii) extinção do processo de execução.
O Artigo 162, §1º, do CPC/73, por exemplo, não era claro o suficiente para
responder. Segundo esse dispositivo, o critério primordial à qualificação de uma
sentença era seu conteúdo (que deveria conter uma das situações previstas nos
arts. 267 ou 269 daquele mesmo estatuto de 1973). Evidentemente, diante da
falta de clareza, a interpretação seguiu o que já se fazia antes mesmo daquela
redação (do Artigo 162), estabelecida pela Lei nº 11.232/2005, qual seja, firmar
o conceito do atos decisórios jurisdicionais, considerando-se, principalmente,
um efeito possível seu, que é a capacidade de finalizar o módulo ou etapa
processual, seja a fase de conhecimento ou de execução.
2º) Dar fim à fase de conhecimento (e, por isso, o indeferimento PARCIAL da
petição inicial, por exemplo, não é sentença) ou à fase de execução, ainda que
este ato, de finalização da execução, não esteja compreendido necessariamente
no Artigo 485 ou 487 do CPC;
Por fim, há o efeito suspensivo, que consiste em não permitir que a decisão
recorrida produza efeitos antes do julgamento do recurso. Tal efeito pode ser
produzido independentemente da eficácia da decisão recorrida, impedindo a
produção de efeitos declaratórios, constitutivos ou condenatórios.
“(...) Todavia, esse efeito translativo de que se fala é sempre limitado pelos
capítulos do decisório objeto do recurso. Conforme exposição acima, devemos
mencionar julgado segundo o qual a cognoscibilidade de ofício da matéria não
alarga a dimensão horizontal do efeito devolutivo. Por exemplo, se uma
demanda com pedidos de indenização por danos materiais e morais é julgada
integralmente procedente, o réu apela apenas para impugnar a ocorrência dos
danos morais, o reconhecimento pelo tribunal de que o autor é carecer da ação
não alcança a parcela da sentença que deliberou sobre os danos materiais, na
medida em que contra ela não foi dirigida qualquer impugnação (coisa julgada
material). Neste sentido, STF-RP 123/183 (Pleno MC 112-9)”.
Ainda segundo o Artigo 1.013, sendo, desta vez,o §3º, houve notável avanço
em relação à aplicação da chamada “causa madura”:
ii.5 - Todavia, esse efeito translativo de que se fala é sempre limitado pelos
capítulos do decisório objeto do recurso. Conforme exposição acima, devemos
mencionar julgado segundo o qual a cognoscibilidade de oficio da matéria não
alarga a dimensão horizontal do efeito devolutivo. Por exemplo, se uma
demanda com pedidos de indenização por danos materiais e morais é julgada
integralmente procedente, o réu apela apenas para impugnar a ocorrência dos
danos morais. O reconhecimento pelo tribunal de que o autor é carecer da ação
não alcança a parcela da sentença que deliberou sobre os danos materiais na
medida em que contra ela não foi dirigida qualquer impugnação (coisa julgada
material). Neste sentido, STF-RP 123/183 (Pleno MC 112-9).
ii.6 – Citamos, por fim, o Informativo nº 0465: “Em embargos à execução fiscal,
a autora (recorrente) apontou mais de um fundamento para a nulidade da
execução, mas a sentença, ao julgá-los, só se baseou em um deles para anular
a certidão de dívida ativa. Agora, no REsp, a recorrente alega que, como houve
apelação da Fazenda estadual julgada procedente, o TJ deveria ter apreciado
todos os pedidos e as questões suscitadas nos autos, ainda que não apontados
nas contrarrazões. Para o Min. Relator, não se pode exigir que todas as
matérias sejam abordadas em contrarrazões de apelação, visto existirem
determinadas situações em que há falta de interesse para a parte impugná-
las expressamente, como no caso dos autos, cujos embargos à execução
fiscal foram julgados procedentes em primeiro grau de jurisdição. Ademais, em
função do efeito translativo dos recursos, a apelação devolve obrigatoriamente
I – apelação;
II – agravo de instrumento;
III – agravo interno;
IV – embargos de declaração;
V – recurso ordinário;
VI – recurso especial;
VII – recurso extraordinário;
VIII – agravo em recurso especial e extraordinário;
IX – embargos de divergência.
Inexistência de admissibilidade
A inexistência de admissibilidade, igualmente, deve gerar maior celeridade na
medida em que reduz a apreciação e elimina um recurso, qual seja, eventual
agravo contra o não recebimento da apelação (que não mais será cabível, como
veremos em capítulo próprio).
Exercícios de fixação
Questão 1
Questão 2
Logo:
c) O Tribunal não poderia ter admitido o recurso do réu, por não ter sido
total.
d) O Tribunal não poderia ter reconhecido carência de ação, por não ter
sido tal matéria objeto de impugnação.
Questão 3
Questão 4
Foi movida ação que versava a respeito de direito de família, porém distribuída
a juízo de competência cível (que não abrangia direito de família), na qual foi
proferida sentença de procedência do pedido, contra a qual o réu apelou.
Obrigatoriamente:
Questão 5
Questão 6
Questão 7
II - Decretar a nulidade da sentença por não ser ela congruente com os limites
do pedido ou da causa de pedir;
Questão 8
Aula 4
Exercícios de fixação
Questão 1 - B
Justificativa: Aplicação do Art. 1.013, CPC: A apelação devolverá ao tribunal o
conhecimento da matéria impugnada. § 3o Se o processo estiver em condições
de imediato julgamento, o tribunal deve decidir desde logo o mérito quando: III
- constatar a omissão no exame de um dos pedidos, hipótese em que poderá
julgá-lo.
Questão 2 - B
Justificativa: Aplicação do Art. 1.013, CPC: A apelação devolverá ao tribunal o
conhecimento da matéria impugnada. § 1o Serão, porém, objeto de apreciação
Questão 3 - C
Justificativa: Efeito interruptivo ocorre, tão somente, nos embargos de
declaração.
Questão 4 - B
Justificativa: Aplicação do Art. 64, CPC. A incompetência, absoluta ou relativa,
será alegada como questão preliminar de contestação. § 1o A incompetência
absoluta pode ser alegada em qualquer tempo e grau de jurisdição e
deve ser declarada de ofício.
Questão 5 - B
Justificativa: O recurso de agravo retido foi extirpado da ordem processual civil
brasileira. Veja, por exemplo, art. 994, CPC.
Questão 6 - B
Justificativa: Aplicação do Art. 1.012, CPC. A apelação terá efeito suspensivo. §
1o Além de outras hipóteses previstas em lei, começa a produzir efeitos
imediatamente após a sua publicação a sentença que: V - confirma, concede ou
revoga tutela provisória.
Questão 7 - A
Justificativa: Aplicação do art. 1013, § 3o , CPC: Se o processo estiver em
condições de imediato julgamento, o tribunal deve decidir desde logo o mérito
quando:I - reformar sentença fundada no art. 485; II - decretar a nulidade da
sentença por não ser ela congruente com os limites do pedido ou da causa de
pedir; III - constatar a omissão no exame de um dos pedidos, hipótese em que
poderá julgá-lo; IV - decretar a nulidade de sentença por falta de
fundamentação.
Objetivo:
1. Conhecer de forma aprofundada a recorribilidade das decisões interlocutórias
proferidas em 1ª instância, desde a década de 1990 até o novo CPC;
2. Analisar o Código de Processo Civil/2015 quanto ao cabimento e
procedimento do recurso de agravo de instrumento.
A última frase reflete o que se tinha até as reformas que se iniciaram na década
de 1990, isto é: liberdade quase total para recursos contra decisões
interlocutórias. Essa liberdade, porém, veio se alterando nos últimos anos. Em
primeiro lugar, antes das referidas reformas, era possível interpor o que hoje
denominamos de agravo de instrumento; em seguida, fez-se a divisão em prol
da maior efetividade, porém também para tentar reduzir a quantidade de
agravos de instrumento, incentivando a utilização da modalidade “retida”.
Cabia, em regra, então, apenas o recurso que ficará retido até a apelação, se
houver, enquanto a impugnação de resultado possivelmente imediato (de
instrumento) apenas será cabível excepcionalmente. Seja em um ou outro caso,
somente atos decisórios, a princípio, são recorríveis. Há atos não decisórios,
porém, que podem gerar graves danos à parte, que a tornam recorrível pelas
circunstâncias especiais que a cercam. Veja-se, por exemplo, a recente decisão
abaixo:
Apenas não caberia agravo retido, mas, sim, agravo de instrumento se houver
expressa autorização legal. Por isso, acima dissemos que “em geral” o recurso
cabível contra decisão interlocutória era o agravo retido.
(i) Decisão de tutela antecipada, por não ter sido demonstrado dano de difícil
reparação (STJ-1ª T, RMS 31.045, Min Luiz Fux, DJU16.8.10);
Cabia agravo retido, logo, contra decisões relativas a provas (como inversão de
ônus da prova, por exemplo), relativas às preliminares do Artigo 301 do CPC/73
e tantas outras que não se enquadram em nenhuma das excepcionalidades
previstas em lei, como as presentes do Artigo 522 do CPC/73, 2ª parte. E
quanto ao agravo de instrumento, quando era cabível? Somente nas hipóteses
expressamente previstas em lei, tal como as que abaixo são mencionadas:
(i) Quando interposto contra decisão que delibera sobre antecipação de tutela
(STJ-1ª T, Resp 948.554, Min. Jose Delgado, DJU 4.10.07) e que decreta,
liminarmente, indisponibilidade de bens (STJ 1ª T, RMS 23.536, Min. Teori
Zavascki, DJU 16.4.08);
Pensando nisso, ou seja, o equilíbrio entre essas três forças (ou valores), mas
com o devido destaque à celeridade-tempestividade, aos recursos, como temos
percebido, destinou-se boa parte das reformas. E, entre esses recursos, os
agravos, sem dúvida alguma, foram aqueles que, principalmente, foram
alterados.
2005).
Reformas legislativas
As reformas legislativas dos últimos anos alteraram profundamente o perfil do
agravo, buscando este fechamento, agora visto no novo CPC: impossibilidade
de se recorrer contra as decisões interlocutórias, em geral, salvo situações
excepcionais bastante objetivas, a propósito.
Decisões
(i) Tutelas provisórias e a exibição ou posse de documento ou coisa e decisões
interlocutórias proferidas na fase de liquidação de sentença, cumprimento de
sentença, no processo de execução e no processo de inventário.
Natureza
Decisões das quais, em regra, se pode resultar dano irreparável ou de difícil
reparação, ou, dizendo de outra forma, são decisões cujas matérias fossem
recorridas apenas no final, em sede de apelação, que poderiam já restar
prejudicadas ou mesmo inúteis, considerando-se as especificidades do direito
material e/ou processual, como tutelas antecipada e cautelar.
Decisões
(ii) Mérito da causa, rejeição da alegação de convenção de arbitragem, exclusão
de litisconsorte e rejeição do pedido de limitação do litisconsórcio.
Natureza
Decisões relativas ao próprio objeto da ação, as quais, a princípio, seriam
sentença e somente não o são porque não finalizam a fase de conhecimento
em que está o processo. A relevância do agravo dá-se pela proteção ao próprio
acesso à justiça e devido processo legal, pela importância do tema.
Natureza
Todas são decisões relativas a incidentes ou questões incidentais instauradas no
curso do processo, as quais foram alçadas a uma maior relevância em razão
das matérias de que tratam.
Seu Artigo 3º, por exemplo, dispõe sobre as circunstâncias em que poderia ser
afastado o direito ao recurso ou, ao menos, disciplinado de forma mitigada a
fim de preservar os tribunais de segunda instância para o exame de questões
mais relevantes.
Segundo o mesmo Artigo 1.019, caso não julgue o agravo na forma acima
indicada (Artigo 932), assim agirá:
Referências
DIDIER JUNIOR, Fred e CUNHA, Leonardo José Carneiro, Curso de Direito
Processual Civil, 8 ed. v.3. Salvador: Jus Podium, 2010, p. 19.
Exercícios de fixação
Questão 1
Questão 2
Questão 3
Questão 4
Questão 6
Questão 7
Questão 8
b) Somente a I é obrigatória.
c) Somente a II é obrigatória.
d) I e II são obrigatórias.
Igualmente como temos no sistema atual, estabelece o art. 1.017 (do NCPC)
algumas juntadas obrigatórias à petição de agravo de instrumento. Não é
obrigatória cópia de:
Aula 5
Exercícios de fixação
Questão 1 - D
Justificativa: Aplicação do Art. 1.009, CPC: Da sentença cabe apelação.
§ 1o As questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu
respeito não comportar agravo de instrumento, não são cobertas pela preclusão
e devem ser suscitadas em preliminar de apelação, eventualmente interposta
contra a decisão final, ou nas contrarrazões.
Questão 2 - C
Justificativa: Aplicação do art. 1010, § 3o CPC: Após as formalidades previstas
nos §§ 1o e 2o, os autos serão remetidos ao tribunal pelo juiz,
independentemente de juízo de admissibilidade.
Questão 4 - B
Justificativa: Aplicação do art. 1015, I, CPC.
Questão 5 - B
Justificativa: Art. 1015, II, CPC – decisão relativa ao mérito do processo.
Decadência é matéria de mérito (art. 485, CPC).
Questão 6 - D
Questão 7 - D
Justificativa: Art. 1.017. A petição de agravo de instrumento será instruída: I -
obrigatoriamente, com cópias da petição inicial, da contestação, da petição que
ensejou a decisão agravada, da própria decisão agravada, da certidão da
respectiva intimação ou outro documento oficial que comprove a
tempestividade e das procurações outorgadas aos advogados do agravante e
do agravado.
Questão 9 - D
Objetivo:
1. O necessário aprofundamento nas questões relativas ao cabimento do
recurso, incluindo aspectos históricos relevantes à construção da ordem jurídica
atualmente aplicável;
2. Também é essencial a este Curso tratarmos do efeito interruptivo em relação
a outros recursos e a ilícita prática de utilização dos embargos com fins
procrastinatórios.
Atenção
Curiosidade
Por exemplo, na Alemanha, se código (ZPO) o prevê nos §§ 320 e 321.
Na Espanha, temos, por sua vez, a chamada Ley de Ejuiciamiento Civil, em seu
Artigo 214.
Citemos, por fim, a Itália em cujo Código (Códice di procedura civile), em seu
Artigo 287, observamos o regulamento dos embargos.
Conceito de cabimento
Temos, como visto inicialmente, a possibilidade de se opor o recurso de
embargos de declaração, com um ou mais dos seguintes propósitos:
Embargos
Segundo entendimento amplamente majoritário (ainda sob a vigência do
CPC/73) em doutrina e jurisprudência, além de sentença e acórdão, o recurso
de Embargos vinha sendo entendido como cabível contra:
Decisão interlocutória;
Atenção
Contradição conceito
E o que significa a contradição, então?
Textos com sentidos opostos em uma mesma decisão, como uma sentença
cuja fundamentação estabeleça uma afirmativa desmentida mais adiante pela
conclusão presente no dispositivo.
Quanto a isso, são comuns equívocos por entenderem, por exemplo, que seria
contradição uma decisão que afirme que determinado artigo dispõe
determinada assertiva, a qual, porém, está sendo interpretada
equivocadamente pelo prolator da decisão.
Ou ainda declarar que uma testemunha teria afirmado determinado fato que,
realmente, não afirmou. Essas não são contradições passíveis de embargos de
declaração, ainda que, comumente, os advogados se valham dele.
Omissão - conceito
Por fim, vamos à omissão. Será que, de fato, o órgão judicial, para expressar a
sua convicção, não precisa aduzir comentários sobre todos os argumentos
levantados pelas partes? Sua fundamentação pode ser sucinta, pronunciando-se
acerca do motivo que, por si só, achou suficiente para a composição do litígio?
Fundamento
Melhor, portanto, considerarmos o que se encontra no julgado abaixo:
Relação causa-efeito
Existe íntima relação entre este efeito interruptivo e o ímpeto procrastinatório
de alguns embargos, especificamente relação causa-efeito entre eles, isto é, o
“poder” de interromper prazos para outros recursos gera uma quantidade
relevante de embargos meramente protelatórios, justamente para, tão
somente, atrasar, tornar mais longo o processo em que estão sendo (esses
embargos) apresentados.
Os embargos de declaração
Tratemos ainda de uma questão absolutamente importante. Os embargos
geram a interrupção independente de seu acolhimento, ainda que considerados
protelatórios, como abaixo se lê:
Atenção
Encerramento
Encerramento
Enfim, pela chamada “relevância do direito” ou “perigo de dano irreparável”,
velhos conhecidos do direito brasileiro e do direito comparado, é possível que
se dê efeito suspensivo aos embargos de declaração.
Referências
DIDIER JUNIOR, Fred e CUNHA, Leonardo José Carneiro, Curso de Direito
Processual Civil, 8 ed. v.3. Salvador: Jus Podium, 2010, p. 19.
CAMARA, Alexandre Freitas. O novo processo civil brasileiro. São Paulo: Atlas,
2015.
DIDIER JUNIOR, Fred. Curso de Direito Processual Civil, 17 ed. v.1.
Salvador: Jus Podium, 2015.
DIDIER JUNIOR, Fred, BRAGA, Paula Sarmo, OLIVEIRA, Rafael Alexandria.
Curso de Direito Processual Civil, 11 ed. v.2. Salvador: Jus Podium, 2016.
DIDIER JUNIOR, Fred, CUNHA, Leonardo Carneiro. Curso de Direito
Processual Civil, 13 ed. v.3. Salvador: Jus Podium, 2016.
Exercícios de fixação
Questão 1
I – O recurso não pode ser recebido, já que somente é cabível essa espécie de
recurso contra sentenças e acórdãos;
Questão 2
Questão 3
Questão 4
Questão 5
Questão 6
Questão 7
Questão 8
Questão 2 - D
Questão 3 - A
Questão 4 - B
Justificativa: Aplicação do art. 1.023, CPC. Os embargos serão opostos, no
prazo de 5 (cinco) dias, em petição dirigida ao juiz, com indicação do erro,
obscuridade, contradição ou omissão, e não se sujeitam a preparo. § 2o O juiz
intimará o embargado para, querendo, manifestar-se, no prazo de 5 (cinco)
dias, sobre os embargos opostos, caso seu eventual acolhimento implique a
modificação da decisão embargada.
Questão 5 - C
Justificativa: A manifesta improcedência é matéria de mérito, mesmo porque
não recebimento de embargos de declaração está restrito a caso de
intempestividade.
Questão 6 - B
Justificativa: Aplicação do art. 1026, § 2o Quando manifestamente protelatórios
os embargos de declaração, o juiz ou o tribunal, em decisão fundamentada,
condenará o embargante a pagar ao embargado multa não excedente a dois
por cento sobre o valor atualizado da causa.
Questão 7 - C
Questão 8 - B
Justificativa: Aplicação do art. 1026, § 3o Na reiteração de embargos de
declaração manifestamente protelatórios, a multa será elevada a até dez por
cento sobre o valor atualizado da causa, e a interposição de qualquer recurso
ficará condicionada ao depósito prévio do valor da multa, à exceção da Fazenda
Pública e do beneficiário de gratuidade da justiça, que a recolherão ao final.
Introdução
Meu caro profissional, pós-graduando, nesta penúltima aula de nosso curso,
será abordada uma primeira parte relativa aos recursos excepcionais, quais
sejam, recurso especial (Artigo 105, III, CRFB/88) e recurso extraordinário
Objetivo:
1. Definir as características comuns aos chamados recursos excepcionais, como
a necessidade do chamado prequestionamento, a impossibilidade de reexame
de provas e a devolutividade restrita à matéria de direito;
2. Tratar do poder-dever do Estado-Judiciário de reunir recursos (excepcionais)
repetitivos como mais um dos modelos de julgamento por casos-pilotos
instaurados na ordem jurídica brasileira.
Conteúdo
Questões comuns aos recursos excepcionais
Estamos tratando, a partir de agora, dos chamados recursos excepcionais, ou
seja, os “não ordinários” (ou de fundamentação vinculada), pelas razões que
abordaremos justamente neste item, quais sejam:
EXTRAORDINÁRIO
Da tempestividade e do preparo
Trazemos, neste instante, em continuação, a seguinte questão: cabendo ambos
os recursos excepcionais, em que ordem se dá a apreciação?
Encerrando-se este tópico, façamos uma reflexão a respeito dos efeitos em que
os recursos excepcionais são ou podem ser recebidos. Não têm, em regra,
efeito suspensivo, mas, excepcionalmente, podem ter, como previsto no Artigo
1.029 do CPC/2015. E como se faz para conseguir esse efeito suspensivo?
“Não compete ao STF conceder medida cautelar para dar efeito suspensivo a
recurso extraordinário que ainda não foi objeto de juízo de admissibilidade na
origem" (Súmula 634).
Não cabe recurso especial contra acórdão que indefere a atribuição de efeito
suspensivo a agravo de instrumento. A decisão colegiada que entende pela
ausência dos requisitos necessários à atribuição do efeito suspensivo a agravo
de instrumento não resulta em decisão de única ou última instância, como
previsto no Artigo 105, III, da CF. Há necessidade de que o Tribunal julgue,
definitivamente, o agravo de instrumento em seu mérito para que a parte
vencida possa ter acesso à instância especial. A propósito, o STF sedimentou
entendimento que corrobora esse posicionamento com a edição da Súmula
735: “Não cabe recurso extraordinário contra acórdão que defere medida
liminar”. Precedentes citados: AgRg no AREsp 464.434-MS, Quarta Turma,
DJe 18/3/2014; e AgRg no AREsp 406.477-MA, Segunda Turma, DJe
27/03/2014. REsp 1.289.317-DF, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em
27/5/2014 (Informativo nº 541).
O direito à espécie
Expostas as questões até aqui desenvolvidas, devemos concluir asseverando
que, uma vez que os tribunais superiores em questão conheçam do recurso
excepcional, julgarão a causa, aplicando o direito à espécie, como já frisava a
Súmula 456 do STF e é ratificado pelo Artigo 1.034 do CPC/2015.
Significa, por exemplo, que, uma vez admitido um recurso especial por eventual
violação aos Artigos 186 e 927, ambos do Código Civil, percebe-se no STJ a
existência de incompetência absoluta do juízo monocrático de 1ª instância para
julgar aquela lide; certamente, deverá anular todo o processo, aplicando-se o
CPC no que tange à matéria.
Estamos falando, então, da razão da onda de julgamento por casos pilotos, que
gerou valorosas alterações na legislação processual nos últimos anos. Trata-se
de regra que impõe o sobrestamento dos recursos com questões jurídicas
semelhantes ou iguais até o julgamento do recurso-paradigma, ou seja, aquele
que melhor represente a controvérsia.
Nesse caso, todos os recursos que estavam sobrestados e que tenham sido
interpostos contra decisões proferidas no mesmo sentido da que agora o STJ
ou STF proferiu serão considerados prejudicados e, por conta disso, não
prosseguirão.
Veja, por exemplo, em relação ao antes escrito (não eficácia vinculante), que o
STJ, examinando este ponto (ainda fazendo menção ao CPC/73,
considerando-se tratar de julgado anterior ao de 2015), estabeleceu que o
Artigo 543-C, §8º, do CPC (1973) expressamente autoriza o tribunal recorrido a
não se retratar, mantendo sua decisão. Esclareceu-se, porém, que “a melhor
maneira de compatibilizar a ausência de efeito vinculante com o escopo visado
pela legislação processual é entender, em abrangência sistemática, que a
faculdade de manter o acórdão divergente da posição estabelecida por esse
Tribunal Superior em julgamento do rito do Artigo 543-C do CPC somente é
admissível quando, no reexame do feito, o órgão julgador expressa e
minuciosamente, identifica questões jurídica que não foi abordada na
decisão do STJ, se não houver peculiaridade que excepcione entendimento
fiado em julgamento do recurso repetitivo, a solução conferida pelo STJ deve
ser aplicada ao caso concreto, sob pena de inviabilizar a vigência e o escopo
do Artigo 543-C do CPC”, como vemos no seguinte julgado: STJ, Resp
1323111/DF, Rel Min Herman Benjamin, J 25.9.2012. Ao longo dos últimos
anos, tivemos relevantes julgamentos em recursos repetitivos, por exemplo:
Segunda Seção
V.I – das hipóteses (acima identificadas) III.1, III.2 e III.4, o próprio juiz ou
relator dará prosseguimento ao processo;
(VI) Da decisão que resolver o requerimento a que se refere o ITEM III caberá:
Estatuto de 2015
O estatuto de 2015, indubitavelmente, buscou melhor organizar o trâmite dos
recursos repetitivos, inclusive garantindo, ainda que com certa complexidade,
direito ao contraditório e recurso de decisões relativas ao sobrestamento.
Tentou-se evitar o que podemos chamar de tirania da suspensão obrigatória,
considerando-se a sequência de previsões normativas à disposição daquele que
teve seu processo suspenso e entende ter havido um equívoco por conta da
distinção entre seu caso e o paradigma.
Devemos nos ater neste espaço, por fim, ao fato de que, eventualmente,
determinado processo supostamente abrangido pela “questão repetitiva” possa
prosseguir, com interposição de (novo) recurso especial ou extraordinário, a
despeito do caso-piloto pendente de julgamento. Neste caso, o presidente ou
Referências
DIDIER JUNIOR, Fred e CUNHA, Leonardo José Carneiro, Curso de Direito
Processual Civil, 8 ed. v.3. Salvador: Jus Podium, 2010, p. 19.
CAMARA, Alexandre Freitas. O novo processo civil brasileiro. São Paulo: Atlas,
2015.
DIDIER JUNIOR, Fred. Curso de Direito Processual Civil, 17 ed. v.1.
Salvador: Jus Podium, 2015.
DIDIER JUNIOR, Fred, BRAGA, Paula Sarmo, OLIVEIRA, Rafael Alexandria.
Curso de Direito Processual Civil, 11 ed. v.2. Salvador: Jus Podium, 2016.
DIDIER JUNIOR, Fred, CUNHA, Leonardo Carneiro. Curso de Direito
Processual Civil, 13 ed. v.3. Salvador: Jus Podium, 2016.
DONIZETTI, Elpidio. Curso didático de direito processual civil. 19 ed. São
Paulo: Atlas, 2016.
FLEXA, Alexandre, MACEDO, Daniel, BASTOS, Fabrício. Novo Código de
Processo Civil – temas inéditos, mudanças e supressões.2 ed. Salvador:
Jus Podium, 2016.
MOREIRA, José Carlos Barbosa. Comentários ao Código de Processo Civil.
11. ed. rev. e atual. Rio de Janeiro: Forense, 2003. v. 5. p. 233.
SARLET, Ingo Wolfgang. Curso de direito constitucional. São Paulo: Revista
dos Tribunais, 2014.
Exercícios de fixação
Questão 1
Questão 2
Opte pela alternativa correta, após analisar as assertivas abaixo a respeito dos
recursos excepcionais:
Questão 3
a) O STJ está adstrito à matéria sobre a qual versou o recurso, por ter sido
a única objeto do prequestionamento.
Questão 4
Opte pela alternativa correta, após analisar as assertivas abaixo a respeito dos
recursos excepcionais:
Questão 5
Aula 7
Exercícios de fixação
Questão 1 - B
Questão 2 - C
Justificativa: Aplicação dos artigos 105, III e 102, III, CRFB/88. Não se trata de
violação à Constituição, logo não poderia ser recurso extraordinário. Não cabe
recurso especial, por se tratar de decisão de 1ª instância. Turmas recursais não
estão em sede Tribunais (em sentido técnico) – art. 98, I, CRFB.
Questão 3 - B
Justificativa: SÚMULA 456: O Supremo Tribunal Federal, conhecendo do
recurso extraordinário, julgará a causa, aplicando o direito à espécie.
Questão 4 - A
Justificativa: Trata-se da interpretação jurisprudencial trabalhada na aula.
Questão 5 - B
Justificativa: I – Havia distinção de entendimentos nos Tribunais superiores
(STJ e STF) a respeito da matéria; o STJ não admitia o chamado
prequestionamento ficto, enquanto o STF admitia.
Objetivo:
1. Definir, em seus exatos termos, o cabimento dos recursos excepcionais
(especial e extraordinário), tão essencial ao sistema jurídico brasileiro;
2. Tratar dos poderes do presidente ou vice-presidente do tribunal “recorrido”.
Licitude da prova;
Do objeto da convicção;
Do direito material;
Do ônus da prova;
Outras questões que antecedem a imediata relação entre o conjunto das provas
e os fatos, por dizerem respeito ao valor abstrato de cada uma das provas e
dos critérios que guiaram os raciocínios presuntivo, probatório e decisório.
Recurso extraordinário
Agora, recorreremos ao art. 102, inciso III, da Carta de 1988, segundo o qual
caberá ao Supremo Tribunal Federal julgar, mediante recurso extraordinário, as
causas decididas em única ou última instância, quando a decisão recorrida:
§3º Haverá repercussão geral sempre que o recurso impugnar acórdão que:
§9º O recurso que tiver a repercussão geral reconhecida deverá ser julgado no
prazo de 1 (um) ano e terá preferência sobre os demais feitos, ressalvados os
que envolvam réu preso e os pedidos de habeas corpus.
§11. A súmula da decisão sobre a repercussão geral constará de ata, que será
publicada no diário oficial e valerá como acórdão”.
Bem, mas este recurso, como se sabe, é julgado tão somente no próprio
tribunal a quo, de maneira que, uma vez improvido, não se enxerga, ao menos
a princípio, outro recurso por meio do qual se poderia provocar a análise pelo
tribunal superior respectivo. A respeito de alguns autores sobre este tema,
temos:
Flexa (2016, p. 774), por exemplo, ressalta que o legislador buscou estabelecer
e demonstrar a importância dos precedentes, prestigiando-se, pois, a função
constitucional outorgada ao STF e STJ, ainda que a forma com que foi tratada
tenha sido alvo de críticas, como ressaltado pelo próprio autor (p. 774 e 775): o
Lenio Streck e Dierle Nunes, por exemplo, ressaltam: “Parece que a ideia do
‘projeto’ repete o estilo ‘organizações tabajaras – seus problemas acabaram’: se
eu, tribunal superior, julguei um caso repetitivo, você, patuleu, não me venha
mais com churumelas (ou coisas desimportantes); simplesmente aplique
mecanicamente meu entendimento celestial e, perceba, nem existirá mais
recurso que consiga me fazer mudar de entendimento”.
(www.academia.edu/19895279/senado_vai_permitir_a_multa_do_novo_CPC_a
ntes_de_entrar_em_vigor; consulta em: 27.1.2016).
Referências
DIDIER JUNIOR, Fred e CUNHA, Leonardo José Carneiro, Curso de Direito
Processual Civil, 8 ed. v.3. Salvador: Jus Podium, 2010, p. 19.
CAMARA, Alexandre Freitas. O novo processo civil brasileiro. São Paulo: Atlas,
2015.
DIDIER JUNIOR, Fred. Curso de Direito Processual Civil, 17 ed. v.1.
Salvador: Jus Podium, 2015.
DIDIER JUNIOR, Fred, BRAGA, Paula Sarmo, OLIVEIRA, Rafael Alexandria.
Curso de Direito Processual Civil, 11 ed. v.2. Salvador: Jus Podium, 2016.
DIDIER JUNIOR, Fred, CUNHA, Leonardo Carneiro. Curso de Direito
Processual Civil, 13 ed. v.3. Salvador: Jus Podium, 2016.
DONIZETTI, Elpidio. Curso didático de direito processual civil. 19 ed. São
Paulo: Atlas, 2016.
FLEXA, Alexandre, MACEDO, Daniel, BASTOS, Fabrício. Novo Código de
Processo Civil – temas inéditos, mudanças e supressões.2 ed. Salvador:
Jus Podium, 2016.
MOREIRA, José Carlos Barbosa. Comentários ao Código de Processo Civil.
11. ed. rev. e atual. Rio de Janeiro: Forense, 2003. v. 5. p. 233.
SARLET, Ingo Wolfgang. Curso de direito constitucional. São Paulo: Revista
dos Tribunais, 2014.
Exercícios de fixação
Questão 1
Questão 2
Opte pela alternativa correta, após analisar as assertivas abaixo a respeito dos
recursos excepcionais:
Questão 3
Questão 4
a) Recurso de apelação.
c) Agravo interno.
d) Agravo inominado.
Questão 5
b) Recurso extraordinário.
c) Recurso especial.
d) Pedido de Uniformização.
Aula 8
Exercícios de fixação
Questão 1 - D
Justificativa: 102, § 3º CRFB: No recurso extraordinário o recorrente deverá
demonstrar a repercussão geral das questões constitucionais discutidas no
caso, nos termos da lei, a fim de que o Tribunal examine a admissão do
recurso, somente podendo recusá-lo pela manifestação de dois terços de seus
membros. (Incluída pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Questão 3 - B
Justificativa: Art. 1.036. Sempre que houver multiplicidade de recursos
extraordinários ou especiais com fundamento em idêntica questão de direito,
haverá afetação para julgamento de acordo com as disposições desta
Subseção, observado o disposto no Regimento Interno do Supremo Tribunal
Federal e no do Superior Tribunal de Justiça.
Questão 4 - C
Justificativa: Conforme art. 1042, CPC: Cabe agravo contra decisão do
presidente ou do vice-presidente do tribunal recorrido que inadmitir recurso
extraordinário ou recurso especial, salvo quando fundada na aplicação de
entendimento firmado em regime de repercussão geral ou em julgamento de
recursos repetitivos. E, conforme art. 1030, § 2º : da decisão proferida com
fundamento nos incisos I e III caberá agravo interno, nos termos do art. 1.021.
Questão 5 - B
Justificativa: Possível aplicação do art. 102, III, da CRFB/88.