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METODOLOGIA DE

CLASSIFICAÇÃO ESTATÍSTICA DE
DESLIGAMENTOS FORÇADOS E DO
DESEMPENHO DE PROTEÇÃO,
RELIGAMENTO AUTOMÁTICO E
SEP
Dezembro/2013

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Metodologia de Classificação Estatística

Sumário
1 Introdução ............................................................................ 3
2 Objetivo ............................................................................... 4
3 Metodologia de classificação estatística ..................................... 5
3.1 Definições básicas.............................................................. 5
3.1.1 Componente ............................................................... 5
3.1.2 Desligamento forçado .................................................... 6
3.1.3 Tentativa de restabelecimento .......................................... 6
3.1.4 Perturbação ................................................................ 7
3.1.5 Sistema de proteção ...................................................... 7
3.1.6 Função proteção .......................................................... 7
3.2 Classificação estatística ....................................................... 8
3.2.1 Desligamento forçado .................................................... 8
3.2.2 Tentativa de restabelecimento ........................................ 14
3.2.3 Atuação de Proteção ................................................... 14
3.2.4 Atuação do Esquema de Religamento Automático ................ 21
3.2.5 Atuação de Sistemas Especiais de Proteção - SEP .............. 25
4 Referências......................................................................... 27
Anexo 1: Exemplos de classificação de Origem da Causa do Desligamento . 28

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Metodologia de Classificação Estatística

1 Introdução

O processo de classificação estatística de desligamentos forçados e


desempenho da proteção, esquemas de religamento automático e de Sistemas
Especiais de Proteção - SEP encontra-se estabelecido no Submódulo 11.2 dos
Procedimentos de Rede (Proteção e controle).

No referido submódulo estão definidas as responsabilidades atribuídas ao ONS


e aos agentes. Para que essas responsabilidades sejam atendidas
satisfatoriamente, o ONS e os agentes devem fazer o uso de uma metodologia
estatística unificada e perene, a qual viabilize a agregação dos dados de todos
os agentes de operação do Sistema Interligado Nacional – SIN sob uma única
filosofia, bem como a comparação entre dados recentes e históricos.

A metodologia de classificação estatística tem como objetivo estabelecer


critérios que possibilitem a transformação de uma análise descritiva de uma
perturbação em códigos estatísticos. Com base nesses códigos, torna-se
possível a avaliação estatística de perturbações, desligamentos forçados,
atuações de proteção, esquemas de religamento automático e de SEP.

A primeira versão da metodologia de classificação estatística ora vigente foi


concebida em abril de 1979, sob a responsabilidade do Grupo de Trabalho de
Proteção (GTP) - Subcomitê de Estudos Elétricos - Grupo Coordenador para a
Operação Interligada (GCOI).

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Metodologia de Classificação Estatística

2 Objetivo

Este documento tem como objetivo apresentar a metodologia de classificação


estatística de desligamentos forçados e do desempenho de proteções de
Componentes, esquemas de religamento automático e de Sistemas Especiais
de Proteção – SEP.

Para tanto, este documento encontra-se dividido em duas partes: conceitos


básicos (item 3.1) e considerações sobre os atributos para os quais é realizada
a classificação estatística (item 3.2).

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Metodologia de Classificação Estatística

3 Metodologia de classificação estatística

3.1 Definições básicas


3.1.1 Componente
O componente é definido como o conjunto equipamento principal/equipamentos
complementares/acessórios limitado por um ou mais disjuntores.

No contexto do processo associado ao Submódulo 11.2 dos Procedimentos


Rede, enquadram-se no conceito de Componente as Funções Transmissão -
FT (Linha de Transmissão - LT, Transformação - TR, Módulo Geral - MG e
Controle de Reativos - CR) e a Função Geração - FG. Cabe ressaltar que a FT
- Módulo Geral é representada pelo componente Barramento. O conceito de
Função Transmissão considerado nesta metodologia encontra-se detalhado na
Resolução Normativa ANEEL N° 191, de 12 de dezembro de 2005.

No caso das Funções Geração, por critério estabelecido nesta metodologia,


caso não haja disjuntor entre a unidade geradora e o transformador elevador,
considerar-se-á como componente o conjunto gerador (conjunto formado pela
unidade geradora e o transformador elevador).

A Figura 1 exemplifica genericamente o conceito de componente.

Componente Barramento Componente TR

Componente LT
G
FG
G

Componente CR

Figura 1 - Exemplo genérico do conceito de Componente


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Metodologia de Classificação Estatística

3.1.2 Desligamento forçado


O desligamento forçado se caracteriza pelo ato de retirada de serviço de um
componente, em condições não programadas, resultante de falha ou de
desligamento de emergência. O desligamento forçado impõe que o
equipamento seja desligado automática ou manualmente para evitar riscos à
integridade física de pessoas ou do meio ambiente, danos ao equipamento
e/ou outras conseqüências ao sistema elétrico.

No contexto do processo associado ao Submódulo 11.2 dos Procedimentos


Rede, também é considerado como forçado o desligamento não programado
de caráter indevido, seja ele acidental (sem distúrbio no SIN) ou incorreto (com
distúrbio no SIN). Este conceito é válido tanto para os desligamentos manuais
quanto para os automáticos.

São também considerados desligamentos forçados aqueles decorrentes de


atuações de SEP ou de configuração (detalhado no item Erro! Fonte de
referência não encontrada. deste documento).

Cabe ressaltar que as manobras realizadas com o objetivo de adequação de


configuração (Ex.: preparação para restabelecimento), tanto por acionamento
manual quanto por esquemas automáticos, não são considerados
desligamentos forçados por esta metodologia.

Em geral, os desligamentos forçados são classificados como automático ou


manual. Entretanto, há outros dois tipos especiais de classificação
estabelecidos por esta metodologia, quais sejam: fictício e conveniência
operativa. Esses tipos de desligamentos, assim como os demais atributos do
desligamento forçado, encontram-se conceituados no item 3.2 deste
documento.

3.1.3 Tentativa de restabelecimento


A tentativa de restabelecimento se caracteriza pelo não fechamento de um
terminal do componente na ocasião da normalização do componente.

O insucesso do fechamento deve estar obrigatoriamente associado à atuação


de proteção, bem como a tentativa de restabelecimento deve estar relacionada

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Metodologia de Classificação Estatística

a um desligamento forçado. Portanto, tentativas de restabelecimento sem


sucesso de componentes que estejam retornando de manutenção ou de estado
operativo “desligado por conveniência operativa” não são consideradas.

A tentativa de restabelecimento pode ser manual ou automática, esta última


decorrente de um religamento automático insatisfatório.

3.1.4 Perturbação
A perturbação se trata de uma ocorrência no SIN caracterizada pelo
desligamento forçado de um ou mais de seus componentes, que acarreta
quaisquer das seguintes conseqüências: corte de carga, desligamento de
outros componentes do sistema, danos em equipamentos ou violação de
limites operativos.

3.1.5 Sistema de proteção


O Sistema de Proteção representa o conjunto de equipamentos e acessórios
destinados a realizar a proteção para curto-circuito e para outras condições de
operação anormais em componentes de um sistema elétrico. Considera-se que
a cada terminal de um componente está associado um sistema de proteção.
Entende-se como terminal a instalação associada ao componente. Portanto,
uma linha de transmissão possui 2 (dois) terminais e, por consequência, 2
(dois) sistemas de proteção. Por outro lado, os demais tipos de componentes
(transformadores, barramentos e componentes de compensação de reativos)
são associados a uma única instalação. Com efeito, esses componentes
possuem um sistema de proteção.

3.1.6 Função proteção


Trata-se da função desempenhada por um determinado elemento do sistema
de proteção. A função do relé de proteção, por exemplo, é de detectar
condições anormais, indesejáveis ou intoleráveis no sistema elétrico, e causar
a pronta remoção de serviço dos componentes sob o defeito ou falha, ou dos
componentes sujeitos a danos, ou ainda dos componentes que de alguma
maneira possam interferir na efetiva operação do resto do sistema. O relé de
proteção pode ter o desempenho da sua função comprometida por problemas

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Metodologia de Classificação Estatística

diretamente relacionados ao próprio relé ou a fatores externos, como falha


humana. Portanto, não se deve confundir a função desempenhada pelo relé
com o desempenho do hardware do relé. Este último é apurado expurgando
todos os fatores externos ao relé.

3.2 Classificação estatística


3.2.1 Desligamento forçado
A presente metodologia estabelece os seguintes atributos para o desligamento
forçado:

i. Tipo de desligamento (automático, manual, conveniência operativa ou


fictício);

ii. Origem da causa do desligamento (Interna, Secundária, Externa ou


Operacional);

iii. Localização;

iv. Causa do desligamento;

v. Natureza da causa do desligamento (fugitiva ou permanente);

vi. Natureza elétrica;

vii. Tipo de restabelecimento (automático, manual ou indisponível).

A seguir, os referidos atributos são conceituados.

3.2.1.1 Tipo de desligamento


Conforme descrito no item 0 deste documento, o desligamento pode ser
classificado em quatro tipos, a saber:

• Automático
Este tipo de desligamento ocorre quando a abertura dos disjuntores é
comandada automaticamente por atuação (correta ou não) de
proteção/SEP ou por acidentalidade provocada por falha humana ou
anormalidade em fiação ou sistema de comando e controle.

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Metodologia de Classificação Estatística

• Manual
O desligamento forçado manual é caracterizado quando da abertura dos
disjuntores pelo comando não programado do operador. Enquadram-se
nesses casos manobras de emergência (abertura desejável), acidentais
ou incorretas.

• Fictício
Trata-se de um desligamento cadastrado para viabilizar o registro de
atuação acidental ou recusa de atuação de proteção de equipamento
que não tenha sofrido desligamento forçado, mas que a atuação
acidental ou a recusa de atuação tenha provocado desligamento forçado
de outros componentes.

3.2.1.2 Origem da causa do desligamento


Para a análise do desligamento forçado de um componente,

As causas de desligamentos forçados de componentes podem possuir quatro


diferentes origens, quais sejam:

• Interna
A origem da causa do desligamento é classificada como Interna quando
a causa se relaciona com as partes principais do componente em
análise, em geral energizadas, incluindo seus equipamentos terminais
(Ex.: isoladores, o lado primário de transformadores de instrumentos,
estator, mancal, eixo de um gerador, disjuntores, seccionadoras, etc.).

• Secundária
A origem da causa do desligamento é classificada como Secundária
quando a causa se relaciona com os equipamentos secundários,
complementares ou auxiliares do componente em análise (Ex.: fiação,
proteção, controle, comando, serviços auxiliares, sistema de ventilação e
resfriamento, etc.).

Enquadra-se também nesse tipo de classificação o desligamento do


componente em análise por atuação incorreta de seu sistema de
proteção na ocasião de falhas externas, dado que a anormalidade, neste

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Metodologia de Classificação Estatística

caso, encontra-se na parte secundária do componente em análise.

• Externa
A origem da causa do desligamento é classificada como Externa quando
ocorre:

• Atuação correta da proteção do componente em análise em


virtude de falhas externas (atuação como proteção de retaguarda)
ou por sobrecarga causada por desligamento de outro
componente específico;

• Desligamento do componente em análise por atuação direta da


proteção de outro componente;

• Desligamento por configuração;

• Desligamento por atuação de SEP, quando o insumo para esta


atuação tenha sido o status operativo de um ou mais
componentes específicos.

• Operacional
A origem da causa do desligamento é classificada como Operacional
quando a causa se relaciona com naturezas elétricas sistêmicas
(oscilações, sobretensões, sobrefrequência, etc.).

Também é considerada Operacional a origem de causa associada a um


desligamento proveniente de sobrecarga do componente em análise,
sendo esta sobrecarga de origem sistêmica. Ou seja, a causa da
sobrecarga não tem relação com o desligamento de outro componente
específico.

Cabe destacar que em caso de desligamento forçado por atuação de


SEP, quando o insumo para esta atuação tenha sido uma natureza
elétrica sistêmica, a origem da causa deve ser classificada como
Operacional.

Assim como a origem externa, a atuação de proteção do componente


desligado, por origem da causa operacional, deve ser correta.

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Metodologia de Classificação Estatística

Os exemplos de classificação da origem da causa encontram-se no Anexo 1.

3.2.1.3 Localização
A função deste atributo é identificar o local com o qual a causa do
desligamento.

Em caso de desligamento com origem interna ou secundária, a localização


representa a parte específica de um componente desligado. Por exemplo, caso
tenha ocorrido uma explosão de um transformador de corrente de uma linha de
transmissão. A causa do desligamento é classificada como “Explosão” e a
localização como “Transformador de corrente”.

Se o desligamento for de origem externa, a localização deverá referenciar o


tipo de componente externo. Por exemplo, uma linha de transmissão é
desligada corretamente em virtude de um defeito em uma outra linha de
transmissão do mesmo agente. A causa do desligamento é classificada como
“Ocorrência em outro componente da própria empresa” e a localização como
“Linha externa”.

Por fim, a localização a ser classificada para um desligamento com origem


operacional deverá indicar qual o sistema de potência associado à causa.
Como exemplo, podemos citar o caso do desligamento de um componente por
atuação correta de proteção de sobretensão. A referida sobretensão poderá ter
origem no próprio sistema do agente. Neste caso, a localização será
classificada como “Sistema Próprio”. Caso tenha origem no sistema de um
outro agente, a localização será classificada como “Outro sistema interligado”.
Se tiver origem em mais de dois agentes, sendo um deles o proprietário do
equipamento desligado por origem operacional, a localização deverá
referenciar a região ou a interligação origem.

Por critério adotado por esta metodologia, quando da utilização das causas
relacionadas a descargas atmosféricas/temporal, a localização deve ser
classificada como “Sem localização específica”. E se a causa do desligamento
for classificada como “Vegetação” ou “Ventos fortes”, a localização deve ser
classificada como “Condutor”.

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Metodologia de Classificação Estatística

3.2.1.4 Causa do desligamento


A causa do desligamento a ser classificada deve estar diretamente relacionada
à localização e à ação tomada para a correção da anormalidade.

3.2.1.5 Natureza da causa


A natureza da causa do desligamento forçado está diretamente relacionada
com o restabelecimento do componente e pode ser de dois tipos: permanente e
fugitiva.

O tipo permanente é caracterizado quando houver a necessidade de


intervenção da manutenção (correção, reparo ou substituição) para o
restabelecimento do componente.

Por outro lado, se o restabelecimento for realizado automaticamente ou tão


logo operações de manobra sejam realizadas, sem correção, reparo ou
substituição por parte da manutenção, a natureza da causa é classificada como
fugitiva. Enquadram-se nesses casos as inspeções e os testes realizados até
o momento do restabelecimento, sem que haja a identificação da causa do
desligamento. Mesmo que posteriormente à normalização do componente seja
identificada a causa, a sua natureza permanece classificada como fugitiva.

Dentre as causas de natureza fugitiva típicas, destacam-se aquelas


relacionadas a condições atmosféricas adversas (descargas atmosféricas,
temporal, ventos fortes), queimadas e causas indeterminadas.

3.2.1.6 Natureza Elétrica


Para que seja possível realizar a estatística de tipos de defeitos manifestados
nos componentes, a classificação estatística contempla o atributo denominado
natureza elétrica.

A natureza elétrica a ser classificada, seja para desligamento forçado ou


tentativa de restabelecimento, deverá estar sempre relacionada com a proteção
atuada.

Cabe destacar os seguintes casos de classificação da natureza elétrica:

• “Sem natureza elétrica” (código 99)

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Metodologia de Classificação Estatística

o Natureza mecânica (Ex.: relé de gás, pressostato, relé térmico);

o Atuação de proteção de outro componente;

o Atuação de SEP em função de status de componentes;

o Desligamento por configuração;

o Atuação acidental da proteção.

• “Curto-circuito” (código 77): esta natureza elétrica está relacionada a


atuação acidental da proteção provocada por curto-circuito no
secundário (Ex.: fiação, controle, comando, proteção).

3.2.1.7 Tipo de restabelecimento


O restabelecimento do componente pode ser classificado em quatro tipos, a
saber:

• Automático
Este tipo de restabelecimento é verificado na ocasião de atuação
satisfatória do esquema de religamento automáticos de linhas de
transmissão.

• Manual
O restabelecimento manual é caracterizado quando da normalização do
componente por comando manual.

• Indisponível
Classifica-se o restabelecimento como “Indisponível” nos casos em que
o componente foi entregue à equipe de manutenção.

• Conveniência operativa
Esta classificação é utilizada no caso um componente sofra um
desligamento forçado e, após sua liberação para operação, venha a
permanecer desligado por conveniência operativa. Caso ocorra uma
atuação de proteção que implique insucesso da tentativa de
restabelecimento, na ocasião do restabelecimento de equipamentos que
se encontravam desligados por conveniência operativa, este evento é
cadastrado como desligamento e classificado como do tipo

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Metodologia de Classificação Estatística

“conveniência operativa”.

3.2.2 Tentativa de restabelecimento


Para a tentativa de desligamento, os atributos estabelecidos por esta
metodologia são os mesmos definidos para o desligamento forçado, exceto
pela Natureza da Causa, atributo presente apenas no desligamento forçado,
dado que não há o restabelecimento na ocasião da tentativa.

3.2.3 Atuação de Proteção


3.2.3.1 Tipos de proteção
Para a apuração estatística de atuações de proteção, quatro tipos de proteção
são consideradas:

• Relé
Este tipo de proteção é utilizada na classificação estatística quando se
deseja registrar a atuação de proteção elétrica, associada a um relé de
proteção.

• Intrínseca
Este tipo é usado para o caso de atuação de proteção intrínseca do
componente.

• Externa
Registra-se a atuação desse tipo de proteção quando um componente é
desligado por proteção de outro componente.

• Especial
Para os casos especiais, não enquadrados nos demais tipos, a proteção
do tipo Especial é utilizada de forma a garantir que cada terminal, de
todos os componentes desligados em uma perturbação, seja analisado.
Este tipo de proteção encontra-se detalhado no item 3.2.3.5 deste
documento.

3.2.3.2 Tipos de atuação


A atuação de proteção pode ser de 4 (quatro) tipos: correta, incorreta, recusa
de atuação ou acidental. Os três primeiros tipos – correta, incorreta ou recusa
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Metodologia de Classificação Estatística

de atuação – são caracterizados pela solicitação da proteção, por uma


grandeza elétrica ou mecânica, para a qual a proteção foi especificada para ser
sensibilizada. Os tipos de atuação são assim definidos:

• Correta
A atuação de uma função proteção é considerada correta quando essa
função é solicitada e atua dentro da finalidade para a qual foi
aplicada, para as grandezas supervisionadas dentro das faixas
adequadamente ajustadas, para o defeito, falha ou outra anormalidade,
dentro de sua área de supervisão e em tempo apropriado para as
condições verificadas.

• Incorreta
Neste caso, a função proteção é solicitada e atua em desacordo com
a finalidade para a qual foi aplicada, para as grandezas
supervisionadas dentro das faixas adequadamente ajustadas, para o
defeito, falha ou outra anormalidade dentro de sua área de supervisão e
em tempo apropriado para as condições verificadas.

• Recusa de atuação
Caso uma função de proteção seja solicitada e deixa de atuar, quando
existem todas as condições e a necessidade para atuar, a recusa dessa
função é caracterizada.

• Acidental
A atuação é classificada como acidental quando a função proteção atua
sem ocorrência de falta ou anormalidade o sistema elétrico de potência,
ou seja, quando não há sua devida solicitação. Normalmente, este tipo
de atuação é consequência de fatores externos que venham a interferir
no seu desempenho normal, tais como erros humanos, falhas ou
defeitos em relés, problemas na fiação de entrada dos TCs e TPs,
vibrações, objetos estranhos no painel, etc.

3.2.3.3 Causas de atuação de proteção


Caso uma dada atuação de proteção não tenha sido correta, a causa da
anormalidade deve ser registrada. As causas de atuação de proteção
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Metodologia de Classificação Estatística

atualmente utilizadas, para fins de classificação estatística, encontram-se


listadas no Erro! Fonte de referência não encontrada..

Cabe ressaltar que atuações de proteção cuja causa for classificada como
“Problema em terminal remoto” são desconsideradas estatisticamente, para
que uma atuação incorreta ou acidental não seja contabilizada tanto no
terminal remoto quanto no análise, por ter sido a atuação deste último
consequência do primeiro (terminal remoto).

3.2.3.4 Determinação da atuação global do sistema de proteção


A atuação global de um sistema de proteção é calculado com base nas
atuações de proteções registradas, segundo a seguinte regra:

Caso a função especial SIST (item 3.2.3.5.f deste documento) tenha sido
cadastrada para um determinado terminal de um componente, a atuação global
e a causa global serão iguais aquelas atribuídas à função SIST. Caso contrário,
por critério desta metodologia, a classificação da atuação global segue a
seguinte regra:

• A Atuação Global será classificada como “Correta” quando ao menos


uma atuação de proteção tenha sido correta. Se não houver nenhuma
atuação de proteção correta para um terminal, então:

 A atuação global será “Incorreta” se houver ao menos uma


atuação incorreta de proteção. A causa global será igual àquela
atribuída à atuação incorreta;

 A atuação global será “Acidental” se houver ao menos uma


atuação acidental de proteção e não houver atuação incorreta
para o terminal. A causa global será igual àquela atribuída à
atuação acidental;

 A atuação global será “Recusa” se houver ao menos uma recusa


de atuação de proteção e não houver atuação acidental ou
incorreta de proteção. A causa global será igual àquela atribuída
à recusa de atuação.

As atuações de proteção não consideradas para a estatística não são


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Metodologia de Classificação Estatística

consideradas para o cálculo da atuação global de um terminal. Caso existam


apenas esses casos para um determinado terminal, a atuação global para o
referido terminal assumirá o valor “Não considerada”.

3.2.3.5 Funções Especiais


Conforme descrito no item 3.2.3.1 deste documento, as funções especiais são
complementares aos demais tipos de proteção e têm como objetivo garantir a
análise de todos os sistemas de proteção dos componentes desligados na
perturbação.

Esta metodologia considera as seguintes funções especiais:

a. DPC - Desligamento por configuração


O desligamento forçado por configuração é caracterizado quando um
componente desliga por anormalidade em outro componente, em virtude
de compartilhamento de um disjuntor entre esses componentes. A
seguir, os casos mais comuns são ilustrados.

• Transformadores que compartilham disjuntores no lado de alta


tensão
Ex.: Perturbação iniciada com um curto-circuito em um dado
transformador. A proteção do referido transformador atua sobre os
seus disjuntores. Entretanto, o disjuntor de alta tensão é
compartilhado com outro transformador. Com efeito, o segundo
transformador é desligado forçadamente por configuração.

• Componentes que compartilham o disjuntor central de um vão


disjuntor-e-meio
Ex.: O disjuntor de conexão à barra de uma linha de transmissão
(LT A) encontra-se em manutenção, ficando a linha de
transmissão atendida apenas pelo disjuntor central. Em caso de
desligamento da linha de transmissão (LT B) que compartilha o
referido disjuntor central com a LT A, esta última é desligada
forçadamente por configuração.

• Linha de transmissão que compartilha disjuntor com o lado de


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Metodologia de Classificação Estatística

baixa tensão de um transformador


Ex.: Perturbação iniciada com um curto-circuito em um dado
transformador. A proteção do referido transformador atua sobre
os seus disjuntores. Entretanto, o disjuntor de baixa tensão é
compartilhado com uma linha de transmissão. Com efeito, a linha
de transmissão é desligada forçadamente por configuração.

Caso o componente tenha sido desligado por configuração, a causa do


desligamento é classificada como “Desligamento por configuração” e a
função de proteção, no terminal onde se localiza o disjuntor
compartilhado, é registrada como função especial DPC.

As atuações de proteção associadas à função DPC devem ser


expurgadas da apuração estatística de sistemas de proteção.

b. DFM - Desligamento forçado manual


Conforme descrito no item 3.2.1.1 deste documento, o desligamento
forçado por ser do tipo manual. Como não há atuação de proteção neste
caso, registra-se para o terminal aberto manualmente a atuação da
função especial DFM.

A atuação de proteção associada à função DFM pode ser:

• Correta: manobra desejável realizada em caráter de emergência

• Incorreta: manobra indesejável, quando da presença de distúrbio


ou anormalidade no sistema.

• Acidental: manobra indesejável, sem a presença de distúrbio ou


anormalidade no sistema.

Exemplo: ponto quente em uma chave seccionadora de uma linha de


transmissão.

Se de fato há o ponto quente, ou seja, há a constatação de uma


anormalidade no sistema, e a necessidade de uma manobra em
caráter de emergência, tal manobra pode ser realizada correta ou
incorretamente.

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Metodologia de Classificação Estatística

Caso o operador desligue o componente correto, a atuação da


função DFM é classificada como correta. Por outro lado, caso o
operador realize uma manobra incorreta e desligue equivocadamente
algum componente, para esse componente deve ser registrada a
atuação da função especial DFM como incorreta.

Por fim, se houver o desligamento de um componente por manobra


indesejável do operador, sem a presença do ponto quente -
avaliação incorreta, seja por falha humana ou do elemento sensor –
a atuação da função DFM é classificada como acidental.

Enquadram-se nessa função especial as manobras realizadas


localmente ou remotamente.

Por critério estabelecido por esta metodologia, as atuações dessa


função especial são consideradas para a estatística do desempenho de
sistemas de proteção.

c. NEP – Não existe proteção


Esta função é utilizada para os casos em que um componente sofre uma
falta interna e não possui proteção, ou seu sistema de proteção
encontra-se fora de operação na ocasião da falta. O caso típico é o do
componente Barramento, para o qual há casos na rede básica sem
proteção diferencial.

Como não haverá atuação de proteção própria do componente, em


função de inexistência ou desativação temporária, a atuação de proteção
do terminal do componente é cadastrada com a proteção especial NEP,
de forma a registar esta condição especial.

As atuações de proteção associadas à função NEP devem ser


expurgadas da apuração estatística de sistemas de proteção.

d. Função SOR – Sem operar relé


A atuação desta função especial é registrada quando verificadas as
seguintes condições para um dado desligamento forçado:

• Não houve intervenção suposta ou comprovada de proteção;


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Metodologia de Classificação Estatística

• Não houve falta ou anormalidade no sistema de potência;

• Não houve intervenção do operador p/ abrir o(s) disjuntor(es) do


componente.

As atuações dessa função especial deverão ser obrigatoriamente


registradas com o tipo acidental e a origem da causa do desligamento
classificada como secundária.

Por critério estabelecido por esta metodologia, as atuações dessa


função especial são consideradas para a estatística do desempenho de
sistemas de proteção.

e. DNA – Disjuntor não abriu


Sempre que um terminal de uma linha de transmissão não abrir em um
determinado desligamento forçado, e se este comportamento for o
esperado, registra-se a atuação da função especial DNA. Uma situação
típica de utilização desse função especial é o caso em que ocorre a
abertura de um dos terminais de uma linha de transmissão, em
retaguarda a uma linha de transmissão adjacente, e o outro terminal
permanece fechado corretamente. Para este último é cadastrada a
atuação da função especial DNA.

As atuações de proteção associadas à função DNA devem ser


expurgadas da apuração estatística de sistemas de proteção.

f. SIST – Sistema de proteção


Conforme o item 3.2.3.4 deste documento, a atuação global do sistema
de proteção é calculada segundo uma regra e considera as atuações de
proteções lançadas para um terminal. Se ocorrer um caso em que o
resultado proveniente da regra geral não representa adequadamente o
desempenho global do sistema de proteção, a função SIST deve ser
utilizada. Neste caso, a classificação da atuação da função SIST e a
causa relacionada prevalecerão sobre a regra geral.

Além das funções especiais supramencionadas, esta metodologia se utiliza de


outras funções especiais que permitem a apuração estatística específica de
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Metodologia de Classificação Estatística

determinados eventos, mesmo que tais funções estejam parametrizadas em


relés de proteção, quais sejam:

• Proteções sistêmicas (Funções especiais 59 e PPS)

• Esquema de Falha de Disjuntor (Função especial BF)

3.2.4 Atuação do Esquema de Religamento Automático


Encontra-se definida a seguir a metodologia de avaliação de esquemas de
religamento automático.

3.2.4.1 Quanto ao desempenho

• Atuação correta
A atuação é considerada correta quando o esquema é solicitado e atua
dentro da sua função, para as grandezas elétricas, dentro das faixas
ajustadas, com desempenho previsto em sua aplicação, dentro do tempo
adequado.

O esquema de religamento automático é considerado solicitado ou


inicializado em um terminal da linha de transmissão quando ocorre a
atuação de uma proteção instantânea desse terminal para a eliminação de
faltas internas.

Caso o esquema de religamento automático seja solicitado e o


restabelecimento do terminal não seja efetivado, devido à falta de condições
sistêmicas favoráveis (no caso de esquema religamento do tipo Tripolar),
por reincidência do defeito, problemas associados a disjuntores ou bloqueio
por proteção correto ou não, a atuação do esquema é considerada correta,
dado que o esquema se comportou conforme o esperado e o seu objetivo
não foi alcançado por motivos externos.

Para efeito de cálculo de indicadores, as atuações corretas relacionadas


aos casos de ocorrência de bloqueios por proteção ou problemas
relacionados a disjuntores não são consideradas no universo de análise.

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Metodologia de Classificação Estatística

Quanto às atuações corretas associadas à falta de condições sistêmicas


favoráveis ou reincidência de faltas, o cálculo dos indicadores as considera,
pois esse comportamento está diretamente associado aos requisitos de
atuação do esquema (∆V, ∆θ, ∆f e tempo morto).

Para a presente metodologia, as seguintes condições sistêmicas favoráveis


para esquemas de religamento de tipo Tripolar são consideradas:

1. LT morta no terminal líder;

2. LT viva no terminal seguidor;

3. Condições sistêmicas (∆V, ∆θ, ∆f) satisfatórias para o sincronismo no


terminal seguidor.

• Atuação incorreta
A atuação é considerada incorreta quando o esquema é solicitado e atua
fora de sua função, sem apresentar o desempenho previsto em sua
aplicação.

Por critério, a atuação incorreta está relacionada aos casos em que não se
espera que ocorra o restabelecimento do terminal, mas este ocorre
incorretamente em virtude de falha de bloqueio ou na presença de
condições sistêmicas desfavoráveis não verificadas adequadamente pelo
sistema supervisório. Ou seja, há de fato motivos para não se dar
continuidade à atuação do esquema, mas por erro de informação a ele
fornecida, a sua atuação implica no restabelecimento no terminal quando
não deveria.

• Recusa de atuação
É considerada a recusa do esquema quando não ocorre sua atuação na
ocasião da sua solicitação, quando da presença condições para tal dentro
das finalidades de sua aplicação.

São considerados, portanto, casos de recusa situações em que todas as


condições necessárias e suficientes (sem reincidência de defeito, condições
sistêmicas favoráveis, ausência de bloqueios ou problemas em disjuntores)

22
Metodologia de Classificação Estatística

são satisfeitas, mas devido a uma anormalidade diretamente relacionada


aos requisitos de atuação do esquema impede a sua atuação correta.

As anormalidades diretamente relacionadas aos requisitos de atuação do


esquema, consideradas por esta metodologia, referem-se a correções que
se façam necessárias na lógica do esquema e em elementos que servem
de insumo de informações sobre condições sistêmicas ou restrições
operativas. Incluem-se nesse universo os relés (sincronismo, subtensão e
auxiliares), transformadores de potencial e fiação e esquemas de comando
e controle associados. O relé de proteção que tem a função de solicitar o
esquema não é contemplado no universo, mas qualquer anormalidade que
venha impedir a solicitação, quando da atuação da referida proteção, fará
parte desse universo.

São consideradas, nessa metodologia, as seguintes restrições operativas:


indisponibilidade de reator de linha, indisponibilidade de circuito paralelo e
configuração sistêmica.

Não solicitação do esquema de religamento automático

Conforme já definido por esta metodologia, o esquema de religamento é


considerado solicitado ou inicializado em um terminal da linha de transmissão
quando ocorre a atuação de uma proteção instantânea desse terminal para a
eliminação de faltas internas. Portanto, o esquema é considerado não
solicitado nas seguintes situações:

1. Abertura manual dos disjuntores da linha de transmissão;

2. Abertura de disjuntores da linha de transmissão por atuação de


proteção de barramentos, proteção para falha de disjuntor de
outro equipamento, recepção constante de sinal de transferência
de disparo do terminal remoto, atuações de proteção de
sobretensão e proteções de disparo por perda de sincronismo;

3. Ocorrência de novo desligamento forçado dentro do período de


reset do esquema;

4. Atuação de proteção gradativa;


23
Metodologia de Classificação Estatística

5. Não inicialização do ciclo de religamento em virtude de:

• Filosofia própria do agente, filosofia essa não especificada em


estudos pré-operacionais referentes à linha de transmissão (Ex.:
restrição de atuação do esquema do tipo tripolar para faltas com
natureza diferente de monofásica);

• Ocorrência de faltas polifásicas em linhas de transmissão com


esquema do tipo monopolar;

• Ocorrência de restrições operativas.

Cabe ressaltar que os conceitos definidos por esta metodologia aplicam-se à


classificação de desempenho de cada terminal da linha de transmissão.
Entretanto, o resultado utilizado para o cálculo de indicadores refere-se ao
enlace do esquema de religamento automático, ou seja, considera a
classificação realizada em ambos os terminais. Para os casos em que houve
solicitação e que sejam passíveis de análise - casos em que não houve
bloqueios por proteção ou problemas relacionados a disjuntores, os quais
implicam atuação insatisfatória por fatores alheios ao esquema – a metodologia
para a determinação do tipo de atuação para o enlace do esquema encontra-se
formulada a seguir:

• Caso um dos terminais tenha sido classificado como “Recusa de


atuação”, o enlace também assume o valor de “Recusa de atuação”;

• Caso contrário, se a atuação do esquema for classificada em um dos


terminais como “Incorreta”, a atuação do enlace será classificada como
“Incorreta”;

• Para os demais casos a atuação do enlace é classificada como


“Correta”.

3.2.4.2 Quanto à eficácia

• Atuação satisfatória
A atuação é considerada satisfatória quando o esquema restabelece todos
os terminais da linha de transmissão com sucesso, mesmo que haja um

24
Metodologia de Classificação Estatística

novo desligamento imediatamente após a total recomposição ou que este


restabelecimento tenha sido originado em uma atuação incorreta do
esquema.

• Atuação insatisfatória
A atuação é considerada insatisfatória quando não é possível realizar o
religamento automático dos terminais da linha de transmissão com sucesso
por reincidência de defeito ou por um motivo externo ao esquema, a saber:
impossibilidade de sincronismo, devido a condições desfavoráveis do
sistema (LT viva no terminal líder, LT morta no terminal seguidor ou não
atendimento das condições sistêmicas), bloqueio por proteção ou problema
relacionado a disjuntores.

A metodologia de avaliação da eficácia, assim como aquela utilizada para a


avaliação de desempenho, não considera para fins de cálculo de
indicadores, as atuações insatisfatórias associadas a bloqueios por
proteção ou problemas relacionados a disjuntores.

• Falha
Considera-se como falha do esquema o resultado do não fechamento
automático de um dos terminais da linha de transmissão, devido a alguma
anormalidade no esquema de religamento que tenha provocado a sua
recusa de atuação.

3.2.5 Atuação de Sistemas Especiais de Proteção - SEP


Os SEP são sistemas automáticos de controle e proteção implantados nas
instalações de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica que:

• Permitem a utilização adequada dos sistemas de geração, transmissão e


distribuição;

• Proporcionam maior confiabilidade à operação do Sistema Interligado


Nacional – SIN;

• Evitam que perturbações possam levar o sistema a perda de


estabilidade ou a colapso de tensão; e

25
Metodologia de Classificação Estatística

• Aumentam a segurança elétrica operacional do SIN, diminuindo a


possibilidade de ocorrência de perturbações de grande porte ou
restringindo a área de abrangência dessas perturbações.

Os SEP recebem informações de grandezas elétricas de transformadores para


instrumentos (TP e TC), de topologia da rede elétrica e de posições de
disjuntores, seccionadoras, chaves seletoras e outros dispositivos. Dentre as
diversas ações comandadas pelos SEP, pode-se citar:

• Manobras de componentes;

• Redução ou elevação de potência de geradores;

• Alívio ou restauração de cargas;

Em geral, as causas de desligamentos associados a atuações de SEP são


classificadas como:

• “Condições anormais de operação”, para os casos em que a atuação do


SEP ocorreu em função de grandezas elétricas;

• “Ocorrência em outro componente da empresa” ou “Perturbação em


outra empresa interligada”, quando a atuação do SEP ocorreu em
função de status de componentes, da própria empresa ou de outra
empresa interligada, respectivamente.

26
Metodologia de Classificação Estatística

4 Referências

[1]. Módulo 11 dos Procedimentos de Rede – Proteção e controle.


[2]. Módulo 20.1 dos Procedimentos de Rede – Glossário de termos
técnicos.
[3]. Resolução Normativa ANEEL N° 191, de 12 de dezembro de 2005.
[4]. Sistemática para Estatística de Atuação das Proteções e Desligamentos
Forçados – Grupo Coordenador para Operação Interligada (GCOI) - Subcomitê
de Estudos Elétricos – Grupo de Trabalho de Proteção (GTP), de agosto de
1981.

27
Metodologia de Classificação Estatística

Anexo 1: Exemplos de classificação de Origem da


Causa do Desligamento

i. Falta externa ao um gerador

E, S

G R
SISTEMA

• Caso 1: atuação correta da proteção do gerador

 Origem da causa do desligamento do gerador é externa, pois


se trata de uma atuação de retaguarda.

• Caso 2: atuação incorreta da proteção do gerador

 Origem da causa do desligamento do gerador secundária,


pois se trata de uma anormalidade no sistema secundário
(proteção) do gerador.

ii. Falta interna no transformador TR1, com sua proteção atuando sobre os
disjuntores A, B e C

E I

G1 TR 1 L1
SISTEMA
A
G2
B C D
BARRA 1 BARRA 2

A origem da causa do desligamento do transformador TR1 é interna e dos


geradores G1 e G2 é externa (ambos desligaram por configuração). A linha
L1 permaneceu energizada.

28
Metodologia de Classificação Estatística

iii. Falta interna no gerador G2, com sobre o disjuntor A.

E
E G1 TR 1 L1
SISTEMA
I A
G2
B C D
BARRA 1 BARRA 2

A origem da causa do desligamento do gerador G2 é interna. O gerador G1,


por compartilhar o disjuntor A com o gerador G2, desligou por configuração
e, com efeito, sua origem é externa. O lado de baixa do transformador TR1
foi aberto por atuação da proteção do gerador G2 (outro componente) e, por
consequência, sua origem também é externa.

iv. Falta interna no transformador TR1, com sua proteção atuando sobre os
disjuntores 1, 2 e 3. A proteção do transformador 3 atuou incorretamente.

E TR 1 I
LINHA 1
G1 SISTEMA
1
2 3 4
TR 2
B3
TR 3

B1 CARGA
E 5
S
B2

A origem da causa do desligamento do transformador TR1 é interna. O


gerador G1 e o transformador TR2 desligaram por configuração, por
compartilharem o disjuntor 1 com o transformador TR1. Neste caso, a
origem da causa do desligamento desses componentes é externa. O
transformador TR3 desligou por atuação incorreta de sua proteção, o que
implica a classificação da origem da causa do seu desligamento como
secundária. A L1 permaneceu energizada.

29
Metodologia de Classificação Estatística

v. Anormalidade no sistema e o gerador G2 é desligado indevidamente por


sistema especial de proteção (SEP). Como consequência da perda do
referido gerador, há a necessidade de atuação do ERAC.

SEP
DEE
S TR1 L1
SISTEMA

G2
TR2 B2 B3
G1 L2
L3 O
L4

ERAC

A origem da causa do desligamento do gerador G2 é secundária, em função


da atuação incorreta do SEP. No caso dos desligamentos das linhas L2, L3
e L4 (atuação correta do ERAC), a origem da causa desses desligamentos
é operacional, em virtude da subfrequência (natureza elétrica sistêmica).

vi. Falta interna na barra BA-1 (sem proteção diferencial), o curto-circuito é


eliminado pelas aberturas dos disjuntores dos componentes adjacentes.

E I E
L1
G1
TR-3
L2

L3

L4

BA-1

A origem da causa do desligamento da barra BA-1 é interna, enquanto que


a origem da causa dos desligamentos do gerador G1, do transformador TR-
3 e das linhas L1, L2, L3 e L4 é externa.

30
Metodologia de Classificação Estatística

vii. Falta interna no reator RE-1

SE/A SE/B

TR-3
L1
G1

RE-1

• Caso 1: Reator manobrável

 Origem da causa do desligamento do reator é interna e a


origem da causa do desligamento da linha L1 é externa.

• Caso 2: Reator não manobrável

 Neste caso, apenas o desligamento da linha de transmissão


deve ser considerado e a origem da causa classificada como
interna.

viii. Falta interna no banco de capacitores BC-1, com sua proteção atuando
sobre os disjuntores 1, 2 e 3.

SE/A
1

TR-1
3
BC-1
2

A origem da causa do desligamento do banco de capacitores é interna,


enquanto que a do transformador é externa.

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Metodologia de Classificação Estatística

ix. Falta interna no TR-3, com recusa de atuação de sua proteção. O curto-
circuito é eliminado pela abertura dos disjuntores do gerador G1 e das
linhas L1, L2, L3 e L4.

E E
L1
G1
L2
T R -3

L3
I
L4

B A -1

A origem da causa do desligamento do transformador TR-3 é interna. No


caso das linhas e do gerador G1, a origem da causa é externa.

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