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Trabalho de literatura

RESUMO DO LIVRO - A NORMALISTA: Como o próprio nome da obra


descreve, a personagem principal é uma moça simples e normal, ela
representa toda a população oprimida da época, sofredores da seca.

Maria do Carmo é uma moça do interior, cuja mãe morreu e o pai tentava fugir
da seca. Seu pai lhe entregou a seu padrinho João da Mata, por quem Maria
do Carmo é criada. João da Mata mora com Dona Terezinha. Maria do Carmo
estuda inicialmente em um colégio religioso e depois passa a estudar na
Escola Normal. Quando entra nesta escola, seu padrinho começa a vê-la com
outros olhos, enxerga nela uma moça com corpo atraente e com muitos
atributos, então passa a desejar a afilhada.

João da Mata representa a parte ruim da sociedade, sem caráter e sempre


tentando tirar vantagem. Maria do Carmo nesta época inicia um namoro com
Zuza, um jovem estudante de Direito e filho de um dos coronéis da cidade. O
namoro deixa João da mata furioso e com ciúmes. O relacionamento entre
Zuza e Maria do Carmo parece sério, mal comentado por toda a cidade, e o
coronel que desaprova a relação pede que o filho volte para Recife, para
terminar seus estudos.

Enquanto isso João da Mata começa a arquitetar um plano para seduzir Maria
do Carmo, ele inclusive termina com Dona Terezinha, que já desconfiava de
suas invenções. Uma noite ele consegue entrar no quarto de Maria, engana a
moça inocente que estava fragilizada e consegue o que queria. Maria do
Carmo acaba engravidando e sai da cidade para evitar maior escândalo. Um
problema no parto faz com que o bebê morra, então a normalista retorna para
Fortaleza, onde por fim fica noiva do alferes Coutinho.

PERSONAGENS: Maria do Carmo, a personagem principal; João da Mata, o


padrinho por quem Maria do Carmo é criada; Dona Terezinha; Zuza, jovem
com quem a personagem principal tem um breve “romance”; Bernardino, o pai
de Maria do Carmo; Lídia, amiga da Maria do Carmo e Coutinho com quem a
Normalista fica noiva.
CARACTERÍSTICAS DO PERÍODO: Diante da leitura da obra encontram-se
trechos com nítida influência naturalista.  Pode-se perceber pela descrição feita
por Caminha ao apresentar a figura de João da Mata

 “João da Mata era um sujeito, esguio e alto, carão magro de tísico, com uma
cor hepática denunciando vícios de sangue, pouco cabelo, óculos escuros
através dos quais buliam dois olhos miúdos e vesgos. Falava depressa, com
um sotaque abemolado, gesticulando bruscamente, e, quando ria, punha em
evidência a medonha dentuça postiça.” Pag. 7

Nesse trecho, percebem-se muitos traços naturalistas. Pois o narrador faz uso
de uma linguagem simples e exagerada, descrição minuciosa para atribuir
características aos personagens. Além de mostrar uma crítica em relação a
João da Mata, um sujeito que tem um caráter torpe e crapuloso

TEMPO: A história se passa no século XIX; 1893.

ESPAÇO: O enredo se desenrola na Rua do Trilho, na qual hoje é chamada de


Avenida Tristão Gonçalves. Fortaleza, Ceará.

TIPO DE NARRADOR:

BIOGRAFIA DO AUTOR: Adolfo Ferreira Caminha era filho de Raimundo


Ferreira dos Santos e Maria Firmina Caminha. Nasceu em Aracati-CE, aos 29
de maio de 1867 e faleceu na cidade do Rio de Janeiro no dia 1° de janeiro de
1897 vítima de Tuberculose. O referido autor adotou o pseudônimo de Félix
Guanabarino. Ainda muito jovem ingressou na Escola Naval do Rio, sendo
guarda-marinha em 1885. Quando foi promovido a segundo tenente, volta para
fortaleza. Aos vinte e um anos apaixonou-se por uma mulher casada (Isabel de
Paula Barros), no qual seu amor foi correspondido. Isabel deixa seu marido e
passa a viver ao lado de Caminha e tem duas filhas. Isso gerou um enorme
escândalo na pequena Fortaleza daquela época. Pressionado pelos membros
de sua corporação, demite-se da Armada, porém segui para o Rio de Janeiro
passando a viver como funcionário público. Seus principais romances são: “A
Normalista” escrito em 1893, visto como um tipo de “livro vingador”, e O Bom
Crioulo (1895), considerado sua obra prima.

CRÍTICA: Lançando uma resposta à sociedade de Fortaleza publica o livro “A


Normalista”(1893), no qual é visto como um livro de vingança, ou seja, um livro
onde o autor desabafa todas as suas mágoas, ironias e revoltas contra aquela
sociedade que o recriminou. É a única narrativa cearense do autor, retrata a
Fortaleza dos anos 80, mostrando a Cidade com todas as suas baixezas e
podridões morais.

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