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Guilherme M.

Chaves – USCS Bela Vista – T4 1

RESUMO DE NCS – AC. 6.2 – PERDA DE PESO

SP1 – Sd. Fragilidade no Idoso


- Conceito: Caracteriza-se pela maior vulnerabilidade e desfechos clínicos
adversos em consequência da diminuição das reservas funcionais de múltiplos
sistemas e incapacidade progressiva de adaptação à estressores. Esse ↑ da
vulnerabilidade leva a maior dependência e ou mortalidade quando exposto a algum
estressor. Pode ocorrer como resultado de multi comorbidades.

- Classificação:

o De acordo com a AGA:


 Idoso Pré-frágil: Estágio precoce em que o idoso apresenta 1 ou 2 dos
critérios;
 Idoso frágil: Presença de 3 ou mais dos critérios;

o De acordo com FRIED:


 Não Frágeis ou Robustos: Quando nenhum critério é +;
 Pré Frágeis: Presença de 1 a 2 critérios +;
 Frágeis: Presença de 3 ou mais +;
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- Quadro Clínico:

Os sinais e sintomas relacionados com a fragilidade que mais concordância


apresentavam:

o Perda de massa muscular (Sarcopenia);


o Fraqueza;
o Alentecimento dos movimentos;
o Diminuição da atividade e dos compromissos;
o Baixa ingestão calórica;
o Inexplicável perda de peso (> 5% ou 4,5kg nos últimos 12 meses);

Os indivíduos frágeis apresentam, assim, maior risco para um número


importante de desfechos adversos em saúde incluindo:

o Dependência;
o Institucionalização;
o Quedas;
o Lesões;
o Doenças Agudas;
o Hospitalização;
o Recuperação lenta ou ineficaz dessas alterações;
o Morte;
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- Epidemiologia:

A incidência varia conforme a definição adotada, mas a literatura aponta


prevalência de até 16% de idosos frágeis e cerca de até 44% de idosos pré-
frágeis na população de idosos em geral. A incidência aumenta com a idade,
podendo chegar a praticamente 25% de idosos na faixa dos 90 anos de idade.

A população de maior risco é formada por:

o Pessoas do sexo feminino (2:1);


o Idade avançada (> 80 anos);
o Tabagistas;
o Baixa condição socioeconômica;
o Baixa escolaridade;
o Portadores de transtornos de humor (depressão);
o Indivíduos com diversas comorbidades;

- Fisiopatologia:

. Caracteriza-se por 3 pilares:

o Sarcopenia;
o Desregulação Neuroendócrina;
o Disfunção Imunológica;
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 Sarcopenia:

É o declínio na força muscular decorrente da substituição da massa muscular


por tecido adiposo e fibroso. Isso é responsável pelo ↑ da resistência à insulina –
Como a insulina é um importante hormônio anabólico, sua ↓ em nível tecidual, pode
contribuir em estado catabólico generalizado.

 Desregulação Neuroendócrina:

Com o avançar da idade, a sensibilidade das respostas e a velocidade de


transmissão do sistema neuroendócrino diminui (+ lentificado).

 Hormônio do Crescimento (GH): Ocorre uma ↓, impactando a manutenção de


massa óssea e muscular;
 Mulheres: ↓ estrógeno  declínio da densidade mineral óssea, ↓ massa
muscular e ↑ tecido gorduroso  ↑ risco cardiovascular;
 Homens: ↓ testosterona  ↓ massa muscular (sarcopenia);
 ↑ Cortisol: causa alterações inflamatórias e feedback HHA;
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 Outros: ↓ de  resposta à insulina; resposta da adrenal; excreção de sódio,


potássio e folato (causando retenção hídrica); capacidade aeróbica; síntese
de vitamina D;

 Desregulação Imunológica:

Inflammaging: característica importante do processo de imunosenescência;


trata-se de um estado de atividade inflamatória basal sistêmica, podendo ser
consequência de um estresse antigênico crônico ou de uma maior produção de
citocinas pró-inflamatórias relacionadas ao aparecimento de doenças crônicas,
fragilidade e mortalidade. Nesse estado observa-se:

 ↑ PCR;
 ↑ IL-6;
 ↑ Leucócitos;

. Outros:

 ↓ na habilidade das células T em secretar TH2 (importante para o ↑ da


resposta à hipossensibilidade)  ↓ Células B e ↓ produção de anticorpos 
idosos mais vulneráveis a infecções;
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- Diagnóstico Diferencial:

o Sd. dá Caquexia (uma síndrome metabólica complexa, associada a doença e


caracterizada pela perda de músculo, com ou sem a perda de massa gorda);
o Câncer;
o ICC;
o DPOC;
o Outros;

- Abordagem Terapêutica:

. Objetivo principal: manter a independência e a qualidade de vida do indivíduo


idoso, além de evitar hospitalizações desnecessárias e institucionalização.

o Atividade Física:
 Unimodal (resistida, aeróbica, ou treinamento de equilíbrio e
coordenação);
 Multimodal (combinação de tipos diferentes);

Ambas parecem trazer ganhos para a velocidade de marcha, força


muscular, mobilidade e performance física, mas há uma preferência pela
atividade física multicomponente.

o Suplementação proteico-calórica:
 Na presença de perda de peso, sinais de desnutrição ou sarcopenia;
OU
 Suplementação proteica isolada em combinação com um programa de
atividade física;

o Outras Intervenções:
 Desprescrição de medicamentos inapropriados;
 Uso de IECA (?) - controverso;
 Suplementação de vitamina D em caso de insuficiência/deficiência -
melhora da performance muscular;

- Causas de perda de peso em idosos:

As causas de perda de peso podem ser divididas em: sociais, psiquiátricas,


clínicas e relacionadas à idade. Ou dividem em orgânicas, psicossociais ou
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idiopáticas. As diversas condições clínicas relacionadas com a perda de peso, para


facilidade didática, podem ser agrupadas em três categorias básicas:

o Oferta reduzida de nutrientes/calorias: a ingestão de alimentos é


influenciada por estímulos olfativos, gustativos e visuais, bem como por
fatores genéticos, psicológicos e socioeconômico-culturais. A redução do
aporte alimentar pode estar presente pela conjunção de vários desses
aspectos. A anorexia pode ser verificada na fase inicial ou no decorrer de
uma série de processos mórbidos;
o Aumento da demanda metabólica: representa situações que envolvem
processo de catabolismo acelerado, com redução substancial dos depósitos
corporais de gordura e massa proteica, como se percebe nos estados de
debilidade crônica do organismo. Está presente, de maneira geral, nas
neoplasias, nos processos febris de diversas origens, na síndrome da
resposta inflamatória sistêmica, na sepse, na insuficiência cardíaca
congestiva, nas doenças infecto parasitárias crônicas, no pós-traumatismo
acidental ou cirúrgico extenso e em pessoas com atividades físicas
extenuantes ou que estão em período de estirão do crescimento. As
condições hipermetabólicas também ocorrem quando do uso continuado de
psicotrópicos (anfetaminas, cocaína, heroína, entre outros).
o Perda excessiva de nutrientes/calorias: pode haver perda de nutrientes
através de vômito, diarreia, glicosúria, proteinúria e drenagem fistulosa. É
observada no diabetes mellitus, em nefropatias e em processos de má-
absorção secundários a tumores, doenças inflamatórias, infecções e
parasitoses intestinais e a uso de medicamentos.
o Uso de medicamentos (causa secundária): podem interferir nos processos
de digestão e absorção dos alimentos, na saciedade, no apetite e no
metabolismo em geral. Assumem especial importância nos idosos, que, não
raro, utilizam múltiplos medicamentos. Os principais medicamentos
responsáveis por esse efeito com seus respectivos mecanismos
fisiopatológicos são:
 Digitálicos (redução do apetite, náusea, vômito, diarreia);
 Anti-histamínicos, inibidores da enzima conversora de angiotensina,
carbamazepina, alopurinol, levodopa, clofibrato, lítio, baclofeno
(disgeusia, anorexia);
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 Levotiroxina, anfetaminas (hipermetabolismo); antibióticos (diarreia,


má absorção);
 Teofilina (hipermetabolismo, dispepsia, náusea, anorexia);
 Antidepressivos tricíclicos, Diuréticos e Clonidina (xerostomia);
 AINES, ISRS (dispepsia, náusea, hiporexia);
 Laxativos (diarreia);

OBS: Dessa forma, se pede os seguintes exames:

 Hemograma Completo: Para ver níveis de vitamina B12 e Hormônios


Tireoidianos (T3, T4 e TSH);
 Exames de Imagem (Ex: TC): Para ver se há algum hematoma
subdural, ou alguma outra doença vascular (Ex: AVC) e se há
hidrocefalia;
O que a falta de Vitamina B12 pode causar?

R: Desenvolve-se anemia, causando palidez, fraqueza, fadiga, e se for grave,


falta de ar e tonturas. Uma deficiência grave de Vit. B12 pode lesionar os
nervos, causando formigamento ou perda de sensibilidade nas mãos e nos
pés, fraqueza muscular, perda de reflexos, dificuldade em andar, confusão
e demência.

- Mnemônicos dos 9Ds:

As causas de perda de peso em idosos com o mnemônico dos nove "Ds":

1. Dentição (próteses dentárias mal adaptadas, dor ao mastigar, diminuição do


paladar, lesões gengivais);
2. Disgeusia (perda do olfato e do paladar com a idade, efeito de drogas);
3. Disfagia;
4. Diarreia;
5. Doença;
6. Depressão;
7. Demência (perda progressiva dos instintos de sede e fome);
8. Disfunção (perda de ente querido, condições socioeconômicas precárias,
dependência);
9. Drogas.
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A função da utilização do mnemônico é facilitar o atendimento ao idoso, com


ênfase nos critérios do emagrecimento, uma vez que já apresenta uma dinâmica
peculiar de consulta, é fato comum a todos a utilização de critérios, escalas,
índices e protocolos. Vários deles fazem parte da avaliação geriátrica ampla
(AGA) ou são consagrados pelo seu amplo uso, sendo o mais usado dos "Nove D's".
Torna-se, assim, frequente a criação de regras mnemônicas para a rápida
lembrança de circunstâncias relacionadas à prática clínica.

 Quadro Demencial:
- Conceito: A demência é caracterizada por declínio cognitivo ou modificações
comportamentais (neuropsiquiátricas) em relação a um nível prévio de
desempenho que causa perda da independência para as atividades de vida diária.
A doença de Alzheimer e a demência vascular são as principais formas de
demência no idoso, correspondendo a cerca de 80% a 90% das causas. A
identificação do declínio cognitivo visa intervir precocemente em causas
secundárias e reversíveis, bem como planejar o cuidado dos pacientes com
demência.

- Classificação:

o Evolutivas – Declínio progressivo por doenças neurodegenerativas, vascular


ou infecção crônica;
o Estáticas – Demência vascular com fator de risco controlado, sequela de
lesão cerebral aguda por trauma ou infecção; OU
o Potencialmente reversíveis – Como causada por deficiência de vit. B12 ou
hipotireoidismo;

- Tipos:
o Doença de Alzheimer (DA): doença cerebral degenerativa primária, de
início insidioso, perda de memória com declínio cognitivo lento e progressivo.
 Etiologia: multifatorial, aspectos neuropatológicos e neuroquímicos
característicos. Fatores genéticos são relevantes em 32,9% de casos
diagnosticados, além do fator idade;
 A DA evolui em três estágios: inicial, intermediário e avançado. Há
um pior desempenho de memória verbal e repetição de linguagem;
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o Demência vascular: não é uma doença, mas um grupo heterogêneo de


síndromes (vascular e mudanças cerebrais relacionadas). Apresenta-se com
início abrupto, geralmente após um episódio vascular e flutuação do déficit
cognitivo. É o segundo tipo mais prevalente de demência.
 Etiologia: multifatorial. O paciente apresenta déficits maiores em
testes de movimento repetitivo e dependente de velocidade motora;

o Demências dos corpúsculos de Lewy: o paciente apresenta flutuação na


cognição, alucinações visuais recorrentes bem formadas e parkinsonismo
precoce;
o Demências frontotemporais ou Doença de Pick: patologia de início pré-
senil (a partir de 45 anos), apresenta mudanças na personalidade e no
comportamento e/ou alteração da linguagem como características iniciais
bem marcantes. São comuns alterações do comportamento sexual, como
desinibição, jocosidade e hipersexualidade, além de hiper-oralidade,
hiperfagia com ganho de peso e obsessão em tocar objetos. O
comprometimento da memória é geralmente mais tardio;

- Epidemiologia:

o Brasil é o 2º país com o maior nº de casos no mundo;


o 5ª maior causa de morte no mundo;
o 2ª maior causa de morte em idosos no mundo;
o 23ª maior causa de redução de esperança de vida devido a incapacidade;
o Prevalência maior em mulheres;
o Mais prevalente com o aumento da idade (dobrando a cada 5 anos entre 50
e 80 anos de idade);

- Quadro Clínico:

Os sintomas da maioria das formas de demência são semelhantes, provocando:


o Perda de memória;
o Problemas de usar a linguagem;
o Mudança de personalidade;
o Desorientação;
o Dificuldade em fazer tarefas diárias habituais;
o Comportamento inapropriado ou perturbador;
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. Fase inicial:
o Desorientação no tempo e no espaço;
o Perda de objetos, ou colocação de objetos em locais inapropriados;
o Mudança no humor e comportamento;
o Mudança na personalidade;
o Perda de iniciativa;

. Fase Intermediária:

Dificuldade ou impossibilidade em:


o Aprender e lembrar novas informações;
o Lembrar de eventos passados (às vezes);
o Executar tarefas diárias de autocuidado (tomar banho, comer, se vestir...);
o Reconhecer pessoas e os objetos;
o Manter o controle do tempo e saber onde estão;
o Entender o que veem e ouvem (levando a confusão);
o Controlar o seu comportamento;

. Fase mais avançada:

o Perda de memória/agnosia (não reconhece ou identifica para que servem os


objetos, pessoas, sons, formas);
o Dificuldade na execução de tarefas familiares/apraxia (perda da
capacidade para executar movimentos e gestos como vestir-se, alimentar-
se);
o Problemas com a linguagem/afasia: incapacidade de nomear pessoas e
objetos;
o Pobreza ou declínio de julgamento (o julgamento é alterado, perdendo a
noção de riscos);
o Problemas com o pensamento abstrato;

. Distúrbios Comportamentais:

o Atos inadequados (Ex: tirar a roupa na rua se estiver com calor);


o Agressividade (Ex: se interpretar uma oferta de ajuda como ameaça);
o Repetitivo (Devido perda da memória de curto prazo e não se lembrar de
terem perguntado algo);
o Agitação (Por não conseguirem expressar suas necessidades, podem gritar
ou perambular, quando se sentem sozinhas ou assustadas);
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- Diagnóstico:
o Avaliação de um médico;
o Teste do estado mental;
o Algumas vezes testes neuropsicológicos;

o Exames de sangue e exames por imagem para descartar causas;


o A falta de memória costuma ser o primeiro sinal de demência notado por
familiares ou médicos;

 Captopril:

- Sistema Renina-Angiotensina-Aldosterona:

1. Renina produzida pelas células justaglomerulares - arteríola aferente do


glomérulo renal. Ativada por:

A. Redução da pressão (baroceptores), estimula liberação de renina;


B. Ativação do simpático;
C. Diminuição da concentração de sódio- mácula densa;

2. Renina converte angiotensinogênio em angiotensina 1.

3. Enzima conversora de angiotensina (ECA) converte ang. 1 em ang. 2.

 Atua também como bradicininase (degrada a bradicinina em metabólitos


inativos);

4. Ang. 2, efeitos:

o Vasoconstrição - aumenta pressão por meio da vasoconstrição arteriolar


eferente;
o Induz liberação de Aldosterona, que promove reabsorção de sódio renal
(sódio retém líquido no corpo, aumentando pressão);
o Estimula ADH (hormônio antidiurético);
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- IECA (Inibidores da ECA):

 Não ocorre conversão de angiotensina 1 para angiotensina 2, portanto (Ir


comparando com os efeitos da ang. 2):

1. Não ocorre vasoconstrição, pressão não aumenta;


2. Diminui níveis séricos de aldosterona, excreção de sódio se mantém normal,
não é reabsorvido em grandes quantidades;
3. Não ativa ADH;
4. Devido a ECA atuar como bradicininase, ocorre acúmulo dessa substância,
que está presente na cascata inflamatória;

A teoria mais aceita é que devido a esse acúmulo ocorre inflamação e


broncoconstrição, em conjunto com um aumento de prostaglandinas.

. Classe Medicamentosa:

o Inibidores da ECA;

. Farmacocinética:

o Ação curta;
o Meia Vida: +/- 2h;
o Dose: Tomar de 2 a 3 vezes ao dia;
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. Efeitos Adversos:

o Tosse;
o Hipotensão;
o Proteinúria;
o Distúrbio do paladar!!!

. Prescrição:

o HAS;
o ICC;
o Após IAM;
o Nefropatia Diabética;
o IRC;

. Outros agentes da classe:

o Enalapril (principal) !!!;


 Meia vida: +/- 11h;
 Dose: Tomar 1 a 2 cp por dia;
 Mesma indicação;
 Efeitos adversos:
 Tosse;
 Hipotensão;
 Comprometimento renal reversível (em pacientes com estenose
da A. renal);

. Observações:

o Os IECA são depurados principalmente por eliminação renal;


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. Mecanismo de Ação:

Os inibidores da ECA causam apenas uma pequena queda da pressão arterial


em indivíduos saudáveis que estejam consumindo a quantidade de sal contida em
uma dieta ocidental normal, porém causam uma queda muito maior da PA nos
hipertensos, particularmente naqueles em que a secreção de renina esteja
aumentada (p. ex., nos pacientes que recebem diuréticos).
Os IECAs afetam os vasos de capacitância e de resistência e reduzem a carga
cardíaca, bem como a pressão arterial. Atuam, preferencialmente, sobre os leitos
vasculares sensíveis à angiotensina, que incluem os rins, o coração e o cérebro.
Essa seletividade pode ser importante para sustentar a perfusão adequada
desses órgãos vitais em face da redução da pressão de perfusão. A estenose
crítica da artéria renal é uma exceção, caso em que a inibição da ECA acarreta
queda da taxa de filtração glomerular.

o Retenção de água e sódio;


o Vasoconstrição;
o Aumentar a liberação de aldosterona nas suprarrenais;
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. Os BRA são bloqueadores dos receptores AT1 da angiotensina II;


. Outra ação dos IECA e dos BRA é no glomérulo:
o Com o uso de um desses medicamentos, haverá a diminuição da ação da
angiotensina II, o que levará a:
 Vasodilatação da arteríola eferente = mais fácil do sangue sair do
glomérulo; com isso, se diminui a pressão de filtração dentro do
glomérulo (bom para pacientes que tem proteinúria – irá diminuir a
proteinúria deles);

. Contraindicação:
o Insuficiência Renal (Ritmo de Filtração Glomerular (RFG) < 30);
o Hipercalemia > 5,5;
o Gravidez;

OBS: Se o paciente tiver tosse seca e/ou angioedema com IECA, deve-se
substituir por um BRA!!!

OBSERVAÇÃO PARA TTO DE HAS:

o Para TTO de HAS 1 (baixo risco):


 MEV (Mudança de Estilo de Vida - emagrecer, reduzir o sal na comida
e atividade física) por 3 a 6 meses;
 Caso mesmo assim, após esse período, a PA não tiver reduzido,
iniciamos TTO farmacológico (Em Monoterapia; 1ª Linha);

o Tiazídico (Ex: Hidroclorotiazida ou Indapamida ou Clortalidona); OU


o Bloqueador do Canal de Cálcio (BCC - Ex: Nifedipino ou Anlodipino =
vasodilatadores; Diltiazem ou Verapamil = Ação Bradicárdica, atuando mais
na FC); OU
o IECA (Ex: Captopril ou Enalapril); OU
o BRA (Ex: Losartana ou Valsartana);

o Para TTO de HAS 1 (alto risco), HAS 2 e HAS 3:


 MEV + TTO farmacológico de cara;
 Nesse TTO farmacológico se faz combinação de 2 drogas de 1ª linha:
 Tiazídico + IECA; OU
 BCC + BRA; OU
 Combinação de IECA + BRA é PROIBIDA!!!
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 Aumenta o risco de insuficiência renal; hipercalemia e sem


melhora do caso;

- Iatrogenia nos Idosos:

Há mais chance de iatrogenia em idosos por vários motivos, eles apresentam:

o Taxas mais altas de analfabetismo (prejudicando a correta utilização da


prescrição);
o Têm mais doenças;
o Frequentam mais o serviço de saúde;

Isto aumenta a chance de sofrerem intervenções diagnósticas ou terapêuticas,


mesmo que bem indicadas.
A iatrogenia medicamentosa é um importante capítulo da geriatria. Idosos em
geral acumulam doenças crônicas que requerem tratamento farmacológico
contínuo com número cada vez mais alto de medicamentos (“polifarmácia”). No
entanto, o envelhecimento do organismo se acompanha de redução da reserva de
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diversos sistemas fisiológicos: a redução da complacência ventricular, do ritmo


de filtração glomerular renal, da massa óssea e do fluxo sanguíneo hepático. Isso
aumenta o risco e a intensidade de efeitos adversos e de diversas modificações
da farmacocinética e farmacodinâmica das drogas. Por esses motivos, a
prescrição em geriatria deve atender a alguns cuidados.

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REFERÊNCIAS:
1. de, FREITAS, Elizabete, V. e PY, Ligia (eds.). Tratado de Geriatria e Gerontologia, 4a edição.
Disponível em: Minha Biblioteca, Grupo GEN, 2016

2. https://sbgg.org.br/wp-content/uploads/2014/10/saude-do-idoso-2edicao-revisada.pdf

3. http://rmmg.org/artigo/detalhes/390

4. Geriatrics, Gerontology and Aging (ggaging.com)

5. Investigação de síndrome consumptiva - Karina Moraes Kiso Pinheiro, Irineu Francisco Defino
Silva Massaia, Milton Luiz Gorzoni, Luis Claudio Marrochi, Renato Moraes Alves Fabbri)

6. Galhardi, DI TOMMASO, Ana B. Geriatria - Guia Prático. Disponível em: Minha Biblioteca,
(2nd edição). Grupo GEN, 2021.

7. WHITEBOOK Clinical Decision. [S. l.]: Portal PEBMED, 2021. Disponível em:
https://whitebook.pebmed.com.br/home.

8. https://www.msdmanuals.com/ptbr/profissional/geriatria/preven%C3%A7%C%A3o-de-
doen%C3%A7a-e-incapacidades-noidoso/preven%C3%A7%C3%A3odafragilidade

9. https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/geriatria/preven%C3%A7%C3%A3o-de-
doen%C3%A7a-e-incapacidades-no-idoso/vis%C3%A3o-geral-da-preven%C3%A7%C3%A3o-
de-doen%C3%A7as-e-incapacidades-no-idoso

10. https://www.researchgate.net/figure/FIGURA-4-TRIADE-DA-SINDROME-DE-
FRAGILIDADE-SEGUNDO-MODELO-PROPOSTO-POR-FRIED E_fig3_270437788

11. https://www.scielo.br/j/rbepid/a/dhZVDQWSSkkLCWcS6KDZGVp/?lang=pt#

12. https://www.medlogic.com.br/single-post/2017/03/07/identificac3a7c3a3o-de-
fragilidade-do-idoso-e-os-primeiros-cuidados

13. https://www.studocu.com/pt-br/document/universidade-federal-da-
paraiba/geriatria/aula-5-sindrome-de-imobilidade-sindrome-de-fragilidade/4341720

14. http://rmmg.org/artigo/detalhes/390
Guilherme M. Chaves – USCS Bela Vista – T4 19

15.
https://www.ufrgs.br/telessauders/documentos/protocolos_resumos/neurologia_resumo_de
mencia_TSRS.pdf

16. https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-
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17. https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-
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18. https://www.scielo.br/j/abc/a/7NGx485SX4HgXpjmmDMjYpw/?lang=pt

19. https://sbgg.org.br/wp-content/uploads/2014/10/saude-do-idoso-2edicao-revisada.pdf

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