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Características da pintura renascentista:

Pintura a óleo

O uso do óleo é conhecido desde a antiguidade, e já era usado entre os artistas da Idade
Média, embora não muito, pois nessa altura predominava mais a pintura têmpera ou a frescos.
Foi só já no século XIV, que esta técnica começou a ser generalizada, principalmente porque
permitia ao pintor corrigir o necessário devido a uma secagem mais lenta da tinta e uma maior
estabilidade e conservação da cor.

Os pintores de Flandres foram os primeiros a generalizar a prática da pintura a óleo, sendo a


sua invenção atribuída ao pintor flamengo Jan Van Eyck.

Vantagens da pintura a óleo:

 A sua secagem lenta permite ao artista alterar o seu trabalho quando necessário;
 Permite alcançar uma grande variedade de matrizes e de gradações de cor, que
garantiam representações pormenorizadas e efeitos de luz e sombra jamais
conseguidos.

Desvantagens da pintura a óleo:

 Com o passar dos anos, devido ao excesso de óleo de linhaça, as pinturas começavam
a ficar amareladas e escurecidas.

A terceira dimensão

A terceira dimensão foi descoberta devido aos estudos matemáticos da perspetiva dos
arquitetos Brunelleschi e L.B. Alberti e do pintor Piero della Francesca.

Segundo esses estudos feitos pelos artistas, o campo de visão do observador é estruturado por
linhas que se unem no ponto de fuga. É esse campo de visão, também conhecido por pirâmide
visual, que os artistas dessa época exploram. Servindo-se de, entre outros processos, do
cruzamento de verticais e de horizontais e de oblíquas, de efeitos de luz e cores, construíram
um espaço tridimensional. Deste modo, concretizaram a perspetiva linear, que lhes permitiu
compor cenas de invulgar monumentalidade.

No século XVI, Leonardo da Vinci tornou-se um grande teórico da perspetiva aérea. Para o
efeito, usava o sfumato, que consistia em fazer sobressair o primeiro plano da pintura
utilizando técnicas de cor, enquanto os restantes planos se iam transformando, gradualmente
em sombras azuladas.

Geometrização

A geometria era usada como uma técnica de simetria para indiretamente apontar o elemento
principal superior e o foco. Para a composição das cenas os pintores utilizavam formas
geométricas, com peferência pela piramidal.
Proporção

Foi no renascimento que os pintores começaram a preocupar-se com as proporções. Embora o


sentido de ordem e do equilíbrio já venha desde a antiguidade, foi só no Renascimento que o
espaço pictório foi construido usando a matemática. O espaço pictórico usava-se indo ao
ponto de o projetar a partir de uma medida-padrão, que servia de referência para as
diferentes dimensões.

As representações naturalistas

As representações naturalistas enquadram-se no movimento de descoberta da natureza e de


valoração do real. Nesta surgem:

 Na expressividade dos rostos:


‒ Imperfeições;
‒ Sentimentos e estados de alma (alegria, tristeza, ternura);
‒ Traços da personalidade (firmeza, doçura, bondade);
 No corpo
‒ Podem ser de humanos ou animais;
‒ Verdadeiro rigor anatómico;
‒ Baseado em pesquisas e dissecações de cadáveres;
 Elementos da natureza

Um dos artistas mais conhecidos desta altura foi Rafael Sanzio mais conhecido por Rafel.
Rafael Sanzio foi um importante artista italiano da época do Renascimento. Nasceu na cidade
de Urbino no dia 6 de abril de 1483 e morreu na cidade de Roma no dia 6 de abril de 1520.

Destacou-se principalmente nas áreas da pintura e arquitetura. A sua arte foi reconhecida
graças à suavidade e perfeição das suas obras. Em 1491, a mãe de Rafael morreu. Três anos
mais tarde, faleceu também o seu pai, deixando-o órfão aos 11 anos. Ficou sob a tutela de um
tio, um padre de nome Bartolomeo. Não existem registos sobre os seis anos seguintes da vida
de Rafael, mas sabe-se, que pelo início de 1500, deixou Urbino, indo para a Perugia trabalhar
no estúdio de Pietro Perugino. Permaneceu com Perugino por quatro anos ou mais, pintando
altares e retábulos para igrejas de Perugia e da vizinha Città di Castello. Continuava, porém,
ligado à corte de Urbino, criando belos painéis de temas sacros para o Duque Guidobaldo de
Montefeltro. Chegou em outono de 1504, aos 21 anos de idade, a Florência. Em 1508, o papa
Júlio II chamou-o para Roma, para decorar as paredes de vários aposentos
no Vaticano. Embora tivesse apenas 25 anos, ele já era um pintor de enorme reputação. Em
1511, Rafael executou o primeiro dos inúmeros trabalhos encomendados por Agostino Chigi,
um abastado banqueiro de Siena, amigo íntimo e conselheiro de Júlio II. Em 1517, foi
contratado pelo Cardeal Giulio de Medici para pintar um painel sobre o tema da
Transfiguração para a Catedral de Narbonne, na França. A Transfiguração foi a última grande
obra de Rafael: na primavera de 1520 ele adoeceu. A seu pedido, foi enterrado no Panteão,
templo da Roma Antiga, de arquitetura clássica, que ele admirava muito. Dos seus afrescos do
Vaticano, os mais importantes são a "Disputa" (ou "Discussão do Santíssimo Sacramento") e a
"Escola de Atenas”.
Em quadros de Rafael Sazio é possível observar características da pintura Renascentista. No
quadro “Casamento da virgem”, pintado a óleo, vê-se a geometrização (as figuras e o edifício
atrás delas formam um triângulo) e a terceira dimensão (conseguindo-se distinguir também
diferentes planos). Já em outros quadros como “Young Woman with Unicorn”, também
pintado a óleo, nota-se mais características do Renascimento ligadas à proporção (a cabeça é
proporcional ao corpo) e às feições naturais e expressivas (onde percebemos na expressão da
rapariga aquilo que ela está a sentir, transmitindo-nos também a sensação de inocência).

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